O Setor Elétrico (Edição 120 - Janeiro 2016)

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Ano 10 - Edição 120 Janeiro de 2016

Fios, cabos e acessórios Queda de faturamento e falta de confiança marcaram 2015, mas setor espera crescimento, ainda que moderado, para 2016 Novos fascículos colecionáveis Certificação voluntária das instalações BT: procura aquém das expectativas



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187

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Reportagem

Em janeiro completou dois anos da publicação da Portaria nº 51 do Inmetro, que institui em caráter voluntário a certificação das instalações elétricas em baixa tensão. Da publicação para cá, o número de estabelecimentos que buscam contar com o certificado não aumentou muito.

Coluna do consultor

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Colunistas

Novidades e desafios a serem apresentados pelo setor elétrico brasileiro em 2016.

Painel de notícias

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Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira

Risco de faltar energia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e

Consultor técnico José Starosta

em edificações podem se tornar obrigatórios; Comissão de

Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Antonio Vergara Gomes, Cláudio Mardegan, Cyro Boccuzzi, Eduardo Daniel, Ivan Bueno Raposo, J.C. Felamingo, João José Barrico de Souza, Jobson Modena, José Starosta, Luiz Fernando Arruda, Márcio Bottaro, Michel Epelbaum, Normando Alves, Nunziante Graziano, Ricardo Drudi, Roberval Bulgarelli e Vicente Scopacasa. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: fuyu liu | Shutterstock.com Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Nordeste do Brasil é zero; Sistemas de aquecimento de água

Minas e Energia rejeita projeto que isenta escolas, postos de

80 Luis Fernando Arruda – Instalação MT 82 Jobson Modena – Proteção contra raios 84 Michel Epelbaum – Energia sustentável

Marcelo Paulino – Proteção, automação e controle

85

João Barrico – NR 10 86 José Starosta – Energia com qualidade 88 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 90

saúde e hospitais de pagarem tarifa de energia; Chesf inaugura

92

oficialmente o Complexo Eólico Chapada do Piauí; Enel Green

Espaço IEE

Power inicia a construção da maior usina solar da América Latina.

Potencial energético dos resíduos sólidos como uma alternativa

Fascículos

para a diversificação da matriz de energia elétrica

19

Pesquisa – Fios e cabos e acessórios

52

Queda de crescimento e falta de confiança dos empresários marca­

Espaço Cigré

96

Os desafios técnicos da instituição para 2016.

ram o ano de 2015 deste setor, mas clima ainda é de otimismo.

Dicas de instalação Aula prática – Proteção contra arco

70

100

A respeito da importância da energia elétrica na vida moderna.

elétrico Uma abordagem sobre a resistência ao arco elétrico e as novas

Ponto de vista 102

tendências de avaliação de equipamento de proteção individual

Medição e controle de processos são fundamentais para qualidade

(EPI) para efeitos térmicos.

Espaço 5419

76

A captação em edificações com altura superior a 60 m.

e sucesso da indústria.

Agenda

104

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses

Espaço 5410

78

106

Análise da criticidade e do descaso com que a qualidade das

What’s wrong here?

instalações elétricas é tratada no Brasil.

Resultado do desafio da edição de novembro de 2015.

3


Editorial

4

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Capa ed 120_D.pdf

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Ano 10 - Edição 120 Janeiro de 2016

O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 120 – Janeiro de 2016

Fios, cabos e acessórios Queda de faturamento e falta de confiança marcaram 2015, mas setor espera crescimento, ainda que moderado, para 2016 Novos fascículos colecionáveis Certificação voluntária das instalações BT: procura aquém das expectativas Arco elétrico e as novas tendências de avaliação de EPIs

Edição 120

Ano novo, velhos problemas

Obrigatoriedade em diversos países, a certificação das instalações elétricas de baixa tensão passou a ser

regulamentada no Brasil há apenas dois anos. Instituída pelo Inmetro – e mesmo sendo reconhecida por qualquer profissional da área elétrica como um processo importante a ser adotado por todas as instalações brasileiras –, a certificação é voluntária. Para quem acompanha essa história, sabe que se trata de uma velha demanda dos profissionais engajados com o tema e uma luta muito bem fundamentada, já que boa parte dos incêndios (se não, a maior) é provocada por faíscas principiadas em curtos-circuitos de instalações problemáticas.

Para se ter uma ideia, no ano de 2014, em entrevista para O Setor Elétrico, o diretor do Inmetro, Alfredo Lobo,

afirmou que é uma prática dos sistemas de avaliação da conformidade começar com uma ação voluntária para, então, monitorar os resultados. Se estes forem positivos, ela permanece voluntária. No entanto, se os resultados forem ruins, passa-se a estudar a conveniência de tornar a certificação compulsória. Pois bem, em dois anos, parece que não mudou muita coisa. Em 2014, apenas a Infraero exigia a certificação de suas instalações, fato que perdura até os dias de hoje. Além dessas instalações, somente mais uma está em vias de obter seu certificado de conformidade. Como mostra a reportagem desta edição, apenas recentemente foi emitida a certificação do primeiro estabelecimento assistencial de saúde, documento que ainda está no processo de ser reconhecido pelo Inmetro.

A pergunta que fica é: quanto tempo mais será necessário esperar para tornar a certificação compulsória?

Questão essa difícil de responder, tendo em vista que, no caso das instalações elétricas, a complexidade é ainda maior devido ao fato de que a competência legal para determinar essa obrigatoriedade é dos municípios. Quem diz isso é a Constituição Federal. Ou seja, para essa história, muita água ainda vai rolar. Sobre este assunto, vale a pena ler também a reflexão do engenheiro Eduardo Daniel na seção “Espaço 5410” desta edição.

Em tempo, como vocês podem notar, este primeiro exemplar do ano traz algumas mudanças, com destaque

para os novos fascículos, que tratam de temas quentes e muito importantes para o setor: geração distribuída, a inovação do Led, a nova IEC 61439-1 e curto-circuito para a seletividade. Os autores são os profissionais mais gabaritados em cada um dos assuntos.

Além disso, convidamos o engenheiro Marcelo Paulino, especialista em proteção e automação de subestações,

a integrar o nosso time de colunistas. Com ele, serão sanadas todas as dúvidas sobre IEC 61850 e outros assuntos correlatos.

E, por ora, decidimos parar de publicar a seção “What’s wrong here?”, a qual será reformulada e trabalhada

com dedicação para que, quando voltar, tenha ainda mais sucesso! Nesta e na edição seguinte, serão divulgados os últimos ganhadores desta temporada. Boa leitura,

flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!

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Coluna do consultor

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

E lá vamos nós!

Contrastando com a felicidade da

colegas das outras pastas não deixam

gestão e sinalizações rápidas ao mercado;

celebração do décimo aniversário da nossa

por menos e também rasgam o besteirol;

• Os agentes do mercado cativo terão

revista “O Setor Elétrico”, as perspectivas

quando teremos ministros que rezam as

que ser mais criativos para se manterem

para o nosso país em 2016 não são lá tão

cartilhas de suas pastas?

vivos e o poder regulador terá que ajudar.

favoráveis. Enquanto nesses dez anos,

Não

sentar

Novos modelos terão que ser criados,

intensas discussões, debates, transmissão

e chorar, já que nossas empresas têm

como novas proporções de precificação

de conhecimento e divulgação de produtos,

que sobreviver (aliás, sobrevivência de

entre consumos e demandas, tarifa branca

serviços e do mercado de instalações

empresas parece que não é assunto

e outros;

elétricas foram promovidas pela revista,

importante para aqueles que ditam as

• A nova resolução Aneel 687 (REN 687)

assistimos a apreensivos quais serão os

regras em Brasília). Nosso setor apresenta

estabelece uma série de mudanças em

desdobramentos que ocorrerão na gestão

para este ano algumas boas novidades e

relação à anterior (REN 482 de 2012),

e em particular na economia do Brasil.

desafios a serem explorados.

detalhada no primeiro capítulo do fascículo

efetivamente

para

Como esperado, ao final de 2015,

sobre geração distribuída publicado nesta

ocorreu a troca de ministros da economia

• O aspecto da análise tarifária está em

edição. Muitas ideias novas surgirão e com

e, ao entregar o bastão, o ministro Levy

alta, com um mercado livre que ressurge

elas novos projetos incluindo geração com

passou a impressão de ter feito sua lição

em função dos altos custos do mercado

fontes renováveis e sustentáveis;

de casa, e que o sucessor, se tivesse

cativo incrementados pela falta de chuva

• O COP 21 nos traz esperanças para bons

juízo, seguiria no mesmo caminho, mesmo

e uso de fontes térmicas já aqui discutidas

projetos com foco em sustentabilidade e

soltando um pouco o freio. Não parece

e da própria recessão da economia que

em eficiência energética;

que as mudanças sejam importantes e o

reduz naturalmente o preço da energia no

• Aspectos de segurança de instalações,

modelo será mantido. Sair dos dois dígitos

mercado livre;

aspectos de qualidade da energia de

da inflação anual com uma taxa básica de

• As bandeiras tarifárias deverão ser

instalações, normalização de instalações

juros maior que 14%, além do PIB negativo

reformadas com a inclusão de mais um

e certificações são alguns pontos que

verificado em 2015 e também esperado

tipo

podem movimentar o mercado.

para 2016 são argumentos suficientes

então, a bandeira vermelha 1, no caso

para qualquer economista de plantão

mais crítico, e a bandeira vermelha 2, no

desfilar as mais trágicas previsões. E aí,

caso intermediário (não confundir com

espera que o trem de Brasília entre nos

o que faremos? Anuncia-se um pacote

bandeira 2), além das bandeiras amarela

trilhos após estas “merecidas” férias de

de investimento ao setor produtivo com

e verde. Novas tarifas foram publicadas

janeiro inteiro. Que tenhamos força, fé e

financiamento por bancos estatais, será?

com um desconto em relação aos valores

equilíbrio.

A que taxa? Falando em ministros, haja

anteriormente

saúde para suportar os pronunciamentos

esperam-se novidades. O que importa

ELÉTRICO” por fazer esta revista cada vez

do ministro da ”própria”. Claro que seus

é que realmente existam ferramentas de

melhor!

de

bandeira

vermelha,

praticados.

teremos,

Em

abril,

Façamos a nossa parte, enquanto se

Parabéns à equipe de “O SETOR



Painel de mercado

8

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Risco de faltar energia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil é zero O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou em relatório que há sobra estrutural de 9,3 mil MW médios para suprir a carga prevista em 2016

O Comitê de Monitoramento do Setor

MW de energia nova, valor acima do previsto

Elétrico (CMSE), presidido pelo Ministro de

para a expansão no ano.

Estado Minas e Energia, Eduardo Braga,

O Comitê informou também durante

reuniu-se pela primeira vez no ano no dia 13

a

reunião

de janeiro, chegando à conclusão de que

do

é zero o risco de faltar energia nas regiões

continuar

Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste em

hidroenergéticas do SIN para definir a

2016. Em relatório apresentado no encontro,

geração térmica necessária à garantia do

o Comitê informou haver sobra estrutural

atendimento energético do sistema. Em

de 9,3 mil MW médios para suprir a carga

agosto de 2015, o CMSE decidiu desligar as

prevista. “O sistema elétrico apresenta-se

usinas térmicas com custo mais alto. Segundo

estruturalmente equilibrado, em decorrência

o órgão, a energia não era mais necessária,

da capacidade de geração e transmissão

haja visto o aumento do volume de chuvas

instalada no país, que continua sendo

nos reservatórios das usinas hidrelétricas.

ampliada com a entrada em operação de

usinas, linhas e subestações”, diz o relatório

continuidade e a segurança do suprimento

do grupo.

de energia no país, o CMSE é composto

que

Sistema

o

Operador

Elétrico

acompanhando

Nacional

(ONS) as

deverá

condições

Criado em 2004 para acompanhar a

As previsões deste ano são bem mais

por representantes do Ministério de Minas

otimistas do que as realizadas em janeiro de

e Energia (MME), da Agência Nacional

2015. Na ocasião, o CMSE projetou um risco

de Energia Elétrica (Aneel), do ONS, da

de déficit de energia de 4,9% nas regiões

Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da

Sudeste e Centro-Oeste e de 1,2% na região

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural

Nordeste. Em razão disso, foram acrescidos

e Biocombustíveis (ANP) e da Câmara de

ao Sistema Interligado Nacional (SIN) 6.428

Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Número de mortes por choque elétrico cai 5% em 2015 Conforme a Abracopel, contudo, no que diz respeito aos acidentes causados por eletricidade de uma forma geral, houve aumento de 3%

A Associação Brasileira da Conscientização

aumentaram em cerca de 3%, passando de

para os Perigos da Eletricidade (Abracopel)

1222 em 2014 para 1257 em 2015.

divulgou, no início deste ano, os primeiros

dados sobre acidentes originados por energia

choque elétrico ocorreram em incêndios

elétrica em 2015 no Brasil. Conforme a

causados por eletricidade. De acordo com

entidade, o ano passado começou assustador

a Abracopel, em 2015, 33 pessoas vieram a

com 75 mortes ocasionadas por choques

óbito por este motivo, número 65% maior do

elétricos. Este número, no entanto, diminuiu

que o contabilizado no ano de 2014, de 20

durante o ano, fechando com queda de 5%

acidentes fatais.

em relação aos acidentes fatais apurados

em 2014 Naquele ano, contabilizou-se 627

deste ano devem servir de alerta para que

mortes. Em 2015, foram 601 falecimentos.

todos se mobilizem em torno de um ideal de

Algumas das mortes relacionadas a

Segundo a associação, os números

O fenômeno inverso ocorreu com o

zero acidente com eletricidade. A Abracopel

número de incêndios gerados por sobrecargas

entende que se trata de uma utopia, mas que

e curtos-circuitos, que passou de 295 em

deve ser perseguida, já que a grande maioria

2014 para 441 em 2015; um acréscimo de

destes acidentes acontece por absoluta falta de

49%. Dessa forma, apesar dos casos de

informação, de cuidados e de conscientização

acidentes fatais terem diminuído, os números

para os perigos que a eletricidade, quando não

totais de acidentes envolvendo eletricidade

respeitada, pode causar.

Vendas de lâmpadas e luminárias Led continuarão a crescer em 2016 Conforme dados da Abilux, elevação deve ser de 30% e 100% nas vendas de luminárias e lâmpadas Led, respectivamente A Associação Brasileira da Indústria de

R$ 3,9 bilhões em vendas, enquanto que,

Iluminação (Abilux) divulgou em janeiro suas

em 2014, o número foi de R$ 4,05 bilhões.

projeções para o mercado de iluminação

O número de empregados também decaiu,

em 2016. De acordo com a entidade,

de 37 mil funcionários registrados em 2015

produtos com tecnologia Led continuarão

para 33 mil em 2015. Do mesmo modo,

apresentando

A

decresceram as exportações e importações,

estimativa é de que haja crescimento de

passando, respectivamente, de US$ 40

30% nas vendas de luminárias e de 100%

milhões para US$ 36 bilhões e de US$ 786

nas vendas de lâmpadas. No ano de 2015, o

milhões para US$ 700 milhões.

acréscimo de vendas de unidades luminárias

Led também foi da ordem de 30% e das

podem ser explicados, conforme a Abilux,

vendas de unidades de lâmpadas (tubulares,

pelos impactos negativos da economia e da

roscas e baioneta) ainda maior: de 170%.

construção civil. Estes impactos, por outro

No entanto, houve redução do preço médio

lado, desencadearam os resultados positivos

(50%) destes produtos no ano que passou.

das vendas de Led. Segundo a associação,

resultados

positivos.

Os resultados não tão favoráveis em 2015

O acréscimo de vendas de lâmpadas e

a busca das empresas e consumidores para

luminárias Led não foi suficiente, contudo,

reduzir suas despesas de manutenção e de

para elevar o faturamento do setor em 2015.

energia elétrica aumentou a demanda por

Conforme a Abilux, o mercado de iluminação

produtos economizadores de energia, como

contabilizou no ano passado um total de

os Leds.



Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Analisador de desvio de energia elétrica www.montrel.com.br

www.tecsysbrasil.com.br

Destinado a verificar em campo a medição, a instalação e a

identificar os desvios dos registros de consumo em medidores de energia eletromecânicos ou eletrônicos, o analisador de desvio de energia elétrica ADR Multi 4000 da Montrel consegue, com medições através de clamps (sem desligar a rede elétrica do consumidor), identificar “gatos” na ligação, caso esteja instalado no “pingador”.

Sensores de distribuição

O equipamento é operado através da comunicação Bluetooth

com tablet, PC ou PDA; possui suporte para fixação em painéis ou ramais de ligação, gráfico fasorial e amplitudes de tensão e corrente

Os sensores inteligentes para monitoramento de redes de

distribuição da linha Smart Power da Tecsys do Brasil localizam as faltas e monitoram redes de distribuição de média tensão até 34,5 kV trifásico, utilizando sensor inteligente de corrente de baixo custo. De acordo com a fabricante, os equipamentos são compostos por três unidades sensoriais e uma unidade concentradora denominada de “Remota”. Esta recebe dados em tempo real de cada um dos sensores enviando-os para a central de controle da concessionária de energia. O equipamento propicia a instalação em campo com equipe leve e sem a necessidade de interrupção do fornecimento de energia.

em tempo real. Devido à utilização de tablet, conta com interfaces como e-mail, suporte de impressão e diversos formatos de arquivos que poderão ser integrados aos sistemas já em uso. O analisador é fornecido com 4 clamps tipo Rogolwski IP 65, podendo ser instalado em ambiente externo.

Analisador consegue identificar “gatos” na ligação elétrica.

Os sensores inteligentes monitoram redes de distribuição de até 34,5 kV.


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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Câmera para inspeções termográfica e ultravioleta www.instronic.com.br

Câmera combina imagens infravermelha, ultravioleta e real para inspeção mais completa.

A CoroCAM 8 combina a imagem IR

(infravermelha) com a imagem ultravioleta e a imagem real. De acordo com a Instronic, fabricante do produto, a combinação destas

três

tecnologias

possibilita

inspeção termográfica, inspeção visual e ultravioleta (efeito corona) ao mesmo tempo,

permitindo

o

aumento

de

produtividade do serviço de inspeção. O equipamento possui GPS interno e suas imagens fotográficas e gravação de vídeo são geradas em alta qualidade e definição com resolução de I.R. e U.V. de 307.200 pixels

A

câmera

permite

determinar

a

severidade do efeito corona e a deficiência de isolação em componentes elétricos, bem como anteceder a um flash over (arco) em sistemas elétricos de potência. A Instronic define a CoroCam 8 como uma ferramenta de diagnóstico para inspeção e localização de fontes de RIV e descargas em isoladores, de linhas de transmissão e subestações, condutores, motores e geradores.


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Painel de normas

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Sistemas de aquecimento de água em edificações podem se tornar obrigatórios Projeto de lei que prevê o uso prioritário de energias alternativas nos sistemas de aquecimento de água em edifícios construídos com recursos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) foi aprovado em comissão da Câmara dos Deputados A Comissão de Desenvolvimento Urbano

de chuveiros elétricos contribui decisivamente

geração elétrica de fonte solar, como os painéis

da Câmara dos Deputados aprovou no início

para o aumento de consumo de energia elétrica

fotovoltaicos.

de janeiro, em Brasília, o Projeto de Lei 5733/09

no Brasil. O senador explica que a maioria das

conectores e estruturas de suporte podem ficar

do Senado Federal que torna obrigatório o

edificações, por não prever em seus projetos o

livres do Imposto sobre Produtos Industrializados

uso prioritário de energias alternativas nos

uso dos sistemas alternativos de aquecimento,

(IPI), assim como outros equipamentos, inclusive

sistemas de aquecimento de água em edifícios

desperdiça

os painéis fotovoltaicos, teriam isenção de PIS/

construídos com recursos do Sistema Financeiro

energia. Além disso, segundo o político, o uso de

Pasep e Confins

de Habitação (SFH). O projeto de autoria do

fontes renováveis contribui para o equilíbrio do

senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) prevê a

meio ambiente, pois diminui a emissão de gases

incentivos como a isenção tributária são uma

adoção de normas que incentivem o emprego de

causadores do efeito estufa.

maneira de reduzir o custo da implementação da

fontes energéticas limpas como os aquecedores

O projeto tramita em caráter conclusivo na

energia solar fotovoltaica no país. “O Brasil precisa

solares no processo de aquecimento de água

Câmara e já foi aprovado pela Comissão de Minas

estimular esse mercado e uma das formas para

nas edificações públicas e privadas entre

e Energia. Para sua aprovação ainda falta passar

isso é facilitar a comercialização. O detalhe que

as diretrizes gerais da política urbana dos

pelas comissões de Finanças e Tributação, de

conseguimos, neste substitutivo, foi pactuar para

municípios. O texto altera a Lei 4.380/64 e o

Constituição e Justiça e de Cidadania.

que alguns componentes da placa fotovoltaica

oportunidades

de

economizar

Com

o

substitutivo,

cabos,

O deputado do PPS-PA acredita que os

pudessem ter os impostos reduzidos - porque

Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01).

Isenção tributária

são produtos importados - até que o mercado

apresentado pelo relator, o deputado Silvio

Também no âmbito da energia alternativa, a

brasileiro possa produzi-los. E isso vai baratear

Torres (PSDB-SP), a proposta de lei estipula

Comissão de Minas e Energia da Câmara dos

extremamente a aquisição [do equipamento] e o

também a inclusão de incentivos fiscais para o

Deputados aprovou o substitutivo do relator,

investimento das empresas", diz Jordy.

emprego de sistemas de aquecimento de água

deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) ao Projeto

com energia solar, ou de fonte limpa e igualmente

de Lei 8322/14 do Senado Federal, cujo

a permissão de que os trabalhadores utilizem

autônoma

Sistema

objetivo é isentar de impostos equipamentos

parte do saldo do Fundo de Garantia do Tempo

Interligado Nacional, em edificações, públicas ou

e componentes de geração de energia solar

de Serviço (FGTS) para a compra de sistemas

privadas, em área urbana e rural, destinadas aos

produzidos no Brasil, desde que não haja

fotovoltaicos.

usos habitacionais, agropecuários, industriais,

similares nacionais.

comerciais e de serviços, inclusive quando se

O substitutivo de Jordy ampliou as isenções

dos Deputados, o projeto será analisado ainda

tratar de edificações de interesse social

tributárias propostas no projeto original. Este

pelas comissões de Finanças e Tributação; e

Justificando a importância do seu projeto, o

previa somente a isenção de imposto sobre

de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Com

senador Crivella destaca que a ampla utilização

importação para alguns equipamentos de

informações da Agência Câmara).

Aprovada

e

na

forma

independente

de

substitutivo

do

Outro incentivo previsto no substitutivo é

Tramitando em caráter conclusivo na Câmara

ABNT publica três novas normas para o segmento elétrico Hexafluoreto de enxofre para equipamentos elétricos Contendo 29 páginas, a ABNT NBR 12160: 2016 especifica os métodos para verificação das propriedades do hexafluoreto de enxofre para uso em equipamentos elétricos. O documento normativo está em vigor desde o dia 21 de janeiro de 2016.

Células e baterias secundárias Também publicada no dia 21 de janeiro de 2015, a norma ABNT NBR IEC 61434:2016 aplica-se às células e baterias secundárias contendo eletrólitos alcalino ou outro não ácido. O texto, que conta com apenas uma página, propõe um método matematicamente correto para designação da corrente, que deve ser usado nas futuras normas de células e baterias secundárias.

Chuveiros elétricos A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 19 de janeiro de 2016 a ABNT NBR 12090:2016, que especifica um método de ensaio para a determinação da corrente de fuga passível de circular através do corpo do usuário em chuveiros elétricos utilizados em edificações. A norma conta com cinco páginas.


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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Comissão de Minas e Energia rejeita projeto que isenta escolas, postos de saúde e hospitais de pagarem tarifa de energia Apenas estabelecimentos situados em municípios com até 60 mil habitantes seriam beneficiados. Projeto ainda tramitará nas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania

O Projeto de Lei 7601/14, cujo intuito é isentar escolas, postos de saúde e hospitais mantidos

pelos municípios com até 60 mil habitantes de pagar tarifa de energia elétrica, foi recusado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados no dia 13 de janeiro deste ano.

De autoria do deputado Sarney Filho (PV-MA), o projeto prevê que as concessionárias

sejam ressarcidas através de crédito dedutível de tributos federais. Justificando a proposta, o parlamentar explicou que as responsabilidades dos municípios nas áreas de assistência social, saúde e educação têm aumentado sem que os repasses acompanhem o crescimento das despesas. Sendo, conforme ele, os municípios com menos de 60 mil habitantes os mais afetados, haja visto que a renda média nessas localidades é menor.

Já o relator da matéria na Comissão de Minas e Energia, deputado Ronaldo Benedet

(PMDB-SC), explicou o seu parecer contrário afirmando que isentar estabelecimentos municipais do pagamento das faturas de energia elétrica não resolve as dificuldades desses entes, “pois as faturas de eletricidade não são o maior problema que enfrentam”. Ainda, de acordo com ele, a medida poderá gerar um grave processo de distorções no setor elétrico.

Não obstante o projeto ainda não foi totalmente descartado. Ainda será analisado, em caráter

conclusivo, pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Com informações da Agência Câmara).

Projeto quer que moradores decidam pela construção de novas usinas nucleares Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 158/2015 condiciona instalação de novas usinas nucleares em implantação e depósitos de lixos atômicos à autorização dos eleitores dos estados em que os empreendimentos forem planejados de

aceitar, e isso é absurdo. A população tem

Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal

que ser consultada para saber se quer correr

a Proposta de Emenda Constitucional (PEC)

esse risco, como corre hoje risco a população

158/2015, que condiciona a instalação de novas

de Angra dos Reis”, afirma.

usinas nucleares em implantação e depósitos de

lixos atômicos à autorização dos eleitores dos

continuidade a outros projetos que visam

estados em que os empreendimentos forem

limitar a construção de usinas nucleares

planejados. A PEC 158, foi apresentada em

como um que pretende proibir novas centrais

15 de dezembro de 2015, após a coleta de

nucleares no Brasil por 30 anos. “Uma espécie

assinaturas dos 30 senadores que respondem

de moratória até que estejamos tranquilos,

pela autoria do projeto.

seguros, em relação aos riscos das usinas

Um dos senadores que assinou o

nucleares, tanto o risco relacionado à parte de

projeto, o senador Cristovam Buarque, do

engenharia civil, diante de tragédias, quanto o

PDT, defende que aqueles que irão conviver

que fazer com o lixo atômico”, esclarece.

com as fontes de materiais radioativos é que

devem ter o poder de decisão. “Hoje em

o projeto estava aguardando designação do

dia, se a Eletronuclear e o Governo Federal

relator da CCJ. (Com informações da Agência

desejam colocar uma usina, o estado tem que

Senado).

Está

em

análise

na

Comissão

O senador ainda explicou que a PEC dá

Até o fechamento desta edição da revista,


Painel de empresas

16

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Enel Green Power inicia a construção da maior usina solar da América Latina Empreendimento localizado no Estado da Bahia terá capacidade instalada de 254 MW e produção anual de energia de 500 GWh

A EGP possui no Brasil atualmente empreendimentos que somam uma capacidade instalada de 418 MW. Desse total, 93 MW vêm de hidrelétricas, 313 MW de usinas eólicas e 12 MW de usinas solares.

Empreendimento da Enel Green Power

total, 93 MW vêm de hidrelétricas, 313

(EGP) e considerada a maior usina solar

MW de usinas eólicas e 12 MW de usinas

da América Latina, o projeto Ituverava,

solares. A empresa conta ainda com 444

localizado na cidade de Tabocas do Brejo

MW de projetos em construção. Um destes

Velho (BA), teve sua construção iniciada

empreendimentos é o Parque Eólico de

em dezembro de 2015 e está previsto

Delfina, também localizado no Estado da

para entrar em operação em meados do

Bahia. O novo parque eólico tem previsão

próximo ano. A usina terá capacidade total

para ser concluído na primeira metade de

instalada de 254 MW e produção anual de

2017. Quando finalizado, terá capacidade

energia estimada em 500 GWh.

instalada total de 180 MW e poderá gerar

Conforme a EGP, operadora inter­

mais de 800 GWh ao ano, o suficiente

nacional de usinas renováveis pertencente

para atender a cerca de 400 mil famílias,

ao Grupo Enel, esta é uma das maiores

evitando a emissão anual de mais de 270

usinas de energia solar da empresa e

mil toneladas de CO2.

deverá ajudar a suprir à demanda constante

de energia elétrica no país, que, de acordo

serão investidos aproximadamente 400

com estimativas, vai aumentar a uma taxa

milhões de dólares. O dinheiro virá do

média de 4% ao ano até 2020.

próprio Grupo Enel Green Power, por meio

de um acordo de compra de energia de

A EGP possui no Brasil atualmente

empreendimentos

que

somam

uma

capacidade instalada de 418 MW. Desse

Para a construção do empreendimento

largo prazo, em inglês, Power Purchase Agreement (PPA).



Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Chesf inaugura oficialmente o Complexo Eólico Chapada do Piauí O empreendimento possui capacidade total de 437 MM, suficiente para abastecer mais de 1 milhão de pessoas

A Companhia Hidroelétrica do São

Francisco (Chesf) e a empresa de geração de energia ContourGlobal inauguraram de forma oficial no mês de janeiro o Complexo Eólico Chapada do Piauí, situado nos municípios piauienses Marcolândia, Simões, Padre Marcos e Caldeirão Grande. O empreendimento possui capacidade total de 437 MW, suficiente para atender a mais de 1 milhão de pessoas. Para a construção do complexo foram investidos R$ 1,85 bilhão, sendo que a maior parte – R$ 1,3 bilhão – veio a partir de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

eólico a entrar em operação comercial foi

região na parte econômica. No período

O Complexo é composto por três parques

a Chapada do Piauí I. A usina começou a

de sua construção, foram criados 1,5

eólicos: Chapada do Piauí I e Chapada

funcionar em julho de 2015, 60 dias antes do

mil empregos diretos e três mil indiretos.

do Piauí II, que, além da ContourGlobal e

planejado. Já os parques Chapada do Piauí I

Conforme a Chesf, seu funcionamento

Chesf, estão sob controle da Salus FIP,

e II, apesar de começarem a funcionar, com

também desenvolverá a economia local, por

apresentando potência de 205 MW e

50% de seus aerogeradores, em dezembro

meio da regularização fundiária de terras de

172,4 MW, respectivamente; e o Chapada

do mesmo ano, passaram a trabalhar com

pequenos proprietários e geração de renda

do Piauí III, cuja concessão é somente da

força total em janeiro de 2016, dentro do

via arrendamentos de terras. Além disso,

ContourGlobal, e tem capacidade instalada

cronograma estabelecido.

possibilitará o aprimoramento de programas

de 59,2 MW. As três usinas em conjunto

de

apresentam 247 turbinas de 1,85 MW e 1,7

Nordeste e para o Sistema Interligado

profissional das pequenas e, em grande

MW.

Nacional

parte das vezes, carentes comunidades do

Chapada do Piauí ajudou a população da

O primeiro empreendimento do complexo

Além de fornecer energia para a região (SIN),

o

Complexo

Eólico

saúde,

educação

entorno do parque.

e

qualificação


Fascículos

Apoio

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Novo!

20

José Starosta e Cyro Boccuzzi Capítulo I – Introdução • Definições • Modelos de geração, transmissão e distribuição de energia • Qualidade da energia e disponibilidade • Redes inteligentes

IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano

Novo!

26

Capítulo I – Introdução • Totalmente testados • Parcialmente testados • IEC 61439

LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO

Novo!

32

Vicente Scopacasa Capítulo I - Introdução • Componentes da luminária de estado sólido • Vida útil da luminária Led • Modo de falha das fontes de luz por envelhecimento • LM-80-08

CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE

Novo!

Cláudio Mardegan Capítulo I – Conceitos básicos – Números complexos • Cálculo EM por unidade • Cabos/linhas • Transformadores

38


Apoio

Geração distribuída

20

Capítulo I

Introdução Por José Starosta e Cyro Boccuzzi*

Este primeiro capítulo do fascículo

de

atender

à

carga.

As

pequenas

o mapa das linhas de transmissão no

sobre Geração Distribuída (GD) tratará

centrais hidrelétricas (PCHs) e, mais

Brasil.

dos

capítulos

recentemente, os painéis fotovoltaicos e

seguintes abordarão as diversas nuances

os sistemas eólicos, quando instalados

no sistema elétrico nacional (SIN) são

do tema de forma mais específica.

junto à instalação dos consumidores,

ditadas em médio e longo prazo por

também são exemplos de sistemas de

leilões de energia. Há de se considerar

geração distribuída.

que usinas hidráulicas a fio d´agua e as

aspectos

gerais.

Os

Definições

Uma das boas definições de “geração

distribuída (GD)” e que se encontra no site do Instituto Nacional de Eficiência

Modelos de geração, transmissão e distribuição de energia

Energética (Inee) é: “Geração Distribuída

Fascículo

Novo!

As definições de “quem gera o quê”

próprias eólicas possuem capacidade de geração que dependem fortemente de aspectos naturais, constituindo-se a GD como também uma ferramenta eficaz para complemento desta necessidade.

é uma expressão (definição) usada para

O

assunto

merece

interessantes

designar a geração elétrica realizada

pontos de atenção em função do

junto ou próxima do(s) consumidor(es)

modelo de geração de energia no Brasil.

independente da potência, tecnologia e

Classicamente, nossas redes de geração,

fonte de energia”. As tecnologias de GD

transmissão e, mesmo de distribuição,

centralizada (não distribuída) que utiliza

têm evoluído para incluir potências cada

foram concebidas para operação de

fontes hidráulicas e eólicas seriam susten­

vez menores. A GD inclui os sistemas

forma interligada. Possuímos mais de

táveis e plenamente justificáveis sob os

de cogeração, em que se pode recuperar

100 mil km de redes de transmissão

aspectos de sustentabilidade, contudo, e

as perdas da produção de energia em

que atendem a um complexo sistema

de fato tais usinas também prescindem

processos térmicos; ou os geradores que

com picos de carga (de demanda) que

de delicadas avaliações ambientais e as

usam como fonte de energia resíduos

superam 80 GW. A justificativa desta

licenças para a construção das mesmas

combustíveis de processo como o bagaço,

extensão de rede decorre das dimensões

se apresentam como importante desafio

cavaco e outras fontes. Ainda inclui os

continentais do Brasil e de que a maioria

a ser vencido. O impacto ambiental

geradores de emergência utilizados na

da nossa energia gerada tem origem

causado pelo alagamento de grandes

falta do suprimento da rede principal

nas usinas hidrelétricas (da ordem de

áreas tem sido entrave de viabilização de

e mesmo aqueles que desempenham

70%). Apesar da pequena participação,

novas usinas hidrelétricas no norte do

este papel e paralelamente operam em

as eólicas também necessitam de redes

país, dando origem às crescentemente

horários de ponta; ou ainda aqueles que

de transmissão para interligação. Já

questionáveis

são instalados para operação em regime

as térmicas, por sua característica,

Trata-se de uma discussão muito atual:

contínuo quando, por alguma razão,

são geralmente implantadas junto aos

o que seria pior, inundar florestas ou

a concessionária não tem condições

centros de carga. A Figura 1 ilustra

gerar energia com combustíveis fósseis?

Aspectos de sustentabilidade Em uma primeira análise, a geração

usinas

a

fio

d’água.


Apoio

21

O professor Jose Goldenberg, em recente entrevista, colocou o dedo nesta ferida, defendendo as usinas com maiores áreas de “reservação”, as quais, mesmo que venham a possuir maiores impactos ambientais em relação às de “fio d’água”, causariam menor impacto do que aquele promovido pela própria geração térmica. O professor considera ainda o uso da energia eólica e da energia da biomassa, com utilização, por exemplo, do bagaço da cana, como soluções de contorno para as hidrelétricas nos períodos de seca e das próprias térmicas, poluidoras e caras, corroborando para a necessidade e aplicação da GD. De uma forma geral, segundo o professor Goldenberg, a geração com fontes renováveis possui custo de operação, em média, duas vezes o custo da geração hidráulica, e a geração térmica pode chegar à ordem de dez vezes. É um interessante ponto a se considerar, dada a existência de sistemas de GD térmicos que, mesmo acionados

Figura 1 – Redes de transmissão no Brasil. Fonte: ONS.


Apoio

Geração distribuída

22

por óleo diesel, apresentam viabilidade nas tarifas vigentes ao consumidor industrial final. Por

outro

lado,

as

redes

Qualidade da energia e disponibilidade

minigeração aos sistemas de distribuição de energia elétrica e cria o sistema de compensação de energia elétrica, que

de

Os sistemas de GD podem operar

permite ao consumidor instalar pequenos

transmissão e de distribuição, ao cum­

interligados às redes das distribuidoras ou

geradores em sua unidade consumidora e

prirem seu papel de levar a energia

isoladamente (em ilha ou isolados) e, nesta

trocar energia com a distribuidora local. A

gerada desde as distantes usinas até os

ultima situação, as baixas potências de curto-

regra é válida para geradores que utilizem

centros de cargas, são responsáveis por

circuito podem prejudicar o desempenho

fontes incentivadas de energia (solar,

elevadas perdas elétricas técnicas; estes

da energia fornecida com indicadores

eólica, biomassa, hídrica e cogeração

valores são da ordem de 7% da energia

não favoráveis de distorção de tensão e

qualificada).

consumida.

afundamentos e flutuações de tensão. As

Pelo sistema, a unidade geradora

A complexidade do assunto aumenta

fontes renováveis, mesmo as hidráulicas,

instalada

na medida em que a energia gerada

possuem disponibilidade sazonal e sua

exemplo, produzirá energia e o que não

se aproxima dos consumidores nos

participação na matriz energética deve ser

for consumido na própria residência será

sistemas de distribuição dos centros

vista com bastante cuidado.

injetado no sistema da distribuidora,

urbanos. Em função das topologias e das tecnologias embarcadas nestes sistemas, outras perdas são incorporadas até que a

Redes inteligentes As

e

múltiplas

Portanto,

aspectos

uma

residência,

redes

inteligentes

para diminuir o valor da fatura de energia elétrica e para abater o consumo dos em

suas

meses subsequentes. Os créditos poderão

auxiliar

ser utilizados em um prazo de 36 meses

ambientais, perdas e custos de GTD

diversos pontos da GD, como a definição

e as informações estarão na fatura do

justificam a GD como um modelo que

(e mesmo “mix”) do tipo de fonte com

consumidor, a fim de que ele saiba o saldo

deve ser considerado e levado a sério.

a minimização dos custos de operação,

de energia e tenha o controle sobre a sua

a geração por consumidor para auxílio

fatura.

à distribuidora, a entrada de geração

Custos para os consumidores

funções

podem

Segundo a Aneel, a geração distribuída

de emergência em função de sinal da

superou em outubro de 2015 a marca de

Ao se tratar a GD como uma

qualidade de energia consumida, além

1000 adesões de consumidores. Ao todo,

oportunidade ou alternativa, e não como

de aspectos gerenciais, tanto para o lado

são 1125 conexões no país que representam

uma necessidade no caso de inexistência

da distribuidora, como do consumidor.

a potência instalada de 13,1 megawatts

de outra rede, o fator decisório será

(MW). A fonte mais utilizada pelos

A resolução Aneel 482

consumidores é a solar, com 1074 adesões,

menores do que aqueles relativos aos de

geração, transmissão e distribuição. Não

da Agência Nacional de Energia Elétrica

o número de conexões por fonte e a

estamos considerando o atendimento às

(Aneel), é a regra que estabelece as

potência instalada desses geradores em

cargas de missão crítica (hospitalares,

condições gerais para o acesso de micro e

quilowatts (kW).

o custo de implantação e operacional da GD. Os custos da GD deverão ser

A Resolução Normativa nº 482/2012,

seguida da eólica com 30 instalações. Veja gráficos, a seguir, que apresentam

data centers e outras), as quais, por sua concepção e necessidade de fonte

Fascículo

por

gerando créditos que serão utilizados

energia elétrica seja finalmente entregue consumida.

em

mais confiável que aquela suprida pela distribuidora, possuem suas próprias fontes independentes de contingência. Neste caso, há de se avaliar muito bem os custos e os riscos. Muitas vezes,

os

geradores

são

mantidos

prontos para operar, mas é comum a preferência em pagar custos maiores para as distribuidoras, uma vez que os equipamentos são destinados a conferir maior confiabilidade e não custo menor de energia de processo.

Figura 2 – Número de conexões por fonte – resolução Aneel 482 – 2015. Fonte: Aneel.


Apoio

23


Apoio

Geração distribuída

24

unidades consumidoras com energia solar até 2024, com uma potência instalada total de 2 gigawatts (GW), superior à usina nuclear de Angra 2, por exemplo. A fonte é considerada ideal por especialistas, pois gera mais energia justamente no horário de maior consumo de residências e comércios — isto é, no período de maior insolação, quando os aparelhos de ar condicionado estão ligados.

Figura 3 – Potência Instalada de sistemas GD, conforme resolução 482 – 2015. Fonte: Aneel.

Revisão da norma

comerciais e residenciais tenham acesso

• Padronização dos formulários de pedido de acesso para todo o território nacional;

aos benefícios concedidos à geração distribuída. Além da energia solar, micro e mini geradores podem usar as fontes

Com o objetivo de aumentar a

• Submissão e acompanhamento de novos

adesão dos consumidores, a Resolução

pedidos pela internet a partir de 2017. Além

Normativa nº 482/2012 passou por um

disso, para a conexão de geração distribuída

processo de revisão com a proposta de

em unidade consumidora existente sem

reduzir as barreiras ainda existentes à

necessidade de aumento da potência

conexão dos micro e mini geradores à

disponibilizada, a distribuidora não pode

rede das distribuidoras e compatibilizar

exigir a adequação do padrão de entrada

à geração própria de consumidores que

as regras do sistema de compensação de

da unidade consumidora em função

possuam suas instalações tecnicamente

energia elétrica com as condições gerais

da substituição do sistema de medição

adequadas ao paralelismo com a rede da

de fornecimento.

existente, exceto em caso de inviabilidade

distribuidora. As definições especificas estão

Assim, foi publicada em 24 de

técnica devidamente comprovada;

ora sendo desenvolvidas pelas distribuidoras

novembro de 2015 a Resolução Aneel nº

• Revisão dos limites de potência instalada

e os consumidores, e seria uma excelente

687/15, que alterou a REN 482/12, e entra

para micro (até 75 kW) e minigeração

oportunidade para a GD, notadamente nos

em vigor a partir de março de 2016. Entre

(maior de 75 kW até 3 MW para hídrica

instantes de pico de carga de demanda, cuja

as principais alterações promovidas pela

ou 5 MW para demais fontes);

adequada precificação poderia minimizar a

REN 687/15, estão:

• Possibilidade de instalação de potência

exposição dos consumidores atendidos pelo

superior à carga da unidade consumidora;

sistema de distribuição a eventuais limitações

• Possibilidade de compensação entre

de atendimento à ponta na operação da geração e/ ou transmissão.

Estabelecimento

das

modalidades geração

diferentes consumidores (propriedades

compartilhada, abrindo as portas para

contíguas ou locais diferentes, em caso de

a geração em terrenos afastados do

cooperativas ou consórcios);

local de consumo (mas ainda na área da

• Definição de responsabilidades pelos

mesma distribuidora) e para vizinhos

custos

que queiram participar do sistema de

reforços nos sistemas de distribuição

compensação de energia;

– distribuidora (micro geração) ou

• Possibilidade de compensação de

consumidor/gerador (mini geração);

de

Fascículo

Com isso, a proposta é que conjuntos

autoconsumo

remoto

e

com

medição,

melhorias

e

créditos de energia entre matrizes e filiais Embora represente um importante

de grupos empresariais; distribuída

avanço, o Sistema de Compensação de

condominiais (pessoas físicas e jurídicas);

Energia Elétrica não é ainda suficiente

• Ampliação da duração dos créditos

para promover todo o potencial de

de energia elétrica de 36 meses para 60

expansão da micro e da minigeração

meses;

distribuída.

• Redução dos prazos de tramitação de

pedidos junto às distribuidoras;

a Aneel estima que o país tenha 500 mil

Sistemas

de

geração

Com a publicação da REN 687/15,

eólica, biomassa, biogás e pequenas centrais hidrelétricas.

Portaria MME 44/2015 A portaria 44 dispõe sobre o incentivo

*Cyro Vicente Boccuzzi é especialista com 33 anos de experiência no setor de energia e eletricidade. Desde 2007 é sócio da ECOEE, empresa de engenharia e consultoria focada em gestão e tecnologia de energia. É presidente do Fórum Latino-Americano de Smart Grid e diretor da Divisão de Energia do Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

25


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

26

Introdução Por Nunziante Graziano*

Prezado leitor, este fascículo pretende

conceito de painéis TTA (montagem

tensão, concebido sob um projeto e que

apresentar em detalhes o projeto de revisão

totalmente testada) e PTTA (montagem

foi submetido integralmente aos ensaios

da norma brasileira para construção de

parcialmente testada), que pretendia,

de tipo e rotina prescritos na ABNT

quadros elétricos e barramentos blindados

à época, regulamentar o mercado e

NBR IEC 60439-1, no caso de quadro

de baixa tensão. Atualmente, a norma que

conceituar que só seria possível construir

ou painel de uso geral, e ABNT NBR

rege esta construção é a ABNT NBR IEC

e comercializar painéis de baixa tensão

IEC 60439-2 no caso de linhas elétricas

60439, que é composta pelas seguintes

que tivessem sido submetidos a ensaios

pré-fabricadas, mais conhecidas como

partes:

de tipo e rotina realizados conforme as

barramentos blindados; e ABNT NBR

diretrizes daquela publicação, mas que,

IEC 60439-3 que apresenta os requisitos

na prática, alcançou apenas parcialmente

particulares adicionais aos prescritos

seus objetivos. Ocorre que os conceitos

na primeira parte da norma e que se

de TTA e PTTA foram desvirtuados e/

aplica às montagem de acessórios de

ou corrompidos deixando o mercado

quadros de baixa tensão destinados à

sujeito ao fornecimento de painéis e

instalação em locais acessíveis a pessoas

quadros sem a devida certificação,

não qualificadas durante sua utilização

contudo, incutiu no corpo técnico

– quadros de distribuição. Qualquer

brasileiro a cultura de que os quadros e

que seja o tipo de quadro elétrico ou

painéis de baixa tensão também devem

barramento blindado, sendo um produto

ser submetidos a ensaios de tipo e rotina,

de baixa tensão, ele deve se enquadrar

e que estes são tão importantes quanto

em uma das três classes descritas

os ensaios aos quais são submetidos os

anteriormente.

cubículos de alta tensão.

De acordo com esta norma, os

foi muito polêmica, pois apresentou uma

Uma vez mais vamos apresentar,

ensaios de tipo são hoje os descritos a

ruptura com a velha cultura de fabricação

de forma simples, em que consistem os

seguir para produtos regidos pela ABNT

de quadros de baixa tensão, obrigando

conceitos de TTA e PTTA:

NBR IEC 60439-1:

Totalmente testados

• Propriedades dielétricas;

Tabela 1 – Família de normas ABNT NBR IEC 60439 Número

Título

Data

ABNT NBR

Conjuntos de

IEC 60439- manobra e controle 2003-05-30 1:2003

de baixa tensão

ABNT NBR

Conjuntos de

IEC 60439- manobra e controle 2004-08-31 2:2004

de baixa tensão

ABNT NBR

Conjuntos de

IEC 60439- manobra e controle 2004-05-31 3:2004

de baixa tensão

Fonte: ABNT

Fascículo

Novo!

Capítulo I

Desde a sua publicação, essa norma

o mercado brasileiro a se modernizar e

a

adotar

muito

rapidamente

as

práticas construtivas europeias, sem

• Corrente suportável de curto-circuito;

que houvesse tempo hábil para que essa

adaptação fosse natural.

Assembly), ou montagem totalmente

TTA, originário do inglês (Type Tested

• Distâncias de isolação e escoamento;

Entre as principais modificações

testada, é um conjunto de manobra e

• Funcionamento mecânico;

de grande impacto, foi introduzido o

controle em invólucro metálico de baixa

• Grau de proteção IP;

• Eficácia do circuito de proteção;


Apoio

• Limites de elevação de temperatura.

• Alterar o grau de proteção do painel

um desvio oriundo de um TTA, ou seja,

configura um desvio significativo ou

uma alteração relevante na construção

irrelevante?

totalmente testada submetida a todos os

submetida a todos os ensaios de tipo

• Alterar a cor da pintura da chaparia do

ensaios de tipo, que sofreu uma alteração

acima descritos é considerada como

quadro configura um desvio significativo

que pode ser comprovadamente aceitável

TTA. Ainda sob os preceitos da mesma

ou irrelevante?

através de cálculos ou extrapolação

norma, uma montagem semelhante e

Essas e muitas outras perguntas

dos resultados dos métodos de cálculo

comparável, construída sob os mesmos

precisariam ser respondidas correta­

de projeto com os quais foi possível

conceitos, pode ser ainda considerada

mente por todos os usuários para que

construir o corpo de prova inicial

TTA

“desvios

a norma tivesse o sucesso pretendido, o

submetido aos ensaios e qualificado

não

que se mostrou ineficaz.

como TTA.

Segundo a norma, uma montagem

se

não

significativos”.

ocorrerem Entretanto,

se

determina ou quantifica o que seriam esses tais desvios significativos, deixando

Alguns

Parcialmente testados

e

a cargo do usuário ou especificador

usuários,

fabricantes,

montadores

mal-intencionados

ou

desinformados, passaram a interpretar PTTA,

do

significativos ou irrelevantes. Restam,

type-tested

Assembly),

sua

testado” como “testado somente em

portanto, as seguintes perguntas:

vez, corresponde a uma montagem

algumas partes”. Muitos foram os casos

qualificar

esses

desvios

como

inglês

(Parcially por

erroneamente o termo “parcialmente

parcialmente testada. Se a interpretação

relatados de painéis somente submetidos

• Substituir uma marca dos disjuntores

do que seria corretamente um TTA já

a ensaios de funcionamento mecânico

com os quais o painel foi submetido aos

foi bastante discutível, configurar o que

declarados como “PTTA”. Não que o

ensaios por outra marca configura um

seria corretamente um PTTA tornou-se

ensaio de funcionamento mecânico seja

desvio significativo ou irrelevante?

uma tarefa quase impossível. Uma

menos importante que os demais, mas

• Substituir o modelo dos disjuntores,

parcela importante desse mal-entendido

à luz da norma, essa não corresponde à

ainda que do mesmo fabricante, com os

decorre da tradução pura e simples do

correta interpretação.

quais o painel foi submetido aos ensaios

português para a palavra “Parcially”, que

por outro modelo de características

ao pé da letra quer dizer parcialmente.

diferentes

Entretanto, no texto da norma, a

configura

um

desvio

IEC 61439

significativo ou irrelevante?

qualificação do que seria um PTTA foi

• Substituir a marca ou modelo de um

clara. A norma objetivamente determinou

irreais, além da necessidade de se atualizar

Por estas e tantas outras interpretações

isolador por outra mais barata configura

que uma montagem parcialmente testada

a norma, corrigir os pontos geradores

um desvio significativo ou irrelevante?

PTTA seria obtida somente a partir de

dos

mal-entendidos

anteriormente

27


Apoio

Fascículo

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

28

descritos, possibilitar que projetistas e especificadores possam mais facilmente projetar o sistema geral de acordo com as normas, controlar as várias interfaces com

sistemas

adjacentes,

proteger

as pessoas contra quaisquer perigos devido às falhas dos painéis e prover capacidade de operação, manutenção e modificação, a Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC – The International Electrotechnical Comission), composta pelos Comitês de Eletrotécnica de todas as suas nações associadas, publicaram em janeiro de 2009 a primeira edição da IEC 61439. Trata-se da revisão e atualização da família de normas que rege a construção de conjuntos de manobra e controle em invólucro metálico de baixa tensão, composta pelas partes elencadas na tabela 2. Em

decorrência

da

total

restruturação e reformatação da referida norma, dedicaremos especial atenção à subdivisão da nova norma:

Tabela 2 – Família de normas IEC 61439 em vigor em todos os países membros da IEC Número

Título

Data

IEC 61439-1

Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -

2011-08-19

Ed. 2.0 b

Part 1: General rules

IEC 61439-2

Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -

2011-08-19

Ed. 2.0 b

Part 2: Power switchgear and controlgear assemblies

IEC 61439-3

Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -

Ed. 1.0 b

Part 3: Distribution boards intended to be operated by ordinary

2012-02-16

persons (DBO) IEC 61439-4

Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -

Ed. 1.0 b

Part 4: Particular requirements for assemblies for

IEC 61439-5

Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -

Ed. 1.0 b

Part 5: Assemblies for power distribution in public networks

IEC 61439-6

Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -

2012-11-15

construction sites (ACS)

Ed. 1.0 b

Part 6: Busbar trunking systems (busways)

IEC 61439-7

Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -

Ed. 1.0 EN-FR

2010-11-29 2012-05-23 2014-02-19

Part 7: Assemblies for specific applications such as marinas, camping sites, market squares, electric vehicles charging stations

IEC/TR

A method of temperature-rise verification of low-voltage

60890:2014

switchgear and controlgear assemblies by calculation

IEC/TR 61439-0

Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -

Ed. 2.0 en

Part 0: Guidance to specifying assemblies

2014-05-07 2013-04-29

Fonte: ABNT (consulta realizada em 10/01/2016).

• IEC 61439-1 Ed. 2.0 b - Low-voltage

conjuntos fixos ou móveis com ou

switchgear and controlgear assemblies -

switchgear and controlgear assemblies

sem invólucro; conjuntos destinados

Part 3: Distribution boards intended to

- Part 1: General rules. Seguindo a

para uso em conexão com a geração,

be operated by ordinary persons (DBO).

instrução de todas as normas IEC,

transmissão, distribuição e conversão

Esta terceira parte da norma dedica-se

cada família traz como primeira parte,

de energia elétrica, e para o comando de

aos conjuntos do tipo “distribuição”

uma seção de cláusulas comuns, que

equipamentos que consomem energia

(substitui a IEC 60439-3 e futuramente

compreende a seção de definições,

elétrica; conjuntos projetados para uso

substituirá a ABNT NBR IEC 60439-3)

vocabulário,

requisitos

em condições de serviços especiais,

e é utilizada para designar um conjunto

construtivos básicos e comuns a toda a

como por exemplo, em navios e em

de manobra e comando previsto para

linha, metodologia de ensaios, anexos,

veículos ferroviários, na condição que

ser acessível e operado por pessoas

figuras, tabelas, etc. A esta parte,

outros requisitos específicos pertinentes

comuns, ou seja, não qualificadas e

dedicaremos

deste

sejam respeitados, sendo que requisitos

habilitadas conforme a NR 10 (Norma

fascículo nas próximas edições, portanto,

adicionais para conjuntos em navios são

regulamentadora

temos muito trabalho pela frente!

tratados na IEC 60092-302; e conjuntos

Trabalho e Emprego que estabelece

• IEC 61439-2 Ed. 2.0 b - Low-voltage

projetados para equipamento elétrico

os requisitos e condições mínimas

switchgear and controlgear assemblies -

de máquinas, sendo que requisitos

objetivando a implementação de medidas

Part 2: Power switchgear and controlgear

adicionais para os conjuntos que fazem

de controle e sistemas preventivos,

assemblies.

da

parte de uma máquina são cobertos pela

de forma a garantir a segurança e a

norma dedica-se aos conjuntos do tipo

série IEC 60204. Esta norma é aplicável

saúde dos trabalhadores que, direta ou

“conjunto-MCP” e é utilizada para

a todos os conjuntos que são projetados,

indiretamente, interajam em instalações

designar um conjunto de manobra e

fabricados e verificados sob encomenda

elétricas e serviços com eletricidade);

comando de potência, qualificados por

(uma única vez) ou completamente

• IEC 61439-4 Ed. 1.0 b - Low-voltage

conjuntos em que a tensão nominal não

padronizados

switchgear and controlgear assemblies

exceda 1000 V em corrente alternada,

quantidade.

- Part 4: Particular requirements for

ou 1500 V em corrente contínua;

• IEC 61439-3 Ed. 1.0 b - Low-voltage

assemblies for construction sites (ACS) -

simbologia,

muitas

Esta

páginas

segunda

parte

e

fabricados

em

do

Ministério

do


Apoio

29


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

30 Esta quarta parte da norma dedica-se aos

os preceitos do que conhecemos hoje

da

conjuntos para canteiro de obra (substitui

como PTTA, visto que na nova versão

tropicalização a tradução daquela norma

a IEC 60439-4), ou seja, empregada para

da ABNT NBR IEC 61439-1, esses

para o português do Brasil sem alterar o

designar um conjunto de manobra e

títulos TTA e PTTA estarão extintos.

conteúdo de modo a permitir que a nossa

comando previsto para ser utilizado em

A nova versão estabelece a verificação

nova versão seja intitulada de ABNT

canteiros de obras, ou seja, operando

por ensaios de construção, por ensaios

NBR IEC 61439, mas com uma criteriosa

em condições não permanentes e por

de performance e verificação baseada

adequação dos termos técnicos a fim que

pessoas não qualificadas e habilitadas

em regras rígidas de projeto, além de

o texto seja traduzido sem ambiguidades

conforme a NR 10;

permitir a comparação entre referências

ou possíveis interpretações errôneas.

• IEC 61439-5:2014 - Low-voltage

testadas e regras de projeto. Pouparemos

switchgear and controlgear assemblies -

o leitor desses detalhes nesse momento,

maio de 2012 com a primeira parte, ou

Part 5: Assemblies for power distribution

aguardando

seja

seja, pela IEC 61439-1, e esse processo

in public networks - Esta quinta parte

abordado nos próximos artigos ao longo

perdurou até março de 2015, quando foi

da norma dedica-se aos conjuntos

do ano de 2016.

concluído o processo. Em abril de 2015,

para distribuição de energia elétrica

• IEC/TR 61439-0 Ed. 2.0 - Low-

iniciou-se o trabalho na segunda parte,

(substitui a IEC 60439-5). É utilizada

voltage

ou seja, IEC 61439-2, que em outubro

para designar um conjunto de manobra

assemblies

e comando previsto para ser utilizado

specifying assemblies. Esta publicação

As

em redes públicas de distribuição, que

técnica é uma inovação por parte da

ortográfica e diagramação para, então,

normalmente estão em vias públicas.

IEC, que pretende estabelecer ao usuário

entrar no processo de consulta pública. A

• IEC 61439-6 Ed. 1.0 b - Low-voltage

ou especificador, não ao fabricante de

previsão é que até o final do ano de 2016

switchgear and controlgear assemblies -

quadros e painéis, uma metodologia

esses dois documentos sejam publicados

Part 6: Busbar trunking systems (busways)

clara e objetiva de especificação dos

em forma definitiva, iniciando-se, com

- Esta sexta parte da norma dedica-se às

conjuntos, o que seguramente facilitará

isso, o processo de convivência entre a

linhas elétricas pré-fabricadas (substitui

a compreensão do leitor quanto à

atual versão da ABNT NBR IEC 60439-1

a IEC 60439-2 e futuramente substituirá

relevância de cada um dos critérios

com sua nova versão. Esse prazo de

a ABNT NBR IEC 60439-2). Empregada

de determinação, como o grau de

convivência deverá ser de cinco anos.

para regulamentar a fabricação dos

proteção

barramentos blindados de baixa tensão.

forma construtiva, compartimentações

a análise da IEC 61439-1, suas regras

• IEC 61439-7 Ed. 1.0 - Low-voltage

internas,

segurança,

gerais, definições, características de

switchgear and controlgear assemblies

espaço para conexão de cabos, previsão

interface e identificação obrigatória dos

-

de espaços para expansões futuras, entre

conjuntos.

outras.

Até lá!

Part

7:

Assemblies

for

specific

applications such as marinas, camping

que

esse

switchgear -

assunto

and

Part

0:

necessário, perímetros

controlgear Guidance

to

afastamentos, de

IEC

61439.

Entenda-se

como

A comissão iniciou seus trabalhos em

daquele mesmo ano, foi concluído. duas

passarão

por

revisão

No próximo fascículo, iniciaremos

Fascículo

sites, market squares, electric vehicles charging stations. Esta sétima parte da

Este fascículo, portanto, ao longo

norma dedica-se aos conjuntos para

de todas as edições da revista em 2016,

aplicações específicas, tais como marinas,

versará sobre cada um dos capítulos

parques de campismo (camping), praças

acima

de mercado e estações de carregamento

detalhes o escopo de cada uma das partes

de veículos elétricos.

e enumerando vantagens e desvantagens

• IEC/TR 60890:2014 - A method of

em relação à versão vigente atualmente

temperature-rise verification of low-

no Brasil.

voltage

A

switchgear

and

controlgear

elencados,

apresentando

CE-003:121-002

em

Comissão

assemblies by calculation. Esta norma

de Estudo de Manobra e Controle de

estabelece a metodologia científica de

Baixa Tensão – do Comitê Brasileiro de

cálculo para verificação da elevação

Eletricidade (ABNT/CB03) assumiu o

estimada de temperatura de um conjunto.

projeto de revisão da ABNT NBR IEC

Essa metodologia pretende moralizar

60439, e a consequente tropicalização

*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão – e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da Gimi Quadros Elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

31


Apoio

Led – Evolução e inovação

32

Novo!

Capítulo I Introdução Por Vicente Scopacasa*

Esse é o primeiro artigo de uma série

ser minuciosamente avaliados e este será

componentes, pois a confiabilidade do

de 12 que serão publicados ao longo do

nosso objetivo.

sistema é determinada pelo desempenho

ano, em que iremos abordar os principais

Talvez

ou

individual

aspectos da tecnologia Led aplicados de

por qualquer outro motivo, é comum

luminária.

forma prática no desenvolvimento e projeto

fabricantes de luminárias de estado sólido

de luminárias de estado sólido. Iremos

especificarem a vida útil de seus produtos

componentes que fazem parte de uma

destacar as principais características de cada

com base somente na vida útil dos Leds. Por

luminária com Leds. Nota-se que o Led é

componente da luminária, características

outro lado, existe uma grande preocupação

um dos vários componentes da luminária,

estas que consideramos importantes para a

destes fabricantes em saber se a vida útil

talvez o mais importante, porém, só ele

garantia do desempenho e da qualidade da

dos Leds é de 50.000 ou 60.000 horas sem

não garante o perfeito funcionamento e

luminária.

levar em consideração a vida útil dos outros

desempenho de todo o sistema.

por

desconhecimento

Muito se comenta o fato de os Leds apresentarem, como uma de suas principais características, longa vida útil, fato que seria o suficiente para garantir a longevidade da luminária, mas isso não é verdade. Como sabemos, a luminária de estado sólido, com base na tecnologia

Fascículo

dos Leds, comporta outros componentes, como lentes, controladores, dissipadores térmicos, conectores, etc., e cada um destes dispositivos tem comportamentos específicos e que também contribuem para o bom desempenho da luminária.

Portanto, os Leds são somente uma

parte da luminária de estado sólido e, com certeza, são os componentes mais confiáveis de todo o sistema. Isto significa que a luminária não pode ter sua vida útil baseada somente no desempenho dos Leds, logo, todos os outros componentes deverão

Figura 1 – Componentes da luminária de estado sólido.

de

cada

componente

da

Na Figura 1, apresentamos todos os


Apoio

Outro fator importante é que algumas

termos similares aos utilizados nos sistemas

ambiente suficientemente iluminado para

organizações responsáveis por selos de

convencionais. Isto fará com que as etapas do

atender às necessidades do usuário ou o

eficiência energética, como a Energy Star, por

projeto sejam simplificadas mesmo que, neste

cumprimento de normas impostas por órgãos

exemplo, têm especificado valores de vida útil

caso, não tenhamos muita similaridade nas

específicos.

menores do que normalmente era especificado

informações.

anteriormente.

Por

exemplo,

algumas

No entanto, os Leds não apresentam a

É preciso também levar em consideração

tendência de falhar catastroficamente e sim

lâmpadas ou luminárias são especificadas

alguns parâmetros novos quando projetamos

através da depreciação de fluxo luminoso com

para 25.000 horas e, dependendo do produto

luminárias com Leds, como a escolha do

o tempo. Por sua característica de construção,

e da aplicação, há maior flexibilidade no

driver correto, gerenciamento térmico, entre

os Leds apresentam baixos níveis de falhas

projeto do dispositivo.

outros.

catastróficas, sendo uma das inúmeras

Falando de vida útil da luminária Led, é

preciso entender qual é o comportamento e quais são os modos de falhas que normalmente

Modo de falha das fontes de luz por envelhecimento

acontecem com os Leds isoladamente. Neste

vantagens que apresentam comparados às fontes de luz convencionais.

Esta depreciação de fluxo acontece de

forma gradativa e lenta, sendo que o sistema

caso, vamos detalhar como alguns conjuntos

Quando analisamos o modo de falha

opera por mais tempo dentro das condições

de informações podem ajudar os projetistas

da lâmpada incandescente, verificamos que

ideais de iluminamento e esta é uma outra

a determinar o comportamento dos Leds

esta perde pouco fluxo até que ocorra falha

vantagem que os Leds apresentam sobre

operando sob diferentes condições.

do tipo catastrófica, em que a lâmpada deixa

as fontes convencionais pois o custo de

Como sabemos que a maioria dos

simplesmente de funcionar. Ao estendermos

manutenção é bem menor em função de

projetistas

sobre

esse processo para uma instalação, tais falhas

termos um intervalo maior entre trocas.

os sistemas que utilizam fontes de luz

catastróficas resultam na queda do nível de

convencionais é preciso fazer com que eles

iluminamento do ambiente. Dependendo

indústria de iluminação:

entendam o comportamento de manutenção

de fatores internos ou externos, teremos que

As definições básicas da vida útil

de fluxo e "mortalidade infantil" dos Leds em

trocar todas as lâmpadas a fim de termos o

normalmente especificadas pela indústria

tem

conhecimento

Definições básicas da vida útil feitas pela

33


Apoio

Led – Evolução e inovação

34

de iluminação são: o nível mínimo de

apresentados, podemos representar como

iluminamento,

expectativa de vida do Led como BxxLyy, em

frequentes informações desencontradas sobre

que:

a vida útil dos Leds, principalmente, quanto à

o

intervalo

de

trocas

relacionado com a manutenção, o custo inicial da instalação relacionado com o investimento

Antes da introdução da LM-80-08, eram

manutenção real do fluxo inicial com o tempo,

inicial e os custos de energia ao longo da vida

• xx representa a porcentagem da população;

pois este fator é dependente das condições nas

útil. Tais critérios são fundamentais para

e

quais os Leds são utilizados.

o cálculo do retorno do investimento que

• yy representa a porcentagem de manutenção

Sabemos que, dependendo do valor

define a viabilidade dos projetos. Quanto

do fluxo luminoso original.

da corrente elétrica e da temperatura de

mais rápido for o retorno do investimento,

operação do Led, podemos ter diferentes

em meses ou anos, maior será a certeza da

Exemplificando melhor, B50L70 significa

valores de manutenção de fluxo com o tempo.

tomada de decisão favorável à utilização dos

que 50% da população irá manter, em média,

No entanto, como não existia um critério

Leds.

70% do fluxo original. Da mesma forma,

de testes, os fabricantes utilizavam critérios

Historicamente, a indústria de iluminação

B10L70 representa que 90% da população irá

próprios que não necessariamente eram

pontua os produtos baseados na porcentagem

manter, em média, 70% do fluxo original, isso

comuns a todos, induzindo, desta maneira,

de falhas que estes produtos apresentam. Por

tudo considerando um determinado número

resultados diferentes, fazendo com que o

exemplo, B10 define que a expectativa de

de horas. Com a utilização destes parâmetros,

usuário ficasse sem uma referência precisa.

falhas seja de 10% da população. Também

o projetista tem condições de estimar a

se utiliza B50 que representa expectativa

expectativa de vida do Led que está sendo

o documento LM-80-08 (que não é norma)

de falhas de 50% da população. Na Figura 2

considerado no projeto, pois tais parâmetros

definindo parâmetros de testes específicos

temos a representação gráfica da indústria de

são dependentes das condições de corrente

com o objetivo de padronizar as condições de

iluminação quanto ao modo de falhas de uma

e de temperatura nas quais os Leds foram

teste. Os resultados obtidos são apresentados

fonte de luz.

testados e especificados pelos seus fabricantes.

por meio de relatórios facilitando o processo

Além da definição de BxxLyy, temos

de comparação a ser feito pelo usuário do Led.

utilizando Leds, a indústria começa a definir

ainda que considerar qual o tempo envolvido

Em suma, “deixando todos na mesma página”,

a manutenção de fluxo luminoso, também

para melhor definir a manutenção de lúmens.

evitando, com isso, eventuais confusões na

conhecida como manutenção de lúmens,

Como forma de avaliar a manutenção

interpretação dos resultados.

como um critério para a determinação da

de fluxo luminoso dos vários tipos de

vida útil da luminária. Órgãos internacionais

Leds e fabricantes, a IESNA (Illuminating

e dos cálculos da extrapolação dos dados

de iluminação constataram como critério

Engineering Society North America) publicou

obtidos através da utilização da TM21-11

aceitável a redução do fluxo luminoso em até

o documento LM-80-08, que nada mais é do

(ambas da IESNA), temos como especificar

30% do valor inicial com base no fato de que

que um procedimento de teste para Leds e

qual é o tempo em horas no qual teremos a

o olho humano pode detectar uma redução

módulos de Leds, não considerando óticas,

manutenção de 70% do fluxo original.

do nível de iluminamento aqui representado

controladores, dissipadores, etc., visando

Em função das condições do teste

como L70, ou seja, é aceitável como vida útil

obter informações sobre manutenção de fluxo

(corrente elétrica e temperatura de operação)

a manutenção de até 70% do fluxo inicial

luminoso e alteração da cromaticidade em

teremos diferentes resultados com relação

gerado pela fonte de luz.

função do tempo sob determinadas condições

ao tempo para o qual atingiremos o valor de

de temperatura e corrente.

L70. Quanto mais o Led estiver operando

Com a crescente utilização de produtos

Considerando os dois fatores até agora

Com base neste fato, a IESNA preparou

De acordo com o teste da LM80-08

Fascículo

em temperaturas próximas à temperatura de junção, menor será a manutenção de fluxo.

Por outro lado, nem todos os Leds

apresentam o mesmo comportamento com relação à expectativa de vida. Em função disso, devemos sempre analisar os resultados dos testes da LM80-08 e nunca assumir que Leds de diferentes fabricantes tenham o mesmo desempenho.

Eis algumas características constantes na

LM-80-08: Figura 2 – Representação gráfica do modo de falhas de uma fonte de luz.

• Os fabricantes de Leds devem fazer testes


Apoio

35


Apoio

Fascículo

Led – Evolução e inovação

36

específicos para cada tipo ou família de

produtos e também devem observar os

disponibiliza

valores de temperatura de cores. Somente

condições utilizadas nos testes e os resultados

os valores medidos até encontrarmos o

em casos excepcionais, os testes podem ser

das medições obtidas. Na Figura 3, é

ponto de 70% do fluxo, constatamos que o

estendidos para outras famílias consideradas

apresentado um exemplo do relatório com as

tempo para que isto aconteça é muito alto,

similares;

medidas realizadas.

portanto, teoricamente, poderíamos dizer

• Nos testes, normalmente, devem ser

Na Figura 3, notamos que o teste

que o Led irá manter 70% ou perder 30% do

utilizadas 20 amostras no mínimo;

foi

temperaturas

fluxo original em um período bem acima de

• O tempo de teste mínimo deve ser de 6.000

diferentes e no valor de corrente de 500

100.000 horas. Como esta extrapolação é feita

horas, sendo que as medições de fluxo, as

mA. Notamos também que o fabricante em

através de um cálculo matemático e passível

coordenadas de cromaticidade e tensão direta

questão continuou o teste até 9.000 horas,

de erros, a TM-21-11 estipula, como garantia

devem ser feitas a cada 1.000 horas de teste;

o que acrescenta maior confiabilidade aos

máxima da manutenção do fluxo, seis vezes

• A medição de temperatura de corpo do

resultados.

o tempo de teste. Neste caso, como o tempo

Led (TS) deve ser feita através da utilização

Neste ponto, já estamos aptos a calcular

de teste é de 10.000 horas, podemos garantir

de termopares e no ponto indicado pelo

a expectativa da manutenção de fluxo e, para

somente 60.000 horas (10.000 x 6) para a

fabricante do Led pelo motivo de que cada

isto, teremos que utilizar a TM-21-11, que é

manutenção de 70% do fluxo original (L70)

encapsulamento tem seu ponto de medida de

um memorando técnico que especifica como

independentemente do fato de termos obtido

TS específico;

se deve extrapolar os resultados da LM-80-

um tempo maior com a extrapolação.

• A LM-80-08 especifica dois valores de

08 para além do tempo do teste realizado.

temperatura de teste, 55°C, 85°C e uma

Como os Leds são fontes de luz com alta vida

horas significa que a expectativa de

terceira temperatura que fica a critério do

útil, nos baseamos nos testes da LM-80-08

manutenção de fluxo em 70% para 10.000

fabricante;

e, através de uma extrapolação matemática,

horas de teste é de 60.000 horas.

• A temperatura ambiente do teste deve variar,

calculamos o número de horas para alcançar

É

no máximo, 5 °C para cima e para baixo da

70% da manutenção de lúmens do Led (L70).

exemplo de 60.000 horas de manutenção

temperatura TS a fim de garantir que não

Para melhor entendimento, vamos anali­

de fluxo, estamos falando somente dos Leds

exista nenhuma influência do ambiente no

sar o gráfico apresentado na Figura 4, em

sem considerar os outros componentes da

resultado dos testes;

que temos os valores das medidas do fluxo

luminária que normalmente apresentam

• O fabricante tem que especificar os valores

lumi­noso feitas até 10.000 horas, para testes

vida útil bem menor. Devemos entender

das correntes elétricas utilizadas nos testes.

realizados em quatro valores de temperaturas e

que a manutenção de fluxo é somente um

Após a realização dos testes, o fabricante

realizado

Figura 3 – Exemplo de uma folha do relatório LM-80-08.

relatórios

em

com

quatro

todas

as

a extrapolação realizada através da TM-21-11.

No gráfico da figura 4, ao extrapolarmos

Portanto, o termo L70(10K) > 60.000

importante

considerar

que

no


Apoio

sucessivamente para os outros componentes da luminária.

Referências: 1. IESNA LM 80-08 – Approved method: Measuring Lumen Maintenance of LED Light Sources. 2. IESNA TM-21-11 - Projecting Long Term Lumen Maintenance of LED Light Sources. 3. Gráficos e tabelas com resultados de testes LM-8008 da Lumileds. 4. Lumileds WP15 Evaluating the Lifetime Behavior of LED Systems White Paper 20150609.

Figura 4 – Gráfico da extrapolação feita pela TM-21-11 com base nos resultados da LM-80-08.

indicativo para a determinação da vida útil

resultar em aspectos não aceitáveis, como a

esperada da luminária, sendo que outros

alteração da temperatura de cor e do índice de

componentes, como os controladores, os

reprodução de cor, assim como pode também

óticos, os dissipadores térmicos, as conexões,

afetar a manutenção do fluxo.

etc., também deverão ser considerados.

Conforme foi mencionado no início do

Além da manutenção de fluxo, outro fator

artigo, no próximo mês, serão abordados

importante é que os Leds podem apresentar

assuntos relativos aos Leds, como aspectos

alterações graduais no espectro de distribuição

tecnológicos,

de potência ao longo do tempo. Tal fato pode

especificações básicas e tipos de Leds e assim

construção,

classificação,

**Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

37


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

38

Novo!

Capítulo I Conceitos básicos – Números complexos Por Cláudio Mardegan*

(b) Por que utilizar valores em PU?

Embora a palavra curto-circuito seja muito usada na engenharia elétrica, o seu conhecimento profundo e adequado é dominado por poucos profissionais. A ideia destes próximos

 Simplificar nos cálculos que envolvem transformadores

capítulos é descortinar os detalhes mais importantes e

 Visualização geral das grandezas elétricas

fascinantes do curto-circuito, que é uma palavra derivada do

 Correlacionar máquinas de um mesmo tipo

inglês, que, se traduzida para o português, seria “circuito-

 Avaliar a influência de cada equipamento no sistema

curto”, que é o que realmente acontece, pois quando ocorre um

 Obter uma melhor precisão nos cálculos

curto-circuito a tensão não chega até os terminais da carga, (c) Cálculos EM por unidade

ou seja, o circuito ficou mais curto, e, assim, a carga acaba ficando “jumpeada”. Como a impedância da carga é a maior

O conceito se baseia na definição de duas grandezas elétricas

impedância de um circuito, ao “jumpeá-la”, a corrente aumenta.

(normalmente tensão e potência e calcula-se a impedância e a

Como podem ver, é algo tido como um fenômeno, mas de fato,

corrente).

relativamente simples se entendido e estudado de forma mais abrangente. A corrente de curto-circuito varia com o tempo, daí

ValorPU =

o tema “curto-circuito para a seletividade”, pois vai interessar

Valoratual valorbase

aos profissionais de proteção o valor da corrente nos instantes

Como pode ser visto, o número obtido é um número puro (sem

de sensibilização dos respectivos dispositivos de proteção. É

unidade). Um valor em %, corresponde a um valor em PU x 100.

Fascículo

necessário primeiro uma revisão dos conceitos básicos que vão dar subsídios para o entendimento do tema e dos respectivos

(d) Cálculo das grandezas elétricas em PU

fatores que influenciam o seu valor, dos dados necessários para se elaborar um estudo de curto-circuito e seletividade e, por

IPU =

fim, o estudo de curto-circuito.

Cálculo EM por unidade (a) Definição

Um valor por unidade (PU) de uma grandeza pode ser definido

ZPU =

VPU =

como sendo a relação entre dois números, um que consiste no valor real e outro que é tomado como base, resultando assim, num número puro.

fPU =

corrente [A] corrente base [A] Impedância [Ω] Impedância base [Ω] TensÃo [V] TensÃo base [V] frequência [Hz] frequência base [Hz]


Apoio

SPU =

39

potência [mvA]

Mudança de base

potência base [mvA]

Quando a impedância dos equipamentos é dada em por cento

No caso de curto-circuito, necessita-se fundamentalmente

(%), para se fazer o cálculo em por unidade, na base do sistema, se

calcular as impedâncias pu. A impedância de cada equipamento é

faz necessário fazer uma mudança de base, da base do equipamento

normalmente fornecida pelo respectivo fabricante, em Ohms ou em

(ZE) para a base do sistema (ZS).

% (porcentagem), na base do equipamento. Assim, para convertêlas para pu, deve-se dividir pela impedância base, quando fornecidas

Zequip-pu =

em Ohms; ou se fornecidas em porcentagem, é necessário fazer uma

(e) Equações básicas

A determinação da impedância base deriva da fórmula para o

Zsist-pu =

zΩ Zbase-sist

Z=

V2base

Zbase =

Zbase =

Zbase

(kV x 10-3)2 S kV2base MVAbase

=

kV2eq

MVAE

=

( ) ( ) ( ) ( ) zΩ

kV2sist

Zequip-pu x

=

V2base Sbase

Zsist-pu = Zequip-pu x

kV x 10-6 MVA x 10-6

MVAsist MVAE

x

kV2eq

MVAE

kV2sist

MVAsist

cálculo da potência: Sbase =

kV2eq

MVAE

Z Ω = Zequip-pu x

Impedância base

( ) ( )

Zbase-equip

mudança de base, da base do equipamento para a nova base adotada para o sistema, normalmente 100 MVA.

=

MVAsist

kV2equip

2

kVsist

(f) Valores base comumente adotados

Os valores tomados como base, como regra, devem ser os valores

que se dispõem. Assim, os valores base comumente adotados são aqueles encontrados na placa dos equipamentos:


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

40

 Potência

Zbase =

 Tensão (na entrada da instalação)

Normalmente, os valores são tomados como base na entrada

kV2base

Rpu =

MVAbase

RC • i Zbase

xpu =

XC • i Zbase

Exemplo:

da instalação. O valor base da tensão muda com a relação de

transformação do transformador.

instalado na tensão de 13.8kV, de comprimento de 100 m, na

Conhecendo-se MVABASE e kVBASE, pode-se calcular o valor das

Calcular a impedância PU de um cabo de 70 mm², 8.7/15kV,

configuração em trifólio, na base de 100 MVA.

outras duas grandezas, corrente base e impedância base. Assim: Zbase =

ibase =

kV2base

Solução:

Do catálogo do fabricante extraem-se os valores da resistência e

MVAbase

da reatância.

MVAbase x 1000

R = 0.3430 x 0.100 = 0.0343 [Ω]

√ 3 x kVbase

RCABO = 0.3430 [Ω/km]

Zbase =

transformação. Nos estudos de engenharia é prática comum adotar a potência

XCABO = 0.1450 [Ω/km]

X = 0.1450 x 0.100 = 0.0145 [Ω]

O valor da potência base não muda com a relação de

e

kV2base MVAbase

=

(13.8)2 100

Z Base = 1.9044 [Ω]

base como sendo 100 MVA.

Rpu = R / Zbase = 0.0343 / 1.9044 = 0.0180 pu

Xpu = X / Zbase = 0.0145 / 1.9044 = 0.0076 pu

Apresenta-se a seguir a Tabela 1, contemplando a corrente e a

impedância base para as tensões base mais comuns e potência base de 100 MVA. Tabela 1 – Correntes e impedâncias base para as tensões mais comuns

Exemplo:

Para fins didáticos, vamos supor o mesmo cabo do exemplo

anterior (cabo de 70 mm2, 8.7/15 kV, 100 m), instalado agora, na tensão de 0.48 kV, na configuração em trifólio. Calcular a impedância pu, na base de 100 MVA, para essa nova situação. Solução:

Do catálogo do fabricante extrai-se o valor da resistência e da

reatância. RC = 0.3430 [Ω/km]

XC = 0.1450 [Ω/km]

R = 0.3430 x 0.100 = 0.0343 [Ω]

X = 0.1450 x 0.100 = 0.0145 [Ω]

Zbase =

kV2base MVAbase

=

(0.48)2 100

Z Base = 0.0023 [Ω]

Fascículo

Rpu = R / Zbase = 14.8872 pu Xpu = X / Zbase = 6.2934 pu (g) Aplicação a equipamentos elétricos Cabos/linhas

Para cabos, conhece-se o valor da resistência (Rc) e de reatância (Xc)

em Ω/km. Deve-se conhecer também a distância (ℓ). Para se obter os valores de R e X em [Ω], faz-se R = Rc x ℓ e X = Xc x ℓ. Para passar para pu, basta calcular o valor de ZBASE naquele nível de tensão, conforme indicado abaixo, e dividir o valor de R e X por esse valor calculado, ou seja, Rpu = R / ZBASE e Xpu = X / ZBASE. Em outras palavras:

Como pode ser observado na baixa tensão, o cabo limita muito

o curto-circuito. O valor da impedância pu do cabo na baixa tensão é 826.6 vezes maior que o valor pu da média tensão. Transformadores

Para transformadores conhece-se normalmente o valor da sua

potência nominal de placa (em ventilação normal), a sua impedância e a relação de tensões. O procedimento consiste em se fazer uma mudança de base, na impedância, da base do transformador (valor para o qual a sua impedância é referida), para a base do sistema.


Apoio

41


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

42

Mudança de Base Ztrafo-pu =

Z% 100

x

MVAbase MVAtrafo

x

( ) kV2equip

Z2 = r2 (1 + a2) = r2

2

kVsist

R=

Como, normalmente, MVA-Base é 100 e a tensão do

Ztrafo-pu =

Z% 100

x

100 MVAtrafo

x

( ) kV2equip

2

√ () 1+

transformador corresponde à tensão base do sistema: Ztrafo-pu =

Z x R

2

( ( )) 1+

x R

2

x=rx x R

Porém, nos cálculos, são necessários R e X e tem-se apenas

Z. Raramente se tem o data sheet com o ensaio de curto-circuito.

kVsist

Quando se tem, utiliza-se o valor de X/R obtido no ensaio. Quando

Z%

não se tem, pode-se utilizar o valor de X/R obtido do Red Book,

MVAtrafo

IEEE Std 141-1999, cuja curva tem a aparência da mostrada na

Os cálculos para a obtenção de R e X a partir do valor da

Figura 1.

impedância saem do triângulo de impedâncias. Veja Figura 1.

Figura 1 – Triângulo das impedâncias.

Fascículo

Z2 = r2 + x2

x =a R

X = ar

Z2 = r2 + (ar)2

Figura 1 – Curva X/R versus MVA para transformadores do IEE Std 141.


Apoio

43


Apoio

Fascículo

Curto-circuito para a seletividade

44

A curva do X/R x MVA do transformador pode ser traduzida

em termos de equação, como segue:

Exemplo

Calcular a impedância PU (R e X) de um transformador de 2000 kVA,

Z%=6, relação de 13.8-0.48kV, nas bases de tensão de 13.8 kV e 100 MVA. mva ≤ 0.5 → x/r = 3.6364

Solução:

0.5 < mva ≤ 3.02 → x/r = 5.738711 + 6.983725.log(mva)

3.02 < mva ≤ 12.02 → x/r = 2.545460 + 13.636325.log(mva) 12.02 < mva → x/r = -7.654119 + 23.0804.log(mva)

Com base nas equações tabelou-se o valor de X/R para as

potências mais usadas e são apresentadas na Tabela 2. Tabela 2 - Valores de X/R típicos de transformadores para as potências mais usuais

kVA 500 750 1000 1500 1750 2000 2500 3000 3500 3750 5000 7500 10000 12000 15000

X/R 3.5 5.0 5.5 7.0 7.5 8.0 8.5 9.0 10.0 10.5 12.0 14.5 16.0 17.5 19.5

Do IEEE Std 141, tira-se o valor de X/R ~ 8. Ztrafo-pu =

R=

Z%

Ztrafo-pu =

MVAtrafo Z

√ () 1+

x R

2

=

3 √ 1 + (8)

2

=

3 √ 65

=

6 2

= 3 pu 3

8.0623

x = r x x = 0.3721 x 8 R R = 0.3721 pu X = 2.9768 pu *Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

45


46

Reportagem

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Por Bruno Moreira

Fachada do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Taboão da Serra (SP), primeiro estabelecimento de saúde com instalações elétricas BT certificadas no Brasil.

Certificação voluntária não engrena Após dois anos da publicação da Portaria nº 51 do Inmetro, a certificação das instalações elétricas de baixa tensão ainda dá seus primeiros passos no país. Conforme o instituto, a procura dos estabelecimentos ainda é inferior ao esperado

E

m janeiro de 2016, completou dois

(Inmetro). Com o apoio dessa legislação,

da Associação Brasileira de Normas

anos que a Portaria nº 51, que institui a

diversas instituições se sentiram mais

Técnicas (ABNT), a ABNT NBR 5410.

certificação voluntária para instalações

à vontade para buscar um selo que

Segundo o engenheiro eletricista

elétricas

foi

chancelasse suas instalações elétricas

e sócio-gerente da MDJ Assessoria e

publicada pelo Instituto Nacional de

BT, garantindo que elas estivessem em

Engenharia Consultiva, Eduardo Daniel,

Metrologia,

conformidade com a norma da área

apesar da certificação ser em caráter

de

baixa

tensão

Qualidade

e

(BT),

Tecnologia


47

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

voluntário, tem havido procura por parte

certificação das instalações ainda é

51/2014 do Inmetro. Dessa maneira,

de diversos estabelecimentos, visando

inferior ao esperado. “Acreditamos que

assim que se tornar um Organismo de

o cumprimento de especificações de

ao mesmo tempo em que as empresas

Certificação de Produtos (OCP), a UL

projetos originais e também a garantia da

ainda

conhecer

deverá substituir o atual certificado de

qualidade e segurança das instalações.

melhor

certificação,

avaliação de conformidade por outro

“Outro

estão o

procurando

processo

de

a

deve-se levar em consideração o fato

documento com o aval do Inmetro.

redução drástica de custos de retrabalho

de que o programa possui caráter

O engenheiro eletricista Jefferson

após a entrega das instalações”, explica

voluntário”, explica o chefe da Divisão

F. Moraes, da Unidade de Engenharia

o engenheiro, que também atuou como

de Regulamentação Técnica e Programas

da

superintendente da Associação Brasileira

de

Afiliadas da SPDM, que foi responsável

de Certificações Elétricas - Certiel Brasil,

Inmetro.

entidade mantida por parceiros da área,

A

se

reforma das instalações elétricas de

cujo objetivo era fomentar a certificação

tornarem

certificadores

baixa tensão da AME Taboão da Serra,

das instalações elétricas, e que deixou

também não é das maiores. De acordo

conta como se deu o processo que

de existir tão logo foi publicada a

com o Inmetro, existem atualmente duas

culminou na certificação das instalações

Portaria nº 51.

entidades no Brasil acreditadas pelo

do estabelecimento. Segundo ele, tudo

O sócio-gerente da MDJ destaca

instituto: a Associação IEX Certificações,

começou há cerca de três anos, quando

ainda que as empresas que vêm buscando

que conforme Rocha, está desde o

o prédio, uma antiga Unidade Básica

certificar suas instalações elétricas BT

início do programa de avaliação da

de Saúde (UBS), que até então estava

são principalmente aquelas ligadas à

conformidade, e a ACTA Certificações,

abandonado, foi transformado no AME

segurança, como estabelecimentos de

que solicitou a acreditação para o

de Taboão a partir de uma iniciativa da

saúde e

motivo

bastante

forte

é

Avaliação

da

Conformidade

do

Superintendência

de

Instituições

pelo desenvolvimento do projeto de

busca

de

empresas

organismos

para

edifícios corporativos. “No

escopo da Portaria Inmetro nº 51/2014,

SPDM, que recebeu recursos do Governo

caso de empresas e órgãos públicos, a

tornando-se um organismo acreditado

do Estado de São Paulo para a realização

Infraero já estabeleceu a obrigatoriedade

em outubro de 2014.

da reestruturação do edifício. “Foi uma reforma total, que envolveu a parte

em obras aeroviárias, o Banco Central

Primeiro estabelecimento de saúde com instalações elétricas BT certificadas no Brasil

também em suas reformas e novas obras”, afirma. Mesmo

antes

da

publicação

da

portaria do Inmetro, no âmbito da Certiel

civil, hidráulica e também as instalações elétricas”, diz Moraes, acrescentando que os projetos arquitetônico e de infraestrutura

da

edificação

foram

também desenvolvidos por uma equipe

Brasil, já existia a busca pela certificação.

que trabalha na SPDM.

Conforme Daniel, nesta época, foram

realizados cerca de 70 processos, com

dades (AME) Taboão da Serra (SP),

Durante a obra, a SPDM achou

a emissão de 100 certificados. Isto

de

Governo

por bem buscar a certificação para as

porque uma edificação, que pode conter

Estadual, gerenciado e administrado

instalações elétricas BT que estavam

diversas instalações elétricas, costumava

pela

o

sendo reformadas de acordo com as

ser contada pela Certiel como apenas

Desenvolvimento da Medicina (SPDM),

normas específicas da área. Além da

um processo. Após a publicação da

foi

de

ABNT NBR 5410, foram obedecidos

Portaria Inmetro 51/2014, segundo o

saúde a ter suas instalações elétricas BT

os documentos normativos ABNT NBR

chefe da Divisão de Regulamentação

certificadas no Brasil. O AME de Taboão

13534, que trata de instalações elétricas

Técnica e Programas de Avaliação da

recebeu o certificado da empresa UL do

em ambientes assistenciais de saúde e

Conformidade do Inmetro, Leonardo

Brasil em 17 de setembro de 2015.

a ABNT NBR 13570, que trata da parte

Machado Rocha, foram dez instalações

Apesar de ainda não constar no

de instalações elétricas de locais de

elétrica BT certificadas (em pistas de

banco de dados de produtos e serviços

afluência de público. “Então são três

aeroporto). Neste intervalo, recebeu

certificados do Inmetro, haja visto que a

normas da ABNT especificamente ligadas

o

instalação

empresa responsável pela certificação,

às instalações elétricas que nós tivemos

elétrica do Ambulatório Médico de

a UL do Brasil, ainda se encontra

que observar”, declara o engenheiro.

Especialidades (AME), em Taboão da

nos trâmites finais do processo de

Conforme ele, é prática usual da SPDM

Serra (SP).

acreditação pelo instituto, o processo

obedecer às normas da ABNT quando

Não obstante, de acordo com Rocha,

de certificação do ambulatório ocorreu

vai reformar ou desenvolver uma nova

a procura dos estabelecimentos pela

todo em conformidade com a portaria

instalação elétrica em baixa tensão.

certificado

também

a

O Ambulatório Médico de Especiali­ responsabilidade Associação o

primeiro

do

Paulista

para

estabelecimento


48

Reportagem

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

“Vivemos em um país onde praticamente

Organismo certificador

se relega esta questão, onde ninguém dá muita atenção”, reforça Moraes, que é membro do Comitê Brasileiro

de Eletricidade (CB-3) da ABNT e um

AME Taboão da Serra, a UL, nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, há mais de 120

O organismo que realizou o processo de certificação das instalações elétricas BT do

entusiasta da causa por ter acompanhado

anos, e, desde então, vem atuando para tornar os produtos, ambientes e serviço mais

de perto a luta de muitos anos do setor

seguros para diversos tipos de consumidores. A empresa está no Brasil há 15 anos,

para organizar as instalações elétricas de

sendo acreditada pelo Inmetro em 2002 para a realização da certificação de produtos.

forma geral.

Desde então, a UL ampliou seu escopo de atuação - não se restringindo mais à

Dessa forma, com o intuito de obter

certificação – adquirindo um Laboratório de Avaliação de Conformidade, a UL Testtech,

a certificação, Moraes contatou a Certiel.

também acreditado pelo Inmetro, e que implementa testes em diversos produtos do

O contato foi realizado em 2013, um ano

segmento elétrico, tais como lâmpadas Led, eletrodomésticos, fios e cabos.

antes da publicação da portaria. A Certiel,

por intermédio de seu superintendente,

empresa nesta área em território brasileiro. Em vias de ser acreditada pelo Inmetro,

o engenheiro eletricista Eduardo Daniel,

a UL conta o que deve ser feito junto ao Inmetro para se tornar um organismo

orientou a SPDM sobre como obter o

certificador de instalações elétricas BT. O líder da área de Fios & Cabos e Plugues

certificado. Na ocasião, também foi

da UL, engenheiro João Carlos Abel Junior, explica que a empresa deve cumprir uma

obtido o financiamento do Procobre,

série de normas de referências e procedimentos internos definidos pelo instituto.

que, motivado pelo interesse em que

Por meio destas regras, a empresa pode ser auditada e, cumprindo as exigências,

cada vez mais instituições certificassem

acreditada. A acreditação, segundo Abel, assegura que o organismo de certificação

suas instalações elétricas para difundir

tem a competência necessária de pessoal, equipamentos e organizacional para realizar

e fortalecer o que foi estabelecido na

as etapas previstas na Portaria 51/2014. “É importante que haja esse controle por

portaria do Inmetro, financiou o processo

parte do Inmetro para que a verificação não seja executada com critérios diferentes

de certificação.

por cada organismo”, afirma ele.

O processo de certificação consiste

A certificação do AME Taboão da Serra, em 2015, foi a primeira emitida pela

No que se refere ao procedimento da UL para a realização do processo de

em três fases: análise do projeto; inspeção

certificação das instalações elétricas BT, Abel explica que ele está baseado na Portaria

visual; e ensaios. A certificação das

Inmetro 51/2014 do Inmetro, que abrange a análise da documentação do projeto no

instalações elétricas BT do AME Taboão

estado as-built, realização dos ensaios previstos no capítulo 7 da norma ABNT NBR

da Serra seguiu exatamente este trâmite.

5410:20014, assim como foi declarado pelo engenheiro eletricista Jefferson Moraes

Primeiramente, o SPDM submeteu seu

anteriormente. Tal qual ocorreu no AME Taboão da Serra, se forem registradas não

projeto à análise da UL, organismo de

conformidades durante o processo, elas devem ser corrigidas e submetidas à nova

certificação contratado para a realização

verificação. E quando todas as não conformidades são fechadas, o certificado é emitido.

do serviço. Tendo como base as três

normas da ABNT anteriormente citadas,

para uma unidade de saúde, o engenheiro Abel esclarece que todos os tipos de

o projeto foi avaliado e aprovado pela

instalações podem receber certificação, “principalmente aquelas ligadas à segurança

UL. Em seguida, foi realizada a inspeção

de seus usuários, como estabelecimentos de saúde (caso do AME Taboão), edifícios

visual por empresa contratada pela UL.

corporativos, e residenciais. Tanto na área pública quanto privada”. Os mais comuns,

Eles fizeram o levantamento de toda a

segundo ele, têm sido da área corporativa, uma vez que os projetos originais desse

instalação, confrontando com o projeto

tipo de edificação já estão prevendo a verificação das instalações. “Mas também os

executivo fornecido pela SPDM. Nessa

edifícios residenciais de construtoras que querem garantir a adequação das instalações

inspeção, verificaram por exemplo se

e diminuir os custos de retrabalho”, diz.

Não obstante o único certificado da UL até o momento, no Brasil, ter sido emitido

o quadro elétrico estava localizado no

ponto correto e se os seus componentes

instalações elétricas, tem mostrado que os setores de edificações e os órgãos públicos

estavam dispostos de maneira adequada

estão mais conscientes da importância da certificação das instalações, verificando que

dentro do painel. A empresa também

se trata de uma atividade viável frente aos prejuízos potenciais de um acidente de

inspecionou se os produtos utilizados

origem elétricas. “Por exemplo, mortes em um hospital por choque elétrico ou vítimas

nas instalações – disjuntores, cabos,

e prejuízos materiais em residências e escritórios”, destaca o engenheiro Abel, citando

fusível, DPS, DPR etc. - atendiam às

ainda como exemplo o incêndio no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo,

normas técnicas e possuíam selo de

“provavelmente de origem elétrica de acordo com as informações divulgadas até

certificação do Inmetro.

agora, que além da vida perdida, colocou em crise o sistema de transporte ferroviário

Posteriormente

partiu-se

para

a

De acordo com Abel, a experiência da UL até agora, especificamente na área de

e perda das instalações e equipamentos do Museu”.


49

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

mesmo

certificação é a segurança do usuário.

procedimento em outras unidades de

“Quando se projeta instalação elétrica,

saúde administradas pela associação.

esta tem que ser à prova do usuário”,

As próximas instalações elétricas BT que

destaca Moraes. Ou seja, uma instalação

deverão ser certificadas pertencem ao

que, em caso de fuga de corrente,

prédio da Unidade Recomeço Helvetia.

possui um DR adequado, que, acionado,

O edifício de 12 andares, que fica situado

desenergiza o circuito e protege a

na Rua Helvétia, na região chamada

pessoa em caso de contato com a

de Cracolândia, está sendo reformado

tomada, por exemplo. Logicamente,

para

com

autorização

para

atender

realizar

o

dependentes

químicos

toda

a

instalação

elétrica

Diferentemente

dimensionada de forma correta, dentro

do que ocorreu no AME de Taboão da

dos padrões normativos, a economia de

Serra, o processo de certificação da

energia virá como consequência. “Se a

Unidade Recomeço será realizado por

instalação é feita de maneira aleatória,

andar. “No momento já temos os dois

sem critérios, sem dimensionamento

primeiros andares confirmados”, declara

dos

o engenheiro eletricista. O trabalho

haverá

de certificação das instalações destes

há mau contato, e este aquecimento

andares também ficará por conta da

ocasionará o desperdício de energia.

UL, assim como o financiamento virá do

Cabos

Procobre.

gerarão desperdício, porque existe algo

realização dos ensaios. Seguindo os

Sobre a certificação das instalações

chamado queda de tensão”, explica o

trâmites

daquela

Na inspeção realizada no AME, verificou-se que o quadro elétrico estava localizado no ponto correto e que seus componentes estavam dispostos de maneira adequada.

localidade.

componentes,

por

exemplo,

superaquecimento,

mal

dimensionados

porque

também

elétricas BT das unidades de saúde

engenheiro eletricista. Outro efeito de

7 da ABNT NBR 5410, por meio de

administradas

Moraes

instalações elétricas inadequadas é o

equipamentos

salienta

estabelecidos

no

capítulo

pela

SPDM,

importantes

mau funcionamento dos equipamentos

do

decorrente dela: a eficiência energética

elétricos. No caso de unidades de

estabelecimento, os quadros elétricos

e a segurança. A gerente administrativa

saúde, aparelhos eletromédicos, como

e algumas luminárias da unidade de

do AME Taboão da Serra, Veronice

o ultrassom, podem funcionar em uma

saúde.

medidas

eletrônicos,

todas

as

foram

tomadas

dois

pontos

inspeção

Santos Ferraz Amurin, destaca a questão

voltagem abaixo da correta, resultando

visual e ensaios, tivemos algumas não

da economia, porque, conforme ela,

em um exame inapropriado.

conformidades, coisas que ficaram da

se

execução da obra”, explica Moraes.

instalação elétrica adequada o valor da

elétrica projetada e executada no AME

Segundo o engenheiro eletricista, havia

conta de luz diminui bastante. Contudo,

de Taboão da Serra, que, “pode ser

por exemplo, um cabo que estava

a

segundo

vista, praticamente, como um modelo

mal

“E

de

tudo

isso,

o

estabelecimento

questão

da

possui

segurança,

uma

Destacando a qualidade da instalação

do

Veronice, é fundamental, porque o foco

de instalação elétrica BT”, o engenheiro

quadro e um DPS que fora instalado

do AME Taboão da Serra, por exemplo,

eletricista,

na classe errada no Quadro Geral de

é assistência à saúde, então todos os

pela SPDM no sentido de certificar às

Baixa Tensão (QGBT). A partir dos

processos realizados pela unidade e para

instalações como uma forma de difundir

problemas levantados elaborou-se um

a unidade são voltados para a segurança

esta questão. O intuito, segundo Moraes,

relatório de não conformidades. Os

dos pacientes e dos colaboradores.

é de que todo os estabelecimentos de

passos subsequentes foram a correção

“Quando se está em uma unidade de

saúde pública, hospitais, ambulatórios,

de todas as não conformidades e a

saúde que está certificada, que está

as UBS, seguissem a iniciativa da SPDM,

realização de novas inspeção e análise,

reconhecida

de

pois, assim, as instalações seriam mais

que obteve como resultado a aprovação

certificação e qualificada, isso transmite

seguras para todos. “Seria bom para o

da instalação elétrica e a emissão do

muito mais segurança tanto para nós

usuário, que teria maior confiabilidade,

certificado pela UL.

como para os pacientes”, assegura a

e seria bom para o proprietário da

De acordo com Moraes, a repercussão

gerente.

instalação,

da certificação das instalações elétricas

Para

quesito

Estado ou a Prefeitura Municipal, que

BT do ambulatório de Taboão foi muito

segurança também vem em primeiro

veria o serviço funcionando de forma

grande. Tanto que a SPDM recebeu

lugar,

adequada”, afirma o engenheiro.

conectado

no

barramento

o haja

por

um

organismo

engenheiro, visto

que

o o

foco

da

no

o

trabalho

caso

o

realizado

Governo

do




52

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Fios, cabos e acessórios Queda de crescimento e falta de confiança dos empresários marcaram o ano de 2015 dos mercados de fios, cabos e seus acessórios. Para 2016, setor espera crescimento moderado, especialmente, a partir do segundo semestre


53

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Os números do mercado de fios, cabos e acessórios não são os

Assim como outros mercados do setor elétrico brasileiro vêm

melhores, como mostra a pesquisa realizada com este setor e publicada

apontando em pesquisas anteriores, os fatores que mais influenciaram

nas páginas seguintes. É a primeira vez, em anos de pesquisa, que

e que devem continuar afetando os dois segmentos analisados são

as fabricantes e as distribuidoras de condutores elétricos mostram

desaceleração da economia brasileira, desvalorização da moeda e falta

índices de crescimento médio tão baixos. As empresas de fios e cabos

de confiança dos investidores.

declararam ter crescido em 2015 uma média de 2% com relação

ao ano anterior. Já as companhias de acessórios para fios e cabos

para o setor elétrico nacional, bem como informações das empresas

registraram aumento de apenas 0,4% na mesma comparação. Nesse

pesquisadas.

Veja, a seguir, mais números destes dois mercados tão importantes

mesmo levantamento realizado em janeiro de 2015, as empresas

Números do mercado de fios e cabos elétricos

projetavam crescimento de 10% (fios e cabos) e de 12% (acessórios).

2015 realmente não foi um dos melhores anos para a economia

brasileira. A Sondagem de Conjuntura da Indústria Elétrica e Eletrônica,

realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

foram apontadas pelos fabricantes de fios e cabos elétricos como

(Abinee), revelou que 2015 foi encerrado com diversos indicadores

o principal segmento de atuação. O comércio foi o segundo mais

desfavoráveis, entre eles: percentual significativo de empresas com

indicado.

Assim como na pesquisa realizada no ano passado, as indústrias

queda nas vendas/encomendas; aumento do desemprego; ritmo de negócios abaixo do esperado; e pessimismo para os primeiros meses de 2016.

Principais segmentos de atuação

De acordo com a Sondagem, as vendas no mês de dezembro

recuaram para 63% das empresas consultadas na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As expectativas para os próximos meses

Industrial

continuam desfavoráveis, apresentando saldo de respostas negativo,

84%

tanto para janeiro de 2016 (-12%), como para o primeiro trimestre do ano (-4%), comparados com os mesmos períodos de 2015.

No entanto, para o primeiro semestre de 2016, o saldo passa a

ser positivo, com 41% das empresas consultadas pela Abinee com perspectivas de crescimento e 36% esperando queda. Na pesquisa

59%

Transmissão e distribuição

55%

realizada por “O Setor Elétrico”, as expectativas são mais otimistas. Fabricantes e distribuidores de fios e cabos preveem, para o ano de 2016, crescimento médio de 9% para suas empresas e de 3% para o mercado como um todo. Já as companhias do mercado de acessórios para fios e cabos planejam crescer em torno de 0,4% e esperam que o mercado apresente elevação média de 1,9%.

Comercial

49%

Residencial


54

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Também neste ano, as vendas diretas ao cliente final foram evidenciadas como o principal

canal de vendas, tendo sido apontadas por 84% das empresas de fios e cabos. Em seguida, estão as revendas e varejistas, indicadas por 71% das pesquisadas. Canais de vendas

84% 71% 57% 33%

Venda direta ao cliente final

Revendas / varejistas

Distribuidores / atacadistas

Telemarketing

22% Outros 16% Internet

A seguir, são apresentadas as impressões das empresas fabricantes e distribuidoras de

fios e cabos quanto ao tamanho anual total de alguns nichos de mercado. Por exemplo, 22% das pesquisadas acreditam que o mercado de fios e cabos nus fatura, anualmente, até R$ 10 milhões. Já 39% (o maior percentual) das empresas calculam que o mercado de fios e cabos isolados em baixa tensão fature mais de R$ 500 milhões ao ano. Confira:

Até R$ 10 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Acima de R$ 500 milhões

Tamanho anual total dos mercados de:

Fios e cabos nus

22%

17%

11%

6%

11%

11%

22%

Fios e cabos isolados em

16%

-

3%

3%

13%

26%

39%

9%

13%

9%

6%

22%

13%

28%

12%

9%

6%

3%

24%

12%

34%

baixa tensão (até 1000 V) Cabos para comunicações e dados Cabos para média tensão

Se, no levantamento realizado há um ano, 21% das empresas declararam faturar acima dos

R$ 200 milhões, neste ano, houve um aumento significativo. 31% das pesquisadas apresentam este volume de negócios anualmente. Outros 22% faturam até R$ 10 milhões por ano. Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos

22%

31%

Acima de R$ 200 milhões

Até R$ 3 milhões

13% 5%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 13%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões 16%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões



Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

56

No início do ano passado, as empresas pesquisadas projetaram

crescimento médio de 10% para 2015, no entanto, questionadas

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Fatores que devem influenciar o mercado de fios e cabos em 2016

sobre o crescimento efetivo, elas revelaram que o percentual médio foi de apenas 2%. Para 2016, a expectativa é que o mercado cresça, pelo

9%

13%

menos, 3% e elas aumentem em torno de 9% os seus resultados.

Desvalorização da moeda brasileira

1%

Previsões de crescimento

15%

Falta de confiança de investidores

6% 3%

2%

Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016

Previsão de crescimento para o mercado de fios e cabos em 2016 Previsão de crescimento das 9% empresas para 2016

Crescimento médio das empresas em 2015 comparado ao ano anterior

25%

3%

Falta de normalização e/ou legislação 4%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Crise internacional

Refletindo o pessimismo de diversos setores da indústria brasileira,

os fabricantes de fios e cabos elétricos acreditam que a desaceleração da economia e a falta de confiança dos investidores devem continuar influenciando negativamente este mercado.

Bom momento econômico do país

Desaceleração da economia brasileira

2%

Setor da construção civil aquecido

6%

Programas de incentivo do governo

12% 10%

Projetos de infraestrutura

Setor da construção civil desaquecido



58

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Números do mercado de acessórios para fios e cabos elétricos

Também no que diz respeito aos acessórios de fios e cabos, a indústria é o principal cliente.

89% das empresas apontaram o setor industrial como principal segmento de atuação.

Principais segmentos de atuação

89% 58% 53% 31%

Industrial

Comercial Transmissão e distribuição

Residencial

Diferentemente da pesquisa anterior, em que a revenda foi apontada como principal canal

de vendas, desta vez, as vendas diretas e o comércio por meio dos varejistas e distribuidores foram indicados por 82% e 80% das empresas, respectivamente, como principais formas de comercialização. Canais de vendas

82% 80% 76% 20% 16% 13%

Distribuidores / atacadistas Venda direta ao cliente final Revendas / varejistas

Telemarketing Outros

Internet

As empresas fabricantes e distribuidoras de acessórios para fios e cabos elétricos também

foram consultadas sobre o que pensam a respeito dos tamanhos dos mercados de alguns produtos (evidenciado na tabela a seguir). Entre as percepções, está a de que as pesquisadas entendem que os mercados de materiais para amarração de cabos e de materiais para identificação de cabos faturam, cada um, até R$ 10 milhões por ano. Da mesma maneira, para 32% das empresas, o segmento de fitas isolantes de baixa tensão também movimenta até R$ 10 milhões por ano. Confira:



60

Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Até R$ 10 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Acima de R$ 500 milhões

Tamanho anual total dos mercados de:

29%

15%

5%

12%

10%

10%

19%

Fitas isolantes de baixa tensão

32%

3%

13%

10%

10%

26%

6%

Conectores e ferramentas de baixa tensão Materiais para amarração de cabos

46%

15%

6%

3%

9%

9%

12%

Materiais para identificação de cabos

50%

10%

19%

9%

3%

-

9%

Conectores e ferramentas de

27%

19%

5%

8%

27%

11%

3%

média tensão

Fitas isolantes de média tensão

36%

18%

10%

11%

14%

11%

-

Terminações de cabos de média tensão

31%

21%

12%

6%

18%

12%

-

Emendas de cabos de média tensão

26%

20%

26%

8%

9%

11%

-

A respeito do faturamento bruto total anual das empresas, a maioria das companhias (72%)

pesquisadas afirmou faturar até R$ 10 milhões. Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos

4%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

7%

36%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Até R$ 3 milhões

15%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 2%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

36%

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões

As projeções de crescimento do mercado de acessórios de fios e cabos elétricos são menos

otimistas do que o mercado de fios e cabos. Na pesquisa realizada há um ano, as empresas deste setor esperavam crescimento de 7% em 2015, mas apresentaram crescimento médio efetivo de apenas 0,4%. Para 2016, esperam crescer em torno de 6% e projetam crescimento médio de 2% para o mercado de acessórios como um todo. Previsões de crescimento

3% 2%

Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016 Previsão de crescimento médio para o mercado de acessórios para fios e cabos em 2016

6%

Previsão de crescimento das empresas para 2016

médio das empresas em 2015 comparado 1% Crescimento ao ano anterior


61

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Neste gráfico, novamente, se observa que a desaceleração da economia brasileira deverá refletir negativamente nos resultados do mercado de

acessórios para fios e cabos. Soma-se a isso a desvalorização da moeda nacional.

Fatores que devem influenciar o mercado de acessórios para fios e cabos em 2016

17%

Desvalorização da moeda brasileira

5%

Programas de incentivo do governo 1%

Bom momento econômico do país 15%

Falta de confiança de investidores

31%

Desaceleração da economia brasileira 2%

Falta de normalização e/ou legislação 1%

1%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Setor da construção civil aquecido 16%

4%

Setor da construção civil desaquecido

Crise internacional 7%

Projetos de infraestrutura


Pesquisa - Fios e cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

X

X

X

Telemarketing

Internet

Outros

X

X

X

SC

X X

X X

X

X X

X

ALUBAR

(91) 3754-7159

www.alubar.net

Barcarena

PA

X

X

X

X

X X X

Residencial

X X

Criciúma

Comercial

X

www.agpr5.com

Industrial

X X

(48) 3462-3900

Distribuidora

SP

AGPR5

Fabricante

Estado

Guarulhos

X

BANCOR-COPPRAL

(11) 2959-8228

www.bancor.com.br

São Paulo

SP

BELDEN

(11) 4092-9000

www.belden.com.br

Diadema

SP

X

X

BRASCABOS

(19) 3522-5570

www.brascabos.com.br

Rio Claro

SP

X

X

X

BRASCOPPER

(16) 3514-4100

www.brascoppper.com.br

Ribeirão Preto

SP

X

X

X X

X

X

X X

BRASFIO

(81) 3673-4800

www.brasfio.com.br

Catende

PE

X

X X

X X

X

X

X X

CABELAUTO

(35) 3629-2550

www.cabelauto.com.br

Itajubá

MG

X

X

X X

X

CABLENA

(11) 3587-9590

www.cablena.com.br

São Paulo

SP

X

X

COBRECOM

(11) 2118-3200

www.cobrecom.com.br

Itu

SP

X

X

X

X

X X

COBREMACK

(11) 4156-5531

www.cobremack.com.br

Santana de Parnaíba

SP

COFIBAM

(11) 4182-8500

www.cofibam.com.br

São Paulo

SP

X

X

CONDUMAX

(17) 3279-3700

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

X

X

X X

CONDUMIG

(37) 3229-2000

www.condumig.com.br

Divinópolis

MG

X

X

X X

CONDUSPAR

(41) 2109-6000

www.conduspar.com.br

São José dos Pinhais

PR

X

X

X X

CONSTRUFIOS

(11) 5053-8383

www.construfios.com.br

Ferraz de Vasconcelos

SP

X

X

COPPER 100

(11) 3478-6900

www.copper100.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X X

CORDEIRO

(11) 4674-7400

www.cordeiro.com.br

Ferraz de Vasconcelos

SP

X

X

X

X X

CROSSFOX

(11) 2902-1070

www.crossfoxeletrica.com.br

São Paulo

SP

DISNACON

(11) 2061-4061

www.disnacon.com.br

São Paulo

SP

X X

DLIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X X

EMBRAMAT

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

EMEP

(62) 3249-6477

www.emep.eng.br

Goiânia

GO

X X

FURUKAWA

0800 41 2100

www.furukawa.com.br

Curitiba

PR

X

X

GENERAL CABLE

(11) 3457-0300

www.generalcablebrasil.com

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

Fios e cabos Nus

Exporta produtos acabados

X

Cidade

www.acabine.com.br

Oferece treinamento técnico para os clientes

Programas na área de responsabilidade social

X X

Site

(11) 2842-5252

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X X

Telefone

ACABINE

14001 (ambiental)

X

X

Venda direta ao cliente final

X

X

Revendas / varejistas

Distribuidores / atacadistas

X X X

Empresa

Importa produtos acabados

Certificado ISO

Principal canal de vendas

9001 (qualidade)

Principal segmento de atuação

A empresa é

Transmissão e distribuição

62

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

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X

X

X

X

X X


63

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Jundiaí

SP

X

X

ICE CABOS

(11) 4676-4963

www.icecabos.com.br

São Paulo

SP

X

X

INDUSCABOS

(11) 4636-9000

www.induscabos.com.br

Poá

SP

X

X

INNOVCABLE

(11) 4063-9909

www.innovcable.com.br

Sumaré

SP

X

X

X X

ISOTECK

(11) 5612-9500

www.isoteck.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

KOTEK

(11) 3017-8797

www.kotek.com.br

São Paulo

SP

X

X

LAMESA

(19) 3623-1518

www.lamesa.com.br

São João da Boa Vista

SP

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

NAMBEI

(11) 5056-8900

www.nambei.com.br

São Paulo

NEXANS

(11) 3084-1600

www.nexans.com

ONIX

(44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

PAN ELECTRIC

(54) 2102-3333

PROCABLE

X X

X X

X X

X

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X X

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X

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X

SP

X

São Paulo

SP

X

Mandaguari

PR

www.pan.com.br

São Paulo

SP

X

(11) 4061-9101

www.procable.com.br

Diadema

SP

X

PRYSMIAN

(11) 4998-4155

www.prysmiangroup.com.br

Santo André

SP

X

X

SIL FIOS E CABOS

(11) 3377-3333

www.sil.com.br

Guarulhos

SP

X

SOLTALENTO

(11) 2382-3006

www.soltalento.com.br

Guarulhos

SP

SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

X

SYNERGY CABLES

(11) 2924-9994

www.synergycables.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

TRAMAR

(11) 4528-6000

www.tramar.com.br

Cabreúva

SP

X

X

X

X

X

TREMAX

(16) 3266-1297

www.tremax.com.br

Borborema

SP

X

X

X

X

X

VATHISA FIOS E CABOS

(11) 4634-8686

www.vathisa.com.br

Poá

SP

X

WEIDMÜLLER CONEXEL

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X

X

WIREX CABLE

(11) 2191-9400

www.wirex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X X

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X

X

Fios e cabos Nus

(11) 2136-9090

www.hellermanntyton.com.br

X

Oferece treinamento técnico para os clientes

HELLERMANNTYTON

X X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

X

X

Importa produtos acabados

X

Exporta produtos acabados

RJ

Programas na área de responsabilidade social

Rio de Janeiro

Comercial

www.hager.com.br

Industrial

X

0800 724 2437

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

SP

HAGER ELETROMAR

14001 (ambiental)

X

Orlândia

9001 (qualidade)

X

Site www.grupointelli.com.br

Estado

(16) 3820-1546

Outros

X

X

Telefone

GRUPO INTELLI

Internet

Venda direta ao cliente final

X

X

Telemarketing

Revendas / varejistas

X X

Empresa

Cidade

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

Transmissão e distribuição

Residencial

Principal segmento de atuação

Fabricante

Distribuidora

A empresa é

X

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Pesquisa - Fios e cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Fios e cabos telefônicos metálicos

Cabos coaxiais

Cabos ópticos

Cabos para cabeamento estruturado

X

X

X

(11) 2842-5252

www.acabine.com.br

Guarulhos

SP

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

X

X

X

ALUBAR

(91) 3754-7159

www.alubar.net

Barcarena

PA

X

X

X

BANCOR-COPPRAL

(11) 2959-8228

www.bancor.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

BELDEN

(11) 4092-9000

www.belden.com.br

Diadema

SP

X

X

X

X

X

X

BRASCABOS

(19) 3522-5570

www.brascabos.com.br

Rio Claro

SP

X

X

X

X

X

BRASCOPPER

(16) 3514-4100

www.brascoppper.com.br

Ribeirão Preto

SP

X

X

X

X

X

BRASFIO

(81) 3673-4800

www.brasfio.com.br

Catende

PE

X

X

X

CABELAUTO

(35) 3629-2550

www.cabelauto.com.br

Itajubá

MG

X

X

X

CABLENA

(11) 3587-9590

www.cablena.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

COBRECOM

(11) 2118-3200

www.cobrecom.com.br

Itu

SP

X

X

X

COBREMACK

(11) 4156-5531

www.cobremack.com.br

Santana de Parnaíba

SP

X

X

X

COFIBAM

(11) 4182-8500

www.cofibam.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

CONDUMAX

(17) 3279-3700

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

X

X

X

CONDUMIG

(37) 3229-2000

www.condumig.com.br

Divinópolis

MG

X

X

CONDUSPAR

(41) 2109-6000

www.conduspar.com.br

São José dos Pinhais

PR

CONSTRUFIOS

(11) 5053-8383

www.construfios.com.br

Ferraz de Vasconcelos

SP

X

COPPER 100

(11) 3478-6900

www.copper100.com.br

Guarulhos

SP

X

CORDEIRO

(11) 4674-7400

www.cordeiro.com.br

Ferraz de Vasconcelos

SP

X

X

CROSSFOX

(11) 2902-1070

www.crossfoxeletrica.com.br

São Paulo

SP

X

DISNACON

(11) 2061-4061

www.disnacon.com.br

São Paulo

SP

X

DLIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

EMBRAMAT

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

EMEP

(62) 3249-6477

www.emep.eng.br

Goiânia

GO

X

FURUKAWA

0800 41 2100

www.furukawa.com.br

Curitiba

PR

GENERAL CABLE

(11) 3457-0300

www.generalcablebrasil.com

São Paulo

SP

Telefone

Site

Cidade

Estado

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X

Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)

Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle

Cabo para ligação de equipamentos

X

ACABINE

Empresa

Cabos para média tensão

X

Cabo com isolação termofixa

Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança

Cabos para comunicações e dados

Cabo com isolação termoplástica

Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos

Fios e cabos isolados para baixa tensão (até 1000 V)

Cabos cobertos (revestidos, não isolados)

64

X

X

X


65

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Cidade

Estado

www.grupointelli.com.br

Orlândia

SP

X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9090

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

ICE CABOS

(11) 4676-4963

www.icecabos.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

INDUSCABOS

(11) 4636-9000

www.induscabos.com.br

Poá

SP

X

X

X

X

X

X

X

INNOVCABLE

(11) 4063-9909

www.innovcable.com.br

Sumaré

SP

X

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X

X

X

X

X

ISOTECK

(11) 5612-9500

www.isoteck.com.br

São Paulo

SP

X

X

KOTEK

(11) 3017-8797

www.kotek.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

LAMESA

(19) 3623-1518

www.lamesa.com.br

São João da Boa Vista

SP

X

X

X

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

X

X

X

X

X

X

NAMBEI

(11) 5056-8900

www.nambei.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

NEXANS

(11) 3084-1600

www.nexans.com

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

ONIX

(44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

X

X

X

PAN ELECTRIC

(54) 2102-3333

www.pan.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

PROCABLE

(11) 4061-9101

www.procable.com.br

Diadema

SP

X

X

PRYSMIAN

(11) 4998-4155

www.prysmiangroup.com.br

Santo André

SP

X

X

X

SIL FIOS E CABOS

(11) 3377-3333

www.sil.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

SOLTALENTO

(11) 2382-3006

www.soltalento.com.br

Guarulhos

SP

X

X

SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

X

X

X

SYNERGY CABLES

(11) 2924-9994

www.synergycables.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

TRAMAR

(11) 4528-6000

www.tramar.com.br

Cabreúva

SP

X

X

TREMAX

(16) 3266-1297

www.tremax.com.br

Borborema

SP

VATHISA FIOS E CABOS

(11) 4634-8686

www.vathisa.com.br

Poá

SP

WEIDMÜLLER CONEXEL

(11) 4366-9600

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

WIREX CABLE

(11) 2191-9400

www.wirex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)

Site

(16) 3820-1546

Cabos cobertos (revestidos, não isolados)

X

Telefone

GRUPO INTELLI

Cabos para média tensão

Cabos para cabeamento estruturado

Cabos coaxiais

X

Empresa

Cabos ópticos

Fios e cabos telefônicos metálicos

Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle

Cabo para ligação de equipamentos

Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança

Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos

Cabos para comunicações e dados

Cabo com isolação termoplástica

Cabo com isolação termofixa

Fios e cabos isolados para baixa tensão (até 1000 V)

X

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Pesquisa - Acessórios para Fios e Cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

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Oferece treinamento técnico para os clientes

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Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

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Programas na área de responsabilidade social

X X

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Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

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14001 (ambiental)

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Outros

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9001 (qualidade)

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Internet

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Telemarketing

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Venda direta ao cliente final

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Revendas / varejistas

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Importa produtos acabados

SP SP SP PR SP SP SP SP RS SP RJ SP SP SP SP SP SP SP

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Exporta produtos acabados

Guarulhos Embu das Artes São Paulo São José dos Pinhais São Paulo Franco da Rocha Guarulhos Rio Claro São Leopoldo Orlândia Rio de Janeiro Diadema Jundiaí Tatui São Paulo São Bernardo do Campo Olímpia São Paulo

X

Distribuidores / atacadistas

Cidade Estado X Sumare SP Guarulhos SP X Vinhedo SP Criciúma SC X São Paulo SP X Itu SP X São Paulo SP X São Paulo SP X São Bernardo do Campo SP X São Paulo SP X Cravinhos SP X São Paulo SP X Rio de Janeiro RJ X Campinas SP

Transmissão e distribuição

Site www.3m.com.br/eletricos www.acabine.com.br www.adelbras.com www.agpr5.com www.automatus.com.br www.axt.com.br www.building.ind.br www.burndy.com www.coflex.com.br www.condvolt.com.br www.conimel.com.br www.connectwell.com.br www.contactus.net.br www.crmper.com.br www.dlight.com.br www.daisa.com.br www.dutoplast.com.br www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.calhasfacilit.com.br www.fastweld.com.br www.fischerweb.com.br www.frontec.com.br www.intelli.com.br www.hager.com.br www.hawser.com.br www.hellermanntyton.com.br www.hummel.com.br www.idealengenharia.com.br www.idealindustries.com.br www.incesa.com.br www.jdemitoeletrica.com.br

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Residencial

Telefone (19) 3838-7000 (11) 2842-5252 (19) 4009-7711 (48) 3462-3900 (11) 3368-6869 (11) 4025-1300 (11) 2621-4811 (11) 5515-7225 (11) 4330-3347 (11) 2296-9477 (16) 3951-9595 (11) 5844-2010 (21) 3593-5001 (19) 3246-1722 (11) 2937-4650 (11) 4785-5522 (11) 2524-9055 (41) 3383-9290 (11) 2098-0371 (11) 4447-1991 (11) 2425-7180 (19) 3522-7700 (51) 3201-2477 (16) 3820-1546 0800 724 2437 (11) 4056-7047 (11) 2136-9090 (15) 3322-7000 (11) 3287-0622 (11) 4314-9930 (17) 3279-2600 (11) 3459-4744

Comercial

3M ACABINE ADELBRAS AGPR5 AUTOMATUS AXT TERMINAIS BUILDING BURNDY COFLEX CONDVOLT CONIMEL CONNECTWELL CONTACTUS CRIMPER D´LIGHT DAISA DUTOPLAST ELOS EMBRAMAT FACILIT FASTWELD FISCHER FRONTEC GRUPO INTELLI HAGER ELETROMAR HAWSER CONEXÕES HELLERMANNTYTON HUMMEL IDEAL ENGENHARIA IDEAL INDUSTRIES INCESA J.DEMITO

Principal segmento de atuação

Industrial

Empresa

Distribuidora

A empresa é

Fabricante

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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

PLP POLIMETAL PROAUTO PRYSMIAN REIMOLD SOB BRASIL SOPRANO SULMINAS TCM TERMINAIS TE CONNECTIVITY WABE CONECTORES WETZEL

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Oferece treinamento técnico para os clientes

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Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

Importa produtos acabados

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Programas na área de responsabilidade social

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

14001 (ambiental)

9001 (qualidade)

Outros

X X X

X X X X

X X X

Internet

X X

Exporta produtos acabados

X X X X

X X X

X X

X X

X X X X X X X

Telemarketing

X X X X X

Venda direta ao cliente final

X X

Revendas / varejistas

Distribuidores / atacadistas

X

X

X X

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Transmissão e distribuição

Cidade Estado Cotia SP X Rio de Janeiro RJ X São Paulo SP São Paulo SP X São Paulo SP X Caxias do Sul RS São Bernardo do Campo SP X São Paulo SP X Sorocaba SP X Mandaguari PR São Paulo SP X Cajamar SP X Contagem MG X Sorocaba SP X Santo André SP X Caieiras SP X São Paulo SP Farroupilha RS X Poços de Caldas MG Maringá PR X São Paulo SP X Mairiporã SP X Joinville SC X

Residencial

Site www.kanaflex.com.br www.kitacessorios.com.br www.kotek.com.br www.krj.com.br www.legrand.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.onixcd.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.polimetal.com.br www.proautomacao.com.br www.prysmiangroup.com.br www.reimold.com.br www.sob-brasil.com www.soprano.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.tcmterminais.com.br www.te.com/energy www.wabe.com.br www.wetzel.com.br

Comercial

Telefone (11) 3779-1670 0800 025 1588 (11) 3017-8797 (11) 2971-2300 (11) 5644-2508 (54) 4009-5255 (11) 4176-7878 (11) 2122-5777 (15) 3335-1382 (44) 3233-8500 (11) 3871-6420 (11) 4448-8000 (31) 3361-8982 (15) 3031-7400 (11) 4998-4169 (11) 3904-3554 (11) 5090-0030 (54) 2109-6363 (35) 3714-2660 (44) 3026-4317 (11) 2103-6095 (11) 4484-4147 (47) 3451-4033

Industrial

KANAFLEX KIT ACESSÓRIOS KOTEK KRJ LEGRAND MAGNANI MAGNET NUTSTEEL OBO BETTERMANN ONIX PHOENIX CONTACT

Principal segmento de atuação

Distribuidora

Empresa

Fabricante

A empresa é

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Pesquisa - Acessórios para Fios e Cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

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Fitas Isolantes

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Emendas

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Terminações

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Ferramentas para aplicação de conectores

SP SP SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP RJ SP SP SP SP PR SP SP SP SP RS SP RJ SP SP SP SP SP SP SP

Conectores

Estado

MÉDIA TENSÃO

Outros

Sumare Guarulhos Vinhedo Criciúma São Paulo Itu São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo São Paulo Cravinhos São Paulo Rio de Janeiro Campinas Guarulhos Embu das Artes São Paulo São José dos Pinhais São Paulo Franco da Rocha Guarulhos Rio Claro São Leopoldo Orlândia Rio de Janeiro Diadema Jundiaí Tatui São Paulo São Bernardo do Campo Olímpia São Paulo

Materiais para identificação de cabos

Cidade

www.3m.com.br/eletricos www.acabine.com.br www.adelbras.com www.agpr5.com www.automatus.com.br www.axt.com.br www.building.ind.br www.burndy.com www.coflex.com.br www.condvolt.com.br www.conimel.com.br www.connectwell.com.br www.contactus.net.br www.crmper.com.br www.dlight.com.br www.daisa.com.br www.dutoplast.com.br www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.calhasfacilit.com.br www.fastweld.com.br www.fischerweb.com.br www.frontec.com.br www.intelli.com.br www.hager.com.br www.hawser.com.br www.hellermanntyton.com.br www.hummel.com.br www.idealengenharia.com.br www.idealindustries.com.br www.incesa.com.br www.jdemitoeletrica.com.br

BAIXA TENSÃO

Materiais para amarração de cabos

Site

(19) 3838-7000 (11) 2842-5252 (19) 4009-7711 (48) 3462-3900 (11) 3368-6869 (11) 4025-1300 (11) 2621-4811 (11) 5515-7225 (11) 4330-3347 (11) 2296-9477 (16) 3951-9595 (11) 5844-2010 (21) 3593-5001 (19) 3246-1722 (11) 2937-4650 (11) 4785-5522 (11) 2524-9055 (41) 3383-9290 (11) 2098-0371 (11) 4447-1991 (11) 2425-7180 (19) 3522-7700 (51) 3201-2477 (16) 3820-1546 0800 724 2437 (11) 4056-7047 (11) 2136-9090 (15) 3322-7000 (11) 3287-0622 (11) 4314-9930 (17) 3279-2600 (11) 3459-4744

Autofusão

Telefone

3M ACABINE ADELBRAS AGPR5 AUTOMATUS AXT TERMINAIS BUILDING BURNDY COFLEX CONDVOLT CONIMEL CONNECTWELL CONTACTUS CRIMPER D´LIGHT DAISA DUTOPLAST ELOS EMBRAMAT FACILIT FASTWELD FISCHER FRONTEC GRUPO INTELLI HAGER ELETROMAR HAWSER CONEXÕES HELLERMANNTYTON HUMMEL IDEAL ENGENHARIA IDEAL INDUSTRIES INCESA J.DEMITO

FITAS ISOLANTES BT

Plástica

Empresa

Ferramentas para aplicação de conectores

BAIXA TENSÃO

Conectores

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69

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

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Ferramentas para aplicação de conectores

X

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Conectores

X X

Outros

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Emendas

X X X X X

X X

Terminações

4448-8000 3361-8982 3031-7400 4998-4169 3904-3554 5090-0030 2109-6363 3714-2660 3026-4317 2103-6095 4484-4147 3451-4033

SP RJ SP SP SP RS SP SP SP PR SP SP MG SP SP SP SP RS MG PR SP SP SC

MÉDIA TENSÃO

Fitas Isolantes

(11) (31) (15) (11) (11) (11) (54) (35) (44) (11) (11) (47)

Estado

Materiais para identificação de cabos

Cotia Rio de Janeiro São Paulo São Paulo São Paulo Caxias do Sul São Bernardo do Campo São Paulo Sorocaba Mandaguari São Paulo Cajamar Contagem Sorocaba Santo André Caieiras São Paulo Farroupilha Poços de Caldas Maringá São Paulo Mairiporã Joinville

BAIXA TENSÃO

Materiais para amarração de cabos

Cidade

www.kanaflex.com.br www.kitacessorios.com.br www.kotek.com.br www.krj.com.br www.legrand.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.onixcd.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.polimetal.com.br www.proautomacao.com.br www.prysmiangroup.com.br www.reimold.com.br www.sob-brasil.com www.soprano.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.tcmterminais.com.br www.te.com/energy www.wabe.com.br www.wetzel.com.br

Autofusão

Site

(11) 3779-1670 0800 025 1588 (11) 3017-8797 (11) 2971-2300 (11) 5644-2508 (54) 4009-5255 (11) 4176-7878 (11) 2122-5777 (15) 3335-1382 (44) 3233-8500 (11) 3871-6420

FITAS ISOLANTES BT

Plástica

Telefone

KANAFLEX KIT ACESSÓRIOS KOTEK KRJ LEGRAND MAGNANI MAGNET NUTSTEEL OBO BETTERMANN ONIX PHOENIX CONTACT PLP POLIMETAL PROAUTO PRYSMIAN REIMOLD SOB BRASIL SOPRANO SULMINAS TCM TERMINAIS TE CONNECTIVITY WABE CONECTORES WETZEL

Ferramentas para aplicação de conectores

Empresa

Conectores

BAIXA TENSÃO

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70

Aula prática

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Por Marcio Bottaro e Ivan Bueno Raposo*

Proteção contra arco elétrico Uma abordagem sobre a resistência ao arco elétrico e as novas tendências de avaliação de Equipamento de Proteção Individual (EPI) para efeitos térmicos

C

Commission (IEC). Merece destaque o

arco elétrico para tecidos e outros

comissão

envolvimento do país em grupos de trabalho

materiais empregados em vestimentas

de estudos CE- 32:006.04 – Luvas e

para determinação das metodologias de

de proteção, como o ATPV (Valor de

Vestimentas de Proteção – Riscos Térmicos,

ensaios para a determinação da resistência

Desempenho Térmico ao Arco Elétrico) e

do Comitê Brasileiro de Equipamentos

ao arco elétrico (do inglês Arc Rating). Esta

a EBT50 (Energia Limite de Rompimento),

de Proteção Individual (ABNT/CB32), a

participação certamente trará, em curto

que são a base da classificação dos

participação do Ministério do Trabalho e

prazo, benefícios no aspecto tecnológico

riscos e categorias de proteção dos

Emprego, da indústria têxtil e sua cadeia

e

e

EPIs, estabelecidos por regulamentos no

de fornecimento e suprimento, além do

científico, minimizando barreiras técnicas e

Brasil. Este novo indicador, ELIM (Incident

desenvolvimento do primeiro laboratório

promovendo interação e cooperação direta

Energy Limit – tradução livre: Energia

nacional de ensaios de vestimentas de

com grupos de especialistas internacionais.

Incidente

proteção contra efeitos térmicos de arcos

Dentre

elétricos, o Brasil tomou assento a partir de

em

om o desenvolvimento do arcabouço

normativo

fomentado

pela

de

desenvolvimento

industrial

Limítrofe),

traz

conceitos,

que

estão

dúvidas e questionamentos sobre como

figura

com

ficarão classificados no futuro os EPI da

2014 em importantes grupos de trabalho

importância especial a introdução de

categoria de proteção térmica ao arco

do TC78 da International Electrotechnical

um novo indicador de resistência ao

elétrico.

as

discussão

novidades na

IEC,


71

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Alguns conceitos de capacidade nominal ao arco elétrico (Arc Rating)

Dando enfoque mais direto à norma

de métodos de ensaios de vestimentas de proteção IEC 61482-1-1, temos alguns indicadores principais de conhecimento dos fabricantes e usuários de vestimentas de proteção:

ATPV (Arc Thermal Performance Value) O Valor de Desempenho Térmico ao Arco Elétrico (ATPV) é, por definição, um valor numérico de energia incidente atribuído a um produto ensaiado (expresso em kJ/m² ou mais comumente em cal/cm²),

Figura 1 – Projeto da “gaiola” de ensaio do IEE/USP.

que descreve suas propriedades térmicas de atenuação de um fluxo de calor gerado por um arco elétrico.

Resumidamente, a determinação do

elétrico são distribuídos três sistemas de moni­

ATPV é baseada em uma regressão logística

toramento simetricamente alinha­dos entre si

(binária) aplicada a dados obtidos durante

em um intervalo de 120° para colocação das

ensaios de tecidos e outros materiais

amostras a serem caracterizadas.

Dentro do espaço de produção do arco

submetidos a arcos elétricos com diversas energias sob condições controladas. Mas como isso é feito na prática? O dispositivo de ensaio indicado pela IEC 61482-1-1 para determinação do ATPV consiste em um circuito em forma de “gaiola”, como normalmente chamada no Brasil, com geração de arco elétrico vertical em um espaço de 30 cm entre eletrodos, a uma corrente de 8 kA por intervalos de tempo variáveis, que determinarão a energia aplicada em cada bateria de ensaios. Para se ter uma ideia da correlação, o arco elétrico de calibração é efetuado em dez ciclos de rede (aproximadamente 167 ms) e resulta em uma energia incidente, a 30 Figura 2 – Projeto de disposição dos painéis e sensores externos na “gaiola” de ensaio no IEE/USP.

centímetros do centro do arco, da ordem de 7,5 cal/cm². A disposição física do circuito de ensaio tem como principal objetivo confinar o arco elétrico de forma

a evitar dispersões muito grandes durante

com

As amostras são posicionadas em painéis

sua produção, já que é muito difícil

de energia transmitida pelo corpo de

manter o arco exatamente alinhado em

prova (tecido) e adjacentes aos painéis

sua posição vertical durante o fenômeno

são

produzido no ensaio.

monitoramento da energia incidente do arco.

dois

sensores

posicionados

de

dois

monitoramento

sensores

de


Aula prática

72

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Figura 3 – Projeto dos painéis para ensaios de tecidos e calorímetros externos no IEE/USP.

Os calorímetros utilizados nos painéis e

empírico capaz de prever queimaduras de

sensores externos são basicamente discos

segundo grau pela relação da quantidade

de cobre de grau elétrico com termopares

de energia transferida ao tecido humano e

acoplados mecanicamente aos mesmos

o tempo de exposição. Desta comparação

de forma conveniente para detecção das

é deduzida a queima ou não do tecido

variações de temperatura que, por meio de

por meio de comparação direta: quando

cálculos utilizando-se a capacidade de calor

a curva de energia transmitida extrapola a

específica do cobre, serão convertidas em

curva de Stoll, ocorre queima (1); quando a

energias entregues aos transdutores, sejam

curva de energia transmitida não extrapola

estas transmitidas (sensores no painel) ou

a curva de Stoll, não ocorre queima (0).

incidentes (sensores externos adjacentes

Um grande problema na determinação da

ao painel).

queima ou não do tecido humano está no são

intenso ruído eletromagnético transmitido

comparadas com a curva de Stoll, um

pelos sensores termopares durante o arco

conjunto de dados baseados em um modelo

elétrico. Este ruído requer um trabalho de

As

energias

transmitidas

Figura 4 – Gráfico com dados de probabilidade de queima (E), regressão logística (linha vermelha) e zona mista destacada (região em verde).


73

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

filtração eletrônica e matemática, e, no Instituto de Energia e Ambiente (IEE/USP), foi desenvolvido utilizando-se a plataforma de instrumentação virtual LabVIEW.

As energias incidentes, por sua vez,

são as variáveis independentes para cada condição de queimadura ou não em um gráfico de iterações binárias. A cada ensaio um arco elétrico é produzido sob condições controladas e amostras de temperatura são coletadas pelos sensores calorímetros dos painéis e sensores externos, devidamente convertidas em energia (calor). No mínimo, 20 amostras devem ser adquiridas, dessa forma, a menor bateria de ensaios é composta de sete arcos elétricos de 8 kA com tempos variados.

Neste gráfico da Figura 4 é possível

delinear uma região denominada zona mista, onde os efeitos de queima ou não variam de forma binária e aleatória entre 0 (zero) e 1 (um). Isso ocorre pelas características do corpo de prova e suas propriedades de resposta térmica ao fenômeno ensaiado. A zona mista abrange a área delimitada pelo ponto de menor energia incidente com resposta 1 (um – queima) e o ponto de maior energia incidente com resposta 0 (zero – não queima), em uma sequência crescente de energias incidentes. Efetuando-se sobre

estes

a

regressão

dados

logística

(equação

1),

determina-se o ATPV, valor que representa uma energia incidente que resulta em uma probabilidade de queima de 50% do tecido humano. 1 p(x) = (1) 1+e(−a−bx)

Em que x é a variável independente

(energia), a e b são o intercepto e o coeficiente de regressão, respectivamente. Quando p = 0,5 (50 %), x = |a/b|.

As incertezas destes processos ainda

foram pouco exploradas e a equipe de

pesquisadores

do

IEE/USP

vem

trabalhando neste tema em paralelo ao desenvolvimento do projeto de pesquisa do laboratório.


74

Aula prática

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

EBT50 (Breakopen Threshold Energy)

Discussões e conclusões

definido como valor numérico de energia incidente atribuída a um produto (expressa em kJ/m² ou em cal/cm²), abaixo da qual

A avaliação e a determinação da

A Energia Limite de Rompimento

não existe qualquer energia que extrapole

resistência ao arco elétrico ainda são

(EBT50)

a curva de Stoll, ou mesmo qualquer

efetuadas com base no ATPV e EBT50,

incidente suficiente para causar, com uma

evidência de rompimento.

conforme as prescrições vigentes da IEC

probabilidade de 50%, o rompimento do

O mesmo critério de amostragem (ao

61482-1-1 e outras normas ASTM. A

espécime sob ensaio (corpo de prova). O

menos 20 corpos de prova) é empregado

introdução do ELIM deve ser concretizada em

EBT50, assim como o ATPV, é expresso em

na determinação do ELIM. Este parâmetro

2016, quando, provavelmente, a nova edição

kJ/m² ou mais comumente em cal/cm².

é calculado como a média aritmética das

da norma IEC será publicada. A discussão

é

designada

como

energia

de

três maiores energias incidentes abaixo

sobre o impacto do ELIM ainda não está

avaliação do EBT50 é equivalente ao ATPV,

da zona mista, ou seja, imediatamente

sendo objeto da comissão de estudos CE

no entanto, após cada arco elétrico,

inferiores à primeira probabilidade 1 (um)

32:006.04, mas em breve, com a circulação

as três amostras submetidas aos seus

de queima. Cabe ressaltar que não pode

para votação do primeiro “draft” oficial desta

efeitos térmicos, são inspecionadas para

ocorrer rompimento (furos) nesta condição.

norma, a participação de nossos especialistas

evidências de furos, com área de pelo

Na condição de inexistência de zona mista,

no MT 61482-1-1 será fundamental para

menos 300 mm² ou 25 mm em qualquer

que pode ocorrer em alguns ensaios, o ELIM

a contribuição com voto nacional neste

dimensão linear, que evidenciam a queima.

é determinado como a média aritmética

projeto. Desde 2014, quando o Brasil de fato

O processo ocorre paralelamente à

das três maiores energias incidentes sem

passou a ter representatividade neste time

determinação do ATPV e tem as mesmas

ruptura ou queima na avaliação por Stoll.

de manutenção da IEC, várias contribuições

energias

foram feitas e muitas discussões têm sido

Na

verdade,

o

procedimento

incidentes

como

variáveis

A Figura 5 ilustra os pontos adotados

independentes na análise. Muitas vezes

para determinação do ELIM em um

levadas ao comitê nacional neste âmbito.

o EBT50 não pode ser determinado e no

exemplo hipotético. A regressão logística

ensaio é obtido apenas o valor de ATPV.

é apresentada somente para comparação,

conservador e, consequentemente, inferior

Podem ocorrer evidências dos dois em

mas, no cálculo de ELIM, é desprezada.

de resistência ao arco elétrico, traz receio a

uma mesma bateria de ensaios, com,

No exemplo apresentado na Figura 5,

fabricantes e usuários. O temor de reduzir

eventualmente, um ou mais arcos além dos

é facilmente verificado que ELIM terá um

um indicador de desempenho ou ainda de

sete minimamente prescritos por norma,

valor inferior ao ATPV (energia em 50 %), o

pressupor uma vestimenta mais pesada

ou ainda, o surgimento de furos sem que

que o torna mais conservador na prescrição

para uma mesma atividade desempenhada

se consiga determinar o ATPV. Ambos,

de resistência ao arco elétrico para um EPI.

anteriormente com um EPI mais leve são

O ELIM, a priori, por indicar um valor mais

convergindo ou não em resultados por regressão logística, devem ser apontados nos relatórios de ensaios.

ELIM (Incident Energy Limit)

O ELIM chegou ao conhecimento do

ABNT/CB32 na primeira reunião técnica do MT 61486-1-1 (Grupo de trabalho internacional onde hoje o Brasil tem membros ativos) em janeiro de 2014. Na ocasião, os membros do ABNT/CB32 atuaram

diretamente

como

membros

participantes e também como membros observadores. A ideia do ELIM foi motivada pela Comunidade Europeia em função da não aceitação da probabilidade de queima ou rompimento em 50% apresentada pelas respectivas unidades de Resistência ao Arco Elétrico ATPV e EBT50. O ELIM pode ser

Figura 5 – Gráfico com dados de probabilidade de queima (E), regressão logística (linha vermelha), zona mista destacada (região em verde) e dados para cálculo do ELIM (apontados pelo quadro azul).


75

Figura 6 – Laboratório de ensaios de vestimentas do IEE/USP.

algumas das dúvidas que todos apresentam

térmicos de arcos elétricos. Este laboratório

no momento. A boa notícia para todos é

hoje é praticamente uma realidade e

que os outros parâmetros de resistência

encontra-se em fase final de desenvolvimento

ao arco elétrico permanecem apontados

e validações de processos e métodos.

na normativa técnica, cabendo a cada

Este laboratório permitirá, em breve,

legislação, de cada país ou comunidade,

a atuação nas investigações práticas dos

estabelecer qual será seu referencial.

impactos do ELIM e outras novidades que

Uma importante vantagem do Brasil, que

possam surgir no arcabouço normativo

o capacita hoje como um dos importantes

futuro, possibilitando também uma maior e

membros deste time, é o desenvolvimento

melhor atuação das empresas do segmento

do laboratório nacional de avaliação de

nas discussões e proposições aos comitês

vestimentas. Em dezembro de 2013, a

internacionais, nos colocando no mesmo

Petrobras e a Universidade de São Paulo,

patamar dos membros de outros países que

representada pelo Instituto de Energia e

já contam com laboratórios de referência no

Ambiente (IEE), firmaram acordo por meio

hemisfério norte.

de projeto de Pesquisa e Desenvolvimento voltado à estruturação laboratorial para o

*Marcio Bottaro e Ivan Bueno Raposo são

desenvolvimento do Laboratório de Ensaios

pesquisadores do Instituto de Energia e Ambiente

de Proteção de Vestimentas contra efeitos

da Universidade de São Paulo (IEE/USP).


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Por Normando Alves*

A captação em edificações com altura superior a 60 m

Como anteriormente apresentado, a nova ABNT NBR 5419:2015 trouxe diversas novidades em relação à versão anterior. Boa parte dessas mudanças que demandam novos olhos não apenas para a avaliação da necessidade da proteção, mas também de quais novos parâmetros deverão ser analisados a fim de melhorar o nível dos projetos e das instalações de modo a minimizar os riscos de danos pessoais, materiais, com perda de informação, etc., está na parte 2 (análise e gerenciamento de risco). Entre

esses

parâmetros

pode-se

destacar o cálculo da área de exposição, em que deve ser aplicado o triplo da altura Figura 1 (Figura A.4 da parte 3) – Proteção lateral adicional nos últimos 20% das fachadas até o topo da edificação, obedecendo, no mínimo, aos critérios para SPDA classe IV.

da estrutura (3H), fazendo com que essa área de exposição seja substancialmente aumentada. A experiência tem mostrado que essa mudança faz com que edificações muito extensas (shopping centers) e muito

A seguir são apresentadas fotos de um

altas (torres comerciais ou residenciais)

shopping center com altura superior a 60 m

exijam uma proteção mais consistente,

e que teve suas colunas de concreto armado

sugerindo uma forte tendência de utilização

protegidas contra o impacto de descargas

da classe I no SPDA.

atmosféricas laterais através da instalação de

A preocupação com a proteção de

barras de alumínio adicionais.

estruturas de altura elevada está clara

na Figura 1 (representação da Figura A.4

tinha como objetivo principal a proteção da

da parte 3 da ABNT NBR 5419), em que

estrutura, uma vez que ela fora projetada e

são mostradas recomendações especiais,

instalada com a utilização de componentes

complementares para edificações com

naturais do concreto armado (garantindo

altura superior a 60 m, uma vez que

sua continuidade elétrica), mas sim com a

o número de impactos das descargas

segurança na parte inferior, onde estilhaços

atmosféricas de topo ou nas laterais é

de concreto oriundos de uma descarga

estatisticamente superior às edificações

atmosférica lateral pudessem aumentar os

com alturas até 60 m.

riscos de danos materiais e de acidentes com

Neste caso, a instalação das barras não


77

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Figura 2 – Fotos 1, 2 e 3 indicam a proteção adicional complementando o SPDA externo inicialmente projetado.

pessoas, inclusive, oferecendo risco de morte. Nota-se nas fotos a existência de elementos metálicos (chapas de aço inox) em nível mais interno ao das quatro colunas de concreto armado que estão mais externas, daí a constatação da necessidade de proteção adicional para essas colunas, pois estão mais expostas e, consequentemente, vulneráveis às descargas atmosféricas laterais.

Em outra situação, a Figura 3 mostra um

desenho de projeto já considerando a proteção contra descargas atmosféricas laterais dos 20% da altura total a partir do topo do prédio. Nesse caso, a ideia é mostrar que, apesar das certas dificuldades financeiras e executivas, é possível atender às exigências da norma. Na Figura 2, os condutores de descida e anéis intermediários não estão desenhados, pois se trata de uma instalação com aproveitamento das armaduras eletricamente contínuas do concreto. Vários

outros

exemplos,

além

dos

mostrados neste trabalho, em que as condições naturais da fachada ou massas metálicas adicionadas com outras utilidades podem, com poucas intervenções a fim de

Figura 3 – Croqui mostrando a proteção adicional dos 20% da altura total a partir do topo do prédio.

adequá-las às exigências da norma, funcionar captação

devida análise, podem ser incorporados

*Normando Virgilio Borges Alves é membro

adicional. Podem ser citados: molduras de

ao sistema de proteção adicional visando

da comissão que revisou a norma ABNT NBR

pele de vidro, guarda corpo chumbado na

a interceptar as descargas atmosféricas em

5419 e diretor de engenharia da Termotécnica

estrutura, breezes metálicos, etc. Todos, após

prédios com altura superior a 60 m.

Para-raios.

como

elementos

naturais

de


78

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Por Eduardo Daniel*

Consequências do descaso com a ABNT NBR 5410 Enquanto a Comissão de Estudos 03:64-

por meio de uma “tomada também

ligados ao que se perdeu, sem considerar

001 de instalações elétricas de baixa tensão

dimensionada à potência do chuveiro” (sic) e

a vida humana que não tem preço. Pelos

da ABNT CB 03 não inicia suas atividades em

com disjuntores no local da instalação, tudo

dados publicados (Jornal O Globo, edição

2016, prevista para o começo de fevereiro,

isso com imagens gravadas no laboratório

de 21/01/2016), o investimento até a

é importante investirmos algum tempo na

da entidade. Ninguém falou sobre o

inauguração do Museu em 2006, entre o

análise da criticidade e, ao mesmo tempo,

dispositivo DR e nem foi dito que existe

restauro do prédio, pesquisa, criação e

do descaso, com que a qualidade das

uma norma técnica que rege a instalação

implantação, foi de R$ 37 milhões, em um

instalações elétricas é tratada no Brasil. E isso

(nossa tão desprezada ABNT NBR 5410)

projeto conjunto do Governo do Estado

começa pelo desconhecimento generalizado

e que ela não permite o uso de tomadas

de São Paulo e a Fundação Roberto

das condições mínimas exigidas pela norma

ou dispositivos de manobra e proteção

Marinho. Depois da tragédia, o mesmo

ABNT NBR 5410, que tem sua atual versão

instalados no volume de segurança em que

jornal cita que o seguro contratado no

de 2004 sendo revisada.

se encontra o chuveiro. Se os instrutores

valor de R$ 45 milhões “ajudará nos gastos

Neste final de ano de 2015, ocorreram

têm esse nível de conhecimento, o que

com a restauração”. Em nova parceria

dois fatos que podem ilustrar bem essa

esperar dos pobres mortais (literalmente)

com a iniciativa privada, o Museu será

afirmação. No primeiro, ocorrido em uma

que utilizam as instalações e são vítimas de

reconstruído e implantado a um custo

residência, uma senhora idosa sobreviveu

instaladores e curiosos por eles treinados?

ainda não divulgado. Tudo isso poderia

a um choque elétrico no chuveiro, cujas

Mas os acontecimentos não pararam por

ter sido evitado ou, com certeza, mitigado

condições, mostradas em reportagem de

aí, tivemos também em dezembro o infeliz

se a norma de instalação tivesse sido

uma das emissoras líderes da televisão,

incêndio do Museu da Língua Portuguesa,

seguida, pelos dados divulgados até agora.

evidenciaram a felicidade da vítima em sair

que causou a morte de um bombeiro civil

Considerando a hipótese do curto-circuito,

ilesa da vergonha em que se encontrava

e a destruição do edifício do Museu e que

é cedo para saber se houve erro de projeto

a

comum,

quase (por felicidade não ocorreu) destruiu

(por exemplo, não existiam dispositivos de

mas pouco noticiada. O pior, no entanto,

também o edifício da Estação da Luz. Além

proteção contra curto circuito?), falta de

não se resume à pobre manutenção ou

do caos no sistema ferroviário e metroviário

manutenção (por que eles não atuaram no

ausência dela nas condições da instalação.

da cidade, tratam-se de dois edifícios

caso do curto-circuito?), erro na montagem

A reportagem, acredito que, até pela

históricos cuja perda é irreparável. Sem falar

da exposição (as fotos originais do local

consciência da importância de divulgar

do acervo, neste caso, quase todo digital

mostram redes de tecido bem próximas a

as

instalação.

Situação

muito

um

e guardado na “nuvem”, para a felicidade

potenciais pontos quentes da iluminação).

“especialista” que ministra cursos técnicos

da cultura brasileira já tão deficiente. Até o

Além disso, por ser um local de alto valor

de instalações elétricas em uma das

momento, de acordo com as publicações

histórico e de grande afluência de público

mais renomadas organizações nacionais

da imprensa, já que o laudo final ainda não

– e tudo de mais importante que podemos

(incluindo uma camiseta da entidade), que

foi finalizado, a causa primária teria sido um

imaginar para um museu – por que não se

mostrou o que deveria ter sido feito, com

curto-circuito em uma luminária de um dos

fez uma verificação final das instalações

o dimensionamento correto dos condutores

salões de exposição. Circunstancialmente, o

elétricas, como especifica o capítulo 7 da

que alimentavam o chuveiro (até aí, o

museu estava fechado para visitantes, caso

ABNT NBR 5410? Para esse tipo de local,

correto), a conexão dos condutores da

contrário, a tragédia poderia ter tido mais

a verificação deveria ser periódica, já que o

instalação com os condutores do chuveiro

vítimas. Vejamos os números assustadores

ambiente é dinâmico e repleto de situações

condições

corretas,

procurou


79

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

de risco ao acervo e ao público.

Enquanto isso, a única Portaria existente

de certificação das instalações de baixa tensão, a Portaria 51/2014, ainda é voluntária porque no país não está definido um órgão regulamentador para as instalações elétricas e o próprio Inmetro somente pode definir requisitos aplicáveis aos organismos candidatos à acreditação ao escopo dessa Portaria. Ela não define (porque não pode) como seria a fiscalização das instalações, já que o processo é voluntário, como se a segurança das pessoas, dos bens materiais e culturais fosse também voluntária. Atuando há quase uma década na certificação real de uma centena de instalações no Brasil, posso estimar o investimento necessário para a certificação do agora destruído Museu da Língua Portuguesa, em cerca de R$ 30 mil, considerando todas as etapas previstas na Portaria Inmetro 51/2014, ou seja, menos de um milésimo do valor do investimento inicial feito até 2006 e menos que isso ainda do valor da reconstrução. Enquanto não aprendermos o signi­ ficado da palavra segurança, de cumprir normas técnicas, de ações preventivas, gastaremos

dinheiro

reconstruindo.

A

França, por exemplo, entre uma grande quantidade de países, já possui há uns pares de anos legislação específica para instalações elétricas de edifícios tombados, locais com acervos culturais, além de casas, apartamentos, edifícios comerciais e residenciais desde a década de 1960. O Governador de São Paulo informou que pretende criar um Conselho independente para

acompanhar

os

trabalhos

de

reconstrução, espero que os argumentos acima sirvam para mostrar ao Conselho a importância de se avaliar as instalações elétricas e de outras modalidades críticas à segurança. E pensar que tudo começa em se escrever uma norma técnica confiável. *Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa a norma de instalações de baixa tensão ABNT NBR 5410.


80

Energia sustentável

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Ainda sobre 2015 Quando você, leitor, se deparar com

falar do acordo climático da histórica COP21

não, mas é um início);

esta coluna, já estará em 2016, talvez mais

(encerrada em Paris em 12 de dezembro),

relaxado após as férias e implementando suas

valendo a partir de 2020. Apesar da clara

capacidade de adaptação e da resiliência,

resoluções de ano novo.

sensação de insuficiência, ele uniu pela primeira

redução da vulnerabilidade às mudanças

Outros temas – como melhoria da

Eu, escrevendo esta coluna no final de

vez todos os 195 países no combate ao

climáticas e transferência de tecnologias –

dezembro de 2015, ainda estou perplexo com

aquecimento global, o que o torna um avanço

foram abordados, porém, sem ações ou metas

este ano histórico, de exposição extraordinária

histórico. Os principais pontos foram:

concretas.

de desvios de conduta e malfeitos, de

É importante relatar também os esforços

benefício

Trata-se de um acordo relacionado à

individual, de banho de realismo econômico

Convenção sobre Mudanças Climáticas de

não governamentais e empresariais durante a

após anos de decisões equivocadas. Se era

1992 (menos comprometedor do que um

COP21, através de um exemplo: Bill Gates,

para lavar a alma com banho de sangue e

protocolo ou tratado), com partes obrigatórias

ao lado de líderes de Estado de todo o

lama, faltou ter nos avisado antes.

e outras recomendadas;

mundo, Marc Zuckerberg (Facebook), Jack Ma

E a lama do acidente da mineradora

Teto de aumento de temperatura global

(Alibaba) e Jeff Bezos (Amazon) anunciaram a

Samarco foi grande:

“bem” abaixo de 2 °C, com esforços para

criação da “Break-through Energy Coalition”,

atingir 1,5 °C acima dos níveis da era pré-

fundo de U$ 7 bilhões para desenvolver novas

- Perdas para as comunidades: mais de dez

industrial;

tecnologias de energia limpa.

pessoas mortas, muitos desabrigados, mais de

Balanço entre emissões e retiradas de

É bonito ver que, apesar do mar de

200 mil pessoas sem água em várias cidades

gases de efeito estufa na segunda metade do

lama e egoísmo, existem muitas pessoas

de Minas Gerais e Espírito Santo;

século XXI;

interessadas, preocupadas e contribuindo para

- Perdas de ecossistema e biodiversidade –

a melhoria do planeta, da humanidade e das

15 km² de vegetação destruída, 663 km de

global das metas a cada cinco anos;

gerações futuras, e cito um exemplo simbólico:

rios afetados diretamente, nove toneladas

Ações nacionais obrigatórias, mas sem

no nascimento de sua primeira filha, o mesmo

de peixes mortos no Rio Doce, dezenas de

metas especificas para cada um, o que

Mark Zuckerberg e sua esposa anunciaram que

quilômetros de praias no litoral do Espírito

tira comprometimento do caminho para se

vão doar 99% de suas ações do Facebook,

Santo contaminados – o Ibama estima em

atingir a meta de temperatura (por exemplo,

no decorrer de sua vida, para projetos de

dez anos o tempo de recuperação do meio

com as atuais metas nacionais propostas

educação, saúde, conexão de pessoas e

ambiente;

por cada país para esta COP21, esta meta

fortalecimento de comunidades. “Hoje, sua

- Risco de falência da empresa, com produção

global estaria muito longe de ser atingida). O

mãe e eu estamos nos comprometendo a

parada, multas (R$ 367 milhões), indenizações

acordo define que os países desenvolvidos

passar nossas vidas desempenhando um

(acordo de R$ 1 bilhão com governos e

devam liderar a redução de emissões, mas os

pequeno papel na ajuda para resolver esses

ministério público, mas as estimativas de

países em desenvolvimento também devem

desafios”, ele declarou (possivelmente será

perdas são de R$ 14 bilhões, motivo para

se esforçar para isto. E que os países devem

vantajoso para os negócios e os impostos,

ação civil pública de R$ 20 bilhões), perdas de

perseguir definir e comunicar uma estratégia

mas de qualquer maneira, a iniciativa é muito

mais de US$ 20 bilhões na bolsa de valores

de longo prazo para baixas emissões (vago);

bem-vinda).

das acionistas da Vale e BHP Billiton com

bloqueio de seus bens.

dos

em

Esperando que o mar e as chuvas lavem a

Sem mais clima para falar de impeachment,

desenvolvimento a partir de 2020, com relatos

nossa alma e a do planeta. E que o espírito

crise econômica, corrupção e acidentes, vamos

a cada dois anos (suficiente? Possivelmente

colaborativo avance!

distorções

da

realidade

para

Comunicação de cada país e balanço

US$ 100 bilhões anuais de ajuda países

desenvolvidos

àqueles

Levo este pensamento para o novo ano!



82

Instalações MT

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Por que ter redes inteligentes? Nos nossos últimos contatos, temos

Grid / Smart City de uma conceituada

todos os clientes adimplentes?

abordado o tema “redes inteligentes”,

distribuidora mostrou também que os

tentando identificar pontos positivos e

ganhos do projeto nunca teriam retorno

que de fato incentivem o investimento em

respectivos ganhos que justifiquem o que

considerados os custos de capital no país

tecnologia, serão necessários cuidados

será gasto. Em um momento em que a

(culpa do preço elevadíssimo pago por

ao adquirir sistemas e engenharia para

tarifa para o cliente cativo está na casa dos

uma especificação técnica inadequada?).

garantir resultados positivos.

1.000,00 R$/MWh (incluindo bandeiras

e todos os impostos, pois é assim que

venha a ser implementada de forma a

poucos, exigindo mais e mais inteligência e

o consumidor vê o preço da energia),

viabilizar projetos de AMI (infraestrutura

automação na gestão de uma distribuidora

não se pode sacrificar as já sufocadas

avançada de medição) deve obrigar que

de energia elétrica. Um destes fatores é,

distribuidoras com aventuras como a de

estes

uma

sem dúvida, a geração distribuída, seja

instalar medidores caríssimos que não

gestão bem eficiente, de maneira que se

qual for a fonte considerada renovável, já

trarão aumento de receita (pelo que vimos

garanta apuração correta dos resultados,

que a leitura e a operação se tornam mais

anteriormente, será exatamente o contrário).

mesmo que estes não sejam positivos.

complexas justificando uma instalação

Assim, qualquer política pública que

sejam

acompanhados

por

Assim, é que, além de políticas públicas

Claro que alguns fatores vão, aos

Talvez uma das formas seja “convidar”

pontual de medição remota e que permita

clientes da distribuição tendem a se tornar

os fornecedores a serem parceiros nesta

também adquirir dados para uma operação

livres, o que trará ainda mais problemas ao

jornada e propor que somente o projeto

do sistema mais rápida e segura.

mercado cativo.

implementado pague os medidores, as

Até porque, no médio prazo, os grandes

Com a tarifa de energia nas alturas,

Também não são poucos os motivos

instalações, os softwares e os demais

não há como segurar isto e, aos poucos,

pelos quais se tem algum receio de que

custos associados com os resultados

os projetos vão se avolumando apesar do

a equação não se feche e o retorno do

efetivamente alcançados.

maior custo do material importado.

capital investido não venha a ocorrer

Mas

nunca.

como, por exemplo, implementar AMI sem

passados, nenhuma aventura que possa

Uma constatação que nos permite

a função de corte e religação remotos,

ser em sentido contrário ao da modicidade

ser mais críticos é que, tanto no Canadá,

uma das ferramentas mais eficazes para

tarifária pode ser feita, pois os clientes

como na Inglaterra, autoridades públicas,

minimizar perdas não técnicas (PNT) e

cativos já estão esmagados pelos custos

após estudos do que foi implementado,

erradicar a inadimplência.

elevados da nossa energia.

declararam que os alegados ganhos não

ocorreram na intensidade projetada e que

estes dois flagelos, perdas não técnicas

seu capital e esforço de gestão nas

os custos, ao contrário, foram sempre

e inadimplência? Os empreiteiros que

distribuidoras, precisam de lucros para

subestimados de tal forma que, ao final, se

alugam mão de obra para serviços em

seguir adiante. Não garantir isto significa

jogou dinheiro pela janela!

campo? Não deveria prevalecer o interesse

que um novo patamar tecnológico nas

Aqui no Brasil, numa primeira avaliação

maior de resultados reais que contribuam

distribuidoras está longe de ser real por

de resultados da experiência de Smart

para uma tarifa mais baixa, beneficiando

estas bandas.

Isto impediria decisões inadequadas

A quem interessaria manter em alta

Os

hoje,

mais

investidores,

que

em

que

tempos

colocam



84

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Efeitos dos esforços causados pelas descargas atmosféricas em componentes de um DPS Basicamente, esses esforços dependem

a carga da componente de longa duração

energia considerado aqui é relacionado aos

do tipo de DPS considerado, com atenção

da corrente pode ser desprezada em muitos

próprios esforços impostos pela descarga

especial à presença ou ausência de certos

casos, dependendo da configuração do

atmosférica. Entretanto, para DPS conectado

componentes.

esquema de aterramento (TN, TT ou IT)

aos sistemas de fornecimento de energia, a

Quando um centelhador compõe o DPS,

utilizado no circuito onde o DPS está instalado.

corrente subsequente injetada no dispositivo

ele está sujeito basicamente a dois tipos de

- A duração do impulso de corrente controla

pelo sistema de potência imediatamente

fenômenos que levarão este componente ao fim

o fenômeno de transferência de calor para

após a passagem da corrente impulsiva pode

de sua vida útil devido aos efeitos relacionados

a massa do eletrodo e a consequente

também contribuir para a queima do varistor.

com os principais parâmetros da corrente da

propagação da frente de onda de fusão.

- A instabilidade térmica sob a tensão aplicada

descarga atmosférica: a erosão dos eletrodos

- A energia específica do impulso de corrente

relativa ao coeficiente de temperatura negativo

que formam o gap, causada por aquecimento,

determina a auto compressão magnética do

das características volt-ampère dos resistores

e os esforços mecânicos oriundos da onda

arco e a física dos jatos de plasma no eletrodo

é a segunda causa de dano. Para a simulação

de choque do raio. Neste caso espera-se que

desenvolvidos na interface entre a superfície do

de sobrecarga de varistores de óxido metálico,

um DPS com centelhador seja ensaiado pelo

eletrodo e o arco (os quais podem expelir uma

o parâmetro principal a ser considerado é a

fabricante de maneira que o centelhador seja

significante quantidade de material fundido).

carga, a qual determina a entrada de energia

solicitado mais próximo possível dos parâmetros

Os valores considerados são pertinentes à

no bloco do resistor de óxido-metálico,

mais críticos de corrente impulsiva, isto é, todos

primeira componente positiva do raio.

considerando a tensão residual constante.

Descargas disruptivas e trincas são causadas

os parâmetros adequados devem ser aplicados por meio de um estresse elétrico único.

Já se o DPS contém varistores de

pela amplitude dos impulsos de corrente que excederem as capacidades dos resistores.

São cinco os parâmetros que devem

óxido metálico, os esforços causados pelas

ser considerados: o valor de pico, a carga,

descargas atmosféricas podem ser divididos

a duração, a energia específica e a taxa de

em duas categorias principais: sobrecarga

subida do impulso de corrente.

e descarga disruptiva. Cada categoria é

atmosférica, dois parâmetros principais devem

Para a simulação do fenômeno da descarga

caracterizada pelos modos de falha gerados

ser considerados: o valor máximo e a duração

- O valor de pico de corrente determina a

por diferentes fenômenos e envolvidos com

do impulso de corrente.

severidade da onda de choque. Os valores

diferentes parâmetros. A falha de um varistor

numéricos a serem considerados são aqueles

de óxido metálico é relacionada com as suas

- O valor máximo do impulso de corrente

pertinentes à primeira componente positiva do

características mais fracas, sendo, portanto,

determina, por meio do nível de tensão residual

raio.

improvável que ocorra simultaneidade entre

correspondente, se o esforço dielétrico

- A carga determina a entrada de energia no

diferentes esforços danosos, assim, é aceitável

máximo na isolação do resistor é excedido. Os

arco. A energia do arco é responsável por

realizar ensaios separados para verificar o

valores numéricos a serem considerados são

aquecer, fundir e possivelmente vaporizar

comportamento em cada condição de falha.

aqueles pertinentes à primeira componente positiva do raio.

parte do material do eletrodo no ponto de contato do arco. Os valores numéricos a

- Sobrecargas são causadas por uma

- A duração dos impulsos de corrente

serem considerados são aqueles pertinentes

quantidade de energia absorvida que excede

determina a duração da aplicação dos

à descarga atmosférica completa. Entretanto,

a capacidade do dispositivo. O excesso de

esforços dielétricos na isolação do resistor.


Proteção, automação e controle

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

85

Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. É diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br

Entre evoluções e revoluções Quando

começamos

a

analisar

as

microprocessadores, a era dos computadores

proposital ou apenas seguindo uma tendência

hoje

se

provocou uma drástica mudança no mundo, e

da sociedade ou do mercado, embarcando

apresentam disponíveis para nós, geralmente

no sistema elétrico não foi diferente. Cada vez

no uso dessa nova tecnologia, resultado da

ouvimos expressões como se estivéssemos

mais os Controladores Lógicos Programáveis

explosão das comunicações em todos os níveis

passando por uma revolução. E as revoluções

(CLPs) eram utilizados para o controle de

de nossa vida. Hoje qualquer cidadão pode ter

acontecem e alteram sensivelmente nossa

processos industriais. Rapidamente, os relés

no bolso mais poder de comunicação, memória

forma de ver e agir.

de proteção evoluíram para os Dispositivos

e capacidade de processamento que o pessoal

inovações

tecnológicas

que

Na primeira etapa da Revolução Industrial

Eletrônicos Inteligentes (IED - Intelligent

do Programa Apollo teve à disposição para

tudo era mecânico e o aprimoramento das

Electronic Devices) que, comparados aos

alcançar a lua.

máquinas a vapor contribuiu para a continuação

equipamentos de proteção eletromecânicos e

da Revolução. O aparecimento da energia

estáticos, apresentam um caráter multifuncional

foram projetados para emular os sistemas

elétrica, no final do século XIX, provocou a

relacionado não apenas às funções de proteção,

convencionais de proteção, automação e

segunda etapa da Revolução Industrial, dando

mas também a muitas funções adicionais.

controle, embarcaram nessa revolução da

início à implantação de sistemas de energia

O uso destes novos dispositivos permitiu

comunicação que hoje tendem a substituir

elétrica e, em seguida, dos sistemas de

que os projetos se tornassem mais inteligentes,

a caixa, o elemento físico no painel, por um

proteção, automação e controle.

dotados de ferramentas de melhorias nos

aplicativo com a funcionalidade distribuída na

Nesta fase, os primeiros equipamentos

processos de planejamento, operação e

rede e na comunicação.

de proteção utilizavam tecnologia mecânica

manutenção. Mas sua aceitação e uso em

ou eletromecânica. Apesar de bastante

larga escala não foram fáceis. Enquanto

IEC 61850, tornando-se o padrão para a

simples, se comparados com os dispositivos

profissionais tentavam divulgar os benefícios

comunicação na indústria de energia elétrica,

atuais, eles evoluíram bastante ao longo dos

da nova tecnologia, aliados a fabricantes que

definindo diferentes métodos de comunicação

anos, sendo largamente utilizados. Muitos

apresentavam novos dispositivos e sistemas,

e utilizando diversos protocolos para diferentes

deles podem ser vistos em milhares de

outros defendiam os relés eletromecânicos

tipos de tráfego sob a rede Ethernet, inclusive

subestações por todo o mundo.

como solução única para um sistema de

para a transmissão de valores medidos de

A primeira grande evolução ocorreu com o

proteção e automação. Apenas depois de

corrente e de tensão dos transformadores de

desenvolvimento da eletrônica, com a invenção

aproximadamente duas décadas a utilização de

corrente (TC) e potencial (TP) via rede.

do transistor e de outros componentes

IEDs tornou-se comum.

Este não é um cenário futurista. Uma

eletrônicos. Com eles, o sistema de proteção

De fato, os relés eletromecânicos não

subestação digital onde os cabos de cobre

e automação passa para um estágio mais

pararam de funcionar de uma hora para outra.

usados para trazer correntes e tensões para os

avançado, tornando-se algo mais complexo e

Eles pararam de atender aos requisitos de um

IEDs foram substituídos por fibra ótica já é uma

melhor naquilo que é esperado para ele fazer.

sistema elétrico cada vez maior e mais complexo.

realidade com várias instalações construídas

Na

mesma

medida,

os

IEDs

que

Essas aplicações são baseadas na norma

O uso de IEDs multifuncionais foi uma resposta

em todo mundo. O impacto disso para os

estado sólido, ou os chamados relés estáticos,

para atender a essas necessidades.

profissionais de proteção e automação é grande,

sem partes móveis. Entretanto, esses relés

Mas as revoluções e evoluções se sucedem,

e pretendemos aqui discutir temas referentes a

não eram mais inteligentes do que os relés

trazendo novas expectativas e desafios. O uso

essa realidade, além das implicações do uso

eletromecânicos e falhas em seus componentes

das comunicações em todas as áreas de nossa

das instalações convencionais.

criaram restrições para sua utilização.

vida alterou nossa visão e nosso modo de fazer

Mas, felizmente, com a invenção dos

a coisas. Tivemos que nos reinventar, de forma

2016!

Foram, então, desenvolvidos os relés de

Assim, boas evoluções e revoluções em


86

NR 10

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Das oportunidades – Parte 3

Certo que esta coluna será lida em fevereiro

10.2.4 Os estabelecimentos com carga

autorização dos trabalhadores e dos

(que é quando o ano começa), quero reforçar

instalada superior a 75 kW devem constituir

treinamentos realizados;

os votos de muita paz e saúde, porque delas

e manter o Prontuário de Instalações

e) resultados dos testes de isolação elétrica

precisaremos para encarar os desafios que se

Elétricas, contendo, além do disposto no

realizados em equipamentos de proteção

delineiam para 2016.

subitem 10.2.3, no mínimo:

individual e coletiva;

As oportunidades embutidas na NR 10 e que

a) conjunto de procedimentos e instruções

f) certificações dos equipamentos e

têm sido destacadas nas últimas colunas poderão

técnicas e administrativas de segurança e

materiais elétricos em áreas classificadas;

ajudar nos “novos desafios”. É o que espero.

saúde, implantadas e relacionadas a esta

g) relatório técnico das inspeções

É preciso muita clareza e equilíbrio para que

NR e descrição das medidas de controle

atualizadas com recomendações,

os dirigentes empresariais vejam na segurança

existentes;

cronogramas de adequações, contemplando

do trabalho um investimento rentável (além da

b) documentação das inspeções e medições

as alíneas de “a” a “f”.

obrigação legal), entendimento que fica mais

do sistema de proteção contra descargas

difícil em tempos de “vacas magras” e essa é

atmosféricas e aterramentos elétricos;

uma das razões para que precisemos de muita

c) especificação dos equipamentos

implementação da NR 10 se inicia no item

Costumo

dizer,

e

repito,

que

a

de proteção coletiva e individual e o

(10.2.4 g), ou seja, com a elaboração de uma

ferramental, aplicáveis conforme determina

vistoria que será seguida de um relatório das

Prosseguindo com nosso compromisso de

esta NR;

não conformidades e um cronograma de

abordar as oportunidades criadas pela NR 10,

d) documentação comprobatória da

saúde, para trabalhar e para demonstrar a importância do investimento em prevenção.

vamos ao item 10.2.4:

qualificação, habilitação, capacitação,

adequação.

Certo é que muitos dos 99 subitens da


87

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

norma tratam de aspectos administrativos e

documentação comprobatória da habilitação;

de segurança do trabalho, porém, são muitos

qualificação ou ainda da capacitação, não

documentação dos Sistemas de Proteção

os itens que tratam especificamente de

deixando dúvidas de que tais comprovantes

contra Descargas Elétricas Atmosféricas e

instalações e serviços com eletricidade e só ao

serão sempre devidamente assinados por

Aterramento, logo, dispensa comentários. É

profissional da área elétrica é dada a atribuição

profissionais habilitados, sob pena de serem

o engenheiro eletricista quem responde pelo

de fazer tal levantamento, até porque, para

considerados inválidos. Lembrando que a

assunto, ainda mais depois de publicada a

isso, está implícita a necessidade de conhecer

qualificação e a habilitação são certificadas

versão 2015 da ABNT NBR 5419.

suficientemente os assuntos relacionados às

por uma entidade de ensino e um conselho

instalações e aos serviços elétricos. Aí está um

profissional,

a

e instruções técnicas e administrativas, está

trabalho para o profissional habilitado da área

capacitação é subscrita por um profissional

efetivamente voltado à atuação do engenheiro

elétrica.

habilitado

de segurança do trabalho, no entanto, quando

respectivamente, que

efetivamente

mas conduziu

o

O item b) refere-se às verificações e à

E o item a), que trata dos procedimentos

Lembrando que todos os documentos

processo de treinamento ou avaliação.

analisado em combinação com os itens 10.7.6

técnicos que integram o Prontuário

e 10.11.1, fica definida a necessidade da

devem

O item c), ao tratar da especificação dos

ser elaborados por profissionais legalmente

equipamentos de proteção e ferramental,

participação do profissional da área elétrica.

habilitados. (10.2.7)

conduz a atividade para a área de segurança

Aí estão várias oportunidades de atuação

O item e) trata dos resultados de testes

do trabalho, porém, é muito clara a necessidade

dos profissionais da área elétrica, seja

de isolação elétrica em equipamentos e

de que o profissional da área de HST seja

na qualidade de profissional ou empresa

instalações, pressupondo a responsabilidade

assessorado por um profissional da área elétrica,

de

de um técnico para sustentar os resultados,

já que a área de segurança é muito ampla e

funcionário de empresa, mas são, sem dúvida,

seja na realização dos mesmos, seja na

multidisciplinar, mas não necessariamente

oportunidades que a NR 10 destacou.

supervisão dos ensaios, o que mais uma vez,

profunda a ponto de dispensar a colaboração

cabe ao profissional legalmente habilitado.

de profissional especializado nos assuntos que

de explorar outros aspectos não menos

abrange.

interessantes.

O item d) impõe a necessidade de

assessoria

técnica,

ou

ainda

como

Para a próxima coluna, fica o compromisso


88

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

A eletrotécnica aviltada Quando nos debruçamos sobre a

“bonitinhos”, mas com uma “terminologia

harmônicas

história daqueles gênios dedicados que,

embarcada” de dar inveja a quem inventou os

dependendo da criatividade dos envolvidos.

em pouco mais de 100 anos, construíram

termos “antirressonante” ou mesmo “curva de

Encontram-se

os fundamentos da eletrotécnica e, em

capabilidade”.

desde coloide para alinhamento de elétrons,

particular, da corrente alternada, não se

ou dispositivos que se livram das harmônicas

pode imaginar como aqueles inventores

o nome de DPS, interruptor ou disjuntor, estes

simplesmente

poderiam

coisas

componentes são normalizados e conhecidos

pergunte como – e ainda conseguindo com

interessantes e complexas e quase sem

pelo mercado, não dá para competir com

o aterramento das harmônicas a redução da

recursos

empresas sérias que os produzem.

defasagem entre as ondas de tensão e corrente

em museus nos possibilita esta viagem.

– São Nikola nos proteja e nos ilumine.

Nikola Tesla, falecido em 1943, ou seus

incautos que desafortunadamente acreditam

contemporâneos

descobrir –

algumas

tantas peças

expostas

Não adianta vender algum componente com

O objetivo aqui parece ser pegar os

(óbvio)

e

aterramento,

explicações

“aterrando-as”

para

não

claro tudo,

me

Claro que existem inovações na área que

Steinmetz,

nas soluções milagrosas oferecidas com

talvez com uma boa verborragia possam até

falecido em 1923, ou Constantin Budeanu,

resultados auferidos que fogem em muito ao

ser financiadas por programas públicos, além

falecido em 1959, e outros não menos

rigor técnico necessário à sua comprovação.

dos coloides elétricos acima comentados,

brilhantes produziram e desenvolveram os

Existem soluções para todos os males e,

existem os retificadores de frequência (fico

conceitos e os fundamentos da eletrotécnica

em épocas como as que estamos passando,

imaginando o que poderia ser isso; será que se

em corrente alternada utilizados até hoje.

com altas tarifas de energia, surgem estes

desejaria transformar uma frequência alternada

“especialistas”. As terminologias adotadas

em frequência continua? Ou alguma força de

para estes verdadeiros “patuás” são das mais

Kripton que não permitiria que a frequência

esdrúxulas, sempre envolvendo magnetismo,

estabelecida pelo sistema de distribuição com

física

dezenas ou centenas de MVA não tivesse a

Charles

quântica,

frequências

múltiplas,

Figura 1 – Nikola Tesla.

Seria um exercício interessante imaginar

um destes monstros sagrados em uma viagem para o futuro deparar por aqui na terra de Cabral com algumas novas “teorias” que foram criadas nesta área que eles tanto prezavam. Nossos heróis se deparariam com produtos de concepção duvidosa e que não se encontram com os fundamentos operacionais alinhados às suas teorias e que são construídos das mais variadas formas possíveis – uns até

Figura 2 – Medições elétricas em uma indústria.


89

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

capacidade de fazer o seu papel? E ainda por

Ainda, esta compensação reativa adequada

correntes harmônicas, em sofisticados circuitos

uma caixinha de 20 cm x 20 cm!). Pelas barbas

pode ser elevar a tensão a até uns 2% e esta

ativos de sistemas eletrônicos de potência,

do profeta!

variação pode inclusive aumentar o consumo

normalmente mais caros que os primeiros;

As palavras “saving”, “energy ou ener”,

de energia!;

• Normalmente, não há necessidade de se

“power”, “mega”, “tec”, “light”, “eletroma­gnético”

• Por outro lado, compensação de energia

corrigir as correntes harmônicas quando

aparecem sempre utilizadas nestes produtos

reativa de forma inadequada pode gerar a

a tensão harmônica é mantida em limites

e causam uma impressão “new age”. E pega

ressonância harmônica e também o incremento

desejáveis.

bem! Cuidado!

importante da parcela de perdas pelas correntes

harmônicas que passam a circular;

A Figura 2, a seguir, refere-se a uma

são

pudesse ser a leitura do “guia dos perplexos”

indústria e suas típicas cargas dinâmicas com a

passivos (combinação de pesados reatores

do século XII do sempre atual RAMBAM, como

inserção e desligamento de um destes aparatos

e capacitores) ou ativos com a injeção de

era conhecido o sábio Maimônides!

da energia consumida. Você pode notar alguma diferença? Não? Nem eu.

O que se nota são as variações típicas

das potências ativas e reativas e os valores de distorção de tensão e corrente, entre outras variáveis, nada de redução de consumo de energia, de redução de distorção ou controle de fator de potência. A saída para não entrar em situações embaraçosas é o uso dos laboratórios clássicos que, com o uso de protocolos adequados, poderão conferir o quão bom são estes aparatos. Claro, não podemos deixar de acompanhar a evolução tecnológica! As conclusões são simples: por mais que a tecnologia avance e as situações pareçam inusitadas, continuam valendo as leis clássicas da eletrotécnica, eletrônica de potência e, sobretudo da física! Aqueles que dedicaram suas vidas ao desenvolvimento da eletrotécnica, nossas homenagens.

Algumas dicas úteis que poderão prevenir

destas e outras picaretagens são: • Reduzir a tensão de operação origina, quase sempre, redução de consumo de energia (dependendo da característica da carga). É evidentemente mais fácil, mais barato e mais eficiente mudar o TAP de um transformador existente do que instalar um segundo trafo em série e que possua TAPs para serem ajustados; • Perdas Joule causadas por correntes harmônicas em baixa tensão aumentam as perdas devido à corrente fundamental em valores da ordem de 1%. Por outro lado, quando a compensação reativa é efetuada de forma correta, a redução de perdas pela redução da corrente fundamental é bem mais importante do que aquelas devido às correntes harmônicas, ou mesmo à redução destas.

de

correntes

harmônicas

Talvez um antídoto para estas falcatruas

medição tomada em um transformador de

que promete controle de harmônicas e redução

Filtros


90

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Novos requisitos para classificação de áreas contendo gases inflamáveis - Parte 1 Áreas industriais que apresentem o

produção de petróleo e gás;

álcool, diesel e Gás Natural Veicular

risco de possuir atmosferas explosivas

• Refinarias de petróleo;

(GNV).

necessitam passar por avaliações de

• Terminais de armazenamento de petróleo

risco de forma a determinar as extensões

e derivados;

e as características das misturas de gases

• Gasodutos e oleodutos;

sistemas elétricos, de instrumentação,

inflamáveis (ou de poeiras combustíveis)

• Indústrias químicas e petroquímicas,

de

automação,

de

telecomunicações

que

incluindo tintas, vernizes, cosméticos,

ou

mecânicos

em

uma

instalações de processo.

plásticos e resinas;

processamento

podem

estar

presentes

nas

Estas áreas de risco, que apresentam

Ao

se

instalar

equipamentos

de

planta

petróleo

ou

de ou

• Indústrias farmacêuticas;

petroquímico ou em um local onde

a possibilidade de presença de atmosferas

• Indústrias de açúcar e álcool;

possam

explosivas,

são

denominadas

áreas

Tanques

de

armazenamento

de

presentes

produtos

inflamáveis ou combustíveis, as medidas

classificadas.

combustíveis;

de

Tais instalações industriais requerem

estar

proteção

tomadas,

os

tipos

de

• Áreas de abastecimento de aviões em

proteção dos equipamentos “Ex” e os

a instalação de equipamentos elétricos,

aeroportos;

níveis de proteção dos equipamentos “Ex”

de instrumentação, de automação, de

• Navios petroleiros;

(EPL) e proporcionados dependem do

telecomunicações ou mecânicos com

• Tanques de combustíveis em aviões;

risco potencial envolvido.

características especiais de proteção

• Estações de carregamento de caminhões

(denominados tipos de proteção “Ex”)

para transporte de produtos químicos

áreas têm por finalidade básica mapear e

que os tornem incapazes de se tornar

inflamáveis ou gases liquefeitos;

determinar as extensões e a abrangência

uma fonte de ignição para uma atmosfera

• Postos de abastecimento de gasolina,

das áreas que podem conter misturas

explosiva que possa estar presente no ambiente.

Tais instalações requerem também a

aplicação de procedimentos específicos de

projeto,

manutenção,

montagem, reparos

e

inspeção, de

gestão

de segurança, de forma a garantir a segurança ao longo do ciclo total de vida destas instalações “Ex”.

Podem ser citados como exemplos de

instalações industriais que possuem áreas classificadas: • Plataformas offshore para prospecção e

Figura 1 – Classificação de zonas.

Os

estudos

de

classificação

de


91

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

explosivas e, consequentemente, permitir

inflamáveis (T1 a T6).

a posterior especificação adequada de

equipamentos e sistemas “Ex” para cada

nesta documentação de classificação

tipo de área classificada mapeada por

de áreas os níveis de proteção dos

estes estudos.

equipamentos

Os

estudos

Equipment

Protection Level) elétricos ou mecânicos

áreas são também um método de análise

“Ex” a serem instalados, com base nas

e classificação dos ambientes onde

avaliações de risco que forem efetuadas,

possam ocorrer atmosferas explosivas,

de forma a orientar as pessoas de

de modo a possibilitar a adequada

projeto envolvidas com as atividades

seleção e instalação de equipamentos

de especificação e de seleção dos

“Ex” a serem utilizados com segurança

equipamentos “Ex”.

em tais ambientes, levando em conta os

grupos de gases ou poeiras, bem como as

áreas constitui a base para a especificação

respectivas classes de temperatura.

técnica dos equipamentos “Ex” a serem

como

classificação

(EPL

de

Tendo

de

São também muitas vezes indicados

estudos

instalados nas áreas classificadas, tanto

de classificação de áreas, deve ser

em casos de projetos novos, como nos

assegurado

e

casos de atividades de manutenção ou

a instalação dos equipamentos “Ex”

reparos, possibilitando a especificação

atendam aos requisitos de risco da

do EPL requerido para cada equipamento

área, de acordo com os requisitos das

“Ex”, dependendo do local da instalação

respectivas normas técnicas brasileiras

(Ga, Gb, Gc), bem como do tipo de

aplicáveis das séries ABNT NBR IEC

proteção a ser utilizado (tais como Ex “i”,

60079 - Atmosferas explosivas e ABNT

Ex “e”, Ex “p”, Ex “op” e Ex “m”).

NBR IEC 61892 - Instalações elétricas

marítimas.

de áreas é também frequentemente

Para a elaboração da documentação de

consultada para as atividades rotineiras de

classificação de áreas é necessário coletar

emissão de permissões de trabalho, onde

uma série de dados e informações sobre

é verificado o tipo de classificação de

o processo envolvido e os respectivos

áreas do local da realização dos trabalhos,

equipamentos de processo existentes ou

sendo determinados os requisitos de

a serem instalados. Dentre tais dados de

segurança aplicáveis.

processo podem ser citados: substâncias

inflamáveis ou combustíveis processadas,

de áreas é também utilizada durante as

pressão, vazão, temperatura, ponto de

atividades de inspeções periódicas nas

fulgor, limite inferior de explosividade

instalações “Ex”, uma vez que é necessário

(LIE), temperatura de autoignição e grau

verificar se os equipamentos elétricos

de ventilação das instalações.

e mecânicos “Ex” que se encontram

Uma planta de classificação de áreas

instalados estão de acordo com os

contendo gases inflamáveis indica as

requisitos de Zona, Grupo, Classe de

extensões ao redor dos equipamentos

Temperatura e EPL dos respectivos locais

de processo que são consideradas áreas

de instalação, os quais são indicados

classificadas.

nesta documentação.

que

São

base a

os

A documentação de classificação de

especificação

indicadas

também

A documentação de classificação

Esta documentação de classificação

nestas plantas de classificação de áreas

Na próxima edição, continuaremos

informações sobre os tipos de Zonas (0,

a falar sobre este os requisitos para a

1, 2), Grupos (IIA, IIB, IIC), bem como

classificação de áreas contendo gases

a classe de temperatura dos gases

inflamáveis.


92

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Por Ricardo Drudi*

Potencial energético dos resíduos sólidos como uma alternativa para a diversificação da matriz de energia elétrica

Uma

das

grandes

preocupações

mundiais refere-se à dificuldade em se encontrar

os

para

tríade

a

parâmetros do

adequados

desenvolvimento

sustentável. Esforços para se equacionar adequadamente

as

dimensões

social,

econômica e ambiental da sustentabilidade têm sido buscados por muitos países e organizações, culminando com a recente COP 21, cuja tarefa de estabelecer

Figura 1 – Destinação final dos resíduos no Brasil em 2014.

padrões para as emissões de gases do efeito estufa revelou-se hercúlea. Para países em desenvolvimento, como o Brasil, apesar de ter a matriz energética limpa e renovável, a carência de infraestrutura torna ainda mais difícil encontrar metodologias para evoluir em soluções sustentáveis, como, por exemplo, na política energética futura e na destinação de resíduos sólidos

ramo de pesquisa e investimento que

Segundo a Associação Brasileira

merece atenção, pois auxilia na solução

de Empresas de Limpeza Pública e

de ambos os problemas, diminuindo

Resíduos Especiais (Abrelpe), cerca

consideravelmente a quantidade de lixo

de 42% dos resíduos no Brasil têm

a ser depositada no solo e contribuindo

destinação

para a geração distribuída de energia

são depositados sem as condições

elétrica.

necessárias

inadequada, para

ou

garantir

urbanos (RSU), duas áreas que têm sido motivo de debates intensos pelos agentes do setor.

A necessidade de diversificação da

matriz energética e o Plano Nacional de

Resíduos

Sólidos

(PNRS),

que

estabelece os ditames da destinação de resíduos no Brasil, são mostras de que esses são assuntos relevantes e atuais e que concentram esforços de muitos pesquisadores em nosso país. Nesse sentido, a utilização de resíduos sólidos como fonte de energia é um

Figura 2 – Percentuais de destinação do RSU na Comunidade Europeia em 2013.

seja, a

não


93

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

contaminação do solo e dos recursos

por várias plantas de conversão.

hídricos. E mesmo que depositados em

locais adequados (aterros sanitários),

a determinação do poder calorífico dos

esses resíduos contém uma grande

resíduos sólidos, chamado PCS – poder

quantidade de componentes de alto

calorífico superior. Uma opção é utilizar

teor calorífico, e seu aterramento é um

a análise imediata, em que os resíduos

desperdício considerável.

são classificados de acordo com grupos

Programas

para

Várias são as técnicas utilizadas para

recuperação

funcionais, ou a análise gravimétrica, em

energética do lixo têm sido amplamente

que a classificação é feita por tipo de

implementados na Europa, sendo que

material, e também a análise elementar,

em vários países praticamente nenhum

na qual são determinados os pesos

lixo é aterrado. De acordo com um

percentuais dos elementos químicos que

relatório da Confederation of European

compõem o lixo. Dentre esses, a análise

Waste-to-Energy

(Cewep),

elementar é a que vem apresentando os

países

melhores resultados para a previsão do

Plants

considerando-se

todos

os

membros da Comunidade Europeia, em

PCS.

2013, cerca de 34% do lixo gerado foi

depositado em aterros, sendo que 42%

criados a partir de amostras medidas

foi reciclado e 24% passou por algum

laboratorialmente

processo de recuperação energética.

previsão do PCS. Geralmente, esses

Entretanto,

correto

modelos são construídos por regressão

dimensionamento de uma planta de

multivariada, uma técnica matemática

recuperação energética do lixo que

que permite encontrar os coeficientes

opere por combustão, é necessário que

adequados para funções de várias

se saiba o poder calorífico que pode ser

variáveis.

obtido com sua queima. Esse é um passo

Neste trabalho optou-se por um

imprescindível para garantir o correto

caminho menos tradicional e uma técnica

funcionamento da planta, permitindo um

de inteligência artificial, denominada

fornecimento constante de eletricidade

Rede

ao custo previamente estimado.

aplicada na construção de um modelo

para

Considerando-se

o

Neural

para

Artificial

permitir

(RNA),

a

foi

médios

computacional. Com este modelo, é

de eficiência de plantas de incineração

possível obter uma previsão do poder

de

valor

calorífico a partir da análise elementar

conservador para seu poder calorífico,

dos resíduos. O modelo de rede neural

pode-se estimar o potencial elétrico com

utilizado é conhecido como rede MLP

a recuperação energética dos resíduos.

(multi-layer perceptron), sendo que a

No

a

primeira camada receberá os dados de

aproximadamente, 8,7 GW, distribuídos

entrada, a segunda camada, ou camada

RSU

Brasil,

e

valores

Após essas análises, modelos são

utilizando-se

esse

número

um

chega

Tabela 1 – Potencial elétrico do aproveitamento do RSU

Região

RSU Coletado (t/dia)

Potencial Elétrico (GW)

195.233

8,700

Estado

60.810

2,710

Município

21.150

0,942

Brasil São Paulo


94

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Tabela 2 – Comparativo entre os modelos matemáticos e a RNA

Modelo de previsão

MSE

MAPE

RPD

Lloyd e Davenport

1,476

7,714

51,226

Boie

0,532

5,790

39,937

Wilson

0,626

5,485

38,877

Meraz

0,610

5,791

39,964

RNA 4-10-1

0,315

3,687

25,893

escondida, processará os cálculos e

elementar

controles da rede, e, na última camada,

Artificiais, podem-se obter melhores

a camada de saída, será composta de

predições

um único neurônio que fornece o valor

resíduos sólidos urbanos, e com isso,

do PCS calculado pela rede.

fornecer informações mais precisas que

Vale ressaltar também que, para

favorecem o desenvolvimento de plantas

garantir a consistência dos resultados,

de recuperação energética do lixo e o

algumas análises matemáticas prévias

cálculo da viabilidade econômica da

foram realizadas, como a determinação

construção de plantas dedicadas.

do nível de correlação das variáveis

É

de entrada (os pesos percentuais dos

e qualificar a metodologia adotada

elementos químicos dos componentes

para a minimização dos problemas

dos resíduos analisados) e a utilização

gerados pela deposição do RSU no

de uma gama variada de fontes de

solo, contribuindo para o incremento

dados para que a RNA obtivesse um

da produção energética dos países

aprendizado satisfatório.

em

seus respectivos impactos ambientais,

Várias configurações diferentes de

e

das

do

Redes

poder

possível

calorífico

também

desenvolvimento

Neurais

e

dos

quantificar

minimizando

redes neurais foram testadas até que se

sociais e econômicos.

chegasse a de melhor desempenho, rede

Finalmente,

essa que foi denominada RNA 4-10-1.

avaliação mais eficiente do potencial

Os resultados dessa rede mostram um

energético

coeficiente de correlação da ordem de

pode contribuir e promover políticas

R = 0,9979, o que mostra a excelente

energéticas que favoreçam a inserção

adequação da RNA para a resolução do

desta fonte de geração nos programas

problema apontado.

de incentivo a novas fontes de geração

Para

validação

dos

resíduos

que

a

sólidos

ferramenta

de energia elétrica e, consequentemente,

computacional desenvolvida, foi realizado

a disseminação da geração distribuída –

um comparativo dos resultados obtidos

uma vez que grandes centros urbanos

na previsão do PCS de resíduos sólidos

carentes de energia estão próximos

urbanos

matemáticos

de locais de acumulação de RSU –

consagrados da literatura, e verificou-se

e a criação e promoção de políticas

que, com a técnica inteligente, foi possível

públicas de coleta seletiva no país.

com

da

observou-se

modelos

obter um desempenho superior nos indicadores erro quadrático médio (MSE), erro percentual absoluto médio (MAPE) e desvio percentual relativo (RPD).

Portanto,

pode-se

observar

*Ricardo Drudi é graduado em matemática, mestrando em Energia pela Universidade Federal do ABC e membro do IEEE. Atua no desenvolvimento de fontes sustentáveis de

que,

com a utilização combinada de análise

geração de energia, utilizando técnicas de inteligência artificial e modelagem matemática.



96

Espaço Cigré

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Por Saulo José Nascimento Cisneiros*

Os desafios técnicos do Cigré-Brasil

Os desafios técnicos do Cigré-Brasil

há a necessidade de implantar novas

escoar esta energia em nível regional e

estão diretamente vinculados aos desafios

e mais usinas, linhas de transmissão e

para outras regiões. Além disso, para

do sistema elétrico brasileiro, bem como

subestações. Uma das opções prioritárias

suportar a queda brusca desta geração

às inovações tecnológicas em escala

é a exploração do potencial energético dos

será necessário dimensionar e manter

mundial. Esses desafios são balizadores

rios da região amazônica. Entretanto, as

uma quantidade adequada de reserva

para o escopo de atividades dos seus

novas demandas da sociedade organizada

de potência nos demais geradores em

comitês de estudo.

pela preservação do meio ambiente têm

operação, particularmente nos geradores

O Sistema Interligado Nacional (SIN)

provocado grandes restrições à construção

hidroelétricos. E, no presente momento,

brasileiro tem dimensões continentais e

e à operação de usinas hidroelétricas e,

começa a despontar a geração solar e

é predominantemente hidroelétrico com

sobretudo, aos seus reservatórios, o que

temos que nos preparar para a geração

grandes usinas distantes dos centros de

tem levado à implantação de grandes

eólica off shore.

carga, que são interligados por longas

usinas sem reservatórios. Diante disso,

linhas de transmissão. Atualmente, o SIN

a capacidade de armazenamento dos

tem uma capacidade instalada de geração

reservatórios

da ordem de 135.000 MW e mais de

não tem aumentado, enquanto que o

120.000 km de linhas de transmissão

consumo anual de energia elétrica tem

em tensão igual ou superior a 230 kV. A

crescido. Dessa forma, a relação entre

hidráulicas e de novas cargas da região

capacidade instalada de geração tem 73%

esta capacidade de armazenamento e o

amazônica ao SIN, com a transferência de

de hidráulicas e 83% de renováveis (hidro

consumo total de eletricidade (capacidade

grandes blocos de geração dessas usinas

+ biomassa + eólica + solar). Além disso,

de regulação dos reservatórios) tem sido

através de longas linhas de transmissão,

o Brasil é um dos países emergentes

reduzida ano a ano, provocando a redução

provocará um grande impacto na operação

do

das

usinas

hidráulicas

3. Sistema de transmissão das grandes usinas amazônicas A

integração

de

grandes

usinas

e

da capacidade do SIN na regularização

do SIN. O sistema de transmissão das

demanda por energia elétrica têm crescido

dos regimes hidrológicos dos rios e

usinas do Madeira e da usina de Belo

significativamente, a taxas anuais em torno

bacias onde estão localizadas as usinas

Monte é em alta tensão de corrente

de 5%. Essas características tornam o

hidráulicas.

contínua (HVDC), o que implicará em

Grupo

BRICS,

cuja

economia

SIN um sistema quase ímpar no mundo, de tal forma que o seu planejamento,

vários terminais conversores de CA/CC

2. Inserção da geração intermitente

operando próximos, o que se traduz em

projeto e operação se revestem de grande

um desafio a mais no ajuste adequado dos

complexidade, ressaltando-se os seguintes

grandes desafios:

decorrente

da

geração

intermitente

de

geradores

1. Impactos das características das novas usinas hidráulicas

O

impacto

na

operação

do

SIN

dispersa

e

eólicos

é

outro desafio relevante. A inserção desta

seus controladores.

4. Dificuldade de acomodação da geração das novas fontes

geração, de forma segura e confiável, requer a implantação da rede de conexão

crescimento

e a ampliação da rede básica do SIN, de

de geração das usinas amazônicas a fio

frenético pela demanda por eletricidade,

modo que o sistema de transmissão possa

d’água mais a geração eólica da região

Para

atender

a

este

A inserção no SIN dos grandes blocos


97

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Nordeste, quando todas as bacias das

SIN, é um grande desafio em nível mundial.

aumento da capacidade de curto-circuito

regiões Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-

Estão

para

do sistema requer soluções complexas,

Oeste estão em período úmido e com

compor a rede de monitoramento do SIN –

como, por exemplo, a conexão de novas

volumes de espera para controle de cheias

“Wide Area Monitoring System” (WAMS).

fontes de geração através de conversores

a serem respeitados nos reservatórios, é

Este desafio torna-se ainda maior em

CA/CC e a separação de barramentos de

mais um desafio em termos da alocação

usar as medições oriundas desta rede no

subestações.

desta geração na curva de carga diária do

controle – “Wide Area Control System”

SIN. Em 2017, 10.000 MW de geração

(WACS) – e nas proteções sistêmicas

eólica e 18.000 MW de grandes usinas

do SIN – “Wide Area Protection System”

a fio d’água estarão em operação, 7.000

(WAPS), de tal forma que os “Sistemas

MW no Rio Madeira (Jirau + Santo

Especiais

Antonio) e 11.000 MW no Rio Xingu (Belo

“Esquemas Regionais de Alívio de Carga”

Monte). O pico de geração durante o

(ERAC) irão atuar com base em medições

da microgeração nas redes de distribuição

período úmido atingirá a capacidade total

instantâneas provenientes de PMU.

em larga escala irá requerer e acelerar

sendo

de

implantados

Proteção”

PMU

(SEP)

e

os

instalada (18.000 MW) e no período seco decrescerá a menos de 2.000 MW.

5. Aplicação da tecnologia PMU

O

uso

de

tecnologias

7. Implantação da geração distribuída, micro geração e das redes inteligentes A implantação da geração distribuída e

a implantação da tecnologia das redes

6. Implantação de linhas e subestações em áreas densamente povoadas e aumento da capacidade de curto-circuito

inteligentes (smart grids). Esta realidade forçará a reinvenção das concessionárias de distribuição de energia elétrica, que passarão

a

ser

também

operadoras

do sistema envolvendo a sua rede de

avançadas A implantação de linhas e subestações

distribuição e de toda a geração a ela

Measurement Unit” (PMU) para aumento

compactas e abrigadas e o uso de linhas

conectada. Trata-se do modelo Distribution

da segurança e eficiência da operação do

subterrâneas podem ser uma solução. O

Sistem Operator (DSO) já usado em larga

de

monitoramento,

como

o

“Phasor


98

Espaço Cigré

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

escala na Europa, o que exigirá a definição de novas funções das distribuidoras e do fluxo de relacionamento com o Operador

10. Captar e desenvolver os recursos humanos para superar esses desafios

linhas de transmissão em Ultra Alta Tensão (UAT), smart grid, GPS, crescimento de fontes distribuídas, entre outros.

da Transmissão, o ONS.

8. Constituição de um mercado integrado de energia na América do Sul

Em consonância com as diretrizes

Por fim, citamos o maior de todos

delineadas pelo nosso Presidente Josias

os desafios, que é captar, capacitar e

Araújo, explicitamos as seguintes ações,

desenvolver os profissionais envolvidos

dentre outras, que serão reforçadas pela

com essas atividades em nível cada

Diretoria Técnica:

vez maior de complexidade técnica e

A constituição de um mercado integrado

ambiental.

Melhorar o Sistema de Avaliação do

Desempenho dos Comitês de Estudo;

de energia englobando os países da América do Sul tem o objetivo de promover

o intercâmbio de energia, sob qualquer

elétrico brasileiro, vamos agora vincular

nas empresas do setor elétrico;

forma, entre os países deste continente,

esses

visando aproveitar as potencialidades e

Estratégicos

do

as disponibilidades existentes e garantir

os

de

a integração e a sinergia energética entre

estabelecidos no seu Plano Estratégico de

regras e regulamentos do setor elétrico;

esses países. Este mercado abrangeria as

Desenvolvimento (PED).

diversas formas de energéticos, tais como

Foco

petróleo e seus derivados, gás, energia

sustentabilidade: materiais ambientalmente

• Incentivar a divulgação de informações

elétrica e outros. As disponibilidades de

corretos, eficiência do sistema elétrico,

relevantes dos Comitês de Estudo no site

cada país e as oportunidades de transações

prevenção e recuperação dos impactos de

do Cigré-Brasil, na EletroEvolução e na

entre

condições climáticas severas e regulação

newsletter mensal;

através de estudos globais, que seriam

ambiental.

consubstanciados em planos e programas,

Melhor

os quais contemplariam a definição de

existente:

prioridades para implantação das ações

capacidade instalada, maior necessidade

Working Groups e Task Forces do Cigré;

delineadas.

de

os

países

seriam

identificadas

9. Impacto das alterações climáticas e ambientais

A avaliação do impacto das alterações

Colocados os desafios do sistema desafios

Comitês

no

aos

Direcionamentos

CIGRÉ-Brasil Estudo,

meio

uso

do

e

que

foram

ambiente

sistema

ampliação

controle

para

e

e

na

elétrico

otimização

da

monitoramento

Promover reuniões do comitê técnico Focar em temas relevantes e de

interesse do setor elétrico; •

Contribuir para o aperfeiçoamento das Promover parcerias com instituições

de ensino e entidades do setor elétrico;

Incentivar

a

participação

dos

representantes brasileiros na elaboração de brochuras e artigos técnicos dos

da

• Incentivar a associação ao Cigré dos

manutenção e da operação, reavaliação dos

membros dos Comitês de Estudo e Grupos

processos de substituição e manutenção

de Trabalho nacionais;

dos equipamentos, utilização de modernas

• Dar especial atenção ao planejamento

metodologias

e organização dos eventos técnicos do

de

manutenção

dos

equipamentos, reavaliação dos critérios de

CIGRÉ-Brasil.

climáticas e ambientais na segurança

confiabilidade e segurança do sistema.

da operação eletroenergética do SIN é

Maior

um novo desafio. Em termos energéticos

do

significa avaliar as alterações nos regimes

desenvolvimento de novos métodos de

grandes e precisamos contar com a

hidrológicos dos rios e bacias onde

manutenção e de operação, inspirados

participação

estão

em setores que estão melhor postados

queiram se juntar aos “Cigreanos”, visando

(aeronáutica, por exemplo).

contribuir para superação desses desafios,

Integração regional: consideração e

que são também de todos os profissionais

fenômenos de clima e de chuva e avaliar

análise das complexidades de natureza

envolvidos com a engenharia de sistemas

suas influências sobre as instalações e

política,

elétricos de potência.

os equipamentos do SIN, visando definir

integração elétrica com países vizinhos.

medidas para mitigar ou eliminar suas

consequências.

aproveitamento das energias renováveis,

localizados

hidroelétricos. significa

Em

conhecer

os

aproveitamentos

termos e

elétricos,

monitorar

os

aumento

fornecimento

ambiental

da

de

e

confiabilidade

energia

elétrica:

comercial

para

Introdução de novas tecnologias: maior

Como pode ser visto, os desafios

técnicos

do

CIGRÉ-Brasil de

todos

são

muito

aqueles

*Saulo José Nascimento Cisneiros é diretor técnico do Cigré-Brasil.

que



100

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Por J. C. Felamingo*

“Energia elétrica de cada dia nos dai hoje” carregador do celular.

centros de processamentos de dados, nos

mais novos, digo que “quem opta por

Podemos afirmar que somos “reféns” da

sistemas de comunicação, nos hospitais,

trabalhar na área de energia dificilmente

energia elétrica e precisaríamos retroagir

hotéis, etc., onde a geração de emergência

ficará por muito tempo desempregado”. Isso

muito tempo para encontrar uma civilização

– e mesmo a geração contínua de energia

é verdade, evidentemente, se o candidato

que não dependesse dela. Conservamos os

– são itens considerados vitais quando se

for aplicado, o que significa estudar com

alimentos sob refrigeração mecânica, mas

depende da continuidade do serviço ou do

afinco e dedicação máximos. A mensagem

séculos atrás armazenava-se gelo trazido

processo produtivo.

dada aos engenheiros serve também para

das montanhas para utilizá-lo tanto para

indicar a importância da energia elétrica na

essa finalidade, como para o resfriamento

de escritórios, um hospital, um shopping

nossa vida.

do ambiente no verão. Imagine nos dias

center, uma indústria ou uma área de

Nas minhas preleções aos engenheiros

Assim, ao planejarmos um edifício

atuais viver sem geladeira?

logística, devemos avaliar, dentre outras

algumas coisas que já conquistamos,

Atualmente, mesmo quem mora em

coisas, se o empreendimento pode sofrer

como, por exemplo, a comunicação total

áreas rurais tem à disposição energia

pequenas interrupções de energia se

e instantânea que temos disponível nas

elétrica e nas cidades ela sempre está

a qualidade no fornecimento é um item

24 horas do dia, onde quer que estejamos

disponível. Em ambos os casos, ela está

preponderante e, lógico, o custo da energia

através do telefone celular. Viver sem ele

pronta para o uso no poste lá na rua.

frente ao uso final que se fará dela.

está ficando cada vez mais difícil e poucos

“Sempre” também é exagero porque ocorre

conseguem viver sem ele por muito tempo.

vez por outra uma interrupção de curta ou

décadas atrás pela energia hidráulica vem

Quando esquecemos esse “aparelhinho”

longa duração (dita “apagão”). Seja qual

aos poucos se modificando através de

em casa, dá a impressão de que estamos

for, lá em casa quando isso ocorre à noite

novas fontes, sejam elas renováveis ou

desconectados do mundo, desprotegidos,

é o caos! Não se sabe onde está a vela e,

não, diversificando a matriz no seu todo e

pois com ele temos a sensação de

quando se encontra, onde está o fósforo, já

acompanhando o aumento da demanda.

segurança, mesmo sabendo que isso não é

que isqueiro é coisa do passado? O jeito

Por sua vez, o Sistema Interligado Nacional

verdade.

seria usar o fogão a gás para acender a

(SIN), que pode ser comparado a uma

É difícil imaginar a vida moderna sem

A matriz de energia elétrica formada

Toda a tecnologia de comunicação do

vela, mas, sem eletricidade, o fogão que só

“rodovia

telefone celular, bem como a internet, e

acende com ignição elétrica, também não

território brasileiro, é constituído pelas

o que está atrás disso tudo não funciona

ajuda. O remédio é ir tateando até achar o

conexões entre todas as redes locais,

sem

“bendito fósforo”.

que foram realizadas ao longo do tempo,

nosso celular diariamente (ao menos, por

Interrupções de energia, mesmo sendo

garantindo o fornecimento de energia.

enquanto), já que sua bateria não resiste

por “frações de segundos”, podem não

Dessa forma, a energia que se consome

por muitas horas de uso contínuo sem ser

ocasionar

problemas

num estado pode ter sido gerada noutro a

conectada a uma tomada elétrica. Quanto

além

incômodo

dos

quilômetros de distância, havendo, assim,

mais usamos o celular, mais o conectamos

componentes eletrônicos que acompanham

um equilíbrio no suprimento em todo o

às tomadas mais próximas. Ele é sedento

os eletrodomésticos e de reprogramar

território nacional. Todavia, não se pode

delas. E, quando estamos no automóvel,

relógios digitais que acompanham esses

afirmar que o sistema que distribui energia

utilizamos a tomada do acendedor de

dispositivos. O mesmo não se pode

na nossa localidade, ou seja, perto de nossa

cigarros - que ficou “démodé” para a função

dizer dos efeitos que causam as micro

edificação, não venha sofrer colapsos, com

original – e agora é utilizada mais para o

interrupções na indústria, no comércio, nos

interrupções em determinados momentos

energia

elétrica.

Recarregamos

do

nas do

residências, “restart”

elétrica”,

interligando

todo

o


101

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

do dia, devido ao congestionamento ou

porém, só ficam nisso, ou seja, esperam que

estaria instalado!

saturação dessa “rodovia local”.

a solução venha da parte de quem fornece

A geração energia elétrica “in site”

a energia, mas nunca estão “ocupadas”

remediar” tem sua aplicação na saúde, mas

é a solução que, aos poucos, está se

em encontrar uma solução definitiva, pois

pode também ser usado em outras áreas.

consolidando, não só pela redução de

julgam que o problema é da concessionária

Ele se aplica tanto na disponibilidade ou

custos, mas também por qualidade e

de energia elétrica, quando na realidade

continuidade do fornecimento da energia,

segurança.

o problema é delas. A cada falha no

como na precaução de que o custo da

O dito popular “prevenir para não

A decisão por gerar a eletricidade junto

fornecimento de eletricidade, as empresas

eletricidade venha a disparar (como o que

ao local de consumo (“in site”) deve levar

não se ocupam em prevenir e o que fazem

ocorreu nos últimos meses) e o que era

em conta exigências de fornecimento, como

é só se lamentar e, assim, vão seguindo em

uma simples prevenção pode se tornar uma

continuidade, qualidade e disponibilidade,

frente somando prejuízos.

boa vantagem nos custos operacionais.

que devem ser supridas pelo “grid”, bem

como o uso final que se faz dessa energia. O

oportunidade

empresas

devemos planejar o uso da energia de hoje

fornecimento que se tem da concessionária

nas quais “desenhamos” e implantamos

e do futuro, visando eficiência, qualidade,

local, ou mesmo do mercado livre, ambos

soluções eficientes para o fornecimento

segurança, continuidade, expansão futura

dependentes da rede local, nem sempre é

energético contínuo, através da geração “in

da demanda da edificação, etc., e não

ininterrupto, pois sofre com os problemas

site”, combinando eletricidade, vapor, água

esquecer que é mais barato e previdente

mais diversos. Já os consumidores que

quente, água gelada. Como, por exemplo,

consultar, diagnosticar e planejar com

não podem ser interrompidos têm, muitas

edifícios de escritórios “triple A”, nos quais

quem conhece do assunto do que no futuro,

vezes, custos adicionais causados por

a falha no fornecimento é algo impensável.

quem sabe muito próximo, partir para uma

essas

Em um desses casos, implantamos o

solução de última hora, reparando situações

qualidade no suprimento, ocasionando na

sistema

que podiam ser previstas e evitadas.

indústria, por exemplo, reprocessamento

energias térmica e elétrica (cogeração)

de produção, perdas de matéria-prima e até

e, anos depois, ocorreu um imprevisto na

Referências:

recomposição do processo produtivo.

entrada geral, impedindo o suprimento de

• FELAMINGO, J.C. “Cogeração: uma

falhas

de

continuidade

ou

de

Por

outro

de

lado, de

também,

encontrar

geração

tive

concomitante

a

de

Seja o motivo que for, podemos e

as

energia da rede externa, cuja solução só

prática

décadas de trabalho nesta área, que não

veio algumas semanas após o fato ocorrido.

essência”, Revista O setor Elétrico, ed. 93,

se incomodam com a qualidade ou falhas

No entanto, os ocupantes pouco ou quase

outubro de 2013.

no fornecimento de energia elétrica, pois

nada notaram, pois o edifício permaneceu

o processo pode parar sem que, com isso,

suprido na sua totalidade com eletricidade

arquivos/pdf/atlas_par1_cap1.pdf, cap. I, p.

ocorram grandes prejuízos. Por outro lado,

e água gelada para o sistema de ar

3.

também encontrei empresas que dependem

condicionado, sem que se dessem conta

da continuidade do fornecimento de energia

do ocorrido. Caso não houvesse o sistema

*J. C. Felamingo é engenheiro e diretor da

elétrica e que estão sempre “preocupadas”,

autônomo de geração de energia, o caos

Union Rhac.

visitei

empresas,

durante

pouco

Aneel,

compreendida

na

sua

http://www.aneel.gov.br/


102

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Medição e controle de processos garantem qualidade na indústria As várias medidas seguem as definições

afeta diretamente sua expansão e, com poucas

fundamentais para gerar, em última análise,

e as especificações padrão, como o Sistema

exceções, todos os corpos (sólido, líquido ou

os melhores resultados possíveis quanto à

Internacional (SI) ou o sistema de Inglês, no que

gasoso) sofrem dilatação quando a temperatura

utilização de recursos, máquinas, desempenho,

se refere a exatidão, precisão, reprodutibilidade,

sobe.

rentabilidade, proteção ambiental e segurança,

resolução, linearidade, ruído, tempo de resposta,

entre outros, em uma unidade de produção.

massa e peso, calibração, entre outros, para ter

de expansão/dilatação, calor, transferência de

validade técnica.

calor, calor específico, capacidade térmica,

Essa é a importância da qualidade dos

escalas de temperatura, entre outras, para

funcionamento do corpo humano para atestar

dispositivos, bem como dos testes periódicos

controlar a aplicação industrial de medições de

que tudo está bem ou, se houver qualquer

de exatidão e da calibração para que os dados

temperatura.

mudança, começar a pesquisar as causas

obtidos possam continuar confiáveis. Isto é, de

para a "máquina" seguir com saúde e bom

acordo com as normas (padrões) reconhecidas

Pressão

desempenho.

pela ciência.

A pressão é uma variável essencial para lidar

O Brasil tem uma ampla variedade industrial em

corretamente com sólidos, líquidos e gases e,

grupo de equipamentos e dispositivos que

que a instrumentação é muito utilizada. No entanto,

assim, gerar produtos dentro das especificações

servem a engenheiros ou a técnicos para medir

nos últimos anos, o mundo da instrumentação

das

com precisão, registrar e converter variáveis de

e do controle de processos entrou em uma era

praticamente qualquer substância pode alterar

um processo industrial e, em seguida, transmiti-

de mudança total, em que os equipamentos de

seu estado segundo a pressão.

los, avaliá-los e controlá-los para tais fins.

medição, transmissão e automação são cada vez

mais rápidos, precisos e duráveis.

e pode ser medida, de acordo com o SI (Sistema

controle de processos industriais mensuram

Assim, a inteligência industrial desfruta

Internacional de Unidades), em Newtons por

características

Além

também de transmissão sem fio em tempo real e

metro quadrado (1 N/m), equivalente a um

disso, existem produtos complementares de

pode usar as informações em comparação com

Pascal (1 Pa). Mas, outros conceitos são

automação que são dedicados à aquisição de

grandes bases de dados e padrões para tomar

indispensáveis, como a densidade ou os três

dados para tornar os processos de medição e

as decisões mais fundamentadas na busca

tipos de pressão – atmosférica, manométrica ou

controle cada vez mais rápidos e eficientes e a

pelos melhores resultados.

pressão absoluta.

custos reduzidos.

A implementação de um sistema pode ser

de dispositivos, equipamentos e sistemas de

Considerações Finais

complexa para medir, controlar e monitorar

medição e controle de processos industriais

todos os elementos de uma unidade industrial

exigem dos gestores a atualização de seus

industriais

com alta precisão e profundidade, bem como

ambientes de produção para manterem-se

instrumentos utilizados em várias máquinas de

para automatizar esses processos e, por sua

competitivos no mercado.

parques industriais com o desafio de obter dados

vez, garantir a repetibilidade das medições e

A eficiência dos processos sempre garante

sobre o desempenho de atividades produtivas,

estruturas de resultados.

vantagens competitivas e bons resultados

registrá-los e usá-los para ganhar mais eficiência

produtivos e econômicos. Como exemplo,

e segurança.

A medição e o controle de processos são

Para efeito de comparação, os médicos

medem

são

as

principais

características

do

A instrumentação industrial refere-se ao

Em geral, os dispositivos de medição e físicas

ou

químicas.

Os dispositivos de medição e controle aplicados

aquecedores, fornos,

a

máquinas,

reatores,

refrigeradores,

tais

bombas,

seguem detalhes sobre duas grandezas (entre

prensas,

muitas outras já mencionadas neste texto)

de

diversas

indústrias,

uma

vez

que

A pressão é a força aplicada a uma dada área

Além disso, os avanços na tecnologia

como

condicionadores

Portanto, é importante saber os coeficientes

A medição e o controle de processos são

realizados

por

meio

de

altamente consideradas na medição industrial.

ar, compressores e uma grande variedade

Temperatura

de equipamentos ou instalações. Ou seja, os

instrumentos de medição são ferramentas para

indústria, pois pode identificar ganho ou perda

mensurar grandezas físicas ou químicas por meio

de calor nas substâncias usadas em dezenas de

de unidades de medida de maneira apropriada

processos a fim de garantir resultados ótimos em

para detectar, visualizar, registrar e, assim, usar

produtos e na preservação das máquinas.

Por Antonio Vergara Gomes, gerente geral da

essas informações.

Omega Engineering LATAM | http://br.omega.com/

Esta variável é muito importante para a

A variação de temperatura de um corpo



104

Agenda 1 a 3 de março

Cursos

Projeto de usinas fotovoltaicas de grande porte

Descrição

Informações

Capacitar os alunos para projetarem usinas fotovoltaicas de grande porte é objetivo do curso realizado pela Solarize em março deste ano. Além de aulas teóricas, os participantes poderão realizar simulações com softwares tradicionais no mercado internacional e praticar desenhos em Autocad. Entre os temas que serão apresentados no curso, estão contratação de usinas fotovoltaicas: leilão de energia, PPA; dimensionamento de sistemas, cálculo de perdas, cálculo de strings; e equipamentos, características e composição de sistemas.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: cursos@solarize.com.br

7 e 8 de março

Relés de proteção: estudo, parametrização e testes

Descrição

Informações

O objetivo do curso é qualificar os participantes para trabalhar com relés das marcas Alstom, Schneider e Areva Micom, tornando-os aptos a comunicar, parametrizar, testar e interpretar resultados e obter oscilografias. No conteúdo programático das aulas constarão temas como filosofia de proteção; conceito de funções de proteção; estudo do relé; e alteração de ajustes através do software/painel. Os alunos terão aulas práticas com relés de proteção e malas de testes microprocessadas.

Local: Uberlândia (MG) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br

7 a 11 de março

Proteção e seletividade em sistemas elétricos industriais

Descrição

Informações

Direcionado a engenheiros e técnicos que atuam em projeto, consultoria, manutenção e operação de sistemas elétricos, o curso almeja oferecer aos alunos conhecimentos sobre práticas e cálculos de faltas (curto-circuito) trifásicas, bifásicas, fase-terra e por arco. Durante as aulas, os cursandos travarão contato com os fundamentos de TCS, TPs, bobinas de Rogowski e dos principais dispositivos de proteção e aprenderão a como coordenar e tornar seletivos disjuntores, fusíveis, relés de proteção, etc., e seletividade amperimétrica, cronológica e lógica.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3579-8768 treinamentos@engepower.com

18 e 19 de março

Sistemas de proteção contra incêndios em subestações elétricas

Descrição

Informações

O curso tem dois intuitos principais. O primeiro é reconhecer que os incêndios e as explosões em subestações são um problema complexo, que envolve um enorme número de interações entre os mais variados subsistemas. O segundo: propor uma nova maneira de pensar a respeito do gerenciamento dos riscos de incêndios e explosão baseado no desempenho. Entre outros, as aulas debaterão os seguintes temas: “Teoria do normal acidente: por que os incêndios acontecem?”; “Identificação dos perigos: análise preliminar de perigos”; e “Etapas para a implementação de um programa de gerenciamento do risco de incêndio e explosão baseado no desempenho”.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3816-0441 cursos@ycon.com.br

17 de março

Eventos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

Agenda Setorial

Descrição

Informações

Reunindo os principais nomes do setor elétrico brasileiro, entre órgãos públicos, empresas privadas e associações correlatas, o Agenda Setorial é o primeiro grande evento do setor elétrico realizado no ano. O objetivo do evento, sempre, segundo seus organizadores, é debater os principais assuntos relacionados ao segmento. Seu público alvo é formado por técnicos, analistas, consultores, profissionais liberais, estudantes, políticos e profissionais em geral que atuam no setor elétrico.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3154-9400 www.agendasetorial.com.br

4 a 7 de abril

Congresso Brasileiro de Energia Solar

Descrição

Informações

Organizado pela Associação Brasileira de Energia Solar (Abens), o Congresso Brasileiro de Energia Solar (CBENS) busca promover o intercâmbio de informações e experiência entre a comunidade científica e tomadores de decisão, financiadores e profissionais atuantes nessa área. Para isso, os organizadores do evento esperam contar com a contribuição de trabalhos tecnológicos e científicos relevantes para o desenvolvimento da energia solar no Brasil. O congresso é voltado a pesquisadores, profissionais e estudantes com foco em energia solar.

Local: Belo Horizonte (MG) Contato: http://abens.org.br/CBENS2016

5 a 8 de abril

Fiema Brasil

Descrição

Informações

Espaço de negócios, troca de conhecimento, prospecção, atualização, pesquisa e networking, a Feira de Negócios e Tecnologia em Resíduos, Águas, Efluentes e Energia (Fiema) é um evento de soluções completas para o meio ambiente. Na edição de 2016, mais uma vez, a Fiema irá mobilizar e integrar as diferentes iniciativas que impulsionam o setor de indústrias de máquinas e equipamentos para tratamento de resíduos sólidos urbanos, industriais e de reciclagem, entidades de educação e pesquisa tecnológica, setor público e empresas industriais que busquem melhorias em processos e gestão ambiental.

Local: Bento Gonçalves (RS) Contato: (54) 3055-8700 imprensa@fiema.com.br


Alpha 60 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br Alubar 7 (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www.alubar.net APS Componentes 68 (11) 2870-1000 www.apscomponentes.com.br AXT 53 (11) 4025-1300 vendas@axt.com.br www.axt.com.br BHS Eletrônica 81 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br BN Eletro Metalúrgica 56 (11) 4411-0844 www.industriabn.com.br

Condumax 69 0800 701 3701 www.condumax.com.br Conex 31 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br Daisa 37 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Elos 54 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br Embrata 66 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br Expolux 99 (11) 3060-4913 comercial@expolux.com.br www.expolux.com.br

21

Brametal (27) 2103-9400 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br 39

BRVal (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br

4ª capa

Fastweld (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br Feicon Batimat 103 www.feicon.com.br 89

Cablena 79 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br 43

Chint (11) 3266-7654 lywei@chint.com www.chint.com Clamper Fascículos (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 23 e 83 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br 11

Cobremack (11) 4156-5531 SP (71) 3594-5565 BA contato@cobremack.com.br www.cobremack.com.br

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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

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Megabarre 5 (11) 4525-6700 vendas@megabarre.com.br www.megabarre.com.br

ICE Cabos Especiais 57 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br

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IFG 72 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Ilumatic 33 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Instrumenti 75 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br 59

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Palmetal (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br

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Rittal (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br 71

Sarel (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br 64

Sassi Medidores (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br 67

Sil (11) 3377-3333 vendas@sil.com.br www.sil.com.br Solução Equipamentos 58 (31) 9783-5359 financeiro@sesolucao.com.br www.sesolucao.com.br 9

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Unitron 25 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br


106

What’s wrong here?

O Setor Elétrico / Janeiro de 2016

O que há de errado? PREMIAÇÃO

Iniciada em julho de 2008, a seção “O que há de errado?” foi criada com o intuito de

denunciar situações perigosas que colocam em risco a segurança das pessoas e do patrimônio

e, ao mesmo tempo, provocar o leitor, incentivando-o a analisar essas circunstâncias com base

relatando todas as não conformidades

nas normas técnicas brasileiras vigentes. Foram, no total, 90 instalações denunciadas.

da instalação ilustrada, de acordo com

as normas técnicas vigentes, receberá

Neste momento, decidimos pausar a publicação desta seção, que será reformulada e

O leitor que mandar a melhor resposta,

trabalhada com dedicação para voltar a ser publicada em breve. Por enquanto, confira o

como prêmio um exemplar da mais nova

resultado do desafio divulgado na edição 118, de novembro de 2015:

edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!

Resposta da edição 118 (Novembro/2015)

O leitor MÁRCIO LIMA apresentou a resposta mais correta com relação às não

conformidades com as normas técnicas brasileiras vigentes. O vencedor receberá um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras com as principais atualizações normativas do setor. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas!

Confira a resposta correta, fornecida pelo especialista em segurança do trabalho, o

engenheiro João José Barrico de Souza: Todas

as

existentes

recomendações sugerem

que

a área de abastecimento do posto é uma área com atmosferas explosivas; o uso da unidade seladora, abaixo da tomada, indica a área classificada, já que esse dispositivo

é

obrigatório

nesses ambientes. Ocorre que

a

unidade

seladora

(vertical) está montada de

Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para

cabeça pra baixo, o que

o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e

comprova que ela não foi

nos ajude a denunciar os disparates cometidos

preenchida com a resina de

por amadores e por profissionais da área

selagem, logo, não está operando.

de instalações elétricas. Não se esqueça de

mencionar o local e a situação em que a falha foi

Além disso, o condulete utilizado, que é o invólucro da tomada, é uma simples proteção

mecânica e não apropriada para uma instalação com atmosferas explosivas. E, ainda,

encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação –

abaixo da unidade seladora, existe uma luva de emenda de encaixe, que também não é

residencial, comercial, industrial –, circulação de

adequada para instalações em área classificadas que requerem a unidade seladora.

pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.




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