Ano 10 - Edição 120 Janeiro de 2016
Fios, cabos e acessórios Queda de faturamento e falta de confiança marcaram 2015, mas setor espera crescimento, ainda que moderado, para 2016 Novos fascículos colecionáveis Certificação voluntária das instalações BT: procura aquém das expectativas
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187
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Reportagem
Em janeiro completou dois anos da publicação da Portaria nº 51 do Inmetro, que institui em caráter voluntário a certificação das instalações elétricas em baixa tensão. Da publicação para cá, o número de estabelecimentos que buscam contar com o certificado não aumentou muito.
Coluna do consultor
6
Colunistas
Novidades e desafios a serem apresentados pelo setor elétrico brasileiro em 2016.
Painel de notícias
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Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira
Risco de faltar energia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e
Consultor técnico José Starosta
em edificações podem se tornar obrigatórios; Comissão de
Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Antonio Vergara Gomes, Cláudio Mardegan, Cyro Boccuzzi, Eduardo Daniel, Ivan Bueno Raposo, J.C. Felamingo, João José Barrico de Souza, Jobson Modena, José Starosta, Luiz Fernando Arruda, Márcio Bottaro, Michel Epelbaum, Normando Alves, Nunziante Graziano, Ricardo Drudi, Roberval Bulgarelli e Vicente Scopacasa. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: fuyu liu | Shutterstock.com Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Nordeste do Brasil é zero; Sistemas de aquecimento de água
Minas e Energia rejeita projeto que isenta escolas, postos de
80 Luis Fernando Arruda – Instalação MT 82 Jobson Modena – Proteção contra raios 84 Michel Epelbaum – Energia sustentável
Marcelo Paulino – Proteção, automação e controle
85
João Barrico – NR 10 86 José Starosta – Energia com qualidade 88 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 90
saúde e hospitais de pagarem tarifa de energia; Chesf inaugura
92
oficialmente o Complexo Eólico Chapada do Piauí; Enel Green
Espaço IEE
Power inicia a construção da maior usina solar da América Latina.
Potencial energético dos resíduos sólidos como uma alternativa
Fascículos
para a diversificação da matriz de energia elétrica
19
Pesquisa – Fios e cabos e acessórios
52
Queda de crescimento e falta de confiança dos empresários marca
Espaço Cigré
96
Os desafios técnicos da instituição para 2016.
ram o ano de 2015 deste setor, mas clima ainda é de otimismo.
Dicas de instalação Aula prática – Proteção contra arco
70
100
A respeito da importância da energia elétrica na vida moderna.
elétrico Uma abordagem sobre a resistência ao arco elétrico e as novas
Ponto de vista 102
tendências de avaliação de equipamento de proteção individual
Medição e controle de processos são fundamentais para qualidade
(EPI) para efeitos térmicos.
Espaço 5419
76
A captação em edificações com altura superior a 60 m.
e sucesso da indústria.
Agenda
104
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses
Espaço 5410
78
106
Análise da criticidade e do descaso com que a qualidade das
What’s wrong here?
instalações elétricas é tratada no Brasil.
Resultado do desafio da edição de novembro de 2015.
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Capa ed 120_D.pdf
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2/4/16
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Ano 10 - Edição 120 Janeiro de 2016
O Setor Elétrico - Ano 10 - Edição 120 – Janeiro de 2016
Fios, cabos e acessórios Queda de faturamento e falta de confiança marcaram 2015, mas setor espera crescimento, ainda que moderado, para 2016 Novos fascículos colecionáveis Certificação voluntária das instalações BT: procura aquém das expectativas Arco elétrico e as novas tendências de avaliação de EPIs
Edição 120
Ano novo, velhos problemas
Obrigatoriedade em diversos países, a certificação das instalações elétricas de baixa tensão passou a ser
regulamentada no Brasil há apenas dois anos. Instituída pelo Inmetro – e mesmo sendo reconhecida por qualquer profissional da área elétrica como um processo importante a ser adotado por todas as instalações brasileiras –, a certificação é voluntária. Para quem acompanha essa história, sabe que se trata de uma velha demanda dos profissionais engajados com o tema e uma luta muito bem fundamentada, já que boa parte dos incêndios (se não, a maior) é provocada por faíscas principiadas em curtos-circuitos de instalações problemáticas.
Para se ter uma ideia, no ano de 2014, em entrevista para O Setor Elétrico, o diretor do Inmetro, Alfredo Lobo,
afirmou que é uma prática dos sistemas de avaliação da conformidade começar com uma ação voluntária para, então, monitorar os resultados. Se estes forem positivos, ela permanece voluntária. No entanto, se os resultados forem ruins, passa-se a estudar a conveniência de tornar a certificação compulsória. Pois bem, em dois anos, parece que não mudou muita coisa. Em 2014, apenas a Infraero exigia a certificação de suas instalações, fato que perdura até os dias de hoje. Além dessas instalações, somente mais uma está em vias de obter seu certificado de conformidade. Como mostra a reportagem desta edição, apenas recentemente foi emitida a certificação do primeiro estabelecimento assistencial de saúde, documento que ainda está no processo de ser reconhecido pelo Inmetro.
A pergunta que fica é: quanto tempo mais será necessário esperar para tornar a certificação compulsória?
Questão essa difícil de responder, tendo em vista que, no caso das instalações elétricas, a complexidade é ainda maior devido ao fato de que a competência legal para determinar essa obrigatoriedade é dos municípios. Quem diz isso é a Constituição Federal. Ou seja, para essa história, muita água ainda vai rolar. Sobre este assunto, vale a pena ler também a reflexão do engenheiro Eduardo Daniel na seção “Espaço 5410” desta edição.
Em tempo, como vocês podem notar, este primeiro exemplar do ano traz algumas mudanças, com destaque
para os novos fascículos, que tratam de temas quentes e muito importantes para o setor: geração distribuída, a inovação do Led, a nova IEC 61439-1 e curto-circuito para a seletividade. Os autores são os profissionais mais gabaritados em cada um dos assuntos.
Além disso, convidamos o engenheiro Marcelo Paulino, especialista em proteção e automação de subestações,
a integrar o nosso time de colunistas. Com ele, serão sanadas todas as dúvidas sobre IEC 61850 e outros assuntos correlatos.
E, por ora, decidimos parar de publicar a seção “What’s wrong here?”, a qual será reformulada e trabalhada
com dedicação para que, quando voltar, tenha ainda mais sucesso! Nesta e na edição seguinte, serão divulgados os últimos ganhadores desta temporada. Boa leitura,
flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!
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Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
E lá vamos nós!
Contrastando com a felicidade da
colegas das outras pastas não deixam
gestão e sinalizações rápidas ao mercado;
celebração do décimo aniversário da nossa
por menos e também rasgam o besteirol;
• Os agentes do mercado cativo terão
revista “O Setor Elétrico”, as perspectivas
quando teremos ministros que rezam as
que ser mais criativos para se manterem
para o nosso país em 2016 não são lá tão
cartilhas de suas pastas?
vivos e o poder regulador terá que ajudar.
favoráveis. Enquanto nesses dez anos,
Não
sentar
Novos modelos terão que ser criados,
intensas discussões, debates, transmissão
e chorar, já que nossas empresas têm
como novas proporções de precificação
de conhecimento e divulgação de produtos,
que sobreviver (aliás, sobrevivência de
entre consumos e demandas, tarifa branca
serviços e do mercado de instalações
empresas parece que não é assunto
e outros;
elétricas foram promovidas pela revista,
importante para aqueles que ditam as
• A nova resolução Aneel 687 (REN 687)
assistimos a apreensivos quais serão os
regras em Brasília). Nosso setor apresenta
estabelece uma série de mudanças em
desdobramentos que ocorrerão na gestão
para este ano algumas boas novidades e
relação à anterior (REN 482 de 2012),
e em particular na economia do Brasil.
desafios a serem explorados.
detalhada no primeiro capítulo do fascículo
dá
efetivamente
para
Como esperado, ao final de 2015,
sobre geração distribuída publicado nesta
ocorreu a troca de ministros da economia
• O aspecto da análise tarifária está em
edição. Muitas ideias novas surgirão e com
e, ao entregar o bastão, o ministro Levy
alta, com um mercado livre que ressurge
elas novos projetos incluindo geração com
passou a impressão de ter feito sua lição
em função dos altos custos do mercado
fontes renováveis e sustentáveis;
de casa, e que o sucessor, se tivesse
cativo incrementados pela falta de chuva
• O COP 21 nos traz esperanças para bons
juízo, seguiria no mesmo caminho, mesmo
e uso de fontes térmicas já aqui discutidas
projetos com foco em sustentabilidade e
soltando um pouco o freio. Não parece
e da própria recessão da economia que
em eficiência energética;
que as mudanças sejam importantes e o
reduz naturalmente o preço da energia no
• Aspectos de segurança de instalações,
modelo será mantido. Sair dos dois dígitos
mercado livre;
aspectos de qualidade da energia de
da inflação anual com uma taxa básica de
• As bandeiras tarifárias deverão ser
instalações, normalização de instalações
juros maior que 14%, além do PIB negativo
reformadas com a inclusão de mais um
e certificações são alguns pontos que
verificado em 2015 e também esperado
tipo
podem movimentar o mercado.
para 2016 são argumentos suficientes
então, a bandeira vermelha 1, no caso
para qualquer economista de plantão
mais crítico, e a bandeira vermelha 2, no
desfilar as mais trágicas previsões. E aí,
caso intermediário (não confundir com
espera que o trem de Brasília entre nos
o que faremos? Anuncia-se um pacote
bandeira 2), além das bandeiras amarela
trilhos após estas “merecidas” férias de
de investimento ao setor produtivo com
e verde. Novas tarifas foram publicadas
janeiro inteiro. Que tenhamos força, fé e
financiamento por bancos estatais, será?
com um desconto em relação aos valores
equilíbrio.
A que taxa? Falando em ministros, haja
anteriormente
saúde para suportar os pronunciamentos
esperam-se novidades. O que importa
ELÉTRICO” por fazer esta revista cada vez
do ministro da ”própria”. Claro que seus
é que realmente existam ferramentas de
melhor!
de
bandeira
vermelha,
praticados.
teremos,
Em
abril,
Façamos a nossa parte, enquanto se
Parabéns à equipe de “O SETOR
Painel de mercado
8
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Risco de faltar energia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil é zero O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou em relatório que há sobra estrutural de 9,3 mil MW médios para suprir a carga prevista em 2016
O Comitê de Monitoramento do Setor
MW de energia nova, valor acima do previsto
Elétrico (CMSE), presidido pelo Ministro de
para a expansão no ano.
Estado Minas e Energia, Eduardo Braga,
O Comitê informou também durante
reuniu-se pela primeira vez no ano no dia 13
a
reunião
de janeiro, chegando à conclusão de que
do
é zero o risco de faltar energia nas regiões
continuar
Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste em
hidroenergéticas do SIN para definir a
2016. Em relatório apresentado no encontro,
geração térmica necessária à garantia do
o Comitê informou haver sobra estrutural
atendimento energético do sistema. Em
de 9,3 mil MW médios para suprir a carga
agosto de 2015, o CMSE decidiu desligar as
prevista. “O sistema elétrico apresenta-se
usinas térmicas com custo mais alto. Segundo
estruturalmente equilibrado, em decorrência
o órgão, a energia não era mais necessária,
da capacidade de geração e transmissão
haja visto o aumento do volume de chuvas
instalada no país, que continua sendo
nos reservatórios das usinas hidrelétricas.
ampliada com a entrada em operação de
usinas, linhas e subestações”, diz o relatório
continuidade e a segurança do suprimento
do grupo.
de energia no país, o CMSE é composto
que
Sistema
o
Operador
Elétrico
acompanhando
Nacional
(ONS) as
deverá
condições
Criado em 2004 para acompanhar a
As previsões deste ano são bem mais
por representantes do Ministério de Minas
otimistas do que as realizadas em janeiro de
e Energia (MME), da Agência Nacional
2015. Na ocasião, o CMSE projetou um risco
de Energia Elétrica (Aneel), do ONS, da
de déficit de energia de 4,9% nas regiões
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da
Sudeste e Centro-Oeste e de 1,2% na região
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
Nordeste. Em razão disso, foram acrescidos
e Biocombustíveis (ANP) e da Câmara de
ao Sistema Interligado Nacional (SIN) 6.428
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Número de mortes por choque elétrico cai 5% em 2015 Conforme a Abracopel, contudo, no que diz respeito aos acidentes causados por eletricidade de uma forma geral, houve aumento de 3%
A Associação Brasileira da Conscientização
aumentaram em cerca de 3%, passando de
para os Perigos da Eletricidade (Abracopel)
1222 em 2014 para 1257 em 2015.
divulgou, no início deste ano, os primeiros
dados sobre acidentes originados por energia
choque elétrico ocorreram em incêndios
elétrica em 2015 no Brasil. Conforme a
causados por eletricidade. De acordo com
entidade, o ano passado começou assustador
a Abracopel, em 2015, 33 pessoas vieram a
com 75 mortes ocasionadas por choques
óbito por este motivo, número 65% maior do
elétricos. Este número, no entanto, diminuiu
que o contabilizado no ano de 2014, de 20
durante o ano, fechando com queda de 5%
acidentes fatais.
em relação aos acidentes fatais apurados
em 2014 Naquele ano, contabilizou-se 627
deste ano devem servir de alerta para que
mortes. Em 2015, foram 601 falecimentos.
todos se mobilizem em torno de um ideal de
Algumas das mortes relacionadas a
Segundo a associação, os números
O fenômeno inverso ocorreu com o
zero acidente com eletricidade. A Abracopel
número de incêndios gerados por sobrecargas
entende que se trata de uma utopia, mas que
e curtos-circuitos, que passou de 295 em
deve ser perseguida, já que a grande maioria
2014 para 441 em 2015; um acréscimo de
destes acidentes acontece por absoluta falta de
49%. Dessa forma, apesar dos casos de
informação, de cuidados e de conscientização
acidentes fatais terem diminuído, os números
para os perigos que a eletricidade, quando não
totais de acidentes envolvendo eletricidade
respeitada, pode causar.
Vendas de lâmpadas e luminárias Led continuarão a crescer em 2016 Conforme dados da Abilux, elevação deve ser de 30% e 100% nas vendas de luminárias e lâmpadas Led, respectivamente A Associação Brasileira da Indústria de
R$ 3,9 bilhões em vendas, enquanto que,
Iluminação (Abilux) divulgou em janeiro suas
em 2014, o número foi de R$ 4,05 bilhões.
projeções para o mercado de iluminação
O número de empregados também decaiu,
em 2016. De acordo com a entidade,
de 37 mil funcionários registrados em 2015
produtos com tecnologia Led continuarão
para 33 mil em 2015. Do mesmo modo,
apresentando
A
decresceram as exportações e importações,
estimativa é de que haja crescimento de
passando, respectivamente, de US$ 40
30% nas vendas de luminárias e de 100%
milhões para US$ 36 bilhões e de US$ 786
nas vendas de lâmpadas. No ano de 2015, o
milhões para US$ 700 milhões.
acréscimo de vendas de unidades luminárias
Led também foi da ordem de 30% e das
podem ser explicados, conforme a Abilux,
vendas de unidades de lâmpadas (tubulares,
pelos impactos negativos da economia e da
roscas e baioneta) ainda maior: de 170%.
construção civil. Estes impactos, por outro
No entanto, houve redução do preço médio
lado, desencadearam os resultados positivos
(50%) destes produtos no ano que passou.
das vendas de Led. Segundo a associação,
resultados
positivos.
Os resultados não tão favoráveis em 2015
O acréscimo de vendas de lâmpadas e
a busca das empresas e consumidores para
luminárias Led não foi suficiente, contudo,
reduzir suas despesas de manutenção e de
para elevar o faturamento do setor em 2015.
energia elétrica aumentou a demanda por
Conforme a Abilux, o mercado de iluminação
produtos economizadores de energia, como
contabilizou no ano passado um total de
os Leds.
Painel de produtos
12
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Analisador de desvio de energia elétrica www.montrel.com.br
www.tecsysbrasil.com.br
Destinado a verificar em campo a medição, a instalação e a
identificar os desvios dos registros de consumo em medidores de energia eletromecânicos ou eletrônicos, o analisador de desvio de energia elétrica ADR Multi 4000 da Montrel consegue, com medições através de clamps (sem desligar a rede elétrica do consumidor), identificar “gatos” na ligação, caso esteja instalado no “pingador”.
Sensores de distribuição
O equipamento é operado através da comunicação Bluetooth
com tablet, PC ou PDA; possui suporte para fixação em painéis ou ramais de ligação, gráfico fasorial e amplitudes de tensão e corrente
Os sensores inteligentes para monitoramento de redes de
distribuição da linha Smart Power da Tecsys do Brasil localizam as faltas e monitoram redes de distribuição de média tensão até 34,5 kV trifásico, utilizando sensor inteligente de corrente de baixo custo. De acordo com a fabricante, os equipamentos são compostos por três unidades sensoriais e uma unidade concentradora denominada de “Remota”. Esta recebe dados em tempo real de cada um dos sensores enviando-os para a central de controle da concessionária de energia. O equipamento propicia a instalação em campo com equipe leve e sem a necessidade de interrupção do fornecimento de energia.
em tempo real. Devido à utilização de tablet, conta com interfaces como e-mail, suporte de impressão e diversos formatos de arquivos que poderão ser integrados aos sistemas já em uso. O analisador é fornecido com 4 clamps tipo Rogolwski IP 65, podendo ser instalado em ambiente externo.
Analisador consegue identificar “gatos” na ligação elétrica.
Os sensores inteligentes monitoram redes de distribuição de até 34,5 kV.
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Câmera para inspeções termográfica e ultravioleta www.instronic.com.br
Câmera combina imagens infravermelha, ultravioleta e real para inspeção mais completa.
A CoroCAM 8 combina a imagem IR
(infravermelha) com a imagem ultravioleta e a imagem real. De acordo com a Instronic, fabricante do produto, a combinação destas
três
tecnologias
possibilita
inspeção termográfica, inspeção visual e ultravioleta (efeito corona) ao mesmo tempo,
permitindo
o
aumento
de
produtividade do serviço de inspeção. O equipamento possui GPS interno e suas imagens fotográficas e gravação de vídeo são geradas em alta qualidade e definição com resolução de I.R. e U.V. de 307.200 pixels
A
câmera
permite
determinar
a
severidade do efeito corona e a deficiência de isolação em componentes elétricos, bem como anteceder a um flash over (arco) em sistemas elétricos de potência. A Instronic define a CoroCam 8 como uma ferramenta de diagnóstico para inspeção e localização de fontes de RIV e descargas em isoladores, de linhas de transmissão e subestações, condutores, motores e geradores.
14
Painel de normas
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Sistemas de aquecimento de água em edificações podem se tornar obrigatórios Projeto de lei que prevê o uso prioritário de energias alternativas nos sistemas de aquecimento de água em edifícios construídos com recursos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) foi aprovado em comissão da Câmara dos Deputados A Comissão de Desenvolvimento Urbano
de chuveiros elétricos contribui decisivamente
geração elétrica de fonte solar, como os painéis
da Câmara dos Deputados aprovou no início
para o aumento de consumo de energia elétrica
fotovoltaicos.
de janeiro, em Brasília, o Projeto de Lei 5733/09
no Brasil. O senador explica que a maioria das
conectores e estruturas de suporte podem ficar
do Senado Federal que torna obrigatório o
edificações, por não prever em seus projetos o
livres do Imposto sobre Produtos Industrializados
uso prioritário de energias alternativas nos
uso dos sistemas alternativos de aquecimento,
(IPI), assim como outros equipamentos, inclusive
sistemas de aquecimento de água em edifícios
desperdiça
os painéis fotovoltaicos, teriam isenção de PIS/
construídos com recursos do Sistema Financeiro
energia. Além disso, segundo o político, o uso de
Pasep e Confins
de Habitação (SFH). O projeto de autoria do
fontes renováveis contribui para o equilíbrio do
senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) prevê a
meio ambiente, pois diminui a emissão de gases
incentivos como a isenção tributária são uma
adoção de normas que incentivem o emprego de
causadores do efeito estufa.
maneira de reduzir o custo da implementação da
fontes energéticas limpas como os aquecedores
O projeto tramita em caráter conclusivo na
energia solar fotovoltaica no país. “O Brasil precisa
solares no processo de aquecimento de água
Câmara e já foi aprovado pela Comissão de Minas
estimular esse mercado e uma das formas para
nas edificações públicas e privadas entre
e Energia. Para sua aprovação ainda falta passar
isso é facilitar a comercialização. O detalhe que
as diretrizes gerais da política urbana dos
pelas comissões de Finanças e Tributação, de
conseguimos, neste substitutivo, foi pactuar para
municípios. O texto altera a Lei 4.380/64 e o
Constituição e Justiça e de Cidadania.
que alguns componentes da placa fotovoltaica
oportunidades
de
economizar
Com
o
substitutivo,
cabos,
O deputado do PPS-PA acredita que os
pudessem ter os impostos reduzidos - porque
Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01).
Isenção tributária
são produtos importados - até que o mercado
apresentado pelo relator, o deputado Silvio
Também no âmbito da energia alternativa, a
brasileiro possa produzi-los. E isso vai baratear
Torres (PSDB-SP), a proposta de lei estipula
Comissão de Minas e Energia da Câmara dos
extremamente a aquisição [do equipamento] e o
também a inclusão de incentivos fiscais para o
Deputados aprovou o substitutivo do relator,
investimento das empresas", diz Jordy.
emprego de sistemas de aquecimento de água
deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) ao Projeto
com energia solar, ou de fonte limpa e igualmente
de Lei 8322/14 do Senado Federal, cujo
a permissão de que os trabalhadores utilizem
autônoma
Sistema
objetivo é isentar de impostos equipamentos
parte do saldo do Fundo de Garantia do Tempo
Interligado Nacional, em edificações, públicas ou
e componentes de geração de energia solar
de Serviço (FGTS) para a compra de sistemas
privadas, em área urbana e rural, destinadas aos
produzidos no Brasil, desde que não haja
fotovoltaicos.
usos habitacionais, agropecuários, industriais,
similares nacionais.
comerciais e de serviços, inclusive quando se
O substitutivo de Jordy ampliou as isenções
dos Deputados, o projeto será analisado ainda
tratar de edificações de interesse social
tributárias propostas no projeto original. Este
pelas comissões de Finanças e Tributação; e
Justificando a importância do seu projeto, o
previa somente a isenção de imposto sobre
de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Com
senador Crivella destaca que a ampla utilização
importação para alguns equipamentos de
informações da Agência Câmara).
Aprovada
e
na
forma
independente
de
substitutivo
do
Outro incentivo previsto no substitutivo é
Tramitando em caráter conclusivo na Câmara
ABNT publica três novas normas para o segmento elétrico Hexafluoreto de enxofre para equipamentos elétricos Contendo 29 páginas, a ABNT NBR 12160: 2016 especifica os métodos para verificação das propriedades do hexafluoreto de enxofre para uso em equipamentos elétricos. O documento normativo está em vigor desde o dia 21 de janeiro de 2016.
Células e baterias secundárias Também publicada no dia 21 de janeiro de 2015, a norma ABNT NBR IEC 61434:2016 aplica-se às células e baterias secundárias contendo eletrólitos alcalino ou outro não ácido. O texto, que conta com apenas uma página, propõe um método matematicamente correto para designação da corrente, que deve ser usado nas futuras normas de células e baterias secundárias.
Chuveiros elétricos A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 19 de janeiro de 2016 a ABNT NBR 12090:2016, que especifica um método de ensaio para a determinação da corrente de fuga passível de circular através do corpo do usuário em chuveiros elétricos utilizados em edificações. A norma conta com cinco páginas.
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Comissão de Minas e Energia rejeita projeto que isenta escolas, postos de saúde e hospitais de pagarem tarifa de energia Apenas estabelecimentos situados em municípios com até 60 mil habitantes seriam beneficiados. Projeto ainda tramitará nas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania
O Projeto de Lei 7601/14, cujo intuito é isentar escolas, postos de saúde e hospitais mantidos
pelos municípios com até 60 mil habitantes de pagar tarifa de energia elétrica, foi recusado pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados no dia 13 de janeiro deste ano.
De autoria do deputado Sarney Filho (PV-MA), o projeto prevê que as concessionárias
sejam ressarcidas através de crédito dedutível de tributos federais. Justificando a proposta, o parlamentar explicou que as responsabilidades dos municípios nas áreas de assistência social, saúde e educação têm aumentado sem que os repasses acompanhem o crescimento das despesas. Sendo, conforme ele, os municípios com menos de 60 mil habitantes os mais afetados, haja visto que a renda média nessas localidades é menor.
Já o relator da matéria na Comissão de Minas e Energia, deputado Ronaldo Benedet
(PMDB-SC), explicou o seu parecer contrário afirmando que isentar estabelecimentos municipais do pagamento das faturas de energia elétrica não resolve as dificuldades desses entes, “pois as faturas de eletricidade não são o maior problema que enfrentam”. Ainda, de acordo com ele, a medida poderá gerar um grave processo de distorções no setor elétrico.
Não obstante o projeto ainda não foi totalmente descartado. Ainda será analisado, em caráter
conclusivo, pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Com informações da Agência Câmara).
Projeto quer que moradores decidam pela construção de novas usinas nucleares Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 158/2015 condiciona instalação de novas usinas nucleares em implantação e depósitos de lixos atômicos à autorização dos eleitores dos estados em que os empreendimentos forem planejados de
aceitar, e isso é absurdo. A população tem
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal
que ser consultada para saber se quer correr
a Proposta de Emenda Constitucional (PEC)
esse risco, como corre hoje risco a população
158/2015, que condiciona a instalação de novas
de Angra dos Reis”, afirma.
usinas nucleares em implantação e depósitos de
lixos atômicos à autorização dos eleitores dos
continuidade a outros projetos que visam
estados em que os empreendimentos forem
limitar a construção de usinas nucleares
planejados. A PEC 158, foi apresentada em
como um que pretende proibir novas centrais
15 de dezembro de 2015, após a coleta de
nucleares no Brasil por 30 anos. “Uma espécie
assinaturas dos 30 senadores que respondem
de moratória até que estejamos tranquilos,
pela autoria do projeto.
seguros, em relação aos riscos das usinas
Um dos senadores que assinou o
nucleares, tanto o risco relacionado à parte de
projeto, o senador Cristovam Buarque, do
engenharia civil, diante de tragédias, quanto o
PDT, defende que aqueles que irão conviver
que fazer com o lixo atômico”, esclarece.
com as fontes de materiais radioativos é que
devem ter o poder de decisão. “Hoje em
o projeto estava aguardando designação do
dia, se a Eletronuclear e o Governo Federal
relator da CCJ. (Com informações da Agência
desejam colocar uma usina, o estado tem que
Senado).
Está
em
análise
na
Comissão
O senador ainda explicou que a PEC dá
Até o fechamento desta edição da revista,
Painel de empresas
16
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Enel Green Power inicia a construção da maior usina solar da América Latina Empreendimento localizado no Estado da Bahia terá capacidade instalada de 254 MW e produção anual de energia de 500 GWh
A EGP possui no Brasil atualmente empreendimentos que somam uma capacidade instalada de 418 MW. Desse total, 93 MW vêm de hidrelétricas, 313 MW de usinas eólicas e 12 MW de usinas solares.
Empreendimento da Enel Green Power
total, 93 MW vêm de hidrelétricas, 313
(EGP) e considerada a maior usina solar
MW de usinas eólicas e 12 MW de usinas
da América Latina, o projeto Ituverava,
solares. A empresa conta ainda com 444
localizado na cidade de Tabocas do Brejo
MW de projetos em construção. Um destes
Velho (BA), teve sua construção iniciada
empreendimentos é o Parque Eólico de
em dezembro de 2015 e está previsto
Delfina, também localizado no Estado da
para entrar em operação em meados do
Bahia. O novo parque eólico tem previsão
próximo ano. A usina terá capacidade total
para ser concluído na primeira metade de
instalada de 254 MW e produção anual de
2017. Quando finalizado, terá capacidade
energia estimada em 500 GWh.
instalada total de 180 MW e poderá gerar
Conforme a EGP, operadora inter
mais de 800 GWh ao ano, o suficiente
nacional de usinas renováveis pertencente
para atender a cerca de 400 mil famílias,
ao Grupo Enel, esta é uma das maiores
evitando a emissão anual de mais de 270
usinas de energia solar da empresa e
mil toneladas de CO2.
deverá ajudar a suprir à demanda constante
de energia elétrica no país, que, de acordo
serão investidos aproximadamente 400
com estimativas, vai aumentar a uma taxa
milhões de dólares. O dinheiro virá do
média de 4% ao ano até 2020.
próprio Grupo Enel Green Power, por meio
de um acordo de compra de energia de
A EGP possui no Brasil atualmente
empreendimentos
que
somam
uma
capacidade instalada de 418 MW. Desse
Para a construção do empreendimento
largo prazo, em inglês, Power Purchase Agreement (PPA).
Painel de empresas
18
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Chesf inaugura oficialmente o Complexo Eólico Chapada do Piauí O empreendimento possui capacidade total de 437 MM, suficiente para abastecer mais de 1 milhão de pessoas
A Companhia Hidroelétrica do São
Francisco (Chesf) e a empresa de geração de energia ContourGlobal inauguraram de forma oficial no mês de janeiro o Complexo Eólico Chapada do Piauí, situado nos municípios piauienses Marcolândia, Simões, Padre Marcos e Caldeirão Grande. O empreendimento possui capacidade total de 437 MW, suficiente para atender a mais de 1 milhão de pessoas. Para a construção do complexo foram investidos R$ 1,85 bilhão, sendo que a maior parte – R$ 1,3 bilhão – veio a partir de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
eólico a entrar em operação comercial foi
região na parte econômica. No período
O Complexo é composto por três parques
a Chapada do Piauí I. A usina começou a
de sua construção, foram criados 1,5
eólicos: Chapada do Piauí I e Chapada
funcionar em julho de 2015, 60 dias antes do
mil empregos diretos e três mil indiretos.
do Piauí II, que, além da ContourGlobal e
planejado. Já os parques Chapada do Piauí I
Conforme a Chesf, seu funcionamento
Chesf, estão sob controle da Salus FIP,
e II, apesar de começarem a funcionar, com
também desenvolverá a economia local, por
apresentando potência de 205 MW e
50% de seus aerogeradores, em dezembro
meio da regularização fundiária de terras de
172,4 MW, respectivamente; e o Chapada
do mesmo ano, passaram a trabalhar com
pequenos proprietários e geração de renda
do Piauí III, cuja concessão é somente da
força total em janeiro de 2016, dentro do
via arrendamentos de terras. Além disso,
ContourGlobal, e tem capacidade instalada
cronograma estabelecido.
possibilitará o aprimoramento de programas
de 59,2 MW. As três usinas em conjunto
de
apresentam 247 turbinas de 1,85 MW e 1,7
Nordeste e para o Sistema Interligado
profissional das pequenas e, em grande
MW.
Nacional
parte das vezes, carentes comunidades do
Chapada do Piauí ajudou a população da
O primeiro empreendimento do complexo
Além de fornecer energia para a região (SIN),
o
Complexo
Eólico
saúde,
educação
entorno do parque.
e
qualificação
Fascículos
Apoio
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
Novo!
20
José Starosta e Cyro Boccuzzi Capítulo I – Introdução • Definições • Modelos de geração, transmissão e distribuição de energia • Qualidade da energia e disponibilidade • Redes inteligentes
IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano
Novo!
26
Capítulo I – Introdução • Totalmente testados • Parcialmente testados • IEC 61439
LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO
Novo!
32
Vicente Scopacasa Capítulo I - Introdução • Componentes da luminária de estado sólido • Vida útil da luminária Led • Modo de falha das fontes de luz por envelhecimento • LM-80-08
CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE
Novo!
Cláudio Mardegan Capítulo I – Conceitos básicos – Números complexos • Cálculo EM por unidade • Cabos/linhas • Transformadores
38
Apoio
Geração distribuída
20
Capítulo I
Introdução Por José Starosta e Cyro Boccuzzi*
Este primeiro capítulo do fascículo
de
atender
à
carga.
As
pequenas
o mapa das linhas de transmissão no
sobre Geração Distribuída (GD) tratará
centrais hidrelétricas (PCHs) e, mais
Brasil.
dos
capítulos
recentemente, os painéis fotovoltaicos e
seguintes abordarão as diversas nuances
os sistemas eólicos, quando instalados
no sistema elétrico nacional (SIN) são
do tema de forma mais específica.
junto à instalação dos consumidores,
ditadas em médio e longo prazo por
também são exemplos de sistemas de
leilões de energia. Há de se considerar
geração distribuída.
que usinas hidráulicas a fio d´agua e as
aspectos
gerais.
Os
Definições
Uma das boas definições de “geração
distribuída (GD)” e que se encontra no site do Instituto Nacional de Eficiência
Modelos de geração, transmissão e distribuição de energia
Energética (Inee) é: “Geração Distribuída
Fascículo
Novo!
As definições de “quem gera o quê”
próprias eólicas possuem capacidade de geração que dependem fortemente de aspectos naturais, constituindo-se a GD como também uma ferramenta eficaz para complemento desta necessidade.
é uma expressão (definição) usada para
O
assunto
merece
interessantes
designar a geração elétrica realizada
pontos de atenção em função do
junto ou próxima do(s) consumidor(es)
modelo de geração de energia no Brasil.
independente da potência, tecnologia e
Classicamente, nossas redes de geração,
fonte de energia”. As tecnologias de GD
transmissão e, mesmo de distribuição,
centralizada (não distribuída) que utiliza
têm evoluído para incluir potências cada
foram concebidas para operação de
fontes hidráulicas e eólicas seriam susten
vez menores. A GD inclui os sistemas
forma interligada. Possuímos mais de
táveis e plenamente justificáveis sob os
de cogeração, em que se pode recuperar
100 mil km de redes de transmissão
aspectos de sustentabilidade, contudo, e
as perdas da produção de energia em
que atendem a um complexo sistema
de fato tais usinas também prescindem
processos térmicos; ou os geradores que
com picos de carga (de demanda) que
de delicadas avaliações ambientais e as
usam como fonte de energia resíduos
superam 80 GW. A justificativa desta
licenças para a construção das mesmas
combustíveis de processo como o bagaço,
extensão de rede decorre das dimensões
se apresentam como importante desafio
cavaco e outras fontes. Ainda inclui os
continentais do Brasil e de que a maioria
a ser vencido. O impacto ambiental
geradores de emergência utilizados na
da nossa energia gerada tem origem
causado pelo alagamento de grandes
falta do suprimento da rede principal
nas usinas hidrelétricas (da ordem de
áreas tem sido entrave de viabilização de
e mesmo aqueles que desempenham
70%). Apesar da pequena participação,
novas usinas hidrelétricas no norte do
este papel e paralelamente operam em
as eólicas também necessitam de redes
país, dando origem às crescentemente
horários de ponta; ou ainda aqueles que
de transmissão para interligação. Já
questionáveis
são instalados para operação em regime
as térmicas, por sua característica,
Trata-se de uma discussão muito atual:
contínuo quando, por alguma razão,
são geralmente implantadas junto aos
o que seria pior, inundar florestas ou
a concessionária não tem condições
centros de carga. A Figura 1 ilustra
gerar energia com combustíveis fósseis?
Aspectos de sustentabilidade Em uma primeira análise, a geração
usinas
a
fio
d’água.
Apoio
21
O professor Jose Goldenberg, em recente entrevista, colocou o dedo nesta ferida, defendendo as usinas com maiores áreas de “reservação”, as quais, mesmo que venham a possuir maiores impactos ambientais em relação às de “fio d’água”, causariam menor impacto do que aquele promovido pela própria geração térmica. O professor considera ainda o uso da energia eólica e da energia da biomassa, com utilização, por exemplo, do bagaço da cana, como soluções de contorno para as hidrelétricas nos períodos de seca e das próprias térmicas, poluidoras e caras, corroborando para a necessidade e aplicação da GD. De uma forma geral, segundo o professor Goldenberg, a geração com fontes renováveis possui custo de operação, em média, duas vezes o custo da geração hidráulica, e a geração térmica pode chegar à ordem de dez vezes. É um interessante ponto a se considerar, dada a existência de sistemas de GD térmicos que, mesmo acionados
Figura 1 – Redes de transmissão no Brasil. Fonte: ONS.
Apoio
Geração distribuída
22
por óleo diesel, apresentam viabilidade nas tarifas vigentes ao consumidor industrial final. Por
outro
lado,
as
redes
Qualidade da energia e disponibilidade
minigeração aos sistemas de distribuição de energia elétrica e cria o sistema de compensação de energia elétrica, que
de
Os sistemas de GD podem operar
permite ao consumidor instalar pequenos
transmissão e de distribuição, ao cum
interligados às redes das distribuidoras ou
geradores em sua unidade consumidora e
prirem seu papel de levar a energia
isoladamente (em ilha ou isolados) e, nesta
trocar energia com a distribuidora local. A
gerada desde as distantes usinas até os
ultima situação, as baixas potências de curto-
regra é válida para geradores que utilizem
centros de cargas, são responsáveis por
circuito podem prejudicar o desempenho
fontes incentivadas de energia (solar,
elevadas perdas elétricas técnicas; estes
da energia fornecida com indicadores
eólica, biomassa, hídrica e cogeração
valores são da ordem de 7% da energia
não favoráveis de distorção de tensão e
qualificada).
consumida.
afundamentos e flutuações de tensão. As
Pelo sistema, a unidade geradora
A complexidade do assunto aumenta
fontes renováveis, mesmo as hidráulicas,
instalada
na medida em que a energia gerada
possuem disponibilidade sazonal e sua
exemplo, produzirá energia e o que não
se aproxima dos consumidores nos
participação na matriz energética deve ser
for consumido na própria residência será
sistemas de distribuição dos centros
vista com bastante cuidado.
injetado no sistema da distribuidora,
urbanos. Em função das topologias e das tecnologias embarcadas nestes sistemas, outras perdas são incorporadas até que a
Redes inteligentes As
e
múltiplas
Portanto,
aspectos
uma
residência,
redes
inteligentes
para diminuir o valor da fatura de energia elétrica e para abater o consumo dos em
suas
meses subsequentes. Os créditos poderão
auxiliar
ser utilizados em um prazo de 36 meses
ambientais, perdas e custos de GTD
diversos pontos da GD, como a definição
e as informações estarão na fatura do
justificam a GD como um modelo que
(e mesmo “mix”) do tipo de fonte com
consumidor, a fim de que ele saiba o saldo
deve ser considerado e levado a sério.
a minimização dos custos de operação,
de energia e tenha o controle sobre a sua
a geração por consumidor para auxílio
fatura.
à distribuidora, a entrada de geração
Custos para os consumidores
funções
podem
Segundo a Aneel, a geração distribuída
de emergência em função de sinal da
superou em outubro de 2015 a marca de
Ao se tratar a GD como uma
qualidade de energia consumida, além
1000 adesões de consumidores. Ao todo,
oportunidade ou alternativa, e não como
de aspectos gerenciais, tanto para o lado
são 1125 conexões no país que representam
uma necessidade no caso de inexistência
da distribuidora, como do consumidor.
a potência instalada de 13,1 megawatts
de outra rede, o fator decisório será
(MW). A fonte mais utilizada pelos
A resolução Aneel 482
consumidores é a solar, com 1074 adesões,
menores do que aqueles relativos aos de
geração, transmissão e distribuição. Não
da Agência Nacional de Energia Elétrica
o número de conexões por fonte e a
estamos considerando o atendimento às
(Aneel), é a regra que estabelece as
potência instalada desses geradores em
cargas de missão crítica (hospitalares,
condições gerais para o acesso de micro e
quilowatts (kW).
o custo de implantação e operacional da GD. Os custos da GD deverão ser
A Resolução Normativa nº 482/2012,
seguida da eólica com 30 instalações. Veja gráficos, a seguir, que apresentam
data centers e outras), as quais, por sua concepção e necessidade de fonte
Fascículo
por
gerando créditos que serão utilizados
energia elétrica seja finalmente entregue consumida.
em
mais confiável que aquela suprida pela distribuidora, possuem suas próprias fontes independentes de contingência. Neste caso, há de se avaliar muito bem os custos e os riscos. Muitas vezes,
os
geradores
são
mantidos
prontos para operar, mas é comum a preferência em pagar custos maiores para as distribuidoras, uma vez que os equipamentos são destinados a conferir maior confiabilidade e não custo menor de energia de processo.
Figura 2 – Número de conexões por fonte – resolução Aneel 482 – 2015. Fonte: Aneel.
Apoio
23
Apoio
Geração distribuída
24
unidades consumidoras com energia solar até 2024, com uma potência instalada total de 2 gigawatts (GW), superior à usina nuclear de Angra 2, por exemplo. A fonte é considerada ideal por especialistas, pois gera mais energia justamente no horário de maior consumo de residências e comércios — isto é, no período de maior insolação, quando os aparelhos de ar condicionado estão ligados.
Figura 3 – Potência Instalada de sistemas GD, conforme resolução 482 – 2015. Fonte: Aneel.
Revisão da norma
comerciais e residenciais tenham acesso
• Padronização dos formulários de pedido de acesso para todo o território nacional;
aos benefícios concedidos à geração distribuída. Além da energia solar, micro e mini geradores podem usar as fontes
Com o objetivo de aumentar a
• Submissão e acompanhamento de novos
adesão dos consumidores, a Resolução
pedidos pela internet a partir de 2017. Além
Normativa nº 482/2012 passou por um
disso, para a conexão de geração distribuída
processo de revisão com a proposta de
em unidade consumidora existente sem
reduzir as barreiras ainda existentes à
necessidade de aumento da potência
conexão dos micro e mini geradores à
disponibilizada, a distribuidora não pode
rede das distribuidoras e compatibilizar
exigir a adequação do padrão de entrada
à geração própria de consumidores que
as regras do sistema de compensação de
da unidade consumidora em função
possuam suas instalações tecnicamente
energia elétrica com as condições gerais
da substituição do sistema de medição
adequadas ao paralelismo com a rede da
de fornecimento.
existente, exceto em caso de inviabilidade
distribuidora. As definições especificas estão
Assim, foi publicada em 24 de
técnica devidamente comprovada;
ora sendo desenvolvidas pelas distribuidoras
novembro de 2015 a Resolução Aneel nº
• Revisão dos limites de potência instalada
e os consumidores, e seria uma excelente
687/15, que alterou a REN 482/12, e entra
para micro (até 75 kW) e minigeração
oportunidade para a GD, notadamente nos
em vigor a partir de março de 2016. Entre
(maior de 75 kW até 3 MW para hídrica
instantes de pico de carga de demanda, cuja
as principais alterações promovidas pela
ou 5 MW para demais fontes);
adequada precificação poderia minimizar a
REN 687/15, estão:
• Possibilidade de instalação de potência
exposição dos consumidores atendidos pelo
superior à carga da unidade consumidora;
sistema de distribuição a eventuais limitações
• Possibilidade de compensação entre
de atendimento à ponta na operação da geração e/ ou transmissão.
•
Estabelecimento
das
modalidades geração
diferentes consumidores (propriedades
compartilhada, abrindo as portas para
contíguas ou locais diferentes, em caso de
a geração em terrenos afastados do
cooperativas ou consórcios);
local de consumo (mas ainda na área da
• Definição de responsabilidades pelos
mesma distribuidora) e para vizinhos
custos
que queiram participar do sistema de
reforços nos sistemas de distribuição
compensação de energia;
– distribuidora (micro geração) ou
• Possibilidade de compensação de
consumidor/gerador (mini geração);
de
Fascículo
Com isso, a proposta é que conjuntos
autoconsumo
remoto
e
com
medição,
melhorias
e
créditos de energia entre matrizes e filiais Embora represente um importante
de grupos empresariais; distribuída
avanço, o Sistema de Compensação de
condominiais (pessoas físicas e jurídicas);
Energia Elétrica não é ainda suficiente
• Ampliação da duração dos créditos
para promover todo o potencial de
de energia elétrica de 36 meses para 60
expansão da micro e da minigeração
meses;
distribuída.
• Redução dos prazos de tramitação de
pedidos junto às distribuidoras;
a Aneel estima que o país tenha 500 mil
•
Sistemas
de
geração
Com a publicação da REN 687/15,
eólica, biomassa, biogás e pequenas centrais hidrelétricas.
Portaria MME 44/2015 A portaria 44 dispõe sobre o incentivo
*Cyro Vicente Boccuzzi é especialista com 33 anos de experiência no setor de energia e eletricidade. Desde 2007 é sócio da ECOEE, empresa de engenharia e consultoria focada em gestão e tecnologia de energia. É presidente do Fórum Latino-Americano de Smart Grid e diretor da Divisão de Energia do Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
25
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
26
Introdução Por Nunziante Graziano*
Prezado leitor, este fascículo pretende
conceito de painéis TTA (montagem
tensão, concebido sob um projeto e que
apresentar em detalhes o projeto de revisão
totalmente testada) e PTTA (montagem
foi submetido integralmente aos ensaios
da norma brasileira para construção de
parcialmente testada), que pretendia,
de tipo e rotina prescritos na ABNT
quadros elétricos e barramentos blindados
à época, regulamentar o mercado e
NBR IEC 60439-1, no caso de quadro
de baixa tensão. Atualmente, a norma que
conceituar que só seria possível construir
ou painel de uso geral, e ABNT NBR
rege esta construção é a ABNT NBR IEC
e comercializar painéis de baixa tensão
IEC 60439-2 no caso de linhas elétricas
60439, que é composta pelas seguintes
que tivessem sido submetidos a ensaios
pré-fabricadas, mais conhecidas como
partes:
de tipo e rotina realizados conforme as
barramentos blindados; e ABNT NBR
diretrizes daquela publicação, mas que,
IEC 60439-3 que apresenta os requisitos
na prática, alcançou apenas parcialmente
particulares adicionais aos prescritos
seus objetivos. Ocorre que os conceitos
na primeira parte da norma e que se
de TTA e PTTA foram desvirtuados e/
aplica às montagem de acessórios de
ou corrompidos deixando o mercado
quadros de baixa tensão destinados à
sujeito ao fornecimento de painéis e
instalação em locais acessíveis a pessoas
quadros sem a devida certificação,
não qualificadas durante sua utilização
contudo, incutiu no corpo técnico
– quadros de distribuição. Qualquer
brasileiro a cultura de que os quadros e
que seja o tipo de quadro elétrico ou
painéis de baixa tensão também devem
barramento blindado, sendo um produto
ser submetidos a ensaios de tipo e rotina,
de baixa tensão, ele deve se enquadrar
e que estes são tão importantes quanto
em uma das três classes descritas
os ensaios aos quais são submetidos os
anteriormente.
cubículos de alta tensão.
De acordo com esta norma, os
foi muito polêmica, pois apresentou uma
Uma vez mais vamos apresentar,
ensaios de tipo são hoje os descritos a
ruptura com a velha cultura de fabricação
de forma simples, em que consistem os
seguir para produtos regidos pela ABNT
de quadros de baixa tensão, obrigando
conceitos de TTA e PTTA:
NBR IEC 60439-1:
Totalmente testados
• Propriedades dielétricas;
Tabela 1 – Família de normas ABNT NBR IEC 60439 Número
Título
Data
ABNT NBR
Conjuntos de
IEC 60439- manobra e controle 2003-05-30 1:2003
de baixa tensão
ABNT NBR
Conjuntos de
IEC 60439- manobra e controle 2004-08-31 2:2004
de baixa tensão
ABNT NBR
Conjuntos de
IEC 60439- manobra e controle 2004-05-31 3:2004
de baixa tensão
Fonte: ABNT
Fascículo
Novo!
Capítulo I
Desde a sua publicação, essa norma
o mercado brasileiro a se modernizar e
a
adotar
muito
rapidamente
as
práticas construtivas europeias, sem
• Corrente suportável de curto-circuito;
que houvesse tempo hábil para que essa
adaptação fosse natural.
Assembly), ou montagem totalmente
TTA, originário do inglês (Type Tested
• Distâncias de isolação e escoamento;
Entre as principais modificações
testada, é um conjunto de manobra e
• Funcionamento mecânico;
de grande impacto, foi introduzido o
controle em invólucro metálico de baixa
• Grau de proteção IP;
• Eficácia do circuito de proteção;
Apoio
• Limites de elevação de temperatura.
• Alterar o grau de proteção do painel
um desvio oriundo de um TTA, ou seja,
configura um desvio significativo ou
uma alteração relevante na construção
irrelevante?
totalmente testada submetida a todos os
submetida a todos os ensaios de tipo
• Alterar a cor da pintura da chaparia do
ensaios de tipo, que sofreu uma alteração
acima descritos é considerada como
quadro configura um desvio significativo
que pode ser comprovadamente aceitável
TTA. Ainda sob os preceitos da mesma
ou irrelevante?
através de cálculos ou extrapolação
norma, uma montagem semelhante e
Essas e muitas outras perguntas
dos resultados dos métodos de cálculo
comparável, construída sob os mesmos
precisariam ser respondidas correta
de projeto com os quais foi possível
conceitos, pode ser ainda considerada
mente por todos os usuários para que
construir o corpo de prova inicial
TTA
“desvios
a norma tivesse o sucesso pretendido, o
submetido aos ensaios e qualificado
não
que se mostrou ineficaz.
como TTA.
Segundo a norma, uma montagem
se
não
significativos”.
ocorrerem Entretanto,
se
determina ou quantifica o que seriam esses tais desvios significativos, deixando
Alguns
Parcialmente testados
e
a cargo do usuário ou especificador
usuários,
fabricantes,
montadores
mal-intencionados
ou
desinformados, passaram a interpretar PTTA,
do
significativos ou irrelevantes. Restam,
type-tested
Assembly),
sua
testado” como “testado somente em
portanto, as seguintes perguntas:
vez, corresponde a uma montagem
algumas partes”. Muitos foram os casos
qualificar
esses
desvios
como
inglês
(Parcially por
erroneamente o termo “parcialmente
parcialmente testada. Se a interpretação
relatados de painéis somente submetidos
• Substituir uma marca dos disjuntores
do que seria corretamente um TTA já
a ensaios de funcionamento mecânico
com os quais o painel foi submetido aos
foi bastante discutível, configurar o que
declarados como “PTTA”. Não que o
ensaios por outra marca configura um
seria corretamente um PTTA tornou-se
ensaio de funcionamento mecânico seja
desvio significativo ou irrelevante?
uma tarefa quase impossível. Uma
menos importante que os demais, mas
• Substituir o modelo dos disjuntores,
parcela importante desse mal-entendido
à luz da norma, essa não corresponde à
ainda que do mesmo fabricante, com os
decorre da tradução pura e simples do
correta interpretação.
quais o painel foi submetido aos ensaios
português para a palavra “Parcially”, que
por outro modelo de características
ao pé da letra quer dizer parcialmente.
diferentes
Entretanto, no texto da norma, a
configura
um
desvio
IEC 61439
significativo ou irrelevante?
qualificação do que seria um PTTA foi
• Substituir a marca ou modelo de um
clara. A norma objetivamente determinou
irreais, além da necessidade de se atualizar
Por estas e tantas outras interpretações
isolador por outra mais barata configura
que uma montagem parcialmente testada
a norma, corrigir os pontos geradores
um desvio significativo ou irrelevante?
PTTA seria obtida somente a partir de
dos
mal-entendidos
anteriormente
27
Apoio
Fascículo
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
28
descritos, possibilitar que projetistas e especificadores possam mais facilmente projetar o sistema geral de acordo com as normas, controlar as várias interfaces com
sistemas
adjacentes,
proteger
as pessoas contra quaisquer perigos devido às falhas dos painéis e prover capacidade de operação, manutenção e modificação, a Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC – The International Electrotechnical Comission), composta pelos Comitês de Eletrotécnica de todas as suas nações associadas, publicaram em janeiro de 2009 a primeira edição da IEC 61439. Trata-se da revisão e atualização da família de normas que rege a construção de conjuntos de manobra e controle em invólucro metálico de baixa tensão, composta pelas partes elencadas na tabela 2. Em
decorrência
da
total
restruturação e reformatação da referida norma, dedicaremos especial atenção à subdivisão da nova norma:
Tabela 2 – Família de normas IEC 61439 em vigor em todos os países membros da IEC Número
Título
Data
IEC 61439-1
Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -
2011-08-19
Ed. 2.0 b
Part 1: General rules
IEC 61439-2
Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -
2011-08-19
Ed. 2.0 b
Part 2: Power switchgear and controlgear assemblies
IEC 61439-3
Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -
Ed. 1.0 b
Part 3: Distribution boards intended to be operated by ordinary
2012-02-16
persons (DBO) IEC 61439-4
Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -
Ed. 1.0 b
Part 4: Particular requirements for assemblies for
IEC 61439-5
Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -
Ed. 1.0 b
Part 5: Assemblies for power distribution in public networks
IEC 61439-6
Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -
2012-11-15
construction sites (ACS)
Ed. 1.0 b
Part 6: Busbar trunking systems (busways)
IEC 61439-7
Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -
Ed. 1.0 EN-FR
2010-11-29 2012-05-23 2014-02-19
Part 7: Assemblies for specific applications such as marinas, camping sites, market squares, electric vehicles charging stations
IEC/TR
A method of temperature-rise verification of low-voltage
60890:2014
switchgear and controlgear assemblies by calculation
IEC/TR 61439-0
Low-voltage switchgear and controlgear assemblies -
Ed. 2.0 en
Part 0: Guidance to specifying assemblies
2014-05-07 2013-04-29
Fonte: ABNT (consulta realizada em 10/01/2016).
• IEC 61439-1 Ed. 2.0 b - Low-voltage
conjuntos fixos ou móveis com ou
switchgear and controlgear assemblies -
switchgear and controlgear assemblies
sem invólucro; conjuntos destinados
Part 3: Distribution boards intended to
- Part 1: General rules. Seguindo a
para uso em conexão com a geração,
be operated by ordinary persons (DBO).
instrução de todas as normas IEC,
transmissão, distribuição e conversão
Esta terceira parte da norma dedica-se
cada família traz como primeira parte,
de energia elétrica, e para o comando de
aos conjuntos do tipo “distribuição”
uma seção de cláusulas comuns, que
equipamentos que consomem energia
(substitui a IEC 60439-3 e futuramente
compreende a seção de definições,
elétrica; conjuntos projetados para uso
substituirá a ABNT NBR IEC 60439-3)
vocabulário,
requisitos
em condições de serviços especiais,
e é utilizada para designar um conjunto
construtivos básicos e comuns a toda a
como por exemplo, em navios e em
de manobra e comando previsto para
linha, metodologia de ensaios, anexos,
veículos ferroviários, na condição que
ser acessível e operado por pessoas
figuras, tabelas, etc. A esta parte,
outros requisitos específicos pertinentes
comuns, ou seja, não qualificadas e
dedicaremos
deste
sejam respeitados, sendo que requisitos
habilitadas conforme a NR 10 (Norma
fascículo nas próximas edições, portanto,
adicionais para conjuntos em navios são
regulamentadora
temos muito trabalho pela frente!
tratados na IEC 60092-302; e conjuntos
Trabalho e Emprego que estabelece
• IEC 61439-2 Ed. 2.0 b - Low-voltage
projetados para equipamento elétrico
os requisitos e condições mínimas
switchgear and controlgear assemblies -
de máquinas, sendo que requisitos
objetivando a implementação de medidas
Part 2: Power switchgear and controlgear
adicionais para os conjuntos que fazem
de controle e sistemas preventivos,
assemblies.
da
parte de uma máquina são cobertos pela
de forma a garantir a segurança e a
norma dedica-se aos conjuntos do tipo
série IEC 60204. Esta norma é aplicável
saúde dos trabalhadores que, direta ou
“conjunto-MCP” e é utilizada para
a todos os conjuntos que são projetados,
indiretamente, interajam em instalações
designar um conjunto de manobra e
fabricados e verificados sob encomenda
elétricas e serviços com eletricidade);
comando de potência, qualificados por
(uma única vez) ou completamente
• IEC 61439-4 Ed. 1.0 b - Low-voltage
conjuntos em que a tensão nominal não
padronizados
switchgear and controlgear assemblies
exceda 1000 V em corrente alternada,
quantidade.
- Part 4: Particular requirements for
ou 1500 V em corrente contínua;
• IEC 61439-3 Ed. 1.0 b - Low-voltage
assemblies for construction sites (ACS) -
simbologia,
muitas
Esta
páginas
segunda
parte
e
fabricados
em
do
Ministério
do
Apoio
29
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
30 Esta quarta parte da norma dedica-se aos
os preceitos do que conhecemos hoje
da
conjuntos para canteiro de obra (substitui
como PTTA, visto que na nova versão
tropicalização a tradução daquela norma
a IEC 60439-4), ou seja, empregada para
da ABNT NBR IEC 61439-1, esses
para o português do Brasil sem alterar o
designar um conjunto de manobra e
títulos TTA e PTTA estarão extintos.
conteúdo de modo a permitir que a nossa
comando previsto para ser utilizado em
A nova versão estabelece a verificação
nova versão seja intitulada de ABNT
canteiros de obras, ou seja, operando
por ensaios de construção, por ensaios
NBR IEC 61439, mas com uma criteriosa
em condições não permanentes e por
de performance e verificação baseada
adequação dos termos técnicos a fim que
pessoas não qualificadas e habilitadas
em regras rígidas de projeto, além de
o texto seja traduzido sem ambiguidades
conforme a NR 10;
permitir a comparação entre referências
ou possíveis interpretações errôneas.
• IEC 61439-5:2014 - Low-voltage
testadas e regras de projeto. Pouparemos
switchgear and controlgear assemblies -
o leitor desses detalhes nesse momento,
maio de 2012 com a primeira parte, ou
Part 5: Assemblies for power distribution
aguardando
seja
seja, pela IEC 61439-1, e esse processo
in public networks - Esta quinta parte
abordado nos próximos artigos ao longo
perdurou até março de 2015, quando foi
da norma dedica-se aos conjuntos
do ano de 2016.
concluído o processo. Em abril de 2015,
para distribuição de energia elétrica
• IEC/TR 61439-0 Ed. 2.0 - Low-
iniciou-se o trabalho na segunda parte,
(substitui a IEC 60439-5). É utilizada
voltage
ou seja, IEC 61439-2, que em outubro
para designar um conjunto de manobra
assemblies
e comando previsto para ser utilizado
specifying assemblies. Esta publicação
As
em redes públicas de distribuição, que
técnica é uma inovação por parte da
ortográfica e diagramação para, então,
normalmente estão em vias públicas.
IEC, que pretende estabelecer ao usuário
entrar no processo de consulta pública. A
• IEC 61439-6 Ed. 1.0 b - Low-voltage
ou especificador, não ao fabricante de
previsão é que até o final do ano de 2016
switchgear and controlgear assemblies -
quadros e painéis, uma metodologia
esses dois documentos sejam publicados
Part 6: Busbar trunking systems (busways)
clara e objetiva de especificação dos
em forma definitiva, iniciando-se, com
- Esta sexta parte da norma dedica-se às
conjuntos, o que seguramente facilitará
isso, o processo de convivência entre a
linhas elétricas pré-fabricadas (substitui
a compreensão do leitor quanto à
atual versão da ABNT NBR IEC 60439-1
a IEC 60439-2 e futuramente substituirá
relevância de cada um dos critérios
com sua nova versão. Esse prazo de
a ABNT NBR IEC 60439-2). Empregada
de determinação, como o grau de
convivência deverá ser de cinco anos.
para regulamentar a fabricação dos
proteção
barramentos blindados de baixa tensão.
forma construtiva, compartimentações
a análise da IEC 61439-1, suas regras
• IEC 61439-7 Ed. 1.0 - Low-voltage
internas,
segurança,
gerais, definições, características de
switchgear and controlgear assemblies
espaço para conexão de cabos, previsão
interface e identificação obrigatória dos
-
de espaços para expansões futuras, entre
conjuntos.
outras.
Até lá!
Part
7:
Assemblies
for
specific
applications such as marinas, camping
que
esse
switchgear -
assunto
and
Part
0:
necessário, perímetros
controlgear Guidance
to
afastamentos, de
IEC
61439.
Entenda-se
como
A comissão iniciou seus trabalhos em
daquele mesmo ano, foi concluído. duas
passarão
por
revisão
No próximo fascículo, iniciaremos
Fascículo
sites, market squares, electric vehicles charging stations. Esta sétima parte da
Este fascículo, portanto, ao longo
norma dedica-se aos conjuntos para
de todas as edições da revista em 2016,
aplicações específicas, tais como marinas,
versará sobre cada um dos capítulos
parques de campismo (camping), praças
acima
de mercado e estações de carregamento
detalhes o escopo de cada uma das partes
de veículos elétricos.
e enumerando vantagens e desvantagens
• IEC/TR 60890:2014 - A method of
em relação à versão vigente atualmente
temperature-rise verification of low-
no Brasil.
voltage
A
switchgear
and
controlgear
elencados,
apresentando
CE-003:121-002
–
em
Comissão
assemblies by calculation. Esta norma
de Estudo de Manobra e Controle de
estabelece a metodologia científica de
Baixa Tensão – do Comitê Brasileiro de
cálculo para verificação da elevação
Eletricidade (ABNT/CB03) assumiu o
estimada de temperatura de um conjunto.
projeto de revisão da ABNT NBR IEC
Essa metodologia pretende moralizar
60439, e a consequente tropicalização
*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão – e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da Gimi Quadros Elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
31
Apoio
Led – Evolução e inovação
32
Novo!
Capítulo I Introdução Por Vicente Scopacasa*
Esse é o primeiro artigo de uma série
ser minuciosamente avaliados e este será
componentes, pois a confiabilidade do
de 12 que serão publicados ao longo do
nosso objetivo.
sistema é determinada pelo desempenho
ano, em que iremos abordar os principais
Talvez
ou
individual
aspectos da tecnologia Led aplicados de
por qualquer outro motivo, é comum
luminária.
forma prática no desenvolvimento e projeto
fabricantes de luminárias de estado sólido
de luminárias de estado sólido. Iremos
especificarem a vida útil de seus produtos
componentes que fazem parte de uma
destacar as principais características de cada
com base somente na vida útil dos Leds. Por
luminária com Leds. Nota-se que o Led é
componente da luminária, características
outro lado, existe uma grande preocupação
um dos vários componentes da luminária,
estas que consideramos importantes para a
destes fabricantes em saber se a vida útil
talvez o mais importante, porém, só ele
garantia do desempenho e da qualidade da
dos Leds é de 50.000 ou 60.000 horas sem
não garante o perfeito funcionamento e
luminária.
levar em consideração a vida útil dos outros
desempenho de todo o sistema.
por
desconhecimento
Muito se comenta o fato de os Leds apresentarem, como uma de suas principais características, longa vida útil, fato que seria o suficiente para garantir a longevidade da luminária, mas isso não é verdade. Como sabemos, a luminária de estado sólido, com base na tecnologia
Fascículo
dos Leds, comporta outros componentes, como lentes, controladores, dissipadores térmicos, conectores, etc., e cada um destes dispositivos tem comportamentos específicos e que também contribuem para o bom desempenho da luminária.
Portanto, os Leds são somente uma
parte da luminária de estado sólido e, com certeza, são os componentes mais confiáveis de todo o sistema. Isto significa que a luminária não pode ter sua vida útil baseada somente no desempenho dos Leds, logo, todos os outros componentes deverão
Figura 1 – Componentes da luminária de estado sólido.
de
cada
componente
da
Na Figura 1, apresentamos todos os
Apoio
Outro fator importante é que algumas
termos similares aos utilizados nos sistemas
ambiente suficientemente iluminado para
organizações responsáveis por selos de
convencionais. Isto fará com que as etapas do
atender às necessidades do usuário ou o
eficiência energética, como a Energy Star, por
projeto sejam simplificadas mesmo que, neste
cumprimento de normas impostas por órgãos
exemplo, têm especificado valores de vida útil
caso, não tenhamos muita similaridade nas
específicos.
menores do que normalmente era especificado
informações.
anteriormente.
Por
exemplo,
algumas
No entanto, os Leds não apresentam a
É preciso também levar em consideração
tendência de falhar catastroficamente e sim
lâmpadas ou luminárias são especificadas
alguns parâmetros novos quando projetamos
através da depreciação de fluxo luminoso com
para 25.000 horas e, dependendo do produto
luminárias com Leds, como a escolha do
o tempo. Por sua característica de construção,
e da aplicação, há maior flexibilidade no
driver correto, gerenciamento térmico, entre
os Leds apresentam baixos níveis de falhas
projeto do dispositivo.
outros.
catastróficas, sendo uma das inúmeras
Falando de vida útil da luminária Led, é
preciso entender qual é o comportamento e quais são os modos de falhas que normalmente
Modo de falha das fontes de luz por envelhecimento
acontecem com os Leds isoladamente. Neste
vantagens que apresentam comparados às fontes de luz convencionais.
Esta depreciação de fluxo acontece de
forma gradativa e lenta, sendo que o sistema
caso, vamos detalhar como alguns conjuntos
Quando analisamos o modo de falha
opera por mais tempo dentro das condições
de informações podem ajudar os projetistas
da lâmpada incandescente, verificamos que
ideais de iluminamento e esta é uma outra
a determinar o comportamento dos Leds
esta perde pouco fluxo até que ocorra falha
vantagem que os Leds apresentam sobre
operando sob diferentes condições.
do tipo catastrófica, em que a lâmpada deixa
as fontes convencionais pois o custo de
Como sabemos que a maioria dos
simplesmente de funcionar. Ao estendermos
manutenção é bem menor em função de
projetistas
sobre
esse processo para uma instalação, tais falhas
termos um intervalo maior entre trocas.
os sistemas que utilizam fontes de luz
catastróficas resultam na queda do nível de
convencionais é preciso fazer com que eles
iluminamento do ambiente. Dependendo
indústria de iluminação:
entendam o comportamento de manutenção
de fatores internos ou externos, teremos que
As definições básicas da vida útil
de fluxo e "mortalidade infantil" dos Leds em
trocar todas as lâmpadas a fim de termos o
normalmente especificadas pela indústria
tem
conhecimento
Definições básicas da vida útil feitas pela
33
Apoio
Led – Evolução e inovação
34
de iluminação são: o nível mínimo de
apresentados, podemos representar como
iluminamento,
expectativa de vida do Led como BxxLyy, em
frequentes informações desencontradas sobre
que:
a vida útil dos Leds, principalmente, quanto à
o
intervalo
de
trocas
relacionado com a manutenção, o custo inicial da instalação relacionado com o investimento
Antes da introdução da LM-80-08, eram
manutenção real do fluxo inicial com o tempo,
inicial e os custos de energia ao longo da vida
• xx representa a porcentagem da população;
pois este fator é dependente das condições nas
útil. Tais critérios são fundamentais para
e
quais os Leds são utilizados.
o cálculo do retorno do investimento que
• yy representa a porcentagem de manutenção
Sabemos que, dependendo do valor
define a viabilidade dos projetos. Quanto
do fluxo luminoso original.
da corrente elétrica e da temperatura de
mais rápido for o retorno do investimento,
operação do Led, podemos ter diferentes
em meses ou anos, maior será a certeza da
Exemplificando melhor, B50L70 significa
valores de manutenção de fluxo com o tempo.
tomada de decisão favorável à utilização dos
que 50% da população irá manter, em média,
No entanto, como não existia um critério
Leds.
70% do fluxo original. Da mesma forma,
de testes, os fabricantes utilizavam critérios
Historicamente, a indústria de iluminação
B10L70 representa que 90% da população irá
próprios que não necessariamente eram
pontua os produtos baseados na porcentagem
manter, em média, 70% do fluxo original, isso
comuns a todos, induzindo, desta maneira,
de falhas que estes produtos apresentam. Por
tudo considerando um determinado número
resultados diferentes, fazendo com que o
exemplo, B10 define que a expectativa de
de horas. Com a utilização destes parâmetros,
usuário ficasse sem uma referência precisa.
falhas seja de 10% da população. Também
o projetista tem condições de estimar a
se utiliza B50 que representa expectativa
expectativa de vida do Led que está sendo
o documento LM-80-08 (que não é norma)
de falhas de 50% da população. Na Figura 2
considerado no projeto, pois tais parâmetros
definindo parâmetros de testes específicos
temos a representação gráfica da indústria de
são dependentes das condições de corrente
com o objetivo de padronizar as condições de
iluminação quanto ao modo de falhas de uma
e de temperatura nas quais os Leds foram
teste. Os resultados obtidos são apresentados
fonte de luz.
testados e especificados pelos seus fabricantes.
por meio de relatórios facilitando o processo
Além da definição de BxxLyy, temos
de comparação a ser feito pelo usuário do Led.
utilizando Leds, a indústria começa a definir
ainda que considerar qual o tempo envolvido
Em suma, “deixando todos na mesma página”,
a manutenção de fluxo luminoso, também
para melhor definir a manutenção de lúmens.
evitando, com isso, eventuais confusões na
conhecida como manutenção de lúmens,
Como forma de avaliar a manutenção
interpretação dos resultados.
como um critério para a determinação da
de fluxo luminoso dos vários tipos de
vida útil da luminária. Órgãos internacionais
Leds e fabricantes, a IESNA (Illuminating
e dos cálculos da extrapolação dos dados
de iluminação constataram como critério
Engineering Society North America) publicou
obtidos através da utilização da TM21-11
aceitável a redução do fluxo luminoso em até
o documento LM-80-08, que nada mais é do
(ambas da IESNA), temos como especificar
30% do valor inicial com base no fato de que
que um procedimento de teste para Leds e
qual é o tempo em horas no qual teremos a
o olho humano pode detectar uma redução
módulos de Leds, não considerando óticas,
manutenção de 70% do fluxo original.
do nível de iluminamento aqui representado
controladores, dissipadores, etc., visando
Em função das condições do teste
como L70, ou seja, é aceitável como vida útil
obter informações sobre manutenção de fluxo
(corrente elétrica e temperatura de operação)
a manutenção de até 70% do fluxo inicial
luminoso e alteração da cromaticidade em
teremos diferentes resultados com relação
gerado pela fonte de luz.
função do tempo sob determinadas condições
ao tempo para o qual atingiremos o valor de
de temperatura e corrente.
L70. Quanto mais o Led estiver operando
Com a crescente utilização de produtos
Considerando os dois fatores até agora
Com base neste fato, a IESNA preparou
De acordo com o teste da LM80-08
Fascículo
em temperaturas próximas à temperatura de junção, menor será a manutenção de fluxo.
Por outro lado, nem todos os Leds
apresentam o mesmo comportamento com relação à expectativa de vida. Em função disso, devemos sempre analisar os resultados dos testes da LM80-08 e nunca assumir que Leds de diferentes fabricantes tenham o mesmo desempenho.
Eis algumas características constantes na
LM-80-08: Figura 2 – Representação gráfica do modo de falhas de uma fonte de luz.
• Os fabricantes de Leds devem fazer testes
Apoio
35
Apoio
Fascículo
Led – Evolução e inovação
36
específicos para cada tipo ou família de
produtos e também devem observar os
disponibiliza
valores de temperatura de cores. Somente
condições utilizadas nos testes e os resultados
os valores medidos até encontrarmos o
em casos excepcionais, os testes podem ser
das medições obtidas. Na Figura 3, é
ponto de 70% do fluxo, constatamos que o
estendidos para outras famílias consideradas
apresentado um exemplo do relatório com as
tempo para que isto aconteça é muito alto,
similares;
medidas realizadas.
portanto, teoricamente, poderíamos dizer
• Nos testes, normalmente, devem ser
Na Figura 3, notamos que o teste
que o Led irá manter 70% ou perder 30% do
utilizadas 20 amostras no mínimo;
foi
temperaturas
fluxo original em um período bem acima de
• O tempo de teste mínimo deve ser de 6.000
diferentes e no valor de corrente de 500
100.000 horas. Como esta extrapolação é feita
horas, sendo que as medições de fluxo, as
mA. Notamos também que o fabricante em
através de um cálculo matemático e passível
coordenadas de cromaticidade e tensão direta
questão continuou o teste até 9.000 horas,
de erros, a TM-21-11 estipula, como garantia
devem ser feitas a cada 1.000 horas de teste;
o que acrescenta maior confiabilidade aos
máxima da manutenção do fluxo, seis vezes
• A medição de temperatura de corpo do
resultados.
o tempo de teste. Neste caso, como o tempo
Led (TS) deve ser feita através da utilização
Neste ponto, já estamos aptos a calcular
de teste é de 10.000 horas, podemos garantir
de termopares e no ponto indicado pelo
a expectativa da manutenção de fluxo e, para
somente 60.000 horas (10.000 x 6) para a
fabricante do Led pelo motivo de que cada
isto, teremos que utilizar a TM-21-11, que é
manutenção de 70% do fluxo original (L70)
encapsulamento tem seu ponto de medida de
um memorando técnico que especifica como
independentemente do fato de termos obtido
TS específico;
se deve extrapolar os resultados da LM-80-
um tempo maior com a extrapolação.
• A LM-80-08 especifica dois valores de
08 para além do tempo do teste realizado.
temperatura de teste, 55°C, 85°C e uma
Como os Leds são fontes de luz com alta vida
horas significa que a expectativa de
terceira temperatura que fica a critério do
útil, nos baseamos nos testes da LM-80-08
manutenção de fluxo em 70% para 10.000
fabricante;
e, através de uma extrapolação matemática,
horas de teste é de 60.000 horas.
• A temperatura ambiente do teste deve variar,
calculamos o número de horas para alcançar
É
no máximo, 5 °C para cima e para baixo da
70% da manutenção de lúmens do Led (L70).
exemplo de 60.000 horas de manutenção
temperatura TS a fim de garantir que não
Para melhor entendimento, vamos anali
de fluxo, estamos falando somente dos Leds
exista nenhuma influência do ambiente no
sar o gráfico apresentado na Figura 4, em
sem considerar os outros componentes da
resultado dos testes;
que temos os valores das medidas do fluxo
luminária que normalmente apresentam
• O fabricante tem que especificar os valores
luminoso feitas até 10.000 horas, para testes
vida útil bem menor. Devemos entender
das correntes elétricas utilizadas nos testes.
realizados em quatro valores de temperaturas e
que a manutenção de fluxo é somente um
Após a realização dos testes, o fabricante
realizado
Figura 3 – Exemplo de uma folha do relatório LM-80-08.
relatórios
em
com
quatro
todas
as
a extrapolação realizada através da TM-21-11.
No gráfico da figura 4, ao extrapolarmos
Portanto, o termo L70(10K) > 60.000
importante
considerar
que
no
Apoio
sucessivamente para os outros componentes da luminária.
Referências: 1. IESNA LM 80-08 – Approved method: Measuring Lumen Maintenance of LED Light Sources. 2. IESNA TM-21-11 - Projecting Long Term Lumen Maintenance of LED Light Sources. 3. Gráficos e tabelas com resultados de testes LM-8008 da Lumileds. 4. Lumileds WP15 Evaluating the Lifetime Behavior of LED Systems White Paper 20150609.
Figura 4 – Gráfico da extrapolação feita pela TM-21-11 com base nos resultados da LM-80-08.
indicativo para a determinação da vida útil
resultar em aspectos não aceitáveis, como a
esperada da luminária, sendo que outros
alteração da temperatura de cor e do índice de
componentes, como os controladores, os
reprodução de cor, assim como pode também
óticos, os dissipadores térmicos, as conexões,
afetar a manutenção do fluxo.
etc., também deverão ser considerados.
Conforme foi mencionado no início do
Além da manutenção de fluxo, outro fator
artigo, no próximo mês, serão abordados
importante é que os Leds podem apresentar
assuntos relativos aos Leds, como aspectos
alterações graduais no espectro de distribuição
tecnológicos,
de potência ao longo do tempo. Tal fato pode
especificações básicas e tipos de Leds e assim
construção,
classificação,
**Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
37
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
38
Novo!
Capítulo I Conceitos básicos – Números complexos Por Cláudio Mardegan*
(b) Por que utilizar valores em PU?
Embora a palavra curto-circuito seja muito usada na engenharia elétrica, o seu conhecimento profundo e adequado é dominado por poucos profissionais. A ideia destes próximos
Simplificar nos cálculos que envolvem transformadores
capítulos é descortinar os detalhes mais importantes e
Visualização geral das grandezas elétricas
fascinantes do curto-circuito, que é uma palavra derivada do
Correlacionar máquinas de um mesmo tipo
inglês, que, se traduzida para o português, seria “circuito-
Avaliar a influência de cada equipamento no sistema
curto”, que é o que realmente acontece, pois quando ocorre um
Obter uma melhor precisão nos cálculos
curto-circuito a tensão não chega até os terminais da carga, (c) Cálculos EM por unidade
ou seja, o circuito ficou mais curto, e, assim, a carga acaba ficando “jumpeada”. Como a impedância da carga é a maior
O conceito se baseia na definição de duas grandezas elétricas
impedância de um circuito, ao “jumpeá-la”, a corrente aumenta.
(normalmente tensão e potência e calcula-se a impedância e a
Como podem ver, é algo tido como um fenômeno, mas de fato,
corrente).
relativamente simples se entendido e estudado de forma mais abrangente. A corrente de curto-circuito varia com o tempo, daí
ValorPU =
o tema “curto-circuito para a seletividade”, pois vai interessar
Valoratual valorbase
aos profissionais de proteção o valor da corrente nos instantes
Como pode ser visto, o número obtido é um número puro (sem
de sensibilização dos respectivos dispositivos de proteção. É
unidade). Um valor em %, corresponde a um valor em PU x 100.
Fascículo
necessário primeiro uma revisão dos conceitos básicos que vão dar subsídios para o entendimento do tema e dos respectivos
(d) Cálculo das grandezas elétricas em PU
fatores que influenciam o seu valor, dos dados necessários para se elaborar um estudo de curto-circuito e seletividade e, por
IPU =
fim, o estudo de curto-circuito.
Cálculo EM por unidade (a) Definição
Um valor por unidade (PU) de uma grandeza pode ser definido
ZPU =
VPU =
como sendo a relação entre dois números, um que consiste no valor real e outro que é tomado como base, resultando assim, num número puro.
fPU =
corrente [A] corrente base [A] Impedância [Ω] Impedância base [Ω] TensÃo [V] TensÃo base [V] frequência [Hz] frequência base [Hz]
Apoio
SPU =
39
potência [mvA]
Mudança de base
potência base [mvA]
Quando a impedância dos equipamentos é dada em por cento
No caso de curto-circuito, necessita-se fundamentalmente
(%), para se fazer o cálculo em por unidade, na base do sistema, se
calcular as impedâncias pu. A impedância de cada equipamento é
faz necessário fazer uma mudança de base, da base do equipamento
normalmente fornecida pelo respectivo fabricante, em Ohms ou em
(ZE) para a base do sistema (ZS).
% (porcentagem), na base do equipamento. Assim, para convertêlas para pu, deve-se dividir pela impedância base, quando fornecidas
Zequip-pu =
em Ohms; ou se fornecidas em porcentagem, é necessário fazer uma
zΩ
(e) Equações básicas
A determinação da impedância base deriva da fórmula para o
Zsist-pu =
zΩ Zbase-sist
Z=
V2base
Zbase =
Zbase =
Zbase
(kV x 10-3)2 S kV2base MVAbase
=
kV2eq
MVAE
=
( ) ( ) ( ) ( ) zΩ
kV2sist
Zequip-pu x
=
V2base Sbase
Zsist-pu = Zequip-pu x
kV x 10-6 MVA x 10-6
MVAsist MVAE
x
kV2eq
MVAE
kV2sist
MVAsist
cálculo da potência: Sbase =
kV2eq
MVAE
Z Ω = Zequip-pu x
Impedância base
( ) ( )
Zbase-equip
mudança de base, da base do equipamento para a nova base adotada para o sistema, normalmente 100 MVA.
zΩ
=
MVAsist
kV2equip
2
kVsist
(f) Valores base comumente adotados
Os valores tomados como base, como regra, devem ser os valores
que se dispõem. Assim, os valores base comumente adotados são aqueles encontrados na placa dos equipamentos:
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
40
Potência
Zbase =
Tensão (na entrada da instalação)
Normalmente, os valores são tomados como base na entrada
kV2base
Rpu =
MVAbase
RC • i Zbase
xpu =
XC • i Zbase
Exemplo:
da instalação. O valor base da tensão muda com a relação de
transformação do transformador.
instalado na tensão de 13.8kV, de comprimento de 100 m, na
Conhecendo-se MVABASE e kVBASE, pode-se calcular o valor das
Calcular a impedância PU de um cabo de 70 mm², 8.7/15kV,
configuração em trifólio, na base de 100 MVA.
outras duas grandezas, corrente base e impedância base. Assim: Zbase =
ibase =
kV2base
Solução:
Do catálogo do fabricante extraem-se os valores da resistência e
MVAbase
da reatância.
MVAbase x 1000
R = 0.3430 x 0.100 = 0.0343 [Ω]
√ 3 x kVbase
RCABO = 0.3430 [Ω/km]
Zbase =
transformação. Nos estudos de engenharia é prática comum adotar a potência
XCABO = 0.1450 [Ω/km]
X = 0.1450 x 0.100 = 0.0145 [Ω]
O valor da potência base não muda com a relação de
e
kV2base MVAbase
=
(13.8)2 100
Z Base = 1.9044 [Ω]
base como sendo 100 MVA.
Rpu = R / Zbase = 0.0343 / 1.9044 = 0.0180 pu
Xpu = X / Zbase = 0.0145 / 1.9044 = 0.0076 pu
Apresenta-se a seguir a Tabela 1, contemplando a corrente e a
impedância base para as tensões base mais comuns e potência base de 100 MVA. Tabela 1 – Correntes e impedâncias base para as tensões mais comuns
Exemplo:
Para fins didáticos, vamos supor o mesmo cabo do exemplo
anterior (cabo de 70 mm2, 8.7/15 kV, 100 m), instalado agora, na tensão de 0.48 kV, na configuração em trifólio. Calcular a impedância pu, na base de 100 MVA, para essa nova situação. Solução:
Do catálogo do fabricante extrai-se o valor da resistência e da
reatância. RC = 0.3430 [Ω/km]
XC = 0.1450 [Ω/km]
R = 0.3430 x 0.100 = 0.0343 [Ω]
X = 0.1450 x 0.100 = 0.0145 [Ω]
Zbase =
kV2base MVAbase
=
(0.48)2 100
Z Base = 0.0023 [Ω]
Fascículo
Rpu = R / Zbase = 14.8872 pu Xpu = X / Zbase = 6.2934 pu (g) Aplicação a equipamentos elétricos Cabos/linhas
Para cabos, conhece-se o valor da resistência (Rc) e de reatância (Xc)
em Ω/km. Deve-se conhecer também a distância (ℓ). Para se obter os valores de R e X em [Ω], faz-se R = Rc x ℓ e X = Xc x ℓ. Para passar para pu, basta calcular o valor de ZBASE naquele nível de tensão, conforme indicado abaixo, e dividir o valor de R e X por esse valor calculado, ou seja, Rpu = R / ZBASE e Xpu = X / ZBASE. Em outras palavras:
Como pode ser observado na baixa tensão, o cabo limita muito
o curto-circuito. O valor da impedância pu do cabo na baixa tensão é 826.6 vezes maior que o valor pu da média tensão. Transformadores
Para transformadores conhece-se normalmente o valor da sua
potência nominal de placa (em ventilação normal), a sua impedância e a relação de tensões. O procedimento consiste em se fazer uma mudança de base, na impedância, da base do transformador (valor para o qual a sua impedância é referida), para a base do sistema.
Apoio
41
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
42
Mudança de Base Ztrafo-pu =
Z% 100
x
MVAbase MVAtrafo
x
( ) kV2equip
Z2 = r2 (1 + a2) = r2
2
kVsist
R=
Como, normalmente, MVA-Base é 100 e a tensão do
Ztrafo-pu =
Z% 100
x
100 MVAtrafo
x
( ) kV2equip
2
√ () 1+
transformador corresponde à tensão base do sistema: Ztrafo-pu =
Z x R
2
( ( )) 1+
x R
2
x=rx x R
Porém, nos cálculos, são necessários R e X e tem-se apenas
Z. Raramente se tem o data sheet com o ensaio de curto-circuito.
kVsist
Quando se tem, utiliza-se o valor de X/R obtido no ensaio. Quando
Z%
não se tem, pode-se utilizar o valor de X/R obtido do Red Book,
MVAtrafo
IEEE Std 141-1999, cuja curva tem a aparência da mostrada na
Os cálculos para a obtenção de R e X a partir do valor da
Figura 1.
impedância saem do triângulo de impedâncias. Veja Figura 1.
Figura 1 – Triângulo das impedâncias.
Fascículo
Z2 = r2 + x2
x =a R
X = ar
Z2 = r2 + (ar)2
Figura 1 – Curva X/R versus MVA para transformadores do IEE Std 141.
Apoio
43
Apoio
Fascículo
Curto-circuito para a seletividade
44
A curva do X/R x MVA do transformador pode ser traduzida
em termos de equação, como segue:
Exemplo
Calcular a impedância PU (R e X) de um transformador de 2000 kVA,
Z%=6, relação de 13.8-0.48kV, nas bases de tensão de 13.8 kV e 100 MVA. mva ≤ 0.5 → x/r = 3.6364
Solução:
0.5 < mva ≤ 3.02 → x/r = 5.738711 + 6.983725.log(mva)
3.02 < mva ≤ 12.02 → x/r = 2.545460 + 13.636325.log(mva) 12.02 < mva → x/r = -7.654119 + 23.0804.log(mva)
Com base nas equações tabelou-se o valor de X/R para as
potências mais usadas e são apresentadas na Tabela 2. Tabela 2 - Valores de X/R típicos de transformadores para as potências mais usuais
kVA 500 750 1000 1500 1750 2000 2500 3000 3500 3750 5000 7500 10000 12000 15000
X/R 3.5 5.0 5.5 7.0 7.5 8.0 8.5 9.0 10.0 10.5 12.0 14.5 16.0 17.5 19.5
Do IEEE Std 141, tira-se o valor de X/R ~ 8. Ztrafo-pu =
R=
Z%
Ztrafo-pu =
MVAtrafo Z
√ () 1+
x R
2
=
3 √ 1 + (8)
2
=
3 √ 65
=
6 2
= 3 pu 3
8.0623
x = r x x = 0.3721 x 8 R R = 0.3721 pu X = 2.9768 pu *Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
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46
Reportagem
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Por Bruno Moreira
Fachada do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Taboão da Serra (SP), primeiro estabelecimento de saúde com instalações elétricas BT certificadas no Brasil.
Certificação voluntária não engrena Após dois anos da publicação da Portaria nº 51 do Inmetro, a certificação das instalações elétricas de baixa tensão ainda dá seus primeiros passos no país. Conforme o instituto, a procura dos estabelecimentos ainda é inferior ao esperado
E
m janeiro de 2016, completou dois
(Inmetro). Com o apoio dessa legislação,
da Associação Brasileira de Normas
anos que a Portaria nº 51, que institui a
diversas instituições se sentiram mais
Técnicas (ABNT), a ABNT NBR 5410.
certificação voluntária para instalações
à vontade para buscar um selo que
Segundo o engenheiro eletricista
elétricas
foi
chancelasse suas instalações elétricas
e sócio-gerente da MDJ Assessoria e
publicada pelo Instituto Nacional de
BT, garantindo que elas estivessem em
Engenharia Consultiva, Eduardo Daniel,
Metrologia,
conformidade com a norma da área
apesar da certificação ser em caráter
de
baixa
tensão
Qualidade
e
(BT),
Tecnologia
47
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
voluntário, tem havido procura por parte
certificação das instalações ainda é
51/2014 do Inmetro. Dessa maneira,
de diversos estabelecimentos, visando
inferior ao esperado. “Acreditamos que
assim que se tornar um Organismo de
o cumprimento de especificações de
ao mesmo tempo em que as empresas
Certificação de Produtos (OCP), a UL
projetos originais e também a garantia da
ainda
conhecer
deverá substituir o atual certificado de
qualidade e segurança das instalações.
melhor
certificação,
avaliação de conformidade por outro
“Outro
estão o
procurando
processo
de
a
deve-se levar em consideração o fato
documento com o aval do Inmetro.
redução drástica de custos de retrabalho
de que o programa possui caráter
O engenheiro eletricista Jefferson
após a entrega das instalações”, explica
voluntário”, explica o chefe da Divisão
F. Moraes, da Unidade de Engenharia
o engenheiro, que também atuou como
de Regulamentação Técnica e Programas
da
superintendente da Associação Brasileira
de
Afiliadas da SPDM, que foi responsável
de Certificações Elétricas - Certiel Brasil,
Inmetro.
entidade mantida por parceiros da área,
A
se
reforma das instalações elétricas de
cujo objetivo era fomentar a certificação
tornarem
certificadores
baixa tensão da AME Taboão da Serra,
das instalações elétricas, e que deixou
também não é das maiores. De acordo
conta como se deu o processo que
de existir tão logo foi publicada a
com o Inmetro, existem atualmente duas
culminou na certificação das instalações
Portaria nº 51.
entidades no Brasil acreditadas pelo
do estabelecimento. Segundo ele, tudo
O sócio-gerente da MDJ destaca
instituto: a Associação IEX Certificações,
começou há cerca de três anos, quando
ainda que as empresas que vêm buscando
que conforme Rocha, está desde o
o prédio, uma antiga Unidade Básica
certificar suas instalações elétricas BT
início do programa de avaliação da
de Saúde (UBS), que até então estava
são principalmente aquelas ligadas à
conformidade, e a ACTA Certificações,
abandonado, foi transformado no AME
segurança, como estabelecimentos de
que solicitou a acreditação para o
de Taboão a partir de uma iniciativa da
saúde e
motivo
bastante
forte
é
Avaliação
da
Conformidade
do
Superintendência
de
Instituições
pelo desenvolvimento do projeto de
busca
de
empresas
organismos
para
edifícios corporativos. “No
escopo da Portaria Inmetro nº 51/2014,
SPDM, que recebeu recursos do Governo
caso de empresas e órgãos públicos, a
tornando-se um organismo acreditado
do Estado de São Paulo para a realização
Infraero já estabeleceu a obrigatoriedade
em outubro de 2014.
da reestruturação do edifício. “Foi uma reforma total, que envolveu a parte
em obras aeroviárias, o Banco Central
Primeiro estabelecimento de saúde com instalações elétricas BT certificadas no Brasil
também em suas reformas e novas obras”, afirma. Mesmo
antes
da
publicação
da
portaria do Inmetro, no âmbito da Certiel
civil, hidráulica e também as instalações elétricas”, diz Moraes, acrescentando que os projetos arquitetônico e de infraestrutura
da
edificação
foram
também desenvolvidos por uma equipe
Brasil, já existia a busca pela certificação.
que trabalha na SPDM.
Conforme Daniel, nesta época, foram
realizados cerca de 70 processos, com
dades (AME) Taboão da Serra (SP),
Durante a obra, a SPDM achou
a emissão de 100 certificados. Isto
de
Governo
por bem buscar a certificação para as
porque uma edificação, que pode conter
Estadual, gerenciado e administrado
instalações elétricas BT que estavam
diversas instalações elétricas, costumava
pela
o
sendo reformadas de acordo com as
ser contada pela Certiel como apenas
Desenvolvimento da Medicina (SPDM),
normas específicas da área. Além da
um processo. Após a publicação da
foi
de
ABNT NBR 5410, foram obedecidos
Portaria Inmetro 51/2014, segundo o
saúde a ter suas instalações elétricas BT
os documentos normativos ABNT NBR
chefe da Divisão de Regulamentação
certificadas no Brasil. O AME de Taboão
13534, que trata de instalações elétricas
Técnica e Programas de Avaliação da
recebeu o certificado da empresa UL do
em ambientes assistenciais de saúde e
Conformidade do Inmetro, Leonardo
Brasil em 17 de setembro de 2015.
a ABNT NBR 13570, que trata da parte
Machado Rocha, foram dez instalações
Apesar de ainda não constar no
de instalações elétricas de locais de
elétrica BT certificadas (em pistas de
banco de dados de produtos e serviços
afluência de público. “Então são três
aeroporto). Neste intervalo, recebeu
certificados do Inmetro, haja visto que a
normas da ABNT especificamente ligadas
o
instalação
empresa responsável pela certificação,
às instalações elétricas que nós tivemos
elétrica do Ambulatório Médico de
a UL do Brasil, ainda se encontra
que observar”, declara o engenheiro.
Especialidades (AME), em Taboão da
nos trâmites finais do processo de
Conforme ele, é prática usual da SPDM
Serra (SP).
acreditação pelo instituto, o processo
obedecer às normas da ABNT quando
Não obstante, de acordo com Rocha,
de certificação do ambulatório ocorreu
vai reformar ou desenvolver uma nova
a procura dos estabelecimentos pela
todo em conformidade com a portaria
instalação elétrica em baixa tensão.
certificado
também
a
O Ambulatório Médico de Especiali responsabilidade Associação o
primeiro
do
Paulista
para
estabelecimento
48
Reportagem
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
“Vivemos em um país onde praticamente
Organismo certificador
se relega esta questão, onde ninguém dá muita atenção”, reforça Moraes, que é membro do Comitê Brasileiro
de Eletricidade (CB-3) da ABNT e um
AME Taboão da Serra, a UL, nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, há mais de 120
O organismo que realizou o processo de certificação das instalações elétricas BT do
entusiasta da causa por ter acompanhado
anos, e, desde então, vem atuando para tornar os produtos, ambientes e serviço mais
de perto a luta de muitos anos do setor
seguros para diversos tipos de consumidores. A empresa está no Brasil há 15 anos,
para organizar as instalações elétricas de
sendo acreditada pelo Inmetro em 2002 para a realização da certificação de produtos.
forma geral.
Desde então, a UL ampliou seu escopo de atuação - não se restringindo mais à
Dessa forma, com o intuito de obter
certificação – adquirindo um Laboratório de Avaliação de Conformidade, a UL Testtech,
a certificação, Moraes contatou a Certiel.
também acreditado pelo Inmetro, e que implementa testes em diversos produtos do
O contato foi realizado em 2013, um ano
segmento elétrico, tais como lâmpadas Led, eletrodomésticos, fios e cabos.
antes da publicação da portaria. A Certiel,
por intermédio de seu superintendente,
empresa nesta área em território brasileiro. Em vias de ser acreditada pelo Inmetro,
o engenheiro eletricista Eduardo Daniel,
a UL conta o que deve ser feito junto ao Inmetro para se tornar um organismo
orientou a SPDM sobre como obter o
certificador de instalações elétricas BT. O líder da área de Fios & Cabos e Plugues
certificado. Na ocasião, também foi
da UL, engenheiro João Carlos Abel Junior, explica que a empresa deve cumprir uma
obtido o financiamento do Procobre,
série de normas de referências e procedimentos internos definidos pelo instituto.
que, motivado pelo interesse em que
Por meio destas regras, a empresa pode ser auditada e, cumprindo as exigências,
cada vez mais instituições certificassem
acreditada. A acreditação, segundo Abel, assegura que o organismo de certificação
suas instalações elétricas para difundir
tem a competência necessária de pessoal, equipamentos e organizacional para realizar
e fortalecer o que foi estabelecido na
as etapas previstas na Portaria 51/2014. “É importante que haja esse controle por
portaria do Inmetro, financiou o processo
parte do Inmetro para que a verificação não seja executada com critérios diferentes
de certificação.
por cada organismo”, afirma ele.
O processo de certificação consiste
A certificação do AME Taboão da Serra, em 2015, foi a primeira emitida pela
No que se refere ao procedimento da UL para a realização do processo de
em três fases: análise do projeto; inspeção
certificação das instalações elétricas BT, Abel explica que ele está baseado na Portaria
visual; e ensaios. A certificação das
Inmetro 51/2014 do Inmetro, que abrange a análise da documentação do projeto no
instalações elétricas BT do AME Taboão
estado as-built, realização dos ensaios previstos no capítulo 7 da norma ABNT NBR
da Serra seguiu exatamente este trâmite.
5410:20014, assim como foi declarado pelo engenheiro eletricista Jefferson Moraes
Primeiramente, o SPDM submeteu seu
anteriormente. Tal qual ocorreu no AME Taboão da Serra, se forem registradas não
projeto à análise da UL, organismo de
conformidades durante o processo, elas devem ser corrigidas e submetidas à nova
certificação contratado para a realização
verificação. E quando todas as não conformidades são fechadas, o certificado é emitido.
do serviço. Tendo como base as três
normas da ABNT anteriormente citadas,
para uma unidade de saúde, o engenheiro Abel esclarece que todos os tipos de
o projeto foi avaliado e aprovado pela
instalações podem receber certificação, “principalmente aquelas ligadas à segurança
UL. Em seguida, foi realizada a inspeção
de seus usuários, como estabelecimentos de saúde (caso do AME Taboão), edifícios
visual por empresa contratada pela UL.
corporativos, e residenciais. Tanto na área pública quanto privada”. Os mais comuns,
Eles fizeram o levantamento de toda a
segundo ele, têm sido da área corporativa, uma vez que os projetos originais desse
instalação, confrontando com o projeto
tipo de edificação já estão prevendo a verificação das instalações. “Mas também os
executivo fornecido pela SPDM. Nessa
edifícios residenciais de construtoras que querem garantir a adequação das instalações
inspeção, verificaram por exemplo se
e diminuir os custos de retrabalho”, diz.
Não obstante o único certificado da UL até o momento, no Brasil, ter sido emitido
o quadro elétrico estava localizado no
ponto correto e se os seus componentes
instalações elétricas, tem mostrado que os setores de edificações e os órgãos públicos
estavam dispostos de maneira adequada
estão mais conscientes da importância da certificação das instalações, verificando que
dentro do painel. A empresa também
se trata de uma atividade viável frente aos prejuízos potenciais de um acidente de
inspecionou se os produtos utilizados
origem elétricas. “Por exemplo, mortes em um hospital por choque elétrico ou vítimas
nas instalações – disjuntores, cabos,
e prejuízos materiais em residências e escritórios”, destaca o engenheiro Abel, citando
fusível, DPS, DPR etc. - atendiam às
ainda como exemplo o incêndio no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo,
normas técnicas e possuíam selo de
“provavelmente de origem elétrica de acordo com as informações divulgadas até
certificação do Inmetro.
agora, que além da vida perdida, colocou em crise o sistema de transporte ferroviário
Posteriormente
partiu-se
para
a
De acordo com Abel, a experiência da UL até agora, especificamente na área de
e perda das instalações e equipamentos do Museu”.
49
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
mesmo
certificação é a segurança do usuário.
procedimento em outras unidades de
“Quando se projeta instalação elétrica,
saúde administradas pela associação.
esta tem que ser à prova do usuário”,
As próximas instalações elétricas BT que
destaca Moraes. Ou seja, uma instalação
deverão ser certificadas pertencem ao
que, em caso de fuga de corrente,
prédio da Unidade Recomeço Helvetia.
possui um DR adequado, que, acionado,
O edifício de 12 andares, que fica situado
desenergiza o circuito e protege a
na Rua Helvétia, na região chamada
pessoa em caso de contato com a
de Cracolândia, está sendo reformado
tomada, por exemplo. Logicamente,
para
com
autorização
para
atender
realizar
o
dependentes
químicos
toda
a
instalação
elétrica
Diferentemente
dimensionada de forma correta, dentro
do que ocorreu no AME de Taboão da
dos padrões normativos, a economia de
Serra, o processo de certificação da
energia virá como consequência. “Se a
Unidade Recomeço será realizado por
instalação é feita de maneira aleatória,
andar. “No momento já temos os dois
sem critérios, sem dimensionamento
primeiros andares confirmados”, declara
dos
o engenheiro eletricista. O trabalho
haverá
de certificação das instalações destes
há mau contato, e este aquecimento
andares também ficará por conta da
ocasionará o desperdício de energia.
UL, assim como o financiamento virá do
Cabos
Procobre.
gerarão desperdício, porque existe algo
realização dos ensaios. Seguindo os
Sobre a certificação das instalações
chamado queda de tensão”, explica o
trâmites
daquela
Na inspeção realizada no AME, verificou-se que o quadro elétrico estava localizado no ponto correto e que seus componentes estavam dispostos de maneira adequada.
localidade.
componentes,
por
exemplo,
superaquecimento,
mal
dimensionados
porque
também
elétricas BT das unidades de saúde
engenheiro eletricista. Outro efeito de
7 da ABNT NBR 5410, por meio de
administradas
Moraes
instalações elétricas inadequadas é o
equipamentos
salienta
estabelecidos
no
capítulo
pela
SPDM,
importantes
mau funcionamento dos equipamentos
do
decorrente dela: a eficiência energética
elétricos. No caso de unidades de
estabelecimento, os quadros elétricos
e a segurança. A gerente administrativa
saúde, aparelhos eletromédicos, como
e algumas luminárias da unidade de
do AME Taboão da Serra, Veronice
o ultrassom, podem funcionar em uma
saúde.
medidas
eletrônicos,
todas
as
foram
tomadas
dois
pontos
inspeção
Santos Ferraz Amurin, destaca a questão
voltagem abaixo da correta, resultando
visual e ensaios, tivemos algumas não
da economia, porque, conforme ela,
em um exame inapropriado.
conformidades, coisas que ficaram da
se
execução da obra”, explica Moraes.
instalação elétrica adequada o valor da
elétrica projetada e executada no AME
Segundo o engenheiro eletricista, havia
conta de luz diminui bastante. Contudo,
de Taboão da Serra, que, “pode ser
por exemplo, um cabo que estava
a
segundo
vista, praticamente, como um modelo
mal
“E
de
tudo
isso,
o
estabelecimento
questão
da
possui
segurança,
uma
Destacando a qualidade da instalação
do
Veronice, é fundamental, porque o foco
de instalação elétrica BT”, o engenheiro
quadro e um DPS que fora instalado
do AME Taboão da Serra, por exemplo,
eletricista,
na classe errada no Quadro Geral de
é assistência à saúde, então todos os
pela SPDM no sentido de certificar às
Baixa Tensão (QGBT). A partir dos
processos realizados pela unidade e para
instalações como uma forma de difundir
problemas levantados elaborou-se um
a unidade são voltados para a segurança
esta questão. O intuito, segundo Moraes,
relatório de não conformidades. Os
dos pacientes e dos colaboradores.
é de que todo os estabelecimentos de
passos subsequentes foram a correção
“Quando se está em uma unidade de
saúde pública, hospitais, ambulatórios,
de todas as não conformidades e a
saúde que está certificada, que está
as UBS, seguissem a iniciativa da SPDM,
realização de novas inspeção e análise,
reconhecida
de
pois, assim, as instalações seriam mais
que obteve como resultado a aprovação
certificação e qualificada, isso transmite
seguras para todos. “Seria bom para o
da instalação elétrica e a emissão do
muito mais segurança tanto para nós
usuário, que teria maior confiabilidade,
certificado pela UL.
como para os pacientes”, assegura a
e seria bom para o proprietário da
De acordo com Moraes, a repercussão
gerente.
instalação,
da certificação das instalações elétricas
Para
quesito
Estado ou a Prefeitura Municipal, que
BT do ambulatório de Taboão foi muito
segurança também vem em primeiro
veria o serviço funcionando de forma
grande. Tanto que a SPDM recebeu
lugar,
adequada”, afirma o engenheiro.
conectado
no
barramento
o haja
por
um
organismo
engenheiro, visto
que
o o
foco
da
vê
no
o
trabalho
caso
o
realizado
Governo
do
52
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Fios, cabos e acessórios Queda de crescimento e falta de confiança dos empresários marcaram o ano de 2015 dos mercados de fios, cabos e seus acessórios. Para 2016, setor espera crescimento moderado, especialmente, a partir do segundo semestre
53
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Os números do mercado de fios, cabos e acessórios não são os
Assim como outros mercados do setor elétrico brasileiro vêm
melhores, como mostra a pesquisa realizada com este setor e publicada
apontando em pesquisas anteriores, os fatores que mais influenciaram
nas páginas seguintes. É a primeira vez, em anos de pesquisa, que
e que devem continuar afetando os dois segmentos analisados são
as fabricantes e as distribuidoras de condutores elétricos mostram
desaceleração da economia brasileira, desvalorização da moeda e falta
índices de crescimento médio tão baixos. As empresas de fios e cabos
de confiança dos investidores.
declararam ter crescido em 2015 uma média de 2% com relação
ao ano anterior. Já as companhias de acessórios para fios e cabos
para o setor elétrico nacional, bem como informações das empresas
registraram aumento de apenas 0,4% na mesma comparação. Nesse
pesquisadas.
Veja, a seguir, mais números destes dois mercados tão importantes
mesmo levantamento realizado em janeiro de 2015, as empresas
Números do mercado de fios e cabos elétricos
projetavam crescimento de 10% (fios e cabos) e de 12% (acessórios).
2015 realmente não foi um dos melhores anos para a economia
brasileira. A Sondagem de Conjuntura da Indústria Elétrica e Eletrônica,
realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
foram apontadas pelos fabricantes de fios e cabos elétricos como
(Abinee), revelou que 2015 foi encerrado com diversos indicadores
o principal segmento de atuação. O comércio foi o segundo mais
desfavoráveis, entre eles: percentual significativo de empresas com
indicado.
Assim como na pesquisa realizada no ano passado, as indústrias
queda nas vendas/encomendas; aumento do desemprego; ritmo de negócios abaixo do esperado; e pessimismo para os primeiros meses de 2016.
Principais segmentos de atuação
De acordo com a Sondagem, as vendas no mês de dezembro
recuaram para 63% das empresas consultadas na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As expectativas para os próximos meses
Industrial
continuam desfavoráveis, apresentando saldo de respostas negativo,
84%
tanto para janeiro de 2016 (-12%), como para o primeiro trimestre do ano (-4%), comparados com os mesmos períodos de 2015.
No entanto, para o primeiro semestre de 2016, o saldo passa a
ser positivo, com 41% das empresas consultadas pela Abinee com perspectivas de crescimento e 36% esperando queda. Na pesquisa
59%
Transmissão e distribuição
55%
realizada por “O Setor Elétrico”, as expectativas são mais otimistas. Fabricantes e distribuidores de fios e cabos preveem, para o ano de 2016, crescimento médio de 9% para suas empresas e de 3% para o mercado como um todo. Já as companhias do mercado de acessórios para fios e cabos planejam crescer em torno de 0,4% e esperam que o mercado apresente elevação média de 1,9%.
Comercial
49%
Residencial
54
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Também neste ano, as vendas diretas ao cliente final foram evidenciadas como o principal
canal de vendas, tendo sido apontadas por 84% das empresas de fios e cabos. Em seguida, estão as revendas e varejistas, indicadas por 71% das pesquisadas. Canais de vendas
84% 71% 57% 33%
Venda direta ao cliente final
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadistas
Telemarketing
22% Outros 16% Internet
A seguir, são apresentadas as impressões das empresas fabricantes e distribuidoras de
fios e cabos quanto ao tamanho anual total de alguns nichos de mercado. Por exemplo, 22% das pesquisadas acreditam que o mercado de fios e cabos nus fatura, anualmente, até R$ 10 milhões. Já 39% (o maior percentual) das empresas calculam que o mercado de fios e cabos isolados em baixa tensão fature mais de R$ 500 milhões ao ano. Confira:
Até R$ 10 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Acima de R$ 500 milhões
Tamanho anual total dos mercados de:
Fios e cabos nus
22%
17%
11%
6%
11%
11%
22%
Fios e cabos isolados em
16%
-
3%
3%
13%
26%
39%
9%
13%
9%
6%
22%
13%
28%
12%
9%
6%
3%
24%
12%
34%
baixa tensão (até 1000 V) Cabos para comunicações e dados Cabos para média tensão
Se, no levantamento realizado há um ano, 21% das empresas declararam faturar acima dos
R$ 200 milhões, neste ano, houve um aumento significativo. 31% das pesquisadas apresentam este volume de negócios anualmente. Outros 22% faturam até R$ 10 milhões por ano. Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos
22%
31%
Acima de R$ 200 milhões
Até R$ 3 milhões
13% 5%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 13%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões 16%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
56
No início do ano passado, as empresas pesquisadas projetaram
crescimento médio de 10% para 2015, no entanto, questionadas
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Fatores que devem influenciar o mercado de fios e cabos em 2016
sobre o crescimento efetivo, elas revelaram que o percentual médio foi de apenas 2%. Para 2016, a expectativa é que o mercado cresça, pelo
9%
13%
menos, 3% e elas aumentem em torno de 9% os seus resultados.
Desvalorização da moeda brasileira
1%
Previsões de crescimento
15%
Falta de confiança de investidores
6% 3%
2%
Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016
Previsão de crescimento para o mercado de fios e cabos em 2016 Previsão de crescimento das 9% empresas para 2016
Crescimento médio das empresas em 2015 comparado ao ano anterior
25%
3%
Falta de normalização e/ou legislação 4%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Crise internacional
Refletindo o pessimismo de diversos setores da indústria brasileira,
os fabricantes de fios e cabos elétricos acreditam que a desaceleração da economia e a falta de confiança dos investidores devem continuar influenciando negativamente este mercado.
Bom momento econômico do país
Desaceleração da economia brasileira
2%
Setor da construção civil aquecido
6%
Programas de incentivo do governo
12% 10%
Projetos de infraestrutura
Setor da construção civil desaquecido
58
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Números do mercado de acessórios para fios e cabos elétricos
Também no que diz respeito aos acessórios de fios e cabos, a indústria é o principal cliente.
89% das empresas apontaram o setor industrial como principal segmento de atuação.
Principais segmentos de atuação
89% 58% 53% 31%
Industrial
Comercial Transmissão e distribuição
Residencial
Diferentemente da pesquisa anterior, em que a revenda foi apontada como principal canal
de vendas, desta vez, as vendas diretas e o comércio por meio dos varejistas e distribuidores foram indicados por 82% e 80% das empresas, respectivamente, como principais formas de comercialização. Canais de vendas
82% 80% 76% 20% 16% 13%
Distribuidores / atacadistas Venda direta ao cliente final Revendas / varejistas
Telemarketing Outros
Internet
As empresas fabricantes e distribuidoras de acessórios para fios e cabos elétricos também
foram consultadas sobre o que pensam a respeito dos tamanhos dos mercados de alguns produtos (evidenciado na tabela a seguir). Entre as percepções, está a de que as pesquisadas entendem que os mercados de materiais para amarração de cabos e de materiais para identificação de cabos faturam, cada um, até R$ 10 milhões por ano. Da mesma maneira, para 32% das empresas, o segmento de fitas isolantes de baixa tensão também movimenta até R$ 10 milhões por ano. Confira:
60
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Até R$ 10 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Acima de R$ 500 milhões
Tamanho anual total dos mercados de:
29%
15%
5%
12%
10%
10%
19%
Fitas isolantes de baixa tensão
32%
3%
13%
10%
10%
26%
6%
Conectores e ferramentas de baixa tensão Materiais para amarração de cabos
46%
15%
6%
3%
9%
9%
12%
Materiais para identificação de cabos
50%
10%
19%
9%
3%
-
9%
Conectores e ferramentas de
27%
19%
5%
8%
27%
11%
3%
média tensão
Fitas isolantes de média tensão
36%
18%
10%
11%
14%
11%
-
Terminações de cabos de média tensão
31%
21%
12%
6%
18%
12%
-
Emendas de cabos de média tensão
26%
20%
26%
8%
9%
11%
-
A respeito do faturamento bruto total anual das empresas, a maioria das companhias (72%)
pesquisadas afirmou faturar até R$ 10 milhões. Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos
4%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
7%
36%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Até R$ 3 milhões
15%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 2%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
36%
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
As projeções de crescimento do mercado de acessórios de fios e cabos elétricos são menos
otimistas do que o mercado de fios e cabos. Na pesquisa realizada há um ano, as empresas deste setor esperavam crescimento de 7% em 2015, mas apresentaram crescimento médio efetivo de apenas 0,4%. Para 2016, esperam crescer em torno de 6% e projetam crescimento médio de 2% para o mercado de acessórios como um todo. Previsões de crescimento
3% 2%
Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016 Previsão de crescimento médio para o mercado de acessórios para fios e cabos em 2016
6%
Previsão de crescimento das empresas para 2016
médio das empresas em 2015 comparado 1% Crescimento ao ano anterior
61
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Neste gráfico, novamente, se observa que a desaceleração da economia brasileira deverá refletir negativamente nos resultados do mercado de
acessórios para fios e cabos. Soma-se a isso a desvalorização da moeda nacional.
Fatores que devem influenciar o mercado de acessórios para fios e cabos em 2016
17%
Desvalorização da moeda brasileira
5%
Programas de incentivo do governo 1%
Bom momento econômico do país 15%
Falta de confiança de investidores
31%
Desaceleração da economia brasileira 2%
Falta de normalização e/ou legislação 1%
1%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Setor da construção civil aquecido 16%
4%
Setor da construção civil desaquecido
Crise internacional 7%
Projetos de infraestrutura
Pesquisa - Fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
X
X
X
Telemarketing
Internet
Outros
X
X
X
SC
X X
X X
X
X X
X
ALUBAR
(91) 3754-7159
www.alubar.net
Barcarena
PA
X
X
X
X
X X X
Residencial
X X
Criciúma
Comercial
X
www.agpr5.com
Industrial
X X
(48) 3462-3900
Distribuidora
SP
AGPR5
Fabricante
Estado
Guarulhos
X
BANCOR-COPPRAL
(11) 2959-8228
www.bancor.com.br
São Paulo
SP
BELDEN
(11) 4092-9000
www.belden.com.br
Diadema
SP
X
X
BRASCABOS
(19) 3522-5570
www.brascabos.com.br
Rio Claro
SP
X
X
X
BRASCOPPER
(16) 3514-4100
www.brascoppper.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
X
X X
X
X
X X
BRASFIO
(81) 3673-4800
www.brasfio.com.br
Catende
PE
X
X X
X X
X
X
X X
CABELAUTO
(35) 3629-2550
www.cabelauto.com.br
Itajubá
MG
X
X
X X
X
CABLENA
(11) 3587-9590
www.cablena.com.br
São Paulo
SP
X
X
COBRECOM
(11) 2118-3200
www.cobrecom.com.br
Itu
SP
X
X
X
X
X X
COBREMACK
(11) 4156-5531
www.cobremack.com.br
Santana de Parnaíba
SP
COFIBAM
(11) 4182-8500
www.cofibam.com.br
São Paulo
SP
X
X
CONDUMAX
(17) 3279-3700
www.condumax.com.br
Olímpia
SP
X
X
X X
CONDUMIG
(37) 3229-2000
www.condumig.com.br
Divinópolis
MG
X
X
X X
CONDUSPAR
(41) 2109-6000
www.conduspar.com.br
São José dos Pinhais
PR
X
X
X X
CONSTRUFIOS
(11) 5053-8383
www.construfios.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
X
COPPER 100
(11) 3478-6900
www.copper100.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X X
CORDEIRO
(11) 4674-7400
www.cordeiro.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
X
X
X X
CROSSFOX
(11) 2902-1070
www.crossfoxeletrica.com.br
São Paulo
SP
DISNACON
(11) 2061-4061
www.disnacon.com.br
São Paulo
SP
X X
DLIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X X
EMBRAMAT
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
X
EMEP
(62) 3249-6477
www.emep.eng.br
Goiânia
GO
X X
FURUKAWA
0800 41 2100
www.furukawa.com.br
Curitiba
PR
X
X
GENERAL CABLE
(11) 3457-0300
www.generalcablebrasil.com
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
Fios e cabos Nus
Exporta produtos acabados
X
Cidade
www.acabine.com.br
Oferece treinamento técnico para os clientes
Programas na área de responsabilidade social
X X
Site
(11) 2842-5252
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X X
Telefone
ACABINE
14001 (ambiental)
X
X
Venda direta ao cliente final
X
X
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadistas
X X X
Empresa
Importa produtos acabados
Certificado ISO
Principal canal de vendas
9001 (qualidade)
Principal segmento de atuação
A empresa é
Transmissão e distribuição
62
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
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X X
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X X
X X
X
X X X X
X X
X
X
X X X X
X
X
X X
X
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X X
X
X
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X X
X
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X X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
63
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Jundiaí
SP
X
X
ICE CABOS
(11) 4676-4963
www.icecabos.com.br
São Paulo
SP
X
X
INDUSCABOS
(11) 4636-9000
www.induscabos.com.br
Poá
SP
X
X
INNOVCABLE
(11) 4063-9909
www.innovcable.com.br
Sumaré
SP
X
X
X X
ISOTECK
(11) 5612-9500
www.isoteck.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
KOTEK
(11) 3017-8797
www.kotek.com.br
São Paulo
SP
X
X
LAMESA
(19) 3623-1518
www.lamesa.com.br
São João da Boa Vista
SP
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
NAMBEI
(11) 5056-8900
www.nambei.com.br
São Paulo
NEXANS
(11) 3084-1600
www.nexans.com
ONIX
(44) 3233-8500
www.onixcd.com.br
PAN ELECTRIC
(54) 2102-3333
PROCABLE
X X
X X
X X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
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X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
SP
X
São Paulo
SP
X
Mandaguari
PR
www.pan.com.br
São Paulo
SP
X
(11) 4061-9101
www.procable.com.br
Diadema
SP
X
PRYSMIAN
(11) 4998-4155
www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SP
X
X
SIL FIOS E CABOS
(11) 3377-3333
www.sil.com.br
Guarulhos
SP
X
SOLTALENTO
(11) 2382-3006
www.soltalento.com.br
Guarulhos
SP
SULMINAS
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
X
SYNERGY CABLES
(11) 2924-9994
www.synergycables.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
TRAMAR
(11) 4528-6000
www.tramar.com.br
Cabreúva
SP
X
X
X
X
X
TREMAX
(16) 3266-1297
www.tremax.com.br
Borborema
SP
X
X
X
X
X
VATHISA FIOS E CABOS
(11) 4634-8686
www.vathisa.com.br
Poá
SP
X
WEIDMÜLLER CONEXEL
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
X
WIREX CABLE
(11) 2191-9400
www.wirex.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X
X
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X X
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X X
X X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fios e cabos Nus
(11) 2136-9090
www.hellermanntyton.com.br
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
HELLERMANNTYTON
X X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
X
X
Importa produtos acabados
X
Exporta produtos acabados
RJ
Programas na área de responsabilidade social
Rio de Janeiro
Comercial
www.hager.com.br
Industrial
X
0800 724 2437
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
SP
HAGER ELETROMAR
14001 (ambiental)
X
Orlândia
9001 (qualidade)
X
Site www.grupointelli.com.br
Estado
(16) 3820-1546
Outros
X
X
Telefone
GRUPO INTELLI
Internet
Venda direta ao cliente final
X
X
Telemarketing
Revendas / varejistas
X X
Empresa
Cidade
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
Transmissão e distribuição
Residencial
Principal segmento de atuação
Fabricante
Distribuidora
A empresa é
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X X
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X X
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X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
Pesquisa - Fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Fios e cabos telefônicos metálicos
Cabos coaxiais
Cabos ópticos
Cabos para cabeamento estruturado
X
X
X
(11) 2842-5252
www.acabine.com.br
Guarulhos
SP
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com
Criciúma
SC
X
X
X
ALUBAR
(91) 3754-7159
www.alubar.net
Barcarena
PA
X
X
X
BANCOR-COPPRAL
(11) 2959-8228
www.bancor.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
BELDEN
(11) 4092-9000
www.belden.com.br
Diadema
SP
X
X
X
X
X
X
BRASCABOS
(19) 3522-5570
www.brascabos.com.br
Rio Claro
SP
X
X
X
X
X
BRASCOPPER
(16) 3514-4100
www.brascoppper.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
X
X
X
X
BRASFIO
(81) 3673-4800
www.brasfio.com.br
Catende
PE
X
X
X
CABELAUTO
(35) 3629-2550
www.cabelauto.com.br
Itajubá
MG
X
X
X
CABLENA
(11) 3587-9590
www.cablena.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
COBRECOM
(11) 2118-3200
www.cobrecom.com.br
Itu
SP
X
X
X
COBREMACK
(11) 4156-5531
www.cobremack.com.br
Santana de Parnaíba
SP
X
X
X
COFIBAM
(11) 4182-8500
www.cofibam.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
CONDUMAX
(17) 3279-3700
www.condumax.com.br
Olímpia
SP
X
X
X
CONDUMIG
(37) 3229-2000
www.condumig.com.br
Divinópolis
MG
X
X
CONDUSPAR
(41) 2109-6000
www.conduspar.com.br
São José dos Pinhais
PR
CONSTRUFIOS
(11) 5053-8383
www.construfios.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
COPPER 100
(11) 3478-6900
www.copper100.com.br
Guarulhos
SP
X
CORDEIRO
(11) 4674-7400
www.cordeiro.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
X
CROSSFOX
(11) 2902-1070
www.crossfoxeletrica.com.br
São Paulo
SP
X
DISNACON
(11) 2061-4061
www.disnacon.com.br
São Paulo
SP
X
DLIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
EMBRAMAT
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
X
EMEP
(62) 3249-6477
www.emep.eng.br
Goiânia
GO
X
FURUKAWA
0800 41 2100
www.furukawa.com.br
Curitiba
PR
GENERAL CABLE
(11) 3457-0300
www.generalcablebrasil.com
São Paulo
SP
Telefone
Site
Cidade
Estado
X
X X
X
X
X
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X X
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X X
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X
Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)
Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle
Cabo para ligação de equipamentos
X
ACABINE
Empresa
Cabos para média tensão
X
Cabo com isolação termofixa
Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança
Cabos para comunicações e dados
Cabo com isolação termoplástica
Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos
Fios e cabos isolados para baixa tensão (até 1000 V)
Cabos cobertos (revestidos, não isolados)
64
X
X
X
65
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Cidade
Estado
www.grupointelli.com.br
Orlândia
SP
X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
HELLERMANNTYTON
(11) 2136-9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
ICE CABOS
(11) 4676-4963
www.icecabos.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
INDUSCABOS
(11) 4636-9000
www.induscabos.com.br
Poá
SP
X
X
X
X
X
X
X
INNOVCABLE
(11) 4063-9909
www.innovcable.com.br
Sumaré
SP
X
X
X
X
X
X
X
ISOTECK
(11) 5612-9500
www.isoteck.com.br
São Paulo
SP
X
X
KOTEK
(11) 3017-8797
www.kotek.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
LAMESA
(19) 3623-1518
www.lamesa.com.br
São João da Boa Vista
SP
X
X
X
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
X
X
X
X
NAMBEI
(11) 5056-8900
www.nambei.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
NEXANS
(11) 3084-1600
www.nexans.com
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
ONIX
(44) 3233-8500
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
X
X
X
PAN ELECTRIC
(54) 2102-3333
www.pan.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
PROCABLE
(11) 4061-9101
www.procable.com.br
Diadema
SP
X
X
PRYSMIAN
(11) 4998-4155
www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SP
X
X
X
SIL FIOS E CABOS
(11) 3377-3333
www.sil.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
SOLTALENTO
(11) 2382-3006
www.soltalento.com.br
Guarulhos
SP
X
X
SULMINAS
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
X
X
X
SYNERGY CABLES
(11) 2924-9994
www.synergycables.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
TRAMAR
(11) 4528-6000
www.tramar.com.br
Cabreúva
SP
X
X
TREMAX
(16) 3266-1297
www.tremax.com.br
Borborema
SP
VATHISA FIOS E CABOS
(11) 4634-8686
www.vathisa.com.br
Poá
SP
WEIDMÜLLER CONEXEL
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
WIREX CABLE
(11) 2191-9400
www.wirex.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)
Site
(16) 3820-1546
Cabos cobertos (revestidos, não isolados)
X
Telefone
GRUPO INTELLI
Cabos para média tensão
Cabos para cabeamento estruturado
Cabos coaxiais
X
Empresa
Cabos ópticos
Fios e cabos telefônicos metálicos
Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle
Cabo para ligação de equipamentos
Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança
Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos
Cabos para comunicações e dados
Cabo com isolação termoplástica
Cabo com isolação termofixa
Fios e cabos isolados para baixa tensão (até 1000 V)
X
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Pesquisa - Acessórios para Fios e Cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
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Oferece treinamento técnico para os clientes
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Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
X
Programas na área de responsabilidade social
X X
X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
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14001 (ambiental)
X
Outros
X
9001 (qualidade)
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Internet
X
Telemarketing
X
Venda direta ao cliente final
X
Revendas / varejistas
X X
Importa produtos acabados
SP SP SP PR SP SP SP SP RS SP RJ SP SP SP SP SP SP SP
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Exporta produtos acabados
Guarulhos Embu das Artes São Paulo São José dos Pinhais São Paulo Franco da Rocha Guarulhos Rio Claro São Leopoldo Orlândia Rio de Janeiro Diadema Jundiaí Tatui São Paulo São Bernardo do Campo Olímpia São Paulo
X
Distribuidores / atacadistas
Cidade Estado X Sumare SP Guarulhos SP X Vinhedo SP Criciúma SC X São Paulo SP X Itu SP X São Paulo SP X São Paulo SP X São Bernardo do Campo SP X São Paulo SP X Cravinhos SP X São Paulo SP X Rio de Janeiro RJ X Campinas SP
Transmissão e distribuição
Site www.3m.com.br/eletricos www.acabine.com.br www.adelbras.com www.agpr5.com www.automatus.com.br www.axt.com.br www.building.ind.br www.burndy.com www.coflex.com.br www.condvolt.com.br www.conimel.com.br www.connectwell.com.br www.contactus.net.br www.crmper.com.br www.dlight.com.br www.daisa.com.br www.dutoplast.com.br www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.calhasfacilit.com.br www.fastweld.com.br www.fischerweb.com.br www.frontec.com.br www.intelli.com.br www.hager.com.br www.hawser.com.br www.hellermanntyton.com.br www.hummel.com.br www.idealengenharia.com.br www.idealindustries.com.br www.incesa.com.br www.jdemitoeletrica.com.br
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Residencial
Telefone (19) 3838-7000 (11) 2842-5252 (19) 4009-7711 (48) 3462-3900 (11) 3368-6869 (11) 4025-1300 (11) 2621-4811 (11) 5515-7225 (11) 4330-3347 (11) 2296-9477 (16) 3951-9595 (11) 5844-2010 (21) 3593-5001 (19) 3246-1722 (11) 2937-4650 (11) 4785-5522 (11) 2524-9055 (41) 3383-9290 (11) 2098-0371 (11) 4447-1991 (11) 2425-7180 (19) 3522-7700 (51) 3201-2477 (16) 3820-1546 0800 724 2437 (11) 4056-7047 (11) 2136-9090 (15) 3322-7000 (11) 3287-0622 (11) 4314-9930 (17) 3279-2600 (11) 3459-4744
Comercial
3M ACABINE ADELBRAS AGPR5 AUTOMATUS AXT TERMINAIS BUILDING BURNDY COFLEX CONDVOLT CONIMEL CONNECTWELL CONTACTUS CRIMPER D´LIGHT DAISA DUTOPLAST ELOS EMBRAMAT FACILIT FASTWELD FISCHER FRONTEC GRUPO INTELLI HAGER ELETROMAR HAWSER CONEXÕES HELLERMANNTYTON HUMMEL IDEAL ENGENHARIA IDEAL INDUSTRIES INCESA J.DEMITO
Principal segmento de atuação
Industrial
Empresa
Distribuidora
A empresa é
Fabricante
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
PLP POLIMETAL PROAUTO PRYSMIAN REIMOLD SOB BRASIL SOPRANO SULMINAS TCM TERMINAIS TE CONNECTIVITY WABE CONECTORES WETZEL
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X X X X
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X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
Importa produtos acabados
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Programas na área de responsabilidade social
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
14001 (ambiental)
9001 (qualidade)
Outros
X X X
X X X X
X X X
Internet
X X
Exporta produtos acabados
X X X X
X X X
X X
X X
X X X X X X X
Telemarketing
X X X X X
Venda direta ao cliente final
X X
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadistas
X
X
X X
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Transmissão e distribuição
Cidade Estado Cotia SP X Rio de Janeiro RJ X São Paulo SP São Paulo SP X São Paulo SP X Caxias do Sul RS São Bernardo do Campo SP X São Paulo SP X Sorocaba SP X Mandaguari PR São Paulo SP X Cajamar SP X Contagem MG X Sorocaba SP X Santo André SP X Caieiras SP X São Paulo SP Farroupilha RS X Poços de Caldas MG Maringá PR X São Paulo SP X Mairiporã SP X Joinville SC X
Residencial
Site www.kanaflex.com.br www.kitacessorios.com.br www.kotek.com.br www.krj.com.br www.legrand.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.onixcd.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.polimetal.com.br www.proautomacao.com.br www.prysmiangroup.com.br www.reimold.com.br www.sob-brasil.com www.soprano.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.tcmterminais.com.br www.te.com/energy www.wabe.com.br www.wetzel.com.br
Comercial
Telefone (11) 3779-1670 0800 025 1588 (11) 3017-8797 (11) 2971-2300 (11) 5644-2508 (54) 4009-5255 (11) 4176-7878 (11) 2122-5777 (15) 3335-1382 (44) 3233-8500 (11) 3871-6420 (11) 4448-8000 (31) 3361-8982 (15) 3031-7400 (11) 4998-4169 (11) 3904-3554 (11) 5090-0030 (54) 2109-6363 (35) 3714-2660 (44) 3026-4317 (11) 2103-6095 (11) 4484-4147 (47) 3451-4033
Industrial
KANAFLEX KIT ACESSÓRIOS KOTEK KRJ LEGRAND MAGNANI MAGNET NUTSTEEL OBO BETTERMANN ONIX PHOENIX CONTACT
Principal segmento de atuação
Distribuidora
Empresa
Fabricante
A empresa é
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Pesquisa - Acessórios para Fios e Cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
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Fitas Isolantes
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Emendas
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Terminações
X
Ferramentas para aplicação de conectores
SP SP SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP RJ SP SP SP SP PR SP SP SP SP RS SP RJ SP SP SP SP SP SP SP
Conectores
Estado
MÉDIA TENSÃO
Outros
Sumare Guarulhos Vinhedo Criciúma São Paulo Itu São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo São Paulo Cravinhos São Paulo Rio de Janeiro Campinas Guarulhos Embu das Artes São Paulo São José dos Pinhais São Paulo Franco da Rocha Guarulhos Rio Claro São Leopoldo Orlândia Rio de Janeiro Diadema Jundiaí Tatui São Paulo São Bernardo do Campo Olímpia São Paulo
Materiais para identificação de cabos
Cidade
www.3m.com.br/eletricos www.acabine.com.br www.adelbras.com www.agpr5.com www.automatus.com.br www.axt.com.br www.building.ind.br www.burndy.com www.coflex.com.br www.condvolt.com.br www.conimel.com.br www.connectwell.com.br www.contactus.net.br www.crmper.com.br www.dlight.com.br www.daisa.com.br www.dutoplast.com.br www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.calhasfacilit.com.br www.fastweld.com.br www.fischerweb.com.br www.frontec.com.br www.intelli.com.br www.hager.com.br www.hawser.com.br www.hellermanntyton.com.br www.hummel.com.br www.idealengenharia.com.br www.idealindustries.com.br www.incesa.com.br www.jdemitoeletrica.com.br
BAIXA TENSÃO
Materiais para amarração de cabos
Site
(19) 3838-7000 (11) 2842-5252 (19) 4009-7711 (48) 3462-3900 (11) 3368-6869 (11) 4025-1300 (11) 2621-4811 (11) 5515-7225 (11) 4330-3347 (11) 2296-9477 (16) 3951-9595 (11) 5844-2010 (21) 3593-5001 (19) 3246-1722 (11) 2937-4650 (11) 4785-5522 (11) 2524-9055 (41) 3383-9290 (11) 2098-0371 (11) 4447-1991 (11) 2425-7180 (19) 3522-7700 (51) 3201-2477 (16) 3820-1546 0800 724 2437 (11) 4056-7047 (11) 2136-9090 (15) 3322-7000 (11) 3287-0622 (11) 4314-9930 (17) 3279-2600 (11) 3459-4744
Autofusão
Telefone
3M ACABINE ADELBRAS AGPR5 AUTOMATUS AXT TERMINAIS BUILDING BURNDY COFLEX CONDVOLT CONIMEL CONNECTWELL CONTACTUS CRIMPER D´LIGHT DAISA DUTOPLAST ELOS EMBRAMAT FACILIT FASTWELD FISCHER FRONTEC GRUPO INTELLI HAGER ELETROMAR HAWSER CONEXÕES HELLERMANNTYTON HUMMEL IDEAL ENGENHARIA IDEAL INDUSTRIES INCESA J.DEMITO
FITAS ISOLANTES BT
Plástica
Empresa
Ferramentas para aplicação de conectores
BAIXA TENSÃO
Conectores
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X X X X X X X X
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
X X X X X
X X X X
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Ferramentas para aplicação de conectores
X
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Conectores
X X
Outros
X X
Emendas
X X X X X
X X
Terminações
4448-8000 3361-8982 3031-7400 4998-4169 3904-3554 5090-0030 2109-6363 3714-2660 3026-4317 2103-6095 4484-4147 3451-4033
SP RJ SP SP SP RS SP SP SP PR SP SP MG SP SP SP SP RS MG PR SP SP SC
MÉDIA TENSÃO
Fitas Isolantes
(11) (31) (15) (11) (11) (11) (54) (35) (44) (11) (11) (47)
Estado
Materiais para identificação de cabos
Cotia Rio de Janeiro São Paulo São Paulo São Paulo Caxias do Sul São Bernardo do Campo São Paulo Sorocaba Mandaguari São Paulo Cajamar Contagem Sorocaba Santo André Caieiras São Paulo Farroupilha Poços de Caldas Maringá São Paulo Mairiporã Joinville
BAIXA TENSÃO
Materiais para amarração de cabos
Cidade
www.kanaflex.com.br www.kitacessorios.com.br www.kotek.com.br www.krj.com.br www.legrand.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.onixcd.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.polimetal.com.br www.proautomacao.com.br www.prysmiangroup.com.br www.reimold.com.br www.sob-brasil.com www.soprano.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.tcmterminais.com.br www.te.com/energy www.wabe.com.br www.wetzel.com.br
Autofusão
Site
(11) 3779-1670 0800 025 1588 (11) 3017-8797 (11) 2971-2300 (11) 5644-2508 (54) 4009-5255 (11) 4176-7878 (11) 2122-5777 (15) 3335-1382 (44) 3233-8500 (11) 3871-6420
FITAS ISOLANTES BT
Plástica
Telefone
KANAFLEX KIT ACESSÓRIOS KOTEK KRJ LEGRAND MAGNANI MAGNET NUTSTEEL OBO BETTERMANN ONIX PHOENIX CONTACT PLP POLIMETAL PROAUTO PRYSMIAN REIMOLD SOB BRASIL SOPRANO SULMINAS TCM TERMINAIS TE CONNECTIVITY WABE CONECTORES WETZEL
Ferramentas para aplicação de conectores
Empresa
Conectores
BAIXA TENSÃO
X X
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X X
X X X X
X X X
70
Aula prática
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Por Marcio Bottaro e Ivan Bueno Raposo*
Proteção contra arco elétrico Uma abordagem sobre a resistência ao arco elétrico e as novas tendências de avaliação de Equipamento de Proteção Individual (EPI) para efeitos térmicos
C
Commission (IEC). Merece destaque o
arco elétrico para tecidos e outros
comissão
envolvimento do país em grupos de trabalho
materiais empregados em vestimentas
de estudos CE- 32:006.04 – Luvas e
para determinação das metodologias de
de proteção, como o ATPV (Valor de
Vestimentas de Proteção – Riscos Térmicos,
ensaios para a determinação da resistência
Desempenho Térmico ao Arco Elétrico) e
do Comitê Brasileiro de Equipamentos
ao arco elétrico (do inglês Arc Rating). Esta
a EBT50 (Energia Limite de Rompimento),
de Proteção Individual (ABNT/CB32), a
participação certamente trará, em curto
que são a base da classificação dos
participação do Ministério do Trabalho e
prazo, benefícios no aspecto tecnológico
riscos e categorias de proteção dos
Emprego, da indústria têxtil e sua cadeia
e
e
EPIs, estabelecidos por regulamentos no
de fornecimento e suprimento, além do
científico, minimizando barreiras técnicas e
Brasil. Este novo indicador, ELIM (Incident
desenvolvimento do primeiro laboratório
promovendo interação e cooperação direta
Energy Limit – tradução livre: Energia
nacional de ensaios de vestimentas de
com grupos de especialistas internacionais.
Incidente
proteção contra efeitos térmicos de arcos
Dentre
elétricos, o Brasil tomou assento a partir de
em
om o desenvolvimento do arcabouço
normativo
fomentado
pela
de
desenvolvimento
industrial
Limítrofe),
traz
conceitos,
que
estão
dúvidas e questionamentos sobre como
figura
com
ficarão classificados no futuro os EPI da
2014 em importantes grupos de trabalho
importância especial a introdução de
categoria de proteção térmica ao arco
do TC78 da International Electrotechnical
um novo indicador de resistência ao
elétrico.
as
discussão
novidades na
IEC,
71
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Alguns conceitos de capacidade nominal ao arco elétrico (Arc Rating)
Dando enfoque mais direto à norma
de métodos de ensaios de vestimentas de proteção IEC 61482-1-1, temos alguns indicadores principais de conhecimento dos fabricantes e usuários de vestimentas de proteção:
ATPV (Arc Thermal Performance Value) O Valor de Desempenho Térmico ao Arco Elétrico (ATPV) é, por definição, um valor numérico de energia incidente atribuído a um produto ensaiado (expresso em kJ/m² ou mais comumente em cal/cm²),
Figura 1 – Projeto da “gaiola” de ensaio do IEE/USP.
que descreve suas propriedades térmicas de atenuação de um fluxo de calor gerado por um arco elétrico.
Resumidamente, a determinação do
elétrico são distribuídos três sistemas de moni
ATPV é baseada em uma regressão logística
toramento simetricamente alinhados entre si
(binária) aplicada a dados obtidos durante
em um intervalo de 120° para colocação das
ensaios de tecidos e outros materiais
amostras a serem caracterizadas.
Dentro do espaço de produção do arco
submetidos a arcos elétricos com diversas energias sob condições controladas. Mas como isso é feito na prática? O dispositivo de ensaio indicado pela IEC 61482-1-1 para determinação do ATPV consiste em um circuito em forma de “gaiola”, como normalmente chamada no Brasil, com geração de arco elétrico vertical em um espaço de 30 cm entre eletrodos, a uma corrente de 8 kA por intervalos de tempo variáveis, que determinarão a energia aplicada em cada bateria de ensaios. Para se ter uma ideia da correlação, o arco elétrico de calibração é efetuado em dez ciclos de rede (aproximadamente 167 ms) e resulta em uma energia incidente, a 30 Figura 2 – Projeto de disposição dos painéis e sensores externos na “gaiola” de ensaio no IEE/USP.
centímetros do centro do arco, da ordem de 7,5 cal/cm². A disposição física do circuito de ensaio tem como principal objetivo confinar o arco elétrico de forma
a evitar dispersões muito grandes durante
com
As amostras são posicionadas em painéis
sua produção, já que é muito difícil
de energia transmitida pelo corpo de
manter o arco exatamente alinhado em
prova (tecido) e adjacentes aos painéis
sua posição vertical durante o fenômeno
são
produzido no ensaio.
monitoramento da energia incidente do arco.
dois
sensores
posicionados
de
dois
monitoramento
sensores
de
Aula prática
72
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Figura 3 – Projeto dos painéis para ensaios de tecidos e calorímetros externos no IEE/USP.
Os calorímetros utilizados nos painéis e
empírico capaz de prever queimaduras de
sensores externos são basicamente discos
segundo grau pela relação da quantidade
de cobre de grau elétrico com termopares
de energia transferida ao tecido humano e
acoplados mecanicamente aos mesmos
o tempo de exposição. Desta comparação
de forma conveniente para detecção das
é deduzida a queima ou não do tecido
variações de temperatura que, por meio de
por meio de comparação direta: quando
cálculos utilizando-se a capacidade de calor
a curva de energia transmitida extrapola a
específica do cobre, serão convertidas em
curva de Stoll, ocorre queima (1); quando a
energias entregues aos transdutores, sejam
curva de energia transmitida não extrapola
estas transmitidas (sensores no painel) ou
a curva de Stoll, não ocorre queima (0).
incidentes (sensores externos adjacentes
Um grande problema na determinação da
ao painel).
queima ou não do tecido humano está no são
intenso ruído eletromagnético transmitido
comparadas com a curva de Stoll, um
pelos sensores termopares durante o arco
conjunto de dados baseados em um modelo
elétrico. Este ruído requer um trabalho de
As
energias
transmitidas
Figura 4 – Gráfico com dados de probabilidade de queima (E), regressão logística (linha vermelha) e zona mista destacada (região em verde).
73
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
filtração eletrônica e matemática, e, no Instituto de Energia e Ambiente (IEE/USP), foi desenvolvido utilizando-se a plataforma de instrumentação virtual LabVIEW.
As energias incidentes, por sua vez,
são as variáveis independentes para cada condição de queimadura ou não em um gráfico de iterações binárias. A cada ensaio um arco elétrico é produzido sob condições controladas e amostras de temperatura são coletadas pelos sensores calorímetros dos painéis e sensores externos, devidamente convertidas em energia (calor). No mínimo, 20 amostras devem ser adquiridas, dessa forma, a menor bateria de ensaios é composta de sete arcos elétricos de 8 kA com tempos variados.
Neste gráfico da Figura 4 é possível
delinear uma região denominada zona mista, onde os efeitos de queima ou não variam de forma binária e aleatória entre 0 (zero) e 1 (um). Isso ocorre pelas características do corpo de prova e suas propriedades de resposta térmica ao fenômeno ensaiado. A zona mista abrange a área delimitada pelo ponto de menor energia incidente com resposta 1 (um – queima) e o ponto de maior energia incidente com resposta 0 (zero – não queima), em uma sequência crescente de energias incidentes. Efetuando-se sobre
estes
a
regressão
dados
logística
(equação
1),
determina-se o ATPV, valor que representa uma energia incidente que resulta em uma probabilidade de queima de 50% do tecido humano. 1 p(x) = (1) 1+e(−a−bx)
Em que x é a variável independente
(energia), a e b são o intercepto e o coeficiente de regressão, respectivamente. Quando p = 0,5 (50 %), x = |a/b|.
As incertezas destes processos ainda
foram pouco exploradas e a equipe de
pesquisadores
do
IEE/USP
vem
trabalhando neste tema em paralelo ao desenvolvimento do projeto de pesquisa do laboratório.
74
Aula prática
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
EBT50 (Breakopen Threshold Energy)
Discussões e conclusões
definido como valor numérico de energia incidente atribuída a um produto (expressa em kJ/m² ou em cal/cm²), abaixo da qual
A avaliação e a determinação da
A Energia Limite de Rompimento
não existe qualquer energia que extrapole
resistência ao arco elétrico ainda são
(EBT50)
a curva de Stoll, ou mesmo qualquer
efetuadas com base no ATPV e EBT50,
incidente suficiente para causar, com uma
evidência de rompimento.
conforme as prescrições vigentes da IEC
probabilidade de 50%, o rompimento do
O mesmo critério de amostragem (ao
61482-1-1 e outras normas ASTM. A
espécime sob ensaio (corpo de prova). O
menos 20 corpos de prova) é empregado
introdução do ELIM deve ser concretizada em
EBT50, assim como o ATPV, é expresso em
na determinação do ELIM. Este parâmetro
2016, quando, provavelmente, a nova edição
kJ/m² ou mais comumente em cal/cm².
é calculado como a média aritmética das
da norma IEC será publicada. A discussão
é
designada
como
energia
de
três maiores energias incidentes abaixo
sobre o impacto do ELIM ainda não está
avaliação do EBT50 é equivalente ao ATPV,
da zona mista, ou seja, imediatamente
sendo objeto da comissão de estudos CE
no entanto, após cada arco elétrico,
inferiores à primeira probabilidade 1 (um)
32:006.04, mas em breve, com a circulação
as três amostras submetidas aos seus
de queima. Cabe ressaltar que não pode
para votação do primeiro “draft” oficial desta
efeitos térmicos, são inspecionadas para
ocorrer rompimento (furos) nesta condição.
norma, a participação de nossos especialistas
evidências de furos, com área de pelo
Na condição de inexistência de zona mista,
no MT 61482-1-1 será fundamental para
menos 300 mm² ou 25 mm em qualquer
que pode ocorrer em alguns ensaios, o ELIM
a contribuição com voto nacional neste
dimensão linear, que evidenciam a queima.
é determinado como a média aritmética
projeto. Desde 2014, quando o Brasil de fato
O processo ocorre paralelamente à
das três maiores energias incidentes sem
passou a ter representatividade neste time
determinação do ATPV e tem as mesmas
ruptura ou queima na avaliação por Stoll.
de manutenção da IEC, várias contribuições
energias
foram feitas e muitas discussões têm sido
Na
verdade,
o
procedimento
incidentes
como
variáveis
A Figura 5 ilustra os pontos adotados
independentes na análise. Muitas vezes
para determinação do ELIM em um
levadas ao comitê nacional neste âmbito.
o EBT50 não pode ser determinado e no
exemplo hipotético. A regressão logística
ensaio é obtido apenas o valor de ATPV.
é apresentada somente para comparação,
conservador e, consequentemente, inferior
Podem ocorrer evidências dos dois em
mas, no cálculo de ELIM, é desprezada.
de resistência ao arco elétrico, traz receio a
uma mesma bateria de ensaios, com,
No exemplo apresentado na Figura 5,
fabricantes e usuários. O temor de reduzir
eventualmente, um ou mais arcos além dos
é facilmente verificado que ELIM terá um
um indicador de desempenho ou ainda de
sete minimamente prescritos por norma,
valor inferior ao ATPV (energia em 50 %), o
pressupor uma vestimenta mais pesada
ou ainda, o surgimento de furos sem que
que o torna mais conservador na prescrição
para uma mesma atividade desempenhada
se consiga determinar o ATPV. Ambos,
de resistência ao arco elétrico para um EPI.
anteriormente com um EPI mais leve são
O ELIM, a priori, por indicar um valor mais
convergindo ou não em resultados por regressão logística, devem ser apontados nos relatórios de ensaios.
ELIM (Incident Energy Limit)
O ELIM chegou ao conhecimento do
ABNT/CB32 na primeira reunião técnica do MT 61486-1-1 (Grupo de trabalho internacional onde hoje o Brasil tem membros ativos) em janeiro de 2014. Na ocasião, os membros do ABNT/CB32 atuaram
diretamente
como
membros
participantes e também como membros observadores. A ideia do ELIM foi motivada pela Comunidade Europeia em função da não aceitação da probabilidade de queima ou rompimento em 50% apresentada pelas respectivas unidades de Resistência ao Arco Elétrico ATPV e EBT50. O ELIM pode ser
Figura 5 – Gráfico com dados de probabilidade de queima (E), regressão logística (linha vermelha), zona mista destacada (região em verde) e dados para cálculo do ELIM (apontados pelo quadro azul).
75
Figura 6 – Laboratório de ensaios de vestimentas do IEE/USP.
algumas das dúvidas que todos apresentam
térmicos de arcos elétricos. Este laboratório
no momento. A boa notícia para todos é
hoje é praticamente uma realidade e
que os outros parâmetros de resistência
encontra-se em fase final de desenvolvimento
ao arco elétrico permanecem apontados
e validações de processos e métodos.
na normativa técnica, cabendo a cada
Este laboratório permitirá, em breve,
legislação, de cada país ou comunidade,
a atuação nas investigações práticas dos
estabelecer qual será seu referencial.
impactos do ELIM e outras novidades que
Uma importante vantagem do Brasil, que
possam surgir no arcabouço normativo
o capacita hoje como um dos importantes
futuro, possibilitando também uma maior e
membros deste time, é o desenvolvimento
melhor atuação das empresas do segmento
do laboratório nacional de avaliação de
nas discussões e proposições aos comitês
vestimentas. Em dezembro de 2013, a
internacionais, nos colocando no mesmo
Petrobras e a Universidade de São Paulo,
patamar dos membros de outros países que
representada pelo Instituto de Energia e
já contam com laboratórios de referência no
Ambiente (IEE), firmaram acordo por meio
hemisfério norte.
de projeto de Pesquisa e Desenvolvimento voltado à estruturação laboratorial para o
*Marcio Bottaro e Ivan Bueno Raposo são
desenvolvimento do Laboratório de Ensaios
pesquisadores do Instituto de Energia e Ambiente
de Proteção de Vestimentas contra efeitos
da Universidade de São Paulo (IEE/USP).
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Por Normando Alves*
A captação em edificações com altura superior a 60 m
Como anteriormente apresentado, a nova ABNT NBR 5419:2015 trouxe diversas novidades em relação à versão anterior. Boa parte dessas mudanças que demandam novos olhos não apenas para a avaliação da necessidade da proteção, mas também de quais novos parâmetros deverão ser analisados a fim de melhorar o nível dos projetos e das instalações de modo a minimizar os riscos de danos pessoais, materiais, com perda de informação, etc., está na parte 2 (análise e gerenciamento de risco). Entre
esses
parâmetros
pode-se
destacar o cálculo da área de exposição, em que deve ser aplicado o triplo da altura Figura 1 (Figura A.4 da parte 3) – Proteção lateral adicional nos últimos 20% das fachadas até o topo da edificação, obedecendo, no mínimo, aos critérios para SPDA classe IV.
da estrutura (3H), fazendo com que essa área de exposição seja substancialmente aumentada. A experiência tem mostrado que essa mudança faz com que edificações muito extensas (shopping centers) e muito
A seguir são apresentadas fotos de um
altas (torres comerciais ou residenciais)
shopping center com altura superior a 60 m
exijam uma proteção mais consistente,
e que teve suas colunas de concreto armado
sugerindo uma forte tendência de utilização
protegidas contra o impacto de descargas
da classe I no SPDA.
atmosféricas laterais através da instalação de
A preocupação com a proteção de
barras de alumínio adicionais.
estruturas de altura elevada está clara
na Figura 1 (representação da Figura A.4
tinha como objetivo principal a proteção da
da parte 3 da ABNT NBR 5419), em que
estrutura, uma vez que ela fora projetada e
são mostradas recomendações especiais,
instalada com a utilização de componentes
complementares para edificações com
naturais do concreto armado (garantindo
altura superior a 60 m, uma vez que
sua continuidade elétrica), mas sim com a
o número de impactos das descargas
segurança na parte inferior, onde estilhaços
atmosféricas de topo ou nas laterais é
de concreto oriundos de uma descarga
estatisticamente superior às edificações
atmosférica lateral pudessem aumentar os
com alturas até 60 m.
riscos de danos materiais e de acidentes com
Neste caso, a instalação das barras não
77
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Figura 2 – Fotos 1, 2 e 3 indicam a proteção adicional complementando o SPDA externo inicialmente projetado.
pessoas, inclusive, oferecendo risco de morte. Nota-se nas fotos a existência de elementos metálicos (chapas de aço inox) em nível mais interno ao das quatro colunas de concreto armado que estão mais externas, daí a constatação da necessidade de proteção adicional para essas colunas, pois estão mais expostas e, consequentemente, vulneráveis às descargas atmosféricas laterais.
Em outra situação, a Figura 3 mostra um
desenho de projeto já considerando a proteção contra descargas atmosféricas laterais dos 20% da altura total a partir do topo do prédio. Nesse caso, a ideia é mostrar que, apesar das certas dificuldades financeiras e executivas, é possível atender às exigências da norma. Na Figura 2, os condutores de descida e anéis intermediários não estão desenhados, pois se trata de uma instalação com aproveitamento das armaduras eletricamente contínuas do concreto. Vários
outros
exemplos,
além
dos
mostrados neste trabalho, em que as condições naturais da fachada ou massas metálicas adicionadas com outras utilidades podem, com poucas intervenções a fim de
Figura 3 – Croqui mostrando a proteção adicional dos 20% da altura total a partir do topo do prédio.
adequá-las às exigências da norma, funcionar captação
devida análise, podem ser incorporados
*Normando Virgilio Borges Alves é membro
adicional. Podem ser citados: molduras de
ao sistema de proteção adicional visando
da comissão que revisou a norma ABNT NBR
pele de vidro, guarda corpo chumbado na
a interceptar as descargas atmosféricas em
5419 e diretor de engenharia da Termotécnica
estrutura, breezes metálicos, etc. Todos, após
prédios com altura superior a 60 m.
Para-raios.
como
elementos
naturais
de
78
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Por Eduardo Daniel*
Consequências do descaso com a ABNT NBR 5410 Enquanto a Comissão de Estudos 03:64-
por meio de uma “tomada também
ligados ao que se perdeu, sem considerar
001 de instalações elétricas de baixa tensão
dimensionada à potência do chuveiro” (sic) e
a vida humana que não tem preço. Pelos
da ABNT CB 03 não inicia suas atividades em
com disjuntores no local da instalação, tudo
dados publicados (Jornal O Globo, edição
2016, prevista para o começo de fevereiro,
isso com imagens gravadas no laboratório
de 21/01/2016), o investimento até a
é importante investirmos algum tempo na
da entidade. Ninguém falou sobre o
inauguração do Museu em 2006, entre o
análise da criticidade e, ao mesmo tempo,
dispositivo DR e nem foi dito que existe
restauro do prédio, pesquisa, criação e
do descaso, com que a qualidade das
uma norma técnica que rege a instalação
implantação, foi de R$ 37 milhões, em um
instalações elétricas é tratada no Brasil. E isso
(nossa tão desprezada ABNT NBR 5410)
projeto conjunto do Governo do Estado
começa pelo desconhecimento generalizado
e que ela não permite o uso de tomadas
de São Paulo e a Fundação Roberto
das condições mínimas exigidas pela norma
ou dispositivos de manobra e proteção
Marinho. Depois da tragédia, o mesmo
ABNT NBR 5410, que tem sua atual versão
instalados no volume de segurança em que
jornal cita que o seguro contratado no
de 2004 sendo revisada.
se encontra o chuveiro. Se os instrutores
valor de R$ 45 milhões “ajudará nos gastos
Neste final de ano de 2015, ocorreram
têm esse nível de conhecimento, o que
com a restauração”. Em nova parceria
dois fatos que podem ilustrar bem essa
esperar dos pobres mortais (literalmente)
com a iniciativa privada, o Museu será
afirmação. No primeiro, ocorrido em uma
que utilizam as instalações e são vítimas de
reconstruído e implantado a um custo
residência, uma senhora idosa sobreviveu
instaladores e curiosos por eles treinados?
ainda não divulgado. Tudo isso poderia
a um choque elétrico no chuveiro, cujas
Mas os acontecimentos não pararam por
ter sido evitado ou, com certeza, mitigado
condições, mostradas em reportagem de
aí, tivemos também em dezembro o infeliz
se a norma de instalação tivesse sido
uma das emissoras líderes da televisão,
incêndio do Museu da Língua Portuguesa,
seguida, pelos dados divulgados até agora.
evidenciaram a felicidade da vítima em sair
que causou a morte de um bombeiro civil
Considerando a hipótese do curto-circuito,
ilesa da vergonha em que se encontrava
e a destruição do edifício do Museu e que
é cedo para saber se houve erro de projeto
a
comum,
quase (por felicidade não ocorreu) destruiu
(por exemplo, não existiam dispositivos de
mas pouco noticiada. O pior, no entanto,
também o edifício da Estação da Luz. Além
proteção contra curto circuito?), falta de
não se resume à pobre manutenção ou
do caos no sistema ferroviário e metroviário
manutenção (por que eles não atuaram no
ausência dela nas condições da instalação.
da cidade, tratam-se de dois edifícios
caso do curto-circuito?), erro na montagem
A reportagem, acredito que, até pela
históricos cuja perda é irreparável. Sem falar
da exposição (as fotos originais do local
consciência da importância de divulgar
do acervo, neste caso, quase todo digital
mostram redes de tecido bem próximas a
as
instalação.
Situação
muito
um
e guardado na “nuvem”, para a felicidade
potenciais pontos quentes da iluminação).
“especialista” que ministra cursos técnicos
da cultura brasileira já tão deficiente. Até o
Além disso, por ser um local de alto valor
de instalações elétricas em uma das
momento, de acordo com as publicações
histórico e de grande afluência de público
mais renomadas organizações nacionais
da imprensa, já que o laudo final ainda não
– e tudo de mais importante que podemos
(incluindo uma camiseta da entidade), que
foi finalizado, a causa primária teria sido um
imaginar para um museu – por que não se
mostrou o que deveria ter sido feito, com
curto-circuito em uma luminária de um dos
fez uma verificação final das instalações
o dimensionamento correto dos condutores
salões de exposição. Circunstancialmente, o
elétricas, como especifica o capítulo 7 da
que alimentavam o chuveiro (até aí, o
museu estava fechado para visitantes, caso
ABNT NBR 5410? Para esse tipo de local,
correto), a conexão dos condutores da
contrário, a tragédia poderia ter tido mais
a verificação deveria ser periódica, já que o
instalação com os condutores do chuveiro
vítimas. Vejamos os números assustadores
ambiente é dinâmico e repleto de situações
condições
corretas,
procurou
79
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
de risco ao acervo e ao público.
Enquanto isso, a única Portaria existente
de certificação das instalações de baixa tensão, a Portaria 51/2014, ainda é voluntária porque no país não está definido um órgão regulamentador para as instalações elétricas e o próprio Inmetro somente pode definir requisitos aplicáveis aos organismos candidatos à acreditação ao escopo dessa Portaria. Ela não define (porque não pode) como seria a fiscalização das instalações, já que o processo é voluntário, como se a segurança das pessoas, dos bens materiais e culturais fosse também voluntária. Atuando há quase uma década na certificação real de uma centena de instalações no Brasil, posso estimar o investimento necessário para a certificação do agora destruído Museu da Língua Portuguesa, em cerca de R$ 30 mil, considerando todas as etapas previstas na Portaria Inmetro 51/2014, ou seja, menos de um milésimo do valor do investimento inicial feito até 2006 e menos que isso ainda do valor da reconstrução. Enquanto não aprendermos o signi ficado da palavra segurança, de cumprir normas técnicas, de ações preventivas, gastaremos
dinheiro
reconstruindo.
A
França, por exemplo, entre uma grande quantidade de países, já possui há uns pares de anos legislação específica para instalações elétricas de edifícios tombados, locais com acervos culturais, além de casas, apartamentos, edifícios comerciais e residenciais desde a década de 1960. O Governador de São Paulo informou que pretende criar um Conselho independente para
acompanhar
os
trabalhos
de
reconstrução, espero que os argumentos acima sirvam para mostrar ao Conselho a importância de se avaliar as instalações elétricas e de outras modalidades críticas à segurança. E pensar que tudo começa em se escrever uma norma técnica confiável. *Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel Brasil e coordenador da Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa a norma de instalações de baixa tensão ABNT NBR 5410.
80
Energia sustentável
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Ainda sobre 2015 Quando você, leitor, se deparar com
falar do acordo climático da histórica COP21
não, mas é um início);
esta coluna, já estará em 2016, talvez mais
(encerrada em Paris em 12 de dezembro),
relaxado após as férias e implementando suas
valendo a partir de 2020. Apesar da clara
capacidade de adaptação e da resiliência,
resoluções de ano novo.
sensação de insuficiência, ele uniu pela primeira
redução da vulnerabilidade às mudanças
Outros temas – como melhoria da
Eu, escrevendo esta coluna no final de
vez todos os 195 países no combate ao
climáticas e transferência de tecnologias –
dezembro de 2015, ainda estou perplexo com
aquecimento global, o que o torna um avanço
foram abordados, porém, sem ações ou metas
este ano histórico, de exposição extraordinária
histórico. Os principais pontos foram:
concretas.
de desvios de conduta e malfeitos, de
É importante relatar também os esforços
benefício
Trata-se de um acordo relacionado à
individual, de banho de realismo econômico
Convenção sobre Mudanças Climáticas de
não governamentais e empresariais durante a
após anos de decisões equivocadas. Se era
1992 (menos comprometedor do que um
COP21, através de um exemplo: Bill Gates,
para lavar a alma com banho de sangue e
protocolo ou tratado), com partes obrigatórias
ao lado de líderes de Estado de todo o
lama, faltou ter nos avisado antes.
e outras recomendadas;
mundo, Marc Zuckerberg (Facebook), Jack Ma
E a lama do acidente da mineradora
Teto de aumento de temperatura global
(Alibaba) e Jeff Bezos (Amazon) anunciaram a
Samarco foi grande:
“bem” abaixo de 2 °C, com esforços para
criação da “Break-through Energy Coalition”,
atingir 1,5 °C acima dos níveis da era pré-
fundo de U$ 7 bilhões para desenvolver novas
- Perdas para as comunidades: mais de dez
industrial;
tecnologias de energia limpa.
pessoas mortas, muitos desabrigados, mais de
Balanço entre emissões e retiradas de
É bonito ver que, apesar do mar de
200 mil pessoas sem água em várias cidades
gases de efeito estufa na segunda metade do
lama e egoísmo, existem muitas pessoas
de Minas Gerais e Espírito Santo;
século XXI;
interessadas, preocupadas e contribuindo para
- Perdas de ecossistema e biodiversidade –
a melhoria do planeta, da humanidade e das
15 km² de vegetação destruída, 663 km de
global das metas a cada cinco anos;
gerações futuras, e cito um exemplo simbólico:
rios afetados diretamente, nove toneladas
Ações nacionais obrigatórias, mas sem
no nascimento de sua primeira filha, o mesmo
de peixes mortos no Rio Doce, dezenas de
metas especificas para cada um, o que
Mark Zuckerberg e sua esposa anunciaram que
quilômetros de praias no litoral do Espírito
tira comprometimento do caminho para se
vão doar 99% de suas ações do Facebook,
Santo contaminados – o Ibama estima em
atingir a meta de temperatura (por exemplo,
no decorrer de sua vida, para projetos de
dez anos o tempo de recuperação do meio
com as atuais metas nacionais propostas
educação, saúde, conexão de pessoas e
ambiente;
por cada país para esta COP21, esta meta
fortalecimento de comunidades. “Hoje, sua
- Risco de falência da empresa, com produção
global estaria muito longe de ser atingida). O
mãe e eu estamos nos comprometendo a
parada, multas (R$ 367 milhões), indenizações
acordo define que os países desenvolvidos
passar nossas vidas desempenhando um
(acordo de R$ 1 bilhão com governos e
devam liderar a redução de emissões, mas os
pequeno papel na ajuda para resolver esses
ministério público, mas as estimativas de
países em desenvolvimento também devem
desafios”, ele declarou (possivelmente será
perdas são de R$ 14 bilhões, motivo para
se esforçar para isto. E que os países devem
vantajoso para os negócios e os impostos,
ação civil pública de R$ 20 bilhões), perdas de
perseguir definir e comunicar uma estratégia
mas de qualquer maneira, a iniciativa é muito
mais de US$ 20 bilhões na bolsa de valores
de longo prazo para baixas emissões (vago);
bem-vinda).
das acionistas da Vale e BHP Billiton com
bloqueio de seus bens.
dos
em
Esperando que o mar e as chuvas lavem a
Sem mais clima para falar de impeachment,
desenvolvimento a partir de 2020, com relatos
nossa alma e a do planeta. E que o espírito
crise econômica, corrupção e acidentes, vamos
a cada dois anos (suficiente? Possivelmente
colaborativo avance!
distorções
da
realidade
para
Comunicação de cada país e balanço
US$ 100 bilhões anuais de ajuda países
desenvolvidos
àqueles
Levo este pensamento para o novo ano!
82
Instalações MT
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Por que ter redes inteligentes? Nos nossos últimos contatos, temos
Grid / Smart City de uma conceituada
todos os clientes adimplentes?
abordado o tema “redes inteligentes”,
distribuidora mostrou também que os
tentando identificar pontos positivos e
ganhos do projeto nunca teriam retorno
que de fato incentivem o investimento em
respectivos ganhos que justifiquem o que
considerados os custos de capital no país
tecnologia, serão necessários cuidados
será gasto. Em um momento em que a
(culpa do preço elevadíssimo pago por
ao adquirir sistemas e engenharia para
tarifa para o cliente cativo está na casa dos
uma especificação técnica inadequada?).
garantir resultados positivos.
1.000,00 R$/MWh (incluindo bandeiras
e todos os impostos, pois é assim que
venha a ser implementada de forma a
poucos, exigindo mais e mais inteligência e
o consumidor vê o preço da energia),
viabilizar projetos de AMI (infraestrutura
automação na gestão de uma distribuidora
não se pode sacrificar as já sufocadas
avançada de medição) deve obrigar que
de energia elétrica. Um destes fatores é,
distribuidoras com aventuras como a de
estes
uma
sem dúvida, a geração distribuída, seja
instalar medidores caríssimos que não
gestão bem eficiente, de maneira que se
qual for a fonte considerada renovável, já
trarão aumento de receita (pelo que vimos
garanta apuração correta dos resultados,
que a leitura e a operação se tornam mais
anteriormente, será exatamente o contrário).
mesmo que estes não sejam positivos.
complexas justificando uma instalação
Assim, qualquer política pública que
sejam
acompanhados
por
Assim, é que, além de políticas públicas
Claro que alguns fatores vão, aos
Talvez uma das formas seja “convidar”
pontual de medição remota e que permita
clientes da distribuição tendem a se tornar
os fornecedores a serem parceiros nesta
também adquirir dados para uma operação
livres, o que trará ainda mais problemas ao
jornada e propor que somente o projeto
do sistema mais rápida e segura.
mercado cativo.
implementado pague os medidores, as
Até porque, no médio prazo, os grandes
Com a tarifa de energia nas alturas,
Também não são poucos os motivos
instalações, os softwares e os demais
não há como segurar isto e, aos poucos,
pelos quais se tem algum receio de que
custos associados com os resultados
os projetos vão se avolumando apesar do
a equação não se feche e o retorno do
efetivamente alcançados.
maior custo do material importado.
capital investido não venha a ocorrer
Mas
nunca.
como, por exemplo, implementar AMI sem
passados, nenhuma aventura que possa
Uma constatação que nos permite
a função de corte e religação remotos,
ser em sentido contrário ao da modicidade
ser mais críticos é que, tanto no Canadá,
uma das ferramentas mais eficazes para
tarifária pode ser feita, pois os clientes
como na Inglaterra, autoridades públicas,
minimizar perdas não técnicas (PNT) e
cativos já estão esmagados pelos custos
após estudos do que foi implementado,
erradicar a inadimplência.
elevados da nossa energia.
declararam que os alegados ganhos não
ocorreram na intensidade projetada e que
estes dois flagelos, perdas não técnicas
seu capital e esforço de gestão nas
os custos, ao contrário, foram sempre
e inadimplência? Os empreiteiros que
distribuidoras, precisam de lucros para
subestimados de tal forma que, ao final, se
alugam mão de obra para serviços em
seguir adiante. Não garantir isto significa
jogou dinheiro pela janela!
campo? Não deveria prevalecer o interesse
que um novo patamar tecnológico nas
Aqui no Brasil, numa primeira avaliação
maior de resultados reais que contribuam
distribuidoras está longe de ser real por
de resultados da experiência de Smart
para uma tarifa mais baixa, beneficiando
estas bandas.
Isto impediria decisões inadequadas
A quem interessaria manter em alta
Os
hoje,
mais
investidores,
que
em
que
tempos
colocam
84
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Efeitos dos esforços causados pelas descargas atmosféricas em componentes de um DPS Basicamente, esses esforços dependem
a carga da componente de longa duração
energia considerado aqui é relacionado aos
do tipo de DPS considerado, com atenção
da corrente pode ser desprezada em muitos
próprios esforços impostos pela descarga
especial à presença ou ausência de certos
casos, dependendo da configuração do
atmosférica. Entretanto, para DPS conectado
componentes.
esquema de aterramento (TN, TT ou IT)
aos sistemas de fornecimento de energia, a
Quando um centelhador compõe o DPS,
utilizado no circuito onde o DPS está instalado.
corrente subsequente injetada no dispositivo
ele está sujeito basicamente a dois tipos de
- A duração do impulso de corrente controla
pelo sistema de potência imediatamente
fenômenos que levarão este componente ao fim
o fenômeno de transferência de calor para
após a passagem da corrente impulsiva pode
de sua vida útil devido aos efeitos relacionados
a massa do eletrodo e a consequente
também contribuir para a queima do varistor.
com os principais parâmetros da corrente da
propagação da frente de onda de fusão.
- A instabilidade térmica sob a tensão aplicada
descarga atmosférica: a erosão dos eletrodos
- A energia específica do impulso de corrente
relativa ao coeficiente de temperatura negativo
que formam o gap, causada por aquecimento,
determina a auto compressão magnética do
das características volt-ampère dos resistores
e os esforços mecânicos oriundos da onda
arco e a física dos jatos de plasma no eletrodo
é a segunda causa de dano. Para a simulação
de choque do raio. Neste caso espera-se que
desenvolvidos na interface entre a superfície do
de sobrecarga de varistores de óxido metálico,
um DPS com centelhador seja ensaiado pelo
eletrodo e o arco (os quais podem expelir uma
o parâmetro principal a ser considerado é a
fabricante de maneira que o centelhador seja
significante quantidade de material fundido).
carga, a qual determina a entrada de energia
solicitado mais próximo possível dos parâmetros
Os valores considerados são pertinentes à
no bloco do resistor de óxido-metálico,
mais críticos de corrente impulsiva, isto é, todos
primeira componente positiva do raio.
considerando a tensão residual constante.
Descargas disruptivas e trincas são causadas
os parâmetros adequados devem ser aplicados por meio de um estresse elétrico único.
Já se o DPS contém varistores de
pela amplitude dos impulsos de corrente que excederem as capacidades dos resistores.
São cinco os parâmetros que devem
óxido metálico, os esforços causados pelas
ser considerados: o valor de pico, a carga,
descargas atmosféricas podem ser divididos
a duração, a energia específica e a taxa de
em duas categorias principais: sobrecarga
subida do impulso de corrente.
e descarga disruptiva. Cada categoria é
atmosférica, dois parâmetros principais devem
Para a simulação do fenômeno da descarga
caracterizada pelos modos de falha gerados
ser considerados: o valor máximo e a duração
- O valor de pico de corrente determina a
por diferentes fenômenos e envolvidos com
do impulso de corrente.
severidade da onda de choque. Os valores
diferentes parâmetros. A falha de um varistor
numéricos a serem considerados são aqueles
de óxido metálico é relacionada com as suas
- O valor máximo do impulso de corrente
pertinentes à primeira componente positiva do
características mais fracas, sendo, portanto,
determina, por meio do nível de tensão residual
raio.
improvável que ocorra simultaneidade entre
correspondente, se o esforço dielétrico
- A carga determina a entrada de energia no
diferentes esforços danosos, assim, é aceitável
máximo na isolação do resistor é excedido. Os
arco. A energia do arco é responsável por
realizar ensaios separados para verificar o
valores numéricos a serem considerados são
aquecer, fundir e possivelmente vaporizar
comportamento em cada condição de falha.
aqueles pertinentes à primeira componente positiva do raio.
parte do material do eletrodo no ponto de contato do arco. Os valores numéricos a
- Sobrecargas são causadas por uma
- A duração dos impulsos de corrente
serem considerados são aqueles pertinentes
quantidade de energia absorvida que excede
determina a duração da aplicação dos
à descarga atmosférica completa. Entretanto,
a capacidade do dispositivo. O excesso de
esforços dielétricos na isolação do resistor.
Proteção, automação e controle
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
85
Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. É diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br
Entre evoluções e revoluções Quando
começamos
a
analisar
as
microprocessadores, a era dos computadores
proposital ou apenas seguindo uma tendência
hoje
se
provocou uma drástica mudança no mundo, e
da sociedade ou do mercado, embarcando
apresentam disponíveis para nós, geralmente
no sistema elétrico não foi diferente. Cada vez
no uso dessa nova tecnologia, resultado da
ouvimos expressões como se estivéssemos
mais os Controladores Lógicos Programáveis
explosão das comunicações em todos os níveis
passando por uma revolução. E as revoluções
(CLPs) eram utilizados para o controle de
de nossa vida. Hoje qualquer cidadão pode ter
acontecem e alteram sensivelmente nossa
processos industriais. Rapidamente, os relés
no bolso mais poder de comunicação, memória
forma de ver e agir.
de proteção evoluíram para os Dispositivos
e capacidade de processamento que o pessoal
inovações
tecnológicas
que
Na primeira etapa da Revolução Industrial
Eletrônicos Inteligentes (IED - Intelligent
do Programa Apollo teve à disposição para
tudo era mecânico e o aprimoramento das
Electronic Devices) que, comparados aos
alcançar a lua.
máquinas a vapor contribuiu para a continuação
equipamentos de proteção eletromecânicos e
da Revolução. O aparecimento da energia
estáticos, apresentam um caráter multifuncional
foram projetados para emular os sistemas
elétrica, no final do século XIX, provocou a
relacionado não apenas às funções de proteção,
convencionais de proteção, automação e
segunda etapa da Revolução Industrial, dando
mas também a muitas funções adicionais.
controle, embarcaram nessa revolução da
início à implantação de sistemas de energia
O uso destes novos dispositivos permitiu
comunicação que hoje tendem a substituir
elétrica e, em seguida, dos sistemas de
que os projetos se tornassem mais inteligentes,
a caixa, o elemento físico no painel, por um
proteção, automação e controle.
dotados de ferramentas de melhorias nos
aplicativo com a funcionalidade distribuída na
Nesta fase, os primeiros equipamentos
processos de planejamento, operação e
rede e na comunicação.
de proteção utilizavam tecnologia mecânica
manutenção. Mas sua aceitação e uso em
ou eletromecânica. Apesar de bastante
larga escala não foram fáceis. Enquanto
IEC 61850, tornando-se o padrão para a
simples, se comparados com os dispositivos
profissionais tentavam divulgar os benefícios
comunicação na indústria de energia elétrica,
atuais, eles evoluíram bastante ao longo dos
da nova tecnologia, aliados a fabricantes que
definindo diferentes métodos de comunicação
anos, sendo largamente utilizados. Muitos
apresentavam novos dispositivos e sistemas,
e utilizando diversos protocolos para diferentes
deles podem ser vistos em milhares de
outros defendiam os relés eletromecânicos
tipos de tráfego sob a rede Ethernet, inclusive
subestações por todo o mundo.
como solução única para um sistema de
para a transmissão de valores medidos de
A primeira grande evolução ocorreu com o
proteção e automação. Apenas depois de
corrente e de tensão dos transformadores de
desenvolvimento da eletrônica, com a invenção
aproximadamente duas décadas a utilização de
corrente (TC) e potencial (TP) via rede.
do transistor e de outros componentes
IEDs tornou-se comum.
Este não é um cenário futurista. Uma
eletrônicos. Com eles, o sistema de proteção
De fato, os relés eletromecânicos não
subestação digital onde os cabos de cobre
e automação passa para um estágio mais
pararam de funcionar de uma hora para outra.
usados para trazer correntes e tensões para os
avançado, tornando-se algo mais complexo e
Eles pararam de atender aos requisitos de um
IEDs foram substituídos por fibra ótica já é uma
melhor naquilo que é esperado para ele fazer.
sistema elétrico cada vez maior e mais complexo.
realidade com várias instalações construídas
Na
mesma
medida,
os
IEDs
que
Essas aplicações são baseadas na norma
O uso de IEDs multifuncionais foi uma resposta
em todo mundo. O impacto disso para os
estado sólido, ou os chamados relés estáticos,
para atender a essas necessidades.
profissionais de proteção e automação é grande,
sem partes móveis. Entretanto, esses relés
Mas as revoluções e evoluções se sucedem,
e pretendemos aqui discutir temas referentes a
não eram mais inteligentes do que os relés
trazendo novas expectativas e desafios. O uso
essa realidade, além das implicações do uso
eletromecânicos e falhas em seus componentes
das comunicações em todas as áreas de nossa
das instalações convencionais.
criaram restrições para sua utilização.
vida alterou nossa visão e nosso modo de fazer
Mas, felizmente, com a invenção dos
a coisas. Tivemos que nos reinventar, de forma
2016!
Foram, então, desenvolvidos os relés de
Assim, boas evoluções e revoluções em
86
NR 10
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Das oportunidades – Parte 3
Certo que esta coluna será lida em fevereiro
10.2.4 Os estabelecimentos com carga
autorização dos trabalhadores e dos
(que é quando o ano começa), quero reforçar
instalada superior a 75 kW devem constituir
treinamentos realizados;
os votos de muita paz e saúde, porque delas
e manter o Prontuário de Instalações
e) resultados dos testes de isolação elétrica
precisaremos para encarar os desafios que se
Elétricas, contendo, além do disposto no
realizados em equipamentos de proteção
delineiam para 2016.
subitem 10.2.3, no mínimo:
individual e coletiva;
As oportunidades embutidas na NR 10 e que
a) conjunto de procedimentos e instruções
f) certificações dos equipamentos e
têm sido destacadas nas últimas colunas poderão
técnicas e administrativas de segurança e
materiais elétricos em áreas classificadas;
ajudar nos “novos desafios”. É o que espero.
saúde, implantadas e relacionadas a esta
g) relatório técnico das inspeções
É preciso muita clareza e equilíbrio para que
NR e descrição das medidas de controle
atualizadas com recomendações,
os dirigentes empresariais vejam na segurança
existentes;
cronogramas de adequações, contemplando
do trabalho um investimento rentável (além da
b) documentação das inspeções e medições
as alíneas de “a” a “f”.
obrigação legal), entendimento que fica mais
do sistema de proteção contra descargas
difícil em tempos de “vacas magras” e essa é
atmosféricas e aterramentos elétricos;
uma das razões para que precisemos de muita
c) especificação dos equipamentos
implementação da NR 10 se inicia no item
Costumo
dizer,
e
repito,
que
a
de proteção coletiva e individual e o
(10.2.4 g), ou seja, com a elaboração de uma
ferramental, aplicáveis conforme determina
vistoria que será seguida de um relatório das
Prosseguindo com nosso compromisso de
esta NR;
não conformidades e um cronograma de
abordar as oportunidades criadas pela NR 10,
d) documentação comprobatória da
saúde, para trabalhar e para demonstrar a importância do investimento em prevenção.
vamos ao item 10.2.4:
qualificação, habilitação, capacitação,
adequação.
Certo é que muitos dos 99 subitens da
87
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
norma tratam de aspectos administrativos e
documentação comprobatória da habilitação;
de segurança do trabalho, porém, são muitos
qualificação ou ainda da capacitação, não
documentação dos Sistemas de Proteção
os itens que tratam especificamente de
deixando dúvidas de que tais comprovantes
contra Descargas Elétricas Atmosféricas e
instalações e serviços com eletricidade e só ao
serão sempre devidamente assinados por
Aterramento, logo, dispensa comentários. É
profissional da área elétrica é dada a atribuição
profissionais habilitados, sob pena de serem
o engenheiro eletricista quem responde pelo
de fazer tal levantamento, até porque, para
considerados inválidos. Lembrando que a
assunto, ainda mais depois de publicada a
isso, está implícita a necessidade de conhecer
qualificação e a habilitação são certificadas
versão 2015 da ABNT NBR 5419.
suficientemente os assuntos relacionados às
por uma entidade de ensino e um conselho
instalações e aos serviços elétricos. Aí está um
profissional,
a
e instruções técnicas e administrativas, está
trabalho para o profissional habilitado da área
capacitação é subscrita por um profissional
efetivamente voltado à atuação do engenheiro
elétrica.
habilitado
de segurança do trabalho, no entanto, quando
respectivamente, que
efetivamente
mas conduziu
o
O item b) refere-se às verificações e à
E o item a), que trata dos procedimentos
Lembrando que todos os documentos
processo de treinamento ou avaliação.
analisado em combinação com os itens 10.7.6
técnicos que integram o Prontuário
e 10.11.1, fica definida a necessidade da
devem
O item c), ao tratar da especificação dos
ser elaborados por profissionais legalmente
equipamentos de proteção e ferramental,
participação do profissional da área elétrica.
habilitados. (10.2.7)
conduz a atividade para a área de segurança
Aí estão várias oportunidades de atuação
O item e) trata dos resultados de testes
do trabalho, porém, é muito clara a necessidade
dos profissionais da área elétrica, seja
de isolação elétrica em equipamentos e
de que o profissional da área de HST seja
na qualidade de profissional ou empresa
instalações, pressupondo a responsabilidade
assessorado por um profissional da área elétrica,
de
de um técnico para sustentar os resultados,
já que a área de segurança é muito ampla e
funcionário de empresa, mas são, sem dúvida,
seja na realização dos mesmos, seja na
multidisciplinar, mas não necessariamente
oportunidades que a NR 10 destacou.
supervisão dos ensaios, o que mais uma vez,
profunda a ponto de dispensar a colaboração
cabe ao profissional legalmente habilitado.
de profissional especializado nos assuntos que
de explorar outros aspectos não menos
abrange.
interessantes.
O item d) impõe a necessidade de
assessoria
técnica,
ou
ainda
como
Para a próxima coluna, fica o compromisso
88
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
A eletrotécnica aviltada Quando nos debruçamos sobre a
“bonitinhos”, mas com uma “terminologia
harmônicas
história daqueles gênios dedicados que,
embarcada” de dar inveja a quem inventou os
dependendo da criatividade dos envolvidos.
em pouco mais de 100 anos, construíram
termos “antirressonante” ou mesmo “curva de
Encontram-se
os fundamentos da eletrotécnica e, em
capabilidade”.
desde coloide para alinhamento de elétrons,
particular, da corrente alternada, não se
ou dispositivos que se livram das harmônicas
pode imaginar como aqueles inventores
o nome de DPS, interruptor ou disjuntor, estes
simplesmente
poderiam
coisas
componentes são normalizados e conhecidos
pergunte como – e ainda conseguindo com
interessantes e complexas e quase sem
pelo mercado, não dá para competir com
o aterramento das harmônicas a redução da
recursos
empresas sérias que os produzem.
defasagem entre as ondas de tensão e corrente
em museus nos possibilita esta viagem.
– São Nikola nos proteja e nos ilumine.
Nikola Tesla, falecido em 1943, ou seus
incautos que desafortunadamente acreditam
contemporâneos
descobrir –
algumas
tantas peças
expostas
Não adianta vender algum componente com
O objetivo aqui parece ser pegar os
(óbvio)
e
aterramento,
explicações
“aterrando-as”
para
–
não
claro tudo,
me
Claro que existem inovações na área que
Steinmetz,
nas soluções milagrosas oferecidas com
talvez com uma boa verborragia possam até
falecido em 1923, ou Constantin Budeanu,
resultados auferidos que fogem em muito ao
ser financiadas por programas públicos, além
falecido em 1959, e outros não menos
rigor técnico necessário à sua comprovação.
dos coloides elétricos acima comentados,
brilhantes produziram e desenvolveram os
Existem soluções para todos os males e,
existem os retificadores de frequência (fico
conceitos e os fundamentos da eletrotécnica
em épocas como as que estamos passando,
imaginando o que poderia ser isso; será que se
em corrente alternada utilizados até hoje.
com altas tarifas de energia, surgem estes
desejaria transformar uma frequência alternada
“especialistas”. As terminologias adotadas
em frequência continua? Ou alguma força de
para estes verdadeiros “patuás” são das mais
Kripton que não permitiria que a frequência
esdrúxulas, sempre envolvendo magnetismo,
estabelecida pelo sistema de distribuição com
física
dezenas ou centenas de MVA não tivesse a
Charles
quântica,
frequências
múltiplas,
Figura 1 – Nikola Tesla.
Seria um exercício interessante imaginar
um destes monstros sagrados em uma viagem para o futuro deparar por aqui na terra de Cabral com algumas novas “teorias” que foram criadas nesta área que eles tanto prezavam. Nossos heróis se deparariam com produtos de concepção duvidosa e que não se encontram com os fundamentos operacionais alinhados às suas teorias e que são construídos das mais variadas formas possíveis – uns até
Figura 2 – Medições elétricas em uma indústria.
89
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
capacidade de fazer o seu papel? E ainda por
Ainda, esta compensação reativa adequada
correntes harmônicas, em sofisticados circuitos
uma caixinha de 20 cm x 20 cm!). Pelas barbas
pode ser elevar a tensão a até uns 2% e esta
ativos de sistemas eletrônicos de potência,
do profeta!
variação pode inclusive aumentar o consumo
normalmente mais caros que os primeiros;
As palavras “saving”, “energy ou ener”,
de energia!;
• Normalmente, não há necessidade de se
“power”, “mega”, “tec”, “light”, “eletromagnético”
• Por outro lado, compensação de energia
corrigir as correntes harmônicas quando
aparecem sempre utilizadas nestes produtos
reativa de forma inadequada pode gerar a
a tensão harmônica é mantida em limites
e causam uma impressão “new age”. E pega
ressonância harmônica e também o incremento
desejáveis.
bem! Cuidado!
importante da parcela de perdas pelas correntes
harmônicas que passam a circular;
A Figura 2, a seguir, refere-se a uma
•
são
pudesse ser a leitura do “guia dos perplexos”
indústria e suas típicas cargas dinâmicas com a
passivos (combinação de pesados reatores
do século XII do sempre atual RAMBAM, como
inserção e desligamento de um destes aparatos
e capacitores) ou ativos com a injeção de
era conhecido o sábio Maimônides!
da energia consumida. Você pode notar alguma diferença? Não? Nem eu.
O que se nota são as variações típicas
das potências ativas e reativas e os valores de distorção de tensão e corrente, entre outras variáveis, nada de redução de consumo de energia, de redução de distorção ou controle de fator de potência. A saída para não entrar em situações embaraçosas é o uso dos laboratórios clássicos que, com o uso de protocolos adequados, poderão conferir o quão bom são estes aparatos. Claro, não podemos deixar de acompanhar a evolução tecnológica! As conclusões são simples: por mais que a tecnologia avance e as situações pareçam inusitadas, continuam valendo as leis clássicas da eletrotécnica, eletrônica de potência e, sobretudo da física! Aqueles que dedicaram suas vidas ao desenvolvimento da eletrotécnica, nossas homenagens.
Algumas dicas úteis que poderão prevenir
destas e outras picaretagens são: • Reduzir a tensão de operação origina, quase sempre, redução de consumo de energia (dependendo da característica da carga). É evidentemente mais fácil, mais barato e mais eficiente mudar o TAP de um transformador existente do que instalar um segundo trafo em série e que possua TAPs para serem ajustados; • Perdas Joule causadas por correntes harmônicas em baixa tensão aumentam as perdas devido à corrente fundamental em valores da ordem de 1%. Por outro lado, quando a compensação reativa é efetuada de forma correta, a redução de perdas pela redução da corrente fundamental é bem mais importante do que aquelas devido às correntes harmônicas, ou mesmo à redução destas.
de
correntes
harmônicas
Talvez um antídoto para estas falcatruas
medição tomada em um transformador de
que promete controle de harmônicas e redução
Filtros
90
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Novos requisitos para classificação de áreas contendo gases inflamáveis - Parte 1 Áreas industriais que apresentem o
produção de petróleo e gás;
álcool, diesel e Gás Natural Veicular
risco de possuir atmosferas explosivas
• Refinarias de petróleo;
(GNV).
necessitam passar por avaliações de
• Terminais de armazenamento de petróleo
risco de forma a determinar as extensões
e derivados;
e as características das misturas de gases
• Gasodutos e oleodutos;
sistemas elétricos, de instrumentação,
inflamáveis (ou de poeiras combustíveis)
• Indústrias químicas e petroquímicas,
de
automação,
de
telecomunicações
que
incluindo tintas, vernizes, cosméticos,
ou
mecânicos
em
uma
instalações de processo.
plásticos e resinas;
processamento
podem
estar
presentes
nas
Estas áreas de risco, que apresentam
Ao
se
instalar
equipamentos
de
planta
petróleo
ou
de ou
• Indústrias farmacêuticas;
petroquímico ou em um local onde
a possibilidade de presença de atmosferas
• Indústrias de açúcar e álcool;
possam
explosivas,
•
são
denominadas
áreas
Tanques
de
armazenamento
de
presentes
produtos
inflamáveis ou combustíveis, as medidas
classificadas.
combustíveis;
de
Tais instalações industriais requerem
estar
proteção
tomadas,
os
tipos
de
• Áreas de abastecimento de aviões em
proteção dos equipamentos “Ex” e os
a instalação de equipamentos elétricos,
aeroportos;
níveis de proteção dos equipamentos “Ex”
de instrumentação, de automação, de
• Navios petroleiros;
(EPL) e proporcionados dependem do
telecomunicações ou mecânicos com
• Tanques de combustíveis em aviões;
risco potencial envolvido.
características especiais de proteção
• Estações de carregamento de caminhões
(denominados tipos de proteção “Ex”)
para transporte de produtos químicos
áreas têm por finalidade básica mapear e
que os tornem incapazes de se tornar
inflamáveis ou gases liquefeitos;
determinar as extensões e a abrangência
uma fonte de ignição para uma atmosfera
• Postos de abastecimento de gasolina,
das áreas que podem conter misturas
explosiva que possa estar presente no ambiente.
Tais instalações requerem também a
aplicação de procedimentos específicos de
projeto,
manutenção,
montagem, reparos
e
inspeção, de
gestão
de segurança, de forma a garantir a segurança ao longo do ciclo total de vida destas instalações “Ex”.
Podem ser citados como exemplos de
instalações industriais que possuem áreas classificadas: • Plataformas offshore para prospecção e
Figura 1 – Classificação de zonas.
Os
estudos
de
classificação
de
91
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
explosivas e, consequentemente, permitir
inflamáveis (T1 a T6).
a posterior especificação adequada de
equipamentos e sistemas “Ex” para cada
nesta documentação de classificação
tipo de área classificada mapeada por
de áreas os níveis de proteção dos
estes estudos.
equipamentos
Os
estudos
–
Equipment
Protection Level) elétricos ou mecânicos
áreas são também um método de análise
“Ex” a serem instalados, com base nas
e classificação dos ambientes onde
avaliações de risco que forem efetuadas,
possam ocorrer atmosferas explosivas,
de forma a orientar as pessoas de
de modo a possibilitar a adequada
projeto envolvidas com as atividades
seleção e instalação de equipamentos
de especificação e de seleção dos
“Ex” a serem utilizados com segurança
equipamentos “Ex”.
em tais ambientes, levando em conta os
grupos de gases ou poeiras, bem como as
áreas constitui a base para a especificação
respectivas classes de temperatura.
técnica dos equipamentos “Ex” a serem
como
classificação
(EPL
de
Tendo
de
São também muitas vezes indicados
estudos
instalados nas áreas classificadas, tanto
de classificação de áreas, deve ser
em casos de projetos novos, como nos
assegurado
e
casos de atividades de manutenção ou
a instalação dos equipamentos “Ex”
reparos, possibilitando a especificação
atendam aos requisitos de risco da
do EPL requerido para cada equipamento
área, de acordo com os requisitos das
“Ex”, dependendo do local da instalação
respectivas normas técnicas brasileiras
(Ga, Gb, Gc), bem como do tipo de
aplicáveis das séries ABNT NBR IEC
proteção a ser utilizado (tais como Ex “i”,
60079 - Atmosferas explosivas e ABNT
Ex “e”, Ex “p”, Ex “op” e Ex “m”).
NBR IEC 61892 - Instalações elétricas
marítimas.
de áreas é também frequentemente
Para a elaboração da documentação de
consultada para as atividades rotineiras de
classificação de áreas é necessário coletar
emissão de permissões de trabalho, onde
uma série de dados e informações sobre
é verificado o tipo de classificação de
o processo envolvido e os respectivos
áreas do local da realização dos trabalhos,
equipamentos de processo existentes ou
sendo determinados os requisitos de
a serem instalados. Dentre tais dados de
segurança aplicáveis.
processo podem ser citados: substâncias
inflamáveis ou combustíveis processadas,
de áreas é também utilizada durante as
pressão, vazão, temperatura, ponto de
atividades de inspeções periódicas nas
fulgor, limite inferior de explosividade
instalações “Ex”, uma vez que é necessário
(LIE), temperatura de autoignição e grau
verificar se os equipamentos elétricos
de ventilação das instalações.
e mecânicos “Ex” que se encontram
Uma planta de classificação de áreas
instalados estão de acordo com os
contendo gases inflamáveis indica as
requisitos de Zona, Grupo, Classe de
extensões ao redor dos equipamentos
Temperatura e EPL dos respectivos locais
de processo que são consideradas áreas
de instalação, os quais são indicados
classificadas.
nesta documentação.
que
São
base a
os
A documentação de classificação de
especificação
indicadas
também
A documentação de classificação
Esta documentação de classificação
nestas plantas de classificação de áreas
Na próxima edição, continuaremos
informações sobre os tipos de Zonas (0,
a falar sobre este os requisitos para a
1, 2), Grupos (IIA, IIB, IIC), bem como
classificação de áreas contendo gases
a classe de temperatura dos gases
inflamáveis.
92
Espaço IEEE
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Por Ricardo Drudi*
Potencial energético dos resíduos sólidos como uma alternativa para a diversificação da matriz de energia elétrica
Uma
das
grandes
preocupações
mundiais refere-se à dificuldade em se encontrar
os
para
tríade
a
parâmetros do
adequados
desenvolvimento
sustentável. Esforços para se equacionar adequadamente
as
dimensões
social,
econômica e ambiental da sustentabilidade têm sido buscados por muitos países e organizações, culminando com a recente COP 21, cuja tarefa de estabelecer
Figura 1 – Destinação final dos resíduos no Brasil em 2014.
padrões para as emissões de gases do efeito estufa revelou-se hercúlea. Para países em desenvolvimento, como o Brasil, apesar de ter a matriz energética limpa e renovável, a carência de infraestrutura torna ainda mais difícil encontrar metodologias para evoluir em soluções sustentáveis, como, por exemplo, na política energética futura e na destinação de resíduos sólidos
ramo de pesquisa e investimento que
Segundo a Associação Brasileira
merece atenção, pois auxilia na solução
de Empresas de Limpeza Pública e
de ambos os problemas, diminuindo
Resíduos Especiais (Abrelpe), cerca
consideravelmente a quantidade de lixo
de 42% dos resíduos no Brasil têm
a ser depositada no solo e contribuindo
destinação
para a geração distribuída de energia
são depositados sem as condições
elétrica.
necessárias
inadequada, para
ou
garantir
urbanos (RSU), duas áreas que têm sido motivo de debates intensos pelos agentes do setor.
A necessidade de diversificação da
matriz energética e o Plano Nacional de
Resíduos
Sólidos
(PNRS),
que
estabelece os ditames da destinação de resíduos no Brasil, são mostras de que esses são assuntos relevantes e atuais e que concentram esforços de muitos pesquisadores em nosso país. Nesse sentido, a utilização de resíduos sólidos como fonte de energia é um
Figura 2 – Percentuais de destinação do RSU na Comunidade Europeia em 2013.
seja, a
não
93
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
contaminação do solo e dos recursos
por várias plantas de conversão.
hídricos. E mesmo que depositados em
locais adequados (aterros sanitários),
a determinação do poder calorífico dos
esses resíduos contém uma grande
resíduos sólidos, chamado PCS – poder
quantidade de componentes de alto
calorífico superior. Uma opção é utilizar
teor calorífico, e seu aterramento é um
a análise imediata, em que os resíduos
desperdício considerável.
são classificados de acordo com grupos
Programas
para
Várias são as técnicas utilizadas para
recuperação
funcionais, ou a análise gravimétrica, em
energética do lixo têm sido amplamente
que a classificação é feita por tipo de
implementados na Europa, sendo que
material, e também a análise elementar,
em vários países praticamente nenhum
na qual são determinados os pesos
lixo é aterrado. De acordo com um
percentuais dos elementos químicos que
relatório da Confederation of European
compõem o lixo. Dentre esses, a análise
Waste-to-Energy
(Cewep),
elementar é a que vem apresentando os
países
melhores resultados para a previsão do
Plants
considerando-se
todos
os
membros da Comunidade Europeia, em
PCS.
2013, cerca de 34% do lixo gerado foi
depositado em aterros, sendo que 42%
criados a partir de amostras medidas
foi reciclado e 24% passou por algum
laboratorialmente
processo de recuperação energética.
previsão do PCS. Geralmente, esses
Entretanto,
correto
modelos são construídos por regressão
dimensionamento de uma planta de
multivariada, uma técnica matemática
recuperação energética do lixo que
que permite encontrar os coeficientes
opere por combustão, é necessário que
adequados para funções de várias
se saiba o poder calorífico que pode ser
variáveis.
obtido com sua queima. Esse é um passo
Neste trabalho optou-se por um
imprescindível para garantir o correto
caminho menos tradicional e uma técnica
funcionamento da planta, permitindo um
de inteligência artificial, denominada
fornecimento constante de eletricidade
Rede
ao custo previamente estimado.
aplicada na construção de um modelo
para
Considerando-se
o
Neural
para
Artificial
permitir
(RNA),
a
foi
médios
computacional. Com este modelo, é
de eficiência de plantas de incineração
possível obter uma previsão do poder
de
valor
calorífico a partir da análise elementar
conservador para seu poder calorífico,
dos resíduos. O modelo de rede neural
pode-se estimar o potencial elétrico com
utilizado é conhecido como rede MLP
a recuperação energética dos resíduos.
(multi-layer perceptron), sendo que a
No
a
primeira camada receberá os dados de
aproximadamente, 8,7 GW, distribuídos
entrada, a segunda camada, ou camada
RSU
Brasil,
e
valores
Após essas análises, modelos são
utilizando-se
esse
número
um
chega
Tabela 1 – Potencial elétrico do aproveitamento do RSU
Região
RSU Coletado (t/dia)
Potencial Elétrico (GW)
195.233
8,700
Estado
60.810
2,710
Município
21.150
0,942
Brasil São Paulo
94
Espaço IEEE
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Tabela 2 – Comparativo entre os modelos matemáticos e a RNA
Modelo de previsão
MSE
MAPE
RPD
Lloyd e Davenport
1,476
7,714
51,226
Boie
0,532
5,790
39,937
Wilson
0,626
5,485
38,877
Meraz
0,610
5,791
39,964
RNA 4-10-1
0,315
3,687
25,893
escondida, processará os cálculos e
elementar
controles da rede, e, na última camada,
Artificiais, podem-se obter melhores
a camada de saída, será composta de
predições
um único neurônio que fornece o valor
resíduos sólidos urbanos, e com isso,
do PCS calculado pela rede.
fornecer informações mais precisas que
Vale ressaltar também que, para
favorecem o desenvolvimento de plantas
garantir a consistência dos resultados,
de recuperação energética do lixo e o
algumas análises matemáticas prévias
cálculo da viabilidade econômica da
foram realizadas, como a determinação
construção de plantas dedicadas.
do nível de correlação das variáveis
É
de entrada (os pesos percentuais dos
e qualificar a metodologia adotada
elementos químicos dos componentes
para a minimização dos problemas
dos resíduos analisados) e a utilização
gerados pela deposição do RSU no
de uma gama variada de fontes de
solo, contribuindo para o incremento
dados para que a RNA obtivesse um
da produção energética dos países
aprendizado satisfatório.
em
seus respectivos impactos ambientais,
Várias configurações diferentes de
e
das
do
Redes
poder
possível
calorífico
também
desenvolvimento
Neurais
e
dos
quantificar
minimizando
redes neurais foram testadas até que se
sociais e econômicos.
chegasse a de melhor desempenho, rede
Finalmente,
essa que foi denominada RNA 4-10-1.
avaliação mais eficiente do potencial
Os resultados dessa rede mostram um
energético
coeficiente de correlação da ordem de
pode contribuir e promover políticas
R = 0,9979, o que mostra a excelente
energéticas que favoreçam a inserção
adequação da RNA para a resolução do
desta fonte de geração nos programas
problema apontado.
de incentivo a novas fontes de geração
Para
validação
dos
resíduos
que
a
sólidos
ferramenta
de energia elétrica e, consequentemente,
computacional desenvolvida, foi realizado
a disseminação da geração distribuída –
um comparativo dos resultados obtidos
uma vez que grandes centros urbanos
na previsão do PCS de resíduos sólidos
carentes de energia estão próximos
urbanos
matemáticos
de locais de acumulação de RSU –
consagrados da literatura, e verificou-se
e a criação e promoção de políticas
que, com a técnica inteligente, foi possível
públicas de coleta seletiva no país.
com
da
observou-se
modelos
obter um desempenho superior nos indicadores erro quadrático médio (MSE), erro percentual absoluto médio (MAPE) e desvio percentual relativo (RPD).
Portanto,
pode-se
observar
*Ricardo Drudi é graduado em matemática, mestrando em Energia pela Universidade Federal do ABC e membro do IEEE. Atua no desenvolvimento de fontes sustentáveis de
que,
com a utilização combinada de análise
geração de energia, utilizando técnicas de inteligência artificial e modelagem matemática.
96
Espaço Cigré
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Por Saulo José Nascimento Cisneiros*
Os desafios técnicos do Cigré-Brasil
Os desafios técnicos do Cigré-Brasil
há a necessidade de implantar novas
escoar esta energia em nível regional e
estão diretamente vinculados aos desafios
e mais usinas, linhas de transmissão e
para outras regiões. Além disso, para
do sistema elétrico brasileiro, bem como
subestações. Uma das opções prioritárias
suportar a queda brusca desta geração
às inovações tecnológicas em escala
é a exploração do potencial energético dos
será necessário dimensionar e manter
mundial. Esses desafios são balizadores
rios da região amazônica. Entretanto, as
uma quantidade adequada de reserva
para o escopo de atividades dos seus
novas demandas da sociedade organizada
de potência nos demais geradores em
comitês de estudo.
pela preservação do meio ambiente têm
operação, particularmente nos geradores
O Sistema Interligado Nacional (SIN)
provocado grandes restrições à construção
hidroelétricos. E, no presente momento,
brasileiro tem dimensões continentais e
e à operação de usinas hidroelétricas e,
começa a despontar a geração solar e
é predominantemente hidroelétrico com
sobretudo, aos seus reservatórios, o que
temos que nos preparar para a geração
grandes usinas distantes dos centros de
tem levado à implantação de grandes
eólica off shore.
carga, que são interligados por longas
usinas sem reservatórios. Diante disso,
linhas de transmissão. Atualmente, o SIN
a capacidade de armazenamento dos
tem uma capacidade instalada de geração
reservatórios
da ordem de 135.000 MW e mais de
não tem aumentado, enquanto que o
120.000 km de linhas de transmissão
consumo anual de energia elétrica tem
em tensão igual ou superior a 230 kV. A
crescido. Dessa forma, a relação entre
hidráulicas e de novas cargas da região
capacidade instalada de geração tem 73%
esta capacidade de armazenamento e o
amazônica ao SIN, com a transferência de
de hidráulicas e 83% de renováveis (hidro
consumo total de eletricidade (capacidade
grandes blocos de geração dessas usinas
+ biomassa + eólica + solar). Além disso,
de regulação dos reservatórios) tem sido
através de longas linhas de transmissão,
o Brasil é um dos países emergentes
reduzida ano a ano, provocando a redução
provocará um grande impacto na operação
do
das
usinas
hidráulicas
3. Sistema de transmissão das grandes usinas amazônicas A
integração
de
grandes
usinas
e
da capacidade do SIN na regularização
do SIN. O sistema de transmissão das
demanda por energia elétrica têm crescido
dos regimes hidrológicos dos rios e
usinas do Madeira e da usina de Belo
significativamente, a taxas anuais em torno
bacias onde estão localizadas as usinas
Monte é em alta tensão de corrente
de 5%. Essas características tornam o
hidráulicas.
contínua (HVDC), o que implicará em
Grupo
BRICS,
cuja
economia
SIN um sistema quase ímpar no mundo, de tal forma que o seu planejamento,
vários terminais conversores de CA/CC
2. Inserção da geração intermitente
operando próximos, o que se traduz em
projeto e operação se revestem de grande
um desafio a mais no ajuste adequado dos
complexidade, ressaltando-se os seguintes
grandes desafios:
decorrente
da
geração
intermitente
de
geradores
1. Impactos das características das novas usinas hidráulicas
O
impacto
na
operação
do
SIN
dispersa
e
eólicos
é
outro desafio relevante. A inserção desta
seus controladores.
4. Dificuldade de acomodação da geração das novas fontes
geração, de forma segura e confiável, requer a implantação da rede de conexão
crescimento
e a ampliação da rede básica do SIN, de
de geração das usinas amazônicas a fio
frenético pela demanda por eletricidade,
modo que o sistema de transmissão possa
d’água mais a geração eólica da região
Para
atender
a
este
A inserção no SIN dos grandes blocos
97
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Nordeste, quando todas as bacias das
SIN, é um grande desafio em nível mundial.
aumento da capacidade de curto-circuito
regiões Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-
Estão
para
do sistema requer soluções complexas,
Oeste estão em período úmido e com
compor a rede de monitoramento do SIN –
como, por exemplo, a conexão de novas
volumes de espera para controle de cheias
“Wide Area Monitoring System” (WAMS).
fontes de geração através de conversores
a serem respeitados nos reservatórios, é
Este desafio torna-se ainda maior em
CA/CC e a separação de barramentos de
mais um desafio em termos da alocação
usar as medições oriundas desta rede no
subestações.
desta geração na curva de carga diária do
controle – “Wide Area Control System”
SIN. Em 2017, 10.000 MW de geração
(WACS) – e nas proteções sistêmicas
eólica e 18.000 MW de grandes usinas
do SIN – “Wide Area Protection System”
a fio d’água estarão em operação, 7.000
(WAPS), de tal forma que os “Sistemas
MW no Rio Madeira (Jirau + Santo
Especiais
Antonio) e 11.000 MW no Rio Xingu (Belo
“Esquemas Regionais de Alívio de Carga”
Monte). O pico de geração durante o
(ERAC) irão atuar com base em medições
da microgeração nas redes de distribuição
período úmido atingirá a capacidade total
instantâneas provenientes de PMU.
em larga escala irá requerer e acelerar
sendo
de
implantados
Proteção”
PMU
(SEP)
e
os
instalada (18.000 MW) e no período seco decrescerá a menos de 2.000 MW.
5. Aplicação da tecnologia PMU
O
uso
de
tecnologias
7. Implantação da geração distribuída, micro geração e das redes inteligentes A implantação da geração distribuída e
a implantação da tecnologia das redes
6. Implantação de linhas e subestações em áreas densamente povoadas e aumento da capacidade de curto-circuito
inteligentes (smart grids). Esta realidade forçará a reinvenção das concessionárias de distribuição de energia elétrica, que passarão
a
ser
também
operadoras
do sistema envolvendo a sua rede de
avançadas A implantação de linhas e subestações
distribuição e de toda a geração a ela
Measurement Unit” (PMU) para aumento
compactas e abrigadas e o uso de linhas
conectada. Trata-se do modelo Distribution
da segurança e eficiência da operação do
subterrâneas podem ser uma solução. O
Sistem Operator (DSO) já usado em larga
de
monitoramento,
como
o
“Phasor
98
Espaço Cigré
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
escala na Europa, o que exigirá a definição de novas funções das distribuidoras e do fluxo de relacionamento com o Operador
10. Captar e desenvolver os recursos humanos para superar esses desafios
linhas de transmissão em Ultra Alta Tensão (UAT), smart grid, GPS, crescimento de fontes distribuídas, entre outros.
da Transmissão, o ONS.
8. Constituição de um mercado integrado de energia na América do Sul
Em consonância com as diretrizes
Por fim, citamos o maior de todos
delineadas pelo nosso Presidente Josias
os desafios, que é captar, capacitar e
Araújo, explicitamos as seguintes ações,
desenvolver os profissionais envolvidos
dentre outras, que serão reforçadas pela
com essas atividades em nível cada
Diretoria Técnica:
vez maior de complexidade técnica e
A constituição de um mercado integrado
ambiental.
•
Melhorar o Sistema de Avaliação do
Desempenho dos Comitês de Estudo;
de energia englobando os países da América do Sul tem o objetivo de promover
o intercâmbio de energia, sob qualquer
elétrico brasileiro, vamos agora vincular
nas empresas do setor elétrico;
forma, entre os países deste continente,
esses
•
visando aproveitar as potencialidades e
Estratégicos
do
as disponibilidades existentes e garantir
os
de
a integração e a sinergia energética entre
estabelecidos no seu Plano Estratégico de
regras e regulamentos do setor elétrico;
esses países. Este mercado abrangeria as
Desenvolvimento (PED).
•
diversas formas de energéticos, tais como
Foco
petróleo e seus derivados, gás, energia
sustentabilidade: materiais ambientalmente
• Incentivar a divulgação de informações
elétrica e outros. As disponibilidades de
corretos, eficiência do sistema elétrico,
relevantes dos Comitês de Estudo no site
cada país e as oportunidades de transações
prevenção e recuperação dos impactos de
do Cigré-Brasil, na EletroEvolução e na
entre
condições climáticas severas e regulação
newsletter mensal;
através de estudos globais, que seriam
ambiental.
•
consubstanciados em planos e programas,
Melhor
os quais contemplariam a definição de
existente:
prioridades para implantação das ações
capacidade instalada, maior necessidade
Working Groups e Task Forces do Cigré;
delineadas.
de
os
países
seriam
identificadas
9. Impacto das alterações climáticas e ambientais
A avaliação do impacto das alterações
Colocados os desafios do sistema desafios
Comitês
no
aos
Direcionamentos
CIGRÉ-Brasil Estudo,
meio
uso
do
e
que
foram
ambiente
sistema
ampliação
controle
para
e
e
na
elétrico
otimização
da
monitoramento
•
Promover reuniões do comitê técnico Focar em temas relevantes e de
interesse do setor elétrico; •
Contribuir para o aperfeiçoamento das Promover parcerias com instituições
de ensino e entidades do setor elétrico;
Incentivar
a
participação
dos
representantes brasileiros na elaboração de brochuras e artigos técnicos dos
da
• Incentivar a associação ao Cigré dos
manutenção e da operação, reavaliação dos
membros dos Comitês de Estudo e Grupos
processos de substituição e manutenção
de Trabalho nacionais;
dos equipamentos, utilização de modernas
• Dar especial atenção ao planejamento
metodologias
e organização dos eventos técnicos do
de
manutenção
dos
equipamentos, reavaliação dos critérios de
CIGRÉ-Brasil.
climáticas e ambientais na segurança
confiabilidade e segurança do sistema.
da operação eletroenergética do SIN é
Maior
um novo desafio. Em termos energéticos
do
significa avaliar as alterações nos regimes
desenvolvimento de novos métodos de
grandes e precisamos contar com a
hidrológicos dos rios e bacias onde
manutenção e de operação, inspirados
participação
estão
em setores que estão melhor postados
queiram se juntar aos “Cigreanos”, visando
(aeronáutica, por exemplo).
contribuir para superação desses desafios,
Integração regional: consideração e
que são também de todos os profissionais
fenômenos de clima e de chuva e avaliar
análise das complexidades de natureza
envolvidos com a engenharia de sistemas
suas influências sobre as instalações e
política,
elétricos de potência.
os equipamentos do SIN, visando definir
integração elétrica com países vizinhos.
medidas para mitigar ou eliminar suas
consequências.
aproveitamento das energias renováveis,
localizados
hidroelétricos. significa
Em
conhecer
os
aproveitamentos
termos e
elétricos,
monitorar
os
aumento
fornecimento
ambiental
da
de
e
confiabilidade
energia
elétrica:
comercial
para
Introdução de novas tecnologias: maior
Como pode ser visto, os desafios
técnicos
do
CIGRÉ-Brasil de
todos
são
muito
aqueles
*Saulo José Nascimento Cisneiros é diretor técnico do Cigré-Brasil.
que
100
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Por J. C. Felamingo*
“Energia elétrica de cada dia nos dai hoje” carregador do celular.
centros de processamentos de dados, nos
mais novos, digo que “quem opta por
Podemos afirmar que somos “reféns” da
sistemas de comunicação, nos hospitais,
trabalhar na área de energia dificilmente
energia elétrica e precisaríamos retroagir
hotéis, etc., onde a geração de emergência
ficará por muito tempo desempregado”. Isso
muito tempo para encontrar uma civilização
– e mesmo a geração contínua de energia
é verdade, evidentemente, se o candidato
que não dependesse dela. Conservamos os
– são itens considerados vitais quando se
for aplicado, o que significa estudar com
alimentos sob refrigeração mecânica, mas
depende da continuidade do serviço ou do
afinco e dedicação máximos. A mensagem
séculos atrás armazenava-se gelo trazido
processo produtivo.
dada aos engenheiros serve também para
das montanhas para utilizá-lo tanto para
indicar a importância da energia elétrica na
essa finalidade, como para o resfriamento
de escritórios, um hospital, um shopping
nossa vida.
do ambiente no verão. Imagine nos dias
center, uma indústria ou uma área de
Nas minhas preleções aos engenheiros
Assim, ao planejarmos um edifício
atuais viver sem geladeira?
logística, devemos avaliar, dentre outras
algumas coisas que já conquistamos,
Atualmente, mesmo quem mora em
coisas, se o empreendimento pode sofrer
como, por exemplo, a comunicação total
áreas rurais tem à disposição energia
pequenas interrupções de energia se
e instantânea que temos disponível nas
elétrica e nas cidades ela sempre está
a qualidade no fornecimento é um item
24 horas do dia, onde quer que estejamos
disponível. Em ambos os casos, ela está
preponderante e, lógico, o custo da energia
através do telefone celular. Viver sem ele
pronta para o uso no poste lá na rua.
frente ao uso final que se fará dela.
está ficando cada vez mais difícil e poucos
“Sempre” também é exagero porque ocorre
conseguem viver sem ele por muito tempo.
vez por outra uma interrupção de curta ou
décadas atrás pela energia hidráulica vem
Quando esquecemos esse “aparelhinho”
longa duração (dita “apagão”). Seja qual
aos poucos se modificando através de
em casa, dá a impressão de que estamos
for, lá em casa quando isso ocorre à noite
novas fontes, sejam elas renováveis ou
desconectados do mundo, desprotegidos,
é o caos! Não se sabe onde está a vela e,
não, diversificando a matriz no seu todo e
pois com ele temos a sensação de
quando se encontra, onde está o fósforo, já
acompanhando o aumento da demanda.
segurança, mesmo sabendo que isso não é
que isqueiro é coisa do passado? O jeito
Por sua vez, o Sistema Interligado Nacional
verdade.
seria usar o fogão a gás para acender a
(SIN), que pode ser comparado a uma
É difícil imaginar a vida moderna sem
A matriz de energia elétrica formada
Toda a tecnologia de comunicação do
vela, mas, sem eletricidade, o fogão que só
“rodovia
telefone celular, bem como a internet, e
acende com ignição elétrica, também não
território brasileiro, é constituído pelas
o que está atrás disso tudo não funciona
ajuda. O remédio é ir tateando até achar o
conexões entre todas as redes locais,
sem
“bendito fósforo”.
que foram realizadas ao longo do tempo,
nosso celular diariamente (ao menos, por
Interrupções de energia, mesmo sendo
garantindo o fornecimento de energia.
enquanto), já que sua bateria não resiste
por “frações de segundos”, podem não
Dessa forma, a energia que se consome
por muitas horas de uso contínuo sem ser
ocasionar
problemas
num estado pode ter sido gerada noutro a
conectada a uma tomada elétrica. Quanto
além
incômodo
dos
quilômetros de distância, havendo, assim,
mais usamos o celular, mais o conectamos
componentes eletrônicos que acompanham
um equilíbrio no suprimento em todo o
às tomadas mais próximas. Ele é sedento
os eletrodomésticos e de reprogramar
território nacional. Todavia, não se pode
delas. E, quando estamos no automóvel,
relógios digitais que acompanham esses
afirmar que o sistema que distribui energia
utilizamos a tomada do acendedor de
dispositivos. O mesmo não se pode
na nossa localidade, ou seja, perto de nossa
cigarros - que ficou “démodé” para a função
dizer dos efeitos que causam as micro
edificação, não venha sofrer colapsos, com
original – e agora é utilizada mais para o
interrupções na indústria, no comércio, nos
interrupções em determinados momentos
energia
elétrica.
Recarregamos
do
nas do
residências, “restart”
elétrica”,
interligando
todo
o
101
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
do dia, devido ao congestionamento ou
porém, só ficam nisso, ou seja, esperam que
estaria instalado!
saturação dessa “rodovia local”.
a solução venha da parte de quem fornece
A geração energia elétrica “in site”
a energia, mas nunca estão “ocupadas”
remediar” tem sua aplicação na saúde, mas
é a solução que, aos poucos, está se
em encontrar uma solução definitiva, pois
pode também ser usado em outras áreas.
consolidando, não só pela redução de
julgam que o problema é da concessionária
Ele se aplica tanto na disponibilidade ou
custos, mas também por qualidade e
de energia elétrica, quando na realidade
continuidade do fornecimento da energia,
segurança.
o problema é delas. A cada falha no
como na precaução de que o custo da
O dito popular “prevenir para não
A decisão por gerar a eletricidade junto
fornecimento de eletricidade, as empresas
eletricidade venha a disparar (como o que
ao local de consumo (“in site”) deve levar
não se ocupam em prevenir e o que fazem
ocorreu nos últimos meses) e o que era
em conta exigências de fornecimento, como
é só se lamentar e, assim, vão seguindo em
uma simples prevenção pode se tornar uma
continuidade, qualidade e disponibilidade,
frente somando prejuízos.
boa vantagem nos custos operacionais.
que devem ser supridas pelo “grid”, bem
como o uso final que se faz dessa energia. O
oportunidade
empresas
devemos planejar o uso da energia de hoje
fornecimento que se tem da concessionária
nas quais “desenhamos” e implantamos
e do futuro, visando eficiência, qualidade,
local, ou mesmo do mercado livre, ambos
soluções eficientes para o fornecimento
segurança, continuidade, expansão futura
dependentes da rede local, nem sempre é
energético contínuo, através da geração “in
da demanda da edificação, etc., e não
ininterrupto, pois sofre com os problemas
site”, combinando eletricidade, vapor, água
esquecer que é mais barato e previdente
mais diversos. Já os consumidores que
quente, água gelada. Como, por exemplo,
consultar, diagnosticar e planejar com
não podem ser interrompidos têm, muitas
edifícios de escritórios “triple A”, nos quais
quem conhece do assunto do que no futuro,
vezes, custos adicionais causados por
a falha no fornecimento é algo impensável.
quem sabe muito próximo, partir para uma
essas
Em um desses casos, implantamos o
solução de última hora, reparando situações
qualidade no suprimento, ocasionando na
sistema
que podiam ser previstas e evitadas.
indústria, por exemplo, reprocessamento
energias térmica e elétrica (cogeração)
de produção, perdas de matéria-prima e até
e, anos depois, ocorreu um imprevisto na
Referências:
recomposição do processo produtivo.
entrada geral, impedindo o suprimento de
• FELAMINGO, J.C. “Cogeração: uma
falhas
de
continuidade
ou
de
Por
outro
de
lado, de
também,
encontrar
geração
tive
concomitante
a
de
Seja o motivo que for, podemos e
as
energia da rede externa, cuja solução só
prática
décadas de trabalho nesta área, que não
veio algumas semanas após o fato ocorrido.
essência”, Revista O setor Elétrico, ed. 93,
se incomodam com a qualidade ou falhas
No entanto, os ocupantes pouco ou quase
outubro de 2013.
no fornecimento de energia elétrica, pois
nada notaram, pois o edifício permaneceu
•
o processo pode parar sem que, com isso,
suprido na sua totalidade com eletricidade
arquivos/pdf/atlas_par1_cap1.pdf, cap. I, p.
ocorram grandes prejuízos. Por outro lado,
e água gelada para o sistema de ar
3.
também encontrei empresas que dependem
condicionado, sem que se dessem conta
da continuidade do fornecimento de energia
do ocorrido. Caso não houvesse o sistema
*J. C. Felamingo é engenheiro e diretor da
elétrica e que estão sempre “preocupadas”,
autônomo de geração de energia, o caos
Union Rhac.
Já
visitei
empresas,
durante
pouco
Aneel,
compreendida
na
sua
http://www.aneel.gov.br/
102
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Medição e controle de processos garantem qualidade na indústria As várias medidas seguem as definições
afeta diretamente sua expansão e, com poucas
fundamentais para gerar, em última análise,
e as especificações padrão, como o Sistema
exceções, todos os corpos (sólido, líquido ou
os melhores resultados possíveis quanto à
Internacional (SI) ou o sistema de Inglês, no que
gasoso) sofrem dilatação quando a temperatura
utilização de recursos, máquinas, desempenho,
se refere a exatidão, precisão, reprodutibilidade,
sobe.
rentabilidade, proteção ambiental e segurança,
resolução, linearidade, ruído, tempo de resposta,
entre outros, em uma unidade de produção.
massa e peso, calibração, entre outros, para ter
de expansão/dilatação, calor, transferência de
validade técnica.
calor, calor específico, capacidade térmica,
Essa é a importância da qualidade dos
escalas de temperatura, entre outras, para
funcionamento do corpo humano para atestar
dispositivos, bem como dos testes periódicos
controlar a aplicação industrial de medições de
que tudo está bem ou, se houver qualquer
de exatidão e da calibração para que os dados
temperatura.
mudança, começar a pesquisar as causas
obtidos possam continuar confiáveis. Isto é, de
para a "máquina" seguir com saúde e bom
acordo com as normas (padrões) reconhecidas
Pressão
desempenho.
pela ciência.
A pressão é uma variável essencial para lidar
O Brasil tem uma ampla variedade industrial em
corretamente com sólidos, líquidos e gases e,
grupo de equipamentos e dispositivos que
que a instrumentação é muito utilizada. No entanto,
assim, gerar produtos dentro das especificações
servem a engenheiros ou a técnicos para medir
nos últimos anos, o mundo da instrumentação
das
com precisão, registrar e converter variáveis de
e do controle de processos entrou em uma era
praticamente qualquer substância pode alterar
um processo industrial e, em seguida, transmiti-
de mudança total, em que os equipamentos de
seu estado segundo a pressão.
los, avaliá-los e controlá-los para tais fins.
medição, transmissão e automação são cada vez
mais rápidos, precisos e duráveis.
e pode ser medida, de acordo com o SI (Sistema
controle de processos industriais mensuram
Assim, a inteligência industrial desfruta
Internacional de Unidades), em Newtons por
características
Além
também de transmissão sem fio em tempo real e
metro quadrado (1 N/m), equivalente a um
disso, existem produtos complementares de
pode usar as informações em comparação com
Pascal (1 Pa). Mas, outros conceitos são
automação que são dedicados à aquisição de
grandes bases de dados e padrões para tomar
indispensáveis, como a densidade ou os três
dados para tornar os processos de medição e
as decisões mais fundamentadas na busca
tipos de pressão – atmosférica, manométrica ou
controle cada vez mais rápidos e eficientes e a
pelos melhores resultados.
pressão absoluta.
custos reduzidos.
A implementação de um sistema pode ser
de dispositivos, equipamentos e sistemas de
Considerações Finais
complexa para medir, controlar e monitorar
medição e controle de processos industriais
todos os elementos de uma unidade industrial
exigem dos gestores a atualização de seus
industriais
com alta precisão e profundidade, bem como
ambientes de produção para manterem-se
instrumentos utilizados em várias máquinas de
para automatizar esses processos e, por sua
competitivos no mercado.
parques industriais com o desafio de obter dados
vez, garantir a repetibilidade das medições e
A eficiência dos processos sempre garante
sobre o desempenho de atividades produtivas,
estruturas de resultados.
vantagens competitivas e bons resultados
registrá-los e usá-los para ganhar mais eficiência
produtivos e econômicos. Como exemplo,
e segurança.
A medição e o controle de processos são
Para efeito de comparação, os médicos
medem
são
as
principais
características
do
A instrumentação industrial refere-se ao
Em geral, os dispositivos de medição e físicas
ou
químicas.
Os dispositivos de medição e controle aplicados
aquecedores, fornos,
a
máquinas,
reatores,
refrigeradores,
tais
bombas,
seguem detalhes sobre duas grandezas (entre
prensas,
muitas outras já mencionadas neste texto)
de
diversas
indústrias,
uma
vez
que
A pressão é a força aplicada a uma dada área
Além disso, os avanços na tecnologia
como
condicionadores
Portanto, é importante saber os coeficientes
A medição e o controle de processos são
realizados
por
meio
de
altamente consideradas na medição industrial.
ar, compressores e uma grande variedade
Temperatura
de equipamentos ou instalações. Ou seja, os
instrumentos de medição são ferramentas para
indústria, pois pode identificar ganho ou perda
mensurar grandezas físicas ou químicas por meio
de calor nas substâncias usadas em dezenas de
de unidades de medida de maneira apropriada
processos a fim de garantir resultados ótimos em
para detectar, visualizar, registrar e, assim, usar
produtos e na preservação das máquinas.
Por Antonio Vergara Gomes, gerente geral da
essas informações.
Omega Engineering LATAM | http://br.omega.com/
Esta variável é muito importante para a
A variação de temperatura de um corpo
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Agenda 1 a 3 de março
Cursos
Projeto de usinas fotovoltaicas de grande porte
Descrição
Informações
Capacitar os alunos para projetarem usinas fotovoltaicas de grande porte é objetivo do curso realizado pela Solarize em março deste ano. Além de aulas teóricas, os participantes poderão realizar simulações com softwares tradicionais no mercado internacional e praticar desenhos em Autocad. Entre os temas que serão apresentados no curso, estão contratação de usinas fotovoltaicas: leilão de energia, PPA; dimensionamento de sistemas, cálculo de perdas, cálculo de strings; e equipamentos, características e composição de sistemas.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: cursos@solarize.com.br
7 e 8 de março
Relés de proteção: estudo, parametrização e testes
Descrição
Informações
O objetivo do curso é qualificar os participantes para trabalhar com relés das marcas Alstom, Schneider e Areva Micom, tornando-os aptos a comunicar, parametrizar, testar e interpretar resultados e obter oscilografias. No conteúdo programático das aulas constarão temas como filosofia de proteção; conceito de funções de proteção; estudo do relé; e alteração de ajustes através do software/painel. Os alunos terão aulas práticas com relés de proteção e malas de testes microprocessadas.
Local: Uberlândia (MG) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br
7 a 11 de março
Proteção e seletividade em sistemas elétricos industriais
Descrição
Informações
Direcionado a engenheiros e técnicos que atuam em projeto, consultoria, manutenção e operação de sistemas elétricos, o curso almeja oferecer aos alunos conhecimentos sobre práticas e cálculos de faltas (curto-circuito) trifásicas, bifásicas, fase-terra e por arco. Durante as aulas, os cursandos travarão contato com os fundamentos de TCS, TPs, bobinas de Rogowski e dos principais dispositivos de proteção e aprenderão a como coordenar e tornar seletivos disjuntores, fusíveis, relés de proteção, etc., e seletividade amperimétrica, cronológica e lógica.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3579-8768 treinamentos@engepower.com
18 e 19 de março
Sistemas de proteção contra incêndios em subestações elétricas
Descrição
Informações
O curso tem dois intuitos principais. O primeiro é reconhecer que os incêndios e as explosões em subestações são um problema complexo, que envolve um enorme número de interações entre os mais variados subsistemas. O segundo: propor uma nova maneira de pensar a respeito do gerenciamento dos riscos de incêndios e explosão baseado no desempenho. Entre outros, as aulas debaterão os seguintes temas: “Teoria do normal acidente: por que os incêndios acontecem?”; “Identificação dos perigos: análise preliminar de perigos”; e “Etapas para a implementação de um programa de gerenciamento do risco de incêndio e explosão baseado no desempenho”.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3816-0441 cursos@ycon.com.br
17 de março
Eventos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
Agenda Setorial
Descrição
Informações
Reunindo os principais nomes do setor elétrico brasileiro, entre órgãos públicos, empresas privadas e associações correlatas, o Agenda Setorial é o primeiro grande evento do setor elétrico realizado no ano. O objetivo do evento, sempre, segundo seus organizadores, é debater os principais assuntos relacionados ao segmento. Seu público alvo é formado por técnicos, analistas, consultores, profissionais liberais, estudantes, políticos e profissionais em geral que atuam no setor elétrico.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3154-9400 www.agendasetorial.com.br
4 a 7 de abril
Congresso Brasileiro de Energia Solar
Descrição
Informações
Organizado pela Associação Brasileira de Energia Solar (Abens), o Congresso Brasileiro de Energia Solar (CBENS) busca promover o intercâmbio de informações e experiência entre a comunidade científica e tomadores de decisão, financiadores e profissionais atuantes nessa área. Para isso, os organizadores do evento esperam contar com a contribuição de trabalhos tecnológicos e científicos relevantes para o desenvolvimento da energia solar no Brasil. O congresso é voltado a pesquisadores, profissionais e estudantes com foco em energia solar.
Local: Belo Horizonte (MG) Contato: http://abens.org.br/CBENS2016
5 a 8 de abril
Fiema Brasil
Descrição
Informações
Espaço de negócios, troca de conhecimento, prospecção, atualização, pesquisa e networking, a Feira de Negócios e Tecnologia em Resíduos, Águas, Efluentes e Energia (Fiema) é um evento de soluções completas para o meio ambiente. Na edição de 2016, mais uma vez, a Fiema irá mobilizar e integrar as diferentes iniciativas que impulsionam o setor de indústrias de máquinas e equipamentos para tratamento de resíduos sólidos urbanos, industriais e de reciclagem, entidades de educação e pesquisa tecnológica, setor público e empresas industriais que busquem melhorias em processos e gestão ambiental.
Local: Bento Gonçalves (RS) Contato: (54) 3055-8700 imprensa@fiema.com.br
Alpha 60 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br Alubar 7 (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www.alubar.net APS Componentes 68 (11) 2870-1000 www.apscomponentes.com.br AXT 53 (11) 4025-1300 vendas@axt.com.br www.axt.com.br BHS Eletrônica 81 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br BN Eletro Metalúrgica 56 (11) 4411-0844 www.industriabn.com.br
Condumax 69 0800 701 3701 www.condumax.com.br Conex 31 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br Daisa 37 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Elos 54 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br Embrata 66 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br Expolux 99 (11) 3060-4913 comercial@expolux.com.br www.expolux.com.br
21
Brametal (27) 2103-9400 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br 39
BRVal (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br
4ª capa
Fastweld (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br Feicon Batimat 103 www.feicon.com.br 89
Cablena 79 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br 43
Chint (11) 3266-7654 lywei@chint.com www.chint.com Clamper Fascículos (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 23 e 83 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br 11
Cobremack (11) 4156-5531 SP (71) 3594-5565 BA contato@cobremack.com.br www.cobremack.com.br
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
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Himoinsa 13 (31) 3198-8800 brasil@himoinsa.com www.himoinsa.com.br
Megabarre 5 (11) 4525-6700 vendas@megabarre.com.br www.megabarre.com.br
ICE Cabos Especiais 57 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br
Melfex 91 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br
IFG 72 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Ilumatic 33 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Instrumenti 75 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br 59
Nambei Fios e Cabos 61 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br Nelmetais 97 (11) 3531-3444 nelmetais@nelmetais.com.br www.nelmetais.com.br Newmax 62 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br
Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br
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Mon-Ter (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br
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Sarel (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br 64
Sassi Medidores (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br 67
Sil (11) 3377-3333 vendas@sil.com.br www.sil.com.br Solução Equipamentos 58 (31) 9783-5359 financeiro@sesolucao.com.br www.sesolucao.com.br 9
Strahl (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Trael 10 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br
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What’s wrong here?
O Setor Elétrico / Janeiro de 2016
O que há de errado? PREMIAÇÃO
Iniciada em julho de 2008, a seção “O que há de errado?” foi criada com o intuito de
denunciar situações perigosas que colocam em risco a segurança das pessoas e do patrimônio
e, ao mesmo tempo, provocar o leitor, incentivando-o a analisar essas circunstâncias com base
relatando todas as não conformidades
nas normas técnicas brasileiras vigentes. Foram, no total, 90 instalações denunciadas.
da instalação ilustrada, de acordo com
as normas técnicas vigentes, receberá
Neste momento, decidimos pausar a publicação desta seção, que será reformulada e
O leitor que mandar a melhor resposta,
trabalhada com dedicação para voltar a ser publicada em breve. Por enquanto, confira o
como prêmio um exemplar da mais nova
resultado do desafio divulgado na edição 118, de novembro de 2015:
edição do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, que traz as principais atualizações normativas do setor!
Resposta da edição 118 (Novembro/2015)
O leitor MÁRCIO LIMA apresentou a resposta mais correta com relação às não
conformidades com as normas técnicas brasileiras vigentes. O vencedor receberá um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras com as principais atualizações normativas do setor. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas!
Confira a resposta correta, fornecida pelo especialista em segurança do trabalho, o
engenheiro João José Barrico de Souza: Todas
as
existentes
recomendações sugerem
que
a área de abastecimento do posto é uma área com atmosferas explosivas; o uso da unidade seladora, abaixo da tomada, indica a área classificada, já que esse dispositivo
é
obrigatório
nesses ambientes. Ocorre que
a
unidade
seladora
(vertical) está montada de
Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para
cabeça pra baixo, o que
o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e
comprova que ela não foi
nos ajude a denunciar os disparates cometidos
preenchida com a resina de
por amadores e por profissionais da área
selagem, logo, não está operando.
de instalações elétricas. Não se esqueça de
mencionar o local e a situação em que a falha foi
Além disso, o condulete utilizado, que é o invólucro da tomada, é uma simples proteção
mecânica e não apropriada para uma instalação com atmosferas explosivas. E, ainda,
encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação –
abaixo da unidade seladora, existe uma luva de emenda de encaixe, que também não é
residencial, comercial, industrial –, circulação de
adequada para instalações em área classificadas que requerem a unidade seladora.
pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.