O Setor Elétrico (Edição 121 - Feveiro 2016)

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Ano 11 - Edição 121 Feve re i ro d e 2016

As dificuldades para a transferência de ativos de iluminação pública Cerca de 90% dos municípios já assumiram os ativos de iluminação, mas ainda há diversas ações contrárias à resolução da Aneel Automação de subestações Como otimizar o teste de relés multifuncionais? Pesquisas exclusivas dos mercados de: *Equipamentos para atmosferas explosivas *Cursos e treinamentos



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187

Aula prática

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Como otimizar o teste de relés multifuncionais? Diante da evolução da tecnologia dos relés de proteção e do desenvolvimento das técnicas de testes, este artigo mostra a realização de testes rápidos e padronizados, minimizando as preferências pessoais e enfatizando a repetitividade dos mesmos.

Coluna do consultor

Espaço 5419 74

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Um pouco mais de equilíbrio nos planos pessoais e profissionais.

Painel de notícias

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Espaço 5410 76

Energia eólica atinge a marca de 9 GW de capacidade instalada

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira

no país; Usina de Belo Monte inicia fase de teste das turbinas;

Consultor técnico José Starosta

reestrutura sua marca; Nexans apresenta nova identidade visual; EDP mostra novo conceito de atendimento. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.

Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.

Fascículos

Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Impressão - IPSIS Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

O que torna uma norma técnica obrigatória?

Demanda por energias renováveis deverá crescer 6,6% por ano; NHS

Colaborador técnico de normas Jobson Modena

Colaboradores desta edição: Claudio Mardegan, Diogo Mac Cord de Faria, Eduardo Daniel, Estellito Rangel, Guilherme Penariol, João José Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Arruda, Marcelo Barbeli, Marcelo Paulino, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Nunziante Graziano, Roberval Bulgarelli, Sergio Roberto Santos e Vicente Scopacasa.

A blindagem como medida de proteção contra surtos.

Geração distribuída 20 IEC 61439 – quadros, painéis e barramentos BT Led – evolução e inovação

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Curto-circuito para a seletividade

Reportagem

26

Colunistas

78 Luiz Fernando Arruda – Instalações MT 80 Juliana Iwashita – Iluminação eficiente 81 Jobson Modena – Proteção contra raios 82 Michel Epelbaum – Energia sustentável

Marcelo Paulino – Proteção, automação e controle

83

João Barrico – NR 10 84

86 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 88 José Starosta – Energia com qualidade

38

46

90

Encerrado há um ano o prazo para a transferência dos ativos de

Espaço IEE

iluminação pública para os municípios, diversas ações ainda tramitam

Saiba o que aconteceu na última edição do IEEE ESW Brasil,

na Justiça contra a resolução da Aneel. Entenda os problemas.

evento que discute segurança em eletricidade.

Pesquisa – Equipamentos para

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atmosferas explosivas

Dicas de instalação 92 Práticas relativas aos acessórios para cabos de média tensão.

Desaceleração da economia também afeta empresas da área Ex. Não obstante, fabricantes e distribuidores ainda esperam crescimento de 11% para este ano.

Ponto de vista 94 Uma análise sobre a conta de luz e as bandeiras coloridas.

Pesquisa – Cursos e treinamentos 66 Levantamento identifica crescimento da preferência por cursos a

Agenda 96

distância na área elétrica.

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

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Editorial

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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016 Capa ed 121_A.pdf

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3/2/16

2:00 PM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 11 - Edição 121 Feverei ro d e 2016

O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 121 – Fevereiro de 2016

As dificuldades para a transferência de ativos de iluminação pública Cerca de 90% dos municípios já assumiram os ativos de iluminação, mas ainda há diversas ações contrárias à resolução da Aneel Automação de subestações Como otimizar o teste de relés multifuncionais? Pesquisas exclusivas dos mercados de: *Equipamentos para atmosferas explosivas *Cursos e treinamentos

Edição 121

Em tempo

A revista O Setor Elétrico entra, nesta edição, em seu 11º ano de vida. Já se passaram dez anos, dos quais

oito eu pude acompanhar bem de perto, já como parte da equipe responsável por sua produção. Nesses dez anos, 120 edições e milhares de páginas, vimos governos fazerem e desfazerem, regulamentos e leis mandarem e desmandarem, empresas abrirem e fecharem. Contamos as histórias tristes e felizes desse nosso setor elétrico brasileiro.

Dez anos não parecem muito para quem tem mais de quarenta anos, por exemplo. Mas uma criança

encararia dez anos como uma eternidade e, de certa forma, entendemos como tal, considerando que, embora algumas coisas não tenham mudado significativamente, outras sofreram uma enorme evolução. É o caso do Led e das fontes renováveis – em especial, a eólica e a solar –, que apresentaram um crescimento considerável na última década. Em 2006, o Led já era visto como o futuro da iluminação, mas não era comum encontrar uma lâmpada de Led no supermercado, muito menos em uma residência ou loja. Atualmente, se você já não tem alguma lâmpada de Led em sua casa, certamente, um vizinho já a tem. Isso porque a tecnologia evoluiu e se popularizou, principalmente, por conta do preço, que ficou muito mais acessível.

As renováveis são outro grande exemplo. Para se ter uma ideia, a capacidade instalada da fonte eólica no

país, em 2006, era de apenas 235 MW, já neste mês de fevereiro de 2016, o setor eólico comemorou a marca de 9.000 MW de potência instalada na matriz elétrica nacional. Segundo a Abeeólica (associação do setor), em termos de geração efetiva, a energia eólica corresponde a uma Belo Monte. Foi uma conquista e tanto para apenas dez anos!

A fonte solar, ainda que não tenha tido o mesmo sucesso da eólica, segue pela mesma trilha e deve

surpreender nos próximos anos. Isso porque entraram em vigor, em 1º de março deste ano, as novas regras para a geração de energia distribuída, ou seja, cada casa, edifício comercial, indústria ou residência receberá incentivos adicionais para gerar energia elétrica renovável. As medidas estão na Resolução Normativa nº 687, da Aneel, que deve trazer grandes melhorias para o incentivo e o desenvolvimento da geração de energia solar no país.

Com a regulamentação a favor, que promete diminuir a burocracia da implantação do sistema de

compensação, a energia solar e as outras formas de geração incentivada deverão crescer paulatinamente nos próximos anos.

Ao encontro desses temas supracitados, estão dois fascículos que vêm sendo publicados desde a edição

de janeiro: Led – evolução e inovação; e Geração distribuída. Nestes artigos, os especialistas em cada assunto falam sobre o progresso de cada um dos temas e dão detalhes de normalização e de técnicas de aplicação.

Ótima leitura a todos!

Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!

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Coluna do consultor

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

A hora do equilíbrio Em primeira análise seria claro compreender

que não vale a pena continuar a comentar

que devemos “ser de circo” para viver em uma

este sórdido ciclo). Mas não é o que está

situação destas, praticando todos os exercícios

acontecendo.

de um equilibrista, incluindo aquela derivação

do anuncio dos ministérios da Fazenda e

de ficar rodando dez pratos simultaneamente,

Planejamento sobre um contingenciamento

de forma honesta e convencional.

de mais de R$ 23 bilhões para 2016, e que,

Informações

decorrentes

Nesse instante, para os simples mortais, a

segundo a Fiesp, pode chegar a R$ 60 bilhões,

capacidade de equilibrista deve ser estendida

devido aos modelos de tolerância propostos,

aos planos profissionais e pessoais, nas contas

nos sinalizam que a crise só será sentida por

das empresas e mesmo em nossas vidas

aqueles que efetivamente pagam os impostos.

pessoais, senão o caldo entorna. Um desafio

Ainda, o fantasma da CPMF continua a rondar

para poucos, que alia expectativas, projeções,

nossas cabeças e bolsos e a turma do Planalto

experiência, capacidade administrativa e talvez

conta com mais esta mordida em seus cofres.

até um pouco de sorte.

Temos diversas saídas, fundamentalmente

Algumas questões relevantes chamam a

por estarmos em um país que carece de tudo,

atenção, especificamente aquela relacionada

notadamente, o incremento de nossa sofrida

à qualidade de nossas equipes técnicas, sejam

infraestrutura, permeada por estádios de

elas de engenharia, de produção de fabrica,

futebol (que enriqueceram muitos), mas sem

de instalação, manutenção, projeto e outras.

estradas de ferro, metro, estradas e aeroportos.

Empresas investem na formação desta mão

Nossa engenharia nacional e a cadeia de

de obra por anos, diversos programas são

que dela depende tem muito a fazer (aqueles

implantados; quanto se investiu nisso? Aqueles

que sobreviverem). Por outro lado, devido ao

com sangue frio e um pouco de reserva e

imbróglio causado pela prática da corrupção

fundamentalmente esperança em dias menos

sistemática e inserção de quadrilhas nos

cinzentos seguram a turma, promovendo ainda

cargos e nas empresas publicas, temos que

mais treinamento nas horas de baixa de serviço,

esperar a justiça resolver o que fazer, dando ao

mas e quando a conta não fecha? Será que

Brasil um novo destino, quiçá com governantes

estaremos vivos quando o furacão passar? E

competentes que saibam como e o que fazer.

então o que faremos? Como?

Estamos em um hiato que quanto mais demorar

A mesma atitude seria esperada daqueles

menor será à distância até o fundo do poço.

que gerem as contas públicas, que já não

Giremos nossos pratos com competência

fecha há muito tempo.

As contas públicas

e vigilância, os ventos não ajudam e podem

são sustentadas pelos nossos impostos, que

derrubá-los. Sorte para nós, com saúde,

diminuíram pois deixamos de faturar... (claro

sabedoria e segurança!



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Energia eólica atinge a marca de 9 GW de capacidade instalada no Brasil A Abeeólica espera que, mantendo o ritmo de crescimento atual e tendo em vista os contratados assinados, resultantes de leilões, sejam instalados, nos próximos três ou quatro anos, mais 10 GW 10% da matriz elétrica nacional.

no país.

fevereiro o alcance da marca de 9 GW

A associação recorda que a escalada

de potência instalada na matriz elétrica

virtuosa de investimentos da indústria de

eólicas em operação comercial, totalizando

nacional. “Em termos de geração efetiva,

energia eólica no Brasil acontece deste 2009,

8.294

a energia eólica corresponde a uma Belo

com o início da participação da fonte nos

segundo dados da Agência Nacional de

Monte”, comemora a presidente-executiva

leilões competitivos de energia promovidos

energia Elétrica (Aneel). Em 2015, foram

da Associação Brasileira de Energia Eólica

pelo Governo Federal. Como efeito deste

liberadas para operação comercial 2.657

(Abeeólica), Elbia Gannoum, salientando que

progresso pode-se citar a estruturação da

MW de energia eólica novos, distribuídos em

tal número ratifica a posição de uma indústria

cadeia produtiva, a geração de mais de 40 mil

108 usinas eólicas, conforme consolidação

de destaque, “em franco crescimento com

postos de trabalho e investimentos superiores a

da expansão da oferta de geração, apurada

efeitos multiplicadores de renda e emprego,

R$ 15 bilhões por ano, nos últimos dois anos.

em janeiro deste ano.

O setor eólico comemorou no mês de

principalmente em regiões carentes de

Atualmente, o Brasil conta com 342 usinas MW

de

capacidade

instalada,

Nos últimos cinco anos, o número de

usinas de geração de energia eólica no

nordestino”.

Indústria eólica deve gerar 50 mil novos postos de trabalho no país em 2016

Com previsão de 175 novos parques

uma expansão de 6.208 megawatts (MW)

mantendo o ritmo de crescimento atual e

eólicos, o Brasil deve abrir cerca de 50 mil

de capacidade instalada, que ao final de

tendo em vista os contratados assinados,

novos postos de trabalho em 2016, segundo

2015, totalizou 7.633 MW, contra os 1.425

resultantes de leilões, sejam instalados, nos

estimativas da Associação Brasileira de

MW de 2011. Segundo o Plano de Decenal

próximos três ou quatro anos, mais 10 GW

Energia

entidade

de Expansão de Energia (PDE 2024), a

de potência, permitindo que em 2020 a

espera que sejam investidos R$ 20 bilhões

capacidade instalada eólica no País deve

energia eólica atinja o patamar de 20 GW

na construção de novos parques, que irão

alcançar 24 mil MW até 2024, com 11,5%

de capacidade total, representando mais de

gerar mais de 3 Gigawatts (GW) de energia

do total.

oportunidade, como é o caso do semiárido A expectativa da Abeeólica é de que,

Eólica

(Abeeólica).

A

Brasil quadruplicou. O montante representa

Usina de Belo Monte inicia fase de testes das turbinas Em meados de fevereiro, a concessionária Norte Energia realizou o primeiro giro mecânico da unidade geradora 01 da Casa de Força Principal. Trata-se do primeiro passo visando a entrada em operação comercial da usina

Foi dado o primeiro passo rumo ao início

da operação comercial da usina hidrelétrica de Belo Monte. A Norte Energia, empresa que detém a concessão do empreendimento, começou a fase de testes das turbinas da usina, com a realização do primeiro giro Quando concluída, usina hidrelétrica de Belo Monte terá capacidade para gerar 11.233,1 MW

mecânico da unidade geradora 01 da Casa de Força Principal, no sítio de Belo Monte. A unidade é composta por uma turbina

tipo Francis, com capacidade individual de

capacidade de 11.233,1 MW, sendo que os

611,11 MW. A Norte Energia planeja iniciar

233,1 MW adicionais, que correspondem

na construção de Belo Monte. O contrato de

a operação de uma turbina nova a cada dois

a 3% da potência total instalada do

concessão da usina prevê que a geração de

meses, de modo a chegar em 2019 com as

empreendimento,

na

energia deveria começar em 28 de fevereiro

18 turbinas da Casa de Força Principal em

Casa de Força Complementar, no Sítio

de 2015. O prazo, no entanto, foi adiado duas

operação, que juntas terão capacidade de

Pimental, por meio de seis turbinas tipo

vezes: a primeira para novembro de 2015.

produzir 11 mil MW.

bulbo, de 38,8 MW cada, adequadas a

Depois, indefinidamente.

No total, a usina de Belo Monte terá

serão

instalados

pequenas quedas d’água. O Sítio Pimental é um ponto controverso



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Eletronuclear inaugura simulador de Angra 1 Operadores da usina serão treinados em todos os aspectos das condições normais, de emergências e acidentes de operação

Visando não recorrer mais ao exterior

para realizar a formação, requalificação e licenciamento de operadores, a Eletrobras Eletronuclear inaugurou o simulador de Angra 1. Até então, os profissionais eram treinados

em

simuladores

de

usinas

semelhantes a Angra 1 nos EUA e, posteriormente, no simulador de Almaraz, da Empresa Tecnatom, em Madri, na Espanha. A Eletronuclear calcula que irá economizar aproximadamente R$ 3 milhões por ano com o desenvolvimento do próprio simulador.

Pelo simulador, os operadores de Angra

1 serão treinados em todos os aspectos das condições normais, de emergências e acidentes de operação. Conforme a Eletronuclear,

o

treinamento

simulado

O treinamento simulado ocorrerá por meio da atuação nos painéis de controle do simulador, que são réplicas dos painéis da usina nuclear Angra 1.

ocorre por meio da atuação nos painéis de

equipamento poderá receber por ano 11

do simulador de Angra 1 um evento

controle do simulador, que são réplicas dos

turmas de aproximadamente cinco alunos,

extremamente

painéis da usina.

com uma carga horária de 60 horas por

com ele, além de uma medida adicional de

treinamento.

segurança operacional, é um sinal forte da

testes de disponibilidade, passaram-se

O diretor-presidente da Eletronuclear,

intenção da Eletrobras Eletronuclear em

três anos. Agora, pronto para operar, o

Pedro Figueiredo, considera a inauguração

estender a vida útil da usina por mais 20 anos.

Desde a assinatura do contrato até os

significativo.

De

acordo

Demanda por energias renováveis deverá crescer 6,6% por ano até 2035 Estudo realizado pela empresa de petróleo e gás BP mostra que, no entanto, apenas 34% do crescimento do consumo de energia nos próximos 20 anos serão atendidos por fontes renováveis os

de 2015 e 2016, passando de 1,9% para

especializada em petróleo e gás, acaba de

prognósticos realizados pelo levantamento

1,8%. Já o petróleo, segundo prognósticos

lançar a edição 2016 do seu Energy Outlook,

da BP, a demanda por energia crescerá 34%

da empresa, continuará crescendo (0,9% ao

documento que traça um panorama do setor

entre 2014 e 2035, o que equivale a uma

ano), embora a tendência de redução da sua

energético de 2014 até 2035. O destaque do

elevação anual de 1,4%. Na versão 2015, o

participação continue.

levantamento, em comparação com a versão

crescimento projetado havia sido de 37%. De

anterior do documento, é o ligeiro avanço das

acordo com a empresa, a revisão para baixo

Energy Outlook 2016 mostra, contudo, que,

energias renováveis em relação aos combustíveis

decorre de um crescimento da eficiência

apesar da participação dos combustíveis

fósseis. A previsão é de que a demanda por

energética no período analisado.

fósseis estar decaindo, isto ainda não se

energias renováveis cresça 6,6% ao ano até

Em relação às fontes energéticas não

mostra suficiente para atender à necessidade

2035, correspondendo a um acréscimo de

renováveis, como gás natural, carvão e petróleo,

do planeta de reduzir drasticamente a

14% ante os números apresentados no Energy

o relatório da BP prevê queda no crescimento

emissão dos gases causadores do efeito

Outlook de 2015. Não obstante, a previsão

da procura. A demanda por carvão até 2035,

estufa. O relatório mostra que até 2035, os

da empresa é de que somente 34% do

por exemplo, foi revista para baixo 6% ante a

combustíveis continuarão sendo a principal

crescimento no consumo de energia até 2035

previsão do ano passado. No que diz respeito

fonte de energia do mundo; 79% das

sejam atendidos por meio de fontes renováveis,

à demanda por gás, a BP prevê uma redução

necessidades energéticas serão atendidas

tais como eólica, solar, biocombustíveis e hídrica.

ligeira da elevação entre o levantamento

por esses tipos de fontes.

A BP, empresa do segmento de energia,

De

maneira

geral,

segundo

O panorama apresentado pela BP no seu



Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Fusíveis e porta-fusíveis www.sob-brasil.com

A Schurter está expandindo sua gama de fusíveis de montagem

de superfícies com a introdução da série UMK 250, destinada à proteção primária e secundária a sobrecargas e curtos-circuitos.

O produto está disponível em dez correntes nominais de 500

mA a 4 A. A combinação do fusível clip foi projetada para fácil substituição do fusível, para proteção primária e secundária dos circuitos PCB. Dessa maneira, a série UMK 250 foi desenvolvida para aplicações que incluem fontes de alimentação, equipamento médico, iluminação e dispositivos para o lar e de usos industrial e residencial.

Segundo o fabricante, a nova série atende aos requisitos do

RoHS e é compatível com processos de solda sem chumbo.

Já o porta-fusível UMK 250 é o substituto ideal para fusíveis

similares aos SMD, em que o clip de fusível não é oferecido. A compatibilidade das áreas para solda permite que os produtos

Transformador de corrente e buchas capacitivas www.isolet.com.br

A Isolet acaba de lançar para o mercado dois produtos: a linha

de buchas capacitivas BCP-17,5 JO2-110 e o transformador de corrente BDE 2501A. Construída em resina epóxi cicloalifática, a linha de buchas capacitivas interna-externa 17,5 kV foi desenvolvida para instalações em ambientes internos e externos, suportando correntes de até 2500 A e nível de impulso atmosférico (NBI) de 110 kV.

Já o novo transformador de corrente, modelo BDE 2501A,

atende às classes de 7,2 kV até 24 kV, fabricado pelo sistema Automatic Pressure Gelation (APG), sendo resultado de um ano de pesquisas. Com dimensões compactas, o produto atende às necessidades das principais concessionárias de energia, assim como aos fabricantes de equipamentos (disjuntores).

da Schurter sejam usados onde a habilidade de repor os fusíveis é desejada. O fusível UMF 250 utilizado é considerado um Universal Modular Fuse (UMF), apresentando aprovações VDE e cURus. Esse ultrapequeno fusível inclui um clip de 11.3 x 4.2 x 4.0 mm com uma capacidade de ruptura entre 100 – 200 A em 250 VAC / 125 VDC. Os novos produtos são aplicados para proteção primária e secundária a sobrecargas e curtos-circuitos.

Buchas capacitivas e transformador de corrente de uso interno são os mais novos produtos da Isolet.

Disjuntores de caixa aberta www.steck.com.br

Os disjuntores de caixa aberta Cosmos®, da Steck, são utilizados para a proteção de circuitos

elétricos e comando de sistemas de baixa tensão, fornecendo soluções para instalações elétricas de projetos prediais e industriais, seja na área da construção civil, indústria, infraestrutura e energia.

Segundo o fabricante, os disjuntores permitem, em sua aplicação, maior otimização na

operação e no monitoramento em conjunto com disparadores eletrônicos. Além disso, é ideal para aplicações de comando e proteção de motores, condensadores, geradores, bancos de capacitores, transformadores, barramentos e cabos, com a vantagem de upgrade e instalação de vários equipamentos em um único disjuntor.

Compacto e disponível em dois tamanhos (ou frames), a linha Cosmos® está disponível

em uma gama completa de correntes de 630 A a 4000 A. Todos os modelos possuem display, regulagem de corrente e proteção LSIG. O produto ainda conta com uma ampla linha de acessórios.

Os novos disjuntores de caixa aberta são ideais para a proteção de circuitos elétricos e comandos de sistemas de baixa tensão.



Painel de normas

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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Projeto prevê uso de FGTS para aquisição de equipamentos de geração elétrica em residências Proposta que foi aprovada na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal prevê que fundo seja utilizado somente para empreendimento com fontes renováveis passa por análise da Comissão de Assuntos

proposta é estimular a eficiência energética

o projeto de lei que permite o uso do

Sociais (CAS).

por fontes renováveis. Nogueira argumenta

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

O projeto estabelece também que os

que nos últimos anos o país tem sofrido com

(FGTS) para a aquisição e a instalação

recursos do FGTS possam ser sacados

o desequilíbrio entre oferta e a demanda de

de

elétrica

uma vez com essa finalidade e, para retirar o

energia elétrica e a solução tem sido acionar

em residências. Segundo o projeto, o

dinheiro, o interessado necessita comprovar

as usinas termoelétricas, que são mais caras

fundo poderá ser utilizado somente para

pelo menos três anos com carteira assinada.

e poluentes. O incentivo a fontes renováveis

a construção de empreendimentos com

O texto prevê ainda que o estabelecimento

seria uma forma de contornar esse problema.

fontes renováveis, tais como hidráulica,

a receber os equipamentos deve ser o do

solar, eólica e biomassa. O PLS 371/2005

beneficiado.

GO), deu parecer favorável à aprovação e

foi aprovado recentemente na Comissão de

sugeriu apenas aperfeiçoamentos de redação

Serviços de Infraestrutura (CI) e atualmente

Nogueira (PP-PI) afirma que a intenção da

O

Senado

Federal

equipamentos

de

está

geração

votando

Autor do projeto de lei, o senador Ciro

O relator do projeto, Wilder Morais (PP-

e técnica legislativa.

ABNT publica norma para lâmpadas halógenas de tungstênio O documento normativo traz especificações de desempenho para lâmpadas deste tipo com base única e base dupla que apresentam tensão elétrica nominal de até 250 V

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 28 de janeiro de 2016 o documento normativo ABNT NBR IEC

60357:2016, intitulado “Lâmpadas halógenas de tungstênio (exceto lâmpadas para veículos automotivos) – Especificações de desempenho.

O texto, que tem 184 páginas, apresenta como objetivo especificar os requisitos de desempenho para lâmpadas a tungstênio-halogênio

(halógenas) com base única e base dupla, com tensão elétrica nominal de até 250 V, utilizadas para projeção de imagens, inclusive cinemas e projetor estático; fotografia, inclusive estúdio; iluminação com projetores; aplicações especiais; iluminação geral; e iluminação cênica.

Emissoras de rádio e televisão podem ser obrigadas a veicular informações sobre bandeira tarifária Projeto de Lei que obriga as emissoras a transmitirem uma vez por mês informações sobre a bandeira tarifária de energia elétrica em vigor tramita na Câmara dos Deputados

Tramitando em caráter conclusivo na

o deputado Júlio Delgado (PSB-MG),

Câmara dos Deputados, foi aprovado

com a condição de que fossem anexadas

pela Comissão de Defesa do Consumidor

duas

o Projeto de Lei 6381/13, de autoria do

as concessionárias de energia elétrica

deputado Aureo (SD-RJ), que obriga as

assumam

emissoras de rádio e televisão a veicularem

veiculação da publicidade informativa;

uma vez por mês informações sobre a

e outra estipulando multa de até R$ 1

bandeira tarifária de energia elétrica em

milhão, caso a emissora de radiodifusão

vigor. Segundo o projeto, a mensagem

ou a concessionária de energia elétrica

Para

obrigatória será veiculada na primeira

descumpram a obrigação. No projeto

Deputados, o projeto ainda precisa ser

semana de cada mês, entre as 19h e 20h,

original, apenas as emissoras de rádio

analisado pelas comissões de Ciência e

com um minuto de duração.

e TV deveriam pagar a multa com o

Tecnologia, Comunicação e Informática; e

descumprimento da medida.

de Constituição e Justiça e de Cidadania.

O projeto foi aprovado pelo relator,

emendas: as

uma

solicitando

despesas

relativas

que à

aprovação

na

Câmara

dos



Painel de empresas

16

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

NHS reestrutura sua marca A empresa quer consolidar uma imagem que remeta à qualidade, flexibilização e custo-benefício Com o intuito de contornar a crise econômica que paralisou o país no último ano, sem empregar a solução corriqueira,

Passa também pelas modificações na marca da empresa a reestruturação de todo o seu setor comercial iniciada no último trimestre de 2015.

ou seja, reduzir drasticamente os preços de seus produtos, a fabricante de nobreaks e estabilizadores, NHS, resolveu investir na própria marca. Conforme a gestora de marketing da empresa, Débora Skrobot, a NHS pretende fazer a consolidação de uma imagem que remeta à qualidade, flexibilização e custobenefício. Para isso, investirá nos processos inovadores de engenharia, que permitem aplicar o que há de mais recente em tecnologia no segmento de sistemas de energia. “Além disso, queremos destacar a capacidade da empresa em flexibilizar seus processos e produtos, garantindo a customização de projetos e a

cliente como único e exclusivo, garantindo a

iniciativa, a NHS pretende desenvolver novos

consequente adaptação às necessidades

entrega dos melhores equipamentos e serviços

canais de relacionamento e intensificar os

específicas dos clientes", afirma Débora.

para cada necessidade", completa.

atuais com parceiros comerciais, “aumentando

A nova logomarca da NHS virá com a frase:

Passa também pelas modificações na

o volume de vendas de produtos de média

“Energia do seu jeito”. Esclarecendo o mote,

marca da empresa a reestruturação de todo o

potência e outros do mix de maior valor

Débora diz que “fazer do seu jeito” é ir além

seu setor comercial iniciada no último trimestre

agregado, garantindo maiores margens de

de fazer o certo. “É olhar para cada projeto e

de 2015. Conforme a empresa, com essa

contribuição”.

Siemens desenvolve no Brasil novo conversor de frequência para uso em plataformas marítimas Produto passou dois anos sendo fabricado com uma série de melhorias em relação às versões anteriores, como pintura especial, elementos de fixação em aço inoxidável e cabos livres de halogênio melhorias em relação às versões anteriores,

os projetos da Siemens no mundo.

cidade

como pintura especial, elementos de fixação

A Siemens observa um potencial de

de Jundiaí (SP), um novo conversor de

em aço inoxidável e cabos livres de halogênio.

aplicação do novo conversor de frequência

frequência (drive) para uso em plataformas

Segundo o responsável pelo projeto

tanto no mercado interno quanto no mercado

de petróleo marítimas (off shore), que é capaz

na Siemens no Brasil, André Silva, o

externo. “O Brasil tem um potencial enorme

de operar, segundo a companhia, diante das

desenvolvimento do drive trouxe diversos

para a aplicação deste produto, pelos

mais severas condições enfrentadas neste

desafios desde o princípio, “mas com

investimentos previstos para a exploração do

ambiente. O produto, lançado recentemente

uma

multidisciplinar,

pré-sal, com diversas plataformas planejadas,

no mercado mundial, chama-se Perfect

conseguimos superar cada obstáculo para

além da atualização das plataformas já

Harmony 6SR4 FP, e é da Linha Sinamics,

apresentar um produto sólido e extremamente

existentes”, declara o gerente de produto

que já era reconhecida pelo mercado como

confiável”. Silva destaca ainda que, com

da Siemens, Maurício Frutuoso. Além disso,

opção em drives para condições adversas.

a consolidação do projeto, a fábrica de

segundo ele, a empresa – que atua de forma

de

A Siemens desenvolveu em seu centro competência,

localizado

na

equipe

dedicada,

Com o intuito de suportar a severidade das

conversores da Siemens em Jundiaí passa

global no mercado de óleo e gás – vê um

condições em alto mar, o equipamento passou

a ser a referência e a responsável pelo

potencial enorme para exportação deste

dois anos sendo fabricado com uma série de

desenvolvimento deste produto para todos

produto do Brasil para o mundo.



Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

EDP apresenta novo conceito para atender aos clientes Trata-se de uma loja container que aliará alta funcionalidade e sustentabilidade a partir do reaproveitamento de containers e uso de materiais com Certificação Florestal FSC, um dos únicos sistemas apoiados por entidades como WWF e Greenpeace A

distribuidora

de

energia

elétrica

EDP adotou um conceito diferente de atendimento a sua clientela: a loja container. Projeto que, segundo a concessionária, alia funcionalidade e sustentabilidade a partir do reaproveitamento de containers e uso de materiais com Certificação Florestal FSC, um dos únicos sistemas apoiados por entidades como WWF e Greenpeace. O município de Canas, no Estado de São Paulo, é o primeiro da área de concessão da EDP a receber a novidade.

Segundo a EDP, a loja container terá uma

arquitetura sustentável e moderna, com piso feito a partir de pneu reciclado e iluminação de Led. Além disso, os containers que serão

A loja container terá uma arquitetura sustentável e moderna, com piso feito a partir de pneu reciclado e iluminação de Led.

empregados na rede de atendimento são provenientes de portos marítimos, o que

materiais de construção.

entrega de seus serviços e, principalmente, a

diminui o descarte em aterros. Haverá ainda

O diretor geral da EDP, Marney Antunes,

satisfação de seus clientes. “Alinhado a isso,

a redução de até 50% na utilização de

explica que o projeto vai ao encontro da

a empresa reconhece as questões ambientais

água nos acabamentos da obra e durante

política da distribuidora de buscar iniciativas

como essenciais para garantir a perenidade

a implantação será reduzido o descarte de

inovadoras que aprimorem cada vez mais a

de seu negócio”, declara o executivo.

Nexans apresenta nova identidade visual Logotipo foi redesenhado com a proposta de ser mais forte e mais visível para o mundo competitivo atual. Também foi acrescentado ao logo o slogan “A Nexans traz energia à vida”

Com o objetivo de tornar a identidade

da marca Nexans ainda mais forte e apoiar a fase de transformação que a empresa vem passando, a Nexans, fabricante mundial de cabos e sistemas de cabeamento, apresentou ao mercado uma nova identidade visual, que será adotada globalmente pela companhia,

De acordo com o CEO da empresa,

Arnaud Poupart-Lafarge, o logotipo anterior, projetado pela Nexans no ano 2000, foi redesenhado tornando-se mais forte e mais

Os padrões gráficos do logo receberam um tom contemporâneo e dinâmico a fim de apresentar aos clientes a imagem de uma Nexans mais moderna.

visível para o mundo competitivo de hoje em dia. “Nossos padrões gráficos receberam um

e coerente, uma empresa internacional do

é reforçar seu compromisso em oferecer

tom contemporâneo e dinâmico para refletir

século XXI”, destaca o executivo.

soluções

melhor a nossa rede de 25 mil pessoas e

Faz parte da nova identidade visual agora

a vida das pessoas e contribuam para o

apresentar aos nossos clientes a imagem

também o lema “A Nexans traz energia à

desenvolvimento das grandes cidades e

de uma Nexans mais moderna, dinâmica

vida”, cujo intuito, segundo Poupart-Lafarge,

projetos.

que

impactem

positivamente



Painel de empresas

20

AES Sul distribui mais de 33 mil lâmpadas de Led em município do Rio Grande do Sul Iniciativa fez parte do Programa Eficiência Solidária. Cada residência pôde trocar cinco lâmpadas incandescentes por outras de Led, com o custo unitário de R$ 2,00

Entre 27 de outubro de 2015 e 24 de janeiro de 2016, a concessionária de energia elétrica AES Sul distribuiu, dentro do Programa Eficiência Solidária, 33.628 lâmpadas de Led para os consumidores da cidade de Santa Cruz do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. Foram substituídas especificamente lâmpadas incandescentes de 60W por Leds A 60 de 9,5 W da marca Golden. Mais de sete mil clientes foram beneficiados pela iniciativa, de cerca de 6700 residências.

O objetivo da iniciativa é incentivar a

redução do consumo de energia elétrica. A estimativa é de que, com a lâmpada incandescente de 60W, o consumo mensal de energia com iluminação por lar representava aproximadamente 27 kW/mês. Agora, com o uso do Led, o consumo passou para 4,2 kW/ mês, correspondendo a uma queda de 84%.

A iniciativa, contudo, não foi gratuita e

consistiu na troca, de cada residência, de cinco lâmpadas incandescentes por outras de Led pelo custo unitário de R$ 2,00. Ao todo, foram arrecadados R$ 67.256,00, doados ao Instituto Humanitas Fraternidade, responsável pelo atendimento a pessoas de todas as idades em situação de vulnerabilidade social.

A licitação para a comercialização das

lâmpadas foi vencida pela Celena, empresa gestora de tecnologia e produtos voltados a projetos de iluminação que tenham como foco a eficiência energética.


Fascículos

Apoio

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Marcelo Carlos Barbeli

Novo!

22

Capítulo II – A cogeração de energia e sua importância do ponto de vista técnico, econômico e ambiental • O cenário energético brasileiro • Classificação de sistemas de cogeração • Seleção de tecnologias • Aspectos econômicos, institucionais e ambientais da cogeração

IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano

Novo!

28

Capítulo II – Definições • Determinação do escopo da família IEC 61439-1 • Qualificação dos conjuntos • Termos e definições

LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa Capítulo II – A luz artificial e os Leds

Novo!

34

• Lâmpada incandescente • Lâmpada fluorescente • Leds • Os Leds com relação à sua potência elétrica

CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo II – Números complexos – Parte 2 • Motores de indução • Motores/ geradores de síncronos • Equivalente da concessionária • Impedância da sequência zero

Novo!

40


Apoio

Geração distribuída

22

Capítulo II

Novo!

A cogeração de energia e sua importância do ponto de vista técnico, econômico e ambiental

Fascículo

Por Marcelo Carlos Barbeli*

O termo cogeração de energia, basicamente, tem como significado a produção simultânea e sequencial de duas formas de energia, por meio de um único insumo energético. Em outras palavras, cogeração de energia é uma técnica de produção simultânea de duas formas de energia térmica e energia mecânica/elétrica a partir da queima de um único combustível. A cogeração é um tipo de geração distribuída de energia elétrica. Por conseguinte, ela pode propiciar economias nos investimentos do setor elétrico em redes de transmissão e distribuição, além de reduções nas perdas destas redes. A cogeração também pode proporcionar reduções nas emissões de poluentes para a atmosfera, comparando-se com as produções separadas das mesmas quantidades de energia térmica e elétrica. Em nível mundial, os primeiros sistemas comerciais de cogeração foram instalados no final do século XIX. Nos anos de 1940, metade da energia elétrica produzida nos Estados Unidos era proveniente da cogeração. Esse percentual foi reduzido para 5% ao final dos anos 1960 (SILVEIRA, 2009). Isso ocorreu devido à expansão, distribuição e monopólio das redes de transmissão. No Brasil ocorreu um fenômeno diferente, sendo que, a partir de 1950, houve uma acentuada expansão no aproveitamento dos recursos hídricos, despertando um baixo interesse por esse tipo de geração de energia.

Paralelamente a esse fenômeno, a venda dos excedentes de energia elétrica advindos dos sistemas de cogeração era desfavorecida não só pelos baixos valores tarifários negociados nos contratos, mas também pela ausência de regras e legislação que ordenassem a relação entre o autoprodutor/produtor independente e a concessionária de energia elétrica local. Soma-se a isso a inserção do gás natural na matriz energética brasileira e os incentivos à sua utilização, deslocando ainda mais a utilização dos sistemas de cogeração, principalmente os que utilizam biomassa como fonte de combustível. Dessa maneira, este artigo tem como premissa mostrar a importância dos sistemas de cogeração de energia do ponto de vista técnico, econômico e ambiental. Com relação às questões técnicas, propõe descrever as principais tecnologias disponíveis para cogeração e possíveis tecnologias que poderiam contribuir para o aperfeiçoamento tecnológico dos sistemas. Do ponto de vista econômico, a ideia é discutir os principais entraves à penetração dos sistemas de cogeração, principalmente no que se refere à legislação em relação aos mercados de compra e venda de energia e relação produtor/ concessionária, bem como o papel de sistemas concorrentes que interferem na consolidação do uso de sistemas de cogeração. A abordagem ambiental é exigência quando se discutem sistemas de geração, transmissão e distribuição

de energia, seja qual for o combustível ou a tecnologia utilizada. Assim, discutem-se os impactos ambientais advindos de tais sistemas e como podem contribuir para a proteção ambiental, se comparados a sistemas de produção de energia tradicionais. Com base no exposto, mostram-se as principais tecnologias, vantagens e desvantagens da utilização dos tipos de sistemas de cogeração em relação a outros sistemas de obtenção de energia e os segmentos consumidores que podem obter maior ganho com o seu uso.

O cenário energético brasileiro O Brasil tem apresentado uma demanda de energia elétrica crescente nas últimas décadas. O cenário de crescimento econômico apresentado na última década contribui para esse aumento na demanda, exigindo fortes investimentos no aumento da capacidade instalada do parque gerador de energia elétrica. Segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN) de 2013, a demanda por energia elétrica apresenta uma evolução média de aproximadamente 4,3% ao ano, entre os anos de 2002 e 2012. O segmento industrial apresentou um aumento médio de demanda, no mesmo período, de aproximadamente 3,5% ao ano (BEN, 2012), mesmo considerando um decréscimo no consumo no ano de 2008, muito provavelmente em razão da crise econômica


Apoio

mundial deflagrada neste período. Esses dados apontam para a necessidade de incremento do sistema de geração de energia brasileiro, principalmente, por conta do desenvolvimento industrial verificado nos últimos anos. A matriz energética brasileira possui uma configuração em que a energia elétrica produzida é predominantemente de origem hidrelétrica (cerca de 80% do total produzido). Esse sistema é extremamente intensivo em capital e teve o poder público como principal agente de investimentos ao longo dos anos. Tal sistema mostra sinais de esgotamento, observado em razão da saída do Estado como principal agente investidor e produtor de energia elétrica, como pode ser notado pela política de privatizações de empresas do setor elétrico, ocorrida no passado recente. A partir disso, vê-se a movimentação do Estado para atividades de regulagem de mercado e formulação de políticas públicas no setor de energia, ficando para a iniciativa privada a exploração e os investimentos em infraestrutura de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Outro fator de importância, intimamente ligado a esse arcabouço institucional, refere-se ao esgotamento dos potenciais hidráulicos em regiões próximas aos centros de consumo. A exigência de adequação do empreendimento à legislação ambiental também é um fator complicador. Muitas vezes, os órgãos ambientais se posicionam de forma contrária à realização de empreendimentos hidrelétricos por conta do alto impacto ambiental causado à região de influência do sistema. Neste contexto, a busca de competição a ser proporcionada por diferentes alternativas de geração de energia elétrica deve ser considerada. Dessa forma, critérios tecnológicos, econômicos, financeiros, ambientais e institucionais devem ser avaliados para outras fontes de energia e/ou sistemas, de modo a criar meios de prospecção e de viabilização para utilização de novas formas de geração de energia. Neste ínterim, os sistemas de cogeração de energia podem representar uma nova fronteira na geração de energia, não como forma de substituição, mas como forma de

complementação aos sistemas existentes.

Classificação de sistemas de cogeração É de uso comum classificar os sistemas de cogeração de acordo com a ordem relativa de geração de calor e potência, conforme o fluxo de energia. Assim, tais sistemas são divididos em dois grupos: os ciclos bottoming e os ciclos topping (BALESTIERI, 2002). Os ciclos “bottoming” são aqueles nos quais ocorre a recuperação direta do calor residual (descarregado para a atmosfera) para a produção de vapor e energia mecânica ou elétrica, normalmente em turbinas a vapor de condensação ou contrapressão. Nessa tecnologia, primeiro, a energia térmica é utilizada no processo e a energia contida nos gases de exaustão é utilizada para a produção de energia elétrica ou mecânica (SILVA et al, 2005). As instalações do tipo bottoming são uma modalidade menos comum de cogeração, em que o calor a altas temperaturas, rejeitado por processos industriais, é aproveitado para gerar

23


Apoio

Geração distribuída

24

energia mecânica/ elétrica (CLEMENTINO, 2001). As tecnologias de cogeração bottoming concorrem com técnicas de conservação de energia que promovem a recuperação de calor residual. Aí se encontra um fator limitante a determinados segmentos industriais, em que o calor residual é pequeno ou de difícil recuperação e também pela limitação da geração de potência. O uso de turbinas a vapor com injeção adicional de vapor é uma solução tecnológica bastante satisfatória para contornar a limitação na geração de potência. Segundo Silva et all, 2005, os ciclos topping são aqueles nos quais os gases de combustão, a uma temperatura mais elevada, são utilizados para geração de eletricidade ou de energia mecânica. O calor rejeitado pelo sistema de geração de potência é utilizado para atender aos requisitos de energia térmica do processo. Esse tipo de cogeração produz energia elétrica ou mecânica para depois recuperar calor, fornecido geralmente na forma de vapor para o processo (podendo também fornecer água quente ou fria e ar quente ou frio). Essa é a configuração mais comum dos processos de cogeração. Segundo Clementino (2001), os ciclos topping consistem basicamente na produção de energia mecânica por uma máquina térmica que rejeita calor para um processo industrial qualquer. São tecnicamente possíveis ciclos topping utilizando turbinas a vapor, turbinas a gás, motores de combustão interna (normalmente motores Diesel) ou combinação de turbina a gás com turbina a vapor, também conhecido como ciclo combinado (SILVEIRA, 2009).

Fascículo

Seleção de tecnologias

A seleção de tecnologias de cogeração deve obedecer a critérios rigorosos baseados na seleção de opções tecnicamente viáveis e deve considerar alguns aspectos, dentre os quais: - disponibilidade do combustível, que deve ser adequado à tecnologia e ter custo baixo; - avaliação dos impactos ambientais decorrentes da tecnologia e combustível utilizado; - avaliação da eficiência de conversão do combustível em energia elétrica; - custo dos investimentos necessários em tecnologia, operação e manutenção do sistema; - disponibilidade do sistema de cogeração, ou

seja, nível de confiabilidade do sistema elétrico e custo final do suprimento de energia ao sistema integrado; - relação potência/calor, importante na determinação do tipo de ciclo a ser utilizado, mas sem correlação com as demandas de potencia e calor da planta industrial. A partir da seleção e da aquisição da tecnologia adequada, a colocação em marcha do sistema de cogeração constitui-se no passo seguinte. Existem três tipos de operação a qual um sistema pode funcionar: em paridade térmica, em paridade elétrica e em operação econômica e, segundo Silveira (2009), há um quarto tipo de operação, chamado de operação em cargas parciais. No regime de paridade térmica, o sistema de cogeração é projetado e operado de forma a ser capaz de fornecer as necessidades térmicas da planta industrial, ou seja, o calor é o produto principal e a eletricidade é o subproduto do sistema de cogeração. Assim, o sistema deve estar interligado à rede concessionária local para, dependendo das condições operacionais e de sua demanda, se abastecer de energia elétrica do concessionário ou fornecer o excedente de eletricidade à rede concessionária. No regime de paridade elétrica, ocorre o contrário, o sistema de cogeração é projetado e operado de forma a atender às necessidades de energia elétrica da planta industrial, sendo seu produto principal. O calor é o subproduto da cogeração. Se o calor gerado for insuficiente para atendimento do processo de produção fabril, é necessário ter um sistema auxiliar anexo para satisfazer a demanda. Caso contrário, o calor adicional é rejeitado para o meio ambiente. O regime de operação econômica é aquele no qual o sistema opera de acordo com parâmetros econômicos. É orientado a suprir parte, totalidade ou ainda produzir excedente da demanda elétrica de pico, conforme a eletricidade é adquirida ou vendida sob uma tarifa mais elevada. Desta forma, há a opção de comprar eletricidade da concessionária para completar o seu suprimento, ou, se for o caso, vender o excedente. Para que isso seja factível, há a necessidade de se utilizar um equipamento suplementar para satisfazer parte ou a totalidade da sua demanda térmica, quando necessário, dependendo das condições operacionais da

planta de cogeração (SILVEIRA, 2009). No caso do regime de operação em cargas parciais, o sistema de cogeração é subdimensionado em relação aos seus requerimentos de eletricidade e calor de processo, atendendo cargas parciais destas modalidades de energia (SILVEIRA, 2009). Assim, o sistema de cogeração não supre totalmente as necessidades de eletricidade e de calor. No caso da eletricidade, deve ocorrer a compra da parte complementar necessária da concessionária local. No caso do calor, deve ser pensada a instalação de equipamento auxiliar para suprimento das necessidades de calor.

Principais tecnologias de cogeração Em sistemas de cogeração de energia é possível adotar vários tipos de arranjos de equipamentos. Existe a possibilidade de se configurar sistemas mais simples, como aqueles com caldeiras convencionais e turbinas a vapor de contrapressão; ou sistemas mais complexos, compostos por turbinas a gás e gaseificadores. Isso vai depender das necessidades do processo, de condições preexistentes na planta industrial e da filosofia de trabalho do empreendimento em questão. Assim, consideram-se seis tipos de alternativas, cujas tecnologias são amplamente dominadas: turbina a vapor de contrapressão, turbina a vapor de condensação, turbina a vapor de extração e condensação, turbina a gás simples, turbina a gás em ciclo combinado e turbinas a gás com injeção de vapor. As tecnologias que utilizam turbinas a vapor são mais fáceis de ser implementadas, em razão das configurações industriais preexistentes. No caso das tecnologias com turbinas a gás, há a necessidade de utilização de combustíveis nobres. O gás natural é uma alternativa. No caso da tecnologia de turbinas a gás com injeção de vapor, há opções de se adotar os ciclos STIG, BIG/STIG e BIG/ISTIG, que proporcionam condições de melhoria de eficiência na obtenção de eletricidade (BALESTIERI, 2002). O ciclo STIG (Steam Injected Gas Turbine) é aquele no qual ocorre recuperação do calor dos gases de exaustão da turbina a gás, aumentando o potencial de obtenção de vapor. Os ciclos BIG/STIG (Biomass Integrated Gasifier/Steam Injected Gas Turbine) e BIG/ISTIG (Biomass Integrated Gasifier/Intercooler Steam Injected


Apoio

25


Apoio

Fascículo

Geração distribuída

26

Gas Turbine) usam gaseificação de biomassa como diferencial tecnológico.

Aspectos econômicos, institucionais e ambientais da cogeração Segundo Nagaoka (et all, 2007), para atrair investimentos privados para o setor elétrico, o governo iniciou a partir de 1995 um processo de desregulamentação do setor que incluiu ações como: a) separação das atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização; b) melhora das condições de competição na geração e na comercialização, para garantir eficiência e baixo custo da energia; c) permanência do monopólio natural na distribuição e na transmissão; d) recursos da iniciativa privada para garantir a expansão e e) definição de regras específicas nos contratos de concessão, para garantir confiabilidade e qualidade no fornecimento. Tais medidas aventavam a esperança de que, com a segregação das áreas de geração, transmissão e distribuição, o mercado se tornaria mais competitivo para venda de energia, ampliando-se, portanto, as possibilidades de negociações para a comercialização de energia elétrica excedente, principalmente em segmentos industriais energoitensivos e que possuíam vocação para a autoprodução de energia elétrica, como o setor sucroalcooleiro, por meio da figura do autoprodutor e do produtor independente de energia (PIE). Em abril de 2002 foi aprovada a medida provisória nº 14 de 21/12/2001, que instituiu o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). O programa incentiva a participação de energia elétrica gerada com base nas fontes alternativas eólica, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa. Os empreendimentos devem ser concebidos com base em uma nova figura jurídica: a do Produtor Independente Autônomo (PIA). Segundo Souza (2002), basicamente, o produtor independente autônomo será aquele cuja sociedade não será controlada ou coligada de concessionária de geração, transmissão ou distribuição de energia elétrica, nem de seus controladores ou de outra sociedade controlada ou coligada com o controlador comum. Isso representa um avanço institucional, que visa

melhorar a competitividade da cogeração no país. A cogeração de energia também pode desempenhar um papel importante na proteção ambiental relativa às atividades de produção e consumo de energia. As emissões de carbono na atmosfera são um dos principais meios de degradação ambiental ligado aos sistemas de produção de energia. Pesquisas indicam que, durante a revolução industrial, por volta do ano de 1750, a proporção de dióxido de carbono no ar era de 280 ppm (partes por milhão) (CLEMENTINO, 2001). Em maio de 2013, essa proporção chegou a impressionantes 400 ppm. Com essa proporção, segundo os cientistas, estamos no limite do controle do aquecimento global. Nesse sentido, os sistemas de cogeração podem contribuir bastante para a redução dos gases de efeito estufa, uma vez que o processo de conversão de energia é mais eficiente e, dependendo do combustível utilizado, como, por exemplo, o gás natural, as emissões são mais baixas. Este fato corrobora com a ideia de que a maior utilização da cogeração pode auxiliar na busca de um modelo de desenvolvimento mais sustentável na produção de eletricidade, agredindo menos os ecossistemas envolvidos.

Considerações finais Os sistemas de cogeração podem ser considerados uma opção interessante ao país, devido ao fato de aumentar a oferta de energia elétrica pela utilização mais eficiente do combustível, principalmente no segmento industrial, sendo que esse combustível já é utilizado para atendimento do processo fabril. Segmentos como o sucroalcooleiro e papel e celulose podem obter vantagens com o uso da cogeração, uma vez que utilizam combustíveis oriundos do próprio processo de fabricação de seus produtos, principalmente a biomassa (resíduos com características combustíveis). Outros segmentos, como shopping centers, hospitais e grandes redes de supermercados, também podem utilizar sistemas de cogeração com vantagens, em virtude do alto consumo de eletricidade que apresentam. Neste caso, o uso de tecnologias com queima de gás natural pode ser vantajoso, por conta da proximidade com a malha de gasodutos nos grandes centros urbanos. Isso pode alavancar o benefício do

custo evitado para o sistema elétrico nacional, em que a necessidade de investimentos em infraestrutura de geração de energia elétrica pode ser deslocada. Em razão do processo mais eficiente de conversão do combustível, a cogeração contribui para o controle de emissão de carbono e gases de efeito estufa, proporcionando um modelo mais sustentável de desenvolvimento.

Referências bibliográficas BALESTIERI, J. A. P. Cogeração – geração combinada de eletricidade e calor. Florianópolis: editora da UFSC, 2002. 279p. BEN. Balanço Energético Nacional 2013. Ano base 2012. Ministério de Minas e Energia. Brasília, 2013. [Disponível em <www.mme.gov.br>, acesso: 13 mai 2013]. CLEMENTINO, L. D. A conservação de energia por meio da cogeração de energia elétrica. São Paulo: Érica, 2001. 172p. FSP. Jornal Folha de São Paulo. Caderno Ciências. São Paulo: 11 mai 2013. NAGAOKA, M.P.T., ESPERANCINI, M.S.T., VIRGENS FILHO, J.S., MAGALHÃES, A.M., NAGAOKA, M.E. e GUERRA, S.P.S. Análise de viabilidade econômica em co-geração de energia elétrica. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal. ISSN 1678-3867. Publicação científica da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça/ FAEF. Ano V, N. 09, Fev. 2007. SILVA, C.R.A., GARRAFA, M.T.F., NAVARENHO, P.L., GADO, R. e YOSHIMA, S. A biomassa como alternativa energética para o Brasil. Revista Brasileira de Ciências Ambientais. N. 2, 2005. SILVEIRA, J. L. Cogeração. Anais do II simpósio de energias alternativas. UNESP, out. 2009. SOUZA, Z. J. A cogeração de energia no setor sucroalcooleiro: desenvolvimento e situação atual. UFSCAR: São Carlos, 2002. 10p. *Marcelo Carlos Barbeli é engenheiro mecânico, com Mestrado e Doutorado em Planejamento de Sistemas Energéticos. Atua como docente no Centro Universitário Hermínio Ometto (Uniararas), na Faculdade de Ciências, Tecnologia e Educação (Fatece) e no Instituto Superior de Ciências Aplicadas (ISCA). É pesquisador em segmentos industriais energointensivos, cogeração, produção de energia a partir da biomassa e biocombustíveis e pesquisa operacional aplicada a energia. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

27


Apoio

Fascículo

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

28

Capítulo II Novo!

Definições Por Nunziante Graziano*

fascículo

as suas nações associadas, publicou, em

pretende apresentar em detalhes o

Prezado

leitor,

este

janeiro de 2009, a primeira edição da

projeto de revisão da norma brasileira

IEC 61439. Neste segundo capítulo, será

para construção de quadros elétricos e

analisada a parte 1 da IEC 61439: suas

barramentos blindados de baixa tensão.

regras gerais, definições, características

• Conjuntos em que a tensão nominal

de interface e identificação obrigatória

não exceda 1000 Vca ou 1500 Vcc.

dos conjuntos.

• Conjuntos fixos ou móveis, com ou

No capítulo inicial deste fascículo, apresentamos ao leitor os objetivos deste

trabalho,

que

contemplou

a

Nos

referenciaremos

sempre,

e fabricados em quantidade. Estes conjuntos são qualificados conforme segue:

sem invólucro;

apresentação do panorama atual da

no curso deste fascículo, à norma

• Conjuntos destinados para uso em

ABNT NBR IEC 60439 vigente no

IEC 61439 e suas subdivisões, pois a

conexão com a geração, transmissão,

Brasil,

principais

sua equivalente NBR ainda está em

distribuição e conversão de energia

pontos de interesse, como a classificação

suas

subdivisões,

processo de elaboração e posterior

elétrica,

dos painéis em TTA e PTTA, suas

publicação, portanto, não poderíamos

equipamentos que consomem energia

interpretações e seus abusos. Por conta

nos

elétrica;

de tantas interpretações equivocadas,

ainda sem fé pública. Entretanto, cabe

• Conjuntos projetados para uso sob

além da necessidade de se atualizar a

ressaltar que diversas partes do texto

condições de serviços especiais, como

norma, corrigir os pontos geradores

aqui apresentado são transcrições do

por exemplo, em navios e em veículos

dos

anteriormente

projeto de revisão da NBR IEC 61439,

ferroviários, na condição que outros

descritos, possibilitar que projetistas e

acrescidos de comentários e avaliações

requisitos

especificadores possam mais facilmente

sob responsabilidade do autor.

sejam respeitados, sendo que requisitos

mal-entendidos

referenciar

a

um

documento

e

para

o

comando

específicos

pertinentes

projetar o sistema geral de acordo com

Ressalvas feitas, partiremos com a

as normas, controlar as várias interfaces

determinação do escopo da família IEC

são tratados na IEC 60092-302.

com

sistemas

adjacentes,

de

suplementares para conjuntos em navios

proteger

61439-1. No texto da norma é utilizado

• Conjuntos para uso em máquinas desde

as pessoas contra quaisquer perigos

largamente o termo “conjunto” para

que os outros requisitos específicos

devido às falhas dos painéis e prover

designar conjunto de manobra e controle

correspondentes

capacidade de operação, manutenção e

de baixa tensão.

Outros requisitos suplementares para

modificação, a Comissão Eletrotécnica

Esta norma se aplica a todos os

Internacional (IEC – The International

conjuntos que são projetados, fabricados

Electrotechnical Comission), composta

e verificados sob encomenda (uma única

pelos Comitês de Eletrotécnica de todas

vez) ou que são totalmente padronizados

sejam

atendidos.

conjuntos integrantes de máquinas são tratados na série IEC 60204. Duas ressalvas presentes na definição


Apoio

do escopo da norma são muito relevantes

nacional os painéis de suas marcas e com

e serão detalhados a seguir. São elas:

seus componentes, com a certificação necessária

• Esta norma não é aplicável aos disposi­

para

o

atendimento

às

exigências da referida norma.

mundo como sendo a mesma empresa. Sendo assim, uma empresa que se apresente em outro país, sozinha ou consorciada com uma empresa local,

tivos individuais e aos componentes

Trocando em miúdos, um fabricante

é a detentora do capital intelectual e,

independentes, como disjuntores, conta­

original é a empresa, brasileira ou

portanto, nesta situação, seria fabricante

tores, chaves de partida de motores,

estrangeira, que realizou o projeto

original.

fusíveis-interruptores,

equipamentos

original e a verificação associada, por

Minhas considerações finais sobre

eletrônicos, etc., que são conforme as

ensaios, de um conjunto conforme a

a definição do escopo da referida

normas dos produtos pertinentes.

norma do conjunto aplicável.

norma seriam: esta primeira parte da

• A fabricação e/ou montagem pode

Por sua vez, passa a ser o montador

série IEC 61439 estabelece definições e

ser realizada por terceiros que não o

do conjunto a empresa que assume

indica as condições de funcionamento,

fabricante original.

a

conjunto

requisitos de construção, características

completo, sendo esta responsável apenas

técnicas e requisitos de verificação

pelos ensaios de fabricação, conhecidos

para conjuntos de manobra e controle

como ensaios de rotina.

de baixa tensão; e esta norma não

Essa qualificação veio ao encontro de um modelo de negócio trazido ao Brasil

responsabilidade

pelo

pelas multinacionais, cujo objetivo é

Não se enquadra nessa situação,

pode ser utilizada de maneira isolada

estabelecer parceiros entre as empresas

segundo a minha avaliação, a relação

para especificar um conjunto ou a fim

fabricantes e/ou montadoras de quadros

entre a matriz e as filiais de uma mesma

de estabelecer a conformidade. Os

de baixa tensão nacionais que, baseados

empresa em países diferentes. Essa

conjuntos devem estar de acordo com

nos projetos e produtos certificados em

relação, salvo melhor juízo, enquadra-se

a parte aplicável da série IEC 61439 a

conformidade com a IEC 61439 em seus

na relação de capital intelectual de uma

partir da Parte 2. Feito o preâmbulo

países de origem, possibilita que esses

empresa, que é atemporal e impessoal, e

de definição do escopo, passemos às

parceiros brasileiros vendam no mercado

pode se apresentar em qualquer lugar do

definições mais relevantes.

29


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

30

Termos e definições

(exceto o circuito principal) destinado

normal ou em manutenção energizado.

a controlar, medir, sinalizar, regular,

• Unidade funcional – trata-se de parte

Com o objetivo de esclarecer os

processar dados, etc. Entretanto, os

de um conjunto compreendendo todos

nomes dados a cada uma das partes

circuitos auxiliares incluem os circuitos

os elementos elétricos e mecânicos,

dos

de controle e circuitos acessórios dos

incluindo os dispositivos de manobra,

funcionalidades, a norma dedica uma

dispositivos de manobra.

e contribuindo para execução de uma

importante parte de suas páginas a

• Barramento - condutor de baixa

mesma função.

definir e nomear essas particularidades.

impedância

ao

Nosso objetivo não é de ministrar

conectados,

separadamente,

um curso sobre os conjuntos, mas de

circuitos elétricos. Esse termo não

a uma unidade funcional, mas que

apenas trazer à tona os termos novos e

determina forma geométrica, tamanho

são externos ao seu compartimento

as definições acrescentadas nessa nova

ou dimensão do condutor, nem sua

ou

versão.

natureza

exemplo, cabos auxiliares conectados

• Conjunto de manobra e controle de baixa

tratamento.

a um compartimento comum), não são

tensão – conjunto, combinação de um

• Barramento principal - barramento

considerados como parte da unidade

ou mais dispositivos e equipamentos de

no qual podem ser conectados um ou

funcional.

manobra, controle, medição, sinalização,

vários barramentos de distribuição e/ou

proteção, regulação, em baixa tensão,

unidades de entrada e de saída.

equipamentos,

de

suas

qual

podem

construtiva,

espaço

protegido

são

conectados

fechado

(por

Um exemplo que pode esclarecer a nota acima transcrita do projeto de revisão da ABNT NBR IEC 61439-1

as interconexões internas elétricas e

barramento no interior de uma coluna

seria a de circuitos auxiliares que servem

mecânicas e partes estruturais.

que é conectado a um barramento

à função de intertravamento elétrico

•Sistema do conjunto - gama completa

principal e a partir do qual são

entre duas unidades funcionais e não

de componentes elétricos e mecânicos

alimentadas unidades de saída.

fazem parte de nenhuma das unidades

unidades

Cabe

a

distribuição

ou

que

completamente montados, com todas

barramentos,

de

material

Condutores

-

(invólucros,

Barramento

ser vários

tentativa

aqui

de

funcionais. São retratados como um

funcionais etc.), como definido pelo

esclarecer um tema bastante polêmico

fabricante

ser

quando da construção de conjuntos

montados de acordo com as instruções

compartimentados nas mais diversas

• Unidade de entrada – trata-se de

do fabricante original para produzir

formas, conhecidas como formas 1, 2A,

uma unidade funcional através da qual a

diferentes conjuntos.

2B, 3A, 3B, 4A ou 4B. Os condutores

energia elétrica é normalmente fornecida

vai

conectados entre a unidade funcional

para o conjunto.

ao encontro de uma necessidade de

e o barramento de distribuição não são

• Unidade de saída – trata-se de

mercado, em que fabricantes originais

considerados como parte integrante

uma unidade funcional através da qual a

disponibilizam

completos

dos barramentos de distribuição. Ou

energia elétrica é normalmente fornecida

desmontados, conhecidos como sistemas

seja, aqueles trechos de barramento ou

para um ou mais circuitos externos, ou

de montagem, de modo a serem vendidos

cabo que interligar os barramentos de

seja, cargas do sistema.

em lojas como “kits faça você mesmo”, em

distribuição ou principal até as unidades

• Dispositivos de proteção contra os

que o pacote traz todas as peças necessárias

funcionais não são sujeitos aos conceitos

curtos-circuitos (DPCC) - dispositivo

para a montagem do conjunto, e para

de compartimentação, portanto, podem

destinado a proteger um circuito ou as

isso, oferece um manual de montagem.

transitar

compartimento

partes de um circuito contra as correntes

Voltaremos a esse tema quando falarmos

interno e outro, também interno sem

de curto-circuito por sua interrupção.

sobre ensaios de fabricação de rotina.

assim, violarem a compartimentação

É interessante observar que um DPCC

• Circuito principal (de um conjunto) –

dos barramentos em projetos com

pode

são todas as partes condutoras de um

compartimentação interna superior a

completa, bastando que, para isso, ele

conjunto incluídas em um circuito que

3A. Ressalto aqui que estamos discutindo

seja um disjuntor, por exemplo.

é destinado para transmitir energia

a presença ou não de um barramento no

elétrica

compartimento da unidade funcional

conjunto – define as partes que compõem

• Circuito auxiliar (de um conjunto)

sem, a princípio, discutir partes vivas

as diversas possibilidades de conjunto.

– são todas as partes condutoras de

expostas e acessíveis em compartimentos

São elas:

um conjunto incluídas em um circuito

que podem ser abertos em operação

Nota:

Fascículo

além

original

Essa

e

definição

pacotes

podem

também

entre

um

circuito auxiliar ao conjunto.

ser

uma

Unidades

unidade

de

funcional

construção

 Parte fixa - constituída de

do


Apoio

31


Apoio

Fascículo

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

32

componentes montados e ligados

de transporte. Assim, é possível

vários conjuntos do tipo armário

por condutores sobre um suporte

construir os olhais de içamento

mecanicamente unidos.

comum e que é projetada para

e/ou pallets das embalagens

 Conjunto tipo caixa – é um

instalação fixa.

adequadamente a todos os serviços

conjunto em invólucro, previsto para

 Parte removível - constituída de

que serão necessários para o correto

ser montado em um plano vertical.

componentes montados e cabeados

transporte e movimentação destas

 Conjunto tipo multicaixa – resulta

entre si em um suporte comum e

partes até seu local definitivo, em

da combinação do conjunto do tipo

que é concebida para ser removida

que então serão unidas para compor,

caixas unidas mecanicamente, com

completamente do conjunto e pode

finalmente, o conjunto completo

ou sem estrutura de apoio comum,

ser substituída mesmo que o circuito

novamente.

com as conexões elétricas passando

ao qual é conectado possa estar

 Obturador – parte que pode ser

entre duas caixas adjacentes por

energizado.

movimentada entre uma posição na

aberturas nas faces.

 Posição conectada – trata-se da

qual permite encontro dos contatos

 Conjunto para sobrepor na parede

posição em que uma parte removível

de uma parte removível com

– é um conjunto destinado para ser

está completamente conectada para a

contatos fixos, e uma posição na

fixado na superfície de uma parede.

sua função prevista.

qual ela constitui uma parte de um

 Conjunto para embutir na parede

 Posição removida – trata-se da

fechamento ou de uma divisória que

– é um conjunto destinado para ser

posição em que uma parte removível

protege os contatos fixos.

instalado em um rebaixo da parede,

está fora do conjunto, mecânica e

onde o invólucro não suporta a parte

eletricamente separada dele.

• Projeto externo dos conjuntos – esta

 Intertravamento de inserção -

parte da norma define os tipos de

dispositivo que previne a introdução

construção, suas compartimentações e

• Partes estruturais dos conjuntos –

de uma parte removível em um local

tipos de barreiras e obstáculos, internos

nesta parte da norma são definidos e

não pretendido para aquela parte

e externos. Essas definições são muito

apresentados os principais componentes

removível.

importantes

a

mecânicos do conjunto e sua correta

 Conexão fixa – é o tipo de

forma construtiva e, principalmente, a

configuração é relevante quando o

dispositivo em que é conectada ou

configuração das zonas de risco e suas

tipo de material em que são fabricados

desconectada uma interface, por

formas de controle, conforme a NR 10.

difere de uma peça para outra. Essa

para

se

estabelecer

superior da parede.

meio do uso de uma ferramenta.

 Conjunto aberto - consiste em uma

diferenciação das partes e peças auxilia

 Compartimento – coluna ou

estrutura que suporta o equipamento

o leitor a ler corretamente os relatórios

subseção da coluna fechada com

elétrico, cujas partes vivas são

de ensaio de construção, de modo a

exceção de aberturas necessárias

acessíveis.

verificar se o fabricante está fornecendo

para interconexão, controle ou

 Conjunto aberto com proteção

ou não o mesmo produto submetido aos

ventilação.

frontal – aquele em que existe uma

ensaios de tipo da família dos ensaios de

 Unidade de transporte – parte de

cobertura frontal, mas as partes vivas

construção. São elas:

um conjunto ou conjunto completo

podem ser acessíveis pelos outros

 Estrutura principal – estrutura que

adequado para transporte sem

lados que não o frontal.

faz parte de um conjunto projetado

ser desmontado. Essa definição

 Conjunto em invólucro – fechado

para suportar vários componentes do

é muito relevante e importante

em todos os lados, com possível

conjunto e todos os invólucros.

no momento em que o fabricante

exceção na sua superfície de

 Suporte de montagem – estrutura

inicia o projeto do conjunto. Dados

montagem, de maneira a assegurar

que não faz parte de um conjunto,

de dificuldade de acesso, local da

um grau de proteção definido.

projetada para suportar um

instalação, modal de transporte

 Conjunto tipo armário – é um

conjunto.

desde a fábrica até a obra, tipo de

conjunto em invólucro do tipo

 Placa de montagem – placa

transporte horizontal ou vertical

assentado no piso (autoportante),

projetada para suportar vários

na obra, tempo de preservação

que pode incluir várias colunas,

componentes e apropriada para

durante o período de armazenagem,

subseções das colunas ou

instalação em um conjunto.

entre outras informações, servem

compartimentos.

 Estrutura de montagem – estrutura

para os fabricantes definirem os

 Conjunto tipo multicolunas

projetada para suportar vários

tamanhos e as massas das unidades

– resulta da combinação de

componentes e apropriada para


Apoio

instalação em um conjunto.

outros compartimentos.

de uma parte do conjunto destinada

 Invólucro – parte que assegura o

 Barreira – parte que assegura a

a incluir componentes elétricos e que

tipo e o grau de proteção apropriada

proteção contra contato direto de

assegure proteção definida contra

para a aplicação prevista.

qualquer direção habitual de acesso.

influências externas e contato com

 Fechamento – parte externa do

 Obstáculo – parte que impede contato

partes vivas.

invólucro de um conjunto, que é

direto acidental, mas que não impede

diferenciada das portas por não ser

um contato direto por ação deliberada.

prevista para ser aberta em serviço

Os obstáculos são destinados para

continuaremos a análise da IEC 61439-1

ou operação normal.

impedir contato acidental com as partes

em suas definições, notadamente, as

 Porta – fechamento articulado ou

vivas, mas não contato intencional por

condições de instalação, características

deslizante que pode ser aberto em

evasão deliberada de obstáculo. Eles

de isolamento, proteção contra choques

serviço ou operação normal sem expor

são destinados para proteger pessoas

elétricos, características nominais e de

o operador a partes vivas expostas.

qualificadas ou instruídas, mas não

performance

 Fechamento removível –

são destinados para proteger pessoas

ainda uma análise dos processos de

fechamento que é projetado para

comuns.

verificação por projeto e ensaios de

fechar uma abertura de um invólucro

Veja que tanto a definição de

construção e performance dos conjuntos.

externo e que pode ser removido

barreira, como de obstáculo, está em

para efetuar certas operações e

consonância com as definições da

trabalho de manutenção.

NR 10.

 Placa de fechamento – parte de

 Proteção dos bornes ou conjuntos

um conjunto utilizada para fechar

terminais – parte fechada dos

uma abertura de um invólucro

terminais e que proporciona um

externo e projetada para ser fixada,

grau de proteção definido contra

no lugar, por parafusos ou meios

acesso às partes vivas por pessoas ou

semelhantes e não prevista para ser

objetos. Note que o grau de proteção

desmontada em operação normal ou

provido por esses fechamentos pode

manutenção. Normalmente, não é

ser diferente do grau de proteção

removida depois de o equipamento

provido ao conjunto pelo invólucro.

ser colocado em serviço e pode ser

 Entrada de cabos – parte com

provida de entradas de cabo.

aberturas que permitem a passagem

 Divisória – parte do invólucro de

de cabos ao interior do conjunto.

um compartimento separando-o de

 Espaço protegido fechado – trata-se

No próximo capítulo deste fascículo,

requeridas.

Iniciaremos

Até lá!

*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão – e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da Gimi Quadros Elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

33


Apoio

Led – Evolução e inovação

34

Novo!

Capítulo II A luz artificial e os Leds Por Vicente Scopacasa*

Como adiantado no artigo anterior,

outros nesta estrutura atômica. Isto faz

e magnéticos que os caracterizam como

iremos abordar cada componente do

com que os elétrons não sejam livres

ondas eletromagnéticas.

sistema que compõe a iluminação do

suficientes para orbitarem de qualquer

estado sólido e, para começar, vamos

forma, mas sim de forma ordenada e em

abordar a tecnologia dos Leds detalhando

órbitas específicas ao redor do núcleo.

o

funcionamento,

Dependendo do elemento que estamos

O princípio de funcionamento de

benefícios, particularidades etc., além

analisando, podemos ter vários níveis de

uma lâmpada incandescente segue o

de comparativo com os componentes de

órbitas, com diferentes níveis de energia.

princípio físico acima apresentado, em

Isto quer dizer que um determinado

que, ao aplicarmos uma corrente elétrica

Para começarmos, vamos entender

elétron pode ocupar outras posições

em um metal, no caso, o tungstênio,

qual é o princípio físico da geração de luz

no mesmo átomo e, para tal, deverá ter

este fica incandescente e emite luz. O

além das características de funcionamento

nível de energia diferente, portanto,

princípio de geração de luz neste caso

de

convencionais

se fornecermos energia a um átomo, a

deve-se à movimentação dos elétrons

e então traçarmos um paralelo com a

tendência é que os elétrons, ao receberem

entre as diversas órbitas dos átomos do

tecnologia de estado sólido.

esta energia, passem para órbitas de

tungstênio gerando os fótons de luz. É

A melhor definição de luz seria

maior energia e toda esta movimentação

importante ressaltar que os fótons de luz

uma forma de energia produzida pela

faz com que os elétrons venham a perder

gerados apresentam vários comprimentos

matéria, mas, para entendermos como a

energia adquirida na forma de “pacotes

de ondas e, no caso particular da lâmpada

luz é gerada, vamos analisar a estrutura

de energia” conhecidos como “fótons”

incandescente,

atômica que faz parte desta matéria.

ou partículas de luz. Esses fótons têm

espectal conforme mostra a Figura 1.

Como sabemos, o átomo é composto de

diferentes comprimentos de onda e

Conforme podemos notar na Figura

um núcleo (contendo cargas positivas

podem ser visíveis ou não, dependendo

1, temos uma distribuição espectal com

conhecidas como prótons) com um certo

do material, do nível de energia aplicado

comprimentos de onda que vão desde o

número de elétrons (cargas negativas)

e das distâncias percorridas entre as

ultravioleta (uva) da ordem de 380 nm

vibrando ao redor dele.

diversas órbitas dos átomos.

até a faixa do infravermelho (acima de

seu

princípio

de

Fascículo

iluminação convencionais.

algumas

lâmpadas

Lâmpada incandescente

tem

sua

distribuição

800 nm), passando por todos os outros

Em função de termos cargas de

Portanto, temos a geração de diferentes

diferentes sinais, positivas e negativas,

tipos de fótons, com diferentes valores

valores

podemos afirmar que o núcleo que

de comprimento de onda associados a

também uma alta concentração de fótons

é formado por cargas positivas e os

determinadas cores e tudo isto é percebido

na faixa do amarelo e do vermelho e que

elétrons que têm cargas negativas,

como luz. Os fótons são partículas sem

a grande maioria dos fótons gerados está

são mutuamente atraídos uns pelos

massa, porém, com componentes elétricos

concentrada na faixa do infravermelho,

intermediários.

Observamos


Apoio

aplicada a uma lâmpada incandescente é transformada em luz visível, o que resulta em baixa eficácia, normalmente, em torno de 15 a 20 lúmens por watt.

Lâmpada fluorescente Apesar de utilizar o mesmo processo físico de geração de luz da lâmpada incandescente,

a

lâmpada

fluorescente

incorpora uma novidade que é, primeiro, a geração de fótons ultravioletas para, depois, transformá-los em luz visível. O processo básico consiste na utilização de gases inertes, geralmente, o argônio e o vapor de mercúrio que, quando excitados pelos elétrons gerados pelos eletrodos da lâmpada resultam em luz ultravioleta, que, por sua

Figura 1 – Espectro de distribuição de potência de uma lâmpada incandescente.

vez, excita os átomos do fósforo depositados

radiação esta não percebida pelo olho

luz, pois transformam grande parte da

nas paredes internas do vidro da lâmpada,

humano

energia elétrica em luz não visível ao olho

resultando, finalmente, em fótons de vários

humano.

comprimentos de onda percebidos como luz

e,

consequentemente,

não

visível. Este é o principal motivo pelo qual as lâmpadas incandescentes são ineficientes sob o ponto de vista de

Como

informação

adicional,

somen­te cerca de 5% da energia elétrica

branca. Mesmo com esse processo, aparen­

35


Apoio

Led – Evolução e inovação

36

temente mais complexo do que o da lâmpada incandescente, temos maior aproveitamento

da

energia

elétrica

fornecida ao sistema, sendo que a eficácia das fluorescentes é bem maior do que a das incandescentes, principalmente, pelo fato de termos menor geração de luz infravermelha. A eficácia das lâmpadas fluorescentes é variada e depende da tecnologia e dos invólucros utilizados. Este valor normalmente está compreendido entre 60 e 100 lúmens por watt. Quanto ao espectro de distribuição de potência, as lâmpadas fluorescentes geralmente apresentam espectro não contínuo, como observado nas lâmpadas incandescentes, consistindo de picos de potência em determinados comprimentos de onda. Um exemplo de uma distribuição espectral de uma lâmpada fluorescente é apresentado na Figura 2. Como pudemos observar através dos dois exemplos apresentados até agora, tanto a lâmpada incandescente como a fluorescente geram luz branca através da geração de fótons de vários comprimentos de onda que, quando integrados, resultam na percepção de luz branca. Por outro lado, os invólucros nos quais a luz é gerada são geralmente compostos de eletrodos, filamentos, gases inertes, bulbos de vidro, etc., e aí é que temos a primeira grande diferença

quando

comparamos

com

Leds, pois nestes, a geração de luz é feita no sólido, por isso, o emprego do termo “iluminação de estado sólido” ou “solid

Fascículo

state lighting”.

Leds

outras. No Led, a transformação da

silicon carbide e sobre este substrato são

energia elétrica em luz é feita no sólido,

adicionadas as impurezas, normalmente

sendo, por isso, chamada de estado

InGaN (Indium, Gallium, Nitride). Um

sólido. Como comparação, podemos

outro tipo de substrato (GaN) também

citar que os Leds estão para as lâmpadas

começa a ser utilizado com a vantagem

convencionais, assim como os transistores

de ser mais compatível com as impurezas,

estão para as válvulas eletrônicas.

resultando em maior estabilidade do

É

plenamente

contribuição

que

conhecida os

a

Light Emitting Diode, é um componente eletrônico

semicondutor,

mesma

tecnologia utilizada nos chips dos com­ pu­ tadores, que têm a propriedade de transformar energia elétrica em luz. Esta transformação é diferente da encontrada lâmpadas

convencionais

que

utilizam filamentos metálicos, radiação ultravioleta e descarga de gases, entre

cristal.

transistores

Uma vez obtido o chip semicondutor

trouxeram e ainda trazem para a revolução

que emite luz azul, temos a adição de mais

da eletrônica ocorrida nos últimos 50

um processo que consiste na aplicação

anos e hoje estamos vivendo uma nova

de uma camada de fósforo para que

revolução, agora da iluminação, com o

tenhamos a conversão da luz azul em

contínuo avanço da tecnologia dos Leds,

branca. Este processo é bem similar ao da

substituindo cada vez mais as lâmpadas

lâmpada fluorescente, só que, neste caso,

convencionais.

a luz que excita o fósforo é ultravioleta.

Mais especificamente, o Led é uma

A luz azul excita os átomos do fósforo e

estrutura cristalina composta de dois

estes geram luz com vários comprimentos

tipos de materiais, o primeiro chamado

de onda, formando luz branca.

de tipo “N”, que é um material rico em

O Led, diodo emissor de luz, ou

em

Figura 2 – Exemplo de um espectro de distribuição de potência de uma lâmpada fluorescente.

Na

Figura

3,

apresentamos

as

elétrons, e o segundo chamado de tipo

influências do chip azul (lumincescência)

“P”, material pobre em elétrons. Como

e o fósforo YAG (fosforescência) na

visto anteriormente, a fim de gerarmos

formação do espectro de distribuição de

luz, precisamos criar um ambiente em

potência de um Led branco.

que haja a combinação de elétrons com

A tecnologia de iluminação de estado

“lacunas”, pois sempre que isto acontece,

sólido oferece vários benefícios sobre

há a liberação de energia em forma de

a iluminação convencional, dos quais

fótons. Tal estrutura cristalina é formada

destacamos:

sobre um substrato transparente, no caso dos Leds azuis, em que se utiliza safira ou

• Maior vida útil – Reconhecidamente,


Apoio

37


Apoio

Led – Evolução e inovação

38

as normas de controle de emissão de elementos nocivos ao meio ambiente.

Os Leds com relação à sua potência elétrica Os primeiros Leds brancos surgiram em dois tipos de encapsulamento: de 5 mm, tecnicamente conhecido como T1¾ e o de 3 mm, conhecido como T1. Estes Leds ofereciam fluxos luminosos da ordem de 0,5 lúmens. Na verdade, eram especificados em unidades de candelas pois apresentavam ângulo máximo de emissão de 30°, com Figura 3 – Composição do espectro de potência de um Led branco.

potência da ordem de 70 mW, resultando em uma eficácia de 7 lúmens/watt, isso para temperatura de cor de 6500 K, pois

o Led oferece vida útil superior quando

elétrica, várias são as possibilidades de

não existiam Leds com temperaturas de cor

comparado com as lâmpadas. Vida útil

dimerização;

quentes. IRC? Nem pensar!

é definida como a capacidade de manter

• Não emissão de radiação ultravioleta

No entanto, o cenário começou a

70% do fluxo original por um período de

ou infravermelho – O Led branco

mudar quando foi lançado o primeiro Led

50.000 horas;

não contem radiação ultravioleta ou

branco de potência no ano 2000. Este Led,

• Menor consumo de energia – Para se

infravermelho no feixe de luz, fato este

conhecido como Luxeon®, apresentava

obter a mesma quantidade de luz, o Led

que é muito importante em determinados

um fluxo luminoso da ordem de 20

necessita de menor quantidade de energia;

tipos de aplicação;

lúmens, consumindo 1,23 W, resultando

• Custo de manutenção reduzido – Em

• Ecologiamente viável – Sem nenhum

em uma eficácia expressiva, para a época,

função da maior vida útil, menor é a

tipo de metal pesado ou gases nocivos

é claro, de 16 lúmens/watt ainda em

necessidade de trocas, com isso, são

à natureza, os Leds são ecologicamente

branco frio de aproximadamente 6500

gerados menores custos de manutenção;

corretos e estão de acordo com todas

K. O mais interessante de tudo é que este

• Maior eficácia – Mais lúmens gerados com menor quantidade de energia, atingindo valores da ordem de 200 lúmens por watt em algumas situações. Com isso, podemos afirmar que hoje, o Led é a fonte de luz com maior eficácia. Projeções mostram que a eficácia do Led ainda tem muito a progredir;

Fascículo

• Alta resistência a impactos e vibrações – por não ter peças móveis, bulbos de vidro e gases, os Leds são altamente resistentes a impactos e vibrações. Em algumas aplicações, este benefício tem fundamental importância para o bom funcionamento da luminária; • Acionamento instantâneo – O Led é a fonte de luz com o menor tempo de acionamento, o que o torna ideal para vários tipos de produtos; • Facilidade de dimerização – Como os Leds são alimentados por corrente

Figura 4 – Alguns exemplos de encapsulamentos utilizados atualmente pelos fabricantes.


Apoio

Led chegava a custar US$ 6 no mercado

a tecnologia ainda está em evolução,

custo (lúmens/R$) e parâmetros técnicos,

internacional.

tornando difícil a padronização.

como dissipação de calor, diretamente

Pode-se dizer que a grande revolução

Em termos de potências elétricas,

ligada ao valor da resistência térmica do

da iluminação de estado sólido realmente

podemos classificar os Leds brancos em

encapsulamento do Led; fluxo luminoso

aconteceu

três grandes grupos:

individual; tensão direta, etc.

a viabilizar projetos de fontes de luz mais

• Leds de baixa potência (low power) – Com­

assunto com mais detalhes por meio de

compactas e com alto fluxo luminoso. Aos

ponentes com potência elétrica de até 250

uma abordagem mais técnica, em que serão

poucos, foram desenvolvidos arranjos de

mW com fluxo luminoso de 20 a 35 lúmens;

interpretados os principais parâmetros

Leds, que possibilitavam a fabricação de

• Leds de média potência (mid power) – Com­

elétricos, óticos e térmicos dos Leds.

luminárias para uso externo, de alto fluxo,

ponentes com potência elétrica compreendido

porém, sempre com temperatura de cor fria.

entre 250 mW e 1 W, com fluxo luminoso de

depois

do

surgimento

do

primeiro Led de potência, pois começou

Com o decorrer dos anos, vários

No próximo artigo, iremos tratar deste

35 a 150 lúmens;

encapsulamento

• Leds de alta potência (high power) – Com­

foram desenvolvidos sempre observando

ponentes com potência elétrica acima de 1

a capacidade de dissipação térmica,

W com fluxo luminoso de 150 lúmens até

pois,

15000 lúmens.

tipos

diferentes

cada

vez

semicondutores

de

mais,

temos

maiores,

o

chips que

resulta em maior quantidade de fluxo

Quando projetamos uma fonte de luz de

luminoso, porém, em mais dissipação

qualquer luminária, a observação da faixa de

de calor. Na Figura 4, apresentamos

potência é fundamental, pois, dependendo

alguns encapsulamentos hoje utilizados

das circunstâncias, temos que fazer a

pelos fabricantes de Leds e notamos a

melhor escolha, levando em consideração

diversificação de encapsulamentos, pois

parâmetros, como eficácia (lúmens/watt),

*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

39


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

40

Novo!

Capítulo II Números complexos – Parte 2 Por Cláudio Mardegan*

Motores de indução

Para motores de indução conhece-se normalmente o valor da

In-motor =

sua corrente nominal (dado de placa), sua tensão nominal (dado de placa), e a sua reatância (%). O procedimento consiste em se fazer

•••

uma mudança de base, da base do motor (valor para o qual a sua

HP(EIXO) x 0.746 x 10-3 √ 3 x Cosφ x η

=

CV(EIXO) x 0.736 x 10-3 √ 3 x Cosφ x η

•••

kw(EIXO) x 10-3 √ 3 x Cosφ x η

reatância está referida) para a base do sistema. Em que: Mudança de base Xmotor-pu =

Xmotor-pu =

Fascículo

100

x

MVAbase MVAmotor

x

( ) kVequip

kVN = Tensão nominal do motor em kV;

2

Cosϕ = Fator de potência nominal do motor em pu;

kVsist

η = Rendimento do motor em pu.

Como normalmente MVA-Base é 100:

Xmotor-pu =

X%

IN = Corrente nominal do motor em ampères;

X% 100

x

MVAmotor

X% MVAmotor

x

( ) ( )

100

x

kVequip

kVequip

2

kVsist

A potência nominal absorvida pelo motor será:

MVAmotor = √ 3 x kVN x In [A] x 10-3 [MVA]

2

MVAN-motor =

kVsist

A reatância do motor de indução não é um dado de placa.

In

Irb Em que:

Pela norma IEC:

ZM =

In Irb

Cosφ x η •••

Assim, o valor da reatância pode ser calculado, como segue: X" =

HP(EIXO) x 0.746 x 10-3

=

CV(EIXO) x 0.736 x 10-3 Cosφ x η

•••

kw(EIXO) x 10-3 Cosφ x η

Do exposto, para se obter o valor da reatância de rotor

bloqueado do motor é fundamental a obtenção do valor da corrente de partida ou rotor bloqueado. Em alguns casos, na placa do motor,

In = Corrente nominal;

é mostrada a letra código NEC. Nessas circunstâncias, pode-se

Irb=Ip = Corrente de rotor bloqueado = corrente de partida (direta);

utilizar o valor da corrente de partida para o motor, calculada a

X” = Reatância do motor.

partir dos kVA de rotor bloqueado / HP.

função da letra código do motor.

A corrente nominal do motor é calculada, como segue:

Apresenta-se na Tabela 1 os kVAs de rotor bloqueado em


Apoio

Tabela 1 - Letra código NEC para motores

LETRA CÓDIGO A B C D E F G H J K L M N P R S T U V

Faixa dekVArb / HP Até 3.14 3.15 - 3.54 3.55 - 3.99 4.00 - 4.49 4.50 - 4.99 5.00 - 5.59 5.60 - 6.29 6.30 - 7.09 7.10 - 7.99 8.00 - 8.99 9.00 - 9.99 10.00 - 11.19 11.20 - 12.49 12.50 - 13.99 14.00 - 15.99 16.00 - 17.99 18.00 - 19.99 20.00 - 22.39 > 22.4

Valor Médio 1.570 3.345 3.770 4.245 4.745 5.295 5.945 6.695 7.545 8.495 9.495 10.595 11.845 13.245 14.995 16.995 18.995 21.195 -

41

Exemplo Um motor de 500 HP, 4 kV, possui letra código G. Calcule a sua corrente de partida. ip =

kVArb √ 3 • kVN

=

5.945 x 500 √3•4

= 429 A

A tensão do motor costuma ser diferente da tensão do sistema,

principalmente, quando se utiliza o padrão americano. São apresentadas na Tabela 2 as tensões típicas mais usuais para os motores. Tabela 2 - Tensões mais usuais para motores em função da tensão do sistema

Tensão Secundária do transformador [kV] 13.8 6.6 4.16 2.4 0.48

Tensão Nominal do Motor [kV] 13.2 6.3 4 2.3 0.44

A corrente de partida (Ip), em Ampères, é calculada pela

equação abaixo: Ip =

kVArb √ 3 • kVN

=

[ LETRA - CÓDIGO] • HP √ 3 • kVN

Normalmente, utiliza-se este padrão devido ao fato que o

torque no motor varia com o quadrado da tensão e, assim, uma pequena variação na tensão implica a perda de torque. Desta forma, escolhe-se a tensão do sistema um pouco superior à do motor para não perder torque.


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

42

Exemplo: Calcular a impedância PU (R e X) de um motor de indução de 500 HP, corrente nominal 65A (PF=0.92, η=0.9), tensão nominal 4 kV, e corrente de partida de 390A, instalado em 4.16kV, na base de 100 MVA. Solução: Da norma ANSI C37.010 [28] tira-se o valor de X/R~ 20. X% = (In/Ip) x 100 = (65 / 390) x 100 X% = 16.67 MVA-Motor = 1.732 x 4 x 65 x 10-3 = 0.45024 Figura 1 - Curva X/R versus MVA para motores de indução da norma ANSI C37.010 e do IEEE Std 141.

XMOTOR-PU =

A curva da Figura 1 é representada por três características, correspondendo a valores altos, médios e baixos. A característica média foi traduzida pelo autor no seguinte conjunto de equações logarítmicas para a obtenção do valor de X/R:

XMOTOR-PU =

Desprezar o motor (para análise de disjuntores de média e alta

RMOTOR-PU =

tensão).

16.67 0.45024

( )

x

( )

2

kVequip kVsist

2

4

4.16

= 37.0172 x 0.9246

X"

() X R

RMOTOR-PU =34.2244 / 20 = 1.7112 pu

50 < HP < 185.48 (X/R) = 8.505840 + 10.538839 log (HP/100)

Motores / geradores de síncronos Para motores/geradores síncronos conhece-se, normalmente, o

185.48 < HP < 500

valor da sua corrente nominal (dado de placa), sua tensão nominal

(X/R) = 5.934388 + 20.123341 log (HP/100)

(dado de placa) e a sua reatância (%), obtida do data sheet. O procedimento consiste em fazer uma mudança de base, da base do

500 < HP

motor/gerador (valor para o qual a sua reatância está referida), para

(X/R) = 6.031667 + 19.984166 log (HP/100)

o valor da impedância do sistema.

Na Tabela 5 estão os valores de X/R típicos para algumas potências padronizadas. Tabela 3 - Relação X/R típica de motores de indução

Fascículo

MVAMOTOR

x

XMOTOR-PU = 34.2244 pu

HP < 50

X/R 5.5 6.0 7.0 8.5 9.5 10.5 11.0 12.0 14.0

HP 50 60 75 100 125 150 175 200 250

HP 300 350 400 450 500 600 750 1000

X/R 15.5 17.0 18.0 19.0 20.0 21.5 23.5 26.0

Conhecido o valor de X, pode-se obter o valor de R, como segue: X"

()

R=

X%

X R

Mudança de base XMOTOR-PU =

X% 100

x

MVABASE MVAMOTOR

x

( ) kVequip

2

kVsist

Como, normalmente, MVA-base é 100: XMOTOR-PU =

XMOTOR-PU =

X% 100

x

100 MVAMOTOR

X% MVAMOTOR

x

x

( ) kVequip

2

kVsist

( ) kVequip

2

kVsist

Como já foi calculado o valor de X para obter o valor de R, basta aplicar a equação abaixo. XMOTOR-PU RMOTOR-PU = X R

()


Apoio

43


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

44

Dificilmente se conhece o valor do X/R do motor. Neste caso,

Tabela 4 – Relação X/R típica de máquinas síncronas.

podem-se utilizar os valores sugeridos na norma ANSI C37.010. A

X/R 22 24 25.5 26.5 27.5 28 29 29.5 30 31 32 32.5 33 34 36 37 40.5 44

kVA 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 6000 7000 8000 9000 10000 15000 18000 20000 25000

Figura 2 apresenta a aparência dessa curva.

Figura 2 – Curva X/R versus kVA para máquinas síncronas da norma ANSI C37.010.

Da Tabela 4 (baseada na norma ANSI C37.010 [28]), tira-se o A curva da Figura 2 é representada por três características, correspondendo a valores, altos, médios e baixos. A característica média foi traduzida pelo autor no seguinte conjunto de equações

valor de X/R~ 37. X % x kV2equip

XMOTOR-PU =

MVAMOTOR x kV2sist

logarítmicas para a obtenção do valor de X/R: kVA = 1000 (X/R) = 22 1000 < kVA < 5000 (X/R) = 22 + 11.445412 log (MVA) 5000 < kVA < 15000

16.9187x 13.82 15 x 13.22

XMOTOR-PU =

16.9187x 13.82

XMOTOR-PU = 0.8112 pu X"

RMOTOR-PU =

() X R

(X/R) = 21.210159 + 12.575420 log(MVA) 15000 < kVA

15 x 13.22

XMOTOR-PU =

0.8112

RMOTOR-PU =

37

(X/R) = -6.410562 + 36.060604 log(MVA)

= 0.0219 pu

Equivalente da concessionária Apresenta-se na Tabela 4 o valor calculado pelas equações

Fascículo

acima para algumas potências. Exemplo

(a) Impedância de sequência positiva Normalmente, a concessionária fornece a potência de curtocircuito (SCC3φ) na entrada da instalação ou então a corrente de

Calcular a impedância PU (R e X) de um motor de síncrono de 18000 HP, corrente nominal 740 A, tensão nominal 13.2 kV e reatância subtransitória (X”d) igual a 15%, instalado em 13.8 kV, na base de 100 MVA.

curto-circuito (ICC3φ) e o ângulo ou X/R. SCC3φ = √3 x kVN x ICC3φ [A] x 10-3 [MVA] ZPU =

Solução:

ZATUAL ZBase

ZATUAL = MVAMOTOR = √3 x kVN x IN [A] x 10-3 [MVA] MVAMOTOR = √3 x 13.2 x 740 x 10-3 [MVA] = 16.9187 [MVA]

ZBASE =

V2N SCC V2N SBASE

(trifásico)


Apoio

Em instalações industriais supridas por concessionárias de energia,

V2N SCC

ZEQ.CC-pu =

VN 2

=

SBASE SCC

curto-circuito trifásico. Para o curto-circuito fase-terra, a tendência é que este valor seja menor que o valor do X/R do curto-circuito

SBASE

trifásico. Normalmente, não se adota um valor menor que 10. Nos

SBASE SCC

ZEQ.CC-pu =

raramente os valores excedem um X/R=15 (ângulo de 86.2º) para o

próximos capítulos, mostram-se algumas sugestões de valores em

(b) Impedância de sequência negativa

função da proximidade do ponto de entrega com geração/subestação da concessionária. Apresenta-se a seguir um método alternativo para estimar a relação

Z2 = Z1

X/R da concessionária. Que valor de X/R adotar quando a concessionária não disponibiliza?

Exemplo: Um sistema apresenta uma potência de curto-circuito de 1000MVA em 138 kV (Icc = 4183.7 A) e X/R=15. Qual a impedância equivalente de sua rede na base de 100 MVA e 138 kV?

Sabe-se que quem, praticamente, impõe o valor de curto-circuito logo após o transformador é o próprio transformador. Assim, um outro critério para adotar um valor de X/R, seria saber o tamanho (MVAs) do transformador que está a montante, utilizando a equação abaixo. Ztrafo-pu =

Solução: ZEQ.CC-pu =

SBASE 100 = = 0.1 pu SCC 1000

ICC-pu =

X R

MVACC = ICC-pu x 100 =

()

φ = tg -1

z% MVAtrafo

= tg -1 (15) = 86.19º

ZEQ.CC-pu = 0.1 x ej86.19º pu = 0.1[Cos(86.19º) + j Sen(86.19º)] pu ZEQ.CC-pu = 0.0067 + j 0.0998 pu

Epu Zpu

=

1 Zpu

MVATrafo = MVACC x

MVAtrafo 1 x 100 = x 100 z% Zpu

z% 100

Em função dos MVAs do transformador entra-se na curva de (c) Impedância de sequência zero

X/R versus MVA do IEEE e determinar-se o valor de X/R a partir da estimativa do valor da impedância do transformador (Z%).

Normalmente, a concessionária fornece a potência de curtocircuito (SCC1φ), na entrada da instalação, ou então a corrente de

Exemplo

curto-circuito (ICC1φ) e o ângulo ou X/R. Um sistema apresenta uma corrente de curto-circuito trifásica de 2294 A SCC1φ = √3 x kVN x ICC1φ [A] x 10-3 [MVA]

em 13.8 kV (MVAcc = 54.832 MVA). Que valor de X/R se deve adotar?

SCC3φ = √3 x kVN x ICC3φ [A] x 10-3 [MVA]

Solução:

Z1_EQ.CC-pu = tgφ =

SBASE SCC

X R

() X R

φ = tg -1

R1EQ.CC-pu = Z1EQ.CC-pu x Cosφ

EQ.CC-pu

=

3.Epu ICC1ϕ-pu

MVATrafo = MVACC x

z% 100

MVATrafo = 54.832 x

6 100

MVATrafo = 3.29

X1EQ.CC-pu = Z1EQ.CC-pu x Senφ Z0

Adotando inicialmente Z% = 6

- 2 x Z1EQ.CC-pu

Que valor de X/R adotar quando não se dispõe?

Como existe impedância de linha, etc., considera-se: MVATrafo = 3.5 Entrando com esta potência na curva do Red Book, tem-se X/R = 10.

Transformador de três enrolamentos

Para cada informação que se adota, assume-se uma responsabilidade. Assim, é de extrema importância utilizar valores que estejam, sempre, do lado da segurança.

Para se obter a impedância dos transformadores é necessário realizar o ensaio de curto-circuito. Este ensaio é feito “curto-

45


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

46

circuitando” um lado do transformador e aplicando-se tensão no lado não “curto-circuitado”, até que circule a corrente nominal. A impedância de curto-circuito é obtida pela relação do valor da tensão aplicada pela corrente nominal.

ZP =

1 x (ZPS + ZPT - ZST) 2

ZS =

1 x (ZPS + ZST - ZPT) 2

ZT =

1 x (ZPT + ZST - ZPS) 2

Vale a pena lembrar que: (a) As equações acima somente são válidas se todas as impedâncias estiverem na mesma base. (b) Algum valor das equações acima pode ser negativo para ZP, ZS e ZT. Exemplo: Figura 3 - Unifilar do transformador de três enrolamentos.

Como o transformador de três enrolamentos possui três enrolamentos, para a obtenção do valor da impedância entre dois enrolamentos, este ensaio é feito para cada dois enrolamentos, como segue: Tabela 5 – Critério para ensaio de curto-circuito em transformadores de três enrolamentos

Impedância a ser obtida Zps Zst Zpt

Lado em que a tensão é aplicada Primário Secundário Primário

Enrolamento curto-circuitado Secundário Terciário Terciário

Enrolamento que fica aberto Terciário Primário Secundário

Em que: Zps – Impedância entre os enrolamentos primário e secundário

Dado o transformador de três enrolamentos abaixo, calcular as impedâncias ZP, ZS e ZT. Enrolamento

MVAN

kVN

Z%

kVBASE

MVABASE

Primário

20

138

Zps=7%

138

20

Secundário

20

13.8

Zst = 4%

13.8

7.5

Terciário

7.5

4.16

Zpt = 6%

138

7.5

Solução: Adotando as bases, inicialmente, como: MVABASE = 20 kVBase-Primário = 138 kV kVBase-Secundário = 13.8 kV kVBase-Terciário = 4.16 kV

Zst – Impedância entre os enrolamentos secundário e terciário

Z’ps = Zps = j0.07pu

Zpt – Impedância entre os enrolamentos primário e terciário

Zst = j0.04pu (base do enrolamento)

Para elaborar um estudo de curto-circuito, a representação

Z`ST = ZST x

através das impedâncias Zps, Zst, Zpt não é a mais adequada. A representação mais adequada é a estrela equivalente, conforme

Z`PT = ZPT x

Fascículo

indicado na Figura 4.

Figura 4 – Representação das impedâncias do transformador de três enrolamentos por uma estrela equivalente.

Nesta Figura: Zps = Zp + Zs Zst = Zs + Zt Zpt = Zp + Zt Resolvendo as equações anteriores para Zp, Zs e Zt, tem-se:

MVAP MVAS MVAP MVAT

Esta impedância já está na base escolhida.

= j 0.04 x

20 = j 0.1067 pu 7.5

= j 0.06 x

20 = j 0.16 pu 7.5

ZP =

1 • (0.07 +0.16 - 0.1067) = 0.0617 pu 2

ZS =

1 • (0.07 + 1067 - 0.16) = 0.0083 pu 2

ZT =

1 • (0.16 + 0.1067 - 0.07) = 0.0983 pu 2

*Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

47


48

Reportagem

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Por Bruno Moreira

Transferência de ativos de iluminação ainda enfrenta impasse Segundo a Aneel, mais de 90% dos municípios já assumiram os ativos de iluminação pública, no entanto, há ainda um número crescente de ações contrárias à medida imposta pela resolução da agência

H

estivessem

consenso entre os envolvidos, com muitas

o prazo limite para que as distribuidoras

instalados. Desde que a medida foi

prefeituras em todo o país acionando a

de energia elétrica do Brasil transferissem

instituída, no artigo 218 da Resolução

Justiça a fim de que a transferência não

os

Normativa

á pouco mais de um ano encer­rou-se

que

estes

equipamentos

Agência

se concretizasse. Entre as razões alegadas

(lâmpadas, luminárias, relés e reatores)

Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de

pelas concessionárias estão desde a

para as prefeituras dos municípios em

9 de setembro de 2010, não houve um

exacerbação da competência da Aneel,

ativos

de

iluminação

pública

414/2010

da


49

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

que deveria regular e fiscalizar, mas não

de Patrimônio Público e Social, fez

menos de 80 mil habitantes estão com

legislar, até a falta de recursos financeiros

publicar no Diário Oficial do Estado de

graves dificuldades de fazer a gestão por

por parte dos municípios para arcar

São Paulo no dia 17 de setembro de

falta de expertise, bem como por falta de

com os custos que viriam com a nova

2014, Comunicado nº 376/2014-PGJ,

recursos financeiros”.

atribuição.

registrando que “a assunção de ativos

O fato é que, passados cinco anos e

em situação precária e/ou sem que

meio da publicação da resolução e duas

tenham sido observadas e cumpridas

prorrogações de prazo, a grande maioria

as normas técnicas da ABNT aplicáveis,

Três

das administrações assumiu os ativos

poderá

do Sul, é um exemplo de município

de iluminação pública. Para se ter uma

dos gestores públicos que se omitirem

que

ideia, em balanço divulgado no meio de

ou

respeito,

assumisse permanentemente a gestão

2015 pela Aneel, dos 5564 municípios

sendo renovada essa observação no

de iluminação pública. Por isso, por

brasileiros existentes na época, 5107, ou

Comunicado

meio de seu setor jurídico, a prefeitura

seja 91,7%, já haviam se responsabilizado

26.06.2015”.

ingressou com ação judicial solicitando

pelos

Neste sentido, o Tribunal de Contas

a suspensão dos efeitos do artigo 218

ativos

de

iluminação

pública,

ensejar

a

negligenciarem

responsabilização a

PGJ

este

307/2015

em

Municípios com dificuldades

teria

Lagoas,

no

grandes

Mato

Grosso

dificuldades

caso

municípios

do Estado de São Paulo fez publicar o

da Resolução Normativa nº 414/10 e,

(8,3%) para se adequar. Em números

Comunicado SDG nº 034/2014, expedido

consequentemente,

atualizados, até o dia 1º de fevereiro,

em 26 de novembro de 2014, orientando

dos ativos de iluminação pública da

os municípios que ainda não haviam

aos gestores municipais que as prefeituras

distribuidora de energia elétrica Elektro

assumido a responsabilidade pelo parque

avaliem o estado de conservação e

para o município sul mato-grossense. Em

de iluminação pública, em decorrência

funcionamento

de

julho do ano passado, o Juiz Federal da

de liminares judiciais que impedem a

iluminação púbica para que seja recebido

1ª Vara Federal de Três Lagoas, Roberto

transferência, haviam caído para 320.

em perfeito estado de funcionamento,

Polini, decidiu a favor da prefeitura,

Para o advogado especialista no

exigindo das distribuidoras os reparos

devolvendo a responsabilidade pelos

segmento

que se fizerem necessários.

ativos para a concessionária. A decisão,

Alfredo Gioielli, contudo, estes dados

Segundo Gioielli, com base nesta

no entanto, segundo o assessor jurídico

declarados pela Aneel “são facilmente

orientação, muitos municípios paulistas,

da Prefeitura de Três Lagoas, Clayton

contestados e estão distorcidos para

visando

Mendes,

atender aos seus interesses”. De acordo

aos

com ele, a explicação para este número

levantamento do estado de conservação

tão alto é que a transferência de ativos

do parque de iluminação, exigindo das

Marcia Moura, o assessor explica que o

de

distribuidoras

ativos

município acionou a justiça porque “não

compulsória. Além disso, erroneamente,

com base em laudo de vistoria técnica

teria recursos operacionais, humanos e

viola as diretrizes do próprio § 6º do

que levou em conta duas premissas:

financeiros para a operacionalização e

art. 218 da Resolução nº 414/2010 da

condições de operação do sistema e se

manutenção do serviço de iluminação

Aneel que fixa que os ativos deveriam ser

os equipamentos atendem às normas

pública. Além disso, explicação que

transferidos dentro da norma técnica e

técnicas da ABNT. Conforme o advogado,

consta no processo judicial, o serviço de

em condições de funcionamento. Isto não

por meio deste levantamento, alguns

iluminação pública há muito tempo foi

ocorreu, segundo o advogado. Assim,

municípios constaram por amostragem

atribuído a empresas distribuidoras de

as distribuidoras de energia deixaram

que o índice de luminárias que não

energia elétrica, ou seja, os municípios

de prestar o serviço público essencial à

estavam adequadas conforme resolução

não estavam preparados para exercer

população sem realizar qualquer reparo

chegava a mais de 80%, inexistindo

tal função, pois a própria União não lhes

no parque, afetando o interesse público

a proteção exigida pela norma NBR-

permitiu exercê-la ao longo dos anos”.

e causando prejuízo ao erário.

15129:2012, o que impediria, de acordo

Segundo Mendes, a medida da Aneel

restando

somente

de

iluminação

457

iluminação

ocorreu

de

pública,

maneira

de

mitigar

recursos

seu

o

risco

públicos,

os

reparos

sistema

de

danos

elaboraram

nos

não

é

da

transferência

definitiva,

cabendo

recurso por parte da Elektro. Citando a prefeita de Três Lagoas,

com a própria resolução da Aneel,

causaria danos irreparáveis ou de difícil

dos municípios em receber estes ativos

o

pelo

reparação ao município e, mesmo por meio

em más condições de uso, o advogado

município. “É muito fácil apresentar

da Contribuição para Custeio do Serviço

cita a ação do Procurador Geral de Justiça

indicadores de transferências realizadas

de Iluminação Pública (CIP), é inviável

do Estado de São Paulo que, segundo

compulsoriamente sem a observância do

para a prefeitura responsabilizar-se pela

ele, no uso de suas atribuições e a

que exige a própria resolução”, afirma

iluminação pública. Entretanto, caso a

pedido do Centro de Apoio Operacional

Gioielli, destacando que “municípios com

liminar seja revogada e o município seja

Com o intuito de ilustrar a dificuldade

recebimento

desses

ativos


50

Reportagem

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

O

da Aneel, o assessor afirma que será feito

Lourenco da Mata é explícito ao afirmar

Lourenço da Mata”, declara.

estudo para reduzir gastos e viabilizar, da

que a Prefeitura apenas solicita que a

Ao

melhor forma, os meios de se cumprir a

Celpe entregue os ativos de iluminação

Prefeitura de São Lourenço da Mata,

determinação.

pública em condições de operação. “O

a Celpe declara que tentou de todas

Outro município que se envolveu

que não ocorreu e não vem ocorrendo”,

as formas atender às solicitações da

em pendência jurídica por acreditar não

atesta Lannes. Segundo o advogado,

administração municipal e que, mesmo

estar em condições de cumprir com as

quando houve a resolução da Aneel,

assim, foi ignorada. O superintendente

diretrizes estabelecidas pela Resolução

os municípios fizeram a lição de casa,

comercial da distribuidora de energia

414/2010 da Aneel foi São Lourenço

realizando auditorias para saber as reais

elétrica, Hélio Rafael, explica que, em

da Mata, no Estado de Pernambuco. A

condições do parque de iluminação

março de 2015, época em que, segundo

prefeitura ingressou com ação solicitando

pública. O relatório desenvolvido pela

ele, legalmente, a transferência dos

a revogação da transferência dos ativos

prefeitura de São Lourenço da Mata

ativos já deveria ter sido concretizada,

que foi aceita inicialmente pelo Juiz

apontou sete mil pontos com problemas,

a Celpe realizou uma audiência com

Ubiratan de Couto Maurício. A ação,

sendo dois mil apenas relacionados com

os municípios, na qual apresentou um

no entanto, já foi suspensa e os ativos

postes. “O parque elétrico da Celpe é tão

instrumento de acordo. Tratava-se de um

de iluminação pública estão de novo

ruim que há dias houve uma ventania de

documento inicial, que não objetivava

sob

prefeitura

duas horas na região de São Lourenço da

naquele momento, se assinado, efetivar

local. O procurador geral do município,

Mata e a Celpe demorou 90 horas para

o repasse dos ativos, mas acenava para

Marcelo Agnese Lannes, faz questão

religar a rede”, declara Lannes.

tal. “Neste documento constavam quais

de salientar, contudo, que a suspensão

Enquanto a ação que a prefeitura

pontos, reclamados pela população e

não significa que o pleito da prefeitura

moveu não havia sido suspensa, a Celpe

pelo próprio município, necessitavam de

tenha sido negado e que as partes estão

chegou a realizar algumas trocas de

reparo e manutenção”, diz. Rafael conta

aguardando julgamento para saber se

equipamentos do parque da iluminação

que, na ocasião, foi distribuído este

os ativos voltarão para a Companhia

pública da cidade, mas que não foram

termo de acordo, que foi assinado por

Energética

responsabilidade

da

procurador

de

geral

de

São

impondo o ônus a toda população de São

realmente obrigado a cumprir a resolução

contrário

do

que

afirma

a

(Celpe)

suficientes. No atual momento, Lannes

um grande volume de prefeituras. Entre

ou não. Lannes ainda não sabe a data

relata que a prefeitura tenta combater

as que não assinaram estava a prefeitura

ao certo. “Julgamentos desse tipo de

alguns danos ocasionados pelo parque

São Lourenço da Mata.

recurso costumam ser avisados com dez

de

deteriorado,

Posteriormente, a Celpe voltou a

dias de antecedência, mas acreditamos

mas em caráter emergencial. Em razão

procurar o município pernambucano,

que o julgamento ocorrerá no mês de

da

sugerindo que fizessem um levantamento

março”, diz o procurador.

relatados casos de consumo de drogas

de

O principal argumento da prefeitura

em vias onde antes isso não ocorria.

necessitados

para ingressar com ação na justiça é

“Contudo, a prefeitura não tem recursos

daqueles que a distribuidora já possuía

de que a Celpe descumpriu diretriz

para realizar tais ações. Atualmente,

no

estabelecida por resolução da Aneel ao

são utilizados recursos de obras, que

conforme o superintende comercial, não

querer transferir os ativos da iluminação

poderiam ser empregados em áreas

houve interesse por parte da prefeitura.

sem realizar os reparos na rede elétrica

de saúde, educação, etc. Isto está

Rafael recorda que, desde dezembro

a fim de torná-la operacional. “Não se

causando prejuízo ao município”, afirma

de 2014, as distribuidoras de energia

trata de querer ou não querer arcar com

o procurador.

elétrica deixaram de ser remuneradas em

os custos. A administração pública deve

Não obstante, caso perca a ação,

suas tarifas para realizarem os serviços

respeitar as leis vigentes de forma a

o advogado assegura que o município

referentes

proteger os interesses da coletividade. No

irá arcar com o que determinar o Poder

municípios. “Mesmo sem a tarifa, mesmo

caso da transferência de ativos, a Celpe

Judiciário. Lannes confia, porém, que

coberto pela legislação, nós procuramos

simplesmente preferiu enviar um e-mail

a

o

em 30 de junho de 2015 informando que

pleito. “O Poder Judiciário certamente

prefeituras que entregaram o acordo

a partir de 1º de julho de 2015 seriam

irá impedir que uma concessionária,

depois.

suspensos definitivamente os serviços

após cobrar altas tarifas por anos, sem

houve intenção por parte do município

destinados à manutenção e operação

qualquer investimento, mantendo a rede

de São Lourenço da Mata de fazer o

do ativo de iluminação pública", explica

elétrica de forma precária, simplesmente,

acordo”. Dos 184 municípios atendidos

Lannes.

entregue um parque elétrico inoperante

pela Celpe, 137 assinaram o acordo e

de

Pernambuco

iluminação escuridão,

prefeitura

pública por

sairá

exemplo,

vitoriosa

foram

no

seu

outros

seu

pontos de

sistema,

à

acordo”, Mas

de

iluminação

manutenção, e

mesmo

iluminação

assim,

pública

argumenta. em

além

nenhum

dos

“Houve momento


51

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

fizeram a transferência. No entanto, com

competência

São Lourenço da Mata, de acordo com

Além disso, o advogado destaca

o representante da distribuidora, não

que centenas de ações ajuizadas com

houve nenhum tipo de entendimento e

liminares concedidas tiveram o mérito

nenhum interesse por parte da prefeitura

confirmado

em fazê-lo.

afastando

em a

segunda

instância

obrigatoriedade

do

em

recebimento dos ativos de iluminação.

setembro de 2012, data que, inicialmente,

Já outras ações que tiveram liminares

era o prazo final para a adequação, a

indeferidas foram revertidas em segundo

transferência havia ocorrido em quase

instância, demonstrando claramente o

todos os estados. Segundo ele, o Estado

abuso praticado pela agência reguladora.

do Pernambuco foi um dos poucos da

Segundo Gioielli, tais fatos não são

União que resistiram à mudança. “Dentro

apontados pela Aneel em seus relatórios

do país, o Estado de Pernambuco é

de transferência.

uma exceção e dentro do Estado de

Pernambuco São Lourenço da Mata é

que correm os municípios que realizaram

outra exceção” diz. Sobre a ação judicial,

as licitações e contrataram empresa para

a Celpe afirma que recebeu a notificação

fazer a gestão do parque de iluminação

de que esta havia sido aceita no início de

pública,

dezembro de 2015 e que, em dez dias, o

aceitas,

departamento jurídico da concessionária

a aceitarem de volta os ativos. “As

conseguiu

suspensa.

cidades que conseguiram realizar suas

“Tivemos outras ações e todas foram

contratações, por meio de licitações, e

revertidas”, comenta o superintendente.

tiveram êxito posteriormente nas ações

Rafael

relembra

que

ela

ainda

fosse

que,

Gioielli alerta também sobre o risco

mas

tiveram

obrigando

as

liminares

distribuidoras

judiciais devolvendo essa obrigação as

Questão longe de um desfecho

distribuidoras de energia, poderão ser questionadas pelo Ministério Público em

Para Alfredo Gioielli, no entanto,

razão de não poderem ter gastos com

esta

o serviço com a decisão judicial a seu

questão

envolvendo

Aneel,

distribuidora e municípios está longe

favor”, afirma.

de uma resolução. Nesse sentido, o

Como exemplo, pode-se destacar,

advogado especialista em iluminação

segundo o advogado, a cidade de São

pública traça um breve quadro do

José do Rio Preto (SP), cuja prefeitura

posicionamento atual do judiciário com

já havia iniciado o processo de licitação

relação aos questionamentos sobre a

para

resolução da Aneel. Segundo ele, três

iluminação

Tribunais Regionais Federais (TRF) já

e

definiram a posição sobre a ilegalidade

decisão favorável em segunda instância

da transferência dos ativos de iluminação

no Tribunal Regional Federal devolvendo

pública: os TRF da segunda, terceira

a obrigação de arcar com os custos do

e quinta regiões. “Para os tribunais, a

parque de iluminação pública para a

transferência compulsória de serviços

distribuidora de energia local. Conforme

ou a obrigatoriedade de receber ativos

Gioielli, o Ministério Público alertou,

pelas Resoluções 414/2010 e 479/2012

na ocasião, a Administração Municipal

da Aneel fere a autonomia municipal

que, se houvesse gasto com o mesmo

e o pacto federativo”, explica. Gioelli

serviço, na vigência da decisão favorável,

salienta que, para os desembargadores

isto poderia caracterizar improbidade

federais, a transferência somente poderia

administrativa.

ocorrer se houvesse lei específica e não

do Município de Rio Preto optou pela

por uma resolução, caracterizando que

revogação da concorrência, que previa

a Aneel extrapolou os limites de sua

gasto de R$ 7,2 milhões.

a

que,

manutenção pública

de dos

serviço

municípios,

concomitantemente,

Assim,

a

de

recebeu

Procuradoria


52

Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Equipamentos para atmosferas explosivas Desaceleração da economia brasileira afeta também empresas da área Ex. Fabricantes e distribuidores esperam crescer 11% em 2016, projeção mais pessimista do que a realizada para o ano passado Ao serem questionadas, nesta edição da pesquisa setorial realizada

do ano anterior, estas companhias projetavam crescimento médio

pela revista O Setor Elétrico, sobre qual fator terá mais impacto no

de suas empresas de 16%. Ao mesmo tempo, paradoxalmente, esta

crescimento do mercado de equipamentos para atmosferas explosivas

projeção pode até ser considerada positiva, já que efetivamente as

(Ex) em 2016, a maior parte dos fabricantes e distribuidores do segmento

empresas apresentaram uma elevação de apenas 4% em 2015.

apontou a desaceleração da economia do país. Apontamento que vem

sendo repetido por companhias de outras áreas do setor elétrico e que

pode ser sentido nos prognósticos referentes ao crescimento médio do

já havia sido apresentado no levantamento setorial feito com empresas

mercado e ao percentual médio de contratação de funcionários em 2016.

desta mesma área de atuação no ano passado.

As empresas acreditam que, neste ano, o mercado irá se elevar em torno

Diante da quase certeza de que a economia brasileira não progredirá

de 9% e que o número de empregados aumentará também em 9%. Para

no ano que se inicia, as empresas da área de atmosferas explosivas

se ter uma ideia de como as expectativas se tornaram mais baixas, no

estimam crescimento de 11% em 2016. Sem contextualização, esta

ano passado, as previsões foram de 11% e 13%, respectivamente.

previsão pode parecer otimista, mas deve-se destacar que, na pesquisa

A pesquisa setorial desta edição mostra outros números

O pessimismo dos fabricantes e distribuidores da área Ex também


53

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

interessantes a respeito do mercado de equipamentos de atmosferas explosivas, como o tamanho total anual dos diversos segmentos que o compõem. Por exemplo, com base no levantamento, percebe-se que os mercados de luminárias e projetores e de plugues e tomadas são os que mais faturaram no ano que passou: entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões. O outro setor que mais cresceu foi o de produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.) que, de acordo com as empresas pesquisadas, faturou entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões em 2015.

No levantamento, pode-se verificar também que os principais produtos comercializados no

ano passado (luminárias e projetores), que foram indicados na pesquisa de 2015 por 92% das companhias, neste ano, perderam um pouco do mercado, sendo citados por somente 56% dos entrevistados. Mesmo assim, permaneceram na segunda posição entre os produtos mais vendidos.

Outras informações dizem respeito ao destino final dos produtos deste segmento. Conforme

as companhias questionadas, 91% dos produtos permanecem em território nacional, com apenas 9% indo para o exterior. Confira a seguir a pesquisa na íntegra:

Números do mercado de equipamentos para atmosferas explosivas

Ao contrário do que foi indicado na pesquisa do ano anterior, em que os fabricantes e

distribuidores de equipamentos para atmosferas explosivas apontaram a área industrial como o principal segmento de atuação, em 2016 a área comercial foi o setor mais citado. Principais segmentos de atuação

98% 44% 17%

Comercial

Industrial

Residencial

A venda direta ao cliente final continua sendo o principal canal de vendas para os entrevistados

da área. Na pesquisa de 2015, 93% das empresas afirmaram isto. No levantamento deste ano, 95% fizeram tal afirmação. A internet continua não sendo a prioridade das companhias do segmento. Em 2015, só 20% afirmaram utilizar este meio para vender seus produtos. Em 2016, este número caiu para 12%. Principais segmentos de atuação

95% 59% 56% 17% 12%

Telemarketing Internet

7% Outros

Venda direta ao cliente final

Revendas / varejistas Distribuidores / atacadistas


54

Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas

Conforme as empresas pesquisadas neste ano, os produtos mais comercializados pelas

companhias da área são produtos, dispositivos e equipamentos para sistemas de automação, tais como comando, controle, sinalização e alarme. Esta é a opinião de 63% dos entrevistados. Produtos mais comercializados

63% 56%

Luminárias / Projetores

56%

Painéis e quadros elétricos

54% 49% 41% 29% 10%

Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação

Materiais e acessórios em geral para montagem Invólucros

Plugues e Tomadas

Cabos elétricos e seus acessórios

Motores elétricos

No levantamento deste ano ficou claro que as empresas acreditam que os diferentes nichos

que fazem parte do mercado de áreas classificadas faturam em grande parte até R$ 50 milhões. Segundo a pesquisa, muitos segmentos não chegam a faturar acima de R$ 500 milhões. O nicho mais profícuo neste sentido é o de motores elétricos que, segundo 18% dos fabricantes e distribuidores entrevistados, fatura mais de meio bilhão de reais por ano.

Até R$ 10 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Acima de R$ 500 milhões

Tamanho anual total dos mercados de:

24%

38%

14%

5%

14%

5%

_

19%

19%

29%

_

19%

5%

9%

Motores elétricos

18%

18%

28%

9%

9%

_

18%

Cabos elétricos e

14%

29%

29%

_

14%

_

14%

Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.) Painéis e quadros elétricos

seus acessórios Invólucros

23%

18%

23%

12%

12%

12%

_

Luminárias/ Projetores

24%

14%

34%

_

14%

14%

_

Plugues e Tomadas

28%

28%

33%

_

11%

_

_

Materiais e acessórios em

39%

11%

28%

5%

11%

_

6%

geral para montagem



56

Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas

Todas as previsões para o ano de 2016 são menos otimistas do que as de 2015. No que

se refere ao crescimento médio do mercado de equipamentos Ex em 2015, por exemplo, as empresas estimaram uma elevação de 11% na pesquisa do ano passado. No levantamento deste ano, a estimativa é um pouco mais baixa, de 8%. Previsões de crescimento

11% 9% 8% 4%

Previsão de crescimento médio para as empresas em 2016

Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016 Previsão de crescimento médio para o mercado de equipamentos para atmosferas explosivas em 2016

Crescimento médio das empresas em 2015 comparado ao ano anterior

Os três fatores que mais deverão impactar a economia brasileira no ano de 2016, segundo

as empresas entrevistadas, são, nessa ordem: desaceleração da economia brasileira (27%); desvalorização da moeda (16%) e falta de confiança dos investidores (13%). Fatores que influenciam o mercado de equipamentos para atmosferas explosivas

16%

Desvalorização da moeda brasileira

4%

Programas de incentivo do governo 27%

Desaceleração da economia brasileira

13%

Falta de confiança de investidores

4%

Falta de normalização e/ou legislação

1%

Setor da construção civil aquecido 8%

Setor da construção civil desaquecido

12%

Incentivos por força de legislação ou normalização 4% Crise internacional

11%

Projetos de infraestrutura



Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

X

AUREON

(11) 3966-6211

www.aureon.com.br

São Paulo

SP

X

X

BURNDY

(11) 5515-7225

www.burndy.com

São Paulo

SP

X

X

CENTRAL EX

(19) 3708-9200

www.central-ex.com.br

Campinas

SP

X

X

X

X

CONEX

(11) 23349393

www.conex.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

X

DIALIGHT

(11) 44314300

www.dialight.com

Jundiaí

SP

X

X

X

EATON CROUSE HINDS BLINDA

(15) 33537070

www.blinda.com.br

Votorantim

SP

X

X

X

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

FIELD TECH

(19) 3935-4911

www.fieldtech.com.br

Indaiatuba

SP

X

X

FINDER

(11) 2147-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

X

X

X

FORTLIGHT

(11) 2087-6000

www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

HAWSER CONEXÕES

(11) 4056-7047

www.hawser.com.br

Diadema

SP

X

HELENO DNV GL

(11) 3305-3343

www.dnvba.com/br/pages

São Paulo

SP

HUMMEL

(15) 3322-7000

www.hummel.com.br

Tatuí

SP

JMA TECNOPROJ

(11) 4367-1702

wwwijmatecnoproj.com.br

Santo André

SP

MACCOMEVAP

(21) 2687-0070

www.maccomevap.com.br

Itaguaí

RJ

MAEX

(19) 3455-5266

www.maex.com.br

Santa Bárbara D'Oeste

SP

X

X

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RJ

X

X

MELFEX

(11) 4072-1933

www.melfex.com.br

Diadema

SP

X

NAVILLE

(11) 2431-4500

www.naville.com.br

São Paulo

SP

NUTSTEEL

(11) 2122-5777

www.nutsteel.com.br

São Paulo

SP

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X X

X

X

X

X

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X X

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X

X X

X X

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

X

X

X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

SP

X

Exporta produtos acabados

SC

São Paulo

X

Programas na área de responsabilidade social

Criciúma

www.alpha-ex.com.br

X

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

www.agpr5.com

(11) 3933-7533

X

14001 (ambiental)

(48) 3462-3900

ALPHA

X

9001 (qualidade)

AGPR5

X

Outros

Barueri

Internet

www.adelco.com.br

Telemarketing

(11) 4199-7500

X

X

Venda direta ao cliente final

ADELCO

X

X

Revendas / varejistas

Cidade Boituva

X

X

X

X

Site www.schmersal.com.br

X

X

X

Telefone (15) 3263-9800

X

X

X

ACE SCHMERSAL

SP

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

Residencial

Comercial

Industrial

Estado X SP

Distribuidora

Empresa

Fabricante

segmento A empresa é Principal de atuação

Importa produtos acabados

58

X

X

X

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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

REEME ILUMINAÇÃO

(11) 3525-3290

www.reeme.com.br

São Paulo

SP

X

X

RENETEC

(11) 4991-1999

www.renetec.com.br

Santo André

SP

X

X

S.P.T.F.

(11) 2065-3820

www.sptf.com.br

São Paulo

SP

X

X

SENSE

(11) 2145-0400

www.sense.com.br

São Paulo

SP

X

X

SERMATEX GRÜN

(11) 3933-7130

www.sermatex.com.br

São Paulo

SP

X

X

SPTF

(11) 2065-3820

www.sptf.com.br

São Paulo

SP

X

X

TE CONNECTIVVITY

(11) 2103-6000

www.te.com/energy

São Paulo

SP

X

TELBRA EX

(11) 2946-4646

www.telbra.com.br

São Paulo

SP

X

TRAMONTINA ELETRIK

(54) 3461-8200

www.tramontina.com

Carlos

RS

X

X

VARIXX

(19) 3301-6900

www.varixx.com.br

Piracicaba

SP

X

X

VEXTROM

(11) 3672-0506

www.vextrom.com.br

São Paulo

SP

WEIDMÜLER CONEXEL

(11) 4366-9610

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X X

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X X

X X

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

SP

Importa produtos acabados

RJ

São Paulo

Exporta produtos acabados

Rio de Janeiro

www.project-explo.com.br

Programas na área de responsabilidade social

www.proexrio.com.br

(11) 5589-4332

X

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

(21) 2195-9244

PROJECT-EXPLO

X

X X

14001 (ambiental)

PROEX

SP

9001 (qualidade)

Sorocaba

Outros

www.proautomacao.com.br

Internet

(15) 3031-7400

Telemarketing

PROAUTO

Venda direta ao cliente final

Cidade Macaé

Revendas / varejistas

Site www.polarb2b.com.br

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

Telefone (22) 2105-7777

Residencial

POLAR

Comercial

Industrial

Estado RJ

Distribuidora

Empresa

Fabricante

segmento A empresa é Principal de atuação

X

X


60

Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

X

Outros

Materiais e acessórios em geral para montagem

Plugues e Tomadas

Luminárias / Projetores

Estado

Invólucros

Cidade

Cabos elétricos e seus acessórios

Site

Motores elétricos

Telefone

Painéis e quadros elétricos

Empresa

Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.)

Produtos para Instalaçãoes para areas classificadas (EX)

X

ACE SCHMERSAL

(15) 3263-9800

www.schmersal.com.br

Boituva

SP

ADELCO

(11) 4199-7500

www.adelco.com.br

Barueri

SP

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

X

X

ALPHA

(11) 3933-7533

www.alpha-ex.com.br

São Paulo

SP

X

X

AUREON

(11) 3966-6211

www.aureon.com.br

São Paulo

SP

BURNDY

(11) 5515-7225

www.burndy.com

São Paulo

SP

CENTRAL EX

(19) 3708-9200

www.central-ex.com.br

Campinas

SP

CONEX

(11) 23349393

www.conex.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

DIALIGHT

(11) 44314300

www.dialight.com

Jundiaí

SP

EATON CROUSE HINDS BLINDA

(15) 33537070

www.blinda.com.br

Votorantim

SP

X

X

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

X

X

FIELD TECH

(19) 3935-4911

www.fieldtech.com.br

Indaiatuba

SP

FINDER

(11) 2147-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

X

FORTLIGHT

(11) 2087-6000

www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

X

HAWSER CONEXÕES

(11) 4056-7047

www.hawser.com.br

Diadema

SP

HELENO DNV GL

(11) 3305-3343

www.dnvba.com/br/pages

São Paulo

SP

HUMMEL

(15) 3322-7000

www.hummel.com.br

Tatuí

SP

JMA TECNOPROJ

(11) 4367-1702

wwwijmatecnoproj.com.br

Santo André

SP

X

X

MACCOMEVAP

(21) 2687-0070

www.maccomevap.com.br

Itaguaí

RJ

X

X

MAEX

(19) 3455-5266

www.maex.com.br

Santa Bárbara D'Oeste

SP

X

X

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RJ

X

X

MELFEX

(11) 4072-1933

www.melfex.com.br

Diadema

SP

X

X

NAVILLE

(11) 2431-4500

www.naville.com.br

São Paulo

SP

X

NUTSTEEL

(11) 2122-5777

www.nutsteel.com.br

São Paulo

SP

X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

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X X X

X

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X


61

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

X

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

X

PROEX

(21) 2195-9244

www.proexrio.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

PROJECT-EXPLO

(11) 5589-4332

www.project-explo.com.br

São Paulo

SP

REEME ILUMINAÇÃO

(11) 3525-3290

www.reeme.com.br

São Paulo

SP

RENETEC

(11) 4991-1999

www.renetec.com.br

Santo André

SP

S.P.T.F.

(11) 2065-3820

www.sptf.com.br

São Paulo

SP

SENSE

(11) 2145-0400

www.sense.com.br

São Paulo

SP

X

SERMATEX GRÜN

(11) 3933-7130

www.sermatex.com.br

São Paulo

SP

X

SPTF

(11) 2065-3820

www.sptf.com.br

São Paulo

SP

TE CONNECTIVVITY

(11) 2103-6000

www.te.com/energy

São Paulo

SP

TELBRA EX

(11) 2946-4646

www.telbra.com.br

São Paulo

SP

X

X

TRAMONTINA ELETRIK

(54) 3461-8200

www.tramontina.com

Carlos

RS

X

X

VARIXX

(19) 3301-6900

www.varixx.com.br

Piracicaba

SP

X

X

VEXTROM

(11) 3672-0506

www.vextrom.com.br

São Paulo

SP

X

WEIDMÜLER CONEXEL

(11) 4366-9610

www.weidmueller.com.br

Diadema

SP

X

X X

X

X

Outros

X

(15) 3031-7400

Materiais e acessórios em geral para montagem

Painéis e quadros elétricos

RJ

PROAUTO

Plugues e Tomadas

Estado

Macaé

Luminárias / Projetores

Cidade

www.polarb2b.com.br

Invólucros

Site

(22) 2105-7777

Cabos elétricos e seus acessórios

Telefone

POLAR

Motores elétricos

Empresa

Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.)

Produtos para Instalaçãoes para areas classificadas (EX)

X

X

X

X

X

X

X

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X X X

X

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X X

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X

X X

X


62

Aula prática

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Por Marcelo Paulino e Guilherme Penariol*

Automação de subestações

Como otimizar o teste de relés multifuncionais?

T

Os primeiros relés utilizavam a tecnologia

definiam os tempos de operação. Poucos

elétricos têm sofrido mudanças ao longo

eletromecânica. Estes dispositivos eram

parâmetros necessitavam ser checados. Nas

dos anos. A evolução da tecnologia dos

bastante simples se comparados com os

décadas passadas, os testes eram realizados

relés de proteção e o desenvolvimento das

relés atuais e, assim, os testes e métodos

pelo

técnicas e equipamentos de testes, além

de teste também o eram. Com o sistema de

manual, sem procedimentos automáticos.

do intensivo uso de softwares para elaborar

automação de subestações convencional,

Os valores do teste de determinada função

os

a

periódica

do relé eram manualmente calculados e

para atender aos novos requisitos dos

desempenha um papel significativo nas

utilizado um equipamento de teste passivo.

modernos sistemas de proteção. Os relés

ações

empresas.

Métodos de teste tradicionais foram

de proteção evoluíram dos eletromecânicos

Para assegurar a correta operação dos

desenvolvidos com a hipótese de que

para a tecnologia digital multifuncional. Os

dispositivos de proteção, testes periódicos

os usuários não teriam dispositivos de

equipamentos de teste também evoluíram

de relés ou sistema têm sido necessários e,

teste para testar os relés sob as mesmas

ao longo do tempo, desde equipamentos

em muitos casos, obrigatório. Períodos de

condições

passivos, constituídos de fontes analógicas

testes podem geralmente ser de um até

Assim, os procedimentos de teste foram

e medidores de eventos binários, para os

cerca de cinco anos, dependendo de fatores

desenvolvidos usando como componentes

equipamentos baseados em sistemas digitais,

como a importância da subestação, o nível

equipamentos de teste básicos, como

utilizando

Testes de relés de proteção de sistemas

procedimentos,

foram

fundamentais

manutenção de

planejada

manutenção

e

das

testador

do

de

forma

sistema

praticamente

de

potência.

de tensão e a estratégia da empresa.

variacs, defasadores e caixas de cargas. Com

e eletrônica de potência, comunicação

As características de operação dos relés

a evolução dos sistemas de proteção, são

Ethernet e capacidade de sincronização entre

eletromecânicos eram formadas por um

utilizados dispositivos numéricos, utilizando

eles, além de incorporarem a engenharia de

circuito de resistores, indutores e capacitores,

cada vez mais relés microprocessados.

software para controle dos testes.

operando com molas e alavancas que

Rapidamente, estes relés evoluíram para

tecnologia

microprocessada


63

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Inteligentes

Vale lembrar que o IED está capacitado

utilizadas no IED. Foi utilizado, como

(IEDs) que, comparados com equipamentos

a publicar mensagens GOOSE baseadas

exemplo, somente a proteção de distância,

de proteção eletromecânicos e estáticos,

na norma IEC61850 e como tal devem ser

embora todas as outras funções também

apresentam

um

caráter

multifuncional

testadas.

estejam parametrizadas. Na Figura 1 é

relacionado

não

apenas

com

os

Dispositivos

Eletrônicos

O IED oferece funções de proteção de

apresentada a tela do software com a

de proteção, mas também com muitas

linha de transmissão. O sistema de teste

parametrização da função de proteção de

funções adicionais. Recentemente, esses

automatizado deverá então ser capaz de

distância. Nela podem-se notar os grupos

IEDs adquiriram ainda capacidade de

simular todas as interfaces com o objeto

de

comunicação e integração das funções de

a ser testado (IED), ou seja, tem que gerar

função. Em “Group 1” => “Set 1” => “Line

controle, como exemplo a implementação

as tensões e correntes de entrada do relé,

Configuration” ajusta-se os parâmetros

das mensagens GOOSE.

simulando as saídas de transformadores

referentes à linha de transmissão que se

de corrente e potencial, e realizar a leitura

deseja proteger, como por exemplo, o

e,

das saídas do relé para o disjuntor ou outro

tamanho da linha, sua impedância e ângulo.

principalmente, reduziu a necessidade de

objeto de controle / manobra, tanto pelo

O “Phase Distance Elements” é utilizado

testes periódicos em IEDs. Mas, no caso

tradicional contato por fiação rígida ou

para habilitar ou não as zonas de atuação

das realizações de testes, sejam em fábrica,

por mensagens de rede do tipo GOOSE

da proteção. Ainda, são parametrizadas as

no comissionamento ou em atividades de

baseadas na IEC 61850.

características de proteção propriamente

manutenção, eles devem ser completos

dita, com ajustes para alcance, ângulo e

e

da

automaticamente, obtendo um comparativo

complexidade, os relés podem possuir mais

entre a resposta esperada e a obtida. Para

de 2.000 ajustes e os métodos de testes

tal feito, é necessário inserir corretamente as

tradicionais não são mais apropriados. Além

informações de parametrização do relé no

disso, as funcionalidades avançadas dos

sistema de teste, a configuração GOOSE do

relés utilizam complexos modelos de rede

relé a ser testado, além das informações do

para efetuar os cálculos e definir a atuação

próprio teste. Neste exemplo, foi detalhada

da proteção. Assim, os testes devem ter

a função de proteção ANSI 21, a proteção de

do IED a ser testada, é necessário inserir

seus

distância aplicada em linhas de transmissão.

esses dados na ferramenta do equipamento

funções

A introdução de sistemas de automação

de

subestação

adequados.

métodos

digitais

Com

o

adaptados

mudou

aumento

para

serem

Dessa forma, o teste poderá ser avaliado

necessários

para

esta

tempo dos elementos de proteção.

Modelando os dados do IED no software do equipamento de teste De posse da parametrização da função

de teste para que sejam efetuados o teste

capazes de avaliar as funcionalidades dos relés, utilizando a filosofia de teste que for

parâmetros

Parametrizando o IED

e a avaliação automática corretamente. O software de teste utilizado neste trabalho

mais adequada. O teste do IED não se resume apenas

foi o Omicron Test Universe. Esse software

minimi­ zando

à verificação de suas interfaces físicas como

possui uma grande biblioteca de relés

as preferências pessoais e enfatizando a

entradas analógicas e saídas digitais, por

chamada PTL (Protection Testing Library).

repe­ ti­ tividade dos mesmos. Ainda reduz

exemplo, mas também deve ser testada

Nessa biblioteca, um modelo do relé traz os

a

a unidade lógica com a parametrização

ajustes e as informações necessárias para a

profundo dos relés de proteção para

de

Esta

realização correta do teste. Basta o usuário

a confecção dos testes e possibilita o

parametrização é elaborada de acordo com

inserir os dados parametrizados na função

desenvolvimento de testes e relatórios

os cálculos da proteção do sistema elétrico,

de proteção a ser testada.

automáticos, minimizando o tempo de

seus parâmetros e condições específicas.

O modelo ainda permite que cada

desenvolvimento e, consequentemente,

Estas informações são obtidas no projeto do

lógica de atuação definida pelo fabricante

reduzindo os custos de todo processo.

sistema de proteção.

de IED já se encontra configurada. Assim,

Para efetuar a parametrização do relé

já é proposto também o procedimento de

de proteção, ou seja, adequar sua unidade

teste, não necessitando de conhecimentos

lógica do relé aos parâmetros específicos

prévios especializados do relé a ser testado.

Esse texto mostra a realização de testes

rápidos

e

padronizados,

necessidade

de

um

conhecimento

Exemplo de aplicação

trabalho

deste

dispositivo.

Para o desenvolvimento desta aplicação

do sistema elétrico a ser protegido, faz-se

O software de teste utilizado oferece uma

poderíamos utilizar qualquer relé de proteção

necessária a utilização do software de

interface bastante amigável e intuitiva

encontrado hoje no mercado, de qualquer

parametrização do fabricante do IED.

para o ajuste do teste de acordo com a

fabricante. Neste exemplo, foram realizados

O software utilizado neste caso foi o

parametrização do relé. São disponibilizadas

testes padronizados e automatizados para o

AcSELerator® QuickSet. Neste software

duas opções para inclusão destes dados

IED SEL-421, utilizando o software de teste

foram

no modelo/conversor da Omicron, como

e equipamento da Omicron Electronics.

necessários para as funções de proteção

ajustados

todos

os

parâmetros

segue:


64

Aula prática

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Inclusão dos dados do relé feita pelo usuário

Os dados apresentados no modelo do relé no software de teste obedecem à mesma ordem e possuem o mesmo nome dos parâmetros apresentados no software de parametrização do fabricante do relé. Ainda, os mesmos limites de valores são disponibilizados, não permitindo a inclusão de ajustes fora da tolerância do IED. A Figura 2 mostra o modelo da PTL, exatamente com a mesma ordem, nome, unidade e valores dos ajustes do software do fabricante. Estes parâmetros estão evidenciados nas colunas à direita da figura. Com isto, é notória a redução do tempo gasto no preparo do teste e o aumento da

Figura 1 – Parametrização do SEL-421.

sua confiabilidade. Basta o usuário redigitar os valores correspondentes.

Inclusão dos parâmetros feito através do filtro de importação do sistema de teste

Diferentemente da opção anterior, não

é necessário copiar os parâmetros para o software de teste. É possível realizar a importação desses valores diretamente do arquivo de parametrização do relé. Para que isto seja possível, o software de

Figura 2 – Modelo da biblioteca de teste para o relé SEL-421 (software do equipamento de teste).

parametrização do fabricante do IED deve ser capaz de exportar os ajustes, tanto em arquivo *.TXT (Schweitzer e Areva), *.CSV (GE e Toshiba), quanto para arquivos *.XML e *.XRIO (ABB e Siemens). Dessa forma, com o arquivo de parâmetros exportados do software do relé, basta importar esses valores para o software de teste, no modelo / conversor disponível na biblioteca do software do equipamento de teste, poupando o trabalho do testador, eliminando

possiblidade

de

erros,

e

Figura 3 – Importação automática dos ajustes do IED SEL-421 (software do equipamento de teste).

padronizando ainda mais a operação e

de configuração de sistema de automação.

inglês “Configured IED Description”), em

troca de dados. A Figura 3 mostra o filtro

Geralmente, este software é do próprio

que se pode obter a informação dos dados

de importação para o IED utilizado, com 89

fabricante do IED.

de comunicação configurados no IED.

parâmetros importados satisfatoriamente.

A

Configuração de teste das mensagens GOOSE

parametrização

das

mensagens

Foi utilizado o software AcSELerator®

GOOSE é gravada em um arquivo de

Architect

para

a

configuração

das

configuração do IED. Esse arquivo é

mensagens GOOSE a serem publicadas na

baseado na linguagem de configuração

rede e também a exportação do arquivo

de subestação estabelecida pela norma

ICD contendo esta parametrização do IED,

As mensagens GOOSE devem ser

da IEC 61850. Trata-se de um arquivo em

como mostrado na Figura 4.

configuradas e descritas em um software

formato XML, com a extensão .ICD (do

Em sistemas de proteção convencionais,


65

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

o equipamento de teste monitora as saídas do relé em teste a fim de detectar as mudanças dos estados simulados (disparo, partida, bloqueio, etc.) e avaliar seu desempenho. Com a implementação da comunicação via rede baseada na norma IEC 61850 e o uso de mensagens GOOSE para eventos de comando e controle, o equipamento de teste deve ser capaz de efetuar a medição dessas mensagens. A conexão do IED multifuncional com o processo é similar aos métodos convencionais, com a adição das mensagens via rede.

Assim, com a configuração já realizada

no IED, o equipamento de teste deve ser também configurado para ler a mensagem GOOSE publicada na rede de comunicação. Sendo assim, é necessário que seja feita a conexão virtual entre a mensagem GOOSE e o equipamento de teste utilizado.

O software de teste Omicron GOOSE

Configuration

oferece

uma

interface

bastante intuitiva para a realização desta configuração. É possível a importação de qualquer tipo de arquivo de configuração de subestação previsto na norma IEC 61850, tanto em sua edição 1, quanto em sua segunda edição, independentemente do fabricante. É possível também mapear 360 mensagens para leitura (entradas virtuais) e 360 mensagens para escrita (saídas virtuais), podendo ser utilizadas simultaneamente até 128 entradas e 128 saídas no sistema de teste. A Figura 6 mostra o mapeamento utilizado para o ensaio prático realizado no IED, algumas binárias do dispositivo de teste foram conectadas ao relé de maneira tradicional, com fiação rígida, e outras foram mapeadas para responder à subscrição de mensagens GOOSE, através de um procedimento simples de associação da mensagem à uma entrada binária do equipamento de teste utilizado.

Teste do IED

Com o IED parametrizado e o sistema

de teste já configurado, inclusive com os planos de impedância já definidos através do conversor da biblioteca de teste e o


66

Aula prática

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

testada, dados do equipamento de teste, gráficos do teste, além de tabelas contendo os pontos testados, valores nominais, valores reais, desvio e o resultado da avaliação.

Conclusões A

modernização

dos

eletromecânicos

e

multifuncionais,

resultou

considerável

da

relés,

atualmente no

antes digitais

aumento

complexidade

destes

equipamentos. Acompanhando a mesma Figura 4 – Configuração das mensagens GOOSE (software do relé).

tendência, os testes destes dispositivos também evoluíram. Porém, da mesma maneira dos relés, a complexidade dos testes

aumentou,

possibilitando

maior

controle do usuário e requisitando ajustes adicionais

e

melhor

preparação

do

responsável pelos testes.

Os profissionais responsáveis pelos

testes de sistemas de proteção devem buscar as ferramentas adequadas para garantir Figura 5 – Teste funcional em IED baseado na IEC 61850 com mensagens GOOSE e disparo via fiação convencional.

a qualidade do teste e o desempenho de sua realização. Isto implica documentação adequada e uma busca na economia de tempo em todo o processo de avaliação do sistema de proteção. Texto baseado no trabalho: Paulino M. E. C., Penariol, G. S. “Dos Relés Eletromecânicos aos Relés Digitais – Desenvolvimento das Técnicas e Evolução dos Procedimentos de Teste”, Anais do SEMASE 2014 – III Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico - Santos – SP, Brasil, 2014.

Figura 6 – Mapeamento das mensagens GOOSE (software do equipamento de teste).

GOOSE

impedância. Comparações automáticas dos

realizado, pode-se prosseguir definindo os

valores nominais e os resultados do teste

pontos que devem ser testados sobre o

são realizados. O teste executa injeções

plano de impedância. Por se tratar de um

de sinais de tensão e corrente relativas à

software de teste automático, a verificação

impedância determinada pela localização

das características de proteção é realizada

no plano de impedâncias e avalia, em

de forma gráfica, utilizando planos de teste

tempo real, se o resultado está conforme

com a característica de proteção.

as tolerâncias previamente estabelecidas no

modelo da biblioteca de teste, exibindo um

mapeamento

das

mensagens

O objetivo deste teste é determinar

o exato alcance das zonas individuais

resultado visual de fácil entendimento.

aplicando sinais de falta ao longo de uma

linha de busca sobre o plano de impedância

as respectivas avaliações são incorporados

com a característica parametrizada no IED.

em um relatório gerado automaticamente.

Os resultados com valores de impedância

Informações detalhadas são disponibilizadas

encontrados são mostrados no plano de

neste relatório, como toda a parametrização

Após executado o teste, os resultados e

*Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela EFEI. Membro ativo de sociedades profissionais nacionais e internacionais, como Cigré e ABNT/ CB-03 – Cobei. É representante brasileiro no TC57 da IEC. Autor e coautor de mais de 100 trabalhos técnicos em eventos no Brasil e no exterior. Professor convidado em diversos cursos de pósgraduação. Atualmente, é diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br Guilherme Sanches Penariol graduou-se como engenheiro de controle e automação na Univei. Possui experiência em testes de sistemas de proteção convencionais e baseados na IEC 61850. Autor e coautor de trabalhos técnicos em eventos e periódicos no Brasil e no exterior. Atualmente, é diretor da Techmarc Engenharia | guilerme@techmarc.com.br



68

Pesquisa - Cursos e treinamentos

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Cursos a distância ganham destaque Em pesquisa do ano passado, apenas 10% das empresas declararam oferecer este tipo de curso. No levantamento deste ano, este número cresceu para 31%

A internet ganha cada vez mais espaço no segmento elétrico ao

os cursos presenciais estão entre os mais procurados, assim

facilitar a interação entre uma empresa e seus clientes, tornando

como os chamados cursos “in-company”, apontados por 88% das

mais rápidos e eficientes seus processos. No segmento de cursos

entrevistadas.

e treinamentos para área elétrica no Brasil, a ferramenta também

vem adquirindo cada vez mais relevância. Pelo menos é o que

como em 2015, a pesquisa atual apontou o tema aterramento

mostra a pesquisa desta edição da revista O Setor Elétrico feita

como o mais popular, com a preferência de 37% das pessoas, de

com empresas de treinamento da área. No levantamento realizado

acordo com as empresas entrevistadas. Logo atrás, como assunto

em 2015, apenas 10% dos cursos oferecidos eram a distância

mais popular, estão: o Sistema de Proteção contra Descargas

(virtuais). No estudo deste ano, a participação apresentou

Atmosféricas (SPDA) e a Norma Regulamentadora nº 10 –

uma elevação considerável, chegando a 31%. Não obstante,

Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, a NR 10,

treinamentos “in loco” continuam sendo os mais disponibilizados

com 34% e 31% da preferência dos alunos, respectivamente. Já os

pelas companhias da área. De acordo com 97% das empresas,

cursos menos buscados são instalações elétricas de alta tensão;

No que refere aos temas de cursos mais procurados, assim


69

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

instalações elétricas de média tensão; e redes de distribuição,

Cursos mais procurados

com preferência de 22% cada.

Outra informação relevante sobre treinamentos para área

elétrica que pode ser encontrada no levantamento é o valor médio das aulas. Levando em consideração as respostas, pode-se

37%

atestar que não se trata de uma atividade barata realizar cursos de

34%

capacitação e aprimoramento no segmento elétrico. Conforme o levantamento, a maioria das empresas que participou da pesquisa

31%

(35%) afirma que seus cursos custam mais do que R$ 800 por aluno e 28% declaram ministrar treinamentos com valor entre R$

28%

300 e R$ 500 por aluno. Somente 12% dizem oferecer cursos de forma gratuita.

O levantamento traz ainda a duração dos cursos oferecidos

pelas empresas e a média de duração dos treinamentos. Confira a pesquisa na íntegra a seguir:

Mercado de cursos e treinamentos para a área elétrica no Brasil

Aterramento, SPDA e NR 10 são os treinamentos e cursos

mais procurados pelos profissionais que buscam se atualizar no setor elétrico. É grande a busca também por curso de proteção e seletividade. De acordo com a pesquisa desta edição, 28% das empresas entrevistadas apontam este tema como um dois mais visados.

25% 25% 25%

Aterramento

SPDA NR 10

Proteção, seletividade

Qualidade de energia Instalações elétricas de baixa tensão Geração de energia

22%

Instalações elétricas de alta tensão

22%

Instalações elétricas de média tensão

22%

Redes de distribuição


70

Pesquisa - Cursos e treinamentos

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Cursos e treinamentos da área elétrica podem durar de quatro horas até mais de 40 horas.

No levantamento, descobriu-se que a maior parte das empresas (23%) disponibiliza aulas com duração de 16 horas. Apenas 5% das companhias pesquisadas declaram realizar atividades de capacitação com mais de 40 horas de duração. Duração média dos cursos oferecidos

5%

> 40 horas

8%

4 horas 13%

8 horas 21%

40 horas

23%

16 horas 20%

32 horas 10%

20 horas

A maioria das empresas que participaram da pesquisa (49%) afirma disponibilizar cursos

para turmas com dez até 20 alunos, em média. Outros 32% dizem realizar treinamentos para mais de 20 alunos. Somente 7% das companhias entrevistadas declaram oferecer cursos para até cinco alunos em média.

Média de alunos por curso

7% 32%

Até 5 alunos

> 20 alunos 12%

De 5 a 10 alunos

49%

De 10 a 20 alunos

Pela pesquisa, é possível concluir que a maior parte dos cursos oferecidos custa acima de

R$ 800,00 por aluno. 35% das empresas fazem tal afirmação. Esta porcentagem cresceu em relação ao levantamento do ano passado, em que 25% das companhias entrevistadas disseram oferecer treinamentos por este valor médio. Os cursos gratuitos também caíram. Em 2015, 18% das empresas disseram oferecer cursos grátis. No levantamento deste ano, 12% das companhias relatam disponibilizar treinamentos gratuitos.


71

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Valor médio dos cursos

Cursos presenciais são os mais oferecidos pelas empresas que

responderam a este levantamento. 97% das companhias fizeram tal afirmação. Cursos a distância ainda são os menos disponibilizados. Segundo pesquisa, 31% das empresas declaram oferecer este tipo de atividade de capacitação. 35%

Acima de R$ 800,00 por aluno

Tipos de cursos oferecidos

12%

Gratuito 12%

De R$ 100,00 a R$ 300,00 por aluno

97% 88% 81%

13%

De R$ 500,00 a 800,00 por aluno

28%

De R$ 300,00 a R$ 500,00 por aluno

31%

Cursos a distância

Cursos presenciais

Cursos “in-company” Cursos abertos


Pesquisa - Cursos e treinamentos

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

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X X

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X X X X X X

X X X X X

X X

X X

X

Qualidade de energia

X

Manutenção de instalações elétricas

X

X

X X X X

Fontes alternativas e renováveis

Proteção, seletividade

X X X

Manutenção de equipamentos elétricos

X X X

X

Geração de energia

X X

X

Redes de transmissão

X

Redes de distribuição

X

Dispositivos elétricos

X

Instrumentação

X X

Quadros elétricos

SP SC RJ MG SP PR AM SP SP SP SP MG SP RJ SP PR SP MG SP SP SP RJ SP RJ SP SP MG SP SP SP MG SP

Motores e acionamentos elétricos

Itajubá Taubaté Rio de Janeiro Jundiaí Curitiba Osasco Belo Horizonte Mogi das Cruzes São Paulo Santana de Parnaíba Rio de Janeiro São Paulo Rio de Janeiro Campinas São Paulo Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo Belo Horizonte Campinas

Estado

Automação residencial

Cidade São Paulo Criciúma Rio de Janeiro Uberlândia Sertãozinho Curitiba Manaus Osasco Cotia São Caetano do Sul São Paulo

Automação comercial

Site www.abnt.org.br www.agpr5.com www.cognitor.com.br www.conprove.com.br www.diagnerg.com.br www.empalux.com.br www.engecrim.com.br www.engepower.com www.expersolution.com.br www.findernet.com www.flexautomation.com.br www.fupai.com.br www.gsiconsultoria.com.br www.hager.com.br www.hellermanntyton.com.br www.institutoslactec.org.br www.instronic.com.br www.kascher.com.br www.krkengenharia.com.br www.megabras.com www.nr10flex.com.br www.ntt.com.br www. project-explo.com www.qemc.com.br www.selinc.com.br www.pirituba.sp.senai.br www.seniorengenharia.com.br www.siemens.com.br/poweracademy www.target.com.br www.techmarc.com.br www.tel.com.br www.cursosolar.com.br

Automação industrial

Telefone (11) 2344-1721 (48) 3462-3900 (21) 3393-4600 (34) 3218-6800 (16) 3945-1223 (41) 3021-3500 (92) 3642-3938 (11) 3579-8777 (11) 4704-5972 (11) 2147-1550 (11) 2389-2777 (35) 3629-3500 (12) 3633-7184 0800 724 2437 (11) 2136-9090 (41) 3361-6276 (11) 3383-3700 (31) 3481-7811 (11) 4726-9956 (11) 3254-8111 (11) 4063-1170 (21) 3325-9942 (11) 5589-4332 (21) 98111-6661 (19) 3515-2000 (11) 3901-9301 (31) 2105-9800 (11) 4585-8040 (11) 5525-5656 (21) 99374-1232 (31) 3308-7000 (19) 3521-3827

Instalações elétricas em corrente contínua

ABNT AGPR5 COGNITOR CONPROVE DIAGNERG EMPALUX ENGECRIM ENGEPOWER EXPER SOLUTION FINDER FLEX AUTOMATION FUPAI GSI -CONSULTORIA HAGER ELETROMAR HELLERMANNTYTON INSTITUTOS LACTEC INSTRONIC KASCHER ENGENHARIA KRK ENGENHARIA MEGABRAS NR10FLEX NTT PROJECT-EXPLO QEMC SEL SENAI SENIOR ENGENHARIA SIEMENS TARGET TECHMARC TERMOTÉCNICA UNICAMP

Instalações elétricas de alta tensão

Empresa

Instalações elétricas de média tensão

Principais Cursos Oferecidos

Instalações elétricas de baixa tensão

72

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X X

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X


73

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Itajubá Taubaté Rio de Janeiro Jundiaí Curitiba Osasco Belo Horizonte Mogi das Cruzes São Paulo Santana de Parnaíba Rio de Janeiro São Paulo Rio de Janeiro Campinas São Paulo Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo Belo Horizonte Campinas

X

X X

X

X

X

X

X X

X X

X X

X X

> 40 horas

40 horas

32 horas

X X X

X

X X

X X X X X

20 horas

X

X X

8 horas

X

4 horas

X X

X

Outros

X

X

Telecomunicações

X

Cabeamento estruturado

X

Normalização e certificação

X

Outras normas de segurança do trabalho

X

Iluminação

SP SC RJ MG SP PR AM SP SP SP SP MG SP RJ SP PR SP MG SP SP SP RJ SP RJ SP SP MG SP SP SP MG SP

NR 10

Estado

SPDA

Cidade São Paulo Criciúma Rio de Janeiro Uberlândia Sertãozinho Curitiba Manaus Osasco Cotia São Caetano do Sul São Paulo

Correção de fator de potência

Site www.abnt.org.br www.agpr5.com www.cognitor.com.br www.conprove.com.br www.diagnerg.com.br www.empalux.com.br www.engecrim.com.br www.engepower.com www.expersolution.com.br www.findernet.com www.flexautomation.com.br www.fupai.com.br www.gsiconsultoria.com.br www.hager.com.br www.hellermanntyton.com.br www.institutoslactec.org.br www.instronic.com.br www.kascher.com.br www.krkengenharia.com.br www.megabras.com www.nr10flex.com.br www.ntt.com.br www. project-explo.com www.qemc.com.br www.selinc.com.br www.pirituba.sp.senai.br www.seniorengenharia.com.br www.siemens.com.br/poweracademy www.target.com.br www.techmarc.com.br www.tel.com.br www.cursosolar.com.br

Comercialização de energia

Telefone (11) 2344-1721 (48) 3462-3900 (21) 3393-4600 (34) 3218-6800 (16) 3945-1223 (41) 3021-3500 (92) 3642-3938 (11) 3579-8777 (11) 4704-5972 (11) 2147-1550 (11) 2389-2777 (35) 3629-3500 (12) 3633-7184 0800 724 2437 (11) 2136-9090 (41) 3361-6276 (11) 3383-3700 (31) 3481-7811 (11) 4726-9956 (11) 3254-8111 (11) 4063-1170 (21) 3325-9942 (11) 5589-4332 (21) 98111-6661 (19) 3515-2000 (11) 3901-9301 (31) 2105-9800 (11) 4585-8040 (11) 5525-5656 (21) 99374-1232 (31) 3308-7000 (19) 3521-3827

Aterramento

ABNT AGPR5 COGNITOR CONPROVE DIAGNERG EMPALUX ENGECRIM ENGEPOWER EXPER SOLUTION FINDER FLEX AUTOMATION FUPAI GSI -CONSULTORIA HAGER ELETROMAR HELLERMANNTYTON INSTITUTOS LACTEC INSTRONIC KASCHER ENGENHARIA KRK ENGENHARIA MEGABRAS NR10FLEX NTT PROJECT-EXPLO QEMC SEL SENAI SENIOR ENGENHARIA SIEMENS TARGET TECHMARC TERMOTÉCNICA UNICAMP

Eficiência energética

Empresa

16 horas

Duração dos cursos oferecidos pela empresa

Principais Cursos Oferecidos

X X

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X X X X X

X

X X

X X X

X

X

X


Pesquisa - Cursos e treinamentos

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

ENGEPOWER EXPER SOLUTION FINDER FLEX AUTOMATION FUPAI GSI -CONSULTORIA HAGER ELETROMAR HELLERMANNTYTON INSTITUTOS LACTEC INSTRONIC KASCHER ENGENHARIA KRK ENGENHARIA MEGABRAS NR10FLEX NTT PROJECT-EXPLO QEMC SEL SENAI SENIOR ENGENHARIA SIEMENS TARGET TECHMARC TERMOTÉCNICA UNICAMP

X X X X X X X X

X X

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X X

X X X X

X

X X X

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X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X

X X X

Cursos a distância

Cursos presenciais

Outros

X X X X

X

X X X X X X X X X

X X X X

Cursos “in-company”

De R$ 1000,00 a 1500,00 por aluno

De R$ 500,00 a R$ 1000,00 por aluno

A empresa oferece

Cursos abertos

SP SC RJ MG SP PR AM SP SP SP SP MG SP RJ SP PR SP MG SP SP SP RJ SP RJ SP SP MG SP SP SP MG SP

De R$ 100,00 a R$ 500,00 por aluno

Estado

Até R$ 100,00 por aluno

Cidade São Paulo Criciúma Rio de Janeiro Uberlândia Sertãozinho Curitiba Manaus (11) 3579-8777 Osasco (11) 4704-5972 Cotia (11) 2147-1550 São Caetano do Sul (11) 2389-2777 São Paulo (35) 3629-3500 www.fupai.com.br Itajubá (12) 3633-7184 www.gsiconsultoria.com.br Taubaté 0800 724 2437 www.hager.com.br Rio de Janeiro (11) 2136-9090 www.hellermanntyton.com.br Jundiaí (41) 3361-6276 www.institutoslactec.org.br Curitiba (11) 3383-3700 www.instronic.com.br Osasco (31) 3481-7811 www.kascher.com.br Belo Horizonte (11) 4726-9956 www.krkengenharia.com.br Mogi das Cruzes (11) 3254-8111 www.megabras.com São Paulo (11) 4063-1170 www.nr10flex.com.br Santana de Parnaíba (21) 3325-9942 www.ntt.com.br Rio de Janeiro (11) 5589-4332 www. project-explo.com São Paulo (21) 98111-6661 www.qemc.com.br Rio de Janeiro (19) 3515-2000 www.selinc.com.br Campinas (11) 3901-9301 www.pirituba.sp.senai.br São Paulo (31) 2105-9800 www.seniorengenharia.com.br Belo Horizonte (11) 4585-8040 www.siemens.com.br/poweracademy São Paulo (11) 5525-5656 www.target.com.br São Paulo (21) 99374-1232 www.techmarc.com.br São Paulo (31) 3308-7000 www.tel.com.br Belo Horizonte (19) 3521-3827 www.cursosolar.com.br Campinas

Gratuito

Site www.abnt.org.br www.agpr5.com www.cognitor.com.br www.conprove.com.br www.diagnerg.com.br www.empalux.com.br www.engecrim.com.br www.engepower.com www.expersolution.com.br www.findernet.com www.flexautomation.com.br

> 20 alunos

Telefone (11) 2344-1721 (48) 3462-3900 (21) 3393-4600 (34) 3218-6800 (16) 3945-1223 (41) 3021-3500 (92) 3642-3938

Valor médio dos cursos oferecidos pela empresa

Acima de R$ 1500,00 por aluno

ABNT AGPR5 COGNITOR CONPROVE DIAGNERG EMPALUX ENGECRIM

De 10 a 20 alunos

Empresa

De 5 a 10 alunos

Média de alunos por curso oferecidos por empresa

Até 5 alunos

74

X X

X X X

X

X

X X

X X X X



Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Por Sergio Roberto Santos*

A blindagem como medida de proteção contra surtos

As Medidas de Proteção contra Surtos

o desenvolvimento do projeto da Proteção

ou

contra Descargas Atmosféricas (PDA). Todas

concorrentes, mas seu objetivo sempre será

as informações necessárias para projetar

evitar que nos terminais dos equipamentos

corretamente as blindagens espaciais e as ZPRs

eletroeletrônicos apareça uma diferença de

estão na parte 4 da ABNT NBR 5419:2015 e

tensão maior do que eles podem suportar.

é indispensável a leitura completa da norma

para a realização do projeto.

(MPS)

podem

ser

complementares

Uma das MPS apresentadas na parte 4 da

norma ABNT NBR 5419:2015 é a blindagem.

Ela pode ser dividida entre a blindagem

espaciais é o aproveitamento dos elementos

espacial do ambiente onde a instalação

construtivos da própria edificação para

se encontra e a blindagem dos próprios

de forma pratica e econômica obtermos

cabos, de energia e sinal, dos sistemas

a proteção de toda a instalação, ao invés

elétricos externos ou internos à edificação.

de blindar, ou proteger, individualmente

A utilização de cabos blindados para linhas

cada um dos seus componentes. Pelas suas

de sinal é uma medida já recomendada na

características é muito importante que já

ABNT NBR 5410-2004 para a limitação das

no projeto da edificação seja considerada a

sobretensões transitórias nos equipamentos

utilização da blindagem espacial. Para que

eletroeletrônicos.

seja parte da blindagem espacial, o elemento

metálico

A blindagem espacial define as Zonas

A vantagem da utilização das blindagens

em

questão

blindagem dos cabos e dos equipamentos

componentes da mesma blindagem espacial

impede a indução de correntes de surto

para que ela funcione de fato como um

nas linhas ou no interior dos dispositivos

envoltório metálico do espaço que delimita

eletroeletrônicos. A blindagem espacial,

a ZPRs. De maneira geral, uma blindagem

ao envolver um determinado volume, cria

espacial eficaz está relacionada a uma largura

dentro deste, sob as condições descritas

de malha não maior que cinco metros.

na ABNT NBR 5419:2015, uma ZPR que

é

elementos

ABNT NBR 5419, os conceitos de blindagem

construtivos da edificação interconectados,

espacial e ZPRs eram pouco conhecidos e

como as barras do concreto armado, as

aplicados de forma simplória, relacionados

armaduras e os suportes metálicos existentes

apenas ao posicionamento dos Dispositivos

no teto, nas paredes e no piso. Elas atenuam

de Proteção contra Surtos (DPS). A edição

no interior desta ZPR os campos magnéticos

atual da norma apresenta de forma muito

criados pelas descargas atmosféricas diretas

mais completa e detalhada os conceitos,

ou indiretas, limitando os surtos de tensão.

explicações e a teoria que permite aos

As ZPR podem corresponder ao interior

projetistas utilizarem a blindagem espacial e

de toda a estrutura, parte dela, um único

as ZPRs de forma eficaz na proteção contra

ambiente ou apenas um equipamento. Estas

os surtos de tensão.

blindagens podem ser construídas em forma

Já a blindagem das linhas internas

de grade, serem totalmente continua, e

através da utilização de cabos blindados

projetadas levando em consideração a eficácia

ou dutos metálicos totalmente fechados

necessária em função da confiabilidade dos

minimiza os surtos induzidos internamente,

sistemas eletroeletrônicos em seu interior, a

ou seja, aqueles que tem origem dentro

partir da prévia análise de risco que orientou

da própria ZPR onde a linha se encontra.

pelos

próprios

com

apresentar

continuidade

formada

elétrica

deve

de Proteção contra Raios (ZPRs) enquanto a

os

outros

Até a publicação da edição de 2015 da


77

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

A blindagem das linhas é uma pratica mais

uma falha na sua instalação ou em sua

conhecida, já utilizada normalmente para

manutenção, o que infelizmente acontece

evitar interferências em circuitos de sinal que

com mais frequência do que imaginamos.

comprometam a transmissão de dados entre

Para evitar este problema é mais do

equipamentos. Na ABNT NBR 5410:2004 a

que recomendável projetar o ponto de

blindagem das linhas é apresentada como

aterramento da blindagem com meios de

uma das medidas para evitar interferências

conexão adequados para permitir sua correta

eletromagnéticas ou sobretensões induzidas.

e inequívoca fixação e a possibilidade de

A blindagem corretamente dimensio­

manutenção deste contato elétrico.

nada e instalada faz com que uma corrente

indesejada seja conduzida através dela e com

os mesmos princípios acima e também é

isso não chegue ao interior dos equipamentos.

uma medida eficaz, mas a sua aplicação

A decisão entre utilizar uma blindagem ou um

pode depender do provedor destas linhas

DPS depende de fatores técnicos e econômicos

e neste caso esta blindagem pode não ser

porque quanto maior for o comprimento do

responsabilidade do projetista do SPDA.

cabo a ser blindado, maior será o seu custo

Para conseguir proteger os sistemas

total e mais econômico será optar pelos DPSs,

eletroeletrônicos no interior de edificações

sendo a recíproca verdadeira. Vale lembrar que

atingidas

o roteamento dos cabos também é um fator

descargas atmosféricas o projetista do SPDA

importante de análise.

deve aplicar corretamente as MPS. Este

A blindagem das linhas externas segue

direta

ou

indiretamente

por

Um cabo blindado pode ser aterrado

artigo procurou apresentar alguns pontos

nas suas duas extremidades ou aterrado

que podem ajudar a compreender melhor

diretamente em uma e indiretamente na

o que são e para que servem as blindagens.

outra através de um DPS. Infelizmente,

Após a sua leitura os projetistas devem

na prática, muitas vezes o cabo não é

estudar este assunto lendo a parte 4 da

aterrado em ambas as extremidades, o que

ABNT NBR 5419:2015, tendo em mente os

frustra o objetivo que levou a utilização

seguintes pontos.

da blindagem. O cabo deve ser aterrado sempre nas duas extremidades, a menos

- A especificação dos DPS depende das

que exista uma diferença de potencial em

ZPRs, que, por sua vez, são formadas pelas

regime permanente entre os dois pontos

blindagens espaciais. Por isso a norma cita

onde a blindagem deveria ser aterrada, o

medidas de proteção contra surto que são

que ocasionaria uma condução permanente

eficazes quando utilizadas em seu conjunto.

da corrente através da blindagem, e poderia

É necessário entende-las dentro do contexto

compromete-la ou ao próprio funcionamento

da sua aplicação;

do sistema.

- Blindagem é uma ideia que todo a

profissional da área elétrica tem ideia do

blindagem conduzir uma parcela da corrente

que seja. A ABNT NBR 5419:2015 fornece

da descarga atmosférica, e não apenas uma

as condições objetivas para que a blindagem

corrente por ela induzida, é necessário que a

seja corretamente projetada;

espessura da blindagem atenda este critério

- A aplicação da norma depende basicamente

conforme determina a ABNT NBR 5419:2015.

da sua leitura. Dificuldades surgirão no

Não podemos esquecer que a blindagem,

começo, mas não existe nada na norma que

seja espacial ou da linha, pode fazer parte

represente um obstáculo intransponível ou

também do subsistema de captação ou de

um conceito de difícil compreensão.

Caso

exista

a

possibilidade

de

descida e assim deve atender aos mesmos critérios de especificação destes elementos.

*Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista e

O

membro da comissão de estudos CE 03:64.10, do

não

aterramento

das

duas

extremidades da blindagem decorre de

CB-3 da ABNT.


78

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Por Eduardo Daniel*

A obrigatoriedade das normas técnicas brasileiras A coluna anterior tratou sobre as

obrigatório? O processo de sua elaboração,

• Comunicação

consequências do não cumprimento de

sim, é voluntário. A participação das pessoas

• Simplificação

normas técnicas, em particular, da norma de

e empresas é realmente livre, porém o

• Proteção ao consumidor

instalações elétricas de baixa tensão. Para

produto de seu trabalho é uma “lei elaborada

• Segurança

minha surpresa, após a publicação em janeiro,

fora do legislativo”. No Brasil, a Associação

• Economia

em várias ocasiões e com grupos diferentes

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi

• Eliminação de barreiras comerciais

de colegas, foi estabelecida uma discussão

reconhecida como o único foro brasileiro de

sobre as vertentes da compulsoriedade de

normalização, pela Resolução do Conmetro

O princípio básico da normalização

atendimento de normas técnicas. Pela falta

nº 07, de 24 de agosto de 1992, portanto,

é sempre o consenso entre as chamadas

de conhecimento geral sobre o tema, achei

o resultado de suas atividades (as normas

partes interessadas, ou seja, aquelas que

oportuno apresentarmos aqui os requisitos

técnicas) advém de um poder outorgado

representam as personagens que tiram

reais aplicáveis antes que se criem mais

pelo Estado Brasileiro.

proveito de seu conteúdo para estabelecer

dúvidas sobre as decisões da Comissão e as

As normas técnicas da ABNT, em

e melhorar seu relacionamento técnico “pelo

consequências delas. Senão vejamos.

sua essência, definem as relações entre

fato do produto ou do serviço”. Assim, o

Uma norma técnica nacional é a maneira

“comprador e fornecedor”, que devem ser

processo de elaboração de uma norma

mais direta de se criar um documento

entendidas em um sentido mais amplo do

técnica deve ser transparente e representar

contendo requisitos ou boas práticas a partir

que simplesmente quem utiliza o produto.

os requisitos mínimos aplicáveis, sejam cons­

do conhecimento de uma base de cidadãos

Um usuário de um produto é o “comprador”

trutivos ou de desempenho. Isso significa

que representam a sociedade, sem ter

mais direto do processo, porém, um

que se um documento normativo não

como intermediários representantes eleitos

laboratório ou uma entidade ligada a um

define determinado requisito considerado

e que constituem o Poder Legislativo do

programa ou a esquemas de avaliação da

importante, não necessariamente é uma

Estado. Existe uma dúvida perene no tema

conformidade, por exemplo, representam

falha do documento, pode ser que não

normalização que diz respeito ao aspecto

o “comprador” do produto, porém com o

tenha havido consenso em sua elaboração.

de obrigatoriedade do atendimento do

objetivo não da sua utilização, mas sim de

Esta tem sido uma das polêmicas na revisão

conteúdo

avaliar as características de um produto.

da ABNT NBR 5410, porque ela não entra

sem entrar no mérito no caso brasileiro do

A norma técnica da ABNT deve sempre ser

em mais detalhes sobre certos assuntos. Se

Código de Defesa do Consumidor, que

entendida como um documento de consenso

não há consenso, é mais coerente deixar

determina claramente o atendimento de

obtido na comunidade técnica do país e que

de fora do documento, a critério do usuário

normas técnicas oficiais pelos produtos e

especifica requisitos mínimos construtivos ou

da norma, mesmo que seja um caso crítico,

serviços disponíveis ao consumidor (em seu

de desempenho. O processo de elaboração

ressaltando-se, porém, em uma nota, por

sentido mais amplo), apenas a expressão

de uma norma representa a boa prática

exemplo, de que devem existir análise e

constante em todas as normas técnicas

adotada pelas entidades internacionais e

decisão adequadas.

que o documento tem caráter “normativo”

nacionais (de cada país). O processo de

já responde a essa dúvida. Constitui-se

normalização adotado pela ABNT, a exemplo

documento normativo se inicia a partir de

de uma norma da sociedade, obtida por

dos processos internacionais e estrangeiros,

uma demanda da sociedade (pessoa física,

consenso, por que não seria de atendimento

tem os seguintes objetivos:

empresa, órgão público, regulamentador,

de

um

documento.

Mesmo

O processo de desenvolvimento de um


79

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

associado ou não da ABNT). A pertinência

instituições setoriais referentes ao objeto dos

como norma técnica. Em caso de não

do pedido e da demanda é analisada pela

Comitês e as empresas, entidades e pessoas

aprovação ou de sugestões de modificações,

ABNT, a partir de regras estabelecidas pelo

ligadas ao desenvolvimento da normalização

o projeto é modificado pela sua respectiva

Conmetro. Se tiver mérito, será levada

de cada tema. As Comissões de Estudo, que

comissão e, se necessário, passa por nova

ao comitê técnico ou Organismos de

são compostas pelos interessados em fazer

consulta nacional. Caso não haja consenso na

Normalização Setorial (ONS) do setor para

determinada norma brasileira, devem possuir

determinação de seu conteúdo, o projeto de

inserção no Plano de Normalização Setorial

representatividade

consumidores,

norma pode ser cancelado. Após aprovação

(PNS) da Comissão de Estudo pertinente. Se

fabricantes e neutros envolvidos com o

obtida no processo descrito, o Projeto de

não houver comissão constituída, será criada

objeto da norma técnica.

Norma aprovado é encaminhado à ABNT

uma Comissão de Estudos Especial (ABNT/

O trabalho de todos os membros da

e homologado por ela, após o que passa a

CEE).

dos

comissão de estudos é voluntário e gratuito,

ser denominado de Norma Brasileira (ABNT

ONS

ou seja, é um ônus público que a pessoa ou

NBR). A ABNT tem a obrigação descrita na

constituem a estrutura de “produção” de

a organização que colocou seu representante

Resolução do Conmetro de sempre tornar

normas da ABNT. São os órgãos técnicos

na Comissão de Estudos tem com a

pública uma ABNT NBR.

formados por comissões de estudos, em

Sociedade. A partir de um projeto de norma

Ressaltado

que as normas brasileiras são elaboradas

elaborado e aprovado em sua respectiva

importância do assunto, espero que todos

e revisadas. A ABNT possui mais de 200

comissão de estudos, ele é colocado pela

nós cumpramos o que as normas técnicas

Comitês Brasileiros e quatro Organismos de

ABNT em consulta nacional por um período

estabelecem.

Normalização Setorial, os quais são chamados

determinado, disponível para a avaliação da

genericamente de Comitês Técnicos. A

sociedade. A votação atualmente é realizada

Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria

ABNT desempenha o papel de gestora

em meio eletrônico por um período normal

e Engenharia Consultiva e coordenador da

desse processo e não tem custos diretos na

de três meses, encaminhando-se os votos

Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT,

manutenção desses Comitês Brasileiros e das

recebidos à respectiva comissão de estudos.

que revisa a norma de instalações de baixa tensão

ONSs. Quem financia esses custos são as

Se aprovado, o projeto de norma é publicado

ABNT NBR 5410.

Os

comitês

técnicos

e

as

o

detalhamento

e

a


80

Instalações MT

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Smart cities

capacidade (de 5 kW a 30 kW) com torres

- Menor emissão de poluentes na ilha

o assunto tem sido relativo a prover mais

mais baixas.

pela sensível diminuição de queima de

inteligência ao grid de distribuição para

Com

incrementar qualidade e segurança e

interessante uma forma de gestão desta

- Melhor aproveitamento da energia

conseguir uma operação menos onerosa,

energia sendo entregue dos telhados

com as reformas de rede que serão

fatalmente, temos que abordar o assunto,

das pousadas e casas para o sistema de

necessárias, resultando perdas técnicas

observando experiências e oportunidades

distribuição da ilha.

também menores;

do que se chama de “smart city”.

Postes

Depois de alguns dias visitando o

pública

paraíso de Fernando de Noronha, não

parte do esforço com pequenas placas

geração diesel como base;

há como não sonhar com um banho

fotovoltaicas, baterias e geradores eólicos

- As bases necessárias para dimensionar

de

Como nos nossos últimos encontros,

isso,

seria

autônomos

(com

Led)

fundamental

de

e

iluminação

também

seriam

diesel,

- Maior confiabilidade do sistema com a diversificação das fontes, ficando a

de baixa capacidade.

um projeto de bancos de baterias em

os esforços de conservação do meio

locais estratégicos para suprir os picos

ambiente.

usada para minimizar as perdas não

de consumo e acumular eventuais sobras

Tudo começa pelo fato de a geração ser

técnicas, pois, em alguns locais, nota-se

diurnas da geração fotovoltaica;

totalmente a diesel! Isto sugere uma ação

o esforço da concessionária em ter

- Informações dos eventuais problemas

integrada de governos Federal e Estadual,

medidores fiscais fixos e instalados nos

decorrentes de geração distribuída

facilitando o investimento a ser feito pelos

postes para confrontar com o medidor

(transitórios gerados, instabilidade,

indivíduos e pela concessionária.

de faturamento. Como a estrutura da

necessidade de formas de compensação,

Como o sol por lá (praticamente

concessionária no local é pequena, os

qualidade da energia, etc.) quando

na linha do Equador) é bem generoso,

medidores fiscais por cada secundário

esta se torna preponderante em certos

poderíamos começar por uma geração

de transformador indicariam “on time”

horários;

distribuída baseada em fotovoltaica. Aliás,

onde estão sendo feitas conexões ilegais

- Uma face mais visível dos esforços

é possível visualizar umas placas próximas

temporárias (já que o ar condicionado é

para dar àquele santuário mais

ao aeroporto, mas a placa de propaganda

imprescindível para garantir boas horas de

sustentabilidade e um ambiente mais

de empreendimento parece ser maior que

sono).

saudável de preservação do meio

a área das placas fotovoltaicas!

ambiente.

tecnologia

naquela

ilha

ajudando

Esta gestão inteligente também seria

Com todo este rearranjo que pode,

Também os ventos por lá são fartos e,

pelo menos em parte, ser financiado pelas

mesmo evitando grandes geradores (por

várias (e caras) tarifas pagas pelos turistas,

Como subproduto, teríamos como

lá é corrente o receio de que as grandes

teríamos:

avaliar todos os ganhos (e problemas) de uma forma muito precisa e, de fato,

pás matem pássaros e um aerogerador antigo, dizem, foi destruído por uma

- Menor custo de energia para moradores

perceber o real valor deste novo patamar

descarga atmosférica) de 2 MW ou 3 MW,

e empreendedores (restaurantes e

tecnológico a ser alcançado nas cidades

podem ser viabilizados geradores de baixa

pousadas);

inteligentes.


81

Iluminação eficiente

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.

Balanço de 2015 e as últimas notícias sobre certificações de Led Deste março de 2015 fabricantes e

março de 2015. Isto significa que, atualmente,

do Brasil e a necessidade crescente de

importadores de lâmpadas Led vivem a

qualquer fabricante nacional ou importador

alternativas para se economizar energia

necessidade de provar que seus produtos

poderá fabricar ou importar apenas produtos

elétrica. Temo, porém, pela qualidade dos

são

a

certificados respectivamente. A Portaria

produtos que estão hoje no mercado.

publicação da portaria 144/2015 do

76/2016 estabelece que os demais prazos

Nem tanto pela eficiência luminosa, mas

Inmetro, que estabeleceu um prazo de

ficam mantidos. Assim sendo, os fabricantes

pela qualidade da luz, confiabilidade e

nove meses para certificação compulsória

e importadores só poderão comercializar os

segurança elétrica dessas lâmpadas.

dos produtos, uma corrida contra o tempo

produtos não certificados em estoque até

foi travada pelas principais empresas do

junho de 2016 (15 meses da publicação da

de 2017, é altamente recomendado que

segmento. Terminado o prazo, apenas três

portaria 144/2015) , atacadistas e varejistas

projetos profissionais e de eficiência

empresas conseguiram ter seus produtos

poderão comercializar esses produtos até

energética

certificados: Intral, Osram e Philips.

eficientes

e

confiáveis.

Após

Para minimizar os riscos até setembro

exijam produtos certificados

março de 2017 (24 meses da publicação)

como requisito nas especificações de

No final de dezembro, o Inmetro

e atacadistas e varejistas, cadastrados

produtos.

lançou a Portaria 599/2015 em consulta

como Micro e Pequenas Empresas poderão

também

pública, sugerindo a postergação do prazo

comercializar lâmpadas led sem certificação

produtos

por dois meses. Nenhuma informação

até setembro de 2017 (30 meses da

eficiência energética. Caso os produtos

oficial, entretanto, foi lançada até 24 de

publicação).

não tenham o Selo do Inmetro ou o

fevereiro de 2016, quando foi publicada

Até

portanto,

Selo Procel, é altamente recomendável

a Portaria 76/2016. Até esta data apenas

poderão existir lâmpadas led de base

ponderar a realização de ensaios de

cinco

setembro

de

2017,

Produtos são

uma

de

com

Selo

Procel

forma

de

garantir

maior

confiabilidade

e

conseguido

integrada não certificada no mercado. Os

desempenho e segurança em amostras de

obter a certificação para suas lâmpadas,

próximos meses deverão ser cruciais para

lâmpadas led em laboratórios acreditados

adicionalmente

empresas

haviam

a

a definição de possíveis alterações de

para aprovação dos produtos. Isto poderá

GE e a FLC. Nota-se, porém, que não

preços desses produtos. A certificação

evitar

necessariamente

às

três

anteriores,

futuros

problemas

relacionados

tornará os produtos mais caros? Os

à qualidade da luz, confiabilidade do

destas empresas estão certificados. Para

grandes

produto, ocorrências de baixo fator de

saber quais produtos e marcas possuem

certificados tenderão a deixar os produtos

potência,

a certificação do Inmetro, recomenda-se

mais baratos? Qual será o impacto disso

e

consultar o site do Inmetro, que apresenta

no

outros equipamentos eletroeletrônicos.

a lista completa.

vivendo hoje em dia?

Como

todos

os

modelos

A Portaria 76/2016 do Inmetro oficializou

estoques

mercado o

de

produtos

recessivo consumidor

que

não

estamos

altas

distorções

intereferências

harmônicas

eletromagnéticas

em

Foi dado um grande passo para a final

e

o

melhoria

a postergação do prazo para a certificação

especificador podem se proteger para obter

existentes

compulsória

da no

qualidade Brasil.

dos Basta

produtos agora

o

pelos

um produto confiável e de preço justo? É

mercado de compra e venda reagir à

fabricantes e importadores por 11 meses

esperada uma grande disputa do mercado

certificação e existir um forte processo de

contados a partir da publicação original de

por preço, visto a condição econômica

fiscalização pelo Inmetro.

das

lâmpadas

Led


82

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Como vai sua PDA? Sites internacionais noticiaram, recen­ te­

- Não entende do assunto, contrate alguém que

men­te, a incidência de raio em um pilar da maior

entenda;

ponte de Seoul, capital sul-coreana. Segundo

- Escolha os profissionais através de

o texto, o impacto provocou o corte de um dos

nivelamento técnico e não comercial;

cabos de sustentação da mesma, situação que

- Procure referências de trabalhos anteriormente

até então parecia improvável, mas aconteceu,

executados, se possível visite os locais e avalie

o que inevitavelmente direciona o pensamento

os resultados;

para a segurança atualmente existente (há?)

- Proteção e estética podem coexistir, mas essa

nas pontes e em outras estruturas de grandes

não deve ser a condição principal;

dimensões do Brasil.

- PDA deve ser realizada, preferencialmente,

na eta­pa do projeto, complementando a

Considerando a evidente falha na PDA*

– Proteção contra descargas atmosféricas,

instalação elétrica;

fica a dúvida se o fato ocorreu por se tratar

- Os trabalhos estão ligados com obras e,

de cálculos e execução inapropriados ou, em

portanto, haverá quebra, reconstituição, barulho;

caso da realização de uma correta análise e

- Após a proteção instalada exija documentação

gerenciamento de risco, foi prevista a remota e

(projeto de PDA não é um desenho em um

aceitável probabilidade da ocorrência (um evento

“papel de pão”) instruindo-o quanto aos

em centenas de milhares de anos) desses danos

procedimentos para a manutenção do sistema;

causados pelo impacto direto na estrutura.

- A ART – Anotação de responsabilidade

técnica - é um documento fundamental para

O que parece evidente é que a cada dia

que passa se torna mais imperativo aperfeiçoar

ambas as partes dessa relação.

a PDA considerando cada vez mais elementos

*Importante lembrar o conceito que engloba a

anteriormente negligenciados.

nova proteção contra descargas atmosféricas. A

O nivelamento técnico profissional quanto

PDA é um conceito muito mais amplo de proteção

aos novos parâmetros recém-publicados na

que envolve o SPDA e as MPSs – Medidas de

ABNT NBR 5419:2015 e como utilizar de

proteção contra surtos. Enquanto o SPDA trata

maneira correta as equações para análise e

da proteção conhecida e já tratada na versão

gerenciamento de risco, assim como a execução

de 2005 da ABNT NBR 5419, envolvendo os

da manutenção preventiva do SPDA – Sistema

subsistemas de captação, descida e aterramento,

de proteção contra descargas atmosféricas

mais interligações, materiais e dimensões, as

(externo e interno), tornam a proteção mais

MPSs vinculam de forma indissociável a proteção

precisa e eficaz.

contra descargas atmosféricas às instalações

Não se deve esquecer que a PDA faz parte

elétricas, tratando de equipotencialização (direta

de um conjunto de segurança que deve ser

e indireta), o encaminhamento dos condutores

mantido, revisto e melhorado a fim de garantir

da instalação (roteamento), a blindagem e a

o seu objetivo principal. A seguir, algumas

instalação dos DPSs, todos compondo as ZPRs

sugestões para que sua PDA seja confiável:

– Zonas de proteção contra raios.


Proteção, automação e controle

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

83

Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. É diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br

Escolher bem para não escolher problemas O sucesso de um empreendimento e a

Diante do exposto, no final de suas

técnicas. São utilizados pré-contratos com

qualidade dos dispositivos implantados em um

escolhas e ponderações sobre o que

uma descrição básica dos dispositivos e

sistema de automação de subestação (SAS)

seria melhor para seu uso, o nosso amigo

sistemas a serem fornecidos. O detalhamento

estão diretamente ligados às especificações,

comprador se depara com suas realidades:

do projeto é definido após a contratação do

fornecedor. Vale observar que, além dos

na sua forma e conteúdo. Esse processo é parecido com o que fazemos quando vamos

• Por causa da configuração descrita, o

aspectos econômicos, o lado mais preparado

comprar um bem de consumo importante

fabricante não possui modelo de produto

será capaz de impor suas escolhas técnicas.

para nós.

disponível para atendê-lo;

Caso a empresa dona do empreendimento

Imaginemos a seguinte situação, um

• Em consequência de suas escolhas, o valor

não forneça uma especificação formal,

consumidor desavisado, empolgado com a

do produto fica muito além das possibilidades

essa tarefa é realizada pelo fornecedor ou

possibilidade da aquisição de um notebook

do nosso empolgado comprador.

integrador que proverá um projeto do sistema de automação segundo suas soluções

novo, acessa um site de um fabricante de notebooks e começa a escolher seu modelo.

Quando tratamos de um sistema de

comerciais.

Diante das diversas opções disponíveis, ele

proteção e automação de sistemas elétricos,

Alguns trabalhos publicados auxiliam

segue fazendo suas escolhas:

o princípio de especificar bem também se

essa tarefa. Por exemplo, o relatório técnico

faz necessário. A especificação de um SAS

329

• Processador: i7, última geração;

deve compreender uma estrutura adequada

evaluation of SAS), do grupo de trabalho

• HD: 1 Tera SSD (disseram para ele que era

que mostre todas as necessidades de

B5.18

melhor);

funcionalidade, desempenho, disponibilidade

informações detalhadas e orientações para

• Memória RAM: 8 Gb (o máximo disponível);

e todos os aspectos que são relevantes para

apoiar a escrita de especificações para

• Tela: full HD 14 polegadas, com tecnologia

um projeto.

sistemas de automação de subestações.

Touchscreen;

Para isso, o profissional responsável

Estudos conduzidos por membros do Comitê

• Placa de vídeo HD dedicada com memória

pela especificação deve estar preparado

de Estudos B5 (Proteção e Automação) do

exclusiva;

para fazer uma avaliação das diferentes

Cigré Brasil têm constatado que a maioria

• Conectividade: 4xUSB 3.1, VGA, HDMI,

ofertas disponíveis no mercado e reunir

dos procedimentos de documentação e as

RJ-45 Ethernet, Wireless, Bluetooth;

informações sobre os requisitos do SAS a ser

especificações são realizadas pelas equipes

especificado.

de engenharia das empresas do setor

Microsoft Office completo, Antivírus com

Além da especificação técnica, outros

elétrico (concessionárias de distribuição,

todos os opcionais;

fatores também deverão ser considerados,

transmissão e geração de energia elétrica),

• Peso máximo: 1 kg;

incluindo a política de aquisição dos

mas com uma parcela de responsabilidade

componentes e sistemas, sua disponibilidade

compartilhada

E por aí vai. Alguns itens também são

do

econômicos,

fornecedores. Mas qual o melhor caminho?

escolhidos,

como valores disponíveis versus custo de

Como isso é realizado em instalações

técnico e manutenção em casa, cobertura

aquisição.

industriais? Como você compraria seu

de garantia estendida. Afinal, nosso amigo

No Brasil, o processo de aquisição

notebook?

comprador

Software:

Windows

como

10

serviços

professional,

de

suporte

mercado

e

aspectos

(Guidelines do

for

Cigré,

pelos

specification fornece

and

importante

integradores

e

para

de grandes obras é realizado geralmente

qualquer ocorrência e não quer ficar com seu

através de leilão ou pregão. Desta forma não

constatações e tendências serão descritas,

equipamento indisponível.

são redigidas exatamente especificações

além das melhores práticas.

quer

estar

preparado

Discutiremos esse tema adiante, em que


84

NR 10

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Das oportunidades – Parte 4 Antes de tratar das oportunidades,

dos fabricantes ou na ausência, aos

vamos comentar uma observação de um

procedimentos dos tomadores de

leitor, o que agradecemos de antemão:

serviço.

a testes dielétricos em conformidade e

atendimento

às

regulamentações,

quando houver, ou às especificações e recomendações dos fabricantes. Isso

“É necessário mandar para teste de

laboratório as ferramentas comuns usadas

Os testes de isolação são simples e

deve ser feito para a verificação da

em baixa tensão, tais como alicate universal

há normas que indicam o procedimento

manutenção das suas características

e chaves de fenda? Ou o teste de laboratório

de execução. É certo também que essas

dielétricas de isolamento, que devem

é obrigatório somente para ferramentas

verificações estarão restritas a cabos de

ser compatíveis com a tensão elétrica da

de alta tensão? O item 10.4.3.1 afirma

chaves de fenda e alicates, já que esses

instalação objeto do serviço.

que as ferramentas devem ser testadas

são, na maioria das vezes, os equipamentos

"de acordo com as regulamentações

utilizados sobre partes energizadas. A

o das oportunidades, vamos examinar

existentes

dos

ABNT NBR 9699/87 trata de ferramentas

algumas chamadas do item 10.3, que se

fabricantes". Entretanto, os fabricantes

até 1000 volts; podendo ser útil conhecer

refere aos projetos das instalações, o que

não fornecem essa informação e, além

também a IEC EM 60900. No caso de

sem sombra de dúvida, presume a autoria

disso, muitos eletricistas não mandam para

tensões superiores a 1000 V AC, a NR 10

de um profissional habilitado na área

teste porque sai mais caro do que comprar

passa a exigir a certificação.

elétrica.

ou

recomendações

Voltando agora ao nosso compromisso,

outra ferramenta nova.” Muito oportuna a observação. De

10.7.8. Os equipamentos, ferramentas

• Estabelecer a arquitetura da instalação,

fato, já participei de alguns trabalhos

e dispositivos isolantes ou equipados

prever dispositivos para seccionamento e

em que a empresa optou por descartar

com materiais isolantes, destinados

aterramento, com recursos para bloqueio e sinalização já incorporados;

(destruindo) chaves de fenda e outras

ao trabalho em alta tensão, devem

ferramentas por entender que a solução

ser submetidos a testes elétricos ou

era economicamente mais interessante.

ensaios de laboratório periódicos,

espaços para manutenção, considerando

Isso foi documentado para eventuais

obedecendo-se as especificações

que depois de instalados, a presença da

questionamentos em auditorias futuras.

do fabricante, os procedimentos

eletricidade será um fator limitante para

Por outro lado, já vi também essas mesmas

da empresa e, na ausência desses,

ferramentas

com

etiqueta

na

haste,

anualmente.

Estabelecer

distanciamentos

e

os

determinadas intervenções; • Avaliar o atendimento às determinações das NRs, a chamada “análise de projetos”,

identificando a peça e a data do último teste.

Desta

as

é uma das mais importantes atividades

ferramentas e os dispositivos dotados de

da área de engenharia de segurança

A NR 10 estabelece:

feita,

os

equipamentos,

materiais isolantes de uso nos serviços

do trabalho e pode ser exercida como

10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos

em alta tensão – como mantas, calhas

assistência técnica ou como consultoria,

e ferramentas que possuam isolamento

e lençóis isolantes, bastões e varas

consistindo em uma das oportunidades

elétrico devem estar adequados

isolantes de manobras, protetores de

previstas na NR 10.

às tensões envolvidas, e serem

isoladores e chaves, cestos aéreos, luvas,

mangas,

perneiras,

Para a próxima coluna, fica mais uma

inspecionados e testados de acordo

escadas,

com as regulamentações existentes

ferramentas manuais isoladas, etc. –

vez o compromisso de explorar outros

ou recomendações dos fabricantes

devem ser submetidos a ensaios ou

aspectos não menos interessantes.



86

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Agora a energia elétrica está sobrando Disponibilidade de energia e planejamento

a fazer suas contas com forte expectativa

de longo prazo é uma atividade de Estado

de perda de mercado e dificuldades na

que depende de uma série de variáveis.

operação;

Aqueles

• A geração distribuída é uma realidade com

que

buscam

pelas

respostas

analisam diversos cenários da economia

terreno fértil a ser desenvolvido;

para definir a oferta, buscando os modelos

• Esperam-se novas fontes de energia

e melhores saídas técnicas e econômicas

contribuindo com a nossa matriz em valores

aplicáveis e viáveis. O comportamento do consumo de energia nas diversas classes (ver

Figura 1- Consumo de energia elétrica anual por classes – Brasil. Fonte: EPE

da ordem de 14 GW; • Enquanto isso, mais uma vez, a eficiência

Figura 1) e uma composição de cenário talvez

energética, fonte mais barata e sustentável,

inimaginável pelos planejadores com forte

espera a sua vez no Brasil. Estamos

recessão e seca de reservatórios (ver Figura

desperdiçando a oportunidade de trocar

2), aliado a medidas populistas de redução

a geração de energia suja por projetos

de custo de energia com impulso no consumo

de eficiência energética, mais baratos na

residencial no primeiro momento e súbito

implantação, na operação e sem custos de

aumento de tarifas, nos leva a uma situação

distribuição.

no mínimo inusitada. A forte produção térmica para compor a matriz de geração hidrelétrica

Figura 2 - Capacidade de reservatórios. Fonte: ONS

Será

que

as

distribuidoras,

neste

cenário, terão capacidade de manter os

fez os preços de energia subirem, não só pelo modelo das bandeiras tarifárias, mas

de operação térmicos (CMO) para valores

sistemas de distribuição que atendem aos

pelo aumento das tarifas aplicado pelas

de até R$ 360/MWh na região Nordeste.

consumidores cativos, mas também aos

distribuidoras que foram socorridas para

Nas outras regiões, ao final de 2015, o CMO

livres, dentro de expectativas aceitáveis?

o cumprimento dos contratos e que agora

estava entre R$ 130/MWh e R$ 170/MWh.

Será

passam os custos aos consumidores. Note

O PLD exceto no Nordeste está na faixa dos

indicadores de qualidade de energia, tão

que, em meados de 2015, a situação dos

R$ 30/MWh e a energia no mercado livre

desejados? E os indicadores de qualidade

reservatórios passou a melhorar em relação

pode ser encontrada hoje a R$ 80/MWh.

de energia que ainda não são considerados

a 2014, e ao final, em dezembro de 2015,

Tudo isso nos aponta para um cenário de

como os transientes e afundamentos, será

apesar de nada confortável, efetivamente

sobra de energia no mercado e nos leva a

que as distribuidoras terão condições de

estava melhor que em 2014 ao ponto de as

situações que merecem reflexões que podem

atender ao novo indicador de qualidade de

autoridades do governo anunciarem para os

afetar a operação de nossas instalações,

energia previsto pelo módulo 8 – “fator de

próximos meses a mudança de bandeira da

causando ainda desequilíbrios de mercado e

impacto” (FI)? Como será a expectativa?

vermelha para a verde. Apontar a mudança da

outros impactos:

A resposta parece clara. Ou mudamos

que

obteremos

melhoria

nos

o modelo e os mecanismos atuais ou

bandeira para primeiro de abril é “maldade”. Em números redondos, ainda cerca de

• O mercado livre de energia, que se manteve

eles acabarão conosco. Não teremos

7% de nossa matriz energética foi gerada

parado no período de seca, volta a respirar,

energia disponível e confiável em nossos

no final de 2015 com energia suja (óleo e

pois possui mercadoria barata e disponível;

pontos de acoplamento, será o “ponto de

carvão) caracterizando os custos marginais

• Em contraponto, as distribuidoras começam

desacoplamento comum” (PDC)!



88

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Novos requisitos para classificação de áreas contendo gases inflamáveis - Parte 2 Foi publicada em 09/2015 a edição

• Incluído novo Anexo sobre o hidrogênio;

2.0 da norma internacional IEC 60079-

• Introduzido novo Anexo sobre misturas

10-1 - Explosive atmospheres – Part 10-1:

híbridas (contendo gases inflamáveis e

Classification of areas – Explosive gas

poeiras combustíveis);

atmospheres. Esta apresenta os requisitos

• Introduzido novo Anexo para referenciar

gerais para a classificação de áreas, com

códigos industriais e normas nacionais, com

base no equacionamento matemático dos

exemplos específicos de classificação de

fenômenos físico-químicos de dispersão

áreas.

de gases, levando em consideração que a liberação de um gás inflamável gera

Foi

uma região ao redor da fonte de liberação

da IEC 60079-10-1 um novo Anexo K,

considerada como uma área classificada.

que faz referência a códigos industriais e

Dentre as principais alterações incluídas

normas nacionais de diversos países sobre

na nova edição 2.0 da IEC 60079-10-1 em

o tema classificação de áreas. Segundo

relação à edição 1.0 anterior (2008) podem

este novo Anexo K, em geral, exemplos de

ser indicadas as seguintes:

classificação de áreas podem ser aceitos de

introduzido

nesta

nova

edição

acordo com códigos industriais ou normas • Reestruturação completa e divisão em

nacionais, onde as suas aplicações a tipos

seções para a identificação de possíveis

de processos particulares são claramente

metodologias para a classificação de áreas

aplicáveis.

e para proporcionar explicações adicionais

sobre fatores de avaliação específicos;

normas nacionais de diversos países sobre

• Introdução de novos termos e definições;

classificação de áreas, bem como códigos

• Introdução de seções para métodos

industriais relacionados com este assunto,

alternativos para a classificação de áreas;

que são mundialmente utilizados por diversos

Atualização

dos

exemplos

para

a

São relacionadas neste novo Anexo K

países e empresas, tais como:

apresentação de classificação de áreas; • Atualização dos cálculos para as taxas de

• IP 15 - Model code of safe practice

liberação;

for

• Revisão completa com uma nova abordagem

Area Classification Code for Petroleum

com base no grau de diluição, ao invés do

Installations Handling Flammable Liquids;

grau de ventilação;

• Incluído novo Anexo com considerações

classification of natural gas installations;

sobre extensão de zonas;

the

petroleum

IGEM/SR/25

industry,

-

Part

Hazardous

15:

area


89

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

• API RP 505 - Recommended Practice

materiais inflamáveis, os processos e os

for the IEC (Cobei), de todo o processo

for Classification of Locations for Electrical

equipamentos envolvidos com a respectiva

de atualização, comentários, votação e

Installations at Petroleum Facilities classified

instalação ou projeto, com participação, onde

aprovação da nova edição 2.0 da norma IEC

as Class I, Zone 0, Zone 1 and Zone 2;

apropriado, de profissionais das áreas de

60079-10-1.

• NFPA 59A - Standard for the Production,

processo, segurança, mecânica, manutenção,

Storage, and Handling of Liquefied Natural

eletricidade e outras áreas de engenharia.

pelo TC-31 da IEC, esta Comissão de Estudo

Gas;

De

Documento

do Cobei passou a executar os necessários

• NFPA 497 - Recommended Practice for the

Operacional IECEx OD 504 (Especificações

trabalhos de revisão e de atualização da

Classification of Flammable Liquids, Gases,

para a avaliação dos resultados das unidades

respectiva

norma

or Vapours and of Hazardous (Classified)

de competência), são aplicáveis, para as

NBR

60079-10-1,

Locations

pessoas envolvidas com as atividades de

ABNT em 2009. Estes trabalhos têm como

Chemical Process Areas;

classificação de áreas, os requisitos de

objetivo manter esta norma técnica brasileira

• TRBS 2152 - Technischen Regeln für

conhecimentos, experiências e competências

devidamente harmonizada e equivalente,

Betriebssicherheitsverordnung - Technical

indicadas na Unidade de Competência Ex

em termos de conteúdo técnico, forma e

Rules for Plant Safety Provision.

002 - Execução de classificação de áreas,

apresentação, em relação à nova edição da

para fins do processo de certificação junto a

respectiva norma internacional.

um Organismo de Certificação de Pessoas

norma brasileira ABNT NBR IEC 60079-10-

(OPC) acreditado.

60079-10-1 Ed. 2.0, incluindo a visualização

1, os estudos de classificação de áreas de

A Comissão de Estudo CE 03:031.01

das seções Sumário, Prefácio, Listagem das

uma planta industrial devem ser elaborados

do subcomitê SC-31 do Cobei, responsável

modificações em relação à revisão anterior,

por

pelo acompanhamento do desenvolvimento

Escopo e Referências Normativas podem

profissionais que possuam os conhecimentos

desta

ser encontradas no website da IEC: https://

necessários sobre as propriedades dos

em nome do Brazil National Committee

for

Electrical

Installations

in

De acordo com requisitos indicados na

uma

equipe

multidisciplinar

de

acordo

norma

com

o

internacional,

participou,

Com a publicação desta nova edição

IEC

brasileira

equivalente

publicada

pela

Mais informações sobre a norma IEC

webstore.iec.ch/publication/23259


90

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Por Estellito Rangel*

7º IEEE ESW Brasil foi realizado no Rio de Janeiro

Nos dias 2 e 3 de dezembro de 2015

aconteceu a 7ª edição do IEEE Electrical Safety Workshop Brasil (ESW Brasil), realizada no auditório do Edifício Cidade Nova, no Estácio, Rio de Janeiro, RJ. O evento, único no Brasil inteiramente dedicado ao tema “Segurança em eletricidade”, foi organizado pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).

Os trabalhos técnicos foram agrupados

em dois grandes blocos, com as seguintes temáticas: - Dia 1: As normas técnicas e as normas regulamentadoras;

Ante a falta de depoimentos indicativos

na NR 10. Este treinamento visa conscientizar

- Dia 2: O arco elétrico, a segurança no

de plena conformidade, houve consenso de

o profissional para os riscos da eletricidade e

projeto e na manutenção.

que esta situação é preocupante, pois já se

não substitui o treinamento técnico específico

passaram 11 anos que a edição atual da NR

para instalar, manter ou reparar equipamentos

10 foi publicada pelo Ministério do Trabalho e

e sistemas elétricos.

participantes com os palestrantes e obter

Emprego e ainda encontramos pendências.

um retrato de como certos assuntos estão

técnicos com o treinamento de segurança

sendo tratados no mercado, também foram

da

bem-conceituado,

dará o embasamento para a autorização do

realizados dois fóruns ao final de cada dia:

ainda há pendências quanto à autorização

trabalhador, cuja abrangência fica, portanto,

formal dos trabalhadores com a respectiva

limitada pela capacitação técnica recebida.

- Dia 1: NR 10: um balanço dos últimos dez

abrangência devidamente detalhada.

Uma sugestão foi que os cursos de

anos - os acertos e os pontos a evoluir;

Um dos motivos levantados para o

formação técnica, de nível médio e superior,

- Dia 2: A capacitação dos profissionais -

atendimento parcial da NR 10 foi a pouca

já deveriam integrar o currículo do curso

gargalos e desafios.

fiscalização. Uma sugestão seria que o MTE

básico de segurança em eletricidade previsto

promovesse maior divulgação das campanhas

na NR 10, com carga de 40 h.

Visando

a

maior

integração

dos

Dentre os debates, apesar de o Prontuário Instalação

estar

Apenas o somatório dos treinamentos

Os fóruns tiveram ampla participação

de fiscalização e penalidades aplicadas por

da plateia e buscaram obter um diagnóstico

descumprimento da NR 10, assim como

• Distâncias de segurança

atual do cenário profissional. Dentre os temas

o Inmetro faz em suas diligências sobre

discutidos, houve intensa participação do

conformidade de produtos de consumo.

reconsideração das distâncias de segurança

Outro tema discutido refere-se a uma

estabelecidas na NR 10, pois elas foram

público, em tópicos, como: • O treinamento de 40 horas

determinadas com relação apenas ao choque

• Conformidade com a NR 10

Há um conceito equivocado no mercado

elétrico e não ao risco de arco elétrico. A

A primeira pergunta do fórum foi: “Que

de que, para a autorização do eletricista,

NR 10 estabelece 1,38 m como distância

empresas estão 100% em conformidade com

basta o treinamento de 40 horas no curso

ZC (Zona controlada, restrita a profissionais

a NR 10?”

básico de segurança em eletricidade, previsto

autorizados), para tensões entre 10 kV e


91

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

15 kV, porém, estudos de arco elétrico –

IEC são voluntárias, apresentadas como

interpretações de tradução de outro idioma.

dependendo das características do sistema

sugestões para que os países as utilizem

elétrico – podem apontar distâncias mínimas

como referência em suas normas nacionais,

Brasil 2015 que a atual NR 10 apresentou

de segurança de 4 m, ou seja, quem estiver na

e desta forma, não podem ser consideradas

muitos

chamada ZL (Zona livre) da NR 10 pode vir a

uma panaceia. Tampouco existem normas

eletricidade, mas ainda há oportunidades

sofrer consequências de um arco elétrico.

IEC para todas as necessidades, como por

para melhorias.

Esta

exemplo, nos ensaios em luvas isolantes são

seguidas outras normas.

2017, está sendo prevista para ser realizada

preocupação

é

especialmente

acentuada nas concessionárias de distri­

Desta forma, foi concluído no IEEE ESW ganhos

para

a

segurança

em

A próxima edição do ESW Brasil, em

no estado de São Paulo e a Comissão

buição de energia elétrica.

Conclusões • Hierarquia das normas

Organizadora está empenhada em manter o alto padrão, levando à comunidade técnica

O item 10.1.2 diz que, na ausência ou

A NR 10 estabeleceu considerável

mais oportunidades de aprendizado e troca

omissão de uma norma brasileira, uma norma

mudança na cultura de segurança em

de experiências.

internacional deverá ser usada. O fórum

eletricidade, porém, ainda é necessária uma

O

discutiu o preparo exigido do profissional

maior ênfase na fiscalização, considerada

apresentados no IEEE ESW Brasil, tanto

para identificar uma omissão, em especial,

quantitativamente deficiente.

desta edição quanto das anteriores, pode

considerando-se que 10% das normas ABNT

A inserção de normas internacionais

ser adquirido diretamente no site do evento:

são de eletricidade.

como utilizáveis em caso de ausências ou

http://www.ieee.org.br/eswbrasil.

Um exemplo foi a nova ABNT NBR 5419

omissão de normas brasileiras gera algumas

emitida em 2015 com centenas de páginas.

preocupações quanto ao apontamento das

*Estellito Rangel Junior é engenheiro eletricista,

Se ela contiver alguma “omissão”, quando ela

omissões, considerando-se ainda que uma

membro sênior do IEEE e coordenador

será percebida? E como será processada

norma internacional pode ter sido elaborada

técnico do IEEE ESW Brasil, com vários

pela comunidade técnica?

com base em situações encontradas em

trabalhos publicados sobre serviços em áreas

Também foi debatido que as normas

outros países, além de estar sujeita às

classificadas e segurança em eletricidade.

CD

com

todos

os

trabalhos


92

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Por José Marconi Neto*

Acessórios para cabos de média tensão

O objetivo deste artigo é orientar sem,

cabos, focando, especialmente, a média tensão.

contudo, jamais esgotar as práticas relativas a

Siga sempre as práticas de segurança da sua

este tema.

empresa ou da empresa contratante, pois são

elas as responsáveis por proteger a sua vida.

A própria história nos mostra que, apesar

da evolução das tecnologias em acessórios

Liderar um grupo de campo requer

para cabo de qualquer classe de tensão, ao

consciência, em especial com a segurança

final do dia, a dependência está em “como” o

do indivíduo e da equipe, para tanto, é

instalador/montador realizou seu trabalho. Seja

imprescindível manter-se alinhado às melhores

funcionário da empresa ou contratado, é deste

práticas das normas regulamentadoras.

profissional que depende um bom desempenho

A

de qualquer acessório.

qualificação

Entra ano, sai ano, a história será sempre a

isso, exija o certificado de capacitação ou

mesma: 99% dos 1% de falhas em acessórios

de reciclagem das turmas de instaladores/

acontecem por problemas em sua execução

montadores.

ou montagem. Há muitos e muitos anos, as

Vamos

dirigir

aos

profissionais

execuções eram praticamente obras de arte, e,

instaladores/montadores,

que,

por

raramente, falhavam a taxas muito altas (não há

vezes, dedicam horas especiais de suas vidas

registros de percentuais muito precisos) pelo

com garra para fazer a “coisa acontecer”:

melhor do

nos

instalação

depende

da

montador/instalador,

por

muitas

fato de serem obras de arte e de que muitos cuidados eram tomados. Entretanto, nos dias

• A boa instalação do conjunto depende de

de hoje, com conjuntos “pré-engenheirados”

você;

fornecidos ao mercado há pelo menos 30

• É necessário que o conjunto de itens dos

anos e nos conjuntos moldados que existem

acessórios seja conferido, com base na lista de

desde o final da década de 1960, podem

materiais ou na “lista do kit de componentes” de

ser bloqueados muitos problemas com pré-

cada fabricante;

dimensionamento de componentes, mas os

• Certifique-se de que possui todas as

problemas acabam nos 1% e quase que em

ferramentas necessárias e que elas estejam

sua totalidade dizem respeito à montagem.

à mão para uso quando necessário, antes de

iniciar o trabalho;

Face a esta realidade, é necessário que

se foque no homem e, para tanto, programas

• Normalmente, as ferramentas já são de

de reciclagem devem fazer parte da agenda

conhecimento comum, porém, vamos listar um

de instaladores/montadores de acessórios

conjunto de sugestões ao final deste artigo;

para cabos. Para a facilitação e proteção da

• A instrução de instalação de um conjunto de

vida destes seres é que dedicamos o artigo

acessórios para cabo não deve ser tomada

“Truques do negócio”, a seguir, em apoio ao

como um enfeite ou um papel a mais contido

instalador/montador. Assim, os engenheiros

na “lista do kit”. Os produtos sofrem melhorias

que lerem estas poucas linhas podem também

continuadamente

praticar e divulgar.

Instrução deve ser lida novamente, pois pode

e,

periodicamente,

a

ter sido melhorada em algum ponto e, assim,

Truques do negócio

a execução deve ser feita passo a passo com

Seguiremos um roteiro básico para a

uma nova leitura da instrução de instalação;

melhor prática de execução de acessórios para

• Assegure-se de ter um apoio para os cabos


93

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

em manuseio;

a compressão, seja ela por ferramenta

• Tenha em mente que aplicar acessórios de

hidráulica ou por parafuso do tipo cabeça

média tensão requer muita limpeza. Para tanto,

fendida, lembre-se da sequência: ela deve

preste atenção nos passos da instrução em que

vir sempre de fora (extremidade) para dentro

a limpeza é mencionada. A limpeza garantirá

do cabo. Se a compressão for hidráulica, use

uma boa parte da boa execução da tarefa para

sempre a matriz correta. Se a compressão

média tensão;

for por aparafusamento, lembre-se das faixas

• Verifique o clima no ambiente da instalação.

de apertos para os respectivos diâmetros de

Eventualmente, será necessária a criação

condutor;

de uma cobertura, no caso de haver muita

• Agora é com você, montador, execute o seu

influência do clima;

trabalho com respeito à instrução de cada

• Certifique-se de haver sempre alguma sobra

fabricante, aplicando cada item no momento

de cabo para manuseio nas condições finais

em que o fabricante sugerir e da forma como

da instalação, no caso da necessidade de

ele recomendar;

uma emenda, por exemplo;

• Faça a reciclagem, ao menos, a cada 18

• Realize as marcações das medidas a abrir

meses ou com intervalos menores que este.

ou cortar sempre em conformidade com a instrução do fabricante do acessório,

Aos colegas engenheiros e comandantes

lembrando que cada fabricante poderá

de atividades como esta, lembrem-se de que

ter uma medida próxima da do outro, mas

a vida dessas pessoas depende do seu nível

cada medida vale para cada fabricante

de exigência e comando, além de que os

individualmente. As engenharias de cada

resultados de suas operações dependem da

fabricante pensam de forma a interagir com o

boa execução dos acessórios de cabos de

acessório que foi criado por elas, assim, cada

média tensão, que contam com um grande

caso é um caso;

número

• Certifique-se das características de cada

seja pela média ou baixa tensão, após a

cabo a ser trabalhado. Às vezes, trabalhar

transformação da tensão.

de

consumidores

conectados,

com modelos tecnológicos diferentes exigirá uma conduta diferente, como, por exemplo,

Anexo

remover uma semicondutora de um cabo

Ferramentas do montador

“easy-strip” ou remover uma semicondutora

de um cabo extrudado, e assim por diante se

de execução. A lista a seguir é apenas uma

for um cabo EPR ou XLPE, etc.;

sugestão:

Cada empresa tem suas práticas e modelos

• Alguns passos podem facilitar sua execução: para a remoção da semicondutora, é de extrema

• Lápis branco, apontador;

importância que nenhum material condutor

• Martelo de pelo menos 300g;

fique sobre a superfície isolante, que o corte da

• Chaves de fenda de 3,5 e 6,5 mm;

semicondutora seja reto e sem nenhum dano à

• Arcos de serra médio e peque­no, com res­pec­

isolação;

tivas serrinhas;

• Em cabos de tripla extrusão, use ferramentas

• Chave inglesa, alicate, alicate de bico, alicate

de remoção de semicondutora do tipo

de corte, tenazes (truquês);

“torneamento”.

• Tesoura, escova de aço, faca pequena, faca de

• Em cabos com semicondutora do tipo “easy-

punho, estilete;

strip”, marque com uma fita o ponto correto e,

• Jogo de limas fina, média, grossa e triangular;

então, lime o contorno todo até que comece

• Sacador de semicondutora;

a aparecer a isolação, desta forma, cortes na

• Material de limpeza;

isolação são evitados. • Em cabos isolados a papel impregnado, siga

*José Marconi Neto é engenheiro eletricista

instrução do fabricante do cabo.

e diretor da ACCESSO Infra / Richards

• Quando chegar ao ponto de realizar

Manufacturing.


94

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Conta de luz: a bandeira rosa, a laranja e a verde-musgo Para que esta lógica faça sentido, é preciso

uma regra ruim é uma regra que muda a toda

elétrico. Após uma redução de 20% em 2013

que estes valores sejam conhecidos por todos

hora: uma regra ruim, com o tempo, acaba

e de um aumento de mais de 100% em vários

e que esta penalidade esteja internalizada em

sendo compreendida e as pessoas se adaptam

estados entre 2014 e 2015, as bandeiras

cada residência brasileira. A esposa pegaria no

a ela. Agora, uma regra “camaleão”, que cada

tarifárias passaram a ser notícia nos jornais

pé do marido que deixasse as luzes ligadas da

dia tem uma cor, um preço e uma forma de

da noite. Todo fim de mês é a mesma coisa: a

sala, e o troco viria na hora que ela fosse secar

aplicação, só confunde em vez de ajudar. Com

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

o cabelo. Por quê? Porque ambos saberiam

este sinal quebrado, é de se esperar muitos

informa à mídia se, no mês seguinte, a bandeira

que o valor do kilowatt-hora aumentaria em “X”

acidentes neste cruzamento.

será verde, amarela ou vermelha – em alusão

reais. No entanto, desde que este mecanismo

aos sinais de trânsito tão conhecidos por todos.

foi criado, há apenas um ano, o valor da

Esta

Apertem os cintos: a loucura voltou ao setor

metodologia

começou

no

ano

bandeira vermelha já foi de R$ 5,50 (para cada

passado (após ter sido estrategicamente

100 kWh), passou para R$ 4,50 em agosto

adiada por causa das eleições presidenciais),

passado e, recentemente, inventaram uma

e estava começando a ser compreendida

bandeira “rosa” (acabando com a lógica de

pelo cidadão. Fácil: bandeira vermelha, pare!

tão fácil compreensão dos sinais de trânsito),

Há algo de errado (os reservatórios estão

valendo R$ 3,50. A bandeira amarela passou

vazios) e precisamos economizar energia

de R$2,50 para R$1,50. É muito complicado

elétrica. Bandeira amarela, estamos mais ou

explicar à maior parte da população que ela

menos; e bandeira verde, podemos consumir

precisa economizar, e que caso contrário ela

normalmente. Como infelizmente é muito difícil

pagará mais pelo consumo, se ela não souber

que esta consciência seja despertada por pura

quanto será este sobrepreço.

civilidade, cada bandeira tem um preço: nas

cores vermelha e amarela, há uma penalidade

proibido pode render ao infrator uma multa

*Diogo Mac Cord de Faria é engenheiro mecânico,

(maior ou menor), em forma de sobrepreço da

verde, amarela, vermelha, cor-de-rosa, laranja,

doutorando pela Politécnica/USP e especialista

energia. Já na verde não há sobrepreço, e o

verde-musgo,

consumidor paga o valor regular em sua conta

dependendo do humor do guarda. Parece que

mensal.

a Aneel ainda não aprendeu que pior do que

É como dizer que estacionar em local

violeta

ou

azul-turquesa,

em infraestrutura pela universidade de Harvard. É sócio de regulação econômica de serviços públicos da consultoria LMDM e coordenador do MBA do Setor Elétrico do ISAE/FGV, de Curitiba (PR).



96

Agenda 4 a 6 de abril

Cursos

Eficiência energética em prédios públicos

Descrição

Informações

O objetivo deste curso é apresentar o estado da arte da eficiência energética em edificações, com o intuito de esclarecer os profissionais que tenham a responsabilidade ou o interesse em edifícios energeticamente eficientes sobre os efetivos e reais caminhos a serem tomados, em todas as etapas, desde o projeto até a sua manutenção, com ênfase na exigência, em vigor, para prédios públicos. As aulas são orientadas a engenheiros, arquitetos, técnicos e gestores ligados à área de eficiência energética em edificações públicas.

Local: Brasília (DF) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br

4 a 6 de abril

Análise de vibração

Descrição

Informações

O curso “Análise de vibração - módulo III: medidas e análise de vibrações específicas em máquinas rotativas fase - ODS - órbitas - transientes - média sincronizada” abordará essencialmente testes e análises de vibrações especiais em máquinas rotativas. Durante as aulas, os participantes aprenderão a utilizar os modernos recursos disponíveis em coletores de dados de um e dois canais para análise de fase, ODS, coerência, médias especiais (exponencial, linear, negativa etc), testes de transientes, testes de impacto etc. Para participar deste módulo, os organizadores sugerem que o participante já tenha conhecimentos básicos de análise de vibração ou tenha feito o módulo I (Princípios de diagnósticos de defeitos em máquinas rotativas).

Local: Campinas (SP) Contato: (35) 3629-3500 fupai@fupai.com.br

22 e 23 de abril

Introdução à energia solar fotovoltaica - Sistemas isolados e conectados à rede

Descrição

Informações

Realizado na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o curso tem como conteúdo programático, além de conceitos fundamentais da energia solar fotovoltaica, noções de geometria solar, irradiância e insolação, análise de mapas bancos de dados solarimétricos, dimensionamentos de sistemas conectados à rede e isolados e experiências práticas com painéis solares, inversores e controladores de carga. As aulas são direcionadas a qualquer pessoa que tenha interesse em conhecer a energia solar fotovoltaica.

Local: Campinas (SP) Contato: http://cursosolar.com.br/site/

25 a 29 de abril

Instalador de sistemas Off Grid

Descrição

Informações

Trata-se de um curso prático que tem como foco sistemas isolados com armazenamento em baterias, os chamados Off Grid, sendo desenvolvidos para aplicações rurais, telecomunicações, iluminação, bombeamento de água, segurança e acesso à energia. Conforme os organizadores, o curso possui um perfil desenvolvido para futuros instaladores, visando aulas práticas, tanto para estruturas de fixação mecânica, quanto para instalações elétricas de todos os equipamentos e proteções. Público alvo: instaladores e eletricistas, técnicos e engenheiros e arquitetos e empreendedores.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 4328-5113 www.neosolar.com.br/

12 a 16 de abril

Eventos

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016

Feicon Batimat

Descrição

Informações

Chegando em sua 22ª edição em 2016, a Feicom Batimat, relevante evento para o setor da construção civil na América Latina, tem como objetivo ser um espaço para a apresentação de lançamentos, produtos e novas tecnologias e, consequentemente, geração de negócios das grandes marcas do segmento com os seus principais revendedores e distribuidores. Além de feira, o evento apresenta simultaneamente uma agenda paralela de palestras, debates, demonstrações, congressos e visitas técnicas.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3060-5000 atendimento@reedalcantara.com.br

26 a 28 de abril

Lightfair International

Descrição

Informações

Feira mundial de iluminação arquitetônica e comercial e conferência, a Lightfair International, de acordo com seus organizadores, combina cursos de educação continuada com produtos inovadores, que vão de design highend até tecnologias de ponta. Na próxima edição, a expectativa é receber a visita de mais de 28 mil profissionais de todos os cantos do mundo das áreas de design, iluminação, arquitetura, engenharia, energia e indústrias.

Local: San Diego (Estados Unidos) Contato: +1 404.220.2220 info@lightfair.com

10 a 12 de maio

Enersolar Brasil

Descrição

Informações

Importante feira de energias renováveis da América Latina, a Enersolar Brasil apresentará novidades em tecnologias, produtos e serviços voltados para o setor de energias renováveis. O evento reunirá em um só local toda a cadeia produtiva dos segmentos de energia solar fotovoltaica, eólica e de biomassa. O objetivo do encontro, que vai para sua quinta edição, é promover o desenvolvimento do setor e apresentar ao mercado alternativas em fontes energéticas sustentáveis. Direcionado para público qualificado e interessado na realização de negócios e parcerias nos setores de energia solar, fotovoltaica, eólica e de biomassa.

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