Ano 11 - Edição 121 Feve re i ro d e 2016
As dificuldades para a transferência de ativos de iluminação pública Cerca de 90% dos municípios já assumiram os ativos de iluminação, mas ainda há diversas ações contrárias à resolução da Aneel Automação de subestações Como otimizar o teste de relés multifuncionais? Pesquisas exclusivas dos mercados de: *Equipamentos para atmosferas explosivas *Cursos e treinamentos
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187
Aula prática
60
Como otimizar o teste de relés multifuncionais? Diante da evolução da tecnologia dos relés de proteção e do desenvolvimento das técnicas de testes, este artigo mostra a realização de testes rápidos e padronizados, minimizando as preferências pessoais e enfatizando a repetitividade dos mesmos.
Coluna do consultor
Espaço 5419 74
6
Um pouco mais de equilíbrio nos planos pessoais e profissionais.
Painel de notícias
9
Espaço 5410 76
Energia eólica atinge a marca de 9 GW de capacidade instalada
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira
no país; Usina de Belo Monte inicia fase de teste das turbinas;
Consultor técnico José Starosta
reestrutura sua marca; Nexans apresenta nova identidade visual; EDP mostra novo conceito de atendimento. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.
Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.
Fascículos
Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Impressão - IPSIS Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
O que torna uma norma técnica obrigatória?
Demanda por energias renováveis deverá crescer 6,6% por ano; NHS
Colaborador técnico de normas Jobson Modena
Colaboradores desta edição: Claudio Mardegan, Diogo Mac Cord de Faria, Eduardo Daniel, Estellito Rangel, Guilherme Penariol, João José Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Arruda, Marcelo Barbeli, Marcelo Paulino, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Nunziante Graziano, Roberval Bulgarelli, Sergio Roberto Santos e Vicente Scopacasa.
A blindagem como medida de proteção contra surtos.
Geração distribuída 20 IEC 61439 – quadros, painéis e barramentos BT Led – evolução e inovação
32
Curto-circuito para a seletividade
Reportagem
26
Colunistas
78 Luiz Fernando Arruda – Instalações MT 80 Juliana Iwashita – Iluminação eficiente 81 Jobson Modena – Proteção contra raios 82 Michel Epelbaum – Energia sustentável
Marcelo Paulino – Proteção, automação e controle
83
João Barrico – NR 10 84
86 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 88 José Starosta – Energia com qualidade
38
46
90
Encerrado há um ano o prazo para a transferência dos ativos de
Espaço IEE
iluminação pública para os municípios, diversas ações ainda tramitam
Saiba o que aconteceu na última edição do IEEE ESW Brasil,
na Justiça contra a resolução da Aneel. Entenda os problemas.
evento que discute segurança em eletricidade.
Pesquisa – Equipamentos para
50
atmosferas explosivas
Dicas de instalação 92 Práticas relativas aos acessórios para cabos de média tensão.
Desaceleração da economia também afeta empresas da área Ex. Não obstante, fabricantes e distribuidores ainda esperam crescimento de 11% para este ano.
Ponto de vista 94 Uma análise sobre a conta de luz e as bandeiras coloridas.
Pesquisa – Cursos e treinamentos 66 Levantamento identifica crescimento da preferência por cursos a
Agenda 96
distância na área elétrica.
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016 Capa ed 121_A.pdf
1
3/2/16
2:00 PM
www.osetoreletrico.com.br
Ano 11 - Edição 121 Feverei ro d e 2016
O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 121 – Fevereiro de 2016
As dificuldades para a transferência de ativos de iluminação pública Cerca de 90% dos municípios já assumiram os ativos de iluminação, mas ainda há diversas ações contrárias à resolução da Aneel Automação de subestações Como otimizar o teste de relés multifuncionais? Pesquisas exclusivas dos mercados de: *Equipamentos para atmosferas explosivas *Cursos e treinamentos
Edição 121
Em tempo
A revista O Setor Elétrico entra, nesta edição, em seu 11º ano de vida. Já se passaram dez anos, dos quais
oito eu pude acompanhar bem de perto, já como parte da equipe responsável por sua produção. Nesses dez anos, 120 edições e milhares de páginas, vimos governos fazerem e desfazerem, regulamentos e leis mandarem e desmandarem, empresas abrirem e fecharem. Contamos as histórias tristes e felizes desse nosso setor elétrico brasileiro.
Dez anos não parecem muito para quem tem mais de quarenta anos, por exemplo. Mas uma criança
encararia dez anos como uma eternidade e, de certa forma, entendemos como tal, considerando que, embora algumas coisas não tenham mudado significativamente, outras sofreram uma enorme evolução. É o caso do Led e das fontes renováveis – em especial, a eólica e a solar –, que apresentaram um crescimento considerável na última década. Em 2006, o Led já era visto como o futuro da iluminação, mas não era comum encontrar uma lâmpada de Led no supermercado, muito menos em uma residência ou loja. Atualmente, se você já não tem alguma lâmpada de Led em sua casa, certamente, um vizinho já a tem. Isso porque a tecnologia evoluiu e se popularizou, principalmente, por conta do preço, que ficou muito mais acessível.
As renováveis são outro grande exemplo. Para se ter uma ideia, a capacidade instalada da fonte eólica no
país, em 2006, era de apenas 235 MW, já neste mês de fevereiro de 2016, o setor eólico comemorou a marca de 9.000 MW de potência instalada na matriz elétrica nacional. Segundo a Abeeólica (associação do setor), em termos de geração efetiva, a energia eólica corresponde a uma Belo Monte. Foi uma conquista e tanto para apenas dez anos!
A fonte solar, ainda que não tenha tido o mesmo sucesso da eólica, segue pela mesma trilha e deve
surpreender nos próximos anos. Isso porque entraram em vigor, em 1º de março deste ano, as novas regras para a geração de energia distribuída, ou seja, cada casa, edifício comercial, indústria ou residência receberá incentivos adicionais para gerar energia elétrica renovável. As medidas estão na Resolução Normativa nº 687, da Aneel, que deve trazer grandes melhorias para o incentivo e o desenvolvimento da geração de energia solar no país.
Com a regulamentação a favor, que promete diminuir a burocracia da implantação do sistema de
compensação, a energia solar e as outras formas de geração incentivada deverão crescer paulatinamente nos próximos anos.
Ao encontro desses temas supracitados, estão dois fascículos que vêm sendo publicados desde a edição
de janeiro: Led – evolução e inovação; e Geração distribuída. Nestes artigos, os especialistas em cada assunto falam sobre o progresso de cada um dos temas e dão detalhes de normalização e de técnicas de aplicação.
Ótima leitura a todos!
Abraços,
flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!
www.facebook.com/osetoreletrico
www.twitter.com/osetoreletrico
6
Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
A hora do equilíbrio Em primeira análise seria claro compreender
que não vale a pena continuar a comentar
que devemos “ser de circo” para viver em uma
este sórdido ciclo). Mas não é o que está
situação destas, praticando todos os exercícios
acontecendo.
de um equilibrista, incluindo aquela derivação
do anuncio dos ministérios da Fazenda e
de ficar rodando dez pratos simultaneamente,
Planejamento sobre um contingenciamento
de forma honesta e convencional.
de mais de R$ 23 bilhões para 2016, e que,
Informações
decorrentes
Nesse instante, para os simples mortais, a
segundo a Fiesp, pode chegar a R$ 60 bilhões,
capacidade de equilibrista deve ser estendida
devido aos modelos de tolerância propostos,
aos planos profissionais e pessoais, nas contas
nos sinalizam que a crise só será sentida por
das empresas e mesmo em nossas vidas
aqueles que efetivamente pagam os impostos.
pessoais, senão o caldo entorna. Um desafio
Ainda, o fantasma da CPMF continua a rondar
para poucos, que alia expectativas, projeções,
nossas cabeças e bolsos e a turma do Planalto
experiência, capacidade administrativa e talvez
conta com mais esta mordida em seus cofres.
até um pouco de sorte.
Temos diversas saídas, fundamentalmente
Algumas questões relevantes chamam a
por estarmos em um país que carece de tudo,
atenção, especificamente aquela relacionada
notadamente, o incremento de nossa sofrida
à qualidade de nossas equipes técnicas, sejam
infraestrutura, permeada por estádios de
elas de engenharia, de produção de fabrica,
futebol (que enriqueceram muitos), mas sem
de instalação, manutenção, projeto e outras.
estradas de ferro, metro, estradas e aeroportos.
Empresas investem na formação desta mão
Nossa engenharia nacional e a cadeia de
de obra por anos, diversos programas são
que dela depende tem muito a fazer (aqueles
implantados; quanto se investiu nisso? Aqueles
que sobreviverem). Por outro lado, devido ao
com sangue frio e um pouco de reserva e
imbróglio causado pela prática da corrupção
fundamentalmente esperança em dias menos
sistemática e inserção de quadrilhas nos
cinzentos seguram a turma, promovendo ainda
cargos e nas empresas publicas, temos que
mais treinamento nas horas de baixa de serviço,
esperar a justiça resolver o que fazer, dando ao
mas e quando a conta não fecha? Será que
Brasil um novo destino, quiçá com governantes
estaremos vivos quando o furacão passar? E
competentes que saibam como e o que fazer.
então o que faremos? Como?
Estamos em um hiato que quanto mais demorar
A mesma atitude seria esperada daqueles
menor será à distância até o fundo do poço.
que gerem as contas públicas, que já não
Giremos nossos pratos com competência
fecha há muito tempo.
As contas públicas
e vigilância, os ventos não ajudam e podem
são sustentadas pelos nossos impostos, que
derrubá-los. Sorte para nós, com saúde,
diminuíram pois deixamos de faturar... (claro
sabedoria e segurança!
Painel de mercado
8
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Energia eólica atinge a marca de 9 GW de capacidade instalada no Brasil A Abeeólica espera que, mantendo o ritmo de crescimento atual e tendo em vista os contratados assinados, resultantes de leilões, sejam instalados, nos próximos três ou quatro anos, mais 10 GW 10% da matriz elétrica nacional.
no país.
fevereiro o alcance da marca de 9 GW
A associação recorda que a escalada
de potência instalada na matriz elétrica
virtuosa de investimentos da indústria de
eólicas em operação comercial, totalizando
nacional. “Em termos de geração efetiva,
energia eólica no Brasil acontece deste 2009,
8.294
a energia eólica corresponde a uma Belo
com o início da participação da fonte nos
segundo dados da Agência Nacional de
Monte”, comemora a presidente-executiva
leilões competitivos de energia promovidos
energia Elétrica (Aneel). Em 2015, foram
da Associação Brasileira de Energia Eólica
pelo Governo Federal. Como efeito deste
liberadas para operação comercial 2.657
(Abeeólica), Elbia Gannoum, salientando que
progresso pode-se citar a estruturação da
MW de energia eólica novos, distribuídos em
tal número ratifica a posição de uma indústria
cadeia produtiva, a geração de mais de 40 mil
108 usinas eólicas, conforme consolidação
de destaque, “em franco crescimento com
postos de trabalho e investimentos superiores a
da expansão da oferta de geração, apurada
efeitos multiplicadores de renda e emprego,
R$ 15 bilhões por ano, nos últimos dois anos.
em janeiro deste ano.
O setor eólico comemorou no mês de
principalmente em regiões carentes de
Atualmente, o Brasil conta com 342 usinas MW
de
capacidade
instalada,
Nos últimos cinco anos, o número de
usinas de geração de energia eólica no
nordestino”.
Indústria eólica deve gerar 50 mil novos postos de trabalho no país em 2016
Com previsão de 175 novos parques
uma expansão de 6.208 megawatts (MW)
mantendo o ritmo de crescimento atual e
eólicos, o Brasil deve abrir cerca de 50 mil
de capacidade instalada, que ao final de
tendo em vista os contratados assinados,
novos postos de trabalho em 2016, segundo
2015, totalizou 7.633 MW, contra os 1.425
resultantes de leilões, sejam instalados, nos
estimativas da Associação Brasileira de
MW de 2011. Segundo o Plano de Decenal
próximos três ou quatro anos, mais 10 GW
Energia
entidade
de Expansão de Energia (PDE 2024), a
de potência, permitindo que em 2020 a
espera que sejam investidos R$ 20 bilhões
capacidade instalada eólica no País deve
energia eólica atinja o patamar de 20 GW
na construção de novos parques, que irão
alcançar 24 mil MW até 2024, com 11,5%
de capacidade total, representando mais de
gerar mais de 3 Gigawatts (GW) de energia
do total.
oportunidade, como é o caso do semiárido A expectativa da Abeeólica é de que,
Eólica
(Abeeólica).
A
Brasil quadruplicou. O montante representa
Usina de Belo Monte inicia fase de testes das turbinas Em meados de fevereiro, a concessionária Norte Energia realizou o primeiro giro mecânico da unidade geradora 01 da Casa de Força Principal. Trata-se do primeiro passo visando a entrada em operação comercial da usina
Foi dado o primeiro passo rumo ao início
da operação comercial da usina hidrelétrica de Belo Monte. A Norte Energia, empresa que detém a concessão do empreendimento, começou a fase de testes das turbinas da usina, com a realização do primeiro giro Quando concluída, usina hidrelétrica de Belo Monte terá capacidade para gerar 11.233,1 MW
mecânico da unidade geradora 01 da Casa de Força Principal, no sítio de Belo Monte. A unidade é composta por uma turbina
tipo Francis, com capacidade individual de
capacidade de 11.233,1 MW, sendo que os
611,11 MW. A Norte Energia planeja iniciar
233,1 MW adicionais, que correspondem
na construção de Belo Monte. O contrato de
a operação de uma turbina nova a cada dois
a 3% da potência total instalada do
concessão da usina prevê que a geração de
meses, de modo a chegar em 2019 com as
empreendimento,
na
energia deveria começar em 28 de fevereiro
18 turbinas da Casa de Força Principal em
Casa de Força Complementar, no Sítio
de 2015. O prazo, no entanto, foi adiado duas
operação, que juntas terão capacidade de
Pimental, por meio de seis turbinas tipo
vezes: a primeira para novembro de 2015.
produzir 11 mil MW.
bulbo, de 38,8 MW cada, adequadas a
Depois, indefinidamente.
No total, a usina de Belo Monte terá
serão
instalados
pequenas quedas d’água. O Sítio Pimental é um ponto controverso
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Eletronuclear inaugura simulador de Angra 1 Operadores da usina serão treinados em todos os aspectos das condições normais, de emergências e acidentes de operação
Visando não recorrer mais ao exterior
para realizar a formação, requalificação e licenciamento de operadores, a Eletrobras Eletronuclear inaugurou o simulador de Angra 1. Até então, os profissionais eram treinados
em
simuladores
de
usinas
semelhantes a Angra 1 nos EUA e, posteriormente, no simulador de Almaraz, da Empresa Tecnatom, em Madri, na Espanha. A Eletronuclear calcula que irá economizar aproximadamente R$ 3 milhões por ano com o desenvolvimento do próprio simulador.
Pelo simulador, os operadores de Angra
1 serão treinados em todos os aspectos das condições normais, de emergências e acidentes de operação. Conforme a Eletronuclear,
o
treinamento
simulado
O treinamento simulado ocorrerá por meio da atuação nos painéis de controle do simulador, que são réplicas dos painéis da usina nuclear Angra 1.
ocorre por meio da atuação nos painéis de
equipamento poderá receber por ano 11
do simulador de Angra 1 um evento
controle do simulador, que são réplicas dos
turmas de aproximadamente cinco alunos,
extremamente
painéis da usina.
com uma carga horária de 60 horas por
com ele, além de uma medida adicional de
treinamento.
segurança operacional, é um sinal forte da
testes de disponibilidade, passaram-se
O diretor-presidente da Eletronuclear,
intenção da Eletrobras Eletronuclear em
três anos. Agora, pronto para operar, o
Pedro Figueiredo, considera a inauguração
estender a vida útil da usina por mais 20 anos.
Desde a assinatura do contrato até os
significativo.
De
acordo
Demanda por energias renováveis deverá crescer 6,6% por ano até 2035 Estudo realizado pela empresa de petróleo e gás BP mostra que, no entanto, apenas 34% do crescimento do consumo de energia nos próximos 20 anos serão atendidos por fontes renováveis os
de 2015 e 2016, passando de 1,9% para
especializada em petróleo e gás, acaba de
prognósticos realizados pelo levantamento
1,8%. Já o petróleo, segundo prognósticos
lançar a edição 2016 do seu Energy Outlook,
da BP, a demanda por energia crescerá 34%
da empresa, continuará crescendo (0,9% ao
documento que traça um panorama do setor
entre 2014 e 2035, o que equivale a uma
ano), embora a tendência de redução da sua
energético de 2014 até 2035. O destaque do
elevação anual de 1,4%. Na versão 2015, o
participação continue.
levantamento, em comparação com a versão
crescimento projetado havia sido de 37%. De
anterior do documento, é o ligeiro avanço das
acordo com a empresa, a revisão para baixo
Energy Outlook 2016 mostra, contudo, que,
energias renováveis em relação aos combustíveis
decorre de um crescimento da eficiência
apesar da participação dos combustíveis
fósseis. A previsão é de que a demanda por
energética no período analisado.
fósseis estar decaindo, isto ainda não se
energias renováveis cresça 6,6% ao ano até
Em relação às fontes energéticas não
mostra suficiente para atender à necessidade
2035, correspondendo a um acréscimo de
renováveis, como gás natural, carvão e petróleo,
do planeta de reduzir drasticamente a
14% ante os números apresentados no Energy
o relatório da BP prevê queda no crescimento
emissão dos gases causadores do efeito
Outlook de 2015. Não obstante, a previsão
da procura. A demanda por carvão até 2035,
estufa. O relatório mostra que até 2035, os
da empresa é de que somente 34% do
por exemplo, foi revista para baixo 6% ante a
combustíveis continuarão sendo a principal
crescimento no consumo de energia até 2035
previsão do ano passado. No que diz respeito
fonte de energia do mundo; 79% das
sejam atendidos por meio de fontes renováveis,
à demanda por gás, a BP prevê uma redução
necessidades energéticas serão atendidas
tais como eólica, solar, biocombustíveis e hídrica.
ligeira da elevação entre o levantamento
por esses tipos de fontes.
A BP, empresa do segmento de energia,
De
maneira
geral,
segundo
O panorama apresentado pela BP no seu
Painel de produtos
12
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Fusíveis e porta-fusíveis www.sob-brasil.com
A Schurter está expandindo sua gama de fusíveis de montagem
de superfícies com a introdução da série UMK 250, destinada à proteção primária e secundária a sobrecargas e curtos-circuitos.
O produto está disponível em dez correntes nominais de 500
mA a 4 A. A combinação do fusível clip foi projetada para fácil substituição do fusível, para proteção primária e secundária dos circuitos PCB. Dessa maneira, a série UMK 250 foi desenvolvida para aplicações que incluem fontes de alimentação, equipamento médico, iluminação e dispositivos para o lar e de usos industrial e residencial.
Segundo o fabricante, a nova série atende aos requisitos do
RoHS e é compatível com processos de solda sem chumbo.
Já o porta-fusível UMK 250 é o substituto ideal para fusíveis
similares aos SMD, em que o clip de fusível não é oferecido. A compatibilidade das áreas para solda permite que os produtos
Transformador de corrente e buchas capacitivas www.isolet.com.br
A Isolet acaba de lançar para o mercado dois produtos: a linha
de buchas capacitivas BCP-17,5 JO2-110 e o transformador de corrente BDE 2501A. Construída em resina epóxi cicloalifática, a linha de buchas capacitivas interna-externa 17,5 kV foi desenvolvida para instalações em ambientes internos e externos, suportando correntes de até 2500 A e nível de impulso atmosférico (NBI) de 110 kV.
Já o novo transformador de corrente, modelo BDE 2501A,
atende às classes de 7,2 kV até 24 kV, fabricado pelo sistema Automatic Pressure Gelation (APG), sendo resultado de um ano de pesquisas. Com dimensões compactas, o produto atende às necessidades das principais concessionárias de energia, assim como aos fabricantes de equipamentos (disjuntores).
da Schurter sejam usados onde a habilidade de repor os fusíveis é desejada. O fusível UMF 250 utilizado é considerado um Universal Modular Fuse (UMF), apresentando aprovações VDE e cURus. Esse ultrapequeno fusível inclui um clip de 11.3 x 4.2 x 4.0 mm com uma capacidade de ruptura entre 100 – 200 A em 250 VAC / 125 VDC. Os novos produtos são aplicados para proteção primária e secundária a sobrecargas e curtos-circuitos.
Buchas capacitivas e transformador de corrente de uso interno são os mais novos produtos da Isolet.
Disjuntores de caixa aberta www.steck.com.br
Os disjuntores de caixa aberta Cosmos®, da Steck, são utilizados para a proteção de circuitos
elétricos e comando de sistemas de baixa tensão, fornecendo soluções para instalações elétricas de projetos prediais e industriais, seja na área da construção civil, indústria, infraestrutura e energia.
Segundo o fabricante, os disjuntores permitem, em sua aplicação, maior otimização na
operação e no monitoramento em conjunto com disparadores eletrônicos. Além disso, é ideal para aplicações de comando e proteção de motores, condensadores, geradores, bancos de capacitores, transformadores, barramentos e cabos, com a vantagem de upgrade e instalação de vários equipamentos em um único disjuntor.
Compacto e disponível em dois tamanhos (ou frames), a linha Cosmos® está disponível
em uma gama completa de correntes de 630 A a 4000 A. Todos os modelos possuem display, regulagem de corrente e proteção LSIG. O produto ainda conta com uma ampla linha de acessórios.
Os novos disjuntores de caixa aberta são ideais para a proteção de circuitos elétricos e comandos de sistemas de baixa tensão.
Painel de normas
14
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Projeto prevê uso de FGTS para aquisição de equipamentos de geração elétrica em residências Proposta que foi aprovada na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal prevê que fundo seja utilizado somente para empreendimento com fontes renováveis passa por análise da Comissão de Assuntos
proposta é estimular a eficiência energética
o projeto de lei que permite o uso do
Sociais (CAS).
por fontes renováveis. Nogueira argumenta
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
O projeto estabelece também que os
que nos últimos anos o país tem sofrido com
(FGTS) para a aquisição e a instalação
recursos do FGTS possam ser sacados
o desequilíbrio entre oferta e a demanda de
de
elétrica
uma vez com essa finalidade e, para retirar o
energia elétrica e a solução tem sido acionar
em residências. Segundo o projeto, o
dinheiro, o interessado necessita comprovar
as usinas termoelétricas, que são mais caras
fundo poderá ser utilizado somente para
pelo menos três anos com carteira assinada.
e poluentes. O incentivo a fontes renováveis
a construção de empreendimentos com
O texto prevê ainda que o estabelecimento
seria uma forma de contornar esse problema.
fontes renováveis, tais como hidráulica,
a receber os equipamentos deve ser o do
solar, eólica e biomassa. O PLS 371/2005
beneficiado.
GO), deu parecer favorável à aprovação e
foi aprovado recentemente na Comissão de
sugeriu apenas aperfeiçoamentos de redação
Serviços de Infraestrutura (CI) e atualmente
Nogueira (PP-PI) afirma que a intenção da
O
Senado
Federal
equipamentos
de
está
geração
votando
Autor do projeto de lei, o senador Ciro
O relator do projeto, Wilder Morais (PP-
e técnica legislativa.
ABNT publica norma para lâmpadas halógenas de tungstênio O documento normativo traz especificações de desempenho para lâmpadas deste tipo com base única e base dupla que apresentam tensão elétrica nominal de até 250 V
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 28 de janeiro de 2016 o documento normativo ABNT NBR IEC
60357:2016, intitulado “Lâmpadas halógenas de tungstênio (exceto lâmpadas para veículos automotivos) – Especificações de desempenho.
O texto, que tem 184 páginas, apresenta como objetivo especificar os requisitos de desempenho para lâmpadas a tungstênio-halogênio
(halógenas) com base única e base dupla, com tensão elétrica nominal de até 250 V, utilizadas para projeção de imagens, inclusive cinemas e projetor estático; fotografia, inclusive estúdio; iluminação com projetores; aplicações especiais; iluminação geral; e iluminação cênica.
Emissoras de rádio e televisão podem ser obrigadas a veicular informações sobre bandeira tarifária Projeto de Lei que obriga as emissoras a transmitirem uma vez por mês informações sobre a bandeira tarifária de energia elétrica em vigor tramita na Câmara dos Deputados
Tramitando em caráter conclusivo na
o deputado Júlio Delgado (PSB-MG),
Câmara dos Deputados, foi aprovado
com a condição de que fossem anexadas
pela Comissão de Defesa do Consumidor
duas
o Projeto de Lei 6381/13, de autoria do
as concessionárias de energia elétrica
deputado Aureo (SD-RJ), que obriga as
assumam
emissoras de rádio e televisão a veicularem
veiculação da publicidade informativa;
uma vez por mês informações sobre a
e outra estipulando multa de até R$ 1
bandeira tarifária de energia elétrica em
milhão, caso a emissora de radiodifusão
vigor. Segundo o projeto, a mensagem
ou a concessionária de energia elétrica
Para
obrigatória será veiculada na primeira
descumpram a obrigação. No projeto
Deputados, o projeto ainda precisa ser
semana de cada mês, entre as 19h e 20h,
original, apenas as emissoras de rádio
analisado pelas comissões de Ciência e
com um minuto de duração.
e TV deveriam pagar a multa com o
Tecnologia, Comunicação e Informática; e
descumprimento da medida.
de Constituição e Justiça e de Cidadania.
O projeto foi aprovado pelo relator,
emendas: as
uma
solicitando
despesas
relativas
que à
aprovação
na
Câmara
dos
Painel de empresas
16
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
NHS reestrutura sua marca A empresa quer consolidar uma imagem que remeta à qualidade, flexibilização e custo-benefício Com o intuito de contornar a crise econômica que paralisou o país no último ano, sem empregar a solução corriqueira,
Passa também pelas modificações na marca da empresa a reestruturação de todo o seu setor comercial iniciada no último trimestre de 2015.
ou seja, reduzir drasticamente os preços de seus produtos, a fabricante de nobreaks e estabilizadores, NHS, resolveu investir na própria marca. Conforme a gestora de marketing da empresa, Débora Skrobot, a NHS pretende fazer a consolidação de uma imagem que remeta à qualidade, flexibilização e custobenefício. Para isso, investirá nos processos inovadores de engenharia, que permitem aplicar o que há de mais recente em tecnologia no segmento de sistemas de energia. “Além disso, queremos destacar a capacidade da empresa em flexibilizar seus processos e produtos, garantindo a customização de projetos e a
cliente como único e exclusivo, garantindo a
iniciativa, a NHS pretende desenvolver novos
consequente adaptação às necessidades
entrega dos melhores equipamentos e serviços
canais de relacionamento e intensificar os
específicas dos clientes", afirma Débora.
para cada necessidade", completa.
atuais com parceiros comerciais, “aumentando
A nova logomarca da NHS virá com a frase:
Passa também pelas modificações na
o volume de vendas de produtos de média
“Energia do seu jeito”. Esclarecendo o mote,
marca da empresa a reestruturação de todo o
potência e outros do mix de maior valor
Débora diz que “fazer do seu jeito” é ir além
seu setor comercial iniciada no último trimestre
agregado, garantindo maiores margens de
de fazer o certo. “É olhar para cada projeto e
de 2015. Conforme a empresa, com essa
contribuição”.
Siemens desenvolve no Brasil novo conversor de frequência para uso em plataformas marítimas Produto passou dois anos sendo fabricado com uma série de melhorias em relação às versões anteriores, como pintura especial, elementos de fixação em aço inoxidável e cabos livres de halogênio melhorias em relação às versões anteriores,
os projetos da Siemens no mundo.
cidade
como pintura especial, elementos de fixação
A Siemens observa um potencial de
de Jundiaí (SP), um novo conversor de
em aço inoxidável e cabos livres de halogênio.
aplicação do novo conversor de frequência
frequência (drive) para uso em plataformas
Segundo o responsável pelo projeto
tanto no mercado interno quanto no mercado
de petróleo marítimas (off shore), que é capaz
na Siemens no Brasil, André Silva, o
externo. “O Brasil tem um potencial enorme
de operar, segundo a companhia, diante das
desenvolvimento do drive trouxe diversos
para a aplicação deste produto, pelos
mais severas condições enfrentadas neste
desafios desde o princípio, “mas com
investimentos previstos para a exploração do
ambiente. O produto, lançado recentemente
uma
multidisciplinar,
pré-sal, com diversas plataformas planejadas,
no mercado mundial, chama-se Perfect
conseguimos superar cada obstáculo para
além da atualização das plataformas já
Harmony 6SR4 FP, e é da Linha Sinamics,
apresentar um produto sólido e extremamente
existentes”, declara o gerente de produto
que já era reconhecida pelo mercado como
confiável”. Silva destaca ainda que, com
da Siemens, Maurício Frutuoso. Além disso,
opção em drives para condições adversas.
a consolidação do projeto, a fábrica de
segundo ele, a empresa – que atua de forma
de
A Siemens desenvolveu em seu centro competência,
localizado
na
equipe
dedicada,
Com o intuito de suportar a severidade das
conversores da Siemens em Jundiaí passa
global no mercado de óleo e gás – vê um
condições em alto mar, o equipamento passou
a ser a referência e a responsável pelo
potencial enorme para exportação deste
dois anos sendo fabricado com uma série de
desenvolvimento deste produto para todos
produto do Brasil para o mundo.
Painel de empresas
18
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
EDP apresenta novo conceito para atender aos clientes Trata-se de uma loja container que aliará alta funcionalidade e sustentabilidade a partir do reaproveitamento de containers e uso de materiais com Certificação Florestal FSC, um dos únicos sistemas apoiados por entidades como WWF e Greenpeace A
distribuidora
de
energia
elétrica
EDP adotou um conceito diferente de atendimento a sua clientela: a loja container. Projeto que, segundo a concessionária, alia funcionalidade e sustentabilidade a partir do reaproveitamento de containers e uso de materiais com Certificação Florestal FSC, um dos únicos sistemas apoiados por entidades como WWF e Greenpeace. O município de Canas, no Estado de São Paulo, é o primeiro da área de concessão da EDP a receber a novidade.
Segundo a EDP, a loja container terá uma
arquitetura sustentável e moderna, com piso feito a partir de pneu reciclado e iluminação de Led. Além disso, os containers que serão
A loja container terá uma arquitetura sustentável e moderna, com piso feito a partir de pneu reciclado e iluminação de Led.
empregados na rede de atendimento são provenientes de portos marítimos, o que
materiais de construção.
entrega de seus serviços e, principalmente, a
diminui o descarte em aterros. Haverá ainda
O diretor geral da EDP, Marney Antunes,
satisfação de seus clientes. “Alinhado a isso,
a redução de até 50% na utilização de
explica que o projeto vai ao encontro da
a empresa reconhece as questões ambientais
água nos acabamentos da obra e durante
política da distribuidora de buscar iniciativas
como essenciais para garantir a perenidade
a implantação será reduzido o descarte de
inovadoras que aprimorem cada vez mais a
de seu negócio”, declara o executivo.
Nexans apresenta nova identidade visual Logotipo foi redesenhado com a proposta de ser mais forte e mais visível para o mundo competitivo atual. Também foi acrescentado ao logo o slogan “A Nexans traz energia à vida”
Com o objetivo de tornar a identidade
da marca Nexans ainda mais forte e apoiar a fase de transformação que a empresa vem passando, a Nexans, fabricante mundial de cabos e sistemas de cabeamento, apresentou ao mercado uma nova identidade visual, que será adotada globalmente pela companhia,
De acordo com o CEO da empresa,
Arnaud Poupart-Lafarge, o logotipo anterior, projetado pela Nexans no ano 2000, foi redesenhado tornando-se mais forte e mais
Os padrões gráficos do logo receberam um tom contemporâneo e dinâmico a fim de apresentar aos clientes a imagem de uma Nexans mais moderna.
visível para o mundo competitivo de hoje em dia. “Nossos padrões gráficos receberam um
e coerente, uma empresa internacional do
é reforçar seu compromisso em oferecer
tom contemporâneo e dinâmico para refletir
século XXI”, destaca o executivo.
soluções
melhor a nossa rede de 25 mil pessoas e
Faz parte da nova identidade visual agora
a vida das pessoas e contribuam para o
apresentar aos nossos clientes a imagem
também o lema “A Nexans traz energia à
desenvolvimento das grandes cidades e
de uma Nexans mais moderna, dinâmica
vida”, cujo intuito, segundo Poupart-Lafarge,
projetos.
que
impactem
positivamente
Painel de empresas
20
AES Sul distribui mais de 33 mil lâmpadas de Led em município do Rio Grande do Sul Iniciativa fez parte do Programa Eficiência Solidária. Cada residência pôde trocar cinco lâmpadas incandescentes por outras de Led, com o custo unitário de R$ 2,00
Entre 27 de outubro de 2015 e 24 de janeiro de 2016, a concessionária de energia elétrica AES Sul distribuiu, dentro do Programa Eficiência Solidária, 33.628 lâmpadas de Led para os consumidores da cidade de Santa Cruz do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. Foram substituídas especificamente lâmpadas incandescentes de 60W por Leds A 60 de 9,5 W da marca Golden. Mais de sete mil clientes foram beneficiados pela iniciativa, de cerca de 6700 residências.
O objetivo da iniciativa é incentivar a
redução do consumo de energia elétrica. A estimativa é de que, com a lâmpada incandescente de 60W, o consumo mensal de energia com iluminação por lar representava aproximadamente 27 kW/mês. Agora, com o uso do Led, o consumo passou para 4,2 kW/ mês, correspondendo a uma queda de 84%.
A iniciativa, contudo, não foi gratuita e
consistiu na troca, de cada residência, de cinco lâmpadas incandescentes por outras de Led pelo custo unitário de R$ 2,00. Ao todo, foram arrecadados R$ 67.256,00, doados ao Instituto Humanitas Fraternidade, responsável pelo atendimento a pessoas de todas as idades em situação de vulnerabilidade social.
A licitação para a comercialização das
lâmpadas foi vencida pela Celena, empresa gestora de tecnologia e produtos voltados a projetos de iluminação que tenham como foco a eficiência energética.
Fascículos
Apoio
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Marcelo Carlos Barbeli
Novo!
22
Capítulo II – A cogeração de energia e sua importância do ponto de vista técnico, econômico e ambiental • O cenário energético brasileiro • Classificação de sistemas de cogeração • Seleção de tecnologias • Aspectos econômicos, institucionais e ambientais da cogeração
IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano
Novo!
28
Capítulo II – Definições • Determinação do escopo da família IEC 61439-1 • Qualificação dos conjuntos • Termos e definições
LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa Capítulo II – A luz artificial e os Leds
Novo!
34
• Lâmpada incandescente • Lâmpada fluorescente • Leds • Os Leds com relação à sua potência elétrica
CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo II – Números complexos – Parte 2 • Motores de indução • Motores/ geradores de síncronos • Equivalente da concessionária • Impedância da sequência zero
Novo!
40
Apoio
Geração distribuída
22
Capítulo II
Novo!
A cogeração de energia e sua importância do ponto de vista técnico, econômico e ambiental
Fascículo
Por Marcelo Carlos Barbeli*
O termo cogeração de energia, basicamente, tem como significado a produção simultânea e sequencial de duas formas de energia, por meio de um único insumo energético. Em outras palavras, cogeração de energia é uma técnica de produção simultânea de duas formas de energia térmica e energia mecânica/elétrica a partir da queima de um único combustível. A cogeração é um tipo de geração distribuída de energia elétrica. Por conseguinte, ela pode propiciar economias nos investimentos do setor elétrico em redes de transmissão e distribuição, além de reduções nas perdas destas redes. A cogeração também pode proporcionar reduções nas emissões de poluentes para a atmosfera, comparando-se com as produções separadas das mesmas quantidades de energia térmica e elétrica. Em nível mundial, os primeiros sistemas comerciais de cogeração foram instalados no final do século XIX. Nos anos de 1940, metade da energia elétrica produzida nos Estados Unidos era proveniente da cogeração. Esse percentual foi reduzido para 5% ao final dos anos 1960 (SILVEIRA, 2009). Isso ocorreu devido à expansão, distribuição e monopólio das redes de transmissão. No Brasil ocorreu um fenômeno diferente, sendo que, a partir de 1950, houve uma acentuada expansão no aproveitamento dos recursos hídricos, despertando um baixo interesse por esse tipo de geração de energia.
Paralelamente a esse fenômeno, a venda dos excedentes de energia elétrica advindos dos sistemas de cogeração era desfavorecida não só pelos baixos valores tarifários negociados nos contratos, mas também pela ausência de regras e legislação que ordenassem a relação entre o autoprodutor/produtor independente e a concessionária de energia elétrica local. Soma-se a isso a inserção do gás natural na matriz energética brasileira e os incentivos à sua utilização, deslocando ainda mais a utilização dos sistemas de cogeração, principalmente os que utilizam biomassa como fonte de combustível. Dessa maneira, este artigo tem como premissa mostrar a importância dos sistemas de cogeração de energia do ponto de vista técnico, econômico e ambiental. Com relação às questões técnicas, propõe descrever as principais tecnologias disponíveis para cogeração e possíveis tecnologias que poderiam contribuir para o aperfeiçoamento tecnológico dos sistemas. Do ponto de vista econômico, a ideia é discutir os principais entraves à penetração dos sistemas de cogeração, principalmente no que se refere à legislação em relação aos mercados de compra e venda de energia e relação produtor/ concessionária, bem como o papel de sistemas concorrentes que interferem na consolidação do uso de sistemas de cogeração. A abordagem ambiental é exigência quando se discutem sistemas de geração, transmissão e distribuição
de energia, seja qual for o combustível ou a tecnologia utilizada. Assim, discutem-se os impactos ambientais advindos de tais sistemas e como podem contribuir para a proteção ambiental, se comparados a sistemas de produção de energia tradicionais. Com base no exposto, mostram-se as principais tecnologias, vantagens e desvantagens da utilização dos tipos de sistemas de cogeração em relação a outros sistemas de obtenção de energia e os segmentos consumidores que podem obter maior ganho com o seu uso.
O cenário energético brasileiro O Brasil tem apresentado uma demanda de energia elétrica crescente nas últimas décadas. O cenário de crescimento econômico apresentado na última década contribui para esse aumento na demanda, exigindo fortes investimentos no aumento da capacidade instalada do parque gerador de energia elétrica. Segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN) de 2013, a demanda por energia elétrica apresenta uma evolução média de aproximadamente 4,3% ao ano, entre os anos de 2002 e 2012. O segmento industrial apresentou um aumento médio de demanda, no mesmo período, de aproximadamente 3,5% ao ano (BEN, 2012), mesmo considerando um decréscimo no consumo no ano de 2008, muito provavelmente em razão da crise econômica
Apoio
mundial deflagrada neste período. Esses dados apontam para a necessidade de incremento do sistema de geração de energia brasileiro, principalmente, por conta do desenvolvimento industrial verificado nos últimos anos. A matriz energética brasileira possui uma configuração em que a energia elétrica produzida é predominantemente de origem hidrelétrica (cerca de 80% do total produzido). Esse sistema é extremamente intensivo em capital e teve o poder público como principal agente de investimentos ao longo dos anos. Tal sistema mostra sinais de esgotamento, observado em razão da saída do Estado como principal agente investidor e produtor de energia elétrica, como pode ser notado pela política de privatizações de empresas do setor elétrico, ocorrida no passado recente. A partir disso, vê-se a movimentação do Estado para atividades de regulagem de mercado e formulação de políticas públicas no setor de energia, ficando para a iniciativa privada a exploração e os investimentos em infraestrutura de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Outro fator de importância, intimamente ligado a esse arcabouço institucional, refere-se ao esgotamento dos potenciais hidráulicos em regiões próximas aos centros de consumo. A exigência de adequação do empreendimento à legislação ambiental também é um fator complicador. Muitas vezes, os órgãos ambientais se posicionam de forma contrária à realização de empreendimentos hidrelétricos por conta do alto impacto ambiental causado à região de influência do sistema. Neste contexto, a busca de competição a ser proporcionada por diferentes alternativas de geração de energia elétrica deve ser considerada. Dessa forma, critérios tecnológicos, econômicos, financeiros, ambientais e institucionais devem ser avaliados para outras fontes de energia e/ou sistemas, de modo a criar meios de prospecção e de viabilização para utilização de novas formas de geração de energia. Neste ínterim, os sistemas de cogeração de energia podem representar uma nova fronteira na geração de energia, não como forma de substituição, mas como forma de
complementação aos sistemas existentes.
Classificação de sistemas de cogeração É de uso comum classificar os sistemas de cogeração de acordo com a ordem relativa de geração de calor e potência, conforme o fluxo de energia. Assim, tais sistemas são divididos em dois grupos: os ciclos bottoming e os ciclos topping (BALESTIERI, 2002). Os ciclos “bottoming” são aqueles nos quais ocorre a recuperação direta do calor residual (descarregado para a atmosfera) para a produção de vapor e energia mecânica ou elétrica, normalmente em turbinas a vapor de condensação ou contrapressão. Nessa tecnologia, primeiro, a energia térmica é utilizada no processo e a energia contida nos gases de exaustão é utilizada para a produção de energia elétrica ou mecânica (SILVA et al, 2005). As instalações do tipo bottoming são uma modalidade menos comum de cogeração, em que o calor a altas temperaturas, rejeitado por processos industriais, é aproveitado para gerar
23
Apoio
Geração distribuída
24
energia mecânica/ elétrica (CLEMENTINO, 2001). As tecnologias de cogeração bottoming concorrem com técnicas de conservação de energia que promovem a recuperação de calor residual. Aí se encontra um fator limitante a determinados segmentos industriais, em que o calor residual é pequeno ou de difícil recuperação e também pela limitação da geração de potência. O uso de turbinas a vapor com injeção adicional de vapor é uma solução tecnológica bastante satisfatória para contornar a limitação na geração de potência. Segundo Silva et all, 2005, os ciclos topping são aqueles nos quais os gases de combustão, a uma temperatura mais elevada, são utilizados para geração de eletricidade ou de energia mecânica. O calor rejeitado pelo sistema de geração de potência é utilizado para atender aos requisitos de energia térmica do processo. Esse tipo de cogeração produz energia elétrica ou mecânica para depois recuperar calor, fornecido geralmente na forma de vapor para o processo (podendo também fornecer água quente ou fria e ar quente ou frio). Essa é a configuração mais comum dos processos de cogeração. Segundo Clementino (2001), os ciclos topping consistem basicamente na produção de energia mecânica por uma máquina térmica que rejeita calor para um processo industrial qualquer. São tecnicamente possíveis ciclos topping utilizando turbinas a vapor, turbinas a gás, motores de combustão interna (normalmente motores Diesel) ou combinação de turbina a gás com turbina a vapor, também conhecido como ciclo combinado (SILVEIRA, 2009).
Fascículo
Seleção de tecnologias
A seleção de tecnologias de cogeração deve obedecer a critérios rigorosos baseados na seleção de opções tecnicamente viáveis e deve considerar alguns aspectos, dentre os quais: - disponibilidade do combustível, que deve ser adequado à tecnologia e ter custo baixo; - avaliação dos impactos ambientais decorrentes da tecnologia e combustível utilizado; - avaliação da eficiência de conversão do combustível em energia elétrica; - custo dos investimentos necessários em tecnologia, operação e manutenção do sistema; - disponibilidade do sistema de cogeração, ou
seja, nível de confiabilidade do sistema elétrico e custo final do suprimento de energia ao sistema integrado; - relação potência/calor, importante na determinação do tipo de ciclo a ser utilizado, mas sem correlação com as demandas de potencia e calor da planta industrial. A partir da seleção e da aquisição da tecnologia adequada, a colocação em marcha do sistema de cogeração constitui-se no passo seguinte. Existem três tipos de operação a qual um sistema pode funcionar: em paridade térmica, em paridade elétrica e em operação econômica e, segundo Silveira (2009), há um quarto tipo de operação, chamado de operação em cargas parciais. No regime de paridade térmica, o sistema de cogeração é projetado e operado de forma a ser capaz de fornecer as necessidades térmicas da planta industrial, ou seja, o calor é o produto principal e a eletricidade é o subproduto do sistema de cogeração. Assim, o sistema deve estar interligado à rede concessionária local para, dependendo das condições operacionais e de sua demanda, se abastecer de energia elétrica do concessionário ou fornecer o excedente de eletricidade à rede concessionária. No regime de paridade elétrica, ocorre o contrário, o sistema de cogeração é projetado e operado de forma a atender às necessidades de energia elétrica da planta industrial, sendo seu produto principal. O calor é o subproduto da cogeração. Se o calor gerado for insuficiente para atendimento do processo de produção fabril, é necessário ter um sistema auxiliar anexo para satisfazer a demanda. Caso contrário, o calor adicional é rejeitado para o meio ambiente. O regime de operação econômica é aquele no qual o sistema opera de acordo com parâmetros econômicos. É orientado a suprir parte, totalidade ou ainda produzir excedente da demanda elétrica de pico, conforme a eletricidade é adquirida ou vendida sob uma tarifa mais elevada. Desta forma, há a opção de comprar eletricidade da concessionária para completar o seu suprimento, ou, se for o caso, vender o excedente. Para que isso seja factível, há a necessidade de se utilizar um equipamento suplementar para satisfazer parte ou a totalidade da sua demanda térmica, quando necessário, dependendo das condições operacionais da
planta de cogeração (SILVEIRA, 2009). No caso do regime de operação em cargas parciais, o sistema de cogeração é subdimensionado em relação aos seus requerimentos de eletricidade e calor de processo, atendendo cargas parciais destas modalidades de energia (SILVEIRA, 2009). Assim, o sistema de cogeração não supre totalmente as necessidades de eletricidade e de calor. No caso da eletricidade, deve ocorrer a compra da parte complementar necessária da concessionária local. No caso do calor, deve ser pensada a instalação de equipamento auxiliar para suprimento das necessidades de calor.
Principais tecnologias de cogeração Em sistemas de cogeração de energia é possível adotar vários tipos de arranjos de equipamentos. Existe a possibilidade de se configurar sistemas mais simples, como aqueles com caldeiras convencionais e turbinas a vapor de contrapressão; ou sistemas mais complexos, compostos por turbinas a gás e gaseificadores. Isso vai depender das necessidades do processo, de condições preexistentes na planta industrial e da filosofia de trabalho do empreendimento em questão. Assim, consideram-se seis tipos de alternativas, cujas tecnologias são amplamente dominadas: turbina a vapor de contrapressão, turbina a vapor de condensação, turbina a vapor de extração e condensação, turbina a gás simples, turbina a gás em ciclo combinado e turbinas a gás com injeção de vapor. As tecnologias que utilizam turbinas a vapor são mais fáceis de ser implementadas, em razão das configurações industriais preexistentes. No caso das tecnologias com turbinas a gás, há a necessidade de utilização de combustíveis nobres. O gás natural é uma alternativa. No caso da tecnologia de turbinas a gás com injeção de vapor, há opções de se adotar os ciclos STIG, BIG/STIG e BIG/ISTIG, que proporcionam condições de melhoria de eficiência na obtenção de eletricidade (BALESTIERI, 2002). O ciclo STIG (Steam Injected Gas Turbine) é aquele no qual ocorre recuperação do calor dos gases de exaustão da turbina a gás, aumentando o potencial de obtenção de vapor. Os ciclos BIG/STIG (Biomass Integrated Gasifier/Steam Injected Gas Turbine) e BIG/ISTIG (Biomass Integrated Gasifier/Intercooler Steam Injected
Apoio
25
Apoio
Fascículo
Geração distribuída
26
Gas Turbine) usam gaseificação de biomassa como diferencial tecnológico.
Aspectos econômicos, institucionais e ambientais da cogeração Segundo Nagaoka (et all, 2007), para atrair investimentos privados para o setor elétrico, o governo iniciou a partir de 1995 um processo de desregulamentação do setor que incluiu ações como: a) separação das atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização; b) melhora das condições de competição na geração e na comercialização, para garantir eficiência e baixo custo da energia; c) permanência do monopólio natural na distribuição e na transmissão; d) recursos da iniciativa privada para garantir a expansão e e) definição de regras específicas nos contratos de concessão, para garantir confiabilidade e qualidade no fornecimento. Tais medidas aventavam a esperança de que, com a segregação das áreas de geração, transmissão e distribuição, o mercado se tornaria mais competitivo para venda de energia, ampliando-se, portanto, as possibilidades de negociações para a comercialização de energia elétrica excedente, principalmente em segmentos industriais energoitensivos e que possuíam vocação para a autoprodução de energia elétrica, como o setor sucroalcooleiro, por meio da figura do autoprodutor e do produtor independente de energia (PIE). Em abril de 2002 foi aprovada a medida provisória nº 14 de 21/12/2001, que instituiu o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). O programa incentiva a participação de energia elétrica gerada com base nas fontes alternativas eólica, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa. Os empreendimentos devem ser concebidos com base em uma nova figura jurídica: a do Produtor Independente Autônomo (PIA). Segundo Souza (2002), basicamente, o produtor independente autônomo será aquele cuja sociedade não será controlada ou coligada de concessionária de geração, transmissão ou distribuição de energia elétrica, nem de seus controladores ou de outra sociedade controlada ou coligada com o controlador comum. Isso representa um avanço institucional, que visa
melhorar a competitividade da cogeração no país. A cogeração de energia também pode desempenhar um papel importante na proteção ambiental relativa às atividades de produção e consumo de energia. As emissões de carbono na atmosfera são um dos principais meios de degradação ambiental ligado aos sistemas de produção de energia. Pesquisas indicam que, durante a revolução industrial, por volta do ano de 1750, a proporção de dióxido de carbono no ar era de 280 ppm (partes por milhão) (CLEMENTINO, 2001). Em maio de 2013, essa proporção chegou a impressionantes 400 ppm. Com essa proporção, segundo os cientistas, estamos no limite do controle do aquecimento global. Nesse sentido, os sistemas de cogeração podem contribuir bastante para a redução dos gases de efeito estufa, uma vez que o processo de conversão de energia é mais eficiente e, dependendo do combustível utilizado, como, por exemplo, o gás natural, as emissões são mais baixas. Este fato corrobora com a ideia de que a maior utilização da cogeração pode auxiliar na busca de um modelo de desenvolvimento mais sustentável na produção de eletricidade, agredindo menos os ecossistemas envolvidos.
Considerações finais Os sistemas de cogeração podem ser considerados uma opção interessante ao país, devido ao fato de aumentar a oferta de energia elétrica pela utilização mais eficiente do combustível, principalmente no segmento industrial, sendo que esse combustível já é utilizado para atendimento do processo fabril. Segmentos como o sucroalcooleiro e papel e celulose podem obter vantagens com o uso da cogeração, uma vez que utilizam combustíveis oriundos do próprio processo de fabricação de seus produtos, principalmente a biomassa (resíduos com características combustíveis). Outros segmentos, como shopping centers, hospitais e grandes redes de supermercados, também podem utilizar sistemas de cogeração com vantagens, em virtude do alto consumo de eletricidade que apresentam. Neste caso, o uso de tecnologias com queima de gás natural pode ser vantajoso, por conta da proximidade com a malha de gasodutos nos grandes centros urbanos. Isso pode alavancar o benefício do
custo evitado para o sistema elétrico nacional, em que a necessidade de investimentos em infraestrutura de geração de energia elétrica pode ser deslocada. Em razão do processo mais eficiente de conversão do combustível, a cogeração contribui para o controle de emissão de carbono e gases de efeito estufa, proporcionando um modelo mais sustentável de desenvolvimento.
Referências bibliográficas BALESTIERI, J. A. P. Cogeração – geração combinada de eletricidade e calor. Florianópolis: editora da UFSC, 2002. 279p. BEN. Balanço Energético Nacional 2013. Ano base 2012. Ministério de Minas e Energia. Brasília, 2013. [Disponível em <www.mme.gov.br>, acesso: 13 mai 2013]. CLEMENTINO, L. D. A conservação de energia por meio da cogeração de energia elétrica. São Paulo: Érica, 2001. 172p. FSP. Jornal Folha de São Paulo. Caderno Ciências. São Paulo: 11 mai 2013. NAGAOKA, M.P.T., ESPERANCINI, M.S.T., VIRGENS FILHO, J.S., MAGALHÃES, A.M., NAGAOKA, M.E. e GUERRA, S.P.S. Análise de viabilidade econômica em co-geração de energia elétrica. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal. ISSN 1678-3867. Publicação científica da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça/ FAEF. Ano V, N. 09, Fev. 2007. SILVA, C.R.A., GARRAFA, M.T.F., NAVARENHO, P.L., GADO, R. e YOSHIMA, S. A biomassa como alternativa energética para o Brasil. Revista Brasileira de Ciências Ambientais. N. 2, 2005. SILVEIRA, J. L. Cogeração. Anais do II simpósio de energias alternativas. UNESP, out. 2009. SOUZA, Z. J. A cogeração de energia no setor sucroalcooleiro: desenvolvimento e situação atual. UFSCAR: São Carlos, 2002. 10p. *Marcelo Carlos Barbeli é engenheiro mecânico, com Mestrado e Doutorado em Planejamento de Sistemas Energéticos. Atua como docente no Centro Universitário Hermínio Ometto (Uniararas), na Faculdade de Ciências, Tecnologia e Educação (Fatece) e no Instituto Superior de Ciências Aplicadas (ISCA). É pesquisador em segmentos industriais energointensivos, cogeração, produção de energia a partir da biomassa e biocombustíveis e pesquisa operacional aplicada a energia. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
27
Apoio
Fascículo
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
28
Capítulo II Novo!
Definições Por Nunziante Graziano*
fascículo
as suas nações associadas, publicou, em
pretende apresentar em detalhes o
Prezado
leitor,
este
janeiro de 2009, a primeira edição da
projeto de revisão da norma brasileira
IEC 61439. Neste segundo capítulo, será
para construção de quadros elétricos e
analisada a parte 1 da IEC 61439: suas
barramentos blindados de baixa tensão.
regras gerais, definições, características
• Conjuntos em que a tensão nominal
de interface e identificação obrigatória
não exceda 1000 Vca ou 1500 Vcc.
dos conjuntos.
• Conjuntos fixos ou móveis, com ou
No capítulo inicial deste fascículo, apresentamos ao leitor os objetivos deste
trabalho,
que
contemplou
a
Nos
referenciaremos
sempre,
e fabricados em quantidade. Estes conjuntos são qualificados conforme segue:
sem invólucro;
apresentação do panorama atual da
no curso deste fascículo, à norma
• Conjuntos destinados para uso em
ABNT NBR IEC 60439 vigente no
IEC 61439 e suas subdivisões, pois a
conexão com a geração, transmissão,
Brasil,
principais
sua equivalente NBR ainda está em
distribuição e conversão de energia
pontos de interesse, como a classificação
suas
subdivisões,
processo de elaboração e posterior
elétrica,
dos painéis em TTA e PTTA, suas
publicação, portanto, não poderíamos
equipamentos que consomem energia
interpretações e seus abusos. Por conta
nos
elétrica;
de tantas interpretações equivocadas,
ainda sem fé pública. Entretanto, cabe
• Conjuntos projetados para uso sob
além da necessidade de se atualizar a
ressaltar que diversas partes do texto
condições de serviços especiais, como
norma, corrigir os pontos geradores
aqui apresentado são transcrições do
por exemplo, em navios e em veículos
dos
anteriormente
projeto de revisão da NBR IEC 61439,
ferroviários, na condição que outros
descritos, possibilitar que projetistas e
acrescidos de comentários e avaliações
requisitos
especificadores possam mais facilmente
sob responsabilidade do autor.
sejam respeitados, sendo que requisitos
mal-entendidos
referenciar
a
um
documento
e
para
o
comando
específicos
pertinentes
projetar o sistema geral de acordo com
Ressalvas feitas, partiremos com a
as normas, controlar as várias interfaces
determinação do escopo da família IEC
são tratados na IEC 60092-302.
com
sistemas
adjacentes,
de
suplementares para conjuntos em navios
proteger
61439-1. No texto da norma é utilizado
• Conjuntos para uso em máquinas desde
as pessoas contra quaisquer perigos
largamente o termo “conjunto” para
que os outros requisitos específicos
devido às falhas dos painéis e prover
designar conjunto de manobra e controle
correspondentes
capacidade de operação, manutenção e
de baixa tensão.
Outros requisitos suplementares para
modificação, a Comissão Eletrotécnica
Esta norma se aplica a todos os
Internacional (IEC – The International
conjuntos que são projetados, fabricados
Electrotechnical Comission), composta
e verificados sob encomenda (uma única
pelos Comitês de Eletrotécnica de todas
vez) ou que são totalmente padronizados
sejam
atendidos.
conjuntos integrantes de máquinas são tratados na série IEC 60204. Duas ressalvas presentes na definição
Apoio
do escopo da norma são muito relevantes
nacional os painéis de suas marcas e com
e serão detalhados a seguir. São elas:
seus componentes, com a certificação necessária
• Esta norma não é aplicável aos disposi
para
o
atendimento
às
exigências da referida norma.
mundo como sendo a mesma empresa. Sendo assim, uma empresa que se apresente em outro país, sozinha ou consorciada com uma empresa local,
tivos individuais e aos componentes
Trocando em miúdos, um fabricante
é a detentora do capital intelectual e,
independentes, como disjuntores, conta
original é a empresa, brasileira ou
portanto, nesta situação, seria fabricante
tores, chaves de partida de motores,
estrangeira, que realizou o projeto
original.
fusíveis-interruptores,
equipamentos
original e a verificação associada, por
Minhas considerações finais sobre
eletrônicos, etc., que são conforme as
ensaios, de um conjunto conforme a
a definição do escopo da referida
normas dos produtos pertinentes.
norma do conjunto aplicável.
norma seriam: esta primeira parte da
• A fabricação e/ou montagem pode
Por sua vez, passa a ser o montador
série IEC 61439 estabelece definições e
ser realizada por terceiros que não o
do conjunto a empresa que assume
indica as condições de funcionamento,
fabricante original.
a
conjunto
requisitos de construção, características
completo, sendo esta responsável apenas
técnicas e requisitos de verificação
pelos ensaios de fabricação, conhecidos
para conjuntos de manobra e controle
como ensaios de rotina.
de baixa tensão; e esta norma não
Essa qualificação veio ao encontro de um modelo de negócio trazido ao Brasil
responsabilidade
pelo
pelas multinacionais, cujo objetivo é
Não se enquadra nessa situação,
pode ser utilizada de maneira isolada
estabelecer parceiros entre as empresas
segundo a minha avaliação, a relação
para especificar um conjunto ou a fim
fabricantes e/ou montadoras de quadros
entre a matriz e as filiais de uma mesma
de estabelecer a conformidade. Os
de baixa tensão nacionais que, baseados
empresa em países diferentes. Essa
conjuntos devem estar de acordo com
nos projetos e produtos certificados em
relação, salvo melhor juízo, enquadra-se
a parte aplicável da série IEC 61439 a
conformidade com a IEC 61439 em seus
na relação de capital intelectual de uma
partir da Parte 2. Feito o preâmbulo
países de origem, possibilita que esses
empresa, que é atemporal e impessoal, e
de definição do escopo, passemos às
parceiros brasileiros vendam no mercado
pode se apresentar em qualquer lugar do
definições mais relevantes.
29
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
30
Termos e definições
(exceto o circuito principal) destinado
normal ou em manutenção energizado.
a controlar, medir, sinalizar, regular,
• Unidade funcional – trata-se de parte
Com o objetivo de esclarecer os
processar dados, etc. Entretanto, os
de um conjunto compreendendo todos
nomes dados a cada uma das partes
circuitos auxiliares incluem os circuitos
os elementos elétricos e mecânicos,
dos
de controle e circuitos acessórios dos
incluindo os dispositivos de manobra,
funcionalidades, a norma dedica uma
dispositivos de manobra.
e contribuindo para execução de uma
importante parte de suas páginas a
• Barramento - condutor de baixa
mesma função.
definir e nomear essas particularidades.
impedância
ao
Nosso objetivo não é de ministrar
conectados,
separadamente,
um curso sobre os conjuntos, mas de
circuitos elétricos. Esse termo não
a uma unidade funcional, mas que
apenas trazer à tona os termos novos e
determina forma geométrica, tamanho
são externos ao seu compartimento
as definições acrescentadas nessa nova
ou dimensão do condutor, nem sua
ou
versão.
natureza
exemplo, cabos auxiliares conectados
• Conjunto de manobra e controle de baixa
tratamento.
a um compartimento comum), não são
tensão – conjunto, combinação de um
• Barramento principal - barramento
considerados como parte da unidade
ou mais dispositivos e equipamentos de
no qual podem ser conectados um ou
funcional.
manobra, controle, medição, sinalização,
vários barramentos de distribuição e/ou
proteção, regulação, em baixa tensão,
unidades de entrada e de saída.
equipamentos,
de
suas
qual
podem
construtiva,
espaço
protegido
são
conectados
fechado
(por
Um exemplo que pode esclarecer a nota acima transcrita do projeto de revisão da ABNT NBR IEC 61439-1
as interconexões internas elétricas e
barramento no interior de uma coluna
seria a de circuitos auxiliares que servem
mecânicas e partes estruturais.
que é conectado a um barramento
à função de intertravamento elétrico
•Sistema do conjunto - gama completa
principal e a partir do qual são
entre duas unidades funcionais e não
de componentes elétricos e mecânicos
alimentadas unidades de saída.
fazem parte de nenhuma das unidades
unidades
Cabe
a
distribuição
ou
que
completamente montados, com todas
barramentos,
de
material
Condutores
-
(invólucros,
Barramento
ser vários
•
tentativa
aqui
de
funcionais. São retratados como um
funcionais etc.), como definido pelo
esclarecer um tema bastante polêmico
fabricante
ser
quando da construção de conjuntos
montados de acordo com as instruções
compartimentados nas mais diversas
• Unidade de entrada – trata-se de
do fabricante original para produzir
formas, conhecidas como formas 1, 2A,
uma unidade funcional através da qual a
diferentes conjuntos.
2B, 3A, 3B, 4A ou 4B. Os condutores
energia elétrica é normalmente fornecida
vai
conectados entre a unidade funcional
para o conjunto.
ao encontro de uma necessidade de
e o barramento de distribuição não são
• Unidade de saída – trata-se de
mercado, em que fabricantes originais
considerados como parte integrante
uma unidade funcional através da qual a
disponibilizam
completos
dos barramentos de distribuição. Ou
energia elétrica é normalmente fornecida
desmontados, conhecidos como sistemas
seja, aqueles trechos de barramento ou
para um ou mais circuitos externos, ou
de montagem, de modo a serem vendidos
cabo que interligar os barramentos de
seja, cargas do sistema.
em lojas como “kits faça você mesmo”, em
distribuição ou principal até as unidades
• Dispositivos de proteção contra os
que o pacote traz todas as peças necessárias
funcionais não são sujeitos aos conceitos
curtos-circuitos (DPCC) - dispositivo
para a montagem do conjunto, e para
de compartimentação, portanto, podem
destinado a proteger um circuito ou as
isso, oferece um manual de montagem.
transitar
compartimento
partes de um circuito contra as correntes
Voltaremos a esse tema quando falarmos
interno e outro, também interno sem
de curto-circuito por sua interrupção.
sobre ensaios de fabricação de rotina.
assim, violarem a compartimentação
É interessante observar que um DPCC
• Circuito principal (de um conjunto) –
dos barramentos em projetos com
pode
são todas as partes condutoras de um
compartimentação interna superior a
completa, bastando que, para isso, ele
conjunto incluídas em um circuito que
3A. Ressalto aqui que estamos discutindo
seja um disjuntor, por exemplo.
é destinado para transmitir energia
a presença ou não de um barramento no
elétrica
compartimento da unidade funcional
conjunto – define as partes que compõem
• Circuito auxiliar (de um conjunto)
sem, a princípio, discutir partes vivas
as diversas possibilidades de conjunto.
– são todas as partes condutoras de
expostas e acessíveis em compartimentos
São elas:
um conjunto incluídas em um circuito
que podem ser abertos em operação
Nota:
Fascículo
além
original
Essa
e
definição
pacotes
podem
também
entre
um
circuito auxiliar ao conjunto.
•
ser
uma
Unidades
unidade
de
funcional
construção
Parte fixa - constituída de
do
Apoio
31
Apoio
Fascículo
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
32
componentes montados e ligados
de transporte. Assim, é possível
vários conjuntos do tipo armário
por condutores sobre um suporte
construir os olhais de içamento
mecanicamente unidos.
comum e que é projetada para
e/ou pallets das embalagens
Conjunto tipo caixa – é um
instalação fixa.
adequadamente a todos os serviços
conjunto em invólucro, previsto para
Parte removível - constituída de
que serão necessários para o correto
ser montado em um plano vertical.
componentes montados e cabeados
transporte e movimentação destas
Conjunto tipo multicaixa – resulta
entre si em um suporte comum e
partes até seu local definitivo, em
da combinação do conjunto do tipo
que é concebida para ser removida
que então serão unidas para compor,
caixas unidas mecanicamente, com
completamente do conjunto e pode
finalmente, o conjunto completo
ou sem estrutura de apoio comum,
ser substituída mesmo que o circuito
novamente.
com as conexões elétricas passando
ao qual é conectado possa estar
Obturador – parte que pode ser
entre duas caixas adjacentes por
energizado.
movimentada entre uma posição na
aberturas nas faces.
Posição conectada – trata-se da
qual permite encontro dos contatos
Conjunto para sobrepor na parede
posição em que uma parte removível
de uma parte removível com
– é um conjunto destinado para ser
está completamente conectada para a
contatos fixos, e uma posição na
fixado na superfície de uma parede.
sua função prevista.
qual ela constitui uma parte de um
Conjunto para embutir na parede
Posição removida – trata-se da
fechamento ou de uma divisória que
– é um conjunto destinado para ser
posição em que uma parte removível
protege os contatos fixos.
instalado em um rebaixo da parede,
está fora do conjunto, mecânica e
onde o invólucro não suporta a parte
eletricamente separada dele.
• Projeto externo dos conjuntos – esta
Intertravamento de inserção -
parte da norma define os tipos de
dispositivo que previne a introdução
construção, suas compartimentações e
• Partes estruturais dos conjuntos –
de uma parte removível em um local
tipos de barreiras e obstáculos, internos
nesta parte da norma são definidos e
não pretendido para aquela parte
e externos. Essas definições são muito
apresentados os principais componentes
removível.
importantes
a
mecânicos do conjunto e sua correta
Conexão fixa – é o tipo de
forma construtiva e, principalmente, a
configuração é relevante quando o
dispositivo em que é conectada ou
configuração das zonas de risco e suas
tipo de material em que são fabricados
desconectada uma interface, por
formas de controle, conforme a NR 10.
difere de uma peça para outra. Essa
para
se
estabelecer
superior da parede.
meio do uso de uma ferramenta.
Conjunto aberto - consiste em uma
diferenciação das partes e peças auxilia
Compartimento – coluna ou
estrutura que suporta o equipamento
o leitor a ler corretamente os relatórios
subseção da coluna fechada com
elétrico, cujas partes vivas são
de ensaio de construção, de modo a
exceção de aberturas necessárias
acessíveis.
verificar se o fabricante está fornecendo
para interconexão, controle ou
Conjunto aberto com proteção
ou não o mesmo produto submetido aos
ventilação.
frontal – aquele em que existe uma
ensaios de tipo da família dos ensaios de
Unidade de transporte – parte de
cobertura frontal, mas as partes vivas
construção. São elas:
um conjunto ou conjunto completo
podem ser acessíveis pelos outros
Estrutura principal – estrutura que
adequado para transporte sem
lados que não o frontal.
faz parte de um conjunto projetado
ser desmontado. Essa definição
Conjunto em invólucro – fechado
para suportar vários componentes do
é muito relevante e importante
em todos os lados, com possível
conjunto e todos os invólucros.
no momento em que o fabricante
exceção na sua superfície de
Suporte de montagem – estrutura
inicia o projeto do conjunto. Dados
montagem, de maneira a assegurar
que não faz parte de um conjunto,
de dificuldade de acesso, local da
um grau de proteção definido.
projetada para suportar um
instalação, modal de transporte
Conjunto tipo armário – é um
conjunto.
desde a fábrica até a obra, tipo de
conjunto em invólucro do tipo
Placa de montagem – placa
transporte horizontal ou vertical
assentado no piso (autoportante),
projetada para suportar vários
na obra, tempo de preservação
que pode incluir várias colunas,
componentes e apropriada para
durante o período de armazenagem,
subseções das colunas ou
instalação em um conjunto.
entre outras informações, servem
compartimentos.
Estrutura de montagem – estrutura
para os fabricantes definirem os
Conjunto tipo multicolunas
projetada para suportar vários
tamanhos e as massas das unidades
– resulta da combinação de
componentes e apropriada para
Apoio
instalação em um conjunto.
outros compartimentos.
de uma parte do conjunto destinada
Invólucro – parte que assegura o
Barreira – parte que assegura a
a incluir componentes elétricos e que
tipo e o grau de proteção apropriada
proteção contra contato direto de
assegure proteção definida contra
para a aplicação prevista.
qualquer direção habitual de acesso.
influências externas e contato com
Fechamento – parte externa do
Obstáculo – parte que impede contato
partes vivas.
invólucro de um conjunto, que é
direto acidental, mas que não impede
diferenciada das portas por não ser
um contato direto por ação deliberada.
prevista para ser aberta em serviço
Os obstáculos são destinados para
continuaremos a análise da IEC 61439-1
ou operação normal.
impedir contato acidental com as partes
em suas definições, notadamente, as
Porta – fechamento articulado ou
vivas, mas não contato intencional por
condições de instalação, características
deslizante que pode ser aberto em
evasão deliberada de obstáculo. Eles
de isolamento, proteção contra choques
serviço ou operação normal sem expor
são destinados para proteger pessoas
elétricos, características nominais e de
o operador a partes vivas expostas.
qualificadas ou instruídas, mas não
performance
Fechamento removível –
são destinados para proteger pessoas
ainda uma análise dos processos de
fechamento que é projetado para
comuns.
verificação por projeto e ensaios de
fechar uma abertura de um invólucro
Veja que tanto a definição de
construção e performance dos conjuntos.
externo e que pode ser removido
barreira, como de obstáculo, está em
para efetuar certas operações e
consonância com as definições da
trabalho de manutenção.
NR 10.
Placa de fechamento – parte de
Proteção dos bornes ou conjuntos
um conjunto utilizada para fechar
terminais – parte fechada dos
uma abertura de um invólucro
terminais e que proporciona um
externo e projetada para ser fixada,
grau de proteção definido contra
no lugar, por parafusos ou meios
acesso às partes vivas por pessoas ou
semelhantes e não prevista para ser
objetos. Note que o grau de proteção
desmontada em operação normal ou
provido por esses fechamentos pode
manutenção. Normalmente, não é
ser diferente do grau de proteção
removida depois de o equipamento
provido ao conjunto pelo invólucro.
ser colocado em serviço e pode ser
Entrada de cabos – parte com
provida de entradas de cabo.
aberturas que permitem a passagem
Divisória – parte do invólucro de
de cabos ao interior do conjunto.
um compartimento separando-o de
Espaço protegido fechado – trata-se
No próximo capítulo deste fascículo,
requeridas.
Iniciaremos
Até lá!
*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão – e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da Gimi Quadros Elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
33
Apoio
Led – Evolução e inovação
34
Novo!
Capítulo II A luz artificial e os Leds Por Vicente Scopacasa*
Como adiantado no artigo anterior,
outros nesta estrutura atômica. Isto faz
e magnéticos que os caracterizam como
iremos abordar cada componente do
com que os elétrons não sejam livres
ondas eletromagnéticas.
sistema que compõe a iluminação do
suficientes para orbitarem de qualquer
estado sólido e, para começar, vamos
forma, mas sim de forma ordenada e em
abordar a tecnologia dos Leds detalhando
órbitas específicas ao redor do núcleo.
o
funcionamento,
Dependendo do elemento que estamos
O princípio de funcionamento de
benefícios, particularidades etc., além
analisando, podemos ter vários níveis de
uma lâmpada incandescente segue o
de comparativo com os componentes de
órbitas, com diferentes níveis de energia.
princípio físico acima apresentado, em
Isto quer dizer que um determinado
que, ao aplicarmos uma corrente elétrica
Para começarmos, vamos entender
elétron pode ocupar outras posições
em um metal, no caso, o tungstênio,
qual é o princípio físico da geração de luz
no mesmo átomo e, para tal, deverá ter
este fica incandescente e emite luz. O
além das características de funcionamento
nível de energia diferente, portanto,
princípio de geração de luz neste caso
de
convencionais
se fornecermos energia a um átomo, a
deve-se à movimentação dos elétrons
e então traçarmos um paralelo com a
tendência é que os elétrons, ao receberem
entre as diversas órbitas dos átomos do
tecnologia de estado sólido.
esta energia, passem para órbitas de
tungstênio gerando os fótons de luz. É
A melhor definição de luz seria
maior energia e toda esta movimentação
importante ressaltar que os fótons de luz
uma forma de energia produzida pela
faz com que os elétrons venham a perder
gerados apresentam vários comprimentos
matéria, mas, para entendermos como a
energia adquirida na forma de “pacotes
de ondas e, no caso particular da lâmpada
luz é gerada, vamos analisar a estrutura
de energia” conhecidos como “fótons”
incandescente,
atômica que faz parte desta matéria.
ou partículas de luz. Esses fótons têm
espectal conforme mostra a Figura 1.
Como sabemos, o átomo é composto de
diferentes comprimentos de onda e
Conforme podemos notar na Figura
um núcleo (contendo cargas positivas
podem ser visíveis ou não, dependendo
1, temos uma distribuição espectal com
conhecidas como prótons) com um certo
do material, do nível de energia aplicado
comprimentos de onda que vão desde o
número de elétrons (cargas negativas)
e das distâncias percorridas entre as
ultravioleta (uva) da ordem de 380 nm
vibrando ao redor dele.
diversas órbitas dos átomos.
até a faixa do infravermelho (acima de
seu
princípio
de
Fascículo
iluminação convencionais.
algumas
lâmpadas
Lâmpada incandescente
tem
sua
distribuição
800 nm), passando por todos os outros
Em função de termos cargas de
Portanto, temos a geração de diferentes
diferentes sinais, positivas e negativas,
tipos de fótons, com diferentes valores
valores
podemos afirmar que o núcleo que
de comprimento de onda associados a
também uma alta concentração de fótons
é formado por cargas positivas e os
determinadas cores e tudo isto é percebido
na faixa do amarelo e do vermelho e que
elétrons que têm cargas negativas,
como luz. Os fótons são partículas sem
a grande maioria dos fótons gerados está
são mutuamente atraídos uns pelos
massa, porém, com componentes elétricos
concentrada na faixa do infravermelho,
intermediários.
Observamos
Apoio
aplicada a uma lâmpada incandescente é transformada em luz visível, o que resulta em baixa eficácia, normalmente, em torno de 15 a 20 lúmens por watt.
Lâmpada fluorescente Apesar de utilizar o mesmo processo físico de geração de luz da lâmpada incandescente,
a
lâmpada
fluorescente
incorpora uma novidade que é, primeiro, a geração de fótons ultravioletas para, depois, transformá-los em luz visível. O processo básico consiste na utilização de gases inertes, geralmente, o argônio e o vapor de mercúrio que, quando excitados pelos elétrons gerados pelos eletrodos da lâmpada resultam em luz ultravioleta, que, por sua
Figura 1 – Espectro de distribuição de potência de uma lâmpada incandescente.
vez, excita os átomos do fósforo depositados
radiação esta não percebida pelo olho
luz, pois transformam grande parte da
nas paredes internas do vidro da lâmpada,
humano
energia elétrica em luz não visível ao olho
resultando, finalmente, em fótons de vários
humano.
comprimentos de onda percebidos como luz
e,
consequentemente,
não
visível. Este é o principal motivo pelo qual as lâmpadas incandescentes são ineficientes sob o ponto de vista de
Como
informação
adicional,
somente cerca de 5% da energia elétrica
branca. Mesmo com esse processo, aparen
35
Apoio
Led – Evolução e inovação
36
temente mais complexo do que o da lâmpada incandescente, temos maior aproveitamento
da
energia
elétrica
fornecida ao sistema, sendo que a eficácia das fluorescentes é bem maior do que a das incandescentes, principalmente, pelo fato de termos menor geração de luz infravermelha. A eficácia das lâmpadas fluorescentes é variada e depende da tecnologia e dos invólucros utilizados. Este valor normalmente está compreendido entre 60 e 100 lúmens por watt. Quanto ao espectro de distribuição de potência, as lâmpadas fluorescentes geralmente apresentam espectro não contínuo, como observado nas lâmpadas incandescentes, consistindo de picos de potência em determinados comprimentos de onda. Um exemplo de uma distribuição espectral de uma lâmpada fluorescente é apresentado na Figura 2. Como pudemos observar através dos dois exemplos apresentados até agora, tanto a lâmpada incandescente como a fluorescente geram luz branca através da geração de fótons de vários comprimentos de onda que, quando integrados, resultam na percepção de luz branca. Por outro lado, os invólucros nos quais a luz é gerada são geralmente compostos de eletrodos, filamentos, gases inertes, bulbos de vidro, etc., e aí é que temos a primeira grande diferença
quando
comparamos
com
Leds, pois nestes, a geração de luz é feita no sólido, por isso, o emprego do termo “iluminação de estado sólido” ou “solid
Fascículo
state lighting”.
Leds
outras. No Led, a transformação da
silicon carbide e sobre este substrato são
energia elétrica em luz é feita no sólido,
adicionadas as impurezas, normalmente
sendo, por isso, chamada de estado
InGaN (Indium, Gallium, Nitride). Um
sólido. Como comparação, podemos
outro tipo de substrato (GaN) também
citar que os Leds estão para as lâmpadas
começa a ser utilizado com a vantagem
convencionais, assim como os transistores
de ser mais compatível com as impurezas,
estão para as válvulas eletrônicas.
resultando em maior estabilidade do
É
plenamente
contribuição
que
conhecida os
a
Light Emitting Diode, é um componente eletrônico
semicondutor,
mesma
tecnologia utilizada nos chips dos com pu tadores, que têm a propriedade de transformar energia elétrica em luz. Esta transformação é diferente da encontrada lâmpadas
convencionais
que
utilizam filamentos metálicos, radiação ultravioleta e descarga de gases, entre
cristal.
transistores
Uma vez obtido o chip semicondutor
trouxeram e ainda trazem para a revolução
que emite luz azul, temos a adição de mais
da eletrônica ocorrida nos últimos 50
um processo que consiste na aplicação
anos e hoje estamos vivendo uma nova
de uma camada de fósforo para que
revolução, agora da iluminação, com o
tenhamos a conversão da luz azul em
contínuo avanço da tecnologia dos Leds,
branca. Este processo é bem similar ao da
substituindo cada vez mais as lâmpadas
lâmpada fluorescente, só que, neste caso,
convencionais.
a luz que excita o fósforo é ultravioleta.
Mais especificamente, o Led é uma
A luz azul excita os átomos do fósforo e
estrutura cristalina composta de dois
estes geram luz com vários comprimentos
tipos de materiais, o primeiro chamado
de onda, formando luz branca.
de tipo “N”, que é um material rico em
O Led, diodo emissor de luz, ou
em
Figura 2 – Exemplo de um espectro de distribuição de potência de uma lâmpada fluorescente.
Na
Figura
3,
apresentamos
as
elétrons, e o segundo chamado de tipo
influências do chip azul (lumincescência)
“P”, material pobre em elétrons. Como
e o fósforo YAG (fosforescência) na
visto anteriormente, a fim de gerarmos
formação do espectro de distribuição de
luz, precisamos criar um ambiente em
potência de um Led branco.
que haja a combinação de elétrons com
A tecnologia de iluminação de estado
“lacunas”, pois sempre que isto acontece,
sólido oferece vários benefícios sobre
há a liberação de energia em forma de
a iluminação convencional, dos quais
fótons. Tal estrutura cristalina é formada
destacamos:
sobre um substrato transparente, no caso dos Leds azuis, em que se utiliza safira ou
• Maior vida útil – Reconhecidamente,
Apoio
37
Apoio
Led – Evolução e inovação
38
as normas de controle de emissão de elementos nocivos ao meio ambiente.
Os Leds com relação à sua potência elétrica Os primeiros Leds brancos surgiram em dois tipos de encapsulamento: de 5 mm, tecnicamente conhecido como T1¾ e o de 3 mm, conhecido como T1. Estes Leds ofereciam fluxos luminosos da ordem de 0,5 lúmens. Na verdade, eram especificados em unidades de candelas pois apresentavam ângulo máximo de emissão de 30°, com Figura 3 – Composição do espectro de potência de um Led branco.
potência da ordem de 70 mW, resultando em uma eficácia de 7 lúmens/watt, isso para temperatura de cor de 6500 K, pois
o Led oferece vida útil superior quando
elétrica, várias são as possibilidades de
não existiam Leds com temperaturas de cor
comparado com as lâmpadas. Vida útil
dimerização;
quentes. IRC? Nem pensar!
é definida como a capacidade de manter
• Não emissão de radiação ultravioleta
No entanto, o cenário começou a
70% do fluxo original por um período de
ou infravermelho – O Led branco
mudar quando foi lançado o primeiro Led
50.000 horas;
não contem radiação ultravioleta ou
branco de potência no ano 2000. Este Led,
• Menor consumo de energia – Para se
infravermelho no feixe de luz, fato este
conhecido como Luxeon®, apresentava
obter a mesma quantidade de luz, o Led
que é muito importante em determinados
um fluxo luminoso da ordem de 20
necessita de menor quantidade de energia;
tipos de aplicação;
lúmens, consumindo 1,23 W, resultando
• Custo de manutenção reduzido – Em
• Ecologiamente viável – Sem nenhum
em uma eficácia expressiva, para a época,
função da maior vida útil, menor é a
tipo de metal pesado ou gases nocivos
é claro, de 16 lúmens/watt ainda em
necessidade de trocas, com isso, são
à natureza, os Leds são ecologicamente
branco frio de aproximadamente 6500
gerados menores custos de manutenção;
corretos e estão de acordo com todas
K. O mais interessante de tudo é que este
• Maior eficácia – Mais lúmens gerados com menor quantidade de energia, atingindo valores da ordem de 200 lúmens por watt em algumas situações. Com isso, podemos afirmar que hoje, o Led é a fonte de luz com maior eficácia. Projeções mostram que a eficácia do Led ainda tem muito a progredir;
Fascículo
• Alta resistência a impactos e vibrações – por não ter peças móveis, bulbos de vidro e gases, os Leds são altamente resistentes a impactos e vibrações. Em algumas aplicações, este benefício tem fundamental importância para o bom funcionamento da luminária; • Acionamento instantâneo – O Led é a fonte de luz com o menor tempo de acionamento, o que o torna ideal para vários tipos de produtos; • Facilidade de dimerização – Como os Leds são alimentados por corrente
Figura 4 – Alguns exemplos de encapsulamentos utilizados atualmente pelos fabricantes.
Apoio
Led chegava a custar US$ 6 no mercado
a tecnologia ainda está em evolução,
custo (lúmens/R$) e parâmetros técnicos,
internacional.
tornando difícil a padronização.
como dissipação de calor, diretamente
Pode-se dizer que a grande revolução
Em termos de potências elétricas,
ligada ao valor da resistência térmica do
da iluminação de estado sólido realmente
podemos classificar os Leds brancos em
encapsulamento do Led; fluxo luminoso
aconteceu
três grandes grupos:
individual; tensão direta, etc.
a viabilizar projetos de fontes de luz mais
• Leds de baixa potência (low power) – Com
assunto com mais detalhes por meio de
compactas e com alto fluxo luminoso. Aos
ponentes com potência elétrica de até 250
uma abordagem mais técnica, em que serão
poucos, foram desenvolvidos arranjos de
mW com fluxo luminoso de 20 a 35 lúmens;
interpretados os principais parâmetros
Leds, que possibilitavam a fabricação de
• Leds de média potência (mid power) – Com
elétricos, óticos e térmicos dos Leds.
luminárias para uso externo, de alto fluxo,
ponentes com potência elétrica compreendido
porém, sempre com temperatura de cor fria.
entre 250 mW e 1 W, com fluxo luminoso de
depois
do
surgimento
do
primeiro Led de potência, pois começou
Com o decorrer dos anos, vários
No próximo artigo, iremos tratar deste
35 a 150 lúmens;
encapsulamento
• Leds de alta potência (high power) – Com
foram desenvolvidos sempre observando
ponentes com potência elétrica acima de 1
a capacidade de dissipação térmica,
W com fluxo luminoso de 150 lúmens até
pois,
15000 lúmens.
tipos
diferentes
cada
vez
semicondutores
de
mais,
temos
maiores,
o
chips que
resulta em maior quantidade de fluxo
Quando projetamos uma fonte de luz de
luminoso, porém, em mais dissipação
qualquer luminária, a observação da faixa de
de calor. Na Figura 4, apresentamos
potência é fundamental, pois, dependendo
alguns encapsulamentos hoje utilizados
das circunstâncias, temos que fazer a
pelos fabricantes de Leds e notamos a
melhor escolha, levando em consideração
diversificação de encapsulamentos, pois
parâmetros, como eficácia (lúmens/watt),
*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
39
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
40
Novo!
Capítulo II Números complexos – Parte 2 Por Cláudio Mardegan*
Motores de indução
Para motores de indução conhece-se normalmente o valor da
In-motor =
sua corrente nominal (dado de placa), sua tensão nominal (dado de placa), e a sua reatância (%). O procedimento consiste em se fazer
•••
uma mudança de base, da base do motor (valor para o qual a sua
HP(EIXO) x 0.746 x 10-3 √ 3 x Cosφ x η
=
CV(EIXO) x 0.736 x 10-3 √ 3 x Cosφ x η
•••
kw(EIXO) x 10-3 √ 3 x Cosφ x η
reatância está referida) para a base do sistema. Em que: Mudança de base Xmotor-pu =
Xmotor-pu =
Fascículo
100
x
MVAbase MVAmotor
x
( ) kVequip
kVN = Tensão nominal do motor em kV;
2
Cosϕ = Fator de potência nominal do motor em pu;
kVsist
η = Rendimento do motor em pu.
Como normalmente MVA-Base é 100:
Xmotor-pu =
X%
IN = Corrente nominal do motor em ampères;
X% 100
x
MVAmotor
X% MVAmotor
x
( ) ( )
100
x
kVequip
kVequip
2
kVsist
A potência nominal absorvida pelo motor será:
MVAmotor = √ 3 x kVN x In [A] x 10-3 [MVA]
2
MVAN-motor =
kVsist
A reatância do motor de indução não é um dado de placa.
In
Irb Em que:
Pela norma IEC:
ZM =
In Irb
Cosφ x η •••
Assim, o valor da reatância pode ser calculado, como segue: X" =
HP(EIXO) x 0.746 x 10-3
=
CV(EIXO) x 0.736 x 10-3 Cosφ x η
•••
kw(EIXO) x 10-3 Cosφ x η
Do exposto, para se obter o valor da reatância de rotor
bloqueado do motor é fundamental a obtenção do valor da corrente de partida ou rotor bloqueado. Em alguns casos, na placa do motor,
In = Corrente nominal;
é mostrada a letra código NEC. Nessas circunstâncias, pode-se
Irb=Ip = Corrente de rotor bloqueado = corrente de partida (direta);
utilizar o valor da corrente de partida para o motor, calculada a
X” = Reatância do motor.
partir dos kVA de rotor bloqueado / HP.
função da letra código do motor.
A corrente nominal do motor é calculada, como segue:
Apresenta-se na Tabela 1 os kVAs de rotor bloqueado em
Apoio
Tabela 1 - Letra código NEC para motores
LETRA CÓDIGO A B C D E F G H J K L M N P R S T U V
Faixa dekVArb / HP Até 3.14 3.15 - 3.54 3.55 - 3.99 4.00 - 4.49 4.50 - 4.99 5.00 - 5.59 5.60 - 6.29 6.30 - 7.09 7.10 - 7.99 8.00 - 8.99 9.00 - 9.99 10.00 - 11.19 11.20 - 12.49 12.50 - 13.99 14.00 - 15.99 16.00 - 17.99 18.00 - 19.99 20.00 - 22.39 > 22.4
Valor Médio 1.570 3.345 3.770 4.245 4.745 5.295 5.945 6.695 7.545 8.495 9.495 10.595 11.845 13.245 14.995 16.995 18.995 21.195 -
41
Exemplo Um motor de 500 HP, 4 kV, possui letra código G. Calcule a sua corrente de partida. ip =
kVArb √ 3 • kVN
=
5.945 x 500 √3•4
= 429 A
A tensão do motor costuma ser diferente da tensão do sistema,
principalmente, quando se utiliza o padrão americano. São apresentadas na Tabela 2 as tensões típicas mais usuais para os motores. Tabela 2 - Tensões mais usuais para motores em função da tensão do sistema
Tensão Secundária do transformador [kV] 13.8 6.6 4.16 2.4 0.48
Tensão Nominal do Motor [kV] 13.2 6.3 4 2.3 0.44
A corrente de partida (Ip), em Ampères, é calculada pela
equação abaixo: Ip =
kVArb √ 3 • kVN
=
[ LETRA - CÓDIGO] • HP √ 3 • kVN
Normalmente, utiliza-se este padrão devido ao fato que o
torque no motor varia com o quadrado da tensão e, assim, uma pequena variação na tensão implica a perda de torque. Desta forma, escolhe-se a tensão do sistema um pouco superior à do motor para não perder torque.
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
42
Exemplo: Calcular a impedância PU (R e X) de um motor de indução de 500 HP, corrente nominal 65A (PF=0.92, η=0.9), tensão nominal 4 kV, e corrente de partida de 390A, instalado em 4.16kV, na base de 100 MVA. Solução: Da norma ANSI C37.010 [28] tira-se o valor de X/R~ 20. X% = (In/Ip) x 100 = (65 / 390) x 100 X% = 16.67 MVA-Motor = 1.732 x 4 x 65 x 10-3 = 0.45024 Figura 1 - Curva X/R versus MVA para motores de indução da norma ANSI C37.010 e do IEEE Std 141.
XMOTOR-PU =
A curva da Figura 1 é representada por três características, correspondendo a valores altos, médios e baixos. A característica média foi traduzida pelo autor no seguinte conjunto de equações logarítmicas para a obtenção do valor de X/R:
XMOTOR-PU =
Desprezar o motor (para análise de disjuntores de média e alta
RMOTOR-PU =
tensão).
16.67 0.45024
( )
x
( )
2
kVequip kVsist
2
4
4.16
= 37.0172 x 0.9246
X"
() X R
RMOTOR-PU =34.2244 / 20 = 1.7112 pu
50 < HP < 185.48 (X/R) = 8.505840 + 10.538839 log (HP/100)
Motores / geradores de síncronos Para motores/geradores síncronos conhece-se, normalmente, o
185.48 < HP < 500
valor da sua corrente nominal (dado de placa), sua tensão nominal
(X/R) = 5.934388 + 20.123341 log (HP/100)
(dado de placa) e a sua reatância (%), obtida do data sheet. O procedimento consiste em fazer uma mudança de base, da base do
500 < HP
motor/gerador (valor para o qual a sua reatância está referida), para
(X/R) = 6.031667 + 19.984166 log (HP/100)
o valor da impedância do sistema.
Na Tabela 5 estão os valores de X/R típicos para algumas potências padronizadas. Tabela 3 - Relação X/R típica de motores de indução
Fascículo
MVAMOTOR
x
XMOTOR-PU = 34.2244 pu
HP < 50
X/R 5.5 6.0 7.0 8.5 9.5 10.5 11.0 12.0 14.0
HP 50 60 75 100 125 150 175 200 250
HP 300 350 400 450 500 600 750 1000
X/R 15.5 17.0 18.0 19.0 20.0 21.5 23.5 26.0
Conhecido o valor de X, pode-se obter o valor de R, como segue: X"
()
R=
X%
X R
Mudança de base XMOTOR-PU =
X% 100
x
MVABASE MVAMOTOR
x
( ) kVequip
2
kVsist
Como, normalmente, MVA-base é 100: XMOTOR-PU =
XMOTOR-PU =
X% 100
x
100 MVAMOTOR
X% MVAMOTOR
x
x
( ) kVequip
2
kVsist
( ) kVequip
2
kVsist
Como já foi calculado o valor de X para obter o valor de R, basta aplicar a equação abaixo. XMOTOR-PU RMOTOR-PU = X R
()
Apoio
43
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
44
Dificilmente se conhece o valor do X/R do motor. Neste caso,
Tabela 4 – Relação X/R típica de máquinas síncronas.
podem-se utilizar os valores sugeridos na norma ANSI C37.010. A
X/R 22 24 25.5 26.5 27.5 28 29 29.5 30 31 32 32.5 33 34 36 37 40.5 44
kVA 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 6000 7000 8000 9000 10000 15000 18000 20000 25000
Figura 2 apresenta a aparência dessa curva.
Figura 2 – Curva X/R versus kVA para máquinas síncronas da norma ANSI C37.010.
Da Tabela 4 (baseada na norma ANSI C37.010 [28]), tira-se o A curva da Figura 2 é representada por três características, correspondendo a valores, altos, médios e baixos. A característica média foi traduzida pelo autor no seguinte conjunto de equações
valor de X/R~ 37. X % x kV2equip
XMOTOR-PU =
MVAMOTOR x kV2sist
logarítmicas para a obtenção do valor de X/R: kVA = 1000 (X/R) = 22 1000 < kVA < 5000 (X/R) = 22 + 11.445412 log (MVA) 5000 < kVA < 15000
16.9187x 13.82 15 x 13.22
XMOTOR-PU =
16.9187x 13.82
XMOTOR-PU = 0.8112 pu X"
RMOTOR-PU =
() X R
(X/R) = 21.210159 + 12.575420 log(MVA) 15000 < kVA
15 x 13.22
XMOTOR-PU =
0.8112
RMOTOR-PU =
37
(X/R) = -6.410562 + 36.060604 log(MVA)
= 0.0219 pu
Equivalente da concessionária Apresenta-se na Tabela 4 o valor calculado pelas equações
Fascículo
acima para algumas potências. Exemplo
(a) Impedância de sequência positiva Normalmente, a concessionária fornece a potência de curtocircuito (SCC3φ) na entrada da instalação ou então a corrente de
Calcular a impedância PU (R e X) de um motor de síncrono de 18000 HP, corrente nominal 740 A, tensão nominal 13.2 kV e reatância subtransitória (X”d) igual a 15%, instalado em 13.8 kV, na base de 100 MVA.
curto-circuito (ICC3φ) e o ângulo ou X/R. SCC3φ = √3 x kVN x ICC3φ [A] x 10-3 [MVA] ZPU =
Solução:
ZATUAL ZBase
ZATUAL = MVAMOTOR = √3 x kVN x IN [A] x 10-3 [MVA] MVAMOTOR = √3 x 13.2 x 740 x 10-3 [MVA] = 16.9187 [MVA]
ZBASE =
V2N SCC V2N SBASE
(trifásico)
Apoio
Em instalações industriais supridas por concessionárias de energia,
V2N SCC
ZEQ.CC-pu =
VN 2
=
SBASE SCC
curto-circuito trifásico. Para o curto-circuito fase-terra, a tendência é que este valor seja menor que o valor do X/R do curto-circuito
SBASE
trifásico. Normalmente, não se adota um valor menor que 10. Nos
SBASE SCC
ZEQ.CC-pu =
raramente os valores excedem um X/R=15 (ângulo de 86.2º) para o
próximos capítulos, mostram-se algumas sugestões de valores em
(b) Impedância de sequência negativa
função da proximidade do ponto de entrega com geração/subestação da concessionária. Apresenta-se a seguir um método alternativo para estimar a relação
Z2 = Z1
X/R da concessionária. Que valor de X/R adotar quando a concessionária não disponibiliza?
Exemplo: Um sistema apresenta uma potência de curto-circuito de 1000MVA em 138 kV (Icc = 4183.7 A) e X/R=15. Qual a impedância equivalente de sua rede na base de 100 MVA e 138 kV?
Sabe-se que quem, praticamente, impõe o valor de curto-circuito logo após o transformador é o próprio transformador. Assim, um outro critério para adotar um valor de X/R, seria saber o tamanho (MVAs) do transformador que está a montante, utilizando a equação abaixo. Ztrafo-pu =
Solução: ZEQ.CC-pu =
SBASE 100 = = 0.1 pu SCC 1000
ICC-pu =
X R
MVACC = ICC-pu x 100 =
()
φ = tg -1
z% MVAtrafo
= tg -1 (15) = 86.19º
ZEQ.CC-pu = 0.1 x ej86.19º pu = 0.1[Cos(86.19º) + j Sen(86.19º)] pu ZEQ.CC-pu = 0.0067 + j 0.0998 pu
Epu Zpu
=
1 Zpu
MVATrafo = MVACC x
MVAtrafo 1 x 100 = x 100 z% Zpu
z% 100
Em função dos MVAs do transformador entra-se na curva de (c) Impedância de sequência zero
X/R versus MVA do IEEE e determinar-se o valor de X/R a partir da estimativa do valor da impedância do transformador (Z%).
Normalmente, a concessionária fornece a potência de curtocircuito (SCC1φ), na entrada da instalação, ou então a corrente de
Exemplo
curto-circuito (ICC1φ) e o ângulo ou X/R. Um sistema apresenta uma corrente de curto-circuito trifásica de 2294 A SCC1φ = √3 x kVN x ICC1φ [A] x 10-3 [MVA]
em 13.8 kV (MVAcc = 54.832 MVA). Que valor de X/R se deve adotar?
SCC3φ = √3 x kVN x ICC3φ [A] x 10-3 [MVA]
Solução:
Z1_EQ.CC-pu = tgφ =
SBASE SCC
X R
() X R
φ = tg -1
R1EQ.CC-pu = Z1EQ.CC-pu x Cosφ
EQ.CC-pu
=
3.Epu ICC1ϕ-pu
MVATrafo = MVACC x
z% 100
MVATrafo = 54.832 x
6 100
MVATrafo = 3.29
X1EQ.CC-pu = Z1EQ.CC-pu x Senφ Z0
Adotando inicialmente Z% = 6
- 2 x Z1EQ.CC-pu
Que valor de X/R adotar quando não se dispõe?
Como existe impedância de linha, etc., considera-se: MVATrafo = 3.5 Entrando com esta potência na curva do Red Book, tem-se X/R = 10.
Transformador de três enrolamentos
Para cada informação que se adota, assume-se uma responsabilidade. Assim, é de extrema importância utilizar valores que estejam, sempre, do lado da segurança.
Para se obter a impedância dos transformadores é necessário realizar o ensaio de curto-circuito. Este ensaio é feito “curto-
45
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
46
circuitando” um lado do transformador e aplicando-se tensão no lado não “curto-circuitado”, até que circule a corrente nominal. A impedância de curto-circuito é obtida pela relação do valor da tensão aplicada pela corrente nominal.
ZP =
1 x (ZPS + ZPT - ZST) 2
ZS =
1 x (ZPS + ZST - ZPT) 2
ZT =
1 x (ZPT + ZST - ZPS) 2
Vale a pena lembrar que: (a) As equações acima somente são válidas se todas as impedâncias estiverem na mesma base. (b) Algum valor das equações acima pode ser negativo para ZP, ZS e ZT. Exemplo: Figura 3 - Unifilar do transformador de três enrolamentos.
Como o transformador de três enrolamentos possui três enrolamentos, para a obtenção do valor da impedância entre dois enrolamentos, este ensaio é feito para cada dois enrolamentos, como segue: Tabela 5 – Critério para ensaio de curto-circuito em transformadores de três enrolamentos
Impedância a ser obtida Zps Zst Zpt
Lado em que a tensão é aplicada Primário Secundário Primário
Enrolamento curto-circuitado Secundário Terciário Terciário
Enrolamento que fica aberto Terciário Primário Secundário
Em que: Zps – Impedância entre os enrolamentos primário e secundário
Dado o transformador de três enrolamentos abaixo, calcular as impedâncias ZP, ZS e ZT. Enrolamento
MVAN
kVN
Z%
kVBASE
MVABASE
Primário
20
138
Zps=7%
138
20
Secundário
20
13.8
Zst = 4%
13.8
7.5
Terciário
7.5
4.16
Zpt = 6%
138
7.5
Solução: Adotando as bases, inicialmente, como: MVABASE = 20 kVBase-Primário = 138 kV kVBase-Secundário = 13.8 kV kVBase-Terciário = 4.16 kV
Zst – Impedância entre os enrolamentos secundário e terciário
Z’ps = Zps = j0.07pu
Zpt – Impedância entre os enrolamentos primário e terciário
Zst = j0.04pu (base do enrolamento)
Para elaborar um estudo de curto-circuito, a representação
Z`ST = ZST x
através das impedâncias Zps, Zst, Zpt não é a mais adequada. A representação mais adequada é a estrela equivalente, conforme
Z`PT = ZPT x
Fascículo
indicado na Figura 4.
Figura 4 – Representação das impedâncias do transformador de três enrolamentos por uma estrela equivalente.
Nesta Figura: Zps = Zp + Zs Zst = Zs + Zt Zpt = Zp + Zt Resolvendo as equações anteriores para Zp, Zs e Zt, tem-se:
MVAP MVAS MVAP MVAT
Esta impedância já está na base escolhida.
= j 0.04 x
20 = j 0.1067 pu 7.5
= j 0.06 x
20 = j 0.16 pu 7.5
ZP =
1 • (0.07 +0.16 - 0.1067) = 0.0617 pu 2
ZS =
1 • (0.07 + 1067 - 0.16) = 0.0083 pu 2
ZT =
1 • (0.16 + 0.1067 - 0.07) = 0.0983 pu 2
*Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
47
48
Reportagem
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Por Bruno Moreira
Transferência de ativos de iluminação ainda enfrenta impasse Segundo a Aneel, mais de 90% dos municípios já assumiram os ativos de iluminação pública, no entanto, há ainda um número crescente de ações contrárias à medida imposta pela resolução da agência
H
estivessem
consenso entre os envolvidos, com muitas
o prazo limite para que as distribuidoras
instalados. Desde que a medida foi
prefeituras em todo o país acionando a
de energia elétrica do Brasil transferissem
instituída, no artigo 218 da Resolução
Justiça a fim de que a transferência não
os
Normativa
á pouco mais de um ano encerrou-se
que
estes
equipamentos
Agência
se concretizasse. Entre as razões alegadas
(lâmpadas, luminárias, relés e reatores)
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de
pelas concessionárias estão desde a
para as prefeituras dos municípios em
9 de setembro de 2010, não houve um
exacerbação da competência da Aneel,
ativos
de
iluminação
pública
nº
414/2010
da
49
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
que deveria regular e fiscalizar, mas não
de Patrimônio Público e Social, fez
menos de 80 mil habitantes estão com
legislar, até a falta de recursos financeiros
publicar no Diário Oficial do Estado de
graves dificuldades de fazer a gestão por
por parte dos municípios para arcar
São Paulo no dia 17 de setembro de
falta de expertise, bem como por falta de
com os custos que viriam com a nova
2014, Comunicado nº 376/2014-PGJ,
recursos financeiros”.
atribuição.
registrando que “a assunção de ativos
O fato é que, passados cinco anos e
em situação precária e/ou sem que
meio da publicação da resolução e duas
tenham sido observadas e cumpridas
prorrogações de prazo, a grande maioria
as normas técnicas da ABNT aplicáveis,
Três
das administrações assumiu os ativos
poderá
do Sul, é um exemplo de município
de iluminação pública. Para se ter uma
dos gestores públicos que se omitirem
que
ideia, em balanço divulgado no meio de
ou
respeito,
assumisse permanentemente a gestão
2015 pela Aneel, dos 5564 municípios
sendo renovada essa observação no
de iluminação pública. Por isso, por
brasileiros existentes na época, 5107, ou
Comunicado
meio de seu setor jurídico, a prefeitura
seja 91,7%, já haviam se responsabilizado
26.06.2015”.
ingressou com ação judicial solicitando
pelos
Neste sentido, o Tribunal de Contas
a suspensão dos efeitos do artigo 218
ativos
de
iluminação
pública,
ensejar
a
negligenciarem
responsabilização a
PGJ
nº
este
307/2015
em
Municípios com dificuldades
teria
Lagoas,
no
grandes
Mato
Grosso
dificuldades
caso
municípios
do Estado de São Paulo fez publicar o
da Resolução Normativa nº 414/10 e,
(8,3%) para se adequar. Em números
Comunicado SDG nº 034/2014, expedido
consequentemente,
atualizados, até o dia 1º de fevereiro,
em 26 de novembro de 2014, orientando
dos ativos de iluminação pública da
os municípios que ainda não haviam
aos gestores municipais que as prefeituras
distribuidora de energia elétrica Elektro
assumido a responsabilidade pelo parque
avaliem o estado de conservação e
para o município sul mato-grossense. Em
de iluminação pública, em decorrência
funcionamento
de
julho do ano passado, o Juiz Federal da
de liminares judiciais que impedem a
iluminação púbica para que seja recebido
1ª Vara Federal de Três Lagoas, Roberto
transferência, haviam caído para 320.
em perfeito estado de funcionamento,
Polini, decidiu a favor da prefeitura,
Para o advogado especialista no
exigindo das distribuidoras os reparos
devolvendo a responsabilidade pelos
segmento
que se fizerem necessários.
ativos para a concessionária. A decisão,
Alfredo Gioielli, contudo, estes dados
Segundo Gioielli, com base nesta
no entanto, segundo o assessor jurídico
declarados pela Aneel “são facilmente
orientação, muitos municípios paulistas,
da Prefeitura de Três Lagoas, Clayton
contestados e estão distorcidos para
visando
Mendes,
atender aos seus interesses”. De acordo
aos
com ele, a explicação para este número
levantamento do estado de conservação
tão alto é que a transferência de ativos
do parque de iluminação, exigindo das
Marcia Moura, o assessor explica que o
de
distribuidoras
ativos
município acionou a justiça porque “não
compulsória. Além disso, erroneamente,
com base em laudo de vistoria técnica
teria recursos operacionais, humanos e
viola as diretrizes do próprio § 6º do
que levou em conta duas premissas:
financeiros para a operacionalização e
art. 218 da Resolução nº 414/2010 da
condições de operação do sistema e se
manutenção do serviço de iluminação
Aneel que fixa que os ativos deveriam ser
os equipamentos atendem às normas
pública. Além disso, explicação que
transferidos dentro da norma técnica e
técnicas da ABNT. Conforme o advogado,
consta no processo judicial, o serviço de
em condições de funcionamento. Isto não
por meio deste levantamento, alguns
iluminação pública há muito tempo foi
ocorreu, segundo o advogado. Assim,
municípios constaram por amostragem
atribuído a empresas distribuidoras de
as distribuidoras de energia deixaram
que o índice de luminárias que não
energia elétrica, ou seja, os municípios
de prestar o serviço público essencial à
estavam adequadas conforme resolução
não estavam preparados para exercer
população sem realizar qualquer reparo
chegava a mais de 80%, inexistindo
tal função, pois a própria União não lhes
no parque, afetando o interesse público
a proteção exigida pela norma NBR-
permitiu exercê-la ao longo dos anos”.
e causando prejuízo ao erário.
15129:2012, o que impediria, de acordo
Segundo Mendes, a medida da Aneel
restando
somente
de
iluminação
457
iluminação
ocorreu
de
pública,
maneira
de
mitigar
recursos
seu
o
risco
públicos,
os
reparos
sistema
de
danos
elaboraram
nos
não
é
da
transferência
definitiva,
cabendo
recurso por parte da Elektro. Citando a prefeita de Três Lagoas,
com a própria resolução da Aneel,
causaria danos irreparáveis ou de difícil
dos municípios em receber estes ativos
o
pelo
reparação ao município e, mesmo por meio
em más condições de uso, o advogado
município. “É muito fácil apresentar
da Contribuição para Custeio do Serviço
cita a ação do Procurador Geral de Justiça
indicadores de transferências realizadas
de Iluminação Pública (CIP), é inviável
do Estado de São Paulo que, segundo
compulsoriamente sem a observância do
para a prefeitura responsabilizar-se pela
ele, no uso de suas atribuições e a
que exige a própria resolução”, afirma
iluminação pública. Entretanto, caso a
pedido do Centro de Apoio Operacional
Gioielli, destacando que “municípios com
liminar seja revogada e o município seja
Com o intuito de ilustrar a dificuldade
recebimento
desses
ativos
50
Reportagem
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
O
da Aneel, o assessor afirma que será feito
Lourenco da Mata é explícito ao afirmar
Lourenço da Mata”, declara.
estudo para reduzir gastos e viabilizar, da
que a Prefeitura apenas solicita que a
Ao
melhor forma, os meios de se cumprir a
Celpe entregue os ativos de iluminação
Prefeitura de São Lourenço da Mata,
determinação.
pública em condições de operação. “O
a Celpe declara que tentou de todas
Outro município que se envolveu
que não ocorreu e não vem ocorrendo”,
as formas atender às solicitações da
em pendência jurídica por acreditar não
atesta Lannes. Segundo o advogado,
administração municipal e que, mesmo
estar em condições de cumprir com as
quando houve a resolução da Aneel,
assim, foi ignorada. O superintendente
diretrizes estabelecidas pela Resolução
os municípios fizeram a lição de casa,
comercial da distribuidora de energia
414/2010 da Aneel foi São Lourenço
realizando auditorias para saber as reais
elétrica, Hélio Rafael, explica que, em
da Mata, no Estado de Pernambuco. A
condições do parque de iluminação
março de 2015, época em que, segundo
prefeitura ingressou com ação solicitando
pública. O relatório desenvolvido pela
ele, legalmente, a transferência dos
a revogação da transferência dos ativos
prefeitura de São Lourenço da Mata
ativos já deveria ter sido concretizada,
que foi aceita inicialmente pelo Juiz
apontou sete mil pontos com problemas,
a Celpe realizou uma audiência com
Ubiratan de Couto Maurício. A ação,
sendo dois mil apenas relacionados com
os municípios, na qual apresentou um
no entanto, já foi suspensa e os ativos
postes. “O parque elétrico da Celpe é tão
instrumento de acordo. Tratava-se de um
de iluminação pública estão de novo
ruim que há dias houve uma ventania de
documento inicial, que não objetivava
sob
prefeitura
duas horas na região de São Lourenço da
naquele momento, se assinado, efetivar
local. O procurador geral do município,
Mata e a Celpe demorou 90 horas para
o repasse dos ativos, mas acenava para
Marcelo Agnese Lannes, faz questão
religar a rede”, declara Lannes.
tal. “Neste documento constavam quais
de salientar, contudo, que a suspensão
Enquanto a ação que a prefeitura
pontos, reclamados pela população e
não significa que o pleito da prefeitura
moveu não havia sido suspensa, a Celpe
pelo próprio município, necessitavam de
tenha sido negado e que as partes estão
chegou a realizar algumas trocas de
reparo e manutenção”, diz. Rafael conta
aguardando julgamento para saber se
equipamentos do parque da iluminação
que, na ocasião, foi distribuído este
os ativos voltarão para a Companhia
pública da cidade, mas que não foram
termo de acordo, que foi assinado por
Energética
responsabilidade
da
procurador
de
geral
de
São
impondo o ônus a toda população de São
realmente obrigado a cumprir a resolução
contrário
do
que
afirma
a
(Celpe)
suficientes. No atual momento, Lannes
um grande volume de prefeituras. Entre
ou não. Lannes ainda não sabe a data
relata que a prefeitura tenta combater
as que não assinaram estava a prefeitura
ao certo. “Julgamentos desse tipo de
alguns danos ocasionados pelo parque
São Lourenço da Mata.
recurso costumam ser avisados com dez
de
deteriorado,
Posteriormente, a Celpe voltou a
dias de antecedência, mas acreditamos
mas em caráter emergencial. Em razão
procurar o município pernambucano,
que o julgamento ocorrerá no mês de
da
sugerindo que fizessem um levantamento
março”, diz o procurador.
relatados casos de consumo de drogas
de
O principal argumento da prefeitura
em vias onde antes isso não ocorria.
necessitados
para ingressar com ação na justiça é
“Contudo, a prefeitura não tem recursos
daqueles que a distribuidora já possuía
de que a Celpe descumpriu diretriz
para realizar tais ações. Atualmente,
no
estabelecida por resolução da Aneel ao
são utilizados recursos de obras, que
conforme o superintende comercial, não
querer transferir os ativos da iluminação
poderiam ser empregados em áreas
houve interesse por parte da prefeitura.
sem realizar os reparos na rede elétrica
de saúde, educação, etc. Isto está
Rafael recorda que, desde dezembro
a fim de torná-la operacional. “Não se
causando prejuízo ao município”, afirma
de 2014, as distribuidoras de energia
trata de querer ou não querer arcar com
o procurador.
elétrica deixaram de ser remuneradas em
os custos. A administração pública deve
Não obstante, caso perca a ação,
suas tarifas para realizarem os serviços
respeitar as leis vigentes de forma a
o advogado assegura que o município
referentes
proteger os interesses da coletividade. No
irá arcar com o que determinar o Poder
municípios. “Mesmo sem a tarifa, mesmo
caso da transferência de ativos, a Celpe
Judiciário. Lannes confia, porém, que
coberto pela legislação, nós procuramos
simplesmente preferiu enviar um e-mail
a
o
em 30 de junho de 2015 informando que
pleito. “O Poder Judiciário certamente
prefeituras que entregaram o acordo
a partir de 1º de julho de 2015 seriam
irá impedir que uma concessionária,
depois.
suspensos definitivamente os serviços
após cobrar altas tarifas por anos, sem
houve intenção por parte do município
destinados à manutenção e operação
qualquer investimento, mantendo a rede
de São Lourenço da Mata de fazer o
do ativo de iluminação pública", explica
elétrica de forma precária, simplesmente,
acordo”. Dos 184 municípios atendidos
Lannes.
entregue um parque elétrico inoperante
pela Celpe, 137 assinaram o acordo e
de
Pernambuco
iluminação escuridão,
prefeitura
pública por
sairá
exemplo,
vitoriosa
foram
no
seu
outros
seu
pontos de
sistema,
à
acordo”, Mas
de
iluminação
manutenção, e
mesmo
iluminação
assim,
pública
argumenta. em
além
nenhum
dos
“Houve momento
51
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
fizeram a transferência. No entanto, com
competência
São Lourenço da Mata, de acordo com
Além disso, o advogado destaca
o representante da distribuidora, não
que centenas de ações ajuizadas com
houve nenhum tipo de entendimento e
liminares concedidas tiveram o mérito
nenhum interesse por parte da prefeitura
confirmado
em fazê-lo.
afastando
em a
segunda
instância
obrigatoriedade
do
em
recebimento dos ativos de iluminação.
setembro de 2012, data que, inicialmente,
Já outras ações que tiveram liminares
era o prazo final para a adequação, a
indeferidas foram revertidas em segundo
transferência havia ocorrido em quase
instância, demonstrando claramente o
todos os estados. Segundo ele, o Estado
abuso praticado pela agência reguladora.
do Pernambuco foi um dos poucos da
Segundo Gioielli, tais fatos não são
União que resistiram à mudança. “Dentro
apontados pela Aneel em seus relatórios
do país, o Estado de Pernambuco é
de transferência.
uma exceção e dentro do Estado de
Pernambuco São Lourenço da Mata é
que correm os municípios que realizaram
outra exceção” diz. Sobre a ação judicial,
as licitações e contrataram empresa para
a Celpe afirma que recebeu a notificação
fazer a gestão do parque de iluminação
de que esta havia sido aceita no início de
pública,
dezembro de 2015 e que, em dez dias, o
aceitas,
departamento jurídico da concessionária
a aceitarem de volta os ativos. “As
conseguiu
suspensa.
cidades que conseguiram realizar suas
“Tivemos outras ações e todas foram
contratações, por meio de licitações, e
revertidas”, comenta o superintendente.
tiveram êxito posteriormente nas ações
Rafael
relembra
que
ela
ainda
fosse
que,
Gioielli alerta também sobre o risco
mas
já
tiveram
obrigando
as
liminares
distribuidoras
judiciais devolvendo essa obrigação as
Questão longe de um desfecho
distribuidoras de energia, poderão ser questionadas pelo Ministério Público em
Para Alfredo Gioielli, no entanto,
razão de não poderem ter gastos com
esta
o serviço com a decisão judicial a seu
questão
envolvendo
Aneel,
distribuidora e municípios está longe
favor”, afirma.
de uma resolução. Nesse sentido, o
Como exemplo, pode-se destacar,
advogado especialista em iluminação
segundo o advogado, a cidade de São
pública traça um breve quadro do
José do Rio Preto (SP), cuja prefeitura
posicionamento atual do judiciário com
já havia iniciado o processo de licitação
relação aos questionamentos sobre a
para
resolução da Aneel. Segundo ele, três
iluminação
Tribunais Regionais Federais (TRF) já
e
definiram a posição sobre a ilegalidade
decisão favorável em segunda instância
da transferência dos ativos de iluminação
no Tribunal Regional Federal devolvendo
pública: os TRF da segunda, terceira
a obrigação de arcar com os custos do
e quinta regiões. “Para os tribunais, a
parque de iluminação pública para a
transferência compulsória de serviços
distribuidora de energia local. Conforme
ou a obrigatoriedade de receber ativos
Gioielli, o Ministério Público alertou,
pelas Resoluções 414/2010 e 479/2012
na ocasião, a Administração Municipal
da Aneel fere a autonomia municipal
que, se houvesse gasto com o mesmo
e o pacto federativo”, explica. Gioelli
serviço, na vigência da decisão favorável,
salienta que, para os desembargadores
isto poderia caracterizar improbidade
federais, a transferência somente poderia
administrativa.
ocorrer se houvesse lei específica e não
do Município de Rio Preto optou pela
por uma resolução, caracterizando que
revogação da concorrência, que previa
a Aneel extrapolou os limites de sua
gasto de R$ 7,2 milhões.
a
que,
manutenção pública
de dos
serviço
municípios,
concomitantemente,
Assim,
a
de
recebeu
Procuradoria
52
Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Equipamentos para atmosferas explosivas Desaceleração da economia brasileira afeta também empresas da área Ex. Fabricantes e distribuidores esperam crescer 11% em 2016, projeção mais pessimista do que a realizada para o ano passado Ao serem questionadas, nesta edição da pesquisa setorial realizada
do ano anterior, estas companhias projetavam crescimento médio
pela revista O Setor Elétrico, sobre qual fator terá mais impacto no
de suas empresas de 16%. Ao mesmo tempo, paradoxalmente, esta
crescimento do mercado de equipamentos para atmosferas explosivas
projeção pode até ser considerada positiva, já que efetivamente as
(Ex) em 2016, a maior parte dos fabricantes e distribuidores do segmento
empresas apresentaram uma elevação de apenas 4% em 2015.
apontou a desaceleração da economia do país. Apontamento que vem
sendo repetido por companhias de outras áreas do setor elétrico e que
pode ser sentido nos prognósticos referentes ao crescimento médio do
já havia sido apresentado no levantamento setorial feito com empresas
mercado e ao percentual médio de contratação de funcionários em 2016.
desta mesma área de atuação no ano passado.
As empresas acreditam que, neste ano, o mercado irá se elevar em torno
Diante da quase certeza de que a economia brasileira não progredirá
de 9% e que o número de empregados aumentará também em 9%. Para
no ano que se inicia, as empresas da área de atmosferas explosivas
se ter uma ideia de como as expectativas se tornaram mais baixas, no
estimam crescimento de 11% em 2016. Sem contextualização, esta
ano passado, as previsões foram de 11% e 13%, respectivamente.
previsão pode parecer otimista, mas deve-se destacar que, na pesquisa
A pesquisa setorial desta edição mostra outros números
O pessimismo dos fabricantes e distribuidores da área Ex também
53
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
interessantes a respeito do mercado de equipamentos de atmosferas explosivas, como o tamanho total anual dos diversos segmentos que o compõem. Por exemplo, com base no levantamento, percebe-se que os mercados de luminárias e projetores e de plugues e tomadas são os que mais faturaram no ano que passou: entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões. O outro setor que mais cresceu foi o de produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.) que, de acordo com as empresas pesquisadas, faturou entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões em 2015.
No levantamento, pode-se verificar também que os principais produtos comercializados no
ano passado (luminárias e projetores), que foram indicados na pesquisa de 2015 por 92% das companhias, neste ano, perderam um pouco do mercado, sendo citados por somente 56% dos entrevistados. Mesmo assim, permaneceram na segunda posição entre os produtos mais vendidos.
Outras informações dizem respeito ao destino final dos produtos deste segmento. Conforme
as companhias questionadas, 91% dos produtos permanecem em território nacional, com apenas 9% indo para o exterior. Confira a seguir a pesquisa na íntegra:
Números do mercado de equipamentos para atmosferas explosivas
Ao contrário do que foi indicado na pesquisa do ano anterior, em que os fabricantes e
distribuidores de equipamentos para atmosferas explosivas apontaram a área industrial como o principal segmento de atuação, em 2016 a área comercial foi o setor mais citado. Principais segmentos de atuação
98% 44% 17%
Comercial
Industrial
Residencial
A venda direta ao cliente final continua sendo o principal canal de vendas para os entrevistados
da área. Na pesquisa de 2015, 93% das empresas afirmaram isto. No levantamento deste ano, 95% fizeram tal afirmação. A internet continua não sendo a prioridade das companhias do segmento. Em 2015, só 20% afirmaram utilizar este meio para vender seus produtos. Em 2016, este número caiu para 12%. Principais segmentos de atuação
95% 59% 56% 17% 12%
Telemarketing Internet
7% Outros
Venda direta ao cliente final
Revendas / varejistas Distribuidores / atacadistas
54
Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas
Conforme as empresas pesquisadas neste ano, os produtos mais comercializados pelas
companhias da área são produtos, dispositivos e equipamentos para sistemas de automação, tais como comando, controle, sinalização e alarme. Esta é a opinião de 63% dos entrevistados. Produtos mais comercializados
63% 56%
Luminárias / Projetores
56%
Painéis e quadros elétricos
54% 49% 41% 29% 10%
Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação
Materiais e acessórios em geral para montagem Invólucros
Plugues e Tomadas
Cabos elétricos e seus acessórios
Motores elétricos
No levantamento deste ano ficou claro que as empresas acreditam que os diferentes nichos
que fazem parte do mercado de áreas classificadas faturam em grande parte até R$ 50 milhões. Segundo a pesquisa, muitos segmentos não chegam a faturar acima de R$ 500 milhões. O nicho mais profícuo neste sentido é o de motores elétricos que, segundo 18% dos fabricantes e distribuidores entrevistados, fatura mais de meio bilhão de reais por ano.
Até R$ 10 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Acima de R$ 500 milhões
Tamanho anual total dos mercados de:
24%
38%
14%
5%
14%
5%
_
19%
19%
29%
_
19%
5%
9%
Motores elétricos
18%
18%
28%
9%
9%
_
18%
Cabos elétricos e
14%
29%
29%
_
14%
_
14%
Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.) Painéis e quadros elétricos
seus acessórios Invólucros
23%
18%
23%
12%
12%
12%
_
Luminárias/ Projetores
24%
14%
34%
_
14%
14%
_
Plugues e Tomadas
28%
28%
33%
_
11%
_
_
Materiais e acessórios em
39%
11%
28%
5%
11%
_
6%
geral para montagem
56
Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas
Todas as previsões para o ano de 2016 são menos otimistas do que as de 2015. No que
se refere ao crescimento médio do mercado de equipamentos Ex em 2015, por exemplo, as empresas estimaram uma elevação de 11% na pesquisa do ano passado. No levantamento deste ano, a estimativa é um pouco mais baixa, de 8%. Previsões de crescimento
11% 9% 8% 4%
Previsão de crescimento médio para as empresas em 2016
Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016 Previsão de crescimento médio para o mercado de equipamentos para atmosferas explosivas em 2016
Crescimento médio das empresas em 2015 comparado ao ano anterior
Os três fatores que mais deverão impactar a economia brasileira no ano de 2016, segundo
as empresas entrevistadas, são, nessa ordem: desaceleração da economia brasileira (27%); desvalorização da moeda (16%) e falta de confiança dos investidores (13%). Fatores que influenciam o mercado de equipamentos para atmosferas explosivas
16%
Desvalorização da moeda brasileira
4%
Programas de incentivo do governo 27%
Desaceleração da economia brasileira
13%
Falta de confiança de investidores
4%
Falta de normalização e/ou legislação
1%
Setor da construção civil aquecido 8%
Setor da construção civil desaquecido
12%
Incentivos por força de legislação ou normalização 4% Crise internacional
11%
Projetos de infraestrutura
Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
X
AUREON
(11) 3966-6211
www.aureon.com.br
São Paulo
SP
X
X
BURNDY
(11) 5515-7225
www.burndy.com
São Paulo
SP
X
X
CENTRAL EX
(19) 3708-9200
www.central-ex.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
CONEX
(11) 23349393
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
X
DIALIGHT
(11) 44314300
www.dialight.com
Jundiaí
SP
X
X
X
EATON CROUSE HINDS BLINDA
(15) 33537070
www.blinda.com.br
Votorantim
SP
X
X
X
ELETROTRAFO
(43) 3520-5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
FIELD TECH
(19) 3935-4911
www.fieldtech.com.br
Indaiatuba
SP
X
X
FINDER
(11) 2147-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
X
X
X
FORTLIGHT
(11) 2087-6000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
HAWSER CONEXÕES
(11) 4056-7047
www.hawser.com.br
Diadema
SP
X
HELENO DNV GL
(11) 3305-3343
www.dnvba.com/br/pages
São Paulo
SP
HUMMEL
(15) 3322-7000
www.hummel.com.br
Tatuí
SP
JMA TECNOPROJ
(11) 4367-1702
wwwijmatecnoproj.com.br
Santo André
SP
MACCOMEVAP
(21) 2687-0070
www.maccomevap.com.br
Itaguaí
RJ
MAEX
(19) 3455-5266
www.maex.com.br
Santa Bárbara D'Oeste
SP
X
X
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RJ
X
X
MELFEX
(11) 4072-1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
X
NAVILLE
(11) 2431-4500
www.naville.com.br
São Paulo
SP
NUTSTEEL
(11) 2122-5777
www.nutsteel.com.br
São Paulo
SP
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
X
X
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
SP
X
Exporta produtos acabados
SC
São Paulo
X
Programas na área de responsabilidade social
Criciúma
www.alpha-ex.com.br
X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
www.agpr5.com
(11) 3933-7533
X
14001 (ambiental)
(48) 3462-3900
ALPHA
X
9001 (qualidade)
AGPR5
X
Outros
Barueri
Internet
www.adelco.com.br
Telemarketing
(11) 4199-7500
X
X
Venda direta ao cliente final
ADELCO
X
X
Revendas / varejistas
Cidade Boituva
X
X
X
X
Site www.schmersal.com.br
X
X
X
Telefone (15) 3263-9800
X
X
X
ACE SCHMERSAL
SP
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
Residencial
Comercial
Industrial
Estado X SP
Distribuidora
Empresa
Fabricante
segmento A empresa é Principal de atuação
Importa produtos acabados
58
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
59
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
REEME ILUMINAÇÃO
(11) 3525-3290
www.reeme.com.br
São Paulo
SP
X
X
RENETEC
(11) 4991-1999
www.renetec.com.br
Santo André
SP
X
X
S.P.T.F.
(11) 2065-3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
X
X
SENSE
(11) 2145-0400
www.sense.com.br
São Paulo
SP
X
X
SERMATEX GRÜN
(11) 3933-7130
www.sermatex.com.br
São Paulo
SP
X
X
SPTF
(11) 2065-3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
X
X
TE CONNECTIVVITY
(11) 2103-6000
www.te.com/energy
São Paulo
SP
X
TELBRA EX
(11) 2946-4646
www.telbra.com.br
São Paulo
SP
X
TRAMONTINA ELETRIK
(54) 3461-8200
www.tramontina.com
Carlos
RS
X
X
VARIXX
(19) 3301-6900
www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
X
X
VEXTROM
(11) 3672-0506
www.vextrom.com.br
São Paulo
SP
WEIDMÜLER CONEXEL
(11) 4366-9610
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
SP
Importa produtos acabados
RJ
São Paulo
Exporta produtos acabados
Rio de Janeiro
www.project-explo.com.br
Programas na área de responsabilidade social
www.proexrio.com.br
(11) 5589-4332
X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
(21) 2195-9244
PROJECT-EXPLO
X
X X
14001 (ambiental)
PROEX
SP
9001 (qualidade)
Sorocaba
Outros
www.proautomacao.com.br
Internet
(15) 3031-7400
Telemarketing
PROAUTO
Venda direta ao cliente final
Cidade Macaé
Revendas / varejistas
Site www.polarb2b.com.br
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
Telefone (22) 2105-7777
Residencial
POLAR
Comercial
Industrial
Estado RJ
Distribuidora
Empresa
Fabricante
segmento A empresa é Principal de atuação
X
X
60
Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
X
Outros
Materiais e acessórios em geral para montagem
Plugues e Tomadas
Luminárias / Projetores
Estado
Invólucros
Cidade
Cabos elétricos e seus acessórios
Site
Motores elétricos
Telefone
Painéis e quadros elétricos
Empresa
Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.)
Produtos para Instalaçãoes para areas classificadas (EX)
X
ACE SCHMERSAL
(15) 3263-9800
www.schmersal.com.br
Boituva
SP
ADELCO
(11) 4199-7500
www.adelco.com.br
Barueri
SP
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com
Criciúma
SC
X
X
ALPHA
(11) 3933-7533
www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
X
X
AUREON
(11) 3966-6211
www.aureon.com.br
São Paulo
SP
BURNDY
(11) 5515-7225
www.burndy.com
São Paulo
SP
CENTRAL EX
(19) 3708-9200
www.central-ex.com.br
Campinas
SP
CONEX
(11) 23349393
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
DIALIGHT
(11) 44314300
www.dialight.com
Jundiaí
SP
EATON CROUSE HINDS BLINDA
(15) 33537070
www.blinda.com.br
Votorantim
SP
X
X
ELETROTRAFO
(43) 3520-5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
X
X
FIELD TECH
(19) 3935-4911
www.fieldtech.com.br
Indaiatuba
SP
FINDER
(11) 2147-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
X
FORTLIGHT
(11) 2087-6000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
X
HAWSER CONEXÕES
(11) 4056-7047
www.hawser.com.br
Diadema
SP
HELENO DNV GL
(11) 3305-3343
www.dnvba.com/br/pages
São Paulo
SP
HUMMEL
(15) 3322-7000
www.hummel.com.br
Tatuí
SP
JMA TECNOPROJ
(11) 4367-1702
wwwijmatecnoproj.com.br
Santo André
SP
X
X
MACCOMEVAP
(21) 2687-0070
www.maccomevap.com.br
Itaguaí
RJ
X
X
MAEX
(19) 3455-5266
www.maex.com.br
Santa Bárbara D'Oeste
SP
X
X
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RJ
X
X
MELFEX
(11) 4072-1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
X
X
NAVILLE
(11) 2431-4500
www.naville.com.br
São Paulo
SP
X
NUTSTEEL
(11) 2122-5777
www.nutsteel.com.br
São Paulo
SP
X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
61
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
X
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
X
PROEX
(21) 2195-9244
www.proexrio.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
PROJECT-EXPLO
(11) 5589-4332
www.project-explo.com.br
São Paulo
SP
REEME ILUMINAÇÃO
(11) 3525-3290
www.reeme.com.br
São Paulo
SP
RENETEC
(11) 4991-1999
www.renetec.com.br
Santo André
SP
S.P.T.F.
(11) 2065-3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
SENSE
(11) 2145-0400
www.sense.com.br
São Paulo
SP
X
SERMATEX GRÜN
(11) 3933-7130
www.sermatex.com.br
São Paulo
SP
X
SPTF
(11) 2065-3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
TE CONNECTIVVITY
(11) 2103-6000
www.te.com/energy
São Paulo
SP
TELBRA EX
(11) 2946-4646
www.telbra.com.br
São Paulo
SP
X
X
TRAMONTINA ELETRIK
(54) 3461-8200
www.tramontina.com
Carlos
RS
X
X
VARIXX
(19) 3301-6900
www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
X
X
VEXTROM
(11) 3672-0506
www.vextrom.com.br
São Paulo
SP
X
WEIDMÜLER CONEXEL
(11) 4366-9610
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
X X
X
X
Outros
X
(15) 3031-7400
Materiais e acessórios em geral para montagem
Painéis e quadros elétricos
RJ
PROAUTO
Plugues e Tomadas
Estado
Macaé
Luminárias / Projetores
Cidade
www.polarb2b.com.br
Invólucros
Site
(22) 2105-7777
Cabos elétricos e seus acessórios
Telefone
POLAR
Motores elétricos
Empresa
Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.)
Produtos para Instalaçãoes para areas classificadas (EX)
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
62
Aula prática
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Por Marcelo Paulino e Guilherme Penariol*
Automação de subestações
Como otimizar o teste de relés multifuncionais?
T
Os primeiros relés utilizavam a tecnologia
definiam os tempos de operação. Poucos
elétricos têm sofrido mudanças ao longo
eletromecânica. Estes dispositivos eram
parâmetros necessitavam ser checados. Nas
dos anos. A evolução da tecnologia dos
bastante simples se comparados com os
décadas passadas, os testes eram realizados
relés de proteção e o desenvolvimento das
relés atuais e, assim, os testes e métodos
pelo
técnicas e equipamentos de testes, além
de teste também o eram. Com o sistema de
manual, sem procedimentos automáticos.
do intensivo uso de softwares para elaborar
automação de subestações convencional,
Os valores do teste de determinada função
os
a
periódica
do relé eram manualmente calculados e
para atender aos novos requisitos dos
desempenha um papel significativo nas
utilizado um equipamento de teste passivo.
modernos sistemas de proteção. Os relés
ações
empresas.
Métodos de teste tradicionais foram
de proteção evoluíram dos eletromecânicos
Para assegurar a correta operação dos
desenvolvidos com a hipótese de que
para a tecnologia digital multifuncional. Os
dispositivos de proteção, testes periódicos
os usuários não teriam dispositivos de
equipamentos de teste também evoluíram
de relés ou sistema têm sido necessários e,
teste para testar os relés sob as mesmas
ao longo do tempo, desde equipamentos
em muitos casos, obrigatório. Períodos de
condições
passivos, constituídos de fontes analógicas
testes podem geralmente ser de um até
Assim, os procedimentos de teste foram
e medidores de eventos binários, para os
cerca de cinco anos, dependendo de fatores
desenvolvidos usando como componentes
equipamentos baseados em sistemas digitais,
como a importância da subestação, o nível
equipamentos de teste básicos, como
utilizando
Testes de relés de proteção de sistemas
procedimentos,
foram
fundamentais
manutenção de
planejada
manutenção
e
das
testador
do
de
forma
sistema
praticamente
de
potência.
de tensão e a estratégia da empresa.
variacs, defasadores e caixas de cargas. Com
e eletrônica de potência, comunicação
As características de operação dos relés
a evolução dos sistemas de proteção, são
Ethernet e capacidade de sincronização entre
eletromecânicos eram formadas por um
utilizados dispositivos numéricos, utilizando
eles, além de incorporarem a engenharia de
circuito de resistores, indutores e capacitores,
cada vez mais relés microprocessados.
software para controle dos testes.
operando com molas e alavancas que
Rapidamente, estes relés evoluíram para
tecnologia
microprocessada
63
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Inteligentes
Vale lembrar que o IED está capacitado
utilizadas no IED. Foi utilizado, como
(IEDs) que, comparados com equipamentos
a publicar mensagens GOOSE baseadas
exemplo, somente a proteção de distância,
de proteção eletromecânicos e estáticos,
na norma IEC61850 e como tal devem ser
embora todas as outras funções também
apresentam
um
caráter
multifuncional
testadas.
estejam parametrizadas. Na Figura 1 é
relacionado
não
apenas
com
os
Dispositivos
Eletrônicos
O IED oferece funções de proteção de
apresentada a tela do software com a
de proteção, mas também com muitas
linha de transmissão. O sistema de teste
parametrização da função de proteção de
funções adicionais. Recentemente, esses
automatizado deverá então ser capaz de
distância. Nela podem-se notar os grupos
IEDs adquiriram ainda capacidade de
simular todas as interfaces com o objeto
de
comunicação e integração das funções de
a ser testado (IED), ou seja, tem que gerar
função. Em “Group 1” => “Set 1” => “Line
controle, como exemplo a implementação
as tensões e correntes de entrada do relé,
Configuration” ajusta-se os parâmetros
das mensagens GOOSE.
simulando as saídas de transformadores
referentes à linha de transmissão que se
de corrente e potencial, e realizar a leitura
deseja proteger, como por exemplo, o
e,
das saídas do relé para o disjuntor ou outro
tamanho da linha, sua impedância e ângulo.
principalmente, reduziu a necessidade de
objeto de controle / manobra, tanto pelo
O “Phase Distance Elements” é utilizado
testes periódicos em IEDs. Mas, no caso
tradicional contato por fiação rígida ou
para habilitar ou não as zonas de atuação
das realizações de testes, sejam em fábrica,
por mensagens de rede do tipo GOOSE
da proteção. Ainda, são parametrizadas as
no comissionamento ou em atividades de
baseadas na IEC 61850.
características de proteção propriamente
manutenção, eles devem ser completos
dita, com ajustes para alcance, ângulo e
e
da
automaticamente, obtendo um comparativo
complexidade, os relés podem possuir mais
entre a resposta esperada e a obtida. Para
de 2.000 ajustes e os métodos de testes
tal feito, é necessário inserir corretamente as
tradicionais não são mais apropriados. Além
informações de parametrização do relé no
disso, as funcionalidades avançadas dos
sistema de teste, a configuração GOOSE do
relés utilizam complexos modelos de rede
relé a ser testado, além das informações do
para efetuar os cálculos e definir a atuação
próprio teste. Neste exemplo, foi detalhada
da proteção. Assim, os testes devem ter
a função de proteção ANSI 21, a proteção de
do IED a ser testada, é necessário inserir
seus
distância aplicada em linhas de transmissão.
esses dados na ferramenta do equipamento
funções
A introdução de sistemas de automação
de
subestação
adequados.
métodos
digitais
Com
o
adaptados
mudou
aumento
para
serem
Dessa forma, o teste poderá ser avaliado
necessários
para
esta
tempo dos elementos de proteção.
Modelando os dados do IED no software do equipamento de teste De posse da parametrização da função
de teste para que sejam efetuados o teste
capazes de avaliar as funcionalidades dos relés, utilizando a filosofia de teste que for
parâmetros
Parametrizando o IED
e a avaliação automática corretamente. O software de teste utilizado neste trabalho
mais adequada. O teste do IED não se resume apenas
foi o Omicron Test Universe. Esse software
minimi zando
à verificação de suas interfaces físicas como
possui uma grande biblioteca de relés
as preferências pessoais e enfatizando a
entradas analógicas e saídas digitais, por
chamada PTL (Protection Testing Library).
repe ti tividade dos mesmos. Ainda reduz
exemplo, mas também deve ser testada
Nessa biblioteca, um modelo do relé traz os
a
a unidade lógica com a parametrização
ajustes e as informações necessárias para a
profundo dos relés de proteção para
de
Esta
realização correta do teste. Basta o usuário
a confecção dos testes e possibilita o
parametrização é elaborada de acordo com
inserir os dados parametrizados na função
desenvolvimento de testes e relatórios
os cálculos da proteção do sistema elétrico,
de proteção a ser testada.
automáticos, minimizando o tempo de
seus parâmetros e condições específicas.
O modelo ainda permite que cada
desenvolvimento e, consequentemente,
Estas informações são obtidas no projeto do
lógica de atuação definida pelo fabricante
reduzindo os custos de todo processo.
sistema de proteção.
de IED já se encontra configurada. Assim,
Para efetuar a parametrização do relé
já é proposto também o procedimento de
de proteção, ou seja, adequar sua unidade
teste, não necessitando de conhecimentos
lógica do relé aos parâmetros específicos
prévios especializados do relé a ser testado.
Esse texto mostra a realização de testes
rápidos
e
padronizados,
necessidade
de
um
conhecimento
Exemplo de aplicação
trabalho
deste
dispositivo.
Para o desenvolvimento desta aplicação
do sistema elétrico a ser protegido, faz-se
O software de teste utilizado oferece uma
poderíamos utilizar qualquer relé de proteção
necessária a utilização do software de
interface bastante amigável e intuitiva
encontrado hoje no mercado, de qualquer
parametrização do fabricante do IED.
para o ajuste do teste de acordo com a
fabricante. Neste exemplo, foram realizados
O software utilizado neste caso foi o
parametrização do relé. São disponibilizadas
testes padronizados e automatizados para o
AcSELerator® QuickSet. Neste software
duas opções para inclusão destes dados
IED SEL-421, utilizando o software de teste
foram
no modelo/conversor da Omicron, como
e equipamento da Omicron Electronics.
necessários para as funções de proteção
ajustados
todos
os
parâmetros
segue:
64
Aula prática
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Inclusão dos dados do relé feita pelo usuário
Os dados apresentados no modelo do relé no software de teste obedecem à mesma ordem e possuem o mesmo nome dos parâmetros apresentados no software de parametrização do fabricante do relé. Ainda, os mesmos limites de valores são disponibilizados, não permitindo a inclusão de ajustes fora da tolerância do IED. A Figura 2 mostra o modelo da PTL, exatamente com a mesma ordem, nome, unidade e valores dos ajustes do software do fabricante. Estes parâmetros estão evidenciados nas colunas à direita da figura. Com isto, é notória a redução do tempo gasto no preparo do teste e o aumento da
Figura 1 – Parametrização do SEL-421.
sua confiabilidade. Basta o usuário redigitar os valores correspondentes.
Inclusão dos parâmetros feito através do filtro de importação do sistema de teste
Diferentemente da opção anterior, não
é necessário copiar os parâmetros para o software de teste. É possível realizar a importação desses valores diretamente do arquivo de parametrização do relé. Para que isto seja possível, o software de
Figura 2 – Modelo da biblioteca de teste para o relé SEL-421 (software do equipamento de teste).
parametrização do fabricante do IED deve ser capaz de exportar os ajustes, tanto em arquivo *.TXT (Schweitzer e Areva), *.CSV (GE e Toshiba), quanto para arquivos *.XML e *.XRIO (ABB e Siemens). Dessa forma, com o arquivo de parâmetros exportados do software do relé, basta importar esses valores para o software de teste, no modelo / conversor disponível na biblioteca do software do equipamento de teste, poupando o trabalho do testador, eliminando
possiblidade
de
erros,
e
Figura 3 – Importação automática dos ajustes do IED SEL-421 (software do equipamento de teste).
padronizando ainda mais a operação e
de configuração de sistema de automação.
inglês “Configured IED Description”), em
troca de dados. A Figura 3 mostra o filtro
Geralmente, este software é do próprio
que se pode obter a informação dos dados
de importação para o IED utilizado, com 89
fabricante do IED.
de comunicação configurados no IED.
parâmetros importados satisfatoriamente.
A
Configuração de teste das mensagens GOOSE
parametrização
das
mensagens
Foi utilizado o software AcSELerator®
GOOSE é gravada em um arquivo de
Architect
para
a
configuração
das
configuração do IED. Esse arquivo é
mensagens GOOSE a serem publicadas na
baseado na linguagem de configuração
rede e também a exportação do arquivo
de subestação estabelecida pela norma
ICD contendo esta parametrização do IED,
As mensagens GOOSE devem ser
da IEC 61850. Trata-se de um arquivo em
como mostrado na Figura 4.
configuradas e descritas em um software
formato XML, com a extensão .ICD (do
Em sistemas de proteção convencionais,
65
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
o equipamento de teste monitora as saídas do relé em teste a fim de detectar as mudanças dos estados simulados (disparo, partida, bloqueio, etc.) e avaliar seu desempenho. Com a implementação da comunicação via rede baseada na norma IEC 61850 e o uso de mensagens GOOSE para eventos de comando e controle, o equipamento de teste deve ser capaz de efetuar a medição dessas mensagens. A conexão do IED multifuncional com o processo é similar aos métodos convencionais, com a adição das mensagens via rede.
Assim, com a configuração já realizada
no IED, o equipamento de teste deve ser também configurado para ler a mensagem GOOSE publicada na rede de comunicação. Sendo assim, é necessário que seja feita a conexão virtual entre a mensagem GOOSE e o equipamento de teste utilizado.
O software de teste Omicron GOOSE
Configuration
oferece
uma
interface
bastante intuitiva para a realização desta configuração. É possível a importação de qualquer tipo de arquivo de configuração de subestação previsto na norma IEC 61850, tanto em sua edição 1, quanto em sua segunda edição, independentemente do fabricante. É possível também mapear 360 mensagens para leitura (entradas virtuais) e 360 mensagens para escrita (saídas virtuais), podendo ser utilizadas simultaneamente até 128 entradas e 128 saídas no sistema de teste. A Figura 6 mostra o mapeamento utilizado para o ensaio prático realizado no IED, algumas binárias do dispositivo de teste foram conectadas ao relé de maneira tradicional, com fiação rígida, e outras foram mapeadas para responder à subscrição de mensagens GOOSE, através de um procedimento simples de associação da mensagem à uma entrada binária do equipamento de teste utilizado.
Teste do IED
Com o IED parametrizado e o sistema
de teste já configurado, inclusive com os planos de impedância já definidos através do conversor da biblioteca de teste e o
66
Aula prática
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
testada, dados do equipamento de teste, gráficos do teste, além de tabelas contendo os pontos testados, valores nominais, valores reais, desvio e o resultado da avaliação.
Conclusões A
modernização
dos
eletromecânicos
e
multifuncionais,
resultou
considerável
da
relés,
atualmente no
antes digitais
aumento
complexidade
destes
equipamentos. Acompanhando a mesma Figura 4 – Configuração das mensagens GOOSE (software do relé).
tendência, os testes destes dispositivos também evoluíram. Porém, da mesma maneira dos relés, a complexidade dos testes
aumentou,
possibilitando
maior
controle do usuário e requisitando ajustes adicionais
e
melhor
preparação
do
responsável pelos testes.
Os profissionais responsáveis pelos
testes de sistemas de proteção devem buscar as ferramentas adequadas para garantir Figura 5 – Teste funcional em IED baseado na IEC 61850 com mensagens GOOSE e disparo via fiação convencional.
a qualidade do teste e o desempenho de sua realização. Isto implica documentação adequada e uma busca na economia de tempo em todo o processo de avaliação do sistema de proteção. Texto baseado no trabalho: Paulino M. E. C., Penariol, G. S. “Dos Relés Eletromecânicos aos Relés Digitais – Desenvolvimento das Técnicas e Evolução dos Procedimentos de Teste”, Anais do SEMASE 2014 – III Seminário Nacional de Manutenção e Gestão de Ativos do Setor Elétrico - Santos – SP, Brasil, 2014.
Figura 6 – Mapeamento das mensagens GOOSE (software do equipamento de teste).
GOOSE
impedância. Comparações automáticas dos
realizado, pode-se prosseguir definindo os
valores nominais e os resultados do teste
pontos que devem ser testados sobre o
são realizados. O teste executa injeções
plano de impedância. Por se tratar de um
de sinais de tensão e corrente relativas à
software de teste automático, a verificação
impedância determinada pela localização
das características de proteção é realizada
no plano de impedâncias e avalia, em
de forma gráfica, utilizando planos de teste
tempo real, se o resultado está conforme
com a característica de proteção.
as tolerâncias previamente estabelecidas no
modelo da biblioteca de teste, exibindo um
mapeamento
das
mensagens
O objetivo deste teste é determinar
o exato alcance das zonas individuais
resultado visual de fácil entendimento.
aplicando sinais de falta ao longo de uma
linha de busca sobre o plano de impedância
as respectivas avaliações são incorporados
com a característica parametrizada no IED.
em um relatório gerado automaticamente.
Os resultados com valores de impedância
Informações detalhadas são disponibilizadas
encontrados são mostrados no plano de
neste relatório, como toda a parametrização
Após executado o teste, os resultados e
*Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela EFEI. Membro ativo de sociedades profissionais nacionais e internacionais, como Cigré e ABNT/ CB-03 – Cobei. É representante brasileiro no TC57 da IEC. Autor e coautor de mais de 100 trabalhos técnicos em eventos no Brasil e no exterior. Professor convidado em diversos cursos de pósgraduação. Atualmente, é diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br Guilherme Sanches Penariol graduou-se como engenheiro de controle e automação na Univei. Possui experiência em testes de sistemas de proteção convencionais e baseados na IEC 61850. Autor e coautor de trabalhos técnicos em eventos e periódicos no Brasil e no exterior. Atualmente, é diretor da Techmarc Engenharia | guilerme@techmarc.com.br
68
Pesquisa - Cursos e treinamentos
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Cursos a distância ganham destaque Em pesquisa do ano passado, apenas 10% das empresas declararam oferecer este tipo de curso. No levantamento deste ano, este número cresceu para 31%
A internet ganha cada vez mais espaço no segmento elétrico ao
os cursos presenciais estão entre os mais procurados, assim
facilitar a interação entre uma empresa e seus clientes, tornando
como os chamados cursos “in-company”, apontados por 88% das
mais rápidos e eficientes seus processos. No segmento de cursos
entrevistadas.
e treinamentos para área elétrica no Brasil, a ferramenta também
vem adquirindo cada vez mais relevância. Pelo menos é o que
como em 2015, a pesquisa atual apontou o tema aterramento
mostra a pesquisa desta edição da revista O Setor Elétrico feita
como o mais popular, com a preferência de 37% das pessoas, de
com empresas de treinamento da área. No levantamento realizado
acordo com as empresas entrevistadas. Logo atrás, como assunto
em 2015, apenas 10% dos cursos oferecidos eram a distância
mais popular, estão: o Sistema de Proteção contra Descargas
(virtuais). No estudo deste ano, a participação apresentou
Atmosféricas (SPDA) e a Norma Regulamentadora nº 10 –
uma elevação considerável, chegando a 31%. Não obstante,
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, a NR 10,
treinamentos “in loco” continuam sendo os mais disponibilizados
com 34% e 31% da preferência dos alunos, respectivamente. Já os
pelas companhias da área. De acordo com 97% das empresas,
cursos menos buscados são instalações elétricas de alta tensão;
No que refere aos temas de cursos mais procurados, assim
69
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
instalações elétricas de média tensão; e redes de distribuição,
Cursos mais procurados
com preferência de 22% cada.
Outra informação relevante sobre treinamentos para área
elétrica que pode ser encontrada no levantamento é o valor médio das aulas. Levando em consideração as respostas, pode-se
37%
atestar que não se trata de uma atividade barata realizar cursos de
34%
capacitação e aprimoramento no segmento elétrico. Conforme o levantamento, a maioria das empresas que participou da pesquisa
31%
(35%) afirma que seus cursos custam mais do que R$ 800 por aluno e 28% declaram ministrar treinamentos com valor entre R$
28%
300 e R$ 500 por aluno. Somente 12% dizem oferecer cursos de forma gratuita.
O levantamento traz ainda a duração dos cursos oferecidos
pelas empresas e a média de duração dos treinamentos. Confira a pesquisa na íntegra a seguir:
Mercado de cursos e treinamentos para a área elétrica no Brasil
Aterramento, SPDA e NR 10 são os treinamentos e cursos
mais procurados pelos profissionais que buscam se atualizar no setor elétrico. É grande a busca também por curso de proteção e seletividade. De acordo com a pesquisa desta edição, 28% das empresas entrevistadas apontam este tema como um dois mais visados.
25% 25% 25%
Aterramento
SPDA NR 10
Proteção, seletividade
Qualidade de energia Instalações elétricas de baixa tensão Geração de energia
22%
Instalações elétricas de alta tensão
22%
Instalações elétricas de média tensão
22%
Redes de distribuição
70
Pesquisa - Cursos e treinamentos
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Cursos e treinamentos da área elétrica podem durar de quatro horas até mais de 40 horas.
No levantamento, descobriu-se que a maior parte das empresas (23%) disponibiliza aulas com duração de 16 horas. Apenas 5% das companhias pesquisadas declaram realizar atividades de capacitação com mais de 40 horas de duração. Duração média dos cursos oferecidos
5%
> 40 horas
8%
4 horas 13%
8 horas 21%
40 horas
23%
16 horas 20%
32 horas 10%
20 horas
A maioria das empresas que participaram da pesquisa (49%) afirma disponibilizar cursos
para turmas com dez até 20 alunos, em média. Outros 32% dizem realizar treinamentos para mais de 20 alunos. Somente 7% das companhias entrevistadas declaram oferecer cursos para até cinco alunos em média.
Média de alunos por curso
7% 32%
Até 5 alunos
> 20 alunos 12%
De 5 a 10 alunos
49%
De 10 a 20 alunos
Pela pesquisa, é possível concluir que a maior parte dos cursos oferecidos custa acima de
R$ 800,00 por aluno. 35% das empresas fazem tal afirmação. Esta porcentagem cresceu em relação ao levantamento do ano passado, em que 25% das companhias entrevistadas disseram oferecer treinamentos por este valor médio. Os cursos gratuitos também caíram. Em 2015, 18% das empresas disseram oferecer cursos grátis. No levantamento deste ano, 12% das companhias relatam disponibilizar treinamentos gratuitos.
71
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Valor médio dos cursos
Cursos presenciais são os mais oferecidos pelas empresas que
responderam a este levantamento. 97% das companhias fizeram tal afirmação. Cursos a distância ainda são os menos disponibilizados. Segundo pesquisa, 31% das empresas declaram oferecer este tipo de atividade de capacitação. 35%
Acima de R$ 800,00 por aluno
Tipos de cursos oferecidos
12%
Gratuito 12%
De R$ 100,00 a R$ 300,00 por aluno
97% 88% 81%
13%
De R$ 500,00 a 800,00 por aluno
28%
De R$ 300,00 a R$ 500,00 por aluno
31%
Cursos a distância
Cursos presenciais
Cursos “in-company” Cursos abertos
Pesquisa - Cursos e treinamentos
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X X
X
X
X
X X
X
X
X X X
X
X X
X
X
X
X X X X X X
X X X X X
X X
X X
X
Qualidade de energia
X
Manutenção de instalações elétricas
X
X
X X X X
Fontes alternativas e renováveis
Proteção, seletividade
X X X
Manutenção de equipamentos elétricos
X X X
X
Geração de energia
X X
X
Redes de transmissão
X
Redes de distribuição
X
Dispositivos elétricos
X
Instrumentação
X X
Quadros elétricos
SP SC RJ MG SP PR AM SP SP SP SP MG SP RJ SP PR SP MG SP SP SP RJ SP RJ SP SP MG SP SP SP MG SP
Motores e acionamentos elétricos
Itajubá Taubaté Rio de Janeiro Jundiaí Curitiba Osasco Belo Horizonte Mogi das Cruzes São Paulo Santana de Parnaíba Rio de Janeiro São Paulo Rio de Janeiro Campinas São Paulo Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo Belo Horizonte Campinas
Estado
Automação residencial
Cidade São Paulo Criciúma Rio de Janeiro Uberlândia Sertãozinho Curitiba Manaus Osasco Cotia São Caetano do Sul São Paulo
Automação comercial
Site www.abnt.org.br www.agpr5.com www.cognitor.com.br www.conprove.com.br www.diagnerg.com.br www.empalux.com.br www.engecrim.com.br www.engepower.com www.expersolution.com.br www.findernet.com www.flexautomation.com.br www.fupai.com.br www.gsiconsultoria.com.br www.hager.com.br www.hellermanntyton.com.br www.institutoslactec.org.br www.instronic.com.br www.kascher.com.br www.krkengenharia.com.br www.megabras.com www.nr10flex.com.br www.ntt.com.br www. project-explo.com www.qemc.com.br www.selinc.com.br www.pirituba.sp.senai.br www.seniorengenharia.com.br www.siemens.com.br/poweracademy www.target.com.br www.techmarc.com.br www.tel.com.br www.cursosolar.com.br
Automação industrial
Telefone (11) 2344-1721 (48) 3462-3900 (21) 3393-4600 (34) 3218-6800 (16) 3945-1223 (41) 3021-3500 (92) 3642-3938 (11) 3579-8777 (11) 4704-5972 (11) 2147-1550 (11) 2389-2777 (35) 3629-3500 (12) 3633-7184 0800 724 2437 (11) 2136-9090 (41) 3361-6276 (11) 3383-3700 (31) 3481-7811 (11) 4726-9956 (11) 3254-8111 (11) 4063-1170 (21) 3325-9942 (11) 5589-4332 (21) 98111-6661 (19) 3515-2000 (11) 3901-9301 (31) 2105-9800 (11) 4585-8040 (11) 5525-5656 (21) 99374-1232 (31) 3308-7000 (19) 3521-3827
Instalações elétricas em corrente contínua
ABNT AGPR5 COGNITOR CONPROVE DIAGNERG EMPALUX ENGECRIM ENGEPOWER EXPER SOLUTION FINDER FLEX AUTOMATION FUPAI GSI -CONSULTORIA HAGER ELETROMAR HELLERMANNTYTON INSTITUTOS LACTEC INSTRONIC KASCHER ENGENHARIA KRK ENGENHARIA MEGABRAS NR10FLEX NTT PROJECT-EXPLO QEMC SEL SENAI SENIOR ENGENHARIA SIEMENS TARGET TECHMARC TERMOTÉCNICA UNICAMP
Instalações elétricas de alta tensão
Empresa
Instalações elétricas de média tensão
Principais Cursos Oferecidos
Instalações elétricas de baixa tensão
72
X X X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X X
X X X X X
X X X
X
X X X
X X X
X X
X
X
X X
X X
X
X X X
X
X
X
X X X X
X X X X
X X X X
X
X
X X
X X
X
X X X
X X
X
X
73
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Itajubá Taubaté Rio de Janeiro Jundiaí Curitiba Osasco Belo Horizonte Mogi das Cruzes São Paulo Santana de Parnaíba Rio de Janeiro São Paulo Rio de Janeiro Campinas São Paulo Belo Horizonte São Paulo São Paulo São Paulo Belo Horizonte Campinas
X
X X
X
X
X
X
X X
X X
X X
X X
> 40 horas
40 horas
32 horas
X X X
X
X X
X X X X X
20 horas
X
X X
8 horas
X
4 horas
X X
X
Outros
X
X
Telecomunicações
X
Cabeamento estruturado
X
Normalização e certificação
X
Outras normas de segurança do trabalho
X
Iluminação
SP SC RJ MG SP PR AM SP SP SP SP MG SP RJ SP PR SP MG SP SP SP RJ SP RJ SP SP MG SP SP SP MG SP
NR 10
Estado
SPDA
Cidade São Paulo Criciúma Rio de Janeiro Uberlândia Sertãozinho Curitiba Manaus Osasco Cotia São Caetano do Sul São Paulo
Correção de fator de potência
Site www.abnt.org.br www.agpr5.com www.cognitor.com.br www.conprove.com.br www.diagnerg.com.br www.empalux.com.br www.engecrim.com.br www.engepower.com www.expersolution.com.br www.findernet.com www.flexautomation.com.br www.fupai.com.br www.gsiconsultoria.com.br www.hager.com.br www.hellermanntyton.com.br www.institutoslactec.org.br www.instronic.com.br www.kascher.com.br www.krkengenharia.com.br www.megabras.com www.nr10flex.com.br www.ntt.com.br www. project-explo.com www.qemc.com.br www.selinc.com.br www.pirituba.sp.senai.br www.seniorengenharia.com.br www.siemens.com.br/poweracademy www.target.com.br www.techmarc.com.br www.tel.com.br www.cursosolar.com.br
Comercialização de energia
Telefone (11) 2344-1721 (48) 3462-3900 (21) 3393-4600 (34) 3218-6800 (16) 3945-1223 (41) 3021-3500 (92) 3642-3938 (11) 3579-8777 (11) 4704-5972 (11) 2147-1550 (11) 2389-2777 (35) 3629-3500 (12) 3633-7184 0800 724 2437 (11) 2136-9090 (41) 3361-6276 (11) 3383-3700 (31) 3481-7811 (11) 4726-9956 (11) 3254-8111 (11) 4063-1170 (21) 3325-9942 (11) 5589-4332 (21) 98111-6661 (19) 3515-2000 (11) 3901-9301 (31) 2105-9800 (11) 4585-8040 (11) 5525-5656 (21) 99374-1232 (31) 3308-7000 (19) 3521-3827
Aterramento
ABNT AGPR5 COGNITOR CONPROVE DIAGNERG EMPALUX ENGECRIM ENGEPOWER EXPER SOLUTION FINDER FLEX AUTOMATION FUPAI GSI -CONSULTORIA HAGER ELETROMAR HELLERMANNTYTON INSTITUTOS LACTEC INSTRONIC KASCHER ENGENHARIA KRK ENGENHARIA MEGABRAS NR10FLEX NTT PROJECT-EXPLO QEMC SEL SENAI SENIOR ENGENHARIA SIEMENS TARGET TECHMARC TERMOTÉCNICA UNICAMP
Eficiência energética
Empresa
16 horas
Duração dos cursos oferecidos pela empresa
Principais Cursos Oferecidos
X X
X X
X
X
X X X
X
X X
X
X X X X
X X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X X
X
X X
X X
X X X
X X X
X
X X
X X X
X
X
X
X X
X
X X
X X
X
X X
X X
X X X
X X
X X X
X
X X X
X X
X X X X
X X
X
X
X X X X
X
X X X
X
X
X X
X
X X
X X
X X X X X
X
X X
X X X
X
X
X
Pesquisa - Cursos e treinamentos
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
ENGEPOWER EXPER SOLUTION FINDER FLEX AUTOMATION FUPAI GSI -CONSULTORIA HAGER ELETROMAR HELLERMANNTYTON INSTITUTOS LACTEC INSTRONIC KASCHER ENGENHARIA KRK ENGENHARIA MEGABRAS NR10FLEX NTT PROJECT-EXPLO QEMC SEL SENAI SENIOR ENGENHARIA SIEMENS TARGET TECHMARC TERMOTÉCNICA UNICAMP
X X X X X X X X
X X
X
X X
X X X X
X
X X X
X
X X
X X X X X
X X X
X X X X X X X X X
X X X
X X X
X X
X X
X X X X X
X X X X X
X X X X
X
X X
X
X X X
X X X
X
X
X X
X X
X
X X X X X X X X X X
X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X
X X X
Cursos a distância
Cursos presenciais
Outros
X X X X
X
X X X X X X X X X
X X X X
Cursos “in-company”
De R$ 1000,00 a 1500,00 por aluno
De R$ 500,00 a R$ 1000,00 por aluno
A empresa oferece
Cursos abertos
SP SC RJ MG SP PR AM SP SP SP SP MG SP RJ SP PR SP MG SP SP SP RJ SP RJ SP SP MG SP SP SP MG SP
De R$ 100,00 a R$ 500,00 por aluno
Estado
Até R$ 100,00 por aluno
Cidade São Paulo Criciúma Rio de Janeiro Uberlândia Sertãozinho Curitiba Manaus (11) 3579-8777 Osasco (11) 4704-5972 Cotia (11) 2147-1550 São Caetano do Sul (11) 2389-2777 São Paulo (35) 3629-3500 www.fupai.com.br Itajubá (12) 3633-7184 www.gsiconsultoria.com.br Taubaté 0800 724 2437 www.hager.com.br Rio de Janeiro (11) 2136-9090 www.hellermanntyton.com.br Jundiaí (41) 3361-6276 www.institutoslactec.org.br Curitiba (11) 3383-3700 www.instronic.com.br Osasco (31) 3481-7811 www.kascher.com.br Belo Horizonte (11) 4726-9956 www.krkengenharia.com.br Mogi das Cruzes (11) 3254-8111 www.megabras.com São Paulo (11) 4063-1170 www.nr10flex.com.br Santana de Parnaíba (21) 3325-9942 www.ntt.com.br Rio de Janeiro (11) 5589-4332 www. project-explo.com São Paulo (21) 98111-6661 www.qemc.com.br Rio de Janeiro (19) 3515-2000 www.selinc.com.br Campinas (11) 3901-9301 www.pirituba.sp.senai.br São Paulo (31) 2105-9800 www.seniorengenharia.com.br Belo Horizonte (11) 4585-8040 www.siemens.com.br/poweracademy São Paulo (11) 5525-5656 www.target.com.br São Paulo (21) 99374-1232 www.techmarc.com.br São Paulo (31) 3308-7000 www.tel.com.br Belo Horizonte (19) 3521-3827 www.cursosolar.com.br Campinas
Gratuito
Site www.abnt.org.br www.agpr5.com www.cognitor.com.br www.conprove.com.br www.diagnerg.com.br www.empalux.com.br www.engecrim.com.br www.engepower.com www.expersolution.com.br www.findernet.com www.flexautomation.com.br
> 20 alunos
Telefone (11) 2344-1721 (48) 3462-3900 (21) 3393-4600 (34) 3218-6800 (16) 3945-1223 (41) 3021-3500 (92) 3642-3938
Valor médio dos cursos oferecidos pela empresa
Acima de R$ 1500,00 por aluno
ABNT AGPR5 COGNITOR CONPROVE DIAGNERG EMPALUX ENGECRIM
De 10 a 20 alunos
Empresa
De 5 a 10 alunos
Média de alunos por curso oferecidos por empresa
Até 5 alunos
74
X X
X X X
X
X
X X
X X X X
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Por Sergio Roberto Santos*
A blindagem como medida de proteção contra surtos
As Medidas de Proteção contra Surtos
o desenvolvimento do projeto da Proteção
ou
contra Descargas Atmosféricas (PDA). Todas
concorrentes, mas seu objetivo sempre será
as informações necessárias para projetar
evitar que nos terminais dos equipamentos
corretamente as blindagens espaciais e as ZPRs
eletroeletrônicos apareça uma diferença de
estão na parte 4 da ABNT NBR 5419:2015 e
tensão maior do que eles podem suportar.
é indispensável a leitura completa da norma
para a realização do projeto.
(MPS)
podem
ser
complementares
Uma das MPS apresentadas na parte 4 da
norma ABNT NBR 5419:2015 é a blindagem.
Ela pode ser dividida entre a blindagem
espaciais é o aproveitamento dos elementos
espacial do ambiente onde a instalação
construtivos da própria edificação para
se encontra e a blindagem dos próprios
de forma pratica e econômica obtermos
cabos, de energia e sinal, dos sistemas
a proteção de toda a instalação, ao invés
elétricos externos ou internos à edificação.
de blindar, ou proteger, individualmente
A utilização de cabos blindados para linhas
cada um dos seus componentes. Pelas suas
de sinal é uma medida já recomendada na
características é muito importante que já
ABNT NBR 5410-2004 para a limitação das
no projeto da edificação seja considerada a
sobretensões transitórias nos equipamentos
utilização da blindagem espacial. Para que
eletroeletrônicos.
seja parte da blindagem espacial, o elemento
metálico
A blindagem espacial define as Zonas
A vantagem da utilização das blindagens
em
questão
blindagem dos cabos e dos equipamentos
componentes da mesma blindagem espacial
impede a indução de correntes de surto
para que ela funcione de fato como um
nas linhas ou no interior dos dispositivos
envoltório metálico do espaço que delimita
eletroeletrônicos. A blindagem espacial,
a ZPRs. De maneira geral, uma blindagem
ao envolver um determinado volume, cria
espacial eficaz está relacionada a uma largura
dentro deste, sob as condições descritas
de malha não maior que cinco metros.
na ABNT NBR 5419:2015, uma ZPR que
é
elementos
ABNT NBR 5419, os conceitos de blindagem
construtivos da edificação interconectados,
espacial e ZPRs eram pouco conhecidos e
como as barras do concreto armado, as
aplicados de forma simplória, relacionados
armaduras e os suportes metálicos existentes
apenas ao posicionamento dos Dispositivos
no teto, nas paredes e no piso. Elas atenuam
de Proteção contra Surtos (DPS). A edição
no interior desta ZPR os campos magnéticos
atual da norma apresenta de forma muito
criados pelas descargas atmosféricas diretas
mais completa e detalhada os conceitos,
ou indiretas, limitando os surtos de tensão.
explicações e a teoria que permite aos
As ZPR podem corresponder ao interior
projetistas utilizarem a blindagem espacial e
de toda a estrutura, parte dela, um único
as ZPRs de forma eficaz na proteção contra
ambiente ou apenas um equipamento. Estas
os surtos de tensão.
blindagens podem ser construídas em forma
Já a blindagem das linhas internas
de grade, serem totalmente continua, e
através da utilização de cabos blindados
projetadas levando em consideração a eficácia
ou dutos metálicos totalmente fechados
necessária em função da confiabilidade dos
minimiza os surtos induzidos internamente,
sistemas eletroeletrônicos em seu interior, a
ou seja, aqueles que tem origem dentro
partir da prévia análise de risco que orientou
da própria ZPR onde a linha se encontra.
pelos
próprios
com
apresentar
continuidade
formada
elétrica
deve
de Proteção contra Raios (ZPRs) enquanto a
os
outros
Até a publicação da edição de 2015 da
77
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
A blindagem das linhas é uma pratica mais
uma falha na sua instalação ou em sua
conhecida, já utilizada normalmente para
manutenção, o que infelizmente acontece
evitar interferências em circuitos de sinal que
com mais frequência do que imaginamos.
comprometam a transmissão de dados entre
Para evitar este problema é mais do
equipamentos. Na ABNT NBR 5410:2004 a
que recomendável projetar o ponto de
blindagem das linhas é apresentada como
aterramento da blindagem com meios de
uma das medidas para evitar interferências
conexão adequados para permitir sua correta
eletromagnéticas ou sobretensões induzidas.
e inequívoca fixação e a possibilidade de
A blindagem corretamente dimensio
manutenção deste contato elétrico.
nada e instalada faz com que uma corrente
indesejada seja conduzida através dela e com
os mesmos princípios acima e também é
isso não chegue ao interior dos equipamentos.
uma medida eficaz, mas a sua aplicação
A decisão entre utilizar uma blindagem ou um
pode depender do provedor destas linhas
DPS depende de fatores técnicos e econômicos
e neste caso esta blindagem pode não ser
porque quanto maior for o comprimento do
responsabilidade do projetista do SPDA.
cabo a ser blindado, maior será o seu custo
Para conseguir proteger os sistemas
total e mais econômico será optar pelos DPSs,
eletroeletrônicos no interior de edificações
sendo a recíproca verdadeira. Vale lembrar que
atingidas
o roteamento dos cabos também é um fator
descargas atmosféricas o projetista do SPDA
importante de análise.
deve aplicar corretamente as MPS. Este
A blindagem das linhas externas segue
direta
ou
indiretamente
por
Um cabo blindado pode ser aterrado
artigo procurou apresentar alguns pontos
nas suas duas extremidades ou aterrado
que podem ajudar a compreender melhor
diretamente em uma e indiretamente na
o que são e para que servem as blindagens.
outra através de um DPS. Infelizmente,
Após a sua leitura os projetistas devem
na prática, muitas vezes o cabo não é
estudar este assunto lendo a parte 4 da
aterrado em ambas as extremidades, o que
ABNT NBR 5419:2015, tendo em mente os
frustra o objetivo que levou a utilização
seguintes pontos.
da blindagem. O cabo deve ser aterrado sempre nas duas extremidades, a menos
- A especificação dos DPS depende das
que exista uma diferença de potencial em
ZPRs, que, por sua vez, são formadas pelas
regime permanente entre os dois pontos
blindagens espaciais. Por isso a norma cita
onde a blindagem deveria ser aterrada, o
medidas de proteção contra surto que são
que ocasionaria uma condução permanente
eficazes quando utilizadas em seu conjunto.
da corrente através da blindagem, e poderia
É necessário entende-las dentro do contexto
compromete-la ou ao próprio funcionamento
da sua aplicação;
do sistema.
- Blindagem é uma ideia que todo a
profissional da área elétrica tem ideia do
blindagem conduzir uma parcela da corrente
que seja. A ABNT NBR 5419:2015 fornece
da descarga atmosférica, e não apenas uma
as condições objetivas para que a blindagem
corrente por ela induzida, é necessário que a
seja corretamente projetada;
espessura da blindagem atenda este critério
- A aplicação da norma depende basicamente
conforme determina a ABNT NBR 5419:2015.
da sua leitura. Dificuldades surgirão no
Não podemos esquecer que a blindagem,
começo, mas não existe nada na norma que
seja espacial ou da linha, pode fazer parte
represente um obstáculo intransponível ou
também do subsistema de captação ou de
um conceito de difícil compreensão.
Caso
exista
a
possibilidade
de
descida e assim deve atender aos mesmos critérios de especificação destes elementos.
*Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista e
O
membro da comissão de estudos CE 03:64.10, do
não
aterramento
das
duas
extremidades da blindagem decorre de
CB-3 da ABNT.
78
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Por Eduardo Daniel*
A obrigatoriedade das normas técnicas brasileiras A coluna anterior tratou sobre as
obrigatório? O processo de sua elaboração,
• Comunicação
consequências do não cumprimento de
sim, é voluntário. A participação das pessoas
• Simplificação
normas técnicas, em particular, da norma de
e empresas é realmente livre, porém o
• Proteção ao consumidor
instalações elétricas de baixa tensão. Para
produto de seu trabalho é uma “lei elaborada
• Segurança
minha surpresa, após a publicação em janeiro,
fora do legislativo”. No Brasil, a Associação
• Economia
em várias ocasiões e com grupos diferentes
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi
• Eliminação de barreiras comerciais
de colegas, foi estabelecida uma discussão
reconhecida como o único foro brasileiro de
sobre as vertentes da compulsoriedade de
normalização, pela Resolução do Conmetro
O princípio básico da normalização
atendimento de normas técnicas. Pela falta
nº 07, de 24 de agosto de 1992, portanto,
é sempre o consenso entre as chamadas
de conhecimento geral sobre o tema, achei
o resultado de suas atividades (as normas
partes interessadas, ou seja, aquelas que
oportuno apresentarmos aqui os requisitos
técnicas) advém de um poder outorgado
representam as personagens que tiram
reais aplicáveis antes que se criem mais
pelo Estado Brasileiro.
proveito de seu conteúdo para estabelecer
dúvidas sobre as decisões da Comissão e as
As normas técnicas da ABNT, em
e melhorar seu relacionamento técnico “pelo
consequências delas. Senão vejamos.
sua essência, definem as relações entre
fato do produto ou do serviço”. Assim, o
Uma norma técnica nacional é a maneira
“comprador e fornecedor”, que devem ser
processo de elaboração de uma norma
mais direta de se criar um documento
entendidas em um sentido mais amplo do
técnica deve ser transparente e representar
contendo requisitos ou boas práticas a partir
que simplesmente quem utiliza o produto.
os requisitos mínimos aplicáveis, sejam cons
do conhecimento de uma base de cidadãos
Um usuário de um produto é o “comprador”
trutivos ou de desempenho. Isso significa
que representam a sociedade, sem ter
mais direto do processo, porém, um
que se um documento normativo não
como intermediários representantes eleitos
laboratório ou uma entidade ligada a um
define determinado requisito considerado
e que constituem o Poder Legislativo do
programa ou a esquemas de avaliação da
importante, não necessariamente é uma
Estado. Existe uma dúvida perene no tema
conformidade, por exemplo, representam
falha do documento, pode ser que não
normalização que diz respeito ao aspecto
o “comprador” do produto, porém com o
tenha havido consenso em sua elaboração.
de obrigatoriedade do atendimento do
objetivo não da sua utilização, mas sim de
Esta tem sido uma das polêmicas na revisão
conteúdo
avaliar as características de um produto.
da ABNT NBR 5410, porque ela não entra
sem entrar no mérito no caso brasileiro do
A norma técnica da ABNT deve sempre ser
em mais detalhes sobre certos assuntos. Se
Código de Defesa do Consumidor, que
entendida como um documento de consenso
não há consenso, é mais coerente deixar
determina claramente o atendimento de
obtido na comunidade técnica do país e que
de fora do documento, a critério do usuário
normas técnicas oficiais pelos produtos e
especifica requisitos mínimos construtivos ou
da norma, mesmo que seja um caso crítico,
serviços disponíveis ao consumidor (em seu
de desempenho. O processo de elaboração
ressaltando-se, porém, em uma nota, por
sentido mais amplo), apenas a expressão
de uma norma representa a boa prática
exemplo, de que devem existir análise e
constante em todas as normas técnicas
adotada pelas entidades internacionais e
decisão adequadas.
que o documento tem caráter “normativo”
nacionais (de cada país). O processo de
já responde a essa dúvida. Constitui-se
normalização adotado pela ABNT, a exemplo
documento normativo se inicia a partir de
de uma norma da sociedade, obtida por
dos processos internacionais e estrangeiros,
uma demanda da sociedade (pessoa física,
consenso, por que não seria de atendimento
tem os seguintes objetivos:
empresa, órgão público, regulamentador,
de
um
documento.
Mesmo
O processo de desenvolvimento de um
79
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
associado ou não da ABNT). A pertinência
instituições setoriais referentes ao objeto dos
como norma técnica. Em caso de não
do pedido e da demanda é analisada pela
Comitês e as empresas, entidades e pessoas
aprovação ou de sugestões de modificações,
ABNT, a partir de regras estabelecidas pelo
ligadas ao desenvolvimento da normalização
o projeto é modificado pela sua respectiva
Conmetro. Se tiver mérito, será levada
de cada tema. As Comissões de Estudo, que
comissão e, se necessário, passa por nova
ao comitê técnico ou Organismos de
são compostas pelos interessados em fazer
consulta nacional. Caso não haja consenso na
Normalização Setorial (ONS) do setor para
determinada norma brasileira, devem possuir
determinação de seu conteúdo, o projeto de
inserção no Plano de Normalização Setorial
representatividade
consumidores,
norma pode ser cancelado. Após aprovação
(PNS) da Comissão de Estudo pertinente. Se
fabricantes e neutros envolvidos com o
obtida no processo descrito, o Projeto de
não houver comissão constituída, será criada
objeto da norma técnica.
Norma aprovado é encaminhado à ABNT
uma Comissão de Estudos Especial (ABNT/
O trabalho de todos os membros da
e homologado por ela, após o que passa a
CEE).
dos
comissão de estudos é voluntário e gratuito,
ser denominado de Norma Brasileira (ABNT
ONS
ou seja, é um ônus público que a pessoa ou
NBR). A ABNT tem a obrigação descrita na
constituem a estrutura de “produção” de
a organização que colocou seu representante
Resolução do Conmetro de sempre tornar
normas da ABNT. São os órgãos técnicos
na Comissão de Estudos tem com a
pública uma ABNT NBR.
formados por comissões de estudos, em
Sociedade. A partir de um projeto de norma
Ressaltado
que as normas brasileiras são elaboradas
elaborado e aprovado em sua respectiva
importância do assunto, espero que todos
e revisadas. A ABNT possui mais de 200
comissão de estudos, ele é colocado pela
nós cumpramos o que as normas técnicas
Comitês Brasileiros e quatro Organismos de
ABNT em consulta nacional por um período
estabelecem.
Normalização Setorial, os quais são chamados
determinado, disponível para a avaliação da
genericamente de Comitês Técnicos. A
sociedade. A votação atualmente é realizada
Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria
ABNT desempenha o papel de gestora
em meio eletrônico por um período normal
e Engenharia Consultiva e coordenador da
desse processo e não tem custos diretos na
de três meses, encaminhando-se os votos
Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-3/ ABNT,
manutenção desses Comitês Brasileiros e das
recebidos à respectiva comissão de estudos.
que revisa a norma de instalações de baixa tensão
ONSs. Quem financia esses custos são as
Se aprovado, o projeto de norma é publicado
ABNT NBR 5410.
Os
comitês
técnicos
e
as
o
detalhamento
e
a
80
Instalações MT
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Smart cities
capacidade (de 5 kW a 30 kW) com torres
- Menor emissão de poluentes na ilha
o assunto tem sido relativo a prover mais
mais baixas.
pela sensível diminuição de queima de
inteligência ao grid de distribuição para
Com
incrementar qualidade e segurança e
interessante uma forma de gestão desta
- Melhor aproveitamento da energia
conseguir uma operação menos onerosa,
energia sendo entregue dos telhados
com as reformas de rede que serão
fatalmente, temos que abordar o assunto,
das pousadas e casas para o sistema de
necessárias, resultando perdas técnicas
observando experiências e oportunidades
distribuição da ilha.
também menores;
do que se chama de “smart city”.
Postes
Depois de alguns dias visitando o
pública
paraíso de Fernando de Noronha, não
parte do esforço com pequenas placas
geração diesel como base;
há como não sonhar com um banho
fotovoltaicas, baterias e geradores eólicos
- As bases necessárias para dimensionar
de
Como nos nossos últimos encontros,
isso,
seria
autônomos
(com
Led)
fundamental
de
e
iluminação
também
seriam
diesel,
- Maior confiabilidade do sistema com a diversificação das fontes, ficando a
de baixa capacidade.
um projeto de bancos de baterias em
os esforços de conservação do meio
locais estratégicos para suprir os picos
ambiente.
usada para minimizar as perdas não
de consumo e acumular eventuais sobras
Tudo começa pelo fato de a geração ser
técnicas, pois, em alguns locais, nota-se
diurnas da geração fotovoltaica;
totalmente a diesel! Isto sugere uma ação
o esforço da concessionária em ter
- Informações dos eventuais problemas
integrada de governos Federal e Estadual,
medidores fiscais fixos e instalados nos
decorrentes de geração distribuída
facilitando o investimento a ser feito pelos
postes para confrontar com o medidor
(transitórios gerados, instabilidade,
indivíduos e pela concessionária.
de faturamento. Como a estrutura da
necessidade de formas de compensação,
Como o sol por lá (praticamente
concessionária no local é pequena, os
qualidade da energia, etc.) quando
na linha do Equador) é bem generoso,
medidores fiscais por cada secundário
esta se torna preponderante em certos
poderíamos começar por uma geração
de transformador indicariam “on time”
horários;
distribuída baseada em fotovoltaica. Aliás,
onde estão sendo feitas conexões ilegais
- Uma face mais visível dos esforços
é possível visualizar umas placas próximas
temporárias (já que o ar condicionado é
para dar àquele santuário mais
ao aeroporto, mas a placa de propaganda
imprescindível para garantir boas horas de
sustentabilidade e um ambiente mais
de empreendimento parece ser maior que
sono).
saudável de preservação do meio
a área das placas fotovoltaicas!
ambiente.
tecnologia
naquela
ilha
ajudando
Esta gestão inteligente também seria
Com todo este rearranjo que pode,
Também os ventos por lá são fartos e,
pelo menos em parte, ser financiado pelas
mesmo evitando grandes geradores (por
várias (e caras) tarifas pagas pelos turistas,
Como subproduto, teríamos como
lá é corrente o receio de que as grandes
teríamos:
avaliar todos os ganhos (e problemas) de uma forma muito precisa e, de fato,
pás matem pássaros e um aerogerador antigo, dizem, foi destruído por uma
- Menor custo de energia para moradores
perceber o real valor deste novo patamar
descarga atmosférica) de 2 MW ou 3 MW,
e empreendedores (restaurantes e
tecnológico a ser alcançado nas cidades
podem ser viabilizados geradores de baixa
pousadas);
inteligentes.
81
Iluminação eficiente
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei, diretora da Abesco e da Exper Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Balanço de 2015 e as últimas notícias sobre certificações de Led Deste março de 2015 fabricantes e
março de 2015. Isto significa que, atualmente,
do Brasil e a necessidade crescente de
importadores de lâmpadas Led vivem a
qualquer fabricante nacional ou importador
alternativas para se economizar energia
necessidade de provar que seus produtos
poderá fabricar ou importar apenas produtos
elétrica. Temo, porém, pela qualidade dos
são
a
certificados respectivamente. A Portaria
produtos que estão hoje no mercado.
publicação da portaria 144/2015 do
76/2016 estabelece que os demais prazos
Nem tanto pela eficiência luminosa, mas
Inmetro, que estabeleceu um prazo de
ficam mantidos. Assim sendo, os fabricantes
pela qualidade da luz, confiabilidade e
nove meses para certificação compulsória
e importadores só poderão comercializar os
segurança elétrica dessas lâmpadas.
dos produtos, uma corrida contra o tempo
produtos não certificados em estoque até
foi travada pelas principais empresas do
junho de 2016 (15 meses da publicação da
de 2017, é altamente recomendado que
segmento. Terminado o prazo, apenas três
portaria 144/2015) , atacadistas e varejistas
projetos profissionais e de eficiência
empresas conseguiram ter seus produtos
poderão comercializar esses produtos até
energética
certificados: Intral, Osram e Philips.
eficientes
e
confiáveis.
Após
Para minimizar os riscos até setembro
exijam produtos certificados
março de 2017 (24 meses da publicação)
como requisito nas especificações de
No final de dezembro, o Inmetro
e atacadistas e varejistas, cadastrados
produtos.
lançou a Portaria 599/2015 em consulta
como Micro e Pequenas Empresas poderão
também
pública, sugerindo a postergação do prazo
comercializar lâmpadas led sem certificação
produtos
por dois meses. Nenhuma informação
até setembro de 2017 (30 meses da
eficiência energética. Caso os produtos
oficial, entretanto, foi lançada até 24 de
publicação).
não tenham o Selo do Inmetro ou o
fevereiro de 2016, quando foi publicada
Até
portanto,
Selo Procel, é altamente recomendável
a Portaria 76/2016. Até esta data apenas
poderão existir lâmpadas led de base
ponderar a realização de ensaios de
cinco
setembro
de
2017,
Produtos são
uma
de
com
Selo
Procel
forma
de
garantir
maior
confiabilidade
e
conseguido
integrada não certificada no mercado. Os
desempenho e segurança em amostras de
obter a certificação para suas lâmpadas,
próximos meses deverão ser cruciais para
lâmpadas led em laboratórios acreditados
adicionalmente
empresas
haviam
a
a definição de possíveis alterações de
para aprovação dos produtos. Isto poderá
GE e a FLC. Nota-se, porém, que não
preços desses produtos. A certificação
evitar
necessariamente
às
três
anteriores,
futuros
problemas
relacionados
tornará os produtos mais caros? Os
à qualidade da luz, confiabilidade do
destas empresas estão certificados. Para
grandes
produto, ocorrências de baixo fator de
saber quais produtos e marcas possuem
certificados tenderão a deixar os produtos
potência,
a certificação do Inmetro, recomenda-se
mais baratos? Qual será o impacto disso
e
consultar o site do Inmetro, que apresenta
no
outros equipamentos eletroeletrônicos.
a lista completa.
vivendo hoje em dia?
Como
todos
os
modelos
A Portaria 76/2016 do Inmetro oficializou
estoques
mercado o
de
produtos
recessivo consumidor
que
não
estamos
altas
distorções
intereferências
harmônicas
eletromagnéticas
em
Foi dado um grande passo para a final
e
o
melhoria
a postergação do prazo para a certificação
especificador podem se proteger para obter
existentes
compulsória
da no
qualidade Brasil.
dos Basta
produtos agora
o
pelos
um produto confiável e de preço justo? É
mercado de compra e venda reagir à
fabricantes e importadores por 11 meses
esperada uma grande disputa do mercado
certificação e existir um forte processo de
contados a partir da publicação original de
por preço, visto a condição econômica
fiscalização pelo Inmetro.
das
lâmpadas
Led
82
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Como vai sua PDA? Sites internacionais noticiaram, recen te
- Não entende do assunto, contrate alguém que
mente, a incidência de raio em um pilar da maior
entenda;
ponte de Seoul, capital sul-coreana. Segundo
- Escolha os profissionais através de
o texto, o impacto provocou o corte de um dos
nivelamento técnico e não comercial;
cabos de sustentação da mesma, situação que
- Procure referências de trabalhos anteriormente
até então parecia improvável, mas aconteceu,
executados, se possível visite os locais e avalie
o que inevitavelmente direciona o pensamento
os resultados;
para a segurança atualmente existente (há?)
- Proteção e estética podem coexistir, mas essa
nas pontes e em outras estruturas de grandes
não deve ser a condição principal;
dimensões do Brasil.
- PDA deve ser realizada, preferencialmente,
na etapa do projeto, complementando a
Considerando a evidente falha na PDA*
– Proteção contra descargas atmosféricas,
instalação elétrica;
fica a dúvida se o fato ocorreu por se tratar
- Os trabalhos estão ligados com obras e,
de cálculos e execução inapropriados ou, em
portanto, haverá quebra, reconstituição, barulho;
caso da realização de uma correta análise e
- Após a proteção instalada exija documentação
gerenciamento de risco, foi prevista a remota e
(projeto de PDA não é um desenho em um
aceitável probabilidade da ocorrência (um evento
“papel de pão”) instruindo-o quanto aos
em centenas de milhares de anos) desses danos
procedimentos para a manutenção do sistema;
causados pelo impacto direto na estrutura.
- A ART – Anotação de responsabilidade
técnica - é um documento fundamental para
O que parece evidente é que a cada dia
que passa se torna mais imperativo aperfeiçoar
ambas as partes dessa relação.
a PDA considerando cada vez mais elementos
*Importante lembrar o conceito que engloba a
anteriormente negligenciados.
nova proteção contra descargas atmosféricas. A
O nivelamento técnico profissional quanto
PDA é um conceito muito mais amplo de proteção
aos novos parâmetros recém-publicados na
que envolve o SPDA e as MPSs – Medidas de
ABNT NBR 5419:2015 e como utilizar de
proteção contra surtos. Enquanto o SPDA trata
maneira correta as equações para análise e
da proteção conhecida e já tratada na versão
gerenciamento de risco, assim como a execução
de 2005 da ABNT NBR 5419, envolvendo os
da manutenção preventiva do SPDA – Sistema
subsistemas de captação, descida e aterramento,
de proteção contra descargas atmosféricas
mais interligações, materiais e dimensões, as
(externo e interno), tornam a proteção mais
MPSs vinculam de forma indissociável a proteção
precisa e eficaz.
contra descargas atmosféricas às instalações
Não se deve esquecer que a PDA faz parte
elétricas, tratando de equipotencialização (direta
de um conjunto de segurança que deve ser
e indireta), o encaminhamento dos condutores
mantido, revisto e melhorado a fim de garantir
da instalação (roteamento), a blindagem e a
o seu objetivo principal. A seguir, algumas
instalação dos DPSs, todos compondo as ZPRs
sugestões para que sua PDA seja confiável:
– Zonas de proteção contra raios.
Proteção, automação e controle
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
83
Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. É diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br
Escolher bem para não escolher problemas O sucesso de um empreendimento e a
Diante do exposto, no final de suas
técnicas. São utilizados pré-contratos com
qualidade dos dispositivos implantados em um
escolhas e ponderações sobre o que
uma descrição básica dos dispositivos e
sistema de automação de subestação (SAS)
seria melhor para seu uso, o nosso amigo
sistemas a serem fornecidos. O detalhamento
estão diretamente ligados às especificações,
comprador se depara com suas realidades:
do projeto é definido após a contratação do
fornecedor. Vale observar que, além dos
na sua forma e conteúdo. Esse processo é parecido com o que fazemos quando vamos
• Por causa da configuração descrita, o
aspectos econômicos, o lado mais preparado
comprar um bem de consumo importante
fabricante não possui modelo de produto
será capaz de impor suas escolhas técnicas.
para nós.
disponível para atendê-lo;
Caso a empresa dona do empreendimento
Imaginemos a seguinte situação, um
• Em consequência de suas escolhas, o valor
não forneça uma especificação formal,
consumidor desavisado, empolgado com a
do produto fica muito além das possibilidades
essa tarefa é realizada pelo fornecedor ou
possibilidade da aquisição de um notebook
do nosso empolgado comprador.
integrador que proverá um projeto do sistema de automação segundo suas soluções
novo, acessa um site de um fabricante de notebooks e começa a escolher seu modelo.
Quando tratamos de um sistema de
comerciais.
Diante das diversas opções disponíveis, ele
proteção e automação de sistemas elétricos,
Alguns trabalhos publicados auxiliam
segue fazendo suas escolhas:
o princípio de especificar bem também se
essa tarefa. Por exemplo, o relatório técnico
faz necessário. A especificação de um SAS
329
• Processador: i7, última geração;
deve compreender uma estrutura adequada
evaluation of SAS), do grupo de trabalho
• HD: 1 Tera SSD (disseram para ele que era
que mostre todas as necessidades de
B5.18
melhor);
funcionalidade, desempenho, disponibilidade
informações detalhadas e orientações para
• Memória RAM: 8 Gb (o máximo disponível);
e todos os aspectos que são relevantes para
apoiar a escrita de especificações para
• Tela: full HD 14 polegadas, com tecnologia
um projeto.
sistemas de automação de subestações.
Touchscreen;
Para isso, o profissional responsável
Estudos conduzidos por membros do Comitê
• Placa de vídeo HD dedicada com memória
pela especificação deve estar preparado
de Estudos B5 (Proteção e Automação) do
exclusiva;
para fazer uma avaliação das diferentes
Cigré Brasil têm constatado que a maioria
• Conectividade: 4xUSB 3.1, VGA, HDMI,
ofertas disponíveis no mercado e reunir
dos procedimentos de documentação e as
RJ-45 Ethernet, Wireless, Bluetooth;
informações sobre os requisitos do SAS a ser
especificações são realizadas pelas equipes
•
especificado.
de engenharia das empresas do setor
Microsoft Office completo, Antivírus com
Além da especificação técnica, outros
elétrico (concessionárias de distribuição,
todos os opcionais;
fatores também deverão ser considerados,
transmissão e geração de energia elétrica),
• Peso máximo: 1 kg;
incluindo a política de aquisição dos
mas com uma parcela de responsabilidade
componentes e sistemas, sua disponibilidade
compartilhada
E por aí vai. Alguns itens também são
do
econômicos,
fornecedores. Mas qual o melhor caminho?
escolhidos,
como valores disponíveis versus custo de
Como isso é realizado em instalações
técnico e manutenção em casa, cobertura
aquisição.
industriais? Como você compraria seu
de garantia estendida. Afinal, nosso amigo
No Brasil, o processo de aquisição
notebook?
comprador
Software:
Windows
como
10
serviços
professional,
de
suporte
mercado
e
aspectos
(Guidelines do
for
Cigré,
pelos
specification fornece
and
importante
integradores
e
para
de grandes obras é realizado geralmente
qualquer ocorrência e não quer ficar com seu
através de leilão ou pregão. Desta forma não
constatações e tendências serão descritas,
equipamento indisponível.
são redigidas exatamente especificações
além das melhores práticas.
quer
estar
preparado
Discutiremos esse tema adiante, em que
84
NR 10
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Das oportunidades – Parte 4 Antes de tratar das oportunidades,
dos fabricantes ou na ausência, aos
vamos comentar uma observação de um
procedimentos dos tomadores de
leitor, o que agradecemos de antemão:
serviço.
a testes dielétricos em conformidade e
atendimento
às
regulamentações,
quando houver, ou às especificações e recomendações dos fabricantes. Isso
“É necessário mandar para teste de
laboratório as ferramentas comuns usadas
Os testes de isolação são simples e
deve ser feito para a verificação da
em baixa tensão, tais como alicate universal
há normas que indicam o procedimento
manutenção das suas características
e chaves de fenda? Ou o teste de laboratório
de execução. É certo também que essas
dielétricas de isolamento, que devem
é obrigatório somente para ferramentas
verificações estarão restritas a cabos de
ser compatíveis com a tensão elétrica da
de alta tensão? O item 10.4.3.1 afirma
chaves de fenda e alicates, já que esses
instalação objeto do serviço.
que as ferramentas devem ser testadas
são, na maioria das vezes, os equipamentos
"de acordo com as regulamentações
utilizados sobre partes energizadas. A
o das oportunidades, vamos examinar
existentes
dos
ABNT NBR 9699/87 trata de ferramentas
algumas chamadas do item 10.3, que se
fabricantes". Entretanto, os fabricantes
até 1000 volts; podendo ser útil conhecer
refere aos projetos das instalações, o que
não fornecem essa informação e, além
também a IEC EM 60900. No caso de
sem sombra de dúvida, presume a autoria
disso, muitos eletricistas não mandam para
tensões superiores a 1000 V AC, a NR 10
de um profissional habilitado na área
teste porque sai mais caro do que comprar
passa a exigir a certificação.
elétrica.
ou
recomendações
Voltando agora ao nosso compromisso,
outra ferramenta nova.” Muito oportuna a observação. De
10.7.8. Os equipamentos, ferramentas
• Estabelecer a arquitetura da instalação,
fato, já participei de alguns trabalhos
e dispositivos isolantes ou equipados
prever dispositivos para seccionamento e
em que a empresa optou por descartar
com materiais isolantes, destinados
aterramento, com recursos para bloqueio e sinalização já incorporados;
(destruindo) chaves de fenda e outras
ao trabalho em alta tensão, devem
ferramentas por entender que a solução
ser submetidos a testes elétricos ou
era economicamente mais interessante.
ensaios de laboratório periódicos,
espaços para manutenção, considerando
Isso foi documentado para eventuais
obedecendo-se as especificações
que depois de instalados, a presença da
questionamentos em auditorias futuras.
do fabricante, os procedimentos
eletricidade será um fator limitante para
Por outro lado, já vi também essas mesmas
da empresa e, na ausência desses,
ferramentas
com
etiqueta
na
haste,
anualmente.
•
Estabelecer
distanciamentos
e
os
determinadas intervenções; • Avaliar o atendimento às determinações das NRs, a chamada “análise de projetos”,
identificando a peça e a data do último teste.
Desta
as
é uma das mais importantes atividades
ferramentas e os dispositivos dotados de
da área de engenharia de segurança
A NR 10 estabelece:
feita,
os
equipamentos,
materiais isolantes de uso nos serviços
do trabalho e pode ser exercida como
10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos
em alta tensão – como mantas, calhas
assistência técnica ou como consultoria,
e ferramentas que possuam isolamento
e lençóis isolantes, bastões e varas
consistindo em uma das oportunidades
elétrico devem estar adequados
isolantes de manobras, protetores de
previstas na NR 10.
às tensões envolvidas, e serem
isoladores e chaves, cestos aéreos, luvas,
mangas,
perneiras,
Para a próxima coluna, fica mais uma
inspecionados e testados de acordo
escadas,
com as regulamentações existentes
ferramentas manuais isoladas, etc. –
vez o compromisso de explorar outros
ou recomendações dos fabricantes
devem ser submetidos a ensaios ou
aspectos não menos interessantes.
86
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Agora a energia elétrica está sobrando Disponibilidade de energia e planejamento
a fazer suas contas com forte expectativa
de longo prazo é uma atividade de Estado
de perda de mercado e dificuldades na
que depende de uma série de variáveis.
operação;
Aqueles
• A geração distribuída é uma realidade com
que
buscam
pelas
respostas
analisam diversos cenários da economia
terreno fértil a ser desenvolvido;
para definir a oferta, buscando os modelos
• Esperam-se novas fontes de energia
e melhores saídas técnicas e econômicas
contribuindo com a nossa matriz em valores
aplicáveis e viáveis. O comportamento do consumo de energia nas diversas classes (ver
Figura 1- Consumo de energia elétrica anual por classes – Brasil. Fonte: EPE
da ordem de 14 GW; • Enquanto isso, mais uma vez, a eficiência
Figura 1) e uma composição de cenário talvez
energética, fonte mais barata e sustentável,
inimaginável pelos planejadores com forte
espera a sua vez no Brasil. Estamos
recessão e seca de reservatórios (ver Figura
desperdiçando a oportunidade de trocar
2), aliado a medidas populistas de redução
a geração de energia suja por projetos
de custo de energia com impulso no consumo
de eficiência energética, mais baratos na
residencial no primeiro momento e súbito
implantação, na operação e sem custos de
aumento de tarifas, nos leva a uma situação
distribuição.
no mínimo inusitada. A forte produção térmica para compor a matriz de geração hidrelétrica
Figura 2 - Capacidade de reservatórios. Fonte: ONS
Será
que
as
distribuidoras,
neste
cenário, terão capacidade de manter os
fez os preços de energia subirem, não só pelo modelo das bandeiras tarifárias, mas
de operação térmicos (CMO) para valores
sistemas de distribuição que atendem aos
pelo aumento das tarifas aplicado pelas
de até R$ 360/MWh na região Nordeste.
consumidores cativos, mas também aos
distribuidoras que foram socorridas para
Nas outras regiões, ao final de 2015, o CMO
livres, dentro de expectativas aceitáveis?
o cumprimento dos contratos e que agora
estava entre R$ 130/MWh e R$ 170/MWh.
Será
passam os custos aos consumidores. Note
O PLD exceto no Nordeste está na faixa dos
indicadores de qualidade de energia, tão
que, em meados de 2015, a situação dos
R$ 30/MWh e a energia no mercado livre
desejados? E os indicadores de qualidade
reservatórios passou a melhorar em relação
pode ser encontrada hoje a R$ 80/MWh.
de energia que ainda não são considerados
a 2014, e ao final, em dezembro de 2015,
Tudo isso nos aponta para um cenário de
como os transientes e afundamentos, será
apesar de nada confortável, efetivamente
sobra de energia no mercado e nos leva a
que as distribuidoras terão condições de
estava melhor que em 2014 ao ponto de as
situações que merecem reflexões que podem
atender ao novo indicador de qualidade de
autoridades do governo anunciarem para os
afetar a operação de nossas instalações,
energia previsto pelo módulo 8 – “fator de
próximos meses a mudança de bandeira da
causando ainda desequilíbrios de mercado e
impacto” (FI)? Como será a expectativa?
vermelha para a verde. Apontar a mudança da
outros impactos:
A resposta parece clara. Ou mudamos
que
obteremos
melhoria
nos
o modelo e os mecanismos atuais ou
bandeira para primeiro de abril é “maldade”. Em números redondos, ainda cerca de
• O mercado livre de energia, que se manteve
eles acabarão conosco. Não teremos
7% de nossa matriz energética foi gerada
parado no período de seca, volta a respirar,
energia disponível e confiável em nossos
no final de 2015 com energia suja (óleo e
pois possui mercadoria barata e disponível;
pontos de acoplamento, será o “ponto de
carvão) caracterizando os custos marginais
• Em contraponto, as distribuidoras começam
desacoplamento comum” (PDC)!
88
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Novos requisitos para classificação de áreas contendo gases inflamáveis - Parte 2 Foi publicada em 09/2015 a edição
• Incluído novo Anexo sobre o hidrogênio;
2.0 da norma internacional IEC 60079-
• Introduzido novo Anexo sobre misturas
10-1 - Explosive atmospheres – Part 10-1:
híbridas (contendo gases inflamáveis e
Classification of areas – Explosive gas
poeiras combustíveis);
atmospheres. Esta apresenta os requisitos
• Introduzido novo Anexo para referenciar
gerais para a classificação de áreas, com
códigos industriais e normas nacionais, com
base no equacionamento matemático dos
exemplos específicos de classificação de
fenômenos físico-químicos de dispersão
áreas.
de gases, levando em consideração que a liberação de um gás inflamável gera
Foi
uma região ao redor da fonte de liberação
da IEC 60079-10-1 um novo Anexo K,
considerada como uma área classificada.
que faz referência a códigos industriais e
Dentre as principais alterações incluídas
normas nacionais de diversos países sobre
na nova edição 2.0 da IEC 60079-10-1 em
o tema classificação de áreas. Segundo
relação à edição 1.0 anterior (2008) podem
este novo Anexo K, em geral, exemplos de
ser indicadas as seguintes:
classificação de áreas podem ser aceitos de
introduzido
nesta
nova
edição
acordo com códigos industriais ou normas • Reestruturação completa e divisão em
nacionais, onde as suas aplicações a tipos
seções para a identificação de possíveis
de processos particulares são claramente
metodologias para a classificação de áreas
aplicáveis.
e para proporcionar explicações adicionais
sobre fatores de avaliação específicos;
normas nacionais de diversos países sobre
• Introdução de novos termos e definições;
classificação de áreas, bem como códigos
• Introdução de seções para métodos
industriais relacionados com este assunto,
alternativos para a classificação de áreas;
que são mundialmente utilizados por diversos
•
Atualização
dos
exemplos
para
a
São relacionadas neste novo Anexo K
países e empresas, tais como:
apresentação de classificação de áreas; • Atualização dos cálculos para as taxas de
• IP 15 - Model code of safe practice
liberação;
for
• Revisão completa com uma nova abordagem
Area Classification Code for Petroleum
com base no grau de diluição, ao invés do
Installations Handling Flammable Liquids;
grau de ventilação;
•
• Incluído novo Anexo com considerações
classification of natural gas installations;
sobre extensão de zonas;
the
petroleum
IGEM/SR/25
industry,
-
Part
Hazardous
15:
area
89
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
• API RP 505 - Recommended Practice
materiais inflamáveis, os processos e os
for the IEC (Cobei), de todo o processo
for Classification of Locations for Electrical
equipamentos envolvidos com a respectiva
de atualização, comentários, votação e
Installations at Petroleum Facilities classified
instalação ou projeto, com participação, onde
aprovação da nova edição 2.0 da norma IEC
as Class I, Zone 0, Zone 1 and Zone 2;
apropriado, de profissionais das áreas de
60079-10-1.
• NFPA 59A - Standard for the Production,
processo, segurança, mecânica, manutenção,
Storage, and Handling of Liquefied Natural
eletricidade e outras áreas de engenharia.
pelo TC-31 da IEC, esta Comissão de Estudo
Gas;
De
Documento
do Cobei passou a executar os necessários
• NFPA 497 - Recommended Practice for the
Operacional IECEx OD 504 (Especificações
trabalhos de revisão e de atualização da
Classification of Flammable Liquids, Gases,
para a avaliação dos resultados das unidades
respectiva
norma
or Vapours and of Hazardous (Classified)
de competência), são aplicáveis, para as
NBR
60079-10-1,
Locations
pessoas envolvidas com as atividades de
ABNT em 2009. Estes trabalhos têm como
Chemical Process Areas;
classificação de áreas, os requisitos de
objetivo manter esta norma técnica brasileira
• TRBS 2152 - Technischen Regeln für
conhecimentos, experiências e competências
devidamente harmonizada e equivalente,
Betriebssicherheitsverordnung - Technical
indicadas na Unidade de Competência Ex
em termos de conteúdo técnico, forma e
Rules for Plant Safety Provision.
002 - Execução de classificação de áreas,
apresentação, em relação à nova edição da
para fins do processo de certificação junto a
respectiva norma internacional.
um Organismo de Certificação de Pessoas
norma brasileira ABNT NBR IEC 60079-10-
(OPC) acreditado.
60079-10-1 Ed. 2.0, incluindo a visualização
1, os estudos de classificação de áreas de
A Comissão de Estudo CE 03:031.01
das seções Sumário, Prefácio, Listagem das
uma planta industrial devem ser elaborados
do subcomitê SC-31 do Cobei, responsável
modificações em relação à revisão anterior,
por
pelo acompanhamento do desenvolvimento
Escopo e Referências Normativas podem
profissionais que possuam os conhecimentos
desta
ser encontradas no website da IEC: https://
necessários sobre as propriedades dos
em nome do Brazil National Committee
for
Electrical
Installations
in
De acordo com requisitos indicados na
uma
equipe
multidisciplinar
de
acordo
norma
com
o
internacional,
participou,
Com a publicação desta nova edição
IEC
brasileira
equivalente
publicada
pela
Mais informações sobre a norma IEC
webstore.iec.ch/publication/23259
90
Espaço IEEE
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Por Estellito Rangel*
7º IEEE ESW Brasil foi realizado no Rio de Janeiro
Nos dias 2 e 3 de dezembro de 2015
aconteceu a 7ª edição do IEEE Electrical Safety Workshop Brasil (ESW Brasil), realizada no auditório do Edifício Cidade Nova, no Estácio, Rio de Janeiro, RJ. O evento, único no Brasil inteiramente dedicado ao tema “Segurança em eletricidade”, foi organizado pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).
Os trabalhos técnicos foram agrupados
em dois grandes blocos, com as seguintes temáticas: - Dia 1: As normas técnicas e as normas regulamentadoras;
Ante a falta de depoimentos indicativos
na NR 10. Este treinamento visa conscientizar
- Dia 2: O arco elétrico, a segurança no
de plena conformidade, houve consenso de
o profissional para os riscos da eletricidade e
projeto e na manutenção.
que esta situação é preocupante, pois já se
não substitui o treinamento técnico específico
passaram 11 anos que a edição atual da NR
para instalar, manter ou reparar equipamentos
10 foi publicada pelo Ministério do Trabalho e
e sistemas elétricos.
participantes com os palestrantes e obter
Emprego e ainda encontramos pendências.
um retrato de como certos assuntos estão
técnicos com o treinamento de segurança
sendo tratados no mercado, também foram
da
bem-conceituado,
dará o embasamento para a autorização do
realizados dois fóruns ao final de cada dia:
ainda há pendências quanto à autorização
trabalhador, cuja abrangência fica, portanto,
formal dos trabalhadores com a respectiva
limitada pela capacitação técnica recebida.
- Dia 1: NR 10: um balanço dos últimos dez
abrangência devidamente detalhada.
Uma sugestão foi que os cursos de
anos - os acertos e os pontos a evoluir;
Um dos motivos levantados para o
formação técnica, de nível médio e superior,
- Dia 2: A capacitação dos profissionais -
atendimento parcial da NR 10 foi a pouca
já deveriam integrar o currículo do curso
gargalos e desafios.
fiscalização. Uma sugestão seria que o MTE
básico de segurança em eletricidade previsto
promovesse maior divulgação das campanhas
na NR 10, com carga de 40 h.
Visando
a
maior
integração
dos
Dentre os debates, apesar de o Prontuário Instalação
estar
Apenas o somatório dos treinamentos
Os fóruns tiveram ampla participação
de fiscalização e penalidades aplicadas por
da plateia e buscaram obter um diagnóstico
descumprimento da NR 10, assim como
• Distâncias de segurança
atual do cenário profissional. Dentre os temas
o Inmetro faz em suas diligências sobre
discutidos, houve intensa participação do
conformidade de produtos de consumo.
reconsideração das distâncias de segurança
Outro tema discutido refere-se a uma
estabelecidas na NR 10, pois elas foram
público, em tópicos, como: • O treinamento de 40 horas
determinadas com relação apenas ao choque
• Conformidade com a NR 10
Há um conceito equivocado no mercado
elétrico e não ao risco de arco elétrico. A
A primeira pergunta do fórum foi: “Que
de que, para a autorização do eletricista,
NR 10 estabelece 1,38 m como distância
empresas estão 100% em conformidade com
basta o treinamento de 40 horas no curso
ZC (Zona controlada, restrita a profissionais
a NR 10?”
básico de segurança em eletricidade, previsto
autorizados), para tensões entre 10 kV e
91
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
15 kV, porém, estudos de arco elétrico –
IEC são voluntárias, apresentadas como
interpretações de tradução de outro idioma.
dependendo das características do sistema
sugestões para que os países as utilizem
elétrico – podem apontar distâncias mínimas
como referência em suas normas nacionais,
Brasil 2015 que a atual NR 10 apresentou
de segurança de 4 m, ou seja, quem estiver na
e desta forma, não podem ser consideradas
muitos
chamada ZL (Zona livre) da NR 10 pode vir a
uma panaceia. Tampouco existem normas
eletricidade, mas ainda há oportunidades
sofrer consequências de um arco elétrico.
IEC para todas as necessidades, como por
para melhorias.
Esta
exemplo, nos ensaios em luvas isolantes são
seguidas outras normas.
2017, está sendo prevista para ser realizada
preocupação
é
especialmente
acentuada nas concessionárias de distri
Desta forma, foi concluído no IEEE ESW ganhos
para
a
segurança
em
A próxima edição do ESW Brasil, em
no estado de São Paulo e a Comissão
buição de energia elétrica.
Conclusões • Hierarquia das normas
Organizadora está empenhada em manter o alto padrão, levando à comunidade técnica
O item 10.1.2 diz que, na ausência ou
A NR 10 estabeleceu considerável
mais oportunidades de aprendizado e troca
omissão de uma norma brasileira, uma norma
mudança na cultura de segurança em
de experiências.
internacional deverá ser usada. O fórum
eletricidade, porém, ainda é necessária uma
O
discutiu o preparo exigido do profissional
maior ênfase na fiscalização, considerada
apresentados no IEEE ESW Brasil, tanto
para identificar uma omissão, em especial,
quantitativamente deficiente.
desta edição quanto das anteriores, pode
considerando-se que 10% das normas ABNT
A inserção de normas internacionais
ser adquirido diretamente no site do evento:
são de eletricidade.
como utilizáveis em caso de ausências ou
http://www.ieee.org.br/eswbrasil.
Um exemplo foi a nova ABNT NBR 5419
omissão de normas brasileiras gera algumas
emitida em 2015 com centenas de páginas.
preocupações quanto ao apontamento das
*Estellito Rangel Junior é engenheiro eletricista,
Se ela contiver alguma “omissão”, quando ela
omissões, considerando-se ainda que uma
membro sênior do IEEE e coordenador
será percebida? E como será processada
norma internacional pode ter sido elaborada
técnico do IEEE ESW Brasil, com vários
pela comunidade técnica?
com base em situações encontradas em
trabalhos publicados sobre serviços em áreas
Também foi debatido que as normas
outros países, além de estar sujeita às
classificadas e segurança em eletricidade.
CD
com
todos
os
trabalhos
92
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Por José Marconi Neto*
Acessórios para cabos de média tensão
O objetivo deste artigo é orientar sem,
cabos, focando, especialmente, a média tensão.
contudo, jamais esgotar as práticas relativas a
Siga sempre as práticas de segurança da sua
este tema.
empresa ou da empresa contratante, pois são
elas as responsáveis por proteger a sua vida.
A própria história nos mostra que, apesar
da evolução das tecnologias em acessórios
Liderar um grupo de campo requer
para cabo de qualquer classe de tensão, ao
consciência, em especial com a segurança
final do dia, a dependência está em “como” o
do indivíduo e da equipe, para tanto, é
instalador/montador realizou seu trabalho. Seja
imprescindível manter-se alinhado às melhores
funcionário da empresa ou contratado, é deste
práticas das normas regulamentadoras.
profissional que depende um bom desempenho
A
de qualquer acessório.
qualificação
Entra ano, sai ano, a história será sempre a
isso, exija o certificado de capacitação ou
mesma: 99% dos 1% de falhas em acessórios
de reciclagem das turmas de instaladores/
acontecem por problemas em sua execução
montadores.
ou montagem. Há muitos e muitos anos, as
Vamos
dirigir
aos
profissionais
execuções eram praticamente obras de arte, e,
instaladores/montadores,
que,
por
raramente, falhavam a taxas muito altas (não há
vezes, dedicam horas especiais de suas vidas
registros de percentuais muito precisos) pelo
com garra para fazer a “coisa acontecer”:
melhor do
nos
instalação
depende
da
montador/instalador,
por
muitas
fato de serem obras de arte e de que muitos cuidados eram tomados. Entretanto, nos dias
• A boa instalação do conjunto depende de
de hoje, com conjuntos “pré-engenheirados”
você;
fornecidos ao mercado há pelo menos 30
• É necessário que o conjunto de itens dos
anos e nos conjuntos moldados que existem
acessórios seja conferido, com base na lista de
desde o final da década de 1960, podem
materiais ou na “lista do kit de componentes” de
ser bloqueados muitos problemas com pré-
cada fabricante;
dimensionamento de componentes, mas os
• Certifique-se de que possui todas as
problemas acabam nos 1% e quase que em
ferramentas necessárias e que elas estejam
sua totalidade dizem respeito à montagem.
à mão para uso quando necessário, antes de
iniciar o trabalho;
Face a esta realidade, é necessário que
se foque no homem e, para tanto, programas
• Normalmente, as ferramentas já são de
de reciclagem devem fazer parte da agenda
conhecimento comum, porém, vamos listar um
de instaladores/montadores de acessórios
conjunto de sugestões ao final deste artigo;
para cabos. Para a facilitação e proteção da
• A instrução de instalação de um conjunto de
vida destes seres é que dedicamos o artigo
acessórios para cabo não deve ser tomada
“Truques do negócio”, a seguir, em apoio ao
como um enfeite ou um papel a mais contido
instalador/montador. Assim, os engenheiros
na “lista do kit”. Os produtos sofrem melhorias
que lerem estas poucas linhas podem também
continuadamente
praticar e divulgar.
Instrução deve ser lida novamente, pois pode
e,
periodicamente,
a
ter sido melhorada em algum ponto e, assim,
Truques do negócio
a execução deve ser feita passo a passo com
Seguiremos um roteiro básico para a
uma nova leitura da instrução de instalação;
melhor prática de execução de acessórios para
• Assegure-se de ter um apoio para os cabos
93
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
em manuseio;
a compressão, seja ela por ferramenta
• Tenha em mente que aplicar acessórios de
hidráulica ou por parafuso do tipo cabeça
média tensão requer muita limpeza. Para tanto,
fendida, lembre-se da sequência: ela deve
preste atenção nos passos da instrução em que
vir sempre de fora (extremidade) para dentro
a limpeza é mencionada. A limpeza garantirá
do cabo. Se a compressão for hidráulica, use
uma boa parte da boa execução da tarefa para
sempre a matriz correta. Se a compressão
média tensão;
for por aparafusamento, lembre-se das faixas
• Verifique o clima no ambiente da instalação.
de apertos para os respectivos diâmetros de
Eventualmente, será necessária a criação
condutor;
de uma cobertura, no caso de haver muita
• Agora é com você, montador, execute o seu
influência do clima;
trabalho com respeito à instrução de cada
• Certifique-se de haver sempre alguma sobra
fabricante, aplicando cada item no momento
de cabo para manuseio nas condições finais
em que o fabricante sugerir e da forma como
da instalação, no caso da necessidade de
ele recomendar;
uma emenda, por exemplo;
• Faça a reciclagem, ao menos, a cada 18
• Realize as marcações das medidas a abrir
meses ou com intervalos menores que este.
ou cortar sempre em conformidade com a instrução do fabricante do acessório,
Aos colegas engenheiros e comandantes
lembrando que cada fabricante poderá
de atividades como esta, lembrem-se de que
ter uma medida próxima da do outro, mas
a vida dessas pessoas depende do seu nível
cada medida vale para cada fabricante
de exigência e comando, além de que os
individualmente. As engenharias de cada
resultados de suas operações dependem da
fabricante pensam de forma a interagir com o
boa execução dos acessórios de cabos de
acessório que foi criado por elas, assim, cada
média tensão, que contam com um grande
caso é um caso;
número
• Certifique-se das características de cada
seja pela média ou baixa tensão, após a
cabo a ser trabalhado. Às vezes, trabalhar
transformação da tensão.
de
consumidores
conectados,
com modelos tecnológicos diferentes exigirá uma conduta diferente, como, por exemplo,
Anexo
remover uma semicondutora de um cabo
Ferramentas do montador
“easy-strip” ou remover uma semicondutora
de um cabo extrudado, e assim por diante se
de execução. A lista a seguir é apenas uma
for um cabo EPR ou XLPE, etc.;
sugestão:
Cada empresa tem suas práticas e modelos
• Alguns passos podem facilitar sua execução: para a remoção da semicondutora, é de extrema
• Lápis branco, apontador;
importância que nenhum material condutor
• Martelo de pelo menos 300g;
fique sobre a superfície isolante, que o corte da
• Chaves de fenda de 3,5 e 6,5 mm;
semicondutora seja reto e sem nenhum dano à
• Arcos de serra médio e pequeno, com respec
isolação;
tivas serrinhas;
• Em cabos de tripla extrusão, use ferramentas
• Chave inglesa, alicate, alicate de bico, alicate
de remoção de semicondutora do tipo
de corte, tenazes (truquês);
“torneamento”.
• Tesoura, escova de aço, faca pequena, faca de
• Em cabos com semicondutora do tipo “easy-
punho, estilete;
strip”, marque com uma fita o ponto correto e,
• Jogo de limas fina, média, grossa e triangular;
então, lime o contorno todo até que comece
• Sacador de semicondutora;
a aparecer a isolação, desta forma, cortes na
• Material de limpeza;
isolação são evitados. • Em cabos isolados a papel impregnado, siga
*José Marconi Neto é engenheiro eletricista
instrução do fabricante do cabo.
e diretor da ACCESSO Infra / Richards
• Quando chegar ao ponto de realizar
Manufacturing.
94
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Conta de luz: a bandeira rosa, a laranja e a verde-musgo Para que esta lógica faça sentido, é preciso
uma regra ruim é uma regra que muda a toda
elétrico. Após uma redução de 20% em 2013
que estes valores sejam conhecidos por todos
hora: uma regra ruim, com o tempo, acaba
e de um aumento de mais de 100% em vários
e que esta penalidade esteja internalizada em
sendo compreendida e as pessoas se adaptam
estados entre 2014 e 2015, as bandeiras
cada residência brasileira. A esposa pegaria no
a ela. Agora, uma regra “camaleão”, que cada
tarifárias passaram a ser notícia nos jornais
pé do marido que deixasse as luzes ligadas da
dia tem uma cor, um preço e uma forma de
da noite. Todo fim de mês é a mesma coisa: a
sala, e o troco viria na hora que ela fosse secar
aplicação, só confunde em vez de ajudar. Com
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
o cabelo. Por quê? Porque ambos saberiam
este sinal quebrado, é de se esperar muitos
informa à mídia se, no mês seguinte, a bandeira
que o valor do kilowatt-hora aumentaria em “X”
acidentes neste cruzamento.
será verde, amarela ou vermelha – em alusão
reais. No entanto, desde que este mecanismo
aos sinais de trânsito tão conhecidos por todos.
foi criado, há apenas um ano, o valor da
Esta
Apertem os cintos: a loucura voltou ao setor
metodologia
começou
no
ano
bandeira vermelha já foi de R$ 5,50 (para cada
passado (após ter sido estrategicamente
100 kWh), passou para R$ 4,50 em agosto
adiada por causa das eleições presidenciais),
passado e, recentemente, inventaram uma
e estava começando a ser compreendida
bandeira “rosa” (acabando com a lógica de
pelo cidadão. Fácil: bandeira vermelha, pare!
tão fácil compreensão dos sinais de trânsito),
Há algo de errado (os reservatórios estão
valendo R$ 3,50. A bandeira amarela passou
vazios) e precisamos economizar energia
de R$2,50 para R$1,50. É muito complicado
elétrica. Bandeira amarela, estamos mais ou
explicar à maior parte da população que ela
menos; e bandeira verde, podemos consumir
precisa economizar, e que caso contrário ela
normalmente. Como infelizmente é muito difícil
pagará mais pelo consumo, se ela não souber
que esta consciência seja despertada por pura
quanto será este sobrepreço.
civilidade, cada bandeira tem um preço: nas
cores vermelha e amarela, há uma penalidade
proibido pode render ao infrator uma multa
*Diogo Mac Cord de Faria é engenheiro mecânico,
(maior ou menor), em forma de sobrepreço da
verde, amarela, vermelha, cor-de-rosa, laranja,
doutorando pela Politécnica/USP e especialista
energia. Já na verde não há sobrepreço, e o
verde-musgo,
consumidor paga o valor regular em sua conta
dependendo do humor do guarda. Parece que
mensal.
a Aneel ainda não aprendeu que pior do que
É como dizer que estacionar em local
violeta
ou
azul-turquesa,
em infraestrutura pela universidade de Harvard. É sócio de regulação econômica de serviços públicos da consultoria LMDM e coordenador do MBA do Setor Elétrico do ISAE/FGV, de Curitiba (PR).
96
Agenda 4 a 6 de abril
Cursos
Eficiência energética em prédios públicos
Descrição
Informações
O objetivo deste curso é apresentar o estado da arte da eficiência energética em edificações, com o intuito de esclarecer os profissionais que tenham a responsabilidade ou o interesse em edifícios energeticamente eficientes sobre os efetivos e reais caminhos a serem tomados, em todas as etapas, desde o projeto até a sua manutenção, com ênfase na exigência, em vigor, para prédios públicos. As aulas são orientadas a engenheiros, arquitetos, técnicos e gestores ligados à área de eficiência energética em edificações públicas.
Local: Brasília (DF) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br
4 a 6 de abril
Análise de vibração
Descrição
Informações
O curso “Análise de vibração - módulo III: medidas e análise de vibrações específicas em máquinas rotativas fase - ODS - órbitas - transientes - média sincronizada” abordará essencialmente testes e análises de vibrações especiais em máquinas rotativas. Durante as aulas, os participantes aprenderão a utilizar os modernos recursos disponíveis em coletores de dados de um e dois canais para análise de fase, ODS, coerência, médias especiais (exponencial, linear, negativa etc), testes de transientes, testes de impacto etc. Para participar deste módulo, os organizadores sugerem que o participante já tenha conhecimentos básicos de análise de vibração ou tenha feito o módulo I (Princípios de diagnósticos de defeitos em máquinas rotativas).
Local: Campinas (SP) Contato: (35) 3629-3500 fupai@fupai.com.br
22 e 23 de abril
Introdução à energia solar fotovoltaica - Sistemas isolados e conectados à rede
Descrição
Informações
Realizado na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o curso tem como conteúdo programático, além de conceitos fundamentais da energia solar fotovoltaica, noções de geometria solar, irradiância e insolação, análise de mapas bancos de dados solarimétricos, dimensionamentos de sistemas conectados à rede e isolados e experiências práticas com painéis solares, inversores e controladores de carga. As aulas são direcionadas a qualquer pessoa que tenha interesse em conhecer a energia solar fotovoltaica.
Local: Campinas (SP) Contato: http://cursosolar.com.br/site/
25 a 29 de abril
Instalador de sistemas Off Grid
Descrição
Informações
Trata-se de um curso prático que tem como foco sistemas isolados com armazenamento em baterias, os chamados Off Grid, sendo desenvolvidos para aplicações rurais, telecomunicações, iluminação, bombeamento de água, segurança e acesso à energia. Conforme os organizadores, o curso possui um perfil desenvolvido para futuros instaladores, visando aulas práticas, tanto para estruturas de fixação mecânica, quanto para instalações elétricas de todos os equipamentos e proteções. Público alvo: instaladores e eletricistas, técnicos e engenheiros e arquitetos e empreendedores.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 4328-5113 www.neosolar.com.br/
12 a 16 de abril
Eventos
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Feicon Batimat
Descrição
Informações
Chegando em sua 22ª edição em 2016, a Feicom Batimat, relevante evento para o setor da construção civil na América Latina, tem como objetivo ser um espaço para a apresentação de lançamentos, produtos e novas tecnologias e, consequentemente, geração de negócios das grandes marcas do segmento com os seus principais revendedores e distribuidores. Além de feira, o evento apresenta simultaneamente uma agenda paralela de palestras, debates, demonstrações, congressos e visitas técnicas.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3060-5000 atendimento@reedalcantara.com.br
26 a 28 de abril
Lightfair International
Descrição
Informações
Feira mundial de iluminação arquitetônica e comercial e conferência, a Lightfair International, de acordo com seus organizadores, combina cursos de educação continuada com produtos inovadores, que vão de design highend até tecnologias de ponta. Na próxima edição, a expectativa é receber a visita de mais de 28 mil profissionais de todos os cantos do mundo das áreas de design, iluminação, arquitetura, engenharia, energia e indústrias.
Local: San Diego (Estados Unidos) Contato: +1 404.220.2220 info@lightfair.com
10 a 12 de maio
Enersolar Brasil
Descrição
Informações
Importante feira de energias renováveis da América Latina, a Enersolar Brasil apresentará novidades em tecnologias, produtos e serviços voltados para o setor de energias renováveis. O evento reunirá em um só local toda a cadeia produtiva dos segmentos de energia solar fotovoltaica, eólica e de biomassa. O objetivo do encontro, que vai para sua quinta edição, é promover o desenvolvimento do setor e apresentar ao mercado alternativas em fontes energéticas sustentáveis. Direcionado para público qualificado e interessado na realização de negócios e parcerias nos setores de energia solar, fotovoltaica, eólica e de biomassa.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 5585-4355/ 3159-1010 info@fieramilano.com.br
98
Índice de anunciantes
Alpha 55
Conex 37
(11) 3933-7533
(11) 2331-0303
vendas@alpha-ex.com.br
www.conex.ind.br
www.alpha-ex.com.br CUBIC do Brasil 19 AXT 58
(15) 3235-4442
(11) 4025-1300
ahh@cubicbrasil.com.br
vendas@axt.com.br
www.cubic.eu
www.axt.com.br D’Light 17 BHS Eletrônica 75
(11) 2937- 4650
(11) 2291-1598
vendas@dlight.com.br
comercial3se@bhseletronica.com.br
www.dlight.com.br
www.bhseletronica.com.br Daisa 69 BN Eletro Metalúrgica 71
(11) 4785-5522
(11) 4411-0844
vendas@daisa.com.br
www.industriabn.com.br
www.daisa.com.br
Brametal 23
Embrata 73
(27) 2103-9400
(11) 4513-8665
comercial@brametal.com.br
embratarui@terra.com.br
www.brametal.com.br
www.embrata.com.br
BRVal 41
Enerbras 15
(21) 3837-4646
(41) 2111-3000
vendas@brval.com.br
sac@enerbras.com.br
www.brval.com.br
www.enerbras.com.br
Cablena 20
Expolux 95
(11) 3587-9590
(11) 3060-4913
vendas@cablena.com.br
comercial@expolux.com.br
www.cablena.com.br
www.expolux.com.br 4ª capa
Clamper Fascículos
Fastweld
(31) 3689-9500 / 0800 7030 55
(11) 2421-7150
comunicacao@clamper.com.br
rinaldo@fastweld.com.br
www.clamper.com.br
www.fastweld.com.br
Cobrecom 25
Feicon Batimat 97
(11) 2118-3200
www.feicon.com.br
cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br
General Cable 9 (11) 3457-0300
Cobremack 47 (11) 4156-5531 SP
vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com
(71) 3594-5565 BA contato@cobremack.com.br
Gimi Pogliano 67
www.cobremack.com.br
(11) 4752-9900
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2016
Huntsman 4 0800 170 850 www.huntsman.com/power ICE Cabos Especiais 79 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br 70
IFG (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br 35
Ilumatic (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br
Maccomevap 54
Press Mat 61
(21) 2687-0070
(11) 4534-7878
comercial@maccomevap.com.br
contato@pressmat.com.br
www.maccomevap.com.br
www.pressmat.com.br
Megabarre 7
RDI Bender 11
(11) 4525-6700
(11) 3602-6260
vendas@megabarre.com.br
contato@rdibender.com.br
www.megabarre.com.br
www.rdibender.com.br
Melfex 88
Rittal
(11) 4072-1933
(11) 3622-2377
vendas@melfex.com.br
info@rittal.com.br
www.melfex.com.br
www.rittal.com.br
Mon-Ter 60
Sarel 77
(11) 4487-6760 Instrumenti 51 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Intelli 85 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br 2ª capa
Itaim Iluminação (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br
montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Nambei Fios e Cabos 59 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp Fascículos e 43
Itaipu Transformadores 65 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br
(11) 4093-5300
Kian Brasil 39 (21) 2702-4575 sac@kianbrasil.com.br www.kianbrasil.com.br
(21) 2481-6453
Kienzle 6 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br KRC 94 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br
vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Palmetal 89 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br Paratec 82
33
(11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 72 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br Strahl 31 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Terex 27 (31) 2125-4000 beh-marketing@terex.com www.terexritz.com.br Trael 92 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br
(11) 3641-9063
Tremax 93
vendas@paratec.com.br
(16) 3266-1297 / 3266-3158
www.paratec.com.br
contato@tremax.com.br www.tremax.com.br
Patola 91 (11) 2193-7500
Ultrapower Mat 74
vendas@patola.com.br
(11) 4028-4376
www.patola.com.br
www.ultrappowermat.com.br
Polar Macaé 53
Unitron 56 e 57
(22) 2105-7777
(11) 3931-4744
vendas@polarmacae.com.br
vendas@unitron.com.br
www.polarmacae.com.br
www.unitron.com.br
www.gimipogliano.com.br COMSOL 5 (41) 3156 9100
Hager Eletromar 29
info@br.comsol.com
0800 7242 437
Light Building 87 (11) 3958-4370 info@brazil.messefrankfurt.com
www.br.comsol.com
www.hager.com.br
www.light-building.com