Ano 11 - Edição 122 Março de 2016
Economia verde
Procura por projetos de eficiência energética está mais relacionada ao meio ambiente do que ao custo da energia elétrica Pesquisas exclusivas: Mercados de linhas elétricas e de tomadas e interruptores sentem efeitos da crise econômica, mas ainda preveem crescimento para este ano Espaço Cigré: A matriz elétrica e as demandas ambientais Espaço IEEE: Telefones celulares em áreas classificadas
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta
Aula prática
60
Especialista fala sobre danos da sobretensão, dispositivos de proteção, concepção de projeto e proteção de equipamentos específicos.
Coluna do consultor
8
Os “coxinhas” e os empadinhas no embate, e o Brasil como é que fica?
Painel de notícias
80
Espaço 5419
A análise de risco, conforme a parte 2 da ABNT NBR 5419, ajuda a avaliar o custo da eficiência da proteção.
10
82
UL lança programa de certificação de segurança contra incêndio;
Espaço 5410
Abertas as inscrições para prêmio Abilux de design de luminárias;
Instalações elétricas com arranjos fotovoltaicos tratadas em norma
Megabarre comemora 20 anos de existência; EDP mostra seus
complementar.
resultados de 2015; APC realiza evento para revendedores; Semikron celebra 53 anos de presença no país. Estas e outras notícias do setor
Colunistas
Colaborador técnico de normas Jobson Modena
elétrico brasileiro.
Michel Epelbaum – Energia sustentável
Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.
Fascículos
Colaboradores desta edição: Antonio C. P. Brasil Junior, Daniela Cassula, Eduardo Daniel, Eduardo Fontes Silveira, Estellito Rangel, Gustavo Bueno, Idésio Coelho, Juliana Lino, Julio Zanzini, Ricardo Purisch, Saulo José Nascimento Cisneiros, Sérgio Prestes, Sergio Roberto Santos, Talita da Silva, Taygoara F. de Oliveira, Zildo dos Santos.
Led – evolução e inovação
Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Kletr | Shutterstock.com Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Geração distribuída
84 Luiz Fernando Arruda – Instalações MT 86 Jobson Modena – Proteção contra raios 88
24
IEC 61439 – quadros, painéis e barramentos BT
38
Curto-circuito para a seletividade
Reportagem
Marcelo Paulino – Proteção, automação e controle
32
João Barrico – NR 10
90
92 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 94 José Starosta – Energia com qualidade
44
50
Para especialistas, as ações de eficiência energética estão mais relacionadas às questões ambientais do que ao elevado custo da energia elétrica.
Espaço IEE
96
O uso do telefone celular em ambientes com áreas classificadas.
Espaço Cigré
Pesquisa – Equipamentos para linhas
56
elétricas Fabricantes e distribuidores sofrem as consequências da atual crise econômica e projetam crescimento de apenas 2% para o mercado de
98
A matriz elétrica nacional e as demandas ambientais.
Dicas de instalação 100 A importância de supervisionar a resistência de aterramento contínuo para se instalar no QGBT.
linhas elétricas neste ano.
Pesquisa – Tomadas e interruptores
89
72
Otimismo dos agentes deste mercado com relação à revisão da
Ponto de vista
102
Que tal um choque de compliance nas empresas brasileiras?
norma que trouxe novos requisitos para este setor no ano passado foi
104
suplantado, neste ano, por ceticismo, tendo em vista o atual cenário
Agenda
econômico brasileiro.
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
3
Editorial
6
O Setor Elétrico / Março de 2016
Capa ed 122.pdf
1
4/3/16
8:45 PM
www.osetoreletrico.com.br
Ano 11 - Edição 122 Março de 2016
O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 122 – Março de 2016
Economia verde
Procura por projetos de eficiência energética está mais relacionada ao meio ambiente do que ao custo da energia elétrica Pesquisas exclusivas: Mercados de linhas elétricas e de tomadas e interruptores sentem efeitos da crise econômica, mas ainda preveem crescimento para este ano Espaço Cigré: A matriz elétrica e as demandas ambientais Espaço IEEE: Telefones celulares em áreas classificadas
Edição 122
Internet da luz
Você já ouviu falar no termo “Internet das coisas”? E “Internet da luz”? No Brasil, o conceito ainda
é incipiente e talvez no mundo essa definição ainda esteja apenas começando. Mas quem conseguiu visitar a feira internacional Light+Building deste ano, certamente, viu que, entre fabricantes, o conceito é mais do que tendência, é realidade!
Se procurarmos uma definição no Google, encontraremos que, resumidamente, “Internet das coisas”
é uma revolução tecnológica com o objetivo de conectar itens usados no dia a dia à rede, ou seja, cada vez mais eletrodomésticos, meios de transporte, itens de vestuário e outros dispositivos estarão conectados à internet. Se esta é a ideia, por que também não usar a infraestrutura da iluminação? E aí entendemos que “Internet da luz” é nada mais que conferir inteligência à iluminação.
Explico. No ano passado, cerca de 5 bilhões de dispositivos eram capazes de se comunicar pela
internet e, neste ano, esse número tende a aumentar em, pelo menos, 40%. A Internet das coisas surgiu em consequência do grande número de aplicações e o valor agregado para os usuários. Smartphones permitem compras online, check-in em voos, indicação de rotas e caminhos. Da mesma maneira, medidores de energia podem enviar dados sobre consumo. A ideia é diminuir o grau de complexidade, oferecendo simplicidade às pessoas, ainda que isso leve algum tempo a acontecer.
Com a eletrônica embutida do Led e considerando que a luz artificial está presente em praticamente
todos os lugares – em ambientes internos ou nas ruas –, a infraestrutura da iluminação pode, cada vez mais, ser utilizada como meio de comunicação. Com o auxílio de sensores digitais e microchips, o sistema de iluminação poderá ser mais inteligente e capaz de, por exemplo, detectar se um ambiente está ocupado ou não e, assim, controlar a iluminação fornecida, proporcionando economia de energia. Poderá ainda enviar informações para os sistemas de climatização e de segurança para que também sejam controlados remotamente ou a partir de uma programação prévia. Sensores de presença em estacionamentos poderão ainda indicar, por meio de sinais luminosos, em qual corredor há vagas livres. São muitas as possibilidades. Ao que tudo indica, automação e iluminação estão cada vez mais próximas e a internet das coisas promete ser a próxima revolução industrial!
No entanto, você, leitor mais atento, perceberá mais adiante que este não é um assunto tratado nas
páginas seguintes, mas como a Light+Building estava “fresquinha” na memória, resolvi dedicar algumas linhas à novidade mais presente por lá. De qualquer forma, fica como um “teaser” para a próxima edição, que trará não apenas a cobertura do evento, mas ainda uma reportagem especial sobre este tema.
Boa leitura!
Abraços,
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Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Os coxinhas e os empadinhas no embate, e o Brasil como é que fica?
Será que paramos? Ainda não, por
disputarão as novas eleições estarão bem
sorte, existe gente de bem no Brasil que
modificadas,
ainda não apertou aquele botão que todos
cumprindo penas e alguns aposentados
conhecemos. Se assim fosse, entraríamos
precocemente.
em uma “venezualização” e o caos estaria
Os
instaurado
de
favorecimento estão sendo desvendados
alguns e o sofrimento de muitos. A turma
e, pelo jeito, a sobrevivência das empresas,
de Brasília, além de não conseguir botar
mesmo aquelas “virgens”, deverá atender a
o país nos trilhos, se vê acuada pelas
um maior grau de exigência por parte das
acusações de maus tratos e mesmo roubo
autoridades, sejam elas quais forem; da
de nossos cofres. Nossos indicadores
mesma forma que os protocolos de controle
são horríveis, mas ainda não quebramos,
que
temos um pouco de ar na garrafa, mas não
internacionais com a lei Sarbanes-Oxley,
dá para muito tempo. Enquanto a disputa
(ou SOX). Esperar para ver o tamanho da
judicial pega fogo e da mesma forma que
encrenca.
a população discutia o custo do kWh
ou os percentuais dos volumes mortos
continuamos
(ou
agora
energética aplicada desta vez nas próprias
todo mundo virou especialista em ritos
instalações, como mostra a reportagem
judiciais e o que ocorrerá com nossos
desta edição, além de pesquisas com
compatriotas em função dos passos e
fabricantes
rumos das histórias que irão surgir, com
elétricas e tomadas e interruptores, também
delações, escutas, notificações, buscas e
neste exemplar. Não se pode esquecer que
tudo mais.
o CINASE ocorre nos dias 26 e 27 em BH,
em formato bem dinâmico e interessante.
quase)
para
dos
a
comemoração
reservatórios,
As bobagens que surgem nas redes
alguns
inelegíveis,
sofisticados
foram
inseridos
modelos
após
outros
de
escândalo
No nosso mundo doméstico e elétrico, a
e
apostar
na
distribuidores
eficiência
de
linhas
sociais, então, são de enlouquecer. Aliás,
Não percam!
os grampos telefônicos são de uma sutileza
ímpar, os proctologistas estão preocupados
é que fica não adianta, vamos pensar no
com as sugestões.
Brasil que queremos e, sobretudo, brigar
por ele, sejamos fortes e valentes!
Certamente, as listas de políticos que
Esperar o que irá ocorrer para ver como
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Março de 2016
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
UL lança Programa de Certificação de Segurança contra Incêndio Programa foi lançado durante evento que debateu temas, como indústria de sprinklers no Brasil, proteção à vida em risco, licenciamento de edificações e áreas de risco, certificação, e qualidade dos sistemas instalados de proteção contra incêndio
A UL, multinacional norte-americana do
setor de inspeções, ensaios e certificação de produto, lançou, durante evento promovido no dia 15 de março na cidade de São Paulo (SP), o Programa de Certificação de Segurança contra Incêndio, cujo objetivo principal é garantir a segurança das pessoas ao conscientizá-las da importância das certificações voluntárias, além de provocar os órgãos públicos para que estas certificações também passem a ser compulsórias para diversos produtos utilizados no setor.
No evento de lançamento do programa,
que contou com a participação de 280 pessoas, entre as quais relevantes entidades de segurança e engenharia do Brasil, foi realizado
um
debate
sobre
segurança
contra incêndio, no qual foram abordados
O evento de lançamento do programa contou com a participação de 280 pessoas, entre as quais relevantes entidades de segurança e engenharia do Brasil.
temas como: normatização, indústria de
que podem retardar e até mesmo impedir
convergência regulatória podem trazer
sprinklers no Brasil, proteção à vida em risco,
a propagação das chamas até a chegada
ao Brasil foi outro assunto em destaque
licenciamento de edificações e áreas de
da
durante as palestras.
risco, certificação, e qualidade dos sistemas
destacou-se também pelo debate acerca
A UL do Brasil vem trabalhando no
instalados de proteção contra incêndio.
da necessidade de se tornar compulsória
Programa de Certificação de Segurança
equipe
de
bombeiros.
O
evento
Em relação ao tema da normatização,
a certificação de equipamentos, como
contra Incêndio há cerca de um ano e
foram discutidos normas de sistemas de
sprinklers e centrais de alarme, que
meio e envolveu em torno de 400 de seus
segurança ativa, como alarmes, hidrantes,
detectam fumaça, temperatura e até mesmo
engenheiros no projeto. A empresa almeja
extintores e também de segurança passiva,
vazamentos de gás. A competitividade
expandir o projeto também para outros países
entre eles, revestimentos e acabamentos,
de mercado que as certificações e a
da América Latina.
Painel de mercado
12
O Setor Elétrico / Março de 2016
Inscrições para o Prêmio Abilux Design de Luminárias 2016 vão até 1º de maio Finalistas também serão avaliados por suas características técnicas de economia de energia dentro de sua aplicação e o vencedor receberá o Prêmio Especial de Conservação de Energia Interessados em participar do Prêmio
Abilux Design de Luminárias 2016 têm até o
seu design, as luminárias finalistas serão
Além de serem avaliadas por conta de
próximo dia 1º de maio para realizar inscrições.
julgadas por suas características técnicas de
O regulamento e a ficha de inscrição estão
economia de energia dentro de sua aplicação.
disponíveis no site da Associação Brasileira da
O equipamento vencedor neste quesito
Indústria de iluminação (Abilux): www.abilux.
será laureado com o Prêmio Especial de
com.br.
Conservação de Energia.
A entidade informa que estão aptas a
A premiação consistirá na entrega de
concorrer ao prêmio luminárias residenciais,
troféu, certificado e selo aos três primeiros
comerciais, industriais, públicas e esportivas/
colocados de cada categoria, sendo que
monumentais comercializadas no mercado
apenas o primeiro colocado receberá um
entre fevereiro de 2014 e maio de 2016,
troféu. O ganhador do Prêmio de Conservação
desde que não tenham participado de edições
de Energia também receberá, além do troféu,
anteriores do prêmio e que possuam design
um certificado e um selo da Abilux.
original (desenvolvido e fabricado em território
nacional) e que atendam às normas brasileiras
em uma mostra de design que será
Iluminação (Expolux), que acontecerá de
e portarias do Inmetro. Todas as luminárias
montada no estande da Abilux, na 15ª
28 de junho a 2 de julho de 2016, no Expo
participantes devem empregar Leds.
Feira
Center Norte, em São Paulo (SP).
Luminária da Utiluz foi uma das vencedoras da última edição do Prêmio Abilux Design de Luminárias na categoria Comercial.
As peças premiadas serão expostas
Internacional
da
Indústria
da
Painel de produtos
14
O Setor Elétrico / Março de 2016
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Relés fotoeletrônicos www.margirius.com.br
A novidade da MarGirius para o mercado são os relés RFE-90
(ligação através de cabos) e RFE-91 (ligação através de conector, padrão ABNT NBR 5123). De fabricação própria, os produtos possuem alimentação bivolt automática (90 V a 240 V~) e alta capacidade elétrica (1.000 W para cargas resistivas em 220 V~).
De acordo com a MarGirius, o circuito eletrônico compacto
dos produtos proporciona elevada eficiência e confiabilidade, associadas a uma boa relação custo-benefício. Os relés são ideais para casas de campo, residências, letreiros luminosos, estacionamentos, jardins, postes, indústrias, condomínios e outros locais que necessitem de iluminação noturna automática.
Luminárias para postos de combustível www.conexled.com.br
A Conexled, divisão de negócios do Grupo Conex, lançou
recentemente uma nova linha de luminárias com Leds denominada CLC CamburiConexled, com design ultrafino e mais luz, ideal para postos de combustível.
As peças podem ser instaladas em até cinco metros de
altura e, segundo o fabricante, produzem até 100 mil horas de vida útil com cinco anos de garantia. Com potência de 80 W, a nova geração de luminárias oferece economia, design moderno e substitui as convencionais lâmpadas a vapor de sódio e de vapor metálico de 250 W e 400 W.
De fácil instalação e
manutenção, as luminárias utilizam as mesmas dimensões e infraestrutura das luminárias tradicionais já existentes, dispensando qualquer tipo de alteração na estrutura. Os equipamentos empregam Led lightingclass CREE, apropriado para iluminação profissional de alta Relés contam com circuito eletrônico que permite alta eficiência e confiabilidade.
performance, em conformidade com a norma IES LM-80.
Luminárias já estão instaladas em cerca de 1.000 postos de combustível pelo país.
Painel de empresas
16
O Setor Elétrico / Março de 2016
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Megabarre celebra 20 anos de atividades Tecnologia e internacionalização fizeram da empresa uma das principais fornecedoras de barramentos blindados por duas décadas. Fabricante investe agora nos mercados de transformadores e de quadros de distribuição
A história da Megabarre começou em 1996
por iniciativa dos colegas de profissão Eduardo Margosian Durante e Gerson Sampaio Resende, especialistas já com reconhecido know-how em barramentos blindados. Instalada em uma área de 450 m², a empresa iniciou suas atividades com a fabricação de barramentos blindados de baixa tensão (250 A a 1500 A). Um ano mais tarde, o atual diretor de vendas José Antonio Mendonça juntou-se aos dois sócios-fundadores para então dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito.
Mendonça conta que a Megabarre nasceu em
um bom momento econômico, em que o mercado da construção civil estava bastante aquecido, o que, somado ao conhecimento dos sócios Durante e Resende, rapidamente, a empresa passou a ser
Interior da fábrica de Jundiaí (SP).
conhecida no mercado brasileiro.
nacionais, a Megabarre, que já havia exportado seus
em barramentos blindados, decidiu diversificar sua
ao
produtos para alguns países da América Latina,
área de atuação e, há cerca de dois anos, passou
crescimento teria sido dado ainda em 1997, quando
precisava crescer. “Participamos de alguns projetos
também a fabricar transformadores de distribuição e
a empresa fechou uma parceria com a espanhola
importantes, como o edifício WTC de Montevideu,
de potência de até 30 MVA. Segundo os diretores,
Ciama e, aproveitando a valorização da moeda
no Uruguai, sempre exportando através de
a grande vantagem da Megabarre é que todos os
nacional na época, começou a importar sistemas de
representantes, até chegarmos à conclusão de que
testes de rotina são realizados em laboratório próprio.
barramento compacto e resinado. A partir de então,
era viável e necessário ter uma linha de produção no
Apenas os testes de tipo são feitos em laboratórios
a Megabarre passou a expor seus produtos em feiras
Chile”, avalia o diretor industrial Eduardo Durante.
externos (IEE e Cepel), comprovando o cumprimento
do setor, chegando a participar, por três vezes como
legal das normas técnicas requeridas.
expositora, da internacional Feira de Hannover, na
no Chile estava pronta, em uma área total de 1300
Alemanha.
m². “Apesar da crise internacional daquele ano, a
2015, estão sendo desenvolvidos quadros de
O
primeiro
movimento
em
direção
Assim, no final de 2008, a fábrica da Megabarre
Outra novidade da companhia é que, desde
Outro passo importante foi um acordo de
empresa contou com uma aceitação muito grande
distribuição dos tipos compacto e pedestal.
transferência de tecnologia firmado com a italiana
no mercado chileno, principalmente, dos produtos de
“Aproveitamos o nosso conhecimento em metalurgia
Cariboni para a produção de barramentos de média
média tensão e na área de mineração. Isso fez com
para expandir os negócios e produzir os QDCs e
tensão no Brasil. A empresa então, que começou
que a fábrica decolasse”, conta Mendonça.
QDPs”, explica Eduardo Durante. Os equipamentos
em um modesto galpão no município de Diadema,
Assim, outro passo importante para a empresa
são produzidos e montados na fábrica de Jundiaí
na Grande São Paulo, passou a demandar espaços
foi a aquisição do fundo de negócios da italiana
(SP), de acordo com as necessidades dos clientes.
cada vez maiores, chegando, no ano 2001, ao seu
BBI, com quem a Megabarre já tinha uma parceria
“O mercado está sempre flutuando, então, temos
segundo galpão – o primeiro, com 1.700 m², e o
de representação desde 2009. Com a compra,
que estar preparados para atender às demandas que
segundo dedicado aos produtos de média tensão,
constituiu-se a Megabarre Europe e também a
vão surgindo”, acrescenta Mendonça.
com uma área de 1.200 m².
Megabarre Beijing, já que a empresa adquirida
Graças à parceria com a Cariboni, a Megabarre
contava com uma filial na China. As duas unidades
em uma filial na Colômbia. “Gostaríamos de cobrir
pôde entrar em grandes mercados, como mineração
permitiram à Megabarre expandir seus negócios,
a América do Sul totalmente e a Colômbia é um
e petróleo, e comemorou o primeiro projeto de
especialmente, com vendas para países da Europa,
país que deve crescer muito nos próximos anos”,
barramento de fases isoladas para uma planta
Ásia, Oriente Médio, África, além das Américas.
avalia Mendonça. Para eles, ter uma fábrica próxima
termoelétrica da Petrobras, no ano de 2001. Esse
Paralelamente às parcerias realizadas, o diretor
ao cliente é essencial não apenas para atendê-lo
contrato com a empresa italiana, que durou oito
de vendas Mendonça conta que a Megabarre
bem, mas para ter as peças especiais fabricadas
anos, foi essencial para o crescimento da empresa.
sempre investiu em tecnologia, o que fez com que
localmente, facilitando a logística de entrega.
Nesse momento, a empresa destacava-se entre
todas as fábricas contassem com linhas de produção
seus concorrentes. “Éramos os únicos a fornecer
completamente automatizadas.
robotizada, conta com área construída de 11.000 m²
Para este ano, a Megabarre planeja investir
A fábrica de Jundiaí é totalmente automatizada e
e 130 funcionários. Em todo o mundo, a Megabarre
barramentos para qualquer tipo de instalação, baixa ou média tensão”, afirma Mendonça.
Transformadores e painéis
conta com cerca de 200 funcionários e está presente
em 127 países.
Rumo a novos mercados além das fronteiras
A Megabarre, que sempre foi especializada
Painel de empresas
18
O Setor Elétrico / Março de 2016
EDP Brasil comemora ano recorde
Crédito: Divulgação
Apesar da crise econômica, empresa da área de geração, distribuição, comercialização e serviços de energia aumentou em 70% seu lucro líquido no ano de 2015
Pecém I, que, em meados de 2015, teve os
companhia teve mais lastro financeiro para
50% restantes de suas ações adquiridas
investir no segmento de distribuição.
junto à Eneva. “Esta usina esteve abaixo em
Miguel Setas, presidente da EDP.
2014, mas terminou o ano de 2015 acima
Resultados do 4º trimestre de 2015
das expectativas”, afirma o presidente da
EDP Brasil. Em 2014, o empreendimento
durante o ano de 2015, os resultados do 4º
registrou prejuízo de R$ 236,25 milhões
trimestre de 2015 da companhia também
e no ano passado ganhos de R$ 22,15
foram mais expressivos se comparados
milhões. “Foi o primeiro ano que a usina
ao mesmo período de 2014. No que diz
gerou lucro”, afirma o executivo.
respeito ao EBITDA da empresa – lucro
Outro objetivo traçado e atingido
antes de juros, impostos, depreciação
pela EDP foi o compromisso com a
e amortização – houve um acréscimo de
execução de obras para a construção de
3,3% na comparação dos últimos três
empreendimentos de geração hidrelétrica
meses de 2014 para o último trimestre de
que fazem parte do portfólio da companhia,
2015, saindo de R$ 760, 3 milhões para
como
Caldeirão,
R$ 785, 3 milhões. Já o lucro líquido do
localizada no Estado do Amapá, que já
período apresentou uma elevação maior,
está com 95% de suas obras concluídas, e
de 20,7%: R$ 317, 3 milhões ante R$ 383,
a usina São Manoel, na divisa dos estados
1 milhões.
a
usina
Cachoeira
Refletindo o crescimento anual da EDP
do Mato Grosso e Pará, que está com 37% O ano de 2015 foi o mais importante
de suas obras finalizadas. Ambas as obras,
Energias renováveis
da história da EDP Brasil, afirmou o
segundo Setas, encontram-se dentro do
diretor-presidente
Com a venda de sua fatia de 45% da
orçamento e do prazo estabelecidos.
EDP Energias Renováveis, a EDP Brasil
atua nas áreas geração, distribuição,
Além disso, o diretor-presidente da
passou a se concentrar somente, no que diz
comercialização e serviços de energia
EDP Brasil destaca a melhoria da eficiência
respeito aos seus negócios de geração, em
elétrica, Miguel Setas, durante evento que
operacional, o controle de fatores de risco,
dois tipos de fontes: hidráulica e térmica.
apresentou os resultados financeiros do 4º
como combate à inadimplência e às perdas
Contudo, segundo o diretor-presidente
trimestre de 2015 e anual da companhia.
comerciais, e o controle de custos. “Nossa
da companhia, a EDP Brasil manterá seu
Na ocasião, que também marcou os 20
inflação conseguiu ficar abaixo da inflação
compromisso
anos de presença da EPD no país e dez
no Brasil. Ficamos com uma inflação de
ecológica, buscando alcançar e respeitar
de Oferta Pública Inicial de Ações (IPO),
8%, enquanto a inflação no país ficou na
as medidas propostas pela COP 21 no
Setas destacou que a empresa obteve um
faixa de 10%”, conta o executivo.
que se refere às mudanças climáticas.
aumento de mais de 70% em seu lucro
A respeito da melhoria da eficiência
Neste sentido, a empresa seguirá a
líquido no ano que passou. Em 2015, a
operacional, Setas afirma que, a empresa
política global do Grupo EDP na atualidade,
empresa acumulou lucro líquido de R$ 1,3
conseguiu diminuir as perdas comerciais
ou seja, manter o carvão representando
bilhão ante R$ 743 milhões em 2014.
em 3% e 1,55% nos estados do Espírito
25% do portfólio de geração termelétrica da
da
empresa
que
com
a
sustentabilidade
Em um ano marcado pelo refreamento
Santo e São Paulo, respectivamente. O
companhia. Conforme Setas, hoje o carvão
econômico, Setas explicou como a EDP
presidente da EDP Brasil explica ainda
equivale a 27% dos combustíveis empregados
Brasil conseguiu crescer. Segundo ele,
que só foi possível investir no combate
pela companhia em suas termelétricas. O
foi o cumprimento à risca das metas
às perdas elétricas comerciais porque
executivo destaca que, no Brasil, o foco da
estabelecidas para o biênio 2014/2015.
foi concluída a construção da Usina
empresa está voltado para usinas movidas a
Entre estas metas, destaque para a
Hidrelétrica Santo Antônio do Jari, situada
gás natural. “Havendo espaço para água e
consolidação da virada da usina termelétrica
entre Pará e Amapá. Dessa maneira, a
gás natural, vamos aproveitar”, diz.
Painel de empresas
20
O Setor Elétrico / Março de 2016
APC realiza evento para estimular revendedores Encontro denominado Channel is On ocorre anualmente e debate tendências do mercado, atualizando também os participantes em relação ás novidades e lançamentos da companhia
Empresa pertencente à Schneider Electric,
a APC, que oferece soluções e serviços para ambientes críticos de energia e refrigeração, realizou no mês de março o evento Channel is On. O encontro, que ocorre anualmente, com a presença de revendedores estratégicos da empresa, debateu as tendências do mercado e atualizou os presentes em relação às novidades e lançamentos da companhia. Além disso, durante a ocasião, foram reconhecidos os parceiros com maior destaque no ano de 2015.
De acordo com a gerente de marketing
da APC, Ana Carolina Guilhen, o Channel is On tem como intuito ajudar os revendedores
sobressaiam em um mercado competitivo e
controla os processos mais importantes
a evoluírem de forma continuada, a fim de que
em transformação”, diz.
da sociedade e os conecta à tecnologia da
estejam preparados para as necessidades
O evento Channel is On foi o primeiro
informação. De acordo com a empresa, o
do mercado. “O encontro aproxima ainda
em linha com o novo posicionamento Life is
objetivo do Life is On é simplificar a tomada
mais a empresa de seus parceiros, dando
On, que reforça a experiência da Schneider
de decisões, por parte de colaboradores,
todo o suporte necessário para que eles se
Electric com tecnologia operacional, que
parceiros e também clientes.
Painel de empresas
22
O Setor Elétrico / Março de 2016
Trade Energy começa a operar com o nome Tradener Em 2013, a Tradener tornou-se sócia majoritária da comercializadora independente de energia, quando esta iniciou seu processo de reestruturação societária
forma harmônica e sem descontinuidade
crescimento nas operações de compra
comercializadora independente de energia,
No dia 1º de abril, a Trade Energy,
diante do mercado.
e venda de energia e consolidação das
focada nos consumidores e produtores
atividades de gestão de consumidores e
livres de energia elétrica, começou a
com o intuito de ampliar o leque de opções a
geradores.
operar como Tradener, empresa que se
ser oferecido pelas companhias ao mercado.
tornou sua sócia majoritária em 2013,
Na época da aquisição, o presidente da
lizadora de energia elétrica e gás natural do
quando a companhia iniciou o processo
Tradener, Walfrido Avila, declarou que os
Brasil, Fundada em 1998, é pioneira na área.
de reestruturação societária. Conforme
clientes iriam se beneficiar com a oferta
Atualmente, realiza negócios também no
a Trade Energy, a transição acontece de
de melhores produtos e serviços, com o
segmento de energias renováveis.
A associação das duas empresas ocorreu
A Tradener é uma importante comercia
Semikron comemora 53 anos de presença no Brasil Empresa planeja ainda neste ano novos investimentos e melhorias em diversas áreas de sua fábrica, incluindo a recémanunciada linha de montagem de módulos IGBT tipo SKiiP 3 no Brasil. de
Alemanha. Rapidamente, a filial nacional
aproximadamente 36 mil m².
semicondutores, completou no mês de março
cresceu e tornou-se uma das mais importantes
A Semikron colaborou com o desen
53 anos de presença no Brasil. Para celebrar
da organização, sendo responsável pela
volvimento
a data, a empresa planeja, ainda neste ano, a
produção de chips de diodos e de tiristores
possibilitaram a evolução da eletrônica de
realização de novos investimentos e melhorias
até soluções completas em eletrônica de
potência no Brasil e no mundo. Entre eles,
em diversas áreas de sua fábrica, incluindo
potência.
aplicações em energias renováveis (eólica e
a recém-anunciada linha de montagem de
Em
Brasil
solar), veículos elétricos e híbridos (carros,
módulos IGBT tipo SKiiP 3 no Brasil.
A
Semikron,
fabricante
mundial
1980,
a
Semikron
do
de
diversos
projetos
que
mudou-se para a cidade de Carapicuíba,
ônibus, trens e outros meios de transporte),
terras
em São Paulo, onde construiu sua planta
inversores de frequência, equipamentos de
brasileiras começou na cidade do Rio de
fabril, que hoje possui cerca de 250
solda, elevadores e fontes de alimentação
Janeiro, com a importação de diodos da
funcionários trabalhando em um espaço de
ininterrupta (UPS).
A
história
da
Semikron
em
Fascículos
Apoio
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Daniela Cassula, Julio Zanzini, Juliana Lino, Talita da Silva e Zildo dos Santos
24
Capítulo III – A eficiência energética de fontes renováveis no Brasil: avaliação da utilização da biomassa da cana-de-açúcar na cogeração de energia elétrica no setor sucroalcooleiro • Conceitos • Política Nacional de Resíduos Sólidos • Etapas da cogeração • Bioeletricidade
IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano
32
Capítulo III – Definições e características • Definições dos tipos de conjuntos • Conceitos relativos à segurança e à proteção contra choques elétricos • Grandezas elétricas
LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa
38
Capítulo III – Entendendo os Leds • Análise das folhas de especificações • Parâmetros fotométricos • Especificações mecânicas • Curvas de derating
CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo III – Correntes contínua e alternada, número complexo, fasor e circuitos resistivo, indutivo e capacitivo • Correntes contínua e alternada • Valor eficaz • Números complexos • Circuitos resistivos, indutivos e capacitivos e suas respectivas formas de onda
44
Apoio
Geração distribuída
24
Capítulo III
A eficiência energética de fontes renováveis no Brasil: avaliação da utilização da biomassa da cana-de-açúcar na cogeração de energia elétrica no setor sucroalcooleiro
Fascículo
Por Daniela Cassula, Julio Zanzini, Juliana Lino, Talita da Silva e Zildo dos Santos*
O grau de independência energética do
um deles. Neste contexto, no ano de 2012, a
consequente utilização, possibilitou o aumento
país determina o grau de desenvolvimento
principal fonte de geração era a hidráulica,
da produção e, consequentemente, a geração
econômico, social e ambiental. A eletricidade
com produção de 79.811 MW. Como forma
de energia excedente, sendo esta destinada
pode ser obtida de diversas fontes, renováveis
de se complementar a oferta de energia elétrica
para comercialização. Segundo Faccin (2011),
ou não. Neste contexto, o Brasil se destaca
no Brasil, há alguns incentivos por parte do
a cogeração teve início no início do século
por ser um país pouco dependente de
governo para a geração através da biomassa e,
XX para o atendimento das necessidades
combustíveis fósseis para a geração de
no ano de 2014, o país contava com 502 usinas
de produção das usinas, porém, esta perdeu
eletricidade. A biomassa foi uma importante
termelétricas movidas por biomassa. Destas
espaço para as tecnologias de obtenção
fonte de energia desde os primórdios da
usinas, 386 usavam o bagaço da cana-de-açúcar
com menor custo, como as hidrelétricas e
civilização até meados do século XIX. Com
como matéria-prima, contribuindo para
termelétricas movidas a carvão, gás natural e
a revolução industrial, o carvão mineral
uma potência instalada de aproximadamente
óleos combustíveis.
passa a ser a principal fonte para a geração de
9.839 MW de eletricidade. Deve-se ressaltar
eletricidade, principalmente para os países que
que as termelétricas que utilizam o bagaço da
de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010,
possuíam grandes reservas, o que garantiu a
cana-de-açúcar surgem como uma alternativa
determinou que o reaproveitamento energético
esses um maior avanço na industrialização.
complementar nos períodos de baixos índices
dos resíduos sólidos fosse uma destinação
À medida que ocorreu a intensificação do
de chuva, assumindo assim um importante
final ambientalmente adequada. Além disso,
uso da energia elétrica, observaram-se a
espaço na matriz eletroenergética brasileira,
tem como um de seus princípios o incentivo
construção e o aperfeiçoamento de sistemas de
uma vez que as fontes de biomassa estão
ao desenvolvimento de sistemas de gestão
geração, transmissão e distribuição de energia,
sujeitas às safras agrícolas.
ambiental voltados para a melhoria dos
A
instituição
da
Política
Nacional
possibilitando a geração de sistemas compostos
O processo de cogeração na indústria
por usinas elétricas, linhas de transmissão e
da cana-de-açúcar consiste em aproveitar o
redes de distribuição, controlados e operados
vapor produzido pela queima do bagaço em
de forma integrada.
caldeiras para movimentar os equipamentos
As usinas de açúcar etanol, desde muito
processos produtivos e reaproveitamento de resíduos para o aproveitamento energético.
Para a geração de energia elétrica no Brasil,
da própria usina e acionar conjuntos geradores
tempo, desenvolvem e implantam medidas
existem diferentes formas e possibilidades.
de eletricidade. Inicialmente, a cogeração
que diminuem os impactos ambientais gerados
A evolução para o uso de cada uma delas
tinha por objetivo gerar energia somente para
por suas atividades produtivas. Igualmente,
depende da disponibilidade de recursos e
a própria indústria. Com o desenvolvimento
tem realizado grandes investimentos visando à
de investimentos direcionados para cada
de tecnologias mais eficientes e a sua
geração de energias limpas e renováveis, como
Apoio
é o caso do etanol, também chamado de álcool
gerados pela produção de açúcar e etanol
moída, permitindo que as usinas se tornem
etílico, produzido quase que exclusivamente
eram um grande problema para as usinas, uma
autossuficientes em termos de energia, tendo
pela fermentação e pela destilação do caldo
vez que o seu descarte era um grande desafio
assim a oportunidade de comercializar a
de cana e do melaço, um resíduo da produção
para o setor. Impulsionado pela criação do
energia excedente. A utilização do bagaço para
de açúcar, e a bioeletricidade, energia elétrica
Programa Nacional do Álcool (Proalcool) e
a cogeração torna-se importante para as usinas,
produzida a partir de biomassa do bagaço da
a expansão da produção de açúcar durante a
pois oferece ao resíduo, que ocupava grandes
cana, de forma a atender aos interesses nacionais
década de 1990, o crescimento do setor levou
áreas da usina para destinação, um papel na
e aos internacionais, principalmente no caso
a mudanças significativas que possibilitaram
geração de novos produtos, já que para cada
do etanol. O vinhoto, resíduo da destilação do
a exploração dos subprodutos da produção
tonelada de cana-de-açúcar processada, são
melaço é usado como fertilizante. Para Santini
de açúcar e etanol. Este panorama, associado
gerados 225 kg de bagaço e cada tonelada de
(2011), a utilização do subproduto da cana
à crise energética vivenciada pelo país no ano
bagaço pode gerar mais de 300 KWh para a
para a geração de energia elétrica também
de 2001, possibilitou que em 2004 o setor
rede elétrica. Para processar uma tonelada de
traz grandes oportunidades ao país, pois pode
sucroalcooleiro pudesse produzir eletricidade
cana-de-açúcar, são necessários 12 MWh de
ajudar a complementar o fornecimento interno
para o seu próprio consumo (autoprodutor)
energia elétrica, quantidade facilmente gerada
de energia, além de posicionar a nação como
e destinar parte da energia elétrica produzida
de energia pela própria usina.
grande produtora de energias limpas não
à comercialização (produtor independente).
Uturbey e Aguilar (2010) e Apud Fodra
provenientes dos recursos fósseis e hídricos
Neste contexto, inicia-se no país uma política
(2012) argumentam que a cogeração pela
tradicionais. Observa-se, na cadeia produtiva
de apoio de incentivos à produção de energia
biomassa na indústria sucroalcooleira está
das indústrias sucroalcooleiras, a metodologia
via cogeração em um período que coincide
exposta a fatores de risco, dentre eles, o
da produção mais limpa aplicada, onde há a
com a implantação em larga escala de usinas.
regime de chuvas, valor de comercialização do
incorporação dos resíduos gerados em novos processos produtivos.
A biomassa da cana-de-açúcar é a matéria-
MWh, preço dos combustíveis, quantidade e
prima mais representativa no panorama de
qualidade do bagaço, dinâmica dos mercados
A cogeração de eletricidade na indústria
cogeração elétrica no país. Estima-se que a
de açúcar e etanol e penalidades impostas à
sucroalcooleira passou por várias etapas até
quantidade de bagaço produzida por safra
descontinuidade no fornecimento de energia à
a sua comercialização. Os resíduos (bagaço)
represente 30% do volume de cana-de-açúcar
concessionária.
25
Apoio
Geração distribuída
26
A atividade de produção de energia,
visita técnica em uma usina de açúcar, etanol
equipamentos, sendo estes mais eficientes que
em particular da energia elétrica, tem como
e bioenergia localizada no Município de
o sistema utilizado anteriormente.
principal desafio para o século XXI expandir e
Pirassununga, no Estado de São Paulo.
diversificar sua matriz e oferta, com o propósito de manter a qualidade de vida e possibilitar o
O processo de cogeração (Figura 2) depende de todas as etapas do ciclo produtivo
Resultados e discussão
de açúcar e etanol. A biomassa consiste no
progresso econômico e social, que possui uma
resíduo sólido da produção de açúcar e etanol
demanda contínua. Todavia, essa expansão
A empresa em estudo foi fundada
deve se dar de forma a diminuir ou minimizar
há 100 anos e em 2006 foi adquirida por
A fase agrícola é a primeira etapa do
impactos ambientais, mas suportando o
um grupo espanhol. Possui uma área
processo. Após passar pela fase de plantio
crescimento econômico. Frente a essa exigência
de aproximadamente 48 mil hectares,
e desenvolvimento da planta, o processo
e ao atual panorama mundial referente a
contando
produtivo sucroalcooleiro chega à etapa da
questões ambientais, em que as discussões
arrendados (Figura 1).
com
canaviais
próprios
e
(bagaço da cana-de-açúcar) e de parte da palha.
colheita da cana-de-açúcar, que pode ser
orbitam em pautas como produção mais limpa,
Os produtos da usina consistem em etanol,
realizada de forma manual ou mecanizada,
desenvolvimento sustentável e química verde,
açúcar e obtenção de bioenergia através do
através de maquinário específico denominado
ou seja, várias metodologias e mecanismos
bagaço e da palha da cana-de- açúcar. Na safra
colheitadeira. Em ambas as formas de colheita,
que objetivam, entre outros temas, a redução
2013/2014 foram colhidas 3.600.000 toneladas
a cana-de- açúcar é transportada, por meio de
na geração de resíduos e a preservação dos
de cana-de-açúcar, das quais foram produzidas
caminhões, e disposta em containers. Por meio
recursos naturais, a produção de eletricidade
344.594 toneladas de açúcar e 78.073 m de
de processos automatizados, os containers são
a partir de recursos renováveis derivados de
etanol. Como resíduos, foram geradas 796.258
tombados em uma esteira para que se dê início
resíduos de um processo produtivo aparece
toneladas de bagaço, que, juntamente com
a fase industrial do processo. A etapa agrícola
como um cenário importante a ser analisado.
parte da palha, geraram 338.828 MWh de
interfere na geração dos produtos da usina
Quando associado ao conceito de produção
eletricidade. Deve-se ressaltar que a cana-
sucroalcooleira, onde o tipo de colheita adotada
mais limpa, observa-se que a cogeração de
de-açúcar produzida nos canaviais da usina
é um ponto determinante. Segundo Fernandes
eletricidade em um sistema de alta eficiência
(próprios e arrendados) é proveniente do
et al (2013), a forma como a cana-de-açúcar é
deixa de gerar subprodutos ou resíduos e
Município de Pirassununga e de outros
colhida traz interferências para a qualidade da
passa a incluir novos produtos a partir de seus
municípios próximos. O sistema de cogeração
matéria-prima, em que a colheita mecanizada
processos produtivos.
foi adotado há muito tempo pela empresa,
possibilita um maior aproveitamento da planta
3
Dessa forma, foram objetivos deste
porém, a produção para a comercialização é
para fins energéticos, além de garantir uma
estudo: levantar dados evolutivos da matriz
recente, com início há cinco anos. A inserção
melhoria da matéria-prima para a indústria.
energética mundial e brasileira; demonstrar
de um novo produto para comercialização
Isso porque, de acordo com Conab (2011),
a importância da bioenergia no panorama
fez com que houvesse a aquisição de novos
a colheita mecanizada possibilita um maior
energético brasileiro; identificar os métodos da geração de bioenergia através do bagaço da cana-de-açúcar; verificar a potência energética da biomassa; avaliar os benefícios econômicos para a indústria do setor sucroalcooleiro; reconhecer os poluentes atmosféricos e
Fascículo
os impactos ambientais da produção de bioenergia; avaliar a aplicação dos princípios da química verde e da produção mais limpa no setor sucroalcooleiro.
Metodologia Para a realização deste trabalho optou-se como método o estudo de caso, em que a coleta de dados ocorreu por meio de entrevista, com a utilização de um roteiro contendo questionamentos sobre o processo de cogeração de energia elétrica em uma
Figura 1 – Representação da planta da usina. Fonte: autores do trabalho. Legenda: 1 – Tombadores da cana-de-açúcar; 2 – Moagem da cana-de-açúcar; 3 – Esteira para o transporte do bagaço; 4 – Caldeira; 5- Gerador; 6 – Transmissão da Eletricidade; 7 – Monte de bagaço; 8 – Armazenamento da palha; 9 – Lagoas para decantação de efluentes; 10- Sistema de tratamentos de efluentes.
Apoio
finalidade é facilitar e aumentar a eficiência da moagem. Após este processo, a cana-de-açúcar é transportada para a moagem, por meio de uma esteira. A moagem é realizada por maquinário automatizado, que é controlado por um sistema operacional e monitorado por câmeras. Ocorre em três ciclos, garantindo assim a total extração do caldo, que será utilizado tanto na fabricação do açúcar, quanto do etanol. Como resíduo deste processo, tem-se o bagaço, que possui uma taxa de umidade de 50%. Neste período Figura 2 – Fluxograma da cogeração na usina. Fonte: autores do trabalho.
de safra, a média de moagem é de 600 toneladas de cana-de-açúcar por hora. O bagaço saído
recolhimento de resíduos, em especial, da
água, para a remoção de areia e pedras. Este
das moendas é direcionado para uma esteira
palha, para a transformação em combustíveis
processo utiliza uma proporção de 1000 litros
principal, movida por um sistema de pistões, e
nas caldeiras das unidades produtoras. Isso
de água por cada 1000 kg de cana. O efluente
é levado para duas caldeiras. Todo este processo
se deve ao fato de que a palha resultante da
resultante deste processo será destinado a
é automatizado e monitorado. Parte do bagaço
colheita, além de ser utilizada em conjunto
uma lagoa de decantação para posterior
gerado é direcionada automaticamente para as
com o bagaço gerado após a moagem para a
tratamento químico. Após o tratamento, esta
caldeiras. O bagaço é misturado com a palha,
produção de eletricidade, tem o potencial para
água entra em um processo de reuso na própria
no qual 25% da palha gerada é utilizada para a
a produção do etanol celulósico ou de segunda
indústria. Após a limpeza, cana-de-açúcar
cogeração de energia. Este procedimento segue
geração.
também passará por dois processos, cujos
as orientações do fabricante dos equipamentos
equipamentos são o picador e o desfibrador. A
da cogeração. A palha, que possui folhas
Na esteira, a cana-de-açúcar é lavada com
27
Apoio
Geração distribuída
28
longas, é previamente tratada, passando por
Parte do vapor gerado pelas caldeiras é
maior flexibilidade às entregas de energia
um triturador. Tal procedimento viabiliza a
direcionada para os processos industriais
elétrica e calor para o processo. Em usinas
preservação do equipamento, pois antes de
que utilizam energia mecânica e a outra
que utilizam o ciclo a vapor com turbinas
entrar nas caldeiras, tanto o bagaço quanto a
parte é encaminhada para as turbinas
de condensação observa-se um aumento
palha são puxadas por um sistema de seis ou
que geram a energia elétrica. O vapor
na eficiência global da geração de energia,
oito rolos. Caso as fibras da palha não estejam
que movimenta as turbinas gera energia,
onde este sistema possibilita uma maior
trituradas, há o risco de estas danificarem o
que por sua vez, é enviada para geradores
obtenção em volume de energia elétrica.
equipamento.
para a produção de eletricidade. Como
Cabe ressaltar que sua instalação exige
A utilização da palha juntamente com
sistema de tratamento das emissões da
investimentos altos.
o bagaço da cana-de-açúcar traz benefícios
caldeira, a usina utiliza o lavador de gases.
para a cogeração, uma vez que para cada
Anualmente, a usina é monitorada por
elétrica
tonelada de cana-de-açúcar, são produzidos,
meio de visitas da Cetesb, que realiza a
à tecnologia empregada, para que se
em média, 204 kg de palha e seu poder
medição de poluentes do sistema. O vapor
tenha um processo mais assertivo e
calorifico inferior (PCI) é quase o dobro
produzido pelas caldeiras passa por um
com viabilidade econômica e ambiental
(1,7) do PCI do bagaço. Através de estudo
sistema de tubos e é distribuído para três
eficientes. Vale ressaltar que as caldeiras
realizado
pela
Piracicaba
está
relacionado
diretamente
Engenharia
turbinas, sendo que uma delas opera em
de alta pressão são mais eficientes que as
Sucroalcooleira (2009), a queima da palha
um sistema de condensação, que gera 22
de baixa e média pressão, já que possuem
da cana-de-açúcar unida ao bagaço aumenta
MWh de energia utilizando 80 toneladas
uma redução significativa nas emissões
a produção do vapor em 70%, aumentando
de vapor. As demais, que operam por
atmosféricas.
consequentemente a geração de energia
sistema de contrapressão, necessitam de
De acordo com Leme (2005), as
elétrica.
154 toneladas de vapor, gerando cada
emissões decorrentes da queima do
As caldeiras do sistema de cogeração
uma delas um total de 25 MWh de energia
bagaço em uma caldeira são estimadas
operam a uma temperatura de 520° C, onde
elétrica. Dessa forma, a usina tem condições
em 6,75 kgCO2eq/tc. Comparando estes
cada uma possui uma capacidade de gerar
de gerar 72 MWh de energia, dos quais
dados com as emissões provenientes da
250 ton/h de vapor e 67 kgf/cm2 de pressão.
aproximadamente 20 MWh destinan-se à
queima de óleo combustível, verifica-se
Nesta etapa do processo, a queima do bagaço
utilização da usina e o restante (cerca de
uma redução de 130,12 kg CO2eq/tc quando
é completa (Figura 3). O resíduo gerado neste
50 MWh) é comercializado para a rede
ocorre a utilização do bagaço da cana-de-
processo consiste em impurezas presentes no
elétrica a uma potência de 138 mil volts.
açúcar. Quando no sistema é observada
bagaço, tais como areia e pedras, ou o bagaço
Esta comercialização ocorre por meio de
a geração de eletricidade excedente
com uma quantidade maior de umidade
contratos do Governo Federal, através
com a utilização de equipamentos mais
que não foi queimado completamente.
da Agência Nacional de Energia Elétrica
eficientes, as emissões de GEE com a
As impurezas geradas pela queima são
(Aneel). Toda a energia enviada para a
queima do bagaço há um balanço positivo,
remetidas a um operador. Para a limpeza
rede da concessionária local requer um
uma vez que com uma quantidade menor
deste equipamento há o fornecimento de
contrato de locação da rede elétrica, onde
de bagaço queimado ocorre uma maior
água, e esta mistura é drenada do interior das
a usina paga pela utilização desta.
geração de eletricidade. Para Miranda a
(2012), a participação do uso de energias
com outros resíduos orgânicos da usina,
contrapressão são os mais utilizados
renováveis na matriz de energia elétrica
são encaminhados para uma central de
na
compostagem.
contrapartida,
caldeiras. Estes resíduos sólidos, juntamente
Fascículo
O potencial de geração de energia
Figura 3 – Queima da biomassa em caldeira. Fonte: autores do trabalho.
Os
sistemas
com
geradores
Em
brasileira, como, por exemplo, a utilização
considera
da biomassa, faz com que o país assuma
somente a eficiência do processo, o
uma posição favorável em relação à média
gerador em condensação é mais eficiente,
mundial no que diz respeito às emissões
pois a produtividade média do sistema
de GEE. Estima-se que na safra 2013/2014
aumenta. Os sistemas de cogeração que
evitou-se a liberação de aproximadamente
indústria
sucroalcooleira. quando
se
possuem turbinas a vapor de contrapressão
4 milhões de toneladas de CO2 na
e turbinas de condensação são favoráveis
atmosfera. Sem a bioeletricidade, ao se
às usinas, pois podem alcançar diferentes
comparar o total de emissões do ano de
níveis de pressão, o que pode estar unido à
2012, no ano de 2013 esta seria cerca de
necessidade de estabilizar o fornecimento
13% superior (UNICA, 2014).
da energia elétrica às concessionárias.
O consumo de energia elétrica pela
Essa combinação também permite uma
empresa durante o período de entressafra
Apoio
é baixo, quando comparado ao período de
maior quantidade de energia é produzida
climáticas ocasionadas pela geração de
safra. Na entressafra, as atividades da usina
e isso faz com que, consequentemente,
GEE ou pela instabilidade da matriz
se limitam à realização das atividades
haja uma maior emissão de gases. Mas,
hidrelétrica atual. Com isso, percebe-se
administrativas e de manutenção dos
em virtude de uma maior área cultivada
que a biomassa proveniente da cana-de-
equipamentos. Por esta razão, o processo
de cana-de-açúcar, que neutraliza estas
açúcar, em especial o bagaço, destaca-se
de cogeração é suspenso por um período
emissões. Todas as emissões da usina são
na matriz de cogeração elétrica, pela sua
de três a quatro meses. Neste período, a
declaradas.
maior disponibilidade em relação a outras
energia utilizada vem da própria rede de
Paralelo ao etanol, que representa uma
fontes de biomassa e pela a crescente
distribuição, uma vez que a cogeração na
alternativa ao petróleo, a bioeletricidade
expansão do setor sucroalcooleiro no país.
entressafra não é financeiramente viável.
cria uma opção que melhor complementa
Este recurso energético não exige custos
Estima-se que, para o próximo ano, onde
nosso sistema hidrelétrico. O Brasil possui
ou tratamento prévio para a sua utilização.
a usina passará a produzir o etanol de
uma matriz elétrica limpa, essencialmente
É importante ressaltar que há uma
segunda geração, ocorrerá um maior
mantida pelo potencial de energia gerado
diferença quanto ao poder calorífico da
período de produção, onde as atividades
pelos rios. A complementariedade da
palha da cana-de-açúcar em comparação
acontecerão em onze meses do ano,
Bioeletricidade sucroenergética à energia
ao bagaço, tendo a primeira o dobro de
diferente do período atual, de oito ou nove
hidrelétrica gera uma economia de 4%
poder calorífico em relação ao segundo.
meses. As instalações de termelétricas
dos reservatórios para cada 1000MW
A associação dos dois elementos favorece
em usinas, além de suprir o seu próprio
médios de bioeletricidade no período de
a produção de eletricidade, sendo esta
consumo de eletricidade nos processos de
estiagem, compreendido entre os meses
uma alternativa para aumentar a geração.
produção de seus produtos e subprodutos,
de abril a novembro (UNICA, 2011). O
Porém, há um limitante neste aspecto que
abre a possibilidade de comercialização do
reaproveitamento das cinzas geradas com
é a capacidade do equipamento disponível
seu excedente de energia. Estima-se que
a queima de bagaço de cana-de-açúcar na
na usina em termos de geração. Portanto,
uma usina de médio porte consome cerca
cogeração também pode ter uma destinação
em caso de necessidade do aumento
de 13 MWh, portanto, gera mais do que
final ambientalmente adequada. Além da
da geração de energia, exige-se, caso
consome. Desta forma, o excedente pode
sua utilização como fertilizante na lavoura
necessário, a substituição do equipamento
ser comercializado em leilões de fontes
canavieira pelo processo de compostagem,
que comporte esta nova demanda.
de energia renovável ou vendido para a
a cinza, proveniente da queima do bagaço,
A
concessionária local e disponibilizados
substitui o cimento em massa na proporção
apresenta
na rede. Nos leilões, o órgão regulador
de 30% e apresenta grande concentração
atrativas para matriz elétrica brasileira, uma
(Aneel) define a reserva de mercado
de sílica, que tem desempenho de cimento
vez que a intrínseca complementaridade
necessária para a complementação da
pozolânico (cinzas vulcânicas). As fibras
que a bioeletricidade oferece ao parque
matriz elétrica e os potenciais geradores
do bagaço da cana-de-açúcar também são
hidroelétrico é outro tema de enorme
das empresas participantes, em que a
utilizadas como reforço na produção de
relevância, já que a expansão da geração
distribuidora é obrigada a comprar a
fibrocimento.
hidrelétrica vem se tornando cada vez
energia dos produtores selecionados, que, por sua vez, firmam contratos de longo
bioeletricidade vantagens
sucroenergética extremamente
mais limitada, seja pela disponibilidade
Conclusões
de áreas, pelos problemas socioambientais
prazo a fim de fornecer energia ao preço
decorrentes destes projetos ou pelas
e quantidade estabelecidos durante o
O panorama energético atual em
alterações nos períodos de chuvas em
leilão. Estes sistemas de leilões ajudam
níveis mundial e nacional demonstra
decorrência das alterações climáticas.
a promover a eficiência econômica da
um crescimento tanto na capacidade
Conclui-se, portanto, que a expansão da
usina e ainda possibilitam a expansão dos
instalada, quanto na geração. Tal fato
capacidade de geração de bioeletricidade
parques geradores.
deve-se ao aumento de consumo, tanto
ocasionaria grandes ganhos em termos de
pelo
quanto
aumentar a segurança energética da matriz
usina ocorreu no início da comercialização
pelo desenvolvimento tecnológico. Para
elétrica brasileira e melhoria os níveis de
de energia elétrica. A utilização de
o atendimento desta demanda, há a
diversificação da mesma.
equipamentos mais modernos e eficientes
necessidade em se buscar novas alternativas
Analisando o caráter ambientalmente
aumentou a geração de eletricidade e
para a atual matriz eletroenergética,
sustentável, observa-se que a incorporação
reduziu a emissão de Gases de Efeito Estufa
como a utilização de energias de fontes
de resíduos do processo sucroalcooleiro (o
(GEE) e material particulado. Porém, pelo
renováveis, seja esta pelo aumento da
bagaço e a palha) para a geração de energia
balanço realizado pela empresa, uma
demanda, pela questão das alterações
elétrica diminui-se expressivamente o
A substituição de equipamentos pela
aumento
populacional,
29
Apoio
Geração distribuída
30
volume de resíduos, atendendo, dessa
Química) – Universidade Estadual de Campinas,
diferentes variedades de cana-de-açúcar. 2011, 74 p.
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emissão de CO2 pela queima de biomassa: cultura da
Brasil, 2011.
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de matéria-prima para um novo produto do processo produtivo, tornando assim a usina autossuficiente energeticamente. Percebe-se ainda que o setor atende aos requisitos legais da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no que diz respeito ao aproveitamento energético dos resíduos sólidos como uma destinação final ambientalmente adequada. No
que
se
refere
aos
aspectos
ambientais, a cogeração elétrica traz para o setor impactos ambientais positivos, uma vez que a energia (mecânica e elétrica) utilizada na indústria é proveniente da própria usina e a mesma comercializa o excedente, preservando assim os recursos hídricos, além de que as emissões de CO2 provenientes da queima da biomassa são absorvidas pela fotossíntese dos próprios
que possuem sistema de cogeração. Dessa forma, previne-se a contaminação do solo e dos recursos hídricos. Deve-se ressaltar que, para a realização deste trabalho, levou-se em consideração toda a cadeia produtiva
(agrícola
e
industrial)
da
Fascículo
cogeração elétrica e, por esta razão, outros aspectos ambientais foram identificados, porém, para uma melhor análise dos seus
cana-de- açúcar. Cadernos de Graduação – Ciências
• UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR
Exatas e Tecnologia, v.1, n. 16, p. 79-95, 2013.
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• FODRA, M. Viabilidade econômica da venda
2013/2014. 2014.
impactos, faz-se necessária a realização
de energia elétrica de co-geração sob condições de
de um estudo mais aprofundado para
risco: estudo de caso. 2012, 125. Tese (Doutorado em
o levantamento de aspectos e impactos ambientais.
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*Este trabalho foi originalmente apresentado no VI Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, realizado na cidade de Porto Alegre (RS), entre os dias 23 e 26 de novembro de 2015.
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Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
31
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Fascículo
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
32
Capítulo III Definições e características Por Nunziante Graziano*
Prezado leitor, este fascículo pretende
+35 °C, sendo que o limite inferior da
movido facilmente de um local de uso para
apresentar em detalhes o projeto de revisão
temperatura do ar ambiente é -5 °C; a
outro.
da norma brasileira para construção de
umidade relativa do ar não exceda 50% a
quadros elétricos e barramentos blindados
uma temperatura máxima de +40 ºC, sendo
quanto
de baixa tensão.
que os percentuais de umidade relativas
construtivas, passemos, pois, a analisar as
No capítulo inicial deste fascículo,
mais elevados podem ser admitidos em
características de isolamento.
apresentamos ao leitor os objetivos deste
temperaturas mais baixas, por exemplo,
trabalho, que contemplou uma abordagem
90% a +20 ºC, sendo que convém levar em
• Distância de isolamento é a distância
a respeito do panorama atual da ABNT
conta que uma condensação moderada
entre duas partes condutoras em linha reta,
NBR IEC 60439 vigente no Brasil, das suas
pode acontecer ocasionalmente devido às
caracterizando o menor caminho entre
subdivisões, principais pontos de interesse,
variações de temperatura;
estas partes condutoras, sem considerar
como a classificação dos painéis em TTA e
• Conjunto para instalação ao tempo é
superfícies sólidas contínuas.
PTTA, suas interpretações e seus abusos.
destinado para uso em locais com condições
• Distância de escoamento, diferentemente
No segundo capítulo, iniciamos a
de serviço normais para uso ao tempo, ou
da distância de isolamento, é caracterizada
análise das principais definições e dos
seja, em que a temperatura do ar ambiente
pela menor distância ao longo da superfície
termos usuais. Neste terceiro capítulo,
não exceda +40 °C e a temperatura média
de um material isolante sólido entre duas
continuaremos este trabalho, notadamente,
por um período de 24 h não exceda +35 °C,
partes condutoras. Uma junção entre duas
as condições de instalação, características
sendo que o limite inferior da temperatura
partes de material isolante é considerada
de isolamento, proteção contra os choques
do ar ambiente é -25 °C; a umidade relativa
como parte da superfície.
elétricos, características nominais e de
pode temporariamente atingir 100% a uma
• Sobretensão é toda tensão que tem um
performance requeridas.
temperatura máxima de +25 °C.
valor de pico que excede o valor de pico
Encerrada a análise dos conjuntos às
principais
características
correspondente à tensão máxima em
Iniciamos com as definições dos tipos ser
regime permanente nas condições normais
diferenciados entre si pela finalidade à qual
de funcionamento. Essa sobretensão pode
• Conjunto para instalação abrigada é
são construídos, sendo duas possibilidades:
ser caracterizada pela sua duração em duas
destinado para uso em locais com condições
fixo ou móvel. Conjunto fixo é destinado
modalidades, que são: temporária, em
de serviço normais para uso abrigado, ou
a ser fixado no local da instalação, por
que a sobretensão à frequência industrial
seja, em que a temperatura do ar ambiente
exemplo, no piso ou na parede, e para ser
é de duração relativamente longa (vários
não exceda +40 °C e a temperatura média
utilizado neste local, enquanto um conjunto
segundos); ou transitória, em que a
por um período de 24h não exceda
móvel é construído de forma que possa ser
sobretensão é de curta duração, de alguns
de conjunto quanto à sua instalação:
Os
conjuntos
podem
ainda
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milissegundos ou menos, oscilatória ou
absorção higroscópica ou condensação de
progressiva
não, normalmente muito amortecida
umidade, que conduz à redução da rigidez
que são produzidos na superfície de
•
frequência
dielétrica e/ou resistividade superficial.
um material isolante sólido, devido aos
industrial é o valor eficaz de uma tensão
O grau de poluição ao qual os materiais
efeitos combinados de fadiga elétrica e
senoidal de frequência industrial que não
isolantes de dispositivos e componentes
contaminação eletrolítica dessa superfície.
provoca descarga em condições de ensaio
estão expostos pode ser diferente daquele
O índice de resistência ao trilhamento,
especificadas.
do macro ambiente, onde estão localizados
definido na norma como IRT, representa
• Tensão suportável aos impulsos é o maior
os dispositivos ou componentes, devido
o valor numérico da máxima tensão, em
valor de pico de uma tensão de impulso,
à proteção oferecida por meios tais como
volts, para a qual um material suporta,
de forma e polaridade estabelecidas, que
um invólucro ou aquecimento interno,
sem ocorrer o fenômeno de trilhamento, à
não causa falta na isolação sob condições
que previnem absorção ou condensação
aplicação de 50 gotas de um líquido definido
especificadas. Ao longo desta série de
de umidade. Para os propósitos da IEC
para o ensaio. Quando ocorre o trilhamento
artigos, vamos explanar a utilidade dessa
61439-1, o grau de poluição é aquele do
ou quando a quantidade ou qualidade da
característica, suas implicações e inter-
microambiente. O microambiente (para o
poluição depositada sobre uma superfície
relações com outras características, como o
qual uma distância de escoamento ou de
isolante excede o limite, fatalmente, ocorrerá
grau de poluição e as distâncias de isolação
isolamento é referida) é o ambiente imediato
uma descarga disruptiva, que se caracteriza
e escoamento. A poluição caracteriza-se
de isolação com influência particular
como o fenômeno associado com a falta
por qualquer presença de material externo
sobre o dimensionamento das distâncias
de isolação sob potencial elétrico e em que
sólido, líquido ou gasoso, que pode
de escoamento. Esse microambiente da
a descarga “curto-circuita” totalmente a
reduzir rigidez dielétrica ou resistividade
distância de escoamento ou de isolamento
isolação, reduzindo a tensão entre eletrodos
superficial da isolação. A quantidade e o
determina o efeito sobre a isolação e não o
a zero ou próximo de zero. Uma descarga
tipo dessa poluição podem interferir no
ambiente do conjunto ou dos componentes.
disruptiva em um dielétrico sólido produz
planejamento das manutenções periódicas
O microambiente pode ser melhor ou
uma perda permanente de rigidez dielétrica;
previstas para o ciclo de vida do conjunto,
pior que o ambiente do conjunto ou dos
em um dielétrico líquido ou gasoso, a perda
mas, preponderantemente, interfere no
componentes.
pode ser apenas momentânea. O termo
Tensão
suportável
à
projeto desse conjunto, pois requer maiores distâncias de isolação e escoamento.
de
caminhos
condutores
“descarga” é utilizado quando uma descarga Os
materiais
isolantes,
quando
disruptiva ocorre em um dielétrico líquido
• Grau de poluição (de condições ambientais)
submetidos
de
ou gasoso. O termo “arco” é utilizado
representa uma quantidade de poeira
tensão associados e não aos efeitos de
quando uma descarga disruptiva ocorre
condutiva ou higroscópica, gás ionizado
sobretemperatura, ou quando sua qualidade
sobre uma superfície de um dielétrico
ou sal e, também, na umidade relativa e sua
não é a ideal, são afetados pelo efeito do
sólido em um meio gasoso ou líquido. O
frequência de ocorrência, que resulta em
trilhamento, que consiste na formação
termo “perfuração” é utilizado quando uma
às
condições
limites
33
Apoio
Fascículo
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
34
descarga disruptiva ocorre através de um de
barreiras, obstáculos e outras medidas de
conceito não se aplica à isolação utilizada
um dielétrico sólido.
controle de acesso. Para que seja possível
exclusivamente para fins funcionais;
adequar as medidas, é necessário entender
- Proteção contra falta: proteção contra
• Categoria de sobretensão (de um circuito
os agentes envolvidos e as necessidades
choque elétrico na condição de falta (por
ou em um sistema elétrico) é número
de acesso para operação normal ou
exemplo, falha da isolação básica). A
convencional, baseado na limitação (ou
manutenção.
proteção em caso de falta corresponde
controle) dos valores de sobretensões
básicas:
Partamos
de
definições
geralmente à proteção contra o contato
transitórias presumidas que ocorrem em
indireto, principalmente no caso de falta da
um circuito (ou em um sistema elétrico
- Parte viva: condutor ou parte condutiva
isolação básica;
que tem tensões nominais diferentes) e que
destinada a estar sob tensão em serviço
- Extra-baixa tensão (ELV): qualquer
depende dos meios empregados para atuar
normal, inclusive o condutor neutro, mas,
tensão que não excede o limite de tensão
nas sobretensões. Em um sistema elétrico, a
por convenção, não um condutor PEN;
correspondente especificado na IEC 61201.
transição de uma categoria de sobretensão
- Parte viva perigosa: parte viva que pode
Na NR 10, esses limites são equivalentes aos
para outra menor é obtida por meios
provocar, sob certas condições, um choque
elencados a seguir: tensão não superior a
apropriados que satisfazem aos requisitos
elétrico prejudicial;
50 volts em corrente alternada ou 120 volts
de interface, tais como um dispositivo de
- Parte condutiva exposta (massa): parte
em corrente contínua, entre fases ou entre
proteção contra sobretensão ou um arranjo
condutiva do conjunto que pode ser tocada
fase e terra. A NR 10 ainda cita a tensão
de impedância em série e/ou paralelo capaz
e que normalmente não está sob tensão, mas
de segurança, que corresponde a extra
de dissipar, absorver ou desviar a energia
que pode se tornar uma parte energizada
baixa tensão originada em uma fonte de
em uma corrente de surto associada, para
perigosa em caso de falta;
segurança;
reduzir o valor da sobretensão transitória
- Condutor de proteção (identificação: PE):
- Pessoa qualificada: pessoa com formação
àquele que corresponde a uma categoria de
condutor previsto para fins de segurança,
e experiência apropriada para permiti-la
sobretensão inferior desejada.
por exemplo, proteção contra choques
a perceber riscos e a evitar perigos que a
elétricos. Um condutor de proteção pode
eletricidade pode criar;
Como caracterizado, quando aborda
conectar eletricamente as partes seguintes:
- Pessoa advertida: pessoa suficientemente
mos as categorias de sobretensão, um
massas, partes condutoras estranhas à
instruída ou supervisionada por pessoas
dispositivo de proteção contra surto DPS
instalação, borne de aterramento principal,
qualificadas para permiti-la a perceber
é o dispositivo projetado para proteger o
eletrodo de aterramento e ponto de
riscos e a evitar perigos que a eletricidade
dispositivo elétrico contra sobretensões
aterramento da alimentação ou neutro
pode criar;
transitórias elevadas e limitar a duração e,
artificial;
- Pessoa comum: pessoa que não é nem
frequentemente, a amplitude da corrente
-
resultante.
A
aplicação
neutro
(N):
condutor
uma pessoa qualificada nem uma pessoa
dos
eletricamente conectado ao ponto neutro e
advertida;
dispositivos de proteção contra surtos ou
capaz de contribuir para a distribuição de
- Pessoa autorizada: pessoa qualificada ou
outros meios apropriados para qualificar
energia elétrica;
instruída que é autorizada para executar
um conjunto, além de suas características
- Condutor PEN: condutor que combina
trabalho definido.
construtivas, configura o que chamamos
as funções de um condutor de proteção
de coordenação de isolamento, quando é
aterrado e um condutor neutro;
possível a correlação de características de
- Corrente de fuga: corrente resultante
à segurança e proteção contra choques
isolamento de equipamento elétrico com
de uma falta de isolação, de ruptura na
elétricos, partamos para a definição das
sobretensões previstas e as características
isolação ou conexão incorreta em um
características e grandezas elétricas que
dos
circuito elétrico;
constituem uma das mais relevantes partes
sobretensão, de um lado, e com o
- Proteção básica: proteção contra choque
desse fascículo.
microambiente previsto e os meios de
elétrico sob condições de ausência de
proteção contra poluição, de outro lado.
dispositivos
de
correta
Condutor
proteção
contra
Finalizadas
as
definições
relativas
falta, ou seja, em condições normais. A
- Valor nominal (identificação): valor de
A operação normal, a intervenção
proteção básica é destinada para prevenir
uma grandeza, utilizada para denominar
para reparos em painéis energizados ou a
contato com as partes vivas e geralmente
e identificar um componente, dispositivo,
manutenção preditiva requerem medidas
corresponde à proteção contra o contato
equipamento ou sistema. Também pode
de proteção contra os choques elétricos,
direto;
ser o valor de uma grandeza, utilizada para
seja por contato acidental, seja por ação
- Isolação básica: isolação de partes vivas
fins de especificação, estabelecido para
deliberada. Para tanto, é necessário prover
perigosas que provê proteção básica. Este
um conjunto especificado de condições
Apoio
35
Apoio
Fascículo
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
36
de funcionamento de um componente,
A
dispositivo, equipamento ou sistema;
subdefinições
- Valor limite de uma especificação de um
elencamos a seguir:
corrente
também e
tem
várias
dos circuitos de entrada do conjunto
que
funcionando em paralelo; e a corrente
características,
total que o barramento principal é capaz
componente, dispositivo, equipamento ou
de distribuir na disposição particular do
sistema, corresponde ao maior ou menor
-
(Icc):
conjunto. Esta corrente deve circular sem
valor admissível de uma grandeza;
sobrecorrente resultante de um curto-
que a elevação de temperatura das partes
circuito devido a uma falta ou uma conexão
individuais exceda os limites especificados
de valores nominais e condições de
incorreta em um circuito elétrico;
em 9.2 da IEC 61439-1. A corrente nominal
funcionamento;
- Corrente de curto-circuito presumida (Icp):
de um circuito de entrada pode ser inferior
A tensão tem várias subdefinições e
valor eficaz da corrente que circula quando
à corrente nominal do dispositivo de
características, que elencamos a seguir:
os condutores de alimentação do circuito
entrada (de acordo com a respectiva norma
- Tensão nominal (de um sistema elétrico):
são curto-circuitados por um condutor de
de dispositivo) instalado no conjunto. Neste
representa o valor aproximado da tensão
impedância desprezível colocado o mais
contexto, o barramento principal pode ser
utilizada para designar ou identificar um
próximo possível dos bornes de alimentação
uma barra individual ou a combinação de
sistema elétrico;
do conjunto. Para efeito de ensaio de
barras individuais que normalmente são
- Tensão nominal (Um): a mais elevada tensão
performance, quando o projeto do conjunto
conectadas em serviço, por exemplo, por
nominal do sistema elétrico, em corrente
é tal que o comprimento dos barramentos
meio de um acoplador de barras. A corrente
alternada (eficaz) ou em corrente contínua,
a serem construídos ou ensaiados é inferior
nominal do conjunto é a corrente de carga
declarada pelo montador do conjunto para
a 1,6 m e não é pretendido que o conjunto
máxima admissível que o conjunto pode
o qual o circuito principal é projetado para
seja estendido, então, o comprimento total
distribuir e que não pode ser ultrapassada
ser conectado. Para os circuitos polifásicos, é
do barramento deve ser ensaiado e o curto-
quando futuras unidades de saídas são
a tensão entre fases. Para efeitos práticos, os
circuito estabelecido na extremidade destes
adicionadas.
transientes são desconsiderados e o valor da
barramentos. Se um barramento se compõe
A corrente nominal de um circuito é o
tensão de alimentação pode exceder a tensão
de diferentes arranjos (com respeito a seções,
valor da corrente que pode ser transportada
nominal devido às tolerâncias admissíveis do
espaçamento entre linhas de centro dos
pelo circuito de carga isoladamente, nas
sistema elétrico;
condutores, o tipo e a quantidade de suportes
condições normais de utilização. Essa
- Tensão nominal de utilização (Ue) - de um
por metro), cada arranjo deve ser ensaiado
corrente deve circular sem que a elevação
circuito em um conjunto: valor da tensão,
separadamente ou conjuntamente, contanto
de temperatura das diversas partes do
declarado pelo montador do conjunto,
que as condições acima sejam satisfeitas;
conjunto exceda os limites especificados em
que combinada com a corrente nominal
- Corrente de interrupção limitada: valor
9.2 da IEC 61439-1.
determina sua aplicação. Para os circuitos
instantâneo máximo de corrente atingida
A corrente nominal de um circuito
polifásicos, é a tensão entre fases;
durante a interrupção realizada por um
pode ser inferior às correntes nominais dos
-
Tensão nominal de isolamento (Ui):
dispositivo de manobra ou um fusível.
dispositivos (de acordo com a respectiva
valor eficaz da tensão suportável fixado
Este conceito é de importância particular
norma do dispositivo) instalados neste
pelo montador do conjunto para os
quando o dispositivo de manobra ou o
circuito. Devido à complexidade dos fatores
equipamentos ou para uma parte deste,
fusível funciona de tal maneira que a
que determinam as correntes nominais,
caracterizando a capacidade de suportar
corrente de pico presumida de um circuito
nenhum valor padronizado pode ser
(em longo prazo) a sua isolação especificada.
não é alcançada. Essa definição é relevante
fornecido.
Para os circuitos polifásicos, é a tensão entre
na associação disjuntor + fusível limitador
fases. A tensão nominal de isolamento não
em casos de altas correntes presumidas de
- Corrente nominal de pico admissível
é necessariamente igual à tensão nominal
curto-circuito;
(Ipk): valor de pico da corrente de curto-
de utilização de equipamento que é
- Corrente nominal: valor de corrente,
circuito, declarada pelo montador do
relacionado principalmente a desempenho
declarado pelo montador do conjunto,
conjunto, que pode ser suportado sob
funcional;
que um circuito pode conduzir sem que
condições especificadas.
- Tensão nominal de impulso suportável
a elevação de temperatura das diferentes
- Corrente nominal de curta duração
(Uimp): valor de tensão de impulso
partes do conjunto exceda os limites
admissível (Icw): valor eficaz da corrente de
suportável, declarado pelo montador do
especificados em condições específicas.
curta duração, declarado pelo montador do
-
Características
nominais:
conjunto
Corrente
de
curto-circuito
conjunto, caracterizando a capacidade de suportar a isolação contra sobretensões transitórias especificadas.
conjunto, que pode suportar em condições A corrente nominal do conjunto é a menor entre: a soma das correntes nominais
especificadas, definido em termos de corrente e duração.
37
Apoio
- Corrente nominal de curto-circuito condicional (Icc): valor da corrente de curto-circuito
presumida,
declarado
pelo montador do conjunto, que um circuito protegido por um dispositivo de proteção contra curto-circuito (DPCC) pode suportar durante o tempo total de funcionamento
desse
dispositivo
nas
condições especificadas. O dispositivo de proteção contra curto-circuito pode formar uma parte integrante do conjunto ou pode ser uma unidade separada. -
Fator de diversidade nominal (RDF):
valor por unidade da corrente nominal, declarado pelo montador do conjunto, para o qual circuitos de saída de um conjunto podem ser carregados de forma contínua e simultânea, levando em consideração as influências térmicas mútuas. - Frequência nominal (fn): valor de frequência,
declarado
pelo
montador
do conjunto, para o qual um circuito é projetado e para o qual se referem as condições de utilização. Pode-se atribuir a um circuito um certo número ou uma faixa de frequências nominais ou especificar se é em corrente alternada ou corrente contínua. No próximo capítulo, continuaremos a análise da IEC 61439-1 em suas definições, notadamente, nas condições de verificação, símbolos e abreviações, características de interface, marcação e identificação, documentação e condições de serviço dos conjuntos. Até lá!
*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão – e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da Gimi Quadros Elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Led – Evolução e inovação
38
Capítulo III Entendendo os Ledsv Por Vicente Scopacasa*
abordadas,
de padronização, portanto, é muito comum
luminoso
com detalhes, as características elétricas,
Nesse
capítulo,
serão
termos diferentes encapsulamentos nos
para o nosso projeto, escolhemos o
mecânicas e óticas do Led por meio de
mais diversos fabricantes, o que pode vir a
encapsulamento do Led a ser incluído no
uma análise minuciosa das folhas de
dificultar o trabalho do projetista. Cuidados
projeto, quer seja do tipo low power, mid
especificações, também conhecidas como
extras deverão ser utilizados na análise
power, high power, multichip ou CoB. Para
data sheets, explicando os principais
e escolha do Led mais apropriado para o
facilitar, vamos considerar um Led do tipo
parâmetros e detalhes do funcionamento,
projeto ou a aplicação em questão.
high power, com fluxo luminoso unitário
a
potência
necessárias
objetivando fornecer dados concisos para
Hoje, existem vários tipos de Leds
da ordem de 280 lúmens na corrente de
melhor utilização dos componentes em
com diferentes características elétricas,
700 mA, dissipando algo como 2 watts
projetos de iluminação de estado sólido.
mecânicas, óticas e térmicas e não
de potência. Levando em conta somente
Comumente, notamos que a má
necessariamente com o mesmo nível de
estas especificações básicas, temos uma
interpretação e a utilização das informações
desempenho. Por exemplo, para uma
quantidade enorme de fabricantes de Leds,
contidas nestas folhas de especificações
mesma luminária, podemos ter várias
porém, vamos considerar somente três
podem
com
opções de encapsulamento de Leds a
fabricantes, por exemplo, Cree, Lumileds e
desempenho abaixo do esperado e muito
considerar fornecendo diferentes níveis de
Nichia.
aquém do que a tecnologia efetivamente
fluxo luminoso, com diferentes potências
As famílias a serem consideradas destes
pode disponibilizar.
e, além de tudo, de diferentes fabricantes,
três fabricantes são XP-G2, Luxeon TX
o que complica em muito a escolha do Led
e 219B-V1 da Cree, Lumileds e Nichia,
mais ideal para o nosso projeto.
respectivamente, e iremos analisar os
resultar
Como
já
foi
em
produtos
citado
em
artigos
anteriores, a tecnologia do Led ainda está em evolução e, de certa forma, muito longe
Fascículo
e
Uma vez definidas a faixa de fluxo
Figura 1 – Absolute Maximum Ratings do Luxeon TX, da Lumileds.
parâmetros constantes nas folhas de
Apoio
especificações de cada um destes três
temperatura máxima de junção e não deve
do Led. Este assunto será amplamente
componentes, não com o intuito de
ser simplesmente interpretada como um
detalhado quando tratarmos sobre o tema
compará-los, mas sim de interpretá-los.
valor a ser utilizado livremente. Como
relativo ao projeto térmico.
A abordagem será estritamente técnica
sabemos, quanto mais próximo o Led estiver
sem nenhum aspecto comercial, quer
operando do valor máximo da temperatura
especificações destes três fabricantes não
seja de preço ou demais condições de
de junção, menor será o seu desempenho e
necessariamente têm a mesma forma
comercialização.
menor será sua vida útil.
de apresentar as informações, portanto,
Como
esperado,
as
folhas
de
O passo inicial ao analisar as folhas de
Por outro lado, o mesmo acontece com
é importante que o projetista procure e
especificações é procurar pelo Absolute
a corrente máxima a ser aplicada ao Led. O
interprete os parâmetros, pois todos estão
Maximum Ratings, onde encontraremos
fabricante informa o valor máximo, porém,
disponíveis. Como exemplo, na Figura 2, é
os parâmetros máximos do Led. Na Figura
nem sempre este valor poderá ser utilizado,
apresentado um quadro de especificações
1, apresentamos o quadro do Absolute
considerando
sempre
do LED XP-G2, da Cree, em que se podem
Maximum Ratings do Luxeon TX da
vinculá-lo à temperatura de operação
encontrar informações análogas sobre o Led.
que
devemos
Lumileds. Na Figura 1, são encontradas algumas informações importantes, como a corrente máxima que pode ser aplicada ao Led vinculada à sua temperatura de junção. Outra informação importante é referente à faixa de temperatura de operação do Led e à faixa de temperatura de armazenamento. Convém salientar que a temperatura de operação máxima do Led, aqui representada pelo valor de 135 °C está relacionada à
Figura 2 – Características adicionais do XP-G2 da Cree.
39
Apoio
Fascículo
Led – Evolução e inovação
40
A primeira informação da Figura 2 é
parâmetro ESD withstand voltage, o qual define
operação de 25°C, temos que o valor do fluxo
referente ao valor da resistência térmica que
o valor da tensão máxima quanto às descargas
luminoso típico é igual a 265 lúmens. Isto quer
representa a resistência à transferência do
eletrostáticas. No presente caso, o Led suporta
dizer que o fluxo poderá ter valores distintos,
calor gerado na junção do Led para fora do
uma tensão de até 8.000 volts HBM (Human
dependendo das condições acima. Como regra
encapsulamento. Neste caso, quanto menor
Body Model).
geral, quanto maior for o IRC e a temperatura
for o valor da resistência térmica, melhor
Agora vamos analisar parâmetros mais
de operação, menor será o fluxo luminoso
será a transferência de calor. A unidade
relacionados à parte fotométrica do Led e
e, quanto maiores a temperatura de cor e a
representativa da resistência térmica é °C/W
avalia-lo principalmente quanto ao fluxo
corrente elétrica, maior será o fluxo.
(graus Celsius por watt) ou °K/W (graus
luminoso, temperatura de cor e índice de
Kelvin por watt). O segundo parâmetro aqui
reprodução de cor.
Na tabela da Figura 3, o fabricante também informa o valor da intensidade luminosa, em
informado é referente ao ângulo de emissão de
Na Figura 3 é apresentado um exemplo
candelas, considerando o ângulo de emissão
luz do Led normalmente denominado como
de como os parâmetros fotométricos são
do Led. Quanto ao valor da temperatura de
viewing angle e representado como FWHM
especificados para o Led 219B-V1 da Nichia.
cor, normalmente expresso em graus Kelvin,
(Full Width at Half Maximum) ou 2Ө½, ambos
Analisando primeiramente a especificação
é também disponibilizada a informação em
representando que o ângulo de emissão é
do fluxo luminoso, percebemos que este valor
termos de coordenadas de cromaticidade x,y
medido em 50% da potência. Convém lembrar
é dependente de quatro fatores básicos, sendo
relativas ao diagrama CIE 1931. Atualmente,
que a maioria dos Leds hoje é fornecida com
eles o valor da corrente elétrica aplicada, a
os fabricantes estão seguindo a norma ANSI
padrão do tipo Lambertiano somente diferindo
temperatura de operação do Led, a temperatura
C78-377 para determinar as regiões de
quanto ao ângulo de emissão de luz.
de cor e o índice de reprodução de cor. Sempre
cromaticidade para cada valor de temperatura
Outra informação importante constante
que quisermos determinar o valor do fluxo
de cor ao longo da curva do corpo negro do
na tabela da Figura 2 é o valor da tensão
luminoso, temos que levar em consideração as
diagrama CIE 1931.
direta (forward voltage) que representa a
condições destes quatro fatores. Por exemplo,
Outro fator importante a ser considerado
queda de voltagem da junção P-N do diodo.
no Led em questão, considerando o IRC de
nas folhas de especificação é relativo às
Este valor aqui representado é dependente da
80, corrente elétrica de 700 mA, a temperatura
características mecânicas do Led. É comum
corrente elétrica aplicada ao Led, assim como
de cor (aqui representada pelas coordenadas
encontrarmos os desenhos mecânicos do
da temperatura. Finalmente, ressaltamos o
de cromaticidade x,y) e a temperatura de
componente,
Figura 3 – Especificação dos parâmetros fotométricos do Led 219B-V1 da Nichia.
principalmente,
as
formas
Apoio
41
Apoio
Led – Evolução e inovação
42
e as dimensões dos contatos elétricos e térmicos, localizadas na parte inferior do encapsulamento. Estes contatos deverão ser soldados na placa de circuito impresso. A maioria dos Leds hoje é montada na superfície, conhecida como smd (surface mounting devices) e, para tal, a informação das dimensões destes contatos é importante para o projeto da placa de circuito impresso. Na Figura 4, apresentamos as dimensões mecânicas do Led Cree XP-G2, incluídas todas as dimensões mecânicas necessárias para o projeto da placa de circuito impresso. A fim de facilitar ainda mais o trabalho do projetista, o fabricante do Led também disponibiliza o desenho, conforme a Figura 5, tanto do pad de solda recomendável para a placa de circuito impresso, como também os detalhes do stencil que são utilizados no processo de montagem
Figura 4 – Especificações mecânicas do LED XP-G2 da Cree.
do Led na placa. Ainda com referência à montagem do Led na placa, os fabricantes costumam também informar as especificações do perfil da solda a fim de que o usuário possa programar o forno de refusão, conforme as necessidades, garantindo, com isso, a perfeita montagem do Led na pci. Abordando agora a parte térmica do projeto com os Leds, os fabricantes costumam apresentar informações muito importantes e vitais para que a utilização do componente seja a mais apropriada possível. Isto é fundamental para que possamos obter
Figura 5 – Detalhes da área de solda e do stencil para o Led Cree XP-G2.
um produto com o melhor desempenho e, acima de tudo, a devida confiabilidade disponibilizada pela tecnologia. Como visto anteriormente, os valores
Fascículo
da corrente máxima são informados para cada componente e também são fornecidas as condições nas quais estes valores podem ser utilizados. O valor da corrente elétrica a ser aplicado ao Led depende da temperatura ambiente assim como do valor da resistência térmica total, desde a junção do diodo até o ambiente. Assim como para todos os semicondutores, dos quais o Led faz parte, temos que analisar as características de derating, as quais indica como o componente deve ser operado, abaixo da sua capacidade máxima, a fim
Figura 6 – Curvas de Derating do LED 219B-V1 da Nichia.
Apoio
de que possamos manter a funcionalidade
mA poderá ser aplicada até a temperatura
em outros parâmetros tão importantes
adequada.
ambiente de 82 °C, ou seja, para temperaturas
quanto os aqui ora apresentados.
As curvas de derating são representadas
maiores
do
que
82°C,
deveremos
através de um gráfico, em que temos em
obrigatoriamente diminuir o valor da
Referências bibliográficas:
um dos eixos o valor da corrente máxima
corrente aplicada. O valor da corrente,
1. CLD-DS51 Rev.12, Product data sheet,
permitida e no outro o valor da temperatura
quando a temperatura de 100 °C é atingida, é
disponível no site www.cree.com
ambiente. Uma série de curvas são
igual a 1.110 mA. A situação fica um pouco
2. DS133 LUXEON TX, Product data sheet
acrescentadas representando alguns valores
mais crítica quando assumimos o valor de 35
rev. 20150827 disponível no site www.
de resistência térmica total desde a junção do
°C/W, sendo que nesta situação a corrente
lumileds.com
diodo até o ambiente. Na Figura 6, temos a
máxima que podemos utilizar é de 1.360 mA
3. Nichia STS-DA1-3062E <Cat.No.160129>
representação das características de derating
quando a temperatura ambiente for 0 °C e
disponível no site www.nichia.co
do Led 219B-V1 da Nichia. Analisando
somente de 454 mA quando atingirmos os
o gráfico à esquerda, observamos que o
100 °C de temperatura máxima.
fabricante indica que o valor máximo da
As características de derating são
corrente que deverá ser aplicada ao Led é
fundamentais para a obtenção um bom
de 1.5 A (1.500 mA) e que a temperatura
projeto. Voltaremos a este tema com mais
ambiente máxima de operação deve ser de
detalhes no artigo sobre gerenciamento
100 °C. Além disso, o fabricante estabeleceu
térmico do Led.
três valores distintos de resistência térmica total, 15 °C/W, 25 °C/W e 35 °C/W.
Por se tratar de um assunto relativamente complexo e extenso, a completa análise dos
Para melhor entendimento, vamos
diversos parâmetros do Led é fundamental
assumir que o nosso projeto tenha uma
para que possamos usufruir de todos os
resistência térmica total de 15 °C/W. Neste
benefícios oferecidos por esta tecnologia. No
caso, a corrente máxima permitida de 1.500
próximo artigo continuaremos esta análise
*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
43
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
44
Capítulo III Correntes contínua e alternada, número complexo, fasor e circuitos resistivo, indutivo e capacitivo Por Cláudio Mardegan*
Corrente contínua
É também aplicável a Lei de Kirchoff das correntes; O valor médio da tensão é diferente de zero;
Em 1879, Thomas Alva Edison aperfeiçoou a lâmpada e inventou geradores, comutadores, soquetes e fusíveis, tudo em corrente contínua. Em 1882, energizou a primeira usina geradora em corrente contínua em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O valor médio da corrente é diferente de zero, em condições de carga.
Corrente alternada
Os valores de tensão e corrente, em corrente contínua, não passam por zero e em regime, praticamente não variam com o tempo. A Figura 1 ilustra o exposto.
Em 1886, George Westinghouse e Nikola Tesla (Figura 2) inventam a corrente alternada. É o primórdio dos sistemas em corrente alternada. Os primeiros sistemas eram monofásicos e,
Fascículo
inicialmente, não aterrados.
Figura 2 - George Westinghouse e Nikola Tesla.
A corrente alternada varia com o tempo como indicado na Figura 3. Figura 1 – Variação da tensão e corrente com o tempo em corrente contínua.
Como a tensão e a corrente agora variavam senoidalmente com o tempo, as dúvidas que advieram foram:
Ficou constado, desde aquela época que, para a corrente contínua:
Lei de Ohm é aplicável? Lei de Kirchoff das tensões é aplicável?
A Lei de Ohm é aplicável;
Lei de Kirchoff das correntes é aplicável?
É também aplicável a Lei de Kirchoff das tensões;
O valor médio das tensões e corrente agora são nulos.
Apoio
O valor eficaz Hoje é sabido que o valor eficaz de uma grandeza alternada é o valor máximo dividido por raiz de 2. Este valor é conhecido também como valor RMS, que deriva da língua inglesa Root Mean Squared. Este conceito se baseou no valor de potência.
Em outras palavras, o valor eficaz de um valor senoidal será: Figura 3 – Variação da tensão e da corrente com o tempo em corrente alternada.
Como calcular estas grandezas nesse novo sistema? Inventou-se o valor eficaz. Veja definição a seguir.
A definição do valor eficaz pode ser visualizada na Figura 4.
45
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
46
Figura 4 - Visualização gráfica do valor eficaz.
A partir dos esclarecimentos informados anteriormente, as
Número complexo
dúvidas foram sanadas: Examinando o conceito de fasor, percebe-se que tem tudo Lei de Ohm é aplicável!
a ver com o círculo trigonométrico e também com os números
Lei de Kirchoff das tensões é aplicável!
complexos.
Lei de Kirchoff das correntes é aplicável!
Fasor
Em eletricidade utilizam-se muito os números complexos, cuja forma é dada por: Z = A + j B
O termo fasor surgiu com o conceito do campo girante. Os geradores síncronos possuem o enrolamento de campo no rotor e
Em que: A e B são números reais. O j é um número complexo ( j=√−1).
Fascículo
este enrolamento é alimentado em corrente contínua, gerando um fluxo constante. Para haver tensão induzida no estator, é necessário
O operador “j” tem a função apenas de dar um giro de 90°
haver variação de fluxo. Girando-se o rotor, um ponto no estator irá
no número real B, para definir então o par ordenado no plano
enxergar o campo constante do rotor variando senoidalmente. A
cartesiano (A;B) e desta forma identificar o número complexo Z.
Figura 5 mostra o exposto.
Vide Figura 6.
Figura 5 – Fasor girando com uma velocidade constante w.
Apoio
47
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
48
vinculados a uma “certa” direção de circulação de corrente. As Figuras 8, 9 e 10 mostram a defasagem angular entre a tensão e a corrente para circuitos resistivos, puramente indutivos e puramente capacitivos, respectivamente.
Figura 6 – Número complexo – definição.
Circuitos resistivos, indutivos e capacitivos e suas respectivas formas de onda Circuito resistivo é um circuito dito resistivo quando a tensão e a corrente estão em fase, ou seja, a defasagem angular entre suas formas de onda de tensão e corrente é nula. Figura 8 - Forma de onda para um circuito resistivo.
Circuito indutivo - Um circuito é dito indutivo quando a corrente está atrasada em relação à tensão, ou seja, a defasagem angular (ϕ) entre a forma de onda de corrente em relação à tensão varia entre 0.0 > ϕ > -90o. O caso mais extremo é o circuito puramente indutivo em que a corrente fica atrasada de 90o da tensão. Circuito capacitivo - Um circuito é dito capacitivo quando a corrente está adiantada em relação à tensão, ou seja, a defasagem angular (ϕ) entre a forma de onda de corrente em relação à tensão varia entre 0.0 < ϕ < 90°. O caso mais extremo é o circuito puramente capacitivo em que a corrente fica adiantada de 90o da tensão. Fasorialmente, a tensão e as correntes e as formas de onda em circuitos
Figura 9 - Forma de onda para um circuito puramente indutivo.
Fascículo
indutivos e capacitivos se comportam como mostrado na Figura 7.
Figura 7 – Fasores de tensão e corrente e forma de onda de corrente indutiva e capacitiva.
Diagramas fasoriais e formas de onda Uma das maiores dificuldades observadas é que as pessoas quando baixam uma oscilografia, muitas vezes, não conseguem interpretá-la adequadamente. Um dos motivos principais disso deve-se ao fato de não se saber analisar a forma de onda. Por esse motivo, mostram-se a seguir as formas de onda de tensão e corrente para as diversas possibilidades: fator de potência unitário (circuito resistivo), fator de potência atrasado (circuito indutivo) e fator de potência adiantado (circuito capacitivo). Como mencionado, os diversos tipos de circuito, bem como fator de potência, estão
Figura 10 - Forma de onda para um circuito puramente capacitivo.
*Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
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50
Reportagem Por Bruno Moreira
Economia verde
Ao contrário do que se imagina, a crescente procura por projetos de eficiência energética está mais relacionada às questões ambientais do que ao aumento do custo da energia elétrica
É
tem como um de seus objetivos limitar o
a 6,5% em 2023. E neste ano, em que o
adquirida pelas questões ligadas ao meio
aquecimento global a 1,5 ºC.
consumo potencial sem conservação seria de
ambiente nas duas últimas décadas. Um
Esta
rumos
834.643 GWh, o consumo final, considerando
bom exemplo disso foi a criação, em evento
ecológicos acarretou mudanças também
a conservação, atingiria a marca de 780.421
ecológico realizado no Rio de Janeiro, em
no modo como os agentes do setor elétrico
GWh, representando uma economia de
1992, da Convenção-Quadro das Nações
pensam a geração e o consumo de energia
mais de 54 mil GWh. Para se ter uma ideia
Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
elétrica, pondo em foco ações direcionadas
de como a economia de energia avançará
A convenção, ratificada em 1994 por 196
à eficiência energética. O objetivo: consumir
nesta próxima década, em 2014, o consumo
Estados-nações que constituem as “partes”
menos energia e menos recursos naturais.
potencial sem conservação foi de 539.111
para a convenção, reconheceu a existência
Acrescente a este comprometimento em
GWh e o consumo final, considerando a
de mudanças climáticas ocasionadas por
preservar o meio ambiente a escassez
conservação, de 535.205 GWh, equivalente
ações humanas e estabeleceu que os países
de recursos energéticos e a consequente
a uma energia conservada de apenas 3.906
industrializados deveriam ser os grandes
elevação de custos da energia. No Brasil,
GWh.
responsáveis pelo combate aos danos ao
por exemplo, conforme o Plano Decenal de
clima. A ação se perpetuou até os dias atuais e,
Energia 2024, desenvolvido e publicado pela
preço do MWh aumentou sensivelmente
entre novembro e dezembro de 2015, houve
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no ano
no último ano, o custo com a energia seria
a 21ª conferência destas partes, a chamada
passado, a participação da energia conservada
o grande impulsionador para projetos de
COP-21, que resultou em um novo acordo
no consumo do país, por meio de projetos
eficiência
global, o chamado Acordo de Paris, assinado
de eficiência energética, que em 2014 foi de
Associação
por 195 partes e pela União Europeia, que
0,7%, passará para 3,9% em 2018, chegando
Serviços de Conservação de Energia (Abesco),
mais do que evidente a importância
consternação
com
os
Poderia se pensar que no país, onde o
energética.
O
presidente
da
Brasileira
das
Empresas
de
51
O Setor Elétrico / Março de 2016
Alexandre Moana, no entanto, discorda dessa
aquecimento solar da água quanto para
desta classe de tensão, pois consomem muita
linha. “Eu penso que, na condição atual do
produção de energia fotovoltaica. Deve-se
energia elétrica e costumam pagar contas de
conhecimento humano, nós sabemos que o
levar em conta, porém, se o aquecimento solar
energia mais altas que os outros clientes já que
que afetou e afeta o clima hoje é a utilização
é viável na região em que a residência está
a maioria destas empresas, por lei, não está
humana da energia. Então, eu diria que hoje
localizada, haja visto que em muitas regiões,
apta a migrar para o mercado livre, ficando
o fator ambiental é mais importante do que o
a incidência do sol não é tão alta, tornando
restrita à tarifa regulada e ao mercado cativo
recurso financeiro”, afirma.
muito custosa a aplicação de sistemas deste
de energia. Para elas, o custo benefício de um
tipo.
projeto sustentável de energia elétrica é muito
energética é mais do que um conjunto de
atrativo, explica o presidente da associação.
tecnologias agindo juntas para economizar
pequeno porte, o presidente da associação
energia. Para o presidente da Abesco,
acredita que soluções similares relacionadas
a eficiência se trata de uma disciplina
ao uso de energia solar também sejam
humana. “Tecnologias inovadoras surgirão
adequadas, considerando, obviamente, os
a todo momento, assim como o desperdício
fins específicos do estabelecimento. No caso
consequentemente,
acontecerá a todo instante”, assegura. Moana
de uma padaria, por exemplo, se possuir forno
estabelecimentos – residências, comércios ou
afirma que costuma brincar com seus colegas
elétrico, que este seja adequado no sentido
indústrias – podem adotar medidas referentes
falando que “despesa em empresa é igual
de consumir menos energia elétrica. Outras
à geração de energia, com o emprego de
unha, não para de crescer. Tem que controlar
soluções visando à sustentabilidade são a
energia renovável, assim como substituírem
e cortar”. Neste sentido, independentemente
mudança da tecnologia de iluminação – o
equipamentos antigos por equipamentos
da tecnologia empregada, as práticas de
Led no lugar de uma lâmpada incandescente,
novos mais eficientes, e também utilizarem
eficiência têm que se tornar inerentes ao
por exemplo – assim como a inserção de
tecnologias
mais
modo de vida do ser humano. “Eficientizar é
iluminação natural, caso seja possível. Grosso
melhorarem
o
mais do que uma troca de equipamentos, uma
modo, o presidente da Abesco acredita que
industriais, por exemplo. Além disso, a
tecnologia, é uma ideologia de operação.
ser sustentável em estabelecimentos ligados
sustentabilidade pode e deve passar pela
Mais do que uma tendência, pensar em
à baixa tensão, pertencentes aos chamados
instalação elétrica.
sustentabilidade e eficiência energética é uma
grupo B, com tensão até 2,3 kV, é servir-se de
necessidade humana”, destaca.
energia alternativa, principalmente de energia
o retrofit de instalações elétricas, com a
Moana acredita também que a eficiência
Para um estabelecimento comercial, de
Instalação elétrica sustentável Na busca pela eficiência energética e, sustentabilidade,
avançadas
rendimento
a de
fim
os
de
motores
Sabe-se que em edificações antigas,
solar, fonte em abundância no país.
troca de disjuntores, relés, fios e cabos e
associação, atualmente, também não se pode
No que concerne aos consumidores
lâmpadas por equipamentos mais novos,
afirmar que algum segmento se preocupa
ligados à media tensão, mais especificamente
ajuda a combater o desperdício de energia,
mais com eficiência energética do que os
os consumidores do grupo A4, com classe
resultando em mais economia. O uso de
demais. “A instalação elétrica sustentável não
de tensão entre 2,3 kV e 25 kV, que são
equipamentos tecnicamente mais avançados
está mais no setor industrial e comercial do
por exemplo, indústrias, faz-se necessária,
nas instalações é básico para fazer com que
que no residencial”, declara Moana. Segundo
segundo o presidente da Abesco, uma
um estabelecimento funcione de maneira mais
ele, principalmente em razão das tarifas,
transformação no método de produção com
eficiente do ponto de vista da energia elétrica
houve uma queda de consumo brutal em
o intuito de tornar-se sustentável, gerando
e seja mais sustentável ecologicamente. Não
todos os setores. “Nas residências, o consumo
resultados, tanto do ponto de vista ambiental,
por isso, aquele que procura a sustentabilidade
caiu em mais de 5%, em volume muito
quanto financeiro. Tomando como base uma
nas instalações elétricas deve se restringir a
próximo ao que ocorreu na indústria, por
indústria com intenso emprego de motores,
estes novos equipamentos.
exemplo”, diz. A redução acontece em todos
o uso de medidas para tornar este processo
os setores, sendo que cada um deve adotar
específico mais eficiente é recomendado, tais
Ação Engenharia e Instalações, José Starosta,
medidas sustentáveis que sejam adequadas
como o emprego de soft starter para modular a
não adianta nada desenvolver e construir uma
às atividades realizadas em seus respectivos
partida; o uso de motores de alto rendimento;
instalação elétrica sustentável para alimentar
estabelecimentos.
e a dosagem da carga que o motor vai receber.
outros sistemas que não sejam sustentáveis
Entram nessas medidas ainda procedimentos
em si mesmos. Assim, segundo ele, a
de retrofit a fim de tornar o equipamento mais
integração da instalação elétrica com outros
De
acordo
com
o
presidente
da
Uso da energia solar
Para o engenheiro eletricista e diretor da
eficiente, e também a utilização de iluminação
sistemas, como o de aquecimento a gás, o
Uma residência, por exemplo, que
natural para diminuir o consumo de energia
hidráulico, e o ar-condicionado, é de extrema
pretende ser sustentável, segundo Moana,
elétrica.
relevância tendo em vista uma edificação
tem que apresentar principalmente soluções
Moana explica que a sustentabilidade é
eficiente e ecologicamente mais correta.
relacionadas à energia solar, tanto para
um quesito imprescindível para os clientes
“O mais importante é quem esta instalação
52
Reportagem
O Setor Elétrico / Março de 2016
Sistema de iluminação natural Entre as tecnologias de iluminação mais sustentáveis econômica e ambientalmente, além do Led, que vem sendo altamente difundido, uma alternativa interessante pode ser o sistema de iluminação natural chamado Solatube. Desenvolvido na Austrália há 25 anos pela empresa Solatube International – atualmente com sede na Califórnia (EUA) – e distribuído no Brasil pela Efilux há sete anos, o equipamento atua basicamente como um canalizador da luz solar, captando a luz, por meio de interface instalada no telhado do estabelecimento e transferindo-a para o ambiente interno. “O grande diferencial do produto é que ele
O equipamento atua basicamente como canalizador da luz solar, captando a luz, por meio de interface instalada no telhado do estabelecimento e transferindo-a para o ambiente interno.
transfere a luz sem quase ter perda no caminho”, afirma o sóciodiretor da Efilux, Daniel Markus Markus explica que o sistema é composto por três partes.
maneira semelhante às luminárias convencionais. Nesse sentido, é
A cúpula de acrílico, instalada na parte externa da edificação, é
possível através de projeto luminotécnico definir a quantidade de
responsável pela captação da iluminação solar. O duto de alumínio
lux necessária ao ambiente. Os projetistas conseguem dimensionar
que transmite a iluminação do ambiente exterior para o ambiente
quantos equipamentos e quais modelos de equipamentos
interior. E uma lente – como se fosse um spot – que distribui a
são necessários para aquele ambiente conforme documentos
luz dentro da edificação. Todos estes elementos, segundo Markus,
normativos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
foram desenvolvidos com propriedades que facilitam a absorção
da luz, e a dissipação da iluminação solar de maneira mais
iluminar uma área de 46 m². Contudo, o sócio-diretor da empresa
homogênea.
afirma que se trata de um dado genérico, já que dependendo
De acordo com a Efilux, um único equipamento é capaz de
A cúpula, por exemplo, apresenta elementos filtrantes de calor
da intensidade de iluminação requerida pelo ambiente haverá um
e de raios ultravioletas (UV), que fazem mal à pele e danificam a
tipo de projeto e um tipo de sistema, que poderá iluminar uma
madeira. Além disso, recebe tratamento eletrostático para evitar
área maior ou menor.
acúmulo de poeira, permitindo que o produto tenha uma longa
O sócio-diretor da companhia explica que, desde o
vida e fique livre de manutenção. O próprio formado da cúpula
surgimento da Efilux, diversos foram os estabelecimentos
(ogival), de acordo com o diretor, também ajuda na manutenção
que já se interessaram pelo Solatube, tais como indústrias,
do equipamento, porque possibilita que ele se auto limpe quando
restaurantes, supermercados, lojas de conveniência, hospitais
é atingido pela chuva. Outra tecnologia que auxilia na captação
e até obras públicas, como ginásios esportivos etc. Markus
do sol são os prismas que compõem a cúpula e fazem com que ela
afirma que não há uma procura maior de um ou de outro tipo
tenha um aproveitamento melhor do sol dependendo de posição
de estabelecimento. “As vendas são equilibradas. A solução é
dele no horizonte. “Faz a captação da luz ficar parecida durante o
muito aplicada nos diversos segmentos”, afirma. Cada um destes
dia todo”, destaca Markus.
segmentos procura o sistema de iluminação natural por uma razão
Feito de alumínio, o duto apresenta duas propriedades que
especifica. Moradores de uma residência, por exemplo, costumam
o fazem ter um alto índice de aproveitamento - 99,7%, segundo
se interessar pelo equipamento a fim de tornar o ambiente em
Markus - de luz solar: revestimento com película, responsável
que vivem mais agradável. Estabelecimentos comerciais, além da
pela transferência da luz para o ambiente interno da edificação;
economia de energia, por acreditarem que a iluminação natural
e tratamento, ente alumínio e película, permitindo que qualquer
pode ajudar nas vendas, e as indústrias baseadas principalmente
calor absorvido seja dissipado no tubo. “Para o duto vem ainda
na busca pela economia de energia.
um pouco de calor, mas como é um tubo todo espelhado, ele
reflete sucessivamente e dissipa o calor. No primeiro reflexo, já
elétrica. “Nos ambientes onde a gente aplica o solatube é possível
tira o calor e com isso só transfere a iluminação”, explica o sócio-
economizar durante o dia 100% dos gastos com luz elétrica”, diz.
diretor.
Conforme Markus, por exemplo, em uma agência bancária, que
Por fim, há a lente difusora, que foi desenvolvida, de acordo
funciona das 8h às 18h, é possível iluminar o ambiente durante
com o diretor, para difundir a luz pelo ambiente interno de maneira
todo o dia de trabalho sem acionar a iluminação artificial. Já em
homogênea, independentemente do horário do dia. Markus
uma loja de conveniência que funciona até às 22h usa-se a luz
explica que se trata de uma lente curva definida para atuar de
elétrica apenas no período noturno.
O solatube é utilizado basicamente como complemento à luz
O Setor Elétrico / Março de 2016
elétrica está alimentando”, diz.
designer, Plinio Godoy, ao contrário do que
a curiosidade das pessoas em relação ao
Outro ponto levantado pelo engenheiro
acredita o presidente da Abesco, em relação
que mais pode vir por aí. Segundo Godoy,
eletricista é o viés operacional do projeto
ao motivo para a utilização de um projeto de
levando-se em conta que a iluminação
de instalação elétrica. “A tendência é que
eficiência energética, a principal preocupação
digital
se faça um projeto sem pensar naquele que
de um cliente que busca um projeto de
espaço no universo tecnológico, em breve,
irá operá-lo”, argumenta. Ocorre que de
iluminação sustentável não é a preservação do
espera-se a integração da luz no que se
nada adianta desenvolver uma instalação
meio ambiente, mas sim a questão energética
conhece como “Internet das coisas”. Nela,
elétrica sustentável sem um viés operacional
propriamente dita. “Temos, cada vez mais,
os pontos de luz serão utilizados com input
que mantenha o sistema. “A operação deve
altos custos energéticos, com tendência
e output de informação digital. Conforme
ser confiável”, afirma o diretor da Ação
a aumentarem. Assim, a conta de energia
o projetista luminotécnico, já existem, por
Engenharia e Instalações.
elétrica passa a ser um custo operacional
exemplo construções que utilizam sistemas
que atinge diretamente os resultados das
de iluminação integrado com tecnologia da
pelo engenheiro eletricista, que é o da
empresas”, diz.
informação. “Este desenvolvimento permite
utilização de tecnologias de automação,
Dessa forma, um projeto luminotécnico
que o edifício seja monitorado por cada
instrumentação e controle. Um projeto com
sustentável deve buscar, segundo Godoy, o
luminária, quanto à ocupação, temperatura
viés operacional permitirá aos operadores
desenvolvimento de soluções que minimizem
e status de funcionamento, minimizando o
deste sistema automatizado o controle
os gastos energéticos e que tenham alta
custo operacional e tornando os sistemas
de dados a fim de medir se a instalação
eficácia.
integrados e personalizados”, afirma.
projetada está funcionando mesmo de modo
o emprego dos espaços como fator de
sustentável.
Aqui, entra um terceiro quesito destacado
Para
isso,
deve-se
considerar
vem
ganhando
cada
vez
mais
Godoy prevê também que em breve os
Tecnologias de automação
acionamento, com sensores ou dimerização,
sistemas de iluminação possam substituir as
possibilitam, por exemplo, o emprego de
utilizando-se de sistemas locais ou integrados.
redes de acesso à internet Wi-Fi, por meio de
sistemas de medição setorizados para fazer
A luz natural, que, ao acionar sensores de
uma tecnologia denominada Li-Fi, ou “Light
os rateios de energia e gestão do sistema a
luz e controles, pode minimizar o uso da luz
Fidelity”, que é projetada para transmitir
posteriori.
artificial, em períodos longos do dia útil de
informações através da luz. Nesse sentido, “as
Starosta cita ainda o dimensionamento
trabalho, também é uma alternativa para um
instalações elétricas precisarão ser revistas,
das instalações elétricas como fator essencial
projeto sustentável, assim como soluções
pois cada vez mais estaremos integrando luz,
para a sustentabilidade. É necessário escolher
fotovoltaicas, que podem ser usadas, por
sistemas e tecnologia da informação”, diz.
o conjunto de componentes da instalação,
exemplo,
A respeito de que tipo de cliente
como
iluminação externa e de estacionamentos.
procura mais os serviços de um projetista
proporcionem uma operação eficiente, sem
de
impacto e sem aquecimento e também com
aquela que utiliza Leds. Conforme o lighting
da sustentabilidade, a fim de que sejam
o objetivo de evitar ressonâncias harmônicas
designer,
existentes,
instalados sistemas de iluminação mais
e distorções. Além disso, o engenheiro
costuma-se fazer o retrofit, substituindo
eficientes e econômicos, o lighting designer
eletricista aborda as tecnologias propriamente
soluções tradicionais por lâmpadas Led, como
afirma que, inicialmente, eram edifícios
ditas que, na atualidade, estão sendo
o tuboled, por exemplo. Já em instalações
comerciais
utilizadas em vista de uma instalação elétrica
novas, projeta-se o sistema de iluminação
internacionais como o Leed - sistema
mais ecologicamente correta. Entre elas, a
empregando luminárias Led, que não utilizam
internacional de certificação e orientação
execução de algoritmos para o cálculo de
lâmpadas Led, mas sim módulos Led, mais
ambiental para edificações. Posteriormente,
dimensões de cabos de energia elétrica mais
eficazes e com melhor fotometria. Godoy
começaram a ser realizados projetos para
sustentáveis e, obviamente, o Led, que evita o
faz uma ressalva, contudo, em relação ao
shopping centers e hotéis, que também
emprego, por exemplo, de lâmpadas a vapor
emprego do Led sem o apoio de tecnologias
buscam esse tipo de certificação ambiental.
de mercúrio. Estas, além de serem menos
de
com
Para Godoy, projetos que tendem a se
eficientes em comparação à nova tecnologia
sensores, programação e iluminação por
enquadrar nestes sistemas de certificações
de iluminação, possuem mercúrio, que é
demanda. De acordo com o lighting designer,
são aqueles considerados racionais no que
nocivo ao meio ambiente.
com a utilização de sistemas de controle, o
diz respeito a questões energéticas, materiais
usuário tende a ter uma economia de energia
reciclados, desperdício de recursos, além de
e financeira muito maior do que apenas
proporcionarem ambientes mais adequados
utilizando o Led.
para a utilização de seus ocupantes. Para o
Um importante componente de uma
O avanço das tecnologias que fazem
projetista, definitivamente, um projeto que
instalação elétrica é o sistema de iluminação.
um sistema de iluminação cada vez mais
busca qualquer tipo de certificação é, sem
De acordo com o engenheiro e lighting
automatizado, controlado e eficiente, aguça
dúvida, um projeto melhor.
transformadores
e
circuitos,
que
Sistema de iluminação sustentável
em
áreas
específicas,
como
A solução mais empregada, no entanto, é em
automação:
instalações
sistemas
já
digitais
iluminação,
que
pensando
buscavam
na
questão
certificações
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Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas
O Setor Elétrico / Março de 2016
Queda da construção civil afeta mercado de linhas elétricas Fabricantes e distribuidores sofrem as consequências da atual crise econômica e projetam crescimento de apenas 2% para o mercado de linhas elétricas em 2016
Se nesta mesma pesquisa realizada no ano passado, os fabricantes
empresas deste mercado apontavam os projetos de infraestrutura e o
e distribuidores de linhas elétricas estavam apreensivos com relação
setor de construção civil aquecido como os itens mais favoráveis ao
ao seu mercado de atuação, nesta edição, temos a confirmação de
crescimento dos seus negócios. No ano seguinte, 15% já indicaram a
que a preocupação tinha suas razões. O cenário econômico brasileiro
desaceleração econômica do país como um problema para o mercado
não apresentou qualquer melhora e, praticamente, todos os setores
e, neste ano, essa última opção foi apontada por 28% das pesquisadas.
sofrem com as consequências da crise atual. É o que mostram os mais
Outros percentuais significativos dividiram-se entre setor da construção
recentes estudos elaborados pela revista O Setor Elétrico com diversos
desaquecido, falta de confiança dos investidores e desvalorização da
segmentos da área elétrica e publicados neste espaço mensalmente.
moeda brasileira.
Como poderá ser verificado nas páginas a seguir, a desaceleração
São esses fatores supracitados que contribuem para a manutenção
da economia brasileira somada ao desaquecimento da construção civil
de uma atmosfera pouco otimista entre os empresários e executivos
e à falta de confiança dos investidores vem afetando negativamente o
do setor elétrico brasileiro. No caso dos fabricantes e distribuidores de
mercado de linhas elétricas. Para efeito de comparação, em 2014, as
linhas elétricas, no ano passado, a previsão era de que suas empresas
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O Setor Elétrico / Março de 2016
apresentassem crescimento médio de 11% em 2015. Na pesquisa deste mês, foi apurado que o crescimento médio real no ano passado foi de apenas 5% comparado a 2014. Para 2016, a expectativa é que as empresas cresçam em torno de 6% e o mercado como um todo alcance uma elevação média de 2%.
No que diz respeito às vendas e quais produtos são mais procurados pelos clientes, a pesquisa
desta edição mostra que caixas de passagem e de ligação, eletrocalhas, perfilados e leitos são os líderes do ranking, praticamente o mesmo resultado do levantamento realizado no ano passado, acrescentando as bandejas empatadas na terceira posição juntamente com os leitos.
Para saber de todos os detalhes deste levantamento e de informações relevantes das
empresas que participaram da pesquisa, veja os gráficos e as tabelas publicadas na sequência.
Números do mercado de linhas elétricas
Assim como identificado na pesquisa realizada no ano passado, o segmento industrial é o
principal setor de atuação dos fabricantes e distribuidores de linhas elétricas. Principais segmentos de atuação
93% 60%
Industrial
Comercial
37%
Público
36%
Residencial
As vendas diretas ao cliente final continuam sendo o principal canal de vendas apontado
pelos pesquisados. 79% das empresas apontaram esta opção.
Principais canais de vendas
79% 69% 61% 26% 17% 11%
Venda direta ao cliente final
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadistas
Telemarketing
Internet
Outros
A adesão às certificações ISO continua, praticamente, com os mesmos índices do ano
passado. No levantamento anterior, 70% dos entrevistados afirmaram contar com a ISO 9001 (gestão de processos), enquanto 19% declararam possuir a ISO 14001 (gestão ambiental). Neste ano, os índices são, respectivamente, 71% e 24%.
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58
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas
O Setor Elétrico / Março de 2016
Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados: De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
24%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
71%
Até R$ 10 milhões
Certificações ISO
Eletrodutos metálicos
25%
16%
25%
16%
16%
3%
Eletrodutos rígidos
29%
16%
19%
23%
10%
3%
Canaletas de sobrepor
39%
36%
15%
3%
6%
-
Perfilados
28%
17%
28%
19%
3%
6%
Eletrocalhas (sem tampa)
27%
16%
27%
16%
5%
8%
Bandejas
30%
19%
30%
16%
3%
3%
Leitos (escada para cabos)
31%
28%
19%
17%
3%
3%
Barramentos blindados
35%
15%
26%
9%
12%
3%
Caixas de passagem
43%
22%
19%
11%
3%
3%
9001 (qualidade)
14001 (ambiental)
Já os produtos mais comercializados apontados pelos pesquisados
são, na ordem: caixas de passagem e de ligação, eletrocalhas e perfilados.
(eletrocalhas com tampa)
Produtos mais comercializados
e de ligação
43% 36% 32% 31% 31% 31% 29% 29% 27%
Caixas de passagem e de ligação
Eletrocalha (sem tampa)
Para se ter uma ideia do porte das empresas que participaram
desta pesquisa, as mesmas afirmaram apresentar um faturamento médio anual de até R$ 10 milhões. Veja o gráfico a seguir. Faturamento médio anual das empresas fabricantes e distribuidoras de linhas elétricas
Perfilado
Leito (escada para cabos)
Bandeja (eletrocalha com tampa)
9%
Acima de R$ 200 milhões De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Eletroduto Rígido Canaleta de sobrepor Eletroduto Flexível
15%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Materiais para amarração e identificação de cabos
Assim como foi registrado na pesquisa de 2015, as empresas
20%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 17%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
19%
Até R$ 5 milhões
7%
13%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
Na pesquisa do ano passado, a previsão era de que as empresas
acreditam que todos os submercados relacionados à área de linhas
de linhas elétricas (fabricantes e distribuidores) apresentassem
elétricas – eletrodutos metálicos, eletrodutos rígidos, canaletas de
crescimento médio de 11% em 2015. Na pesquisa deste mês, foi
sobrepor, perfilados, eletrocalhas, bandejas, leitos, barramentos
apurado que o crescimento médio real no ano passado foi de apenas
blindados e caixas de passagem – faturam anualmente até R$ 10
5% comparado a 2014. Para 2016, a expectativa é que as empresas
milhões. Veja, na tabela a seguir, a opinião das empresas pesquisadas
cresçam em torno de 6% e o mercado como um todo alcance uma
quanto ao tamanho total anual de cada nicho de mercado.
elevação média de 2%.
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O Setor Elétrico / Março de 2016
Previsões de crescimento
Fatores que influenciam o mercado brasileiro de linhas elétricas
4%
4%
9%
Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016
Outros
1% 13%
6% 5% 2%
Previsão de crescimento médio para as empresas em 2016 Crescimento médio das empresas em 2015 comparado ao ano anterior
Previsão de crescimento do mercado de linhas elétricas em 2016
Programas de incentivo do governo
Desvalorização da moeda brasileira
Bom momento econômico do país 28%
Desaceleração da economia brasileira
16%
Falta de confiança dos investidores
1%
3%
Falta de normalização e/ou legislação
Setor da construção civil aquecido
2%
Da mesma maneira que outros mercados do setor elétrico
brasileiro, também o de linhas elétricas sofre as consequências da desaceleração da economia brasileira, fator mais apontado pelos pesquisados entre os itens que influenciam este mercado. Refreamento da indústria da construção civil e desvalorização da moeda brasileira aparecem em seguida.
Incentivos por força de legislação ou normalização 9%
Projetos de infraestrutura
19%
Setor da construção civil desaquecido
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Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas
O Setor Elétrico / Março de 2016
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com
Criciúma
SC
X
X
ALPHA
(11) 2782-3200
www.alphamarktec.com.br
São Paulo
SP
X
X
ALUMBRA
(11) 4393-9300
www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
AMANCO
0800 701 8770
www.amanco.com.br
São Paulo
SP
X
ARCOIR
(11) 2115-7873
www.arcoir.com.br
São Paulo
SP
X
X
BEGHIM
(11) 2942-4500
www.beghim.com.br
São Paulo
SP
X
X
BELGO BEKAERT ARAMES
0800 7272 000
www.belgobekaert.com.br
Contagem
MG
X
X
BURNDY
(11) 5515-7225
www.burndy.com
São Paulo
SP
X
X
CARBINOX
(11) 4795-9000
www.carbinox.com.br
Mogi das Cruzes
SP
X
X
X
CERÂMICA SÃO JOSÉ
(19) 3852-9555
www.ceramicasaojose.com.br
Pedreira
SP
X
X
X
COFLEX
(11) 4330-3347
www.coflex.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
COMSYSTEL
(11) 4158-8440
www.comsystel.com.br
São Paulo
SP
CONEX
(11) 2334-9393
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
CONIMEL
(16) 3951-9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
DAISA
(11) 4785-5522
www.daisa.com.br
São Paulo
SP
DELTA CANALETAS
(11) 4705-3133
www.deltaperfilados.com.br
Santana de Parnaíba
SP
DISPAN
(11) 3466-9300
www.dispan.com.br
Nova Odessa
SP
DUTOPLAST
(11) 2524-9055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
DUTOTEC
(51) 2117-6600
www.dutotec.com.br
Cachoeirinha
RS
ELECON
(11) 2066-4100
www.elecon.com.br
Guarulhos
SP
ELETROFERRO
(11) 2408-2221
www.eletroferro.com.br
São Paulo
SP
ELETROPOLL
(47) 3375-6700
www.eletropoll.com.br
Corupá
SC
EMBRAMAT
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
EMD DO BRASIL
(11) 3832-7575
www.emd.com.br
São Paulo
SP
ENERBRAS
(41) 2111-3000
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
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Oferece treinamento técnico para os clientes
X
SP
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
X
Guarulhos
Importa produtos acabados
X
www.acabine.com.br
Exporta produtos acabados
X
(11) 2842-5252
Programas na área de responsabilidade social
Internet
X
ACABINE
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Telemarketing
X
Cidade Sumaré
14001 (ambiental)
Venda direta ao cliente final
X
Site www.3m.com.br
9001 (qualidade)
Revendas / varejistas
X
Telefone 0800 013 2333
Outros
Distribuidores / atacadistas
X
X
Público
X
3M
X
Certificado ISO
Principal canal de vendas
X
Residencial
Comercial
Fabricante e Distribuidora
Estado X SP
Distribuidora
Fabricante
Empresa
Industrial
Principal Segmento de atuação
A empresa é
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61
O Setor Elétrico / Março de 2016
(16) 3942-1880
www.erglojanr10.com.br
Sertãozinho
SP
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
FLEX AUTOMATION
(11) 2389-2777
www.flexautomation.com.br
São Paulo
SP
FLEXMASTER
(51) 3365-5899
www.flexmaster.comm,.br
Porto Alegre
RS
FORTLIGHT
(11) 2087-6000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
FRONTEC
(51) 3201-2477
www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
X
X
X
GIMI POGLIANO
(11) 4752-9900
www.gimipogliano.com.br
Suzano
SP
X
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X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
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X
HELLERMANNTYTON
(11) 2136-9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
X
X
HIDROSSOL
(14) 2105-0500
www.hidrossol.com.br
Marilia
SP
X
X
X
HOLEC BARRAS
(11) 4191-3144
www.holecbarras.com.br
Boituva
SP
X
X
HUMMEL
(15) 3322-7000
www.hummel.com.br
Tatuí
SP
X
X
ISOELECTRIC
(41) 3600-0000
www.gruppo-bonomi.com
Quatro Barras
PR
X
X
ISOLET
(11) 2118-3000
www.isolet.com.br
Itu
SP
X
JEA
(11) 4547-6000
www.jea.com.br
Mauá
SP
KANAFLEX
(11) 3779-1670
www.kanaflex.com.br
Cotia
LAMINADOS JAPERI
(21) 2564-0262
www.laminadosjaperi.com
LEGRAND
(11) 5644-2508
LÍDER RIO
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Rio de Janeiro
RJ
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www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
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X
(21) 3295-8600
www.liderrio.net
Japeri
RJ
LPM
(11) 3976-1636
www.lpmmil.com.br
São Paulo
SP
MACCOMEVAP
(21) 2688-1216
www.maccomevap.com.br
Itaguaí
RJ
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MARVITEC
(11) 2487-5500
www.marvitec.com.br
Guarulhos
SP
MEGABARRE
(11) 4525-6700
www.megabarre.com.br
Jundiaí
SP
MEGABRAS
(11) 3254-8111
www.megabras.com
São Paulo
SP
MELFEX
(11) 4072-1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
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X
Oferece treinamento técnico para os clientes
ERG
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
SP
Importa produtos acabados
X
Arujá
Exporta produtos acabados
X
www.enmac.com.br
Programas na área de responsabilidade social
X
(11) 2489-5200
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
X
ENMAC
14001 (ambiental)
X
X
Cidade Rio de Janeiro
Outros
X
Site www.engeduto.com.br
Internet
Venda direta ao cliente final
X
Telefone (21) 3325-0406
Telemarketing
Revendas / varejistas
X
X
ENGEDUTO
Distribuidores / atacadistas
Comercial
X
X
Público
Industrial
X
Residencial
Fabricante e Distribuidora
Distribuidora
Estado RJ
Fabricante
Empresa
Certificado ISO
Principal canal de vendas
9001 (qualidade)
Principal Segmento de atuação
A empresa é
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas
O Setor Elétrico / Março de 2016
Programas na área de responsabilidade social
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
X
X
PERFIL LÍDER
(11) 2412-7787
www.perfillider.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
X
PERFILÇO
(11) 2749-2170
www.perfilacosp.com
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
PERFILDUTO
(11) 4591-2628
www.perfilduto.com.br
Itupeva
SP
X
X
X
PEVEDUTO
(11) 2713-4122
www.peveduto.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
X
PIPE RACK
(21) 3818-8200
www.piperack.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
X
PLP
(11) 4448-8000
www.plp.com.br
Cajamar
SP
X
X
X
POLEODUTO
(11) 2413-1200
www.poleoduto.com.br
Arujá
SP
X
POLIERG
(11) 2219-7700
www.polierg.com.br
São Paulo
SP
PROAUTO
(15) 3031-7400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
PRODESMEC
(11) 98377-1370 www.prodesmec.com.br
Santo André
SP
REAL PERFIL
(11) 2134-0002
www.realperfil.com.br
São Paulo
SP
REIMOLD
(11) 3904-3554
www.reimold.com.br
Caieiras
SP
ROMAGNOLE
(44) 3233-8500
www.romagnole.com.br
Mandaguari
S.P.T.F.
(11) 2065-3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SALF
(11) 5614-7333
www.salf.com.br
São Paulo
SP
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com
São Paulo
SP
SOB BRASIL
(11) 5090-0030
www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
STRATUS
(12) 2139-6550
www.stratusfrp.com
São José dos Campos
SP
SULMINAS
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
TIGRE
0800 707 4700
www.tigre.com
Joinville
SC
TRAMONTINA ELETRIK
(54) 3461-8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
RS
TUBOVALE
(47) 3332-7670
www.tubovale.com.br
Gaspar
SC
X
X
X
VICENTINOS
(44) 3232-0101
www.vicentinos.com.br
Marialva
PR
X
X
X
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
X
WETZEL
(47) 3451-4033
www.wetzel.com.br
Joinville
SC
X
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Distribuidora
X
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Fabricante
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X
X
Importa produtos acabados
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
X
Diadema
14001 (ambiental)
X
X
www.novemp.com.br
9001 (qualidade)
X
X
(11) 4093-5300
Outros
X
X
NOVEMP
Estado SP
Internet
X
Venda direta ao cliente final
X
Revendas / varejistas
X
X
Distribuidores / atacadistas
X
Público
X
Residencial
X
X
Cidade São Paulo
Comercial
X
X
Site www.multiwayrod.com.br
Industrial
X
X
Telefone (11) 3437-5600
Fabricante e Distribuidora
X
X
MULTIWAY
Empresa
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Telemarketing
Principal Segmento de atuação
A empresa é
Exporta produtos acabados
62
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64
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas
O Setor Elétrico / Março de 2016
www.acabine.com.br
Guarulhos
SP
AGPR5
(48) 3462-3900
www.agpr5.com
Criciúma
SC
X
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X
X
X
X
ALPHA
(11) 2782-3200
www.alphamarktec.com.br
São Paulo
SP
X
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X
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X
X
ALUMBRA
(11) 4393-9300
www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
AMANCO
0800 701 8770
www.amanco.com.br
São Paulo
SP
ARCOIR
(11) 2115-7873
www.arcoir.com.br
São Paulo
SP
BEGHIM
(11) 2942-4500
www.beghim.com.br
São Paulo
SP
BELGO BEKAERT ARAMES
0800 7272 000
www.belgobekaert.com.br
Contagem
MG
BURNDY
(11) 5515-7225
www.burndy.com
São Paulo
SP
CARBINOX
(11) 4795-9000
www.carbinox.com.br
Mogi das Cruzes
SP
CERÂMICA SÃO JOSÉ
(19) 3852-9555
www.ceramicasaojose.com.br
Pedreira
SP
COFLEX
(11) 4330-3347
www.coflex.com.br
São Bernardo do Campo
SP
COMSYSTEL
(11) 4158-8440
www.comsystel.com.br
São Paulo
SP
CONEX
(11) 2334-9393
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
CONIMEL
(16) 3951-9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
DAISA
(11) 4785-5522
www.daisa.com.br
São Paulo
SP
DELTA CANALETAS
(11) 4705-3133
www.deltaperfilados.com.br
Santana de Parnaíba
SP
DISPAN
(11) 3466-9300
www.dispan.com.br
Nova Odessa
SP
DUTOPLAST
(11) 2524-9055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
DUTOTEC
(51) 2117-6600
www.dutotec.com.br
Cachoeirinha
RS
ELECON
(11) 2066-4100
www.elecon.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
ELETROFERRO
(11) 2408-2221
www.eletroferro.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
ELETROPOLL
(47) 3375-6700
www.eletropoll.com.br
Corupá
SC
EMBRAMAT
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
EMD DO BRASIL
(11) 3832-7575
www.emd.com.br
São Paulo
SP
ENERBRAS
(41) 2111-3000
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
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Outros produtos
(11) 2842-5252
Conduletes
ACABINE
Caixas de pessagem e de ligação
Estado SP
Materiais para amarração e identificação de cabos
Cidade Sumaré
Prensa-cabos
Site www.3m.com.br
Outras Linhas
Telefone 0800 013 2333
Barramentos Blindados
3M
Leito (escada para cabos)
Bandeja (eletrocalha com tampa)
Eletrocalha aramada
Eletrocalha (sem tampa)
Perfilado
Duto de piso
Canaleta de sobrepor
Eletroduto Flexível
Eletroduto Rígido
Eletroduto Metálico
Empresa
Eletroduto isolante
Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela sua empresa
X X
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65
O Setor Elétrico / Março de 2016
FLEX AUTOMATION
(11) 2389-2777
www.flexautomation.com.br
São Paulo
SP
FLEXMASTER
(51) 3365-5899
www.flexmaster.comm,.br
Porto Alegre
RS
FORTLIGHT
(11) 2087-6000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
FRONTEC
(51) 3201-2477
www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
GIMI POGLIANO
(11) 4752-9900
www.gimipogliano.com.br
Suzano
SP
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
HELLERMANNTYTON
(11) 2136-9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
HIDROSSOL
(14) 2105-0500
www.hidrossol.com.br
Marilia
SP
HOLEC BARRAS
(11) 4191-3144
www.holecbarras.com.br
Boituva
SP
HUMMEL
(15) 3322-7000
www.hummel.com.br
Tatuí
SP
ISOELECTRIC
(41) 3600-0000
www.gruppo-bonomi.com
Quatro Barras
PR
ISOLET
(11) 2118-3000
www.isolet.com.br
Itu
SP
JEA
(11) 4547-6000
www.jea.com.br
Mauá
SP
KANAFLEX
(11) 3779-1670
www.kanaflex.com.br
Cotia
SP
LAMINADOS JAPERI
(21) 2564-0262
www.laminadosjaperi.com
Rio de Janeiro
RJ
LEGRAND
(11) 5644-2508
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
LÍDER RIO
(21) 3295-8600
www.liderrio.net
Japeri
RJ
LPM
(11) 3976-1636
www.lpmmil.com.br
São Paulo
SP
MACCOMEVAP
(21) 2688-1216
www.maccomevap.com.br
Itaguaí
RJ
MAGNANI
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MARVITEC
(11) 2487-5500
www.marvitec.com.br
Guarulhos
SP
MEGABARRE
(11) 4525-6700
www.megabarre.com.br
Jundiaí
SP
MEGABRAS
(11) 3254-8111
www.megabras.com
São Paulo
SP
MELFEX
(11) 4072-1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
X
X
X
X
Outros produtos
RS
X
Conduletes
SP
Porto Alegre
X
X
Caixas de pessagem e de ligação
Sertãozinho
www.exatron.com.br
X
Materiais para amarração e identificação de cabos
www.erglojanr10.com.br
0800 541 3310
X
Prensa-cabos
(16) 3942-1880
EXATRON
X
Outras Linhas
ERG
X
Barramentos Blindados
SP
Leito (escada para cabos)
Arujá
Bandeja (eletrocalha com tampa)
www.enmac.com.br
Eletrocalha aramada
(11) 2489-5200
Eletrocalha (sem tampa)
ENMAC
Perfilado
Estado RJ
Duto de piso
Cidade Rio de Janeiro
Canaleta de sobrepor
Site www.engeduto.com.br
Eletroduto Flexível
Telefone (21) 3325-0406
Eletroduto Rígido
ENGEDUTO
Eletroduto Metálico
Empresa
Eletroduto isolante
Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela sua empresa
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66
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas
O Setor Elétrico / Março de 2016
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
PERFIL LÍDER
(11) 2412-7787
www.perfillider.com.br
Guarulhos
SP
PERFILÇO
(11) 2749-2170
www.perfilacosp.com
São Paulo
SP
PERFILDUTO
(11) 4591-2628
www.perfilduto.com.br
Itupeva
SP
PEVEDUTO
(11) 2713-4122
www.peveduto.com.br
Guarulhos
SP
PIPE RACK
(21) 3818-8200
www.piperack.com.br
Rio de Janeiro
RJ
PLP
(11) 4448-8000
www.plp.com.br
Cajamar
SP
POLEODUTO
(11) 2413-1200
www.poleoduto.com.br
Arujá
SP
POLIERG
(11) 2219-7700
www.polierg.com.br
São Paulo
SP
PROAUTO
(15) 3031-7400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
PRODESMEC
(11) 98377-1370 www.prodesmec.com.br
Santo André
SP
REAL PERFIL
(11) 2134-0002
www.realperfil.com.br
São Paulo
SP
REIMOLD
(11) 3904-3554
www.reimold.com.br
Caieiras
SP
ROMAGNOLE
(44) 3233-8500
www.romagnole.com.br
Mandaguari
PR
S.P.T.F.
(11) 2065-3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
SALF
(11) 5614-7333
www.salf.com.br
São Paulo
SP
X
X
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com
São Paulo
SP
X
X
SOB BRASIL
(11) 5090-0030
www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
STRATUS
(12) 2139-6550
www.stratusfrp.com
São José dos Campos
SP
X
SULMINAS
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
X
TIGRE
0800 707 4700
www.tigre.com
Joinville
SC
X
TRAMONTINA ELETRIK
(54) 3461-8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
TUBOVALE
(47) 3332-7670
www.tubovale.com.br
VICENTINOS
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68
Aula prática
O Setor Elétrico / Março de 2016
Por Sérgio Prestes*
Dispositivo de proteção contra surto de tensão (DPS) Danos da sobretensão, dispositivos de proteção, concepção de projeto e proteção de equipamentos específicos
Danos causados por sobretensão
Principais causas do transiente de tensão
Dispositivos de proteção
• Descargas atmosféricas
em equipamentos eletrônicos. Geralmente,
A descarga atmosférica é um fenômeno
(DPSs) foram desenvolvidos para proteger
são
• Dispositivo de proteção de surto Sobretensão é a maior causa de danos consequência
atmosféricas,
de
operações
de condução de energia extremamente
o sistema elétrico e aplicações contra
no
alta, algo na ordem de várias centenas de
sobretensões e impulsos de corrente,
descargas elétricas
Os dispositivos de proteção de surto
interferências
mega-joules. Uma descarga atmosférica
assim como contra descargas atmosféricas
parasitas. Protetor de surto é de extrema
pode ser destrutiva ou causar sérios
e chaveamentos.
importância, pois é o primeiro nível de
distúrbios em instalações elétricas situadas
defesa
equipamentos
a vários quilômetros de distância do ponto
o terra (sistema TN) e, assim, limita
da planta, sendo instalados próximos à
de impacto no solo. Esta energia pode
a diferença de potencial durante um
entrada de energia e à entrada dos cabos
chegar à rede por uma descarga direta ou
transiente de tensão (Reference source
de comunicação.
indireta.
not found.).
sistema
de
para
potência
todos
e
os
O DPS é instalado entre a linha e
69
O Setor Elétrico / Março de 2016
Figura 1 – Instalação do DPS.
• Formas As
10/350
de ondas
descargas
fenômenos
de
e
8/20
atmosféricas
e
sobretensão
• Instalação os
de
DPS
De acordo com a norma IEC 61643-
foram
12, anexo I.1.2, pode-se assumir que 50%
divididos em duas formas de ondas, uma
da corrente total da descarga é absorvida
para simular descarga direta (10/350 μs) e
pela terra através do PCC, os outros 50%
outra para simular descarga indireta (8/20
é distribuídos por todas as estruturas
μs).
condutoras da instalação (condutores externos como tubulações metálicas de
• Dispositivos protetor Tipo 1 e tipo 2
de surto
-
água, gás, eletrodutos e leitos). Nota-se que parte desta corrente
O tipo 1 é utilizado na proteção de
é injetada no sistema de baixa tensão.
descargas atmosféricas, cujas formas de
Sendo
ondas possuem elevada energia (10/350).
deveriam estar equipados com DPSs
assim,
os
edifícios
vizinhos
É recomendado para lugares com grande
também. Em função da elevação de
probabilidade de receber uma descarga
tensão muito rápida (alguns μs), o DPS
atmosférica, geralmente, nas entradas
deve ter uma resposta igualmente rápida
de energia da instalação e próximo aos
e deve facilitar a condução da corrente
pontos de conexão do SPDA na malha de
com o objetivo de limitar o aumento da
aterramento.
diferença de potencial entre o terra e os
Já o tipo 2 é o protetor de surto
demais condutores (Reference source not
testado para proteger a instalação de
found.). O DPS responde em algumas
transientes de tensão com característica
dezenas de nanossegundos.
similar à curva de curta duração 8/20. Estes produtos foram projetados para dissipar
pequenas
quantidades
Proteção: concepção de projeto
de
energia; em função disso, devem ser
A
utilizados em locais onde não exista a
62305-4) é um documento que introduz
possibilidade de descarga direta.
a concepção de proteção por zona como
Protection
zone
concept
(IEC
70
Aula prática
O Setor Elétrico / Março de 2016
malha de aterramento com condutores
ou segregado do restante do painel por
dimensionados para escoar a corrente
uma chapa metálica.
total do surto. O campo eletromagnético não é atenuado nesta zona. LPZ0B
-
Zona
localizada
fora
da
Requisitos para o aterramento (IEC 61312-1, IEC 1024)
edificação e protegida pelo SPDA, os itens localizados nesta área não estão
sujeitos a descargas diretas. Entretando
para reduzir a diferença de potencial
podem sofrem com surtos de corrente
entre as partes metálicas e os sistemas
e
dentro de um ambiente que se deseja
o
campo
eletromagnético
não
é
O sistema de aterramento é necessário
atenuado. As partes condutoras externas
proteger contra descargas atmosféricas.
dos equipamentos conduzirão parte do
A
surto de corrente e sofrerão com corrente
na
induzidas.
utilizando cabos ou a própria malha de
equipotencialização inter conexão
dos
aterramento.
consiste
equipamentos
Mesmo
em
casos
uma ferramenta que auxilia a seleção do
• Zona
DPS apropriado. Esta concepção garante
LPZ 1 – Zona localizada dentro da
potencial de toda a instalação será
uma redução gradual dos estágios de
edificação onde os itens não estão
elevado
energia e das sobretensões causadas por
sujeitos às descargas diretas. Surtos
de potencial não ocorrerão dentro da
descargas atmosféricas ou chaveamentos
de corrente provenientes de descargas
instalação.
que ocorrem em um sistema desprotegido.
atmosféricas e/ou surtos provenientes do
Ele consiste em dividir a instalação em
chaveamento de cargas conduzidas por
Transição entre LPZ0A e LPZ1
diversos volumes: as zonas de proteções
meios condutores são reduzidos quando
No caso de entrada de energia por linha
(“the protection zones”). Cada zona de
comparados às zonas 0A e 0B. DPSs do
aéreas, a linha vem de uma LPZ0A e
proteção é caracterizada por um nível
tipo 1 devem ser instalados nas regiões
pode conduzir correntes provenientes
máximo de ruído eletromagnético, um
limítrofes entre LPZ0A e LPZ1 para
de descargas atmosféricas. Estas linhas
nível máximo de sobretensão e um nível
bloquear a entrada de surtos de corrente
devem ser conectadas ao barramento de
máximo de corrente de surto admissível.
conduzidos pela rede de alimentação de
aterramento principal através de DPSs
Estes níveis máximos são especificados
potência.
tipo 1 instalados no ponto de transição
de acordo com as características elétricas
LPZ2
dos dispositivos presentes nesta zona de
edificação onde os valores remanescentes
proteção.
do surto de corrente proveniente de
Transição
Esta
concepção
de
proteção
de descargas atmosféricas diretas, o
de proteção interna
–
Zona
localizada
dentro
da
uniformemente.
Diferenças
entre a LPZ0A e LPZ1. entre
LPZ0B
e
LPZ1
descarga atmosférica e/ou chaveamento
Não
por zona garante que os efeitos e o
de
quando
diretas na Zona 0B, pois elas estão
estresse causado pela descarga direta/
comparados a zona 1. DPSs do tipo
protegidas por um SPDA. O estresse que
indireta sejam reduzidos por degraus na
2 devem ser instalados nos cabos de
pode ocorrer na LPZ0B é, geralmente,
mudança entre as zonas de proteção.
potência nos pontos limítrofes entre
consequência
Para isto é necessária a instalação de
LPZ1 e LPZ2 a fim de dissipar os valores
causado pela corrente das descargas.
um DPS específico em cada transição de
remanescentes de surto de corrente e
Os surtos que ocorrem na zona 0B têm
zona. Ou seja, cada vez que é instalado
limitar o valor de sobretensão.
característica similar à onda 8/20 e, sendo
um DPS, há a criação de uma nova zona
LPZ3 – Zona de equipamentos muito
assim, o DPS tipo 2 é o mais indicado para
de proteção.
sensíveis onde surtos causados por ruído
a zona de transição entre LPZ0B e LPZ1.
harmônico,
A IEC 62305-4 define as características
cargas
são
reduzidos
acoplamento
ocorrem
descargas
do
atmosféricas
campo
magnético
magnético
das zonas de proteção (LPZs – “lightning
e surto gerado por chaveamento de
Transição
protection zones”) da seguinte forma:
carga são reduzidos quando comparado
Uma vez que a maior parte da energia
com a zona 2. Além da instalação de
inicial foi dissipada, os próximos DPSs
DPSs, malhas de proteção contra a
devem ser projetados para enfrentar os
LPZ0A - Zona localizada fora da edificação
interferência
magnético
efeitos remanescentes da zona 0A, 0B e
e desprotegida. Nesta área, os itens estão
externo deveriam ser instaladas. Toda
1. Para estes casos, DPS tipo 2 ou tipo
sujeitos a descarga atmosférica direta e
a
por
3 pede ver utilizado. O mesmo vale para
deve existir um para-raios conectado à
exemplo, dentro de um painel metálico
as transições sequentes LPZ 3, LPZ 4, etc.
• Zona
de proteção externa
LPZ3
do
poderia
campo ser
instalada,
entre
LPZ1
e
LPZ2
71
O Setor Elétrico / Março de 2016
Figura 2 – Proteção com DPS.
Proteção de equipamentos específicos
transição é necessária a instalação de um DPS. Ao passar da zona 0A ou 0B para a zona 1 é necessária a utilização de um
Assim como foi visto anteriormente,
DPS tipo 1 (OVR T1 25 255, Iimp 25 kA,
o DPS deve ser instalado na entrada da
Up 2,5 kV e tensão máxima de operação
instalação a fim de eliminar os surtos de
entre fase e neutro Un 255 V). Sempre que
corrente o mais cedo possível e minimizar
passar de uma zona 1 ou da zona 0B para
os efeitos no sistema. Por outro lado, um
uma zona 2 é necessária a utilização de um
DPS adicional próximo ao equipamento a
DPS tipo 2 (OVR T2 40 275, Imax 40 kA,
ser protegido é necessário quando:
Up 1,4 kV e Un 275 V). Caso exista uma
transição de uma zona 2 para uma zona 3, • A tensão Up do DPS à montante é
utiliza-se um DPS tipo 3 ou DPS tipo 2 + 3
muito alto e não garante proteção aos
(OVR 1N 10 275, Imax 10 kA, Up 0,9 kV e
equipamentos da máquina;
Un 275 V).
• A distância entre o DPS a montante e a
máquina a ser protegida é muito alta;
a tensão Up do DPS nunca exceda 80%
Tipicamente, se a distância for maior
do valor da sobretensão máxima que o
que 10 metros, um DPS adicional é
componente suporta.
recomendado, se a distância for maior
Existem ainda DPSs para aplicações
que 30 m a utilização de um novo DPS é
especiais como linha em 24 V, linhas
obrigatória.
de
• Existe geração de interferência interna
entre
da máquina (elementos chaveando dentro
pode-se utilizar o guia prático da ABB:
do sistema).
1TXH000309C0201_OVR Practical Guide,
Deve-se manter o cuidado para que
dados, outros.
instalações Para
mais
fotovoltaicas, informações,
disponível no site https://library.e.abb.com.
Conclusão *Sérgio Prestes é engenheiro de aplicação da
Na instalação feita por zonas, em cada
ABB.
72
Pesquisa - Tomadas e Interruptores
Mercado de tomadas e interruptores sente efeito da desaceleração econômica Fabricantes e distribuidores do setor estavam otimistas no ano passado, quando a norma que trouxe os requisitos gerais para os produtos do mercado foi revisada e publicada. Contudo, a situação econômica arrefeceu as vendas e deixou as previsões de crescimento mais sombrias
No começo de 2015, os fabricantes e distribuidores de tomadas e
de 7%, que, não obstante maior do que o crescimento do ano passado, é
interruptores industriais e prediais estavam bastante animados. Afinal, havia
bem inferior à elevação prevista para dois anos atrás.
acabado de ser publicada a norma ABNT NBR IEC 60309-1:2015, que trouxe
os requisitos gerais para este tipo de equipamento no Brasil. O documento
segmento também podem ser sentidos nos prognósticos referentes ao
atualizou as regras brasileiras que já estavam um tanto defasadas em relação
percentual médio de contratações e ao crescimento médio do mercado de
às normas internacionais. Para se ter uma ideia, a última revisão desta norma no
tomadas e interruptores em 2016. Conforme a pesquisa, os fabricantes e
Brasil datava de 2005 e fazia referência a uma norma IEC de 1999. Esta já havia
distribuidores que, em 2015, estimavam um aumento médio de 17% no
sido revisada, sendo publicada uma nova versão em 2012.
quadro de seus funcionários, esperam neste ano elevar em apenas 12%
A baixa do mercado e o consequente abatimento das empresas deste
O motivo da excitação do mercado com o novo texto normativo deveu-se
o número de seus empregados. Em relação ao crescimento médio do
ao fato de que assim se tornavam facilitadas as transações comerciais entre
mercado como um todo, a previsão é ainda mais pessimista. Em 2015, as
empresas brasileiras e estrangeiras, já que uma tomada industrial fabricada
empresas esperavam uma elevação média do mercado da ordem de 8%.
no país, em conformidade, estaria novamente apta a receber um plugue de
Em 2016, a expectativa é de que o acréscimo seja somente de 3,5%.
equipamento produzido no exterior, desde que este, obviamente, também
estivesse de acordo com as normas internacionais relacionadas ao tema.
2016, o item que mais se destaca é o mesmo da pesquisa feita no ano
No que diz respeito aos fatores que devem influenciar o mercado em
Passado um ano, parece que a animação dos fabricantes e distribuidores
passado: a desaceleração econômica. Segundo 35% dos fabricantes
da área enfraqueceu. Não tanto com a nova norma, mas com os negócios
e distribuidores que responderam ao levantamento, este é o quesito
realizados no país, que efetivamente confirmaram a tendência de queda
mais preocupante. Em segundo lugar, com 27% das indicações, vem o
prevista no último ano, conforme levantamento da revista O Setor Elétrico
desaquecimento do setor da construção civil, que impacta diretamente as
realizado com empresas do mercado de tomadas e interruptores. Em 2014,
vendas de tomadas e interruptores prediais, por exemplo.
os fabricantes e distribuidores do segmento almejavam crescimento médio
de suas empresas da ordem de 18%. Constataram, porém, uma elevação
e interruptores prediais, como principais segmentos de atuação e canais
de 12%, o que fez com a expectativa de acréscimo para 2015 fosse
de venda; a utilização de certificações ISO; tomadas, interruptores e outros
corrigida para baixo, também 12%. Frustrando novamente os prognósticos,
dispositivos mais comercializados; e percepção sobre o tamanho anual
registrou-se um crescimento ainda mais desastroso, de somente 3%.
total dos mercados de interruptores e tomadas. Confira o levantamento na
Esperando recuperar-se ainda neste ano, as empresas projetam elevação
íntegra a seguir:
A pesquisa conta com outros números relativos ao mercado de tomadas
73
O Setor Elétrico / Março de 2016
Números do mercado de tomadas e interruptores industriais e prediais
A indústria e o comércio são os principais segmentos de atuação dos fabricantes e distribuidores
do mercado de tomadas e interruptores. Conforme levantamento, 72% dos entrevistados afirmam ter estes setores como os mais importantes para a realização de negócios. Principais segmentos de atuação
65%
72%
Comercial
72%
Industrial
Residencial
Se, na pesquisa do ano passado, a maioria das empresas entrevistadas (79%) apontou os
distribuidores e atacadistas como principais canais de vendas de seus produtos, no levantamento deste ano, as revendas e os varejistas foram indicados como o canal mais importante. 80% dos fabricantes e distribuidores disseram isto. Principais canais de vendas
80% 67% 52% 37% 4%
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadistas
Venda direta ao cliente final
Telemarketing
Outros
A certificação ISO 9001, de gestão de qualidade, continua sendo a mais citada pelas
companhias que participam do levantamento. Se em 2015, 69% disseram contar com este tipo de certificado, em 2016 este número subiu para 72%. A ISO 14001, de gestão ambiental, permanece relegada a segundo plano. Na pesquisa do ano passado, apenas 21% afirmaram possuir tal certificação. No levantamento deste ano, este número subiu para apenas 22%. Certificações ISO
14001 (ambiental)
22%
9001 (qualidade)
72%
74
Pesquisa - Tomadas e Interruptores
O Setor Elétrico / Março de 2016
Interruptores para uso residencial e análogo – uso interno
Já as tomadas e outros dispositivos mais comercializados são
(65%), variadores de luminosidade – dimmer (59%) e sensores de
nesta ordem: caixas para interruptores e tomadas (59%), tomadas para
presença (59%), foram citados como os itens mais vendidos segundo
sinal em geral (59%), tomadas para uso residencial e análogo (NBR
os fabricantes e distribuidores pesquisados. Pulsadores para uso
14136 – uso interno (57%) e tomadas para telefonia (57%). As menos
hospitalar (28%) é o item menos procurado.
vendidas são tomadas para uso residencial com dispositivo antichoque
Interruptores e outros dispositivos mais comercializados
(30%) e tomadas para áreas classificadas (30%). Tomadas e outros dispositivos mais comercializados
Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno
65% 59%
Variadores de luminosidade (dimmer)
59%
Sensores de presença
52% 50% 43%
Tomadas para sinal em geral (dados, internet, etc.) Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno
59% 57%
Minuterias
57%
Pulsadores para uso geral
54% 43%
Interruptores para uso industrial
37%
Tomadas para telefonia Placas para interruptores e tomadas
Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)
Tomadas para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
37%
Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)
30%
37%
Controles para ventilador
30%
Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo) Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)
30%
Tomadas para áreas classificadas
28%
59%
Temporizadores
39%
Caixas para interruptores e tomadas
Pulsadores para uso hospitalar
Fabricantes e distribuidores dos mercados de interruptores para uso
17% 22% 17%
e análogo (NBR 14136) -
29% 33% 9% 14% 10% 5%
-
35% 11% 4% 19% 19% 8%
4%
uso externo (IP 44 mínimo)
Interruptores para uso industrial 32% 20%
8%
3%
9%
29% 26% 5%
9%
3%
9% 12%
55% 23% 5%
8% 27% 11% 3%
-
9%
classificadas Sensores de presença
9% 13% 13% 9%
Tomadas para uso residencial
19% 38% 5% 10% 10% 26% 6%
uso externo (IP 44 mínimo)
Minuterias
análogo (NBR 14136) uso interno
Interruptores para uso
Interruptores para áreas
Acima de R$ 500 milhões
Tomadas para uso residencial e
13% 22% 4% 12% 10% 10% 19%
uso interno residencial e análogo -
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Acima de R$ 500 milhões
Interruptores para uso
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de tomadas De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de interruptores
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
200 milhões e R$ 500 milhões.
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
maioria das empresas declarou faturar entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões.
residencial e análogo -
O mercado de tomadas com maior faturamento é o de tomadas
Até R$ 10 milhões
das empresas que compõe este mercado, o faturamento gira entre R$
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
para uso residencial e análogo – uso interno. De acordo com a maioria
mais rico é o de interruptores para uso residencial e análogo – uso interno, cuja
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
em sua maioria, faturar até R$ 10 milhões. Segundo o levantamento, o mercado
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Até R$ 10 milhões
industrial e áreas classificadas, minuterias e sensores de presença afirmaram,
Tomadas para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
Tomadas para áreas classificadas 37% 21%
32% 23% 10% 11% 14% 11%
-
Caixas para interruptores e tomadas
21% 17% 4%
-
25% 25% 8% 21% 17% 4%
-
-
75
O Setor Elétrico / Março de 2016
A maioria dos fabricantes e distribuidores de tomadas e interruptores (61%) afirmou que o
faturamento bruto total do mercado é de até R$ 10 milhões. Faturamento anual médio das empresas fabricantes e distribuidoras de tomadas e interruptores
3% 9%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Acima de ' R$ 200 milhões
29%
Até R$ 3 milhões
9%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 9%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 32%
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
9%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
Não obstante o pífio crescimento apresentando no ano passado, 3%, as empresas do
mercado de tomadas e interruptores industriais e residenciais mantêm um fio de esperança em dias melhores. Tanto que para 2016 almejam crescer 7%. Previsões de crescimento
12% 7%
Previsão de crescimento médio para as empresas em 2016
Previsão de crescimento médio para o mercado de tomadas e interruptores em 2016
4% 3%
Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016
Crescimento médio das empresas em 2015 comparado ao ano anterior
O fator que mais impactará a falta de crescimento do mercado de tomadas e interruptores
no ano de 2016 é, segundo as empresas pesquisadas, a desaceleração da economia brasileira. Já o quesito que menos terá influência é o aquecimento da construção civil. Fatores que devem influenciar o mercado de tomadas e interruptores
3%
Setor da construção civil aquecido
4%
Programas de incentivo do governo 7% 35%
Desaceleração da economia brasileira
Projetos de infraestrutura 8%
Crise internacional
16% 27%
Setor da construção civil desaquecido
Falta de normalização e/ou legislação
Pesquisa - Tomadas e Interruptores
O Setor Elétrico / Março de 2016
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X
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FLEX AUTOMATION
(11) 2389-2777
www.flexautomation.com.br
São Paulo
SP
X
FORTLIGHT
(11) 2087-6000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
X
FOXLUX
(41) 3302-8100
www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
PR
X
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
ILUMI
(19) 3572-2299
www.ilumi.com.br
Leme
KACON
(11) 3361-2696
www.kacon.com.br
LEGRAND
0800 11 8008
MAGNANI
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
SP
X
X
X
São Paulo
SP
X
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MAKAP
(41) 3029-4111
www.limpoeletronica.com.br
Almirante Tamandaré
PR
MAR-GIRIUS
0800 707 3262
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
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X
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X
X
X
X
X
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X
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X
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X
X
X X
X
X
X
X
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X
X
X
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X
X
X
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X X
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X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
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X
X
X
X
X X
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X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
Criciúma
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
X
www.agpr5.com.br
Importa produtos acabados
X
(48) 3462-3900
Programas na área de responsabilidade social
X
X
AGPR5
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
X
Cidade São Paulo
14001 (ambiental)
X
X
X
Site www.abb.com.br
9001 (qualidade)
X
X
X
Telefone 0800 012 2500
Outros
Telemarketing
X
Revendas / varejistas
X
Distribuidores / atacadistas
X
Residencial
X
Comercial
X
X
ABB
X
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Venda direta ao cliente final
Principal Segmento de atuação
Industrial
Estado X SP
Distribuidora
Empresa
Fabricante
A empresa é
Exporta produtos acabados
76
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
77
O Setor Elétrico / Março de 2016
www.parcus.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
PEESA
(11) 3313-4455
www.peesa.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
POLAR
(22) 2015-7777
www.polarmacae.com.br
Macaé
RJ
X
X
PROAUTO
(15) 3031-7400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
X
X
RADIAL
(11) 3576-0299
www.radial.com.br
São Paulo
SP
X
X
ROVIMATIC LED
(11) 3814-1143
www.rovimatic.com.br
São Paulo
SP
X
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com.br/pt/ São Paulo
SP
X
SENUN
(11) 4390-0000
www.gruposenun.com.br
São Bernardo do Campo
SP
SIEMENS IRIEL
(51) 3478-9000
www.iriel.com.br
Canoas
SIMON BRASIL
(11) 3437-8100
www.simonbrasil.com.br
SOB SCHURTER
(11) 5090-0030
SOPRANO
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
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X
X
X
X X
X X
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X
X
X
X
X
X
X
X
RS
X
X
X
X
X
X
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
X
X
(54) 2109-6363
www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
X
X
STECK
(11) 2248-7000
www.steck.com.br
São Paulo
SP
X
X
STRAHL
(11) 2818-3838
www.strahl.com
São Paulo
SP
X
X
SWITERM
(11) 2068-2217
www.switerm.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
(11) 3796-9343
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
PARCUS DESIGN
X
Importa produtos acabados
X
Exporta produtos acabados
SP
Programas na área de responsabilidade social
São Paulo
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
www.multiwayrod.com.br
14001 (ambiental)
(11) 3437-5600
9001 (qualidade)
MULTIWAY
Outros
Cidade São Paulo
Telemarketing
Site www.microkeylimit.com.br
Venda direta ao cliente final
X
Telefone (11) 5514-6314
Revendas / varejistas
X
X
MICRO-KEY
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
X
Residencial
Comercial
Principal Segmento de atuação
Industrial
Estado SP X
Distribuidora
Empresa
Fabricante
A empresa é
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
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X
X
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X
X
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X
X
X X
X
X
X
X
X
Pesquisa - Tomadas e Interruptores
O Setor Elétrico / Março de 2016
B-LUX
(11) 2621-4811 www.blux.ind.br
São Paulo
SP
COMSYSTEL
(11) 4158-8440 www.comsystel.com.br
Vargem Grande Paulista
SP
CONEX
(11) 2334-9393 www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
D´LIGHT
(11) 2937-4650 www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
DNI - KEY WEST
(11) 3933-2120 www.dni.com.br
São Paulo
SP
X
DUTOPLAST
(11) 2524-9055 www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
Votorantim
SP
EATON CROUSE HINDS BLINDA (15) 3353-7070 www.blinda.com.br
X
X
X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X
X
X
X
X
X
X X X X X
X
X
X X X X
X
X X
X
X
X
X
X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X X X X X X X
X
X X
X X
X X X X X X X X
ENERBRAS
(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
ENGEDUTO
(21) 3325-0406 www.engeduto.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
EXATRON
0800 541 3310 www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
EXATRONIC
(11) 3738-3100 www.exatronic.com.br
São Paulo
SP
X
X
FAME
(11) 3478-5600 www.fame.com.br
São Paulo
SP
X
X
FINDER
(11) 4223-1550 www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
FLEX AUTOMATION
(11) 2389-2777 www.flexautomation.com.br São Paulo
FORTLIGHT
(11) 2087-6000 www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
FOXLUX
(41) 3302-8100 www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437 www.hager.com.br
ILUMI
(19) 3572-2299 www.ilumi.com.br
KACON
(11) 3361-2696 www.kacon.com.br
LEGRAND
0800 11 8008
MAGNANI
(54) 4009-5255 www.magnani.com.br
MAKAP
(41) 3029-4111 www.limpoeletronica.com.br Almirante Tamandaré
PR
MAR-GIRIUS
0800 707 3262 www.margirius.com.br
SP
www.legrand.com.br
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X X
X X
X X
X X X X X X X
X X X X
X
X X
X
X X X X
X
X
X X X X
X X X
X
X X X
X
X
PR
X
X
Rio de Janeiro
RJ
X
X
Leme
SP
X
X
São Paulo
SP
São Paulo
SP
X
X
X
X
X X X X X X X
X
X
X
X
X X X X X X
Caxias do Sul
RS
X
X
X X
X
X X X X X X X
X
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X
X
X X X X X X
X
X X
Porto Ferreira
SP
X
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X X X
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X X
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X
X
X
X X X X X
X
X
X
X X
X
X X X X X X X X X X X X X X
X
X
Outros produtos
SP
Placas para interruptores e tomadas
São Paulo
Caixas para interruptores e tomadas
(11) 3386-7402 www.apoio.ind.br
X
X X X X
X
X X X X X X X
X
Para sinal em geral (dados, internet, etc.)
APOIO
X
X X
Para telefonia
X X
X
Para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
X
X
X X X X X
Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)
X
SP
X
X
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)
SP
São Bernardo do Campo
X X X X X X X
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)
São Paulo
(11) 4393-9300 www.alumbra.com.br
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno
(11) 3933-7540 www.alpha-ex.com.br
ALUMBRA
Outros produtos
ALPHA
X
Tomadas
Temporizadores
X X
Sensores de presença
X
Controles para ventilador
X
Variadores de luminosidade (dimmer)
SC
Minuterias
Criciúma
Pulsadores para uso hospitalar
X
(48) 3462-3900 www.agpr5.com.br
Pulsadores para uso geral
Interruptores para uso industrial
X
AGPR5
Estado X SP
Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis)
Cidade São Paulo
Empresa
Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno
ABB
Telefone Site 0800 012 2500 www.abb.com.br
Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)
Interruptores para áreas classificadas
Interruptores e outros dispositivos de comando e controle
Para áreas classificadas
78
X X X X X X
X X
X
X
X
X X
X
X
79
O Setor Elétrico / Março de 2016
SP
ROVIMATIC LED
(11) 3814-1143 www.rovimatic.com.br
São Paulo
SP
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110 www.schneider-electric.com.br/pt/ São Paulo
SP
SENUN
(11) 4390-0000 www.gruposenun.com.br
São Bernardo do Campo
SP
SIEMENS IRIEL
(51) 3478-9000 www.iriel.com.br
Canoas
RS
X
SIMON BRASIL
(11) 3437-8100 www.simonbrasil.com.br
São Paulo
SP
X
SOB SCHURTER
(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
SOPRANO
(54) 2109-6363 www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
STECK
(11) 2248-7000 www.steck.com.br
São Paulo
SP
STRAHL
(11) 2818-3838 www.strahl.com
São Paulo
SP
SWITERM
(11) 2068-2217 www.switerm.com.br
São Paulo
SP
X
WEG
(47) 3276-4000 www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X X X
X
X
X X
X
X
X X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X X X X
X
X
X
X X
X
X
X
X X X X X
X
X
X
X
X X X
X
X X X
X
X X X X X
X
X
X X
X X
X
X X
X X
X X
X
X X
X X
X
X
X
X
X X X
X X
X
X X X X
X X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X X X
X X
X X
X
X
X X X
X X X X X X X X
X X X X X
X
X X
Outros produtos
São Paulo
Placas para interruptores e tomadas
(11) 3576-0299 www.radial.com.br
X X
X X
Caixas para interruptores e tomadas
RADIAL
X
X X X X X X X
X
Para sinal em geral (dados, internet, etc.)
X
SP
X
Para telefonia
RJ
Sorocaba
X
Para áreas classificadas
Macaé
(15) 3031-7400 www.proautomacao.com.br
X
Para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
(22) 2015-7777 www.polarmacae.com.br
PROAUTO
Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)
POLAR
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)
X
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)
X
SP
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno
SP
São Paulo
X
Outros produtos
São Paulo
(11) 3313-4455 www.peesa.com.br
Tomadas
Temporizadores
(11) 3796-9343 www.parcus.com.br
PEESA
Sensores de presença
PARCUS DESIGN
Controles para ventilador
X
Variadores de luminosidade (dimmer)
X
Minuterias
SP
Pulsadores para uso hospitalar
São Paulo
Pulsadores para uso geral
(11) 3437-5600 www.multiwayrod.com.br
Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis)
MULTIWAY
Interruptores para áreas classificadas
Estado SP
Empresa
Interruptores para uso industrial
Cidade São Paulo
Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)
MICRO-KEY
Telefone Site (11) 5514-6314 www.microkeylimit.com.br
Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno
Interruptores e outros dispositivos de comando e controle
X X
X
X X X X X
X
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Março de 2016
Por Hélio Eiji Sueta*
A análise de risco conforme a parte 2 da ABNT NBR 5419 ajuda a avaliar o custo da eficiência da proteção
A parte 2 da ABNT NBR 5419/2015,
a cabo, etc.). Com estes valores, sempre
gerenciamento de risco, grande novidade
na mesma moeda, é possível calcular as
da revisão da norma de proteção contra
componentes de risco que compõem
descargas atmosféricas, analisa também o
o risco de perda econômica para cada
custo-benefício para as perdas econômicas
zona. Este risco multiplicado pelo valor
devido aos raios em uma estrutura.
total da estrutura (soma de todos os
valores individualizados) fornece o custo
O objetivo da análise de risco realizada
por esta parte da norma é calcular os riscos
da perda em uma zona (CLZ).
de perda de vida humana (R1) para todos
os tipos de estruturas; de perda de serviço
estrutura é calculado pela soma dos custos
ao público (R2) para as estruturas em que
das perdas de todas as zonas consideradas
a falta de serviços, por exemplo, energia
que é igual ao risco relacionado à perda
elétrica, comunicação, tevê, água ou gás
de valor, sem as medidas de proteção
acarretará danos ao público; de perda de
vezes o valor total da estrutura. Em outras
patrimônio cultural (R3) para estruturas
palavras, o custo total de perdas equivale
históricas com patrimônio insubstituível
ao montante que se coloca em risco por
e também os riscos de perdas de valor
ano se não forem aplicadas as medidas de
econômico; (R4) para as estruturas onde
proteção.
se tem os valores como o total (animais
Considerando
valiosos,
O custo total de perdas (CL) de uma
que
os
riscos
os
importantes para a estrutura sob estudo
valores dos sistemas internos incluindo
ficaram acima do tolerável, uma nova
suas atividades) e também estes valores
análise de risco deve ser realizada com o
individualizados, em espécie.
objetivo de obter as medidas de proteção
edificação,
conteúdo
e
Esta avaliação pode ser feita com
para que os riscos fiquem dentro do
a estrutura dividida por zonas. Neste
tolerável. Daí é possível obter o custo de
caso,
valores
perdas residuais para cada zona (CRLZ) e,
individualizados para cada zona, ou
consequentemente, para a estrutura como
seja,
é o
necessário valor
dos
ter
os
valiosos
um todo (CRL). Este custo deve diminuir
para as zonas onde eles estiverem, o
animais
bastante em relação ao anterior, pois, com
valor da construção referente a cada
as medidas de proteção, o risco diminui.
zona, o valor do conteúdo da zona
Neste ponto, devemos calcular o
(móveis, equipamentos, etc.) e o valor
custo das medidas de proteção (CP),
dos sistemas internos, incluindo suas
por
atividades na zona (instalação elétrica,
implementação de um SPDA conforme
de rede, de telefonia, de água, de tevê
o nível de proteção obtido na análise
exemplo,
quanto
vai
custar
a
81
O Setor Elétrico / Março de 2016
Figura 1a) Tela do TUPAN 2015 sem medidas de proteção e 1b) com medidas de proteção.
de risco somados às outras medidas de
proteção, tais como a instalação de um
a seguinte: do valor total da estrutura,
A análise econômica deste caso é
sistema de DPS coordenado. O custo
o montante que se coloca em risco
anual (CPM) das medidas de proteção é
anualmente é de R$ 56.934,00 em
calculado pelo custo CP vezes a soma da
relação aos danos causados pelos raios.
taxa de juros (i) com a taxa de amortização
Se forem instaladas as medidas de
(a) e com a taxa de manutenção (m).
proteção indicadas pela análise de risco,
O valor econômico anual (SM) em
neste caso, a instalação de um SPDA com
espécie é calculado pela diferença do
nível de proteção I, a instalação de um
custo total de perdas (CL) e a soma do
sistema coordenado de DPS para a linha
custo anual das medidas de proteção (CPM)
elétrica e para a linha de sinais com nível
com o custo total de perda residual em
de proteção I nas zonas 2, 3 e 4, instalar
uma estrutura (CRL).
um sistema automático de proteção contra incêndio na zona 2 e instalar nas zonas 3 e 4 uma blindagem espacial tipo
SM = CL – (CPM + CRL)
malha de 0,5 x 0,5 metros, o montante
Se o valor econômico anual for maior
que se coloca em risco anualmente cai
que zero, a proteção é justificada.
para R$ 213,00.
Na versão atual do TUPAN 2015
Dessa forma, se o custo para a
(versão 1.5), esta análise econômica
instalação destas medidas de proteção
pode ser feita, porém, não totalmente
multiplicado pela soma da taxa de juros
automatizada (estamos preparando uma
mais a taxa de amortização mais a taxa de
versão 2.0 em que isto será possível).
manutenção for inferior à diferença entre
No exemplo a seguir, baseado no
o custo anual das perdas (no exemplo:
exemplo
um
R$ 56.934,00) e o custo anual de perda
hospital, podemos observar que o custo
residual (no exemplo R$ 213,00), ou seja,
anual das perdas (C L) sem as medidas
R$ 56.721,00, a proteção está justificada
de proteção pode ser obtida no campo
economicamente.
ressaltado em azul, sendo neste caso, R$
56.934,00 (ver Figura 1a). O custo anual
estudadas outras opções de medidas de
de perda residual (C RL), após as medidas
proteção e comparar economicamente
de proteção, pode ser obtido na Figura
qual é mais viável.
E.4
da
norma
para
Esta análise permite também que sejam
1b) no campo ressaltado em vermelho, sendo, no caso, R$ 213,00. O valor total
*Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia
da estrutura é de R$90.000.000,00.
Elétrica e secretário da CE-003.064-10.
82
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Março de 2016
Por Eduardo Daniel*
Instalações elétricas com arranjos fotovoltaicos
Um novo assunto que está sendo
arranjo fotovoltaico. O escopo desta norma
também, dependentes da conformidade
desenvolvido por um Grupo de Trabalho
inclui todas as partes do arranjo fotovoltaico
com a ABNT NBR 5410. Esta norma possui
específico da CE 03:064.001 diz respeito à
até, mas não incluindo, os dispositivos de
a mesma estrutura da ABNT NBR 5410,
norma complementar da ABNT NBR 5410
armazenamento de energia, as unidades de
permitindo uma leitura em paralelo. Dessa
(pelo menos até esta fase de trabalho), que
condicionamento de potência ou as cargas.
forma, esta norma completa, reafirma
trata de detalhes das instalações elétricas
Uma exceção é a de que disposições
ou
fotovoltaicas. Este tema foi colocado como
relativas às unidades de condicionamento
na ABNT NBR 5410, considerando as
uma demanda legítima de normalização,
de potência são abordadas apenas onde
particularidades dos arranjos fotovoltaicos.
baseado
substitui
os
requisitos
presentes
internacionais
a segurança das instalações em corrente
Arranjos fotovoltaicos menores que
existentes ou em desenvolvimento e que
contínua está envolvida. A interligação de
100 Wp ou com tensão de circuito aberto
devem preencher uma lacuna importante
pequenas unidades de condicionamento
menor que 35 Vcc ou maior que 1.500 Vcc
das instalações mais modernas do Brasil.
de
estão fora do escopo desta norma.
A perspectiva do aumento significativo das
para conexão a um ou dois módulos
instalações fotovoltaicas, principalmente,
fotovoltaicos também está incluída no
Nota 1: Esta norma trata dos requisitos
interligadas aos sistemas convencionais, já
escopo desta norma. O objetivo do novo
de proteção de arranjos fotovoltaicos que
mostrou que se algo não for feito de mais
documento é especificar os requisitos de
surgem como resultado do uso de baterias
concreto na normalização, muitos desvios
segurança que surgem das características
em sistemas fotovoltaicos.
críticos poderão ser criados desde a fase
particulares dos sistemas fotovoltaicos.
de projeto até a construção da instalação
Sistemas em corrente contínua e arranjos
Para
e sua verificação final. Assim, estamos
fotovoltaicos em particular trazem riscos,
aplicam-se
reproduzindo a seguir os conceitos mais
além daqueles originados de sistemas
definições,
importantes do projeto de norma em
de potência convencionais em corrente
apresentados na ABNT NBR 5410:
desenvolvimento e que devem ser do
alternada, incluindo a capacidade de
conhecimento das pessoas que não têm a
produzir e sustentar arcos elétricos com
Arranjo fotovoltaico
oportunidade de acompanhar os trabalhos
correntes que não são maiores do que as
Conjunto de módulos fotovoltaicos
deste importante Grupo. A começar pelos
correntes de operação normais.
ou
seus objetivos.
Em sistemas fotovoltaicos conectados à
e
Esta norma define os requisitos de
rede, os requisitos de segurança descritos
a
projeto das instalações elétricas de arranjos
nesta norma são, contudo, criticamente
fotovoltaico
fotovoltaicos, incluindo disposições sobre
dependentes dos inversores associados
aparato de rastreamento, controle térmico
o cabeamento em corrente contínua,
com o arranjo fotovoltaico, os quais devem
e outros elementos similares
os
dispositivos
estar em conformidade com os requisitos
os
dispositivos
nas
normas
de de
proteção
elétrica,
chaveamento,
o
aterramento e a equipotencialização do
potência
em
corrente
contínua
efeitos os
deste
documento,
seguintes
termos
adicionalmente
subarranjos
e
àqueles
fotovoltaicos
mecânica
eletricamente
integrados,
incluindo
estrutura
de
suporte.
não
inclui
Um
sua
arranjo
fundação,
da IEC 62109-1 e da IEC 62109-2.
Nota 1: Para os fins desta norma, um
arranjo fotovoltaico compreende todos os
Os requisitos de instalação são,
83
O Setor Elétrico / Março de 2016
condutores de aterramento funcional.
em corrente contínua da UCP, das baterias
Barramento de equipotencialização principal
ou das cargas.
Barramento destinado a servir de via de
Na próxima edição trataremos da
interligação de todos os elementos passíveis
continuidade destes conceitos principais e
Nota 2: Um arranjo fotovoltaico pode
de serem incluidos na equipotencialização
que complementarão a ABNT NBR 5410.
ser constituído por um único módulo
principal [Fonte: ABNT NBR 5410].
componentes até os terminais de entrada
fotovoltaico, uma única série fotovoltaica,
*Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria e
ou várias séries ou subarranjos fotovoltaicos
NOTA: Terminal ou barramento onde
Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel
conectados em paralelo, e os demais
é feita a conexão do condutor principal
Brasil e coordenador da Comissão de Estudos
componentes elétricos associados. Para os
de
03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa a norma de
fins desta norma, a fronteira de um arranjo
equipotencialização e, caso existam, dos
aterramento,
dos
condutores
de
instalações de baixa tensão ABNT NBR 5410.
fotovoltaico é o lado de saída do dispositivo de seccionamento do arranjo fotovoltaico.
Arranjo fotovoltaico com aterramento funcional Arranjo condutor
fotovoltaico
que
intencionalmente
tem
um
conectado
à terra com o objetivo de garantir o correto funcionamento do sistema, ou seja, por propósitos não relacionados à segurança, por meios que não estejam em conformidade com os requisitos para equipotencialização de proteção. Nota 1: Tal sistema não é considerado um arranjo fotovoltaico aterrado. Nota 2: Exemplos de aterramento funcional de arranjos fotovoltaicos incluem ligação à terra de um condutor através de uma impedância, ou aterrar temporariamente o arranjo por razões funcionais ou de desempenho. Nota 3: Em um inversor destinado a um arranjo
fotovoltaico
sem
aterramento
funcional e que utilize uma rede de medição resistiva para medir a impedância do arranjo fotovoltaico em relação à terra, essa rede de medição não é considerada uma forma de aterramento funcional.
Aterramento para proteção
Ligação à terra de um ponto de um
equipamento ou de um sistema por razões relacionadas à segurança.
Baixa tensão
Tensão não superior a 1.000 Vca ou
1.500 Vcc.
Flir Systems 1/2
84
Energia sustentável
O Setor Elétrico / Março de 2016
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
São as águas de março fechando o verão Passando pelo equinócio de outono em 20
história, e que tiveram de ir ao extremo sul para
o consumo aumentou nos últimos meses,
de março, quando o dia e a noite têm igual
encontrar cenários com neve para a filmagem.
estamos longe da normalidade, e há ainda muito a fazer. E agora entramos no período
duração, passamos por momentos “quentes” na sustentabilidade e na sociedade que tenho
2) Derretimento
seco.
de relatar e desabafar:
Vários dados evidenciam a mudança
Neste mês de março, finalmente, foi
climática pela qual passa o planeta. Cito o
anunciado o PIB de 2015: um tombaço de
1) Fogo
do Centro Nacional de Dados sobre Neve e
3,8%!
O maior desde o governo Collor.
O último mês de fevereiro foi o mais
Gelo dos Estados Unidos, segundo o qual, em
O 30º colocado dentre os 32 países que já
quente já registrado (desde 1880), segundo a
fevereiro passado, o gelo marinho no Ártico se
anunciaram o resultado de 2015. O PIB per
NASA. Esse foi o quinto mês seguido em que
estendia por 14,22 milhões de km², o menor
capita teve queda ainda maior (4,6%). A
a temperatura da superfície terrestre superou
valor já registrado para o mês.
indústria perdeu 6,2% (dentro dela, a indústria
a média do século 20 em mais de um grau.
Enquanto isto, no Congresso Nacional, a
de transformação foi ainda pior, desabando
O ano de 2015 já havia sido o mais quente
base governista está derretendo. O barco está
9,7%). E a previsão para 2016 é de queda
desde 1880, com uma temperatura 0,90 ºC
afundando e diariamente são vistas disputas
similar, que seria a maior da história do Brasil
acima desta média. O recorde anterior era
pelos botes salva-vidas, personagens se
em dois anos seguidos, resultado das quedas
de 2014 (0,74ºC) e, agora, 2016 caminha a
atirando ao mar, muitos avaliando o momento
do consumo das famílias e dos investimentos,
passos largos para superar a marca do ano
certo para “se dar bem” ou para que lado
cenário político e Lava-jato, alta de inflação e
passado.
ir. Notadamente, o maior partido brasileiro,
juros, baixa nos preços de commodities. No
No plano político, vivemos um mês de março
que um dia foi a herança do movimento
setor elétrico, diversos ativos estão à venda e
flamejante, com uma sucessão espantosa
democrático, hoje mais próximo de uma
as perspectivas são sombrias para este ano.
dos fatos e dados relativos à Operação Lava-
sanguessuga
jato, novas denúncias e delações premiadas,
próximas vítimas, assim como o Aedes Aegypt,
do verão e a crise econômica (fatores não
processo de “impeachment” do presidente
carregando em seu corpo o vírus da zika e
intencionais da gestão federal) ajudaram a
da república e a iminente decisão (processo
outras doenças.
conter a crise de energia e a sair da bandeira
vampira,
procurando
suas
A outra face da moeda: as chuvas maiores
tarifária vermelha. O consumo de energia
judicial x ministério) do eminente símbolo maior do partido governista. Manobras, conversas e
3) Seca e sombra
elétrica caiu 2,1% em 2015 (fonte: EPE). A
intenções ocultas de protagonistas dos últimos
No dia 22 deste mês excepcional
maior queda veio da indústria (5,3%), mas
14 anos do cenário político foram arrancadas
comemorou-se o dia mundial da água. E o
também houve recuo residencial (0,75%, o
das sombras da noite para exposição à ainda
El Niño acabou ajudando as autoridades
maior desde 2004). Quando computado o
abundante luz do dia. As vísceras do poder
públicas e a sociedade: as chuvas aumentaram
consumo médio por residência, a queda foi
estão expostas, sangrando. As comparações
no verão! Alckmin decretou no início de
ainda maior (3%, a maior desde 2002). Mas
remetem a filmes sobre doenças terminais
março o fim da crise hídrica em São Paulo,
ainda a verificar os efeitos da estação seca e
e suspense policial, com representações
considerando o índice atingido de quase 60%
das “sombras” econômicas.
dramáticas dignas de um Oscar.
do Sistema Cantareira (quase 30% reais,
Sobre o Oscar, e voltando ao planeta,
descontando as duas cotas de volume morto
normal, mas este mês de março foi extremo.
vale mencionar o discurso do ganhador do
adicionadas recentemente) e quase 40%
Espero que as águas de março fechando o
prêmio de melhor ator, Leonardo DiCaprio,
do Sistema Alto Tietê. Apesar de a situação
verão sejam promessa de vida nos nossos
comentando sobre o ano mais quente da
estar mais confortável do que no ano passado,
corações!
Desculpem o tom da coluna acima do
86
Instalações MT
O Setor Elétrico / Março de 2016
Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Redes inteligentes: quem é contra? Na coluna anterior, falamos sobre as
se você não faz nada você não erra! E o salário
“smartcities” e, dentre os comentários que
continua vindo normalmente.
recebi, me chamou a atenção aqueles que
Esperar
colocam a questão: quem é contra? Por que
distribuição invistam em novas tecnologias por
nada, ou quase nada, acontece?
puro altruísmo é sonhar demais.
Há vários pontos a serem colocados e que,
que
as
concessionárias
de
Tem que haver politicas públicas com regras
pelo menos parcialmente, explicam a morosidade
claras e permanentes para que investidores
do processo aqui no Brasil.
sejam motivados a correr os riscos inerentes ao
Primeiramente, no início de tudo, ainda
setor.
é muito forte a cultura de prover a demanda a
qualquer custo. Tem muita gente que gosta
quem aspira por mais tecnologia no sistema
mesmo é de fazer usinas, linhas e subestações
elétrico diz respeito aos riscos envolvidos. Risco
e suprir a necessidade de carga de umas três
tecnológico e risco de que, mesmo que as
horas de cada dia, apesar da ociosidade nas
coisas andem bem, não haja o retorno financeiro
demais horas.
esperado.
Tem gente que se arrepia só de ouvir as
O terceiro ponto que complica a vida de
Risco tecnológico sim, pois a gente sabe
palavras “smart grid”. E é gente que tem poder
que muita coisa que foi divulgada e até mesmo
e que acredita que está tudo bem, que já há
implantada simplesmente não funciona, foi
tecnologia suficiente e que nada mais precisa
puro engodo. Muitas empresas de tecnologia
ser feito, tanto na geração como na distribuição.
já chegaram ao mercado e, simplesmente,
E este pessoal defende que nosso sistema é o
desapareceram, deixando um rastro de prejuízo
melhor do mundo!
e de frustração. Dá até para fazer um seminário
Ocorre que vamos entrar em um período de
sobre o tema com apresentações que seriam
grande oferta de energia, o que complica mais
extremamente valiosas ao apontar os erros
ainda o setor, pois, há muito o que se pagar via
cometidos.
tarifas (já muito elevadas) e temos consumo em
declínio, o que indica que a modicidade tarifaria
pois, normalmente, se fazem projeções de
vai ficar meio para escanteio.
ganhos e de economias a serem obtidas com a
Os riscos comerciais são mais impactantes,
Quem observa a curva de carga do sistema
aplicação de tecnologia de um lado. E do outro,
elétrico nacional vê que há muito espaço para
há um cronograma e um aporte de recursos a
trabalhar a mudança de hábitos e tornar o perfil
ser remunerado (e por estas bandas, o custo de
de carga mais racional (quanto mais plano, mais
capital é bem elevado).
otimizado). Portanto, não é muito inteligente
trabalhar somente no lado do provimento de carga?
estabelecimento de uma parceria integral, na qual
Com uma política adequada de tarifas,
se remunera o fornecedor da tecnologia com
muito ainda pode ser feito, principalmente, no
parte dos ganhos de fato apurados. Será que
setor de baixa tensão, para, de fato, termos mais
temos no mercado quem confia na performance
qualidade, confiabilidade e menores custos.
do seu produto a ponto de correr este risco?
Em
segundo
lugar,
observam-se
a
Este terceiro ponto seria resolvido com o
Foi só um pequeno passeio por algumas
morosidade, falta de criatividade e de coragem
dificuldades, mas falaremos mais sobre outros
de promover mudanças. Aquela velha história:
obstáculos a serem vencidos.
88
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Março de 2016
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Raios, custos e conhecimento* Em muitos países, os fabricantes de
que desenvolveu uma solução que torna o SPDA
materiais para Sistemas de Proteção contra
30% mais barato". Precisaríamos refletir sobre
Descargas Atmosféricas (SPDA) contratam
se complexa é a norma ou o assunto do qual ele
consultores, apoiam eventos e vendem seus
trata e o que significa exatamente caro e barato.
produtos através de distribuidores. No Brasil,
as empresas de ponta deste setor enfrentam
do gerenciamento de risco e permite avaliar a
enormes dificuldades em competir neste
relação entre o custo e o retorno das medidas
mercado, sempre tentando inovar, mas com
adotadas na proteção contra as descargas
pouco sucesso. Aqui as grandes empresas
atmosféricas. A redução do custo dos sistemas
são muito procuradas para apoiar eventos e
de proteção é obtida pela contratação de um
quase sempre declinam. Países com PIB menor
bom projetista e não pela aquisição de produtos
como a Colômbia, Bolívia, Peru e Chile têm um
de baixa qualidade.
mercado de materiais para SPDA mais saudável
Segundo
do que o nosso, mas aqueles que acham que é
empresas de seguro da Alemanha, entre 2012
um lamento de fabricantes estrangeiros, peçam
e 2014 foram gastos 910 milhões de euros com
a opinião de fabricantes nacionais tradicionais,
prejuízos causados por descargas atmosféricas
que oferecem produtos de qualidade, sobre
naquele país (www.gdv.de, acessado em 13 de
a concorrência que todos enfrentam de
março de 2016). Os alemães sabem que este
fornecedores sem nenhum compromisso com a
valor seria muito maior se eles economizassem
qualidade. Se mudarmos o foco de fabricantes
recursos no aprimoramento das suas medidas
para prestadores de serviço, o quadro não será
de proteção contra descargas atmosféricas.
diferente, já que existe uma inter-relação entres
O prejuízo causado pelas descargas
os agentes de um setor.
atmosféricas
no
Brasil
é
Ao fazer um estudo sobre a oferta de
proporcional
ao
nosso
investimento
Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPSs)
qualificação de mão de obra especializada. Um
no Brasil consegui identificar mais de 50
grande esforço está sendo feito, como mostra
fornecedores de DPSs. Em nenhum outro país
o espaço disponibilizado por esta revista, os
do mundo existe este número. Aparentemente,
cursos e as palestras realizados por profissionais
seria um benefício para o consumidor pelo
efetivamente na revisão da ABNT NBR 5419 e
aumento da oferta, mas justamente o oposto
no interesse que este assunto tem despertado.
acontece, pois, a falta de requisitos mínimos de
qualidade estabelecidos por mecanismos de
cadeia de valor da proteção contra descargas
certificações permite a livre oferta de produtos
atmosféricas,
destinados a proteger vidas humanas sem que
projetistas, distribuidores e instaladores. O
exista uma responsabilização pela eficácia do
amadurecimento desta cadeia é o caminho
que é fornecido, colocando as pessoas em risco
para reduzirmos os prejuízos causados pelas
e permitindo uma concorrência desleal.
descargas atmosféricas e a publicação da ABNT
NBR 5419:2015 foi fundamental para este
Este artigo surgiu após assistir a entrevista
do engenheiro de uma empresa especializada em SPDA. Na entrevista, ele afirmava que "as normas brasileiras são muito complexas e, por isso, eles se associaram a um fabricante europeu
A parte 2 da ABNT NBR 5419:2015 trata
dados
da
associação
das
inversamente na
Como em outros setores, também existe a formada
pelos
fabricantes,
objetivo. *Artigo gentilmente escrito pelo engenheiro eletricista Sergio Roberto Santos, membro da comissão de estudos CE 03:64.10, do CB-3 da ABNT.
Proteção, automação e controle
O Setor Elétrico / Março de 2016
89
Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. É diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br
Então, vamos comprar? Continuando nossa conversa sobre as
Apesar de contar com uma experiente
de automação e da topologia e distribuição dos
especificações e escolhas em um projeto
equipe de engenharia, que elaborou centenas
dispositivos.
de automação e proteção, vamos pensar na
de páginas de especificação do sistema
As características e os recursos que
seguinte história: o chefe entrega para um
de proteção e controle sobre a norma IEC
a norma IEC 61850 disponibiliza para
subordinado a missão de comprar um carro
61850, lia-se apenas “os dispositivos desse
a engenharia de automação permitem a
para uso de sua equipe. Diz para ele que deve
sistema de proteção e automação devem
padronização dos dados a serem utilizados
ser um carro simples e econômico, afinal, a
atender aos requisitos da norma IEC 61850,
nas especificações. Mas essa padronização só
crise não está fácil. Diz ainda que confia no
sendo conformes com a mesma”. Novamente,
reverterá em benefícios durante o ciclo de vida
julgamento dele e na sua capacidade de avaliar
não vamos demorar a perceber que alguma
do projeto se for utilizada de forma correta.
as melhores opções.
coisa não funcionou corretamente por causa
Caso o proprietário da instalação não
aos
da falta de uma especificação adequada. Ou
forneça esta especificação formal, essa tarefa
procedimentos e critérios de um rígido
pelo menos os custos foram aumentados para
é realizada pelo fornecedor ou integrador que
processo de compra e aquisição de ativos em
resolver os problemas criados.
proverá um projeto do sistema de automação
sua empresa, ele obtém as informações de
Seja qual a tecnologia escolhida, as
segundo suas soluções comerciais.
como a compra deve ser efetuada. E a primeira
equipes técnicas envolvidas nos processos de
etapa é especificar o que deve ser comprado.
especificação e checagem do recebimento (em
usuais para a elaboração da especificação.
Ele então envia a descrição para o setor de
fábrica ou em campo) devem ter o conhecimento
No primeiro, é especificado o sistema com a
compras:
adequado
e
descrição das funções, independentemente
“Um dispositivo de transporte com rodas,
ferramentas para trabalhar (softwares de
de equipamentos ou fornecedores. Após
controlado pelo condutor. O mesmo deverá
projeto, avaliação, etc.). Quando trabalhamos
essa etapa, são escolhidos os IEDs que
apresentar-se na cor azul e possuir manuais de
com uma tecnologia tão abrangente como é
suportam essas funções. Em seguida, realizada
operação e manutenção em português do Brasil”.
a aplicação da norma IEC 61850, devemos
a verificação dos critérios de segurança e
estar preparados. E esse preparo não admite
disponibilidade dos agrupamentos de funções,
carrinho de mão, ou uma carroça. E não vamos
ignorância.
observando as condições de projeto da
demorar muito para descobrir quem é que vai
arquitetura de comunicação, concatenando
puxar o tal dispositivo.
de automação é determinada pelas tarefas
custo e otimização técnica.
Por mais absurda que possa parecer essa
que esse sistema deve desempenhar e que
No
pequena história, ela pode descrever alguns
não serão alteradas pela utilização da norma
consideração os IEDs e os dispositivos
casos reais. Ao acompanhar um processo de
IEC 61850. Sendo a comunicação a base
disponíveis pelos fornecedores e modelos já
aquisição de um grande sistema de automação
do sistema de automação, a norma IEC
aplicados. Isto determina um número mínimo de
de subestações, que contava com a aquisição
61850 torna-se a peça mais importante na
IEDs necessários, além de sua funcionalidade
de novas instalações e diversos retrofits,
concepção e no projeto desses sistemas.
principal e capacidades. Se as funcionalidades
todos em sistemas de alta tensão, constatei a
Pode-se, então, escrever que o projeto de
não forem totalmente cobertas, mais IEDs
disposição da empresa proprietária em utilizar
um sistema de automação baseado na norma
serão adicionados. Finalmente, a arquitetura da
a melhor tecnologia disponível no mercado.
IEC 61850 é muito semelhante aos projetos
comunicação é determinada segundo critérios
Neste caso, o objetivo era que as estruturas
comuns atualmente executados. Entretanto,
de custo e otimização técnica. Foi constatada
de comunicação operassem em conformidade
ele depende de pré-requisitos representados
que essa alternativa é largamente utilizada.
com a norma IEC 61850.
pela cobertura e pela abrangência do sistema
Como
ele
precisa
obedecer
É claro que o nosso amigo irá comprar um
para
tal,
com
experiência
A funcionalidade básica de um sistema
A experiência mostra dois caminhos mais
segundo,
o
projeto
E então, como você compraria?
leva
em
90
NR 10
O Setor Elétrico / Março de 2016
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Das oportunidades – Parte 5 trabalhadores ou equipes, além das condições
Outro tópico que tem proporcionado
NR 10, que permitem aos técnicos exercer
climáticas (chuva e sol) e ambientais.
grande quantidade de oportunidade aos
atividades de consultoria, de assessoria, que
A leitura da NR 17 – Ergonomia, com especial
profissionais da área eletroeletrônica e
independem de um vínculo empregatício,
atenção à obrigação de garantir uma posição de
instrumentação é o item 10.6.1. que foi
vamos comentar os itens 10.4.5 e 10.6.1.
trabalho segura ao trabalhador com atividades em
incorporado pela NR 12.
instalações elétricas, de acordo com os serviços
Voltando às oportunidades criadas pela
O primeiro remete à NR 17:
desenvolvidos, que leva à análise ergonômica 10.4.5 Para atividades em instalações
10.6.1 As intervenções em instalações
prevista no item 17.1.2 da NR 17.
elétricas com tensão igual ou superior a
elétricas deve ser garantida ao trabalhador
50 volts em corrente alternada ou superior
iluminação adequada e uma posição de
a 120 volts em corrente contínua somente
trabalho segura, de acordo com a NR 17
podem ser realizadas por trabalhadores
- Ergonomia, de forma a permitir que ele
que atendam ao que estabelece o item
disponha dos membros superiores livres
10.8 desta norma.
para a realização das tarefas.
O uso de extra-baixa tensão, consideradas
É certo que a NR 10 está chamando o
as condições locais e características da
atendimento de outra NR, a 17, que trata de
corrente elétrica, garante a segurança das
ergonomia. E quando se fala em ergonomia, a
pessoas contra os efeitos do choque elétrico e,
primeira imagem que temos é de adequação
dessa forma, isenta os contratantes tomadores
de postos de trabalho frente a um computador.
de serviços elétricos, nessa situação, das
Ora, eletricista não faz isso, mas ergonomia
exigências estabelecidas no item 10.8 da norma.
também não é só isso!
Deverá ser garantida iluminação adequada
Entretanto, especial atenção deve ser dada aos
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego,
à atividade, pressupondo-se o atendimento
trabalhadores que atuam em circuitos de extra-
“ergonomia é a arte na qual são utilizados o saber
ao nível de iluminamento estabelecido na
baixa tensão, instalados em zonas controladas, e,
tecnocientífico e o saber dos trabalhadores
ABNT NBR ISO/CIE 8995-1 e, também,
portanto, próximas a outras instalações elétricas
sobre a sua própria situação de trabalho”.
desenvolvidos métodos e processos de
de baixa ou média tensão, como é o caso das
Aí está um campo extremamente vasto para
trabalho que permitam ao trabalhador dispor
instalações de telefonia; TV a cabo, existentes
quem conhece as demandas dos trabalhos com
livremente dos seus membros superiores
nas estruturas utilizadas para distribuição elétrica,
eletricidade, e não se trata apenas das posições
para a realização das tarefas.
com partes vivas aparentes, em que a proteção é
de trabalho face às tarefas, mas de vários outros
baseada na colocação fora de alcance.
fatores, como a pressão face à urgência para
a regularização de instalações, o trabalho em
utilização de reles e a implantação de bloqueios
equipe, a organização do trabalho, o envolvimento
elétricos e eletromecânicos, o emprego de
de uma grandeza de risco que é invisível (a
controladores lógicos programáveis e toda a
eletricidade), e, em conjunto, muitas vezes com
sorte de recursos que a eletricidade e a eletrônica
a altura, a atenção, as exigências relacionadas à
proporcionam, são, sem dúvida, dos mais amplos
visão e audição, a complexidade das tarefas e o
campos de atuação gerados pelas normas
sequenciamento associado às ações de outros
regulamentadoras aos técnicos de nossa área.
A adequação de sistemas de comando, a
92
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Março de 2016
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Afundamentos de origem externa e soluções com DVR – Parte 1
Já apresentamos em colunas anteriores
os aspectos da origem dos afundamentos; aqueles de origem interna que são causados pelas próprias cargas da instalação, conforme mostra a Figura 1, e os afundamentos causados por origem externa que ocorrem em função de causas do suprimento, no caso, a distribuidora ou os geradores (Figura 2). No caso dos afundamentos por razões internas, a adoção de técnicas conhecidas de mitigação do acionamento das cargas pode resolver a situação (acionamentos estáticos, compensação reativa adequada e outros). Já quando o distúrbio é originado pela fonte, Figura 1 – Afundamento causado por razões internas.
outras ações são necessárias. Os
afundamentos
de
tensão
(caso
específico das variações de tensão de curta duração - VTCDs), os “voltage sags” ou ainda os “voltage dips” são tratados pelas normas usuais (Prodist - Módulo 8; IEEE e IEC) como distúrbios ou variações bruscas na forma de onda de tensão a partir de decréscimo entre 0,1 e 0,9 pu do valor eficaz da tensão nominal, com duração entre 0,5 ciclo até a ordem de dezenas de ciclos, dependendo da norma. Os
afundamentos
de
tensão
são
considerados como aqueles distúrbios de qualidade de energia que mais causam
Figura 2 – Afundamento causado por razões externas.
problemas de operação nas indústrias, prédios
que aqui no Brasil estas distribuidoras não
estes afundamentos, o fenômeno é também
comerciais, centros de dados e outros, apesar
geram e nem transmitem a energia. Em outras
apontado como causa raiz de queima
de as distorções harmônicas aparecerem
palavras, se os afundamentos têm origem nos
de sistemas de controle e acionamento.
sempre como grandes “fantasmas”. Fato
circuitos, à montante das subestações das
Observa-se que, até que a tensão de
bastante discutido é a situação em que
distribuidoras, na transmissão, por exemplo, o
alimentação seja regularizada após o primeiro
mesmo que se caracterize que determinado
distúrbio será retransmitido aos consumidores
afundamento, distúrbios subsequentes são
evento de afundamento tenha origem no
e as distribuidoras nada terão o que fazer em
observados devido à própria interação entre
suprimento de energia, portanto, e em
termos de operação. Além do desligamento
fontes e cargas, com prejuízos à operação e à
princípio na distribuidora, há de se entender
intempestivo das cargas que não suportam
própria integridade de equipamentos.
93
O Setor Elétrico / Março de 2016
Aplicação dos DVR (Dynamic Voltage Restoration)
Os DVRs, sigla de “Dynamic Voltage
Restoration”, são equipamentos compostos por
elementos
estáticos
de
controle
e manobra, capacitores ou baterias e outros dispositivos, cujo propósito é o de manter a tensão de alimentação em partes da instalação que contemplem cargas importantes, quando ocorrem os afundamentos por razões externas. A Figura 3 apresenta o modelo de ligação dos DVRs entre a rede e a carga (em ligação tipo shunt).
Figura 3 – Esquema de ligação do DVR.
Ao contrário dos UPS, cujo principal
proposito é o de manter o fornecimento de energia à carga em situações de interrupção, os DVR operam no restabelecimento da tensão residual à níveis aceitáveis e durante períodos pré-estabelecidos. Isto é, o DVR irá operar, por exemplo, em limite de tensões entre 30% pu e 85% pu em períodos de até 500 milissegundos ou especificações de mesma ordem de grandeza. Quanto maior for o tempo de sustentação da carga ou o intervalo de range das tensões máximas e mínimas, maior será a fonte de energia e, portanto, maior o custo do equipamento. A Figura 4 ilustra as características do afundamento e o range (intervalo) de tensão aceitável.
Figura 4 – Esquema de operação do DVR.
94
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Março de 2016
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Procedimentos para a certificação de empresas de prestação de serviços “Ex” combustíveis.
empresas de prestação “Ex” do IECEx, são
pode ser verificado que somente a certificação
Fazendo-se uma analogia com uma
avaliados, de uma forma geral, os requisitos de
dos equipamentos “Ex” não é suficiente para
“corrente”, em que a resistência do conjunto
Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) da
garantir a segurança das instalações em
é determinada pelo seu elo mais fraco,
empresa de prestação “Ex”, bem como os seus
atmosferas explosivas, nem das pessoas que
a segurança de instalações elétricas, de
procedimentos técnicos de trabalhos e suas
nelas trabalham. Este fato pode ser verificado
instrumentação ou mecânicas em atmosferas
instalações físicas, além das competências
levando em consideração a grande quantidade
explosivas depende também da correta
pessoais dos executantes e dos supervisores
de não conformidades que são encontradas
realização dos serviços de projeto, montagem,
envolvidos na execução das atividades “Ex”.
nas inspeções das instalações “Ex” existentes
inspeção, manutenção e reparos, dos quais
e os graves acidentes e explosões que ocorrem
depende também a devida competência dos
certificação “Ex” do IECEx representam as
neste tipo de instalações.
executantes e pessoas responsáveis pela
melhores práticas internacionais sobre este
execução destas atividades “Ex”.
tema, incentivando e recomendando que os
Sob o ponto de vista de segurança industrial,
Para
a
elevação
dos
níveis
de
Sob este enfoque foram desenvolvidos
A ONU reconhece que os sistemas de
requisitos legais “nacionais” de cada país
conformidade normativa e de segurança
industrial das instalações “Ex”, ao longo
internacionalmente
do ciclo total de vida das instalações “Ex”,
participação de 33 países, inclusive pelo
melhores práticas.
existe também a necessidade da certificação
Brasil, sistemas de certificação do IECEx
prioritária das empresas de prestação de
(Sistema de Certificação da IEC em relação
prestação de serviços de reparo, revisão e
serviços “Ex” (incluindo classificação de áreas,
às normas sobre atmosferas explosivas) para
recuperação de equipamentos “Ex”, foram
projeto, montagem, inspeção, manutenção
empresas de prestação de serviços “Ex” e
certificadas em caráter voluntário, desde
e reparos de equipamentos e instalações
para certificação de competências pessoais
2009, mais de 60 empresas de reparos “Ex”,
“Ex”), bem como da certificação prioritária das
em atmosferas explosivas. Estes sistemas
por Organismos de Certificação “locais”
competências pessoais “Ex” dos profissionais
de certificação “Ex” apresentam como uma
que atuam na área “Ex”, com base na norma
que executam tais atividades.
pela
IEC,
com
a
sejam alinhados e harmonizados com estas No Brasil, no segmento de empresas de
de suas principais características a utilização
ABNT NBR IEC 60079-19 e nos Documentos
programas
somente de normas internacionais da ISO e
Operacionais aplicáveis do IECEx, em ações
de certificação, além da certificação de
da IEC, tais como as normas das séries IEC
alinhadas com as recomendações da ONU.
equipamentos “Ex”, tais como de empresas de
60079 (Equipamentos elétricos “Ex”) e ISO/
prestação de serviços “Ex” e de competências
IEC 80079 (Equipamentos mecânicos “Ex”).
de prestação de serviços “Ex” do IECEx,
pessoais “Ex”, serve para preencher uma grande
Os sistemas de certificação de empresas
com as correspondentes normas técnicas
“lacuna” existente na área de certificação “Ex”.
de prestação de serviços “Ex” do IECEx
de referência e as respectivas Unidades
Estes sistemas prioritários de certificação
são caracterizados por terem como base as
de Competências Pessoais do Documento
são necessários para o aperfeiçoamento do
normas internacionais aplicáveis da série IEC
Operacional IECEx OD 504 (Ex 001 a Ex 010)
processo de elevação dos níveis de segurança
60079, como por exemplo, a Parte 14 (Projeto
para avaliação das empresas “Ex” certificadas
industriais em áreas classificadas, requeridos,
e montagem “Ex”), a Parte 17 (Inspeção
são indicados a seguir.
por exemplo, por empresas das áreas de
e manutenção “Ex”) e a Parte 19 (Reparo,
petróleo,
álcool,
revisão e recuperação de equipamentos “Ex”).
IECEx, para acesso público, em português do
farmacêutico, de alimentos, grãos e postos de
Nestes sistemas de certificação de
Brasil, as Regras de Procedimentos (Rules
A
existência
de
petroquímica,
outros
química,
Os sistemas de certificação de empresas
Encontram-se disponíveis no website do
95
O Setor Elétrico / Março de 2016
Sistema de certificação de empresas de prestação de serviços
Norma técnica “Ex”
Unidade de competência
“Ex - Regras de procedimentos
aplicável
“Ex” aplicável
IECEx 03-1: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 1:
NBR IEC 60079-10-1,
Classificação de áreas contendo gases inflamáveis ou poeiras
NBR IEC 60079-10-2
Ex 002
NBR IEC 60079-14
Ex 009
NBR IEC 60079-14
Ex 003, Ex 006, Ex 008
NBR IEC 60079-17
Ex 004, Ex 007, Ex 008
NBR IEC 60079-19
Ex 005
combustíveis (em elaboração) IECEx 03-2: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 2: Seleção de equipamentos “Ex” e projeto de instalações “Ex” IECEx 03-3: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 3: Instalação e inspeção inicial “Ex” IECEx 03-4: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 4: Inspeção e manutenção “Ex” IECEx 03-5: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 5: Reparo, revisão e recuperação de equipamentos elétricos “Ex” IECEx 03-6: Certificação de Empresas de Serviços –
NBR ISO/IEC 80079
Parte 6: Reparo, revisão e recuperação de equipamentos mecânicos
(em elaboração)
Ex 005
“Ex” (em elaboração) of Procedures) contendo os requisitos para
Nota:
a certificação de empresas de prestação de
Operacional IECEx, escrito em português,
serviços “Ex”.
as normas IEC ou ISO referenciadas são
Todos estes documentos do IECEx
indicadas como normas NBR IEC ou
referenciam as normas técnicas brasileiras
NBR ISO. Isto se deve ao fato de que tais
em português do Brasil, elaborados pelo
sobre atmosferas explosivas publicadas
normas são também escritas em português
subcomitê SC IECEx BR do Cobei, estão
pela ABNT da série NBR IEC 60079. Estes
e são idênticas, em conteúdo técnico, forma
disponíveis para acesso público no website
documentos apresentam a seguinte
e apresentação, às respectivas normas
do IECEx, www.iecex.com.
Ao
longo
deste
Documento
internacionais publicadas pela IEC ou pela ISO, sem desvios nacionais. Estes documentos do IECEX publicados
96
Espaço IEEE
O Setor Elétrico / Março de 2016
Por Estellito Rangel*
Telefones celulares em áreas classificadas
Em 29 de abril de 2003, o município
outro programa dominical exibido pela TV
de circuito de segurança de um posto de
de São Paulo também emitiu o Decreto
aberta brasileira, também tratou do assunto.
combustível situado no bairro Pinheiros,
43.144, regulamentando a Lei 13.440, de
Os personagens montaram uma câmara
em São Paulo (SP) – disponível na
14 de outubro de 2002, que proíbe o uso
contendo gás metano e o telefone sobre
internet –, mostrou uma explosão durante
de celulares nos postos de combustíveis
uma mesinha. Da mesma forma, o celular
abastecimento feito por caminhão-tanque
(diferentemente do decreto carioca, o texto
tocou várias vezes e não explodiu.
em novembro de 2007.
restringiu-se aos postos).
Um vídeo registrado por uma câmera
Na Inglaterra, o tema foi o foco de um
Na ocasião, muitas pessoas alegaram
congresso realizado em março de 2003 pelo
pode ter sido o celular do frentista, que
que o celular é um aparelho de pequena
Institute of Petroleum, renomada entidade
faleceu três dias depois. Este fato reacendeu
potência, que, dificilmente, poderia provocar
inglesa responsável pela emissão de diversas
o debate sobre os riscos do uso de aparelhos
a ignição de uma atmosfera explosiva. No
normas técnicas para a indústria do petróleo.
celulares
Segundo a imprensa, a fonte de ignição
entanto, uma avaliação visual não pode
Representantes
de
determinar se um aparelho elétrico ou
institutos de pesquisa e das companhias de
combustíveis possuem áreas classificadas,
eletrônico é seguro para uso em áreas
petróleo divulgaram relatos de ocorrências
onde,
ser
classificadas. Há exigências técnicas e
com celulares, e os ensaios realizados em
aplicadas as prescrições técnicas da ABNT
legais envolvidas, como a obrigatoriedade de
laboratórios não permitiram afirmar de forma
NBR IEC 60079-14, que é uma norma
um certificado de conformidade emitido por
conclusiva a inexistência do risco.
brasileira harmonizada com a internacional
um Organismo de Certificação de Produto
IEC, cuja aplicação é compulsória devido à
(OCP) credenciado pelo Inmetro, conforme
explosão ter sido considerado pequeno
NR 10. Além disso, devem-se observar as
Portaria Inmetro 89/2012.
naquele congresso, na Inglaterra, o uso de
recomendações contidas nos manuais dos
Cabe
aparelhos celulares, que, explicitamente,
compulsória para equipamentos elétricos
proíbem seu uso em “áreas perigosas”
destinados ao uso em áreas classificadas foi
(hazardous locations).
instituída originalmente pela Portaria Inmetro
Os “testes” na TV
164 de 1991!
Os testes mostrados na TV seriam
Quais os riscos?
O tema já foi até debatido em programas
suficientes para confirmar que o celular não
A preocupação das autoridades acerca
populares de televisão. Em 2004, um técnico
oferece risco de explosão? Infelizmente,
do risco de explosão nessas instalações
convidado por um programa dominical de
não! Além de tais testes não terem sido
levou à elaboração de leis sobre o tema em
auditório exibido pela TV aberta brasileira,
beaseados em procedimento de execução
alguns municípios brasileiros. A primeira
ligou diversas vezes para um celular dentro
que permita sua repetição por outros
delas foi emitida em 18 de dezembro de
de uma caixa de plástico contendo gasolina.
interessados, alguns pontos suscitaram
1996. Trata-se do Decreto Municipal 15.408
O objetivo era demonstrar que a campainha
dúvidas em sua execução, como:
do Rio de Janeiro (RJ), que proíbe o uso de
não faria a ignição e que o uso do celular
telefones celulares em áreas potencialmente
em tais condições seria seguro. Quantos
• Se o celular foi colocado a uma distância
explosivas, incluindo, além dos postos de
milhões de pessoas estavam assistindo ao
excessiva dos vapores de gasolina, é
combustíveis, depósitos de GLP, locais de
programa e foram induzidos a pensar da
possível que ele não estivesse efetivamente
armazenamento de produtos inflamáveis,
mesma forma?
exposto a uma atmosfera explosiva;
áreas com alta concentração de oxigênio
Um pouco antes, a série americana
• O acionamento da campainha sonora não
e com grande concentração de partículas,
Mithbusters (Caçadores de mitos), exibida
é a única funcionalidade do celular, pois há
como poeira, grãos, farinhas e limalha em pó.
na TV a cabo e incluída como quadro de
campainhas vibratórias que requerem energia
É
em
importante
postos lembrar
de que
consequentemente,
combustíveis. postos devem
lembrar
que
a
certificação
dos
fabricantes,
dos
Apesar de, aparentemente, o risco de
celulares nos postos de combustível também é proibido por lei.
O Setor Elétrico / Março de 2016
ainda maior. Além disso, o acionamento
número de acidentes estatisticamente baixo.
simultâneo das duas é o padrão de muitos
Porém, há relatos de celulares que
usuários;
explodiram junto ao corpo dos usuários,
• A energia manipulada pelo celular depende
e não durante a recarga de baterias. Entre
da capacidade da bateria instalada. Logo,
2003 e 2004, as autoridades federais dos
não se pode testar um celular de uma
EUA receberam 83 informes de explosão de
determinada marca e modelo e afirmar que
celulares. Queimaduras no rosto, pescoço,
o mesmo resultado seria obtido para todos
perna e quadril estavam entre os ferimentos
demais;
documentados.
• Tais testes não avaliaram a energia liberada
Recomendações
por um celular com defeito.
Não se deve dar chance ao perigo.
Após a citada explosão em posto de
Embora
alguns
estudos
apontem
que
combustível ocorrida em São Paulo em
o risco é baixo, ele existe. Além disso,
novembro de 2007, diversos depoimentos
nossa legislação proíbe o uso de celulares
foram também veiculados na mídia. Um
em
professor disse que, “se houvesse a ação
deve-se exigir que apenas equipamentos
de uma ferramenta mecânica, uma faísca de
elétricos e eletrônicos com certificados de
qualquer valor poderia ser produzida e, desta
conformidade sejam utilizados em áreas
forma, inflamar os vapores de gasolina, mas,
classificadas.
como o celular era um dispositivo eletrônico,
funcionários e uma atuante supervisão de
dificilmente teria centelhado”.
segurança são pontos-chave para evitar
tragédias.
Tal declaração não foi prudente, uma vez
atmosferas
explosivas.
Treinamento
Portanto,
intensivo
de
que a energia disponível em muitos celulares é
suficiente
para
inflamar
atmosferas
Referências
explosivas e, além disso, não é necessário
[1] IEEE 1725 - Standard for
haver uma centelha, pois que um ponto
Rechargeable Batteries for Cellular
aquecido também pode atuar como fonte de
Telephones, IEEE, 2011.
ignição.
[2] RANGEL Jr., Estellito – Safety in electrical installations in petroleum industry.
Outras notícias
In: I PETROLEUM AND CHEMICAL
Diversas ocorrências sobre explosão
INDUSTRY COMMITTEE MEXICO - PCIC
de celulares foram veiculadas na mídia
México 2013.
nos últimos anos, inclusive no Brasil. Em
[3] Bozek, Allan; Martin, Ken; Cole, Marty:
novembro de 2004, um menino americano
Cellular phones in Class I, Divison 2/
de 13 anos, Michael Sathre, feriu a mão após
Zone 2 hazardous locations. In: IEEE
seu celular explodir em casa. O pai, Curtis
PCIC - Petroleum and Chemical Industry
Sathre, disse que o som foi parecido com
Conference, 2006, Filadélfia, EUA.
o da explosão de uma bomba. Poderíamos
[4] RANGEL Jr. Estellito - Preventing
imaginar o que aconteceria se o celular
industrial electrical fires: the standards and
estivesse em um depósito de inflamáveis?
the applied legislation in Brasil. In: I FIRE
SAFE LATIN AMERICA, 2013, São Paulo,
A Comissão de Segurança de Produtos
para o Consumidor dos EUA vem reforçando
SP.
a vigilância sobre a indústria de celulares. Já
[5] Portaria Inmetro/MDIC 89/2012,
houve vários recalls de baterias e o IEEE
23/2/2012.
emitiu a norma 1725 com requisitos de
[6] Celular causa explosão em posto
segurança mais exigentes. Os fabricantes
Shell - https://www.youtube.com/
alegam que a maioria das explosões teria
watch?v=gwxLFauVnTU
sido causada por baterias falsificadas e lembram que, nos EUA, há cerca de 170
*Estellito Rangel Junior é coordenador geral do
milhões de celulares, o que tornaria o
PCIC Brasil.
98
Espaço Cigré
O Setor Elétrico / Março de 2016
Por Saulo José Nascimento Cisneiros*
A matriz de energia elétrica e as demandas ambientais – Parte 1 existem
• Essas novas hidroelétricas com grande
• As fontes renováveis não convencionais, como
inicialmente duas questões fundamentais. A
capacidade de produção no período chuvoso,
eólica e solar, são fontes intermitentes e não
primeira é: qual o risco de déficit admissível para
sem reservatório de acumulação, e baixa
despacháveis, seu volume depende da magnitude
o atendimento energético ao Sistema Interligado
produção no período seco, propiciam uma
de vento e sol.
Nacional (SIN) - 5%, 3%, 1% ou menor - o
acentuada sazonalidade da oferta;
que significa admitir, probabilisticamente, um
• Aumento considerável das fontes renováveis
racionamento a cada 20, 33, 100 ou mais anos,
não convencionais de caráter intermitente, em
considerações:
respectivamente, sabendo-se que quanto menor
especial, a energia eólica.
Na
abordagem
deste
tema
Adicionalmente, devem ser feitas as seguintes
• As usinas hidráulicas com reservatório são
for o risco, maiores serão os investimentos a serem feitos e, conseqüentemente, maiores os custos a
As novas hidroelétricas sem reservatório
o melhor meio para armazenar a geração das
serem bancados pelos consumidores. A segunda
de acumulação, devido a restrições ambientais,
fontes intermitentes, eliminando a necessidade
é: qual a composição ótima das diversas fontes
têm levado à queda de regularização do SIN,
de instalação massiva de outros meios de
de energia para atendimento ao risco desejado ou
causando as seguintes consequências:
armazenamento, tal como grandes baterias; • As hidráulicas com reservatório mais geração
qual o sistema energético ideal considerando as fontes de geração hidráulica, térmica e renovável
• Maior dependência do período úmido das bacias
intermitente maximizam os benefícios técnicos
não convencional, tendo em conta que a hidráulica
do SIN;
e
é uma fonte renovável convencional.
• Necessidade de enchimento e esvaziamento
considerando as características de todas as
Nesse contexto, algumas constatações
dos principais reservatórios com periodicidade
fontes disponíveis;
importantes precisam ser realçadas:
anual;
• Com as restrições à implantação de
• Uso mais intenso de geração térmica para
reservatórios, surgem as usinas térmicas a gás
• A sociedade não quer nem aceita um
a garantia do suprimento energético e para
de última geração, de partida e variação rápida de
racionamento de energia;
o atendimento à ponta, com o consequente
geração, tais como as grandes térmicas de 1.500
• Entretanto, a expansão do sistema é feita com
aumento dos custos de operação;
MW que estão sendo implantadas em Suape
um risco intrínseco de déficit, até porque ficaria
• Redução da capacidade do SIN de armazenar a
(PE), Triunfo (RS) e Jardim (SE);
extremamente oneroso planejar a expansão do
geração das fontes intermitentes;
• As fontes intermitentes como eólica e solar
parque de geração para um risco de déficit nulo;
• Elevação intrínseca dos custos de expansão.
são muito importantes para suprir a demanda
econômicos
que
podem
ser
obtidos,
de energia elétrica, porém, essas fontes devem
• Desta forma, na fase de operação, tem-se a responsabilidade de evitar este déficit através de
Postas
voltamos
ser consideradas como complementares e não
ações mitigadoras;
à questão da composição ótima da matriz
como básicas, porque elas podem variar de forma
• Essas ações têm custos que dependem de
energética. Como ponto de partida, é importante
abrupta e significativa em certos momentos e por
vários fatores;
fazer considerações sobre as características das
períodos de tempo;
• Quanto menor for o risco intrínseco de déficit da
diversas fontes:
• Consequentemente, a demanda de energia
essas
constatações,
elétrica não pode ser suprida apenas por fontes
expansão, maiores serão os custos de expansão
intermitentes.
e menores os custos de operação, e vice-versa;
• A geração hidráulica é um recurso variável,
• Qual é o risco de déficit ótimo da expansão que
sua disponibilidade depende da ocorrência de
produz os menores custos totais de atendimento
chuvas nas bacias onde estão os reservatórios de
ao mercado?
acumulação;
fontes para suprir a demanda de energia elétrica
A questão-chave é: qual é o mix adequado de
• As novas usinas hidráulicas estão distantes dos
considerando aspectos de segurança, eficiência
A oferta futura apresenta as seguintes
centros de carga, o que requer a implantação de
e ambientais? A definição deste mix deve incluir
características:
extensos sistemas de transmissão;
todas as fontes disponíveis que contribuam na
• A geração térmica é um recurso fixo, ou seja, sua
direção dos três aspectos acima mencionados,
• Novas e grandes hidroelétricas localizadas
disponibilidade depende apenas da existência do
quais sejam: hidráulicas com e sem reservatório;
distantes dos grandes centros de carga,
combustível;
térmicas (gás + carvão + nuclear); e renováveis
exigindo extensos sistemas de transmissão para
• A implantação de térmicas próximas aos
(eólica + solar + biomassa).
o transporte de grandes blocos de energia no
centros de carga pode aumentar a segurança,
(continua...)
período chuvoso e pequenos montantes nos
a confiabilidade e a qualidade do atendimento a
períodos secos;
esses centros;
* Saulo Cisneiros é diretor técnico do Cigré-Brasil.
100
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Março de 2016
Por Ricardo Purisch e Gustavo Bueno*
A importância de supervisionar a resistência de aterramento contínuo para se instalar no QGBT
O principal objetivo deste artigo é
sempre estabelecer, nos sistemas a ele
par galvânico criado no terreno ou pela
explicar aos engenheiros e instaladores as
conectados, um mesmo potencial comum
existência de uma proteção catódica ou
novas tecnologias de supervisão contínua
de referência, no caso, o da terra, admitido
mesmo pela existência de fissuras nas
de resistências de aterramento em quadros
como potencial zero.
hastes ocasionadas no momento de sua
elétricos. Estes equipamentos permitem
verificar quando é necessário realizar uma
segurança
manutenção do aterramento da instalação.
àqueles que utilizam aparelhos elétricos,
Dado que na, maioria das vezes,
Estes produtos têm como objetivo
o
é
eliminar
as
passando
manutenções a
executar
manutenções
corretivas,
contra
aterramento
choque
tem
elétrico
outras
finalidades
instalação pela existência de pedras ou elementos de grande dureza. impossível
verificar
o
seu
correto
importantes, como proporcionar melhor
funcionamento sem uma inspeção e as
as
performance à operação de sistemas
empresas não possuem o hábito de investir
preventivas, somente
Mas, além desta finalidade de oferecer
uma
elétricos, definir valores de tensão em
em
economia de grande valor ao cliente,
relação à terra, bem como dissipar a energia
situações críticas passiveis de serem
além
de descargas elétricas atmosféricas.
evitadas.
A problemática atual
Estatísticas
de
garantir
gerando
sempre
o
correto
manutenção,
é
comum
encontrar
funcionamento das diferentes proteções contra surtos existentes, já que sem um perfeito sistema de aterramento, dentro dos valores estipulados, estas proteções não
funcionarão
serem
corretamente.
Acreditamos
Apesar de os sistemas de aterramento de
vital
importância
para
No Brasil, não existem estatísticas
o
atualizadas quanto a acidentes com a
que esta filosofia de monitoração será uma
correto
proteções
rede elétrica. Sabe-se que, nos Estados
revolução no setor.
existentes em uma instalação elétrica,
Unidos, cerca de cinco mil pessoas
O
aterramento
dos
equipamentos
funcionamento
das
uma vez instalados, dificilmente passam
chegam anualmente aos prontos-socorros
eletrônicos adquiriu grande importância e
por
vitimados
interesse em nossos dias face à fenomenal
conforme recomenda a ABNT NBR 5410.
aproximadamente, mil casos fatais são
escalada destes dispositivos não só na
Os
indústria, mas, praticamente, em todas
principalmente
as áreas e atividades humanas. É neste
devido
as
modernos equipamentos que facilitam a
contexto que os sistemas de aterramento
instalações dotadas de grandes malhas
vida moderna, o mau uso da eletricidade,
ganham importância, tendo em vista que
de aterramento são objetos de roubo,
as condições precárias das instalações
eles representam um meio importante, mas
tendo como consequência instalações
na maioria das residências e um número
não único, de controlar as sobretensões
totalmente desprotegidas até a próxima
mínimo de casas e apartamentos que
que
podem
atingir
os
equipamentos
inspeções
preventivas
aterramentos ao
de
preço
periódicas,
por
choques
elétricos
são
constituídos
creditados anualmente a este fator.
cobre.
Atualmente,
deste
metal,
e,
Com a evolução da informática e dos
inspeção, se esta existir. Outro fator
são dotados das condições ideais de
eletrônicos.
importante é o desgaste por corrosão,
aterramento aumentam os riscos.
O objetivo de um aterramento é
em sua grande maioria, causado por um
Dados
da
Associação
Brasileira
de
101
O Setor Elétrico / Março de 2016
Conscientização para os Perigos da Eletricidade
descarga de correntes provocadas pelas
terra da instalação;
(Abracopel) mostram que em 2014 houve
sobretensoes transitórias.
• Rompimento ou má conexão do cabo
um aumento de 17,7% no número total de
Apesar
acidentes envolvendo eletricidade em relação
recomendar
ao ano anterior. Só nos casos de fatalidade
periódica, a instalação de um produto
• Deterioramento da conexão de aterramento
provocada por choque elétrico, o índice subiu
que verifica o estado do aterramento em
da instalação pelo envelhecimento das
mais de 6%, ou seja, em 2013 ocorreram 592
tempo real e ativa um sistema de alarme
hastes, roubo, ou aumento da resistividade
casos de acidentes fatais com eletricidade,
em caso de uma instalação e defeituosa
do terreno em épocas secas;
número que subiu para 627 em 2014.
ou que tenha se desgastado, garante um
• Deterioramento da conexão da terra do
Entre incêndios, os dados do Corpo
nível muito mais elevado de confiabilidade
centro de transformação;
de Bombeiros do Estado de São Paulo
ao sistema, uma vez que muitas proteções
• Rompimento ou má conexão do cabo de
mostram que, das ocorrências para as
somente funcionam quando conectados a
neutro da instalação;
quais a corporação é acionada e naquelas
um aterramento adequado.
• Rompimento ou má conexão do cabo de
em que é possível descobrir a origem real,
Estes
geralmente
neutro da instalação, desde o ponto de
as causas elétricas representam a segunda
encontrados nas tensões de 120 V e 230
separação entre o condutor de neutro (N)
contribuição mais importante. A primeira
V e para sistemas de neutro TT, TNS e
e o de terra (PE).
diz respeito às causas desconhecidas.
TNC-S.
• Rompimento ou mau conexão entre cabo
de terra e o de neutro.
Como evitar a existência de um sistema de aterramento deficiente?
de
a
uma
ABNT
NBR
inspeção
dispositivos
são
5419
preventiva
Para os diferentes regimes de neutro,
conexão do neutro à terra);
haverá diferentes ligações, com seus respectivos alarmes, a serem ativadas em
*Ricardo Purisch é gerente de exportação da
decorrência de situações, como:
Mersen Brasil.
A resistência de aterramento é vital
para assegurar uma correta e segura via de
de terra do Centro de Transformação (a
Gustavo Bueno é Key Account Manager da
• Rompimento ou má conexão do cabo de
Mersen Brasil
102
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Março de 2016
Compliance nunca é tardia
É bastante louvável a iniciativa da
da
importante,
muito pertinente no atual cenário brasileiro:
Controladoria Geral da União (CGU)
também, contar com a experiência dos
é da administração a responsabilidade
de
ética
e
da
lisura,
é
da
auditores independentes, cujo trabalho
pela condução dos negócios de uma
improbidade em 26 companhias estatais.
pode contribuir de modo significativo.
companhia, pelo estabelecimento de uma
É mesmo crucial aprofundar essas análises
Apesar de não ser uma garantia plena
estrutura de governança apropriada, bem
para se evitar a repetição de casos como
contra a corrupção ou de que ela seja
como pela preparação de demonstrações
os que temos vivenciado atualmente,
posteriormente
contábeis fidedignas.
cujos efeitos diretos na economia são
de auditoria, que é realizado com base
muito
avaliar
programas
preventivos
detectada,
o
trabalho
É no atendimento a esses requisitos
devido
nas normas brasileiras e internacionais,
fundamentais que todo esforço precisa ser
à importância dos setores para o PIB e
visa a uma asseguração razoável, mas
empreendido, somando-se os recursos e
à perda de credibilidade suscitada por
não absoluta, de que as demonstrações
medidas disponíveis, dentre eles o novo
episódios negativos dessa magnitude.
contábeis das organizações auditadas
programa preventivo da CGU, o trabalho
nocivos,
principalmente,
estão livres de distorções relevantes,
dos auditores e o espírito de compliance
compliance, que deveria ter sido efetivado
independentemente
por
nas empresas, de forma a envolver todos
há muito tempo. Assim, é muito bem-vindo
erro ou por fraude. Obviamente, mesmo
os funcionários e a permear todas as
o projeto da CGU, pois o Brasil precisa
seguindo-se rigorosamente os quesitos
atividades da organização.
avançar nessa prática. Não podemos
técnicos, há um risco inevitável de que
continuar sendo olhados como um país
algumas distorções das demonstrações
potencialmente
Precisamos
de
um
choque
desonesto,
de
se
causadas
conforme
contábeis não sejam detectadas. Afinal,
acaba de demonstrar a nova edição do
uma das primeiras pessoas que um
Índice de Percepção da Corrupção da
gestor mal-intencionado tentará enganar,
ONG Transparência Internacional: dentre
sonegando
168 países, despencamos para a 79ª
informações, é o auditor.
posição (ante a 69ª anteriormente), numa
Feita
tabela em que o primeiro colocado é o que
independente
apresenta a maior pontuação em lisura.
confiança nas demonstrações contábeis
ou essa
adulterando ressalva, aumenta
dados
a o
e
auditoria grau
de
Não há dúvida de que as recentes
por parte dos usuários, quer seja pelos
investigações de improbidade em estatais
procedimentos técnicos realizados, pelo
contribuíram
esse
ceticismo profissional, um pré-requisito
rebaixamento do Brasil. Assim, é mais do
sensivelmente
na profissão de auditor independente, ou
que oportuna a realização de programas
pela comprovada atualização profissional
preventivos
continuada
nessas
para
organizações,
exigida
pelos
órgãos
atendendo aos quesitos de compliance,
reguladores da profissão para o exercício
que são as políticas de integridade,
da atividade.
prevenção, detecção e punição de atos
Salienta-se
ilícitos.
profissionais e a legislação aplicáveis à
Nesse processo saudável em prol
atividade contêm uma definição precisa e
ainda
que
as
normas
*Idésio Coelho é presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
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Agenda 2 a 29 de maio
Cursos
Fibra ótica – Iluminação além da imaginação
Descrição
Informações
Voltado a arquitetos, designers de interiores, projetistas, estudantes e profissionais ligados à área de iluminação, o curso realizado pela LDeducation tem como intuito apresentar a fibra ótica como uma importante ferramenta de iluminação arquitetural e decorativa, dentro de uma diversa gama de tecnologias e sistemas de fontes de luz artificiais atualmente disponibilizadas no mercado nacional e internacional. Dessa forma, pretende ampliar os conceitos do participante em função das novas possibilidades de uso com características e soluções únicas no ato de iluminar. Para participar é preciso ter noções de luminotécnica básica.
Local: Curso online Contato: www.ldeducation.com lde@ldeducation.com
9 a 11 de maio
Proteção conta descargas atmosféricas
Descrição
Informações
O treinamento tem como objetivo tratar dos aspectos da proteção de estruturas, pessoas e equipamentos contra os efeitos das descargas atmosféricas, descrevendo os procedimentos da norma brasileira ABNT NBR 5419 (versão 2015) e da internacional e preparando os alunos para projetos, especificação, inspeções e manutenção de sistemas de proteção. O curso é indicado especialmente a alunos das engenharias elétrica e civil, mas atende a estudantes de arquitetura ou técnicos da área elétrica. Os participantes terão ao seu dispor uma planilha de análise de risco conforme a ABNT NBR 5419-2:2015.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3091-2507 contato@iee.usp.br
17 a 18 de maio
Proteção, automação, controle e supervisão com a norma IEC 61850 – PAC 1
Descrição
Informações
Os participantes terão um curso introdutório a respeito dos sistemas de proteção, automação e controle, dentro da visão da norma IEC 61850. Serão abordados os fundamentos teóricos e recomendados aos participantes que também realizarão o curso prático (PAC-2). Entre os assuntos que serão apresentados durante o curso estão: os sistemas de automação, proteção e controle antes e depois da norma IEC 61850; redes em anel, estrela, redundâncias; e protocolos utilizados em sistemas elétricos.
Local: Uberlândia (MG) Contato: (34)3218-6800 conprove@conprove.com.br
27 de maio
Dimensionamento de transformadores de corrente para proteção
Descrição
Informações
O objetivo deste curso oferecido pela SEL é fornecer uma visão geral a respeito dos aspectos fundamentais relativos à utilização de transformadores de corrente para proteção. As aulas são direcionadas para engenheiros e técnicos das áreas de operação, projeto e manutenção, com noções de proteção de sistemas elétricos, componentes simétricos e utilização de transformadores de corrente. No curso, os participantes aprenderão conceitos básicos a respeito de transformadores de corrente; requisitos dos TCs para proteção de motores; a influência da saturação de TCs no desempenho de relés de proteção, entre outros temas.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (19) 3515-2060 universidade_br@selinc.com
4 de maio
Eventos
O Setor Elétrico / Março de 2016
Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase)
Descrição
Informações
Chegando em sua 13ª edição no ano de 2016, o Enase já se consolidou como um dos mais importantes eventos do setor elétrico que tratam do tema político-regulatório. O evento terá a participação de autoridades, de 18 associações do setor e de centenas de especialistas que debaterão e ministrarão palestras a respeito de relevantes assuntos referentes a concessões, mercados, fontes renováveis, térmicas, operação, entre outros. Conforme os organizadores, o Enase se trata de uma oportunidade diferenciada para se ter uma visão completa de toda a cadeia envolvida com o mercado de energia elétrica no Brasil.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3154-9400 http://www.enase.com.br
10 a 12 de maio
Enersolar Brasil
Descrição
Informações
Apresentando as mais recentes tecnologias de produtos e serviços voltados para o setor de energias renováveis, a Enersolar Brasil quer promover o desenvolvimento da área e apresentar ao mercado alternativas em fontes energéticas sustentáveis. Neste sentido, também promove o Congresso de Tecnologias Limpas e Renováveis para a Geração de Energia – Ecoenergy, que em sua última edição teve 70 palestras ministradas, promovendo importantes debates entre empresários, pesquisadores, representantes do governo, entidades e associações do setor. A feira reúne toda a cadeia produtiva dos segmentos de energia solar, solar fotovoltaica, eólica e de biomassa.
Local: São Paulo (SP) Contato: claudia.maciel@rmpress.com.br (11) 2950-4820
17 a 19 de maio
Brazil Power & Energy Summit (BPES)
Descrição
Informações
O BPES é, segundo seus organizadores, uma grande plataforma que reúne diversos setores do setor energético, tais como: concessionárias de energia, desenvolvedores, investidores, fornecedores de equipamentos e de tecnologias, além de empreiteiros. Juntos, eles debatem as questões e os desafios mais atuais referentes ao desenvolvimento do setor energético do país.
Local: São Paulo (SP) Contato: (61) 3878-3500 abrace@abrace.org.br
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O Setor Elétrico / Março de 2016
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