O Setor Elétrico (Edição 122 - Março 2016)

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Ano 11 - Edição 122 Março de 2016

Economia verde

Procura por projetos de eficiência energética está mais relacionada ao meio ambiente do que ao custo da energia elétrica Pesquisas exclusivas: Mercados de linhas elétricas e de tomadas e interruptores sentem efeitos da crise econômica, mas ainda preveem crescimento para este ano Espaço Cigré: A matriz elétrica e as demandas ambientais Espaço IEEE: Telefones celulares em áreas classificadas



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta

Aula prática

60

Especialista fala sobre danos da sobretensão, dispositivos de proteção, concepção de projeto e proteção de equipamentos específicos.

Coluna do consultor

8

Os “coxinhas” e os empadinhas no embate, e o Brasil como é que fica?

Painel de notícias

80

Espaço 5419

A análise de risco, conforme a parte 2 da ABNT NBR 5419, ajuda a avaliar o custo da eficiência da proteção.

10

82

UL lança programa de certificação de segurança contra incêndio;

Espaço 5410

Abertas as inscrições para prêmio Abilux de design de luminárias;

Instalações elétricas com arranjos fotovoltaicos tratadas em norma

Megabarre comemora 20 anos de existência; EDP mostra seus

complementar.

resultados de 2015; APC realiza evento para revendedores; Semikron celebra 53 anos de presença no país. Estas e outras notícias do setor

Colunistas

Colaborador técnico de normas Jobson Modena

elétrico brasileiro.

Michel Epelbaum – Energia sustentável

Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.

Fascículos

Colaboradores desta edição: Antonio C. P. Brasil Junior, Daniela Cassula, Eduardo Daniel, Eduardo Fontes Silveira, Estellito Rangel, Gustavo Bueno, Idésio Coelho, Juliana Lino, Julio Zanzini, Ricardo Purisch, Saulo José Nascimento Cisneiros, Sérgio Prestes, Sergio Roberto Santos, Talita da Silva, Taygoara F. de Oliveira, Zildo dos Santos.

Led – evolução e inovação

Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Kletr | Shutterstock.com Impressão - EGB Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Geração distribuída

84 Luiz Fernando Arruda – Instalações MT 86 Jobson Modena – Proteção contra raios 88

24

IEC 61439 – quadros, painéis e barramentos BT

38

Curto-circuito para a seletividade

Reportagem

Marcelo Paulino – Proteção, automação e controle

32

João Barrico – NR 10

90

92 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 94 José Starosta – Energia com qualidade

44

50

Para especialistas, as ações de eficiência energética estão mais relacionadas às questões ambientais do que ao elevado custo da energia elétrica.

Espaço IEE

96

O uso do telefone celular em ambientes com áreas classificadas.

Espaço Cigré

Pesquisa – Equipamentos para linhas

56

elétricas Fabricantes e distribuidores sofrem as consequências da atual crise econômica e projetam crescimento de apenas 2% para o mercado de

98

A matriz elétrica nacional e as demandas ambientais.

Dicas de instalação 100 A importância de supervisionar a resistência de aterramento contínuo para se instalar no QGBT.

linhas elétricas neste ano.

Pesquisa – Tomadas e interruptores

89

72

Otimismo dos agentes deste mercado com relação à revisão da

Ponto de vista

102

Que tal um choque de compliance nas empresas brasileiras?

norma que trouxe novos requisitos para este setor no ano passado foi

104

suplantado, neste ano, por ceticismo, tendo em vista o atual cenário

Agenda

econômico brasileiro.

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

3




Editorial

6

O Setor Elétrico / Março de 2016

Capa ed 122.pdf

1

4/3/16

8:45 PM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 11 - Edição 122 Março de 2016

O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 122 – Março de 2016

Economia verde

Procura por projetos de eficiência energética está mais relacionada ao meio ambiente do que ao custo da energia elétrica Pesquisas exclusivas: Mercados de linhas elétricas e de tomadas e interruptores sentem efeitos da crise econômica, mas ainda preveem crescimento para este ano Espaço Cigré: A matriz elétrica e as demandas ambientais Espaço IEEE: Telefones celulares em áreas classificadas

Edição 122

Internet da luz

Você já ouviu falar no termo “Internet das coisas”? E “Internet da luz”? No Brasil, o conceito ainda

é incipiente e talvez no mundo essa definição ainda esteja apenas começando. Mas quem conseguiu visitar a feira internacional Light+Building deste ano, certamente, viu que, entre fabricantes, o conceito é mais do que tendência, é realidade!

Se procurarmos uma definição no Google, encontraremos que, resumidamente, “Internet das coisas”

é uma revolução tecnológica com o objetivo de conectar itens usados no dia a dia à rede, ou seja, cada vez mais eletrodomésticos, meios de transporte, itens de vestuário e outros dispositivos estarão conectados à internet. Se esta é a ideia, por que também não usar a infraestrutura da iluminação? E aí entendemos que “Internet da luz” é nada mais que conferir inteligência à iluminação.

Explico. No ano passado, cerca de 5 bilhões de dispositivos eram capazes de se comunicar pela

internet e, neste ano, esse número tende a aumentar em, pelo menos, 40%. A Internet das coisas surgiu em consequência do grande número de aplicações e o valor agregado para os usuários. Smartphones permitem compras online, check-in em voos, indicação de rotas e caminhos. Da mesma maneira, medidores de energia podem enviar dados sobre consumo. A ideia é diminuir o grau de complexidade, oferecendo simplicidade às pessoas, ainda que isso leve algum tempo a acontecer.

Com a eletrônica embutida do Led e considerando que a luz artificial está presente em praticamente

todos os lugares – em ambientes internos ou nas ruas –, a infraestrutura da iluminação pode, cada vez mais, ser utilizada como meio de comunicação. Com o auxílio de sensores digitais e microchips, o sistema de iluminação poderá ser mais inteligente e capaz de, por exemplo, detectar se um ambiente está ocupado ou não e, assim, controlar a iluminação fornecida, proporcionando economia de energia. Poderá ainda enviar informações para os sistemas de climatização e de segurança para que também sejam controlados remotamente ou a partir de uma programação prévia. Sensores de presença em estacionamentos poderão ainda indicar, por meio de sinais luminosos, em qual corredor há vagas livres. São muitas as possibilidades. Ao que tudo indica, automação e iluminação estão cada vez mais próximas e a internet das coisas promete ser a próxima revolução industrial!

No entanto, você, leitor mais atento, perceberá mais adiante que este não é um assunto tratado nas

páginas seguintes, mas como a Light+Building estava “fresquinha” na memória, resolvi dedicar algumas linhas à novidade mais presente por lá. De qualquer forma, fica como um “teaser” para a próxima edição, que trará não apenas a cobertura do evento, mas ainda uma reportagem especial sobre este tema.

Boa leitura!

Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!

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Coluna do consultor

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Os coxinhas e os empadinhas no embate, e o Brasil como é que fica?

Será que paramos? Ainda não, por

disputarão as novas eleições estarão bem

sorte, existe gente de bem no Brasil que

modificadas,

ainda não apertou aquele botão que todos

cumprindo penas e alguns aposentados

conhecemos. Se assim fosse, entraríamos

precocemente.

em uma “venezualização” e o caos estaria

Os

instaurado

de

favorecimento estão sendo desvendados

alguns e o sofrimento de muitos. A turma

e, pelo jeito, a sobrevivência das empresas,

de Brasília, além de não conseguir botar

mesmo aquelas “virgens”, deverá atender a

o país nos trilhos, se vê acuada pelas

um maior grau de exigência por parte das

acusações de maus tratos e mesmo roubo

autoridades, sejam elas quais forem; da

de nossos cofres. Nossos indicadores

mesma forma que os protocolos de controle

são horríveis, mas ainda não quebramos,

que

temos um pouco de ar na garrafa, mas não

internacionais com a lei Sarbanes-Oxley,

dá para muito tempo. Enquanto a disputa

(ou SOX). Esperar para ver o tamanho da

judicial pega fogo e da mesma forma que

encrenca.

a população discutia o custo do kWh

ou os percentuais dos volumes mortos

continuamos

(ou

agora

energética aplicada desta vez nas próprias

todo mundo virou especialista em ritos

instalações, como mostra a reportagem

judiciais e o que ocorrerá com nossos

desta edição, além de pesquisas com

compatriotas em função dos passos e

fabricantes

rumos das histórias que irão surgir, com

elétricas e tomadas e interruptores, também

delações, escutas, notificações, buscas e

neste exemplar. Não se pode esquecer que

tudo mais.

o CINASE ocorre nos dias 26 e 27 em BH,

em formato bem dinâmico e interessante.

quase)

para

dos

a

comemoração

reservatórios,

As bobagens que surgem nas redes

alguns

inelegíveis,

sofisticados

foram

inseridos

modelos

após

outros

de

escândalo

No nosso mundo doméstico e elétrico, a

e

apostar

na

distribuidores

eficiência

de

linhas

sociais, então, são de enlouquecer. Aliás,

Não percam!

os grampos telefônicos são de uma sutileza

ímpar, os proctologistas estão preocupados

é que fica não adianta, vamos pensar no

com as sugestões.

Brasil que queremos e, sobretudo, brigar

por ele, sejamos fortes e valentes!

Certamente, as listas de políticos que

Esperar o que irá ocorrer para ver como



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Março de 2016

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

UL lança Programa de Certificação de Segurança contra Incêndio Programa foi lançado durante evento que debateu temas, como indústria de sprinklers no Brasil, proteção à vida em risco, licenciamento de edificações e áreas de risco, certificação, e qualidade dos sistemas instalados de proteção contra incêndio

A UL, multinacional norte-americana do

setor de inspeções, ensaios e certificação de produto, lançou, durante evento promovido no dia 15 de março na cidade de São Paulo (SP), o Programa de Certificação de Segurança contra Incêndio, cujo objetivo principal é garantir a segurança das pessoas ao conscientizá-las da importância das certificações voluntárias, além de provocar os órgãos públicos para que estas certificações também passem a ser compulsórias para diversos produtos utilizados no setor.

No evento de lançamento do programa,

que contou com a participação de 280 pessoas, entre as quais relevantes entidades de segurança e engenharia do Brasil, foi realizado

um

debate

sobre

segurança

contra incêndio, no qual foram abordados

O evento de lançamento do programa contou com a participação de 280 pessoas, entre as quais relevantes entidades de segurança e engenharia do Brasil.

temas como: normatização, indústria de

que podem retardar e até mesmo impedir

convergência regulatória podem trazer

sprinklers no Brasil, proteção à vida em risco,

a propagação das chamas até a chegada

ao Brasil foi outro assunto em destaque

licenciamento de edificações e áreas de

da

durante as palestras.

risco, certificação, e qualidade dos sistemas

destacou-se também pelo debate acerca

A UL do Brasil vem trabalhando no

instalados de proteção contra incêndio.

da necessidade de se tornar compulsória

Programa de Certificação de Segurança

equipe

de

bombeiros.

O

evento

Em relação ao tema da normatização,

a certificação de equipamentos, como

contra Incêndio há cerca de um ano e

foram discutidos normas de sistemas de

sprinklers e centrais de alarme, que

meio e envolveu em torno de 400 de seus

segurança ativa, como alarmes, hidrantes,

detectam fumaça, temperatura e até mesmo

engenheiros no projeto. A empresa almeja

extintores e também de segurança passiva,

vazamentos de gás. A competitividade

expandir o projeto também para outros países

entre eles, revestimentos e acabamentos,

de mercado que as certificações e a

da América Latina.



Painel de mercado

12

O Setor Elétrico / Março de 2016

Inscrições para o Prêmio Abilux Design de Luminárias 2016 vão até 1º de maio Finalistas também serão avaliados por suas características técnicas de economia de energia dentro de sua aplicação e o vencedor receberá o Prêmio Especial de Conservação de Energia Interessados em participar do Prêmio

Abilux Design de Luminárias 2016 têm até o

seu design, as luminárias finalistas serão

Além de serem avaliadas por conta de

próximo dia 1º de maio para realizar inscrições.

julgadas por suas características técnicas de

O regulamento e a ficha de inscrição estão

economia de energia dentro de sua aplicação.

disponíveis no site da Associação Brasileira da

O equipamento vencedor neste quesito

Indústria de iluminação (Abilux): www.abilux.

será laureado com o Prêmio Especial de

com.br.

Conservação de Energia.

A entidade informa que estão aptas a

A premiação consistirá na entrega de

concorrer ao prêmio luminárias residenciais,

troféu, certificado e selo aos três primeiros

comerciais, industriais, públicas e esportivas/

colocados de cada categoria, sendo que

monumentais comercializadas no mercado

apenas o primeiro colocado receberá um

entre fevereiro de 2014 e maio de 2016,

troféu. O ganhador do Prêmio de Conservação

desde que não tenham participado de edições

de Energia também receberá, além do troféu,

anteriores do prêmio e que possuam design

um certificado e um selo da Abilux.

original (desenvolvido e fabricado em território

nacional) e que atendam às normas brasileiras

em uma mostra de design que será

Iluminação (Expolux), que acontecerá de

e portarias do Inmetro. Todas as luminárias

montada no estande da Abilux, na 15ª

28 de junho a 2 de julho de 2016, no Expo

participantes devem empregar Leds.

Feira

Center Norte, em São Paulo (SP).

Luminária da Utiluz foi uma das vencedoras da última edição do Prêmio Abilux Design de Luminárias na categoria Comercial.

As peças premiadas serão expostas

Internacional

da

Indústria

da



Painel de produtos

14

O Setor Elétrico / Março de 2016

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Relés fotoeletrônicos www.margirius.com.br

A novidade da MarGirius para o mercado são os relés RFE-90

(ligação através de cabos) e RFE-91 (ligação através de conector, padrão ABNT NBR 5123). De fabricação própria, os produtos possuem alimentação bivolt automática (90 V a 240 V~) e alta capacidade elétrica (1.000 W para cargas resistivas em 220 V~).

De acordo com a MarGirius, o circuito eletrônico compacto

dos produtos proporciona elevada eficiência e confiabilidade, associadas a uma boa relação custo-benefício. Os relés são ideais para casas de campo, residências, letreiros luminosos, estacionamentos, jardins, postes, indústrias, condomínios e outros locais que necessitem de iluminação noturna automática.

Luminárias para postos de combustível www.conexled.com.br

A Conexled, divisão de negócios do Grupo Conex, lançou

recentemente uma nova linha de luminárias com Leds denominada CLC CamburiConexled, com design ultrafino e mais luz, ideal para postos de combustível.

As peças podem ser instaladas em até cinco metros de

altura e, segundo o fabricante, produzem até 100 mil horas de vida útil com cinco anos de garantia. Com potência de 80 W, a nova geração de luminárias oferece economia, design moderno e substitui as convencionais lâmpadas a vapor de sódio e de vapor metálico de 250 W e 400 W.

De fácil instalação e

manutenção, as luminárias utilizam as mesmas dimensões e infraestrutura das luminárias tradicionais já existentes, dispensando qualquer tipo de alteração na estrutura. Os equipamentos empregam Led lightingclass CREE, apropriado para iluminação profissional de alta Relés contam com circuito eletrônico que permite alta eficiência e confiabilidade.

performance, em conformidade com a norma IES LM-80.

Luminárias já estão instaladas em cerca de 1.000 postos de combustível pelo país.



Painel de empresas

16

O Setor Elétrico / Março de 2016

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Megabarre celebra 20 anos de atividades Tecnologia e internacionalização fizeram da empresa uma das principais fornecedoras de barramentos blindados por duas décadas. Fabricante investe agora nos mercados de transformadores e de quadros de distribuição

A história da Megabarre começou em 1996

por iniciativa dos colegas de profissão Eduardo Margosian Durante e Gerson Sampaio Resende, especialistas já com reconhecido know-how em barramentos blindados. Instalada em uma área de 450 m², a empresa iniciou suas atividades com a fabricação de barramentos blindados de baixa tensão (250 A a 1500 A). Um ano mais tarde, o atual diretor de vendas José Antonio Mendonça juntou-se aos dois sócios-fundadores para então dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito.

Mendonça conta que a Megabarre nasceu em

um bom momento econômico, em que o mercado da construção civil estava bastante aquecido, o que, somado ao conhecimento dos sócios Durante e Resende, rapidamente, a empresa passou a ser

Interior da fábrica de Jundiaí (SP).

conhecida no mercado brasileiro.

nacionais, a Megabarre, que já havia exportado seus

em barramentos blindados, decidiu diversificar sua

ao

produtos para alguns países da América Latina,

área de atuação e, há cerca de dois anos, passou

crescimento teria sido dado ainda em 1997, quando

precisava crescer. “Participamos de alguns projetos

também a fabricar transformadores de distribuição e

a empresa fechou uma parceria com a espanhola

importantes, como o edifício WTC de Montevideu,

de potência de até 30 MVA. Segundo os diretores,

Ciama e, aproveitando a valorização da moeda

no Uruguai, sempre exportando através de

a grande vantagem da Megabarre é que todos os

nacional na época, começou a importar sistemas de

representantes, até chegarmos à conclusão de que

testes de rotina são realizados em laboratório próprio.

barramento compacto e resinado. A partir de então,

era viável e necessário ter uma linha de produção no

Apenas os testes de tipo são feitos em laboratórios

a Megabarre passou a expor seus produtos em feiras

Chile”, avalia o diretor industrial Eduardo Durante.

externos (IEE e Cepel), comprovando o cumprimento

do setor, chegando a participar, por três vezes como

legal das normas técnicas requeridas.

expositora, da internacional Feira de Hannover, na

no Chile estava pronta, em uma área total de 1300

Alemanha.

m². “Apesar da crise internacional daquele ano, a

2015, estão sendo desenvolvidos quadros de

O

primeiro

movimento

em

direção

Assim, no final de 2008, a fábrica da Megabarre

Outra novidade da companhia é que, desde

Outro passo importante foi um acordo de

empresa contou com uma aceitação muito grande

distribuição dos tipos compacto e pedestal.

transferência de tecnologia firmado com a italiana

no mercado chileno, principalmente, dos produtos de

“Aproveitamos o nosso conhecimento em metalurgia

Cariboni para a produção de barramentos de média

média tensão e na área de mineração. Isso fez com

para expandir os negócios e produzir os QDCs e

tensão no Brasil. A empresa então, que começou

que a fábrica decolasse”, conta Mendonça.

QDPs”, explica Eduardo Durante. Os equipamentos

em um modesto galpão no município de Diadema,

Assim, outro passo importante para a empresa

são produzidos e montados na fábrica de Jundiaí

na Grande São Paulo, passou a demandar espaços

foi a aquisição do fundo de negócios da italiana

(SP), de acordo com as necessidades dos clientes.

cada vez maiores, chegando, no ano 2001, ao seu

BBI, com quem a Megabarre já tinha uma parceria

“O mercado está sempre flutuando, então, temos

segundo galpão – o primeiro, com 1.700 m², e o

de representação desde 2009. Com a compra,

que estar preparados para atender às demandas que

segundo dedicado aos produtos de média tensão,

constituiu-se a Megabarre Europe e também a

vão surgindo”, acrescenta Mendonça.

com uma área de 1.200 m².

Megabarre Beijing, já que a empresa adquirida

Graças à parceria com a Cariboni, a Megabarre

contava com uma filial na China. As duas unidades

em uma filial na Colômbia. “Gostaríamos de cobrir

pôde entrar em grandes mercados, como mineração

permitiram à Megabarre expandir seus negócios,

a América do Sul totalmente e a Colômbia é um

e petróleo, e comemorou o primeiro projeto de

especialmente, com vendas para países da Europa,

país que deve crescer muito nos próximos anos”,

barramento de fases isoladas para uma planta

Ásia, Oriente Médio, África, além das Américas.

avalia Mendonça. Para eles, ter uma fábrica próxima

termoelétrica da Petrobras, no ano de 2001. Esse

Paralelamente às parcerias realizadas, o diretor

ao cliente é essencial não apenas para atendê-lo

contrato com a empresa italiana, que durou oito

de vendas Mendonça conta que a Megabarre

bem, mas para ter as peças especiais fabricadas

anos, foi essencial para o crescimento da empresa.

sempre investiu em tecnologia, o que fez com que

localmente, facilitando a logística de entrega.

Nesse momento, a empresa destacava-se entre

todas as fábricas contassem com linhas de produção

seus concorrentes. “Éramos os únicos a fornecer

completamente automatizadas.

robotizada, conta com área construída de 11.000 m²

Para este ano, a Megabarre planeja investir

A fábrica de Jundiaí é totalmente automatizada e

e 130 funcionários. Em todo o mundo, a Megabarre

barramentos para qualquer tipo de instalação, baixa ou média tensão”, afirma Mendonça.

Transformadores e painéis

conta com cerca de 200 funcionários e está presente

em 127 países.

Rumo a novos mercados além das fronteiras

A Megabarre, que sempre foi especializada



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Março de 2016

EDP Brasil comemora ano recorde

Crédito: Divulgação

Apesar da crise econômica, empresa da área de geração, distribuição, comercialização e serviços de energia aumentou em 70% seu lucro líquido no ano de 2015

Pecém I, que, em meados de 2015, teve os

companhia teve mais lastro financeiro para

50% restantes de suas ações adquiridas

investir no segmento de distribuição.

junto à Eneva. “Esta usina esteve abaixo em

Miguel Setas, presidente da EDP.

2014, mas terminou o ano de 2015 acima

Resultados do 4º trimestre de 2015

das expectativas”, afirma o presidente da

EDP Brasil. Em 2014, o empreendimento

durante o ano de 2015, os resultados do 4º

registrou prejuízo de R$ 236,25 milhões

trimestre de 2015 da companhia também

e no ano passado ganhos de R$ 22,15

foram mais expressivos se comparados

milhões. “Foi o primeiro ano que a usina

ao mesmo período de 2014. No que diz

gerou lucro”, afirma o executivo.

respeito ao EBITDA da empresa – lucro

Outro objetivo traçado e atingido

antes de juros, impostos, depreciação

pela EDP foi o compromisso com a

e amortização – houve um acréscimo de

execução de obras para a construção de

3,3% na comparação dos últimos três

empreendimentos de geração hidrelétrica

meses de 2014 para o último trimestre de

que fazem parte do portfólio da companhia,

2015, saindo de R$ 760, 3 milhões para

como

Caldeirão,

R$ 785, 3 milhões. Já o lucro líquido do

localizada no Estado do Amapá, que já

período apresentou uma elevação maior,

está com 95% de suas obras concluídas, e

de 20,7%: R$ 317, 3 milhões ante R$ 383,

a usina São Manoel, na divisa dos estados

1 milhões.

a

usina

Cachoeira

Refletindo o crescimento anual da EDP

do Mato Grosso e Pará, que está com 37% O ano de 2015 foi o mais importante

de suas obras finalizadas. Ambas as obras,

Energias renováveis

da história da EDP Brasil, afirmou o

segundo Setas, encontram-se dentro do

diretor-presidente

Com a venda de sua fatia de 45% da

orçamento e do prazo estabelecidos.

EDP Energias Renováveis, a EDP Brasil

atua nas áreas geração, distribuição,

Além disso, o diretor-presidente da

passou a se concentrar somente, no que diz

comercialização e serviços de energia

EDP Brasil destaca a melhoria da eficiência

respeito aos seus negócios de geração, em

elétrica, Miguel Setas, durante evento que

operacional, o controle de fatores de risco,

dois tipos de fontes: hidráulica e térmica.

apresentou os resultados financeiros do 4º

como combate à inadimplência e às perdas

Contudo, segundo o diretor-presidente

trimestre de 2015 e anual da companhia.

comerciais, e o controle de custos. “Nossa

da companhia, a EDP Brasil manterá seu

Na ocasião, que também marcou os 20

inflação conseguiu ficar abaixo da inflação

compromisso

anos de presença da EPD no país e dez

no Brasil. Ficamos com uma inflação de

ecológica, buscando alcançar e respeitar

de Oferta Pública Inicial de Ações (IPO),

8%, enquanto a inflação no país ficou na

as medidas propostas pela COP 21 no

Setas destacou que a empresa obteve um

faixa de 10%”, conta o executivo.

que se refere às mudanças climáticas.

aumento de mais de 70% em seu lucro

A respeito da melhoria da eficiência

Neste sentido, a empresa seguirá a

líquido no ano que passou. Em 2015, a

operacional, Setas afirma que, a empresa

política global do Grupo EDP na atualidade,

empresa acumulou lucro líquido de R$ 1,3

conseguiu diminuir as perdas comerciais

ou seja, manter o carvão representando

bilhão ante R$ 743 milhões em 2014.

em 3% e 1,55% nos estados do Espírito

25% do portfólio de geração termelétrica da

da

empresa

que

com

a

sustentabilidade

Em um ano marcado pelo refreamento

Santo e São Paulo, respectivamente. O

companhia. Conforme Setas, hoje o carvão

econômico, Setas explicou como a EDP

presidente da EDP Brasil explica ainda

equivale a 27% dos combustíveis empregados

Brasil conseguiu crescer. Segundo ele,

que só foi possível investir no combate

pela companhia em suas termelétricas. O

foi o cumprimento à risca das metas

às perdas elétricas comerciais porque

executivo destaca que, no Brasil, o foco da

estabelecidas para o biênio 2014/2015.

foi concluída a construção da Usina

empresa está voltado para usinas movidas a

Entre estas metas, destaque para a

Hidrelétrica Santo Antônio do Jari, situada

gás natural. “Havendo espaço para água e

consolidação da virada da usina termelétrica

entre Pará e Amapá. Dessa maneira, a

gás natural, vamos aproveitar”, diz.



Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Março de 2016

APC realiza evento para estimular revendedores Encontro denominado Channel is On ocorre anualmente e debate tendências do mercado, atualizando também os participantes em relação ás novidades e lançamentos da companhia

Empresa pertencente à Schneider Electric,

a APC, que oferece soluções e serviços para ambientes críticos de energia e refrigeração, realizou no mês de março o evento Channel is On. O encontro, que ocorre anualmente, com a presença de revendedores estratégicos da empresa, debateu as tendências do mercado e atualizou os presentes em relação às novidades e lançamentos da companhia. Além disso, durante a ocasião, foram reconhecidos os parceiros com maior destaque no ano de 2015.

De acordo com a gerente de marketing

da APC, Ana Carolina Guilhen, o Channel is On tem como intuito ajudar os revendedores

sobressaiam em um mercado competitivo e

controla os processos mais importantes

a evoluírem de forma continuada, a fim de que

em transformação”, diz.

da sociedade e os conecta à tecnologia da

estejam preparados para as necessidades

O evento Channel is On foi o primeiro

informação. De acordo com a empresa, o

do mercado. “O encontro aproxima ainda

em linha com o novo posicionamento Life is

objetivo do Life is On é simplificar a tomada

mais a empresa de seus parceiros, dando

On, que reforça a experiência da Schneider

de decisões, por parte de colaboradores,

todo o suporte necessário para que eles se

Electric com tecnologia operacional, que

parceiros e também clientes.



Painel de empresas

22

O Setor Elétrico / Março de 2016

Trade Energy começa a operar com o nome Tradener Em 2013, a Tradener tornou-se sócia majoritária da comercializadora independente de energia, quando esta iniciou seu processo de reestruturação societária

forma harmônica e sem descontinuidade

crescimento nas operações de compra

comercializadora independente de energia,

No dia 1º de abril, a Trade Energy,

diante do mercado.

e venda de energia e consolidação das

focada nos consumidores e produtores

atividades de gestão de consumidores e

livres de energia elétrica, começou a

com o intuito de ampliar o leque de opções a

geradores.

operar como Tradener, empresa que se

ser oferecido pelas companhias ao mercado.

tornou sua sócia majoritária em 2013,

Na época da aquisição, o presidente da

lizadora de energia elétrica e gás natural do

quando a companhia iniciou o processo

Tradener, Walfrido Avila, declarou que os

Brasil, Fundada em 1998, é pioneira na área.

de reestruturação societária. Conforme

clientes iriam se beneficiar com a oferta

Atualmente, realiza negócios também no

a Trade Energy, a transição acontece de

de melhores produtos e serviços, com o

segmento de energias renováveis.

A associação das duas empresas ocorreu

A Tradener é uma importante comercia­

Semikron comemora 53 anos de presença no Brasil Empresa planeja ainda neste ano novos investimentos e melhorias em diversas áreas de sua fábrica, incluindo a recémanunciada linha de montagem de módulos IGBT tipo SKiiP 3 no Brasil. de

Alemanha. Rapidamente, a filial nacional

aproximadamente 36 mil m².

semicondutores, completou no mês de março

cresceu e tornou-se uma das mais importantes

A Semikron colaborou com o desen­

53 anos de presença no Brasil. Para celebrar

da organização, sendo responsável pela

volvimento

a data, a empresa planeja, ainda neste ano, a

produção de chips de diodos e de tiristores

possibilitaram a evolução da eletrônica de

realização de novos investimentos e melhorias

até soluções completas em eletrônica de

potência no Brasil e no mundo. Entre eles,

em diversas áreas de sua fábrica, incluindo

potência.

aplicações em energias renováveis (eólica e

a recém-anunciada linha de montagem de

Em

Brasil

solar), veículos elétricos e híbridos (carros,

módulos IGBT tipo SKiiP 3 no Brasil.

A

Semikron,

fabricante

mundial

1980,

a

Semikron

do

de

diversos

projetos

que

mudou-se para a cidade de Carapicuíba,

ônibus, trens e outros meios de transporte),

terras

em São Paulo, onde construiu sua planta

inversores de frequência, equipamentos de

brasileiras começou na cidade do Rio de

fabril, que hoje possui cerca de 250

solda, elevadores e fontes de alimentação

Janeiro, com a importação de diodos da

funcionários trabalhando em um espaço de

ininterrupta (UPS).

A

história

da

Semikron

em


Fascículos

Apoio

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Daniela Cassula, Julio Zanzini, Juliana Lino, Talita da Silva e Zildo dos Santos

24

Capítulo III – A eficiência energética de fontes renováveis no Brasil: avaliação da utilização da biomassa da cana-de-açúcar na cogeração de energia elétrica no setor sucroalcooleiro • Conceitos • Política Nacional de Resíduos Sólidos • Etapas da cogeração • Bioeletricidade

IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano

32

Capítulo III – Definições e características • Definições dos tipos de conjuntos • Conceitos relativos à segurança e à proteção contra choques elétricos • Grandezas elétricas

LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa

38

Capítulo III – Entendendo os Leds • Análise das folhas de especificações • Parâmetros fotométricos • Especificações mecânicas • Curvas de derating

CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo III – Correntes contínua e alternada, número complexo, fasor e circuitos resistivo, indutivo e capacitivo • Correntes contínua e alternada • Valor eficaz • Números complexos • Circuitos resistivos, indutivos e capacitivos e suas respectivas formas de onda

44


Apoio

Geração distribuída

24

Capítulo III

A eficiência energética de fontes renováveis no Brasil: avaliação da utilização da biomassa da cana-de-açúcar na cogeração de energia elétrica no setor sucroalcooleiro

Fascículo

Por Daniela Cassula, Julio Zanzini, Juliana Lino, Talita da Silva e Zildo dos Santos*

O grau de independência energética do

um deles. Neste contexto, no ano de 2012, a

consequente utilização, possibilitou o aumento

país determina o grau de desenvolvimento

principal fonte de geração era a hidráulica,

da produção e, consequentemente, a geração

econômico, social e ambiental. A eletricidade

com produção de 79.811 MW. Como forma

de energia excedente, sendo esta destinada

pode ser obtida de diversas fontes, renováveis

de se complementar a oferta de energia elétrica

para comercialização. Segundo Faccin (2011),

ou não. Neste contexto, o Brasil se destaca

no Brasil, há alguns incentivos por parte do

a cogeração teve início no início do século

por ser um país pouco dependente de

governo para a geração através da biomassa e,

XX para o atendimento das necessidades

combustíveis fósseis para a geração de

no ano de 2014, o país contava com 502 usinas

de produção das usinas, porém, esta perdeu

eletricidade. A biomassa foi uma importante

termelétricas movidas por biomassa. Destas

espaço para as tecnologias de obtenção

fonte de energia desde os primórdios da

usinas, 386 usavam o bagaço da cana-de-açúcar

com menor custo, como as hidrelétricas e

civilização até meados do século XIX. Com

como matéria-prima, contribuindo para

termelétricas movidas a carvão, gás natural e

a revolução industrial, o carvão mineral

uma potência instalada de aproximadamente

óleos combustíveis.

passa a ser a principal fonte para a geração de

9.839 MW de eletricidade. Deve-se ressaltar

eletricidade, principalmente para os países que

que as termelétricas que utilizam o bagaço da

de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010,

possuíam grandes reservas, o que garantiu a

cana-de-açúcar surgem como uma alternativa

determinou que o reaproveitamento energético

esses um maior avanço na industrialização.

complementar nos períodos de baixos índices

dos resíduos sólidos fosse uma destinação

À medida que ocorreu a intensificação do

de chuva, assumindo assim um importante

final ambientalmente adequada. Além disso,

uso da energia elétrica, observaram-se a

espaço na matriz eletroenergética brasileira,

tem como um de seus princípios o incentivo

construção e o aperfeiçoamento de sistemas de

uma vez que as fontes de biomassa estão

ao desenvolvimento de sistemas de gestão

geração, transmissão e distribuição de energia,

sujeitas às safras agrícolas.

ambiental voltados para a melhoria dos

A

instituição

da

Política

Nacional

possibilitando a geração de sistemas compostos

O processo de cogeração na indústria

por usinas elétricas, linhas de transmissão e

da cana-de-açúcar consiste em aproveitar o

redes de distribuição, controlados e operados

vapor produzido pela queima do bagaço em

de forma integrada.

caldeiras para movimentar os equipamentos

As usinas de açúcar etanol, desde muito

processos produtivos e reaproveitamento de resíduos para o aproveitamento energético.

Para a geração de energia elétrica no Brasil,

da própria usina e acionar conjuntos geradores

tempo, desenvolvem e implantam medidas

existem diferentes formas e possibilidades.

de eletricidade. Inicialmente, a cogeração

que diminuem os impactos ambientais gerados

A evolução para o uso de cada uma delas

tinha por objetivo gerar energia somente para

por suas atividades produtivas. Igualmente,

depende da disponibilidade de recursos e

a própria indústria. Com o desenvolvimento

tem realizado grandes investimentos visando à

de investimentos direcionados para cada

de tecnologias mais eficientes e a sua

geração de energias limpas e renováveis, como


Apoio

é o caso do etanol, também chamado de álcool

gerados pela produção de açúcar e etanol

moída, permitindo que as usinas se tornem

etílico, produzido quase que exclusivamente

eram um grande problema para as usinas, uma

autossuficientes em termos de energia, tendo

pela fermentação e pela destilação do caldo

vez que o seu descarte era um grande desafio

assim a oportunidade de comercializar a

de cana e do melaço, um resíduo da produção

para o setor. Impulsionado pela criação do

energia excedente. A utilização do bagaço para

de açúcar, e a bioeletricidade, energia elétrica

Programa Nacional do Álcool (Proalcool) e

a cogeração torna-se importante para as usinas,

produzida a partir de biomassa do bagaço da

a expansão da produção de açúcar durante a

pois oferece ao resíduo, que ocupava grandes

cana, de forma a atender aos interesses nacionais

década de 1990, o crescimento do setor levou

áreas da usina para destinação, um papel na

e aos internacionais, principalmente no caso

a mudanças significativas que possibilitaram

geração de novos produtos, já que para cada

do etanol. O vinhoto, resíduo da destilação do

a exploração dos subprodutos da produção

tonelada de cana-de-açúcar processada, são

melaço é usado como fertilizante. Para Santini

de açúcar e etanol. Este panorama, associado

gerados 225 kg de bagaço e cada tonelada de

(2011), a utilização do subproduto da cana

à crise energética vivenciada pelo país no ano

bagaço pode gerar mais de 300 KWh para a

para a geração de energia elétrica também

de 2001, possibilitou que em 2004 o setor

rede elétrica. Para processar uma tonelada de

traz grandes oportunidades ao país, pois pode

sucroalcooleiro pudesse produzir eletricidade

cana-de-açúcar, são necessários 12 MWh de

ajudar a complementar o fornecimento interno

para o seu próprio consumo (autoprodutor)

energia elétrica, quantidade facilmente gerada

de energia, além de posicionar a nação como

e destinar parte da energia elétrica produzida

de energia pela própria usina.

grande produtora de energias limpas não

à comercialização (produtor independente).

Uturbey e Aguilar (2010) e Apud Fodra

provenientes dos recursos fósseis e hídricos

Neste contexto, inicia-se no país uma política

(2012) argumentam que a cogeração pela

tradicionais. Observa-se, na cadeia produtiva

de apoio de incentivos à produção de energia

biomassa na indústria sucroalcooleira está

das indústrias sucroalcooleiras, a metodologia

via cogeração em um período que coincide

exposta a fatores de risco, dentre eles, o

da produção mais limpa aplicada, onde há a

com a implantação em larga escala de usinas.

regime de chuvas, valor de comercialização do

incorporação dos resíduos gerados em novos processos produtivos.

A biomassa da cana-de-açúcar é a matéria-

MWh, preço dos combustíveis, quantidade e

prima mais representativa no panorama de

qualidade do bagaço, dinâmica dos mercados

A cogeração de eletricidade na indústria

cogeração elétrica no país. Estima-se que a

de açúcar e etanol e penalidades impostas à

sucroalcooleira passou por várias etapas até

quantidade de bagaço produzida por safra

descontinuidade no fornecimento de energia à

a sua comercialização. Os resíduos (bagaço)

represente 30% do volume de cana-de-açúcar

concessionária.

25


Apoio

Geração distribuída

26

A atividade de produção de energia,

visita técnica em uma usina de açúcar, etanol

equipamentos, sendo estes mais eficientes que

em particular da energia elétrica, tem como

e bioenergia localizada no Município de

o sistema utilizado anteriormente.

principal desafio para o século XXI expandir e

Pirassununga, no Estado de São Paulo.

diversificar sua matriz e oferta, com o propósito de manter a qualidade de vida e possibilitar o

O processo de cogeração (Figura 2) depende de todas as etapas do ciclo produtivo

Resultados e discussão

de açúcar e etanol. A biomassa consiste no

progresso econômico e social, que possui uma

resíduo sólido da produção de açúcar e etanol

demanda contínua. Todavia, essa expansão

A empresa em estudo foi fundada

deve se dar de forma a diminuir ou minimizar

há 100 anos e em 2006 foi adquirida por

A fase agrícola é a primeira etapa do

impactos ambientais, mas suportando o

um grupo espanhol. Possui uma área

processo. Após passar pela fase de plantio

crescimento econômico. Frente a essa exigência

de aproximadamente 48 mil hectares,

e desenvolvimento da planta, o processo

e ao atual panorama mundial referente a

contando

produtivo sucroalcooleiro chega à etapa da

questões ambientais, em que as discussões

arrendados (Figura 1).

com

canaviais

próprios

e

(bagaço da cana-de-açúcar) e de parte da palha.

colheita da cana-de-açúcar, que pode ser

orbitam em pautas como produção mais limpa,

Os produtos da usina consistem em etanol,

realizada de forma manual ou mecanizada,

desenvolvimento sustentável e química verde,

açúcar e obtenção de bioenergia através do

através de maquinário específico denominado

ou seja, várias metodologias e mecanismos

bagaço e da palha da cana-de- açúcar. Na safra

colheitadeira. Em ambas as formas de colheita,

que objetivam, entre outros temas, a redução

2013/2014 foram colhidas 3.600.000 toneladas

a cana-de- açúcar é transportada, por meio de

na geração de resíduos e a preservação dos

de cana-de-açúcar, das quais foram produzidas

caminhões, e disposta em containers. Por meio

recursos naturais, a produção de eletricidade

344.594 toneladas de açúcar e 78.073 m de

de processos automatizados, os containers são

a partir de recursos renováveis derivados de

etanol. Como resíduos, foram geradas 796.258

tombados em uma esteira para que se dê início

resíduos de um processo produtivo aparece

toneladas de bagaço, que, juntamente com

a fase industrial do processo. A etapa agrícola

como um cenário importante a ser analisado.

parte da palha, geraram 338.828 MWh de

interfere na geração dos produtos da usina

Quando associado ao conceito de produção

eletricidade. Deve-se ressaltar que a cana-

sucroalcooleira, onde o tipo de colheita adotada

mais limpa, observa-se que a cogeração de

de-açúcar produzida nos canaviais da usina

é um ponto determinante. Segundo Fernandes

eletricidade em um sistema de alta eficiência

(próprios e arrendados) é proveniente do

et al (2013), a forma como a cana-de-açúcar é

deixa de gerar subprodutos ou resíduos e

Município de Pirassununga e de outros

colhida traz interferências para a qualidade da

passa a incluir novos produtos a partir de seus

municípios próximos. O sistema de cogeração

matéria-prima, em que a colheita mecanizada

processos produtivos.

foi adotado há muito tempo pela empresa,

possibilita um maior aproveitamento da planta

3

Dessa forma, foram objetivos deste

porém, a produção para a comercialização é

para fins energéticos, além de garantir uma

estudo: levantar dados evolutivos da matriz

recente, com início há cinco anos. A inserção

melhoria da matéria-prima para a indústria.

energética mundial e brasileira; demonstrar

de um novo produto para comercialização

Isso porque, de acordo com Conab (2011),

a importância da bioenergia no panorama

fez com que houvesse a aquisição de novos

a colheita mecanizada possibilita um maior

energético brasileiro; identificar os métodos da geração de bioenergia através do bagaço da cana-de-açúcar; verificar a potência energética da biomassa; avaliar os benefícios econômicos para a indústria do setor sucroalcooleiro; reconhecer os poluentes atmosféricos e

Fascículo

os impactos ambientais da produção de bioenergia; avaliar a aplicação dos princípios da química verde e da produção mais limpa no setor sucroalcooleiro.

Metodologia Para a realização deste trabalho optou-se como método o estudo de caso, em que a coleta de dados ocorreu por meio de entrevista, com a utilização de um roteiro contendo questionamentos sobre o processo de cogeração de energia elétrica em uma

Figura 1 – Representação da planta da usina. Fonte: autores do trabalho. Legenda: 1 – Tombadores da cana-de-açúcar; 2 – Moagem da cana-de-açúcar; 3 – Esteira para o transporte do bagaço; 4 – Caldeira; 5- Gerador; 6 – Transmissão da Eletricidade; 7 – Monte de bagaço; 8 – Armazenamento da palha; 9 – Lagoas para decantação de efluentes; 10- Sistema de tratamentos de efluentes.


Apoio

finalidade é facilitar e aumentar a eficiência da moagem. Após este processo, a cana-de-açúcar é transportada para a moagem, por meio de uma esteira. A moagem é realizada por maquinário automatizado, que é controlado por um sistema operacional e monitorado por câmeras. Ocorre em três ciclos, garantindo assim a total extração do caldo, que será utilizado tanto na fabricação do açúcar, quanto do etanol. Como resíduo deste processo, tem-se o bagaço, que possui uma taxa de umidade de 50%. Neste período Figura 2 – Fluxograma da cogeração na usina. Fonte: autores do trabalho.

de safra, a média de moagem é de 600 toneladas de cana-de-açúcar por hora. O bagaço saído

recolhimento de resíduos, em especial, da

água, para a remoção de areia e pedras. Este

das moendas é direcionado para uma esteira

palha, para a transformação em combustíveis

processo utiliza uma proporção de 1000 litros

principal, movida por um sistema de pistões, e

nas caldeiras das unidades produtoras. Isso

de água por cada 1000 kg de cana. O efluente

é levado para duas caldeiras. Todo este processo

se deve ao fato de que a palha resultante da

resultante deste processo será destinado a

é automatizado e monitorado. Parte do bagaço

colheita, além de ser utilizada em conjunto

uma lagoa de decantação para posterior

gerado é direcionada automaticamente para as

com o bagaço gerado após a moagem para a

tratamento químico. Após o tratamento, esta

caldeiras. O bagaço é misturado com a palha,

produção de eletricidade, tem o potencial para

água entra em um processo de reuso na própria

no qual 25% da palha gerada é utilizada para a

a produção do etanol celulósico ou de segunda

indústria. Após a limpeza, cana-de-açúcar

cogeração de energia. Este procedimento segue

geração.

também passará por dois processos, cujos

as orientações do fabricante dos equipamentos

equipamentos são o picador e o desfibrador. A

da cogeração. A palha, que possui folhas

Na esteira, a cana-de-açúcar é lavada com

27


Apoio

Geração distribuída

28

longas, é previamente tratada, passando por

Parte do vapor gerado pelas caldeiras é

maior flexibilidade às entregas de energia

um triturador. Tal procedimento viabiliza a

direcionada para os processos industriais

elétrica e calor para o processo. Em usinas

preservação do equipamento, pois antes de

que utilizam energia mecânica e a outra

que utilizam o ciclo a vapor com turbinas

entrar nas caldeiras, tanto o bagaço quanto a

parte é encaminhada para as turbinas

de condensação observa-se um aumento

palha são puxadas por um sistema de seis ou

que geram a energia elétrica. O vapor

na eficiência global da geração de energia,

oito rolos. Caso as fibras da palha não estejam

que movimenta as turbinas gera energia,

onde este sistema possibilita uma maior

trituradas, há o risco de estas danificarem o

que por sua vez, é enviada para geradores

obtenção em volume de energia elétrica.

equipamento.

para a produção de eletricidade. Como

Cabe ressaltar que sua instalação exige

A utilização da palha juntamente com

sistema de tratamento das emissões da

investimentos altos.

o bagaço da cana-de-açúcar traz benefícios

caldeira, a usina utiliza o lavador de gases.

para a cogeração, uma vez que para cada

Anualmente, a usina é monitorada por

elétrica

tonelada de cana-de-açúcar, são produzidos,

meio de visitas da Cetesb, que realiza a

à tecnologia empregada, para que se

em média, 204 kg de palha e seu poder

medição de poluentes do sistema. O vapor

tenha um processo mais assertivo e

calorifico inferior (PCI) é quase o dobro

produzido pelas caldeiras passa por um

com viabilidade econômica e ambiental

(1,7) do PCI do bagaço. Através de estudo

sistema de tubos e é distribuído para três

eficientes. Vale ressaltar que as caldeiras

realizado

pela

Piracicaba

está

relacionado

diretamente

Engenharia

turbinas, sendo que uma delas opera em

de alta pressão são mais eficientes que as

Sucroalcooleira (2009), a queima da palha

um sistema de condensação, que gera 22

de baixa e média pressão, já que possuem

da cana-de-açúcar unida ao bagaço aumenta

MWh de energia utilizando 80 toneladas

uma redução significativa nas emissões

a produção do vapor em 70%, aumentando

de vapor. As demais, que operam por

atmosféricas.

consequentemente a geração de energia

sistema de contrapressão, necessitam de

De acordo com Leme (2005), as

elétrica.

154 toneladas de vapor, gerando cada

emissões decorrentes da queima do

As caldeiras do sistema de cogeração

uma delas um total de 25 MWh de energia

bagaço em uma caldeira são estimadas

operam a uma temperatura de 520° C, onde

elétrica. Dessa forma, a usina tem condições

em 6,75 kgCO2eq/tc. Comparando estes

cada uma possui uma capacidade de gerar

de gerar 72 MWh de energia, dos quais

dados com as emissões provenientes da

250 ton/h de vapor e 67 kgf/cm2 de pressão.

aproximadamente 20 MWh destinan-se à

queima de óleo combustível, verifica-se

Nesta etapa do processo, a queima do bagaço

utilização da usina e o restante (cerca de

uma redução de 130,12 kg CO2eq/tc quando

é completa (Figura 3). O resíduo gerado neste

50 MWh) é comercializado para a rede

ocorre a utilização do bagaço da cana-de-

processo consiste em impurezas presentes no

elétrica a uma potência de 138 mil volts.

açúcar. Quando no sistema é observada

bagaço, tais como areia e pedras, ou o bagaço

Esta comercialização ocorre por meio de

a geração de eletricidade excedente

com uma quantidade maior de umidade

contratos do Governo Federal, através

com a utilização de equipamentos mais

que não foi queimado completamente.

da Agência Nacional de Energia Elétrica

eficientes, as emissões de GEE com a

As impurezas geradas pela queima são

(Aneel). Toda a energia enviada para a

queima do bagaço há um balanço positivo,

remetidas a um operador. Para a limpeza

rede da concessionária local requer um

uma vez que com uma quantidade menor

deste equipamento há o fornecimento de

contrato de locação da rede elétrica, onde

de bagaço queimado ocorre uma maior

água, e esta mistura é drenada do interior das

a usina paga pela utilização desta.

geração de eletricidade. Para Miranda a

(2012), a participação do uso de energias

com outros resíduos orgânicos da usina,

contrapressão são os mais utilizados

renováveis na matriz de energia elétrica

são encaminhados para uma central de

na

compostagem.

contrapartida,

caldeiras. Estes resíduos sólidos, juntamente

Fascículo

O potencial de geração de energia

Figura 3 – Queima da biomassa em caldeira. Fonte: autores do trabalho.

Os

sistemas

com

geradores

Em

brasileira, como, por exemplo, a utilização

considera

da biomassa, faz com que o país assuma

somente a eficiência do processo, o

uma posição favorável em relação à média

gerador em condensação é mais eficiente,

mundial no que diz respeito às emissões

pois a produtividade média do sistema

de GEE. Estima-se que na safra 2013/2014

aumenta. Os sistemas de cogeração que

evitou-se a liberação de aproximadamente

indústria

sucroalcooleira. quando

se

possuem turbinas a vapor de contrapressão

4 milhões de toneladas de CO2 na

e turbinas de condensação são favoráveis

atmosfera. Sem a bioeletricidade, ao se

às usinas, pois podem alcançar diferentes

comparar o total de emissões do ano de

níveis de pressão, o que pode estar unido à

2012, no ano de 2013 esta seria cerca de

necessidade de estabilizar o fornecimento

13% superior (UNICA, 2014).

da energia elétrica às concessionárias.

O consumo de energia elétrica pela

Essa combinação também permite uma

empresa durante o período de entressafra


Apoio

é baixo, quando comparado ao período de

maior quantidade de energia é produzida

climáticas ocasionadas pela geração de

safra. Na entressafra, as atividades da usina

e isso faz com que, consequentemente,

GEE ou pela instabilidade da matriz

se limitam à realização das atividades

haja uma maior emissão de gases. Mas,

hidrelétrica atual. Com isso, percebe-se

administrativas e de manutenção dos

em virtude de uma maior área cultivada

que a biomassa proveniente da cana-de-

equipamentos. Por esta razão, o processo

de cana-de-açúcar, que neutraliza estas

açúcar, em especial o bagaço, destaca-se

de cogeração é suspenso por um período

emissões. Todas as emissões da usina são

na matriz de cogeração elétrica, pela sua

de três a quatro meses. Neste período, a

declaradas.

maior disponibilidade em relação a outras

energia utilizada vem da própria rede de

Paralelo ao etanol, que representa uma

fontes de biomassa e pela a crescente

distribuição, uma vez que a cogeração na

alternativa ao petróleo, a bioeletricidade

expansão do setor sucroalcooleiro no país.

entressafra não é financeiramente viável.

cria uma opção que melhor complementa

Este recurso energético não exige custos

Estima-se que, para o próximo ano, onde

nosso sistema hidrelétrico. O Brasil possui

ou tratamento prévio para a sua utilização.

a usina passará a produzir o etanol de

uma matriz elétrica limpa, essencialmente

É importante ressaltar que há uma

segunda geração, ocorrerá um maior

mantida pelo potencial de energia gerado

diferença quanto ao poder calorífico da

período de produção, onde as atividades

pelos rios. A complementariedade da

palha da cana-de-açúcar em comparação

acontecerão em onze meses do ano,

Bioeletricidade sucroenergética à energia

ao bagaço, tendo a primeira o dobro de

diferente do período atual, de oito ou nove

hidrelétrica gera uma economia de 4%

poder calorífico em relação ao segundo.

meses. As instalações de termelétricas

dos reservatórios para cada 1000MW

A associação dos dois elementos favorece

em usinas, além de suprir o seu próprio

médios de bioeletricidade no período de

a produção de eletricidade, sendo esta

consumo de eletricidade nos processos de

estiagem, compreendido entre os meses

uma alternativa para aumentar a geração.

produção de seus produtos e subprodutos,

de abril a novembro (UNICA, 2011). O

Porém, há um limitante neste aspecto que

abre a possibilidade de comercialização do

reaproveitamento das cinzas geradas com

é a capacidade do equipamento disponível

seu excedente de energia. Estima-se que

a queima de bagaço de cana-de-açúcar na

na usina em termos de geração. Portanto,

uma usina de médio porte consome cerca

cogeração também pode ter uma destinação

em caso de necessidade do aumento

de 13 MWh, portanto, gera mais do que

final ambientalmente adequada. Além da

da geração de energia, exige-se, caso

consome. Desta forma, o excedente pode

sua utilização como fertilizante na lavoura

necessário, a substituição do equipamento

ser comercializado em leilões de fontes

canavieira pelo processo de compostagem,

que comporte esta nova demanda.

de energia renovável ou vendido para a

a cinza, proveniente da queima do bagaço,

A

concessionária local e disponibilizados

substitui o cimento em massa na proporção

apresenta

na rede. Nos leilões, o órgão regulador

de 30% e apresenta grande concentração

atrativas para matriz elétrica brasileira, uma

(Aneel) define a reserva de mercado

de sílica, que tem desempenho de cimento

vez que a intrínseca complementaridade

necessária para a complementação da

pozolânico (cinzas vulcânicas). As fibras

que a bioeletricidade oferece ao parque

matriz elétrica e os potenciais geradores

do bagaço da cana-de-açúcar também são

hidroelétrico é outro tema de enorme

das empresas participantes, em que a

utilizadas como reforço na produção de

relevância, já que a expansão da geração

distribuidora é obrigada a comprar a

fibrocimento.

hidrelétrica vem se tornando cada vez

energia dos produtores selecionados, que, por sua vez, firmam contratos de longo

bioeletricidade vantagens

sucroenergética extremamente

mais limitada, seja pela disponibilidade

Conclusões

de áreas, pelos problemas socioambientais

prazo a fim de fornecer energia ao preço

decorrentes destes projetos ou pelas

e quantidade estabelecidos durante o

O panorama energético atual em

alterações nos períodos de chuvas em

leilão. Estes sistemas de leilões ajudam

níveis mundial e nacional demonstra

decorrência das alterações climáticas.

a promover a eficiência econômica da

um crescimento tanto na capacidade

Conclui-se, portanto, que a expansão da

usina e ainda possibilitam a expansão dos

instalada, quanto na geração. Tal fato

capacidade de geração de bioeletricidade

parques geradores.

deve-se ao aumento de consumo, tanto

ocasionaria grandes ganhos em termos de

pelo

quanto

aumentar a segurança energética da matriz

usina ocorreu no início da comercialização

pelo desenvolvimento tecnológico. Para

elétrica brasileira e melhoria os níveis de

de energia elétrica. A utilização de

o atendimento desta demanda, há a

diversificação da mesma.

equipamentos mais modernos e eficientes

necessidade em se buscar novas alternativas

Analisando o caráter ambientalmente

aumentou a geração de eletricidade e

para a atual matriz eletroenergética,

sustentável, observa-se que a incorporação

reduziu a emissão de Gases de Efeito Estufa

como a utilização de energias de fontes

de resíduos do processo sucroalcooleiro (o

(GEE) e material particulado. Porém, pelo

renováveis, seja esta pelo aumento da

bagaço e a palha) para a geração de energia

balanço realizado pela empresa, uma

demanda, pela questão das alterações

elétrica diminui-se expressivamente o

A substituição de equipamentos pela

aumento

populacional,

29


Apoio

Geração distribuída

30

volume de resíduos, atendendo, dessa

Química) – Universidade Estadual de Campinas,

diferentes variedades de cana-de-açúcar. 2011, 74 p.

Campinas.

Tese (Mestrado em Química) – Universidade Estadual

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UNICA. Bioeletricidade: A energia verde e inteligente do

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Brasil, 2011.

forma, aos princípios da Química Verde, principalmente, no que diz respeito ao uso de fontes de matérias-primas renováveis e a busca pela eficiência energética. Já no que se refere à P+L, a adoção de sistemas com alta eficiência para a cogeração

de matéria-prima para um novo produto do processo produtivo, tornando assim a usina autossuficiente energeticamente. Percebe-se ainda que o setor atende aos requisitos legais da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no que diz respeito ao aproveitamento energético dos resíduos sólidos como uma destinação final ambientalmente adequada. No

que

se

refere

aos

aspectos

ambientais, a cogeração elétrica traz para o setor impactos ambientais positivos, uma vez que a energia (mecânica e elétrica) utilizada na indústria é proveniente da própria usina e a mesma comercializa o excedente, preservando assim os recursos hídricos, além de que as emissões de CO2 provenientes da queima da biomassa são absorvidas pela fotossíntese dos próprios

que possuem sistema de cogeração. Dessa forma, previne-se a contaminação do solo e dos recursos hídricos. Deve-se ressaltar que, para a realização deste trabalho, levou-se em consideração toda a cadeia produtiva

(agrícola

e

industrial)

da

Fascículo

cogeração elétrica e, por esta razão, outros aspectos ambientais foram identificados, porém, para uma melhor análise dos seus

cana-de- açúcar. Cadernos de Graduação – Ciências

• UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR

Exatas e Tecnologia, v.1, n. 16, p. 79-95, 2013.

- UNICA. Histórico de Produção e Moagem, Safra

• FODRA, M. Viabilidade econômica da venda

2013/2014. 2014.

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de energia elétrica de co-geração sob condições de

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risco: estudo de caso. 2012, 125. Tese (Doutorado em

o levantamento de aspectos e impactos ambientais.

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*Este trabalho foi originalmente apresentado no VI Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, realizado na cidade de Porto Alegre (RS), entre os dias 23 e 26 de novembro de 2015.

• LEME, R. M. Estimativa das emissões de poluentes atmosféricos e uso da água na produção de eletricidade com biomassa da cana-de-açúcar. 2005, 160 p. Tese (Mestrado em Planejamento de Sistemas Energéticos) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas. • LIMA, T. M. Estudo energético do bagaço de

Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

31


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Fascículo

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

32

Capítulo III Definições e características Por Nunziante Graziano*

Prezado leitor, este fascículo pretende

+35 °C, sendo que o limite inferior da

movido facilmente de um local de uso para

apresentar em detalhes o projeto de revisão

temperatura do ar ambiente é -5 °C; a

outro.

da norma brasileira para construção de

umidade relativa do ar não exceda 50% a

quadros elétricos e barramentos blindados

uma temperatura máxima de +40 ºC, sendo

quanto

de baixa tensão.

que os percentuais de umidade relativas

construtivas, passemos, pois, a analisar as

No capítulo inicial deste fascículo,

mais elevados podem ser admitidos em

características de isolamento.

apresentamos ao leitor os objetivos deste

temperaturas mais baixas, por exemplo,

trabalho, que contemplou uma abordagem

90% a +20 ºC, sendo que convém levar em

• Distância de isolamento é a distância

a respeito do panorama atual da ABNT

conta que uma condensação moderada

entre duas partes condutoras em linha reta,

NBR IEC 60439 vigente no Brasil, das suas

pode acontecer ocasionalmente devido às

caracterizando o menor caminho entre

subdivisões, principais pontos de interesse,

variações de temperatura;

estas partes condutoras, sem considerar

como a classificação dos painéis em TTA e

• Conjunto para instalação ao tempo é

superfícies sólidas contínuas.

PTTA, suas interpretações e seus abusos.

destinado para uso em locais com condições

• Distância de escoamento, diferentemente

No segundo capítulo, iniciamos a

de serviço normais para uso ao tempo, ou

da distância de isolamento, é caracterizada

análise das principais definições e dos

seja, em que a temperatura do ar ambiente

pela menor distância ao longo da superfície

termos usuais. Neste terceiro capítulo,

não exceda +40 °C e a temperatura média

de um material isolante sólido entre duas

continuaremos este trabalho, notadamente,

por um período de 24 h não exceda +35 °C,

partes condutoras. Uma junção entre duas

as condições de instalação, características

sendo que o limite inferior da temperatura

partes de material isolante é considerada

de isolamento, proteção contra os choques

do ar ambiente é -25 °C; a umidade relativa

como parte da superfície.

elétricos, características nominais e de

pode temporariamente atingir 100% a uma

• Sobretensão é toda tensão que tem um

performance requeridas.

temperatura máxima de +25 °C.

valor de pico que excede o valor de pico

Encerrada a análise dos conjuntos às

principais

características

correspondente à tensão máxima em

Iniciamos com as definições dos tipos ser

regime permanente nas condições normais

diferenciados entre si pela finalidade à qual

de funcionamento. Essa sobretensão pode

• Conjunto para instalação abrigada é

são construídos, sendo duas possibilidades:

ser caracterizada pela sua duração em duas

destinado para uso em locais com condições

fixo ou móvel. Conjunto fixo é destinado

modalidades, que são: temporária, em

de serviço normais para uso abrigado, ou

a ser fixado no local da instalação, por

que a sobretensão à frequência industrial

seja, em que a temperatura do ar ambiente

exemplo, no piso ou na parede, e para ser

é de duração relativamente longa (vários

não exceda +40 °C e a temperatura média

utilizado neste local, enquanto um conjunto

segundos); ou transitória, em que a

por um período de 24h não exceda

móvel é construído de forma que possa ser

sobretensão é de curta duração, de alguns

de conjunto quanto à sua instalação:

Os

conjuntos

podem

ainda


Apoio

milissegundos ou menos, oscilatória ou

absorção higroscópica ou condensação de

progressiva

não, normalmente muito amortecida

umidade, que conduz à redução da rigidez

que são produzidos na superfície de

frequência

dielétrica e/ou resistividade superficial.

um material isolante sólido, devido aos

industrial é o valor eficaz de uma tensão

O grau de poluição ao qual os materiais

efeitos combinados de fadiga elétrica e

senoidal de frequência industrial que não

isolantes de dispositivos e componentes

contaminação eletrolítica dessa superfície.

provoca descarga em condições de ensaio

estão expostos pode ser diferente daquele

O índice de resistência ao trilhamento,

especificadas.

do macro ambiente, onde estão localizados

definido na norma como IRT, representa

• Tensão suportável aos impulsos é o maior

os dispositivos ou componentes, devido

o valor numérico da máxima tensão, em

valor de pico de uma tensão de impulso,

à proteção oferecida por meios tais como

volts, para a qual um material suporta,

de forma e polaridade estabelecidas, que

um invólucro ou aquecimento interno,

sem ocorrer o fenômeno de trilhamento, à

não causa falta na isolação sob condições

que previnem absorção ou condensação

aplicação de 50 gotas de um líquido definido

especificadas. Ao longo desta série de

de umidade. Para os propósitos da IEC

para o ensaio. Quando ocorre o trilhamento

artigos, vamos explanar a utilidade dessa

61439-1, o grau de poluição é aquele do

ou quando a quantidade ou qualidade da

característica, suas implicações e inter-

microambiente. O microambiente (para o

poluição depositada sobre uma superfície

relações com outras características, como o

qual uma distância de escoamento ou de

isolante excede o limite, fatalmente, ocorrerá

grau de poluição e as distâncias de isolação

isolamento é referida) é o ambiente imediato

uma descarga disruptiva, que se caracteriza

e escoamento. A poluição caracteriza-se

de isolação com influência particular

como o fenômeno associado com a falta

por qualquer presença de material externo

sobre o dimensionamento das distâncias

de isolação sob potencial elétrico e em que

sólido, líquido ou gasoso, que pode

de escoamento. Esse microambiente da

a descarga “curto-circuita” totalmente a

reduzir rigidez dielétrica ou resistividade

distância de escoamento ou de isolamento

isolação, reduzindo a tensão entre eletrodos

superficial da isolação. A quantidade e o

determina o efeito sobre a isolação e não o

a zero ou próximo de zero. Uma descarga

tipo dessa poluição podem interferir no

ambiente do conjunto ou dos componentes.

disruptiva em um dielétrico sólido produz

planejamento das manutenções periódicas

O microambiente pode ser melhor ou

uma perda permanente de rigidez dielétrica;

previstas para o ciclo de vida do conjunto,

pior que o ambiente do conjunto ou dos

em um dielétrico líquido ou gasoso, a perda

mas, preponderantemente, interfere no

componentes.

pode ser apenas momentânea. O termo

Tensão

suportável

à

projeto desse conjunto, pois requer maiores distâncias de isolação e escoamento.

de

caminhos

condutores

“descarga” é utilizado quando uma descarga Os

materiais

isolantes,

quando

disruptiva ocorre em um dielétrico líquido

• Grau de poluição (de condições ambientais)

submetidos

de

ou gasoso. O termo “arco” é utilizado

representa uma quantidade de poeira

tensão associados e não aos efeitos de

quando uma descarga disruptiva ocorre

condutiva ou higroscópica, gás ionizado

sobretemperatura, ou quando sua qualidade

sobre uma superfície de um dielétrico

ou sal e, também, na umidade relativa e sua

não é a ideal, são afetados pelo efeito do

sólido em um meio gasoso ou líquido. O

frequência de ocorrência, que resulta em

trilhamento, que consiste na formação

termo “perfuração” é utilizado quando uma

às

condições

limites

33


Apoio

Fascículo

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

34

descarga disruptiva ocorre através de um de

barreiras, obstáculos e outras medidas de

conceito não se aplica à isolação utilizada

um dielétrico sólido.

controle de acesso. Para que seja possível

exclusivamente para fins funcionais;

adequar as medidas, é necessário entender

- Proteção contra falta: proteção contra

• Categoria de sobretensão (de um circuito

os agentes envolvidos e as necessidades

choque elétrico na condição de falta (por

ou em um sistema elétrico) é número

de acesso para operação normal ou

exemplo, falha da isolação básica). A

convencional, baseado na limitação (ou

manutenção.

proteção em caso de falta corresponde

controle) dos valores de sobretensões

básicas:

Partamos

de

definições

geralmente à proteção contra o contato

transitórias presumidas que ocorrem em

indireto, principalmente no caso de falta da

um circuito (ou em um sistema elétrico

- Parte viva: condutor ou parte condutiva

isolação básica;

que tem tensões nominais diferentes) e que

destinada a estar sob tensão em serviço

- Extra-baixa tensão (ELV): qualquer

depende dos meios empregados para atuar

normal, inclusive o condutor neutro, mas,

tensão que não excede o limite de tensão

nas sobretensões. Em um sistema elétrico, a

por convenção, não um condutor PEN;

correspondente especificado na IEC 61201.

transição de uma categoria de sobretensão

- Parte viva perigosa: parte viva que pode

Na NR 10, esses limites são equivalentes aos

para outra menor é obtida por meios

provocar, sob certas condições, um choque

elencados a seguir: tensão não superior a

apropriados que satisfazem aos requisitos

elétrico prejudicial;

50 volts em corrente alternada ou 120 volts

de interface, tais como um dispositivo de

- Parte condutiva exposta (massa): parte

em corrente contínua, entre fases ou entre

proteção contra sobretensão ou um arranjo

condutiva do conjunto que pode ser tocada

fase e terra. A NR 10 ainda cita a tensão

de impedância em série e/ou paralelo capaz

e que normalmente não está sob tensão, mas

de segurança, que corresponde a extra

de dissipar, absorver ou desviar a energia

que pode se tornar uma parte energizada

baixa tensão originada em uma fonte de

em uma corrente de surto associada, para

perigosa em caso de falta;

segurança;

reduzir o valor da sobretensão transitória

- Condutor de proteção (identificação: PE):

- Pessoa qualificada: pessoa com formação

àquele que corresponde a uma categoria de

condutor previsto para fins de segurança,

e experiência apropriada para permiti-la

sobretensão inferior desejada.

por exemplo, proteção contra choques

a perceber riscos e a evitar perigos que a

elétricos. Um condutor de proteção pode

eletricidade pode criar;

Como caracterizado, quando aborda­

conectar eletricamente as partes seguintes:

- Pessoa advertida: pessoa suficientemente

mos as categorias de sobretensão, um

massas, partes condutoras estranhas à

instruída ou supervisionada por pessoas

dispositivo de proteção contra surto DPS

instalação, borne de aterramento principal,

qualificadas para permiti-la a perceber

é o dispositivo projetado para proteger o

eletrodo de aterramento e ponto de

riscos e a evitar perigos que a eletricidade

dispositivo elétrico contra sobretensões

aterramento da alimentação ou neutro

pode criar;

transitórias elevadas e limitar a duração e,

artificial;

- Pessoa comum: pessoa que não é nem

frequentemente, a amplitude da corrente

-

resultante.

A

aplicação

neutro

(N):

condutor

uma pessoa qualificada nem uma pessoa

dos

eletricamente conectado ao ponto neutro e

advertida;

dispositivos de proteção contra surtos ou

capaz de contribuir para a distribuição de

- Pessoa autorizada: pessoa qualificada ou

outros meios apropriados para qualificar

energia elétrica;

instruída que é autorizada para executar

um conjunto, além de suas características

- Condutor PEN: condutor que combina

trabalho definido.

construtivas, configura o que chamamos

as funções de um condutor de proteção

de coordenação de isolamento, quando é

aterrado e um condutor neutro;

possível a correlação de características de

- Corrente de fuga: corrente resultante

à segurança e proteção contra choques

isolamento de equipamento elétrico com

de uma falta de isolação, de ruptura na

elétricos, partamos para a definição das

sobretensões previstas e as características

isolação ou conexão incorreta em um

características e grandezas elétricas que

dos

circuito elétrico;

constituem uma das mais relevantes partes

sobretensão, de um lado, e com o

- Proteção básica: proteção contra choque

desse fascículo.

microambiente previsto e os meios de

elétrico sob condições de ausência de

proteção contra poluição, de outro lado.

dispositivos

de

correta

Condutor

proteção

contra

Finalizadas

as

definições

relativas

falta, ou seja, em condições normais. A

- Valor nominal (identificação): valor de

A operação normal, a intervenção

proteção básica é destinada para prevenir

uma grandeza, utilizada para denominar

para reparos em painéis energizados ou a

contato com as partes vivas e geralmente

e identificar um componente, dispositivo,

manutenção preditiva requerem medidas

corresponde à proteção contra o contato

equipamento ou sistema. Também pode

de proteção contra os choques elétricos,

direto;

ser o valor de uma grandeza, utilizada para

seja por contato acidental, seja por ação

- Isolação básica: isolação de partes vivas

fins de especificação, estabelecido para

deliberada. Para tanto, é necessário prover

perigosas que provê proteção básica. Este

um conjunto especificado de condições


Apoio

35


Apoio

Fascículo

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

36

de funcionamento de um componente,

A

dispositivo, equipamento ou sistema;

subdefinições

- Valor limite de uma especificação de um

elencamos a seguir:

corrente

também e

tem

várias

dos circuitos de entrada do conjunto

que

funcionando em paralelo; e a corrente

características,

total que o barramento principal é capaz

componente, dispositivo, equipamento ou

de distribuir na disposição particular do

sistema, corresponde ao maior ou menor

-

(Icc):

conjunto. Esta corrente deve circular sem

valor admissível de uma grandeza;

sobrecorrente resultante de um curto-

que a elevação de temperatura das partes

circuito devido a uma falta ou uma conexão

individuais exceda os limites especificados

de valores nominais e condições de

incorreta em um circuito elétrico;

em 9.2 da IEC 61439-1. A corrente nominal

funcionamento;

- Corrente de curto-circuito presumida (Icp):

de um circuito de entrada pode ser inferior

A tensão tem várias subdefinições e

valor eficaz da corrente que circula quando

à corrente nominal do dispositivo de

características, que elencamos a seguir:

os condutores de alimentação do circuito

entrada (de acordo com a respectiva norma

- Tensão nominal (de um sistema elétrico):

são curto-circuitados por um condutor de

de dispositivo) instalado no conjunto. Neste

representa o valor aproximado da tensão

impedância desprezível colocado o mais

contexto, o barramento principal pode ser

utilizada para designar ou identificar um

próximo possível dos bornes de alimentação

uma barra individual ou a combinação de

sistema elétrico;

do conjunto. Para efeito de ensaio de

barras individuais que normalmente são

- Tensão nominal (Um): a mais elevada tensão

performance, quando o projeto do conjunto

conectadas em serviço, por exemplo, por

nominal do sistema elétrico, em corrente

é tal que o comprimento dos barramentos

meio de um acoplador de barras. A corrente

alternada (eficaz) ou em corrente contínua,

a serem construídos ou ensaiados é inferior

nominal do conjunto é a corrente de carga

declarada pelo montador do conjunto para

a 1,6 m e não é pretendido que o conjunto

máxima admissível que o conjunto pode

o qual o circuito principal é projetado para

seja estendido, então, o comprimento total

distribuir e que não pode ser ultrapassada

ser conectado. Para os circuitos polifásicos, é

do barramento deve ser ensaiado e o curto-

quando futuras unidades de saídas são

a tensão entre fases. Para efeitos práticos, os

circuito estabelecido na extremidade destes

adicionadas.

transientes são desconsiderados e o valor da

barramentos. Se um barramento se compõe

A corrente nominal de um circuito é o

tensão de alimentação pode exceder a tensão

de diferentes arranjos (com respeito a seções,

valor da corrente que pode ser transportada

nominal devido às tolerâncias admissíveis do

espaçamento entre linhas de centro dos

pelo circuito de carga isoladamente, nas

sistema elétrico;

condutores, o tipo e a quantidade de suportes

condições normais de utilização. Essa

- Tensão nominal de utilização (Ue) - de um

por metro), cada arranjo deve ser ensaiado

corrente deve circular sem que a elevação

circuito em um conjunto: valor da tensão,

separadamente ou conjuntamente, contanto

de temperatura das diversas partes do

declarado pelo montador do conjunto,

que as condições acima sejam satisfeitas;

conjunto exceda os limites especificados em

que combinada com a corrente nominal

- Corrente de interrupção limitada: valor

9.2 da IEC 61439-1.

determina sua aplicação. Para os circuitos

instantâneo máximo de corrente atingida

A corrente nominal de um circuito

polifásicos, é a tensão entre fases;

durante a interrupção realizada por um

pode ser inferior às correntes nominais dos

-

Tensão nominal de isolamento (Ui):

dispositivo de manobra ou um fusível.

dispositivos (de acordo com a respectiva

valor eficaz da tensão suportável fixado

Este conceito é de importância particular

norma do dispositivo) instalados neste

pelo montador do conjunto para os

quando o dispositivo de manobra ou o

circuito. Devido à complexidade dos fatores

equipamentos ou para uma parte deste,

fusível funciona de tal maneira que a

que determinam as correntes nominais,

caracterizando a capacidade de suportar

corrente de pico presumida de um circuito

nenhum valor padronizado pode ser

(em longo prazo) a sua isolação especificada.

não é alcançada. Essa definição é relevante

fornecido.

Para os circuitos polifásicos, é a tensão entre

na associação disjuntor + fusível limitador

fases. A tensão nominal de isolamento não

em casos de altas correntes presumidas de

- Corrente nominal de pico admissível

é necessariamente igual à tensão nominal

curto-circuito;

(Ipk): valor de pico da corrente de curto-

de utilização de equipamento que é

- Corrente nominal: valor de corrente,

circuito, declarada pelo montador do

relacionado principalmente a desempenho

declarado pelo montador do conjunto,

conjunto, que pode ser suportado sob

funcional;

que um circuito pode conduzir sem que

condições especificadas.

- Tensão nominal de impulso suportável

a elevação de temperatura das diferentes

- Corrente nominal de curta duração

(Uimp): valor de tensão de impulso

partes do conjunto exceda os limites

admissível (Icw): valor eficaz da corrente de

suportável, declarado pelo montador do

especificados em condições específicas.

curta duração, declarado pelo montador do

-

Características

nominais:

conjunto

Corrente

de

curto-circuito

conjunto, caracterizando a capacidade de suportar a isolação contra sobretensões transitórias especificadas.

conjunto, que pode suportar em condições A corrente nominal do conjunto é a menor entre: a soma das correntes nominais

especificadas, definido em termos de corrente e duração.


37

Apoio

- Corrente nominal de curto-circuito condicional (Icc): valor da corrente de curto-circuito

presumida,

declarado

pelo montador do conjunto, que um circuito protegido por um dispositivo de proteção contra curto-circuito (DPCC) pode suportar durante o tempo total de funcionamento

desse

dispositivo

nas

condições especificadas. O dispositivo de proteção contra curto-circuito pode formar uma parte integrante do conjunto ou pode ser uma unidade separada. -

Fator de diversidade nominal (RDF):

valor por unidade da corrente nominal, declarado pelo montador do conjunto, para o qual circuitos de saída de um conjunto podem ser carregados de forma contínua e simultânea, levando em consideração as influências térmicas mútuas. - Frequência nominal (fn): valor de frequência,

declarado

pelo

montador

do conjunto, para o qual um circuito é projetado e para o qual se referem as condições de utilização. Pode-se atribuir a um circuito um certo número ou uma faixa de frequências nominais ou especificar se é em corrente alternada ou corrente contínua. No próximo capítulo, continuaremos a análise da IEC 61439-1 em suas definições, notadamente, nas condições de verificação, símbolos e abreviações, características de interface, marcação e identificação, documentação e condições de serviço dos conjuntos. Até lá!

*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão – e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da Gimi Quadros Elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Led – Evolução e inovação

38

Capítulo III Entendendo os Ledsv Por Vicente Scopacasa*

abordadas,

de padronização, portanto, é muito comum

luminoso

com detalhes, as características elétricas,

Nesse

capítulo,

serão

termos diferentes encapsulamentos nos

para o nosso projeto, escolhemos o

mecânicas e óticas do Led por meio de

mais diversos fabricantes, o que pode vir a

encapsulamento do Led a ser incluído no

uma análise minuciosa das folhas de

dificultar o trabalho do projetista. Cuidados

projeto, quer seja do tipo low power, mid

especificações, também conhecidas como

extras deverão ser utilizados na análise

power, high power, multichip ou CoB. Para

data sheets, explicando os principais

e escolha do Led mais apropriado para o

facilitar, vamos considerar um Led do tipo

parâmetros e detalhes do funcionamento,

projeto ou a aplicação em questão.

high power, com fluxo luminoso unitário

a

potência

necessárias

objetivando fornecer dados concisos para

Hoje, existem vários tipos de Leds

da ordem de 280 lúmens na corrente de

melhor utilização dos componentes em

com diferentes características elétricas,

700 mA, dissipando algo como 2 watts

projetos de iluminação de estado sólido.

mecânicas, óticas e térmicas e não

de potência. Levando em conta somente

Comumente, notamos que a má

necessariamente com o mesmo nível de

estas especificações básicas, temos uma

interpretação e a utilização das informações

desempenho. Por exemplo, para uma

quantidade enorme de fabricantes de Leds,

contidas nestas folhas de especificações

mesma luminária, podemos ter várias

porém, vamos considerar somente três

podem

com

opções de encapsulamento de Leds a

fabricantes, por exemplo, Cree, Lumileds e

desempenho abaixo do esperado e muito

considerar fornecendo diferentes níveis de

Nichia.

aquém do que a tecnologia efetivamente

fluxo luminoso, com diferentes potências

As famílias a serem consideradas destes

pode disponibilizar.

e, além de tudo, de diferentes fabricantes,

três fabricantes são XP-G2, Luxeon TX

o que complica em muito a escolha do Led

e 219B-V1 da Cree, Lumileds e Nichia,

mais ideal para o nosso projeto.

respectivamente, e iremos analisar os

resultar

Como

foi

em

produtos

citado

em

artigos

anteriores, a tecnologia do Led ainda está em evolução e, de certa forma, muito longe

Fascículo

e

Uma vez definidas a faixa de fluxo

Figura 1 – Absolute Maximum Ratings do Luxeon TX, da Lumileds.

parâmetros constantes nas folhas de


Apoio

especificações de cada um destes três

temperatura máxima de junção e não deve

do Led. Este assunto será amplamente

componentes, não com o intuito de

ser simplesmente interpretada como um

detalhado quando tratarmos sobre o tema

compará-los, mas sim de interpretá-los.

valor a ser utilizado livremente. Como

relativo ao projeto térmico.

A abordagem será estritamente técnica

sabemos, quanto mais próximo o Led estiver

sem nenhum aspecto comercial, quer

operando do valor máximo da temperatura

especificações destes três fabricantes não

seja de preço ou demais condições de

de junção, menor será o seu desempenho e

necessariamente têm a mesma forma

comercialização.

menor será sua vida útil.

de apresentar as informações, portanto,

Como

esperado,

as

folhas

de

O passo inicial ao analisar as folhas de

Por outro lado, o mesmo acontece com

é importante que o projetista procure e

especificações é procurar pelo Absolute

a corrente máxima a ser aplicada ao Led. O

interprete os parâmetros, pois todos estão

Maximum Ratings, onde encontraremos

fabricante informa o valor máximo, porém,

disponíveis. Como exemplo, na Figura 2, é

os parâmetros máximos do Led. Na Figura

nem sempre este valor poderá ser utilizado,

apresentado um quadro de especificações

1, apresentamos o quadro do Absolute

considerando

sempre

do LED XP-G2, da Cree, em que se podem

Maximum Ratings do Luxeon TX da

vinculá-lo à temperatura de operação

encontrar informações análogas sobre o Led.

que

devemos

Lumileds. Na Figura 1, são encontradas algumas informações importantes, como a corrente máxima que pode ser aplicada ao Led vinculada à sua temperatura de junção. Outra informação importante é referente à faixa de temperatura de operação do Led e à faixa de temperatura de armazenamento. Convém salientar que a temperatura de operação máxima do Led, aqui representada pelo valor de 135 °C está relacionada à

Figura 2 – Características adicionais do XP-G2 da Cree.

39


Apoio

Fascículo

Led – Evolução e inovação

40

A primeira informação da Figura 2 é

parâmetro ESD withstand voltage, o qual define

operação de 25°C, temos que o valor do fluxo

referente ao valor da resistência térmica que

o valor da tensão máxima quanto às descargas

luminoso típico é igual a 265 lúmens. Isto quer

representa a resistência à transferência do

eletrostáticas. No presente caso, o Led suporta

dizer que o fluxo poderá ter valores distintos,

calor gerado na junção do Led para fora do

uma tensão de até 8.000 volts HBM (Human

dependendo das condições acima. Como regra

encapsulamento. Neste caso, quanto menor

Body Model).

geral, quanto maior for o IRC e a temperatura

for o valor da resistência térmica, melhor

Agora vamos analisar parâmetros mais

de operação, menor será o fluxo luminoso

será a transferência de calor. A unidade

relacionados à parte fotométrica do Led e

e, quanto maiores a temperatura de cor e a

representativa da resistência térmica é °C/W

avalia-lo principalmente quanto ao fluxo

corrente elétrica, maior será o fluxo.

(graus Celsius por watt) ou °K/W (graus

luminoso, temperatura de cor e índice de

Kelvin por watt). O segundo parâmetro aqui

reprodução de cor.

Na tabela da Figura 3, o fabricante também informa o valor da intensidade luminosa, em

informado é referente ao ângulo de emissão de

Na Figura 3 é apresentado um exemplo

candelas, considerando o ângulo de emissão

luz do Led normalmente denominado como

de como os parâmetros fotométricos são

do Led. Quanto ao valor da temperatura de

viewing angle e representado como FWHM

especificados para o Led 219B-V1 da Nichia.

cor, normalmente expresso em graus Kelvin,

(Full Width at Half Maximum) ou 2Ө½, ambos

Analisando primeiramente a especificação

é também disponibilizada a informação em

representando que o ângulo de emissão é

do fluxo luminoso, percebemos que este valor

termos de coordenadas de cromaticidade x,y

medido em 50% da potência. Convém lembrar

é dependente de quatro fatores básicos, sendo

relativas ao diagrama CIE 1931. Atualmente,

que a maioria dos Leds hoje é fornecida com

eles o valor da corrente elétrica aplicada, a

os fabricantes estão seguindo a norma ANSI

padrão do tipo Lambertiano somente diferindo

temperatura de operação do Led, a temperatura

C78-377 para determinar as regiões de

quanto ao ângulo de emissão de luz.

de cor e o índice de reprodução de cor. Sempre

cromaticidade para cada valor de temperatura

Outra informação importante constante

que quisermos determinar o valor do fluxo

de cor ao longo da curva do corpo negro do

na tabela da Figura 2 é o valor da tensão

luminoso, temos que levar em consideração as

diagrama CIE 1931.

direta (forward voltage) que representa a

condições destes quatro fatores. Por exemplo,

Outro fator importante a ser considerado

queda de voltagem da junção P-N do diodo.

no Led em questão, considerando o IRC de

nas folhas de especificação é relativo às

Este valor aqui representado é dependente da

80, corrente elétrica de 700 mA, a temperatura

características mecânicas do Led. É comum

corrente elétrica aplicada ao Led, assim como

de cor (aqui representada pelas coordenadas

encontrarmos os desenhos mecânicos do

da temperatura. Finalmente, ressaltamos o

de cromaticidade x,y) e a temperatura de

componente,

Figura 3 – Especificação dos parâmetros fotométricos do Led 219B-V1 da Nichia.

principalmente,

as

formas


Apoio

41


Apoio

Led – Evolução e inovação

42

e as dimensões dos contatos elétricos e térmicos, localizadas na parte inferior do encapsulamento. Estes contatos deverão ser soldados na placa de circuito impresso. A maioria dos Leds hoje é montada na superfície, conhecida como smd (surface mounting devices) e, para tal, a informação das dimensões destes contatos é importante para o projeto da placa de circuito impresso. Na Figura 4, apresentamos as dimensões mecânicas do Led Cree XP-G2, incluídas todas as dimensões mecânicas necessárias para o projeto da placa de circuito impresso. A fim de facilitar ainda mais o trabalho do projetista, o fabricante do Led também disponibiliza o desenho, conforme a Figura 5, tanto do pad de solda recomendável para a placa de circuito impresso, como também os detalhes do stencil que são utilizados no processo de montagem

Figura 4 – Especificações mecânicas do LED XP-G2 da Cree.

do Led na placa. Ainda com referência à montagem do Led na placa, os fabricantes costumam também informar as especificações do perfil da solda a fim de que o usuário possa programar o forno de refusão, conforme as necessidades, garantindo, com isso, a perfeita montagem do Led na pci. Abordando agora a parte térmica do projeto com os Leds, os fabricantes costumam apresentar informações muito importantes e vitais para que a utilização do componente seja a mais apropriada possível. Isto é fundamental para que possamos obter

Figura 5 – Detalhes da área de solda e do stencil para o Led Cree XP-G2.

um produto com o melhor desempenho e, acima de tudo, a devida confiabilidade disponibilizada pela tecnologia. Como visto anteriormente, os valores

Fascículo

da corrente máxima são informados para cada componente e também são fornecidas as condições nas quais estes valores podem ser utilizados. O valor da corrente elétrica a ser aplicado ao Led depende da temperatura ambiente assim como do valor da resistência térmica total, desde a junção do diodo até o ambiente. Assim como para todos os semicondutores, dos quais o Led faz parte, temos que analisar as características de derating, as quais indica como o componente deve ser operado, abaixo da sua capacidade máxima, a fim

Figura 6 – Curvas de Derating do LED 219B-V1 da Nichia.


Apoio

de que possamos manter a funcionalidade

mA poderá ser aplicada até a temperatura

em outros parâmetros tão importantes

adequada.

ambiente de 82 °C, ou seja, para temperaturas

quanto os aqui ora apresentados.

As curvas de derating são representadas

maiores

do

que

82°C,

deveremos

através de um gráfico, em que temos em

obrigatoriamente diminuir o valor da

Referências bibliográficas:

um dos eixos o valor da corrente máxima

corrente aplicada. O valor da corrente,

1. CLD-DS51 Rev.12, Product data sheet,

permitida e no outro o valor da temperatura

quando a temperatura de 100 °C é atingida, é

disponível no site www.cree.com

ambiente. Uma série de curvas são

igual a 1.110 mA. A situação fica um pouco

2. DS133 LUXEON TX, Product data sheet

acrescentadas representando alguns valores

mais crítica quando assumimos o valor de 35

rev. 20150827 disponível no site www.

de resistência térmica total desde a junção do

°C/W, sendo que nesta situação a corrente

lumileds.com

diodo até o ambiente. Na Figura 6, temos a

máxima que podemos utilizar é de 1.360 mA

3. Nichia STS-DA1-3062E <Cat.No.160129>

representação das características de derating

quando a temperatura ambiente for 0 °C e

disponível no site www.nichia.co

do Led 219B-V1 da Nichia. Analisando

somente de 454 mA quando atingirmos os

o gráfico à esquerda, observamos que o

100 °C de temperatura máxima.

fabricante indica que o valor máximo da

As características de derating são

corrente que deverá ser aplicada ao Led é

fundamentais para a obtenção um bom

de 1.5 A (1.500 mA) e que a temperatura

projeto. Voltaremos a este tema com mais

ambiente máxima de operação deve ser de

detalhes no artigo sobre gerenciamento

100 °C. Além disso, o fabricante estabeleceu

térmico do Led.

três valores distintos de resistência térmica total, 15 °C/W, 25 °C/W e 35 °C/W.

Por se tratar de um assunto relativamente complexo e extenso, a completa análise dos

Para melhor entendimento, vamos

diversos parâmetros do Led é fundamental

assumir que o nosso projeto tenha uma

para que possamos usufruir de todos os

resistência térmica total de 15 °C/W. Neste

benefícios oferecidos por esta tecnologia. No

caso, a corrente máxima permitida de 1.500

próximo artigo continuaremos esta análise

*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

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Curto-circuito para a seletividade

44

Capítulo III Correntes contínua e alternada, número complexo, fasor e circuitos resistivo, indutivo e capacitivo Por Cláudio Mardegan*

Corrente contínua

 É também aplicável a Lei de Kirchoff das correntes;  O valor médio da tensão é diferente de zero;

Em 1879, Thomas Alva Edison aperfeiçoou a lâmpada e inventou geradores, comutadores, soquetes e fusíveis, tudo em corrente contínua. Em 1882, energizou a primeira usina geradora em corrente contínua em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

 O valor médio da corrente é diferente de zero, em condições de carga.

Corrente alternada

Os valores de tensão e corrente, em corrente contínua, não passam por zero e em regime, praticamente não variam com o tempo. A Figura 1 ilustra o exposto.

Em 1886, George Westinghouse e Nikola Tesla (Figura 2) inventam a corrente alternada. É o primórdio dos sistemas em corrente alternada. Os primeiros sistemas eram monofásicos e,

Fascículo

inicialmente, não aterrados.

Figura 2 - George Westinghouse e Nikola Tesla.

A corrente alternada varia com o tempo como indicado na Figura 3. Figura 1 – Variação da tensão e corrente com o tempo em corrente contínua.

Como a tensão e a corrente agora variavam senoidalmente com o tempo, as dúvidas que advieram foram:

Ficou constado, desde aquela época que, para a corrente contínua:

 Lei de Ohm é aplicável?  Lei de Kirchoff das tensões é aplicável?

 A Lei de Ohm é aplicável;

 Lei de Kirchoff das correntes é aplicável?

 É também aplicável a Lei de Kirchoff das tensões;

 O valor médio das tensões e corrente agora são nulos.


Apoio

O valor eficaz Hoje é sabido que o valor eficaz de uma grandeza alternada é o valor máximo dividido por raiz de 2. Este valor é conhecido também como valor RMS, que deriva da língua inglesa Root Mean Squared. Este conceito se baseou no valor de potência.

Em outras palavras, o valor eficaz de um valor senoidal será: Figura 3 – Variação da tensão e da corrente com o tempo em corrente alternada.

Como calcular estas grandezas nesse novo sistema? Inventou-se o valor eficaz. Veja definição a seguir.

A definição do valor eficaz pode ser visualizada na Figura 4.

45


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

46

Figura 4 - Visualização gráfica do valor eficaz.

A partir dos esclarecimentos informados anteriormente, as

Número complexo

dúvidas foram sanadas: Examinando o conceito de fasor, percebe-se que tem tudo  Lei de Ohm é aplicável!

a ver com o círculo trigonométrico e também com os números

 Lei de Kirchoff das tensões é aplicável!

complexos.

 Lei de Kirchoff das correntes é aplicável!

Fasor

Em eletricidade utilizam-se muito os números complexos, cuja forma é dada por: Z = A + j B

O termo fasor surgiu com o conceito do campo girante. Os geradores síncronos possuem o enrolamento de campo no rotor e

Em que: A e B são números reais. O j é um número complexo ( j=√−1).

Fascículo

este enrolamento é alimentado em corrente contínua, gerando um fluxo constante. Para haver tensão induzida no estator, é necessário

O operador “j” tem a função apenas de dar um giro de 90°

haver variação de fluxo. Girando-se o rotor, um ponto no estator irá

no número real B, para definir então o par ordenado no plano

enxergar o campo constante do rotor variando senoidalmente. A

cartesiano (A;B) e desta forma identificar o número complexo Z.

Figura 5 mostra o exposto.

Vide Figura 6.

Figura 5 – Fasor girando com uma velocidade constante w.


Apoio

47


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

48

vinculados a uma “certa” direção de circulação de corrente. As Figuras 8, 9 e 10 mostram a defasagem angular entre a tensão e a corrente para circuitos resistivos, puramente indutivos e puramente capacitivos, respectivamente.

Figura 6 – Número complexo – definição.

Circuitos resistivos, indutivos e capacitivos e suas respectivas formas de onda Circuito resistivo é um circuito dito resistivo quando a tensão e a corrente estão em fase, ou seja, a defasagem angular entre suas formas de onda de tensão e corrente é nula. Figura 8 - Forma de onda para um circuito resistivo.

Circuito indutivo - Um circuito é dito indutivo quando a corrente está atrasada em relação à tensão, ou seja, a defasagem angular (ϕ) entre a forma de onda de corrente em relação à tensão varia entre 0.0 > ϕ > -90o. O caso mais extremo é o circuito puramente indutivo em que a corrente fica atrasada de 90o da tensão. Circuito capacitivo - Um circuito é dito capacitivo quando a corrente está adiantada em relação à tensão, ou seja, a defasagem angular (ϕ) entre a forma de onda de corrente em relação à tensão varia entre 0.0 < ϕ < 90°. O caso mais extremo é o circuito puramente capacitivo em que a corrente fica adiantada de 90o da tensão. Fasorialmente, a tensão e as correntes e as formas de onda em circuitos

Figura 9 - Forma de onda para um circuito puramente indutivo.

Fascículo

indutivos e capacitivos se comportam como mostrado na Figura 7.

Figura 7 – Fasores de tensão e corrente e forma de onda de corrente indutiva e capacitiva.

Diagramas fasoriais e formas de onda Uma das maiores dificuldades observadas é que as pessoas quando baixam uma oscilografia, muitas vezes, não conseguem interpretá-la adequadamente. Um dos motivos principais disso deve-se ao fato de não se saber analisar a forma de onda. Por esse motivo, mostram-se a seguir as formas de onda de tensão e corrente para as diversas possibilidades: fator de potência unitário (circuito resistivo), fator de potência atrasado (circuito indutivo) e fator de potência adiantado (circuito capacitivo). Como mencionado, os diversos tipos de circuito, bem como fator de potência, estão

Figura 10 - Forma de onda para um circuito puramente capacitivo.

*Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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50

Reportagem Por Bruno Moreira

Economia verde

Ao contrário do que se imagina, a crescente procura por projetos de eficiência energética está mais relacionada às questões ambientais do que ao aumento do custo da energia elétrica

É

tem como um de seus objetivos limitar o

a 6,5% em 2023. E neste ano, em que o

adquirida pelas questões ligadas ao meio

aquecimento global a 1,5 ºC.

consumo potencial sem conservação seria de

ambiente nas duas últimas décadas. Um

Esta

rumos

834.643 GWh, o consumo final, considerando

bom exemplo disso foi a criação, em evento

ecológicos acarretou mudanças também

a conservação, atingiria a marca de 780.421

ecológico realizado no Rio de Janeiro, em

no modo como os agentes do setor elétrico

GWh, representando uma economia de

1992, da Convenção-Quadro das Nações

pensam a geração e o consumo de energia

mais de 54 mil GWh. Para se ter uma ideia

Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

elétrica, pondo em foco ações direcionadas

de como a economia de energia avançará

A convenção, ratificada em 1994 por 196

à eficiência energética. O objetivo: consumir

nesta próxima década, em 2014, o consumo

Estados-nações que constituem as “partes”

menos energia e menos recursos naturais.

potencial sem conservação foi de 539.111

para a convenção, reconheceu a existência

Acrescente a este comprometimento em

GWh e o consumo final, considerando a

de mudanças climáticas ocasionadas por

preservar o meio ambiente a escassez

conservação, de 535.205 GWh, equivalente

ações humanas e estabeleceu que os países

de recursos energéticos e a consequente

a uma energia conservada de apenas 3.906

industrializados deveriam ser os grandes

elevação de custos da energia. No Brasil,

GWh.

responsáveis pelo combate aos danos ao

por exemplo, conforme o Plano Decenal de

clima. A ação se perpetuou até os dias atuais e,

Energia 2024, desenvolvido e publicado pela

preço do MWh aumentou sensivelmente

entre novembro e dezembro de 2015, houve

Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no ano

no último ano, o custo com a energia seria

a 21ª conferência destas partes, a chamada

passado, a participação da energia conservada

o grande impulsionador para projetos de

COP-21, que resultou em um novo acordo

no consumo do país, por meio de projetos

eficiência

global, o chamado Acordo de Paris, assinado

de eficiência energética, que em 2014 foi de

Associação

por 195 partes e pela União Europeia, que

0,7%, passará para 3,9% em 2018, chegando

Serviços de Conservação de Energia (Abesco),

mais do que evidente a importância

consternação

com

os

Poderia se pensar que no país, onde o

energética.

O

presidente

da

Brasileira

das

Empresas

de


51

O Setor Elétrico / Março de 2016

Alexandre Moana, no entanto, discorda dessa

aquecimento solar da água quanto para

desta classe de tensão, pois consomem muita

linha. “Eu penso que, na condição atual do

produção de energia fotovoltaica. Deve-se

energia elétrica e costumam pagar contas de

conhecimento humano, nós sabemos que o

levar em conta, porém, se o aquecimento solar

energia mais altas que os outros clientes já que

que afetou e afeta o clima hoje é a utilização

é viável na região em que a residência está

a maioria destas empresas, por lei, não está

humana da energia. Então, eu diria que hoje

localizada, haja visto que em muitas regiões,

apta a migrar para o mercado livre, ficando

o fator ambiental é mais importante do que o

a incidência do sol não é tão alta, tornando

restrita à tarifa regulada e ao mercado cativo

recurso financeiro”, afirma.

muito custosa a aplicação de sistemas deste

de energia. Para elas, o custo benefício de um

tipo.

projeto sustentável de energia elétrica é muito

energética é mais do que um conjunto de

atrativo, explica o presidente da associação.

tecnologias agindo juntas para economizar

pequeno porte, o presidente da associação

energia. Para o presidente da Abesco,

acredita que soluções similares relacionadas

a eficiência se trata de uma disciplina

ao uso de energia solar também sejam

humana. “Tecnologias inovadoras surgirão

adequadas, considerando, obviamente, os

a todo momento, assim como o desperdício

fins específicos do estabelecimento. No caso

consequentemente,

acontecerá a todo instante”, assegura. Moana

de uma padaria, por exemplo, se possuir forno

estabelecimentos – residências, comércios ou

afirma que costuma brincar com seus colegas

elétrico, que este seja adequado no sentido

indústrias – podem adotar medidas referentes

falando que “despesa em empresa é igual

de consumir menos energia elétrica. Outras

à geração de energia, com o emprego de

unha, não para de crescer. Tem que controlar

soluções visando à sustentabilidade são a

energia renovável, assim como substituírem

e cortar”. Neste sentido, independentemente

mudança da tecnologia de iluminação – o

equipamentos antigos por equipamentos

da tecnologia empregada, as práticas de

Led no lugar de uma lâmpada incandescente,

novos mais eficientes, e também utilizarem

eficiência têm que se tornar inerentes ao

por exemplo – assim como a inserção de

tecnologias

mais

modo de vida do ser humano. “Eficientizar é

iluminação natural, caso seja possível. Grosso

melhorarem

o

mais do que uma troca de equipamentos, uma

modo, o presidente da Abesco acredita que

industriais, por exemplo. Além disso, a

tecnologia, é uma ideologia de operação.

ser sustentável em estabelecimentos ligados

sustentabilidade pode e deve passar pela

Mais do que uma tendência, pensar em

à baixa tensão, pertencentes aos chamados

instalação elétrica.

sustentabilidade e eficiência energética é uma

grupo B, com tensão até 2,3 kV, é servir-se de

necessidade humana”, destaca.

energia alternativa, principalmente de energia

o retrofit de instalações elétricas, com a

Moana acredita também que a eficiência

Para um estabelecimento comercial, de

Instalação elétrica sustentável Na busca pela eficiência energética e, sustentabilidade,

avançadas

rendimento

a de

fim

os

de

motores

Sabe-se que em edificações antigas,

solar, fonte em abundância no país.

troca de disjuntores, relés, fios e cabos e

associação, atualmente, também não se pode

No que concerne aos consumidores

lâmpadas por equipamentos mais novos,

afirmar que algum segmento se preocupa

ligados à media tensão, mais especificamente

ajuda a combater o desperdício de energia,

mais com eficiência energética do que os

os consumidores do grupo A4, com classe

resultando em mais economia. O uso de

demais. “A instalação elétrica sustentável não

de tensão entre 2,3 kV e 25 kV, que são

equipamentos tecnicamente mais avançados

está mais no setor industrial e comercial do

por exemplo, indústrias, faz-se necessária,

nas instalações é básico para fazer com que

que no residencial”, declara Moana. Segundo

segundo o presidente da Abesco, uma

um estabelecimento funcione de maneira mais

ele, principalmente em razão das tarifas,

transformação no método de produção com

eficiente do ponto de vista da energia elétrica

houve uma queda de consumo brutal em

o intuito de tornar-se sustentável, gerando

e seja mais sustentável ecologicamente. Não

todos os setores. “Nas residências, o consumo

resultados, tanto do ponto de vista ambiental,

por isso, aquele que procura a sustentabilidade

caiu em mais de 5%, em volume muito

quanto financeiro. Tomando como base uma

nas instalações elétricas deve se restringir a

próximo ao que ocorreu na indústria, por

indústria com intenso emprego de motores,

estes novos equipamentos.

exemplo”, diz. A redução acontece em todos

o uso de medidas para tornar este processo

os setores, sendo que cada um deve adotar

específico mais eficiente é recomendado, tais

Ação Engenharia e Instalações, José Starosta,

medidas sustentáveis que sejam adequadas

como o emprego de soft starter para modular a

não adianta nada desenvolver e construir uma

às atividades realizadas em seus respectivos

partida; o uso de motores de alto rendimento;

instalação elétrica sustentável para alimentar

estabelecimentos.

e a dosagem da carga que o motor vai receber.

outros sistemas que não sejam sustentáveis

Entram nessas medidas ainda procedimentos

em si mesmos. Assim, segundo ele, a

de retrofit a fim de tornar o equipamento mais

integração da instalação elétrica com outros

De

acordo

com

o

presidente

da

Uso da energia solar

Para o engenheiro eletricista e diretor da

eficiente, e também a utilização de iluminação

sistemas, como o de aquecimento a gás, o

Uma residência, por exemplo, que

natural para diminuir o consumo de energia

hidráulico, e o ar-condicionado, é de extrema

pretende ser sustentável, segundo Moana,

elétrica.

relevância tendo em vista uma edificação

tem que apresentar principalmente soluções

Moana explica que a sustentabilidade é

eficiente e ecologicamente mais correta.

relacionadas à energia solar, tanto para

um quesito imprescindível para os clientes

“O mais importante é quem esta instalação


52

Reportagem

O Setor Elétrico / Março de 2016

Sistema de iluminação natural Entre as tecnologias de iluminação mais sustentáveis econômica e ambientalmente, além do Led, que vem sendo altamente difundido, uma alternativa interessante pode ser o sistema de iluminação natural chamado Solatube. Desenvolvido na Austrália há 25 anos pela empresa Solatube International – atualmente com sede na Califórnia (EUA) – e distribuído no Brasil pela Efilux há sete anos, o equipamento atua basicamente como um canalizador da luz solar, captando a luz, por meio de interface instalada no telhado do estabelecimento e transferindo-a para o ambiente interno. “O grande diferencial do produto é que ele

O equipamento atua basicamente como canalizador da luz solar, captando a luz, por meio de interface instalada no telhado do estabelecimento e transferindo-a para o ambiente interno.

transfere a luz sem quase ter perda no caminho”, afirma o sóciodiretor da Efilux, Daniel Markus Markus explica que o sistema é composto por três partes.

maneira semelhante às luminárias convencionais. Nesse sentido, é

A cúpula de acrílico, instalada na parte externa da edificação, é

possível através de projeto luminotécnico definir a quantidade de

responsável pela captação da iluminação solar. O duto de alumínio

lux necessária ao ambiente. Os projetistas conseguem dimensionar

que transmite a iluminação do ambiente exterior para o ambiente

quantos equipamentos e quais modelos de equipamentos

interior. E uma lente – como se fosse um spot – que distribui a

são necessários para aquele ambiente conforme documentos

luz dentro da edificação. Todos estes elementos, segundo Markus,

normativos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

foram desenvolvidos com propriedades que facilitam a absorção

da luz, e a dissipação da iluminação solar de maneira mais

iluminar uma área de 46 m². Contudo, o sócio-diretor da empresa

homogênea.

afirma que se trata de um dado genérico, já que dependendo

De acordo com a Efilux, um único equipamento é capaz de

A cúpula, por exemplo, apresenta elementos filtrantes de calor

da intensidade de iluminação requerida pelo ambiente haverá um

e de raios ultravioletas (UV), que fazem mal à pele e danificam a

tipo de projeto e um tipo de sistema, que poderá iluminar uma

madeira. Além disso, recebe tratamento eletrostático para evitar

área maior ou menor.

acúmulo de poeira, permitindo que o produto tenha uma longa

O sócio-diretor da companhia explica que, desde o

vida e fique livre de manutenção. O próprio formado da cúpula

surgimento da Efilux, diversos foram os estabelecimentos

(ogival), de acordo com o diretor, também ajuda na manutenção

que já se interessaram pelo Solatube, tais como indústrias,

do equipamento, porque possibilita que ele se auto limpe quando

restaurantes, supermercados, lojas de conveniência, hospitais

é atingido pela chuva. Outra tecnologia que auxilia na captação

e até obras públicas, como ginásios esportivos etc. Markus

do sol são os prismas que compõem a cúpula e fazem com que ela

afirma que não há uma procura maior de um ou de outro tipo

tenha um aproveitamento melhor do sol dependendo de posição

de estabelecimento. “As vendas são equilibradas. A solução é

dele no horizonte. “Faz a captação da luz ficar parecida durante o

muito aplicada nos diversos segmentos”, afirma. Cada um destes

dia todo”, destaca Markus.

segmentos procura o sistema de iluminação natural por uma razão

Feito de alumínio, o duto apresenta duas propriedades que

especifica. Moradores de uma residência, por exemplo, costumam

o fazem ter um alto índice de aproveitamento - 99,7%, segundo

se interessar pelo equipamento a fim de tornar o ambiente em

Markus - de luz solar: revestimento com película, responsável

que vivem mais agradável. Estabelecimentos comerciais, além da

pela transferência da luz para o ambiente interno da edificação;

economia de energia, por acreditarem que a iluminação natural

e tratamento, ente alumínio e película, permitindo que qualquer

pode ajudar nas vendas, e as indústrias baseadas principalmente

calor absorvido seja dissipado no tubo. “Para o duto vem ainda

na busca pela economia de energia.

um pouco de calor, mas como é um tubo todo espelhado, ele

reflete sucessivamente e dissipa o calor. No primeiro reflexo, já

elétrica. “Nos ambientes onde a gente aplica o solatube é possível

tira o calor e com isso só transfere a iluminação”, explica o sócio-

economizar durante o dia 100% dos gastos com luz elétrica”, diz.

diretor.

Conforme Markus, por exemplo, em uma agência bancária, que

Por fim, há a lente difusora, que foi desenvolvida, de acordo

funciona das 8h às 18h, é possível iluminar o ambiente durante

com o diretor, para difundir a luz pelo ambiente interno de maneira

todo o dia de trabalho sem acionar a iluminação artificial. Já em

homogênea, independentemente do horário do dia. Markus

uma loja de conveniência que funciona até às 22h usa-se a luz

explica que se trata de uma lente curva definida para atuar de

elétrica apenas no período noturno.

O solatube é utilizado basicamente como complemento à luz


O Setor Elétrico / Março de 2016

elétrica está alimentando”, diz.

designer, Plinio Godoy, ao contrário do que

a curiosidade das pessoas em relação ao

Outro ponto levantado pelo engenheiro

acredita o presidente da Abesco, em relação

que mais pode vir por aí. Segundo Godoy,

eletricista é o viés operacional do projeto

ao motivo para a utilização de um projeto de

levando-se em conta que a iluminação

de instalação elétrica. “A tendência é que

eficiência energética, a principal preocupação

digital

se faça um projeto sem pensar naquele que

de um cliente que busca um projeto de

espaço no universo tecnológico, em breve,

irá operá-lo”, argumenta. Ocorre que de

iluminação sustentável não é a preservação do

espera-se a integração da luz no que se

nada adianta desenvolver uma instalação

meio ambiente, mas sim a questão energética

conhece como “Internet das coisas”. Nela,

elétrica sustentável sem um viés operacional

propriamente dita. “Temos, cada vez mais,

os pontos de luz serão utilizados com input

que mantenha o sistema. “A operação deve

altos custos energéticos, com tendência

e output de informação digital. Conforme

ser confiável”, afirma o diretor da Ação

a aumentarem. Assim, a conta de energia

o projetista luminotécnico, já existem, por

Engenharia e Instalações.

elétrica passa a ser um custo operacional

exemplo construções que utilizam sistemas

que atinge diretamente os resultados das

de iluminação integrado com tecnologia da

pelo engenheiro eletricista, que é o da

empresas”, diz.

informação. “Este desenvolvimento permite

utilização de tecnologias de automação,

Dessa forma, um projeto luminotécnico

que o edifício seja monitorado por cada

instrumentação e controle. Um projeto com

sustentável deve buscar, segundo Godoy, o

luminária, quanto à ocupação, temperatura

viés operacional permitirá aos operadores

desenvolvimento de soluções que minimizem

e status de funcionamento, minimizando o

deste sistema automatizado o controle

os gastos energéticos e que tenham alta

custo operacional e tornando os sistemas

de dados a fim de medir se a instalação

eficácia.

integrados e personalizados”, afirma.

projetada está funcionando mesmo de modo

o emprego dos espaços como fator de

sustentável.

Aqui, entra um terceiro quesito destacado

Para

isso,

deve-se

considerar

vem

ganhando

cada

vez

mais

Godoy prevê também que em breve os

Tecnologias de automação

acionamento, com sensores ou dimerização,

sistemas de iluminação possam substituir as

possibilitam, por exemplo, o emprego de

utilizando-se de sistemas locais ou integrados.

redes de acesso à internet Wi-Fi, por meio de

sistemas de medição setorizados para fazer

A luz natural, que, ao acionar sensores de

uma tecnologia denominada Li-Fi, ou “Light

os rateios de energia e gestão do sistema a

luz e controles, pode minimizar o uso da luz

Fidelity”, que é projetada para transmitir

posteriori.

artificial, em períodos longos do dia útil de

informações através da luz. Nesse sentido, “as

Starosta cita ainda o dimensionamento

trabalho, também é uma alternativa para um

instalações elétricas precisarão ser revistas,

das instalações elétricas como fator essencial

projeto sustentável, assim como soluções

pois cada vez mais estaremos integrando luz,

para a sustentabilidade. É necessário escolher

fotovoltaicas, que podem ser usadas, por

sistemas e tecnologia da informação”, diz.

o conjunto de componentes da instalação,

exemplo,

A respeito de que tipo de cliente

como

iluminação externa e de estacionamentos.

procura mais os serviços de um projetista

proporcionem uma operação eficiente, sem

de

impacto e sem aquecimento e também com

aquela que utiliza Leds. Conforme o lighting

da sustentabilidade, a fim de que sejam

o objetivo de evitar ressonâncias harmônicas

designer,

existentes,

instalados sistemas de iluminação mais

e distorções. Além disso, o engenheiro

costuma-se fazer o retrofit, substituindo

eficientes e econômicos, o lighting designer

eletricista aborda as tecnologias propriamente

soluções tradicionais por lâmpadas Led, como

afirma que, inicialmente, eram edifícios

ditas que, na atualidade, estão sendo

o tuboled, por exemplo. Já em instalações

comerciais

utilizadas em vista de uma instalação elétrica

novas, projeta-se o sistema de iluminação

internacionais como o Leed - sistema

mais ecologicamente correta. Entre elas, a

empregando luminárias Led, que não utilizam

internacional de certificação e orientação

execução de algoritmos para o cálculo de

lâmpadas Led, mas sim módulos Led, mais

ambiental para edificações. Posteriormente,

dimensões de cabos de energia elétrica mais

eficazes e com melhor fotometria. Godoy

começaram a ser realizados projetos para

sustentáveis e, obviamente, o Led, que evita o

faz uma ressalva, contudo, em relação ao

shopping centers e hotéis, que também

emprego, por exemplo, de lâmpadas a vapor

emprego do Led sem o apoio de tecnologias

buscam esse tipo de certificação ambiental.

de mercúrio. Estas, além de serem menos

de

com

Para Godoy, projetos que tendem a se

eficientes em comparação à nova tecnologia

sensores, programação e iluminação por

enquadrar nestes sistemas de certificações

de iluminação, possuem mercúrio, que é

demanda. De acordo com o lighting designer,

são aqueles considerados racionais no que

nocivo ao meio ambiente.

com a utilização de sistemas de controle, o

diz respeito a questões energéticas, materiais

usuário tende a ter uma economia de energia

reciclados, desperdício de recursos, além de

e financeira muito maior do que apenas

proporcionarem ambientes mais adequados

utilizando o Led.

para a utilização de seus ocupantes. Para o

Um importante componente de uma

O avanço das tecnologias que fazem

projetista, definitivamente, um projeto que

instalação elétrica é o sistema de iluminação.

um sistema de iluminação cada vez mais

busca qualquer tipo de certificação é, sem

De acordo com o engenheiro e lighting

automatizado, controlado e eficiente, aguça

dúvida, um projeto melhor.

transformadores

e

circuitos,

que

Sistema de iluminação sustentável

em

áreas

específicas,

como

A solução mais empregada, no entanto, é em

automação:

instalações

sistemas

digitais

iluminação,

que

pensando

buscavam

na

questão

certificações




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Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2016

Queda da construção civil afeta mercado de linhas elétricas Fabricantes e distribuidores sofrem as consequências da atual crise econômica e projetam crescimento de apenas 2% para o mercado de linhas elétricas em 2016

Se nesta mesma pesquisa realizada no ano passado, os fabricantes

empresas deste mercado apontavam os projetos de infraestrutura e o

e distribuidores de linhas elétricas estavam apreensivos com relação

setor de construção civil aquecido como os itens mais favoráveis ao

ao seu mercado de atuação, nesta edição, temos a confirmação de

crescimento dos seus negócios. No ano seguinte, 15% já indicaram a

que a preocupação tinha suas razões. O cenário econômico brasileiro

desaceleração econômica do país como um problema para o mercado

não apresentou qualquer melhora e, praticamente, todos os setores

e, neste ano, essa última opção foi apontada por 28% das pesquisadas.

sofrem com as consequências da crise atual. É o que mostram os mais

Outros percentuais significativos dividiram-se entre setor da construção

recentes estudos elaborados pela revista O Setor Elétrico com diversos

desaquecido, falta de confiança dos investidores e desvalorização da

segmentos da área elétrica e publicados neste espaço mensalmente.

moeda brasileira.

Como poderá ser verificado nas páginas a seguir, a desaceleração

São esses fatores supracitados que contribuem para a manutenção

da economia brasileira somada ao desaquecimento da construção civil

de uma atmosfera pouco otimista entre os empresários e executivos

e à falta de confiança dos investidores vem afetando negativamente o

do setor elétrico brasileiro. No caso dos fabricantes e distribuidores de

mercado de linhas elétricas. Para efeito de comparação, em 2014, as

linhas elétricas, no ano passado, a previsão era de que suas empresas


57

O Setor Elétrico / Março de 2016

apresentassem crescimento médio de 11% em 2015. Na pesquisa deste mês, foi apurado que o crescimento médio real no ano passado foi de apenas 5% comparado a 2014. Para 2016, a expectativa é que as empresas cresçam em torno de 6% e o mercado como um todo alcance uma elevação média de 2%.

No que diz respeito às vendas e quais produtos são mais procurados pelos clientes, a pesquisa

desta edição mostra que caixas de passagem e de ligação, eletrocalhas, perfilados e leitos são os líderes do ranking, praticamente o mesmo resultado do levantamento realizado no ano passado, acrescentando as bandejas empatadas na terceira posição juntamente com os leitos.

Para saber de todos os detalhes deste levantamento e de informações relevantes das

empresas que participaram da pesquisa, veja os gráficos e as tabelas publicadas na sequência.

Números do mercado de linhas elétricas

Assim como identificado na pesquisa realizada no ano passado, o segmento industrial é o

principal setor de atuação dos fabricantes e distribuidores de linhas elétricas. Principais segmentos de atuação

93% 60%

Industrial

Comercial

37%

Público

36%

Residencial

As vendas diretas ao cliente final continuam sendo o principal canal de vendas apontado

pelos pesquisados. 79% das empresas apontaram esta opção.

Principais canais de vendas

79% 69% 61% 26% 17% 11%

Venda direta ao cliente final

Revendas / varejistas

Distribuidores / atacadistas

Telemarketing

Internet

Outros

A adesão às certificações ISO continua, praticamente, com os mesmos índices do ano

passado. No levantamento anterior, 70% dos entrevistados afirmaram contar com a ISO 9001 (gestão de processos), enquanto 19% declararam possuir a ISO 14001 (gestão ambiental). Neste ano, os índices são, respectivamente, 71% e 24%.

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Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2016

Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados: De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Acima de R$ 500 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

24%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

71%

Até R$ 10 milhões

Certificações ISO

Eletrodutos metálicos

25%

16%

25%

16%

16%

3%

Eletrodutos rígidos

29%

16%

19%

23%

10%

3%

Canaletas de sobrepor

39%

36%

15%

3%

6%

-

Perfilados

28%

17%

28%

19%

3%

6%

Eletrocalhas (sem tampa)

27%

16%

27%

16%

5%

8%

Bandejas

30%

19%

30%

16%

3%

3%

Leitos (escada para cabos)

31%

28%

19%

17%

3%

3%

Barramentos blindados

35%

15%

26%

9%

12%

3%

Caixas de passagem

43%

22%

19%

11%

3%

3%

9001 (qualidade)

14001 (ambiental)

Já os produtos mais comercializados apontados pelos pesquisados

são, na ordem: caixas de passagem e de ligação, eletrocalhas e perfilados.

(eletrocalhas com tampa)

Produtos mais comercializados

e de ligação

43% 36% 32% 31% 31% 31% 29% 29% 27%

Caixas de passagem e de ligação

Eletrocalha (sem tampa)

Para se ter uma ideia do porte das empresas que participaram

desta pesquisa, as mesmas afirmaram apresentar um faturamento médio anual de até R$ 10 milhões. Veja o gráfico a seguir. Faturamento médio anual das empresas fabricantes e distribuidoras de linhas elétricas

Perfilado

Leito (escada para cabos)

Bandeja (eletrocalha com tampa)

9%

Acima de R$ 200 milhões De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Eletroduto Rígido Canaleta de sobrepor Eletroduto Flexível

15%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Materiais para amarração e identificação de cabos

Assim como foi registrado na pesquisa de 2015, as empresas

20%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 17%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

19%

Até R$ 5 milhões

7%

13%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

Na pesquisa do ano passado, a previsão era de que as empresas

acreditam que todos os submercados relacionados à área de linhas

de linhas elétricas (fabricantes e distribuidores) apresentassem

elétricas – eletrodutos metálicos, eletrodutos rígidos, canaletas de

crescimento médio de 11% em 2015. Na pesquisa deste mês, foi

sobrepor, perfilados, eletrocalhas, bandejas, leitos, barramentos

apurado que o crescimento médio real no ano passado foi de apenas

blindados e caixas de passagem – faturam anualmente até R$ 10

5% comparado a 2014. Para 2016, a expectativa é que as empresas

milhões. Veja, na tabela a seguir, a opinião das empresas pesquisadas

cresçam em torno de 6% e o mercado como um todo alcance uma

quanto ao tamanho total anual de cada nicho de mercado.

elevação média de 2%.


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O Setor Elétrico / Março de 2016

Previsões de crescimento

Fatores que influenciam o mercado brasileiro de linhas elétricas

4%

4%

9%

Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016

Outros

1% 13%

6% 5% 2%

Previsão de crescimento médio para as empresas em 2016 Crescimento médio das empresas em 2015 comparado ao ano anterior

Previsão de crescimento do mercado de linhas elétricas em 2016

Programas de incentivo do governo

Desvalorização da moeda brasileira

Bom momento econômico do país 28%

Desaceleração da economia brasileira

16%

Falta de confiança dos investidores

1%

3%

Falta de normalização e/ou legislação

Setor da construção civil aquecido

2%

Da mesma maneira que outros mercados do setor elétrico

brasileiro, também o de linhas elétricas sofre as consequências da desaceleração da economia brasileira, fator mais apontado pelos pesquisados entre os itens que influenciam este mercado. Refreamento da indústria da construção civil e desvalorização da moeda brasileira aparecem em seguida.

Incentivos por força de legislação ou normalização 9%

Projetos de infraestrutura

19%

Setor da construção civil desaquecido


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Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2016

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AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

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ALPHA

(11) 2782-3200

www.alphamarktec.com.br

São Paulo

SP

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ALUMBRA

(11) 4393-9300

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

AMANCO

0800 701 8770

www.amanco.com.br

São Paulo

SP

X

ARCOIR

(11) 2115-7873

www.arcoir.com.br

São Paulo

SP

X

X

BEGHIM

(11) 2942-4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

X

X

BELGO BEKAERT ARAMES

0800 7272 000

www.belgobekaert.com.br

Contagem

MG

X

X

BURNDY

(11) 5515-7225

www.burndy.com

São Paulo

SP

X

X

CARBINOX

(11) 4795-9000

www.carbinox.com.br

Mogi das Cruzes

SP

X

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X

CERÂMICA SÃO JOSÉ

(19) 3852-9555

www.ceramicasaojose.com.br

Pedreira

SP

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X

COFLEX

(11) 4330-3347

www.coflex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

COMSYSTEL

(11) 4158-8440

www.comsystel.com.br

São Paulo

SP

CONEX

(11) 2334-9393

www.conex.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

CONIMEL

(16) 3951-9595

www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

DAISA

(11) 4785-5522

www.daisa.com.br

São Paulo

SP

DELTA CANALETAS

(11) 4705-3133

www.deltaperfilados.com.br

Santana de Parnaíba

SP

DISPAN

(11) 3466-9300

www.dispan.com.br

Nova Odessa

SP

DUTOPLAST

(11) 2524-9055

www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

DUTOTEC

(51) 2117-6600

www.dutotec.com.br

Cachoeirinha

RS

ELECON

(11) 2066-4100

www.elecon.com.br

Guarulhos

SP

ELETROFERRO

(11) 2408-2221

www.eletroferro.com.br

São Paulo

SP

ELETROPOLL

(47) 3375-6700

www.eletropoll.com.br

Corupá

SC

EMBRAMAT

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

EMD DO BRASIL

(11) 3832-7575

www.emd.com.br

São Paulo

SP

ENERBRAS

(41) 2111-3000

www.enerbras.com.br

Campo Largo

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Oferece treinamento técnico para os clientes

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SP

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

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Guarulhos

Importa produtos acabados

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www.acabine.com.br

Exporta produtos acabados

X

(11) 2842-5252

Programas na área de responsabilidade social

Internet

X

ACABINE

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

Telemarketing

X

Cidade Sumaré

14001 (ambiental)

Venda direta ao cliente final

X

Site www.3m.com.br

9001 (qualidade)

Revendas / varejistas

X

Telefone 0800 013 2333

Outros

Distribuidores / atacadistas

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Público

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3M

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Certificado ISO

Principal canal de vendas

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Residencial

Comercial

Fabricante e Distribuidora

Estado X SP

Distribuidora

Fabricante

Empresa

Industrial

Principal Segmento de atuação

A empresa é

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O Setor Elétrico / Março de 2016

(16) 3942-1880

www.erglojanr10.com.br

Sertãozinho

SP

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

FLEX AUTOMATION

(11) 2389-2777

www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

FLEXMASTER

(51) 3365-5899

www.flexmaster.comm,.br

Porto Alegre

RS

FORTLIGHT

(11) 2087-6000

www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

FRONTEC

(51) 3201-2477

www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

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GIMI POGLIANO

(11) 4752-9900

www.gimipogliano.com.br

Suzano

SP

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HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

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X

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9090

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

X

X

HIDROSSOL

(14) 2105-0500

www.hidrossol.com.br

Marilia

SP

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X

X

HOLEC BARRAS

(11) 4191-3144

www.holecbarras.com.br

Boituva

SP

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X

HUMMEL

(15) 3322-7000

www.hummel.com.br

Tatuí

SP

X

X

ISOELECTRIC

(41) 3600-0000

www.gruppo-bonomi.com

Quatro Barras

PR

X

X

ISOLET

(11) 2118-3000

www.isolet.com.br

Itu

SP

X

JEA

(11) 4547-6000

www.jea.com.br

Mauá

SP

KANAFLEX

(11) 3779-1670

www.kanaflex.com.br

Cotia

LAMINADOS JAPERI

(21) 2564-0262

www.laminadosjaperi.com

LEGRAND

(11) 5644-2508

LÍDER RIO

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SP

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X

Rio de Janeiro

RJ

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www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

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X

(21) 3295-8600

www.liderrio.net

Japeri

RJ

LPM

(11) 3976-1636

www.lpmmil.com.br

São Paulo

SP

MACCOMEVAP

(21) 2688-1216

www.maccomevap.com.br

Itaguaí

RJ

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MARVITEC

(11) 2487-5500

www.marvitec.com.br

Guarulhos

SP

MEGABARRE

(11) 4525-6700

www.megabarre.com.br

Jundiaí

SP

MEGABRAS

(11) 3254-8111

www.megabras.com

São Paulo

SP

MELFEX

(11) 4072-1933

www.melfex.com.br

Diadema

SP

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X

Oferece treinamento técnico para os clientes

ERG

X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

SP

Importa produtos acabados

X

Arujá

Exporta produtos acabados

X

www.enmac.com.br

Programas na área de responsabilidade social

X

(11) 2489-5200

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

X

ENMAC

14001 (ambiental)

X

X

Cidade Rio de Janeiro

Outros

X

Site www.engeduto.com.br

Internet

Venda direta ao cliente final

X

Telefone (21) 3325-0406

Telemarketing

Revendas / varejistas

X

X

ENGEDUTO

Distribuidores / atacadistas

Comercial

X

X

Público

Industrial

X

Residencial

Fabricante e Distribuidora

Distribuidora

Estado RJ

Fabricante

Empresa

Certificado ISO

Principal canal de vendas

9001 (qualidade)

Principal Segmento de atuação

A empresa é

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X


Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2016

Programas na área de responsabilidade social

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

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X

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X

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X

X

X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

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X

PERFIL LÍDER

(11) 2412-7787

www.perfillider.com.br

Guarulhos

SP

X

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X

X

PERFILÇO

(11) 2749-2170

www.perfilacosp.com

São Paulo

SP

X

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X

X

PERFILDUTO

(11) 4591-2628

www.perfilduto.com.br

Itupeva

SP

X

X

X

PEVEDUTO

(11) 2713-4122

www.peveduto.com.br

Guarulhos

SP

X

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X

X

X

PIPE RACK

(21) 3818-8200

www.piperack.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

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X

X

X

PLP

(11) 4448-8000

www.plp.com.br

Cajamar

SP

X

X

X

POLEODUTO

(11) 2413-1200

www.poleoduto.com.br

Arujá

SP

X

POLIERG

(11) 2219-7700

www.polierg.com.br

São Paulo

SP

PROAUTO

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

PRODESMEC

(11) 98377-1370 www.prodesmec.com.br

Santo André

SP

REAL PERFIL

(11) 2134-0002

www.realperfil.com.br

São Paulo

SP

REIMOLD

(11) 3904-3554

www.reimold.com.br

Caieiras

SP

ROMAGNOLE

(44) 3233-8500

www.romagnole.com.br

Mandaguari

S.P.T.F.

(11) 2065-3820

www.sptf.com.br

São Paulo

SALF

(11) 5614-7333

www.salf.com.br

São Paulo

SP

SCHNEIDER ELECTRIC

0800 728 9110

www.schneider-electric.com

São Paulo

SP

SOB BRASIL

(11) 5090-0030

www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

STRATUS

(12) 2139-6550

www.stratusfrp.com

São José dos Campos

SP

SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

TIGRE

0800 707 4700

www.tigre.com

Joinville

SC

TRAMONTINA ELETRIK

(54) 3461-8200

www.tramontina.com

Carlos Barbosa

RS

TUBOVALE

(47) 3332-7670

www.tubovale.com.br

Gaspar

SC

X

X

X

VICENTINOS

(44) 3232-0101

www.vicentinos.com.br

Marialva

PR

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WEG

(47) 3276-4000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

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WETZEL

(47) 3451-4033

www.wetzel.com.br

Joinville

SC

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Distribuidora

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Fabricante

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X

Importa produtos acabados

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

X

Diadema

14001 (ambiental)

X

X

www.novemp.com.br

9001 (qualidade)

X

X

(11) 4093-5300

Outros

X

X

NOVEMP

Estado SP

Internet

X

Venda direta ao cliente final

X

Revendas / varejistas

X

X

Distribuidores / atacadistas

X

Público

X

Residencial

X

X

Cidade São Paulo

Comercial

X

X

Site www.multiwayrod.com.br

Industrial

X

X

Telefone (11) 3437-5600

Fabricante e Distribuidora

X

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MULTIWAY

Empresa

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Telemarketing

Principal Segmento de atuação

A empresa é

Exporta produtos acabados

62

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64

Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2016

www.acabine.com.br

Guarulhos

SP

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

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X

ALPHA

(11) 2782-3200

www.alphamarktec.com.br

São Paulo

SP

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X

X

ALUMBRA

(11) 4393-9300

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

AMANCO

0800 701 8770

www.amanco.com.br

São Paulo

SP

ARCOIR

(11) 2115-7873

www.arcoir.com.br

São Paulo

SP

BEGHIM

(11) 2942-4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

BELGO BEKAERT ARAMES

0800 7272 000

www.belgobekaert.com.br

Contagem

MG

BURNDY

(11) 5515-7225

www.burndy.com

São Paulo

SP

CARBINOX

(11) 4795-9000

www.carbinox.com.br

Mogi das Cruzes

SP

CERÂMICA SÃO JOSÉ

(19) 3852-9555

www.ceramicasaojose.com.br

Pedreira

SP

COFLEX

(11) 4330-3347

www.coflex.com.br

São Bernardo do Campo

SP

COMSYSTEL

(11) 4158-8440

www.comsystel.com.br

São Paulo

SP

CONEX

(11) 2334-9393

www.conex.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

CONIMEL

(16) 3951-9595

www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

DAISA

(11) 4785-5522

www.daisa.com.br

São Paulo

SP

DELTA CANALETAS

(11) 4705-3133

www.deltaperfilados.com.br

Santana de Parnaíba

SP

DISPAN

(11) 3466-9300

www.dispan.com.br

Nova Odessa

SP

DUTOPLAST

(11) 2524-9055

www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

DUTOTEC

(51) 2117-6600

www.dutotec.com.br

Cachoeirinha

RS

ELECON

(11) 2066-4100

www.elecon.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

X

X

ELETROFERRO

(11) 2408-2221

www.eletroferro.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

ELETROPOLL

(47) 3375-6700

www.eletropoll.com.br

Corupá

SC

EMBRAMAT

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

EMD DO BRASIL

(11) 3832-7575

www.emd.com.br

São Paulo

SP

ENERBRAS

(41) 2111-3000

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

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X

Outros produtos

(11) 2842-5252

Conduletes

ACABINE

Caixas de pessagem e de ligação

Estado SP

Materiais para amarração e identificação de cabos

Cidade Sumaré

Prensa-cabos

Site www.3m.com.br

Outras Linhas

Telefone 0800 013 2333

Barramentos Blindados

3M

Leito (escada para cabos)

Bandeja (eletrocalha com tampa)

Eletrocalha aramada

Eletrocalha (sem tampa)

Perfilado

Duto de piso

Canaleta de sobrepor

Eletroduto Flexível

Eletroduto Rígido

Eletroduto Metálico

Empresa

Eletroduto isolante

Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela sua empresa

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65

O Setor Elétrico / Março de 2016

FLEX AUTOMATION

(11) 2389-2777

www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

FLEXMASTER

(51) 3365-5899

www.flexmaster.comm,.br

Porto Alegre

RS

FORTLIGHT

(11) 2087-6000

www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

FRONTEC

(51) 3201-2477

www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

GIMI POGLIANO

(11) 4752-9900

www.gimipogliano.com.br

Suzano

SP

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

HELLERMANNTYTON

(11) 2136-9090

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

HIDROSSOL

(14) 2105-0500

www.hidrossol.com.br

Marilia

SP

HOLEC BARRAS

(11) 4191-3144

www.holecbarras.com.br

Boituva

SP

HUMMEL

(15) 3322-7000

www.hummel.com.br

Tatuí

SP

ISOELECTRIC

(41) 3600-0000

www.gruppo-bonomi.com

Quatro Barras

PR

ISOLET

(11) 2118-3000

www.isolet.com.br

Itu

SP

JEA

(11) 4547-6000

www.jea.com.br

Mauá

SP

KANAFLEX

(11) 3779-1670

www.kanaflex.com.br

Cotia

SP

LAMINADOS JAPERI

(21) 2564-0262

www.laminadosjaperi.com

Rio de Janeiro

RJ

LEGRAND

(11) 5644-2508

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

LÍDER RIO

(21) 3295-8600

www.liderrio.net

Japeri

RJ

LPM

(11) 3976-1636

www.lpmmil.com.br

São Paulo

SP

MACCOMEVAP

(21) 2688-1216

www.maccomevap.com.br

Itaguaí

RJ

MAGNANI

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MARVITEC

(11) 2487-5500

www.marvitec.com.br

Guarulhos

SP

MEGABARRE

(11) 4525-6700

www.megabarre.com.br

Jundiaí

SP

MEGABRAS

(11) 3254-8111

www.megabras.com

São Paulo

SP

MELFEX

(11) 4072-1933

www.melfex.com.br

Diadema

SP

X

X

X

X

Outros produtos

RS

X

Conduletes

SP

Porto Alegre

X

X

Caixas de pessagem e de ligação

Sertãozinho

www.exatron.com.br

X

Materiais para amarração e identificação de cabos

www.erglojanr10.com.br

0800 541 3310

X

Prensa-cabos

(16) 3942-1880

EXATRON

X

Outras Linhas

ERG

X

Barramentos Blindados

SP

Leito (escada para cabos)

Arujá

Bandeja (eletrocalha com tampa)

www.enmac.com.br

Eletrocalha aramada

(11) 2489-5200

Eletrocalha (sem tampa)

ENMAC

Perfilado

Estado RJ

Duto de piso

Cidade Rio de Janeiro

Canaleta de sobrepor

Site www.engeduto.com.br

Eletroduto Flexível

Telefone (21) 3325-0406

Eletroduto Rígido

ENGEDUTO

Eletroduto Metálico

Empresa

Eletroduto isolante

Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela sua empresa

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66

Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2016

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

PERFIL LÍDER

(11) 2412-7787

www.perfillider.com.br

Guarulhos

SP

PERFILÇO

(11) 2749-2170

www.perfilacosp.com

São Paulo

SP

PERFILDUTO

(11) 4591-2628

www.perfilduto.com.br

Itupeva

SP

PEVEDUTO

(11) 2713-4122

www.peveduto.com.br

Guarulhos

SP

PIPE RACK

(21) 3818-8200

www.piperack.com.br

Rio de Janeiro

RJ

PLP

(11) 4448-8000

www.plp.com.br

Cajamar

SP

POLEODUTO

(11) 2413-1200

www.poleoduto.com.br

Arujá

SP

POLIERG

(11) 2219-7700

www.polierg.com.br

São Paulo

SP

PROAUTO

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

PRODESMEC

(11) 98377-1370 www.prodesmec.com.br

Santo André

SP

REAL PERFIL

(11) 2134-0002

www.realperfil.com.br

São Paulo

SP

REIMOLD

(11) 3904-3554

www.reimold.com.br

Caieiras

SP

ROMAGNOLE

(44) 3233-8500

www.romagnole.com.br

Mandaguari

PR

S.P.T.F.

(11) 2065-3820

www.sptf.com.br

São Paulo

SP

SALF

(11) 5614-7333

www.salf.com.br

São Paulo

SP

X

X

SCHNEIDER ELECTRIC

0800 728 9110

www.schneider-electric.com

São Paulo

SP

X

X

SOB BRASIL

(11) 5090-0030

www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

STRATUS

(12) 2139-6550

www.stratusfrp.com

São José dos Campos

SP

X

SULMINAS

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

X

TIGRE

0800 707 4700

www.tigre.com

Joinville

SC

X

TRAMONTINA ELETRIK

(54) 3461-8200

www.tramontina.com

Carlos Barbosa

TUBOVALE

(47) 3332-7670

www.tubovale.com.br

VICENTINOS

(44) 3232-0101

www.vicentinos.com.br

WEG

(47) 3276-4000

WETZEL

(47) 3451-4033

X X

X X

X

X X

X

X X

X

X

X

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X

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X

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X

X

Outros produtos

(15) 3335-1382

Conduletes

OBO BETTERMANN

X

X

X

Caixas de pessagem e de ligação

SP

Materiais para amarração e identificação de cabos

Diadema

Prensa-cabos

www.novemp.com.br

Outras Linhas

(11) 4093-5300

Barramentos Blindados

NOVEMP

Leito (escada para cabos)

Cidade São Paulo

Bandeja (eletrocalha com tampa)

Site www.multiwayrod.com.br

Eletrocalha aramada

X

Telefone (11) 3437-5600

Eletrocalha (sem tampa)

Duto de piso

X

MULTIWAY

Perfilado

Canaleta de sobrepor

Eletroduto Flexível

Eletroduto Rígido

Estado SP

Eletroduto Metálico

Empresa

Eletroduto isolante

Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela sua empresa

X

X

X

X X

X

X

X X

X X

X X

X

X X

X

X

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X X

X X

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X

X

X

X

RS

X

X

X

Gaspar

SC

X

Marialva

PR

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

www.wetzel.com.br

Joinville

SC

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X X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X

X

X

X



68

Aula prática

O Setor Elétrico / Março de 2016

Por Sérgio Prestes*

Dispositivo de proteção contra surto de tensão (DPS) Danos da sobretensão, dispositivos de proteção, concepção de projeto e proteção de equipamentos específicos

Danos causados por sobretensão

Principais causas do transiente de tensão

Dispositivos de proteção

• Descargas atmosféricas

em equipamentos eletrônicos. Geralmente,

A descarga atmosférica é um fenômeno

(DPSs) foram desenvolvidos para proteger

são

• Dispositivo de proteção de surto Sobretensão é a maior causa de danos consequência

atmosféricas,

de

operações

de condução de energia extremamente

o sistema elétrico e aplicações contra

no

alta, algo na ordem de várias centenas de

sobretensões e impulsos de corrente,

descargas elétricas

Os dispositivos de proteção de surto

interferências

mega-joules. Uma descarga atmosférica

assim como contra descargas atmosféricas

parasitas. Protetor de surto é de extrema

pode ser destrutiva ou causar sérios

e chaveamentos.

importância, pois é o primeiro nível de

distúrbios em instalações elétricas situadas

defesa

equipamentos

a vários quilômetros de distância do ponto

o terra (sistema TN) e, assim, limita

da planta, sendo instalados próximos à

de impacto no solo. Esta energia pode

a diferença de potencial durante um

entrada de energia e à entrada dos cabos

chegar à rede por uma descarga direta ou

transiente de tensão (Reference source

de comunicação.

indireta.

not found.).

sistema

de

para

potência

todos

e

os

O DPS é instalado entre a linha e


69

O Setor Elétrico / Março de 2016

Figura 1 – Instalação do DPS.

• Formas As

10/350

de ondas

descargas

fenômenos

de

e

8/20

atmosféricas

e

sobretensão

• Instalação os

de

DPS

De acordo com a norma IEC 61643-

foram

12, anexo I.1.2, pode-se assumir que 50%

divididos em duas formas de ondas, uma

da corrente total da descarga é absorvida

para simular descarga direta (10/350 μs) e

pela terra através do PCC, os outros 50%

outra para simular descarga indireta (8/20

é distribuídos por todas as estruturas

μs).

condutoras da instalação (condutores externos como tubulações metálicas de

• Dispositivos protetor Tipo 1 e tipo 2

de surto

-

água, gás, eletrodutos e leitos). Nota-se que parte desta corrente

O tipo 1 é utilizado na proteção de

é injetada no sistema de baixa tensão.

descargas atmosféricas, cujas formas de

Sendo

ondas possuem elevada energia (10/350).

deveriam estar equipados com DPSs

assim,

os

edifícios

vizinhos

É recomendado para lugares com grande

também. Em função da elevação de

probabilidade de receber uma descarga

tensão muito rápida (alguns μs), o DPS

atmosférica, geralmente, nas entradas

deve ter uma resposta igualmente rápida

de energia da instalação e próximo aos

e deve facilitar a condução da corrente

pontos de conexão do SPDA na malha de

com o objetivo de limitar o aumento da

aterramento.

diferença de potencial entre o terra e os

Já o tipo 2 é o protetor de surto

demais condutores (Reference source not

testado para proteger a instalação de

found.). O DPS responde em algumas

transientes de tensão com característica

dezenas de nanossegundos.

similar à curva de curta duração 8/20. Estes produtos foram projetados para dissipar

pequenas

quantidades

Proteção: concepção de projeto

de

energia; em função disso, devem ser

A

utilizados em locais onde não exista a

62305-4) é um documento que introduz

possibilidade de descarga direta.

a concepção de proteção por zona como

Protection

zone

concept

(IEC


70

Aula prática

O Setor Elétrico / Março de 2016

malha de aterramento com condutores

ou segregado do restante do painel por

dimensionados para escoar a corrente

uma chapa metálica.

total do surto. O campo eletromagnético não é atenuado nesta zona. LPZ0B

-

Zona

localizada

fora

da

Requisitos para o aterramento (IEC 61312-1, IEC 1024)

edificação e protegida pelo SPDA, os itens localizados nesta área não estão

sujeitos a descargas diretas. Entretando

para reduzir a diferença de potencial

podem sofrem com surtos de corrente

entre as partes metálicas e os sistemas

e

dentro de um ambiente que se deseja

o

campo

eletromagnético

não

é

O sistema de aterramento é necessário

atenuado. As partes condutoras externas

proteger contra descargas atmosféricas.

dos equipamentos conduzirão parte do

A

surto de corrente e sofrerão com corrente

na

induzidas.

utilizando cabos ou a própria malha de

equipotencialização inter­ conexão

dos

aterramento.

consiste

equipamentos

Mesmo

em

casos

uma ferramenta que auxilia a seleção do

• Zona

DPS apropriado. Esta concepção garante

LPZ 1 – Zona localizada dentro da

potencial de toda a instalação será

uma redução gradual dos estágios de

edificação onde os itens não estão

elevado

energia e das sobretensões causadas por

sujeitos às descargas diretas. Surtos

de potencial não ocorrerão dentro da

descargas atmosféricas ou chaveamentos

de corrente provenientes de descargas

instalação.

que ocorrem em um sistema desprotegido.

atmosféricas e/ou surtos provenientes do

Ele consiste em dividir a instalação em

chaveamento de cargas conduzidas por

Transição entre LPZ0A e LPZ1

diversos volumes: as zonas de proteções

meios condutores são reduzidos quando

No caso de entrada de energia por linha

(“the protection zones”). Cada zona de

comparados às zonas 0A e 0B. DPSs do

aéreas, a linha vem de uma LPZ0A e

proteção é caracterizada por um nível

tipo 1 devem ser instalados nas regiões

pode conduzir correntes provenientes

máximo de ruído eletromagnético, um

limítrofes entre LPZ0A e LPZ1 para

de descargas atmosféricas. Estas linhas

nível máximo de sobretensão e um nível

bloquear a entrada de surtos de corrente

devem ser conectadas ao barramento de

máximo de corrente de surto admissível.

conduzidos pela rede de alimentação de

aterramento principal através de DPSs

Estes níveis máximos são especificados

potência.

tipo 1 instalados no ponto de transição

de acordo com as características elétricas

LPZ2

dos dispositivos presentes nesta zona de

edificação onde os valores remanescentes

proteção.

do surto de corrente proveniente de

Transição

Esta

concepção

de

proteção

de descargas atmosféricas diretas, o

de proteção interna

Zona

localizada

dentro

da

uniformemente.

Diferenças

entre a LPZ0A e LPZ1. entre

LPZ0B

e

LPZ1

descarga atmosférica e/ou chaveamento

Não

por zona garante que os efeitos e o

de

quando

diretas na Zona 0B, pois elas estão

estresse causado pela descarga direta/

comparados a zona 1. DPSs do tipo

protegidas por um SPDA. O estresse que

indireta sejam reduzidos por degraus na

2 devem ser instalados nos cabos de

pode ocorrer na LPZ0B é, geralmente,

mudança entre as zonas de proteção.

potência nos pontos limítrofes entre

consequência

Para isto é necessária a instalação de

LPZ1 e LPZ2 a fim de dissipar os valores

causado pela corrente das descargas.

um DPS específico em cada transição de

remanescentes de surto de corrente e

Os surtos que ocorrem na zona 0B têm

zona. Ou seja, cada vez que é instalado

limitar o valor de sobretensão.

característica similar à onda 8/20 e, sendo

um DPS, há a criação de uma nova zona

LPZ3 – Zona de equipamentos muito

assim, o DPS tipo 2 é o mais indicado para

de proteção.

sensíveis onde surtos causados por ruído

a zona de transição entre LPZ0B e LPZ1.

harmônico,

A IEC 62305-4 define as características

cargas

são

reduzidos

acoplamento

ocorrem

descargas

do

atmosféricas

campo

magnético

magnético

das zonas de proteção (LPZs – “lightning

e surto gerado por chaveamento de

Transição

protection zones”) da seguinte forma:

carga são reduzidos quando comparado

Uma vez que a maior parte da energia

com a zona 2. Além da instalação de

inicial foi dissipada, os próximos DPSs

DPSs, malhas de proteção contra a

devem ser projetados para enfrentar os

LPZ0A - Zona localizada fora da edificação

interferência

magnético

efeitos remanescentes da zona 0A, 0B e

e desprotegida. Nesta área, os itens estão

externo deveriam ser instaladas. Toda

1. Para estes casos, DPS tipo 2 ou tipo

sujeitos a descarga atmosférica direta e

a

por

3 pede ver utilizado. O mesmo vale para

deve existir um para-raios conectado à

exemplo, dentro de um painel metálico

as transições sequentes LPZ 3, LPZ 4, etc.

• Zona

de proteção externa

LPZ3

do

poderia

campo ser

instalada,

entre

LPZ1

e

LPZ2


71

O Setor Elétrico / Março de 2016

Figura 2 – Proteção com DPS.

Proteção de equipamentos específicos

transição é necessária a instalação de um DPS. Ao passar da zona 0A ou 0B para a zona 1 é necessária a utilização de um

Assim como foi visto anteriormente,

DPS tipo 1 (OVR T1 25 255, Iimp 25 kA,

o DPS deve ser instalado na entrada da

Up 2,5 kV e tensão máxima de operação

instalação a fim de eliminar os surtos de

entre fase e neutro Un 255 V). Sempre que

corrente o mais cedo possível e minimizar

passar de uma zona 1 ou da zona 0B para

os efeitos no sistema. Por outro lado, um

uma zona 2 é necessária a utilização de um

DPS adicional próximo ao equipamento a

DPS tipo 2 (OVR T2 40 275, Imax 40 kA,

ser protegido é necessário quando:

Up 1,4 kV e Un 275 V). Caso exista uma

transição de uma zona 2 para uma zona 3, • A tensão Up do DPS à montante é

utiliza-se um DPS tipo 3 ou DPS tipo 2 + 3

muito alto e não garante proteção aos

(OVR 1N 10 275, Imax 10 kA, Up 0,9 kV e

equipamentos da máquina;

Un 275 V).

• A distância entre o DPS a montante e a

máquina a ser protegida é muito alta;

a tensão Up do DPS nunca exceda 80%

Tipicamente, se a distância for maior

do valor da sobretensão máxima que o

que 10 metros, um DPS adicional é

componente suporta.

recomendado, se a distância for maior

Existem ainda DPSs para aplicações

que 30 m a utilização de um novo DPS é

especiais como linha em 24 V, linhas

obrigatória.

de

• Existe geração de interferência interna

entre

da máquina (elementos chaveando dentro

pode-se utilizar o guia prático da ABB:

do sistema).

1TXH000309C0201_OVR Practical Guide,

Deve-se manter o cuidado para que

dados, outros.

instalações Para

mais

fotovoltaicas, informações,

disponível no site https://library.e.abb.com.

Conclusão *Sérgio Prestes é engenheiro de aplicação da

Na instalação feita por zonas, em cada

ABB.


72

Pesquisa - Tomadas e Interruptores

Mercado de tomadas e interruptores sente efeito da desaceleração econômica Fabricantes e distribuidores do setor estavam otimistas no ano passado, quando a norma que trouxe os requisitos gerais para os produtos do mercado foi revisada e publicada. Contudo, a situação econômica arrefeceu as vendas e deixou as previsões de crescimento mais sombrias

No começo de 2015, os fabricantes e distribuidores de tomadas e

de 7%, que, não obstante maior do que o crescimento do ano passado, é

interruptores industriais e prediais estavam bastante animados. Afinal, havia

bem inferior à elevação prevista para dois anos atrás.

acabado de ser publicada a norma ABNT NBR IEC 60309-1:2015, que trouxe

os requisitos gerais para este tipo de equipamento no Brasil. O documento

segmento também podem ser sentidos nos prognósticos referentes ao

atualizou as regras brasileiras que já estavam um tanto defasadas em relação

percentual médio de contratações e ao crescimento médio do mercado de

às normas internacionais. Para se ter uma ideia, a última revisão desta norma no

tomadas e interruptores em 2016. Conforme a pesquisa, os fabricantes e

Brasil datava de 2005 e fazia referência a uma norma IEC de 1999. Esta já havia

distribuidores que, em 2015, estimavam um aumento médio de 17% no

sido revisada, sendo publicada uma nova versão em 2012.

quadro de seus funcionários, esperam neste ano elevar em apenas 12%

A baixa do mercado e o consequente abatimento das empresas deste

O motivo da excitação do mercado com o novo texto normativo deveu-se

o número de seus empregados. Em relação ao crescimento médio do

ao fato de que assim se tornavam facilitadas as transações comerciais entre

mercado como um todo, a previsão é ainda mais pessimista. Em 2015, as

empresas brasileiras e estrangeiras, já que uma tomada industrial fabricada

empresas esperavam uma elevação média do mercado da ordem de 8%.

no país, em conformidade, estaria novamente apta a receber um plugue de

Em 2016, a expectativa é de que o acréscimo seja somente de 3,5%.

equipamento produzido no exterior, desde que este, obviamente, também

estivesse de acordo com as normas internacionais relacionadas ao tema.

2016, o item que mais se destaca é o mesmo da pesquisa feita no ano

No que diz respeito aos fatores que devem influenciar o mercado em

Passado um ano, parece que a animação dos fabricantes e distribuidores

passado: a desaceleração econômica. Segundo 35% dos fabricantes

da área enfraqueceu. Não tanto com a nova norma, mas com os negócios

e distribuidores que responderam ao levantamento, este é o quesito

realizados no país, que efetivamente confirmaram a tendência de queda

mais preocupante. Em segundo lugar, com 27% das indicações, vem o

prevista no último ano, conforme levantamento da revista O Setor Elétrico

desaquecimento do setor da construção civil, que impacta diretamente as

realizado com empresas do mercado de tomadas e interruptores. Em 2014,

vendas de tomadas e interruptores prediais, por exemplo.

os fabricantes e distribuidores do segmento almejavam crescimento médio

de suas empresas da ordem de 18%. Constataram, porém, uma elevação

e interruptores prediais, como principais segmentos de atuação e canais

de 12%, o que fez com a expectativa de acréscimo para 2015 fosse

de venda; a utilização de certificações ISO; tomadas, interruptores e outros

corrigida para baixo, também 12%. Frustrando novamente os prognósticos,

dispositivos mais comercializados; e percepção sobre o tamanho anual

registrou-se um crescimento ainda mais desastroso, de somente 3%.

total dos mercados de interruptores e tomadas. Confira o levantamento na

Esperando recuperar-se ainda neste ano, as empresas projetam elevação

íntegra a seguir:

A pesquisa conta com outros números relativos ao mercado de tomadas


73

O Setor Elétrico / Março de 2016

Números do mercado de tomadas e interruptores industriais e prediais

A indústria e o comércio são os principais segmentos de atuação dos fabricantes e distribuidores

do mercado de tomadas e interruptores. Conforme levantamento, 72% dos entrevistados afirmam ter estes setores como os mais importantes para a realização de negócios. Principais segmentos de atuação

65%

72%

Comercial

72%

Industrial

Residencial

Se, na pesquisa do ano passado, a maioria das empresas entrevistadas (79%) apontou os

distribuidores e atacadistas como principais canais de vendas de seus produtos, no levantamento deste ano, as revendas e os varejistas foram indicados como o canal mais importante. 80% dos fabricantes e distribuidores disseram isto. Principais canais de vendas

80% 67% 52% 37% 4%

Revendas / varejistas

Distribuidores / atacadistas

Venda direta ao cliente final

Telemarketing

Outros

A certificação ISO 9001, de gestão de qualidade, continua sendo a mais citada pelas

companhias que participam do levantamento. Se em 2015, 69% disseram contar com este tipo de certificado, em 2016 este número subiu para 72%. A ISO 14001, de gestão ambiental, permanece relegada a segundo plano. Na pesquisa do ano passado, apenas 21% afirmaram possuir tal certificação. No levantamento deste ano, este número subiu para apenas 22%. Certificações ISO

14001 (ambiental)

22%

9001 (qualidade)

72%


74

Pesquisa - Tomadas e Interruptores

O Setor Elétrico / Março de 2016

Interruptores para uso residencial e análogo – uso interno

Já as tomadas e outros dispositivos mais comercializados são

(65%), variadores de luminosidade – dimmer (59%) e sensores de

nesta ordem: caixas para interruptores e tomadas (59%), tomadas para

presença (59%), foram citados como os itens mais vendidos segundo

sinal em geral (59%), tomadas para uso residencial e análogo (NBR

os fabricantes e distribuidores pesquisados. Pulsadores para uso

14136 – uso interno (57%) e tomadas para telefonia (57%). As menos

hospitalar (28%) é o item menos procurado.

vendidas são tomadas para uso residencial com dispositivo antichoque

Interruptores e outros dispositivos mais comercializados

(30%) e tomadas para áreas classificadas (30%). Tomadas e outros dispositivos mais comercializados

Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno

65% 59%

Variadores de luminosidade (dimmer)

59%

Sensores de presença

52% 50% 43%

Tomadas para sinal em geral (dados, internet, etc.) Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno

59% 57%

Minuterias

57%

Pulsadores para uso geral

54% 43%

Interruptores para uso industrial

37%

Tomadas para telefonia Placas para interruptores e tomadas

Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)

Tomadas para uso industrial (NBR IEC 60309-1)

37%

Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)

30%

37%

Controles para ventilador

30%

Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo) Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)

30%

Tomadas para áreas classificadas

28%

59%

Temporizadores

39%

Caixas para interruptores e tomadas

Pulsadores para uso hospitalar

Fabricantes e distribuidores dos mercados de interruptores para uso

17% 22% 17%

e análogo (NBR 14136) -

29% 33% 9% 14% 10% 5%

-

35% 11% 4% 19% 19% 8%

4%

uso externo (IP 44 mínimo)

Interruptores para uso industrial 32% 20%

8%

3%

9%

29% 26% 5%

9%

3%

9% 12%

55% 23% 5%

8% 27% 11% 3%

-

9%

classificadas Sensores de presença

9% 13% 13% 9%

Tomadas para uso residencial

19% 38% 5% 10% 10% 26% 6%

uso externo (IP 44 mínimo)

Minuterias

análogo (NBR 14136) uso interno

Interruptores para uso

Interruptores para áreas

Acima de R$ 500 milhões

Tomadas para uso residencial e

13% 22% 4% 12% 10% 10% 19%

uso interno residencial e análogo -

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Acima de R$ 500 milhões

Interruptores para uso

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de tomadas De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de interruptores

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

200 milhões e R$ 500 milhões.

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

maioria das empresas declarou faturar entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões.

residencial e análogo -

O mercado de tomadas com maior faturamento é o de tomadas

Até R$ 10 milhões

das empresas que compõe este mercado, o faturamento gira entre R$

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

para uso residencial e análogo – uso interno. De acordo com a maioria

mais rico é o de interruptores para uso residencial e análogo – uso interno, cuja

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

em sua maioria, faturar até R$ 10 milhões. Segundo o levantamento, o mercado

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

Até R$ 10 milhões

industrial e áreas classificadas, minuterias e sensores de presença afirmaram,

Tomadas para uso industrial (NBR IEC 60309-1)

Tomadas para áreas classificadas 37% 21%

32% 23% 10% 11% 14% 11%

-

Caixas para interruptores e tomadas

21% 17% 4%

-

25% 25% 8% 21% 17% 4%

-

-


75

O Setor Elétrico / Março de 2016

A maioria dos fabricantes e distribuidores de tomadas e interruptores (61%) afirmou que o

faturamento bruto total do mercado é de até R$ 10 milhões. Faturamento anual médio das empresas fabricantes e distribuidoras de tomadas e interruptores

3% 9%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Acima de ' R$ 200 milhões

29%

Até R$ 3 milhões

9%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 9%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 32%

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões

9%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

Não obstante o pífio crescimento apresentando no ano passado, 3%, as empresas do

mercado de tomadas e interruptores industriais e residenciais mantêm um fio de esperança em dias melhores. Tanto que para 2016 almejam crescer 7%. Previsões de crescimento

12% 7%

Previsão de crescimento médio para as empresas em 2016

Previsão de crescimento médio para o mercado de tomadas e interruptores em 2016

4% 3%

Acréscimo ao quadro de funcionários das empresas em 2016

Crescimento médio das empresas em 2015 comparado ao ano anterior

O fator que mais impactará a falta de crescimento do mercado de tomadas e interruptores

no ano de 2016 é, segundo as empresas pesquisadas, a desaceleração da economia brasileira. Já o quesito que menos terá influência é o aquecimento da construção civil. Fatores que devem influenciar o mercado de tomadas e interruptores

3%

Setor da construção civil aquecido

4%

Programas de incentivo do governo 7% 35%

Desaceleração da economia brasileira

Projetos de infraestrutura 8%

Crise internacional

16% 27%

Setor da construção civil desaquecido

Falta de normalização e/ou legislação


Pesquisa - Tomadas e Interruptores

O Setor Elétrico / Março de 2016

X

X

X

SC

ALPHA

(11) 3933-7540

www.alpha-ex.com.br

São Paulo

SP

X

X

ALUMBRA

(11) 4393-9300

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

APOIO

(11) 3386-7402

www.apoio.ind.br

São Paulo

SP

X

B-LUX

(11) 2621-4811

www.blux.ind.br

São Paulo

SP

X

COMSYSTEL

(11) 4158-8440

www.comsystel.com.br

Vargem Grande Paulista

SP

X

X

CONEX

(11) 2334-9393

www.conex.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

DNI - KEY WEST

(11) 3933-2120

www.dni.com.br

São Paulo

SP

X

DUTOPLAST

(11) 2524-9055

www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

X

X

EATON CROUSE HINDS BLINDA

(15) 3353-7070

www.blinda.com.br

Votorantim

SP

X

X

ENERBRAS

(41) 2111-3000

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

X

X

X

ENGEDUTO

(21) 3325-0406

www.engeduto.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

X

EXATRON

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

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X

X

X

X

EXATRONIC

(11) 3738-3100

www.exatronic.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

FAME

(11) 3478-5600

www.fame.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

X

X

X

X

FLEX AUTOMATION

(11) 2389-2777

www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

X

FORTLIGHT

(11) 2087-6000

www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

X

FOXLUX

(41) 3302-8100

www.grupofoxlux.com.br

Pinhais

PR

X

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

ILUMI

(19) 3572-2299

www.ilumi.com.br

Leme

KACON

(11) 3361-2696

www.kacon.com.br

LEGRAND

0800 11 8008

MAGNANI

X X

X

X

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X X

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X X

X

X

X

SP

X

X

X

São Paulo

SP

X

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

MAKAP

(41) 3029-4111

www.limpoeletronica.com.br

Almirante Tamandaré

PR

MAR-GIRIUS

0800 707 3262

www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

X

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X

X

X

X X

X X

X

X

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

Criciúma

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

X

www.agpr5.com.br

Importa produtos acabados

X

(48) 3462-3900

Programas na área de responsabilidade social

X

X

AGPR5

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

X

Cidade São Paulo

14001 (ambiental)

X

X

X

Site www.abb.com.br

9001 (qualidade)

X

X

X

Telefone 0800 012 2500

Outros

Telemarketing

X

Revendas / varejistas

X

Distribuidores / atacadistas

X

Residencial

X

Comercial

X

X

ABB

X

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Venda direta ao cliente final

Principal Segmento de atuação

Industrial

Estado X SP

Distribuidora

Empresa

Fabricante

A empresa é

Exporta produtos acabados

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X

X

X

X

X

X

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X X

X

X

X

X

X

X

X

X

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X

X

X

X

X

X

X


77

O Setor Elétrico / Março de 2016

www.parcus.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

PEESA

(11) 3313-4455

www.peesa.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

POLAR

(22) 2015-7777

www.polarmacae.com.br

Macaé

RJ

X

X

PROAUTO

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

X

X

RADIAL

(11) 3576-0299

www.radial.com.br

São Paulo

SP

X

X

ROVIMATIC LED

(11) 3814-1143

www.rovimatic.com.br

São Paulo

SP

X

SCHNEIDER ELECTRIC

0800 728 9110

www.schneider-electric.com.br/pt/ São Paulo

SP

X

SENUN

(11) 4390-0000

www.gruposenun.com.br

São Bernardo do Campo

SP

SIEMENS IRIEL

(51) 3478-9000

www.iriel.com.br

Canoas

SIMON BRASIL

(11) 3437-8100

www.simonbrasil.com.br

SOB SCHURTER

(11) 5090-0030

SOPRANO

X

X

X

X

X

X

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X X

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RS

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X

X

X

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

X

www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

X

X

(54) 2109-6363

www.soprano.com.br

Farroupilha

RS

X

X

STECK

(11) 2248-7000

www.steck.com.br

São Paulo

SP

X

X

STRAHL

(11) 2818-3838

www.strahl.com

São Paulo

SP

X

X

SWITERM

(11) 2068-2217

www.switerm.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

WEG

(47) 3276-4000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

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X

X

X

X

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X

X

X

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X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

Oferece treinamento técnico para os clientes

(11) 3796-9343

X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

PARCUS DESIGN

X

Importa produtos acabados

X

Exporta produtos acabados

SP

Programas na área de responsabilidade social

São Paulo

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

www.multiwayrod.com.br

14001 (ambiental)

(11) 3437-5600

9001 (qualidade)

MULTIWAY

Outros

Cidade São Paulo

Telemarketing

Site www.microkeylimit.com.br

Venda direta ao cliente final

X

Telefone (11) 5514-6314

Revendas / varejistas

X

X

MICRO-KEY

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

X

Residencial

Comercial

Principal Segmento de atuação

Industrial

Estado SP X

Distribuidora

Empresa

Fabricante

A empresa é

X

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Pesquisa - Tomadas e Interruptores

O Setor Elétrico / Março de 2016

B-LUX

(11) 2621-4811 www.blux.ind.br

São Paulo

SP

COMSYSTEL

(11) 4158-8440 www.comsystel.com.br

Vargem Grande Paulista

SP

CONEX

(11) 2334-9393 www.conex.ind.br

São Bernardo do Campo

SP

D´LIGHT

(11) 2937-4650 www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

DNI - KEY WEST

(11) 3933-2120 www.dni.com.br

São Paulo

SP

X

DUTOPLAST

(11) 2524-9055 www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

Votorantim

SP

EATON CROUSE HINDS BLINDA (15) 3353-7070 www.blinda.com.br

X

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X X X X X

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X

X X X X X X X

X

X X

X X

X X X X X X X X

ENERBRAS

(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

ENGEDUTO

(21) 3325-0406 www.engeduto.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

EXATRON

0800 541 3310 www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

EXATRONIC

(11) 3738-3100 www.exatronic.com.br

São Paulo

SP

X

X

FAME

(11) 3478-5600 www.fame.com.br

São Paulo

SP

X

X

FINDER

(11) 4223-1550 www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

FLEX AUTOMATION

(11) 2389-2777 www.flexautomation.com.br São Paulo

FORTLIGHT

(11) 2087-6000 www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

FOXLUX

(41) 3302-8100 www.grupofoxlux.com.br

Pinhais

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437 www.hager.com.br

ILUMI

(19) 3572-2299 www.ilumi.com.br

KACON

(11) 3361-2696 www.kacon.com.br

LEGRAND

0800 11 8008

MAGNANI

(54) 4009-5255 www.magnani.com.br

MAKAP

(41) 3029-4111 www.limpoeletronica.com.br Almirante Tamandaré

PR

MAR-GIRIUS

0800 707 3262 www.margirius.com.br

SP

www.legrand.com.br

X

X

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X

X

PR

X

X

Rio de Janeiro

RJ

X

X

Leme

SP

X

X

São Paulo

SP

São Paulo

SP

X

X

X

X

X X X X X X X

X

X

X

X

X X X X X X

Caxias do Sul

RS

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X

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Porto Ferreira

SP

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X X X X X X X X X X X X X X

X

X

Outros produtos

SP

Placas para interruptores e tomadas

São Paulo

Caixas para interruptores e tomadas

(11) 3386-7402 www.apoio.ind.br

X

X X X X

X

X X X X X X X

X

Para sinal em geral (dados, internet, etc.)

APOIO

X

X X

Para telefonia

X X

X

Para uso industrial (NBR IEC 60309-1)

X

X

X X X X X

Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)

X

SP

X

X

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)

SP

São Bernardo do Campo

X X X X X X X

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)

São Paulo

(11) 4393-9300 www.alumbra.com.br

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno

(11) 3933-7540 www.alpha-ex.com.br

ALUMBRA

Outros produtos

ALPHA

X

Tomadas

Temporizadores

X X

Sensores de presença

X

Controles para ventilador

X

Variadores de luminosidade (dimmer)

SC

Minuterias

Criciúma

Pulsadores para uso hospitalar

X

(48) 3462-3900 www.agpr5.com.br

Pulsadores para uso geral

Interruptores para uso industrial

X

AGPR5

Estado X SP

Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis)

Cidade São Paulo

Empresa

Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno

ABB

Telefone Site 0800 012 2500 www.abb.com.br

Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)

Interruptores para áreas classificadas

Interruptores e outros dispositivos de comando e controle

Para áreas classificadas

78

X X X X X X

X X

X

X

X

X X

X

X


79

O Setor Elétrico / Março de 2016

SP

ROVIMATIC LED

(11) 3814-1143 www.rovimatic.com.br

São Paulo

SP

SCHNEIDER ELECTRIC

0800 728 9110 www.schneider-electric.com.br/pt/ São Paulo

SP

SENUN

(11) 4390-0000 www.gruposenun.com.br

São Bernardo do Campo

SP

SIEMENS IRIEL

(51) 3478-9000 www.iriel.com.br

Canoas

RS

X

SIMON BRASIL

(11) 3437-8100 www.simonbrasil.com.br

São Paulo

SP

X

SOB SCHURTER

(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

SOPRANO

(54) 2109-6363 www.soprano.com.br

Farroupilha

RS

STECK

(11) 2248-7000 www.steck.com.br

São Paulo

SP

STRAHL

(11) 2818-3838 www.strahl.com

São Paulo

SP

SWITERM

(11) 2068-2217 www.switerm.com.br

São Paulo

SP

X

WEG

(47) 3276-4000 www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

X

X X X

X

X

X X

X

X

X X

X X

X

X

X X

X

X

X

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X

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X

X

X X X

X X

X X

X

X

X X X

X X X X X X X X

X X X X X

X

X X

Outros produtos

São Paulo

Placas para interruptores e tomadas

(11) 3576-0299 www.radial.com.br

X X

X X

Caixas para interruptores e tomadas

RADIAL

X

X X X X X X X

X

Para sinal em geral (dados, internet, etc.)

X

SP

X

Para telefonia

RJ

Sorocaba

X

Para áreas classificadas

Macaé

(15) 3031-7400 www.proautomacao.com.br

X

Para uso industrial (NBR IEC 60309-1)

(22) 2015-7777 www.polarmacae.com.br

PROAUTO

Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)

POLAR

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)

X

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)

X

SP

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno

SP

São Paulo

X

Outros produtos

São Paulo

(11) 3313-4455 www.peesa.com.br

Tomadas

Temporizadores

(11) 3796-9343 www.parcus.com.br

PEESA

Sensores de presença

PARCUS DESIGN

Controles para ventilador

X

Variadores de luminosidade (dimmer)

X

Minuterias

SP

Pulsadores para uso hospitalar

São Paulo

Pulsadores para uso geral

(11) 3437-5600 www.multiwayrod.com.br

Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis)

MULTIWAY

Interruptores para áreas classificadas

Estado SP

Empresa

Interruptores para uso industrial

Cidade São Paulo

Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)

MICRO-KEY

Telefone Site (11) 5514-6314 www.microkeylimit.com.br

Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno

Interruptores e outros dispositivos de comando e controle

X X

X

X X X X X

X


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Março de 2016

Por Hélio Eiji Sueta*

A análise de risco conforme a parte 2 da ABNT NBR 5419 ajuda a avaliar o custo da eficiência da proteção

A parte 2 da ABNT NBR 5419/2015,

a cabo, etc.). Com estes valores, sempre

gerenciamento de risco, grande novidade

na mesma moeda, é possível calcular as

da revisão da norma de proteção contra

componentes de risco que compõem

descargas atmosféricas, analisa também o

o risco de perda econômica para cada

custo-benefício para as perdas econômicas

zona. Este risco multiplicado pelo valor

devido aos raios em uma estrutura.

total da estrutura (soma de todos os

valores individualizados) fornece o custo

O objetivo da análise de risco realizada

por esta parte da norma é calcular os riscos

da perda em uma zona (CLZ).

de perda de vida humana (R1) para todos

os tipos de estruturas; de perda de serviço

estrutura é calculado pela soma dos custos

ao público (R2) para as estruturas em que

das perdas de todas as zonas consideradas

a falta de serviços, por exemplo, energia

que é igual ao risco relacionado à perda

elétrica, comunicação, tevê, água ou gás

de valor, sem as medidas de proteção

acarretará danos ao público; de perda de

vezes o valor total da estrutura. Em outras

patrimônio cultural (R3) para estruturas

palavras, o custo total de perdas equivale

históricas com patrimônio insubstituível

ao montante que se coloca em risco por

e também os riscos de perdas de valor

ano se não forem aplicadas as medidas de

econômico; (R4) para as estruturas onde

proteção.

se tem os valores como o total (animais

Considerando

valiosos,

O custo total de perdas (CL) de uma

que

os

riscos

os

importantes para a estrutura sob estudo

valores dos sistemas internos incluindo

ficaram acima do tolerável, uma nova

suas atividades) e também estes valores

análise de risco deve ser realizada com o

individualizados, em espécie.

objetivo de obter as medidas de proteção

edificação,

conteúdo

e

Esta avaliação pode ser feita com

para que os riscos fiquem dentro do

a estrutura dividida por zonas. Neste

tolerável. Daí é possível obter o custo de

caso,

valores

perdas residuais para cada zona (CRLZ) e,

individualizados para cada zona, ou

consequentemente, para a estrutura como

seja,

é o

necessário valor

dos

ter

os

valiosos

um todo (CRL). Este custo deve diminuir

para as zonas onde eles estiverem, o

animais

bastante em relação ao anterior, pois, com

valor da construção referente a cada

as medidas de proteção, o risco diminui.

zona, o valor do conteúdo da zona

Neste ponto, devemos calcular o

(móveis, equipamentos, etc.) e o valor

custo das medidas de proteção (CP),

dos sistemas internos, incluindo suas

por

atividades na zona (instalação elétrica,

implementação de um SPDA conforme

de rede, de telefonia, de água, de tevê

o nível de proteção obtido na análise

exemplo,

quanto

vai

custar

a


81

O Setor Elétrico / Março de 2016

Figura 1a) Tela do TUPAN 2015 sem medidas de proteção e 1b) com medidas de proteção.

de risco somados às outras medidas de

proteção, tais como a instalação de um

a seguinte: do valor total da estrutura,

A análise econômica deste caso é

sistema de DPS coordenado. O custo

o montante que se coloca em risco

anual (CPM) das medidas de proteção é

anualmente é de R$ 56.934,00 em

calculado pelo custo CP vezes a soma da

relação aos danos causados pelos raios.

taxa de juros (i) com a taxa de amortização

Se forem instaladas as medidas de

(a) e com a taxa de manutenção (m).

proteção indicadas pela análise de risco,

O valor econômico anual (SM) em

neste caso, a instalação de um SPDA com

espécie é calculado pela diferença do

nível de proteção I, a instalação de um

custo total de perdas (CL) e a soma do

sistema coordenado de DPS para a linha

custo anual das medidas de proteção (CPM)

elétrica e para a linha de sinais com nível

com o custo total de perda residual em

de proteção I nas zonas 2, 3 e 4, instalar

uma estrutura (CRL).

um sistema automático de proteção contra incêndio na zona 2 e instalar nas zonas 3 e 4 uma blindagem espacial tipo

SM = CL – (CPM + CRL)

malha de 0,5 x 0,5 metros, o montante

Se o valor econômico anual for maior

que se coloca em risco anualmente cai

que zero, a proteção é justificada.

para R$ 213,00.

Na versão atual do TUPAN 2015

Dessa forma, se o custo para a

(versão 1.5), esta análise econômica

instalação destas medidas de proteção

pode ser feita, porém, não totalmente

multiplicado pela soma da taxa de juros

automatizada (estamos preparando uma

mais a taxa de amortização mais a taxa de

versão 2.0 em que isto será possível).

manutenção for inferior à diferença entre

No exemplo a seguir, baseado no

o custo anual das perdas (no exemplo:

exemplo

um

R$ 56.934,00) e o custo anual de perda

hospital, podemos observar que o custo

residual (no exemplo R$ 213,00), ou seja,

anual das perdas (C L) sem as medidas

R$ 56.721,00, a proteção está justificada

de proteção pode ser obtida no campo

economicamente.

ressaltado em azul, sendo neste caso, R$

56.934,00 (ver Figura 1a). O custo anual

estudadas outras opções de medidas de

de perda residual (C RL), após as medidas

proteção e comparar economicamente

de proteção, pode ser obtido na Figura

qual é mais viável.

E.4

da

norma

para

Esta análise permite também que sejam

1b) no campo ressaltado em vermelho, sendo, no caso, R$ 213,00. O valor total

*Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia

da estrutura é de R$90.000.000,00.

Elétrica e secretário da CE-003.064-10.


82

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Março de 2016

Por Eduardo Daniel*

Instalações elétricas com arranjos fotovoltaicos

Um novo assunto que está sendo

arranjo fotovoltaico. O escopo desta norma

também, dependentes da conformidade

desenvolvido por um Grupo de Trabalho

inclui todas as partes do arranjo fotovoltaico

com a ABNT NBR 5410. Esta norma possui

específico da CE 03:064.001 diz respeito à

até, mas não incluindo, os dispositivos de

a mesma estrutura da ABNT NBR 5410,

norma complementar da ABNT NBR 5410

armazenamento de energia, as unidades de

permitindo uma leitura em paralelo. Dessa

(pelo menos até esta fase de trabalho), que

condicionamento de potência ou as cargas.

forma, esta norma completa, reafirma

trata de detalhes das instalações elétricas

Uma exceção é a de que disposições

ou

fotovoltaicas. Este tema foi colocado como

relativas às unidades de condicionamento

na ABNT NBR 5410, considerando as

uma demanda legítima de normalização,

de potência são abordadas apenas onde

particularidades dos arranjos fotovoltaicos.

baseado

substitui

os

requisitos

presentes

internacionais

a segurança das instalações em corrente

Arranjos fotovoltaicos menores que

existentes ou em desenvolvimento e que

contínua está envolvida. A interligação de

100 Wp ou com tensão de circuito aberto

devem preencher uma lacuna importante

pequenas unidades de condicionamento

menor que 35 Vcc ou maior que 1.500 Vcc

das instalações mais modernas do Brasil.

de

estão fora do escopo desta norma.

A perspectiva do aumento significativo das

para conexão a um ou dois módulos

instalações fotovoltaicas, principalmente,

fotovoltaicos também está incluída no

Nota 1: Esta norma trata dos requisitos

interligadas aos sistemas convencionais, já

escopo desta norma. O objetivo do novo

de proteção de arranjos fotovoltaicos que

mostrou que se algo não for feito de mais

documento é especificar os requisitos de

surgem como resultado do uso de baterias

concreto na normalização, muitos desvios

segurança que surgem das características

em sistemas fotovoltaicos.

críticos poderão ser criados desde a fase

particulares dos sistemas fotovoltaicos.

de projeto até a construção da instalação

Sistemas em corrente contínua e arranjos

Para

e sua verificação final. Assim, estamos

fotovoltaicos em particular trazem riscos,

aplicam-se

reproduzindo a seguir os conceitos mais

além daqueles originados de sistemas

definições,

importantes do projeto de norma em

de potência convencionais em corrente

apresentados na ABNT NBR 5410:

desenvolvimento e que devem ser do

alternada, incluindo a capacidade de

conhecimento das pessoas que não têm a

produzir e sustentar arcos elétricos com

Arranjo fotovoltaico

oportunidade de acompanhar os trabalhos

correntes que não são maiores do que as

Conjunto de módulos fotovoltaicos

deste importante Grupo. A começar pelos

correntes de operação normais.

ou

seus objetivos.

Em sistemas fotovoltaicos conec­tados à

e

Esta norma define os requisitos de

rede, os requisitos de segurança descritos

a

projeto das instalações elétricas de arranjos

nesta norma são, contudo, criticamente

fotovoltaico

fotovoltaicos, incluindo disposições sobre

dependentes dos inversores associados

aparato de rastreamento, controle térmico

o cabeamento em corrente contínua,

com o arranjo fotovoltaico, os quais devem

e outros elementos similares

os

dispositivos

estar em conformidade com os requisitos

os

dispositivos

nas

normas

de de

proteção

elétrica,

chaveamento,

o

aterramento e a equipotencialização do

potência

em

corrente

contínua

efeitos os

deste

documento,

seguintes

termos

adicionalmente

subarranjos

e

àqueles

fotovoltaicos

mecânica

eletricamente

integrados,

incluindo

estrutura

de

suporte.

não

inclui

Um

sua

arranjo

fundação,

da IEC 62109-1 e da IEC 62109-2.

Nota 1: Para os fins desta norma, um

arranjo fotovoltaico compreende todos os

Os requisitos de instalação são,


83

O Setor Elétrico / Março de 2016

condutores de aterramento funcional.

em corrente contínua da UCP, das baterias

Barramento de equipotencialização principal

ou das cargas.

Barramento destinado a servir de via de

Na próxima edição trataremos da

interligação de todos os elementos passíveis

continuidade destes conceitos principais e

Nota 2: Um arranjo fotovoltaico pode

de serem incluidos na equipotencialização

que complementarão a ABNT NBR 5410.

ser constituído por um único módulo

principal [Fonte: ABNT NBR 5410].

componentes até os terminais de entrada

fotovoltaico, uma única série fotovoltaica,

*Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria e

ou várias séries ou subarranjos fotovoltaicos

NOTA: Terminal ou barramento onde

Engenharia Consultiva, superintendente da Certiel

conectados em paralelo, e os demais

é feita a conexão do condutor principal

Brasil e coordenador da Comissão de Estudos

componentes elétricos associados. Para os

de

03:064-001 do CB-3/ ABNT, que revisa a norma de

fins desta norma, a fronteira de um arranjo

equipotencialização e, caso existam, dos

aterramento,

dos

condutores

de

instalações de baixa tensão ABNT NBR 5410.

fotovoltaico é o lado de saída do dispositivo de seccionamento do arranjo fotovoltaico.

Arranjo fotovoltaico com aterramento funcional Arranjo condutor

fotovoltaico

que

intencionalmente

tem

um

conectado

à terra com o objetivo de garantir o correto funcionamento do sistema, ou seja, por propósitos não relacionados à segurança, por meios que não estejam em conformidade com os requisitos para equipotencialização de proteção. Nota 1: Tal sistema não é considerado um arranjo fotovoltaico aterrado. Nota 2: Exemplos de aterramento funcional de arranjos fotovoltaicos incluem ligação à terra de um condutor através de uma impedância, ou aterrar temporariamente o arranjo por razões funcionais ou de desempenho. Nota 3: Em um inversor destinado a um arranjo

fotovoltaico

sem

aterramento

funcional e que utilize uma rede de medição resistiva para medir a impedância do arranjo fotovoltaico em relação à terra, essa rede de medição não é considerada uma forma de aterramento funcional.

Aterramento para proteção

Ligação à terra de um ponto de um

equipamento ou de um sistema por razões relacionadas à segurança.

Baixa tensão

Tensão não superior a 1.000 Vca ou

1.500 Vcc.

Flir Systems 1/2


84

Energia sustentável

O Setor Elétrico / Março de 2016

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

São as águas de março fechando o verão Passando pelo equinócio de outono em 20

história, e que tiveram de ir ao extremo sul para

o consumo aumentou nos últimos meses,

de março, quando o dia e a noite têm igual

encontrar cenários com neve para a filmagem.

estamos longe da normalidade, e há ainda muito a fazer. E agora entramos no período

duração, passamos por momentos “quentes” na sustentabilidade e na sociedade que tenho

2) Derretimento

seco.

de relatar e desabafar:

Vários dados evidenciam a mudança

Neste mês de março, finalmente, foi

climática pela qual passa o planeta. Cito o

anunciado o PIB de 2015: um tombaço de

1) Fogo

do Centro Nacional de Dados sobre Neve e

3,8%!

O maior desde o governo Collor.

O último mês de fevereiro foi o mais

Gelo dos Estados Unidos, segundo o qual, em

O 30º colocado dentre os 32 países que já

quente já registrado (desde 1880), segundo a

fevereiro passado, o gelo marinho no Ártico se

anunciaram o resultado de 2015. O PIB per

NASA. Esse foi o quinto mês seguido em que

estendia por 14,22 milhões de km², o menor

capita teve queda ainda maior (4,6%). A

a temperatura da superfície terrestre superou

valor já registrado para o mês.

indústria perdeu 6,2% (dentro dela, a indústria

a média do século 20 em mais de um grau.

Enquanto isto, no Congresso Nacional, a

de transformação foi ainda pior, desabando

O ano de 2015 já havia sido o mais quente

base governista está derretendo. O barco está

9,7%). E a previsão para 2016 é de queda

desde 1880, com uma temperatura 0,90 ºC

afundando e diariamente são vistas disputas

similar, que seria a maior da história do Brasil

acima desta média. O recorde anterior era

pelos botes salva-vidas, personagens se

em dois anos seguidos, resultado das quedas

de 2014 (0,74ºC) e, agora, 2016 caminha a

atirando ao mar, muitos avaliando o momento

do consumo das famílias e dos investimentos,

passos largos para superar a marca do ano

certo para “se dar bem” ou para que lado

cenário político e Lava-jato, alta de inflação e

passado.

ir. Notadamente, o maior partido brasileiro,

juros, baixa nos preços de commodities. No

No plano político, vivemos um mês de março

que um dia foi a herança do movimento

setor elétrico, diversos ativos estão à venda e

flamejante, com uma sucessão espantosa

democrático, hoje mais próximo de uma

as perspectivas são sombrias para este ano.

dos fatos e dados relativos à Operação Lava-

sanguessuga

jato, novas denúncias e delações premiadas,

próximas vítimas, assim como o Aedes Aegypt,

do verão e a crise econômica (fatores não

processo de “impeachment” do presidente

carregando em seu corpo o vírus da zika e

intencionais da gestão federal) ajudaram a

da república e a iminente decisão (processo

outras doenças.

conter a crise de energia e a sair da bandeira

vampira,

procurando

suas

A outra face da moeda: as chuvas maiores

tarifária vermelha. O consumo de energia

judicial x ministério) do eminente símbolo maior do partido governista. Manobras, conversas e

3) Seca e sombra

elétrica caiu 2,1% em 2015 (fonte: EPE). A

intenções ocultas de protagonistas dos últimos

No dia 22 deste mês excepcional

maior queda veio da indústria (5,3%), mas

14 anos do cenário político foram arrancadas

comemorou-se o dia mundial da água. E o

também houve recuo residencial (0,75%, o

das sombras da noite para exposição à ainda

El Niño acabou ajudando as autoridades

maior desde 2004). Quando computado o

abundante luz do dia. As vísceras do poder

públicas e a sociedade: as chuvas aumentaram

consumo médio por residência, a queda foi

estão expostas, sangrando. As comparações

no verão! Alckmin decretou no início de

ainda maior (3%, a maior desde 2002). Mas

remetem a filmes sobre doenças terminais

março o fim da crise hídrica em São Paulo,

ainda a verificar os efeitos da estação seca e

e suspense policial, com representações

considerando o índice atingido de quase 60%

das “sombras” econômicas.

dramáticas dignas de um Oscar.

do Sistema Cantareira (quase 30% reais,

Sobre o Oscar, e voltando ao planeta,

descontando as duas cotas de volume morto

normal, mas este mês de março foi extremo.

vale mencionar o discurso do ganhador do

adicionadas recentemente) e quase 40%

Espero que as águas de março fechando o

prêmio de melhor ator, Leonardo DiCaprio,

do Sistema Alto Tietê. Apesar de a situação

verão sejam promessa de vida nos nossos

comentando sobre o ano mais quente da

estar mais confortável do que no ano passado,

corações!

Desculpem o tom da coluna acima do



86

Instalações MT

O Setor Elétrico / Março de 2016

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Redes inteligentes: quem é contra? Na coluna anterior, falamos sobre as

se você não faz nada você não erra! E o salário

“smartcities” e, dentre os comentários que

continua vindo normalmente.

recebi, me chamou a atenção aqueles que

Esperar

colocam a questão: quem é contra? Por que

distribuição invistam em novas tecnologias por

nada, ou quase nada, acontece?

puro altruísmo é sonhar demais.

Há vários pontos a serem colocados e que,

que

as

concessionárias

de

Tem que haver politicas públicas com regras

pelo menos parcialmente, explicam a morosidade

claras e permanentes para que investidores

do processo aqui no Brasil.

sejam motivados a correr os riscos inerentes ao

Primeiramente, no início de tudo, ainda

setor.

é muito forte a cultura de prover a demanda a

qualquer custo. Tem muita gente que gosta

quem aspira por mais tecnologia no sistema

mesmo é de fazer usinas, linhas e subestações

elétrico diz respeito aos riscos envolvidos. Risco

e suprir a necessidade de carga de umas três

tecnológico e risco de que, mesmo que as

horas de cada dia, apesar da ociosidade nas

coisas andem bem, não haja o retorno financeiro

demais horas.

esperado.

Tem gente que se arrepia só de ouvir as

O terceiro ponto que complica a vida de

Risco tecnológico sim, pois a gente sabe

palavras “smart grid”. E é gente que tem poder

que muita coisa que foi divulgada e até mesmo

e que acredita que está tudo bem, que já há

implantada simplesmente não funciona, foi

tecnologia suficiente e que nada mais precisa

puro engodo. Muitas empresas de tecnologia

ser feito, tanto na geração como na distribuição.

já chegaram ao mercado e, simplesmente,

E este pessoal defende que nosso sistema é o

desapareceram, deixando um rastro de prejuízo

melhor do mundo!

e de frustração. Dá até para fazer um seminário

Ocorre que vamos entrar em um período de

sobre o tema com apresentações que seriam

grande oferta de energia, o que complica mais

extremamente valiosas ao apontar os erros

ainda o setor, pois, há muito o que se pagar via

cometidos.

tarifas (já muito elevadas) e temos consumo em

declínio, o que indica que a modicidade tarifaria

pois, normalmente, se fazem projeções de

vai ficar meio para escanteio.

ganhos e de economias a serem obtidas com a

Os riscos comerciais são mais impactantes,

Quem observa a curva de carga do sistema

aplicação de tecnologia de um lado. E do outro,

elétrico nacional vê que há muito espaço para

há um cronograma e um aporte de recursos a

trabalhar a mudança de hábitos e tornar o perfil

ser remunerado (e por estas bandas, o custo de

de carga mais racional (quanto mais plano, mais

capital é bem elevado).

otimizado). Portanto, não é muito inteligente

trabalhar somente no lado do provimento de carga?

estabelecimento de uma parceria integral, na qual

Com uma política adequada de tarifas,

se remunera o fornecedor da tecnologia com

muito ainda pode ser feito, principalmente, no

parte dos ganhos de fato apurados. Será que

setor de baixa tensão, para, de fato, termos mais

temos no mercado quem confia na performance

qualidade, confiabilidade e menores custos.

do seu produto a ponto de correr este risco?

Em

segundo

lugar,

observam-se

a

Este terceiro ponto seria resolvido com o

Foi só um pequeno passeio por algumas

morosidade, falta de criatividade e de coragem

dificuldades, mas falaremos mais sobre outros

de promover mudanças. Aquela velha história:

obstáculos a serem vencidos.



88

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Março de 2016

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Raios, custos e conhecimento* Em muitos países, os fabricantes de

que desenvolveu uma solução que torna o SPDA

materiais para Sistemas de Proteção contra

30% mais barato". Precisaríamos refletir sobre

Descargas Atmosféricas (SPDA) contratam

se complexa é a norma ou o assunto do qual ele

consultores, apoiam eventos e vendem seus

trata e o que significa exatamente caro e barato.

produtos através de distribuidores. No Brasil,

as empresas de ponta deste setor enfrentam

do gerenciamento de risco e permite avaliar a

enormes dificuldades em competir neste

relação entre o custo e o retorno das medidas

mercado, sempre tentando inovar, mas com

adotadas na proteção contra as descargas

pouco sucesso. Aqui as grandes empresas

atmosféricas. A redução do custo dos sistemas

são muito procuradas para apoiar eventos e

de proteção é obtida pela contratação de um

quase sempre declinam. Países com PIB menor

bom projetista e não pela aquisição de produtos

como a Colômbia, Bolívia, Peru e Chile têm um

de baixa qualidade.

mercado de materiais para SPDA mais saudável

Segundo

do que o nosso, mas aqueles que acham que é

empresas de seguro da Alemanha, entre 2012

um lamento de fabricantes estrangeiros, peçam

e 2014 foram gastos 910 milhões de euros com

a opinião de fabricantes nacionais tradicionais,

prejuízos causados por descargas atmosféricas

que oferecem produtos de qualidade, sobre

naquele país (www.gdv.de, acessado em 13 de

a concorrência que todos enfrentam de

março de 2016). Os alemães sabem que este

fornecedores sem nenhum compromisso com a

valor seria muito maior se eles economizassem

qualidade. Se mudarmos o foco de fabricantes

recursos no aprimoramento das suas medidas

para prestadores de serviço, o quadro não será

de proteção contra descargas atmosféricas.

diferente, já que existe uma inter-relação entres

O prejuízo causado pelas descargas

os agentes de um setor.

atmosféricas

no

Brasil

é

Ao fazer um estudo sobre a oferta de

proporcional

ao

nosso

investimento

Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPSs)

qualificação de mão de obra especializada. Um

no Brasil consegui identificar mais de 50

grande esforço está sendo feito, como mostra

fornecedores de DPSs. Em nenhum outro país

o espaço disponibilizado por esta revista, os

do mundo existe este número. Aparentemente,

cursos e as palestras realizados por profissionais

seria um benefício para o consumidor pelo

efetivamente na revisão da ABNT NBR 5419 e

aumento da oferta, mas justamente o oposto

no interesse que este assunto tem despertado.

acontece, pois, a falta de requisitos mínimos de

qualidade estabelecidos por mecanismos de

cadeia de valor da proteção contra descargas

certificações permite a livre oferta de produtos

atmosféricas,

destinados a proteger vidas humanas sem que

projetistas, distribuidores e instaladores. O

exista uma responsabilização pela eficácia do

amadurecimento desta cadeia é o caminho

que é fornecido, colocando as pessoas em risco

para reduzirmos os prejuízos causados pelas

e permitindo uma concorrência desleal.

descargas atmosféricas e a publicação da ABNT

NBR 5419:2015 foi fundamental para este

Este artigo surgiu após assistir a entrevista

do engenheiro de uma empresa especializada em SPDA. Na entrevista, ele afirmava que "as normas brasileiras são muito complexas e, por isso, eles se associaram a um fabricante europeu

A parte 2 da ABNT NBR 5419:2015 trata

dados

da

associação

das

inversamente na

Como em outros setores, também existe a formada

pelos

fabricantes,

objetivo. *Artigo gentilmente escrito pelo engenheiro eletricista Sergio Roberto Santos, membro da comissão de estudos CE 03:64.10, do CB-3 da ABNT.


Proteção, automação e controle

O Setor Elétrico / Março de 2016

89

Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. É diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br

Então, vamos comprar? Continuando nossa conversa sobre as

Apesar de contar com uma experiente

de automação e da topologia e distribuição dos

especificações e escolhas em um projeto

equipe de engenharia, que elaborou centenas

dispositivos.

de automação e proteção, vamos pensar na

de páginas de especificação do sistema

As características e os recursos que

seguinte história: o chefe entrega para um

de proteção e controle sobre a norma IEC

a norma IEC 61850 disponibiliza para

subordinado a missão de comprar um carro

61850, lia-se apenas “os dispositivos desse

a engenharia de automação permitem a

para uso de sua equipe. Diz para ele que deve

sistema de proteção e automação devem

padronização dos dados a serem utilizados

ser um carro simples e econômico, afinal, a

atender aos requisitos da norma IEC 61850,

nas especificações. Mas essa padronização só

crise não está fácil. Diz ainda que confia no

sendo conformes com a mesma”. Novamente,

reverterá em benefícios durante o ciclo de vida

julgamento dele e na sua capacidade de avaliar

não vamos demorar a perceber que alguma

do projeto se for utilizada de forma correta.

as melhores opções.

coisa não funcionou corretamente por causa

Caso o proprietário da instalação não

aos

da falta de uma especificação adequada. Ou

forneça esta especificação formal, essa tarefa

procedimentos e critérios de um rígido

pelo menos os custos foram aumentados para

é realizada pelo fornecedor ou integrador que

processo de compra e aquisição de ativos em

resolver os problemas criados.

proverá um projeto do sistema de automação

sua empresa, ele obtém as informações de

Seja qual a tecnologia escolhida, as

segundo suas soluções comerciais.

como a compra deve ser efetuada. E a primeira

equipes técnicas envolvidas nos processos de

etapa é especificar o que deve ser comprado.

especificação e checagem do recebimento (em

usuais para a elaboração da especificação.

Ele então envia a descrição para o setor de

fábrica ou em campo) devem ter o conhecimento

No primeiro, é especificado o sistema com a

compras:

adequado

e

descrição das funções, independentemente

“Um dispositivo de transporte com rodas,

ferramentas para trabalhar (softwares de

de equipamentos ou fornecedores. Após

controlado pelo condutor. O mesmo deverá

projeto, avaliação, etc.). Quando trabalhamos

essa etapa, são escolhidos os IEDs que

apresentar-se na cor azul e possuir manuais de

com uma tecnologia tão abrangente como é

suportam essas funções. Em seguida, realizada

operação e manutenção em português do Brasil”.

a aplicação da norma IEC 61850, devemos

a verificação dos critérios de segurança e

estar preparados. E esse preparo não admite

disponibilidade dos agrupamentos de funções,

carrinho de mão, ou uma carroça. E não vamos

ignorância.

observando as condições de projeto da

demorar muito para descobrir quem é que vai

arquitetura de comunicação, concatenando

puxar o tal dispositivo.

de automação é determinada pelas tarefas

custo e otimização técnica.

Por mais absurda que possa parecer essa

que esse sistema deve desempenhar e que

No

pequena história, ela pode descrever alguns

não serão alteradas pela utilização da norma

consideração os IEDs e os dispositivos

casos reais. Ao acompanhar um processo de

IEC 61850. Sendo a comunicação a base

disponíveis pelos fornecedores e modelos já

aquisição de um grande sistema de automação

do sistema de automação, a norma IEC

aplicados. Isto determina um número mínimo de

de subestações, que contava com a aquisição

61850 torna-se a peça mais importante na

IEDs necessários, além de sua funcionalidade

de novas instalações e diversos retrofits,

concepção e no projeto desses sistemas.

principal e capacidades. Se as funcionalidades

todos em sistemas de alta tensão, constatei a

Pode-se, então, escrever que o projeto de

não forem totalmente cobertas, mais IEDs

disposição da empresa proprietária em utilizar

um sistema de automação baseado na norma

serão adicionados. Finalmente, a arquitetura da

a melhor tecnologia disponível no mercado.

IEC 61850 é muito semelhante aos projetos

comunicação é determinada segundo critérios

Neste caso, o objetivo era que as estruturas

comuns atualmente executados. Entretanto,

de custo e otimização técnica. Foi constatada

de comunicação operassem em conformidade

ele depende de pré-requisitos representados

que essa alternativa é largamente utilizada.

com a norma IEC 61850.

pela cobertura e pela abrangência do sistema

Como

ele

precisa

obedecer

É claro que o nosso amigo irá comprar um

para

tal,

com

experiência

A funcionalidade básica de um sistema

A experiência mostra dois caminhos mais

segundo,

o

projeto

E então, como você compraria?

leva

em


90

NR 10

O Setor Elétrico / Março de 2016

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Das oportunidades – Parte 5 trabalhadores ou equipes, além das condições

Outro tópico que tem proporcionado

NR 10, que permitem aos técnicos exercer

climáticas (chuva e sol) e ambientais.

grande quantidade de oportunidade aos

atividades de consultoria, de assessoria, que

A leitura da NR 17 – Ergonomia, com especial

profissionais da área eletroeletrônica e

independem de um vínculo empregatício,

atenção à obrigação de garantir uma posição de

instrumentação é o item 10.6.1. que foi

vamos comentar os itens 10.4.5 e 10.6.1.

trabalho segura ao trabalhador com atividades em

incorporado pela NR 12.

instalações elétricas, de acordo com os serviços

Voltando às oportunidades criadas pela

O primeiro remete à NR 17:

desenvolvidos, que leva à análise ergonômica 10.4.5 Para atividades em instalações

10.6.1 As intervenções em instalações

prevista no item 17.1.2 da NR 17.

elétricas com tensão igual ou superior a

elétricas deve ser garantida ao trabalhador

50 volts em corrente alternada ou superior

iluminação adequada e uma posição de

a 120 volts em corrente contínua somente

trabalho segura, de acordo com a NR 17

podem ser realizadas por trabalhadores

- Ergonomia, de forma a permitir que ele

que atendam ao que estabelece o item

disponha dos membros superiores livres

10.8 desta norma.

para a realização das tarefas.

O uso de extra-baixa tensão, consideradas

É certo que a NR 10 está chamando o

as condições locais e características da

atendimento de outra NR, a 17, que trata de

corrente elétrica, garante a segurança das

ergonomia. E quando se fala em ergonomia, a

pessoas contra os efeitos do choque elétrico e,

primeira imagem que temos é de adequação

dessa forma, isenta os contratantes tomadores

de postos de trabalho frente a um computador.

de serviços elétricos, nessa situação, das

Ora, eletricista não faz isso, mas ergonomia

exigências estabelecidas no item 10.8 da norma.

também não é só isso!

Deverá ser garantida iluminação adequada

Entretanto, especial atenção deve ser dada aos

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego,

à atividade, pressupondo-se o atendimento

trabalhadores que atuam em circuitos de extra-

“ergonomia é a arte na qual são utilizados o saber

ao nível de iluminamento estabelecido na

baixa tensão, instalados em zonas controladas, e,

tecnocientífico e o saber dos trabalhadores

ABNT NBR ISO/CIE 8995-1 e, também,

portanto, próximas a outras instalações elétricas

sobre a sua própria situação de trabalho”.

desenvolvidos métodos e processos de

de baixa ou média tensão, como é o caso das

Aí está um campo extremamente vasto para

trabalho que permitam ao trabalhador dispor

instalações de telefonia; TV a cabo, existentes

quem conhece as demandas dos trabalhos com

livremente dos seus membros superiores

nas estruturas utilizadas para distribuição elétrica,

eletricidade, e não se trata apenas das posições

para a realização das tarefas.

com partes vivas aparentes, em que a proteção é

de trabalho face às tarefas, mas de vários outros

baseada na colocação fora de alcance.

fatores, como a pressão face à urgência para

a regularização de instalações, o trabalho em

utilização de reles e a implantação de bloqueios

equipe, a organização do trabalho, o envolvimento

elétricos e eletromecânicos, o emprego de

de uma grandeza de risco que é invisível (a

controladores lógicos programáveis e toda a

eletricidade), e, em conjunto, muitas vezes com

sorte de recursos que a eletricidade e a eletrônica

a altura, a atenção, as exigências relacionadas à

proporcionam, são, sem dúvida, dos mais amplos

visão e audição, a complexidade das tarefas e o

campos de atuação gerados pelas normas

sequenciamento associado às ações de outros

regulamentadoras aos técnicos de nossa área.

A adequação de sistemas de comando, a



92

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Março de 2016

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Afundamentos de origem externa e soluções com DVR – Parte 1

Já apresentamos em colunas anteriores

os aspectos da origem dos afundamentos; aqueles de origem interna que são causados pelas próprias cargas da instalação, conforme mostra a Figura 1, e os afundamentos causados por origem externa que ocorrem em função de causas do suprimento, no caso, a distribuidora ou os geradores (Figura 2). No caso dos afundamentos por razões internas, a adoção de técnicas conhecidas de mitigação do acionamento das cargas pode resolver a situação (acionamentos estáticos, compensação reativa adequada e outros). Já quando o distúrbio é originado pela fonte, Figura 1 – Afundamento causado por razões internas.

outras ações são necessárias. Os

afundamentos

de

tensão

(caso

específico das variações de tensão de curta duração - VTCDs), os “voltage sags” ou ainda os “voltage dips” são tratados pelas normas usuais (Prodist - Módulo 8; IEEE e IEC) como distúrbios ou variações bruscas na forma de onda de tensão a partir de decréscimo entre 0,1 e 0,9 pu do valor eficaz da tensão nominal, com duração entre 0,5 ciclo até a ordem de dezenas de ciclos, dependendo da norma. Os

afundamentos

de

tensão

são

considerados como aqueles distúrbios de qualidade de energia que mais causam

Figura 2 – Afundamento causado por razões externas.

problemas de operação nas indústrias, prédios

que aqui no Brasil estas distribuidoras não

estes afundamentos, o fenômeno é também

comerciais, centros de dados e outros, apesar

geram e nem transmitem a energia. Em outras

apontado como causa raiz de queima

de as distorções harmônicas aparecerem

palavras, se os afundamentos têm origem nos

de sistemas de controle e acionamento.

sempre como grandes “fantasmas”. Fato

circuitos, à montante das subestações das

Observa-se que, até que a tensão de

bastante discutido é a situação em que

distribuidoras, na transmissão, por exemplo, o

alimentação seja regularizada após o primeiro

mesmo que se caracterize que determinado

distúrbio será retransmitido aos consumidores

afundamento, distúrbios subsequentes são

evento de afundamento tenha origem no

e as distribuidoras nada terão o que fazer em

observados devido à própria interação entre

suprimento de energia, portanto, e em

termos de operação. Além do desligamento

fontes e cargas, com prejuízos à operação e à

princípio na distribuidora, há de se entender

intempestivo das cargas que não suportam

própria integridade de equipamentos.


93

O Setor Elétrico / Março de 2016

Aplicação dos DVR (Dynamic Voltage Restoration)

Os DVRs, sigla de “Dynamic Voltage

Restoration”, são equipamentos compostos por

elementos

estáticos

de

controle

e manobra, capacitores ou baterias e outros dispositivos, cujo propósito é o de manter a tensão de alimentação em partes da instalação que contemplem cargas importantes, quando ocorrem os afundamentos por razões externas. A Figura 3 apresenta o modelo de ligação dos DVRs entre a rede e a carga (em ligação tipo shunt).

Figura 3 – Esquema de ligação do DVR.

Ao contrário dos UPS, cujo principal

proposito é o de manter o fornecimento de energia à carga em situações de interrupção, os DVR operam no restabelecimento da tensão residual à níveis aceitáveis e durante períodos pré-estabelecidos. Isto é, o DVR irá operar, por exemplo, em limite de tensões entre 30% pu e 85% pu em períodos de até 500 milissegundos ou especificações de mesma ordem de grandeza. Quanto maior for o tempo de sustentação da carga ou o intervalo de range das tensões máximas e mínimas, maior será a fonte de energia e, portanto, maior o custo do equipamento. A Figura 4 ilustra as características do afundamento e o range (intervalo) de tensão aceitável.

Figura 4 – Esquema de operação do DVR.


94

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Março de 2016

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Procedimentos para a certificação de empresas de prestação de serviços “Ex” combustíveis.

empresas de prestação “Ex” do IECEx, são

pode ser verificado que somente a certificação

Fazendo-se uma analogia com uma

avaliados, de uma forma geral, os requisitos de

dos equipamentos “Ex” não é suficiente para

“corrente”, em que a resistência do conjunto

Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) da

garantir a segurança das instalações em

é determinada pelo seu elo mais fraco,

empresa de prestação “Ex”, bem como os seus

atmosferas explosivas, nem das pessoas que

a segurança de instalações elétricas, de

procedimentos técnicos de trabalhos e suas

nelas trabalham. Este fato pode ser verificado

instrumentação ou mecânicas em atmosferas

instalações físicas, além das competências

levando em consideração a grande quantidade

explosivas depende também da correta

pessoais dos executantes e dos supervisores

de não conformidades que são encontradas

realização dos serviços de projeto, montagem,

envolvidos na execução das atividades “Ex”.

nas inspeções das instalações “Ex” existentes

inspeção, manutenção e reparos, dos quais

e os graves acidentes e explosões que ocorrem

depende também a devida competência dos

certificação “Ex” do IECEx representam as

neste tipo de instalações.

executantes e pessoas responsáveis pela

melhores práticas internacionais sobre este

execução destas atividades “Ex”.

tema, incentivando e recomendando que os

Sob o ponto de vista de segurança industrial,

Para

a

elevação

dos

níveis

de

Sob este enfoque foram desenvolvidos

A ONU reconhece que os sistemas de

requisitos legais “nacionais” de cada país

conformidade normativa e de segurança

industrial das instalações “Ex”, ao longo

internacionalmente

do ciclo total de vida das instalações “Ex”,

participação de 33 países, inclusive pelo

melhores práticas.

existe também a necessidade da certificação

Brasil, sistemas de certificação do IECEx

prioritária das empresas de prestação de

(Sistema de Certificação da IEC em relação

prestação de serviços de reparo, revisão e

serviços “Ex” (incluindo classificação de áreas,

às normas sobre atmosferas explosivas) para

recuperação de equipamentos “Ex”, foram

projeto, montagem, inspeção, manutenção

empresas de prestação de serviços “Ex” e

certificadas em caráter voluntário, desde

e reparos de equipamentos e instalações

para certificação de competências pessoais

2009, mais de 60 empresas de reparos “Ex”,

“Ex”), bem como da certificação prioritária das

em atmosferas explosivas. Estes sistemas

por Organismos de Certificação “locais”

competências pessoais “Ex” dos profissionais

de certificação “Ex” apresentam como uma

que atuam na área “Ex”, com base na norma

que executam tais atividades.

pela

IEC,

com

a

sejam alinhados e harmonizados com estas No Brasil, no segmento de empresas de

de suas principais características a utilização

ABNT NBR IEC 60079-19 e nos Documentos

programas

somente de normas internacionais da ISO e

Operacionais aplicáveis do IECEx, em ações

de certificação, além da certificação de

da IEC, tais como as normas das séries IEC

alinhadas com as recomendações da ONU.

equipamentos “Ex”, tais como de empresas de

60079 (Equipamentos elétricos “Ex”) e ISO/

prestação de serviços “Ex” e de competências

IEC 80079 (Equipamentos mecânicos “Ex”).

de prestação de serviços “Ex” do IECEx,

pessoais “Ex”, serve para preencher uma grande

Os sistemas de certificação de empresas

com as correspondentes normas técnicas

“lacuna” existente na área de certificação “Ex”.

de prestação de serviços “Ex” do IECEx

de referência e as respectivas Unidades

Estes sistemas prioritários de certificação

são caracterizados por terem como base as

de Competências Pessoais do Documento

são necessários para o aperfeiçoamento do

normas internacionais aplicáveis da série IEC

Operacional IECEx OD 504 (Ex 001 a Ex 010)

processo de elevação dos níveis de segurança

60079, como por exemplo, a Parte 14 (Projeto

para avaliação das empresas “Ex” certificadas

industriais em áreas classificadas, requeridos,

e montagem “Ex”), a Parte 17 (Inspeção

são indicados a seguir.

por exemplo, por empresas das áreas de

e manutenção “Ex”) e a Parte 19 (Reparo,

petróleo,

álcool,

revisão e recuperação de equipamentos “Ex”).

IECEx, para acesso público, em português do

farmacêutico, de alimentos, grãos e postos de

Nestes sistemas de certificação de

Brasil, as Regras de Procedimentos (Rules

A

existência

de

petroquímica,

outros

química,

Os sistemas de certificação de empresas

Encontram-se disponíveis no website do


95

O Setor Elétrico / Março de 2016

Sistema de certificação de empresas de prestação de serviços

Norma técnica “Ex”

Unidade de competência

“Ex - Regras de procedimentos

aplicável

“Ex” aplicável

IECEx 03-1: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 1:

NBR IEC 60079-10-1,

Classificação de áreas contendo gases inflamáveis ou poeiras

NBR IEC 60079-10-2

Ex 002

NBR IEC 60079-14

Ex 009

NBR IEC 60079-14

Ex 003, Ex 006, Ex 008

NBR IEC 60079-17

Ex 004, Ex 007, Ex 008

NBR IEC 60079-19

Ex 005

combustíveis (em elaboração) IECEx 03-2: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 2: Seleção de equipamentos “Ex” e projeto de instalações “Ex” IECEx 03-3: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 3: Instalação e inspeção inicial “Ex” IECEx 03-4: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 4: Inspeção e manutenção “Ex” IECEx 03-5: Certificação de Empresas de Serviços – Parte 5: Reparo, revisão e recuperação de equipamentos elétricos “Ex” IECEx 03-6: Certificação de Empresas de Serviços –

NBR ISO/IEC 80079

Parte 6: Reparo, revisão e recuperação de equipamentos mecânicos

(em elaboração)

Ex 005

“Ex” (em elaboração) of Procedures) contendo os requisitos para

Nota:

a certificação de empresas de prestação de

Operacional IECEx, escrito em português,

serviços “Ex”.

as normas IEC ou ISO referenciadas são

Todos estes documentos do IECEx

indicadas como normas NBR IEC ou

referenciam as normas técnicas brasileiras

NBR ISO. Isto se deve ao fato de que tais

em português do Brasil, elaborados pelo

sobre atmosferas explosivas publicadas

normas são também escritas em português

subcomitê SC IECEx BR do Cobei, estão

pela ABNT da série NBR IEC 60079. Estes

e são idênticas, em conteúdo técnico, forma

disponíveis para acesso público no website

documentos apresentam a seguinte

e apresentação, às respectivas normas

do IECEx, www.iecex.com.

Ao

longo

deste

Documento

internacionais publicadas pela IEC ou pela ISO, sem desvios nacionais. Estes documentos do IECEX publicados


96

Espaço IEEE

O Setor Elétrico / Março de 2016

Por Estellito Rangel*

Telefones celulares em áreas classificadas

Em 29 de abril de 2003, o município

outro programa dominical exibido pela TV

de circuito de segurança de um posto de

de São Paulo também emitiu o Decreto

aberta brasileira, também tratou do assunto.

combustível situado no bairro Pinheiros,

43.144, regulamentando a Lei 13.440, de

Os personagens montaram uma câmara

em São Paulo (SP) – disponível na

14 de outubro de 2002, que proíbe o uso

contendo gás metano e o telefone sobre

internet –, mostrou uma explosão durante

de celulares nos postos de combustíveis

uma mesinha. Da mesma forma, o celular

abastecimento feito por caminhão-tanque

(diferentemente do decreto carioca, o texto

tocou várias vezes e não explodiu.

em novembro de 2007.

restringiu-se aos postos).

Um vídeo registrado por uma câmera

Na Inglaterra, o tema foi o foco de um

Na ocasião, muitas pessoas alegaram

congresso realizado em março de 2003 pelo

pode ter sido o celular do frentista, que

que o celular é um aparelho de pequena

Institute of Petroleum, renomada entidade

faleceu três dias depois. Este fato reacendeu

potência, que, dificilmente, poderia provocar

inglesa responsável pela emissão de diversas

o debate sobre os riscos do uso de aparelhos

a ignição de uma atmosfera explosiva. No

normas técnicas para a indústria do petróleo.

celulares

Segundo a imprensa, a fonte de ignição

entanto, uma avaliação visual não pode

Representantes

de

determinar se um aparelho elétrico ou

institutos de pesquisa e das companhias de

combustíveis possuem áreas classificadas,

eletrônico é seguro para uso em áreas

petróleo divulgaram relatos de ocorrências

onde,

ser

classificadas. Há exigências técnicas e

com celulares, e os ensaios realizados em

aplicadas as prescrições técnicas da ABNT

legais envolvidas, como a obrigatoriedade de

laboratórios não permitiram afirmar de forma

NBR IEC 60079-14, que é uma norma

um certificado de conformidade emitido por

conclusiva a inexistência do risco.

brasileira harmonizada com a internacional

um Organismo de Certificação de Produto

IEC, cuja aplicação é compulsória devido à

(OCP) credenciado pelo Inmetro, conforme

explosão ter sido considerado pequeno

NR 10. Além disso, devem-se observar as

Portaria Inmetro 89/2012.

naquele congresso, na Inglaterra, o uso de

recomendações contidas nos manuais dos

Cabe

aparelhos celulares, que, explicitamente,

compulsória para equipamentos elétricos

proíbem seu uso em “áreas perigosas”

destinados ao uso em áreas classificadas foi

(hazardous locations).

instituída originalmente pela Portaria Inmetro

Os “testes” na TV

164 de 1991!

Os testes mostrados na TV seriam

Quais os riscos?

O tema já foi até debatido em programas

suficientes para confirmar que o celular não

A preocupação das autoridades acerca

populares de televisão. Em 2004, um técnico

oferece risco de explosão? Infelizmente,

do risco de explosão nessas instalações

convidado por um programa dominical de

não! Além de tais testes não terem sido

levou à elaboração de leis sobre o tema em

auditório exibido pela TV aberta brasileira,

beaseados em procedimento de execução

alguns municípios brasileiros. A primeira

ligou diversas vezes para um celular dentro

que permita sua repetição por outros

delas foi emitida em 18 de dezembro de

de uma caixa de plástico contendo gasolina.

interessados, alguns pontos suscitaram

1996. Trata-se do Decreto Municipal 15.408

O objetivo era demonstrar que a campainha

dúvidas em sua execução, como:

do Rio de Janeiro (RJ), que proíbe o uso de

não faria a ignição e que o uso do celular

telefones celulares em áreas potencialmente

em tais condições seria seguro. Quantos

• Se o celular foi colocado a uma distância

explosivas, incluindo, além dos postos de

milhões de pessoas estavam assistindo ao

excessiva dos vapores de gasolina, é

combustíveis, depósitos de GLP, locais de

programa e foram induzidos a pensar da

possível que ele não estivesse efetivamente

armazenamento de produtos inflamáveis,

mesma forma?

exposto a uma atmosfera explosiva;

áreas com alta concentração de oxigênio

Um pouco antes, a série americana

• O acionamento da campainha sonora não

e com grande concentração de partículas,

Mithbusters (Caçadores de mitos), exibida

é a única funcionalidade do celular, pois há

como poeira, grãos, farinhas e limalha em pó.

na TV a cabo e incluída como quadro de

campainhas vibratórias que requerem energia

É

em

importante

postos lembrar

de que

consequentemente,

combustíveis. postos devem

lembrar

que

a

certificação

dos

fabricantes,

dos

Apesar de, aparentemente, o risco de

celulares nos postos de combustível também é proibido por lei.


O Setor Elétrico / Março de 2016

ainda maior. Além disso, o acionamento

número de acidentes estatisticamente baixo.

simultâneo das duas é o padrão de muitos

Porém, há relatos de celulares que

usuários;

explodiram junto ao corpo dos usuários,

• A energia manipulada pelo celular depende

e não durante a recarga de baterias. Entre

da capacidade da bateria instalada. Logo,

2003 e 2004, as autoridades federais dos

não se pode testar um celular de uma

EUA receberam 83 informes de explosão de

determinada marca e modelo e afirmar que

celulares. Queimaduras no rosto, pescoço,

o mesmo resultado seria obtido para todos

perna e quadril estavam entre os ferimentos

demais;

documentados.

• Tais testes não avaliaram a energia liberada

Recomendações

por um celular com defeito.

Não se deve dar chance ao perigo.

Após a citada explosão em posto de

Embora

alguns

estudos

apontem

que

combustível ocorrida em São Paulo em

o risco é baixo, ele existe. Além disso,

novembro de 2007, diversos depoimentos

nossa legislação proíbe o uso de celulares

foram também veiculados na mídia. Um

em

professor disse que, “se houvesse a ação

deve-se exigir que apenas equipamentos

de uma ferramenta mecânica, uma faísca de

elétricos e eletrônicos com certificados de

qualquer valor poderia ser produzida e, desta

conformidade sejam utilizados em áreas

forma, inflamar os vapores de gasolina, mas,

classificadas.

como o celular era um dispositivo eletrônico,

funcionários e uma atuante supervisão de

dificilmente teria centelhado”.

segurança são pontos-chave para evitar

tragédias.

Tal declaração não foi prudente, uma vez

atmosferas

explosivas.

Treinamento

Portanto,

intensivo

de

que a energia disponível em muitos celulares é

suficiente

para

inflamar

atmosferas

Referências

explosivas e, além disso, não é necessário

[1] IEEE 1725 - Standard for

haver uma centelha, pois que um ponto

Rechargeable Batteries for Cellular

aquecido também pode atuar como fonte de

Telephones, IEEE, 2011.

ignição.

[2] RANGEL Jr., Estellito – Safety in electrical installations in petroleum industry.

Outras notícias

In: I PETROLEUM AND CHEMICAL

Diversas ocorrências sobre explosão

INDUSTRY COMMITTEE MEXICO - PCIC

de celulares foram veiculadas na mídia

México 2013.

nos últimos anos, inclusive no Brasil. Em

[3] Bozek, Allan; Martin, Ken; Cole, Marty:

novembro de 2004, um menino americano

Cellular phones in Class I, Divison 2/

de 13 anos, Michael Sathre, feriu a mão após

Zone 2 hazardous locations. In: IEEE

seu celular explodir em casa. O pai, Curtis

PCIC - Petroleum and Chemical Industry

Sathre, disse que o som foi parecido com

Conference, 2006, Filadélfia, EUA.

o da explosão de uma bomba. Poderíamos

[4] RANGEL Jr. Estellito - Preventing

imaginar o que aconteceria se o celular

industrial electrical fires: the standards and

estivesse em um depósito de inflamáveis?

the applied legislation in Brasil. In: I FIRE

SAFE LATIN AMERICA, 2013, São Paulo,

A Comissão de Segurança de Produtos

para o Consumidor dos EUA vem reforçando

SP.

a vigilância sobre a indústria de celulares. Já

[5] Portaria Inmetro/MDIC 89/2012,

houve vários recalls de baterias e o IEEE

23/2/2012.

emitiu a norma 1725 com requisitos de

[6] Celular causa explosão em posto

segurança mais exigentes. Os fabricantes

Shell - https://www.youtube.com/

alegam que a maioria das explosões teria

watch?v=gwxLFauVnTU

sido causada por baterias falsificadas e lembram que, nos EUA, há cerca de 170

*Estellito Rangel Junior é coordenador geral do

milhões de celulares, o que tornaria o

PCIC Brasil.


98

Espaço Cigré

O Setor Elétrico / Março de 2016

Por Saulo José Nascimento Cisneiros*

A matriz de energia elétrica e as demandas ambientais – Parte 1 existem

• Essas novas hidroelétricas com grande

• As fontes renováveis não convencionais, como

inicialmente duas questões fundamentais. A

capacidade de produção no período chuvoso,

eólica e solar, são fontes intermitentes e não

primeira é: qual o risco de déficit admissível para

sem reservatório de acumulação, e baixa

despacháveis, seu volume depende da magnitude

o atendimento energético ao Sistema Interligado

produção no período seco, propiciam uma

de vento e sol.

Nacional (SIN) - 5%, 3%, 1% ou menor - o

acentuada sazonalidade da oferta;

que significa admitir, probabilisticamente, um

• Aumento considerável das fontes renováveis

racionamento a cada 20, 33, 100 ou mais anos,

não convencionais de caráter intermitente, em

considerações:

respectivamente, sabendo-se que quanto menor

especial, a energia eólica.

Na

abordagem

deste

tema

Adicionalmente, devem ser feitas as seguintes

• As usinas hidráulicas com reservatório são

for o risco, maiores serão os investimentos a serem feitos e, conseqüentemente, maiores os custos a

As novas hidroelétricas sem reservatório

o melhor meio para armazenar a geração das

serem bancados pelos consumidores. A segunda

de acumulação, devido a restrições ambientais,

fontes intermitentes, eliminando a necessidade

é: qual a composição ótima das diversas fontes

têm levado à queda de regularização do SIN,

de instalação massiva de outros meios de

de energia para atendimento ao risco desejado ou

causando as seguintes consequências:

armazenamento, tal como grandes baterias; • As hidráulicas com reservatório mais geração

qual o sistema energético ideal considerando as fontes de geração hidráulica, térmica e renovável

• Maior dependência do período úmido das bacias

intermitente maximizam os benefícios técnicos

não convencional, tendo em conta que a hidráulica

do SIN;

e

é uma fonte renovável convencional.

• Necessidade de enchimento e esvaziamento

considerando as características de todas as

Nesse contexto, algumas constatações

dos principais reservatórios com periodicidade

fontes disponíveis;

importantes precisam ser realçadas:

anual;

• Com as restrições à implantação de

• Uso mais intenso de geração térmica para

reservatórios, surgem as usinas térmicas a gás

• A sociedade não quer nem aceita um

a garantia do suprimento energético e para

de última geração, de partida e variação rápida de

racionamento de energia;

o atendimento à ponta, com o consequente

geração, tais como as grandes térmicas de 1.500

• Entretanto, a expansão do sistema é feita com

aumento dos custos de operação;

MW que estão sendo implantadas em Suape

um risco intrínseco de déficit, até porque ficaria

• Redução da capacidade do SIN de armazenar a

(PE), Triunfo (RS) e Jardim (SE);

extremamente oneroso planejar a expansão do

geração das fontes intermitentes;

• As fontes intermitentes como eólica e solar

parque de geração para um risco de déficit nulo;

• Elevação intrínseca dos custos de expansão.

são muito importantes para suprir a demanda

econômicos

que

podem

ser

obtidos,

de energia elétrica, porém, essas fontes devem

• Desta forma, na fase de operação, tem-se a responsabilidade de evitar este déficit através de

Postas

voltamos

ser consideradas como complementares e não

ações mitigadoras;

à questão da composição ótima da matriz

como básicas, porque elas podem variar de forma

• Essas ações têm custos que dependem de

energética. Como ponto de partida, é importante

abrupta e significativa em certos momentos e por

vários fatores;

fazer considerações sobre as características das

períodos de tempo;

• Quanto menor for o risco intrínseco de déficit da

diversas fontes:

• Consequentemente, a demanda de energia

essas

constatações,

elétrica não pode ser suprida apenas por fontes

expansão, maiores serão os custos de expansão

intermitentes.

e menores os custos de operação, e vice-versa;

• A geração hidráulica é um recurso variável,

• Qual é o risco de déficit ótimo da expansão que

sua disponibilidade depende da ocorrência de

produz os menores custos totais de atendimento

chuvas nas bacias onde estão os reservatórios de

ao mercado?

acumulação;

fontes para suprir a demanda de energia elétrica

A questão-chave é: qual é o mix adequado de

• As novas usinas hidráulicas estão distantes dos

considerando aspectos de segurança, eficiência

A oferta futura apresenta as seguintes

centros de carga, o que requer a implantação de

e ambientais? A definição deste mix deve incluir

características:

extensos sistemas de transmissão;

todas as fontes disponíveis que contribuam na

• A geração térmica é um recurso fixo, ou seja, sua

direção dos três aspectos acima mencionados,

• Novas e grandes hidroelétricas localizadas

disponibilidade depende apenas da existência do

quais sejam: hidráulicas com e sem reservatório;

distantes dos grandes centros de carga,

combustível;

térmicas (gás + carvão + nuclear); e renováveis

exigindo extensos sistemas de transmissão para

• A implantação de térmicas próximas aos

(eólica + solar + biomassa).

o transporte de grandes blocos de energia no

centros de carga pode aumentar a segurança,

(continua...)

período chuvoso e pequenos montantes nos

a confiabilidade e a qualidade do atendimento a

períodos secos;

esses centros;

* Saulo Cisneiros é diretor técnico do Cigré-Brasil.



100

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Março de 2016

Por Ricardo Purisch e Gustavo Bueno*

A importância de supervisionar a resistência de aterramento contínuo para se instalar no QGBT

O principal objetivo deste artigo é

sempre estabelecer, nos sistemas a ele

par galvânico criado no terreno ou pela

explicar aos engenheiros e instaladores as

conectados, um mesmo potencial comum

existência de uma proteção catódica ou

novas tecnologias de supervisão contínua

de referência, no caso, o da terra, admitido

mesmo pela existência de fissuras nas

de resistências de aterramento em quadros

como potencial zero.

hastes ocasionadas no momento de sua

elétricos. Estes equipamentos permitem

verificar quando é necessário realizar uma

segurança

manutenção do aterramento da instalação.

àqueles que utilizam aparelhos elétricos,

Dado que na, maioria das vezes,

Estes produtos têm como objetivo

o

é

eliminar

as

passando

manutenções a

executar

manutenções

corretivas,

contra

aterramento

choque

tem

elétrico

outras

finalidades

instalação pela existência de pedras ou elementos de grande dureza. impossível

verificar

o

seu

correto

importantes, como proporcionar melhor

funcionamento sem uma inspeção e as

as

performance à operação de sistemas

empresas não possuem o hábito de investir

preventivas, somente

Mas, além desta finalidade de oferecer

uma

elétricos, definir valores de tensão em

em

economia de grande valor ao cliente,

relação à terra, bem como dissipar a energia

situações críticas passiveis de serem

além

de descargas elétricas atmosféricas.

evitadas.

A problemática atual

Estatísticas

de

garantir

gerando

sempre

o

correto

manutenção,

é

comum

encontrar

funcionamento das diferentes proteções contra surtos existentes, já que sem um perfeito sistema de aterramento, dentro dos valores estipulados, estas proteções não

funcionarão

serem

corretamente.

Acreditamos

Apesar de os sistemas de aterramento de

vital

importância

para

No Brasil, não existem estatísticas

o

atualizadas quanto a acidentes com a

que esta filosofia de monitoração será uma

correto

proteções

rede elétrica. Sabe-se que, nos Estados

revolução no setor.

existentes em uma instalação elétrica,

Unidos, cerca de cinco mil pessoas

O

aterramento

dos

equipamentos

funcionamento

das

uma vez instalados, dificilmente passam

chegam anualmente aos prontos-socorros

eletrônicos adquiriu grande importância e

por

vitimados

interesse em nossos dias face à fenomenal

conforme recomenda a ABNT NBR 5410.

aproximadamente, mil casos fatais são

escalada destes dispositivos não só na

Os

indústria, mas, praticamente, em todas

principalmente

as áreas e atividades humanas. É neste

devido

as

modernos equipamentos que facilitam a

contexto que os sistemas de aterramento

instalações dotadas de grandes malhas

vida moderna, o mau uso da eletricidade,

ganham importância, tendo em vista que

de aterramento são objetos de roubo,

as condições precárias das instalações

eles representam um meio importante, mas

tendo como consequência instalações

na maioria das residências e um número

não único, de controlar as sobretensões

totalmente desprotegidas até a próxima

mínimo de casas e apartamentos que

que

podem

atingir

os

equipamentos

inspeções

preventivas

aterramentos ao

de

preço

periódicas,

por

choques

elétricos

são

constituídos

creditados anualmente a este fator.

cobre.

Atualmente,

deste

metal,

e,

Com a evolução da informática e dos

inspeção, se esta existir. Outro fator

são dotados das condições ideais de

eletrônicos.

importante é o desgaste por corrosão,

aterramento aumentam os riscos.

O objetivo de um aterramento é

em sua grande maioria, causado por um

Dados

da

Associação

Brasileira

de


101

O Setor Elétrico / Março de 2016

Conscientização para os Perigos da Eletricidade

descarga de correntes provocadas pelas

terra da instalação;

(Abracopel) mostram que em 2014 houve

sobretensoes transitórias.

• Rompimento ou má conexão do cabo

um aumento de 17,7% no número total de

Apesar

acidentes envolvendo eletricidade em relação

recomendar

ao ano anterior. Só nos casos de fatalidade

periódica, a instalação de um produto

• Deterioramento da conexão de aterramento

provocada por choque elétrico, o índice subiu

que verifica o estado do aterramento em

da instalação pelo envelhecimento das

mais de 6%, ou seja, em 2013 ocorreram 592

tempo real e ativa um sistema de alarme

hastes, roubo, ou aumento da resistividade

casos de acidentes fatais com eletricidade,

em caso de uma instalação e defeituosa

do terreno em épocas secas;

número que subiu para 627 em 2014.

ou que tenha se desgastado, garante um

• Deterioramento da conexão da terra do

Entre incêndios, os dados do Corpo

nível muito mais elevado de confiabilidade

centro de transformação;

de Bombeiros do Estado de São Paulo

ao sistema, uma vez que muitas proteções

• Rompimento ou má conexão do cabo de

mostram que, das ocorrências para as

somente funcionam quando conectados a

neutro da instalação;

quais a corporação é acionada e naquelas

um aterramento adequado.

• Rompimento ou má conexão do cabo de

em que é possível descobrir a origem real,

Estes

geralmente

neutro da instalação, desde o ponto de

as causas elétricas representam a segunda

encontrados nas tensões de 120 V e 230

separação entre o condutor de neutro (N)

contribuição mais importante. A primeira

V e para sistemas de neutro TT, TNS e

e o de terra (PE).

diz respeito às causas desconhecidas.

TNC-S.

• Rompimento ou mau conexão entre cabo

de terra e o de neutro.

Como evitar a existência de um sistema de aterramento deficiente?

de

a

uma

ABNT

NBR

inspeção

dispositivos

são

5419

preventiva

Para os diferentes regimes de neutro,

conexão do neutro à terra);

haverá diferentes ligações, com seus respectivos alarmes, a serem ativadas em

*Ricardo Purisch é gerente de exportação da

decorrência de situações, como:

Mersen Brasil.

A resistência de aterramento é vital

para assegurar uma correta e segura via de

de terra do Centro de Transformação (a

Gustavo Bueno é Key Account Manager da

• Rompimento ou má conexão do cabo de

Mersen Brasil


102

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Março de 2016

Compliance nunca é tardia

É bastante louvável a iniciativa da

da

importante,

muito pertinente no atual cenário brasileiro:

Controladoria Geral da União (CGU)

também, contar com a experiência dos

é da administração a responsabilidade

de

ética

e

da

lisura,

é

da

auditores independentes, cujo trabalho

pela condução dos negócios de uma

improbidade em 26 companhias estatais.

pode contribuir de modo significativo.

companhia, pelo estabelecimento de uma

É mesmo crucial aprofundar essas análises

Apesar de não ser uma garantia plena

estrutura de governança apropriada, bem

para se evitar a repetição de casos como

contra a corrupção ou de que ela seja

como pela preparação de demonstrações

os que temos vivenciado atualmente,

posteriormente

contábeis fidedignas.

cujos efeitos diretos na economia são

de auditoria, que é realizado com base

muito

avaliar

programas

preventivos

detectada,

o

trabalho

É no atendimento a esses requisitos

devido

nas normas brasileiras e internacionais,

fundamentais que todo esforço precisa ser

à importância dos setores para o PIB e

visa a uma asseguração razoável, mas

empreendido, somando-se os recursos e

à perda de credibilidade suscitada por

não absoluta, de que as demonstrações

medidas disponíveis, dentre eles o novo

episódios negativos dessa magnitude.

contábeis das organizações auditadas

programa preventivo da CGU, o trabalho

nocivos,

principalmente,

estão livres de distorções relevantes,

dos auditores e o espírito de compliance

compliance, que deveria ter sido efetivado

independentemente

por

nas empresas, de forma a envolver todos

há muito tempo. Assim, é muito bem-vindo

erro ou por fraude. Obviamente, mesmo

os funcionários e a permear todas as

o projeto da CGU, pois o Brasil precisa

seguindo-se rigorosamente os quesitos

atividades da organização.

avançar nessa prática. Não podemos

técnicos, há um risco inevitável de que

continuar sendo olhados como um país

algumas distorções das demonstrações

potencialmente

Precisamos

de

um

choque

desonesto,

de

se

causadas

conforme

contábeis não sejam detectadas. Afinal,

acaba de demonstrar a nova edição do

uma das primeiras pessoas que um

Índice de Percepção da Corrupção da

gestor mal-intencionado tentará enganar,

ONG Transparência Internacional: dentre

sonegando

168 países, despencamos para a 79ª

informações, é o auditor.

posição (ante a 69ª anteriormente), numa

Feita

tabela em que o primeiro colocado é o que

independente

apresenta a maior pontuação em lisura.

confiança nas demonstrações contábeis

ou essa

adulterando ressalva, aumenta

dados

a o

e

auditoria grau

de

Não há dúvida de que as recentes

por parte dos usuários, quer seja pelos

investigações de improbidade em estatais

procedimentos técnicos realizados, pelo

contribuíram

esse

ceticismo profissional, um pré-requisito

rebaixamento do Brasil. Assim, é mais do

sensivelmente

na profissão de auditor independente, ou

que oportuna a realização de programas

pela comprovada atualização profissional

preventivos

continuada

nessas

para

organizações,

exigida

pelos

órgãos

atendendo aos quesitos de compliance,

reguladores da profissão para o exercício

que são as políticas de integridade,

da atividade.

prevenção, detecção e punição de atos

Salienta-se

ilícitos.

profissionais e a legislação aplicáveis à

Nesse processo saudável em prol

atividade contêm uma definição precisa e

ainda

que

as

normas

*Idésio Coelho é presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.



104

Agenda 2 a 29 de maio

Cursos

Fibra ótica – Iluminação além da imaginação

Descrição

Informações

Voltado a arquitetos, designers de interiores, projetistas, estudantes e profissionais ligados à área de iluminação, o curso realizado pela LDeducation tem como intuito apresentar a fibra ótica como uma importante ferramenta de iluminação arquitetural e decorativa, dentro de uma diversa gama de tecnologias e sistemas de fontes de luz artificiais atualmente disponibilizadas no mercado nacional e internacional. Dessa forma, pretende ampliar os conceitos do participante em função das novas possibilidades de uso com características e soluções únicas no ato de iluminar. Para participar é preciso ter noções de luminotécnica básica.

Local: Curso online Contato: www.ldeducation.com lde@ldeducation.com

9 a 11 de maio

Proteção conta descargas atmosféricas

Descrição

Informações

O treinamento tem como objetivo tratar dos aspectos da proteção de estruturas, pessoas e equipamentos contra os efeitos das descargas atmosféricas, descrevendo os procedimentos da norma brasileira ABNT NBR 5419 (versão 2015) e da internacional e preparando os alunos para projetos, especificação, inspeções e manutenção de sistemas de proteção. O curso é indicado especialmente a alunos das engenharias elétrica e civil, mas atende a estudantes de arquitetura ou técnicos da área elétrica. Os participantes terão ao seu dispor uma planilha de análise de risco conforme a ABNT NBR 5419-2:2015.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3091-2507 contato@iee.usp.br

17 a 18 de maio

Proteção, automação, controle e supervisão com a norma IEC 61850 – PAC 1

Descrição

Informações

Os participantes terão um curso introdutório a respeito dos sistemas de proteção, automação e controle, dentro da visão da norma IEC 61850. Serão abordados os fundamentos teóricos e recomendados aos participantes que também realizarão o curso prático (PAC-2). Entre os assuntos que serão apresentados durante o curso estão: os sistemas de automação, proteção e controle antes e depois da norma IEC 61850; redes em anel, estrela, redundâncias; e protocolos utilizados em sistemas elétricos.

Local: Uberlândia (MG) Contato: (34)3218-6800 conprove@conprove.com.br

27 de maio

Dimensionamento de transformadores de corrente para proteção

Descrição

Informações

O objetivo deste curso oferecido pela SEL é fornecer uma visão geral a respeito dos aspectos fundamentais relativos à utilização de transformadores de corrente para proteção. As aulas são direcionadas para engenheiros e técnicos das áreas de operação, projeto e manutenção, com noções de proteção de sistemas elétricos, componentes simétricos e utilização de transformadores de corrente. No curso, os participantes aprenderão conceitos básicos a respeito de transformadores de corrente; requisitos dos TCs para proteção de motores; a influência da saturação de TCs no desempenho de relés de proteção, entre outros temas.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (19) 3515-2060 universidade_br@selinc.com

4 de maio

Eventos

O Setor Elétrico / Março de 2016

Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase)

Descrição

Informações

Chegando em sua 13ª edição no ano de 2016, o Enase já se consolidou como um dos mais importantes eventos do setor elétrico que tratam do tema político-regulatório. O evento terá a participação de autoridades, de 18 associações do setor e de centenas de especialistas que debaterão e ministrarão palestras a respeito de relevantes assuntos referentes a concessões, mercados, fontes renováveis, térmicas, operação, entre outros. Conforme os organizadores, o Enase se trata de uma oportunidade diferenciada para se ter uma visão completa de toda a cadeia envolvida com o mercado de energia elétrica no Brasil.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3154-9400 http://www.enase.com.br

10 a 12 de maio

Enersolar Brasil

Descrição

Informações

Apresentando as mais recentes tecnologias de produtos e serviços voltados para o setor de energias renováveis, a Enersolar Brasil quer promover o desenvolvimento da área e apresentar ao mercado alternativas em fontes energéticas sustentáveis. Neste sentido, também promove o Congresso de Tecnologias Limpas e Renováveis para a Geração de Energia – Ecoenergy, que em sua última edição teve 70 palestras ministradas, promovendo importantes debates entre empresários, pesquisadores, representantes do governo, entidades e associações do setor. A feira reúne toda a cadeia produtiva dos segmentos de energia solar, solar fotovoltaica, eólica e de biomassa.

Local: São Paulo (SP) Contato: claudia.maciel@rmpress.com.br (11) 2950-4820

17 a 19 de maio

Brazil Power & Energy Summit (BPES)

Descrição

Informações

O BPES é, segundo seus organizadores, uma grande plataforma que reúne diversos setores do setor energético, tais como: concessionárias de energia, desenvolvedores, investidores, fornecedores de equipamentos e de tecnologias, além de empreiteiros. Juntos, eles debatem as questões e os desafios mais atuais referentes ao desenvolvimento do setor energético do país.

Local: São Paulo (SP) Contato: (61) 3878-3500 abrace@abrace.org.br



106

Índice de anunciantes

ABB 15 0800 014 9111 abb.atende@br.abb.com www.abb.com.br Ação Engenharia 14 (11) 3883-6050 orcamento@acaoenge.com.br www.acaoenge.com.br 76

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O Setor Elétrico / Março de 2016

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D’Light Fascículos (11) 2937- 4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br

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Daisa 12 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br

Instrumenti (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br

Embrata 64 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br Enerbras Folder de capa (41) 2111-3000 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br Expolux 105 (11) 3060-4913 comercial@expolux.com.br www.expolux.com.br 4ª capa

Fastweld (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br 83

FLIR Brasil (15) 3238-8075 www.flir.com.br/osetoreletrico General Cable 63 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com

Cablena 93 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br

Geraforte 79 (31) 3396-9654 alex@geraforte.com.br www.geraforte.com.br

Chint 9 (11) 3266-7654 lywei@chint.com www.chint.com

Gimi Pogliano 49 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br

57

47

Intelli (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Itaipu Transformadores 37 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br Kian Brasil 41 (21) 2702-4575 sac@kianbrasil.com.br www.kianbrasil.com.br Kienzle 8 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br KRC 73 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br Maccomevap 97 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br

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Sarel 13 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br

Nambei Fios e Cabos 43 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br

Sassi Medidores 61 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br

Newmax 66 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br

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Palmetal 99 (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br

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Trael (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br

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