Ano 11 - Edição 123 Abril de 2016
IoT é a nova revolução tecnológica
Internet das coisas encabeça a chamada “quarta revolução industrial”, que está invadindo os mundos da automação industrial e da iluminação Quadros e painéis elétricos Pesquisa revela, entre outros dados, que painéis TTA e PTTA perdem cada vez mais mercado para produtos convencionais Análise de transitórios em transformadores de potência Impactos da IEC 62586 na calibração de medidores de QEE
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.
Quadros e painéis 68 Informações exclusivas do mercado de quadros e painéis elétricos. Entenda os números deste setor, suas expectativas e quais são os produtos mais comercializados. Tenha acesso ainda a um guia das empresas mais relevantes deste segmento, com dados de contatos e outras informações, como certificações obtidas e serviços oferecidos.
84
Coluna do consultor 8
Aula prática – QEE
Uma análise sobre o “espetáculo” do impeachment.
Impactos da nova IEC 62586 na calibração de medidores de qualidade da energia elétrica.
Painel de notícias 10 Belo Monte inicia operação comercial; Pernambuco exporta
Espaço 5419 92
pás eólicas para EUA; Guia alerta sobre práticas irregulares no
Divisão da corrente entre o sistema de aterramento e as partes metálicas/
comércio de produtos de iluminação; Cemig regulariza fraudes;
linhas conectadas à estrutura, conforme ABNT NBR 5419-1:2015.
Manserv e Weg firmam parceria para estimular eficiência
94
energética; Estudo da Lutron revela que brasileiro ainda deixa
Espaço 5410
as luzes acesas. Estas e outras notícias do setor elétrico
Instalações com arranjos fotovoltaicos: conceitos complementares
brasileiro.
à ABNT NBR 5410.
Evento – Light+Building
24
Colunistas
96
A revista O Setor Elétrico esteve na última edição da
Michel Epelbaum – Energia sustentável
Colaboradores desta edição: Alexsandro Labbate, Claudio Mardegan, Eduardo Daniel, Eugenio Cavalheira, Javier Aprea, João Carlos Mello, João Roberto Cogo, José Claudio de Oliveira e Silva, Leonardo Caio Filho, Luciano Haas Rosito, Luiz Marlus Duarte, Marcelo Paulino, Nelson Clodoaldo de Jesus, Nunziante Graziano, Ricardo Blandy, Ricardo Savoia, Sami Grynwald, Thais Melega Prandini e Vicente Scopacaza.
Light+Building 2016, realizada na Alemanha no mês de março,
Luciano Haas Rosito – Iluminação eficiente
Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.
Geração distribuída 30
Capa: nmedia | Shutterstock.com Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio
invade o mundo da automação de processos, da iluminação e
e mostra que engenharia elétrica, tecnologia da informação e
99 Jobson Modena – Proteção contra raios 100
iluminação nunca estiveram tão próximas.
Marcelo Paulino – Proteção, automação e controle
Fascículos
102 104 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
IEC 61439 – quadros, painéis e barramentos BT 40
Espaço Cigré 106
José Starosta – Energia com qualidade
Led – evolução e inovação 46
Filiada à
A matriz elétrica nacional e as demandas ambientais.
Curto-circuito para a seletividade 52
Reportagem
Dicas de instalação 108
58
Métricas essenciais para a gestão estratégica de pessoas e serviços
Nova revolução tecnológica: conceito de “Internet das Coisas” dos eletrodomésticos.
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
101
Artigo – Transformadores
62
em campo.
Ponto de vista 110 Uma análise sobre o futuro do sorgo biomassa.
112
Análise de transitórios devido a manobras de disjuntores a
Agenda
vácuo em transformadores de potência imersos em óleo.
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
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Editorial
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O Setor Elétrico / Abril de 2016 Capa ed 123_C.pdf
www.osetoreletrico.com.br
4/30/16
2:42 PM
IoT é a nova revolução tecnológica
O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 123 – Abril de 2016
O futuro é logo ali
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Ano 11 - Edição 123 Abril de 2016
Internet das coisas encabeça a chamada “quarta revolução industrial”, que está invadindo os mundos da automação industrial e da iluminação Quadros e painéis elétricos Pesquisa revela, entre outros dados, que painéis TTA e PTTA perdem cada vez mais mercado para produtos convencionais Análise de transitórios em transformadores de potência Impactos da IEC 62586 na calibração de medidores de QEE
Edição 123
Pelo que tudo indica, o tema da reportagem desta edição passará a ser cada vez mais recorrente nas páginas desta
revista e também nas nossas vidas. Estou falando, mais uma vez, dela, a “Internet das Coisas”.
A integração da tecnologia da informação com dispositivos presentes em qualquer instalação começa a se tornar
realidade e não apenas nos países do chamado “primeiro mundo”. Companhias multinacionais e brasileiras já estão aplicando o conceito por aqui. A aplicação mais comum, por enquanto, diz respeito à automação industrial. É mais comum encontrar o uso da internet em sistemas de automação industrial com o objetivo de controlar melhor a produção, a manutenção de equipamentos e a operação remota de alguns comandos. No entanto, a novidade começa a se expandir para ambientes corporativos e também residenciais. A proposta é usar a eletrônica embutida em eletrodomésticos, luminárias, sistemas de controle e a estrutura da instalação elétrica propriamente dita também para a comunicação e, assim, oferecer mais utilidades para o usuário.
Nesse sentido, a Internet das Coisas será não somente útil, mas indispensável para o sucesso da implantação das
redes inteligentes, já que é ela que permite o aumento da conectividade entre máquinas e dispositivos pessoais inteligentes e promove o crescimento das aplicações que conectam fornecedores, clientes e parceiros. Assim como o consumidor terá acesso online a suas informações de consumo, por exemplo, a distribuidora, da mesma maneira, controlará seus investimentos em leiturista e em manutenção de equipamentos, considerando que terá toda a sua rede conectada e informatizada. Para isso, a concessionária deverá conhecer muito bem seus ativos e conectá-los, pois, assim, eles irão gerar mais dados que poderão ser utilizados para melhorar ainda mais a gestão dos ativos e também os serviços prestados. Leia mais sobre isso na reportagem desta edição.
A pesquisa deste mês trata de um dos equipamentos mais importantes – se não o principal –de uma instalação
elétrica. O quadro ou painel elétrico é o “coração” de uma instalação, sendo ele o responsável por abrigar os dispositivos de proteção e por distribuir a energia para os circuitos da edificação. Também os fabricantes e distribuidores deste equipamento estão sentindo nas vendas os efeitos da crise econômica que assola o país. Para se ter uma ideia, as empresas preveem um crescimento do mercado de apenas 3% para este ano de 2016. No levantamento realizado no ano passado, essa estimativa para 2015 era de 8%. Outra informação relevante é a pouca participação dos quadros TTA e PTTA (em conformidade com a norma ABNT NBR IEC 60439-1). Segundo os entrevistados, esses equipamentos representam apenas 40% das suas vendas, em detrimento dos produtos convencionais.
Sobre este assunto, aliás, recomendo a todos que acompanhe o fascículo que vem sendo publicado desde o mês
de janeiro sobre a nova IEC 61439, com o intuito de apresentar detalhes do projeto de revisão da norma brasileira para construção de quadros elétricos e barramentos blindados de baixa tensão. Desde sua publicação, essa norma foi muito polêmica, pois apresentou uma ruptura com a velha cultura de fabricação de quadros de baixa tensão, obrigando o mercado brasileiro a se modernizar e a adotar muito rapidamente as práticas construtivas europeias, sem que houvesse tempo hábil para que essa adaptação fosse natural. O engenheiro Nunziante Graziano, autor deste fascículo, aborda com detalhes as mudanças que devem vir com a nova NBR. Boa leitura! Abraços,
flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!
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Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Será que já chegamos ao fundo do poço?
Pelo menos é o que todos esperam.
quem? Para quem? Melhor esclarecer.
Nunca o pico negativo foi tão esperado.
• A quarta questão seria para quais mãos
Até quando vamos assistir as empresas
iremos? Alguém desta turma que ajudou a
quebrarem
descapitalizadas
promover este bacanal do poder nos últimos
para se manterem abertas? O espetáculo
12 anos e mais, estaria de verdade em
promovido pelos nossos representantes na
condições e de mãos limpas para seguir a
votação do impeachment em 17 de abril nos
conduzir nossos destinos?
ou
serem
leva efetivamente a algumas outras reflexões:
Nosso destino é incerto e aguarda os ritos
• A primeira é evidentemente relacionada à
e os protocolos serem cumpridos; enquanto
situação da economia do país. Enquanto a
isso, nossos governantes (ex/ante/futuro/
confiança não se estabelecer, não teremos
quase/possíveis) disputam o poder com
investimentos e, sem investimento, não temos
uma fome inacreditável. “Que patriotismo
projetos e o mercado continua parado; até os
inabalável”.
sindicatos estão sofrendo!
• A segunda é a definição se o atual time que
esfacelado, governado por incompetentes,
teria a incumbência de nos governar e, por
corruptos e despreparados e, pior, não
enquanto não o fez, será mantido ou não,
temos luz no fundo do túnel, já que o poder
ou se ainda teremos um governo provisório
legislativo se mostrou pior do que o executivo
por mais seis meses, e tudo depende de
naquele grotesco espetáculo de desamor à
mais negociatas, sempre mais negociatas.
pátria. Não vamos falar das cusparadas, pois,
A atual presidente ainda falou em uma união
a revista é de família. Somente uma clara
nacional! Com quem?
política de educação da população nos tirará
• A terceira é aquela relacionada aos
deste lamaçal de ignorância, quando então
aspectos jurídicos da sequência deste
assistiremos a escolha de representantes
processo. Esquecem-se os envolvidos que
do povo que, ao menos, sejam alfabetizados.
estamos parados esperando estas decisões.
Esperemos que sim, que tenhamos assistido
De forma tola, os governantes vociferam o
ao fundo do poço; pior que está não..........(oh,
que seria o “golpe”, ou o “contragolpe” com
não! Lembrei de outra “vossa excelência”!).
novas eleições. Ninguém se preocupa que
Boa sorte amigos, que as energias
precisamos voltar a navegar. Será que nos
conspirem a nosso favor e que fiquemos vivos
ouvem? O país está parado! Aliás, golpe? De
e sadios!
Fica a nossa desilusão em ver o nosso país
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Pernambuco exporta pás eólicas para os Estados Unidos Ação é resultado da parceria de três empresas dos setores de energia eólica e de logística: GE, LM Wind Power e Localfrio
Pela primeira vez em 37 anos, o Porto
Crédito da foto: Eduarda Azoubel
de Suape está exportando pás eólicas. Ao todo, 51 pás eólicas (o equivalente a 627 toneladas em volume de carga) seguirão para os Estados Unidos em direção aos parques eólicos do país. As peças chamam atenção pelo tamanho: cada lâmina chega a medir entre 40 e 70 metros.
A exportação é fruto da parceria de
três grandes empresas dos setores de energia eólica e de logística. A General Electric (GE) comprou os equipamentos construídos pela LM Wind Power e negociou com representantes dos Estados Unidos. Em seguida, a GE contratou os serviços da Localfrio Suape para comandar o processo de armazenamento das cargas e de logística para a exportação das pás. A Localfrio Suape destacou que a situação cambial, desfavorável para as importações,
vem
favorecendo
muito
51 pás, com peso total de 627 toneladas) seguirão para os Estados Unidos, por meio do Porto de Suape.
a exportação de produtos brasileiros. “Fechamos grandes operações voltadas e
exemplo deste trabalho”, comentou Ricardo
área alfandegada para acomodar diversos
a armazenagem das 51 pás eólicas,
Oshiro, superintendente da empresa. A
tipos de carga, inclusive as de grande
destinadas aos Estados Unidos, é um
Localfrio Suape conta com 91.000 m² de
porte.
ao
mercado
externo.
O
manuseio
Painel de mercado
12
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Guia alerta sobre práticas irregulares no comércio de produtos de iluminação Cartilha lançada pela Abilumi objetiva chamar a atenção de lojistas sobre suas responsabilidades ao vender produtos piratas Em virtude das inúmeras reclamações sobre
com “meia nota”. Outra irregularidade comum
empresas do setor de produtos de iluminação
é o desrespeito às obrigações perante o
que descumprem seus deveres legais, realizando
consumidor, vendendo produtos com rótulos
importações e vendas de produtos sem a regular
que não atendem aos requisitos legais, sem
documentação fiscal de suas operações,
informações mínimas sobre a mercadoria e
a Associação Brasileira dos Fabricante e/
sobre o fornecedor, e, consequentemente, sem
ou Importadores de Produtos de Iluminação
garantia.
(Abilumi) desenvolveu o guia “Prevenção a
Além da conscientização, a associação
Práticas Irregulares no Comércio de Produtos
encaminhará as denúncias às autoridades
de Iluminação” para os lojistas com informações
públicas competentes para que tomem as
sobre as responsabilidades do comerciante.
medidas cabíveis para coibir as práticas
A
ação
levou
em
consideração
o
irregulares.
prejuízo causado por essas práticas ilícitas
às empresas do setor que observam suas
da Associação Brasileira da Indústria de
obrigações legais. “O objetivo é coibir ações
Iluminação (Abilux), da Associação Brasileira
que prejudicam tanto as empresas idôneas
dos Revendedores e Distribuidores de Materiais
(fabricantes, importadores e comerciantes)
Elétricos (Abreme), da Associação Nacional
quanto
conscientizar
dos Comerciantes de Material de Construção
os lojistas que eles também têm suas
(Anamaco), do Sindicato do Comércio Varejista
responsabilidades. O barato pode acabar
de Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos
saindo caro para todos”, afirma o presidente
no Estado de São Paulo (SincoElétrico) e do
da Abilumi, Georges Blum.
Instituto Brasil Legal.
o
consumidor
e
Há empresas, por exemplo, praticando o
A iniciativa conta com o apoio institucional
A cartilha na íntegra está disponível em:
crime de descaminho, realizando subfaturamento
http://www.abilumi.org.br/abilumi/images/pdf/
em importações e vendas sem nota fiscal ou
cartilha%20abilumi%5B3%5D.pdf
UHE Belo Monte inicia operação comercial A turbina tem potência instalada de 611,11 MW e a energia já está disponível para o Sistema Interligado Nacional
A usina hidrelétrica de Belo Monte começou
a gerar comercialmente no último dia 20 de abril, com a entrada da primeira máquina, cuja potência instalada é de 611,11 MW e já está disponível para o Sistema Interligado Nacional (SIN). A usina está localizada no rio Xingu, no município de Vitória do Xingu (Pará). A primeira turbina a gerar energia comercialmente, no Sítio Belo Monte, está instalada na Casa de Força Principal do empreendimento. Lá, estão em fase
Previsão é de que a cada dois meses seja ativada uma nova turbina até seu pleno funcionamento, em 2019.
de montagem outras 17 unidades geradoras, que serão concluídas e acionadas, gradativamente, até 2019. A previsão é de que a cada dois meses seja ativada uma nova turbina até o pleno funcionamento da hidrelétrica, em 2019.
Belo Monte terá capacidade instalada de 11.233,1 MW, dos quais 11 mil MW na Casa de Força
Principal e 233,1 na Casa de Força Complementar. A usina gerará para as distribuidoras que compraram energia em leilão realizado em 2010, atendendo, assim, a 60 milhões de pessoas em 17 estados do Brasil.
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Terminais de compressão www.crimper.com.br
Os terminais de compressão são fabricados pela Crimper
em cobre eletrolítico recozido de alta condutibilidade elétrica e estanhados pelo processo eletrolítico a fim de evitar oxidação.
Além de uma variedade de furações para uma mesma seção
nominal, os produtos estão disponíveis nas opções de um furo ou dois furos para uma ou duas compressões.
De acordo com a fabricante, os produtos contam com grande
praticidade de uso em cabos flexíveis por que são também fabricados em modelo expandido. Podem ser fabricados, sob consulta, conforme necessidades especiais de cada projeto.
Tomadas e interruptores, abraçadeiras, conectores e canaletas www.enerbras.com.br
A Enerbras apresentou ao mercado diversos lançamentos durante
a Feira da Construção Feicon Batmat, realizada em abril, em São Paulo (SP). Entre as novidades, está a linha Beleze Colors de tomadas e interruptores, que está disponível em dez cores de placas para customização de ambientes – preta, vermelha, rosa, rosa florada, amarelo girassol, laranja, lilás, azul, verde caribe e verde lagoa.
Outro destaque foi o lançamento da linha de abraçadeiras
de nylon. O diferencial desse sistema de amarração fica por conta da embalagem com fecho tipo abre-fecha, prático e funcional garantindo que as abraçadeiras estejam facilmente disponíveis e hermeticamente fechadas. Também nessa edição da feira, a empresa trouxe ao mercado uma linha de conectores em termoplástico e a canaleta de PVC com fita dupla face nas dimensões de 10x10x2000 mm.
Terminais são produzidos em cobre eletrolítico de alta condutibilidade elétrica. Novas linhas de tomadas e interruptores, abraçadeiras, conectores e canaletas foram lançadas na última edição da Feicon, realizada em São Paulo.
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
Nobreaks www.cmcomandos.com.br
Destaque da CM Comandos Lineares, a linha ConceptionMulti Ativo Trifásico oferece
proteção contra distúrbios de energia elétrica, fornecendo uma energia senoidal limpa, estabilizada e filtrada, livre de interrupções, ruídos, picos e oscilações. Segundo a fabricante, este equipamento é indispensável para aplicações de missão crítica, em que a qualidade e a continuidade da operação são vitais.
A novidade é que agora toda a linha ConceptionMulti Ativo Trifásico conta com cinco
anos de garantia. Segundo o diretor comercial da CM Comandos, Edward Seiki, a oferta de cinco anos de garantia para uma linha de nobreaks é uma novidade em nível mundial. “Não temos conhecimento de nenhuma outra marca que ofereça algo parecido”, diz.
A linha ConceptionMulti Ativo é composta por modelos trifásicos de 5 kVA a 200
kVA e que, em paralelo, atingem potências acima de 2.000 kVA. Os equipamentos foram projetados com a tecnologia de Processamento Digital de Sinais (DSP), capaz de processar milhões de amostragens por segundo. A linha também se destaca pelo display touchscreen, pela tecnologia online com bypass estático, que, em caso de problemas ou de manutenção, transfere a carga automaticamente para outro circuito, adicionando mais
Nobreaks da linha ConceptionMulti Ativo Trifásico contam agora com garantia de cinco anos.
proteção e elevando a confiabilidade da carga sensível sem interromper o fornecimento de energia. O software de gerenciamento remoto real time permite a visualização do processo em um computador, executa tarefas como shutdown e ligação automáticas, e envia alertas por e-mail aos usuários.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Cemig regulariza cerca de 90 mil pontos de fraude A companhia tem intensificado os esforços para combater as irregularidades na medição nos últimos quatro anos
A Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig) está trabalhando duramente para combater as irregularidades na medição nos 774 municípios de sua área de concessão. Entre 2012 e 2016, a empresa identificou aproximadamente 90 mil ligações irregulares e, somente no ano passado, 1.647 ligações clandestinas, popularmente conhecidas como “gatos”, foram desativadas. De acordo com a concessionária, o valor da conta de energia é impactada pelas fraudes, uma vez que a eletricidade desviada é rateada entre os outros consumidores. O conhecido “gato” é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcir toda energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa. A prática também pode ocasionar acidentes fatais, além de incêndios e danos à rede elétrica.
De acordo com Marco Antônio de Almeida,
gerente de Gestão e Controle da Medição,
O conhecido “gato” é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcir toda energia furtada.
das Perdas Comerciais e da Adimplência da
seleção de alvos e o monitoramento à distância
Distribuição da Cemig, além da sobrecarga na
do consumo de grandes clientes. Por meio
rede elétrica, as ligações irregulares podem
do Centro Integrado de Medição é possível
causar graves acidentes.
identificar instantaneamente qualquer anomalia
“As ligações irregulares também podem
no padrão de consumo de energia destes
causar danos aos equipamentos elétricos e
grandes clientes - aproximadamente 13 mil
queda na qualidade da energia, devido às
clientes que representam cerca de 45% do
constantes interrupções no sistema elétrico
faturamento da Cemig - e enviar equipes de
provocadas
campo para regularização das fraudes.
pela
sobrecarga
gerada
pelo
consumo irregular. Além disso, são registradas
várias ocorrências de rompimento de fios e
enviadas para o Centro Integrado de Medição
As informações geradas pelo sistema são
queima de transformadores devido a essa
(CIM) da Cemig, localizado no Barro Preto,
prática criminosa”, afirma Almeida.
região Centro-Sul de Belo Horizonte. Com
A atuação no combate ao furto de energia é
aparelhos de alta tecnologia, o Centro monitora
de extrema importância porque gera benefícios
desde a leitura do medidor até a programação de
para toda a sociedade. Além de preservar a
corte e religamento, passando pela identificação
segurança da população e coibir esse tipo de
de fraudes e interferências indevidas no
crime, a diminuição das perdas decorrentes
equipamento, por parte do consumidor.
das ligações clandestinas reflete diretamente
Com investimentos de cerca de R$ 12
na tarifa de energia, pois a energia furtada é
milhões, o Centro conta com uma sala de
considerada na composição da tarifa.
operação projetada para funcionar com 21
Neste sentido, a Cemig tem promovido
postos de trabalho, sendo 12 destinados às
diversas ações para reduzir o número de
atividades de monitoramento dos sistemas
ligações irregulares. Entre as iniciativas estão
de medição e nove para seleção de alvos de
a utilização de softwares de inteligência para
inspeção.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
Brasileiro ainda deixa as luzes acesas Embora se preocupe com o consumo de energia, o brasileiro deixa a desejar nas práticas de redução do consumo em suas residências
Nove em cada dez pessoas considera de vital importância reduzir
o consumo de energia em sua própria casa, no entanto, suas ações mostram o contrário: seis em cada dez deixam a luz acesa ao sair de um cômodo, uma ação básica para quem se preocupa em reduzir a conta de luz no final do mês.Este é o resultado de um estudo chamado “Consciência e práticas de consumo de energia nos lares da América Latina”, realizado pela Lutron Electronics, empresa especializada em controles de iluminação.
Realizado no Brasil, México e Colômbia, o estudo mediu as ações
adotadas pelas pessoas em relação à economia de energia, assim como o impacto que esta questão tem em cada residência e a importância do assunto quando se fala em mudanças climáticas.
O estudo levou em conta fatores, como a atitude em relação à
economia de energia, o conhecimento das pessoas sobre o impacto do
No Brasil, segundo o estudo, as luzes ficam acesas sem necessidade por até 1,5 horas diárias.
consumo no meio ambiente e as ações básicas que ocorrem diariamente, como ligar e desligar as luzes nos principais espaços de uma casa e as
são a televisão e o computador.
horas de consumo de aparelhos eletrônicos.
“Como parte da iniciativa da Lutron para uma casa sustentável, que
Comparando os três países pesquisados, o Brasil é o segundo país
conduziu o primeiro estudo a mostrar a importância para as pessoas da
em que mais se deixa as luzes acesas desnecessariamente, somando
economia de energia em casa e como isso é transformado em atividades
diariamente até 1,5 horas de consumo inútil.
concretas na vida diária, esperamos que os resultados alcançados gerem
Na primeira colocação do ranking de desperdício está o México, com
iniciativas que permitam mudanças específicas no comportamento da
duas horas por dia de consumo desnecessário. Já os colombianos estão
população no que diz respeito à economia de energia”, afirma a diretora
na última colocação, mas não muito atrás do Brasil: os habitantes do país
de marketing para a América Latina da Lutron, Alejandra León.
vizinho deixam as luzes acesas sem necessidade por até 1,2 horas por dia.
Os pais e chefes de família são os que mais insistem em apagar
os chefes de família, isto poderia chegar a constituir uma razão muito
as luzes da casa, especialmente dos quartos e da cozinha, espaços
poderosa para considerar sistemas inteligentes de controle de iluminação.
que, de acordo com o estudo, são onde mais se esquece de apagar
a luz. Os menores de 18 anos são os que mais contribuem para o alto
parceria com a empresa Milward Brown. O projeto consistiu em
consumo de energia, o que também está relacionado ao uso simultâneo
entrevistas com pessoas de 25 a 45 anos em nível nacional no Brasil e
de aparelhos eletrônicos – os que mais ficam ligados sem necessidade
no México, e nas cidades de Bogotá e Cali, na Colômbia.
Dado que a economia de energia no lar é muito importante para
O estudo foi realizado durante o mês de fevereiro de 2016, em
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
Manserv e Weg firmam parceria para soluções de eficiência energética Empresas trabalharão em conjunto para oferecer soluções personalizadas para a mitigação de gastos em energia elétrica e redução de impactos ambientais
As empresas Manserv, especializada em
manutenção e logística, e a Weg, fabricante de equipamentos elétricos, firmaram um acordo que prevê a colaboração mútua das companhias para a implementação de soluções energéticas que possam melhorar a performance de empresas de diversos setores, mitigando gastos e aumentando a produtividade.
A Manserv colaborará com a sua expertise
na busca de soluções que minimizem também o impacto ambiental (processos e ações que dos seus clientes, atuando na identificação
Juntas, as empresas deverão identificar aspectos que possam ser aperfeiçoados em seus clientes, visando sempre a eficiência energética.
de aspectos que possam ser aprimorados
mais eficientes ou mesmo o reparo imediato
diversos segmentos, tanto industriais, como
e sugerindo novos caminhos para garantir a
de peças e conjuntos", explica Marcos Garcia,
comerciais e rurais. “Energia é o negócio da
melhoria dos processos produtivos já existentes.
diretor da Manserv
Weg! Produzimos equipamentos que atendem ou
“Essa análise poderá indicar, por exemplo, a
A Weg, por sua vez, trabalhará na consolidação
superam as certificações mais exigentes no Brasil
necessidade de monitoramento de desempenho,
das oportunidades de eficiência energética e
e no exterior. Além disso, atuamos junto aos nossos
incluindo sistemas de automação e gestão de
otimização de processos, indicando as melhores
clientes na identificação e aplicação de nossas
energia, substituição de motores, redutores, entre
opções em seu diversificado portfólio de soluções,
soluções eficientes”, destaca diretor de vendas da
outros maquinários e dispositivos, por versões
as quais já são amplamente aplicadas nos mais
América do Sul, Fernando Cardoso Garcia.
causam impactos negativos no meio ambiente)
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
Vai e vem do mercado elétrico brasileiro Marco Antonio Martins é o novo ministro de Minas e Energia
Secretário responsável pela área de Óleo, Gás
à liderança global da Philips Lighting, baseado
e Renováveis em duas oportunidades, entre
em Cingapura.
2002 e 2003 e entre 2009 até 22 de abril de
Foi publicada no Diário Oficial da União
2016.
Armando Henriques assume presidência da Duke Energy International
nomeação, como novo ministro, do engenheiro
Philips Lighting tem novo líder no Brasil
Marco Antonio Martins. O novo titular da pasta
A Philips Lighting, empresa de iluminação,
Duke Energy Brasil, Armando Henriques, passa
era, até então, secretário de Petróleo, Gás
anuncia Yoon Young Kim na posição de Diretor
a atuar também como presidente da Duke
Natural e Combustíveis Renováveis, do MME,
Presidente Brasil. O executivo assume o desafio
Energy International (DEI).
cargo do qual foi exonerado.
de consolidar a Philips como fornecedora
do dia 22 de abril a exoneração, a pedido, do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e a
Desde março de 2016, o presidente da
Armando, que está locado em São Paulo,
Marco Antonio Martins Almeida nasceu em
de Led e de outras soluções inovadoras de
irá conduzir as operações da DEI - os sete
14/01/1961, em Juiz de Fora (MG). Graduou-se
iluminação e assegurar a liderança da empresa
países da América Central e do Sul - e manterá
em Engenharia Civil pela Universidade de
no mercado brasileiro. Há 20 anos na empresa,
suas atuais responsabilidades no Brasil.
Brasília (UnB), em 1983 e especializou-se em
Yoon iniciou sua trajetória no setor de iluminação
“Gostaria que soubessem que estou honrado
Engenharia do Petróleo no Centro de Ensino
automotiva e, em 2002, mudou-se para os
em assumir esta função e asseguro a vocês
da Petrobras entre 1985 e 1986. Trabalhou na
Estados Unidos para cuidar da operação do
meu apoio incondicional para manter a força do
empresa João Fortes Engenharia e no Banco
canal de Original Equipment Manufacturer
nosso negócio e para nos posicionar bem para
do Brasil. Em 1985 foi admitido na Petrobras,
(OEM),
o futuro”, comentou Armando em comunicado
empresa com a qual mantém vínculo até os dias
de componentes de iluminação. Dois anos
enviado a todos os empregados da DEI.
de hoje. Desde 1992 está cedido ao Governo
depois, o executivo retornou ao Brasil para
Federal, onde trabalhou no Departamento
gerenciar as atividades da área de iluminação
Vice-Presidente de Gerenciamento de Portfólio
Nacional de Combustíveis (DNC), na Agência
na América Latina, e, em 2009, foi para a Coréia
e Planejamento Estratégico Cheryl Lipshutz
Nacional de Petróleo (ANP) e no Ministério de
para liderar a área comercial do país até 2012,
estão em transição para novas atribuições onde
Minas e Energia, desde 1999. No Ministério
quando foi convidado a liderar processos de
se reportarão diretamente ao CFO da Duke
desempenhou
transformação em mercados emergentes junto
Energy Corp., Steve Young.
diversas
funções,
como
responsável
pela
comercialização
A ex-presidente da DEI Andrea Bertone e a
Evento
24
Light+Building 2016
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Iluminação a serviço da vida moderna Feira internacional Light+Building 2016, realizada na Alemanha no mês de março, mostra que engenharia elétrica, tecnologia da informação e iluminação nunca estiveram tão próximas. Mais de 2500 expositores de 55 países apresentaram suas soluções que reúnem essas três ciências em prol do conforto, do controle e da eficiência
Imagine um ambiente em que a iluminação artificial percebe o seu
integrado, utilizando a estrutura eletrônica do Led, não se trata
movimento, identifica a hora do dia e a incidência solar naquele cenário,
mais de apenas iluminar ambientes perfeitamente, como também
capta a sua necessidade (trabalho ou descanso, por exemplo) e te
explorar diversos aspectos, tais como cor e intensidade de luz.
entrega a luz perfeita, em quantidade, cor e temperatura! É o futuro da
iluminação? Não, é a realidade. Tudo isso já existe e são apenas algumas
foi o mundo digital, partindo do lema escolhido para o evento deste ano:
Não é à toa que o tema dominante em todos os 11 pavilhões da feira
das soluções já disponíveis para o mundo e que foram apresentadas na
“Onde espaços modernos ganham vida: digital – indivíduo – em rede”.
última edição da Light+Building, realizada em Frankfurt, entre os dias 13
Este mote pode ser observado em quase toda a totalidade dos mais
e 18 de março de 2016.
de 2.500 estandes presentes no evento. Durante todos os dias da feira,
A demanda por conforto, segurança, controle e eficiência
a indústria mostrou soluções inteligentes e tecnologias voltadas para
energética, seja no trabalho, seja na residência, é cada vez maior
o futuro, que incluem sistemas digitais e ligação em rede, bem como
e todos esses aspectos integrados estiveram presentes no evento,
tendências de design que levam em conta a influência da luz sobre as
que mostrou que o design e a tecnologia caminham lado a lado
pessoas, a segurança em rede, a automação residencial e predial e a
em busca de soluções integradas e individualizadas para a vida
gestão eficiente da energia.
moderna. Nesse sentido, a eficiência do Led – que, sozinho, não é mais novidade – combinada com a automação e com o conceito da
Light+Building
“Internet das coisas” vem revolucionando o mercado da iluminação. Com os sistemas de controle de iluminação em um sistema
Considerado o principal evento internacional de iluminação e de
25
O Setor Elétrico / Abril de 2016
elétrica, a Light+Building 2016 reuniu 2.589 expositores, oriundos de 55 países, em um espaço de 248.500 metros quadrados. No total, 216 mil profissionais de cerca de 160 países passaram pelo Centro de Exposições de Frankfurt am Main entre os dias 13 e 18 de março e conheceram de perto todos os milhares de produtos, soluções e tecnologias lançadas pelas empresas expositoras. O presidente e CEO da Messe Frankfurt, organizadora do evento, Wolfgang Marzin, ficou plenamente satisfeito com o resultado da feira: “Esses números ressaltam a importância da Light+Building como a principal feira do mundo para iluminação e tecnologia de serviços de construção, bem como o clima positivo no setor e o elevado nível de satisfação dos expositores", afirmou.
Para se ter uma ideia do nível de internacionalidade da feira, 67%
dos expositores e 49% dos visitantes são de fora da Alemanha. As nações visitantes mais representativas depois da Alemanha foram a Itália, Holanda, França, Reino Unido e China.
Os fabricantes apresentaram luminárias com design em estilos que
vão do moderno ao clássico, iluminação técnica e lâmpadas de todos os tipos e para todas as aplicações, bem como uma grande variedade de componentes de iluminação e acessórios.
Muito bem organizado, o evento contou com 22 pavilhões ordenados
de acordo com o nicho de mercado das empresas. Pé-direito elevado, projeto arquitetônico rebuscado, aplicação real das soluções e muito bom gosto marcam a apresentação dos expositores, que investiram alto na produção de seus estandes. Alguns deles pareciam verdadeiras praças públicas, outros imitaram vitrines de loja ou ainda o saguão de um hotel. Na Light+Building, a produção dos estandes é fundamental para mostrar ao visitante a tecnologia aplicada na prática.
A Schréder, empresa especializada em iluminação pública, por
exemplo, exibiu suas soluções imersas em uma espécie de praça pública no meio do evento. Dessa maneira, pode mostrar com propriedade seus produtos, incluindo o sistema modular Shuffle, que integra sistemas de controle, alto-falantes, câmeras de vigilância, carregadores de veículos
Os estandes amplos e sofisticados chamam a atenção dos visitantes, que podem ver as soluções aplicadas na prática.
A Lumini foi a única brasileira presente na Light+Building 2016 como expositora.
Evento
26
Light+Building 2016
Algumas novidades apresentadas na Light+Building 2016
O Setor Elétrico / Abril de 2016
elétricos, sinalização e outras funcionalidades, ideal para iluminação externa.
Em um estande que ocupou um pavilhão inteiro, a Philips
aproveitou a oportunidade da feira e a presença de visitantes de todo o mundo para apresentar suas tecnologias. Uma delas foi o lançamento do spot de halogênio, produto que substitui com eficácia a popular lâmpada halógena, uma vez que possui efeito de luz semelhante, mas é dimerizável e 90% mais eficiente por conta do Led.
Na ocasião, a Philips Lighting anunciou ainda uma parceria global
com a Vodafone para impulsionar a adoção de iluminação pública conectada à rede sem fio em todo o mundo. O objetivo é permitir que as cidades se beneficiem da iluminação a Led conectada. A primeira lâmpada baseada nesse conceito foi apresentada durante o evento. Trata-se da DigiStreet, a primeira lâmpada de rua a Led, que é "à prova de futuro" com sensores e conectividade sem fio embutidos.
A Osram, outra gigante da iluminação na feira, destacou diversas
novidades: desde luzes que podem ajudar o motorista a encontrar uma vaga em um estacionamento a soluções de iluminação infravermelha
Sistema de armazenamento de energia, da Eaton em parceria com a Nissan.
que desbloqueiam smartphones via varredura da íris ou unidades de transmissão integradas em aparelhos de iluminação que orientam as pessoas dentro de edifícios. Para a iluminação de estádios, a Osram apresentou o holofote 20 Maxi Led, com produção de 100.000 lúmens. O produto fornece iluminação sem cintilação para transmissões de TV em qualidade HD e super slow motion. Luminária Shuffle, da Schréder.
Projetor 20 Maxi Led, da Osram.
A Eaton, por sua vez, evidenciou seus novos sistemas de
armazenamento e controle de energia desenvolvidos em parceria com a fabricante de automóveis Nissan. As empresas combinaram eletrônica de potência, software de controle, energia renovável e armazenamento estacionário para elaborar um sistema único e integrado, que oferece a continuidade do fornecimento, com aumento da estabilidade da rede e eficiência, evitando elevadas tarifas de energia nos horários de pico e redução da dependência de combustíveis caros, como o diesel.
Eventos paralelos DigiStreet, da Philips Lighting.
Além dos estandes que constituíram a Light+Building, outros
eventos, seminários e encontros aconteceram paralelamente no mesmo ambiente. Os arquitetos, lighting designers, engenheiros e demais profissionais interessados puderam conhecer novas tecnologias
216 mil visitantes de 160 países passaram pelos corredores da Light+Building deste ano. No total, foram 2589 expositores.
Evento
28
Light+Building 2016
O Setor Elétrico / Abril de 2016
e tendências no Trend Forum, concebido e realizado pelo Trend Bureau.
palestras forneceram informações especializadas sobre o aumento
O fórum apresentou diversos ambientes e cenários a partir de novas
da segurança nos locais de trabalho. O seminário foi organizado por
tecnologias integradas aliadas a tendências de design e ocorreu diversas
associações locais de engenheiros eletricistas (FEHR) e de seguros
vezes ao dia, com visitas guiadas.
dos empregadores (BG ETEM). A participação neste evento paralelo
também garantia um certificado ao final do curso.
O E-House, organizado pela Associação Alemã das Indústrias
Elétrica e de Tecnologia da Informação (ZVEH), demonstrou o ponto
E um dos eventos que mais vem chamando a atenção dos visitantes
de vista do consumidor a respeito da integração do gerenciamento
há oito edições é a Luminale. Criado em 2002, a Luminale nasceu com
de energia e das tecnologias de edificação. Foi um espaço dedicado
a proposta de exibir luz, design e arquitetura dentro da cidade, gerando
a mostrar, em um contexto real, o efeito da revolução energética na
entusiasmo e entretenimento para os seus moradores e visitantes.
prática e como isso já é possível para garantir a eficiência energética e
A ideia é ser um laboratório de luz urbana arquitetural, iluminando
conferindo conforto, conveniência e segurança para seus usuários.
artisticamente prédios públicos, monumentos, igrejas, teatros e
esculturas em diversos pontos da cidade de Frankfurt, mostrando-se
O debate oferecido pelo Forum de Tecnologia, promovido pela
Messe Frankfurt em parceria com a Associação Alemã da Indústria
uma verdadeira exposição das novas técnicas e tecnologias aplicadas.
Elétrica e Eletrônica (ZVEI), contou com representantes da política,
comércio e indústria para discutir questões atuais do mundo da
cria uma atmosfera visual única na cidade, não apenas para moradores
Organizado de forma a coincidir com a Light+Building, a Luminale
engenharia elétrica e da iluminação, visando o diálogo entre expositores
e turistas, mas também para os profissionais que visitam o evento. Em
e visitantes.
todas as noites, ônibus guiados saíam do centro de exposições levando
Já no chamado “Workshop Street”, jovens profissionais da área
os visitantes da feira para conhecer de perto os pontos iluminados em
de elétrica e de tecnologia de informação tiveram a oportunidade de
toda a cidade. As expedições duravam cerca de três horas. Um dos
aprender sobre as mais recentes técnicas e procedimentos práticos de
destaques da Luminale deste ano foi criado pelo lighting designer e
instalações elétricas em uma série de estações de trabalho, com direito
artista Christopher Bauder, conhecido internacionalmente por suas
à gravação da sua participação e certificado.
obras. Em parceria com o compositor Robert Henke, Bauder compôs
sua própria música “Luminale”, que é apresentada juntamente com
A feira também contou com um seminário dedicado ao tema
“Segurança do trabalho”. Direcionados aos jovens profissionais, essas
uma performance de luz no teatro 'Mousonturm'.
Igrejas, monumentos históricos, praças públicas e outros pontos turísticos de Frankfurt são iluminados artisticamente, constituindo a exposição Luminale, que acontece paralelamente à Light+Building há oito edições.
Fascículos
Apoio
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA João Carlos Mello, Ricardo Savoia, Thais Prandini, Sami Grynwald e Leonardo Caio Filho
30
Capítulo IV – A geração distribuída regulada na expansão – Avanços necessários • Posicionamento da GD na expansão • GD regulada – uma oportunidade real • Propostas de viabilidade comercial da GD regulada • Benefícios • Conclusões
IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano
40
Capítulo IV – Características construtivas, requisitos de marcação e condições da instalação dos conjuntos • Marcação para identificação dos conjuntos • Documentação obrigatória • Resistência, verificação e propriedades dos materiais e das partes
LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa
46
Capítulo IV – Entendendo um pouco mais os Leds • Consistência de cor no feixe de um Led • Especificação de cromaticidade • Temperaturas de cor • Distribuição espectral de potência • Fluxo luminoso
CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo IV – Componentes simétricas • Sistemas de sequência positiva, negativa e neutra • Decomposição de circuitos de sequência • Análise da corrente no neutro • Circuitos de sequência
52
Apoio
Geração distribuída
30
Capítulo IV
A geração distribuída regulada na expansão Avanços necessários *João Carlos Mello, Ricardo Savoia, Thais Melega Prandini , Sami Grynwald e Leonardo Caio Filho*
As principais vantagens da geração distribuída
realizada ainda é muito tímida (apenas
destacar que projetos de GD de forma geral
0,1 GW.médio), numa perspectiva de alto
possuem atributos e benefícios similares
resumidas como segue: (i) construção
potencial de GD a ser contratada pelas
aos projetos regulados para compra pelas
e
acelerado;
distribuidoras (cerca de 4.6 GW.médios).
distribuidoras, e podem ser definidos
(ii) impacto ambiental reduzido; (iii)
Uma leitura clara é que a regulamentação
como de escala comercial (“utility scale”)
pulverização
de
projetos
a
até o momento não deu certo e deve ser
ou de menor porte (“retail scale”), que,
concentração
e
os
categoria
incluindo
regulada,
comissionamento
mais
riscos
aquelas
regulatória e comercial. É importante
ser
na
(GD),
Apesar das vantagens, a GD regulada
podem
evitando
envolvidos
ajustada. Este artigo oferece sugestões
neste caso, pode se originar de práticas
com atrasos e as grandes transferências
de mudanças na comercialização da GD
comerciais, ou mesmo voluntárias pelo lado
da energia pela rede; (iv) agrega maior
regulada como descritas a seguir:
do consumidor.
Fascículo
segurança energética no abastecimento
Os projetos de GD são mais ágeis e
com o aumento da confiabilidade sistema;
• Energia contratada pelas distribuidoras
se implantam rapidamente, e, com uma
(v) progresso no padrão de uso das redes
nas áreas elétricas a que estas pertencem;
correção de rumos no processo de GD
elétricas; (vi) redução de perdas; (vii)
• Repasse tarifário com base em um valor
regulada, a resposta positiva é praticamente
postergação de investimentos destinados
de referência acumulado dos leilões de
imediata. A GD regulada já possui na sua
à expansão nos sistemas de distribuição
energia nova;
origem o benefício do suporte comercial de
e transmissão; e (viii) desenvolvimento
• Capturar de forma objetiva os benefícios
compra para as distribuidoras, reduzindo
regional comandado por aptidões próprias.
da GD de cada projeto para o consumidor
em muito o risco para os investidores, e,
A geração distribuída regulada é
final, através de indicadores durante a
portanto, oferecendo grande atratividade
uma definição existente no arcabouço
competição pelo mercado de GD;
para sua expansão. O avanço deste tipo de
regulatório brasileiro, como uma das formas
• Processo de licitação de novos projetos
geração no país atende à geração de energia
de contratação de GD pelas distribuidoras –
de GD por área elétrica, organizado
diretamente ao centro de carga trazendo
Lei 10.848/04 e Decreto 5.163/04. A nova
regularmente,
regional
benefícios neste padrão de atendimento;
oferta de GD pode vir a ser direcionada de
e
maior
traz também maior complementariedade
forma mais efetiva ao mercado regulado,
transparência,
repasse
com os demais tipos de fontes de geração;
buscando respeitar de forma coerente os
automático.
de
descentralizada
forma –
busca
publicidade
e
preços limites de repasse autorizados pela Aneel.
e busca inserir novas tecnologias no setor. A GD regulada pode ser a alavanca para
A GD regulada é apenas uma definição
o desenvolvimento local de fabricação e
Apoio
capacitação própria em novos projetos.
vetor na expansão e sua sincronia com
atender ao consumo em crescimento.
planejamento
o planejamento do setor elétrico como
Esta sempre foi a solução de crescimento
hierárquico, a definição da GD seria
um todo. São apresentados alguns casos
da geração no Brasil nas últimas décadas
definida em sincronia com as necessidades
práticos com a experiência dos autores na
e será o principal vetor de atendimento
de expansão no atacado, seja das redes de
condução de ajustes desta nova realidade
ao mercado, entretanto, as dificuldades
transmissão, seja da capacidade de geração.
perante os órgãos institucionais do setor
encontradas atualmente para superar as
Reconhecer a interação destes processos é
elétrico nacional.
restrições ambientais e a implantação de
No
processo
de
uma peça basilar para um planejamento robusto do SIN como um todo. Este trabalho busca efetuar uma análise
O posicionamento da GD na expansão
novas linhas de transmissão não podem ser negligenciadas. A nova fronteira do desenvolvimento de projetos hidrelétricos é a região Amazônica, o que leva a uma
crítica sobre a expansão do mercado de geração distribuída (GD), com o objetivo de
A geração distribuída é uma tendência
adaptação dos projetos para reduzir as
fomentar sua comercialização em volume e
mundial, dado que atualmente existem
áreas alagadas e a necessidade de grandes
quantidade de contratos e que a mesma se
novas condições, tais como: a evolução
troncos de transmissão para levar a energia
preste ao desenvolvimento e segurança nas
e redução de custo das tecnologias de
aos centros de consumo. Inegavelmente,
redes elétricas. A análise será na ótica de
geração de menor escala, as dificuldades
são soluções mais econômicas numa visão
criação de valor para a geração distribuída
de implantação de novos troncos de
global, no entanto, existem dificuldades
no ambiente de comercialização de energia
transmissão, a noção de que as redes
de implantação dos projetos no tempo
e ao sistema energético nacional, uma vez
tradicionais devem ser adaptadas para o
adequado e vão trazer uma grande
que traz maior estabilidade, confiabilidade
novo conceito de redes inteligentes e as
sofisticação para a operação do sistema,
e redução das perdas do sistema.
restrições ambientais para fontes emissoras.
pois
não
existe
armazenamento
de
Este artigo oferece uma descrição
O Brasil é um país em crescimento
afluências e o controle de estoque dos
das melhores práticas na consideração
contínuo da carga e as soluções têm sido
reservatórios realizado pelo ONS será mais
da geração distribuída como um novo
focadas em grandes obras de geração para
restrito. A transmissão de grandes blocos de
31
Apoio
Geração distribuída
32
energia em longas distancia também é uma
conexão de sua unidade geradora à rede
federal - a FERC - o pacto federativo garante
fragilidade para a segurança do sistema.
em um ponto considerado técnico ou
a coexistência de vários modelos ao longo
economicamente adequado, incluindo a
do território nacional, com divergências
GD no sistema – visão mundial
instalação de toda a medição necessária para
entre estados e distribuidoras, sobretudo
Em termos mundiais existem países
a contabilização dos fluxos de eletricidade”.
no que diz respeito aos mecanismos de
com grande avanço quanto à regulação
A metodologia determina ainda que todos
compensação e interligação dos sistemas à
da GD, dentre eles é possível destacar
os custos adicionais (e.g., de reforço do
rede.
Alemanha e Estados Unidos.
sistema) devem ser de responsabilidade
O Net Metering e as Feed-in Tariffs
do operador, na medida em que os
(FITs) são as duas principais políticas
proporcionou um robusto mecanismo
investimentos
comprovadamente
de compensação da GD, sendo aquela
de subsídios e trata a expansão dessa
viáveis. Empreendimentos de GD com
predominante em relação a esta. Enquanto
modalidade como prioritária. O país goza
fontes renováveis não estão sujeitos ao
o Net Metering estabelece a compensação
de alta incidência de GD em sua matriz
pagamento dos encargos de transmissão e
entre a importação e a exportação de
elétrica, sobretudo, oriunda de fontes
distribuição, apenas aos custos associados à
eletricidade pelo consumidor ao valor da
renováveis. O modelo adiciona benefícios
conexão à rede.
tarifa praticada no mercado cativo, nos
O modelo regulatório em vigência
sejam
ao sistema, porém, também apresenta
Em suma, na Alemanha, as condições
moldes da FIT, a GD é valorada a uma
desafios que justificam a discussão a
regulatórias viabilizam os empreendimentos
tarifa pré-fixada, a ser adquirida pela
respeito de sua continuidade nos moldes
de GD por fontes incentivadas, sobretudo
distribuidora.
atuais. Como se pode observar na Figura
pela: (i) isenção de encargos do sistema;
1, a participação da GD no atendimento ao
(ii) isenção da necessidade de Capex para
Inclusão da GD no planejamento setorial
consumo aumentou expressivamente nos
manutenção da rede/ conexão rasa; e (ii)
nacional
últimos anos e chega a atingir cerca de 23%
prioridade na conexão e utilização da rede
A inclusão da GD na realidade de cada
do consumo total.
quando comparada às fontes convencionais.
país faz parte de uma política pública,
A regulação alemã determina que os
Porém, esse modelo não é blindado de
conforme os interesses da nação. A inclusão
operadores dos sistemas de distribuição,
imperfeições, considerando que os custos
da GD no planejamento setorial ainda
que é um segmento bastante fragmentado,
têm sido repassados ao consumidor final, e
está se iniciando. A Empresa de Pesquisa
priorizem a conexão de unidades de
o sistema tem sido alimentado com fontes
Energética (EPE) considera a GD em uma
geração de fontes renováveis, o que catalisa
renováveis,
intermitente,
forma mais ampla e considera a geração
o acesso dessas fontes à rede, bem como
minando a meta de se atingir um sistema
“dentro da cerca” de um grande número
aquisição, transporte e distribuição da
robusto. O processo de inserção deve estar
de consumidores como GD, porém, esta
eletricidade gerada pelas mesmas em sua
sujeito aos limites técnicos do momento,
autogeração não tem o objetivo de política
totalidade, tendo ampla preferência em
que certamente serão diferentes no futuro
pública de fontes renováveis, ou mesmo
relação às fontes convencionais. O regime
com a entrada maciça das redes inteligentes.
melhoria na rede. Estes projetos atuais
de conexão à rede vigente no sistema
A regulação de GD nos Estados Unidos
são implantados de forma voluntária pelo
alemão é o de “conexão rasa” (do inglês,
encontra-se em um estágio bastante
consumidor para aproveitar resíduos do
shallow connection), em que o gerador de
avançado em relação aos demais países.
processo (produção de açúcar & etanol e de
fonte renovável “deve pagar os custos de
Apesar da existência de um órgão regulador
celulose), reduzir custos (geração na ponta)
de
natureza
Fascículo
ou até mesmo segurança do abastecimento (cogeração em shopping centers). Segundo a EPE, este padrão de GD será responsável por atender a 12% da demanda nacional por eletricidade, isto é, do consumo esperado de 89,1 GW médios no ano. Entretanto, os autores entendem que é importante uma política pública de GD, que incentive a melhor aplicação de projetos para o sistema. Uma nova onda certamente será a microgeração e a minigeração distribuída, Figura 1 – Energia elétrica atendida por GD na Alemanha.
como em outros países. Em abril de 2012 foi aprovada a Resolução Normativa da
Apoio
33
Apoio
Geração distribuída
34
Aneel nº 482, que, posteriormente, em
contratação de GD é um dos meios
dezembro do mesmo ano, sofreu alguns
que a distribuidora tem para suprir seu
ajustes pela Resolução Normativa Aneel
mercado e atender à norma de lastro
Problemas no desenvolvimento da GD
nº 517. Estas resoluções estabeleceram
contratual. Este é o âmbito da chamada
regulada
as condições gerais para o acesso de
GD regulada, conforme entendimento dos
O potencial de 10% do ACR para este
microgeração e minigeração distribuída
autores. A opção de compra da GD pelas
segmento de expansão é hoje 4,6 GW.médios
aos sistemas de distribuição de energia
distribuidoras não tem sido exercitada e
(base carga ACR 2014), volume expressivo
elétrica e o sistema de compensação de
a GD possui características próprias que
que daria para explorar mais de 1000
energia elétrica. O sistema de compensação
atendem a algumas questões principais do
novos projetos, numa estimativa média.
de energia elétrica permite ao consumidor
futuro do sistema elétrico nacional.
Desse total, menos de 3% deste volume
trocar energia com a distribuidora local a
Em uma análise estrutural do sistema no
já foi autorizado com GD regulada, o que
partir da instalação dos geradores em sua
futuro, a GD pode ser vista como uma das
demonstra que o processo de aquisição
unidade consumidora. A adesão ao sstema
soluções para os problemas de segurança
de novos projetos pode ser melhorado.
de compensação de energia elétrica não se
que aguarda a operação futura do sistema.
Existem
aplica aos consumidores livres ou especiais.
Deste modo, observa-se a necessidade de
consolidação paulatina da GD, entretanto,
Definiu-se nesta norma microgeração e
encontrar fontes complementares, o que
a possibilidade de venda como GD
minigeração distribuída, e a diferença entre
torna a GD uma solução, tendo em vista a
regulada para as distribuidoras ainda não
elas como sendo a potência instalada, sendo
possibilidade de geração a partir de fontes
foi adequadamente exercida. A seguir são
a microgeração menor ou igual a 100 kW e
menores próximas às áreas de consumo. Os
levantadas as principais barreiras e soluções
a minigeração superior a 100 kW e menor
tipos de fontes disponíveis para a utilização
sugeridas para superar os obstáculos:
ou igual a 1 MW. A GD é um novo caminho
como geração distribuída são muitos, como:
para a expansão da oferta e atendimento do
biomassa, resíduos sólidos urbanos (RSU),
Valor de repasse inadequado - O valor de
consumo, seja na escala comercial (“utility
gás natural, combustíveis fósseis líquidos,
repasse para a compra de GD, conforme
scale”) ou de menor porte (“retail scale”).
eólicas, e solar fotovoltaica. A GD regulada
estabelecido em lei, é o valor de referência
Uma grande oportunidade de incentivos,
é uma definição clara da regulamentação
(VR). O VR é utilizado como índice para
conjugados com uma política pública
desde a Lei 10.848/04 e Decreto 5.163/04,
outras questões regulatórias e busca ser
sustentável, é a denominada GD regulada.
e os principais requisitos são os seguintes:
um limitador de repasse ao consumidor
GD regulada – uma oportunidade real
• Contratação limitada a 10% da carga da
base nos leilões de energia nova (LEN) A-3
distribuidora verificada;
e A-5. O conceito é correto, mas a fórmula
• Conexão na rede da distribuidora com
de aplicação considera somente os leilões
Conforme as normas setoriais, as
incentivos
importantes
para
cativo com um sinal de longo prazo, com
pradora;
A-3 e A-5 realizados três e cinco anos
concessionárias de distribuição devem
• Limite de 30 MW;
antes do cálculo do VR, o que carrega um
garantir um lastro de contratação de 100%
• Projetos térmicos devem apresentar
efeito conjuntural e não permite o cálculo
(com baixa flexibilidade +/- 5%) de seu
eficiência superior a 75% (com exceção de
de valores futuros, importantes para o
mercado da seguinte forma:
biomassa ou resíduos de processo);
processo decisório dos investidores.
• Chamada pública para seleção dos
Fascículo
autorizados pela Aneel.
A Aneel divulgou no 1º semestre de
• Contratação compulsória da energia
projetos promovida pelas distribuidoras;
2014 o VR para os anos de 2015 e 2016, que
proveniente de Itaipu;
• Autorização da Aneel para repasse
ficou em R$ 80,69/MWh (base dezembro de
• Programa de Incentivo às Fontes
limitado ao Valor Anual de Referência
2010) e R$ 104,03/MWh (base novembro
Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa);
(VR).
de 2013), respectivamente. Este indicador
• Cotas das usinas nucleares; • Cotas das usinas hidrelétricas com
é uma referência que inclui resultados de Embora existente na regulamentação
leilões de energia nova no atacado e está
concessão renovada;
desde 2004, a GD regulada ainda não é uma
muito aquém do ideal para projetos menores
• Leilões no ACR – Energia nova (A-3, A-5,
realidade. A nova oferta de GD regulada
de GD. No limite, é como tentar autorizar
e outros) e existente (A-1 e ajustes);
pode vir a ser direcionada de forma mais
um repasse de um projeto de pequena
• Geração distribuída, sendo esta opcional e
efetiva ao mercado regulado considerando
turbina térmica a gás ciclo aberto no centro
limitada aos requisitos da regulamentação.
as áreas elétricas e um padrão de compra
da região metropolitana da cidade de São
mais dedicado, buscando respeitar de
Paulo, com base no preço obtido com a
forma coerente os preços limites de repasse
venda de Belo Monte no terminal da usina!
Dessa forma, fica evidente que a
Apoio
Claro que o processo está equivocado e
isto restringe a oferta projetos de GD. O
que preconiza que os projetos devem ser
compara duas dimensões muito diferentes!
fundamento desta restrição se baseou no
encaminhados para registro até 30 dias antes
Ambas necessárias e importantes para
fato de que os consumidores cativos de
do suprimento e nos processos de reajustes
o sistema interligado. A sugestão dos
uma distribuidora compradora de GD são
e revisões tarifárias são considerados
autores é buscar uma nova formulação do
os únicos beneficiados com a aquisição
aqueles que foram homologados, aprovados
VR com o mesmo conceito de sinalização
do projeto, e estão pagando para ter seus
ou registrados pela Aneel. Notar que este
de longo prazo e que seja mais estável e
benefícios associados. Atualmente esta
processo introduz incertezas ao investidor
previsível. Com isso se buscam soluções
visão pode ser estendida, dado que projetos
(vendedor) e ao distribuidor (comprador),
de repasse compatíveis com a política
de GD devem ser qualificados com seus
pois a aprovação não é imediata. A sugestão
de desenvolvimento da GD regulada,
benefícios e estes podem ser dispersos
dos autores é organizar estruturalmente
agregando a noção clara de modicidade
numa área mais abrangente do que apenas
o processo de aprovação do repasse com
tarifária com base na competição de
na área de concessão da distribuidora
leilões descentralizados e regionais, visando
mercado, mas também seus benefícios
compradora. Os autores sugerem eliminar
facilitar a aprovação automática pela Aneel.
regionais no processo competitivo, como
a restrição de conexão apenas nos ativos da
definido na regulamentação.
distribuidora e ampliar este conceito para
Dificuldade na realização de chamada
as áreas elétricas do SIN, que incorporam as
pública privada - A chamada pública
redes das distribuidoras e as DITs dentro de
apresenta pouca atratividade em decorrência
uma área elétrica bem definida.
do alto custo do processo e do alto risco de
Restrição
para
uma
conexão
mais
abrangente - A restrição de autorizar a GD regulada apenas para conexões na
falhas na aquisição dos projetos de GD. As
distribuidora compradora do projeto tem
Processo
repasse
distribuidoras que são responsáveis pela
seu fundamento, mas na prática acaba
- O processo de aprovação e repasse
de
aprovação
do
organização das chamadas públicas se
impedindo uma oferta mais abrangente.
dos projetos de GD contratados pelas
sentem pouco motivadas por adotar esta
A disponibilidade de oferta dentro da
distribuidoras sofre bastante com um ritual
prática, pois, mesmo que não as realizem
área de concessão das distribuidoras não é
burocrático pouco objetivo. O registro na
sempre existirão os leilões públicos para
homogênea em todo o território nacional,
Aneel segue a Resolução Normativa 323/08
que elas possam preencher suas lacunas no
35
Apoio
Geração distribuída
36
que tange à compra de contratos de energia.
projeto de GD, tendo como meta o ano-alvo
Sendo assim, a fórmula sugerida para o
Na opinião dos autores, a melhor solução é
da operação. Este seria calculado como uma
novo VR é a seguinte:
realizar leilões públicos de GD, com apoio
média ponderada com preços atualizados e
do poder público (MME/ANEEL/EPE),
volumes contratados de todos os leilões de
que seriam realizados antes dos leilões de
energia nova até a data da contratação.
energia nova para que as distribuidoras
Com intuito de manter a coerência e
possam se posicionar melhor, e até mesmo
efetividade quanto aos critérios impostos
seguir diretrizes maiores do poder público.
pelo atual valor anual de referência (VR), e sua aplicabilidade atual em específico
Propostas – viabilidade comercial da GD
quanto às penalidades e contratação de
regulada
energia impostas às concessionárias, a proposta é sugerir a criação de um novo
O ponto principal de uma proposta
VR GD, com uma metodologia similar
de um ambiente de comercialização
àquela já imposta e introduzida à regulação
da GD regulada é buscar soluções de
nacional. Seguem os critérios de benefícios
repasse compatíveis com a política de
estabelecidos na nova metodologia:
desenvolvimento destes projetos, agregando a noção clara de modicidade tarifária com
• O novo VR GD seria calculado como a
base na competição pelo mercado da GD,
média ponderada para todos os leilões de
considerando corretamente seus benefícios
energia nova (LEN), com exceção daqueles
regionais. O conjunto de propostas de
direcionados apenas a fontes alternativas,
mudanças no ambiente de comercialização
realizados até a presente data desde o início
da GD com as distribuidoras (ACR) é
dos certames de energia nova, corrigidos
apresentado a seguir:
ao IPCA para formação do VR GD anual para anos futuros para fins de contratação
• Energia contratada pelas distribuidoras
de energia via geração distribuída, e suas
nas áreas elétricas a que estas pertencem, e
outras aplicações;
que estejam em redes importadoras;
• O VR GD seria aplicado apenas no
• Limite de contratação de até 10% do
contexto da contratação da GD regulada;
Fascículo
mercado das distribuidoras; • Repasse tarifário com base num valor de
• O novo VR anual pode ser calculado
referência acumulado dos leilões de energia
para anos futuros mesmo com a falta de
nova do mercado regulado – novo VR;
alguns novos leilões no conjunto como um
• Processo de leilão de novos projetos de
todo, pois a quantidade de informações é
GD organizado anualmente, de forma
suficiente para tal;
regional e descentralizado, com autorização
• O conjunto de leilões para cálculo do
de repasse automático para os projetos
novo VR pode estar limitado a um número
vencedores;
específico de anos. Atualmente estão
• Fórmula seleção no leilão que agregue
disponíveis anos consecutivos de preços
de forma objetiva os benefícios da GD
e volumes de leilões de energia nova após
para capturar o valor de cada projeto para
2008, mas com o passar do tempo é possível
o consumidor final através de indicadores
limitar este conjunto para buscar a melhor
durante a competição pelo mercado de GD
sinalização do momento.
• Duração de contratos de GD de 10 a 20 anos, a critério do investidor.
Sendo assim, a proposta de um novo VR GD busca capturar o mesmo espírito do VR
Novo VR GD - Uma proposta de fácil
original, e significa um sinal ponderado do
implantação é criar um VR que incorpore
custo da expansão de longo prazo no setor
todos os contratos de leilões de energia
elétrico. É um sinal estável, consistente,
nova realizados até a data da contratação do
fácil de implantar, transparente e previsível.
(1)
Sendo: VL5 é o valor médio ponderado dos leilões "A - 5" do ano i em R$/MWh; Q5 é a quantidade nos leilões "A - 5“ do ano i em MW.médio, VL3 é o valor médio ponderado dos leilões "A - 3“ do ano i em R$/MWh, Q3 é a quantidade dos leilões "A - 3“ do ano i em MW.médio e n é o número de anos considerados para cálculo do custo médio ponderado de expansão. Na Figura 2, é apresentado novo VR GD com a metodologia proposta em (1), com todos os leilões de energia nova realizados no âmbito da CCEE, comparado ao VR original. Para fins de cálculo, utiliza-se como sinal de preço para os contratos de disponibilidade o valor do ICB dos empreendimentos já leiloados, com correção de todos os valores ao IPCA. O novo VR GD proposto questiona o uso de apenas os leilões de A-5 e A-3 mais recentes a serem capturados para fins de VR pela atual forma cálculo, por não refletir a real formação de preços de mercado no longo prazo em prol da modicidade tarifária e da segurança do sistema, dada a volatilidade dos preços de energia nos leilões e mudanças abruptas na matriz. Percebe-se que o novo VR GD proposto é mais estável e possui sinais futuros, indicando as melhores tendências fruto de diversas licitações. Em resumo, a proposta é sugerir a criação de um novo VR GD considerando a média ponderada de todos os contratos provenientes de Leilões de Energia Nova (LEN) vigentes em cada ano-alvo da contratação. Os preços dos leilões serão corrigidos pelo IPCA acumulado até a data do cálculo. O VR seria sempre atualizado até o momento da contratação com foco no ano de entrada de operação (ano-alvo). Seu cálculo será feito com todos os dados obtidos até o momento de contratação, não
Apoio
conjunto de sinais adicionais que busca capturar os benefícios da GD ao sistema para fins da seleção dos melhores projetos e deve considerar: ./
Redução
de
custos
de
investimentos na rede elétrica; ./
Redução de perdas na rede
elétrica; ./ Figura 2 - Comparação do novo VR GD e VR original (referente a março/2015).
sendo necessário que todos os dados de
definição bem mais ampla do que as redes
leilão até a data–alvo estejam disponíveis,
de distribuição em suas áreas de concessão.
pois a quantidade de dados acumulados dá
A definição é técnica e captura o processo
a substância necessária ao cálculo. Apenas
de controle de fluxos injetados, bem como
como exemplo, com o novo VR GD é
as particularidades de cada distribuidora,
possível contratar um projeto GD regulado
onde os benefícios da GD numa área elétrica
para entrada em operação em 2019 agora
são bem definidos. Como, por exemplo,
em 2015. O valor teto de repasse seria R$
dentro de uma área elétrica existem
164 / MWh, sendo que o valor contratado
benefícios maiores para a GD em diferentes
deve respeitar este teto, e seria corrigido
locais (como é o caso de grandes regiões
anualmente pelo IPCA no contrato de cada
metropolitanas).
projeto vencedor.
O conceito de área elétrica em redes importadoras é muito similar aquele
Aumento da confiabilidade;
A própria regulamentação pondera a necessidade de considerar as condições técnicas com propósito de abranger todos os benefícios das fontes ao ser incorporado ao processo seletivo junto com o novo VR GD. É importante destacar que os caminhos regulatórios para sua implantação são permitidos e rápidos e existem definições objetivas dos benefícios associados com cálculos específicos. Para acomodar todos estes benefícios de forma isonômica em um processo competitivo é sugerido utilizar o conceito do índice de custo e benefício (ICB) similar ao adotado nos LEN para comparar
Aspectos de conexão na rede – área elétrica
definido na regulamentação da Tusdg como
A regulamentação da comercialização
“Rede unificada”. Por princípio, as áreas
da GD exige que o projeto esteja conectado
elétricas são regiões que importam energia
nos ativos da distribuidora compradora.
da Rede Básica, e numa área elétrica podem
Esta é uma restrição da conexão que inibe o
existir mais de uma distribuidora, podendo
amplo desenvolvimento da GD regulada. A
haver situações em que distribuidoras
ampliação deste conceito para área elétrica
contratam GDs conectadas na rede de outras
em redes importadoras não prejudica em
distribuidoras. Desta forma, é possível
nada o conceito regional da GD e pode ser
imaginar, em um primeiro momento, que
• Para contratos de quantidade - ICB em
facilmente implantado. Entre os benefícios
um projeto de GD regulada nesta condição
R$/MWh
da expansão do conceito para áreas elétricas,
só colabora para a redução de custos finais
estão: (i) área elétrica é um conceito já
ao consumidor em outra área de concessão,
ICBi = PQi – BenGDi =
consolidado em estudos elétricos no ONS
entretanto, sob a visão de serviço público
• Benefícios da GD do Projeto i em R$/
e na EPE; (ii) o planejamento e a operação
da distribuidora, esta GD regulada estaria
MWh
da rede são feitos de forma hierárquica,
ajudando o desenvolvimento da regional
portanto, é natural que a sequência de
da GD e beneficiando o consumidor final
BenGDi = (Binv)i + (Bloss)i + (Bconf )i (4)
definições seja feita na seguinte ordem:
contratos de quantidade (por exemplo, PCH) e disponibilidade (por exemplo, biomassa). • Para contratos de disponibilidade – ICB em R$/MWh ICBi = (RFi / GFi*8760) + (COPi + CECi) / GFi*8760 – BenGDi (2)
(3)
de toda a área elétrica. Os benefícios da GD
• Seleção dos Projetos Vencedores
- grandes interligações; troncos de
regulada nas áreas elétricas são usualmente
transmissão (> 230 kV) – Rede Básica,
compartilhados pelas distribuidoras que a
Min(ICBi) = VR GD + BenGDi (5)
atendimento às áreas elétricas, o que inclui
formam, em diferentes intensidades.
as redes de distribuição (< 138 kV), e, finalmente, as redes de distribuição; (iii)
Os benefícios da GD incluídos na
as áreas elétricas incorporam as redes de
competição
distribuição e as DITs. As
áreas
elétricas
Visando atender à legislação da GD no possuem
uma
processo de disputa será incorporado um
Sendo: ICBi o índice custo benefício do projeto i, RFi é a receita fixa do projeto i com contrato de disponibilidade, GFi é a garantia física do projeto i, COPi é custos variáveis de operação do projeto i, CECi é o custo econômico de
37
Apoio
Geração distribuída
38
curto prazo do projeto i, BenGDi benefícios
e regional em cada área elétrica de forma
com as demais. O processo é simples e adota
regular a cada ano. A aquisição de energia
a lógica a seguir: (i) os projetos são alocados
redução de investimentos [2], (Bloss)i é a
de GD regulada ainda seria voluntária pelas
nas distribuidoras conectadas até atingirem
redução de perdas [2], (Bconf)i é a melhoria
distribuidoras, mas este seria processo regular
a sua demanda por GD; (ii) o volume
que pode acontecer antes dos leilões públicos
remanescente dos projetos de GD é alocado
para o sistema do projeto i, (Binv)i é a
da confiabilidade.
A-3 e A-5. Por ser regular se torna uma opção
nas outras distribuidoras da área elétrica na
Deve ser considerado na estimativa
das distribuidoras para complementar seu
proporção dos volumes remanescentes a
destes benefícios que existe o risco de uma
portfólio de contratos de forma adequada. O
serem contratados.
sofisticação desnecessária dos novos sinais.
processo competitivo de compra de projetos
O processo deve ser o mais simples possível
de GD pode ser estruturado da seguinte
com base em fatores conhecidos. Todo o
forma: Este
projeto de GD regulada que esteja no leilão
trabalho
apresenta
uma
deverá ter seus benefícios calculados antes
• Os contratos podem ser por quantidade
proposta para uma plena correção de
do certame. Um projeto GD regulado para
ou disponibilidade, dependendo do tipo da
rota, considerando de forma objetiva o
entrada em operação em 2019 teria o VR GD
fonte;
desenvolvimento da GD regulada buscando
(valor teto de repasse) de R$ 164 / MWh (ver
• O mecanismo de repasse é automático
superar todas as barreiras identificadas.
Figura 2). Por exemplo, caso neste projeto
dentro das regras estabelecidas no edital e
o Binv for R$ 21/MWh, o Bloss for R$ 10/
respeitando o VR GD;
expansão com GD é a cultura estabelecida
MWh e o Bconf for R$ 3/MWh, a soma dos
• Os projetos de GD se habilitam
no setor desde as últimas décadas de que
benefícios do projeto é R$ 34/MWh. Sendo
regularmente para o processo competitivo
a grande geração centralizada suportada
assim, o preço teto deste projeto seria de R$
do leilão;
por linhas de transmissão de longa
197/MWh, que, no líquido, corresponde ao
• Os projetos devem ser qualificados e
distância alcança, devido a sua maior
VR GD. Os benefícios que o projeto traz ao
para cada projeto é calculado uma série de
escala de produção, uma energia mais
sistema são incorporados ao preço de venda
indicadores, tais como a garantia física (GF)
competitiva. Esta filosofia tem que mudar
e, no fim, o consumidor final da distribuidora
e seus benefícios;
paulatinamente, pois o futuro nos reserva
estará pagando mais que o VR GD, porém,
• O processo inclui por área elétrica o pedido
dificuldades, que outros países já passaram
considerados os benefícios do projeto, o valor
de compra de GD de todas as distribuidoras
ou estão passando. Sendo assim, reconhecer
líquido será sempre limitado pelo VR GD.
que estão incorporadas na área elétrica;
a GD como um ativo complementar para a
• Decisão com base no ICB, contemplando
expansão é uma necessidade. Os preceitos da
os benefícios da GD.
regulamentação não incorporaram um papel
Processo competitivo criaram um processo competitivo para
Uma dificuldade no Brasil para a
“desenvolvimentista” da GD regulada e não
Os Leilões de Energia Nova (LEN)
Fascículo
Conclusões
Estruturação do Leilão de GD
reconhece a necessidade de mudanças no
compra de energia para as distribuidoras,
As distribuidoras de uma área elétrica
padrão de geração no Brasil, apenas baseado
no qual o único risco destas é realizar uma
solicitam a sua cota de compra de GD
em grandes polos de geração junto com
previsão do crescimento de seu mercado três
regulada tendo os anos futuros como alvos
grandes troncos de transmissão.
e cinco anos à frente na solicitação antes dos
para contratação. A soma das cotas solicitadas
leilões A-3 e A-5. O processo de habilitação
pelas distribuidoras é a demanda regional do
devem ser pontuados de forma correta, o
dos projetos que concorrem não é uma
leilão de GD por área elétrica em cada ano
que atualmente não ocorre. Na lógica de
decisão das distribuidoras e o repasse para as
solicitado. Os projetos qualificados em uma
desenvolvimento do Brasil de crescer seu
tarifas dos consumidores cativos é automático
área elétrica participam da competição. A
mercado, mas com foco na medida certa
para os projetos vencedores. De maneira
qualificação leva em consideração uma
da modicidade tarifária, a proposta neste
oposta, o processo de aquisição de projetos de
série de requisitos técnicos, tais como, perfil
artigo busca ofertar soluções que priorizam
GD regulado pelas distribuidoras é voluntário
de importação da Rede Básica na região
a competição objetiva pelo mercado de GD
e feito através de chamada pública, o que não
de interesse; parecer de acesso do projeto,
regulada. O processo competitivo busca
está funcionando. Um processo competitivo
dentre outros. O objetivo do leilão de GD
valorizar de maneira correta a GD regulada
similar aos LEN seria bem mais apropriado.
regulada por área elétrica é obter os melhores
para o sistema e sugere formulações simples
A proposta é que a compra de GD regulada
valores finais (ICB) em cada área elétrica. Ao
para se encontrar o sinal adequado para a
pelas distribuidoras no ACR deva ser através
final da competição, os projetos são alocados
implantação de projetos de GD regulada.
de um processo competitivo, com um
preferencialmente nas distribuidoras a que
A GD possui características próprias, que
leilão organizado de forma descentralizada
estarão conectados, e depois compartilhados
colaboram para a redução de vários custos
Os
atrativos
econômicos
da
GD
Apoio
no sistema, que devem ser considerados em conjunto com o preço final da GD. A proposta de GD regulada apresentada neste artigo busca soluções de repasse compatíveis com a política de desenvolvimento da GD regulada.
Referências bibliográficas [1] ANEEL, Decretos e Resoluções Associados à Geração Distribuída e Reajustes Tarifários das Distribuidoras de Energia, http://www.aneel.gov.br/. [2] CCEE, Infomercado – Dados Gerais 2014, http:// www.ccee.org.br/. [3] EPE, “PDEE - Plano Decenal 2023”, 2013 [4] ANEEL, Nota Técnica 010/2012-SEM/ANEEL, Publicação do Valor Anual de Referência – VR para os anos de 2013 e 2014. [5] M. Alzira. N. Silveira, J. C. O. Mello, A. M. Leite da Silva, “Evaluation of the Impact of Independent Power Producers in the Generation and Transmission System Reliability”, PMAPS 2000. [6] M. Alzira. N. Silveira, “Avaliação do Impacto de Produtores Independentes na Confiabilidade de Sistemas de Geração e Transmissão”, Dissertação de M. Sc., EFEI, Itajubá, 1998. [7] M. Alzira. N. Silveira, J. C. O. Mello, A. M. Leite da Silva, “Avaliação do Impacto de Produtores Independentes na Confiabilidade de Sistemas de Geração e Transmissão”, SNPTEE, 1999. [8] T. M.Prandini, R.F.B. Viana, G. Rocha, S.Grynwald, J.C.O.Mello,” As Térmicas e o Gás Natural – Expansão, Segurança e Preços”, XXII SNPTEE, 2013 *João Carlos Mello é presidente da Thymos Energia. Ricardo Savoia é diretor e sócio da Thymos Energia. Thais Melega Prandini é diretora executiva e sócia da Thymos Energia. Sami Grynwald é sócio consultor da Thymos Energia. Leonardo Caio Filho é diretor de tecnologia e regulação da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen). Este trabalho foi originalmente apresentado no XXIII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), realizado entre os dias 18 e 21 de outubro de 2015, na cidade de Foz do Iguaçu (PR). Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
39
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
40
Capítulo IV Características construtivas, requisitos de marcação e condições da instalação dos conjuntos Por Nunziante Graziano*
Prezado leitor, este fascículo pretende
temos as seguintes características:
componentes, no tocante à execução fixa ou
apresentar em detalhes o projeto de revisão
• Requisitos adicionais que dependem das
com partes removíveis;
da norma brasileira para construção de
condições de utilização especificadas de
• Dimensões externas (compreendendo as
quadros elétricos e barramentos blindados
uma unidade funcional (por exemplo, tipo
projeções, por exemplos, manoplas, tampas,
de baixa tensão.
de coordenação para partida de motores,
portas), quando utilizadas;
características
• A massa, ou peso, completo ou dos
No capítulo inicial deste fascículo
sobrecarga,
tempo
apresentamos ao leitor os objetivos deste
presumido de defeitos);
módulos de transporte, quando necessário
trabalho, que contemplou a apresentação do
• Grau de poluição (já definido no segundo
ou solicitado pelo usuário para possibilitar a
panorama atual da ABNT NBR IEC 60439
capítulo deste fascículo);
movimentação horizontal e/ou vertical dos
vigente no Brasil, suas subdivisões, principais
• Tipos de esquema de aterramento para
conjuntos até sua localização de instalação;
pontos de interesse como a classificação dos
o qual o conjunto é projetado (consulte a
• Natureza dos dispositivos de proteção
painéis em TTA e PTTA, suas interpretações
ABNT NBR 5410);
contra os curtos-circuitos e as medidas para
e seus abusos.
• Instalação abrigada e/ou ao tempo;
proteção contra choques elétricos. Neste
• Equipamento para uso fixo ou móvel;
particular, dedicamos especial atenção.
das principais definições e dos termos
• Grau de proteção realmente necessário;
Para conjuntos com dispositivo de proteção
usuais, sendo que, neste terceiro capítulo,
• Destinação para uso por pessoas qua
contra curto-circuito (DPCC) incorporado
continuaremos este trabalho, notadamente
lificadas ou comuns;
em uma unidade de entrada, o montador
as condições de instalação, características
• Classificação de compatibilidade eletro
do conjunto deve indicar o valor máximo
de isolamento, proteção contra os choques
magnética (EMC);
permissível da corrente presumida de
elétricos, características nominais e de
• Condições especiais de utilização, como
curto-circuito nos terminais de entrada
performance requeridas.
No segundo capítulo, iniciamos a análise
Fascículo
de
por exemplo, temperaturas médias acima
do conjunto. Este valor não deve exceder
No terceiro capítulo, continuamos a
de 35 °C em fases do ano; presença de
as características nominais declaradas ou
análise das principais definições, condições
poeira ou poluição condutora; risco de
requisitadas pelo sistema. O fator de potência
de instalação, características de isolamento,
entrada de fauna ou flora dentro dos painéis
e os valores de pico correspondentes devem
proteção contra os choques elétricos e
(característica do local da instalação), entre
ser os indicados na norma. Para determinar
características nominais.
tantas outras;
o esforço eletrodinâmico, o valor da corrente
Neste
capítulo,
finalizamos
a
• Projeto externo do conjunto;
de pico deve ser obtido multiplicando o valor
apresentação de todas as características
• Proteção contra impacto mecânico, se
eficaz da corrente de curto-circuito pelo fator
construtivas,
requisitos
de
marcação,
aplicável;
n. Os valores do fator n e o fator de potência
condições da instalação dos conjuntos e
• Presença de máquinas ou equipamentos
correspondente são dados na tabela 1.
iniciamos os requisitos de construção.
que produzam vibração relevante nos
Se for utilizado um disjuntor com
Como finalização das informações
conjuntos, pois essa condição pode ocasionar
disparador temporizado como dispositivo
necessárias a serem declaradas tanto pelo
afrouxamento nas conexões dos condutores;
de proteção contra os curtos-circuitos, o
usuário como pelo fabricante do conjunto,
• Tipo de construção desejada para
montador do conjunto deve indicar o tempo
Apoio
Tabela 1 – Valores para o fator n a (9.3.3 da IEC 61439-1)
cada unidade de saída e nos barramentos
Valor eficaz da corrente de curto-circuito kA
cos ϕ
n
I ≤5
0,7
1,5
5 < I ≤ 10
0,5
1,7
10 < I ≤ 20
0,3
2
20 < I ≤ 50
0,25
2,1
50 < I
0,2
2,2
Os valores desta tabela representam a maioria das aplicações. Em locais especiais, por exemplo, próximos de transformadores ou geradores, podem ser encontrados valores menores de fator de potência, em que a corrente de pico presumida pode vir a ser o valor limite ao invés do valor eficaz da corrente de curto-circuito.
principais baseados em dados fornecidos pelo usuário. Do ponto de vista das informações, algumas são preponderantes e justifica enunciá-las aqui. São elas:
Marcação para identificação dos conjuntos O montador do conjunto deve prover para cada conjunto uma ou mais etiquetas
máximo e o ajuste correspondente à corrente presumida de curto-circuito.
suportável nominal de pico. O montador do conjunto deve indicar as
Para conjuntos em que o dispositivo
características dos dispositivos de proteção
de proteção contra curto-circuito não
contra curto-circuito necessárias para a
está incorporado na unidade de entrada,
proteção do conjunto.
o montador do conjunto deve indicar a
Para um conjunto tendo várias unidades
corrente suportável de curto-circuito de uma
de entrada, as quais não são prováveis de
ou mais maneiras seguintes:
funcionar simultaneamente, a corrente suportável de curto-circuito pode ser
a) corrente nominal de curta duração
indicada em cada uma das unidades de
admissível (Icw) com o tempo associado e
entrada.
corrente suportável nominal de pico (Ipk);
Para um conjunto tendo várias
b) corrente nominal condicional de curto-
unidades de entrada, as quais são prováveis
circuito (Icc).
de funcionar simultaneamente, e para um conjunto que tem uma unidade de entrada
Para tempo máximo de até três segundos,
e uma ou mais unidades de saída de alta
a relação entre a corrente nominal de curta
potência, que podem alimentar a corrente
duração e o tempo associado é determinada
de curto-circuito, é necessário determinar
pela fórmula I2t = constante, contanto
os valores da corrente presumida de curto-
que o valor de pico não exceda a corrente
circuito em cada unidade de entrada, em
marcadas de maneira durável e dispostas em um local que permita serem visíveis e legíveis quando o conjunto estiver instalado e em funcionamento. A conformidade a este requisito é verificada de acordo com o ensaio de construção e marcação e por inspeção. As
informações
seguintes
relativas
ao conjunto devem ser fornecidas na(s) marcação(ões) de designação: a) O nome do montador do conjunto ou marca comercial; b) Designação do tipo ou número de identificação ou qualquer outro meio de identificação, permitindo obter do montador do conjunto as informações apropriadas; c) Meios de identificação da data de fabricação; d) Norma de referência, por exemplo, a ABNT NBR IEC 61439-X (a parte específica
41
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
42
"X" deve ser identificada). A norma do
devem ser fornecidas junto à documentação
com a IEC 61082-1. Algumas instalações
conjunto
técnica
utilizam TAGs (apelidos para máquinas ou
pertinente
pode
especificar
informações complementares que devem ser indicadas na marcação da etiqueta.
Documentação obrigatória dos conjuntos
do
montador
do
conjunto,
acompanhando fisicamente o produto. Instruções adicionais sobre manuseio,
nas identificações e nos projetos para evitar
instalação, funcionamento e manutenção
equívocos na identificação dos dispositivos,
também são relevantes e devem ser
uma vez que a intervenção errada pode
fornecidas. O montador do conjunto deve
causar acidentes.
especificar em documentos ou catálogos Independentemente das informações
operação e manutenção é sempre baseada em
aqui elencadas serem importantes para
de instalação, de funcionamento e de
condições de serviço normal, contingência e
a operação dos quadros e painéis em sua
manutenção do conjunto e os equipamentos
sinistros. Passemos a analisá-las:
instalação e durante sua vida útil, a Norma
nele contidos. Se necessário, as instruções
Regulamentadora nº 10 do Ministério
devem indicar as medidas para que o
do Trabalho e Emprego, popularmente
transporte, o manuseio, a instalação e o
Os conjuntos são previstos para serem
conhecida como NR 10, estabelece os
funcionamento do conjunto sejam corretos
utilizados nas condições normais de serviço
requisitos e as condições mínimas, a
e apropriados. Como dito antes, mas sempre
indicadas abaixo.
implementação de medidas de controle e
importante frisar, o fornecimento de detalhes
sistemas preventivos, de forma a garantir
relativos ao peso é de relevante importância
Temperatura do ar ambiente
a segurança e a saúde dos trabalhadores
para o transporte e manuseio do conjunto. A
- Temperatura do ar ambiente para
que, direta ou indiretamente, interajam
correta localização e a instalação dos meios
instalações abrigadas: a temperatura do
em instalações elétricas e serviços com
de içamento, assim como o tamanho dos
ar ambiente não pode exceder +40 °C e a
eletricidade.
cabos dos acessórios de içamento, devem
temperatura média por um período de 24 h
ser informados na documentação ou nas
não deve exceder +35 °C. O limite inferior da
instruções do montador do conjunto.
temperatura do ar ambiente deve ser de -5 °C.
O leitor, neste momento, questiona: qual a relação entre a NR 10 e a documentação
as
condições
eventuais
de
A ação de estabelecer procedimentos de
manuseio,
Condições normais de serviço
dos conjuntos? Pois bem, a documentação
Relativamente, quanto à compatibilidade
- Temperatura do ar ambiente para instalações
relativa aos quadros e painéis deve integrar
eletromagnética, se um conjunto destinado
ao tempo: a temperatura do ar ambiente não
o prontuário NR 10 da instalação, que
especificamente para um ambiente A
pode exceder +40 °C e a temperatura média
corresponde ao conjunto de documentos
for utilizado em um ambiente B, deve
por um período de 24 h não deve passar dos
obrigatórios de uma instalação e de seus
haver uma advertência nas instruções de
+35 °C. O limite inferior da temperatura do ar
funcionários, em que se determinam limites
funcionamento. A norma estabelece essa
ambiente deve ser de -25 °C.
e responsabilidades aos profissionais, mas,
advertência, conforme segue:
preponderantemente,
documenta-se
a
Condições de umidade
instalação de modo que qualquer profissional
PRECAUÇÃO - Este produto foi projetado
- Condições de umidade para instalações
qualificado e habilitado possa, estudando
para ambiente A. A utilização deste produto
abrigadas: a umidade relativa do ar não deve
esse prontuário, entender o funcionamento
em ambiente B pode causar perturbações
exceder 50% a uma temperatura máxima de
da instalação como um todo, determinar
eletromagnéticas não desejáveis, que podem
+40 °C. Os percentuais de umidade relativa
suas zonas de risco, estabelecer quem pode
exigir medidas adequadas para a atenuação.
mais elevados podem ser admitidos em
e quem não pode trabalhar numa ou noutra
Fascículo
cargas). Esses tags precisam estar presentes
temperaturas mais baixas, por exemplo,
parte da instalação, etc. Percebe-se, portanto,
Para que a operação de um conjunto seja
90% a +20 °C. Convém levar em conta que
a importância da qualidade documental dos
segura, a identificação dos dispositivos e/ou
uma condensação moderada pode acontecer
conjuntos, pois é baseado nas informações
dos componentes é essencial. No interior do
ocasionalmente devido às variações de
deste documento que profissionais tomarão
conjunto deve ser possível identificar cada um
temperatura.
decisões, sendo que estas, se baseadas
dos circuitos e seus dispositivos de proteção.
- Condições de umidade para instalações
em informações equivocadas ou não
As marcações e as identificações devem
ao tempo: a umidade relativa pode
comprovadas, podem expor profissionais a
ser legíveis, permanentes e apropriadas ao
temporariamente atingir 100% a uma
riscos.
ambiente físico. Todas as identificações
temperatura máxima de +25 °C.
Retornando aos requisitos técnicos, são
utilizadas devem estar em conformidade
informações referentes ao conjunto todas
com a IEC 81346-1, a IEC 81346-2 e idênticas
Grau de poluição
as características de interface (elencadas no
às utilizadas nos esquemas de ligações
Refere-se
capítulo terceiro deste fascículo), as quais
elétricas que devem estar em conformidade
às
condições
ambientais
para as quais o conjunto é previsto. Para
Apoio
43
Apoio
Fascículo
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
44
dispositivos de manobra e componentes
especiais de serviço, devem ser cumpridos
Condições durante o transporte, o
internos de um invólucro, é aplicável o
os requisitos específicos aplicáveis ou serem
armazenamento e a instalação
grau de poluição das condições ambientais
feitos acordos especiais entre o montador
Um acordo especial deve ser feito
internas do invólucro. Para a avaliação das
do conjunto e o usuário. O usuário deve
entre o montador do conjunto e o usuário
distâncias de isolamento e de escoamento,
informar ao montador do conjunto se
se as condições durante o transporte, o
os quatro graus de poluição seguintes no
as condições de serviços excepcionais
armazenamento e a instalação, por exemplo,
microambiente são estabelecidos.
existirem. Condições especiais de serviço
as condições de temperatura e de umidade,
incluem, por exemplo:
diferirem daquelas elencadas no princípio
- Grau de poluição 1: não ocorre poluição ou
desse capítulo.
somente uma poluição seca não-condutiva.
- Valores de temperatura, umidade relativa e/
De modo a estabelecer parâmetros
A poluição não tem nenhuma influência.
ou altitude diferentes daqueles especificados
mínimos de qualidade e performance,
- Grau de poluição 2: presença somente
anteriormente;
a norma estabeleceu, diferentemente da
de uma poluição não-condutiva, exceto
- Aplicações em que as variações de
versão ainda vigente no Brasil, requisitos de
que, ocasionalmente, uma condutividade
temperatura e/ou de pressão do ar ocorrem
construção que deverão ser certificados por
temporária causada por condensação pode
a uma velocidade que uma condensação
ensaios, os chamados Ensaios de Construção.
ocorrer.
excepcional está sujeita a ocorrer no interior
Detalhemos pois, os principais requisitos de
- Grau de poluição 3: presença de uma
do conjunto;
construção.
poluição condutiva ou de uma poluição seca
- Severa poluição do ar por pó, fumaça,
não-condutiva, que pode se tornar condutiva
partículas corrosivas ou radioativas, vapores
devido à condensação.
ou sal;
- Grau de poluição 4: ocorre uma
- Exposição aos campos elétricos ou
materiais capazes de suportar os esforços
condutividade contínua devido à presença
magnéticos elevados;
mecânicos, elétricos, térmicos e ambientais
de pó condutivo, chuva ou outras condições
-
úmidas. O grau de poluição 4 não é aplicável
extremas;
condições de serviço especificadas. A forma
para um microambiente no interior de um
- Ataques por fungos ou pequenos animais;
externa do invólucro do conjunto pode variar
conjunto, conforme a norma.
- Instalação em locais onde existirem perigo
para se adaptar à aplicação e à utilização;
de incêndio ou de explosão;
alguns exemplos foram definidos em 3.3. Estes
Com exceção de alguma especificação
Exposição
Resistência dos materiais e das partes Os conjuntos devem ser construídos com
às
condições
climáticas
suscetíveis
de
serem
encontrados
nas
- Exposição às vibrações, aos choques e
invólucros também podem ser construídos de
em contrário, os conjuntos para aplicações
fenômenos sísmicos;
diferentes materiais, por exemplo, isolantes,
industriais são, geralmente, para uso em
- Instalação onde a capacidade de condução
metálicos ou uma combinação destes.
um ambiente de grau de poluição 3. Porém,
de corrente ou capacidade de interrupção
pode ser considerada aplicação de outros
é afetada, por exemplo, nos equipamentos
Verificação dos materiais no tocante à
graus de poluição, dependendo de aplicações
incorporados em máquinas ou embutidos
corrosão
particulares ou do microambiente. Cabe
nas paredes;
ressaltar que o grau de poluição do
- Exposição contra perturbações conduzidas
ser assegurada pelo uso de materiais
microambiente para o equipamento pode
e/ou radiadas diferentes das eletromagnéticas
apropriados ou por revestimento protetivo
ser influenciado pela instalação em um
e
em
das superfícies expostas, levando em
invólucro.
ambientes diferentes dos descritos na norma
conta as condições normais de serviço.
em 9.4 (assunto que será abordado nos
A conformidade para este requisito é
próximos capítulos);
verificada pelo ensaio específico.
Altitude A altitude do local de instalação não
perturbações
A proteção contra a corrosão deve
eletromagnéticas
- Condições de sobretensões ou de flutuações
deve exceder 2.000 m. Para equipamentos
de tensão excepcionais;
Propriedades dos materiais isolantes
destinados a serem utilizados em altitudes
- Harmônicas excessivas na tensão de
quanto à estabilidade térmica
mais elevadas é necessário levar em conta a
alimentação ou a corrente de carga;
redução da rigidez dielétrica, a capacidade
- Se forem utilizados componentes, por
de materiais isolantes, a estabilidade térmica
de interrupção dos dispositivos e o efeito da
exemplo, relés, equipamentos eletrônicos,
deve ser verificada. Essa comprovação se dá
refrigeração do ar.
que não foram projetados para estas
verificando a resistência de materiais isolantes
condições, convém que sejam tomadas
ao calor e ao fogo, que consiste nos materiais
medidas apropriadas para assegurar um
isolantes que são passíveis de serem expostos
funcionamento adequado.
aos efeitos térmicos - devido aos efeitos
Condições especiais de serviço Onde existam quaisquer condições
Para invólucros ou as partes dos invólucros
Apoio
elétricos internos, em que a deterioração pode
anormal ou pelo fogo e devem ser verificadas
exemplo, temos a certificação dos dispositivos
prejudicar a segurança do conjunto – e não
pelo ensaio de fio incandescente.
de içamento.
podem ser afetados desfavoravelmente por
Para as pequenas partes (tendo as
No próximo capítulo deste fascículo
um calor normal (de funcionamento), por um
dimensões de superfície que não excedem
continuaremos a análise da IEC 61439-1 em
calor anormal ou pelo fogo.
14mm x14 mm), um outro ensaio pode ser
suas condições de verificação, construção e
Além disso, verifica-se a resistência
escolhido (por exemplo, ensaio de chama de
performance, quais sejam: grau de proteção,
dos materiais isolantes ao calor, em que o
agulha). O mesmo procedimento pode ser
distâncias
fabricante original deve selecionar os materiais
aplicado por outras razões práticas quando
proteção contra choques elétricos e métodos
isolantes, seja por referência ao índice de
o material metálico de uma parte é muito
de incorporação de dispositivos de manobra
temperatura de isolação (determinado, por
maior se comparada ao material isolante.
e de componentes conjuntos.
exemplo, pelos métodos da IEC 60216), seja por conformidade com a IEC 60085. Finalmente,
deve-se
verificar
Para conjuntos previstos para instalação ao tempo, deve-se verificar a resistência à
a
resistência dos materiais isolantes ao calor
radiação ultravioleta, com procedimentos previstos na norma.
anormal e ao fogo devido aos efeitos elétricos
Do ponto de vista mecânico, todos os
internos. Essa verificação consiste em expor
invólucros ou divisórias, inclusive meios de
materiais isolantes utilizados para as partes
fechamento e as dobradiças das portas, devem
necessárias a manter em posição as partes
ter uma resistência mecânica suficiente para
que conduzem corrente e as partes que
suportar os esforços aos quais eles podem ser
podem ser expostas aos esforços térmicos
submetidos em utilização normal e durante as
devido aos efeitos elétricos internos. As
condições de curto-circuito. O funcionamento
áreas, em que a deterioração pode prejudicar
mecânico das partes removíveis, incluindo
a segurança do conjunto, não podem ser
qualquer intertravamento de inserção, deve
afetadas desfavoravelmente por um calor
ser verificado através de ensaio. Como
de
isolação
e
escoamento,
Até lá! *Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão – e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da Gimi Quadros Elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
45
Apoio
Led – Evolução e inovação
46
Capítulo IV Entendendo um pouco mais os Leds Por Vicente Scopacasa*
analisamos
que existe uma interação entre o chip
chip viajam por espessuras diferentes
vários parâmetros do Led, porém, ainda
No
artigo
anterior,
semicondutor e a camada de fósforo e,
de fósforo, o que resulta na obtenção
temos outros, não menos importantes,
dependendo da variedade de potências,
de diferentes valores de temperatura
a tratar e, portanto, vamos dedicar este
encapsulamentos e fabricantes, temos
de cor. Obviamente, o Led da Figura 1a
capítulo à continuação desta análise.
uma grande variedade de processos e,
apresenta maior consistência de cor se
Assim, tentaremos cobrir toda a gama
portanto, diferentes comportamentos de
comparado com o Led da Figura 1b.
de especificações que os projetistas
como a luz branca é gerada.
Com isso, concluímos que o controle da
necessariamente terão que considerar
Na verdade, a temperatura de cor da
temperatura de cor no feixe de luz do
quando do projeto de fontes de luz de
luz branca gerada depende diretamente
Led é função da sua construção interna
estado sólido.
do volume de fósforo, no qual a luz azul
principalmente em relação ao processo de aplicação do fósforo.
Vamos iniciar falando da consistência
viaja e, dependendo do encapsulamento
de luz, quer seja no feixe de luz de um
e da camada de fósforo aplicada ao
mesmo Led, como também de Led
encapsulamento, obteremos diferentes
observamos que alguns fabricantes já
para Led. Trataremos de um assunto, o
valores de temperatura de cor dentro do
estão incluindo esta informação nas suas
binning, tema que ainda causa confusão e
feixe de luz emitido pelo encapsulamento.
folhas de especificação o que comprova
como devemos proceder para especificar
Nas Figuras 1a e 1b, apresentamos
que este parâmetro também está sob
um componente que tenha o desempenho
exemplos do comportamento dos raios
esperado.
de luz azul através de duas situações
Esta variação de coordenadas de
diferentes de deposição de fósforo no
cromaticidade no feixe do Led produz
mesmo encapsulamento.
efeitos
Começaremos falando da consis
Fascículo
tência de cor no feixe de um único
Em
termos
práticos,
é
comum
controle.
indesejáveis
principalmente
Led. Conforme explanado em artigos
Analisando a Figura 1ª, notamos
quando os Leds são utilizados com algum
anteriores, a luz branca do Led é gerada
que, independentemente do ângulo do
tipo de ótica secundária e, normalmente,
a partir de um chip semicondutor que
raio de luz azul do chip, ele viaja através
aplicados em luminárias que projetam a
emite luz azul juntamente com uma
de espessuras de fósforo praticamente
luz em superfícies verticais.
camada de fósforo que é responsável pela
iguais, o que resulta em maior controle
geração de vários outros fótons coloridos
da cor branca. Ao analisarmos a Figura
assunto, na Figura 2, temos um exemplo
resultando em luz branca. Isto significa
1b, notamos que os raios de luz azul do
do comportamento da variação das
Avançando
Figura 1a – Camada de fósforo depositada sobre o chip. Figura 1b – Camada de fósforo no encapsulamento.
um
pouco
mais
no
Apoio
coordenadas x,y de um determinado
especificado foi feito na corrente de 350
às coordenadas de cromaticidade. O
fabricante de Leds. Esta variação das
mA.
resultado desta classificação representava
coordenadas de cromaticidade é dada
O próximo item é a consistência de
uma grande variação sobre a curva
em função da corrente aplicada ao Led
cor entre os Leds, o que irá interferir
do corpo negro e, então, o binning se
para uma determinada temperatura de
diretamente na consistência de cor entre
fez necessário para que se obtivessem
operação. Ao aumentarmos o valor da
as luminárias. Este parâmetro também é
Leds com características de cores mais
corrente elétrica, temos uma variação
conhecido como binning e é decorrente
próximas.
de cor que pode chegar a 0.005 do valor
do processo de fabricação dos Leds,
A fim de minimizar o efeito da
especificado. No presente caso, o valor
onde são testados e classificados quanto
extensa variação de branco causado pelo processo de produção, os fabricantes de Leds costumam dividir esta área total em regiões menores para que, dependendo da aplicação, possamos escolher e trabalhar com distribuições menores, garantindo, assim, maior consistência na cor. Até alguns anos atrás, esta divisão em regiões era feita pelo próprio fabricante do Led utilizando seus próprios critérios, o que dificultava muito o comparativo entre Leds quanto a este parâmetro. A
Figura
3
mostra
como
era
especificada a distribuição de regiões de cromaticidade de um determinado Led há Figura 2 – Exemplo de especificação da variação x,y com a corrente.
alguns anos.
47
Apoio
Fascículo
Led – Evolução e inovação
48
ANSI C78-377 em 2008, a qual estabelecia oito valores fixos de temperatura de cor e a variação máxima de 7 SDCM (Standard Deviation Color Matching), equivalendo a 7 steps de MacAdam, com ponto central sobre a curva do corpo negro (para as temperaturas de cores quentes e neutras) e ligeiramente acima da curva do corpo negro para as temperaturas de cores frias. Esta norma foi revisada em 2011 com a redução do limite de variação máxima para 4 SCDM. Independentemente deste fato, alguns fabricantes
decidiram
disponibilizar
produtos abaixo dos 4 SDCM especificados Figura 3 – Exemplo de especificação de regiões de cromaticidade feita no passado.
pela norma. Praticamente falando, quanto menor for o valor em SDCM, menor será a
Nota-se que a região total da distribuição
somente de branco neutro, em que temos a
dispersão da cor branca e, portanto, melhor
é consideravelmente grande sendo então
variação de 3500 K a 4500 K de temperatura
qualidade de luz do Led e, consequentemente,
necessária a subdivisão em regiões menores
de cor com grande espalhamento sob e sobre
da luminária.
para evitar a dispersão de cores dependendo
a curva do corpo negro.
Como exemplo, as Figuras 3.1 e 3.2
da aplicação. Além disso, os Leds eram
Como forma de reduzir o tamanho
apresentam a folha de especificação de
especificados em três grandes grupos
das regiões de cromaticidade especificadas,
cromaticidade de dois fabricantes de Leds, em
conhecidos como branco quente, neutro e
assim como criar uma forma geral para
que podemos observar que a cor é feita com
frio. No presente exemplo, estamos falando
todos os fabricantes, foi introduzida a norma
base no parâmetro SDCM, o que possibilita
Apoio
49
ao fabricante da luminária ter maior controle no seu produto e consequentemente estender este benefício ao cliente final. Portanto, uma boa sugestão para especificar Leds a serem utilizados no projeto da luminária em que buscamos uma boa consistência de cores seria o uso do parâmetro SDCM. De forma geral, dependendo da aplicação da luminária e da temperatura de cor especificada, podemos escolher valores diferentes de SDCM. Por exemplo, se vamos projetar ou especificar uma luminária pública, podemos determinar que 5 SDCM seria suficiente, pois este tipo de aplicação, juntamente com as temperaturas de cores normalmente utilizadas, seria adequado.
Figura 4 – Especificação de um Led em que se podem notar Leds com 2, 3 e 4-degraus de MacAdam.
Já no caso de um projeto ou especificação de um downlight, podemos determinar que
alguns fabricantes de luminárias aqui no
podemos observar que a especificação
2 ou 3 SDCM seria suficiente para se obter
Brasil já especificam este parâmetro em seus
da cor é feita com base no parâmetro
uma boa consistência. Da mesma forma,
produtos.
SDCM, o que possibilita ao fabricante
tanto o especificador, quanto o usuário final,
4
da luminária ter maior controle no seu
também deve utilizar este parâmetro como
apresenta a folha de especificação de
Como
exemplo,
a
Figura
produto e, consequentemente, estender
base na especificação dos seus projetos, pois
cromaticidade de um Led, em que
este benefício ao cliente final.
Apoio
Led – Evolução e inovação
50
Tomando como referência o gráfico da
os Leds são especificados em condições
Figura 4, concluímos que o fabricante em
não semelhantes, pois depende do tipo e do
Novamente, os gráficos apresentam a
questão disponibiliza o mesmo produto em
fabricante. Portanto, é importante sempre
informação tanto da temperatura quanto
vários valores de cromaticidade ou seja, a área
definir as condições de partida.
da corrente nos quais foram baseados.
flux), ambos apresentados na Figura 6.
pontilhada refere-se aos valores especificados
O primeiro gráfico a analisar é o da
O gráfico da esquerda (forward current)
pela norma ANSI C78-377, a área vermelha
distribuição espectral de potência, o qual
apresenta a variação da corrente em
com distribuição em 4 SDCM, a área verde
indica a composição do espectro do Led para
função da tensão e simplesmente define o
em 3 SDCM e finalmente a área azul em 2
cada comprimento de onda. Um exemplo
comportamento entre ambos como forma
SDCM. Portanto, é muito importante que,
deste gráfico é apresentado na Figura 5.
de determinar qual será o valor da tensão
ao especificarmos o produto, o façamos
a
que estará sobre o diodo em função da
levando em consideração estas variações
temperatura quanto a corrente estão
corrente escolhida no projeto. O gráfico
pois, dependendo da aplicação, poderemos
devidamente definidos. Uma curiosidade
da esquerda apresenta o fluxo relativo em
não garantir a consistência de cor por existir
é que este fabricante, além de apresentar
função da corrente aplicada ao Led. Nota-se
uma grande diferença de um produto com 2
a distribuição espectral de potência,
que, para o valor de 150 mA, temos o valor
e com 7 SDCM.
apresenta também como referência a
do fluxo igual a 1, que nada mais significa
curva Vλ (pontilhada), que é a curva de
do que o fluxo luminoso especificado. Ao
sensibilidade fotópica do olho humano.
variamos o valor da corrente para cima ou
Outro fator importante a ser ressaltado é que, para as temperaturas de cor de 5700 K e 6500 K, o fabricante disponibiliza
Como
podemos
Seguindo
adiante,
notar,
outros
tanto
gráficos
para baixo poderemos determinar o fluxo
somente 7 e 4 SDCM e para o valor de 4500
também importantes são disponibilizados,
K somente a norma ANSI, ou seja, somente
a saber: corrente direta (forward current) e
Finalmente temos um outro gráfico
7 SDCM.
fluxo luminoso relativo (relative luminous
do fluxo luminoso relativo, porém, agora
resultante.
Como conclusão geral, em termos de consistência de cor, o valor da temperatura de cor não é suficiente para garantir que a luminária terá a qualidade de cor esperada além da necessária consistência da cor branca entre todas as luminárias. Para fazer a melhor escolha, temos necessariamente que também considerar as coordenadas de
cromaticidade
(x,y)
do
diagrama
CIE1931. Ao definirmos os valores destas coordenadas, definimos com exatidão o ponto onde a cor vai estar localizada assim como a distância deste ponto com relação à curva do corpo negro sem que tenhamos qualquer tipo de interferência de outras
Figura 5 – Distribuição espectral de potência
cores no Led e na luminária.
Fascículo
Por fim, vamos agora analisar os gráficos que os fabricantes costumam disponibilizar nas folhas de especificação os quais são muito úteis para se determinar o comportamento dos Leds nas condições especificas dos projetos. O primeiro passo é verificar qual é a temperatura e a corrente direta nav s quais todos os parâmetros são especificados, assim, definimos o ponto de partida e, a partir disso, podemos determinar os valores esperados no projeto em função da temperatura e da corrente que iremos utilizar. Convém salientar que
Figura 6 – Gráficos da corrente direta e do fluxo luminoso relativo.
Apoio
Referências: 1. Cree XLamp CXA3070 LED – CLD-DS80 REV 4B, disponível em www.cree.com 2. Lumileds LUXEON Rebel General Purpose Product datasheet 20160224, disponível em www.lumileds.com. 3. Osram Duris S E5 datasheet Version 1.0, disponível em www.osram-os.com.
Figura 7 – Gráfico do fluxo luminoso relativo em função da temperatura de junção.
em função da temperatura de junção do
°C, que é a temperatura utilizada para a
Led (TJ). Sabemos que o fluxo luminoso
especificação deste parâmetro. Da mesma
depende tanto do valor da corrente quanto
forma, ao alterarmos o valor da temperatura
da temperatura de junção, portanto,
de junção para cima ou para baixo, teremos
temos que levar em consideração os dois
valores diferentes de fluxo luminoso.
parâmetros. Este gráfico é apresentado através da Figura 7. Novamente, o valor equivalente a 1 refere-se à temperatura de junção de 20
No próximo capítulo, iniciaremos a abordagem do componente térmico do Led, explorando, com todos os detalhes, assuntos relativos ao gerenciamento térmico.
*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
51
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
52
Capítulo IV Componentes simétricas Por Cláudio Mardegan*
Todo conceito dos sistemas de corrente alternada é baseado na teoria fasorial (tratamento senoidal). Quando não se dispõem de tensões simétricas e equilibradas, esta teoria não pode ser aplicada. Fortescue estudou e concluiu que qualquer sistema não simétrico/desequilibrado poderia ser decomposto em três sistemas, um denominado de sequência positiva, um denominado de sequência negativa e outro denominado de sequência zero, de forma que a soma dos fasores correspondentes de cada fase resulta no valor da grandeza daquela fase. Ia = Ia0+ Ia1+ Ia2
(Equação 1)
Ib = Ib0+ Ib1+ Ib2
(Equação 2)
Ic = Ic0+ Ic1+ Ic2
(Equação 3)
O que Fourier fez para formas de onda não senoidais (componentes harmônicas), Fortescue fez para fasores desiguais e
Fascículo
não defasados de 120º.
Figura 1 - Sistema de sequência positiva.
Sistema de sequência negativa É um sistema composto por três fasores de módulos iguais e defasados entre si de 120°. Esses fasores giram com uma frequência angular ω (ω = 2πf) no sentido anti-horário de modo que um observador colocado numa posição qualquer “vê” passar os vetores na ordem “a c b” (ou “c b a” ou “b a c”). Vide diagrama fasorial seguinte.
Veja a representação vetorial (fasorial) dos três sistemas, nas Figuras 1 (sequência positiva), 2 (sequência negativa) e 3 (sequência zero). Sistema de sequência positiva É um sistema composto por três fasores de módulos iguais e defasados entre si de 120°. Esses fasores giram com uma frequência angular ω (ω = 2πf) no sentido anti-horário de modo que um
Figura 2 - Sistema de sequência negativa.
Sistema de sequência zero
observador colocado numa posição qualquer “vê” passar os vetores na ordem “a b c” (ou “b c a” ou “c a b”). Vide diagrama fasorial seguinte.
É composto por três fasores de módulos iguais e em fase (defasagem angular de 0° entre si). Esses fasores giram com uma
Apoio
frequência angular ω (ω = 2πf) no sentido anti-horário de modo que um observador colocado numa posição qualquer “vê” os três fasores
Se
forem
somadas
vetorialmente
(fasorialmente)
as
componentes de cada fase, ter-se-á a resultante de cada fase.
passarem juntos. Vide diagrama fasorial seguinte.
Figura 3 - Sistema de sequência zero.
A Figura 4 mostra a comprovação de Fortescue pela forma inversa, ou seja, dos três sistemas: de sequência, positiva, negativa e
Colocadas em uma mesma origem, resulta em:
zero, pode-se chegar a um sistema não simétrico e desequilibrado.
Decomposição de circuitos de sequência Os três sistemas (sequência positiva, negativa e zero) apresentados a seguir são simétricos e equilibrados.
Figura 4 – Decomposição dos circuitos de sequência.
Como pode ser visualizado na figura anterior, o sistema resultante não é simétrico e equilibrado. Assim, o que Fortescue quis mostrar, de fato, é que este último sistema, que não é nem simétrico e equilibrado, pode ser
53
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
54
decomposto nos três sistemas, um de sequência positiva, um de sequência negativa e outro de sequência zero.
Apresenta-se na Figura 5, um resumo das propriedades do operador “a”.
O operador “a” O operador “a” é definido como sendo um vetor de módulo unitário e ângulo de 120°, de forma que quando multiplica outro vetor qualquer rotaciona este vetor em 120°, sem alterar o seu módulo. Forma polar a = 1 ∠ 120° Forma trigonométrica a = 1 [cos(120°) + j sen(120°)] Forma cartesiana Figura 5 - Resumo das principais propriedades do operador “a”.
Aplicando-se o operador “a” nas equações 1 a 3, tem-se:
Forma exponencial
Ia = Ia0 + Ia1 + Ia2
a = 1 x ej120º
Ib = Ia0+ a2 Ia1 + a Ia2 Tabela 1 - Exponenciação do operador "a"
a0 = 1 a1 = a a2 = a2 a3 = 1 a4 = a a5 = a2
Forma Exponencial 1xej0 1xej120 1xej240 j360 1xe = 1xej0 1xej480 = 1xej120 1xej600 = 1xej240
Cartesiana 1.000 + j 0.000 -0.500 + j 0.866 -0.500 - j 0.866 1.000 + j 0.000 -0.500 + j 0.866 -0.500 - j 0.866
Ic = Ia0+ a Ia1 + a2 Ia2 Estas equações são chamadas de “Equações de síntese”, que, em “síntese”, obtém os valores dos fasores de fase a partir do conhecimento das componentes de sequência positiva, negativa e zero, que na forma matricial pode ser escrita: 1 1 1 Ia Ia0 Ib
= 1
a2 a
Ic
1
a a
Ia1 Ia2
2
1
1
1
A= 1
a2 a
1
a a2
Fazendo-se a inversão da matriz “A”, apresentada anteriormente,
Fascículo
obtém-se as “Equações de análise”, ou seja, a partir do conhecimento das grandezas de fase, tem-se as componentes de sequência. 1 1 1 1 A-1 = 1 a a2 3 1 a2 a Ia0 Ia1 = Ia2
1 3
1
1
1
Ia
1
a a2
Ib
1
a2 a
Ic
O conjunto de equações pode então ser escrito como segue: Ia0 = ⅓ (Ia + Ib+ Ic) Ia1 = ⅓ (Ia+ a Ib+ a2 Ic) Ia2 = ⅓ (Ia+ a2 Ib+ a Ic)
Apoio
55
Apoio
Curto-circuito para a seletividade
56
Essas equações também valem para tensão.
linha, no primário não irá circular corrente de sequência zero, ficará
Equações de análise
confinada dentro do delta. Veja Figura 6.
Va0 Va1 =
1 3
Va2 Equações de síntese Va
1
1 1
Va
1
2
a a
Vb
1
a
a
Vc
2
1
1 1
Va0
Vb = 1
a2 a
Va1
Vc
a a
Va2
1
2
Análise da corrente no neutro
3ª harmônica À frequência fundamental (60 Hz), as correntes de um sistema elétrico trifásico simétrico e equilibrado são dadas por: Ia = iMáx • Sen(ω•t) Ib = iMáx • Sen(ω•t – 120º) Ic = iMáx • Sen(ω•t + 120º) Em 180 Hz (3ª harmônica):
Num sistema trifásico, a corrente no neutro é dada por: Ia3 = i3Máx • Sen(3ωt) In = ia + ib +ic
Ib3 = i3Máx • Sen(3ωt – 360º) = i3Máx • Sen(3ωt)
In = (ia0 + ia1 + ia2) + (Ib0 + Ib1 + Ib2) + (Ic0 + Ic1 + Ic2)
Ic3 = i3Máx • Sen(3ωt + 360º) = i3Máx • Sen(3ωt)
In = (ia0 + ia1 +Ia2) (Ia0 + a2 x Ia1 +a x Ia2) + (Ia0 + a x Ia1 + a2 x Ia2) Agrupando tem-se: In = 3 x ia0 + ia1 (1 + a + a2) + Ia2 (1 + a + a2) Porém, 1 + a + a = 0, logo: 2
In = 3 x ia0 Quando um sistema trifásico não permite retorno pelo neutro (sistema isolado), a corrente In será nula. Analisando a equação anterior, vê-se, então, que a corrente Iao também deve ser nula, em condições de regime (sem falta à terra), ou seja, as correntes de linha não possuirão componentes de sequência zero. Assim, um sistema ligado em triângulo não permite circular
Como pode ser notado, na corrente de 3ª harmônica (de sequência positiva), as correntes estão em fase nas três fases. Dessa forma, quando estas correntes chegam ao neutro não se anulam, se somam. Este comportamento é similar ao da corrente de sequência zero. Notas: (a) É importante saber que podem existir correntes de 3ª harmônica de sequência positiva e negativa; (b) Locais onde existem muitas fontes chaveadas (microlândias, data-centers), devido à terceira harmônica circular pelo neutro, podem promover o aparecimento de tensões neutro terra que podem provocar a queima de dispositivos eletrônicos sensíveis (tais como dispositivos de armazenamento de massa);
corrente de sequência zero na linha.
(c) Correntes de energização de transformadores (correntes inrush)
Corrente de sequência zero em transformador triângulo-estrela
indevidas de relés (de terra e diferenciais).
Quando ocorre um curto-circuito fase-terra no secundário de um transformador triângulo-estrela, aterrado no secundário, irá circular corrente de sequência zero no lado secundário, mas na
Fascículo
Similaridade entre a corrente de sequência zero e a corrente de
possuem elevado teor de 3ª harmônica e podem causar operações
Circuitos de sequência Apresenta-se na Figura 7 os circuitos de sequência.
Figura 6 - Corrente de sequência zero para uma falta fase-terra em um transformador triângulo-estrela.
Apoio
57
Figura 7 - Circuitos de sequência positiva, negativa e zero.
Notas importantes:
circuito. As componentes de sequência positiva idem. As componentes
1 - Os pontos N1, N2 e N0, via de regra, não são o mesmo ponto e
harmônicas de ordens múltiplas de 3 devem ser multiplicadas pelas
não tem necessariamente o mesmo potencial;
suas respectivas ordens e entram no diagrama de sequência zero.
2- O 3 que aparece multiplicando 3.ZG deve-se ao fato de que a tensão real que aparece no resistor quando de uma falta fase-terra é ZG.3Iao. Como no circuito de sequência, tem-se apenas Iao, ZG deve ser multiplicado por 3 para manter a tensão corretamente; 3 – Só o circuito de sequência positiva tem fonte, pois, a princípio, as fontes são projetadas para gerarem tensões e correntes de sequência positiva; 4- As tensões nos circuitos de sequência, quando convertidas de pu para volts devem utilizar os valores base na fase e não entre fases; 5 – As componentes harmônicas de sequência negativa devem ter suas reatâncias multiplicadas pelas respectivas ordens harmônicas, nesse
*Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
58
Reportagem Por Bruno Moreira
Nova revolução tecnológica
A sociedade começa a sentir os efeitos do surgimento de sua quarta revolução industrial, encabeçada pela Internet das Coisas, que já começa a ser utilizada na automação de processos industriais, na iluminação e em eletrodomésticos
A
Para
entender
a
IoT,
na
maneira
quelas histórias de ficção científica, em
para que isso ocorra ganha cada vez mais
que máquinas computadorizadas possuem
espaço no país e no mundo entre os mais
como
a capacidade de se desenvolverem (como
diferentes setores da sociedade, com o
preciso em primeiro lugar demonstrar
ela
é
aplicada
atualmente,
é
seres humanos) e tomarem a frente em
objetivo de facilitar a vida do ser humano.
o seu funcionamento. O executivo de
tarefas das mais diversas, agindo de forma
É a Internet das Coisas, que surgiu do
soluções cognitivas da IBM, Carlos Tunes,
autônoma, sem a necessidade de comando
inglês Internet of Things (IoT), conceito que
explica que a IoT está separada “em três
ou de qualquer tipo de ordem das pessoas,
basicamente significa a conexão de todos
grandes camadas empilhadas”. A primeira
parecem estar cada vez mais próximas de se
os objetos usados no nosso cotidiano à rede
delas, que fica na base, é formada pelos
tornarem realidade. E um importante passo
mundial de computadores.
dispositivos em geral, eletrodomésticos,
59
O Setor Elétrico / Abril de 2016
lâmpadas, máquinas, um relógio, um tênis,
equipamentos pelas assistências técnicas e
passa a ser transformar o pacote enorme
um carro, etc. Estes dispositivos possuem
também um controle do próprio fabricante
de
sensores embarcados. A segunda camada,
que pode se antecipar ao usuário e entrar
equipamentos em algo útil para a empresa
intermediária, é responsável pela captação
em contato com ele caso seja detectado
e, consequentemente, para o consumidor.
desses dados e pela transformação desses
um
do
O gerente reitera a importância da IoTSP,
dados em informações relevantes aos
eletrodoméstico. Para a assistência técnica,
que define como ponto crucial e base de
potencial
mau
funcionamento
informações
que
se
tem
desses
negócios em que estes dispositivos estão
a presença desta tecnologia propicia a
um conceito mais amplo denominado 4ª
relacionados. Por fim, há uma terceira
melhoria do nível de serviço e do nível
Revolução Industrial.
camada, mais acima, na qual soluções de
de relacionamento com o cliente. Para
negócios usufruem dessas informações de
o fabricante, a tecnologia possibilita a
maneira a melhorar o serviço prestado ao
obtenção de padrões de comportamento
Medição inteligente e regulamentação
usuário e a desenvolver o negócio realizado.
que servem para estabelecer novos padrões
visando desenvolver outros produtos.
e Soluções para Smart Grid da Siemens no
funcionam na prática são rastreadores
No Brasil, a IoT vem sendo empregada
Brasil, Sergio Jacobsen, quando se pensa em
instalados em um veículo automotivo
em larga escala na área industrial. A ABB,
Internet das Coisas atrelada ao setor elétrico,
Um exemplo de como estas camadas
Segundo o gerente geral de Serviços
por montadoras. Eles, funcionando como
por exemplo, emprega este conceito e as
não se pode deixar de pensar, do mesmo
sensores, captam variadas informações do
tecnologias a ele aplicadas em seu segmento
modo, em redes inteligentes e em eficiência
carro e, consequentemente, do comprador/
elétrico e na automação de processos para
energética. Ou seja, para ele, o elemento
usuário do veículo, tais como lugares
auxílio na tomada de decisão por parte de
básico da IoT e do funcionamento desta
frequentados
seus funcionários. Conforme o gerente de
rede automatizada é o medidor inteligente
aplicação e produto da área de Indústrias de
(smart meter), cuja regulamentação já foi
utilizados pela própria montadora, para
Processo da ABB, Marcos Hillal, a principal
implementada no Brasil, mas cuja difusão
o desenvolvimento e comercialização de
plataforma de partida para a Internet das
maciça ainda não se tornou realidade.
um produto futuro, mas também por uma
Coisas da companhia está na indústria de
companhia de seguros, que pode tirar
processo e chama-se 800 xA. Trata-se de
uma rede de comunicação implantada
empregada.
e
média
Esses
de
dados
velocidade podem
ser
Funcionando
em
conjunto
como
desses dados, captados pelos sensores,
um sistema de automação que conecta
pela própria concessionária, o medidor
padrões de comportamento do usuário para
diversos equipamentos existentes na planta
inteligente
o oferecimento de uma apólice com mais
cujo objetivo principal é fazer o controle
possibilita à concessionária de energia
conformidade ao cliente.
de produção, mas também possibilita a
elétrica e ao consumidor realizar tarefas
agrega
funcionalidades
e
Tunes comenta que, na atualidade,
definição da política de manutenção dos
antes não imaginadas, gerando benefícios a
a IoT é muito difundida na Europa e nos
equipamentos utilizados no processo de
ambos. “Para o consumidor, por exemplo,
Estados Unidos. Neste país, por exemplo,
produção, a operação mobile de processos
acarreta transparência no consumo, para
vem
interação
via wireless e o gerenciamento de ativos.
que ele possa consumir de forma mais
entre os eletrodomésticos, por meio da
“Consigo saber se uma correia que está
eficiente”, afirma Jacobsen. Por meio
rede. Conforme o executivo da IBM, a
sendo transportada está próxima de uma
do medidor, o usuário pode verificar seu
Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos,
falha, por exemplo”, declara o gerente.
consumo a cada 15 minutos e avaliar
que detém as marcas Brastemp e Consul,
Hillal faz questão de salientar, no
detalhadamente se seus modos de consumo
lançou recentemente nos Estados Unidos
entanto, que para o conceito de Internet das
estão gerando economia. Se a troca de
uma linha de eletrodomésticos (geladeira,
Coisas (IoT), tal como a ABB o compreende,
lâmpadas por equipamentos mais eficientes
máquina de lavar roupa, fogão) inteligentes.
fazer sentido é preciso levar em conta mais
energeticamente está surtindo efeito. Além
ganhando
destaque
a
Além de estes equipamentos poderem ser
dois pilares: as pessoas e o serviços a ele
disso, auxilia também no caso da geração
programados para funcionarem de forma
atrelados. O que transformaria o conceito
distribuída,
interativa entre si, podem-se estabelecer
em “Internet da Coisas, Serviços e Pessoas
verificar se a energia gerada excede a
parâmetros que associam a máquina de
(IoTSP)”. Nesse sentido, “as pessoas vão
energia consumida, e a quantidade de
lavar, por exemplo, ao usuário, que, por meio
sempre estar à frente em uma tomada
crédito que será gerada neste processo.
de um sensor acoplado ao seu smartphone
de decisão”, explica o gerente. Já os
permitindo
ao
consumidor
Já do ponto de vista da concessionária,
consegue programar a máquina de lavar
serviços são o uso daquelas informações
o primeiro benefício direto a ser considerado
para ser acionada toda vez que chegar em
de maneira inteligente através de um
é a redução do custo operacional. Com
casa.
especialista que saberá aplicar aquele
a medição automatizada e remota, a
Estes sensores permitem também o
leque de dados gerados com praticidade.
distribuidora pode evitar os investimentos
diagnóstico remoto de problemas nestes
Assim, o grande desafio, segundo Hillal,
relacionados ao leiturista, por exemplo, e
60
Reportagem
O Setor Elétrico / Abril de 2016
também com os serviços de manutenção,
todas as funcionalidades dos medidores
já que o religamento e o desligamento da
inteligentes. A tarifa branca, por exemplo,
energia podem ser feitos remotamente.
é opcional, o que desestimulou a venda
Outra vantagem para a concessionária
destes equipamentos. E não há, segundo
que pode advir da medição inteligente é
o gerente da Siemens, uma lei específica
a redução de perdas comerciais, os furtos
para regulamentar soluções de resposta à
de energia. “Quando a empresa está apta
demanda, que possibilitam ao consumidor
a medir o consumo de 15 em 15 minutos,
e ao distribuidor, a modulação da demanda
ela consegue pegar mais facilmente estas
de energia elétrica.
perdas”, explica o gerente. Além disso, as tecnologias de automação e informação
Gestão de ativos
empregadas para o funcionamento do smart grid possibilitam à concessionária um maior
conhecimento do consumo de cada ponto
também
A utilização da IoT é importante para
as
empresas
do
setor
de sua rede de distribuição, proporcionando,
elétrico melhor gerenciarem seus ativos.
em decorrência, um melhor uso dessa rede
Por
e um planejamento mais preciso de sua
automação e tecnologias de comunicação,
ampliação e manutenção.
as
meio
de
sensores,
distribuidoras
podem
softwares monitorar
de a
De acordo com o gerente da Siemens,
saúde de subestações, relés e máquinas.
o que falta ainda para que o smart grid
Conforme o gerente de aplicação e produto
Luminária em Led, o equipamento também apresenta conexão via bluetooth com um celular ou tablet e pode ser dimerizado com um simples toque no topo do dispositivo, por conta de um sensor instalado no local.
e, consequentemente, a IoT ligada ao
da área de Indústria de Processo da ABB,
para a gestão dos ativos, e 55% afirmam ter
segmento elétrico deslanche no Brasil é uma
Marcos Hillal, cada dispositivo dentro de
crescido a importância da gestão dos ativos
regulamentação mais abrangente por parte
uma subestação passa a ser um elemento
nos últimos 12 meses.
das autoridades governamentais. Jacobsen
ativo
cita, por exemplo, um produto que a
para a concessionária. Hillal explica que
que
disponibiliza
informações
Para o executivo de soluções de Utilities
da América Latina, divisão de Enterprise
Siemens desenvolveu nesta área: o Energy
a
acaba
Software, da ABB, Marcos Vilela, estes
IP, uma plataforma computacional voltada a
ocorrendo de duas maneiras: horizontal,
números refletem a procura cada vez
aplicações para redes inteligentes. Trata-se
entre os equipamentos; e vertical, dos
maior das concessionárias por eficiência
de uma solução que integra um software e
equipamentos para um sistema centralizado
energética, redução de custos e melhoria
comunicação
neste
processo
um medidor inteligente e que já vem sendo
que
informações
dos serviços prestados. “Para isso acontecer,
adquirida por algumas concessionárias,
e suportar a tomada de decisão da
estas empresas precisam gerir bem os seus
como a AES Eletropaulo, para 65 mil pontos,
concessionária.
ativos, já que elas são fundamentalmente
e seis empresas da Eletrobrás, para 100 mil
Resumidamente, a IoT permite que
ativo-intensivas, ou seja, o desempenho
pontos. Contudo, segundo o executivo da
informações personalizadas de variados
delas é baseado na qualidade da gestão
Siemens, não será permitido utilizar todas as
equipamentos da concessionária sejam
de seus ativos”, explica. O que ocorre, de
irá
correlacionar
as
funcionalidades do produto, pois não há a
transmitidas para especialistas que, a partir,
acordo com Vilela, é que o conhecimento
regulamentação específica.
desses dados, conseguirão tomar decisões
dos ativos está cada vez mais conectado
Não que não tenha havido um grande
relacionadas aos ativos da empresa, como
à IoT. Principalmente, a gestão de ativos
progresso nesta seara, como, por exemplo,
a detecção de falhas iminentes e de
críticos, como os transformadores de uma
a instauração, por parte da Agência Nacional
probabilidade de falhas, e a realização de
subestação, cuja falha, pode prejudicar
de Energia Elétrica (Aneel), da Tarifa Branca,
manutenções programadas.
milhares de consumidores. Ativos mais
que possibilita ao consumidor pagar valores
Uma pesquisa realizada pela ABB junto
conectados podem gerar mais dados que
diferentes em função da hora e do dia da
a mais de 200 executivos de concessionárias
podem ser utilizados para melhorar a gestão
semana; da regulamentação dos medidores
de energia, gás e água, deixa claro a
dos ativos e também os serviços prestados
eletrônicos de consumo de energia, em
relevância que vem adquirindo a IoT
pela concessionária.
2012, e do aprimoramento da Resolução
para a gestão de seus ativos. Conforme o
Normativa nº 482/2012, em 2015, que criou
levantamento, cerca de 80% consideram a
A Internet da Luz
o Sistema de Compensação de Energia
integração entre Tecnologia da Informação
Elétrica.
Contudo,
segundo
A IoT também vem sendo aplicada
Jacobsen,
(IT) e Tecnologia Operacional (OT) muito
no segmento da iluminação elétrica. A
estas leis ainda não são suficientes para
valiosa. Por sua vez, 58% dos entrevistados
fabricante de lâmpadas FLC destaca dois
permitir a utilização mais completa de
têm, ou planejam ter, uma estratégia de IoT
produtos que estão relacionados a este
O Setor Elétrico / Abril de 2016
conceito. Um deles é a lâmpada Smart Led, apresentada pela fabricante na Feicon Batimat 2016, ocorrida, em São Paulo, no mês de abril, e com previsão de início de vendas para maio deste ano. Segundo o diretor de marketing da FLC, Paulo Mündel, trata-se de uma tecnologia Led que se conecta a um smartphone ou a um tablet Foto_Camila Cunha
via bluetooth e pode ser controlada pelo usuário através de um aplicativo. “Por meio do app, você pode dimerizar e controlar a temperatura de cor da lâmpada”, relata Mündel. É possível também controlar não apenas um, mas um grupo de lâmpadas. O usuário consegue montar um grupo de
A principal função do Centro de Pesquisa da Huawei é o desenvolvimento da CityOS, sistema operacional da cidade, da qual o sistema de iluminação pública inteligente faz parte.
Hessel observa que a principal função
lâmpadas e controlar este agrupamento via
que a empresa chegou a desenvolver um
cenários estabelecidos no próprio aplicativo.
projeto de iluminação pública neste sentido
do Centro de Pesquisa da Huawei é o
para cidade de São Paulo, que acabou
desenvolvimento
Outro produto desenvolvido pela FLC
da
CityOS,
sistema
atrelado ao conceito de IoT é a luminária
não se concretizando. Conforme o diretor,
operacional da cidade, da qual o sistema
portátil noturna, lançada em março durante
cada poste de iluminação na Marginal
de
a feira de iluminação Lighting + Building,
Pinheiros funcionaria como um endereço de
parte. “Trata-se de uma plataforma de
que ocorreu em Frankfurt, na Alemanha,
Protocolo de Internet que se comunicaria
integração que permite que diferentes
com os demais e com um concentrador. Este
sistemas fornecidos por diferentes players
mas que só será apresentada ao Brasil
iluminação
pública
inteligente
faz
em julho próximo. Luminária em Led, o
sistema central, por sua vez, munido dessas
possam operar, trabalhar em harmonia para
equipamento também apresenta conexão
informações, poderia otimizar o consumo
o bem da cidade”, afirma o coordenador.
via bluetooth com um celular ou tablet
de energia das luminárias públicas, em
Na atualidade, cada serviço tecnológico
e pode ser dimerizado com um simples
função da movimentação de pessoas ou da
– câmeras de monitoramento da cidade,
toque no topo do dispositivo, em razão de
hora do dia (necessitando mais ou menos
por exemplo – oferecido por uma empresa
um sensor instalado no local. Por conta da
luz), gerando economia para o município e
apresenta um sistema operacional próprio.
conexão com o celular ou tablet, é possível
para o consumidor.
A intenção do Centro é criar uma plataforma
ouvir música e receber ligações através
Projeto semelhante foi desenvolvido
comum, como um Android ou Linux, que
da luminária. Além disso, o equipamento
pelo Centro de Pesquisa Smart Cities
una as diferentes linguagens e facilite a
pode funcionar como relógio-despertador.
da empresa de origem chinesa Huawei,
vida do município na hora de contratar uma
O diretor da FLC também destaca a
localizado
portabilidade da luminária, que pode ser
Tecnológico
e
empresa para implantação de um novo
Universidade
sistema. “Assim, a prefeitura pode escolher
carregada na mochila durante viagens.
Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS),
o melhor fornecedor naquele momento,
trazida
em Porto Alegre. Coordenador do Centro,
já que a plataforma vai ser aberta para
Não
obstante
a
inovação
no da
Parque Pontifícia
Científico
luminária
o professor Fabiano Hessel, explica que se
qualquer tecnologia”, esclarece.
portátil noturna e do Smart Led, Mündel
trata de um sistema de iluminação pública
pelo
desenvolvimento
da
Além de o sistema de iluminação
salienta que estas tecnologias podem
inteligente, que possibilita ao responsável
pública inteligente, o Centro de Pesquisa
ser consideradas o início, “um primeiro
pelo parque de iluminação operar uma
testou o CityOS através de um sistema
passo”, da conectividade entre produtos
luminária a distância, ligá-la, desligá-la,
de presença em uma escola estadual do
de iluminação e aparelhos celulares e
dimerizar o equipamento e mapear dados,
Rio Grande Sul, mas o objetivo é expandir
tablets, por exemplo. A Internet das Coisas
controlando remotamente a luminosidade, a
estes módulos para outras aplicações da
voltada para a iluminação elétrica pode e
temperatura de cor e o consumo de energia
cidade. “Queremos que o Centro se torne
deve ter alcances muito mais amplos, como
do parque de iluminação. O projeto já está
uma referência para a implementação de
o gerenciamento inteligente do parque
pronto, segundo Hessel, faltando apenas
sistemas inteligentes na cidade de Porto
de iluminação pública de uma cidade.
os testes de campo, que serão feitos na
Alegre”, diz Hessel. “A ideia é trabalhar
O diretor de Inovação da integradora
cidade de Porto Alegre. “A prefeitura está
em parceria com a cidade, descobrir quais
de serviços e soluções de Tecnologia da
definindo em qual rua ou avenida será
os serviços prioritários e ajudar as cidades
Informação, Sonda IT, Edson Sayeg, relata
testado o sistema”, declara o coordenador.
nestes serviços”, conclui.
62
Transformadores
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Por J.R. Cogo; N.C. Jesus, e L.M. Duarte*
Análise de transitórios devido a manobras de disjuntores a vácuo em transformadores de potência imersos em óleo
E
ste artigo apresenta os resultados de
Introdução
entre
os
resultados
apresentados
no
primeiro artigo para transformadores com
medição obtidos em campo envolvendo Em complemento à análise realizada
meio isolante seco com os que serão
nominal primária em 34,5 kV imersos
no artigo publicado anteriormente nesta
mostrados no presente trabalho para
em óleo isolante e as correspondentes
revista (edição nº 110, de março de 2015,
transformadores com meio isolante líquido.
simulações para identificar os resultados
“Transitórios em transformadores a seco”),
transformadores de potência com tensão
Destaca-se que uma das principais
esperados das sobretensões entre fase
será apresentado, a seguir, o estudo do
diferenças
e terra na bucha destes equipamentos.
comportamento de transformadores de
com meio isolante seco e líquido, está
Também se apresenta uma comparação
potência imersos em óleo isolante durante
relacionado aos valores das capacitâncias
com
a ocorrência de manobras de energização e
parasitas características, as quais influem
transformadores de potência com meio
desligamento de disjuntores com meio de
diretamente
isolante sólido (a seco) envolvendo diversas
extinção a vácuo.
tensões durante a ocorrência de manobras
unidades industriais.
de chaveamento.
resultados
obtidos
em
diversos
Será realizada uma breve comparação
entre
no
os
transformadores
comportamento
das
63
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Os transformadores com meio isolante
são obtidos usando-se os transdutores
máxima
disponíveis em campo, normalmente,
em torno de 63 MVA para tensões de
os transformadores de potencial e de
até 72,5 kV. O uso de transformadores
corrente existentes para compatibilizar os
com meio isolante sólido quando são
sinais de medição com os de verdadeira
instalados no lugar dos convencionais
grandeza. Cabe ao analista verificar
com meio isolante líquido, normalmente,
as ordens de grandezas obtidas para
deve-se ao espaço reduzido e a fatores
identificar valores inconsistentes.
seco
apresentam
capacidade
ambientais. Por outro lado, cabe salientar
que os transformadores com meio isolante
a
As
tensões
manobra
e de
correntes
durante
desligamento
do
às
transformador de 6 MVA são apresentadas
solicitações impostas devido à ocorrência
na Figura 1, observando uma ligeira
de manobras de disjuntores a vácuo.
oscilação
seco
são
extremamente
sensíveis
nas
tensões
e
variações
transitórias nas correntes, com valores
Manobra de disjuntores a vácuo
próximos a 2 kA.
Serão apresentados a seguir resultados
As formas de onda das tensões
e correntes durante a manobra de
de medições realizadas pela GSI durante
energização
manobras de energização e desligamento
6 MVA são ilustradas na Figura 2,
do
transformador
de
de transformadores de potência imersos
verificando-se, além do comportamento
em óleo isolante com potência nominal
típico das correntes de energização do
de 1,5 MVA, 6 MVA e 16 MVA, com
transformador (inrush), pré-ignições (pré-
tensão nominal de 34,5 kV, utilizando-se
strike) durante o início do movimento de
disjuntores com meio extinção a vácuo.
fechamento entre os contatos móveis e
fixos do disjuntor.
As
medições
frequência de
de
surtos
efetivamente
equipamentos
de
alta
necessitam
especiais
para
o
Para o transformador de 1,5 MVA, comportamento
das
tensões
e
converter os sinais de alta tensão e alta
das correntes durante a manobra de
corrente para valores compatíveis com
desligamento é mostrado na Figura 3. Não
os disponíveis nos equipamentos de
foram observadas variações nas formas
medição. Todavia, torna-se impraticável
de onda das tensões, porém, ocorreram
realizar medições em campo utilizando
reignições das correntes. Não foi realizada
equipamentos de laboratório em função
a medição envolvendo a manobra de
do tamanho e dificuldades de instalação.
energização deste transformador de 1,5
Assim sendo, os resultados de medição
MVA.
Figura 1 – Tensões e correntes instantâneas durante manobra de desligamento do transformador de 6 MVA.
64
Transformadores
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Figura 2 – Tensões e correntes instantâneas durante manobra de energização do transformador de 6 MVA.
Figura 3 – Tensões e correntes instantâneas durante manobra de desligamento do transformador de 1,5 MVA.
Figura 4 – Após “instantâneas” colocar “durante manobra de desligamento do transformador 16 MVA”.
A Figura 4 mostra as formas de onda das
os resultados durante a manobra de
tensões e correntes do transformador de
energização do transformador de 16 MVA,
16 [MVA] para a manobra de desligamento,
sendo observadas reignições nas correntes,
sem a ocorrência de transitórios.
porém, sem a ocorrência de transitórios nas
tensões.
Na
sequência
estão
apresentados
65
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Figura 5 – Tensões e correntes instantâneas durante manobra de energização do transformador de 16 MVA.
Foram realizadas ainda outras manobras
Simulações no programa ATP
de desligamento e energização de outros transformadores com potência nominal
de 6 MVA, porém, com comportamento
simulações de reignições no programa ATP
similar aos apresentados nas Figuras 1 e 2.
é apresentado na Figura 6 a seguir.
Na
maioria
dos
casos
medidos,
O circuito equivalente utilizado para as
Será utilizado nas simulações o mesmo
verificou-se a ocorrência de transitórios
circuito do artigo anterior (ver referência),
de corrente de altas frequências, tanto
alterando-se os valores das capacitâncias
em eventos de energização (pre-strike),
parasitas
para
a
representação
dos
quanto nas manobras de desenergização
transformadores
(restrike).
em óleo isolante. Serão apresentados
Apesar
os resultados das tensões e correntes no disjuntor e as tensões fase-terra na barra
pelo dos
ignições
imersos
reignições (rebatimentos ou “repiques”) correntes
múltiplas
potência
e
verificadas
das
de
comportamento
disjuntores,
não
das foram
principal (ponto B1) e no primário do transformador (ponto B3).
registradas sobretensões significativas nas barras principais em 34,5 kV, responsáveis
Resultados de simulações
pela alimentação dos transformadores analisados.
Observa-se
também
que,
para
o
Tomando como base o circuito da
Figura 6, serão apresentados a seguir
transformador de 16 MVA, não ocorreram
os resultados de simulação de restrike,
transitórios de alta frequência durante
considerando
os
valores
típicos
para
as manobras de abertura do disjuntor
disjuntores a vácuo com capacidade de
(restrike).
resfriamento rápido. A Figura 7 mostra
Figura 6 – Circuito equivalente utilizado paa simulações no programa ATP DRAW.
66
Transformadores
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Figura 7 – Comportamento das tensões entre os polos do disjuntor durante as reignições (valor máximo de 106,6 kV).
Figura 8 – Comportamento das correntes no disjuntor durante as reignições (valor máximo de 36,6 kA).
Figura 9 – Comportamento das tensões fase-terra no ponto B3 durante as reignições (valor máximo de 127,5 kV).
Figura 10 – Comportamento das tensões fase-terra no ponto B1 durante as reignições (valor máximo de 29,9 kV).
67
O Setor Elétrico / Abril de 2016
supressores de surto;
Tabela 1 – Comparação transformador a óleo e a seco
-
Transformador
Umáx [kV]
Imáx [kA]
Seco
137,3
46,8
Óleo
127,6
36,6
Naturalmente,
os
transformadores
de potência imersos em óleo isolante, dependendo
da
distância
entre
o
barramento principal onde se encontra o disjuntor e o local onde o mesmo está instalado também podem necessitar de
o comportamento das tensões entre os
4,5 vezes a tensão nominal do sistema.
supressores de surto;
polos do disjuntor durante a ocorrência
De forma similar ao artigo anterior (ver
- A análise das medições de transitórios
das reignições (vide pontos de B1 para
referência), as sobretensões encontradas
de forma qualitativa e o desenvolvimento
B2) com a curva ULIM calculada. Na Figura
no
de
8 é apresentada a corrente no disjuntor
reduzidas substancialmente ao se instalar
magnéticos
durante as reignições.
supressores de surto próximos às buchas
avaliação do desempenho de sistemas
A Figura 9 mostra o comportamento
dos transformadores de potência imersos
elétricos quanto as manobras e impactos
das tensões fase-terra, no ponto B3 (nos
em óleo isolante. A instalação destes
de chaveamentos de disjuntores nos
terminais do transformador em análise) e
equipamentos deve ser a mais próxima
transformadores,
a Figura 10 apresenta as tensões no ponto
possível das buchas do lado primário do
aplicação de protetores de surto em
B1 (barra principal).
transformador.
aplicações industriais.
Conclusões
Referência
com os resultados de simulação do
- Os resultados obtidos em campo,
- Cogo, J.R.; Jesus, N.C.; Duarte, L.M;
artigo anterior (publicado na edição de
demonstram que os transformadores de
“Transitórios em Transformadores a Seco”,
março/2015 desta publicação), verifica-se
potência com meio isolante sólido (a seco)
Revista O Setor Elétrico, edição nº 110 de
a redução nos valores máximos de pico
devido aos valores característicos de suas
março de 2015, páginas 116 a 127.
primário
do
transformador
são
estudos
de
transitórios
são
eletro
fundamentais
direcionando
a
a
Os resultados de simulação de restrike
apresentaram comportamento semelhante aos mostrados na Figura 3. Em comparação
das correntes e das tensões fase-terra,
capacitâncias parasitas são mais sensíveis
conforme mostrado na Tabela 1.
aos transitórios de chaveamento através
*João Roberto Cogo é engenheiro eletricista e sócio
De qualquer forma, apesar de não
de disjuntores com meio de extinção a
da empresa GSI Engenharia e Consultoria Ltda.
serem observadas sobretensões de alta
vácuo quando comparados com aqueles
Nelson Clodoaldo de Jesus é engenheiro
frequência no ponto B1 (vide Figura
imersos em óleo isolante. Verifica-se que
eletricista e sócio da empresa GSI Engenharia e
10), as tensões nos lados primários dos
transformadores com meio isolante sólido
Consultoria Ltda.
transformadores,
de
(a seco), diferentemente daqueles imersos
Luiz Marlus Duarte é engenheiro eletricista
simulação, continuam com valores de
obtidas
através
em óleo isolante, devem em seu projeto
e engenheiro da empresa GSI Engenharia e
sobretensões, com o máximo em torno de
constar obrigatoriamente a instalação de
Consultoria Ltda.
68
Pesquisa - Quadros e Painéis
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Quadros e painéis elétricos Tal qual as empresas de outros mercados do setor elétrico brasileiro, também os fabricantes e montadores de painéis estão apreensivos com o momento econômico que o país atravessa
O mercado de quadros e painéis elétricos é mais um que vem
do ano passado, a maioria dos participantes citou a desaceleração
sentindo fortemente os efeitos da crise econômica e política, à qual o
da economia brasileira como item de maior impacto negativo. No
Brasil está exposto desde 2015 e que atingiu níveis críticos neste ano.
levantamento, 26% das empresas declarou isto. O segundo item mais
Nesta edição da pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico, com
votado, por 18%, foi a falta de confiança dos investidores, seguido
diversos fabricantes e montadores de quadros e painéis, fica claro o
pelos fatores “setor da construção civil desaquecido” e “desvalorização
tamanho do problema. As empresas preveem um crescimento do
da moeda nacional”, mencionados por 16% e 12% dos entrevistados,
mercado de somente 3% em 2016. Para se ter uma ideia da queda, em
respectivamente. Como se pode notar, o desânimo e a preocupação
levantamento realizado no ano passado, a estimativa de crescimento do
marcam o tom dos principais itens destacados pelos participantes.
mercado para 2015 das companhias entrevistadas era de 8%.
A pesquisa traz ainda informações relevantes a respeito da
O pessimismo também reflete na resposta que diz respeito aos fatores
participação dos tipos de quadros e painéis elétricos no faturamento das
que devem influenciar o mercado em 2016. Assim como na pesquisa
empresas. Enquanto o segmento aguarda ansiosamente a publicação
69
O Setor Elétrico / Abril de 2016
da versão brasileira das novas normas da família IEC 61439, cuja previsão era para 2016 e que irá tornar obsoletos os conceitos de painéis totalmente testados (TTA) e painéis parcialmente testados, o levantamento deste ano mostra que a maior parte do faturamento dos fabricantes e montadores entrevistados advém da comercialização de equipamentos convencionais, ou seja, que não são TTA e nem PTTA. Vale lembrar que os conceitos citados ainda estão valendo normalmente segundo as normas brasileiras.
O resultado, aliás, é muito semelhante ao obtido na pesquisa feita em 2015, quando os painéis
convencionais foram apontados como representando 60% do faturamento das companhias e os painéis PTTA e TTA, ambos com 20% de participação. No estudo desta edição, a porcentagem relativa aos painéis convencionais permaneceu a mesma: 60%, enquanto que painéis PTTA tiveram um leve decréscimo na representatividade do faturamento, indo para 18%. Consequentemente, os painéis TTA registraram aumento na participação, tendo subido para 22%.
Confira a seguir a pesquisa na íntegra:
Números do mercado de quadros e painéis elétricos Indicado por 95% das empresas participantes da pesquisa, o segmento industrial é o mais importante setor de atuação dos fabricante e montadores de quadros e painéis elétricos. Principais segmentos de atuação
Residencial
24% Comercial
54% Industrial
95%
Assim como no levantamento do ano passado, as vendas diretas ao cliente final foram
consideradas como o principal canal de comercialização para os fabricantes e montadores entrevistados. Em 2015, 87% das empresas fizeram tal afirmação. Neste ano, 84%. O canal menos relevante continua sendo o telemarketing: 15%, no ano passado, e 21% em 2016. Principais canais de vendas
Telemarketing
21%
Internet
24%
Outros
33% 39%
Revendas / varejistas Distribuidores / atacadistas
40%
Venda direta ao cliente final
84%
70
Pesquisa - Quadros e Painéis
No que se refere à certificação ISO, a maior parte das empresas
participantes (67%) afirma possuir a ISO 9001, de qualidade, e 18%
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Tipos de quadros e painéis (montagem completa) comercializados
disseram contar com a ISO 14001, de gestão ambiental. Certificações ISO
68% 59%
18%
50%
9001 (qualidade)
48%
67%
47% 46% 40% 36%
Os tipos de quadros e painéis mais vendidos são os quadros
responderam ao questionário. Na sequência vêm os quadros de automação e os quadros de distribuição de luz, citados por 68% e 65% dos entrevistados, respectivamente. Os quadros para áreas classificadas são os tipos menos comercializados pelas empresas pesquisadas, com 28% das indicações.
28% 23%
Centro de controle de motores (CCM)
Mesas de comando Quadros para medidores de energia Cubículos MT Quadros para partida de motores em MT
Cabines de barramentos Cubículos tipo Metal-Clad Cabines primárias
35%
de distribuição de força, indicados por 71% das empresas que
Quadros de automação Quadros de distribuição de luz
65%
14001 (ambiental)
Quadros de Distribuiçao de Força
71%
Quadros para áreas classificadas (EX)
Outros
72
Pesquisa - Quadros e Painéis
Quadros de distribuição são os tipos de invólucros mais vendidos
pelos fabricantes e montadores pesquisados. Caixas de medição são os tipos de invólucros com menor vendagem. Tipos de invólucros (caixas vazias) mais comercializados
Quadros de distribuição
68% 51%
CCM
46%
Cubículos
40% 38% 35% 5%
Armários modulares
Acessórios e ferragens em geral para painéis Caixas de medição
Outros
A maior parcela dos entrevistados (62%) afirma ter faturamento
anual até R$ 20 milhões. No estudo do ano passado, 65% das empresas pesquisadas atestaram faturar até este montante. Faturamento médio anual dos fabricantes e montadoras de quadros e painéis elétricos
8% 1%
Acima de R$ 200 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
17%
Até R$ 3 milhões
8%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 11%
De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões 21%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 21%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
13%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
73
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Quadros e painéis do tipo convencional, ou seja, não TTA ou PTTA,
são os que apresentam maior representatividade no faturamento das empresas que participam da pesquisa. Participação dos tipos de painéis e quadros no faturamento das empresas
22%
TTA
18%
PTTA
60%
Outros
As indústrias de uma forma geral continuam sendo o segmento de
mercado com maior participação de venda conforme as companhias entrevistadas. O segmento da construção civil (edificações residenciais e comerciais – escritórios, shoppings, hospitais, etc.) vem em segundo lugar. Percentual da participação das vendas em cada segmento de mercado
12%
Outros 16%
GTD - Geração, Transmição e Distribuição de energia
28%
Construção civil (edificações residenciais e comerciais - escritórios, shoppings, hospitais, etc.)
44%
Indústrias em geral
74
Pesquisa - Quadros e Painéis A onda de pessimismo iniciada em 2015 só aumenta. No levantamento do ano passado, as empresas afirmaram ter crescido
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado
13% em 2014. Segundo a pesquisa desta edição, em 2015, 3%
registraram acréscimo de 9%. Ante a queda, planejam elevação de
6%
somente 8% em 2016.
Outros
Programas de incentivo do governo
Previsões de crescimento
1% 12%
3%
Crescimento médio do mercado de quadros e paineis elétricos para o ano de 2016
8% 9%
Expectativa de crescimento médio para as fabricantes e montadores de quadros e painéis em 2016. Crescimento médio das empresas em 2015 comparando ao ano anterior Percentual de contratação de funcionários para 2016
10%
Desvalorização da moeda brasileira Falta de confiança dos investidores
1%
mercado de quadros e painéis elétricos em 2016. Consequentemente, apenas 1% das empresas acredita que a economia possa melhorar e alavancar as vendas no segmento, por enquanto.
Setor da construção civil aquecido
4%
Falta de normalização e/ou legislação 1%
6%
A desaceleração da economia é o fator que mais deve impactar o
26%
Desaceleração da economia brasileira
18%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Bom momento econômico do país
Crise internacional
16%
Setor da construção civil desaquecido 6%
Projetos de infraestrutura
Pesquisa - Quadros e Painéis
O Setor Elétrico / Abril de 2016
ADELCO
11 41997500
www.adelco.com.br
Barueri
SP
x
x
ADR TECNOLOGIA
11 39036737
www.adrtecnologia.com.br
São Paulo
SP
x
x
x
AFAP
19 34645650
www.afap.com.br
Santa Bárbara D'Oeste
SP
x
x
x
x
AGPR5
48 34623900
www.agpr5.com
Criciúma
SC
x
x
x
x
ALPHA
11 39337533
www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
x
ALSET ENERGIA
62 39455047
www.alset.com.br
Goiania
GO
x
ALTERCON
19 21087000
www.altercon.com.br
Americana
SP
x
ALVES ENGENHARIA
71 30221638
www.alvesengenharia.com
Salvador
BA
ANDALUZ
27 30416766
www.andaluz.ind.br
Serra
ES
BCM ELETRICIDADE
37 32326788
www.bcmeletricidade.com.br
Para de Minas
BEGHIM
11 2942 4500
www.beghim.com.br
BRUM
19 3404 3835
BRVAL
21 38123100
BURNDY
x
x
x x
x
x x
x
x x
x
x x
x
x
x
MG
x
x
x
São Paulo
SP
x
x
x
www.brum.com.br
Limeira
SP
x
x
x
www.brval.com.br
Valença
RJ
x
x
x
11 55157225
www.burndy.com
São Paulo
SP
x
x
x
x
x x
x
x
x
x
x
x
x
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x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
CAESA
41 36998400
www.caesa.ind.br
Almirante Tamandaré
PR
x
CAIADO
11 39915027
www.esmaltacaocaiado.solosite.com.br São Paulo
SP
x
CARTHOM'S
19 34668600
www.carthoms.com.br
Nova Odessa
SP
CONECTA ELETRICIDADE
31 25679100
www.conecta-mg.com
Contagem
CONEX
11 23349393
www.conex.ind.br
CONTROLE
31 35813456
CUBIC DO BRASIL
15 997311990
DBTEC
x
x x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
MG
x
x
Sao Paulo
SP
x
x
www.controleinfra.com.br
Nova Lima
MG
x
x
www.cubis.eu
Sorocaba
SP
x
x
12 3642 9006
www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
x
x
DELTA CANALETAS
11 47053133
www.deltaperfilados.com.br
Santana de Parnaiba
SP
x
x
DMA PAINÉIS
41 35285677
www.dmapaineiseletricos.com.br
Curitiba
PR
x
x
DUTOPLAST
11 25249055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
x
x
x
x
x x
x
x
x
x
x
x x
x
x
x
x
x
x
x
x x
x x
x
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos
x
Oferece treinamento técnico para os clientes
SP
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
São Paulo
Importa produtos acabados
www.abb.com.br
Exporta produtos acabados
0800 014 9111
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
ABB
14001 (ambiental)
Cidade Guarulhos
9001 (qualidade)
Site www.acabine.com.br
Outros
Telemarketing
x
Telefone 11 28425254
Internet
Venda direta ao cliente final
Revendas / varejistas
x
A.CABINE
x
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
Residencial
Comercial
Principal Segmento de atuação
Industrial
Estado x SP
Distribuidora
Empresa
Fabricante
A empresa é
Programas na área de responsabilidade social
76
x
x
x
x
x x
x
x
x
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x
x
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x x
x
x
x
x
x x
x
x
x
x
x
x
x
x
77
O Setor Elétrico / Abril de 2016
www.egom.ind.br
Belo Horizonte
MG
x
x
x
x
ELCOSUL
41 33762441
www.elcosul.com.br
Curitiba
PR
x
x
x
ELETRIZANTE
19 34535457
www.eletrizante.com.br
Limeira
SP
x
ELETRO METALURGICA BN
11 44111044
www.industriabn.com.br
Atibaia
SP
x
ELETRO PAINEL
31 33774850
www.eletropainelmg.com.br
Contagem
MG
x
ELETRO PAINEL
44 30279868
www.eletropainel.com.br
Maringá
PR
x
ELETROMECAP
31 33611081
www.eletromecap.com.br
Contagem
MG
x
x
ELETROPOLL
47 33756700
www.eletropoll.com.br
Corupá
SC
x
x
x
ELETROTRAFO
43 35205000
www.eletrotrafo.com.r
Cornelio Procopio
PR
x
x
x
x
ELOS
41 33839290
www.elos.com.br
São Jose dos Pinhais
PR
x
x
ENERBRAS
0800 645 3052
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
x
ENGELCO
41 32397400
www.engelco.com.br
Curitiba
PR
x
ENGEREY
41 30223050
www.engerey.com.br
Curitiba
PR
x
x
x
ENGETECH
11 35673741
www.engt.com.br
São Paulo
SP
x
x
x
ERICO PENTAIR
11 3623 4333
www.erico.com
São Paulo
SP
x
x
ERZEG
47 33746363
www.erzeg.com.br
Schroeder
SC
x
x
ESA
11 55628866
www.esa.com.br
São Paulo
SP
x
x
x
FASORIAL
11 50581583
www.fasorial.com.br
São Bernardo do Campo
SP
x
x
x
FASTWELD
11 24257180
www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
x
FLEX AUTOMATION
11 23892777
www.flexautomation.com.br
São Paulo
SP
FOCKINK
55 3375 9500
www.fockink.ind.br
Panambi
RS
x
x
FORTLIGHT
11 20876000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
x
x
FORZA
41 30231150
www.forza-ind.com.br
Curitiba
PR
x
FRONTEC
51 32012477
www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
x
x
GE
0800 595 6565
br.geindustrial.com
Contagem
MG
x
x
x x
x
x
x
x
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x
x
x x
x
x
x x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos
31 34861166
x
Oferece treinamento técnico para os clientes
EGOM
x
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
x
Importa produtos acabados
x
Exporta produtos acabados
x
Programas na área de responsabilidade social
SP
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
São Paulo
14001 (ambiental)
www.ebmsolucoes.com.br
9001 (qualidade)
x
11 36487700
Outros
x
EBM SOLUÇÕES
Internet
Estado SP
Telemarketing
Cidade Jundiaí
Venda direta ao cliente final
Site www.eaton.com.br
Revendas / varejistas
Telefone 11 45257000
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
EATON PDO
Residencial
Comercial
Principal Segmento de atuação
Industrial
Distribuidora
Empresa
Fabricante
A empresa é
x x
Pesquisa - Quadros e Painéis
x
x
www.grupobtm.com.br
Guarulhos
SP
x
x
x
GRUPO RUMO ENGENHARIA
15 33312300
www.rumoengenharia.com.br
Sorocaba
SP
x
x
x
x
HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
x
x
x
x
x
x
HDS
41 21098800
www.hdspr.com.br
Pinhais
PR
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HOLEC
11 41913144
www.holec.com.br
Boituva
SP
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HUMMEL
15 33227000
www.hummel.com.br
Tatuí
SP
x
x
IGUAÇUMEC
43 34011000
www.iguacumec.com.br
Cornélio Procópio
PR
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x
IMS POWER QUALITY
51 33822300
www.ims.ind.br
Porto Alegre
RS
x
x
INNTAG
19 3648 3700
www.inntag.com.br
Americana
SP
x
x
IRMÃOS ABAGE
41 33715656
www.irmaosabage.com.br
Curitiba
PR
KITFRAME
11 46134555
www.kitframe.com
Cotia
SP
x
KONEXTOP
47 33282791
www.konextop.com.br
Indaial
SC
x
x
KRON MEDIDORES
11 55252000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
x
L&G ENGENHARIA
31 36435153
www.legengenharia.com.br
Belo Horizonte
MG
x
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
LUCEL ENGENHARIA
41 32886940
www.lucelengenharia.com.br
Curitiba
MABITEC
11 23371491
www.mabitec.com.br
MAEX ENGENHARIA
19 34555266
MAGNANI
54 4009 5255
MECATRON MEGATEC PAINÉIS
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PR
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São Paulo
SP
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www.maexengenharia.com.br
Santa Barbara D'Oeste
SP
x
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www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
x
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x
31 30731180
www.mecatron.ind.br
Betim
MG
x
x
x
19 25115650
www.megatecpaineis.com.br
Campinas
SP
x
x
x
METALASER
11 43687828
www.metalaserpaineis.com.br
São Bernardo do Campo
SP
x
x
METTA
31 33687300
www.metta.ind.br
Contagem
MG
x
x
MONTELCO
19 39358220
www.montelco.com.br
Indaituba
SP
MON-TER
11 44876760
www.montereletrica.com.br
Itatiba
SP
NORD ELECTRIC
49 33613900
www.nord.eng.br
Chapecó
SC
NOVEMP
11 40935300
www.novemp.com.br
Diadema
SP
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x
OBO BETTERMANN
15 33351382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
x
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PATOLA
11 21937500
www.patola.com.br
São Paulo
SP
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PCE
55 3375 5600
www.pce-eng.com.br
Panambi
RS
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PENTAIR TAUNUS
11 51842100
www.pentairprotect.com.br
Boituva
SP
x
x
PFANNENBERG
19 39357187
www.pfannenberg.com.br
Indaiatuba
SP
x
x
PHAYNELL
11 46520066
www.phaynell.com.br
Aruja
SP
x
x
PHOENIX CONTACT
11 38716400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
x
x
PRESSMAT
11 45347878
www.pressmat.com.br
Itatiba
SP
x
PRO PAINEL
11 24991314
www.propainel.com.br
Guarulhos
SP
x
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x
x
x
PROAUTOMAÇÃO
15 30317400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
x
x
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x
x
PROMINS PAINÉIS
14 33662900
www.promins.com.br
Bauru
SP
x
x
x
QT EQUIPAMENTOS
51 21176600
www.qtequipamentos.com.br
Cachoeirinha
RS
x
QUADRIMAR
21 24283155
www.quadrimar.com.br
Rio de Janeiro
RJ
x
x
x
x
RDI BENDER
11 36026260
www.rdibender.com.br
Osasco
SP
x
x
x
x
REVIMAQ
11 45318181
www.revimaq.com
Jundiaí
SP
x
x
RIO-TECH
17 40090516
www.rio-tech.com.br
São José do Rio Preto
SP
x
RITTAL
11 36222377
www.rittal.com.br
São Paulo
SP
x
x
ROCKWELL AUTOMATION
11 51899500
www.rockwellautomation.com.br
São Paulo
SP
x
x
SCAME BRASIL
11 44022756
www.scame.com
Atibaia
SP
x
SCEPP ENGENHARIA
11 36527777
www.scepp.com.br
Cotia
SP
x
x
SCHNEIDER ELECTRIC
11 21655400
www.schneider-electric.com.br
São Paulo
SP
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x
Oferece treinamento técnico para os clientes
x
11 2413 2090
Exporta produtos acabados
9001 (qualidade)
x
GRUPO BTM
Fabricante
Estado SP
Programas na área de responsabilidade social
Outros
x
Cidade Suzano
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Internet
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadistas
x
x
Site www.gimi.com.br
Residencial
x
Telefone 11 47529900
Comercial
x
GIMI
Empresa
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
Certificado ISO
Principal canal de vendas
14001 (ambiental)
Principal Segmento de atuação
Industrial
Distribuidora
A empresa é
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Importa produtos acabados
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
SENIOR
31 2105 9800
www.seniorengenharia.com.br
Belo Horizonte
MG
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x
x
SICES BRASIL
11 4193 2008
www.sicesbrasil.com.br
Itapevi
SP
x
x
x
SIEMENS
0800 119484
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
x
SIGERAL
21 26510090
www.sigeral.com.br
São João de Meriti
RJ
x
SOB SCHURTER + OKW BRASIL
11 5090 0030
www.sob-brasil.com
Sao Paulo
SP
x
SOPRANO
54 21096363
www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
x
STECK
11 22487000
www.steck.com.br
São Paulo
SP
x
x
STRAHL
11 28183838
www.strahl.com
São Paulo
SP
x
x
TAF
47 34419100
www.taf.ind.br
Joinville
SC
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x
x
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x
TASCO
0800 770 3171
www.tasco.com.br
Boituva
SP
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x
TEC MED
11 40927220
www.tecmedpaineis.com.br
Diadema
SP
x
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x
TECNAC
21 22702531
www.tecnac.com.br
Rio de Janeiro
RJ
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x
x
TECNOPRATA
11 39518876
www.tecnoprata.com.br
São Paulo
SP
x
x
x
TEKSEA
47 33398179
www.teksea.com.br
Blumenau
SC
x
x
x
TELBRA EX
11 29464646
www.telbra.com.br
São Paulo
SP
x
x
TIGRE
0800 707 4700
www.tigre.com
Joinville
SC
TRANSFER
11 41899700
www.transfersistemas.com.br
Carapicuíba
SP
VARIXX
19 34244000
www.varixx.com.br
Piracicaba
VEPAN
11 46452141
www.vepan.com.br
VL
11 28324000
VMG
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SP
x
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Itaquaquecetuba
SP
x
x
www.vlindustria.com.br
São Paulo
SP
x
x
11 56712591
www.vmgeletrica,com,br
Diadema
SP
x
VR PAINEIS
17 40095100
www.vrpaineis.com.br
São José do Rio Preto
SP
x
x
WEG
47 32764000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
x
x
ZETTATECCK
19 33218400
www.zettatecck.com.br
Araras
SP
x
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x
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos
x
Oferece treinamento técnico para os clientes
x
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
x
x
Importa produtos acabados
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
x
14001 (ambiental)
x
x
9001 (qualidade)
x
MG
Outros
x
Contagem
Internet
x
www.sempel.com.br
Telemarketing
x
31 33286200
Venda direta ao cliente final
Comercial
x
SEMPEL
Revendas / varejistas
Estado SP
Distribuidores / atacadistas
Cidade Campinas
Residencial
Site www.selinc.com
Distribuidora
Telefone 19 35152000
Fabricante
SEL
Empresa
Exporta produtos acabados
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Programas na área de responsabilidade social
Principal Segmento de atuação
Industrial
A empresa é
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x
Pesquisa - Quadros e Painéis
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Barueri
SP
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x
ADR TECNOLOGIA
11 39036737
www.adrtecnologia.com.br
São Paulo
SP
x
x
AFAP
19 34645650
www.afap.com.br
Santa Bárbara D'Oeste
SP
x
x
x
AGPR5
48 34623900
www.agpr5.com
Criciúma
SC
x
x
x
ALPHA
11 39337533
www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
x
x
x
ALSET ENERGIA
62 39455047
www.alset.com.br
Goiania
GO
x
x
x
ALTERCON
19 21087000
www.altercon.com.br
Americana
SP
x
x
x
ALVES ENGENHARIA
71 30221638
www.alvesengenharia.com
Salvador
BA
x
x
ANDALUZ
27 30416766
www.andaluz.ind.br
Serra
ES
x
x
BCM ELETRICIDADE
37 32326788
www.bcmeletricidade.com.br
Para de Minas
MG
x
x
BEGHIM
11 2942 4500
www.beghim.com.br
São Paulo
SP
x
x
BRUM
19 3404 3835
www.brum.com.br
Limeira
SP
BRVAL
21 38123100
www.brval.com.br
Valença
RJ
x
x
BURNDY
11 55157225
www.burndy.com
São Paulo
SP
CAESA
41 36998400
www.caesa.ind.br
Almirante Tamandaré
PR
CAIADO
11 39915027
www.esmaltacaocaiado.solosite.com.br São Paulo
SP
CARTHOM'S
19 34668600
www.carthoms.com.br
Nova Odessa
SP
CONECTA ELETRICIDADE
31 25679100
www.conecta-mg.com
Contagem
MG
CONEX
11 23349393
www.conex.ind.br
Sao Paulo
SP
CONTROLE
31 35813456
www.controleinfra.com.br
Nova Lima
MG
CUBIC DO BRASIL
15 997311990
www.cubis.eu
Sorocaba
SP
DBTEC
12 3642 9006
www.dbtec.com.br
Pindamonhangaba
SP
DELTA CANALETAS
11 47053133
www.deltaperfilados.com.br
Santana de Parnaiba
SP
DMA PAINÉIS
41 35285677
www.dmapaineiseletricos.com.br
Curitiba
PR
x
DUTOPLAST
11 25249055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
x
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Outros
www.adelco.com.br
x
Acessórios e ferragens em geral para painéis
11 41997500
x
x
x
Cubículos
ADELCO
Quadros de distribuição
SP
CCM
São Paulo
Armários modulares
www.abb.com.br
Outros
0800 014 9111
Quadros para medidores de energia
ABB
Tipos de invólucros (caixas vazias)
Mesas de comando
Estado SP
Quadros para áreas classificadas (EX)
Cidade Guarulhos
Quadros de automação
x
Site www.acabine.com.br
Cabines primárias
x
Telefone 11 28425254
Cabines de barramentos
x
A.CABINE
Cubículos MT
Quadros para partida de motores em MT
x
Centro de controle de motores (CCM)
Cubículos tipo Metal-Clad
Quadros de distribuição de luz
Empresa
Quadros de distribuição de força
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)
Caixas de medição
80
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81
O Setor Elétrico / Abril de 2016
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Quadros de distribuição de força
Quadros de distribuição de luz
www.ebmsolucoes.com.br
São Paulo
SP
x
x
EGOM
31 34861166
www.egom.ind.br
Belo Horizonte
MG
x
x
ELCOSUL
41 33762441
www.elcosul.com.br
Curitiba
PR
x
x
ELETRIZANTE
19 34535457
www.eletrizante.com.br
Limeira
SP
x
x
ELETRO METALURGICA BN
11 44111044
www.industriabn.com.br
Atibaia
SP
x
x
ELETRO PAINEL
31 33774850
www.eletropainelmg.com.br
Contagem
MG
x
x
ELETRO PAINEL
44 30279868
www.eletropainel.com.br
Maringá
PR
x
x
ELETROMECAP
31 33611081
www.eletromecap.com.br
Contagem
MG
x
x
ELETROPOLL
47 33756700
www.eletropoll.com.br
Corupá
SC
ELETROTRAFO
43 35205000
www.eletrotrafo.com.r
Cornelio Procopio
PR
ELOS
41 33839290
www.elos.com.br
São Jose dos Pinhais
PR
ENERBRAS
0800 645 3052
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
x
ENGELCO
41 32397400
www.engelco.com.br
Curitiba
PR
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ENGEREY
41 30223050
www.engerey.com.br
Curitiba
PR
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ENGETECH
11 35673741
www.engt.com.br
São Paulo
SP
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ERICO PENTAIR
11 3623 4333
www.erico.com
São Paulo
SP
ERZEG
47 33746363
www.erzeg.com.br
Schroeder
SC
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ESA
11 55628866
www.esa.com.br
São Paulo
SP
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FASORIAL
11 50581583
www.fasorial.com.br
São Bernardo do Campo
SP
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FASTWELD
11 24257180
www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
FLEX AUTOMATION
11 23892777
www.flexautomation.com.br
São Paulo
SP
FOCKINK
55 3375 9500
www.fockink.ind.br
Panambi
RS
FORTLIGHT
11 20876000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
FORZA
41 30231150
www.forza-ind.com.br
Curitiba
PR
FRONTEC
51 32012477
www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
GE
0800 595 6565
br.geindustrial.com
Contagem
MG
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Outros
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11 36487700
Acessórios e ferragens em geral para painéis
Mesas de comando
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EBM SOLUÇÕES
Cubículos
Quadros para áreas classificadas (EX)
x
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Estado SP
Quadros de distribuição
Quadros de automação
x
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Cidade Jundiaí
CCM
Cabines primárias
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Site www.eaton.com.br
Caixas de medição
Cabines de barramentos
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Telefone 11 45257000
Armários modulares
Cubículos MT
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EATON PDO
Empresa
Outros
Centro de controle de motores (CCM)
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Quadros para medidores de energia
Quadros para partida de motores em MT
Tipos de invólucros (caixas vazias)
Cubículos tipo Metal-Clad
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)
Pesquisa - Quadros e Painéis
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Cidade Suzano
Estado SP
Quadros para partida de motores em MT
Centro de controle de motores (CCM)
Cubículos MT
Cabines de barramentos
Cabines primárias
Quadros de automação
Mesas de comando
Quadros para medidores de energia
Outros
Armários modulares
Caixas de medição
CCM
Quadros de distribuição
Cubículos
Acessórios e ferragens em geral para painéis
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GRUPO BTM
11 2413 2090
www.grupobtm.com.br
Guarulhos
SP
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GRUPO RUMO ENGENHARIA
15 33312300
www.rumoengenharia.com.br
Sorocaba
SP
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HAGER ELETROMAR
0800 724 2437
www.hager.com.br
Rio de Janeiro
RJ
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HDS
41 21098800
www.hdspr.com.br
Pinhais
PR
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HOLEC
11 41913144
www.holec.com.br
Boituva
SP
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HUMMEL
15 33227000
www.hummel.com.br
Tatuí
SP
IGUAÇUMEC
43 34011000
www.iguacumec.com.br
Cornélio Procópio
PR
IMS POWER QUALITY
51 33822300
www.ims.ind.br
Porto Alegre
RS
INNTAG
19 3648 3700
www.inntag.com.br
Americana
SP
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IRMÃOS ABAGE
41 33715656
www.irmaosabage.com.br
Curitiba
PR
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x
KITFRAME
11 46134555
www.kitframe.com
Cotia
SP
x
KONEXTOP
47 33282791
www.konextop.com.br
Indaial
SC
KRON MEDIDORES
11 55252000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
L&G ENGENHARIA
31 36435153
www.legengenharia.com.br
Belo Horizonte
MG
x
x
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
x
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LUCEL ENGENHARIA
41 32886940
www.lucelengenharia.com.br
Curitiba
PR
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x
MABITEC
11 23371491
www.mabitec.com.br
São Paulo
SP
x
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MAEX ENGENHARIA
19 34555266
www.maexengenharia.com.br
Santa Barbara D'Oeste
SP
MAGNANI
54 4009 5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
x
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MECATRON
31 30731180
www.mecatron.ind.br
Betim
MG
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x
MEGATEC PAINÉIS
19 25115650
www.megatecpaineis.com.br
Campinas
SP
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x
x
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x
x
x
x
METALASER
11 43687828
www.metalaserpaineis.com.br
São Bernardo do Campo
SP
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METTA
31 33687300
www.metta.ind.br
Contagem
MG
x
x
x
MONTELCO
19 39358220
www.montelco.com.br
Indaituba
SP
x
x
x
MON-TER
11 44876760
www.montereletrica.com.br
Itatiba
SP
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x
NORD ELECTRIC
49 33613900
www.nord.eng.br
Chapecó
SC
x
x
NOVEMP
11 40935300
www.novemp.com.br
Diadema
SP
x
x
OBO BETTERMANN
15 33351382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
PATOLA
11 21937500
www.patola.com.br
São Paulo
SP
PCE
55 3375 5600
www.pce-eng.com.br
Panambi
RS
PENTAIR TAUNUS
11 51842100
www.pentairprotect.com.br
Boituva
SP
PFANNENBERG
19 39357187
www.pfannenberg.com.br
Indaiatuba
SP
PHAYNELL
11 46520066
www.phaynell.com.br
Aruja
SP
PHOENIX CONTACT
11 38716400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
PRESSMAT
11 45347878
www.pressmat.com.br
Itatiba
SP
PRO PAINEL
11 24991314
www.propainel.com.br
Guarulhos
SP
x
PROAUTOMAÇÃO
15 30317400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
x
PROMINS PAINÉIS
14 33662900
www.promins.com.br
Bauru
SP
x
QT EQUIPAMENTOS
51 21176600
www.qtequipamentos.com.br
Cachoeirinha
RS
x
QUADRIMAR
21 24283155
www.quadrimar.com.br
Rio de Janeiro
RJ
x
x
RDI BENDER
11 36026260
www.rdibender.com.br
Osasco
SP
x
x
REVIMAQ
11 45318181
www.revimaq.com
Jundiaí
SP
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x
RIO-TECH
17 40090516
www.rio-tech.com.br
São José do Rio Preto
SP
x
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x
RITTAL
11 36222377
www.rittal.com.br
São Paulo
SP
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x
ROCKWELL AUTOMATION
11 51899500
www.rockwellautomation.com.br
São Paulo
SP
SCAME BRASIL
11 44022756
www.scame.com
Atibaia
SP
SCEPP ENGENHARIA
11 36527777
www.scepp.com.br
Cotia
SP
SCHNEIDER ELECTRIC
11 21655400
www.schneider-electric.com.br
São Paulo
SP
Empresa
Quadros para áreas classificadas (EX)
Site www.gimi.com.br
Cubículos tipo Metal-Clad
GIMI
Telefone 11 47529900
Quadros de distribuição de luz
Tipos de invólucros (caixas vazias)
Quadros de distribuição de força
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)
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Outros
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
31 2105 9800
www.seniorengenharia.com.br
Belo Horizonte
MG
SICES BRASIL
11 4193 2008
www.sicesbrasil.com.br
Itapevi
SP
x
SIEMENS
0800 119484
www.siemens.com.br
São Paulo
SP
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SIGERAL
21 26510090
www.sigeral.com.br
São João de Meriti
RJ
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SOB SCHURTER + OKW BRASIL
11 5090 0030
www.sob-brasil.com
Sao Paulo
SP
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SOPRANO
54 21096363
www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
STECK
11 22487000
www.steck.com.br
São Paulo
SP
STRAHL
11 28183838
www.strahl.com
São Paulo
SP
TAF
47 34419100
www.taf.ind.br
Joinville
SC
TASCO
0800 770 3171
www.tasco.com.br
Boituva
SP
TEC MED
11 40927220
www.tecmedpaineis.com.br
Diadema
SP
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TECNAC
21 22702531
www.tecnac.com.br
Rio de Janeiro
RJ
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TECNOPRATA
11 39518876
www.tecnoprata.com.br
São Paulo
SP
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TEKSEA
47 33398179
www.teksea.com.br
Blumenau
SC
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TELBRA EX
11 29464646
www.telbra.com.br
São Paulo
SP
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TIGRE
0800 707 4700
www.tigre.com
Joinville
SC
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TRANSFER
11 41899700
www.transfersistemas.com.br
Carapicuíba
SP
x
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VARIXX
19 34244000
www.varixx.com.br
Piracicaba
SP
VEPAN
11 46452141
www.vepan.com.br
Itaquaquecetuba
SP
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VL
11 28324000
www.vlindustria.com.br
São Paulo
SP
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VMG
11 56712591
www.vmgeletrica,com,br
Diadema
SP
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VR PAINEIS
17 40095100
www.vrpaineis.com.br
São José do Rio Preto
SP
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x
WEG
47 32764000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
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ZETTATECCK
19 33218400
www.zettatecck.com.br
Araras
SP
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Outros
SENIOR
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Acessórios e ferragens em geral para painéis
MG
Cubículos
Contagem
Quadros de distribuição
x
www.sempel.com.br
CCM
x
31 33286200
Caixas de medição
Cabines primárias
x
SEMPEL
Armários modulares
Cabines de barramentos
x
Estado SP
Outros
Cubículos MT
x
Cidade Campinas
Quadros para medidores de energia
Centro de controle de motores (CCM)
x
Site www.selinc.com
Mesas de comando
Quadros para partida de motores em MT
x
Telefone 19 35152000
Tipos de invólucros (caixas vazias)
Quadros para áreas classificadas (EX)
Cubículos tipo Metal-Clad
x
SEL
Quadros de automação
Quadros de distribuição de luz
Empresa
Quadros de distribuição de força
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)
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84
Aula prática
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Por Eugenio Carvalheira, Javier Aprea e Marcelo Paulino*
Impactos da nova norma IEC 62586 na calibração de medidores de qualidade de energia elétrica
O
s fabricantes de medidores de Qua
de qualidade a serem monitorados e os
complementa a IEC 61000 4 30 e fornece
lidade de Energia Elétrica (QEE) devem
seus métodos de medição. Essas normas
uma orientação adicional quanto aos
comprovar que os seus equipamentos
definem o que os medidores devem medir
métodos de verificação de desempenho
atendem a normas vigentes. Algumas
e como fazer essas medições, porém,
dos medidores de QEE. A IEC 62586
normas internacionais estão em vigor e
deixam a desejar na questão de definir
proporciona uma base para a especificação
são muitas vezes complementadas ou
os testes que devem ser realizados para
e
descrição
de
equipamentos
com
regionalizadas através da definição de
garantir que os medidores atendam a
funcionalidade de qualidade de energia.
requisitos de conformidade locais em um
esses requisitos.
Uma vez que os testes são claramente
país ou região.
A série IEC 62586 de normas foi
definidos pela norma, a sua aplicação
Em âmbito internacional, as IEC 61000
publicada no final de 2013 com o intuito
traz uma grande contribuição para a
4 7, IEC 61000 4 15, IEC 61000 4 30, IEEE
de definir os testes funcionais de tipo
comunidade internacional de qualidade
519, IEEE 1159, IEEE 1453 e EN 50160
para
de energia e benefícios para fabricantes,
são as normas que definem os parâmetros
qualidade de energia. Essa nova norma
equipamentos
de
medição
de
concessionárias e laboratórios.
85
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Este artigo apresenta uma breve
cálculos que devem ser utilizados para a
2013 pelo comitê técnico TC 85 da IEC,
descrição do escopo da IEC 62586 e
agregação das medidas em intervalos de
tem o título de Medição da Qualidade da
dos testes definidos para os diferentes
tempo pré-definidos.
Energia em Sistemas de Fornecimento de
parâmetros. O trabalho sugere uma forma
Energia Elétrica (em inglês, Power quality
de conduzir os testes de tipo e apresenta
define três classes de precisão: A, S e B.
measurement in power supply systems). A
alguns testes realizados com medidor
Para cada uma dessas classes, diferentes
norma está dividida em duas partes.
Para cada um dos eventos, a norma
comercial. O objetivo da metodologia
requisitos de desempenho e precisão são
apresentada é o de tornar os testes
especificados.
Power Quality Instruments - PQI) é uma norma de produto para instrumentos de
rastreáveis, o de reduzir os erros humanos, e reduzir custos e esforço na elaboração e
A nova norma IEC 62586
A medição da QEE no Brasil No Brasil, a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) regulamenta os Procedimentos de Distribuição (Prodist) que define os requisitos mínimos para os medidores de qualidade de energia a serem utilizados no sistema elétrico nacional. Atualmente, um dos institutos autorizados a realizar testes em equipamentos de medição da QEE, cujo laudo técnico é reconhecido
pelo
Operador
Nacional
do Sistema Elétrico (ONS), é o Núcleo de Qualidade de Energia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Nesses testes, ondas com diferentes índices de qualidade são aplicadas às entradas do equipamento sob teste, os resultados são coletados e comparados ao padrão. O equipamento é considerado aprovado, caso os erros das medições forem menores que os critérios de aceitação.
IEC 61000 4 30
A IEC 61000-4-30 é uma norma básica
de compatibilidade eletromagnética (EMC) que define os parâmetros a serem utilizados para análise dos distúrbios que afetam a qualidade de energia elétrica. Os seguintes parâmetros são classificados: frequência do sistema, magnitude da tensão de fornecimento,
flutuações
de
tensão
(flicker), subtensões (sag) e sobretensões (swell), interrupção de tensão, transitórios de
tensão,
desequilíbrio
de
qualidade da energia que faz referências à IEC 61000 4 30, IEC 61000 4 7 e IEC
execução repetitiva desses testes.
A IEC 62586 1 (em inglês, Part 1:
tensão,
harmônicos, interharmônicos e variações rápidas de tensão. As técnicas de medição são definidas para cada um desses eventos. A norma também define os algoritmos e
Escopo da IEC 62586
61000 4 15, e que também complementa
essas normas básicas de EMC com
A IEC 62586, publicada no fim de
86
Aula prática
O Setor Elétrico / Abril de 2016
requisitos ambientais, de segurança e
• Valores agregados de 2 horas;
apresenta uma lista dos pontos e estados
desempenho.
• Valores de dez segundos para a
(M1 até M3) para os testes com múltiplos
frequência.
parâmetros de influência. Essa tabela é
A IEC 62586 2 (em inglês, Part 2:
Functional
tests
and
uncertainty
uma derivação da tabela 2 já presente
requirements) define os testes funcionais
Para cada registro, o instrumento deve
na IEC 61000 4 30. Por último, as tabelas
e testes de incertezas com o objetivo de
disponibilizar os dados de data, hora,
6 e 7 da norma definem os valores
verificar a conformidade de um produto
informação de marcação (flagging) entre
de influência das grandezas externas,
aos métodos de medição definidos pela
outros.
respectivamente temperatura e tensão de
IEC 61000 4 30 para as classes A e S.
A IEC 62586, então, estabelece uma
alimentação.
Testes funcionais de tipo Testes com influência de múltiplos
base de referência a ser utilizada na qual
os instrumentos de qualidade da energia
objetivo verificar o cumprimento aos
distúrbios
podem ser especificados e descritos, bem
seguintes pontos (para cada tipo de
como o seu desempenho avaliado.
distúrbio, se aplicável):
Os testes funcionais de tipo têm por
Dos testes apresentados antes, sem
dúvida, o mais complexo é o teste com a injeção de forma simultânea de vários
Requisitos gerais de teste
• Verificação do método de medição e
distúrbios. Tem a finalidade de verificar a
agregação de medidas;
incerteza de um determinado parâmetro
• Incertezas de medição:
sob a influência de múltiplos distúrbios.
A IEC 62586 1 menciona que para os
testes ambientais deve-se referir à IEC 60068; para testes de segurança deve-se
– Sob condições de referência;
Alguns
parâmetros
irão,
por
referir à IEC 61010; para testes funcionais
– Sob influência de um outro
definição, influenciar o valor medido
deve-se referir à IEC 62586 2 e para testes
distúrbio
de outros parâmetros. Como exemplo,
de rotina a cláusula 9 da IEC 62586 1.
(magnitude de tensão, frequência,
a presença de harmônicos influenciará
harmônicos, etc).
as medições de valor RMS da tensão.
A IEC 62586 2 define os requisitos
aos quais devem cumprir os produtos
• Incertezas de operação, devido
Por outro lado, alguns parâmetros não
que alegam atender à norma IEC 61000
a variação de grandezas externas
devem ter nenhuma influência sob outras
4 30, classes A e S. As cláusulas 4 e 5
(temperatura, tensão de alimentação, etc.);
grandezas medidas. Mudanças no valor
dessa norma apresentam um resumo
• Incertezas com influência de múltiplos
da frequência fundamental, por exemplo,
de todos os testes a serem realizados,
distúrbios (incidência de vários
não deve influenciar na medição RMS da
além da definição de todos os pontos de
parâmetros de qualidade de energia).
tensão.
Requisitos dos equipamentos de teste
teste para cada um dos parâmetros de qualidade de energia. As cláusulas 6 e 7
A tabela 3 da IEC 62586 2 apresenta
definem o procedimento detalhado do
uma lista dos pontos de teste (P1 até
teste funcional de tipo para instrumentos
P5) para cada um dos parâmetros de
requisitos de hardware para o equipamento
classe A e S, respectivamente.
qualidade de energia. Um exemplo, para
de teste a ser utilizado no procedimento
o parâmetro frequência, é apresentado na
de certificação:
Tabela 1.
• A incerteza da fonte de sinais deve ser ao
Para a realização dos testes, os
fabricantes têm que adequar os seus
A norma menciona alguns poucos
instrumentos para fornecer os registros
A Tabela 4 da norma apresenta os
menos cinco vezes mais precisa do que a do
definidos pela norma, tais como:
estados de teste (S1 até S4) dos distúrbios
parâmetro sendo medido. Para a magnitude
• Valores agregados a cada 10/12 ciclos
simples de influência, o que permite
de tensão, a norma define uma incerteza
(200ms);
verificar a incerteza de um determinado
máxima de 0,1% da tensão de entrada
• Valores agregados a cada 150/180
parâmetro sob a influência da variação
definida para os medidores classe A. Isso
ciclos (3 segundos);
de outro parâmetro. Ademais, a tabela
significa que a fonte de sinais deve ter uma
• Valores agregados de 10 minutos;
5 da norma (Tabela 2. neste trabalho)
incerteza não maior que 0,02%, ou 0,05 V para uma tensão de entrada de 230 V;
Tabela 1: Pontos da tabela 3 da IEC 62586-2 para a frequência
Parâmetro medido
• Suportar a injeção de tensão de
Pontos de teste (Hz)
Classe P1
P2
P3
P4
P5
até 200% do valor nominal de tensão do medidor, necessário para o teste da
Frequência
A
42,5
50,05
57,5
50
N.A.
sobretensão (swell);
50 Hz
S
42,5
50,05
57,5
50
N.A.
• Sincronização precisa de tempo para
Frequência
A
51
59,95
69
60
N.A.
testes de medidores classe A.
60 Hz
S
51
59,95
69
60
N.A.
Além disso, também é importante que
88
Aula prática
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Tabela 2: Tabela 5 da IEC 62586-2 com lista dos parâmetros de influência.
Parâmetro de
módulo de teste PQ Signal Generator.
Estado de teste
biblioteca com as rotinas de teste de
influência
M1
M2
M3
Frequência
fnom ± 0,5 Hz
fnom – 1 Hz ± 0,5 Hz
fnom + 1 Hz ± 0,5 Hz
Unom ± 1%
Determinado pelo
Determinado pelo
e IEC 61000 4 15, conforme apresentado
Magnitude de
flicker, desequilíbrio,
flicker, desequilíbrio,
na Figura 1. O módulo de teste PQ
Tensão
harmônicos e
harmônicos e
Signal Generator oferece a possibilidade
interharmônicos
interharmônicos
de configurar a geração dos sinais de
(abaixo)
(abaixo)
teste, incluindo a incidência de múltiplos
Pst = 1 ± 0,1 –
Pst = 4 ± 0,1 –
distúrbios conforme ilustrado na Figura 2.
modulação retangular
modulação retangular
a 39 mudanças por
a 110 mudanças por
minuto
minuto
100% ± 0,5% de
73% ± 0,5% de Unom
152% ± 0,5% de
Unom em todos
(Canal 1)
Unom (Canal 1)
Pst < 0,1 Flicker
Desequilíbrio
canais.
80% ± 0,5% de Unom
140% ± 0,5% de
Todos ângulos
(Canal 2)
Unom (Canal 2) 128% ± 0,5% de
de fase 120º
87% ± 0,5% de Unom
(equivalente a u0
(Canal 3)
Unom (Canal 3)
= 0%, u2 = 0%)
Todos ângulos de fase
Todos ângulos de fase
120º (equivalente a u0
120º (equivalente a u0
= 5,05%, u2 = 5,05%)
= 4,95%, u2 = 4,95%)
10% ± 3% de Unom
10% ± 3% de Unom
3rd em 0º
7th em 180º
5% ± 3% de Unom
5% ± 3% de Unom
5th em 0º
13th em 0º
5% ± 3% de Unom
5% ± 3% de Unom
29th em 0º
25th em 0º
0% a 0,5% de
1% ± 0,5% de Unom
1% ± 0,5% de Unom
Unom
em 7,5 fnom
em 3,5 fnom
de Tensão
0% a 3% de Unom Harmônicos
Interharmônicos
o hardware possua uma fonte trifásica de
acordo com a IEC 62586 2, IEC 61000 4 30
Figura 1 – Lista das rotinas disponíveis no software Test Universe para os testes de tipo.
Figura 2 – Configuração da incidência de múltiplos parâmetros.
Testes da medição de frequência
automática de sinais.
sinais. Apesar de os testes de certificação serem
executados
em
laboratório,
a
portabilidade do equipamento é também
Quanto
ao
software,
procedimentos de teste a serem realizados
Configuração do teste
apresentada uma descrição dos testes e os
capítulo 6.1 da IEC 62586 2 define os em instrumentos classe A. A seguir é
o
principal
requisito é o de permitir uma configuração
simples dos sinais necessários, incluindo
prática
os complexos sinais gerados para os testes
viabilidade
com influência de múltiplos distúrbios.
funcionais definidos pela IEC 62586 2 e
Os
testes
funcionais
Para a medição de frequência, o
Testes funcionais realizados com medidor comercial
um fator importante.
O software Test Universe possui uma
exigem
Com o intuito de obter uma experiência no
assunto, da
de
execução
investigar dos
a
testes
resultados obtidos.
Vale ressaltar que a metodologia de
cálculo de frequência pelo equipamento submetido
ao
teste
(EUT)
não
é
a
a
de analisar o seu impacto na adequação
mesma definida pela IEC 61000 4 30.
execução de centenas de pontos de teste,
por parte dos fabricantes de medidores,
Diferentemente da norma, que define
onde alguns deles têm uma duração de
alguns dos procedimentos de teste foram
frequência
horas. Pode-se imaginar que os esforços
realizados como parte deste trabalho.
de ciclos inteiros em uma janela de 10
na preparação e execução destes testes
O instrumento de QEE submetido ao
segundos, o EUT calcula a frequência
são elevadíssimos. Para tornar viável a
teste foi o analisador de qualidade de
através da quantidade média de amostras
sua execução por parte dos fabricantes,
energia elétrica PowerNET PQ-600 da
em um ciclo para uma janela de 12 ciclos
como
sendo
a
contagem
laboratórios de certificação ou até mesmo
IMS Power Quality. Como equipamento
dividido pela frequência de amostragem
do usuário final, o software deve permitir
de teste foi utilizado o OMICRON CMC
do sinal. Para o teste, fez-se necessário
a criação de rotinas de teste e geração
256plus, o seu software Test Universe e o
configurar o EUT para realizar agregação
89
O Setor Elétrico / Abril de 2016
das medições a cada 10 segundos e
precisão intrínseca).
também alterar os pontos (ver Tabela 1) P1
O resultado obtido foram 12 leituras
para 53 Hz e P3 para 68,9 Hz. O ponto P2
com frequências medidas entre 61,1873
foi mantido em 59,95 Hz.
Hz e 61,5755 Hz. O EUT é então aprovado
Método de medição
reprovado no critério TC10s(sam), já que
O teste A1.1.1 da norma tem o
as leituras não possuem o mesmo valor.
objetivo de verificar que o medidor registra
Essa não aprovação já era esperada já que
no critério TC (11 ≤ N ≤ 13), porém, é
medidas em intervalos de dez segundos.
a metodologia de medição do EUT diferia
O procedimento especifica a aplicação de
da proposta na IEC 61000 4 30.
uma forma de onda com rampas de variação da frequência, conforme ilustrado na Figura
Incerteza da medição sob condições de
3, por um período de dois minutos.
referência
Tem o objetivo de verificar as incertezas
dentro da faixa de medição. Três testes (A1.2.1, A1.2.2 e A1.2.3) são definidos com a aplicação dos pontos P1, P2 e P3 da Tabela 1 nas entradas do EUT por 1 minuto. O resultado esperado é que o medidor atenda ao critério TC10s(unc) – todas as leituras de 10 s de frequência Figura 3 – Rampa para verificação do método de medição da frequência.
devem ter precisão superior a ±10mHz para equipamentos classe A e ±50mHz para classe S.
O resultado esperado é que o medidor
A Tabela 3 apresenta o resultado dos
atenda aos critérios TC (11 ≤ N ≤ 13)
três testes. O EUT é aprovado no critério
– o número de leituras de frequência
TC10s(unc) para os três pontos de medição,
registradas seja entre 11 e 13; e TC10s(sam)
sendo a incerteza da medição dentro dos
– todas as leituras de 10 s devem ser iguais
critérios definidos para um equipamento
neste intervalo (dentro de duas vezes a
classe A.
Tabela 3: Resultados dos testes A1.2.1, A1.2.2 e A1.2.3
Registro
A1.2.1 [Hz]
A1.2.2 [Hz]
A1.2.3 [Hz]
1
53,0003
59,9504
68,9004
2
53,0003
59,9504
68,9004
3
53,0003
59,9504
68,9004
4
53,0003
59,9504
68,9004
5
53,0003
59,9503
68,9005
6
53,0004
59,9504
68,9005
Tabela 4: Pontos para teste com influência
Teste
Distúrbio de influência
A1.3.1
Tensão
Frequência
Influência
Ponto P2:
10% Unom
59,95 Hz (fn=60 Hz)
A1.3.2
Harmônicas
Ponto P2:
3rd: 10 % Unom
59,95 Hz
7th: 10 % Unom
(fn=60 Hz)
11th: 10 % Unom 15th: 4 % Unom 19th: 5 % Unom 23rd: 5 % Unom Defasadas180° da fundamental
90
Aula prática
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Incerteza sob influência de um
Incerteza sob influência de múltiplos
distúrbio
distúrbios
nos testes pôde-se observar que a norma
Tem o objetivo de verificar as incertezas
Apesar de não terem sido realizados
apresenta desafios aos fabricantes na
sob a influência de outro distúrbio. O teste
como parte deste trabalho, menciona-se
adequação de seus medidores para a
é feito para a influência da magnitude
que a IEC 62586 também faz referência ao
realização dos testes. Além disso, para que
de tensão e da distorção de harmônicas,
teste de influência de múltiplos distúrbios
o teste seja viável, é de grande importância
conforme apresentado na Tabela 2. O
definido pela IEC 61000-4-30. O teste
a criação e utilização de rotinas de teste
critério TC10s(unc) é utilizado para a
define que a incerteza de medição deve ser
que possibilitem a execução de todo o
avaliação.
verificada da seguinte forma:
procedimento de forma eficiente, repetitiva
A Figura 4 mostra a configuração para
• Verificar a incerteza na medição para
e com reduzido esforço.
o teste A1.3.2 da Tabela 2 e a Figura 5
cinco pontos de frequência espaçados
apresenta as formas de onda dos sinais
uniformemente entre a faixa de medição,
gerados.
mantendo-se os valores de todos os outros
Figura 4 – Configuração do Teste A1.3.2 para influência de harmônicas no módulo PQ Signal Generator do software Test Universe.
A Tabela 5 mostra os resultados dos dois testes. O EUT é aprovado no critério TC10s(unc), mostrando que a medição de frequência mantém-se dentro da faixa de incerteza mesmo com a variação da magnitude de tensão, ou presença de harmônicos de tensão.
• IEC 62586-1:2013, Power quality
• Repetir o teste, mantendo-se os valores
measurement in power supply systems -
de todos os outros parâmetros no estado
Part 1: Power quality instruments (PQI).
M2 da Tabela 2;
• IEC 62586-2:2013, Power quality
• Repetir o teste, mantendo-se os valores
measurement in power supply systems -
de todos os outros parâmetros no estado
Part 2: Functional tests and uncertainty
M3 da Tabela 2.
requirements. • IEC 61000-4-30:2008, Electromagnetic
Conclusão
compatibility (EMC) – Part 4 30: Testing and measurement techniques – Power
Este artigo apresenta a nova norma IEC
Registro
A1.3.1 [Hz]
A1.3.2 [Hz]
1
59,9504
59,9504
2
59,9504
59,9504
3
59,9504
59,9504
4
59,9504
59,9504
5
59,9504
59,9504
6
59,9504
59,9504
quality measurement methods.
62586 que foi criada para complementar
• IEC 61000-4-15:2010, Electromagnetic
as normas, já existentes, que definem as
compatibility (EMC) – Part 4-15:
metodologias e critérios de medição dos
Testing and measurement techniques
parâmetros de qualidade de energia. O
– Flickermeter – Functional and design
artigo descreve o escopo da norma e os
specifications
testes funcionais de tipo que são definidos.
• IEC 61000-4-7:2009, Electromagnetic
Esses testes são realizados, em um âmbito
compatibility (EMC) – Part 4 7: Testing
internacional, pelos fabricantes em seus
and measurement techniques - General
medidores classe A e S de acordo com a IEC
guide on harmonics and interharmonics
61000 4 30.
measurements and instrumentation for
O artigo discute os benefícios da
criação
dessa
norma,
que
passa
a
power supply systems and equipment connected thereto
representar uma referência internacional para a comparação do desempenho de diferentes medidores. Alguns dos requisitos e desafios para a realização dos testes são discutidos. Os testes de
Tabela 5 – Resultados dos testes A1.3.1 e A1.3.2
Referências
parâmetros no estado M1 Tabela 2;
Figura 5 – Formas de onda geradas para o Teste A1.3.2.
Com base na experiência adquirida
verificação da incerteza de parâmetros sob a influência de múltiplos distúrbios são sem dúvida os que impõem mais dificuldades para a sua realização e para a geração dos sinais por parte dos equipamentos de teste.
Os testes definidos pela IEC 62586
para a frequência foram realizados em um medidor comercial e os seus resultados são apresentados neste artigo.
*Eugenio Carvalheira é engenheiro eletricista e mestre em engenharia da computação. É gerente de engenharia na Omicron, responsável pelo desenvolvimento de soluções de teste para sistemas de proteção e medição em sistemas elétricos. eugenio.carvalheira@omicronenergy.com Javier Aprea é gerente de P&D na IMS Soluções em Energia, responsável pelo desenvolvimento de soluções em Eficiência Energética, incluindo equipamentos e software para medição, análise e controle da Qualidade da Energia Elétrica. Marcelo Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. Foi gerente técnico da Adimarco e atualmente é diretor da Techmarc Engenharia.
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Por José Claudio de Oliveira e Silva*
Divisão da corrente entre o sistema de aterramento e as partes metálicas/ linhas conectadas à estrutura, conforme Anexo E da ABNT NBR 5419-1
Neste artigo, será discutido o item E.2
de níveis suportáveis para os equipamentos
da ABNT NBR 5419-1, particularmente, o
interligados.
item E.2.1 que trata das correntes que fluem
A
impedância
convencional
de
pelas partes condutoras e linhas externas
aterramento (Z) é a impedância impulsiva do
conectadas a uma estrutura atingida por
sistema de aterramento, dada pela relação
uma descarga atmosférica. É sabido que
entre o valor de pico da tensão no ponto de
a corrente de uma descarga atmosférica
aplicação da corrente e a corrente aplicada
em uma estrutura não flui apenas para o
no aterramento (Vpico/Ipico). A ABNT NBR
sistema de aterramento, mas se divide entre
5419-1 define, para os propósitos dessa
o aterramento e as ligações metálicas que
parte da norma, um impulso de corrente na
entram/saem da estrutura. E essas correntes
forma 10/350 µs (ver a Nota na Tabela E.1 da
não fluem apenas por condutores conectados
norma). Um impulso de corrente com essas
ao sistema de aterramento (como o condutor
características é relativamente lento, de modo
PEN da rede de energia elétrica, por exemplo),
que a impedância (Z) de um aterramento não
mas também por condutores de fase e de
deve ser significativamente maior do que
dados/sinais, via DPS. Por isso, é importante
o valor de resistência em baixa frequência,
que se estimem as proporções dessas
exceto para aterramentos formados por
divisões de corrente para o dimensionamento
poucos eletrodos muito longos em solos de
adequado de DPS, blindagens e condutores
baixa resistividade.
em geral, que devem suportar a passagem
dessas correntes, mantendo as tensões dentro
de Z para diferentes níveis de proteção
Na Tabela E.1 da norma são dados valores
Figura 1 – A corrente de uma descarga atmosférica (I) atinge o SPDA e parcelas dessa corrente fluem por n1 linhas enterradas (IB) e por n2 linhas aéreas (IA); é denominada impedância convencional de aterramento do sistema de aterramento do SPDA; Z2 é a resistência de aterramento dos arranjos de aterramento para os quais as linhas aéreas são conectadas; Z1 é a impedância convencional de aterramento das linhas enterradas que saem da estrutura.
93
O Setor Elétrico / Abril de 2016
e resistividade do solo. Esses valores são
cabos blindados (que é função da corrente
comparáveis aos valores de resistência de
percorrendo a blindagem), componentes
sistemas de aterramento apresentados em [2].
esses que fazem parte do caminho de saída de
Cabe ressaltar que a norma não considera a
parcelas importantes da corrente da descarga.
ocorrência de ionização no solo, o que resulta
(Figura 1) refere-se a uma linha de alimentação
correntes saindo pelas linhas, sendo, portanto,
ou de sinais/dados, um cabo ou parte
conservadora nesse sentido.
condutora externa, conectada à estrutura
A impedância de linhas ou de partes
(diretamente ou via DPS), completos. Dessa
metálicas enterradas (Z1), tais como tubulações
forma, um cabo de energia trifásico com
metálicas, armadura ou blindagem de cabos
condutores de fases e PEN deve ser visto
etc., se refere à impedância impulsiva de um
como uma única impedância, assim como
condutor enterrado, horizontal, em contato
um cabo coaxial, um par telefônico, um cano
elétrico com o solo. Valores de Z1 são dados
d’água metálico, etc.
na Tabela E.1 da norma.
Z2 é a resistência de aterramento relativa
individuais de um cabo, como as veias de um
às linhas aéreas. Refere-se à resistência dos
cabo de alimentação CA, é estimado em um
sistemas de aterramento aos quais essas
segundo momento através do fator K1e (ver
linhas são conectadas, em locais distantes da
equações E.5 e E.6 da norma).
estrutura considerada (pode ser a resistência
equivalente de vários pontos de aterramento,
as resistências Z2) são todas iguais é uma
como é o caso típico do condutor PEN da
simplificação e tanto. O mesmo se aplica ao
n2
ZB + Z || ZA
A corrente nas impedâncias individuais Z1 é:
IB
IZ1 =
1
IZ1 = Z || ZA =
IZ1 = I
IZ1 = I
n1
·I·
Z Z2 / n2 Z + Z2 / n2
1 n1 Z1 n1
n1
Substituindo o valor de IB : Z || ZA ZB + Z || ZA =
Z Z2 n2 Z + Z2
Z Z2
Z Z2
n2 Z + Z2
n2 Z + Z2
+
Z Z2
=I
Z1 +
n2 Z + Z2
Z Z2 n2 Z Z1 + Z1 Z2 + n1 Z Z2
n1 Z Z2 n2 Z + Z2 Z
=I n2 Z
Z1 Z2
+ Z1 +n1 Z
Fazendo a relação entre IZ1 e a corrente
total I, obtemos o fator ke:
rede elétrica). No caso de cabos aéreos, isto
fator K , que considera que as correntes, por
é justificado pelo fato de que, durante os 10
exemplo, nos condutores vivos e no condutor
IZ1
µs de subida da corrente da descarga, a onda
PE (ou PEN) de uma linha de alimentação CA
I
de corrente se propagando por essas linhas
são iguais. A norma chama a atenção para
1 e
n1
Z || ZA
IB = I ·
A divisão da corrente entre os condutores
Dizer que as impedâncias Z1 (ou que
Z1
ZB =
A corrente IB é dada por:
Cada elemento designado por Z1 ou Z2
numa previsão de valores mais elevados de
Z2
ZA =
= ke =
Z Z1 + Z n1 + n2
Z1 Z2
alcança quase 3 km de distância. Na maioria
esses pontos (ver NOTA 1 na seção E.2.1 e
dos casos, essas linhas terão sido aterradas
toda a seção E.2.2), sem oferecer uma solução
ABNT NBR 5419-1. Pode se chegar na
muito provavelmente já numa pequena fração
melhor, por enquanto, porque isso não é
equação E.3 pela simples substituição dos
dessa distância.
trivial.
índices 1 e 2.
Se um cabo enterrado não fizer contato
direto com a terra, como no caso de um
A equação acima é a equação E.2 da
Uma demonstração das equações E.1
e E.2 da ABNT NBR 5419-1 poderia ajudar
Referências
condutor isolado ou dentro de um tubo de
no entendimento da divisão de corrente
PVC, por exemplo, este deve ser considerado
proposta. Isso mostraria como as equações
[1] Vernon Cooray (Editor); The Lightning
como aéreo, pois a impedância característica
são baseadas nas simplificações mencionadas
Flash (Chapter 10: Carlo Mazzetti;
de uma linha enterrada sem contato com o
acima e totalmente baseadas na teoria de
Principles of protection of structures
solo é ainda bastante elevada, na faixa de 200
circuitos. O estágio inicial de um impulso
against lightning); IEE; 2003
Ω a 300 Ω.
rápido de corrente de descarga, com frente
[2] José Claudio O. Silva; Earthing
de onda da ordem de poucos µs ou menos
resistance values of Earth-termination
divisão de corrente tratada no item E.2 da
(submicrossegundos),
systems according to IEC 62305;
norma é voltada para a evolução mais lenta
complexos
eletromagnética
International Conference on Grounding
das correntes das descargas atmosféricas,
e propagação, estão obviamente fora do
and Earthing (GROUND’2014); Manaus,
buscando resolver a questão da energia
escopo dessa formulação.
Maio-2014.
Do exposto acima, percebe-se que a
de
envolve
indução
fenômenos
dissipada nos DPS, da capacidade de
condução de corrente pelos condutores e das
1, a impedância total de cada grupo de
* José Claudio de Oliveira e Silva é membro da
tensões transferidas aos circuitos internos de
impedâncias é:
CE 03:64.10 | claudio.silva@aptemc.com.br
Com base no diagrama da Figura
94
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Por Eduardo Daniel*
Instalações com arranjos fotovoltaicos Conceitos complementares à ABNT NBR 5410 Nota: Cabos do subarranjo fotovoltaico só são
operando com mais de 50 Vcc ou 240 W, e
que está sendo desenvolvido pelo Grupo
relevantes para arranjos fotovoltaicos que são
que são protegidos contra acesso público por
de Trabalho específico da CE 03:064.001,
divididos em subarranjos fotovoltaicos.
cercas, localização, etc. Dispositivos avaliados
Este artigo dá continuidade ao assunto
dentro desta classe de aplicação possuem
que diz respeito à norma complementar da ABNT NBR 5410, tratando de detalhes das
Cabo do arranjo fotovoltaico
proteção por isolação básica e atendem aos
instalações
requisitos de segurança classe 0.
elétricas
fotovoltaicas.
Assim,
Cabo de saída de um arranjo fotovoltaico
está descrita, a seguir, a segunda parte dos
que transporta a corrente de saída total do
Nota: Classes de segurança são definidas na
conceitos mais importantes do projeto de
arranjo fotovoltaico.
IEC 61140. [Fonte: IEC 61730-1:2004]
norma em desenvolvimento e que deve ser do conhecimento das pessoas que não têm
Caixa de junção Classe C: Acesso geral, tensão elétrica limitada,
a oportunidade de acompanhar os trabalhos
deste importante Grupo.
séries fotovoltaicas ou módulos fotovoltaicos
aplicações com potência limitada
são conectados em paralelo, e que aloja
Invólucro, no qual subarranjos fotovoltaicos,
Dispositivos classificados para o uso nesta
Blindagem, blindagem de um cabo
dispositivos de proteção e/ou seccionamento
classe de aplicação são restritos a sistemas
[Fonte: ABNT NBR 10899:2013]
operando com menos de 50 Vcc e 240 W, onde
Camada metálica aterrada utilizada para
confinar o campo elétrico dentro do cabo
Nota: Termos equivalentes em inglês: string
o acesso geral de pessoas é previsto. Dispositivos
e/ou para proteger o cabo de influência
box ou junction box.
qualificados dentro desta classe de aplicação, de acordo com a IEC 61730-1 e a IEC 61730-2,
eletromagnética externa.
Célula fotovoltaica
atendem aos requisitos de segurança classe III.
concêntricos aterrados também podem servir
Nota: Classes de segurança são definidas na
como blindagem.
ficamente desenvolvido para realizar a conversão
IEC 61140.
direta de energia solar em energia elétrica.
[Fonte: IEC 61730-1:2004]
Nota: capas, armações metálicas e condutores
Cabo
Dispositivo fotovoltaico elementar especi
[Fonte: ABNT NBR 10899:2013]
Condições padrão de ensaio - STC
Conjunto de um ou mais condutores, com
uma cobertura protetora e possivelmente
Classe A: acesso geral, tensão elétrica perigosa,
material de enchimento, isolamento e proteção.
aplicações com potência perigosa
60904-3 para células e módulos fotovoltaicos.
Nota 1: Termo equivalente em inglês: STC –
Dispositivos classificados para o uso nesta
Condições de ensaio especificadas na IEC
Cabo, núcleo do
classe de aplicação podem ser utilizados em
Standard Test Conditions.
sistemas operando com mais de 50 Vcc ou 240
Nota 2: As condições padrão de ensaio são:
incluindo quaisquer coberturas para proteção
W, onde o acesso geral de pessoas é previsto.
a) Temperatura da célula fotovoltaica de 25 °C;
mecânica.
Dispositivos qualificados dentro desta classe
b) Irradiância no plano da célula ou do módulo
Condutor com o seu isolamento, mas não
de aplicação, de acordo com a IEC 61730-1
fotovoltaico de 1.000 W/m2;
Cabo da série fotovoltaica
e a IEC 61730-2, atendem aos requisitos de
c) Espectro da radiação luminosa corres
segurança classe II.
pondente a uma massa de ar de 1,5 AM.
Cabo que interliga os módulos fotovoltaicos
em uma série fotovoltaica, ou que conecta a
Nota: Classes de segurança são definidas na
série fotovoltaica a uma caixa de junção, a uma
IEC 61140.
Condutor de equipotencialização
UCP ou a cargas em corrente contínua.
[Fonte: IEC 61730-1:2004]
Condutor destinado a equipotencialização
funcional ou de proteção. Classe B: Acesso restrito, tensão elétrica
Cabo do subarranjo fotovoltaico
Cabo
de
saída
de
um
subarranjo
perigosa, aplicações com potência perigosa
fotovoltaico que transporta a corrente de saída
total do subarranjo a que está associado.
classe de aplicação são restritos a sistemas
Dispositivos classificados para o uso nesta
Na
próxima
edição.
trataremos
da
continuidade destes conceitos principais e que complementarão a ABNT NBR 5410.
96
Energia sustentável
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Acidentes recentes versus prevenção O que há em comum entre o Museu
transforma em situação de emergência
de líderes no Fórum Econômico Mundial
da Língua Portuguesa, a Samarco, os
decretada pela Organização Mundial da
em Davos, na Suíça, para discutir temas
terminais de granéis de Alemoa, localizado
Saúde (OMS).
econômicos globais, e o mapa resumo do
em Santos, a boate Kiss, a Heineken,
- A crise da água e a potencial crise de
Relatório de Riscos Globais de 2016 apontou
situada em Jacareí e o terminal portuário
energia em várias regiões do país.
(na região circulada) três riscos ambientais
do Guarujá? Já sabem, não é? Falta de
Agora falando em escala planetária
(por exemplo, aquecimento global e perda
prevenção e gestão de riscos, falta de
e oficialmente, o ano de 2015 foi o mais
de biodiversidade) e quatros sociais (por
cumprimento de requisitos básicos legais,
quente já medido (0,9ºC maior do que a
exemplo, crise de água e alimentos) dentre
falta de fiscalização – alguns dos fatores da
média do século XX). O ano de 2014 já o
os maiores globais (ver Figura1). Chama a
cadeia causal de acidentes recentes com
tinha sido também. E dez dos anos mais
atenção ainda o risco de choque dos preços
graves consequências ambientais e sociais.
quentes já medidos foram no século XXI.
da energia. Situações conhecidas e com
Consequência das emissões atmosféricas
falhas de gestão de riscos no Brasil.
humanas. Falta de prevenção?
Sobre a falta de prevenção
Há muitos anos, ouvi uma comparação
interessante
(se
bem
que
uma
generalização seja questionável) entre a
Voltando à escala micro, os acidentes
ocorridos recentemente no Brasil ilustram
Sobre a falta de gestão de riscos
facetas da falta de avaliação e gestão de
riscos:
Em janeiro ocorreu o encontro anual
cultura japonesa e a brasileira quanto à qualidade: referindo-se ao ciclo PDCA – (P)lanejar, (D)esenvolver, (C)hecar e (A) tuar, ferramenta que também é a estrutura de gestão da ISO 9001 e da ISO 14001 - dizia-se que o japonês privilegiava o P para otimizar o D, enquanto o brasileiro negligenciava no
D,
o
muitas
P
e
vezes
concentrava-se atuando
como
“bombeiro apagando incêndio”. E este tipo de mentalidade causa muitos destes acidentes e problemas que temos visto.
Teria a ver com esta nossa discussão
sobre planejamento, prevenção e cultura brasileira: -
Hoje
sermos
mundiais,
por
centro conta
das da
atenções
microcefalia
causada pelo vírus Zika, que já se
Figura 1 – Mapa resumo do Relatório de Riscos Globais de 2016. Fonte: http://wef.ch/risks2016
97
O Setor Elétrico / Abril de 2016
- Várias das falhas e causas da tragédia
fiscalização legais são inúmeros e repetitivos,
Vale
da Boate Kiss e do incêndio do Museu da
desde o licenciamento de empreendimentos
sobre a gestão de “compliance”, outro
Língua Portuguesa continuam presentes
até as medidas de proteção/gestão de
aspecto do cumprimento da legislação:
em locais de grande concentração de
riscos, monitoramento, etc.
o Brasil piorou sete posições e é o
pessoas.
Neste
pública uma ampla revisão do processo
percepção de corrupção divulgado em
Samarco não foi o primeiro (por exemplo,
do
janeiro pela organização Transparência
Cataguases/MG,
rompimento
da
barragem
2003)
e
com
da a
licenciamento
em
novamente
76º colocado no ranking mundial de
O
está
posição
consulta
-
momento,
marcar
ambiental,
que
pode
significar um afrouxamento para grandes
Internacional.
mentalidade atual temo que não seja
empreendimentos,
o último (ver o vazamento da mesma
mineração, hidrelétricas, podendo ser mais um
Metodologias, técnicas, normas, leis
mineradora do final de janeiro).
vetor de deste tipo de acidentes e impactos.
e práticas sobre o assunto existem em
- Uma boa avaliação e gestão dos riscos
Mas a revisão legal necessária como
abundância, mas com falhas de uso.
teria possivelmente evitado as mortes e
resultado do acidente da Boate Kiss, do
Devemos aproveitar a “força extra”
intoxicações decorrentes do incêndio de
sinistro ocorrido em abril de 2015 no
representada pela mentalidade de riscos
janeiro nas instalações da Localfrio no
terminal de granéis químicos líquidos da
introduzida pela nova versão das Normas
porto do Guarujá e da explosão da caldeira
Alemoa, em Santos, e outros foi insuficiente.
ISO 9001/14001 e ampliar a gestão
na Heineken, em Jacareí (SP)
O documento “Carta de Santos” - “O que
técnica e legal para uma abordagem
ocorreu e o que precisa mudar”, de maio de
sistêmica, cultural, de integridade e
Sobre a falta de cumprimento e fiscalização de requisitos legais
2015, relata os vários acidentes ocorridos no
comprometimento,
local e recomenda ações para prevenção de
mortes, impactos ambientais e perdas
riscos e melhoria legal.
materiais.
Os exemplos de falta de cumprimento e
como
empresas
de
Precisamos avançar muito no país.
para
evitar
mais
98
Iluminação eficiente
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e gerente de Novos Negócios da Philips Iluminação. É ainda coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI e professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do Instituto de Pós-graduação e Graduação (IPOG). Palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética.
A certificação compulsória de lâmpadas Led está valendo oficialmente original de março de 2015. Isto significa
visto a condição econômica do Brasil e a
importadores de lâmpadas Led vivem a
que,
fabricante
necessidade crescente de alternativas para
necessidade de provar que seus produtos
nacional ou importador poderá fabricar
se economizar energia elétrica. Temo, porém,
são
Deste março de 2015 fabricantes e
atualmente,
qualquer
ou importar apenas produtos certificados
pela qualidade dos produtos que estão hoje no
publicação da portaria 144/2015 do
respectivamente.
76/2016
mercado. Nem tanto pela eficiência luminosa,
Inmetro, que estabeleceu um prazo de
estabelece que os demais prazos ficam
mas pela qualidade da luz, confiabilidade e
nove meses para certificação compulsória
mantidos. Assim sendo, os fabricantes e
segurança elétrica dessas lâmpadas.
dos produtos, uma corrida contra o tempo
importadores só poderão comercializar os
foi travada pelas principais empresas do
produtos não certificados em estoque até
de 2017, é altamente recomendado que
segmento. Terminado o prazo, apenas três
junho de 2016 (15 meses da publicação
projetos profissionais e de eficiência
empresas conseguiram ter seus produtos
da portaria 144/2015) , atacadistas e
energética
certificados: Intral, Osram e Philips.
eficientes
e
confiáveis.
Após
a
A
Portaria
Para minimizar os riscos até setembro
exijam produtos certificados
varejistas poderão comercializar esses
como requisito nas especificações de
No final de dezembro, o Inmetro
produtos até março de 2017 (24 meses
produtos.
lançou a Portaria 599/2015 em consulta
da publicação) e atacadistas e varejistas,
também
pública, sugerindo a postergação do prazo
cadastrados como Micro e Pequenas
produtos
por dois meses. Nenhuma informação
Empresas poderão comercializar lâmpadas
eficiência energética. Caso os produtos
oficial, entretanto, foi lançada até 24 de
led sem certificação até setembro de 2017
não tenham o Selo do Inmetro ou o
fevereiro de 2016, quando foi publicada
(30 meses da publicação).
Selo Procel, é altamente recomendável
a Portaria 76/2016. Até esta data apenas
Até
portanto,
ponderar a realização de ensaios de
cinco
setembro
de
2017,
Produtos são
uma
de
com
Selo
Procel
forma
de
garantir
maior
confiabilidade
e
conseguido
poderão existir lâmpadas led de base
desempenho e segurança em amostras de
obter a certificação para suas lâmpadas,
integrada não certificada no mercado. Os
lâmpadas led em laboratórios acreditados
adicionalmente
empresas
haviam
a
próximos meses deverão ser cruciais para
para aprovação dos produtos. Isto poderá
GE e a FLC. Nota-se, porém, que não
a definição de possíveis alterações de
evitar
necessariamente
às
três
anteriores,
futuros
problemas
relacionados
modelos
preços desses produtos. A certificação
a qualidade da luz, confiabilidade do
destas empresas estão certificados. Para
tornará os produtos mais caros? Os
produto, ocorrências de baixo fator de
saber quais produtos e marcas possuem
grandes
potência,
a certificação do Inmetro, recomenda-se
certificados tenderão a deixar os produtos
e
consultar o site do Inmetro, que apresenta
mais baratos? Qual será o impacto disso
outros equipamentos eletroeletrônicos.
a lista completa.
no
Foi dado um grande passo para a
todos
os
estoques
mercado
de
recessivo
produtos
que
não
estamos
altas
distorções
intereferências
vivendo hoje em dia?
melhoria
existentes
a certificação compulsória das lâmpadas
podem se proteger para obter um produto
mercado de compra e venda reagir à
Led pelos fabricantes e importadores por
confiável e de preço justo? É esperada
certificação e existir um forte processo de
11 meses contados a partir da publicação
uma grande disputa do mercado por preço,
fiscalização pelo Inmetro.
Portaria
76/2016
do
Inmetro
Como o consumidor final e o especificador
no
qualidade Brasil.
dos
em
oficializou a postergação do prazo para
A
da
harmônicas
eletromagnéticas
Basta
produtos agora
o
100
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
As novidades vistas no ILPS
O III International Lightning Protection
Europa.
Symposium (ILPS) terminou ontem, no
dia 22 de abril de 2016, na cidade do
parte 3 está sendo significativamente
Porto, em Portugal, com muita troca de
alterado, incluindo o aumento do range do
informação e várias novidades em relação
nível de proteção, o que altera o cálculo
à proteção contra descargas atmosféricas.
dos parâmetros da PDA, por exemplo, o
É claro que tudo tem o seu tempo, por
raio da esfera rolante. Está sendo dada
exemplo,
publicadas
atenção especial ao trabalho de melhorar
em 2010 foram a base da nossa ABNT
a definição do parâmetro l na equação
5419:2015, portanto, não há motivo para
que calcula a distância de segurança
desespero com as informações a seguir.
S. E assim vai, mas como mencionado:
Com o que se viu por aqui ficou
nada de alarme, ainda há muito trabalho e
definitivamente garantida a publicação
verificação cientifica a serem feitos antes
do relatório técnico de conduta de
desses parâmetros serem considerados
pessoas para aumentar sua proteção
no Brasil.
em
áreas
as
normas
abertas.
IEC
Ainda
é
preciso
Viu-se também que o conteúdo da
Fechando as malas, me preparando
definir a publicação, uma vez que esse
para regressar ao Brasil com tudo para
documento é um guia de como se deve
o Circuito Nacional do Setor Elétrico
agir para minimizar riscos e, portanto, não
(CINASE-BH)
deverá ter status de norma. Além disso,
que quando os leitores tiverem contato
cresceu a necessidade de se normalizar
com estas palavras, as mesmas já serão
os detectores/anunciadores de raio no
história contada.
Brasil, prática já largamente difundida na
e
acabo
Saudações a todos!
de
perceber
Proteção, automação e controle
O Setor Elétrico / Abril de 2016
101
Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. É diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br
Qual é a norma? Durante
nossa
conversa
sobre
as
diretrizes para a classificação de documentos
sistema de automação, entre elas:
com base em seu conteúdo característico
especificações e documentações durante o ciclo de vida de um projeto de automação e
• IEC 81346-1 - Sistemas industriais,
de informações. Esse banco de dados
proteção, recebi várias consultas sobre quais
instalações e equipamentos e produtos
fornece breves definições de um conjunto
normas deveriam ser utilizadas e se existem
industriais
de
normas que podem auxiliar nesse trabalho.
denominações de referência - Parte 1:
internacionalmente, incluindo os requisitos
Regras
-
princípios
estruturantes
e
tipos
de
documentos
padronizadas
princípios
sobre o conteúdo de informações, referências
61850 influenciam a definição dos requisitos
gerais para a estruturação de sistemas e das
a fontes adequadas e a classificação aplicável
e as aplicações da funcionalidade de
informações sobre os sistemas. A designação
em conformidade com a norma IEC 61355-1.
proteção e controle. Portanto, no processo
de referência identifica objetos para criação e
Um arquivo de SCL é um documento que pode
de engenharia de configuração do sistema
recuperação de informações sobre um objeto.
ser classificado de acordo com a IEC 61355
de automação, a informação "informal" da
Os princípios nestes padrões são utilizados
pelo autor do documento. Classificação
especificação deve ser traduzida para a
nas diferentes estruturas de um arquivo SCL;
de documentos com uma forte abordagem
descrição "formal" usando SCL (Linguagem
• IEC 81346-2 - Sistemas industriais, instalações
orientada a objetos de IEC 81346 ajuda a
de
e
organizar e localizar documentos facilmente;
Os processos definidos na norma IEC
Configuração
de
Subestação).
A
básicas.
equipamentos
Estabelece
e
produtos
industriais,
elevada
princípios estruturantes e denominações de
• IEC 61082-1 - Preparação de documentos
qualidade de trabalho, garante a integridade
referência - Parte 2: Classificação de objetos
utilizados na eletrotecnologia – Parte 1:
e a consistência durante todo o processo de
e códigos para as classes. Esta norma define
Regras. Esta norma fornece as regras
implementação, a partir da concepção geral
classes e subclasses de objetos utilizando
gerais e orientações para a apresentação
do sistema até o comissionamento, facilitando
códigos pré-determinados como referência.
de informações em documentos e as regras
as verificações correspondentes em cada
Esta classificação é aplicável em todas as áreas
específicas
etapa da execução do projeto. Entretanto,
técnicas, por exemplo, engenharia elétrica,
tabelas usadas em engenharia elétrica. Ele
esse não é o único caminho. O trabalho de
mecânica e civil, bem como todos os ramos
tem o status de um padrão horizontal de
engenharia feito deve permanecer registrado
da indústria, e pode ser usada por todas as
acordo com a norma IEC Guia 108;
e conservado, podendo ser reutilizado a
disciplinas técnicas em todo o processo de
• IEC 61666 - Sistemas industriais, instalações
qualquer momento para as adaptações,
projeto;
e equipamentos e produtos industriais -
ampliações, alterações, reformas, etc.
• IEC 61175 - Sistemas industriais, instala
Identificação dos terminais dentro de um
Para isso, outras normas relacionadas
ções e equipamentos e produtos industriais -
sistema. Esta norma estabelece regras para a
à documentação podem e devem ser
Designação de sinais. Esta norma estabelece
designação de terminais de objetos dentro de
utilizadas. A IEC tem desenvolvido uma série
regras para a composição das denominações
um sistema para o uso na área eletrotécnica e
de normas relativas aos diferentes tipos de
e nomes para a identificação de sinais e
afins. Aplicável a todas as áreas técnicas;
documentação. Embora IEC 61850 defina
conexões de sinais. Os nomes dos sinais são
• IEC 60617 - contém símbolos gráficos
determinada documentação para a troca de
utilizados em diferentes tipos de documentos.
para uso em diagramas elétricos. As partes
informações, estas normas associadas são
A consistência pode ser melhorada seguindo
2 a13 de IEC 60617 foram incorporados em
essenciais para obter o benefício completo da
esse padrão;
um banco de dados que atualmente inclui
IEC 61850. Na atividade desenvolvida pelo
• IEC 61355-1 - Classificação e designação
cerca de 1400 símbolos. O banco de dados
Grupo de Trabalho B5.39 do Cigré, foram
de documentos para plantas, sistemas e
é a fonte oficial da IEC 60617. Ele substitui
reunidas e descritas normas importantes a
equipamentos - Parte 1: Regras e tabelas de
partes 2 a 13 da versão anterior publicada
serem considerados na documentação de um
classificação. Esta norma fornece regras e
(edição 2) na IEC 60617.
descrição
formal
garante
uma
de
diagramas,
desenhos
e
102
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Abril de 2016
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Afundamentos de origem externa e soluções com DVR – Parte 2
Em situação normal, o DVR opera em
“stand-by”, sendo a tensão da rede comparada a cada instante com os limites de operação do equipamento; se os valores monitorados atingem o limiar de operação (por exemplo, 0,85 pu – normalmente, os afundamentos atingem valores de até 0,5 pu), o DVR passa então a operar em conjunto com a rede de suprimento na alimentação da carga até o instante em que este sistema principal (rede) se restabeleça. Caso o afundamento persista por períodos superiores ao pré-determinado
Figura 2 – Detalhe da curva ITIC (CBEMA) e zona de atuação do DVR.
para a carga condicionada, o equipamento não opera, pois, o distúrbio provavelmente será
com capacitores. Alguns cuidados devem ser
Taps em trafos de distribuição, normalmente,
uma interrupção. A Figura 1 ilustra os valores
tomados no uso de DVRs em sistemas com
em cargas de potência constante. Importante
eficazes e as formas de onda da tensão em
baixa regulação de tensão, ou com pobre
considerar o tipo de carga conectada, pois, no
situação de afundamento monofásico e de
compensação reativa, que operam em regimes
caso de grandes volumes de energia reativa
recuperação pelo DVR. Devido à recuperação
permanentes em tensão abaixo da tensão
serem consumidos em curtos períodos, deve
da tensão na carga, a mesma é mantida em
nominal em valores próximos aos limites de
ser prevista a utilização de compensadores
operação em função da compensação pelo
operação do DVR (operação em regime de
estáticos específicos. Constituem-se como
DVR. A Figura 2 ilustra a zona de atuação do
subtensão), havendo, neste caso, operação
uma opção econômica e eficaz para mitigação
DVR em detalhe da curva ITIC ou CBEMA.
indevida do sistema, já o mesmo deve ser
de afundamentos de tensão para preservação
operado somente em afundamentos e não em
de operação de processos industriais em que a
amplitude e o ângulo de fase em cada uma das
subtensão em regime permanente.
perda é onerosa. Os custos são proporcionais
fases, pois não se pode admitir desequilíbrios
à carga condicionada e limites de tensão e
de tensão ou mesmo sobretensões. Este
de transmissão e de distribuição combinados
controle tem relação direta com a injeção de
a sistemas de compensação reativa com
potência reativa no caso de fonte de reserva
controle por tensão e manobra automática de
O sistema controla a cada instante a
Os DVRs podem ser aplicados em sistemas
tempo.
Referências: - Elspec technology – Equalizer Turbo system – “viavar” - Ankit Pandey, Rajlakshmi - Dynamic Voltage Restorer and Its application at LV & MV Level - Wikipedia - Ação Engenharia e Instalações – relatórios técnicos - CBEMA- ITI (CBEMA) Curve Application
Figura 1 – Tensões na rede e na carga durante o afundamento monofásico de tensão.
Note
104
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Orientações para a certificação de Skids “Ex”
de
entre os diversos equipamentos “Ex”, bem como
casos, cabe ao fabricante estrangeiro, ao seu
diversos
a verificação da instalação destes equipamentos
representante no país, ao importador ou ao
procedimentos, critérios e orientações, tanto
“Ex”, de acordo com a classificação de áreas
usuário destes Skids no Brasil obter a certificação
do ponto de vista normativo, como legal, para a
pretendida e do EPL requerido.
“local”, junto a um Organismo de Certificação
execução das atividades de avaliação, auditoria,
Podem ser citados como exemplos de
“local” (com acreditação “local” ou nacional), de
análise de relatórios de ensaios e certificação de
unidades pré-montadas os “pacotes” de sistemas
acordo com a legislação atualmente vigente no
equipamentos elétricos, de instrumentação, de
de compressão de gases, os sistemas de fornos,
Brasil.
automação, de telecomunicações e mecânicos
casas de analisadores, sistemas de purificação
A solução mais frequentemente utilizada
“Ex”,
Os
Organismos
Equipamentos
“Ex”
de
Certificação
possuem
áreas
de hidrogênio (plantas do tipo PSA) e os
pelos Organismos de Certificação “locais” é a de
classificadas contendo atmosferas explosivas de
conjuntos moto-bombas e moto-compressores
avaliação do Skid de acordo com os requisitos
gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis.
contendo grandes máquinas, sistemas de
da ABNT NBR IEC 60079-14 - Projeto,
instrumentação, controle e automação local.
seleção e montagem de instalações “Ex”. Esta
séries ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas
Em diversos empreendimentos de novas
norma estabelece os requisitos que devem ser
explosivas) e ABNT NBR ISO/IEC 80079
plantas industriais ou de muitos casos de
atendidos para as montagens de equipamentos
(Equipamentos mecânicos “Ex”), em que são
ampliação de plantas industriais existentes, estes
elétricos
apresentados os requisitos e os critérios de
“Skids” ou unidades pré-montadas ou “pacotes”
explosivas de gases inflamáveis ou de poeiras
aceitação para os ensaios e a certificação
são recebidos “prontos para instalação”, sendo
combustíveis. São apresentados na ABNT NBR
individual dos equipamentos “Ex” com diversos
enviados pelos fabricantes internacionais já
IEC 60079-14 os requisitos para a montagem
tipos de proteção, tais como segurança
previamente montados e testados. Nestes
de equipamentos dos diversos tipos de proteção
destinados
à
instalação
em
Para isto existem as diversas normas das
e
eletrônicos
em
atmosferas
aumentada (Ex “e”), segurança intrínseca (Ex “i”), proteção por temperatura de invólucro (Ex “t”), proteção ótica (Ex “op”), invólucros pressurizados (Ex “p”), encapsulamento em resina (Ex “m”), proteção especial (Ex “s”), proteção por controle das fontes de ignição (Ex “b”) ou proteção construtiva (Ex “c”). No entanto, nos frequentes casos da necessidade de certificação de unidades “pacotes” pré-montadas (Skids), em que exista a montagem de equipamentos “Ex”, não são claramente estabelecidos os procedimentos a serem seguidos para a certificação. Nestes casos, devem ser certificados não somente dos equipamentos “Ex” que fazem parte do “Skid”, mas também do conjunto como um todo, incluindo o sistema de fiação das interligações
Exemplo de conjunto pré-montado (Skid) contendo a instalação de diversos equipamentos “Ex”, incluindo motor elétrico “Ex” de alta tensão, instrumentos “Ex”, compressor “Ex”, sistema de lubrificação, caixa de junção “Ex” e sistemas de fiação de força, controle, automação e aterramento para atmosferas explosivas.
105
O Setor Elétrico / Abril de 2016
“Ex” bem como dos sistemas de fiação de força,
da montagem de equipamentos em “skids”, uma
controle, automação e aterramento adequados
vez que tais regulamentos foram elaborados
para instalação em áreas classificadas, incluindo
tendo como foco somente a certificação dos
a verificação de parâmetros entre barreiras
equipamentos “Ex” individualmente.
de proteção e instrumentos intrinsecamente
Este
seguros.
abrangência em nível mundial, tem sido discutido
Além disso, estes organismos de certificação
entre diversos Organismos de Certificação
podem basear seus procedimentos na aplicação
envolvidos com equipamentos e instalações
das listas de verificação de inspeção inicial
“Ex”, tendo sido chegado um consenso geral. A
detalhada, de acordo com o “check-list” indicado
Folha de Decisão (Decision Sheet) ExTAG DS
na norma ABNT NBR IEC 60079-17 - Inspeção
2015/001A estabeleceu, de comum acordo
e manutenção de instalações “Ex”.
entre os países membros do IECEx, incluindo o
Durante a atividade de certificação, por parte
Brasil, os requisitos mínimos a serem aplicados
de organismo de certificação, de um Skid que
pelos Organismos de Certificação quando da
contém a montagem de diversos equipamentos
certificação de um conjunto pré-montado do tipo
“Ex”, existe a preocupação de segurança não
Skid “Ex”.
somente com dos equipamentos “Ex” de
Nestes documentos são apresentadas
forma individual, cada um com seus tipos de
orientações padronizadas, a serem seguidas
proteção “Ex”, mas também a preocupação da
pelos diversos Organismos de Certificação, de
segurança do conjunto como um todo, o que
forma que todas as montagens e interligações
inclui a necessidade de avaliação não somente
entre
dos equipamentos, mas também dos requisitos
sejam devidamente avaliadas, verificadas e
de montagem deste “pacote” que está sendo
consideradas, de acordo com os requisitos da
certificado, sob o ponto de vista dos requisitos
Norma IEC 60079-14, durante o processo de
específicos de instalação de equipamentos
certificação de todo o conjunto pré-montado
elétricos,
(“pacote”) “Ex”.
eletrônicos,
de
automação,
de
os
tipo
de
diversos
assunto,
que
possui
equipamentos
“Ex”
telecomunicações e mecânicos para locais
De acordo com estas orientações sobre
contendo atmosferas explosivas.
a certificação de Skid “Ex”, deve ser atribuída
Nos frequentes processos de certificação de
uma marcação “Ex” ao Skid como um todo,
conjuntos pré-montados contendo a instalação
considerando todos os tipos de proteção “Ex”
de equipamentos “Ex” devem ser avaliados e
dos equipamentos elétricos ou mecânicos que
certificados pelos Organismos de Certificação
estejam instalados, incluindo os casos mais
diversos requisitos específicos de montagem
restritivos de grupo, classe de temperatura,
em
relacionados
temperatura de superfície e EPL. Segundo
por exemplo, as memórias de cálculo dos
as avaliações dos equipamentos e de suas
parâmetros de entidade de cada um dos circuitos
instalações, um Skid “Ex” pode apresentar, por
intrinsecamente seguros, incluindo as suas
exemplo, de forma simultânea, as duas seguintes
barreiras de proteção associadas, os circuitos
marcações: Ex b c d e ia mb nA [op is Ga] IIC T3
óticos inerentemente seguros, os sistemas
Gc e Ex c ib [ib Gb] pzc ta IIIC 150 ºC Dc.
de monitoração e controle associados com
invólucros pressurizados. Em uma certificação
âmbito do TC-31 da IEC, por solicitação dos
de um Skid “Ex” devem ser verificados também
países membros do IECEx, a elaboração de
os requisitos específicos para as complexas e
uma nova norma da Série IEC 60079, com o
difíceis montagens de roscas, parafusos, prensa-
objetivo específico de estabelecer os requisitos
cabos, unidades seladoras e demais acessórios
para a certificação deste tipo de conjuntos
à prova de explosão em invólucros metálicos
pré-montados “Ex”. Até que isso aconteça,
flangeados ou roscados com o antigo tipo de
a Folha de Decisão ExTAG DS 2015/001A
proteção Ex “d” que possuam entradas diretas.
apresenta as orientações necessárias para
Sob o ponto de vista legal atualmente
a certificação de Skids “Ex”, que pode ser
vigente no Brasil, não são indicados requisitos
acessada
específicos para a avaliação da conformidade
ExTAG_DS_2015_001A_60079-14_pt.pdf
atmosferas
explosivas,
Além disto encontra-se em andamento no
em
http://www.iecex.com/docs/
106
Espaço Cigré
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Por Saulo José Nascimento Cisneiros*
A matriz de energia elétrica e as demandas ambientais – Parte II
Em continuidade ao artigo anterior, que
apresentou as características da matriz
A
geração
nuclear
apresenta
dois
e qualidade do suprimento de energia elétrica, bem como uma total aversão ao
grandes desafios:
risco de racionamento de energia. Por
elétrica atual e traçou um quadro sobre as ofertas futuras de energia elétrica, o texto
• O complexo e custoso processo de
outro lado, esses mesmos consumidores
a seguir aprofunda a discussão sobre as
descomissionamento das plantas nucleares
também reclamam por redução nas tarifas
fontes de energia disponíveis e sobre a
e de seus equipamentos após o tempo de
de consumo de energia. Há um grande
matriz ideal.
vida útil pré-definido;
dilema nesta questão da “maximização da
O
• O armazenamento dos resíduos (lixos)
segurança e qualidade versus redução dos
nucleares, especialmente, a definição de
custos da energia elétrica”. É impossível
locais adequados.
otimizar ambos, pois, eles trabalham em
mix
maximizar econômicos
adequado os
de
benefícios
que
podem
fontes
deve
técnicos ser
e
obtidos
direções opostas. Qual é a prioridade? Este
considerando as características de todas as fontes disponíveis. Nessa proposta de matriz
Diante desses desafios, estudos têm sido
dilema não é tão simples de decidir como
energética devem-se destacar os seguintes
feitos para:
entre as cores preta e branca. Ele é muito
pontos:
• Aumentar a vida útil de plantas nucleares,
mais complexo. Enfim, os consumidores
de forma similar ao que já é feito com usinas
terão o suprimento de energia com a
• As usinas hidráulicas com reservatório
convencionais em especial com hidráulicas;
segurança ou o risco de déficit que eles
+ as fontes renováveis, disponíveis em
• Melhorar o processo de tratamento e
estão dispostos a pagar. Esta pode ser
abundância no Brasil, constituem uma
reciclagem
uma questão técnica e econômica simples,
vantagem estratégica que não pode ser
resíduos nucleares.
para
reprocessamento
dos
porém, é um problema político e social muito complexo, o que bem ilustra a dificuldade de
perdida; • Não haveria mais espaço para novas
Sempre haverá uma crescente demanda
se estabelecer o risco de déficit ideal que
térmicas a combustível líquido.
dos consumidores por maior segurança
o Sistema Interligado Nacional (SIN) deve
107
O Setor Elétrico / Abril de 2016
ser planejado. “As situações que levam a
fontes intermitentes? Se não, quais são as
preservação ambiental como uma aliada da
decisões difíceis são tão complexas como
outras fontes que poderiam ser indicadas
produtividade.
as próprias opções”.
como básicas para formar a matriz de
energia elétrica considerando conceitos de
•
é recomendável um aprofundamento da
segurança, eficiência e ambientais?
→ Há comprovadamente um aquecimento
discussão com a sociedade do binômio
global.
“segurança versus custos” da energia
formação da matriz de energia elétrica, vale
essa tendência, governos e entidades têm
elétrica, de forma a contribuir com a
a pena fazer algumas reflexões sobre as
incentivado a implementação de medidas
modicidade tarifária sem pôr em risco
tendências globais e suas consequências.
para reduzir a emissão de CO2, o que
Na definição de matriz energética ideal,
Postas todas essas questões sobre a
Mudanças climáticas Em
contrapartida,
para
reduzir
requer uma conscientização efetiva de
a garantia do atendimento energético e
toda a sociedade para que essas medidas
atender aos condicionantes ambientais.
• Mudanças demográficas
Nesse contexto, cabe destacar o papel vital
→
das ações de reciclagem de materiais e da
crescimento da população mundial: hoje há
água e do uso eficiente da energia elétrica e
7 bilhões e em 2050 haverá 9 bilhões de
da água, produzindo os seguintes benefícios:
pessoas no mundo.
a necessidade imperiosa de uma maior
• Redução do volume de lixo;
•
Globalização e mercados emergentes
etc., que garantam a sobrevivência do
• Redução do consumo de energia e água
→ Nos países do grupo BRICS e na Ásia
homem e o seu bem-estar. Isto implica
para fins industriais;
milhões de pessoas têm emergido para a
em maior consumo de energia e maior
• Redução do consumo de energia elétrica
classe média de consumidores. Na África
exploração dos recursos naturais, levando
para a mesma produção de bens e serviços;
e América do Sul milhões de pessoas têm
a maiores impactos sobre o ambiente e
• Redução dos investimentos e dos custos
acessado a classe baixa de consumidores.
a escassez de água. Esta é a realidade!
Há
uma
crescente
urbanização
e
causem os efeitos necessários. As consequências desse cenário é
produção de bens, produtos, alimentos,
“A Realidade é como ela é e não como
para expansão do sistema elétrico; Evolução tecnológica e inovação
gostaríamos que ela fosse. Cabe ajustá-la
• Redução das necessidades de geração
•
térmica e dos custos operacionais do
→ Maior disponibilidade de recursos e
aos nossos objetivos maiores seguindo o
sistema elétrico;
meios para exploração de novas fontes
caminho do rio que contorna a montanha
• Melhoria da eficiência energética global.
de energia, bem como de instalações e
para chegar ao mar”. E este ajuste terá de
equipamentos com novas funcionalidades
ser feito inexoravelmente com tecnologia
Como ponto final, é importante fazer
e cada vez mais eficientes, com ganhos de
e inovação a serviço da eficiência e
considerações vitais sobre a composição
produtividade, viabilizando “fazer mais com
do meio ambiente. Definitivamente, é
da matriz energética: as fontes intermitentes
menos insumos”;
preciso aceitar a realidade e mudar para
são complementares e não básicas. Posto
•
sobreviver.
isto, pergunta-se: é possível que a demanda
o aumento da produtividade e para preservar
de energia elétrica seja suprida apenas por
o meio ambiente e em contrapartida a
Tecnologia e inovação contribuindo para
* Saulo Cisneiros é diretor técnico do Cigré-Brasil.
108
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Por Alexsandro Labbate*
Cinco métricas para serviços em campo que você precisa acompanhar de perto
As métricas são dados essenciais para
de espera por informações adicionais e
é 44 horas, e o tempo médio de execução
a gestão estratégica de pessoas e serviços
de eventuais visitas futuras para resolver o
de um chamado é de duas horas, este
em campo. O sucesso no planejamento e na
mesmo problema.
funcionário conseguirá finalizar 22 chamados
execução das operações em campo exige que
por semana.
os gestores tenham em mãos informações e
uma ferramenta muito útil ao permitir que
números precisos, que apresentem o padrão
você controle exatamente a eficiência e as
da sua empresa para finalizar o chamado, a
de qualidade dos serviços prestados e
horas gastas por atendimento, funcionário
programação semanal das ordens de serviços
apontem áreas de possível melhoria.
e tipo de tarefa. Essa métrica também
agendará mais chamados a ele do que a sua
possibilita
capacidade de execução.
No entanto, por não saber quais métricas
A AHT (Average Handle Time) pode ser
a
criação
de
benchmarks
Caso ele leve mais tempo do que a média
utilizar e como aplicá-las, os gestores de
internos entre funcionários e equipes de
Isto gerará reagendamento de chamados,
serviços em campo nem sempre conseguem
campo.
atrasos
ter uma visão real e completa das operações.
Ela deve ser analisada sempre em
significativa na qualidade do serviço prestado
Como agravante, a grande quantidade de
conjunto com algumas outras métricas que
e do atendimento ao cliente.
dados pode confundir mais que auxiliar,
mostraremos a seguir para que sua utilização
criando uma falsa sensação de que tudo está
seja eficaz.
bem.
em
execuções
e
uma
piora
Taxa de finalização na primeira visita
Imagine o seguinte cenário: digamos que
Aderência da programação
você gerencie uma companhia de instalação
principais métricas de avaliação dos serviços
A aderência da programação calcula
de sistemas de gás em apartamentos. A taxa
em campo e saber como utilizá-las. Confira as
se os funcionários em campo executam
de finalização na primeira visita apontará a
cinco métricas para serviços em campo que
satisfatoriamente os chamados de serviços
porcentagem de sucesso na finalização desse
você precisa acompanhar:
agendados em um determinado período.
serviço logo na primeira visita agendada.
Por isso é tão importante conhecer as
O cálculo é o seguinte: divida o tempo
Esse é um dos motivos pelos quais ela é tão
Tempo médio de atendimento
total em que o funcionário está disponível
importante para uma boa gestão de serviços.
Como o nome já diz, ela calcula a duração
para chamados pelo tempo médio de
Quanto maior a taxa, menor os custos relacionados
da execução do serviço, desde a saída do
atendimento de um chamado. Quanto mais
à prestação de serviços em campo, pois uma
funcionário ou da equipe em campo ao
baixo o resultado, melhor.
taxa de reagendamento menor possibilita que a
fechamento da ordem de serviço, incluindo
empresa atenda mais chamados novos.
os tempos de deslocamento até o cliente,
funcionário está disponível semanalmente
Por exemplo, se o tempo total que um
Em outras palavras, ao manter essa taxa
109
O Setor Elétrico / Abril de 2016
alta, as empresas reduzem os gastos com pessoal e logística e ainda economizam tempo e energia para atender mais clientes.
Estatísticas indicam que empresas de
credibilidade mantêm a porcentagem de sucesso acima de 90%. Uma taxa na casa dos 80% é considerada razoável, embora indique uma necessidade urgente de melhorias na prestação do serviço.
Precisão de previsão
Essa métrica determina a exatidão das
previsões feitas pela empresa em relação à demanda de serviços. Ela é fundamental para a elaboração do planejamento estratégico das suas operações em campo e considera principalmente a sazonalidade nas prestações de serviços. Uma previsão precisa possibilita o planejamento avançado de recursos e pessoal necessário em um período específico.
O cálculo é feito por meio da análise e
do cruzamento de dados históricos, incluindo o número de funcionários, o tempo médio de atendimento, a aderência da programação, o número e os tipos de novos chamados, a taxa de finalização na primeira visita, os horários de pico diários, semanais, mensais, trimestrais e anuais, além de outros.
Taxa de cumprimento de SLAs
O SLA, ou Service Level Agreement,
é o compromisso estabelecido entre a sua empresa e o cliente sobre o tempo médio necessário para executar um serviço ou finalizar um chamado ou ordem de serviço. Em alguns segmentos de mercado, os SLAs são estabelecidos por agências reguladoras,
como
no
caso
das
telecomunicações e da energia elétrica. O SLA também pode ser uma promessa de resolução ou um documento formal, com cláusulas de qualidade e tempo máximo de resolução do serviço prestado pela sua companhia. Alexsandro Labbate é gerente sênior de marketing da ClickSoftware para as Américas, líder no fornecimento de soluções para a gestão automatizada e otimização da força de trabalho e serviços em campo.
110
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Abril de 2016
2016 será um ano muito promissor para o sorgo biomassa
afetados pela alta do dólar. Além disso,
período de safrinha de outras culturas. Serve
afetado o País nos últimos anos fez com que
os
governo
também como opção complementar à soja e
repensássemos nossa matriz energética e o
podem facilitar o desenvolvimento de novas
ao milho. Cerca de duas toneladas úmidas de
próprio consumo. A exemplo de outros países
tecnologias para caldeiras e compra de
sorgo biomassa geram 1 MW de eletricidade.
mais desenvolvidos, o Brasil voltou os olhos para
equipamentos.
alternativas sustentáveis na produção de energia.
empresas ou por parceiros agricultores que
A
A escassez de recursos hídricos que tem
incentivos
apontados
pelo
Entre 2003 e 2015, o BNDES destinou
O cultivo pode ser feito pelas próprias
recursos a 285 projetos de geração de
trabalham no plantio, cultivo e colheita.
biomassa é uma das boas alternativas de
energia.
energia limpa e vem ganhando mais espaço
foram de energia eólica e biomassa que
para essa cultura que está destinada a ocupar
no mercado, principalmente, nos setores
receberam um total de R$ 22,7 bilhões em
mais espaço no mercado de biocombustão, pois
de usinas e de indústrias que conseguem
financiamentos. Em 2016, estima-se que
atende a todos os elos da cadeia de suprimentos
reaproveitar subprodutos de sua produção
a geração por biomassa vá adicionar 145
de com grande eficiência. A perspectiva de
original. O sorgo se destaca entre os
megawatts de energia à matriz energética.
grandes investimentos nos próximos anos e
diferentes tipos de matérias-primas que
O número ainda é pequeno se compararmos
o olhar atento de indústrias para esse tipo de
podem ser usadas na produção energética
com energia eólica – que deve adicionar 2,9
energia contribuem para um cenário otimista. Os
com biomassa. Qualquer empresa que
gigawatts –, mas está abrindo caminho para
avanços tecnológicos do setor, aliados ao grande
produza energia por meio de queima de
crescer ainda mais nos próximos anos.
território para seu plantio e desenvolvimento,
biomassa em suas caldeiras pode utilizar
O aumento na utilização de biomassa
levam à conclusão de que o sorgo biomassa é a
o sorgo, que não necessita de nenhuma
reduz o consumo de combustíveis fósseis,
bola da vez em termos de produção de energia
tecnologia específica para seu cultivo. Além
como petróleo e seus derivados, que não são
limpa e sustentável.
de ser uma matéria-prima dedicada, que
matérias-primas renováveis. O Brasil possui
garante um aproveitamento melhor e total
condições naturais favoráveis à produção de
do produto, possui alto poder calorífico que
biomassa e, portanto, tem tudo para assumir
otimiza o processo de geração de energia.
uma posição de destaque neste cenário.
energia
produzida
por
meio
de
Destes,
108
empreendimentos
O momento é de identificar oportunidades
Com as novas medidas governamentais
que incentivam a microgeração e as resoluções
Vantagens do sorgo biomassa
do COP 21 - em que o Brasil traçou como meta aumentar de 28% para 33% as fontes
O
renováveis de energia até 2030 - é hora de
resistente e que se adapta muito bem
avaliar também o tipo de matéria-prima que
a qualquer região do Brasil. Possui alto
será utilizada nessa produção levando em
rendimento de matéria seca e baixa umidade
conta o aproveitamento, o custo e o tempo.
residual na biomassa, além de baixo nível de
O cenário atual para estes produtos
emissão de CO2. Outra vantagem é a rapidez
é positivo e tudo indica que 2016 será um
com que se desenvolve. Ele produz cerca de
ano promissor. Diferentemente da energia
40 toneladas por hectare em apenas seis
eólica e solar, os fornecedores de biomassa
meses. Além disso, pode ser colhido entre
(*) Ricardo Blandy é VP de Desenvolvimento de
são nacionais e seus preços não são muito
90 e 120 dias após o plantio e cultivado no
Negócios da Nexsteppe América Latina.
sorgo
biomassa
é
uma
cultura
112
Agenda 6 a 9 de junho
PCH I - Hidrologia aplicada à geração hidrelétrica
Descrição
Informações
Apresentar os conceitos básicos sobre hidrometria, hidrologia e sedimentologia aplicados à geração hidrelétrica é o objetivo do curso PCH 1, promovido pela Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria (Fupai). Durante as aulas serão apresentados os seguintes temas: hidrometria: conceitos básicos; hidrologia: conceitos básicos; regionalização de dados hidrológicos; vazão de projeto: curva de energia; sedimentologia: importância e origem dos sedimentos, etc.
Local: Itajubá (MG) Contato: (35) 3629 3500 fupai@fupai.com.br
6 a 10 de junho
Cursos
O Setor Elétrico / Abril de 2016
Sistemas de aterramento – fundamentos e ensaios
Descrição
Informações
Direcionado a engenheiros e técnicos, com 2º grau completo, o curso tem como intuito o estudo dos conceitos e das técnicas aplicadas no projeto, na caracterização de parâmetros e na avaliação do estado de malhas de terra novas e em operação. Conforme os organizadores, durante o curso, serão detalhadas, de forma teórica e prática e em estudos de casos reais, as técnicas de medição de resistência de aterramento, normalizadas e em desenvolvimento.
Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6276 cursos@lactec.org.br
9 e 10 de junho
Relés de proteção: determinação de parâmetros de ajuste
Descrição
Informações
Os participantes deste curso serão apresentados a relevantes informações referentes à aplicação e ajustes de relés de proteção para minimizar as faltas em circuitos elétricos trifásicos, bifásicos e fase-terra. Além da parte teórica, o curso terá aulas práticas com exemplos para cada tópico apresentado, com debate de casos reais, possibilitando assim maior interação dos alunos e aplicações imediatas do conteúdo aprendido. As aulas são voltadas para engenheiros, técnicos e demais profissionais ligados a estudos, projetos, consultoria, manutenção e operação de sistemas de proteção elétricos em BT, MT e AT.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 2344-1722 cursos@abnt.org.br
10 a 12 de junho
Projeto de instalações elétricas de baixa tensão
Descrição
Informações
O curso tem como um de seus objetivos apresentar os requisitos relacionados aos principais conceitos, prescrições, definições e recomendações da norma ABNT NBR 5410 referentes aos aspectos do projeto de instalações elétricas, a fim de desenvolver um senso crítico em relação ao texto da norma. Fazem parte do conteúdo programático temas como: legislação e normalização técnica; características gerais da instalação; dimensionamento de circuitos; dispositivos de proteção contra sobrecorrentes; linhas elétricas, entre outros. Durante as aulas, os alunos desenvolverão um projeto elétrico de uma edificação.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3816-0441 cursos@ycon.com.br
13 a 15 de junho
Redes Subterrâneas de Energia Elétrica
Descrição
Informações
Com o tema “Redes de Distribuição Subterrânea: Tecnologias, Projetos e Investimento”, o evento deste ano
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br
Eventos
contará com quatro tutoriais no primeiro dia e um fórum realizado nos dias subsequentes, além de uma exposição para ser visitada por inscritos e outros convidados. O público alvo do evento é: engenheiros, arquitetos, administradores públicos, profissionais atuantes nos setores de planejamento, urbanismo, projetos, prestação de serviços, professores e fornecedores de produtos e tecnologias para energia elétrica, tecnólogos, técnicos e outros. 28 de junho a 2 de julho
Expolux
Descrição
Informações
Em sua 15ª edição, a Expolux ainda é o principal encontro de iluminação da América Latina. No evento, serão apresentadas as novas tecnologias, produtos, serviços e tendências do setor de iluminação, além de soluções para os mais diversos segmentos, como iluminação decorativa, industrial, comercial, pública, Led, componentes e acessórios de iluminação. Com o objetivo de tornar a exposição das soluções e o fluxo de visitação mais assertivo, pela primeira vez, o evento será dividido em dois pavilhões.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3060 - 4717 atendimento@reedalcantara.com.br
30 de junho a 1º de julho
Brasil Solar Power
Descrição
Informações
Além da exposição, o Brasil Solar Power 2016 será composto por dois congressos: um abordará assuntos relacionados à geração centralizada e outro se prenderá a assuntos referentes à geração distribuída. Conforme os organizadores, ambos os congressos irão abordar temas de extremo interesse do segmento de energia solar, visando o crescimento da fonte no Brasil, e irão contar com a participação das principais autoridades do setor elétrico brasileiro, tais como representantes dos poderes legislativo e executivo, da Aneel, do ONS, da EPE e grandes players nacionais e internacionais.
Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3154-9430 luiz.renato@canalenergia.com.br
114
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O Setor Elétrico / Abril de 2016
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Press Mat 57 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br
Unitron 99 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br
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