O Setor Elétrico (Edição 123 - Abril 2016)

Page 1

Ano 11 - Edição 123 Abril de 2016

IoT é a nova revolução tecnológica

Internet das coisas encabeça a chamada “quarta revolução industrial”, que está invadindo os mundos da automação industrial e da iluminação Quadros e painéis elétricos Pesquisa revela, entre outros dados, que painéis TTA e PTTA perdem cada vez mais mercado para produtos convencionais Análise de transitórios em transformadores de potência Impactos da IEC 62586 na calibração de medidores de QEE



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Eliane Giacomett - eliane@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira - marcio@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento.

Quadros e painéis 68 Informações exclusivas do mercado de quadros e painéis elétricos. Entenda os números deste setor, suas expectativas e quais são os produtos mais comercializados. Tenha acesso ainda a um guia das empresas mais relevantes deste segmento, com dados de contatos e outras informações, como certificações obtidas e serviços oferecidos.

84

Coluna do consultor 8

Aula prática – QEE

Uma análise sobre o “espetáculo” do impeachment.

Impactos da nova IEC 62586 na calibração de medidores de qualidade da energia elétrica.

Painel de notícias 10 Belo Monte inicia operação comercial; Pernambuco exporta

Espaço 5419 92

pás eólicas para EUA; Guia alerta sobre práticas irregulares no

Divisão da corrente entre o sistema de aterramento e as partes metálicas/

comércio de produtos de iluminação; Cemig regulariza fraudes;

linhas conectadas à estrutura, conforme ABNT NBR 5419-1:2015.

Manserv e Weg firmam parceria para estimular eficiência

94

energética; Estudo da Lutron revela que brasileiro ainda deixa

Espaço 5410

as luzes acesas. Estas e outras notícias do setor elétrico

Instalações com arranjos fotovoltaicos: conceitos complementares

brasileiro.

à ABNT NBR 5410.

Evento – Light+Building

24

Colunistas

96

A revista O Setor Elétrico esteve na última edição da

Michel Epelbaum – Energia sustentável

Colaboradores desta edição: Alexsandro Labbate, Claudio Mardegan, Eduardo Daniel, Eugenio Cavalheira, Javier Aprea, João Carlos Mello, João Roberto Cogo, José Claudio de Oliveira e Silva, Leonardo Caio Filho, Luciano Haas Rosito, Luiz Marlus Duarte, Marcelo Paulino, Nelson Clodoaldo de Jesus, Nunziante Graziano, Ricardo Blandy, Ricardo Savoia, Sami Grynwald, Thais Melega Prandini e Vicente Scopacaza.

Light+Building 2016, realizada na Alemanha no mês de março,

Luciano Haas Rosito – Iluminação eficiente

Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.

Geração distribuída 30

Capa: nmedia | Shutterstock.com Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio

invade o mundo da automação de processos, da iluminação e

e mostra que engenharia elétrica, tecnologia da informação e

99 Jobson Modena – Proteção contra raios 100

iluminação nunca estiveram tão próximas.

Marcelo Paulino – Proteção, automação e controle

Fascículos

102 104 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex

IEC 61439 – quadros, painéis e barramentos BT 40

Espaço Cigré 106

José Starosta – Energia com qualidade

Led – evolução e inovação 46

Filiada à

A matriz elétrica nacional e as demandas ambientais.

Curto-circuito para a seletividade 52

Reportagem

Dicas de instalação 108

58

Métricas essenciais para a gestão estratégica de pessoas e serviços

Nova revolução tecnológica: conceito de “Internet das Coisas” dos eletrodomésticos.

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

101

Artigo – Transformadores

62

em campo.

Ponto de vista 110 Uma análise sobre o futuro do sorgo biomassa.

112

Análise de transitórios devido a manobras de disjuntores a

Agenda

vácuo em transformadores de potência imersos em óleo.

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

3




Editorial

6

O Setor Elétrico / Abril de 2016 Capa ed 123_C.pdf

www.osetoreletrico.com.br

4/30/16

2:42 PM

IoT é a nova revolução tecnológica

O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 123 – Abril de 2016

O futuro é logo ali

1

Ano 11 - Edição 123 Abril de 2016

Internet das coisas encabeça a chamada “quarta revolução industrial”, que está invadindo os mundos da automação industrial e da iluminação Quadros e painéis elétricos Pesquisa revela, entre outros dados, que painéis TTA e PTTA perdem cada vez mais mercado para produtos convencionais Análise de transitórios em transformadores de potência Impactos da IEC 62586 na calibração de medidores de QEE

Edição 123

Pelo que tudo indica, o tema da reportagem desta edição passará a ser cada vez mais recorrente nas páginas desta

revista e também nas nossas vidas. Estou falando, mais uma vez, dela, a “Internet das Coisas”.

A integração da tecnologia da informação com dispositivos presentes em qualquer instalação começa a se tornar

realidade e não apenas nos países do chamado “primeiro mundo”. Companhias multinacionais e brasileiras já estão aplicando o conceito por aqui. A aplicação mais comum, por enquanto, diz respeito à automação industrial. É mais comum encontrar o uso da internet em sistemas de automação industrial com o objetivo de controlar melhor a produção, a manutenção de equipamentos e a operação remota de alguns comandos. No entanto, a novidade começa a se expandir para ambientes corporativos e também residenciais. A proposta é usar a eletrônica embutida em eletrodomésticos, luminárias, sistemas de controle e a estrutura da instalação elétrica propriamente dita também para a comunicação e, assim, oferecer mais utilidades para o usuário.

Nesse sentido, a Internet das Coisas será não somente útil, mas indispensável para o sucesso da implantação das

redes inteligentes, já que é ela que permite o aumento da conectividade entre máquinas e dispositivos pessoais inteligentes e promove o crescimento das aplicações que conectam fornecedores, clientes e parceiros. Assim como o consumidor terá acesso online a suas informações de consumo, por exemplo, a distribuidora, da mesma maneira, controlará seus investimentos em leiturista e em manutenção de equipamentos, considerando que terá toda a sua rede conectada e informatizada. Para isso, a concessionária deverá conhecer muito bem seus ativos e conectá-los, pois, assim, eles irão gerar mais dados que poderão ser utilizados para melhorar ainda mais a gestão dos ativos e também os serviços prestados. Leia mais sobre isso na reportagem desta edição.

A pesquisa deste mês trata de um dos equipamentos mais importantes – se não o principal –de uma instalação

elétrica. O quadro ou painel elétrico é o “coração” de uma instalação, sendo ele o responsável por abrigar os dispositivos de proteção e por distribuir a energia para os circuitos da edificação. Também os fabricantes e distribuidores deste equipamento estão sentindo nas vendas os efeitos da crise econômica que assola o país. Para se ter uma ideia, as empresas preveem um crescimento do mercado de apenas 3% para este ano de 2016. No levantamento realizado no ano passado, essa estimativa para 2015 era de 8%. Outra informação relevante é a pouca participação dos quadros TTA e PTTA (em conformidade com a norma ABNT NBR IEC 60439-1). Segundo os entrevistados, esses equipamentos representam apenas 40% das suas vendas, em detrimento dos produtos convencionais.

Sobre este assunto, aliás, recomendo a todos que acompanhe o fascículo que vem sendo publicado desde o mês

de janeiro sobre a nova IEC 61439, com o intuito de apresentar detalhes do projeto de revisão da norma brasileira para construção de quadros elétricos e barramentos blindados de baixa tensão. Desde sua publicação, essa norma foi muito polêmica, pois apresentou uma ruptura com a velha cultura de fabricação de quadros de baixa tensão, obrigando o mercado brasileiro a se modernizar e a adotar muito rapidamente as práticas construtivas europeias, sem que houvesse tempo hábil para que essa adaptação fosse natural. O engenheiro Nunziante Graziano, autor deste fascículo, aborda com detalhes as mudanças que devem vir com a nova NBR. Boa leitura! Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!

www.facebook.com/osetoreletrico

www.twitter.com/osetoreletrico



8

Coluna do consultor

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Será que já chegamos ao fundo do poço?

Pelo menos é o que todos esperam.

quem? Para quem? Melhor esclarecer.

Nunca o pico negativo foi tão esperado.

• A quarta questão seria para quais mãos

Até quando vamos assistir as empresas

iremos? Alguém desta turma que ajudou a

quebrarem

descapitalizadas

promover este bacanal do poder nos últimos

para se manterem abertas? O espetáculo

12 anos e mais, estaria de verdade em

promovido pelos nossos representantes na

condições e de mãos limpas para seguir a

votação do impeachment em 17 de abril nos

conduzir nossos destinos?

ou

serem

leva efetivamente a algumas outras reflexões:

Nosso destino é incerto e aguarda os ritos

• A primeira é evidentemente relacionada à

e os protocolos serem cumpridos; enquanto

situação da economia do país. Enquanto a

isso, nossos governantes (ex/ante/futuro/

confiança não se estabelecer, não teremos

quase/possíveis) disputam o poder com

investimentos e, sem investimento, não temos

uma fome inacreditável. “Que patriotismo

projetos e o mercado continua parado; até os

inabalável”.

sindicatos estão sofrendo!

• A segunda é a definição se o atual time que

esfacelado, governado por incompetentes,

teria a incumbência de nos governar e, por

corruptos e despreparados e, pior, não

enquanto não o fez, será mantido ou não,

temos luz no fundo do túnel, já que o poder

ou se ainda teremos um governo provisório

legislativo se mostrou pior do que o executivo

por mais seis meses, e tudo depende de

naquele grotesco espetáculo de desamor à

mais negociatas, sempre mais negociatas.

pátria. Não vamos falar das cusparadas, pois,

A atual presidente ainda falou em uma união

a revista é de família. Somente uma clara

nacional! Com quem?

política de educação da população nos tirará

• A terceira é aquela relacionada aos

deste lamaçal de ignorância, quando então

aspectos jurídicos da sequência deste

assistiremos a escolha de representantes

processo. Esquecem-se os envolvidos que

do povo que, ao menos, sejam alfabetizados.

estamos parados esperando estas decisões.

Esperemos que sim, que tenhamos assistido

De forma tola, os governantes vociferam o

ao fundo do poço; pior que está não..........(oh,

que seria o “golpe”, ou o “contragolpe” com

não! Lembrei de outra “vossa excelência”!).

novas eleições. Ninguém se preocupa que

Boa sorte amigos, que as energias

precisamos voltar a navegar. Será que nos

conspirem a nosso favor e que fiquemos vivos

ouvem? O país está parado! Aliás, golpe? De

e sadios!

Fica a nossa desilusão em ver o nosso país



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Pernambuco exporta pás eólicas para os Estados Unidos Ação é resultado da parceria de três empresas dos setores de energia eólica e de logística: GE, LM Wind Power e Localfrio

Pela primeira vez em 37 anos, o Porto

Crédito da foto: Eduarda Azoubel

de Suape está exportando pás eólicas. Ao todo, 51 pás eólicas (o equivalente a 627 toneladas em volume de carga) seguirão para os Estados Unidos em direção aos parques eólicos do país. As peças chamam atenção pelo tamanho: cada lâmina chega a medir entre 40 e 70 metros.

A exportação é fruto da parceria de

três grandes empresas dos setores de energia eólica e de logística. A General Electric (GE) comprou os equipamentos construídos pela LM Wind Power e negociou com representantes dos Estados Unidos. Em seguida, a GE contratou os serviços da Localfrio Suape para comandar o processo de armazenamento das cargas e de logística para a exportação das pás. A Localfrio Suape destacou que a situação cambial, desfavorável para as importações,

vem

favorecendo

muito

51 pás, com peso total de 627 toneladas) seguirão para os Estados Unidos, por meio do Porto de Suape.

a exportação de produtos brasileiros. “Fechamos grandes operações voltadas e

exemplo deste trabalho”, comentou Ricardo

área alfandegada para acomodar diversos

a armazenagem das 51 pás eólicas,

Oshiro, superintendente da empresa. A

tipos de carga, inclusive as de grande

destinadas aos Estados Unidos, é um

Localfrio Suape conta com 91.000 m² de

porte.

ao

mercado

externo.

O

manuseio



Painel de mercado

12

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Guia alerta sobre práticas irregulares no comércio de produtos de iluminação Cartilha lançada pela Abilumi objetiva chamar a atenção de lojistas sobre suas responsabilidades ao vender produtos piratas Em virtude das inúmeras reclamações sobre

com “meia nota”. Outra irregularidade comum

empresas do setor de produtos de iluminação

é o desrespeito às obrigações perante o

que descumprem seus deveres legais, realizando

consumidor, vendendo produtos com rótulos

importações e vendas de produtos sem a regular

que não atendem aos requisitos legais, sem

documentação fiscal de suas operações,

informações mínimas sobre a mercadoria e

a Associação Brasileira dos Fabricante e/

sobre o fornecedor, e, consequentemente, sem

ou Importadores de Produtos de Iluminação

garantia.

(Abilumi) desenvolveu o guia “Prevenção a

Além da conscientização, a associação

Práticas Irregulares no Comércio de Produtos

encaminhará as denúncias às autoridades

de Iluminação” para os lojistas com informações

públicas competentes para que tomem as

sobre as responsabilidades do comerciante.

medidas cabíveis para coibir as práticas

A

ação

levou

em

consideração

o

irregulares.

prejuízo causado por essas práticas ilícitas

às empresas do setor que observam suas

da Associação Brasileira da Indústria de

obrigações legais. “O objetivo é coibir ações

Iluminação (Abilux), da Associação Brasileira

que prejudicam tanto as empresas idôneas

dos Revendedores e Distribuidores de Materiais

(fabricantes, importadores e comerciantes)

Elétricos (Abreme), da Associação Nacional

quanto

conscientizar

dos Comerciantes de Material de Construção

os lojistas que eles também têm suas

(Anamaco), do Sindicato do Comércio Varejista

responsabilidades. O barato pode acabar

de Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos

saindo caro para todos”, afirma o presidente

no Estado de São Paulo (SincoElétrico) e do

da Abilumi, Georges Blum.

Instituto Brasil Legal.

o

consumidor

e

Há empresas, por exemplo, praticando o

A iniciativa conta com o apoio institucional

A cartilha na íntegra está disponível em:

crime de descaminho, realizando subfaturamento

http://www.abilumi.org.br/abilumi/images/pdf/

em importações e vendas sem nota fiscal ou

cartilha%20abilumi%5B3%5D.pdf

UHE Belo Monte inicia operação comercial A turbina tem potência instalada de 611,11 MW e a energia já está disponível para o Sistema Interligado Nacional

A usina hidrelétrica de Belo Monte começou

a gerar comercialmente no último dia 20 de abril, com a entrada da primeira máquina, cuja potência instalada é de 611,11 MW e já está disponível para o Sistema Interligado Nacional (SIN). A usina está localizada no rio Xingu, no município de Vitória do Xingu (Pará). A primeira turbina a gerar energia comercialmente, no Sítio Belo Monte, está instalada na Casa de Força Principal do empreendimento. Lá, estão em fase

Previsão é de que a cada dois meses seja ativada uma nova turbina até seu pleno funcionamento, em 2019.

de montagem outras 17 unidades geradoras, que serão concluídas e acionadas, gradativamente, até 2019. A previsão é de que a cada dois meses seja ativada uma nova turbina até o pleno funcionamento da hidrelétrica, em 2019.

Belo Monte terá capacidade instalada de 11.233,1 MW, dos quais 11 mil MW na Casa de Força

Principal e 233,1 na Casa de Força Complementar. A usina gerará para as distribuidoras que compraram energia em leilão realizado em 2010, atendendo, assim, a 60 milhões de pessoas em 17 estados do Brasil.



Painel de produtos

14

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Terminais de compressão www.crimper.com.br

Os terminais de compressão são fabricados pela Crimper

em cobre eletrolítico recozido de alta condutibilidade elétrica e estanhados pelo processo eletrolítico a fim de evitar oxidação.

Além de uma variedade de furações para uma mesma seção

nominal, os produtos estão disponíveis nas opções de um furo ou dois furos para uma ou duas compressões.

De acordo com a fabricante, os produtos contam com grande

praticidade de uso em cabos flexíveis por que são também fabricados em modelo expandido. Podem ser fabricados, sob consulta, conforme necessidades especiais de cada projeto.

Tomadas e interruptores, abraçadeiras, conectores e canaletas www.enerbras.com.br

A Enerbras apresentou ao mercado diversos lançamentos durante

a Feira da Construção Feicon Batmat, realizada em abril, em São Paulo (SP). Entre as novidades, está a linha Beleze Colors de tomadas e interruptores, que está disponível em dez cores de placas para customização de ambientes – preta, vermelha, rosa, rosa florada, amarelo girassol, laranja, lilás, azul, verde caribe e verde lagoa.

Outro destaque foi o lançamento da linha de abraçadeiras

de nylon. O diferencial desse sistema de amarração fica por conta da embalagem com fecho tipo abre-fecha, prático e funcional garantindo que as abraçadeiras estejam facilmente disponíveis e hermeticamente fechadas. Também nessa edição da feira, a empresa trouxe ao mercado uma linha de conectores em termoplástico e a canaleta de PVC com fita dupla face nas dimensões de 10x10x2000 mm.

Terminais são produzidos em cobre eletrolítico de alta condutibilidade elétrica. Novas linhas de tomadas e interruptores, abraçadeiras, conectores e canaletas foram lançadas na última edição da Feicon, realizada em São Paulo.



Painel de produtos

16

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Nobreaks www.cmcomandos.com.br

Destaque da CM Comandos Lineares, a linha ConceptionMulti Ativo Trifásico oferece

proteção contra distúrbios de energia elétrica, fornecendo uma energia senoidal limpa, estabilizada e filtrada, livre de interrupções, ruídos, picos e oscilações. Segundo a fabricante, este equipamento é indispensável para aplicações de missão crítica, em que a qualidade e a continuidade da operação são vitais.

A novidade é que agora toda a linha ConceptionMulti Ativo Trifásico conta com cinco

anos de garantia. Segundo o diretor comercial da CM Comandos, Edward Seiki, a oferta de cinco anos de garantia para uma linha de nobreaks é uma novidade em nível mundial. “Não temos conhecimento de nenhuma outra marca que ofereça algo parecido”, diz.

A linha ConceptionMulti Ativo é composta por modelos trifásicos de 5 kVA a 200

kVA e que, em paralelo, atingem potências acima de 2.000 kVA. Os equipamentos foram projetados com a tecnologia de Processamento Digital de Sinais (DSP), capaz de processar milhões de amostragens por segundo. A linha também se destaca pelo display touchscreen, pela tecnologia online com bypass estático, que, em caso de problemas ou de manutenção, transfere a carga automaticamente para outro circuito, adicionando mais

Nobreaks da linha ConceptionMulti Ativo Trifásico contam agora com garantia de cinco anos.

proteção e elevando a confiabilidade da carga sensível sem interromper o fornecimento de energia. O software de gerenciamento remoto real time permite a visualização do processo em um computador, executa tarefas como shutdown e ligação automáticas, e envia alertas por e-mail aos usuários.



Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Cemig regulariza cerca de 90 mil pontos de fraude A companhia tem intensificado os esforços para combater as irregularidades na medição nos últimos quatro anos

A Companhia Energética de Minas Gerais

(Cemig) está trabalhando duramente para combater as irregularidades na medição nos 774 municípios de sua área de concessão. Entre 2012 e 2016, a empresa identificou aproximadamente 90 mil ligações irregulares e, somente no ano passado, 1.647 ligações clandestinas, popularmente conhecidas como “gatos”, foram desativadas. De acordo com a concessionária, o valor da conta de energia é impactada pelas fraudes, uma vez que a eletricidade desviada é rateada entre os outros consumidores. O conhecido “gato” é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcir toda energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa. A prática também pode ocasionar acidentes fatais, além de incêndios e danos à rede elétrica.

De acordo com Marco Antônio de Almeida,

gerente de Gestão e Controle da Medição,

O conhecido “gato” é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcir toda energia furtada.

das Perdas Comerciais e da Adimplência da

seleção de alvos e o monitoramento à distância

Distribuição da Cemig, além da sobrecarga na

do consumo de grandes clientes. Por meio

rede elétrica, as ligações irregulares podem

do Centro Integrado de Medição é possível

causar graves acidentes.

identificar instantaneamente qualquer anomalia

“As ligações irregulares também podem

no padrão de consumo de energia destes

causar danos aos equipamentos elétricos e

grandes clientes - aproximadamente 13 mil

queda na qualidade da energia, devido às

clientes que representam cerca de 45% do

constantes interrupções no sistema elétrico

faturamento da Cemig - e enviar equipes de

provocadas

campo para regularização das fraudes.

pela

sobrecarga

gerada

pelo

consumo irregular. Além disso, são registradas

várias ocorrências de rompimento de fios e

enviadas para o Centro Integrado de Medição

As informações geradas pelo sistema são

queima de transformadores devido a essa

(CIM) da Cemig, localizado no Barro Preto,

prática criminosa”, afirma Almeida.

região Centro-Sul de Belo Horizonte. Com

A atuação no combate ao furto de energia é

aparelhos de alta tecnologia, o Centro monitora

de extrema importância porque gera benefícios

desde a leitura do medidor até a programação de

para toda a sociedade. Além de preservar a

corte e religamento, passando pela identificação

segurança da população e coibir esse tipo de

de fraudes e interferências indevidas no

crime, a diminuição das perdas decorrentes

equipamento, por parte do consumidor.

das ligações clandestinas reflete diretamente

Com investimentos de cerca de R$ 12

na tarifa de energia, pois a energia furtada é

milhões, o Centro conta com uma sala de

considerada na composição da tarifa.

operação projetada para funcionar com 21

Neste sentido, a Cemig tem promovido

postos de trabalho, sendo 12 destinados às

diversas ações para reduzir o número de

atividades de monitoramento dos sistemas

ligações irregulares. Entre as iniciativas estão

de medição e nove para seleção de alvos de

a utilização de softwares de inteligência para

inspeção.



Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Brasileiro ainda deixa as luzes acesas Embora se preocupe com o consumo de energia, o brasileiro deixa a desejar nas práticas de redução do consumo em suas residências

Nove em cada dez pessoas considera de vital importância reduzir

o consumo de energia em sua própria casa, no entanto, suas ações mostram o contrário: seis em cada dez deixam a luz acesa ao sair de um cômodo, uma ação básica para quem se preocupa em reduzir a conta de luz no final do mês.Este é o resultado de um estudo chamado “Consciência e práticas de consumo de energia nos lares da América Latina”, realizado pela Lutron Electronics, empresa especializada em controles de iluminação.

Realizado no Brasil, México e Colômbia, o estudo mediu as ações

adotadas pelas pessoas em relação à economia de energia, assim como o impacto que esta questão tem em cada residência e a importância do assunto quando se fala em mudanças climáticas.

O estudo levou em conta fatores, como a atitude em relação à

economia de energia, o conhecimento das pessoas sobre o impacto do

No Brasil, segundo o estudo, as luzes ficam acesas sem necessidade por até 1,5 horas diárias.

consumo no meio ambiente e as ações básicas que ocorrem diariamente, como ligar e desligar as luzes nos principais espaços de uma casa e as

são a televisão e o computador.

horas de consumo de aparelhos eletrônicos.

“Como parte da iniciativa da Lutron para uma casa sustentável, que

Comparando os três países pesquisados, o Brasil é o segundo país

conduziu o primeiro estudo a mostrar a importância para as pessoas da

em que mais se deixa as luzes acesas desnecessariamente, somando

economia de energia em casa e como isso é transformado em atividades

diariamente até 1,5 horas de consumo inútil.

concretas na vida diária, esperamos que os resultados alcançados gerem

Na primeira colocação do ranking de desperdício está o México, com

iniciativas que permitam mudanças específicas no comportamento da

duas horas por dia de consumo desnecessário. Já os colombianos estão

população no que diz respeito à economia de energia”, afirma a diretora

na última colocação, mas não muito atrás do Brasil: os habitantes do país

de marketing para a América Latina da Lutron, Alejandra León.

vizinho deixam as luzes acesas sem necessidade por até 1,2 horas por dia.

Os pais e chefes de família são os que mais insistem em apagar

os chefes de família, isto poderia chegar a constituir uma razão muito

as luzes da casa, especialmente dos quartos e da cozinha, espaços

poderosa para considerar sistemas inteligentes de controle de iluminação.

que, de acordo com o estudo, são onde mais se esquece de apagar

a luz. Os menores de 18 anos são os que mais contribuem para o alto

parceria com a empresa Milward Brown. O projeto consistiu em

consumo de energia, o que também está relacionado ao uso simultâneo

entrevistas com pessoas de 25 a 45 anos em nível nacional no Brasil e

de aparelhos eletrônicos – os que mais ficam ligados sem necessidade

no México, e nas cidades de Bogotá e Cali, na Colômbia.

Dado que a economia de energia no lar é muito importante para

O estudo foi realizado durante o mês de fevereiro de 2016, em



Painel de empresas

22

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Manserv e Weg firmam parceria para soluções de eficiência energética Empresas trabalharão em conjunto para oferecer soluções personalizadas para a mitigação de gastos em energia elétrica e redução de impactos ambientais

As empresas Manserv, especializada em

manutenção e logística, e a Weg, fabricante de equipamentos elétricos, firmaram um acordo que prevê a colaboração mútua das companhias para a implementação de soluções energéticas que possam melhorar a performance de empresas de diversos setores, mitigando gastos e aumentando a produtividade.

A Manserv colaborará com a sua expertise

na busca de soluções que minimizem também o impacto ambiental (processos e ações que dos seus clientes, atuando na identificação

Juntas, as empresas deverão identificar aspectos que possam ser aperfeiçoados em seus clientes, visando sempre a eficiência energética.

de aspectos que possam ser aprimorados

mais eficientes ou mesmo o reparo imediato

diversos segmentos, tanto industriais, como

e sugerindo novos caminhos para garantir a

de peças e conjuntos", explica Marcos Garcia,

comerciais e rurais. “Energia é o negócio da

melhoria dos processos produtivos já existentes.

diretor da Manserv

Weg! Produzimos equipamentos que atendem ou

“Essa análise poderá indicar, por exemplo, a

A Weg, por sua vez, trabalhará na consolidação

superam as certificações mais exigentes no Brasil

necessidade de monitoramento de desempenho,

das oportunidades de eficiência energética e

e no exterior. Além disso, atuamos junto aos nossos

incluindo sistemas de automação e gestão de

otimização de processos, indicando as melhores

clientes na identificação e aplicação de nossas

energia, substituição de motores, redutores, entre

opções em seu diversificado portfólio de soluções,

soluções eficientes”, destaca diretor de vendas da

outros maquinários e dispositivos, por versões

as quais já são amplamente aplicadas nos mais

América do Sul, Fernando Cardoso Garcia.

causam impactos negativos no meio ambiente)


23

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Vai e vem do mercado elétrico brasileiro Marco Antonio Martins é o novo ministro de Minas e Energia

Secretário responsável pela área de Óleo, Gás

à liderança global da Philips Lighting, baseado

e Renováveis em duas oportunidades, entre

em Cingapura.

2002 e 2003 e entre 2009 até 22 de abril de

Foi publicada no Diário Oficial da União

2016.

Armando Henriques assume presidência da Duke Energy International

nomeação, como novo ministro, do engenheiro

Philips Lighting tem novo líder no Brasil

Marco Antonio Martins. O novo titular da pasta

A Philips Lighting, empresa de iluminação,

Duke Energy Brasil, Armando Henriques, passa

era, até então, secretário de Petróleo, Gás

anuncia Yoon Young Kim na posição de Diretor

a atuar também como presidente da Duke

Natural e Combustíveis Renováveis, do MME,

Presidente Brasil. O executivo assume o desafio

Energy International (DEI).

cargo do qual foi exonerado.

de consolidar a Philips como fornecedora

do dia 22 de abril a exoneração, a pedido, do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e a

Desde março de 2016, o presidente da

Armando, que está locado em São Paulo,

Marco Antonio Martins Almeida nasceu em

de Led e de outras soluções inovadoras de

irá conduzir as operações da DEI - os sete

14/01/1961, em Juiz de Fora (MG). Graduou-se

iluminação e assegurar a liderança da empresa

países da América Central e do Sul - e manterá

em Engenharia Civil pela Universidade de

no mercado brasileiro. Há 20 anos na empresa,

suas atuais responsabilidades no Brasil.

Brasília (UnB), em 1983 e especializou-se em

Yoon iniciou sua trajetória no setor de iluminação

“Gostaria que soubessem que estou honrado

Engenharia do Petróleo no Centro de Ensino

automotiva e, em 2002, mudou-se para os

em assumir esta função e asseguro a vocês

da Petrobras entre 1985 e 1986. Trabalhou na

Estados Unidos para cuidar da operação do

meu apoio incondicional para manter a força do

empresa João Fortes Engenharia e no Banco

canal de Original Equipment Manufacturer

nosso negócio e para nos posicionar bem para

do Brasil. Em 1985 foi admitido na Petrobras,

(OEM),

o futuro”, comentou Armando em comunicado

empresa com a qual mantém vínculo até os dias

de componentes de iluminação. Dois anos

enviado a todos os empregados da DEI.

de hoje. Desde 1992 está cedido ao Governo

depois, o executivo retornou ao Brasil para

Federal, onde trabalhou no Departamento

gerenciar as atividades da área de iluminação

Vice-Presidente de Gerenciamento de Portfólio

Nacional de Combustíveis (DNC), na Agência

na América Latina, e, em 2009, foi para a Coréia

e Planejamento Estratégico Cheryl Lipshutz

Nacional de Petróleo (ANP) e no Ministério de

para liderar a área comercial do país até 2012,

estão em transição para novas atribuições onde

Minas e Energia, desde 1999. No Ministério

quando foi convidado a liderar processos de

se reportarão diretamente ao CFO da Duke

desempenhou

transformação em mercados emergentes junto

Energy Corp., Steve Young.

diversas

funções,

como

responsável

pela

comercialização

A ex-presidente da DEI Andrea Bertone e a


Evento

24

Light+Building 2016

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Iluminação a serviço da vida moderna Feira internacional Light+Building 2016, realizada na Alemanha no mês de março, mostra que engenharia elétrica, tecnologia da informação e iluminação nunca estiveram tão próximas. Mais de 2500 expositores de 55 países apresentaram suas soluções que reúnem essas três ciências em prol do conforto, do controle e da eficiência

Imagine um ambiente em que a iluminação artificial percebe o seu

integrado, utilizando a estrutura eletrônica do Led, não se trata

movimento, identifica a hora do dia e a incidência solar naquele cenário,

mais de apenas iluminar ambientes perfeitamente, como também

capta a sua necessidade (trabalho ou descanso, por exemplo) e te

explorar diversos aspectos, tais como cor e intensidade de luz.

entrega a luz perfeita, em quantidade, cor e temperatura! É o futuro da

iluminação? Não, é a realidade. Tudo isso já existe e são apenas algumas

foi o mundo digital, partindo do lema escolhido para o evento deste ano:

Não é à toa que o tema dominante em todos os 11 pavilhões da feira

das soluções já disponíveis para o mundo e que foram apresentadas na

“Onde espaços modernos ganham vida: digital – indivíduo – em rede”.

última edição da Light+Building, realizada em Frankfurt, entre os dias 13

Este mote pode ser observado em quase toda a totalidade dos mais

e 18 de março de 2016.

de 2.500 estandes presentes no evento. Durante todos os dias da feira,

A demanda por conforto, segurança, controle e eficiência

a indústria mostrou soluções inteligentes e tecnologias voltadas para

energética, seja no trabalho, seja na residência, é cada vez maior

o futuro, que incluem sistemas digitais e ligação em rede, bem como

e todos esses aspectos integrados estiveram presentes no evento,

tendências de design que levam em conta a influência da luz sobre as

que mostrou que o design e a tecnologia caminham lado a lado

pessoas, a segurança em rede, a automação residencial e predial e a

em busca de soluções integradas e individualizadas para a vida

gestão eficiente da energia.

moderna. Nesse sentido, a eficiência do Led – que, sozinho, não é mais novidade – combinada com a automação e com o conceito da

Light+Building

“Internet das coisas” vem revolucionando o mercado da iluminação. Com os sistemas de controle de iluminação em um sistema

Considerado o principal evento internacional de iluminação e de


25

O Setor Elétrico / Abril de 2016

elétrica, a Light+Building 2016 reuniu 2.589 expositores, oriundos de 55 países, em um espaço de 248.500 metros quadrados. No total, 216 mil profissionais de cerca de 160 países passaram pelo Centro de Exposições de Frankfurt am Main entre os dias 13 e 18 de março e conheceram de perto todos os milhares de produtos, soluções e tecnologias lançadas pelas empresas expositoras. O presidente e CEO da Messe Frankfurt, organizadora do evento, Wolfgang Marzin, ficou plenamente satisfeito com o resultado da feira: “Esses números ressaltam a importância da Light+Building como a principal feira do mundo para iluminação e tecnologia de serviços de construção, bem como o clima positivo no setor e o elevado nível de satisfação dos expositores", afirmou.

Para se ter uma ideia do nível de internacionalidade da feira, 67%

dos expositores e 49% dos visitantes são de fora da Alemanha. As nações visitantes mais representativas depois da Alemanha foram a Itália, Holanda, França, Reino Unido e China.

Os fabricantes apresentaram luminárias com design em estilos que

vão do moderno ao clássico, iluminação técnica e lâmpadas de todos os tipos e para todas as aplicações, bem como uma grande variedade de componentes de iluminação e acessórios.

Muito bem organizado, o evento contou com 22 pavilhões ordenados

de acordo com o nicho de mercado das empresas. Pé-direito elevado, projeto arquitetônico rebuscado, aplicação real das soluções e muito bom gosto marcam a apresentação dos expositores, que investiram alto na produção de seus estandes. Alguns deles pareciam verdadeiras praças públicas, outros imitaram vitrines de loja ou ainda o saguão de um hotel. Na Light+Building, a produção dos estandes é fundamental para mostrar ao visitante a tecnologia aplicada na prática.

A Schréder, empresa especializada em iluminação pública, por

exemplo, exibiu suas soluções imersas em uma espécie de praça pública no meio do evento. Dessa maneira, pode mostrar com propriedade seus produtos, incluindo o sistema modular Shuffle, que integra sistemas de controle, alto-falantes, câmeras de vigilância, carregadores de veículos

Os estandes amplos e sofisticados chamam a atenção dos visitantes, que podem ver as soluções aplicadas na prática.

A Lumini foi a única brasileira presente na Light+Building 2016 como expositora.


Evento

26

Light+Building 2016

Algumas novidades apresentadas na Light+Building 2016

O Setor Elétrico / Abril de 2016

elétricos, sinalização e outras funcionalidades, ideal para iluminação externa.

Em um estande que ocupou um pavilhão inteiro, a Philips

aproveitou a oportunidade da feira e a presença de visitantes de todo o mundo para apresentar suas tecnologias. Uma delas foi o lançamento do spot de halogênio, produto que substitui com eficácia a popular lâmpada halógena, uma vez que possui efeito de luz semelhante, mas é dimerizável e 90% mais eficiente por conta do Led.

Na ocasião, a Philips Lighting anunciou ainda uma parceria global

com a Vodafone para impulsionar a adoção de iluminação pública conectada à rede sem fio em todo o mundo. O objetivo é permitir que as cidades se beneficiem da iluminação a Led conectada. A primeira lâmpada baseada nesse conceito foi apresentada durante o evento. Trata-se da DigiStreet, a primeira lâmpada de rua a Led, que é "à prova de futuro" com sensores e conectividade sem fio embutidos.

A Osram, outra gigante da iluminação na feira, destacou diversas

novidades: desde luzes que podem ajudar o motorista a encontrar uma vaga em um estacionamento a soluções de iluminação infravermelha

Sistema de armazenamento de energia, da Eaton em parceria com a Nissan.

que desbloqueiam smartphones via varredura da íris ou unidades de transmissão integradas em aparelhos de iluminação que orientam as pessoas dentro de edifícios. Para a iluminação de estádios, a Osram apresentou o holofote 20 Maxi Led, com produção de 100.000 lúmens. O produto fornece iluminação sem cintilação para transmissões de TV em qualidade HD e super slow motion. Luminária Shuffle, da Schréder.

Projetor 20 Maxi Led, da Osram.

A Eaton, por sua vez, evidenciou seus novos sistemas de

armazenamento e controle de energia desenvolvidos em parceria com a fabricante de automóveis Nissan. As empresas combinaram eletrônica de potência, software de controle, energia renovável e armazenamento estacionário para elaborar um sistema único e integrado, que oferece a continuidade do fornecimento, com aumento da estabilidade da rede e eficiência, evitando elevadas tarifas de energia nos horários de pico e redução da dependência de combustíveis caros, como o diesel.

Eventos paralelos DigiStreet, da Philips Lighting.

Além dos estandes que constituíram a Light+Building, outros

eventos, seminários e encontros aconteceram paralelamente no mesmo ambiente. Os arquitetos, lighting designers, engenheiros e demais profissionais interessados puderam conhecer novas tecnologias

216 mil visitantes de 160 países passaram pelos corredores da Light+Building deste ano. No total, foram 2589 expositores.



Evento

28

Light+Building 2016

O Setor Elétrico / Abril de 2016

e tendências no Trend Forum, concebido e realizado pelo Trend Bureau.

palestras forneceram informações especializadas sobre o aumento

O fórum apresentou diversos ambientes e cenários a partir de novas

da segurança nos locais de trabalho. O seminário foi organizado por

tecnologias integradas aliadas a tendências de design e ocorreu diversas

associações locais de engenheiros eletricistas (FEHR) e de seguros

vezes ao dia, com visitas guiadas.

dos empregadores (BG ETEM). A participação neste evento paralelo

também garantia um certificado ao final do curso.

O E-House, organizado pela Associação Alemã das Indústrias

Elétrica e de Tecnologia da Informação (ZVEH), demonstrou o ponto

E um dos eventos que mais vem chamando a atenção dos visitantes

de vista do consumidor a respeito da integração do gerenciamento

há oito edições é a Luminale. Criado em 2002, a Luminale nasceu com

de energia e das tecnologias de edificação. Foi um espaço dedicado

a proposta de exibir luz, design e arquitetura dentro da cidade, gerando

a mostrar, em um contexto real, o efeito da revolução energética na

entusiasmo e entretenimento para os seus moradores e visitantes.

prática e como isso já é possível para garantir a eficiência energética e

A ideia é ser um laboratório de luz urbana arquitetural, iluminando

conferindo conforto, conveniência e segurança para seus usuários.

artisticamente prédios públicos, monumentos, igrejas, teatros e

esculturas em diversos pontos da cidade de Frankfurt, mostrando-se

O debate oferecido pelo Forum de Tecnologia, promovido pela

Messe Frankfurt em parceria com a Associação Alemã da Indústria

uma verdadeira exposição das novas técnicas e tecnologias aplicadas.

Elétrica e Eletrônica (ZVEI), contou com representantes da política,

comércio e indústria para discutir questões atuais do mundo da

cria uma atmosfera visual única na cidade, não apenas para moradores

Organizado de forma a coincidir com a Light+Building, a Luminale

engenharia elétrica e da iluminação, visando o diálogo entre expositores

e turistas, mas também para os profissionais que visitam o evento. Em

e visitantes.

todas as noites, ônibus guiados saíam do centro de exposições levando

Já no chamado “Workshop Street”, jovens profissionais da área

os visitantes da feira para conhecer de perto os pontos iluminados em

de elétrica e de tecnologia de informação tiveram a oportunidade de

toda a cidade. As expedições duravam cerca de três horas. Um dos

aprender sobre as mais recentes técnicas e procedimentos práticos de

destaques da Luminale deste ano foi criado pelo lighting designer e

instalações elétricas em uma série de estações de trabalho, com direito

artista Christopher Bauder, conhecido internacionalmente por suas

à gravação da sua participação e certificado.

obras. Em parceria com o compositor Robert Henke, Bauder compôs

sua própria música “Luminale”, que é apresentada juntamente com

A feira também contou com um seminário dedicado ao tema

“Segurança do trabalho”. Direcionados aos jovens profissionais, essas

uma performance de luz no teatro 'Mousonturm'.

Igrejas, monumentos históricos, praças públicas e outros pontos turísticos de Frankfurt são iluminados artisticamente, constituindo a exposição Luminale, que acontece paralelamente à Light+Building há oito edições.


Fascículos

Apoio

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA João Carlos Mello, Ricardo Savoia, Thais Prandini, Sami Grynwald e Leonardo Caio Filho

30

Capítulo IV – A geração distribuída regulada na expansão – Avanços necessários • Posicionamento da GD na expansão • GD regulada – uma oportunidade real • Propostas de viabilidade comercial da GD regulada • Benefícios • Conclusões

IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano

40

Capítulo IV – Características construtivas, requisitos de marcação e condições da instalação dos conjuntos • Marcação para identificação dos conjuntos • Documentação obrigatória • Resistência, verificação e propriedades dos materiais e das partes

LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa

46

Capítulo IV – Entendendo um pouco mais os Leds • Consistência de cor no feixe de um Led • Especificação de cromaticidade • Temperaturas de cor • Distribuição espectral de potência • Fluxo luminoso

CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo IV – Componentes simétricas • Sistemas de sequência positiva, negativa e neutra • Decomposição de circuitos de sequência • Análise da corrente no neutro • Circuitos de sequência

52


Apoio

Geração distribuída

30

Capítulo IV

A geração distribuída regulada na expansão Avanços necessários *João Carlos Mello, Ricardo Savoia, Thais Melega Prandini , Sami Grynwald e Leonardo Caio Filho*

As principais vantagens da geração distribuída

realizada ainda é muito tímida (apenas

destacar que projetos de GD de forma geral

0,1 GW.médio), numa perspectiva de alto

possuem atributos e benefícios similares

resumidas como segue: (i) construção

potencial de GD a ser contratada pelas

aos projetos regulados para compra pelas

e

acelerado;

distribuidoras (cerca de 4.6 GW.médios).

distribuidoras, e podem ser definidos

(ii) impacto ambiental reduzido; (iii)

Uma leitura clara é que a regulamentação

como de escala comercial (“utility scale”)

pulverização

de

projetos

a

até o momento não deu certo e deve ser

ou de menor porte (“retail scale”), que,

concentração

e

os

categoria

incluindo

regulada,

comissionamento

mais

riscos

aquelas

regulatória e comercial. É importante

ser

na

(GD),

Apesar das vantagens, a GD regulada

podem

evitando

envolvidos

ajustada. Este artigo oferece sugestões

neste caso, pode se originar de práticas

com atrasos e as grandes transferências

de mudanças na comercialização da GD

comerciais, ou mesmo voluntárias pelo lado

da energia pela rede; (iv) agrega maior

regulada como descritas a seguir:

do consumidor.

Fascículo

segurança energética no abastecimento

Os projetos de GD são mais ágeis e

com o aumento da confiabilidade sistema;

• Energia contratada pelas distribuidoras

se implantam rapidamente, e, com uma

(v) progresso no padrão de uso das redes

nas áreas elétricas a que estas pertencem;

correção de rumos no processo de GD

elétricas; (vi) redução de perdas; (vii)

• Repasse tarifário com base em um valor

regulada, a resposta positiva é praticamente

postergação de investimentos destinados

de referência acumulado dos leilões de

imediata. A GD regulada já possui na sua

à expansão nos sistemas de distribuição

energia nova;

origem o benefício do suporte comercial de

e transmissão; e (viii) desenvolvimento

• Capturar de forma objetiva os benefícios

compra para as distribuidoras, reduzindo

regional comandado por aptidões próprias.

da GD de cada projeto para o consumidor

em muito o risco para os investidores, e,

A geração distribuída regulada é

final, através de indicadores durante a

portanto, oferecendo grande atratividade

uma definição existente no arcabouço

competição pelo mercado de GD;

para sua expansão. O avanço deste tipo de

regulatório brasileiro, como uma das formas

• Processo de licitação de novos projetos

geração no país atende à geração de energia

de contratação de GD pelas distribuidoras –

de GD por área elétrica, organizado

diretamente ao centro de carga trazendo

Lei 10.848/04 e Decreto 5.163/04. A nova

regularmente,

regional

benefícios neste padrão de atendimento;

oferta de GD pode vir a ser direcionada de

e

maior

traz também maior complementariedade

forma mais efetiva ao mercado regulado,

transparência,

repasse

com os demais tipos de fontes de geração;

buscando respeitar de forma coerente os

automático.

de

descentralizada

forma –

busca

publicidade

e

preços limites de repasse autorizados pela Aneel.

e busca inserir novas tecnologias no setor. A GD regulada pode ser a alavanca para

A GD regulada é apenas uma definição

o desenvolvimento local de fabricação e


Apoio

capacitação própria em novos projetos.

vetor na expansão e sua sincronia com

atender ao consumo em crescimento.

planejamento

o planejamento do setor elétrico como

Esta sempre foi a solução de crescimento

hierárquico, a definição da GD seria

um todo. São apresentados alguns casos

da geração no Brasil nas últimas décadas

definida em sincronia com as necessidades

práticos com a experiência dos autores na

e será o principal vetor de atendimento

de expansão no atacado, seja das redes de

condução de ajustes desta nova realidade

ao mercado, entretanto, as dificuldades

transmissão, seja da capacidade de geração.

perante os órgãos institucionais do setor

encontradas atualmente para superar as

Reconhecer a interação destes processos é

elétrico nacional.

restrições ambientais e a implantação de

No

processo

de

uma peça basilar para um planejamento robusto do SIN como um todo. Este trabalho busca efetuar uma análise

O posicionamento da GD na expansão

novas linhas de transmissão não podem ser negligenciadas. A nova fronteira do desenvolvimento de projetos hidrelétricos é a região Amazônica, o que leva a uma

crítica sobre a expansão do mercado de geração distribuída (GD), com o objetivo de

A geração distribuída é uma tendência

adaptação dos projetos para reduzir as

fomentar sua comercialização em volume e

mundial, dado que atualmente existem

áreas alagadas e a necessidade de grandes

quantidade de contratos e que a mesma se

novas condições, tais como: a evolução

troncos de transmissão para levar a energia

preste ao desenvolvimento e segurança nas

e redução de custo das tecnologias de

aos centros de consumo. Inegavelmente,

redes elétricas. A análise será na ótica de

geração de menor escala, as dificuldades

são soluções mais econômicas numa visão

criação de valor para a geração distribuída

de implantação de novos troncos de

global, no entanto, existem dificuldades

no ambiente de comercialização de energia

transmissão, a noção de que as redes

de implantação dos projetos no tempo

e ao sistema energético nacional, uma vez

tradicionais devem ser adaptadas para o

adequado e vão trazer uma grande

que traz maior estabilidade, confiabilidade

novo conceito de redes inteligentes e as

sofisticação para a operação do sistema,

e redução das perdas do sistema.

restrições ambientais para fontes emissoras.

pois

não

existe

armazenamento

de

Este artigo oferece uma descrição

O Brasil é um país em crescimento

afluências e o controle de estoque dos

das melhores práticas na consideração

contínuo da carga e as soluções têm sido

reservatórios realizado pelo ONS será mais

da geração distribuída como um novo

focadas em grandes obras de geração para

restrito. A transmissão de grandes blocos de

31


Apoio

Geração distribuída

32

energia em longas distancia também é uma

conexão de sua unidade geradora à rede

federal - a FERC - o pacto federativo garante

fragilidade para a segurança do sistema.

em um ponto considerado técnico ou

a coexistência de vários modelos ao longo

economicamente adequado, incluindo a

do território nacional, com divergências

GD no sistema – visão mundial

instalação de toda a medição necessária para

entre estados e distribuidoras, sobretudo

Em termos mundiais existem países

a contabilização dos fluxos de eletricidade”.

no que diz respeito aos mecanismos de

com grande avanço quanto à regulação

A metodologia determina ainda que todos

compensação e interligação dos sistemas à

da GD, dentre eles é possível destacar

os custos adicionais (e.g., de reforço do

rede.

Alemanha e Estados Unidos.

sistema) devem ser de responsabilidade

O Net Metering e as Feed-in Tariffs

do operador, na medida em que os

(FITs) são as duas principais políticas

proporcionou um robusto mecanismo

investimentos

comprovadamente

de compensação da GD, sendo aquela

de subsídios e trata a expansão dessa

viáveis. Empreendimentos de GD com

predominante em relação a esta. Enquanto

modalidade como prioritária. O país goza

fontes renováveis não estão sujeitos ao

o Net Metering estabelece a compensação

de alta incidência de GD em sua matriz

pagamento dos encargos de transmissão e

entre a importação e a exportação de

elétrica, sobretudo, oriunda de fontes

distribuição, apenas aos custos associados à

eletricidade pelo consumidor ao valor da

renováveis. O modelo adiciona benefícios

conexão à rede.

tarifa praticada no mercado cativo, nos

O modelo regulatório em vigência

sejam

ao sistema, porém, também apresenta

Em suma, na Alemanha, as condições

moldes da FIT, a GD é valorada a uma

desafios que justificam a discussão a

regulatórias viabilizam os empreendimentos

tarifa pré-fixada, a ser adquirida pela

respeito de sua continuidade nos moldes

de GD por fontes incentivadas, sobretudo

distribuidora.

atuais. Como se pode observar na Figura

pela: (i) isenção de encargos do sistema;

1, a participação da GD no atendimento ao

(ii) isenção da necessidade de Capex para

Inclusão da GD no planejamento setorial

consumo aumentou expressivamente nos

manutenção da rede/ conexão rasa; e (ii)

nacional

últimos anos e chega a atingir cerca de 23%

prioridade na conexão e utilização da rede

A inclusão da GD na realidade de cada

do consumo total.

quando comparada às fontes convencionais.

país faz parte de uma política pública,

A regulação alemã determina que os

Porém, esse modelo não é blindado de

conforme os interesses da nação. A inclusão

operadores dos sistemas de distribuição,

imperfeições, considerando que os custos

da GD no planejamento setorial ainda

que é um segmento bastante fragmentado,

têm sido repassados ao consumidor final, e

está se iniciando. A Empresa de Pesquisa

priorizem a conexão de unidades de

o sistema tem sido alimentado com fontes

Energética (EPE) considera a GD em uma

geração de fontes renováveis, o que catalisa

renováveis,

intermitente,

forma mais ampla e considera a geração

o acesso dessas fontes à rede, bem como

minando a meta de se atingir um sistema

“dentro da cerca” de um grande número

aquisição, transporte e distribuição da

robusto. O processo de inserção deve estar

de consumidores como GD, porém, esta

eletricidade gerada pelas mesmas em sua

sujeito aos limites técnicos do momento,

autogeração não tem o objetivo de política

totalidade, tendo ampla preferência em

que certamente serão diferentes no futuro

pública de fontes renováveis, ou mesmo

relação às fontes convencionais. O regime

com a entrada maciça das redes inteligentes.

melhoria na rede. Estes projetos atuais

de conexão à rede vigente no sistema

A regulação de GD nos Estados Unidos

são implantados de forma voluntária pelo

alemão é o de “conexão rasa” (do inglês,

encontra-se em um estágio bastante

consumidor para aproveitar resíduos do

shallow connection), em que o gerador de

avançado em relação aos demais países.

processo (produção de açúcar & etanol e de

fonte renovável “deve pagar os custos de

Apesar da existência de um órgão regulador

celulose), reduzir custos (geração na ponta)

de

natureza

Fascículo

ou até mesmo segurança do abastecimento (cogeração em shopping centers). Segundo a EPE, este padrão de GD será responsável por atender a 12% da demanda nacional por eletricidade, isto é, do consumo esperado de 89,1 GW médios no ano. Entretanto, os autores entendem que é importante uma política pública de GD, que incentive a melhor aplicação de projetos para o sistema. Uma nova onda certamente será a microgeração e a minigeração distribuída, Figura 1 – Energia elétrica atendida por GD na Alemanha.

como em outros países. Em abril de 2012 foi aprovada a Resolução Normativa da


Apoio

33


Apoio

Geração distribuída

34

Aneel nº 482, que, posteriormente, em

contratação de GD é um dos meios

dezembro do mesmo ano, sofreu alguns

que a distribuidora tem para suprir seu

ajustes pela Resolução Normativa Aneel

mercado e atender à norma de lastro

Problemas no desenvolvimento da GD

nº 517. Estas resoluções estabeleceram

contratual. Este é o âmbito da chamada

regulada

as condições gerais para o acesso de

GD regulada, conforme entendimento dos

O potencial de 10% do ACR para este

microgeração e minigeração distribuída

autores. A opção de compra da GD pelas

segmento de expansão é hoje 4,6 GW.médios

aos sistemas de distribuição de energia

distribuidoras não tem sido exercitada e

(base carga ACR 2014), volume expressivo

elétrica e o sistema de compensação de

a GD possui características próprias que

que daria para explorar mais de 1000

energia elétrica. O sistema de compensação

atendem a algumas questões principais do

novos projetos, numa estimativa média.

de energia elétrica permite ao consumidor

futuro do sistema elétrico nacional.

Desse total, menos de 3% deste volume

trocar energia com a distribuidora local a

Em uma análise estrutural do sistema no

já foi autorizado com GD regulada, o que

partir da instalação dos geradores em sua

futuro, a GD pode ser vista como uma das

demonstra que o processo de aquisição

unidade consumidora. A adesão ao sstema

soluções para os problemas de segurança

de novos projetos pode ser melhorado.

de compensação de energia elétrica não se

que aguarda a operação futura do sistema.

Existem

aplica aos consumidores livres ou especiais.

Deste modo, observa-se a necessidade de

consolidação paulatina da GD, entretanto,

Definiu-se nesta norma microgeração e

encontrar fontes complementares, o que

a possibilidade de venda como GD

minigeração distribuída, e a diferença entre

torna a GD uma solução, tendo em vista a

regulada para as distribuidoras ainda não

elas como sendo a potência instalada, sendo

possibilidade de geração a partir de fontes

foi adequadamente exercida. A seguir são

a microgeração menor ou igual a 100 kW e

menores próximas às áreas de consumo. Os

levantadas as principais barreiras e soluções

a minigeração superior a 100 kW e menor

tipos de fontes disponíveis para a utilização

sugeridas para superar os obstáculos:

ou igual a 1 MW. A GD é um novo caminho

como geração distribuída são muitos, como:

para a expansão da oferta e atendimento do

biomassa, resíduos sólidos urbanos (RSU),

Valor de repasse inadequado - O valor de

consumo, seja na escala comercial (“utility

gás natural, combustíveis fósseis líquidos,

repasse para a compra de GD, conforme

scale”) ou de menor porte (“retail scale”).

eólicas, e solar fotovoltaica. A GD regulada

estabelecido em lei, é o valor de referência

Uma grande oportunidade de incentivos,

é uma definição clara da regulamentação

(VR). O VR é utilizado como índice para

conjugados com uma política pública

desde a Lei 10.848/04 e Decreto 5.163/04,

outras questões regulatórias e busca ser

sustentável, é a denominada GD regulada.

e os principais requisitos são os seguintes:

um limitador de repasse ao consumidor

GD regulada – uma oportunidade real

• Contratação limitada a 10% da carga da

base nos leilões de energia nova (LEN) A-3

distribuidora verificada;

e A-5. O conceito é correto, mas a fórmula

• Conexão na rede da distribuidora com­

de aplicação considera somente os leilões

Conforme as normas setoriais, as

incentivos

importantes

para

cativo com um sinal de longo prazo, com

pradora;

A-3 e A-5 realizados três e cinco anos

concessionárias de distribuição devem

• Limite de 30 MW;

antes do cálculo do VR, o que carrega um

garantir um lastro de contratação de 100%

• Projetos térmicos devem apresentar

efeito conjuntural e não permite o cálculo

(com baixa flexibilidade +/- 5%) de seu

eficiência superior a 75% (com exceção de

de valores futuros, importantes para o

mercado da seguinte forma:

biomassa ou resíduos de processo);

processo decisório dos investidores.

• Chamada pública para seleção dos

Fascículo

autorizados pela Aneel.

A Aneel divulgou no 1º semestre de

• Contratação compulsória da energia

projetos promovida pelas distribuidoras;

2014 o VR para os anos de 2015 e 2016, que

proveniente de Itaipu;

• Autorização da Aneel para repasse

ficou em R$ 80,69/MWh (base dezembro de

• Programa de Incentivo às Fontes

limitado ao Valor Anual de Referência

2010) e R$ 104,03/MWh (base novembro

Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa);

(VR).

de 2013), respectivamente. Este indicador

• Cotas das usinas nucleares; • Cotas das usinas hidrelétricas com

é uma referência que inclui resultados de Embora existente na regulamentação

leilões de energia nova no atacado e está

concessão renovada;

desde 2004, a GD regulada ainda não é uma

muito aquém do ideal para projetos menores

• Leilões no ACR – Energia nova (A-3, A-5,

realidade. A nova oferta de GD regulada

de GD. No limite, é como tentar autorizar

e outros) e existente (A-1 e ajustes);

pode vir a ser direcionada de forma mais

um repasse de um projeto de pequena

• Geração distribuída, sendo esta opcional e

efetiva ao mercado regulado considerando

turbina térmica a gás ciclo aberto no centro

limitada aos requisitos da regulamentação.

as áreas elétricas e um padrão de compra

da região metropolitana da cidade de São

mais dedicado, buscando respeitar de

Paulo, com base no preço obtido com a

forma coerente os preços limites de repasse

venda de Belo Monte no terminal da usina!

Dessa forma, fica evidente que a


Apoio

Claro que o processo está equivocado e

isto restringe a oferta projetos de GD. O

que preconiza que os projetos devem ser

compara duas dimensões muito diferentes!

fundamento desta restrição se baseou no

encaminhados para registro até 30 dias antes

Ambas necessárias e importantes para

fato de que os consumidores cativos de

do suprimento e nos processos de reajustes

o sistema interligado. A sugestão dos

uma distribuidora compradora de GD são

e revisões tarifárias são considerados

autores é buscar uma nova formulação do

os únicos beneficiados com a aquisição

aqueles que foram homologados, aprovados

VR com o mesmo conceito de sinalização

do projeto, e estão pagando para ter seus

ou registrados pela Aneel. Notar que este

de longo prazo e que seja mais estável e

benefícios associados. Atualmente esta

processo introduz incertezas ao investidor

previsível. Com isso se buscam soluções

visão pode ser estendida, dado que projetos

(vendedor) e ao distribuidor (comprador),

de repasse compatíveis com a política

de GD devem ser qualificados com seus

pois a aprovação não é imediata. A sugestão

de desenvolvimento da GD regulada,

benefícios e estes podem ser dispersos

dos autores é organizar estruturalmente

agregando a noção clara de modicidade

numa área mais abrangente do que apenas

o processo de aprovação do repasse com

tarifária com base na competição de

na área de concessão da distribuidora

leilões descentralizados e regionais, visando

mercado, mas também seus benefícios

compradora. Os autores sugerem eliminar

facilitar a aprovação automática pela Aneel.

regionais no processo competitivo, como

a restrição de conexão apenas nos ativos da

definido na regulamentação.

distribuidora e ampliar este conceito para

Dificuldade na realização de chamada

as áreas elétricas do SIN, que incorporam as

pública privada - A chamada pública

redes das distribuidoras e as DITs dentro de

apresenta pouca atratividade em decorrência

uma área elétrica bem definida.

do alto custo do processo e do alto risco de

Restrição

para

uma

conexão

mais

abrangente - A restrição de autorizar a GD regulada apenas para conexões na

falhas na aquisição dos projetos de GD. As

distribuidora compradora do projeto tem

Processo

repasse

distribuidoras que são responsáveis pela

seu fundamento, mas na prática acaba

- O processo de aprovação e repasse

de

aprovação

do

organização das chamadas públicas se

impedindo uma oferta mais abrangente.

dos projetos de GD contratados pelas

sentem pouco motivadas por adotar esta

A disponibilidade de oferta dentro da

distribuidoras sofre bastante com um ritual

prática, pois, mesmo que não as realizem

área de concessão das distribuidoras não é

burocrático pouco objetivo. O registro na

sempre existirão os leilões públicos para

homogênea em todo o território nacional,

Aneel segue a Resolução Normativa 323/08

que elas possam preencher suas lacunas no

35


Apoio

Geração distribuída

36

que tange à compra de contratos de energia.

projeto de GD, tendo como meta o ano-alvo

Sendo assim, a fórmula sugerida para o

Na opinião dos autores, a melhor solução é

da operação. Este seria calculado como uma

novo VR é a seguinte:

realizar leilões públicos de GD, com apoio

média ponderada com preços atualizados e

do poder público (MME/ANEEL/EPE),

volumes contratados de todos os leilões de

que seriam realizados antes dos leilões de

energia nova até a data da contratação.

energia nova para que as distribuidoras

Com intuito de manter a coerência e

possam se posicionar melhor, e até mesmo

efetividade quanto aos critérios impostos

seguir diretrizes maiores do poder público.

pelo atual valor anual de referência (VR), e sua aplicabilidade atual em específico

Propostas – viabilidade comercial da GD

quanto às penalidades e contratação de

regulada

energia impostas às concessionárias, a proposta é sugerir a criação de um novo

O ponto principal de uma proposta

VR GD, com uma metodologia similar

de um ambiente de comercialização

àquela já imposta e introduzida à regulação

da GD regulada é buscar soluções de

nacional. Seguem os critérios de benefícios

repasse compatíveis com a política de

estabelecidos na nova metodologia:

desenvolvimento destes projetos, agregando a noção clara de modicidade tarifária com

• O novo VR GD seria calculado como a

base na competição pelo mercado da GD,

média ponderada para todos os leilões de

considerando corretamente seus benefícios

energia nova (LEN), com exceção daqueles

regionais. O conjunto de propostas de

direcionados apenas a fontes alternativas,

mudanças no ambiente de comercialização

realizados até a presente data desde o início

da GD com as distribuidoras (ACR) é

dos certames de energia nova, corrigidos

apresentado a seguir:

ao IPCA para formação do VR GD anual para anos futuros para fins de contratação

• Energia contratada pelas distribuidoras

de energia via geração distribuída, e suas

nas áreas elétricas a que estas pertencem, e

outras aplicações;

que estejam em redes importadoras;

• O VR GD seria aplicado apenas no

• Limite de contratação de até 10% do

contexto da contratação da GD regulada;

Fascículo

mercado das distribuidoras; • Repasse tarifário com base num valor de

• O novo VR anual pode ser calculado

referência acumulado dos leilões de energia

para anos futuros mesmo com a falta de

nova do mercado regulado – novo VR;

alguns novos leilões no conjunto como um

• Processo de leilão de novos projetos de

todo, pois a quantidade de informações é

GD organizado anualmente, de forma

suficiente para tal;

regional e descentralizado, com autorização

• O conjunto de leilões para cálculo do

de repasse automático para os projetos

novo VR pode estar limitado a um número

vencedores;

específico de anos. Atualmente estão

• Fórmula seleção no leilão que agregue

disponíveis anos consecutivos de preços

de forma objetiva os benefícios da GD

e volumes de leilões de energia nova após

para capturar o valor de cada projeto para

2008, mas com o passar do tempo é possível

o consumidor final através de indicadores

limitar este conjunto para buscar a melhor

durante a competição pelo mercado de GD

sinalização do momento.

• Duração de contratos de GD de 10 a 20 anos, a critério do investidor.

Sendo assim, a proposta de um novo VR GD busca capturar o mesmo espírito do VR

Novo VR GD - Uma proposta de fácil

original, e significa um sinal ponderado do

implantação é criar um VR que incorpore

custo da expansão de longo prazo no setor

todos os contratos de leilões de energia

elétrico. É um sinal estável, consistente,

nova realizados até a data da contratação do

fácil de implantar, transparente e previsível.

(1)

Sendo: VL5 é o valor médio ponderado dos leilões "A - 5" do ano i em R$/MWh; Q5 é a quantidade nos leilões "A - 5“ do ano i em MW.médio, VL3 é o valor médio ponderado dos leilões "A - 3“ do ano i em R$/MWh, Q3 é a quantidade dos leilões "A - 3“ do ano i em MW.médio e n é o número de anos considerados para cálculo do custo médio ponderado de expansão. Na Figura 2, é apresentado novo VR GD com a metodologia proposta em (1), com todos os leilões de energia nova realizados no âmbito da CCEE, comparado ao VR original. Para fins de cálculo, utiliza-se como sinal de preço para os contratos de disponibilidade o valor do ICB dos empreendimentos já leiloados, com correção de todos os valores ao IPCA. O novo VR GD proposto questiona o uso de apenas os leilões de A-5 e A-3 mais recentes a serem capturados para fins de VR pela atual forma cálculo, por não refletir a real formação de preços de mercado no longo prazo em prol da modicidade tarifária e da segurança do sistema, dada a volatilidade dos preços de energia nos leilões e mudanças abruptas na matriz. Percebe-se que o novo VR GD proposto é mais estável e possui sinais futuros, indicando as melhores tendências fruto de diversas licitações. Em resumo, a proposta é sugerir a criação de um novo VR GD considerando a média ponderada de todos os contratos provenientes de Leilões de Energia Nova (LEN) vigentes em cada ano-alvo da contratação. Os preços dos leilões serão corrigidos pelo IPCA acumulado até a data do cálculo. O VR seria sempre atualizado até o momento da contratação com foco no ano de entrada de operação (ano-alvo). Seu cálculo será feito com todos os dados obtidos até o momento de contratação, não


Apoio

conjunto de sinais adicionais que busca capturar os benefícios da GD ao sistema para fins da seleção dos melhores projetos e deve considerar: ./

Redução

de

custos

de

investimentos na rede elétrica; ./

Redução de perdas na rede

elétrica; ./ Figura 2 - Comparação do novo VR GD e VR original (referente a março/2015).

sendo necessário que todos os dados de

definição bem mais ampla do que as redes

leilão até a data–alvo estejam disponíveis,

de distribuição em suas áreas de concessão.

pois a quantidade de dados acumulados dá

A definição é técnica e captura o processo

a substância necessária ao cálculo. Apenas

de controle de fluxos injetados, bem como

como exemplo, com o novo VR GD é

as particularidades de cada distribuidora,

possível contratar um projeto GD regulado

onde os benefícios da GD numa área elétrica

para entrada em operação em 2019 agora

são bem definidos. Como, por exemplo,

em 2015. O valor teto de repasse seria R$

dentro de uma área elétrica existem

164 / MWh, sendo que o valor contratado

benefícios maiores para a GD em diferentes

deve respeitar este teto, e seria corrigido

locais (como é o caso de grandes regiões

anualmente pelo IPCA no contrato de cada

metropolitanas).

projeto vencedor.

O conceito de área elétrica em redes importadoras é muito similar aquele

Aumento da confiabilidade;

A própria regulamentação pondera a necessidade de considerar as condições técnicas com propósito de abranger todos os benefícios das fontes ao ser incorporado ao processo seletivo junto com o novo VR GD. É importante destacar que os caminhos regulatórios para sua implantação são permitidos e rápidos e existem definições objetivas dos benefícios associados com cálculos específicos. Para acomodar todos estes benefícios de forma isonômica em um processo competitivo é sugerido utilizar o conceito do índice de custo e benefício (ICB) similar ao adotado nos LEN para comparar

Aspectos de conexão na rede – área elétrica

definido na regulamentação da Tusdg como

A regulamentação da comercialização

“Rede unificada”. Por princípio, as áreas

da GD exige que o projeto esteja conectado

elétricas são regiões que importam energia

nos ativos da distribuidora compradora.

da Rede Básica, e numa área elétrica podem

Esta é uma restrição da conexão que inibe o

existir mais de uma distribuidora, podendo

amplo desenvolvimento da GD regulada. A

haver situações em que distribuidoras

ampliação deste conceito para área elétrica

contratam GDs conectadas na rede de outras

em redes importadoras não prejudica em

distribuidoras. Desta forma, é possível

nada o conceito regional da GD e pode ser

imaginar, em um primeiro momento, que

• Para contratos de quantidade - ICB em

facilmente implantado. Entre os benefícios

um projeto de GD regulada nesta condição

R$/MWh

da expansão do conceito para áreas elétricas,

só colabora para a redução de custos finais

estão: (i) área elétrica é um conceito já

ao consumidor em outra área de concessão,

ICBi = PQi – BenGDi =

consolidado em estudos elétricos no ONS

entretanto, sob a visão de serviço público

• Benefícios da GD do Projeto i em R$/

e na EPE; (ii) o planejamento e a operação

da distribuidora, esta GD regulada estaria

MWh

da rede são feitos de forma hierárquica,

ajudando o desenvolvimento da regional

portanto, é natural que a sequência de

da GD e beneficiando o consumidor final

BenGDi = (Binv)i + (Bloss)i + (Bconf )i (4)

definições seja feita na seguinte ordem:

contratos de quantidade (por exemplo, PCH) e disponibilidade (por exemplo, biomassa). • Para contratos de disponibilidade – ICB em R$/MWh ICBi = (RFi / GFi*8760) + (COPi + CECi) / GFi*8760 – BenGDi (2)

(3)

de toda a área elétrica. Os benefícios da GD

• Seleção dos Projetos Vencedores

- grandes interligações; troncos de

regulada nas áreas elétricas são usualmente

transmissão (> 230 kV) – Rede Básica,

compartilhados pelas distribuidoras que a

Min(ICBi) = VR GD + BenGDi (5)

atendimento às áreas elétricas, o que inclui

formam, em diferentes intensidades.

as redes de distribuição (< 138 kV), e, finalmente, as redes de distribuição; (iii)

Os benefícios da GD incluídos na

as áreas elétricas incorporam as redes de

competição

distribuição e as DITs. As

áreas

elétricas

Visando atender à legislação da GD no possuem

uma

processo de disputa será incorporado um

Sendo: ICBi o índice custo benefício do projeto i, RFi é a receita fixa do projeto i com contrato de disponibilidade, GFi é a garantia física do projeto i, COPi é custos variáveis de operação do projeto i, CECi é o custo econômico de

37


Apoio

Geração distribuída

38

curto prazo do projeto i, BenGDi benefícios

e regional em cada área elétrica de forma

com as demais. O processo é simples e adota

regular a cada ano. A aquisição de energia

a lógica a seguir: (i) os projetos são alocados

redução de investimentos [2], (Bloss)i é a

de GD regulada ainda seria voluntária pelas

nas distribuidoras conectadas até atingirem

redução de perdas [2], (Bconf)i é a melhoria

distribuidoras, mas este seria processo regular

a sua demanda por GD; (ii) o volume

que pode acontecer antes dos leilões públicos

remanescente dos projetos de GD é alocado

para o sistema do projeto i, (Binv)i é a

da confiabilidade.

A-3 e A-5. Por ser regular se torna uma opção

nas outras distribuidoras da área elétrica na

Deve ser considerado na estimativa

das distribuidoras para complementar seu

proporção dos volumes remanescentes a

destes benefícios que existe o risco de uma

portfólio de contratos de forma adequada. O

serem contratados.

sofisticação desnecessária dos novos sinais.

processo competitivo de compra de projetos

O processo deve ser o mais simples possível

de GD pode ser estruturado da seguinte

com base em fatores conhecidos. Todo o

forma: Este

projeto de GD regulada que esteja no leilão

trabalho

apresenta

uma

deverá ter seus benefícios calculados antes

• Os contratos podem ser por quantidade

proposta para uma plena correção de

do certame. Um projeto GD regulado para

ou disponibilidade, dependendo do tipo da

rota, considerando de forma objetiva o

entrada em operação em 2019 teria o VR GD

fonte;

desenvolvimento da GD regulada buscando

(valor teto de repasse) de R$ 164 / MWh (ver

• O mecanismo de repasse é automático

superar todas as barreiras identificadas.

Figura 2). Por exemplo, caso neste projeto

dentro das regras estabelecidas no edital e

o Binv for R$ 21/MWh, o Bloss for R$ 10/

respeitando o VR GD;

expansão com GD é a cultura estabelecida

MWh e o Bconf for R$ 3/MWh, a soma dos

• Os projetos de GD se habilitam

no setor desde as últimas décadas de que

benefícios do projeto é R$ 34/MWh. Sendo

regularmente para o processo competitivo

a grande geração centralizada suportada

assim, o preço teto deste projeto seria de R$

do leilão;

por linhas de transmissão de longa

197/MWh, que, no líquido, corresponde ao

• Os projetos devem ser qualificados e

distância alcança, devido a sua maior

VR GD. Os benefícios que o projeto traz ao

para cada projeto é calculado uma série de

escala de produção, uma energia mais

sistema são incorporados ao preço de venda

indicadores, tais como a garantia física (GF)

competitiva. Esta filosofia tem que mudar

e, no fim, o consumidor final da distribuidora

e seus benefícios;

paulatinamente, pois o futuro nos reserva

estará pagando mais que o VR GD, porém,

• O processo inclui por área elétrica o pedido

dificuldades, que outros países já passaram

considerados os benefícios do projeto, o valor

de compra de GD de todas as distribuidoras

ou estão passando. Sendo assim, reconhecer

líquido será sempre limitado pelo VR GD.

que estão incorporadas na área elétrica;

a GD como um ativo complementar para a

• Decisão com base no ICB, contemplando

expansão é uma necessidade. Os preceitos da

os benefícios da GD.

regulamentação não incorporaram um papel

Processo competitivo criaram um processo competitivo para

Uma dificuldade no Brasil para a

“desenvolvimentista” da GD regulada e não

Os Leilões de Energia Nova (LEN)

Fascículo

Conclusões

Estruturação do Leilão de GD

reconhece a necessidade de mudanças no

compra de energia para as distribuidoras,

As distribuidoras de uma área elétrica

padrão de geração no Brasil, apenas baseado

no qual o único risco destas é realizar uma

solicitam a sua cota de compra de GD

em grandes polos de geração junto com

previsão do crescimento de seu mercado três

regulada tendo os anos futuros como alvos

grandes troncos de transmissão.

e cinco anos à frente na solicitação antes dos

para contratação. A soma das cotas solicitadas

leilões A-3 e A-5. O processo de habilitação

pelas distribuidoras é a demanda regional do

devem ser pontuados de forma correta, o

dos projetos que concorrem não é uma

leilão de GD por área elétrica em cada ano

que atualmente não ocorre. Na lógica de

decisão das distribuidoras e o repasse para as

solicitado. Os projetos qualificados em uma

desenvolvimento do Brasil de crescer seu

tarifas dos consumidores cativos é automático

área elétrica participam da competição. A

mercado, mas com foco na medida certa

para os projetos vencedores. De maneira

qualificação leva em consideração uma

da modicidade tarifária, a proposta neste

oposta, o processo de aquisição de projetos de

série de requisitos técnicos, tais como, perfil

artigo busca ofertar soluções que priorizam

GD regulado pelas distribuidoras é voluntário

de importação da Rede Básica na região

a competição objetiva pelo mercado de GD

e feito através de chamada pública, o que não

de interesse; parecer de acesso do projeto,

regulada. O processo competitivo busca

está funcionando. Um processo competitivo

dentre outros. O objetivo do leilão de GD

valorizar de maneira correta a GD regulada

similar aos LEN seria bem mais apropriado.

regulada por área elétrica é obter os melhores

para o sistema e sugere formulações simples

A proposta é que a compra de GD regulada

valores finais (ICB) em cada área elétrica. Ao

para se encontrar o sinal adequado para a

pelas distribuidoras no ACR deva ser através

final da competição, os projetos são alocados

implantação de projetos de GD regulada.

de um processo competitivo, com um

preferencialmente nas distribuidoras a que

A GD possui características próprias, que

leilão organizado de forma descentralizada

estarão conectados, e depois compartilhados

colaboram para a redução de vários custos

Os

atrativos

econômicos

da

GD


Apoio

no sistema, que devem ser considerados em conjunto com o preço final da GD. A proposta de GD regulada apresentada neste artigo busca soluções de repasse compatíveis com a política de desenvolvimento da GD regulada.

Referências bibliográficas [1] ANEEL, Decretos e Resoluções Associados à Geração Distribuída e Reajustes Tarifários das Distribuidoras de Energia, http://www.aneel.gov.br/. [2] CCEE, Infomercado – Dados Gerais 2014, http:// www.ccee.org.br/. [3] EPE, “PDEE - Plano Decenal 2023”, 2013 [4] ANEEL, Nota Técnica 010/2012-SEM/ANEEL, Publicação do Valor Anual de Referência – VR para os anos de 2013 e 2014. [5] M. Alzira. N. Silveira, J. C. O. Mello, A. M. Leite da Silva, “Evaluation of the Impact of Independent Power Producers in the Generation and Transmission System Reliability”, PMAPS 2000. [6] M. Alzira. N. Silveira, “Avaliação do Impacto de Produtores Independentes na Confiabilidade de Sistemas de Geração e Transmissão”, Dissertação de M. Sc., EFEI, Itajubá, 1998. [7] M. Alzira. N. Silveira, J. C. O. Mello, A. M. Leite da Silva, “Avaliação do Impacto de Produtores Independentes na Confiabilidade de Sistemas de Geração e Transmissão”, SNPTEE, 1999. [8] T. M.Prandini, R.F.B. Viana, G. Rocha, S.Grynwald, J.C.O.Mello,” As Térmicas e o Gás Natural – Expansão, Segurança e Preços”, XXII SNPTEE, 2013 *João Carlos Mello é presidente da Thymos Energia. Ricardo Savoia é diretor e sócio da Thymos Energia. Thais Melega Prandini é diretora executiva e sócia da Thymos Energia. Sami Grynwald é sócio consultor da Thymos Energia. Leonardo Caio Filho é diretor de tecnologia e regulação da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen). Este trabalho foi originalmente apresentado no XXIII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), realizado entre os dias 18 e 21 de outubro de 2015, na cidade de Foz do Iguaçu (PR). Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

39


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

40

Capítulo IV Características construtivas, requisitos de marcação e condições da instalação dos conjuntos Por Nunziante Graziano*

Prezado leitor, este fascículo pretende

temos as seguintes características:

componentes, no tocante à execução fixa ou

apresentar em detalhes o projeto de revisão

• Requisitos adicionais que dependem das

com partes removíveis;

da norma brasileira para construção de

condições de utilização especificadas de

• Dimensões externas (compreendendo as

quadros elétricos e barramentos blindados

uma unidade funcional (por exemplo, tipo

projeções, por exemplos, manoplas, tampas,

de baixa tensão.

de coordenação para partida de motores,

portas), quando utilizadas;

características

• A massa, ou peso, completo ou dos

No capítulo inicial deste fascículo

sobrecarga,

tempo

apresentamos ao leitor os objetivos deste

presumido de defeitos);

módulos de transporte, quando necessário

trabalho, que contemplou a apresentação do

• Grau de poluição (já definido no segundo

ou solicitado pelo usuário para possibilitar a

panorama atual da ABNT NBR IEC 60439

capítulo deste fascículo);

movimentação horizontal e/ou vertical dos

vigente no Brasil, suas subdivisões, principais

• Tipos de esquema de aterramento para

conjuntos até sua localização de instalação;

pontos de interesse como a classificação dos

o qual o conjunto é projetado (consulte a

• Natureza dos dispositivos de proteção

painéis em TTA e PTTA, suas interpretações

ABNT NBR 5410);

contra os curtos-circuitos e as medidas para

e seus abusos.

• Instalação abrigada e/ou ao tempo;

proteção contra choques elétricos. Neste

• Equipamento para uso fixo ou móvel;

particular, dedicamos especial atenção.

das principais definições e dos termos

• Grau de proteção realmente necessário;

Para conjuntos com dispositivo de proteção

usuais, sendo que, neste terceiro capítulo,

• Destinação para uso por pessoas qua­

contra curto-circuito (DPCC) incorporado

continuaremos este trabalho, notadamente

lificadas ou comuns;

em uma unidade de entrada, o montador

as condições de instalação, características

• Classificação de compatibilidade eletro­

do conjunto deve indicar o valor máximo

de isolamento, proteção contra os choques

magnética (EMC);

permissível da corrente presumida de

elétricos, características nominais e de

• Condições especiais de utilização, como

curto-circuito nos terminais de entrada

performance requeridas.

No segundo capítulo, iniciamos a análise

Fascículo

de

por exemplo, temperaturas médias acima

do conjunto. Este valor não deve exceder

No terceiro capítulo, continuamos a

de 35 °C em fases do ano; presença de

as características nominais declaradas ou

análise das principais definições, condições

poeira ou poluição condutora; risco de

requisitadas pelo sistema. O fator de potência

de instalação, características de isolamento,

entrada de fauna ou flora dentro dos painéis

e os valores de pico correspondentes devem

proteção contra os choques elétricos e

(característica do local da instalação), entre

ser os indicados na norma. Para determinar

características nominais.

tantas outras;

o esforço eletrodinâmico, o valor da corrente

Neste

capítulo,

finalizamos

a

• Projeto externo do conjunto;

de pico deve ser obtido multiplicando o valor

apresentação de todas as características

• Proteção contra impacto mecânico, se

eficaz da corrente de curto-circuito pelo fator

construtivas,

requisitos

de

marcação,

aplicável;

n. Os valores do fator n e o fator de potência

condições da instalação dos conjuntos e

• Presença de máquinas ou equipamentos

correspondente são dados na tabela 1.

iniciamos os requisitos de construção.

que produzam vibração relevante nos

Se for utilizado um disjuntor com

Como finalização das informações

conjuntos, pois essa condição pode ocasionar

disparador temporizado como dispositivo

necessárias a serem declaradas tanto pelo

afrouxamento nas conexões dos condutores;

de proteção contra os curtos-circuitos, o

usuário como pelo fabricante do conjunto,

• Tipo de construção desejada para

montador do conjunto deve indicar o tempo


Apoio

Tabela 1 – Valores para o fator n a (9.3.3 da IEC 61439-1)

cada unidade de saída e nos barramentos

Valor eficaz da corrente de curto-circuito kA

cos ϕ

n

I ≤5

0,7

1,5

5 < I ≤ 10

0,5

1,7

10 < I ≤ 20

0,3

2

20 < I ≤ 50

0,25

2,1

50 < I

0,2

2,2

Os valores desta tabela representam a maioria das aplicações. Em locais especiais, por exemplo, próximos de transformadores ou geradores, podem ser encontrados valores menores de fator de potência, em que a corrente de pico presumida pode vir a ser o valor limite ao invés do valor eficaz da corrente de curto-circuito.

principais baseados em dados fornecidos pelo usuário. Do ponto de vista das informações, algumas são preponderantes e justifica enunciá-las aqui. São elas:

Marcação para identificação dos conjuntos O montador do conjunto deve prover para cada conjunto uma ou mais etiquetas

máximo e o ajuste correspondente à corrente presumida de curto-circuito.

suportável nominal de pico. O montador do conjunto deve indicar as

Para conjuntos em que o dispositivo

características dos dispositivos de proteção

de proteção contra curto-circuito não

contra curto-circuito necessárias para a

está incorporado na unidade de entrada,

proteção do conjunto.

o montador do conjunto deve indicar a

Para um conjunto tendo várias unidades

corrente suportável de curto-circuito de uma

de entrada, as quais não são prováveis de

ou mais maneiras seguintes:

funcionar simultaneamente, a corrente suportável de curto-circuito pode ser

a) corrente nominal de curta duração

indicada em cada uma das unidades de

admissível (Icw) com o tempo associado e

entrada.

corrente suportável nominal de pico (Ipk);

Para um conjunto tendo várias

b) corrente nominal condicional de curto-

unidades de entrada, as quais são prováveis

circuito (Icc).

de funcionar simultaneamente, e para um conjunto que tem uma unidade de entrada

Para tempo máximo de até três segundos,

e uma ou mais unidades de saída de alta

a relação entre a corrente nominal de curta

potência, que podem alimentar a corrente

duração e o tempo associado é determinada

de curto-circuito, é necessário determinar

pela fórmula I2t = constante, contanto

os valores da corrente presumida de curto-

que o valor de pico não exceda a corrente

circuito em cada unidade de entrada, em

marcadas de maneira durável e dispostas em um local que permita serem visíveis e legíveis quando o conjunto estiver instalado e em funcionamento. A conformidade a este requisito é verificada de acordo com o ensaio de construção e marcação e por inspeção. As

informações

seguintes

relativas

ao conjunto devem ser fornecidas na(s) marcação(ões) de designação: a) O nome do montador do conjunto ou marca comercial; b) Designação do tipo ou número de identificação ou qualquer outro meio de identificação, permitindo obter do montador do conjunto as informações apropriadas; c) Meios de identificação da data de fabricação; d) Norma de referência, por exemplo, a ABNT NBR IEC 61439-X (a parte específica

41


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

42

"X" deve ser identificada). A norma do

devem ser fornecidas junto à documentação

com a IEC 61082-1. Algumas instalações

conjunto

técnica

utilizam TAGs (apelidos para máquinas ou

pertinente

pode

especificar

informações complementares que devem ser indicadas na marcação da etiqueta.

Documentação obrigatória dos conjuntos

do

montador

do

conjunto,

acompanhando fisicamente o produto. Instruções adicionais sobre manuseio,

nas identificações e nos projetos para evitar

instalação, funcionamento e manutenção

equívocos na identificação dos dispositivos,

também são relevantes e devem ser

uma vez que a intervenção errada pode

fornecidas. O montador do conjunto deve

causar acidentes.

especificar em documentos ou catálogos Independentemente das informações

operação e manutenção é sempre baseada em

aqui elencadas serem importantes para

de instalação, de funcionamento e de

condições de serviço normal, contingência e

a operação dos quadros e painéis em sua

manutenção do conjunto e os equipamentos

sinistros. Passemos a analisá-las:

instalação e durante sua vida útil, a Norma

nele contidos. Se necessário, as instruções

Regulamentadora nº 10 do Ministério

devem indicar as medidas para que o

do Trabalho e Emprego, popularmente

transporte, o manuseio, a instalação e o

Os conjuntos são previstos para serem

conhecida como NR 10, estabelece os

funcionamento do conjunto sejam corretos

utilizados nas condições normais de serviço

requisitos e as condições mínimas, a

e apropriados. Como dito antes, mas sempre

indicadas abaixo.

implementação de medidas de controle e

importante frisar, o fornecimento de detalhes

sistemas preventivos, de forma a garantir

relativos ao peso é de relevante importância

Temperatura do ar ambiente

a segurança e a saúde dos trabalhadores

para o transporte e manuseio do conjunto. A

- Temperatura do ar ambiente para

que, direta ou indiretamente, interajam

correta localização e a instalação dos meios

instalações abrigadas: a temperatura do

em instalações elétricas e serviços com

de içamento, assim como o tamanho dos

ar ambiente não pode exceder +40 °C e a

eletricidade.

cabos dos acessórios de içamento, devem

temperatura média por um período de 24 h

ser informados na documentação ou nas

não deve exceder +35 °C. O limite inferior da

instruções do montador do conjunto.

temperatura do ar ambiente deve ser de -5 °C.

O leitor, neste momento, questiona: qual a relação entre a NR 10 e a documentação

as

condições

eventuais

de

A ação de estabelecer procedimentos de

manuseio,

Condições normais de serviço

dos conjuntos? Pois bem, a documentação

Relativamente, quanto à compatibilidade

- Temperatura do ar ambiente para instalações

relativa aos quadros e painéis deve integrar

eletromagnética, se um conjunto destinado

ao tempo: a temperatura do ar ambiente não

o prontuário NR 10 da instalação, que

especificamente para um ambiente A

pode exceder +40 °C e a temperatura média

corresponde ao conjunto de documentos

for utilizado em um ambiente B, deve

por um período de 24 h não deve passar dos

obrigatórios de uma instalação e de seus

haver uma advertência nas instruções de

+35 °C. O limite inferior da temperatura do ar

funcionários, em que se determinam limites

funcionamento. A norma estabelece essa

ambiente deve ser de -25 °C.

e responsabilidades aos profissionais, mas,

advertência, conforme segue:

preponderantemente,

documenta-se

a

Condições de umidade

instalação de modo que qualquer profissional

PRECAUÇÃO - Este produto foi projetado

- Condições de umidade para instalações

qualificado e habilitado possa, estudando

para ambiente A. A utilização deste produto

abrigadas: a umidade relativa do ar não deve

esse prontuário, entender o funcionamento

em ambiente B pode causar perturbações

exceder 50% a uma temperatura máxima de

da instalação como um todo, determinar

eletromagnéticas não desejáveis, que podem

+40 °C. Os percentuais de umidade relativa

suas zonas de risco, estabelecer quem pode

exigir medidas adequadas para a atenuação.

mais elevados podem ser admitidos em

e quem não pode trabalhar numa ou noutra

Fascículo

cargas). Esses tags precisam estar presentes

temperaturas mais baixas, por exemplo,

parte da instalação, etc. Percebe-se, portanto,

Para que a operação de um conjunto seja

90% a +20 °C. Convém levar em conta que

a importância da qualidade documental dos

segura, a identificação dos dispositivos e/ou

uma condensação moderada pode acontecer

conjuntos, pois é baseado nas informações

dos componentes é essencial. No interior do

ocasionalmente devido às variações de

deste documento que profissionais tomarão

conjunto deve ser possível identificar cada um

temperatura.

decisões, sendo que estas, se baseadas

dos circuitos e seus dispositivos de proteção.

- Condições de umidade para instalações

em informações equivocadas ou não

As marcações e as identificações devem

ao tempo: a umidade relativa pode

comprovadas, podem expor profissionais a

ser legíveis, permanentes e apropriadas ao

temporariamente atingir 100% a uma

riscos.

ambiente físico. Todas as identificações

temperatura máxima de +25 °C.

Retornando aos requisitos técnicos, são

utilizadas devem estar em conformidade

informações referentes ao conjunto todas

com a IEC 81346-1, a IEC 81346-2 e idênticas

Grau de poluição

as características de interface (elencadas no

às utilizadas nos esquemas de ligações

Refere-se

capítulo terceiro deste fascículo), as quais

elétricas que devem estar em conformidade

às

condições

ambientais

para as quais o conjunto é previsto. Para


Apoio

43


Apoio

Fascículo

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

44

dispositivos de manobra e componentes

especiais de serviço, devem ser cumpridos

Condições durante o transporte, o

internos de um invólucro, é aplicável o

os requisitos específicos aplicáveis ou serem

armazenamento e a instalação

grau de poluição das condições ambientais

feitos acordos especiais entre o montador

Um acordo especial deve ser feito

internas do invólucro. Para a avaliação das

do conjunto e o usuário. O usuário deve

entre o montador do conjunto e o usuário

distâncias de isolamento e de escoamento,

informar ao montador do conjunto se

se as condições durante o transporte, o

os quatro graus de poluição seguintes no

as condições de serviços excepcionais

armazenamento e a instalação, por exemplo,

microambiente são estabelecidos.

existirem. Condições especiais de serviço

as condições de temperatura e de umidade,

incluem, por exemplo:

diferirem daquelas elencadas no princípio

- Grau de poluição 1: não ocorre poluição ou

desse capítulo.

somente uma poluição seca não-condutiva.

- Valores de temperatura, umidade relativa e/

De modo a estabelecer parâmetros

A poluição não tem nenhuma influência.

ou altitude diferentes daqueles especificados

mínimos de qualidade e performance,

- Grau de poluição 2: presença somente

anteriormente;

a norma estabeleceu, diferentemente da

de uma poluição não-condutiva, exceto

- Aplicações em que as variações de

versão ainda vigente no Brasil, requisitos de

que, ocasionalmente, uma condutividade

temperatura e/ou de pressão do ar ocorrem

construção que deverão ser certificados por

temporária causada por condensação pode

a uma velocidade que uma condensação

ensaios, os chamados Ensaios de Construção.

ocorrer.

excepcional está sujeita a ocorrer no interior

Detalhemos pois, os principais requisitos de

- Grau de poluição 3: presença de uma

do conjunto;

construção.

poluição condutiva ou de uma poluição seca

- Severa poluição do ar por pó, fumaça,

não-condutiva, que pode se tornar condutiva

partículas corrosivas ou radioativas, vapores

devido à condensação.

ou sal;

- Grau de poluição 4: ocorre uma

- Exposição aos campos elétricos ou

materiais capazes de suportar os esforços

condutividade contínua devido à presença

magnéticos elevados;

mecânicos, elétricos, térmicos e ambientais

de pó condutivo, chuva ou outras condições

-

úmidas. O grau de poluição 4 não é aplicável

extremas;

condições de serviço especificadas. A forma

para um microambiente no interior de um

- Ataques por fungos ou pequenos animais;

externa do invólucro do conjunto pode variar

conjunto, conforme a norma.

- Instalação em locais onde existirem perigo

para se adaptar à aplicação e à utilização;

de incêndio ou de explosão;

alguns exemplos foram definidos em 3.3. Estes

Com exceção de alguma especificação

Exposição

Resistência dos materiais e das partes Os conjuntos devem ser construídos com

às

condições

climáticas

suscetíveis

de

serem

encontrados

nas

- Exposição às vibrações, aos choques e

invólucros também podem ser construídos de

em contrário, os conjuntos para aplicações

fenômenos sísmicos;

diferentes materiais, por exemplo, isolantes,

industriais são, geralmente, para uso em

- Instalação onde a capacidade de condução

metálicos ou uma combinação destes.

um ambiente de grau de poluição 3. Porém,

de corrente ou capacidade de interrupção

pode ser considerada aplicação de outros

é afetada, por exemplo, nos equipamentos

Verificação dos materiais no tocante à

graus de poluição, dependendo de aplicações

incorporados em máquinas ou embutidos

corrosão

particulares ou do microambiente. Cabe

nas paredes;

ressaltar que o grau de poluição do

- Exposição contra perturbações conduzidas

ser assegurada pelo uso de materiais

microambiente para o equipamento pode

e/ou radiadas diferentes das eletromagnéticas

apropriados ou por revestimento protetivo

ser influenciado pela instalação em um

e

em

das superfícies expostas, levando em

invólucro.

ambientes diferentes dos descritos na norma

conta as condições normais de serviço.

em 9.4 (assunto que será abordado nos

A conformidade para este requisito é

próximos capítulos);

verificada pelo ensaio específico.

Altitude A altitude do local de instalação não

perturbações

A proteção contra a corrosão deve

eletromagnéticas

- Condições de sobretensões ou de flutuações

deve exceder 2.000 m. Para equipamentos

de tensão excepcionais;

Propriedades dos materiais isolantes

destinados a serem utilizados em altitudes

- Harmônicas excessivas na tensão de

quanto à estabilidade térmica

mais elevadas é necessário levar em conta a

alimentação ou a corrente de carga;

redução da rigidez dielétrica, a capacidade

- Se forem utilizados componentes, por

de materiais isolantes, a estabilidade térmica

de interrupção dos dispositivos e o efeito da

exemplo, relés, equipamentos eletrônicos,

deve ser verificada. Essa comprovação se dá

refrigeração do ar.

que não foram projetados para estas

verificando a resistência de materiais isolantes

condições, convém que sejam tomadas

ao calor e ao fogo, que consiste nos materiais

medidas apropriadas para assegurar um

isolantes que são passíveis de serem expostos

funcionamento adequado.

aos efeitos térmicos - devido aos efeitos

Condições especiais de serviço Onde existam quaisquer condições

Para invólucros ou as partes dos invólucros


Apoio

elétricos internos, em que a deterioração pode

anormal ou pelo fogo e devem ser verificadas

exemplo, temos a certificação dos dispositivos

prejudicar a segurança do conjunto – e não

pelo ensaio de fio incandescente.

de içamento.

podem ser afetados desfavoravelmente por

Para as pequenas partes (tendo as

No próximo capítulo deste fascículo

um calor normal (de funcionamento), por um

dimensões de superfície que não excedem

continuaremos a análise da IEC 61439-1 em

calor anormal ou pelo fogo.

14mm x14 mm), um outro ensaio pode ser

suas condições de verificação, construção e

Além disso, verifica-se a resistência

escolhido (por exemplo, ensaio de chama de

performance, quais sejam: grau de proteção,

dos materiais isolantes ao calor, em que o

agulha). O mesmo procedimento pode ser

distâncias

fabricante original deve selecionar os materiais

aplicado por outras razões práticas quando

proteção contra choques elétricos e métodos

isolantes, seja por referência ao índice de

o material metálico de uma parte é muito

de incorporação de dispositivos de manobra

temperatura de isolação (determinado, por

maior se comparada ao material isolante.

e de componentes conjuntos.

exemplo, pelos métodos da IEC 60216), seja por conformidade com a IEC 60085. Finalmente,

deve-se

verificar

Para conjuntos previstos para instalação ao tempo, deve-se verificar a resistência à

a

resistência dos materiais isolantes ao calor

radiação ultravioleta, com procedimentos previstos na norma.

anormal e ao fogo devido aos efeitos elétricos

Do ponto de vista mecânico, todos os

internos. Essa verificação consiste em expor

invólucros ou divisórias, inclusive meios de

materiais isolantes utilizados para as partes

fechamento e as dobradiças das portas, devem

necessárias a manter em posição as partes

ter uma resistência mecânica suficiente para

que conduzem corrente e as partes que

suportar os esforços aos quais eles podem ser

podem ser expostas aos esforços térmicos

submetidos em utilização normal e durante as

devido aos efeitos elétricos internos. As

condições de curto-circuito. O funcionamento

áreas, em que a deterioração pode prejudicar

mecânico das partes removíveis, incluindo

a segurança do conjunto, não podem ser

qualquer intertravamento de inserção, deve

afetadas desfavoravelmente por um calor

ser verificado através de ensaio. Como

de

isolação

e

escoamento,

Até lá! *Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão – e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da Gimi Quadros Elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

45


Apoio

Led – Evolução e inovação

46

Capítulo IV Entendendo um pouco mais os Leds Por Vicente Scopacasa*

analisamos

que existe uma interação entre o chip

chip viajam por espessuras diferentes

vários parâmetros do Led, porém, ainda

No

artigo

anterior,

semicondutor e a camada de fósforo e,

de fósforo, o que resulta na obtenção

temos outros, não menos importantes,

dependendo da variedade de potências,

de diferentes valores de temperatura

a tratar e, portanto, vamos dedicar este

encapsulamentos e fabricantes, temos

de cor. Obviamente, o Led da Figura 1a

capítulo à continuação desta análise.

uma grande variedade de processos e,

apresenta maior consistência de cor se

Assim, tentaremos cobrir toda a gama

portanto, diferentes comportamentos de

comparado com o Led da Figura 1b.

de especificações que os projetistas

como a luz branca é gerada.

Com isso, concluímos que o controle da

necessariamente terão que considerar

Na verdade, a temperatura de cor da

temperatura de cor no feixe de luz do

quando do projeto de fontes de luz de

luz branca gerada depende diretamente

Led é função da sua construção interna

estado sólido.

do volume de fósforo, no qual a luz azul

principalmente em relação ao processo de aplicação do fósforo.

Vamos iniciar falando da consistência

viaja e, dependendo do encapsulamento

de luz, quer seja no feixe de luz de um

e da camada de fósforo aplicada ao

mesmo Led, como também de Led

encapsulamento, obteremos diferentes

observamos que alguns fabricantes já

para Led. Trataremos de um assunto, o

valores de temperatura de cor dentro do

estão incluindo esta informação nas suas

binning, tema que ainda causa confusão e

feixe de luz emitido pelo encapsulamento.

folhas de especificação o que comprova

como devemos proceder para especificar

Nas Figuras 1a e 1b, apresentamos

que este parâmetro também está sob

um componente que tenha o desempenho

exemplos do comportamento dos raios

esperado.

de luz azul através de duas situações

Esta variação de coordenadas de

diferentes de deposição de fósforo no

cromaticidade no feixe do Led produz

mesmo encapsulamento.

efeitos

Começaremos falando da consis­

Fascículo

tência de cor no feixe de um único

Em

termos

práticos,

é

comum

controle.

indesejáveis

principalmente

Led. Conforme explanado em artigos

Analisando a Figura 1ª, notamos

quando os Leds são utilizados com algum

anteriores, a luz branca do Led é gerada

que, independentemente do ângulo do

tipo de ótica secundária e, normalmente,

a partir de um chip semicondutor que

raio de luz azul do chip, ele viaja através

aplicados em luminárias que projetam a

emite luz azul juntamente com uma

de espessuras de fósforo praticamente

luz em superfícies verticais.

camada de fósforo que é responsável pela

iguais, o que resulta em maior controle

geração de vários outros fótons coloridos

da cor branca. Ao analisarmos a Figura

assunto, na Figura 2, temos um exemplo

resultando em luz branca. Isto significa

1b, notamos que os raios de luz azul do

do comportamento da variação das

Avançando

Figura 1a – Camada de fósforo depositada sobre o chip. Figura 1b – Camada de fósforo no encapsulamento.

um

pouco

mais

no


Apoio

coordenadas x,y de um determinado

especificado foi feito na corrente de 350

às coordenadas de cromaticidade. O

fabricante de Leds. Esta variação das

mA.

resultado desta classificação representava

coordenadas de cromaticidade é dada

O próximo item é a consistência de

uma grande variação sobre a curva

em função da corrente aplicada ao Led

cor entre os Leds, o que irá interferir

do corpo negro e, então, o binning se

para uma determinada temperatura de

diretamente na consistência de cor entre

fez necessário para que se obtivessem

operação. Ao aumentarmos o valor da

as luminárias. Este parâmetro também é

Leds com características de cores mais

corrente elétrica, temos uma variação

conhecido como binning e é decorrente

próximas.

de cor que pode chegar a 0.005 do valor

do processo de fabricação dos Leds,

A fim de minimizar o efeito da

especificado. No presente caso, o valor

onde são testados e classificados quanto

extensa variação de branco causado pelo processo de produção, os fabricantes de Leds costumam dividir esta área total em regiões menores para que, dependendo da aplicação, possamos escolher e trabalhar com distribuições menores, garantindo, assim, maior consistência na cor. Até alguns anos atrás, esta divisão em regiões era feita pelo próprio fabricante do Led utilizando seus próprios critérios, o que dificultava muito o comparativo entre Leds quanto a este parâmetro. A

Figura

3

mostra

como

era

especificada a distribuição de regiões de cromaticidade de um determinado Led há Figura 2 – Exemplo de especificação da variação x,y com a corrente.

alguns anos.

47


Apoio

Fascículo

Led – Evolução e inovação

48

ANSI C78-377 em 2008, a qual estabelecia oito valores fixos de temperatura de cor e a variação máxima de 7 SDCM (Standard Deviation Color Matching), equivalendo a 7 steps de MacAdam, com ponto central sobre a curva do corpo negro (para as temperaturas de cores quentes e neutras) e ligeiramente acima da curva do corpo negro para as temperaturas de cores frias. Esta norma foi revisada em 2011 com a redução do limite de variação máxima para 4 SCDM. Independentemente deste fato, alguns fabricantes

decidiram

disponibilizar

produtos abaixo dos 4 SDCM especificados Figura 3 – Exemplo de especificação de regiões de cromaticidade feita no passado.

pela norma. Praticamente falando, quanto menor for o valor em SDCM, menor será a

Nota-se que a região total da distribuição

somente de branco neutro, em que temos a

dispersão da cor branca e, portanto, melhor

é consideravelmente grande sendo então

variação de 3500 K a 4500 K de temperatura

qualidade de luz do Led e, consequentemente,

necessária a subdivisão em regiões menores

de cor com grande espalhamento sob e sobre

da luminária.

para evitar a dispersão de cores dependendo

a curva do corpo negro.

Como exemplo, as Figuras 3.1 e 3.2

da aplicação. Além disso, os Leds eram

Como forma de reduzir o tamanho

apresentam a folha de especificação de

especificados em três grandes grupos

das regiões de cromaticidade especificadas,

cromaticidade de dois fabricantes de Leds, em

conhecidos como branco quente, neutro e

assim como criar uma forma geral para

que podemos observar que a cor é feita com

frio. No presente exemplo, estamos falando

todos os fabricantes, foi introduzida a norma

base no parâmetro SDCM, o que possibilita


Apoio

49

ao fabricante da luminária ter maior controle no seu produto e consequentemente estender este benefício ao cliente final. Portanto, uma boa sugestão para especificar Leds a serem utilizados no projeto da luminária em que buscamos uma boa consistência de cores seria o uso do parâmetro SDCM. De forma geral, dependendo da aplicação da luminária e da temperatura de cor especificada, podemos escolher valores diferentes de SDCM. Por exemplo, se vamos projetar ou especificar uma luminária pública, podemos determinar que 5 SDCM seria suficiente, pois este tipo de aplicação, juntamente com as temperaturas de cores normalmente utilizadas, seria adequado.

Figura 4 – Especificação de um Led em que se podem notar Leds com 2, 3 e 4-degraus de MacAdam.

Já no caso de um projeto ou especificação de um downlight, podemos determinar que

alguns fabricantes de luminárias aqui no

podemos observar que a especificação

2 ou 3 SDCM seria suficiente para se obter

Brasil já especificam este parâmetro em seus

da cor é feita com base no parâmetro

uma boa consistência. Da mesma forma,

produtos.

SDCM, o que possibilita ao fabricante

tanto o especificador, quanto o usuário final,

4

da luminária ter maior controle no seu

também deve utilizar este parâmetro como

apresenta a folha de especificação de

Como

exemplo,

a

Figura

produto e, consequentemente, estender

base na especificação dos seus projetos, pois

cromaticidade de um Led, em que

este benefício ao cliente final.


Apoio

Led – Evolução e inovação

50

Tomando como referência o gráfico da

os Leds são especificados em condições

Figura 4, concluímos que o fabricante em

não semelhantes, pois depende do tipo e do

Novamente, os gráficos apresentam a

questão disponibiliza o mesmo produto em

fabricante. Portanto, é importante sempre

informação tanto da temperatura quanto

vários valores de cromaticidade ou seja, a área

definir as condições de partida.

da corrente nos quais foram baseados.

flux), ambos apresentados na Figura 6.

pontilhada refere-se aos valores especificados

O primeiro gráfico a analisar é o da

O gráfico da esquerda (forward current)

pela norma ANSI C78-377, a área vermelha

distribuição espectral de potência, o qual

apresenta a variação da corrente em

com distribuição em 4 SDCM, a área verde

indica a composição do espectro do Led para

função da tensão e simplesmente define o

em 3 SDCM e finalmente a área azul em 2

cada comprimento de onda. Um exemplo

comportamento entre ambos como forma

SDCM. Portanto, é muito importante que,

deste gráfico é apresentado na Figura 5.

de determinar qual será o valor da tensão

ao especificarmos o produto, o façamos

a

que estará sobre o diodo em função da

levando em consideração estas variações

temperatura quanto a corrente estão

corrente escolhida no projeto. O gráfico

pois, dependendo da aplicação, poderemos

devidamente definidos. Uma curiosidade

da esquerda apresenta o fluxo relativo em

não garantir a consistência de cor por existir

é que este fabricante, além de apresentar

função da corrente aplicada ao Led. Nota-se

uma grande diferença de um produto com 2

a distribuição espectral de potência,

que, para o valor de 150 mA, temos o valor

e com 7 SDCM.

apresenta também como referência a

do fluxo igual a 1, que nada mais significa

curva Vλ (pontilhada), que é a curva de

do que o fluxo luminoso especificado. Ao

sensibilidade fotópica do olho humano.

variamos o valor da corrente para cima ou

Outro fator importante a ser ressaltado é que, para as temperaturas de cor de 5700 K e 6500 K, o fabricante disponibiliza

Como

podemos

Seguindo

adiante,

notar,

outros

tanto

gráficos

para baixo poderemos determinar o fluxo

somente 7 e 4 SDCM e para o valor de 4500

também importantes são disponibilizados,

K somente a norma ANSI, ou seja, somente

a saber: corrente direta (forward current) e

Finalmente temos um outro gráfico

7 SDCM.

fluxo luminoso relativo (relative luminous

do fluxo luminoso relativo, porém, agora

resultante.

Como conclusão geral, em termos de consistência de cor, o valor da temperatura de cor não é suficiente para garantir que a luminária terá a qualidade de cor esperada além da necessária consistência da cor branca entre todas as luminárias. Para fazer a melhor escolha, temos necessariamente que também considerar as coordenadas de

cromaticidade

(x,y)

do

diagrama

CIE1931. Ao definirmos os valores destas coordenadas, definimos com exatidão o ponto onde a cor vai estar localizada assim como a distância deste ponto com relação à curva do corpo negro sem que tenhamos qualquer tipo de interferência de outras

Figura 5 – Distribuição espectral de potência

cores no Led e na luminária.

Fascículo

Por fim, vamos agora analisar os gráficos que os fabricantes costumam disponibilizar nas folhas de especificação os quais são muito úteis para se determinar o comportamento dos Leds nas condições especificas dos projetos. O primeiro passo é verificar qual é a temperatura e a corrente direta nav s quais todos os parâmetros são especificados, assim, definimos o ponto de partida e, a partir disso, podemos determinar os valores esperados no projeto em função da temperatura e da corrente que iremos utilizar. Convém salientar que

Figura 6 – Gráficos da corrente direta e do fluxo luminoso relativo.


Apoio

Referências: 1. Cree XLamp CXA3070 LED – CLD-DS80 REV 4B, disponível em www.cree.com 2. Lumileds LUXEON Rebel General Purpose Product datasheet 20160224, disponível em www.lumileds.com. 3. Osram Duris S E5 datasheet Version 1.0, disponível em www.osram-os.com.

Figura 7 – Gráfico do fluxo luminoso relativo em função da temperatura de junção.

em função da temperatura de junção do

°C, que é a temperatura utilizada para a

Led (TJ). Sabemos que o fluxo luminoso

especificação deste parâmetro. Da mesma

depende tanto do valor da corrente quanto

forma, ao alterarmos o valor da temperatura

da temperatura de junção, portanto,

de junção para cima ou para baixo, teremos

temos que levar em consideração os dois

valores diferentes de fluxo luminoso.

parâmetros. Este gráfico é apresentado através da Figura 7. Novamente, o valor equivalente a 1 refere-se à temperatura de junção de 20

No próximo capítulo, iniciaremos a abordagem do componente térmico do Led, explorando, com todos os detalhes, assuntos relativos ao gerenciamento térmico.

*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

51


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

52

Capítulo IV Componentes simétricas Por Cláudio Mardegan*

Todo conceito dos sistemas de corrente alternada é baseado na teoria fasorial (tratamento senoidal). Quando não se dispõem de tensões simétricas e equilibradas, esta teoria não pode ser aplicada. Fortescue estudou e concluiu que qualquer sistema não simétrico/desequilibrado poderia ser decomposto em três sistemas, um denominado de sequência positiva, um denominado de sequência negativa e outro denominado de sequência zero, de forma que a soma dos fasores correspondentes de cada fase resulta no valor da grandeza daquela fase. Ia = Ia0+ Ia1+ Ia2

(Equação 1)

Ib = Ib0+ Ib1+ Ib2

(Equação 2)

Ic = Ic0+ Ic1+ Ic2

(Equação 3)

O que Fourier fez para formas de onda não senoidais (componentes harmônicas), Fortescue fez para fasores desiguais e

Fascículo

não defasados de 120º.

Figura 1 - Sistema de sequência positiva.

Sistema de sequência negativa É um sistema composto por três fasores de módulos iguais e defasados entre si de 120°. Esses fasores giram com uma frequência angular ω (ω = 2πf) no sentido anti-horário de modo que um observador colocado numa posição qualquer “vê” passar os vetores na ordem “a c b” (ou “c b a” ou “b a c”). Vide diagrama fasorial seguinte.

Veja a representação vetorial (fasorial) dos três sistemas, nas Figuras 1 (sequência positiva), 2 (sequência negativa) e 3 (sequência zero). Sistema de sequência positiva É um sistema composto por três fasores de módulos iguais e defasados entre si de 120°. Esses fasores giram com uma frequência angular ω (ω = 2πf) no sentido anti-horário de modo que um

Figura 2 - Sistema de sequência negativa.

Sistema de sequência zero

observador colocado numa posição qualquer “vê” passar os vetores na ordem “a b c” (ou “b c a” ou “c a b”). Vide diagrama fasorial seguinte.

É composto por três fasores de módulos iguais e em fase (defasagem angular de 0° entre si). Esses fasores giram com uma


Apoio

frequência angular ω (ω = 2πf) no sentido anti-horário de modo que um observador colocado numa posição qualquer “vê” os três fasores

Se

forem

somadas

vetorialmente

(fasorialmente)

as

componentes de cada fase, ter-se-á a resultante de cada fase.

passarem juntos. Vide diagrama fasorial seguinte.

Figura 3 - Sistema de sequência zero.

A Figura 4 mostra a comprovação de Fortescue pela forma inversa, ou seja, dos três sistemas: de sequência, positiva, negativa e

Colocadas em uma mesma origem, resulta em:

zero, pode-se chegar a um sistema não simétrico e desequilibrado.

Decomposição de circuitos de sequência Os três sistemas (sequência positiva, negativa e zero) apresentados a seguir são simétricos e equilibrados.

Figura 4 – Decomposição dos circuitos de sequência.

Como pode ser visualizado na figura anterior, o sistema resultante não é simétrico e equilibrado. Assim, o que Fortescue quis mostrar, de fato, é que este último sistema, que não é nem simétrico e equilibrado, pode ser

53


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

54

decomposto nos três sistemas, um de sequência positiva, um de sequência negativa e outro de sequência zero.

Apresenta-se na Figura 5, um resumo das propriedades do operador “a”.

O operador “a” O operador “a” é definido como sendo um vetor de módulo unitário e ângulo de 120°, de forma que quando multiplica outro vetor qualquer rotaciona este vetor em 120°, sem alterar o seu módulo. Forma polar a = 1 ∠ 120° Forma trigonométrica a = 1 [cos(120°) + j sen(120°)] Forma cartesiana Figura 5 - Resumo das principais propriedades do operador “a”.

Aplicando-se o operador “a” nas equações 1 a 3, tem-se:

Forma exponencial

Ia = Ia0 + Ia1 + Ia2

a = 1 x ej120º

Ib = Ia0+ a2 Ia1 + a Ia2 Tabela 1 - Exponenciação do operador "a"

a0 = 1 a1 = a a2 = a2 a3 = 1 a4 = a a5 = a2

Forma Exponencial 1xej0 1xej120 1xej240 j360 1xe = 1xej0 1xej480 = 1xej120 1xej600 = 1xej240

Cartesiana 1.000 + j 0.000 -0.500 + j 0.866 -0.500 - j 0.866 1.000 + j 0.000 -0.500 + j 0.866 -0.500 - j 0.866

Ic = Ia0+ a Ia1 + a2 Ia2 Estas equações são chamadas de “Equações de síntese”, que, em “síntese”, obtém os valores dos fasores de fase a partir do conhecimento das componentes de sequência positiva, negativa e zero, que na forma matricial pode ser escrita: 1 1 1 Ia Ia0 Ib

= 1

a2 a

Ic

1

a a

Ia1 Ia2

2

1

1

1

A= 1

a2 a

1

a a2

Fazendo-se a inversão da matriz “A”, apresentada anteriormente,

Fascículo

obtém-se as “Equações de análise”, ou seja, a partir do conhecimento das grandezas de fase, tem-se as componentes de sequência. 1 1 1 1 A-1 = 1 a a2 3 1 a2 a Ia0 Ia1 = Ia2

1 3

1

1

1

Ia

1

a a2

Ib

1

a2 a

Ic

O conjunto de equações pode então ser escrito como segue: Ia0 = ⅓ (Ia + Ib+ Ic) Ia1 = ⅓ (Ia+ a Ib+ a2 Ic) Ia2 = ⅓ (Ia+ a2 Ib+ a Ic)


Apoio

55


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

56

Essas equações também valem para tensão.

linha, no primário não irá circular corrente de sequência zero, ficará

Equações de análise

confinada dentro do delta. Veja Figura 6.

Va0 Va1 =

1 3

Va2 Equações de síntese Va

1

1 1

Va

1

2

a a

Vb

1

a

a

Vc

2

1

1 1

Va0

Vb = 1

a2 a

Va1

Vc

a a

Va2

1

2

Análise da corrente no neutro

3ª harmônica À frequência fundamental (60 Hz), as correntes de um sistema elétrico trifásico simétrico e equilibrado são dadas por: Ia = iMáx • Sen(ω•t) Ib = iMáx • Sen(ω•t – 120º) Ic = iMáx • Sen(ω•t + 120º) Em 180 Hz (3ª harmônica):

Num sistema trifásico, a corrente no neutro é dada por: Ia3 = i3Máx • Sen(3ωt) In = ia + ib +ic

Ib3 = i3Máx • Sen(3ωt – 360º) = i3Máx • Sen(3ωt)

In = (ia0 + ia1 + ia2) + (Ib0 + Ib1 + Ib2) + (Ic0 + Ic1 + Ic2)

Ic3 = i3Máx • Sen(3ωt + 360º) = i3Máx • Sen(3ωt)

In = (ia0 + ia1 +Ia2) (Ia0 + a2 x Ia1 +a x Ia2) + (Ia0 + a x Ia1 + a2 x Ia2) Agrupando tem-se: In = 3 x ia0 + ia1 (1 + a + a2) + Ia2 (1 + a + a2) Porém, 1 + a + a = 0, logo: 2

In = 3 x ia0 Quando um sistema trifásico não permite retorno pelo neutro (sistema isolado), a corrente In será nula. Analisando a equação anterior, vê-se, então, que a corrente Iao também deve ser nula, em condições de regime (sem falta à terra), ou seja, as correntes de linha não possuirão componentes de sequência zero. Assim, um sistema ligado em triângulo não permite circular

Como pode ser notado, na corrente de 3ª harmônica (de sequência positiva), as correntes estão em fase nas três fases. Dessa forma, quando estas correntes chegam ao neutro não se anulam, se somam. Este comportamento é similar ao da corrente de sequência zero. Notas: (a) É importante saber que podem existir correntes de 3ª harmônica de sequência positiva e negativa; (b) Locais onde existem muitas fontes chaveadas (microlândias, data-centers), devido à terceira harmônica circular pelo neutro, podem promover o aparecimento de tensões neutro terra que podem provocar a queima de dispositivos eletrônicos sensíveis (tais como dispositivos de armazenamento de massa);

corrente de sequência zero na linha.

(c) Correntes de energização de transformadores (correntes inrush)

Corrente de sequência zero em transformador triângulo-estrela

indevidas de relés (de terra e diferenciais).

Quando ocorre um curto-circuito fase-terra no secundário de um transformador triângulo-estrela, aterrado no secundário, irá circular corrente de sequência zero no lado secundário, mas na

Fascículo

Similaridade entre a corrente de sequência zero e a corrente de

possuem elevado teor de 3ª harmônica e podem causar operações

Circuitos de sequência Apresenta-se na Figura 7 os circuitos de sequência.

Figura 6 - Corrente de sequência zero para uma falta fase-terra em um transformador triângulo-estrela.


Apoio

57

Figura 7 - Circuitos de sequência positiva, negativa e zero.

Notas importantes:

circuito. As componentes de sequência positiva idem. As componentes

1 - Os pontos N1, N2 e N0, via de regra, não são o mesmo ponto e

harmônicas de ordens múltiplas de 3 devem ser multiplicadas pelas

não tem necessariamente o mesmo potencial;

suas respectivas ordens e entram no diagrama de sequência zero.

2- O 3 que aparece multiplicando 3.ZG deve-se ao fato de que a tensão real que aparece no resistor quando de uma falta fase-terra é ZG.3Iao. Como no circuito de sequência, tem-se apenas Iao, ZG deve ser multiplicado por 3 para manter a tensão corretamente; 3 – Só o circuito de sequência positiva tem fonte, pois, a princípio, as fontes são projetadas para gerarem tensões e correntes de sequência positiva; 4- As tensões nos circuitos de sequência, quando convertidas de pu para volts devem utilizar os valores base na fase e não entre fases; 5 – As componentes harmônicas de sequência negativa devem ter suas reatâncias multiplicadas pelas respectivas ordens harmônicas, nesse

*Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


58

Reportagem Por Bruno Moreira

Nova revolução tecnológica

A sociedade começa a sentir os efeitos do surgimento de sua quarta revolução industrial, encabeçada pela Internet das Coisas, que já começa a ser utilizada na automação de processos industriais, na iluminação e em eletrodomésticos

A

Para

entender

a

IoT,

na

maneira

quelas histórias de ficção científica, em

para que isso ocorra ganha cada vez mais

que máquinas computadorizadas possuem

espaço no país e no mundo entre os mais

como

a capacidade de se desenvolverem (como

diferentes setores da sociedade, com o

preciso em primeiro lugar demonstrar

ela

é

aplicada

atualmente,

é

seres humanos) e tomarem a frente em

objetivo de facilitar a vida do ser humano.

o seu funcionamento. O executivo de

tarefas das mais diversas, agindo de forma

É a Internet das Coisas, que surgiu do

soluções cognitivas da IBM, Carlos Tunes,

autônoma, sem a necessidade de comando

inglês Internet of Things (IoT), conceito que

explica que a IoT está separada “em três

ou de qualquer tipo de ordem das pessoas,

basicamente significa a conexão de todos

grandes camadas empilhadas”. A primeira

parecem estar cada vez mais próximas de se

os objetos usados no nosso cotidiano à rede

delas, que fica na base, é formada pelos

tornarem realidade. E um importante passo

mundial de computadores.

dispositivos em geral, eletrodomésticos,


59

O Setor Elétrico / Abril de 2016

lâmpadas, máquinas, um relógio, um tênis,

equipamentos pelas assistências técnicas e

passa a ser transformar o pacote enorme

um carro, etc. Estes dispositivos possuem

também um controle do próprio fabricante

de

sensores embarcados. A segunda camada,

que pode se antecipar ao usuário e entrar

equipamentos em algo útil para a empresa

intermediária, é responsável pela captação

em contato com ele caso seja detectado

e, consequentemente, para o consumidor.

desses dados e pela transformação desses

um

do

O gerente reitera a importância da IoTSP,

dados em informações relevantes aos

eletrodoméstico. Para a assistência técnica,

que define como ponto crucial e base de

potencial

mau

funcionamento

informações

que

se

tem

desses

negócios em que estes dispositivos estão

a presença desta tecnologia propicia a

um conceito mais amplo denominado 4ª

relacionados. Por fim, há uma terceira

melhoria do nível de serviço e do nível

Revolução Industrial.

camada, mais acima, na qual soluções de

de relacionamento com o cliente. Para

negócios usufruem dessas informações de

o fabricante, a tecnologia possibilita a

maneira a melhorar o serviço prestado ao

obtenção de padrões de comportamento

Medição inteligente e regulamentação

usuário e a desenvolver o negócio realizado.

que servem para estabelecer novos padrões

visando desenvolver outros produtos.

e Soluções para Smart Grid da Siemens no

funcionam na prática são rastreadores

No Brasil, a IoT vem sendo empregada

Brasil, Sergio Jacobsen, quando se pensa em

instalados em um veículo automotivo

em larga escala na área industrial. A ABB,

Internet das Coisas atrelada ao setor elétrico,

Um exemplo de como estas camadas

Segundo o gerente geral de Serviços

por montadoras. Eles, funcionando como

por exemplo, emprega este conceito e as

não se pode deixar de pensar, do mesmo

sensores, captam variadas informações do

tecnologias a ele aplicadas em seu segmento

modo, em redes inteligentes e em eficiência

carro e, consequentemente, do comprador/

elétrico e na automação de processos para

energética. Ou seja, para ele, o elemento

usuário do veículo, tais como lugares

auxílio na tomada de decisão por parte de

básico da IoT e do funcionamento desta

frequentados

seus funcionários. Conforme o gerente de

rede automatizada é o medidor inteligente

aplicação e produto da área de Indústrias de

(smart meter), cuja regulamentação já foi

utilizados pela própria montadora, para

Processo da ABB, Marcos Hillal, a principal

implementada no Brasil, mas cuja difusão

o desenvolvimento e comercialização de

plataforma de partida para a Internet das

maciça ainda não se tornou realidade.

um produto futuro, mas também por uma

Coisas da companhia está na indústria de

companhia de seguros, que pode tirar

processo e chama-se 800 xA. Trata-se de

uma rede de comunicação implantada

empregada.

e

média

Esses

de

dados

velocidade podem

ser

Funcionando

em

conjunto

como

desses dados, captados pelos sensores,

um sistema de automação que conecta

pela própria concessionária, o medidor

padrões de comportamento do usuário para

diversos equipamentos existentes na planta

inteligente

o oferecimento de uma apólice com mais

cujo objetivo principal é fazer o controle

possibilita à concessionária de energia

conformidade ao cliente.

de produção, mas também possibilita a

elétrica e ao consumidor realizar tarefas

agrega

funcionalidades

e

Tunes comenta que, na atualidade,

definição da política de manutenção dos

antes não imaginadas, gerando benefícios a

a IoT é muito difundida na Europa e nos

equipamentos utilizados no processo de

ambos. “Para o consumidor, por exemplo,

Estados Unidos. Neste país, por exemplo,

produção, a operação mobile de processos

acarreta transparência no consumo, para

vem

interação

via wireless e o gerenciamento de ativos.

que ele possa consumir de forma mais

entre os eletrodomésticos, por meio da

“Consigo saber se uma correia que está

eficiente”, afirma Jacobsen. Por meio

rede. Conforme o executivo da IBM, a

sendo transportada está próxima de uma

do medidor, o usuário pode verificar seu

Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos,

falha, por exemplo”, declara o gerente.

consumo a cada 15 minutos e avaliar

que detém as marcas Brastemp e Consul,

Hillal faz questão de salientar, no

detalhadamente se seus modos de consumo

lançou recentemente nos Estados Unidos

entanto, que para o conceito de Internet das

estão gerando economia. Se a troca de

uma linha de eletrodomésticos (geladeira,

Coisas (IoT), tal como a ABB o compreende,

lâmpadas por equipamentos mais eficientes

máquina de lavar roupa, fogão) inteligentes.

fazer sentido é preciso levar em conta mais

energeticamente está surtindo efeito. Além

ganhando

destaque

a

Além de estes equipamentos poderem ser

dois pilares: as pessoas e o serviços a ele

disso, auxilia também no caso da geração

programados para funcionarem de forma

atrelados. O que transformaria o conceito

distribuída,

interativa entre si, podem-se estabelecer

em “Internet da Coisas, Serviços e Pessoas

verificar se a energia gerada excede a

parâmetros que associam a máquina de

(IoTSP)”. Nesse sentido, “as pessoas vão

energia consumida, e a quantidade de

lavar, por exemplo, ao usuário, que, por meio

sempre estar à frente em uma tomada

crédito que será gerada neste processo.

de um sensor acoplado ao seu smartphone

de decisão”, explica o gerente. Já os

permitindo

ao

consumidor

Já do ponto de vista da concessionária,

consegue programar a máquina de lavar

serviços são o uso daquelas informações

o primeiro benefício direto a ser considerado

para ser acionada toda vez que chegar em

de maneira inteligente através de um

é a redução do custo operacional. Com

casa.

especialista que saberá aplicar aquele

a medição automatizada e remota, a

Estes sensores permitem também o

leque de dados gerados com praticidade.

distribuidora pode evitar os investimentos

diagnóstico remoto de problemas nestes

Assim, o grande desafio, segundo Hillal,

relacionados ao leiturista, por exemplo, e


60

Reportagem

O Setor Elétrico / Abril de 2016

também com os serviços de manutenção,

todas as funcionalidades dos medidores

já que o religamento e o desligamento da

inteligentes. A tarifa branca, por exemplo,

energia podem ser feitos remotamente.

é opcional, o que desestimulou a venda

Outra vantagem para a concessionária

destes equipamentos. E não há, segundo

que pode advir da medição inteligente é

o gerente da Siemens, uma lei específica

a redução de perdas comerciais, os furtos

para regulamentar soluções de resposta à

de energia. “Quando a empresa está apta

demanda, que possibilitam ao consumidor

a medir o consumo de 15 em 15 minutos,

e ao distribuidor, a modulação da demanda

ela consegue pegar mais facilmente estas

de energia elétrica.

perdas”, explica o gerente. Além disso, as tecnologias de automação e informação

Gestão de ativos

empregadas para o funcionamento do smart grid possibilitam à concessionária um maior

conhecimento do consumo de cada ponto

também

A utilização da IoT é importante para

as

empresas

do

setor

de sua rede de distribuição, proporcionando,

elétrico melhor gerenciarem seus ativos.

em decorrência, um melhor uso dessa rede

Por

e um planejamento mais preciso de sua

automação e tecnologias de comunicação,

ampliação e manutenção.

as

meio

de

sensores,

distribuidoras

podem

softwares monitorar

de a

De acordo com o gerente da Siemens,

saúde de subestações, relés e máquinas.

o que falta ainda para que o smart grid

Conforme o gerente de aplicação e produto

Luminária em Led, o equipamento também apresenta conexão via bluetooth com um celular ou tablet e pode ser dimerizado com um simples toque no topo do dispositivo, por conta de um sensor instalado no local.

e, consequentemente, a IoT ligada ao

da área de Indústria de Processo da ABB,

para a gestão dos ativos, e 55% afirmam ter

segmento elétrico deslanche no Brasil é uma

Marcos Hillal, cada dispositivo dentro de

crescido a importância da gestão dos ativos

regulamentação mais abrangente por parte

uma subestação passa a ser um elemento

nos últimos 12 meses.

das autoridades governamentais. Jacobsen

ativo

cita, por exemplo, um produto que a

para a concessionária. Hillal explica que

que

disponibiliza

informações

Para o executivo de soluções de Utilities

da América Latina, divisão de Enterprise

Siemens desenvolveu nesta área: o Energy

a

acaba

Software, da ABB, Marcos Vilela, estes

IP, uma plataforma computacional voltada a

ocorrendo de duas maneiras: horizontal,

números refletem a procura cada vez

aplicações para redes inteligentes. Trata-se

entre os equipamentos; e vertical, dos

maior das concessionárias por eficiência

de uma solução que integra um software e

equipamentos para um sistema centralizado

energética, redução de custos e melhoria

comunicação

neste

processo

um medidor inteligente e que já vem sendo

que

informações

dos serviços prestados. “Para isso acontecer,

adquirida por algumas concessionárias,

e suportar a tomada de decisão da

estas empresas precisam gerir bem os seus

como a AES Eletropaulo, para 65 mil pontos,

concessionária.

ativos, já que elas são fundamentalmente

e seis empresas da Eletrobrás, para 100 mil

Resumidamente, a IoT permite que

ativo-intensivas, ou seja, o desempenho

pontos. Contudo, segundo o executivo da

informações personalizadas de variados

delas é baseado na qualidade da gestão

Siemens, não será permitido utilizar todas as

equipamentos da concessionária sejam

de seus ativos”, explica. O que ocorre, de

irá

correlacionar

as

funcionalidades do produto, pois não há a

transmitidas para especialistas que, a partir,

acordo com Vilela, é que o conhecimento

regulamentação específica.

desses dados, conseguirão tomar decisões

dos ativos está cada vez mais conectado

Não que não tenha havido um grande

relacionadas aos ativos da empresa, como

à IoT. Principalmente, a gestão de ativos

progresso nesta seara, como, por exemplo,

a detecção de falhas iminentes e de

críticos, como os transformadores de uma

a instauração, por parte da Agência Nacional

probabilidade de falhas, e a realização de

subestação, cuja falha, pode prejudicar

de Energia Elétrica (Aneel), da Tarifa Branca,

manutenções programadas.

milhares de consumidores. Ativos mais

que possibilita ao consumidor pagar valores

Uma pesquisa realizada pela ABB junto

conectados podem gerar mais dados que

diferentes em função da hora e do dia da

a mais de 200 executivos de concessionárias

podem ser utilizados para melhorar a gestão

semana; da regulamentação dos medidores

de energia, gás e água, deixa claro a

dos ativos e também os serviços prestados

eletrônicos de consumo de energia, em

relevância que vem adquirindo a IoT

pela concessionária.

2012, e do aprimoramento da Resolução

para a gestão de seus ativos. Conforme o

Normativa nº 482/2012, em 2015, que criou

levantamento, cerca de 80% consideram a

A Internet da Luz

o Sistema de Compensação de Energia

integração entre Tecnologia da Informação

Elétrica.

Contudo,

segundo

A IoT também vem sendo aplicada

Jacobsen,

(IT) e Tecnologia Operacional (OT) muito

no segmento da iluminação elétrica. A

estas leis ainda não são suficientes para

valiosa. Por sua vez, 58% dos entrevistados

fabricante de lâmpadas FLC destaca dois

permitir a utilização mais completa de

têm, ou planejam ter, uma estratégia de IoT

produtos que estão relacionados a este


O Setor Elétrico / Abril de 2016

conceito. Um deles é a lâmpada Smart Led, apresentada pela fabricante na Feicon Batimat 2016, ocorrida, em São Paulo, no mês de abril, e com previsão de início de vendas para maio deste ano. Segundo o diretor de marketing da FLC, Paulo Mündel, trata-se de uma tecnologia Led que se conecta a um smartphone ou a um tablet Foto_Camila Cunha

via bluetooth e pode ser controlada pelo usuário através de um aplicativo. “Por meio do app, você pode dimerizar e controlar a temperatura de cor da lâmpada”, relata Mündel. É possível também controlar não apenas um, mas um grupo de lâmpadas. O usuário consegue montar um grupo de

A principal função do Centro de Pesquisa da Huawei é o desenvolvimento da CityOS, sistema operacional da cidade, da qual o sistema de iluminação pública inteligente faz parte.

Hessel observa que a principal função

lâmpadas e controlar este agrupamento via

que a empresa chegou a desenvolver um

cenários estabelecidos no próprio aplicativo.

projeto de iluminação pública neste sentido

do Centro de Pesquisa da Huawei é o

para cidade de São Paulo, que acabou

desenvolvimento

Outro produto desenvolvido pela FLC

da

CityOS,

sistema

atrelado ao conceito de IoT é a luminária

não se concretizando. Conforme o diretor,

operacional da cidade, da qual o sistema

portátil noturna, lançada em março durante

cada poste de iluminação na Marginal

de

a feira de iluminação Lighting + Building,

Pinheiros funcionaria como um endereço de

parte. “Trata-se de uma plataforma de

que ocorreu em Frankfurt, na Alemanha,

Protocolo de Internet que se comunicaria

integração que permite que diferentes

com os demais e com um concentrador. Este

sistemas fornecidos por diferentes players

mas que só será apresentada ao Brasil

iluminação

pública

inteligente

faz

em julho próximo. Luminária em Led, o

sistema central, por sua vez, munido dessas

possam operar, trabalhar em harmonia para

equipamento também apresenta conexão

informações, poderia otimizar o consumo

o bem da cidade”, afirma o coordenador.

via bluetooth com um celular ou tablet

de energia das luminárias públicas, em

Na atualidade, cada serviço tecnológico

e pode ser dimerizado com um simples

função da movimentação de pessoas ou da

– câmeras de monitoramento da cidade,

toque no topo do dispositivo, em razão de

hora do dia (necessitando mais ou menos

por exemplo – oferecido por uma empresa

um sensor instalado no local. Por conta da

luz), gerando economia para o município e

apresenta um sistema operacional próprio.

conexão com o celular ou tablet, é possível

para o consumidor.

A intenção do Centro é criar uma plataforma

ouvir música e receber ligações através

Projeto semelhante foi desenvolvido

comum, como um Android ou Linux, que

da luminária. Além disso, o equipamento

pelo Centro de Pesquisa Smart Cities

una as diferentes linguagens e facilite a

pode funcionar como relógio-despertador.

da empresa de origem chinesa Huawei,

vida do município na hora de contratar uma

O diretor da FLC também destaca a

localizado

portabilidade da luminária, que pode ser

Tecnológico

e

empresa para implantação de um novo

Universidade

sistema. “Assim, a prefeitura pode escolher

carregada na mochila durante viagens.

Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS),

o melhor fornecedor naquele momento,

trazida

em Porto Alegre. Coordenador do Centro,

já que a plataforma vai ser aberta para

Não

obstante

a

inovação

no da

Parque Pontifícia

Científico

luminária

o professor Fabiano Hessel, explica que se

qualquer tecnologia”, esclarece.

portátil noturna e do Smart Led, Mündel

trata de um sistema de iluminação pública

pelo

desenvolvimento

da

Além de o sistema de iluminação

salienta que estas tecnologias podem

inteligente, que possibilita ao responsável

pública inteligente, o Centro de Pesquisa

ser consideradas o início, “um primeiro

pelo parque de iluminação operar uma

testou o CityOS através de um sistema

passo”, da conectividade entre produtos

luminária a distância, ligá-la, desligá-la,

de presença em uma escola estadual do

de iluminação e aparelhos celulares e

dimerizar o equipamento e mapear dados,

Rio Grande Sul, mas o objetivo é expandir

tablets, por exemplo. A Internet das Coisas

controlando remotamente a luminosidade, a

estes módulos para outras aplicações da

voltada para a iluminação elétrica pode e

temperatura de cor e o consumo de energia

cidade. “Queremos que o Centro se torne

deve ter alcances muito mais amplos, como

do parque de iluminação. O projeto já está

uma referência para a implementação de

o gerenciamento inteligente do parque

pronto, segundo Hessel, faltando apenas

sistemas inteligentes na cidade de Porto

de iluminação pública de uma cidade.

os testes de campo, que serão feitos na

Alegre”, diz Hessel. “A ideia é trabalhar

O diretor de Inovação da integradora

cidade de Porto Alegre. “A prefeitura está

em parceria com a cidade, descobrir quais

de serviços e soluções de Tecnologia da

definindo em qual rua ou avenida será

os serviços prioritários e ajudar as cidades

Informação, Sonda IT, Edson Sayeg, relata

testado o sistema”, declara o coordenador.

nestes serviços”, conclui.


62

Transformadores

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Por J.R. Cogo; N.C. Jesus, e L.M. Duarte*

Análise de transitórios devido a manobras de disjuntores a vácuo em transformadores de potência imersos em óleo

E

ste artigo apresenta os resultados de

Introdução

entre

os

resultados

apresentados

no

primeiro artigo para transformadores com

medição obtidos em campo envolvendo Em complemento à análise realizada

meio isolante seco com os que serão

nominal primária em 34,5 kV imersos

no artigo publicado anteriormente nesta

mostrados no presente trabalho para

em óleo isolante e as correspondentes

revista (edição nº 110, de março de 2015,

transformadores com meio isolante líquido.

simulações para identificar os resultados

“Transitórios em transformadores a seco”),

transformadores de potência com tensão

Destaca-se que uma das principais

esperados das sobretensões entre fase

será apresentado, a seguir, o estudo do

diferenças

e terra na bucha destes equipamentos.

comportamento de transformadores de

com meio isolante seco e líquido, está

Também se apresenta uma comparação

potência imersos em óleo isolante durante

relacionado aos valores das capacitâncias

com

a ocorrência de manobras de energização e

parasitas características, as quais influem

transformadores de potência com meio

desligamento de disjuntores com meio de

diretamente

isolante sólido (a seco) envolvendo diversas

extinção a vácuo.

tensões durante a ocorrência de manobras

unidades industriais.

de chaveamento.

resultados

obtidos

em

diversos

Será realizada uma breve comparação

entre

no

os

transformadores

comportamento

das


63

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Os transformadores com meio isolante

são obtidos usando-se os transdutores

máxima

disponíveis em campo, normalmente,

em torno de 63 MVA para tensões de

os transformadores de potencial e de

até 72,5 kV. O uso de transformadores

corrente existentes para compatibilizar os

com meio isolante sólido quando são

sinais de medição com os de verdadeira

instalados no lugar dos convencionais

grandeza. Cabe ao analista verificar

com meio isolante líquido, normalmente,

as ordens de grandezas obtidas para

deve-se ao espaço reduzido e a fatores

identificar valores inconsistentes.

seco

apresentam

capacidade

ambientais. Por outro lado, cabe salientar

que os transformadores com meio isolante

a

As

tensões

manobra

e de

correntes

durante

desligamento

do

às

transformador de 6 MVA são apresentadas

solicitações impostas devido à ocorrência

na Figura 1, observando uma ligeira

de manobras de disjuntores a vácuo.

oscilação

seco

são

extremamente

sensíveis

nas

tensões

e

variações

transitórias nas correntes, com valores

Manobra de disjuntores a vácuo

próximos a 2 kA.

Serão apresentados a seguir resultados

As formas de onda das tensões

e correntes durante a manobra de

de medições realizadas pela GSI durante

energização

manobras de energização e desligamento

6 MVA são ilustradas na Figura 2,

do

transformador

de

de transformadores de potência imersos

verificando-se, além do comportamento

em óleo isolante com potência nominal

típico das correntes de energização do

de 1,5 MVA, 6 MVA e 16 MVA, com

transformador (inrush), pré-ignições (pré-

tensão nominal de 34,5 kV, utilizando-se

strike) durante o início do movimento de

disjuntores com meio extinção a vácuo.

fechamento entre os contatos móveis e

fixos do disjuntor.

As

medições

frequência de

de

surtos

efetivamente

equipamentos

de

alta

necessitam

especiais

para

o

Para o transformador de 1,5 MVA, comportamento

das

tensões

e

converter os sinais de alta tensão e alta

das correntes durante a manobra de

corrente para valores compatíveis com

desligamento é mostrado na Figura 3. Não

os disponíveis nos equipamentos de

foram observadas variações nas formas

medição. Todavia, torna-se impraticável

de onda das tensões, porém, ocorreram

realizar medições em campo utilizando

reignições das correntes. Não foi realizada

equipamentos de laboratório em função

a medição envolvendo a manobra de

do tamanho e dificuldades de instalação.

energização deste transformador de 1,5

Assim sendo, os resultados de medição

MVA.

Figura 1 – Tensões e correntes instantâneas durante manobra de desligamento do transformador de 6 MVA.


64

Transformadores

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Figura 2 – Tensões e correntes instantâneas durante manobra de energização do transformador de 6 MVA.

Figura 3 – Tensões e correntes instantâneas durante manobra de desligamento do transformador de 1,5 MVA.

Figura 4 – Após “instantâneas” colocar “durante manobra de desligamento do transformador 16 MVA”.

A Figura 4 mostra as formas de onda das

os resultados durante a manobra de

tensões e correntes do transformador de

energização do transformador de 16 MVA,

16 [MVA] para a manobra de desligamento,

sendo observadas reignições nas correntes,

sem a ocorrência de transitórios.

porém, sem a ocorrência de transitórios nas

tensões.

Na

sequência

estão

apresentados


65

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Figura 5 – Tensões e correntes instantâneas durante manobra de energização do transformador de 16 MVA.

Foram realizadas ainda outras manobras

Simulações no programa ATP

de desligamento e energização de outros transformadores com potência nominal

de 6 MVA, porém, com comportamento

simulações de reignições no programa ATP

similar aos apresentados nas Figuras 1 e 2.

é apresentado na Figura 6 a seguir.

Na

maioria

dos

casos

medidos,

O circuito equivalente utilizado para as

Será utilizado nas simulações o mesmo

verificou-se a ocorrência de transitórios

circuito do artigo anterior (ver referência),

de corrente de altas frequências, tanto

alterando-se os valores das capacitâncias

em eventos de energização (pre-strike),

parasitas

para

a

representação

dos

quanto nas manobras de desenergização

transformadores

(restrike).

em óleo isolante. Serão apresentados

Apesar

os resultados das tensões e correntes no disjuntor e as tensões fase-terra na barra

pelo dos

ignições

imersos

reignições (rebatimentos ou “repiques”) correntes

múltiplas

potência

e

verificadas

das

de

comportamento

disjuntores,

não

das foram

principal (ponto B1) e no primário do transformador (ponto B3).

registradas sobretensões significativas nas barras principais em 34,5 kV, responsáveis

Resultados de simulações

pela alimentação dos transformadores analisados.

Observa-se

também

que,

para

o

Tomando como base o circuito da

Figura 6, serão apresentados a seguir

transformador de 16 MVA, não ocorreram

os resultados de simulação de restrike,

transitórios de alta frequência durante

considerando

os

valores

típicos

para

as manobras de abertura do disjuntor

disjuntores a vácuo com capacidade de

(restrike).

resfriamento rápido. A Figura 7 mostra

Figura 6 – Circuito equivalente utilizado paa simulações no programa ATP DRAW.


66

Transformadores

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Figura 7 – Comportamento das tensões entre os polos do disjuntor durante as reignições (valor máximo de 106,6 kV).

Figura 8 – Comportamento das correntes no disjuntor durante as reignições (valor máximo de 36,6 kA).

Figura 9 – Comportamento das tensões fase-terra no ponto B3 durante as reignições (valor máximo de 127,5 kV).

Figura 10 – Comportamento das tensões fase-terra no ponto B1 durante as reignições (valor máximo de 29,9 kV).


67

O Setor Elétrico / Abril de 2016

supressores de surto;

Tabela 1 – Comparação transformador a óleo e a seco

-

Transformador

Umáx [kV]

Imáx [kA]

Seco

137,3

46,8

Óleo

127,6

36,6

Naturalmente,

os

transformadores

de potência imersos em óleo isolante, dependendo

da

distância

entre

o

barramento principal onde se encontra o disjuntor e o local onde o mesmo está instalado também podem necessitar de

o comportamento das tensões entre os

4,5 vezes a tensão nominal do sistema.

supressores de surto;

polos do disjuntor durante a ocorrência

De forma similar ao artigo anterior (ver

- A análise das medições de transitórios

das reignições (vide pontos de B1 para

referência), as sobretensões encontradas

de forma qualitativa e o desenvolvimento

B2) com a curva ULIM calculada. Na Figura

no

de

8 é apresentada a corrente no disjuntor

reduzidas substancialmente ao se instalar

magnéticos

durante as reignições.

supressores de surto próximos às buchas

avaliação do desempenho de sistemas

A Figura 9 mostra o comportamento

dos transformadores de potência imersos

elétricos quanto as manobras e impactos

das tensões fase-terra, no ponto B3 (nos

em óleo isolante. A instalação destes

de chaveamentos de disjuntores nos

terminais do transformador em análise) e

equipamentos deve ser a mais próxima

transformadores,

a Figura 10 apresenta as tensões no ponto

possível das buchas do lado primário do

aplicação de protetores de surto em

B1 (barra principal).

transformador.

aplicações industriais.

Conclusões

Referência

com os resultados de simulação do

- Os resultados obtidos em campo,

- Cogo, J.R.; Jesus, N.C.; Duarte, L.M;

artigo anterior (publicado na edição de

demonstram que os transformadores de

“Transitórios em Transformadores a Seco”,

março/2015 desta publicação), verifica-se

potência com meio isolante sólido (a seco)

Revista O Setor Elétrico, edição nº 110 de

a redução nos valores máximos de pico

devido aos valores característicos de suas

março de 2015, páginas 116 a 127.

primário

do

transformador

são

estudos

de

transitórios

são

eletro­

fundamentais

direcionando

a

a

Os resultados de simulação de restrike

apresentaram comportamento semelhante aos mostrados na Figura 3. Em comparação

das correntes e das tensões fase-terra,

capacitâncias parasitas são mais sensíveis

conforme mostrado na Tabela 1.

aos transitórios de chaveamento através

*João Roberto Cogo é engenheiro eletricista e sócio

De qualquer forma, apesar de não

de disjuntores com meio de extinção a

da empresa GSI Engenharia e Consultoria Ltda.

serem observadas sobretensões de alta

vácuo quando comparados com aqueles

Nelson Clodoaldo de Jesus é engenheiro

frequência no ponto B1 (vide Figura

imersos em óleo isolante. Verifica-se que

eletricista e sócio da empresa GSI Engenharia e

10), as tensões nos lados primários dos

transformadores com meio isolante sólido

Consultoria Ltda.

transformadores,

de

(a seco), diferentemente daqueles imersos

Luiz Marlus Duarte é engenheiro eletricista

simulação, continuam com valores de

obtidas

através

em óleo isolante, devem em seu projeto

e engenheiro da empresa GSI Engenharia e

sobretensões, com o máximo em torno de

constar obrigatoriamente a instalação de

Consultoria Ltda.


68

Pesquisa - Quadros e Painéis

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Quadros e painéis elétricos Tal qual as empresas de outros mercados do setor elétrico brasileiro, também os fabricantes e montadores de painéis estão apreensivos com o momento econômico que o país atravessa

O mercado de quadros e painéis elétricos é mais um que vem

do ano passado, a maioria dos participantes citou a desaceleração

sentindo fortemente os efeitos da crise econômica e política, à qual o

da economia brasileira como item de maior impacto negativo. No

Brasil está exposto desde 2015 e que atingiu níveis críticos neste ano.

levantamento, 26% das empresas declarou isto. O segundo item mais

Nesta edição da pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico, com

votado, por 18%, foi a falta de confiança dos investidores, seguido

diversos fabricantes e montadores de quadros e painéis, fica claro o

pelos fatores “setor da construção civil desaquecido” e “desvalorização

tamanho do problema. As empresas preveem um crescimento do

da moeda nacional”, mencionados por 16% e 12% dos entrevistados,

mercado de somente 3% em 2016. Para se ter uma ideia da queda, em

respectivamente. Como se pode notar, o desânimo e a preocupação

levantamento realizado no ano passado, a estimativa de crescimento do

marcam o tom dos principais itens destacados pelos participantes.

mercado para 2015 das companhias entrevistadas era de 8%.

A pesquisa traz ainda informações relevantes a respeito da

O pessimismo também reflete na resposta que diz respeito aos fatores

participação dos tipos de quadros e painéis elétricos no faturamento das

que devem influenciar o mercado em 2016. Assim como na pesquisa

empresas. Enquanto o segmento aguarda ansiosamente a publicação


69

O Setor Elétrico / Abril de 2016

da versão brasileira das novas normas da família IEC 61439, cuja previsão era para 2016 e que irá tornar obsoletos os conceitos de painéis totalmente testados (TTA) e painéis parcialmente testados, o levantamento deste ano mostra que a maior parte do faturamento dos fabricantes e montadores entrevistados advém da comercialização de equipamentos convencionais, ou seja, que não são TTA e nem PTTA. Vale lembrar que os conceitos citados ainda estão valendo normalmente segundo as normas brasileiras.

O resultado, aliás, é muito semelhante ao obtido na pesquisa feita em 2015, quando os painéis

convencionais foram apontados como representando 60% do faturamento das companhias e os painéis PTTA e TTA, ambos com 20% de participação. No estudo desta edição, a porcentagem relativa aos painéis convencionais permaneceu a mesma: 60%, enquanto que painéis PTTA tiveram um leve decréscimo na representatividade do faturamento, indo para 18%. Consequentemente, os painéis TTA registraram aumento na participação, tendo subido para 22%.

Confira a seguir a pesquisa na íntegra:

Números do mercado de quadros e painéis elétricos Indicado por 95% das empresas participantes da pesquisa, o segmento industrial é o mais importante setor de atuação dos fabricante e montadores de quadros e painéis elétricos. Principais segmentos de atuação

Residencial

24% Comercial

54% Industrial

95%

Assim como no levantamento do ano passado, as vendas diretas ao cliente final foram

consideradas como o principal canal de comercialização para os fabricantes e montadores entrevistados. Em 2015, 87% das empresas fizeram tal afirmação. Neste ano, 84%. O canal menos relevante continua sendo o telemarketing: 15%, no ano passado, e 21% em 2016. Principais canais de vendas

Telemarketing

21%

Internet

24%

Outros

33% 39%

Revendas / varejistas Distribuidores / atacadistas

40%

Venda direta ao cliente final

84%


70

Pesquisa - Quadros e Painéis

No que se refere à certificação ISO, a maior parte das empresas

participantes (67%) afirma possuir a ISO 9001, de qualidade, e 18%

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Tipos de quadros e painéis (montagem completa) comercializados

disseram contar com a ISO 14001, de gestão ambiental. Certificações ISO

68% 59%

18%

50%

9001 (qualidade)

48%

67%

47% 46% 40% 36%

Os tipos de quadros e painéis mais vendidos são os quadros

responderam ao questionário. Na sequência vêm os quadros de automação e os quadros de distribuição de luz, citados por 68% e 65% dos entrevistados, respectivamente. Os quadros para áreas classificadas são os tipos menos comercializados pelas empresas pesquisadas, com 28% das indicações.

28% 23%

Centro de controle de motores (CCM)

Mesas de comando Quadros para medidores de energia Cubículos MT Quadros para partida de motores em MT

Cabines de barramentos Cubículos tipo Metal-Clad Cabines primárias

35%

de distribuição de força, indicados por 71% das empresas que

Quadros de automação Quadros de distribuição de luz

65%

14001 (ambiental)

Quadros de Distribuiçao de Força

71%

Quadros para áreas classificadas (EX)

Outros



72

Pesquisa - Quadros e Painéis

Quadros de distribuição são os tipos de invólucros mais vendidos

pelos fabricantes e montadores pesquisados. Caixas de medição são os tipos de invólucros com menor vendagem. Tipos de invólucros (caixas vazias) mais comercializados

Quadros de distribuição

68% 51%

CCM

46%

Cubículos

40% 38% 35% 5%

Armários modulares

Acessórios e ferragens em geral para painéis Caixas de medição

Outros

A maior parcela dos entrevistados (62%) afirma ter faturamento

anual até R$ 20 milhões. No estudo do ano passado, 65% das empresas pesquisadas atestaram faturar até este montante. Faturamento médio anual dos fabricantes e montadoras de quadros e painéis elétricos

8% 1%

Acima de R$ 200 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

17%

Até R$ 3 milhões

8%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 11%

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões 21%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 21%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

13%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões


73

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Quadros e painéis do tipo convencional, ou seja, não TTA ou PTTA,

são os que apresentam maior representatividade no faturamento das empresas que participam da pesquisa. Participação dos tipos de painéis e quadros no faturamento das empresas

22%

TTA

18%

PTTA

60%

Outros

As indústrias de uma forma geral continuam sendo o segmento de

mercado com maior participação de venda conforme as companhias entrevistadas. O segmento da construção civil (edificações residenciais e comerciais – escritórios, shoppings, hospitais, etc.) vem em segundo lugar. Percentual da participação das vendas em cada segmento de mercado

12%

Outros 16%

GTD - Geração, Transmição e Distribuição de energia

28%

Construção civil (edificações residenciais e comerciais - escritórios, shoppings, hospitais, etc.)

44%

Indústrias em geral


74

Pesquisa - Quadros e Painéis A onda de pessimismo iniciada em 2015 só aumenta. No levantamento do ano passado, as empresas afirmaram ter crescido

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado

13% em 2014. Segundo a pesquisa desta edição, em 2015, 3%

registraram acréscimo de 9%. Ante a queda, planejam elevação de

6%

somente 8% em 2016.

Outros

Programas de incentivo do governo

Previsões de crescimento

1% 12%

3%

Crescimento médio do mercado de quadros e paineis elétricos para o ano de 2016

8% 9%

Expectativa de crescimento médio para as fabricantes e montadores de quadros e painéis em 2016. Crescimento médio das empresas em 2015 comparando ao ano anterior Percentual de contratação de funcionários para 2016

10%

Desvalorização da moeda brasileira Falta de confiança dos investidores

1%

mercado de quadros e painéis elétricos em 2016. Consequentemente, apenas 1% das empresas acredita que a economia possa melhorar e alavancar as vendas no segmento, por enquanto.

Setor da construção civil aquecido

4%

Falta de normalização e/ou legislação 1%

6%

A desaceleração da economia é o fator que mais deve impactar o

26%

Desaceleração da economia brasileira

18%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Bom momento econômico do país

Crise internacional

16%

Setor da construção civil desaquecido 6%

Projetos de infraestrutura



Pesquisa - Quadros e Painéis

O Setor Elétrico / Abril de 2016

ADELCO

11 41997500

www.adelco.com.br

Barueri

SP

x

x

ADR TECNOLOGIA

11 39036737

www.adrtecnologia.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

AFAP

19 34645650

www.afap.com.br

Santa Bárbara D'Oeste

SP

x

x

x

x

AGPR5

48 34623900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

x

x

x

x

ALPHA

11 39337533

www.alpha-ex.com.br

São Paulo

SP

x

ALSET ENERGIA

62 39455047

www.alset.com.br

Goiania

GO

x

ALTERCON

19 21087000

www.altercon.com.br

Americana

SP

x

ALVES ENGENHARIA

71 30221638

www.alvesengenharia.com

Salvador

BA

ANDALUZ

27 30416766

www.andaluz.ind.br

Serra

ES

BCM ELETRICIDADE

37 32326788

www.bcmeletricidade.com.br

Para de Minas

BEGHIM

11 2942 4500

www.beghim.com.br

BRUM

19 3404 3835

BRVAL

21 38123100

BURNDY

x

x

x x

x

x x

x

x x

x

x x

x

x

x

MG

x

x

x

São Paulo

SP

x

x

x

www.brum.com.br

Limeira

SP

x

x

x

www.brval.com.br

Valença

RJ

x

x

x

11 55157225

www.burndy.com

São Paulo

SP

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

CAESA

41 36998400

www.caesa.ind.br

Almirante Tamandaré

PR

x

CAIADO

11 39915027

www.esmaltacaocaiado.solosite.com.br São Paulo

SP

x

CARTHOM'S

19 34668600

www.carthoms.com.br

Nova Odessa

SP

CONECTA ELETRICIDADE

31 25679100

www.conecta-mg.com

Contagem

CONEX

11 23349393

www.conex.ind.br

CONTROLE

31 35813456

CUBIC DO BRASIL

15 997311990

DBTEC

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

MG

x

x

Sao Paulo

SP

x

x

www.controleinfra.com.br

Nova Lima

MG

x

x

www.cubis.eu

Sorocaba

SP

x

x

12 3642 9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

x

x

DELTA CANALETAS

11 47053133

www.deltaperfilados.com.br

Santana de Parnaiba

SP

x

x

DMA PAINÉIS

41 35285677

www.dmapaineiseletricos.com.br

Curitiba

PR

x

x

DUTOPLAST

11 25249055

www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x x

x

Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos

x

Oferece treinamento técnico para os clientes

SP

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

São Paulo

Importa produtos acabados

www.abb.com.br

Exporta produtos acabados

0800 014 9111

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

ABB

14001 (ambiental)

Cidade Guarulhos

9001 (qualidade)

Site www.acabine.com.br

Outros

Telemarketing

x

Telefone 11 28425254

Internet

Venda direta ao cliente final

Revendas / varejistas

x

A.CABINE

x

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

Residencial

Comercial

Principal Segmento de atuação

Industrial

Estado x SP

Distribuidora

Empresa

Fabricante

A empresa é

Programas na área de responsabilidade social

76

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x


77

O Setor Elétrico / Abril de 2016

www.egom.ind.br

Belo Horizonte

MG

x

x

x

x

ELCOSUL

41 33762441

www.elcosul.com.br

Curitiba

PR

x

x

x

ELETRIZANTE

19 34535457

www.eletrizante.com.br

Limeira

SP

x

ELETRO METALURGICA BN

11 44111044

www.industriabn.com.br

Atibaia

SP

x

ELETRO PAINEL

31 33774850

www.eletropainelmg.com.br

Contagem

MG

x

ELETRO PAINEL

44 30279868

www.eletropainel.com.br

Maringá

PR

x

ELETROMECAP

31 33611081

www.eletromecap.com.br

Contagem

MG

x

x

ELETROPOLL

47 33756700

www.eletropoll.com.br

Corupá

SC

x

x

x

ELETROTRAFO

43 35205000

www.eletrotrafo.com.r

Cornelio Procopio

PR

x

x

x

x

ELOS

41 33839290

www.elos.com.br

São Jose dos Pinhais

PR

x

x

ENERBRAS

0800 645 3052

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

x

ENGELCO

41 32397400

www.engelco.com.br

Curitiba

PR

x

ENGEREY

41 30223050

www.engerey.com.br

Curitiba

PR

x

x

x

ENGETECH

11 35673741

www.engt.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

ERICO PENTAIR

11 3623 4333

www.erico.com

São Paulo

SP

x

x

ERZEG

47 33746363

www.erzeg.com.br

Schroeder

SC

x

x

ESA

11 55628866

www.esa.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

FASORIAL

11 50581583

www.fasorial.com.br

São Bernardo do Campo

SP

x

x

x

FASTWELD

11 24257180

www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

x

FLEX AUTOMATION

11 23892777

www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

FOCKINK

55 3375 9500

www.fockink.ind.br

Panambi

RS

x

x

FORTLIGHT

11 20876000

www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

x

x

FORZA

41 30231150

www.forza-ind.com.br

Curitiba

PR

x

FRONTEC

51 32012477

www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

x

x

GE

0800 595 6565

br.geindustrial.com

Contagem

MG

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x x

x

x x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos

31 34861166

x

Oferece treinamento técnico para os clientes

EGOM

x

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

x

Importa produtos acabados

x

Exporta produtos acabados

x

Programas na área de responsabilidade social

SP

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

São Paulo

14001 (ambiental)

www.ebmsolucoes.com.br

9001 (qualidade)

x

11 36487700

Outros

x

EBM SOLUÇÕES

Internet

Estado SP

Telemarketing

Cidade Jundiaí

Venda direta ao cliente final

Site www.eaton.com.br

Revendas / varejistas

Telefone 11 45257000

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

EATON PDO

Residencial

Comercial

Principal Segmento de atuação

Industrial

Distribuidora

Empresa

Fabricante

A empresa é

x x


Pesquisa - Quadros e Painéis

x

x

www.grupobtm.com.br

Guarulhos

SP

x

x

x

GRUPO RUMO ENGENHARIA

15 33312300

www.rumoengenharia.com.br

Sorocaba

SP

x

x

x

x

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

x

x

x

x

x

x

HDS

41 21098800

www.hdspr.com.br

Pinhais

PR

x

x

x

x

x

HOLEC

11 41913144

www.holec.com.br

Boituva

SP

x

x

x

HUMMEL

15 33227000

www.hummel.com.br

Tatuí

SP

x

x

IGUAÇUMEC

43 34011000

www.iguacumec.com.br

Cornélio Procópio

PR

x

x

IMS POWER QUALITY

51 33822300

www.ims.ind.br

Porto Alegre

RS

x

x

INNTAG

19 3648 3700

www.inntag.com.br

Americana

SP

x

x

IRMÃOS ABAGE

41 33715656

www.irmaosabage.com.br

Curitiba

PR

KITFRAME

11 46134555

www.kitframe.com

Cotia

SP

x

KONEXTOP

47 33282791

www.konextop.com.br

Indaial

SC

x

x

KRON MEDIDORES

11 55252000

www.kron.com.br

São Paulo

SP

x

L&G ENGENHARIA

31 36435153

www.legengenharia.com.br

Belo Horizonte

MG

x

LEGRAND

0800 11 8008

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

LUCEL ENGENHARIA

41 32886940

www.lucelengenharia.com.br

Curitiba

MABITEC

11 23371491

www.mabitec.com.br

MAEX ENGENHARIA

19 34555266

MAGNANI

54 4009 5255

MECATRON MEGATEC PAINÉIS

x

x

x x

x

x

x

x

x x x

x x

x

x

x

x x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

PR

x

x

x

São Paulo

SP

x

x

x

www.maexengenharia.com.br

Santa Barbara D'Oeste

SP

x

x

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

x

x

x

31 30731180

www.mecatron.ind.br

Betim

MG

x

x

x

19 25115650

www.megatecpaineis.com.br

Campinas

SP

x

x

x

METALASER

11 43687828

www.metalaserpaineis.com.br

São Bernardo do Campo

SP

x

x

METTA

31 33687300

www.metta.ind.br

Contagem

MG

x

x

MONTELCO

19 39358220

www.montelco.com.br

Indaituba

SP

MON-TER

11 44876760

www.montereletrica.com.br

Itatiba

SP

NORD ELECTRIC

49 33613900

www.nord.eng.br

Chapecó

SC

NOVEMP

11 40935300

www.novemp.com.br

Diadema

SP

x

x

OBO BETTERMANN

15 33351382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

x

x

PATOLA

11 21937500

www.patola.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

x

x

x

PCE

55 3375 5600

www.pce-eng.com.br

Panambi

RS

x

x

x

x

x

x

PENTAIR TAUNUS

11 51842100

www.pentairprotect.com.br

Boituva

SP

x

x

PFANNENBERG

19 39357187

www.pfannenberg.com.br

Indaiatuba

SP

x

x

PHAYNELL

11 46520066

www.phaynell.com.br

Aruja

SP

x

x

PHOENIX CONTACT

11 38716400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

x

x

PRESSMAT

11 45347878

www.pressmat.com.br

Itatiba

SP

x

PRO PAINEL

11 24991314

www.propainel.com.br

Guarulhos

SP

x

x

x

x

x

PROAUTOMAÇÃO

15 30317400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

x

x

x

x

x

PROMINS PAINÉIS

14 33662900

www.promins.com.br

Bauru

SP

x

x

x

QT EQUIPAMENTOS

51 21176600

www.qtequipamentos.com.br

Cachoeirinha

RS

x

QUADRIMAR

21 24283155

www.quadrimar.com.br

Rio de Janeiro

RJ

x

x

x

x

RDI BENDER

11 36026260

www.rdibender.com.br

Osasco

SP

x

x

x

x

REVIMAQ

11 45318181

www.revimaq.com

Jundiaí

SP

x

x

RIO-TECH

17 40090516

www.rio-tech.com.br

São José do Rio Preto

SP

x

RITTAL

11 36222377

www.rittal.com.br

São Paulo

SP

x

x

ROCKWELL AUTOMATION

11 51899500

www.rockwellautomation.com.br

São Paulo

SP

x

x

SCAME BRASIL

11 44022756

www.scame.com

Atibaia

SP

x

SCEPP ENGENHARIA

11 36527777

www.scepp.com.br

Cotia

SP

x

x

SCHNEIDER ELECTRIC

11 21655400

www.schneider-electric.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

x

x

x x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x

x x

x

x

x x

x

x

x x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

Oferece treinamento técnico para os clientes

x

11 2413 2090

Exporta produtos acabados

9001 (qualidade)

x

GRUPO BTM

Fabricante

Estado SP

Programas na área de responsabilidade social

Outros

x

Cidade Suzano

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

Internet

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Revendas / varejistas

Distribuidores / atacadistas

x

x

Site www.gimi.com.br

Residencial

x

Telefone 11 47529900

Comercial

x

GIMI

Empresa

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

Certificado ISO

Principal canal de vendas

14001 (ambiental)

Principal Segmento de atuação

Industrial

Distribuidora

A empresa é

Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Importa produtos acabados

78

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x


79

O Setor Elétrico / Abril de 2016

SENIOR

31 2105 9800

www.seniorengenharia.com.br

Belo Horizonte

MG

x

x

x

x

x

SICES BRASIL

11 4193 2008

www.sicesbrasil.com.br

Itapevi

SP

x

x

x

SIEMENS

0800 119484

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

x

SIGERAL

21 26510090

www.sigeral.com.br

São João de Meriti

RJ

x

SOB SCHURTER + OKW BRASIL

11 5090 0030

www.sob-brasil.com

Sao Paulo

SP

x

SOPRANO

54 21096363

www.soprano.com.br

Farroupilha

RS

x

STECK

11 22487000

www.steck.com.br

São Paulo

SP

x

x

STRAHL

11 28183838

www.strahl.com

São Paulo

SP

x

x

TAF

47 34419100

www.taf.ind.br

Joinville

SC

x

x

x

x

x

x

TASCO

0800 770 3171

www.tasco.com.br

Boituva

SP

x

x

x

x

x

x

TEC MED

11 40927220

www.tecmedpaineis.com.br

Diadema

SP

x

x

x

TECNAC

21 22702531

www.tecnac.com.br

Rio de Janeiro

RJ

x

x

x

TECNOPRATA

11 39518876

www.tecnoprata.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

TEKSEA

47 33398179

www.teksea.com.br

Blumenau

SC

x

x

x

TELBRA EX

11 29464646

www.telbra.com.br

São Paulo

SP

x

x

TIGRE

0800 707 4700

www.tigre.com

Joinville

SC

TRANSFER

11 41899700

www.transfersistemas.com.br

Carapicuíba

SP

VARIXX

19 34244000

www.varixx.com.br

Piracicaba

VEPAN

11 46452141

www.vepan.com.br

VL

11 28324000

VMG

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

SP

x

x

Itaquaquecetuba

SP

x

x

www.vlindustria.com.br

São Paulo

SP

x

x

11 56712591

www.vmgeletrica,com,br

Diadema

SP

x

VR PAINEIS

17 40095100

www.vrpaineis.com.br

São José do Rio Preto

SP

x

x

WEG

47 32764000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

x

x

ZETTATECCK

19 33218400

www.zettatecck.com.br

Araras

SP

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos

x

Oferece treinamento técnico para os clientes

x

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

x

x

Importa produtos acabados

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

x

14001 (ambiental)

x

x

9001 (qualidade)

x

MG

Outros

x

Contagem

Internet

x

www.sempel.com.br

Telemarketing

x

31 33286200

Venda direta ao cliente final

Comercial

x

SEMPEL

Revendas / varejistas

Estado SP

Distribuidores / atacadistas

Cidade Campinas

Residencial

Site www.selinc.com

Distribuidora

Telefone 19 35152000

Fabricante

SEL

Empresa

Exporta produtos acabados

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Programas na área de responsabilidade social

Principal Segmento de atuação

Industrial

A empresa é

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x


Pesquisa - Quadros e Painéis

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Barueri

SP

x

x

ADR TECNOLOGIA

11 39036737

www.adrtecnologia.com.br

São Paulo

SP

x

x

AFAP

19 34645650

www.afap.com.br

Santa Bárbara D'Oeste

SP

x

x

x

AGPR5

48 34623900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

x

x

x

ALPHA

11 39337533

www.alpha-ex.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

ALSET ENERGIA

62 39455047

www.alset.com.br

Goiania

GO

x

x

x

ALTERCON

19 21087000

www.altercon.com.br

Americana

SP

x

x

x

ALVES ENGENHARIA

71 30221638

www.alvesengenharia.com

Salvador

BA

x

x

ANDALUZ

27 30416766

www.andaluz.ind.br

Serra

ES

x

x

BCM ELETRICIDADE

37 32326788

www.bcmeletricidade.com.br

Para de Minas

MG

x

x

BEGHIM

11 2942 4500

www.beghim.com.br

São Paulo

SP

x

x

BRUM

19 3404 3835

www.brum.com.br

Limeira

SP

BRVAL

21 38123100

www.brval.com.br

Valença

RJ

x

x

BURNDY

11 55157225

www.burndy.com

São Paulo

SP

CAESA

41 36998400

www.caesa.ind.br

Almirante Tamandaré

PR

CAIADO

11 39915027

www.esmaltacaocaiado.solosite.com.br São Paulo

SP

CARTHOM'S

19 34668600

www.carthoms.com.br

Nova Odessa

SP

CONECTA ELETRICIDADE

31 25679100

www.conecta-mg.com

Contagem

MG

CONEX

11 23349393

www.conex.ind.br

Sao Paulo

SP

CONTROLE

31 35813456

www.controleinfra.com.br

Nova Lima

MG

CUBIC DO BRASIL

15 997311990

www.cubis.eu

Sorocaba

SP

DBTEC

12 3642 9006

www.dbtec.com.br

Pindamonhangaba

SP

DELTA CANALETAS

11 47053133

www.deltaperfilados.com.br

Santana de Parnaiba

SP

DMA PAINÉIS

41 35285677

www.dmapaineiseletricos.com.br

Curitiba

PR

x

DUTOPLAST

11 25249055

www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

x

x

x x

x

x x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

Outros

www.adelco.com.br

x

Acessórios e ferragens em geral para painéis

11 41997500

x

x

x

Cubículos

ADELCO

Quadros de distribuição

SP

CCM

São Paulo

Armários modulares

www.abb.com.br

Outros

0800 014 9111

Quadros para medidores de energia

ABB

Tipos de invólucros (caixas vazias)

Mesas de comando

Estado SP

Quadros para áreas classificadas (EX)

Cidade Guarulhos

Quadros de automação

x

Site www.acabine.com.br

Cabines primárias

x

Telefone 11 28425254

Cabines de barramentos

x

A.CABINE

Cubículos MT

Quadros para partida de motores em MT

x

Centro de controle de motores (CCM)

Cubículos tipo Metal-Clad

Quadros de distribuição de luz

Empresa

Quadros de distribuição de força

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

Caixas de medição

80

x x

x

x

x

x

x x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x

x

x

x


81

O Setor Elétrico / Abril de 2016

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

Quadros de distribuição de força

Quadros de distribuição de luz

www.ebmsolucoes.com.br

São Paulo

SP

x

x

EGOM

31 34861166

www.egom.ind.br

Belo Horizonte

MG

x

x

ELCOSUL

41 33762441

www.elcosul.com.br

Curitiba

PR

x

x

ELETRIZANTE

19 34535457

www.eletrizante.com.br

Limeira

SP

x

x

ELETRO METALURGICA BN

11 44111044

www.industriabn.com.br

Atibaia

SP

x

x

ELETRO PAINEL

31 33774850

www.eletropainelmg.com.br

Contagem

MG

x

x

ELETRO PAINEL

44 30279868

www.eletropainel.com.br

Maringá

PR

x

x

ELETROMECAP

31 33611081

www.eletromecap.com.br

Contagem

MG

x

x

ELETROPOLL

47 33756700

www.eletropoll.com.br

Corupá

SC

ELETROTRAFO

43 35205000

www.eletrotrafo.com.r

Cornelio Procopio

PR

ELOS

41 33839290

www.elos.com.br

São Jose dos Pinhais

PR

ENERBRAS

0800 645 3052

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

x

ENGELCO

41 32397400

www.engelco.com.br

Curitiba

PR

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

ENGEREY

41 30223050

www.engerey.com.br

Curitiba

PR

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

ENGETECH

11 35673741

www.engt.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

x

ERICO PENTAIR

11 3623 4333

www.erico.com

São Paulo

SP

ERZEG

47 33746363

www.erzeg.com.br

Schroeder

SC

x

x

x

ESA

11 55628866

www.esa.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

FASORIAL

11 50581583

www.fasorial.com.br

São Bernardo do Campo

SP

x

x

x

FASTWELD

11 24257180

www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

FLEX AUTOMATION

11 23892777

www.flexautomation.com.br

São Paulo

SP

FOCKINK

55 3375 9500

www.fockink.ind.br

Panambi

RS

FORTLIGHT

11 20876000

www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

FORZA

41 30231150

www.forza-ind.com.br

Curitiba

PR

FRONTEC

51 32012477

www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

GE

0800 595 6565

br.geindustrial.com

Contagem

MG

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x x

x x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x x x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x x

x x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x x

x x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

Outros

x

x

x

11 36487700

Acessórios e ferragens em geral para painéis

Mesas de comando

x

x

x

EBM SOLUÇÕES

Cubículos

Quadros para áreas classificadas (EX)

x

x

Estado SP

Quadros de distribuição

Quadros de automação

x

x

Cidade Jundiaí

CCM

Cabines primárias

x

x

Site www.eaton.com.br

Caixas de medição

Cabines de barramentos

x

x

Telefone 11 45257000

Armários modulares

Cubículos MT

x

EATON PDO

Empresa

Outros

Centro de controle de motores (CCM)

x

Quadros para medidores de energia

Quadros para partida de motores em MT

Tipos de invólucros (caixas vazias)

Cubículos tipo Metal-Clad

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)


Pesquisa - Quadros e Painéis

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Cidade Suzano

Estado SP

Quadros para partida de motores em MT

Centro de controle de motores (CCM)

Cubículos MT

Cabines de barramentos

Cabines primárias

Quadros de automação

Mesas de comando

Quadros para medidores de energia

Outros

Armários modulares

Caixas de medição

CCM

Quadros de distribuição

Cubículos

Acessórios e ferragens em geral para painéis

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

GRUPO BTM

11 2413 2090

www.grupobtm.com.br

Guarulhos

SP

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

GRUPO RUMO ENGENHARIA

15 33312300

www.rumoengenharia.com.br

Sorocaba

SP

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

HAGER ELETROMAR

0800 724 2437

www.hager.com.br

Rio de Janeiro

RJ

x

x

x

x

x

HDS

41 21098800

www.hdspr.com.br

Pinhais

PR

x

x

x

x

HOLEC

11 41913144

www.holec.com.br

Boituva

SP

x

x

HUMMEL

15 33227000

www.hummel.com.br

Tatuí

SP

IGUAÇUMEC

43 34011000

www.iguacumec.com.br

Cornélio Procópio

PR

IMS POWER QUALITY

51 33822300

www.ims.ind.br

Porto Alegre

RS

INNTAG

19 3648 3700

www.inntag.com.br

Americana

SP

x

x

IRMÃOS ABAGE

41 33715656

www.irmaosabage.com.br

Curitiba

PR

x

x

KITFRAME

11 46134555

www.kitframe.com

Cotia

SP

x

KONEXTOP

47 33282791

www.konextop.com.br

Indaial

SC

KRON MEDIDORES

11 55252000

www.kron.com.br

São Paulo

SP

L&G ENGENHARIA

31 36435153

www.legengenharia.com.br

Belo Horizonte

MG

x

x

LEGRAND

0800 11 8008

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

x

x

LUCEL ENGENHARIA

41 32886940

www.lucelengenharia.com.br

Curitiba

PR

x

x

x

x

MABITEC

11 23371491

www.mabitec.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

x

MAEX ENGENHARIA

19 34555266

www.maexengenharia.com.br

Santa Barbara D'Oeste

SP

MAGNANI

54 4009 5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

x

x

x

x

x

x

MECATRON

31 30731180

www.mecatron.ind.br

Betim

MG

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

MEGATEC PAINÉIS

19 25115650

www.megatecpaineis.com.br

Campinas

SP

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

METALASER

11 43687828

www.metalaserpaineis.com.br

São Bernardo do Campo

SP

x

x

METTA

31 33687300

www.metta.ind.br

Contagem

MG

x

x

x

MONTELCO

19 39358220

www.montelco.com.br

Indaituba

SP

x

x

x

MON-TER

11 44876760

www.montereletrica.com.br

Itatiba

SP

x

x

x

NORD ELECTRIC

49 33613900

www.nord.eng.br

Chapecó

SC

x

x

NOVEMP

11 40935300

www.novemp.com.br

Diadema

SP

x

x

OBO BETTERMANN

15 33351382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

PATOLA

11 21937500

www.patola.com.br

São Paulo

SP

PCE

55 3375 5600

www.pce-eng.com.br

Panambi

RS

PENTAIR TAUNUS

11 51842100

www.pentairprotect.com.br

Boituva

SP

PFANNENBERG

19 39357187

www.pfannenberg.com.br

Indaiatuba

SP

PHAYNELL

11 46520066

www.phaynell.com.br

Aruja

SP

PHOENIX CONTACT

11 38716400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

PRESSMAT

11 45347878

www.pressmat.com.br

Itatiba

SP

PRO PAINEL

11 24991314

www.propainel.com.br

Guarulhos

SP

x

PROAUTOMAÇÃO

15 30317400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

x

PROMINS PAINÉIS

14 33662900

www.promins.com.br

Bauru

SP

x

QT EQUIPAMENTOS

51 21176600

www.qtequipamentos.com.br

Cachoeirinha

RS

x

QUADRIMAR

21 24283155

www.quadrimar.com.br

Rio de Janeiro

RJ

x

x

RDI BENDER

11 36026260

www.rdibender.com.br

Osasco

SP

x

x

REVIMAQ

11 45318181

www.revimaq.com

Jundiaí

SP

x

x

RIO-TECH

17 40090516

www.rio-tech.com.br

São José do Rio Preto

SP

x

x

x

RITTAL

11 36222377

www.rittal.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

ROCKWELL AUTOMATION

11 51899500

www.rockwellautomation.com.br

São Paulo

SP

SCAME BRASIL

11 44022756

www.scame.com

Atibaia

SP

SCEPP ENGENHARIA

11 36527777

www.scepp.com.br

Cotia

SP

SCHNEIDER ELECTRIC

11 21655400

www.schneider-electric.com.br

São Paulo

SP

Empresa

Quadros para áreas classificadas (EX)

Site www.gimi.com.br

Cubículos tipo Metal-Clad

GIMI

Telefone 11 47529900

Quadros de distribuição de luz

Tipos de invólucros (caixas vazias)

Quadros de distribuição de força

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

x

x x x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x x

x

x

x x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x x

x x x

x

x

x

x

x x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x x

x

x

x

x x

x

x x

x x

x

x

x x

x

x x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x x x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x x x

x

x

x x

x

x x

x

x

x x

x

x

x

x x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x x

x

x

x x

x x

x x

x

x

Outros

82

x


83

O Setor Elétrico / Abril de 2016

31 2105 9800

www.seniorengenharia.com.br

Belo Horizonte

MG

SICES BRASIL

11 4193 2008

www.sicesbrasil.com.br

Itapevi

SP

x

SIEMENS

0800 119484

www.siemens.com.br

São Paulo

SP

x

x

SIGERAL

21 26510090

www.sigeral.com.br

São João de Meriti

RJ

x

x

SOB SCHURTER + OKW BRASIL

11 5090 0030

www.sob-brasil.com

Sao Paulo

SP

x

SOPRANO

54 21096363

www.soprano.com.br

Farroupilha

RS

STECK

11 22487000

www.steck.com.br

São Paulo

SP

STRAHL

11 28183838

www.strahl.com

São Paulo

SP

TAF

47 34419100

www.taf.ind.br

Joinville

SC

TASCO

0800 770 3171

www.tasco.com.br

Boituva

SP

TEC MED

11 40927220

www.tecmedpaineis.com.br

Diadema

SP

x

x

x

x

x

TECNAC

21 22702531

www.tecnac.com.br

Rio de Janeiro

RJ

x

x

x

x

x

TECNOPRATA

11 39518876

www.tecnoprata.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

x

x

TEKSEA

47 33398179

www.teksea.com.br

Blumenau

SC

x

x

x

x

x

TELBRA EX

11 29464646

www.telbra.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

x

TIGRE

0800 707 4700

www.tigre.com

Joinville

SC

x

x

TRANSFER

11 41899700

www.transfersistemas.com.br

Carapicuíba

SP

x

x

x

VARIXX

19 34244000

www.varixx.com.br

Piracicaba

SP

VEPAN

11 46452141

www.vepan.com.br

Itaquaquecetuba

SP

x

x

x

VL

11 28324000

www.vlindustria.com.br

São Paulo

SP

x

x

x

VMG

11 56712591

www.vmgeletrica,com,br

Diadema

SP

x

x

x

VR PAINEIS

17 40095100

www.vrpaineis.com.br

São José do Rio Preto

SP

x

x

x

x

x

x

x

WEG

47 32764000

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

x

x

x

x

x

x

ZETTATECCK

19 33218400

www.zettatecck.com.br

Araras

SP

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x x x x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x

x

x

x

x

x

x x

x

x x

x

x

x

x

x

x x

x

Outros

SENIOR

x

x x

Acessórios e ferragens em geral para painéis

MG

Cubículos

Contagem

Quadros de distribuição

x

www.sempel.com.br

CCM

x

31 33286200

Caixas de medição

Cabines primárias

x

SEMPEL

Armários modulares

Cabines de barramentos

x

Estado SP

Outros

Cubículos MT

x

Cidade Campinas

Quadros para medidores de energia

Centro de controle de motores (CCM)

x

Site www.selinc.com

Mesas de comando

Quadros para partida de motores em MT

x

Telefone 19 35152000

Tipos de invólucros (caixas vazias)

Quadros para áreas classificadas (EX)

Cubículos tipo Metal-Clad

x

SEL

Quadros de automação

Quadros de distribuição de luz

Empresa

Quadros de distribuição de força

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x

x


84

Aula prática

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Por Eugenio Carvalheira, Javier Aprea e Marcelo Paulino*

Impactos da nova norma IEC 62586 na calibração de medidores de qualidade de energia elétrica

O

s fabricantes de medidores de Qua­

de qualidade a serem monitorados e os

complementa a IEC 61000 4 30 e fornece

li­dade de Energia Elétrica (QEE) devem

seus métodos de medição. Essas normas

uma orientação adicional quanto aos

comprovar que os seus equipamentos

definem o que os medidores devem medir

métodos de verificação de desempenho

atendem a normas vigentes. Algumas

e como fazer essas medições, porém,

dos medidores de QEE. A IEC 62586

normas internacionais estão em vigor e

deixam a desejar na questão de definir

proporciona uma base para a especificação

são muitas vezes complementadas ou

os testes que devem ser realizados para

e

descrição

de

equipamentos

com

regionalizadas através da definição de

garantir que os medidores atendam a

funcionalidade de qualidade de energia.

requisitos de conformidade locais em um

esses requisitos.

Uma vez que os testes são claramente

país ou região.

A série IEC 62586 de normas foi

definidos pela norma, a sua aplicação

Em âmbito internacional, as IEC 61000

publicada no final de 2013 com o intuito

traz uma grande contribuição para a

4 7, IEC 61000 4 15, IEC 61000 4 30, IEEE

de definir os testes funcionais de tipo

comunidade internacional de qualidade

519, IEEE 1159, IEEE 1453 e EN 50160

para

de energia e benefícios para fabricantes,

são as normas que definem os parâmetros

qualidade de energia. Essa nova norma

equipamentos

de

medição

de

concessionárias e laboratórios.


85

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Este artigo apresenta uma breve

cálculos que devem ser utilizados para a

2013 pelo comitê técnico TC 85 da IEC,

descrição do escopo da IEC 62586 e

agregação das medidas em intervalos de

tem o título de Medição da Qualidade da

dos testes definidos para os diferentes

tempo pré-definidos.

Energia em Sistemas de Fornecimento de

parâmetros. O trabalho sugere uma forma

Energia Elétrica (em inglês, Power quality

de conduzir os testes de tipo e apresenta

define três classes de precisão: A, S e B.

measurement in power supply systems). A

alguns testes realizados com medidor

Para cada uma dessas classes, diferentes

norma está dividida em duas partes.

Para cada um dos eventos, a norma

comercial. O objetivo da metodologia

requisitos de desempenho e precisão são

apresentada é o de tornar os testes

especificados.

Power Quality Instruments - PQI) é uma norma de produto para instrumentos de

rastreáveis, o de reduzir os erros humanos, e reduzir custos e esforço na elaboração e

A nova norma IEC 62586

A medição da QEE no Brasil No Brasil, a Agência Nacional de

Energia Elétrica (Aneel) regulamenta os Procedimentos de Distribuição (Prodist) que define os requisitos mínimos para os medidores de qualidade de energia a serem utilizados no sistema elétrico nacional. Atualmente, um dos institutos autorizados a realizar testes em equipamentos de medição da QEE, cujo laudo técnico é reconhecido

pelo

Operador

Nacional

do Sistema Elétrico (ONS), é o Núcleo de Qualidade de Energia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Nesses testes, ondas com diferentes índices de qualidade são aplicadas às entradas do equipamento sob teste, os resultados são coletados e comparados ao padrão. O equipamento é considerado aprovado, caso os erros das medições forem menores que os critérios de aceitação.

IEC 61000 4 30

A IEC 61000-4-30 é uma norma básica

de compatibilidade eletromagnética (EMC) que define os parâmetros a serem utilizados para análise dos distúrbios que afetam a qualidade de energia elétrica. Os seguintes parâmetros são classificados: frequência do sistema, magnitude da tensão de fornecimento,

flutuações

de

tensão

(flicker), subtensões (sag) e sobretensões (swell), interrupção de tensão, transitórios de

tensão,

desequilíbrio

de

qualidade da energia que faz referências à IEC 61000 4 30, IEC 61000 4 7 e IEC

execução repetitiva desses testes.

A IEC 62586 1 (em inglês, Part 1:

tensão,

harmônicos, interharmônicos e variações rápidas de tensão. As técnicas de medição são definidas para cada um desses eventos. A norma também define os algoritmos e

Escopo da IEC 62586

61000 4 15, e que também complementa

essas normas básicas de EMC com

A IEC 62586, publicada no fim de


86

Aula prática

O Setor Elétrico / Abril de 2016

requisitos ambientais, de segurança e

• Valores agregados de 2 horas;

apresenta uma lista dos pontos e estados

desempenho.

• Valores de dez segundos para a

(M1 até M3) para os testes com múltiplos

frequência.

parâmetros de influência. Essa tabela é

A IEC 62586 2 (em inglês, Part 2:

Functional

tests

and

uncertainty

uma derivação da tabela 2 já presente

requirements) define os testes funcionais

Para cada registro, o instrumento deve

na IEC 61000 4 30. Por último, as tabelas

e testes de incertezas com o objetivo de

disponibilizar os dados de data, hora,

6 e 7 da norma definem os valores

verificar a conformidade de um produto

informação de marcação (flagging) entre

de influência das grandezas externas,

aos métodos de medição definidos pela

outros.

respectivamente temperatura e tensão de

IEC 61000 4 30 para as classes A e S.

A IEC 62586, então, estabelece uma

alimentação.

Testes funcionais de tipo Testes com influência de múltiplos

base de referência a ser utilizada na qual

os instrumentos de qualidade da energia

objetivo verificar o cumprimento aos

distúrbios

podem ser especificados e descritos, bem

seguintes pontos (para cada tipo de

como o seu desempenho avaliado.

distúrbio, se aplicável):

Os testes funcionais de tipo têm por

Dos testes apresentados antes, sem

dúvida, o mais complexo é o teste com a injeção de forma simultânea de vários

Requisitos gerais de teste

• Verificação do método de medição e

distúrbios. Tem a finalidade de verificar a

agregação de medidas;

incerteza de um determinado parâmetro

• Incertezas de medição:

sob a influência de múltiplos distúrbios.

A IEC 62586 1 menciona que para os

testes ambientais deve-se referir à IEC 60068; para testes de segurança deve-se

– Sob condições de referência;

Alguns

parâmetros

irão,

por

referir à IEC 61010; para testes funcionais

– Sob influência de um outro

definição, influenciar o valor medido

deve-se referir à IEC 62586 2 e para testes

distúrbio

de outros parâmetros. Como exemplo,

de rotina a cláusula 9 da IEC 62586 1.

(magnitude de tensão, frequência,

a presença de harmônicos influenciará

harmônicos, etc).

as medições de valor RMS da tensão.

A IEC 62586 2 define os requisitos

aos quais devem cumprir os produtos

• Incertezas de operação, devido

Por outro lado, alguns parâmetros não

que alegam atender à norma IEC 61000

a variação de grandezas externas

devem ter nenhuma influência sob outras

4 30, classes A e S. As cláusulas 4 e 5

(temperatura, tensão de alimentação, etc.);

grandezas medidas. Mudanças no valor

dessa norma apresentam um resumo

• Incertezas com influência de múltiplos

da frequência fundamental, por exemplo,

de todos os testes a serem realizados,

distúrbios (incidência de vários

não deve influenciar na medição RMS da

além da definição de todos os pontos de

parâmetros de qualidade de energia).

tensão.

Requisitos dos equipamentos de teste

teste para cada um dos parâmetros de qualidade de energia. As cláusulas 6 e 7

A tabela 3 da IEC 62586 2 apresenta

definem o procedimento detalhado do

uma lista dos pontos de teste (P1 até

teste funcional de tipo para instrumentos

P5) para cada um dos parâmetros de

requisitos de hardware para o equipamento

classe A e S, respectivamente.

qualidade de energia. Um exemplo, para

de teste a ser utilizado no procedimento

o parâmetro frequência, é apresentado na

de certificação:

Tabela 1.

• A incerteza da fonte de sinais deve ser ao

Para a realização dos testes, os

fabricantes têm que adequar os seus

A norma menciona alguns poucos

instrumentos para fornecer os registros

A Tabela 4 da norma apresenta os

menos cinco vezes mais precisa do que a do

definidos pela norma, tais como:

estados de teste (S1 até S4) dos distúrbios

parâmetro sendo medido. Para a magnitude

• Valores agregados a cada 10/12 ciclos

simples de influência, o que permite

de tensão, a norma define uma incerteza

(200ms);

verificar a incerteza de um determinado

máxima de 0,1% da tensão de entrada

• Valores agregados a cada 150/180

parâmetro sob a influência da variação

definida para os medidores classe A. Isso

ciclos (3 segundos);

de outro parâmetro. Ademais, a tabela

significa que a fonte de sinais deve ter uma

• Valores agregados de 10 minutos;

5 da norma (Tabela 2. neste trabalho)

incerteza não maior que 0,02%, ou 0,05 V para uma tensão de entrada de 230 V;

Tabela 1: Pontos da tabela 3 da IEC 62586-2 para a frequência

Parâmetro medido

• Suportar a injeção de tensão de

Pontos de teste (Hz)

Classe P1

P2

P3

P4

P5

até 200% do valor nominal de tensão do medidor, necessário para o teste da

Frequência

A

42,5

50,05

57,5

50

N.A.

sobretensão (swell);

50 Hz

S

42,5

50,05

57,5

50

N.A.

• Sincronização precisa de tempo para

Frequência

A

51

59,95

69

60

N.A.

testes de medidores classe A.

60 Hz

S

51

59,95

69

60

N.A.

Além disso, também é importante que



88

Aula prática

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Tabela 2: Tabela 5 da IEC 62586-2 com lista dos parâmetros de influência.

Parâmetro de

módulo de teste PQ Signal Generator.

Estado de teste

biblioteca com as rotinas de teste de

influência

M1

M2

M3

Frequência

fnom ± 0,5 Hz

fnom – 1 Hz ± 0,5 Hz

fnom + 1 Hz ± 0,5 Hz

Unom ± 1%

Determinado pelo

Determinado pelo

e IEC 61000 4 15, conforme apresentado

Magnitude de

flicker, desequilíbrio,

flicker, desequilíbrio,

na Figura 1. O módulo de teste PQ

Tensão

harmônicos e

harmônicos e

Signal Generator oferece a possibilidade

interharmônicos

interharmônicos

de configurar a geração dos sinais de

(abaixo)

(abaixo)

teste, incluindo a incidência de múltiplos

Pst = 1 ± 0,1 –

Pst = 4 ± 0,1 –

distúrbios conforme ilustrado na Figura 2.

modulação retangular

modulação retangular

a 39 mudanças por

a 110 mudanças por

minuto

minuto

100% ± 0,5% de

73% ± 0,5% de Unom

152% ± 0,5% de

Unom em todos

(Canal 1)

Unom (Canal 1)

Pst < 0,1 Flicker

Desequilíbrio

canais.

80% ± 0,5% de Unom

140% ± 0,5% de

Todos ângulos

(Canal 2)

Unom (Canal 2) 128% ± 0,5% de

de fase 120º

87% ± 0,5% de Unom

(equivalente a u0

(Canal 3)

Unom (Canal 3)

= 0%, u2 = 0%)

Todos ângulos de fase

Todos ângulos de fase

120º (equivalente a u0

120º (equivalente a u0

= 5,05%, u2 = 5,05%)

= 4,95%, u2 = 4,95%)

10% ± 3% de Unom

10% ± 3% de Unom

3rd em 0º

7th em 180º

5% ± 3% de Unom

5% ± 3% de Unom

5th em 0º

13th em 0º

5% ± 3% de Unom

5% ± 3% de Unom

29th em 0º

25th em 0º

0% a 0,5% de

1% ± 0,5% de Unom

1% ± 0,5% de Unom

Unom

em 7,5 fnom

em 3,5 fnom

de Tensão

0% a 3% de Unom Harmônicos

Interharmônicos

o hardware possua uma fonte trifásica de

acordo com a IEC 62586 2, IEC 61000 4 30

Figura 1 – Lista das rotinas disponíveis no software Test Universe para os testes de tipo.

Figura 2 – Configuração da incidência de múltiplos parâmetros.

Testes da medição de frequência

automática de sinais.

sinais. Apesar de os testes de certificação serem

executados

em

laboratório,

a

portabilidade do equipamento é também

Quanto

ao

software,

procedimentos de teste a serem realizados

Configuração do teste

apresentada uma descrição dos testes e os

capítulo 6.1 da IEC 62586 2 define os em instrumentos classe A. A seguir é

o

principal

requisito é o de permitir uma configuração

simples dos sinais necessários, incluindo

prática

os complexos sinais gerados para os testes

viabilidade

com influência de múltiplos distúrbios.

funcionais definidos pela IEC 62586 2 e

Os

testes

funcionais

Para a medição de frequência, o

Testes funcionais realizados com medidor comercial

um fator importante.

O software Test Universe possui uma

exigem

Com o intuito de obter uma experiência no

assunto, da

de

execução

investigar dos

a

testes

resultados obtidos.

Vale ressaltar que a metodologia de

cálculo de frequência pelo equipamento submetido

ao

teste

(EUT)

não

é

a

a

de analisar o seu impacto na adequação

mesma definida pela IEC 61000 4 30.

execução de centenas de pontos de teste,

por parte dos fabricantes de medidores,

Diferentemente da norma, que define

onde alguns deles têm uma duração de

alguns dos procedimentos de teste foram

frequência

horas. Pode-se imaginar que os esforços

realizados como parte deste trabalho.

de ciclos inteiros em uma janela de 10

na preparação e execução destes testes

O instrumento de QEE submetido ao

segundos, o EUT calcula a frequência

são elevadíssimos. Para tornar viável a

teste foi o analisador de qualidade de

através da quantidade média de amostras

sua execução por parte dos fabricantes,

energia elétrica PowerNET PQ-600 da

em um ciclo para uma janela de 12 ciclos

como

sendo

a

contagem

laboratórios de certificação ou até mesmo

IMS Power Quality. Como equipamento

dividido pela frequência de amostragem

do usuário final, o software deve permitir

de teste foi utilizado o OMICRON CMC

do sinal. Para o teste, fez-se necessário

a criação de rotinas de teste e geração

256plus, o seu software Test Universe e o

configurar o EUT para realizar agregação


89

O Setor Elétrico / Abril de 2016

das medições a cada 10 segundos e

precisão intrínseca).

também alterar os pontos (ver Tabela 1) P1

O resultado obtido foram 12 leituras

para 53 Hz e P3 para 68,9 Hz. O ponto P2

com frequências medidas entre 61,1873

foi mantido em 59,95 Hz.

Hz e 61,5755 Hz. O EUT é então aprovado

Método de medição

reprovado no critério TC10s(sam), já que

O teste A1.1.1 da norma tem o

as leituras não possuem o mesmo valor.

objetivo de verificar que o medidor registra

Essa não aprovação já era esperada já que

no critério TC (11 ≤ N ≤ 13), porém, é

medidas em intervalos de dez segundos.

a metodologia de medição do EUT diferia

O procedimento especifica a aplicação de

da proposta na IEC 61000 4 30.

uma forma de onda com rampas de variação da frequência, conforme ilustrado na Figura

Incerteza da medição sob condições de

3, por um período de dois minutos.

referência

Tem o objetivo de verificar as incertezas

dentro da faixa de medição. Três testes (A1.2.1, A1.2.2 e A1.2.3) são definidos com a aplicação dos pontos P1, P2 e P3 da Tabela 1 nas entradas do EUT por 1 minuto. O resultado esperado é que o medidor atenda ao critério TC10s(unc) – todas as leituras de 10 s de frequência Figura 3 – Rampa para verificação do método de medição da frequência.

devem ter precisão superior a ±10mHz para equipamentos classe A e ±50mHz para classe S.

O resultado esperado é que o medidor

A Tabela 3 apresenta o resultado dos

atenda aos critérios TC (11 ≤ N ≤ 13)

três testes. O EUT é aprovado no critério

– o número de leituras de frequência

TC10s(unc) para os três pontos de medição,

registradas seja entre 11 e 13; e TC10s(sam)

sendo a incerteza da medição dentro dos

– todas as leituras de 10 s devem ser iguais

critérios definidos para um equipamento

neste intervalo (dentro de duas vezes a

classe A.

Tabela 3: Resultados dos testes A1.2.1, A1.2.2 e A1.2.3

Registro

A1.2.1 [Hz]

A1.2.2 [Hz]

A1.2.3 [Hz]

1

53,0003

59,9504

68,9004

2

53,0003

59,9504

68,9004

3

53,0003

59,9504

68,9004

4

53,0003

59,9504

68,9004

5

53,0003

59,9503

68,9005

6

53,0004

59,9504

68,9005

Tabela 4: Pontos para teste com influência

Teste

Distúrbio de influência

A1.3.1

Tensão

Frequência

Influência

Ponto P2:

10% Unom

59,95 Hz (fn=60 Hz)

A1.3.2

Harmônicas

Ponto P2:

3rd: 10 % Unom

59,95 Hz

7th: 10 % Unom

(fn=60 Hz)

11th: 10 % Unom 15th: 4 % Unom 19th: 5 % Unom 23rd: 5 % Unom Defasadas180° da fundamental


90

Aula prática

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Incerteza sob influência de um

Incerteza sob influência de múltiplos

distúrbio

distúrbios

nos testes pôde-se observar que a norma

Tem o objetivo de verificar as incertezas

Apesar de não terem sido realizados

apresenta desafios aos fabricantes na

sob a influência de outro distúrbio. O teste

como parte deste trabalho, menciona-se

adequação de seus medidores para a

é feito para a influência da magnitude

que a IEC 62586 também faz referência ao

realização dos testes. Além disso, para que

de tensão e da distorção de harmônicas,

teste de influência de múltiplos distúrbios

o teste seja viável, é de grande importância

conforme apresentado na Tabela 2. O

definido pela IEC 61000-4-30. O teste

a criação e utilização de rotinas de teste

critério TC10s(unc) é utilizado para a

define que a incerteza de medição deve ser

que possibilitem a execução de todo o

avaliação.

verificada da seguinte forma:

procedimento de forma eficiente, repetitiva

A Figura 4 mostra a configuração para

• Verificar a incerteza na medição para

e com reduzido esforço.

o teste A1.3.2 da Tabela 2 e a Figura 5

cinco pontos de frequência espaçados

apresenta as formas de onda dos sinais

uniformemente entre a faixa de medição,

gerados.

mantendo-se os valores de todos os outros

Figura 4 – Configuração do Teste A1.3.2 para influência de harmônicas no módulo PQ Signal Generator do software Test Universe.

A Tabela 5 mostra os resultados dos dois testes. O EUT é aprovado no critério TC10s(unc), mostrando que a medição de frequência mantém-se dentro da faixa de incerteza mesmo com a variação da magnitude de tensão, ou presença de harmônicos de tensão.

• IEC 62586-1:2013, Power quality

• Repetir o teste, mantendo-se os valores

measurement in power supply systems -

de todos os outros parâmetros no estado

Part 1: Power quality instruments (PQI).

M2 da Tabela 2;

• IEC 62586-2:2013, Power quality

• Repetir o teste, mantendo-se os valores

measurement in power supply systems -

de todos os outros parâmetros no estado

Part 2: Functional tests and uncertainty

M3 da Tabela 2.

requirements. • IEC 61000-4-30:2008, Electromagnetic

Conclusão

compatibility (EMC) – Part 4 30: Testing and measurement techniques – Power

Este artigo apresenta a nova norma IEC

Registro

A1.3.1 [Hz]

A1.3.2 [Hz]

1

59,9504

59,9504

2

59,9504

59,9504

3

59,9504

59,9504

4

59,9504

59,9504

5

59,9504

59,9504

6

59,9504

59,9504

quality measurement methods.

62586 que foi criada para complementar

• IEC 61000-4-15:2010, Electromagnetic

as normas, já existentes, que definem as

compatibility (EMC) – Part 4-15:

metodologias e critérios de medição dos

Testing and measurement techniques

parâmetros de qualidade de energia. O

– Flickermeter – Functional and design

artigo descreve o escopo da norma e os

specifications

testes funcionais de tipo que são definidos.

• IEC 61000-4-7:2009, Electromagnetic

Esses testes são realizados, em um âmbito

compatibility (EMC) – Part 4 7: Testing

internacional, pelos fabricantes em seus

and measurement techniques - General

medidores classe A e S de acordo com a IEC

guide on harmonics and interharmonics

61000 4 30.

measurements and instrumentation for

O artigo discute os benefícios da

criação

dessa

norma,

que

passa

a

power supply systems and equipment connected thereto

representar uma referência internacional para a comparação do desempenho de diferentes medidores. Alguns dos requisitos e desafios para a realização dos testes são discutidos. Os testes de

Tabela 5 – Resultados dos testes A1.3.1 e A1.3.2

Referências

parâmetros no estado M1 Tabela 2;

Figura 5 – Formas de onda geradas para o Teste A1.3.2.

Com base na experiência adquirida

verificação da incerteza de parâmetros sob a influência de múltiplos distúrbios são sem dúvida os que impõem mais dificuldades para a sua realização e para a geração dos sinais por parte dos equipamentos de teste.

Os testes definidos pela IEC 62586

para a frequência foram realizados em um medidor comercial e os seus resultados são apresentados neste artigo.

*Eugenio Carvalheira é engenheiro eletricista e mestre em engenharia da computação. É gerente de engenharia na Omicron, responsável pelo desenvolvimento de soluções de teste para sistemas de proteção e medição em sistemas elétricos. eugenio.carvalheira@omicronenergy.com Javier Aprea é gerente de P&D na IMS Soluções em Energia, responsável pelo desenvolvimento de soluções em Eficiência Energética, incluindo equipamentos e software para medição, análise e controle da Qualidade da Energia Elétrica. Marcelo Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. Foi gerente técnico da Adimarco e atualmente é diretor da Techmarc Engenharia.



Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Por José Claudio de Oliveira e Silva*

Divisão da corrente entre o sistema de aterramento e as partes metálicas/ linhas conectadas à estrutura, conforme Anexo E da ABNT NBR 5419-1

Neste artigo, será discutido o item E.2

de níveis suportáveis para os equipamentos

da ABNT NBR 5419-1, particularmente, o

interligados.

item E.2.1 que trata das correntes que fluem

A

impedância

convencional

de

pelas partes condutoras e linhas externas

aterramento (Z) é a impedância impulsiva do

conectadas a uma estrutura atingida por

sistema de aterramento, dada pela relação

uma descarga atmosférica. É sabido que

entre o valor de pico da tensão no ponto de

a corrente de uma descarga atmosférica

aplicação da corrente e a corrente aplicada

em uma estrutura não flui apenas para o

no aterramento (Vpico/Ipico). A ABNT NBR

sistema de aterramento, mas se divide entre

5419-1 define, para os propósitos dessa

o aterramento e as ligações metálicas que

parte da norma, um impulso de corrente na

entram/saem da estrutura. E essas correntes

forma 10/350 µs (ver a Nota na Tabela E.1 da

não fluem apenas por condutores conectados

norma). Um impulso de corrente com essas

ao sistema de aterramento (como o condutor

características é relativamente lento, de modo

PEN da rede de energia elétrica, por exemplo),

que a impedância (Z) de um aterramento não

mas também por condutores de fase e de

deve ser significativamente maior do que

dados/sinais, via DPS. Por isso, é importante

o valor de resistência em baixa frequência,

que se estimem as proporções dessas

exceto para aterramentos formados por

divisões de corrente para o dimensionamento

poucos eletrodos muito longos em solos de

adequado de DPS, blindagens e condutores

baixa resistividade.

em geral, que devem suportar a passagem

dessas correntes, mantendo as tensões dentro

de Z para diferentes níveis de proteção

Na Tabela E.1 da norma são dados valores

Figura 1 – A corrente de uma descarga atmosférica (I) atinge o SPDA e parcelas dessa corrente fluem por n1 linhas enterradas (IB) e por n2 linhas aéreas (IA); é denominada impedância convencional de aterramento do sistema de aterramento do SPDA; Z2 é a resistência de aterramento dos arranjos de aterramento para os quais as linhas aéreas são conectadas; Z1 é a impedância convencional de aterramento das linhas enterradas que saem da estrutura.


93

O Setor Elétrico / Abril de 2016

e resistividade do solo. Esses valores são

cabos blindados (que é função da corrente

comparáveis aos valores de resistência de

percorrendo a blindagem), componentes

sistemas de aterramento apresentados em [2].

esses que fazem parte do caminho de saída de

Cabe ressaltar que a norma não considera a

parcelas importantes da corrente da descarga.

ocorrência de ionização no solo, o que resulta

(Figura 1) refere-se a uma linha de alimentação

correntes saindo pelas linhas, sendo, portanto,

ou de sinais/dados, um cabo ou parte

conservadora nesse sentido.

condutora externa, conectada à estrutura

A impedância de linhas ou de partes

(diretamente ou via DPS), completos. Dessa

metálicas enterradas (Z1), tais como tubulações

forma, um cabo de energia trifásico com

metálicas, armadura ou blindagem de cabos

condutores de fases e PEN deve ser visto

etc., se refere à impedância impulsiva de um

como uma única impedância, assim como

condutor enterrado, horizontal, em contato

um cabo coaxial, um par telefônico, um cano

elétrico com o solo. Valores de Z1 são dados

d’água metálico, etc.

na Tabela E.1 da norma.

Z2 é a resistência de aterramento relativa

individuais de um cabo, como as veias de um

às linhas aéreas. Refere-se à resistência dos

cabo de alimentação CA, é estimado em um

sistemas de aterramento aos quais essas

segundo momento através do fator K1e (ver

linhas são conectadas, em locais distantes da

equações E.5 e E.6 da norma).

estrutura considerada (pode ser a resistência

equivalente de vários pontos de aterramento,

as resistências Z2) são todas iguais é uma

como é o caso típico do condutor PEN da

simplificação e tanto. O mesmo se aplica ao

n2

ZB + Z || ZA

A corrente nas impedâncias individuais Z1 é:

IB

IZ1 =

1

IZ1 = Z || ZA =

IZ1 = I

IZ1 = I

n1

·I·

Z Z2 / n2 Z + Z2 / n2

1 n1 Z1 n1

n1

Substituindo o valor de IB : Z || ZA ZB + Z || ZA =

Z Z2 n2 Z + Z2

Z Z2

Z Z2

n2 Z + Z2

n2 Z + Z2

+

Z Z2

=I

Z1 +

n2 Z + Z2

Z Z2 n2 Z Z1 + Z1 Z2 + n1 Z Z2

n1 Z Z2 n2 Z + Z2 Z

=I n2 Z

Z1 Z2

+ Z1 +n1 Z

Fazendo a relação entre IZ1 e a corrente

total I, obtemos o fator ke:

rede elétrica). No caso de cabos aéreos, isto

fator K , que considera que as correntes, por

é justificado pelo fato de que, durante os 10

exemplo, nos condutores vivos e no condutor

IZ1

µs de subida da corrente da descarga, a onda

PE (ou PEN) de uma linha de alimentação CA

I

de corrente se propagando por essas linhas

são iguais. A norma chama a atenção para

1 e

n1

Z || ZA

IB = I ·

A divisão da corrente entre os condutores

Dizer que as impedâncias Z1 (ou que

Z1

ZB =

A corrente IB é dada por:

Cada elemento designado por Z1 ou Z2

numa previsão de valores mais elevados de

Z2

ZA =

= ke =

Z Z1 + Z n1 + n2

Z1 Z2

alcança quase 3 km de distância. Na maioria

esses pontos (ver NOTA 1 na seção E.2.1 e

dos casos, essas linhas terão sido aterradas

toda a seção E.2.2), sem oferecer uma solução

ABNT NBR 5419-1. Pode se chegar na

muito provavelmente já numa pequena fração

melhor, por enquanto, porque isso não é

equação E.3 pela simples substituição dos

dessa distância.

trivial.

índices 1 e 2.

Se um cabo enterrado não fizer contato

direto com a terra, como no caso de um

A equação acima é a equação E.2 da

Uma demonstração das equações E.1

e E.2 da ABNT NBR 5419-1 poderia ajudar

Referências

condutor isolado ou dentro de um tubo de

no entendimento da divisão de corrente

PVC, por exemplo, este deve ser considerado

proposta. Isso mostraria como as equações

[1] Vernon Cooray (Editor); The Lightning

como aéreo, pois a impedância característica

são baseadas nas simplificações mencionadas

Flash (Chapter 10: Carlo Mazzetti;

de uma linha enterrada sem contato com o

acima e totalmente baseadas na teoria de

Principles of protection of structures

solo é ainda bastante elevada, na faixa de 200

circuitos. O estágio inicial de um impulso

against lightning); IEE; 2003

Ω a 300 Ω.

rápido de corrente de descarga, com frente

[2] José Claudio O. Silva; Earthing

de onda da ordem de poucos µs ou menos

resistance values of Earth-termination

divisão de corrente tratada no item E.2 da

(submicrossegundos),

systems according to IEC 62305;

norma é voltada para a evolução mais lenta

complexos

eletromagnética

International Conference on Grounding

das correntes das descargas atmosféricas,

e propagação, estão obviamente fora do

and Earthing (GROUND’2014); Manaus,

buscando resolver a questão da energia

escopo dessa formulação.

Maio-2014.

Do exposto acima, percebe-se que a

de

envolve

indução

fenômenos

dissipada nos DPS, da capacidade de

condução de corrente pelos condutores e das

1, a impedância total de cada grupo de

* José Claudio de Oliveira e Silva é membro da

tensões transferidas aos circuitos internos de

impedâncias é:

CE 03:64.10 | claudio.silva@aptemc.com.br

Com base no diagrama da Figura


94

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Por Eduardo Daniel*

Instalações com arranjos fotovoltaicos Conceitos complementares à ABNT NBR 5410 Nota: Cabos do subarranjo fotovoltaico só são

operando com mais de 50 Vcc ou 240 W, e

que está sendo desenvolvido pelo Grupo

relevantes para arranjos fotovoltaicos que são

que são protegidos contra acesso público por

de Trabalho específico da CE 03:064.001,

divididos em subarranjos fotovoltaicos.

cercas, localização, etc. Dispositivos avaliados

Este artigo dá continuidade ao assunto

dentro desta classe de aplicação possuem

que diz respeito à norma complementar da ABNT NBR 5410, tratando de detalhes das

Cabo do arranjo fotovoltaico

proteção por isolação básica e atendem aos

instalações

requisitos de segurança classe 0.

elétricas

fotovoltaicas.

Assim,

Cabo de saída de um arranjo fotovoltaico

está descrita, a seguir, a segunda parte dos

que transporta a corrente de saída total do

Nota: Classes de segurança são definidas na

conceitos mais importantes do projeto de

arranjo fotovoltaico.

IEC 61140. [Fonte: IEC 61730-1:2004]

norma em desenvolvimento e que deve ser do conhecimento das pessoas que não têm

Caixa de junção Classe C: Acesso geral, tensão elétrica limitada,

a oportunidade de acompanhar os trabalhos

deste importante Grupo.

séries fotovoltaicas ou módulos fotovoltaicos

aplicações com potência limitada

são conectados em paralelo, e que aloja

Invólucro, no qual subarranjos fotovoltaicos,

Dispositivos classificados para o uso nesta

Blindagem, blindagem de um cabo

dispositivos de proteção e/ou seccionamento

classe de aplicação são restritos a sistemas

[Fonte: ABNT NBR 10899:2013]

operando com menos de 50 Vcc e 240 W, onde

Camada metálica aterrada utilizada para

confinar o campo elétrico dentro do cabo

Nota: Termos equivalentes em inglês: string

o acesso geral de pessoas é previsto. Dispositivos

e/ou para proteger o cabo de influência

box ou junction box.

qualificados dentro desta classe de aplicação, de acordo com a IEC 61730-1 e a IEC 61730-2,

eletromagnética externa.

Célula fotovoltaica

atendem aos requisitos de segurança classe III.

concêntricos aterrados também podem servir

Nota: Classes de segurança são definidas na

como blindagem.

fica­mente desenvolvido para realizar a conversão

IEC 61140.

direta de energia solar em energia elétrica.

[Fonte: IEC 61730-1:2004]

Nota: capas, armações metálicas e condutores

Cabo

Dispositivo fotovoltaico elementar especi­

[Fonte: ABNT NBR 10899:2013]

Condições padrão de ensaio - STC

Conjunto de um ou mais condutores, com

uma cobertura protetora e possivelmente

Classe A: acesso geral, tensão elétrica perigosa,

material de enchimento, isolamento e proteção.

aplicações com potência perigosa

60904-3 para células e módulos fotovoltaicos.

Nota 1: Termo equivalente em inglês: STC –

Dispositivos classificados para o uso nesta

Condições de ensaio especificadas na IEC

Cabo, núcleo do

classe de aplicação podem ser utilizados em

Standard Test Conditions.

sistemas operando com mais de 50 Vcc ou 240

Nota 2: As condições padrão de ensaio são:

incluindo quaisquer coberturas para proteção

W, onde o acesso geral de pessoas é previsto.

a) Temperatura da célula fotovoltaica de 25 °C;

mecânica.

Dispositivos qualificados dentro desta classe

b) Irradiância no plano da célula ou do módulo

Condutor com o seu isolamento, mas não

de aplicação, de acordo com a IEC 61730-1

fotovoltaico de 1.000 W/m2;

Cabo da série fotovoltaica

e a IEC 61730-2, atendem aos requisitos de

c) Espectro da radiação luminosa corres­

segurança classe II.

pondente a uma massa de ar de 1,5 AM.

Cabo que interliga os módulos fotovoltaicos

em uma série fotovoltaica, ou que conecta a

Nota: Classes de segurança são definidas na

série fotovoltaica a uma caixa de junção, a uma

IEC 61140.

Condutor de equipotencialização

UCP ou a cargas em corrente contínua.

[Fonte: IEC 61730-1:2004]

Condutor destinado a equipotencialização

funcional ou de proteção. Classe B: Acesso restrito, tensão elétrica

Cabo do subarranjo fotovoltaico

Cabo

de

saída

de

um

subarranjo

perigosa, aplicações com potência perigosa

fotovoltaico que transporta a corrente de saída

total do subarranjo a que está associado.

classe de aplicação são restritos a sistemas

Dispositivos classificados para o uso nesta

Na

próxima

edição.

trataremos

da

continuidade destes conceitos principais e que complementarão a ABNT NBR 5410.



96

Energia sustentável

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Acidentes recentes versus prevenção O que há em comum entre o Museu

transforma em situação de emergência

de líderes no Fórum Econômico Mundial

da Língua Portuguesa, a Samarco, os

decretada pela Organização Mundial da

em Davos, na Suíça, para discutir temas

terminais de granéis de Alemoa, localizado

Saúde (OMS).

econômicos globais, e o mapa resumo do

em Santos, a boate Kiss, a Heineken,

- A crise da água e a potencial crise de

Relatório de Riscos Globais de 2016 apontou

situada em Jacareí e o terminal portuário

energia em várias regiões do país.

(na região circulada) três riscos ambientais

do Guarujá? Já sabem, não é? Falta de

Agora falando em escala planetária

(por exemplo, aquecimento global e perda

prevenção e gestão de riscos, falta de

e oficialmente, o ano de 2015 foi o mais

de biodiversidade) e quatros sociais (por

cumprimento de requisitos básicos legais,

quente já medido (0,9ºC maior do que a

exemplo, crise de água e alimentos) dentre

falta de fiscalização – alguns dos fatores da

média do século XX). O ano de 2014 já o

os maiores globais (ver Figura1). Chama a

cadeia causal de acidentes recentes com

tinha sido também. E dez dos anos mais

atenção ainda o risco de choque dos preços

graves consequências ambientais e sociais.

quentes já medidos foram no século XXI.

da energia. Situações conhecidas e com

Consequência das emissões atmosféricas

falhas de gestão de riscos no Brasil.

humanas. Falta de prevenção?

Sobre a falta de prevenção

Há muitos anos, ouvi uma comparação

interessante

(se

bem

que

uma

generalização seja questionável) entre a

Voltando à escala micro, os acidentes

ocorridos recentemente no Brasil ilustram

Sobre a falta de gestão de riscos

facetas da falta de avaliação e gestão de

riscos:

Em janeiro ocorreu o encontro anual

cultura japonesa e a brasileira quanto à qualidade: referindo-se ao ciclo PDCA – (P)lanejar, (D)esenvolver, (C)hecar e (A) tuar, ferramenta que também é a estrutura de gestão da ISO 9001 e da ISO 14001 - dizia-se que o japonês privilegiava o P para otimizar o D, enquanto o brasileiro negligenciava no

D,

o

muitas

P

e

vezes

concentrava-se atuando

como

“bombeiro apagando incêndio”. E este tipo de mentalidade causa muitos destes acidentes e problemas que temos visto.

Teria a ver com esta nossa discussão

sobre planejamento, prevenção e cultura brasileira: -

Hoje

sermos

mundiais,

por

centro conta

das da

atenções

microcefalia

causada pelo vírus Zika, que já se

Figura 1 – Mapa resumo do Relatório de Riscos Globais de 2016. Fonte: http://wef.ch/risks2016


97

O Setor Elétrico / Abril de 2016

- Várias das falhas e causas da tragédia

fiscalização legais são inúmeros e repetitivos,

Vale

da Boate Kiss e do incêndio do Museu da

desde o licenciamento de empreendimentos

sobre a gestão de “compliance”, outro

Língua Portuguesa continuam presentes

até as medidas de proteção/gestão de

aspecto do cumprimento da legislação:

em locais de grande concentração de

riscos, monitoramento, etc.

o Brasil piorou sete posições e é o

pessoas.

Neste

pública uma ampla revisão do processo

percepção de corrupção divulgado em

Samarco não foi o primeiro (por exemplo,

do

janeiro pela organização Transparência

Cataguases/MG,

rompimento

da

barragem

2003)

e

com

da a

licenciamento

em

novamente

76º colocado no ranking mundial de

O

está

posição

consulta

-

momento,

marcar

ambiental,

que

pode

significar um afrouxamento para grandes

Internacional.

mentalidade atual temo que não seja

empreendimentos,

o último (ver o vazamento da mesma

mineração, hidrelétricas, podendo ser mais um

Metodologias, técnicas, normas, leis

mineradora do final de janeiro).

vetor de deste tipo de acidentes e impactos.

e práticas sobre o assunto existem em

- Uma boa avaliação e gestão dos riscos

Mas a revisão legal necessária como

abundância, mas com falhas de uso.

teria possivelmente evitado as mortes e

resultado do acidente da Boate Kiss, do

Devemos aproveitar a “força extra”

intoxicações decorrentes do incêndio de

sinistro ocorrido em abril de 2015 no

representada pela mentalidade de riscos

janeiro nas instalações da Localfrio no

terminal de granéis químicos líquidos da

introduzida pela nova versão das Normas

porto do Guarujá e da explosão da caldeira

Alemoa, em Santos, e outros foi insuficiente.

ISO 9001/14001 e ampliar a gestão

na Heineken, em Jacareí (SP)

O documento “Carta de Santos” - “O que

técnica e legal para uma abordagem

ocorreu e o que precisa mudar”, de maio de

sistêmica, cultural, de integridade e

Sobre a falta de cumprimento e fiscalização de requisitos legais

2015, relata os vários acidentes ocorridos no

comprometimento,

local e recomenda ações para prevenção de

mortes, impactos ambientais e perdas

riscos e melhoria legal.

materiais.

Os exemplos de falta de cumprimento e

como

empresas

de

Precisamos avançar muito no país.

para

evitar

mais


98

Iluminação eficiente

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e gerente de Novos Negócios da Philips Iluminação. É ainda coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI e professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do Instituto de Pós-graduação e Graduação (IPOG). Palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética.

A certificação compulsória de lâmpadas Led está valendo oficialmente original de março de 2015. Isto significa

visto a condição econômica do Brasil e a

importadores de lâmpadas Led vivem a

que,

fabricante

necessidade crescente de alternativas para

necessidade de provar que seus produtos

nacional ou importador poderá fabricar

se economizar energia elétrica. Temo, porém,

são

Deste março de 2015 fabricantes e

atualmente,

qualquer

ou importar apenas produtos certificados

pela qualidade dos produtos que estão hoje no

publicação da portaria 144/2015 do

respectivamente.

76/2016

mercado. Nem tanto pela eficiência luminosa,

Inmetro, que estabeleceu um prazo de

estabelece que os demais prazos ficam

mas pela qualidade da luz, confiabilidade e

nove meses para certificação compulsória

mantidos. Assim sendo, os fabricantes e

segurança elétrica dessas lâmpadas.

dos produtos, uma corrida contra o tempo

importadores só poderão comercializar os

foi travada pelas principais empresas do

produtos não certificados em estoque até

de 2017, é altamente recomendado que

segmento. Terminado o prazo, apenas três

junho de 2016 (15 meses da publicação

projetos profissionais e de eficiência

empresas conseguiram ter seus produtos

da portaria 144/2015) , atacadistas e

energética

certificados: Intral, Osram e Philips.

eficientes

e

confiáveis.

Após

a

A

Portaria

Para minimizar os riscos até setembro

exijam produtos certificados

varejistas poderão comercializar esses

como requisito nas especificações de

No final de dezembro, o Inmetro

produtos até março de 2017 (24 meses

produtos.

lançou a Portaria 599/2015 em consulta

da publicação) e atacadistas e varejistas,

também

pública, sugerindo a postergação do prazo

cadastrados como Micro e Pequenas

produtos

por dois meses. Nenhuma informação

Empresas poderão comercializar lâmpadas

eficiência energética. Caso os produtos

oficial, entretanto, foi lançada até 24 de

led sem certificação até setembro de 2017

não tenham o Selo do Inmetro ou o

fevereiro de 2016, quando foi publicada

(30 meses da publicação).

Selo Procel, é altamente recomendável

a Portaria 76/2016. Até esta data apenas

Até

portanto,

ponderar a realização de ensaios de

cinco

setembro

de

2017,

Produtos são

uma

de

com

Selo

Procel

forma

de

garantir

maior

confiabilidade

e

conseguido

poderão existir lâmpadas led de base

desempenho e segurança em amostras de

obter a certificação para suas lâmpadas,

integrada não certificada no mercado. Os

lâmpadas led em laboratórios acreditados

adicionalmente

empresas

haviam

a

próximos meses deverão ser cruciais para

para aprovação dos produtos. Isto poderá

GE e a FLC. Nota-se, porém, que não

a definição de possíveis alterações de

evitar

necessariamente

às

três

anteriores,

futuros

problemas

relacionados

modelos

preços desses produtos. A certificação

a qualidade da luz, confiabilidade do

destas empresas estão certificados. Para

tornará os produtos mais caros? Os

produto, ocorrências de baixo fator de

saber quais produtos e marcas possuem

grandes

potência,

a certificação do Inmetro, recomenda-se

certificados tenderão a deixar os produtos

e

consultar o site do Inmetro, que apresenta

mais baratos? Qual será o impacto disso

outros equipamentos eletroeletrônicos.

a lista completa.

no

Foi dado um grande passo para a

todos

os

estoques

mercado

de

recessivo

produtos

que

não

estamos

altas

distorções

intereferências

vivendo hoje em dia?

melhoria

existentes

a certificação compulsória das lâmpadas

podem se proteger para obter um produto

mercado de compra e venda reagir à

Led pelos fabricantes e importadores por

confiável e de preço justo? É esperada

certificação e existir um forte processo de

11 meses contados a partir da publicação

uma grande disputa do mercado por preço,

fiscalização pelo Inmetro.

Portaria

76/2016

do

Inmetro

Como o consumidor final e o especificador

no

qualidade Brasil.

dos

em

oficializou a postergação do prazo para

A

da

harmônicas

eletromagnéticas

Basta

produtos agora

o



100

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

As novidades vistas no ILPS

O III International Lightning Protection

Europa.

Symposium (ILPS) terminou ontem, no

dia 22 de abril de 2016, na cidade do

parte 3 está sendo significativamente

Porto, em Portugal, com muita troca de

alterado, incluindo o aumento do range do

informação e várias novidades em relação

nível de proteção, o que altera o cálculo

à proteção contra descargas atmosféricas.

dos parâmetros da PDA, por exemplo, o

É claro que tudo tem o seu tempo, por

raio da esfera rolante. Está sendo dada

exemplo,

publicadas

atenção especial ao trabalho de melhorar

em 2010 foram a base da nossa ABNT

a definição do parâmetro l na equação

5419:2015, portanto, não há motivo para

que calcula a distância de segurança

desespero com as informações a seguir.

S. E assim vai, mas como mencionado:

Com o que se viu por aqui ficou

nada de alarme, ainda há muito trabalho e

definitivamente garantida a publicação

verificação cientifica a serem feitos antes

do relatório técnico de conduta de

desses parâmetros serem considerados

pessoas para aumentar sua proteção

no Brasil.

em

áreas

as

normas

abertas.

IEC

Ainda

é

preciso

Viu-se também que o conteúdo da

Fechando as malas, me preparando

definir a publicação, uma vez que esse

para regressar ao Brasil com tudo para

documento é um guia de como se deve

o Circuito Nacional do Setor Elétrico

agir para minimizar riscos e, portanto, não

(CINASE-BH)

deverá ter status de norma. Além disso,

que quando os leitores tiverem contato

cresceu a necessidade de se normalizar

com estas palavras, as mesmas já serão

os detectores/anunciadores de raio no

história contada.

Brasil, prática já largamente difundida na

e

acabo

Saudações a todos!

de

perceber


Proteção, automação e controle

O Setor Elétrico / Abril de 2016

101

Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI), atual Unifei. É diretor da Techmarc Engenharia | marcelo@techmarc.com.br

Qual é a norma? Durante

nossa

conversa

sobre

as

diretrizes para a classificação de documentos

sistema de automação, entre elas:

com base em seu conteúdo característico

especificações e documentações durante o ciclo de vida de um projeto de automação e

• IEC 81346-1 - Sistemas industriais,

de informações. Esse banco de dados

proteção, recebi várias consultas sobre quais

instalações e equipamentos e produtos

fornece breves definições de um conjunto

normas deveriam ser utilizadas e se existem

industriais

de

normas que podem auxiliar nesse trabalho.

denominações de referência - Parte 1:

internacionalmente, incluindo os requisitos

Regras

-

princípios

estruturantes

e

tipos

de

documentos

padronizadas

princípios

sobre o conteúdo de informações, referências

61850 influenciam a definição dos requisitos

gerais para a estruturação de sistemas e das

a fontes adequadas e a classificação aplicável

e as aplicações da funcionalidade de

informações sobre os sistemas. A designação

em conformidade com a norma IEC 61355-1.

proteção e controle. Portanto, no processo

de referência identifica objetos para criação e

Um arquivo de SCL é um documento que pode

de engenharia de configuração do sistema

recuperação de informações sobre um objeto.

ser classificado de acordo com a IEC 61355

de automação, a informação "informal" da

Os princípios nestes padrões são utilizados

pelo autor do documento. Classificação

especificação deve ser traduzida para a

nas diferentes estruturas de um arquivo SCL;

de documentos com uma forte abordagem

descrição "formal" usando SCL (Linguagem

• IEC 81346-2 - Sistemas industriais, instalações

orientada a objetos de IEC 81346 ajuda a

de

e

organizar e localizar documentos facilmente;

Os processos definidos na norma IEC

Configuração

de

Subestação).

A

básicas.

equipamentos

Estabelece

e

produtos

industriais,

elevada

princípios estruturantes e denominações de

• IEC 61082-1 - Preparação de documentos

qualidade de trabalho, garante a integridade

referência - Parte 2: Classificação de objetos

utilizados na eletrotecnologia – Parte 1:

e a consistência durante todo o processo de

e códigos para as classes. Esta norma define

Regras. Esta norma fornece as regras

implementação, a partir da concepção geral

classes e subclasses de objetos utilizando

gerais e orientações para a apresentação

do sistema até o comissionamento, facilitando

códigos pré-determinados como referência.

de informações em documentos e as regras

as verificações correspondentes em cada

Esta classificação é aplicável em todas as áreas

específicas

etapa da execução do projeto. Entretanto,

técnicas, por exemplo, engenharia elétrica,

tabelas usadas em engenharia elétrica. Ele

esse não é o único caminho. O trabalho de

mecânica e civil, bem como todos os ramos

tem o status de um padrão horizontal de

engenharia feito deve permanecer registrado

da indústria, e pode ser usada por todas as

acordo com a norma IEC Guia 108;

e conservado, podendo ser reutilizado a

disciplinas técnicas em todo o processo de

• IEC 61666 - Sistemas industriais, instalações

qualquer momento para as adaptações,

projeto;

e equipamentos e produtos industriais -

ampliações, alterações, reformas, etc.

• IEC 61175 - Sistemas industriais, instala­

Identificação dos terminais dentro de um

Para isso, outras normas relacionadas

ções e equipamentos e produtos industriais -

sistema. Esta norma estabelece regras para a

à documentação podem e devem ser

Designação de sinais. Esta norma estabelece

designação de terminais de objetos dentro de

utilizadas. A IEC tem desenvolvido uma série

regras para a composição das denominações

um sistema para o uso na área eletrotécnica e

de normas relativas aos diferentes tipos de

e nomes para a identificação de sinais e

afins. Aplicável a todas as áreas técnicas;

documentação. Embora IEC 61850 defina

conexões de sinais. Os nomes dos sinais são

• IEC 60617 - contém símbolos gráficos

determinada documentação para a troca de

utilizados em diferentes tipos de documentos.

para uso em diagramas elétricos. As partes

informações, estas normas associadas são

A consistência pode ser melhorada seguindo

2 a13 de IEC 60617 foram incorporados em

essenciais para obter o benefício completo da

esse padrão;

um banco de dados que atualmente inclui

IEC 61850. Na atividade desenvolvida pelo

• IEC 61355-1 - Classificação e designação

cerca de 1400 símbolos. O banco de dados

Grupo de Trabalho B5.39 do Cigré, foram

de documentos para plantas, sistemas e

é a fonte oficial da IEC 60617. Ele substitui

reunidas e descritas normas importantes a

equipamentos - Parte 1: Regras e tabelas de

partes 2 a 13 da versão anterior publicada

serem considerados na documentação de um

classificação. Esta norma fornece regras e

(edição 2) na IEC 60617.

descrição

formal

garante

uma

de

diagramas,

desenhos

e


102

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Abril de 2016

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Afundamentos de origem externa e soluções com DVR – Parte 2

Em situação normal, o DVR opera em

“stand-by”, sendo a tensão da rede comparada a cada instante com os limites de operação do equipamento; se os valores monitorados atingem o limiar de operação (por exemplo, 0,85 pu – normalmente, os afundamentos atingem valores de até 0,5 pu), o DVR passa então a operar em conjunto com a rede de suprimento na alimentação da carga até o instante em que este sistema principal (rede) se restabeleça. Caso o afundamento persista por períodos superiores ao pré-determinado

Figura 2 – Detalhe da curva ITIC (CBEMA) e zona de atuação do DVR.

para a carga condicionada, o equipamento não opera, pois, o distúrbio provavelmente será

com capacitores. Alguns cuidados devem ser

Taps em trafos de distribuição, normalmente,

uma interrupção. A Figura 1 ilustra os valores

tomados no uso de DVRs em sistemas com

em cargas de potência constante. Importante

eficazes e as formas de onda da tensão em

baixa regulação de tensão, ou com pobre

considerar o tipo de carga conectada, pois, no

situação de afundamento monofásico e de

compensação reativa, que operam em regimes

caso de grandes volumes de energia reativa

recuperação pelo DVR. Devido à recuperação

permanentes em tensão abaixo da tensão

serem consumidos em curtos períodos, deve

da tensão na carga, a mesma é mantida em

nominal em valores próximos aos limites de

ser prevista a utilização de compensadores

operação em função da compensação pelo

operação do DVR (operação em regime de

estáticos específicos. Constituem-se como

DVR. A Figura 2 ilustra a zona de atuação do

subtensão), havendo, neste caso, operação

uma opção econômica e eficaz para mitigação

DVR em detalhe da curva ITIC ou CBEMA.

indevida do sistema, já o mesmo deve ser

de afundamentos de tensão para preservação

operado somente em afundamentos e não em

de operação de processos industriais em que a

amplitude e o ângulo de fase em cada uma das

subtensão em regime permanente.

perda é onerosa. Os custos são proporcionais

fases, pois não se pode admitir desequilíbrios

à carga condicionada e limites de tensão e

de tensão ou mesmo sobretensões. Este

de transmissão e de distribuição combinados

controle tem relação direta com a injeção de

a sistemas de compensação reativa com

potência reativa no caso de fonte de reserva

controle por tensão e manobra automática de

O sistema controla a cada instante a

Os DVRs podem ser aplicados em sistemas

tempo.

Referências: - Elspec technology – Equalizer Turbo system – “viavar” - Ankit Pandey, Rajlakshmi - Dynamic Voltage Restorer and Its application at LV & MV Level - Wikipedia - Ação Engenharia e Instalações – relatórios técnicos - CBEMA- ITI (CBEMA) Curve Application

Figura 1 – Tensões na rede e na carga durante o afundamento monofásico de tensão.

Note



104

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Orientações para a certificação de Skids “Ex”

de

entre os diversos equipamentos “Ex”, bem como

casos, cabe ao fabricante estrangeiro, ao seu

diversos

a verificação da instalação destes equipamentos

representante no país, ao importador ou ao

procedimentos, critérios e orientações, tanto

“Ex”, de acordo com a classificação de áreas

usuário destes Skids no Brasil obter a certificação

do ponto de vista normativo, como legal, para a

pretendida e do EPL requerido.

“local”, junto a um Organismo de Certificação

execução das atividades de avaliação, auditoria,

Podem ser citados como exemplos de

“local” (com acreditação “local” ou nacional), de

análise de relatórios de ensaios e certificação de

unidades pré-montadas os “pacotes” de sistemas

acordo com a legislação atualmente vigente no

equipamentos elétricos, de instrumentação, de

de compressão de gases, os sistemas de fornos,

Brasil.

automação, de telecomunicações e mecânicos

casas de analisadores, sistemas de purificação

A solução mais frequentemente utilizada

“Ex”,

Os

Organismos

Equipamentos

“Ex”

de

Certificação

possuem

áreas

de hidrogênio (plantas do tipo PSA) e os

pelos Organismos de Certificação “locais” é a de

classificadas contendo atmosferas explosivas de

conjuntos moto-bombas e moto-compressores

avaliação do Skid de acordo com os requisitos

gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis.

contendo grandes máquinas, sistemas de

da ABNT NBR IEC 60079-14 - Projeto,

instrumentação, controle e automação local.

seleção e montagem de instalações “Ex”. Esta

séries ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas

Em diversos empreendimentos de novas

norma estabelece os requisitos que devem ser

explosivas) e ABNT NBR ISO/IEC 80079

plantas industriais ou de muitos casos de

atendidos para as montagens de equipamentos

(Equipamentos mecânicos “Ex”), em que são

ampliação de plantas industriais existentes, estes

elétricos

apresentados os requisitos e os critérios de

“Skids” ou unidades pré-montadas ou “pacotes”

explosivas de gases inflamáveis ou de poeiras

aceitação para os ensaios e a certificação

são recebidos “prontos para instalação”, sendo

combustíveis. São apresentados na ABNT NBR

individual dos equipamentos “Ex” com diversos

enviados pelos fabricantes internacionais já

IEC 60079-14 os requisitos para a montagem

tipos de proteção, tais como segurança

previamente montados e testados. Nestes

de equipamentos dos diversos tipos de proteção

destinados

à

instalação

em

Para isto existem as diversas normas das

e

eletrônicos

em

atmosferas

aumentada (Ex “e”), segurança intrínseca (Ex “i”), proteção por temperatura de invólucro (Ex “t”), proteção ótica (Ex “op”), invólucros pressurizados (Ex “p”), encapsulamento em resina (Ex “m”), proteção especial (Ex “s”), proteção por controle das fontes de ignição (Ex “b”) ou proteção construtiva (Ex “c”). No entanto, nos frequentes casos da necessidade de certificação de unidades “pacotes” pré-montadas (Skids), em que exista a montagem de equipamentos “Ex”, não são claramente estabelecidos os procedimentos a serem seguidos para a certificação. Nestes casos, devem ser certificados não somente dos equipamentos “Ex” que fazem parte do “Skid”, mas também do conjunto como um todo, incluindo o sistema de fiação das interligações

Exemplo de conjunto pré-montado (Skid) contendo a instalação de diversos equipamentos “Ex”, incluindo motor elétrico “Ex” de alta tensão, instrumentos “Ex”, compressor “Ex”, sistema de lubrificação, caixa de junção “Ex” e sistemas de fiação de força, controle, automação e aterramento para atmosferas explosivas.


105

O Setor Elétrico / Abril de 2016

“Ex” bem como dos sistemas de fiação de força,

da montagem de equipamentos em “skids”, uma

controle, automação e aterramento adequados

vez que tais regulamentos foram elaborados

para instalação em áreas classificadas, incluindo

tendo como foco somente a certificação dos

a verificação de parâmetros entre barreiras

equipamentos “Ex” individualmente.

de proteção e instrumentos intrinsecamente

Este

seguros.

abrangência em nível mundial, tem sido discutido

Além disso, estes organismos de certificação

entre diversos Organismos de Certificação

podem basear seus procedimentos na aplicação

envolvidos com equipamentos e instalações

das listas de verificação de inspeção inicial

“Ex”, tendo sido chegado um consenso geral. A

detalhada, de acordo com o “check-list” indicado

Folha de Decisão (Decision Sheet) ExTAG DS

na norma ABNT NBR IEC 60079-17 - Inspeção

2015/001A estabeleceu, de comum acordo

e manutenção de instalações “Ex”.

entre os países membros do IECEx, incluindo o

Durante a atividade de certificação, por parte

Brasil, os requisitos mínimos a serem aplicados

de organismo de certificação, de um Skid que

pelos Organismos de Certificação quando da

contém a montagem de diversos equipamentos

certificação de um conjunto pré-montado do tipo

“Ex”, existe a preocupação de segurança não

Skid “Ex”.

somente com dos equipamentos “Ex” de

Nestes documentos são apresentadas

forma individual, cada um com seus tipos de

orientações padronizadas, a serem seguidas

proteção “Ex”, mas também a preocupação da

pelos diversos Organismos de Certificação, de

segurança do conjunto como um todo, o que

forma que todas as montagens e interligações

inclui a necessidade de avaliação não somente

entre

dos equipamentos, mas também dos requisitos

sejam devidamente avaliadas, verificadas e

de montagem deste “pacote” que está sendo

consideradas, de acordo com os requisitos da

certificado, sob o ponto de vista dos requisitos

Norma IEC 60079-14, durante o processo de

específicos de instalação de equipamentos

certificação de todo o conjunto pré-montado

elétricos,

(“pacote”) “Ex”.

eletrônicos,

de

automação,

de

os

tipo

de

diversos

assunto,

que

possui

equipamentos

“Ex”

telecomunicações e mecânicos para locais

De acordo com estas orientações sobre

contendo atmosferas explosivas.

a certificação de Skid “Ex”, deve ser atribuída

Nos frequentes processos de certificação de

uma marcação “Ex” ao Skid como um todo,

conjuntos pré-montados contendo a instalação

considerando todos os tipos de proteção “Ex”

de equipamentos “Ex” devem ser avaliados e

dos equipamentos elétricos ou mecânicos que

certificados pelos Organismos de Certificação

estejam instalados, incluindo os casos mais

diversos requisitos específicos de montagem

restritivos de grupo, classe de temperatura,

em

relacionados

temperatura de superfície e EPL. Segundo

por exemplo, as memórias de cálculo dos

as avaliações dos equipamentos e de suas

parâmetros de entidade de cada um dos circuitos

instalações, um Skid “Ex” pode apresentar, por

intrinsecamente seguros, incluindo as suas

exemplo, de forma simultânea, as duas seguintes

barreiras de proteção associadas, os circuitos

marcações: Ex b c d e ia mb nA [op is Ga] IIC T3

óticos inerentemente seguros, os sistemas

Gc e Ex c ib [ib Gb] pzc ta IIIC 150 ºC Dc.

de monitoração e controle associados com

invólucros pressurizados. Em uma certificação

âmbito do TC-31 da IEC, por solicitação dos

de um Skid “Ex” devem ser verificados também

países membros do IECEx, a elaboração de

os requisitos específicos para as complexas e

uma nova norma da Série IEC 60079, com o

difíceis montagens de roscas, parafusos, prensa-

objetivo específico de estabelecer os requisitos

cabos, unidades seladoras e demais acessórios

para a certificação deste tipo de conjuntos

à prova de explosão em invólucros metálicos

pré-montados “Ex”. Até que isso aconteça,

flangeados ou roscados com o antigo tipo de

a Folha de Decisão ExTAG DS 2015/001A

proteção Ex “d” que possuam entradas diretas.

apresenta as orientações necessárias para

Sob o ponto de vista legal atualmente

a certificação de Skids “Ex”, que pode ser

vigente no Brasil, não são indicados requisitos

acessada

específicos para a avaliação da conformidade

ExTAG_DS_2015_001A_60079-14_pt.pdf

atmosferas

explosivas,

Além disto encontra-se em andamento no

em

http://www.iecex.com/docs/


106

Espaço Cigré

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Por Saulo José Nascimento Cisneiros*

A matriz de energia elétrica e as demandas ambientais – Parte II

Em continuidade ao artigo anterior, que

apresentou as características da matriz

A

geração

nuclear

apresenta

dois

e qualidade do suprimento de energia elétrica, bem como uma total aversão ao

grandes desafios:

risco de racionamento de energia. Por

elétrica atual e traçou um quadro sobre as ofertas futuras de energia elétrica, o texto

• O complexo e custoso processo de

outro lado, esses mesmos consumidores

a seguir aprofunda a discussão sobre as

descomissionamento das plantas nucleares

também reclamam por redução nas tarifas

fontes de energia disponíveis e sobre a

e de seus equipamentos após o tempo de

de consumo de energia. Há um grande

matriz ideal.

vida útil pré-definido;

dilema nesta questão da “maximização da

O

• O armazenamento dos resíduos (lixos)

segurança e qualidade versus redução dos

nucleares, especialmente, a definição de

custos da energia elétrica”. É impossível

locais adequados.

otimizar ambos, pois, eles trabalham em

mix

maximizar econômicos

adequado os

de

benefícios

que

podem

fontes

deve

técnicos ser

e

obtidos

direções opostas. Qual é a prioridade? Este

considerando as características de todas as fontes disponíveis. Nessa proposta de matriz

Diante desses desafios, estudos têm sido

dilema não é tão simples de decidir como

energética devem-se destacar os seguintes

feitos para:

entre as cores preta e branca. Ele é muito

pontos:

• Aumentar a vida útil de plantas nucleares,

mais complexo. Enfim, os consumidores

de forma similar ao que já é feito com usinas

terão o suprimento de energia com a

• As usinas hidráulicas com reservatório

convencionais em especial com hidráulicas;

segurança ou o risco de déficit que eles

+ as fontes renováveis, disponíveis em

• Melhorar o processo de tratamento e

estão dispostos a pagar. Esta pode ser

abundância no Brasil, constituem uma

reciclagem

uma questão técnica e econômica simples,

vantagem estratégica que não pode ser

resíduos nucleares.

para

reprocessamento

dos

porém, é um problema político e social muito complexo, o que bem ilustra a dificuldade de

perdida; • Não haveria mais espaço para novas

Sempre haverá uma crescente demanda

se estabelecer o risco de déficit ideal que

térmicas a combustível líquido.

dos consumidores por maior segurança

o Sistema Interligado Nacional (SIN) deve


107

O Setor Elétrico / Abril de 2016

ser planejado. “As situações que levam a

fontes intermitentes? Se não, quais são as

preservação ambiental como uma aliada da

decisões difíceis são tão complexas como

outras fontes que poderiam ser indicadas

produtividade.

as próprias opções”.

como básicas para formar a matriz de

energia elétrica considerando conceitos de

é recomendável um aprofundamento da

segurança, eficiência e ambientais?

→ Há comprovadamente um aquecimento

discussão com a sociedade do binômio

global.

“segurança versus custos” da energia

formação da matriz de energia elétrica, vale

essa tendência, governos e entidades têm

elétrica, de forma a contribuir com a

a pena fazer algumas reflexões sobre as

incentivado a implementação de medidas

modicidade tarifária sem pôr em risco

tendências globais e suas consequências.

para reduzir a emissão de CO2, o que

Na definição de matriz energética ideal,

Postas todas essas questões sobre a

Mudanças climáticas Em

contrapartida,

para

reduzir

requer uma conscientização efetiva de

a garantia do atendimento energético e

toda a sociedade para que essas medidas

atender aos condicionantes ambientais.

• Mudanças demográficas

Nesse contexto, cabe destacar o papel vital

das ações de reciclagem de materiais e da

crescimento da população mundial: hoje há

água e do uso eficiente da energia elétrica e

7 bilhões e em 2050 haverá 9 bilhões de

da água, produzindo os seguintes benefícios:

pessoas no mundo.

a necessidade imperiosa de uma maior

• Redução do volume de lixo;

Globalização e mercados emergentes

etc., que garantam a sobrevivência do

• Redução do consumo de energia e água

→ Nos países do grupo BRICS e na Ásia

homem e o seu bem-estar. Isto implica

para fins industriais;

milhões de pessoas têm emergido para a

em maior consumo de energia e maior

• Redução do consumo de energia elétrica

classe média de consumidores. Na África

exploração dos recursos naturais, levando

para a mesma produção de bens e serviços;

e América do Sul milhões de pessoas têm

a maiores impactos sobre o ambiente e

• Redução dos investimentos e dos custos

acessado a classe baixa de consumidores.

a escassez de água. Esta é a realidade!

uma

crescente

urbanização

e

causem os efeitos necessários. As consequências desse cenário é

produção de bens, produtos, alimentos,

“A Realidade é como ela é e não como

para expansão do sistema elétrico; Evolução tecnológica e inovação

gostaríamos que ela fosse. Cabe ajustá-la

• Redução das necessidades de geração

térmica e dos custos operacionais do

→ Maior disponibilidade de recursos e

aos nossos objetivos maiores seguindo o

sistema elétrico;

meios para exploração de novas fontes

caminho do rio que contorna a montanha

• Melhoria da eficiência energética global.

de energia, bem como de instalações e

para chegar ao mar”. E este ajuste terá de

equipamentos com novas funcionalidades

ser feito inexoravelmente com tecnologia

Como ponto final, é importante fazer

e cada vez mais eficientes, com ganhos de

e inovação a serviço da eficiência e

considerações vitais sobre a composição

produtividade, viabilizando “fazer mais com

do meio ambiente. Definitivamente, é

da matriz energética: as fontes intermitentes

menos insumos”;

preciso aceitar a realidade e mudar para

são complementares e não básicas. Posto

sobreviver.

isto, pergunta-se: é possível que a demanda

o aumento da produtividade e para preservar

de energia elétrica seja suprida apenas por

o meio ambiente e em contrapartida a

Tecnologia e inovação contribuindo para

* Saulo Cisneiros é diretor técnico do Cigré-Brasil.


108

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Por Alexsandro Labbate*

Cinco métricas para serviços em campo que você precisa acompanhar de perto

As métricas são dados essenciais para

de espera por informações adicionais e

é 44 horas, e o tempo médio de execução

a gestão estratégica de pessoas e serviços

de eventuais visitas futuras para resolver o

de um chamado é de duas horas, este

em campo. O sucesso no planejamento e na

mesmo problema.

funcionário conseguirá finalizar 22 chamados

execução das operações em campo exige que

por semana.

os gestores tenham em mãos informações e

uma ferramenta muito útil ao permitir que

números precisos, que apresentem o padrão

você controle exatamente a eficiência e as

da sua empresa para finalizar o chamado, a

de qualidade dos serviços prestados e

horas gastas por atendimento, funcionário

programação semanal das ordens de serviços

apontem áreas de possível melhoria.

e tipo de tarefa. Essa métrica também

agendará mais chamados a ele do que a sua

possibilita

capacidade de execução.

No entanto, por não saber quais métricas

A AHT (Average Handle Time) pode ser

a

criação

de

benchmarks

Caso ele leve mais tempo do que a média

utilizar e como aplicá-las, os gestores de

internos entre funcionários e equipes de

Isto gerará reagendamento de chamados,

serviços em campo nem sempre conseguem

campo.

atrasos

ter uma visão real e completa das operações.

Ela deve ser analisada sempre em

significativa na qualidade do serviço prestado

Como agravante, a grande quantidade de

conjunto com algumas outras métricas que

e do atendimento ao cliente.

dados pode confundir mais que auxiliar,

mostraremos a seguir para que sua utilização

criando uma falsa sensação de que tudo está

seja eficaz.

bem.

em

execuções

e

uma

piora

Taxa de finalização na primeira visita

Imagine o seguinte cenário: digamos que

Aderência da programação

você gerencie uma companhia de instalação

principais métricas de avaliação dos serviços

A aderência da programação calcula

de sistemas de gás em apartamentos. A taxa

em campo e saber como utilizá-las. Confira as

se os funcionários em campo executam

de finalização na primeira visita apontará a

cinco métricas para serviços em campo que

satisfatoriamente os chamados de serviços

porcentagem de sucesso na finalização desse

você precisa acompanhar:

agendados em um determinado período.

serviço logo na primeira visita agendada.

Por isso é tão importante conhecer as

O cálculo é o seguinte: divida o tempo

Esse é um dos motivos pelos quais ela é tão

Tempo médio de atendimento

total em que o funcionário está disponível

importante para uma boa gestão de serviços.

Como o nome já diz, ela calcula a duração

para chamados pelo tempo médio de

Quanto maior a taxa, menor os custos relacionados

da execução do serviço, desde a saída do

atendimento de um chamado. Quanto mais

à prestação de serviços em campo, pois uma

funcionário ou da equipe em campo ao

baixo o resultado, melhor.

taxa de reagendamento menor possibilita que a

fechamento da ordem de serviço, incluindo

empresa atenda mais chamados novos.

os tempos de deslocamento até o cliente,

funcionário está disponível semanalmente

Por exemplo, se o tempo total que um

Em outras palavras, ao manter essa taxa


109

O Setor Elétrico / Abril de 2016

alta, as empresas reduzem os gastos com pessoal e logística e ainda economizam tempo e energia para atender mais clientes.

Estatísticas indicam que empresas de

credibilidade mantêm a porcentagem de sucesso acima de 90%. Uma taxa na casa dos 80% é considerada razoável, embora indique uma necessidade urgente de melhorias na prestação do serviço.

Precisão de previsão

Essa métrica determina a exatidão das

previsões feitas pela empresa em relação à demanda de serviços. Ela é fundamental para a elaboração do planejamento estratégico das suas operações em campo e considera principalmente a sazonalidade nas prestações de serviços. Uma previsão precisa possibilita o planejamento avançado de recursos e pessoal necessário em um período específico.

O cálculo é feito por meio da análise e

do cruzamento de dados históricos, incluindo o número de funcionários, o tempo médio de atendimento, a aderência da programação, o número e os tipos de novos chamados, a taxa de finalização na primeira visita, os horários de pico diários, semanais, mensais, trimestrais e anuais, além de outros.

Taxa de cumprimento de SLAs

O SLA, ou Service Level Agreement,

é o compromisso estabelecido entre a sua empresa e o cliente sobre o tempo médio necessário para executar um serviço ou finalizar um chamado ou ordem de serviço. Em alguns segmentos de mercado, os SLAs são estabelecidos por agências reguladoras,

como

no

caso

das

telecomunicações e da energia elétrica. O SLA também pode ser uma promessa de resolução ou um documento formal, com cláusulas de qualidade e tempo máximo de resolução do serviço prestado pela sua companhia. Alexsandro Labbate é gerente sênior de marketing da ClickSoftware para as Américas, líder no fornecimento de soluções para a gestão automatizada e otimização da força de trabalho e serviços em campo.


110

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Abril de 2016

2016 será um ano muito promissor para o sorgo biomassa

afetados pela alta do dólar. Além disso,

período de safrinha de outras culturas. Serve

afetado o País nos últimos anos fez com que

os

governo

também como opção complementar à soja e

repensássemos nossa matriz energética e o

podem facilitar o desenvolvimento de novas

ao milho. Cerca de duas toneladas úmidas de

próprio consumo. A exemplo de outros países

tecnologias para caldeiras e compra de

sorgo biomassa geram 1 MW de eletricidade.

mais desenvolvidos, o Brasil voltou os olhos para

equipamentos.

alternativas sustentáveis na produção de energia.

empresas ou por parceiros agricultores que

A

A escassez de recursos hídricos que tem

incentivos

apontados

pelo

Entre 2003 e 2015, o BNDES destinou

O cultivo pode ser feito pelas próprias

recursos a 285 projetos de geração de

trabalham no plantio, cultivo e colheita.

biomassa é uma das boas alternativas de

energia.

energia limpa e vem ganhando mais espaço

foram de energia eólica e biomassa que

para essa cultura que está destinada a ocupar

no mercado, principalmente, nos setores

receberam um total de R$ 22,7 bilhões em

mais espaço no mercado de biocombustão, pois

de usinas e de indústrias que conseguem

financiamentos. Em 2016, estima-se que

atende a todos os elos da cadeia de suprimentos

reaproveitar subprodutos de sua produção

a geração por biomassa vá adicionar 145

de com grande eficiência. A perspectiva de

original. O sorgo se destaca entre os

megawatts de energia à matriz energética.

grandes investimentos nos próximos anos e

diferentes tipos de matérias-primas que

O número ainda é pequeno se compararmos

o olhar atento de indústrias para esse tipo de

podem ser usadas na produção energética

com energia eólica – que deve adicionar 2,9

energia contribuem para um cenário otimista. Os

com biomassa. Qualquer empresa que

gigawatts –, mas está abrindo caminho para

avanços tecnológicos do setor, aliados ao grande

produza energia por meio de queima de

crescer ainda mais nos próximos anos.

território para seu plantio e desenvolvimento,

biomassa em suas caldeiras pode utilizar

O aumento na utilização de biomassa

levam à conclusão de que o sorgo biomassa é a

o sorgo, que não necessita de nenhuma

reduz o consumo de combustíveis fósseis,

bola da vez em termos de produção de energia

tecnologia específica para seu cultivo. Além

como petróleo e seus derivados, que não são

limpa e sustentável.

de ser uma matéria-prima dedicada, que

matérias-primas renováveis. O Brasil possui

garante um aproveitamento melhor e total

condições naturais favoráveis à produção de

do produto, possui alto poder calorífico que

biomassa e, portanto, tem tudo para assumir

otimiza o processo de geração de energia.

uma posição de destaque neste cenário.

energia

produzida

por

meio

de

Destes,

108

empreendimentos

O momento é de identificar oportunidades

Com as novas medidas governamentais

que incentivam a microgeração e as resoluções

Vantagens do sorgo biomassa

do COP 21 - em que o Brasil traçou como meta aumentar de 28% para 33% as fontes

O

renováveis de energia até 2030 - é hora de

resistente e que se adapta muito bem

avaliar também o tipo de matéria-prima que

a qualquer região do Brasil. Possui alto

será utilizada nessa produção levando em

rendimento de matéria seca e baixa umidade

conta o aproveitamento, o custo e o tempo.

residual na biomassa, além de baixo nível de

O cenário atual para estes produtos

emissão de CO2. Outra vantagem é a rapidez

é positivo e tudo indica que 2016 será um

com que se desenvolve. Ele produz cerca de

ano promissor. Diferentemente da energia

40 toneladas por hectare em apenas seis

eólica e solar, os fornecedores de biomassa

meses. Além disso, pode ser colhido entre

(*) Ricardo Blandy é VP de Desenvolvimento de

são nacionais e seus preços não são muito

90 e 120 dias após o plantio e cultivado no

Negócios da Nexsteppe América Latina.

sorgo

biomassa

é

uma

cultura



112

Agenda 6 a 9 de junho

PCH I - Hidrologia aplicada à geração hidrelétrica

Descrição

Informações

Apresentar os conceitos básicos sobre hidrometria, hidrologia e sedimentologia aplicados à geração hidrelétrica é o objetivo do curso PCH 1, promovido pela Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria (Fupai). Durante as aulas serão apresentados os seguintes temas: hidrometria: conceitos básicos; hidrologia: conceitos básicos; regionalização de dados hidrológicos; vazão de projeto: curva de energia; sedimentologia: importância e origem dos sedimentos, etc.

Local: Itajubá (MG) Contato: (35) 3629 3500 fupai@fupai.com.br

6 a 10 de junho

Cursos

O Setor Elétrico / Abril de 2016

Sistemas de aterramento – fundamentos e ensaios

Descrição

Informações

Direcionado a engenheiros e técnicos, com 2º grau completo, o curso tem como intuito o estudo dos conceitos e das técnicas aplicadas no projeto, na caracterização de parâmetros e na avaliação do estado de malhas de terra novas e em operação. Conforme os organizadores, durante o curso, serão detalhadas, de forma teórica e prática e em estudos de casos reais, as técnicas de medição de resistência de aterramento, normalizadas e em desenvolvimento.

Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6276 cursos@lactec.org.br

9 e 10 de junho

Relés de proteção: determinação de parâmetros de ajuste

Descrição

Informações

Os participantes deste curso serão apresentados a relevantes informações referentes à aplicação e ajustes de relés de proteção para minimizar as faltas em circuitos elétricos trifásicos, bifásicos e fase-terra. Além da parte teórica, o curso terá aulas práticas com exemplos para cada tópico apresentado, com debate de casos reais, possibilitando assim maior interação dos alunos e aplicações imediatas do conteúdo aprendido. As aulas são voltadas para engenheiros, técnicos e demais profissionais ligados a estudos, projetos, consultoria, manutenção e operação de sistemas de proteção elétricos em BT, MT e AT.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 2344-1722 cursos@abnt.org.br

10 a 12 de junho

Projeto de instalações elétricas de baixa tensão

Descrição

Informações

O curso tem como um de seus objetivos apresentar os requisitos relacionados aos principais conceitos, prescrições, definições e recomendações da norma ABNT NBR 5410 referentes aos aspectos do projeto de instalações elétricas, a fim de desenvolver um senso crítico em relação ao texto da norma. Fazem parte do conteúdo programático temas como: legislação e normalização técnica; características gerais da instalação; dimensionamento de circuitos; dispositivos de proteção contra sobrecorrentes; linhas elétricas, entre outros. Durante as aulas, os alunos desenvolverão um projeto elétrico de uma edificação.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3816-0441 cursos@ycon.com.br

13 a 15 de junho

Redes Subterrâneas de Energia Elétrica

Descrição

Informações

Com o tema “Redes de Distribuição Subterrânea: Tecnologias, Projetos e Investimento”, o evento deste ano

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br

Eventos

contará com quatro tutoriais no primeiro dia e um fórum realizado nos dias subsequentes, além de uma exposição para ser visitada por inscritos e outros convidados. O público alvo do evento é: engenheiros, arquitetos, administradores públicos, profissionais atuantes nos setores de planejamento, urbanismo, projetos, prestação de serviços, professores e fornecedores de produtos e tecnologias para energia elétrica, tecnólogos, técnicos e outros. 28 de junho a 2 de julho

Expolux

Descrição

Informações

Em sua 15ª edição, a Expolux ainda é o principal encontro de iluminação da América Latina. No evento, serão apresentadas as novas tecnologias, produtos, serviços e tendências do setor de iluminação, além de soluções para os mais diversos segmentos, como iluminação decorativa, industrial, comercial, pública, Led, componentes e acessórios de iluminação. Com o objetivo de tornar a exposição das soluções e o fluxo de visitação mais assertivo, pela primeira vez, o evento será dividido em dois pavilhões.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3060 - 4717 atendimento@reedalcantara.com.br

30 de junho a 1º de julho

Brasil Solar Power

Descrição

Informações

Além da exposição, o Brasil Solar Power 2016 será composto por dois congressos: um abordará assuntos relacionados à geração centralizada e outro se prenderá a assuntos referentes à geração distribuída. Conforme os organizadores, ambos os congressos irão abordar temas de extremo interesse do segmento de energia solar, visando o crescimento da fonte no Brasil, e irão contar com a participação das principais autoridades do setor elétrico brasileiro, tais como representantes dos poderes legislativo e executivo, da Aneel, do ONS, da EPE e grandes players nacionais e internacionais.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3154-9430 luiz.renato@canalenergia.com.br



114

Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Abril de 2016

ABB 9 0800 014 9111 abb.atende@br.abb.com www.abb.com.br

COMSOL 7 (41) 3156 9100 info@br.comsol.com www.br.comsol.com

Huntsman 64 0800 170 850 www.huntsman.com/power

Ação Engenharia 106 (11) 3883.6050 orcamento@acaoenge.com.br www.acaoenge.com.br

Condumax 72 0800 701 3701 www.condumax.com.br

ICE Cabos Especiais (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br

Conex 27 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br

Ilumatic (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br

Alpha 20 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br AXT 10 (11) 4025-1300 vendas@axt.com.br www.axt.com.br Balestro 14 (19) 3814-9000 balestrovendas@balestro.com.br www.balestro.com.br BHS Eletrônica 95 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br BN Eletro Metalúrgica 97 (11) 4411-0844 www.industriabn.com.br 35

Brametal (27) 2103-9400 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br Brasil Solar Power 103 comercial@canalenergia.com.br www.brasilsolarpower.com.br 55

BRVal (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br Cablena 109 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Clamper Fascículos e 51 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 21 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cobremack 75 (11) 4156-5531 SP (71) 3594-5565 BA contato@cobremack.com.br www.cobremack.com.br

Fascículos e 71

D’Light (11) 2937- 4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br Daisa 22 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br 83

Eloforte (41) 3208-0850 vendas@eloforte.com www.eloforte.com Elos 65 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br Embrata 107 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br Enerbras 17 (41) 2111-3000 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br Expolux 113 (11) 3060-4913 comercial@expolux.com.br www.expolux.com.br Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br FLIR Brasil 85 (15) 3238-8075 www.flir.com.br/osetoreletrico General Cable 15 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com Gimi Pogliano 23 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br Hellermann Tyton 81 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br

31

47

63

Instrumenti (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br 91

Intelli (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Itaipu Transformadores 39 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br Kian Brasil 49 (21) 2702-4575 sac@kianbrasil.com.br www.kianbrasil.com.br Kienzle 18 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br 77

KRC (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br Magnet 80 (11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br Megabarre 11 (11) 4525-6700 vendas@megabarre.com.br www.megabarre.com.br Melfex 89 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br

Mersen 48 (11) 2348-2374 vendas.ep.brasil@mersen.com www.mersen.com Mon-Ter 69 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Nambei Fios e Cabos 16 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp 4, 5 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Omicron 19 www.omicronenergy.com/disjuntor info.latam@omicronenergy.com 87

Palmetal (21) 2481-6453 palmetal@palmetal.com.br www.palmetal.com.br Paratec 100 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 74 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br PCE Engenharia 53 (55) 3375-5600 comercial@pce-eng.com.br www.pce-eng.com.br

Redes Subterrâneas 111 (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br www.rpmbrasil.com.br 41

Rittal (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br Romagnole 70 (44) 3233-8500 transformadores@romagnole.com.br www.romagnole.com.br Sarel 73 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 76 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br SEL - Schwwitzer 79 (19) 3515-2000 www.selinc.com.br THS 6 (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br Total Light Ex 66 (22) 2748-1200 comercial@totalex.com.br www.totalex.com.br Trael 8 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br

Pilz do Brasil 45 (11) 4126-7290 vendas@pilz.com.br www.pilz.com.br

Tremax 12 (16) 3266-1297 / 3266-3158 contato@tremax.com.br www.tremax.com.br

Polar Macaé 105 (22) 2105-7777 vendas@polarmacae.com.br www.polarmacae.com.br

Ultrapower Mat (11) 4028-4376 www.ultrappowermat.com.br

67

Press Mat 57 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br

Unitron 99 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br

RDI Bender 13 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br

WEG (47) 3276-4000 faleconosco@weg.net www.weg.net

43




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.