O Setor Elétrico (Edição 125 - Junho 2016)

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Ano 11 - Edição 125 Junho de 2016

Luz e sombra

Iluminação como recurso fundamental para ressaltar a delicadeza de ambientes internos e a altivez de elementos externos

Renováveis

Políticas públicas para o crescimento da geração solar e planejamento para inserção de energia eólica em grande escala Proteção de tanques de combustíveis contra os efeitos das descargas atmosféricas Pesquisa exclusiva revela dados de mercado do segmento de dispositivos elétricos




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Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br

Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação e pesquisa Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br

Suplemento Renováveis

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Segunda edição de Renováveis – Energias complementares discute os impactos ambientais e as políticas públicas fundamentais para a expansão da geração solar no País. Planejamento do setor elétrico com a inserção de energia eólica em grande escala

Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br

também é assunto deste especial. Confira.

Coluna do consultor

8

Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Sidnei Vargas – vargas@atitudeeditorial.com.br

Espaço 5419 96

Uma metáfora a respeito do cenário político brasileiro.

Painel de notícias 10

A divisão da estrutura em zonas para a análise de risco.

Espaço 5410

PCHs podem somar até 7000 MW ao sistema; Lâmpadas incandescentes são proibidas a partir de julho; iniciada montagem da linha de ultra-alta tensão de Belo Monte;

98

Instalações com arranjos fotovoltaicos: correntes, isolamentos e outras partes.

apresenta novas luminárias ao mercado; EDP lança prêmio para

Colunistas

startups. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.

Jobson Modena – Proteção contra raios

100

Luiz Fernando Arruda – Instalações MT 101

Fascículos 21

João José Barrico – NR 10 102 José Starosta – Energia com qualidade 104

50

A importância da luz artificial, que pode transformar a

Roberval Bulgarelli – Instalações Ex

atmosfera de um ambiente, interno ou externo, gerando bem-

Dicas de instalação

estar aos que dele usufruem.

106

108

O preço de um data center parado.

Aula prática 56 Experimentos e análise de risco acerca da proteção de tanques de armazenamento de combustíveis contra os efeitos das descargas atmosféricas.

Pesquisa – Dispositivos elétricos

Ponto de vista 110 O que muda para a geração fotovoltaica com a nova regulamentação?

84

O mercado de dispositivos elétricos sente os respingos da

Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena

Prysmian lança app para auxiliar eletricistas e lojistas; Conexled

Reportagem

Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br

Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Abílio César Soares de Azevedo, Antonella Lombardi Costa, Antonio Freire, Cláudio Mardegan, Daniel Pinheiro Bernardon, Fernando Alves, Geraldo F. Burani, Hélio E. Sueta, Laura Lisiane Callai dos Santos, Luciane Neves Canha, Luís E. Caires, Murilo Pinto, Nelson Knak Neto, Nunziante Graziano, Pedro Melo, Ricardo Brant Pinheiro, Roberto André Pressi, Sérgio dos Santos, Vicente Scopacaza, Vinícius Teixeira, Wemerson Rocha Ferreira e Wilson Pereira Barbosa Filho. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Ponte Estaiada, em Teresina (PI) Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.

Agenda

114

crise econômica brasileira. Veja os números deste setor, que

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos

espera crescer apenas 5% neste ano.

próximos meses.

Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à



Editorial

6

O Setor Elétrico / Junho de 2016 Capa ed 125_F.pdf

1

6/22/16

6:23 PM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 11 - Edição 125 Junho de 2016

Luz e sombra O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 125 – Junho de 2016

Iluminação como recurso fundamental para ressaltar a delicadeza de ambientes internos e a altivez de elementos externos

Renováveis

Políticas públicas para o crescimento da geração solar e planejamento para inserção de energia eólica em grande escala Proteção de tanques de combustíveis contra os efeitos das descargas atmosféricas Pesquisa exclusiva revela dados de mercado do segmento de dispositivos elétricos

Edição 125

As dificuldades da expansão

“Energia eólica abastece mais de 30% do Nordeste” foi a notícia publicada por diversos periódicos brasileiros

nos últimos dias. De acordo com a reportagem publicada pelo Estadão (versão online), os parques instalados na região de Amontada, no Ceará, estão entre os mais eficientes do planeta. “Enquanto no mundo, as usinas eólicas produzem, em média, 25% da capacidade anual, no Complexo de Icaraí esse porcentual é mais que o dobro. As 31 torres que compõem o parque produzem 56% da capacidade anual”, diz a matéria.

A notícia é animadora e reforça a importância das usinas complementares para o suprimento energético,

especialmente em períodos de estiagem, em que os níveis dos reservatórios costumam ficar muito abaixo do normal.

E a eólica está cada vez mais presente na paisagem brasileira. No mês de junho, a capacidade instalada de

energia eólica chegou a 9,77 GW, o que representa cerca de 7% da matriz elétrica nacional. Segundo a ABEEólica, no ano passado, a energia dos ventos abasteceu uma população equivalente a todo o Sul do País e recebeu, em todo o mundo, investimentos da ordem de R$ 20 bilhões, tendo sido a fonte que mais cresceu, além de ter criado 41 mil empregos.

A energia solar, de acordo com um estudo realizado pelo Comitê de Energia da Academia Nacional de

Engenharia (ANE), está em um bom momento, mas para que o Brasil possa estar entre os 20 maiores países produtores de energia solar, é preciso eliminar alguns entraves. Um deles diz respeito ao preço, que ainda é elevado, e outro refere-se à carência de laboratórios de referência para dar credibilidade aos equipamentos brasileiros por meio da realização de ensaios de desempenho e de eficiência. Mais sobre este estudo é publicado na segunda edição do caderno Renováveis, nesta edição.

Também neste suplemento, um artigo técnico discute os impactos ambientais da geração fotovoltaica e

as políticas públicas para a expansão dessa fonte. A propósito, as renováveis e sua implementação próxima ao consumo são outro tema que vem sendo discutido com profundidade desde a edição de janeiro deste ano em artigos que compõem o fascículo dedicado à geração distribuída. Nesta edição, uma análise sobre o planejamento das redes de distribuição considerando a entrada de energia a partir de plantas de geração distribuída.

Falando sobre a aplicação da eletricidade, a reportagem de capa ouviu alguns especialistas em iluminação

sobre a importância da luz artificial para dar vida a ambientes internos e externos. Veja como foram idealizados os projetos de iluminação de dois espaços corporativos e de duas pontes estaiadas: uso do Led nem sempre é imperativo e tecnologia RGB pode fazer a diferença em elementos externos. Boa leitura! Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!

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Coluna do consultor

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Vai sobrar algum fruto na árvore?

Pelo que parece, os frutos estão tão podres que cairão ao primeiro

balançar das árvores neste final de outono. As frutas vermelhas já caíram e agora aquelas que pareciam verdes aparentam estar podres por dentro e começam a cair mesmo sem amadurecer. A velha máxima da laranja podre que contamina as outras ao redor parece aplicável e, neste ambiente, observa-se que todas querem salvar as suas peles, “ops”, cascas.

A natureza conspira para a limpeza geral dos terreiros com

forte motivação a um novo mecanismo de desenvolvimento limpo. Paradoxalmente, a fábrica de fungicidas e herbicidas de Curitiba está em produção máxima com mão de obra qualificada e motivada. E olha que tem gente querendo fechá-la. Haja veneno para tantas pragas. As frutas que se combinavam por décadas, agora, causam indigestão e a ingestão desavisada das mesmas pode causar sérios transtornos, como cegueira, vômitos e diarreia. Nestes dias frios e nublados, os poucos pomares sadios aguardam os acontecimentos e a decisão para qual Norte jogarão seus galhos para poder frutificar. Nem todos sobreviverão, pois ervas daninhas se espalham facilmente. Sobrará algum campo arável e fértil?

Aqueles que por toda vida investiram nesta grande fazenda observam

atônitos os resultados: o que estaria errado? Será, que durante a geração dos frutos, teriam sido vítimas de modificações genéticas, transgênicos, talvez? Ou teriam sido plantadas por jardineiros que não saberiam exercer suas funções adequadamente? Independentemente do que for, a hora é de renovação dos sítios, enterrando estes frutos podres, evitando ainda suas descendências congêneres, fundamentalmente germinar novas sementes adequadas para as novas gerações. Agora é hora de usarmos os limões ácidos que sobrarão e deles fazer a nossa limonada para dar o folego necessário, e claro a caipirinha para celebrar a nossa vida, contribuindo com o replantio depois da queimada que ocorrerá.



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

PCHs podem somar até 7000 MW ao sistema Com regulamentação, 17 usinas foram outorgadas e outras 159 aguardam finalização dos documentos

avanços ao texto e possibilitaram que

Antes da Resolução nº 673/2015,

Resolução nº 673/2015, que trata da

a

Diretoria

nos casos de apresentação de mais de

outorga para implantação e exploração

refletisse com efetividade os princípios

um projeto básico para a mesma PCH,

de aproveitamento de potencial hidráulico

da análise regulatória, da simplificação e

a Aneel fazia a análise técnica de todos

com características de Pequena Central

da celeridade processual”.

os projetos, o que acabava levando mais

Quase um ano após a publicação da

Hidrelétrica,

a

Agência

Nacional

proposta

aprovada

pela

tempo para decidir qual empreendedor

de

Energia Elétrica (Aneel) comemora a

Processo de aprovação

teria direito a implantar a PCH. Agora esse procedimento ficou mais rápido: caso haja

outorga de 17 usinas e de outras 159, que estão aptas à outorga, apenas

Tudo começa com o estudo de

mais interessados, o empreendedor que

aguardando a emissão de Declaração

inventário hidrelétrico apresentado pelo

apresentar primeiro o sumário executivo,

de Reserva de Disponibilidade Hídrica

empreendedor que tem como objetivo a

após o prazo concorrencial de 90 dias,

(DRDH) e da Licença Ambiental (LA).

definição do aproveitamento ótimo dos

ganha o processo de seleção da PCH.

Somadas,

rios, com estudos cartográficos, estudos

Atualmente,

agregar ao sistema uma potência instalada

hidrológicos, estudos de partição de

trabalham no processo de análise das

de 2.064,72 MW, com investimentos

quedas,

PCHs. De acordo com o Superintendente

previstos de R$ 16,5 bilhões. Os estados

aprovado pela Agência e fica disponível

de

que mais possuem PCHs aptas à outorga

no Centro de Documentação da Aneel

Geração, Hélvio Guerra, as PCHs são

são: Paraná, com 35; Mato Grosso, com

(Cedoc), a fim de que os agentes

importantes para colocar mais potência

28; e Rio Grande do Sul, com 27.

interessados avaliem os aproveitamentos

na matriz energética. “Do ponto de

O aprimoramento da norma que trata

identificados. Desta forma, um interessado

vista estratégico, a PCH é mais viável

das PCHs foi discutido nas duas fases

em implantar uma PCH deverá apresentar

que uma grande usina, além disso, está

da Audiência Pública 57/2014 e contou

o Requerimento de Intenção à Outorga

distribuída no território nacional, gera

com mais de 240 contribuições de

de Autorização (DRI-PCH). O DRI-PCH

empregos locais e não necessita de

associações e agentes interessados no

permitirá ao empreendedor elaborar o

grandes linhas de transmissão. As PCHs

tema. Para o diretor da Aneel, José Jurhosa

projeto básico da PCH com posterior

são empreendimentos com tecnologia

Junior, relator do processo, “os subsídios

apresentação

totalmente

recebidos

sumário executivo desse projeto.

na

as

176

PCHs

audiência

devem

trouxeram

etc.

Esse

à

levantamento

Aneel,

incluindo

é

um

Concessões

40

e

nacional,

profissionais

Autorizações

o

que

de

permite

fomentar a indústria brasileira”, afirmou.



Painel de mercado

12

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Linha de ultra-alta tensão de Belo Monte inicia montagem Trecho ligará energia de Belo Monte Transmissora aos principais centros de consumo de energia do país

O Brasil iniciou a montagem da primeira

linha de ultra-alta tensão, que escoará energia da usina hidrelétrica de Belo Monte (11.233 MW) aos grandes centros de consumo de energia do país. As estruturas do Linhão de Corrente Contínua entre Xingu (PA) - Estreito (MG) formarão a primeira linha do país na tensão de 800 kV, totalizando 2.087 quilômetros de extensão. O projeto, com características com poucos

precedentes

no

mundo,

está

Linha de transmissão será a primeira do país a operar na tensão de 800 kV.

sendo construído em oito trechos. Com cerca de 2.200 empregados, as obras

já estão em andamento. Já na estação de

A previsão para entrada em operação

estão em plena atividade e o processo

Estreito foi iniciada a concretagem das

é fevereiro de 2018, com esforços para

fundiário está praticamente concluído. A

bases dos transformadores e está na fase

antecipação de conclusão para dezembro

Estação Conversora de Xingu conta com

de montagem das estruturas para a casa

de 2017 para não restringir o escoamento

403 funcionários que já concluíram as

de válvulas. Nessa fase trabalham cerca de

da energia gerada na usina hidrelétrica de

obras de terraplenagem e as obras civis

180 empregados.

Belo Monte.

Lâmpadas incandescentes saem do mercado a partir do dia 30 de junho Medida incentiva participação de modelos com índices mínimos de eficiência energética A partir do dia 30 de junho, as

30 junho de 2016, com a participação de

A partir dos prazos finais estabelecidos,

lâmpadas incandescentes deixam de ser

unidades com potência inferior a 40 W.

fabricantes, atacadistas e varejistas serão

comercializadas no Brasil. A regulamentação

A mudança atende ao cronograma

fiscalizados pelos órgãos delegados do

visa elevar a participação de modelos

estabelecido em dezembro de 2010, pela

Instituto nos estados. Os estabelecimentos,

com

eficiência

Portaria Interministerial 1007 dos Ministérios

importadores

energética no mercado. A regra vale para

de Minas e Energia; e da Ciência, Tecnologia

atenderem à legislação estarão sujeitos às

importação e comercialização das lâmpadas

e Inovação; e do Desenvolvimento Indústria e

penalidades previstas em lei.

incandescentes de uso geral em território

Comércio Exterior, que fixou índices mínimos

brasileiro.

de eficiência luminosa para fabricação,

índices

mínimos

de

A troca das lâmpadas incandescentes

importação e comercialização das lâmpadas

no Brasil foi feita de forma gradativa e de

incandescentes de uso geral em território

acordo com a potência das unidades. As

brasileiro.

primeiras mudanças começaram em 30 de

junho de 2012, com retirada do mercado

das lâmpadas incandescentes no mercado

das lâmpadas de potência igual ou superior a

é capaz de economizar anualmente cerca

150 W. O segundo processo de substituição

de 5% de toda a energia elétrica utilizada no

ocorreu no dia 30 de junho de 2013, com a

mundo. Uma lâmpada fluorescente compacta,

exclusão das lâmpadas de potência acima de

comparada a uma lâmpada incandescente de

60 W até 100 W. Em dezembro de 2014,

luminosidade equivalente, economiza 75%.

foi a vez das lâmpadas de 40 W até 60 W.

E se a opção for por uma lâmpada de LED,

O processo de substituição encerrará em

essa economia sobe para 85%.

e

fabricantes

Segundo dados da ONU, a substituição

Retirada das incandescentes do mercado começou em 2012, com a exclusão das lâmpadas de 150 W.

que

não



Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Junho de 2016

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Cabos VFD

Cabos livres de halogênio

www.belden.com.br

www.cobremack.com.br

A Belden, empresa especializada em soluções de transmissão de

Os cabos Mackflex Atox 450/750 V e Atox HEPR 90° PLUS

aplicativos em missões críticas, lançou sua linha Premium de cabos

0,6/1 kV, da Cobremack, são desenvolvidos para aplicação em

flexíveis e inversores de frequência (VFD). A nova linha oferece mais

locais com alta concentração de pessoas e condições restritas de

flexibilidade e foi produzida para ter mais durabilidade em ambientes

fuga, como: casas de show, shopping centers, hospitais, hotéis e

industriais adversos.

outros locais similares.

De acordo com o gerente da linha de produtos da Belden, os

Livres de halogênios e de metais pesados, os novos cabos

cabos VFD são, geralmente, muito grandes e difíceis de se instalar, o

oferecem maior segurança devido às suas características de baixa

que atrasa a instalação e aumenta o tempo de manutenção. “Nossos

emissão de fumaça e gases tóxicos, além da não propagação e

cabos flexíveis VFD são projetados para superar estes desafios de

auto-extinção do fogo.

aplicação com um projeto mais flexível”, afirma. Segundo ele, para

alcançar esta flexibilidade, os cabos conseguem aglomerar até 2.000

disponíveis nas seções de 1,5 mm² ao 500,0 mm², sendo 2, 3 e 4

fios individuais de cobre, o que os torna fáceis de serem torcidos sem

vias do 1,5 mm² ao 120,0 mm² e 5 vias do 1,5 mm² ao 70,0 mm².

comprometer a quantidade de cobre utilizada.

Já os cabos Mackflex Atox 450/750 V

podem ser encontrados nas

Feitos com cobre especial, cautelosamente entrelaçado e um

Os cabos Mackflex Atox HEPR 90° PLUS 0,6/1 kV estão

exterior de fácil contorção, estes cabos flexíveis VFD podem ser

seções de 1,0 mm²

utilizados em localidades de difícil acesso.

ao 10,0 mm².

Os cabos Belden VFD estão disponíveis em tamanhos pequenos, médios e grandes para satisfazer às necessidades motoras, de condução e acessibilidade de várias aplicações.

Novos cabos da Cobremack são indicados para locais com grande concentração de pessoas.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Junho de 2016

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Prysmian lança aplicativo de qualidade e segurança das instalações elétricas Plataforma reúne uma série de materiais informativos para orientar eletricistas e lojistas de materiais de construção sobre como utilizar e instalar sistemas de cabeamento elétrico em prédios e residências no País

A Prysmian do Brasil acaba de anunciar o lançamento de

um aplicativo que promete facilitar a vida dos atendentes de lojas de construção civil no Brasil e os dezenas de milhares de eletricistas espalhados pelo País. Isso porque a ferramenta ensina o passo a passo da instalação elétrica em prédios, residências e estabelecimentos comerciais. O grande destaque do app da Prysmian é o catálogo de vídeos educativos com dicas de instalação, testes de segurança e uma tabela de cálculos com orientações sobre custos, tudo dentro das melhores práticas em uma instalação elétrica. A ferramenta traz também o consagrado Prontuário Técnico para Fios e Cabos de Baixa Tensão (PT2), que está em sua décima edição.

Ferramenta ensina o passo a passo da instalação elétrica em prédios, residências e estabelecimentos comerciais.

O aplicativo já está disponível para os sistemas Android e iOS. A

próxima etapa do projeto é desenvolver a plataforma para o WinPhone. De acordo com o diretor comercial da Prysmian no Brasil, Humberto Paiva, a proposta do aplicativo é ampliar a comunicação da empresa com o varejo por meio de um serviço de utilidade pública.

ABB inaugura laboratório de testes de inversores e motores Nova instalação, localizada na Finlândia, permite que os clientes testem seus próprios motores com inversores (VSDs), com a verificação de seu impacto no desempenho e no consumo de energia

O novo laboratório de testes de inversores da

ABB está localizado em Helsinque, na Finlândia, e foi idealizado para permitir que os clientes avaliem a capacidade dos seus próprios motores em conjunto com a nova geração de inversores ABB. A instalação incorpora equipamento independente para medições de alta precisão do desempenho dinâmico, capacidade de carga e eficiência do conjunto inversor-motor. Dessa forma, os clientes conseguem encontrar o sistema de acionamento ideal, ajudando a reduzir

O novo laboratório de testes de inversores para clientes da ABB permite medições de alta precisão do desempenho dinâmico de inversor/motor, capacidade de carga e eficiência.

custos, tamanho do equipamento e consumo de

de inversor/motor e demonstra como podemos

que prestam suporte local. Morten Wierod

energia.

ajudar os clientes a testarem o seu equipamento

acrescenta que “o novo laboratório em

O laboratório de testes é um conceito

até 400 kW com o mínimo de esforço, para

Helsinque é o centro de excelência para a

totalmente

primeiro

verificar que solução da ABB constitui a melhor

nossa unidade de negócio, a partir do qual

lugar, aos clientes com elevado número de

opção para a sua aplicação, “ explica Morten

apoiamos clientes globais com requisitos

acionamentos e parceiros da ABB, tais como

Wierod, responsável pela unidade de negócio

mais exigentes. A principal vantagem destes

empresas tecnológicas nos setores de produção

ABB’s Drives and Controls.

laboratórios é o modo como os ligamos em

de equipamentos e integradores de sistemas.

A unidade de negócios global de inversores

conjunto numa cadeia global, para que todos

”Este investimento suporta realmente o

da ABB também possui laboratórios para

os clientes recebam sempre o melhor suporte

processo de definição da combinação ideal

clientes nos Estados Unidos, China e Índia

disponível da unidade mais adequada da ABB.”

novo,

destinado

em



Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Soprano abre canal de atendimento via WhatsApp Clientes da empresa podem agora tirar dúvidas por meio do aplicativo Os

clientes

da

Soprano

Materiais

Elétricos contam com mais um canal para tirar dúvidas e receber atendimento da empresa. O WhatsApp da empresa – (54) 9158.3175 – ficará disponível em horário comercial para esclarecer dúvidas sobre informações técnicas de produto e assistência técnica.

O atendimento será feito por uma equipe

especializada sempre das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h. A opção pelo aplicativo tem o objetivo de garantir a agilidade dos retornos e facilitar a vida dos clientes, evitando custos com ligações telefônicas.

A empresa pode ainda ser contatada

por meio do site (www.soprano.com.br), pelo SAC Fale com a Soprano (54) 2109.6363, pelo

e-mail

eletrica@soprano.com.br,

ou

ainda pela FanPage SopranoBr.

EDP lança EDP Open Innovation Prêmio global para startups destinará 50 mil euros e apresentação dos finalistas no Web Summit, um dos mais importantes eventos do setor na Europa

A EDP Brasil, empresa que atua nas áreas

o diretor de Estratégia, Organização e

de geração, distribuição, comercialização e

Inovação da EDP Brasil, João Brito Martins.

soluções de energia, anuncia o lançamento

oficial do prêmio EDP Open Innovation, a

mundo, devem submeter seus projetos com

maior competição mundial de inovação no

potencial para alcançar mercados em escala

setor energético. O concurso destinado a

global. Para a primeira edição do concurso,

startups com ideias criativas que poderão ser

os assuntos abordados são relacionados

implementadas no mercado global a fim de

à energia limpa e tendências recentes do

definir novas fronteiras do setor elétrico.

setor. A competição abrange os seguintes

Os interessados, de qualquer parte do

A iniciativa nasce da fusão dos prêmios

temas:

EDP Inovação e Energia de Portugal que

elétrica; internet das coisas; M2M (Máquina

eficiência

incentivavam o empreendedorismo na área

a

da energia. O programa é realizado em

tecnologia da informação; produção eólica,

parceria com o jornal português Expresso e a

solar, elétrica offshore, ou demais formas de

aceleradora Fábrica de Startups.

energia; armazenamento e distribuição de

Máquina);

energética;

aprendizado

“O prêmio tem como objetivo estimular

energia; e gás natural.

o

surgimento

de

negócios

inovadores

de

mobilidade máquina;

As equipes deverão ser formadas por dois

e disruptivos, para nos anteciparmos à

a quatro integrantes e já podem se inscrever

transformação do setor elétrico e contribuir

por meio do site http://edpopeninnovation.

para o desenvolvimento do setor de energia

edp.pt. O prazo para participar do concurso

cada vez mais eficiente e sustentável”, afirma

é até 31 de agosto.



Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Conexled apresenta novas luminárias para o mercado Peças contam com design moderno para aplicações em áreas públicas e também em ambientes internos

Luminárias CLO Urbana Ornamental, da linha Itamambuca, versão clássica e moderna.

A Conexled, divisão de negócios do

traz versatilidade para aplicações em ruas,

Grupo Conex, com atuação no segmento

parques, praças e condomínios. Possui design

de iluminação Led de alta performance,

moderno e compacto de alta resistência

acaba de lançar quatro novos modelos de

mecânica,

luminárias, sendo duas luminárias urbanas da

simples e confiável. Com corpo em alumínio

linha Itamambuca, uma luminária compacta

extrudado, utiliza Leds Mid Power Osram®

da linha Pequeá e um projetor blindado da

apropriados para iluminação profissional com

linha Guaecá.

um avançado sistema de dissipação térmica e

As luminárias CLO Urbana Ornamental,

sistema ótico próprio para iluminação de vias.

da linha Itamambuca, são opções adequadas

O conjunto de Led e lente proporciona alta

para

áreas

uniformidade luminosa e distribuição de luz,

residenciais e oferecem duas versões de

reduzindo o ofuscamento e aumentando os

design: clássico (22 W/45 W) e moderno (50

índices de iluminação.

W /90 W), com vida útil de até cinco anos.

Seu corpo é fabricado em alumínio injetado,

Guaecá, combina durabilidade e desempenho

possui alta resistência mecânica e à corrosão

para utilização industrial, pública; túneis

e oferece uma eficiente dissipação térmica,

e áreas comerciais. Foi projetado para

garantindo prolongamento da vida útil do

funcionar em áreas expostas ao tempo,

LED e da fonte de alimentação (driver). O

gases, vapores e pós ou em áreas abrigadas.

fechamento hermético, com grau de proteção

Oferece cinco anos de garantia e utiliza Leds

IP65, é garantido por parafusos de aço inox

lighting class CREE®, apropriados para

304/316 e juntas de silicone flexível para

iluminação profissional de alta performance,

altas temperaturas. O acabamento é feito

de acordo com diretrizes da norma IES

com pintura eletrostática especial na cor

LM-80. O conjunto de Led e lente produzem

cinza, branca ou preta, podendo ser fornecido

alta uniformidade luminosa e rendimento,

em outras cores, sob encomenda.

reduzindo o ofuscamento e aumentando a

Outra novidade é a luminária CLP

iluminação com economia de energia e baixa

Urbana Compacta, da linha Pequeá, que

manutenção.

aplicações

em

praças

e

assegurando

uma

instalação

Já o novo projetor CLG Blindado, da linha


Fascículos

Apoio

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Laura Lisiane Callai dos Santos, Luciane Neves Canha, Daniel Pinheiro Bernardon, Roberto André Pressi e Nelson Knak Neto

22

Capítulo VI – Metodologia para planejamento de sistemas de distribuição considerando a previsão de inserção de geração distribuída • Mapeamento do potencial energético • Tecnologias de geração e perfil de geração • Cenário de inserção de GD • Resultados e conclusões

IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano

30

Capítulo VI – Métodos de incorporação de dispositivos de manobra e de componentes conjuntos, circuitos elétricos internos, conexões e refrigeração • Isolação dupla ou reforçada das conexões de entrada • Proteção por dispositivo de interrupção diferencial do circuito de entrada • Cálculo da seção dos condutores de proteção • Proteção básica e proteção em caso de falta

LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa

36

Capítulo VI – Mais detalhes sobre o gerenciamento térmico • Comportamento das resistências térmicas • Comparação entre as placas para montagem de Leds • Temperatura de junção

CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo VI – Sistemas aterrados por resistência de baixo e de alto valores • Recomendações • Vantagens e desvantagens • Grau de proteção e material do invólucro • Isolamento, temperatura e terminais

40


Apoio

Geração distribuída

22

Capítulo VI Metodologia para planejamento de sistemas de distribuição considerando a previsão de inserção de geração distribuída Por Laura Lisiane Callai dos Santos, Luciane Neves Canha, Daniel Pinheiro Bernardon, Roberto André Pressi e Nelson Knak Neto*

Tradicionalmente, a geração de energia

poderá trafegar no decorrer de um dia em

ambientais causados por usinas de grande

elétrica se baseou em usinas de grande porte,

qualquer sentido, fazendo com que a rede

porte, mas trazem impactos técnicos e

normalmente,

de distribuição passe a ser um elemento

econômicos nos sistemas de distribuição de

“ativo”.

energia elétrica. Devido à inserção da GD

hidrelétricas,

localizadas

longe dos centros de carga, interligadas a estes por linhas de transmissão. A

geração

energia

elétrica

de Energia Elétrica (Aneel), regulamentou

o planejamento do sistema de distribuição

a Resolução Normativa (RN) nº 482, que

considerando os impactos causados por

na

consumidora,

estabelece as condições gerais para o acesso

essas pequenas injeções de potência ao

independentemente da fonte de energia

instalação

da microgeração e minigeração distribuída,

longo das redes.

e da tecnologia usada, é conhecida como

pequenas centrais geradores de energia

A energia gerada junto ao consumidor

Geração Distribuída (GD). É uma nova

elétrica próximas aos centros consumidores,

reduz as perdas associadas à transmissão e à

alternativa para geração de energia que visa

termo conhecido por Geração Distribuída

distribuição de energia elétrica, ocorrendo

postergar investimentos em transmissão,

(GD), que visa a incentivar a inserção de

também

reduzir perdas no sistema e melhorar

GD também em consumidores de BT.

nos transformadores, com consequente

a qualidade do serviço de energia. O

Fascículo

nos sistemas de distribuição, é necessário

localizada próxima ao consumidor ou própria

de

No ano de 2012, a Agência Nacional

A GD utiliza fontes com base em solar,

eólica

dos

aquecimentos

aumento de sua vida útil. Um exemplo de

crescente aumento da demanda de energia

energia

ou

sistema com GD é a utilização de grandes

e a preocupação com o meio ambiente

cogeração qualificada. Conectada na rede

usinas geradoras, fábricas com cogeração

impulsionaram investimentos em novas

de distribuição por meio de instalações

de energia, edifícios que geram sua própria

tecnologias em fontes alternativas de

consumidoras, a microgeração distribuída

energia,

energia, com a biomassa, PCH e eólica para

se caracteriza por ter uma potência instalada

conectados a pequenas GD e a utilização de

média tensão (MT) e a solar e eólica para

menor ou igual a 100 kW, já a minigeração

veículos elétricos, como ilustra a Figura 1.

baixa tensão (BT).

distribuída têm potência instalada superior

Com a introdução dos geradores no

hidráulica,

reduções

a 100 kW e menor ou igual a 1 MW.

sistema de distribuição em MT, verifica-se

e

consumidores

residências

As principais contribuições do trabalho são as seguintes:

Essas novas alternativas de geração

uma mudança do sentido de fluxo de

de

energia

elétrica

proporcionam

energia elétrica, principalmente, quando a

disponibilidade de energia próxima aos

região do estudo;

geração é maior que a carga, ou seja, o fluxo

consumidores, reduzindo os impactos

• Estudo das tecnologias de GD e o perfil

• Mapeamento do potencial energético na


Apoio

determinar a quantidade de GD que será inserida na rede de distribuição, primeiramente, é feito o mapeamento do potencial energético na região do estudo. Neste trabalho é analisado o estado do Rio Grande do Sul (RS), após o mapeamento, é feito o cálculo estimativo de quanto desse potencial será inserido na rede para horizontes de médio e longo prazos. Para

fazer

o

mapeamento

do

potencial energético no RS foi necessário primeiramente dividir o estado. Para isso,

Figura 1 – Estrutura dos sistemas com as redes elétricas inteligentes.

foram utilizadas as sete mesorregiões: de geração;

pre­ e n­ dida como a geração de energia

1. Mesorregião do Centro Ocidental

• Estudo de inserção de GD nas redes de

elétrica em pequena escala e próxima

Rio-grandense;

distribuição de BT e MT;

aos consumidores. A GD pode reduzir

Centro

• Planejamento de redes de distribuição

os custos, melhorar a confiabilidade do

Mesorregião Metropolitana de Porto

considerando a GD.

sistema e reduzir o impacto ambiental.

Alegre; 4. Mesorregião do Nordeste Rio-

Mapeamento do potencial energético

como tecnologias de GD a energia

Rio-grandense;

eólica, a solar, a biomassa e as

Sudeste Rio-grandense; 7. Mesorregião

PCHs, sendo a biomassa e a PCH na

do

MT e a eólica e a solar na BT. Para

apresentado na Figura 2.

A Geração Distribuída pode ser com­

Neste

trabalho

foi

explorado

2.

Oriental

Mesorregião

do

Rio-grandense;

3.

grandense; 5. Mesorregião do Noroeste

Sudoeste

6.

Mesorregião

Rio-grandense,

do

como

23


Apoio

Geração distribuída

24

Em que:

FU=0,0001;

E= energia anual;

FC: Fator de conversão da energia irradiada

A = áreas com ventos de 7 m/s em solo

para energia elétrica, FC=0,15;

firme;

R: Radiação solar diária, em MJ/m².dia.

TO=taxa de ocupação média igual a 1,5 MW/km²;

A Tabela 2 apresenta a energia anual

FC=fator de capacidade igual a 0,29;

disponível de geração fotovoltaica em cada

m=24 meses;

mesorregião do estado do RS.

dias=365 dias.

Pela análise da Tabela 2, observa-se que a mesorregião com maior energia

Figura 2 – Mapa do RS dividido geograficamente em sete mesorregiões.

Na Tabela 1 é apresentada a energia

disponível é a região 5, seguida da região 7;

anual disponível de geração eólica para

a mesorregião que possui o menor potencial

cada uma das sete mesorregiões do RS.

é a 2.

Pela análise da Tabela 1, percebe-se que Para cada uma das sete mesorregiões

a mesorregião com maior potencial eólico

foi determinado o potencial energético para

é a mesorregião 6, seguida da mesorregião

O cálculo do potencial energético

cada fonte: eólica, fotovoltaica, biomassa e

5. O menor potencial é encontrado na

a partir da queima da casca do arroz é

PCH.

mesorregião 2.

baseado na quantidade de arroz produzido

Biomassa

e considera somente a casca como resíduo Energia eólica

Energia fotovoltaica

O cálculo do potencial de geração de energia eólica adota uma variável taxa

calculada por meio da equação (2):

de ocupação média, equivalente a 1,5 MW/km², considerando que o potencial

aproveitável para a geração de energia,

A estimativa do potencial fotovoltaico é

E=

do peso total do arroz. O poder calorífico da casca do arroz equivale a 3384,09 kcal/

A * FU * FC * R * 0,277 * 365

(2)

1000

é calculado para áreas com ventos de

o que representa aproximadamente 30%

kg, considerando que a conversão de kcal/ kg para kWh/kg se dá pela divisão por

velocidade média anual de 7m/s medidos a

Em que:

860, e que o sistema opere 95% das horas

50 metros de altura, equação (1):

E: Energia anual;

anuais. A partir daí aplica-se a equação (3),

A: Área de estudo, em km²;

com a produção de arroz obtida em [8],

FU: Fator de utilização da área com

obtendo-se os resultados apresentados na

coletores solares, em relação à área total,

Tabela 4.

E=

A * TO * FC * m * dias 1000000

(1)

Fascículo

Tabela 1 – Energia anual disponível para geração eólica em cada mesorregião do RS Regiões

Área Total (km²)

Área (km²)

Potência Instalável (GW)

Energia Anual (TWh/ano)

Mesorregião 1

25594,689

255,94689

0,38

0,97

Mesorregião 2

17192,037

171,192037

0,25

0,65

Mesorregião 3

29734,982

892,04946

1,33

3,39

Mesorregião 4

25749,128

772,47384

1,15

2,94

Mesorregião 5

64930,583

3246,52915

4,86

12,37

Mesorregião 6

42539,655

3403,1724

5,10

12,96

Mesorregião 7

62861,157

1885,83471

2,82

7,18

Tabela 2 – Energia anual disponível para geração fotovoltaica em cada mesorregião do RS Regiões

Área Total (km²)

Área (km²)

Potência Instalável (GW)

Energia Anual (TWh/ano)

Mesorregião 1

25594,689

15

1520,79075

0,58

Mesorregião 2

17192,037

14

1419,4047

0,36

Mesorregião 3

29734,982

14

1419,4047

0,63

Mesorregião 4

25734,128

14

1419,4047

0,54

Mesorregião 5

64930,583

15

1520,79075

1,48

Mesorregião 6

42539,655

14

1419,4047

0,90

Mesorregião 7

62861,157

15

1520,79075

1,43



Apoio

Geração distribuída

26

P=

t * 0,3 * PCI * n

(3)

860 * 8322

Em que:

(5)

860 * 8322

PCI: poder calorífico da casca de arroz (kcal/kg); n: eficiência de conversão das caldeiras, equivalente a 15%.

.... * Et * Pb * Conc CH4 * VE -1

t: toneladas de madeira em tora; PCI: poder calorífico dos resíduos de madeira (kcal/kg); n: eficiência de conversão das caldeiras, equivalente a 15%.

Para a cana-de-açúcar, o potencial energético é calculado pela equação (4), levando em consideração a eficiência do processo e a quantidade de cana colhida, obtendo-se os resultados apresentados na Tabela 4.

a partir de dejetos suínos, aves e bovinos utiliza-se como base a quantidade de gás metano (m³) contida no biogás, resultante decomposição

do

esterco

gerado

diariamente nas propriedades criadoras

T * 120

(4)

1000 * 8322

dos rebanhos. Aplica-se a equação (6) com o efetivo desses rebanhos na área de

Em que:

estudo para se obter o potencial de metano

t: toneladas de cana-de-açúcar.

(t CH4/ano) para cada origem de material. É considerado que 1m³ de biogás equivale

O potencial a partir de resíduos da silvicultura leva em conta os resíduos

a 1,95 kWh, chegando-se ao potencial da Tabela 4.

gerados na fase de processamento da madeira, os quais representam 50% do peso total. O poder calorifico do resíduo

(6)

Em que: Et: Esterco total [kgesterco/(dia.unidade geradora)]; Pb: Produção de biogás [kgbiogás/ kgesterco];

Para estimar o potencial energético

da

CH4 = 30 dias * nº cabeças .... ano

Metano t

Em que:

t: toneladas de arroz com casca;

P=

t * 0,5 * PCI * n

P=

Conc. _"#: Concentração de metano no biogás [%]; VE: Volume específico do metano [kg_"#/ m³_"#], sendo este igual a 0,670 kg_"#/ m³_"#. Na Tabela 3 são apresentados os valores para conversão energética para diferentes tipos de efluentes. A Tabela 4 mostra o potencial de biomassa a partir da queima do arroz, da cana-de-açúcar, da silvicultura e de dejetos de animais.

Tabela 3 – Valores de conversão energética para diferentes tipos de efluentes Origem do material

Et

Pb

Conc CH4

Suínos

2,25

0,062

66%

representa 2000 kcal/kg, com o sistema operando 95% das horas anuais. O potencial energético é calculado pela equação (5), obtendo-se os resultados apresentados na

Bovinos

10

0,037

60%

Equinos

12

0,048

60%

Aves

0,18

0,055

60%

Tabela 4. Tabela 4 – Energia anual disponível para geração de biomassa em cada mesorregião do RS

Fascículo

Regiões

Potencial Arroz

Potencial canade-açúcar

Potencial Silvicultura

Potencial Dejetos animais

Total

(MWh/ano)

(MWh/ano)

(MWh/ano)

(TWh/ano)

TWh/ano)

Mesorregião 1

15,8118

1,3592

1,9014

17,088

17,08

Mesorregião 2

11,2071

1,7168

38,3527

21,95

21,95

Mesorregião 3

39,0044

2,4565

38,9746

18,61

18,61

Mesorregião 4

0,001

0,2924

24,5944

24,52

24,52

Mesorregião 5

0,6838

9,7449

6,42

58,85

58,85

Mesorregião 6

32,396

0,005

11,2244

23,25

23,25

Mesorregião 7

73,2327

0,6633

0,3808

48,87

48,87

Regiões

PCH Unidades

PCH Potência (kW)

CGH Unidades

CGH Potência (kW)

Total Potência (MW)

Mesorregião 1

3

40670

3

1974

42,644

Mesorregião 2

1

4861

2

700

5,561

Tabela 5 – Potência disponível para geração de hídrica em cada mesorregião do RS

Mesorregião 3

1

1520

1

1032

2,552

Mesorregião 4

16

310759

10

8082,6

318,8416

Mesorregião 5

28

204907,3

30

18429,5

223,3368

Mesorregião 6

0

0

1

700

0,7

Mesorregião 7

0

0

0

0

0


Apoio

Pela análise da Tabela 4, observa-se

fotovoltaica depende da insolação diária

energético para cada uma das fontes

que a mesorregião com maior energia

onde vai ser inserido o painel solar. Neste

de geração, é determinada a tecnologia

disponível é a região 5, seguida da região 7;

trabalho foi analisada a insolação diária

utilizada e analisados os perfis de geração

a mesorregião que possui o menor potencial

para cada uma das sete mesorregiões do

das fontes, além da previsão de inserção

é a 1.

RS. A Figura 5 apresenta o perfil de geração

de GD para, posteriormente, fazer o

para um painel fotovoltaico de 0,250 kW na

planejamento do sistema considerando a

mesorregião 5, para três faixas de geração:

GD.

PCH O mapeamento do potencial hídrico torna-se

um

pouco

mais

complexo

devido à quantidade de aproveitamentos

baixa, moderada, e alta.

Cenário de inserção de GD

hidrológicos já explorados, e da neces­

A inserção da projeção de geração distribuída se fundamenta na avaliação da população potencialmente adquirente dessas tecnologias em função do benefício

das

O objetivo do presente trabalho é

que lhe proporciona expresso retorno do

características topográficas e hidrológicas

uma metodologia para o planejamento de

investimento. A potencialidade é restrita

de cada aproveitamento disponível. Para

sistemas de distribuição, considerando a

pelo nível de renda e pelo consumo

determinar o mapeamento deste potencial

previsão de inserção de GD no sistema.

específico dos clientes, que passam a ser

energético, foram considerados somente os

Após ser feito o mapeamento do potencial

além de consumidores, produtores de

sidade

de

avaliações

detalhadas

pequenos aproveitamentos outorgados pela Aneel, como apresenta a Tabela 5. Pela análise da Tabela 5 observa-se que a mesorregião com maior energia disponível é a região 4, seguida da região 5, a mesorregião que possui o menor potencial é a 7.

Tecnologias de geração e perfil de geração

Figura 3 – Curva de geração eólica BT e MT para mesorregião 5.

Eólica Para geração de energia eólica em BT foi considerada uma turbina com potência de 0,6 kW, modelo ista breeze ® i-500; para a geração de energia eólica em MT foi considerada uma turbina com potência de 330 kW, enercon E33, sendo apresentadas as suas curvas das turbinas na Figura 3. O perfil de geração para a fonte eólica depende da velocidade média dos ventos onde vai ser inserida a turbina eólica. Neste

Figura 4 – Perfil de geração para turbina de 0,250 kW e para turbina de 330kW na mesorregião 5.

trabalho foi analisada a velocidade média dos ventos para as 7 mesorregiões do estado do RS, sendo apresentado na Figura 4 o perfil de geração para a turbina de 0,6 kW e para a turbina de 330 kW na mesorregião 5, para três faixas de geração: baixa, moderada e alta. Fotovoltaica Na geração de energia fotovoltaica foi considerado um painel de 0,250 kW Kyocera Solar. O perfil de geração para fonte

Figura 5 – Perfil de geração para um painel fotovoltaico de 0,250 kW na mesorregião 5.

27


Apoio

Geração distribuída

28

Tabela 6 – Número de consumidores por região Consumidores/Regiões

Residencial

Rural

Comercial

Industrial

Setor Público

Outros

Total

Mesorregião 1

163856

25315

12396

814

1835

20

204236

Mesorregião 2

190656

46812

19427

2065

2646

22

261628

Mesorregião 3

1703307

66305

170507

17336

10397

143

1967995

Mesorregião 4

359226

42066

41435

7716

3569

53

454065

Mesorregião 5

447380

82647

50171

4677

7944

187

593006

Mesorregião 6

304098

44589

25822

3422

2728

35

380694

Mesorregião 7

222544

23859

17095

1122

2343

35

266998

energia elétrica. A Tabela 6 apresenta a

consumidores de BT com inserção de

baixa e média tensão, se fazendo necessária

quantidade de consumidores por cada

GD para cenário 2: 5% da carga atendida

uma operação e controle diferenciado

classe de consumo para cada uma das

por GD e para o cenário 3: 10% da carga

nas redes de distribuição por parte das

sete

atendida por GD.

concessionárias, quando comparada à não

mesorregiões,

considerando

um

crescimento de 1,87% ao ano.

Pode-se perceber, pela Figura 6, a

utilização da GD. O perfil típico da curva

Neste trabalho serão explorados três

diferença de perfil quando da utilização

de carga sofre mudanças expressivas devido

cenários de inserção de GD nos sistemas

da GD; no cenário 2, a curva de carga

à utilização da GD em algumas horas no

de distribuição: cenário 1: 0% da carga do

fica mais uniforme e no cenário 3 há um

decorrer dos dias.

sistema de distribuição atendida por GD;

deslocamento do horário de ponta do

cenário 2: 5% da carga atendida por GD; e

sistema.

Este trabalho tem como diferencial uma metodologia para o planejamento

cenário 3: 10% da carga atendida por GD.

Está sendo desenvolvido um software

Nos cenários 2 e 3 a GD será distribuída

para considerar a influência da GD nos

a

entre MT e BT, e por tipo de tecnologia de

estudos de planejamento, sendo a tela do

distribuída. Essa metodologia pode ajudar

geração, levando em conta o potencial de

software apresentada na Figura 7.

as concessionárias na hora de fazer o

uso da fonte.

Resultados

Conclusão Com a inserção da GD nos estudos de

de sistemas de distribuição considerando previsão

de

inserção

de

geração

planejamento do sistema.

Referências (1) KAGAN, N., GOUVEA, M., MAIA,

As curvas de carga apresentadas na

planejamento, observa-se uma mudança

F., DUARTE, D., LABRONICI, J.,

Figura 6 são as curvas propostas para os

na curva de carga dos consumidores de

GUIMARÃES, D. S., BARRETO NETO, A.,SILVA, J. F. R., PARTICELLI, F., Redes elétricas inteligentes no Brasil: análise de custos e benefícios de um plano nacional de implantação. – 1 ed. – Rio de Janeiro: Synergia: iABRADEE; Brasília: ANEEL, 2013. (2) OLIVEIRA, B. V., Incentivos tarifários

Fascículo

para conexão de geração distribuída em redes de média tensão. Dissertação Figura 6 – Nova curva típica para o cenário 2 e para o cenário 3.

Engenharia Elétrica. UFMG, Belo Horizonte, 2009. (3) ANEEL, “Resolução Normativa nº 482 – Estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras providências”, 17 de abril de 2012. (4) MARTINS, C. C. Análise do Impacto da

Figura 7 – Tela do software que está sendo desenvolvido.

Geração Distribuída em Sistemas Elétricos


29 de Potência Através de Simulação Rápida no Tempo. Trabalho Completo apresentado no Congresso Brasileiro de Automática, 2004. (5) AMARANTE, O. A. C., SILVA, F. J. L., “Atlas eólico: Rio Grande do Sul”, 1. ed. Porto Alegre: SEMC, 2002. (6) CAPELETTO, G. J., MOURA, G. H. Z., “Balanço energético do Rio Grande do Sul 2011: ano base 2010”, Porto Alegre: CEEE/ SEINFRA, 2011. (7) COELHO, S. T., MONTEIRO, M. B., KARNIOL, M. R., “Atlas de bioenergia do Brasil”, 2. ed. São Paulo: ENBIO, 2012. (8) FEE, dados aberto: http://dados.fee.tche. br/ (9) AZZOLIN, H. N., CANHA, L.N. Metodologia para mapeamento e priorização de recursos renováveis com a aplicação no planejamento de distribuição. IX CBPE, Florianopólis, 2014. (10) MME, “Plano nacional de energia 2030”, 1. ed. Brasília: MME/EPE, 2007. *Laura Lisiane Callai dos Santos é engenheira eletricista, com mestrado em engenharia elétrica e doutoranda em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria. É professora na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Luciane Neves Canha possui graduação, mestrado e doutorado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria. Daniel Pinheiro Bernardon possui graduação, mestrado e doutorado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria. É professor da Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Tecnologia, Departamento de Eletromecânica e Sistemas de Potência. Roberto André Pressi possui graduação em engenharia elétrica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e é mestrando em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É engenheiro da AES Sul Nelson Knak Neto possui graduação, mestrado e atualmente é doutorando em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

30

Capítulo VI Métodos de incorporação de dispositivos de manobra e de componentes conjuntos, circuitos elétricos internos, conexões e refrigeração Por Nunziante Graziano*

Prezado

leitor,

este

fascículo

propriedades. No quinto capítulo da

• Proteção contra as consequências

pretende apresentar em detalhes o

série, analisamos as principais condições

de

projeto de revisão da norma brasileira

de verificação, construção e performance,

isolação básica) em circuitos externos

para construção de quadros elétricos e

quais sejam: grau de proteção, distâncias

alimentados pelo conjunto.

barramentos blindados de baixa tensão.

de isolação e escoamento, proteção

No capítulo inicial deste fascículo apresentamos ao leitor os objetivos deste

contra choques elétricos. Neste

capítulo

(por

exemplo,

falha

da

Todas as partes condutivas expostas continuaremos

do conjunto devem ser interconectadas

trabalho, que contemplou a apresentação

a análise da IEC 61439-1 em suas

entre si e ao condutor de proteção

do panorama atual da ABNT NBR IEC

condições para proteção contra choques

da alimentação ou por um condutor

60439 vigente no Brasil, suas subdivisões,

elétricos e métodos de incorporação de

terra ao ponto de aterramento. Estas

principais pontos de interesse, como

dispositivos de manobra.

interconexões

podem

ser

realizadas

conexões

metálicas

a classificação dos painéis em TTA e

Quando um esquema de aterramento

PTTA, suas interpretações e seus abusos.

TT está sendo utilizado na rede elétrica,

aparafusadas, por soldas ou outras

No segundo capítulo, iniciamos a

uma das seguintes medidas deve ser

conexões

aplicada no conjunto:

condutor de proteção separado. Deve

análise das principais definições e dos termos usuais. No seguinte, continuamos

Fascículo

faltas

por

meio

de

condutivas

ou

por

um

ser verificado que as diferentes partes

a análise das principais definições,

• Isolação dupla ou reforçada das

condutivas expostas do conjunto estão

condições de instalação, características

conexões de entrada; ou

conectadas

de

os

• Proteção por dispositivo de interrupção

do condutor de proteção externo de

características

diferencial (DDR) do circuito de entrada.

entrada e que a resistência do circuito

isolamento,

choques

proteção

elétricos

e

contra

nominais.

eficazmente

não exceda 0,1 Ω.

ao

borne

Deve ser feita a

No quarto capítulo, finalizamos a

Cada conjunto deve ter um condutor

verificação empregando um instrumento

apresentação de todas as características

de proteção de modo a facilitar a

de medição de resistência que seja capaz

construtivas, requisitos de marcação,

interrupção automático da alimentação

de conduzir uma corrente de pelo menos

condições da instalação dos conjuntos

para:

10 A (c.a. ou c.c.). A corrente é passada

e iniciamos os requisitos de construção,

entre cada parte condutiva exposta e

apresentando resistência dos materiais

• Proteção contra as consequências de

o borne para o condutor de proteção

e das partes, verificação dos materiais

faltas (por exemplo, falha da isolação

externo. A resistência não deve exceder

no tocante à corrosão, entre outras

básica) no interior do conjunto;

0,1 Ω. É recomendado limitar a duração


Apoio

do ensaio se os equipamentos de baixa

tensão são fixados nas tampas, portas

conjunto por um condutor cuja seção

corrente forem, de outra forma, ser

ou placas de fechamento, devem ser

é escolhida de acordo com a mesma

afetados adversamente pelo ensaio.

tomadas

tabela.

medidas

adicionais

para

assegurar a continuidade de terra.

• Partes que não podem ser tocadas em

Estas partes devem ser providas de

grandes superfícies ou agarradas com

• Quando uma parte do conjunto é

um condutor de proteção (PE) cuja

a mão, ou porque elas são de tamanhos

removida, por exemplo, para ma­ nu­

seção esteja conforme a Tabela 1, em

pequenos

tenção de rotina, os circuitos de

função da mais alta corrente nominal

mm por 50 mm) ou porque estão

proteção

terra)

de utilização dos dispositivos fixados

localizadas de tal forma que exclui

para o restante do conjunto não

ou uma conexão elétrica equivalente

qualquer contato com partes vivas,

devem ser interrompidos. Os meios

especialmente projetada e verificada

não

utilizados para a montagem das várias

para este propósito (contato deslizante,

um

partes metálicas de um conjunto

dobradiças

se

são

Para a continuidade destas conexões deve se aplicar o seguinte:

(continuidade

de

protegidas

contra

(aproximadamente

precisam

ser

condutor aplica

a

de

50

conectadas proteção.

parafusos,

a Isto

rebites

e

para

corrosão), se a corrente nominal de

placa de identificação. Também se

assegurar a continuidade dos circuitos

utilização do dispositivo conectado

aplica

de proteção se as precauções tomadas

for inferior ou igual a 16 A. As partes

de

garantirem

condutividade

condutivas expostas de um dispositivo

magnéticos de transformadores, certas

permanente. Além disso, não devem

que não podem ser conectadas ao

partes de disparadores, ou semelhante,

ser utilizados eletrodutos metálicos

circuito de proteção pelos meios de

independentemente

flexíveis, como condutores de proteção,

fixação do dispositivo devem ser

deles. Quando as partes removíveis

a menos que eles sejam projetados

conectadas ao circuito de proteção do

são equipadas com uma superfície

considerados

suficientes

boa

a

núcleos

contatores

ou

eletromagnéticos relés,

do

núcleos

tamanho

para aquele propósito; • Para tampas, portas, placas de

Tabela 1 – Seção de condutor de proteção de cobre

fechamento e semelhantes, as conexões metálicas aparafusadas e dobradiças metálicas são consideradas suficientes para

assegurar

a

continuidade,

contanto que nenhum equipamento elétrico que exceda os limites de extra-baixa tensão (ELV) seja fixado a elas. Se dispositivos com tensão que exceda o limite de extra-baixa

a

Corrente nominal utilização Ie

Seção mínima do condutor de proteção

A

mm2

Ie ≤ 20

Sa

20 < Ie ≤ 25

2,5

25 < Ie ≤ 32

4

32 < Ie ≤ 63

6

63 < Ie

10

S é a seção do condutor fase(mm2).

31


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

32

de apoio metálica, estas superfícies

Tabela 2 – Verificação

devem ser consideradas suficientes para assegurar a continuidade de terra

Item No

de circuitos de proteção, contanto

1

Requisitos a serem considerados As características nominais de curto-circuito suportável de cada circuito do

2

As dimensões da seção dos barramentos e conexões de cada circuito do conjunto a serem avaliadas são superiores ou iguais àquelas do projeto de referência?

Um condutor de proteção no interior do conjunto deve ser projetado de forma

O espaçamento entre as linhas de centro dos barramentos e conexões 3

de cada circuito do conjunto a ser avaliado é superior ou igual àquele do projeto de referência?

que seja capaz de suportar os esforços

Os suportes do barramento de cada circuito do conjunto a serem avaliados

dinâmicos e térmicos mais elevados que surgem de faltas em circuitos externos no local de instalação que são alimentados

são do mesmo tipo, forma e material e tem o mesmo espaçamento entre 4

linhas de centro ou menor ao longo do comprimento do barramento, como do projeto de referência?

pelo conjunto. As partes condutivas da

A estrutura de montagem para o suporte de barramento é do mesmo

estrutura podem ser utilizadas como condutor de proteção ou uma parte do

projeto e de mesma resistência mecânica? 5

Os materiais e as propriedades dos materiais dos condutores de cada circuito do

condutor de proteção, exceto onde a

conjunto a serem avaliados são os mesmos daqueles do projeto de referência?

verificação da corrente suportável de

Os dispositivos de proteção contra curto-circuito de cada circuito do conjunto a

curto-circuito não é requerida quando:

6

serem avaliados são equivalentes, da mesma fabricação e série, com as mesmas características de limitação iguais ou melhores (I2t, Ipk) baseado em dados do fabricante do dispositivo, e com a mesma disposição do projeto de referência?

• Conjuntos nos quais a corrente nominal de curta duração admissível ou a corrente nominal de curtocircuito condicional não excede 10 kA; • Conjuntos ou circuitos dos conjuntos protegidos por dispositivos limitadores de corrente que têm a corrente limitada

O comprimento dos condutores energizados não protegidos, conforme 8.6.4, 7

de cada circuito não protegido do conjunto a ser avaliado é menor ou

8

Se o conjunto a ser avaliado inclui um invólucro, no projeto de referência incluía

igual àquele do projeto de referência? um invólucro quando foi verificado por ensaio? 9

O invólucro do conjunto a ser avaliado é do mesmo projeto, tipo e tem, pelo menos, as mesmas dimensões daquele do projeto de referência?

até 17 kA com a corrente presumida de curto-circuito máxima admissível

Os compartimentos de cada circuito do conjunto a serem avaliados são 10

nos bornes do circuito de entrada do conjunto; • Os circuitos auxiliares dos conjuntos destinados a

a

serem

transformadores

SIM NÃO

conjunto a serem avaliadas são inferiores ou iguais àquelas do projeto de referência?

que a pressão exercida nelas seja suficientemente alta.

de curto-circuito por comparação com um projeto de

referência: lista de verificação

cuja

conectados potência

nominal não exceda 10 kVA para uma tensão secundária nominal superior ou igual a 110 V, ou 1,6 kVA para uma

do mesmo projeto mecânico e pelo menos as mesmas dimensões daquele do projeto de referência?

“SIM” para todos os requisitos – não requer verificações suplementares. “NÃO” para um requisito qualquer – é requerida verificação suplementar. Os dispositivos de proteção de um mesmo fabricante mas de uma série diferente podem ser considerados equivalentes quando o fabricante do dispositivo declara que as características de desempenho são as mesmas ou melhores em todos os aspectos pertinentes à série utilizada para a verificação, por exemplo, capacidade de interrupção e características de limitação (I2t, Ipk), e distâncias críticas.

Fascículo

tensão secundária nominal inferior a 110 V, e com uma impedância de

condutoras expostas, o projeto, o número

dos circuitos principais de um conjunto

curto-circuito superior ou igual a 4%.

e o arranjo das partes que proporcionam

deve ser conforme o Anexo P da norma.

contato entre o condutor de proteção e

Além disso, cada um dos circuitos do

Quando não elencados nas ressalvas

as partes condutoras expostas devem

conjunto a ser avaliado deve satisfazer

descritas, a verificação deve ser feita pela

ser as mesmas do projeto de referência

os requisitos dos itens 6, 8, 9 e 10

comparação do conjunto a ser verificado

ensaiado.

da Tabela 2. Os dados utilizados, os

com um projeto já ensaiado utilizando os

A avaliação por cálculo da corrente

cálculos efetuados e as comparações

itens 1 a 6 e 8 a 10 da lista de controle

nominal de curta duração admissível de

empreendidas devem ser registrados. Se

e não apresentar nenhuma divergência.

um conjunto e seus circuitos é realizada

ao menos um dos requisitos enumerados

Para assegurar a mesma capacidade de

por uma comparação do conjunto a ser

no anexo P não for atendido, então, o

corrente para uma determinada parte da

avaliado com um conjunto já verificado

conjunto e os seus circuitos devem ser

corrente de falta que circula nas partes

por ensaio. A avaliação da verificação

verificados por ensaio.


Apoio

33


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

34

Em princípio, com exceção dos casos mencionados a seguir, os condutores de

cabos ou condutores de proteção nus em contato com o revestimento do cabo

Isolação do condutor de proteção ou do revestimento do cabo

proteção no interior de um conjunto não devem incluir um dispositivo de

XLPE

seccionamento (interruptor, seccionador

EPR

etc.). Nos condutores de proteção devem

Temperatura final

Termoplástico (PVC)

Condutores nus

Borracha butílica

160 °C

250 °C

220 °C

Fator k

ser permitidas conexões removíveis por meio de uma ferramenta e acessíveis

Material do condutor:

somente por pessoa autorizada (estas

Cobre

143

176

166

conexões podem ser necessárias para

Alumínio

95

116

110

Aço

52

64

60

certos ensaios). Onde

a

continuidade

pode

ser

interrompida por meio de conectores

É assumido que a temperatura inicial do condutor seja 30 °C. Informações mais detalhadas são dadas na IEC 60364-5-54.

ou tomadas de corrente, o circuito de proteção só deve ser interrompido depois

Sp =

que os condutores energizados forem interrompidos e a continuidade deve ser restabelecida antes que os condutores energizados sejam reconectados. No caso de um conjunto contendo partes estruturais, estruturas, invólucros etc., de material condutivo, o condutor de proteção, se existir, não precisa ser isolado destas partes. Os condutores dos dispositivos de detecção de falta de tensão, incluindo os condutores que os conectam a um terra separado, devem ser isolados quando especificados pelo fabricante. Pode também se aplicar a conexão com a terra do neutro do transformador. A seção dos condutores de proteção (PE, PEN) em um conjunto, para o qual os condutores externos são destinados a serem conectados, não deve ser inferior ao valor calculado com a ajuda da fórmula indicada na equação a seguir,

Fascículo

Tabela 3 – Valores de k para condutores de proteção isolados não incorporados em

utilizando a corrente de fuga mais elevada e a duração da falta que pode ocorrer e levando em conta a limitação dos dispositivos de proteção de curtocircuito

(DPCC)

que

protegem

os

condutores vivos correspondentes. A fórmula seguinte deve ser usada para calcular a seção dos condutores de proteção necessários para suportar os esforços térmicos devido às correntes com uma duração da ordem de 0,2 s a 5 s.

√ I2t k

Para assegurar a proteção básica e a proteção em caso de falta, por isolação total, os requisitos seguintes devem ser

Em que:

satisfeitos:

Sp é a seção, em milímetros quadrados; I é o valor (eficaz) da corrente de falta

em corrente alternada que pode circular

completamente fechados em material

pelo dispositivo de proteção por uma

isolante, equivalente à isolação dupla

falta, de impedância desprezível, em

ou reforçada. O invólucro deve portar o

ampères;

símbolo que deve ser visível do exterior;

t é o tempo de funcionamento do

• O invólucro não deve ser perfurado, em

dispositivo de desconexão, em segundos;

nenhum ponto, por partes condutoras, de

k é o fator que depende do material do

modo que haja a possibilidade que uma

condutor de proteção, da isolação e de

tensão de falta surja fora do invólucro.

outras partes e das temperaturas inicial

Isto significa que as partes metálicas, tais

e final (ver Tabela 3).

como os mecanismos dos elementos de

Os

dispositivos

devem

ser

Para condutores PEN, aplicam-se os

manobra e de comando, que por razões

requisitos adicionais seguintes: a seção

de construção, têm que atravessar o

mínima deve ser 10 mm² para cobre ou

invólucro, devem ser isoladas das partes

16 mm² para alumínio; o condutor PEN

vivas, no lado de dentro ou no lado de

deve ter a seção que não seja inferior

fora do invólucro, para a tensão nominal

ao exigido para um condutor neutro;

de isolamento e para a tensão nominal

os condutores PEN não precisam ser

de impulso suportável de todos os

isolados no interior de um conjunto

circuitos no conjunto. Se o mecanismo

e partes estruturais não devem ser

de um elemento de manobra e comando

utilizadas como um condutor PEN,

for metálico (seja coberto por material

porém, os trilhos de montagem de cobre

isolante ou não), ele deve ser provido

ou alumínio podem ser utilizados como

de isolamento para a tensão nominal

condutores PEN.

de isolamento máxima e para a tensão

A separação elétrica de circuitos

nominal de impulso suportável máxima

individuais é destinada para prevenir

de todos os circuitos no conjunto. Se o

choques elétricos por contato com partes

mecanismo de um elemento de manobra

condutivas expostas que podem estar

e comando for feito, fundamentalmente,

sob tensão por uma falta na isolação

de

básica do circuito.

suas partes metálicas que possam ficar

material

isolante,

quaisquer

de


Apoio

acessíveis no caso de falha de isolamento,

apropriada. No interior do invólucro, o

barreira não deve ser removível, exceto

também

com o uso de uma ferramenta.

das

condutor de proteção e seu borne devem

partes vivas para a tensão nominal de

devem

ser

separadas

ser isolados das partes vivas e as partes

isolamento máxima e para a tensão

condutivas expostas da mesma maneira;

No próximo capítulo deste fascículo

nominal de impulso suportável máxima

• Partes condutivas expostas, no interior

continuaremos a análise da IEC 61439-1

de todos os circuitos no conjunto;

do conjunto, não devem ser conectadas

em seus métodos de incorporação

• O invólucro, quando o conjunto está

ao circuito de proteção, isto é, elas não

de

pronto para funcionar e conectado

devem ser incluídas em uma medida

componentes aos conjuntos, além de seus

à alimentação, deve envolver todas

de proteção envolvendo o uso de um

circuitos elétricos internos e conexões.

as partes vivas, as partes condutivas

circuito de proteção. Isto também se

expostas e as partes que pertencem a um

aplica a um componente, mesmo que

circuito de proteção, de tal maneira que

ele tenha um borne de conexão para um

elas não possam ser tocadas. O invólucro

condutor de proteção;

deve garantir, pelo menos, um grau de

• Se as portas ou os fechamentos do

proteção IP 2XC (ver ABNT NBR IEC

invólucro podem ser abertos sem o uso

60529). Se um condutor de proteção,

de uma chave ou de uma ferramenta,

que é estendido ao equipamento elétrico

deve ser provida uma barreira de

conectado no lado da carga do conjunto,

material

deve passar através de outro conjunto

proteção contra contato acidental não

cujas partes condutivas expostas são

somente com as partes vivas acessíveis,

isoladas, bornes devem ser providos

mas também com as partes condutivas

para conectar os condutores de proteção

expostas que ficam acessíveis só após

externos identificados por marcação

o fechamento ter sido removido. Esta

isolante,

que

proporcione

dispositivos

de

manobra

e

de

Até lá! *Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão – e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da Gimi Quadros Elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

35


Apoio

Led – Evolução e inovação

36

Capítulo VI Mais detalhes sobre o gerenciamento térmico Por Vicente Scopacasa*

No artigo anterior, abordamos o

Como todas estas resistências estão em

projeto térmico a ser desenvolvido para

série, o ideal é que tenhamos os menores

que o calor gerado na junção do Led

valores possíveis, pois isto implicará um

possa ser transferido ao ambiente e com

valor total menor e, quanto menor for a

isso garantir que o Led trabalhe dentro

resistência térmica total, melhor será a

dos limites aceitáveis. No projeto térmico,

transferência de calor para o ambiente.

consideramos todos os meios pelos quais o

Vamos então analisar cada uma delas.

calor tem que passar até atingir o ambiente

RѲjs – Representa basicamente a

e é justamente sobre estes meios que iremos

resistência térmica do Led, informação

abordar no presente artigo.

esta que deve ser fornecida pelo fabricante

Vamos, então, relembrar a formula de transferência de calor:

do componente e constante nas folhas de especificação. Como visto anteriormente, este é um dos parâmetros a serem

Fascículo

Tj = Ta + Pd.RѲja

Figura 1 – Modelo de resistência térmica em paralelo para arranjos de Leds.

considerados quando da escolha do melhor Led para o nosso projeto. A unidade

Uma vez que o tipo de Led é escolhido e a

Em que o parâmetro RѲja representa a

de resistência térmica é normalmente

resistência térmica identificada, passamos

resistência térmica total dos meios desde a

fornecida como °C/W (graus Celsius por

ao próximo passo que é a identificação

junção do Led até o ambiente. Como todas

watt) ou °K/W (graus Kelvin por watt),

de qual placa de circuito impresso e qual

as resistências térmicas estão em série, a

o que significa o mesmo, pois ambas as

interface térmica iremos utilizar.

equação fica representada como:

escalas apresentam os mesmos incrementos

sabemos,

os

Leds

que

normalmente utilizamos são do tipo SMD

de temperatura. RѲja = RѲjs + RѲsd + RѲda

Como

É importante destacar que, no caso de

(Surface Mount Devices) e necessariamente

um arranjo de Leds, o comportamento das

devem ser montados em uma placa de

resistências térmicas pode ser determinado

circuito impresso. Cumpre ressaltar que,

Rθjs é a resistência térmica desde a junção

utilizando-se

de

no caso de se tratar de um Led do tipo

do LED até o ponto de medição na placa;

resistências

conforme

COB (Chip on Board) ou equivalente, não

Rθsd é a resistência térmica do ponto de

apresentado na Figura 1. Neste modelo,

há a necessidade de montá-lo na placa de

medição da placa ao dissipador (basicamente

cada Led é representado individualmente.

circuito impresso, devendo ser montado

Em que:

a resistência térmica da placa de circuito

o em

modelo paralelo,

térmico

No caso de arranjos de Leds iguais, a

diretamente no dissipador.

impresso mais a interface térmica);

resistência térmica equivalente será igual à

Rθda é a resistência térmica do dissipador

soma dos valores individuais dividido pelo

RѲsd – Representa o valor da resis­

ao ambiente.

número de Leds que compõem esse arranjo.

tência térmica da placa de circuito mais a


Apoio

resistência térmica da interface entre a placa

resistência térmica e rigidez. Entretanto,

As opções mais conhecidas de placas de

e o dissipador. Primeiramente, abordaremos

nem sempre é a melhor solução sob o

circuito impresso para montagem de Leds

as principais opções de placas de circuito

ponto de vista econômico para algumas

são a FR4, MCPCB e cerâmica, as quais,

impresso disponíveis para a montagem

aplicações. Placas de circuito do tipo FR4,

individualmente, apresentam vantagens

dos Leds. Historicamente, placas do tipo

dupla face com furos metalizados, podem

e desvantagens no que se refere a custos,

MCPCB (Metal Core Printed Circuit Board)

resultar em soluções com custos mais

a disponibilidade, a desempenho, etc. A

ou placas de circuito impresso com núcleo

competitivos e termicamente eficientes

seguir, a Tabela 1 apresenta um comparativo

metálico têm sido utilizadas por sua baixa

quando comparados com MCPCB.

detalhado de cada uma destas opções:

Tabela 1 – Quadro comparativo entre as três opções de placas para montagem de Leds

37


Apoio

Led – Evolução e inovação

38

A seguir, apresentamos um breve

A

função

principal

dos

furos

quanto maior for, maior também será o

descritivo de cada uma destas soluções,

metalizados é a de transferir o calor de uma

assim como ilustrações quanto ao aspecto

das superfícies à outra e com isso diminuir

Além destes dois fatores, temos ainda

construtivo e materiais utilizados.

valor da resistência térmica.

o valor da resistência térmica da placa.

a camada de cobre, em que espessuras de

Placas FR4 – FR4 é uma tecnologia

A resistência térmica entre o corpo do

35μm e 70 μm, 1 e 2 onças respectivamente,

muito utilizada pela indústria eletrônica.

encapsulamento do Led e a placa depende

são comumente encontradas e a máscara de

Dependendo do tipo do Led utilizado,

de vários fatores dentre os quais destacamos

solda normalmente composta de material

assim como da densidade e corrente de

a área de cobre ao redor do Led, o número e

refletivo a fim de auxiliar na extração da luz

operação, a placa FR4 pode ser considerada

o posicionamento dos furos metalizados, a

gerada pelo Led.

com várias vantagens, principalmente,

espessura do cobre da placa e a espessura do

quanto a custo e disponibilidade no

isolante. A especificação do fabricante do

mercado. No caso de montagens com Leds,

Led deve sempre ser consultada, pois cada

PCI Cerâmicas – A composição

normalmente, utiliza-se a placa FR4 com

projeto é específico e, portanto, uma regra

da placa de circuito impresso cerâmica

dupla face, que consiste em duas camadas de

geral nem sempre é aplicável.

consiste basicamente do substrato cerâmico

cobre uma em cada lado externo da placa.

Placas MCPCB – A placa de circuito

Na Figura 3, temos um exemplo de uma placa do tipo MCPCB.

utilizando compostos com altos valores de

Como o material da placa é termicamente

impresso

consiste

condutividade térmica, compostos estes

isolante, temos a necessidade de fazer

basicamente de um substrato metálico,

como a Alumina. De forma análoga ao

furos metalizados a fim de que o calor

normalmente alumínio, com condutividade

MCPCB, são ainda necessárias a camada de

gerado em uma das superfícies do cobre

térmica da ordem 250 W/mK com custo

cobre e a máscara de solda para a composição

seja transferido a outra. Na Figura 2, temos

relativamente baixo, e de uma camada

final do produto. As placas de circuito

uma ilustração da placa FR4 com as duas

dielétrica de epóxi que tem com função

impresso cerâmicas têm disponibilidade

camadas de cobre com espessura de 70μm

básica a isolação elétrica entre a camada

muito limitada em nosso mercado, porém,

(2 onças) e furos metalizados normalmente

de cobre e a base de alumínio. A espessura

para projetos com alta densidade de luz,

com 35μm de espessura.

desta camada dielétrica é crítica, pois

são altamente recomendadas em função

do

tipo

MCPCB

do ótimo desempenho e confiabilidade. A Figura 4 traz um exemplo de uma placa cerâmica e os materiais utilizados. Concluindo, a escolha da placa de circuito impresso a ser utilizada é muito importante

pois

terá

influência

no

comportamento térmico do sistema além Figura 2 – Secção transversal de uma pci FR4 com furos metalizados.

de oferecer maior ou menor desempenho e confiabilidade ao conjunto. Vamos agora tratar das interfaces térmicas, componentes estes de vital importância para o bom funcionamento da luminária de estado sólido. A principal

Fascículo

vantagem

da

utilização

da

interface

térmica entre a placa de circuito impresso Figura 3 – Secção transversal de uma pci do tipo MCPCB.

e o dissipador é o de prover o melhor acoplamento entre ambos, evitando bolsões de ar entre estas duas superfícies. Como sabemos, o ar é um péssimo condutor de calor e, portanto, temos que preencher estes bolsões de ar com um material com boa condutividade térmica, contribuindo, desta forma, para a diminuição da resistência térmica total do sistema. A complexidade do projeto térmico

Figura 4 – Secção transversal de uma placa de circuito impresso cerâmica.

é diretamente proporcional ao nível de


Apoio

39

potência no qual estamos trabalhando. Com o contínuo aumento da eficácia (lúmen/watt) do Led, maior é a quantidade de energia transformada em luz e menor a quantidade de calor gerado, permitindo eventualmente a realização de projetos sem a utilização de um dissipador de calor físico. Em algumas situações, o calor gerado pode

Figura 5 – Três situações distintas com áreas de deposição de pasta térmica.

ser dissipado na própria placa de circuito impresso utilizando a área de cobre. No caso de potências mais altas, temos, obrigatoriamente, que utilizar o dissipador térmico que pode ser, inclusive, a própria carcaça metálica da luminária, se possível. De qualquer forma, utilizando um dissipador convencional ou a carcaça da luminária, temos que considerar a inclusão da interface térmica que pode ser nas mais variadas formas, como a pasta ou graxa térmica, colas, pads (folhas), grafite etc. Existem vários fabricantes de interfaces térmicas que disponibilizam

Figura 6 – Comportamento da temperatura de junção em função da área de pasta térmica depositada.

diversas opções de produtos, sendo que o projetista deve observar o comportamento

diferentes quanto à área de pasta térmica

utilizamos diferentes tipos de placas de

do material quanto ao valor da sua

depositada na placa de circuito impresso

circuito impresso.

condutividade térmica. Quanto maior,

para o mesmo componente COB.

Referências:

melhor, além da sua aplicação ao processo

Nestas três situações, 30%, 50% e

de produção, custo e características de

100% da área do pad foram cobertas por

1. - AB136, LUXEON MZ Application Brief

vida útil e, finalmente, quanto ao seu

pasta térmica e o objetivo é analisar o

20150528 da Lumileds.

comportamento em função da temperatura

comportamento da temperatura de junção

2 - AB32 LUXEON Rebel Platform Assembly

e do tempo.

(TJ) para cada uma delas. Na Figura 6, é

and Handling Information Application Brief

apresentado o gráfico resultante do valor de

20150330 da Lumileds.

TJ para cada situação.

3 - Heat dissipation performance according

Alguns fabricantes de Leds costumam listar os tipos de interfaces térmicas que eventualmente testaram em seus produtos,

Notamos que quanto maior for a área

somente como referência, pois, cada caso é

de deposição da pasta térmica, menor

único e o comportamento destas interfaces

será o valor da temperatura de junção,

não necessariamente é o mesmo para todos

indicando que sempre devemos assegurar

os tipos de Leds. Convém lembrar que,

que a maior cobertura do pad de solda seja

além de nos preocuparmos com a interface

feita. Notamos também que, no caso de

térmica, outros fatores também devem

ausência total da interface térmica, o valor

ser considerados, como a espessura, a

da temperatura de junção, neste presente

quantidade e a área da interface térmica, e o

caso, ultrapassou 200 °C, o que, com

torque entre a pci e o dissipador. A título de

certeza, levará o Led a uma situação de falha

ilustração, apresentamos um comparativo

catastrófica.

feito por um fabricante de Leds, em que,

No

próximo

artigo,

teremos

a

para o mesmo COB, foram utilizadas áreas

conclusão sobre projetos térmicos, em que

de cobertura de pasta diferentes, resultando

abordaremos com detalhes o processo de

em comportamentos diferentes quanto ao

verificação e teste de temperaturas, além

valor da temperatura de junção.

de apresentar alguns casos práticos, a título

A Figura 5 mostra três situações

de comparação, em que, no mesmo Led,

to the adhesion strength of COB and housing SE-AP00019A, Jan. 6 2015, da Nichia.

*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

40

Capítulo VI Sistemas aterrados por resistência de baixo e de alto valores Por Cláudio Mardegan*

Em continuidade ao capítulo anterior, o objetivo deste tópico é auxiliar o(s) engenheiro(s) a decidir se aterra ou não um sistema ou a melhor forma de aterrar o sistema, sob análise, e, para tanto, são necessários alguns conceitos. Será revisto onde aterrar, a fonte ou carga, e ainda, neste tópico, serão tratados os seguintes tipos de aterramento de sistemas:  Sistema aterrado por resistência de baixo valor  Sistema aterrado por resistência de alto valor

Sistemas aterrados por resistência de baixo valor Para algumas aplicações, os sistemas solidamente aterrados

Figura 1 – Representação de um sistema aterrado por resistência de baixo valor.

Recomendações importantes ao se aplicar resistores de aterramento no sistema elétrico

Fascículo

apresentavam limitações:  Elevada corrente de falta causando danos expressivos aos

a) Ao especificar um sistema aterrado por resistência de baixo valor

equipamentos a ponto de danificar as chapas de circuito magnético,

é primordial para o bom funcionamento da proteção de terra que

principalmente de máquinas girantes;

sejam especificados TCs “ground sensors” para as saídas dos painéis,

 Erroneamente as proteções de terra podem ficar por conta da

visto que, se os relés de terra estiverem na conexão residual, erros

proteção de fase (ICC3φ ~ ICC1φ), imaginando-se que todos os curtos

de TCs de fase poderão causar a operação indevida da proteção de

circuitos podem são francos, o que não são;

terra, principalmente na energização de transformadores e motores.

 Os tempos de eliminação de falta ficam extremamente elevados

b) O monitoramento da integridade da resistência de aterramento é

no caso de faltas por arco.

assaz importante devido ao fato de que tanto no que tange ao curtocircuito dos elementos resistores quanto à ruptura dos mesmos

O sistema de aterramento por resistência de baixo valor

impõe severo preço ao sistema, desde sobretensões indesejáveis

normalmente limita a corrente entre 100 A e 1000 A, sendo o valor

que podem se tornar sobretensões transitórias até a explosão de

mais comumente encontrado de 400 A.Veja Figura 1.

contatores devido ao desligamento pela unidade de terra.


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Vantagens  Não existem danos térmicos e dinâmicos devido à corrente de falta à terra;

41

Exemplo 1 Calcular o valor da resistência de aterramento de 400 A – 10s instalado no secundário de um transformador cuja tensão é 13800 V.

 Isola automaticamente as faltas;  Elimina o risco de sobretensões transitórias, se IResistor > 3 IC0;

13800 3 R= = 19.92Ω 400

 Reduz o risco às pessoas comparado com o sistema solidamente aterrado;  Não há perda da chaparia de máquinas girantes em caso de falta à terra;

Especificação básica do resistor de aterramento

 Se devidamente calculado, verificado e especificado, promove a proteção da blindagem, na ocorrência de um curto-circuito faseterra.

As especificações seguintes são extremamente importantes para definir o resistor de aterramento de baixo valor: a tensão nominal do sistema (entre fases), tensão fase-terra, corrente de curta duração /

Desvantagens

resistência, tempo desta corrente, corrente admissível continuamente, nível de isolamento, aumento de temperatura, coeficiente de

 Aumento do custo devido à isolação (devem ter isolação entre

temperatura da resistência (TCR – Temperature Coefficient of

fases ao invés de fase-terra);

Resistance), tipo de elemento, terminais, grau de proteção, material

 Aumento da tensão nas duas fases sãs quando da ocorrência de

do invólucro, segurança e os acessórios.

uma falta à terra;  Aumento do custo de equipamentos (acresce: o próprio resistor,

Tensão nominal

cabo, TC, relé, etc.);  Podem ocorrer pequenos afundamentos de tensão na fase sob falta a terra.

É importante definir a tensão nominal entre fases e fase-terra que deve ser compatível com a tensão do sistema.


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Fascículo

Curto-circuito para a seletividade

42

Corrente de curta duração (IR) / Resistência (R)

Os valores mais usuais são: 100 A, 150 A, 200 A, 400 A, 500 A, 600 A e 1000 A.

O valor desta corrente (IR) define o valor para o qual a corrente de curto-circuito será limitada ao passar por este resistor. Ao definir este valor praticamente está se definindo o valor da resistência (R) em Ohms do resistor. Em outras palavras: 3

O tempo mais comumente escolhido é o de 10s. Uma vez escolhido o valor da corrente e do tempo, definiu-se o Limite Térmico da Resistência (LTR), que é dado pelo I2t.

VFF R=

Tempo

[Ω]

IR [A] Como pode ser observado, ao especificar o valor da resistência, as impedâncias do sistema não são levadas em conta. É importante

Este tempo é mais do que suficiente para que o sistema de proteção opere adequadamente, mesmo que as proteções de backup tenham que operar. Alguns equipamentos que utilizavam tecnologia mais antiga encontram-se valores de até 30 s, o que atualmente é desnecessário.

ressaltar também que o valor especificado para a resistência, por norma, tem uma tolerância de 10%. A escolha do valor da resistência deve ser feita por especialista em proteção visto que implica em:

Corrente admissível continuamente Como os resistores de aterramento são especificados para exercerem a sua limitação de corrente em condições esporádicas (curto-circuito), os mesmos apresentam uma capacidade de condução de corrente

☑Aspectos de segurança;

continuamente (ampacidade) limitada a valores que se situam

☑Aspectos de proteção de equipamentos;

tipicamente entre 5% e 10% do valor da corrente de 10s de curta duração.

☑Aspectos de sensibilidade dos dispositivos de proteção.

Deve-se explicitar claramente na folha de dados da especificação de aquisição do resistor o valor mínimo desejado: 5% ou 10%, de outra

Na falta de informações específicas, a corrente de curta

forma você poderá receber um resistor que suporte até 0%.

duração é escolhida para ser menor ou igual à corrente nominal do

Na necessidade de se ter esta ampacidade ampliada pode-se

transformador ou gerador. No caso do gerador, não se deve exceder

especificá-la, lembrando que poderá haver um aumento considerável em

150% da corrente nominal do gerador.

tamanho, peso e preço e que se forem especificados graus de proteção


43 acima de IP 54, devido à dissipação de calor, estes requisitos terão sérias dificuldades de serem obtidos. Segundo informações obtidas junto ao maior fabricante de resistores do Brasil, o valor por ele utilizado em seus projetos limitam a corrente permanente no resistor a 5% do valor da corrente de curta duração (de 10 s). Nível de isolamento Visto que a tensão neutro terra não varia além da tensão fase neutro para sistemas aterrados por resistor de baixo valor, o nível de isolamento deve ser escolhido com base na tensão do sistema. Assim, esta especificação tem baixo impacto no tamanho, peso e preço. Aumento de temperatura Segundo a norma ANSI/IEEE Std 32 de 1972, o aumento de temperatura deve ser limitado ao máximo de 760 ºC, valor este baseado na tecnologia que era empregada na liga e na isolação disponível em 1972. Atualmente, com as tecnologias atuais, o aumento de temperatura permitido chega a um máximo de 1000 ºC, o que reduz sobremaneira o tamanho, o peso e o custo do resistor. TCR (Temperature Coefficient of Resistance) – Coeficiente de Temperatura da Resistência Os resistores metálicos possuem um TCR positivo, o que significa que a corrente que irá circular pelo resistor não irá exceder o valor especificado, pois a corrente diminui se a temperatura aumentar. Normalmente, o valor de TCR é limitado a 3,5% para cada 100 ºC de aumento. Quando se encontram valores elevados de TCR é por que o preço do aço inoxidável que compõem os elementos resistivos está baixo ou se está utilizando resistores líquidos. Tipos de elementos Os resistores compostos por elementos metálicos têm sido preferidos aos resistores líquidos devido a: evaporação, congelamento e vazamentos, não contêm elementos líquidos e necessitam de uma menor manutenção, além de não necessitar de aquecimento quando instalados em locais de baixa temperatura. Terminais O resistor de aterramento tem basicamente três terminais: a) O terminal que interliga o neutro do transformador ao gerador ao resistor, o qual é realizado normalmente através de uma bucha que é especificada para a tensão do sistema; b) O terminal que interliga a outra extremidade dos elementos resistivos ao terra, o qual é composto por uma bucha que é especificada para uma tensão de 1,2 kV; c) O terminal para aterramento da estrutura normalmente é realizado por um parafuso M12, podendo haver um segundo terminal localizado diagonalmente oposto ao primeiro. Cuidados com a segurança


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

44

Durante a condução há o aquecimento do resistor de ate­ rramen­to. Assim, deve-se tomar cuidado ao tocar as suas partes metálicas. Outro aspecto importante é que, durante a condução, aparece uma tensão igual à tensão fase-terra entre o neutro e o terra. Assim, devem-se ter procedimentos claros de operação e manutenção que incluam estes detalhes. Deve-se também identificar e se estudar uma localização adequada no lay-out da subestação para o resistor. Grau de proteção do invólucro O grau de proteção mais usual para os resistores de aterramento de neutro é o IP 23. Os materiais utilizados para os elementos resistivos, tais como ligas especiais, aço inoxidável, elementos

XC0 3 XC0 = é a reatância capacitiva própria equivalente do sistema, entre R≤

fase e terra. Em outras palavras, isto significa que: IR ≥ 3 x IC0 Em que: IR = É a corrente que circula na resistência de aterramento; IC0=É a corrente de charging do sistema. Define-se corrente de charging como sendo a corrente de fuga que circula nas capacitâncias próprias dos equipamentos para a terra. A Figura 2 ilustra o exposto.

cerâmicos, aço galvanizado e cobre, são materiais duráveis, mesmo nos ambientes mais agressivos e assim, não há a necessidade de se aumentar o grau de proteção. Algumas partes, tais como a caixa de terminais, são normalmente especificadas para um grau de proteção maior, por exemplo, IP 54. Material do invólucro O material normalmente utilizado para os invólucros é composto por aço tratado com zinco aluminizado, sendo adequado para a maior parte dos ambientes. Em algumas circunstâncias pode haver a necessidade de se utilizar invólucros com chapa de aço inoxidável 304. Para ambientes marinhos, costeiros ou offshore, aço inoxidável 316 é utilizado. Outros ambientes internos ou externos moderados, a simples utilização de chapas de aço pré-galvanizados é adequada. A pintura dos invólucros pode ser especificada, entretanto, pode necessitar de manutenção após o resistor entrar em condução, devido ao seu aquecimento. Acessórios Entre os acessórios, podem ser citados: ☑Contatores ☑Disjuntores

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☑TCs ☑Monitores de integridade do aterramento para circuito aberto e curto-circuito dos elementos ☑Etc.

Sistemas aterrados por resistência de alto valor (RAV) (a) Definição O IEEE Std 142 define sistema aterrado por resistência de alto valor (RAV), em inglês conhecido como HRG, como todo sistema que possui a maior resistência possível conectada no neutro do sistema, de forma que:

Figura 2 - Aterramento por resistor de alto valor (HRG).

(b) Por que 3.IC0? Porque se descobriu que é o limiar entre um sistema ser considerado aterrado ou isolado e, se especificado um resistor com uma corrente maior que esta, elimina-se a possibilidade de ocorrência de sobretensões transitória. É importante observar que o número 3 que multiplica a corrente aparece devido ao fato de a tensão aumentar três vezes quando de uma falta à terra. O valor 3.IC0 é o valor total da corrente de charging sob falta. Vantagens  Não se faz necessário o desligamento na ocorrência da primeira falta à terra, minimizando as perdas de produção;  Elimina as sobretensões transitórias e assim os danos à isolação dos equipamentos, se IRESISTOR > 3IC0;  Eliminação ou redução de incêndios devido às correntes de falta por arco;  Facilidade e rapidez de localização das faltas;  Reduz os riscos às pessoas se comparado com os demais sistemas;  Não há perda de chapa magnética em caso de faltas à terra em máquina girantes;  Promove a proteção da blindagem em caso de curto-circuito faseterra;  Menor tempo para recolocar o sistema em marcha após uma falta (MTTR );


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 Praticamente elimina a possibilidade de evolução de ICC1φ em ICC2φ e ICC3φ;  Não ocorrem afundamentos de tensão sob falta à terra. Desvantagens  Aumento do custo dos equipamentos (devem ter isolação entre fases ao invés de fase-terra);  Aumento da tensão nas duas fases sãs quando da ocorrência de uma falta à terra;  Acresce mais equipamentos (resistor e sistema de localização de faltas);  Não permite alimentação de cargas monofásicas.

Trafo MVA 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 5 7.5 10

em etapas de projeto, se faz necessário determinar o valor destas correntes, cujas intensidades são calculadas a partir de valores típicos de capacitâncias e/ou correntes de charging (3Ico) para cada tipo de equipamento, obtidos de normas e artigos tais como os descritos a seguir. (c1) Transformadores As Tabelas 1 a 8 apresentam as capacitâncias para a terra de transformadores, tomando-se como base a norma ANSI C37.011-1979. Deve-se entrar com as potências monofásicas nas tabelas.

Trafo MVA 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 5 7.5 10

Cmin [pF] 1700 2100 2800 3200 3800 4000 4200 5000 6500 8000 ANSI C37.011-1979 (Fig 28A)

Cmáx [pF] 3200 4000 4200 4800 5000 5200 5700 6000 7000 8100

Cmin [pF] 1200 1900 2400 2500 3100 3500 4950 4600 5500 6950 8100 ANSI C37.011-1979 (Fig 28D) TABELA 5 CLASSE 72.5 kV BIL = 350 kV

Cmáx [pF] 2600 3200 3900 4000 4600 4950 5200 6000 7000 -

Trafo MVA 4 5 6 7 7.5 8 9 10 15 20 30

Cmin [pF] 2700 2950 3100 3400 3500 3800 4000 4100 5000 6000 ANSI C37.011-1979 (Fig 28E)

Cmáx [pF] 4000 4100 4500 4900 5000 5050 5100 5200 6000 7200 8800

TABELA 6 CLASSE 92.4 kV BIL = 450 kV

TABELA 2

CLASSE 25 kV BIL = 150 kV Trafo MVA 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 5 7.5 10

Cmin [pF] 1300 1700 2000 2300 2700 2900 3000 3600 4500 5300 ANSI C37.011-1979 (Fig 28B)

Cmáx [pF] 3050 3600 4000 4500 4800 4950 5000 5400 6000 7000

Trafo MVA 1 2 3 3.5 5 6 7.5 10 15 20 30

TABELA 1

CLASSE 15 kV BIL = 110 kV

Cmin [pF] 1700 2000 2500 2800 3000 3500 3800 4200 5300 6500 ANSI C37.011-1979 (Fig 28C) TABELA 4 CLASSE 45 kV BIL = 250 kV

(c) Cálculo da corrente de charging Quando não se dispõe do valor da corrente de charging, ou mesmo

45

TABELA 3 CLASSE 36.2 kV BIL = 200 kV

Cmáx [pF] 3000 3500 4000 4100 4500 4800 5000 5200 6000 6800

Trafo MVA 5 6 7.5 10 12.5 15 20 30 40 50 60

Cmin [pF] 1950 2100 2400 2800 3000 3200 3900 4500 ANSI C37.011-1979 (Fig 28F)

Cmáx [pF] 3700 3900 4000 4300 4600 5000 5200 6000 6900 7800 8000


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Curto-circuito para a seletividade

46

TABELA 10 – Turbo gerador Turbo Gerador

TABELA 7 CLASSE 145 kV BIL = 550 kV Cmin [pF] 2300 2700 2800 2900 3000 3200 3500 4000 4500 5100 ANSI C37.011-1979 (Fig 28G)

Trafo MVA 5 6 7 7.5 8 10 12.5 15 20 30 40

Cmáx [pF] 3900 4000 4100 4200 4300 4800 5000 5100 6000 7500 8900

TABELA 8

CLASSE 145 kV BIL = 650 kV Cmin [pF] 1700 1800 1900 1950 2000 2100 2200 3000 3600 ANSI C37.011-1979 (Fig 28H)

Trafo MVA 5 6 7 7.5 8 9 10 20 30 40 50

Cmáx [pF] 3000 3050 3100 3150 3200 3400 3500 4200 5000 5500 6000

(c2) Geradores As tabelas 9 e 10, apresentadas a seguir, mostram as capacitâncias de charging de geradores, utilizando como referência a norma

Potência MVA 10 a 30 25 a 100

Resfriamento

RPM

-

720 a 360 225 a 85

Fase-Terra Total 3 enrolamentos Cmin Cmáx [μF] [μF] 0.26 0.53 0.9 1.64

ANSI C37.011-1979 (Tabela 3)

Tabela 11 – Turbo gerador Turbo Gerador

Potência Resfriamento MVA 10 a 60 A ar 11 a 60 A ar 12 a 60 A ar 13 a 60 A ar 14 a 60 A ar

RPM 1800 1800 1800 1800 1800

Tensão [V] 480 2400 4160 6900 13800

Fase-Terra Total 3 enrolamentos 3Ico Min 3Ico Máx [mA/MVA] [mA/MVA] 12 16 18 25 25 35 36 60

(c3) Motores As tabelas 12 e 13 trazem as correntes de charging típicas para motores. Tabela 12 - Motores Motores Tensão [V] 480 2400 4160 13800

3Ico [A / 1000 HP] 0.01 0.03 0.05 0.15

Potência [HP] 150 500 800 1000

Co [μF] 0.004785841 0.009571682 0.014725665 0.016646404

ANSI C37.011-1979. A tabela 11 mostra as corrente de charging de turbo-geradores baseado no artigo “Charging Current Data

Tabela 13 - Motores Motores

for Guesswork-Free Design of High-Resistance Ground Systems”, de David S. Baker, publicado no IEEE Transactionson Industry Applications IA, Vol 15, Mar/Apr 1979 , PG 136 A 140.

Fascículo

Tabela 9 – Turbo gerador Turbo Gerador

Potência MVA 15 a 30 30 a 50 50 a 70 70 a 225 225 a 275 125 a 225 100 a 300 190 a 300 300 a 850 250 a 300 300 a 850 > 850

Resfriamento

RPM

Convencional Convencional Convencional Convencional Convencional Convencional Condutor à gás Condutor: Líquido Condutor: Líquido Condutor: Líquido Condutor: Líquido Condutor: Líquido

3600 3600 3600 3600 3600 1800 3600 3600 3600 1800 1800 1800

ANSI C37.011-1979 (Tabela 3)

Fase-Terra Total 3 enrolamentos Cmáx Cmin [μF] [μF] 0.36 0.17 0.44 0.22 0.52 0.27 0.87 0.34 1.49 1.49 1.41 0.04 0.47 0.33 0.27 0.67 0.49 0.68 0.38 0.37 0.94 0.71 1.47 1.47

Tensão [V] 480 2400 4160 6900 13800

3Ico Min mA/1000HP 5 20 35 60 115

3Ico Máx mA/1000HP 10 40 70 115 230

*Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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47




50

Reportagem Por Bruno Moreira

Luz e sombra A luz artificial pode transformar a atmosfera de um ambiente, interno ou externo, gerando aos que ali se encontram uma sensação de bem-estar. Conheça, a seguir, alguns projetos de iluminação que conseguiram esse feito com louvor e outros que se tornaram marcas registradas de cidades brasileiras

A

iluminação é uma parte de extrema

agradável que não conseguimos explicar.

até atrapalhando o desempenho no trabalho?

importância em um projeto arquitetônico.

Esta sensação pode estar vindo da luz que

Em locais públicos, como ruas, avenidas e

As mais variadas construções e localidades

ilumina o ambiente. Pensada para funcionar

praças, a falta de iluminação é o que afeta

podem adquirir outra faceta dependendo

de maneira harmônica, ela é usufruída pelo

os transeuntes. Excesso de escuridão, nesses

da luz que nelas estiver inserida ou se nelas

indivíduo sem que este nem mesmo perceba.

casos, gera insegurança, diminui o tráfego de

não se inserir luz alguma. Muitas vezes, ao

A iluminação pode também incomodar. Quem

pedestres após o pôr do sol, e coíbe a vida

entrar em um estabelecimento comercial ou

nunca reclamou, em um escritório, daquela luz

noturna nestas áreas.

em uma residência, sentimos uma sensação

branca, forte, que dá dor de cabeça e acaba

Neste sentido, o papel de um especialista


51

O Setor Elétrico / Junho de 2016

em projetos de iluminação, o chamado

aplicação de normas técnicas, o projetista

lighting designer, torna-se essencial, pois será

precisa do auxílio de um software de cálculo

este o profissional que irá pensar nos tipos de

luminotécnico. Para ilustrar a utilização do

lâmpadas, luminárias e na disposição destes

programa computacional, Malveze cita um

equipamentos nos ambientes, a fim de que

exemplo bem prático: a iluminação de um

a experiência da pessoa no local seja a mais

escritório em que há a necessidade de ter 500

agradável e proveitosa possível. Obviamente,

lux no plano de trabalho. Em primeiro lugar,

levando-se em conta o tipo de atividade

determina-se a luminária que será utilizada.

que ali será realizada. O sócio proprietário

Depois, junto com esta informação, são

da

projetos

inseridas no software – como, por exemplo, o

luminotécnicos Arquitetura da Luz, Edmir

Dialux – diversas informações relacionadas ao

Malveze, explica que “a luz é um estudo”, e

projeto, como as dimensões do ambiente, o

que sendo, assim, “ela deve ser muito bem

pé direito, os acabamentos, a cor da parede,

aplicada dentro do que o projeto realmente

a cor do piso, do teto. “Em cima disso ele

necessita”.

vai nos dar a quantidade de luminárias

necessárias para o projeto. “É matemática

empresa

especializada

em

Baseando-se na experiência de 16 anos

que tem no mercado, com aproximadamente

pura: metragem quadrado, lux, lumens”, diz.

cinco mil projetos realizados, Malveze afirma

que pode se estabelecer uma diferença básica

proprietário da Arquitetura da Luz, o

entre projetos voltados para residências, por

fato de o designer ter que se preocupar,

exemplo, e projetos direcionados a escritórios

primeiramente, com as normas a serem

corporativos, indústrias e estabelecimentos

seguidas em um projeto como este não

comerciais Isto em razão da norma ABNT

quer dizer que ele não possa exercer sua

NBR ISSO/CIE 8995-1:2013, que substituiu

criatividade e projetar uma iluminação

a antiga ABN NBR 5413, que estabelece os

personalizada, que siga orientações do

valores de iluminância média mínima em

cliente, caso este queira algo diferenciado.

serviço para iluminação artificial em interiores,

Malveze explica que, quando se trata de

onde se realizam atividades de comércio,

iluminação, é necessário distinguir, de

indústria, ensino, esporte e outras.

pronto, os dois produtos essenciais dos

O projeto consistiu na iluminação de todas as salas de trabalho, recepção e área de convivência. O cliente demandou que fosse um ambiente “descolado” em que se pudesse trabalhar a luz como quisesse.

Não obstante, de acordo com o sócio

“Então, quando falamos de um projeto

projetos: a lâmpada e a luminária. “Eu

decorativo, residencial ou até em lojas, em

costumo dizer que a luminária é roupa da

que não precisamos efetivamente pensar

lâmpada. Então, temos roupas mais bonitas,

nestas normas, estamos tratando de um

mais feias, mais simples, mas quem manda

projeto mais tranquilo”, explica o proprietário

mesmo é a lâmpada”, conta. Desse modo,

da Arquitetura da Luz. Ou seja, neste tipo

entende-se que, se não é possível mexer na

de projeto, a preocupação maior é com a

lâmpada, já que é preciso que ela emita a

decoração, se a luz ficará agradável ou se

quantidade de lux exigidas pelas normas, é

atrelar as exigências normativas ao estilo

embelezará o ambiente.

aceitável ousar nas luminárias.

solicitado pelo cliente foi o projeto de

No caso de projetos direcionados ao

Quando a solicitação do cliente é

iluminação do escritório do Youtube, em

ambiente corporativo, segundo Malveze, o

um projeto básico, costumam-se utilizar,

São Paulo. Idealizado pelos escritórios de

projetista precisa ter em mente que é preciso

segundo Malveze, refletores de alto brilho, as

arquitetura Rosenbaum e Aleph Zero, o

respeitar, entre outras coisas, por exemplo, o

chamadas luminárias aplicadas, que formam a

projeto contou com luminárias especialmente

mínimo de 500 lux em uma mesa de trabalho.

curva de luz necessária, para que no ambiente

desenvolvidas pela Arquitetura da Luz.

Assim, em projetos deste tipo, a margem

se exerça a atividade laboral sem problemas.

Conforme Malveze, o cliente demandou que

para o designer usar sua criatividade diminui

“Mas, muitas vezes, o projeto necessita de um

“fosse um ambiente totalmente descolado,

sensivelmente.

design de iluminação mais interessante, pois o

em que se pudesse trabalhar a luz como

Projeto de iluminação do escritório do Youtube Um desses casos em que foi necessário

de

cliente quer ter um espaço descolado. Então,

quisesse”.

iluminação a ser empregada em cada tipo de

nós usamos, sim, luminárias decorativas, com

ambiente, as exigências normativas afetam

um apuro estético, contudo, mesmo assim

adequar as luminárias mais sofisticadas com

também a forma como os lighting designers

conseguimos aplicar os luxes necessários”,

lâmpadas técnicas para respeitar as normas

atuam. Pois, quando o projeto envolve a

explica.

da

Além

de

influenciarem

o

tipo

Dessa maneira, os designers precisavam

ABNT.

“Resumidamente,

o

projeto


52

Reportagem

O Setor Elétrico / Junho de 2016

exigia conforto visual, luminárias bacanas e adequação às normas técnicas”, explica Malveze. Assim, pensando nestes três pilares, a ideia principal do projeto foi a aplicação de luminárias diretas e indiretas com grelhas antiofuscantes.

Inicialmente, pensou-se em lâmpadas do

tipo Tuboled para realizar as exigências do cliente, contudo, este tipo de equipamento restringia-se apenas a jogar a luz para baixo e, como dito, o projeto necessitava de uma luz direta e indireta. Para fazer isso com tuboleds, seriam necessárias duas lâmpadas deste tipo – uma para cima e outra para baixo –, o que tornaria o projeto inviável já que o consumo de energia elétrica se tornaria muito alto.

Então, o especialista conta que foram

mantidas as lâmpadas T5 fluorescentes de 28 W. Não tão econômicas quanto a tuboled de 20W, mas ainda assim eficientes. Com a luminária projetada pela Arquitetura da Luz, munida de aletas, foi possível fazer esse jogo de luz. “Se eu fecho, eu uso a aleta como refletor e jogo essa luz toda indireta e se eu abro, a mesma coisa, utilizo a aleta como refletor e jogo toda a luz para baixo, direta”, explica. O projeto consistiu na iluminação de todas as salas de trabalho, recepção e área de convivência. E, por meio das luminárias desenvolvidas pela Arquitetura da Luz, foi possível que, ao jogar a luz toda para baixo através da abertura da aleta, se conseguisse os 500 luxes mínimos exigidos pela norma técnica.

Projeto luminotécnico do Centro Administrativo La Pastina

Ainda no que diz respeito a projetos de

iluminação direcionados a escritórios, vale destacar o projeto luminotécnico do Centro Administrativo da importadora de bebidas e alimentos gourmet do Brasil, La Pastina, realizado pela arquiteta Paula Carnelós, titular da Acenda Projeto de Iluminação. Conforme a arquiteta, o intuito do cliente foi o de buscar as melhores soluções de iluminação disponíveis com objetivo de A La Pastina quis que fossem buscadas as melhores soluções de iluminação disponíveis com o objetivo de economia de energia, redução de manutenção e, principalmente, promover a qualidade dos ambientes internos.

economia de energia, redução da manutenção e, principalmente, promover a qualidade dos



54

Reportagem

O Setor Elétrico / Junho de 2016

ambientes internos. Contudo, não foi utilizado Led no projeto, isto porque, explica Paula, na época – o projeto data do final de 2012 –, a tecnologia estava começando a ser introduzida no mercado brasileiro, através de poucas empresas e fabricantes, fazendo com que os produtos de qualidade ainda tivessem um valor elevado. “Como o nosso objetivo, bem como dos clientes e arquitetos, foi de buscar a qualidade, optamos pelo uso de sistemas de iluminação convencional, com luminárias e equipamentos de alto rendimento”, diz.

A arquiteta destaca a preocupação do

cliente com opções de sustentabilidade, mesmo sem ter como objetivo obter algum tipo de certificação, visando a qualidade dos espaços e de bom uso do edifício. Por isso, neste caso, mesmo com uso de fontes convencionais, foram empregadas luminárias com alto rendimento: lâmpadas fluorescentes T5 de 13 W e de 25 W e lâmpadas refletoras Eco, de 35 W e de 50 W. Para otimizar a iluminação do espelho d’agua existente na edificação também foi utilizada fibra ótica, com lâmpada a vapor metálico. Entre outras tecnologias empregadas, estiveram reatores de fator de fluxo e automação com sensor de luz natura, sensor de presença e ocupação. Nas áreas de escritórios, foram utilizadas lâmpadas com temperatura de cor de 4000 K e nas demais áreas de 3000 K. “Com este projeto conseguimos uma redução significativa do consumo de energia”, afirma Paula, salientando que o projeto foi vencedor, em 1º lugar, do Prêmio Abilux 2013, na categoria Projeto de Iluminação Corporativo.

Projeto de iluminação da Ponte Estaiada, em Teresina (PI) Uma

outra

categoria

de

projetos

de

iluminação, que exige diferentes soluções por parte do lighting designer, é o de exteriores, que engloba a iluminação de monumentos públicos, fachadas, ruas, avenidas, etc. Um exemplo deste tipo de obra é o projeto da Ponte Estaiada de Teresina, no Piauí, realizado pela Citelum Brasil – antiga Citéluz -, empresa de serviços de iluminação urbana, que foi implementado no final de 2014. Conforme

O projeto foi dividido em duas partes: a iluminação artística realizada nos estais da ponte e a iluminação viária, nas avenidas marginais. Com a iluminação reforçou-se a identidade visual do município e ainda se conseguiu economizar 50% de energia elétrica.

o gerente da agência Teresina da Citelum,

colocados de dois a três projetores em cada

Guido Oliveira, o projeto pode ser dividido

estal, sendo que cada grupo de 4 a 6 estais

em duas partes: a iluminação artística realizada

emite uma cor diferente de luz. “Assim, é

nos estais da ponte e a iluminação viária, nas

possível fazer a transição de uma cor para

avenidas marginais.

outra, gerando o efeito cortina”, explica.

Com 363 metros de comprimento total,

“O que se faz normalmente são iluminações

98 metros de altura e 35 pares de estais,

maiores, com a ponte inteira mudando de

70 no total, a ponte recebeu 160 unidades

cor uniformemente”, pondera.

de lâmpadas Led 50W e 40 unidades de

lâmpadas Led de 300 W. Os equipamentos

Teresina funciona como um cartão postal da

utilizados foram projetores de Led RGB

cidade e esta iluminação reforçou bastante a

(colorido),

Oliveira explica que a Ponte Estaiada de

iluminação

identidade visual do município. Além disso,

decorativa, como já é de costume nos

permitiu que a capital piauiense pudesse

projetos luminotécnicos de monumentos.

participar de várias datas importantes, como o

A diferença deste projeto para os demais,

Outubro Rosa (combate ao câncer de mama),

segundo Oliveira, é que as luzes nos estais

e o Novembro Azul (combate ao câncer de

são comandadas em grupos, possibilitando

próstata), nas quais a ponte foi iluminada

a variação de cores de uma só vez. Foram

com as respectivas cores que nomeiam as

objetivando

uma


55

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Nos mastros da torre sobre a marginal do Rio Pinheiros, que tem 138 m de altura, foi empregada a tecnologia Led RGB. Ao todo, foram instalados 142 projetores com 36 lâmpadas de Led agrupadas em cada projetor.

campanhas. E por ter a possibilidade de

marginais do Rio Pinheiros.

variar as cores na ponte inteira, a cidade pôde

Desenvolvido pelo engenheiro eletricista

homenagear também as vítimas do ataque em

e lighting designer Plínio Godoy, com o

Paris, por exemplo, “tingindo” a construção

escritório Luz Urbana, o projeto luminotécnico

das cores da bandeira francesa: azul, vermelho

do agora cartão postal de São Paulo foi, de

e branco.

acordo com o engenheiro, um dos primeiros

Por sua vez, a parte viária contou com

projetos deste porte desenvolvido no país.

uma iluminação padrão, mais convencional,

Nos mastros da torre, que tem 138 m de

no qual foram substituídas lâmpadas a vapor

altura, foi empregada a tecnologia Led

de sódio de 400 W por Leds de 210 W. Ao

RGB, com controles DMX programáveis

todo, foram 30 unidades de lâmpadas. “A

com informação via tecnologia Powercord.

lâmpada de vapor de sódio possui uma cor

Ao todo, foram instalados 142 projetores,

mais amarelada, o que tirava um pouco da

com 36 lâmpadas de Led agrupadas em

vida noturna ao redor da ponte. Já com o Led,

cada projetor, totalizando uma potência

que apresenta uma cor branca, consegue-se

de 50 W. Já no sistema viário, onde hoje se

um índice de reprodução de cor mais próximo

encontram luminárias Led, foi utilizada uma

do ideal, levando mais vida ao local”, diz o

fonte de luz chamada Cosmópolis, lâmpada

gerente da agência Teresina da Citelum. Além

de multivapores metálicos, solução eficiente à

disso, a mudança gerou uma economia de

época – o projeto data de 2008-, econômica e

50% no consumo de energia elétrica na via em

com alto índice de reprodução de cores.

relação à tecnologia anterior. “A população

gostou bastante”, conclui.

de São Paulo, que durante o dia é imponente

“A intenção era iluminar um novo ícone

e que durante o período noturno se torna

Projeto de iluminação da Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira

também uma referência urbana”, explica Godoy. Nesse sentido, buscou-se utilizar os efeitos dinâmicos do Led em uma área da torre

Ao se falar da iluminação de uma ponte

onde os demais sistemas não interferissem,

Estaiada, vem à mente de todos que moram

pois almejava-se que as cores projetadas

na capital paulista, e daqueles que alguma

fossem destacadas. “Assim, posicionamos os

vez já trafegaram pelas ruas da cidade mais

equipamentos de forma a criarem exatamente

populosa do Brasil, a imagem fulgurada

os efeitos projetados e calculados”, diz. “O

da Ponte Octávio Frias de Oliveira, com

resultado foi perfeito e identificado como um

seus portentosos estais suspensos sobre as

bom projeto”.


56

Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Por Hélio E. Sueta, Luís E. Caires, Vinícius Teixeira e Geraldo F. Burani*

Proteção de tanques de armazenamento de combustíveis contra os efeitos das descargas atmosféricas – Desenvolvimentos experimentais e análise de risco

E

As descargas atmosféricas podem ser

vítimas fatais. Como exemplo, em janeiro

rente à proteção de tanques de combustíveis

danosas às estruturas, pessoas e também

de 2013, dois tanques de armazenamento

contra

aos serviços, tais como o fornecimento

de etanol explodiram após serem atingidos

Também inclui experimentos em laboratório

de

energia,

por

para verificar os pontos quentes na parte

de

informação,

interna de chapas utilizadas nos tanques,

atividades

uma análise dos valores de temperaturas

processos que envolvem petróleo e outros

obtidas comparados com as temperaturas

tipos de combustíveis, entre muitos outros.

risco para estes tipos de tanques e mostra

de

de

Especificamente em relação a tanques de

os resultados de ensaios de pulsos de

combustíveis, o desenvolvimento de uma

combustíveis, se uma descarga atmosférica

corrente contínua simulando componentes

planilha para análise de risco específica

atingir diretamente o tanque, explosões

da corrente de continuidade das descargas

para este tipo de instalação e algumas

podem acontecer e, consequentemente,

em chapas metálicas utilizadas neste tipo

recomendações para a proteção de tanques

incêndios

proporções

de tanques, analisando o desenvolvimento

de armazenamento de combustíveis contra

acontecem gerando enormes problemas

de pontos quentes na face internas destas

as descargas atmosféricas.

ambientais, além da possibilidade de

chapas.

ste artigo apresenta um estudo refe­ descargas

autoignição

atmosféricas

de

alguns

diretas.

tipos

telecomunicações, tubulações

industriais

de

e

grandes

redes

metálicas,

comerciais

e

descargas

atmosféricas:

um

em

Ourinhos no estado de São Paulo e outro no estado de Goiás (Usina Rio Claro). Este artigo apresenta uma análise de


57

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Considerações gerais

tanques das redondezas. Para a proteção contra os efeitos

Tipos de proteções para tanques de

indiretos

combustíveis

principalmente

Devemos

estudar

os

efeitos

das

das

disruptivas

em

descargas contra pontos

atmosféricas, as

descargas críticos,

as

tanques

medidas de proteção contra surtos (MPS)

de combustíveis sob três aspectos: as

devem ser tomadas, principalmente a

descargas

atingem

equipotencialização, o aterramento e a

diretamente os tanques; as descargas

instalação de DPS (Dispositivos de Proteção

atmosféricas que atingem áreas próximas

contra Surtos) adequados e coordenados.

ao tanque e as que atingem os sensores e/

Para evitar os problemas oriundos

ou suas fiações de alimentação e/ou sinal

das descargas atmosféricas diretas, os

ou próximas a estas alimentações.

principais tipos de proteção são descritos

Quando uma descarga atmosférica

a seguir.

descargas

atmosféricas atmosféricas

em que

atinge diretamente um tanque, podem

Tanques autoprotegidos e auto-

acontecer:

aterrados

• A condução da corrente da descarga

Os tanques considerados autoprote­

atmosférica por partes metálicas do tanque

gidos e auto-aterrados (Figura 1) são

(inclusive partes do SPDA) sem causar

aqueles que possuem chapas metálicas na

nenhum problema;

cobertura e nos costados, com espessura

• Perfurações e consequentemente incên­

igual ou superior aos valores que, ao serem

dio e/ou explosões;

atingidos por uma descarga atmosférica,

• A geração de pontos quentes sem

não ocorram à perfuração e nem a geração

perfuração, mas com consequentemente

de pontos quentes de forma a evitar

incêndio e/ou explosões;

incêndio e/ou explosões. Além disso,

Descargas

críticos

do

disruptivas tanque

pontos

possuem diâmetros com um determinado

isolantes,

valor considerado suficiente para manter

em

(partes

sensores, fiações, etc.) de forma a dar

um

início a incêndios e/ou explosões, devido

apenas o contato entre o tanque e o solo

à diferença de potenciais oriunda pela

(este diâmetro mínimo varia em função

passagem da corrente da descarga ou por

do tipo de solo). Este conceito de auto-

efeitos de indução desta corrente;

aterrado era permitido na antiga ABNT

• Ao passar por ambiente explosivo (por

NBR 5419 na versão 2005, mas na atual

exemplo, zona 0), iniciar um incêndio e/ou

revisão desta norma (ABNT NBR 5419-3:

explosões, devido à temperatura do canal

2015), este conceito não existe. A malha de

da descarga ou efeito corona.

aterramento é requerida nesse caso.

bom

aterramento,

considerando

As descargas atmosféricas que atingem

áreas próximas ao tanque e as que atingem os sensores e/ou suas fiações de alimentação e/ou sinal ou próximas a estas alimentações podem não ocasionar falhas e/ou perigo nos mesmos, porém, podem também iniciar incêndios e/ou explosões principalmente por causa de descargas disruptivas em pontos críticos dos tanques.

Figura 1 – Tanque autoprotegido e auto-aterrado.

No caso de estas descargas passarem por

Tanques autoprotegidos com

áreas explosivas (zona 0, por exemplo),

aterramento

podem também dar início a incêndios ou

Os tanques considerados autoprote­

explosões que fatalmente irão atingir os

gidos com aterramento (Figura 2) são


Aula prática

58

O Setor Elétrico / Junho de 2016

aqueles que possuem chapas metálicas na

no tanque e com dimensões adequadas.

cobertura e nos costados com espessura

O(s) mastro(s) captor(es) deve(em) ser

igual ou superior aos valores com os quais

fixado(s) de forma que tenha(m) uma

ao serem atingidos por uma descarga

boa área de contato com a chapa do

atmosférica não ocorra perfuração e nem

teto do tanque, e que com a passagem

geração de pontos quentes de forma a não

da corrente da descarga atmosférica,

ocorrer incêndio e/ou explosões. Para o

não ocorra geração de pontos quentes,

aterramento destes tanques, são utilizadas

danos na chapa ou qualquer tipo de

as técnicas de aterramento descritas nas

corrosão. Para o dimensionamento da

normas, tais como a instalação de um anel

haste captora e sua localização, deve-se

de aterramento interligado ao tanque e/

utilizar o método Eletrogeométrico.

ou malha de aterramento interligada ao

Proteção

parque de tanques.

externa isolada

A proteção externa isolada (Figura

4) é aquela onde se deseja que a descarga atmosférica não atinja o tanque e nem que a corrente desta descarga percorra nenhuma parte do mesmo. Este tipo de proteção é composto por torres afastadas do costado do tanque (distâncias calculadas conforme item 6.3 da norma parte 3), sendo que estas torres Figura 2 – Tanque autoprotegido com aterramento.

devem ser dimensionadas conforme o método Eletrogeométrico. Estas torres podem ser interligadas na parte superior

Proteção A

por cabos metálicos adequadamente

externa não isolada

proteção

externa

não

isolada

dimensionados

(conforme

norma)

e

(Figura 3) é uma proteção em que são

devem ser interligadas ao sistema de

instalados componentes do sistema de

aterramento

captores conectados ao tanque de forma

proteção deve ser adotada quando as

a evitar que a descarga atmosférica

espessuras das chapas do tanque não

atinja o tanque, podendo a corrente

garantam a não perfuração e nem a

da

geração de pontos quentes perigosos

descarga

partes

atmosférica

metálicas

metálicas

do

existentes

percorrer

tanque. e

na

parte

inferior.

Esta

Partes

quando uma descarga atmosférica atingir

permanentes

diretamente o tanque. Ou quando a

do tanque podem eventualmente ser

condução

utilizadas como parte integrante do

atmosférica possa ocasionar elevações

sistema de proteção contra descargas

de temperatura perigosas e/ou descargas

atmosféricas, tais como guarda-corpos

disruptivas em pontos que possam dar

metálicos soldados convenientemente

início a incêndio ou explosões.

Figura 3 – Proteção externa não isolada.

da

corrente

da

descarga

Figura 4 – Proteção externa isolada.


59

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Desenvolvimentos experimentais Em sua parte experimental, este artigo foca um dos tipos de danos possíveis quando a descarga atmosférica atinge

diretamente

um

tanque

de

armazenamento de combustível gerando pontos quentes no local de impacto da descarga. O principal objetivo dos ensaios realizados

foi

verificar

pontos

de

temperatura críticos, já que perfurações nas chapas metálicas foram objeto de investigações anteriores e, geralmente, os tanques utilizados para armazenamento Figura 6 – Chapa sob ensaio instalada no dispositivo.

de combustíveis possuem chapas com espessuras

suficientes

a

ponto

de

evitarem tais perfurações. Estes valores

de temperatura podem ser comparados

(Figura 7), as temperaturas do ponto

aos valores de limites de autoignição

quente foram medidas com dois métodos

dos diversos tipos de combustíveis,

diferentes: termopares e imagem térmica.

tipicamente

armazenados

Na face inferior das chapas metálicas

nesses

tanques. Para verificação destes efeitos térmicos, acredita-se que a corrente de continuidade da descarga atmosférica seja mais significativa. A

corrente

de

continuidade

foi

simulada a partir de pulsos de corrente contínua obtida através de uma ponte retificadora ajustada para obter um pulso de 600A e duração variável de até 500 ms, obtendo, assim, pulsos de

Figura 7 – Vista da chapa na parte inferior (termopar fixado com fita).

100 C, 200 C e 300 C. A Figura 5 mostra um exemplo de oscilograma obtido nos ensaios.

Os resultados dos testes estão descritos

a seguir.

Simulações realizadas

Devido à impossibilidade de se obter

dados do fenômeno real (raio) controlados em laboratório, deve-se fazer simulações a fim de se obter resultados para comparação com observações obtidas em campo. Neste caso, é imperativo obter o valor da Figura 5 – Oscilograma do pulso de corrente contínua.

elevação de temperatura no ponto interno da chapa. A partir das premissas deduzidas

foram

anteriormente, podemos fixar as condições

aplicados no lado superior das chapas

iniciais. Com isso podemos elaborar uma

metálicas novas de diferentes espessuras

planilha para auxiliar na avaliação dos

(Figura 6).

resultados.

Os

pulsos

de

corrente


60

Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2016

O ensaio deve ser feito com pulsos

distintos: o primeiro utilizando termopares

de corrente contínua para simular a

e o segundo utilizando imagens térmicas.

componente

da

Neste processo se constatou que o

conhecida

como

descarga

atmosférica

“corrente

de

tempo para a ocorrência desse evento

continuidade”.

é muito curto, ficando abaixo do tempo

Devido à tensão utilizada no laboratório,

de resposta do conjunto termopar tipo K

entre a ponta do eletrodo (Haste central) e

/ multímetro YEW TY530, cuja constante

a chapa (eletrodo negativo) foi instalado

de tempo é aproximadamente 300 ms.

um fio de cobre para dar início ao arco

Para atingir a condição de estabilidade

elétrico (Figura 8).

o tempo de resposta do termopar seria aproximadamente 900 ms.

As imagens térmicas revelaram maiores

valores

para

a

comparativamente

temperatura ao

máxima

sistema

com

termopares. A Tabela I a seguir mostra os resultados dos testes na chapa de 2,75 mm de espessura com os valores de temperatura obtidos por meio da termografia. Tabela I – Ensaios na chapa com espessura de 2,75 mm

Figura 8 – Fio de cobre para iniciar o arco.

Na primeira série de ensaios, o eletrodo

positivo ficou sendo na haste central e o negativo na placa.

U [V]

I

Q

P

t

Tmáx

Tensão

[A]

[C]

[W]

[ms]

[ºC]

98

716 111 69839 155

254

94

731 210 68767 288

465

92

742 335 68416 452 >670(*)

de arco

Fixando a corrente em um valor e variando o tempo de exposição ao arco se procura estimar a influência da variável “tempo”

no

fenômeno.

Definimos

a

(*) Nota: Superou a escala do instrumento.

corrente I como 600 A (300 C em 0,5 s).

resultados para as chapas de 4,8 mm e

As cargas Q foram definidas como 100º

C, 200º C e 300º C (valores tabelados na

As tabelas II e III a seguir mostram os

6,35 mm.

norma NBR 5419: 2015).

Tabela II – Ensaios na chapa com espessura de 4,8 mm

O aparelho utilizado para obter as imagens térmicas foi ajustado para filmar

U [V]

I

Q

P

t

as aplicações e desta maneira obter o valor

Tmáx

Tensão

[A]

[C]

[W]

[ms]

[ºC]

instantâneo máximo observado.

de arco 81

731 114 59254 155

156

85

764 218 65248 286

251

85

773 305 65903 394

424

Tabela III – Ensaios na chapa com espessura de 6,35 mm

U [V]

I

Q

P

t

Tmáx

Tensão

[A]

[C]

[W]

[ms]

[ºC]

85

729 100 61719 137

111

86

759 235 65040 310

201

77

778 430 59779 553

316

de arco Figura 9 – Imagem térmica da aplicação pelo lado posterior da chapa.

Algumas

aplicações

preliminares

foram realizadas para ajustes do sistema

de medição. No caso da temperatura,

ratura máxima foi coerente com o esperado

foram utilizados inicialmente dois sistemas

sendo proporcional à carga aplicada.

Nestas aplicações, o valor da tempe­



62

Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Tabela IV – Comparação entre valores medidos e calculados

desenvolvimento posterior visando sedi­

Espessura

Corrente

Tempo de

Carga

Máxima

Máxima temp.

Diferença

men­tar os conceitos através da aplicação

da chapa

[A]

condução

[C]

temp.

calculada [°C]

[°C]

mais rigorosa e detalhada da teoria eletro

254

111

155

716,19

2,75

e termodinâmica.

[°C]

[ms]

[mm]

257

-3

A análise dos dados a fim de aplicá-los na

2,75

730,91

287,5

210

465

493

-28

prática revelou que a experiência poderia ter

2,75

741,57

452,1

335

>670

782

????

obtido melhores resultados com diferentes

4,8

731,53

155,2

114

156

155

1

materiais e métodos. No caso dos materiais

4,8

763,64

285,8

218

251

276

-25

poderiam ser testadas amostras de chapas

4,8

773,43

393,8

305

424

373

51

com maior variação na espessura, já que

6,35

728,81

136,6

100

111

114

-3

foram testadas somente algumas espessuras

6,35

758,83

309,8

235

201

243

-42

definidas em função daquilo que se utiliza

6,35

777,8

553,2

430

316

424

-108

nos tanques. Para a obtenção de um perfil de temperatura, o ideal seria testar de 1 mm em

O valor da tensão de arco considerado

para espessura de chapa de 1 mm a 10 mm

foi particularmente importante e variou

para os principais tipos de combustíveis:

em função da espessura da chapa.

gasolina, diesel e etanol.

Compreende-se

a

importância

desse

espessura da chapa e do combustível

que foi transferida ou dissipada no

PRODUTO

processo. Dessa forma, se deduz que nem toda energia térmica do arco foi utilizada no fenômeno de interesse que

obteve-se

uma

aproximada para a tensão de arco que foi introduzida em uma planilha de cálculos.

Com esses números foi possível refinar

o modelo de forma a criar uma planilha que permitisse obter mais dados para avaliação. Neste caso, a extrapolação é fundamental, pois é necessário determinar um perfil crítico da carga em função da temperatura de autoignição dos materiais envolvidos.

Um

resumo

dos

valores

Isso ficou evidente na medida em que se

necessitava de obter relações funcionais entre espessura de chapa e temperatura crítica, o que foi conseguido em última instância através

363

Espessura

Carga

Carga

Carga

da chapa

[C]

[C]

[C]

aplicação, os resultados deste experimento

1

6

5

9

precisam de uma correlação estatística

2

50

40

80

adicional que relaciona a carga crítica à

3

120

100

180

probabilidade desse valor ser superado.

4

170

140

250

Isso pode ser obtido em pesquisas sobre

5

200

170

300

parâmetros das descargas atmosféricas. Em

6

230

200

350

função destes resultados e das simulações

7

260

220

380

simplificadas realizadas, foi possível customizar

8

280

240

430

a planilha de análise de risco para o caso

9

310

260

470

específico de tanques de armazenamento de

10

330

280

510

combustíveis.

de um modelo matemático rudimentar que foi aplicado em uma planilha.

medidos comparados aos calculados se encontra na tabela IV.

Devido ao trabalho de avaliação dos

No campo da tabela correspondente à

resultados em função de sua aplicação,

diferença, valores negativos indicam que a

constatou-se que a meta final para os testes

planilha calculou valores maiores do que

de laboratório é obter um modelo coerente

o observado na prática, o que é favorável

para descrever um perfil crítico de carga de

à segurança. Na maioria das avaliações,

uma descarga atmosférica em função da

esse caso predomina.

espessura da chapa utilizada em um tanque

O objetivo final foi obter o valor

de armazenamento de combustível. Tal

da carga máxima que uma chapa de

modelo precisaria ser mais bem elaborado,

determinada espessura pode absorver

porém, para o propósito imediato temos que

para que a sua temperatura alcance o

utilizar muita simplificação.

valor crítico, dependendo do combustível

armazenado.

simplificado apontou as variáveis e suas

relações salientando a importância do

A Tabela V apresenta estes valores

210

[°C]

expressão

por chapa a fim de obter uma avaliação

246

autoignição

da temperatura. A partir dos dados empíricos,

Gasolina Diesel ETANOL

Temp. de

determina o risco de elevação excessiva

deveria ser feito um maior número de amostras estatística da dispersão das medidas.

Tabela V – Carga máxima em função da

parâmetro, pois ele determina a energia

1mm, por exemplo. No caso dos métodos

Por outro lado, mesmo esse modelo

A fim de se tornarem práticos para

Desenvolvimento de um programa de análise de risco aplicado a tanques de combustíveis

Para a realização de uma análise de risco

específica para tanques de combustíveis, foi desenvolvida uma planilha baseada nas recomendações da ABNT NBR 5419-2: 2015 com diversas modificações para adaptar a análise para tanques de combustíveis.

A planilha desenvolvida foi batizada de

“Tupã (versão para tanques)”. Para facilitar o uso da mesma, muitos parâmetros específicos para tanques que são fixos não aparecem na


63

O Setor Elétrico / Junho de 2016

planilha, ou seja, seus valores são utilizados,

apresenta um método para avaliação do

avaliação do risco, a análise das variáveis pode

porém, somente os parâmetros que podem

risco que inclui áreas com risco de explosão.

levar a valores absurdos por não contemplar

variar de tanque para tanque estão na mesma.

Por ser um método genérico e abrangente,

adequadamente os detalhes da instalação. Por

Com esta planilha, pode-se estimar como

e considerando que nessas áreas o risco

exemplo, a espessura da chapa do costado

está cada tanque de uma determinada planta

de perda de valor econômico, pessoal e

e do teto do tanque define se ele pode ser

em relação aos riscos e quais as principais

ambiental é elevado, seria prudente que

considerado como autoprotegido, mas não é

medidas de proteção a serem tomadas para

algum método para guiar a análise de risco

considerada na avaliação da norma.

que estes riscos fiquem dentro de valores

fosse estabelecido. Tal método deveria levar

toleráveis por norma. Além disto, poderemos

em conta as particularidades dessas áreas

de atmosfera explosiva não deve aumentar

comparar os riscos dos diversos tanques e

de risco, bem como as premissas de cálculo

o risco, desde que o projeto da instalação

ordená-los em ordem de prioridade para fins

preconizadas pela norma, harmonizando

contenha as medidas de proteção adequadas.

de manutenção e reforma.

esses dois pontos de vista. Por exemplo, na

A avaliação do risco se prende a essa premissa,

Neste trabalho, verificamos a relação

norma, o fator de redução do risco rf de uma

ou seja, se houver uma falha no método de

entre os diversos parâmetros indicados

área com risco de explosão (zona 0, 20) é

proteção, aumentará o risco. Baseado nessa

na norma de gerenciamento de riscos e

mil vezes maior do que o de uma área com

premissa, o método de estudo da norma

detalhamos

A componente de risco devido à presença

modificações

menor risco de explosão (zona 2, 22). Além

pode ser utilizado acrescentando o efeito da

realizadas na customização. Apresentamos

disso, geralmente, a área de armazenamento

presença de mistura explosiva, ou melhor, a

também a planilha customizada que ficou

de combustível em tanques é muito grande,

probabilidade de que isso ocorra em função

bastante simplificada, uma vez que, apenas

o que faz a zona de captação ter um valor

do tempo de exposição.

os parâmetros específicos para tanques e com

muito elevado. Esses fatores associados

As outras variáveis determinam se os

possibilidade de variação são apresentados

podem levar a um valor de risco para o qual

sistemas de proteção atuam adequadamente

para facilitar o entendimento e manuseio da

nenhuma medida de proteção seria suficiente

e, por isso, podem ser utilizadas na avaliação.

planilha.

para garantir a segurança do local. Devido ao

Dessa forma, o objetivo deste trabalho é

fato de a norma ser um método genérico para

adaptar o método da norma para a aplicação

A

algumas

norma

ABNT

das

NBR

5419-2:2015


64

Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2016

em tanques de armazenagem de combustível.

atmosféricas no Brasil é a ABNT NBR 5419,

(contidos totalmente dentro de recipientes

Entre estas adaptações incluímos a

publicada em 2015 em 4 partes. Desta forma,

metálicos, contínuos, com uma espessura

determinação

de

recomenda-se que todos os tanques de

de parede superior a 5 mm de aço ou 7 mm

exposição equivalente” para tanques com a

automática

da

“área

armazenamento de combustíveis atendam,

de alumínio, sem espaços que permitam

introdução dos diâmetros e altura do tanque;

no mínimo, a esta norma, podendo ainda

centelhamento) e não requerem proteção

ou com a inclusão de torres externas, no caso

atender a algumas recomendações adicionais

adicional. A norma indica também que,

de proteção externa e isolada; a inclusão

descritas em normas internacionais, tais como

tanques em contato direto com o solo e

do tipo de combustível armazenado e da

as normas específicas para estas estruturas

linhas de encaminhamento de tubulação

espessura da chapa do teto dos tanques. Estes

como as americanas;

não necessitam da instalação do subsistema

novos dados influenciam os riscos, levando em

• Recomendamos que todos os sensores e/

de captação. Componentes elétricos e de

conta a geração de pontos quentes perigosos

ou demais dispositivos existentes no tanque

instrumentação

em função das características do tanque e dos

(ou a serem ainda instalados no mesmo), que

equipamentos devem ser certificados para

combustíveis armazenados.

possuam cabos de alimentação elétrica e/

esse tipo de aplicação. Medidas para proteção

ou cabos de sinais, sejam protegidos contra

contra descargas atmosféricas devem ser

surtos através das medidas de proteção

tomadas conforme o tipo de construção;

A seguir, apresentamos um exemplo da

tela da planilha em duas partes (Figura 10).

utilizados

dentro

desses

contra surtos (MPS), principalmente através

Principais recomendações para proteção de tanques

de DPS (Dispositivos de Proteção contra

Tanques

Surtos)

e

coordenados,

contêineres

individuais,

e,

metálicos, devem ser ligados ao eletrodo de

quando necessário, específicos para áreas

aterramento conforme a Seção 5 da norma,

As principais recomendações para a

classificadas;

dependendo de suas dimensões horizontais

proteção de tanques de armazenamento de

• Recomendamos que todos os tanques

(diâmetro ou comprimento):

combustíveis serão apresentadas da seguinte

sejam verificados no sentido de constatar

forma: inicialmente iremos apresentar as

a continuidade elétrica entre a cobertura

a) até 20 m: duas interligações no mínimo,

recomendações gerais válidas tanto para

(seja fixa ou móvel), o costado e o sistema

dispostas equidistantemente no perímetro;

tanques novos como os existentes; em

de aterramento, evitando partes isolantes

b) superior a 20 m: duas interligações mais

seguida apresentaremos as recomendações

suscetíveis às descargas disruptivas que

uma interligação adicional a cada 10 m de

específicas para tanques em funcionamento;

possam provocar ignições. No caso de

perímetro, dispostas equidistantemente.

e, finalmente, as recomendações específicas

tanques novos, definir esta continuidade no

para novos tanques a serem aplicadas ainda

projeto e constatar na implantação;

Para tanques agrupados em pátios,

na fase de projeto e implantação.

• O subsistema de aterramento, segundo as

por

normas indicadas, é composto por uma malha

armazenamento,

É muito importante citar que o fenômeno

adequados

ou

exemplo,

refinarias o

e

pátios

aterramento

de de

bastante

de aterramento e o número de interligações

cada tanque em um ponto é suficiente,

complexo e não existe uma proteção 100%

entre os tanques e a malha é definida

independentemente da maior dimensão

segura. Dessa forma, mesmo atendendo a

conforme as dimensões do mesmo;

horizontal. Quando dispostos em pátios, os

100% das recomendações descritas a seguir,

• No item D.5.5.2 da norma brasileira, a

tanques devem estar interconectados. Além

não é possível assegurar, com absoluta

ABNT NBR 5419-3: 2015 descreve pontos

das conexões conforme as Tabelas 7 e 8 da

certeza, de que uma descarga, ao atingir um

importantes sobre a proteção de tanques

ABNT NBR 5419-3, tubulações que estão

tanque ou suas redondezas, não possa trazer

de armazenamento de combustíveis. Neste

eletricamente conectadas, conforme 5.3.5

nenhum tipo de dano.

item, a norma declara, para certos tipos de

da norma, também podem ser consideradas

estruturas utilizadas para armazenamento de

como interligação. No caso de tanques com

líquidos que podem produzir vapor inflamável

teto flutuante, o teto flutuante deve ser

ou para armazenamento de gases, que são

interligado à carcaça principal do tanque de

normalmente considerados autoprotegidos

forma eficaz. O projeto dos selos e derivadores

das

descargas

atmosféricas

é

Recomendações gerais • A norma de proteção contra descargas

e suas relativas localizações necessitam ser cuidadosamente considerados de forma que o risco de qualquer eventual ignição da mistura explosiva por um centelhamento seja reduzido ao menor nível possível. Quando uma escada móvel for instalada, condutores de equipotencialização, flexíveis de 35 mm2, Figura 10 – Planilhas adaptadas de análise de risco para tanques.

devem ser conectados nas dobradiças da


65

O Setor Elétrico / Junho de 2016

escada, entre a escada e o topo do tanque e entre a escada e o teto flutuante. Quando uma escada móvel não é montada no tanque de teto flutuante, um ou mais (dependendo das dimensões do tanque) condutores flexíveis de equipotencialização de 35 mm2 devem ser conectados entre a estrutura principal do tanque e o teto flutuante. Os condutores de equipotencialização devem seguir o teto ou serem instalados de forma que não formem laços (loops) decorrentes da movimentação deste. Em tanques de teto flutuante, devem existir ligações múltiplas, em intervalos de 1,5 m, entre a periferia do teto flutuante e a parede do tanque. A seleção do material é dada pelo produto armazenado no tanque e/ou requisitos ambientais. Alternativas para prover uma adequada conexão entre o teto flutuante e a parede do tanque com relação à condução das correntes de impulso associadas a descargas atmosféricas somente serão permitidas se demonstradas com sucesso em ensaios e se esses procedimentos forem utilizados para assegurar a confiabilidade da conexão; • Fazer uma análise de risco referente à proteção contra descargas atmosféricas na fase de projeto, após a instalação do tanque, durante as manutenções mais críticas e sempre que houver alguma modificação no projeto original do tanque.

Recomendações específicas para tanques existentes e em funcionamento

• Jamais realizar operações de abastecimento ou esvaziamento de combustíveis durante períodos com tempestades; • Jamais realizar operações de manutenção e/ou medição no tanque ou nas suas proximidades

durante

períodos

de

tempestades; • Verificar as espessuras das chapas dos tanques e comparar os valores encontrados com os valores de projeto e normalizados; • Verificar o estado das interligações entre os tanques e o sistema de aterramento, comparar a quantidade de interligações com os valores normalizados e verificar a continuidade elétrica entre todos os


66

Aula prática

O Setor Elétrico / Junho de 2016

condutores que compõe este sistema;

do ponto quente na parte interna da chapa

Finalizando,

• Para fins de proteção do tanque contra

atingida. No estudo foi verificado ainda que

das descargas atmosféricas ser bastante

apesar

do

fenômeno

as

considera-se

as espessuras normalmente utilizadas nos

complexo e abrangente, e não ser possível

que todas as eventuais saídas para alívio de

tanques são superiores às espessuras que

uma proteção 100% confiável, este estudo

pressão de gases explosivos, sejam dotadas

poderiam ser perfuradas pelas descargas

aborda os diversos tipos de danos e acidentes

de válvulas especiais de forma que jamais

atmosféricas. Outros tipos de danos possíveis

relativos

alguma fagulha externa possa penetrar ao

como, por exemplo, as descargas disruptivas

tanques de combustíveis, indicando algumas

interior do tanque;

em sensores ou partes isolantes do tanque e os

das principais medidas de proteção aos

descargas

atmosféricas,

às

descargas

atmosféricas

em

Manutenção

danos oriundos das passagens das descargas

mesmos. É sempre importante ressaltar que as

dos tanques as verificações específicas

atmosféricas por áreas contaminadas por

recomendações das normas e especificações

referentes ao SPDA incluindo a verificação

vapores explosivos foram também tratados

devem sempre ser seguidas tendo em vista

da continuidade da malha de aterramento,

e considerados na análise de riscos sendo

a proteção das instalações e pessoas nas

a abrangência do subsistema de captores,

que as medidas de proteção indicadas são

usinas e terminais, além da proteção ao meio

a verificação da espessura das chapas

as tradicionais e normatizadas, tais como

ambiente.

(principalmente

a

as medidas de proteção contra surtos e

continuidade elétrica entre o subsistema de

recomendação de uso de válvulas especiais

captores e o subsistema de aterramento, a

que evitem a penetração de eventuais chamas

funcionalidade dos Dispositivos de Proteção

para o interior do tanque.

contra Surtos instalados, a funcionalidade dos

Já para o caso do impacto dos pontos

pessoal do Laboratório de Altas Correntes

sistemas de alívio de pressão, entre outros.

quentes na parte interna das chapas, face

do IEE-USP em especial ao Ivan Raposo

a pouca literatura sobre o assunto e a

Bueno pelo desenvolvimento do dispositivo

Recomendações específicas para novos

diversidade de tipos de combustíveis, houve a

de ensaio e na realização dos ensaios nas

tanques a serem aplicadas ainda na fase de

necessidade de um estudo mais aprofundado.

chapas. Agradecemos também à Raizen

projeto e implantação

Desta forma, os ensaios realizados em

Combustíveis S.A. por financiar parte do

laboratório foram direcionados para este tema

estudo e fornecer dados técnicos importantes

• Verificar se as espessuras das chapas

e, a partir destes resultados, estudos e planilhas

para o mesmo, em especial aos engenheiros

especificadas no projeto estão de acordo com

específicas foram desenvolvidos no sentido

Paulo Sérgio Lopes Soares de Almeida e

as espessuras indicadas na norma (superiores

de verificar o impacto das temperaturas

Giliard José Ansiero.

a 5 mm no caso de aço);

críticas em relação às cargas consideradas

• Para o projeto do sistema de aterramento,

críticas das descargas atmosféricas. Os

Referências

realizar antes uma estratificação do solo no local

ensaios foram feitos para várias espessuras

da implantação dos tanques para verificação

utilizadas nas chapas metálicas dos tanques e

da resistividade do mesmo e calcular a malha

os cálculos das cargas críticas para cada tipo

necessária para o aterramento. Devem ser

de combustível estudado.

indicadas no projeto todas as interligações ao

tanque e detalhes das mesmas;

criação da planilha de “Análise de Risco”

• Prover todos os sistemas de sensores e

para tanques de combustíveis, um dos

medição com as Medidas de Proteção contra

subprodutos do estudo que adquiriu maior

Surtos (MPS) adequadas para ambiente em

destaque ao longo do projeto. Esta planilha

áreas classificadas.

auxilia na organização de prioridades para

[1] ABNT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 5419-3: 2015, Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas – Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigo à vida, 2015. [2] LIGHTNING AND INSULATOR SUBCOMMITEE OF THE T&D COMMITTEE - “Parameters of Lightning Strokes”. IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 20, pp 346358, Jan. 2005. [3] ABNT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR­ MAS TÉCNICAS – ABNT NBR 5419-2: 2015, Proteção de estruturas contra descargas atmos­ féricas – Parte 2: Gerenciamento de risco, 2015.

Constar

no

Plano

teto

de

dos

tanques),

Este estudo específico nos permitiu a

proteção dos tanques existentes e em projeto,

Conclusões

em relação aos efeitos nocivos das descargas atmosféricas. Neste aspecto cumpre salientar

Agradecimentos Os autores gostariam de agradecer ao

Geraldo Burani é engenheiro eletricista com mestrado e doutorado em engenharia elétrica. Atualmente, é professor

diversos

que a estimativa do risco não exclui a

aspectos referente à proteção de tanques

necessidade da análise criteriosa do projeto

serviço técnico de desempenho do IEE/USP.

de armazenamento de líquidos inflamáveis

e execução baseado nas normas vigentes. A

Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia Elétrica e

contra os efeitos nocivos das descargas

planilha não visa definir o sistema de proteção

atmosféricas. A partir das análises e estudos

a ser utilizado, mas orienta através de dados

realizados, verificamos que o principal foco

razoavelmente aproximados, os resultados de

Altas Potências do IEE/USP.

do estudo deveria ser feito para as descargas

uma avaliação de risco mostrando sistemas

Vinicius Marcus Paulo Teixeira é engenheiro e

atmosféricas diretas ao tanque e o efeito

com uma melhor ou pior proteção.

Este

estudo

contemplou

Doutor da Universidade de São Paulo e supervisor do

secretário da CE-003.064-10, do CB-3 da ABNT. Luis E. Caires é engenheiro, com mestrado em engenharia elétrica e supervisor do Serviço Técnico de

mestrando no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP).


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 1 - Edição 2 / Junho de 2016

Expansão Impactos ambientais e políticas públicas para o crescimento da geração solar no país

Planejamento Segunda parte do artigo que discute a matriz elétrica nacional com a inserção de geração eólica em larga escala *Notícias selecionadas sobre o mundo das energias renováveis complementares eólica e solar* APOIO


Eólica

68

notícias

ABEEólica comemora Dia Mundial do Vento perto dos 10 GW Dados positivos de crescimento da indústria eólica e discussão sobre Leilão de Reserva marcaram comemoração da instituição no último dia 15 de junho

O Brasil chegou ao Dia

renováveis na matriz elétrica

De acordo com o GWEC

empresas que, nos últimos

Mundial do Vento, 15 de

brasileira ou ainda para

– Global World Energy

cinco anos, construíram

junho, com 9,77 GW de

contribuir com a retomada

Council, o Brasil foi o quarto

uma cadeia produtiva

energia eólica instalada,

de crescimento brasileiro.

país em crescimento de

nacional para sustentar os

o que significa que cerca

energia eólica no mundo

compromissos assumidos

de 7% da matriz elétrica

estávamos com 9 GW de

em 2015, considerando os

e o enorme potencial de

brasileira atualmente vem da

potência total instalada.

números de capacidade

crescimento desta fonte de

energia dos ventos. No ano

Neste dia mundial do

instalada, atrás da China,

energia, que acreditamos ser

passado, a energia eólica

vento, já chegamos a 9,77

Estados Unidos e Alemanha

o futuro. A contratação de

abasteceu uma população

GW e este número segue

e representando 4,3% do

energia eólica no Leilão de

equivalente a todo o sul do

crescendo. Vamos atingir

total de nova capacidade

Reservas e a devida atenção

País, investiu R$ 20 bilhões,

10 GW muito em breve.

instalada no ano passado no

aos conceitos de segurança

foi a fonte que mais cresceu

Temos, portanto, muito a

mundo todo. Em percentual,

energética também se

no mundo e criou 41 mil

comemorar. E também muito

foi o país que mais cresceu

mostram fundamentais

empregos. Esses são apenas

a discutir para que esse setor

no mundo.

para dar um sinal de

alguns dados que mostram

siga em frente, de forma

investimento para toda a

a vitalidade de um setor

equilibrada e planejada”,

da indústria eólica pode

cadeia de energia eólica,

que tem se mostrado cada

declara Elbia Gannoum,

ser explicada pela ótima

formada recentemente e

vez mais importante para

presidente executiva da

qualidade dos ventos

num investimento que já

o País, seja para ampliar a

Associação Brasileira de

brasileiros e também pelo

passa dos R$ 48 bilhões nos

participação das energias

Energia Eólica (ABEEólica).

forte investimento das

últimos seis anos.

“No início de 2016,

A situação favorável

Complexo eólico da Atlantic recebe o seu maior equipamento Com tecnologia WEG, o transformador é fundamental para a operação da unidade, que deve gerar 207 MW

O Complexo Eólico de

do parque eólico, deixou a

Santa Vitória do Palmar, no

fábrica da Weg, em Blumenau

Rio Grande do Sul, acaba

(SC), no dia 10 de maio em

de receber o transformador

direção a Santa Vitória do

275 MVA 500 kV, fornecido

Palmar. O transporte da peça

pela Weg e que conectará

levou 30 dias e mobilizou uma

o complexo da Atlantic

equipe de 20 pessoas, além

Energias Renováveis ao

da Polícia Rodoviária Federal,

nível de tensão de 525 kV.

para realizar um trajeto de

O transformador é um dos

aproximadamente 1.000 km.

maiores já fabricados pela

companhia: são 16.500

Santa Vitória do Palmar,

metros de comprimento,

da Atlantic, terá potência

6.800 de largura, 10.300

instalada de 207 MW,

de altura, totalizando 308

suficiente para abastecer

toneladas de massa.

400 mil residências, o que

complexo serão instalados. O

previsão é que o pacote

equivale a 38 cidades iguais

complexo, que contará com

elétrico fornecido pela WEG

marca uma etapa fundamental

a Santa Vitória do Palmar,

69 aerogeradores, começa

já esteja disponível para

do processo de implantação

onde os doze parques do

a operar em 2017, mas a

energização no fim de 2016.

O equipamento, que

O Complexo Eólico Transformador possui 16.500 metros de comprimento, 6.800 de largura, 10.300 de altura, totalizando 308 toneladas de massa.



Eólica

70

Artigo

Por Sérgio dos Santos, Fernando Alves, Antonio Freire, Pedro Melo e Murilo Pinto*

Planejamento da expansão considerando a inserção de geração eólica em larga escala na matriz elétrica nacional Parte 2

basicamente, consistem em simular o sistema

pequena. Naturalmente, com o crescimento

de geração renováveis, tais como a geração

futuro com grande penetração de eólica e

desta capacidade, será necessário, em certas

eólica, solar, biomassa, e a geração

avaliar impactos na rede e custos operacionais

ocasiões, o desligamento de geradores para

hidroelétrica proporciona um notável ganho

adicionais. Os estudos mostram que é

manter o equilíbrio carga-geração no sistema

de capacidade de suprimento, no entanto, a

necessária maior flexibilidade para a absorção

em operação.

inserção de fontes não controláveis como a

dos efeitos de rampa (associados a erros de

eólica e solar, poderá ocasionar um aumento

previsão dos ventos) e com participação ativa

ou a carvão, esta possibilidade de liga-desliga

nas variações (efeitos de rampa) em todos

desses agentes na manutenção dos níveis de

em períodos curtos de tempo poderá afetar

os horizontes, impactando nos requisitos

qualidade de energia adequados.

a integridade, a vida útil e a economia da

de confiabilidade, despachabilidade e

operação dessas usinas. Portanto, medidas

desempenho do sistema de transmissão.

eólica atual não parece, ainda, ser motivo de

técnicas e regulatórias serão necessárias para

A complementaridade entre as fontes

No Brasil, a variabilidade da geração

Se tais geradores forem térmicas a gás

grande preocupação por parte do Operador

adequação dos despachos de geração segundo

foram conduzidos com o objetivo de ajudar

Nacional do Sistema Elétrico (ONS), devido à

a ordem de mérito para garantir a operação

a entender e quantificar estes impactos,

capacidade instalada atual ser relativamente

econômica do SIN.

Diversos estudos de integração que


Artigo

Como foi tratado no artigo publicado na

Eólica os já realizados em 2014. Cabe observar dois

edição anterior, em um cenário hidrológico

aspectos importantes para o planejamento das

crítico, as gerações hidráulica e térmica

interligações. O primeiro é a esperada tendência

atendem às metas energéticas. Quanto às

de crescimento da região Nordeste como

respectivas modulações para atender à curva

exportadora à medida que expande a geração

de carga, a geração hidro foi limitada pelas

eólica na região. O segundo são as significativas

restrições hidráulicas e faixas operativas das

variações nos intercâmbios em curtos

unidades geradoras e a geração térmica pela

intervalos de tempo, o que representa um

inflexibilidade. A geração eólica complementa

desafio para o desempenho elétrico do sistema.

o atendimento à carga da região e gera

Além disso, esse aspecto representará um

excedentes exportáveis da ordem de 5.000

importante desafio para a gestão da operação

MW. No cenário hidrológico favorável, as

pelo ONS, já que significarão reprogramações

gerações hidro e termo atendem às metas

frequentes nos demais subsistemas,

energéticas. A geração eólica complementa

especialmente, os subsistemas receptores dos

o atendimento à carga da região e gera

grandes blocos de geração eólica exportados

excedentes exportáveis, que poderiam ter

pela região Nordeste.

sido reduzidos não fosse a inflexibilidade

térmica.

a necessidade de avaliar, entre outros

Nessas figuras, ressalta-se, também,

aspectos, o controle dinâmico de frequência

Análises do sistema de transmissão

e estabilidade de tensão. A análise elétrica proposta vem a complementar os estudos de dimensionamento dos empreendimentos,

As Figuras 1 e 2 mostram uma comparação

em que são escolhidos cenários limites

entre os meses de março e setembro dos

para determinação das alternativas mais

valores de intercâmbio esperados em 2019 e

econômicas e equipamentos adicionais.

Figura 1 – Intercâmbio para região Nordeste para o ano 2019, mês de março, cenário crítico.

Figura 2 – Intercâmbio para região Nordeste para o ano 2019, mês de setembro, cenário crítico.


Eólica

72

Artigo

Conclusão

equacionados. No entanto, sob o ponto

2013

de vista de potência, o tema ainda

August 7, 2013;

Symposium

Boulder,

Colorado

extraordinário

necessita de um maior aprofundamento.

• Hagerty, John Michael. The Role of

potencial eólico existente no país, um

Estudos estão sendo conduzidos com uma

Hydroelectric

dos grandes desafios do planejamento

abordagem mais ampla, como previsão

Power Systems with Large Scale Wind

da expansão da oferta de energia elétrica

de curvas de geração e carga, controle

Generation, Massachusetts Institute Of

no Brasil é definir, no momento do

dinâmico de frequência, estabilidade de

Technology, June 2012;

planejamento, recursos de geração com

tensão e nível de curto-circuito.

• Northwest Wind Integration Action

Considerando

o

in

Electric

Plan Policy Steering Committee March

flexibilidade operacional que incentivem a expansão da geração através de fontes

Generation

Referências

2007; Bonneville Power Administration – BPA – USA;

renováveis e garantam a otimização e a segurança do sistema planejado, no

• Thiago C., César Pedro A. M-S., David

• Bonneville Power Administration – BPA –

momento da operação.

Amaro O., Pereira Ronaldo A. Souza,

USA. Wind Integration Program: Balancing

Nos cenários críticos e favorável

Renata N. F. Carvalho - Regularização

the Future Initial Discussions 2012;

para o mês de março serão frequentes

do suprimento de energia – o papel da

• How BPA supports Northwest wind

as

complementaridade. XXI SNPTEE – GPL

power May 2011 Discussions; Bonneville

para atender ao balanço energético. Já

VII, Florianópolis, 2011;

Power Administration – BPA – USA;

no mês de setembro, a geração total

• NYISO 2010 Wind Generation Study,

• Wind Generation Integration; NERC

na região excede o mercado, sendo

NYISO – New York State Energy Research

MRC Meeting May 6, 2008; Jim McIntosh

necessária capacidade de transmissão

and Development Authority, August 2010.

Director,

das interligações. Neste contexto será

Disponível em: http://www.uwig.org;

Electric System Operator.

imprescindível

reprogramações

de

intercâmbio

capacidade

• A Transmission Planning Case Study

de absorção de energia nos sistemas

for Wind Integration – CREZ in ERCOT,

receptores. Isto mostra a importância

Warren Lasher Director, System Planning

dessa

Electric Reliability Council of Texas, Inc.

análise

avaliar

no

a

momento

do

planejamento.

- NAWEA – 2013 Symposium;

Entretanto, este estudo tem um

• Ela, Erik, et al. "Evolution of operating

caráter qualitativo, pois, não é trivial

reserve determination in wind power

nem o objetivo deste trabalho obter com

integration studies." Power and Energy

precisão as curvas de carga e de geração

Society General Meeting, IEEE, 2010;

eólica para este horizonte de análise.

• CIGRE Technical Brochure on Grid

Há necessidade de um aprofundamento

Integration of Wind Generation, Working

em nível regional, como também uma

Group 08 of Study Committee C6.

análise mais ampla, considerando as

International Conference on Large High

restrições de recebimento em outros

Voltage Electric Systems. July 2009;

subsistemas.

• Increasing Wind Power Generation

Devido às grandes distâncias do SIN,

Penetration Degree in Brazil: a Challenge

recomenda-se uma absorção local dessas

for the Brazilian Interconnected Power

variações momentâneas da geração com

System.

Francisco;

fontes renováveis, podendo ser realizado

Oliveira

-

pelo aumento da flexibilidade térmica

Scheduling Director ONS. Windpower

local, ou instalação de hidrelétricas

2014;

específicas para o fornecimento de

• Spanish Experience on wind energy

potência, como a segunda etapa de

integration into the grid, Dirección

Luiz Gonzaga (1.000 MW) e Xingó (2.100

técnica Alberto Ceña acena@aeeolica.

MW) ou pela construção da usina de

org - Rio de Janeiro, October 1st, 2013;

Paulo Afonso V (2.400 MW).

Forecasting,

Os aspectos energéticos relacionados

à inserção da eólica parecem bem

José

Operation

Ahlstrom,

Mark. Operations

Arteiro

Planning

Evolution and

de and

of

Market

Design for Wind Integration; - NAWEA

Grid

Operations;

Alberta

*Sérgio P. Santos é engenheiro eletricista, com mestrado em engenharia elétrica e doutorado em andamento. Trabalha na Chesf como analista de planejamento de sistemas eletro-energéticos na Divisão de Estudos e Planejamento de Expansão da Transmissão. Fernando R. Alves é engenheiro eletricista, pós-graduado em Análise de Sistemas de Potência e com mestrado em engenharia elétrica. É, atualmente, gerente do Departamento de Estudos de Sistemas de transmissão da Chesf. Antonio R. F. Freire é engenheiro eletricista, com mestrado pela Coppe/UFRJ. É pósgraduado em Engenharia da Qualidade e trabalha na Chesf desde 1985. Possui experiências nas áreas de especificação, ensaios, planejamento da operação e da expansão, além de estudos elétricos de sistemas de potência. Murilo S. L. Pinto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Análise de Sistemas de Potência e em Engenharia de Segurança do Trabalho, com mestrado em Administração. Atualmente, exerce a função de Gerente da Superintendência de Planejamento da Expansão da Chesf. Pedro A. Melo é engenheiro eletricista e trabalhou na Chesf de 1975 a 2013 como especialista na área de estudos energéticos. Atualmente, sua área de interesse é a analise integrada da geração/transmissão para o planejamento da expansão da matriz elétrica brasileira.



Solar

74

notícias

Estudo mostra as perspectivas do uso da energia solar no Brasil Levantamento realizado pelo Comitê de Energia da Academia Nacional de Engenharia (ANE) aponta caminhos para que o Brasil possa estar entre os 20 países com maior geração solar até 2018 consolidação, possibilitando assim

de armazenamento de energia.

preciso eliminar alguns entraves

da Academia Nacional de

a ampliação do debate sobre o

O custo da energia elétrica

e garantir as condições para o

Engenharia (ANE) realizou

tema”, explica o supervisor do

produzida em 2015 na Europa

crescimento do setor.

um estudo sobre a energia

estudo, Jerzy Lepecki.

Central e Sul se encontra na faixa

solar no Brasil e identificou

entre 0,05 a 0,08 euro/kWh.

do estudo: Eduardo T. Serra,

alguns caminhos para o

estudo é que o desenvolvimento

“No leilão de energia em 2015

coordenador e coautor; os

crescimento desse setor no país.

do mercado solar precisa

no Brasil, o preço contratado

acadêmicos Acher Mossé

Supervisionado pelo Acadêmico

da regulamentação do uso

de energia foi de R$ 309,00/

(Eletrobrás), Agenor Mundim

Jerzy Lepecki, um dos fundadores

e do aperfeiçoamento da

MWh. Desde 2011, o Programa

(Cepel), Alcir de Faro Orlando

do Centro de Pesquisa de Energia

legislação sobre a tributação

Brasileiro de Etiquetagem

(professor da PUC-Rio e consultor

Elétrica (Cepel), o trabalho

dos equipamentos e da geração

Fotovoltaica, coordenado pelo

do Inmetro), também coautores

intitulado “Energia Solar no Brasil

de energia para viabilização

Inmetro, tornou compulsória

do documento; e José Eduardo

- Situação Atual, Perspectivas e

da chamada medição líquida

a realização de ensaios de

Moreira (diretor da PCE), Marcos

Recomendações”, traz um painel

virtual, e de melhor estruturação

desempenho e de eficiência

Oliveira (diretor do Instituto de

detalhado da área.

de incentivos à fabricação

nos equipamentos destinados

Tecnologia em Imunobiológicos-

e comercialização dos

à comercialização. No Brasil

BioManguinho/FioCruz),

o setor de energia solar é

equipamentos.

ainda não existe um laboratório

Nelson Martins (assistente da

percentualmente um dos que

de referência para atribuir

diretoria geral da Cepel), Walter

mais crescem no país, o estudo

Estados Unidos, em 2014, cerca

confiabilidade aos resultados dos

Mannheimer (pesquisador

foi elaborado com o objetivo

de 62 % das plantas fotovoltaicas

ensaios realizados, que além do

emérito do CNPq e professor

de analisar as condições

instaladas foram conectadas à

mais não são completos”, diz o

emérito da UFRJ) e Witold

atuais e as perspectivas para o

rede elétrica, a um preço um

estudo.

Lepecki (Cnen), colaboradores.

aproveitamento da energia solar

pouco menor do que US$ 3,00/

no Brasil. “Além disso, apontar as

Wp, beneficiando-se da economia

e responsáveis pelo estudo, o

estudos e debates, o trabalho está

principais barreiras e sugerir ações

de escala devido ao seu tamanho,

cenário é positivo, mas para que

disponível para consulta no Portal

para o seu desenvolvimento e

e do fato de não terem sistemas

as projeções se concretizem é

da ANE, www.anebrasil.org.br.

O Comitê de Energia

Tendo em vista que

Uma das constatações do

Segundo o documento, nos

Segundo os especialistas

Também participaram

Resultado de oito meses de

Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional

Sistema de painéis fotovoltaicos começa a gerar economia para a Itaipu Em pouco mais de dois meses, conta de luz caiu mais de R$ 2,5 mil. O sistema será ampliado até o final do ano kWp, começou a funcionar no

da demanda atendida pelos

meses, a microgeradora de

fim de março, sob a coordenação

painéis fotovoltaicos. A potência

energia solar instalada no teto

da Divisão de Infraestrutura de

instalada passará de 21,5 kWp

de parte do estacionamento

Itaipu, com o apoio da Divisão

para 30,8 kWp (aumento de

do Centro Executivo da Itaipu,

de Serviços.

42%), com geração de 3.600

em Foz do Iguaçu (PR), já gerou

kWh/mês.

quase 5 mil kW e uma economia

produzida no local foi suficiente

superior a R$ 2,5 mil para a

para abastecer 6,6% do consumo

sistema é que o usuário pode

os dados pela internet ou

empresa – considerando a tarifa

do prédio. Mas o sistema já

acompanhar em tempo real

mesmo com um aplicativo

de R$ 0,54 o kWh praticada pela

está em fase de ampliação,

a produção de energia e o

no smartphone – qualquer

Copel.

aproveitando outra parte do

histórico gerado. As informações

interessado pode acessar as

telhado do estacionamento.

são apresentadas em dois

informações pelo site www.

fotovoltaicos, dois inversores e

monitores instalados nos dois

solarweb, usando o usuário sge@

capacidade instalada de 21,5

deste ano com cerca de 10%

acessos do Centro Executivo.

itaipu.gov.br e a senha 1111111.

Em pouco mais de dois

O sistema, com 78 painéis

Até maio, a energia

A previsão é chegar ao fim

Uma das novidades do

O sistema está alinhado às diretrizes da Eletrobras e do Sistema de Gestão de Sustentabilidade de Itaipu, entre elas, reduzir o consumo de energia e adotar soluções limpas e renováveis.

Outra possibilidade é checar


Solar

notícias

Canadian Solar investe R$ 2 bilhões em geração de energia Valor inclui investimento estrangeiro direto de R$ 80 milhões, obtido com apoio da Apex-Brasil e da Investe SP, que será aplicado na implantação de uma unidade de produção de painéis solares em Sorocaba (SP) A Canadian Solar, uma

implantação de uma fábrica de

entre o projeto da fábrica, a

empresas e profissionais

das maiores empresas globais

painéis solares em Sorocaba. O

implantação dos projetos e

no desenvolvimento destas

no segmento de energias

investimento relacionado aos

ações comerciais. A unidade

tecnologias. “O mercado

renováveis, está investindo

projetos de geração de energia

de Sorocaba vai gerar 400

de energia solar no Brasil

R$ 2,3 bilhões em projetos

solar será financiado pelo

empregos diretos e 1500

apresenta enorme potencial

de fabricação e geração de

BNDES, atendendo às regras

indiretos e terá capacidade de

de crescimento”, avalia o CEO

energia solar fotovoltaica

de conteúdo local exigidas.

produção anual de 350 MW de

da Canadian Solar, Shawn

no Brasil. Parte desse valor,

painéis solares fotovoltaicos.

Qu. “Os leilões de energia

cerca de R$ 80 milhões, é

obteve, em leilões do Governo

O início das operações está

de reserva promovidos pelo

investimento estrangeiro direto

Federal, a concessão de lotes

previsto para setembro de

Governo Federal representam

trazido ao país com apoio da

de energia de reserva que

2016.

um fomento à implementação

Agência Brasileira de Promoção

totalizam aproximadamente

de fontes de energia renováveis

Exportações e Investimentos

400 MWp e vai implementar

solares no mercado

em larga escala, aumentando

(Apex-Brasil) e da Agência de

os projetos de geração nos

brasileiro vai impulsionar o

a segurança do fornecimento

Promoção de Investimentos e

municípios de Pirapora e

estabelecimento de uma

de energia elétrica no País

Exportações do Governo do

Vazante, em Minas Gerais. O

cadeia produtiva associada

e reduzindo os riscos de

Estado de São Paulo (Investe

montante de R$ 2,3 bilhões

ao segmento de geração de

desequilíbrio entre a oferta e a

São Paulo), e será aplicado na

investidos está dividido

energia solar, habilitando

demanda”, complementa.

Em 2014, a Canadian Solar

A fabricação de painéis

75


Solar

76

Artigo

Por Wilson Pereira Barbosa Filho; Wemerson Rocha Ferreira; Abílio César Soares de Azevedo; Antonella Lombardi Costa; Ricardo Brant Pinheiro.*

Expansão da energia solar fotovoltaica no Brasil:

impactos ambientais e políticas públicas

A geração fotovoltaica de eletricidade

tem-se mostrado crescentemente convidativa, seja por constituir o aproveitamento de uma fonte renovável, seja por não apresentar a magnitude dos impactos ambientais geralmente associados às demais formas convencionais de aproveitamento energético. Entretanto, os impactos ambientais decorrentes da implantação e da operação de uma usina solar fotovoltaica não podem ser negligenciados. Os sistemas fotovoltaicos, seja em geração centralizada ou descentralizada, têm experimentado grande crescimento mundial nos últimos anos, devido principalmente ao aumento das demandas e às limitações de recursos, agravadas pela aceleração da degradação ambiental.

Estado da arte

O Brasil apresenta um dos maiores índices

de irradiação solar do mundo. A maior parte do território nacional encontra-se próxima à linha do Equador, não apresentando, assim, grandes variações de radiação solar ao longo do dia. Os

Figura 1 – Atlas Brasileiro de Energia Solar. Fonte: PEREIRA et al., 2006.

valores anuais de radiação solar global incidente variam entre 1.550 e 2.400 kWh/m2 ao longo do

território nacional e são superiores aos da maioria

solar, aliado ao atual risco de escassez

são valores acima de 2.000 kWh/m².ano,

dos países da União Europeia, como, por exemplo,

de energia elétrica, cuja matriz elétrica é

ou seja, 5,5 kWh/m².dia (valor diário anual

a Alemanha (900 – 1.250 kWh/m ) e a França

baseada em grandes usinas hidrelétricas e

médio), valores esses um pouco acima do

(900 – 1.650 kWh/m2).

termoelétricas (Figura 2), serve de grande

que usualmente se utiliza para a elaboração

2

O potencial brasileiro de aproveitamento

concentração), o requisito de radiação solar

motivação para que se busquem alternativas

de estudos de viabilidade de instalação de

com menores índices de radiação, apresentam

energéticas de cunho renovável.

usinas fotovoltaicas em escala mundial.

grande potencial de aproveitamento energético

Segundo o Atlas Solarimétrico de Minas Gerais,

para esta fonte, sendo comparáveis, por exemplo,

de Minas Gerais (Cemig), para sistemas

aproximadamente metade do Estado possui

às regiões de maiores índices na Alemanha.

fotovoltaicos planos (sem dispositivos de

radiação solar direta normal diária anual média

Nota-se que, mesmo as regiões brasileiras

De acordo com a Companhia Energética


Artigo

Solar

Figura 2 – Matriz elétrica brasileira em 31/12/2014. Fonte: EPE, 2014.

entre 5,5 e 6,5 kWh/m².dia. O mesmo Atlas

instrumentos de incentivos é a chave para seu

(Figura 3) identifica um potencial promissor de

sucesso. Tais políticas de incentivos podem

geração de energia solar fotovoltaica de grande

ser categorizadas em três grupos distintos:

porte, chegando a uma radiação solar direta

as políticas de regulamentação, os incentivos

anual de 2.700 kWh/m no verão e de 2.200-

fiscais e os financiamentos do capital.

2.400 kWh/m2 em bases anuais.

482/2012, da Agência Nacional de Energia

2

Em termos do desenvolvimento

No Brasil existe a Resolução Normativa nº

sustentável, para Minas Gerais, a região

Elétrica (Aneel), que estabelece condições gerais

Noroeste, parte do Norte e Jequitinhonha,

para o acesso de microgeração e minigeração

configuram como sendo as melhores regiões

distribuída aos sistemas de distribuição de

do Estado para a implantação de usinas solares

energia elétrica, e visa a reduzir as barreiras

fotovoltaicas. Contudo, apenas o potencial

regulatórias existentes para conexão de

energético não é suficiente para inserção efetiva

geração de pequeno porte disponível na rede de

de novas fontes de energia na matriz energética

distribuição.

de um país. Muitas vezes, uma combinação de

Na jurisprudência do Governo do Estado de

Figura 3 – Atlas Solarimétrico de Minas Gerais. Fonte: Cemig, 2012.


Solar

78

Artigo

Minas Gerais, o Decreto Estadual

impactos observados de empreendimentos já

Nº 46.296 de 14/08/2013 dispõe sobre o

em operação. Tais impactos estão estratificados

Geração ou acirramento de processos erosivos

"Programa Mineiro de Energia Renovável -

em três agrupamentos específicos de fatores

e alterações do comportamento hídrico e do

Energias de Minas - e de medidas para incentivo

ambientais: meio físico, meio biótico e meio

fluxo hidrológico superficial - Com o desmate e

à produção e uso de energia renovável", que tem

socioeconômico.

os destocamentos do terreno, poderão ocorrer

por objetivo "promover e incentivar a produção

perdas da camada superficial do solo, pois as

e consumo de energia de fontes renováveis e

Em uma usina solar fotovoltaica há

raízes carregam volumes de solo superficiais,

contribuir com o desenvolvimento sustentável".

diversos impactos no meio físico local,

deixando a superfície mais suscetível a agentes

A instalação de sistemas fotovoltaicos tem

pois há modificações paisagísticas e muita

erosivos. Por conseguinte, processos naturais de

ainda fundamentação na Lei Estadual

movimentação de recursos humanos,

transporte e migração de sedimentos arenosos

20.849, “Lei Solar”, de 08/08/2013, que

maquinário, equipamentos e materiais que não

podem intensificar-se para direções mais

incentiva e estimula o uso de energia solar

compõem o meio onde o empreendimento será

baixas, como vales de pequenos cursos d’água,

fotovoltaica em áreas urbanas e rurais com

alocado. Tais impactos devem ser monitorados

podendo ocorrer assoreamento de cursos de

o intuito de reduzir as demandas de energia

durante todo o processo. Os impactos mais

drenagens naturais, chegando até a afetar o

elétrica de fontes convencionais nos horários

expressivos no meio físico estão descritos a

comportamento hídrico local. Já quando as

de pico e diminuir a emissão de gases de efeito

seguir:

estradas estiverem efetivamente implantadas

Principais impactos sobre o meio físico

e ativas, poderão ocorrer processos erosivos

estufa na atmosfera. Alteração e/ou degradação da paisagem -

em seus leitos durante o período chuvoso,

Na implantação de uma usina solar

se tais vias não forem pavimentadas. Ainda

fotovoltaica haverá alterações na paisagem

nesta etapa de implantação poderão ocorrer

Impactos ambientais

que podem variar conforme o porte e o local do

alterações no fluxo hidrológico superficial da

empreendimento. Em casos mais severos, a

área de influência direta do empreendimento,

energia elétrica, as usinas solares também

paisagem pode ser deteriorada ou degradada,

tendo em vista que alguns trechos das vias

apresentam diversos impactos ambientais,

sendo necessárias medidas de controle,

poderão conter o fluxo natural das águas,

sejam positivos ou negativos, em todo o

monitoramento e de mitigação.

diminuindo a superfície de infiltração das

seu ciclo de vida, em variadas amplitudes

Geração de resíduos sólidos e riscos de

águas pluviométricas. Os processos erosivos

e abrangências. Todavia, este trabalho se

contaminação do solo - É fato que no

estão diretamente relacionados à dinâmica de

ateve aos impactos causados nas fases de

canteiro de obras há geração de resíduos

escoamento das águas superficiais.

implantação e operação.

sólidos provenientes de atividades humanas.

Há também armazenagem e manuseio de

Alterações morfológicas e instabilidade

qualquer alteração das características do

produtos químicos, como óleos e graxas, além

temporária da superfície - As alterações

sistema ambiental, seja esta física, química,

de materiais de limpeza. Assim, com a geração

geotécnicas e na morfologia do solo podem

biológica, social ou econômica, causada por

destes passivos ambientais, há um risco de

causar instabilidade na sua superfície. No caso

ações antrópicas, as quais possam afetar

potencial contaminação do solo por vazamento

da implantação de usinas solares fotovoltaicas,

direta ou indiretamente o comportamento de

ou acondicionamento inadequado e ineficiente

podem ocorrer tais alterações, gerando

parâmetros que compõem os meios físico,

desses materiais.

instabilidade localizada no solo e nas bacias

biótico e/ou socioeconômico do sistema

Geração de poeiras/gases e alterações na

de contribuição hídrica de todo o entorno da

ambiental na sua área de influência.

qualidade do ar - A circulação de veículos e o

obra, o que pode favorecer a movimentação de

Discussões

Como todo empreendimento gerador de

Como impacto ambiental pode-se entender

manuseio de máquinas e equipamentos na área

materiais e sedimentos arenosos, culminando

empreendimentos de aproveitamento solar

do canteiro, bem como a deposição de materiais

em assoreamento de drenagens naturais e

fotovoltaico estão estreitamente relacionados

diversos e o manejo de materiais terrosos,

desencadeando processos erosivos.

à sua localização, às características físico-

podem causar, durante o andamento das obras,

climáticas do local de implantação e às

o lançamento de poeiras fugitivas (material

Principais impactos sobre

características dos ecossistemas locais.

particulado) e a emissão dos chamados gases

o meio biótico

Contudo, sob uma análise generalizada, os

de efeito estufa, como o CO2, alterando o

impactos negativos apresentados por sistemas

padrão da qualidade do ar local. As poeiras

alterações causadas tanto por ações antrópicas

fotovoltaicos são bastante reduzidos quando

podem depositar-se sobre áreas de vegetação

quanto as de caráter natural ocorrem de

comparados com os impactos positivos e as

e/ou em cursos d’água, causando alterações na

maneira contínua, considerando-se a interde­

vantagens de sua implantação.

paisagem e nos ciclos de suprimento da fauna e

pen­dência entre o bem-estar humano e o

da sociedade local.

ambiente ecologicamente equilibrado. Contudo,

Os impactos ambientais gerados em

Seguem alguns dos principais possíveis

Os processos biológicos são dinâmicos e


Artigo

Solar

a construção de uma usina solar fotovoltaica

significa menores taxas de continuidade. A

necessidades do próprio empreendimento. Com o

pode provocar impactos consideráveis nos

biodiversidade local, medida pela densidade

crescimento do comércio, espera-se aumento de

ecossistemas locais, modificando os ciclos

de espécies e correlacionada com os regimes

arrecadação tributária.

de desenvolvimento da fauna e da flora, tanto

de precipitação e com a disponibilidade de luz

Aumento do fluxo de veículos - o aumento do

durante a fase de construção quanto durante a

solar, pode ser reduzida devido a estes fatores.

fluxo de veículos pode causar transtornos às

permanência do empreendimento. Os impactos

Riscos de acidentes com animais ou causados

comunidades próximas ao empreendimento,

mais expressivos no meio biótico estão

por animais - as mudanças nas rotas de fuga e

como: poeira, emissão de gases e ruídos,

descritos a seguir:

nos limites naturais das comunidades formadas

deterioração do sistema viário da região,

pelas espécies locais, além da remoção de tocas

podendo ainda ocasionar acidentes com

Perda de cobertura vegetal - sabe-se que a

e esconderijos de determinadas espécies, pode

pessoas e animais, ou até o afastamento destes

implantação de sistemas de aproveitamento

causar a fuga de parte da fauna ou ainda sua

de seu habitat natural.

solar fotovoltaico não se limita às áreas

invasão às áreas do empreendimento. De acordo

Consumo de materiais – pode haver breves

desérticas. Observa-se que a remoção e o

com o Departamento de Estradas de Rodagem

períodos de escassez de determinados

destocamento da vegetação, constituinte da

do Estado de São Paulo, a invasão de animais na

materiais. Contudo, com um planejamento

cobertura vegetal natural do solo, podem causar

pista de rolamento pode causar sérios acidentes

adequado, é possível auxiliar os comerciantes

impactos consideráveis na área de implantação

em rodovias vicinais.

locais a se prepararem com relação à questão da disponibilidade e perenidade de seus estoques.

de uma usina solar fotovoltaica. Alteração da dinâmica dos ecossistemas

Principais impactos sobre o meio

Riscos de acidente de trabalho - estes riscos

locais - a construção de vias de acesso resulta

socioeconômico

se acentuam com o uso de máquinas pesadas,

na alteração da dinâmica ambiental da área,

ferramentas de corte e o aumento do fluxo de

como a intensificação da mobilidade de

em determinada localidade, traz consigo uma

veículos.

sedimentos arenosos, devido à ação do vento e

série de impactos ambientais sobre o meio

Aumento da eficiência dos equipamentos - a

das chuvas sobre o solo descampado, podendo

socioeconômico, sendo alguns positivos e

maior aplicabilidade de sistemas fotovoltaicos

criar ou intensificar processos erosivos e de

outros negativos, podendo abranger apenas

tende a aumentar os investimentos em projetos

assoreamento. Poderá causar, ainda, alterações

o entorno do local do empreendimento ou

de Pesquisa & Desenvolvimento & Inovação, o

no fluxo hidrológico superficial devido à

mesmo regiões maiores, desde o processo de

que, por consequência, exigiria maiores níveis

compactação do solo e à redução de sua

implantação até sua efetiva operação comercial.

de eficiência dos equipamentos componentes

permeabilidade. A fragmentação de habitats

Os impactos mais expressivos no meio

destes sistemas, no intuito de incrementar sua

e as mudanças dos limites naturais das

socioeconômico estão descritos a seguir:

viabilidade técnica e econômica, contribuindo

A inserção de uma usina solar fotovoltaica,

assim para o desenvolvimento da curva de

comunidades de espécies locais podem causar escassez de alimentos, forçando uma migração

Geração de emprego e renda – neste tipo

aprendizado desta tecnologia.

da fauna. Há, pois, riscos de desequilíbrio de

de empreendimento é importante, e tem sido

Aproveitamento de fonte de energia - haverá

elos tróficos de cadeias alimentares locais.

praxe, buscar contratação de mão-de-obra

um aproveitamento de potencial de uma

Afugentamento e fuga da fauna local - nos

local ou regional, possibilitando melhorias na

fonte limpa e gratuita, disponível na natureza,

processos de retirada da vegetação e do

qualidade de vida das comunidades próximas e

extraindo-se de sua análise de viabilidade

destocamento para limpeza da área, podem

em populações da região. Esta melhoria é tanto

econômico-financeira os custos de obtenção de

ocorrer fuga e afugentamento da fauna local

financeira/material quanto emocional. De acordo

combustível de geração convencional.

para áreas mais seguras. Pode ocorrer ainda a

com a Abinee, estudos apontam para uma média

Melhoria na segurança, confiabilidade e oferta

destruição de alguns locais de abrigo natural

de estabelecimento de 30 empregos (diretos e

de energia elétrica - a produção de energia

para a fauna local e até a eliminação de grupos

indiretos) por MW instalado, em todo o ciclo de

por meio de fonte renovável é de considerável

inteiros da microfauna, devido tanto à remoção

vida de usinas fotovoltaicas.

importância para suprir o setor energético

da vegetação quanto pelo revolvimento das

Crescimento da economia local e aumento

durante períodos de baixa capacidade de

camadas mais superficiais do solo.

da arrecadação tributária - o volume de

produção das usinas hidroelétricas que,

Diminuição de potencial ecológico (atributos

trabalhadores empregados no empreendimento

pelo Sistema Interligado Nacional, forneça

ambientais e biodiversidade) – a diminuição da

tende a movimentar as operações comerciais

energia para a região de implantação. A

área de habitat favorável ao desenvolvimento

locais e regionais, justamente pelo aumento da

descentralização no fornecimento de energia

e sustentação de determinadas espécies pode

renda e do poder de compra dos grupos familiares,

elétrica pode configurar menor dependência

levar a uma menor abundância regional destas,

gerando certo dinamismo no mercado local,

das fontes convencionais, aumentando a

uma vez que essa redução inevitavelmente

devido à maior circulação de moeda. Há ainda

confiabilidade e, por conseguinte, melhorando

leva a certa diminuição da aptidão, o que

uma série de operações comerciais derivadas das

a oferta de energia local. Contudo, existe uma

79


Solar

80

Artigo

intermitência nesta fonte de energia, devido às

que, em virtude da dinamicidade do Direito na

fotovoltaico para geração de eletricidade é o

variações sazonais de horas solares disponíveis.

tentativa de acompanhar o desenvolvimento

provocado durante sua fabricação e montagem.

Para Minas Gerais, o mínimo de horas de brilho

social, cabe aos legisladores a busca incessante

Contudo, há impactos relacionados a questões

solar é de cinco horas ao dia, no período em que

de aperfeiçoar o sistema legal do país.

da área de implantação.

há aumento das precipitações no Estado.

O licenciamento ambiental de usinas

A maioria dos impactos negativos previstos

fotovoltaicas tende a passar pelos mesmos

para a fase de implantação do empreendimento

problemas anteriormente relatados pelos

tem efeito temporário e praticamente não

representantes dos Órgãos Estaduais de Meio

ultrapassa as fronteiras do mesmo. Ao passo que,

Ambiente (OEMAs), que participaram no

grande parte dos impactos positivos tem seus

estabelece procedimentos para licenciamento

período de 2010 a 2012 do Grupo de Trabalho

efeitos postergados após a fase implantação e se

ambiental simplificado de empreendimentos

(GT) do Ministério do Meio Ambiente (MMA)

consolidam durante a fase de operação.

elétricos com pequeno potencial de impacto

sobre licenciamento ambiental de usinas

ambiental, em seu art. 1º, dispõe:

eólicas sobre as constantes manifestações e

da área prevista para o empreendimento,

interferências do Ministério Público no processo

de modo a propiciar a adoção de medidas

de licenciamento ambiental devido, em sua

preventivas e mitigadoras quanto à efetivação

maioria, ao questionamento da aplicabilidade

destes impactos ambientais. Para tal, faz-se

da Resolução Conama nº 279/2001.

necessária a criação e a aplicação de Programas

ambiental simplificado de empreendimentos

Aquele GT solicitou, na época, a Consultoria

de Controle e Monitoramento Ambiental,

elétricos com pequeno potencial de impacto

Jurídica (Conjur) do MMA a manifestação por

que se constituem de elementos básicos de

ambiental, aí incluídos: IV - Usinas Eólicas e

meio de parecer técnico, sobre a validade e

planejamento e de gerenciamento ambiental,

outras fontes alternativas de energia...”.

aplicabilidade da referida Resolução, a qual

visando não apenas a minimização de possíveis

se enquadra no contexto aqui discutido. Ficou

degradações, como também a compensação

aludido no parecer o seguinte:

dos impactos ambientais adversos, resultantes

Discussão de norma

A Resolução CONAMA nº 279/2001

“... Art. 1º - Os procedimentos e prazos estabelecidos nesta Resolução aplicam-se, em qualquer nível de competência, ao licenciamento

Conforme exposto, a resolução não define

No entanto, é preciso uma análise criteriosa

da implantação e operação de uma Usina Solar

o que é pequeno impacto ambiental, trazendo, portanto, uma insegurança jurídica para os

“... Dificuldade de se definir impacto ambiental

Fotovoltaica.

técnicos, quanto a quem deve determinar o que é

de pequeno porte antes da análise dos estudos

ambientais que subsidiam o processo de

pequeno porte: se o próprio técnico ou o texto legal.

Conclui-se, ainda, que, dentro do impasse

normativo discutido neste estudo, fica

licenciamento ambiental e, tendo em vista

evidenciada a necessidade de elaboração de uma

ou melhor, da obrigatoriedade do Direito. Tal

as diversidades e peculiaridades regionais,

norma de âmbito federal para licenciamento

afirmativa comprova que o legislador deverá

bem como as complexidades de avaliação dos

ambiental de usinas solares fotovoltaicas, de

procurar atender aos anseios sociais no

efeitos sobre o meio ambiente decorrentes da

modo a evitar a insegurança jurídica.

momento da elaboração das leis, pois estas,

implantação de projetos de energia elétrica...”.

A segurança jurídica depende da aplicação,

Referências

entendidas aqui como conjunto de normas, englobam o princípio da segurança jurídica

tendo em vista que as mesmas compõem e

maior segurança jurídica ao técnico envolvido

Em face de solucionar o dilema e propiciar • ABINEE, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA

guiam o ordenamento jurídico. Tal princípio é

no processo de licenciamento ambiental, visto

ELÉTRICA E ELETRÔNICA, 2012. Propostas

composto no lado objetivo, representado pela

que a norma não define o que seja pequeno ou

para Inserção da Energia Solar Fotovoltaica na

irretroatividade das normas e a proteção de atos

grande potencial de impacto, os autores sugerem

constituídos ante as alterações supervenientes

a criação de uma norma federal específica para

da legislação; e no lado subjetivo, representado

o licenciamento ambiental de usinas solares

pelo princípio da proteção da confiança,

fotovoltaicas em território brasileiro.

segundo o qual a estabilidade das relações jurídicas está ligada à preservação das

Conclusão

expectativas legítimas surgidas no seio da

MatrizElétrica Brasileira. Disponível em: <http:// www.abinee.org.br/informac/arquivos/profotov.pdf> • CHAMBULE, J. A., 2010. Impacto sócio-ambiental dos sistemas fotovoltaicos em Moçambique, Maputo: s.n. BRASIL, CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE, 2001. Resolução • CONAMA nº 279/2001, Brasília: Diário Oficial da União.

sociedade, em relação à legitimidade dos atos

emanados da administração.

poluentes durante sua operação e são muito

prospects, progress, policies, and environmental

promissores como uma alternativa energética

impact of solar photovoltaic power generation.

jurídica encontra-se diretamente relacionado

sustentável, entretanto, geram impactos

Global prospects, progress, policies, and

aos direitos e garantias fundamentais do nosso

ambientais a serem considerados. O impacto

environmental impact of solar photovoltaic power

Estado Democrático de Direito. Destacando

ambiental mais significante do sistema

generation, janeiro, Volume 41, p. 284–297.

Como visto, o princípio da segurança

Os sistemas fotovoltaicos não emitem

• HOSENUZZAMAN, M. et al., 2015. Global


Artigo

Solar

• TURNEY, D. & FTHENAKIS, V., 2011. Environmental

• GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2013.

Discussão sobre a minuta de Resolução CONAMA

impacts from the installation and operation of large-

Decreto Estadual Nº 46.296, de 14 de agosto de

sobre o licenciamento ambiental de usinas eólicas

scale solar power plants. Journal Elsevier, agosto,

2013, Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de

em superfície terrestre, Belo Horizonte: FEAM.

Volume 15, p. 3261–3270.

Minas Gerais.

• BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA,

• GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2013.

2002. Atlas de energia elétrica do Brasil. Brasília:

Lei Estadual Nº 20.849, de 8 de agosto de 2013,

ANEEL.

Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas

• PEREIRA, E. B., MARTINS, F. R., ABREU, S. L. d. &

Gerais.

RÜTHER, R., 2006. Atlas brasileiro de energia solar.

• GEOCONSULT, C. G. e. M. A. L., 2012. Relatório de

São José dos Campos: INPE.

Impacto Ambiental - RIMA - Central Geradora Solar

• EPE, EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, 2014.

Fotovoltaica Tauá, Fortaleza: s.n.

Inserção da Geração Fotovoltaica Distribuída no

• BARBOSA, W. P. F., AZEVEDO, A. C. S. d., COSTA, A. L.

Brasil - Condicionantes e Impactos. Rio de Janeiro:

& PINHEIRO, R. B.,

s.n.

• 2015. Estudo para penetração de investimentos em

• CEMIG, COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS

Energia Solar Fotovoltaica no Estado de Minas Gerais.

GERAIS, 2012. Atlas Solarimétrico de Minas Gerais.

In:: Energia e Direito. Rio de Janeiro: Lumen Juris.

Belo Horizonte: CEMIG.

• SÃO PAULO, DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE

• BARBOSA, W. P. F., AZEVEDO, A. C. S. d., COSTA,

RODAGEM, 2012. Manual Básico de Estradas e

A. L. & PINHEIRO, R. B., 2014. O Uso da Análise

Rodovias Vicinais. São Paulo: DER/SP.

Hierárquica como Auxílio na Tomada de Decisão de

• REIS, D. d. C., UTURBEY, W., CARDOSO, S. N. &

Políticas Públicas em Energia Solar Considerando

LOPES, B. M., 2014. Análise técnico-jurídica dos

Aspectos de Sustentabilidade. Issue IX.

impactos ambientais presentes no processo de

• BRASIL, AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA,

fabricação de painéis fotovoltaicos. 1º Congresso

2012. Resolução Normativa nº 482/2012,

Brasileiro de Energia Solar, 03 04.

Brasília: ANEEL.

• BARBOSA, W. P. F. & AZEVEDO, A. C. S. d., 2013.

*Wilson P. Barbosa Filho é Engenheiro civil e advogado, especializado em Direito Ambiental e mestrado em Gerenciamento Ambiental e Auditoria. Atualmente, é doutorando do Programa de Ciência e Técnicas Nucleares da UFMG. É analista ambiental da Fundação Estadual do meio Ambiente (FEAM); Abílio C. S. Azevedo é Engenheiro civil e sanitário e trabalha como analista ambiental na FEAM desde 1982. Antonella L. Costa graduou-se em Física e fez seu mestrado em Engenharia Nuclear na UFMG. Atualmente, é professora e pesquisadora no Departamento de Energia Nuclear da UFMG. Ricardo B. Pinheiro é Engenheiro mecânico e eletricista, especializado em Engenharia nuclear, com doutorado pela Faculté des Sciences d’Osay, Université de Paris. Desde 1997, atua como professor associado no Departamento de Engenharia Nuclear da UFMG. Wemerson Rocha Ferreira é graduado em engenharia de energia e pós-graduado em Gestão de Projetos. Atualmente, é pesquisador da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (FEAM).

81


APOIO



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Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Tempos difíceis O mercado de dispositivos elétricos parece estar sentindo muito a crise econômica e política pela qual passa o Brasil. Das últimas pesquisas realizadas pela revista O Setor Elétrico, os prognósticos de crescimento feitos por essas empresas são os mais desanimadores

Os prognósticos de crescimento apresentados pelos fabricantes

A expectativa de crescimento médio para as próprias empresas

e distribuidores de dispositivos elétricos na pesquisa atual talvez

também foi revista para baixo do ano passado para 2016. No estudo

sejam os mais pessimistas divulgados pela revista O Setor Elétrico

de 2015, almejavam obter uma elevação de 10%. Na pesquisa deste

nos levantamentos realizados com diversos segmentos do mercado

ano, a previsão é de apenas 5%. Tal refreamento de expectativas

desde o agravamento da crise econômica e política brasileira no

talvez possa ser explicado pelo resultado de crescimento que as

início de 2015.

empresas efetivamente registraram entre 2015 e 2016: também

5%.

Isto se pode notar muito claramente nos números que se

referem às previsões de crescimento para 2016. As empresas

que responderam ao levantamento acreditam que o mercado de

das empresas neste ano e que, com certeza, vêm motivando as

Em relação aos fatores que devem influenciar o crescimento

dispositivos elétricos irá crescer apenas 2% neste ano. No estudo

projeções sombrias realizadas pelas companhias nesta pesquisa,

feito no ano passado, as companhias esperavam uma elevação de

destaque para a desaceleração da economia brasileira, indicada por

7% do mercado. No que diz respeito à expectativa de contratação

25% dos participantes. O segundo quesito mais votado, como não

de funcionário, a discrepância ainda é maior entre 2016 e 2015.

poderia deixar de ser, é a crise política, destacada por 18% das

No ano anterior, os fabricantes e distribuidores esperavam um

empresas respondentes. E o terceiro item mais mencionado é a falta

crescimento de 8%. Na pesquisa deste ano, eles acreditam que o

de confiança dos investidores (17%).

número de contratações irá elevar-se somente 1%.

A pesquisa traz ainda informações a respeito do faturamento


85

O Setor Elétrico / Junho de 2016

bruto anual médio das empresas, que pode mostrar como funciona o mercado de dispositivos elétricos. O levando apresenta, então, que a maior parte dos fabricantes e distribuidores de dispositivos elétricos, 59%, fatura até R$ 20 milhões e apenas 9% fatura acima de R$ 200 milhões.

O perfil das empresas participantes, o principal canal de vendas, as certificações ISO

conquistadas, o destino final dos produtos e os tipos de dispositivos mais vendidos dentro de sua categoria na baixa e média tensão são as demais informações que constam no levantamento. Confira a pesquisa na íntegra:

Mercado brasileiro de dispositivos elétricos

As indústrias continuam sendo o principal segmento de atuação das empresas do

mercado de dispositivos elétricos, segundo 96% dos distribuidores e fabricantes que participaram da pesquisa. Montador de painel é o segundo principal segmento, mencionado por 68%. Principais segmentos de atuação

96% 68%

Montadores de painéis

60% 38%

Industrial

Comercial

Residencial

Distribuidores/atacadistas, indicados por 75% dos pesquisados, e revendas/varejistas,

por 74%, são os dois canais mais importantes de vendas das empresas de do mercado de dispositivos elétricos. A internet continua sendo o canal menos utilizado. Apenas 19% citaram a ferramenta virtual como uma das mais utilizadas.

Principais canais de vendas

75%

Distribuidores / Atacadistas

73%

Revendas de materiais elétricos

66% 23% 29%

Telemarketing Internet

Venda direta ao cliente final


86

Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

A certificação ISO 9001 – gestão de qualidade – permanece tendo

Relés BT

preferência das empresas deste segmento em relação à certificação IS

8%

O 14001 – gestão ambiental.

outros

20%

de falta à terra

26%

Certificações ISO

23%

O Setor Elétrico / Junho de 2016

outros relés de proteção eletrônicos ISO 14001 (ambiental)

23%

60%

de subtensão

ISO 9001 (qualidade) 23%

outros relés de proteção eletromêcanicos Iluminação BT

33%

93% dos dispositivos elétricos produzidos no Brasil são

Minuteria

comercializados em território nacional mesmo. Apenas 7% são

31%

Interruptor para iluminação

exportados, conforme o levantamento. Destino final dos dispositivos

7%

Exportação

36%

Variador de luminosidade Dispositivos BT

44%

Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

93%

Mercado Nacional

66%

Dispositivos de proteção contra Surtos (DPS)

Os próximos quatro gráficos mostram os tipos de dispositivos mais

comercializados dentro de sua categoria de baixa tensão (BT). No que diz respeito aos disjuntores BT, por exemplo, observa-se que caixa moldada (23%) é o item mais vendido.

Em relação aos tipos de dispositivos mais vendidos dentro de sua

categoria de média tensão, os relés de proteção eletrônico (32%) são os itens mais comercializados na categoria relés MT.

Disjuntores BT

Relés MT

1%

outros

19%

acessórios para disjuntores

23%

16%

abertos

32%

de falta à terra

outros relés de proteção eletrônicos

19%

disjuntormotor

23%

26%

caixa moldada

de subtensão 19%

22%

mini-disjuntores

outros relés de proteção eletromêcanicos



88

Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

Dispositivos MT

8%

23%

Pára-raios

Disjuntores

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Na pesquisa de 2015, as empresas deste segmento afirmaram

ter expectativa de crescer 10% no ano passado. Efetivamente apresentaram elevação de 5%. Pessimistas, em 2016, projetam acréscimo de faturamento de somente 5%.

32%

Previsões de crescimento

Acessórios para fusíveis 26%

Acessórios para disjuntores

Expectativa de contratação de funcionários para 2016

1%

19%

Expectativa de crescimento médio para o mercado em 2016 Expectativa de crescimento médio para as empresas em 2016 4%

Fusíveis

2%

O mercado de dispositivos de proteção de seccionamento de média

tensão é o que mais fatura. De acordo com a maioria dos entrevistados (40%), este segmento apresenta faturamento acima de R$ 500 milhões anuais.

5%

Dispositivos de proteção 38%

29% 33% 17%

Acima de R$ 500 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

Até R$ 10 milhões

Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de dispositivos elétricos de baixa e média tensão

38% 44% 30%

de baixa tensão

34% 42% 28%

mercado brasileiro em 2016. Projetos de infraestrutura, mencionados

43% 32% 30%

acionamento e sinalização

Fatores que devem influenciar o mercado de dispositivos de proteção, manobra e comando

de baixa tensão Dispositivos de proteção 30%

A desaceleração da economia brasileira, indicada por 25% dos

entrevistados, é o fator considerado mais importante para influenciar o apenas por 2%, é o item menos impactante.

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, 32%

Crescimento médio das empresas em 2015 comparado ao ano anterior

38% 25% 56%

19%

24% 40%

e seccionamento de média tensão

2%

Outros

No que concerne ao faturamento bruto anual médio das empresas

do mercado de dispositivos elétricos, a maioria dos fabricantes e

17%

distribuidores que participaram do levantamento (59%) declarou faturar

Falta de confiança dos investidores

anualmente até R$ 20 milhões. 4% disseram que o faturamento fica

25%

Desaceleração da economia brasileira

entre R$ 80 milhões e 200 milhões e 9% acima de R$ 200 milhões. Faturamento bruto anual médio das empresas pesquisadas

18%

13%

Crise política

9%

Setor da construção civil desaquecido

Acima de R$ 200 milhões

4%

De R$ 80 milhões até R$ 200 milhões

35%

2%

Até R$ 5 milhões

Projetos de infraestrutura

7%

Desvalorização da moeda brasileira

De R$ 60 milhões até R$ 80 milhões

4%

14%

Falta de normalização e/ou legislação

De R$ 40 milhões até R$ 60 milhões 7%

De R$ 20 milhões até R$ 40 milhões

12%

24%

De R$ 5 milhões até R$ 20 milhões

4%

Crise internacional 3%

Incentivos por força de legislação ou normalização



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Outros

Caixa moldada

Abertos

Oferece treinamento técnico para os clientes

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Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

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Importa produtos acabados

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Exporta produtos acabados

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Possui programas na área de responsabilidade social

x

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

Internet

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Acessórios para disjuntores

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Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores

Disjuntor-motor

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O Setor Elétrico / Junho de 2016

Mini-disjuntores

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x

Telemarketing

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Venda direta ao cliente final

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Revendas/Varejistas

x

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Possui certificado ISO 14001 (ambiental)

x

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Distribuidores/Atacadistas

x x

Montadores de painéis

Cidade Estado Guarulhos SP São Paulo SP Mogi Mirim SP Criciúma SC São Bernado do Campo SP São Paulo SP São Paulo SP Itajuba MG São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP Lagoa Santa MG São Paulo SP São Paulo SP Guarulhos SP Jundiaí SP Volta Redonda RJ Rio de Janeiro RJ Ribeirao Preto SP Cornélio Procópio PR São José dos Pinhais PR Ribeirão Preto SP Campo Largo PR São Paulo SP Porto Alegre RS São Caetano do Sul SP Canoas RS Contagem MG Rio de Janeiro RJ Boituva SP Bauru SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP

Comercial

Site www.acabine.com.br www.abb.com.br www.adsdisjuntores.com.br www.agpr5.com www.alumbra.com.br www.apscomponentes.com.br www.aselco.com.br www.balteau.com.br www.beghim.com.br www.bhseletronica.com.br www.chint.net www.clamper.com.br www.coel.com.br www.connectwell.com.br www.dlight.com.br www.eaton.com.br www.ecoeletridade.com.br www.efesemitrans.com.br www.eletricteck.com www.eletrotrafo.com.br www.elos.com.br www.embrastec.com.br www.enerbras.,com.br www.erico.com.br www.exatron.com.br www.findernet.com www.fullgauge.com.br www.br.geindustrial.com www.hager.com.br www.holec.com.br www.indelbauru.com.br www.jng.com.br www.kacon.com.br www.kienzle-haller.com.br

Serviços (manutenção, montagem de painéis, etc.)

Telefone (11) 2842-5252 (11) 3688-8886 (19) 3804-1119 (48) 3462-3900 (11) 4393-9300 (11) 2870-1000 (11) 3017-3131 (35) 3629-5500 (11) 2942-4500 (11) 2081-2942 (11) 3266-7654 (31) 3689-9500 (11) 2066-3211 (11) 5844-2010 (11) 2937-4650 (11) 4525-7001 (24) 3336-4895 (21) 2501-1522 (16) 3877-5513 (43) 3520-5000 (41) 3383-9290 (16) 3103-2021 (41) 2111-3000 (11) 3623-4333 (51) 3357-5000 (11) 2147-1550 (51) 3475-3308 0800 595 6565 0800 724 2437 (11) 4191-3144 (14) 3281-7070 (11) 2090-0550 (11) 3361-2696 (11) 2249-9604

Principal canal de vendas

Residencial

A.CABINE ABB ADS AGPR5 ALUMBRA APS ASELCO BALTEAU BEGHIM BHS ELETRONICA CHINT GROUP CLAMPER COEL CONNECTWELL D´LIGHT EATON ECO ELETRICIDADE EFE-SEMITRANS ELETRIC TECK ELETROTRAFO ELOS EMBRASTEC ENERBRAS ERICO EXATRON FINDER FULL GAUGE GE HAGER BRASIL HOLEC INDEL BAURU JNG KACON KIENZLE CONTROLS

Distribuidora

EMPRESA

Industrial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui certificado ISO 9001 (qualidade)

Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

Fabricante

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Outros

Acessórios para disjuntores

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Disjuntor-motor

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Mini-disjuntores

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Caixa moldada

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Oferece treinamento técnico para os clientes

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Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

Possui certificado ISO 14001 (ambiental)

Internet

Telemarketing

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Abertos

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Importa produtos acabados

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Exporta produtos acabados

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Venda direta ao cliente final

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Revendas/Varejistas

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Dispositivos de proteção de baixa tensão Disjuntores

Possui programas na área de responsabilidade social

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Distribuidores/Atacadistas

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Residencial

Cidade Estado x x Cotia SP x x x São Paulo SP x x São Paulo SP x x Caxias do Sul RS x x São Paulo SP x x Curitiba PR x x Porto Ferreira SP x x Cabreúva SP x x x São Paulo SP x x Sao Paulo sp x x São Bernado do Campo SP x x x Sumare SP x x Sorocaba SP x x São Paulo SP x x x São Paulo SP x x São Paulo SP x x São Paulo SP x x São Paulo SP x x Mogi Guaçu SP x x São Paulo SP x x x Diadema SP x x x Taboão da Serra SP x x x São Paulo SP x x x Campinas SP x x São Paulo SP x Farroupilha RS x x São Paulo SP x x x São Paulo SP x x Indaiatuba SP x x São Paulo SP x x Piracicaba SP x x São Paulo SP x x Jaraguá do Sul SC x x Diadema SP

Comercial

Serviços (manutenção, montagem de painéis, etc.)

Site www.krausnaimer.com.br www.kron.com.br www.legrand.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.malap.com.br www.margirius.com.br www.mersen.com/pt www.metaltex.com.br www.microkeylimit.com.br www.mtm.ind.br www.multidrive.com.br www.obo.com.br www.oltectecnologia.com.br www.omicronservice.com.br www.pextron.com.br www.phoenixcontact.com.br www.proservincom.com.br www.rehtom.com.br www.rockwellautomation.com.br www.sarel.com.br www.sassitransformadores.com.br www.schneider-electric.com.br www.selinc.com.br www.siemens.com.br www.soprano.com.br www.steck.com.br www.strahl.com www.tee.com.br www.fuses.com.br www.varixx.com.br www.vlindustria.com.br www.weg.net www.weidmueller.com.br

Distribuidora

Telefone (11) 2198-1288 (11) 5525-2000 0800 118008 (54) 4009-5255 (11) 4176-7877 (41) 3029-4111 (19) 3589-5000 (11) 2348-2360 (11) 5683-5700 (11) 5514-6314 (11) 4125-3933 (19) 3838-9800 (15) 3335-1385 (11) 2369-0871 (11) 5061-8566 (11) 5543-2199 (11) 3871-6400 (11) 2975-3106 (19) 38158-5858 (11) 5189-9500 (11) 4072-1722 (11) 4138-5122 (11) 2165-5400 (19) 3515-2000 0800 119484 (54) 2109-6363 (11) 2248-7000 (11) 2818-3838 (19) 3875-9868 (11) 5666-5550 (19) 3301-6900 (11) 2832-4000 (47) 3276-4000 (11) 4366-9610

Principal canal de vendas

Montadores de painéis

KRAUS & NAIMER KRON MEDIDORES LEGRAND MAGNANI MAGNET MAKAP MAR-GIRIUS MERSEN METALTEX MICRO-KEY MTM MULTIDRIVE OBO BETTERMANN OLTEC TECNOLOGIA OMICRON SERVICE PEXTRON PHOENIX CONTACT PROSERVINCOM REHTOM ROCKWELL AUTOMATION SAREL SASSI MEDIDORES SCHNEIDER ELECTRIC SEL SIEMENS SOPRANO STECK STRAHL TEE THS VARIXX VL INDUSTRIA WEG WEIDMÜLER CONEXEL

Fabricante

EMPRESA

Industrial

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui certificado ISO 9001 (qualidade)

O Setor Elétrico / Junho de 2016

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Minuteria

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Variador de luminosidade

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Fusível

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Seccionadora

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Iluminação BT

Manual

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Outros relés de proteção Eletrônicos

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Outros relés de proteção Eletromecânicos

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Chaves de transferência BT

Relés BT

De subtensão

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Dispositivos de proteção contra Surtos (DPS) Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

Cidade Estado Guarulhos SP São Paulo SP Mogi Mirim SP Criciúma SC São Bernado do Campo SP São Paulo SP São Paulo SP Itajuba MG São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP Lagoa Santa MG São Paulo SP São Paulo SP Guarulhos SP Jundiaí SP Volta Redonda RJ Rio de Janeiro RJ Ribeirao Preto SP Cornélio Procópio PR São José dos Pinhais PR Ribeirão Preto SP Campo Largo PR São Paulo SP Porto Alegre RS São Caetano do Sul SP Canoas RS Contagem MG Rio de Janeiro RJ Boituva SP Bauru SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP

Outros

Site www.acabine.com.br www.abb.com.br www.adsdisjuntores.com.br www.agpr5.com www.alumbra.com.br www.apscomponentes.com.br www.aselco.com.br www.balteau.com.br www.beghim.com.br www.bhseletronica.com.br www.chint.net www.clamper.com.br www.coel.com.br www.connectwell.com.br www.dlight.com.br www.eaton.com.br www.ecoeletridade.com.br www.efesemitrans.com.br www.eletricteck.com www.eletrotrafo.com.br www.elos.com.br www.embrastec.com.br www.enerbras.,com.br www.erico.com.br www.exatron.com.br www.findernet.com www.fullgauge.com.br www.br.geindustrial.com www.hager.com.br www.holec.com.br www.indelbauru.com.br www.jng.com.br www.kacon.com.br www.kienzle-haller.com.br

Acessórios para fusíveis

Telefone (11) 2842-5252 (11) 3688-8886 (19) 3804-1119 (48) 3462-3900 (11) 4393-9300 (11) 2870-1000 (11) 3017-3131 (35) 3629-5500 (11) 2942-4500 (11) 2081-2942 (11) 3266-7654 (31) 3689-9500 (11) 2066-3211 (11) 5844-2010 (11) 2937-4650 (11) 4525-7001 (24) 3336-4895 (21) 2501-1522 (16) 3877-5513 (43) 3520-5000 (41) 3383-9290 (16) 3103-2021 (41) 2111-3000 (11) 3623-4333 (51) 3357-5000 (11) 2147-1550 (51) 3475-3308 0800 595 6565 0800 724 2437 (11) 4191-3144 (14) 3281-7070 (11) 2090-0550 (11) 3361-2696 (11) 2249-9604

Dispositivos BT

De falta à terra

A.CABINE ABB ADS AGPR5 ALUMBRA APS ASELCO BALTEAU BEGHIM BHS ELETRONICA CHINT GROUP CLAMPER COEL CONNECTWELL D´LIGHT EATON ECO ELETRICIDADE EFE-SEMITRANS ELETRIC TECK ELETROTRAFO ELOS EMBRASTEC ENERBRAS ERICO EXATRON FINDER FULL GAUGE GE HAGER BRASIL HOLEC INDEL BAURU JNG KACON KIENZLE CONTROLS

Tipo cartucho

EMPRESA

Tipo D

Fusíveis BT

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

Dispositivos de proteção de baixa tensão - DISJUNTORES

Tipo NH

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O Setor Elétrico / Junho de 2016

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão

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Minuteria

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Religadora

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Seccionadora

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Iluminação BT

Reversora

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Chaves BT

Comutadora

Automática

Outros

Outros relés de proteção Eletrônicos

Outros relés de proteção Eletromecânicos

De subtensão

Relés BT

De falta à terra

Dispositivos de proteção contra Surtos (DPS) Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

Outros

Cidade Estado Cotia SP São Paulo SP São Paulo SP Caxias do Sul RS São Paulo SP Curitiba PR Porto Ferreira SP Cabreúva SP São Paulo SP Sao Paulo sp São Bernado do Campo SP Sumare SP Sorocaba SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP Mogi Guaçu SP São Paulo SP Diadema SP Taboão da Serra SP São Paulo SP Campinas SP São Paulo SP Farroupilha RS São Paulo SP São Paulo SP Indaiatuba SP São Paulo SP Piracicaba SP São Paulo SP Jaraguá do Sul SC Diadema SP

Acessórios para fusíveis

Site www.krausnaimer.com.br www.kron.com.br www.legrand.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.malap.com.br www.margirius.com.br www.mersen.com/pt www.metaltex.com.br www.microkeylimit.com.br www.mtm.ind.br www.multidrive.com.br www.obo.com.br www.oltectecnologia.com.br www.omicronservice.com.br www.pextron.com.br www.phoenixcontact.com.br www.proservincom.com.br www.rehtom.com.br www.rockwellautomation.com.br www.sarel.com.br www.sassitransformadores.com.br www.schneider-electric.com.br www.selinc.com.br www.siemens.com.br www.soprano.com.br www.steck.com.br www.strahl.com www.tee.com.br www.fuses.com.br www.varixx.com.br www.vlindustria.com.br www.weg.net www.weidmueller.com.br

Tipo cartucho

Telefone (11) 2198-1288 (11) 5525-2000 0800 118008 (54) 4009-5255 (11) 4176-7877 (41) 3029-4111 (19) 3589-5000 (11) 2348-2360 (11) 5683-5700 (11) 5514-6314 (11) 4125-3933 (19) 3838-9800 (15) 3335-1385 (11) 2369-0871 (11) 5061-8566 (11) 5543-2199 (11) 3871-6400 (11) 2975-3106 (19) 38158-5858 (11) 5189-9500 (11) 4072-1722 (11) 4138-5122 (11) 2165-5400 (19) 3515-2000 0800 119484 (54) 2109-6363 (11) 2248-7000 (11) 2818-3838 (19) 3875-9868 (11) 5666-5550 (19) 3301-6900 (11) 2832-4000 (47) 3276-4000 (11) 4366-9610

Dispositivos BT

Manual

KRAUS & NAIMER KRON MEDIDORES LEGRAND MAGNANI MAGNET MAKAP MAR-GIRIUS MERSEN METALTEX MICRO-KEY MTM MULTIDRIVE OBO BETTERMANN OLTEC TECNOLOGIA OMICRON SERVICE PEXTRON PHOENIX CONTACT PROSERVINCOM REHTOM ROCKWELL AUTOMATION SAREL SASSI MEDIDORES SCHNEIDER ELECTRIC SEL SIEMENS SOPRANO STECK STRAHL TEE THS VARIXX VL INDUSTRIA WEG WEIDMÜLER CONEXEL

Tipo D

EMPRESA

Tipo NH

Fusíveis BT

Chaves de transferência BT

Fusível

Dispositivos de proteção de baixa tensão - DISJUNTORES

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Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

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Outros relés de proteção Eletrônicos

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Outros relés de proteção Eletromecânicos

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De subtensão

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De falta à terra

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Pára-raios

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Acessórios para fusíveis

Sinalizadores em geral

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Sensores em geral

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Relés MT

Acessórios para disjuntores

Relé de Impulso

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Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão

Disjuntores

Contato

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O Setor Elétrico / Junho de 2016

Dispositivos MT

Outros

Chave fim de curso

Cidade Estado Guarulhos SP São Paulo SP Mogi Mirim SP Criciúma SC São Bernado do Campo SP São Paulo SP São Paulo SP Itajuba MG São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP Lagoa Santa MG São Paulo SP São Paulo SP Guarulhos SP Jundiaí SP Volta Redonda RJ Rio de Janeiro RJ Ribeirao Preto SP Cornélio Procópio PR São José dos Pinhais PR Ribeirão Preto SP Campo Largo PR São Paulo SP Porto Alegre RS São Caetano do Sul SP Canoas RS Contagem MG Rio de Janeiro RJ Boituva SP Bauru SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP

Botoeira

Site www.acabine.com.br www.abb.com.br www.adsdisjuntores.com.br www.agpr5.com www.alumbra.com.br www.apscomponentes.com.br www.aselco.com.br www.balteau.com.br www.beghim.com.br www.bhseletronica.com.br www.chint.net www.clamper.com.br www.coel.com.br www.connectwell.com.br www.dlight.com.br www.eaton.com.br www.ecoeletridade.com.br www.efesemitrans.com.br www.eletricteck.com www.eletrotrafo.com.br www.elos.com.br www.embrastec.com.br www.enerbras.,com.br www.erico.com.br www.exatron.com.br www.findernet.com www.fullgauge.com.br www.br.geindustrial.com www.hager.com.br www.holec.com.br www.indelbauru.com.br www.jng.com.br www.kacon.com.br www.kienzle-haller.com.br

Temporizador

Telefone (11) 2842-5252 (11) 3688-8886 (19) 3804-1119 (48) 3462-3900 (11) 4393-9300 (11) 2870-1000 (11) 3017-3131 (35) 3629-5500 (11) 2942-4500 (11) 2081-2942 (11) 3266-7654 (31) 3689-9500 (11) 2066-3211 (11) 5844-2010 (11) 2937-4650 (11) 4525-7001 (24) 3336-4895 (21) 2501-1522 (16) 3877-5513 (43) 3520-5000 (41) 3383-9290 (16) 3103-2021 (41) 2111-3000 (11) 3623-4333 (51) 3357-5000 (11) 2147-1550 (51) 3475-3308 0800 595 6565 0800 724 2437 (11) 4191-3144 (14) 3281-7070 (11) 2090-0550 (11) 3361-2696 (11) 2249-9604

Inversor de freqüência

EMPRESA A.CABINE ABB ADS AGPR5 ALUMBRA APS ASELCO BALTEAU BEGHIM BHS ELETRONICA CHINT GROUP CLAMPER COEL CONNECTWELL D´LIGHT EATON ECO ELETRICIDADE EFE-SEMITRANS ELETRIC TECK ELETROTRAFO ELOS EMBRASTEC ENERBRAS ERICO EXATRON FINDER FULL GAUGE GE HAGER BRASIL HOLEC INDEL BAURU JNG KACON KIENZLE CONTROLS

Chave de partida de motor

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão Motor BT Outros BT

Soft starter

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O Setor Elétrico / Junho de 2016

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Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão

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Outros relés de proteção Eletrônicos

Outros relés de proteção Eletromecânicos

De subtensão

De falta à terra

Relés MT

Pára-raios

Fusíveis

Acessórios para fusíveis

Acessórios para disjuntores

Disjuntores

Outros

Dispositivos MT

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Sinalizadores em geral

Sensores em geral

Relé de Impulso

Contato

Chave fim de curso

Botoeira

Cidade Estado Cotia SP São Paulo SP São Paulo SP Caxias do Sul RS São Paulo SP Curitiba PR Porto Ferreira SP Cabreúva SP São Paulo SP Sao Paulo sp São Bernado do Campo SP Sumare SP Sorocaba SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP Mogi Guaçu SP São Paulo SP Diadema SP Taboão da Serra SP São Paulo SP Campinas SP São Paulo SP Farroupilha RS São Paulo SP São Paulo SP Indaiatuba SP São Paulo SP Piracicaba SP São Paulo SP Jaraguá do Sul SC Diadema SP

Temporizador

Site www.krausnaimer.com.br www.kron.com.br www.legrand.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.malap.com.br www.margirius.com.br www.mersen.com/pt www.metaltex.com.br www.microkeylimit.com.br www.mtm.ind.br www.multidrive.com.br www.obo.com.br www.oltectecnologia.com.br www.omicronservice.com.br www.pextron.com.br www.phoenixcontact.com.br www.proservincom.com.br www.rehtom.com.br www.rockwellautomation.com.br www.sarel.com.br www.sassitransformadores.com.br www.schneider-electric.com.br www.selinc.com.br www.siemens.com.br www.soprano.com.br www.steck.com.br www.strahl.com www.tee.com.br www.fuses.com.br www.varixx.com.br www.vlindustria.com.br www.weg.net www.weidmueller.com.br

Inversor de freqüência

Telefone (11) 2198-1288 (11) 5525-2000 0800 118008 (54) 4009-5255 (11) 4176-7877 (41) 3029-4111 (19) 3589-5000 (11) 2348-2360 (11) 5683-5700 (11) 5514-6314 (11) 4125-3933 (19) 3838-9800 (15) 3335-1385 (11) 2369-0871 (11) 5061-8566 (11) 5543-2199 (11) 3871-6400 (11) 2975-3106 (19) 38158-5858 (11) 5189-9500 (11) 4072-1722 (11) 4138-5122 (11) 2165-5400 (19) 3515-2000 0800 119484 (54) 2109-6363 (11) 2248-7000 (11) 2818-3838 (19) 3875-9868 (11) 5666-5550 (19) 3301-6900 (11) 2832-4000 (47) 3276-4000 (11) 4366-9610

Chave de partida de motor

EMPRESA KRAUS & NAIMER KRON MEDIDORES LEGRAND MAGNANI MAGNET MAKAP MAR-GIRIUS MERSEN METALTEX MICRO-KEY MTM MULTIDRIVE OBO BETTERMANN OLTEC TECNOLOGIA OMICRON SERVICE PEXTRON PHOENIX CONTACT PROSERVINCOM REHTOM ROCKWELL AUTOMATION SAREL SASSI MEDIDORES SCHNEIDER ELECTRIC SEL SIEMENS SOPRANO STECK STRAHL TEE THS VARIXX VL INDUSTRIA WEG WEIDMÜLER CONEXEL

Soft starter

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão Motor BT Outros BT

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Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Por Hélio Sueta*

A divisão da estrutura em zonas ZS para a análise de risco, segundo a parte 2 da ABNT NBR 5419: 2015

A análise de risco, conforme a parte

área externa – Z1, bloco de quartos – Z2,

2 da ABNT NBR 5419:2015, é uma tarefa

bloco de operação – Z3 e UTI – Z4), podemos

bastante trabalhosa se feita manualmente,

definir o número de pessoas, o tempo de

ou seja, sem o auxílio de um software

presença e os valores econômicos relativos

adequado, ficando ainda mais trabalhosa

a cada zona e assim escolher as medidas de

se a estrutura for dividida em zonas ZS.

proteção específicas para cada zona.

Então, por que a divisão por zonas? Em

quantas zonas devo dividir minha estrutura?

especialista em proteção contra descargas

Estas zonas são as mesmas que as Zonas

atmosféricas, pois estas são definidas em

de Proteção contra Raios (ZPvR) citadas

função das componentes de risco e das

principalmente nas partes 1 e 4 da norma?

características específicas da estrutura a

Quando eu considero uma zona externa?

ser protegida contra os efeitos dos raios.

A escolha das zonas é uma tarefa para o

Este artigo esclarece algumas destas

Segundo o item 6.7 da parte 2 da ABNT

dúvidas e explica como proceder para a

NBR 5419: 2015, as zonas devem ter

divisão da estrutura em zonas. Inicialmente,

características homogêneas e são definidas

é bom esclarecer que a norma não obriga

principalmente pelo tipo de solo ou piso,

a divisão por zonas. Sempre é possível

considerando os compartimentos à prova

considerar zona única. O fato de se dividir

de fogo e as blindagens espaciais. Zonas

por zonas aperfeiçoa os cálculos e minimiza

adicionais podem ser definidas em função

os custos das medidas de proteção.

do leiaute dos sistemas internos (a sala

Tomando como exemplo o hospital descrito

do CPD, por exemplo); das medidas de

na norma (ver Figura 1), se não considerar a

proteção existentes ou a serem instaladas

divisão por zonas, teremos que considerar

(instalação de sistemas coordenados de

que todas as pessoas que estão no seu

DPS específicos para um determinado uso,

interior têm problemas de mobilidade e

por exemplo, para um laboratório com

correm perigo de morte no caso de falta de

instrumentos de medição muito sensíveis);

energia. Dessa forma, dividindo o hospital

e em função dos valores de perdas (por

por zonas (no exemplo da norma, foram 4:

exemplo, considerar uma zona, a sala onde

Figura 1 – Dividindo um hospital em zonas ZS,


97

O Setor Elétrico / Junho de 2016

está instalado um equipamento caríssimo

as zonas ZS da estrutura e, desta forma,

deve verificar as componentes com os

ou raro). A divisão por zonas deve levar em

realizar uma análise de risco otimizada.

maiores valores e atuar nas medidas

conta a exequibilidade da implementação

de

da maioria das medidas de proteção

estrutura, é necessário saber se haverá

exemplo, se em uma determinada zona,

adequadas.

pessoas frequentemente na área externa

for verificado que as componentes RB e

As zonas ZS não são as mesmas Z0,

(até três metros das paredes externas

RV estão com valores altos, a solução para

Para se definir uma zona externa à

proteção

correspondentes.

Como

Z1 ou Z2 das Zonas de Proteção contra

da estrutura), principalmente, se elas

esta zona pode ser melhorar as medidas

Raios (ZPR). Podem até ter alguma que

estiverem

de

de proteção contra incêndio. Se forem RC,

coincida (principalmente alguma Z2), mas

descidas do SPDA. Estas pessoas poderão

RM, RW ou RZ, a instalação de DPSs melhor

geralmente são diferentes.

estar sujeitas às tensões de toque ou de

dimensionados pode ser a solução.

próximas

a

condutores

Em uma análise de risco, a divisão

passo perigosas. Neste caso, no projeto

por zonas ou não é a primeira tarefa a ser

do SPDA, o especialista deve tentar locar

a ser analisada aperfeiçoa as medidas de

realizada pelo especialista. Para isto, o

estes cabos de descidas fora dos locais

proteção necessárias e diminui custos para

especialista deve inspecionar a estrutura

onde se pode ter aglomeração de pessoas

a adequação da estrutura. Esta divisão

e/ou conversar com o proprietário da

ou criar barreiras ao redor dos cabos ou

deve ser feita de forma organizada e em

mesma para conhecer bem as diversas

cobrir o piso nas redondezas destes cabos

função das características da estrutura,

áreas da estrutura e o tipo de ocupação

com material isolante (a norma cita uma

principalmente da utilização da mesma e

e utilização de cada uma destas áreas.

camada de cinco centímetros de asfalto ou

da distribuição das pessoas nos diversos

É importante conhecer o tipo de piso,

20 de brita) ou ainda a utilização de cabos

setores da estrutura.

a quantidade de pessoas que ocuparão

isolados específicos.

É

cada área, o tempo que estas pessoas

Não se deve dividir a estrutura em

análise de risco fornece as medidas de

permanecerão nestas áreas, os principais

muitas zonas (mais do que cinco, por

proteção mínimas para que a estrutura

equipamentos eletroeletrônicos existen­

exemplo). Isto irá acarretar um trabalho

tenha um risco abaixo do tolerável,

tes ou que serão instalados e suas

maior do que o necessário, podendo

porém, qualquer medida de proteção

localizações, eventuais blindagens espa­

induzir a erros.

adicional ou melhor que as definidas

ciais existentes ou a serem instaladas,

Nas zonas internas da estrutura, as

pela análise de risco podem ou devem

portas corta-fogo, materiais das paredes,

principais características que podem ser

ser indicadas principalmente para casos

a existência ou não de áreas classificadas

modificadas ou especificadas para cada

específicos onde se deseja uma melhor

(perigo de explosão) na estrutura, as

zona individualmente são: os tipos dos

proteção para as pessoas, equipamentos

medidas de proteção contra incêndio

Dispositivos de Proteção contra Surtos

ou para sistemas internos à estrutura.

(extintores,

rotas

tanto para energia como para sinais; o tipo

Exemplificando: temos como resultado da

de fuga, etc.), detalhes do subsistema

do piso; as eventuais blindagens espaciais;

análise de risco que a instalação do SPDA

de descidas e aterramento (verificação

o tipo de risco específico do ambiente

externo não é necessária em uma casa

das tensões de toque e de passo

(explosão, pessoas com dificuldade de

de campo, apenas um conjunto de DPSs

perigosas), além de valores de eventuais

mobilidade ou assistidas por equipamentos

coordenados especificados conforme um

animais (neste caso, sob o ponto de

eletro médicos vitais); a quantidade de

nível de proteção III-IV. Seria recomendável

vista econômico, por exemplo, cavalos

pessoas na zona; e o tempo de exposição

a instalação de um conjunto de DPSs

de raça), do conteúdo (móveis, artigos

e os valores econômicos já citados. Estes

dimensionados, por exemplo, conforme um

de

hidrantes,

alarmes,

Enfim, a divisão por zonas da estrutura

bom

sempre

ressaltar

que

a

devem ser divididos adequadamente para

nível de proteção I ou II apenas se no local

(construção, incluindo material e mão de

cada zona.

houver computadores que armazenem

obra), dos sistemas internos (instalação

Estes

elétrica, hidráulica, rede, telefonia, cabos

modificados de forma ordenada para

equipamento

de TV, equipamentos eletroeletrônicos,

ajustar o risco fazendo com que este

muito caro ou insubstituível.

incluindo o custo das atividades), de

fique dentro do tolerável. Dependendo

eventuais patrimônios culturais e o valor

do parâmetro, este afeta um tipo de

*Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia Elétrica

total da estrutura. Conhecendo estas

componente de risco, dessa forma, no

e secretário da CE-003.064-10, do CB-3 da

informações, o especialista pode definir

decorrer da análise de risco, o especialista

ABNT

decoração,

etc.),

da

edificação

parâmetros

devem

ser

dados muito importantes ou ainda outro eletroeletrônico

sensível,


98

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Por Eduardo Daniel*

Instalações com arranjos fotovoltaicos Conceitos de correntes, isolamentos e outras partes

Continuamos neste mês apresentando a

ISC MOD

ISC S-ARRAY = ISC MOD x SSA

parte já estabelecida pelo Grupo de Trabalho

específico da CE 03:064.001 que diz respeito

fotovoltaico ou de uma série fotovoltaica nas

Em que SSA é o número total de séries

à norma complementar da ABNT NBR 5410,

STC.

fotovoltaicas conectadas em paralelo no

tratando de detalhes das instalações elétricas

Nota: como séries fotovoltaicas são um

subarranjo fotovoltaico.

fotovoltaicas. Assim, relatamos a seguir a

grupo de módulos fotovoltaicos ligados

quarta parte dos conceitos mais importantes

em série, a corrente de curto-circuito de

do projeto de norma em desenvolvimento e

uma série fotovoltaica é igual à do módulo

Irradiância solar - G (Unidade: W/m2)

que deve ser do conhecimento das pessoas

fotovoltaico.

Corrente de curto-circuito de um módulo

que não têm a oportunidade de acompanhar os trabalhos deste importante grupo.

IMOD_MAX_OCPR

Taxa na qual a radiação solar incide em

uma superfície, por unidade de área desta

ISC ARRAY

superfície, normalmente medida em watts

por metro quadrado (W/m2).

Corrente de curto-circuito do arranjo

fotovoltaico nas STC, e é igual a:

[Fonte: ABNT NBR 10899:2013]

ISC ARRAY = ISC MOD x SA

Isolamento básico

Valor máximo da proteção contra

sobrecorrente do módulo fotovoltaico determinado pela IEC 61730-2.

Isolamento de partes vivas perigosas

Nota: esse valor é normalmente especi­fica­do

Em que SA é o número total de séries

que fornece proteção básica contra cho­ques

pelos fabricantes de módulos fotovoltaicos

fotovoltaicas conectadas em paralelo no

elétricos.

como o valor máximo do fusível em série (em

arranjo fotovoltaico.

[Fonte: IEC 60050-195:1998, 195-06-06]

ISC S-ARRAY

Isolamento duplo

inglês, maximum series fuse rating).

In

Valor nominal de corrente de um

dispositivo de proteção contra sobrecorrente.

Corrente de curto-circuito de um

Isolamento que compreende a isolação

subarranjo fotovoltaico nas STC e é

básica e a isolação suplementar.

igual a:

[Fonte: IEC 60050-195:1998, 195-06-08]


99

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Isolamento reforçado

Módulo fotovoltaico c.a.

Parte viva

Isolamento de partes perigosas vivas que

Conjunto integrado módulo/inversor,

Condutor ou massa condutora destinada

proporciona um grau de proteção contra

cujos terminais de interface são unicamente

a ser energizada durante a operação normal

choque elétrico equivalente ao isolamento

em corrente alternada, sem qualquer acesso

do sistema, incluindo o condutor neutro, mas,

duplo.

ao lado em corrente contínua.

por convenção, não um condutor PEM, PEN

Nota: isolamento reforçado pode

[Fonte: ABNT NBR 10899:2013]

ou PEL. Nota: este conceito não implica neces­saria­

compreender várias camadas que não

mente um risco de choque elétrico.

suplementar.

Operação manual independente de um dispositivo de comutação mecânica

[Fonte: IEC 60050-195: 1998,195-06-09]

podem ser testadas individualmente como isolamento básico ou isolamento

Ação de chaveamento que utiliza energia

Pessoa qualificada Pessoa com conhecimento técnico

armazenada (por exemplo, liberação de

ou experiência tal que lhe permite evitar

Isolamento suplementar

mola pré-carregada) que é liberada em

os perigos da eletricidade (engenheiros e

Isolamento independente aplicado

uma operação contínua, de modo que

técnicos).

adicionalmente ao isolamento básico para

a velocidade e a força da operação são

proteção contra faltas no caso de falha do

independentes da ação do operador.

isolamento básico. [Fonte: IEC 60050-195:1998, 195-06-07]

Pessoa advertida Pessoa suficientemente informada ou

Parte condutora exógena

supervisionada por pessoa qualificada, de tal

forma que lhe permite evitar os perigos da

Parte condutora suscetível de introduzir

Micro-inversor

um potencial elétrico, geralmente, potencial

eletricidade (pessoal de manutenção e/ou

de terra e que não faz parte da instalação

operação).

Inversor em que cada entrada c.c. está

associada a um SPMP individual e que possui

elétrica.

potência máxima de entrada de 350 Wp e

Na próxima edição trataremos da

tensão máxima c.c. não superior a EBT por

Partes simultaneamente acessíveis

continuidade destes conceitos principais

entrada.

e que complementarão a ABNT NBR

Condutores, ou partes condutoras, que

podem ser tocados ao mesmo tempo por

5410.

Módulo fotovoltaico

uma pessoa ou pessoas.

Nota: partes simultaneamente acessíveis

*Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria

conjunto de células fotovoltaicas, interligadas

podem ser: partes vivas, partes de

e Engenharia Consultiva e coordenador da

eletricamente e encap­suladas, com o objetivo

condutores expostos, massas condutoras

Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-0/

de gerar energia elétrica.

exógenas, condutores de proteção ou

ABNT, que revisa a norma de instalações de

[Fonte: ABNT NBR 10899:2013]

eletrodos de aterramento.

baixa tensão ABNT NBR 5410.

Unidade básica formada por um


100

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

“5419: criar dificuldade para vender facilidade”. Quem pensa assim precisa de reciclagem urgente! Uma das dúvidas existentes entre os

efeitos indiretos causados pelas descargas

profissionais que trabalham com a Proteção

atmosféricas (correntes impulsivas e LEMP

contra Descargas Atmosféricas (PDA) é sobre

- sigla utilizada para denominar os pulsos

como estabelecer as medidas completas de

oriundos do campo eletromagnético formado a

proteção que constam da nova versão da ABNT

partir dessas correntes).

NBR 5419.

Tenho recebido várias solicitações para

Dessa forma, engana-se quem pensa que

adequação à ABNT NBR 5419:2015 apenas do

saiu de moda instalar e utilizar um eletrodo de

SPDA existente nas estruturas. A inércia natural,

aterramento por edificação, comum a todas as

especialmente quando a mudança não é bem-

necessidades de utilização com dimensão e

vinda, tem contribuído demais para que a maioria

topologia adequada a fim de dispersar correntes

da comunidade técnica nacional ache mais fácil

espúrias no solo sem causar tensões superficiais

negligenciá-la do que tentar entendê-la.

acima daquelas suportáveis pela instalação,

equipamentos

O Sistema de Proteção contra Descargas

e

pessoas.

Ou

encaminhar

Atmosféricas (SPDA) passou a ser parte das

corretamente os cabos de energia e de sinal

prescrições de proteção. Solicitar somente a

a fim de minimizar a presença de laços na

adequação desse quesito é tão incompleto e

instalação, ainda, utilizar a equipotencialização

inseguro quanto pilotar um Airbus - A380 sem

como um conjunto de medidas para minimizar

qualquer auxílio da eletrônica de controle nele

a níveis suportáveis as diferenças de tensão

embarcada.

que eventualmente surgissem entre SPDA

e elementos condutores existentes no local,

A PDA, quando executada de forma correta,

deve abranger:

inclusive enfatizando a instalação de conjuntos de DPSs nas fronteiras das ZPR minimizando surtos

- o SPDA externo, composto por subsistemas

de modo comum e de modo diferencial, bem

de captação, descida, aterramento, além da

como adotar blindagem em pontos necessários

correta utilização dos materiais e confecção das

da edificação até o componente a ser protegido.

conexões envolvidas no processo;

Aliás, ao contrário do que possa parecer àqueles

- o SPDA interno, prescrições que determinam

que adoram criticar, a ABNT NBR 5419:2015

onde devem ser adotadas medidas para evitar

teve seu tamanho substancialmente aumentado

centelhamentos que possam elevar o risco de

porque agluti­nou em seu texto todos os assuntos

perdas, compreendido por interligações feitas de

anteriormente mencionados, poupando tempo

forma conveniente (equipotencialização direta

e dinheiro ao usuário que, até 22.06.2015,

ou indireta) ou isolação por distanciamento –

precisava recorrer a várias normas diferentes

implantando a distância de segurança;

para executar uma proteção eficiente. Então, da

- as medidas de proteção contra surtos (MPS),

próxima vez que for trabalhar com a proteção

um conceito baseado na criação de Zonas

contra descargas atmosféricas saiba que você

de Proteção contra Raios (ZPR), “volumes

será um PROFISSIONAL DE PDA e que ISSO

protetores” que facilitam a diminuição dos

NÃO É SEMÂNTICA, MAS SIM CONCEITO.


Instalações MT

O Setor Elétrico / Junho de 2016

101

Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela Unifei e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em Furnas. Representa a Iurpa no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Tentando entender o que pode ser “smart grid” no Brasil

Este assunto é, de fato, fundamental para

terceirizados fora de controle, com perdas (inclusive,

quem se ocupa com atividades ligadas ao sistema

na rede básica) e inadimplência em elevação.

elétrico, seja na geração, seja na transmissão, seja

na distribuição.

Experiências pontuais mostraram que, no Brasil,

Na verdade, trata-se de um conjunto de ações

nem sempre há como obter retorno do capital

de digitalização ou automação de processos, hoje

investido em taxa superior ao custo de capital e

ainda executados como 100 anos atrás, conferindo à

isto é fatal, talvez pelo alto custo do equipamentos

operação das redes e do sistema elétrico como um

e dispositivos comprados a partir de uma

todo mais inteligência! Mas o que devemos digitalizar?

especificação técnica inadequada.

A resposta pode ser: o que for possível

Quem fez isto já viu que jogou dinheiro fora.

Sabemos que somente o estabelecimento de

e necessário e o que resultar em benefícios

políticas publicas claras e confiáveis vai mudar este

para os concessionários de serviços públicos

cenário.

(mais qualidade e segurança e menores custos

Os demais pontos, também fundamentais

operacionais), para os clientes e para o meio

e de igual complexidade e importância – mas

ambiente (mais qualidade e segurança e tarifas

dependentes do êxito do primeiro – são a

dinâmicas – não opcionais e multi-horário – que

tecnologia (hardware e software) a ser aplicada

permitam reduzir custo final do uso da energia

e o posicionamento da concessionária face aos

elétrica mediante mudança de hábito de consumo).

novos procedimentos. Igualmente importantes

Também para o que gerar benefícios para quem

são a implementação no “campo” dos novos

investe (retorno seguro e adequado do capital

equipamentos e dispositivos (atendendo ao

investido, considerando que se trata aqui de

nível requerido e especificado de forma clara

investimentos de médio e longo prazo). Ainda vale

de qualidade e desempenho operacional), que

dizer que qualquer implementação pode ser em

passa pela baixa confiabilidade dos sistemas de

etapas de complexidade crescente, adicionando

comunicação no Brasil, e a inclusão efetiva dos

funcionalidades.

clientes nos procedimentos resultantes do novo

patamar tecnológico.

Assim, ao planejar a implementação de “smart

grid” aqui no Brasil podemos detalhar alguns pontos

básicos.

inteligente no Brasil, somente na indústria da

Estima-se que um projeto completo de rede

O primeiro e fundamental é o que se refere ao

distribuição, pode demandar investimentos da

ambiente regulatório. Sem que este seja seguro e

ordem de R$ 110 bilhões (em um tempo não

indique o caminho da inovação, nada pode nem

inferior a dez anos), dependendo, é claro, do nível

deve ser feito. Políticas públicas estabelecendo

de automatismo e também da profundidade da

parâmetros, metas, fontes de financiamento e crité­

intervenção nas redes de distribuição em áreas de

rios de fiscalização e do que será considerado inves­

perdas não técnicas superiores a 25%.

ti­mento prudente precedem qualquer ação na área.

Como se sabe, não se pode esperar altruísmo

como a questão do ambiente regulatório, uma

de concessionárias investindo em novas tecnologias

discussão mais aprofundada de forma que se veja

sem qualquer segurança regulatória e ainda

a questão da forma abrangente e complexa que ela

mais considerando as agruras pelas quais as

de fato é.

distribuidoras, por exemplo, passam atualmente com

excesso de energia contratada, com custos dos

abordagens do tema.

Estes outros quatro pontos merecem, assim

É o que pretendemos fazer nas próximas


102

NR 10

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Do arranjo físico

No

curso

em

devem ser dispostos de modo a permitir

indicadas na tabela 28 e ilustradas nas

engenharia de segurança do trabalho,

espaço suficiente tanto para a instalação

Figuras 8 e 9 (da norma e reproduzidas

entre os vários assuntos abordados, há um

inicial

substituição

a seguir).

que recebe o nome de “arranjo físico”, ou

posterior

bem

como

NOTA: em circunstâncias particulares,

mais sofisticadamente, “plant layout”.

acessibilidade para fins de operação,

pode ser desejável a adoção de valores

verificação, manutenção e reparos.

maiores, visando a segurança.

armazenamento e de circulação contribuem

5.1.6.6 - As distâncias mínimas a serem

5.1.6.7 - As passagens cuja extensão for

para tornar o ambiente de trabalho mais

observadas nas passagens destinadas à

superior a 20 m devem ser acessíveis

amigável,

operação e/ou manutenção são aquelas

nas duas extremidades

Um

de

especialização

posicionamento

máquinas,

adequado

equipamentos,

agradável

e,

áreas

de

principalmente,

aumentar a produtividade. mesmo

conceito

de

ser

considerado quando se trata de instalações e de equipamentos elétricos, dos quadros e dos demais componentes da instalação, que se não são máquinas produtivas (operatrizes), são essenciais para o seu funcionamento e aí são considerados eletrodutos, caixas, leitos e eletrocalhas. Nesse contexto, o que mais importa é a segurança dos colaboradores da área de manutenção elétrica. O espaço necessário para que os colaboradores

possam

realizar

de

para partes,

a

de

mais seguro, além de facilitar o trabalho e O

quanto

suas

tarefas é um aspecto muito relevante que encontra respaldo nas próprias normas técnicas, começando pela ABNT NBR 5410, que impõe: 4.1.10 Acessibilidade dos componentes Os componentes da instalação elétrica


103

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Outros aspectos não menos importantes

são a demarcação de áreas (quanto ao arco), a sinalização e a identificação de componentes e os aspectos ergonômicos objeto da Norma Regulamentadora NR 17.

A NR 10, por sua vez, também é bastante

clara ao estabelecer no item 10.3.3: 10.3.3 O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço seguro, quanto ao dimensionamento e a localização de seus componentes e as influências externas, quando da operação e da realização de serviços de construção e manutenção.

As recomendações quanto à manutenção

de espaço livre, que ofereça segurança para os trabalhos de manutenção, junto de quadros

elétricos e de dispositivos de manobra deverá

das instalações ou equipamentos, se são

ser anotada em desenho e mencionada no

previstas apenas pessoas advertidas, ou se

respectivo memorial.

o tipo de proteção utilizado permite o acesso

e a permanência de pessoas não advertidas

Também deverá o projetista ocupar-se

do posicionamento e da localização dos

nas proximidades das instalações.

componentes, de forma a se adequar às

influências ambientais previstas, físicas e

e a disposição de componentes internos,

químicas (chuva, poeira, materiais inflamáveis

muitas vezes, tornados inacessíveis depois

ou explosivos, substâncias corrosivas, etc.).

de terminada a montagem, o que implica

profundamente nas condições de trabalho

Deve ainda ser objeto de apontamento

As observações valem para a montagem

em planta ou memorial a competência

das equipes de manutenção.

das pessoas que terão acesso à área

As figuras são autoexplicativas.


104

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Junho de 2016

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

O que os protocolos de M&V têm a nos ensinar? Os protocolos de medição e verificação (a

aos resultados obtidos ao final da implantação

serão considerados no levantamento inicial e

chamada “M&V”) são peças fundamentais para

do projeto ou das ações de eficiência energética

verificação posterior da economia, delimitados

desenvolvimento e avaliação adequados de

(conforme a terminologia do protocolo). O PMVIP

pela colocação dos medidores. Esta fronteira

projetos de ações de eficiência energética que

tem aderências importantes com contratos de

pode ser um circuito ou mesmo um interruptor

se pretendam implantar, aliás, como qualquer

desempenho, adoção de padrões, aplicação da

alimentando algumas luminárias, ou um medidor

projeto sério, com avaliação do status inicial e

ISO 50001 e ainda documentação consistente

da concessionária de uma indústria, dependendo

aquele que realmente se chega ao final. Não há

de projetos, expectativas e resultados.

do desenvolvimento do projeto.

como avaliar o resultado final alcançado de um

Trata-se de entender as variáveis envolvidas

- Opções de medição: se a opção de medição for

projeto sem o claro conhecimento da situação

no consumo de energia de forma ampla,

isolada, como no caso do circuito de iluminação

inicial e premissas aplicáveis. Especificamente,

definindo as regras que nortearão os caminhos

acima, a opção será tipo A (com medição dos

o “Protocolo Internacional de Medição e

do projeto e fundamentalmente as conclusões

parâmetros chave) ou B (com a medição de

Verificação de Performance” (PIMVP) da

para as novas medições e verificações ao final

todos os parâmetros); se for escolhido o medidor

Efficiency Valuation Organization (EVO), voltado

evidenciando as economias atingidas.

da concessionária, será a opção tipo C. Há ainda

para projetos de eficiência energética, tem por

Nosso bom e velho mestre Agenor Garcia

a opção D que é aplicada em simulações de

objetivo apresentar uma estrutura com definição

trouxe à luz, no treinamento ministrado, alguns

modelos normalmente em instalações novas,

da terminologia utilizada em M&V e como

conceitos importantes, a seguir resumidos:

ainda em fase de projeto e planejamento.

- É importante discutir as incertezas envolvidas,

abordar os tópicos importantes em um projeto de eficiência energética para elaboração de um

- Linha de base: elaboração do perfil de

que dependem do grau de precisão requerido,

correto plano de M&V, já que os planos devem

consumo de energia antes das ações

das práticas adotadas e de outras variáveis

ser específicos para cada projeto. Como parte

de

estatísticas.

integrante destas premissas, estabelece a linha

comportamento da energia em função das

- Técnicas para construção de modelagens

de base dos padrões de consumo de energia

variáveis que a influenciam, a fim de que ao

relativas, por exemplo, de processos industriais,

da instalação (ou do equipamento ou sistema

final da implantação se possa definir com boa

com estimativa do cálculo do consumo de

em que se pretende implantar um projeto de

precisão o impacto do projeto.

energia especifico.

eficiência energética) para que seja comparada

- Fronteira de medição: define os pontos que

eficiência

energética,

definindo

o

Outros temas tratados no treinamento são a normalização da economia para bases semelhantes, variáveis independentes, fatores estáticos, busca de padrões, estabelecimento de modelos matemáticos, como o da Figura 1 e outros.

O PIMVP torna-se uma ferramenta atrativa

para a execução de projetos de qualquer complexidade, incluindo aqueles que, de fato, trazem resultados práticos em projetos industriais e grandes complexos comerciais, servindo como documento de aferição e prova de conclusão adequada de projetos. Figura 1 – Exemplo de modelo matemático que define a eficiência térmica de turbina. Fonte: PIMVP-EVO

Especiais agradecimentos ao Prof. Dr. Agenor Pinto Garcia pela revisão do artigo.



106

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Avaliação do risco de ignição de equipamentos mecânicos “Ex”

De acordo com a ISO 80079-36, o

fabricante do equipamento mecânicos

para o equipamento mecânico “Ex” sob

tipo de proteção contra ignição onde

avaliação:

dispositivos

elétricos,

eletrônicos

ou

mecânicos são utilizados em conjunto

“Ex” deve avaliar e informar se a avaliação de risco de ignição demonstra que o

1. Superfícies quentes;

com equipamentos mecânicos, de forma

equipamento não possui fontes efetivas

2. Chamas ou gases aquecidos, incluindo

reduzir, automaticamente ou manualmente

de

partículas quentes;

a possibilidade de uma fonte potencial de

ocorrer ou durante falhas que podem ser

3. Faíscas geradas mecanicamente;

ignição de se tornar uma fonte efetiva de

esperadas ou durante operação normal

4. Dispositivos elétricos;

ignição. Podem ser citados como exemplos

do equipamento, dependendo do nível

5. Correntes

de proteção de equipamento (EPL –

catódica de corrosão;

para alarmar a perda de nível de óleo de

Equipment Protection Level) pretendido.

6. Eletricidade estática;

lubrificação ou um sensor de temperatura

De acordo com os resultados de avaliações

7. Descargas eletrostáticas;

para alarmar a existência de um mancal

e ensaios realizados por organismos de

8. Radiofrequência

certificação e por laboratórios de ensaios,

eletromagnéticas;

alarmar uma rotação acima do normal.

é atribuído ao equipamento mecânico “Ex”

9. Radiação ótica;

sob avaliação o EPL Ga/Da, Gb/Db ou

10. Radiação ionizante;

proteção em que as fontes potenciais

Gc/Dc.

11. Ultrassom;

de ignição são tornadas não efetivas ou

12. Compressão adiabática e ondas de

separadas de atmosferas explosivas por

com EPL Ga/Da podem ser instalados em

choque;

meio de submersão total destas fontes de

áreas classificadas do tipo Zona 0 / Zona

13. Reações

20. Os equipamentos mecânicos “Ex”

autoignição de poeiras combustíveis.

ignição

Os

durante

equipamentos

falhas

raras

mecânicos

de

“Ex”

parasitas

ou

ou

exotérmicas,

proteção

ondas

incluindo

a

destes dispositivos um sensor de nível

aquecido ou um sensor de rotação para Imersão em líquido Ex “k”: tipo de

ignição em um líquido de proteção, ou por submersão parcial e recobrimento contínuo das superfícies ativas desta fontes de

com EPL Gb/Db podem ser instalados em áreas classificadas do tipo Zona 1 / Zona

De acordo com a norma ISO 80079-

ignição com um líquido de proteção.

21. Os equipamentos mecânicos “Ex”

37, os tipos de proteção Ex “c”, Ex “b” e

Dessa forma, uma atmosfera explosiva que

com EPL Gc/Dc podem ser instalados em

Ex “k” para equipamentos mecânicos “Ex”

possa estar presente acima do líquido de

áreas classificadas do tipo Zona 2 / Zona

possuem

proteção, ou no lado externo do involucro

22.

básicas:

do equipamento “Ex”, não pode entrar em

ignição.

Esta avaliação de risco é feita com

as

seguintes

características

Segurança construtiva Ex “c”: tipo de

ser

proteção contra ignição onde medidas

seguida pelo fabricante do equipamento

construtivas são aplicadas de forma a

marcação de equipamentos mecânicos

mecânico “Ex”. No início da avaliação de

prover proteção contra a possibilidade de

“Ex”: Ex cb IIB T2 Gb.

risco, o fabricante deve decidir quais das

ignição a partir de fontes quentes, faíscas

seguintes 13 possíveis fontes de ignição

de origem mecânicas ou compressão

certificação de equipamentos mecânicos

são aplicáveis, isto é, estão relacionadas

adiabática gerada por partes móveis.

“Ex”, o IECEx já elaborou e encontra-se

com o equipamento e estão presentes

pronto para entrar em operação um sistema

uma

abordagem

escalonada,

a

Controle de fonte de ignição Ex “b”:

Pode ser citado como um exemplo de

Com relação ao respectivo sistema de


107

O Setor Elétrico / Junho de 2016

de certificação deste tipo de equipamentos

equipamentos mecânicos “Ex”

não elétricos “Ex”, tendo como base estas normas internacionais sobre o assunto.

Este novo sistema de certificação “Ex”

Diversos organismos de certificação já

será totalmente integrado e harmonizado

acreditados internacionalmente pelo IECEx

com os demais sistemas já elaborados

estão, no presente momento, solicitando a

pelo

ampliação de seu escopo de acreditação,

mesmo sistema “online” de certificação,

incluindo as normas ISO 80079-36 e ISO

disponível para acesso público na internet,

80079-37, de forma que possam emitir

disponibilizando

certificados de conformidade não somente

conformidade, os relatórios de ensaios

para equipamentos elétricos “Ex”, mas

(ExTR) e os relatórios de avaliação da

também para equipamentos mecânicos

qualidade (QAR).

“Ex”.

Deve ser ressaltado que a certificação

IECEx,

inclusive

os

utilizando

certificados

o

de

Com a publicação destas novas normas

técnicas internacionais da IEC sobre os

é

tipos de proteção para equipamentos

um antigo requisito dos usuários de

mecânicos “Ex”, bem como com a entrada

equipamentos e instalações em atmosferas

em operação do sistema de certificação

explosivas, tendo como base o fato de que

de equipamentos mecânicos “Ex” pelo

estes equipamentos são também fontes de

IECEx, é esperada uma elevação dos

risco de ignição, de forma similar como os

níveis de segurança e de conformidade

equipamentos elétricos.

das instalações “Ex”, ao longo do seu ciclo

total de vida.

de

equipamentos

mecânicos

“Ex”

Para este novo sistema de certificação

de equipamentos mecânicos “Ex” do IECEx,

foram utilizados como base os mesmos

vista de normalização técnica da ABNT,

requisitos existentes para a “tradicional”

a Comissão de Estudo CE 03:031.05 do

certificação de equipamentos elétricos

Subcomitê SC-31 do Cobei participou

“Ex”, sendo incluídos os customizados os

de

seguintes requisitos específicos:

análise, comentários, votação e aprovação de

No âmbito do Brasil, sob o ponto de

todo

o

processo

publicação

de

destas

elaboração,

novas

normas

• Atualização da base normativa aplicável

técnicas internacionais ISO/IEC 80079.

à certificação de equipamentos mecânicos

Esta Comissão de Estudo encontra-se,

“Ex”

desde

Qualificação

de

Organismos

de

2014,

realizando

os

trabalhos

de elaboração das respectivas normas

Certificação de produtos mecânicos “Ex”

técnicas nacionais, a série NBR ISO/

• Qualificação de Laboratórios de Ensaios

IEC 80079, a serem publicadas pela

de equipamentos mecânicos “Ex”

ABNT, equivalentes às respectivas normas

Elaboração

de

documentos

sobre

internacionais da IEC.

capacidade técnica (TCD - Technical

Mais informações sobre as novas

Capability Documents)

normas da série ISO/IEC 80079 podem

• Novos formulários em branco para os

ser encontradas na página da IEC:

Relatórios de Ensaios (ExTR) • Orientações e treinamentos para os

ISO 80079-36: https://webstore.iec.ch/

auditores

publication/24256

• Qualificações dos auditores

ISO 80079-37: https://webstore.iec.ch/

Sistema

publication/24255

da

publicação

de e

acompanhamento atualizações

das

normas internacionais do TC 31 sobre

ISO/IEC 80079-38: https://webstore.iec. ch/publication/24210


108

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Por Adiel Machado*

Quanto custa um data center parado?

Manutenção preventiva

Nos últimos anos, a demanda por

também os riscos e os custos de downtime

armazenamento de dados vem crescendo

da operação. Qualquer um de nós fica

significativamente.

desta

decepcionado ao não conseguir enviar uma

Todo

tendência está o aumento da geração

mensagem via Whatsapp ou consultar um

equipamentos

de conteúdo por meio de mídias sociais,

extrato bancário. Em um mundo totalmente

manter o data center funcionando deve

uso de marketing digital e até mesmo

conectado, não aceitamos não conseguir

ser otimizado para atingir o tempo de vida

de cursos online. O resultado desta

efetivar uma compra na internet. Falhas ou

útil estimado dos equipamentos em uma

realidade é o crescente investimento em

atrasos em qualquer uma dessas operações

operação saudável. Em alguns casos, é

data centers. O data center é o coração

significa muitas vezes a perda de uma

possível estender um pouco este tempo

da computação em nuvem e, em plena era

venda ou de uma oportunidade. Problemas

de operação. Para que possa correr tudo

da digitalização de serviços, está fadado a

na infraestrutura digital podem, portanto,

como esperado, porém, é necessário

seguir crescendo em tamanho, capacidade

representar prejuízos para a operação de

programar

e sofisticação.

negócios.

preventivas em todos os equipamentos de

serviços que, cinco anos atrás, eram

Essa realidade demanda a utilização

climatização de precisão, UPSs, réguas

sequer imaginadas e hoje operam 100%

de produtos e equipamentos que possam

de energia, cabos e conexões, baterias

através de plataformas online. O business

assegurar que os servidores, os dispositivos

e outros periféricos. As recomendações

dessas empresas acontece por meio de

de

de

operações bancárias na internet, o que

segurança estejam operando em condições

dos fabricantes devem ser observadas.

aumenta ainda mais a demanda dos data

adequadas e permaneçam funcionando

Obviamente,

centers. Chega a assustar saber que 24

sempre, mesmo com falta de energia e

serão a melhor opção para realizar a

horas em tempo de gravações de vídeos

outros fatores não controláveis. Essa é uma

manutenção de seus equipamentos, seja

são enviadas para o Youtube a cada minuto

condição sine qua non para a economia

pela disponibilidade de peças, seja pela

(mais de 34.560 horas em vídeos por dia!).

digital.

responsabilidade

Isso geraria o equivalente a cinco milhões

Além de contar com as melhores

plataforma. Uma boa prática é também

de terabytes de dados.

soluções de TI e de Telecomunicações

identificar onde estão os maiores drenos

Por

trás

Existem empresas de

armazenamentos

e

periféricos

de

investimento de

inicial

em

infraestrutura

para

revisões

manutenção os

e

manutenções

preventiva próprios

da

marca

periódica fabricantes

com

sua

Este quadro nos leva a crer que o

no data center que atua na retaguarda do

de energia ou eficiência de seu data

crescimento da demanda por serviços de

negócio digital, é imprescindível aderir às

center, o que pode estar inclusive nos

data center aumenta proporcionalmente

melhores práticas de gestão deste universo:

servidores.


109

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Monitoramento de baterias dos UPS

o que está acontecendo dentro do data

dos negócios da empresa. Imagine, por

center? É possível sim “cultivar uma bola de

exemplo, uma empresa que vende a

confiabilidade

cristal” sobre esse espaço de missão crítica

hospedagem de outros softwares online,

oferecida por equipamentos como UPS,

por natureza. A melhor prática é manter

websites e banco de dados. Seus clientes

baterias e painéis de distribuição de energia,

uma monitoração em tempo real e de forma

estão conectados, ao menos, 12 horas

é recomendável monitorar a atividade

remota sobre todo esse ambiente.

por dia trocando informações de maneira

Mesmo

com

a

alta

dessa infraestrutura e as condições de operação. No caso das baterias, por

segura e criptografada. Se este data center

Otimização do consumo de energia

exemplo, recomenda-se a utilização de

está offline por alguma razão, até mesmo os clientes dos clientes deste data center

monitoramento em cada ponto de contato

Além de monitorar como está o consumo

podem ser afetados. Isso inclui pessoas

das baterias para estimar o tempo de vida

de cada ativo e equipamento de infraestrutura

comuns (nós), que ficaremos frustrados e

útil, níveis de carga e conexão. Uma única

do data center, há boas práticas que

descontentes com a indisponibilidade de

bateria com qualquer tipo de defeito pode

podem aumentar o aproveitamento de

serviços.

comprometer a empresa toda de operar e

energia e temperatura dos UPS e os

isso pode prejudicar sua instalação quando

próprios equipamentos de ar condicionado

em consideração ao se mensurar o valor de

houver uma queda de energia.

de precisão. Essas práticas incluem, por

um data center parado. O valor de um data

exemplo, igualar o fluxo de ar e a capacidade

center parado está diretamente relacionado

de refrigeração de cada uma das máquinas

a quanto o negócio da empresa depende da

evaporadoras de acordo com a necessidade

tecnologia, da mão de obra e da aderência

do site. Isso pode ser feito através de

às melhores práticas da gestão deste

É recomendado monitorar também todo

tecnologias de controladores inteligentes

ambiente. A visibilidade sobre o que se

o estado do data center, desde entrada

que podem se comunicar entre as máquinas.

passa no data center precisa ser traduzida

de energia e operações do grupo gerador,

Já no caso de UPS, é recomendável buscar

em valores tangíveis para o negócio. São as

até qualidade da energia de entrada da

UPS com fator de potência de saída unitário

áreas de TI e Telecom falando a linguagem

concessionária, frequência e estado de

ou o mais próximo disso.

do negócio para enfatizar de forma clara

Acesso e monitoramento remoto de infraestrutura

operação dos UPS, baterias, sensores de temperatura, necessidades de umidificar

Todos esses fatores devem ser levados

a grande verdade de uma economia

Conclusão

digitalizada: sem o data center, o dinheiro

ou desumidificar o ambiente, além de

não entra, o dinheiro não sai.

outros periféricos. Isso vale também para

A definição de quanto custa um data

os servidores, switches KVM e rede. Será

center parado depende da importância

*Adiel Machado lidera o marketing na Emerson

possível ter uma bola de cristal para prever

deste

Network Power no Brasil.

ambiente

para

a

continuidade


110

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Geração fotovoltaica ganha força com nova regulamentação A microgeração e a minigeração de

da solicitação de acesso. A distribuidora

ou consórcios para a geração compartilhada.

energia solar vêm ganhando força após o

também passa a ser a responsável pela troca

Antes, os créditos só poderiam ser utilizados

aumento significativo nas tarifas de energia

do medidor, sem custos para o gerador.

por um mesmo CPF ou CNPJ. Houve também

elétrica e as facilidades promovidas pela nova

a ampliação da possibilidade de utilização do

Resolução Normativa nº 687/2015 da Aneel,

fotovoltaico conectado é elaborado com

crédito de energia de 36 para 60 meses.

que entrou em vigor em março deste ano e

base no consumo de energia, que pode

Há também o sistema off grid, em

melhorou a relação entre quem gera energia

ser observado na conta de luz, o tipo de

que a energia captada é armazenada em

solar e as distribuidoras. Outras iniciativas

telhado e a orientação – que deve ser

baterias. Esse modelo foi instalado na Casa

prometem aquecer ainda mais esse mercado.

preferencialmente voltada para o norte para

Econômica, proposta de construção aberta

Alguns estados, como Minas Gerais, São

haver melhor aproveitamento da radiação.

ao público, também desenvolvida pela Basf.

Paulo, Pernambuco e Goiás, já não cobram

Esse tipo de geração vem sendo usado

É normalmente utilizado em regiões que não

ICMS em cima da geração solar e o BNDES

plenamente na CasaE, Casa Ecoeficiente

são atendidas por concessionárias de energia

sinaliza apoiar investimentos na modalidade.

da Basf, desde o início de sua operação em

e o projeto contempla a armazenagem de um

A geração pelo sistema fotovoltaico

2013, e tem sido importante para promover

excedente para ser utilizado nos momentos

pode ser utilizada para complementar a

sua eficiência energética e sustentabilidade.

sem radiação. Mais oneroso, o retorno

energia elétrica convencional em residências,

Segundo o estudo de ecoeficiência realizado

financeiro desse modelo se dá em uma

comércios ou indústrias. Pode ser conectada

pela Fundação Espaço ECO, a geração

média de 12 anos. Além disso, a bateria

à

simplificada,

solar contribuiu para que fosse apurada a

possibilita apenas o uso de equipamentos de

atendendo ao consumo local e devolvendo

economia de 17% de energia da CasaE

menor consumo, como iluminação, televisão,

o excedente à rede. Essa diferença retorna

em relação a uma edificação convencional.

computador,

ao consumidor sob a forma de créditos em

Além disso, foi importante para garantir que

para aparelhos de alto consumo, como ar

energia. Isso significa que é possível zerar

a construção, que fica em exposição na zona

condicionado.

a conta de luz, pagando apenas uma taxa

Sul de São Paulo, conquistasse a certificação

mínima pelo serviço da distribuidora.

LEED-NC Gold para novas construções.

O investimento em energia solar passou

Nesta edificação, foram instaladas oito

a ser interessante depois que as placas

placas que garantem a geração de 300 kWh

tiveram redução no preço ao alcançar novos

em média por mês. No momento de elaborar

mercados. Além disso, o aumento de quase

o projeto, é possível dimensionar o sistema

de 50% da energia convencional fez o retorno

para produzir toda a demanda de energia ou

do investimento (pay back) da geração por

parte dela, sendo o restante automaticamente

fotovoltaicas cair para seis anos. O sistema

fornecido pela rede de distribuição local.

conectado à rede, on grid, é bastante

vantajoso: a placa tem 15 anos de garantia

na possibilidade de utilização dos créditos de

e uma expectativa de vida útil de mais de 25

energia por outra unidade consumidora, em

anos. Além disso, antes havia morosidade no

até oito imóveis, desde que estejam dentro

processo, mas agora a concessionária tem o

da área de uma mesma distribuidora. Isso vai

Por Marcos Rodrigues da Silva, diretor da

prazo de 30 dias para fazer a conexão, a partir

permitir, inclusive, a criação de cooperativas

Redimax Sistema de Energia Solar.

rede

pública

de

forma

O projeto para instalação do sistema

não

oferecendo

autonomia

Outra novidade da nova regulação está



112

Agenda 1º a 5 de agosto

Cursos

Manutenção elétrica

Descrição

Informações

Apresentando um extenso conteúdo prático (20 horas), o treinamento almeja fornecer uma visão geral da manutenção elétrica, destacando os procedimentos mais importantes aplicados a máquinas elétricas rotativas e transformadores, sobretudo quanto ao correto uso do instrumental. O curso apresenta também 20 horas de aulas expositivas. Entre o conteúdo das aulas estão: conceitos gerais sobre manutenção elétrica; testes em campo de máquinas elétricas; noções sobre termografia, etc

Local: Itajubá (MG) Contato: (35) 3629 3500 fupai@fupai.com.br

1º a 8 de agosto

Transformadores – ensaios de fábrica – inspeção (prática)

Descrição

Informações

Apresentar fundamentos e métodos dos ensaios de rotina, de tipo e especiais realizados em transformadores de potência e em reatores de derivação em laboratório (fábrica), este é o objetivo do curso realizado pelos Institutos Lactec, em Curitiba (PR). Fazem parte do conteúdo programático das aulas os temas: características construtivas de transformadores e reatores; ensaios no líquido isolante; preparação para transporte, entre outros.

Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6200 www.institutoslactec.org.br

19 a 21 de agosto

Projeto de instalações elétricas de baixa tensão

Descrição

Informações

Por meio aulas expositivas e práticas com projeto em sala (desenvolvimento individual de um projeto elétrico de uma edificação), o curso pretende apresentar requisitos referentes aos principais conceitos, prescrições, definições, e recomendações da ABNT NBR 5410 relativas aos aspectos do projeto de instalações elétricas, desenvolvendo um senso crítico em relação ao texto da norma. Os alunos serão capacitados para a elaboração de um projeto de instalações elétricas de baixa tensão segundo prescrições da norma.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3816-0441 cursos@ycon.com.br

22 e 23 de agosto

Sistemas conectados à rede

Descrição

Informações

O objetivo do curso é apresentar e detalhar os principais aspectos técnicos, regulatórios e de mercado para interessados em trabalhar com energia solar fotovoltaica, com foco em sistemas para autoconsumo (geração distribuída). As aulas são voltadas para engenheiros, arquitetos, revendedores, empreendedores e empresários, e profissionais da área de energia solar. O curso tem duração de dois dias.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 4328-5113 www.neosolar.com.br/aprenda/ cursos

23 a 25 de agosto

Intersolar South America

Descrição

Informações

Quinto evento da série Intersolar, relevante série de exposições do mundo do setor de energia solar, a Intersolar South America – exposição e conferência – oferecerá aos profissionais do segmento uma plataforma ideal para estabelecer contatos e coletar informações sobre as principais novidades do mercado, métodos de produção eficientes, assim como de financiamento e planejamento de projetos. O objetivo dos organizadores com o evento é aumentar a porcentagem da energia solar no abastecimento de energia do mundo.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3824-5300 info@solarpromotion.com

30 e 31 de agosto

Eventos

O Setor Elétrico / Junho de 2016

Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (Cobee) e Expoeficiência

Descrição

Informações

Direcionado a executivos de grandes e médias empresas consumidoras de energia elétrica e água, executivos de Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Escos), entre outros, o 13º Cobee/ Expoeficiência propicia às empresas participantes diversas oportunidades, tais como: fortalecimento da imagem da maca, realização de negócios com profissionais que especificam produtos e serviços para diversos segmentos; e estreitamento de laços com o mercado de eficiência energia e com a entidade representativa deste setor.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3056-6000 atendimento@mci-group.com

30 de agosto a 1º de setembro

Brazil Windpower 2016

Descrição

Informações

A energia eólica é o setor energético que mais vem apresentando crescimento nos últimos tempos e, assim, ganha cada vez mais relevância e participação na matriz elétrica brasileira. Atualmente, estão contratados 10 GW de energia eólica, mas a estimativa é de que até 2024, a capacidade eólica do país atinja a marca de 24 GW. Neste contexto, é que se realiza o Brazil Windpower 2016. O evento, que terá sua 7ª edição realizada, vem recebendo a cada ano, segundo seus organizadores, um número maios de inscritos, expositores e visitantes.

Local: Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3154-9400 info@brazilwindpower.org



114

Índice de anunciantes

ABB 11 0800 014 9111 abb.atende@br.abb.com www.abb.com.br

COMSOL 5 (41) 3156 9100 info@br.comsol.com www.br.comsol.com

Ação Engenharia 109 (11) 3883.6050 orcamento@acaoenge.com.br www.acaoenge.com.br

Conex 4ª capa (11) 2331-0303 www.conex.ind.br

O Setor Elétrico / Junho de 2016

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Megabarre 9 (11) 4525-6700 vendas@megabarre.com.br www.megabarre.com.br

RDI Bender 17 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br

Melfex 107 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br

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Mon-Ter 14 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br

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Alpha 99 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br Balestro 91 (19) 3814-9000 balestrovendas@balestro.com.br www.balestro.com.br Brametal 75 (27) 2103-9400 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br

D’Light Fascículos (11) 2937- 4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br Datte 13 (31) 3077-2319 comercial@datte.com.br
 www.datte.com.br Eloforte 93 (41) 3208-0850 vendas@eloforte.com www.eloforte.com

Brazil Windpower 113 comercial@canalenergia.com.br www.brazilwindpower.com.br

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BRVal 43 (21) 3837-4646 vendas@brval.com.br www.brval.com.br

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Cablena 29 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br

Fastweld 71 (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

CertLab 103 (19) 3578-0100 nr10@certab.org.br www.certlab.org.br

GayaTree 92 www.gayatree.com.br

Clamper 42 e Fascículos (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 83 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cobremack 61 (11) 4156-5531 SP (71) 3594-5565 BA contato@cobremack.com.br www.cobremack.com.br

General Cable 69 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com Gimi Pogliano 15 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br

IFG (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Ilumatic 53 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Induma 10 (47) 3411-0099 vendas1@induma.com.br www.induma.com.br

(11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br

Sarel 59 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br Sassi Medidores 23 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br

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Patola 35 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br

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Pilz do Brasil (11) 4126-7290 vendas@pilz.com.br www.pilz.com.br

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(11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br

Maccomevap 8 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br

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Magnet 95 (11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br

Hellermann Tyton 90

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(11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br

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SEL (19) 3515-2000 www.selinc.com.br Sendi 111 www.sendi.org.br TE Connectivity 20 (11) 2103-6095 te.energia@te.com www.te.com.br/energy 58

60




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