O Setor Elétrico (Edição 129 - Outubro 2016)

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Ano 11 - Edição 129 Outubro de 2016

Suplemento Renováveis - Automação pode aumentar a eficiência da captação da energia solar - Aspectos socioambientais de empreendimentos eólicos Biogás de aterro pode ser solução para o problema dos resíduos sólidos Estudo analisa fluxo de veículos elétricos em áreas urbanas Pesquisa: distribuidores e revendas de materiais elétricos esperam crescimento médio de 6% para este ano

CINASE

Confira cobertura exclusiva da última edição do ano, realizada em Curitiba (PR).



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Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br

Suplemento Renováveis 67 Considerações jurídicas sobre aspectos sociais no processo de licenciamento ambiental de empreendimentos eólicos e uso de sistemas automatizados para otimizar a captação de energia solar em painéis solares.

Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Carla Kos Duboc - carla@atitudeeditorial.com.br Sidnei Vargas – vargas@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: A.Padilha, Claudio Mardegan, Cleiton Barbosa, Fabiano Andrade, Fernando Prioste, Francisco Fontes, Igor Mello, Isaac Medeiros, Joel Melo, Nunziante Graziano, Rafael Fernando Feldmann, Robson Sanabio, Samara Valcacer, Thiago Cardoso, Valter Dantas, Vicente Scopacasa. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: splitshire.com | pexels.com Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio

Coluna do consultor

6

Painel de notícias

8

Para este setor, a desaceleração da economia continua

Fórum Smart Grid discute conectividade e cidades

afetando os negócios, especialmente na construção civil.

inteligentes; Associação de iluminação se manifesta

Veja a pesquisa na íntegra.

contra a PPB de Manaus; Brasil bate recorde em

110

capacidade de energia instalada; Consumidor livre

Espaço 5419

economizou R$ 43 bilhões nos últimos 13 anos; Clamper

Um ano de existência da nova ABNT NBR 5419.

comemora 25 anos de atividades. Estas e outras notícias

112

sobre empresas, mercado e produtos do setor elétrico

Espaço 5410

brasileiro.

Validação do projeto de normas de instalações elétricas

Evento – CINASE

20

fotovoltaicas.

Cobertura do Circuito Nacional do Setor Elétrico (Cinase)

Colunistas

realizado na cidade de Curitiba (BA).

Jobson Modena – Proteção contra raios

114 José Starosta – Energia com qualidade 116 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 118 Plinio Godoy – Falando sobre a luz 120

Uma análise sobre como o biogás de aterro pode ser

Dicas de instalação 122

uma alternativa para gerar energia elétrica nas cidades e

Aplicação de RTDs para a medição de temperatura no setor elétrico.

Fascículos

27

Reportagem 62

ainda resolver o problema dos resíduos sólidos no país.

Filiada à

94

de materiais elétricos

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Pesquisa – Distribuição e revenda

Aula prática

86

Um estudo do fluxo de veículos elétricos em áreas

Ponto de vista 126 Um olhar sobre os 20 anos de regulação do setor elétrico no Brasil.

urbanas e como isso pode ajudar as concessionárias de

Agenda 128

energia elétrica a planejarem seu fornecimento.

Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.


Editorial

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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Capa ed 129_G.pdf

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10/31/16

11:12 PM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 11 - Edição 129 Outubro de 2016

Suplemento Renováveis - Automação pode aumentar a eficiência da captação da energia solar - Aspectos socioambientais de empreendimentos eólicos Biogás de aterro pode ser solução para o problema dos resíduos sólidos O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 129 – Outubro de 2016

Estudo analisa fluxo de veículos elétricos em áreas urbanas Pesquisa: distribuidores e revendas de materiais elétricos esperam crescimento médio de 6% para este ano

CINASE

Confira cobertura exclusiva da última edição do ano, realizada em Curitiba (PR).

Edição 129

A insistente resistência à mudança

A reportagem desta edição toca em uma velha conhecida nossa: a problemática do lixo, mais

especificamente, dos resíduos sólidos. Com o crescimento demográfico e o desenvolvimento das cidades, cada vez se produz mais lixo e, mesmo com todo o marketing envolvendo sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, o brasileiro aponta o defeito do outro, mas encontra dificuldades em fazer a sua parte, mesmo que seja a simples ação de separar o seu lixo.

A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) é diretamente proporcional ao consumo. Quanto mais

se consome e quanto mais recursos são utilizados, mais resíduos são gerados. Somos em 7,2 bilhões no mundo, responsáveis pela produção anual de 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos – uma média de 1,2 kg por dia per capita. E pode piorar. A ONU projeta para o ano de 2050, no atual ritmo de crescimento, a produção de 4 bilhões de toneladas por ano. O planeta dará conta de absorver tudo isso?

As soluções para este problema são para ontem. Existem aqueles que fazem a sua parte, mas

ainda são poucos. Falando em números nacionais, o Brasil produziu somente em 2015 cerca de 219 mil toneladas de resíduos sólidos por dia, o que equivale a aproximadamente 80 milhões de toneladas de RSU por ano. E boa parte disso vai parar nos lixões sem qualquer tratamento. Segundo foi apurado pela reportagem, teremos que quadruplicar o número de trabalhadores na chamada logística reversa para alcançar a média de 20% de reciclagem, que é o índice europeu. Ou seja, temos muito trabalho pela frente e adiantaria bastante se cada um de nós fizéssemos esse mínimo esforço de separar o nosso lixo.

Uma solução complementar para o problema é aproveitar os aterros sanitários para a geração

de energia elétrica. O biogás, produzido pela decomposição da matéria orgânica presente no resíduo sólido urbano, é o combustível para a geração de eletricidade. Ocorre que o procedimento é dispendioso e são poucas as iniciativas no país até agora.

A cultura do desperdício ainda está arraigada no brasileiro, mas as iniciativas já estão surgindo.

Se o controle do consumo é contraproducente, que, ao menos, comércio, indústria e governo tomem a dianteira para incentivar o descarte correto dos materiais que podem ser reciclados. Não custa muito e pode fazer uma grande diferença.

Boa leitura!

Abraços,

flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!

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www.twitter.com/osetoreletrico



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Coluna do consultor

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Treinamento, formação e informação: a germinação sobre a terra arrasada Enquanto se discute em Brasília o que

contou com a participação de cerca de 460

se deve fazer e em Curitiba o que deve ser

congressistas de alto nível técnico, muito

feito, alguns analistas otimistas argumentam

boas palestras, bons produtos apresentados

que a percepção é de melhora da economia.

na área de exposições e muita interatividade.

Percepção é importante, mas é qualitativa,

Valeu muito a pena estar no evento.

esperamos que esta percepção possa ser

- Já em Belo Horizonte (MG), na semana

medida em breve e que não somente os

seguinte, a 17ª ICHQP (IEEE-Internacional

indicadores da evolução do setor de saúde

Conference on Harmonics and Quality of

e das funerárias sejam considerados, além, é

Power), capitaneada pelos sempre excelentes

claro, das empresas de transporte aéreo que

Mestres Paulo Ribeiro e José Policarpo,

carregam os brasileiros para novas aventuras

trouxe em densas apresentações a discussão

além-mar. Os que aqui permanecem, cada

dos temas atuais do assunto com os maiores

um por suas razões, devem ter a consciência

especialistas do mundo. A vedete foram as

de que ajudarão a pagar a conta, voluntária

“supra harmônicas”, que serão nas próximas

ou involuntariamente, e por um bom período.

edições apresentadas. Muita calma aos

O dinheiro virou pó e nós é que teremos

fornecedores de “caixinhas magicas”, milagres

que nos virar para botar o país nos trilhos.

em eletrotécnica “non eczistem”, como diria o

Aliás, seria muito bom se tivéssemos trilhos

Padre Quevedo, portanto, vossas soluções

de fato para aliviar nosso transporte urbano

continuam servindo como peso de papel e,

e de cargas. Em São Paulo, quase todas

por favor, não ousem associá-las a qualquer

as linhas de metrô (quase todas as cores

solução, incluindo as tais supra harmônicas,

do arco-íris) estão atrasadas ou paradas,

antes que sejam de fato comprovadas em

além das bronze/prata/ouro. Uma baixaria

laboratório.

e incompetência do Estado, aliado à falta de verba do BNDES (que teria financiado

Finalmente, em São Paulo, o amigo

obras até em marte se isso fosse possível)

Cyro Bocuzzi organizou a 9ª edição do

e, claro, das empreiteiras imersas na “lava-

Fórum

jato” que tiveram que abandonar o barco.

Importantes

Enquanto isso, os “comuns” sabem que

relacionados às interfaces de consumidoras

a hora é de transmissão do conhecimento.

com as distribuidoras, geração distribuída e

Este outubro rosa foi farto neste tema:

automação.

-Na “republica” de Curitiba (PR), o Circuito

Vamos plantar, plantar sempre. O Brasil

Nacional

merece!

do

Setor

Elétrico

(CINASE)

SMART

GRID

temas

latino-americano.

foram

discutidos



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Associação de iluminação se manifesta contra a PPB em Manaus Abilux une esforços para lutar contra a implementação do Processo Produtivo Básico (PPB) de luminária com Led na Zona Franca de Manaus

Os fabricantes de luminárias com tecnologia Led estão apreensivos com a consulta pública 11/2016, que visa a fixação do Processo Produtivo Básico (PPB) de luminária com fonte de luz em estado sólido (luminária com Led). Se aprovado, o PPB favorecerá as empresas da Zona Franca de Manaus (AM) com benefícios fiscais que podem passar dos 30%. da

Em resposta, a Associação Brasileira Indústria

da

Iluminação

(Abilux)

destacou a total inconveniência deste

Para a indústria, benefícios fiscais para a Zona Franca de Manaus prejudicarão os fabricantes de todo o resto do país.

PPB, considerando a existência de várias empresas em muitos estados que já

que é o cerne para competitividade

produzem luminárias com esta tecnologia.

mundial;

Desde então, a associação tem enviado

• Não se observa melhoria tecnológica

esforços para informar os ministérios do

nos

Desenvolvimento, Indústria e Comércio

produtos atualmente fabricados no Brasil

Exterior (MDIC) e da Ciência, Tecnologia,

já utilizam componentes, materiais e

Inovações e Comunicações (MCTI) sobre

processos comparáveis aos utilizados em

“o total desencontro deste PPB”.

nível mundial.

produtos

de

Manaus,

pois

os

A Abilux alega que:

Para a entidade, a proposta não traz

• Há industrialização consolidada de

benefícios ao Brasil, tendo em vista que

luminárias Led, por diversas empresas,

nada acrescenta ao que já é realizado e

nos diversos estados do Brasil. Os

propiciará uma alta renúncia fiscal, da

benefícios fiscais de Manaus provocarão

ordem de 35%.

desequilíbrio regional;

A

• Não visualiza benefícios para o Brasil,

satisfeito adequadamente o procedimento

pois haverá prejuízo para as empresas

de análise de propostas de PPB segundo

localizadas fora de Manaus com benefícios

a Portaria Interministerial 170/2010, que

para as empresas que lá vierem a se

determina no seu artigo 6, inciso I, que para

localizar;

a aprovação de projeto na Zona Franca

• Não haverá redução na importação de

“deverá ser observado o critério básico

produtos que mais pesam nas estatísticas

de busca de equilíbrio inter-regional,

de importação, ou seja, as luminárias

evitando-se o deslocamento de indústrias

especiais; as de baixo valor agregado; as

de regiões tradicionais produtoras do

de baixa especificação e as subfaturadas;

bem em análise ou a simples transferência

• Não haverá alteração no custo Brasil,

de plantas industriais”.

Abilux

considera

que

não

foi



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Fórum Smart Grid discute infraestrutura, conectividade e cidades Realizado entre os dias 18 e 19 de outubro, em São Paulo (SP), evento teve como tema central “As novas tecnologias de energia entrando em cena para viabilizar as cidades inteligentes e a internet das coisas”

Aconteceu em São Paulo (SP) a nona

edição da Conferência do Fórum Latinoamericano de Smart Grid, evento que reuniu os principais agentes do setor para discutir novas tecnologias pertinentes às cidades inteligentes.

Com o tema central “As novas tecnologias

de energia entrando em cena para viabilizar as cidades inteligentes e a internet das coisas”, o Fórum contou com um total de 208 participantes durante os dois dias de evento. Os profissionais debateram a temática central, aprofundando-se em

oito

abordagens

principais:

energia,

tecnologia e cidades; cidades inteligentes; regulação setorial; geração distribuída, eficiência energética e tecnologias relacionadas; internet

Cerca de 200 profissionais debateram temas que envolvem energia, tecnologia e cidades durante os dois dias do evento.

das coisas e conectividade; medição e

similares existentes no mundo”, define Boccuzzi.

sob controle das empresas e dos reguladores

automação; TI; e investimentos.

A proposta do Fórum é estimular os

e a integração de energia com outros serviços

O presidente do evento, Cyro Vicente

players deste setor a concentrarem-se sobre

públicos nas cidades será feita em camadas e de

Boccuzzi, conta que o Fórum congregou

os próximos passos necessários e não apenas

forma oportunista, trazendo como resultado uma

profissionais de alto nível com interesse na

reportar realizações já atingidas. Boccuzzi afirma

vertiginosa, rápida e não planejada evolução, em

área de tecnologia aplicada a serviços de

que, na opinião dos palestrantes, a anunciada

razão de ser orquestrada por um ecossistema

infraestrutura, cidades, conectividade e energia,

transformação do setor finalmente chegou, está

estranho ao exclusivo domínio do setor elétrico.

e objetivou a articulação institucional para

ocorrendo e será inevitável, rápida e silenciosa.

influenciar na construção do futuro sustentável

“O aprimoramento e maior transparência e

que os países devem centrar seus esforços

de energia na região, juntamente com os líderes

representatividade das tarifas reguladas de

de capacitação na integração e aplicação

de energia mais experientes e de classe mundial.

energia é a primeira prioridade para promover

dessas tecnologias, mais do que na simples

“O Fórum Latino-Americano de Smart Grid é uma

a educação da sociedade sobre as políticas e

nacionalização de itens e componentes, pois

iniciativa independente e permanente, que debate

prioridades energéticas dos países”, afirma.

a velocidade de implantação será impossível

e propõe a modernização das redes e serviços

de ser acompanhada por uma orquestração

de energia em colaboração com outras iniciativas

qualquer tentativa de aprimoramento tecnológico

Para ele, a internet das coisas atropelará

Nesse sentido, o presidente do Fórum avalia

ordenada de cima para baixo.


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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Brasil bate recorde em capacidade de energia instalada Até o início de outubro de 2016, foram adicionados ao sistema elétrico nacional 7.525,3 megawatts (MW), maior valor desde o início da série histórica, em 1998

O Brasil registrou o recorde anual de

nova capacidade instalada de energia Segundo

dados

da

Agência

Fonte: Aneel

elétrica.

Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o início do mês de outubro de 2016, foram adicionados ao sistema elétrico nacional 7.525,3 megawatts (MW), maior valor desde o início da série histórica, em 1998. A marca anterior era de 7.509 MW, em 2014.

Em setembro, o destaque foi o início

da operação comercial de parques eólicos conectados na subestação Ibiapina, de responsabilidade da Chesf, e de duas unidades geradoras da hidrelétrica de Jirau.

Nos próximos meses, são esperadas

a conclusão da motorização de Jirau, o

do sítio principal de Belo Monte e o

ampliação da usina de Santo Antônio, com

início da operação da terceira unidade

acompanhamento

testes praticamente concluídos.

das

máquinas

da


Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Consumidor livre de energia economizou R$ 43 bilhões nos últimos 13 anos Segundo Abraceel, em comparação ao ambiente cativo de energia, o consumidor livre teve economia de, em média, 18% tem

o mercado livre pode oferecer até 30% de

apresentado expressivo crescimento desde

redução nos gastos com energia elétrica,

o segundo semestre de 2015. Em 2016, o

dependendo do momento da contratação.

mercado continua aquecido, sendo marcado

por uma intensa migração de consumidores

estar perdendo espaço para concorrentes.

para o ambiente livre de contratação.

Migração para o ambiente livre representa

Dados

O

mercado

livre

de

energia

"Não estar no mercado livre representa

de

sobrevivência no presente e passado para

Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)

otimização no futuro", afirma o presidente da

indicam um crescimento de mais de 350%

Tradener, Walfrido Avila.

em adesões ao ambiente livre. Isso porque

as altas tarifas praticadas no mercado cativo

benefícios deste mercado ao consumidor

evidenciaram os benefícios que o ACL

estão a capacidade de administrar despesas

oferece ao consumidor como previsibilidade

com energia, a redução significativa nas

de custos com a contratação de energia a

despesas e a facilidade de negociação de

longo prazo e facilidade de negociação de

preços. Além disso, o consumidor não é

preços.

impactado por uma possível explosão tarifária

Se comparado ao consumidor cativo,

cativa que eleve seus custos com energia, já

de acordo com a Associação Brasileira dos

que a contratação no ambiente livre é a longo

Comercializadores de Energia (Abraceel), nos

prazo.

últimos 13 anos, o consumidor livre de energia

Segundo a comercializadora, apesar

já economizou cerca de R$ 43 bilhões, o que

de os preços praticados no ambiente livre

representa uma economia média de 18%.

estarem em curva de subida, ainda é um bom

De acordo com a comercializadora Tradener,

momento para o consumidor migrar.

apresentados

pela

Câmara

De acordo com o executivo, entre os



Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Multimedidor inteligente

Luminária à prova de tempo

www.kronweb.com.br

www.wetzel.com.br

A Kron apresenta para o mercado o MBOX, um produto que

A fabricante Wetzel apresenta a sua nova linha Led de

reúne medição, instalação e comunicação em um só produto. De

iluminação à prova de tempo. Com visor em policarbonato,

fácil e rápida instalação, o MBOX dispõe de tecnologias NFC

fluxo luminoso de 960 lm ou 1800 lm, a luminária IPTL, um dos

(Near Field Communication) e Bluetooth para comunicação local,

equipamentos que compõem a linha, possui IRC de 80 e opera

permitindo rápida configuração e leitura de parâmetros elétricos, sem

na tensão de 127 V ou 220 V. A luminária apresenta corpo de

necessidade de conexões físicas.

alumínio fundido e pode ser encontrada nas cores cinza ou

branca.

Segundo a empresa, com o equipamento, são possíveis a

verificação e o controle do consumo de energia elétrica de forma

simples e rápida, além de ser integrável a sistemas inteligentes para

ofuscamento, supressor de surto e placa em Led SMD. Opera

controle e gerenciamento de eficiência energética.

na frequência de 50 Hz / 60 Hz com temperatura de cor de

5000 K e potência de 13 W ou 26 W.

Utilizando o aplicativo KronNFC, é possível ainda realizar

Robusta, a luminária ainda conta com visor anti-

configurações e leituras de medição apenas por aproximação de um dispositivo móvel com a função ao MBOX. O aplicativo poderá ser baixado gratuitamente na Play Store. Esta característica permite a obtenção de informações mesmo com a unidade desligada.

Os valores instantâneos dos parâmetros elétricos medidos podem ser obtidos e armazenados em tempo real.

Luminária IPTL, produzida no Brasil pela Wetzel, é um dos produtos da nova linha Led de iluminação à prova de tempo.

Teste trifásico para transformadores de potência www.omicronenergy.com

Com o Testrano 600, a Omicron desenvolveu um sistema de

teste portátil trifásico que suporta todos os testes elétricos comuns feitos em transformadores de potência. Pesando apenas 20 kg, ele é ideal para testes de diagnóstico e de rotina em campo e durante testes de aceitação em fábrica (FAT). Além disso, seu design inovador reduz significativamente a complexidade da fiação, reduzindo em um terço o tempo gasto com testes comparado a testes monofásicos convencionais.

De acordo com a empresa, o equipamento permite que os

operadores possam realizar vários testes sem necessidade de reposicionar os cabos. Apenas três cabos devem estar conectados: um deve estar conectado ao lado de alta tensão, outro ao lado de baixa tensão e um terceiro ao comutador de derivação do transformador de

O Testrano 600 pode ser operado por meio do Testrano TouchControl na tela sentível ao toque integrada ou por meio do software Primary Test ManagerTM em qualquer computador.

potência. Com essa configuração simples, é possível medir a relação de transformação do transformador, a corrente de excitação, a resistência do enrolamento em CC, a resistência dinâmica, a impedância em curtocircuito/reatância de dispersão, bem como a resposta em frequência de perdas por dispersão (FRSL).



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Clamper comemora 25 anos de atividades Empresa especializada em proteção contra surtos celebra aniversário com lançamento de livro técnico sobre o tema

A Clamper, empresa especializada em

dispositivos de proteção contra surtos (DPS), comemorou no mês de outubro 25 anos de atividades. Em sua história, a empresa já concebeu e produziu uma vasta linha de equipamentos de proteção contra surtos elétricos para o mercado corporativo e varejo.

Para marcar a data, a Clamper preparou

um evento que contou com uma série de homenagens, entrega de presentes e lançamentos de produtos.

Um dos destaques foi o livro Proteção

de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos contra Surtos Elétricos em Instalações, lançado em celebração ao aniversário

Presidente e fundador da Clamper, Ailton Ricaldoni Lobo, conta a história da empresa para o público presente.

da empresa e que tem como principal

escolas de engenharia, cursos técnicos e

à proteção no setor elétrico. A Clamper

objetivo explicar, de forma descomplicada,

empresas que trabalhem com engenharia

fabrica

fenômenos

auxiliar

de proteção”, destaca Ailton Ricaldoni,

Proteção

profissionais na execução de projetos. Foi

fundador e presidente da Clamper, que

tecnologia

produzido em parceria com professores da

também participou da produção do livro.

largamente utilizados por concessionárias

complexos

e

UFMG, PUC, pesquisadores do CPqD e

exclusivamente contra

Dispositivos

Surtos

brasileira,

(DPS), muitos

de com

deles

de energia e telefonia. Além do mercado

engenheiros do corpo técnico da Clamper.

A empresa

corporativo, a empresa também atende

“Trata-se

da

primeira

publicação

Localizada em Lagoa Santa, região

o mercado residencial com protetores

e

metropolitana de Belo Horizonte, a Clamper

que garantem mais vida útil para os

aplicação. Um livro que será de grande

é considerada uma empresa referência

equipamentos

utilidade para formadores de opinião,

nacional e internacional no que diz respeito

televisores e computadores.

técnica

no

Brasil

que

une

teoria

eletroeletrônicos

como


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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Schneider expande Centro de Treinamentos Novas instalações começaram a funcionar em outubro deste ano. O centro concentra todos os cursos oferecidos pela empresa, possuindo laboratórios e salas de aula Especialista global em gestão de energia e automação, a Schneider Electric expandiu e reestruturou o Centro de Treinamentos Schneider Electric Brasil, que começou a operar em outubro de 2016. Situado na unidade de Cajamar (SP), em uma área de mais de 300 m², o centro concentra todos os cursos oferecidos pela empresa. Dessa forma, possui laboratórios modernos, que oferecem aos alunos aulas práticas a partir da tecnologia mais recente disponível no mercado e salas especialmente projetadas para que eles consigam render o máximo que puderem.

Os cursos oferecidos pelo centro de treinamento versam sobre

os produtos e soluções da Schneider Electric e são direcionados a clientes de diversos setores, tais como indústrias, empresas de engenharia, instalação e distribuição elétrica, montadores de painéis, integradores e usuários finais. As aulas são ministradas

Com a reestruturação, a Schneider Electric oferece mais de 50 cursos na sua

por engenheiros da empresa capacitados no Brasil e no exterior, grade e espera treinar mais de 1000 profissionais até 2020. que se reportam diretamente à matriz na Europa. De acordo com o

vice-presidente da Field Service da Schneider Brasil, Pedro Vasquez, o centro de treinamento mantém ligação com outros centros mundiais de excelência da companhia, garantindo a contínua atualização em relação às metodologias de treinamento e às inovações tecnológicas em produtos e soluções.


Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Distribuidora Média Tensão promove seminários técnicos pelo país Eventos foram realizados em Piauí e São Paulo com o objetivo de aproximar fabricantes e consumidores finais

Intermediária entre o fornecedor e o

Marques.

consumidor, a Média Tensão, distribuidora

de materiais elétricos de 16 kV a 36 kV

produtos e os especialistas do máximo

e atuante em todo o país, resolveu unir

número de clientes em um mesmo local.

o útil ao agradável e realizar eventos

“A interatividade com o produto é tão

técnicos com o objetivo de estreitar o

importante quanto a informação”, afirma

relacionamento entre seus clientes e

Marques.

parceiros. Trata-se do Seminário Técnico

Média Tensão (SEMTEC), cuja ideia surgiu

Tensão, mas conta com a participação de

em 2013, quando foi realizada a primeira

seus parceiros industriais, que compõem

edição do evento, e agora, três anos

uma

depois, a empresa retomou a proposta,

palestram

realizando, neste ano de 2016, uma etapa

que

em Teresina (PI) e outra em São Paulo

média tensão. Em Piauí, o primeiro dia

(SP).

foi dedicado aos profissionais, que eram

A primeira edição foi realizada entre

provenientes não apenas do Estado, mas

os dias 16 e 17 de setembro em Piauí,

de outras localidades próximas, como

local

importantes

Sergipe, Bahia e Pernambuco. As palestras

motivos: primeiro, porque a empresa havia

foram repetidas no segundo dia, mas com

concretizado uma importante negociação

um público constituído essencialmente

no Estado, e segundo, por se tratar de

por estudantes da área. Nesta edição,

uma região estratégica e com difícil

participaram

acesso a informações técnicas sobre o

parceiras: Eletrobras, Schneider Electric,

setor de média tensão. “O resultado foi

União Transformadores, TE Conectivity,

a participação de aproximadamente 200

Proauto, Brasformer e Wirex.

escolhido

por

dois

A proposta do evento é aproximar os

O SEMTEC é organizado pela Média

pequena dizem

área

de

tecnicamente respeito

as

exposição sobre

ao

mercado

seguintes

e

temas de

empresas

pessoas, entre profissionais e estudantes, nos dois dias de evento”, comemora o

São Paulo

diretor comercial da Média Tensão, Leacir

A segunda edição do SEMTEC do

Fotos do evento SEMTEC realizado em São Paulo (SP).


19

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

profissionais deste setor. Dessa maneira, o conteúdo do evento focou em elucidações técnicas a respeito de subestações e cabines primárias, desde a recepção da tensão primária até a entrega da tensão secundária.

A proposta do evento, além de contribuir

para a profissionalização do setor, é ainda fidelizar o cliente e conquistar novos clientes. “Em momentos de crise, temos que tirar o ‘s’ da palavra e ficar com ‘crie’. É isso que estamos tentando fazer”, conta Marques. “E pode-se dizer que o resultado foi um sucesso absoluto, tanto para quem assistiu as palestras, quanto para quem fez o evento. E são muitas as expectativas de negócios, que começaram ou terminaram Evento reuniu cerca de 300 pessoas, entre clientes e fornecedores.

no evento”, conclui.

Participaram do evento em São Paulo

profissionais da indústria, do comércio, de ano foi realizada no pavilhão amarelo

importância do seminário, o diretor Leacir

hotelaria, de concessionárias, da Petrobras,

do Expo Center Norte, em São Paulo

Marques lembra que os equipamentos

entre outros. A área de exposição contou

(SP) e, seguindo o mesmo modelo,

destinados ao mercado de média tensão

com as empresas: Brasformer, Schneider

reuniu cerca de 300 pessoas, entre

são muito específicos e técnicos e, por

Electric, Senner, União Transformadores e

participantes

isso,

TE Conectivity.

e

apoiadores.

Sobre

a

demandam

especialização

dos


Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

CPFL lança projeto para troca de motores elétricos em indústrias Distribuidoras CPFL Paulista e CPFL Piratininga promovem ação para estimular eficiência energética

As distribuidoras CPFL Paulista e

promovendo a eficiência energética no

CPFL

segmento de força motriz”.

Piratininga,

concessionárias

da

CPFL Energia que juntas atendem a 5,8

Previamente à concessão do bônus

milhões de consumidores em 261 cidades

para a aquisição dos novos equipamentos,

paulistas, lançam um projeto para estimular

as distribuidoras irão analisar os projetos

a eficiência energética no meio empresarial

encaminhados

paulista

avaliando as solicitações com base em

e

brasileiro.

Batizado

como

pelos

interessados,

“Desconto eficiente – Motores elétricos”,

critérios

técnico-econômicos.

Sendo

a iniciativa tem como foco a retirada de

considerado apto, o projeto proposto será

circulação de motores elétricos antigos

ranqueado, e aqueles que se adequarem ao

e a respectiva substituição por novos

orçamento previsto no edital público podem

equipamentos, mais modernos e eficientes,

ser contemplados.

promovendo, assim, o uso racional da

energia e também contribuindo para reduzir

energética da CPFL Energia, Luiz Carlos

as despesas dos consumidores com a

Lopes Jr, a iniciativa, além de reduzir a

conta de luz.

conta de energia elétrica, vai contribuir para

De acordo com o gerente de eficiência

A ação, comandada pela Gerência de

a modernização das empresas e indústrias

Eficiência Energética da CPFL Energia, tem

da área de concessão com equipamentos

o investimento previsto para o projeto nas

com tecnologia mais atual. “É uma grande

distribuidoras de R$ 8,090 milhões. Pelas

oportunidade para trocar motores elétricos

regras do projeto, a CPFL Paulista e a

antigos por mais modernos e passar a

CPFL Piratininga concederão um bônus aos

ter mais eficiência operacional em seus

clientes para a aquisição de novos motores

processos”, afirma Lopes Jr.

elétricos com o objetivo de desestimular

Após a instalação do novo motor,

o

(rebobinamento)

o cliente deverá realizar o descarte do

dos equipamentos avariados e, com isso,

modelo antigo. Esse procedimento deverá

retirar de circulação modelos ineficientes

ser evidenciado por meio de certificado ou

por motores de alto rendimento energético,

laudo. Quem for beneficiado ainda estará

evitando o desperdício. O desenvolvimento

sujeito a vistorias periódicas de técnicos da

do projeto faz parte de uma iniciativa mais

CPFL Paulista e da CPFL Piratininga para

ampla da Agência Nacional de Energia

executar as medições no novo equipamento

Elétrica (Aneel), denominada “Incentivo

para que a sua eficácia operacional e

à

energética possa ser comprovada.

recondicionamento

substituição

de

motores

elétricos:



Evento

22

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

A 26ª etapa do CINASE obteve ao todo 750 inscritos e a participação efetiva de aproximadamente 460 profissionais do setor.

mantém o ritmo

aquecido em

Curitiba Evento deu prosseguimento às inovações de 2016 e contou com forte apoio de empresas e entidades regionais para sua divulgação e realização. Contabilizando as três edições do ano, foram mais de 1500 presentes

Dando continuidade ao novo modelo do

Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) adotado em 2016, a Atitude Editorial realizou nos dias 13 e 14 de outubro, na cidade de Curitiba (PR), a terceira e última etapa do evento no ano. Com forte apoio regional, a 26ª etapa do CINASE foi mais um grande sucesso: obteve ao todo 750 inscritos e a participação efetiva, contando os dois dias de congresso, de aproximadamente 460 profissionais.

Como nas outras edições do CINASE,

o congresso foi realizado a partir do mote “Uma viagem pelo mundo das instalações

elétricas”,

iniciando

pela

temática “concessionárias”, passando por “transformadores”, “qualidade de energia” e “SPDA e aterramento”, até chegar em “iluminação”. Dessa forma, o ciclo de


23

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Além do congresso, o CINASE Etapa Curitiba apresentou uma exposição com a presença dos patrocinadores do evento.

palestras da Etapa Curitiba foi aberto

Um

do

Electric, TAF, TEL e Weg. A Rittal, por

pela Companhia Paranaense de Energia

segundo dia do congresso foi o debate

exemplo, marcou sua presença com o

(Copel) Distribuição. O superintendente

especial sobre a norma internacional IEC

Container Truck.

da concessionária, Julio Shigueaki Omori,

61439, que trata dos conjuntos de manobra

dissertou a respeito das inovações no

e controle de baixa tensão e traz uma série

edições promovidas em 2016, o CINASE

panorama

dos

principais

destaques

Mais uma vez, tal qual ocorreu nas outras

de mudanças em relação à norma existente

teve um excelente trabalho de divulgação,

realizada pela Copel.

no país, a ABNT NBR IEC 60439. O debate

realizado também com o apoio de entidades

da

distribuição

de

energia

Outro destaque do primeiro dia foi a

envolveu o sócio-diretor Operacional da

e empresas da região. Na etapa Curitiba, o

participação do pesquisador dos Institutos

Engerey, o engenheiro Fábio Amaral, o

evento contou com os seguintes apoiadores:

Lactec, Mateus Duarte Teixeira Medições,

vice-presidente da Schneider Electric, Oney

Associação Paranaense de Engenheiros

que abordou o tema qualidade de energia

Schliesing Jr., e o engenheiro Nunziante

Eletricistas

em parques eólicos. As energias renováveis

Graziano.

Instituto de Engenharia do Paraná (IEP);

continuaram sendo contempladas pelo

Além do congresso, o CINASE etapa

Abeéolica; Institutos Lactec; Universidade

membro do Conselho Consultivo da Copel

Curitiba apresentou uma exposição com a

Federal do Paraná (UFPR); ABRAPCH;

Brisa Potiguar, Dilcemar de Paiva Mendes,

presença dos patrocinadores do evento.

Abrinstal; Sindicato dos Engenheiro do

e o especialista em energias renováveis, o

Nesta

Paraná (Senge-PR); Abrap; Engerey Painéis

engenheiro Heiko Lubke. Eles discorreram,

Aplicaciones Tecnológicas, BRVAL, Brother,

Elétricos; e Reymaster Materiais Elétricos.

respectivamente,

Cabelauto,

sobre

conceitos,

edição,

participaram:

Corfio,

DEHN,

AltoQi, Dialight,

(APEE);

Copel;

Crea-PR;

Presidente do IEP, uma das entidades

tendências e o mercado de energia eólica;

Embrastec, Engerey, Flir, Grupo A.Cabine,

apoiadoras

e tendência e tecnologias envolvendo o

Itaim, Maxibarras, Philips, Phoenix Contact,

eletricista,

segmento de energia solar fotovoltaica.

Proauto,

elogios à edição realizada na cidade de

Reymaster,

Rittal,

Schneider

do

evento,

Nelson

Luiz

o

engenheiro

Gomez,

teceu


Evento

24

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Curitiba, destacando que os workshops e as 40 palestras apresentadas durante o CINASE foram conduzidos com “segurança, objetividade e praticidade”, com o intuito de que os participantes “agregassem novos

conhecimentos,

novas

técnicas

e novos procedimentos sobre o estado da

arte

de

produtos,

equipamentos,

normas e técnicas de projeto, execução e manutenção das instalações de energia e iluminação”. Também foram relevantes, para

Gomez,

as

demonstrações

nos

estandes dos patrocinadores do evento, que se empenharam em trazer, mostrar e demonstrar aos participantes, na prática, as novidades do mundo da eletricidade. Para Marcos A. Stoppa, diretor da Reymaster Materiais Elétricos, patrocinadora máster e apoiadora do CINASE, o evento

A Rittal, um dos patrocinadores do evento, trouxe para a parte de exposição do CINASE, o seu container truck.

apenas

coligada à Reymaster, também demonstrou

Congresso, onde participamos de debates

pela quantidade, mas pela qualidade

satisfação em apoiar e patrocinar o evento,

importantes acerca das normas que regem

dos profissionais presentes, registrando a

que rendeu frutos à companhia. “O CINASE

estes

participação de palestrantes renomados,

foi positivo e cumpriu os seus objetivos

presentes nas próximas edições", assegura.

verdadeiros protagonistas do setor elétrico

quanto ao fortalecimento de parcerias e

brasileiro. “Estar no CINASE Curitiba foi

abertura de novos contatos comerciais”,

a cidade de Curitiba, o presidente da

importante para nós, pois possibilitou

comenta o diretor da empresa, Fábio

IEP enfatiza que a capital paranaense

dar

marcas,

Amaral, que enfatiza também a participação

teve a oportunidade de recepcionar de

estreitar o relacionamento com clientes

da Engerey na exposição e no congresso.

forma calorosa um grande número de

e, principalmente, demonstrar o nosso

“Durante o evento tivemos a oportunidade

profissionais da área elétrica. Para ele, tal

atendimento de qualidade, que conta com

de demostrar a qualidade de nossos produtos

recepção corrobora com a divulgação da

especialistas técnicos para ajudar na escolha

e o alto nível de nossos profissionais, seja

cidade não somente no setor turístico, mas

dos produtos", afirma Stoppa.

através da exposição (na qual focamos

também no setor de conhecimento técnico.

painéis de baixa tensão certificados) ou do

“Curitiba espera que a equipe do CINASE

superou

as

expectativas,

visibilidade

às

não

nossas

A Engerey Painéis Elétricos, empresa

produtos.

Certamente

estaremos

Sobre a importância do CINASE para



Evento

26

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

No balanço final, contando as etapas de Belo Horizonte, Salvador e Curitiba, prestigiaram o CINASE 1500 pessoas.

programe novos eventos para a cidade, criando um elo forte e duradouro, marcando permanentemente

presença

e

fazendo

parte de sua história”, conclui Gomez. O CINASE fecha o ano de 2016 com

e procurado em todas as edições do Cinase.

Engerey, Fábio Amaral, falou sobre os

diversos motivos para comemorar. No

Na edição de Curitiba não foi diferente.

painéis de baixa tensão segundo a norma

balanço final, levando em conta as etapas

No primeiro dia do evento, o engenheiro

IEC 61439, que ainda não tem uma versão

de Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e

Meneghetto Pio Alberti, gerente comercial

brasileira. O documento normativo prevê a

Curitiba (PR), prestigiaram o evento 1.500

da Engerey, apresentou aspectos da norma

substituição dos conceitos TTA (Totalmente

pessoas, média de 500 pessoas por etapa,

atual para painéis de média tensão (MT),

Testados) e PTTA (Parcialmente Testados)

números nunca atingidos, segundo informa

que substituiu a antiga ABNT NBR 6979

por abordagem de verificação, seja por

o diretor do CINASE, Adolfo Vaiser. Ademais,

e passou a se basear não só na forma

ensaio, cálculo/medição ou cumprimento

foram 39 apoiadores, entre associações,

de construção, mas na segurança que o

das regras de projeto. “A IEC 61439 vem

conselhos regionais, institutos e fabricantes,

produto oferece. Logo após, Meneghetto

melhorar e esclarecer vários pontos a fim de

além de 35 empresas patrocinadoras.

respondeu a perguntas do público ao lado

aumentar a confiabilidade dos painéis. Este

de especialistas na área em um debate

processo é essencial para nivelar o mercado

Painéis elétricos

sobre o tema.

e garantir a qualidade dos produtos

comercializados", explicou Fábio Amaral.

Este tema sempre foi bastante abordado

Em outra apresentação, o diretor da


Fascículos

Apoio

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Fernando Prioste, Thiago Cardoso e Fabiano Andrade

28

Capítulo X – Cogeração distribuída • Formulação do problema • Avaliação do investimento • Simulações e resultados • Conclusão

IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano

36

Capítulo X – IEC TR-61439-0 – Guia de especificação • Características • Requisitos adicionais do usuário

LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa

44

Capítulo X – O Led e o controle dinâmico da luz • Cor e temperatura • Especificações da luminária • Índice de reprodução de cor

CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo X – Principais fenômenos, natureza e simetria da corrente de curto-circuito • Estudo de curto-circuito • Natureza das correntes de curto-circuito • Fatores de assimetria

50


Apoio

Geração distribuída

28

Capítulo X Cogeração distribuída Análise financeira e de estabilidade de um sistema real após a conexão do sistema de cogeração Por Fernando Prioste, Thiago Cardoso e Fabiano Andrade*

Desde 17 de abril de 2012, o consumidor brasileiro pode

Fascículo

gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou

Geração distribuída

cogeração com elevada eficiência energética e, inclusive, fornecer o

Atualmente, a geração de energia elétrica a partir de fontes

excedente para a rede de distribuição de sua localidade. Trata-se da

renováveis constitui uma tendência em diversos países, inclusive

micro e da minegeração distribuídas de energia elétrica, inovações

com a concessão de incentivos à GD de pequeno porte. A GD

que podem aliar economia financeira, consciência socioambiental e

pode acarretar em muitos benefícios, não só para o consumidor,

autossustentabilidade.

mas também para o sistema elétrico como um todo. Postergação de

Devido aos recentes aumentos no custo da energia elétrica, as

investimentos nos sistemas de distribuição e transmissão, redução

empresas buscam cada vez mais alternativas para diminuir seus

no carregamento das redes, redução de perdas, diversificação da

gastos com energia. A empresa Cia Volta Grande de Papel (CVG)

matriz energética e baixo impacto ambiental são alguns potenciais

é uma empresa do ramo de fabricação de papel tissue e, neste

benefícios que estimulam esta modalidade.

segmento, assim como em outros, a energia elétrica é um insumo

A micro e a minigeraçao distribuída consistem na produção de

fundamental. Os estudos apresentados neste trabalho serão todos

energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam

focados na realidade atual desta companhia. A empresa possui três

fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou

centrais hidrelétricas, que juntas totalizam 2,2 MW de potência

cogeração qualificada, conectadas à rede de distribuição por

instalada, mas que corresponde a apenas 36% do total de energia

meio de instalações de unidades consumidoras. A microgeração

elétrica consumida pelas suas instalações. Sua infraestrutura conta

distribuída refere-se a uma central geradora de energia elétrica,

com 7.500 hectares de áreas de reflorestamento, sendo 3.600 hectares

com potência instalada menor ou igual a 75 kW, enquanto que a

de árvores de espécies renováveis. A madeira extraída destas árvores

minigeração distribuída diz respeito às centrais geradoras com

é utilizada no processo de fabricação de papel.

potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 3 MW para

O objetivo deste trabalho é avaliar a viabilidade de um projeto de Geração Distribuída (GD) do tipo cogeração qualificada

fontes hídricas ou menor e igual a 5 MW para cogeração qualificada ou demais fontes renováveis de energia elétrica.

na empresa, aproveitando sua infraestrutura de madeira de

Uma das vantagens da GD é que é dispensável a assinatura

reflorestamento. Propõe-se, através deste trabalho, aumentar a

de contratos de uso e conexão junto à rede da distribuidora. É

porcentagem de geração própria da empresa e, consequentemente,

necessário apenas um Acordo Operativo para os minigeradores ou a

diminuir seus custos com aquisição de energia elétrica. Este estudo

formalização do Relacionamento Operacional para microgeradores.

de viabilidade será realizado utilizando técnicas de engenharia

Outra característica importante que faz parte da GD é o sistema

econômica e analisando os impactos da inserção de um sistema de

de compensação de energia elétrica. Esse sistema permite que a

cogeração à rede de distribuição base através de simulações para

energia excedente gerada pela unidade consumidora seja injetada

análise de estabilidade dinâmica do sistema, antes e depois da

na rede da distribuidora, podendo ser posteriormente compensada.

conexão do sistema de cogeração.


29

Apoio

A GD, apesar das suas vantagens, também pode apresentar alguns impactos negativos no sistema. Caso o sistema de GD não esteja adequado às normas técnicas específicas, pode comprometer o sistema como um todo. Dessa forma, as unidades geradoras devem atender a um conjunto de normas definido pela concessionária local de maneira a evitar que um acoplamento inadequado provoque eventos indesejáveis. No estudo em questão, a normativa da Celesc I- 432.0003, que estabelece os requisitos mínimos necessários para a conexão de autoprodutores e produtores independentes de energia elétrica ao sistema, deve ser seguida.

Formulação do problema A Companhia Volta Grande de Papel com sede na cidade de Rio Negrinho, Santa Catarina, é uma indústria de fabricação de papel tissue (papel higiênico, papel toalha e guardanapo). O diagrama unifilar de suas instalações é apresentado na Figura 1.

Figura 1- Sistema de Distribuição da Empresa CVG.

A empresa possui três usinas hidrelétricas, denominadas: PCH Salto Grande, com potência instalada de 1,5 MW; CGH Rio Preto, com potência instalada de 0,2 MW; e CGH Bituva, com potência instalada de 0,5 MW, podendo ser visualizadas na Figura 1. Todas são destinadas ao consumo próprio de energia elétrica e, conforme dados históricos (Figura 2), estas são responsáveis pela geração de 36% do total de energia elétrica consumida pela empresa. Os outros 64% são adquiridos da concessionária local de energia elétrica (Celesc). Estas médias foram obtidas através dos dados de consumo e geração dos últimos dois anos, compreendendo o período de outubro de 2013 a outubro de 2015 e obtidos através do sistema supervisório e do controlador de demanda da empresa. Outro dado importante obtido nos históricos das faturas de energia elétrica adquirida da concessionária é que, do ano de 2013 até o ano de 2015, o valor destas faturas duplicou, sendo que o consumo de energia pouco mudou, conforme mostra a Figura 2. O segmento de fabricação de papel apresenta características particularmente interessantes para a viabilização da cogeração, pois apresenta um elevado consumo de vapor em seu processo, destinado a secagem do papel.


Apoio

Geração distribuída

30

este que contempla o projeto completo, ou seja, caldeira, gerador, turbina, etc. A seguir, mais detalhes sobre o fluxo de caixa deste projeto, considerando o investimento necessário, a receita obtida com a geração de eletricidade, os custos de combustível e O&M. Fluxo de caixa Denomina-se fluxo de caixa o conjunto de entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo. Pode-se ter fluxo de caixa de empresas, de investimentos, de projetos, de operações financeiras, etc. Para a análise de viabilidade serão consideradas as seguintes Figura 2 - Histórico do consumo de energia elétrica.

Uma das alternativas para reduzir os custos com a compra de energia seria a implantação de uma usina de cogeração qualificada. Esta seria uma opção para a empresa devido ao fato de que ela utiliza vapor no seu processo de fabricação e também por ser autossuficiente em combustível (cavaco) para abastecer esta nova usina de cogeração. A maior parte do vapor gerado por esta nova usina seria utilizada para gerar energia elétrica e a outra parte do vapor para o processo industrial. Dessa forma, decidiu-se realizar uma análise de viabilidade da inclusão de um sistema de cogeração. A conexão do sistema de cogeração foi considerada na parte mais próxima da utilização do calor do vapor (Figura 3), onde, atualmente, já existe uma caldeira

variáveis de entrada e saída de caixa: - Investimento (saída): valor necessário para implantação do projeto de cogeração. Conforme descrito anteriormente, terá o custo de R$ 5.200.000,00. Já estão inclusos neste montante os custos de transporte e mão de obra para instalação; - Receita de Eletricidade (entrada): valor que deixará de ser pago à concessionária após a instalação do processo de cogeração. Este valor passa a ser considerado como uma economia para o projeto. Na Tabela I são apresentados os valores das tarifas de energia elétrica pagos atualmente pela empresa, sem a inclusão de encargos, pois estes são posteriormente recolhidos pela empresa. Tabela I - Tarifas de energia elétrica. Grupo A3 – Celesc

instalada.

Os valores de demanda fora de ponta e demanda na ponta não são pertinentes, uma vez que, no projeto de GD, os valores de demanda contratados não podem ser alterados. A capacidade de geração de energia elétrica do projeto em questão é de 1 MWh. Dessa forma, na Tabela II são apresentados os valores estimados de economia mensal para o projeto de cogeração. Tabela II – Economia com a cogeração distribuída Figura 3 – Sistema de distribuição da empresa CVG, considerando a inclusão do sistema de cogeração.

Fascículo

Avaliação do investimento - O&M (saída): custos de manutenção e operação do sistema A análise da viabilidade de projetos, comumente, envolve

de cogeração. De acordo com a consultoria realizada, o sistema

um conjunto de técnicas que busca determinar sua viabilidade

necessita de uma inspeção a cada 1,5 anos, com custo estipulado

econômica e financeira, considerando uma determinada taxa

em R$ 40.000,00, e uma revisão geral a cada seis anos, com custo

mínima de atratividade. Assim, normalmente estes parâmetros são

estipulado em R$ 300.000,00. Dessa forma, estima-se que, em seis

medidos pelo Payback (prazo de retorno do investimento inicial),

anos, seriam gastos com manutenção o total de R$ 460.000,00.

pela TIR (Taxa Interna de Retorno) e/ou pelo VPL (Valor Presente Líquido). Para a realização deste trabalho, foi realizada uma consultoria

Os custos de operação não foram contabilizados, pois este custo continua sendo equivalente ao custo do processo atual.

com uma empresa especializada em vendas de sistemas de

Para facilitar a análise do fluxo de caixa, os valores de O&M

cogeração. Para o projeto pretendido, com geração de 1 MWh, o

foram distribuídos homogeneamente durante o período de seis

investimento necessário foi avaliado em R$ 5.200.000,00, valor

anos, ou seja, custo de R$76.666,67/ano.


Apoio

31


Apoio

Geração distribuída

32

- Combustível (saída): atualmente, a empresa conta com uma caldeira para produção de vapor saturado, cujo combustível utilizado é o cavaco de madeira, o consumo atual desta caldeira é de 6,0 toneladas/hora, que corresponde a um custo mensal de aproximadamente R$ 259.200,00/mês. De acordo com a consultoria realizada, com a utilização da nova caldeira, o consumo de combustível irá aumentar em 33%, ou seja, seu consumo passará a ser de 8,0 toneladas/hora, mas com a vantagem de gerar 1 MWh de energia elétrica. Este aumento no consumo de combustível resultaria em média um acréscimo de R$ 86.400,00 no custo mensal, representando R$ 1.036.800,80 no custo anual. Cabe enfatizar que este custo de combustível é apenas para fins de análise financeira,

Figura 4 – Consumo de energia elétrica com a participação do sistema de cogeração.

pois a empresa é autossuficiente na produção de cavaco. A Tabela III apresenta o fluxo de caixa do projeto: Tabela III - Fluxo de caixa do projeto

Figura 5 – Parciais de fornecimento de energia elétrica com a participação do sistema de cogeração.

O método de payback simples, conforme apresentado, é um método fácil de ser aplicado quando se quer estimar o prazo Após a conexão do sistema de cogeração, pressupõe-se que o

necessário para recuperar o investimento realizado, além de

gráfico de consumo de energia elétrica será conforme a Figura 4

apresentar um resultado de fácil interpretação. Porém, este método

e a Figura 5. As análises foram realizadas considerando os dados

também apresenta suas desvantagens, como o fato de não considerar

históricos de consumo dos dois últimos anos, mas estima-se que

o valor do dinheiro no tempo, por exemplo, as tarifas de energia

este consumo não se altere significativamente nos próximos anos.

elétrica sofrem alterações ao longo dos anos, podendo diminuir ou

Também para questão de análise, a capacidade da cogeração foi

aumentar seu valor. Este método é válido para este projeto devido

mantida sempre no máximo, desta forma, as análises financeiras

ao mesmo apresentar entradas e saídas de caixa constantes.

podem dar uma boa ideia da viabilidade do investimento, como será visto pelo Payback, VPL e TIR.

A mesma análise pode ser feita pelo método do payback descontado, considerando a taxa Selic 2015, do dia 18/11/2015, igual a 14,15% a.a (Banco Central do Brasil), conhecida como

Método do payback O payback simples ou prazo de retorno de um projeto é

taxa básica de juros da economia brasileira, como sendo a taxa de desconto. Dessa forma, o payback calculado ocorre em 3,22 anos.

Fascículo

a extensão de tempo necessária para que seus fluxos de caixa nominais cubram o investimento inicial. Ou seja, quanto tempo um investimento demora a ser ressarcido. Considerando as entradas e saídas apresentadas no fluxo de caixa da Tabela III, o payback pode ser calculado como:

Valor Presente Líquido (VPL) O método do VPL consiste em trazer as entradas e saídas de capital para a data zero do investimento, descontada a taxa de juros (i), denominada taxa mínima de atratividade. Pode-se dizer que o VPL reflete a riqueza em valores monetários do investimento, medida pela diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, a uma determinada taxa de

Em que o investimento inicial é apresentado na primeira linha da Tabela III e a economia anual total é obtida descontando-se do valor de Receita de Eletricidade Anual os valores gastos com O&M e combustível anualmente. Sendo assim, o payback simples ocorre em 2,44 anos.

desconto. O valor presente líquido é definido matematicamente como:


Apoio

Em que:

Tabela IV – Distribuição de cargas

FC0 = fluxo de caixa verificado no momento zero; FCj = fluxos de caixa previstos no projeto para cada intervalo de tempo; i = taxa de desconto; n = período de tempo considerado. Para o cálculo do VPL, também foi utilizada a taxa Selic como sendo a taxa de desconto. O valor presente líquido do fluxo de caixa apresentado na Tabela III é igual a R$ 8.774.265,16. Isso significa que este investimento, nas condições apresentadas, estará agregando este valor econômico à empresa, além de remunerar o capital investido a 14,15%. Logo, de acordo com o VPL apresentado, o investimento irá apresentar um retorno positivo. Taxa Interna de Retorno (TIR) Por definição, a taxa interna de retorno de um fluxo de caixa é a taxa para a qual o valor presente líquido do fluxo de caixa é igual a zero. A TIR pode ser calculada utilizando-se a mesma fórmula apresentada na Equação (2), porém, igualando-se o VPL a zero e utilizando a taxa de juros (i) como incógnita:

Inicialmente serão realizadas simulações no sistema da Figura 1, sem cogeração. Os dados das três usinas hidrelétricas e dos controladores projetados são apresentados na Tabela V. Para as simulações, foram utilizados valores reais para todo o sistema de distribuição existente (condutores, geradores, transformadores), que foram disponibilizados pela empresa. Para a realização das simulações, foi necessário projetar os reguladores de velocidade com queda e estatismo transitório para as três usinas hidrelétricas, assim como os estabilizadores de sistemas de potência (do inglês, Power System Stabilizers, PSS) junto à malha dos reguladores de tensão de cada gerador síncrono. O ajuste dos compensadores de atraso de fase dos reguladores de velocidade foi realizado via diagramas de Bode. Já os PSSs, baseados nos sinais de variação de velocidade, foram ajustados através do método de Nyquist no software

Considerando o fluxo de caixa apresentado na Tabela III, a TIR calculada foi igual a 41%. Para análise de viabilidade, recomenda-se comparar a TIR à taxa de juros praticada pelo mercado ou pela taxa mínima de atratividade considerada pela empresa. Novamente, foi tomada como referência a taxa Selic. Como o valor da TIR foi maior do que a taxa Selic, o investimento deste projeto é considerado economicamente atrativo. De acordo com os valores de VPL e TIR apresentados, a proposta do projeto da usina de cogeração é viável economicamente.

Simulações e resultados A seguir, serão apresentados os parâmetros do sistema e algumas simulações realizadas a fim de analisar o desempenho dinâmico do sistema sem e com a inserção do sistema de cogeração. Apresentação do sistema base e simulações A representação dos sistemas da Figura 1 e Figura 3 foi realizada no SimPowerSystems do Matlab. O perfil de cargas consideradas é apresentado na Tabela IV. As cargas dividem-se em dois conjuntos, denominados de Cargas 1 e Cargas 2, conforme Figura 1.

PacDyn do Cepel. Os modelos dinâmicos dos reguladores de Tabela V – Dados e parâmetros das usinas hidrelétricas

33


Apoio

Geração distribuída

34

velocidade, tensão e PSS foram obtidos em “Power System Control and Stability”, do IEEE (ver referências). Para o sistema de cogeração foi utilizada uma turbina de um estágio e não foi considerada a modelagem dinâmica da caldeira, os digramas de blocos foram obtidos também no documento do IEEE. Um curto-circuito trifásico foi aplicado na subestação de 69 kV (Figura 1), no instante t=0,2s, com duração de 200 ms. As simulações de variações angulares apresentadas na Figura 6 mostram que sem os PSSs nas três usinas hidrelétricas, o sistema é instável. Já com a inclusão dos PSSs projetados, o sistema é estável (Figura 7).

Figura 8 - Curto-circuito na subestação no instante t=0,2s, com o sistema de cogeração.

constatadas grandes diferenças entre o sistema sem e com a inclusão da cogeração.

Conclusão A Geração Distribuída cada vez mais ganha destaque no cenário de geração de energia elétrica e os estímulos do governo vêm aumentando, assim como, o interesse por parte dos consumidores. Figura 6 – Curto-circuito na subestação no instante t=0,2s. Sem os controladores PSS.

A análise econômica apresentada mostrou que o projeto de cogeração para a empresa CVG é um bom investimento, uma vez que apresentou um payback muito inferior ao tempo de vida útil estimado do projeto, VPL positivo e TIR acima da taxa de juros de mercado considerada (Selic). Com base nas simulações apresentadas no artigo, ficou evidente a necessidade do emprego dos estabilizadores de sistemas de potência, conhecidos como PSS, uma vez que, com a ausência destes controladores, após a ocorrência de um curtocircuito, o sistema apresentou oscilações pouco amortecidas, tornando-se instável. A conexão do sistema de cogeração ao sistema base da empresa CVG não apresentou nenhuma influência quanto à estabilidade da rede de distribuição, pois, mesmo com

Fascículo

Figura 7 – Curto-circuito na subestação no instante t=0,2s. Com os controladores PSS.

o sistema de cogeração inserido à rede ou desconectado da rede, as variações de desvio angular, após a ocorrência de curto-circuito, foram praticamente as mesmas. Sendo

Resultados para o sistema com cogeração

assim, considera-se que a conexão do sistema de cogeração

Para analisar o impacto da conexão do sistema de cogeração

distribuída à rede de distribuição da empresa CVG não causará

ao sistema de distribuição, foi simulada a ocorrência de um curto-

impactos significativos, do ponto de vista técnico. Todavia,

circuito trifásico na subestação de 69 kV no instante t=0,2s, com

os requisitos técnicos estabelecidos pela Agência Nacional de

duração de 200 ms, conforme mostra a Figura 8.

Energia Elétrica (Aneel) e pela concessionária local, neste caso,

Comparando a Figura 8 com os resultados apresentados

a Celesc, devem ser atendidos.

na Figura 7, em que o mesmo curto-circuito foi aplicado,

Como trabalho futuro propõe-se o mesmo estudo para um

percebe-se que a conexão da cogeração não proporcionou

sistema de Geração Distribuída com capacidade de geração

nenhuma alteração significativa nos resultados apresentados.

maior, visando a autossuficiência da empresa em geração de

Diversos curtos-circuitos com tempos de duração similares

energia elétrica, e também, analisar as condições de ilhamento

foram aplicados em diferentes barras do sistema e não foram

para a mesma rede de distribuição apresentada.


Apoio

Referências

[10] PacDyn – Análise e Controle de Oscilações Eletromecânicas

[1] Resolução Normativa ANEEL n°482 de 17 de abril de 2012.

em Sistema de Potência, Software desenvolvido pelo grupo

[2] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Cadernos

CEPEL – Eletrobras.

Temáticos ANEEL: Micro e Minigeração Distribuída.

[11] P. M. Anderson, A.A. Fouad, Power System Control and

[3] TOYAMA, J. et al. Conexão e Proteção de Geração Distribuída

Stability, second edition, IEEE Series On Power Engineering,

no Sistema de Distribuição. IEEE/PES 2010 T&D Transmission

2003.

and Distribution Conference and Exposition Latin América, São Paulo, SP, 2010. [4] IEEE Aplication Guide for IEEE Std 1547, IEEE Standard for Interconnecting Distributed Resources with Electric Power Systems IEEE Std 1547.2-2008, 1-207, April 2009. [5] CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA (CELESC). Manual de Procedimentos – Requisitos Gerais para a Conexão de Autoprodutor e Produtor Independente de Energia à Rede da CELESC – I-432.0003. [6] N. Casarotto, B. H. Kopittke. Análise de Investimentos. 9 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2000. [7] A. L. Puccini. Matemática financeira: objetiva e aplicada. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. [8] D. A. N. Rebelatto. Projeto de Investimento. 1 ed. Barueri –SP. Editora Manoele, 2004. Vol. 1. [9] The Mathworks. Matlab and Simulink for Technical Computing. Version R2014a. [S.I], 2014.

*Fernando B. Prioste possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá em 2001 e 2005, respectivamente. Doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina (2011). Sua área de atuação inclui dinâmica de sistemas de energia e aplicações de controle. Thiago F. Cardoso possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2012). Atualmente cursa o mestrado profissional em Engenharia Elétrica na Universidade do Estado de Santa Catarina e trabalha como engenheiro eletricista na empresa CVG – Cia. Volta Grande de Papel. Fabiano Ferreira Andrade é engenheiro eletricista, com Mestrado e Doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina. Sua área de atuação inclui planejamento de sistemas de energia elétrica, com ênfase no planejamento de sistemas de distribuição e comercialização. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

35


Apoio

Fascículo

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

36

Capítulo X IEC TR-61439-0 – Guia de especificação Por Nunziante Graziano*

Prezado leitor, o intuito deste fascículo é

ao usuário um guia de especificação com o

particular. A fim de definir claramente

apresentar em detalhes o projeto de revisão

objetivo de elaborar o projeto desejado de

essas necessidades específicas, normas

da norma brasileira para construção de

um conjunto.

pertinentes ao conjunto focadas em um

quadros elétricos e barramentos blindados

A proposta da série de normas IEC

de baixa tensão. Desde o capitulo inicial,

61439 é harmonizar, tanto quanto possível,

foram abordados temas como: panorama

todas as regras e requisitos gerais que se

Estas são identificadas como ABNT

atual da ABNT NBR IEC 60439 e seus

aplicam aos conjuntos. A série tem ainda

NBR IEC 61439-2 a ABNT NBR IEC 61439-

principais pontos de interesse; definições

como objetivo, para obter a uniformidade

7. Cada norma pertinente ao conjunto com

e termos usuais; condições de instalação;

dos requisitos para os conjuntos, a

referência à ABNT NBR IEC 61439-1,

características de isolamento; proteção

coerência na verificação dos conjuntos e

regras gerais, conforme o caso, especifica as

contra choques elétricos; requisitos de

evitar a necessidade de verificação de outras

características e o desempenho requerido

marcação; resistência dos materiais e das

normas.

por um conjunto dentro de seu escopo de

determinado tipo de aplicação foram (ou estão sendo) desenvolvidas.

partes; verificação dos materiais no tocante

Todos aqueles requisitos para os vários

aplicação definido. Cada norma pertinente

à corrosão; condições de verificação,

conjuntos que podem ser considerados

ao conjunto inclui, como um anexo, um

construção

proteção

como gerais, junto com temas específicos de

modelo para "itens sujeitos a acordo entre

contra choques elétricos e os métodos de

grande interesse e aplicação, por exemplo,

o montador do conjunto e o usuário” para

incorporação de dispositivos de manobra

elevação de temperatura, propriedades

facilitar a especificação de um conjunto.

e de componentes conjuntos; circuitos

dielétricas, portanto, foram reunidos na

Estes são reproduzidos e explicados neste

elétricos internos, conexões e refrigeração.

ABNT NBR IEC 61439-1 como regras

relatório técnico.

e

performance;

O capítulo anterior abordou as formas

gerais. Para cada tipo de conjunto, somente

de avaliação e a qualificação dos conjuntos

duas normas principais são necessárias para

• ABNT RT IEC 61439-1:2011, Conjuntos

de manobra, por meio dos métodos de

determinar todos os requisitos e os métodos

de manobra e comando de baixa tensão –

verificação de projeto, uma inovação

de verificação correspondentes:

Parte 1: Regras gerais.

em relação à versão vigente. Este artigo

• ABNT RT IEC 61439-2:2011, Conjuntos

analisará a IEC TR 61439-0, que representa

1) A norma que estabelece as regras gerais,

de manobra e comando de baixa tensão –

um guia para especificação dos conjuntos,

designada como "Parte 1"; e

Parte 2: Conjuntos de manobra e comando

importante ferramenta e grande inovação

2) A norma específica aplicável ao conjunto,

de potência (CONJUNTOS MCP).

em relação à versão atual.

daqui em diante referida como a norma

• IEC 61439-3:2012, Conjuntos de manobra

pertinente ao conjunto.

e comando de baixa tensão – Parte 3:

Neste relatório técnico, o usuário é a parte que especifica e/ou seleciona as

Quadros de distribuição destinado a ser

características do conjunto. O usuário pode

A série de normas ABNT NBR IEC

ser da mesma parte daquele que vai utilizar

61439 abrange conjuntos para uma ampla

• IEC 61439-4:2012, Conjuntos de manobra

e operar o conjunto ou alguém atuando em

variedade de utilizações, algumas das

e comando de baixa tensão – Parte 4:

seu nome, como especificador ou projetista.

quais possuem necessidades específicas,

Requisitos particulares para conjuntos para

O intuito deste relatório técnico é oferecer

conforme determinado por sua aplicação

canteiros de obra (ACS).

operado por pessoas comuns (DBO).


Apoio

• IEC 61439-5:2010, Conjuntos de manobra

• IEC 61439-7, Conjuntos de manobra

Relatório Técnico. Os detalhes de como

e comando de baixa tensão – Parte 5:

e comando de baixa tensão – Parte 7:

são aplicáveis a cada tipo de conjunto

Conjuntos para redes de distribuição

Conjuntos para aplicações específicas como

podem ser determinados de acordo com o

pública.

marinas, camping, praças públicas, estação

modelo de especificação a seguir e servem

• IEC 61439-6:2012, Conjuntos de manobra

de recarga para veículos elétricos.

de requisitos mínimos de informação

e comando de baixa tensão – Parte 6: Linhas elétricas pré-fabricadas (barramento blindado).

para uma boa e clara especificação dos As características gerais de todos os tipos de conjuntos são consideradas neste

Construção padrão b

conjuntos. A tabela a seguir foi transcrita do anexo C da IECTR-61439-0.

Características

Referência na norma

Opções disponíveis na norma

Sistema Elétrico

5

Sistema de aterramento

5.2

Selecionado para atender

TT / TN-C /

as necessidades locais

TN-C-S / IT, TN-S

Tensão Nominal (V)

5.3

Local, De acordo com as

Max. 1 000 V a.c.

Padrão do Fabricante,

condições da instalação

ou 1 500 V d.c.

Determinado de acordo

Categoria de sobretensão

5.4, 5.5

com o Sistema elétrico

I / II / III / IV

5.5

Tensão nominal do

Nenhum

Sobretensões transitórias

Sobretensões temporárias

Sistema + 1 200 V De acordo com as

Frequência nominal fn (Hz) 5.6

CC/50Hz/60Hz

condições locais da instalação

Ensaios Adicionais requeridos em campo:

5.7

Capacidade Nominal de curto-circuito

6

Corrente presumida de curto-circuito nos

6.2

Determinado pelo

6.3

Max. 60 % do

6.4

Max. 60 % do

no circuito de proteção (PE)

valor de fase

Dispositivo de proteção contra curto-

De acordo com as

circuito (DPCC) na unidade funcional de

6.5

Nenhum

instalação

Coordenação dos dispositivos de proteção

De acordo com as 6.6

Nenhum Sim / Não

condições locais da

entrada contra o curto-circuito e incluindo as

Nenhum

valor de fase

curto-circuito no neutro Corrente presumida de curto-circuito

Nenhum

Sistema elétrico

terminais de alimentação Icp (kA) Corrente presumida de

Padrão do Fabricante, de acordo com a aplicação

Funcional, cablagem e operacional

Nenhum

condições locais da instalação

informações relativas ao dispositivo de proteção externa contra os curtos-circuitos Dados associados às cargas

6.7

Nenhuma carga capaz de

prováveis de contribuir com a

contribuir com o curto-

corrente de curto-circuito

circuito é considerada

Proteção das pessoas contra os choques

Nenhum

7

elétricos de acordo com a IEC 60364 4-41 Proteção básica (proteção contra contato direto)

7.2

Proteção Básica

De acordo com as regras locais da instalação

Requisições do usuárioa

37


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

38

Características

Referência na norma

Construção padrão b

Opções disponíveis na norma

Proteção em caso de falta

7.3

De acordo com

Desconexão automática

(proteção contra o contato indireto) Ambiente da instalação

8

Tipo de localização

8.2

Proteção contra a penetração de corpos

8.3

as regras locais

da fonte / Separação

da instalação

elétrica / Isolação total

Padrão do fabricante de

Interno / Externo

acordo com a aplicação sólidos estranhos e de água Proteção após a remoção

Interno IP 2X

IP 00, 2X, 3X,

Externo (min.): IP 23

4X, 5X, 6X

Padrão do fabricante

inserido / Proteção reduzida

Tanto para a posição

8.3

de uma parte extraível

para padrão do fabricante Impacto Mecânico Externo (IK)

8.4

Nenhum

Nenhum

Veja IEC 61439-1 Interno: não aplicável.

Resistência a radiação UV (aplicável somente para uso externo, ou sob

8.5

Externo: Clima temperado

Nenhum

Severidade A interna

Nenhum

condições específicas diversas) Resistencia à corrosão

8.6

Severidade B Externa Temperatura do ar ambiente – limite inferior

8.7

Interno: –5 °C

Nenhum

Externo: –25 °C Temperatura do ar ambiente – limite superior

8.7

40 °C

Nenhum

Temperatura do ar ambiente –

8.7

35 °C

Nenhum

Máxima umidade relativa

8.8

Interna: 50% a 40 °C

Nenhum

Grau de poluição (do ambiente da instalação)

8.9

Altitude Compatibilidade eletromagnética (A ou B)

Máxima média diária Externa: 100% a 25°C Industrial: 3

1/2/3/4

8.10

£ 2 000 m

Nenhum

8.11

A ou B de acordo

A/B

com a aplicação Condições especiais de serviço (Exemplo:

Nenhum

8.12

vibração, condensação excepcional, poluição severa, ambiente corrosivo,

Nenhuma condição

campos elétricos ou magnéticos severos,

especial de serviço

fungos, pequenos animais, risco de

Fascículo

explosão, vibração ou impactos severos, abalos sísmicos) Métodos de instalação

9 Diversos, Exemplos:

Tipo 9.2

Padrão do Fabricante

Montagem autoportante, sobrepor ou embutir em parede

Fixo ou móvel

9.3

Fixo

Fixo/Móvel

Dimensões e peso máximos

9.4

Padrão do fabricante, de

Nenhum

Tipos de condutores externos

9.5

Padrão do fabricante

Direção dos condutores externos

9.6

Padrão do fabricante

acordo com a aplicação Cabos / Sistema de barramento blindado Nenhum

Requisições do usuárioa


Apoio

39


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

40

Características

Referência na norma

Construção padrão b

Opções disponíveis na norma

Material dos condutores externos

9.7

Cobre

Cobre / Alumínio

Seções e terminações dos

9.8

Como definido em

Nenhum

conformidade com a norma

condutores de fase externos Seções dos condutores externos

9.9

Nenhum

conformidade com a norma

PE, N, PEN e terminações Requisitos especiais de

Como definido em

9.10

Padrão do fabricante

Nenhum

identificação dos bornes Armazenamento e manuseio

10

Máximas dimensões e pesos

10.2

Padrão do fabricante

Nenhum

10.3

Padrão do fabricante

Nenhum

De acordo com as

Nenhum

das unidades de transporte Métodos de transporte (empilhadeira, guindaste, etc.) Condições ambientais diferentes

10.4

condições de serviço

das condições de serviço Detalhes de embalagem

10.5

Modos de operação

11

Acesso a dispositivos

11.2

Padrão do fabricante

Pessoas autorizadas / Pessoas comuns

manobrados manualmente Localização de dispositivos

Nenhum

11.2

Acesso facilitado

Nenhum

11.3

Padrão do Fabricante

Individual/grupo/ todos

12.2

Nenhum

Nenhum

12.3

Nenhum

Nenhum

12.4

Nenhum

Nenhum

operados manualmente Seccionamento dos equipamentos de instalação em carga Capacidade de manutenção

12

e de atualização Requisitos relativos à acessibilidade para inspeção e serviços similares Requisitos relativos à acessibilidade para manutenção em serviço por pessoas autorizadas Requisitos relacionados com ampliação sob tensão F=conexões fixas

Método de conexão das unidades funcionais

D=desconectável

12.6

W=conexões extraíveis

Fascículo

Proteção contra contato direto com partes internas vivas perigosas durante a manutenção ou atualização (exemplo:

12.5

Nenhum

Nenhum

12.7

Proteção básica

Nenhum

unidades funcionais, barramentos principais, barramentos de distribuição, etc.) Passagem de serviço e de manutenção no interior de um conjunto Forma de separação

Formas 1, 2, 3, 4

12.8, Tabela B.1

Capacidade para testar o funcionamento individual dos circuitos auxiliares relacionados com circuitos especificados enquanto a unidade funcional estiver isolada.

12.2

Padrão do Fabricante

Nenhum

Requisições do usuárioa


Apoio

Características

Referência na norma

Capacidade de condução de corrente

13

Corrente nominal Ina (A)

13.2

(corrente máxima permissível) Corrente nominal dos circuitos I NC (A)

Construção padrão b

Opções disponíveis na norma

Padrão do Fabricante, de

Nenhum

Requisições do usuárioa

acordo com a aplicação 13.3

Padrão do fabricante, de

Nenhum

acordo com a aplicação Fator de diversidade nominal

13.4

Conforme definições

RDF para grupos de

da norma

circuitos / RDF para CONJUNTO completo

Seção transversal do condutor neutro:

13.5.1

100%

Nenhum

13.5.3

50% (min. 16mm2)

Nenhum

condutores de fase até e incluindo 16 mm² Seção transversal do condutor neutro: condutores de fase acima de 16 mm² a b

Para aplicações mais sofisticadas, o usuário pode utilizar requisites mais detalhados que àqueles contidos na norma. Em alguns casos, informações declaradas pelo fabricante do conjunto podem ser objeto de acordo entre fabricante e usuário.

Dentro da série de normas ABNT NBR

Esta parte da ABNT NBR IEC 61439,

IEC 61439 para conjuntos de manobra e

que é um relatório técnico, identifica, a partir

• Um guia de como selecionar a opção

comando de baixa tensão, existem detalhes de

da expectativa do usuário, as funções e as

apropriada e definir as características de modo a

aplicação e de sistema que são especificados

características que convém serem definidas nas

atender às necessidades da aplicação específica,

pelo usuário para permitir que o montador

especificações dos conjuntos. Ela fornece:

utilizando uma abordagem funcional; e

produza um conjunto que atenda às necessidades e expectativas do usuário.

• Uma explicação sobre as características e opções do conjunto na série ABNT NBR IEC

61439;

• Um suporte na especificação dos conjuntos.

41


Apoio

IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT

42

Referências contidas neste relatório técnico em relação às características de interface de um conjunto e os requisitos que ele deverá atender definem que o conjunto é projetado, montado, e verificado de acordo com a parte específica da ABNT NBR IEC 61439. Os conjuntos fabricados de acordo com a norma pertinente ao conjunto da série de normas ABNT NBR IEC 61439 são apropriados para a instalação na maioria dos ambientes operacionais. Muitas das características dos conjuntos são totalmente definidas na Norma e não requerem uma análise mais aprofundada pelo usuário. Em alguns casos, pode existir uma condição normalizada especificada na norma e uma série de outras opções alternativas identificadas, a partir do qual o usuário pode escolher a opção mais apropriada para sua aplicação. Para outras características, o usuário pode escolher dentre uma lista de opções da Norma. Quando existem condições especiais e excepcionalmente onerosas, o usuário deve identificar isto em sua especificação. Exemplos destas condições onerosas incluem: aplicações de radiação UV elevada, condições de partículas/poluentes elevados, condições mais rigorosas de curto-circuito, proteção especial de faltas, proteção especial devido ao risco de fogo, explosões, queimaduras etc. Em alguns casos, o usuário pode consultar a opinião de especialistas a fim de identificar corretamente as suas necessidades, por exemplo, no que diz respeito ao sistema de harmônicos. Além das informações requeridas na tabela

Fascículo

anterior, o usuário pode ter requisitos adicionais que não são identificados no padrão, mas são necessários para satisfazer as preferências do usuário e/ou requisitos de aplicação. Estes requisitos também estão sujeitos a acordo entre o fabricante do conjunto e o usuário. No entanto, se nada for especificado pelo usuário, estas exigências não são suscetíveis de serem consideradas pelo fabricante. Não é possível listar todas as opções possíveis, mas algumas são indicadas na tabela a seguir, transcrita do anexo C da IECTR61439-0.

Requisitos definidos pelo usuário

Requisito do usuário

Condições elétricas Resistência ao arco elétrico (se for necessária a verificação de uma capacidade do conjunto de resistir ao arco elétrico, orientação de verificação é fornecida no IEC / TR 61641) Isolamento das barras Requisitos de seletividade Continuidade de serviço Acessórios para aterramento de cabos de alimentação ou de carga Acessórios para testes de circuitos externos individualmente Condições ambientais Tratamento de superfícies (exemplo: especificações de pintura) Instalação Arranjo do conjunto (exemplos: construção “back to back”, construção com dupla frente) Testes em campo Operacional Disposição de dispositivos de manobra Tipo de meios de bloqueio/travamento Identificação Identificação de bornes Manutenção e atualização Quantidade e tipo de peças de reserva Quantidade e tipo de espaços reserva (equipados ou não equipados) Fusíveis de reserva Documentação Tipo e/ou formato da documentação Número de cópias Geral Requisitos legais locais aplicáveis Processo de aprovação Testes funcionais antes do embarque Ensaios testemunhados

O próximo capítulo deste fascículo

parte da norma aplicáveis aos conjuntos

analisará o projeto de norma da ABNT

de manobra e comando de baixa tensão –

IEC-61439-2, que se encontra em fase de

Parte 2: Conjuntos de manobra e comando

diagramação para publicação e que aborda

de potência.

os requisitos particulares da primeira

Até lá!

*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

43


Apoio

Led – Evolução e inovação

44

Capítulo X O Led e o controle dinâmico da luz Por Vicente Scopacasa*

Dentre as inúmeras possibilidades que

projetar luminárias em que seja possível

Aliado a isso, contamos também

a tecnologia dos Leds nos proporciona,

controlar a cor da luz resultante e,

com novas formas de avaliação de cores

uma das mais interessantes é o controle

com isto, criar vários tipos de efeitos e

como a IES TM30-15, que nos dá a devida

dinâmico da luz e a possibilidade de

cenários que podem ser utilizados em

orientação quanto aos níveis de fidelidade

promover alterações da iluminação do

várias aplicações e situações. Tal processo

e saturação que devemos levar em

ambiente, tornando-o mais atrativo e

utiliza a propriedade aditiva da luz.

consideração, sistema este que é baseado

Fascículo

adequado à sua finalidade.

Com o surgimento da tecnologia

em 99 amostras de cores que representam

Por exemplo, qual seria a temperatura

de iluminação de estado sólido com

mais de 100.000 cores de objetos, aos

de cor a ser escolhida quando vamos

base nos Leds, temos maior controle da

quais, normalmente, somos expostos no

projetar a iluminação de um escritório?

distribuição espectral de potência da

nosso dia a dia.

Optamos por 5000 K a fim de tornar o

fonte de luz, resultando nas mais diversas

Um exemplo que todos conhecem são

ambiente mais frio e com maiores níveis

possibilidades de arranjos visando a

as luminárias RGB (Red, Green, Blue),

de atividade e atenção? Consideramos

obtenção de fontes de luz específicas.

sistema que permite uma infinidade

4000 K para termos uma luz mais neutra

Utilizando a propriedade aditiva da luz

de outras cores, inclusive o branco.

ou, decididamente, escolhemos 3000 K,

e adicionando vários tipos de Leds com

Este tipo de luminária é largamente

tornando-o mais quente e aconchegante?

distribuições de potências diferentes,

utilizado em iluminação de fachadas,

Então, a pergunta seria: e se tivéssemos

conseguimos projetar fontes de luz com

monumentos, piscinas, etc., e com a

a opção de ter uma luminária que

propriedades distintas e específicas para

inclusão de outras cores de Leds, também

pudesse, além destas três temperaturas

cada tipo de aplicação.

podem ser utilizadas em iluminação

de cores acima mencionadas, oferecer

Uma tendência que observamos na

de interiores. É o caso das luminárias

uma gama de opções desde 2200 K até

iluminação é a de termos fontes de luz

RGBA (vermelho, verde, azul e âmbar) e

5000 K através de um controle manual?

específicas para ressaltar as cores dos

também as luminárias RGBW (vermelho,

Poderíamos também, através de uma pré-

objetos que estão sendo iluminados.

verde, azul e branco), cada uma delas

programação, variarmos dinamicamente

Por meio da saturação ou não da fonte

gerando espectros de luz diferentes e,

a temperatura de cor do ambiente obtendo

de luz, podemos conseguir fontes de luz

consequentemente, cores e tonalidades

vários cenários de iluminação em função

customizadas para iluminar, por exemplo,

distintas.

do tempo?

carnes,

pães,

legumes

e

verduras,

A Figura 1 traz um diagrama que

A resposta, definitivamente, é sim!

cosméticos realçando as cores e, com isso,

representa a propriedade aditiva da

Através da seleção, da escolha e do

ter como efeito o aumento das vendas,

luz a partir das cores vermelho, verde e

controle, quer seja de um ou de um grupo

aplicações estas exclusivas do segmento

azul, resultando em várias outras cores,

de Leds de cores distintas, podemos

de varejo.

inclusive o branco.


Apoio

várias temperaturas de cores para obter a simplificação considerável do projeto com resultados satisfatórios. O projeto consiste em criar vários arranjos de Leds com diferentes cores e utilização de diferentes correntes elétricas aplicadas a estes ramos, utilizando a propriedade de que o fluxo luminoso é diretamente proporcional à corrente elétrica aplicada a eles. Portanto, através da variação da corrente elétrica em cada um dos arranjos de diferentes cores, é possível obter diferentes resultantes e, então, a definição de cores e tonalidades Figura 1 – Adição das três cores RGB, resultando em várias outras cores inclusive o branco.

específicas. A Figura 2 mostra um exemplo

Com a evolução dos Leds brancos,

coloridos. A inclusão de Leds coloridos

genérico de arranjos sendo controlados

hoje comercialmente disponíveis na faixa

ocorre a fim de preencher o espectro de

de forma independente. Note que a

de temperatura de cores entre 2000 K a

distribuição de potência da luz, porém,

quantidade de Leds por arranjo não

6500 K e com IRC acima de 90, podemos

dependendo da forma da luminária, isto

necessariamente deve ser a mesma,

elaborar

pode vir a ser um fator limitante.

pois os Leds normalmente apresentam

projetos

empregando

apenas

de

luminárias, brancos

Neste caso, a melhor opção seria a

sem a necessidade de incluirmos Leds

Leds

utilização de Leds brancos combinando

valores diferentes de fluxo em função da temperatura de cor.

45


Apoio

Led – Evolução e inovação

46

Figura 2 – Dois arranjos de Leds controlados por correntes elétricas diferentes.

Os arranjos são controlados pelas correntes I1 e I2 e dependendo dos valores destas correntes, através da dimerização

Especificações básicas da luminária

• IRC mínimo de 80.

independente destes dois ramos, teremos

• Faixa de variação da temperatura de

Como vamos utilizar Leds de 2200 K

variações de fluxos em cada um gerando

cor: de 2200 K até 5000 K com valores

a 5000 K, apresentamos nas Figuras 3a e

cores

pré-fixados em 2200 K, 3000 K, 4000 K

3b as curvas da distribuição espectral de

e 5000 K;

potência de cada um deles:

resultantes

diferentes.

Neste

ponto, estamos aptos a iniciar o projeto e, para isso, temos que definir a faixa de variação de temperatura de cor que queremos obter. Vamos então especificar que a faixa de variação de temperaturas de cores esteja compreendida entre os valores 2200 K a 5000 K. Para tal, utilizaremos Leds com valores nominais de 2200 K e 5000 K e, para simplificar o projeto, vamos assumir a mesma quantidade de Leds para as duas temperaturas. Nosso projeto contemplará uma luminária linear, de dimensões reduzidas e utilizaremos um material difusor para que tenhamos uma boa difusão da luz. Os Leds deverão ser montados em placas separadas, uma

Figura 3a – SPD do Led de 2200 K

com Leds de 2000 K e outra com Leds de 5000 K e ambas colocadas lado a lado no fundo da luminária. Quanto mais

Fascículo

• Fluxo total da luminária: 500 lúmens;

próximas estiverem as placas, melhor será o resultado da combinação. Cada placa será alimentada por um driver com capacidade de dimerização, pois teremos que variar o valor da corrente elétrica. Continuando com nosso projeto, vamos então definir as especificações dos parâmetros básicos e a seguir, vamos apresentar um quadro com quatro simulações distintas visando a definição de valores de TCC fixas. Figura 3b – SPD do Led de 5000 K


Apoio

47


Apoio

Led – Evolução e inovação

48

Os gráficos apresentados nas Figuras

e 4000 K foi de 86 e 85 respectivamente,

oferece versatilidade e pode ser utilizada

3a e 3b representam os valores extremos de

portanto, maiores do que os Leds originais.

em vários tipos de ambientes. Por meio

TCC da luminária. Fazendo uma simulação,

Isto se deve ao fato de que, quando se

do controle dinâmico da cor da luminária,

conforme os valores da tabela a seguir,

compõem dois ou mais Leds, há um maior

é possível, inclusive, alterar, de forma

iremos obter curvas de SPD específicas para

preenchimento de comprimentos de ondas

programada, a temperatura de cor ao

as temperaturas de cores de 3000 K e 4000

no espectro de potência resultante, o que

longo do tempo, tornando-a ideal para

K, além de uma infinidade de outras curvas

faz com que se obtenham valores de Ra

vários tipos de ambientes, como hospitais

para todos os valores constantes nesta

maiores.

e escolas. Estes produtos também têm

faixa. Cumpre destacar que para se obter a

O exemplo acima é somente uma das

apelo muito interessante para os lighting

temperatura de cor de 2200 K, os Leds de

possibilidades em que se pode aplicar a

designers, tendo em vista que permite,

5000 K deverão estar apagados e, para se

propriedade aditiva da cor na obtenção de

com a utilização da mesma luminária,

obter a TCC de 5000 K, os Leds de 2200 K

produtos específicos. Um outro exemplo

maior diversificação nos projetos através da

deverão estar apagados.

observado como potencial é o de luminárias

especificação da temperatura de cor correta

Dependendo do valor da temperatura de

para horticultura. Através da utilização de

para cada tipo de ambiente ou instalação.

cor que pretendemos definir, temos valores

alguns tipos de Leds coloridos, geralmente,

diferentes de fluxos para cada uma delas.

nas faixas do azul e do vermelho, estão

Além disso, em algumas situações, teremos

sendo disponibilizadas luminárias para

também que considerar quantidades de

acelerar o crescimento de mudas e de

1. Exemplos de Spectral Power distribution:

Leds diferentes para cada temperatura de

plantas em substituição à luz natural.

ITAIM Iluminação

cor, portanto, a dimerização, assim como a

Dependendo do tipo de plantas e

quantidade de Leds na luminária, define os

da fase de crescimento, várias são as

vários valores de TCC.

possibilidades de arranjos destes Leds quatro

visando proporcionar o espectro de luz

pontos fixos de TCC, porém, podemos ter

Neste

projeto,

definimos

necessário com a intensidade desejada para

toda a faixa de variação de TCC também

o seu desenvolvimento.

Fascículo

disponível. Isto pode ser obtido com a

Finalmente,

alguns

de

nas duas placas de Leds. Outro ponto

disponibilizando alguns COBs (Chip on

importante a destacar refere-se à potência

board) com distribuições espectrais de

elétrica consumida pela luminária, a qual

potências customizadas. Estes produtos

deverá ser mantida constante, ou com

têm distribuições de coordenadas de

pequena variação, em toda a faixa de TCC.

cromaticidade sob ou abaixo da curva

Isso dependerá também da corrente elétrica

do corpo negro, além de apresentarem

e do número de Leds utilizados no projeto.

diversos tipos de saturação de cores.

Com

relação

ao

Ra

(índice

Led

estão

também

de

Estes sistemas têm aplicação exclusiva no

Reprodução de Cor), notamos que temos

segmento de varejo e tornam os produtos

um valor de 82, tanto para o Led de 2200 K,

por eles iluminados muito mais atrativos ao

como para o de 5000 K, e o Ra encontrado

consumidor.

para as temperaturas de cores de 3000 K

2. LED Spectrum mixing tool, disponível em: www.lumileds.com

fabricantes

dimerização independente que fazemos

componentes

Referências:

Sem dúvida alguma, esta solução

*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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49


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Curto-circuito para a seletividade

50

Capítulo X Principais fenômenos, natureza e simetria da corrente de curto-circuito Por Cláudio Mardegan*

Estudo de curto-circuito Após o levantamento de dados, no escritório, elabora-se o esquema unifilar simplificado para estudo de curto-circuito.

Natureza das correntes de curto-circuito Nas condições de regime, o circuito apresentado na Figura 1 pode ser utilizado para calcular as correntes de carga do sistema.

De posse do unifilar, é necessário elaborar o cálculo por unidade, que pode ser feito manualmente ou através de algum software e a seguir iniciar os cálculos de curto-circuito.

Corrente de curto-circuito Quando ocorre uma falta em um sistema elétrico, a corrente que circula é determinada pelas f.e.m. internas das máquinas, suas respectivas impedâncias internas, e pelas impedâncias da rede entre as fontes de curto-circuito (máquinas) e o ponto de falta.

Figura 1 – Sistema elétrico em regime normal de operação.

A falta origina-se pela falha de isolação de algum ou alguns componentes do sistema.

Principais fenômenos durante o curto-circuito

Em que: E = Vmáx . Sen(ωt+α) Zs = Impedância equivalente do sistema de alimentação Zc = Impedância do circuito

Fascículo

Os principais fenômenos que ocorrem durante o curto-circuito são:

ZL = Impedância da carga

(a) Sobrecorrente; (b) Subtensão na(s) fase(s) sob falta; (c) Aumento do ângulo da corrente de curto, para sistemas solidamente aterrados;

A corrente de carga pode ser calculada como mostrado a seguir (admitindo-se a carga como impedância constante). Como pode ser observado, a impedância de carga ZL é,

(d) Variação da frequência – Ocorre somente em sistemas que

normalmente, a maior de todas sendo então a impedância

operam com geração própria desconectados da concessionária;

determinante no cálculo do valor da corrente e devido ao fator

(e) Aumento da tensão nas outras duas fases sãs para curtos-

de potência da carga ser próximo de 1 (um), esta impedância é

circuitos fase-terra em sistemas aterrados por impedância;

predominantemente resistiva, fazendo com que a corrente esteja

(f) Sobretensões transitórias em sistemas não aterrados;

quase que em fase com a tensão da fonte.

(g) Esforços térmicos nos equipamentos;

O curto-circuito pode ser idealizado como sendo um condutor

(h) Esforços dinâmicos nos equipamentos;

que “curto-circuita” algumas das impedâncias de um sistema enquanto

(i) Esforços de interrupção.

outras permanecem inalteradas. A Figura 3 ilustra o exposto.


Apoio

51

Figura 2 – Sistema elétrico em regime normal de operação, unifilar e diagrama de sequência.


Apoio

52

Figura 3 – Sistema elétrico sob curto-circuito.

O valor da corrente de curto-circuito pode ser calculado como segue.

Figura 4 – Sistema elétrico sob curto-circuito, unifilar e diagrama de sequência.

Tendo em vista que as únicas impedâncias que restringem a passagem de corrente são Zs e Zc, pode-se fazer as seguintes observações:

Fascículo

▶ A corrente de curto-circuito é maior que a corrente de carga. ▶ Devido ao fato de Zs e Zc serem predominantemente indutivas, o valor da corrente de curto-circuito fica atrasada da tensão em valores próximos a 90°. Dos dois exemplos mostrados anteriormente, percebe-se que o valor da corrente muda rapidamente do valor de carga (~30A) para o de curto-circuito (~10kA) e este transitório é simulado através da solução da equação retirada do circuito representado na Figura 5. Aplicando-se a Lei de Kirchoff das tensões no circuito em malha

Figura 5 – Circuito elétrico representativo do transitório da corrente de curto-circuito.

A resolução da equação diferencial pelo método clássico consiste em se achar uma solução homogênea, mais uma solução particular.

da Figura 5, o equacionamento do circuito é: Para a obtenção da solução homogênea, basta fazer:


Apoio

condições de contorno, ou seja, nas condições iniciais, tomando-se como base que em um circuito RL, não se consegue variar a corrente instantaneamente e que, no instante do curto-circuito, a corrente de carga é nula.

A solução final da equação diferencial para i(t), fica como segue:

A solução particular é obtida a partir da condição de regime permanente, ou seja: α = É o ângulo da tensão entre o último instante passando por zero (no semi-ciclo positivo) até o instante em que ocorre a falta. A corrente total será: Para a determinação do valor da constante C0, baseia-se nas

Observando a equação de i(t) da página anterior observa-se que a corrente possui duas parcelas, uma periódica (senoidal) conhecida

53


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

54

como componente alternada (ac) e outra que é unidirecional e amortecida conhecida como componente contínua (dc).

É importante lembrar que a componente que causa o deslocamento é a componente DC. A partir destas informações pode-se passar a definir a simetria da corrente de curto-circuito. Algumas literaturas podem apresentar a equação da corrente de curto-circuito de uma outra maneira, a qual será demonstrada a seguir. A equação apresentada anteriormente é dada por:

Se for feito α – θ = -90°, a equação anterior fica da seguinte Corrente eficaz total

Conforme demonstrado anteriormente, a corrente de falta total pode ser decomposta em duas componentes, uma AC e outra DC, como ilustra a figura 6.

forma:

Da trigonometria, sabe-se que: Sen (a+b) = Sen a. Cos b – Sen b . Cos a Fazendo-se a = ωt e b = -90°, e substituindo-se na equação anterior, fica: Sen (ωt -90°) = Sen ωt. Cos 90° – Sen 90° . Cos ωt Como Cos 90° = 0, a primeira parcela se anula e como Sen 90° = 1, fica: Sen (ωt -90) = –Cos ωt Se a última equação for substituída na equação de i(t) anterior, e sabendo-se que Sen -90° = -1, fica:

Figura 6 – Componentes AC e DC da corrente de curto-circuito.

A Figura 7 mostra a corrente total de curto-circuito assimétrica

Fascículo

que nada mais é do que a soma das componentes AC e DC. Neste caso, a componente AC é:

A componente DC é expressa como segue:

Simetria da corrente de curto-circuito A corrente é dita simétrica quando a envoltória da corrente Figura 7 – Corrente total de curto-circuito: soma das componentes AC e DC.

de curto-circuito é simétrica em relação ao eixo dos tempos. Caso contrário, a corrente é dita assimétrica.


Apoio

55


Apoio

Curto-circuito para a seletividade

56 Para curtos-circuitos afastados dos geradores I”K=I’K=IK e τg=τ. A partir desta consideração a equação anterior pode ser reescrita como segue:

Figura 8 – Corrente de curto-circuito (a) simétrica e (b) assimétrica.

A

assimetria

da

corrente

de

curto-circuito

depende

fundamentalmente do instante em que estava a tensão quando ocorreu a falta e do valor do X/R do circuito.

O produto de f(Hz) x t(s) nos dá o tempo em ciclos. Assim, fator de assimetria para valores eficazes (rms) é calculado a partir da seguinte equação:

Fatores de assimetria Fator de assimetria para valores eficazes (RMS) O fator de assimetria é definido como segue: FA=

ICC_ASSIMETRICA ICC_SIMETRICA

A corrente de curto-circuito assimétrica é determinada, então, da seguinte forma: ICC_ASSIMETRICA= FA×ICC_SIMETRICA A partir do demonstrado anteriormente, o valor eficaz máximo

Em que: FASSIMETRIA-RMS = Fator de assimetria RMS (valor eficaz) a ser aplicado na corrente de curto-circuito simétrica. X/R = É o valor do X/R visto do ponto de falta onde está sendo calculada a corrente. tCICLOS = É o tempo em ciclos para o instante que se deseja calcular o fator de assimetria.

Como normalmente este fator é calculado para t= 0.5 ciclo a

equação anterior se traduz como segue:

é calculado, como segue:

O valor total máximo será:

Apresenta-se na Figura 9 o gráfico deste fator para ½ ciclo em função do valor de X/R. Algumas vezes, em que se conhecem apenas as correntes de curto-circuito simétricas e assimétricas, o valor de X/R pode ser obtido a partir da expressão abaixo, para ½ ciclo:

Fascículo

Como a frequência vezes o tempo em segundos (f.t) é igual ao tempo em ciclos, tem-se:

Assim, o fator de assimetria é:

Uma outra forma de se mostrar é através do valor eficaz da corrente de curto-circuito assimétrica no tempo, que pode ser calculado a partir da equação a seguir.

Figura 9 – Fator de assimetria RMS para ½ ciclo.


Apoio

57


Apoio

58

Fator de assimetria para valores de pico O valor máximo da assimetria para valores de pico pode ser

A norma VDE/IEC utiliza para o cálculo do fator de assimetria de ½ ciclo a equação apresentada a seguir:

deduzido, tomando-se como referência a equação seguinte:

O valor da corrente acima é obtido para: – Cos ωt = +1. Multiplicando-se também o expoente da função exponencial acima por w, tanto o numerador como o denominador, obtêm-se: Apresenta-se na Figura 10 o gráfico deste fator para ½ ciclo em função do valor de X/R.

Como f x t é igual ao tempo em ciclos (tciclos), a equação acima passa a ser escrita como segue:

Figura 10 – Fator X e fator de assimetria de pico IEC/DIN.

Fator de assimetria para valores máximos eficazes Até aqui se admitiu que, no curto-circuito, a corrente de falta fosse puramente indutiva. Nesta situação, a corrente de falta está atrasada de 90° da tensão. Isto significaria que se a falta ocorre quando a tensão está passando por zero, a corrente terá o valor máximo. Nos sistemas reais, os circuitos não são puramente indutivos e, consequentemente, Da equação anterior tira-se o fator de assimetria para valores de pico é calculado a partir da seguinte equação:

a corrente não estará atrasada de 90° da tensão e sim um ângulo menor que 90°. Isto implica que máximo da corrente irá ocorrer num tempo menor que ½ ciclo. As equações seguintes são utilizadas na determinação do tempo máximo e do fator de assimetria eficaz.

Fascículo

Em que: FASSIMETRIA-PICO = Fator de assimetria de pico a ser aplicado na corrente de curto-circuito simétrica. X/R = É o valor do X/R visto do ponto de falta onde está sendo calculada a corrente. tCICLOS = É o tempo em ciclos para o instante que se deseja calcular o fator de assimetria. Como, normalmente, este fator é calculado para t= 0.5 ciclo, a equação anterior se traduz, como segue:

*Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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62

Reportagem

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Por Bruno Moreira

Biogás de aterro é alternativa para gerar energia elétrica nas cidades Resíduos sólidos no país, entretanto, ainda são um problema. Legislação prevê tratamento, mas ainda 60% dos municípios despejam seus resíduos em lixões

R

estrições ambientais estão fazendo

destinação e ao tratamento dos resíduos

com que a matriz elétrica do Brasil se

sólidos no Brasil. Em 2 de agosto de

modifique. Majoritariamente hídrica, ela

2010, o Governo Federal publicou a

vem se abrindo cada vez mais para fontes

Lei nº 12.305, que instituiu a Política

antes negligenciadas, como a eólica e a

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A

solar. O fato de usinas hidrelétricas não

orientação prevê a prevenção e a redução

poderem alagar mais grandes áreas em

da geração de resíduos através da prática

razão dos transtornos causados à fauna, à

de hábitos de consumo sustentável,

flora e às populações ribeirinhas, fez com

de um conjunto de instrumentos para

que essas fontes ecologicamente mais

propiciar o aumento da reciclagem e da

sustentáveis fossem encaradas com mais

reutilização dos resíduos sólidos (aquilo

seriedade.

que tem valor econômico e pode ser

Nas grandes cidades, uma alternativa

reciclado ou reaproveitado) e a destinação

que ganha força é o biogás de aterro,

ambientalmente adequada dos rejeitos

grosso modo, gás produzido a partir

(aquilo que não pode ser reciclado ou

dos

(RSU),

reutilizado). Entre as propostas do PNRS

comumente chamado de lixo, que pode

está o estabelecimento de metas para a

ser utilizado para gerar energia elétrica.

eliminação dos lixões.

Segundo

resíduos

o

sólidos

estudo

urbanos

“Panorama

de

Contudo, apesar desta legislação, a

Resíduos Sólidos no Brasil”, desenvolvido

maior parte dos resíduos sólidos do país

pela Associação Brasileira de Empresas

continua sendo despejada em lixões, sem

de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

receber qualquer tipo de tratamento.

(Abrelpe), o Brasil produziu, em 2015,

Segundo

cerca de 219 mil toneladas de resíduos

proprietário da Ciclo Ambiental, Marcos

sólidos por dia, o que equivale a

Eduardo Gomes Cunha, em torno de

aproximadamente

60% dos municípios do país, o lixão é

80

milhões

de

o

engenheiro

sanitarista,

toneladas de RSU por ano.

o destino final dos resíduos sólidos. A

A primeira questão surgida ao se

coordenadora do Grupo de Pesquisa em

pensar em utilizar o biogás de aterro

Bioenergia (GBio) do IEE/USP, professora

para gerar energia elétrica refere-se à

Suani Teixeira Coelho, informa que o país


63

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

apresenta mais de 1900 lixões, a maioria

é feita a combustão do gás e o metano é

empreendimentos é de 20 MW cada um.

em pequenos municípios.

convertido em gás carbônico, que é bem

Segundo a professora da USP, se todo

menos nocivo à atmosfera.

o resíduo sólido existente em São Paulo

uma cláusula que obrigue os proprietários

A coordenadora do GBio destaca que

fosse usado para gerar energia elétrica, a

de aterros sanitários a tratarem o gás

todos os aterros que possuem tecnologia

potência total seria em torno de 495 MW.

que se origina da decomposição dos

para fazer a captação do biogás queimam

resíduos ali depositados e tampouco a

o produto em flare a fim de gerar créditos

no entanto, poderia ser bem maior

exigência de utilização deste gás para a

de carbono. Já a utilização deste biogás

segundo

geração de energia elétrica. No começo

para produzir energia elétrica é bem

Ambiental.

dos anos 2000, porém, em decorrência

menos recorrente. Em São Paulo, por

apresenta um potencial de uma molécula

do Protocolo de Quioto, implementou-se

exemplo, conforme Suani, apenas três

de metano por quilo. Já o material

um mercado voltado para a criação de

aterros apresentam usinas termelétricas

orgânico apresenta um potencial de duas

projetos de redução da emissão de gases

para a geração de energia: os aterros

moléculas de metano por quilo”, explica.

de efeito estufa que contribuem para o

de Caieiras, São João e Bandeirantes.

Ou seja, seria necessária uma melhor

aquecimento global. Assim, em busca

Estes dois últimos já desativados devido

segregação dos resíduos sólidos para

destes créditos, empresas começaram a

ao

queimar em flare (tocha) o gás produzido

continuam

Outro complicador é que não há na lei

A capacidade de geração energética, o

proprietário “O

lixo

todo

da

Ciclo

misturado

mas

que

conseguir tratá-los melhor, mas o país

eletricidade

haja

ainda está engatinhando nisso. “No Brasil,

no aterro sanitário. Este gás tem em sua

vista que a matéria orgânica ali existente

a média de lixo reciclado é de 3%”, diz

composição basicamente metano (CH4) e

continua a se decompor e formar biogás.

o engenheiro sanitarista. Contribui para

dióxido de carbono (CO2). No processo,

A

isso, segundo Cunha, o contingente de

acúmulo

de

resíduos,

gerando

capacidade

instalada

destes

dois

Inaugurada no último dia 16 de setembro, a Termoverde Caieiras é a maior usina de biogás de aterro do Brasil, possuindo 29,55 MW de capacidade instalada. A Termoverde é do Grupo Solví que já proprietária de mais duas usinas deste tipo no país: a Biotérmica, situada no município de Minas de Leão, no Rio Grande do Sul; e a Termoverde Salvador, localizada em Salvador, Bahia;


64

Reportagem

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

pessoas que prestam o serviço da coleta.

resíduos inorgânicos (plásticos, metais,

de incineração é mais caro do que o de

“Há 800 mil pessoas no país trabalhando

vidros, etc., que não foram reciclados).

gaseificação. Neste sentido, de 30 a 600

na chamada logística reversa, mas temos

A matéria orgânica forma o biogás, e

toneladas por dia, a gaseificação é o

que ter três milhões se quisermos um

o material inorgânico é enterrado. Isto

procedimento mais indicado. Já a partir

índice médio de reciclagem de 15% a

causa um problema, já que, assim, os

de 600 toneladas por dia, a incineração

20%, que é o índice europeu”, afirma.

aterros acabam por atingir sua capacidade

torna-se viável economicamente.

Mesmo aumentando o número de

máxima mais rapidamente. Junte-se a

pessoas para fazer a coleta seletiva, há

isso, segundo Suani, o fato de que não

desse tipo no Brasil. De acordo com a

limitações inerentes à própria composição

há, pelo menos em São Paulo, muito mais

coordenadora do GBio, em São Paulo,

do resíduo que impedem a segregação

espaço para fazer aterro e “quando se

existem

em níveis adequados para o melhor

encontra um local, a população não quer

utilizam a incineração como tratamento

aproveitamento

Mas também são poucas as iniciativas

somente

duas

plantas

que

que ele seja feito perto de suas casas”.

de resíduos; uma em São Bernardo

explica que, no Brasil, a segregação é

Como solução, os resíduos devem ser

do Campo e outra em Barueri, ambas

feita por catadores, que não conseguem

tratados antes de sua transferência para o

licenciadas pela Companhia Ambiental

aproveitar todos os resíduos, porque

aterro sanitário. Duas formas de se fazer

do Estado de São Paulo (Cetesb).

simplesmente

dos

resíduos.

Suani

E,

por

isso são: a incineração, ou queima do

no que diz respeito à gaseificação, há

exemplo, fraudas descartáveis, papéis

lixo, gerando energia térmica que pode

um consórcio de municípios, no Vale do

e garrafas pets sujas, que não possuem

ser transformada em energia elétrica ou

Paranapanema, que utiliza esse método.

valor comercial. A coordenadora do GBio

vapor; e a gaseificação, série de processos

“São

destaca estudos realizados na Baixada

que transformam o resíduo sólido em um

satisfazer à Política Nacional de Resíduos

Santista, que chegaram à conclusão de

gás combustível. Dessa forma, só iriam

Sólidos (PNRS) ”, diz a professora.

que somente 20% do lixo total pode ser

para os aterros os rejeitos, que ocupam,

reciclado.

assim, um espaço bem menor dos

utilizar os resíduos sólidos depositados em

Então, na atualidade, também por

aterros. A professora Suani explica que

aterros sanitários particulares para gerar

falta de uma segregação suficiente e

a escolha de um processo ou de outro

energia elétrica a partir do biogás. “Até o

adequada, os aterros sanitários recebem

depende da quantidade de resíduos

momento existem sete ou oito iniciativas

resíduos

sólidos produzidos, já que o processo

desse tipo no Brasil, a tendência é este

coisas,

orgânicos

como,

misturados

com

iniciativas

importantes

para

A tendência no Brasil, porém, é mesmo


65

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

número aumentar, pois pessoas ainda

bovino ou suíno, que são esterco e

4 milhões de metros cúbicos por dia.

estão avaliando os resultados”, comenta

resíduo do abate (sangues, partes internas

o proprietário da Ciclo Ambiental.

e outras que não foram aproveitadas

atualmente, o biometano no Brasil, o

Um dos principais entraves para a

do animal). Conforme Kropsch, todas as

especialista da Acesa afirma que se trata,

difusão destes empreendimentos em

empresas de abate são obrigadas, por

basicamente, de um produto novo que

território nacional é o custo. De acordo

lei, a tratar seus resíduos. Neste caso, o

ainda não encontra uma política pública

com o conselheiro da Associação Brasileira

biogás é produzido através do processo

adequada para a sua promoção. Isto

de Biogás e Biometano (Abiogás) e sócio

de biodigestão. Já existem no país

porque são muitos os agentes envolvidos.

da Acesa Bioenergia, Gabriel Kropsch, o

diversos empreendimentos que utilizam

“Parte do interesse está no Ministério

aporte financeiro para a implantação das

o biogás de resíduos agropecuários

de Minas e Energia (MME), parte no

usinas de aterros é elevado, mas pelo fato

para geração de energia elétrica, a

Ministério

de o empreendimento ter uma vida útil

maioria deles na região Sul. O Centro

Ministério das Cidades, parte na ANP, e

grande, é compensador. Além disso, o

Internacional de Energias Renováveis-

parte nos Estados. O debate está solto em

Fazendo um balanço final do que é,

da

Agricultura,

parte

no

custo operacional é baixo,

várias esferas e é preciso

já que a matéria-prima é

juntar todos os elementos

o resíduo sólido. E dentro

e interesses e ter uma

de uma escala comercial,

política pública alinhada”,

o MWh pode ter um preço

explica. De acordo com

viável,

Kropsch, há um mercado

se

principalmente

forem

levadas

consideração

as

pronto

em

pois

fontes

para

o

existem

biogás, empresas

concorrentes, como Gás

interessadas,

Natural Liquefeito (GNL),

grande

cuja

combustível)

e

muita

oferta.

muita

importação

elevar-se

nos

deve

próximos

demanda

(eletricidade “Mas

e

anos, e cujo preço deve

insegurança

ficar

à

Quem regulamenta? Não

“O

está claro para os players a

mais

variação

suscetível cambial.

biogás

não

tem

riscos”,

afirma

regra do jogo”, diz.

esses

Kropsch,

Usina Termoverde Caieiras

acrescentando que, além do

preço

institucional.

competitivo,

trata-se de uma fonte com produção local e regular. Não

obstante

potencial

dos

A o

maior

usina

de

biogás de aterro do Brasil,

resíduos

a

Termoverde

Caieiras,

sólidos, o universo do biogás não se

Biogás (Cibiogás), instituição científica,

foi inaugurada no dia 16 de setembro

restringe apenas a esta matéria-prima.

tecnológica e de inovação, tem, em

de 2016, na cidade de Caieiras, em São

O sócio proprietário da Acesa destaca

andamento, um projeto para instalar, em

Paulo. A termelétrica tem 29, 55 MW,

também a vinhaça, subproduto do etanol.

Itapiranga (SC), uma central de geração

e conta 21 motores com 1,4 MW de

As usinas sucrooalcoleiras não podem

de energia a partir do biogás produzido

potência cada, gerando 25 MW médios.

simplesmente

em 12 propriedades de criação de suínos.

Conforme

o

no meio ambiente, segundo legislações

Caieiras,

Carlos

ambientais estaduais, então costumam

aterro sanitário ganhou mais visibilidade

apresenta fator de capacidade elevada,

transformá-lo em fertilizantes ou biogás

também em razão da Lei nº 12.305, mas

acima de 80%. As usinas eólicas, por

para produzir eletricidade. “O mercado

trata-se da fonte com menor potencial de

exemplo, possuem em média 30% de

se adaptou, porém utiliza a vinhaça

produção de biogás do país. Conforme

fator de capacidade, e as hidrelétricas

como fertilizante, pouco aproveitando o

Kropsch, em sua totalidade, o Brasil

apresentam

potencial elétrico”, conta Kropsch.

apresenta potencial de 100 milhões de

de

Outra matéria-prima são os resíduos

metros cúbicos por dia, sendo o potencial

destaca que tal fator de capacidade

de agropecuária, geralmente de gado

de biogás de resíduos sólidos urbanos de

da Termoverde, ou seja, a energia que

descartar

este

resíduo

Segundo o conselheiro da Abiogás, o

diretor

da

Termoverde

Bezerra,

fator

aproximadamente

de

a

usina

capacidade

50%.

Bezerra


66

Reportagem

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

a usina efetivamente produz tendo em

tentando enxergar a viabilidade, mas que

de Incentivos para o Desenvolvimento

vista sua potência total, gera segurança

sempre esbarravam no preço da energia,

da Infraestrutura (Reidi), do Governo

na entrega para o comprador. Isto ocorre

na

dos

Federal, e da isenção do Imposto sobre

porque não há problema sazonal, já que

equipamentos (importados). Além disso,

Circulação e Mercadorias (ICMS) por parte

o aterro é alimentado por resíduos o

outros fatores que tornam mais difícil a

do Governo do Estado de São Paulo.

ano todo. “São oito mil toneladas por

implementação de projetos desse tipo

A Política Nacional de Resíduos

dia”, diz o diretor. Para a implantação

são o custo de manutenção elevado, e o

Sólidos

da usina foram investidos pouco mais de

fato de que são termelétricas com escala

tratamento dos resíduos e que se produza

R$ 100 milhões. Desse montante, cerca

menor, cuja energia produzida, muitas

energia elétrica antes do aterro sanitário,

de R$ 80 milhões foram financiados pelo

vezes, não compensa o investimento

se for viável economicamente. O diretor

Banco Nacional de Desenvolvimento

financeiro.

da Termoverde Caieiras explica que,

Econômico e Social (BNDES) e os outros

Tudo isso fez com que, somente em

atualmente, existe tecnologia importada

R$ 20 milhões vieram do Grupo Solví,

2011, o Grupo Solví conseguisse tirar do

para fazer, por exemplo, a compostagem

empresa proprietária do aterro e da

papel a Termoverde Salvador, instalada

- processo de decomposição da matéria

usina Termoverde Caieiras.

no Aterro Sanitário Metropolitano de

orgânica por meio da digestão aeróbia

variação

cambial,

no

custo

recomenda

que

se

faça

o

Contratado pelo Grupo Solví no início

Salvador, no Estado da Bahia. Em 2015,

- mas que ela é ainda muito cara. “O

da década de 1990, Bezerra relembra

mais uma usina a biogás de aterro

Grupo Solví tem 30 aterros, e somente

que, desde essa época, tenta viabilizar

instalada: a Biotérmica, localizada no

três deles possuem térmicas. Nosso

projetos para a construção de unidades de

município de Minas de Leão, no Rio Grande

sonho é que os 30 aterros contassem

energia dentro dos aterros pertencentes

do Sul. E agora, neste ano, a Termoverde

com

ao grupo. No entanto, não conseguíamos

Caieiras, que, segundo Bezerra, só se

economicamente”,

viabilizá-los economicamente. Segundo

tornou viável economicamente por que o

forma, os incentivos governamentais se

Bezerra, eram feitos planos de negócios

grupo se beneficiou do Regime Especial

tornam fundamentais.

térmicas,

mas

não enfatiza.

é

viável Dessa


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 1 - Edição 6 / Outubro de 2016

Painéis solares mais eficientes

Artigo analisa o uso de sistemas automatizados para aumentar a eficiência da captação da energia solar

Eólica e o meio ambiente

Algumas considerações jurídicas sobre aspectos socioambientais de empreendimentos eólicos *Notícias selecionadas sobre o mundo das energias renováveis complementares eólica e solar* APOIO


68

Eólica

Artigo

Por Rafael Fernando Feldmann*

Eólica e o contexto socioambiental

Algumas considerações jurídicas sobre aspectos sociais no processo de licenciamento ambiental de empreendimentos eólicos


Artigo

O processo de licenciamento ambiental

é um procedimento administrativo que

Eólica Natureza e histórico do licenciamento ambiental

regulamenta o planejamento, a implantação e a operação de uma atividade potencialmente poluidora, ou seja, uma atividade que possa,

de alguma maneira, causar qualquer tipo

desenvolvimento da legislação

de degradação ambiental. De tal maneira

ambi­ental brasileira e,

e em acordo com o regime jurídico de leis

consequentemente,

e regulamentos ambientais no Brasil, a

a regulamentação do licenciamento

localização, a construção, a instalação,

ambiental no Brasil, se dá com a

a ampliação, a modificação e a operação

criação da Secretaria Especial

de empreendimentos que possam causar

do Meio Ambiente (Sema), pelo

qualquer tipo de degradação ambiental ou

Decreto nº 73.030, de 30 de

que utilizam recursos naturais em caráter

outubro de 1973, com o intuito

relevante estão sujeitos a este requisito legal.

principal de dar impulso à “elaboração e

Esta exigência legal é sempre tratada por

ao estabelecimento de normas e padrões

meio de um processo administrativo, o qual

relativos à preservação do meio ambiente,

é conduzido sempre por um ente federativo

em especial dos recursos hídricos, que

competente (órgão de meio ambiente federal,

assegurem o bem-estar das populações e

estadual ou municipal).

o seu desenvolvimento econômico e social”

e ao “esclarecimento e a educação do povo

avanço, uma vez que instituíram

de normas já foram editadas em todo o

brasileiro para o uso adequado dos recursos

princípios norteadores das ações de

ordenamento jurídico brasileiro, haja vista a

naturais, tendo em vista a conservação do

controle e fiscalização ambiental,

complexidade do procedimento ora envolvida,

meio ambiente” .

como a responsabilização objetiva pela

o diverso número de agentes (stakeholders)

ocorrência de dano ambiental, bem como

que participam do processo e também o fato

identificavam avanços no tocante à

estruturaram o Sisnama, Conama e

de que todos os entes federativos possuem

proteção ambiental no âmbito dos Estados

legalmente impuseram em âmbito nacional

competência para licenciar empreendimentos.

Federativos, como, por exemplo, a criação

a obrigação do licenciamento ambiental.

dos órgãos de fiscalização e controle,

requisito jurídico que visa combinar o

a exemplo da Companhia Estadual de

regramentos, adicionados à Assembleia

desenvolvimento econômico do país e a

Tecnologia de Saneamento Básico do

Constituinte de 1988, foi reservado um

proteção ao meio ambiente, ou seja, uma

Estado de São Paulo (Cetesb) e Fundação

novo capítulo exclusivo ao meio ambiente

forma de certificar que empreendimentos

Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

na Constituição Federal, dividindo então

potencialmente poluidores estão sendo

do Estado do Rio de Janeiro (Feema).

a responsabilidade entre o governo e

sempre monitorados sob o ponto de vista

Instituídos por atos normativos estaduais,

a sociedade civil pela preservação e

de sua qualidade ambiental. Não obstante

foi esta uma iniciativa pioneira dos

conservação do meio ambiente .

estas considerações, identifica-se uma nova

Estados mais industrializados à época,

tendência no processo de licenciamento

e consequentemente, detentores de um

criação do Instituto Brasileiro do Meio

ambiental para o denominado “licenciamento

maior passivo ambiental e uma maior

Ambiente e dos Recursos Naturais

social”, no qual são analisados também

preocupação com o tema.

Renováveis (Ibama), por meio da Lei

os impactos exclusivamente sociais

No entanto, é no início da década de

Federal nº 7.735, de 22 de fevereiro de

dos referidos empreendimentos e,

1980 que o assunto realmente toma maior

1989 e, logo após, na década de 1990,

consequentemente, condicionantes e

importância, especialmente, por conta da

não foram poucas as normas ambientais

projetos com viés social, os quais podem

publicação das Leis Federais de n.º 6.803,

instituídas em âmbito federal e estadual. O

não ter correlação ambiental, mas passam a

de 2 de julho de 1980 e n.º 6.938, de 31

Conama ganhou força e editou centenas de

figurar como parte do processo. Em virtude

de agosto de 1981. A primeira dispõe sobre

resoluções, regulamentando as atividades

desta nova tendência, o objetivo deste artigo

as diretrizes básicas para o zoneamento

industriais e florestais.

é discorrer a respeito desse aspecto, ou

industrial nas áreas críticas de poluição

seja, avaliar como isto vem sendo realizado

e a segunda sobre a Política Nacional do

Resolução Conama nº 237, de 19 de

na prática, além de uma opinião sobre a

Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de

dezembro de 1997, a qual regulamentou

questão.

formulação e aplicação.

os aspectos de licenciamento ambiental

Sob o ponto de vista jurídico, milhares

Em outras palavras, trata-se de um

O primeiro grande marco para o

Naquele mesmo contexto, se

Tais leis foram, de fato, um significativo

Face aos institutos destes novos

Posteriormente, ocorreu então a

Há de se ressaltar a edição da

69


Eólica

70

Artigo sensíveis, tais como formações dunares, bioma Mata Atlântica, Zona Costeira, rotas de aves migratórias e outras modalidades ora descritas, a opção pelo processo geral e consequente apresentação do EIA/ Rima já resta determinada.

Nesse contexto, para os procedimentos

simplificados, o legislador atribuiu facilidades no trâmite do licenciamento, tais como a obtenção direta da licença de instalação, ato em que atestará a viabilidade do empreendimento, aprovando sua localização e de imediato autorizando a implantação. Outra novidade trazida pela resolução é a possibilidade de emissão conjunta das licenças ambientais dos empreendimentos eólicos de forma singular (por parque) ou de forma conjunta (por complexo), porém sempre com seus respectivos sistemas associados em um único ato administrativo.

estabelecidos no artigo 10 da Lei Federal n.º 6.938/1981 e definiu as

Licenciamento ambiental: empreendimentos eólicos

novas diretrizes para tal procedimento.

Impactos sociais: problemática identificada

Após o referido levantamento das

normas que contemplam o licenciamento

Inovou o ordenamento jurídico também

com a edição e entrada em vigor da Lei

empreendimentos de geração de energia

generalizada), cabe retornarmos ao escopo

Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de

eólica, o assunto ganhou maior relevância

principal da análise em questão.

1998, popularmente conhecida como

com a publicação da Resolução Conama

Lei de Crimes Ambientais, na qual a

n.º 462, de 24, de julho de 2014, a

trazidas acima, de uma maneira ou de

criminalização da prática de implantação

qual estabeleceu novos procedimentos

outra, expõem que é legalmente conferido

e operação de projetos sem licenciamento

para o licenciamento ambiental de

aos órgãos ambientais que se imponham

restou caracterizada.

empreendimentos de geração de energia

condicionantes (também definidas como

Por fim, não obstante uma

No que diz respeito aos

ambiental (leia-se, de maneira muito

Isto porque todas as normas ora

elétrica a partir de fontes eólicas em

requisitos técnicos) para cumprimento das

relevantíssima quantidade de outras

superfícies terrestres .

referidas licenças e manutenção de sua

normas que poderiam ser aqui

respectiva validade. Em outras palavras,

mencionadas, vale uma ressalva final para

o licenciamento dos empreendimentos

os empreendedores, no curso de seus

a Lei Complementar n.º 140/2011, a qual

de energia eólica foi dividido em duas

respectivos processos de licenciamento,

regulamentou o artigo 23 da Constituição

categorias: (i) simplificado, onde

precisam cumprir estas condicionantes,

Federal e especificou diversos preceitos

será exigida a elaboração do relatório

as quais têm um proposito genuíno de

que regem o licenciamento ambiental no

simplificado; e (ii) geral, em que se fará

monitorar os impactos ambientais causados

Brasil. Em suma, foram mais bem definidos

necessária a apresentação do Estudo Prévio

pelo empreendimento.

os critérios de competência dos órgãos

e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/

ambientais, bem como especificados os

Rima). Neste sentido, conforme disposição

evidente que o propósito do processo

limites de atuação de cada órgão nestes

expressa do artigo 3º, coube ao órgão

de licenciamento é certificar que

processos. Esta Lei Complementar foi

ambiental licenciador a definição dos

empreendimentos potencialmente

posteriormente regulamentada pelo

critérios de impacto para tal classificação,

poluidores estão sendo sempre

Decreto Federal n.º 8.437, de 22 de abril

sendo que, para a implantação de

monitorados. Por outro lado, identifica-se

de 2015.

empreendimentos em determinados locais

uma nova tendência no direito ambiental

Com a chegada da nova norma,

Feitas estas considerações, é


Artigo

Eólica

brasileiro e no processo de licenciamento

como está legalmente estabelecido, o

de que, se for o caso, o próprio conceito de

ambiental de empreendimentos eólicos,

processo mais apropriado para solucionar

impacto ambiental e as variáveis que assim

de maneira geral, para o conhecido

temas que não estiverem diretamente

o determinam possam ser revistas nestas

“licenciamento social”, no qual são

relacionados aos aspectos estritamente

reformas.

analisados também os impactos sociais

ambientais. Isto porque, mesmo sabendo que

dos referidos empreendimentos e,

estamos tratando de assuntos de máxima

enfrentado é que, enquanto o processo

consequentemente, condicionantes e

relevância, o licenciamento ambiental foi

de licenciamento ambiental estiver

projetos com o viés social passam a figurar

disposto pela legislação para exclusivamente

regulamentado da atual maneira, questões

como parte do processo.

controlar os impactos exclusivamente

que não sejam de caráter ambiental e

ambientais e não outros aspectos que nisto

sejam nele inseridas estarão extrapolando o

identificado, ao longo de nossa atividade

não se relacionem neste tema.

escopo legal que lhe foi atribuído.

profissional, condicionantes em que

impõem aos empreendedores a implantação

neste artigo demonstram que o caráter

indispensável que os atuais legisladores

de programas de combate à prostituição,

estritamente ambiental deve estar presente

definam, sob a perspectiva da segurança

ao uso de drogas ilícitas e ao contágio de

no escopo dos processos de licenciamento

jurídica e de previsibilidade aos investidores,

doenças sexualmente transmissíveis como

ambiental. Medidas de cunho exclusivamente

quais são os rumos esperados no processo de

contrapartida para implantação de grandes

social que não guardam relação com a

licenciamento ambiental, o que se espera ser

obras de infraestrutura, especialmente,

temática ambiental não deveriam ser

aceito pelos stakeholders ora envolvidos.

em projetos eólicos, os quais demandam

consideradas pela legislação atual como

uma grande empreitada na sua fase de

parte do processo de licenciamento

implantação.

ambiental na opinião deste autor.

A respeito deste tema, temos

Todas as normas ora identificadas

O principal problema que deve ser

Em face destas considerações, é

Referências

É de conhecimento deste autor

[1] MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente:

e urgentes para a sociedade, entretanto, é

que, nos termos da Resolução Conama

doutrina, jurisprudência, glossário. São

notadamente questionável se o processo

1/1986, especificamente em seu artigo

Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014.

de licenciamento ambiental, sob o ponto

6º, as avaliações de impacto ambiental

[2] MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito

de vista jurídico e da forma como hoje

em sede de EIA/Rima devem contemplar

ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros,

é regulamentado, é o instrumento mais

impactos no meio físico, biológico e

2016.

adequado apropriado para endereçar e

também socioeconômico para seu devido

[3] TRENNEPOHL, Curt e TRENNEPOHL,

discutir tais assuntos. Isto porque, mesmo

endereçamento. Por outro lado, na opinião

Terence Dorneles. Licenciamento ambiental.

sabendo que estamos tratando de assuntos

deste autor, isto não significa que medidas

Niterói: Impetus, 2013.

de máxima relevância e de necessidade de

de cunho social que não tenham relação com

[4] MUKAI, Toshio. Direito ambiental

soluções imediatas, a rigor, o licenciamento

a temática ambiental devem contemplar

sistematizado. Rio de Janeiro: Forense,

ambiental foi inicialmente estabelecido para

as condicionantes de licenciamento (por

2012.

tão somente controlar aspectos de cunho

exemplo, a execução de combate ao uso de

[5] WERNECK, Mário (et al). Direito

estritamente ambiental.

drogas).

ambiental: visto por nós advogados. Belo

Horizonte: Del Rey, 2005.

É nítido que tais medidas são essenciais

Na mesma pauta, os órgãos de controle

Ou seja, isto não significa que uma

ambiental foram inicialmente constituídos

reforma legal não possa ocorrer e que, de

[6] Portal Eletrônico RC Ambiental,

com servidores exclusivamente focados na

alguma maneira, tais aspectos passem no

disponível em: <www.rcambiental.com.br>.

proteção ao meio ambiente e a legislação,

futuro a ser efetivamente considerados

Acesso em 31 de maio de 2016.

em nosso ver, restringe que tão somente

nos processos de licenciamento, discussão

tais impactos sejam verificados, sem maior

a qual a sociedade, por meio do Poder

*Rafael Fernando Feldmann é advogado

abrangência ao que não for estritamente

Legislativo ou por proposições técnicas

sênior ambiental do escritório Mattos

ambiental.

perante os órgãos reguladores, deve obrigatoriamente participar. Afinal, é

Conclusões

de conhecimento público que diversos projetos de lei e proposições de reforma

Desde já, é importante dizer que tais

estão tramitando nos entes competentes

Filho Advogados, graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 2007), pós-graduado em Direito Administrativo Regulatório (FGV-SP, 2010) e Mestre (LL.M) em Direito Internacional pelo Instituto de Empresa de Madrid (IE Law School, 2013).

medidas sociais são absolutamente urgentes

para aperfeiçoamento do licenciamento

Associado internacional do escritório espanhol

e indispensáveis para a sociedade. Por

ambiental e a regulamentação de aspectos

Pérez-Llorca nos anos de 2013 e 2014. Vice-

outro lado, a opinião do autor pauta que o

sociais pode ser nesta oportunidade

coordenador do Comitê Jurídico da Câmara de

licenciamento atualmente não é, da forma

contemplada. Não se exclui a possibilidade

Comércio Brasil-Espanha (CCBE), 2016.

71


Eólica

72

notícias

Eólica representará 20% da energia elétrica mundial até 2030 Até 2030, a fonte eólica poderá chegar a 2.110 GW e criar 2,4 milhões de empregos

A energia eólica poderá

em dezembro passado. O

chegar a 2.110 GW, sendo

cumprimento das metas de

responsável por até 20% da

Paris significa uma matriz livre

energia mundial até 2030 e

de combustíveis fósseis antes

criando 2,4 milhões de novos

de 2050 e a energia eólica

empregos. Além disso, deverá

vai desempenhar um papel

reduzir mais de 3,3 bilhões de

importante para que possamos

toneladas por ano de emissões

chegar lá", disse o secretário-

de CO2 e atrair investimentos

geral da GWEC, Steve Sawyer.

anuais da ordem de 200

bilhões de euros. Estes são

queda de preço nos anos

os números divulgados pelo

recentes para energia eólica,

Global Wind Energy Council

solar e outras renováveis, uma

(GWEC) no mês de outubro.

matriz sem energias fósseis

é não apenas tecnicamente

O documento, chamado

Considerando a relevante

Para GWEC, uma matriz sem energias fósseis é não apenas possível, como competitiva.

de “Global Wind Energy

possível, mas também

Outlook 2016”, analisou quatro

economicamente competitiva.

energia eólica é a opção mais

de energia de combustíveis

diferentes cenários explorando

Novos mercados estão se

competitiva para adicionar

fósseis e substitui-las

o futuro da indústria até 2020,

desenvolvendo rápido na

nova capacidade à matriz

por eólica, solar, hídrica,

2030 e 2050. "Agora que o

África, Ásia e América Latina,

elétrica em muitos mercados

geotérmica e biomassa.

Acordo de Paris está entrando

fornecendo energia limpa

em crescimento. No entanto,

Esta será a parte difícil e os

em vigor, os países precisam

para um desenvolvimento

”se desejamos cumprir os

governos deverão agir com

olhar com seriedade para os

sustentável.

acordos de Paris, isso vai

muita seriedade para cumprir o

compromissos que assumiram

significar acabar com plantas

que foi prometido”.

Na opinião de Sawyer, a

ABB lança solução para incentivar uso de renováveis Microgrids modulares para fácil transporte, instalação e rápido comissionamento

A ABB acaba de lançar

sistema de controle Microgrid

uma solução modular e

Plus, além de mais um

escalonável do tipo “plug and

serviço remoto armazenado

play” para microgrids para

na nuvem, oferece acesso à

atender à crescente demanda

energia em áreas distantes e

mundial por tecnologias

ainda garante fornecimento

flexíveis no mercado em

ininterrupto e econômico

desenvolvimento da geração

para comunidades e indústrias

distribuída. A solução

durante as quedas de

econômica e contentorizada é

energia, planejadas ou não,

relevante para países maduros

da rede elétrica principal.

mais rápida, fácil e segura.

ABB é compacta e tem quatro

e emergentes e ajudará a

O consumidor pode optar

variações pré-projetadas

maximizar o uso de fontes

necessários para a operação

por configurar a microgrid

na faixa de 50 kW a 4.600

renováveis ao mesmo tempo

da microgrid – o conversor

para integrar energias

kW para atender às várias

em que reduz a dependência

de potência da ABB e o

provenientes de geração

necessidades dos clientes.

de combustíveis fósseis

sistema de controle dedicado

solar, eólica, da rede elétrica

As funcionalidades padrão

consumidos pelas empresas

Microgrid Plus, bem como o

ou por gerador a diesel,

integradas incluem operação

geradoras de energia.

armazenamento por bateria

conforme as condições locais

conectada ou desconectada

– foram integrados a um

e da aplicação.

da rede com transições

contêiner para alocação

contínuas.

A tecnologia ABB, com

a bateria PowerStore e o

Todos os equipamentos

Microgrid modular da ABB é compacta e atende às faixas de potência de 50 kW a 4.600 kW.

A microgrid modular da



Solar

74

Artigo

Por Isaac Medeiros, Francisco Fontes, Cleiton Barbosa, Samara Valcacer, Robson Sanabio e Valter Dantas*

Uso de sistemas automatizados para otimizar a captação de energia em painéis solares mais latitude do local e se mover em direção ao sol.

Sendo a maioria das aplicações em

painéis fixos, na medida em que os raios solares mudam o ângulo de incidência, com o passar do dia, ou mesmo com a mudança das estações do ano, têm-se uma perda significativa na captação dos raios solares.

O principal objetivo da pesquisa é

conseguir que a célula fotovoltaica se mova em direção à fonte de maior energia luminosa, convertendo-a em energia elétrica. Além disso, o estudo analisa a viabilidade econômica do dispositivo, optando por um sistema de automação de baixo custo.

Fundamentação teórica Radiação solar

O aproveitamento mais utilizado para

a conversão da energia solar em elétrica é a partir das células fotovoltaicas. Isso por ser uma energia infinita, limpa e silenciosa. Uma problemática quanto a seu uso é a baixa eficiência na conversão da energia – no máximo, 30% dos raios solares são transformados em energia elétrica. em eletricidade é através de células

grande demanda por energia elétrica

fotovoltaicas. No entanto, uma célula

aproveitamento da radiação solar deve ser

e, consequentemente, de energias

estática possui limitações na captação de

ajustando a placa à posição do painel solar

renováveis, as quais vêm ganhando espaço

energia solar devido à sua imobilidade. Com

de acordo com a latitude local e o período

considerável, tendo em vista a iminente

isso em mente, se acreditava que se a célula

do ano em que se requer mais energia. No

escassez dos combustíveis fósseis e seus

se movesse em direção à fonte de energia

hemisfério sul, por exemplo, um sistema de

impactos ambientais.

luminosa, ela poderia gerar mais energia.

captação solar fixo deve ser orientado para

Assim, os painéis solares devem ser

o Norte, com ângulo de inclinação similar ao

montados em um ângulo de 10 a 15 graus

da latitude local.

No mundo em que vivemos, há uma

Uma das formas mais comuns

de conversão direta dessa energia

Uma forma de melhorar o


Artigo

Solar

75

do sistema aumenta com a maior incidência dos raios solares.

São considerados parâmetros para

o deslocamento: declividade terrestre, latitude, ângulo horário, dia do ano, etc. Na maioria dos aplicativos de sistema ativos de acompanhamento, os sensores da placa de sombreamento são suficientes para determinar a posição solares através sistema eletrônico. (Alcântara, 2008). Movimento em dois eixos para o suporte de painéis fotovoltaicos

O movimento em dois eixos rastreador

solar é um dispositivo utilizado para orientar um arranjo de painéis fotovoltaicos, concentradores de energia, de forma que Figura 1 – Mapa solarimétrico do Brasil, região Nordeste. Fonte: Cresesb.

estejam sempre voltados para o Sol, para que haja uma maior incidência de raios solares perpendiculares à sua superfície. Quando têm apenas um eixo, este pode ter orientação

Já na Região Nordeste que apresenta uma cor

polar, norte-sul ou leste oeste. Com dois eixos,

laranja (Figura 1) tem uma insolação média anual

um deles é vertical para ajustar o azimute da

alta, sendo assim, bastante viável à geração de

superfície e o outro é horizontal para ajustar a

energia solar. A radiação solar atinge a superfície

inclinação dos painéis (Paiva, 2009).

terrestre, devido à reflexão e absorção dos raios

solares pela atmosfera. Estima-se que a energia

movimentação azimutal (eixo vertical) e de

solar incidente sobre a superfície terrestre seja

inclinação (eixo horizontal), o que proporciona

da ordem de 10 mil vezes o consumo energético

um grande rendimento de conversão da

mundial (Cresesb, 1999).

componente direta da radiação solar. Um

aumento na concentração da irradiação pode

O Atlas Solarimétrico do Brasil (2000)

O rastreador em dois eixos tem

apresenta uma estimativa da radiação solar

ser conseguido com o auxílio de espelhos ou

incidente no país, resultante da interpolação

lentes. Os ângulos e a movimentação dos eixos

e extrapolação de dados obtidos em estações

deste sistema são mostrados na Figura 2.

solarimétricas distribuídas em vários pontos

do território nacional. Devido, porém, ao

A Equação (1) do ângulo de incidência direta

número relativamente reduzido de estações

é bastante simplificada devido ao movimento

experimentais e às variações climáticas locais

dos eixos horizontal e vertical, fazendo com

e regionais, o Atlas de Irradiação Solar no Brasil

que o ângulo de incidência direta seja igual a

faz estimativas da radiação solar a partir de

zero. O movimento em torno eixo vertical faz

imagens de satélites. Como pode ser visto, os

a correção do azimute, com isso, o azimute do

maiores índices de radiação são observados na

coletor solar ficará igual ao azimute do sol.

região Nordeste, com destaque para o Vale do

São Francisco (Cresesb, 1999).

exprime-se, em geral, pelo fluxo de energia, a

Os ângulos deste modelo são os mesmos.

A intensidade da radiação solar

energia por unidade de tempo (IN) incidente Movimento de rastreamento solar

sobre uma superfície plana perpendicular aos

raios solares. As unidades no sistema SI são W/

O dispositivo utilizado para orientação

do painel, concentra a energia de forma que o

m². Se a incidência não for normal, define-se

painel esteja sempre voltado para o raio solar,

o ângulo de incidência i como sendo o ângulo

para que haja uma maior incidência de raios

entre os raios solares, e a normal à superfície

perpendiculares à sua superfície. A eficiência

(Falcão, Cornwall, 2014).


Solar

76

Artigo São dois servomotores, um para cada eixo cardeal. O movimento do painel em torno do eixo vertical é proporcional à diferença entre a irradiância útil recebida pelos quatro sensores da placa de sombreamento norte/sul e leste/ oeste. As saídas são as variáveis utilizadas pelo microcontrolador para a realização do controle dos movimentos em torno dos eixos vertical (azimute) e horizontal (elevação). Figura 2 – Incidência da radiação solar, Cornwall (2014).

com α s > 0, α w < 0 (1)

A Figura 4 ilustra o sistema eletromecânico

utilizado que proporciona o encontro do sol perpendicular e igualitariamente a superfície de cada um dos sensores. Os materiais

No caso de incidência não normal (/ ≠ 0),

radiação solar varia constantemente na maior

utilizados são: (A) uma chapa de alumínio

o fluxo de energia recebido pela superfície por

parte das áreas potenciais ao aproveitamento

quadrada medindo 150,5 mm de cada lado

unidade de área é Ic = INcos/.

da energia solar. A análise da radiação

e espessura de 2 mm, uma caixa de luz 4x4

anual ajuda a equacionar a conveniência

e uma chapa de alumínio quadrada com

relacionado com o ângulo de altitude solar

das áreas existentes, tendo em conta o seu

dimensões de 14,4 mm de cada lado, para

α, com o ângulo de azimute solar α s, e com

aproveitamento solar.

o suporte do painel; (B) um perfil tubular do

os dois ângulos que definem a orientação do

tipo quadrado de alumínio com dimensão

painel: o ângulo β de inclinação do painel (em

resultado diferentes níveis de irradiação. Em

de 260 mm e/ou 1.1/32 polegada e 2 mm

relação ao plano horizontal) e o ângulo de

um ângulo de 35º de inclinação, no Brasil,

espessura em (C) um servomotor que pesa 9g

azimute do painel α w com Eq. (2) (formado

o painel deve estar voltado para o norte

foi colocado dentro do tubo para proporcionar

pela direção Sul-Norte com plano horizontal da

geográfico com uma inclinação de 25º a 30º.

o movimento em direção ao sol; e (D) um

normal Eq. (3) ao painel; à convenção se sinal

Neste caso, o nível de irradiação é 15%, maior

perfil tubular do tipo redondo de alumínio

para α w é a mesma que para α s). Essa

do que em uma área horizontal (ângulo de

com dimensão de 3 mm e/ou 1/8 polegada

relação é:

inclinação: β = 0) (Falcão, Cornwall, 2014).

foi utilizado para montar o suporte vertical

O ângulo de incidência / pode ser

A orientação da instalação solar tem por

garantindo, assim, a estabilidade do sistema. cos / = cos α cos (αs - αw) sin β + sin α cos β

Metodologia

Geralmente, o dispositivo interfere

no funcionamento do controle para que o

(2) O projeto foi dividido em duas partes:

componente se movimente junto e, assim, o

a primeira foi o desenvolvimento da parte

ângulo de incidência dos raios solares sobre

eletrônica e a segunda do algoritmo. A Figura 3

a superfície do painel seja o mesmo sobre a

apresenta um resumo do projeto.

superfície do sensor.

No caso de incidência normal: α s = α w, α = 90 º e | = 0. Se o painel for horizontal, fica β=0 e / = 90 º

(3)

A proposta de implementação com a

montagem e também de prática aplicação

Microcontrolador

para futuros projetos, foram pesquisados

O microcontrolador Arduino parte do

produtos de fácil acesso no mercado. Para esta

conceito de hardware e software livre e está

área que se estende perpendicularmente em

fase inicial, foram utilizados quatro sensores

aberto para uso e contribuição de toda a

relação aos raios solares, do que em uma área

(5mm) LDR, quatro resistores de 460 Ω(Ohm),

sociedade. A versão do hardware utilizado no

horizontal das mesmas dimensões. Uma vez

+/- 5%, são cabos com ponteiras específicas

projeto é o Arduino R3 - ATmega328. Este

que o azimute e a altura solar mudam ao longo

para o uso de microcontrolador (Arduino UNO)

conta com 14 Pinos E/S digitais que podem

do dia e do ano, o ângulo de incidência da

e dois servomotores 9G (modelo ser-gls09).

ser usados como saídas PWM (Pulse-Width

A radiação solar é sempre maior em uma

Figura 3 – Diagrama representativo do sistema embarcado.



Solar

78

Artigo Programação em C

A programação do microcontrolador

foi feita com a utilização da linguagem de programação da plataforma de desenvolvimento do Arduino. Trata-se de uma linguagem base em C\C++. O diagrama de fluxo mostrado nos códigos 1, 2 e 3. Ao iniciar a execução do código, é feita uma leitura nas portas analógicas 0 e 1, onde está conectado o sensor que identifica a posição do sol. Nesta leitura, são obtidos os valores que podem variar entre 0 e 1023, de acordo com a tensão sobre os LDRs.

O fluxograma 1 é a biblioteca que

nos permite controlar tão facilmente os servos <Servo.h> smotor_I, que possui Figura 4 – Visão geral da implementação de um painel fotovoltaico.

Modulation); seis pinos com entrada analógica

peso do painel fotovoltaico com a vantagem

e memória flash 32 kb utilizada no projeto.

de ser barato e reciclável. As dimensões finais

são: comprimento de 250 mm em cada lado e

O Arduino também é responsável

pelo controle do servomotor nas direções

vários parâmetros de controle para servomotores.

altura de 160 mm.

horizontais e verticais, que é uma máquina de sistema eletromecânico para controle de rastreamento que executa um movimento de acordo com o comando específico, verificando sua atual posição pelo sol e chegando até o local desejado, diferentemente dos servomotores de rotação contínua. Fluxograma 1 – Linguagem em C controlar de servomotor.

Figura 6 – Versão do dispositivo.

A Figura 7 apresenta as especificações

do servomotor vertical e horizontal para proporcionar a redução da velocidade: 0,12 Figura 5 – Placa de microcontrolador – Arduino.

seg/60 graus, a fim de fornecer um torque suficiente para a aplicação. É similar ao

Estrutura do dispositivo

motor vertical e sua rotação de torque de

4,8 V.

A Figura 6 ilustra o dispositivo de bancada

O código fonte permite o controle do

movimento de inclinação do dispositivo com limite de considerável de 90º, verificou se esquerda, se mover para a direta, apesar de apresentar certa instabilidade em alguns momentos, podendo ser modificado para alcançar o resultado desejado.

desenvolvido, os principais componentes utilizados (LDRs, Arduino e servomotores) e para proporcionar sustentação ao sistema utilizou-se uma caixa de luz com 40 mm em cada lado, material escolhido por conta da sua grande facilidade de manipulação, não necessitando de soldas ou equipamentos especiais. Para este tamanho, o dispositivo apresentou-se muito estável, suportando o

Figura 7 – Micro Servo Motor 9G.

Fluxograma 2 – Linguagem em C controlar de servomotor Norte/Sul.


Solar

Artigo lógica nebulosa. As principais condicionantes do projeto foram de baixo custo (houve redução de, em média, 30% do valor quando comparado a um modelo similar vendido no mercado) e ainda pequeno consumo de energia. Fluxograma 3 – Linguagem em C controlar de servomotor Leste/Oeste.

Referências • ENERGIA SOLAR. CRESESB e Atlas Solarimétrico

O código fonte seria um algoritmo que, ao

do Brasil. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/

identificar um baixo nível de sensor da placa de

aplicacoes/atlas/pdf/03-Energia_Solar%283%29.

sombreamento indicando o anoitecer, retomasse

pdf> Acesso em: 29 de Jun de 2014.

a posição máxima de inclinação, voltando

• PAIVA, Edinei Canuto. Desenvolvimento de um

normalmente o painel à direção do sol para o dia

Rastreador Solar Microcontrolado para um Coletor

inteiro. O código fonte poderia também conter

Solar Concentrador. 24 à 49 pág. Tese apresentada

instruções de automaticamente parada, move

à Universidade Federal de Viçosa. 2009. Disponível

durante a noite, quando amanhecer, voltando a

em: <http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/tde_

funcionar ao visto que o código atual continua

arquivos/12/TDE-2013-04-11T131956Z-4418/

analisando o ambiente mesmo em completa

Publico/texto%20completo.pdf>. Acesso em 29 de

ausência de luz.

Jun de 2014. • FALCÃO, F. O.; CORNWALL, C. Instalação Sistemas

Conclusões

Solares Fotovoltaicos. Eletrônica. Disponível em: http://www.electronica-pt.com/content/

A presente pesquisa, que utilizou um

view/273/>. Acesso em: 29 de Jun de 2014.

microcontrolador e materiais de baixo custo

• PROENÇA, Emanuel Dâmaso Rodrigues Brinquete.

para conservar o caráter simples e versátil do

A Energia Solar Fotovoltaica em Portugal Estado-

equipamento, conclui que o produto é inovador

da-Arte e Perspectivas de Desenvolvimento.

quanto aos materiais usados para gerar o

Disponível em: <https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/

sensoriamento solar.

downloadFile/395137487931/Tese%20-%20

Ainda é preciso melhorar os parâmetros

A%20Energia%20Solar%20Fotovoltaica%20

adotados e, continuamente, a busca por um

em%20Portugal.pdf> Acesso em: 30 de Jun de

deslocamento mais próximo ao do sol possível,

2014.

através de algoritmos de rastreáveis do tipo

• Projeto Heliotropismo Mecânico. Engenharia de

Computação, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Disponível em: <http://engcomp. penbible.com/sites/default/files/users/user335/ Documentacao_Projeto_HM.pdf>. Acesso em: 05 de Jul de 2014. • ALCÂNTARA, S. M. F. Análise do Desempenho de um Painel Fotovoltaico de Baixa Tensão Acoplado a um Conversor DC-DC: Topologia Booster. Disponível em: <http://www.abcm.org.br/pt/wpcontent/anais/ conem/2010/PDF/CON10-1655.pdf>. Acesso em: 08 de Jul de 2014. *Isaac Péricles Maia de Medeiros é graduado em Sistemas de Informação e possui mestrado em Engenharia Mecânica pelo PPgEM-UFRN (2016). Francisco de Assis Oliveira Fontes é engenheiro mecânico, com mestrado em Engenharia Mecânica e doutorado em Engenharia Química. É professor associado do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Carlos Magno de Lima possui graduação e mestrado em Engenharia Mecânica e doutorado em Engenharia Elétrica e de Computação pela UFRN. É professor adjunto do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRN. Cleiton Rubens Barbosa Formiga é engenheiro mecânico, com especialização em Segurança do Trabalho, mestrado e doutorado em Engenharia Mecânica. É professor titular do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRN. Samara Melo Valcacer é graduada em Tecnologia em Materiais/Fabricação Mecânica e mestra em Ciências e Engenharia de Materiais. É professora EBTT do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul - Campus Corumbá.

79


Solar

80

notícias

Energias renováveis são a opção mais barata hoje Estudo realizado pela Carbon Tracker revela que energias renováveis já são a opção mais barata em diversos mercados em detrimento dos custos da geração de energia a cavão de investimento tenham

mais baratas para a energia

Contribuições Determinadas a

energia renováveis já são,

em conta as tendências de

solar e eólica melhora a

nível Nacional (NDCs) pós-2020

na média mundial, inferiores

descarbonização.

posição competitiva relativa das

vai levar as energias renováveis,

aos dos combustíveis fósseis

energias renováveis.

em média, a um custo ainda

e as usinas de energia limpa

que taxas de ocupação

mais competitivo, mesmo se os

se tornarão ainda mais

reduzidas e vidas úteis mais

as energias renováveis já são a

preços dos combustíveis fósseis

competitivas em 2020. Estas

curtas para as usinas de

opção mais barata em diversos

caírem e os preços do carbono

são as principais conclusões de

carvão e gás em um mundo

mercados. Esta tendência é

permanecerem modestos em

um novo estudo publicado pela

que é descarbonizado de

susceptível de se espalhar à

torno de US $ 10 / tCO2 ou

Carbon Tracker Initiative, de

forma constante prejudicam

medida que o crescimento das

abaixo disso.

Londres.

significativamente a economia

energias renováveis prejudica

Os custos de geração de

Essa comparação mostra

"Esta análise explica porque

O gráfico a seguir mostra

das usinas. Atualmente, poucas

a economia de combustíveis

a transição dos custos globais

ocupação do carvão e do gás?”

modelagens levam em conta

fósseis ", disse Paul Dowling

médios relativos a partir de

compara os custos de geração

esse tipo de dinâmica para o

co-autor do relatório.

números de referência de 2016

de energia a carvão de quatro

cálculo futuro. Enquanto isso,

até indicadores operacionais

usinas recém construídas:

a combinação do menor custo

que o rumo da economia

atualizados para um mundo de

carvão, gás, eólica e de energia

do capital com as tecnologias

forjado pela aplicação das

baixo carbono pós-2020.

O relatório “Fim da

solar. O documento aplica uma análise de sensibilidade a um custo nivelado de eletricidade (LCOE, na sigla em inglês) em três cenários: um cenário de referência de 2016, um cenário atualizado de 2016 e um cenário para 2020 com base no caminho para mantermos a temperatura abaixo dos 2˚C, em que as decisões

O estudo constata também

Custos globais médios da energia (por fonte)


Solar

notícias

Energia solar em plataformas flutuantes Sistema, que ainda está em teste, aproveita lagos de usinas hidrelétricas e garante a geração mesmo em períodos de seca

Construído para instalação

a geração é consumida em

em lagos de usinas hidrelétricas,

seguida, diferentemente do

o sistema flutuante, construído

que ocorre com os demais

pela empresa Quantum

projetos fotovoltaicos. O

Engenharia, contribui para

diretor-presidente da Quantum

manter a produção de energia

Engenharia, Gilberto Vieira

mesmo nos períodos de seca.

Filho, conta que a tecnologia

Ideal para as Pequenas Centrais

pode contribuir para manter o

Hidrelétricas (PCHs), este tipo

fornecimento durante todo o

de projeto tem a facilidade de

ano. “O interessante desse tipo

utilizar áreas que já contam com

de projeto é que a produção de

licenciamento ambiental.

energia não fica mais atrelada

exclusivamente ao potencial

Desde o ano passado,

a empresa conta com uma

hidráulico. Mesmo quando os

plataforma flutuante em um

níveis de água estão menores

lago na Universidade Positivo,

é possível usar a luz solar e

em Curitiba, no Paraná. O

continuar operando”, explica.

sistema piloto é off-grid,

modo que os sistemas instalados

que evita transtornos com água,

ou seja, não está ligado

flutuante já ocorre em países,

em prédios, residências e usinas

e o cabeamento subaquático

diretamente à rede de energia

como Japão e Inglaterra, e

terrestres. “A grande diferença

que leva a produção para as

elétrica, sendo assim, toda

opera, basicamente, do mesmo

é o equipamento para flutuação,

edificações”, detalha.

A produção de energia solar

Plataforma flutuante off-grid instalado em um lago na Universidade Positivo, em Curitiba (PR).

81


APOIO





86

Aula prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Fluxo de veículos elétricos em zonas urbanas Os mapas obtidos podem ajudar as empresas de distribuição no planejamento da expansão e operação da rede elétrica para o fornecimento da demanda elétrica das estações de recarg Por Igoor Mello, A.Padilha e Joel Melo*

A

utilização de veículos elétricos (VEs)

volta de 100 km a 200 km) e, por conta

de órgãos públicos e privados que têm

é uma alternativa em países com energias

disso, precisa de recargas em diversos

diversos objetivos e responsabilidades.

limpas ou em processo de descarbonização,

períodos de tempo segundo as distâncias

Dentre estes, as empresas distribuidoras

a fim de diminuir a poluição do ar de suas

das

podem

de energia elétrica cumprem uma função

zonas urbanas. Assim, tais países têm

ser realizadas nas residências ou em

importante, já que são as responsáveis

incentivado a compra dos VEs através de

estações de recarga com as infraestruturas

pelo fornecimento de energia elétrica para

uma redução de seu preço. No caso do

disponíveis para ligar as baterias dos VEs.

as estações.

Brasil, o governo exonerou o imposto de

Alguns habitantes podem não ter espaço

Diversos estudos para alocação de

importação para VEs, a fim de incentivar

suficiente para instalação de sistemas de

estações de recarga têm sido realizados

seu uso em zonas urbanas. A partir destes

recarga para os VEs em seus domicílios ou

considerando que as distribuidoras são as

incentivos, espera-se uma grande frota

tomadas disponíveis nas suas garagens.

responsáveis pela instalação, manutenção

de VEs circulando na zona urbana que

Assim, para tornar viável o uso do

e expansão dessas estações. No entanto,

diminuirá a emissão de gases estufa.

VE precisa-se da construção de estações

a participação das distribuidoras em tal

de recarga, o que requer a participação

processo de alocação pode ser restrita

Um VE tem uma baixa autonomia (por

viagens.

Essas

recargas


87

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

por causa de proibições da lei vigente

cadeias de markov e simulação de Monte

para realizar outras atividades que não se

Carlo. Todos esses métodos consideram

encontrem relacionadas ao fornecimento

uma

da energia elétrica. Em geral, a normativa

realizar uma agregação de veículos, a fim

que regula a instalação de estações de

de determinar as sobrecargas nas redes

recarga ainda está em desenvolvimento.

elétricas. Desta forma, utilizam um elevado

abordagem

microscópica

para

da

tempo computacional para simular uma

legislação internacional, espera-se que as

grande quantidade de veículos e precisam

distribuidoras não sejam as proprietárias

de

das estações de recarga, por causa dos

caracterizar adequadamente características

grandes investimentos necessários. Desta

individuais dos VEs.

forma, as distribuidoras devem-se limitar

ao atendimento da demanda elétrica

a cidade dividida em subáreas para

requerida pelas estações de recarga.

determinar a distribuição espacial dos

Considerando

a

tendência

muitas

informações

para

poder

A abordagem mesoscópica considera

Os departamentos de planejamento

grupos de veículos, considerando uma

de transporte das cidades determinam

base reduzida de dados em comparação

o fluxo de veículos com o intuito de:

com as abordagens microscópicas. Tal

planejar o sistema de mobilidade urbana;

abordagem

controlar os congestionamentos de vias;

informações necessárias para alocação

e fazer expansões de vias na cidade. Em

de estações de recarga dos VEs com um

geral, para analisar o comportamento

menor

desse fluxo, levam-se em conta três

neste trabalho é proposto um modelo de

níveis

macroscópica,

simulação mesoscópico para estimar o

mesoscópica e microscópica. Na análise

número de veículos e sua carga disponível

macroscópica, o fluxo é descrito em

por subárea da zona urbana.

função do número de veículos que

Os

passam por um local. Na abordagem

apresentados em mapas temáticos que

mesoscópica, utiliza-se o conceito de

permitem a visualização dos locais com

pelotões ou grupo de veículos para

maior fluxo de veículos e com menor

determinar a quantidade de grupos que

quantidade de carga disponível em suas

se concentram para diferentes períodos

baterias. O modelo proposto pode ser

de tempo. Já na análise microscópica

utilizado para fornecer informações ao

estudam-se

planejamento da expansão e operação

de

individual,

agregação:

os

veículos

considerando

de as

forma relações

das

pode

tempo

ajudar

obter

computacional.

valores

redes

a

elétricas

estimados

as

Assim,

serão

considerando

o

entre cada veículo. Estas abordagens

fornecimento da demanda elétrica das

podem

estações de recarga.

ser

implementadas

em

plataformas computacionais para simular diversos comportamentos dos usuários

Modelo proposto

dos veículos e visualizar sua distribuição espacial na cidade, porém, sem estimar

Base de dados de entrada

o nível de combustível dos veículos. No

caso de alocação de estações de recarga,

tação do modelo de simulação proposto

a quantidade de carga disponível nas

são: o número total de VE a serem

baterias (state of charge - SOC) dos

simulados, o mapa da zona urbana, as

VEs é uma informação importante para

variáveis socioeconômicas, e a matriz

determinar a demanda necessária.

origem e destino de veículos da zona

Na literatura especializada existem

urbana da cidade.

poucos modelos que realizam a estimação

A matriz origem e destino mostra

espacial dos veículos e seu nível de carga

quais são os locais de partida (origem) e

disponível nas baterias. Alguns trabalhos

chegada (destino) mais frequentados pelos

anteriores utilizaram: sistemas de agentes,

habitantes. Neste trabalho, considera-se

Os dados necessários para implemen­


Aula prática

88

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

que um VE deve partir de um desses locais.

engarrafamento, entre outras informações

No entanto, por causa do custo dos VEs,

externas. Desta forma, o modelo proposto

nem todos os habitantes com domicílio

movimenta os veículos de cada quadrícula,

nos

nessa

resultando na variação do número de

matriz podem adquirir um VE. Assim, para

veículos por quadrícula para cada passo

determinar a distribuição inicial dos VEs,

de tempo da simulação, sem modificar o

realiza-se uma análise de custo-benefício

valor da probabilidade. Se o planejador

para encontrar as regiões com renda

necessitar considerar o efeito de algumas

suficiente para adquirir um VE.

variáveis externas supracitadas, deve-se

Na

modificar o valor da probabilidade inicial

endereços

que

análise

aparecem

de

custo-benefício,

considerou-se que o preço de um VE

para caracterizar tal efeito.

é de quarenta mil reais e um domicílio

pode destinar 30% de sua renda (ao longo

baterias dos VEs é modelado como

de seis anos) para a compra do VE. O

uma

resultado dessa análise mostra o número

uniforme entre 0 e 1) que caracteriza a

dos VEs por subárea. A partir do número

estocasticidade dos usuários de VEs para

total de VEs na zona urbana e utilizando

carregar as baterias de seus veículos. O

o resultado da análise custo-benefício,

número de veículos em cada quadrícula

distribui-se uma quantidade igual para os

é agrupado em blocos ou pelotões. Cada

locais encontrados.

um desses blocos é considerado como

O mapa da zona urbana permite a

um agente que percorre a zona urbana

identificação das rodovias e avenidas

até atingir um valor mínimo de carga

disponíveis para os VE se movimentarem.

disponível em sua bateria. As regras para

Da mesma forma, identificam-se os locais

a movimentação de cada bloco são as

na qual um VE pode ter um menor número

mesmas utilizadas no sistema multiagentes.

de viagens. Por exemplo, rodovias que

Essas regras consideram que a próxima

interligam a outras cidades ou vias para

quadrícula a ser percorrida é selecionada

transportadoras.

de

Por

causa

disso,

Por outro lado, o estado inicial das variável

um

aleatória

processo

(distribuição

estatisticamente

determinou-se

controlado, analisando as probabilidades

representa

a

dos vizinhos próximos dentro de uma

possibilidade de um VE atravessar uma

janela de 3x3, sendo as probabilidades de

determinada subárea (esta probabilidade

1,0 para avenidas principais e 0,5 para ruas

tem valor de 0,5 para regiões de poucas

e avenidas secundárias. A Figura 1 mostra

viagens e 1,0 para regiões onde há maior

essa probabilidade.

uma

probabilidade

que

probabilidade do VE se deslocar).

Os valores do preço do VE utilizado na

análise de investimento e a probabilidade podem

ser

ajustados

segundo

as

características da zona de estudo e experiência do planejador. O modelo é inicializado com a probabilidade e número de VEs por subárea, considerados como estados iniciais do processo de simulação.

Simulação mesoscópica Esta simulação considera que a zona

Figura 1 – Processo de movimentação do VE.

urbana é dividida por quadrículas com seus respectivos estados iniciais. Como o intuito

é obter o fluxo de VE por quadrícula, não

que está no centro de uma matriz 3x3. Este

há a necessidade de saber o tempo das

veículo irá se movimentar de acordo com

viagens dos VEs, sua velocidade, tempo no

as probabilidades das quadrículas vizinhas,

Assim, por exemplo, considere um VE


89

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

sendo escolhida a quadrícula a partir de um torneio 2 a 2 de forma

Algoritmo proposto

aleatória, até chegar a duas quadrículas, e a quadrícula ganhadora será:

se as quadrículas escolhidas têm valores iguais de probabilidades, o

movimentar cada bloco de VEs. Os dados de entrada para o

ganhador será escolhido de forma aleatória; caso contrário, escolhe-se

algoritmo proposto são: o número total de veículos para período

Na Figura 2 mostra-se o fluxograma dos passos para

a quadrícula com maior valor de probabilidade. Por fim, as quadrículas analisadas são preenchidas com uma probabilidade igual a zero a fim de se evitar que os VEs voltem ao local de início. O processo de escolha das quadrículas é repetido até que a carga das baterias tenha um valor mínimo, sendo sua determinação feita por conta do planejador. O nível de carga da bateria do VE depois de ter percorrido a quadrícula é calculado a partir de:

Em que: o SOC inicial é a quantidade de carga inicialmente,

antes de se movimentar; Qv é a quantidade de quadrículas que o VE percorre; d é o comprimento da quadrícula em km; Fd é um fator médio de declividade da cidade analisada; dR é a autonomia máxima do VE. As baterias (chumbo ácido) tem como valor de autonomia 128,747 km.

O bloco é movimentado até atingir um valor mínimo definido

pelo planejador. Durante o processo de simulação são armazenadas as quadrículas que são percorridas pelos blocos e a quantidade de carga de suas baterias quando atravessam a quadrícula.

Figura 2 – Algoritmo proposto.


90

Aula prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Tabela 1 – Resultado das simulações para um VE

em análise, a distribuição inicial dos VE e as probabilidades para cada quadrícula.

VE

Testes e resultados

X

SOC

SOC Final

Distância

inicial (%)

(%)

percorrida (km)

Y

1

29

21

0,554

0,554

0

1

02

19

0,554

0,097

58,923

O modelo proposto foi aplicado em

uma cidade brasileira de médio porte com aproximadamente 200 mil habitantes. A

km, SOC inicial gerado de forma aleatória

respectivamente, e os parâmetros destas

cidade foi dividida em quadrículas de 0,350

e a quantidade de quadrículas percorridas

intensidades variam conforme a figura.

km² totalizando uma grade de 40 x 40

começando em zero (quadrícula em que o

quadrículas, cada um com seus respetivos

VE está no início) e a cada quadrícula que o

os VEs do bloco, e para todos os blocos,

estados iniciais.

VE percorre, incrementa-se uma unidade.

a fim de simular todos os VEs. Quando

Para calcular a quantidade total de

A análise de custo-benefício na zona

todos os blocos foram deslocados, os

VE a ser simulada, considerou-se uma

de estudo determinou que 94 quadrículas

mapas temáticos dos locais percorridos

penetração 5,41 % do total de veículos

têm condições econômicas para ter um VE.

pelos VEs são gerados. Para cada execução

que circulam diariamente na cidade, ou

Desta forma, foram alocados 50 veículos em

do algoritmo proposto se obtém uma

seja, foram simulados 4.700 VEs de um

cada quadrícula. Utilizando as localizações

distribuição espacial diferente do fluxo

total de 86.847 automóveis. Além disso,

geográficas das avenidas e a alocação

dos veículos, pois se está considerando

os seguintes fatores foram utilizados:

inicial dos VEs, obtiveram-se os locais que

que o nível inicial de carga é uma variável

quadrícula

de

deveriam ter uma maior probabilidade

aleatória. Para estimar o valor esperado

declividade de 2,5%, autonomia de 128,747

para ser percorridas. A Figura 3 mostra a

do número de veículos por cada subárea

distribuição inicial dos VEs na cidade.

e sua quantidade de carga com a qual

atravessam

de

0,350

km²,

fator

Os mapas que serão mostrados têm

as

subáreas,

realizaram-se

escalas de cores. A parte preta mostra o

100 simulações para criar um intervalo

mapa da cidade analisada. Em amarelo

de confiança para os valores estimados.

claro,

amarelo

vermelho

são

escuro, mostradas

alaranjado

e

Utilizou-se uma abordagem otimista e foi

escalas

da

calculado o intervalo de confiança através

menor intensidade a maior intensidade,

Figura 3 – Localização inicial dos VEs.

Este processo foi repetido para todos

da equação (2):


91

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Sendo p a média das concentrações

de VEs por quadrícula, e γ o coeficiente de

confiança.

Para

esta

aplicação

considerou-se um valor de 95% para γ. Com as 100 simulações realizadas, criou-se um intervalo de confiança através da equação (2). Este intervalo mostra uma dispersão em relação ao valor médio da concentração de veículos. Tal dispersão pode ser considerada como um erro do valor esperado de veículos por quadrícula, mostrada na Figura 4. Esta figura mostra erros percentuais em uma escala de 0 a 2,5%; 2,5% a 5%; 5% a 7,5%; e acima de 7,5%. Percebe-se que o erro percentual é baixo, estando eles majoritariamente menores que 7,5%.

Figura 4 – Erro percentual na quantidade de VEs que passam por quadrícula.

O valor estimado de veículos por cada

subárea em percentagem do total de veículos simulados é mostrado na Figura 5.

Percebe-se que há maior predominância

na circulação de VEs nas partes centrais, norte, oeste e noroeste, visto que estes veículos estão localizados inicialmente nestas regiões da cidade e se movimentam para o centro (regiões de interesse), com o intuito de irem a outros locais e para realizar suas atividades econômicas.

Figura 5 – Caminho dos VEs.


92

Aula prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

A quantidade de SOC médio com os

um nível baixo de carga nas baterias.

quais os blocos atravessam cada quadrícula

Na Figura 8, podem-se identificar os

é ilustrada na Figura 6. Analisando as

possíveis locais para a instalação de postos

Figuras 4 e 6 pode-se observar que

de recarga. Para o cálculo da demanda

diversos locais da zona periférica com um

levou-se em conta que a quantidade de

alto valor de concentração de veículos por

carga que deve ser fornecida aos pelotões

quadrícula são atravessados com um nível

é aquela que consumiu na sua viagem.

alto de bateria. Embora, esses locais sejam

Nas Figuras 9 e 10 são apresentadas as

muito frequentados (alto fluxo de VEs), o

distribuições

valor médio do SOC que os VEs atravessam

elétricas sem e com estações de recarga,

é alto, consequentemente, não existe a

respectivamente. Foi considerado que o

necessidade da instalação de estações de

VE chega com uma pequena quantidade

carga em tais locais. Já locais com baixo

de carga em suas baterias e é carregado

valor médio de SOC e alta concentração

até que se obtenha 90% de carga. Com

de veículos são os candidatos ideais para

75 postos de recarga disponíveis, foram

instalação de estações de recarga.

alocados 63 VEs em cada posto de

espaciais

das

demandas

recarga para a estimação da potência que a estação irá necessitar e adicionados à demanda do local.

Figura 10 – Distribuição espacial da demanda elétrica dos transformadores com as estações de recarga.

uma melhor forma de cálculo da demanda das estações de recarga.

A Figura 10 mostra a utilidade dos

resultados obtidos pelo modelo proposto a fim de analisar o carregamento das redes elétricas. O tempo de simulação e geração dos mapas foi de três minutos. A plataforma utilizada para realizar as simulações foi o software Matlab, em um computador Intel® core™ i5 4200-u 1,6GHz 8GB RAM.

Conclusões Figura 6 – Carga média das baterias dos VEs.

Um modelo de simulação espacial para

estimação do valor esperado do número de

A Figura 7 apresenta os locais finais aos

veículos e o nível de carga por quadrícula

quais os VEs chegaram.

Figura 8 – Locais dos possíveis postos de recarga.

foi apresentado. O modelo pode simular uma

grande

quantidade

de

veículos

com um baixo tempo computacional. Uma contribuição do modelo é fornecer informações

relevantes

para

alocação

de estações de recarga de VEs. Tais informações são necessárias para os planos de expansão e operação da rede elétrica. O modelo proposto considera uma abordagem mesoscópica para a análise do fluxo de veículos por quadrícula. Esta abordagem é a mais adequada para Figura 7 – Localização final dos VEs.

estimar as variáveis de localização e Figura 9 – Distribuição espacial da demanda elétrica dos transformadores sem as estações de recarga.

Para mostrar a utilidade dos valores

estimados, agrega-se a demanda elétrica

Pode-se perceber, através da Figura 10,

demanda elétrica das estações de recarga. Para o ponto de vista das distribuidoras, essa classe de informação é necessária para determinar a demanda futura a ser

dos locais candidatos das instalações de

estações de recarga aos transformadores

na parte noroeste da cidade, onde estão

atendida.

de distribuição das quadrículas. Os locais

localizados os possíveis postos de recarga,

candidatos

Os

intervalos

de

confiança

dos

aqueles

um aumento da demanda elétrica. Uma

resultados obtidos ajudam a realizar uma

que apresentem um menor intervalo de

evolução espacial da distribuição dos VEs

melhor inferência dos valores estimados

confiança, um número alto de veículos e

será realizada em trabalhos futuros como

pelo modelo. Assim, locais com menor

são

considerados


93

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

dispersão são aqueles no qual o modelo

General Meeting, IEEE, pp. 1-8, 24-29 July 2011

tem

[12] S. Bittanti, G. Nicolao, "Markovian

mais

chance

de

representar

o

comportamento estocástico dos donos de

representations of cyclostationary processes,"

VEs.

in Topics in Stochastic Systems: Modelling,

Atualmente, existem poucos modelos

para estimar a distribuição espacial dos veículos elétricos. Desta forma, este artigo contribui a literatura especializada com um novo modelo para ajudar na alocação de estações de recarga.

Referências

Estimation and Adaptive Control. vol. 161, L. Gerencséer and P. Caines, Eds., ed: Springer Berlin / Heidelberg, 1991, pp. 31-46. [13] J. Hromkovic, Algorithms for hard problems: introduction to combinatorial optimization, randomization, approximation, and heuristics. [S.l.]: Springer-Verlag, London - Berlin Heidelberg – New York, 2001. [14] E.Marchioro, “Projeto de Reestruturação

[1] Growth Analysis, "Re-charged for sucess:

do sistema do transporte coletivo municipal

The third wave of electric vehicle promotion in

de Presidente Prudente”, Presidente Prudente,

JapaN," Febraruary 2012. [Online]. Available:

2014.

www.growthanalysis.se. [Accessed 12 November

[15] Veículos de emissão zero,”Sobre o carro”.

2014].

Página consultada em 15 de novembro de

[2] M. Petit and Y. Perez, "Plug-in vehicles for

2015,http://www.vezdobrasil.com.br/sobre-o-

primary frequency regulation: What technical

carroeletrico/>.

implementation?," in IEEE Grenoble PowerTech

[16] PAV, Kalinowski. Understanding Confidence

(POWERTECH), Grenoble, 2013.

Intervals (CIs) and Effect Size Estimation.

[3] P. Yannick, P. Marc and K. Willett, "A public

Association for Psychological Science Observer.

policy strategies for electric vehicles and for

[S.l.: s.n.], April 10, 2010.

vehicle to grid power," in World Electric Vehicle Symposium and Exhibition, Barcelona, 2013. J. Jones. (1991, May 10). Networks. (2nd ed.) [Online]. Available: http://www.atm.com [4] Florida Public Service Commission, December 2012. [Online]. Available: http://www.

Este artigo foi originalmente apresentado durante o Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos (SBSE), realizado na cidade de Natal (RN), entre os dias 22 e 25 de maio.

psc.state.fl.us/publications/reports.aspx. [5] Silver Spring Networks, December 2013. [Online]. Available: www.silverspringnet.com. [6] Z. Liu, F. Wen and G. Ledwich, "Optimal planning of electric-vehicle charging stations in distribution systems," IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 28, no. 2, pp. 102-110, Jan 2013.

*Igoor Morro Mello é engenheiro eletricista e aluno de mestrado da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - FEIS, com ênfase em Transmissão da Energia Elétrica, Distribuição da Energia Elétrica. Antonio Padilha Feltrin é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em Engenharia

[7] F. Baouche, R. Billot, R. Trigui and N.-E. El

Elétrica e pós-doutorado na University of

Faouzi, "Efficient allocation of electric vehicles

Wisconsin-Madison EUA (1997) e no Imperial

charging stations: Optimization model and

College London (2013). Atualmente, é professor

application to a dense urban network," IEEE

titular da Universidade Estadual Paulista Júlio

Intelligent transportation system magazine, vol.

de Mesquita Filho, Unesp - Ilha Solteira. É

6, no. 3, pp. 33-43, July 2014.

ainda editor associado da IEEE Transactions on

[8] California State Legistature, 2014. [Online]. Available: http://www.legislature.ca.gov/. [9] PAIVA,C. Modelos Tradicionais Transportes e Tráfego. ANTP.210. [10] J. Pecherka,”Material flow simulation Using Discrete-Event and Mesoscopic

Sustainable Energy e consultor Ad-Hoc da Fapesp, Capes, CNPq, Kentucky Science & Engineering Foundation (EUA) e Fondecyt (Chile). Joel David Melo Trujillo é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica. Atualmente, é professor adjunto da

approach,”24-26 march 2010.

Universidade Federal do ABC e participa em

[11] J. D. Melo; E. M. Carreno and A. Padilha-

projetos de pesquisas da Universidade Estadual

Feltrin. “Multi-Agent Framework for Spatial Load

do Oeste do Paraná e da Universidade Estadual

Forecasting”, in: Proc. Power and Energy Society

Paulista Júlio de Mesquita Filho.


94

Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Mercado de materiais elétricos ainda sente efeitos da crise

0000

Para este setor, a desaceleração da economia brasileira continuará afetando os negócios, especialmente, na construção civil


95

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Um ano após a realização desta mesma

fechar o ano em 4%.

pesquisa com este mercado, o cenário parece

Outro ponto de destaque na pesquisa

ter permanecido no mesmo clima de retração.

diz respeito aos produtos mais presentes nas

Para esta edição do estudo, foram ouvidas

prateleiras das revendas e distribuidoras de

pouco mais de 200 empresas de revenda e

materiais elétricos, o que, por consequência,

distribuição de materiais elétricos e, segundo

são os equipamentos mais comercializados:

elas, o mercado continua em um ritmo

materiais elétricos de baixa tensão, citados

bastante desacelerado. Para a maior parte

por 81% das empresas; quadros e painéis

das companhias pesquisadas, a economia

(78%), produtos para iluminação, como

desaquecida e, consequentemente, a falta

lâmpadas e luminárias (75%) e automação

de confiança dos investidores acabam sendo

industrial (75%). O gráfico com mais detalhes

um grande entrave para novos projetos,

é publicado nas próximas páginas.

especialmente, na área da construção civil,

o que impacta direta e negativamente os

mais usual entre as empresas deste segmento,

negócios das revendas e distribuidoras

o telemarketing aparece na ponta da lista,

de materiais elétricos. Também a indústria,

mencionado por 68% das pesquisadas. Em

principal cliente das pesquisadas, sem

seguida, estão as indicações de mercado

grandes

(61%) e os vendedores externos (60%).

demandas,

acaba

postergando

Sobre a forma de captação de clientes

seus investimentos. O resultado disso são

Mais

informações

relevantes

sobre

as baixas perspectivas de crescimento que

o mercado de revenda e distribuição de

veremos a seguir.

materiais elétricos podem ser encontradas na

Se na pesquisa realizada há um ano,

pesquisa que é publicada na íntegra a seguir.

as revendas e as distribuidoras da região

Vale lembrar que esta pesquisa não deve

Sudeste eram as mais pessimistas, projetando

ser tomada como um estudo oficial. Trata-se

crescer apenas 1% no ano vigente e as

apenas de uma análise feita com uma parcela

companhias da região Centro-Oeste eram as

relevante deste mercado no Brasil.

mais otimistas, almejando elevação de 13%,

Números do mercado de revenda e distribuição de materiais elétricos

neste ano, as empresas projetam crescimento médio de apenas 6% para os seus resultados. Nesta edição, a análise do mercado foi feita de forma global e não por região, como na

edição passada. Para o mercado como

foco

um todo, as empresas imaginam que seu

distribuidores de materiais elétricos no país,

crescimento médio seja em torno de 2%.

segundo afirmaram 82% das empresas que

Questionadas ainda se pretendem reforçar

participaram do levantamento. No ano anterior,

seu quadro de funcionários neste ano de

este índice era de 89%. O setor residencial

2016, as pesquisadas informaram que a

foi o menos citado, por 42% das companhias,

contratação média de colaboradores deve

mesmo percentual registrado há um ano.

A indústria continua sendo o principal comercial

Principais segmentos de atuação

Residencial

42% Comercial

72% 82%

Industrial

dos

revendedores

e


Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

96

A adoção das certificações continua pouco relevante. Se no

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Principais clientes

ano passado, 3% das empresas afirmaram possuir a ISO 14001, de gestão ambiental, e 41% disseram contar com a ISO 9001, de gestão de processos; neste ano, os índices registrados foram de 6%

Concessionárias de energia elétrica

e 28%, respectivamente.

38%

Consumidor final

67%

Certificações Iso

35%

Empresas públicas Empresas de manutenção

70% 28% 6%

78% ISO 9001

78% 80%

ISO 14001

Empresas de engenharia Instaladoras Construtoras Indústrias em geral

84%

Se a indústria foi apontada como a principal área de atuação, é

No que diz respeito aos produtos mais comercializados, destaque

ela também o principal cliente deste mercado. 84% das empresas

para os materiais elétricos de baixa tensão, citados por 81% das

pesquisadas mencionaram a indústria como principal consumidora.

empresas. Na sequência, estão os quadros e painéis (78%), os

Construtoras, instaladoras, empresas de engenharia e manutenção

produtos para iluminação, como lâmpadas e luminárias (75%) e

aparecem em seguida.

automação industrial (75%). Confira o gráfico com mais detalhes.



Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

98

Produtos mais comercializados

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

No que diz respeito ao faturamento bruto anual das empresas,

podemos afirmar que este levantamento contou com a participação das empresas que faturaram até R$ 40 milhões de reais em 2015.

Equipamentos de proteção individual e coletiva

Vale destacar que 24% delas faturaram até R$ 3 milhões e 21% apresentam faturamento superior a R$ 100 milhões no ano passado.

36%

Ferramentas Faturamento bruto anual das empresas em 2015

38%

Automação industrial

71% Automação comercial

55%

De R$ 80 milhões a R$ 100 milhões

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV) Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

61%

Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

75%

3%

81%

9%

De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

8%

De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões

Quadros e painéis

78%

24%

Até R$ 3 milhões

3%

Automação residencial

39% 24%

21%

Acima de R$ 100 milhões

11%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

21%

De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões

Material elétrico de baixa tensão

As previsões de crescimento continuam modestas, exatamente

como foi percebido na pesquisa realizada com este segmento há

O telemarketing aparece em evidência como principal meio de

um ano. As revendas e distribuidoras de materiais elétricos afirmam

captação de clientes. Na pesquisa realizada em 2014, os vendedores

ter crescido, em média, 6% no ano passado e projetam elevação de

externos eram a principal força de prospecção das empresas. Desde

6% para o fechamento deste ano de 2016. Quanto ao crescimento

2015, o telemarketing vem liderando

esperado para o mercado como um todo, as companhias preveem algo em torno de 2%.

Formato de captação de clientes

Previsões de crescimento

Loja virtual

18%

Rede de relacionamentos

46%

Balcão

2%

50%

Indicação / especialização de mercado

61% 60% 36%

Previsão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para o ano de 2016

4%

Acréscimo (em percentual) ao quadro de funcionários da empresa

Vendedores externos

6%

Administração de contatos Telemarketing

68%

6%

Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2016 Percentual de crescimento da sua empresa em 2015 comparado ao ano anterior


99

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Tendo em vista o momento econômico atual em que o país se encontra, as empresas acreditam que a desaceleração econômica,

assim como o desaquecimento da construção civil e a falta de confiança dos investidores são os grandes entraves ao crescimento deste mercado. Fatores que devem influenciar o mercado de materiais elétricos em 2016

8%

2%

Outros

Programas de incentivo do governo

9%

Desvalorização da moeda brasileira 26%

Desaceleração da economia brasileira

18%

Falta de confiança de investidores 2%

Setor da construção civil aquecido 6%

Falta de normalização e/ou legislação

19%

Setor da construção civil desaquecido 1%

Incentivos por força de legislação ou normalização

5% 4%

Crise internacional

Projetos de infraestrutura


Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Certificado ISO 14001

Certificado ISO 9001

Loja Virtual

Rede de Relacionamento

Balcão

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

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Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

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Indicação/especialização de mercado

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Vendedores externos

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Administração de contratos

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Telemarketing

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Quadros & Painéis

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Principais produtos que comercializa Material elétrico de Baixa Tensão

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Possui loja(s) in-company

UF PA SP SC SP SP PA PA MG MG MG MG MG MG MG MG MG SP SC SC SC SC DF DF BA SP SP SP MS RS PA PR PR RS RS RS SC SC PR MG MG SC MS SP SC SC MT PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR SP SP RS CE

Possui filiais

Cidade Água Azul do Norte Americana Balneário Camboriú Barueri Bauru Belém Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Birigui Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Brasília Brasília Brumado Campinas Campinas Campinas Campo Grande Canoas Capanema Cascavel Cascavél Caxias do Sul Caxias do Sul Caxias do Sul Chapecó Chapecó Cornélio Procópio Coronel Fabriciano Coronel Fabriciano Corupá Costa Rica Cravinhos Criciúma Cricíuma Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curítiba Diadema Diadema Flores da Cunha Fortaleza

Residencial

Site www.tecaut.com.br www.metaeletrica.com.br www.rosxateriaiseletricos.com.br www.i9lux.com www.eletropainel.com.br marelliltda@uol.com.br www.tecaut.com.br www.alphamarktec.com.br www.cecinsarkis.com.br www.ceibe.com.br www.egom.ind.br www.exponencialmg.com.br www.lojaeletrica.com.br www.tecaut.com.br www.tel.com.br www.universoeletrico.com.br www.tecaut.com.br www.eletricadw.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.provolt.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.cecinsarkis.com.br www.tecaut.com.br www.tecaut.com.br www.dimensional.com.br www.eletricapj.com.br www.ledluz.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletrotartari.com.br www.eletricadz.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletronor.com.br www.magnani.com.br www.eletricadw.com.br www.tecaut.com.br www.iguacumec.com.br www.eletrofasemg.com.br www.eletrofasemg.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.tecaut.com.br www.itapuaeletro.com.br www.agpr5.com www.agpr5.com www.eletrotartari.com.br www.2a.com.br www.andra.com.br www.ceigon.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.eletronor.com.br www.elos.com.br www.irmaosabage.com.br www.reymaster.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.agpr5.com www.eletricauniao.com.br www.eurocabos.com.br www.trentocomercial.com.br www.carmehil.com.br

Comercial

Telefone (94) 3427-1390 (19) 3471-2800 (47) 3367-2788 (11) 4163-1296 (44) 9991-1360 (91) 3223-0516 (91) 3289-7300 (31) 3477-7004 (61) 3046-9400 (31) 3292-9522 (31) 3486-1166 (31) 3317-5150 (31) 3218-8000 (31) 3328-2556 (31) 99984-3240 (31) 3071-3232 (18) 3643-1200 (47) 3321-7506 (47) 3144-7620 (47) 3036-9666 (47) 3037-8585 (61) 3046-9416 (61) 3213-7117 (31) 3071-4807 (19) 3322-0000 (19) 3208-2777 (19) 2514-6989 (67) 9948-8019 (51) 3326-4000 (91) 99300-2860 (45) 3220-9498 (45) 9151-0723 (54) 3224-9224 (54) 3220-3800 (54) 4009-5255 (49) 2049-7307 (49) 3321-3700 (43) 3401-1050 (31) 3865-1300 (31) 3841-9319 (47) 3375-1133 (67) 3247-7425 (16) 3951-2195 (48) 3462-3900 (48) 3462-3900 (65) 3637-8000 (41) 3019-5050 (41) 3778-7000 (41) 3023-4466 (41) 3316-5000 (41) 2104-8200 (41) 3217-1900 (41) 3383-9290 (41) 3371-5707 (41) 3021-5049 (41) 3014-1810 (41) 9244-6723 (11) 4043-8900 (11) 4092-9292 (54) 3292-3700 (85) 4008-6687

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Industrial

EMPRESA Tecaut Meta Materiais Elétricos e Hidráulicos Rossi Materiais Elétricos e Iluminação Inovelux Iluminação EletroPainel Marelli Ltda Tecaut Alpha Marktec Materiais Eletricos Ltda Cecin Sarkis Ceibe Automação Egom Exponencial Material Elétrico Loja Elétrica Tecaut Termotecnica Universo Elétrico Tecaut Comercial Elétrica DW Ltda Eletrica Neuber Provolt Ribeiro Automação Industrial Cecin Sarkis Tecaut Tecaut Dimensional Eletrica PJ Led Luz AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Eletro Tartari Ltda Dz materiais eletricos AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Eletronor Materiais Elétricos Magnani Mat Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Tecaut José Ademar de Oliveira Jr Eletrofase Eletrofase Eletrica Neuber Tecaut Itapuã Eletro Comercial AGPR5 AGPR5 Eletro Tartari Ltda 2A Materiais Eletricos Andra Materiais Elétricos Ceigon Materiais Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Dimensional Eletronor Materiais Elétricos Elos Irmãos Abage Reymaster Ribeiro Automação Industrial AGPR5 Elétrica União Eurocabos Trento Comercial Elétrica e Hidráulica Ltda Carmehil

Revendedora (varejista)

A empresa é Principal segmento de atuação

Distribuidora (atacadista)

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O Setor Elétrico / Outubro de 2016

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Certificado ISO 14001

Certificado ISO 9001

Loja Virtual

Rede de Relacionamento

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Balcão

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Indicação/especialização de mercado

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Telemarketing

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Quadros & Painéis

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Principais produtos que comercializa Material elétrico de Baixa Tensão

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Administração de contratos

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Possui loja(s) in-company

UF GO GO PR SP SP SP SP SP MG MG SC SC PE PE SC PB MG SC SC SC MG MG SP SP BA SP ES PR BA RJ RJ SP AM PR PR PR

Possui filiais

Cidade Goiânia Goiânia Guarapuava Guararapes Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Ipatinga Itabira Itajaí Itapema Jaboatão dos Guararapes Jaboatão dos Guararapes Jaraguá do Sul João Pessoa João Pinheiro Joinville Joinville Joinville Juiz de Fora Juiz de Fora Jundiaí Jundiaí Lauro de Freitas Limeira Linhares Londrina Luis Eduardo Magalhães Macaé Macaé Mairiporã Manaus Mandaguari Maringá Maringá

Residencial

Site www.alset.com.br www.cecinsarkis.com.br www.tecaut.com.br www.tecaut.com.br www.acabine.com.br www.dlight.com.br www.mediatensao.com.br www.perfillider.com.br www.eletrofasemg.com.br www.damatel.com.br www.lojainstaladora.com.br www.rosxateriaiseletricos.com.br www.eletricapj.com.br www.onixcd.com.br www.ceigon.com.br www.tecaut.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.edilsoneletrica.com.br www.reimatel.com.br www.cetti.com.br www.comesp.com.br www.centelhario.com.br www.dimensional.com.br ematelcompras@gmail.com www.eletrotrafo.com.br www.2a.com.br www.centelhario.com.br www.tecaut.com.br www.lugo.com.br www.baeletrica.com.br www.onixcd.com.br www.comueller.com.br www.eletricadw.com.br

Comercial

Telefone (62) 3945-5047 (61) 3046-9400 (42) 3625-8000 (18) 3606-8204 (11) 2842-5272 (11) 2937-4650 (11) 2384-0155 (11) 2412-7787 (31) 3829-1700 (31) 3801-2022 (47) 8496-0805 (47) 33682929 (81) 3479-7100 (44) 3233-8500 (47) 3023-4466 (83) 2106-1555 (38) 3561-4522 (47) 3419-7000 (47) 3177-2001 (47) 3029-0929 (32) 3215-4473 (32) 3215-6292 (11) 4527-4500 (11) 3379-5500 (71) 3186-3666 (19) 3446-7400 (27) 3115-5109 (43) 3520-5000 (77) 3628-8777 (22) 2105-9000 (22) 2791-2158 (11) 4486-8400 (92) 2125-8000 (44) 3233-8588 (44) 3888-1200 (44) 3261-7100

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Industrial

Alset Engenharia e Comércio Cecin Sarkis Tecaut Tecaut ACabine Materiais Elétricos D´Light Média Tensão Perfil Lider Eletrofase Damatel Loja Instaladora Rossi Materiais Elétricos e Iluminação Eletrica PJ Onix Distri. De Produtos Elétricos Ltda. Ceigon Materiais Elétricos Tecaut Albernaz Andra Materiais Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Eletrica Neuber Edilson Elétrica Rei Materiais Elétrico Ltda. Cetti Comesp Comercial Elétrica Ltda Centelha Dimensional Ematel Eletrotrafo 2A Materiais Eletricos Centelha Tecaut Lugo BA Elétrica Onix Distri. De Produtos Elétricos Ltda. C.O.Mueller Comercial Elétrica DW S/A

Revendedora (varejista)

EMPRESA

Distribuidora (atacadista)

A empresa é Principal segmento de atuação

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Quadros & Painéis

Certificado ISO 14001

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Material elétrico de Baixa Tensão

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Certificado ISO 9001

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Loja Virtual

Indicação/especialização de mercado

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Vendedores externos

Administração de contratos

Telemarketing

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

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Principais produtos que comercializa

Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

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Rede de Relacionamento

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Possui loja(s) in-company

UF PR PR PR RN RJ RJ MT RS SP SP

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Possui filiais

Cidade Maringá Maringá Maringá Natal Niteroi Nova Iguacú Nova Mutum Novo Hamburgo Osasco Osasco Outras regiões Outras regiões Outras regiões Outras regiões Palmas Piracicaba Poços de Caldas Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Recife Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Santo André Santo André Santos Santos Santos São Bernardo do Campo São Bernardo do Campo São Bernardo do Campo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo

Residencial

Site www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.tecaut.com.br www.essencialenergia.com www.eletroforconecta.com.br www.tecaut.com.br www.dimensional.com.br www.eletricacopeli.com.br www.santil.com.br www.abalux.com.br www.alset.com.br www.apscomponentes.com.br www.telbra.com.br www.tecaut.com.br www.eletricapj.com.br luiz@eletrochoquebrasil.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.eletronor.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.tecaut.com.br www.centelhario.com.br www.agpr5.com www.centelhario.com.br www.eletricapj.com.br www.sunway.ind.br www.suldistribuidora.com.br www.tel.com.br www.unionsistemas.com.br www.costabahianet.com.br www.allwatts.com.br www.essencialenergia.com www.andra.com.br www.essencialenergia.com www.galassosantos.com.br www.berteleletrica.com.br www.eletricauniao.com.br www.plenaeletrica.com.br www.abalux.com.br www.acabine.com.br www.agpr5.com www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.eletricadw.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.eletricacopeli.com.br www.neblina.com.br www.eletricapj.com.br www.eletricauniao.com.br www.eletroterrivel.com.br www.embramataltatensao.com.br www.enercom.com.br www.essencialenergia.com www.fecva.com.br www.glolani.com.br

Comercial

Telefone (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3028-1800 (84) 3344-1077 0800 779 9009 (21) 2667-3185 (65) 3385-6900 (51) 3271-1400 (11) 3538-0450 (11) 3695-9000 0800 7072977 (62) 3945-5047 (11) 5645-0800 (11) 2946-4646 (63) 3215-1912 (19) 3433-2370 (35) 3714-2098 (35) 3714-2660 (51) 3314-8000 (51) 3062-1004 (51) 3428-4580 (81) 3087-3450 (21) 98481-4443 (21) 3976-9330 (21) 3534-8600 (21) 99922-5281 (21) 3866-0055 (31) 99984-3240 (11) 3512-8910 (71) 99125-5701 (11) 4455-3399 (11) 4997-5033 (13) 3040-7000 0800 779 9009 (13) 3326.2568 (11) 2198-0825 (11) 4043-8900 (11) 4127-9704 (41) 2103-2750 (11) 2842-5252 (11) 96949-0029 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3393-2501 (11) 3229-4044 (11) 2137-7500 (11) 2902-1070 (11) 3835-6996 (11) 3538-0450 (11) 3619-1600 (11) 3649-9800 (11) 4043-8907 (11) 3959-6855 (11) 2098-0371 (11) 2919-0911 (11) 97616-8834 (11) 2915-7744 (11) 2294-1133

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Balcão

EletroPainel EletroPainel Ribeiro Automação Industrial Tecaut Essencial Energia Eletrofor Conecta Tecaut Dimensional Elétrica Copeli Santil Abalux Alset Engenharia e Comércio APS Telbra Ex Tecaut Eletrica PJ Eletro Choque Sulminas Fios & Cabos Eletronor Materiais Elétricos Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Tecaut Centelha AGPR5 Centelha Eletrica PJ Luminarias Sun Way Sul Distri. Termotecnica Union CostaBahia Allwatts Essencial Energia Andra Materiais Elétricos Essencial Energia Galasso Materiais Elétricos e Tintas Bertel Elétrica União Romilda Abalux ACabine Materiais Elétricos AGPR5 Alpha Marktec Materiais Eletricos Ltda Andra Materiais Elétricos APS Casa Ferreira Comercial Dimel Ltda Comercial Elétrica DW Ltda Comercial Gonçalves Comesp Comercial Elétrica Ltda Crossfox Elétrica Dimensional Elétrica Copeli Elétrica Neblina Eletrica PJ Elétrica União Eletro Terrível Embramat Enercom Essencial Energia Fecva Glolani

Industrial

EMPRESA

Revendedora (varejista)

A empresa é Principal segmento de atuação

Distribuidora (atacadista)

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

Certificado ISO 14001

Material elétrico de Baixa Tensão

Certificado ISO 9001

Loja Virtual

Rede de Relacionamento

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Indicação/especialização de mercado

Vendedores externos

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Administração de contratos

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Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

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Principais produtos que comercializa

Quadros & Painéis

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Telemarketing

UF SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP ES ES SP SP MG RS MG MG MG MG MG

Possui loja(s) in-company

Cidade São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Sorocaba Sumaré Timoteo Torres Uberaba Uberlândia Uberlândia Uberlândia Uberlândia

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Possui filiais

Site www.histeccomercial.com.br www.instrutemp.com.br www.itapeti.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.litecdobrasil.com.br www.mastercabos.com.br www.megabras.com www.nofercoex.cpm.br www.omicronservice.com.br www.plenaeletrica.com.br www.portaleletrica.com.br www.proluz.com www.lojaprovitel.com.br www.safebysafe.com.br www.santil.com.br www.siro.com.br www.sob-brasil.com www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br veralucia@supereletrica.com.br www.telbra.com.br www.sensorestenet.com.br www.tel.com.br www.unionsistemas.com.br www.wgr.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.proautomacao.com.br www.tormel.com.br www.eletrofasemg.com.br www.magnani.com.br www.eletricacidade.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.unionsistemas.com.br

Residencial

Telefone (11) 3018-0500 (11) 3488-0200 (11) 2652-2099 (11) 3358-8000 (11) 2249-9606 (11) 3393-7225 (11) 2341-3686 (11) 3254-8111 (11) 3473-3913 (11) 5061-8566 (11) 4127-9704 (11) 2067-4700 (11) 3221-2599 (11) 2239-1484 (11) 98945-7714 (11) 3616-5033 (11) 3879-6100 (11) 5090-0036 (11) 2165-8244 (11) 5641-7288 (11) 3931-0522 (11) 2946-4646 (11) 2098-4500 (31) 99984-3240 (11) 3512-8910 (11) 2155-5513 (27) 3064-8100 (27) 2123-5700 (15) 3031-7400 (19) 3828-9500 (31) 3849-7176 (51) 3626-9600 (34) 9.9817-6006 (34) 9947-3177 (34) 4009-3800 (34) 3256-4944 (11) 3512-8910

Comercial

Histec Comercial Instrutemp Itapeti Material Elétrico JMC Comercial Elétrica Ltda Kienzle Controls Litec do Brasil Mastercabos Megabras Noferco Omicron Service Plena Elétrica Portal Proluz Provitel Safe by Safe Equipamentos Santil Siro Sob Schurter Sonepar Sul Distri. Supereletrica Telbra Ex Tenet do Brasil Termotecnica Union WGR Alpha Marktec Materiais Eletricos LTDA Centelha Proauto - Produtos de Automação Tormel Materiais Elétricos Eletrofase Magnani Mat Elétricos Elétrica Cidade Ltda AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Elétrica Cidade Ltda Union

Industrial

EMPRESA

Revendedora (varejista)

A empresa é Principal segmento de atuação

Distribuidora (atacadista)

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

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Outros

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Consumidor final

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Empresas públicas

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Empresas de manutenção

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Empresas de engenharia

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Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

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Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

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Treinamento técnico para os clientes

Importações diretas de produtos

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Principais clientes

Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

UF PA SP SC SP SP PA PA MG MG MG MG MG MG MG MG MG SP SC SC SC SC DF DF BA SP SP SP MS RS PA PR PR RS RS RS SC SC PR MG MG SC MS SP SC SC MT PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR SP SP RS CE

Equipamentos de proteção individual e coletiva

Cidade Água Azul do Norte Americana Balneário Camboriú Barueri Bauru Belém Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Birigui Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Brasília Brasília Brumado Campinas Campinas Campinas Campo Grande Canoas Capanema Cascavel Cascavél Caxias do Sul Caxias do Sul Caxias do Sul Chapecó Chapecó Cornélio Procópio Coronel Fabriciano Coronel Fabriciano Corupá Costa Rica Cravinhos Criciúma Cricíuma Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curítiba Diadema Diadema Flores da Cunha Fortaleza

Ferramentas

Site www.tecaut.com.br www.metaeletrica.com.br www.rosxateriaiseletricos.com.br www.i9lux.com www.eletropainel.com.br marelliltda@uol.com.br www.tecaut.com.br www.alphamarktec.com.br www.cecinsarkis.com.br www.ceibe.com.br www.egom.ind.br www.exponencialmg.com.br www.lojaeletrica.com.br www.tecaut.com.br www.tel.com.br www.universoeletrico.com.br www.tecaut.com.br www.eletricadw.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.provolt.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.cecinsarkis.com.br www.tecaut.com.br www.tecaut.com.br www.dimensional.com.br www.eletricapj.com.br www.ledluz.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletrotartari.com.br www.eletricadz.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletronor.com.br www.magnani.com.br www.eletricadw.com.br www.tecaut.com.br www.iguacumec.com.br www.eletrofasemg.com.br www.eletrofasemg.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.tecaut.com.br www.itapuaeletro.com.br www.agpr5.com www.agpr5.com www.eletrotartari.com.br www.2a.com.br www.andra.com.br www.ceigon.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.eletronor.com.br www.elos.com.br www.irmaosabage.com.br www.reymaster.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.agpr5.com www.eletricauniao.com.br www.eurocabos.com.br www.trentocomercial.com.br www.carmehil.com.br

3427-1390 3471-2800 3367-2788 4163-1296 9991-1360 3223-0516 3289-7300 3477-7004 3046-9400 3292-9522 3486-1166 3317-5150 3218-8000 3328-2556 99984-3240 3071-3232 3643-1200 3321-7506 3144-7620 3036-9666 3037-8585 3046-9416 3213-7117 3071-4807 3322-0000 3208-2777 2514-6989 9948-8019 3326-4000 99300-2860 3220-9498 9151-0723 3224-9224 3220-3800 4009-5255 2049-7307 3321-3700 3401-1050 3865-1300 3841-9319 3375-1133 3247-7425 3951-2195 3462-3900 3462-3900 3637-8000 3019-5050 3778-7000 3023-4466 3316-5000 2104-8200 3217-1900 3383-9290 3371-5707 3021-5049 3014-1810 9244-6723 4043-8900 4092-9292 3292-3700 4008-6687

Automação industrial

Telefone (94) (19) (47) (11) (44) (91) (91) (31) (61) (31) (31) (31) (31) (31) (31) (31) (18) (47) (47) (47) (47) (61) (61) (31) (19) (19) (19) (67) (51) (91) (45) (45) (54) (54) (54) (49) (49) (43) (31) (31) (47) (67) (16) (48) (48) (65) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (11) (11) (54) (85)

Automação comercial

Empresa Tecaut Meta Materiais Elétricos e Hidráulicos Rossi Materiais Elétricos e Iluminação Inovelux Iluminação EletroPainel Marelli Ltda Tecaut Alpha Marktec Materiais Eletricos Ltda Cecin Sarkis Ceibe Automação Egom Exponencial Material Elétrico Loja Elétrica Tecaut Termotecnica Universo Elétrico Tecaut Comercial Elétrica DW Ltda Eletrica Neuber Provolt Ribeiro Automação Industrial Cecin Sarkis Tecaut Tecaut Dimensional Eletrica PJ Led Luz AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Eletro Tartari Ltda Dz materiais eletricos AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Eletronor Materiais Elétricos Magnani Mat Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Tecaut José Ademar de Oliveira Jr Eletrofase Eletrofase Eletrica Neuber Tecaut Itapuã Eletro Comercial AGPR5 AGPR5 Eletro Tartari Ltda 2A Materiais Eletricos Andra Materiais Elétricos Ceigon Materiais Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Dimensional Eletronor Materiais Elétricos Elos Irmãos Abage Reymaster Ribeiro Automação Industrial AGPR5 Elétrica União Eurocabos Trento Comercial Elétrica e Hidráulica Ltda Carmehil

Automação residencial

Principais produtos que comercializa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

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Outros

Consumidor final

Empresas públicas

Empresas de manutenção

Empresas de engenharia

Instaladoras

Construtoras

Indústria em geral

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Concessionárias de energia elétrica

Principais clientes Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

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Importações diretas de produtos

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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

GO GO PR SP SP SP SP SP MG MG SC SC PE PE SC PB MG SC SC SC MG MG SP SP BA SP ES PR BA RJ RJ SP AM PR PR PR

Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF

Goiânia Goiânia Guarapuava Guararapes Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Ipatinga Itabira Itajaí Itapema Jaboatão dos Guararapes Jaboatão dos Guararapes Jaraguá do Sul João Pessoa João Pinheiro Joinville Joinville Joinville Juiz de Fora Juiz de Fora Jundiaí Jundiaí Lauro de Freitas Limeira Linhares Londrina Luis Eduardo Magalhães Macaé Macaé Mairiporã Manaus Mandaguari Maringá Maringá

Ferramentas

Cidade

www.alset.com.br www.cecinsarkis.com.br www.tecaut.com.br www.tecaut.com.br www.acabine.com.br www.dlight.com.br www.mediatensao.com.br www.perfillider.com.br www.eletrofasemg.com.br www.damatel.com.br www.lojainstaladora.com.br www.rosxateriaiseletricos.com.br www.eletricapj.com.br www.onixcd.com.br www.ceigon.com.br www.tecaut.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.edilsoneletrica.com.br www.reimatel.com.br www.cetti.com.br www.comesp.com.br www.centelhario.com.br www.dimensional.com.br ematelcompras@gmail.com www.eletrotrafo.com.br www.2a.com.br www.centelhario.com.br www.tecaut.com.br www.lugo.com.br www.baeletrica.com.br www.onixcd.com.br www.comueller.com.br www.eletricadw.com.br

3945-5047 3046-9400 3625-8000 3606-8204 2842-5272 2937-4650 2384-0155 2412-7787 3829-1700 3801-2022 8496-0805 33682929 3479-7100 3233-8500 3023-4466 2106-1555 3561-4522 3419-7000 3177-2001 3029-0929 3215-4473 3215-6292 4527-4500 3379-5500 3186-3666 3446-7400 3115-5109 3520-5000 3628-8777 2105-9000 2791-2158 4486-8400 2125-8000 3233-8588 3888-1200 3261-7100

Automação industrial

Site

(62) (61) (42) (18) (11) (11) (11) (11) (31) (31) (47) (47) (81) (44) (47) (83) (38) (47) (47) (47) (32) (32) (11) (11) (71) (19) (27) (43) (77) (22) (22) (11) (92) (44) (44) (44)

Automação comercial

Telefone

Alset Engenharia e Comércio Cecin Sarkis Tecaut Tecaut ACabine Materiais Elétricos D´Light Média Tensão Perfil Lider Eletrofase Damatel Loja Instaladora Rossi Materiais Elétricos e Iluminação Eletrica PJ Onix Distribuidora De Produtos Elétricos Ltda. Ceigon Materiais Elétricos Tecaut Albernaz Andra Materiais Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Eletrica Neuber Edilson Elétrica Rei Materiais Elétrico Ltda. Cetti Comesp Comercial Elétrica Ltda Centelha Dimensional Ematel Eletrotrafo 2A Materiais Eletricos Centelha Tecaut Lugo BA Elétrica Onix Distribuidora De Produtos Elétricos Ltda. C.O.Mueller Comercial Elétrica DW S/A

Automação residencial

Empresa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

Principais produtos que comercializa

Treinamento técnico para os clientes

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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TO SP MG MG RS RS RS PE RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ BA SP SP SP SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP

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Outros

Consumidor final

Empresas públicas

Empresas de manutenção

Empresas de engenharia

Instaladoras

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Construtoras

Indústria em geral

Concessionárias de energia elétrica

Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Principais clientes

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Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Importações diretas de produtos

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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF PR PR PR RN RJ RJ MT RS SP SP

Ferramentas

Cidade Maringá Maringá Maringá Natal Niteroi Nova Iguacú Nova Mutum Novo Hamburgo Osasco Osasco Outras regiões Outras regiões Outras regiões Outras regiões Palmas Piracicaba Poços de Caldas Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Recife Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Santo André Santo André Santos Santos Santos São Bernardo do Campo São Bernardo do Campo São Bernardo do Campo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo

Automação industrial

Site www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.tecaut.com.br www.essencialenergia.com www.eletroforconecta.com.br www.tecaut.com.br www.dimensional.com.br www.eletricacopeli.com.br www.santil.com.br www.abalux.com.br www.alset.com.br www.apscomponentes.com.br www.telbra.com.br www.tecaut.com.br www.eletricapj.com.br luiz@eletrochoquebrasil.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.eletronor.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.tecaut.com.br www.centelhario.com.br www.agpr5.com www.centelhario.com.br www.eletricapj.com.br www.sunway.ind.br www.suldistribuidora.com.br www.tel.com.br www.unionsistemas.com.br www.costabahianet.com.br www.allwatts.com.br www.essencialenergia.com www.andra.com.br www.essencialenergia.com www.galassosantos.com.br www.berteleletrica.com.br www.eletricauniao.com.br www.plenaeletrica.com.br www.abalux.com.br www.acabine.com.br www.agpr5.com www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.eletricadw.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.eletricacopeli.com.br www.neblina.com.br www.eletricapj.com.br www.eletricauniao.com.br www.eletroterrivel.com.br www.embramataltatensao.com.br www.enercom.com.br www.essencialenergia.com www.fecva.com.br www.glolani.com.br

Automação comercial

Telefone (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3028-1800 (84) 3344-1077 0800 779 9009 (21) 2667-3185 (65) 3385-6900 (51) 3271-1400 (11) 3538-0450 (11) 3695-9000 0800 7072977 (62) 3945-5047 (11) 5645-0800 (11) 2946-4646 (63) 3215-1912 (19) 3433-2370 (35) 3714-2098 (35) 3714-2660 (51) 3314-8000 (51) 3062-1004 (51) 3428-4580 (81) 3087-3450 (21) 98481-4443 (21) 3976-9330 (21) 3534-8600 (21) 99922-5281 (21) 3866-0055 (31) 99984-3240 (11) 3512-8910 (71) 99125-5701 (11) 4455-3399 (11) 4997-5033 (13) 3040-7000 0800 779 9009 (13) 3326.2568 (11) 2198-0825 (11) 4043-8900 (11) 4127-9704 (41) 2103-2750 (11) 2842-5252 (11) 96949-0029 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3393-2501 (11) 3229-4044 (11) 2137-7500 (11) 2902-1070 (11) 3835-6996 (11) 3538-0450 (11) 3619-1600 (11) 3649-9800 (11) 4043-8907 (11) 3959-6855 (11) 2098-0371 (11) 2919-0911 (11) 97616-8834 (11) 2915-7744 (11) 2294-1133

Automação residencial

Empresa EletroPainel EletroPainel Ribeiro Automação Industrial Tecaut Essencial Energia Eletrofor Conecta Tecaut Dimensional Elétrica Copeli Santil Abalux Alset Engenharia e Comércio APS Telbra Ex Tecaut Eletrica PJ Eletro Choque Sulminas Fios & Cabos Eletronor Materiais Elétricos Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Tecaut Centelha AGPR5 Centelha Eletrica PJ Luminarias Sun Way Sul Distribuidora Termotecnica Union CostaBahia Allwatts Essencial Energia Andra Materiais Elétricos Essencial Energia Galasso Materiais Elétricos e Tintas Bertel Elétrica União Romilda Abalux ACabine Materiais Elétricos AGPR5 Alpha Marktec Materiais Eletricos Ltda Andra Materiais Elétricos APS Casa Ferreira Comercial Dimel Ltda Comercial Elétrica DW Ltda Comercial Gonçalves Comesp Comercial Elétrica Ltda Crossfox Elétrica Dimensional Elétrica Copeli Elétrica Neblina Eletrica PJ Elétrica União Eletro Terrível Embramat Enercom Essencial Energia Fecva Glolani

Treinamento técnico para os clientes

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Principais produtos que comercializa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

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Outros

Consumidor final

Empresas públicas

Empresas de manutenção

Empresas de engenharia

Instaladoras

Construtoras

Indústria em geral

Concessionárias de energia elétrica

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Principais clientes Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

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Treinamento técnico para os clientes

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Importações diretas de produtos

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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP ES ES SP SP MG RS MG MG MG MG MG

Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF

São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Sorocaba Sumaré Timoteo Torres Uberaba Uberlândia Uberlândia Uberlândia Uberlândia

Ferramentas

Cidade

www.histeccomercial.com.br www.instrutemp.com.br www.itapeti.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.litecdobrasil.com.br www.mastercabos.com.br www.megabras.com www.nofercoex.cpm.br www.omicronservice.com.br www.plenaeletrica.com.br www.portaleletrica.com.br www.proluz.com www.lojaprovitel.com.br www.safebysafe.com.br www.santil.com.br www.siro.com.br www.sob-brasil.com www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br veralucia@supereletrica.com.br www.telbra.com.br www.sensorestenet.com.br www.tel.com.br www.unionsistemas.com.br www.wgr.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.proautomacao.com.br www.tormel.com.br www.eletrofasemg.com.br www.magnani.com.br www.eletricacidade.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.unionsistemas.com.br

3018-0500 3488-0200 2652-2099 3358-8000 2249-9606 3393-7225 2341-3686 3254-8111 3473-3913 5061-8566 4127-9704 2067-4700 3221-2599 2239-1484 98945-7714 3616-5033 3879-6100 5090-0036 2165-8244 5641-7288 3931-0522 2946-4646 2098-4500 99984-3240 3512-8910 2155-5513 3064-8100 2123-5700 3031-7400 3828-9500 3849-7176 3626-9600 9.9817-6006 9947-3177 4009-3800 3256-4944 3512-8910

Automação industrial

Site

(11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (31) (11) (11) (27) (27) (15) (19) (31) (51) (34) (34) (34) (34) (11)

Automação comercial

Telefone

Histec Comercial Instrutemp Itapeti Material Elétrico JMC Comercial Elétrica Ltda Kienzle Controls Litec do Brasil Mastercabos Megabras Noferco Omicron Service Plena Elétrica Portal Proluz Provitel Safe by Safe Equipamentos Santil Siro Sob Schurter Sonepar Sul Distribuidora Supereletrica Telbra Ex Tenet do Brasil Termotecnica Union WGR Alpha Marktec Materiais Eletricos LTDA Centelha Proauto - Produtos de Automação Tormel Materiais Elétricos Eletrofase Magnani Mat Elétricos Elétrica Cidade Ltda AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Elétrica Cidade Ltda Union

Automação residencial

Empresa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

Principais produtos que comercializa

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x

x x

x

x x x x x x x x x x x x x x x

x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x


Espaço 5419

Espaço 5419 Por Normando V.B. Alves*

Nova ABNT NBR 5419 comemora um ano de existência A nova norma ABNT NBR 5419:2015

PDA - Proteção de Descargas Atmos­féricas:

acaba de completar um ano de vida. Gostaria

divide-se em SPDA e MPS;

de comemorar essa data com notícias boas,

SPDA - Sistema de Proteção contra Descar­

como: “Todos os profissionais já conhecem a

gas Atmosféricas: dividida em externa e

norma e a aplicam”, ou “Todos os projetos já

interna está compreendida em subsistemas

estão saindo dentro da nova norma”, ou ainda

de

“Todas as instalações estão seguras”, etc.

conexões para evitar centelhamentos peri­

Fato é que a realidade é que essas

gosos, respectivamente.

mudanças levam tempo para acontecer, seja

MPS - Medidas de Proteção contra Surtos:

porque muitos projetistas ainda não conhecem

é a proteção das instalações elétricas de

a norma nova, seja porque estão acostumados

energia e de sinal, equipamentos e pessoas,

com a norma antiga e não conseguem cortar

constituída por Dispositivos de Proteção

o cordão umbilical, ou ainda por pressão

contra Surtos (DPS), equipotencialização,

do mercado que os “obriga” a trabalhar na

roteamento de cabos, minimização dos

norma anterior.

laços (loops), blindagens espaciais, malhas

captação,

descida,

aterramento

e

Bom, uma coisa é fato e contra fatos não

de referência, etc. Essas medidas podem ser

existem argumentos. O fato é que a norma

adotadas separadamente ou em conjunto,

mudou. Agora cabe aos profissionais da área

conforme gerenciamento de risco da parte 2

correrem atrás da informação e se capacitarem

da norma.

para atender a essas novas exigências da norma.

Começaremos pelas novas siglas da nova

norma:

Veja na Figura 1, a seguir, o caminho para projetar uma proteção:

Figura 1 – Esquema de proteção.


111

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

O primeiro passo consiste em usar a

contra surtos apareceu nesta nova versão da

pois o custo é muito baixo para este caso

parte 2 da norma ABNT NBR 5419:2015

norma, o que não é verdade. A norma anterior

especificamente.

desenvolvendo o gerenciamento de risco.

já mencionava a proteção, pelo menos, dos

A norma deixa claro que caso você

Após análise, deve-se verificar se o valor do

quadros de entrada de energia e de sinal.

decida instalar um SPDA, mesmo não sendo

risco calculado está dentro do risco tolerável

A nova norma atualizou e aprimorou esses

necessário, este terá que atender, pelo menos,

pela norma ou não.

conceitos e outros novos e estabeleceu os

ao menor nível de proteção (Classe lV). O fato

Se o risco tolerado pela norma for

parâmetros e critérios mais detalhados de

de não precisar do SPDA não dá o direito de o

atingido, a solução sugerida deverá ser

como fazer essa proteção, criando o conceito

projetista dimensionar algo que esteja abaixo

implantada, porém, se esta não for atendida,

de zonas.

do mínimo que a norma exige.

então devemos retornar ao gerenciamento de

risco e analisar o que poderá ser melhorado

da ABNT NBR 5410:2004, colocar DPS pelo

é que há essa ferramenta para ajudar a escolher

para que o mesmo fique dentro dos limites

menos na entrada de energia e sinal se o

as melhores soluções técnicas com o menor

tolerados. Isso pode ser feito, por exemplo,

prédio tem SPDA, ou seja se tem risco de ser

custo possível, mas, independentemente disso,

com a indicação de um nível de proteção

atingido por uma descarga direta, mas será a

é a decisão do projetista que vai determinar

mais rigoroso, dividindo a edificação em

parte 2 da norma - Gerenciamento de risco,

o que poderá ser feito, além do que o

zonas, refinando a proteção interna com DPS

que irá determinar essa real necessidade ou

gerenciamento de risco apontar.

coordenados, ou blindagens espaciais, etc.

não, pois existem diversos fatores envolvidos

Depois de algumas tentativas iremos

e é a combinação destes fatores que irá

são muitas variáveis possíveis de serem

achar um conjunto de medidas técnicas que

encaminhar a solução técnica do projeto.

combinadas, podemos ter diversas soluções

deverão ser aplicadas em cada projeto, de

para uma edificação que sejam compatíveis

acordo com a análise de cada caso.

na região do recôncavo baiano com índice

tecnicamente.

baixíssimo de densidade de descargas

O mais importante do gerenciamento

As soluções técnicas podem ser:

É uma boa pratica, que, inclusive, consta

Recentemente, participei de um projeto

Uma coisa muito importante na nova norma

Outro dado interessante é que, como

atmosféricas (Ng) e, de acordo com o

de risco é que ele permite a combinação de

1- Necessidade de SPDA (externo e interno)

gerenciamento de risco não era necessária a

diversas variáveis, dando mais liberdade para

e MPS;

instalação de SPDA e nem de MPS.

o projetista determinar em quais das variáveis,

2- Necessidade de apenas SPDA (externo e

O prédio tem cinco andares, porém, está

em cada caso, é interessante direcionar o

interno) e indicação da classe de proteção;

rodeado de prédios muito mais altos, em

investimento. Ao mesmo tempo também

3- Necessidade apenas de MPS e quais

torno de 20 pavimentos. Lançando mão da

está delegando mais responsabilidade para

tipos de medidas;

esfera rolante e fazendo algumas tentativas,

o projetista tomar essa decisão, que inclusive

4- Não necessita de SPDA nem de MPS,

deu para perceber porque não precisava de

pode ser tomada em comum acordo com o

bastante raro de ser encontrada.

proteção contra raios diretos, pois este se

cliente, se for o caso.

encontrava dentro da zona 0B, dos prédios

Tem muita gente procurando na nova

que

vizinhos e a probabilidade de um raio direto

norma a tal tabela que estabelecia os níveis

eventualmente pode acontecer, seria colocar

seria baixíssima. Mesmo não necessitando de

de proteção e que na nova norma sai a partir

o SPDA com o nível de proteção mais rigoroso

SPDA e MPS, e levando em consideração um

do Gerenciamento do risco (parte 2).

(classe I), DPSs coordenados, sistema de

histórico recente de um raio que caiu em um

combate a incêndio automático, e outras

dos prédios vizinhos – o que ocasionou um

projeto mudou muito, o que está deixando

medidas complementares de proteção e,

choque (tensão de toque) em um funcionário,

alguns projetistas com os cabelos em pé, mas

mesmo com todas essas proteções, o risco

pois estava encostado numa porta metálica

com as novas ferramentas que estão sendo

ainda pode continuar acima do tolerável.

(sem maiores consequências) e também

disponibilizadas no mercado, esse problema

Nestes casos específicos, deverá ser justificado

o sistema de CFTV foi queimado –, achei

está sendo minimizado. Destaco o aplicativo

tecnicamente através do gerenciamento de

prudente sugerir algumas MPSs. A instalação

TUPAN, desenvolvido pela USP, como uma

risco todas as medidas a serem aplicadas e,

de DPS para a proteção dos equipamentos e

dessas ferramentas.

mesmo com todas as medidas mais rigorosas,

o aterramento das massas metálicas poderiam

infelizmente, o risco ainda ficou acima dos

garantir mais segurança.

*Normando V.B. Alves é engenheiro eletricista, diretor

parâmetros da norma, apesar de todas as

Dessa maneira, apesar de a norma

de engenharia da Termotécnica Para-raios e membro

medidas preventivas tomadas.

não exigir nada, achamos prudente sugerir

da comissão da ABNT que revisou a norma ABNT

a instalação de DPS como prevenção,

NBR 5419 | normandoalves@gmail.com

Uma

situação

incomum,

mas

Algumas pessoas acham que a proteção

Em resumo, o modo como se inicia um


112

Espaço 5410

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Por Eduardo Daniel*

Validação do projeto de norma de instalações elétricas fotovoltaicas

É interessante notar como os assuntos

demonstrado que estamos próximos da

técnicos ligados a novas tecnologias estão

finalização do projeto de norma elaborado

considerados nesta norma:

avançando cada vez mais rapidamente,

pelo GT Fotovoltaico. Resta cerca de

o que tem exigido das pessoas que

40% do conteúdo do projeto para ser

- O arranjo fotovoltaico é conectado a cargas

acompanham

Três tipos de circuitos de aplicação são

lido, discutido e validado pela plenária

em corrente contínua;

especialistas um esforço adicional nem

da

- O arranjo fotovoltaico é conectado a um

sempre disponível para a elaboração de

nos

documentos normativos confiáveis.

sobrecorrentes (5.3.2 do projeto de norma).

inclui ao menos isolação galvânica;

a

evolução

e

dos

Comissão requisitos

de para

Estudos,

entrando

proteção

contra

sistema em corrente alternada via UCP que

Na coluna do mês anterior, falamos

Para caracterizar bem aos que acom­

- O arranjo fotovoltaico é conectado a um

sobre três novos temas, além do principal

panham esta coluna quais os componentes

sistema em corrente alternada via UCP que

que norteia os trabalhos da Comissão

e critérios da parcela de geração fotovoltaica,

não inclui isolação galvânica.

de Estudos CE 03:064.001 - Instalações

reproduz-se abaixo a parte do texto já validado

elétricas de baixa tensão. Se revisar o

do projeto de norma.

Esquemas de aterramento de sistemas fotovoltaicos

texto principal da ABNT NBR 5410 já constitui um esforço considerável (e que na

Configurações do arranjo fotovoltaico

reunião anterior teve um ponto nevrálgico

Configuração funcional de um sistema

terra é caracterizada pela existência ou não de

resolvido). A validação do projeto de

fotovoltaico

qualquer aterramento por razões funcionais,

norma de instalações elétricas fotovoltaicas

Arranjos fotovoltaicos são utilizados para

pela impedância dessa conexão à terra e,

tomou conta de toda a nossa agenda por

fornecer energia a um circuito de aplicação.

também, pelo tipo de aterramento do circuito

se tratar do tema mais crítico atualmente

A Figura 1 ilustra a configuração

de aplicação (por exemplo, inversor ou outro

e que carece de um documento normativo

funcional geral de um sistema fotovoltaico.

equipamento) a que o arranjo fotovoltaico

A conexão de um arranjo fotovoltaico à

urgente para viabilizar tecnicamente os novos projetos que estão surgindo. São as linhas de financiamento que estão ficando disponíveis, as chamadas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os projetos de P&D das distribuidoras de energia elétrica e as crescentes obras particulares

que

demandam

requisitos

validados desde o seu projeto. Isso não pode ficar na mão de projetistas e instaladores “curiosos” e que precisam dessa complementação da ABNT NBR 5410 atual das instalações convencionais.

Em relação a esse tema, mais uma vez,

ele foi a prioridade na reunião ocorrida no último dia 19/10, durante a qual ficou

Figura 1 – Configuração funcional geral de um sistema fotovoltaico.


113

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

está conectado. Isto e a localização do ponto

funcionais via resistência, é requerida

eficiência energética em instalações elétricas

de aterramento afetam a segurança do arranjo

proteção por um dispositivo supervisor de

de baixa tensão sendo desenvolvido por

fotovoltaico (ver Anexo B).

isolamento (DSI) (ver subcláusula 5.7.3.1.1).

GT específico, foram marcadas três reuniões

presenciais do próprio GT, que serão

As especificações dos fabricantes de

arranjo fotovoltaico é conectado devem ser

a leitura do texto base do projeto de norma

outubro e novembro.

levadas em consideração na determinação

em conjunto permitiu mais uma vez a

Você se interessa por algum desses

do tipo de esquema de aterramento mais

discussão de pontos que não apareceriam

assuntos?

apropriado.

numa análise baseada somente à distância

participe mesmo à distância.

O aterramento por razões de proteção de

e individualmente. É melhor, mais seguro

qualquer condutor vivo do arranjo fotovoltaico

e prudente investir mais tempo nas

*Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria

não é permitido.

discussões nesta fase, do que esperar um

e Engenharia Consultiva e coordenador da

retorno de votação da consulta nacional

Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-0/ABNT,

para rediscutir pontos já consolidados.

que revisa a norma de instalações de baixa tensão

Em relação ao projeto de norma de

ABNT NBR 5410.

O aterramento funcional deve ser feito de

acordo com todas as condições a seguir: a – Existir, no mínimo, isolação galvânica entre os circuitos em corrente contínua e em corrente alternada. Essa isolação pode ser tanto interna quanto externa à UCP. Quando for externa à UCP e a UCP for um inversor, este deve ser compatível com este tipo de configuração e a isolação galvânica deve ser realizada por: - Um transformador por inversor; ou - Um transformador com diversos enrolamentos, com um enrolamento para cada inversor. Nota O inversor deve ser compatível com esse tipo de configuração. b – O aterramento de um dos condutores vivos em corrente contínua deve ser feito em um único ponto do arranjo fotovoltaico, próximo à entrada em cor­ rente contínua da UCP ou na própria UCP. Nota O aterramento deve ser feito, preferencialmente, o mais próximo possível do dispositivo de seccionamento do arranjo fotovoltaico, entre este dispositivo e a entrada em corrente contínua da UCP. c – Uma das seguintes condições adicionais pode ser aplicada: -

Quando um condutor vivo do

arranjo fotovoltaico for diretamente aterrado por razões funcionais, é requerida proteção por desconexão automática do aterramento para eliminar qualquer corrente de falta pelo condutor do aterramento funcional (ver subcláusula 5.7.2); - Quando um condutor vivo do arranjo fotovoltaico for aterrado por razões

Conforme já destacado no mês anterior,

divulgadas oportunamente e realizadas em

módulos fotovoltaicos e de UCPs a que o

Entre em contato conosco e


114

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

A situação dos sistemas de aterramento nas instalações elétricas do Brasil – Parte 2

Início dos estudos

• Valores de resistência ôhmica do eletrodo

insensatez e afirmam que não darão garantia

sendo exigidos sem o mínimo critério:

ao equipamento caso essas “afrontas à boa

não é raro ouvirmos relatos de nossos

técnica” não sejam cumpridas. Obviamente

• Existência de aterramentos pontuais: os

clientes contendo “ameaças” por parte dos

desconhecem a origem, o conceito e a

famosos “aterramentos egoístas”, ou seja,

fornecedores de equipamentos, que chegam

correta utilização do valor de resistência

vários eletrodos distintos, geralmente, hastes

ao absurdo de redigir documentos exigindo

ôhmica de um eletrodo de aterramento.

copperweld, situados em pontos diferentes

“um aterramento somente para eles”, e pior,

do terreno interligados a várias massas

com valores de resistência ôhmica do eletrodo

Os números impressionam

metálicas

equipamentos

inferiores a 5 Ω. Detalhe: tomam essa atitude

elétricos alimentados por uma única entrada

sem sequer conhecerem as características

parcial da compilação de dados do trabalho

de energia, como mostrado na Figura 1.

do solo no local. Essas pessoas cometem tal

realizado nos mais diversos tipos de sistemas

Foram inspecionados:

de

diferentes

Apresentaremos, a seguir, o resultado

de aterramento por todo o Brasil nos últimos 15 anos. Utilizamos uma amostra com universo de 800 locais. Cada local possuindo de 1 a 57 edificações.

Critérios adotados:

• Separação das edificações por ramo de atividade: Industrial, comercial e residencial; • Atribuição de nota (0 a 10) para os sistemas de aterramento local encontrados, em que: • 0 - sem sistema de aterramento no local; • 1 a 5 - possui sistema de aterramento na instalação, porém, o mesmo encontra-se em desacordo com as normas. As notas 1 a 5 foram atribuídas em função do tipo do eletrodo, das interligações e da conservação e manutenção do sistema; • 7 - o sistema de aterramento segue os parâmetros mínimos exigidos pelas normas; Figura1 – Configuração incorreta do sistema de aterramento local. O esquema de aterramento não está desenhado.

• 8 a 9 - além de seguir as normas o sistema de aterramento foi projetado atendendo


115

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Informações adicionais

requisitos e parâmetros adicionais, exemplo: utilizado como elemento componente de sistema para blindagem eletromagnética;

• 10 - o sistema segue totalmente as normas

nunca muda”, “na minha instalação não há

está bem dimensionado e mantido, além de

como implementar esse(s) conceito(s)”, ou

ter sido projetado e instalado para atender

“o Brasil sempre será o pais do jeitinho”,

a todos os requisitos de proteção pessoal e

Figura 4 – Avaliação em edificações residenciais.

funcional (instalações e equipamentos), além

Para aqueles que ainda pensam: “nada

sugerimos

três

excelentes

fontes

de

leitura:

de possuir toda documentação atualizada no local.

Perspectivas de melhorias

• Lei n° 8.078, de 11 de Setembro de 1990, o CDC – Código de Defesa

• Agir como multiplicadores massivos de

do Consumidor, aplicável a relações

informação difundindo-a sempre que possível;

comerciais para produtos e serviços;

• Trabalhar para que a comunidade técnica

absorva corretamente os conceitos e os

1997, que dispõe sobre a organização do

programe de forma organizada e equânime.

Sistema Nacional Defesa do Consumidor – SNDC e estabelece as normas gerais de

Figura 2 – Avaliação em edificações industriais.

Figura 3 – Avaliação em edificações comerciais.

Decreto nº 2.181, de 20 de Março de

Acreditamos que esta seja a melhor forma

aplicação das sanções administrativas

para que, em alguns anos, uma nova pesquisa

previstas no CDC;

possa mostrar resultados muito melhores dos

• NR 10, de 08 de dezembro de 2004,

aqui apresentados, significando, salvo melhor

Segurança

julgamento, que estaremos caminhando para

e

uma situação que apresentará instalações

regulamentadora do Ministério do Trabalho

elétricas mais seguras e confiáveis.

e Emprego (MTE).

Serviços

em em

Instalações Eletricidade,

Elétricas norma


116

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br

Projetos de eficiência energética devem ser implantados antes da Geração Distribuída (incluindo as fotovoltaicas) De fato, causa bastante interesse aos

potência de curto-circuito. Também a situação

especificação de sistemas com outros tipos

consumidores em geral a possibilidade de

de perda financeira das distribuidoras deve

de fonte (geradores, por exemplo). Ainda, esta

cada qual, individualmente, ou em consórcio,

ser cuidadosamente avaliada, caso contrário,

constatação é muito aplicável em situações

condomínio ou outra agregação prevista,

os outros consumidores sem geração própria

de fontes de “backup” não interligadas. O

gerar sua própria energia. As resoluções

pagarão a conta com redução da qualidade

tratamento de cargas “nervosas” com a

Aneel 482 e 676 são bastante flexíveis e

ou aumento de tarifa, caso a distribuidora

instalação de filtros é também, em geral,

apontam

“sobreviva”.

mais econômico que o custo do aumento da

que, se implantadas com responsabilidade,

Chama a atenção que nem sempre

potência dos equipamentos de geração.

podem trazer bons resultados. Existem alguns

as ações de eficiência energética são

aspectos que já foram aqui discutidos sobre

consideradas de forma natural previamente

exercitar o conceito, nos propusemos avaliar

a real necessidade técnica de sistemas de

à implantação de qualquer novo sistema de

uma ação de eficiência energética anterior

geração distribuída, em especial, os sistemas

Geração Distribuída (GD), uma vez que o

à implantação da PV, com a substituição de

fotovoltaicos (PV) estarem conectados em

custo por kWh economizado é bem menor que

100 lâmpadas fluorescentes compactas por

paralelo com as redes de distribuição das

aquele a ser investido para a nova geração.

lâmpadas Leds, operando por 300 horas por

concessionárias locais. Mesmo os sistemas

Portanto, o novo sistema, se dimensionado

mês, conforme o cenário representado nas

com geradores operados em situação isolada

em função de um novo cenário mais eficiente,

Tabelas 1 e 2 (cenários variam caso a caso).

ou “ilhados” merecem atenção em função da

terá um custo bem menor de implantação.

Neste cenário foram desconsideradas

pobre regulação de tensão devido à baixa

Esta constatação é aplicável mesmo na

análises temporais financeiras como as

para

interessantes

mudanças,

Muito simplificadamente, e como forma de


117

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

correções monetárias e custos financeiros,

Tabela 1 – Parâmetros considerados na análise

variações projetadas de custo de energia,

Custo do kWh

R$ 0,50

Operação da carga por mês

300 horas

Custo por kWp-DC - sistema PV

R$ 7,00

Vida útil sistema PV

25 anos

Horas geração PV/ano

4.000

custos

projetados

da

substituição

das

lâmpadas fluorescentes compactas (a vida estimada da lâmpada Led é superior a três vezes àquela da fluorescente compacta), custos de manutenção, garantia e outros. A simulação foi consolidada com informações

Tabela 2 – Resultados da simulação

obtidas de simulações do “portal solar”:

Cenário 1

Cenário 2

Situação atual

(retrofit)

desta análise são as seguintes:

Potência unitária da lâmpada

20 W

5W

Número de pontos

100

90

• O investimento para o retrofit do sistema

Variável

Os pontos de observação e conclusões

Potência Total das lâmpadas

2.000 W

450 W

de iluminação é de R$ 1.620,00 e o custo de

Energia Consumida/mês

600 kWh

135 kWh

implantação do sistema “PV1” é de R$ 47.000 e

Custo da energia/mês

R$ 300,00

R$ 67,50

do “PV2” é de 13.000 (diferença de implantação

Custo para implantação de retrofit em Iluminação

R$ 1.620

entre os dois sistemas de R$ 34.000);

Economia mensal de energia devida ao retrofit

R$ 232,50

• O custo da energia economizada (relação

Payback simples do retrofit

7 meses

entre investimento para a Ação de Eficiência

20.000 horas

Energética e energia economizada) neste

9.000 kWh

projeto é da ordem de R$ 0,05/kWh ao longo

Vida útil do novo sistema de iluminação Energia consumida durante a

40.000 kWh

vida útil sistema iluminação

da vida da lâmpada; o custo da geração PV 31.000 kWh

Economia de energia durante a vida útil sistema de iluminação Custo da energia consumida durante

nos 25 anos é de R$ 0,26 e o da distribuidora de

R$ 20.000

R$ 4.500

a vida útil da lâmpada

aproximadamente

R$

0,50

(AES;

Eletropaulo; B3); • Cada projeto de eficiência energética tem

Economia durante a vida útil

R$15.500

seu custo de implantação e vida útil e deve

Custo do kWh economizado

R$ 0,05

ser comparado as demais condições de

(R$/kWh) - Investimento/kWh economizado

suprimento da energia;

Potência PV-estimada-FS 0,3

6.667 W

1.500 W

• A percepção de payback máximo pode ser

Energia gerada na vida útil PV – 25 anos

180.000 kWh

40.500 kWh

equivocada. Este indicador quando avaliado

Investimento no sistema PV

PV1: R$ 47.000

PV2: R$ 13.000

isoladamente não representa a viabilidade do projeto.


118

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Primeiros certificados internacionais IECEx para equipamentos mecânicos “Ex” móveis, por fricção ou por falta de lubrificação de

Por este motivo, estes equipamentos

2016 os primeiros certificados internacionais

suas partes constituintes.

mecânicos

IECEx

mecânicos

Equipamentos mecânicos instalados em

dimensionados, fabricados, avaliados, ensaiados

“Ex”, adequados para instalação em áreas

atmosferas explosivas, tais como bombas

em laboratório, certificados e marcados de

classificadas contendo atmosferas explosivas de

centrífugas, compressores alternativos, caixas

acordo com os requisitos indicados nas

gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis.

redutoras com engrenagens, pontes rolantes,

respectivas normas técnicas de tipos de

O primeiro certificado de equipamentos

ventiladores

proteção “Ex” para equipamentos não elétricos.

mecânicos “Ex” emitido pelo IECEx foi elaborado

possuem fontes próprias de risco potencial de

pelo INERIS (Institut National de l'Environnement

ignição.

IEC as seguintes normas técnicas internacionais

Foram emitidos em junho e setembro de para

equipamentos

e

elevadores,

normalmente,

necessitam

ser

projetados,

Em fevereiro de 2016, foram publicadas pela

Industriel et des Risques), da França, tendo como

sobre equipamentos mecânicos “Ex”, elaboradas

base as normas internacionais ISO 80079-36 e

pelo Subcomitê SC 31M do TC 31 da IEC:

ISO 80079-37. Os equipamentos mecânicos “Ex” certificados, neste caso, são bombas

• ISO 80079-36: Atmosferas explosivas -

dosadoras fabricadas pela empresa Dosatron

Parte 36: Equipamentos não elétricos para

International, com tipo de proteção Ex “h”.

utilização em atmosferas explosivas - Métodos

Exemplos dispositivos

de

outros

para

certificados

medição

de

são

e requisitos básicos. https://webstore.iec.ch/

rotação

publication/24256

de equipamentos mecânicos (Ex “h”) e

• ISO 80079-37: Atmosferas explosivas - Parte

equipamentos de refrigeração acionados por ar

37: Equipamentos não elétricos para utilização

comprimido do tipo Vortex (Ex “h”).

em atmosferas explosivas - Tipos de proteção

Casos históricos de acidentes envolvendo

explosões em instalações industriais contendo atmosferas

explosivas

ocasionadas

Figura 1 – Exemplo de equipamento mecânico “Ex” certificado para instalação em atmosferas explosivas.

por

não elétricos: segurança construtiva “c”, controle de fonte de ignição “b” e imersão em óleo “k”. https://webstore.iec.ch/publication/24255

equipamentos mecânicos são registrados desde

Os

podem

• ISO/IEC 80079-38: Atmosferas explosivas

o início do século 20. Dessa forma, desde aquela

possuir diversas fontes possíveis de ignição de

- Parte 38: Equipamentos não elétricos

época, os equipamentos mecânicos instalados

atmosferas explosivas, tais como: superfícies

para utilização em atmosferas explosivas -

em

quentes,

gases

Equipamentos e componentes em atmosferas

reconhecidos como sendo uma possível fonte de

aquecidos ou partículas quentes, faíscas

explosivas em minas subterrâneas. https://

ignição de atmosferas explosivas formadas por

geradas mecanicamente, dispositivos elétricos

webstore.iec.ch/publication/24210

gases inflamáveis ou por poeiras combustíveis.

centelhantes, correntes parasitas ou de proteção

catódica de corrosão, eletricidade estática,

No âmbito da Comunidade Europeia,

em atmosferas explosivas, os equipamentos

descargas

radiofrequência

existem as normas da série EN 13463 - Non-

mecânicos

ou ondas eletromagnéticas, radiação óptica,

electrical equipment for use in potentially

requisitos construtivos adequados de forma

radiação

explosive

que não possam gerar faíscas ou centelhas ou

adiabática, ondas de choque ou reações

2001. Em 2003 entraram em vigor na União

pontos quentes, provenientes de atritos de partes

exotérmicas.

Europeia as Diretivas ATEX 95 (European Union

atmosferas

explosivas

são

também

Sob o ponto de vista de segurança industrial também

necessitam

possuir

equipamentos

presença

mecânicos

de

eletrostáticas, ionizante,

chamas,

ultrassom,

compressão

atmospheres,

publicadas

desde


119

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Directive 1994/9/EC) e ATEX 137 (European

disponível para acesso público na internet, em

e de conformidade das instalações “Ex”, ao longo

Union Directive 1999/92/EC), que requer que

que são disponíveis, além dos certificados de

do seu ciclo total de vida.

os equipamentos mecânicos em atmosferas

conformidade, dentre outros documentos, os

explosivas sejam avaliados quando da instalação

relatórios de ensaios (ExTR) e relatórios de

de normalização técnica da ABNT, a Comissão

em atmosferas explosivas. Desde abril de 2016

avaliação do sistema de gestão da qualidade

de Estudo CE 003:031.05 do Subcomitê

é aplicável a Directive 2014/34/EU. As normas

(QAR) dos fabricantes e das empresas de

SC-31 do Cobei participa de todo o processo

técnicas internacionais da série ISO/IEC 80079

prestação de serviços “Ex”.

de elaboração, análise, comentários, votação e

foram elaboradas tendo como base, dentre

Com a publicação das normas técnicas

aprovação de publicação das normas técnicas

outras, as normas da série EN 13463.

internacionais da série ISO/IEC 80079 sobre os

internacionais ISO/IEC 80079. Esta comissão

No âmbito internacional da IEC foram

tipos de proteção para equipamentos mecânicos

de estudo encontra-se, desde 2014, executando

elaborados em 2015 e 2016 pelo IECEx os

“Ex”, bem como com a entrada em operação

os trabalhos de elaboração das respectivas

Documentos Operacionais para o sistema de

do sistema internacional de certificação de

normas técnicas brasileiras da série ABNT

certificação de equipamentos mecânicos “Ex”,

equipamentos mecânicos “Ex” pelo IECEx,

NBR ISO/IEC 80079, a serem publicadas

incluindo um “Guia de orientação” para os

pode ser verificado que diversos organismos de

pela ABNT, equivalentes às respectivas normas

organismos de certificação e fabricantes de

certificação estão solicitando a extensão de seu

internacionais da IEC.

equipamentos mecânicos “Ex” interessados em

escopo de acreditação, de forma a incorporar

Os

participar deste sistema.

também este tipo de equipamentos mecânicos

equipamentos mecânicos “Ex”, tais como IECEx

No âmbito do Brasil, sob o ponto de vista

certificados

internacionais

para

“Ex”.

INE 16.0031X (07/06/2016), IECEx BAS

mecânicos “Ex” do IECEx é totalmente integrado

Com a consolidação do processo de

16.0087X (07/09/2016) e IECEx SIR 16.0022X

e harmonizado com os demais sistemas já

certificação de equipamentos mecânicos “Ex”

(12/09/2016) encontram-se disponíveis para

elaborados para equipamentos elétricos “Ex”,

no mundo e também no Brasil, por parte dos

acesso público no sistema online de certificação

empresas de prestação de serviços “Ex”

organismos de certificação “Ex” acreditados,

do IECEx e podem ser encontrados com a

e

utilizando

tanto localmente como internacionalmente, é

pesquisa pela norma “80079”.

o mesmo sistema online de certificação,

esperada uma elevação dos níveis de segurança

http://iecex.iec.ch/iecex/exs.nsf/ex_eq.xsp?v=e

O sistema de certificação de equipamentos

competências

pessoais

“Ex”,


120

Falando sobre a luz

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Plinio Godoy é engenheiro eletricista e atua no campo da iluminação desde 1983. É proprietário do escritório CityLights Urban Solutions, especializado em iluminação urbana; da Godoy Luminotecnia, voltada para iluminação arquitetônica; e da Lienco Lighting Solutions, onde atua no campo da integração da iluminação e controles digitais. É coautor do livro Iluminação urbana e professor do curso de pós-graduação em Instalações Elétricas na Facens-Sorocaba. É palestrante em diversos congressos nacionais e internacionais.

Não só de eficácia e de eficiência vive o homem

Nesta segunda coluna que falamos

Hoje, com o advento dos Leds, quase

soluções pelo mundo, principalmente, na

sobre a luz, me ocorreu um fato interessante

ficamos obrigados a trabalhar com esta

iluminação de fachadas, que ficaram bastante

que gostaria de conversar com vocês. O

tecnologia, que aos poucos, baseado em

caracterizadas com a geração de projetos

Instagram

publicou

muito desenvolvimento, tentam chegar nos

com Leds, pois eram interessantes para quem

uma foto muito bonita da fachada do Tribunal

resultados de luz daquelas fontes tradicionais.

investia mostrar que já estavam utilizando a

de Justiça de São Paulo, localizado na Praça

Os Leds apresentam muitas carac­ te­

tecnologia.

da Sé, na capital paulistana, um projeto que

rísticas interessantes, como vamos ter a

http://croled.com.vn/product-detail/am-dat-linear-

desenvolvi quando ainda não era tão forte a

oportunidade de conversar nas próximas

6x2w-mono/

presença da tecnologia Led.

colunas, porém, a projeção da luz dos

Então me ocorreu uma certa “saudade” de

projetores a Led pode ser diferente das

como, na época, com lâmpadas de descarga,

luminárias e projetores tradicionais, pois

do Led, outros projetos foram desenvolvidos

como vapor metálico de 35 W, fluorescentes,

baseiam-se na projeção da luz através de

ressaltando as novas consequências da

filtros, equipamentos analógicos, reatores e

colimadores, ou lentes, que criam a abertura

tecnologia, como linhas, mudanças de cores,

dimmers, conseguíamos desenvolver nossos

do facho correspondente.

pontos e a utilização de programação digital.

projetos, com muitas soluções baseadas em

http://spie.org/newsroom/3531-solving-optical-

ledit-tech.en.made-in-china.com/

testes em campo, experiências. Esta época

problems-for-led-applications

@prediosdesaopaulo

não significa muitos anos não, estamos Foto: @prediosdesaopaulo.

falando de 2008, 2010. Figura 1 - Tribunal de Justiça de São Paulo.

Também utilizando-se das características

Presenciamos momentos limites entre a

tecnologia e a qualidade dos resultados, pois

Esta característica criou uma série de

novas possibilidades tornavam-se possíveis. http://www.erslighting.com/

Entender estas diferenças é fundamental para a criação de resultados de qualidade, às vezes buscando resultados similares às tecnologias anteriores e, por vezes, buscando efeitos mais característicos dos Leds.

Para buscar resultados mais sofisticados

de luz, com melhores controles óticos, luz mais suave e “mole”, os desenvolvedores de equipamentos passaram a ajustar seus produtos, buscando melhorar esta relação, criando soluções em que a qualidade da luz poderia ser o principal objetivo, mesmo utilizando-se os Leds, e, para atingir estes objetivos, passaram a utilizar das tecnologias de reflexão e difração. www.schreder.com


121

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

quando instalamos as novas lâmpadas tubulares a Led nas luminárias existentes. O documento Caliper 21-2_t8, que pode ser baixado no link a seguir, mostra as comparações entre diversos tipos de luminárias

Figura 2 – Os Leds oferecem soluções que passaram a ser utilizadas com frequência em fachadas. Fonte: http://croled.com.vn/

em

diferentes

situações

de

lâmpadas, desde as T8 convencionais até as Led tubulares com diferentes tipos de difusão de luz. Figura 3 – Fotografia de 20 combinações de lâmpada e luminária. Fonte: www.eere.energy.gov

está nas lâmpadas fluorescentes e n a

existente e seus possíveis retrofits. Para

A iluminação, então, utilizando-se de

tecnologia de Led tubular.

acessar o estudo, acesse http://www1.eere.

tecnologias

vezes,

É preciso tomar muito cuidado com

energy.gov/buildings/publications/pdfs/ssl/

retrocede no que tange os resultados

a substituição pura e simplesmente das

caliper_21-2_t8.pdf

luminotécnicos, pois “não só de eficácia e

lâmpadas fluorescentes pelas tubulares pela

eficiência vive o homem”.

questão fotométrica.

Conclusão

Temos que ter cuidado, pois utilizar as

soluções disponíveis podem trazer consequências

próximo ao da equivalente fluorescente,

projeto utilizando a tecnologia Led é entender

não muito desejadas, uma vez que a dispersão da

mas sim as fotometrias decorrentes da

a fotometria, pois, muito comumente, somos

luz pode se dar de maneira diferente.

utilização das lâmpadas mais os refletores

levados para decisões baseados em fluxos,

da luminária. Os diferentes modelos e

eficiências, enfim, números, e devemos sim

Led tubular

produtos apresentam diferentes distribuições

estarmos focados na comparação entre

luminosas e estas diferenças são impactantes

resultados efetivos de luz no espaço.

Estas soluções utilizam refletores e filtros

que possibilitam diferentes efeitos luminosos, ajustando, assim, o resultado às expectativas do projeto. mais

atuais,

muitas

Outro exemplo dessa mesma questão

Não basta o fluxo da tubular Led ser

Neste documento, o comparativo entre

diversas luminárias e lâmpadas nos dá uma ideia de como há variação entre o sistema

Importante para quem irá desenvolver um


122

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Equipe técnica da Omega Engineering

Aplicação de RTDs para medição de temperatura no setor elétrico

Os transmissores e os sensores de temperatura têm muitas e

O padrão bird-cage, proposto por Evans e Burns, substituiu o

variadas aplicações no setor de geração e transmissão de energia. No

design de Meyers. O elemento de platina permanece, em boa parte,

entanto, particularidades específicas para cada instalação industrial

sem suporte, o que o permite se mover livremente quando ocorre

podem restringir e até mesmo impedir o uso de determinadas

expansão ou contração causada por variações de temperatura.

tecnologias ou produtos.

Medições de temperatura erradas ou imprecisas podem ter

mecânica com o tempo e a temperatura são então minimizadas e

consequências muito custosas e, eventualmente, trágicas no setor

o bird-cage tornou-se o padrão de laboratório definitivo, ainda que

elétrico. Tais falhas costumam ocorrer por alterações nos sinais de

muito frágil para uso em ambientes industriais.

tensão de termopares ou Detectores Termométricos de Resistência

(RTDs), o que pode ser prevenido facilmente com o uso de

Figura 2. O fio duplo de platina é enrolado em uma bobina de vidro

transmissores de temperatura.

ou de cerâmica. Assim, o processo de vedação garante que o RTD

mantenha sua integridade sob vibrações extremas, mas também

A seguir, é detalhado o funcionamento dos RTDs para que os

As alterações na resistência induzidas por deformação/tensão

Uma técnica de construção mais reforçada é demonstrada na

técnicos possam avaliar a adequação destes produtos às suas

limita a expansão do metal platina em temperaturas altas.

aplicações:

Esses dispositivos mantêm excelente estabilidade em aplicações

de vibrações moderadamente reforçadas.

História

No final do século XIX, Sir William Siemens propôs o uso da platina,

que vem sendo usada até hoje como elemento em um termômetro de resistência e alta exatidão.

A construção clássica do RTD com o uso de platina foi proposta

por C. H. Meyers, em 1932, em um tubo de vidro. Essa construção minimizou a deformação/tensão mecânica no fio, maximizando a resistência ao mesmo tempo.

Figura 2 – RTDs típicos.

RTDs de película de metal Figura 1 – Construção do RTD de Meyers.

Na técnica de construção mais recente, uma película de pasta

semifluida de platina ou de metal/vidro é depositada ou peneirada


123

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

em um pequeno substrato plano de cerâmica, gravada por um

zero. Para evitar sujeitar os três resistores que completam a ponte

sistema de corte a laser e vedada.

a mesma temperatura do RTD, o RTD é separado da ponte por um

O RTD de película oferece uma redução significativa no

par de fios de extensão:

tempo de montagem e tem a vantagem adicional do aumento de resistência para um determinado tamanho. Apesar de menos estáveis, estes RTDs estão se tornando mais populares por causa de suas vantagens definitivas em relação ao tamanho e ao custo de produção.

Medição da resistência

Figura 5 – RTD separado da ponte.

Os valores comuns de resistência para um RTD de platina

variam de 10 ohms, para o modelo bird-cage, a vários milhares de

ohms, para o RTD de película. O valor mais comum é de 100 ohms

inicialmente: a impedância dos fios de extensão afeta a leitura da

Esses fios de extensão causam o mesmo problema apresentado

a 0 °C. O coeficiente de temperatura padrão DIN 43760 do fio de

temperatura. Esse efeito pode ser minimizado pelo uso de uma

platina é α = 0,00385. Para um fio de 100 ohms, isso corresponde

configuração de ponte de três fios:

a + 0,385 ohms/°C a 0 °C.

Tanto a inclinação quanto o valor absoluto são pequenos,

especialmente se considerarmos o fato de que os fios de medição que levam ao sensor podem ter vários ohms, ou até mesmo dezenas de ohms.

Figura 6 – Ponto de três fios.

Se os fios A e B tiverem exatamente o mesmo comprimento, os

efeitos de impedância serão cancelados, pois cada um deles está em uma perna oposta da ponte. O terceiro fio, C, atua como fio sensor e não conduz corrente. A ponte de Wheatstone, mostrada na Figura 4, cria uma relação não linear entre a mudança da resistência Figura 3 – Efeito da resistência do fio.

e a mudança da tensão de saída da ponte.

Isso agrava a característica não linear de temperatura de

Uma pequena impedância do fio pode contribuir com um erro

resistência do RTD, pois exige uma equação adicional a fim de

significativo em nossa medição de temperatura. Uma impedância de

converter a tensão de saída da ponte em uma impedância de RTD

10 ohms implica erro de 10/0,385 ≅ 26 °C na medição. Até mesmo

equivalente.

o coeficiente de temperatura do fio-guia pode contribuir com um erro mensurável. O método clássico para evitar esse problema é

Ohms em quatro fios

usar uma ponte.

A técnica de utilização de uma fonte de corrente juntamente com

um voltímetro digital com sensor remoto ameniza vários problemas associados à ponte. A tensão de saída lida pelo voltímetro digital e diretamente proporcional a resistência do RTD, de forma que somente uma equação de conversão é necessária.

Figura 4 – Ponte de Wheatstone.

A tensão de saída da ponte é uma indicação indireta da

resistência do RTD. A ponte exige quatro fios de conexão, uma fonte externa e três resistores com um coeficiente de temperatura igual a

Figura 7 – Medição de ohms em quatro fios.


124

Dicas de instalação Os três resistores que completam a ponte são substituídos por um

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

polinômio de 20a ordem, a fim de fornecer um ajuste de curva mais exato.

resistor de referência. O voltímetro digital mede somente a queda de

tensão no RTD e é indiferente ao comprimento dos fios-guia.

mais linear do que o termopar, grafico 1.

O gráfico 1, dessa equação mostra que o RTD é um dispositivo

A única desvantagem do uso de resistência em quatro fios é que

se faz necessário usar mais um fio de extensão do que com a ponte de

Precauções práticas

três fios. É um pequeno sacrifício a ser feito para que possamos obter uma medição de temperatura exata.

As mesmas precauções práticas que se aplicam a termopares

também se aplicam a RTDs, ou seja, use blindagens e fio de par trancado, use um revestimento adequado, evite tensão e gradientes altos, use um fio de extensão grande, mantenha uma documentação apropriada e use um voltímetro digital integrador protegido.

Alem disso, as seguintes precauções devem ser observadas:

Construção – Devido à sua construção, o RTD é um pouco mais frágil que o Figura 8 – Resistência em quatro fios.

Conversão de resistência em temperatura

O RTD é um dispositivo mais linear do que o termopar, mas, mesmo

assim, exige um ajuste de curva. A equação Callendar-Van Dusen tem sido usada há anos para aproximar a curva de RTD:

termopar e, portanto, algumas precauções para protegê-lo devem ser tomadas. Autoaquecimento – Ao contrário do termopar, o RTD não tem autoalimentação. Uma corrente deve ser transmitida por meio do dispositivo para fornecer uma tensão que possa ser medida.

A corrente provoca um aquecimento em joule (I2R) dentro do RTD,

alterando a sua temperatura. Esse autoaquecimento aparece como um erro de medição. Consequentemente, é preciso atenção à magnitude da corrente de medição fornecida pelo ohmímetro.

Um valor típico do erro de autoaquecimento é 0,5 °C por miliwatt

ao ar livre. Obviamente, um RTD imerso em um meio termicamente Em que:

condutor distribuirá seu calor em joule para o meio e o erro causado pelo autoaquecimento será menor.

RT = Resistência na temperatura T

Ro = Resistência em T = 0 °C

aumentará apenas 1⁄10 °C por miliwatt em ar que flui a vazão de um

α = Coeficiente de temperatura em T = 0 °C

metro por segundo. Para reduzir erros de autoaquecimento, use a

(normalmente +0,00392Ω/Ω/°C)

mínima corrente de medição em ohms que possa ser usada, mas que

δ = 1,49 (valor tipico para a platina de 0,00392)

ainda forneça a resolução necessária, e use o maior RTD possível, mas

β=0T>0

que ainda apresente um bom tempo de resposta.

0, 11 (tipico) T < 0

O mesmo RTD, que aumenta 1 °C por miliwatt ao ar livre,

Obviamente, algumas concessões terão de ser consideradas.

Desvio térmico – O desvio térmico e o ato de alterar a temperatura

Os valores exatos dos coeficientes α, β e δ são determinados por meio

de medição ao inserir um transdutor de medição. O desvio térmico é

da realização de um teste do RTD em quatro temperaturas e da solução das

um problema mais comum com RTDs do que com termopares, pois a

equações resultantes. Essa equação familiar foi substituída em 1968 por um

massa física do RTD é maior do que a de um termopar.

Força eletromotriz (FEM) térmica – A conexão platina-cobre que é

feita durante a medição do RTD pode provocar uma tensão de offset térmica. A técnica de ohms compensada por offset pode ser usada para eliminar esse efeito.

Mais informações sobre termopares e RTDs podem ser obtidas no

site br.omega.com.

Referência OMEGA Engineering, Manual de Referência Técnica de Temperatura.



126

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Um olhar sobre os 20 anos de regulação do setor elétrico no Brasil O surgimento da Agência Nacional de

aos meramente corretivos ou punitivos (foco

respondem pela qualidade do produto, dos

Energia Elétrica (Aneel), assim como de outras

no que já aconteceu).

serviços e do atendimento comercial prestado

agências reguladoras no Brasil, seguiu uma

Para isso, basta olharmos a evolução ocorrida

aos consumidores, sendo exigidas pelo regulador,

tendência observada em outros países e teve

no que se refere às exigências estabelecidas

inclusive financeiramente, a cumprir os padrões

certo viés de contrapartida ao processo de

e aos mecanismos de controle voltados para a

de qualidade fixados pela regulamentação.

privatização ocorrido na década de 1990. A

garantia da qualidade do produto oferecido e dos

demanda surgiu a partir do pressuposto de

serviços prestados pelas distribuidoras a seus

que a transferência da prestação de um serviço

clientes, embora essa evolução, ingenuamente,

a existência de padrões mínimos de qualidade

público federal a agentes privados deveria ser

possa parecer um aspecto regulatório de menor

e seu paulatino estreitamento, mas, apenas,

acompanhada de uma base mais sólida e de

importância frente às atuais preocupações do

de constatar e destacar que as distribuidoras

um maior rigor no exercício das funções de

setor.

constituem o elo mais fortemente afetado. Pode

regular, fiscalizar, mediar e definir tarifas, com

Tomada a cadeia de atores envolvidos

haver um conjunto de pressões e preocupações

vistas a preservar o interesse público e garantir

na prestação do serviço público de energia

mais graves que as descritas acima, não apenas

o equilíbrio do mercado.

elétrica (geração, transmissão e distribuição),

para as distribuidoras, como também para

Isso porque o fornecimento de energia

as empresas de distribuição de energia elétrica

geradoras e transmissoras.

elétrica é de competência da União, que pode

estão mais expostas a riscos, sendo que boa

executá-lo diretamente ou mediante concessão

parte deles deve-se, justamente, ao fato de que

preocupações mais contundentes, associado

(ou permissão). Vale lembrar que agências

são as distribuidoras que atuam como elo da

aos exemplos citados exige que as empresas

reguladoras, como a Aneel, devem atuar com

cadeia com a população usuária desse serviço.

disponham de uma “regulação interna”, isto é,

independência em relação aos interesses de três

Como alguns exemplos, temos:

estrutura e recursos voltados para a gestão das

Claro que não se trata de julgar inadequada

De todo modo, esse elenco de pressões ou

obrigações e necessidades regulatórias, com

partes diretamente envolvidas: o prestador do serviço, seu público consumidor e, finalmente, o

1) Enquanto novos empreendimentos de

vistas a detectar e apontar possíveis rupturas a

próprio governo, buscando sempre conciliá-los.

geração e de transmissão têm suas “tarifas” ou

serem corrigidas e não repetidas, se já ocorridas,

Passados esses primeiros 20 anos de

preços acordados nos leilões realizados pela

ou a serem evitadas, se previstas a tempo.

atividades da Aneel, qualquer balanço que se

Aneel, as tarifas definidas para as distribuidoras

queira produzir sobre os resultados de suas

são afetadas por uma previsão de mercado que

trabalham, neste exato momento, no sentido de

ações no período resultará em algo certamente

pode não se confirmar por força de fatores sobre

prover ferramental para esses agentes, de modo

influenciado pelas diferentes visões de distintos

os quais não exercem qualquer controle;

a que possam atuar na condição descrita. Basta

atores que se disponham a fazê-lo e, portanto,

2) Pressiona-se, consistentemente, a parcela

aguardarmos e teremos, em breve, boas novas

carecerá de unanimidade. De todo modo, o

dos valores cobrados dos consumidores que

para o cenário.

saldo é positivo.

se destina efetivamente às distribuidoras (cerca

A regulação do setor elétrico tem

de 16% em 2015), sendo o restante repassado

mostrado que sua construção ocorreu com

ao governo sob a forma de tributos, aos demais

solidez suficiente e necessária em suas

agentes (geradoras e transmissoras) e para

bases conceituais e que a agência tem obtido

custeio de programas setoriais;

sucesso na busca pela sua evolução, seja

3) São igualmente as distribuidoras que

no que diz respeito ao aprimoramento das

arcam com o aumento da inadimplência dos

regras inicialmente fixadas, seja no gradual

consumidores, que se amplia em contextos

e natural aumento, tanto quanto possível,

econômicos menos favoráveis, fato que não

do rigor nas suas ações de fiscalização,

as exime de transferir os valores devidos aos

Por Rivaldo de Oliveira Ferreira e Márcio Gualberto

realizadas presencialmente ou à distância,

governos – federal e estaduais – e aos demais

Pires, respectivamente, vice-presidente da Divisão

privilegiando-se cada vez mais os aspectos

agentes;

de Utilities da Sonda IT e consultor especialista no

preventivos (foco no futuro) em contraposição

4) Naturalmente, são as distribuidoras que

mercado de Utilities.

A boa notícia é que há empresas que



128

Agenda 5 a 8 de dezembro

Cursos

Proteção e seletividade em sistemas elétricos industriais

Descrição

Informações

Os alunos deste curso irão entrar em contato com práticas e cálculos de faltas (curto-circuito) trifásicas, bifásicas, fase-terra, e por arco e também com fundamentos de TCs, TPs, bobinas de Rogowski e dos principais dispositivos de proteção; proteção de cabos, capacitores, barramentos, transformadores, geradores, motores. Além disso, os participantes aprenderão como coordenar e tornar seletivos disjuntores, fusíveis, relés de proteção, etc.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3579-8768 treinamentos@engepower.com

5 e 6 de dezembro

Relés de proteção SEL Schweitzer: estudo, parametrização e testes

Descrição

Informações

Qualificar o aluno para trabalhar com relés SEL Schweitzer, de modo a comunicar, parametrizar, testar, interpretar resultados e obter oscilografias. Este é o intuito deste treinamento promovido pela Conprove. Os treinandos também terão a oportunidade de realizar aulas práticas – que terão reduzido número de alunos - com relés de proteção e malas de testes microprocessadas.

Local: Uberlândia (MG) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br

5 a 7 de dezembro

Testes avançados em motores e geradores de média tensão

Descrição

Informações

Voltado a profissionais que trabalham na área de manutenção e testes de motores e geradores elétricos, em especial, os de média tensão, o curso apresentará aos participantes procedimentos e instrumentos de testes de última geração capazes de fornecer subsídios para diagnóstico de falhas/defeitos nessas máquinas. Além de aulas expositivas, o curso contará com atividades práticas em laboratório.

Local: Itajubá (MG) Contato: (35) 3629 3500 fupai@fupai.com.br

9 a 11 de dezembro

Projeto de usinas fotovoltaicas de grande porte

Descrição

Informações

O objetivo do curso é capacitar os alunos participantes nos temas fundamentais para projetar usinas fotovoltaicas (UFV) de grande porte, complementado por simulação com softwares tradicionais no mercado internacional e desenho em Autocad. Entre os temas que serão apresentados durante as aulas estão: contratação de usinas fotovoltaicas: leilão de energia, PPA; equipamentos, características e composição de sistemas; dimensionamento de sistemas, cálculo de perdas, cálculo de strings; e simulação em PVSyst com sombreamento.

Local: Recife (PE) Contato: cursos@solarize.com.br www.solarize.com.br

21 a 23 de novembro

Eventos

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Encontro para Debates de Assuntos de Operação (Edao)

Descrição

Informações

Importante fórum de debates da operação do sistema elétrico e suas instalações, o encontro proporciona o intercâmbio de experiências e conhecimentos por meio da apresentação de trabalhos especialmente selecionados, painéis de debates, conferências realizadas por especialistas convidados e cursos de curta duração indicados pelo Comitê Técnico. A 14ª edição trará uma novidade: o Espaço Inovação, para exposição dos trabalhos considerados mais inovadores.

Local: São Paulo (SP) Contato: (21) 2556-5929 eventos@cigre.org.br

1º de dezembro

Enaltesse ABCE - Encontro dos Altos Executivos do Setor Elétrico

Descrição

A segunda edição do encontro girará em torno do tema geral “Temas dominantes para o aperfeiçoamento do setor elétrico brasileiro". Ao final do evento, será redigida a “Carta do 2º ENALTESSE ABCE”, com o resumo das proposições, que será entregue à Presidência da República, ao Ministro de Minas e Energia, aos Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, ao Presidente da EPE e ao Diretor Geral da Aneel.

Informações Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3089-8800 abce@abce.org.br



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Índice de anunciantes

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D’Light (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br Elos 79 (41) 3383-9290 siba@siba.com.br www.siba.com.br

Embrata 116 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br Enerbrás 97 0800 645 3052 sac@enerbras.com.br www.enerbras.com.br Engerey 41 (41) 3075-5072 engerey@engerey.com.br www.engerey.com.br Enmac 35 (11) 2489-5200 enmac@enmac.com.br www.enmac.com.br Exsuper 121 (15) 4062-9447 exsuper@exsuper.com.br www.exsuper.com.br Fastweld 75 (11) 2425-7180 fastweld@fastweld.com.br www.fastweld.com.br Flir Brasil 113 (15) 3238-8075 flir@flir.com.br www.flir.com.br Gaya Tree 80 www.facebook.com/gayatreeconsultoria www.gayatree.com.br

Comsol 5 (41) 3156-9100 info@br.comsol.com www.comsol.com/trademarks

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Gimi Pogliano 7 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br

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(11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com

O Setor Elétrico / Outubro de 2016

Helllerman Tyton 10 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br

Mon-Ter 18 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br

Huntsman 8 (11) 2392-2462 www.huntsman.com

Nambei Fios e Cabos 89 (11) 5056-8900/ 0800 161819 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br

ICE Cabos Especiais 17 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br Ilumatic 45 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Intelli 49 (16) 3820-1614 ricardo@intelli.com.br www.grupointelli.com.br 2ª capa

Itaim Iluminação (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Itaipu Transformadores 83 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br 47

Kian Brasil (21) 2702-4575 sac@kianbrasil.com.br www.kianbrasil.com.br KRC 96 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br LedClass 4 (19) 3291-0123 contato@ledclass.com.br www.ledclass.com.br Maccomevap 99 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br Magnet 117 (11) 4176-7877 www.mmmagnet.com.br

RDI 19 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br Renetec 119 (11) 4991-1999 vendas@renetec.com.br www.renetec.com.br 24

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Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans.brazil@nexans.com www.nexans.com.br

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