Ano 11 - Edição 129 Outubro de 2016
Suplemento Renováveis - Automação pode aumentar a eficiência da captação da energia solar - Aspectos socioambientais de empreendimentos eólicos Biogás de aterro pode ser solução para o problema dos resíduos sólidos Estudo analisa fluxo de veículos elétricos em áreas urbanas Pesquisa: distribuidores e revendas de materiais elétricos esperam crescimento médio de 6% para este ano
CINASE
Confira cobertura exclusiva da última edição do ano, realizada em Curitiba (PR).
3
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br
Suplemento Renováveis 67 Considerações jurídicas sobre aspectos sociais no processo de licenciamento ambiental de empreendimentos eólicos e uso de sistemas automatizados para otimizar a captação de energia solar em painéis solares.
Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Carla Kos Duboc - carla@atitudeeditorial.com.br Sidnei Vargas – vargas@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul / Minas Gerais Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Cláudio Mardegan, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum, Roberval Bulgarelli e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: A.Padilha, Claudio Mardegan, Cleiton Barbosa, Fabiano Andrade, Fernando Prioste, Francisco Fontes, Igor Mello, Isaac Medeiros, Joel Melo, Nunziante Graziano, Rafael Fernando Feldmann, Robson Sanabio, Samara Valcacer, Thiago Cardoso, Valter Dantas, Vicente Scopacasa. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: splitshire.com | pexels.com Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio
Coluna do consultor
6
Painel de notícias
8
Para este setor, a desaceleração da economia continua
Fórum Smart Grid discute conectividade e cidades
afetando os negócios, especialmente na construção civil.
inteligentes; Associação de iluminação se manifesta
Veja a pesquisa na íntegra.
contra a PPB de Manaus; Brasil bate recorde em
110
capacidade de energia instalada; Consumidor livre
Espaço 5419
economizou R$ 43 bilhões nos últimos 13 anos; Clamper
Um ano de existência da nova ABNT NBR 5419.
comemora 25 anos de atividades. Estas e outras notícias
112
sobre empresas, mercado e produtos do setor elétrico
Espaço 5410
brasileiro.
Validação do projeto de normas de instalações elétricas
Evento – CINASE
20
fotovoltaicas.
Cobertura do Circuito Nacional do Setor Elétrico (Cinase)
Colunistas
realizado na cidade de Curitiba (BA).
Jobson Modena – Proteção contra raios
114 José Starosta – Energia com qualidade 116 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 118 Plinio Godoy – Falando sobre a luz 120
Uma análise sobre como o biogás de aterro pode ser
Dicas de instalação 122
uma alternativa para gerar energia elétrica nas cidades e
Aplicação de RTDs para a medição de temperatura no setor elétrico.
Fascículos
27
Reportagem 62
ainda resolver o problema dos resíduos sólidos no país.
Filiada à
94
de materiais elétricos
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Pesquisa – Distribuição e revenda
Aula prática
86
Um estudo do fluxo de veículos elétricos em áreas
Ponto de vista 126 Um olhar sobre os 20 anos de regulação do setor elétrico no Brasil.
urbanas e como isso pode ajudar as concessionárias de
Agenda 128
energia elétrica a planejarem seu fornecimento.
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
Editorial
4
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Capa ed 129_G.pdf
1
10/31/16
11:12 PM
www.osetoreletrico.com.br
Ano 11 - Edição 129 Outubro de 2016
Suplemento Renováveis - Automação pode aumentar a eficiência da captação da energia solar - Aspectos socioambientais de empreendimentos eólicos Biogás de aterro pode ser solução para o problema dos resíduos sólidos O Setor Elétrico - Ano 11 - Edição 129 – Outubro de 2016
Estudo analisa fluxo de veículos elétricos em áreas urbanas Pesquisa: distribuidores e revendas de materiais elétricos esperam crescimento médio de 6% para este ano
CINASE
Confira cobertura exclusiva da última edição do ano, realizada em Curitiba (PR).
Edição 129
A insistente resistência à mudança
A reportagem desta edição toca em uma velha conhecida nossa: a problemática do lixo, mais
especificamente, dos resíduos sólidos. Com o crescimento demográfico e o desenvolvimento das cidades, cada vez se produz mais lixo e, mesmo com todo o marketing envolvendo sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, o brasileiro aponta o defeito do outro, mas encontra dificuldades em fazer a sua parte, mesmo que seja a simples ação de separar o seu lixo.
A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) é diretamente proporcional ao consumo. Quanto mais
se consome e quanto mais recursos são utilizados, mais resíduos são gerados. Somos em 7,2 bilhões no mundo, responsáveis pela produção anual de 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos – uma média de 1,2 kg por dia per capita. E pode piorar. A ONU projeta para o ano de 2050, no atual ritmo de crescimento, a produção de 4 bilhões de toneladas por ano. O planeta dará conta de absorver tudo isso?
As soluções para este problema são para ontem. Existem aqueles que fazem a sua parte, mas
ainda são poucos. Falando em números nacionais, o Brasil produziu somente em 2015 cerca de 219 mil toneladas de resíduos sólidos por dia, o que equivale a aproximadamente 80 milhões de toneladas de RSU por ano. E boa parte disso vai parar nos lixões sem qualquer tratamento. Segundo foi apurado pela reportagem, teremos que quadruplicar o número de trabalhadores na chamada logística reversa para alcançar a média de 20% de reciclagem, que é o índice europeu. Ou seja, temos muito trabalho pela frente e adiantaria bastante se cada um de nós fizéssemos esse mínimo esforço de separar o nosso lixo.
Uma solução complementar para o problema é aproveitar os aterros sanitários para a geração
de energia elétrica. O biogás, produzido pela decomposição da matéria orgânica presente no resíduo sólido urbano, é o combustível para a geração de eletricidade. Ocorre que o procedimento é dispendioso e são poucas as iniciativas no país até agora.
A cultura do desperdício ainda está arraigada no brasileiro, mas as iniciativas já estão surgindo.
Se o controle do consumo é contraproducente, que, ao menos, comércio, indústria e governo tomem a dianteira para incentivar o descarte correto dos materiais que podem ser reciclados. Não custa muito e pode fazer uma grande diferença.
Boa leitura!
Abraços,
flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais Acesse o Facebook e o Twitter da revista O Setor Elétrico e fique por dentro das notícias da área elétrica!
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Coluna do consultor
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DeinfraFiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Treinamento, formação e informação: a germinação sobre a terra arrasada Enquanto se discute em Brasília o que
contou com a participação de cerca de 460
se deve fazer e em Curitiba o que deve ser
congressistas de alto nível técnico, muito
feito, alguns analistas otimistas argumentam
boas palestras, bons produtos apresentados
que a percepção é de melhora da economia.
na área de exposições e muita interatividade.
Percepção é importante, mas é qualitativa,
Valeu muito a pena estar no evento.
esperamos que esta percepção possa ser
- Já em Belo Horizonte (MG), na semana
medida em breve e que não somente os
seguinte, a 17ª ICHQP (IEEE-Internacional
indicadores da evolução do setor de saúde
Conference on Harmonics and Quality of
e das funerárias sejam considerados, além, é
Power), capitaneada pelos sempre excelentes
claro, das empresas de transporte aéreo que
Mestres Paulo Ribeiro e José Policarpo,
carregam os brasileiros para novas aventuras
trouxe em densas apresentações a discussão
além-mar. Os que aqui permanecem, cada
dos temas atuais do assunto com os maiores
um por suas razões, devem ter a consciência
especialistas do mundo. A vedete foram as
de que ajudarão a pagar a conta, voluntária
“supra harmônicas”, que serão nas próximas
ou involuntariamente, e por um bom período.
edições apresentadas. Muita calma aos
O dinheiro virou pó e nós é que teremos
fornecedores de “caixinhas magicas”, milagres
que nos virar para botar o país nos trilhos.
em eletrotécnica “non eczistem”, como diria o
Aliás, seria muito bom se tivéssemos trilhos
Padre Quevedo, portanto, vossas soluções
de fato para aliviar nosso transporte urbano
continuam servindo como peso de papel e,
e de cargas. Em São Paulo, quase todas
por favor, não ousem associá-las a qualquer
as linhas de metrô (quase todas as cores
solução, incluindo as tais supra harmônicas,
do arco-íris) estão atrasadas ou paradas,
antes que sejam de fato comprovadas em
além das bronze/prata/ouro. Uma baixaria
laboratório.
e incompetência do Estado, aliado à falta de verba do BNDES (que teria financiado
Finalmente, em São Paulo, o amigo
obras até em marte se isso fosse possível)
Cyro Bocuzzi organizou a 9ª edição do
e, claro, das empreiteiras imersas na “lava-
Fórum
jato” que tiveram que abandonar o barco.
Importantes
Enquanto isso, os “comuns” sabem que
relacionados às interfaces de consumidoras
a hora é de transmissão do conhecimento.
com as distribuidoras, geração distribuída e
Este outubro rosa foi farto neste tema:
automação.
-Na “republica” de Curitiba (PR), o Circuito
Vamos plantar, plantar sempre. O Brasil
Nacional
merece!
do
Setor
Elétrico
(CINASE)
SMART
GRID
temas
latino-americano.
foram
discutidos
Painel de mercado
8
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Associação de iluminação se manifesta contra a PPB em Manaus Abilux une esforços para lutar contra a implementação do Processo Produtivo Básico (PPB) de luminária com Led na Zona Franca de Manaus
Os fabricantes de luminárias com tecnologia Led estão apreensivos com a consulta pública 11/2016, que visa a fixação do Processo Produtivo Básico (PPB) de luminária com fonte de luz em estado sólido (luminária com Led). Se aprovado, o PPB favorecerá as empresas da Zona Franca de Manaus (AM) com benefícios fiscais que podem passar dos 30%. da
Em resposta, a Associação Brasileira Indústria
da
Iluminação
(Abilux)
destacou a total inconveniência deste
Para a indústria, benefícios fiscais para a Zona Franca de Manaus prejudicarão os fabricantes de todo o resto do país.
PPB, considerando a existência de várias empresas em muitos estados que já
que é o cerne para competitividade
produzem luminárias com esta tecnologia.
mundial;
Desde então, a associação tem enviado
• Não se observa melhoria tecnológica
esforços para informar os ministérios do
nos
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
produtos atualmente fabricados no Brasil
Exterior (MDIC) e da Ciência, Tecnologia,
já utilizam componentes, materiais e
Inovações e Comunicações (MCTI) sobre
processos comparáveis aos utilizados em
“o total desencontro deste PPB”.
nível mundial.
produtos
de
Manaus,
pois
os
A Abilux alega que:
Para a entidade, a proposta não traz
• Há industrialização consolidada de
benefícios ao Brasil, tendo em vista que
luminárias Led, por diversas empresas,
nada acrescenta ao que já é realizado e
nos diversos estados do Brasil. Os
propiciará uma alta renúncia fiscal, da
benefícios fiscais de Manaus provocarão
ordem de 35%.
desequilíbrio regional;
A
• Não visualiza benefícios para o Brasil,
satisfeito adequadamente o procedimento
pois haverá prejuízo para as empresas
de análise de propostas de PPB segundo
localizadas fora de Manaus com benefícios
a Portaria Interministerial 170/2010, que
para as empresas que lá vierem a se
determina no seu artigo 6, inciso I, que para
localizar;
a aprovação de projeto na Zona Franca
• Não haverá redução na importação de
“deverá ser observado o critério básico
produtos que mais pesam nas estatísticas
de busca de equilíbrio inter-regional,
de importação, ou seja, as luminárias
evitando-se o deslocamento de indústrias
especiais; as de baixo valor agregado; as
de regiões tradicionais produtoras do
de baixa especificação e as subfaturadas;
bem em análise ou a simples transferência
• Não haverá alteração no custo Brasil,
de plantas industriais”.
Abilux
considera
que
não
foi
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Fórum Smart Grid discute infraestrutura, conectividade e cidades Realizado entre os dias 18 e 19 de outubro, em São Paulo (SP), evento teve como tema central “As novas tecnologias de energia entrando em cena para viabilizar as cidades inteligentes e a internet das coisas”
Aconteceu em São Paulo (SP) a nona
edição da Conferência do Fórum Latinoamericano de Smart Grid, evento que reuniu os principais agentes do setor para discutir novas tecnologias pertinentes às cidades inteligentes.
Com o tema central “As novas tecnologias
de energia entrando em cena para viabilizar as cidades inteligentes e a internet das coisas”, o Fórum contou com um total de 208 participantes durante os dois dias de evento. Os profissionais debateram a temática central, aprofundando-se em
oito
abordagens
principais:
energia,
tecnologia e cidades; cidades inteligentes; regulação setorial; geração distribuída, eficiência energética e tecnologias relacionadas; internet
Cerca de 200 profissionais debateram temas que envolvem energia, tecnologia e cidades durante os dois dias do evento.
das coisas e conectividade; medição e
similares existentes no mundo”, define Boccuzzi.
sob controle das empresas e dos reguladores
automação; TI; e investimentos.
A proposta do Fórum é estimular os
e a integração de energia com outros serviços
O presidente do evento, Cyro Vicente
players deste setor a concentrarem-se sobre
públicos nas cidades será feita em camadas e de
Boccuzzi, conta que o Fórum congregou
os próximos passos necessários e não apenas
forma oportunista, trazendo como resultado uma
profissionais de alto nível com interesse na
reportar realizações já atingidas. Boccuzzi afirma
vertiginosa, rápida e não planejada evolução, em
área de tecnologia aplicada a serviços de
que, na opinião dos palestrantes, a anunciada
razão de ser orquestrada por um ecossistema
infraestrutura, cidades, conectividade e energia,
transformação do setor finalmente chegou, está
estranho ao exclusivo domínio do setor elétrico.
e objetivou a articulação institucional para
ocorrendo e será inevitável, rápida e silenciosa.
influenciar na construção do futuro sustentável
“O aprimoramento e maior transparência e
que os países devem centrar seus esforços
de energia na região, juntamente com os líderes
representatividade das tarifas reguladas de
de capacitação na integração e aplicação
de energia mais experientes e de classe mundial.
energia é a primeira prioridade para promover
dessas tecnologias, mais do que na simples
“O Fórum Latino-Americano de Smart Grid é uma
a educação da sociedade sobre as políticas e
nacionalização de itens e componentes, pois
iniciativa independente e permanente, que debate
prioridades energéticas dos países”, afirma.
a velocidade de implantação será impossível
e propõe a modernização das redes e serviços
de ser acompanhada por uma orquestração
de energia em colaboração com outras iniciativas
qualquer tentativa de aprimoramento tecnológico
Para ele, a internet das coisas atropelará
Nesse sentido, o presidente do Fórum avalia
ordenada de cima para baixo.
11
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Brasil bate recorde em capacidade de energia instalada Até o início de outubro de 2016, foram adicionados ao sistema elétrico nacional 7.525,3 megawatts (MW), maior valor desde o início da série histórica, em 1998
O Brasil registrou o recorde anual de
nova capacidade instalada de energia Segundo
dados
da
Agência
Fonte: Aneel
elétrica.
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o início do mês de outubro de 2016, foram adicionados ao sistema elétrico nacional 7.525,3 megawatts (MW), maior valor desde o início da série histórica, em 1998. A marca anterior era de 7.509 MW, em 2014.
Em setembro, o destaque foi o início
da operação comercial de parques eólicos conectados na subestação Ibiapina, de responsabilidade da Chesf, e de duas unidades geradoras da hidrelétrica de Jirau.
Nos próximos meses, são esperadas
a conclusão da motorização de Jirau, o
do sítio principal de Belo Monte e o
ampliação da usina de Santo Antônio, com
início da operação da terceira unidade
acompanhamento
testes praticamente concluídos.
das
máquinas
da
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Consumidor livre de energia economizou R$ 43 bilhões nos últimos 13 anos Segundo Abraceel, em comparação ao ambiente cativo de energia, o consumidor livre teve economia de, em média, 18% tem
o mercado livre pode oferecer até 30% de
apresentado expressivo crescimento desde
redução nos gastos com energia elétrica,
o segundo semestre de 2015. Em 2016, o
dependendo do momento da contratação.
mercado continua aquecido, sendo marcado
por uma intensa migração de consumidores
estar perdendo espaço para concorrentes.
para o ambiente livre de contratação.
Migração para o ambiente livre representa
Dados
O
mercado
livre
de
energia
"Não estar no mercado livre representa
de
sobrevivência no presente e passado para
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)
otimização no futuro", afirma o presidente da
indicam um crescimento de mais de 350%
Tradener, Walfrido Avila.
em adesões ao ambiente livre. Isso porque
as altas tarifas praticadas no mercado cativo
benefícios deste mercado ao consumidor
evidenciaram os benefícios que o ACL
estão a capacidade de administrar despesas
oferece ao consumidor como previsibilidade
com energia, a redução significativa nas
de custos com a contratação de energia a
despesas e a facilidade de negociação de
longo prazo e facilidade de negociação de
preços. Além disso, o consumidor não é
preços.
impactado por uma possível explosão tarifária
Se comparado ao consumidor cativo,
cativa que eleve seus custos com energia, já
de acordo com a Associação Brasileira dos
que a contratação no ambiente livre é a longo
Comercializadores de Energia (Abraceel), nos
prazo.
últimos 13 anos, o consumidor livre de energia
Segundo a comercializadora, apesar
já economizou cerca de R$ 43 bilhões, o que
de os preços praticados no ambiente livre
representa uma economia média de 18%.
estarem em curva de subida, ainda é um bom
De acordo com a comercializadora Tradener,
momento para o consumidor migrar.
apresentados
pela
Câmara
De acordo com o executivo, entre os
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Multimedidor inteligente
Luminária à prova de tempo
www.kronweb.com.br
www.wetzel.com.br
A Kron apresenta para o mercado o MBOX, um produto que
A fabricante Wetzel apresenta a sua nova linha Led de
reúne medição, instalação e comunicação em um só produto. De
iluminação à prova de tempo. Com visor em policarbonato,
fácil e rápida instalação, o MBOX dispõe de tecnologias NFC
fluxo luminoso de 960 lm ou 1800 lm, a luminária IPTL, um dos
(Near Field Communication) e Bluetooth para comunicação local,
equipamentos que compõem a linha, possui IRC de 80 e opera
permitindo rápida configuração e leitura de parâmetros elétricos, sem
na tensão de 127 V ou 220 V. A luminária apresenta corpo de
necessidade de conexões físicas.
alumínio fundido e pode ser encontrada nas cores cinza ou
branca.
Segundo a empresa, com o equipamento, são possíveis a
verificação e o controle do consumo de energia elétrica de forma
simples e rápida, além de ser integrável a sistemas inteligentes para
ofuscamento, supressor de surto e placa em Led SMD. Opera
controle e gerenciamento de eficiência energética.
na frequência de 50 Hz / 60 Hz com temperatura de cor de
5000 K e potência de 13 W ou 26 W.
Utilizando o aplicativo KronNFC, é possível ainda realizar
Robusta, a luminária ainda conta com visor anti-
configurações e leituras de medição apenas por aproximação de um dispositivo móvel com a função ao MBOX. O aplicativo poderá ser baixado gratuitamente na Play Store. Esta característica permite a obtenção de informações mesmo com a unidade desligada.
Os valores instantâneos dos parâmetros elétricos medidos podem ser obtidos e armazenados em tempo real.
Luminária IPTL, produzida no Brasil pela Wetzel, é um dos produtos da nova linha Led de iluminação à prova de tempo.
Teste trifásico para transformadores de potência www.omicronenergy.com
Com o Testrano 600, a Omicron desenvolveu um sistema de
teste portátil trifásico que suporta todos os testes elétricos comuns feitos em transformadores de potência. Pesando apenas 20 kg, ele é ideal para testes de diagnóstico e de rotina em campo e durante testes de aceitação em fábrica (FAT). Além disso, seu design inovador reduz significativamente a complexidade da fiação, reduzindo em um terço o tempo gasto com testes comparado a testes monofásicos convencionais.
De acordo com a empresa, o equipamento permite que os
operadores possam realizar vários testes sem necessidade de reposicionar os cabos. Apenas três cabos devem estar conectados: um deve estar conectado ao lado de alta tensão, outro ao lado de baixa tensão e um terceiro ao comutador de derivação do transformador de
O Testrano 600 pode ser operado por meio do Testrano TouchControl na tela sentível ao toque integrada ou por meio do software Primary Test ManagerTM em qualquer computador.
potência. Com essa configuração simples, é possível medir a relação de transformação do transformador, a corrente de excitação, a resistência do enrolamento em CC, a resistência dinâmica, a impedância em curtocircuito/reatância de dispersão, bem como a resposta em frequência de perdas por dispersão (FRSL).
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Clamper comemora 25 anos de atividades Empresa especializada em proteção contra surtos celebra aniversário com lançamento de livro técnico sobre o tema
A Clamper, empresa especializada em
dispositivos de proteção contra surtos (DPS), comemorou no mês de outubro 25 anos de atividades. Em sua história, a empresa já concebeu e produziu uma vasta linha de equipamentos de proteção contra surtos elétricos para o mercado corporativo e varejo.
Para marcar a data, a Clamper preparou
um evento que contou com uma série de homenagens, entrega de presentes e lançamentos de produtos.
Um dos destaques foi o livro Proteção
de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos contra Surtos Elétricos em Instalações, lançado em celebração ao aniversário
Presidente e fundador da Clamper, Ailton Ricaldoni Lobo, conta a história da empresa para o público presente.
da empresa e que tem como principal
escolas de engenharia, cursos técnicos e
à proteção no setor elétrico. A Clamper
objetivo explicar, de forma descomplicada,
empresas que trabalhem com engenharia
fabrica
fenômenos
auxiliar
de proteção”, destaca Ailton Ricaldoni,
Proteção
profissionais na execução de projetos. Foi
fundador e presidente da Clamper, que
tecnologia
produzido em parceria com professores da
também participou da produção do livro.
largamente utilizados por concessionárias
complexos
e
UFMG, PUC, pesquisadores do CPqD e
exclusivamente contra
Dispositivos
Surtos
brasileira,
(DPS), muitos
de com
deles
de energia e telefonia. Além do mercado
engenheiros do corpo técnico da Clamper.
A empresa
corporativo, a empresa também atende
“Trata-se
da
primeira
publicação
Localizada em Lagoa Santa, região
o mercado residencial com protetores
e
metropolitana de Belo Horizonte, a Clamper
que garantem mais vida útil para os
aplicação. Um livro que será de grande
é considerada uma empresa referência
equipamentos
utilidade para formadores de opinião,
nacional e internacional no que diz respeito
televisores e computadores.
técnica
no
Brasil
que
une
teoria
eletroeletrônicos
como
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O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Schneider expande Centro de Treinamentos Novas instalações começaram a funcionar em outubro deste ano. O centro concentra todos os cursos oferecidos pela empresa, possuindo laboratórios e salas de aula Especialista global em gestão de energia e automação, a Schneider Electric expandiu e reestruturou o Centro de Treinamentos Schneider Electric Brasil, que começou a operar em outubro de 2016. Situado na unidade de Cajamar (SP), em uma área de mais de 300 m², o centro concentra todos os cursos oferecidos pela empresa. Dessa forma, possui laboratórios modernos, que oferecem aos alunos aulas práticas a partir da tecnologia mais recente disponível no mercado e salas especialmente projetadas para que eles consigam render o máximo que puderem.
Os cursos oferecidos pelo centro de treinamento versam sobre
os produtos e soluções da Schneider Electric e são direcionados a clientes de diversos setores, tais como indústrias, empresas de engenharia, instalação e distribuição elétrica, montadores de painéis, integradores e usuários finais. As aulas são ministradas
Com a reestruturação, a Schneider Electric oferece mais de 50 cursos na sua
por engenheiros da empresa capacitados no Brasil e no exterior, grade e espera treinar mais de 1000 profissionais até 2020. que se reportam diretamente à matriz na Europa. De acordo com o
vice-presidente da Field Service da Schneider Brasil, Pedro Vasquez, o centro de treinamento mantém ligação com outros centros mundiais de excelência da companhia, garantindo a contínua atualização em relação às metodologias de treinamento e às inovações tecnológicas em produtos e soluções.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Distribuidora Média Tensão promove seminários técnicos pelo país Eventos foram realizados em Piauí e São Paulo com o objetivo de aproximar fabricantes e consumidores finais
Intermediária entre o fornecedor e o
Marques.
consumidor, a Média Tensão, distribuidora
de materiais elétricos de 16 kV a 36 kV
produtos e os especialistas do máximo
e atuante em todo o país, resolveu unir
número de clientes em um mesmo local.
o útil ao agradável e realizar eventos
“A interatividade com o produto é tão
técnicos com o objetivo de estreitar o
importante quanto a informação”, afirma
relacionamento entre seus clientes e
Marques.
parceiros. Trata-se do Seminário Técnico
Média Tensão (SEMTEC), cuja ideia surgiu
Tensão, mas conta com a participação de
em 2013, quando foi realizada a primeira
seus parceiros industriais, que compõem
edição do evento, e agora, três anos
uma
depois, a empresa retomou a proposta,
palestram
realizando, neste ano de 2016, uma etapa
que
em Teresina (PI) e outra em São Paulo
média tensão. Em Piauí, o primeiro dia
(SP).
foi dedicado aos profissionais, que eram
A primeira edição foi realizada entre
provenientes não apenas do Estado, mas
os dias 16 e 17 de setembro em Piauí,
de outras localidades próximas, como
local
importantes
Sergipe, Bahia e Pernambuco. As palestras
motivos: primeiro, porque a empresa havia
foram repetidas no segundo dia, mas com
concretizado uma importante negociação
um público constituído essencialmente
no Estado, e segundo, por se tratar de
por estudantes da área. Nesta edição,
uma região estratégica e com difícil
participaram
acesso a informações técnicas sobre o
parceiras: Eletrobras, Schneider Electric,
setor de média tensão. “O resultado foi
União Transformadores, TE Conectivity,
a participação de aproximadamente 200
Proauto, Brasformer e Wirex.
escolhido
por
dois
A proposta do evento é aproximar os
O SEMTEC é organizado pela Média
pequena dizem
área
de
tecnicamente respeito
as
exposição sobre
ao
mercado
seguintes
e
temas de
empresas
pessoas, entre profissionais e estudantes, nos dois dias de evento”, comemora o
São Paulo
diretor comercial da Média Tensão, Leacir
A segunda edição do SEMTEC do
Fotos do evento SEMTEC realizado em São Paulo (SP).
19
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
profissionais deste setor. Dessa maneira, o conteúdo do evento focou em elucidações técnicas a respeito de subestações e cabines primárias, desde a recepção da tensão primária até a entrega da tensão secundária.
A proposta do evento, além de contribuir
para a profissionalização do setor, é ainda fidelizar o cliente e conquistar novos clientes. “Em momentos de crise, temos que tirar o ‘s’ da palavra e ficar com ‘crie’. É isso que estamos tentando fazer”, conta Marques. “E pode-se dizer que o resultado foi um sucesso absoluto, tanto para quem assistiu as palestras, quanto para quem fez o evento. E são muitas as expectativas de negócios, que começaram ou terminaram Evento reuniu cerca de 300 pessoas, entre clientes e fornecedores.
no evento”, conclui.
Participaram do evento em São Paulo
profissionais da indústria, do comércio, de ano foi realizada no pavilhão amarelo
importância do seminário, o diretor Leacir
hotelaria, de concessionárias, da Petrobras,
do Expo Center Norte, em São Paulo
Marques lembra que os equipamentos
entre outros. A área de exposição contou
(SP) e, seguindo o mesmo modelo,
destinados ao mercado de média tensão
com as empresas: Brasformer, Schneider
reuniu cerca de 300 pessoas, entre
são muito específicos e técnicos e, por
Electric, Senner, União Transformadores e
participantes
isso,
TE Conectivity.
e
apoiadores.
Sobre
a
demandam
especialização
dos
Painel de empresas
20
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
CPFL lança projeto para troca de motores elétricos em indústrias Distribuidoras CPFL Paulista e CPFL Piratininga promovem ação para estimular eficiência energética
As distribuidoras CPFL Paulista e
promovendo a eficiência energética no
CPFL
segmento de força motriz”.
Piratininga,
concessionárias
da
CPFL Energia que juntas atendem a 5,8
Previamente à concessão do bônus
milhões de consumidores em 261 cidades
para a aquisição dos novos equipamentos,
paulistas, lançam um projeto para estimular
as distribuidoras irão analisar os projetos
a eficiência energética no meio empresarial
encaminhados
paulista
avaliando as solicitações com base em
e
brasileiro.
Batizado
como
pelos
interessados,
“Desconto eficiente – Motores elétricos”,
critérios
técnico-econômicos.
Sendo
a iniciativa tem como foco a retirada de
considerado apto, o projeto proposto será
circulação de motores elétricos antigos
ranqueado, e aqueles que se adequarem ao
e a respectiva substituição por novos
orçamento previsto no edital público podem
equipamentos, mais modernos e eficientes,
ser contemplados.
promovendo, assim, o uso racional da
energia e também contribuindo para reduzir
energética da CPFL Energia, Luiz Carlos
as despesas dos consumidores com a
Lopes Jr, a iniciativa, além de reduzir a
conta de luz.
conta de energia elétrica, vai contribuir para
De acordo com o gerente de eficiência
A ação, comandada pela Gerência de
a modernização das empresas e indústrias
Eficiência Energética da CPFL Energia, tem
da área de concessão com equipamentos
o investimento previsto para o projeto nas
com tecnologia mais atual. “É uma grande
distribuidoras de R$ 8,090 milhões. Pelas
oportunidade para trocar motores elétricos
regras do projeto, a CPFL Paulista e a
antigos por mais modernos e passar a
CPFL Piratininga concederão um bônus aos
ter mais eficiência operacional em seus
clientes para a aquisição de novos motores
processos”, afirma Lopes Jr.
elétricos com o objetivo de desestimular
Após a instalação do novo motor,
o
(rebobinamento)
o cliente deverá realizar o descarte do
dos equipamentos avariados e, com isso,
modelo antigo. Esse procedimento deverá
retirar de circulação modelos ineficientes
ser evidenciado por meio de certificado ou
por motores de alto rendimento energético,
laudo. Quem for beneficiado ainda estará
evitando o desperdício. O desenvolvimento
sujeito a vistorias periódicas de técnicos da
do projeto faz parte de uma iniciativa mais
CPFL Paulista e da CPFL Piratininga para
ampla da Agência Nacional de Energia
executar as medições no novo equipamento
Elétrica (Aneel), denominada “Incentivo
para que a sua eficácia operacional e
à
energética possa ser comprovada.
recondicionamento
substituição
de
motores
elétricos:
Evento
22
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
A 26ª etapa do CINASE obteve ao todo 750 inscritos e a participação efetiva de aproximadamente 460 profissionais do setor.
mantém o ritmo
aquecido em
Curitiba Evento deu prosseguimento às inovações de 2016 e contou com forte apoio de empresas e entidades regionais para sua divulgação e realização. Contabilizando as três edições do ano, foram mais de 1500 presentes
Dando continuidade ao novo modelo do
Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) adotado em 2016, a Atitude Editorial realizou nos dias 13 e 14 de outubro, na cidade de Curitiba (PR), a terceira e última etapa do evento no ano. Com forte apoio regional, a 26ª etapa do CINASE foi mais um grande sucesso: obteve ao todo 750 inscritos e a participação efetiva, contando os dois dias de congresso, de aproximadamente 460 profissionais.
Como nas outras edições do CINASE,
o congresso foi realizado a partir do mote “Uma viagem pelo mundo das instalações
elétricas”,
iniciando
pela
temática “concessionárias”, passando por “transformadores”, “qualidade de energia” e “SPDA e aterramento”, até chegar em “iluminação”. Dessa forma, o ciclo de
23
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Além do congresso, o CINASE Etapa Curitiba apresentou uma exposição com a presença dos patrocinadores do evento.
palestras da Etapa Curitiba foi aberto
Um
do
Electric, TAF, TEL e Weg. A Rittal, por
pela Companhia Paranaense de Energia
segundo dia do congresso foi o debate
exemplo, marcou sua presença com o
(Copel) Distribuição. O superintendente
especial sobre a norma internacional IEC
Container Truck.
da concessionária, Julio Shigueaki Omori,
61439, que trata dos conjuntos de manobra
dissertou a respeito das inovações no
e controle de baixa tensão e traz uma série
edições promovidas em 2016, o CINASE
panorama
dos
principais
destaques
Mais uma vez, tal qual ocorreu nas outras
de mudanças em relação à norma existente
teve um excelente trabalho de divulgação,
realizada pela Copel.
no país, a ABNT NBR IEC 60439. O debate
realizado também com o apoio de entidades
da
distribuição
de
energia
Outro destaque do primeiro dia foi a
envolveu o sócio-diretor Operacional da
e empresas da região. Na etapa Curitiba, o
participação do pesquisador dos Institutos
Engerey, o engenheiro Fábio Amaral, o
evento contou com os seguintes apoiadores:
Lactec, Mateus Duarte Teixeira Medições,
vice-presidente da Schneider Electric, Oney
Associação Paranaense de Engenheiros
que abordou o tema qualidade de energia
Schliesing Jr., e o engenheiro Nunziante
Eletricistas
em parques eólicos. As energias renováveis
Graziano.
Instituto de Engenharia do Paraná (IEP);
continuaram sendo contempladas pelo
Além do congresso, o CINASE etapa
Abeéolica; Institutos Lactec; Universidade
membro do Conselho Consultivo da Copel
Curitiba apresentou uma exposição com a
Federal do Paraná (UFPR); ABRAPCH;
Brisa Potiguar, Dilcemar de Paiva Mendes,
presença dos patrocinadores do evento.
Abrinstal; Sindicato dos Engenheiro do
e o especialista em energias renováveis, o
Nesta
Paraná (Senge-PR); Abrap; Engerey Painéis
engenheiro Heiko Lubke. Eles discorreram,
Aplicaciones Tecnológicas, BRVAL, Brother,
Elétricos; e Reymaster Materiais Elétricos.
respectivamente,
Cabelauto,
sobre
conceitos,
edição,
participaram:
Corfio,
DEHN,
AltoQi, Dialight,
(APEE);
Copel;
Crea-PR;
Presidente do IEP, uma das entidades
tendências e o mercado de energia eólica;
Embrastec, Engerey, Flir, Grupo A.Cabine,
apoiadoras
e tendência e tecnologias envolvendo o
Itaim, Maxibarras, Philips, Phoenix Contact,
eletricista,
segmento de energia solar fotovoltaica.
Proauto,
elogios à edição realizada na cidade de
Reymaster,
Rittal,
Schneider
do
evento,
Nelson
Luiz
o
engenheiro
Gomez,
teceu
Evento
24
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Curitiba, destacando que os workshops e as 40 palestras apresentadas durante o CINASE foram conduzidos com “segurança, objetividade e praticidade”, com o intuito de que os participantes “agregassem novos
conhecimentos,
novas
técnicas
e novos procedimentos sobre o estado da
arte
de
produtos,
equipamentos,
normas e técnicas de projeto, execução e manutenção das instalações de energia e iluminação”. Também foram relevantes, para
Gomez,
as
demonstrações
nos
estandes dos patrocinadores do evento, que se empenharam em trazer, mostrar e demonstrar aos participantes, na prática, as novidades do mundo da eletricidade. Para Marcos A. Stoppa, diretor da Reymaster Materiais Elétricos, patrocinadora máster e apoiadora do CINASE, o evento
A Rittal, um dos patrocinadores do evento, trouxe para a parte de exposição do CINASE, o seu container truck.
apenas
coligada à Reymaster, também demonstrou
Congresso, onde participamos de debates
pela quantidade, mas pela qualidade
satisfação em apoiar e patrocinar o evento,
importantes acerca das normas que regem
dos profissionais presentes, registrando a
que rendeu frutos à companhia. “O CINASE
estes
participação de palestrantes renomados,
foi positivo e cumpriu os seus objetivos
presentes nas próximas edições", assegura.
verdadeiros protagonistas do setor elétrico
quanto ao fortalecimento de parcerias e
brasileiro. “Estar no CINASE Curitiba foi
abertura de novos contatos comerciais”,
a cidade de Curitiba, o presidente da
importante para nós, pois possibilitou
comenta o diretor da empresa, Fábio
IEP enfatiza que a capital paranaense
dar
marcas,
Amaral, que enfatiza também a participação
teve a oportunidade de recepcionar de
estreitar o relacionamento com clientes
da Engerey na exposição e no congresso.
forma calorosa um grande número de
e, principalmente, demonstrar o nosso
“Durante o evento tivemos a oportunidade
profissionais da área elétrica. Para ele, tal
atendimento de qualidade, que conta com
de demostrar a qualidade de nossos produtos
recepção corrobora com a divulgação da
especialistas técnicos para ajudar na escolha
e o alto nível de nossos profissionais, seja
cidade não somente no setor turístico, mas
dos produtos", afirma Stoppa.
através da exposição (na qual focamos
também no setor de conhecimento técnico.
painéis de baixa tensão certificados) ou do
“Curitiba espera que a equipe do CINASE
superou
as
expectativas,
visibilidade
às
não
nossas
A Engerey Painéis Elétricos, empresa
produtos.
Certamente
estaremos
Sobre a importância do CINASE para
Evento
26
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
No balanço final, contando as etapas de Belo Horizonte, Salvador e Curitiba, prestigiaram o CINASE 1500 pessoas.
programe novos eventos para a cidade, criando um elo forte e duradouro, marcando permanentemente
presença
e
fazendo
parte de sua história”, conclui Gomez. O CINASE fecha o ano de 2016 com
e procurado em todas as edições do Cinase.
Engerey, Fábio Amaral, falou sobre os
diversos motivos para comemorar. No
Na edição de Curitiba não foi diferente.
painéis de baixa tensão segundo a norma
balanço final, levando em conta as etapas
No primeiro dia do evento, o engenheiro
IEC 61439, que ainda não tem uma versão
de Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e
Meneghetto Pio Alberti, gerente comercial
brasileira. O documento normativo prevê a
Curitiba (PR), prestigiaram o evento 1.500
da Engerey, apresentou aspectos da norma
substituição dos conceitos TTA (Totalmente
pessoas, média de 500 pessoas por etapa,
atual para painéis de média tensão (MT),
Testados) e PTTA (Parcialmente Testados)
números nunca atingidos, segundo informa
que substituiu a antiga ABNT NBR 6979
por abordagem de verificação, seja por
o diretor do CINASE, Adolfo Vaiser. Ademais,
e passou a se basear não só na forma
ensaio, cálculo/medição ou cumprimento
foram 39 apoiadores, entre associações,
de construção, mas na segurança que o
das regras de projeto. “A IEC 61439 vem
conselhos regionais, institutos e fabricantes,
produto oferece. Logo após, Meneghetto
melhorar e esclarecer vários pontos a fim de
além de 35 empresas patrocinadoras.
respondeu a perguntas do público ao lado
aumentar a confiabilidade dos painéis. Este
de especialistas na área em um debate
processo é essencial para nivelar o mercado
Painéis elétricos
sobre o tema.
e garantir a qualidade dos produtos
comercializados", explicou Fábio Amaral.
Este tema sempre foi bastante abordado
Em outra apresentação, o diretor da
Fascículos
Apoio
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA Fernando Prioste, Thiago Cardoso e Fabiano Andrade
28
Capítulo X – Cogeração distribuída • Formulação do problema • Avaliação do investimento • Simulações e resultados • Conclusão
IEC 61439 – QUADROS, PAINÉIS E BARRAMENTOS BT Nunziante Graziano
36
Capítulo X – IEC TR-61439-0 – Guia de especificação • Características • Requisitos adicionais do usuário
LED – EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO Vicente Scopacasa
44
Capítulo X – O Led e o controle dinâmico da luz • Cor e temperatura • Especificações da luminária • Índice de reprodução de cor
CURTO-CIRCUITO PARA A SELETIVIDADE Cláudio Mardegan Capítulo X – Principais fenômenos, natureza e simetria da corrente de curto-circuito • Estudo de curto-circuito • Natureza das correntes de curto-circuito • Fatores de assimetria
50
Apoio
Geração distribuída
28
Capítulo X Cogeração distribuída Análise financeira e de estabilidade de um sistema real após a conexão do sistema de cogeração Por Fernando Prioste, Thiago Cardoso e Fabiano Andrade*
Desde 17 de abril de 2012, o consumidor brasileiro pode
Fascículo
gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou
Geração distribuída
cogeração com elevada eficiência energética e, inclusive, fornecer o
Atualmente, a geração de energia elétrica a partir de fontes
excedente para a rede de distribuição de sua localidade. Trata-se da
renováveis constitui uma tendência em diversos países, inclusive
micro e da minegeração distribuídas de energia elétrica, inovações
com a concessão de incentivos à GD de pequeno porte. A GD
que podem aliar economia financeira, consciência socioambiental e
pode acarretar em muitos benefícios, não só para o consumidor,
autossustentabilidade.
mas também para o sistema elétrico como um todo. Postergação de
Devido aos recentes aumentos no custo da energia elétrica, as
investimentos nos sistemas de distribuição e transmissão, redução
empresas buscam cada vez mais alternativas para diminuir seus
no carregamento das redes, redução de perdas, diversificação da
gastos com energia. A empresa Cia Volta Grande de Papel (CVG)
matriz energética e baixo impacto ambiental são alguns potenciais
é uma empresa do ramo de fabricação de papel tissue e, neste
benefícios que estimulam esta modalidade.
segmento, assim como em outros, a energia elétrica é um insumo
A micro e a minigeraçao distribuída consistem na produção de
fundamental. Os estudos apresentados neste trabalho serão todos
energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam
focados na realidade atual desta companhia. A empresa possui três
fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou
centrais hidrelétricas, que juntas totalizam 2,2 MW de potência
cogeração qualificada, conectadas à rede de distribuição por
instalada, mas que corresponde a apenas 36% do total de energia
meio de instalações de unidades consumidoras. A microgeração
elétrica consumida pelas suas instalações. Sua infraestrutura conta
distribuída refere-se a uma central geradora de energia elétrica,
com 7.500 hectares de áreas de reflorestamento, sendo 3.600 hectares
com potência instalada menor ou igual a 75 kW, enquanto que a
de árvores de espécies renováveis. A madeira extraída destas árvores
minigeração distribuída diz respeito às centrais geradoras com
é utilizada no processo de fabricação de papel.
potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 3 MW para
O objetivo deste trabalho é avaliar a viabilidade de um projeto de Geração Distribuída (GD) do tipo cogeração qualificada
fontes hídricas ou menor e igual a 5 MW para cogeração qualificada ou demais fontes renováveis de energia elétrica.
na empresa, aproveitando sua infraestrutura de madeira de
Uma das vantagens da GD é que é dispensável a assinatura
reflorestamento. Propõe-se, através deste trabalho, aumentar a
de contratos de uso e conexão junto à rede da distribuidora. É
porcentagem de geração própria da empresa e, consequentemente,
necessário apenas um Acordo Operativo para os minigeradores ou a
diminuir seus custos com aquisição de energia elétrica. Este estudo
formalização do Relacionamento Operacional para microgeradores.
de viabilidade será realizado utilizando técnicas de engenharia
Outra característica importante que faz parte da GD é o sistema
econômica e analisando os impactos da inserção de um sistema de
de compensação de energia elétrica. Esse sistema permite que a
cogeração à rede de distribuição base através de simulações para
energia excedente gerada pela unidade consumidora seja injetada
análise de estabilidade dinâmica do sistema, antes e depois da
na rede da distribuidora, podendo ser posteriormente compensada.
conexão do sistema de cogeração.
29
Apoio
A GD, apesar das suas vantagens, também pode apresentar alguns impactos negativos no sistema. Caso o sistema de GD não esteja adequado às normas técnicas específicas, pode comprometer o sistema como um todo. Dessa forma, as unidades geradoras devem atender a um conjunto de normas definido pela concessionária local de maneira a evitar que um acoplamento inadequado provoque eventos indesejáveis. No estudo em questão, a normativa da Celesc I- 432.0003, que estabelece os requisitos mínimos necessários para a conexão de autoprodutores e produtores independentes de energia elétrica ao sistema, deve ser seguida.
Formulação do problema A Companhia Volta Grande de Papel com sede na cidade de Rio Negrinho, Santa Catarina, é uma indústria de fabricação de papel tissue (papel higiênico, papel toalha e guardanapo). O diagrama unifilar de suas instalações é apresentado na Figura 1.
Figura 1- Sistema de Distribuição da Empresa CVG.
A empresa possui três usinas hidrelétricas, denominadas: PCH Salto Grande, com potência instalada de 1,5 MW; CGH Rio Preto, com potência instalada de 0,2 MW; e CGH Bituva, com potência instalada de 0,5 MW, podendo ser visualizadas na Figura 1. Todas são destinadas ao consumo próprio de energia elétrica e, conforme dados históricos (Figura 2), estas são responsáveis pela geração de 36% do total de energia elétrica consumida pela empresa. Os outros 64% são adquiridos da concessionária local de energia elétrica (Celesc). Estas médias foram obtidas através dos dados de consumo e geração dos últimos dois anos, compreendendo o período de outubro de 2013 a outubro de 2015 e obtidos através do sistema supervisório e do controlador de demanda da empresa. Outro dado importante obtido nos históricos das faturas de energia elétrica adquirida da concessionária é que, do ano de 2013 até o ano de 2015, o valor destas faturas duplicou, sendo que o consumo de energia pouco mudou, conforme mostra a Figura 2. O segmento de fabricação de papel apresenta características particularmente interessantes para a viabilização da cogeração, pois apresenta um elevado consumo de vapor em seu processo, destinado a secagem do papel.
Apoio
Geração distribuída
30
este que contempla o projeto completo, ou seja, caldeira, gerador, turbina, etc. A seguir, mais detalhes sobre o fluxo de caixa deste projeto, considerando o investimento necessário, a receita obtida com a geração de eletricidade, os custos de combustível e O&M. Fluxo de caixa Denomina-se fluxo de caixa o conjunto de entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo. Pode-se ter fluxo de caixa de empresas, de investimentos, de projetos, de operações financeiras, etc. Para a análise de viabilidade serão consideradas as seguintes Figura 2 - Histórico do consumo de energia elétrica.
Uma das alternativas para reduzir os custos com a compra de energia seria a implantação de uma usina de cogeração qualificada. Esta seria uma opção para a empresa devido ao fato de que ela utiliza vapor no seu processo de fabricação e também por ser autossuficiente em combustível (cavaco) para abastecer esta nova usina de cogeração. A maior parte do vapor gerado por esta nova usina seria utilizada para gerar energia elétrica e a outra parte do vapor para o processo industrial. Dessa forma, decidiu-se realizar uma análise de viabilidade da inclusão de um sistema de cogeração. A conexão do sistema de cogeração foi considerada na parte mais próxima da utilização do calor do vapor (Figura 3), onde, atualmente, já existe uma caldeira
variáveis de entrada e saída de caixa: - Investimento (saída): valor necessário para implantação do projeto de cogeração. Conforme descrito anteriormente, terá o custo de R$ 5.200.000,00. Já estão inclusos neste montante os custos de transporte e mão de obra para instalação; - Receita de Eletricidade (entrada): valor que deixará de ser pago à concessionária após a instalação do processo de cogeração. Este valor passa a ser considerado como uma economia para o projeto. Na Tabela I são apresentados os valores das tarifas de energia elétrica pagos atualmente pela empresa, sem a inclusão de encargos, pois estes são posteriormente recolhidos pela empresa. Tabela I - Tarifas de energia elétrica. Grupo A3 – Celesc
instalada.
Os valores de demanda fora de ponta e demanda na ponta não são pertinentes, uma vez que, no projeto de GD, os valores de demanda contratados não podem ser alterados. A capacidade de geração de energia elétrica do projeto em questão é de 1 MWh. Dessa forma, na Tabela II são apresentados os valores estimados de economia mensal para o projeto de cogeração. Tabela II – Economia com a cogeração distribuída Figura 3 – Sistema de distribuição da empresa CVG, considerando a inclusão do sistema de cogeração.
Fascículo
Avaliação do investimento - O&M (saída): custos de manutenção e operação do sistema A análise da viabilidade de projetos, comumente, envolve
de cogeração. De acordo com a consultoria realizada, o sistema
um conjunto de técnicas que busca determinar sua viabilidade
necessita de uma inspeção a cada 1,5 anos, com custo estipulado
econômica e financeira, considerando uma determinada taxa
em R$ 40.000,00, e uma revisão geral a cada seis anos, com custo
mínima de atratividade. Assim, normalmente estes parâmetros são
estipulado em R$ 300.000,00. Dessa forma, estima-se que, em seis
medidos pelo Payback (prazo de retorno do investimento inicial),
anos, seriam gastos com manutenção o total de R$ 460.000,00.
pela TIR (Taxa Interna de Retorno) e/ou pelo VPL (Valor Presente Líquido). Para a realização deste trabalho, foi realizada uma consultoria
Os custos de operação não foram contabilizados, pois este custo continua sendo equivalente ao custo do processo atual.
com uma empresa especializada em vendas de sistemas de
Para facilitar a análise do fluxo de caixa, os valores de O&M
cogeração. Para o projeto pretendido, com geração de 1 MWh, o
foram distribuídos homogeneamente durante o período de seis
investimento necessário foi avaliado em R$ 5.200.000,00, valor
anos, ou seja, custo de R$76.666,67/ano.
Apoio
31
Apoio
Geração distribuída
32
- Combustível (saída): atualmente, a empresa conta com uma caldeira para produção de vapor saturado, cujo combustível utilizado é o cavaco de madeira, o consumo atual desta caldeira é de 6,0 toneladas/hora, que corresponde a um custo mensal de aproximadamente R$ 259.200,00/mês. De acordo com a consultoria realizada, com a utilização da nova caldeira, o consumo de combustível irá aumentar em 33%, ou seja, seu consumo passará a ser de 8,0 toneladas/hora, mas com a vantagem de gerar 1 MWh de energia elétrica. Este aumento no consumo de combustível resultaria em média um acréscimo de R$ 86.400,00 no custo mensal, representando R$ 1.036.800,80 no custo anual. Cabe enfatizar que este custo de combustível é apenas para fins de análise financeira,
Figura 4 – Consumo de energia elétrica com a participação do sistema de cogeração.
pois a empresa é autossuficiente na produção de cavaco. A Tabela III apresenta o fluxo de caixa do projeto: Tabela III - Fluxo de caixa do projeto
Figura 5 – Parciais de fornecimento de energia elétrica com a participação do sistema de cogeração.
O método de payback simples, conforme apresentado, é um método fácil de ser aplicado quando se quer estimar o prazo Após a conexão do sistema de cogeração, pressupõe-se que o
necessário para recuperar o investimento realizado, além de
gráfico de consumo de energia elétrica será conforme a Figura 4
apresentar um resultado de fácil interpretação. Porém, este método
e a Figura 5. As análises foram realizadas considerando os dados
também apresenta suas desvantagens, como o fato de não considerar
históricos de consumo dos dois últimos anos, mas estima-se que
o valor do dinheiro no tempo, por exemplo, as tarifas de energia
este consumo não se altere significativamente nos próximos anos.
elétrica sofrem alterações ao longo dos anos, podendo diminuir ou
Também para questão de análise, a capacidade da cogeração foi
aumentar seu valor. Este método é válido para este projeto devido
mantida sempre no máximo, desta forma, as análises financeiras
ao mesmo apresentar entradas e saídas de caixa constantes.
podem dar uma boa ideia da viabilidade do investimento, como será visto pelo Payback, VPL e TIR.
A mesma análise pode ser feita pelo método do payback descontado, considerando a taxa Selic 2015, do dia 18/11/2015, igual a 14,15% a.a (Banco Central do Brasil), conhecida como
Método do payback O payback simples ou prazo de retorno de um projeto é
taxa básica de juros da economia brasileira, como sendo a taxa de desconto. Dessa forma, o payback calculado ocorre em 3,22 anos.
Fascículo
a extensão de tempo necessária para que seus fluxos de caixa nominais cubram o investimento inicial. Ou seja, quanto tempo um investimento demora a ser ressarcido. Considerando as entradas e saídas apresentadas no fluxo de caixa da Tabela III, o payback pode ser calculado como:
Valor Presente Líquido (VPL) O método do VPL consiste em trazer as entradas e saídas de capital para a data zero do investimento, descontada a taxa de juros (i), denominada taxa mínima de atratividade. Pode-se dizer que o VPL reflete a riqueza em valores monetários do investimento, medida pela diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, a uma determinada taxa de
Em que o investimento inicial é apresentado na primeira linha da Tabela III e a economia anual total é obtida descontando-se do valor de Receita de Eletricidade Anual os valores gastos com O&M e combustível anualmente. Sendo assim, o payback simples ocorre em 2,44 anos.
desconto. O valor presente líquido é definido matematicamente como:
Apoio
Em que:
Tabela IV – Distribuição de cargas
FC0 = fluxo de caixa verificado no momento zero; FCj = fluxos de caixa previstos no projeto para cada intervalo de tempo; i = taxa de desconto; n = período de tempo considerado. Para o cálculo do VPL, também foi utilizada a taxa Selic como sendo a taxa de desconto. O valor presente líquido do fluxo de caixa apresentado na Tabela III é igual a R$ 8.774.265,16. Isso significa que este investimento, nas condições apresentadas, estará agregando este valor econômico à empresa, além de remunerar o capital investido a 14,15%. Logo, de acordo com o VPL apresentado, o investimento irá apresentar um retorno positivo. Taxa Interna de Retorno (TIR) Por definição, a taxa interna de retorno de um fluxo de caixa é a taxa para a qual o valor presente líquido do fluxo de caixa é igual a zero. A TIR pode ser calculada utilizando-se a mesma fórmula apresentada na Equação (2), porém, igualando-se o VPL a zero e utilizando a taxa de juros (i) como incógnita:
Inicialmente serão realizadas simulações no sistema da Figura 1, sem cogeração. Os dados das três usinas hidrelétricas e dos controladores projetados são apresentados na Tabela V. Para as simulações, foram utilizados valores reais para todo o sistema de distribuição existente (condutores, geradores, transformadores), que foram disponibilizados pela empresa. Para a realização das simulações, foi necessário projetar os reguladores de velocidade com queda e estatismo transitório para as três usinas hidrelétricas, assim como os estabilizadores de sistemas de potência (do inglês, Power System Stabilizers, PSS) junto à malha dos reguladores de tensão de cada gerador síncrono. O ajuste dos compensadores de atraso de fase dos reguladores de velocidade foi realizado via diagramas de Bode. Já os PSSs, baseados nos sinais de variação de velocidade, foram ajustados através do método de Nyquist no software
Considerando o fluxo de caixa apresentado na Tabela III, a TIR calculada foi igual a 41%. Para análise de viabilidade, recomenda-se comparar a TIR à taxa de juros praticada pelo mercado ou pela taxa mínima de atratividade considerada pela empresa. Novamente, foi tomada como referência a taxa Selic. Como o valor da TIR foi maior do que a taxa Selic, o investimento deste projeto é considerado economicamente atrativo. De acordo com os valores de VPL e TIR apresentados, a proposta do projeto da usina de cogeração é viável economicamente.
Simulações e resultados A seguir, serão apresentados os parâmetros do sistema e algumas simulações realizadas a fim de analisar o desempenho dinâmico do sistema sem e com a inserção do sistema de cogeração. Apresentação do sistema base e simulações A representação dos sistemas da Figura 1 e Figura 3 foi realizada no SimPowerSystems do Matlab. O perfil de cargas consideradas é apresentado na Tabela IV. As cargas dividem-se em dois conjuntos, denominados de Cargas 1 e Cargas 2, conforme Figura 1.
PacDyn do Cepel. Os modelos dinâmicos dos reguladores de Tabela V – Dados e parâmetros das usinas hidrelétricas
33
Apoio
Geração distribuída
34
velocidade, tensão e PSS foram obtidos em “Power System Control and Stability”, do IEEE (ver referências). Para o sistema de cogeração foi utilizada uma turbina de um estágio e não foi considerada a modelagem dinâmica da caldeira, os digramas de blocos foram obtidos também no documento do IEEE. Um curto-circuito trifásico foi aplicado na subestação de 69 kV (Figura 1), no instante t=0,2s, com duração de 200 ms. As simulações de variações angulares apresentadas na Figura 6 mostram que sem os PSSs nas três usinas hidrelétricas, o sistema é instável. Já com a inclusão dos PSSs projetados, o sistema é estável (Figura 7).
Figura 8 - Curto-circuito na subestação no instante t=0,2s, com o sistema de cogeração.
constatadas grandes diferenças entre o sistema sem e com a inclusão da cogeração.
Conclusão A Geração Distribuída cada vez mais ganha destaque no cenário de geração de energia elétrica e os estímulos do governo vêm aumentando, assim como, o interesse por parte dos consumidores. Figura 6 – Curto-circuito na subestação no instante t=0,2s. Sem os controladores PSS.
A análise econômica apresentada mostrou que o projeto de cogeração para a empresa CVG é um bom investimento, uma vez que apresentou um payback muito inferior ao tempo de vida útil estimado do projeto, VPL positivo e TIR acima da taxa de juros de mercado considerada (Selic). Com base nas simulações apresentadas no artigo, ficou evidente a necessidade do emprego dos estabilizadores de sistemas de potência, conhecidos como PSS, uma vez que, com a ausência destes controladores, após a ocorrência de um curtocircuito, o sistema apresentou oscilações pouco amortecidas, tornando-se instável. A conexão do sistema de cogeração ao sistema base da empresa CVG não apresentou nenhuma influência quanto à estabilidade da rede de distribuição, pois, mesmo com
Fascículo
Figura 7 – Curto-circuito na subestação no instante t=0,2s. Com os controladores PSS.
o sistema de cogeração inserido à rede ou desconectado da rede, as variações de desvio angular, após a ocorrência de curto-circuito, foram praticamente as mesmas. Sendo
Resultados para o sistema com cogeração
assim, considera-se que a conexão do sistema de cogeração
Para analisar o impacto da conexão do sistema de cogeração
distribuída à rede de distribuição da empresa CVG não causará
ao sistema de distribuição, foi simulada a ocorrência de um curto-
impactos significativos, do ponto de vista técnico. Todavia,
circuito trifásico na subestação de 69 kV no instante t=0,2s, com
os requisitos técnicos estabelecidos pela Agência Nacional de
duração de 200 ms, conforme mostra a Figura 8.
Energia Elétrica (Aneel) e pela concessionária local, neste caso,
Comparando a Figura 8 com os resultados apresentados
a Celesc, devem ser atendidos.
na Figura 7, em que o mesmo curto-circuito foi aplicado,
Como trabalho futuro propõe-se o mesmo estudo para um
percebe-se que a conexão da cogeração não proporcionou
sistema de Geração Distribuída com capacidade de geração
nenhuma alteração significativa nos resultados apresentados.
maior, visando a autossuficiência da empresa em geração de
Diversos curtos-circuitos com tempos de duração similares
energia elétrica, e também, analisar as condições de ilhamento
foram aplicados em diferentes barras do sistema e não foram
para a mesma rede de distribuição apresentada.
Apoio
Referências
[10] PacDyn – Análise e Controle de Oscilações Eletromecânicas
[1] Resolução Normativa ANEEL n°482 de 17 de abril de 2012.
em Sistema de Potência, Software desenvolvido pelo grupo
[2] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Cadernos
CEPEL – Eletrobras.
Temáticos ANEEL: Micro e Minigeração Distribuída.
[11] P. M. Anderson, A.A. Fouad, Power System Control and
[3] TOYAMA, J. et al. Conexão e Proteção de Geração Distribuída
Stability, second edition, IEEE Series On Power Engineering,
no Sistema de Distribuição. IEEE/PES 2010 T&D Transmission
2003.
and Distribution Conference and Exposition Latin América, São Paulo, SP, 2010. [4] IEEE Aplication Guide for IEEE Std 1547, IEEE Standard for Interconnecting Distributed Resources with Electric Power Systems IEEE Std 1547.2-2008, 1-207, April 2009. [5] CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA (CELESC). Manual de Procedimentos – Requisitos Gerais para a Conexão de Autoprodutor e Produtor Independente de Energia à Rede da CELESC – I-432.0003. [6] N. Casarotto, B. H. Kopittke. Análise de Investimentos. 9 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2000. [7] A. L. Puccini. Matemática financeira: objetiva e aplicada. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. [8] D. A. N. Rebelatto. Projeto de Investimento. 1 ed. Barueri –SP. Editora Manoele, 2004. Vol. 1. [9] The Mathworks. Matlab and Simulink for Technical Computing. Version R2014a. [S.I], 2014.
*Fernando B. Prioste possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá em 2001 e 2005, respectivamente. Doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina (2011). Sua área de atuação inclui dinâmica de sistemas de energia e aplicações de controle. Thiago F. Cardoso possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2012). Atualmente cursa o mestrado profissional em Engenharia Elétrica na Universidade do Estado de Santa Catarina e trabalha como engenheiro eletricista na empresa CVG – Cia. Volta Grande de Papel. Fabiano Ferreira Andrade é engenheiro eletricista, com Mestrado e Doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina. Sua área de atuação inclui planejamento de sistemas de energia elétrica, com ênfase no planejamento de sistemas de distribuição e comercialização. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
35
Apoio
Fascículo
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
36
Capítulo X IEC TR-61439-0 – Guia de especificação Por Nunziante Graziano*
Prezado leitor, o intuito deste fascículo é
ao usuário um guia de especificação com o
particular. A fim de definir claramente
apresentar em detalhes o projeto de revisão
objetivo de elaborar o projeto desejado de
essas necessidades específicas, normas
da norma brasileira para construção de
um conjunto.
pertinentes ao conjunto focadas em um
quadros elétricos e barramentos blindados
A proposta da série de normas IEC
de baixa tensão. Desde o capitulo inicial,
61439 é harmonizar, tanto quanto possível,
foram abordados temas como: panorama
todas as regras e requisitos gerais que se
Estas são identificadas como ABNT
atual da ABNT NBR IEC 60439 e seus
aplicam aos conjuntos. A série tem ainda
NBR IEC 61439-2 a ABNT NBR IEC 61439-
principais pontos de interesse; definições
como objetivo, para obter a uniformidade
7. Cada norma pertinente ao conjunto com
e termos usuais; condições de instalação;
dos requisitos para os conjuntos, a
referência à ABNT NBR IEC 61439-1,
características de isolamento; proteção
coerência na verificação dos conjuntos e
regras gerais, conforme o caso, especifica as
contra choques elétricos; requisitos de
evitar a necessidade de verificação de outras
características e o desempenho requerido
marcação; resistência dos materiais e das
normas.
por um conjunto dentro de seu escopo de
determinado tipo de aplicação foram (ou estão sendo) desenvolvidas.
partes; verificação dos materiais no tocante
Todos aqueles requisitos para os vários
aplicação definido. Cada norma pertinente
à corrosão; condições de verificação,
conjuntos que podem ser considerados
ao conjunto inclui, como um anexo, um
construção
proteção
como gerais, junto com temas específicos de
modelo para "itens sujeitos a acordo entre
contra choques elétricos e os métodos de
grande interesse e aplicação, por exemplo,
o montador do conjunto e o usuário” para
incorporação de dispositivos de manobra
elevação de temperatura, propriedades
facilitar a especificação de um conjunto.
e de componentes conjuntos; circuitos
dielétricas, portanto, foram reunidos na
Estes são reproduzidos e explicados neste
elétricos internos, conexões e refrigeração.
ABNT NBR IEC 61439-1 como regras
relatório técnico.
e
performance;
O capítulo anterior abordou as formas
gerais. Para cada tipo de conjunto, somente
de avaliação e a qualificação dos conjuntos
duas normas principais são necessárias para
• ABNT RT IEC 61439-1:2011, Conjuntos
de manobra, por meio dos métodos de
determinar todos os requisitos e os métodos
de manobra e comando de baixa tensão –
verificação de projeto, uma inovação
de verificação correspondentes:
Parte 1: Regras gerais.
em relação à versão vigente. Este artigo
• ABNT RT IEC 61439-2:2011, Conjuntos
analisará a IEC TR 61439-0, que representa
1) A norma que estabelece as regras gerais,
de manobra e comando de baixa tensão –
um guia para especificação dos conjuntos,
designada como "Parte 1"; e
Parte 2: Conjuntos de manobra e comando
importante ferramenta e grande inovação
2) A norma específica aplicável ao conjunto,
de potência (CONJUNTOS MCP).
em relação à versão atual.
daqui em diante referida como a norma
• IEC 61439-3:2012, Conjuntos de manobra
pertinente ao conjunto.
e comando de baixa tensão – Parte 3:
Neste relatório técnico, o usuário é a parte que especifica e/ou seleciona as
Quadros de distribuição destinado a ser
características do conjunto. O usuário pode
A série de normas ABNT NBR IEC
ser da mesma parte daquele que vai utilizar
61439 abrange conjuntos para uma ampla
• IEC 61439-4:2012, Conjuntos de manobra
e operar o conjunto ou alguém atuando em
variedade de utilizações, algumas das
e comando de baixa tensão – Parte 4:
seu nome, como especificador ou projetista.
quais possuem necessidades específicas,
Requisitos particulares para conjuntos para
O intuito deste relatório técnico é oferecer
conforme determinado por sua aplicação
canteiros de obra (ACS).
operado por pessoas comuns (DBO).
Apoio
• IEC 61439-5:2010, Conjuntos de manobra
• IEC 61439-7, Conjuntos de manobra
Relatório Técnico. Os detalhes de como
e comando de baixa tensão – Parte 5:
e comando de baixa tensão – Parte 7:
são aplicáveis a cada tipo de conjunto
Conjuntos para redes de distribuição
Conjuntos para aplicações específicas como
podem ser determinados de acordo com o
pública.
marinas, camping, praças públicas, estação
modelo de especificação a seguir e servem
• IEC 61439-6:2012, Conjuntos de manobra
de recarga para veículos elétricos.
de requisitos mínimos de informação
e comando de baixa tensão – Parte 6: Linhas elétricas pré-fabricadas (barramento blindado).
para uma boa e clara especificação dos As características gerais de todos os tipos de conjuntos são consideradas neste
Construção padrão b
conjuntos. A tabela a seguir foi transcrita do anexo C da IECTR-61439-0.
Características
Referência na norma
Opções disponíveis na norma
Sistema Elétrico
5
Sistema de aterramento
5.2
Selecionado para atender
TT / TN-C /
as necessidades locais
TN-C-S / IT, TN-S
Tensão Nominal (V)
5.3
Local, De acordo com as
Max. 1 000 V a.c.
Padrão do Fabricante,
condições da instalação
ou 1 500 V d.c.
Determinado de acordo
Categoria de sobretensão
5.4, 5.5
com o Sistema elétrico
I / II / III / IV
5.5
Tensão nominal do
Nenhum
Sobretensões transitórias
Sobretensões temporárias
Sistema + 1 200 V De acordo com as
Frequência nominal fn (Hz) 5.6
CC/50Hz/60Hz
condições locais da instalação
Ensaios Adicionais requeridos em campo:
5.7
Capacidade Nominal de curto-circuito
6
Corrente presumida de curto-circuito nos
6.2
Determinado pelo
6.3
Max. 60 % do
6.4
Max. 60 % do
no circuito de proteção (PE)
valor de fase
Dispositivo de proteção contra curto-
De acordo com as
circuito (DPCC) na unidade funcional de
6.5
Nenhum
instalação
Coordenação dos dispositivos de proteção
De acordo com as 6.6
Nenhum Sim / Não
condições locais da
entrada contra o curto-circuito e incluindo as
Nenhum
valor de fase
curto-circuito no neutro Corrente presumida de curto-circuito
Nenhum
Sistema elétrico
terminais de alimentação Icp (kA) Corrente presumida de
Padrão do Fabricante, de acordo com a aplicação
Funcional, cablagem e operacional
Nenhum
condições locais da instalação
informações relativas ao dispositivo de proteção externa contra os curtos-circuitos Dados associados às cargas
6.7
Nenhuma carga capaz de
prováveis de contribuir com a
contribuir com o curto-
corrente de curto-circuito
circuito é considerada
Proteção das pessoas contra os choques
Nenhum
7
elétricos de acordo com a IEC 60364 4-41 Proteção básica (proteção contra contato direto)
7.2
Proteção Básica
De acordo com as regras locais da instalação
Requisições do usuárioa
37
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
38
Características
Referência na norma
Construção padrão b
Opções disponíveis na norma
Proteção em caso de falta
7.3
De acordo com
Desconexão automática
(proteção contra o contato indireto) Ambiente da instalação
8
Tipo de localização
8.2
Proteção contra a penetração de corpos
8.3
as regras locais
da fonte / Separação
da instalação
elétrica / Isolação total
Padrão do fabricante de
Interno / Externo
acordo com a aplicação sólidos estranhos e de água Proteção após a remoção
Interno IP 2X
IP 00, 2X, 3X,
Externo (min.): IP 23
4X, 5X, 6X
Padrão do fabricante
inserido / Proteção reduzida
Tanto para a posição
8.3
de uma parte extraível
para padrão do fabricante Impacto Mecânico Externo (IK)
8.4
Nenhum
Nenhum
Veja IEC 61439-1 Interno: não aplicável.
Resistência a radiação UV (aplicável somente para uso externo, ou sob
8.5
Externo: Clima temperado
Nenhum
Severidade A interna
Nenhum
condições específicas diversas) Resistencia à corrosão
8.6
Severidade B Externa Temperatura do ar ambiente – limite inferior
8.7
Interno: –5 °C
Nenhum
Externo: –25 °C Temperatura do ar ambiente – limite superior
8.7
40 °C
Nenhum
Temperatura do ar ambiente –
8.7
35 °C
Nenhum
Máxima umidade relativa
8.8
Interna: 50% a 40 °C
Nenhum
Grau de poluição (do ambiente da instalação)
8.9
Altitude Compatibilidade eletromagnética (A ou B)
Máxima média diária Externa: 100% a 25°C Industrial: 3
1/2/3/4
8.10
£ 2 000 m
Nenhum
8.11
A ou B de acordo
A/B
com a aplicação Condições especiais de serviço (Exemplo:
Nenhum
8.12
vibração, condensação excepcional, poluição severa, ambiente corrosivo,
Nenhuma condição
campos elétricos ou magnéticos severos,
especial de serviço
fungos, pequenos animais, risco de
Fascículo
explosão, vibração ou impactos severos, abalos sísmicos) Métodos de instalação
9 Diversos, Exemplos:
Tipo 9.2
Padrão do Fabricante
Montagem autoportante, sobrepor ou embutir em parede
Fixo ou móvel
9.3
Fixo
Fixo/Móvel
Dimensões e peso máximos
9.4
Padrão do fabricante, de
Nenhum
Tipos de condutores externos
9.5
Padrão do fabricante
Direção dos condutores externos
9.6
Padrão do fabricante
acordo com a aplicação Cabos / Sistema de barramento blindado Nenhum
Requisições do usuárioa
Apoio
39
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
40
Características
Referência na norma
Construção padrão b
Opções disponíveis na norma
Material dos condutores externos
9.7
Cobre
Cobre / Alumínio
Seções e terminações dos
9.8
Como definido em
Nenhum
conformidade com a norma
condutores de fase externos Seções dos condutores externos
9.9
Nenhum
conformidade com a norma
PE, N, PEN e terminações Requisitos especiais de
Como definido em
9.10
Padrão do fabricante
Nenhum
identificação dos bornes Armazenamento e manuseio
10
Máximas dimensões e pesos
10.2
Padrão do fabricante
Nenhum
10.3
Padrão do fabricante
Nenhum
De acordo com as
Nenhum
das unidades de transporte Métodos de transporte (empilhadeira, guindaste, etc.) Condições ambientais diferentes
10.4
condições de serviço
das condições de serviço Detalhes de embalagem
10.5
Modos de operação
11
Acesso a dispositivos
11.2
Padrão do fabricante
Pessoas autorizadas / Pessoas comuns
manobrados manualmente Localização de dispositivos
Nenhum
11.2
Acesso facilitado
Nenhum
11.3
Padrão do Fabricante
Individual/grupo/ todos
12.2
Nenhum
Nenhum
12.3
Nenhum
Nenhum
12.4
Nenhum
Nenhum
operados manualmente Seccionamento dos equipamentos de instalação em carga Capacidade de manutenção
12
e de atualização Requisitos relativos à acessibilidade para inspeção e serviços similares Requisitos relativos à acessibilidade para manutenção em serviço por pessoas autorizadas Requisitos relacionados com ampliação sob tensão F=conexões fixas
Método de conexão das unidades funcionais
D=desconectável
12.6
W=conexões extraíveis
Fascículo
Proteção contra contato direto com partes internas vivas perigosas durante a manutenção ou atualização (exemplo:
12.5
Nenhum
Nenhum
12.7
Proteção básica
Nenhum
unidades funcionais, barramentos principais, barramentos de distribuição, etc.) Passagem de serviço e de manutenção no interior de um conjunto Forma de separação
Formas 1, 2, 3, 4
12.8, Tabela B.1
Capacidade para testar o funcionamento individual dos circuitos auxiliares relacionados com circuitos especificados enquanto a unidade funcional estiver isolada.
12.2
Padrão do Fabricante
Nenhum
Requisições do usuárioa
Apoio
Características
Referência na norma
Capacidade de condução de corrente
13
Corrente nominal Ina (A)
13.2
(corrente máxima permissível) Corrente nominal dos circuitos I NC (A)
Construção padrão b
Opções disponíveis na norma
Padrão do Fabricante, de
Nenhum
Requisições do usuárioa
acordo com a aplicação 13.3
Padrão do fabricante, de
Nenhum
acordo com a aplicação Fator de diversidade nominal
13.4
Conforme definições
RDF para grupos de
da norma
circuitos / RDF para CONJUNTO completo
Seção transversal do condutor neutro:
13.5.1
100%
Nenhum
13.5.3
50% (min. 16mm2)
Nenhum
condutores de fase até e incluindo 16 mm² Seção transversal do condutor neutro: condutores de fase acima de 16 mm² a b
Para aplicações mais sofisticadas, o usuário pode utilizar requisites mais detalhados que àqueles contidos na norma. Em alguns casos, informações declaradas pelo fabricante do conjunto podem ser objeto de acordo entre fabricante e usuário.
Dentro da série de normas ABNT NBR
Esta parte da ABNT NBR IEC 61439,
IEC 61439 para conjuntos de manobra e
que é um relatório técnico, identifica, a partir
• Um guia de como selecionar a opção
comando de baixa tensão, existem detalhes de
da expectativa do usuário, as funções e as
apropriada e definir as características de modo a
aplicação e de sistema que são especificados
características que convém serem definidas nas
atender às necessidades da aplicação específica,
pelo usuário para permitir que o montador
especificações dos conjuntos. Ela fornece:
utilizando uma abordagem funcional; e
produza um conjunto que atenda às necessidades e expectativas do usuário.
• Uma explicação sobre as características e opções do conjunto na série ABNT NBR IEC
61439;
• Um suporte na especificação dos conjuntos.
41
Apoio
IEC 61439 – Quadros, painéis e barramentos BT
42
Referências contidas neste relatório técnico em relação às características de interface de um conjunto e os requisitos que ele deverá atender definem que o conjunto é projetado, montado, e verificado de acordo com a parte específica da ABNT NBR IEC 61439. Os conjuntos fabricados de acordo com a norma pertinente ao conjunto da série de normas ABNT NBR IEC 61439 são apropriados para a instalação na maioria dos ambientes operacionais. Muitas das características dos conjuntos são totalmente definidas na Norma e não requerem uma análise mais aprofundada pelo usuário. Em alguns casos, pode existir uma condição normalizada especificada na norma e uma série de outras opções alternativas identificadas, a partir do qual o usuário pode escolher a opção mais apropriada para sua aplicação. Para outras características, o usuário pode escolher dentre uma lista de opções da Norma. Quando existem condições especiais e excepcionalmente onerosas, o usuário deve identificar isto em sua especificação. Exemplos destas condições onerosas incluem: aplicações de radiação UV elevada, condições de partículas/poluentes elevados, condições mais rigorosas de curto-circuito, proteção especial de faltas, proteção especial devido ao risco de fogo, explosões, queimaduras etc. Em alguns casos, o usuário pode consultar a opinião de especialistas a fim de identificar corretamente as suas necessidades, por exemplo, no que diz respeito ao sistema de harmônicos. Além das informações requeridas na tabela
Fascículo
anterior, o usuário pode ter requisitos adicionais que não são identificados no padrão, mas são necessários para satisfazer as preferências do usuário e/ou requisitos de aplicação. Estes requisitos também estão sujeitos a acordo entre o fabricante do conjunto e o usuário. No entanto, se nada for especificado pelo usuário, estas exigências não são suscetíveis de serem consideradas pelo fabricante. Não é possível listar todas as opções possíveis, mas algumas são indicadas na tabela a seguir, transcrita do anexo C da IECTR61439-0.
Requisitos definidos pelo usuário
Requisito do usuário
Condições elétricas Resistência ao arco elétrico (se for necessária a verificação de uma capacidade do conjunto de resistir ao arco elétrico, orientação de verificação é fornecida no IEC / TR 61641) Isolamento das barras Requisitos de seletividade Continuidade de serviço Acessórios para aterramento de cabos de alimentação ou de carga Acessórios para testes de circuitos externos individualmente Condições ambientais Tratamento de superfícies (exemplo: especificações de pintura) Instalação Arranjo do conjunto (exemplos: construção “back to back”, construção com dupla frente) Testes em campo Operacional Disposição de dispositivos de manobra Tipo de meios de bloqueio/travamento Identificação Identificação de bornes Manutenção e atualização Quantidade e tipo de peças de reserva Quantidade e tipo de espaços reserva (equipados ou não equipados) Fusíveis de reserva Documentação Tipo e/ou formato da documentação Número de cópias Geral Requisitos legais locais aplicáveis Processo de aprovação Testes funcionais antes do embarque Ensaios testemunhados
O próximo capítulo deste fascículo
parte da norma aplicáveis aos conjuntos
analisará o projeto de norma da ABNT
de manobra e comando de baixa tensão –
IEC-61439-2, que se encontra em fase de
Parte 2: Conjuntos de manobra e comando
diagramação para publicação e que aborda
de potência.
os requisitos particulares da primeira
Até lá!
*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
43
Apoio
Led – Evolução e inovação
44
Capítulo X O Led e o controle dinâmico da luz Por Vicente Scopacasa*
Dentre as inúmeras possibilidades que
projetar luminárias em que seja possível
Aliado a isso, contamos também
a tecnologia dos Leds nos proporciona,
controlar a cor da luz resultante e,
com novas formas de avaliação de cores
uma das mais interessantes é o controle
com isto, criar vários tipos de efeitos e
como a IES TM30-15, que nos dá a devida
dinâmico da luz e a possibilidade de
cenários que podem ser utilizados em
orientação quanto aos níveis de fidelidade
promover alterações da iluminação do
várias aplicações e situações. Tal processo
e saturação que devemos levar em
ambiente, tornando-o mais atrativo e
utiliza a propriedade aditiva da luz.
consideração, sistema este que é baseado
Fascículo
adequado à sua finalidade.
Com o surgimento da tecnologia
em 99 amostras de cores que representam
Por exemplo, qual seria a temperatura
de iluminação de estado sólido com
mais de 100.000 cores de objetos, aos
de cor a ser escolhida quando vamos
base nos Leds, temos maior controle da
quais, normalmente, somos expostos no
projetar a iluminação de um escritório?
distribuição espectral de potência da
nosso dia a dia.
Optamos por 5000 K a fim de tornar o
fonte de luz, resultando nas mais diversas
Um exemplo que todos conhecem são
ambiente mais frio e com maiores níveis
possibilidades de arranjos visando a
as luminárias RGB (Red, Green, Blue),
de atividade e atenção? Consideramos
obtenção de fontes de luz específicas.
sistema que permite uma infinidade
4000 K para termos uma luz mais neutra
Utilizando a propriedade aditiva da luz
de outras cores, inclusive o branco.
ou, decididamente, escolhemos 3000 K,
e adicionando vários tipos de Leds com
Este tipo de luminária é largamente
tornando-o mais quente e aconchegante?
distribuições de potências diferentes,
utilizado em iluminação de fachadas,
Então, a pergunta seria: e se tivéssemos
conseguimos projetar fontes de luz com
monumentos, piscinas, etc., e com a
a opção de ter uma luminária que
propriedades distintas e específicas para
inclusão de outras cores de Leds, também
pudesse, além destas três temperaturas
cada tipo de aplicação.
podem ser utilizadas em iluminação
de cores acima mencionadas, oferecer
Uma tendência que observamos na
de interiores. É o caso das luminárias
uma gama de opções desde 2200 K até
iluminação é a de termos fontes de luz
RGBA (vermelho, verde, azul e âmbar) e
5000 K através de um controle manual?
específicas para ressaltar as cores dos
também as luminárias RGBW (vermelho,
Poderíamos também, através de uma pré-
objetos que estão sendo iluminados.
verde, azul e branco), cada uma delas
programação, variarmos dinamicamente
Por meio da saturação ou não da fonte
gerando espectros de luz diferentes e,
a temperatura de cor do ambiente obtendo
de luz, podemos conseguir fontes de luz
consequentemente, cores e tonalidades
vários cenários de iluminação em função
customizadas para iluminar, por exemplo,
distintas.
do tempo?
carnes,
pães,
legumes
e
verduras,
A Figura 1 traz um diagrama que
A resposta, definitivamente, é sim!
cosméticos realçando as cores e, com isso,
representa a propriedade aditiva da
Através da seleção, da escolha e do
ter como efeito o aumento das vendas,
luz a partir das cores vermelho, verde e
controle, quer seja de um ou de um grupo
aplicações estas exclusivas do segmento
azul, resultando em várias outras cores,
de Leds de cores distintas, podemos
de varejo.
inclusive o branco.
Apoio
várias temperaturas de cores para obter a simplificação considerável do projeto com resultados satisfatórios. O projeto consiste em criar vários arranjos de Leds com diferentes cores e utilização de diferentes correntes elétricas aplicadas a estes ramos, utilizando a propriedade de que o fluxo luminoso é diretamente proporcional à corrente elétrica aplicada a eles. Portanto, através da variação da corrente elétrica em cada um dos arranjos de diferentes cores, é possível obter diferentes resultantes e, então, a definição de cores e tonalidades Figura 1 – Adição das três cores RGB, resultando em várias outras cores inclusive o branco.
específicas. A Figura 2 mostra um exemplo
Com a evolução dos Leds brancos,
coloridos. A inclusão de Leds coloridos
genérico de arranjos sendo controlados
hoje comercialmente disponíveis na faixa
ocorre a fim de preencher o espectro de
de forma independente. Note que a
de temperatura de cores entre 2000 K a
distribuição de potência da luz, porém,
quantidade de Leds por arranjo não
6500 K e com IRC acima de 90, podemos
dependendo da forma da luminária, isto
necessariamente deve ser a mesma,
elaborar
pode vir a ser um fator limitante.
pois os Leds normalmente apresentam
projetos
empregando
apenas
de
luminárias, brancos
Neste caso, a melhor opção seria a
sem a necessidade de incluirmos Leds
Leds
utilização de Leds brancos combinando
valores diferentes de fluxo em função da temperatura de cor.
45
Apoio
Led – Evolução e inovação
46
Figura 2 – Dois arranjos de Leds controlados por correntes elétricas diferentes.
Os arranjos são controlados pelas correntes I1 e I2 e dependendo dos valores destas correntes, através da dimerização
Especificações básicas da luminária
• IRC mínimo de 80.
independente destes dois ramos, teremos
• Faixa de variação da temperatura de
Como vamos utilizar Leds de 2200 K
variações de fluxos em cada um gerando
cor: de 2200 K até 5000 K com valores
a 5000 K, apresentamos nas Figuras 3a e
cores
pré-fixados em 2200 K, 3000 K, 4000 K
3b as curvas da distribuição espectral de
e 5000 K;
potência de cada um deles:
resultantes
diferentes.
Neste
ponto, estamos aptos a iniciar o projeto e, para isso, temos que definir a faixa de variação de temperatura de cor que queremos obter. Vamos então especificar que a faixa de variação de temperaturas de cores esteja compreendida entre os valores 2200 K a 5000 K. Para tal, utilizaremos Leds com valores nominais de 2200 K e 5000 K e, para simplificar o projeto, vamos assumir a mesma quantidade de Leds para as duas temperaturas. Nosso projeto contemplará uma luminária linear, de dimensões reduzidas e utilizaremos um material difusor para que tenhamos uma boa difusão da luz. Os Leds deverão ser montados em placas separadas, uma
Figura 3a – SPD do Led de 2200 K
com Leds de 2000 K e outra com Leds de 5000 K e ambas colocadas lado a lado no fundo da luminária. Quanto mais
Fascículo
• Fluxo total da luminária: 500 lúmens;
próximas estiverem as placas, melhor será o resultado da combinação. Cada placa será alimentada por um driver com capacidade de dimerização, pois teremos que variar o valor da corrente elétrica. Continuando com nosso projeto, vamos então definir as especificações dos parâmetros básicos e a seguir, vamos apresentar um quadro com quatro simulações distintas visando a definição de valores de TCC fixas. Figura 3b – SPD do Led de 5000 K
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47
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Led – Evolução e inovação
48
Os gráficos apresentados nas Figuras
e 4000 K foi de 86 e 85 respectivamente,
oferece versatilidade e pode ser utilizada
3a e 3b representam os valores extremos de
portanto, maiores do que os Leds originais.
em vários tipos de ambientes. Por meio
TCC da luminária. Fazendo uma simulação,
Isto se deve ao fato de que, quando se
do controle dinâmico da cor da luminária,
conforme os valores da tabela a seguir,
compõem dois ou mais Leds, há um maior
é possível, inclusive, alterar, de forma
iremos obter curvas de SPD específicas para
preenchimento de comprimentos de ondas
programada, a temperatura de cor ao
as temperaturas de cores de 3000 K e 4000
no espectro de potência resultante, o que
longo do tempo, tornando-a ideal para
K, além de uma infinidade de outras curvas
faz com que se obtenham valores de Ra
vários tipos de ambientes, como hospitais
para todos os valores constantes nesta
maiores.
e escolas. Estes produtos também têm
faixa. Cumpre destacar que para se obter a
O exemplo acima é somente uma das
apelo muito interessante para os lighting
temperatura de cor de 2200 K, os Leds de
possibilidades em que se pode aplicar a
designers, tendo em vista que permite,
5000 K deverão estar apagados e, para se
propriedade aditiva da cor na obtenção de
com a utilização da mesma luminária,
obter a TCC de 5000 K, os Leds de 2200 K
produtos específicos. Um outro exemplo
maior diversificação nos projetos através da
deverão estar apagados.
observado como potencial é o de luminárias
especificação da temperatura de cor correta
Dependendo do valor da temperatura de
para horticultura. Através da utilização de
para cada tipo de ambiente ou instalação.
cor que pretendemos definir, temos valores
alguns tipos de Leds coloridos, geralmente,
diferentes de fluxos para cada uma delas.
nas faixas do azul e do vermelho, estão
Além disso, em algumas situações, teremos
sendo disponibilizadas luminárias para
também que considerar quantidades de
acelerar o crescimento de mudas e de
1. Exemplos de Spectral Power distribution:
Leds diferentes para cada temperatura de
plantas em substituição à luz natural.
ITAIM Iluminação
cor, portanto, a dimerização, assim como a
Dependendo do tipo de plantas e
quantidade de Leds na luminária, define os
da fase de crescimento, várias são as
vários valores de TCC.
possibilidades de arranjos destes Leds quatro
visando proporcionar o espectro de luz
pontos fixos de TCC, porém, podemos ter
Neste
projeto,
definimos
necessário com a intensidade desejada para
toda a faixa de variação de TCC também
o seu desenvolvimento.
Fascículo
disponível. Isto pode ser obtido com a
Finalmente,
alguns
de
nas duas placas de Leds. Outro ponto
disponibilizando alguns COBs (Chip on
importante a destacar refere-se à potência
board) com distribuições espectrais de
elétrica consumida pela luminária, a qual
potências customizadas. Estes produtos
deverá ser mantida constante, ou com
têm distribuições de coordenadas de
pequena variação, em toda a faixa de TCC.
cromaticidade sob ou abaixo da curva
Isso dependerá também da corrente elétrica
do corpo negro, além de apresentarem
e do número de Leds utilizados no projeto.
diversos tipos de saturação de cores.
Com
relação
ao
Ra
(índice
Led
estão
também
de
Estes sistemas têm aplicação exclusiva no
Reprodução de Cor), notamos que temos
segmento de varejo e tornam os produtos
um valor de 82, tanto para o Led de 2200 K,
por eles iluminados muito mais atrativos ao
como para o de 5000 K, e o Ra encontrado
consumidor.
para as temperaturas de cores de 3000 K
2. LED Spectrum mixing tool, disponível em: www.lumileds.com
fabricantes
dimerização independente que fazemos
componentes
Referências:
Sem dúvida alguma, esta solução
*Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em administração de marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 30 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido e como professor em cursos de especialização e de pós-graduação. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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49
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Curto-circuito para a seletividade
50
Capítulo X Principais fenômenos, natureza e simetria da corrente de curto-circuito Por Cláudio Mardegan*
Estudo de curto-circuito Após o levantamento de dados, no escritório, elabora-se o esquema unifilar simplificado para estudo de curto-circuito.
Natureza das correntes de curto-circuito Nas condições de regime, o circuito apresentado na Figura 1 pode ser utilizado para calcular as correntes de carga do sistema.
De posse do unifilar, é necessário elaborar o cálculo por unidade, que pode ser feito manualmente ou através de algum software e a seguir iniciar os cálculos de curto-circuito.
Corrente de curto-circuito Quando ocorre uma falta em um sistema elétrico, a corrente que circula é determinada pelas f.e.m. internas das máquinas, suas respectivas impedâncias internas, e pelas impedâncias da rede entre as fontes de curto-circuito (máquinas) e o ponto de falta.
Figura 1 – Sistema elétrico em regime normal de operação.
A falta origina-se pela falha de isolação de algum ou alguns componentes do sistema.
Principais fenômenos durante o curto-circuito
Em que: E = Vmáx . Sen(ωt+α) Zs = Impedância equivalente do sistema de alimentação Zc = Impedância do circuito
Fascículo
Os principais fenômenos que ocorrem durante o curto-circuito são:
ZL = Impedância da carga
(a) Sobrecorrente; (b) Subtensão na(s) fase(s) sob falta; (c) Aumento do ângulo da corrente de curto, para sistemas solidamente aterrados;
A corrente de carga pode ser calculada como mostrado a seguir (admitindo-se a carga como impedância constante). Como pode ser observado, a impedância de carga ZL é,
(d) Variação da frequência – Ocorre somente em sistemas que
normalmente, a maior de todas sendo então a impedância
operam com geração própria desconectados da concessionária;
determinante no cálculo do valor da corrente e devido ao fator
(e) Aumento da tensão nas outras duas fases sãs para curtos-
de potência da carga ser próximo de 1 (um), esta impedância é
circuitos fase-terra em sistemas aterrados por impedância;
predominantemente resistiva, fazendo com que a corrente esteja
(f) Sobretensões transitórias em sistemas não aterrados;
quase que em fase com a tensão da fonte.
(g) Esforços térmicos nos equipamentos;
O curto-circuito pode ser idealizado como sendo um condutor
(h) Esforços dinâmicos nos equipamentos;
que “curto-circuita” algumas das impedâncias de um sistema enquanto
(i) Esforços de interrupção.
outras permanecem inalteradas. A Figura 3 ilustra o exposto.
Apoio
51
Figura 2 – Sistema elétrico em regime normal de operação, unifilar e diagrama de sequência.
Apoio
52
Figura 3 – Sistema elétrico sob curto-circuito.
O valor da corrente de curto-circuito pode ser calculado como segue.
Figura 4 – Sistema elétrico sob curto-circuito, unifilar e diagrama de sequência.
Tendo em vista que as únicas impedâncias que restringem a passagem de corrente são Zs e Zc, pode-se fazer as seguintes observações:
Fascículo
▶ A corrente de curto-circuito é maior que a corrente de carga. ▶ Devido ao fato de Zs e Zc serem predominantemente indutivas, o valor da corrente de curto-circuito fica atrasada da tensão em valores próximos a 90°. Dos dois exemplos mostrados anteriormente, percebe-se que o valor da corrente muda rapidamente do valor de carga (~30A) para o de curto-circuito (~10kA) e este transitório é simulado através da solução da equação retirada do circuito representado na Figura 5. Aplicando-se a Lei de Kirchoff das tensões no circuito em malha
Figura 5 – Circuito elétrico representativo do transitório da corrente de curto-circuito.
A resolução da equação diferencial pelo método clássico consiste em se achar uma solução homogênea, mais uma solução particular.
da Figura 5, o equacionamento do circuito é: Para a obtenção da solução homogênea, basta fazer:
Apoio
condições de contorno, ou seja, nas condições iniciais, tomando-se como base que em um circuito RL, não se consegue variar a corrente instantaneamente e que, no instante do curto-circuito, a corrente de carga é nula.
A solução final da equação diferencial para i(t), fica como segue:
A solução particular é obtida a partir da condição de regime permanente, ou seja: α = É o ângulo da tensão entre o último instante passando por zero (no semi-ciclo positivo) até o instante em que ocorre a falta. A corrente total será: Para a determinação do valor da constante C0, baseia-se nas
Observando a equação de i(t) da página anterior observa-se que a corrente possui duas parcelas, uma periódica (senoidal) conhecida
53
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Curto-circuito para a seletividade
54
como componente alternada (ac) e outra que é unidirecional e amortecida conhecida como componente contínua (dc).
É importante lembrar que a componente que causa o deslocamento é a componente DC. A partir destas informações pode-se passar a definir a simetria da corrente de curto-circuito. Algumas literaturas podem apresentar a equação da corrente de curto-circuito de uma outra maneira, a qual será demonstrada a seguir. A equação apresentada anteriormente é dada por:
Se for feito α – θ = -90°, a equação anterior fica da seguinte Corrente eficaz total
Conforme demonstrado anteriormente, a corrente de falta total pode ser decomposta em duas componentes, uma AC e outra DC, como ilustra a figura 6.
forma:
Da trigonometria, sabe-se que: Sen (a+b) = Sen a. Cos b – Sen b . Cos a Fazendo-se a = ωt e b = -90°, e substituindo-se na equação anterior, fica: Sen (ωt -90°) = Sen ωt. Cos 90° – Sen 90° . Cos ωt Como Cos 90° = 0, a primeira parcela se anula e como Sen 90° = 1, fica: Sen (ωt -90) = –Cos ωt Se a última equação for substituída na equação de i(t) anterior, e sabendo-se que Sen -90° = -1, fica:
Figura 6 – Componentes AC e DC da corrente de curto-circuito.
A Figura 7 mostra a corrente total de curto-circuito assimétrica
Fascículo
que nada mais é do que a soma das componentes AC e DC. Neste caso, a componente AC é:
A componente DC é expressa como segue:
Simetria da corrente de curto-circuito A corrente é dita simétrica quando a envoltória da corrente Figura 7 – Corrente total de curto-circuito: soma das componentes AC e DC.
de curto-circuito é simétrica em relação ao eixo dos tempos. Caso contrário, a corrente é dita assimétrica.
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55
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Curto-circuito para a seletividade
56 Para curtos-circuitos afastados dos geradores I”K=I’K=IK e τg=τ. A partir desta consideração a equação anterior pode ser reescrita como segue:
Figura 8 – Corrente de curto-circuito (a) simétrica e (b) assimétrica.
A
assimetria
da
corrente
de
curto-circuito
depende
fundamentalmente do instante em que estava a tensão quando ocorreu a falta e do valor do X/R do circuito.
O produto de f(Hz) x t(s) nos dá o tempo em ciclos. Assim, fator de assimetria para valores eficazes (rms) é calculado a partir da seguinte equação:
Fatores de assimetria Fator de assimetria para valores eficazes (RMS) O fator de assimetria é definido como segue: FA=
ICC_ASSIMETRICA ICC_SIMETRICA
A corrente de curto-circuito assimétrica é determinada, então, da seguinte forma: ICC_ASSIMETRICA= FA×ICC_SIMETRICA A partir do demonstrado anteriormente, o valor eficaz máximo
Em que: FASSIMETRIA-RMS = Fator de assimetria RMS (valor eficaz) a ser aplicado na corrente de curto-circuito simétrica. X/R = É o valor do X/R visto do ponto de falta onde está sendo calculada a corrente. tCICLOS = É o tempo em ciclos para o instante que se deseja calcular o fator de assimetria.
Como normalmente este fator é calculado para t= 0.5 ciclo a
equação anterior se traduz como segue:
é calculado, como segue:
O valor total máximo será:
Apresenta-se na Figura 9 o gráfico deste fator para ½ ciclo em função do valor de X/R. Algumas vezes, em que se conhecem apenas as correntes de curto-circuito simétricas e assimétricas, o valor de X/R pode ser obtido a partir da expressão abaixo, para ½ ciclo:
Fascículo
Como a frequência vezes o tempo em segundos (f.t) é igual ao tempo em ciclos, tem-se:
Assim, o fator de assimetria é:
Uma outra forma de se mostrar é através do valor eficaz da corrente de curto-circuito assimétrica no tempo, que pode ser calculado a partir da equação a seguir.
Figura 9 – Fator de assimetria RMS para ½ ciclo.
Apoio
57
Apoio
58
Fator de assimetria para valores de pico O valor máximo da assimetria para valores de pico pode ser
A norma VDE/IEC utiliza para o cálculo do fator de assimetria de ½ ciclo a equação apresentada a seguir:
deduzido, tomando-se como referência a equação seguinte:
O valor da corrente acima é obtido para: – Cos ωt = +1. Multiplicando-se também o expoente da função exponencial acima por w, tanto o numerador como o denominador, obtêm-se: Apresenta-se na Figura 10 o gráfico deste fator para ½ ciclo em função do valor de X/R.
Como f x t é igual ao tempo em ciclos (tciclos), a equação acima passa a ser escrita como segue:
Figura 10 – Fator X e fator de assimetria de pico IEC/DIN.
Fator de assimetria para valores máximos eficazes Até aqui se admitiu que, no curto-circuito, a corrente de falta fosse puramente indutiva. Nesta situação, a corrente de falta está atrasada de 90° da tensão. Isto significaria que se a falta ocorre quando a tensão está passando por zero, a corrente terá o valor máximo. Nos sistemas reais, os circuitos não são puramente indutivos e, consequentemente, Da equação anterior tira-se o fator de assimetria para valores de pico é calculado a partir da seguinte equação:
a corrente não estará atrasada de 90° da tensão e sim um ângulo menor que 90°. Isto implica que máximo da corrente irá ocorrer num tempo menor que ½ ciclo. As equações seguintes são utilizadas na determinação do tempo máximo e do fator de assimetria eficaz.
Fascículo
Em que: FASSIMETRIA-PICO = Fator de assimetria de pico a ser aplicado na corrente de curto-circuito simétrica. X/R = É o valor do X/R visto do ponto de falta onde está sendo calculada a corrente. tCICLOS = É o tempo em ciclos para o instante que se deseja calcular o fator de assimetria. Como, normalmente, este fator é calculado para t= 0.5 ciclo, a equação anterior se traduz, como segue:
*Cláudio Sérgio Mardegan é diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. É engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia, com experiência de mais de 35 anos nesta área. É autor do livro “Proteção e Seletividade em Sistemas Elétricos Industriais”, patrocinado pela Schneider, e coautor do “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras”. É membro sênior do IEEE e participa também dos Working Groups do IEEE que elaboram os “Color Books”. É Chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection e também participa de Forensics. Continua na Próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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Reportagem
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Por Bruno Moreira
Biogás de aterro é alternativa para gerar energia elétrica nas cidades Resíduos sólidos no país, entretanto, ainda são um problema. Legislação prevê tratamento, mas ainda 60% dos municípios despejam seus resíduos em lixões
R
estrições ambientais estão fazendo
destinação e ao tratamento dos resíduos
com que a matriz elétrica do Brasil se
sólidos no Brasil. Em 2 de agosto de
modifique. Majoritariamente hídrica, ela
2010, o Governo Federal publicou a
vem se abrindo cada vez mais para fontes
Lei nº 12.305, que instituiu a Política
antes negligenciadas, como a eólica e a
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A
solar. O fato de usinas hidrelétricas não
orientação prevê a prevenção e a redução
poderem alagar mais grandes áreas em
da geração de resíduos através da prática
razão dos transtornos causados à fauna, à
de hábitos de consumo sustentável,
flora e às populações ribeirinhas, fez com
de um conjunto de instrumentos para
que essas fontes ecologicamente mais
propiciar o aumento da reciclagem e da
sustentáveis fossem encaradas com mais
reutilização dos resíduos sólidos (aquilo
seriedade.
que tem valor econômico e pode ser
Nas grandes cidades, uma alternativa
reciclado ou reaproveitado) e a destinação
que ganha força é o biogás de aterro,
ambientalmente adequada dos rejeitos
grosso modo, gás produzido a partir
(aquilo que não pode ser reciclado ou
dos
(RSU),
reutilizado). Entre as propostas do PNRS
comumente chamado de lixo, que pode
está o estabelecimento de metas para a
ser utilizado para gerar energia elétrica.
eliminação dos lixões.
Segundo
resíduos
o
sólidos
estudo
urbanos
“Panorama
de
Contudo, apesar desta legislação, a
Resíduos Sólidos no Brasil”, desenvolvido
maior parte dos resíduos sólidos do país
pela Associação Brasileira de Empresas
continua sendo despejada em lixões, sem
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
receber qualquer tipo de tratamento.
(Abrelpe), o Brasil produziu, em 2015,
Segundo
cerca de 219 mil toneladas de resíduos
proprietário da Ciclo Ambiental, Marcos
sólidos por dia, o que equivale a
Eduardo Gomes Cunha, em torno de
aproximadamente
60% dos municípios do país, o lixão é
80
milhões
de
o
engenheiro
sanitarista,
toneladas de RSU por ano.
o destino final dos resíduos sólidos. A
A primeira questão surgida ao se
coordenadora do Grupo de Pesquisa em
pensar em utilizar o biogás de aterro
Bioenergia (GBio) do IEE/USP, professora
para gerar energia elétrica refere-se à
Suani Teixeira Coelho, informa que o país
63
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
apresenta mais de 1900 lixões, a maioria
é feita a combustão do gás e o metano é
empreendimentos é de 20 MW cada um.
em pequenos municípios.
convertido em gás carbônico, que é bem
Segundo a professora da USP, se todo
menos nocivo à atmosfera.
o resíduo sólido existente em São Paulo
uma cláusula que obrigue os proprietários
A coordenadora do GBio destaca que
fosse usado para gerar energia elétrica, a
de aterros sanitários a tratarem o gás
todos os aterros que possuem tecnologia
potência total seria em torno de 495 MW.
que se origina da decomposição dos
para fazer a captação do biogás queimam
resíduos ali depositados e tampouco a
o produto em flare a fim de gerar créditos
no entanto, poderia ser bem maior
exigência de utilização deste gás para a
de carbono. Já a utilização deste biogás
segundo
geração de energia elétrica. No começo
para produzir energia elétrica é bem
Ambiental.
dos anos 2000, porém, em decorrência
menos recorrente. Em São Paulo, por
apresenta um potencial de uma molécula
do Protocolo de Quioto, implementou-se
exemplo, conforme Suani, apenas três
de metano por quilo. Já o material
um mercado voltado para a criação de
aterros apresentam usinas termelétricas
orgânico apresenta um potencial de duas
projetos de redução da emissão de gases
para a geração de energia: os aterros
moléculas de metano por quilo”, explica.
de efeito estufa que contribuem para o
de Caieiras, São João e Bandeirantes.
Ou seja, seria necessária uma melhor
aquecimento global. Assim, em busca
Estes dois últimos já desativados devido
segregação dos resíduos sólidos para
destes créditos, empresas começaram a
ao
queimar em flare (tocha) o gás produzido
continuam
Outro complicador é que não há na lei
A capacidade de geração energética, o
proprietário “O
lixo
todo
da
Ciclo
misturado
mas
que
conseguir tratá-los melhor, mas o país
eletricidade
haja
ainda está engatinhando nisso. “No Brasil,
no aterro sanitário. Este gás tem em sua
vista que a matéria orgânica ali existente
a média de lixo reciclado é de 3%”, diz
composição basicamente metano (CH4) e
continua a se decompor e formar biogás.
o engenheiro sanitarista. Contribui para
dióxido de carbono (CO2). No processo,
A
isso, segundo Cunha, o contingente de
acúmulo
de
resíduos,
gerando
capacidade
instalada
destes
dois
Inaugurada no último dia 16 de setembro, a Termoverde Caieiras é a maior usina de biogás de aterro do Brasil, possuindo 29,55 MW de capacidade instalada. A Termoverde é do Grupo Solví que já proprietária de mais duas usinas deste tipo no país: a Biotérmica, situada no município de Minas de Leão, no Rio Grande do Sul; e a Termoverde Salvador, localizada em Salvador, Bahia;
64
Reportagem
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
pessoas que prestam o serviço da coleta.
resíduos inorgânicos (plásticos, metais,
de incineração é mais caro do que o de
“Há 800 mil pessoas no país trabalhando
vidros, etc., que não foram reciclados).
gaseificação. Neste sentido, de 30 a 600
na chamada logística reversa, mas temos
A matéria orgânica forma o biogás, e
toneladas por dia, a gaseificação é o
que ter três milhões se quisermos um
o material inorgânico é enterrado. Isto
procedimento mais indicado. Já a partir
índice médio de reciclagem de 15% a
causa um problema, já que, assim, os
de 600 toneladas por dia, a incineração
20%, que é o índice europeu”, afirma.
aterros acabam por atingir sua capacidade
torna-se viável economicamente.
Mesmo aumentando o número de
máxima mais rapidamente. Junte-se a
pessoas para fazer a coleta seletiva, há
isso, segundo Suani, o fato de que não
desse tipo no Brasil. De acordo com a
limitações inerentes à própria composição
há, pelo menos em São Paulo, muito mais
coordenadora do GBio, em São Paulo,
do resíduo que impedem a segregação
espaço para fazer aterro e “quando se
existem
em níveis adequados para o melhor
encontra um local, a população não quer
utilizam a incineração como tratamento
aproveitamento
Mas também são poucas as iniciativas
somente
duas
plantas
que
que ele seja feito perto de suas casas”.
de resíduos; uma em São Bernardo
explica que, no Brasil, a segregação é
Como solução, os resíduos devem ser
do Campo e outra em Barueri, ambas
feita por catadores, que não conseguem
tratados antes de sua transferência para o
licenciadas pela Companhia Ambiental
aproveitar todos os resíduos, porque
aterro sanitário. Duas formas de se fazer
do Estado de São Paulo (Cetesb).
simplesmente
dos
resíduos.
Suani
E,
por
isso são: a incineração, ou queima do
no que diz respeito à gaseificação, há
exemplo, fraudas descartáveis, papéis
lixo, gerando energia térmica que pode
um consórcio de municípios, no Vale do
e garrafas pets sujas, que não possuem
ser transformada em energia elétrica ou
Paranapanema, que utiliza esse método.
valor comercial. A coordenadora do GBio
vapor; e a gaseificação, série de processos
“São
destaca estudos realizados na Baixada
que transformam o resíduo sólido em um
satisfazer à Política Nacional de Resíduos
Santista, que chegaram à conclusão de
gás combustível. Dessa forma, só iriam
Sólidos (PNRS) ”, diz a professora.
que somente 20% do lixo total pode ser
para os aterros os rejeitos, que ocupam,
reciclado.
assim, um espaço bem menor dos
utilizar os resíduos sólidos depositados em
Então, na atualidade, também por
aterros. A professora Suani explica que
aterros sanitários particulares para gerar
falta de uma segregação suficiente e
a escolha de um processo ou de outro
energia elétrica a partir do biogás. “Até o
adequada, os aterros sanitários recebem
depende da quantidade de resíduos
momento existem sete ou oito iniciativas
resíduos
sólidos produzidos, já que o processo
desse tipo no Brasil, a tendência é este
há
coisas,
orgânicos
como,
misturados
com
iniciativas
importantes
para
A tendência no Brasil, porém, é mesmo
65
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
número aumentar, pois pessoas ainda
bovino ou suíno, que são esterco e
4 milhões de metros cúbicos por dia.
estão avaliando os resultados”, comenta
resíduo do abate (sangues, partes internas
o proprietário da Ciclo Ambiental.
e outras que não foram aproveitadas
atualmente, o biometano no Brasil, o
Um dos principais entraves para a
do animal). Conforme Kropsch, todas as
especialista da Acesa afirma que se trata,
difusão destes empreendimentos em
empresas de abate são obrigadas, por
basicamente, de um produto novo que
território nacional é o custo. De acordo
lei, a tratar seus resíduos. Neste caso, o
ainda não encontra uma política pública
com o conselheiro da Associação Brasileira
biogás é produzido através do processo
adequada para a sua promoção. Isto
de Biogás e Biometano (Abiogás) e sócio
de biodigestão. Já existem no país
porque são muitos os agentes envolvidos.
da Acesa Bioenergia, Gabriel Kropsch, o
diversos empreendimentos que utilizam
“Parte do interesse está no Ministério
aporte financeiro para a implantação das
o biogás de resíduos agropecuários
de Minas e Energia (MME), parte no
usinas de aterros é elevado, mas pelo fato
para geração de energia elétrica, a
Ministério
de o empreendimento ter uma vida útil
maioria deles na região Sul. O Centro
Ministério das Cidades, parte na ANP, e
grande, é compensador. Além disso, o
Internacional de Energias Renováveis-
parte nos Estados. O debate está solto em
Fazendo um balanço final do que é,
da
Agricultura,
parte
no
custo operacional é baixo,
várias esferas e é preciso
já que a matéria-prima é
juntar todos os elementos
o resíduo sólido. E dentro
e interesses e ter uma
de uma escala comercial,
política pública alinhada”,
o MWh pode ter um preço
explica. De acordo com
viável,
Kropsch, há um mercado
se
principalmente
forem
levadas
consideração
as
pronto
em
pois
fontes
para
o
existem
biogás, empresas
concorrentes, como Gás
interessadas,
Natural Liquefeito (GNL),
grande
cuja
combustível)
e
muita
oferta.
há
muita
importação
elevar-se
nos
deve
próximos
demanda
(eletricidade “Mas
e
anos, e cujo preço deve
insegurança
ficar
à
Quem regulamenta? Não
“O
está claro para os players a
mais
variação
suscetível cambial.
biogás
não
tem
riscos”,
afirma
regra do jogo”, diz.
esses
Kropsch,
Usina Termoverde Caieiras
acrescentando que, além do
preço
institucional.
competitivo,
trata-se de uma fonte com produção local e regular. Não
obstante
potencial
dos
A o
maior
usina
de
biogás de aterro do Brasil,
resíduos
a
Termoverde
Caieiras,
sólidos, o universo do biogás não se
Biogás (Cibiogás), instituição científica,
foi inaugurada no dia 16 de setembro
restringe apenas a esta matéria-prima.
tecnológica e de inovação, tem, em
de 2016, na cidade de Caieiras, em São
O sócio proprietário da Acesa destaca
andamento, um projeto para instalar, em
Paulo. A termelétrica tem 29, 55 MW,
também a vinhaça, subproduto do etanol.
Itapiranga (SC), uma central de geração
e conta 21 motores com 1,4 MW de
As usinas sucrooalcoleiras não podem
de energia a partir do biogás produzido
potência cada, gerando 25 MW médios.
simplesmente
em 12 propriedades de criação de suínos.
Conforme
o
no meio ambiente, segundo legislações
Caieiras,
Carlos
ambientais estaduais, então costumam
aterro sanitário ganhou mais visibilidade
apresenta fator de capacidade elevada,
transformá-lo em fertilizantes ou biogás
também em razão da Lei nº 12.305, mas
acima de 80%. As usinas eólicas, por
para produzir eletricidade. “O mercado
trata-se da fonte com menor potencial de
exemplo, possuem em média 30% de
se adaptou, porém utiliza a vinhaça
produção de biogás do país. Conforme
fator de capacidade, e as hidrelétricas
como fertilizante, pouco aproveitando o
Kropsch, em sua totalidade, o Brasil
apresentam
potencial elétrico”, conta Kropsch.
apresenta potencial de 100 milhões de
de
Outra matéria-prima são os resíduos
metros cúbicos por dia, sendo o potencial
destaca que tal fator de capacidade
de agropecuária, geralmente de gado
de biogás de resíduos sólidos urbanos de
da Termoverde, ou seja, a energia que
descartar
este
resíduo
Segundo o conselheiro da Abiogás, o
diretor
da
Termoverde
Bezerra,
fator
aproximadamente
de
a
usina
capacidade
50%.
Bezerra
66
Reportagem
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
a usina efetivamente produz tendo em
tentando enxergar a viabilidade, mas que
de Incentivos para o Desenvolvimento
vista sua potência total, gera segurança
sempre esbarravam no preço da energia,
da Infraestrutura (Reidi), do Governo
na entrega para o comprador. Isto ocorre
na
dos
Federal, e da isenção do Imposto sobre
porque não há problema sazonal, já que
equipamentos (importados). Além disso,
Circulação e Mercadorias (ICMS) por parte
o aterro é alimentado por resíduos o
outros fatores que tornam mais difícil a
do Governo do Estado de São Paulo.
ano todo. “São oito mil toneladas por
implementação de projetos desse tipo
A Política Nacional de Resíduos
dia”, diz o diretor. Para a implantação
são o custo de manutenção elevado, e o
Sólidos
da usina foram investidos pouco mais de
fato de que são termelétricas com escala
tratamento dos resíduos e que se produza
R$ 100 milhões. Desse montante, cerca
menor, cuja energia produzida, muitas
energia elétrica antes do aterro sanitário,
de R$ 80 milhões foram financiados pelo
vezes, não compensa o investimento
se for viável economicamente. O diretor
Banco Nacional de Desenvolvimento
financeiro.
da Termoverde Caieiras explica que,
Econômico e Social (BNDES) e os outros
Tudo isso fez com que, somente em
atualmente, existe tecnologia importada
R$ 20 milhões vieram do Grupo Solví,
2011, o Grupo Solví conseguisse tirar do
para fazer, por exemplo, a compostagem
empresa proprietária do aterro e da
papel a Termoverde Salvador, instalada
- processo de decomposição da matéria
usina Termoverde Caieiras.
no Aterro Sanitário Metropolitano de
orgânica por meio da digestão aeróbia
variação
cambial,
no
custo
recomenda
que
se
faça
o
Contratado pelo Grupo Solví no início
Salvador, no Estado da Bahia. Em 2015,
- mas que ela é ainda muito cara. “O
da década de 1990, Bezerra relembra
mais uma usina a biogás de aterro
Grupo Solví tem 30 aterros, e somente
que, desde essa época, tenta viabilizar
instalada: a Biotérmica, localizada no
três deles possuem térmicas. Nosso
projetos para a construção de unidades de
município de Minas de Leão, no Rio Grande
sonho é que os 30 aterros contassem
energia dentro dos aterros pertencentes
do Sul. E agora, neste ano, a Termoverde
com
ao grupo. No entanto, não conseguíamos
Caieiras, que, segundo Bezerra, só se
economicamente”,
viabilizá-los economicamente. Segundo
tornou viável economicamente por que o
forma, os incentivos governamentais se
Bezerra, eram feitos planos de negócios
grupo se beneficiou do Regime Especial
tornam fundamentais.
térmicas,
mas
não enfatiza.
é
viável Dessa
Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 1 - Edição 6 / Outubro de 2016
Painéis solares mais eficientes
Artigo analisa o uso de sistemas automatizados para aumentar a eficiência da captação da energia solar
Eólica e o meio ambiente
Algumas considerações jurídicas sobre aspectos socioambientais de empreendimentos eólicos *Notícias selecionadas sobre o mundo das energias renováveis complementares eólica e solar* APOIO
68
Eólica
Artigo
Por Rafael Fernando Feldmann*
Eólica e o contexto socioambiental
Algumas considerações jurídicas sobre aspectos sociais no processo de licenciamento ambiental de empreendimentos eólicos
Artigo
O processo de licenciamento ambiental
é um procedimento administrativo que
Eólica Natureza e histórico do licenciamento ambiental
regulamenta o planejamento, a implantação e a operação de uma atividade potencialmente poluidora, ou seja, uma atividade que possa,
de alguma maneira, causar qualquer tipo
desenvolvimento da legislação
de degradação ambiental. De tal maneira
ambiental brasileira e,
e em acordo com o regime jurídico de leis
consequentemente,
e regulamentos ambientais no Brasil, a
a regulamentação do licenciamento
localização, a construção, a instalação,
ambiental no Brasil, se dá com a
a ampliação, a modificação e a operação
criação da Secretaria Especial
de empreendimentos que possam causar
do Meio Ambiente (Sema), pelo
qualquer tipo de degradação ambiental ou
Decreto nº 73.030, de 30 de
que utilizam recursos naturais em caráter
outubro de 1973, com o intuito
relevante estão sujeitos a este requisito legal.
principal de dar impulso à “elaboração e
Esta exigência legal é sempre tratada por
ao estabelecimento de normas e padrões
meio de um processo administrativo, o qual
relativos à preservação do meio ambiente,
é conduzido sempre por um ente federativo
em especial dos recursos hídricos, que
competente (órgão de meio ambiente federal,
assegurem o bem-estar das populações e
estadual ou municipal).
o seu desenvolvimento econômico e social”
e ao “esclarecimento e a educação do povo
avanço, uma vez que instituíram
de normas já foram editadas em todo o
brasileiro para o uso adequado dos recursos
princípios norteadores das ações de
ordenamento jurídico brasileiro, haja vista a
naturais, tendo em vista a conservação do
controle e fiscalização ambiental,
complexidade do procedimento ora envolvida,
meio ambiente” .
como a responsabilização objetiva pela
o diverso número de agentes (stakeholders)
ocorrência de dano ambiental, bem como
que participam do processo e também o fato
identificavam avanços no tocante à
estruturaram o Sisnama, Conama e
de que todos os entes federativos possuem
proteção ambiental no âmbito dos Estados
legalmente impuseram em âmbito nacional
competência para licenciar empreendimentos.
Federativos, como, por exemplo, a criação
a obrigação do licenciamento ambiental.
dos órgãos de fiscalização e controle,
requisito jurídico que visa combinar o
a exemplo da Companhia Estadual de
regramentos, adicionados à Assembleia
desenvolvimento econômico do país e a
Tecnologia de Saneamento Básico do
Constituinte de 1988, foi reservado um
proteção ao meio ambiente, ou seja, uma
Estado de São Paulo (Cetesb) e Fundação
novo capítulo exclusivo ao meio ambiente
forma de certificar que empreendimentos
Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
na Constituição Federal, dividindo então
potencialmente poluidores estão sendo
do Estado do Rio de Janeiro (Feema).
a responsabilidade entre o governo e
sempre monitorados sob o ponto de vista
Instituídos por atos normativos estaduais,
a sociedade civil pela preservação e
de sua qualidade ambiental. Não obstante
foi esta uma iniciativa pioneira dos
conservação do meio ambiente .
estas considerações, identifica-se uma nova
Estados mais industrializados à época,
tendência no processo de licenciamento
e consequentemente, detentores de um
criação do Instituto Brasileiro do Meio
ambiental para o denominado “licenciamento
maior passivo ambiental e uma maior
Ambiente e dos Recursos Naturais
social”, no qual são analisados também
preocupação com o tema.
Renováveis (Ibama), por meio da Lei
os impactos exclusivamente sociais
No entanto, é no início da década de
Federal nº 7.735, de 22 de fevereiro de
dos referidos empreendimentos e,
1980 que o assunto realmente toma maior
1989 e, logo após, na década de 1990,
consequentemente, condicionantes e
importância, especialmente, por conta da
não foram poucas as normas ambientais
projetos com viés social, os quais podem
publicação das Leis Federais de n.º 6.803,
instituídas em âmbito federal e estadual. O
não ter correlação ambiental, mas passam a
de 2 de julho de 1980 e n.º 6.938, de 31
Conama ganhou força e editou centenas de
figurar como parte do processo. Em virtude
de agosto de 1981. A primeira dispõe sobre
resoluções, regulamentando as atividades
desta nova tendência, o objetivo deste artigo
as diretrizes básicas para o zoneamento
industriais e florestais.
é discorrer a respeito desse aspecto, ou
industrial nas áreas críticas de poluição
seja, avaliar como isto vem sendo realizado
e a segunda sobre a Política Nacional do
Resolução Conama nº 237, de 19 de
na prática, além de uma opinião sobre a
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
dezembro de 1997, a qual regulamentou
questão.
formulação e aplicação.
os aspectos de licenciamento ambiental
Sob o ponto de vista jurídico, milhares
Em outras palavras, trata-se de um
O primeiro grande marco para o
Naquele mesmo contexto, se
Tais leis foram, de fato, um significativo
Face aos institutos destes novos
Posteriormente, ocorreu então a
Há de se ressaltar a edição da
69
Eólica
70
Artigo sensíveis, tais como formações dunares, bioma Mata Atlântica, Zona Costeira, rotas de aves migratórias e outras modalidades ora descritas, a opção pelo processo geral e consequente apresentação do EIA/ Rima já resta determinada.
Nesse contexto, para os procedimentos
simplificados, o legislador atribuiu facilidades no trâmite do licenciamento, tais como a obtenção direta da licença de instalação, ato em que atestará a viabilidade do empreendimento, aprovando sua localização e de imediato autorizando a implantação. Outra novidade trazida pela resolução é a possibilidade de emissão conjunta das licenças ambientais dos empreendimentos eólicos de forma singular (por parque) ou de forma conjunta (por complexo), porém sempre com seus respectivos sistemas associados em um único ato administrativo.
estabelecidos no artigo 10 da Lei Federal n.º 6.938/1981 e definiu as
Licenciamento ambiental: empreendimentos eólicos
novas diretrizes para tal procedimento.
Impactos sociais: problemática identificada
Após o referido levantamento das
normas que contemplam o licenciamento
Inovou o ordenamento jurídico também
com a edição e entrada em vigor da Lei
empreendimentos de geração de energia
generalizada), cabe retornarmos ao escopo
Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de
eólica, o assunto ganhou maior relevância
principal da análise em questão.
1998, popularmente conhecida como
com a publicação da Resolução Conama
Lei de Crimes Ambientais, na qual a
n.º 462, de 24, de julho de 2014, a
trazidas acima, de uma maneira ou de
criminalização da prática de implantação
qual estabeleceu novos procedimentos
outra, expõem que é legalmente conferido
e operação de projetos sem licenciamento
para o licenciamento ambiental de
aos órgãos ambientais que se imponham
restou caracterizada.
empreendimentos de geração de energia
condicionantes (também definidas como
Por fim, não obstante uma
No que diz respeito aos
ambiental (leia-se, de maneira muito
Isto porque todas as normas ora
elétrica a partir de fontes eólicas em
requisitos técnicos) para cumprimento das
relevantíssima quantidade de outras
superfícies terrestres .
referidas licenças e manutenção de sua
normas que poderiam ser aqui
respectiva validade. Em outras palavras,
mencionadas, vale uma ressalva final para
o licenciamento dos empreendimentos
os empreendedores, no curso de seus
a Lei Complementar n.º 140/2011, a qual
de energia eólica foi dividido em duas
respectivos processos de licenciamento,
regulamentou o artigo 23 da Constituição
categorias: (i) simplificado, onde
precisam cumprir estas condicionantes,
Federal e especificou diversos preceitos
será exigida a elaboração do relatório
as quais têm um proposito genuíno de
que regem o licenciamento ambiental no
simplificado; e (ii) geral, em que se fará
monitorar os impactos ambientais causados
Brasil. Em suma, foram mais bem definidos
necessária a apresentação do Estudo Prévio
pelo empreendimento.
os critérios de competência dos órgãos
e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/
ambientais, bem como especificados os
Rima). Neste sentido, conforme disposição
evidente que o propósito do processo
limites de atuação de cada órgão nestes
expressa do artigo 3º, coube ao órgão
de licenciamento é certificar que
processos. Esta Lei Complementar foi
ambiental licenciador a definição dos
empreendimentos potencialmente
posteriormente regulamentada pelo
critérios de impacto para tal classificação,
poluidores estão sendo sempre
Decreto Federal n.º 8.437, de 22 de abril
sendo que, para a implantação de
monitorados. Por outro lado, identifica-se
de 2015.
empreendimentos em determinados locais
uma nova tendência no direito ambiental
Com a chegada da nova norma,
Feitas estas considerações, é
Artigo
Eólica
brasileiro e no processo de licenciamento
como está legalmente estabelecido, o
de que, se for o caso, o próprio conceito de
ambiental de empreendimentos eólicos,
processo mais apropriado para solucionar
impacto ambiental e as variáveis que assim
de maneira geral, para o conhecido
temas que não estiverem diretamente
o determinam possam ser revistas nestas
“licenciamento social”, no qual são
relacionados aos aspectos estritamente
reformas.
analisados também os impactos sociais
ambientais. Isto porque, mesmo sabendo que
dos referidos empreendimentos e,
estamos tratando de assuntos de máxima
enfrentado é que, enquanto o processo
consequentemente, condicionantes e
relevância, o licenciamento ambiental foi
de licenciamento ambiental estiver
projetos com o viés social passam a figurar
disposto pela legislação para exclusivamente
regulamentado da atual maneira, questões
como parte do processo.
controlar os impactos exclusivamente
que não sejam de caráter ambiental e
ambientais e não outros aspectos que nisto
sejam nele inseridas estarão extrapolando o
identificado, ao longo de nossa atividade
não se relacionem neste tema.
escopo legal que lhe foi atribuído.
profissional, condicionantes em que
impõem aos empreendedores a implantação
neste artigo demonstram que o caráter
indispensável que os atuais legisladores
de programas de combate à prostituição,
estritamente ambiental deve estar presente
definam, sob a perspectiva da segurança
ao uso de drogas ilícitas e ao contágio de
no escopo dos processos de licenciamento
jurídica e de previsibilidade aos investidores,
doenças sexualmente transmissíveis como
ambiental. Medidas de cunho exclusivamente
quais são os rumos esperados no processo de
contrapartida para implantação de grandes
social que não guardam relação com a
licenciamento ambiental, o que se espera ser
obras de infraestrutura, especialmente,
temática ambiental não deveriam ser
aceito pelos stakeholders ora envolvidos.
em projetos eólicos, os quais demandam
consideradas pela legislação atual como
uma grande empreitada na sua fase de
parte do processo de licenciamento
implantação.
ambiental na opinião deste autor.
A respeito deste tema, temos
Todas as normas ora identificadas
O principal problema que deve ser
Em face destas considerações, é
Referências
É de conhecimento deste autor
[1] MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente:
e urgentes para a sociedade, entretanto, é
que, nos termos da Resolução Conama
doutrina, jurisprudência, glossário. São
notadamente questionável se o processo
1/1986, especificamente em seu artigo
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014.
de licenciamento ambiental, sob o ponto
6º, as avaliações de impacto ambiental
[2] MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito
de vista jurídico e da forma como hoje
em sede de EIA/Rima devem contemplar
ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros,
é regulamentado, é o instrumento mais
impactos no meio físico, biológico e
2016.
adequado apropriado para endereçar e
também socioeconômico para seu devido
[3] TRENNEPOHL, Curt e TRENNEPOHL,
discutir tais assuntos. Isto porque, mesmo
endereçamento. Por outro lado, na opinião
Terence Dorneles. Licenciamento ambiental.
sabendo que estamos tratando de assuntos
deste autor, isto não significa que medidas
Niterói: Impetus, 2013.
de máxima relevância e de necessidade de
de cunho social que não tenham relação com
[4] MUKAI, Toshio. Direito ambiental
soluções imediatas, a rigor, o licenciamento
a temática ambiental devem contemplar
sistematizado. Rio de Janeiro: Forense,
ambiental foi inicialmente estabelecido para
as condicionantes de licenciamento (por
2012.
tão somente controlar aspectos de cunho
exemplo, a execução de combate ao uso de
[5] WERNECK, Mário (et al). Direito
estritamente ambiental.
drogas).
ambiental: visto por nós advogados. Belo
Horizonte: Del Rey, 2005.
É nítido que tais medidas são essenciais
Na mesma pauta, os órgãos de controle
Ou seja, isto não significa que uma
ambiental foram inicialmente constituídos
reforma legal não possa ocorrer e que, de
[6] Portal Eletrônico RC Ambiental,
com servidores exclusivamente focados na
alguma maneira, tais aspectos passem no
disponível em: <www.rcambiental.com.br>.
proteção ao meio ambiente e a legislação,
futuro a ser efetivamente considerados
Acesso em 31 de maio de 2016.
em nosso ver, restringe que tão somente
nos processos de licenciamento, discussão
tais impactos sejam verificados, sem maior
a qual a sociedade, por meio do Poder
*Rafael Fernando Feldmann é advogado
abrangência ao que não for estritamente
Legislativo ou por proposições técnicas
sênior ambiental do escritório Mattos
ambiental.
perante os órgãos reguladores, deve obrigatoriamente participar. Afinal, é
Conclusões
de conhecimento público que diversos projetos de lei e proposições de reforma
Desde já, é importante dizer que tais
estão tramitando nos entes competentes
Filho Advogados, graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 2007), pós-graduado em Direito Administrativo Regulatório (FGV-SP, 2010) e Mestre (LL.M) em Direito Internacional pelo Instituto de Empresa de Madrid (IE Law School, 2013).
medidas sociais são absolutamente urgentes
para aperfeiçoamento do licenciamento
Associado internacional do escritório espanhol
e indispensáveis para a sociedade. Por
ambiental e a regulamentação de aspectos
Pérez-Llorca nos anos de 2013 e 2014. Vice-
outro lado, a opinião do autor pauta que o
sociais pode ser nesta oportunidade
coordenador do Comitê Jurídico da Câmara de
licenciamento atualmente não é, da forma
contemplada. Não se exclui a possibilidade
Comércio Brasil-Espanha (CCBE), 2016.
71
Eólica
72
notícias
Eólica representará 20% da energia elétrica mundial até 2030 Até 2030, a fonte eólica poderá chegar a 2.110 GW e criar 2,4 milhões de empregos
A energia eólica poderá
em dezembro passado. O
chegar a 2.110 GW, sendo
cumprimento das metas de
responsável por até 20% da
Paris significa uma matriz livre
energia mundial até 2030 e
de combustíveis fósseis antes
criando 2,4 milhões de novos
de 2050 e a energia eólica
empregos. Além disso, deverá
vai desempenhar um papel
reduzir mais de 3,3 bilhões de
importante para que possamos
toneladas por ano de emissões
chegar lá", disse o secretário-
de CO2 e atrair investimentos
geral da GWEC, Steve Sawyer.
anuais da ordem de 200
bilhões de euros. Estes são
queda de preço nos anos
os números divulgados pelo
recentes para energia eólica,
Global Wind Energy Council
solar e outras renováveis, uma
(GWEC) no mês de outubro.
matriz sem energias fósseis
é não apenas tecnicamente
O documento, chamado
Considerando a relevante
Para GWEC, uma matriz sem energias fósseis é não apenas possível, como competitiva.
de “Global Wind Energy
possível, mas também
Outlook 2016”, analisou quatro
economicamente competitiva.
energia eólica é a opção mais
de energia de combustíveis
diferentes cenários explorando
Novos mercados estão se
competitiva para adicionar
fósseis e substitui-las
o futuro da indústria até 2020,
desenvolvendo rápido na
nova capacidade à matriz
por eólica, solar, hídrica,
2030 e 2050. "Agora que o
África, Ásia e América Latina,
elétrica em muitos mercados
geotérmica e biomassa.
Acordo de Paris está entrando
fornecendo energia limpa
em crescimento. No entanto,
Esta será a parte difícil e os
em vigor, os países precisam
para um desenvolvimento
”se desejamos cumprir os
governos deverão agir com
olhar com seriedade para os
sustentável.
acordos de Paris, isso vai
muita seriedade para cumprir o
compromissos que assumiram
significar acabar com plantas
que foi prometido”.
Na opinião de Sawyer, a
ABB lança solução para incentivar uso de renováveis Microgrids modulares para fácil transporte, instalação e rápido comissionamento
A ABB acaba de lançar
sistema de controle Microgrid
uma solução modular e
Plus, além de mais um
escalonável do tipo “plug and
serviço remoto armazenado
play” para microgrids para
na nuvem, oferece acesso à
atender à crescente demanda
energia em áreas distantes e
mundial por tecnologias
ainda garante fornecimento
flexíveis no mercado em
ininterrupto e econômico
desenvolvimento da geração
para comunidades e indústrias
distribuída. A solução
durante as quedas de
econômica e contentorizada é
energia, planejadas ou não,
relevante para países maduros
da rede elétrica principal.
mais rápida, fácil e segura.
ABB é compacta e tem quatro
e emergentes e ajudará a
O consumidor pode optar
variações pré-projetadas
maximizar o uso de fontes
necessários para a operação
por configurar a microgrid
na faixa de 50 kW a 4.600
renováveis ao mesmo tempo
da microgrid – o conversor
para integrar energias
kW para atender às várias
em que reduz a dependência
de potência da ABB e o
provenientes de geração
necessidades dos clientes.
de combustíveis fósseis
sistema de controle dedicado
solar, eólica, da rede elétrica
As funcionalidades padrão
consumidos pelas empresas
Microgrid Plus, bem como o
ou por gerador a diesel,
integradas incluem operação
geradoras de energia.
armazenamento por bateria
conforme as condições locais
conectada ou desconectada
– foram integrados a um
e da aplicação.
da rede com transições
contêiner para alocação
contínuas.
A tecnologia ABB, com
a bateria PowerStore e o
Todos os equipamentos
Microgrid modular da ABB é compacta e atende às faixas de potência de 50 kW a 4.600 kW.
A microgrid modular da
Solar
74
Artigo
Por Isaac Medeiros, Francisco Fontes, Cleiton Barbosa, Samara Valcacer, Robson Sanabio e Valter Dantas*
Uso de sistemas automatizados para otimizar a captação de energia em painéis solares mais latitude do local e se mover em direção ao sol.
Sendo a maioria das aplicações em
painéis fixos, na medida em que os raios solares mudam o ângulo de incidência, com o passar do dia, ou mesmo com a mudança das estações do ano, têm-se uma perda significativa na captação dos raios solares.
O principal objetivo da pesquisa é
conseguir que a célula fotovoltaica se mova em direção à fonte de maior energia luminosa, convertendo-a em energia elétrica. Além disso, o estudo analisa a viabilidade econômica do dispositivo, optando por um sistema de automação de baixo custo.
Fundamentação teórica Radiação solar
O aproveitamento mais utilizado para
a conversão da energia solar em elétrica é a partir das células fotovoltaicas. Isso por ser uma energia infinita, limpa e silenciosa. Uma problemática quanto a seu uso é a baixa eficiência na conversão da energia – no máximo, 30% dos raios solares são transformados em energia elétrica. em eletricidade é através de células
grande demanda por energia elétrica
fotovoltaicas. No entanto, uma célula
aproveitamento da radiação solar deve ser
e, consequentemente, de energias
estática possui limitações na captação de
ajustando a placa à posição do painel solar
renováveis, as quais vêm ganhando espaço
energia solar devido à sua imobilidade. Com
de acordo com a latitude local e o período
considerável, tendo em vista a iminente
isso em mente, se acreditava que se a célula
do ano em que se requer mais energia. No
escassez dos combustíveis fósseis e seus
se movesse em direção à fonte de energia
hemisfério sul, por exemplo, um sistema de
impactos ambientais.
luminosa, ela poderia gerar mais energia.
captação solar fixo deve ser orientado para
Assim, os painéis solares devem ser
o Norte, com ângulo de inclinação similar ao
montados em um ângulo de 10 a 15 graus
da latitude local.
No mundo em que vivemos, há uma
Uma das formas mais comuns
de conversão direta dessa energia
Uma forma de melhorar o
Artigo
Solar
75
do sistema aumenta com a maior incidência dos raios solares.
São considerados parâmetros para
o deslocamento: declividade terrestre, latitude, ângulo horário, dia do ano, etc. Na maioria dos aplicativos de sistema ativos de acompanhamento, os sensores da placa de sombreamento são suficientes para determinar a posição solares através sistema eletrônico. (Alcântara, 2008). Movimento em dois eixos para o suporte de painéis fotovoltaicos
O movimento em dois eixos rastreador
solar é um dispositivo utilizado para orientar um arranjo de painéis fotovoltaicos, concentradores de energia, de forma que Figura 1 – Mapa solarimétrico do Brasil, região Nordeste. Fonte: Cresesb.
estejam sempre voltados para o Sol, para que haja uma maior incidência de raios solares perpendiculares à sua superfície. Quando têm apenas um eixo, este pode ter orientação
Já na Região Nordeste que apresenta uma cor
polar, norte-sul ou leste oeste. Com dois eixos,
laranja (Figura 1) tem uma insolação média anual
um deles é vertical para ajustar o azimute da
alta, sendo assim, bastante viável à geração de
superfície e o outro é horizontal para ajustar a
energia solar. A radiação solar atinge a superfície
inclinação dos painéis (Paiva, 2009).
terrestre, devido à reflexão e absorção dos raios
solares pela atmosfera. Estima-se que a energia
movimentação azimutal (eixo vertical) e de
solar incidente sobre a superfície terrestre seja
inclinação (eixo horizontal), o que proporciona
da ordem de 10 mil vezes o consumo energético
um grande rendimento de conversão da
mundial (Cresesb, 1999).
componente direta da radiação solar. Um
aumento na concentração da irradiação pode
O Atlas Solarimétrico do Brasil (2000)
O rastreador em dois eixos tem
apresenta uma estimativa da radiação solar
ser conseguido com o auxílio de espelhos ou
incidente no país, resultante da interpolação
lentes. Os ângulos e a movimentação dos eixos
e extrapolação de dados obtidos em estações
deste sistema são mostrados na Figura 2.
solarimétricas distribuídas em vários pontos
do território nacional. Devido, porém, ao
A Equação (1) do ângulo de incidência direta
número relativamente reduzido de estações
é bastante simplificada devido ao movimento
experimentais e às variações climáticas locais
dos eixos horizontal e vertical, fazendo com
e regionais, o Atlas de Irradiação Solar no Brasil
que o ângulo de incidência direta seja igual a
faz estimativas da radiação solar a partir de
zero. O movimento em torno eixo vertical faz
imagens de satélites. Como pode ser visto, os
a correção do azimute, com isso, o azimute do
maiores índices de radiação são observados na
coletor solar ficará igual ao azimute do sol.
região Nordeste, com destaque para o Vale do
São Francisco (Cresesb, 1999).
exprime-se, em geral, pelo fluxo de energia, a
Os ângulos deste modelo são os mesmos.
A intensidade da radiação solar
energia por unidade de tempo (IN) incidente Movimento de rastreamento solar
sobre uma superfície plana perpendicular aos
raios solares. As unidades no sistema SI são W/
O dispositivo utilizado para orientação
do painel, concentra a energia de forma que o
m². Se a incidência não for normal, define-se
painel esteja sempre voltado para o raio solar,
o ângulo de incidência i como sendo o ângulo
para que haja uma maior incidência de raios
entre os raios solares, e a normal à superfície
perpendiculares à sua superfície. A eficiência
(Falcão, Cornwall, 2014).
Solar
76
Artigo São dois servomotores, um para cada eixo cardeal. O movimento do painel em torno do eixo vertical é proporcional à diferença entre a irradiância útil recebida pelos quatro sensores da placa de sombreamento norte/sul e leste/ oeste. As saídas são as variáveis utilizadas pelo microcontrolador para a realização do controle dos movimentos em torno dos eixos vertical (azimute) e horizontal (elevação). Figura 2 – Incidência da radiação solar, Cornwall (2014).
com α s > 0, α w < 0 (1)
A Figura 4 ilustra o sistema eletromecânico
utilizado que proporciona o encontro do sol perpendicular e igualitariamente a superfície de cada um dos sensores. Os materiais
No caso de incidência não normal (/ ≠ 0),
radiação solar varia constantemente na maior
utilizados são: (A) uma chapa de alumínio
o fluxo de energia recebido pela superfície por
parte das áreas potenciais ao aproveitamento
quadrada medindo 150,5 mm de cada lado
unidade de área é Ic = INcos/.
da energia solar. A análise da radiação
e espessura de 2 mm, uma caixa de luz 4x4
anual ajuda a equacionar a conveniência
e uma chapa de alumínio quadrada com
relacionado com o ângulo de altitude solar
das áreas existentes, tendo em conta o seu
dimensões de 14,4 mm de cada lado, para
α, com o ângulo de azimute solar α s, e com
aproveitamento solar.
o suporte do painel; (B) um perfil tubular do
os dois ângulos que definem a orientação do
tipo quadrado de alumínio com dimensão
painel: o ângulo β de inclinação do painel (em
resultado diferentes níveis de irradiação. Em
de 260 mm e/ou 1.1/32 polegada e 2 mm
relação ao plano horizontal) e o ângulo de
um ângulo de 35º de inclinação, no Brasil,
espessura em (C) um servomotor que pesa 9g
azimute do painel α w com Eq. (2) (formado
o painel deve estar voltado para o norte
foi colocado dentro do tubo para proporcionar
pela direção Sul-Norte com plano horizontal da
geográfico com uma inclinação de 25º a 30º.
o movimento em direção ao sol; e (D) um
normal Eq. (3) ao painel; à convenção se sinal
Neste caso, o nível de irradiação é 15%, maior
perfil tubular do tipo redondo de alumínio
para α w é a mesma que para α s). Essa
do que em uma área horizontal (ângulo de
com dimensão de 3 mm e/ou 1/8 polegada
relação é:
inclinação: β = 0) (Falcão, Cornwall, 2014).
foi utilizado para montar o suporte vertical
O ângulo de incidência / pode ser
A orientação da instalação solar tem por
garantindo, assim, a estabilidade do sistema. cos / = cos α cos (αs - αw) sin β + sin α cos β
Metodologia
Geralmente, o dispositivo interfere
no funcionamento do controle para que o
(2) O projeto foi dividido em duas partes:
componente se movimente junto e, assim, o
a primeira foi o desenvolvimento da parte
ângulo de incidência dos raios solares sobre
eletrônica e a segunda do algoritmo. A Figura 3
a superfície do painel seja o mesmo sobre a
apresenta um resumo do projeto.
superfície do sensor.
No caso de incidência normal: α s = α w, α = 90 º e | = 0. Se o painel for horizontal, fica β=0 e / = 90 º
(3)
A proposta de implementação com a
montagem e também de prática aplicação
Microcontrolador
para futuros projetos, foram pesquisados
O microcontrolador Arduino parte do
produtos de fácil acesso no mercado. Para esta
conceito de hardware e software livre e está
área que se estende perpendicularmente em
fase inicial, foram utilizados quatro sensores
aberto para uso e contribuição de toda a
relação aos raios solares, do que em uma área
(5mm) LDR, quatro resistores de 460 Ω(Ohm),
sociedade. A versão do hardware utilizado no
horizontal das mesmas dimensões. Uma vez
+/- 5%, são cabos com ponteiras específicas
projeto é o Arduino R3 - ATmega328. Este
que o azimute e a altura solar mudam ao longo
para o uso de microcontrolador (Arduino UNO)
conta com 14 Pinos E/S digitais que podem
do dia e do ano, o ângulo de incidência da
e dois servomotores 9G (modelo ser-gls09).
ser usados como saídas PWM (Pulse-Width
A radiação solar é sempre maior em uma
Figura 3 – Diagrama representativo do sistema embarcado.
Solar
78
Artigo Programação em C
A programação do microcontrolador
foi feita com a utilização da linguagem de programação da plataforma de desenvolvimento do Arduino. Trata-se de uma linguagem base em C\C++. O diagrama de fluxo mostrado nos códigos 1, 2 e 3. Ao iniciar a execução do código, é feita uma leitura nas portas analógicas 0 e 1, onde está conectado o sensor que identifica a posição do sol. Nesta leitura, são obtidos os valores que podem variar entre 0 e 1023, de acordo com a tensão sobre os LDRs.
O fluxograma 1 é a biblioteca que
nos permite controlar tão facilmente os servos <Servo.h> smotor_I, que possui Figura 4 – Visão geral da implementação de um painel fotovoltaico.
Modulation); seis pinos com entrada analógica
peso do painel fotovoltaico com a vantagem
e memória flash 32 kb utilizada no projeto.
de ser barato e reciclável. As dimensões finais
são: comprimento de 250 mm em cada lado e
O Arduino também é responsável
pelo controle do servomotor nas direções
vários parâmetros de controle para servomotores.
altura de 160 mm.
horizontais e verticais, que é uma máquina de sistema eletromecânico para controle de rastreamento que executa um movimento de acordo com o comando específico, verificando sua atual posição pelo sol e chegando até o local desejado, diferentemente dos servomotores de rotação contínua. Fluxograma 1 – Linguagem em C controlar de servomotor.
Figura 6 – Versão do dispositivo.
A Figura 7 apresenta as especificações
do servomotor vertical e horizontal para proporcionar a redução da velocidade: 0,12 Figura 5 – Placa de microcontrolador – Arduino.
seg/60 graus, a fim de fornecer um torque suficiente para a aplicação. É similar ao
Estrutura do dispositivo
motor vertical e sua rotação de torque de
4,8 V.
A Figura 6 ilustra o dispositivo de bancada
O código fonte permite o controle do
movimento de inclinação do dispositivo com limite de considerável de 90º, verificou se esquerda, se mover para a direta, apesar de apresentar certa instabilidade em alguns momentos, podendo ser modificado para alcançar o resultado desejado.
desenvolvido, os principais componentes utilizados (LDRs, Arduino e servomotores) e para proporcionar sustentação ao sistema utilizou-se uma caixa de luz com 40 mm em cada lado, material escolhido por conta da sua grande facilidade de manipulação, não necessitando de soldas ou equipamentos especiais. Para este tamanho, o dispositivo apresentou-se muito estável, suportando o
Figura 7 – Micro Servo Motor 9G.
Fluxograma 2 – Linguagem em C controlar de servomotor Norte/Sul.
Solar
Artigo lógica nebulosa. As principais condicionantes do projeto foram de baixo custo (houve redução de, em média, 30% do valor quando comparado a um modelo similar vendido no mercado) e ainda pequeno consumo de energia. Fluxograma 3 – Linguagem em C controlar de servomotor Leste/Oeste.
Referências • ENERGIA SOLAR. CRESESB e Atlas Solarimétrico
O código fonte seria um algoritmo que, ao
do Brasil. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/
identificar um baixo nível de sensor da placa de
aplicacoes/atlas/pdf/03-Energia_Solar%283%29.
sombreamento indicando o anoitecer, retomasse
pdf> Acesso em: 29 de Jun de 2014.
a posição máxima de inclinação, voltando
• PAIVA, Edinei Canuto. Desenvolvimento de um
normalmente o painel à direção do sol para o dia
Rastreador Solar Microcontrolado para um Coletor
inteiro. O código fonte poderia também conter
Solar Concentrador. 24 à 49 pág. Tese apresentada
instruções de automaticamente parada, move
à Universidade Federal de Viçosa. 2009. Disponível
durante a noite, quando amanhecer, voltando a
em: <http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/tde_
funcionar ao visto que o código atual continua
arquivos/12/TDE-2013-04-11T131956Z-4418/
analisando o ambiente mesmo em completa
Publico/texto%20completo.pdf>. Acesso em 29 de
ausência de luz.
Jun de 2014. • FALCÃO, F. O.; CORNWALL, C. Instalação Sistemas
Conclusões
Solares Fotovoltaicos. Eletrônica. Disponível em: http://www.electronica-pt.com/content/
A presente pesquisa, que utilizou um
view/273/>. Acesso em: 29 de Jun de 2014.
microcontrolador e materiais de baixo custo
• PROENÇA, Emanuel Dâmaso Rodrigues Brinquete.
para conservar o caráter simples e versátil do
A Energia Solar Fotovoltaica em Portugal Estado-
equipamento, conclui que o produto é inovador
da-Arte e Perspectivas de Desenvolvimento.
quanto aos materiais usados para gerar o
Disponível em: <https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/
sensoriamento solar.
downloadFile/395137487931/Tese%20-%20
Ainda é preciso melhorar os parâmetros
A%20Energia%20Solar%20Fotovoltaica%20
adotados e, continuamente, a busca por um
em%20Portugal.pdf> Acesso em: 30 de Jun de
deslocamento mais próximo ao do sol possível,
2014.
através de algoritmos de rastreáveis do tipo
• Projeto Heliotropismo Mecânico. Engenharia de
Computação, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Disponível em: <http://engcomp. penbible.com/sites/default/files/users/user335/ Documentacao_Projeto_HM.pdf>. Acesso em: 05 de Jul de 2014. • ALCÂNTARA, S. M. F. Análise do Desempenho de um Painel Fotovoltaico de Baixa Tensão Acoplado a um Conversor DC-DC: Topologia Booster. Disponível em: <http://www.abcm.org.br/pt/wpcontent/anais/ conem/2010/PDF/CON10-1655.pdf>. Acesso em: 08 de Jul de 2014. *Isaac Péricles Maia de Medeiros é graduado em Sistemas de Informação e possui mestrado em Engenharia Mecânica pelo PPgEM-UFRN (2016). Francisco de Assis Oliveira Fontes é engenheiro mecânico, com mestrado em Engenharia Mecânica e doutorado em Engenharia Química. É professor associado do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Carlos Magno de Lima possui graduação e mestrado em Engenharia Mecânica e doutorado em Engenharia Elétrica e de Computação pela UFRN. É professor adjunto do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRN. Cleiton Rubens Barbosa Formiga é engenheiro mecânico, com especialização em Segurança do Trabalho, mestrado e doutorado em Engenharia Mecânica. É professor titular do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRN. Samara Melo Valcacer é graduada em Tecnologia em Materiais/Fabricação Mecânica e mestra em Ciências e Engenharia de Materiais. É professora EBTT do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul - Campus Corumbá.
79
Solar
80
notícias
Energias renováveis são a opção mais barata hoje Estudo realizado pela Carbon Tracker revela que energias renováveis já são a opção mais barata em diversos mercados em detrimento dos custos da geração de energia a cavão de investimento tenham
mais baratas para a energia
Contribuições Determinadas a
energia renováveis já são,
em conta as tendências de
solar e eólica melhora a
nível Nacional (NDCs) pós-2020
na média mundial, inferiores
descarbonização.
posição competitiva relativa das
vai levar as energias renováveis,
aos dos combustíveis fósseis
energias renováveis.
em média, a um custo ainda
e as usinas de energia limpa
que taxas de ocupação
mais competitivo, mesmo se os
se tornarão ainda mais
reduzidas e vidas úteis mais
as energias renováveis já são a
preços dos combustíveis fósseis
competitivas em 2020. Estas
curtas para as usinas de
opção mais barata em diversos
caírem e os preços do carbono
são as principais conclusões de
carvão e gás em um mundo
mercados. Esta tendência é
permanecerem modestos em
um novo estudo publicado pela
que é descarbonizado de
susceptível de se espalhar à
torno de US $ 10 / tCO2 ou
Carbon Tracker Initiative, de
forma constante prejudicam
medida que o crescimento das
abaixo disso.
Londres.
significativamente a economia
energias renováveis prejudica
Os custos de geração de
Essa comparação mostra
"Esta análise explica porque
O gráfico a seguir mostra
das usinas. Atualmente, poucas
a economia de combustíveis
a transição dos custos globais
ocupação do carvão e do gás?”
modelagens levam em conta
fósseis ", disse Paul Dowling
médios relativos a partir de
compara os custos de geração
esse tipo de dinâmica para o
co-autor do relatório.
números de referência de 2016
de energia a carvão de quatro
cálculo futuro. Enquanto isso,
até indicadores operacionais
usinas recém construídas:
a combinação do menor custo
que o rumo da economia
atualizados para um mundo de
carvão, gás, eólica e de energia
do capital com as tecnologias
forjado pela aplicação das
baixo carbono pós-2020.
O relatório “Fim da
solar. O documento aplica uma análise de sensibilidade a um custo nivelado de eletricidade (LCOE, na sigla em inglês) em três cenários: um cenário de referência de 2016, um cenário atualizado de 2016 e um cenário para 2020 com base no caminho para mantermos a temperatura abaixo dos 2˚C, em que as decisões
O estudo constata também
Custos globais médios da energia (por fonte)
Solar
notícias
Energia solar em plataformas flutuantes Sistema, que ainda está em teste, aproveita lagos de usinas hidrelétricas e garante a geração mesmo em períodos de seca
Construído para instalação
a geração é consumida em
em lagos de usinas hidrelétricas,
seguida, diferentemente do
o sistema flutuante, construído
que ocorre com os demais
pela empresa Quantum
projetos fotovoltaicos. O
Engenharia, contribui para
diretor-presidente da Quantum
manter a produção de energia
Engenharia, Gilberto Vieira
mesmo nos períodos de seca.
Filho, conta que a tecnologia
Ideal para as Pequenas Centrais
pode contribuir para manter o
Hidrelétricas (PCHs), este tipo
fornecimento durante todo o
de projeto tem a facilidade de
ano. “O interessante desse tipo
utilizar áreas que já contam com
de projeto é que a produção de
licenciamento ambiental.
energia não fica mais atrelada
exclusivamente ao potencial
Desde o ano passado,
a empresa conta com uma
hidráulico. Mesmo quando os
plataforma flutuante em um
níveis de água estão menores
lago na Universidade Positivo,
é possível usar a luz solar e
em Curitiba, no Paraná. O
continuar operando”, explica.
sistema piloto é off-grid,
modo que os sistemas instalados
que evita transtornos com água,
ou seja, não está ligado
flutuante já ocorre em países,
em prédios, residências e usinas
e o cabeamento subaquático
diretamente à rede de energia
como Japão e Inglaterra, e
terrestres. “A grande diferença
que leva a produção para as
elétrica, sendo assim, toda
opera, basicamente, do mesmo
é o equipamento para flutuação,
edificações”, detalha.
A produção de energia solar
Plataforma flutuante off-grid instalado em um lago na Universidade Positivo, em Curitiba (PR).
81
APOIO
86
Aula prática
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Fluxo de veículos elétricos em zonas urbanas Os mapas obtidos podem ajudar as empresas de distribuição no planejamento da expansão e operação da rede elétrica para o fornecimento da demanda elétrica das estações de recarg Por Igoor Mello, A.Padilha e Joel Melo*
A
utilização de veículos elétricos (VEs)
volta de 100 km a 200 km) e, por conta
de órgãos públicos e privados que têm
é uma alternativa em países com energias
disso, precisa de recargas em diversos
diversos objetivos e responsabilidades.
limpas ou em processo de descarbonização,
períodos de tempo segundo as distâncias
Dentre estes, as empresas distribuidoras
a fim de diminuir a poluição do ar de suas
das
podem
de energia elétrica cumprem uma função
zonas urbanas. Assim, tais países têm
ser realizadas nas residências ou em
importante, já que são as responsáveis
incentivado a compra dos VEs através de
estações de recarga com as infraestruturas
pelo fornecimento de energia elétrica para
uma redução de seu preço. No caso do
disponíveis para ligar as baterias dos VEs.
as estações.
Brasil, o governo exonerou o imposto de
Alguns habitantes podem não ter espaço
Diversos estudos para alocação de
importação para VEs, a fim de incentivar
suficiente para instalação de sistemas de
estações de recarga têm sido realizados
seu uso em zonas urbanas. A partir destes
recarga para os VEs em seus domicílios ou
considerando que as distribuidoras são as
incentivos, espera-se uma grande frota
tomadas disponíveis nas suas garagens.
responsáveis pela instalação, manutenção
de VEs circulando na zona urbana que
Assim, para tornar viável o uso do
e expansão dessas estações. No entanto,
diminuirá a emissão de gases estufa.
VE precisa-se da construção de estações
a participação das distribuidoras em tal
de recarga, o que requer a participação
processo de alocação pode ser restrita
Um VE tem uma baixa autonomia (por
viagens.
Essas
recargas
87
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
por causa de proibições da lei vigente
cadeias de markov e simulação de Monte
para realizar outras atividades que não se
Carlo. Todos esses métodos consideram
encontrem relacionadas ao fornecimento
uma
da energia elétrica. Em geral, a normativa
realizar uma agregação de veículos, a fim
que regula a instalação de estações de
de determinar as sobrecargas nas redes
recarga ainda está em desenvolvimento.
elétricas. Desta forma, utilizam um elevado
abordagem
microscópica
para
da
tempo computacional para simular uma
legislação internacional, espera-se que as
grande quantidade de veículos e precisam
distribuidoras não sejam as proprietárias
de
das estações de recarga, por causa dos
caracterizar adequadamente características
grandes investimentos necessários. Desta
individuais dos VEs.
forma, as distribuidoras devem-se limitar
ao atendimento da demanda elétrica
a cidade dividida em subáreas para
requerida pelas estações de recarga.
determinar a distribuição espacial dos
Considerando
a
tendência
muitas
informações
para
poder
A abordagem mesoscópica considera
Os departamentos de planejamento
grupos de veículos, considerando uma
de transporte das cidades determinam
base reduzida de dados em comparação
o fluxo de veículos com o intuito de:
com as abordagens microscópicas. Tal
planejar o sistema de mobilidade urbana;
abordagem
controlar os congestionamentos de vias;
informações necessárias para alocação
e fazer expansões de vias na cidade. Em
de estações de recarga dos VEs com um
geral, para analisar o comportamento
menor
desse fluxo, levam-se em conta três
neste trabalho é proposto um modelo de
níveis
macroscópica,
simulação mesoscópico para estimar o
mesoscópica e microscópica. Na análise
número de veículos e sua carga disponível
macroscópica, o fluxo é descrito em
por subárea da zona urbana.
função do número de veículos que
Os
passam por um local. Na abordagem
apresentados em mapas temáticos que
mesoscópica, utiliza-se o conceito de
permitem a visualização dos locais com
pelotões ou grupo de veículos para
maior fluxo de veículos e com menor
determinar a quantidade de grupos que
quantidade de carga disponível em suas
se concentram para diferentes períodos
baterias. O modelo proposto pode ser
de tempo. Já na análise microscópica
utilizado para fornecer informações ao
estudam-se
planejamento da expansão e operação
de
individual,
agregação:
os
veículos
considerando
de as
forma relações
das
pode
tempo
ajudar
obter
computacional.
valores
redes
a
elétricas
estimados
as
Assim,
serão
considerando
o
entre cada veículo. Estas abordagens
fornecimento da demanda elétrica das
podem
estações de recarga.
ser
implementadas
em
plataformas computacionais para simular diversos comportamentos dos usuários
Modelo proposto
dos veículos e visualizar sua distribuição espacial na cidade, porém, sem estimar
Base de dados de entrada
o nível de combustível dos veículos. No
caso de alocação de estações de recarga,
tação do modelo de simulação proposto
a quantidade de carga disponível nas
são: o número total de VE a serem
baterias (state of charge - SOC) dos
simulados, o mapa da zona urbana, as
VEs é uma informação importante para
variáveis socioeconômicas, e a matriz
determinar a demanda necessária.
origem e destino de veículos da zona
Na literatura especializada existem
urbana da cidade.
poucos modelos que realizam a estimação
A matriz origem e destino mostra
espacial dos veículos e seu nível de carga
quais são os locais de partida (origem) e
disponível nas baterias. Alguns trabalhos
chegada (destino) mais frequentados pelos
anteriores utilizaram: sistemas de agentes,
habitantes. Neste trabalho, considera-se
Os dados necessários para implemen
Aula prática
88
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
que um VE deve partir de um desses locais.
engarrafamento, entre outras informações
No entanto, por causa do custo dos VEs,
externas. Desta forma, o modelo proposto
nem todos os habitantes com domicílio
movimenta os veículos de cada quadrícula,
nos
nessa
resultando na variação do número de
matriz podem adquirir um VE. Assim, para
veículos por quadrícula para cada passo
determinar a distribuição inicial dos VEs,
de tempo da simulação, sem modificar o
realiza-se uma análise de custo-benefício
valor da probabilidade. Se o planejador
para encontrar as regiões com renda
necessitar considerar o efeito de algumas
suficiente para adquirir um VE.
variáveis externas supracitadas, deve-se
Na
modificar o valor da probabilidade inicial
endereços
que
análise
aparecem
de
custo-benefício,
considerou-se que o preço de um VE
para caracterizar tal efeito.
é de quarenta mil reais e um domicílio
pode destinar 30% de sua renda (ao longo
baterias dos VEs é modelado como
de seis anos) para a compra do VE. O
uma
resultado dessa análise mostra o número
uniforme entre 0 e 1) que caracteriza a
dos VEs por subárea. A partir do número
estocasticidade dos usuários de VEs para
total de VEs na zona urbana e utilizando
carregar as baterias de seus veículos. O
o resultado da análise custo-benefício,
número de veículos em cada quadrícula
distribui-se uma quantidade igual para os
é agrupado em blocos ou pelotões. Cada
locais encontrados.
um desses blocos é considerado como
O mapa da zona urbana permite a
um agente que percorre a zona urbana
identificação das rodovias e avenidas
até atingir um valor mínimo de carga
disponíveis para os VE se movimentarem.
disponível em sua bateria. As regras para
Da mesma forma, identificam-se os locais
a movimentação de cada bloco são as
na qual um VE pode ter um menor número
mesmas utilizadas no sistema multiagentes.
de viagens. Por exemplo, rodovias que
Essas regras consideram que a próxima
interligam a outras cidades ou vias para
quadrícula a ser percorrida é selecionada
transportadoras.
de
Por
causa
disso,
Por outro lado, o estado inicial das variável
um
aleatória
processo
(distribuição
estatisticamente
determinou-se
controlado, analisando as probabilidades
representa
a
dos vizinhos próximos dentro de uma
possibilidade de um VE atravessar uma
janela de 3x3, sendo as probabilidades de
determinada subárea (esta probabilidade
1,0 para avenidas principais e 0,5 para ruas
tem valor de 0,5 para regiões de poucas
e avenidas secundárias. A Figura 1 mostra
viagens e 1,0 para regiões onde há maior
essa probabilidade.
uma
probabilidade
que
probabilidade do VE se deslocar).
Os valores do preço do VE utilizado na
análise de investimento e a probabilidade podem
ser
ajustados
segundo
as
características da zona de estudo e experiência do planejador. O modelo é inicializado com a probabilidade e número de VEs por subárea, considerados como estados iniciais do processo de simulação.
Simulação mesoscópica Esta simulação considera que a zona
Figura 1 – Processo de movimentação do VE.
urbana é dividida por quadrículas com seus respectivos estados iniciais. Como o intuito
é obter o fluxo de VE por quadrícula, não
que está no centro de uma matriz 3x3. Este
há a necessidade de saber o tempo das
veículo irá se movimentar de acordo com
viagens dos VEs, sua velocidade, tempo no
as probabilidades das quadrículas vizinhas,
Assim, por exemplo, considere um VE
89
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
sendo escolhida a quadrícula a partir de um torneio 2 a 2 de forma
Algoritmo proposto
aleatória, até chegar a duas quadrículas, e a quadrícula ganhadora será:
se as quadrículas escolhidas têm valores iguais de probabilidades, o
movimentar cada bloco de VEs. Os dados de entrada para o
ganhador será escolhido de forma aleatória; caso contrário, escolhe-se
algoritmo proposto são: o número total de veículos para período
Na Figura 2 mostra-se o fluxograma dos passos para
a quadrícula com maior valor de probabilidade. Por fim, as quadrículas analisadas são preenchidas com uma probabilidade igual a zero a fim de se evitar que os VEs voltem ao local de início. O processo de escolha das quadrículas é repetido até que a carga das baterias tenha um valor mínimo, sendo sua determinação feita por conta do planejador. O nível de carga da bateria do VE depois de ter percorrido a quadrícula é calculado a partir de:
Em que: o SOC inicial é a quantidade de carga inicialmente,
antes de se movimentar; Qv é a quantidade de quadrículas que o VE percorre; d é o comprimento da quadrícula em km; Fd é um fator médio de declividade da cidade analisada; dR é a autonomia máxima do VE. As baterias (chumbo ácido) tem como valor de autonomia 128,747 km.
O bloco é movimentado até atingir um valor mínimo definido
pelo planejador. Durante o processo de simulação são armazenadas as quadrículas que são percorridas pelos blocos e a quantidade de carga de suas baterias quando atravessam a quadrícula.
Figura 2 – Algoritmo proposto.
90
Aula prática
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Tabela 1 – Resultado das simulações para um VE
em análise, a distribuição inicial dos VE e as probabilidades para cada quadrícula.
VE
Testes e resultados
X
SOC
SOC Final
Distância
inicial (%)
(%)
percorrida (km)
Y
1
29
21
0,554
0,554
0
1
02
19
0,554
0,097
58,923
O modelo proposto foi aplicado em
uma cidade brasileira de médio porte com aproximadamente 200 mil habitantes. A
km, SOC inicial gerado de forma aleatória
respectivamente, e os parâmetros destas
cidade foi dividida em quadrículas de 0,350
e a quantidade de quadrículas percorridas
intensidades variam conforme a figura.
km² totalizando uma grade de 40 x 40
começando em zero (quadrícula em que o
quadrículas, cada um com seus respetivos
VE está no início) e a cada quadrícula que o
os VEs do bloco, e para todos os blocos,
estados iniciais.
VE percorre, incrementa-se uma unidade.
a fim de simular todos os VEs. Quando
Para calcular a quantidade total de
A análise de custo-benefício na zona
todos os blocos foram deslocados, os
VE a ser simulada, considerou-se uma
de estudo determinou que 94 quadrículas
mapas temáticos dos locais percorridos
penetração 5,41 % do total de veículos
têm condições econômicas para ter um VE.
pelos VEs são gerados. Para cada execução
que circulam diariamente na cidade, ou
Desta forma, foram alocados 50 veículos em
do algoritmo proposto se obtém uma
seja, foram simulados 4.700 VEs de um
cada quadrícula. Utilizando as localizações
distribuição espacial diferente do fluxo
total de 86.847 automóveis. Além disso,
geográficas das avenidas e a alocação
dos veículos, pois se está considerando
os seguintes fatores foram utilizados:
inicial dos VEs, obtiveram-se os locais que
que o nível inicial de carga é uma variável
quadrícula
de
deveriam ter uma maior probabilidade
aleatória. Para estimar o valor esperado
declividade de 2,5%, autonomia de 128,747
para ser percorridas. A Figura 3 mostra a
do número de veículos por cada subárea
distribuição inicial dos VEs na cidade.
e sua quantidade de carga com a qual
atravessam
de
0,350
km²,
fator
Os mapas que serão mostrados têm
as
subáreas,
realizaram-se
escalas de cores. A parte preta mostra o
100 simulações para criar um intervalo
mapa da cidade analisada. Em amarelo
de confiança para os valores estimados.
claro,
amarelo
vermelho
são
escuro, mostradas
alaranjado
e
Utilizou-se uma abordagem otimista e foi
escalas
da
calculado o intervalo de confiança através
menor intensidade a maior intensidade,
Figura 3 – Localização inicial dos VEs.
Este processo foi repetido para todos
da equação (2):
91
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Sendo p a média das concentrações
de VEs por quadrícula, e γ o coeficiente de
confiança.
Para
esta
aplicação
considerou-se um valor de 95% para γ. Com as 100 simulações realizadas, criou-se um intervalo de confiança através da equação (2). Este intervalo mostra uma dispersão em relação ao valor médio da concentração de veículos. Tal dispersão pode ser considerada como um erro do valor esperado de veículos por quadrícula, mostrada na Figura 4. Esta figura mostra erros percentuais em uma escala de 0 a 2,5%; 2,5% a 5%; 5% a 7,5%; e acima de 7,5%. Percebe-se que o erro percentual é baixo, estando eles majoritariamente menores que 7,5%.
Figura 4 – Erro percentual na quantidade de VEs que passam por quadrícula.
O valor estimado de veículos por cada
subárea em percentagem do total de veículos simulados é mostrado na Figura 5.
Percebe-se que há maior predominância
na circulação de VEs nas partes centrais, norte, oeste e noroeste, visto que estes veículos estão localizados inicialmente nestas regiões da cidade e se movimentam para o centro (regiões de interesse), com o intuito de irem a outros locais e para realizar suas atividades econômicas.
Figura 5 – Caminho dos VEs.
92
Aula prática
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
A quantidade de SOC médio com os
um nível baixo de carga nas baterias.
quais os blocos atravessam cada quadrícula
Na Figura 8, podem-se identificar os
é ilustrada na Figura 6. Analisando as
possíveis locais para a instalação de postos
Figuras 4 e 6 pode-se observar que
de recarga. Para o cálculo da demanda
diversos locais da zona periférica com um
levou-se em conta que a quantidade de
alto valor de concentração de veículos por
carga que deve ser fornecida aos pelotões
quadrícula são atravessados com um nível
é aquela que consumiu na sua viagem.
alto de bateria. Embora, esses locais sejam
Nas Figuras 9 e 10 são apresentadas as
muito frequentados (alto fluxo de VEs), o
distribuições
valor médio do SOC que os VEs atravessam
elétricas sem e com estações de recarga,
é alto, consequentemente, não existe a
respectivamente. Foi considerado que o
necessidade da instalação de estações de
VE chega com uma pequena quantidade
carga em tais locais. Já locais com baixo
de carga em suas baterias e é carregado
valor médio de SOC e alta concentração
até que se obtenha 90% de carga. Com
de veículos são os candidatos ideais para
75 postos de recarga disponíveis, foram
instalação de estações de recarga.
alocados 63 VEs em cada posto de
espaciais
das
demandas
recarga para a estimação da potência que a estação irá necessitar e adicionados à demanda do local.
Figura 10 – Distribuição espacial da demanda elétrica dos transformadores com as estações de recarga.
uma melhor forma de cálculo da demanda das estações de recarga.
A Figura 10 mostra a utilidade dos
resultados obtidos pelo modelo proposto a fim de analisar o carregamento das redes elétricas. O tempo de simulação e geração dos mapas foi de três minutos. A plataforma utilizada para realizar as simulações foi o software Matlab, em um computador Intel® core™ i5 4200-u 1,6GHz 8GB RAM.
Conclusões Figura 6 – Carga média das baterias dos VEs.
Um modelo de simulação espacial para
estimação do valor esperado do número de
A Figura 7 apresenta os locais finais aos
veículos e o nível de carga por quadrícula
quais os VEs chegaram.
Figura 8 – Locais dos possíveis postos de recarga.
foi apresentado. O modelo pode simular uma
grande
quantidade
de
veículos
com um baixo tempo computacional. Uma contribuição do modelo é fornecer informações
relevantes
para
alocação
de estações de recarga de VEs. Tais informações são necessárias para os planos de expansão e operação da rede elétrica. O modelo proposto considera uma abordagem mesoscópica para a análise do fluxo de veículos por quadrícula. Esta abordagem é a mais adequada para Figura 7 – Localização final dos VEs.
estimar as variáveis de localização e Figura 9 – Distribuição espacial da demanda elétrica dos transformadores sem as estações de recarga.
Para mostrar a utilidade dos valores
estimados, agrega-se a demanda elétrica
Pode-se perceber, através da Figura 10,
demanda elétrica das estações de recarga. Para o ponto de vista das distribuidoras, essa classe de informação é necessária para determinar a demanda futura a ser
dos locais candidatos das instalações de
estações de recarga aos transformadores
na parte noroeste da cidade, onde estão
atendida.
de distribuição das quadrículas. Os locais
localizados os possíveis postos de recarga,
candidatos
Os
intervalos
de
confiança
dos
aqueles
um aumento da demanda elétrica. Uma
resultados obtidos ajudam a realizar uma
que apresentem um menor intervalo de
evolução espacial da distribuição dos VEs
melhor inferência dos valores estimados
confiança, um número alto de veículos e
será realizada em trabalhos futuros como
pelo modelo. Assim, locais com menor
são
considerados
93
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
dispersão são aqueles no qual o modelo
General Meeting, IEEE, pp. 1-8, 24-29 July 2011
tem
[12] S. Bittanti, G. Nicolao, "Markovian
mais
chance
de
representar
o
comportamento estocástico dos donos de
representations of cyclostationary processes,"
VEs.
in Topics in Stochastic Systems: Modelling,
Atualmente, existem poucos modelos
para estimar a distribuição espacial dos veículos elétricos. Desta forma, este artigo contribui a literatura especializada com um novo modelo para ajudar na alocação de estações de recarga.
Referências
Estimation and Adaptive Control. vol. 161, L. Gerencséer and P. Caines, Eds., ed: Springer Berlin / Heidelberg, 1991, pp. 31-46. [13] J. Hromkovic, Algorithms for hard problems: introduction to combinatorial optimization, randomization, approximation, and heuristics. [S.l.]: Springer-Verlag, London - Berlin Heidelberg – New York, 2001. [14] E.Marchioro, “Projeto de Reestruturação
[1] Growth Analysis, "Re-charged for sucess:
do sistema do transporte coletivo municipal
The third wave of electric vehicle promotion in
de Presidente Prudente”, Presidente Prudente,
JapaN," Febraruary 2012. [Online]. Available:
2014.
www.growthanalysis.se. [Accessed 12 November
[15] Veículos de emissão zero,”Sobre o carro”.
2014].
Página consultada em 15 de novembro de
[2] M. Petit and Y. Perez, "Plug-in vehicles for
2015,http://www.vezdobrasil.com.br/sobre-o-
primary frequency regulation: What technical
carroeletrico/>.
implementation?," in IEEE Grenoble PowerTech
[16] PAV, Kalinowski. Understanding Confidence
(POWERTECH), Grenoble, 2013.
Intervals (CIs) and Effect Size Estimation.
[3] P. Yannick, P. Marc and K. Willett, "A public
Association for Psychological Science Observer.
policy strategies for electric vehicles and for
[S.l.: s.n.], April 10, 2010.
vehicle to grid power," in World Electric Vehicle Symposium and Exhibition, Barcelona, 2013. J. Jones. (1991, May 10). Networks. (2nd ed.) [Online]. Available: http://www.atm.com [4] Florida Public Service Commission, December 2012. [Online]. Available: http://www.
Este artigo foi originalmente apresentado durante o Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos (SBSE), realizado na cidade de Natal (RN), entre os dias 22 e 25 de maio.
psc.state.fl.us/publications/reports.aspx. [5] Silver Spring Networks, December 2013. [Online]. Available: www.silverspringnet.com. [6] Z. Liu, F. Wen and G. Ledwich, "Optimal planning of electric-vehicle charging stations in distribution systems," IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 28, no. 2, pp. 102-110, Jan 2013.
*Igoor Morro Mello é engenheiro eletricista e aluno de mestrado da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - FEIS, com ênfase em Transmissão da Energia Elétrica, Distribuição da Energia Elétrica. Antonio Padilha Feltrin é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em Engenharia
[7] F. Baouche, R. Billot, R. Trigui and N.-E. El
Elétrica e pós-doutorado na University of
Faouzi, "Efficient allocation of electric vehicles
Wisconsin-Madison EUA (1997) e no Imperial
charging stations: Optimization model and
College London (2013). Atualmente, é professor
application to a dense urban network," IEEE
titular da Universidade Estadual Paulista Júlio
Intelligent transportation system magazine, vol.
de Mesquita Filho, Unesp - Ilha Solteira. É
6, no. 3, pp. 33-43, July 2014.
ainda editor associado da IEEE Transactions on
[8] California State Legistature, 2014. [Online]. Available: http://www.legislature.ca.gov/. [9] PAIVA,C. Modelos Tradicionais Transportes e Tráfego. ANTP.210. [10] J. Pecherka,”Material flow simulation Using Discrete-Event and Mesoscopic
Sustainable Energy e consultor Ad-Hoc da Fapesp, Capes, CNPq, Kentucky Science & Engineering Foundation (EUA) e Fondecyt (Chile). Joel David Melo Trujillo é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica. Atualmente, é professor adjunto da
approach,”24-26 march 2010.
Universidade Federal do ABC e participa em
[11] J. D. Melo; E. M. Carreno and A. Padilha-
projetos de pesquisas da Universidade Estadual
Feltrin. “Multi-Agent Framework for Spatial Load
do Oeste do Paraná e da Universidade Estadual
Forecasting”, in: Proc. Power and Energy Society
Paulista Júlio de Mesquita Filho.
94
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Mercado de materiais elétricos ainda sente efeitos da crise
0000
Para este setor, a desaceleração da economia brasileira continuará afetando os negócios, especialmente, na construção civil
95
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Um ano após a realização desta mesma
fechar o ano em 4%.
pesquisa com este mercado, o cenário parece
Outro ponto de destaque na pesquisa
ter permanecido no mesmo clima de retração.
diz respeito aos produtos mais presentes nas
Para esta edição do estudo, foram ouvidas
prateleiras das revendas e distribuidoras de
pouco mais de 200 empresas de revenda e
materiais elétricos, o que, por consequência,
distribuição de materiais elétricos e, segundo
são os equipamentos mais comercializados:
elas, o mercado continua em um ritmo
materiais elétricos de baixa tensão, citados
bastante desacelerado. Para a maior parte
por 81% das empresas; quadros e painéis
das companhias pesquisadas, a economia
(78%), produtos para iluminação, como
desaquecida e, consequentemente, a falta
lâmpadas e luminárias (75%) e automação
de confiança dos investidores acabam sendo
industrial (75%). O gráfico com mais detalhes
um grande entrave para novos projetos,
é publicado nas próximas páginas.
especialmente, na área da construção civil,
o que impacta direta e negativamente os
mais usual entre as empresas deste segmento,
negócios das revendas e distribuidoras
o telemarketing aparece na ponta da lista,
de materiais elétricos. Também a indústria,
mencionado por 68% das pesquisadas. Em
principal cliente das pesquisadas, sem
seguida, estão as indicações de mercado
grandes
(61%) e os vendedores externos (60%).
demandas,
acaba
postergando
Sobre a forma de captação de clientes
seus investimentos. O resultado disso são
Mais
informações
relevantes
sobre
as baixas perspectivas de crescimento que
o mercado de revenda e distribuição de
veremos a seguir.
materiais elétricos podem ser encontradas na
Se na pesquisa realizada há um ano,
pesquisa que é publicada na íntegra a seguir.
as revendas e as distribuidoras da região
Vale lembrar que esta pesquisa não deve
Sudeste eram as mais pessimistas, projetando
ser tomada como um estudo oficial. Trata-se
crescer apenas 1% no ano vigente e as
apenas de uma análise feita com uma parcela
companhias da região Centro-Oeste eram as
relevante deste mercado no Brasil.
mais otimistas, almejando elevação de 13%,
Números do mercado de revenda e distribuição de materiais elétricos
neste ano, as empresas projetam crescimento médio de apenas 6% para os seus resultados. Nesta edição, a análise do mercado foi feita de forma global e não por região, como na
edição passada. Para o mercado como
foco
um todo, as empresas imaginam que seu
distribuidores de materiais elétricos no país,
crescimento médio seja em torno de 2%.
segundo afirmaram 82% das empresas que
Questionadas ainda se pretendem reforçar
participaram do levantamento. No ano anterior,
seu quadro de funcionários neste ano de
este índice era de 89%. O setor residencial
2016, as pesquisadas informaram que a
foi o menos citado, por 42% das companhias,
contratação média de colaboradores deve
mesmo percentual registrado há um ano.
A indústria continua sendo o principal comercial
Principais segmentos de atuação
Residencial
42% Comercial
72% 82%
Industrial
dos
revendedores
e
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
96
A adoção das certificações continua pouco relevante. Se no
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Principais clientes
ano passado, 3% das empresas afirmaram possuir a ISO 14001, de gestão ambiental, e 41% disseram contar com a ISO 9001, de gestão de processos; neste ano, os índices registrados foram de 6%
Concessionárias de energia elétrica
e 28%, respectivamente.
38%
Consumidor final
67%
Certificações Iso
35%
Empresas públicas Empresas de manutenção
70% 28% 6%
78% ISO 9001
78% 80%
ISO 14001
Empresas de engenharia Instaladoras Construtoras Indústrias em geral
84%
Se a indústria foi apontada como a principal área de atuação, é
No que diz respeito aos produtos mais comercializados, destaque
ela também o principal cliente deste mercado. 84% das empresas
para os materiais elétricos de baixa tensão, citados por 81% das
pesquisadas mencionaram a indústria como principal consumidora.
empresas. Na sequência, estão os quadros e painéis (78%), os
Construtoras, instaladoras, empresas de engenharia e manutenção
produtos para iluminação, como lâmpadas e luminárias (75%) e
aparecem em seguida.
automação industrial (75%). Confira o gráfico com mais detalhes.
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
98
Produtos mais comercializados
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
No que diz respeito ao faturamento bruto anual das empresas,
podemos afirmar que este levantamento contou com a participação das empresas que faturaram até R$ 40 milhões de reais em 2015.
Equipamentos de proteção individual e coletiva
Vale destacar que 24% delas faturaram até R$ 3 milhões e 21% apresentam faturamento superior a R$ 100 milhões no ano passado.
36%
Ferramentas Faturamento bruto anual das empresas em 2015
38%
Automação industrial
71% Automação comercial
55%
De R$ 80 milhões a R$ 100 milhões
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV) Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
61%
Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
75%
3%
81%
9%
De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
8%
De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões
Quadros e painéis
78%
24%
Até R$ 3 milhões
3%
Automação residencial
39% 24%
21%
Acima de R$ 100 milhões
11%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
21%
De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões
Material elétrico de baixa tensão
As previsões de crescimento continuam modestas, exatamente
como foi percebido na pesquisa realizada com este segmento há
O telemarketing aparece em evidência como principal meio de
um ano. As revendas e distribuidoras de materiais elétricos afirmam
captação de clientes. Na pesquisa realizada em 2014, os vendedores
ter crescido, em média, 6% no ano passado e projetam elevação de
externos eram a principal força de prospecção das empresas. Desde
6% para o fechamento deste ano de 2016. Quanto ao crescimento
2015, o telemarketing vem liderando
esperado para o mercado como um todo, as companhias preveem algo em torno de 2%.
Formato de captação de clientes
Previsões de crescimento
Loja virtual
18%
Rede de relacionamentos
46%
Balcão
2%
50%
Indicação / especialização de mercado
61% 60% 36%
Previsão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para o ano de 2016
4%
Acréscimo (em percentual) ao quadro de funcionários da empresa
Vendedores externos
6%
Administração de contatos Telemarketing
68%
6%
Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2016 Percentual de crescimento da sua empresa em 2015 comparado ao ano anterior
99
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Tendo em vista o momento econômico atual em que o país se encontra, as empresas acreditam que a desaceleração econômica,
assim como o desaquecimento da construção civil e a falta de confiança dos investidores são os grandes entraves ao crescimento deste mercado. Fatores que devem influenciar o mercado de materiais elétricos em 2016
8%
2%
Outros
Programas de incentivo do governo
9%
Desvalorização da moeda brasileira 26%
Desaceleração da economia brasileira
18%
Falta de confiança de investidores 2%
Setor da construção civil aquecido 6%
Falta de normalização e/ou legislação
19%
Setor da construção civil desaquecido 1%
Incentivos por força de legislação ou normalização
5% 4%
Crise internacional
Projetos de infraestrutura
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
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Certificado ISO 14001
Certificado ISO 9001
Loja Virtual
Rede de Relacionamento
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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
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Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
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Indicação/especialização de mercado
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Vendedores externos
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Administração de contratos
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Telemarketing
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Quadros & Painéis
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Principais produtos que comercializa Material elétrico de Baixa Tensão
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Possui loja(s) in-company
UF PA SP SC SP SP PA PA MG MG MG MG MG MG MG MG MG SP SC SC SC SC DF DF BA SP SP SP MS RS PA PR PR RS RS RS SC SC PR MG MG SC MS SP SC SC MT PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR SP SP RS CE
Possui filiais
Cidade Água Azul do Norte Americana Balneário Camboriú Barueri Bauru Belém Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Birigui Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Brasília Brasília Brumado Campinas Campinas Campinas Campo Grande Canoas Capanema Cascavel Cascavél Caxias do Sul Caxias do Sul Caxias do Sul Chapecó Chapecó Cornélio Procópio Coronel Fabriciano Coronel Fabriciano Corupá Costa Rica Cravinhos Criciúma Cricíuma Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curítiba Diadema Diadema Flores da Cunha Fortaleza
Residencial
Site www.tecaut.com.br www.metaeletrica.com.br www.rosxateriaiseletricos.com.br www.i9lux.com www.eletropainel.com.br marelliltda@uol.com.br www.tecaut.com.br www.alphamarktec.com.br www.cecinsarkis.com.br www.ceibe.com.br www.egom.ind.br www.exponencialmg.com.br www.lojaeletrica.com.br www.tecaut.com.br www.tel.com.br www.universoeletrico.com.br www.tecaut.com.br www.eletricadw.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.provolt.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.cecinsarkis.com.br www.tecaut.com.br www.tecaut.com.br www.dimensional.com.br www.eletricapj.com.br www.ledluz.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletrotartari.com.br www.eletricadz.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletronor.com.br www.magnani.com.br www.eletricadw.com.br www.tecaut.com.br www.iguacumec.com.br www.eletrofasemg.com.br www.eletrofasemg.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.tecaut.com.br www.itapuaeletro.com.br www.agpr5.com www.agpr5.com www.eletrotartari.com.br www.2a.com.br www.andra.com.br www.ceigon.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.eletronor.com.br www.elos.com.br www.irmaosabage.com.br www.reymaster.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.agpr5.com www.eletricauniao.com.br www.eurocabos.com.br www.trentocomercial.com.br www.carmehil.com.br
Comercial
Telefone (94) 3427-1390 (19) 3471-2800 (47) 3367-2788 (11) 4163-1296 (44) 9991-1360 (91) 3223-0516 (91) 3289-7300 (31) 3477-7004 (61) 3046-9400 (31) 3292-9522 (31) 3486-1166 (31) 3317-5150 (31) 3218-8000 (31) 3328-2556 (31) 99984-3240 (31) 3071-3232 (18) 3643-1200 (47) 3321-7506 (47) 3144-7620 (47) 3036-9666 (47) 3037-8585 (61) 3046-9416 (61) 3213-7117 (31) 3071-4807 (19) 3322-0000 (19) 3208-2777 (19) 2514-6989 (67) 9948-8019 (51) 3326-4000 (91) 99300-2860 (45) 3220-9498 (45) 9151-0723 (54) 3224-9224 (54) 3220-3800 (54) 4009-5255 (49) 2049-7307 (49) 3321-3700 (43) 3401-1050 (31) 3865-1300 (31) 3841-9319 (47) 3375-1133 (67) 3247-7425 (16) 3951-2195 (48) 3462-3900 (48) 3462-3900 (65) 3637-8000 (41) 3019-5050 (41) 3778-7000 (41) 3023-4466 (41) 3316-5000 (41) 2104-8200 (41) 3217-1900 (41) 3383-9290 (41) 3371-5707 (41) 3021-5049 (41) 3014-1810 (41) 9244-6723 (11) 4043-8900 (11) 4092-9292 (54) 3292-3700 (85) 4008-6687
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Industrial
EMPRESA Tecaut Meta Materiais Elétricos e Hidráulicos Rossi Materiais Elétricos e Iluminação Inovelux Iluminação EletroPainel Marelli Ltda Tecaut Alpha Marktec Materiais Eletricos Ltda Cecin Sarkis Ceibe Automação Egom Exponencial Material Elétrico Loja Elétrica Tecaut Termotecnica Universo Elétrico Tecaut Comercial Elétrica DW Ltda Eletrica Neuber Provolt Ribeiro Automação Industrial Cecin Sarkis Tecaut Tecaut Dimensional Eletrica PJ Led Luz AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Eletro Tartari Ltda Dz materiais eletricos AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Eletronor Materiais Elétricos Magnani Mat Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Tecaut José Ademar de Oliveira Jr Eletrofase Eletrofase Eletrica Neuber Tecaut Itapuã Eletro Comercial AGPR5 AGPR5 Eletro Tartari Ltda 2A Materiais Eletricos Andra Materiais Elétricos Ceigon Materiais Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Dimensional Eletronor Materiais Elétricos Elos Irmãos Abage Reymaster Ribeiro Automação Industrial AGPR5 Elétrica União Eurocabos Trento Comercial Elétrica e Hidráulica Ltda Carmehil
Revendedora (varejista)
A empresa é Principal segmento de atuação
Distribuidora (atacadista)
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Possui loja(s) in-company
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Possui filiais
Cidade Goiânia Goiânia Guarapuava Guararapes Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Ipatinga Itabira Itajaí Itapema Jaboatão dos Guararapes Jaboatão dos Guararapes Jaraguá do Sul João Pessoa João Pinheiro Joinville Joinville Joinville Juiz de Fora Juiz de Fora Jundiaí Jundiaí Lauro de Freitas Limeira Linhares Londrina Luis Eduardo Magalhães Macaé Macaé Mairiporã Manaus Mandaguari Maringá Maringá
Residencial
Site www.alset.com.br www.cecinsarkis.com.br www.tecaut.com.br www.tecaut.com.br www.acabine.com.br www.dlight.com.br www.mediatensao.com.br www.perfillider.com.br www.eletrofasemg.com.br www.damatel.com.br www.lojainstaladora.com.br www.rosxateriaiseletricos.com.br www.eletricapj.com.br www.onixcd.com.br www.ceigon.com.br www.tecaut.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.edilsoneletrica.com.br www.reimatel.com.br www.cetti.com.br www.comesp.com.br www.centelhario.com.br www.dimensional.com.br ematelcompras@gmail.com www.eletrotrafo.com.br www.2a.com.br www.centelhario.com.br www.tecaut.com.br www.lugo.com.br www.baeletrica.com.br www.onixcd.com.br www.comueller.com.br www.eletricadw.com.br
Comercial
Telefone (62) 3945-5047 (61) 3046-9400 (42) 3625-8000 (18) 3606-8204 (11) 2842-5272 (11) 2937-4650 (11) 2384-0155 (11) 2412-7787 (31) 3829-1700 (31) 3801-2022 (47) 8496-0805 (47) 33682929 (81) 3479-7100 (44) 3233-8500 (47) 3023-4466 (83) 2106-1555 (38) 3561-4522 (47) 3419-7000 (47) 3177-2001 (47) 3029-0929 (32) 3215-4473 (32) 3215-6292 (11) 4527-4500 (11) 3379-5500 (71) 3186-3666 (19) 3446-7400 (27) 3115-5109 (43) 3520-5000 (77) 3628-8777 (22) 2105-9000 (22) 2791-2158 (11) 4486-8400 (92) 2125-8000 (44) 3233-8588 (44) 3888-1200 (44) 3261-7100
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Industrial
Alset Engenharia e Comércio Cecin Sarkis Tecaut Tecaut ACabine Materiais Elétricos D´Light Média Tensão Perfil Lider Eletrofase Damatel Loja Instaladora Rossi Materiais Elétricos e Iluminação Eletrica PJ Onix Distri. De Produtos Elétricos Ltda. Ceigon Materiais Elétricos Tecaut Albernaz Andra Materiais Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Eletrica Neuber Edilson Elétrica Rei Materiais Elétrico Ltda. Cetti Comesp Comercial Elétrica Ltda Centelha Dimensional Ematel Eletrotrafo 2A Materiais Eletricos Centelha Tecaut Lugo BA Elétrica Onix Distri. De Produtos Elétricos Ltda. C.O.Mueller Comercial Elétrica DW S/A
Revendedora (varejista)
EMPRESA
Distribuidora (atacadista)
A empresa é Principal segmento de atuação
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Quadros & Painéis
Certificado ISO 14001
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Principais produtos que comercializa
Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
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Rede de Relacionamento
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Possui loja(s) in-company
UF PR PR PR RN RJ RJ MT RS SP SP
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Possui filiais
Cidade Maringá Maringá Maringá Natal Niteroi Nova Iguacú Nova Mutum Novo Hamburgo Osasco Osasco Outras regiões Outras regiões Outras regiões Outras regiões Palmas Piracicaba Poços de Caldas Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Recife Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Santo André Santo André Santos Santos Santos São Bernardo do Campo São Bernardo do Campo São Bernardo do Campo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo
Residencial
Site www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.tecaut.com.br www.essencialenergia.com www.eletroforconecta.com.br www.tecaut.com.br www.dimensional.com.br www.eletricacopeli.com.br www.santil.com.br www.abalux.com.br www.alset.com.br www.apscomponentes.com.br www.telbra.com.br www.tecaut.com.br www.eletricapj.com.br luiz@eletrochoquebrasil.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.eletronor.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.tecaut.com.br www.centelhario.com.br www.agpr5.com www.centelhario.com.br www.eletricapj.com.br www.sunway.ind.br www.suldistribuidora.com.br www.tel.com.br www.unionsistemas.com.br www.costabahianet.com.br www.allwatts.com.br www.essencialenergia.com www.andra.com.br www.essencialenergia.com www.galassosantos.com.br www.berteleletrica.com.br www.eletricauniao.com.br www.plenaeletrica.com.br www.abalux.com.br www.acabine.com.br www.agpr5.com www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.eletricadw.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.eletricacopeli.com.br www.neblina.com.br www.eletricapj.com.br www.eletricauniao.com.br www.eletroterrivel.com.br www.embramataltatensao.com.br www.enercom.com.br www.essencialenergia.com www.fecva.com.br www.glolani.com.br
Comercial
Telefone (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3028-1800 (84) 3344-1077 0800 779 9009 (21) 2667-3185 (65) 3385-6900 (51) 3271-1400 (11) 3538-0450 (11) 3695-9000 0800 7072977 (62) 3945-5047 (11) 5645-0800 (11) 2946-4646 (63) 3215-1912 (19) 3433-2370 (35) 3714-2098 (35) 3714-2660 (51) 3314-8000 (51) 3062-1004 (51) 3428-4580 (81) 3087-3450 (21) 98481-4443 (21) 3976-9330 (21) 3534-8600 (21) 99922-5281 (21) 3866-0055 (31) 99984-3240 (11) 3512-8910 (71) 99125-5701 (11) 4455-3399 (11) 4997-5033 (13) 3040-7000 0800 779 9009 (13) 3326.2568 (11) 2198-0825 (11) 4043-8900 (11) 4127-9704 (41) 2103-2750 (11) 2842-5252 (11) 96949-0029 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3393-2501 (11) 3229-4044 (11) 2137-7500 (11) 2902-1070 (11) 3835-6996 (11) 3538-0450 (11) 3619-1600 (11) 3649-9800 (11) 4043-8907 (11) 3959-6855 (11) 2098-0371 (11) 2919-0911 (11) 97616-8834 (11) 2915-7744 (11) 2294-1133
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Balcão
EletroPainel EletroPainel Ribeiro Automação Industrial Tecaut Essencial Energia Eletrofor Conecta Tecaut Dimensional Elétrica Copeli Santil Abalux Alset Engenharia e Comércio APS Telbra Ex Tecaut Eletrica PJ Eletro Choque Sulminas Fios & Cabos Eletronor Materiais Elétricos Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Tecaut Centelha AGPR5 Centelha Eletrica PJ Luminarias Sun Way Sul Distri. Termotecnica Union CostaBahia Allwatts Essencial Energia Andra Materiais Elétricos Essencial Energia Galasso Materiais Elétricos e Tintas Bertel Elétrica União Romilda Abalux ACabine Materiais Elétricos AGPR5 Alpha Marktec Materiais Eletricos Ltda Andra Materiais Elétricos APS Casa Ferreira Comercial Dimel Ltda Comercial Elétrica DW Ltda Comercial Gonçalves Comesp Comercial Elétrica Ltda Crossfox Elétrica Dimensional Elétrica Copeli Elétrica Neblina Eletrica PJ Elétrica União Eletro Terrível Embramat Enercom Essencial Energia Fecva Glolani
Industrial
EMPRESA
Revendedora (varejista)
A empresa é Principal segmento de atuação
Distribuidora (atacadista)
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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
Certificado ISO 14001
Material elétrico de Baixa Tensão
Certificado ISO 9001
Loja Virtual
Rede de Relacionamento
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Balcão
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Indicação/especialização de mercado
Vendedores externos
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Administração de contratos
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Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
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Principais produtos que comercializa
Quadros & Painéis
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Telemarketing
UF SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP ES ES SP SP MG RS MG MG MG MG MG
Possui loja(s) in-company
Cidade São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Sorocaba Sumaré Timoteo Torres Uberaba Uberlândia Uberlândia Uberlândia Uberlândia
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Possui filiais
Site www.histeccomercial.com.br www.instrutemp.com.br www.itapeti.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.litecdobrasil.com.br www.mastercabos.com.br www.megabras.com www.nofercoex.cpm.br www.omicronservice.com.br www.plenaeletrica.com.br www.portaleletrica.com.br www.proluz.com www.lojaprovitel.com.br www.safebysafe.com.br www.santil.com.br www.siro.com.br www.sob-brasil.com www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br veralucia@supereletrica.com.br www.telbra.com.br www.sensorestenet.com.br www.tel.com.br www.unionsistemas.com.br www.wgr.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.proautomacao.com.br www.tormel.com.br www.eletrofasemg.com.br www.magnani.com.br www.eletricacidade.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.unionsistemas.com.br
Residencial
Telefone (11) 3018-0500 (11) 3488-0200 (11) 2652-2099 (11) 3358-8000 (11) 2249-9606 (11) 3393-7225 (11) 2341-3686 (11) 3254-8111 (11) 3473-3913 (11) 5061-8566 (11) 4127-9704 (11) 2067-4700 (11) 3221-2599 (11) 2239-1484 (11) 98945-7714 (11) 3616-5033 (11) 3879-6100 (11) 5090-0036 (11) 2165-8244 (11) 5641-7288 (11) 3931-0522 (11) 2946-4646 (11) 2098-4500 (31) 99984-3240 (11) 3512-8910 (11) 2155-5513 (27) 3064-8100 (27) 2123-5700 (15) 3031-7400 (19) 3828-9500 (31) 3849-7176 (51) 3626-9600 (34) 9.9817-6006 (34) 9947-3177 (34) 4009-3800 (34) 3256-4944 (11) 3512-8910
Comercial
Histec Comercial Instrutemp Itapeti Material Elétrico JMC Comercial Elétrica Ltda Kienzle Controls Litec do Brasil Mastercabos Megabras Noferco Omicron Service Plena Elétrica Portal Proluz Provitel Safe by Safe Equipamentos Santil Siro Sob Schurter Sonepar Sul Distri. Supereletrica Telbra Ex Tenet do Brasil Termotecnica Union WGR Alpha Marktec Materiais Eletricos LTDA Centelha Proauto - Produtos de Automação Tormel Materiais Elétricos Eletrofase Magnani Mat Elétricos Elétrica Cidade Ltda AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Elétrica Cidade Ltda Union
Industrial
EMPRESA
Revendedora (varejista)
A empresa é Principal segmento de atuação
Distribuidora (atacadista)
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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
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Empresas públicas
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Concessionárias de energia elétrica
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Empresas de manutenção
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Empresas de engenharia
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Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
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Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
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Treinamento técnico para os clientes
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Principais clientes
Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
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Equipamentos de proteção individual e coletiva
Cidade Água Azul do Norte Americana Balneário Camboriú Barueri Bauru Belém Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Birigui Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Brasília Brasília Brumado Campinas Campinas Campinas Campo Grande Canoas Capanema Cascavel Cascavél Caxias do Sul Caxias do Sul Caxias do Sul Chapecó Chapecó Cornélio Procópio Coronel Fabriciano Coronel Fabriciano Corupá Costa Rica Cravinhos Criciúma Cricíuma Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curítiba Diadema Diadema Flores da Cunha Fortaleza
Ferramentas
Site www.tecaut.com.br www.metaeletrica.com.br www.rosxateriaiseletricos.com.br www.i9lux.com www.eletropainel.com.br marelliltda@uol.com.br www.tecaut.com.br www.alphamarktec.com.br www.cecinsarkis.com.br www.ceibe.com.br www.egom.ind.br www.exponencialmg.com.br www.lojaeletrica.com.br www.tecaut.com.br www.tel.com.br www.universoeletrico.com.br www.tecaut.com.br www.eletricadw.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.provolt.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.cecinsarkis.com.br www.tecaut.com.br www.tecaut.com.br www.dimensional.com.br www.eletricapj.com.br www.ledluz.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletrotartari.com.br www.eletricadz.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletronor.com.br www.magnani.com.br www.eletricadw.com.br www.tecaut.com.br www.iguacumec.com.br www.eletrofasemg.com.br www.eletrofasemg.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.tecaut.com.br www.itapuaeletro.com.br www.agpr5.com www.agpr5.com www.eletrotartari.com.br www.2a.com.br www.andra.com.br www.ceigon.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.eletronor.com.br www.elos.com.br www.irmaosabage.com.br www.reymaster.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.agpr5.com www.eletricauniao.com.br www.eurocabos.com.br www.trentocomercial.com.br www.carmehil.com.br
3427-1390 3471-2800 3367-2788 4163-1296 9991-1360 3223-0516 3289-7300 3477-7004 3046-9400 3292-9522 3486-1166 3317-5150 3218-8000 3328-2556 99984-3240 3071-3232 3643-1200 3321-7506 3144-7620 3036-9666 3037-8585 3046-9416 3213-7117 3071-4807 3322-0000 3208-2777 2514-6989 9948-8019 3326-4000 99300-2860 3220-9498 9151-0723 3224-9224 3220-3800 4009-5255 2049-7307 3321-3700 3401-1050 3865-1300 3841-9319 3375-1133 3247-7425 3951-2195 3462-3900 3462-3900 3637-8000 3019-5050 3778-7000 3023-4466 3316-5000 2104-8200 3217-1900 3383-9290 3371-5707 3021-5049 3014-1810 9244-6723 4043-8900 4092-9292 3292-3700 4008-6687
Automação industrial
Telefone (94) (19) (47) (11) (44) (91) (91) (31) (61) (31) (31) (31) (31) (31) (31) (31) (18) (47) (47) (47) (47) (61) (61) (31) (19) (19) (19) (67) (51) (91) (45) (45) (54) (54) (54) (49) (49) (43) (31) (31) (47) (67) (16) (48) (48) (65) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (41) (11) (11) (54) (85)
Automação comercial
Empresa Tecaut Meta Materiais Elétricos e Hidráulicos Rossi Materiais Elétricos e Iluminação Inovelux Iluminação EletroPainel Marelli Ltda Tecaut Alpha Marktec Materiais Eletricos Ltda Cecin Sarkis Ceibe Automação Egom Exponencial Material Elétrico Loja Elétrica Tecaut Termotecnica Universo Elétrico Tecaut Comercial Elétrica DW Ltda Eletrica Neuber Provolt Ribeiro Automação Industrial Cecin Sarkis Tecaut Tecaut Dimensional Eletrica PJ Led Luz AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Eletro Tartari Ltda Dz materiais eletricos AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Eletronor Materiais Elétricos Magnani Mat Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Tecaut José Ademar de Oliveira Jr Eletrofase Eletrofase Eletrica Neuber Tecaut Itapuã Eletro Comercial AGPR5 AGPR5 Eletro Tartari Ltda 2A Materiais Eletricos Andra Materiais Elétricos Ceigon Materiais Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Dimensional Eletronor Materiais Elétricos Elos Irmãos Abage Reymaster Ribeiro Automação Industrial AGPR5 Elétrica União Eurocabos Trento Comercial Elétrica e Hidráulica Ltda Carmehil
Automação residencial
Principais produtos que comercializa
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
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Outros
Consumidor final
Empresas públicas
Empresas de manutenção
Empresas de engenharia
Instaladoras
Construtoras
Indústria em geral
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Concessionárias de energia elétrica
Principais clientes Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
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Importações diretas de produtos
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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
GO GO PR SP SP SP SP SP MG MG SC SC PE PE SC PB MG SC SC SC MG MG SP SP BA SP ES PR BA RJ RJ SP AM PR PR PR
Equipamentos de proteção individual e coletiva
UF
Goiânia Goiânia Guarapuava Guararapes Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Ipatinga Itabira Itajaí Itapema Jaboatão dos Guararapes Jaboatão dos Guararapes Jaraguá do Sul João Pessoa João Pinheiro Joinville Joinville Joinville Juiz de Fora Juiz de Fora Jundiaí Jundiaí Lauro de Freitas Limeira Linhares Londrina Luis Eduardo Magalhães Macaé Macaé Mairiporã Manaus Mandaguari Maringá Maringá
Ferramentas
Cidade
www.alset.com.br www.cecinsarkis.com.br www.tecaut.com.br www.tecaut.com.br www.acabine.com.br www.dlight.com.br www.mediatensao.com.br www.perfillider.com.br www.eletrofasemg.com.br www.damatel.com.br www.lojainstaladora.com.br www.rosxateriaiseletricos.com.br www.eletricapj.com.br www.onixcd.com.br www.ceigon.com.br www.tecaut.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br eletricaneuber@netuno.com.br www.edilsoneletrica.com.br www.reimatel.com.br www.cetti.com.br www.comesp.com.br www.centelhario.com.br www.dimensional.com.br ematelcompras@gmail.com www.eletrotrafo.com.br www.2a.com.br www.centelhario.com.br www.tecaut.com.br www.lugo.com.br www.baeletrica.com.br www.onixcd.com.br www.comueller.com.br www.eletricadw.com.br
3945-5047 3046-9400 3625-8000 3606-8204 2842-5272 2937-4650 2384-0155 2412-7787 3829-1700 3801-2022 8496-0805 33682929 3479-7100 3233-8500 3023-4466 2106-1555 3561-4522 3419-7000 3177-2001 3029-0929 3215-4473 3215-6292 4527-4500 3379-5500 3186-3666 3446-7400 3115-5109 3520-5000 3628-8777 2105-9000 2791-2158 4486-8400 2125-8000 3233-8588 3888-1200 3261-7100
Automação industrial
Site
(62) (61) (42) (18) (11) (11) (11) (11) (31) (31) (47) (47) (81) (44) (47) (83) (38) (47) (47) (47) (32) (32) (11) (11) (71) (19) (27) (43) (77) (22) (22) (11) (92) (44) (44) (44)
Automação comercial
Telefone
Alset Engenharia e Comércio Cecin Sarkis Tecaut Tecaut ACabine Materiais Elétricos D´Light Média Tensão Perfil Lider Eletrofase Damatel Loja Instaladora Rossi Materiais Elétricos e Iluminação Eletrica PJ Onix Distribuidora De Produtos Elétricos Ltda. Ceigon Materiais Elétricos Tecaut Albernaz Andra Materiais Elétricos Comercial Elétrica DW Ltda Eletrica Neuber Edilson Elétrica Rei Materiais Elétrico Ltda. Cetti Comesp Comercial Elétrica Ltda Centelha Dimensional Ematel Eletrotrafo 2A Materiais Eletricos Centelha Tecaut Lugo BA Elétrica Onix Distribuidora De Produtos Elétricos Ltda. C.O.Mueller Comercial Elétrica DW S/A
Automação residencial
Empresa
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
Principais produtos que comercializa
Treinamento técnico para os clientes
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
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TO SP MG MG RS RS RS PE RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ BA SP SP SP SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP
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Outros
Consumidor final
Empresas públicas
Empresas de manutenção
Empresas de engenharia
Instaladoras
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Construtoras
Indústria em geral
Concessionárias de energia elétrica
Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
Principais clientes
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Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
Importações diretas de produtos
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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
Equipamentos de proteção individual e coletiva
UF PR PR PR RN RJ RJ MT RS SP SP
Ferramentas
Cidade Maringá Maringá Maringá Natal Niteroi Nova Iguacú Nova Mutum Novo Hamburgo Osasco Osasco Outras regiões Outras regiões Outras regiões Outras regiões Palmas Piracicaba Poços de Caldas Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Recife Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Santo André Santo André Santos Santos Santos São Bernardo do Campo São Bernardo do Campo São Bernardo do Campo São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo
Automação industrial
Site www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.ribeirorepresentacoes.com www.tecaut.com.br www.essencialenergia.com www.eletroforconecta.com.br www.tecaut.com.br www.dimensional.com.br www.eletricacopeli.com.br www.santil.com.br www.abalux.com.br www.alset.com.br www.apscomponentes.com.br www.telbra.com.br www.tecaut.com.br www.eletricapj.com.br luiz@eletrochoquebrasil.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.eletronor.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.tecaut.com.br www.centelhario.com.br www.agpr5.com www.centelhario.com.br www.eletricapj.com.br www.sunway.ind.br www.suldistribuidora.com.br www.tel.com.br www.unionsistemas.com.br www.costabahianet.com.br www.allwatts.com.br www.essencialenergia.com www.andra.com.br www.essencialenergia.com www.galassosantos.com.br www.berteleletrica.com.br www.eletricauniao.com.br www.plenaeletrica.com.br www.abalux.com.br www.acabine.com.br www.agpr5.com www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.eletricadw.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.eletricacopeli.com.br www.neblina.com.br www.eletricapj.com.br www.eletricauniao.com.br www.eletroterrivel.com.br www.embramataltatensao.com.br www.enercom.com.br www.essencialenergia.com www.fecva.com.br www.glolani.com.br
Automação comercial
Telefone (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3028-1800 (84) 3344-1077 0800 779 9009 (21) 2667-3185 (65) 3385-6900 (51) 3271-1400 (11) 3538-0450 (11) 3695-9000 0800 7072977 (62) 3945-5047 (11) 5645-0800 (11) 2946-4646 (63) 3215-1912 (19) 3433-2370 (35) 3714-2098 (35) 3714-2660 (51) 3314-8000 (51) 3062-1004 (51) 3428-4580 (81) 3087-3450 (21) 98481-4443 (21) 3976-9330 (21) 3534-8600 (21) 99922-5281 (21) 3866-0055 (31) 99984-3240 (11) 3512-8910 (71) 99125-5701 (11) 4455-3399 (11) 4997-5033 (13) 3040-7000 0800 779 9009 (13) 3326.2568 (11) 2198-0825 (11) 4043-8900 (11) 4127-9704 (41) 2103-2750 (11) 2842-5252 (11) 96949-0029 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3393-2501 (11) 3229-4044 (11) 2137-7500 (11) 2902-1070 (11) 3835-6996 (11) 3538-0450 (11) 3619-1600 (11) 3649-9800 (11) 4043-8907 (11) 3959-6855 (11) 2098-0371 (11) 2919-0911 (11) 97616-8834 (11) 2915-7744 (11) 2294-1133
Automação residencial
Empresa EletroPainel EletroPainel Ribeiro Automação Industrial Tecaut Essencial Energia Eletrofor Conecta Tecaut Dimensional Elétrica Copeli Santil Abalux Alset Engenharia e Comércio APS Telbra Ex Tecaut Eletrica PJ Eletro Choque Sulminas Fios & Cabos Eletronor Materiais Elétricos Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Tecaut Centelha AGPR5 Centelha Eletrica PJ Luminarias Sun Way Sul Distribuidora Termotecnica Union CostaBahia Allwatts Essencial Energia Andra Materiais Elétricos Essencial Energia Galasso Materiais Elétricos e Tintas Bertel Elétrica União Romilda Abalux ACabine Materiais Elétricos AGPR5 Alpha Marktec Materiais Eletricos Ltda Andra Materiais Elétricos APS Casa Ferreira Comercial Dimel Ltda Comercial Elétrica DW Ltda Comercial Gonçalves Comesp Comercial Elétrica Ltda Crossfox Elétrica Dimensional Elétrica Copeli Elétrica Neblina Eletrica PJ Elétrica União Eletro Terrível Embramat Enercom Essencial Energia Fecva Glolani
Treinamento técnico para os clientes
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Principais produtos que comercializa
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
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Outros
Consumidor final
Empresas públicas
Empresas de manutenção
Empresas de engenharia
Instaladoras
Construtoras
Indústria em geral
Concessionárias de energia elétrica
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Principais clientes Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
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Treinamento técnico para os clientes
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Importações diretas de produtos
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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP ES ES SP SP MG RS MG MG MG MG MG
Equipamentos de proteção individual e coletiva
UF
São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Sorocaba Sumaré Timoteo Torres Uberaba Uberlândia Uberlândia Uberlândia Uberlândia
Ferramentas
Cidade
www.histeccomercial.com.br www.instrutemp.com.br www.itapeti.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.litecdobrasil.com.br www.mastercabos.com.br www.megabras.com www.nofercoex.cpm.br www.omicronservice.com.br www.plenaeletrica.com.br www.portaleletrica.com.br www.proluz.com www.lojaprovitel.com.br www.safebysafe.com.br www.santil.com.br www.siro.com.br www.sob-brasil.com www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br veralucia@supereletrica.com.br www.telbra.com.br www.sensorestenet.com.br www.tel.com.br www.unionsistemas.com.br www.wgr.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.proautomacao.com.br www.tormel.com.br www.eletrofasemg.com.br www.magnani.com.br www.eletricacidade.com.br www.agpr5.com www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.unionsistemas.com.br
3018-0500 3488-0200 2652-2099 3358-8000 2249-9606 3393-7225 2341-3686 3254-8111 3473-3913 5061-8566 4127-9704 2067-4700 3221-2599 2239-1484 98945-7714 3616-5033 3879-6100 5090-0036 2165-8244 5641-7288 3931-0522 2946-4646 2098-4500 99984-3240 3512-8910 2155-5513 3064-8100 2123-5700 3031-7400 3828-9500 3849-7176 3626-9600 9.9817-6006 9947-3177 4009-3800 3256-4944 3512-8910
Automação industrial
Site
(11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (31) (11) (11) (27) (27) (15) (19) (31) (51) (34) (34) (34) (34) (11)
Automação comercial
Telefone
Histec Comercial Instrutemp Itapeti Material Elétrico JMC Comercial Elétrica Ltda Kienzle Controls Litec do Brasil Mastercabos Megabras Noferco Omicron Service Plena Elétrica Portal Proluz Provitel Safe by Safe Equipamentos Santil Siro Sob Schurter Sonepar Sul Distribuidora Supereletrica Telbra Ex Tenet do Brasil Termotecnica Union WGR Alpha Marktec Materiais Eletricos LTDA Centelha Proauto - Produtos de Automação Tormel Materiais Elétricos Eletrofase Magnani Mat Elétricos Elétrica Cidade Ltda AGPR5 Comercial Elétrica DW Ltda Elétrica Cidade Ltda Union
Automação residencial
Empresa
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
Principais produtos que comercializa
Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
x x
x
x x x x x x x x x x x x x x x
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Espaço 5419
Espaço 5419 Por Normando V.B. Alves*
Nova ABNT NBR 5419 comemora um ano de existência A nova norma ABNT NBR 5419:2015
PDA - Proteção de Descargas Atmosféricas:
acaba de completar um ano de vida. Gostaria
divide-se em SPDA e MPS;
de comemorar essa data com notícias boas,
SPDA - Sistema de Proteção contra Descar
como: “Todos os profissionais já conhecem a
gas Atmosféricas: dividida em externa e
norma e a aplicam”, ou “Todos os projetos já
interna está compreendida em subsistemas
estão saindo dentro da nova norma”, ou ainda
de
“Todas as instalações estão seguras”, etc.
conexões para evitar centelhamentos peri
Fato é que a realidade é que essas
gosos, respectivamente.
mudanças levam tempo para acontecer, seja
MPS - Medidas de Proteção contra Surtos:
porque muitos projetistas ainda não conhecem
é a proteção das instalações elétricas de
a norma nova, seja porque estão acostumados
energia e de sinal, equipamentos e pessoas,
com a norma antiga e não conseguem cortar
constituída por Dispositivos de Proteção
o cordão umbilical, ou ainda por pressão
contra Surtos (DPS), equipotencialização,
do mercado que os “obriga” a trabalhar na
roteamento de cabos, minimização dos
norma anterior.
laços (loops), blindagens espaciais, malhas
captação,
descida,
aterramento
e
Bom, uma coisa é fato e contra fatos não
de referência, etc. Essas medidas podem ser
existem argumentos. O fato é que a norma
adotadas separadamente ou em conjunto,
mudou. Agora cabe aos profissionais da área
conforme gerenciamento de risco da parte 2
correrem atrás da informação e se capacitarem
da norma.
para atender a essas novas exigências da norma.
Começaremos pelas novas siglas da nova
norma:
Veja na Figura 1, a seguir, o caminho para projetar uma proteção:
Figura 1 – Esquema de proteção.
111
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
O primeiro passo consiste em usar a
contra surtos apareceu nesta nova versão da
pois o custo é muito baixo para este caso
parte 2 da norma ABNT NBR 5419:2015
norma, o que não é verdade. A norma anterior
especificamente.
desenvolvendo o gerenciamento de risco.
já mencionava a proteção, pelo menos, dos
A norma deixa claro que caso você
Após análise, deve-se verificar se o valor do
quadros de entrada de energia e de sinal.
decida instalar um SPDA, mesmo não sendo
risco calculado está dentro do risco tolerável
A nova norma atualizou e aprimorou esses
necessário, este terá que atender, pelo menos,
pela norma ou não.
conceitos e outros novos e estabeleceu os
ao menor nível de proteção (Classe lV). O fato
Se o risco tolerado pela norma for
parâmetros e critérios mais detalhados de
de não precisar do SPDA não dá o direito de o
atingido, a solução sugerida deverá ser
como fazer essa proteção, criando o conceito
projetista dimensionar algo que esteja abaixo
implantada, porém, se esta não for atendida,
de zonas.
do mínimo que a norma exige.
então devemos retornar ao gerenciamento de
risco e analisar o que poderá ser melhorado
da ABNT NBR 5410:2004, colocar DPS pelo
é que há essa ferramenta para ajudar a escolher
para que o mesmo fique dentro dos limites
menos na entrada de energia e sinal se o
as melhores soluções técnicas com o menor
tolerados. Isso pode ser feito, por exemplo,
prédio tem SPDA, ou seja se tem risco de ser
custo possível, mas, independentemente disso,
com a indicação de um nível de proteção
atingido por uma descarga direta, mas será a
é a decisão do projetista que vai determinar
mais rigoroso, dividindo a edificação em
parte 2 da norma - Gerenciamento de risco,
o que poderá ser feito, além do que o
zonas, refinando a proteção interna com DPS
que irá determinar essa real necessidade ou
gerenciamento de risco apontar.
coordenados, ou blindagens espaciais, etc.
não, pois existem diversos fatores envolvidos
Depois de algumas tentativas iremos
e é a combinação destes fatores que irá
são muitas variáveis possíveis de serem
achar um conjunto de medidas técnicas que
encaminhar a solução técnica do projeto.
combinadas, podemos ter diversas soluções
deverão ser aplicadas em cada projeto, de
para uma edificação que sejam compatíveis
acordo com a análise de cada caso.
na região do recôncavo baiano com índice
tecnicamente.
baixíssimo de densidade de descargas
O mais importante do gerenciamento
As soluções técnicas podem ser:
É uma boa pratica, que, inclusive, consta
Recentemente, participei de um projeto
Uma coisa muito importante na nova norma
Outro dado interessante é que, como
atmosféricas (Ng) e, de acordo com o
de risco é que ele permite a combinação de
1- Necessidade de SPDA (externo e interno)
gerenciamento de risco não era necessária a
diversas variáveis, dando mais liberdade para
e MPS;
instalação de SPDA e nem de MPS.
o projetista determinar em quais das variáveis,
2- Necessidade de apenas SPDA (externo e
O prédio tem cinco andares, porém, está
em cada caso, é interessante direcionar o
interno) e indicação da classe de proteção;
rodeado de prédios muito mais altos, em
investimento. Ao mesmo tempo também
3- Necessidade apenas de MPS e quais
torno de 20 pavimentos. Lançando mão da
está delegando mais responsabilidade para
tipos de medidas;
esfera rolante e fazendo algumas tentativas,
o projetista tomar essa decisão, que inclusive
4- Não necessita de SPDA nem de MPS,
deu para perceber porque não precisava de
pode ser tomada em comum acordo com o
bastante raro de ser encontrada.
proteção contra raios diretos, pois este se
cliente, se for o caso.
encontrava dentro da zona 0B, dos prédios
Tem muita gente procurando na nova
que
vizinhos e a probabilidade de um raio direto
norma a tal tabela que estabelecia os níveis
eventualmente pode acontecer, seria colocar
seria baixíssima. Mesmo não necessitando de
de proteção e que na nova norma sai a partir
o SPDA com o nível de proteção mais rigoroso
SPDA e MPS, e levando em consideração um
do Gerenciamento do risco (parte 2).
(classe I), DPSs coordenados, sistema de
histórico recente de um raio que caiu em um
combate a incêndio automático, e outras
dos prédios vizinhos – o que ocasionou um
projeto mudou muito, o que está deixando
medidas complementares de proteção e,
choque (tensão de toque) em um funcionário,
alguns projetistas com os cabelos em pé, mas
mesmo com todas essas proteções, o risco
pois estava encostado numa porta metálica
com as novas ferramentas que estão sendo
ainda pode continuar acima do tolerável.
(sem maiores consequências) e também
disponibilizadas no mercado, esse problema
Nestes casos específicos, deverá ser justificado
o sistema de CFTV foi queimado –, achei
está sendo minimizado. Destaco o aplicativo
tecnicamente através do gerenciamento de
prudente sugerir algumas MPSs. A instalação
TUPAN, desenvolvido pela USP, como uma
risco todas as medidas a serem aplicadas e,
de DPS para a proteção dos equipamentos e
dessas ferramentas.
mesmo com todas as medidas mais rigorosas,
o aterramento das massas metálicas poderiam
infelizmente, o risco ainda ficou acima dos
garantir mais segurança.
*Normando V.B. Alves é engenheiro eletricista, diretor
parâmetros da norma, apesar de todas as
Dessa maneira, apesar de a norma
de engenharia da Termotécnica Para-raios e membro
medidas preventivas tomadas.
não exigir nada, achamos prudente sugerir
da comissão da ABNT que revisou a norma ABNT
a instalação de DPS como prevenção,
NBR 5419 | normandoalves@gmail.com
Uma
situação
incomum,
mas
Algumas pessoas acham que a proteção
Em resumo, o modo como se inicia um
112
Espaço 5410
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Por Eduardo Daniel*
Validação do projeto de norma de instalações elétricas fotovoltaicas
É interessante notar como os assuntos
demonstrado que estamos próximos da
técnicos ligados a novas tecnologias estão
finalização do projeto de norma elaborado
considerados nesta norma:
avançando cada vez mais rapidamente,
pelo GT Fotovoltaico. Resta cerca de
o que tem exigido das pessoas que
40% do conteúdo do projeto para ser
- O arranjo fotovoltaico é conectado a cargas
acompanham
Três tipos de circuitos de aplicação são
lido, discutido e validado pela plenária
em corrente contínua;
especialistas um esforço adicional nem
da
- O arranjo fotovoltaico é conectado a um
sempre disponível para a elaboração de
nos
documentos normativos confiáveis.
sobrecorrentes (5.3.2 do projeto de norma).
inclui ao menos isolação galvânica;
a
evolução
e
dos
Comissão requisitos
de para
Estudos,
entrando
proteção
contra
sistema em corrente alternada via UCP que
Na coluna do mês anterior, falamos
Para caracterizar bem aos que acom
- O arranjo fotovoltaico é conectado a um
sobre três novos temas, além do principal
panham esta coluna quais os componentes
sistema em corrente alternada via UCP que
que norteia os trabalhos da Comissão
e critérios da parcela de geração fotovoltaica,
não inclui isolação galvânica.
de Estudos CE 03:064.001 - Instalações
reproduz-se abaixo a parte do texto já validado
elétricas de baixa tensão. Se revisar o
do projeto de norma.
Esquemas de aterramento de sistemas fotovoltaicos
texto principal da ABNT NBR 5410 já constitui um esforço considerável (e que na
Configurações do arranjo fotovoltaico
reunião anterior teve um ponto nevrálgico
Configuração funcional de um sistema
terra é caracterizada pela existência ou não de
resolvido). A validação do projeto de
fotovoltaico
qualquer aterramento por razões funcionais,
norma de instalações elétricas fotovoltaicas
Arranjos fotovoltaicos são utilizados para
pela impedância dessa conexão à terra e,
tomou conta de toda a nossa agenda por
fornecer energia a um circuito de aplicação.
também, pelo tipo de aterramento do circuito
se tratar do tema mais crítico atualmente
A Figura 1 ilustra a configuração
de aplicação (por exemplo, inversor ou outro
e que carece de um documento normativo
funcional geral de um sistema fotovoltaico.
equipamento) a que o arranjo fotovoltaico
A conexão de um arranjo fotovoltaico à
urgente para viabilizar tecnicamente os novos projetos que estão surgindo. São as linhas de financiamento que estão ficando disponíveis, as chamadas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os projetos de P&D das distribuidoras de energia elétrica e as crescentes obras particulares
que
demandam
requisitos
validados desde o seu projeto. Isso não pode ficar na mão de projetistas e instaladores “curiosos” e que precisam dessa complementação da ABNT NBR 5410 atual das instalações convencionais.
Em relação a esse tema, mais uma vez,
ele foi a prioridade na reunião ocorrida no último dia 19/10, durante a qual ficou
Figura 1 – Configuração funcional geral de um sistema fotovoltaico.
113
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
está conectado. Isto e a localização do ponto
funcionais via resistência, é requerida
eficiência energética em instalações elétricas
de aterramento afetam a segurança do arranjo
proteção por um dispositivo supervisor de
de baixa tensão sendo desenvolvido por
fotovoltaico (ver Anexo B).
isolamento (DSI) (ver subcláusula 5.7.3.1.1).
GT específico, foram marcadas três reuniões
presenciais do próprio GT, que serão
As especificações dos fabricantes de
arranjo fotovoltaico é conectado devem ser
a leitura do texto base do projeto de norma
outubro e novembro.
levadas em consideração na determinação
em conjunto permitiu mais uma vez a
Você se interessa por algum desses
do tipo de esquema de aterramento mais
discussão de pontos que não apareceriam
assuntos?
apropriado.
numa análise baseada somente à distância
participe mesmo à distância.
O aterramento por razões de proteção de
e individualmente. É melhor, mais seguro
qualquer condutor vivo do arranjo fotovoltaico
e prudente investir mais tempo nas
*Eduardo Daniel é consultor da MDJ Assessoria
não é permitido.
discussões nesta fase, do que esperar um
e Engenharia Consultiva e coordenador da
retorno de votação da consulta nacional
Comissão de Estudos 03:064-001 do CB-0/ABNT,
para rediscutir pontos já consolidados.
que revisa a norma de instalações de baixa tensão
Em relação ao projeto de norma de
ABNT NBR 5410.
O aterramento funcional deve ser feito de
acordo com todas as condições a seguir: a – Existir, no mínimo, isolação galvânica entre os circuitos em corrente contínua e em corrente alternada. Essa isolação pode ser tanto interna quanto externa à UCP. Quando for externa à UCP e a UCP for um inversor, este deve ser compatível com este tipo de configuração e a isolação galvânica deve ser realizada por: - Um transformador por inversor; ou - Um transformador com diversos enrolamentos, com um enrolamento para cada inversor. Nota O inversor deve ser compatível com esse tipo de configuração. b – O aterramento de um dos condutores vivos em corrente contínua deve ser feito em um único ponto do arranjo fotovoltaico, próximo à entrada em cor rente contínua da UCP ou na própria UCP. Nota O aterramento deve ser feito, preferencialmente, o mais próximo possível do dispositivo de seccionamento do arranjo fotovoltaico, entre este dispositivo e a entrada em corrente contínua da UCP. c – Uma das seguintes condições adicionais pode ser aplicada: -
Quando um condutor vivo do
arranjo fotovoltaico for diretamente aterrado por razões funcionais, é requerida proteção por desconexão automática do aterramento para eliminar qualquer corrente de falta pelo condutor do aterramento funcional (ver subcláusula 5.7.2); - Quando um condutor vivo do arranjo fotovoltaico for aterrado por razões
Conforme já destacado no mês anterior,
divulgadas oportunamente e realizadas em
módulos fotovoltaicos e de UCPs a que o
Entre em contato conosco e
114
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
A situação dos sistemas de aterramento nas instalações elétricas do Brasil – Parte 2
Início dos estudos
• Valores de resistência ôhmica do eletrodo
insensatez e afirmam que não darão garantia
sendo exigidos sem o mínimo critério:
ao equipamento caso essas “afrontas à boa
não é raro ouvirmos relatos de nossos
técnica” não sejam cumpridas. Obviamente
• Existência de aterramentos pontuais: os
clientes contendo “ameaças” por parte dos
desconhecem a origem, o conceito e a
famosos “aterramentos egoístas”, ou seja,
fornecedores de equipamentos, que chegam
correta utilização do valor de resistência
vários eletrodos distintos, geralmente, hastes
ao absurdo de redigir documentos exigindo
ôhmica de um eletrodo de aterramento.
copperweld, situados em pontos diferentes
“um aterramento somente para eles”, e pior,
do terreno interligados a várias massas
com valores de resistência ôhmica do eletrodo
Os números impressionam
metálicas
equipamentos
inferiores a 5 Ω. Detalhe: tomam essa atitude
elétricos alimentados por uma única entrada
sem sequer conhecerem as características
parcial da compilação de dados do trabalho
de energia, como mostrado na Figura 1.
do solo no local. Essas pessoas cometem tal
realizado nos mais diversos tipos de sistemas
Foram inspecionados:
de
diferentes
Apresentaremos, a seguir, o resultado
de aterramento por todo o Brasil nos últimos 15 anos. Utilizamos uma amostra com universo de 800 locais. Cada local possuindo de 1 a 57 edificações.
Critérios adotados:
• Separação das edificações por ramo de atividade: Industrial, comercial e residencial; • Atribuição de nota (0 a 10) para os sistemas de aterramento local encontrados, em que: • 0 - sem sistema de aterramento no local; • 1 a 5 - possui sistema de aterramento na instalação, porém, o mesmo encontra-se em desacordo com as normas. As notas 1 a 5 foram atribuídas em função do tipo do eletrodo, das interligações e da conservação e manutenção do sistema; • 7 - o sistema de aterramento segue os parâmetros mínimos exigidos pelas normas; Figura1 – Configuração incorreta do sistema de aterramento local. O esquema de aterramento não está desenhado.
• 8 a 9 - além de seguir as normas o sistema de aterramento foi projetado atendendo
115
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Informações adicionais
requisitos e parâmetros adicionais, exemplo: utilizado como elemento componente de sistema para blindagem eletromagnética;
• 10 - o sistema segue totalmente as normas
nunca muda”, “na minha instalação não há
está bem dimensionado e mantido, além de
como implementar esse(s) conceito(s)”, ou
ter sido projetado e instalado para atender
“o Brasil sempre será o pais do jeitinho”,
a todos os requisitos de proteção pessoal e
Figura 4 – Avaliação em edificações residenciais.
funcional (instalações e equipamentos), além
Para aqueles que ainda pensam: “nada
sugerimos
três
excelentes
fontes
de
leitura:
de possuir toda documentação atualizada no local.
Perspectivas de melhorias
• Lei n° 8.078, de 11 de Setembro de 1990, o CDC – Código de Defesa
• Agir como multiplicadores massivos de
do Consumidor, aplicável a relações
informação difundindo-a sempre que possível;
comerciais para produtos e serviços;
• Trabalhar para que a comunidade técnica
•
absorva corretamente os conceitos e os
1997, que dispõe sobre a organização do
programe de forma organizada e equânime.
Sistema Nacional Defesa do Consumidor – SNDC e estabelece as normas gerais de
Figura 2 – Avaliação em edificações industriais.
Figura 3 – Avaliação em edificações comerciais.
Decreto nº 2.181, de 20 de Março de
Acreditamos que esta seja a melhor forma
aplicação das sanções administrativas
para que, em alguns anos, uma nova pesquisa
previstas no CDC;
possa mostrar resultados muito melhores dos
• NR 10, de 08 de dezembro de 2004,
aqui apresentados, significando, salvo melhor
Segurança
julgamento, que estaremos caminhando para
e
uma situação que apresentará instalações
regulamentadora do Ministério do Trabalho
elétricas mais seguras e confiáveis.
e Emprego (MTE).
Serviços
em em
Instalações Eletricidade,
Elétricas norma
116
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp. jstarosta@acaoenge.com.br
Projetos de eficiência energética devem ser implantados antes da Geração Distribuída (incluindo as fotovoltaicas) De fato, causa bastante interesse aos
potência de curto-circuito. Também a situação
especificação de sistemas com outros tipos
consumidores em geral a possibilidade de
de perda financeira das distribuidoras deve
de fonte (geradores, por exemplo). Ainda, esta
cada qual, individualmente, ou em consórcio,
ser cuidadosamente avaliada, caso contrário,
constatação é muito aplicável em situações
condomínio ou outra agregação prevista,
os outros consumidores sem geração própria
de fontes de “backup” não interligadas. O
gerar sua própria energia. As resoluções
pagarão a conta com redução da qualidade
tratamento de cargas “nervosas” com a
Aneel 482 e 676 são bastante flexíveis e
ou aumento de tarifa, caso a distribuidora
instalação de filtros é também, em geral,
apontam
“sobreviva”.
mais econômico que o custo do aumento da
que, se implantadas com responsabilidade,
Chama a atenção que nem sempre
potência dos equipamentos de geração.
podem trazer bons resultados. Existem alguns
as ações de eficiência energética são
aspectos que já foram aqui discutidos sobre
consideradas de forma natural previamente
exercitar o conceito, nos propusemos avaliar
a real necessidade técnica de sistemas de
à implantação de qualquer novo sistema de
uma ação de eficiência energética anterior
geração distribuída, em especial, os sistemas
Geração Distribuída (GD), uma vez que o
à implantação da PV, com a substituição de
fotovoltaicos (PV) estarem conectados em
custo por kWh economizado é bem menor que
100 lâmpadas fluorescentes compactas por
paralelo com as redes de distribuição das
aquele a ser investido para a nova geração.
lâmpadas Leds, operando por 300 horas por
concessionárias locais. Mesmo os sistemas
Portanto, o novo sistema, se dimensionado
mês, conforme o cenário representado nas
com geradores operados em situação isolada
em função de um novo cenário mais eficiente,
Tabelas 1 e 2 (cenários variam caso a caso).
ou “ilhados” merecem atenção em função da
terá um custo bem menor de implantação.
Neste cenário foram desconsideradas
pobre regulação de tensão devido à baixa
Esta constatação é aplicável mesmo na
análises temporais financeiras como as
para
interessantes
mudanças,
Muito simplificadamente, e como forma de
117
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
correções monetárias e custos financeiros,
Tabela 1 – Parâmetros considerados na análise
variações projetadas de custo de energia,
Custo do kWh
R$ 0,50
Operação da carga por mês
300 horas
Custo por kWp-DC - sistema PV
R$ 7,00
Vida útil sistema PV
25 anos
Horas geração PV/ano
4.000
custos
projetados
da
substituição
das
lâmpadas fluorescentes compactas (a vida estimada da lâmpada Led é superior a três vezes àquela da fluorescente compacta), custos de manutenção, garantia e outros. A simulação foi consolidada com informações
Tabela 2 – Resultados da simulação
obtidas de simulações do “portal solar”:
Cenário 1
Cenário 2
Situação atual
(retrofit)
desta análise são as seguintes:
Potência unitária da lâmpada
20 W
5W
Número de pontos
100
90
• O investimento para o retrofit do sistema
Variável
Os pontos de observação e conclusões
Potência Total das lâmpadas
2.000 W
450 W
de iluminação é de R$ 1.620,00 e o custo de
Energia Consumida/mês
600 kWh
135 kWh
implantação do sistema “PV1” é de R$ 47.000 e
Custo da energia/mês
R$ 300,00
R$ 67,50
do “PV2” é de 13.000 (diferença de implantação
Custo para implantação de retrofit em Iluminação
R$ 1.620
entre os dois sistemas de R$ 34.000);
Economia mensal de energia devida ao retrofit
R$ 232,50
• O custo da energia economizada (relação
Payback simples do retrofit
7 meses
entre investimento para a Ação de Eficiência
20.000 horas
Energética e energia economizada) neste
9.000 kWh
projeto é da ordem de R$ 0,05/kWh ao longo
Vida útil do novo sistema de iluminação Energia consumida durante a
40.000 kWh
vida útil sistema iluminação
da vida da lâmpada; o custo da geração PV 31.000 kWh
Economia de energia durante a vida útil sistema de iluminação Custo da energia consumida durante
nos 25 anos é de R$ 0,26 e o da distribuidora de
R$ 20.000
R$ 4.500
a vida útil da lâmpada
aproximadamente
R$
0,50
(AES;
Eletropaulo; B3); • Cada projeto de eficiência energética tem
Economia durante a vida útil
R$15.500
seu custo de implantação e vida útil e deve
Custo do kWh economizado
R$ 0,05
ser comparado as demais condições de
(R$/kWh) - Investimento/kWh economizado
suprimento da energia;
Potência PV-estimada-FS 0,3
6.667 W
1.500 W
• A percepção de payback máximo pode ser
Energia gerada na vida útil PV – 25 anos
180.000 kWh
40.500 kWh
equivocada. Este indicador quando avaliado
Investimento no sistema PV
PV1: R$ 47.000
PV2: R$ 13.000
isoladamente não representa a viabilidade do projeto.
118
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Primeiros certificados internacionais IECEx para equipamentos mecânicos “Ex” móveis, por fricção ou por falta de lubrificação de
Por este motivo, estes equipamentos
2016 os primeiros certificados internacionais
suas partes constituintes.
mecânicos
IECEx
mecânicos
Equipamentos mecânicos instalados em
dimensionados, fabricados, avaliados, ensaiados
“Ex”, adequados para instalação em áreas
atmosferas explosivas, tais como bombas
em laboratório, certificados e marcados de
classificadas contendo atmosferas explosivas de
centrífugas, compressores alternativos, caixas
acordo com os requisitos indicados nas
gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis.
redutoras com engrenagens, pontes rolantes,
respectivas normas técnicas de tipos de
O primeiro certificado de equipamentos
ventiladores
proteção “Ex” para equipamentos não elétricos.
mecânicos “Ex” emitido pelo IECEx foi elaborado
possuem fontes próprias de risco potencial de
pelo INERIS (Institut National de l'Environnement
ignição.
IEC as seguintes normas técnicas internacionais
Foram emitidos em junho e setembro de para
equipamentos
e
elevadores,
normalmente,
necessitam
ser
projetados,
Em fevereiro de 2016, foram publicadas pela
Industriel et des Risques), da França, tendo como
sobre equipamentos mecânicos “Ex”, elaboradas
base as normas internacionais ISO 80079-36 e
pelo Subcomitê SC 31M do TC 31 da IEC:
ISO 80079-37. Os equipamentos mecânicos “Ex” certificados, neste caso, são bombas
• ISO 80079-36: Atmosferas explosivas -
dosadoras fabricadas pela empresa Dosatron
Parte 36: Equipamentos não elétricos para
International, com tipo de proteção Ex “h”.
utilização em atmosferas explosivas - Métodos
Exemplos dispositivos
de
outros
para
certificados
medição
de
são
e requisitos básicos. https://webstore.iec.ch/
rotação
publication/24256
de equipamentos mecânicos (Ex “h”) e
• ISO 80079-37: Atmosferas explosivas - Parte
equipamentos de refrigeração acionados por ar
37: Equipamentos não elétricos para utilização
comprimido do tipo Vortex (Ex “h”).
em atmosferas explosivas - Tipos de proteção
Casos históricos de acidentes envolvendo
explosões em instalações industriais contendo atmosferas
explosivas
ocasionadas
Figura 1 – Exemplo de equipamento mecânico “Ex” certificado para instalação em atmosferas explosivas.
por
não elétricos: segurança construtiva “c”, controle de fonte de ignição “b” e imersão em óleo “k”. https://webstore.iec.ch/publication/24255
equipamentos mecânicos são registrados desde
Os
podem
• ISO/IEC 80079-38: Atmosferas explosivas
o início do século 20. Dessa forma, desde aquela
possuir diversas fontes possíveis de ignição de
- Parte 38: Equipamentos não elétricos
época, os equipamentos mecânicos instalados
atmosferas explosivas, tais como: superfícies
para utilização em atmosferas explosivas -
em
quentes,
gases
Equipamentos e componentes em atmosferas
reconhecidos como sendo uma possível fonte de
aquecidos ou partículas quentes, faíscas
explosivas em minas subterrâneas. https://
ignição de atmosferas explosivas formadas por
geradas mecanicamente, dispositivos elétricos
webstore.iec.ch/publication/24210
gases inflamáveis ou por poeiras combustíveis.
centelhantes, correntes parasitas ou de proteção
catódica de corrosão, eletricidade estática,
No âmbito da Comunidade Europeia,
em atmosferas explosivas, os equipamentos
descargas
radiofrequência
existem as normas da série EN 13463 - Non-
mecânicos
ou ondas eletromagnéticas, radiação óptica,
electrical equipment for use in potentially
requisitos construtivos adequados de forma
radiação
explosive
que não possam gerar faíscas ou centelhas ou
adiabática, ondas de choque ou reações
2001. Em 2003 entraram em vigor na União
pontos quentes, provenientes de atritos de partes
exotérmicas.
Europeia as Diretivas ATEX 95 (European Union
atmosferas
explosivas
são
também
Sob o ponto de vista de segurança industrial também
necessitam
possuir
equipamentos
presença
mecânicos
de
eletrostáticas, ionizante,
chamas,
ultrassom,
compressão
atmospheres,
publicadas
desde
119
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Directive 1994/9/EC) e ATEX 137 (European
disponível para acesso público na internet, em
e de conformidade das instalações “Ex”, ao longo
Union Directive 1999/92/EC), que requer que
que são disponíveis, além dos certificados de
do seu ciclo total de vida.
os equipamentos mecânicos em atmosferas
conformidade, dentre outros documentos, os
explosivas sejam avaliados quando da instalação
relatórios de ensaios (ExTR) e relatórios de
de normalização técnica da ABNT, a Comissão
em atmosferas explosivas. Desde abril de 2016
avaliação do sistema de gestão da qualidade
de Estudo CE 003:031.05 do Subcomitê
é aplicável a Directive 2014/34/EU. As normas
(QAR) dos fabricantes e das empresas de
SC-31 do Cobei participa de todo o processo
técnicas internacionais da série ISO/IEC 80079
prestação de serviços “Ex”.
de elaboração, análise, comentários, votação e
foram elaboradas tendo como base, dentre
Com a publicação das normas técnicas
aprovação de publicação das normas técnicas
outras, as normas da série EN 13463.
internacionais da série ISO/IEC 80079 sobre os
internacionais ISO/IEC 80079. Esta comissão
No âmbito internacional da IEC foram
tipos de proteção para equipamentos mecânicos
de estudo encontra-se, desde 2014, executando
elaborados em 2015 e 2016 pelo IECEx os
“Ex”, bem como com a entrada em operação
os trabalhos de elaboração das respectivas
Documentos Operacionais para o sistema de
do sistema internacional de certificação de
normas técnicas brasileiras da série ABNT
certificação de equipamentos mecânicos “Ex”,
equipamentos mecânicos “Ex” pelo IECEx,
NBR ISO/IEC 80079, a serem publicadas
incluindo um “Guia de orientação” para os
pode ser verificado que diversos organismos de
pela ABNT, equivalentes às respectivas normas
organismos de certificação e fabricantes de
certificação estão solicitando a extensão de seu
internacionais da IEC.
equipamentos mecânicos “Ex” interessados em
escopo de acreditação, de forma a incorporar
Os
participar deste sistema.
também este tipo de equipamentos mecânicos
equipamentos mecânicos “Ex”, tais como IECEx
No âmbito do Brasil, sob o ponto de vista
certificados
internacionais
para
“Ex”.
INE 16.0031X (07/06/2016), IECEx BAS
mecânicos “Ex” do IECEx é totalmente integrado
Com a consolidação do processo de
16.0087X (07/09/2016) e IECEx SIR 16.0022X
e harmonizado com os demais sistemas já
certificação de equipamentos mecânicos “Ex”
(12/09/2016) encontram-se disponíveis para
elaborados para equipamentos elétricos “Ex”,
no mundo e também no Brasil, por parte dos
acesso público no sistema online de certificação
empresas de prestação de serviços “Ex”
organismos de certificação “Ex” acreditados,
do IECEx e podem ser encontrados com a
e
utilizando
tanto localmente como internacionalmente, é
pesquisa pela norma “80079”.
o mesmo sistema online de certificação,
esperada uma elevação dos níveis de segurança
http://iecex.iec.ch/iecex/exs.nsf/ex_eq.xsp?v=e
O sistema de certificação de equipamentos
competências
pessoais
“Ex”,
120
Falando sobre a luz
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Plinio Godoy é engenheiro eletricista e atua no campo da iluminação desde 1983. É proprietário do escritório CityLights Urban Solutions, especializado em iluminação urbana; da Godoy Luminotecnia, voltada para iluminação arquitetônica; e da Lienco Lighting Solutions, onde atua no campo da integração da iluminação e controles digitais. É coautor do livro Iluminação urbana e professor do curso de pós-graduação em Instalações Elétricas na Facens-Sorocaba. É palestrante em diversos congressos nacionais e internacionais.
Não só de eficácia e de eficiência vive o homem
Nesta segunda coluna que falamos
Hoje, com o advento dos Leds, quase
soluções pelo mundo, principalmente, na
sobre a luz, me ocorreu um fato interessante
ficamos obrigados a trabalhar com esta
iluminação de fachadas, que ficaram bastante
que gostaria de conversar com vocês. O
tecnologia, que aos poucos, baseado em
caracterizadas com a geração de projetos
publicou
muito desenvolvimento, tentam chegar nos
com Leds, pois eram interessantes para quem
uma foto muito bonita da fachada do Tribunal
resultados de luz daquelas fontes tradicionais.
investia mostrar que já estavam utilizando a
de Justiça de São Paulo, localizado na Praça
Os Leds apresentam muitas carac te
tecnologia.
da Sé, na capital paulistana, um projeto que
rísticas interessantes, como vamos ter a
http://croled.com.vn/product-detail/am-dat-linear-
desenvolvi quando ainda não era tão forte a
oportunidade de conversar nas próximas
6x2w-mono/
presença da tecnologia Led.
colunas, porém, a projeção da luz dos
Então me ocorreu uma certa “saudade” de
projetores a Led pode ser diferente das
como, na época, com lâmpadas de descarga,
luminárias e projetores tradicionais, pois
do Led, outros projetos foram desenvolvidos
como vapor metálico de 35 W, fluorescentes,
baseiam-se na projeção da luz através de
ressaltando as novas consequências da
filtros, equipamentos analógicos, reatores e
colimadores, ou lentes, que criam a abertura
tecnologia, como linhas, mudanças de cores,
dimmers, conseguíamos desenvolver nossos
do facho correspondente.
pontos e a utilização de programação digital.
projetos, com muitas soluções baseadas em
http://spie.org/newsroom/3531-solving-optical-
ledit-tech.en.made-in-china.com/
testes em campo, experiências. Esta época
problems-for-led-applications
@prediosdesaopaulo
não significa muitos anos não, estamos Foto: @prediosdesaopaulo.
falando de 2008, 2010. Figura 1 - Tribunal de Justiça de São Paulo.
Também utilizando-se das características
Presenciamos momentos limites entre a
tecnologia e a qualidade dos resultados, pois
Esta característica criou uma série de
novas possibilidades tornavam-se possíveis. http://www.erslighting.com/
Entender estas diferenças é fundamental para a criação de resultados de qualidade, às vezes buscando resultados similares às tecnologias anteriores e, por vezes, buscando efeitos mais característicos dos Leds.
Para buscar resultados mais sofisticados
de luz, com melhores controles óticos, luz mais suave e “mole”, os desenvolvedores de equipamentos passaram a ajustar seus produtos, buscando melhorar esta relação, criando soluções em que a qualidade da luz poderia ser o principal objetivo, mesmo utilizando-se os Leds, e, para atingir estes objetivos, passaram a utilizar das tecnologias de reflexão e difração. www.schreder.com
121
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
quando instalamos as novas lâmpadas tubulares a Led nas luminárias existentes. O documento Caliper 21-2_t8, que pode ser baixado no link a seguir, mostra as comparações entre diversos tipos de luminárias
Figura 2 – Os Leds oferecem soluções que passaram a ser utilizadas com frequência em fachadas. Fonte: http://croled.com.vn/
em
diferentes
situações
de
lâmpadas, desde as T8 convencionais até as Led tubulares com diferentes tipos de difusão de luz. Figura 3 – Fotografia de 20 combinações de lâmpada e luminária. Fonte: www.eere.energy.gov
está nas lâmpadas fluorescentes e n a
existente e seus possíveis retrofits. Para
A iluminação, então, utilizando-se de
tecnologia de Led tubular.
acessar o estudo, acesse http://www1.eere.
tecnologias
vezes,
É preciso tomar muito cuidado com
energy.gov/buildings/publications/pdfs/ssl/
retrocede no que tange os resultados
a substituição pura e simplesmente das
caliper_21-2_t8.pdf
luminotécnicos, pois “não só de eficácia e
lâmpadas fluorescentes pelas tubulares pela
eficiência vive o homem”.
questão fotométrica.
Conclusão
Temos que ter cuidado, pois utilizar as
soluções disponíveis podem trazer consequências
próximo ao da equivalente fluorescente,
projeto utilizando a tecnologia Led é entender
não muito desejadas, uma vez que a dispersão da
mas sim as fotometrias decorrentes da
a fotometria, pois, muito comumente, somos
luz pode se dar de maneira diferente.
utilização das lâmpadas mais os refletores
levados para decisões baseados em fluxos,
da luminária. Os diferentes modelos e
eficiências, enfim, números, e devemos sim
Led tubular
produtos apresentam diferentes distribuições
estarmos focados na comparação entre
luminosas e estas diferenças são impactantes
resultados efetivos de luz no espaço.
Estas soluções utilizam refletores e filtros
que possibilitam diferentes efeitos luminosos, ajustando, assim, o resultado às expectativas do projeto. mais
atuais,
muitas
Outro exemplo dessa mesma questão
Não basta o fluxo da tubular Led ser
Neste documento, o comparativo entre
diversas luminárias e lâmpadas nos dá uma ideia de como há variação entre o sistema
Importante para quem irá desenvolver um
122
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Equipe técnica da Omega Engineering
Aplicação de RTDs para medição de temperatura no setor elétrico
Os transmissores e os sensores de temperatura têm muitas e
O padrão bird-cage, proposto por Evans e Burns, substituiu o
variadas aplicações no setor de geração e transmissão de energia. No
design de Meyers. O elemento de platina permanece, em boa parte,
entanto, particularidades específicas para cada instalação industrial
sem suporte, o que o permite se mover livremente quando ocorre
podem restringir e até mesmo impedir o uso de determinadas
expansão ou contração causada por variações de temperatura.
tecnologias ou produtos.
Medições de temperatura erradas ou imprecisas podem ter
mecânica com o tempo e a temperatura são então minimizadas e
consequências muito custosas e, eventualmente, trágicas no setor
o bird-cage tornou-se o padrão de laboratório definitivo, ainda que
elétrico. Tais falhas costumam ocorrer por alterações nos sinais de
muito frágil para uso em ambientes industriais.
tensão de termopares ou Detectores Termométricos de Resistência
(RTDs), o que pode ser prevenido facilmente com o uso de
Figura 2. O fio duplo de platina é enrolado em uma bobina de vidro
transmissores de temperatura.
ou de cerâmica. Assim, o processo de vedação garante que o RTD
mantenha sua integridade sob vibrações extremas, mas também
A seguir, é detalhado o funcionamento dos RTDs para que os
As alterações na resistência induzidas por deformação/tensão
Uma técnica de construção mais reforçada é demonstrada na
técnicos possam avaliar a adequação destes produtos às suas
limita a expansão do metal platina em temperaturas altas.
aplicações:
Esses dispositivos mantêm excelente estabilidade em aplicações
de vibrações moderadamente reforçadas.
História
No final do século XIX, Sir William Siemens propôs o uso da platina,
que vem sendo usada até hoje como elemento em um termômetro de resistência e alta exatidão.
A construção clássica do RTD com o uso de platina foi proposta
por C. H. Meyers, em 1932, em um tubo de vidro. Essa construção minimizou a deformação/tensão mecânica no fio, maximizando a resistência ao mesmo tempo.
Figura 2 – RTDs típicos.
RTDs de película de metal Figura 1 – Construção do RTD de Meyers.
Na técnica de construção mais recente, uma película de pasta
semifluida de platina ou de metal/vidro é depositada ou peneirada
123
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
em um pequeno substrato plano de cerâmica, gravada por um
zero. Para evitar sujeitar os três resistores que completam a ponte
sistema de corte a laser e vedada.
a mesma temperatura do RTD, o RTD é separado da ponte por um
O RTD de película oferece uma redução significativa no
par de fios de extensão:
tempo de montagem e tem a vantagem adicional do aumento de resistência para um determinado tamanho. Apesar de menos estáveis, estes RTDs estão se tornando mais populares por causa de suas vantagens definitivas em relação ao tamanho e ao custo de produção.
Medição da resistência
Figura 5 – RTD separado da ponte.
Os valores comuns de resistência para um RTD de platina
variam de 10 ohms, para o modelo bird-cage, a vários milhares de
ohms, para o RTD de película. O valor mais comum é de 100 ohms
inicialmente: a impedância dos fios de extensão afeta a leitura da
Esses fios de extensão causam o mesmo problema apresentado
a 0 °C. O coeficiente de temperatura padrão DIN 43760 do fio de
temperatura. Esse efeito pode ser minimizado pelo uso de uma
platina é α = 0,00385. Para um fio de 100 ohms, isso corresponde
configuração de ponte de três fios:
a + 0,385 ohms/°C a 0 °C.
Tanto a inclinação quanto o valor absoluto são pequenos,
especialmente se considerarmos o fato de que os fios de medição que levam ao sensor podem ter vários ohms, ou até mesmo dezenas de ohms.
Figura 6 – Ponto de três fios.
Se os fios A e B tiverem exatamente o mesmo comprimento, os
efeitos de impedância serão cancelados, pois cada um deles está em uma perna oposta da ponte. O terceiro fio, C, atua como fio sensor e não conduz corrente. A ponte de Wheatstone, mostrada na Figura 4, cria uma relação não linear entre a mudança da resistência Figura 3 – Efeito da resistência do fio.
e a mudança da tensão de saída da ponte.
Isso agrava a característica não linear de temperatura de
Uma pequena impedância do fio pode contribuir com um erro
resistência do RTD, pois exige uma equação adicional a fim de
significativo em nossa medição de temperatura. Uma impedância de
converter a tensão de saída da ponte em uma impedância de RTD
10 ohms implica erro de 10/0,385 ≅ 26 °C na medição. Até mesmo
equivalente.
o coeficiente de temperatura do fio-guia pode contribuir com um erro mensurável. O método clássico para evitar esse problema é
Ohms em quatro fios
usar uma ponte.
A técnica de utilização de uma fonte de corrente juntamente com
um voltímetro digital com sensor remoto ameniza vários problemas associados à ponte. A tensão de saída lida pelo voltímetro digital e diretamente proporcional a resistência do RTD, de forma que somente uma equação de conversão é necessária.
Figura 4 – Ponte de Wheatstone.
A tensão de saída da ponte é uma indicação indireta da
resistência do RTD. A ponte exige quatro fios de conexão, uma fonte externa e três resistores com um coeficiente de temperatura igual a
Figura 7 – Medição de ohms em quatro fios.
124
Dicas de instalação Os três resistores que completam a ponte são substituídos por um
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
polinômio de 20a ordem, a fim de fornecer um ajuste de curva mais exato.
resistor de referência. O voltímetro digital mede somente a queda de
tensão no RTD e é indiferente ao comprimento dos fios-guia.
mais linear do que o termopar, grafico 1.
O gráfico 1, dessa equação mostra que o RTD é um dispositivo
A única desvantagem do uso de resistência em quatro fios é que
se faz necessário usar mais um fio de extensão do que com a ponte de
Precauções práticas
três fios. É um pequeno sacrifício a ser feito para que possamos obter uma medição de temperatura exata.
As mesmas precauções práticas que se aplicam a termopares
também se aplicam a RTDs, ou seja, use blindagens e fio de par trancado, use um revestimento adequado, evite tensão e gradientes altos, use um fio de extensão grande, mantenha uma documentação apropriada e use um voltímetro digital integrador protegido.
Alem disso, as seguintes precauções devem ser observadas:
Construção – Devido à sua construção, o RTD é um pouco mais frágil que o Figura 8 – Resistência em quatro fios.
Conversão de resistência em temperatura
O RTD é um dispositivo mais linear do que o termopar, mas, mesmo
assim, exige um ajuste de curva. A equação Callendar-Van Dusen tem sido usada há anos para aproximar a curva de RTD:
termopar e, portanto, algumas precauções para protegê-lo devem ser tomadas. Autoaquecimento – Ao contrário do termopar, o RTD não tem autoalimentação. Uma corrente deve ser transmitida por meio do dispositivo para fornecer uma tensão que possa ser medida.
A corrente provoca um aquecimento em joule (I2R) dentro do RTD,
alterando a sua temperatura. Esse autoaquecimento aparece como um erro de medição. Consequentemente, é preciso atenção à magnitude da corrente de medição fornecida pelo ohmímetro.
Um valor típico do erro de autoaquecimento é 0,5 °C por miliwatt
ao ar livre. Obviamente, um RTD imerso em um meio termicamente Em que:
condutor distribuirá seu calor em joule para o meio e o erro causado pelo autoaquecimento será menor.
RT = Resistência na temperatura T
Ro = Resistência em T = 0 °C
aumentará apenas 1⁄10 °C por miliwatt em ar que flui a vazão de um
α = Coeficiente de temperatura em T = 0 °C
metro por segundo. Para reduzir erros de autoaquecimento, use a
(normalmente +0,00392Ω/Ω/°C)
mínima corrente de medição em ohms que possa ser usada, mas que
δ = 1,49 (valor tipico para a platina de 0,00392)
ainda forneça a resolução necessária, e use o maior RTD possível, mas
β=0T>0
que ainda apresente um bom tempo de resposta.
0, 11 (tipico) T < 0
O mesmo RTD, que aumenta 1 °C por miliwatt ao ar livre,
Obviamente, algumas concessões terão de ser consideradas.
Desvio térmico – O desvio térmico e o ato de alterar a temperatura
Os valores exatos dos coeficientes α, β e δ são determinados por meio
de medição ao inserir um transdutor de medição. O desvio térmico é
da realização de um teste do RTD em quatro temperaturas e da solução das
um problema mais comum com RTDs do que com termopares, pois a
equações resultantes. Essa equação familiar foi substituída em 1968 por um
massa física do RTD é maior do que a de um termopar.
Força eletromotriz (FEM) térmica – A conexão platina-cobre que é
feita durante a medição do RTD pode provocar uma tensão de offset térmica. A técnica de ohms compensada por offset pode ser usada para eliminar esse efeito.
Mais informações sobre termopares e RTDs podem ser obtidas no
site br.omega.com.
Referência OMEGA Engineering, Manual de Referência Técnica de Temperatura.
126
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Um olhar sobre os 20 anos de regulação do setor elétrico no Brasil O surgimento da Agência Nacional de
aos meramente corretivos ou punitivos (foco
respondem pela qualidade do produto, dos
Energia Elétrica (Aneel), assim como de outras
no que já aconteceu).
serviços e do atendimento comercial prestado
agências reguladoras no Brasil, seguiu uma
Para isso, basta olharmos a evolução ocorrida
aos consumidores, sendo exigidas pelo regulador,
tendência observada em outros países e teve
no que se refere às exigências estabelecidas
inclusive financeiramente, a cumprir os padrões
certo viés de contrapartida ao processo de
e aos mecanismos de controle voltados para a
de qualidade fixados pela regulamentação.
privatização ocorrido na década de 1990. A
garantia da qualidade do produto oferecido e dos
demanda surgiu a partir do pressuposto de
serviços prestados pelas distribuidoras a seus
que a transferência da prestação de um serviço
clientes, embora essa evolução, ingenuamente,
a existência de padrões mínimos de qualidade
público federal a agentes privados deveria ser
possa parecer um aspecto regulatório de menor
e seu paulatino estreitamento, mas, apenas,
acompanhada de uma base mais sólida e de
importância frente às atuais preocupações do
de constatar e destacar que as distribuidoras
um maior rigor no exercício das funções de
setor.
constituem o elo mais fortemente afetado. Pode
regular, fiscalizar, mediar e definir tarifas, com
Tomada a cadeia de atores envolvidos
haver um conjunto de pressões e preocupações
vistas a preservar o interesse público e garantir
na prestação do serviço público de energia
mais graves que as descritas acima, não apenas
o equilíbrio do mercado.
elétrica (geração, transmissão e distribuição),
para as distribuidoras, como também para
Isso porque o fornecimento de energia
as empresas de distribuição de energia elétrica
geradoras e transmissoras.
elétrica é de competência da União, que pode
estão mais expostas a riscos, sendo que boa
executá-lo diretamente ou mediante concessão
parte deles deve-se, justamente, ao fato de que
preocupações mais contundentes, associado
(ou permissão). Vale lembrar que agências
são as distribuidoras que atuam como elo da
aos exemplos citados exige que as empresas
reguladoras, como a Aneel, devem atuar com
cadeia com a população usuária desse serviço.
disponham de uma “regulação interna”, isto é,
independência em relação aos interesses de três
Como alguns exemplos, temos:
estrutura e recursos voltados para a gestão das
Claro que não se trata de julgar inadequada
De todo modo, esse elenco de pressões ou
obrigações e necessidades regulatórias, com
partes diretamente envolvidas: o prestador do serviço, seu público consumidor e, finalmente, o
1) Enquanto novos empreendimentos de
vistas a detectar e apontar possíveis rupturas a
próprio governo, buscando sempre conciliá-los.
geração e de transmissão têm suas “tarifas” ou
serem corrigidas e não repetidas, se já ocorridas,
Passados esses primeiros 20 anos de
preços acordados nos leilões realizados pela
ou a serem evitadas, se previstas a tempo.
atividades da Aneel, qualquer balanço que se
Aneel, as tarifas definidas para as distribuidoras
queira produzir sobre os resultados de suas
são afetadas por uma previsão de mercado que
trabalham, neste exato momento, no sentido de
ações no período resultará em algo certamente
pode não se confirmar por força de fatores sobre
prover ferramental para esses agentes, de modo
influenciado pelas diferentes visões de distintos
os quais não exercem qualquer controle;
a que possam atuar na condição descrita. Basta
atores que se disponham a fazê-lo e, portanto,
2) Pressiona-se, consistentemente, a parcela
aguardarmos e teremos, em breve, boas novas
carecerá de unanimidade. De todo modo, o
dos valores cobrados dos consumidores que
para o cenário.
saldo é positivo.
se destina efetivamente às distribuidoras (cerca
A regulação do setor elétrico tem
de 16% em 2015), sendo o restante repassado
mostrado que sua construção ocorreu com
ao governo sob a forma de tributos, aos demais
solidez suficiente e necessária em suas
agentes (geradoras e transmissoras) e para
bases conceituais e que a agência tem obtido
custeio de programas setoriais;
sucesso na busca pela sua evolução, seja
3) São igualmente as distribuidoras que
no que diz respeito ao aprimoramento das
arcam com o aumento da inadimplência dos
regras inicialmente fixadas, seja no gradual
consumidores, que se amplia em contextos
e natural aumento, tanto quanto possível,
econômicos menos favoráveis, fato que não
do rigor nas suas ações de fiscalização,
as exime de transferir os valores devidos aos
Por Rivaldo de Oliveira Ferreira e Márcio Gualberto
realizadas presencialmente ou à distância,
governos – federal e estaduais – e aos demais
Pires, respectivamente, vice-presidente da Divisão
privilegiando-se cada vez mais os aspectos
agentes;
de Utilities da Sonda IT e consultor especialista no
preventivos (foco no futuro) em contraposição
4) Naturalmente, são as distribuidoras que
mercado de Utilities.
A boa notícia é que há empresas que
128
Agenda 5 a 8 de dezembro
Cursos
Proteção e seletividade em sistemas elétricos industriais
Descrição
Informações
Os alunos deste curso irão entrar em contato com práticas e cálculos de faltas (curto-circuito) trifásicas, bifásicas, fase-terra, e por arco e também com fundamentos de TCs, TPs, bobinas de Rogowski e dos principais dispositivos de proteção; proteção de cabos, capacitores, barramentos, transformadores, geradores, motores. Além disso, os participantes aprenderão como coordenar e tornar seletivos disjuntores, fusíveis, relés de proteção, etc.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3579-8768 treinamentos@engepower.com
5 e 6 de dezembro
Relés de proteção SEL Schweitzer: estudo, parametrização e testes
Descrição
Informações
Qualificar o aluno para trabalhar com relés SEL Schweitzer, de modo a comunicar, parametrizar, testar, interpretar resultados e obter oscilografias. Este é o intuito deste treinamento promovido pela Conprove. Os treinandos também terão a oportunidade de realizar aulas práticas – que terão reduzido número de alunos - com relés de proteção e malas de testes microprocessadas.
Local: Uberlândia (MG) Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br
5 a 7 de dezembro
Testes avançados em motores e geradores de média tensão
Descrição
Informações
Voltado a profissionais que trabalham na área de manutenção e testes de motores e geradores elétricos, em especial, os de média tensão, o curso apresentará aos participantes procedimentos e instrumentos de testes de última geração capazes de fornecer subsídios para diagnóstico de falhas/defeitos nessas máquinas. Além de aulas expositivas, o curso contará com atividades práticas em laboratório.
Local: Itajubá (MG) Contato: (35) 3629 3500 fupai@fupai.com.br
9 a 11 de dezembro
Projeto de usinas fotovoltaicas de grande porte
Descrição
Informações
O objetivo do curso é capacitar os alunos participantes nos temas fundamentais para projetar usinas fotovoltaicas (UFV) de grande porte, complementado por simulação com softwares tradicionais no mercado internacional e desenho em Autocad. Entre os temas que serão apresentados durante as aulas estão: contratação de usinas fotovoltaicas: leilão de energia, PPA; equipamentos, características e composição de sistemas; dimensionamento de sistemas, cálculo de perdas, cálculo de strings; e simulação em PVSyst com sombreamento.
Local: Recife (PE) Contato: cursos@solarize.com.br www.solarize.com.br
21 a 23 de novembro
Eventos
O Setor Elétrico / Outubro de 2016
Encontro para Debates de Assuntos de Operação (Edao)
Descrição
Informações
Importante fórum de debates da operação do sistema elétrico e suas instalações, o encontro proporciona o intercâmbio de experiências e conhecimentos por meio da apresentação de trabalhos especialmente selecionados, painéis de debates, conferências realizadas por especialistas convidados e cursos de curta duração indicados pelo Comitê Técnico. A 14ª edição trará uma novidade: o Espaço Inovação, para exposição dos trabalhos considerados mais inovadores.
Local: São Paulo (SP) Contato: (21) 2556-5929 eventos@cigre.org.br
1º de dezembro
Enaltesse ABCE - Encontro dos Altos Executivos do Setor Elétrico
Descrição
A segunda edição do encontro girará em torno do tema geral “Temas dominantes para o aperfeiçoamento do setor elétrico brasileiro". Ao final do evento, será redigida a “Carta do 2º ENALTESSE ABCE”, com o resumo das proposições, que será entregue à Presidência da República, ao Ministro de Minas e Energia, aos Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, ao Presidente da EPE e ao Diretor Geral da Aneel.
Informações Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3089-8800 abce@abce.org.br
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Índice de anunciantes
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