An o 8 - Ed i ç ã o 9 6 Janeiro de 2014
De quem é a responsabilidade pela iluminação pública? Prefeituras já deveriam ter assumido os ativos da iluminação pública, mas impasse com Aneel postergou o prazo para o fim de 2014
Mercado de fios, cabos e acessórios em alta Levantamento exclusivo revela que setor está em expansão e projeta crescimento para este ano
Monitoramento de subestações Conceitos e técnicas para coordenação e seletividade
Novos fascículos colecionáveis
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Sumário
atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br
Mercado de fios, cabos e acessórios 80 Pesquisa exclusiva revela dados de mercado, como faturamento, produtos mais comercializados, expectativas de crescimento, entre outras informações, baseada na opinião de distribuidores, fabricantes e consumidores de fios, cabos e seus acessórios.
Painel de notícias 6
Coluna do consultor 118
Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com
Ilume atinge metas para 2013; Aneel adia entrada em vigor de
O consultor técnico Hilton Moreno fala sobre uma das grandes
sistema de bandeiras tarifárias; Nova norma para materiais
novidades deste início de ano: a publicação da portaria do
isolantes sólidos; Schneider Electric amplia programa social
Inmetro referente à certificação das instalações elétricas.
Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187
no Brasil. Estas e mais notícias sobre mercado, empresas,
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico Hilton Moreno Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Altair de Melo, Ariovaldo Leonardi, Caio Andrade, Carlos Alexandre Nascimento, Claudio Floridia, Claudio Hortêncio, Danilo Dini, Edi Carlos Martins Santos, Fabio Bassan, Fernando Pereira, Geraldo Rocha, Giovani Souza, Glauco Simões, Igor Sant’Anna Tamasauskas, João Batista Rosolem, Luiz Felipe Costa, Marcelo Paulino, Marcus Possi, Miguel Rosa Júnior, Paulo Lima, Pierpaolo Cruz Bottini, Rivael Penze, Sergio Feitoza, Vasco Trestini Neto Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Yara Ferreira | Poeira Estúdios Impressão - Gráfica Ipsis Distribuição - Correio
produtos e normas do setor elétrico nacional.
Fascículos 21 Reportagem – Iluminação pública 64 Diante da obrigação de assumir a responsabilidade pela gestão da iluminação pública, diversos municípios do país se mostram descontentes e entram com ações judiciais para evitar que isso ocorra.
Artigo – Proteção 72 Revisão de conceitos e apresentação dos benefícios das técnicas disponíveis no tocante à coordenação e seletividade,
Colunistas Michel Epelbaum – Energia sustentável
120
Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente
124 Jobson Modena – Proteção contra raios 126 João Barrico – NR 10 128 José Starosta – Energia com qualidade 130 Roberval Bulgarelli - Instalações EX 134 Dicas de instalação 136
Orientações para uso de alumínio e de cobre em projetos de painéis elétricos.
cujos estudos ajudam a aumentar a disponibilidade da
Ponto de vista 142
energia nas instalações.
Nova Lei Anticorrupção impõe a solidariedade entre
Aula prática – Sistemas de controle 106 Apresentação dos sistemas de monitoramento e diagnóstico
empresas
controladoras,
controladas,
coligadas
Filiada à
e
consorciadas.
online para apoio à operação em subestações e linhas de
Agenda 144
transmissão.
Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos
Espaço Guia de Normas 116
meses.
Serviços em instalações elétricas energizadas e trabalhos
What’s wrong here 146
envolvendo alta tensão.
Identifique o que existe de errado na instalação
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
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Luis Fernando Arruda – Instalação MT
Errata Na edição de novembro/2013 da revista O Setor Elétrico, na pesquisa sobre instrumentos de teste e medição, a página 66 foi publicada com erro. As informações não correspondem às empresas referenciadas. A página está devidamente corrigida no PDF desta pesquisa que está disponível para download no site www.osetoreletrico.com.br, no link “Pesquisas de mercado e guias setoriais”.
Editorial
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2014 Capa ed 96.pdf
www.osetoreletrico.com.br
An o 8 - Ed i ç ã o 9 6 Janeiro de 2014
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De quem é a responsabilidade pela iluminação pública? Prefeituras já deveriam ter assumido os ativos da iluminação pública, mas impasse com Aneel postergou o prazo para o fim de 2014
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O Setor Elétrico - Ano 8 - Edição 96 – Janeiro de 2014
Mercado de fios, cabos e acessórios em alta Levantamento exclusivo revela que setor está em expansão e projeta crescimento para este ano
Monitoramento de subestações Conceitos e técnicas para coordenação e seletividade
Novos fascículos colecionáveis
Edição 96
Pessimismo psicológico
Enfim, 2014 chegou e, com ele, um cenário de profundo pessimismo e desânimo coroou o país,
cingindo praticamente todos os negócios em qualquer esfera econômica. Período pré-Carnaval prolongado até março, Copa do Mundo em junho e Eleições em outubro (praticamente todo o mês, se houver segundo turno) são os três eventos que prometem parar o Brasil em 2014. Empresários apreensivos, decisões adiadas e investimentos reduzidos são as primeiras consequências desse arrefecimento frente aos negócios diante de um ano atípico como este.
Por todos os lados, onde quer que você ande, não se fala em outra coisa: “Esse ano vai ser horrível”,
“Não se trabalha neste ano”, “Não dá para investir em nada em 2014”. Mas será que este ano será mesmo tão diferente dos anteriores? Teriam esses eventos o real poder de influenciar tão negativamente a economia brasileira?
O grande desafio é como evitar a queda de produtividade com tantos períodos movimentados durante
o ano. Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o calendário de 2014 impõe uma série de entraves à engrenagem econômica. A avaliação de outros especialistas é de que a contribuição da Copa do Mundo para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil seja bem menor do que a que se esperava inicialmente. Isso devido aos atrasos das obras em estádios e aeropor tos e ao adiamento de outras obras de infraestrutura não diretamente ligadas ao evento.
De qualquer maneira, parece haver um pessimismo psicológico, ou, no mínimo, exagerado arraigado
no país. Afinal, as notícias ruins costumam se espalhar mais rápido do que as boas.
No que se refere ao setor elétrico, o ano não começou bem. Em janeiro fomos acometidos por um
blecaute que deixou sem energia elétrica cerca de cinco milhões de pessoas em diversos municípios do Sudeste, Centro-oeste e Sul. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que a falha ocorreu devido a cur tos-circuitos em duas linhas de transmissão, uma da Cemig e outra do fundo de investimentos FIP Brasil. O ocorrido gerou um mal estar no setor elétrico e visibilidade internacional. Por outro lado, a boa notícia deste início de ano é a publicação (finalmente) da Por taria 51, do Inmetro, que institui a cer tificação voluntária para instalações elétricas de baixa tensão. A medida é uma resposta ao anseio de muitos profissionais deste setor, que há décadas, se empenham para conseguir, junto aos órgãos competentes, uma maneira de se avaliar a conformidade das instalações brasileiras. Ainda que não seja compulsória, esta, sem dúvida, é uma grande conquista do segmento. Estamos preparando uma repor tagem com todos os detalhes deste assunto. Não deixe de conferir na nossa próxima edição!
Por ora, fiquem com a primeira edição da revista O Setor Elétrico do ano. Sejam bem-vindos a 2014
e vamos torcer para que ele nos surpreenda e supere as previsões desanimadoras projetadas para os próximos 11 meses.
Boa leitura!
Abraços,
flavia@atitudeeditorial.com.br
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Ilume atinge metas para 2013 Departamento de Iluminação Pública conseguiu modernizar 125 mil pontos de iluminação na capital paulista O Programa de Remodelação e Eficiência do Departamento de Iluminação Pública (Ilume) da Prefeitura de São Paulo tinha como principal meta para 2013 a modernização de 120 mil pontos de iluminação na capital. A Secretaria de Serviço de São Paulo anunciou em janeiro que este objetivo foi cumprido com facilidade. No total, foram trocadas 125 mil lâmpadas convencionais, a vapor de mercúrio, por lâmpadas a vapor de sódio, que produzem mais luminosidade e chegam a ser até três vezes mais econômicas. Além disso, o programa conseguiu também cumprir a meta de instalar 18 mil novos pontos de iluminação em todo o município. Para continuar com o objetivo de aumentar o nível de iluminação da cidade e assegurar o conforto e a segurança do cidadão, o programa contará em 2014 com uma novidade: o firmamento de parcerias público-privadas. Conforme o Ilume, já houve um chamamento público, que autorizou 26 empresas a apresentar estudos de modernização, otimização, expansão, operação e manutenção da infraestrutura da rede de iluminação, composta por mais de 560 mil lâmpadas. As companhias escolhidas ficarão com a arrecadação da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip), que este ano será de R$ 271 milhões.
Aneel adia entrada em vigor de sistema de bandeiras tarifárias Agência prorrogou prazo para 1º de janeiro de 2015 e deu como razão a necessidade de aperfeiçoar as regras do sistema A entrada em vigor do Sistema de Bandeiras Tarifária foi prorrogada para 1º de janeiro de 2015. O novo processo que estava programado para começar no início deste ano teve seu prazo postergado em dezembro pela diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) devido à necessidade de aperfeiçoar as regras relacionadas ao tema. Seguindo o novo cronograma, os testes do sistema acontecerão até o final de 2014. A diretoria da Aneel decidiu também alterar as faixas de acionamento das bandeiras tarifárias. A bandeira verde, que antes era acionada com um custo de geração de R$ 100 por megawatt-hora (MWh), com a modificação passa a funcionar com um custo de até R$ 200/MWh; a bandeira amarela, que antes era acionada entre R$ 100/MWh e R$ 200/MWh, agora diz respeito a custos entre R$ 200/ MWh e R$ 350/MWh; e a bandeira vermelha passou de custos acima de R$ 200/MWh para custos de geração superiores a R$ 350/MWh. Em dezembro de 2012, a Aneel aprovou resolução normativa que estabelece os procedimentos comerciais para a aplicação das bandeiras tarifárias. Estas são um novo método de cobrança, no qual as contas de energia elétrica emitidas pelas distribuidoras de todo o país discriminarão, por meio de bandeira, se o custo de geração de energia está sendo considerado baixo, médio ou alto. O custo será maior ou menor de acordo com as condições mais ou menos difíceis de gerar a energia no mês. Dependendo do tipo de bandeira em que a energia elétrica consumida pelo cliente se enquadrar haverá um acréscimo na tarifa cobrada. Tarifas com bandeira amarela terão aumento de R$ 15/MWh e tarifas com bandeira vermelha terão acréscimo de R$ 30/MWh. Tarifas com bandeira verde não terão nenhum tipo de cobrança adicional.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Custo da energia elétrica volta a crescer nos estados brasileiros Após queda no início do ano de 2013, provocada pela desoneração fiscal e pelo processo de renovação das concessões, preço das tarifas sobe novamente A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) elaborou um levantamento no qual afirma que boa parte da redução efetiva no custo da energia elétrica no Brasil provocada pela desoneração fiscal e pelo processo de renovação das concessões já foi absorvida com os reajustes das distribuidoras e o acionamento das térmicas. Conforme o estudo, entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, logo depois da Em novembro de 2013, custo médio apresentado aprovação da MP 579, o custo médio da contabilizou um aumento de 11% em relação ao valor do início do ano. energia para indústria no país caiu 20,8%, passando de R$ 332,23 por MWh para R$ 263 por MWh. Contudo, em novembro do ano passado, o custo médio apresentado foi de R$ 292,16 por MWh, contabilizando um aumento de 11% em relação ao valor apresentado no início do ano. Em novembro, a tarifa com menor custo foi encontrada no estado do Amapá (R$ 71,37 por MWh), quase 70% abaixo do que a média nacional. Este valor, contudo, é considerado um caso à parte, já que a distribuidora do estado passa por um processo de intervenção. Descontando o Amapá, a tarifa mais baixa é cobrada em Roraima (R$ 220, 39 por MWh). Já o custo mais alto é do Tocantins, onde a tarifa é de R$ 403, 91 o MWh. O estado do Rio de Janeiro ocupa o 5º lugar entre as tarifas mais caras (R$ 343,45 por MWh). São Paulo está na 18ª posição, com preço de R$ 273,05 por MWh. O levantamento da Firjan abarcou as tarifas praticadas por todas as 63 distribuidoras que fazem parte do mercado cativo, responsáveis pelo atendimento de mais de 94% das indústrias do país.
Crescimento médio anual da demanda elétrica será de 4,3% em dez anos Expectativa é da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que atualizou as premissas básicas e previsões para o consumo de energia elétrica entre 2014 e 2023 O crescimento médio anual da demanda total de eletricidade (que inclui consumidores cativos, livres e autoprodutores) será de 4,3% entre 2014 e 2023, destacou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em atualização das premissas básicas e previsões para o consumo de energia elétrica no horizonte de dez anos. A EPE salientou que em 2023 a demanda será de 781,7TWh. Na atualidade, ela é de 514TWh. Em relação ao consumo, a EPE também publicou alguns dados. Para este ano, a estimativa é de que haja um crescimento de 3,8%; índice maior do que o apresentado em 2013, que foi de 3,5%. Conforme a empresa, o crescimento do consumo em 2014 será puxado pelos setores comercial e residencial: 4,4% e 4,1%, respectivamente. A projeção atualizada pela EPE será utilizada para a elaboração do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) e para o Plano Nacional de Energia de Longo Prazo (PNE).
Painel de produtos
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Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Chave bombeiro www.mersen.com A chave bombeiro para energia solar fotovoltaica da Mersen é projetada para o mercado residencial e tem como objetivo ajudar os bombeiros e outras equipes de emergência em incêndios que acontecem em casas equipadas com painéis fotovoltaicos. O dispositivo tem capacidade para cortar totalmente a energia gerada em construções com equipamentos deste tipo. Entre as vantagens da chave bombeiro estão: a não necessidade de bateria; a facilidade para instalar; Lançamento da Mersen, a chave bombeiro é indicada a resistência a fogo e chamas; e a não necessidade de manutenção. para instalações com painéis fotovoltaicos.
Novo catálogo www.hellermanntyton.com.br A HellermannTyton lançou um catálogo especial para distribuidores de material elétrico. O novo material contém informações de produtos em embalagens especiais para este mercado, os lançamentos de 2013, novas fotos e um índice remissivo para facilitar a busca por determinado produto. Além disso, o catálogo possui um novo formato, mais compacto, prático e fácil de transportar. Para adquirir a publicação, envie um e-mail para mkt@hellermanntyton.com.br ou solicite pelo telefone (11) 2136-9090.
Novo catálogo da HellermannTyton é exclusivo para distribuidores de materiais elétricos.
Luminária para T5 www.intral.com.br A novidade da Intral para o mercado de iluminação é a luminária Linea T5, modelo concebido com design exclusivo, indicado para áreas internas comerciais e residenciais. A luminária foi desenvolvida para lâmpadas fluorescentes tubulares T5, as quais, segundo a empresa, reúnem diversas vantagens: são mais finas e elegantes, têm maior vida útil, oferecem maior fluxo luminoso, menos manutenção e maior economia de energia, Luminária da Intral emprega lâmpadas T5 e é indicada para atendendo aos princípios de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. ambientes residenciais e comerciais. Este lançamento da Intral é produzido em chapa de aço com pintura epóxi e poliéster, que oferece durabilidade e facilidade de limpeza. Traz cabeceiras e canoplas injetadas em polipropileno, aletas plásticas transparentes e refletor em alumínio anodizado brilhante de alta refletância e pureza (99,85%). Está disponível no modelo de sobrepor com lâmpadas T5 nas versões 14 W e 28 W. A expectativa da empresa é comercializar a luminária Linea T5 no mercado brasileiro e latino-americano, onde a marca está presente.
Cabos não halogenados www.cobrecom.com.br Tendo em vista a preocupação do mercado em empregar cabos que emitam Os produtos estão em conformidade com a norma ABNT NBR 13248. baixa quantidade de fumaça, gases tóxicos e corrosivos, a Cobrecom apresenta seus produtos não halogenados: o cabo Superatox Flex 70 °C e o Superatox Flex HEPR 90 °C para 1, 2, 3 e 4 condutores. O cabo Superatox Flex é indicado para tensões nominais até 450/750 V. É composto por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole e encordoamento classe 4 (flexíveis). Além disso, é isolado com material polimérico tipo poliolefínico não halogenado para 70 °C com características de não propagação e autoextinção do fogo e baixo índice de emissão de fumaça sem gases tóxicos e corrosivos. Já o cabo Superatox Flex HEPR 90º C para 1, 2, 3 e 4 condutores é usado em circuitos elétricos com tensões nominais de até 0,6/1 kV. O material é formado por fios de cobre nu, eletrolítico, têmpera mole e encordoamento classe 5 (flexíveis) e é isolado com composto termofixo Etileno Propileno (HEPR) de alto módulo para 90 °C. Conta ainda com cobertura com polimérico tipo poliolefínico não halogenado para 90 °C, que não propagam fogo e possuem baixo índice de emissão de fumaça sem gases tóxicos e corrosivos. Os cabos são indicados principalmente para locais com grande afluência de pessoas ou ambientes que possuem condições difíceis de fuga como estádios, escolas, cinemas, teatro, shopping centers, hospitais, hotéis, centros de convenções, torres comerciais e residenciais.
Painel de normas
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
Famílias com idosos podem ser beneficiadas com tarifa social de energia elétrica O projeto de lei vale para famílias com renda mensal de até três salários e tarifa social funcionará apenas durante o verão Está pronto para ser votado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal o Projeto de Lei do Senado (PLS) 442/2012, da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM). O projeto prevê que famílias com renda mensal de até três salários mínimos e que tenham pessoa idosa entre elas sejam beneficiadas com a tarifa social de energia elétrica durante o verão. A senadora elaborou o documento baseado em estatísticas que apontam o aumento de internações hospitalares de idosos durante os períodos de máximas climáticas. Segundo ela, devido à necessidade de enfrentar o calor e evitar o adoecimento dos entes mais velhos, as famílias mais pobres economizam para comprar aparelhos de ar-condicionado ou ventiladores, mas não podem utilizá-los de maneira adequada em razão das altas tarifas de eletricidade. O relator do PLS é o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que já se mostrou favorável à aprovação do texto. Conforme o representante, o projeto está amparado pelo artigo 30º da Constituição Federal que afirma caber à família, à sociedade e ao Estado amparar as pessoas idosas, assegurando e defendendo sua dignidade e bem-estar. O próximo passo do PLS 442/2012 no Senado – assim que passar pela CDH – será a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que irá se manifestar de forma terminativa, ou seja, sem a necessidade de que haja votação em plenário.
Projeto que modifica lei do serviço público de energia tramita no Senado Objetivo do PLS 65/2010 é assegurar medidas a fim de que se evite ocupação e, consequentemente, atendimento a áreas em que há risco de desastres De autoria do ex-senador Renato Casagrande (PSB-ES), está em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) o Projeto de Lei do Senado (PLS) 65/2010, cujo objetivo é dificultar a ocupação de áreas onde há risco de desastre e prevê medidas de drenagem de águas pluviais urbanas e de manejo da vazão dos rios. Para assegurar que medidas sejam tomadas a fim de que se evite calamidades, o projeto altera várias leis em vigor, entre as quais, a Lei 10.438/2002, que trata do serviço público de energia elétrica. As mudanças são no sentido de proibir atendimento em áreas de risco e de que a implantação de redes de distribuição respeite o plano diretor municipal e a legislação urbanística. No Senado Federal, o PL 65/2010 terá que ser examinado ainda pelas comissões de Assuntos Sociais (CAS); de Assuntos Econômicos (CAE); de Serviços de Infraestrutura (CI); de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA); e de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).
Novas normas fornecem métodos de ensaio para fio incandescente/aquecido Partes 2-12 e 2-13 da norma ABNT NBR IEC 60695:2013 estão válidas desde o último dia 20 de janeiro No dia 20 de dezembro, foram publicadas as partes 2-12 e 2-13 da norma ABNT NBR IEC 60695:2013. Ambos os itens tratam a respeito dos ensaios relativos ao risco de fogo e fornecem métodos de ensaio de fio incandescente/aquecido, com a diferença de que a parte 2-12 trata de método de ensaio de inflamabilidade para materiais e a parte 2-13 foca no método de ensaio de temperatura de inflamabilidade ao fio incandescente para materiais. Conforme a ABNT, a parte 2-12 especifica os detalhes do ensaio de fio incandescente, quando é aplicado em corpos de prova de materiais isolantes elétricos sólidos ou outros materiais sólidos para os ensaios de inflamabilidade, a fim de determinar o índice de inflamabilidade ao fio incandescente (GWFI, glow-wire flammability index). Já a parte 2-13 especifica os detalhes do ensaio de fio incandescente quando ele é aplicado aos corpos de prova de materiais isolantes elétricos sólidos ou outros materiais sólidos para os ensaios de inflamabilidade com o objetivo de determinar a temperatura de inflamabilidade ao fio incandescente (GWIT, glowwire ignition temperature). As duas partes passaram a valer no último dia 20 de janeiro.
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Nova norma para materiais isolantes sólidos Texto especifica o método de ensaio para a determinação do índice de resistência ao trilhamento e do índice de trilhamento comparativo dos materiais isolantes sólidos Outra norma elaborada pelo Comitê Brasileiro de Eletricidade (CB-03/ABNT), publicada também em dezembro, foi a ABNT NBR IEC 60112:2013, nomeada “Método para a determinação do índice de resistência ao trilhamento e do índice de trilhamento comparativo dos materiais isolantes sólidos”. O texto normativo, que se tornou válido no último dia 19 de janeiro, especifica o método de ensaio para a determinação do índice de resistência ao trilhamento e do índice de trilhamento comparativo dos materiais isolantes sólidos em amostras retiradas de partes do equipamento e em placas do material utilizando tensões alternadas. O texto determina também o valor de erosão quando solicitado.
ABNT publica norma de materiais para sistemas de aterramento Documento prescreve os diversos métodos de ensaios a serem aplicados nesses materiais A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no último dia 8 de janeiro a norma ABNT NBR 16254-1:2014, cujo título é “Materiais para sistemas de aterramento Parte 1: Requisitos gerais”. O documento, que passou a ser válido a partir do dia 8 de fevereiro, estabelece os requisitos mínimos para os materiais utilizados em sistema de aterramento e prescreve os diversos métodos de ensaios a serem realizados nesses materiais a fim de verificar a conformidade com os requisitos desta norma e outras aplicáveis.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Furnas investe em gerador eólico para ventos fracos Estudos para a implementação desta tecnologia devem ser concluídos em 2015. Investimento da companhia será de R$ 1,7 milhão Furnas está investindo em uma nova tecnologia para a geração de energia eólica: uma turbina vertical que poderá produzir energia com vento de baixa intensidade. Para isso, contará com pás articuladas e dobráveis que se movem segundo a direção do vento e nunca param. Parte da carteira de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa, os estudos para a realização da turbina têm previsão de conclusão para 2015 e terão investimento de R$ 1,7 milhão. Conduzidos pela Universidade Federal de Itajubá (MG) e pelas empresas Matrix e Endicon, os estudos querem comprovar a capacidade de geração com ventos a partir de 1m/s em diferentes situações (alto de prédios, áreas descampadas e até túneis do metrô, em que aproveitaria o deslocamento dos vagões para gerar energia) e a potência máxima que pode ser gerada em cada ocasião. Dessa maneira, pretendem avaliar comercial e tecnicamente a aplicabilidade da nova tecnologia. Turbina vertical terá pás articuladas e dobráveis que se movem De início, os responsáveis pelo projeto desenvolveram e patentearam um protótipo de segundo a direção do vento e nunca param. um metro de altura para microgeração com capacidade de 100 kW. A ideia de Furnas no momento é investir para testar mais intensamente o modelo e só posteriormente criar e avaliar equipamentos de maior capacidade para serem usados em microgeração (até 1 MW) e em geração em grande escala (a partir de 1 MW). Além das pás articuladas, que acompanham a mudança de direção dos ventos e possibilitam o funcionamento ininterrupto da turbina, a nova tecnologia que vem sendo desenvolvida tem como uma de suas principais vantagens os custos menores de produção. Segundo com o gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) de Furnas, Renato Norbert, como o equipamento tem uma estrutura muito leve, seu custo de produção é barateado. “Além disso, os gastos com manutenção são menores devido à localização de gerador na base do equipamento”, destaca. De acordo com Furnas, este novo projeto faz parte da estratégia da companhia de ampliar os investimentos em energia eólica, que é 100% renovável e mais limpa que as fontes convencionais. A expectativa é de que em dez anos, aproximadamente, as fontes eólica e solar representem 20% do portfólio da empresa.
Intertek inaugura laboratório para ensaios de segurança elétrica Instalação, localizada em São Paulo, está capacitada para atender a fabricantes de eletrodomésticos, equipamentos de TI, dispositivos médicos e produtos para atmosferas explosivas Especializada em serviços de teste, inspeção e certificação para diversas indústrias do mundo, a Intertek inaugurou no último dia 16 de janeiro, na cidade de São Paulo (SP), seu novo laboratório de testes elétricos. Com a instalação, a companhia será capaz de entregar em todo o país, com mais rapidez e menos custo, os testes de desempenho conforme os padrões da ABNT, IEC e ISO. O laboratório está capacitado para a realização de ensaios de segurança elétrica tendo como base algumas das normas mais utilizadas no mundo, entre as quais, a IEC 60335 para eletrodomésticos; a IEC 60601 para dispositivos médicos; a IEC 60950 para equipamentos de tecnologia da informação; e a IEC 60079 para atmosferas explosivas (Atex). De acordo com o vice-presidente da Intertek, Richard Adams, o novo laboratório atende à estratégia mundial da companhia de conquistar novos mercados para os produtos de seus clientes, assim como preenche a necessidade dos fabricantes de produtos elétricos locais que estão atrás de vantagens competitivas. “A Intertek agora entrega uma ampla gama de serviços no país para ajudar a maximizar o potencial de receita destes fabricantes”, diz Adams.
Com a instalação, Intertek será capaz de entregar em todo o país testes de desempenho conforme os padrões ABNT, IEC e ISO.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Schmersal ganha certificação por edifício ambientalmente sustentável Certificação Leed é um sistema internacional de orientação e certificação ambiental para edificações utilizado em 143 países Tendo em vista as novas exigências ambientais, a Schmersal, multinacional alemã, desenvolvedora de sistemas de segurança para máquinas e equipamentos, construiu seu novo prédio seguindo o conceito Green Build. Para coroar o esforço da companhia em realizar uma construção ecologicamente sustentável, em outubro de 2013, a ONG U.S. Green Building Council (USGBC) concedeu ao edifício a certificação internacional Leadership in Energy and Enviromental Design (Leed). Sistema internacional de orientação e certificação ambiental para edificações utilizado em 143 países, a certificação Leed tem como objetivo incentivar projetos, obras e construções com foco na sustentabilidade ambiental. O documento possui sete aspectos em que se baseiam as avaliações das edificações verdes, sendo que cada uma deles possui pré-requisitos e recomendações que, quando atendidos, garantem pontos à edificação. A Schmersal foi laureada com a certificação em nível gold, o segundo maior prêmio, perdendo apenas para a certificação platinum. Entre os pontos considerados pela Leed a fim de que se obtenha o certificado estão: a diminuição dos custos operacionais; a diminuição dos riscos regulatórios; a modernização da edificação; a melhoria da segurança e a priorização da saúde de seus colaboradores e ocupantes; a conscientização dos colaboradores; o aumento da produtividade; e o estímulo a políticas públicas de fomento à construção sustentável. Além disso, a Leed avalia o uso racional e a redução da extração dos recursos naturais; a redução do consumo de água e energia; o uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental; e a redução, o tratamento e o reuso dos resíduos da construção e operação.
Schneider Electric amplia programa social no Brasil Atualmente em Eusébio (CE), o “Schneider na Comunidade” passará a ser desenvolvido em outras sete cidades do país, entre as quais Blumenau (SC), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) A multinacional francesa especialista global em gestão de energia no Brasil, Schneider Electric, apresenta um braço social denominado Instituto Schneider Electric na Comunidade. Esta entidade anunciou recentemente que irá ampliar seu programa social “Schneider na Comunidade”, ação que visa integrar parceiros locais, funcionários voluntários e a população em cursos gratuitos de capacitação profissional para jovens das comunidades onde a companhia está inserida. O “Schneider na Comunidade” atualmente está na cidade de Eusébio (CE), mas será realizado, no próximo ano, em outras sete cidades onde a companhia possui unidades: Blumenau, em Santa Catarina; Curitiba, no Paraná; Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; Rio de Janeiro; e outros três municípios paulistas: Guararema, Santo Amaro e Sumaré. O Brasil é o único país onde a companhia tem um instituto criado para dar mais foco e visibilidade a projetos locais de cunho social da companhia. No Ceará, o programa foi implantado em abril de 2013, e desde então já formou 24 alunos. Para 2014, a expectativa é que se capacitem 300 jovens, nos cursos de introdução à tecnologia e eletricidade básica. Serão realizadas três turmas por ano em cada localidade, com alunos cada. Para participar dos cursos os jovens devem ter a partir de 16 anos e comprovar que residem na localidade. O curso de elétrica terá a duração de 120 horas. As salas serão construídas ou adaptadas dentro das unidades da Schneider Electric nas cidades.
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Cummins fornece equipamento para o IPT Gerador de 25 kVA garantirá o funcionamento de um computador que monitora a eficácia de um produto químico aplicado no solo para combater sua contaminação A Cummins Power Generation fechou um contrato com o Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) para fornecer um grupo gerador de 25 kVA. O gerador, que apresenta baixo consumo de combustível e níveis baixos de emissões, será utilizado para manter funcionando um computador que monitora a eficácia e a qualidade de um produto químico aplicado no solo para combater sua contaminação. De acordo com o IPT, este computador viaja em um caminhão a diversos pontos da cidade, por isso necessita de uma fonte de energia para se manter em funcionamento. O produto químico injetado no terreno funciona como Grupo gerador, de 25 kVA, apresenta baixo consumo de um antídoto a uma possível contaminação do solo, mas não se trata de uma técnica nova, já sendo utilizada combustível e níveis baixos de emissões. no país há alguns anos. Esta não é a primeira vez que a Cummins realiza negócios com o IPT. Ano passado, a empresa forneceu um grupo gerador RS30, de 30 kW, ao Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões do instituto. O equipamento realiza testes com materiais em alta temperatura. Como explica o pesquisador do laboratório, Carlos Roberto Metzker de Oliveira, quando se começa um ensaio de resistência ao fogo, ele não pode ser interrompido, pois é destrutivo. “Quando ocorre uma queda de energia pode-se perder trabalhos de meses, associados à preparação de corpos de prova, retardando o resultado de processos de avaliação. Portanto, é imprescindível contar com a garantia de uma fonte alternativa de energia”, diz.
Omar Zaire é novo diretor da Power Distribution da Eaton Engenheiro eletricista, formado pela Mauá, será responsável por gerenciar todas as atividades comerciais e de produção da divisão A Eaton comunicou no dia 20 de janeiro a nomeação do novo diretor da divisão Power Distribution e da Divisão Bussmann do Grupo Elétrico para a América Latina. Trata-se de Omar Zaire. Ele ficará na unidade Eaton de Jundiaí, interior de São Paulo. O novo executivo da Eaton será responsável pelo gerenciamento de todas as atividades comerciais e de produção, pela implantação de iniciativas de crescimento e pela orientação e suporte local aos clientes. Zaire é formado em engenharia elétrica pelo Instituto de Tecnologia Mauá e possui MBA executivo da Brazilian Business School.
Zaire é formado em engenharia elétrica pelo Instituto de Tecnologia Mauá.
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Vendas da KRJ crescem 35% em 2013 Aumento
foi
alavancado
principalmente
pela expansão dos negócios da empresa no mercado internacional A fabricante de conectores para rede elétrica KRJ fechou o ano de 2013 com um crescimento de 35% no volume de suas vendas. De acordo com o diretor comercial da empresa, Roberto Karam, a principal responsável pela alavancagem das comercializações foi a expansão da empresa no mercado internacional, como o árabe. O diretor destaca que somente o aumento de vendas para a exportação registrou um acrescimento de 40% em comparação a 2012. A consolidação de novos produtos também teve parcela de responsabilidade no crescimento. Em relação ao mercado interno, o diretor comercial afirma que a empresa ainda sofre as consequências dos cortes de investimentos feitos pelas distribuidoras de energia, devido à Medida Provisória (MP) 579, que acabou reduzindo tarifas e receitas das concessionárias. “Nossa previsão de crescimento total em vendas, que era de 54%, certamente foi prejudicada por estes cortes, mas ainda assim, devido às exportações e aos últimos lançamentos, obtivemos resultados positivos e um bom ano”, afirma Karam. Os planos da KRJ para 2014 são consolidar ainda mais os produtos lançados em 2013 e intensificar a atuação no mercado internacional, mantendo os mercados conquistados e expandindo a presença para os países prospectados. Sobre o lançamento de novos produtos, Karam afirma que a empresa possui estudos iniciados, mas diante do atual estágio do mercado é preciso prudência com o fluxo de caixa destes novos investimentos e rigoroso controle de custos. “Este ano será atípico, com carnaval em março, Copa do Mundo em junho e eleições em outubro, fatores que prejudicam os negócios como um todo”, diz o diretor comercial.
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ABB conclui revitalização de transformadores da Usina de Segredo A empresa de tecnologia de energia e automação reformou 12 transformadores de central hidrelétrica pertencente à Copel A ABB finalizou em janeiro deste ano o projeto de revitalização de 12 transformadores pertencentes à Usina Hidrelétrica Governador Ney Aminthas de Barros Braga, também chamada de Usina de Segredo, e que fica situada no Rio Iguaçu, no Paraná, e pertence à Companhia Paranaense de Energia (Copel). De acordo com a empresa especialista em tecnologias de energia e automação, o diferencial
Transformadores pertencem a uma das maiores
do conjunto de transformadores da usina é o ABB plantas da Copel, localizada no Rio Iguaçu, no Paraná. Transformer Eletronic Control (TEC), sistema de monitoramento online, que auxilia na manutenção preventiva, evitando falhas e permitindo maior controle na utilização do transformador, além de aumentar sua vida útil. Inaugurada em 1992, a Usina de Segredo é uma das maiores plantas da Copel, com potência instalada de 1.260 MW.
Omega Engineering abre primeira planta no Brasil Campinas, no interior de São Paulo, foi escolhida para sediar a planta da empresa norte-americana de medição e controle de processos A cidade de Campinas (SP) foi escolhida pela empresa norte-americana de medição e controle de processos Omega Engineering para sediar a primeira planta da companhia no Brasil. A opção pelo município do interior de São Paulo se deve por duas razões: por ser uma localização logisticamente favorável e por ser um polo de tecnologia, com profissionais qualificados e que atendem aos pré-requisitos técnicos que compõem a seleção
Principal razão da Omega se instalar no Brasil é dar continuidade à sua estratégia de expansão na América Latina.
da equipe de funcionários da empresa. A unidade brasileira atenderá a todo o território nacional, com foco maior na região Sudeste do país.
A principal razão da Omega se instalar no Brasil é para dar continuidade à sua estratégia de expansão na América Latina, que ocupa posição de destaque no volume de importação da companhia. A empresa norteamericana pretende consolidar sua marca como sinônimo de medição e controle de processos no país. O comando da operação da unidade brasileira ficará a cargo do gerente geral Antônio Gomes, para quem a experiência de compra que a Omega oferece é única e desenhada para incorporar diferentes necessidades de aplicação, de forma simples e ágil. “Acreditamos que os consumidores brasileiros ficarão satisfeitos em ter uma marca referência para medição e controle de processos, com uma gama de produtos que vai desde um simples fio de termopar a sistemas de medição de velocidade do ar”, diz. A Omega possui portfólio com mais de 100 mil produtos, incluindo itens para automação industrial, aquisição de dados e aquecedores elétricos. São instrumentos e equipamentos para medição de temperatura, deformação, força, umidade, vazão, nível, acidez (pH), condutividade e pressão.
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Proteção de geradores
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Novo!
Geraldo Rocha e Paulo Lima
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Capítulo I – Fatores limítrofes, arranjos e aterramento de geradores
• Limites de geração • Limite de tensão • Arranjos de geração • Método de aterramento de geradores
Conjuntos de manobra e controle de potência Novo! Luiz Felipe Costa
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Capítulo I – Introdução ao uso dos painéis elétricos
• Contextualização e relevância • Objetivos e contribuições • Descritivo • Tipos usuais de documentos
Inspeção de instalações elétricas
Novo!
Marcus Possi
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Capítulo I – Introdução à inspeção
• Introdução
• Princípios • Entradas
Manutenção de transformadores Novo! Marcelo Paulino Capítulo I – Princípios básicos de transformadores de potência
• Princípio de funcionamento do transformador monofásico • Relação de transformação de um transformador monofásico • Tipo de transformadores de potência • Tipo de transformadores em relação aos tipos de subestações
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Fascículos
• Atribuições
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Capítulo I
Novo!
Fatores limítrofes, arranjos e aterramento de geradores Por Geraldo Rocha e Paulo Lima*
As retiradas de geradores do sistema de potência devido a curto-circuitos, operação anormal ou operação indevida do sistema de proteção são bastante onerosas quando ocorrem. Por isso, os geradores síncronos são expostos constantemente a severas condições de operação e um sistema completo de proteção é necessário para evitar danos às unidades geradoras quando sujeitas a tais condições. Os atuais relés de proteção digital provêem de uma vasta gama de funções de proteção, no entanto, a correta definição das necessidades de cada máquina e a definição de seus ajustes requerem conhecimento do engenheiro de proteção.
Limites de geração Os fluxos de potência ativa e reativa de um sistema são relativamente independentes. Para uma linha de transmissão conectando dois sistemas, o fluxo de potência ativa é proporcional à abertura angular entre as tensões de cada terminal. Este fluxo é no sentido do terminal com ângulo mais adiantado para o terminal com ângulo mais atrasado. Já para potência reativa, o fluxo
dependerá principalmente do módulo da tensão. Este fluxo será do terminal com maior módulo de tensão para o de menor módulo de tensão. A frequência de operação do sistema depende do balanço de potência ativa e a tensão do sistema depende do balanço de potência reativa. Os geradores síncronos possuem a capacidade de gerar potência ativa e gerar (operação sobrexcitado) ou consumir (operação subexcitado) potência reativa. Reguladores automáticos de velocidade instalados em turbinas proporcionam o controle de geração de potência ativa e, consequentemente, o controle de frequência. Já os reguladores automáticos de tensão proporcionam o controle da geração/ consumo de potência reativa por meio de um controle em malha fechada, comparando a tensão do terminal da máquina com um valor de referência. Muitos fatores limitam a geração de potência ativa e reativa. Esses fatores incluem os limites térmicos, relacionados com a curva de capabilidade dos geradores determinadas pelo fabricante, limites de tensão e limites de estabilidade do sistema.
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Limites térmicos
Limite de corrente de armadura
Existem três tipos de limites térmicos do gerador: o limite da corrente da armadura, que está diretamente relacionado à potência nominal do gerador, o limite da corrente de campo e o limite do núcleo de ferro do estator. Na Figura 1, os três limites térmicos de um gerador estão representados. Assumindo que a potência é medida em p.u. (por unidade), um semi-ciclo de raio unitário pode ser traçado e representa o limite de capabilidade máxima teórica de um gerador (GTMC). Esse limite corresponde à potência em MVA do gerador.
O limite de corrente de armadura resulta das perdas elétricas do cobre do estator. Existe uma máxima corrente de regime permanente permitida para que o gerador opere sem que ocorra sobreaquecimento. No plano P-Q, o limite de corrente de armadura é definido como um círculo de raio equivalente à potência em MVA do gerador e centro na origem (curva BC na Figura 2).
Figura 1 – Capabilidade máxima teórica.
Figura 2 – Curva de capabilidade de um gerador.
Center (P,Q) = 0,0 Radius = Rated MVA
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Limite da corrente de campo As perdas elétricas do cobre do enrolamento do rotor impõem o limite de corrente de campo. A relação entre a potência ativa e reativa para uma dada corrente de campo descreve um círculo (curva AB na Figura 2) com centro na parte negativa do eixo Q (MVAR). Consideramos o modelo com corrente de campo constante e desprezamos os efeitos da saliência de pólos (assumimos que Xd = Xq) e resistência do estator. Para esta configuração, descrevemos um círculo de centro e raio conforme segue:
constante proporcional que relaciona a energia térmica com o quadrado do fluxo magnético.
Limites de tensão A tensão terminal do gerador é restrita a operar em uma faixa determinada pelos limites do gerador ou do transformador elevador. Para uma máquina de polos lisos ou de polos salientes, essa faixa é de ±5 da tensão nominal. Já os transformadores precisam atender a dois requisitos de tensão para qualquer tap primário ou secundário.
Limites de estabilidade
Eq e Vt são a tensão interna do gerador e a tensão no terminal do gerador, respectivamente. O ponto B, mostrado na Figura 2, representa a potência nominal de placa do gerador.
Limite do núcleo de ferro do estator O limite do núcleo de ferro do fim do estator impõe o limite térmico na região de subexcitação (curva CD na Figura 2). O fluxo magnético principal do gerador é um fluxo radial, portanto, paralelo às lâminas do estator. No entanto, o fluxo de dispersão é um fluxo axial perpendicular as lâminas do estator, o que resulta correntes parasitas que sobreaquecem o pacote de lâminas estatóricas. Fato este que é agravado na operação subexcitada do gerador, pois a corrente de campo é baixa e o fluxo de dispersão é alto. Literaturas mostram que este limite é descrito por um circulo de centro no semi-eixo positivo de Q e raio conforme segue:
Em que:
Nf e Na representam o número de espiras do enrolamento de campo e armadura, respectivamente; ∆θ é a máxima sobretemperatura permitida; Kf é uma
Outro limitador para a potência gerada por uma unidade geradora é o limite de estabilidade do sistema. Os sistemas elétricos de potência normalmente operaram próximos da frequência nominal, em que todos os geradores conectados a este sistema operam na mesma velocidade média. Existe um balanço constante entre a potência ativa gerada e a consumida sob condições normais de operação. Mudanças na carga e na configuração do sistema geram pequenas perturbações no sistema de potência. A Figura 3 descreve um gerador conectado a um sistema elétrico de potência.
Figura 3 – Diagrama simplificado do sistema de potência.
O sistema elétrico é representado por meio do equivalente de Thévenin, pela tensão Es e pela impedância Xs. O limite de estabilidade estática de uma máquina síncrona é definido como a máxima potência que pode ser transmitida entre o barramento de geração e o barramento de consumo, sem perda de sincronismo. Para o sistema apresentado na Figura 3, a potência elétrica transferida Pe é:
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Em que δ é a diferença angular entre a tensão interna da máquina e a tensão do sistema. A máxima potência transferida é dada para δ = 90°. Para ângulos maiores que 90°, tem-se um decremento na potência transferida e consequente perda de estabilidade do sistema. A Figura 4 ilustra o exposto:
Figura 5 – Gerador conectado diretamente ao transformador elevador.
Figura 4 – Ângulos de potência para diversos níveis de excitação.
Nota-se também que, pela figura, para uma mesma potência mecânica, níveis de tensão de excitação diferentes podem aproximar a operação do gerador do limite de estabilidade do sistema. Para o caso do modelo de excitação constante, pode-se traçar um circulo no plano P-Q, que irá definir o limite de estabilidade do sistema com os seguintes parâmetros:
Tipicamente, quando o sistema é forte (Xs é baixo), o limite de estabilidade está fora da curva de capabilidade do gerador. Contudo, se o sistema é fraco (Xs é alto), o limite de estabilidade pode infringir a curva de capabilidade do gerador na região de subexcitação.
Observe que o transformador de serviço auxiliar influencia na quantidade de enrolamentos de restrição necessária para a proteção diferencial global. O método de aterramento do neutro do gerador e o tipo de conexão do enrolamento do transformador elevador mostrados são típicos para este arranjo. O método de aterramento do neutro do gerador afeta a sensibilidade dos relés de proteção para detecção de faltas à terra no estator. Podem também existir requisitos especiais de operação e desempenho devido à interconexão no nível da distribuição que afetam o sistema de proteção. Nos próximos arranjos mostrados nas Figuras 6 e 7, dois ou mais geradores compartilham um transformador.
Figura 6 – Vários geradores conectados a um único transformador elevador.
Arranjos de geração Existem inúmeras configurações de arranjos possíveis para unidades geradoras de energia elétrica. Esses arranjos devem ser observados e analisados pelo engenheiro de proteção, pois influenciará na escolha de funções de proteção adequadas e nos ajustes da proteção. Como exemplo, um gerador e um transformador elevador associado podem ser conectados como uma unidade de geração e um ou dois transformadores de serviço auxiliares (TSA) podem também fazer parte desta configuração.
Figura 7 – Vários geradores conectados a um único transformador elevador.
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Tipicamente, as duas maneiras mostradas são encontradas em PCHs ou em geradores com turbinas a combustão. Pequenas unidades geradoras podem ser conectadas diretamente ao sistema de distribuição sem a necessidade de conexão por meio de um transformador elevador. A norma IEEE 1547-2003 “IEEE Standard for Interconnecting Distributed Resources With Electric Power Systems” traz recomendações para este tipo de conexão e é aplicável a uma capacidade agregada máxima de 10 MVA. Um arranjo típico para pequenos geradores conectados diretamente ao sistema de distribuição está exemplificado na Figura 8.
Métodos de aterramento de geradores O guia IEEE C62.92.2 – “IEEE Guide for the Application of Neutral Grounding in Electrical Utility Systems Part II – Grounding of Synchronous Generator Systems” discute os fatores que devem ser considerados na seleção da classe de aterramento e a aplicação dos métodos de aterramento. As duas principais classes de aterramento consideradas neste fascículo estão aqui relacionadas:
Figura 8 – Arranjo típico para pequenos geradores.
• Aterrado com alta resistência • Aterrado com baixa resistência O principal objetivo do aterramento de geradores é a proteção do gerador e equipamentos associados contra danos causados por condições elétricas anormais. O tipo da classe de aterramento selecionado
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depende da importância relativa para o usuário de cada um dos cinco objetivos: • Minimizar os danos de faltas à terra internas; • Limitar o stress mecânico para faltas à terra externas; • Limitar sobretensões temporárias e transitórias; • Propiciar a detecção de faltas à terra; • Permitir a coordenação da proteção do gerador com os requisitos de outros equipamentos.
Aterramento por alta resistência Neste tipo de aterramento, um resistor com valor ôhmico baixo é conectado ao secundário de um transformador de distribuição monofásico. A resistência efetiva vista no neutro do gerador é a resistência colocada no secundário do transformador de distribuição refletida ao primário. A Figura 9 mostra este tipo de aterramento.
a frequência fundamental, é conectado ao secundário para fornecer proteção contra faltas à terra no estator em aproximadamente 90% do enrolamento. Isso significa que uma falta à terra em 10% do enrolamento, próximo ao neutro, não será detectada. Contudo, existem outras técnicas de proteção para detectar essas faltas.
Aterramento por baixa resistência Neste tipo de aterramento, a corrente de falta à terra pode ser limitada em qualquer valor, porém normalmente ela varia desde várias centenas de amperes até 1,5 vezes a corrente nominal do gerador. O limite superior está relacionado à potência nominal requerida para o resistor, uma vez que valores nominais elevados de potência resultam em altos custos. A desvantagem desta prática é a utilização de uma resistência de valor elevado, projetada para atuar no mesmo nível da tensão nominal do gerador síncrono. No caso de geradores de baixa tensão não há este problema. Se o projetista quiser limitar a corrente a um valor máximo, Imax, o resistor de aterramento é calculado como: Re = E / Imax Em que E é a tensão nominal fase-neutro do gerador.
Figura 9 – Aterramento por alta resistência.
O valor do resistor é escolhido para limitar as sobretensões transitórias e a máxima corrente de falta fase-terra entre 5 A e 15 A. Em geral, o valor nominal da tensão primária do transformador de distribuição é de 1,5 vezes a tensão nominal fase-neutro do gerador. O valor nominal kVA do transformador de distribuição depende se o sistema de proteção vai gerar um alarme ou dar trip quando uma falta à terra for detectada e deverá ser dimensionado para suportar a corrente de curto-circuito fase-terra nos terminais do gerador síncrono durante o tempo total de eliminação da falta. A potência aparente do transformador é igual à potência dissipada no resistor de aterramento. As tensões secundárias do transformador de distribuição mais utilizadas são de 120 V e 240 V. Um relé de sobretensão sensível, sintonizado com
Figura 10 – Aterramento por baixa resistência.
Figura 11 – A corrente de falta permanece por um período mesmo após a desconexão do gerador do sistema.
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A principal desvantagem do aterramento de baixa impedância do gerador é que, para uma falta interna tal como a mostrada na Figura 11, mesmo após a abertura do dispositivo principal de desconexão da máquina, a corrente continua fluindo para a falta e por meio do enrolamento do gerador. Isso ocorre pois, mesmo após o gerador ter sido desconectado, o campo da máquina permanece magnetizado e o rotor gira por vários segundos, induzindo tensão no enrolamento do estator. A tensão induzida no enrolamento com defeito pode ser grande o suficiente para que uma corrente significativa circule durante um período de tempo relativamente longo, até que a tensão induzida caia a zero. Dependendo do porte da máquina síncrona, a corrente se extingue na faixa de 5 s a 10 s. A exposição prolongada a uma corrente de falta pode danificar o núcleo de ferro do estator e o resistor de aterramento. O resistor de aterramento deve ser especificado de forma a suportar esta corrente por tantos segundos quanto for necessário para que toda a tensão da máquina seja reduzida a zero. Os requisitos de potência ativa combinados com os requisitos de isolação podem tornar o método de aterramento com baixa-resistência relativamente caro. *Geraldo Rocha é engenheiro eletricista e especialista em proteção de sistemas elétricos. É atualmente engenheiro de aplicação da Schweitzer Engineering Laboratories, Inc. Paulo Lima é graduado em engenharia elétrica, com ênfase em Sistemas Elétricos de Potência. Especialista em Proteção de Sistemas Elétricos, atua na SEL desde 2012 como engenheiro de aplicação e suporte e como professor da Universidade SEL. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Conjuntos de manobra e controle de potência
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Capítulo I Introdução ao uso dos painéis elétricos Por Luiz Felipe Costa*
Contextualização e relevância A energia elétrica, seja em alta ou baixa tensão, ao ser disponibilizada para uma concessionária, uma indústria, um prédio comercial, um hospital, uma área residencial ou para qualquer aplicação no mundo moderno, como ilustrado na Figura 1, precisa ser: • Operada (manobrada); • Protegida; • Controlada; • Regulada; • Medida.
Figura 1 – SEP – Principais segmentos.
Todas estas ações podem ser efetuadas pelo uso de conjuntos de manobra e controle (CMC), priorizando-se, sempre, a segurança das instalações, dos equipamentos e, principalmente, do ser humano. Quando em algum ponto de um sistema de potência existem uma ou mais entradas de energia associadas a uma ou mais saídas de ramais de alimentação, tem-se a caracterização de uma barra de distribuição de energia elétrica. Para acessar esta barra do sistema de potência, com o objetivo de distribuir e controlar a energia elétrica,
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é preciso utilizar dispositivos e componentes eletromecânicos e, algumas vezes, também, eletrônicos. Estas partes, quando integradas de modo a constituir um único equipamento, compõem um conjunto de manobra e controle. Estes conjuntos podem ser melhor compreendidos se visualizados como sendo a interface física entre um sistema de potência e o ser humano. Em outras palavras, e de um modo simplificado, pode-se considerar estes equipamentos como sendo uma “grande IHM” (“Interface Homem-Máquina”), em que o sistema elétrico toma, neste caso, o lugar da “máquina”. Esse conceito construtivo de equipamentos é a concretização de uma parte de uma instalação elétrica, mostrada nos diagramas unifilares e trifilares, além das demais representações associadas que se fazem necessárias, como: diagramas funcionais, diagramas lógicos, diagramas de fiação e interligação, etc. Enfim, elas são estruturas integradas dentro de invólucros, que viabilizam a montagem e a interligação, tanto
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mecânica quanto elétrica, de uma diversidade de dispositivos e equipamentos, os quais podem estar interconectados ou não, e que permitem a manobra, controle, regulagem, proteção e medição de parte de um sistema elétrico, sendo que as suas características devem, obviamente, estar adequadas ao ponto da instalação. Importante lembrar que estes locais de distribuição estão, sempre, associados às barras do respectivo sistema elétrico e, por conseguinte, devem atender às suas condições inerentes. Os conjuntos de manobra e controle, comumente conhecidos como painéis elétricos, são, normalmente, estruturas com invólucros metálicos para montagens em paredes (sobrepostas ou embutidas) ou no piso (autossustentáveis). Sendo que, dentro destas estruturas, pode-se montar uma diversidade enorme de equipamentos. As estruturas para montagens em paredes são, normalmente, denominadas quadros, como exemplificado na Figura 2-a, enquanto as estruturas autossustentáveis são, usualmente, conhecidas como cubículos (mostrada na Figura 2-b).
Conjuntos de manobra e controle de potência
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Existem, conforme a formação técnica, a aplicação, a região geográfica (local da instalação), a cultura da empresa (país de origem da tecnologia) e, até, do tipo de instalação (indústria de transformação, papel e celulose, petroquímica, siderurgia, geração de energia, concessionária, instaladores, etc.), variações quanto à nomenclatura usada para os painéis elétricos: • Centro de Controle de Motores (CCM); • Centro de Distribuição de Cargas (CDC); • Conjunto Montado em Fábrica (CMF); • Conjunto de Manobra e Controle (CMC); • Conjunto de Manobra (CJM); • Conjunto de Manobra e Controle em Invólucro Metálico (chamado, às vezes, de, simplesmente, Conjunto de Manobra); • Conjunto de Manobra e Controle “Simplificado” (Painel tipo “Metal-Enclosed”); • Conjunto de Manobra “Blindado” (Painel “MetalClad” ou “Blindada”); • Conjunto de Manobra resistente a arco elétrico; • Cubículo; • Quadro de distribuição; • Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT), e etc.
Figura 2 – Exemplos de CMCP (Painéis – quadro e cubículo).
Conforme as normas IEC 61439-1 e IEC 614392, a expressão “Conjunto de manobra e controle de potência” (CMCP) define a integração dos equipamentos aplicados na distribuição e controle de energia elétrica para alimentação de todos os tipos de cargas de uso industrial, comercial ou aplicações similares, em que não é prevista a operação de pessoas comuns, ou seja, a de pessoas consideradas “inadvertidas” (código “BA1”, relativo a “Competência das pessoas”, conforme a tabela 12 da norma ABNT NBR 14039 e da tabela 18 da norma ABNT NBR 5410). Em outras palavras, são equipamentos para o uso e intervenção de pessoas advertidas (“BA4”) ou qualificadas (“BA5”) e para a instalação em locais com acesso restrito, como o das salas elétricas. A realidade atual é que, tanto a especificação quanto a operação dos conjuntos de manobra e controle de potência em média e baixa tensões, no que se refere às suas características, tanto intrínsecas quanto extrínsecas, ainda representam uma zona nebulosa para a grande maioria dos usuários, sendo que, na maioria dos casos, muitos profissionais ainda empregam, como critérios únicos de projeto, os níveis
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Conjuntos de manobra e controle de potência
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de tensões e correntes elétricas de operação relativas à aplicação. Na verdade, um CMCP exige que seu desenvolvimento, projeto, instalação, comissionamento, operação e manutenção apresentem cuidados especiais relativos à segurança humana e patrimonial. Afinal, um acidente em tais equipamentos resulta em muitos transtornos e em custos consideráveis, sendo que, muitas vezes, as piores consequências recaem sobre o trabalhador. Por isso, o conhecimento do estado da arte do projeto e uso de conjuntos de manobra e controle permite diminuir as chances de ocorrência de falhas internas e aumentar a probabilidade de salvaguardar a vida humana e dos equipamentos e instalações. Dessa forma, é fundamental fornecer diretrizes aos engenheiros responsáveis pela especificação e pelo uso de novos painéis elétricos ou modernização de unidades existentes que, por acaso, tenham sofrido danos oriundos de falhas, disponibilizando-se as diversas opções e recomendações vigentes, atualmente, nos meios técnicos. A crescente conscientização, vista em diversos segmentos industriais, dos riscos associados aos trabalhos em eletricidade, vem se estendendo, também, ao uso de conjuntos de manobra e controle de potência. E, dentro deste novo contexto, os profissionais da área vêm se deparando com novos desafios, provenientes da compreensão de que, além da ocorrência de falhas por curto-circuito franco (sólido) ou de surtos de sobretensão, podem existir eventos com altos valores de energia incidente, liberada em descargas por arcos elétricos, associadas a atividades que eram, antes, consideradas como de rotina. Daí a necessidade de se aprofundar na aplicação e especificação destes equipamentos, além da determinação dos níveis disponíveis de energia incidente associados a eles, de modo a se definir as medidas necessárias para se maximizar a segurança humana e patrimonial. A descrição, de uma forma sucinta, dos procedimentos, métodos e abordagens disponíveis atualmente para prevenção e mitigação dos riscos e efeitos associados à ocorrência de falhas em conjuntos de manobra e controle de potência deve ser adotada como ponto de partida para a análise e definição das filosofias de proteção a serem utilizadas.
A partir deste cenário, é possível notar a importância de se identificar as condições operacionais (níveis de corrente e tensão, tanto de regime como transitórios) e os níveis reais de energia que estão presentes no ponto de aplicação de um CMCP para, então, se definir os métodos de prevenção e mitigação de efeitos resultantes de falhas no SEP associado. Além do tradicional uso de relés de proteção, dos dispositivos de atenuação de surtos de tensão e dos equipamentos de manobra adequados, existem filosofias disponíveis atualmente que complementam a segurança como: • CMCP resistentes aos efeitos de um arco interno; • CMCP com limitação de causas de um arco interno; • CMCP com segurança aumentada e técnicas de redução de riscos de acidentes; • Uso de monitoramento contínuo e ferramentas de diagnóstico preditivo; • Dispositivos redutores de níveis de energia relacionada a um arco.
Objetivos e contribuições A literatura disponível sobre conjuntos de manobra e controle pode ser considerada escassa se buscarmos uma única fonte de informações para todo o universo de aplicações e equipamentos usados. Dentro deste contexto, são consideradas referências: o livro “ABB Switchgear Manual”, que se encontra atualmente na sua 11ª edição, e o livro “Switchgear and Control Handbook”, que está na sua 3ª edição. O primeiro foi gerado dentro do contexto normativo da IEC com uma forte influência da escola europeia, enquanto o segundo espelha a cultura norte-americana, com fortes referências às normas ANSI, NEMA e UL. Existem outros livros que merecem destaque. Entre eles, podem ser citados os seguintes trabalhos: • “Distribution Switchgear: construction, performance, selection and installation”; de 1986. Apresenta muito da escola inglesa, com uma excelente abordagem de materiais de montagem, de condutores e de isolantes utilizados na fabricação de CMCP; • “Standard Handbook for Electrical Engineers”. Uma referência clássica da escola norte-americana; • “Impianti Eletrici”, livro da escola italiana, escrito pelos engenheiros Antonio Bossi e Ezio Sesto, cuja
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tradução da 6ª edição (1977) para o português (“Instalações Elétricas”) foi feita pela Editora Hemus, em 1978; • “Instalaciones Eléctricas”, manual técnico da Siemens, cujo original em alemão é do ano de 1971, e foi traduzido para o espanhol em 1981. Este material apresenta, em seus dois volumes, muito da escola alemã, oferecendo uma excelente referência; • “High Voltage Switchgear – Analysis and Design”, dos autores russos Chunikhin e Zhavoronkov, cuja tradução para a língua inglesa foi lançada em 1989. Apesar de não serem dedicados exclusivamente aos tópicos relativos a um CMCP, outros livros têm servido de complementação ao projeto, montagem e aplicação de equipamentos de manobra e controle. Entre as diversas referências disponíveis, convém registrar os seguintes trabalhos: • “Industrial Power Systems Handbook”, material gerado por diversos engenheiros da “General Electric” e editado pelo Donald Beeman. É considerado um
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clássico desde o seu lançamento em 1955; • “Protective Relaying: Principles and Applications”; do J. Lewis Blackburn, cuja 3ª edição, de 2007, foi coordenada pelo Thomas J. Domin. Portanto, os principais objetivos e contribuições deste trabalho é a apresentação e a disponibilização de informações básicas sobre a aplicação e o uso de conjuntos de manobra e controle de potência, tanto de média quanto de baixa tensão, em instalações elétricas industriais.
Descritivo A IEC 62271-200 e a NBR equivalente definem “conjunto de manobra e controle” como um termo geral que contempla os dispositivos de manobra e as suas combinações com os equipamentos associados de controle, medição, proteção e regulação, incluindo a respectiva montagem dos mesmos e as interligações associadas, os acessórios, invólucros e estruturassuporte. Já a definição para “conjunto de manobra e controle em invólucro metálico” seria aplicada
Conjuntos de manobra e controle de potência
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naqueles casos em que os conjuntos possuem um invólucro metálico externo, previsto para ser aterrado, e fornecido completamente montado, com exceção das conexões externas, como mostrado na Figura 3.
Figura 3 – CMCP (CDC) de média tensão.
A ABNT NBR IEC 60439-1 define conjunto de manobra e controle de baixa tensão como sendo a combinação de um ou mais dispositivos e equipamentos de manobra, controle, medição, sinalização, proteção, regulação, etc., em baixa tensão, completamente montados, como todas as interconexões internas elétricas e mecânicas e partes estruturais sob a responsabilidade do fabricante. Temos na Figura 4 um exemplo de um CCM de baixa tensão.
Figura 4 – CMCP (CCM) de baixa tensão.
Além destas definições normativas, existem classificações associadas ao tipo de aplicação a que se destina um determinado CMCP. Basicamente, a classificação está diretamente ligada a função primordial do equipamento. Sendo que, no Brasil, como resultado de anos de influência do universo ANSI / NEMA / UL, é comum se usar, tanto para média quanto baixa tensão, as designações: Centro de Distribuição de Cargas (CDC) e Centro de Controle de Motores (CCM). Um bom exemplo da absorção desta cultura se encontra no uso destes termos nas especificações técnicas de grandes empresas brasileiras. Um CDC é associado a uma barra que tem a função de servir de ponto de origem de distribuição de energia elétrica de todo ou parte de um sistema industrial, incluindo funções de manobra, de proteção e, normalmente, de medição, também. Essa barra está, geralmente, conectada ao secundário de um transformador de potência. Ela pode, ou não, ser ligada a outra barra contígua, instalada no mesmo conjunto construtivo, por meio de um disjuntor de interligação. É muito comum um CDC apresentar níveis de correntes nominais de regime e de curtocircuito altos. Tanto em MT quanto em BT são utilizados disjuntores como elementos de manobra. Um CCM, por sua vez, está associado a uma barra que concentra as funções relacionadas a operação, proteção e o controle dos circuitos alimentadores de motores, tanto em MT quanto BT. Essa barra pode estar conectada ao secundário de um transformador ou ser alimentada a partir de um CDC a montante. Apesar de ser pouco usual, esta barra pode, também, ter recursos para ser ligada a outra contígua, instalada no mesmo conjunto construtivo, por meio de um disjuntor de interligação. O CCM apresenta, em geral, uma corrente nominal de regime baixa, se comparada com um CDC. Os níveis das correntes nominais de curto-circuito são menores do que em um CDC. Para fins de proteção contra curtocircuito, podem ser utilizados disjuntores ou fusíveis limitadores de corrente. O elemento de manobra mais usual é o contator. Para algumas aplicações em MT, são encontrados casos que se utilizam os disjuntores, associados a relés secundários, para as funções de manobra e proteção.
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Conjuntos de manobra e controle de potência
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Uma excelente fonte para auxiliar na compreensão dos conceitos sobre CDC e CCM, apresentados nos parágrafos acima, é o livro “Switchgear and Control Handbook”. No capítulo 14 (“AC Switchgear”) desta referência, os autores descrevem os conceitos sobre CDC, tanto de BT (ver a norma IEEE C37.20.1) quanto de MT (ver normas IEEE C37.20.2 e IEEE C37.20.3). Já o capítulo 26 (“Motor-Control Centers”) apresenta as definições e recomendações relativas ao CCM, tanto de BT (ver NEMA ICS-18) quanto de MT (ver NEMA ICS-3). Porém, diferentemente dos Estados Unidos, tal divisão não existe formalmente na cultura europeia. Por conta disso, é muito comum encontrar, dentro deste contexto, tanto em MT quanto em BT, um CMCP desempenhando ambas as funções: CDC e CMC.
Este equipamento integra as funções de distribuição de energia (ramais de saída) e alimentação de circuitos de motores. Neste tipo de abordagem, tanto a corrente nominal de regime quanto a de curtocircuito podem atingir valores altos, principalmente se compararmos com os existentes na maioria das instalações atuais no Brasil. Em resumo, os Conjuntos de Manobra e Controle de Potência (CMCP), tendo ou não configurações específicas, tais como CCM (Centro de Controle de Motores) e CDC (Centro de Distribuição de Cargas), tanto em média tensão (MT) quanto em baixa tensão (BT), visam suprir as necessidades dos pontos de distribuição e controle de energia elétrica. Sendo que estes equipamentos estão, muitas vezes, associados às barras de um Sistema Elétrico com níveis altos
Figura 5 – Parte de um diagrama unifilar com aplicações de CDC e CCM em MT.
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de demanda de potência, de correntes de curtocircuito, de energia associada às descargas de arco elétrico ou características especiais, tais como a existência de relações atípicas entre os valores de reatância indutiva e resistência do equivalente de Thévenin (X/R), vista pela fonte até o referido ponto do sistema elétrico. A Figura 5 mostra parte de um diagrama unifilar, em que se pode ver dois CDCs (13,8 kV – 2.000 A – 40 kA, cada) alimentando, cada um, transformadores de 3.150 kVA. Por sua vez, cada transformador alimenta uma barra de um CDC em 4,16 kV (800 A e 20 kA), a qual alimenta um CCM distinto de MT (4,16 kV / 800 A / 20 kA).
Níveis de tensões nominais e operacionais associados ao CMCP Existe, às vezes, por parte do usuário, a dúvida de como se deve classificar um conjunto de manobra e controle quanto à tensão nominal. A verdade é que há uma certa confusão no que diz respeito ao significado das expressões “baixa tensão (BT)”, “média tensão (MT)” ou “alta tensão (AT)”. Isto é normal se levarmos em conta o fato de que tanto a IEC quanto a ABNT classificam, basicamente, os equipamentos de manobra e controle, de acordo com a sua tensão nominal, em, somente, duas grandes famílias: “alta tensão (AT)”, para valores acima de 1.000 V em corrente alternada ou 1.500 V em corrente contínua, e “baixa tensão (BT)” para os valores até 1.000 V, em CA, ou 1.500 V, em CC. Porém, a verdade é que, tanto no Brasil como em outros países (Estados Unidos, Canadá, várias nações da União Europeia, etc.), a expressão “média tensão”, em CA, é muito utilizada para enquadrar os valores que se encontram acima do patamar de 0,6 kV, na cultura ANSI / NEMA, ou 1 kV, no caso IEC, e vão até o nível de 52 kV, inclusive. Isso pode ser exemplificado pelo fato de o CIRED (que pode ser traduzido como sendo: “Conferência Internacional sobre Redes de Distribuição”) vir tentando introduzir na IEC uma nova classificação para os valores das tensões normalmente usadas. Assim, existe uma previsão de se vir a adotar também o uso da expressão “média tensão” para cobrir os níveis mencionados
anteriormente; porém, sem nenhuma ratificação ainda por parte da IEC. Já, no Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece, no módulo 1 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (Prodist), que a “média tensão de distribuição” (MT) é aquela cujo valor eficaz entre fases é superior a 1 kV (CA) e inferior a 69 kV (CA). Dentro deste contexto, são apresentadas, a seguir, as listas formais de separação conforme a tensão nominal do equipamento e a “escola” técnica adotada: • Conforme a ABNT e a IEC, para corrente alternada (CA): – Até 1 kV: baixa tensão – Acima de 1 kV: alta tensão • Conforme a ANSI / NEMA / UL, para corrente alternada (CA): – Até 0,6 kV: baixa tensão – De 0,6 kV até 38 kV: média tensão – De 69 kV até 138 kV: alta tensão – De 230 kV até 525 kV: extra alta tensão – Acima de 525 kV: ultra alta tensão Em termos práticos, o enquadramento em faixas, adotado no dia a dia pelos profissionais das áreas de projeto, operação e manutenção na cultura elétrica nacional, é uma mescla entre a ABNT/IEC e a ANSI/ NEMA/UL. Desta forma, a classificação “informal” mais usada é: • • • • •
Até 1 kV – CA (inclusive): baixa tensão De 1 kV até 69 kV (exclusive): média tensão De 69 kV até 138 kV (inclusive): Alta tensão De 230 kV até 525 kV (inclusive): extra alta tensão Acima de 525 kV: ultra alta tensão
*Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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Capítulo I Introdução à inspeção Por Marcus Possi*
Uma grande iniciativa Na busca constante pela qualidade das instalações elétricas, diversas ações de resgate têm sido tomadas pela sociedade e pelos órgãos públicos. O maior nível de entendimento de segurança, o retorno que o investimento nesse setor tem dado, só pode ser comparado com os resultados da busca constante pelas ações direcionadas à sustentabilidade e às preocupações com o meio ambiente. O entendimento de condições de segurança aceitáveis, uma ação de curto prazo, mas o retorno dos investimentos vem em médio e longo prazo. Agindo como elementos motores e como elementos a reboque de forma simultânea podemos citar a criação, a revisão e a adaptação das normas de instalações elétricas de baixa e média tensão, assim como a norma de Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), sendo ações iniciais, seguidas pelo empenho dos órgãos federais, estaduais e municipais, na obrigação legal e não de apenas uso como melhores práticas da engenharia. As universidades incrementam de forma lenta seus currículos; cursos livres são apresentados; mas as iniciativas para
complementar os conhecimentos dos profissionais de engenharia elétrica tornam-se pequenos em face do volume a ser atendido no mercado, que está cada vez mais consciente ou, ao menos, sendo cobrado por melhorias e resultados. Não estamos aqui de forma alguma, pelo uso constante da palavra “engenharia”, excluindo os profissionais de nível médio – os eletrotécnicos. Esses são também habilitados pelos Conselhos regionais e força de apoio em níveis específicos das instalações em funcionamento. O objetivo deste material é dar início a um trabalho, em nível profissional para projeto, montagem ou manutenção, daqueles técnicos e engenheiros que resolvem se especializar dentro dessas tantas áreas possíveis e existentes no setor elétrico e nos seus sistemas, agora especificamente na ação das inspeções de instalações elétricas. Este material não se destina a profissionais iniciantes ou àqueles que estejam atuando no mercado sem o conhecimento dos diversos ambientes, condições e procedimentos de segurança preconizados pelas normas reguladoras, leis, decretos leis ou diretrizes oficiais. Eventualmente serão citados trechos e referências a esses elementos
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regulamentadores. Regularmente serão citadas nor mas que estão ou estiveram em revisão, mas fica o registro da necessidade da pesquisa permanente e do acompanhamento contínuo daquilo que está em vigor. A atividade de inspeção segue técnicas de trabalho que não são abordadas pelo currículo natural das escolas, universidades e cursos técnicos e, por conta disso, requer uma atenção especial quanto à prática, ao posicionamento técnico, e até mesmo ético da situação “inspeção”. O lado técnico se dá por conta da necessidade da imparcialidade e do conhecimento específico dos assuntos tratados, eliminando assim o subjetivismo dos pareceres técnicos, laudos ou dos relatórios emitidos; o ético deve-se ao posicionamento a ser tomado pela equipe de profissionais em serviço e pelo seu responsável técnico na hora de se apresentarem e exporem os resultados obtidos, garantindo discrição e sigilos necessários. O padrão de referência a ser utilizado balizará os limites e o nível de detalhamento, mas é importante lembrar aqui que todo o material a seguir pretende orientar de forma didática, contínua e técnica o
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modo como os resultados e suas informações devem ser apresentados ao final. Sendo possíveis inúmeras referências como a base regulatória ou normativa para uma inspeção, mesmo na área elétrica, este fascículo vai focar com mais ênfase em um tema muito comum e necessário para as indústrias e instalações comerciais desde o ano 2004, a emissão de um “Relatório técnico de inspeções elétricas” em atendimento à Norma Regulamentadora do Trabalho número 10 (NR 10). Em seus anexos serão abordadas também regulamentações posteriores que visam sempre ao mesmo objetivo: qualidade e segurança. Atravessaremos, neste material, diversos conceitos e técnicas para permitir a atividade de inspeção e, por conta de seus resultados, a documentação necessária às garantias mínimas de segurança das instalações elétricas e seus operadores. Todas as técnicas de inspeção, assim como as ferramentas mais adequadas, sejam na forma tradicional ou informatizadas, tendem a trazer elementos técnicos que vão apoiar a formação de um diagnóstico e a montagem de um plano de ação corretivo e,
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eventualmente, preventivo, de manutenção. As técnicas informatizadas apresentadas são frutos de adequações e, por que não, do uso de processos de engenharia da administração, que aperfeiçoam e otimizam os prazos de execução e aumentam sobremaneira a produtividade, dando uma redução de tempo de produção e a garantia de “ganho” financeiro e de segurança à equipe de trabalho e ao cliente/ instalação atendida. O plano de ação corretivo ou preventivo que é abordado neste fascículo requer algum conhecimento de termos, como “contrato”, cronograma”, “histograma”, “plano de custeio” e “orçamentação”. Isso posto, informamos que, longe de um curso específico ou material didático completo, esse será um bom início para o entendimento dessas práticas e das garantias de qualidade que a inspeção leva a considerar. Inspeções em instalações elétricas demandam conhecimentos técnicos como “normas”, “práticas de campo”, “entendimentos de critérios de aceitação”, “instalações elétricas de baixa tensão”, “instalações elétricas de alta tensão”, “equipamentos” e “ensaios elétricos”. Introdução O objetivo deste primeiro capítulo é dar ao leitor o entendimento do ambiente e do significado da inspeção para as instalações elétricas de um local, sua organização, ou sistema, sempre à luz das normas vigentes, sendo técnicas e/ou regulamentadoras. Conceitos Vivemos com diversos termos no nosso dia a dia e muitas vezes, por convívio, vícios ou até mesmo falta de técnicas, confundimos nosso entendimento. Os termos auditoria, vistoria, perícia e inspeção são exemplos desses entendimentos e desentendimentos. As definições a seguir foram retiradas dos dicionários eletrônicos Michaelis e Aurélio e devem servir de base para nossa primeira avaliação.
Avaliação Michaelis sf (avaliar+ção) 1 Ato de avaliar. 2 Apreciação, cômputo, estimação. 3 Determinação do justo preço de qualquer coisa alienável. 4 Valor de bens, determinado por avaliadores. Var: avaliamento. Aurélio s.f. Ato de avaliar, seu efeito. / Cálculo do
valor comercial de uma propriedade. &151; O valor comercial é o preço mais provável pelo qual uma propriedade pode ser comprada ou vendida por pessoas capazes. As avaliações são feitas por especialistas denominados avaliadores. Temos aqui uma forte conotação de apuração de valores e detecção de valores comerciais de bens materiais. O termo é mais bem empregado quando se trata de uma necessidade específica de apuração de estado ou valor. Aqui não se encontra um entendimento subjetivo, porém, comparativo a referências e padrões, níveis ou valores, e um amparo forte das ferramentas de cálculo de estatística. Pode-se arriscar aqui até uma proposta de certificação de estado perante outras referências. Uma dica dessa análise é que avaliação se faz contra um padrão a ser reconhecido e previamente estabelecido como aceito entre as partes envolvidas.
Vistoria Michaelis sf (vistor+ia1) 1 Inspeção judicial a um prédio ou lugar acerca do qual há litígio. 2 Inspeção, revista. Aurélio s.f. Inspeção, exame feito por autoridade ou perito: vistoria de um prédio. / Revista, exame ou investigação em alguém ou algo: fazer uma vistoria. Temos uma forte conotação de exame e investigação por um especialista, fortemente atrelada à palavra inspeção. Mais uma vez, encontram-se aqui argumentos para afirmar relato objetivo e não subjetivo, substanciado por provas e argumentação técnica. Uma dica dessa análise é que vistoria se faz por conta de um especialista reconhecido e onde se procura não conformidades a padrões e modelos.
Auditoria Michaelis sf (auditor+ia1) 1 Cargo de auditor. 2 Casa ou tribunal onde o auditor desempenha as suas funções. 3 Função de auditor junto às empresas comerciais. 4 Econ. Exame analítico minucioso da contabilidade de uma empresa ou instituição. Aurélio s.f. Função de auditor. / Local onde se exerce essa função. / Contab. Exame formal das finanças, práticas gerenciais ou operações de uma empresa, pública ou privada. Os relatórios de uma auditoria são
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fontes seguras de orientação imparcial e especializada para os negócios. Podem contribuir para melhorar a organização da empresa sugerindo mudanças em sua política, apontando erros e ajudando a aperfeiçoar suas operações. Pelo exposto, temos uma forte conotação de exame e investigação comercial/contábil/financeira e de gestão. O termo pode até ser mal empregado no trabalho técnico, mas seria adequado quando se, por força de exigência legal ou interessada, quer entender que os contratados técnicos e os resultados apresentados por eles são “verdadeiros”, verdadeiros na melhor técnica aplicada. O autor registra aqui que mais uma vez devemos buscar relatos objetivos, distante de opiniões e perto de recomendações, na maioria das vezes de gestão e processos contábeis. Se fôssemos estender esse conceito a uma auditoria de instalações elétricas, com certeza teríamos que trabalhar na “investigação” de “verificar” se um trabalho já realizado, dentro de padrões préestabelecidos, foi feito conforme acordado e dentro de padrões realmente reconhecidos. De certa forma, seria um julgamento ou comprovação de atendimento prestadas por terceiros, conforme acontece nas áreas citadas no início desse parágrafo. Uma dica dessa análise é que auditoria se faz por conta de um profissional especialista, por conta de serviços ou produtos apresentados, onde se procura confirmar se aquilo que foi feito ou produzido, foi feito e produzido conforme fora solicitado. Mais uma vez uma alusão a não conformidades a padrões e modelos reconhecidos pelas partes de modo formal e registrado antecipadamente.
Inspeção Michaelis sf (lat inspectione) 1 Ação de ver, de olhar, de observar. 2 Exame, vistoria. 3 Lance de olhos. 4 Cargo de inspetor. 5 Superintendência. 6 Exame de recrutas. 7 Repartição ou coletividade encarregada de inspecionar. Aurélio s.f. Ação de olhar; vista: à primeira inspeção. / Exame; vistoria. / Encargo de vigiar, superintender. / Cargo, emprego de inspetor. Temos uma forte conotação de ver-olhar-observar e não tocar-intervir. O relato do encontrado e as produções de documentos e “provas técnicas" são
essenciais para a produção do ato de vistoriar e inspecionar. Aqui, tema de nosso trabalho, o relatório técnico é essencial e sempre amparado por referências técnicas legais e melhores práticas de trabalho. O ponto forte dessa ação é que inspeção se torna mais e mais forte no campo de “visualizar” e não intervir nas instalações elétricas. É necessário colher informações adicionais para que um especialista possa avaliar a existência ou não de não conformidades a padrões e modelos, mas não a sua causa.
Parecer Michaelis (lat.vulg *parescere) sm (de parecer) 1. Opinião, juízo, voto. 2. Opinião, conselho ou esclarecimento que o advogado, o jurisconsultor ou outra pessoa que exerce função pública emite sobre determinada questão de direito ou de fato. 3. Opinião de técnico relativa a um caso ou assunto: parecer do perito, do arbitrador. Aurélio s.m. Opinião expressa em resposta a uma consulta. / Juízo técnico sobre questão jurídica ou administrativa, emitido em processo por jurista, órgão do ministério público ou funcionário especializado. Temos aqui uma conotação de julgamento de valor atrelada a algum objeto e a palavra “especializado” já indica a necessidade de um expertise profissional. Vejamos a próxima definição a seguir.
Perícia Michaelis sf (lat peritia) 1 Qualidade de perito. 2 Destreza, habilidade, proficiência. 3 Dir Exame de caráter técnico, por pessoa entendida, nomeada pelo juiz, de um fato, estado ou valor de um objeto litigioso. P. grafoscópica: a que se efetua por comparação de letras. Aurélio s.f. Qualidade de perito; habilidade, destreza. / Exame feito por perito, isto é, por pessoa habilitada. Temos uma forte conotação de verificação no local, avaliação e julgamento de valor, por conta expertise de um profissional. Sendo atrelado ao campo jurídico, é o único momento em que se espera do profissional envolvido e responsável um parecer pessoal, sendo essa de sua responsabilidade técnica exclusiva ou compartilhada com outros de mesmo quilate ou de
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experiência complementar, uma posição e juízo de valor. O relato do que foi encontrado e as produções de documentos e “provas técnicas” são sempre sucedidos de uma expressão de opinião que traz explicitamente incorporada um juízo de valor ou estado. Seria a avaliação por experiência profissional daquilo que foi inspecionado, vistoriado ou auditado. Temos uma forte conotação de experiência, competência profissional, entendimento e atendimento jurídico. Como a palavra perícia está ligada a juízo de valor e laudo, podemos entender que as leis e decretos que de laudo se valem dos profissionais esperam um documento de maior responsabilidade, pois haverá uma declaração de “pode” ou “não pode”, “deve” ou “não deve”, “está pronto para operação” ou “não está pronto para operação”. Isso é mais intenso que apenas apontar as “não conformidades” encontradas e propor a terceiros realizarem acertos. O ponto forte dessa ação é que, para a sua realização, é essencial que o profissional ou profissionais realizem uma vistoria ou inspeção produzindo o primeiro documento técnico que servirá de respaldo e base para
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a sustentação do seu laudo ou parecer. Esse documento preliminar norteará de forma técnica e absoluta a emissão de juízo de valor esperado. Entendendo assim os termos e a extensão de suas obrigações, e salvo algumas discordâncias acadêmicas e usos viciosos, temos a sequência a seguir como atividades correlatas e possíveis, sem obrigatoriedade de serem demandadas para diversos fins e propósitos.
atividade técnica
vistoria ou inspeção atividade técnica
atividade certificadora
atividade jurídica
inspeção
avaliação
perícia
atividade investigativa
auditoria
Figura 1 – Sequência de atividades para sustentação do laudo ou parecer.
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Como pode ser visto, nossas atividades na área técnica, ainda que com muitos nomes e eventuais confusões, são ricas em oportunidades e obrigações para com a nossa sociedade. Chamaremos aqui de “inspeções” o termo também utilizado para vistoria. E em particular com o propósito de atendimento à regulamentação de segurança promovida e uma revisão da NR 10 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), podemos dizer que a inspeção se resume ao ato de ver e avaliar o estado e as condições sem interferir no processo de produção ou no estado dos equipamentos, sendo com certeza que aqui trataremos a inspeção rigorosa e focada aos critérios de segurança de uso obrigatório e geral. A palavra vistoria (de vista, ver) também traz essa compreensão. Vamos entender adiante como as atribuições dos profissionais do sistema Confea/Crea norteiam as ações dos profissionais que a esses são jurisdicionados.
Atribuições Profissionais do sistema Confea/Crea: A Resolução nº 1.010 , de 22 de agosto de 2005, apresenta em seu Art. 5º: “Para efeito de fiscalização do exercício profissional dos diplomados no âmbito das profissões inseridas no Sistema Confea/Crea, em todos os seus respectivos níveis de formação, ficam designadas as seguintes atividades, que poderão ser atribuídas de forma integral ou parcial, em seu conjunto ou separadamente, observadas as disposições gerais e limitações estabelecidas nos arts. 7º, 8°, 9°, 10 e 11 e seus parágrafos, desta Resolução: .................. Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria, arbitragem; ...............“
Dando prosseguimento ao entendimento das atividades profissionais e suas definições, colhemos do anexo II dessa resolução as seguintes referências: “Auditoria – atividade que envolve o exame e a verificação de obediência a condições formais estabelecidas e já realizadas para o controle de processos e a lisura de procedimentos e entregas. Avaliação – atividade que envolve a determinação técnica do valor qualitativo, quantitativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento. Vistoria – atividade que envolve a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação das causas que o motivaram, contra um padrão ou referência
fornecida. Consultoria – atividade de prestação de serviços de aconselhamento, mediante exame de questões específicas, e elaboração de parecer ou trabalho técnico pertinente, devidamente fundamentado. Parecer técnico – expressão de opinião tecnicamente fundamentada sobre determinado assunto, emitida por especialista, com emissão de um juízo de valor e estado. Laudo – peça na qual, com fundamentação técnica, o profissional habilitado, como perito, relata o que observou e apresenta as suas conclusões, ou avalia o valor de bens, direitos, ou empreendimentos.“ Há um ponto complementar na definição de vistoria que é muito oportuno nesse momento e que repetimos aqui: “... sem a indagação das causas que o motivaram”. Essa expressão é pertinente e faz a melhor distinção entre perícia e inspeção/ vistoria. Mais uma vez esse autor registra que não há emissão de juízo de valor no processo de inspeção, ou procura de causas no ato desses serviços, mas sim a confrontação técnica entre previsto e visto no local. O termo “laudo” traz a mesma distinção quando comparado ao termo “parecer técnico”. O primeiro emite conclusões e opiniões para fins jurídicos, já o segundo se limita à apresentação técnica para fins de tomada de decisão.
Profissionais de 2º Grau – Técnicos eletrotécnicos: O Decreto nº 90.922, de 6 de fevereiro de 1985, apresenta em seu artigo 4º: “As atribuições dos técnicos industriais de 2º grau, em suas diversas modalidades, para efeito do exercício profissional e de sua fiscalização, respeitados os limites de sua formação, consistem em: ................. II - prestar assistência técnica e assessoria no estudo de viabilidade e desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas, ou nos trabalhos de vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e consultoria, exercendo, dentre outras, as seguintes atividades: ..................... 5. aplicação de normas técnicas concernentes aos respectivos processos de trabalho; ................. § 2º Os técnicos em Eletrotécnica poderão projetar e dirigir instalações elétricas com demanda de energia de até 800 kva, bem como exercer a atividade de desenhista de sua especialidade. ................”
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Sendo esses profissionais regidos pelas mesmas referências já citadas, os termos analisados são aplicáveis de mesma forma e mostram que a atividade de inspeção/vistoria, desde que comprovada a experiência ou formação específica, é também de sua competência. É conveniente observar que a Decisão Normativa nº 070, de 26 de outubro de 2001, não permite que laudos, perícias e pareceres sejam executados por profissionais de nível técnico. Princípios É importante iniciar essa seção mostrando que o antônimo de profissionalismo é o amadorismo e que, quando tratamos de preservação à vida, não há espaço para amadores. As melhores práticas de trabalho, seu conhecimento, ou a maneira de formalizá-los são essenciais para retirar o amadorismo e levar aos resultados confiáveis que esperamos encontrar. Tomando a Figura 2 como ilustração, podemos entender o processo de inspeção à luz dos conceitos de engenharia de produção, como um trabalho composto por diversos processos menores e talvez, por diversas disciplinas diferentes. Podemos afirmar que a inspeção vai se caracterizar muitas vezes por um trabalho para uma equipe multidisciplinar. No decorrer deste estudo será possível melhor entender esse conceito. O modelo
INSTALAÇÃO CONTEXTO CONHECIMENTO ESPECÍFICO metodologia documentaçÃO
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Figura 2 – Processo de inspeção à luz dos conceitos de engenharia de produção.
de “Entradas” – “Processamento” – “Saídas” será utilizado para estruturar esse entendimento. Entradas Para início dos trabalhos de qualquer processo é importante identificar preliminarmente o que será realizado, quais as tarefas que serão executadas, como e quem deverá participar do processo de trabalho, objetivos a serem alcançados, investimento a ser realizado nos envolvidos, as
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condições de segurança e mapeamento de riscos à vida ao patrimônio e ao negócio que devem sofrer os serviços e, por fim, o que mais pode ser conseguido com o trabalho que está para ser iniciado. Não necessariamente nessa ordem citada. • O que será realizado – Vamos aqui declarar que inspecionar também é um trabalho de engenharia elétrica e assim deve ser tratado. Não por conta puramente filosófica, mas principalmente porque temos aqui o rigor das normas de segurança do trabalho que se aplicam em todas as atividades de serviços ligados a eletricidade, direta ou nas suas proximidades (ver Item 10.1 e 10.2 da Norma regulamentadora NR 10). Posto que a segurança aqui vem em primeiro lugar, a equipe de planejamento dos serviços de inspeção deve lembrar que cada instalação é única e suas características, embora semelhantes, não podem ser sempre padronizadas de forma rígida e inflexível. Um padrão estabelecido de trabalho sem a preocupação de reanálise a cada nova empreitada pode trazer consequências desastrosas quer pelos vícios e omissões que comprometerão os resultados do trabalho e da melhor técnica, quer pelas consequências da negligencia à análise de riscos à segurança dos envolvidos. Nessa seção devemos explorar bem esse “o que” mais adiante.
• Quais tarefas serão executadas – O planejamento de ações e serviços, produção de documentação e materiais para o trabalho da inspeção são algumas das ações principais do ato da inspeção, mas a produção de procedimentos de segurança devem ser um destaque particular nessa fase. O planejamento precede obrigatoriamente a etapa de execução e seu tempo deve ser considerado no contexto geral de serviços para estimativas de prazos, custos. O planejamento das tarefas tem o objetivo de também alavancar redução de prazos e custos da equipe de trabalho por conta da análise de tempos e movimentos que levarão com certeza a um aumento de produtividade e segurança. • Como e quem deverá participar do processo de trabalho – Quais os recursos a serem utilizados? Quando nos referimos a recursos, é importante mostrar que os maiores recursos aqui são os profissionais, chamados de “inspetores”, considerados peças-chave nos resul tados a alcançar. Lembrando da não intervenção nos sistemas, parada de produção operacional, ou ainda da mudança do estado dos equipamentos no ato da inspeção nas instalações elétricas. Medidores, testadores, aplicadores
Inspeção de instalações elétricas
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de tensão, simulações locais de chaveamento não fazem parte de nosso escopo de trabalho. Os recursos serão abordados neste artigo e no próximo. • Objetivos a serem alcançados – Tendo claros os objetivos, ficará fácil o entendimento do que é necessário planejar, produzir, estudar e agir para garantir que a execução será objetiva, precisa, rápida e amparada de forma tecnicamente inquestionável, sem faltas, surpresas indesejadas, ou necessidade de retorno ao local. Embora nosso trabalho aqui seja direcionado ao atendimento da NR 10, por ser mais completo e abrangente, podemos nos deparar com pedidos de inspeção para atendimentos a outros fins. A exemplo muito atual da “Autovistoria” com emissão de Laudo Técnico de Vistoria Predial (LTVP). • O que mais pode ser conseguido – Será fácil aqui mostrar mais valor no trabalho da inspeção elétrica que praticamos. A Lei obriga os empregadores ao atendimento das condições mínimas de segurança ao trabalhador. A inspeção promove o atendimento às condições das instalações serem seguras, simultaneamente às condições de formação para o entendimento dos trabalhadores no melhor entendimento aos perigos que os afeta. No decorrer desse trabalho, passo a passo de produção, apresentaremos os subprodutos – elementos essenciais ao nossa atividade de inspeção, mas que trarão maior benefício aos objetivos iniciais, sem custos ou retardo nas ações ao cumprimento de nossa tarefa maior: a inspeção das instalações elétrica. Definimos aqui como elementos de “entrada do processo” as “instalações”, o “contexto de trabalho” e algum “conhecimento específico” que venha a ser necessário. Esses três elementos pretendem esgotar os pontos a serem considerados na inspeção, mas sendo cada instalação única, é importante que o responsável técnico procure compensar eventuais lacunas aqui propostas. Instalação As instalações são únicas e uma padronização ou modelagem “definitiva” está longe de acontecer no dia a dia dos profissionais e equipes. Temos como classificar as instalações de diversas maneiras. A classificação pode vir em função dos níveis de tensão utilizados nas instalações, nos tipos de instalações encontrados no local, no tipo de arranjo, nas disposições de alimentação quando encontramos diversas linhas de alimentação e quadros de distribuição, ou ainda nas áreas geográficas atendidas dentro do local de atendimento e fornecimento de energia. São abordados os equipamentos
e materiais, a sua topologia e construção. Poderíamos dizer que esse item se refere à parte “física” e tangível de nosso trabalho. Não apenas os equipamentos mas também a sua documentação técnica e legal, afinal, não existe a condição de um conjunto de peças e equipamentos juntos sem a devida documentação técnica e responsabilidade registrada. Contexto O contexto se refere à forma do uso ou finalidade das instalações, tipo e frequência de acesso, tipo de documentação esperada para a operação e a manutenção dos equipamentos, e por que não, aos circuitos e manobras a que a instalação está sujeita no seu dia a dia. O mesmo tipo de instalação elétrica pode estar com padrões de “acesso” diferentes. Uma instalação pode atender ao público em geral, e um tipo físico e eletricamente muito semelhante estar sujeito apenas a profissionais específicos e internos de um setor. Deve-se considerar que uma instalação em baixa tensão pode ter sido projetada para atendimento a ambientes de saúde ou postos de abastecimento ou áreas classificadas. Ainda em baixa tensão, podemos encontrar trabalhadores diretamente ligados a sua operação e manutenção que: • por força de atendimento à NR 10 requerem procedimentos e anotações de trabalho específicas; • por força de regulamentação específica do setor de atuação da empresa requerem aumento de recursos de segurança ou redundâncias de alimentação; • por força de atendimento à NR 10 requerem documentações e emissão de laudos de aceite específicos; • Por força de atendimento à legislação requerem testes ou ensaios específicos; • Por força de atendimento à legislação requerem posicionamento de juízo “aceito” ou “não aceito”, ou ainda “aceito com recomendações”. Quando instalações são em alta tensão, os documentos e requisitos mudam, se avolumam, aumentam de importância e se mostram mais detalhados. A análise do proposto nesse item forçosamente levará o profissional a recorrer a listas completas de normas técnicas para poder entender os parâmetros a serem aplicados no ato da inspeção. Poderíamos dizer que esse item se refere aos documentos, entendimento de uso e aplicabilidade das instalações físicas e seus equipamentos. Conhecimento específico Esse item foi colocado para alertar sobre as especificidades que encontramos por diversas vezes quando do surgimento
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ou da aplicação de novas tecnologias de equipamentos e conceitos de projeto. Novas tecnologias para uns, conhecidas para outros. A característica de inspeção agora mostra-se mais abrangente que restrita a apenas um profissional. Assim como no item anterior de contexto, a presença de profissionais que entendam de assuntos que um profissional apenas não teria condição de dominar, denota “multidisciplinas” nesse trabalho. Assim, até mesmo a tecnologia do isolamento das partes energizadas, das proteções de circuitos utilizadas e das formas de geração, que muitas vezes evolui e sai do dia a dia, vem tomando de certa surpresa pela sua inovação e pelos materiais que emprega, os profissionais que não se atualizam. Até mesmo a maneira de construir, operar e manter surpreende pela originalidade e evolução. Nesse caso, essa originalidade, pelo arranjo dos circuitos ou seus materiais, deve ser pesquisada e considerada na montagem dos materiais que serão utilizados no preparo da inspeção. Deve ser ressaltado que, antes de iniciar o trabalho de “inspeção em campo”, muitas coisas – ferramentas, procedimentos e estudos – precisam ser desenvolvidas e preparadas para a garantia de qualidade e de não retrabalho. Podemos nos lembrar dos idos anos 1980, quando os equipamentos blindados isolados a gás hexafluoreto de
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enxofre começavam a se tornar constante no Rio de Janeiro e em São Paulo, chegando rápido como padrão para instalações urbanas de shoppings e fábricas. Uma década antes, equipamentos isolados a óleo mineral com baixo volume eram comuns. Na década de 1990, a proteção, a medição e o controle digitais abrem caminho para processos mais elaborados de comando e proteção remota nas subestações e usinas, acompanhados pelas instalações industriais a reboque. Já nos anos 2000, a topologia das instalações passa a incluir com mais frequência o uso de geradores e chaves alternadoras do tipo “concessionário x gerador” por conta da crise de energia, tornando-se uma opção interessante e mantida comercialmente por causa de valores de tarifas. Não se deve esquecer que as documentações previstas em normas agora são uma obrigação legal e sua elaboração e técnicas de classificação e armazenamento se estendem de registros em papel a registros na “nuvem”. *Marcus Possi é engenheiro eletricista, consultor e diretor da Ecthos Consultoria. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Manutenção de transformadores
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Capítulo I Princípios básicos de transformadores de potência Por Marcelo Paulino*
Em 1885, George Westinghouse Jr. compra os direitos da patente de Goulard-Gibbs para construir transformadores de corrente alternada e encarrega William Stanley dessa tarefa. Stanley desenvolveu o primeiro modelo comercial do que, naquele momento, nomeou-se de transformador. O transformador possibilitava a elevação das tensões diminuindo as perdas na transmissão de energia elétrica, permitida pelo uso da corrente alternada, ao contrário da corrente contínua de Edison. O transformador é um equipamento elétrico, sem partes necessariamente em movimento, que transfere energia elétrica de um ou mais circuitos (primário) para outro ou outros circuitos (secundário, terciário), alterando os valores de tensões e correntes em um circuito de corrente alternada, ou modificar os valores de impedância do circuito elétrico, sem alterar a frequência do sistema. A necessidade da utilização de baixos níveis de tensão no consumidor e a necessidade de transmitir energia elétrica com tensões elevadas tornam muito importante o papel desempenhado pelo transformador de potência. Os transformadores representam o ativo mais caro da cadeia que conecta a geração até os pontos de utilização de energia elétrica. Atualmente,
com a pressão imposta pelas necessidades técnicas e comerciais, como as condições de um mercado de energia livre ou pelos esforços em manter o fornecimento de energia com qualidade a todos os seus clientes, aumentam as abordagens de uma manutenção baseada nas condições do equipamento. As equipes envolvidas com comissiona mento e manutenção têm sofrido crescente pressão para reduzir custos, mesmo sendo forçadas a manter antigas instalações em operação por tanto tempo quanto possível. Os equipamentos elétricos instalados em subestações podem ser solicitados a operar sob diversas condições adversas, tais como: altas temperaturas, chuvas, poluição, sobrecarga e, dessa forma, mesmo tendo uma operação e manutenção de qualidade, não se pode descartar a possibilidade de ocorrerem falhas que deixem indisponíveis as funções de transmissão e distribuição de energia elétrica aos quais pertencem. Entretanto, a checagem regular das condições de operação desses equipamentos torna-se cada vez mais importante. Torna-se imperativa a busca de procedimentos e de ferramentas que possibilitem a obtenção de dados das instalações de forma rápida e precisa. Portanto, para
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subsidiar os artigos futuros sobre aspectos e procedimentos de manutenção, o presente texto apresenta os princípios básicos de funcionamento de transformadores de potência.
Princípio de funcionamento do transformador monofásico O transformador é um aparelho estático, sem partes em movimento, que se destina a transferir energia elétrica de um circuito para outro, ambos de corrente alternada (CA), sem mudança no valor da frequência. O lado que recebe a potência a ser transferida é chamado de circuito primário e o lado do transformador que entrega potência é chamado de circuito secundário. A transferência é realizada por indução eletromagnética. Fluxo Magnético - ∅
Tensão Alternada de Saída U2
Tensão Alternada de Entrada U1 Primário
Secundário
Figura 1 – Estabelecimento do fluxo entre duas bobinas.
Simplificando-se a lei de Lenz-Faraday, tem-se que, sempre que houver movimento relativo entre um campo magnético e um condutor, será induzida uma tensão (f.e.m. - força eletromotriz) em seus terminais. Pode-se ainda afirmar que ocorrerá a indução de corrente quando uma espira condutora é colocada (imóvel) em uma região onde existe um campo magnético variável ou quando um circuito é posto em movimento dentro de um campo magnético constante. A Figura 1 mostra a representação do estabelecimento do fluxo magnético pela bobina primária devido à aplicação da tensão U1. Aplicando-se a tensão U1, no primário do transformador, circulará uma pequena corrente denominada “corrente em vazio”, representada neste texto por I0. Se a tensão aplicada é variável no tempo, a corrente I0 também o é. De acordo com a lei de Ampère, tem-se:
Em que: • H é a intensidade do campo; • l é o comprimento do circuito magnético; • N1I0 é a força magnetomotriz.
Manutenção de transformadores
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com a lei de Ampère, I2 criará o fluxo de reação φ2 e de dispersão φdisp2, sendo que o primeiro tende a anular φm. Para que o transformador continue magnetizado, haverá uma compensação de fluxo no primário, ou seja: para manter a magnetização, o transformador exigirá da rede uma corrente suplementar a I0, de modo a compensar φ2; esta corrente receberá a denominação de I2’, a qual cria o fluxo φ1. Assim, a corrente primária I1 é:
Figura 2 – Aplicação de tensão no primário do transformador e estabelecimento da corrente em vazio.
A expressão (1) pode ser rescrita como:
Em que: • Re • φ
é a relutância do núcleo; é o fluxo magnético.
Dessa forma, verifica-se que a força magnetomotriz impulsiona o fluxo magnético pelo núcleo, sendo limitado pela relutância. Naturalmente, se a corrente é variável no tempo, o fluxo magnético também é. Por outro lado, sabe-se pela lei de Faraday que “sempre que houver movimento relativo entre o fluxo magnético e um circuito por ele cortado serão induzidas tensões neste circuito”.
O transformador em operação Considerando a Figura 3:
Em que:
Da expressão (4) é possível concluir que, em qualquer condição de operação do transformador, sempre existirá a corrente I 0 e que somente ela é responsável pela indução de E1 e E2, em outras palavras, E1 e E 2 independem do regime de carga.
Relação de transformação de um transformador monofásico A relação de transformação das tensões de um transformador monofásico é definida de duas formas: Relação de transformação teórica ou relação de espiras A relação de número de espiras, definida por KN, é dada pela relação das quedas de tensão internas nas bobinas do transformador. Assim, tem-se:
Para o transformador operando em vazio, tem-se que:
Devido a este fato, a queda de tensão primária é mínima; assim: Figura 3 – Representação do transformador operando em vazio.
Com o transformador operando em vazio, ou sem carga, a corrente I0 magnetiza o transformador e induz as tensões E1 e E2. Fechando-se a chave S do circuito secundário do transformador, haverá circulação da corrente I2 em seu enrolamento, cujo valor depende exclusivamente da carga ZC. Como visto, de acordo
Além disto, nesta condição:
Assim
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Manutenção de transformadores
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A expressão (9) é importante, pois E1 e E2 são acessíveis a uma medição. Assim, utilizando-se um voltímetro no primário, obtêm-se U1 e, no secundário, estando o transformador em vazio, U2; desta forma, acha-se a relação do número de espiras com pequeno erro.
térmico, ocorre a orientação dos domínios magnéticos permitindo a redução das perdas e da corrente de magnetização e possibilitando alcançar altas densidades de fluxo. A estrutura formada pelas chapas é sustentada por traves metálicas solidamente amarradas por faixas de fibra de vidro impregnadas com resina.
Relação de transformação real Ao aplicar uma carga ZC ao secundário, a corrente I2 circula pelo secundário e I1 assume valores superiores a I0 assim, haverá queda de tensão no primário e no secundário e, portanto:
Nestas condições, define-se a relação de transformação real ou a relação entre as tensões primárias e secundárias quando do transformador em carga, ou seja: Figura 4 – Representação de um transformador trifásico.
Eventualmente, se a queda de tensão secundária for pequena (o que acontece para transformadores bem projetados) pode-se supor que:
Observe-se que: • se K > 1, o transformador é abaixador; e, • se K < 1, o transformador é elevador.
Princípio de funcionamento do transformador trifásico A transformação trifásica pode ser realizada com um único transformador destinado a este fim ou por um banco de transformadores monofásicos. No caso de um transformador único, o custo inicial é inferior ao uso de bancos, pois existirá apenas uma unidade. Entretanto, exige outro transformador de mesma potência como reserva. A Figura 4 mostra a representação de um transformador trifásico com as bobinas de cada fase dispostas em uma única perna do núcleo magnético. Além de promover a sustentação mecânica para as bobinas, o núcleo cria o caminho para a condução do fluxo magnético. Núcleo O núcleo do transformador é construído com uso de chapas de aço-silício, laminadas e cobertas por uma película isolante. Com laminação a frio e tratamento
Um sistema trifásico simétrico e equilibrado possui três correntes com mesmo módulo, porém, defasadas de 120º elétricos uma das outras. Pela lei de Ampère, elas originam fluxos nos núcleos monofásicos, também defasados de 120º. Analogamente às correntes trifásicas, quando os fluxos juntarem-se em um ponto, sua soma será nula, o que ocorre no local de união dos três núcleos. A solução que se adota, em termos práticos, é bastante simples, ou seja: retira-se um dos núcleos, inserindo entre as colunas (ou pernas) laterais, outra com as mesmas dimensões. O circuito magnético das três fases, neste caso, resulta desequilibrado. A relutância da coluna central é menor que as outras, originando uma pequena diferença nas correntes de magnetização de cada fase. Existem diversos tipos de núcleo, entretanto o mostrado na Figura 5 é o mais comum devido à sua facilidade construtiva e de transporte. Este tipo de núcleo, em relação a três monofásicos, apresenta como vantagem o fato de que quaisquer
Figura 5 – Núcleo de um transformador trifásico real.
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desequilíbrios magnéticos causados pelas diferentes condições elétricas das três fases, tendem desaparecer graças à interconexão magnética existente entre elas; assim, a fluxo de cada perna distribui-se obrigatoriamente pelas outras duas. Além disso, existe a economia de material em relação ao uso de três transformadores monofásicos, e consequente diminuição das perdas em vazio. Como desvantagem, tem-se que as unidades reservas são mais caras, pois deverão ter a potência total do transformador a ser substituído; o monofásico de reserva, por outro lado, pode ter apenas um terço da potência do conjunto.
Enrolamentos Responsável pela condução da corrente de carga, os condutores são enrolados em forma de bobinas cilíndricas e dispostas axialmente nas pernas do núcleo. A Figura 6 mostra a disposição dos enrolamentos com ordem crescente de tensão, ou seja, a bobina de tensão inferior é colocada próxima ao núcleo e assim por diante. Os enrolamentos de um transformador trifásico podem ser conectados em estrela (Y), delta (Δ) ou zigzag, conforme mostra a Figura 7. As ligações delta e estrela são as mais comuns. A ligação zig-zag é tipicamente uma conexão
Figura 6 – Disposição dos enrolamentos montados no núcleo do transformador.
Figura 7 – Conexões possíveis dos enrolamentos de um transformador trifásico: (a) estrela, (b) delta, (c) zig-za
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secundária. A sua característica principal é sempre afetar igual e simultaneamente duas fases primárias, pois os seus enrolamentos são montados em pernas distintas seguindo uma ordem de permutação circular. Naturalmente, este fato a torna mais adequada para ser utilizada em presença de cargas desequilibradas. Adotando-se o padrão de designar as ligações primárias por meio de letras maiúsculas e secundárias por letras minúsculas, tem-se na Tabela 1 as conexões dos enrolamentos. O princípio de funcionamento é basicamente o mesmo do monofásico, tanto em vazio como em carga. Tabela 1 – Conexões dos enrolamentos Primário
D
D
D
Y
Y
Y
Secundário
d
y
z
d
y
z
Relação de transformação de transformadores trifásicos Como se sabe, a relação de transformação real é definida como a relação entre as tensões primárias (U1) e as secundárias (U2), ou seja:
No transformador trifásico a relação de transformação tem a mesma definição, sendo as tensões entre fases; porém, devido à conexão dos enrolamentos (E1 e E2 são tensões induzidas entre os terminais dos enrolamentos), ela não será, em todos os casos, igual à relação de espiras. A Figura 8 mostra duas conexões de transformadores trifásicos.
Figura 8 – Conexões de transformador trifásico.
Sendo assim, as relações de transformação K e KN para cada caso seriam: Na Figura 8a: Sendo (13) e estando o transformador em vazio, tem-se:
Então:
Na Figura 8b:
Entretanto, como os enrolamentos podem estar conectados de diversas maneiras, nota-se que para cada modo de ligação haverá uma diferença entre a relação de transformação e a relação do número de espiras. A Tabela 2 mostra os valores de K em função de KN para cada ligação: Tabela 2 – Valores de K em função de KN para as diversas ligações Ligação
Dd
Dy
Dz
Yy
Yd
Yz
K
Corrente em vazio Nos transformadores trifásicos, com a montagem de núcleo mostrada, as correntes de magnetização devem ser iguais entre si, nas fases laterais, e ligeiramente superiores na fase da perna central. Isto se deve ao fato de que as relutâncias das pernas correspondentes as laterais são maiores. Dessa forma, adota-se um valor médio para a corrente em vazio, ou seja:
Circuito equivalente e parâmetros do transformador De uma forma geral, os sistemas de potência são representados por apenas uma fase e um neutro, considerando as restantes como simétricas, evidentemente, consegue-se isto com a ligação Y. No caso dos parâmetros percentuais, tal fato é irrelevante, pois independem das conexões dos enrolamentos, enquanto nos magnetizantes, ocorre exatamente o contrário. Assim no caso do primário em ligação delta, utiliza-se transformá-la na estrela equivalente. Desta forma, o transformador trifásico será representado
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pelos parâmetros de uma fase, supondo as conexões primárias em estrela e carga trifásica simétrica e equilibrada.
Tipos de transformadores de potência São classificados como transformadores de potência em dois grupos: • Transformadores de potência ou de força, os quais são utilizados, normalmente, em subestações abaixadoras e elevadoras de tensão, empregados para gerar, transmitir ou distribuir energia elétrica. Podem ser considerados como transformadores de força aqueles com potência nominal superior a 500 KVA, operando com tensão de até 765 KV; • Transformadores de distribuição, cuja função é de abaixar a tensão para a distribuição a centros de consumo e clientes finais das empresas de distribuição. São normalmente instalados em postes, plataformas ou câmeras subterrâneas. Possuem potência típicas de 30 kVA a 300 kVA. Em alta tensão apresenta de 15 kV ou 24,2 KV, e em baixa tensão de 380 V a 127 V.
Figura 9 – Transformadores de distribuição (monofásico e trifásico, respectivamente).
Figura 10 – (a) Transformador subterrâneo utilizado em câmaras abaixo do nível do solo. (b) Transformador enclausurado em que o óleo do transformador não tem contato com o exterior.
Manutenção de transformadores
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• • • •
Figura 11 – (a) Transformador autoprotegido incorpora componentes para proteção do sistema de distribuição contra sobrecargas e curto circuitos na rede. (b) Transformador de pedestal (pad-mounted), que, além dos componentes de proteções contra sobrecargas, curtoscircuitos e falhas internas, possui características particulares de operação, manutenção e segurança.
A função do isolante em transformadores é garantir o isolamento elétrico entre as partes energizadas e permitir a refrigeração interna. Transformadores utilizam óleo mineral derivado de petróleo, óleos sintéticos como óleos de silicones e ascaréis, óleos isolantes de origem vegetal, isoladamente a base de compostos resinosos a seco ou isolado a gás SF6 (hexafluoreto de enxofre). A partir da definição do isolante, um transformador pode ser classificado como: • Transformador em líquido isolante, cujas partes ativas são imersas em óleo isolante mineral, vegetal ou sintético; ou • Transformador a seco, geralmente isolados com resinas.
Figura 12 – (a) Transformador de força a óleo. (b) Transformador a seco.
Critérios de classificação Vários autores e trabalhos técnicos têm classificado os transformadores de acordo com sua função no sistema, com os enrolamentos, com o material do núcleo, com a quantidade de fases, dentre outros elementos. A seguir são apresentados alguns desses critérios:
Finalidade De corrente De potencial De distribuição De potência
Função no sistema • Elevador • Abaixador • De interligação Sobre os enrolamentos • Dois ou mais enrolamentos • Autotransformador Material do núcleo • Ferromagnético • Núcleo a ar Quantidade de fases • Monofásico • Polifásico
Normas técnicas As principais normas da ABNT sobre transformadores de potência são as seguintes: • ABNT NBR 5356-1 – Transformadores de potência – Parte 1: Generalidades; • ABNT NBR 5356-2 – Transformadores de potência – Parte 2: Aquecimento; • ABNT NBR 5356-3 – Transformadores de potência – Parte 3: Níveis de isolamento, ensaios dielétricos e espaçamentos externos em ar; • ABNT NBR 5356-4 – Transformadores de potência – Parte 4: Guia para ensaio de impulso atmosférico e de manobra para transformadores e reatores; • ABNT NBR 5356-5 – Transformadores de potência – Parte 5: Capacidade de resistir a curto circuitos; • ABNT NBR 5416 – Aplicação de cargas em Transformadores de potência – Procedimento; • ABNT NBR 5440 – Transformadores para redes aéreas de distribuição – Requisitos; • ABNT NBR 5458 – Transformadores de potência – Terminologia; • ABNT NBR 7036 – Recebimento, instalação e
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Tabela 3 - Tipos de transformadores em relação ao tipo de subestação Tipo de subestação
Para uso interior
Para uso exterior
Força
Abrigada em alvenaria
X
X
Abrigada em cabine metálica
X
X
Distribuição
Subterrâneo
Subterrânea estanque
Submersível
Pedestal
X
Subterrânea não estanque
X
Ao tempo no nível do solo
X
X
Ao tempo acima do nível do solo
X
X
manutenção de transformadores de potência para distribuição, imersos em líquidos isolantes; • ABNT NBR 7037 – Recebimento, instalação e manutenção de transformadores de potência em óleo isolante mineral; • ABNT NBR 8926 – Guia de aplicação de relés para proteção de transformadores – Procedimento; • ABNT NBR 9368 – Transformadores de potência de tensões máximas até 145 kV – Características elétricas e mecânicas; • ABNT NBR 9369 – Transformadores subterrâneos – Características elétricas e mecânicas – Padronização; • ABNT NBR 10022 – Transformadores de potência com tensão máxima igual ou superior a 72,5 kV – Características específicas – Padronização; • ABNT NBR 10295 – Transformadores de potência secos – Especificação; • ABNT NBR 12454 – Transformadores de potência de tensões máximas até 36,2 kV e potência de 225 kVA até 3750 kVA – Padronização; • ABNT NBR 15349 – Óleo mineral isolante – Determinação de 2-furfural e seus derivados; • ABNT NBR 15422 – Óleo vegetal isolante para equipamentos elétricos.
X X
• Transformador para interior: aquele projetado para ser abrigado permanentemente das intempéries; • Transformador para exterior: aquele projetado para suportar exposição permanente às intempéries; • Transformador submersível: aquele capaz de funcionar normalmente mesmo quando imerso em água, em condições especificadas; • Transformador subterrâneo: aquele construído para ser instalado em câmara, abaixo do nível do solo; A Tabela 3 indica os tipos de transformadores que podem ser utilizados em função dos tipos de subestações definidos na ABNT NBR 10439.
Referências • ALMEIDA, A. T. L.; PAULINO M. E. C. Manutenção de transformadores de potência. Curso de Especialização em Manutenção de Sistemas Elétricos – UNIFEI, 2012. • MILASCH, M. Manutenção de transformadores em líquido isolante. São Paulo: Edgard Blucher, 1984. • OLIVEIRA, J. C.; ABREU. J. P. G.; COGO, J. R. Transformadores: teoria e ensaios. São Paulo: Edgard Blucher, 1984 • GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS. São Paulo, Atitude Editorial, 2011.
Tipos de transformadores em relação aos tipos de subestações Conforme a seção 9 da ABNT NBR 14039 (subestações), os transformadores podem ser instalados em subestações abrigadas (em alvenaria ou cabinas metálicas), subterrâneas (em câmaras estanques ou não à penetração de água) e ao tempo (no nível do solo ou acima dele). Neste sentido são definidos na ABNT NBR 5458 os seguintes tipos de transformadores:
*Marcelo
Eduardo
de
Carvalho
Paulino
é
engenheiro
eletricista e especialista em Manutenção de Sistemas Elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI).
Atualmente,
é
gerente
técnico
da
Adimarco
|mecpaulino@yahoo.com.br. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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Reportagem Por Bruno Moreira
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Iluminação pública:
de quem é a responsabilidade? Resolução da Aneel obriga as distribuidoras a repassarem os ativos para as prefeituras. Baseado em possível inconstitucionalidade, municípios resistem por meio de liminares
Em 9 de setembro de 2010, a Agência Nacional de
Comerciais da Aneel, Marcos Bragatto, os municípios
Energia Elétrica (Aneel) publicou a Resolução Normativa nº
“extremamente pequenos” têm poucos pontos de iluminação
414 que “estabelece as condições gerais de fornecimento de
pública, característica que os torna menos atrativos para
energia elétrica de forma atualizada e consolidada”. Entre as
grandes prestadores de serviços desta área. A solução para
proposições do documento há o artigo 218, que vem gerando
estas cidades é, conforme Bragatto, a união em consórcios,
intenso debate entre a agência reguladora e os municípios da
junto a outros municípios, para que consigam um volume
federação.
maior de pontos de iluminação e, consequentemente, um
O artigo institui que a distribuidora deve transferir
contrato adequado, com um preço módico.
o sistema de iluminação pública registrado como Ativo
Imobilizado em Serviço (AIS) à pessoa jurídica de direito
a agência postergou o prazo para que as distribuidoras e
público competente. Em outras palavras, os municípios devem
municípios se adaptem à resolução. A data inicial era 31 de
se tornar responsáveis pelo serviço de iluminação pública,
janeiro deste ano, mas, em 10 de dezembro de 2013, a Aneel
ou seja, realizar, entre outras atividades, a operação e a
publicou a Resolução Normativa nº 587 alterando a data para
reposição de lâmpadas, de suportes e chaves, além da troca
o dia 31 de dezembro de 2014. “O prazo foi estendido para que
de luminárias, reatores, relés, cabos condutores, braços e
estes municípios se agrupem em consórcios e assim consigam
materiais de fixação.
contratos mais adequados”, explica Bragatto, destacando que
não haverá nova prorrogação.
A grande questão até o momento é que alguns municípios,
Por esta razão, de acordo com o superintendente é que
notadamente os menores, estão resistindo, por meio da obtenção de liminares judiciais, a se adequarem ao proposto
Liminares judiciais
na resolução da Aneel. O principal motivo alegado é a falta de recursos financeiros para arcar com os custos que a nova
Segundo o advogado especialista no segmento de
responsabilidade exige. O documento regulatório permite que
iluminação pública, Alfredo Gioielli, um levantamento
a gestão dos serviços de iluminação pública seja passada a
realizado em 2013 contabilizou que, até o final de dezembro
terceiros por meio de licitação.
do ano passado, 47 municípios do Estado de São Paulo
haviam ajuizado ações contra a Aneel. Desse total, 36 tiveram
Segundo o superintendente de Regulação dos Serviços
Reportagem
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Secretaria de Serviços de São Paulo.
66
Prefeitura de São Paulo criou um departamento especial para cuidar da iluminação pública na cidade: o Ilume.
liminares deferidas desobrigando as cidades de receberem
os ativos de iluminação. Numa fase posterior do processo
antes de se levar em conta o artigo 30, a Aneel deveria
judicial, oito sentenças foram julgadas procedentes, ou seja,
atentar para o artigo 22 da mesma constituição, que afirma
quem ajuizou a ação conseguiu provar em primeira instância
competir privativamente à União legislar sobre águas, energia,
que possuía razão em seus argumentos, e três sentenças foram
informática, telecomunicação e radiodifusão. Gioielli também
consideradas improcedentes, estando em grau de recurso. As
cita o artigo 8 do Decreto-Lei nº 3763, de 25 de outubro de 1941,
demais ainda aguardam julgamento.
ainda em vigência, que determina que “o estabelecimento de
As ações ajuizadas pelos municípios estão considerando
redes de distribuição e o comércio de energia elétrica dependem
como um dos fundamentos um artigo escrito por Gioielli,
exclusivamente de concessão ou autorização federal”, que foi
denominado “A ilegalidade da municipalização da iluminação
recepcionado pelo artigo 175 da Constituição.
pública via resolução da Aneel”. No texto, o advogado defende,
entre outras teses, que a Aneel, com sua resolução, exorbitou
nº 41.019 de 26 de fevereiro de 1957, que regulamenta o
sua competência de agência reguladora porque, conforme
serviço de energia elétrica. No primeiro, há a afirmação de
Gioielli, é prerrogativa da Aneel regular e fiscalizar, mas não
que “circuitos de iluminação, alimentadores e até a subestação
legislar sobre transferência de ativos.
conversora pertencentes às concessionárias de serviços de
A afirmação do advogado vai de encontro ao que diz a
energia elétrica serão considerados parte integrante de seus
agência quando argumenta que sua resolução se baseia no
sistemas de distribuição”. Já o artigo 44 define os ativos de
inciso V do artigo 30 da Constituição de Federal de 1988,
propriedade da empresa de energia elétrica como “todos os
que diz ser competência dos municípios organizar e prestar,
bens e instalações que direta ou indiretamente concorram,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
exclusiva ou permanentemente, para a produção, transmissão,
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte
transformação ou distribuição de energia elétrica”.
coletivo, que tem caráter essencial.
A fim de sedimentar mais ainda sua argumentação, o
De acordo com o especialista no segmento de iluminação,
Gioielli faz menção também aos artigos 5º e 44º do Decreto
67
68
Cidade de Belo Horizonte iniciou o processo de transição dos ativos de iluminação pública há seis meses.
advogado cita o artigo 54 do mesmo decreto. Nele, está disposto
Bragatto destaca que a Aneel tomou a decisão de
que as concessionárias de energia elétrica estão obrigadas a
confeccionar a Resolução nº 414 baseada em muito trabalho.
organizar e a manter atualizado o inventário de sua propriedade.
“Foram anos de discussão técnica e jurídica”, diz ele, reiterando
Conforme Gioielli, em seu artigo, essa obrigatoriedade não é à
que o comando legal vem da Constituição. O superintendente
toa, já que a “venda, cessão, doação, dos bens imóveis ou de
recorda que na criação da agência reguladora em 1996 já
partes essenciais da instalação dependem de prévia e expressa
foi iniciado um debate para definir a responsabilidade pelo
autorização do Ministro das Minas e Energia mediante portaria,
serviço de iluminação pública. Em 2000, foi definido que as
assim preconiza o artigo 64 da legislação em comento”.
expansões de iluminação pública deveriam ser feitas pelos
Em suma, o advogado sustenta, baseado nas leis citadas,
municípios. E no ano de 2010, no processo de revisão da
que as decisões referentes ao serviço de energia elétrica,
regulamentação específica deste segmento, chegou-se ao
incluindo a iluminação pública, devem ser tomadas pelo
documento normativo.
Governo Federal, que de fato detém todos os ativos e os
A respeito das liminares obtidas em todo o país, o
repassa às concessionárias em regime de concessão. Neste
superintendente acredita que se trata de um direito das
sentido, a Aneel não teria qualidade jurídica, nem base legal
prefeituras dessas cidades. “Existem muitos municípios que
para tomar a atitude que tomou.
estão se regularizando. E existem outros que ainda entendem
“A Aneel é uma autarquia sob regime especial, vinculada
que essa medida pode ser inconstitucional. Eles têm direito a
e subordinada ao Ministério de Minas e Energia, não podendo
isso. A Aneel está tratando com esses municípios por meio de
violar preceitos fixados nos Decreto-Lei
sua procuradoria”, explica Bragatto.
nº 3.763/1941 e Decreto nº 41.019/1957, uma vez que compete
a ela gerir os contratos de concessão dos serviços públicos de
grande parte dos municípios do país (65%) já faz a gestão
energia elétrica como fixado no inciso IV do artigo 3º da Lei
de iluminação pública, mesmo que de forma precária. Em
nº 9.427/96”, declara o advogado.
São Paulo, por exemplo, desde 2000, a gestão da Iluminação
Vale lembrar, no entanto, que, apesar das ações judiciais,
O superintendente da Aneel, Marcos Bragatto, contesta
Pública está sob responsabilidade da prefeitura, que criou em
as afirmações de Gioielli. Para ele, os serviços de distribuição
o Departamento de Iluminação Pública (Ilume) só para isso.
de energia elétrica não devem ser confundidos com o de
Segundo o prefeito da cidade de Limeira (SP), Paulo Hadich,
iluminação pública. O primeiro é o contemplado nos decretos
que representa a região Sudeste na Associação Brasileira de
elencados pelo advogado, já o segundo diz respeito ao artigo
Municípios (ABM), em relação às prefeituras que ainda não
30 da Constituição Federal, que diz que serviços públicos de
fazem a gestão do sistema, a maioria não está em condições
interesse local – e a Aneel entende que o serviço de iluminação
de assumir neste ano, mas, com a prorrogação para 31 de
pública se encaixa nessa definição – são de responsabilidade
dezembro de 2014, é possível construir as condições adequadas
dos municípios.
para tanto.
69
Capital Mineira terceirizou o serviço de gestão de iluminação pública. Empresa responsável deve começar a gerenciar por conta própria em fevereiro.
O prefeito explica que a grande maioria dos municípios
público decorrente das obras que seriam realizadas, a maior
está fazendo o diagnóstico do seu parque elétrico e preparando
agilidade no serviço de atendimento, além da padronização
a licitação para a contratação do sistema conforme o prazo
dos equipamentos utilizados em todo o estado. Livre da
dado pela nova resolução.
responsabilidade pelo serviço de iluminação pública, a concessionária poderá se focar mais na distribuição e na
O trabalho da distribuidora
entrega de energia elétrica. Dos 74 municípios em Minas Gerais que a Cemig é
Em meio ao impasse envolvendo os municípios e a
responsável, cinco já realizam a gestão da iluminação pública.
Aneel, as distribuidoras de energia elétrica continuam o seu
São eles: Itaúna, Betim, Nova Lima, Montes Claros e Nanuque.
trabalho. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig),
A capital, Belo Horizonte, iniciou o processo de transição há
por exemplo, segue atuando no sentido de cumprir o prazo
seis meses. “Já fez a licitação e terceirizou. Devem começar
estipulado pela agência reguladora para transferir os ativos
a gerenciar por conta própria em fevereiro deste ano, ainda
de iluminação pública às prefeituras. Segundo o gerente de
com assessoria da Cemig”, diz o gerente de relacionamento
relacionamento com os clientes especiais do poder público
com os clientes especiais do poder público de distribuição da
de distribuição da Cemig, Marco Antônio de Almeida, há
concessionária.
uma preocupação de que os trabalhos sejam efetivos com o
Além dessas cidades, há sete municípios de médio
objetivo de se ter um grupo de transição focado.
porte (Ipatinga, Juiz de Fora, Pará de Minas, Pouso Alegre,
A distribuidora mineira tem ajudado os municípios e
Varginha, Uberaba e Ribeirão das Neves) que já se encontram
a associação de municípios, disponibilizando preços de
em processo licitatório para contratar a empresa responsável
materiais e serviços, condições de contrato, estatísticas
pelo gerenciamento da iluminação pública.
de serviços mensais para mensurar o valor do contrato,
etc. “Damos assessoria, mostrando como deve funcionar a
vem trabalhando a fim de cumprir o documento normativo no
operação, falamos sobre demanda; necessidade de equipe;
prazo determinado pela agência. “Essa resolução da Aneel está
tipo de contratação mais eficiente (via empregados próprios,
em linha com o dispositivo constitucional e, como tal, cabe
consórcio, terceirização), de acordo com o perfil de cada
a Elektro cumpri-la”, afirmou a gerente de relacionamento
município para que eles optem pelo regime mais adequado”,
personalizado com clientes da Elektro, Marcela Ramos.
explica o gerente da Cemig.
Segundo Almeida, a Cemig atua no sentido de mostrar aos
estreito contato com todas as administrações municipais
municípios as vantagens de se assumir o parque de iluminação
de sua área de concessão. “Nesses contatos, prezamos pela
pública. Entre elas estariam a proximidade do poder executivo
maior quantidade possível de informações atinentes ao caso
dos municípios com a população, a visibilidade do poder
e ainda o fornecimento de dados e documentos que norteiam
Tal qual a Cemig, a distribuidora de energia elétrica Elektro
Assim, de acordo com Marcela, a distribuidora tem mantido
Reportagem
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Secretaria de Serviços de São Paulo.
70
Apesar de ações judiciais, grande parte dos municípios brasileiros (65%) já faz a gestão de iluminação pública”.
o planejamento municipal para a transição. Eventualmente,
essa transferência vem sendo preparada há muitos anos e
algum município pode antecipar o processo, com base nessas
somente agora está sendo implantada.
informações prestadas”, declara a gerente.
A Elektro é responsável pelo atendimento de 228
acordo com Leite, a agência não está extrapolando suas funções
municípios, sendo 223 no Estado de São Paulo e cinco no Mato
e encontra-se no exercício de sua competência constitucional ao
Grosso do Sul. Desses, três já se anteciparam e solicitaram
estabelecer uma norma que se fundamenta na constituição. “As
a transferência dos ativos de iluminação pública: Caieiras,
concessionárias sabem que estão prestando, há anos, um serviço
Mogi Guaçu e Votuporanga, todos paulistas. De acordo
que não lhes compete até mesmo constitucionalmente”, afirma
com Marcela, no entanto, com a prorrogação do prazo pela
o presidente da associação, explicando que, mesmo assim, nada
resolução 587/2013 para o fim de 2014, a Elektro acredita que
impede que a concessionária que se interessar possa concorrer e
uma minoria antecipará a transferência.
desenvolver a atividade de prestadora de serviço de manutenção
de iluminação pública.
Tanto a Elektro quanto a Cemig atendem a municípios que
A opinião da Abradee é favorável à resolução da Aneel. De
oferecem resistência ante a obrigação de assumirem os ativos de
iluminação público. Em Minas Gerais, de acordo com Almeida,
até o momento tem sido na esfera judicial e por enquanto
são, ao todo, dez ações contra a resolução da Aneel. Sobre
somente no patamar de liminar, sem nenhuma apreciação
isso, no entanto, a distribuidora que atua em território mineiro
mais consolidada no que se refere ao mérito da questão.
observa que se tratam apenas de liminares. “Ainda não houve
“Evidentemente, à vista de uma liminar concedida pela
nenhuma sentença definitiva”, justifica o gerente.
Justiça, impedindo a transferência, ela não se fará até que
Sobre a resistência de alguns municípios, Leite destaca que
Das cidades para qual a Elektro fornece energia elétrica,
haja uma decisão em sentido contrário, o que acreditamos que
25 obtiveram liminares favoráveis na Justiça, entra as quais,
ocorrerá à vista dos fortes argumentos legais e constitucionais
Limeira, Araras e Rio Claro. De acordo com a gerente de
que demostram a procedência da determinação da Aneel”,
relacionamento personalizado com clientes da concessionária,
assegura o presidente da Abradee.
enquanto os recursos não são julgados e a decisão modificada, a Elektro, cumprindo as determinações judiciais, em via
Aumento de custos
liminar, permanece como responsável pelos serviços de iluminação pública destes municípios.
Outro ponto levantado por Gioielli que torna a resolução
Analisando o desempenho das concessionárias no meio
414/2010 da Aneel mais impopular é a elevação de custos aos
desta situação, o presidente da Associação Brasileira de
municípios. “Por mais que a Aneel venha dizendo que não,
Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca
esta resolução causa impacto no orçamento dos municípios”,
Leite, destaca que as distribuidoras estão preparadas para o
destaca o advogado.
cumprimento das determinações da Aneel, até mesmo porque
De acordo com Gioielli, foi realizado um estudo
71
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Ativos
em perfeitas condições de uso
Mais uma questão levantada por Gioielli ante a resolução 414/2010 da Aneel diz respeito às condições dos
equipamentos a serem devolvidos pelas concessionárias para os municípios. Segundo o advogado, a distribuidora de energia, conforme o documento normativo da agência, está obrigada a prestar declaração aos municípios de que estão transferindo os ativos em perfeitas condições de uso e dentro da norma.
Tal orientação dada pela a Aneel, faz Gioielli
se perguntar: “transferir o ativo de iluminação com luminária sem lâmpada, sem difusor ou difusor quebrado, com o parque de iluminação funcionando abaixo do percentual permitido pela norma é perfeita condição de uso?” Para o advogado, as distribuidoras deveriam ser obrigadas a renovar o parque de iluminação pública antes de entregá-lo aos cuidados das prefeituras.
Na opinião do presidente da Abradee, não há necessidade disso. Segundo ele, a orientação é de que se entregue os ativos
em funcionamento. Da mesma forma pensa o gerente de relacionamento com os clientes especiais do poder público de distribuição da Cemig. “Em relação aos ativos que devemos passar, iremos passá-lo funcionando. Passaremos manutenido, mas não renovado”, afirma Almeida, destacando, porém, que, em dez anos, a concessionária mineira melhorou em 65% o nível de eficiência de sua iluminação pública, inclusive com a obtenção de equipamentos mais modernos.
comparativo de custos de iluminação pública para cinco
terão um aumento de 50% a 70% em seu orçamento”, calcula
cidades paulistas (Bauru, Praia Grande, Santos, São Vicente
o advogado.
e Sorocaba), chegou-se à conclusão de que em média elas
teriam um aumento com manutenção da ordem de 558% e
por meio da Contribuição de Custeio do Serviço de Iluminação
um aumento incluindo a energia de aproximadamente 46%.
Pública (Cosip), tributo cobrado mensalmente dentro da conta
O estudo foi feito com base nas tarifas reguladas pela Aneel
de luz, vinculado ao pagamento do consumo de energia elétrica
e levando em conta a estimativa de que a contratação de
destinada à iluminação pública e para aplicação em projetos
empresa terceirizada custaria cerca de R$ 10,50 por ponto.
de expansão do parque de iluminação. Esta contribuição foi
O prefeito de Limeira acredita que uma maneira de tornar mais
instituída pela Emenda Constitucional nº 39 de 2002 e incluída
viável a tarefa dos municípios seria o governo federal transferir,
no artigo 149-A da Constituição, autorizando os municípios
além dos ativos, os recursos para a gestão do sistema “e que esse
a instituírem essa contribuição. Nem todos cobravam e com
repasse permitisse, além da manutenção corretiva, a manutenção
o repasse dos ativos das concessionárias para as prefeituras,
preventiva, a ampliação do sistema e, principalmente, a melhoria da
provavelmente, isto acontecerá.
qualidade do serviço oferecido a população”.
A transferência de recursos para ajudar os municípios
iluminação pública defende que a transferência dos ativos
não está nos planos do governo, por enquanto. Neste sentido,
não pode ser obrigatória. “Não sou contra os municípios se
a forma encontrada pela Aneel para diminuir o impacto
responsabilizarem pelos serviços de iluminação pública desde
financeiro será um desconto de 9% na conta de consumo
que eles tenham condições para tanto”, argumenta Gioielli.
dos municípios em comparação à conta cobrada junto às
Hadich é da mesma opinião que o advogado. Não obstante
concessionárias.
a opção de se unir em consórcios, ele acredita que cidades
Contudo, segundo Gioielli, mesmo assim, não compensaria
com até 50 mil habitantes terão muitas dificuldades em se
o aumento do custo. O advogado cita em seu artigo o
responsabilizar pelos ativos. O ideal para estes municípios,
exemplo de um município que gastou R$ 6.902.593,92 com
segundo Hadich, seria manter o parque de iluminação sob
iluminação pública em 2012. O desconto dado pela Aneel
responsabilidade das concessionárias.
aliviaria o cofre deste município em R$ 621.233,45. No
entanto, se levar em conta que o município a que ele se refere
opção. De acordo com ele, a questão não está no campo da
receberá 31.586 pontos administrados pela concessionária e
discricionariedade, ou seja não se trata de escolher entre duas
que cada um destes pontos custará em média R$ 10,50 (R$
ou mais alternativas. “Há uma norma que tem fundamento na
331.653,00 por mês), a prefeitura terá a mais uma despesa de
Constituição e, até mesmo em entendimento ao princípio da
R$ 3.979.836,00 ao ano. “Com essa transferência, municípios
isonomia, precisa ser aplicada a todos”, diz Leite.
Este custo, fatalmente, será repassado ao consumidor final
Por esta razão, o advogado especialista no segmento de
Para o presidente da Abradee, no entanto, isto não é uma
Proteção
72
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
S
SOBREC. NEUTRO
63
71
RELÉ GÁS
NÍVEL DEÓLEO
87T
DIF. TRANSF.
51 TN
DIF. 87U UNIDADE
BALAN O DETENS O
60
E
G 3
64 F TERRA DOCAMPO
49
61
TEMP. ESTATOR
FALHAENTRE ESPIRAS
24 2
87G
PERDA DE SINCRON.
78
PERDA DE CAMPO
40
DIR. POTÊNCIA
32
V/Hz
59
SOBRE TENS O
81 N
SOBRE FREQ.
24 1
V/H
DIF. GERADOR
46
21 51V
SEQ. NEG.
BACKUP SISTEMA
59 GN
Coordenação e seletividade Uma revisão de conceitos e os benefícios das técnicas disponíveis Por Edi Carlos Martins Santos, Miguel Rosa Júnior e Vasco Trestini Neto*
73
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
de indústrias ou atividades de serviços. Uma falha elétrica, que interrompa o fornecimento de energia, pode causar desde um simples descontentamento, como o impedimento de uma dona de casa assistir ao seu programa de TV favorito, até elevadas perdas financeiras, como a indisponibilidade dos sistemas de informação de um banco. Desta forma, a concepção ou a
51
instalação de sistemas de proteção que minimizem a amplitude e o tempo de parada, causados por uma falha, é mandatória nas práticas modernas de engenharia. Os estudos de coordenação
SOBREC. NEUTRO 51 TN
63
71
RELÉ GÁS
NÍVEL DE ÓLEO
87T
e seletividade claramente ajudam a
DIF. TRANSF.
aumentar a disponibilidade da energia nas
instalações
residenciais, prediais,
industriais, entre outras.
A
O curto-circuito, prejuízos patrimoniais e operacionais
Do ponto de vista do fenômeno, um
curto-circuito ocorre quando surge uma resistência muito baixa ou nula entre fases, fase-neutro e fase-terra de uma fonte de alimentação, de um dado circuito da instalação. Funciona como se ligássemos diretamente os condutores de fase entre si ou a ligação de uma das fases ao condutor terra da instalação. Quando isso ocorre e não há dispositivos de proteção, a corrente do circuito se eleva da ordem de centenas ou milhares de vezes da corrente normal de operação, causando a destruição de cabos, barramentos, isoladores e materiais isolantes que estão ligados ao circuito. Esta destruição ocorre porque os condutores e sistemas inevitáveis
normas de segurança do ministério do
foram dimensionados para trabalhar com
nas instalações prediais, industriais e
trabalho e melhores práticas de projeto
correntes de regime nominais, e não
residenciais. Elas podem ter várias origens
e engenharia, de uma maneira geral.
correntes de falta elevadas.
e podem também causar consequências
A despeito disso, ainda assim, existe a
Fusíveis e disjuntores (os chamados
de diversos níveis. Nos últimos anos, a
possibilidade de uma falha elétrica (ou
dispositivos de proteção) são utilizados
sociedade brasileira aumentou seu grau
a atuação dos sistemas de proteção)
para evitar essas consequências imediatas
de conscientização quanto ao respeito às
ocorrer
criando
do curto-circuito. Eles são instalados a
normas de instalações e de equipamentos,
constrangimentos ao lazer ou à operação
montante (antes) das cargas e abrem ou
Falhas
elétricas
são
inadvertidamente,
74
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
que eles já são utilizados para a função
coordenado
de
patrimonial, impedindo
em uma associação, aquele que estiver
a destruição física dos componentes
antes da falta (a montante) e somente
do circuito. O que ainda não é muito
ele interrompe a falha, mantendo os
difundido é a correta aplicação destes
demais
dispositivos para diminuir os prejuízos
máxima continuidade de serviço ou
operacionais.
operação do sistema. A Figura 1 mostra
Além de interromper as correntes
um circuito provido de coordenação
de falha, o ideal seria que os dispositivos
entre os dispositivos de proteção. Nele
fossem utilizados de maneira consciente
o ventilador número 2 sofre uma falha,
para garantir a máxima disponibilidade de
um curto-circuito, por exemplo. O
energia da instalação, evitando assim os
disjuntor 3 abre, isolando o trecho em
prejuízos operacionais.
falta. O disjuntor 1 permanece fechado,
garantindo que o restante do sistema
proteção
A disponibilidade do sistema elétrico
e, por consequência, a redução dos
em
seletivamente
funcionamento,
quando,
com
a
continue em funcionamento.
interrompem o fluxo de corrente elétrica
prejuízos operacionais, pode ser obtida
de falta, antes que ocorra a destruição ou
pelo uso das técnicas da coordenação e
o dano permanente dos equipamentos a
seletividade das proteções.
jusante (depois do disjuntor ou fusível).
Estes danos que causam prejuízos
há duas tecnologias mais amplamente
à
geral, danos
utilizadas nos estudos de proteção: os
patrimoniais. Causam prejuízos ligados
disjuntores e os fusíveis. O fusível é
ao custo de repor os materiais ou
a tecnologia mais simples, entretanto,
sistemas danificados. Há outro prejuízo
considerando a flexibilidade, segurança
que também precisa ser contabilizado,
e confiabilidade dos ajustes conseguidos
quando ocorre uma falha elétrica: o
pelos disjuntores esta é a tecnologia mais
custo do tempo em que o sistema
empregada atualmente.
está interrompido, impedindo o pleno
Os
maior
Nota: o disjuntor 3 é seletivo em relação
desempenho das atividades de lazer ou
continuidade de operação, dado que não
ao disjuntor 1, pois na ocorrência da falha
atividades econômicas das pessoas ou
é necessário trocar ou manter peças
elétrica no ventilador 2, o disjuntor 3, mais
empresas.
Vamos,
sobressalentes em estoque. Fusíveis
próximo da falha, atua e somente ele. Se o
chamá-los
de
precisam
instalação
são, em
simplificadamente,
Em termos de dispositivos de proteção,
disjuntores
Disjuntores
disjuntor 1 tivesse atuado, a continuidade de
operacionais. Eles estão relacionados ao
podem ser rearmados, após a identificação
operação seria comprometida, desligando
montante de dinheiro que as pessoas
do
todo o circuito, com prejuízo para o
ou empresas deixam de ganhar devido
Com o disjuntor não há custos com
à interrupção. Estes danos serão tanto
inventários e estoques. Disjuntores são
maiores, quanto maiores forem os
mais robustos e seguros produzidos com
tempos em que a instalação permanecer
a mais avançada tecnologia construtiva,
não seletividade dos dispositivos de
sem energia.
garantindo a integridade das pessoas e
proteção. O disjuntor principal abre e
das instalações quando da ocorrência
desliga todo o sistema, prejudicando
de
possa
a operação do ventilador 1. Nesta
eventualmente evoluir e criar um arco
situação, devido a não coordenação
elétrico. Os disjuntores são concebidos,
de proteção entre os disjuntores (3) e
atualmente, para eliminar rapidamente o
(1), a alimentação para ventilador 1 é
Os dispositivos de proteção são
curto-circuito, evitando a propagação do
interrompida. Esta interrupção poderá,
amplamente empregados e obrigatórios
arco elétrico.
então, acarretar perdas operacionais
nos projetos e nas instalações. Isso significa
Dizemos
prejuízos
ou
danos
Diminuindo os prejuízos operacionais com o uso da coordenação das proteções e da seletividade
ser
permitem
fator
uma
trocados.
Figura 1 – Circuito seletivo.
causador
falha
que
da
interrupção.
elétrica, que
um
disjuntor
é
ventilador 1. Na Figura 2, vemos um exemplo de
para a instalação.
75
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Figura 2 – Circuito não seletivo.
Se imaginássemos que, em vez do
práticas de coordenação e seletividade
operação, conforme vimos nos exemplos
dos sistemas de proteção. Elas permitem
anteriores.
a
redução
dos
danos
financeiros
causados por uma falha elétrica e pela
em uma instalação. As principais são: i)
não coordenação de proteção dos
as sobrecargas de corrente, ii) os curto-
dispositivos.
circuitos, ii) as correntes de energização,
Nota: ov disjuntor 3 não é seletivo em relação
iv) as falhas a terra e v) as correntes
ao disjuntor 1, pois na ocorrência da falha
transitórias, causadas por afundamentos
do ventilador 2, o disjuntor 1 também atuou,
momentâneos de tensão. Para cada uma
desligando todo o circuito. Os prejuízos de
destas falhas, existe um dispositivo de
operação, nesta situação, são maiores do
proteção que pode ser utilizado para
que quando o circuito é seletivo, pois todo o
garantir a segurança das pessoas e do
sistema fica indisponível.
patrimônio. Se estes dispositivos não
ventilador 1, tivéssemos um processo fabril e o ventilador fosse, em verdade, um motor da linha de montagem de uma indústria de automóveis, o dano
Existem vários tipos de falhas elétricas
estiverem coordenados, a continuidade
Coordenação e seletividade das proteções: uma revisão das técnicas
causado por um sistema de proteção
Numa
não coordenado poderia ser a perda de
configuração
instalação
Vamos nos concentrar apenas nos dois
primeiros tipos de falha: as sobrecargas, em
quando a corrente de falha varia acima de
da
1 e até 10 vezes a corrente de serviço; e
produção de vários carros.
seletividade é isolar a carga que apresenta
as correntes de curto-circuito, quando as
As figuras anteriores mostram o
falha do restante da rede de distribuição,
correntes de falha são acima de 10 vezes
quanto é importante a adoção das
garantindo a continuidade de serviço/
da corrente de serviço.
radial,
elétrica,
de operação poderá ser comprometida.
o
objetivo
Proteção
76
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Se quando há a falha, apenas um
3, para que a seletividade seja assegurada,
aumentar a disponibilidade de energia
dispositivo de proteção atua, sendo este
o tempo de abertura do disjuntor 2 deve
na instalação. São elas: i) seletividade por
o mais próximo da falha, dizemos que
ser menor que o tempo de abertura do
corrente ou amperométrica; ii) seletividade
há coordenação entre os dispositivos de
disjuntor 1. Esta é a chamada seletividade
por tempo ou cronométrica; iii) seletividade
proteção e que houve seletividade entre
cronométrica.
lógica; iv) seletividade energética.
eles. Se, por outro lado, quem atuar for
Nas regiões de curto-circuito, a
o dispositivo de retaguarda, aquele à
seletividade pode ser garantida ao se
estas técnicas. Vamos nos concentrar
montante do dispositivo mais próximo,
fazer comparações entre as curvas dos
no tema da seletividade energética. Para
dizemos que os dispositivos não são
dispositivos de proteção, à montante e
uma discussão mais aprofundada sobre as
seletivos (embora eles possam estar, de
à jusante dos circuitos. Os dispositivos
demais, o leitor pode consultar Nereau
alguma maneira, coordenados).
devem ser coordenados ou escolhidos
(2001) e Serpinet e Morel (1998).
de tal maneira que nunca as suas
A seletividade energética é bem
curvas se cruzem quando sobrepostos
difundida pelos fabricantes de disjuntores
num coordenograma (gráfico tempo-
e pelos projetistas, mas pouco se fala
corrente), tal como vemos na Figura 4.
sobre suas vantagens: i) permite a
Caso isso ocorra, dizemos que não existe
seletividade total ou parcial nos estudos
seletividade total entre as proteções e
de proteção; ii) reduz os custos de compra
que a seletividade é parcial.
de cabos, barras e demais dispositivos
Não vamos neste espaço discutir todas
que compõem os circuitos de saídas dos disjuntores.Vejamos como isso acontece.
A seletividade energética ajudando a reduzir custos A seletividade energética é baseada no domínio da técnica. Os fabricantes de disjuntores têm desenvolvido e fabricado
Figura 3 – Curvas inversas, zonas de sobrecarga e curto-circuito.
disjuntores de atuação rápida, com alto poder de limitar correntes de falha, os chamados
A Figura 3 permite uma análise
disjuntores limitadores de corrente.
simplificada de como a coordenação de
disjuntores funciona. Mais ainda: permite
métrica e amperométrica, que são mais
mostrar como a seletividade é possível e
Figura 4 – Curvas inversas, zonas de sobrecarga e curto-circuito – Seletividade parcial.
como é a sua dinâmica de funcionamento.
Neste aspecto, os disjuntores se
Geralmente as curvas de abertura dos
sobressaem diante dos fusíveis. Os
dispositivos de proteção são do tipo
fusíveis têm curvas tempo-corrente fixas,
tempo-inverso, ou seja, o disjuntor
enquanto os disjuntores permitem maior
permite a passagem de correntes de
flexibilidade. Disjuntores de caixa moldada
sobrecarga (aproximadamente até 10
e caixa aberta permitem ajustar o tempo
vezes a corrente de serviço) por períodos
e a corrente de atuação da proteção,
de tempo mais longo. Entretanto, para
com o ajuste da corrente especificada no
correntes mais elevadas que isso, o
estudo de proteção. É também possível
tempo de atuação do dispositivo de
a utilização de tempos de retardo entre
proteção é muito mais rápido, isolando
um disjuntor e outro. Isso garante maior
as falhas de forma a preservar o limite de
facilidade para se obter a coordenação e a
suportabilidade das cargas, especialmente
seletividade das proteções.
os dos cabos.
Atualmente existem várias técnicas
de seletividade. Pode-se utilizá-las para
Ainda com base no exemplo da Figura
Diferentemente da seletividade crono
baseadas em curvas de tempo-corrente,
Figura 5 – Curva de energia-corrente dos disjuntores.
Proteção
78
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
a seletividade energética se utiliza das
deixa passar para as cargas, baseado
instalações, como
curvas de energia-corrente, tendo como
na integral Joule, na atuação mais
com uma interface bastante amigável
variável de escolha o tempo de atuação da
rápida do dispositivo de proteção
e
proteção, conforme se vê na Figura 5.
e do seu menor tempo de atuação
para garantir a seletividade para o
o
intuitiva, sugere
Ecodial, que, os
disjuntores
Serpinet e Morel (1998) explicam que
(que é o inverso do ciclo de onda que
projeto em elaboração. O software
os disjuntores limitadores se baseiam no
mencionamos anteriormente). A curva
é
conceito de energia passante. Significa
maior, mais clara, da Figura 6, baseia-se
interessados.
dizer que utilizam da integral Joule de
na mesma técnica, mas não levando em
energia para se encontrar as curvas
consideração a assimetria e o menor
recomendável, aos usuários finais e
de seletividade. A expressão a seguir é
tempo de atuação da proteção. Mais
projetistas, que levem em consideração
utilizada para efeitos de cálculo:
detalhes podem ser encontrados nos
os estudos de proteção nos projetos
textos de Nereau (2001) e Serpinet e
elétricos
Morel (1998).
busquem
Os benefícios desta técnica, além
fabricantes. Com isso terão um sistema
da seletividade total ou parcial que ela
elétrico altamente disponível, seguro
proporciona, são a redução das secções
e custo-efetivo, tanto na implantação
dos
quanto na operação.
Os autores revelam que o segredo
da seletividade energética é o domínio da técnica de fabricação – disjuntores com contatos repulsivos que abrem mais rapidamente – e o entendimento de que correntes de curto-circuitos têm assimetrias, que duram menos de 1 ciclo de onda. Logo, os disjuntores são projetados para atuarem na metade do ciclo de onda previsto e deixam passar menos energia para as cargas. A Figura 6 mostra uma curva ilustrativa
do
comportamento
de
disjuntor limitador e de um disjuntor não limitador. A parte escura mostra a energia que o disjuntor limitador
condutores,
a
eventual
sem
custos
aos
Diante de tudo isso, é amplamente
de
baixa
tensão
informações
e
que
junto
aos
vantagem de se utilizar painéis e outros
Referências
componentes de menor correntes nos circuitos jusantes.
SERPINET, Marc; MOREL, Robert. Energy-
Para concluir: a correta seleção dos
based discrimination for low-voltage protective
dispositivos de proteção (coordenação
devices. Caderno Técnico 167. Schneider
e seletividade), com especial destaque
Electric. 1998. Disponível em:
para o uso de disjuntores (não ter a
<http://www2.sc hneider-electr ic .com/
necessidade de peças de reposição,
documents/tec hnical-publications/en/
como os fusíveis, flexíveis nos ajustes
shared/electrical-engineering/dependability-
de proteção, etc.), garante grandes
availability-safety/low-voltage-minus-1kv/
benefícios
ect167.pdf>. Acesso em: 06 out. 2011.
aos
usuários
e
donos
de instalações. Além de garantir a segurança, os dispositivos de proteção
NEREAU, Jean-Pierre.
aumentam a disponibilidade de energia
LV power circuit-breakers. Caderno Técnico
(continuidade de serviço), diminuem
201. Schneider Electric. 2001. Disponível
os danos operacionais e reduzem
em:
os
quando
documents/tec hnical-publications/en/
acompanhados de um correto estudo
shared/electrical-engineering/dependability-
de proteção.
availability-safety/low-voltage-minus-1kv/
investimentos
Atualmente disjuntores
Figura 6 – Curva esquemática. Disjuntor não limitador versus disjuntor limitador de corrente.
com
disponibilizado
os podem
iniciais,
fabricantes
de
Discrimination with
<http://www2.schneider-electric.com/
ect201.pdf>. Acesso em: 06 out. 2011.
disponibilizar
uma série completa de disjuntores
*
limitadores, assim como uma farta
eletricista
e
documentação com informações que
da
de
permitam os usuários e projetistas
Schneider Electric Brasil.
elaborem seus estudos de coordenação
Nota: não confundir a curva esquematizada
e seletividade, com o objetivo de
aqui com ciclo senoidal de onda inteira e
usufruir dos benefícios mencionados
meia onda, mencionada no texto.
neste texto. Ademais, é possível se utilizar de softwares de cálculo de
Edi
Carlos
unidade
Vasco
e
é
gerente
de
negócios
Trestini
eletricista
Martins
Neto
marketing Energy
é
gerente
engenheiro da
engenheiro e
consultor
tecnico da Schneider Electric. Miguel
Rosa
eletricista
Junior e
é
consultor
Schneider Electric.
engenheiro técnico
da
Pesquisa
80
Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Demanda por cabos com baixa emissão de fumaça ainda é modesta Mesmo com tendência mundial em utilizar fios e cabos não halogenados, procura por equipamentos deste tipo no Brasil ainda é pequena. Veja esta e outras conclusões da pesquisa realizada com fabricantes, distribuidores e consumidores de fios, cabos e acessórios
No dia 27 de janeiro de 2014, o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS) – que matou 242 pessoas e feriu outras 116 – completou um ano. Na ocasião, os bombeiros que atenderam a ocorrência disseram que as vítimas morreram, não por causa do fogo, mas por terem inalado muita fumaça. De fato, segundo estatísticas do próprio Corpo de Bombeiros, a fumaça é a responsável por cerca de 90% das vítimas em incêndios. No caso da tragédia na Kiss, o principal material responsável pela emissão de fumaça foi a espuma de poliuretano, que revestia o teto da casa noturna. Consumida pelo fogo, a espuma dispersou em grandes quantidades um gás chamado cianeto, que intoxicou as pessoas em minutos, levando-as, muitas
delas, a óbito. Mas não é só este material que pode ocasionar tal transtorno. Um dos grandes emissores de gases tóxicos é elemento corriqueiro das instalações elétricas pertencentes às edificações brasileiras: os cabos halogenados. Cloro, iodo, bromo, flúor, etc., são elementos químicos halógenos que fazem parte deste tipos de cabos. São, de fato, sais tóxicos (com exceção do iodo), voláteis em condições ambientais, que podem gerar queimaduras na peles e nas vias respiratórias. O PVC (cloreto de polivinila), por exemplo, que reveste diversos tipos de cabos elétricos, quando exposto a altas temperaturas, libera o ácido clorídrico, composto bastante nocivo à saúde das pessoas. Devido a esta característica, a tendência mundial é de substituir materiais halogenados por materiais menos nocivos ao homem e ao meio ambiente. No Brasil, as normas ABNT NBR 13570 – Instalações elétricas em locais de afluência de público e a ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão determinam que, em locais de afluência de público e sob condições de instalação específicas, os condutos e/ou os condutores obrigatoriamente devem ser livres de halogênio, com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos
81
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
e corrosivo. A indústria já produz diversos materiais que podem substituir os cabos halogenados, como EVA (Etileno Vinil Acetato), que apresenta propriedades físicas, químicas e elétricas iguais ou superiores ao PVC, por exemplo, mas que possui baixa emissão de gás tóxico e corrosivo. O alto custo, no entanto, ainda é um entrave para a maior difusão destes tipos de cabos no país. O preço do produto tanto pode ser um problema que, em 2013, a pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico feita com fabricantes, distribuidores e usuários de fios, cabos e seus acessórios, constatou que o uso de cabos com baixa emissão de fumaça representava apenas 11% do mercado consumidor desta indústria. Neste mesmo estudo, levantou-se que 61% dos consumidores compravam cabos com isolação termoplástica e 33% preferiam os cabos com isolação termofixa. A pesquisa deste ano traz números mais alentadores para quem se preocupa com a saúde das pessoas e o meio ambiente já que a porcentagem dos consumidores de cabos de baixa emissão de fumaça aumentou para 17%. O valor é pequeno, ainda mais se comparado aos de cabos com isolação termoplástica, que representou 67% do mercado consumidor. Contudo, em relação aos cabos com isolação termofixa, houve um grande avanço, já que este segmento obteve uma queda de 15 pontos percentuais, chegando a um patamar inferior ao dos equipamentos não halogenados. Na pesquisa deste ano, no que diz respeito às empresas fornecedoras de fios e cabos, a pesquisa da revista O Setor Elétrico levantou que 30% das empresas entrevistadas disseram ter um faturamento bruto total de mais de R$ 200 milhões. Em relação à balança comercial deste segmento, a grande maioria, 96%, vende produtos para o mercado nacional. Veja, nas próximas páginas, mais informações sobre o fornecimento e consumo de fios e cabos elétricos e seus acessórios.
Números do mercado de fios e cabos A pesquisa publicada a seguir compila a opinião de fabricantes, distribuidores e consumidores de fios, cabos e seus acessórios a fim de desenhar um retrato deste mercado no Brasil. Assim como registrado neste mesmo estudo realizado há um ano, o segmento industrial é o principal perfil de cliente atendido pelas empresas que participaram deste levantamento. Principais segmentos de atuação
21%
Residencial
30%
Público
50%
Comercial
84%
Industrial
As vendas diretas continuam sendo o principal canal de comercialização das empresas. 75% delas citaram este mecanismo como um dos mais utilizados.
Pesquisa
82
Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Principais canais de vendas
Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de cabos para comunicação e dados 15%
Acima de R$ 500 milhões
Telemarketing
18%
5%
59% Distribuidores/atacadistas 68% Revendas/varejistas Vendas diretas ao 75% cliente final
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
30%
Até R$ 10 milhões
15%
A adesão pela certificação ISO 14001 apresentou leve redução neste ano, passando de 18% para 14%. Já a ISO 9001 ganhou mais representatividade, passando de 79% para 82% de adesão na pesquisa deste ano.
15%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 15%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Certificações ISO
14% 82%
ISO 9001 21%
Acima de R$ 500 milhões
Os gráficos a seguir mostram a opinião das empresas quanto ao volume de negócios de mercados específicos de fios e cabos. Para se ter uma ideia, as pesquisadas acreditam que o mercado de fios e cabos isolados em baixa tensão fatura acima de R$ 500 milhões por ano. Já o mercado de cabos para comunicação e dados apresenta faturamento anual de até R$ 10 milhões. Veja as percepções ilustradas:
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
22%
A maior parte das empresas (30%) declarou faturar anualmente acima dos R$ 200 milhões. Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos (relativo aos produtos considerados pela pesquisa)
17%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 9%
Até R$ 3 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
30%
Acima de R$ 200 milhões
Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de fios e cabos isolados de baixa tensão
Até R$ 10 milhões 11%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 3%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 19%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
18%
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
4%
22%
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 4%
22%
35%
17%
Até R$ 10 milhões
22%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Até R$ 10 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
8%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
29%
29%
Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de fios e cabos nus
9%
5%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de cabos para média tensão
ISO 14001
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
14%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
16%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
9%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
5%
De R$ 50 milhões 6% a R$ 100 milhões De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Como é normalmente registrado nas pesquisas realizadas, a maioria absoluta dos fios e cabos produzidos no Brasil é destinada ao abastecimento do mercado interno.
Pesquisa
84
Fios, cabos e acessórios
Balança comercial das empresas
4% Exportação
96%
Nacional
As previsões de crescimento são otimistas. As empresas declararam ter crescido uma média de 19% em 2013, comparado ao ano anterior, e projetam crescimento de 18% para este ano de 2014. Para o mercado de fios e cabos como um todo, a perspectiva é de que haja aumento de 11% no volume de negócios fechados em 2014 com relação a 2013. Previsões de crescimento
11%
Crescimento do mercado de fios em cabos para 2014
18% 19%
Crescimento das empresas em 2014 Crescimento das empresas em 2013 comparado ao ano anterior
O otimismo para 2014 deve-se a alguns fatores que podem influenciar as vendas neste setor. Entre outros critérios, as empresas citaram o boom de projetos de infraestrutura e o bom momento da construção civil como principais estímulos ao setor. Fatores que devem influenciar este mercado em 2014 1%
Crise internacional 1% 2%
4%
Setor da construção civil desaquecido
Falta de normalização e/ ou legislação
Incentivos por força de legislação ou normalização 10%
27%
Projetos de infraestrutura
Desaceleração da economia brasileira 10%
Bom momento econômico do país
19%
Programas de incentivo do governo
26%
Setor da construção civil aquecido
O
que dizem os consumidores de fios e cabos elétricos
Projetistas, instaladores, revendedores e profissionais de manutenção e de consultoria constituem o perfil dos consumidores que participaram desta pesquisa. Perfil das empresas consumidoras que responderam a esta pesquisa
Os consumidores foram questionados quanto ao percentual de uso/ especificação de alguns produtos específicos. Os cabos com isolação termoplástica ainda são os mais utilizados em detrimento dos cabos com isolação termofixa e dos cabos com baixa emissão de fumaça. No tocante à flexibilidade, os cabos flexíveis são muito mais empregados (89%) do que os cabos rígidos (11%). Uso de cabos isolados quanto ao tipo de material da isolação - Baixa tensão
7%
Consumidora de produtos 15%
16%
Cabo com isolação termofixa
25%
Revendedora de produtos
Atua em consultoria 17%
Cabo com baixa emissão de fumaça 15%
Projetista 20% 18%
Atua em manutenção
Instaladora 67%
Cabo com isolação termoplástica
Pesquisa
86
Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
percentual de uso dos cabos isolados até 10 mm² quanto à flexibilidade 11%
Fios rígidos
89%
Cabos flexíveis
Dentre os critérios de compra e de especificação de produtos, os consumidores afirmaram que possuir o selo do Inmetro, respeitar prazo de entrega e oferecer garantia aos produtos são os principais itens considerados. Confira os pesos conferidos a esses critérios por meio de notas dadas pelos usuários. Selo do Inmetro 4%
Nota de 1 a 5
7%
Nota de 6 a 7
17%
Nota de 8 a 9
72%
Nota 10
Prazo de entrega 3%
Nota de 1 a 5 14% Nota de 6 a 7
52%
31%
Nota de 8 a 9
Nota 10
Garantia 3%
Nota de 1 a 5
17%
Nota de 6 a 7
45%
Nota 10 35%
Nota de 8 a 9
87
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Já os critérios menos considerados pelos usuários na hora de comprar fios e cabos são: treinamento fornecido pelo fabricante/distribuidor, assistência técnica e local de fabricação do produto.
Assistência técnica do fabricante 18%
Nota de 1 a 5
39%
Nota 10 Treinamento oferecido pelo fabricante 11% 18%
Nota 10 21%
Nota de 8 a 9
Nota de 6 a 7
47%
Nota de 1 a 5
25%
Nota de 8 a 9 21%
De modo geral, os consumidores classificaram positivamente o mercado de fios e cabos brasileiros. 79% deles deram nota 8 e 9 para o grau de satisfação com a qualidade dos produtos disponíveis no mercado nacional.
Nota de 6 a 7
Local de fabricação do produto (nacional ou importado)
Grau de satisfação com a qualidade dos fios e cabos elétricos disponíveis no mercado brasileiro 10%
Nota 10 25%
Nota 10
25%
Nota de 8 a 9
29%
Nota de 1 a 5
21%
Nota de 6 a 7
79%
Nota de 8 a 9
11%
Nota de 6 a 7
Pesquisa
88
Fios, cabos e acessórios
A maior parte (42%) dos usuários que participaram desta pesquisa afirmou que deverá investir até R$ 500 mil na compra e/ou especificação de fios e cabos elétricos em 2014. 31% deles, no entanto, planejam aplicar entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões nesses produtos este ano.
Estimativa de especificação e/ou compra de fios e cabos elétricos para 2014 7%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 10%
42%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
Até R$ 500 mil
31%
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões 10%
De R$ 500 mil a R$ 1 milhão
Os consumidores consideraram ainda que o mercado brasileiro de fios e cabos apresenta produtos de boa qualidade técnica e que está em franco crescimento. Veja a opinião dos usuários no gráfico a seguir. Avaliação do mercado brasileiro de fios e cabos
3% 7%
Desatualizado
Oferece bom respaldo técnico 9%
Atento às tendências internacionais
27%
Produtos de boa qualidade técnica
10%
Com deficiências técnicas (assistência e suporte)
10%
Produtos com pouca qualidade técnica 12%
Maduro e responsável
22%
Em franco crescimento
Pesquisa Números
90
Fios, cabos e acessórios
do mercado de acessórios para fios e cabos
O setor industrial continua sendo o principal segmento atendido pelos fornecedores de acessórios de fios e cabos. Na pesquisa deste ano, 85% dos entrevistados apontaram as indústrias como mercado consumidor preponderante. O destaque fica por conta do segmento comercial que, em 2014, foi citado por 60% dos fornecedores; crescimento relevante em comparação aos 48% do ano anterior.
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Em relação à percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de produtos em baixa tensão, a pesquisa apontou uma modificação relevante no segmento de conectores e ferramentas. Se em 2013, a maioria (42%) acreditava que este mercado faturava entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões, neste ano, a expectativa ficou abaixo disso, já que 48% avaliam que o mercado fatura, anualmente, até R$ 10 milhões. Confira a percepção das empresas para outros mercados: Conectores e ferramentas de baixa tensão 3%
Principais segmentos de atuação
26%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Residencial Comercial
60%
85%
14%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Industrial
17%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Os distribuidores e atacadistas foram apontados por 85% dos entrevistados como um dos principais meios de vendas. As vendas diretas e o varejo ficaram praticamente empatados, sendo apontados, respectivamente, por 75% e 74% dos fornecedores. Principais canais de vendas
13%
48%
Até R$ 10 milhões
Fitas isolantes de baixa tensão 12%
Acima de R$ 500 milhões
28%
Até R$ 10 milhões
4%
De R$ 100 milhões a R$ 500 milhões 16%
Telemarketing
74%
Revendas/varejistas
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Vendas diretas ao cliente final Distribuidores/ 85% atacadistas
75%
Os números relativos às certificações ISO permaneceram exatamente os mesmos em comparação ao ano anterior: 68% dos entrevistados disseram possuir a certificação de gestão de processos ISO 9001 e 28% declararam ter a certificação ambiental ISO 14001. Certificações ISO
20%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
4%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
9%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
ISO 14001 (ambiental)
68%
20%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Materiais para amarração de cabos
14%
28%
Acima de R$ 500 milhões
9%
Público
32%
6%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 3% De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
ISO 9001 (qualidade) 32%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
41%
Até R$ 10 milhões
Pesquisa
92
Fios, cabos e acessórios
Materiais para identificação de cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Terminações de cabos de média tensão 4%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
5%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
7%
4%
50%
Até R$ 10 milhões
4%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 4%
41%
Até R$ 10 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 14%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
18%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 26%
23%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões Emendas de cabos de média tensão
No segmento de média tensão, a maioria dos fornecedores entrevistados acredita que o faturamento dos mercados dos materiais será de até R$ 10 milhões. Conectores e ferramentas de média tensão 3% 3% 7%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
12%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 4%
42%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 19%
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 37%
Até R$ 10 milhões
23%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
13%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
A maioria (56%) dos fabricantes e distribuidores entrevistados revelou faturar até R$ 10 milhões por ano. Somente 5% faturam, anualmente, entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões.
27%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Até R$ 10 milhões
10%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Faturamento bruto total das empresas
5%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Fitas isolantes de média tensão 24%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
9%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 9%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 17%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
34%
Até R$ 3 milhões
39%
Até R$ 10 milhões
15%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
22%
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
26%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
A balança comercial do setor continua extremamente favorável ao mercado nacional, que representa 93% dos produtos comercializados pelos fabricantes e distribuidores de acessórios de fios e cabos.
93
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Balança comercial do setor
Na pesquisa deste ano, os projetos de infraestrutura foram apontados como principal fator que deve estimular os negócios deste mercado em 2014.
7%
Fatores que devem influenciar este mercado em 2014
Exportação
2%
93%
2%
Nacional 6%
Falta de normalização e/ou legislação
Crise internacional
Setor da construção civil desaquecido
O crescimento médio das empresas em 2013 comparado a 2012 foi de 12%; um aumento superior ao apresentado em 2012 em relação a 2011, que foi de 9% e maior também que a expectativa de crescimento das empresas no ano passado, que era de 10%. Previsões de crescimento
6%
Incentivos por força de legislação ou normalização 7%
29%
Projetos de infraestrutura
Bom momento econômico do país 10%
Do mercado de acessórios para fios para o ano de 2014 10% e cabos Crescimento das empresas em 2013 comparado ao ano 12% anterior
13%
Crescimento das empresas em 2014
Desaceleração da economia brasileira
16%
Programas de incentivo do governo
22%
Setor da construção civil aquecido
Pesquisa O
94
Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Percentual de uso dos tipos de terminações
que pensam os consumidores de acessórios para fios e cabos
8%
Porcelana
Confira o perfil dos usuários que responderam a esta pesquisa. Revendedoras e instaladoras, com 28% e 21% representam a maior parte dos entrevistados.
11%
Desconectáveis 17%
11%
Enfaixadas
Modulares
Perfil das empresas consumidoras que responderam a esta pesquisa
7%
25%
Consumidora de produtos
Contráteis a frio
28%
Termocontráteis
15%
Projetista 17%
Atua em consultoria
Percentual de uso dos tipos de emendas 6%
Porcelana 9% 17%
9%
Desconectáveis
Modulares
Revendedora de produtos
18%
24%
Enfaixadas
Instaladora
20%
27%
Atua em manutenção
Contráteis a frio 31%
Termocontráteis
Se em 2013, os consumidores entrevistados disseram preferir fitas isolantes de autofusão a fitas plásticas, em 2014, a situação mudou: 52% escolheram as plásticas e 48% as de autofusão. No que tange ao uso de tipos de emendas, mais da metade dos usuários entrevistados (58%) afirmou preferir as termocontráteis e as contráteis ao frio.
Assistência técnica fornecida pelo fabricante e prazo de entrega são os fatores que mais influenciam os consumidores na hora da compra de um produto deste segmento, seguidos de selo Inmetro, garantia e disponibilidade de informações técnicas.
Fatores
que mais influenciam a decisão de compra e / ou especificação de produtos
Percentual de uso de fitas isolantes
(nota
média )
Assistência técnica do fabricante
40%
Nota de 8 a 9 52% 48%
Plástica
Autofusão 60%
Nota 10
Pesquisa
96
Fios, cabos e acessórios
Prazo de entrega
33%
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
A maioria dos consumidores entrevistados (46%) estima que seja investido, individualmente, até R$ 500 mil na compra e especificação de acessórios para fios e cabos em 2014.
Nota de 8 a 9 Estimativa de especificação e/ou compra de acessórios para fios e cabos elétricos para 2014
8%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 46%
15%
67%
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
Nota 10
Até R$ 500 mil
O local de fabricação do produto e a existência de certificação ISO são o que menos são levados em conta.
Fatores
que menos influenciam a decisão de compra e / ou especificação de produtos
(nota
média ). 31%
Local de fabricação do produto (nacional ou importado)
28%
36%
Nota 10
De R$ 500 mil a R$ 1 milhão
Nota de 1 a 5
Os consumidores consideraram ainda que o mercado brasileiro de fios e cabos apresenta produtos de boa qualidade técnica e que está em franco crescimento. Veja a opinião dos usuários no gráfico a seguir. Avaliação do mercado brasileiro de acessórios para fios e cabos
7%
12%
Nota de 8 a 9
Oferece bom respaldo técnico
29%
25%
Nota de 6 a 7
Mercado em franco crescimento 12%
Com deficiências técnicas (assistência e suporte)
Selo do Inmetro 6%
Nota de 1 a 5
12% 27%
Nota de 8 a 9
Mercado maduro e responsável
18% 67%
Nota 10
Atento às tendências internacionais
21%
Produtos de boa qualidade técnica
O Setor ElĂŠtrico / Janeiro de 2014
97
Fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
91 3754 7155
www.alubar.net
Barcarena
PA
ATS ELETRICA
15 3329 8615
www.atseletrica.com.br
Sorocaba
SP
BELCABOS
54 3217 3000
www.belcabos.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
BELDEN
11 4092 9000
www.belden.com.br
Diadema
SP
X
X
BRASCABOS
19 3522 5122
www.brascabos.com.br
Rio Claro
SP
X
X
BRASCOPPER
16 3514 4100
www.brascopper.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
X
BRASFIO
81 3673 4800
www.brasfio.com.br
Catende
PE
CABELAUTO
35 3269 2500
www.cabelauto.com.br
Itajubá
MG
X
CABLENA
11 3587 9590
www.cablena.com.br
São Paulo
SP
X
CEARCA
(+54) 11 4454 0047 www.cearca.com
Buenos Aires
-
X
X
COBREALSUL
51 3371 3222
www.cobrealsul.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
COBRECOM
11 2118 3200
www.cobrecom.com.br
Itú
SP
X
X
X
X
COFIBAM
11 4182 8500
www.cofibam.com.br
Carapicuiba
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
11 4617 9555
www.conduferes.com.br
São Paulo
SP
X
CONDUMAX
0800 701 3701
www.condumax.com.br
Olimpia
SP
X
X
CONDUSPAR
41 2109 6000
www.conduspar.com.br
São José dos Pinhais
PR
X
X
CONDUTRON
11 3215 8555
www.condutron.com.br
São Paulo
SP
X
X
CONDVOLT
11 2296 9477
www.condvolt.com.br
São Paulo
SP
X
X
CONSTRUFIOS
11 5053 8383
www.construfios.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
COPPER 100
11 3478 6900
www.copper100.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
COPPRAL
11 2959 8228
www.bancor.com.br
São Paulo
SP
X
X
CORDEIRO CABOS
11 4674 7400
www.cordeiro.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
CORFIO
49 3561 3777
www.corfio.com.br
Caçador
SC
X
CROSSFOX ELETRICA
11 2902 1070
www.crossfoxeletrica.com.br
São Paulo
SP
X
X
DANEVA
11 4636 4110
www,daneva.com.br
Poá
Sp
X
X
ELEFIO
11 2888 5000
www.elefio.com.br
São Paulo
SP
ELETRO LUMINAR
11 2106 3633
www.eletroluminar.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X X X
X X
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X
X
X
CONDUFERES
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
Exporta produtos acabados
SP
ALUBAR
Possui programas na área de responsabilidade social
Guarulhos
Possui certificado ISO 14001
X
Cidade
www.acabine.com.br
Possui certificado ISO 9001
X
X
Site
11 2842 5252
Estado
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
X
Telefone
A CABINE
Outros
X
EMPRESA
Telemarketing
X
Venda direta ao cliente final
X
Revendas/Varejistas
Comercial
X
Principal canal de vendas
Distribuidores/Atacadistas
Industrial
Principal segmento de atuação
Fabricante / Distribuidora
Distribuidora
Fabricante
Empresa
Público
98
Residencial
Pesquisa
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X X
X
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X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
99
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Principal segmento de atuação
X
www.generalcablebrasil.com
São Paulo
SP
X
GRUPO INTELLI
16 3820 1500
www.grupointelli.com
Orlandia
SP
X
GRUPO PERLEX
11 4662 9000
www.grupoperlex.com.br
Embu-Guaçu
SP
X
X
ICE
11 4677 3132
www.icecabos.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
X
X
IFE CABOS
19 3948 5299
www.ife.com.br
Louveira
SP
X
X
X
INDUSCABOS
11 4634 9000
www.induscabos.com.br
Poá
SP
X
X
X
INNOVCABLE
19 3280 1000
www.innovcable.com.br
Sumaré
SP
X
X
IPCE
11 2065 1188
www.ipce.com.br
São Paulo
SP
X
X
ISOTECK
11 5612 9500
www.isoteck.com.br
São Paulo
SP
KT TECNOLOGIA
11 3017 8797
www.kotek.com.br
São Paulo
SP
LAMESA
19 3623 1518
www.lamesa.com.br
São João da Boa Vista
SP
X
X
MEGATRON
11 4636 1920
www.megatroncabos.com.br
Cachoeira De Minas
MG
X
X
X
NAMBEI
11 5056 8900
www.nambei.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
NEXANS
11 3084 1600
www.nexans.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
ONIX
44 3233 8500
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
PAN ELECTRIC
54 2102 0333
www.pan.com.br
Bento Gonçalves
RS
PANDUIT
11 3613 2353
www.panduit.com
São Paulo
SP
PROCABLE
11 4061 9100
www.procable.com.br
Diadema
SP
PRYSMIAN
11 4998 4155
www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SP
SANTA LUIZA
11 5035 1800
www.santaluiza.ind.br
São Paulo
SP
SIL FIOS E CABOS
11 3377 3333
www.sil.com.br
Guarulhos
SP
SULMINAS
35 3714 2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
TRAMAR
11 4528 6000
www.tramar.com.br
Cabreúva
SP
X
X
TUTTO CONDUTORES
54 3026 8700
www.grupotutto.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
VATHISA
11 4634 8686
www.vathisa.com.br
Poá
SP
X
WIREX
11 2191 9400
www.wirex.com.br
Diadema
SP
X
X X
X
X X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X X
X
X
Exporta produtos acabados
X
11 3457 0300
Possui programas na área de responsabilidade social
X
SP
GENERAL CABLE
Possui certificado ISO 14001
X
X
Estado
São Paulo
Possui certificado ISO 9001
Venda direta ao cliente final
X
X
Cidade
www.embramataltatensao.com.br
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Revendas/Varejistas
X
X
Site
11 2098 0371
Outros
Distribuidores/Atacadistas
X
X
Telefone
EMBRAMAT
Telemarketing
Público
X
X
Residencial
Comercial
X
EMPRESA
X
Principal canal de vendas
Industrial
Fabricante / Distribuidora
Distribuidora
Fabricante
Empresa
X X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Pesquisa
100
Fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
X
X
X
X
X
ATS ELETRICA
15 3329 8615
www.atseletrica.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
X
BELCABOS
54 3217 3000
www.belcabos.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
X
BELDEN
11 4092 9000
www.belden.com.br
Diadema
SP
X
X
X
X
BRASCABOS
19 3522 5122
www.brascabos.com.br
Rio Claro
SP
X
X
X
BRASCOPPER
16 3514 4100
www.brascopper.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
X
BRASFIO
81 3673 4800
www.brasfio.com.br
Catende
PE
X
CABELAUTO
35 3269 2500
www.cabelauto.com.br
Itajubá
MG
CABLENA
11 3587 9590
www.cablena.com.br
São Paulo
SP
CEARCA
(+54) 11 4454 0047 www.cearca.com
Buenos Aires
COBREALSUL
51 3371 3222
www.cobrealsul.com.br
COBRECOM
11 2118 3200
COFIBAM
11 4182 8500
CONDUFERES
X
X
X
X
-
X
X
Porto Alegre
RS
X
www.cobrecom.com.br
Itú
SP
www.cofibam.com.br
Carapicuiba
SP
11 4617 9555
www.conduferes.com.br
São Paulo
SP
CONDUMAX
0800 701 3701
www.condumax.com.br
Olimpia
SP
CONDUSPAR
41 2109 6000
www.conduspar.com.br
São José dos Pinhais
PR
CONDUTRON
11 3215 8555
www.condutron.com.br
São Paulo
SP
CONDVOLT
11 2296 9477
www.condvolt.com.br
São Paulo
SP
CONSTRUFIOS
11 5053 8383
www.construfios.com.br
São Paulo
SP
COPPER 100
11 3478 6900
www.copper100.com.br
Guarulhos
SP
COPPRAL
11 2959 8228
www.bancor.com.br
São Paulo
SP
X
CORDEIRO CABOS
11 4674 7400
www.cordeiro.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
X
CORFIO
49 3561 3777
www.corfio.com.br
Caçador
SC
X
CROSSFOX ELETRICA
11 2902 1070
www.crossfoxeletrica.com.br
São Paulo
SP
X
DANEVA
11 4636 4110
www,daneva.com.br
Poá
Sp
X
ELEFIO
11 2888 5000
www.elefio.com.br
São Paulo
SP
X
ELETRO LUMINAR
11 2106 3633
www.eletroluminar.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X X
Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)
Isolação termofixa
X
PA
Cabos cobertos (revestidos, não isiolados)
Isolação termoplástica
X
Barcarena
Cabos para cabeamento estruturado
Fios e cabos nus
X
www.alubar.net
Cabos ópticos
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
91 3754 7155
Cabos coaxiais
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
SP
ALUBAR
Fios e cabos telefônicos metálicos
Estado
Guarulhos
Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle
Cidade
www.acabine.com.br
Cabo para ligação de equipamentos
Site
11 2842 5252
Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança
Telefone
A CABINE
Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos
EMPRESA
Importa produtos acabados
Cabos isolados Fios e cabos isolados em baixa tensão (até 1000 V) Cabos para comunicação e dados em média tensão
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
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X
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
101
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
X
X
X
X
X
X
GRUPO INTELLI
16 3820 1500
www.grupointelli.com
Orlandia
SP
X
X
X
X
GRUPO PERLEX
11 4662 9000
www.grupoperlex.com.br
Embu-Guaçu
SP
X
ICE
11 4677 3132
www.icecabos.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
X
IFE CABOS
19 3948 5299
www.ife.com.br
Louveira
SP
X
X
INDUSCABOS
11 4634 9000
www.induscabos.com.br
Poá
SP
X
X
X
INNOVCABLE
19 3280 1000
www.innovcable.com.br
Sumaré
SP
X
X
X
X
IPCE
11 2065 1188
www.ipce.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
ISOTECK
11 5612 9500
www.isoteck.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
KT TECNOLOGIA
11 3017 8797
www.kotek.com.br
São Paulo
SP
X
X
LAMESA
19 3623 1518
www.lamesa.com.br
São João da Boa Vista
SP
X
MEGATRON
11 4636 1920
www.megatroncabos.com.br
Cachoeira De Minas
MG
X
NAMBEI
11 5056 8900
www.nambei.com.br
São Paulo
SP
X
NEXANS
11 3084 1600
www.nexans.com.br
São Paulo
SP
X
X
ONIX
44 3233 8500
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
X
X
PAN ELECTRIC
54 2102 0333
www.pan.com.br
Bento Gonçalves
RS
PANDUIT
11 3613 2353
www.panduit.com
São Paulo
SP
PROCABLE
11 4061 9100
www.procable.com.br
Diadema
PRYSMIAN
11 4998 4155
www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SANTA LUIZA
11 5035 1800
www.santaluiza.ind.br
São Paulo
SP
SIL FIOS E CABOS
11 3377 3333
www.sil.com.br
Guarulhos
SP
SULMINAS
35 3714 2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
X
X
TRAMAR
11 4528 6000
www.tramar.com.br
Cabreúva
SP
X
X
TUTTO CONDUTORES
54 3026 8700
www.grupotutto.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
VATHISA
11 4634 8686
www.vathisa.com.br
Poá
SP
X
X
WIREX
11 2191 9400
www.wirex.com.br
Diadema
SP
X
X
X
X
X
X
Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)
X
X
Cabos cobertos (revestidos, não isiolados)
Isolação termofixa
X
SP
Cabos para cabeamento estruturado
Isolação termoplástica
X
São Paulo
X
X
X
X
X
X
X
X
Cabos ópticos
Fios e cabos nus
X
www.generalcablebrasil.com
Cabos coaxiais
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
11 3457 0300
Fios e cabos telefônicos metálicos
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
SP
GENERAL CABLE
Cidade
Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle
Estado
www.embramataltatensao.com.br São Paulo
Cabo para ligação de equipamentos
Site
11 2098 0371
Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança
Telefone
EMBRAMAT
Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos
EMPRESA
Importa produtos acabados
Cabos isolados Fios e cabos isolados em baixa tensão (até 1000 V) Cabos para comunicação e dados em média tensão
X
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Acessórios para fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
X
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BRADY
11 4166 1200
www.brady.com.br
Santana de Parnaíba
SP
X
X
BUILDING
11 2621 4811
www.building.ind.br
São Paulo
SP
X
X
X
BURNDY
11 5515 7225
www.burndy.com
São Paulo
SP
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X
X
CON-FIO
21 2495 4298
www.con-fio.com
Rio de Janeiro
RJ
X
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X
CONTACTUS
21 3593 5001
www.contactus.net.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
CONIMEL
16 3951 9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X
CRIMPER
0800 772 1777 www.crimper.com.br
Campinas
SP
DAISA
11 4785 5522
www.daisa.com.br
Embu
SP
X
X
X
DUTOPLAST
11 2524 9055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
ELETROMAR
0800 724 2437 www.eletromar.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
ELOS
41 3383 9290
www.elos.com.br
São José dos Pinhais
PR
EMBRAMAT
11 2098 0371
www.embramataltatensa.com.br
São Paulo
SP
ENERBRAS
0800 645 3052 www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
EXOSOLDA
11 3857 4525
www.exosolda.com.br
São Paulo
SP
FAME
11 3478 5600
www.fame.com.br
São Paulo
SP
FASTWELD
11 2425 7180
www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
FORJASUL
54 3461 8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
RS
FRONTEC
0800 704 2477 www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
X
X
GRUPO FOXLUX
41 3302 8100
www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
PR
X
X
HAWSER
11 4056 7047
www.hawser.com.br
Diadema
SP
X
X
HELLERMANNTYTON
11 2136 9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiai
SP
X
X
X
HUMMEL
15 3322 7000
www.hummel.com.br
Tatui
SP
X
X
IDEAL INDUSTRIES
11 4314 9930
www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
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Ferramentas para aplicação de conectores
SP
X
Conectores
Vinhedo
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Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes
www.adelbras.com/tech
X
Importa produtos acabados
19 4009 7711
X
Exporta produtos acabados
ADELBRAS
X
Possui programas na área de responsabilidade social
SP
Possui certificado ISO 14001
Guarulhos
Possui certificado ISO 9001
www.acabine.com.br
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
11 2842 5252
Outros
SP
A.CABINE
Telemarketing
Estado
Sumaré
Venda direta ao cliente final
Cidade
www.3m.com.br
Baixa tensão
Revendas/Varejistas
X
X
Site
11 3838 7000
Principal canal de vendas
Distribuidores/Atacadistas
X
X
Telefone
3M
Público
Fabricante / Distribuidora
Distribuidora
X
EMPRESA
Fabricante
Residencial
Principal segmento de atuação
Empresa
Comercial
102
Industrial
Pesquisa
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103
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
SP
X
JOARP
47 3473 0281
www.joarp.com.br
Joinville
SC
X
KIT ACESSÓRIOS
0800 025 1588 www.kitacessorios.com.br
Rio de Janeiro
RJ
KRJ
11 2207 6580
www.krj.com.br
São Paulo
SP
KSS BRASIL
19 3936 9111
www.kssbrasil.com.br
Indaiatuba
SP
KT TECNOLOGIA
11 3017 8797
www.kotek.com.br
São Paulo
SP
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
MAGNET
11 4176 7878
www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
MÉDIA TENSÃO
11 2384 0155
www.mediatensao.com.br
Guarulhos
SP
OBO BETTERMANN
15 3335 1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
ONIX
44 3233 8500
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
PANDUIT
11 3613 2353
www.panduit.com
São Paulo
SP
PHOENIX CONTACT
11 3871 6400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
PLP
11 4448 8000
www.plp.com.br
Cajamar
SP
X
PRYSMIAN GROUP
11 4998 4000
www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SP
X
X
REIMOLD
11 3904 9296
www.reimold.com.br
Caieiras
SP
X
X
TCM
44 3026 4317
www.tcmterminais.com.br
Maringá
PR
X
X
TE CONNECTIVITY
11 2103 6000
www.te.com/energy
São Paulo
SP
X
TECHNOMASTER
21 2580 4001
www.technomaster.net
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
TERMOTECNICA
31 3308 7000
www.tel.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
X
TIGRE
0800 707 4700 www.tigre.com.br
Joinville
SC
X
WABE
11 4484 4147
www.wabe.com.br
Mairiporã
SP
X
WEIDMÜLLER CONEXEL
11 4366 9610
www.weidmueller.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
WETZEL
47 3451 4033
www.wetzel.com.br
Joinville
SC
Ferramentas para aplicação de conectores
São Paulo
Conectores
www.jdemitoeletrica.com.br
X
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Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente Oferece treinamento técnico para os clientes
SP
11 3459 4744
X
X
Importa produtos acabados
Orlandia
J. DEMITO
X
X
X
Exporta produtos acabados
16 3820 1500
X
X
Possui programas na área de responsabilidade social
INTELLI
www.grupointelli.com
X
Possui certificado ISO 14001
X
Possui certificado ISO 9001
SP
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Olímpia
Outros
www.incesa.com.br
Telemarketing
X
17 3279 2600
Baixa tensão
Venda direta ao cliente final
SP
INCESA
Revendas/Varejistas
Mococa
Principal canal de vendas
Distribuidores/Atacadistas
Estado
www.inca.ind.br
Comercial
Cidade
19 3666 5000
Industrial
Site
INCA
Público
Fabricante / Distribuidora
Telefone
Fabricante
Distribuidora
EMPRESA
Residencial
Principal segmento de atuação
Empresa
X
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X X
X
X
Acessórios para fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
SP
X
www.brady.com.br
Santana de Parnaíba
SP
BUILDING
11 2621 4811
www.building.ind.br
São Paulo
SP
BURNDY
11 5515 7225
www.burndy.com
São Paulo
SP
X
X
CON-FIO
21 2495 4298
www.con-fio.com
Rio de Janeiro
RJ
X
X
CONTACTUS
21 3593 5001
www.contactus.net.br
Rio de Janeiro
RJ
CONIMEL
16 3951 9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
CRIMPER
0800 772 1777 www.crimper.com.br
Campinas
SP
DAISA
11 4785 5522
www.daisa.com.br
Embu
SP
DUTOPLAST
11 2524 9055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
ELETROMAR
0800 724 2437 www.eletromar.com.br
ELOS
41 3383 9290
www.elos.com.br
EMBRAMAT
11 2098 0371
www.embramataltatensa.com.br São Paulo
ENERBRAS
0800 645 3052 www.enerbras.com.br
EXOSOLDA
11 3857 4525
FAME
11 3478 5600
FASTWELD FORJASUL FRONTEC
0800 704 2477 www.frontec.com.br
GRUPO FOXLUX
41 3302 8100
HAWSER HELLERMANNTYTON
Rio de Janeiro
RJ
São José dos Pinhais
PR
X
X
X
X
X
Outros
Vinhedo
11 4166 1200
X
Porcelana
19 4009 7711
BRADY
X
X X
Modulares
ADELBRAS
www.adelbras.com/tech
X
Contráteis a frio
X
Termocontráteis
SP
Enfaixadas
Guarulhos
Desconectáveis
X
www.acabine.com.br
Outras
X
11 2842 5252
Porcelana
SP
A.CABINE
Emendas
Modulares
Estado
Sumaré
Contráteis a frio
Cidade
www.3m.com.br
Termocontrateis
Site
11 3838 7000
Enfaixadas
X
Telefone
3M
Terminações
Desconectáveis
Conectores
X
EMPRESA
Autofusão
Materiais para identificação de cabos
Média tensão
Plástica
Materiais para amarração de cabos
Fitas Isolantes BT Baixa tensão
Fitas Isolantes
104
Ferramentas para aplicação de conectores
Pesquisa
X X
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Campo Largo
PR
X
X
www.exosolda.com.br
São Paulo
SP
www.fame.com.br
São Paulo
SP
X
X
11 2425 7180
www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
54 3461 8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
RS
São Leopoldo
RS
www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
PR
11 4056 7047
www.hawser.com.br
Diadema
SP
11 2136 9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiai
SP
HUMMEL
15 3322 7000
www.hummel.com.br
Tatui
SP
IDEAL INDUSTRIES
11 4314 9930
www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
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105
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
47 3473 0281
www.joarp.com.br
Joinville
SC
KIT ACESSÓRIOS
0800 025 1588 www.kitacessorios.com.br
Rio de Janeiro
RJ
KRJ
11 2207 6580
www.krj.com.br
São Paulo
SP
KSS BRASIL
19 3936 9111
www.kssbrasil.com.br
Indaiatuba
SP
KT TECNOLOGIA
11 3017 8797
www.kotek.com.br
São Paulo
SP
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
MAGNET
11 4176 7878
www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
MÉDIA TENSÃO
11 2384 0155
www.mediatensao.com.br
Guarulhos
SP
X
OBO BETTERMANN
15 3335 1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X
ONIX
44 3233 8500
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
X
PANDUIT
11 3613 2353
www.panduit.com
São Paulo
PHOENIX CONTACT
11 3871 6400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
PLP
11 4448 8000
www.plp.com.br
Cajamar
SP
PRYSMIAN GROUP
11 4998 4000
www.prysmiangroup.com.br
Santo André
SP
REIMOLD
11 3904 9296
www.reimold.com.br
Caieiras
SP
TCM
44 3026 4317
www.tcmterminais.com.br
Maringá
PR
TE CONNECTIVITY
11 2103 6000
www.te.com/energy
São Paulo
SP
TECHNOMASTER
21 2580 4001
www.technomaster.net
Rio de Janeiro
RJ
TERMOTECNICA
31 3308 7000
www.tel.com.br
Belo Horizonte
MG
TIGRE
0800 707 4700 www.tigre.com.br
Joinville
SC
WABE
11 4484 4147
www.wabe.com.br
Mairiporã
SP
WEIDMÜLLER CONEXEL
11 4366 9610
www.weidmueller.com.br
São Bernardo do Campo
SP
WETZEL
47 3451 4033
www.wetzel.com.br
Joinville
SC
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
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X X
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X X
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X X
X
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SP
X
X
X
X
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SP
X
X
X
X
X
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X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
Outros
JOARP
Porcelana
X
Modulares
SP
Contráteis a frio
X
São Paulo
Termocontráteis
SP
www.jdemitoeletrica.com.br
Enfaixadas
Orlandia
11 3459 4744
X
Desconectáveis
16 3820 1500
J. DEMITO
X
Outros
INTELLI
www.grupointelli.com
Porcelana
X
Emendas
Modulares
SP
Contráteis a frio
Olímpia
Termocontrateis
X
www.incesa.com.br
Enfaixadas
X
17 3279 2600
Desconectáveis
SP
INCESA
Estado
Terminações
Fitas Isolantes
Mococa
Ferramentas para aplicação de conectores
Cidade
www.inca.ind.br
Conectores
Site
19 3666 5000
Autofusão
Telefone
INCA
Plástica
EMPRESA
Materiais para identificação de cabos
Média tensão
Materiais para amarração de cabos
Fitas Isolantes BT Baixa tensão
X
X
X
X
X
X X
X
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X X X
X
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X X X
X
X X
X
X
X
X
X
Aula prática
106
Sistemas de controle
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Monitoramento de subestações e linhas de transmissão Por Carlos Alexandre Nascimento, Altair de Melo, Giovani Souza, Caio Andrade, João Batista Rosolem, Fabio Bassan, Fernando Pereira, Rivael Penze, Claudio Floridia, Ariovaldo Leonardi, Glauco Simões, Danilo Dini e Claudio Hortêncio*
Sistemas
de monitoramento e diagnóstico online para apoio à operação em subestações
e linhas de transmissão por meio do uso de tecnologia puramente ótica como elemento sensor e transmissor das informações
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
quando a tecnologia tradicional por meio de sistemas eletroeletrônicos é utilizada. Devido à sua intrínseca imunidade a todos os fatores adversos citados, a fibra ótica apresenta-se como a melhor opção para a função de sensoriamento em sistemas de alta tensão. Além de se consistir em um meio de transmissão imune a interferências eletromagnéticas, com alta largura de banda e baixa perda de transmissão, a fibra ótica pode também transmitir energia na forma ótica após conversão para energia elétrica, na alimentação de sensores ou circuitos de telecomando com tecnologia tradicional. Por este motivo, nos projetos descritos a seguir, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) adotaram essa tecnologia nos projetos de sensoriamento e foram financiados pelo programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Um sistema de energia em alta tensão, composto por subestações e linhas aéreas de transmissão, deve ser trabalhado como um ambiente eletromagnético extremamente complexo por sua própria natureza. Devido à complexidade eletromagnética do ambiente das subestações e das linhas aéreas, os elementos de sensoriamento, controle e seu meio de transmissão devem oferecer imunidade à alta tensão, à radiointerferência, a campos magnéticos, a descargas atmosféricas e a pulsos eletromagnéticos, bem como não causar riscos de explosão. Fato é que não é trivial ficar imune a essas interferências
Sistema de Monitoramento de Chaves Seccionadoras (SOMCS) O SOMCS tem dois objetivos:(i) determinar o estado operacional e (ii) a qualidade do contato elétrico da chave. Foram utilizadas duas técnicas óticas: alimentação por fibra (FP) e ótica de espaço livre (FSO).A técnica FP utiliza sensores eletrônicos alimentados oticamente por uma fibra ótica e que também é usada para transportar os sinais digitais dos sensores. Por meio da técnica FP é possível utilizar, por exemplo, câmeras de vídeo ou outros circuitos complexos conectados a microprocessadores, eliminando-se, portanto, o uso de baterias, que são elementos que apresentam problemas de vida útil, principalmente em ambientes agressivos.Além disso, o meio de comunicação é feito exclusivamente pelas próprias fibras óticas. Por outro lado, a técnica FSO permite a transmissão de um sinal ótico pelo ar por meio do uso de dois elementos terminais, isolados fisicamente, que colimam o feixe de luz chamado de colimadores. Por meio dessa técnica é possível a leitura de sinais óticos de sensores, por exemplo, com isolação infinita, que é um dos obstáculos a serem vencidos para a expansão de uso da tecnologia de sensoriamento ótico na alta tensão.
Sistema Ótico de Monitoramento de Linhas Aéreas por Câmeras Alimentadas por Fibra Ótica (Somlac) O objetivo desse sistema é demonstrar o uso de uma câmera de vídeo remota para monitoração de invasões de áreas de segurança de linhas de transmissão.A câmera é fixada em uma torre da linha de transmissão (LT) e a transmissão do sinal de vídeo é feita por uma fibra ótica pertencente a um condutor OPGW (Optical Ground Wire) que faz parte desta LT. Para aumentar a confiabilidade e a praticidade do uso desta câmera, instalada em um local de difícil acesso, ela é exclusivamente alimentada oticamente pela fibra usada para a transmissão de vídeo, isto é, similiar ao descrito para o sistema SOMCS. Sistema de Monitoramento de Temperatura Distribuída (SMTD) Com o objetivo de melhorar a segurança e o desempenho das linhas de transmissão, as empresas deste setor têm investido em sistemas que permitam monitorar o carregamento e a integridade de condutores em tempo real. As técnicas convencionais de monitoração são baseadas em sensores eletrônicos que monitoram alguns pontos da linha. É sabido que são requeridas medições ao longo de grandes extensões de linhas provenientes de pontos distantes daquele em que os sensores convencionais estão posicionados. No entanto, somente por meio dos sensores convencionais é inviável economicamente atender tal requisito. Nesse contexto, a técnica do efeito não linear Raman em fibras óticas foi desenvolvida. Esta técnica viabiliza a medição de variações térmicas ao longo de grandes extensões de condutores na ordem de quilômetros. Sistema de Monitoramento de Deformação Distribuída (SMDD) Esta técnica baseia-se no efeito não linear Brillouin e pode ser utilizada na monitoração ótica de deformação mecânica de condutores de linhas de transmissão aéreas ou grandes estruturas físicas, tais como barragens e pontes que contenham no seu interior fibras óticas incorporadas ou implantadas ao longo de seu exterior.
Aula prática
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Sistemas de controle
Descrição dos sistemas de sensoriamento Sistema Ótico de Monitoramento de Chaves Seccionadoras (SOMCS) Um dos grandes desafios dos sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica é garantir o correto funcionamento dos dispositivos para a adequada utilização da infraestrutura dedicada à transmissão e à distribuição, bem como para aqueles responsáveis pela segurança do serviço de fornecimento de energia e de seus operadores. Dentre estes dispositivos encontram-se as chaves seccionadoras, responsáveis por isolar partes da planta elétrica, principalmente em casos de manutenção. É conhecido da literatura que a resistência do contato de chaves seccionadoras depende da força mecânica aplicada para manter os contatos. Uma menor força aplicada ou uma irregularidade da conexão da chave provoca aumento da resistência elétrica do contato e, consequentemente, aumento da temperatura nos contatos, o que prejudica a transmissão de energia e a perda da vida útil dos próprios contatos. Algumas propostas de sistemas de sensoriamento de chaves seccionadoras usando técnicas óticas foram propostas (ver referências), porém, em nenhuma delas a qualidade do contato elétrico da conexão é monitorada. O sistema de sensoriamento de chaves seccionadoras de acionamento vertical desenvolvido neste projeto tem dois objetivos: determinar o estado operacional e a qualidade do contato elétrico da chave. Este sistema é de caráter inovador e resultou em pedido de patente BR 10 2012 0307577, depositado no INPI. Para atingir estes objetivos estão sendo utilizadas as duas técnicas óticas previamente comentadas, ou seja, Free Space Optics e Fiber Powering. A Figura 1 (a) mostra a concepção de uma unidade DMChS (Dispositivo de Monitoração de Chaves Secionadoras) que é responsável pela monitoração da chave. Na primeira técnica, um feixe de luz com comprimento de onda apropriado é direcionado para o braço da chave por meio de um colimador ótico, fixo
na unidade remota. Um espelho fixado na superfície inferior do braço da chave reflete o feixe de luz na direção de uma matriz de sensores optoeletrônicos posicionada na unidade remota. Como a matriz com os sensores optoeletrônicos apresenta dezenas de elementos, cada elemento se correlaciona com um ângulo do braço da chave em relação a uma posição horizontal de referência. Esta referência é uma posição de encaixe perfeito dos contatos. Desta forma, o parâmetro qualidade do contato depende desse ângulo ou da distância D, mostrada na Figura 1 (a) e (b), entre a posição do contato elétrico do braço da chave e a posição ideal deste contato. De uma forma indireta, o sistema também aponta para a situação específica da chave quando ela estiver totalmente desconectada. A utilização da microcâmera de vídeo como uma segunda técnica para observação da imagem da conexão da chave amplia suas informações por permitir uma avaliação visual, em tempo real e de forma remota. Com a finalidade de aumentar o grau de qualidade da avaliação, é possível utilizar-se de outros sensores no lugar da câmera vídeo, tais como, câmeras térmicas ou termômetros de infravermelho ou em conjunto com esta para aumentar o grau da qualidade da avaliação. Na unidade remota, DMChS, os dados dos diversos elementos da matriz de sensores optoeletrônicos e de vídeo são levados a um microprocessador que converte este sinal e que possibilita uma melhor qualidade na transmissão do sinal de vídeo e uma boa imunidade a ruídos de amplitude. A transmissão do sinal ótico Psg (sinal composto de vídeo analógico mais dados digitais) é feita de forma sequencial por meio de um diodo laser (LD) no circuito de transmissão de fibra ótica (Tx). Na parte do circuito de recepção (Rx) da unidade remota, um conversor fotovoltaico (PV) de GaAs (Arseneto de Gálio) apropriado para uso com fibras óticas recebe o sinal ótico de alimentação e, durante alguns milissegundos, o mesmo sinal pode, a critério do operador do sistema, transmitir um sinal de controle para a DMChS. Isto é feito por meio da
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Figura 1 – (a) Concepção da unidade remota de sensoriamento responsável pela monitoração da chave seccionadora vertical e (b) Ilustração de possíveis contatos elétricos de má qualidade e da melhor posição da chave seccionadora vertical.
transmissão de pulsos rápidos a partir da unidade de controle com códigos de comando previamente definidos. O uso da técnica de alimentação pela fibra ótica permite uma isolação elétrica e galvânica total do DMChS imune a ruídos externos, por meio da alimentação elétrica de chaves seccionadoras sem requerer alimentação elétrica comercial. A Figura 2 ilustra o sistema completo de
monitoração da chave seccionadora. Uma unidade remota DMChS é requerida para cada fase. Estas unidades são posicionadas na parte inferior de cada unidade da chave seccionadora que se deseja monitorar. A alimentação e o comando de cada DMChS são feitos por meio de uma fonte de luz de alta potência incorporada na unidade de controle do sistema que fica instalada na sala controle da subestação. Um divisor de
potência (splitter) conectado por meio de fibras óticas de 105 microns de núcleo e 125 microns de casca à fonte de alta potência divide a potência da fonte que é da ordem de 4 W em partes iguais para cada uma das unidades DMChS. A informação do contato da chave obtida pelo DMChS, que pode ser tanto o sinal de imagem quanto um sinal de dados, é transmitida por cada unidade DMChS e levada por uma fibra idêntica à
Aula prática
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Sistemas de controle
Figura 2 – Sistema completo de monitoração das três fases de uma chave seccionadora.
primeira até um segundo splitter que junta as informações a serem detectadas de cada DMChS em um receptor ótico na unidade de controle. No entanto, essa topologia permite a coleta de dados de apenas um sensor de cada vez, pois o caminho ótico após o splitter é único e não pode haver sobreposição de dados. O sinal de imagem enviado por cada unidade remota, ao chegar ao receptor da unidade base, é convertido de frequência modulada para o padrão NTSC e em seguida é encapsulado em pacotes no padrão Ethernet. O sinal de dados é também encapsulado por um microprocessador em pacotes no padrão Ethernet. A escolha da imagem de DMChS a ser visualizada é feita na central de monitoração da Cemig por opção do operador. A transmissão dos dados de cada DMChS escolhido é realizada em um intervalo de poucos milissegundos por meio da interrupção do sinal de vídeo.Todas as informações monitoradas das chaves seccionadoras obtidas pelos DMChS são levadas até a central de monitoração da Cemig por meio da rede de dados.Trabalhos futuros
de desenvolvimento deverão possibilitar o sistema de sensoriamento também controlar a operação de chaves secionadoras remotamente. A Figura 3(a) mostra detalhes do DMChS e a Figura 3(b) mostra uma visão simulada do DMChS posicionado abaixo do braço da chave seccionadora. Sistema Ótico de Monitoramento de Linhas Aéreas por Câmeras Alimentadas por Fibra Ótica (Somlac) A motivação principal do desenvol vimento do Somlac é devido à preocupação das concessionárias de energia elétrica com as constantes invasões em faixas de segurança de linhas de transmissão. Estas invasões ocorrem com o objetivo de construção de moradias em geral de baixo custo ao longo da faixa de segurança das linhas de transmissão. A Figura 4 ilustra a concepção do Somlac. O objetivo desta proposta é demonstrar o uso de uma câmera de vídeo remota para monitoração de invasões de áreas de segurança de linhas de transmissão.A câmera é fixada em uma torre da LT e a transmissão do sinal de vídeo é feita por uma fibra ótica pertencente a um condutor OPGW (Optical
Figura 3 – (a) Concepção do DMChS e (b) Ilustração do posicionamento do DMChS abaixo do braço da chave seccionadora.
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Figura 4 – Concepção do SOMLAC.
Ground Wire) que faz parte desta LT. Para aumentar a confiabilidade e praticidade do uso desta câmera instalada em um local de difícil acesso, ela é alimentada oticamente pela fibra usada para a transmissão de vídeo, não sendo necessário o uso de painel solar, baterias e links de rádio suscetíveis ao vandalismo por meio da tecnologia convencional. A fonte ótica deste sinal de alimentação fica instalada em uma subestação mais próxima da mesma forma que o descrito para o sistema SOMCS. Na parte do circuito de recepção (Rx) da unidade remota diferente do sistema SOMCS utiliza-se um conversor fotovoltaico (PV) de InP (Fosfeto de Índio) apropriado para uso com fibras óticas monomodo que recebe o sinal ótico de alimentação Pal no comprimento de onda de 1470 nm. Este sistema permite a transmissão por até 10 km de enlace ótico. A Figura 5 mostra um diagrama da câmera remota do Somlac. A transmissão de vídeo da microcâ mera do Somlac é feita aplicando modulação
do tipo FM no sinal de vídeo. Com isso, obtêm-se uma margem de potência de 12 dB (cerca de 50 km de fibra ótica) de variação de potência ótica de transmissão sem prejuízo na qualidade da imagem. Dessa forma, o sensor poderia ser instalado em locais com diferentes distâncias sem necessidade de ajuste da intensidade do sinal recebido, devido ao fato de a modulação FM retirar o sinal de vídeo NTSC como subportadora transmitida pelo laser. Em relação ao consumo de corrente, os circuitos eletrônicos do Somlac apresentaram consumo inferior a 0,5 W de potência ótica para sua operação completa, de forma a possibilitar o uso da técnica de alimentação pela fibra ótica. Sistema de Monitoramento de Temperatura Distribuída (SMTD) e Sistema de Monitoramento de Deformação Distribuída (SMDD) As técnicas convencionais de monitoração são baseadas em sensores eletrônicos que monitoram poucos pontos ao longo de uma linha de transmissão. É sabido que, em
Figura 5 – Concepção da câmera remota do Somlac.
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Sistemas de controle
diversos casos, as ocorrências medidas são provenientes de pontos distantes daqueles em que os sensores estão posicionados, no entanto, com sensores convencionais não é possível precisar o local em que determinado evento ocorreu. A técnica SMTD baseia-se na monitoração ótica de efeitos não lineares que são sensíveis a variações de temperatura e da deformação mecânica que ocorrem no interior de fibras óticas incorporadas ao condutor ou implantadas ao longo de seu exterior. Devido às diversas aplicações possíveis dos sensores distribuídos à fibra ótica, dois tipos de sistemas de sensoriamento têm sido constantemente abordados, são eles: sensor distribuído de temperatura e o sensor distribuído de temperatura e deformação mecânica. Por serem imunes às interferências eletromagnéticas e fornecerem medições confiáveis às fibras óticas, constituem em um meio ideal para uso em ambientes de alta tensão. Para que sejam detectados os diferentes parâmetros medidos, utiliza-se de efeitos provenientes da interação da luz com as moléculas que constituem a fibra ótica. Dessa interação são gerados novos comprimentos de onda, os quais são sensíveis às variações de temperatura e estresse mecânico ocorridos no interior da fibra ótica. Utilizando-se de equipamento adequado gera-se espalhamento Raman, por exemplo, que é sensível às variações da temperatura do meio da seguinte forma. O aumento de temperatura do meio ocasiona um acréscimo de intensidade nos comprimentos de onda gerados, proporcional ao aumento da temperatura. Assim, o sensoriamento é realizado por
meio do monitoramento da intensidade Raman ao longo da fibra ótica. Por outro lado, a detecção de deformação mecânica é realizada por meio da geração de espalhamento Brillouin, cujo comprimento de onda gerado é sensível às variações de deformação mecânica no meio. Dessa forma, para realizar as medições de deformação, monitora-se o comprimento de onda em que o espalhamento Brillouin é gerado e sua intensidade. A Figura 6(a) mostra os espectros dos comprimentos de onda gerados pelos efeitos Raman e Brillouin a partir de um sinal de bombeio. É mostrado também o espectro do espalhamento Rayleigh que coincide com o comprimento de onda de bombeio. Um dos grandes diferenciais dos sensores distribuídos baseados em fibras óticas é a sua capacidade de informar a posição em que o evento de temperatura ou de deformação ocorreu. Para essa finalidade, é utilizada a técnica denominada reflectometria ótica no domínio do tempo, mais conhecida pela sigla a partir do nome em inglês OTDR. Um sistema OTDR opera de modo semelhante a um radar ótico, ou seja, um pulso de luz com tempo de duração conhecido é lançado em uma fibra ótica com extensão previamente estabelecida. À medida que o pulso de luz percorre a fibra ele sofre espalhamento que atinge o detector posicionado junto ao sistema que lançou o pulso ótico. Com o auxílio de um osciloscópio é possível medir o tempo transcorrido entre o envio de um pulso e a detecção da sua reflexão, este tempo está diretamente relacionado com espaço percorrido pelo pulso de luz, provendo assim a localização do evento.
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Nas técnicas de sensoriamento distribuído, o interrogador, ou seja, o equipamento que envia e detecta sinais dos sensores desempenha papel-chave para a obtenção da informação desejada. Por essa razão, este sistema deve ser desenvolvido de modo dedicado para cada um dos eventos que se deseja medir. O interrogador do SMTD é composto basicamente pelos blocos: fonte elétrica, temporizador, osciloscópio e fonte de pulsos óticos e sistema de filtragem ótica, placa de aquisição de dados (osciloscópio) e interface de transmissão de dados, conforme representados esquematicamente na Figura 6(b). A Figura 7(a) mostra uma foto do equipamento interrogador do SMTD aberto e a Figura 7(b) traz um gráfico da medição de temperatura distribuída feita pelo SMTD. Para a realização desta medição um trecho de 10 km de fibra multimodo foi utilizado e no comprimento de aproximadamente 6 km foi inserido um trecho de 500 m de fibra que foi aquecido e também resfriado. Na Figura 7(b), as variações no sinal já parametrizado para temperatura podem ser observadas mostrando a temperatura distribuída ao longo da fibra. É parte integrante do interrogador o sistema de aquisição remota de dados por meio da comunicação Ethernet. O interrogador SMDD foi obtido a partir da técnica conhecida como Botda (Brillouin Optical Time Domain Analysis). Esse interrogador é mais complexo do que aquele desenvolvido para o sensor de temperatura. É composto basicamente por uma fonte elétrica, sistema de dois lasers circulador
Figura 6 – (a) Os espectros dos comprimentos de onda gerados pelos efeitos Raman e Brillouin e (b) Diagrama do interrogador do SMTD.
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Figura 7 – (a) Interrogador do SMTD e (b) Gráfico de temperatura distribuída obtida pelo SMTD. Diagrama do interrogador do SMTD.
Figura 8 – Diagrama esquemático do interrogador do SMDD.
113 ótico e receptor, conforme a Figura 8. A técnica Botda se diferencia pelo uso de dois lasers distintos que são inseridos cada um em uma das pontas de um lance de fibra ótica. O sistema de lasers é composto por um gerador de pulsos óticos de alta potência, um laser de prova de emissão contínua e de baixa potência e um dispositivo utilizado para medir a diferença de comprimento de onda entre esses dois lasers e informá-la ao receptor, conforme representado na Figura 8. As medições SMDD fornecem dados de intensidade do efeito Brillouin em diversos comprimentos de fibra, para cada frequência de batimento promovida entre o laser de sintonia e a banda Stokes do espalhamento. Dessa forma, os dados obtidos dão origem a uma figura tridimensional que contempla essas três informações. A Figura 9(a) e a Figura 9(b) apresentam os resultado obtidos a partir das formas de onda medidas para duas situações distintas: (a) quando não há deformação aplicada e (b) quando há deformação aplicada de 0,17 ε.
Aula prática
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Sistemas de controle
Figura 9 – (a) Sem deformação aplicada e (b) Deformação aplicada de 0,17 ε.
Os mapas de intensidade devem ser
Conclusão
analisados levando-se em conta a intensidade
As
medida, a posição e valor da frequência
realizados deram origem aos protótipos que
associada. Na Figura 9(a), verificou-se um
se encontram em fase de teste de campo na
valor de intensidade elevado, ao longo
Cemig. Todas as tecnologias foram validadas
de toda a extensão do lance de fibra para
nos laboratórios do CPqD.Uma vez validados
diferença de frequência de 10,88 GHz, que
em campo, estes sistemas deverão passar
corresponde à frequência ordinária do
para a fase de transformação em produtos
espalhamento Brillouin, o que leva a concluir
por meio da participação da indústria
que, nesse caso, não há tração aplicada no
nacional. As patentes foram solicitadas no
condutor.
INPI relativo a estes sistemas e dispositivos
Por outro lado, na Figura 9(b) verifica-se
associados. Com os resultados obtidos até
uma pequena região que apresenta um
o presente momento, a tecnologia ótica
aumento súbito de intensidade quando
mostra grandes vantagens técnicas para
a frequência de sintonia está entre 10,95
o monitoramento da alta tensão quando
GHz e 11,00 GHz, demonstrando que esta
comparada às tecnologias convencionais.
pesquisas
e
desenvolvimentos
região espacial do condutor está sujeita à tração mecânica. A frequência em que o espalhamento Brillouin apresenta seu máximo de intensidade se relaciona com a deformação mecânica aplicada e pode ser calibrada por meio de métodos próprios.
Referências • P&D_Aneel_CEMIG_D382.“PA – Sistema ótico para sensoriamento distribuído de temperatura e tensão mecânica de LT aéreas e subterrâneas”. • P&D_Aneel_CEMIG_D446.“DE – Desenvolvimento de sistema ótico de monitoramento, transmissão e
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recepção de dados para comando, controle e supervisão de equipamentos na alta tensão imune às interferências eletromagnéticas”. • ROSOLEM, J. B.; HURTADO, Maria do Rosário Fabeni; FLORIDIA, Claudio; ROSSI, José Antonio Donizete; JURIOLLO, Antonio Amauri; BORIN, Flavio; SANZ, J. P. M. Desenvolvimento de sistema de sensoriamento ótico para detecção de descargas parciais em hidrogeradores. XIX SNPTEE. Rio de Janeiro, 2007. • FLORIDIA, C.; ROSOLEM, J. B.; BORIN, F.; ROSSI, J. A. D.; HURTADO, M. R. F.; JURIOLLO, A. A.; BEZERRA, E.W.; SAID, J. C.; SANZ, J. P. M. Desenvolvimento de um sistema passivo de medição da temperatura e da deformação do rotor de hidrogeradores através da tecnologia de fibras óticas. XX SNPTEE. Recife, 2009. • OH,Y. H.; SONG, K. D.; LEE,W.Y.; HAHN, S. C. coupled electrical-mechanical-thermal analysis of EHV disconnecting switch for short circuit current condition. 12th Biennial IEEE Conference on Electromagnetic Field Computation, Miami, 2006. • GARCIA, D. A. A.; SILVA, H. A. P.; SANTOS, J. C.; BACEGA W. R. Sistema de monitoramento de secionadores semipantográficos – 345kv de subestações de transmissão com sensor ótico de posição absoluta dos contatos. V CLAGTEE - Latin-American Congress on Electricity Generation and Transmission. São Pedro, nov. 2003. • MOSCHIM, E.; SILVA, R.; BORDONALLI, A. C.; FERNANDES, Paulo. Sensoriamento de fechamento de chaves seccionadas utilizando sensores ópticos, 02/2008. Revista Eletroevolução, v. 1, n. 23, p. 28-32, 2008. • LALONGÉ, P.; MORSE,W. High voltage disconnect switches: critical to smart grid deployment. Energize, p. 26-27, nov. 2011. • SIQUEIRA, Ú. C. Metodologia para monitoramento das faixas de segurança de linhas de transmissão e subtransmissão.Tese de especialista em Geoprocessamento, UFMG, 2003. • NASCIMENTO, C. A. M. Desenvolvimento de tecnologias para controle e monitoramento em tempo real da capacidade de transmissão em linhas de energia elétrica. VII Simpósio de Automação de Sistema Elétricos. Salvador, 2007. • YILMAZ, G.; KARLIL, S. E. A distributed optical fiber sensor for temperature detection in power cables. Sensors and Actuators A, v. 125, p. 148-155, 2006. • HARTOG, H.; LEACH, A. P. Distributed temperature sensing in solid-core fibres. Electronics Letters, v. 21, p. 1.061-1.062, 1985. • SONG, K.Y.;YANG, S. Simplified Brillouin optical time domain sensor based on direct modulation of a laser diode. Optics Express, v. 18, p. 24.012-24.018, 2010. • DAKIN, J. P.; PRATT, D. J.; BIBBY, G.W.; ROSS, J. N. Distributed optical fibre Raman temperature sensor using a semiconductor light source and detector. Electronics Letters, v. 21, p. 569-570, jun. 1985. *Carlos Alexandre M do Nascimento é engenheiro, com doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Minhas Gerais em 2009. Atualmente é
engenheiro de tecnologia e normalização da Cemig Distribuição S.A. Altair Leôncio de Melo concluiu curso técnico em eletrotécnica. Atualmente é técnico industrial da Cemig Distribuição S.A. Giovani Cezar Luiz Souza é graduado em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Atualmente é técnico industrial da Cemig Distribuição S.A. Caio Cesar Souza Andrade concluiu curso Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações pela PUC-MG. Atualmente presta serviço de Engenheiro de Telecomunicações para a Cemig. João Batista Rosolem concluiu o doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Atualmente é pesquisador da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Fabio Renato Bassan concluiu a graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Salesiana de São Paulo. Atualmente é engenheiro na Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Fernando Rocha Pereira é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é engenheiro na Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Rivael Strobel Penze é engenheiro, com mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas. É engenheiro de telecomunicações na Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações. Ariovaldo Antonio Leonardi é formado como tecnólogo em eletrônica industrial pela Universidade Salesiano e trabalha na Fundação CPqD - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Telecomunicações. Claudio Floridia concluiu o doutorado em Física pela Universidade Federal de Pernambuco em 2003. Atualmente é pesquisador da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Glauco Cesar Crystal Pereira Simões é mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 2011. Atualmente é pesquisador da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Danilo César Dini é engenheiro, com mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) (1988). Atualmente é pesquisador da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Claudio Antonio Hortêncio é graduado em Tecnologia em eletrônica Industrial pela Universidade Salesiano (2001. Atualmente é pesquisador da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.
Serviços em instalações elétricas energizadas e trabalhos envolvendo alta tensão
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As estatísticas mostram a elevadíssima gravidade e a frequência de acidentes elétricos e, portanto, sempre antes de se decidir por qualquer trabalho em instalações elétricas energizadas, mesmo que sejam serviços simples, corriqueiros ou urgentes, devem ser esgotadas todas as possibilidades de desenergização do sistema. Caso seja necessário realizar serviços em instalações energizadas, a NR 10 possui dois tópicos específicos para o assunto: o item 10.6 – Segurança em Instalações Elétricas Energizadas e o item 10.7 – Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (AT). É importante esclarecer que estão excluídas dessas prescrições as instalações elétricas energizadas e alimentadas por Extra Baixa Tensão – EBT (inferior a 50 volts em corrente alternada, entre fases, entre fase e terra ou 120 volts em corrente contínua), guardadas as condições ambientais, conforme estabelece o item 10.14.6 da NR 10. Isso é devido ao fato de que o uso de EBT, consideradas as condições locais e características da corrente elétrica, garante a segurança das pessoas contra os efeitos do choque elétrico. Entretanto, especial atenção deve ser dada aos trabalhadores que atuam em circuitos de extra baixa tensão instalados em zonas controladas, e, portanto, próximas a outras instalações elétricas de baixa ou média tensão. São os casos, por exemplo, das instalações de telefonia, sinalização de trânsito, TV a cabo existentes nas mesmas estruturas
utilizadas para distribuição de energia elétrica. Também são os casos dos circuitos de controle e sinal em tensões de 12 a 48 volts, situados próximos de outros circuitos com tensão mais elevada e, ainda, os circuitos elétricos em áreas classificadas na presença de atmosferas explosivas, onde qualquer nível de tensão poderá dar origem a faíscas, criando uma grave condição de perigo. Considera-se como serviço em instalações elétricas energizadas todo aquele em que a intervenção de trabalho necessitar de ingresso na “zona de risco” ou na “zona controlada” definidas no Anexo II da NR 10. Incluem-se nessa modalidade quaisquer outros serviços realizados nas proximidades das instalações elétricas energizadas dentro dos limites estabelecidos no Anexo II. Zona controlada, zona de risco e zona livre Conforme o Anexo II da NR 10, a delimitação das zonas é realizada em função do distanciamento (‘raio de risco’ – Rr e ‘raio controlada’ – Rc) que circunscreve os espaços aéreos radiais mínimos de risco e de controle, denominados, respectivamente, “zona de risco”, “zona controlada” e demais espaços externos a essas zonas, chamados de “zona livre” (Figura 1). As dimensões variáveis dos raios, constantes da Tabela 1, são determinadas em função da tensão nominal do circuito ao
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Figura 1 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre.
Figura 2 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco (controlada e livre), com interposição de superfície de separação física adequada.
Legenda para as Figuras 1 e 2: Rr – Raio circunscrito radialmente de delimitação da zona de risco Rc – Raio circunscrito radialmente de delimitação da zona controlada ZL – Zona livre ZR – Zona de risco, restrita a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho ZC – Zona controlada, restrita a profissionais autorizados PE – Ponto da instalação energizado SI – Superfície construída com material resistente e dotada de dispositivos e requisitos de segurança
qual pertence o ponto energizado, de forma a criar um volume espacial no entorno desse ponto, estabelecendo-se, dessa forma, condições restritivas de acesso, somente permitido aos trabalhadores “autorizados” e mediante a aplicação de procedimentos específicos. Por exclusão, também delimita as áreas livres da aplicação dessas regulamentações. Ainda ficou estabelecido, conforme a Figura 2, que o espaço volumétrico estabelecido nas zonas poderá ser reduzido mediante a interposição de superfície de separação física adequada, que segregue e confine o perigo e assegure zona livre a partir do exterior da superfície. Essa condição pode ser obtida, por exemplo, com a instalação de invólucros (quadros, painéis, caixas com acessos restritos) e barreiras (portas, paredes, telas apropriadas com acessos restritos). Qualquer trabalho ou atividade realizado nessas zonas e condições, mesmo não envolvendo as instalações elétricas, seja de natureza mecânica, pintura, inspeção, instrumentação, cabeamento, de informática, controle ou outra qualquer, deverá ser executado exclusivamente por trabalhador autorizado e mediante procedimentos de trabalho desenvolvidos e definidos especificamente para serviços em instalações elétricas energizadas e, portanto, assume especial relevância e responsabilidade.
Tabela 1 - Raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre (baseada na Tabela do Anexo II da NR-10)
Faixa de tensão nominal da instalação elétrica em kV
Rr - Raio de delimitação entre zona de risco e controlada em metros
Rc - Raio de delimitação entre zona controlada e livre em metros
<1
0,20
0,70
≥1e<3
0,22
1,22
≥3e<6
0,25
1,25
≥ 6 e < 10
0,35
1,35
≥ 10 e < 15
0,38
1,38
≥ 15 e < 20
0,40
1,40
≥ 20 e < 30
0,56
1,56
≥ 30 e < 36
0,58
1,58
≥ 36 e < 45
0,63
1,63
≥ 45 e < 60
0,83
1,83
≥ 60 e < 70
0,90
1,90
≥ 70 e < 110
1,00
2,00
≥ 110 e < 132
1,10
3,10
≥ 132 e < 150
1,20
3,20
≥ 150 e < 220
1,60
3,60
≥ 220 e < 275
1,80
3,80
≥ 275 e < 380
2,50
4,50
≥ 380 e < 480
3,20
5,20
≥ 480 e < 700
5,20
7,20
Colaboraram com esta seção: Autores: João Barrico, engenheiro eletricista e de segurança do trabalho, diretor da Diretor da Engeletric Serviços de Eletricidade. Joaquim Pereira, engenheiro eletricista e de segurança do trabalho, auditor fiscal do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, coordenador técnico da atualização da NR 10. Edição: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor, consultor.
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Coluna do consultor
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Por Hilton Moreno, especialista em instalações elétricas e consultor técnico da revista O Setor Elétrico
2014 começa com boas novas para a segurança das instalações elétricas Em nossa coluna de dezembro de 2013, arriscamos algumas previsões para 2014. Na verdade, mais do que previsões, pode-se dizer que eram desejos para que algumas coisas acontecessem. E não é que uma delas se concretizou e outra começou a se realizar! Conforme já foi escrito em meses anteriores neste espaço, estava em preparação no âmbito do Inmetro a publicação de uma portaria voluntária para a certificação de instalações elétricas de baixa tensão. Ela ganhou, na época, o número 305 e foi submetida à consulta pública, seguida de uma audiência pública no final do ano passado. Concluída esta etapa, o Inmetro iria finalizar a redação da portaria e publicá-la, o que aconteceu no último dia 30 de janeiro. A portaria foi identificada oficialmente como “Portaria nº 51, de 28 de janeiro de 2014”. Conforme definido no Artigo 3º, a portaria institui “no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – SBAC, a certificação voluntária para Instalações Elétricas de Baixa Tensão, a qual deverá ser realizada por Organismo de Certificação de Produto – OCP, acreditado pelo Inmetro e estabelecido no país”. Os requisitos da portaria 51 “se aplicam às instalações elétricas de edificações novas e a reformas em edificações existentes, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.), incluindo as pré-fabricadas. Aplica-se
também às instalações elétricas em áreas externas às edificações, cobertas ou descobertas; em locais de acampamento (campings), marinas e instalações análogas e instalações de canteiros de obra, feiras, exposições, parques de diversões e outras instalações temporárias”. Excluem-se da portaria 51 as instalações de tração elétrica, instalações elétricas de veículos automotores e de embarcações e aeronaves, equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, instalações de iluminação pública, redes públicas de distribuição de energia elétrica, instalações em minas e de cercas eletrificadas. Embora a portaria 51 seja de caráter voluntário, ela abre as portas para que diversas empresas, públicas ou privadas, passem a incluir em seus memoriais a exigência da certificação das instalações elétricas conforme as regras da portaria. Em outras palavras, mesmo voluntária, a portaria torna-se um guia de como realizar a certificação, permitindo que, por exemplo,
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
empresas públicas federais, estaduais ou municipais tornem obrigatórias as verificações de suas instalações, dando assim um excelente exemplo para a sociedade de como cuidar da segurança das pessoas e do patrimônio. Grandes empreendimentos privados em geral e aqueles de locais de afluência de público em particular também deveriam passar a considerar a exigência da certificação das instalações elétricas conforme as regras da portaria. A redução dos riscos de graves acidentes somada à redução de prêmios de seguros são fatores mais do que suficientes para essa prática. Por falar em seguradoras, assim como acontece no exterior há décadas, elas poderiam aproveitar a existência de um documento oficial, mesmo que voluntário, para oferecer aos seus clientes a opção de reduzir os prêmios nos casos das edificações que tenham a certificação da instalação elétrica realizada conforme os requisitos da portaria 51. Todos ganham nesta situação.
Enfim, a sociedade brasileira não ganhou ainda uma regulamentação ou lei que torne obrigatória a certificação das instalações elétricas, o que é um sonho antigo do setor, mas podemos comemorar com muita animação a publicação da portaria 51 que, embora voluntária, tem o poder de movimentar diferentes e importantes atores do mercado para darem início a uma revolução pela segurança das instalações elétricas e, consequentemente, pela segurança das edificações. Em próximas colunas desta revista analisaremos o conteúdo da portaria 51 com mais detalhes. Para complementar as boas notícias do início do ano, foi realizada em São Paulo, coincidentemente em 30 de janeiro, a primeira reunião do Grupo de Trabalho do Departamento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre Segurança das Edificações. Houve a adesão maciça de
diferentes entidades representativas de vários setores ligados às edificações, dentre os quais o de eletricidade, além da ABNT e do Crea. O objetivo do grupo de trabalho é atuar em diferentes frentes de ação visando à promulgação e à regulamentação de uma lei de abrangência nacional que estabeleça regras claras e viáveis para garantir a segurança das edificações antigas em todos os seus aspectos mais relevantes, desde a estrutura propriamente dita da edificação até as suas utilidades, que, obviamente, incluem as instalações elétricas. Em próximas colunas serão informadas as atividades e resultados desse grupo de trabalho. Somando-se as duas notícias anteriores, o resultado é que o ano de 2014 parece indicar que uma nova era no tema relativo à segurança das instalações elétricas das edificações começa a acontecer. Cabe a todos nós manter esse barco navegando no rumo certo e de modo seguro.
Energia sustentável
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Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Avaliações e reconhecimentos em sustentabilidade – Parte III Seguimos falando sobre avaliações e reconhecimentos em sustentabilidade, continuando a coluna sobre o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo para 2014, e as empresas do setor elétrico. Onze empresas do setor de energia e uma do setor elétrico fazem parte do ISE 2014. No site do ISE (fonte: https://www.isebvmf.com. br/) estão disponíveis os relatórios daquelas que autorizaram a publicação das informações: oito empresas de energia (totalizando 23 unidades, sendo cinco de geração, seis de geração/ transmissão, uma de geração/distribuição, dez de distribuição, uma de geração/ transmissão/ distribuição) e uma do setor de máquinas/ sistemas eletroeletrônicos. Avaliamos 18 perguntas/subperguntas do questionário social e 16 do ambiental, de todas as empresas/unidades, totalizando 16 questionários avaliados (somente no caso da Eletrobras, fizemos uma amostra de quatro unidades/empresas de maior porte dentre as 12 existentes). Seguem as conclusões: SOCIAL A maioria delas tem compromissos formais assumidos e divulgados nas relações de trabalho. No entanto, o monitoramento interno do cumprimento destes compromissos mostrou-se insuficiente em mais de metade delas. Em 100% das unidades, não há monitoramento independente (externo); A maioria avalia a satisfação de seus funcionários sobre o clima organizacional, carga de trabalho e remuneração compatível com a carga de trabalho e benefícios;
A maioria delas busca construir um relacionamento com a comunidade visando o desenvolvimento local, por meio de ações como: participar de fóruns locais e na formulação de políticas públicas, metodologia para relacionamento, parceria, apoio e engajamento da comunidade; A maioria demonstrou mais necessidade de evolução nos processos e procedimentos para aplicação de critérios sociais para os seus fornecedores críticos, seja por não ter um sistema de gestão ou por falta de exigência/monitoramento do cumprimento dos requisitos. MEIO AMBIENTE (MA) E SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (SST) Pouco mais de metade implementou prática de avaliação periódica de seus aspectos e impactos ambientais em todos os processos e unidades, número relativamente baixo; 75% delas implementaram plenamente as práticas de gestão de SST. No entanto, duas empresas geradoras de energia implementaram menos de 25% das práticas de SST; 56% delas tiveram 100% de suas atividades potencialmente geradoras de impactos ambientais significativos orientados por procedimentos operacionais específicos; as demais apresentaram percentuais parciais, na maioria, acima de 50%; Quase metade das empresas indicou somente exigências de conformidade legal ambiental para fornecedores críticos; Evidenciado um grau relativamente baixo de adesão às certificações de sistemas
de gestão de MA (por exemplo a ISO 14001) e SST (como a OHSAS 18001): 43,75% das empresas têm mais de 70% de suas unidades certificadas em MA e 31,25% têm mais de 70% de suas unidades certificadas em SST. Já 56,25% e 62,50% das empresas têm até 40% de suas unidades certificadas respectivamente em MA e SST; Cerca de 30% delas divulgam informações sobre todos os assuntos de MA; porém quase 70% das empresas só divulgam certos assuntos mediante demanda das partes interessadas, por exemplo, sobre processos (administrativos ou judiciais), sanções e acordos de SST; Cerca de 60% das empresas está gerenciando adequadamente seus passivos ambientais. No entanto, quatro delas não provisionaram recursos para os seus passivos, ou não tem sistemática de gerenciamento; Cerca de 60% respondeu que tem monitoramento sistemático do licenciamento e pode garantir que 100% das suas instalações estão em conformidade (mais 30% pode garantir mais de 70% de conformidade); Nos últimos três anos: quase 70% delas recebeu alguma sanção administrativa de MA; mais de 56% delas recebeu processo judicial cível de MA (mas todas elas sem condenação); somente uma empresa recebeu processo judicial criminal de MA (sem condenação). Tais números são altos, podendo ser um indício de fragilidades na gestão ambiental. Já avançamos bastante em relação ao passado, mas ainda há muito que fazer... Que venha 2014!
Iluminação eficiente
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Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da Comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei e diretora da EXPER Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Revisões normativas para 2014 Nos últimos anos um intenso trabalho de revisão normativa vem ocorrendo nas Comissões de Estudo de Eletricidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O tema iluminação é discutido em quatro grupos dentro da Comissão de Eletricidade, coordenado pelo Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (Cobei). Cada grupo discute as normas específicas de sua área e são independentes uma da outra, embora muitas vezes realizem reuniões conjuntas por tratar de assuntos correlatos. Os quatro grupos de estudos são: Lâmpadas elétricas; Reatores, ignitores, trafos e controles; Luminárias e acessórios; e Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas. As reuniões são sediadas na Associação Brasileira da Indústria da Iluminação em São Paulo e são abertas ao público geral interessado nos temas. Reúnem representantes da indústria nacional, empresas importadoras, laboratórios, universidades, concessionárias de energia, entidades governamentais como Eletrobras e Inmetro, arquitetos de iluminação e profissionais da área interessados em contribuir para normatização brasileira e melhoria dos padrões e equipamentos do mercado. A Tabela 1 elenca os grupos de trabalho e seus coordenadores. Neste último mês, o Grupo CE03:034.04 - Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas definiu as normas que serão trabalhadas durante o ano de 2014. Foram elencadas dez normas para estudo, sendo definidas como normas prioritárias as relativas a processos de
Tabela 1 – Comissões de estudo de iluminação do COBEI
Grupo
Comissão
Coordenação
CE03:034.01
Lâmpadas elétricas
Nelson Gomes
CE03:034.02
Reatores, ignitores, trafos e controles
Gustavo Gollan
CE03:034.03
Luminárias e acessórios
Luciano Rosito
CE03:034.04
Aplicações luminotécnicas e medições
Juliana Iwashita
fotométricas
medição e avaliação de Leds. A seguir são elencadas as normas/temas que serão alvo da comissão 04: IESNA LM-80-2008: Medição de manutenção de fluxo de fontes de luz led Publicação da Illuminating Engineering Society of North America (IESNA). Traz o padrão aprovado pela IESNA para medição de manutenção de fluxo luminoso de fontes de Led. É aplicado ao componente Led, array ou módulo e não se aplica à medição da luminária. Seu objetivo é permitir uma comparação confiável dos resultados de testes entre laboratórios, estabelecendo métodos de ensaio uniformes. IESNA LM-79-2008: Medições elétricas e fotométricas de produtos de iluminação de estado sólido Publicação da Illuminating Engineering Society of North America. Traz o padrão aprovado pela IESNA para medição de características elétricas e fotométricas de iluminação de estado sólido. É aplicado a luminárias de Led ou lâmpadas de Led e considera o sistema completo.
IESNA TM-21-2011: Projeção da manutenção de fluxo a longo prazo de fontes de luz Led Publicação da Illuminating Engineering Society of North America. Traz o padrão aprovado pela IESNA para projetar a vida útil do LED com base nas medições da LM80-08. Refere-se à projeção da vida do componente Led ou módulo de Led. Os resultados podem ser usados para determinar a vida útil da luminária a Led ou da lâmpada de Led pela interpolação com a medição da temperatura de case do Led na luminária. CIE S015-2005: Iluminação de áreas externas de trabalho Publicação da Comissão Internacional de Iluminação. Esta norma especifica os requisitos para a iluminação de tarefas, na maioria dos locais de trabalho ao ar livre e suas áreas adjacentes, em termos de quantidade e de qualidade de iluminação. Além de fornecer recomendações para uma boa prática de iluminação, fornece informações detalhadas sobre os critérios de projeto de iluminação para áreas
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
externas de trabalho. Estabelece requisitos de iluminação para várias áreas, tarefas e atividades e recomenda procedimentos de verificação. IEC 62471-2006: Segurança fotobiológica de lâmpadas e sistemas de lâmpadas Publicação da International Electrotechnical Commission. Fornece orientação para avaliar a segurança fotobiológica de lâmpadas e sistemas de lâmpadas incluindo luminárias. Especifica os limites de exposição, técnica de medição de referência e esquema de classificação para a avaliação e controle dos perigos fotobiológicos de todas as fontes alimentadas por eletricidade e radiações ópticas na faixa de comprimento de onda de 200 nm a 3.000 nm. Inclui Leds e exclui lasers. Esta norma foi preparada com base na CIE S 009:2002 pela Comissão Internacional de Iluminação. CIE 084-1989: Medição de fluxo luminoso Publicação da Comissão Internacional de Iluminação. Este relatório técnico define a terminologia necessária para medições de fluxo luminoso. Define os princípios de medições de fluxo luminoso e descreve métodos para a avaliação da distribuição da iluminação, a medição do fluxo luminoso através da esfera integradora e a determinação do fluxo luminoso por meio de luminância, intensidade luminosa e medições de luminância. CIE 121-1996: Fotometria e goniofotometria de luminárias Publicação da Comissão Internacional de Iluminação. Este relatório técnico apresenta os requisitos gerais para a fotometria de lâmpadas e luminárias e inclui informações como condições de teste padrão realizados, com tolerâncias de práticas aceitáveis; processos de seleção de lâmpadas e luminárias; procedimentos para a medição das características fotométricas das lâmpadas e luminárias e avaliação das possíveis fontes de erro; fatores de correção de conversão de serviços; apresentação dos resultados dos testes.
123 IESNA TM-12-2012: Efeitos espectrais da iluminação no desempenho visual em níveis de iluminação mesópica Publicação da Illuminating Engineering Society of North America. Este memorando técnico examina os efeitos espectrais da iluminação em baixas luminâncias normalmente encontrados em condições noturnas, com foco no desempenho visual, com breves discussões de tarefas visuais de estrada, brilho, efeitos cromáticos, efeitos ambientais, entre outros. Efeitos espectrais que são conhecidos por ocorrer principalmente em níveis mais elevados (> 5cd/m²) não são abordados, e na maioria dos ambientes noturnos onde a luz ambiente não é suficiente para impedir a verdadeira visão escotópica. Aborda questões fundamentais como o desempenho visual produzido usando diferentes fontes de luz, o nível de iluminação necessário a partir de diferentes fontes de luz a fim de proporcionar desempenho visual equivalente ou aparência equivalente de brilho. IEC/TR 61341-2010: Método de medição da intensidade de centro do facho e ângulo(s) de abertura de lâmpadas refletoras Publicação da International Electrotechnical Commission. Descreve o método de medição e especificação da intensidade no centro do facho e o ângulo de abertura associado de lâmpadas refletoras. Aplica-se a lâmpadas incandescentes, halógenas de tungstênio, lâmpadas de descarga e led baseado em lâmpadas refletoras para fins de iluminação geral. Ela não se aplica às lâmpadas para fins especiais, tais como lâmpadas de projeção. ABNT 8837-1985 – Iluminação esportiva Norma da ABNT cancelada e sem substituta. Fixava as iluminâncias em serviço para iluminação artificial de áreas esportivas, internas e externas. Pessoas interessadas em contribuir com os trabalhos normativos podem entrar em contato com o Cobei ou com um dos coordenadores das comissões de estudo.
Instalações MT
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Luis Fernando Arruda é engenheiro eletricista, pós-graduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por 20 anos e nas empresas Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação e de proteção da receita. Representa a IURPA (International Utilities Revenue Protection Association) no Brasil. Atualmente é assistente da presidência da Eletrobras Furnas.
2014 – o ano que não vai acontecer Como se as coisas pudessem acontecer por vontade própria, algumas ações do governo estão sendo adiadas e o ano que começa tende a ser insonso. Na verdade, somente com políticas de governo bem planejadas é que conseguimos mudanças neste setor da indústria da eletricidade. Mas já iniciamos 2014 com o adiamento da “tarifa branca” e das “bandeiras” nas faturas de energia. Bem ou mal, ambas as medidas começariam a despertar nos consumidores de energia elétrica uma certa consciência da complexidade do setor e de quanto podemos e devemos, individualmente, colaborar para que os recursos naturais sejam usados de forma mais racional. Educando pela majoração de preços, educando da forma que mais ensina! Isto lembra o esforço (muito válido) do Procel: quando veio o racionamento, toda a economia que não se conseguiu em quase 20 anos de programa foi obtida em meses com as regras leoninas que foram editadas para se sobreviver ao problema da falta de energia. Quanto à tarifa branca, o adiamento traz uma oportunidade: a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) poderia rever sua aplicação, torná-la compulsória e aceitar que as concessionárias de energia concentrem a aplicação dos novos medidores em determinadas áreas de forma que a implementação seja plena. Plena, neste caso, significa que os medidores sejam integrados por uma malha de comunicação e que haja, de fato, um sistema inteligente e multifuncional, tratando os dados obtidos e os transformando em ações de gerenciamento e operação que resultem em
melhor qualidade da energia fornecida e em uma curva de carga mais plana, postergando novos investimentos e contribuindo para que a tarifa possa cair sem decretos, sem contabilidade que esconde custos para o ano seguinte e por aí vai. A Aneel pode determinar qual o percentual cada empresa deve implementar anualmente e o restante o mercado terá competência para assumir e cumprir as metas. As bandeiras de fato serão de difícil entendimento, mas já passamos da hora de tomar medidas educativas que mostrem aos consumidores que os custos variam e que sempre eles pagam a conta; na verdade, o contrário do que se faz agora, postergando tudo para o ano que vem. Aí a conta virá de forma implacável e tanto pior quando o poder público estiver “quebrado”. Também temos aqui uma oportunidade de iniciarmos uma política de tarifa tal que nos períodos de reservatórios cheios se forme uma “bolsa” para que a energia nos períodos de seca não seja tão onerosa para a sociedade e sem a necessidade de uso da força. Uma lei aprovada em consenso seria adequada para este fim. Eu prefiro isto a anúncios que preveem decréscimo de tarifa de forma antecipada e com precisão de duas casas decimais, pois o setor elétrico tem que ser gerido com medidas planejadas, negociadas e bem entendidas pelos investidores. Este setor da economia é um importante vetor de desenvolvimento, mas que tem o retorno dos investimentos obtido em longo prazo; desta forma, a estabilidade nas relações e a certeza do cumprimento dos contratos são essenciais para atrair investimentos.
Proteção contra raios
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Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena
É tempo de prevenção para a Copa do Mundo Verão, época das tempestades e, com elas, os raios e seus temidos efeitos, tanto à vida quanto às instalações elétricas e aos equipamentos por elas servidos. Nas próximas edições falaremos sobre o IEC/TC 62713:2013 – ed.1 Safety procedures for reduction of risck outside a structure, um relatório técnico publicado pela IEC que oficializa conceitos relacionados à proteção pessoal contra os efeitos das descargas atmosféricas. Enquanto isso, voltamos o foco deste artigo para a proteção de um dos pontos mais letais no ser humano: seu bolso. Para atingirmos a satisfação do bolso do brasileiro, em ano de Copa do Mundo, basta proteger seus aparelhos de mídia (por exemplo, aquela Smart TV de última geração) sem os quais ele não poderá participar da torcida para que a seleção seja hexacampeã. Assim, o torcedor precisa ter uma instalação elétrica confiável onde possa plugar seus equipamentos sem medo. Essa confiabilidade é provida basicamente por sistemas e elementos bem dimensionados e protegidos. Um dos componentes que contribui para o objetivo almejado é o Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS). Especificar um DPS não é tarefa extremamente complexa, mas esta também não deve ser comparada a fazer uma lista de compras para o churrasco do fim de semana. Atualmente, as especificações sobre DPSs podem
ser encontradas na ABNT NBR IEC 61643-1 e as informações para sua instalação na ABNT NBR 5410, na IEC 62305 e num futuro próximo, na ABNT NBR 5419. Abordagem básica do que deve ser considerado: - Classificação dos DPSs, que é feita a partir dos tipos de ensaio a que eles são submetidos (classe: I, II ou III); - Aplicação e o posicionamento de cada classe, que depende da localização relacionada às Zonas de Proteção contra Raios (ZPRs), descritas na IEC 62305-4 e na futura ABNT NBR 5419-4; - Determinação da necessidade de especificação da classe de DPS no primeiro nível de proteção verificando se a edificação possui Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas externo ou se a rede de alimentação (da concessionária ou não) é aérea; - Determinação da corrente de impulso a que será submetido o DPS, que depende das características das descargas atmosféricas esperadas na edificação, o seu valor será função da localização, exposição às descargas atmosféricas, dimensões e conteúdo da edificação; - Determinação da corrente nominal de descarga, já que os fatores que determinariam o seu valor são variáveis. Os valores de corrente nominal e máxima não são independentes entre si, e o projetista deve ter o cuidado de não especificar DPSs com características incoerentes ou que não tenham valores comercializados;
- Definição da expectativa de vida esperada do DPS, o que dependerá da tecnologia utilizada pelo fabricante, informada aos profissionais através do seu numero de atuações; - Determinação da tensão máxima de operação do DPS que deve ser dimensionada acima da tensão nominal da rede para compensar sobretensões temporárias. Esta medida impede o funcionamento intempestivo do DPS; - Definição dos modos (formas) de instalação dos DPSs em função dos tipos de surtos (modo comum ou modo diferencial) que se deseja mitigar; - Dimensionamento do dispositivo de proteção contra sobrecorrentes (disjuntor ou fusível), a ser instalado em série com o DPS e que que impede que o mesmo coloque a instalação em risco por mau funcionamento; - Coordenação entre diferentes níveis de proteção para os DPSs em uma instalação e entre os DPSs e outros componentes, por exemplo DRs; As recomendações básicas mostradas contribuem para que os DPSs estejam instalados de forma correta. Junte-as a outras sobre eletrodo de aterramento e encaminhamento correto de condutores de energia e sinal e reduza para quase zero as chances de você ter de assistir aos jogos na casa daquele vizinho chato ou de ter que dividir espaço num pufe de courino com algum animal de estimação exótico do seu cunhado.
NR 10
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Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
O setor elétrico e as tristes estatísticas Na coluna anterior, falávamos dos 70 anos da CLT e agora ainda em clima de comemoração não poderíamos deixar de lembrar os nove anos da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), que cresce, aparece e se estabelece a cada dia como uma entidade exemplar, realmente sem fins lucrativos e que foi criada por um pequeno grupo de obstinados, liderados por um grande obstinado, meu amigo Edson Martinho. Entre as inúmeras palestras, apresentações e eventos realizados, já os vi no início, com 15 ou 20 pessoas, mas já os vi com mais de 800 participantes. Foram prêmios para publicações em jornais, em rádio e televisão, em revistas especializadas e não especializadas, cursos para docentes de eletricidade, apresentações para trabalhadores e para seus dirigentes e um
único foco: segurança com eletricidade! Quero consignar à Abracopel e a todos os “abracopelenses” os meus votos de sucesso. Uma entre as várias ações da Abracopel foi criar um informativo estatístico de acidentes de origem elétrica que reúne os acidentes “conhecidos” e os cataloga segundo algumas variáveis (idade/gravidade/ localidade) e divulga informações que nem mesmo o poder público pode oferecer. Paralelamente outra entidade ligada ao setor elétrico, a Fundação Coge (Funcoge) também publica os acidentes ocorridos em instalações de concessionárias, organizados segundo o vínculo do acidentado (trabalhadores próprios e terceirizados; pessoas da população; faixa etária; concessionária, região geográfica, etc.), dados extremamente úteis para análise. A Associação Brasileira de Distribuidores
de Energia Elétrica (Abradee) é outra entidade que disponibiliza dados informativos sobre ocorrências nessa área (distribuição) do sistema elétrico de potência. O único problema é discutir todos os números disponibilizados, já que eles não batem! O que é certo, no entanto, é que é a distribuição¹ de energia elétrica a grande contribuinte para as estatísticas de acidentes – mais que 12 vezes o número de acidentes nas indústrias (onde a NR 10 funciona) e mais que o dobro dos acidentes em ambientes residenciais. As causas são conhecidas: ligações clandestinas, trabalhos em proximidade, fio partido, manutenção precária, sistemas que não desligam, poda de árvores, entre outras. Tudo indica que ações decisivas e conjuntas das empresas do setor² e do
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
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poder público devem ser adotadas com urgência se quisermos efetivamente baixar as estatísticas.
Descaso com a instalação e o seu mau estado de conservação são fatores de peso para a ocorrência de acidentes. Embora, haja serviços de telefonia e de tevê a cabo, as instalações compartilham os postes e a estrutura da rede elétrica de distribuição dentro da zona de risco.
(1) Distribuição de energia elétrica é o transporte de energia elétrica a partir dos pontos onde se considera terminada a transmissão (ou subtransmissão) até a medição da energia inclusive. (2) NR 10, item 10.14.2 - As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por outrem em suas instalações elétricas e oferecer, de imediato quando cabível, denúncia aos órgãos competentes.
Energia com qualidade
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José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DEINFRA-FIESP.
Compensação reativa em cargas dinâmicas alimentadas por grupos geradores em baixa tensão – a quebra do paradigma Em maio e junho de 2011, a revista O Setor Elétrico publicou artigos técnicos que apresentavam e discutiam o comportamento dos geradores na presença de capacitores – estes artigos podem ser encontrados no site www.osetoreletrico. com.br, na coluna de José Starosta1. Na oportunidade, apresentavam-se as dificuldades em se operar adequadamente capacitores para compensação de energia reativa com os geradores utilizados como fonte principal ou de “backup”. De uma forma geral, capacitores poderiam evitar afundamentos de tensão causados por cargas dinâmicas, melhorando a regulação de tensão quando da operação por gerador, da mesma forma que o fazem quando a fonte é a rede. Contudo, as limitações de operação de geradores, operando com cargas capacitivas, impediam esta compensação. A mudança da frequência de ressonância em função da mudança da impedância da fonte era outro ponto a ser avaliado. Na maioria dos projetos clássicos de compensação reativa em indústrias e prédios comerciais, os capacitores são simplesmente desligados quando os geradores entram em operação evitando
sobre-excitação e desligamento. O objetivo deste trabalho é justamente apresentar os benefícios da compensação reativa operando com geradores em condições técnicas adequadas e apresentando um caso de sucesso aplicado. Caso de aplicação Descritivo: O caso a ser apresentado considera a operação de elevadores em um grande prédio comercial, alimentados tanto por rede como pelos geradores em sistemas de emergência (os geradores assumem a carga na falta da concessionária). Durante a operação de chamada de emergência (elevadores alimentados por gerador), os afundamentos de tensão causados pelo consumo instantâneo de energia reativa por parte dos elevadores (picos de reativo) causavam o desligamento e má operação dos elevadores. A situação se agravava em função da distância entre a carga (elevadores instalados na cobertura em prédio de mais de 30 andares) e a fonte (geradores instalados no subsolo do prédio).
A solução encontrada foi a implementação de compensadores estáticos de energia reativa com tempo de resposta de um ciclo (16 ms), de forma a compensar adequadamente a potência reativa consumida pelo elevador sem, contudo, injetar potência reativa adicional, de forma que o gerador não seja desligado por sobre-excitação devido à alimentação de carga capacitiva. Estes compensadores de energia reativa foram instalados na cobertura do prédio junto à sala de máquinas dos elevadores. O esquema unifilar resumido é apresentado na Figura 1 e a foto da instalação de um dos equipamentos está na Figura 2.
¹ http://www.osetoreletrico.com.br/web/colunistas/jose-starosta/626-comportamento-dos-geradores-na-presencade-capacitores-parte-1.html - maio de 2011 - edição 64 http://www.osetoreletrico.com.br/web/colunistas/jose-starosta/644-comportamento-dos-geradores-na-presencade-capacitores--parte-ii.html - junho de 2011 - edição 65
Figura 1 – Esquemático da instalação do compensador na sala de máquina dos elevadores.
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Medições e registros: A Figura 3 (3a, 3b e 3c) apresenta o comportamento das variáveis elétricas indicadas durante três situações em distintas fases da operação: - Fase 1: alimentação pela rede e compensador de reativo operando; - Fase 2: alimentação por gerador e compensador de reativo operando; - Fase 3: alimentação por gerador e compensador de reativo desligado.
Figura 2 – Equipamento de compensação reativa instalado na sala de máquinas dos elevadores.
COMPENSAÇÃO REATIVA EM ELEVADORES 240
Fase 1
A ç ã o E n g e n h a r i a e I n st a l a ç õ e s L t d a
- REDE/GERADOR Fase 3
Vptp [V]
230 220
Fase 2
210 300 I [A]
200 100
Q [kVAr]
0 25 0 -2 5 1 2 :0 4 :2 7 1 2 :1 1 :3 6 1 2 :1 8 :4 5 1 2 :2 5 :5 4 1 2 :3 3 :0 2 1 2 :4 0 :1 1 1 2 :4 7 :2 0 1 2 :5 4 :2 9 1 3 :0 1 :3 7 1 3 :0 8 :4 6 1 3 :1 5 :5 5 1 3 :2 3 :0 4 1 3 :3 0 :1 2 1 3 :3 7 :2 1 1 3 :4 4 :2 9
T im e [H H :M M :S S ]
Figura 3 a – Potência reativa injetada por fase (parte negativa) e consumida da rede (parte positiva); Tensão de linha e corrente de linha nas três fases da operação.
C o m p o r t a m e n t o d a P o t ê n c ia R e a t iv a I n j e t a d a e C o n s u m id a A çã o E n g e n h a r ia
100 75 50
Q [kVAr]
25 0
-2 5 -5 0
Fase 3
-7 5 -1 0 0
Fase 2
Fase 1
-1 2 5 1 2 :0 4 :2 7 1 2 :1 1 :3 6 1 2 :1 8 :4 5 1 2 :2 5 :5 4 1 2 :3 3 :0 2 1 2 :4 0 :1 1 1 2 :4 7 :2 0 1 2 :5 4 :2 9 1 3 :0 1 :3 7 1 3 :0 8 :4 6 1 3 :1 5 :5 5 1 3 :2 3 :0 4 1 3 :3 0 :1 2 1 3 :3 7 :2 1 1 3 :4 4 :2 9
T im e [H H :M M :S S ]
Figura 3 b – Potência reativa total consumida pela carga (parte positiva) e injetada pelo compensador (parte negativa) nas três fases da operação.
Energia com qualidade
132
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
C O M P O R T A M E N T O D A D IS T O R Ç Ã O T O T A L D E T E N S Ã O A çã o E n g .
2 0 ,0 1 7 ,5
Fase 2
Fase 3
Fase 1
THD[%] Vptp
1 5 ,0 1 2 ,5 1 0 ,0 7 ,5 5 ,0 2 ,5 0 ,0 1 2 :0 4 :2 7 1 2 :1 1 :3 6 1 2 :1 8 :4 5 1 2 :2 5 :5 4 1 2 :3 3 :0 2 1 2 :4 0 :1 1 1 2 :4 7 :2 0 1 2 :5 4 :2 9 1 3 :0 1 :3 7 1 3 :0 8 :4 6 1 3 :1 5 :5 5 1 3 :2 3 :0 4 1 3 :3 0 :1 2 1 3 :3 7 :2 1 1 3 :4 4 :2 9
T im e [H H :M M :S S ]
Figura 3 c - Comportamento da distorção harmônica de tensão na barra de alimentação dos elevadores nas três fases da operação.
Conclusões: Pode-se observar nas ilustrações gráficas: - Durante a fase 1 com o elevador operando pela rede da concessionária, a regulação de tensão apresenta um comportamento adequado para a alimentação da carga, a tensão mínima é da ordem de 220 V e a distorção total de tensão é da ordem de 12% a 15% em medições instantâneas; a distorção de tensão é consequência da impedância do circuito de alimentação associado a característica de não linearidade da carga. O sistema compensa instantaneamente valores da ordem de 75 kvar dos quase 90 kvar consumidos por um elevador (o intervalo de integração dos gráficos é de 1 ciclo). - Na fase 2, em que o elevador opera com alimentação pelo gerador, observa-se comportamento semelhante ao anterior da fase 1. Durante o período em que o elevador não opera o compensador também não injeta reativo, caso contrário, o gerador não suportaria a carga capacitiva atuando sua proteção (sobre-excitação). - Já na fase 3, em que o elevador opera com gerador sem compensação de energia reativa, a tensão atinge valores menores que 210 V e a distorção total de tensão atinge valores superiores a 20%. Esta situação é agravada no instante em que o gerador assume outras cargas do prédio, impossibilitando a operação normal dos elevadores. - A redução da distorção de tensão com a compensação de energia reativa é justificada
pela influência da redução da corrente reativa de frequência fundamental e correntes harmônicas na alimentação (em especial as 5ª e 7a harmônicas) tanto pela operação da rede quanto pelo gerador. Neste caso, as perdas elétricas também são reduzidas na proporção quadrática da redução da corrente total, em torno de 100 A, nos circuitos de alimentação de cada uma dos elevadores nos extensos trechos. O modelo de alimentação dos elevadores com circuitos independentes para cada máquina desde a fonte no subsolo até a casa de máquinas impõe ao sistema alta impedância e baixa capacidade de curto-circuito com redução do desempenho do sistema, notadamente quando os acionamentos dos elevadores são substituídos por outros estáticos. - O compensador estático de energia reativa possui uma função especial que possibilita um programa de operação específico em função da fonte de alimentação da carga. Em outras palavras, quando a carga estiver sendo alimentada pela rede, o sistema possui um ajuste distinto daquele da situação de operação pelo gerador. - A compensação reativa em tempo real (aplicada) melhorou o desempenho de operação das cargas dinâmicas alimentadas por geradores, mantendo as condições de alimentação dentro de limites adequados e atendendo as premissas do projeto. A regulação de tensão atingiu valores toleráveis e a distorção de tensão poderá, se necessário, ser corrigida com filtro ativo de baixa capacidade.
Instalações EX
134
Nova seção ! Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Um sistema comum de legislação da ONU para o ciclo total de vida das instalações em atmosferas explosivas A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma entidade que conta com a participação de 193 países e tem por objetivo principal facilitar uma maior integração e colaboração entre os países-membros, bem como promover desenvolvimento sustentável e prosperidade econômica. A ONU, por meio da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) tem trabalhado em estreita cooperação com a IEC e com o Sistema internacional de certificação da IEC para atmosferas explosivas (IECEx), de forma a desenvolver um modelo de legislação comum na área de equipamentos e instalações em ambientes com áreas classificadas. Além disso, a ONU tem apoiado e incentivado a aplicação dos requisitos de certificação de competências pessoais, empresas de serviços de reparos e de equipamentos “Ex” do IECEx na legislação de cada país. De acordo com a ONU, os programas de certificação “Ex” do IECEx devem ser utilizados para o alinhamento dos regulamentos nacionais existentes nos diversos países com as melhores práticas internacionalmente harmonizadas sobre o assunto “Ex”. Qualquer dos países-membros que ainda não possuem programas
de legislação no setor de atmosferas explosivas pode utilizar o modelo elaborado e proposto pela ONU como base para a sua legislação local. Em países que já possuem tais programas, estes podem considerar a convergência gradual dos modelos existentes para o novo modelo internacional proposto. De acordo com a ONU, uma vez que o modelo comum tiver sido adotado na legislação nacional dos diversos paísesmembros, o setor passará a operar sob um regulamento comum unificado em todos os países participantes. Pode ser verificado, na prática, que a existência de diferentes requisitos legais “Ex” em diferentes países pode, por si só, representar um risco, uma vez que os trabalhadores que se deslocam
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
para prestar serviços de um local para outro podem não possuir familiaridade suficiente com os diferentes requisitos locais de segurança. De acordo com a ONU, muitos regulamentos nacionais (como o do Brasil) já se baseiam nas normas técnicas internacionais da Série IEC 60079 – Atmosferas explosivas, elaboradas pelo TC 31 da IEC. Entretanto, tais leis e regulamentos nacionais “Ex” são ainda divergentes, e mesmo conflitantes em seus requisitos, em termos de requisitos de certificação de empresas de prestação de serviços, competências pessoais e equipamentos para atmosferas explosivas. Elaborado pela ONU, uma das características mais importantes do documento “Marco Regulatório Comum para Equipamentos Utilizados em Ambientes de Atmosferas Explosivas” é que este é baseado na abordagem adotada pelo IECEx do “ciclo total de vida” das instalações em atmosferas explosivas, o que requer a execução correta de diversas atividades envolvidas, incluindo classificação de área, projeto, seleção de equipamentos Ex, instalação, inspeção, manutenção e reparos dos equipamentos “Ex”. Além disso, como fator de segurança, a competência das pessoas que executam tais atividades deve ser avaliada e certificada de acordo com os requisitos indicados nas respectivas normas internacionais da série IEC 60079. Esta abordagem assegura uma
135 proteção contra explosão efetiva e eficiente, bem como a eliminação dos riscos potenciais de ignição, durante todo o tempo, enquanto uma instalação ou equipamento estiver em utilização. Em termos de alinhamento normativo e legal com a proposta elaborada pela ONU, pode ser verificado que o Brasil é um país participante do TC 31 da IEC e membro do IECEx. As normas técnicas da série ABNT NBR IEC 60079 sobre atmosferas explosivas são harmonizadas e alinhadas com as normas internacionais, sendo normas idênticas, em conteúdo técnico, forma e apresentação, às respectivas normas elaboradas pelo TC-31 da IEC. O Brasil possui também, desde 2011, um Organismo de Certificação de Produto (ExCB) acreditado pelo IECEx. Além disso, de acordo com a legislação brasileira sobre certificação de equipamentos “Ex”, publicada pela Portaria Inmetro 179/2010, existe a possibilidade da emissão de um certificado de conformidade “Ex” brasileiro baseado na análise de um relatório de ensaio (ExTR) emitido por um laboratório acreditado pelo IECEx, processo este denominado fast-track, reconhecido pelo IECEx, o que reduz os custos e os prazos da certificação. No presente momento, o Inmetro está também elaborando programas de certificação de empresas de prestação de serviços de reparo de equipamentos “Ex” e de certificação de competências pessoais em atmosferas explosivas, baseados em normas da série ABNT NBR IEC 60079 e em documentos operacionais do IECEx. O documento “Marco Regulatório Comum para Equipamentos Utilizados em Ambientes de Atmosferas Explosivas” pode ser acessado de forma pública, na íntegra, em português, no site da IEC / Brochures / Conformity Assessment: http://www.iec.ch/about/brochures/ pdf/conformity_assessment/IEC_A%20 Common%20Regulatory%20 Framework_UN_Pt.pdf
Dicas de instalação
136
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Alumínio versus cobre em projetos de painéis elétricos Por Sérgio Feitoza Costa e Marlon de Campos*
Os requisitos mais onerosos a serem atendidos nos projetos de painéis elétricos e dutos elétricos são: • As temperaturas não ultrapassar em operação normal para evitar o envelhecimento precoce; • A capacidade de suportar as sobrepressões causadas pelo arco interno; • Suportar as forças eletrodinâmicas de curto-circuito agindo nos isoladores e condutores. A título de exemplo, as forças eletrodinâmicas dependem das distâncias entre fases (D1 na Figura1) e entre os suportes dos isoladores (D2). Com D2 menor, o sistema torna-se mecanicamente mais forte, porém, mais oneroso devido aos maiores gastos com isoladores e montagens. Um barramento com maior seção reta é mais resistente, mas gasta mais cobre ou alumínio. O desafio do projetista é encontrar o ponto ideal considerando o objetivo a ser atingido (mais barato, mais seguro, etc.). O objetivo deste artigo é comparar aplicações de cobre e de alumínio em painéis e barramentos e mostrar que as simulações de ensaios são úteis para obter produtos usando menos alumínio, cobre e isoladores. Um caso
teste é apresentado. O dimensional do painel (Figuras 1 e 2) foi escolhido para representar um produto de tamanho reduzido permitindo avaliar em pequeno laboratório se os resultados das simulações são confiáveis. O tamanho reduzido torna mais severos os aspectos de elevação de temperatura, forças eletrodinâmicas e sobrepressões de arco interno. No caso teste é apresentada uma solução utilizando perfil de alumínio IWBC. Esta solução é comparada com soluções convencionais. No Anexo 2 do artigo, disponível em http://www.cognitor.com.br/ DesignOptimization.pdf, são apresentados os resultados de testes de laboratório para validação das simulações que foram aqui utilizadas. Os cálculos foram feitos com o software SwitchgearDesign_307, conforme apresentado em http://www. cognitor.com.br/InfoSoftPT.pdf. Estudo de caso para painel elétrico de baixa tensão O objetivo é encontrar o melhor compromisso técnico-econômico, pas san d o nos ensaios, para o projeto de um painel elétrico de corrente nominal de 630 A, 85 kA de curtocircuito e capacidade de arco interno
de, pelo menos, 65 kA durante 0,3 s, considerando o seguinte: - O menor número possível de isoladores no barramento (forças eletrodinâmicas); - Tipo do perfil do barramento (ensaio de elevação de temperatura e forças eletrodinâmicas); - Usar ou não ventilação com área determinada (ensaio de elevação de temperatura) - A área de alívio de pressão e do volume interno líquido (ensaio de arco interno); - A espessura da chaparia do invólucro (suportabilidade de sobrepressões e burn through); - Não importa se o barramento é feito de cobre ou de alumínio. Os custos utilizados na comparação econômica estão na Tabela 1. São ordens de grandeza dos valores. Para criar algumas restrições de projeto, comuns no dia a dia, foram considerados: • Invólucro com dimensões 1400 x 700 x 220 mm; • As dimensões alternativas de barramentos mostradas na Tabela 3; • A distância fase-fase deve permanecer entre 40 mm e 60 mm; • Elevação de temperatura: o valor máximo em qualquer ponto é 65 K. Há potência dissipada de 150 W adicional
137
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Figura 1 – O caso teste de painel elétrico com invólucro com 1.400 x 700 x 220 mm.
Figura 2 – Configuração para testes de elevação de temperatura (maior fonte de calor é o disjuntor) e de curto-circuito (menor distância fase-fase = maior força).
à potência dissipada pela circulação de corrente nos barramentos e disjuntores. O disjuntor tem resistência de 20 µΩ por fase vista dos terminais. • Forças eletrodinâmicas de curtocircuito: a tensão mecânica máxima aceitável é Q x σ 0.2 usado no método das normas IEC 61117 e IEC 60865-1. Os valores usados para σ 0.2 serão 250 N/
mm² (cobre) ou 120 N/mm² (alumínio). • Sobrepressão do arco interno: o invólucro é feito de uma chapa de aço com espessura definida e a construção é tal que a sobrepressão máxima aceitável, sem falhar no ensaio, é de 100% (1,0 bar) acima da pressão atmosférica. Os critérios de ensaio são os do documento IEC/TR 61641 (2008).
Estratégias para reduzir falhas nos testes sem sobredimensionamento Comparamos quanto custaria o equipamento para atender aos limites usuais de suportabilidade para aquele ensaio e quanto custaria se projetado com 25% de margem de segurança (Tabela 2).
Tabela 1 – Ordem de grandeza de custos utilizados para a comparação econômica
Item
Unidade de custo
Especificação
U$D/ un
Barramento de cobre (*)
U$ / KG
50x5 mm ou 50x10 mm
10
Barramento de alumínio (*)
U$ / KG
80x5 mm ou 80x10 mm
2,5
Isoladores
U$ / peça
Epoxy tipo 15 kV
13
Isoladores
U$ / peça
Epoxy tipo 600 V
2
Suporte de barramento
U$ / peça
BT altos esforços
3
Invólucro
U$ / kg (montado)
Chapa 1,90 mm
2
Dispositivo de alívio de pressão
U$ / peça
Disco de ruptura
30
Ventilador + fecha vent
U$ / peça
Montagem
U$ / peça (trabalho)
Barramento pintado
U$/ m
2
150 BT ou MT
250 5
138
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Tabela 2 – Limites de suportabilidade e estratégias para reduzir a possibilidade de falhas em ensaios
Ensaio
Efeito e ponto
Estratégia para reduzir
Limite usual
Sobredimensionamento
crítico considerado
falhas nos ensaios
(100%)
com 25% de margem
Ensaio de corrente
Stress no barramento
Reduzir a distância entre
Q x 250 N/mm2
Q x 0.75 * 250 = qx187 N/
suportável de curto-
(conductor)
circuito
o isolador subsequente,
para cobre
mm2 ou
mantendo a distância fase-fase.
Q x 120 N/mm2
0.75 * 120 = 90 N/mm2
para alumínio Ensaio de corrente
Máximas forças de
suportável de curto-
flexão
10.000 N em 7.500 N
flexão, tensão ou
O mesmo acima.
compressão
circuito Ensaio de elevação de
Elevação de
Aumentar a seção do
temperatura
temperatura na
barramento ou pintar as barras
conexão prateada
ou aumentar a ventilação.
Curva de
Reduzir a distância entre os
Ensaio de arco interno
50 K
65 K 2 mm
1,5 mm
sobrepressão nas
pontos de fixação ou aumentar
90% de
paredes do painel
a espessura da chapa. Aumentar
sobrepressão
área de alívio de pressão.
Otimizando o projeto para ensaio de elevação de temperatura Foi simulado ensaio de elevação de temperatura encontrando-se o valor da corrente que produz elevação de temperatura de 65 K e também 75% de 65 K (~50 K) no ponto mais quente (conexão do disjuntor com o barramento). Os valores estão na Tabela 3. Considerou-se como projeto ideal aquele com menor custo por potência transmitida (TP = 1,732* tensão nominal fase-fase * corrente).
Caso
Dimensão
Nu ou
Velocidade do Ar
Área de
Corrente (A)
Corrente (A)
Custos /
#
Barramento (mm)
pintado
(m/s) (Nota 2)
Abertura
para 65 K
para 65 K
potência transmitida
for 50 K
transmitida 50 K
1
1 x (50 x10) Cobre
(Nota 1)
Corrente (A) Custos / potência
Ventilação (cm²)
Elev. Temp.
Elev. Temp.
65 K (USD / KVA)
Temp. rise
(USD / KVA)
nú
0 (sem vent.)
Sem Ventilação
630
630
1,5
450
2,1
1
2 x (50 x 5) Cobre
nú
0 (sem vent.)
Sem Ventilação
690
690
1,4
500
1,9
2
1 x (50 x10) Cobre
pintado
0 (sem vent.)
Sem Ventilação
680
680
1,4
510
1,8
2
2 x (50 x 5) Cobre
pintado
0 (sem vent.)
Sem Ventilação
710
710
1,3
535
1,8
3
1 x (50 x10) Cobre
nú
< 0,1 (vent./
100
830
830
1,2
670
1,4
3
2 x (50 x 5) Cobre
nú
< 0,1 (vent./
100
1000
1000
1,0
780
1,2
4
1 x (50 x10) Cobre
nú
0,55 (vent +
100
1175
1175
0,9
1000
1,1
4
2 x (50 x 5) Cobre
nú
0,55 (vent +
100
1350
1350
0,8
1.100
1,0
8
2 x (80 x 5)
nú
0 (sem vent.)
Sem Ventilação
745
745
0,9
530
1,2
9
Web channel
nú
0 (sem vent.)
Sem Ventilação
1.000
1.000
0,7
745
0,9
sem vent.) sem vent.) ventilador) ventilador) Alumínio 100xx4 Nota 1 – Pintado ou utilizando cobertura termorretrátil. Nota 2 – Sem ventilação = selado ****** Vent + sem vent. = abertura de ventilação 100 cm2 sem filtro e sem ventilação forçada ******* Vent + ventilador = abertura de ventilação 100 cm2 com filtro e um ventilação forçada por meio de um exaustor. Nota 3 - barra 1 x 50 x 10 mm cobre – Corrente nominal para 35 K = 852 A. Nota 4 - barra 2 x 80 x 5 mm alumínio – Corrente nominal para 35 K = 1.150 A.
139
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Figura 3 – Comparação de custos / potência transmitida (USD kVA) (elevação de temperatura).
Otimizando para ensaio de corrente de curto-circuito (forças eletrodinâmicas) O objetivo foi encontrar a maior distância possível entre os suportes da barra vertical, sem passar a tensão mecânica aceitável (q x σ 0.2 in IEC 60865). Foram simuladas as alternativas apresentados na Tabela 4. Tabela 4 – Alternativas de projeto / Custos para forças eletrodinâmicas (65 kA rms x 143 kAcr).
Case
Dimensão
#
Barramento (mm)
Distância
Distância
entre centro Máxima entre
1 x (50 x10
2
2 x (50 x 5)
3
Web channel
1
1 x (50 x10)
2
2 x (50 x 5)
3
Web channel
Distância
Custos /
Potência
Máxima entre
Potência
das fases
Suportes (mm)
transmitida q x
Suportes (mm)
transmitida q x
(mm)
para q x 250
250 N/mm²
para q x 187
187 N/mm²
N/mm
(USD / KVA)
N/mm
(USD / KVA)
60
~260
1,07
230
1,10
60
210
1,21
144
1,31
60
Nota 1
Nota 1
Nota 1
Nota 1
120
~380
1,04
290
1,07
120
210
1,21
192
1,24
120
900
0,72
1100
0,68
2
1
Custos /
2
Cobre Cobre 100xx4 Cobre Cobre 100xx4 Nota 1: Não devido ao espaço necessário de fase ~ 120 mm
Solução para o ensaio de arco interno O objetivo de projeto será manter a "integral da curva de sobrepressão" abaixo de 20 e pico de pressão abaixo de 2,2 bar para uma corrente de 65 kA durante 0,3 s. Iremos considerar a área do dispositivo de alívio de pressão como 90% da face superior (630 x 200 mm). Diferentes distâncias entre centros das fases foram utilizados para mostrar o impacto da corrente de arco e sobrepressão. Ver resultados na Tabela 5.
140
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Tabela 5 – Ensaio de arco interno. Área de alívio = 630 x 200 mm – Fator de ocupação = 80%
Case Distância entre #
Valor
centro de fases corrente de (mm)
curto-circuito
Corrente real de
Duração da
Pico máximo de
Integral da
curto-circuito
Sobrepressão
sobrepressão
curva ao longo
(kA rms)
(ms)
(%)
do tempo de
presumida
sobrepressão
(kA rms)
(% bar x S)
1
60
65
55,4
20
56
12
2
110
65
49,6
25
106
31
3
140
65
20,0
16
118
17
Conclusões sobre o projeto ideal Dependendo dos custos atribuídos a cada componente do painel elétrico como materiais, mão de obra, montagem e os objetivos a alcançar (segurança, custo mínimo de fabricação, durabilidade) diferentes estratégias de projeto podem ser seguidas para chegar ao projeto ideal. Se, no nosso caso de teste, olharmos apenas para o parâmetro "Custo / potência Transmitida (USD / kVA)" conclui-se que há grande potencial para o uso de perfis de barramentos de alumínio mecanicamente mais resistentes (Web Profile ou 2 x U). Muitos projetistas não entendem bem a diferença entre o uso apenas de alumínio (alumínio com conexões de alumínio) e conexões de alumínio + cobre. Apenas a última pode ter um envelhecimento prematuro e não a primeira. Assim, o uso do alumínio para painéis elétricos tem um potencial que não se reflete no mercado comercial.
Aqui está uma boa oportunidade para os pequenos e médios fabricantes. Sem o uso de simulações deste trabalho não poderia ser feito devido ao número de testes de laboratório, que seriam necessárias e os custos associados. Os autores enfatizam a necessidade de uma nova norma IEC criando regras básicas para o uso de simulações para extrapolar os resultados dos testes de laboratório ou mesmo para substituir alguns testes. Um projeto de proposta completa está disponível desde 2010 no link: http://www.cognitor.com.br/GUIDE_ Simulations_v0_October2010.pdf
*Sergio
Feitoza
Costa
é
engenheiro
eletricista, com mestrado em sistemas de potência. É diretor da Cognitor, Consultoria, P&D e Treinamento. Marlon Campos é engenheiro eletricista e atua como gerente técnico na Macro Painel.
Ponto de vista
142
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
Lei Anticorrupção e infraestrutura A Lei Anticorrupção, Lei n. 12. 846/13, que entrou em vigor no final de janeiro, estabelece punições rigorosas para empresas apanhadas em atos de corrupção, assim compreendidos os atos ilícitos praticados contra o patrimônio público, os princípios da Administração ou compromissos internacionais assumidos formalmente pelo Brasil. Estão também compreendidos na lei condutas que prejudiquem a administração pública estrangeira (países e organizações públicas internacionais). Mediante um processo conduzido pela autoridade administrativa, uma empresa pode ser punida com multa de 0,1% a 20% de seu faturamento ou, caso seja impossível quantificá-lo, de R$ 6 mil a R$ 60 milhões, além da publicação da decisão condenatória em mídia de grande circulação e no portal da empresa na internet. Portanto, além da sanção pecuniária, há severos danos de imagem à companhia que vier a ser apenada por corrupção administrativa. Caso haja maior gravidade no comportamento, podem ser impostas penas restritivas de direitos (proibição de contratar e executar determinadas atividades), perda de bens e até a dissolução compulsória da pessoa jurídica, que significa sua condenação à morte. Todas essas penas mais severas somente podem ser aplicadas mediante processo judicial específico, ajuizado pela pessoa jurídica de direito público lesada ou pelo Ministério Público. Em qualquer hipótese, administrativa ou judicial, será sempre obrigatório o ressarcimento integral ao erário do dano verificado, sob pena de inscrição em dívida ativa para execução judicial pela Fazenda Pública. É interessante notar que a existência de mecanismos internos de controle da integridade
e da ética empresarial – o sistema decompliance –, juntamente com a colaboração da empresa nas investigações – mediante acordo de leniência negociado com o poder público – podem redundar em redução de multas e demais penas. Há uma grande expectativa em relação à aplicação da Lei Anticorrupção – sobretudo porque as condutas caracterizadas como ilícitas são bastante abertas e que podem resultar em excessos contra o setor privado associado à infraestrutura. É possível citar como exemplos a obtenção de vantagens decorrentes de manipulação de equilíbrio econômico-financeiro contratual e a obstaculização de atividade de fiscalização de órgãos governamentais, inclusive de agências reguladoras. Resta saber como serão aplicados tais dispositivos, se serão respeitados os direitos de defesa dos acusados ou se, açodadamente, a atuação da empresa na proteção de seus interesses acabará por ser interpretada como conduta violadora do artigo que veda a obstaculização da fiscalização, por exemplo, de uma agência reguladora.
Quanto à manipulação do equilíbrio econômico-financeiro em contratos cuja contraprestação advém exclusivamente da tarifa paga pelo usuário do serviço público, é fundamental que a metodologia de cálculo adotada esteja bastante clara. Caso contrário, haverá margem para questionamentos que podem levar a danos irreversíveis, tanto para a saúde financeira quanto para a imagem da entidade empresarial. Por fim, no que diz respeito à responsabilidade pela reparação de danos e pelo pagamento de multas, a nova Lei Anticorrupção impõe a solidariedade entre empresas controladoras, controladas, coligadas e as consorciadas, no âmbito do respectivo consórcio, de modo que o ato praticado por uma empresa isolada do grupo econômico pode repercutir no resultado de todas as demais. É o momento de revisar estratégias e políticas de integridade dentro de empresas e grupos que atuam na área de infraestrutura. O risco de ser punido pelas severas penas da Lei Anticorrupção impõe a mudança de cultura. Já e com mudanças estruturais das organizações.
Pierpaolo
Cruz
Bottini
doutor
de
é
advogado
direito
e
Igor Sant’Anna Tamasauskas é advogado.
professor
penal
Foi subchefe ajunto da Casa Civil da
da Faculdade de Direito da USP. Foi
Presidência da República para Assuntos
secretário de Reforma do Judiciário do
Jurídicos (governo Lula).
Ministério da Justiça (governo Lula).
Agenda
144
15 de março
Instalações elétricas e o projeto de arquitetura
Descrição
Informações
Voltado para arquitetos, designers, engenheiros e estudantes, o curso tem como intuito abordar as principais interferências das instalações elétricas prediais com o projeto arquitetônico. Para tanto, apresenta uma visão simplificada das instalações prediais. Os responsáveis pelas aulas destacam ainda que o objetivo do curso não é formar especialistas em instalações elétricas. Neste sentido, a parte relacionada a cálculos e dimensionamentos foi substituída pela abordagem direta de conceitos.
Local:
Cursos
17 e 18 de março
São Paulo (SP) Contato: (11) 3816-0441 cursos@ycon.com.br
Software de projeto de painéis elétricos e barramentos
Descrição
Informações
Por meio do software desenvolvido pelo engenheiro Sergio Feitoza, os participantes aprenderão como desenvolver projetos de equipamentos mais competitivos, com base no bom conhecimento das normas técnicas, nos conceitos de projeto e na possibilidade de substituir ensaios onerosos por simulações de ensaio. Entre os conceitos apresentados no curso estão: aspectos dos estudos de planejamento elétrico sistema; e arcos internos e externos e segurança de pessoas e instalações.
Local:
17 a 19 de março
Curitiba (PR) Contato: (21) 3393 4600 sergiofeitoza@cognitor.com.br
Conformidade das instalações elétricas de baixa tensão
Descrição
Informações
Promovido pela Barreto Engenharia, este curso pretende ensinar os participantes a avaliar o dimensionamento de condutores; a realizar a seleção e a especificação de componentes; proteções contra choques e sobrecorrentes. O treinamento traz também esclarecimentos a respeito da documentação técnica, inspeção e ensaios, visando a NR 10 e a IT-41, dos Bombeiros de São Paulo.
Local:
24 a 28 de março
São Paulo (SP) Contato: (11) 5031-1326 barreto@barreto.eng.br
Cálculo de curto-circuito em sistemas de potência
Descrição
Informações
O objetivo deste curso é apresentar a teoria de representação dos componentes de um sistema elétrico de potência e o cálculo das principais faltas shunt para assim melhorar a compreensão dos participantes no que diz respeito a funções de proteção e ensaios de relés. Dentro do conteúdo programático das aulas estão representação de sistemas elétricos de potência, valores em P.U., conexões de transformadores, cálculos de faltas monofásicas, bifásicas, bifásicas à terra e trifásicas.
Local:
27 de março
Curitiba (PR) Contato: (41) 3361-6276 cursos@lactec.org.br
Iluminação Pública 2014
Descrição
Informações
Contando com a presença de distribuidoras e comercializadoras de energia elétrica, agências reguladoras, investidores, fornecedores de equipamentos da área de iluminação pública, entre outros, este fórum terá como tema as “Perspectivas e oportunidades sobre o mercado brasileiro”. No evento, serão debatidos assuntos como a eficiência na prestação de serviços, que, por sua vez, está intimamente relacionado ao tema das cidades inteligentes e aos desafios de um ambiente urbano cada vez mais plural, dinâmico e complexo.
Local:
8 a 11 de abril
Eventos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
São Paulo (SP) Contato: (11) 5093-7847 contato@ip2014.com.br
Santos Offshore
Descrição
Informações
Em sua 7ª edição, a Santos Offshore Oil & Gas Expo é um importante encontro para o setor petroleiro no Estado de São Paulo, contando com a participação dos mais diversos segmentos da cadeia, desde operadoras de exploração e produção até os mais diversos fornecedores do segmento. O evento contará também com a presença da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip).
Local:
22 a 25 de abril
Santos (SP) Contato: www.santosoffshore.com.br/ pt-br/2012/Contato/
Feira de Fornecedores Industriais
Descrição
Informações
A ser realizado no Centro de Convenções de Pernambuco, localizado na cidade de Olinda (PE), a Feira de Fornecedores Industriais (ForInd Nordeste) foi criada com o objetivo de aproximar pequenos, médios e grandes fornecedores de equipamentos, suprimentos e serviços industriais de grandes grupos empresariais situados na região nordeste do Brasil. Em sua 6ª edição, o evento deste ano atenderá as crescentes demandas da região em setores de investimentos fundamentais como energia, metalmecânica, elétrica e eletrônica.
Local:
26 a 24 de abril
Olinda (PE) Contato: www.forindne.com.br/Contato/
Expolux
Descrição
Informações
Evento bienal, a Feira Internacional da Indústria da Iluminação (Expolux) realizará sua 14ª edição entre 26 e 24 de abril no Expo Center Norte, na cidade de São Paulo. Mais uma vez, arquitetos, engenheiros, lojistas, compradores da indústria da construção, decoradores, entre outros, serão apresentados a produtos da área desenvolvidos com tecnologia de ponta. Conforme seus organizadores, a mostra funciona também como uma grande vitrine em funcionalidade e design de equipamentos de iluminação.
Local: São Paulo (SP) Contato: www.expolux.com.br/Contato/
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
145
Adelco 86 (11) 4199-7500 comercial@adelco.com.br www.adelco.com.br
Cooper Crouse Hinds 87 (15) 3353-7070 / (19) 2117-9200 vendasbrasil@cooperindustries.com www.crouse-hinds.com.br
FEEAI 125 (47) 3028-0002 eurofeiras@eurofeiras.com.br www.eurofeiras.com.br
Luminárias Projeto 119 (11) 2946-8200 vendas@luminariasprojeto.com.br www.luminariasprojeto.com.br
Proconsult 100 (31) 3264-9279 comercial@proconsultconsultoria.com.br www.proconsultconsultoria.com.br
Alubar 51 (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www. alubar.net
Cordeiro 11 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br
General Cable 25 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com
Mabitec 104 (11) 2337-1491 mabitec@mabitec.com.br www.mabitec.com.br
RDI Bender 37 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br
Aselco 27 falecom@aselco.com.br www.aselco.com.br
Corfio 95 (47) 3561-3777 corfio@corfio.com.br www.corfio.com.br
BHS Eletrônica 89 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br
Grupo ATS – Fuseletric 18 (11) 3323-8655 vendas@fuseletric.com.br www.fuseletric.com.br
Magnet 74 e 75 (11) 4176-7877 magnet@mmmagnet.com.br www.mmmagnet.com.br
Real Perfil 41 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br
Crimper 113 (11) 3834-0422 / 0800 7721 777 vendassp@crimper.com.br www.crimper.com.br
Hellermann Tyton 31 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermann.com.br
Brasformer Braspel 114 (11) 2969-2244 brasformer@braspel.com.br www.braspel.com.br
D Light 91 (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br
IBT 77 (11) 4398-6634 www.ibt.com.br
BTM 129 (11) 2431-4955 vendas@grupobtm.com.br www.grupobtm.com.br
Daisa 23 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br
Cabelauto 99 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br
Dutoplast 15 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br
Cablena 19 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br
Eaton 5 (11) 4525-7100 www.eaton.com.br
Cemar Legrand 127 (54) 2101-9900 est.brasil@legrand.com.br www.cablofil.com.br Clamper Fascículo (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicação@clamper.com.br www. clamper.com.br Cobrecom 62 e 63 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cofibam 59 (11) 4182-8500 vendas@cofibam.com.br www.cofibam.com.br Con-Fio 103 (21) 2495-4298 contato@con-fio.com www.con-fio.com Condumax 35 0800 701 3701 www.condumax.com.br
Efe-Semitrans 93 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br; sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br Eletro Luminar 123 (11) 2106-3633 eletroluminar@eletroluminar.com.br www.eletroluminar.com.br Eletrobrás 67 www.eletrobras.com.br Eletrosul Centrais Elétricas 9 (48) 3231-7000 www.eletrosul.gov.br Elos 124 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br Enercon 84 (11) 2919-0911 vendas@enercon.com.br www.enercon.com.br ERG 128 (16) 3942-1880 vendas@erglojanr10.com.br www.erglojanr10.com.br
ICE Cabos Especiais 101 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br IFG 132 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Ilumatic 109 (11) 2149-0299 ilumatic@ilumatic.com.br www.ilumatic.com.br Induscabos 29 (11) 4636-2211 spvendas@induscabus.com.br www.induscabos.com.br Instrumenti 8 (11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Intelli 121 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br J Antunes 140 (11) 4426-5977 jantunes@jantunes.com.br www.jantunes.com.br Kienzle 110 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br
Média Tensão 97 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br Megabrás 111 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com Melfex 135 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br Montal 118 (31) 3476-7675 vendas@montal.com.br www.montal.com.br Mon-Ter 98 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Naville 85 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Novemp 33 e Fascículo (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Obo Bettermann 4 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Paratec 131 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br
Reymaster 105 (41) 3021-5000 www.reymaster.com.br Romagnole 55 (44) 3233-8500 www.romagnole.com.br Santos Offshore 141 (11) 3060-4742 www.santosoffshore.com.br Sassi Medidores 102 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br SBSE 133 www.sbse.org.br Sil 83 (11) 3377-3333 vendas@sil.com.br www.sil.com.br Strahl 88 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com TE Connectivity 115 (11) 2103-6000 te.energia@te.com www.energy.te.com Telbra 79 (11) 2946-4646 www.telbra.com.br Termotécnica 108 (31) 3308-7000 eventos@tel.com.br www.tel.com.br Trafomil 20 (11) 4815-6444 vendas@trafomil.com.br www.trafomil.com.br Transformadores União 13 (11) 2023-9000 vendas@transformadoresuniao.com.br www.transformadoresuniao.com.br
Expolux 143 www.expolux.com.br
KRC 139 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br
Patola 48 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br
Construfios Fios e Cabos 45 (11) 5053-8383 construfios@ construfios.com.br www.construfios.com.br
Facilit 134 (11) 4447-1881 vendas@faciliteletrocalhas.com.br www.faciliteletrocalhas.com.br
Lider Rio 47 (21) 3295-8600 comercial@liderrio.com www.liderrio.com
Perfil Líder 7 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br
VR Painéis Elétricos 53 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br
Contactus Consultoria 6 (21) 3593-5001 comercial@contactus.net.br www.contactus.net.br
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Walcenter 49 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br
Conex 43 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br
Unitron 16 e 17 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br
What’s wrong here?
146
O Setor Elétrico / Janeiro de 2014
O que há de errado? Observe a imagem e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão. Esta foto foi registrada pelo leitor João Luiz Zucco em um
ação Ilustr
: Ma
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estacionamento rotativo na cidade de Caxias do Sul (RS).
PREMIAÇÃO O leitor que mandar
Resposta da edição 94 (Novembro/2013)
a melhor resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com a
Os leitores JULIAN SINZATO, LEANDRO LEITE, LUCCAS SIQUEIRA, RICARDO COSTA e SANDRO CAMARGO identificaram corretamente os erros da instalação ilustrada ao lado, conforme orienta a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. Os vencedores receberão como premiação uma inscrição gratuita em um curso a distância na área de instalações elétricas da Hilton Moreno Consulting. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando! Confira a resposta correta:
norma-mãe das instalações elétricas de baixa tensão, a ABNT NBR 5410, será recompensado. O acertador ganhará um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, publicação que traz as principais atualizações normativas do setor no último ano e ainda uma inscrição em um dos cursos a distância da Hilton Moreno. Não perca tempo! Mande a sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou acesse www.osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião!
As principais não conformidades verificadas nesta foto são as seguintes: (1) ausência de espaço de reserva no quadro; (2) ausência de dispositivo(s) DR de alta sensibilidade.
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.
Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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