An o 9 - Ed i ç ã o 9 7 Fevereiro de 2014
Enfim, a certificação das instalações Mercado comemora a publicação da portaria que define as diretrizes para a certificação, ainda que voluntária, das instalações elétricas de baixa tensão
Pesquisas exclusivas revelam dados de mercado dos segmentos de: - Equipamentos para instalações com atmosferas explosivas - Tomadas e interruptores industriais e prediais
Arco elétrico e a segurança do trabalhador Como diminuir a potência reativa em instalações residenciais
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Sumário
atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico Hilton Moreno Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum e Saulo José Nascimento. Colaboradores desta edição: Arlete Vieira da Silva, Cloves José Kelher, Fabricio Silveira Chaves, Fernado Lisboa, Frederico Santiago Romualdo Rios, Geraldo Rocha, Gustavo Sacchetto Curi, Luiz Felipe Costa, Marcelo Paulino, Marcus Possi, Paulo Lima, Rodrigo Aguiar, Vagner José e Wendel Baldon Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Dmitry Kalinovsky | Shutterstock.com Impressão - Gráfica Ipsis Distribuição - Correio
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Pesquisa – Equipamentos para atmosferas explosivas 90 Em pesquisa exclusiva, empresas da área de equipamentos para atmosferas explosivas projetam crescimento médio de 19% em 2014. Saiba mais sobre este setor.
Painel de notícias 6
Espaço Guia de Normas 114
Fonte eólica bate recorde de energia contratada em 2013; Horário
Informações sobre os componentes do subsistema de captores
de verão reduz 4,1% da demanda de energia elétrica; Cemig investe
de descida.
em melhorias do sistema elétrico; Projeto de lei prevê substituição de redes aéreas por subterrâneas. Estas e mais notícias sobre
Coluna do consultor 116
mercado, empresas, produtos e normas do setor elétrico nacional.
O consultor técnico Hilton Moreno faz uma comparação entre as instalações elétricas brasileiras e a de países considerados de primeiro mundo.
Fascículos 21 Colunistas Reportagem – 58 Certificação das instalações Portaria nº 51 do Inmetro, que fornece diretrizes para a
Michel Epelbaum – Energia sustentável
118
Juliana Iwashita Kawasaki – Iluminação eficiente 120 Luiz Fernando Arruda – Instalação MT 122
certificação voluntária da instalação elétrica em baixa tensão,
Jobson Modena – Proteção contra raios 124
foi publicada no dia 30 de janeiro de 2014 e deve dar força
João Barrico – NR 10
para o setor nesta demanda antiga.
Artigo – Qualidade de energia 66
126
José Starosta – Energia com qualidade 128 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 130
Trabalho analisa a potência reativa em residências e propõe
Dicas de instalação 132
a diminuição desses valores para que melhore ainda mais a
Encontrar, classificar e priorizar pontos quentes encontrados
qualidade da energia fornecida no país.
na malha do sistema, a fim de se eliminar as causas do
Pesquisa – 76
desperdício de energia.
Mercado de tomadas e interruptores
Ponto de vista 134
Segmento projeta crescimento médio de 9% para 2014. Confira
A necessidade de políticas de curto prazo em eficiência energética.
estas e outras constatações da pesquisa exclusiva realizada com fabricantes e distribuidores de tomadas e interruptores
Aula prática – Segurança 108
Agenda 136 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
Uma análise sobre a tecnologia utilizada visando a redução da
What’s wrong here? 138
energia incidente nas instalações industriais.
Identifique o que existe de errado na instalação.
Errata Na edição 95, de dezembro/2013, da revista O Setor Elétrico, na pesquisa sobre instrumentos de teste e medição, a página 66 foi publicada com erro. As informações não correspondem às empresas referenciadas. A página está devidamente corrigida no PDF desta pesquisa que está disponível para download no site www.osetoreletrico.com.br, no link “Pesquisas de mercado e guias setoriais”.
Editorial
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014 Capa ed 97.pdf
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An o 9 - Ed i ç ã o 9 7 Fevereiro de 2014
Enfim, a certificação das instalações Mercado comemora a publicação da portaria que define as diretrizes para a certificação, ainda que voluntária, das instalações elétricas de baixa tensão
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O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 97 – Fevereiro de 2014
Pesquisas exclusivas revelam dados de mercado dos segmentos de: - Equipamentos para instalações com atmosferas explosivas - Tomadas e interruptores industriais e prediais
Arco elétrico e a segurança do trabalhador Como diminuir a potência reativa em instalações residenciais
Edição 97
Graça alcançada!
Há pelo menos dez anos escrevendo sobre energia elétrica, pude acompanhar de perto algumas necessidades,
anseios, conquistas e transformações deste setor. Noticiei desde ocorrências trágicas, como o racionamento de 2001 e diversos blecautes pelo país, até a evolução de tecnologias, como Led e sistemas de energia eólica, que tiveram em comum uma promessa de crescimento inimaginável há alguns anos, mas que surpreenderam nos últimos tempos por terem evoluído com tamanha rapidez, provando que vieram para ficar. Outras expectativas do mercado, no entanto, estão longe de ser atendidas. É o caso, por exemplo, da energia solar, que ainda apresenta pouca expressão no Brasil, e da substituição das redes aéreas pelas subterrâneas, que caminha a passos lentos por aqui – apesar dos esforços dos interessados em ambos os assuntos.
Relembro tudo isso para dizer que, nesta edição, temos o orgulho de noticiar uma grande novidade para o
setor: a publicação da portaria nº 51, do Inmetro, que dá as instruções para a certificação das instalações elétricas de baixa tensão. Embora com caráter voluntário, esta medida é uma resposta ao desejo de muitos profissionais e entidades do setor que, há anos, lutam pela instituição da certificação das instalações como maneira de avaliar e garantir que as instalações obedeçam aos critérios mínimos de qualidade e de segurança, em conformidade à norma de instalações elétricas de baixa tensão, a ABNT NBR 5410.
Dado que a certificação não é compulsória – diferentemente de alguns produtos da área elétrica, que precisam
estar certificados para serem comercializados –, os principais agentes deste setor – incluindo especialistas de mercado, entidades governamentais e privadas de fomento à segurança nessa área – têm agora uma importante tarefa: difundir a novidade e estimular a procura pela certificação para fazer valer, efetivamente, esta ação do Inmetro. Com isso, a expectativa é a de que, em mais alguns anos, não sejam encontradas tantas barbaridades em instalações elétricas brasileiras e, consequentemente, haja menos acidentes causados por problemas nesta seara. Esta é a história contada na reportagem deste mês, que traz a opinião de especialistas no assunto a respeito dos próximos passos e do que a publicação dessa portaria significa para o mercado de instalações.
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Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Fonte eólica bate recorde de energia contratada em 2013 A fonte foi responsável por 4,7 GW de potência contratada, ultrapassando o maior volume de contratação anual praticado até o momento (2011 com 2.905,3 MW) O ano de 2013 marcou um recorde para o segmento de energia eólica. Isto porque, nos leilões de energia nova realizados pelo governo, a fonte foi responsável por 4,7 GW de potência contratada, ultrapassando o maior volume de contratação anual praticado até o momento (2011 com 2.905,3 MW) e contabilizando 142% a mais do que a meta estipulada de 2 GW para o ano. Estas informações foram divulgadas por meio do Boletim Mensal de Dados do Setor Eólico publicado recentemente pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). O documento informa que, dos quatro leilões contemplando empreendimentos de energia nova, três tiveram a participação da fonte eólica. No primeiro certame de 2013, exclusivo para a fonte eólica, foram contratados 1.505,2 MW e a energia eólica já atingiu 75,26% de sua meta anual. Em seguida, o leilão A-3 2013, que previa contratar diversas fontes de energia, finalizou sua negociação e contratou toda a demanda somente de usinas eólicas. Foram mais de 867,6 MW contratados. O último leilão do ano, o segundo A-5 de 2013, teve ótima participação dos empreendimentos eólicos, que conseguiram emplacar 2.337,8 MW. Os empreendimentos eólicos que foram contratados nos leilões de 2013 deverão ter investimentos de R$ 21,20 bilhões, gerando mais de 70 mil empregos e abastecendo cerca de 8,5 milhões de casas no país inteiro. O impacto ambiental decorrente destas novas usinas também será grande, pois, com a contratação destes 4,7 GW, a previsão é de que deixem de ser emitidas 4.050.558 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano. Capacidade instalada Segundo o boletim, em dezembro de 2013 foram acrescentados à matriz elétrica brasileira mais de 10 MW de energia advinda de fontes eólicas em relação ao mês de novembro. Isto fez com que a capacidade instalada total dos empreendimentos eólicos chegasse a 3,46 GW. Ao todo, são 142 parques eólicos construídos. A participação da energia eólica na matriz elétrica brasileira continua em 3%. Contudo, se as projeções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estiverem corretas, a capacidade instalada de energia eólica tenderá a quadruplicar nos próximos quatros anos, chegando a 13.487,3 GW em 2018. A fonte eólica já mostra que uma grande evolução da sua capacidade instalada na última década. Em 2005, eram apenas 27,1 MW. Em 2014, a expectativa é de que a energia eólica alcance a marca de 7.310,6 GW de potência instalada. Outro dado relevante mostrado no boletim refere-se aos Encargos de Serviço de Sistema (ESS) gerados pelo despacho das usinas térmicas com a inserção da fonte eólica. O gráfico elaborado pela associação, que contou com o apoio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), compara os encargos gerados sem e com a presença da energia eólica e mostra que após a presença da fonte eólica houve uma redução de cerca R$ 400 milhões mensais de outubro de 2012 a junho de 2013 em encargos. Após este mês, houve uma queda vertiginosa dos encargos, que não foram cobrados nem em setembro e nem em outubro do ano passado.
Fonte: Aneel/Abeeólica
Energia eólica – capacidade instalada no Brasil
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Horário de verão reduz 4,1% da demanda de energia elétrica A medida trouxe, entre outros benefícios, economia de R$ 125 milhões com a redução de geração térmica no período entre outubro de 2013 e fevereiro de 2014 O horário de verão 2013/2014 permitiu redução da demanda no horário de ponta da ordem de 2.565 MW, sendo 1.915 MW no subsistema Sudeste/ Centro-Oeste e 650 MW no subsistema Sul. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a redução representa 4,1% da demanda de ponta dos dois subsistemas. No caso do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a redução equivale a aproximadamente 50% da carga no horário de ponta da cidade do Rio de Janeiro (6,4 milhões de habitantes), ou a duas vezes a carga no horário de ponta de Brasília (2,6 milhões de habitantes). No Sul, representa 75% da carga no horário de ponta de Curitiba (1,8 milhão de habitantes). O principal benefício do horário de verão, segundo o ONS, é o aumento da segurança operacional, resultante da diminuição dos carregamentos na rede de transmissão, proporcionando maior flexibilidade para realização de manutenção em equipamentos. O ONS estima que foram economizados R$ 125 milhões com a redução de geração térmica no período. Somam-se a esses custos R$ 280 milhões referentes ao custo evitado pela redução do valor da carga esperada para a ponta do Sistema Interligado Nacional (SIN), de 2565 MW, que teria sido atendido por geração térmica, totalizando um economia de R$ 405 milhões. Confira, na tabela, a redução verificada na demanda por Estado. Redução na demanda
Sistemas / Áreas Sudeste / Centro-oeste Rio de Janeiro Espírito Santo São Paulo Minas Gerais Brasília Goiás Mato Grosso Mato Grosso do Sul SUL Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul SIN
MW 1915 300 75 1027 319 47 72 40 35 650 205 175 270 2565
% 4,1 3,8 4,3 4,8 4,0 4,4 3,5 4,3 4,2 4,3 4,3 4,4 4,3 4,1
Painel de mercado
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Consórcio Eletrobras-State Grid arremata Linhão de Belo Monte Companhia brasileira ficou com 49% da linha de transmissão e empresa chinesa controlará os outros 51%. No início de fevereiro aconteceu o leilão do sistema de transmissão do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, que está sendo construído no rio Xingu, no estado do Pará, e que será a maior usina inteiramente brasileira, com mais de 11 mil MW instalados. O vencedor do certame foi o consórcio formado por Furnas e Eletronorte – pertencentes à Eletrobras – que arrematou 24,5% (cada empresa) do linhão e pela empresa chinesa State Grid Brasil Holding, que adquiriu os outros 51%. O certame, que foi realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na Bovespa, em São Paulo, diz respeito ao Lote AB, que compreende construção, montagem, operação e manutenção do empreendimento. Para sair vencedor do leilão, o consórcio teve que dar um lance de R$ 434,647 milhões, representando 38% de deságio sobre a Receita Anual Permitida Máxima, de R$ 701,04 milhões. Conforme a Eletrobras, o investimento previsto é de R$ 5 bilhões. A Linha de Transmissão Xingu-Estreito, arrematada pela Eletrobras e State Grid, terá 2.092 km de extensão e cruzará quatros estados – Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais –, permitindo o escoamento da energia da Usina de Belo Monte ao Sistema Interligado Nacional. O sistema de transmissão funcionará em extra alta tensão, em corrente contínua de ± 800 kV, inédito no país, e é composto por duas estações conversoras de corrente alternada 500 kV para corrente contínua ± 800 kV. Eletrobras prevê investimento de A primeira conta com capacidade de conversão de 4 mil MW, será construída na Subestação de Xingu (500 kV), R$ 5 bilhões para construção, montagem e operação do linhão. localizada a 17 km da usina, que se conecta à interligação Manaus – Tucuruí; e a segunda tem capacidade de conversão de 3.850 MW, sendo construída na área contígua à Subestação Estreito, em Minas Gerais. Conforme a Eletrobras, a obra deve ser concluída em janeiro de 2018, com prazo de concessão de 30 anos.
Painel de produtos
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Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Nova geração de contatores
Luminária de emergência com Leds
www.weg.net
www.ourolux.com.br
Fabricados com materiais de baixo impacto ao meio ambiente, a nova geração de contatores da Weg, linha CWB (modelos CWB9, CWB12, CWB18, CWB25, CWB32, CWB38), é desenvolvida de acordo com as normas internacionais IEC 60947 e UL 508. Os equipamentos apresentam bobinas em corrente contínua de baixo consumo (5,8W), que permitem acionamento de contatores via CLPs, saídas de inversores ou soft-starters, sem o uso de interfaces a relé.
Novidade da Ourolux, a luminária de emergência 60 Leds oferece iluminação mais potente devido aos Leds, utiliza pilhas recarregáveis e tem autonomia de até oito horas (conforme intensidade de luz, que é ajustável). Bivolt e com 4 W de potência, o produto possui circuito de proteção contra sobrecarga na bateria e é indicado para os mais variados ambientes que necessitam de iluminação de emergência, como casas, escritórios, garagens, lojas, campings, halls, hotéis, etc. Pode ainda ser utilizada como lanterna.
Entre os acessórios dos contatores estão os barramentos de conexão rápida e o intertravamento mecânico espaço “zero”.
A luminária emprega pilhas recarregáveis, o que causa menos impacto ao meio ambiente, visto que as pilhas não utilizam chumbo em sua composição.
Centro de Controles de Motores de média tensão
Contador
www.vrpaineis.com.br
www.obo.com.br
Formados por conjuntos modulares isolados a ar com compartimentos metálicos tipo metal-clad, destinados a proteção, manobra e controle de motores de média tensão, os Centros de Controle de Motores (CCMs) de média tensão da VR Painéis Elétricos são montados e ensaiados em fábrica, atendendo a todas as exigências das normas ABNT NBR IEC 62271-200 e ABNT NBR 14039. Os CCMs de média tensão são desenvolvidos para diversos segmentos, entre os quais: petroquímico, mineração, saneamento, alimentício e farmacêutico.
Novo produto da Obo Bettermann, o contador LC-01 faz o monitoramente permanente e detecta o número de pulsos e correntes de descargas atmosféricas, armazenando estes dados de forma confiável, segundo a fabricante. Entre as características do lançamento estão: grau de proteção IP 67, o que permite que ele seja instalado em ambientes internos e externos; fixação em cabos de Ø 6-10 mm e fitas de 30x3,5 mm; e instalação diretamente no condutor de descida do SPDA, ou no condutor PE de um Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS).
Com grau de proteção IP 41, os CCMs apresentam classe de tensão de 7,2 KV a 15 KV e corrente nominal de até 2.500 A.
Contador LC-01 da Obo Bettermann apresenta vida útil de cerca de dez anos e visor de LCD.
Painel de normas
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Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
Aneel aprova revisão de módulos 6 e 8 do Prodist Intuito dos novos procedimentos é adequar o uso dos medidores para sistema de tarifa branca e com funcionalidades adicionais previstas na Resolução 502/2012 Os módulos 6 e 8 dos Procedimentos de Distribuição (Prodist), assim como a Resolução Normativa 502/2012, tiveram suas revisões aprovadas no último dia 11 de fevereiro pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O objetivo das modificações é adequar o uso dos medidores previstos na resolução referida (medidores utilizados pelo sistema de tarifa branca e medidores com funcionalidades adicionais) e aperfeiçoar as disposições relativas ao acompanhamento dos níveis de tensão em regime permanente pelas distribuidoras. Conforme a Aneel, as revisões foram debatidas na Audiência Pública 93/2013, que foram realizadas entre 19 de agosto e 18 de outubro do ano passado. Na ocasião, o tema discutido teve 245 contribuições enviadas por 19 entidades Os novos procedimentos devem entrar em vigor em janeiro de 2015.
Projeto de lei prevê substituição de redes aéreas por subterrâneas PLS 37/2011 promete obrigar as concessionárias de distribuição de energia elétrica a fazer esta troca em cidades com mais de 100 mil habitantes Pronto para ser analisado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), cuja relatora é a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o PLS 37/2011, do senador licenciado Marcelo Crivella (PRB-RJ), promete obrigar as concessionárias e permissionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica a substituir as redes áreas de energia por redes subterrâneas em cidades com mais de 100 mil habitantes. Segundo Crivella, a substituição se faz necessária por causa da poluição visual que as redes aéreas acarretam no ambiente urbano e do perigo potencial de acidentes fatais das linhas de alta tensão expostas ao tempo. Conforme o senador licenciado, a opção pelas redes áreas por elas serem mais baratas em relação às subterrâneas também não se justifica ante o risco a que se submete a população urbana. Sem falar que, de acordo com ele, a rede subterrânea proporciona mais economia à prestação de serviço, já que torna o furto de energia e dos cabos de transmissão mais difícil. Quando passou pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), a proposta recebeu substitutivo do senador Lobão Filho (PMDB-MA), determinando que, ao invés de obrigar a substituição das redes aéreas, priorize-se a implantação de redes subterrâneas. O senador pelo Maranhão também propôs que aumentasse para 300 mil habitantes o tamanho mínimo das cidades nas quais as distribuidoras seriam obrigadas a implantar as redes subterrâneas. Como a emenda substitutiva de Lobão ainda não foi analisada na CI, a relatora Vanessa Grazziotin acolheu em seu relatório na CAE a proposta do senador do PMDB. Após a votação na CAE, o projeto deve retornar à CI, para votação final.
ABNT publica novas normas: Cabeamento estruturado A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 06 de fevereiro a norma ABNT NBR 16264:2014 – Cabeamento estruturado residencial, que foi elaborada pela Comitê Brasileiro de Eletricidade (CB-03). O documento normativo, que passou a ser válido em 06 de março, possui 36 páginas e especifica como deve ser um sistema de cabeamento estruturado para uso nas dependências de uma residência ou em conjunto de edificações residenciais e uma infraestrutura de cabeamento para três grupos de aplicações. Compatibilidade eletromagnética Entrou em vigor no último dia 3 de fevereiro a norma ABNT NBR IEC 61000-4-3: 2014, cujo título é Compatibilidade eletromagnética (EMC) - Parte 4-3: Ensaios e técnicas de medição — Ensaio de imunidade a campos eletromagnéticos de radiofrequências irradiados. Esta parte da ABNT NBR IEC 61000 é aplicável aos requisitos de imunidade de equipamentos elétricos e eletrônicos para a energia eletromagnética irradiada, estabelecendo níveis de ensaio e os procedimentos de ensaio necessários. O documento tem 71 páginas e passou a ser válido a partir do dia 3 de março.
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Instalação de luz em loteamento irregular pode depender de autorização ambiental PLS 70/2006 prevê também que concessionárias responsáveis sejam proibidas de repassar aos consumidores as perdas comerciais causadas por ligações clandestinas Está em tramitação na Comissão de Constituição de Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal, o Projeto de Lei PLS 70/2006, de autoria do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que apresenta uma série de medidas interventivas com o objetivo de harmonizar a prestação de serviços públicos (água, luz e saneamento) com o desenvolvimento urbano. O projeto sugere, entre outras coisas, que a instalação de redes de água e luz em loteamentos irregulares dependa da prévia autorização de órgãos de planejamento urbano e ambiental e que as concessionárias responsáveis por estes serviços sejam proibidas de repassar aos consumidores as perdas comerciais causadas por ligações clandestinas. Em sua justificativa à CCJ, o senador Pedro Simon declarou que “a extensão das redes de distribuição de água e energia elétrica a um loteamento clandestino não apenas consolida a sua ocupação, mas fundamentalmente estimula novos loteamentos, na medida em que cria a expectativa de atendimento dos futuros empreendimentos”. Conforme o parlamentar, uma vez oficializadas as ligações, o assentamento tende a se expandir, pela implantação de novas ligações clandestinas. Segundo informações do Senado Federal, os argumentos expostos por Simon convenceram o relator na CCJ, o senado Walter Pinheiro (PT-BA), que recomendou a aprovação da proposta. Pinheiro decidiu, no entanto, aperfeiçoar o texto do PLS 70/2006 com a apresentação de cinco emendas. Uma delas subordina o parcelamento do solo urbano à prévia implantação de serviços de infraestrutura básica. Os próximos passos do projeto de lei no Senado são as Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e de Serviços de Infraestrutura (CI). Esta última com a prerrogativa de votá-lo em decisão terminativa.
Painel de empresas
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Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
AES Eletropaulo lança 12ª edição do LIG BT Livro de Instrução Gerais em Baixa Tensão de 2014 traz diversas mudanças nos padrões até então utilizados pela concessionária A AES Eletropaulo lançou no dia 20 de fevereiro a 12ª edição do Livro de Instrução Gerais em Baixa Tensão (LIG BT). Trata-se de um regulamento geral que estabelece as condições mínimas exigidas pela distribuidora visando o fornecimento de energia elétrica em baixa tensão por meio de redes de distribuição aérea e subterrânea às instalações consumidoras LIG dá as diretrizes para interessados em localizadas em sua área de prestar serviços para a AES Eletropaulo. concessão. Além de apresentar as diretrizes aos interessados no fornecimento em relação à maneira de obterem ligações, o documento dá subsídios técnicos necessários para a elaboração do projeto e execução de entradas consumidoras, sempre em obediência às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e à legislação em vigor. Conforme o diretor de Planejamento e Engenharia da AES Eletropaulo, Anderson Oliveira, o primeiro manual como o LIG foi confeccionado em 1920, quando a companhia ainda se chamava The São Paulo Railway Light Power Company Limited. De lá para cá, o documento foi se tornando mais denso, com mais detalhes e informação. Para se ter uma ideia, a edição atual tem 447 páginas, 12 fascículos, 13 anexos e 200 desenhos. Segundo um dos responsáveis pela elaboração do LIG BT 2014, o técnico do sistema elétrico de campo da AES Eletropaulo, Valdivino Carvalho, esta edição trouxe também diversas mudanças que “impactam toda uma história de padrões” até então utilizados pela concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica na cidade de São Paulo. O objetivo primordial dessas mudanças é tornar mais seguro o trabalho da equipe técnica da distribuidora. Uma das principais alterações do LIG BT 2014 é a obrigatoriedade da proteção geral com corrente de demanda até 100 A feita por meio de disjuntores. Conforme a AES Eletropaulo, na maioria das casas, a corrente varia até 60 A e o padrão da concessionária comportaria até 100 A. Outra nova orientação do documento diz respeito às viseiras do interior das caixas de medição, que, antes de vidro, devem ser substituídas por policarbonato, que são mais seguras e certificadas por ensaio de normas.
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Além de orientar a substituição da madeira no interior das caixas de medição por metal, a 12ª edição da LIG solicita que sejam substituídas as emendas de derivação e estanho nas pontas dos cabos – emendas soldadas conhecidas como charruas – por caixas de barramento, o que atenderá às orientações das normas brasileiras e ainda facilitará a montagem em uma forma mais segura. A preocupação com a segurança por parte da AES Eletropaulo mereceu, inclusive, um fascículo, nesta nova edição do LIG, para tratar especificamente do assunto. Conforme Carvalho, este fascículo fornece todas as diretrizes para que os instaladores possam seguir as mesmas orientações que hoje a AES tem como sua bandeira. Capacitação técnica Um dos pontos pensados pela AES Eletropaulo quando da elaboração do LIG 2014 foi como este documento seria recebido pelos consumidores. “Não é só lançar um manual técnico e achar que está tudo bem e que todo mundo vai entender, mas procurar garantir de que forma isso vai chegar para o cliente final”, avalia a coordenadora da área comercial da AES Eletropaulo, Carla Gomes. Com esse intuito foi que a área comercial da concessionária, em conjunto com o departamento de engenharia, antes do lançamento do manual técnico, promoveu a capacitação dos mais de 350 colaboradores da distribuidoras, entre atendentes e eletricistas. Segundo a coordenadora, o objetivo dessa ação foi melhorar o tempo de atendimento dos projetos para que não haja dúvida nem por parte do cliente e nem por parte de que está prestando este atendimento em relação ao conteúdo presente no manual. Como complemento, a concessionária monitora estas ações para ver se a informação está sendo transmitida de maneira efetiva nos canais de relacionamento. Conforme Carla, à medida que a equipe é orientada visando o esclarecimento do cliente e à medida que o cliente tem conhecimento da informação garante-se que ele vai dar entrada no projeto de maneira correta e vai evitar um volume maior de rejeições ocasionadas por falta do conhecimento de detalhes que fazem parte do novo manual.
Painel de empresas
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Cemig investe em melhorias do sistema elétrico Concessionária anuncia investimento de R$ 527 milhões em obras para garantir abastecimento de energia durante os jogos da Copa do Mundo Para garantir o abastecimento ininterrupto durante os jogos da Copa do Mundo, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anunciou que está investindo R$ 527 milhões em melhorias do sistema elétrico da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para isso, duas subestações – Jaboticatubas e Santa Luzia 4 – já estão prontas, agregando ao sistema elétrico da Cemig 65 MVA de potência instalada, suficiente para abastecer uma cidade de porte médio como Barbacena (MG). Além disso, foram reformadas outras quatro subestações e estão sendo construídos 72 quilômetros de linhas de distribuição de alta tensão. Até o próximo mês de maio, a Cemig deve adquirir mais seis subestações móveis visando o atendimento a situações emergenciais e de manutenção programada a grandes blocos de carga, com redução no tempo de restabelecimento e do número de interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Estádio do Mineirão possui cerca de seis mil módulos e contará com atenção especial da Cemig para garantia do fornecimento de energia elétrica durante os jogos da Copa do Mundo.
Rede subterrânea A Cemig também está modernizando a rede subterrânea de energia, em Belo Horizonte, com um investimento de R$ 161 milhões. Os trabalhos começaram em 2012 no hipercentro e na Savassi, beneficiando diretamente 67 mil consumidores. Os objetivos das obras das redes subterrâneas de Belo Horizonte são a atualização tecnológica dos equipamentos, atendimento a novos empreendimentos da região Centro-Sul, como hotéis e restaurantes, e adequação do sistema elétrico da capital mineira às demandas adicionais de energia durante a Copa do Mundo Fifa. Na região da Savassi, os trabalhos foram concluídos em junho do ano passado e está em andamento a substituição de 360 quilômetros de cabos no hipercentro de Belo Horizonte. Mineirão O Estádio Magalhães Pinto (Mineirão) é o primeiro estádio sede de jogos da Copa do Mundo FIFA 2014 a possuir uma usina fotovoltaica. O empreendimento contou com financiamento do Banco de Desenvolvimento da Alemanha, Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW). A USF Mineirão tem uma potência instalada de 1,42 MWp, com cerca de seis mil módulos fotovoltaicos.
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
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Atlas Copco inaugura duas novas unidades industriais Uma dessas plantas foi construída na Índia e fabricará compressores industriais de 5 kW a 9 KW e compressores portáteis de 85 cfm a 1350 cfm
A Atlas Copco, multinacional de origem
sueca, inaugurou no começo de 2014 duas novas plantas: uma em Oosterhaut, na Holanda, e outra, em Chakan, na Índia. Na cidade holandesa, entrou em operação uma nova unidade de produção, que vai fornecer soluções de engenharia personalizada para sistemas de purificação de ar e gases, além de atualização de biogás. Na cidade indiana, foi construída uma fábrica, que produzirá compressores industriais de 5 kW a 9 KW e compressores por táteis de 85 cfm a 1.350 cfm.
Edificada para ser vir como referência
para o design sustentável e práticas de produção enxuta, a fábrica da Índia foi cer tificada recentemente pelo Indian Green Building Council (Conselho Indiana de Construção Verde, em tradução livre) como construção sustentável. Entre os fatores que contribuem para essa atribuição estão o design e a tecnologia eficiente em termos de energia para limitar o impacto ambiental e otimizar o uso de recursos naturais durante a fase de construção e também durante as operações da fábrica.
Fundada em 1873, a Atlas Copco
fabrica diversos produtos como equipamentos de ar e gás comprimido, geradores, equipamentos de construção e mineração, ferramentas industriais e sistemas de montagem. A empresa também presta ser viços de pós-venda e aluguel referentes a estes equipamentos.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
EDP anuncia vencedores do Prêmio Inovação 2020 Premiação reconheceu projetos mais inovadores que priorizaram inovação, lógica do negócio e sustentabilidade Com o tema “Cidades inteligentes”, três projetos foram vencedores da quar ta edição do Prêmio Inovação 2020, promovido pela EDP Energias do Brasil. Entre 250 trabalhos inscritos, dos quais dez foram finalistas, três foram selecionados pelos critérios de inovação, lógica do negócio e sustentabilidade. O primeiro lugar foi para a Hesteq, empresa formada por alunos da Universidade de Campinas (Unicamp), com o desenvolvimento de um sistema de detecção de vazamento de gás em prédios e residências. O grupo de estudantes ganhou R$ 25 mil em dinheiro e mentoria por um ano para levar a ideia adiante, além de uma viagem ao Vale do Silício e um mês de uso em um espaço de coworking. O segundo lugar foi para “Favela Sustentável”, que busca Júri e vencedores do Prêmio EDP Inovação 2020. gerar biogás e biofer tilizante por meio de matéria orgânica coletada em comunidades de baixa renda. Além de abastecer as residências, o projeto prevê geração de renda com a venda dos fer tilizantes fabricados. O projeto recebeu prêmio no valor de R$ 15 mil, além de mentoria e orientação. Em terceiro lugar, o grupo de For taleza SIAC ganhou prêmio no valor de R$ 5 mil, também com mentoria e orientação, com projeto que prevê o desenvolvimento de microgeradores de energia em torneiras e tubulações hidráulicas. De acordo com cálculos do grupo, cada aparelho pode gerar até 200 watts de energia elétrica. Houve também uma menção honrosa ao grupo CasaClic, que apresentou um projeto de construção de casas com sistema de encaixe de tijolos e acabamento feito em peças de PVC. De acordo com a empresa, o objetivo do prêmio é incentivar a inovação, a sustentabilidade e o empreendedorismo no Brasil por meio do estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias e novos modelos de negócios, com foco nas cidades inteligentes.
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Proteção de geradores Geraldo Rocha e Paulo Lima
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Capítulo II – Faltas entre fases e entre espiras
- Proteção contra faltas no estator - Proteção contra faltas entre espiras do gerador
Conjunto de manobra e controle de potência Luiz Felipe Costa
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Capítulo II – Seleção e normalização para conjuntos de manobra e controle
- Compêndio de normalização - Comparativo das normas e descritivos - Tipos usuais de documentos – IEC, IEEE, ABNT, Nema - Outras normas
Inspeção de instalações elétricas Marcus Possi
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Capítulo II – Metodologia e resultados
- Processos, metodologia e documentação - Resultados para o Ministério do Trabalho
- Autovistoria
Manutenção de transformadores Marcelo Paulino Capítulo II – Considerações sobre manutenção
- Manutenção corretiva - Manutenção preventiva - Manutenção preditiva - Manutenção detectiva - Engenharia de manutenção
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Fascículos
- Resultados para o Ministério do Esporte
Proteção de geradores
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Capítulo II Faltas entre fases e entre espiras Por Geraldo Rocha e Paulo Lima*
A proteção do gerador deve ser analisada cuidadosamente, não apenas para faltas, mas também para as diversas condições anormais de operação de um gerador. Existem muitas razões para o desligamento de um gerador, as quais destacamos:
fase-fase, fase-terra e entre espiras. A falta fase-terra é a mais frequente (65% das ocorrências), sendo que as faltas fase-fase representam 23,5% das ocorrências e as faltas entre espiras, 11,5%.
• Faltas no gerador • Faltas no sistema de potência • Proteção térmica • Condições anormais de operação Tendo em vista a fadiga, a vibração mecânica e o envelhecimento da isolação dos enrolamentos do gerador, após um longo período de tempo, os geradores tendem a desenvolver defeitos em seus enrolamentos. As faltas no gerador são sempre consideradas graves, pois a elevada corrente de falta gerada pode danificar severamente a isolação, o enrolamento e o núcleo. Além disso, devido ao decaimento lento do fluxo, a corrente de falta vai fluir por vários segundos mesmo após o gerador com defeito ter sido desligado e o campo desconectado. Esta corrente de falta prolongada pode resultar em maiores danos. Faltas típicas no gerador incluem faltas
Figura 1 – Faltas no estator do gerador.
Sempre que ocorre uma falta no gerador, mesmo se a máquina for bem protegida, haverá custos para reparo do gerador e compra de energia de substituição. Este custo atinge facilmente muitos milhões de dólares no caso de geradores de 250 MW. A relação dos custos de danos para uma falta não protegida versus danos para uma falta protegida é de aproximadamente 6 para 1
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para os geradores de 250 MW. Como consequência, para faltas em geradores que produzem elevadas corrente de falta, normalmente, são usados sistemas de proteção de alta velocidade para dar trip e desligar o gerador o mais rápido possível, de forma a reduzir os danos à máquina.
Proteção contra faltas entre fases no estator Diferencial percentual
A proteção diferencial de corrente de alta velocidade é normalmente usada para proteger geradores contra faltas trifásicas, bifásicas e bifásicas-terra. Se o gerador for aterrado por meio de baixaresistência, a proteção diferencial de corrente também pode proteger contra faltas à terra nos enrolamentos desde o terminal até um pequeno percentual acima do neutro. Para geradores aterrados por alta resistência, a corrente de falta à terra é bem pequena, normalmente abaixo do nível de sensibilidade do relé diferencial de corrente. O diagrama da Figura 2 mostra o mais simples dos esquemas diferenciais usando um relé de sobrecorrente instantâneo. Algumas vezes é denominado esquema de sobrecorrente diferencial. A proteção diferencial é uma das formas mais efetivas de proteção dos equipamentos de potência. Colocando de uma forma simples, a proteção diferencial opera com base na diferença entre a corrente medida entrando e saindo da zona protegida. Uma vez que ela opera somente com base na diferença e não na corrente total que circula no circuito, um relé com essas características de proteção pode ter maior sensibilidade para faltas do que outros tipos de relés. Além disso, como a zona de proteção é definida com precisão pela localização dos TCs que envolvem a zona protegida, o relé é altamente seletivo. Com alta seletividade, um relé diferencial pode dar trip rapidamente sem o intervalo de tempo de coordenação.
Proteção de geradores
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diferencial percentual, a corrente de restrição tem uma magnitude elevada para uma falta externa severa. Logo, mesmo se houver uma corrente de operação significativa, a restrição será tão grande que o relé não vai operar. Se a falta for interna, a corrente de operação é consideravelmente maior do que a corrente de restrição, permitindo a operação do relé.
Figura 2 – Esquemas diferenciais usando um relé de sobrecorrente instantâneo.
As características da proteção diferencial podem ser resumidas como: Princípio: • Medir a corrente entrando e saindo da zona de proteção; • Se as correntes não forem iguais, existe uma falta. Fornece: • Alta sensibilidade; • Alta seletividade. Resultado: • Velocidade relativamente alta. Todas as proteções diferenciais devem lidar com o desafio de permanecerem seguras diante de elevadas correntes de faltas passantes. Durante uma falta externa severa, um TC pode saturar e fornecer menos do que o valor de sua relação de corrente. Nesse caso, as correntes não são completamente canceladas, resultando numa falsa corrente diferencial. Para isso, os esquemas de proteção diferencial percentual são mais utilizados e oferecem maior segurança e confiabilidade ao compararem uma grandeza de operação com uma grandeza de restrição. O princípio de operação da proteção diferencial percentual é o mesmo da proteção de sobrecorrente diferencial, conforme a Figura 4. Contudo, no esquema
Figura 3 – Desafios da proteção diferencial.
Figura 4 – Esquema de proteção diferencial percentual.
Nesse esquema, o relé opera quando a magnitude da corrente de operação do secundário, ĪOP = ĪS + ĪR, for maior do que uma determinada proporção da corrente de restrição do secundário IRT. Para este esquema específico, a corrente de restrição é escolhida como IRT = (|ĪS| + |ĪR|) / 2. A constante de proporcionalidade, k, ou slope, é algumas vezes ajustável, com valores típicos de 0.1 a 0.8; ou 10% a 80%. Nota: As duas setas das correntes primárias mostradas são uma convenção comum na análise da proteção diferencial. Geralmente, elas são mostradas com ambas as setas de corrente indo na direção do equipamento protegido. As duas correntes não terão o mesmo sinal ou ângulo quando em condições normais de operação do sistema (sem faltas), a não ser que o equipamento protegido seja um transformador. De forma contrária, durante operação normal, as duas correntes terão a mesma magnitude, porém os fasores vão estar defasados em 180 graus. Tenha em mente que alguns autores usam uma convenção diferente.
Figura 5 – Características de operação da proteção diferencial percentual.
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Proteção de geradores
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Na Figura 5, um gráfico da corrente de operação versus a corrente de restrição mostra a característica diferencial percentual. Esta figura explica o conceito do slope (conhecido como inclinação ou rampa). A área sombreada representa os pontos do plano em que o relé vai operar. Conforme mostrado, é a área acima da linha reta definida pela equação:
O tamanho limitado do TC de janela limita o tamanho do condutor e, consequentemente, o tamanho do gerador a ser protegido. O relé deve ter um burden tão baixo quanto possível visando manter a alta sensibilidade e reduzir as chances de saturação do TC.
IOP = k . IRT O slope dessa linha é k.
Defeitos entre espiras são faltas graves para os geradores. A corrente de falta entre espiras pode ser muitas vezes maior do que a corrente de falta nos terminais do gerador. A maioria dos enrolamentos do estator tem bobinas com espira única. Se um estator possuir enrolamentos com bobinas com múltiplas espiras e dois ou mais circuitos por fase (fase-dividida), como muitos dos geradores hidroelétricos, pode-se utilizar um sistema de proteção contra defeitos entre espiras do tipo diferencial de corrente de fase dividida ou autobalanceada de fase dividida. Para geradores com múltiplas espiras e com apenas um circuito por fase, ou para um gerador que possua bobinas multicircuito conectadas de modo neutro dentro do gerador com apenas um condutor de neutro disponível externamente ao gerador, use um elemento direcional de potência de sequência-negativa ou sobretensão de sequência-zero (para geradores não aterrados) para a proteção contra defeitos entre espiras.
A linha curva tracejada representa a corrente de operação como função da corrente de restrição para faltas externas de magnitudes diferentes. Para valores baixos da corrente de falta, a corrente de restrição tem uma magnitude pequena, assim como a corrente de operação. Para magnitudes elevadas da corrente de falta externa, os TCs saturam de forma diferente e o resultado é uma corrente de operação maior. A corrente de restrição também aumenta, evitando qualquer operação indevida do relé para uma falta externa. Diferencial Autobalanceado
Para geradores pequenos, é mais econômico usar o esquema diferencial autobalanceado mostrado na Figura 6.
Proteção contra faltas entre espiras do gerador
Proteção diferencial de corrente de fase dividida
Figura 6 – Esquema de proteção diferencial autobalanceado.
Este esquema utiliza para cada fase um TC de baixa relação. Os condutores dos terminais dos dois lados dos enrolamentos do gerador passam pelos TCs de tal maneira que as correntes entrando e saindo se cancelam durante uma operação normal. Um relé de sobrecorrente simples é conectado aos TCs, propiciando uma proteção rápida e confiável pela detecção de qualquer diferença das correntes entrando e saindo do enrolamento.
A Figura 7 mostra o esquema diferencial de corrente de fase-dividida para proteção contra faltas entre espiras. A relação dos TCs do lado do neutro do gerador é o dobro da relação dos TCs do lado dos terminais do gerador. Esta diferença nas magnitudes das relações possibilita o balanceamento das diferenças de corrente durante condições normais de operação do gerador. Este esquema diferencial de corrente de fase dividida também pode proteger o gerador contra faltas entre fases no enrolamento. Para geradores aterrados por meio de baixa resistência, este esquema propicia proteção contra faltas à terra no enrolamento. Proteção autobalanceado de fase dividida
A outra maneira de proteger o gerador contra faltas
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Figura 7 – Esquema de proteção diferencial de corrente de fase dividida.
Figura 8 – Esquema de proteção autobalanceado de fase dividida.
entre espiras é usando elementos de sobrecorrente com TCs de núcleo balanceado, passando os dois condutores da bobina dentro da janela do TC em direção oposta. Durante a operação normal do gerador, as correntes nos dois enrolamentos são iguais. Consequentemente, a corrente de saída do TC é próxima de zero e o elemento de proteção de sobrecorrente não opera. Se ocorrer uma falta entre espiras em um dos dois enrolamentos, as correntes fluindo em ambos os enrolamentos serão desiguais e não se cancelam no núcleo do TC. O elemento de sobrecorrente sensível atua e dá trip no gerador. Uma consideração importante para este esquema
de proteção é quando há reparo de emergência com corte do enrolamento. *Geraldo Rocha é engenheiro eletricista e especialista em proteção de sistemas elétricos. É atualmente engenheiro de aplicação da Schweitzer Engineering Laboratories, Inc. Paulo Lima é graduado em engenharia elétrica, com ênfase em Sistemas Elétricos de Potência. Especialista em Proteção de Sistemas Elétricos, atua na SEL desde 2012 como engenheiro de aplicação e suporte e como professor da Universidade SEL. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@ atitudeeditorial.com.br
Conjuntos de manobra e controle de potência
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Capítulo II Seleção e normalização para conjuntos de manobra e controle Por Luiz Felipe Costa*
Seleção inicial Um dos pontos mais importantes em uma instalação industrial, porém ainda nebuloso para a maioria dos usuários, é a seleção do tipo de painel elétrico a ser adotado e as suas características elétricas e construtivas, que atendam às necessidades e as condições operacionais e de manutenção. A grande maioria dos projetistas e usuários finais desconhece não somente as ditas “boas práticas de engenharia”, mas, também, as normas técnicas aplicáveis para este tipo de equipamento. A metodologia mais vigente, tanto no passado quanto no presente, é a escolha de um painel que atenda, basicamente, tensões e correntes elétricas de regime, presentes no ponto de aplicação. Porém, se levarmos em conta todas as interfaces existentes entre um painel elétrico e seu local, tanto físico quanto elétrico, de instalação e entre ele e as pessoas que estarão envolvidas na sua operação e manutenção, vemos que o assunto é muito mais complexo. Logo, se estabelecermos uma interface entre o que foi exposto e o fato de que a maioria dos segmentos no mundo moderno utiliza em suas instalações elétricas em corrente alternada, para as barras de baixa tensão (valores inferiores a 1 kV) e média tensão (acima de 1 kV e inferiores a 69 kV), conjuntos de manobra e controle de potência (CMCP), tais como Centros de Controle de Motores (CCM) e Centros de Distribuição de
Cargas (CDC), para suprir as suas necessidades de distribuição e controle de eletricidade, temos um contexto, no mínimo, preocupante. É importante atentar para o fato de que os Conjuntos de Manobra e Controle de Potência se encontram, normalmente, instalados em pontos que estão associados a barras do sistema elétrico com altos níveis de demanda e de correntes de curto-circuito. Em face disso, as etapas relativas ao projeto, montagem, instalação, comissionamento, operação e manutenção dos mesmos requerem cuidados especiais relativos à segurança humana e patrimonial. Por exemplo, muitos setores da indústria já reconhecem a real importância da identificação e da prevenção dos riscos associados à ocorrência de arcos elétricos, e, por conta disso, veem, não somente, a necessidade de se quantificar os níveis existentes de energia incidente no ponto da instalação, como a de se estabelecer os programas de segurança que, entre outros pontos, envolvem o uso de etiquetas informativas dos valores de energia presente, distâncias de segurança e as categorias de risco, conforme listado na NFPA 70E, com os respectivos requisitos específicos para os equipamentos de proteção, tanto individuais (EPI) quanto coletivos (EPC), para a realização de trabalho de intervenção. Porém, muitas vezes, os valores encontrados se mostram incompatíveis com condições seguras de trabalho. Em outras palavras, a abordagem do
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problema não se encerra simplesmente com o fim do cálculo da energia incidente e a consequente categoria de risco em que se enquadram os requisitos de um EPI ou EPC. É fundamental se identificar os níveis reais de energia disponível no ponto de aplicação do equipamento e as suas possíveis causas. E, para tal, se faz necessário estabelecer duas etapas de estudos de engenharia. A primeira etapa, conforme as recomendações do compêndio de práticas recomendadas para instalações elétricas industriais, o IEEE Std 141, está associada à definição do arranjo do sistema elétrico e níveis de tensões elétricas, em função das necessidades do mesmo e da sua interação, ou não, com a concessionária de energia: • Definição da filosofia de operação a ser usada no sistema (acoplamento com a concessionária local, geração própria, cogeração, o uso de disjuntores de interligação fechados de modo permanente ou não, a aplicação permanente ou temporária de reatores limitadores de corrente, etc.); • Estudos de fluxo de carga (para se validar as possíveis configurações a serem usadas no sistema elétrico, etc.); • Cálculo das quedas de tensão devidas à partida de grandes
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motores (para identificar requisitos de rearranjo do sistema elétrico ou alteração de especificação de equipamentos ou dos níveis de tensão usados na instalação). A segunda etapa está associada à determinação das correntes de falta e os respectivos tempos de eliminação, seguindo, por exemplo, as orientações contidas no IEEE Std 242: • Cálculo dos valores máximos e mínimos das correntes de curto-circuito, tanto os trifásicos quanto os monofásicos, conforme as possíveis configurações de operação; • Estudos de coordenação e seletividade do sistema de proteção. Somente, então, pode-se, por exemplo, iniciar a análise da energia incidente e dos métodos que podem ser adotados para a sua prevenção e a mitigação de seus efeitos. Todos sabem que um acidente em um equipamento resulta em muitos transtornos e em custos consideráveis; sendo que, muitas das vezes, o trabalhador, que estava incumbido da intervenção direta, sofre as maiores consequências, podendo perder a sua saúde ou a própria vida. Por conta disso, o conhecimento do estado da arte do projeto e do uso
Conjuntos de manobra e controle de potência
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de conjuntos de manobras e controle de potência permite diminuir as chances de ocorrência de arcos internos e mitigar os seus possíveis efeitos, aumentando as probabilidades de salvaguardar a vida humana. A mesma falha mencionada acima, quando não coloca em risco a vida humana de forma direta, pode representar danos a diversos equipamentos, resultando na perda de parte ou na sua totalidade ou dos serviços prestados. Logo, um conhecimento sólido dos projetos e do uso de conjuntos de manobras e controle de potência permite, também, melhorar o desempenho dos equipamentos e instalações. Deste modo, é preciso, cada vez mais, disponibilizar diretrizes e ferramentas que permitam aos responsáveis pela especificação e a instalação de novos conjuntos de manobra e controle, ou a modernização de unidades já existentes, terem todas as condições para analisar e discutir as possíveis opções e recomendações e, assim, identificar aquelas que mais se adequam. Além disso, é importante, também, incorporar as boas práticas de engenharia e as lições aprendidas pelo uso consolidado de conjuntos de manobra e controle em instalações com históricos positivos de continuidade, disponibilidade e segurança.
Compêndio básico de normalização de conjuntos de manobra e controle Associados às diversas fases de aquisição e fornecimento de um conjunto de manobra e controle de potência existem diversos documentos normativos. As normas técnicas são baseadas no conhecimento e no consenso de especialistas, com o apoio e referendo da sociedade. Elas estabelecem os requisitos mínimos e os procedimentos de ensaios necessários para se ter uma instalação segura e confiável, permitindo uma alta disponibilidade da energia elétrica para qualquer sistema de potência. Elas são diferentes dos regulamentos. Esses se originam no âmbito governamental e são implementados por força de lei. Um caso típico desse tipo de documento
é o conjunto de normas regulamentadoras emitidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, ligado ao Governo Federal Brasileiro. As normas técnicas, como todos os documentos gerados pelo seres humanos, evoluem ao longo do tempo de sua existência, de forma a se adaptarem aos constantes avanços associados às áreas técnicas, éticas e políticas. Assim é de se esperar que o mesmo aconteça no que se diz respeito aos Conjuntos de Manobra e Controle (CMC), os quais são utilizados em diferentes níveis e aplicações dos diversos segmentos das atividades humanas. O avanço contínuo de conhecimentos tem como objetivo final a garantia da segurança dos usuários e de bens materiais, além da confiabilidade dos próprios sistemas elétricos. As revisões das normas técnicas estão comumente associadas a alterações em requisitos de operação e respostas a condições normais ou imprevistas, como também aos métodos usados para sua verificação. Neste processo, às vezes ocorrerem mudanças na nomenclatura ou na identificação de normas e documentos técnicos. Porém, a essência dos fenômenos físicos e químicos associados a qualquer equipamento elétrico se mantém. Tanto que os diversos órgãos normativos ao redor do mundo, como a IEC, ANSI e ABNT, reconhecem a validade de ensaios realizados num equipamento com base em uma versão anterior de uma norma, quando não ocorrem alterações no método e nos critérios de aprovação no respectivo ensaio. Toda esta preocupação se deve ao fato de que um Conjunto de Manobra e Controle de Potência, dentro das redes elétricas de distribuição de energia, seja em baixa ou média tensão, deve estar, normalmente, associado a “barras” do respectivo sistema, onde os níveis de energias disponíveis podem ser bem altos. Isto está diretamente associado aos níveis de correntes de curtocircuito e, conforme as necessidades estabelecidas pelo Estudo de Coordenação e Seletividade das Proteções Elétricas, ao tempo de resposta dos dispositivos de proteção. As ocorrências de falta em circuitos de distribuição em CA implicam em correntes de defeito com altos valores eficazes e de crista, os
Tabela 1 – Comparativo simplificado das características das normas e dos regulamentos Norma
Regulamento
A origem e implementação ocorrem no âmbito da sociedade.
A origem e implementação surgem no âmbito governamental.
Esclarece “como fazer”.
Estabelece “o que fazer”.
Documento estabelecido por consenso e emitido por órgão
Documento que contém regras e/ou requisitos obrigatórios, estabelecidos por
reconhecido, que visa fornecer regras, diretrizes e/ou características
uma autoridade (municipal, estadual ou federal).
Ele possui “força de lei”.
para a obtenção de um resultado ótimo.
Exemplo: ABNT NBR IEC 62271-200 (Conjuntos de Manobra e Controle entre 1 e 52 kV).
Exemplo: NR 10 (Norma Regulamentadora 10, do M.T.E.).
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Conjuntos de manobra e controle de potência
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quais estão diretamente relacionados com as características de suportabilidade às solicitações térmicas e dinâmicas da instalação, principalmente nos primeiros ciclos; além da capacidade de interrupção do disjuntor associado. Outro ponto implícito está relacionado a solicitação termodinâmica impingida pelo improvável, mas não descartável, evento de um arco elétrico em algum ponto do sistema, especialmente no interior de um Conjunto de Manobra e Controle (CMC). Desta forma, os fabricantes e pesquisadores procuram evoluir nos seus conceitos e projetos, de modo a serem obtidos produtos seguros e confiáveis que possam ter suas características comprovadas. Neste processo, existem muitos parâmetros que são ainda de difícil emulação puramente matemática ou acadêmica, daí a real necessidade de se buscar a comprovação, baseando-se num dos conceitos fundamentais da engenharia: a excelência da argumentação pela sistematização experimental. A linha atual de Conjuntos de Manobras e Controles de Potência fabricados no Brasil está fundamentada nos modelos desenvolvidos e ensaiados nas escolas: norte-americana (projetos ANSI/NEMA/UL) e europeia (projetos IEC). Todas estas culturas técnicas prezam, essencialmente, pela segurança de usuários e instalações, e, também, pela operação confiável dos equipamentos conforme os padrões mais altos de tecnologia e economia. Neste processo contínuo, existem vários ensaios cujos resultados podem não serem satisfatórios e implicarem em novos testes, repetidos após a inclusão das modificações determinadas pelo aprendizado da experimentação e pelo amadurecimento das bases científicas. No final das contas, as duas culturas precisam se adequar às leis e limitações definidas na física e na química para os fenômenos que irão determinar a operação de um sistema ou de um equipamento elétrico. A filosofia ANSI/NEMA/UL visa determinar o “COMO” e “O QUE” devem ser obtidos pelos projetos e aplicações dos produtos. Isto objetiva: • Padronização com redução de custos e tempos de entrega; • Produtos que cubram uma faixa maior de uso. Como consequência desta abordagem, podemos afirmar que: • A seleção dos produtos torna-se mais fácil; • Porém, os produtos tendem a ser “sobredimensionados”. Os produtos ANSI/NEMA/UL garantem a segurança através do desenvolvimento de produtos com fatores de
segurança altos. Por exemplo: uso de terminais grandes em componentes, acessíveis quando energizados, porém facilmente inspecionáveis. Já as normas IEC não se prendem ao “COMO”. Elas determinam somente “O QUE” deve ser obtido pelos projetos e aplicações dos produtos. Desta forma, se tem: • Produtos com aplicações específicas; • Produtos mais compactos. Como consequência, podemos afirmar que temos: • Custos de engenharia mais altos; • Custos de componentes mais baixos; • Necessidade de inventários maiores para cobrir as faixas de aplicação. A IEC garante a segurança por meio de testes extensivos dos produtos sob as piores condições possíveis de uso. Por exemplo: terminais menores nos componentes, protegidos fisicamente e, inerentemente, a “prova de dedos”, porém de difícil inspeção.
Tipos usuais de documentos Tipos de documentos do IEEE O IEEE publica, basicamente, os seguintes tipos de documentos: • Normas (“Standards”): documentos com requerimentos mandatórios; • Guias de aplicação (“Application guides”): documentos nos quais são sugeridas boas práticas, mas sem limitações definidas para seu uso; • Práticas recomendadas (“Recommended practices”): documentos nos quais filosofias e procedimentos preferidos pelo IEEE são apresentados; • Documentação experimental (“Trial-on documents”): documentos com validade limitada a dois anos. Podem pertencer a qualquer uma das categorias acima, sendo normalmente usadas quando da introdução de normas relativas a tecnologias recentes.
Tipos de documentos da IEC A IEC publica, basicamente, os seguintes tipos de documentos: • Normas internacionais (“International standards”); • Especificações técnicas (“Technical specifications”); • Relatórios técnicos (“Technical reports”).
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Conjuntos de manobra e controle de potência
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Sendo que, dentro da cultura europeia, o encadeamento básico entre normas e associações técnicas se dá em torno da seguinte estrutura: • ISO – International Organization for Standardization; • IEC – International Electrotechnical Commission; • CENELEC – European Committee for Electrotechnical Standardization; • EN – European Standard; • CE – “Conformite Europeen”: Selo obrigatório dentro da União Europeia.
Compêndio A seguir são apresentadas, sem a intenção de esgotar o assunto, listas, conforme os respectivos órgãos normativos, com algumas das normas técnicas mais usuais no projeto, fabricação, ensaios e uso de conjuntos de manobra e controle de potência (CMCP) de BT e MT.
ABNT: • NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão • NBR IEC 60529: Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos (código IP); que substituiu a NBR 6146 (Invólucros de Equipamentos Elétricos – Proteção) • NBR IEC60439-1: Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão – Parte 1: Conjuntos com ensaio de tipo totalmente testados (TTA) e conjuntos com ensaio de tipo parcialmente testados (PTTA); que substituiu a NBR 6808 (Conjunto de manobra e controle de baixa tensão montados em fábrica – CMF) • NBR IEC62271-200: Conjunto de manobra e controle em invólucro metálico para tensões acima de 1 kV até 52 kV; que substituiu a NBR 6979 (Conjunto de manobra e controle em invólucro metálico para tensões acima de 1 kV até 36,2 kV – Especificação) • NBR IEC60694 (2006): Especificações comuns para normas de equipamentos de manobra de alta-tensão e mecanismos de comando; que substituiu a NBR 10478 (Cláusulas comuns a equipamentos elétricos de manobra de tensão nominal acima de 1kV – Especificação) • NBR 14039: Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV
ANSI / IEEE: • C37.20.1: Standard for Metal-Enclosed Low-Voltage Power Circuit Breaker Switchgear • C37.20.2: Standard for Metal-Clad Switchgear
• C37.20.3: Standard for Metal-Enclosed Interrupter Switchgear • C37.20.4: Standard for Indoor AC Switches (1 kV – 38 kV) for Use in Metal-Enclosed Switchgear • C37.20.7: IEEE Guide Testing Metal-enclosed Switchgear rated up to 38kV for Internal Arcing Faults • C37.21: Standard for Control Switchboards • C37.23: IEEE Standard for Metal-Enclosed Bus and Calculating Losses in Isolated-Phase Bus • IEEE C37.100.1-2007: Standard of Common Requirements for High Voltage Power Switchgear Rated Above 1000V
IEC: • IEC 62271-200: High-voltage switchgear and controlgear – Part 200: A.C. metal-enclosed switchgear and controlgear for rated voltages above 1 kV and up to and including 52 kV (supersedes a IEC 60298) • IEC 62271-1: High-voltage switchgear and controlgear – Part 1: Common specifications (supersedes a IEC 60694) • IEC 60529: Degrees of protection provided by enclosures (IP Code) • IEC 60664-1: Insulation coordination for equipment within low-voltage systems – Part 1: Principles, requirements and test • IEC 60865 (all parts): Short-circuit currents – Calculation of effects • IEC 60439-1: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 1: Type-tested and partially type-tested assemblies (Replaced by IEC 61439-1 and IEC 61439-2) • IEC 61439-1: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 1: General rules (Edition 1.0 / 2009-01) • IEC 61439-2: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 2: Power switchgear and controlgear assemblies (Edition 1.0 / 2009-01 – PSC Assemblies) • IEC 61439-3: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 3: Distribution boards intended to be operated by ordinary persons (DBO) (supersedes IEC 60439-3) • IEC 61439-4: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 4: Assemblies for construction sites (supersedes IEC 60439-4) • IEC 61439-5: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 5: Assemblies for power distribution in public networks (supersedes IEC 60439-5) • IEC 61439-6: Low-voltage switchgear and controlgear assemblies – Part 6: Busbar trunking systems (busways) (supersedes IEC 60439-2) • IEC 60947-1 - Low-voltage switchgear and controlgear – Part 1: General rules
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Conjuntos de manobra e controle de potência
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• IEC 60947-2 - Low-voltage switchgear and controlgear – Part 2: Circuit-breakers • IEC 60947-3 - Low-voltage switchgear and controlgear – Part 3: Switches, disconnectors, switch-disconnectors and fuse-combination units • IEC 60947-4-1 - Low-voltage switchgear and controlgear – Part 4: Contactors and motor-starters – Section 1: Electromechanical contactors and motor-starters • IEC 62271-100: High-voltage switchgear and controlgear – Part 100: High-voltage alternating current circuit-breakers (old IEC 60056) • IEC 62271-102: High-voltage switchgear and controlgear – Part 102: Alternating current disconnectors and earthing switches • IEC 62271-105: High-voltage switchgear and controlgear – Part 105: Alternating current switch-fuse combinations • IEC 62271-106: AC contactors, contactor-based controllers and motor-starters • IEC 60282-1: High-voltage fuses – Part 1: Current-limiting fuses • IEC 60044-1: Instrument transformers – Part 1; Current transformers • IEC 60044-2: Instrument transformers – Part 2; Inductive voltage transformers
NEMA: • 250 - 2003: Enclosures for Electrical Equipment (1000 volts maximum) • BU1 - 1999: Busways • ICS1 - 2000: Industrial Control and Systems: General Requirements • ICS2 - 2000: Industrial Control and Systems: Controllers, Contactors and Overload Relays • ICS3 - 1993 (R2000): Industrial Control and Systems: Medium Voltage Controllers rated 2001 to 7200 volts AC (Até 1993 a ICS3 era sobre “Factory Built Assemblies” e a ICS247 sobre “MV Contactors and Starters”) • ICS6 - 1993 (R2001): Industrial Control and Systems: Enclosures • ICS18 - 2001: Motor Control Centers • PB1: Panelboards • PB2 / PB2.1: Dead Front Switchboards
• IEEE Std 1584 - 2002: IEEE Guide for Performing Arc Flash Hazard Calculations • NFPA 70E – 2009: Electrical Safety Requirements for Employee Workplace • ANSI Z535.4 – 1998: Product Safety Signs and Labels • NEMA ICS 2.4 – 2003: NEMA and IEC devices for motor service – A guide for understanding the differences • ANSI/IEEE C37.04: Standard Rating Structure for AC HighVoltage Circuit Breakers • ANSI/IEEE C37.06: AC High-Voltage Circuit Breakers Rated on a Symmetrical Current Basis – Preferred Ratings and Related Required Capabilities • ANSI/IEEE C37.09: Standard Test Structure for AC HighVoltage Circuit Breakers • ANSI/IEEE C37.50: Low-voltage AC Power Circuit Breakers used in enclosure – Test Procedures • ANSI/IEEE C37.51: Metal-enclosed Low-voltage AC PowerCircuit-Breaker Switchgear Assemblies – Conformance Test Procedure • ANSI/IEEE C37.54: Conformance Test Procedures for indoor AC MV Circuit breakers applied as removable element in Metal-enclosed Switchgear • ANSI/IEEE C37.55: Medium Voltage Metal-clad Assemblies – Conformance Test Procedures • ANSI/IEEE C37.57: Assemblies Conformance Testing • ANSI/IEEE C37.59: Standard Requirements for Conversion of Power Switchgear Equipment Como já mencionado anteriormente, o universo normativo é muito dinâmico, por conta disso, é recomendável consultas periódicas a documentos ou páginas eletrônicas dos principais órgãos normativos. A seguir, é apresentada uma lista básica de referência: • www.abnt.org.br; • www.iec.ch; • www.ieee.org; • www.cigre.org; • www.ansi.org; • www.nema.org. *Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de
Outras normas nacionais / internacionais associadas ao uso de painéis elétricos: • NR-10: Norma Regulamentadora número 10 • NFPA-70: National Electrical Code (NEC)
Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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Capítulo II Metodologia e resultados Por Marcus Possi*
O capítulo anterior falou sobre a oportunidade de ser a instalação elétrica como garantia de qualidade no nosso cotidiano, quer para os profissionais, quer para os usuários. Foi apresentado o conceito da inspeção, em particular, a primeira etapa do trabalho: o entendimento e o planejamento do trabalho. Este artigo abordará os processos e os resultados esperados. De modo mais simples, o “como fazer a inspeção” e “o que esperar de produtos dessa atividade”, lembrando sempre que estamos falando de um serviço na área elétrica.
Processos Processo (do latim procedere) é um verbo que indica a ação de avançar, ir para frente (pro+cedere) e é um conjunto sequencial e particular de ações com objetivo comum. Pode ter os mais variados propósitos: criar, inventar, projetar, transformar, produzir, controlar, manter e usar produtos ou sistemas. O processo da inspeção das instalações elétricas passa necessariamente pela definição
e pelo entendimento de uma metodologia de trabalho a ser adotada. Inclui os processos de produção de documentos a serem utilizados com a sua elaboração e personalização caso a caso, e do desenvolvimento ou uso de ferramentas de inspeção consagradas objetivando agilizar e acelerar o processo, reduzindo custos.
Metodologia Metodologia é o estudo dos métodos. As etapas a seguir num determinado processo têm como objetivo captar e analisar as características dos vários métodos indispensáveis, avaliar suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou as implicações de sua utilização. Além de ser uma disciplina que estuda os métodos, a metodologia é também considerada uma forma de conduzir a pesquisa ou um conjunto de regras para ensino de ciência e arte. A metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa.
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É necessário que o responsável da equipe de inspeção entenda que sem ordem, sem atendimento aos requisitos e aos anseios dos seus clientes e usuários e, o mais importante, sem a segurança dos participantes não haverá resultados a baixo custo e com a qualidade adequada. Talvez o ponto mais importante seja o destaque de que os procedimentos citados devem constar e ser parte da formação e treinamento das equipes de trabalho. Devem ser considerados também o cuidado com a forma que os resultados serão processados e produzidos pela equipe, como administrar as revisões e promover reuniões de entendimento e de aconselhamento para melhor unificação desses resultados e suas causas de desvios durante a produção. Entenda-se então aqui por metodologia um conjunto de procedimentos desenhados especificamente para o fim de inspeção, sua forma de uso, definição dos atores de ação do processo e as regras de monitoramento e controle de desvios, definidos pelas práticas de mercado ou pela experiência de profissionais ou organizações. Podemos destacar que uma metodologia de trabalho em instalações elétricas energizadas deve atender também
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aos requisitos da Norma Regulamentadora nº 10 do Ministério do Trabalho e Emprego e assim reunir aos passos do trabalho da inspeção a verificação de riscos potenciais e de segurança. Sendo um conjunto de procedimentos, deixamos claro aqui que a declaração formal também faz parte, assim como inclusão do prontuário das instalações elétricas e divulgação antes do início dos trabalhos.
Documentação Os procedimentos descritos anteriormente são a garantia da melhor prática dos serviços. As inspeções, ainda que aparentemente simples ou de baixa quantidade de tempo despendido na sua realização, precisam ser finalizadas com provas. O que realmente garante a facilitação, o registro e a comprovação de sua execução são os documentos que esses procedimentos utilizam. A definição de quais documentos devem ser produzidos e de como eles serão feitos depende de cada instalação, da rotina de trabalho e do ambiente, e sempre que possível partindo de uma referência ou documento base e padrão. Podemos destacar aqui que um “pedido de trabalho” é
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um documento, a partir do qual se inicia o processo. A “ordem de serviço” é outro documento, responsável por definir a equipe, os limites e as ações a serem tomadas. Por fim, os “relatórios” encerram as anotações daquilo que foi feito, seus participantes e resultados finais. Devemos ter em mente que é necessário procurar e entender os padrões existentes e como considerá-los padrões de uso e de qualidade. Devemos estar preparados para – se necessário – criar listas, formulários ou outros documentos com aderência às melhores práticas de inspeção e gestão de processos. A adequação aos padrões das instituições certificadores ou de qualidade nacionais ou internacionais é uma condição de alto valor agregado.
Ferramentas As ferramentas são dispositivos que aceleram, aumentam a produtividade e reduzem custos locais e totais de todas as ações laborais conhecidas. Por vezes no trabalho encontramos ferramentas mais ou menos adequadas para seu apoio, mas classificamos como ferramentas qualquer dispositivo que alcance esses objetivos. Para a produção acelerada, mantidas as garantias de qualidade e de segurança, é necessário identificar quais ferramentas existem, quais são as mais adequadas no sentido técnico e econômico, e essas devem ser catalogadas nesse início para que o responsável pelo serviço possa definir a mais adequada e oriente a equipe a utilizá-las, mesmo que demande alterações ou as melhorias necessárias. No decorrer dos nossos artigos, as ferramentas serão objeto de algum cuidado especial, o uso de listas de verificação, quer na forma tradicional impressa, quer na forma eletrônica móvel, ainda é única para nossa atividade de inspeção. Resultados
Os resultados são nosso objetivo. Os resultados são o produto final de nosso trabalho de inspeção e aqui com destaque as inspeções elétricas. Ao longo dos anos, vimos surgir: 1) as medidas apresentadas pelo Ministério do Trabalho com a publicação da NR 10; 2) as necessidades da sociedade por vistorias nos parques de diversões; 3) as demandas do Ministério do Esporte com inspeções dos estádios de futebol; 4) e agora a autovistoria predial com emissão de Laudo Técnico de Vistoria Predial (LTVP). Apresentaremos a seguir esses quatro resultados separadamente, designado por letras de (A) a (C):
A – Resultados para o Ministério do Trabalho - medidas apresentadas pela NR 10; B – Resultados para o Ministério do Esporte – medidas apresentadas pela Portaria nº 238; C – Autovistoria.
A - Resultados para o Ministério do Trabalho – medidas apresentadas pela NR 10 Nesse caso, quando falamos em resultados no tema inspeção em instalações elétricas com foco na NR 10, devemos ratificar o conceito de relatório. A inspeção produzirá um resultado único que informará ao demandante o atendimento ou não, de parte ou de todo, de uma instalação elétrica contra um padrão ou conjunto de padrões, independentemente da opinião subjetiva dos usuários, do autor do relatório, do cliente ou do propósito do documento. Melhor dizendo, será um relato do que foi encontrado. Mais uma vez aqui é ratificado que, para a produção do relatório técnico de inspeção, é essencial o entendimento da importância das normas técnicas brasileiras e internacionais. Reconhecida e renomada pelo seu trabalho na sociedade, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com a sua atuação através de comitês e grupos de trabalho, produzindo e revisando as normas técnicas brasileiras com uma visão que sempre prima pela segurança dos trabalhadores, das instalações e do negócio dos envolvidos na nossa sociedade, é referenciada em todos os órgãos públicos e privados. As normas técnicas brasileiras estão sempre em sintonia com as normas internacionais, facilitando assim o atendimento aos requisitos de globalização que passamos já comentados. É ela (a ABNT) que primeiro nos dá as referências de balizamento para as inspeções, como será detalhado mais adiante, mas tendo como foco de nosso trabalho a NR 10, que, sem dúvida, será a diretriz principal. Com esse foco mais específico, diremos que os resultados agora são o conjunto do relatório técnico de vistoria ou inspeção, e para complementar o “plano de ação corretivo”, que é gerado por conta da necessidade de restabelecimento das “não conformidades” encontradas. Eventualmente, as empresas de grande porte ou que atuam em áreas de risco possuem padrões de segurança de maior rigor, os quais devem ser considerados na montagem dos procedimentos, documentos e, consequentemente, nos resultados a serem apresentados.
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RTI – NR 10
Relatório Técnico de Inspeções – documento que, ao ser finalizado, conta com a estrutura técnica tradicional de um documento tipo, no qual se podem observar as não conformidades, seu grau de importância e gravidade, as referências e premissas adotadas e os habilitados responsáveis anotados pela sua execução. Sua classificação de gravidade deve atender ao previsto nas demais normas regulamentadoras. Plano de ação
O plano de ação é o conjunto de atividades ou medidas de controle, correções ou instalações necessárias para garantir que cada uma das não conformidades encontradas, isoladamente ou em conjunto, sejam eliminadas, com uma projeção de início e término geral, tendo de forma individualizada os prazos de execução.
B - Resultados para o Ministério do Esporte – medidas apresentadas pela Portaria nº 238 Quando falamos em resultados, no tocante à instalação em estádios de futebol, a inspeção produzirá, além do entendimento do documento relatório e da citada informação do atendimento ou não do padrão ou conjunto de padrões, uma declaração assertiva e de responsabilidade profissional de “em condições” ou “não condições”. Melhor dizendo, um laudo de aceitação capeando um relato do encontrado. Repete-se aqui que, para a produção do relatório técnico de inspeção, é essencial a compreensão da importância das normas técnicas brasileiras e internacionais, associada agora ao melhor entendimento de referências de balizamento para as inspeções, como será detalhado mais adiante neste trabalho. Mas aqui devemos destacar um objeto de referência maior e foco de nosso trabalho: a Portaria nº 238, de 9 de dezembro de 2010, que revoga a de nº 124, de 17 de julho de 2009, do Ministério do Trabalho e Emprego, em seu anexo II, Laudo de Vistoria de Engenharia. São citados como diretrizes básicas conceitos, definições, procedimentos e metodologias da norma de inspeção predial do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (Ibape/SP), da norma ABNT NBR 5674 – Manutenção de Edificações: Procedimentos e ABNT NBR 13752 – Perícias de engenharia na construção civil. Com esse foco mais específico, diremos que o resultado agora é complementado pelo plano de ação
corretivo/preventivo que é gerado por conta da necessidade de restabelecimento das não conformidades encontradas. As normas que devem ser consideradas são: ABNT NBR 5462 – Confiabilidade e condição de manutenção permanente e ABNT NBR 14037 – Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações – Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos. RTI
Relatório Técnico de Inspeções (RTI) – documento que, ao ser finalizado, conta com a estrutura técnica tradicional de um documento tipo em que se podem observar as não conformidades, seu grau de importância e gravidade, as referências e premissas adotadas e os habilitados responsáveis anotados pela sua execução. Plano de ação
O plano de ação é o conjunto de atividades ou medidas de controle, correções ou instalações necessárias para garantir que cada uma das não conformidades encontradas, isoladamente ou em conjunto, sejam eliminadas, com uma projeção de início e término geral, tendo de forma individualizada os prazos de execução. Sinopse do laudo
O laudo completo em sua forma e conteúdo é apresentado na portaria em referência, mas um documento menor e sintético aqui chamado sinopse é produzido com fins de facilitação de leitura e comprovação de declarações. No caso de estádios de futebol, esse laudo pode ser emitido em conjunto com outros profissionais de outras disciplinas, confirmando a ação multidisciplinar desse documento de trabalho ou pode ser emitido de modo individual para compor um conjunto maior e mais tardio. É importante mencionar aqui os critérios de legislação “crítico”, “regular” e “mínimo”, citados como elementos classificadores.
C - Resultados para a autovistoria – Lei estadual/RJ nº 6400 Quando falamos em resultados, no que se refere ao tema inspeção em instalações elétricas prediais com foco na legislação brasileira, é importante reforçar que a inspeção ainda produzirá um resultado único do estado de uma instalação elétrica, mas produzirá também uma declaração assertiva e de responsabilidade profissional de “em condições” ou “não condições”. Melhor dizendo, um
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laudo de aceitação capeando um relato do encontrado. Repete-se aqui, mais uma vez, que para a produção do relatório técnico de inspeção é essencial a compreensão da importância das normas técnicas brasileiras e internacionais, associada agora ao melhor entendimento de referências de balizamento para as inspeções, como será detalhado mais adiante nesse trabalho, mas aqui devemos também destacar a legislação em vigor, como por exemplo, no caso do Estado do Rio de Janeiro, com a Lei Estadual n° 6.400, de 5 de março de 2013, e suas leis complementares. São citados como diretrizes básicas os conceitos, definições, procedimentos e metodologia da norma de inspeção predial e a obrigatoriedade de autovistoria decenal pelos condomínios ou proprietários dos prédios residenciais, comerciais e pelos governos do Estado e dos municípios, nos prédios públicos, em suas instalações elétricas, com menos de 25 anos de vida útil e quinquenais para instalações prediais com maior vida útil, a contar do "habite-se". As vistorias devem ser executadas por profissionais ou empresas habilitadas junto ao respectivo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) ou pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro
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(CAU/RJ). A exceção está nos casos em que os prédios são tombados ou preservados (ficando sua vistoria a cargo do órgão público municipal responsável pela fiscalização da estabilidade e segurança das edificações) ou em prédios residenciais unifamiliares. A autovistoria é obrigatória para edificações de três ou mais pavimentos e para aquelas que tiverem área construída igual ou superior a 1.000 m², independentemente do número de pavimentos Com esse foco mais específico, mais uma vez diremos que o resultado agora é complementado pelo plano de ação corretivo/preventivo que é gerado por conta da necessidade de restabelecimento das “não conformidades” encontradas. Ainda falando em resultados, no tocante às instalações elétricas prediais, porém agora na cidade de Niterói, ainda no estado do Rio de Janeiro, pela Lei municipal de Niterói (RJ) nº 2.963, de 22 de junho de 2012, vemos clara a necessidade de realização de vistorias periódicas em edificações residenciais com quatro ou mais pavimentos, de uso misto, comercial e industrial; e prédios públicos. Por outro lado, o projeto de lei nº 713/2010 do município do
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Rio de Janeiro é mais restritivo, pois obriga a realização de inspeções a cada cinco anos, a partir da primeira inspeção obrigatória, em construções com mais de dez anos de utilização das instalações elétricas industriais, comerciais, residenciais e de serviços, exceto nas edificações específicas. Nestes casos especiais, a inspeção das instalações deverá ser anual, como nos seguintes exemplos: • Indústrias, oficinas e depósitos, com mais de 1.500 m² de área construída, mais de três andares, ou com material depositado, manipulado ou comercializado que possa ser considerado perigoso ou inflamável nos termos da regulamentação desta mesma lei; • Postos de abastecimento de veículos automotores; • Locais de comércio (varejo, atacado, supermercados, lojas de departamentos, centros de compras e assemelhados) com mais de 1.500 m² de área construída ou mais de três andares; • Locais de prestação de serviços com mais de 5.000 m² de área construída ou mais de nove andares; • Hospitais e prontos-socorros; • Locais abertos ao público em geral com mais de 3.000 m² de área construída e/ou com lotação superior a 300 pessoas; • Templos religiosos com lotação superior a 600 pessoas; • Restaurantes, bares, lanchonetes, boates e similares com lotação superior a 600 pessoas; • Locais destinados a eventos geradores de público em locais cobertos e fechados com capacidade de lotação superior a 700 pessoas. Ainda no âmbito do Município de Niterói-RJ, o laudo técnico de inspeção predial de que trata a citada Lei deverá ser elaborado em conformidade com o que dispõe a ABNT, acompanhado sempre da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), por profissional habilitado (engenheiro ou arquiteto) e ficha de vistoria. Já no município do Rio de Janeiro, um laudo elétrico só tem validade legal se assinada por engenheiro eletricista habilitado. RTI
Relatório Técnico de Inspeções – documento que, ao ser finalizado, conta com a estrutura técnica tradicional de um documento no qual se pode observar a identificação do imóvel e de seu responsável, as referências e as premissas adotadas, a metodologia utilizada, as não conformidades, seu grau de importância e gravidade, suas características e
prováveis causas, o prazo dentro do qual estarão garantidas as condições de segurança e estabilidade e, sendo o caso, as medidas reparadoras ou preventivas necessárias, além dos habilitados responsáveis anotados pela sua execução. Ainda deve ser registrado um parecer técnico classificando a situação da edificação como normal, sujeita a reparos ou sem condições de uso. O RTI deve, ainda, conter fotografias ilustrativas ou peça gráfica representativa das irregularidades encontradas, no caso da situação da edificação ser classificada diferente de normal. Plano de recomendações
O plano de ação é conjunto de atividades ou medidas de controle, correções ou instalações necessárias para garantir que cada uma das não conformidades encontradas, isoladamente ou em conjunto seja eliminada, com uma projeção de início e término geral, tendo de forma individualizada os prazos de execução. O laudo conterá a identificação do imóvel e de seu responsável, a metodologia utilizada, as informações sobre anomalias, suas características e prováveis causas, o prazo dentro do qual estarão garantidas as condições de segurança e estabilidade e, sendo o caso, as medidas reparadoras ou preventivas necessárias. É importante mencionar aqui os critérios de legislação “crítico”, “regular” e “mínimo”, citados anteriormente como elementos classificadores. Medidas extremas
A qualquer momento, a partir do início da realização da vistoria, sendo verificada a existência de risco imediato ou iminente para o público, o profissional responsável deverá informar imediatamente ao órgão municipal competente, para que sejam tomadas providências para o isolamento do local, quando cabível, em até 24 horas, dando conhecimento do fato ao responsável pelo prédio, por escrito. Neste capítulo podemos afirmar que é necessário entender não só as condições iniciais e as legislações que norteiam as regras das inspeções, mas também entender o “como fazer” para atingir os resultados esperados, atendendo aos clientes, sejam eles diretos ou indiretos, privados ou governamentais. *Marcus Possi é engenheiro eletricista, consultor e diretor da Ecthos Consultoria. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
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Capítulo II Considerações sobre manutenção Aspectos relacionados à manutenção de equipamentos e de instalações Por Marcelo Paulino*
No estabelecimento de um sistema de manutenção para um determinado processo produtivo ou um equipamento individual, devem-se estabelecer métodos buscando o desenvolvimento e a melhoria dos meios de execução das atividades realizadas pelo equipamento ou processo. Este texto discute modelos de planejamento de um sistema integrado de manutenção, apresentando as atividades desenvolvidas pelas equipes de manutenção e o conceito de manutenção. Deve-se estabelecer uma ideia clara e uniforme dos conceitos e dos princípios em que se baseiam as atividades de manutenção e buscar novas tecnologias, equipamentos e ferramentas que facilitem essa atividade. Dessa forma, o conceito de manutenção também tem se aperfeiçoado, no passado era definida como o reestabelecimento das condições originais dos equipamentos/sistemas, hoje se define como a garantia da disponibilidade da função dos equipamentos/sistemas com disponibilidade e confiabilidade, segurança e preservação do meio ambiente, sempre ao menor custo possível.
Conceito de manutenção A ABNT NBR 5462/94 define a manutenção como “a combinação de ações técnicas e administrativas, incluindo supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida”. Nestes termos, “manter” significa “fazer tudo o que for preciso para assegurar que um equipamento continue a desempenhar as funções para as quais foi projetado, num nível de desempenho exigido”. Assim, tem-se que a manutenção pode ser encarada como um conjunto de atividades onde se devem estabelecer todas as ações necessárias para manter um item em funcionamento, ou restabelecer seu funcionamento, segundo a finalidade para qual ele se destina, em condições satisfatórias. Este conjunto de atividades se caracteriza pela formação de um quadro de mão de obra qualificada e da implementação de um sistema, o qual integre todas as áreas da empresa, em prol do aumento da produtividade e diminuindo os custos
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de produção. Tecnicamente, tem-se a utilização de sistemas e equipamentos que facilitem a detecção de problemas. Portanto, uma definição mais atual poderia ser: um conjunto de ações de gestão, técnicas e econômicas, aplicadas ao bem, com o objetivo de mantê-lo, aumentando seu ciclo de vida. Uma comparação entre o conceito de manutenção convencional e o conceito aplicado hoje é descrito por Kardec e Lafraia (2002), em que “até pouco tempo, o conceito predominante era de que a missão da manutenção era de restabelecer as condições originais dos equipamentos/sistemas. Hoje, a missão da manutenção é garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção ou de serviço, com confiabilidade, segurança, preservação do meio ambiente e custo”.
A importância da manutenção Na indústria, o capital empregado em máquinas e equipamentos é elevado e, portanto, é interessante que essas máquinas e equipamentos ofereçam uma
produção satisfatória, tanto em termos de eficiência quanto em termos de tempo em que estes estarão aptos a operar. A Associação Brasileira de Manutenção (Abraman) destaca em pesquisa o crescimento, nos últimos anos, da utilização de métodos de engenharia de manutenção, como a Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC) e seis sigmas. A engenharia da manutenção é considerada um tipo de manutenção, pois é a adoção de técnicas e ferramentas de gestão que são aplicados no dia a dia da função. Uma gestão estratégica da manutenção avança do nível mais baixo de planejamento, ou seja, manutenção corretiva não planejada, para o nível mais alto, a engenharia de manutenção. A mesma pesquisa aponta que a relação entre o custo da manutenção pelo faturamento bruto da empresa fica em torno de 4% na série histórica de 1999 a 2011. Observa-se tendência de queda na proporção custo total da manutenção/faturamento bruto. Essa é uma tendência nas empresas brasileiras, à medida que se emprega tipos de manutenção mais eficazes, embora o alto custo inicial, a médio e longo prazo, reduz-se
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o comprometimento do faturamento bruto. Entretanto, torna-se evidente a importância da manutenção no orçamento empresarial. Uma boa manutenção reduz perdas de produção porque visa assegurar a continuidade da produção, sem paradas, atrasos, perdas e assim entregar o produto em tempo hábil. Em resumo, a manutenção é de grande importância, porque: • aumenta a confiabilidade, pois a boa manutenção resulta em menos paradas de máquinas; • melhora a qualidade, já que máquinas e equipamentos mal ajustados têm mais probabilidade de causar erros ou baixo desempenho e podem causar problemas de qualidade; • diminui os custos, devido ao fato de que, quando bem cuidados, os equipamentos funcionam com maior eficiência; • aumenta a vida útil, mesmo com cuidados simples, como limpeza e lubrificação, garantem a durabilidade da máquina, reduzindo os pequenos problemas que podem causar desgaste ou deterioração; • melhora a segurança, pois máquinas e equipamentos bem mantidos têm menos chance de se comportar de forma não previsível ou não padronizada, evitando, assim, possíveis riscos ao operário.
As atividades de manutenção A divisão clássica das atividades de manutenção é aquela em que se tem a corretiva, a preventiva, a preditiva e a sistemática. Diversos autores têm oferecido classificações como: • Manutenção corretiva • Manutenção preventiva • Manutenção preditiva • Manutenção Produtiva Total (TPM) A manutenção corretiva é a forma mais primária de manutenção é a realizada após a ocorrência de um defeito qualquer, o qual, em geral, torna indisponível o equipamento. Naturalmente, isto implica desligamentos fora de previsão, em momentos pouco adequados, levando, por vezes, a prejuízos consideráveis. A manutenção preventiva é o conjunto de atividades desenvolvidas visando à solução para ocorrência de
condições insatisfatórias, ou, se ocorrerem, evitar que se tomem cumulativas. Resultam em reduzir a necessidade de se adotarem ações corretivas. A manutenção sistemática é aquela que se caracteriza pela substituição de componentes dos equipamentos ou de todo ele. Entretanto, com o desenvolvimento da Manutenção Produtiva Total (TPM) inicia-se o planejamento de um sistema de manutenção integrado com todo o processo produtivo, onde a manutenção não mais figura como uma atividade secundária, e sim como um sistema onde ocorra uma melhoria na aplicação dos diversos métodos de manutenção, buscando aperfeiçoar os fatores técnicos e econômicos da produção. Na realidade, a nomenclatura não é o mais importante, embora gere confusões, mas, sim, o conceito. Isso permite a escolha do tipo mais conveniente para um determinado equipamento, instalação ou sistema. Uma classificação proposta bastante adequada e difundida em relação aos tipos de manutenção é: • Manutenção corretiva não planejada • Manutenção corretiva planejada • Manutenção preventiva • Manutenção preditiva • Manutenção detectiva • Engenharia de manutenção
Manutenção corretiva A manutenção corretiva é a forma mais primária de manutenção. Na realidade, é a reparação de instalações e equipamentos, geralmente de emergência, sendo, normalmente, realizada após a ocorrência de um problema qualquer, o qual os torna indisponíveis. De acordo com a ABNT NBR 5462/94, ela é “a manutenção efetuada após a ocorrência de uma pane, destinada a colocar um item em condições de executar uma função requerida”. De qualquer forma, o objetivo é a atuação para correção da falha ou do desempenho menor que o esperado. Portanto, podemos então definir como manutenção corretiva não planejada a correção da falha de maneira aleatória, ou seja, é a correção da falha ou defeito após a ocorrência do fato. Esse tipo de manutenção implica em altos custos, pois causa perdas de produção; a extensão dos danos aos equipamentos é maior. Naturalmente, isto implica desligamentos fora de previsão, em momentos pouco adequados, uma
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extensão maior dos danos aos equipamentos e levando, por vezes, a prejuízos consideráveis. A evolução desse processo é a manutenção corretiva planejada. Consiste na atividade de manutenção em função de um acompanhamento preditivo, detectivo, ou até pela decisão gerencial de se operar até a falha. Consequentemente, esse tipo de manutenção é planejado e, deste modo, acarreta menor custo, mais segurança e maior rapidez na atuação. A organização, planejamento e controle são fatores que proporcionam a confiabilidade no investimento de manutenção, ou seja, são pontos vitais para a sobrevivência da manutenção e seus resultados.
Manutenção preventiva A manutenção preventiva é todo serviço de manutenção realizado em máquinas que não estejam em falha, estando com isso em condições operacionais ou em estado de defeito. Ainda define-se como a manutenção efetuada em intervalos predeterminados ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação de um funcionamento de um equipamento. A ABNT NBR 5462/94, por sua vez, define como a manutenção efetuada em intervalos pré-determinados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item. Um plano de manutenção preventiva é um conjunto de ações executadas em intervalos fixos ou segundo critérios preestabelecidos. Tem como meta principal a redução ou eliminação de falhas ou defeitos nos equipamentos ou sistemas, além de evitar que se tornem cumulativas, resultando em redução da necessidade de se adotarem ações corretivas, com finalidade de evitar quebras e paradas desnecessárias no processo, tornando-o mais confiável e capaz, com maior produtividade e qualidade. Fundamentalmente, a manutenção preventiva deve agir com antecedência para acabar ou diminuir as causas potenciais de falhas nos equipamentos. Para tal, deve conter um conjunto de medições tecnicamente adequadas, as quais devem ser selecionadas entre uma grande variedade de alternativas; além disto, é necessário que se associe confiabilidade e custo com um programa de atividades compatíveis.
Naturalmente, as medidas preventivas são endereçadas para as causas mais comuns de faltas dos equipamentos de certa instalação. Nasce então a necessidade das equipes de manutenção estar dotadas de sistemas de teste capazes de simular as causas mais comuns de faltas e propiciar uma pesquisa sólida de defeitos, no menor tempo possível. Quando a manutenção preventiva baseia-se em intervalos de tempo, é conhecida como Manutenção Baseada no Tempo (Time Based Maintenance – TBM). Atente-se para o fato de que definir os intervalos entre intervenções em cada equipamento é um dos aspectos mais problemáticos para uma boa preventiva. Como há dúvida sobre os tempos mais adequados, há a tendência de se agir com conservadorismo e, assim, tais intervalos, normalmente, são menores que o necessário, implicando em paradas e troca de peças desnecessárias. A seguir é transcrito o resultado de pesquisa realizada pelo Cigré Brasil com a colaboração de 12 empresas de transmissão, geração e distribuição entre os meses de agosto e setembro de 2012, sobre práticas de manutenção baseada no tempo. Os resultados das práticas de manutenção realizadas nestas empresas validaram o apresentado na pesquisa realizada pelo Cigré internacional. Dos resultados apresentados nesta pesquisa pode-se destacar que as práticas de manutenção variam significativamente entre os usuários do transformador. Os fatores possíveis que podem influenciar nas práticas de manutenção são: • Características e especificações do transformador; • A qualidade dos componentes instalados no transformador; • A função exigida do transformador (carga, operação do CDC); • O ambiente em que o transformador está instalado (temperatura, umidade); • O índice histórico de falhas do transformador e tipos de falha; • O nível de redundância do transformador e as consequências de sua indisponibilidade; • A modalidade de falha e os seus efeitos na segurança da subestação; • A cultura e o foco de companhia baseados na manutenção;
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• A disponibilidade e os custos de trabalho; • O grau de implementação de tecnologias modernas; • A presença de um programa de otimização da manutenção. A Tabela 1 resume as práticas de manutenção típicas que foram relatadas na pesquisa. Caberá a cada usuário determinar que nível de manutenção seja apropriado dependendo da situação. Pode-se igualmente notar que o nível de manutenção pode ser diferente para cada
ação realizada no mesmo grupo de transformadores, dependendo de cada situação particular. A designação do intervalo de manutenção como leve, regular e intensivo refere-se à intensidade da realização das atividades de manutenção posto que muitos fatores influenciam na política de manutenção. Portanto, a Tabela 2 descreve os três diferente níveis.
Tabela 1 – Pesquisa do Cigré Internacional: Resultados entre manutenções adotadas (Cigré Brasil, GT A2.05, 2013)
Intervalo Ação
Regular
de manutenção
Leve
Intensivo
Comentário
6 meses
1 mês
1 ano
Em operação
Inspeção visual detalhada
1 ano
3 meses
1 semana
Em operação
Análise dos gases dissolvidos
2 anos
1 ano
3 meses
Teste físico-químico do óleo
6 anos
2 anos
1 ano
Inspeção visual
Limpeza do sistema de resfriamento
Condicional
Condicional Qualquer intervalo O desligamento do equipamento poderá ser necessário
Verificação de acessórios
12 anos ou condicional
Ensaios elétricos básicos
Condicional
Ensaios de isolamento (Fator de potência)
Condicional
6 – 8 anos
2 – 4 anos
12 anos
6 – 8 anos
4 anos
Inspeção interna do CDC
A periodicidade pode variar com a instalação de sistema de monitoramento
6 – 8 anos
1 – 2 anos
Com desligamento do equipamento
Condicional Qualquer intervalo Com desligamento do equipamento Com desligamento do equipamento Considerar recomendações do fabricante, número de operações e tecnologia empregada
Manutenção de transformadores
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Tabela 2 – Intervalos de manutenções versus características (Cigré Brasil, GT A2.05, 2013)
Intervalos
Características
de manutenção
Leve
• Transformadores
equipados com componentes que são conhecidos
por serem muito confiáveis; •
Baixa carga e baixo número de operações de comutadores de tap;
•
O transformador não opera em um ambiente agressivo;
• Tecnologias avançadas do transformador exigem menos manutenção;
Intensivo
•
Baixas consequências em caso de falha;
•
Componentes que são conhecidos por exigirem atenção frequente;
•
Carga elevada, número elevado de operações do comutador sob
carga; • Transformador
Regular
e a Manutenção Baseada na Condição. Isso significa, na realidade, que a manutenção preditiva pode ser encarada como uma subárea da manutenção preventiva. No entanto, apresenta algumas características específicas:
que operam em ambiente agressivo;
•
Graves consequências em caso de falha inesperada;
•
Qualquer situação que esteja entre os níveis anteriores.
Manutenção preditiva A manutenção preditiva é composta pelas tarefas de manutenção preventiva que visam acompanhar a máquina ou as peças, por monitoramento, por medições ou por controle estatístico e tentar predizer a proximidade da ocorrência da falha. A ABNT NBR 5462/94, por sua vez, define como “aquela que permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de amostragem para reduzir a um mínimo as manutenções corretivas e preventivas”. A manutenção preditiva é o conceito moderno de manutenção, na qual emprega-se um conjunto de atividades de acompanhamento de determinados elementos, das variáveis ou parâmetros que indicam o desempenho dos equipamentos, de modo sistemático, visando definir a necessidade ou não de intervenção. Este tipo de manutenção baseia-se na possibilidade de predição da ocorrência de uma falha ou defeito, por meio de vários métodos que envolvem desde equipamentos modernos de medição e análise até a pura observação do comportamento do equipamento. A manutenção preditiva visa substituir, se possível, a manutenção preventiva, assim como, reduzir ao máximo as intervenções corretivas. No entanto, se os seus resultados indicarem a necessidade, ocorrerá a Manutenção Baseada na Condição (Condition Based Maintenance – CBM). Algumas empresas adotam uma classificação em que a preventiva engloba a Manutenção Baseada no Tempo
• Não é necessário que haja o desligamento do equipamento para a sua aplicação; • Não há o dano do equipamento, como no caso da corretiva; • Não se baseia em informações sobre a durabilidade de certo componente. A manutenção preditiva permite maior tempo de operação dos equipamentos e o planejamento das intervenções de manutenção com base em dados e não em suposições, promovendo o mínimo de paradas. Entretanto, esse processo necessita de acompanhamentos, monitoramentos e inspeções periódicas, por meio de instrumentação específica, além de procedimentos adequados para obtenção de dados. Outro ponto é a necessidade de profissionais especializados para execução das atividades. Esse cenário causa aumento significativo de custos.
Manutenção detectiva A manutenção detectiva efetua um processo de monitoramento dos dados do sistema por meio de informações dos sistemas de medida, proteção e comando, buscando detectar falhas, defeitos ocultos ou não perceptíveis para o pessoal de operação e manutenção. À medida que ocorre o aumento da utilização de dispositivos eletrônicos inteligentes nos sistemas de proteção, controle e automação nas instalações, maior será a capacidade de atuação da manutenção detectiva para garantir a confiabilidade e a manutenção da instalação. Uma grande vantagem da manutenção detectiva é a verificação do sistema sem parada de operação, possibilitando uma correção da não conformidade encontrada com o sistema em operação. Sua desvantagem consiste na necessidade do uso de modernos sistemas de controle e automação e a excelência dos profissionais com treinamento e com habilitação para execução do trabalho. Esse tipo de manutenção é novo e, por isso mesmo, muito pouco mencionado no Brasil.
Engenharia de manutenção
Conforme já descrito anteriormente, a Engenharia de
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Manutenção de transformadores
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Manutenção é definida como o conjunto de atividades que permite o aumento de confiabilidade e garantia de disponibilidade. Basicamente é adotar procedimentos para diminuir as atividades corretivas, eliminando problemas crônicos, melhorando os padrões e processos, além de desenvolver a “manutenibilidade”, ou seja, dotar a instalação de características como facilidade, precisão, segurança e economia na execução de ações de manutenção. A engenharia de manutenção procura obter soluções definitivas para eliminar ou diminuir o máximo possível a ocorrência de defeitos ou falhas no sistema ou equipamento. Dado um evento, estudam-se as possíveis causas e realizam-se ações que resultem em uma modificação do componente e eliminação do mesmo. A engenharia de manutenção utiliza os dados obtidos nas demais atividades de manutenção para implementação das melhorias.
Outras atividades relacionadas ao sistema de manutenção Outras atividades que se relacionam com o conceito de manutenção, porém não estão inclusas nas definições clássicas, são o comissionamento, a inspeção e a recepção de equipamentos. A recepção é o conjunto de atividades desenvolvidas para a colocação de uma instalação ou equipamento em operação. Tais atividades caracterizam-se pelo acompanhamento e execução dos serviços e encargos referentes às diversas fases por que passa uma instalação, desde a fase de planejamento até a fase de entrada em operação comercial. O comissionamento é uma etapa das atividades de recepção, que consiste em fazer verificações e executar ensaios que demonstrem estarem todos os equipamentos e instalações de acordo com o projeto e funcionamento dentro das garantias contratuais e especificações, antes da entrada em operação comercial. Por outro lado, observe-se que, normalmente, os equipamentos comprados são ensaiados na fábrica e, dependendo do seu grau de importância e custo, é necessário que o comprador verifique se o fabricante atende as normas e dispositivos contratuais. Assim é necessário inspecionar a execução de tais atividades. Nesse sentido, é possível levantar a questão sobre o fato de que se o equipamento já foi ensaiado na fábrica, por que testá-los antes da entrada em operação?
Os motivos são variados, ou seja, os testes permitem:
• Verificar se o equipamento não foi danificado no transporte; • Verificar se o equipamento, quando armazenado à espera de montagem, não sofreu qualquer avaria (corrosão, umidade, danos, etc.); • Verificar aspectos corretos de montagem e alguns testes do fabricante. Tem-se ainda que os objetivos principais do comissionamento são: • Fazer verificações e executar os ensaios que demonstrem estar sendo ligados ao sistema, para operação comercial, equipamentos e instalações em condições de manter o nível de confiabilidade, continuidade e segurança exigidos de acordo com o projeto e funcionamento dentro das especificações e garantias contratuais; • Levantar características, aferir e ajustar todos os componentes dos diversos circuitos de controle, proteção, medição, supervisão, etc.; • Registrar valores iniciais dos parâmetros determinantes de cada equipamento, indispensáveis ao estabelecimento de um sistema confiável de manutenção e controle; • Verificar a fidelidade dos desenhos finais e fornecer subsídios para elaboração dos desenhos “como construído” (As built); • Garantir a segurança do pessoal e dos equipamentos; • Estabelecer os limites operativos confiáveis para os diversos equipamentos; • Completar o treinamento específico da equipe técnica responsável pela operação e manutenção da instalação; • Garantir a segurança da energização inicial; • Assegurar o fornecimento das peças reservas, acessórios e ferramentas especiais previstas em contrato; • Orientar os órgãos das áreas financeiras quanto aos itens a serem capitalizados/patrimoniados; • Transferir para os órgãos responsáveis a responsabilidade pela guarda, operação e manutenção da instalação.
Ciclo de operação e manutenção de transformadores Caso seja detectada alguma não conformidade no transformador, técnicas adequadas são utilizadas para determinar sua extensão ou gravidade. Os resultados serão utilizados para subsidiar a decisão de intervenção,
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Figura 1 – Ciclo de operação e de manutenção do equipamento, desde o seu comissionamento até o fim de sua vida útil (Cigré Brasil, GT A2.05, 2013).
manutenção corretiva ou retorno à operação. A Figura 1 mostra um fluxograma com o ciclo de operação e manutenção de transformadores.
Brasileiro de Manutenção, Curitiba, 2011. • NEPOMUCENO, L. X. Técnicas de manutenção preditiva. São Paulo: Edgard Bluche, v. 1, 501 f., 1989.
Referências • PAULINO M. E. C. Considerações sobre modelos de sistema integrado de manutenção e testes automatizados de proteção Elétrica. Congresso Brasileiro de Manutenção – ABRAMAN, 2005. • ALMEIDA, A. T. L.; PAULINO M. E. C. Manutenção de transformadores de potência. Curso de Especialização em Manutenção de Sistemas Elétricos – UNIFEI, 2012.
• GT A2.05. Guia de manutenção para transformadores de potência. CIGRE Brasil – Grupo de Trabalho A2.05, 2013. • WG A2.34. Guide for transformer maintenance. CIGRE Internacional, Working Group A2.34, 2011. • BATITUCCI, M. D. Comissionamento a primeira atividade de manutenção. Manutenção, n. 28, jan./fev. 91, p. 31-38.
• FERREIRA, A. B. H. Novo Aurélio – O Dicionário da Língua
*Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro
Portuguesa – Século XXI. São Paulo: Ed. Nova Fronteira, 2001.
eletricista e especialista em manutenção de sistemas
• ABNT NBR 5462. Confiabilidade – terminologia. Associação
elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), 1994.
(EFEI). Atualmente, é gerente técnico da Adimarco |
• KARDEC, Alan; LAFRAIA, João. Gestão estratégica e confiabilidade.
mecpaulino@yahoo.com.br.
Rio de Janeiro: Qualitymark, ABRAMAN. 80 f., 2002. • ABRAMAN, Associação Brasileira de Manutenção. A situação da manutenção no Brasil – documento nacional 2011, 26º Congresso
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Reportagem Por Bruno Moreira
OOSetor SetorElĂŠtrico ElĂŠtrico/ /Fevereiro Fevereirode de2014 2014
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Marco histórico no setor de baixa tensão Portaria nº 51 do Inmetro, que fornece diretrizes para a certificação voluntária das instalações elétricas de baixa tensão, finalmente, é publicada e deve dar força para o setor nesta demanda antiga
O dia 30 de janeiro de 2014 tornou-se um marco
No início dos anos 1990, alguns profissionais do
histórico para os profissionais da área de engenharia elétrica
setor chegaram a visitar a prefeitura de São Paulo para
de todo o país. Isto porque nesta data foi publicada no
saber se haveria possibilidade de isso se tornar realidade.
Diário Oficial da União (DOU) a Portaria nº 51 do Instituto
Fizeram uma reunião com representantes do Departamento
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro),
de Controle do Uso de Imóveis (Contru) do município de
que aborda os Requisitos de Avaliação da Conformidade
São Paulo, mas não obtiveram êxito. De acordo com o
(RAC) para Instalações Elétricas de Baixa Tensão ou, em
engenheiro eletricista e sócio da Barreto Engenharia, Paulo
outras palavras, fornece as diretrizes para a certificação
Barreto, que participou desse movimento, a resposta na
voluntária dessas instalações.
ocasião foi de que a obrigatoriedade já estava contemplada
no código de obras das legislações municipais. “Mas é
Trata-se de uma demanda antiga dos profissionais da
área: a certificação. Ela surge como uma garantia de que
óbvio que isso não era verificado”, diz Barreto.
as instalações projetadas estão de acordo com as regras
presentes na norma ABNT NBR 5410, que estabelece as
seria
condições que devem satisfazer as instalações elétricas em
estabelecimentos a ela. Segundo o engenheiro eletricista,
baixa tensão (BT). Com este tipo de chancela, haveria uma
diretor da Hilton Moreno Consulting, Hilton Moreno,
garantia de que a instalação está funcionando corretamente
no final da década de 1990, diversos órgãos do setor
e de que pessoas, animais e bens materiais estão seguros.
interessados nessa causa chegaram a fazer reuniões com a
Para muitos destes profissionais a certificação deveria ser
recém-criada agência, que sinalizava na direção de atender
obrigatória. Por exemplo, atrelada ao Habite-se, documento
às demandas dos profissionais envolvidos com instalações
emitido pela prefeitura de um determinado município atestando
elétrica em BT. O Inmetro seria chamado posteriormente
que o imóvel foi construído em acordo com as exigências
pela Aneel para atuar como desenvolvedor e gestor desse
estabelecidas para a aprovação de projetos. Apenas com o
documento oficial. O formato foi construído na ocasião,
Habite-se uma edificação pode ser efetivamente utilizada e,
porém, não houve a continuidade do tema até este
neste caso, sem a certificação não haveria este aval.
momento.
Outra estratégia para tornar compulsória a certificação vincular
a
ligação
da
energia
elétrica
nos
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Reportagem
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Apesar dos reveses, as diversas associações do setor
a portaria. “Ao vender um produto a uma determinada
não desistiram da ideia da certificação. Chegaram em 2008
empresa, eles podem falar a respeito da importância da
a fundar a Certiel Brasil, entidade que desde então promove
certificação”, diz Daniel, salientando que pretende contar
e realiza a certificação voluntária das instalações elétricas
com a colaboração de todos nesta tarefa.
em baixa tensão, mas em caráter não oficial. Faltava ainda um documento que regulamentasse este segmento para que
De olho nas empresas públicas
a pauta ganhasse força. Diversas empresas públicas pediam por isso, inclusive. E esta norma veio com a portaria nº 51
A portaria do Inmetro finalmente saiu. E com uma
do Inmetro.
legislação que ancore este segmento, os profissionais
Conforme Moreno, esta portaria é um refinamento
preocupados com esta causa renovaram suas esperanças
de todos os documentos técnicos que começaram a ser
na luta pela certificação das instalações em baixa tensão.
produzidos desde o final da década de 1980 e começo
Contudo, há sempre o receio de que isso não seja suficiente
da década de 1990, objetivando a certificação das
– mesmo porque se trata de um documento que remete à
instalações BT.
certificação em âmbito voluntário – e que a procura por certificações não aumente.
Momento de divulgar
Segundo o analista sênior de normas técnicas da Abinee, Geraldo Takeo Nawa, para evitar que a luta pela
Atualmente, as entidades do setor estão na etapa de
certificação que culminou na portaria do Inmetro não
divulgação do documento normativo. De acordo com o
seja vã, a meta das associações deve ser a de criar “uma
diretor executivo do Sindicato da Indústria de Condutores
massa crítica”, melhor explicando, conseguir algumas
Elétricos, Trefilação, Laminação de Metais Não Ferrosos
companhias que aceitem certificar suas instalações para
do Estado de São Paulo (Sindicel), Valdemir Romero,
estimular outras a fazerem o mesmo. E, de acordo com
todas as associações e sindicatos do setor elétrico já estão
o superintendente da Certiel, as empresas públicas são
divulgando a portaria de forma intensiva. “O Sindicel,
candidatas interessantes, até porque, como dito, elas estão
por exemplo, publicou em seu site e enviou mala direta e
esperando por isso.
e-mail marketing para seus associados a respeito do tema”,
A expectativa, conforme Eduardo Daniel, é de
diz o diretor.
que, a partir da portaria do Inmetro, empresas como a
Do mesmo modo, o Instituto Brasileiro do Cobre
Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano
(Procobre) vem divulgando internamente junto a seus
(CDHU) do Estado de São Paulo, o Banco Central e a
associados a portaria nº 51 do Inmetro. E em meados
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
deste ano, conforme o diretor executivo do entidade,
(Infraero) adquiram mais confiança para, nos editais
Antonio Maschietto, será publicado um dossiê a respeito
públicos
das instalações elétricas do país em que este assunto da
construir edificações públicas –, exigir instalações
portaria do Inmetro certamente será abordado.
elétricas certificadas. Dessa forma, a certificação, que é
Outra entidade do setor que vem trabalhando no
voluntária, se tornaria obrigatória via edital.
intuito de difundir o conteúdo do documento do Inmetro
é a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
é a CHDU. A empresa pública investe apenas em casas e
(Abinee). De acordo com o analista sênior de normas
apartamentos populares. São cerca de 80 mil residências
técnicas da associação, Geraldo Takeo Nawa, além de
por ano, o que seria um número inicial considerável de
divulgar a portaria em boletins eletrônicos, a entidade está
instalações certificadas e serviria para alavancar outras
fazendo reuniões com os associados com o objetivo de
mais. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, o
debater o documento recém publicado.
Banco Central e a Infraero também foram prospectados,
segundo o analista sênior da Abinee. “São potenciais
Embora o público-alvo das certificações de instalações
–
objetivando
contratar
empresas
para
Um dos principais focos atuais das entidades do setor
elétricas em BT não sejam associados da Abinee, em sua
clientes”, diz Nawa.
maioria fabricantes, o superintendente da Certiel Brasil,
Eduardo Daniel, que esteve presente em uma dessas
em seus editais públicos a exigência da certificação por
reuniões, acredita que os associados podem ajudar a difundir
um organismo acreditado pelo Inmetro. Contudo, sem
A Infraero, por exemplo, como conta Daniel, já coloca
O Setor ElĂŠtrico / Fevereiro de 2014
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Reportagem
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
A portaria é um refinamento de todos os documentos técnicos que começaram a ser produzidos desde o final da década de 1980, objetivando a certificação das instalações BT.
uma legislação como esta do instituto de metrologia
diretor executivo do Sindicel, Valdemir Romero, servirá
ficava inviável. Criava um problema, pois não havia um
como um estímulo a vários setores da sociedade a fim de
organismo certificador com estas características.
que certifiquem suas instalações elétricas em baixa tensão.
“A portaria, com certeza, foi um passo importante que o
Agora, com a portaria, há regras que estabelecem as
diretrizes e que permitirão a organismos de certificações
setor elétrico irá defender”, declara Romero.
de instalação elétrica (designados pelo Inmetro como OCP)
receberem a chancela por parte do Inmetro, e que, por sua
Conformidade e Eficiência de Instalações (Abrinstal),
vez, possibilitarão que empresas consigam se adequar aos
Alberto Fossa, o fato de já ter havido várias iniciativas
editais da Infraero.
que não deram muito certo no passado acomodou o
Para o diretor executivo da Associação Brasileira pela
mercado com um certo descrédito em relação a esta pauta.
Passo importante
Contudo, para ele, esta nova iniciativa, aliada a ações complementares do setor pode representar uma nova etapa
“A luta continua”, diz o superintendente da Certiel,
na busca da conformidade das instalações elétricas no
falando sobre o trabalho das entidades do setor com
Brasil. “O setor recebe a notícia renovando suas esperanças
o objetivo de certificarem o maior número possível de
de poder avançar na busca por instalações mais seguras e
instalações elétricas em baixa tensão. “A certificação
conformes”, afirma.
compulsória não sai do nosso radar”, complementa Eduardo
Daniel, justificando que o Inmetro não poderia nunca
nº 51 como um documento que coloca à disposição da
soltar uma portaria dando diretrizes para a certificação
sociedade regras que permitam a qualquer um que queira
compulsória. “Isso não é competência dele. Saiu a portaria
certificar uma instalação elétrica em baixa tensão poder
que a gente sabia que ia sair”, declara.
fazê-lo com a chancela do Inmetro. “Mesmo que em caráter
Contudo, segundo o analista sênior de normas técnicas
voluntário, essa portaria possibilita balizar o mercado
da Abinee, mesmo a portaria dizendo respeito à certificação
a respeito das regras a serem seguidas e sobre a melhor
em caráter voluntário, trata-se de um avanço que, para o
forma de fazer essa certificação”, explica o consultor.
O diretor da Hilton Moreno Consulting define a portaria
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Em suma, esta portaria possibilitaria que as instalações
que lutam há anos por esta causa acreditam que seja dado
certificadas por organismos acreditados pelo Inmetro
um estímulo para o uso em grande escala das certificações.
recebessem o selo do instituto, assim como já ocorre
Após criado esse movimento, conforme Moreno, é possível
com os demais produtos elétricos e de outros segmentos
que seja criado um ambiente favorável para a discussão da
industriais. De acordo com o diretor da Hilton Moreno
certificação compulsória das instalações.
Consulting, este selo traria reconhecimento à empresa com
Outra maneira para que o uso da certificação se
as instalações certificadas, justamente porque estas trariam
difundisse mais rapidamente seria um aculturamento da
a marca do Inmetro, uma instituição renomada.
sociedade no sentido de que as pessoas se conscientizassem
Moreno espera, aliás, que tal possibilidade estimule as
a respeito da importância de uma instalação elétrica
construtoras a certificarem as instalações elétricas em BT de
certificada. “Assim não haveria necessidade de obrigar
seus empreendimentos imobiliários. Na ótica dele, o selo do
ninguém. Seria algo voluntário realmente”, diz o diretor
Inmetro poderia fazer parte da estratégia de marketing dessas
executivo do Procobre, destacando que a instalação
empresas, funcionando como um chamariz para a venda.
elétrica não é ainda uma prioridade para a população. “As
Seriam apartamentos – comerciais ou residenciais – com
pessoas só se preocupam quando há um acidente, mas aí já
instalações elétricas exibindo selos com a marca do Inmetro,
é tarde”, complementa.
o que, como dito, forneceria credibilidade à edificação.
Condensando os argumentos de seus dois colegas
Assim como os demais especialistas ouvidos pela
de setor, Fossa acredita que a sociedade precisa decidir-
reportagem, o engenheiro eletricista também acredita que a
se se ela está disposta a pagar o preço da conformidade.
portaria do Inmetro só surtirá o efeito desejado se encontrar
Conforme ele, em muitos países esse debate é maduro o
eco na sociedade. Mas para isso ocorrer é preciso que se
suficiente para que a compulsoriedade seja estabelecida
gere casos de sucesso. “É preciso ter alguém que acredita
de forma consensual e em outros não, ficando a cargo do
na portaria”, diz o diretor da Hilton Moreno Consulting.
governo proteger o consumidor pela adoção de práticas
Como mencionado anteriormente, empresas públicas são
e controles obrigatórios como a compulsoriedade. “De
o alvo inicial dos agentes com o objetivo de difundir a
qualquer forma, o surgimento da portaria é um passo
portaria e o uso da certificação.
importante para que se inicie um debate sério sobre essas
condições”, define o diretor.
Com o impulso dessas empresas, os profissionais do setor
Infraero
A Infraero é um exemplo de empresa pública que vem trabalhando em conjunto com as associações do
setor elétrico com o objetivo de difundir o uso das certificações em instalações elétricas BT no país. Como dito, mesmo antes da publicação da portaria, ela já exigia dos participantes de editais públicos realizados por ela que certificassem as instalações edificadas por eles.
Além disso, segundo o superintendente de manutenção da Infraero, Anderson Dias Goddard, a companhia
elabora todos os projetos das instalações elétricas dos aeroportos em conformidade com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A Infraero também capacita seus profissionais técnicos “por meio da realização de treinamentos corporativos com o objetivo de atualizá-los sobre os procedimentos e orientações contidas nas normas da ABNT e legislações específicas”, diz Goddard.
Todo este cuidado e interesse da empresa em ver as instalações de seus aeroportos de acordo com a norma
tem uma razão. “A Infraero tem o compromisso de oferecer aos seus clientes o melhor serviço de infraestrutura aeroportuária do país”, afirma o superintendente, salientando que a certificação, mesmo que em caráter voluntário, vem ao encontro de oficializar este compromisso, pois garantirá aos usuários dos aeroportos qualidade, conforto e segurança.
Agora com a publicação da portaria nº 51 do Inmetro e a oficialização da certificação voluntária, a Infraero
não pretende perder tempo. Segundo Goddard, a empresa deverá analisar seus processos internos e projetos em andamento assim que possível, com o objetivo de verificar “as adequações necessárias para solicitar e conquistar a referida certificação”.
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Reportagem Um retrato do projeto
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
o diretor da Hilton Moreno Consulting explica que ela se baseia no cumprimento da integralidade da parte 7 da
Não obstante a falta de preocupação da maioria da
norma ABNT NBR 5410. Tal segmento trata sobre a análise
população com as instalações elétricas das edificações, os
da documentação, a inspeção visual e os ensaios das
profissionais do setor destacam uma série de benefícios
instalações elétricas. No entanto, conforme o especialista,
consequentes do uso da certificação. Tirando o óbvio de
o documento introduz duas grandes contribuições: uma
que uma instalação certificada está de acordo com as
sobre o método de amostragem e outra sobre edifícios com
normas do segmento e nesse sentido é mais segura e por
subestações.
isso menos suscetível a acidentes, a certificação também
serve para auxiliar projetistas e instaladores.
eletricista explica que a portaria estabelece um critério de
Segundo o analista da Abinee, com a certificação
amostragem para definir a quantidade de unidades que
será possível verificar se aquilo que foi projetado
devem ser ensaiadas em edificações que possuem unidades
realmente foi colocado em prática. A certificação
consumidoras equivalentes, como prédio de apartamentos
funcionará também como um retrato do projeto
residenciais, no qual as instalações elétricas são construídas
para que o instalador, futuramente, caso haja algum
seguindo um padrão para todas as unidades domiciliares.
acidente envolvendo a instalação elétrica, possa provar
Nestes casos, não faria sentido inspecionar e certificar
que a edificação foi realizada de forma adequada e
todas as instalações, pois elas, a princípio, teriam a mesma
que o acidente foi ocasionado por alguma modificação
estrutura.
posterior.
A segunda contribuição diz respeito a edifícios
A certificação pode favorecer também as empresas
alimentados em média tensão, cujas subestações estão
seguradoras. De acordo com Nawa, o selo do Inmetro
localizadas dentro dos limites da construção. Como
aprovando as instalações elétricas em baixa tensão poderia
regra, quando a potência instalada de um determinada
ser utilizado pelas companhias que disponibilizam este tipo
edificação é de 75 KW, esta instalação tem que
de serviço para que elas estipulem o valor do prêmio de
ser alimentada em média tensão e, neste caso, há a
forma diferenciada.
necessidade de uma subestação. Esta, por sua vez, pode
Isso seria uma maneira de atrelar o prêmio pago pelo
ser um transformador instalado em um poste na rua ou
seguro de uma determinada edificação à existência da
dentro do edifício. No último caso, a portaria solicita
certificação e, assim, incentivar o uso da certificação
a inspeção visual na parte da subestação – e apenas
e ao mesmo tempo tornar o negócio mais atrativo aos
nesta parte – que faz a transição da média tensão para
clientes. O analista da Abinee conta, no entanto, que isso
a baixa tensão.
já foi mencionado pelos profissionais do setor elétrico
a estas empresas, que ouviram a proposta sem muito
nesta portaria, segundo Moreno, dizem respeito aos itens
entusiasmo.
6.2.1.1 e 6.2.1.3, ambos relacionados aos documentos
O Procobre também acredita que as empresas integrantes
que o solicitante deve enviar ao Organismo Certificador
da associação poderão ser beneficiadas caso o processo
de Instalação (OCI). O primeiro item orienta que, no
de certificação ganhe corpo e vire regra nas instalações
caso específico de instalações elétricas residenciais com
elétricas brasileiras. Conforme o diretor executivo do
potência instalada de até 12 kW, o solicitante pode
instituto, como as instalações possuem cobre em sua
apresentar somente o diagrama unifilar completo e o
composição, a portaria nº 51 do Inmetro aparece como
manual do usuário.
um documento importante às empresas que fazem parte
do Procobre. “É bom saber que as instalações que utilizam
instalações elétricas a serem avaliadas possuírem um carga
nossos produtos estão certificadas”, diz Maschietto.
instalada igual ou superior a 75 kW, deve ser apresentado,
No que se refere à primeira contribuição, o engenheiro
Outras duas particularidades que merecem destaque
Já o segundo item afirma que, nos casos em que as
além da documentação pedida a instalações alimentadas
Duas grandes contribuições
com outras potências, o Prontuário das Instalações Elétricas, de acordo com os requisitos indicados na Norma
A respeito da parte técnica da portaria nº 51 do Inmetro,
Regulamentadora nº 10 (NR 10).
O Setor ElĂŠtrico / Fevereiro de 2014
65
Qualidade da energia
66
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
O fator de potência em unidades consumidoras residenciais Trabalho
analisa os valores de potência reativa em residências e propõe a diminuição
desses valores para que melhore ainda mais a qualidade da energia fornecida no país Por Frederico Santiago Romualdo Rios, Gustavo Sacchetto Curi, Fabricio Silveira Chaves e Arlete Vieira da Silva*
67
Bobkeenan Photography | Shutterstock.com
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
O crescente aumento na demanda
de energia elétrica e à deficiência do
e transformadores, gerando um aumento
do sistema elétrico, aliado à escassez de
Sistema Interligado Nacional (SIN) na
nas perdas do sistema, aumento das quedas
recursos de geração, tem aumentado
capacidade de transmissão e geração,
de tensão e aumento do desgaste em
a busca de novas tecnologias para
as concessionárias de energia podem
dispositivos de proteção e manobra.
melhorar o aproveitamento dos recursos
implementar a cobrança de potência
Há um método mais difundido para
existentes com a constante preocupação
reativa nas residências.
correção do fator de potência que consiste
de minimizar os investimentos.
O trabalho pretendeu analisar os
na instalação de bancos de capacitores
Para os consumidores de pequeno
valores de potência reativa em residências
em paralelo à rede elétrica, devido ao seu
porte, do tipo residencial, ainda não
e diminuir esses valores para que melhore
menor custo de implantação e por serem
existem contratos do tipo horossazonal,
ainda mais a qualidade da energia fornecida
equipamentos estáticos de baixo custo de
mas os novos medidores instalados
no país.
manutenção.
pelas concessionárias de energia já têm
A correção do fator de potência é
A pesquisa sobre a correção do
a capacidade de mensurar o fator de
um assunto bastante discutido devido
fator de potência é necessária para
potência reativo.
a sua grande importância no consumo
verificar a viabilidade da correção, pois
Diante dos fatos ocorridos no ano
de energia elétrica. Um baixo fator de
as concessionárias de energia elétrica já
de 2001, em relação ao racionamento
potência pode causar sobrecarga em cabos
cobram um ajuste financeiro (R$) sobre
Qualidade da energia
68
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
o fator de potência, quando é inferior a
Potência elétrica
0,92 para os consumidores do grupo A,
Conforme estudo da Cemig (ver
atendidos em média e alta tensões.
referências), a potência elétrica (P) é definida como o trabalho efetuado
Referencial teórico
na unidade do tempo. Essa potência é calculada por meio da multiplicação da
A energia elétrica é a forma de energia
tensão pela corrente elétrica que passa
que pode ser transportada com maior
por um circuito. A unidade da potência
facilidade. Para chegar às residências,
elétrica é o watt e o seu símbolo é o W.
ruas, comércio e indústrias, ela percorre
Tabela 1 – Unidades de Medidas do Sistema Internacional
um longo caminho a partir das usinas geradoras de energia.
Unidades elétricas
A energia elétrica passa por três etapas principais. São elas:
Unidade
Símbolo
Determina
Àmpere
A
Corrente elétrica
Volt
V
Tensão elétrica
Watt
W
Potência
Volt-Àmpere
VA
Volt-Àmpere
var
Potência
Wh
Potência elétrica
Geração: A energia elétrica é convertida
elétrica ativa
a partir da energia mecânica de uma turbina que movimenta um gerador. Essa
Potência elétrica aparente
energia mecânica é gerada por diferentes fontes primárias, como a força da água
reativo
que cai (hidráulica), o vapor (térmica) que
Watt-hora
pode ter origem na queima do carvão,
elétrica reativa ativa por hora
óleo combustível, gás natural ou ainda, a
Fonte: Cemig.
energia nuclear. Resolução Aneel nº 414/2010 Transmissão:
As
usinas
geradoras
A Agência Nacional de Energia Elétrica
normalmente se situam distantes dos
(Aneel) é uma autarquia vinculada ao
centros consumidores de energia elétrica.
Ministério de Minas e Energia (MME), que
Por isso é preciso transportar a energia
foi criada há quase 18 anos pela Lei nº 9.427
elétrica produzida nas usinas até os locais de
quando ocorreu a publicação no Diário
consumo: cidades, indústrias, propriedades
Oficial da União (DOU) em 26/12/1996.
rurais, dentre outros. Para isso, são
O mesmo autor ressalta que suas
construídas as subestações elevadoras de
atribuições consistem em regular e
tensão e as linhas de transmissão.
fiscalizar a geração de energia elétrica no país, bem como a sua distribuição e
Distribuição: Nas cidades estão cons
comercialização, levando em consideração
truídas as subestações transformadoras.
a defesa do interesse do consumidor.
Sua função é baixar a tensão do nível de
Também é sua atribuição mediar os
transmissão (muito alto) para o nível de
conflitos de interesse que possivelmente
distribuição.
ocorram entre os agentes do setor elétrico, bem como aqueles que venham
Estas etapas podem ser representadas
conforme apresentado na Figura 1. Energia
a surgir entre os mesmos agentes e os consumidores.
Energia Turbina
Hidráulica
Energia Gerador
Mecânica
Energia Motor
Elétrica
Mecânica
Figura 1 – Etapas de geração, transmissão, distribuição e utilização. Fonte: Cemig.
Qualidade da energia A Aneel
também
é
70
responsável
por conceder, permitir ou autorizar a instalação e serviços de energia,
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
(
)
fr Dre = PAM x –PAF x VRdre fm
O artigo 97 estabelece os procedimentos de cálculo para apuração da demanda de reativos para consumidores que não possuem o
cuidando da prática das tarifas justas e
Ere = valor correspondente à energia elétrica
equipamento específico para medi-lo, como
pelo zelo na qualidade do serviço. Além
reativa excedente à quantidade permitida
os consumidores da classe B1 (residenciais).
de exigir investimentos, promovendo
pelo fator de potência de referência, no
também estímulos à competição entre
período de faturamento, em reais (R$);
Fator de potência
as operadoras, assegurando que os
De acordo com estudo da Cemig, em um
serviços prestados sejam de abrangência
EEAM = montante de energia elétrica ativa
condutor elétrico energizado em corrente
universal, ou seja, que sirvam a todos os
medida durante o período de faturamento,
alternada (CA), passa uma determinada
consumidores.
em megawatt-hora (MWh);
quantidade de energia, sendo um percentual ativo e outro reativo. Quanto maior for o
Entretanto, cabe ressaltar que a Aneel fr = fator de potência de referência igual a
percentual de potência ativa (kW) que passar,
0,92;
será melhor e mais econômico.
equilíbrio entre os agentes e em benefício
fm = fator de potência indutivo médio da
para criar o fluxo magnético necessário para
da sociedade.
unidade consumidora, calculado para o
o funcionamento de equipamentos como
A resolução Aneel nº 414/2010,
período de faturamento;
motores, transformadores, dentre outros,
vem
trabalhando
para
proporcionar
condições favoráveis para que o mercado
A potência reativa (kvar) é necessária
de energia elétrica se desenvolva com
mas esta potência não realiza trabalho. A
em substituição à resolução Aneel nº 456/2000, estabelece, de forma atualizada
VRere = valor de referência equivalente à
potência ativa (kW) é a que efetivamente
e consolidada, as Condições Gerais
tarifa de energia "TE" aplicável ao subgrupo
produz trabalho.
de Fornecimento de Energia Elétrica e
B1, em reais por megawatt-hora (R$/MWh);
Para que se tenha uma ideia da diferença entre potência ativa e reativa, será dado um
descreve em seu Art. 95 e 97 que: Dre = valor correspondente à demanda de
exemplo de uma forma bastante simplificada,
Art. 95. O fator de potência de referência
potência reativa excedente à quantidade
fazendo uma analogia com um copo cheio de
“fR”, indutivo ou capacitivo, tem como
permitida pelo fator de potência de
cerveja. Nele tem-se uma parte ocupada pelo
limite mínimo permitido, para as unidades
referência, no período de faturamento, em
líquido e outra ocupada pela espuma. Para
consumidoras dos grupos A e B, o valor
reais (R$);
aumentar a quantidade de líquido nesse copo, tem-se que diminuir a espuma. Assim, de
de 0,92. PAM = demanda de potência ativa medida
maneira semelhante ao copo com cerveja, a
Parágrafo único. Aos montantes de
durante o período de faturamento, em
potência elétrica solicitada, por exemplo, por
energia elétrica e demanda de potência
quilowatt (kW);
um motor elétrico, é composta de potência ativa (kW) que “corresponde” ao líquido e
reativos que excederem o limite permitido aplicam-se as cobranças estabelecidas
PAF = demanda de potência ativa faturável
potência reativa (kvar) que “corresponde” à
nos arts. 96 e 97, a serem adicionadas ao
no período de faturamento, em quilowatt
espuma.
faturamento regular.
(kW); e
Como se pode verificar na Figura 2, a soma vetorial das potências ativa e reativa
Art. 97. Para unidade consumidora que
VRdre = valor de referência, em reais por
é denominada potência complexa (kVA)
não possua equipamento de medição que
quilowatt (R$/kW), equivalente às tarifas de
e seu módulo é a potência aparente (kVA)
permita a aplicação das equações fixadas
demanda de potência – para o posto tarifário
representado pelo vetor S do triangulo.
no art., 96 os valores correspondentes à
fora de ponta – das tarifas de fornecimento
Como a rede tem um limite de capacidade
energia elétrica e demanda de potência
aplicáveis aos subgrupos do grupo A para a
de transmissão, a capacidade em kVA de um
reativas
modalidade tarifária horária azul.
circuito elétrico (fiação, transformadores,
excedentes
são
apurados
dentre outros), é também limitada. Para
conforme as seguintes equações: Ere = EEAM x
(
fr –1 fm
)
x VRere
No artigo 95, pode-se perceber que a
aumentar a potência ativa (representada por
cobrança da potência reativa também poderá
P no triangulo) em um circuito, é preciso
ser realizada para consumidores classe “B”.
reduzir a potência reativa Q. O fator de
71
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
potência (FP) é definido como o cosseno do
A área de estudo a ser utilizada na
ângulo entre as retas S e P.
coleta dos dados foi definida com a própria residência de um dos pesquisadores. O local serviu para medir o consumo
S
de potência e a quantidade de potência
Q θ
reativa consumida, e assim levantar todos os dados para permitir os cálculos e dimensionamento dos capacitores.
P Figura 2 – Relação entre potências aparente (S), ativa (P) e reativa (Q).
Com os dados coletados foi possível desenvolver um estudo que teve como ênfase propor a correção do fator de potência nos consumidores de pequeno porte.
Metodologia Caracterização da área de estudo
O trabalho se classifica como uma
A área de estudo consiste em um
pesquisa do tipo estudo de caso, pois
apartamento, composto de oito cômodos,
foi iniciado pelo planejamento com a
com uma área construída de 110 m2,
formulação do problema e pela seleção
localizado em Belo Horizonte, Minas
da unidade-caso em que foi definido
Gerais, onde residem quatro pessoas.
o número de casos. Após a fase de planejamento, ocorreu a fase da coleta de
Resultados e discussão
dados e em seguida sua análise e avaliação. Finalizada esta análise, apresentaram-se os
Área de estudo
resultados obtidos.
A área estudada está localizada na
Os procedimentos metodológicos foram
Regional Noroeste conforme divisão das
iniciados por uma revisão bibliográfica que
regiões de Belo Horizonte (Figura 3).
teve por finalidade nivelar o conhecimento
Nesta região predominam residências com
dos pesquisadores sobre o tema, além de
medidor eletromecânico monofásico 127
obter dados para a discussão dos resultados.
V/120 A, semelhantes ao do caso em estudo.
Figura 3 – Mapa de localização do ponto estudado na Região noroeste, conforme divisão do município de Belo Horizonte (MG). Fonte: PBH, 2013.
Qualidade da energia
72
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Dados coletados
Gráfico 1 – Medição de fator de potência
Para estudar como se comporta o fator de potência de uma instalação elétrica
1,05
residencial ao longo de um dia, foi
1
necessário obter valores das potências
0,95
ativas dos equipamentos eletroeletrônicos 0,9
de potência fornecidos pelos fabricantes. A medição foi realizada utilizando um medidor de potência, obtendo assim os valores de
Fator de Potência
de uso residencial, bem como seus fatores
potências ativas, reativas e aparentes da instalação em intervalos de 15 minutos. Por
F.P. F.P. Médio
0,8
F.P. Médio Ponderado
0,75 0,7
meio destes dados, foi calculado o fator de
0,65
potência da instalação para cada intervalo
0,6
de tempo.
0,85
0:00
2:00
4:00
6:00
8:00
10:00
12:00
14:00
16:00
18:00
20:00
22:00
O gráfico 1 apresenta o comportamento Gráfico 2 – Medição da energia consumida
do fator de potência medido durante os intervalos, o fator de potência médio (0,78)
Energia Consumida
3,0
e o fator de potência ponderado (levando em conta a carga), 0,83.
2,5
O gráfico 1 permitiu aferir que o fator
de potência sofre uma grande variação
2,0
durante o período, dependendo da natureza das cargas utilizadas.
Energia ativa (kWh)
1,5
Energia reativa (kvarh)
O gráfico 2 apresenta um comparativo entre energias ativa e reativa consumidas
1,0
durante um dia. Neste é possível observar que ocorrem picos de consumo de energia
0,5
por volta de 6h e 19h (horário de ponta), fato este que coincide com os horários
0,0 1:00
4:00
7:00
10:00
13:00
16:00
19:00
22:00
de utilização de equipamentos de grande consumo de energia como chuveiros,
a redução do consumo de energia em uma
fornos, entre outros, devido à preparação
residência, mas, devido ao seu baixíssimo
de saída e chegada dos consumidores nas
fator de potência, estas consomem quase o
residências.
dobro da energia, ou seja, uma lâmpada de
Como a medição foi realizada em
26 W consome 47,27 VA.
FP (ponderado) = � (p(w) * FP) / �(P(w)) [Equação 1]
FP (ponderado) =
intervalos de 15 minutos, os dados foram concentrados para a obtenção de
FP (ponderado) = 0,8303
Cálculo de potência reativa
resultados de hora em hora. O quadro das cargas instaladas, sem
Fator de potência médio ponderado
fator de demanda, na área de estudo.
O
Nela pode-se reparar na diversidade dos
ponderado foi calculado pelo somatório
fatores de potência das cargas, com ênfase
das multiplicações entre os fatores de
no fator das lâmpadas fluorescentes
potência e as cargas na hora da medição
compactas (0,55).
dividida
medidas
As lâmpadas fluorescentes compactas
foram indicadas como uma das soluções para
fator
pelo
equação 1.
de
potência
somatório
conforme
das
médio
cargas
demonstrado
14057,7 16920
na
Este fator de potência ponderado foi
assim calculado devido à variabilidade do consumo de energia em uma instalação elétrica residencial. Potência reativa do banco de capacitores
Procedeu-se ao cálculo da potência reativa necessária utilizando os dados
73
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
fornecidos pelo banco de capacitores.
que a economia gerada com a correção do
Por meio do resultado obtido, o fator
fator de potência é bastante significativa
de potência foi elevado até os patamares
quando se leva em consideração todas as
exigidos pela legislação vigente.
residências existentes no Brasil.
A potência reativa do capacitor foi
calculada pela Equação 2.
114.797 GWh de energia elétrica no
O setor residencial brasileiro consumiu
período de junho de 2011 a junho de Q(var) = P(w)*(TAN(ARCOS(FP1)) TAN(ARCOS(FP2))) [Equação 2]
2012, e possui atualmente 60.724.000 de consumidores
residenciais
registrados
no cadastro das concessionárias de
Em que:
distribuição. A média de consumo de
FP1 = Fator de potência atual da instalação;
energia por ligação residencial foi de
FP2 = Fator de potência desejado.
157,5 kWh/mês. Descontando-se os fatores horo-sazonais, pode-se definir que
Calculando-se:
cada residência do país possui uma carga
Q(var) = 845,90 * (TAN(ARCOS(0,83)) TAN(ARCOS(0,92))) Q(var) = 845,90 * (0,67 – 0,42) Q = 208,09 Var
de 215,75 W ligada constantemente na rede. O
investimento
para
correção
do fator de potência nas residências ainda é dispendioso, mas o retorno do investimento ocorrerá por volta de cinco meses após a instalação. Por tratar-se
Valor da capacitância do capacitor
de um produto importado, um pequeno
O valor da capacitância do capacitor
controlador
foi calculada pela equação 3.
de
fator
de
potência
residencial com um banco de capacitores composto de um capacitor de 20 µF, dois
C (μF) =
Q (var) 2 * � * f * V2
[Equação 3]
de 10 µF e um 5 µF tem um custo médio no mercado de R$ 170,00. Trata-se de uma tecnologia bastante conhecida, e com a produção de similares
Em que:
nacionais, a tendência deste preço é cair
Q(Var) = Potência reativa necessária;
drasticamente.
f = Frequência da rede; V = Tensão de operação. Calculando-se: C (μF) =
208,09 377 * 1272
C (μF) =
208,09 6080633
C (μF) = 34,22 μF Análise do resultado final Após o levantamento dos dados e a realização dos cálculos, pode-se perceber
Figura 4 – Capacitor de 20 µF. Fonte: Samwa Capacitores.
Qualidade da energia
74
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Tabela 2 – Planilha de levantamento de cargas
Quadro de cargas - Residência 1 Cômodos
Quantidade Tensão (V)
Equipamentos
Sala
Potência
Potência
aparente (VA)
reativa (Var)
5
127
26
0,55
130,00
236,36
197,40
1
127
150
0,85
150,00
176,47
92,96
Televisão de tubo – 14"
1
127
46
0,85
46,00
54,12
28,51
Computador
1
127
150
0,80
150,00
187,50
112,50
Lâmpada fluorescente compacta
2
127
26
0,55
52,00
94,55
78,96
Televisão de tubo - 14"
1
127
150
0,80
150,00
187,50
112,50
Computador
1
127
150
0,80
150,00
187,50
112,50
Lâmpada fluorescente compacta
2
127
26
0,55
52,00
94,55
78,96
Televisão de Led 32"
1
127
135
0,85
135,00
158,82
83,67
Lâmpada fluorescente compacta
1
127
26
0,55
26,00
47,27
39,48
Banheiro
serviço
Potência ativa (W)
Televisão de LCD – 42"
Quarto 2
Área de
F.P.
Lâmpada fluorescente compacta
Quarto 1
Quarto 3
Potência (W)
Chuveiro
1
127
4400
1,00
4400,00
4400,00
0,00
Lâmpada fluorescente compacta
3
127
26
0,55
78,00
141,82
118,44
Máquina de lavar
1
127
1000
0,60
1000,00
1666,67
1333,33
Secadora de roupa
1
127
1000
0,80
1000,00
1250,00
750,00
Máquina de costura
1
127
300
0,60
300,00
500,00
400,00
Lâmpada fluorescente compacta
1
127
26
0,55
26,00
47,27
39,48
Geladeira
1
127
150
0,98
150,00
153,06
30,46
Micro-ondas
1
127
400
0,60
400,00
666,67
533,33
Lâmpada fluorescente compacta
2
127
32
0,55
64,00
116,36
97,18
Cozinha
Tabela 3 – Cálculo de potência ativa, reativa,
Conclusão
fator de potência e capacitor
procura por uma maior eficiência energética, a taxação do consumo de energia reativa no
O fator de potência de uma instalação
Dados consolidados
setor residencial será uma realidade.
Carga instalada (W)
8.459,00
elétrica residencial apresentou uma variação
Considerando que, com a correção do
Fator de demanda
0,10
intensa e contínua ao longo das 24 horas
fator de potência, a corrente circulante
Carga demandada (W)
845,90 0,83
do dia, em oposição às instalações elétricas
em cada residência fosse reduzida na
Fator de potência médio
industriais ou comerciais, onde é possível
mesma proporção do caso estudado em
obter um padrão bem definido. Portanto, um
9,85%, em um universo de 60,7 milhões
mecanismo de correção em uma residência
de ligações residenciais, seria obtido uma
precisaria ter a capacidade de acompanhar
redução bastante expressiva das perdas
esta variabilidade, como é o caso dos
joulicas no sistema.
bancos automáticos de capacitores pelos
controladores de fator de potência.
da corrente circulante, isso beneficiaria de
De acordo com a resolução nº 414 daAneel
forma significativa o sistema de geração e
estabelece-se o fator de potência mínimo de
transmissão de energia que trabalharia com
0,92 para instalações classe A e classe B, com
maior folga. Tal fato melhora a qualidade da
cobrança sobre excedente reativo. Assim,
energia elétrica, favorece a otimização do
quando tal resolução for estendida ao setor
transporte da energia e diminui a necessidade
residencial como já previsto, haverá horários
de investimentos a curto e médio prazo.
em que o fator de potência seria muito menor
Além disso, haveria menor utilização das
que o estabelecido, sendo igualmente taxado
usinas termoelétricas de distribuição que traz
pelo excedente de energia reativa.Acredita-se
como principais vantagens a menor poluição
que em um futuro próximo, com a constante
do meio ambiente e a redução de gastos
ponderado da instalação Fator de potência desejável
0,92
Dados sem correção de fator de potência
Potência reativa (var)
568,45
Potência aparente (VA)
1.019,15
Corrente (A)
8,02
Dados com correção de fator de potência
Potência do capacitor para
208,09
correção do FP (var) Valor do capacitor (µF)
34,22
Potência reativa (var)
360,35
Potência aparente (VA)
919,45
Corrente (A)
7,23
Percentual de redução da corrente
9,85%
Por estas serem proporcionais ao quadrado
75
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
para os cofres públicos e, indiretamente, para a economia brasileira. Todos estes fatores justificam a correção do fator de potência também das cargas residenciais.
Referência •
AGÊNCIA
NACIONAL
DE
ENERGIA
ELÉTRICA (ANEEL) – Resolução 414, de 9 de setembro de 2010. Estabelece, de forma atualizada e consolidada, as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica. Brasília: ANEEL, 2010.
Disponível
em:
<http://
www.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414comp.pdf>. Acesso em: 18 set. 2012. • EPE – Empresa de Pesquisa Energética. Boletim
de
Conjuntura
Energética
–
2º trimestre de 2012. Brasília/DF:
EPE,
2012.
e m :
83p.
Disponível
<http://www.epe.gov.br.Acesso em: 05 abr. 2013. • CEMIG. Manual de instalações elétricas residenciais. Belo Horizonte: CEMIG, 2003. 218 p. • CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 15. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. 428 p. • GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:Atlas, 2000. 176 p. • MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 7. ed. São Paulo: LTC, 2007. 908 p. • PBH – Prefeitura de Belo Horizonte. Gestão compartilhada. Belo Horizonte: PBH, 2013. Disponível em: <http://gestaocompartilhada.pbh. gov.br/>. Acesso em: 22 abr. 2013. • WEG Automação S.A. – Manual para correção do fator de potência. Jaraguá do Sul/SC: WEG, 2009. 40 p. Disponível em: <http://www.weg.net>. Acessado em 28.out.2012. *Frederico Santiago Romualdo Rios é engenheiro eletricista e atua como orçamentista da Eletro Painel, em Minas Gerais. Gustavo Sacchetto Curi é engenheiro eletricista e atua como engenheiro na SNS Automação Industrial Co-autores: Arlete Vieira da Silva é mestre em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais e atua como perita ambiental na S&V Consultoria e Serviços. Fabricio Silveira Chaves é pós-doutor em engenharia elétrica e professor do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH).
Pesquisa
76
Tomadas e interruptores industriais e prediais
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Mercado de tomadas e interruptores Cresce procura por certificações ISO 9001 e segmento projeta crescimento médio de 9% para 2014. Confira estas e outras constatações da pesquisa exclusiva realizada com fabricantes e distribuidores de tomadas e interruptores
77
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Tomadas e interruptores são itens essenciais em qualquer edificação, sendo este um mercado fundamental para o setor elétrico. Por isso, mais uma vez, fabricantes e distribuidores de tomadas e interruptores são alvo de uma pesquisa da revista O Setor Elétrico. Segundo as empresas que participaram do levantamento, este é um segmento que está otimista, o que pode ser observado pelas projeções de crescimento para este ano. De acordo com os pesquisados, a expectativa é que haja crescimento médio de 9% para o mercado como um todo em 2014 e as empresas, individualmente, devem crescer o dobro disso. As estimativas estão alicerçadas, sobretudo, na promessa de continuidade dos projetos de infraestrutura para este ano de 2014. Por outro lado, as projeções pessimistas para a economia brasileira foram apontadas por boa parte das empresas que participaram do estudo como um fator preocupante. Assim como foi registrado na pesquisa realizada no ano passado, os distribuidores e atacadistas tiveram larga vantagem sobre os outros canais de vendas, consolidando-se, para 89% dos participantes, como os maiores responsáveis pelo volume de negócios. Diferentemente de diversos outros segmentos da área elétrica, este mercado vem apresentando boa representatividade no que se refere à adesão às certificações ISO pelas empresas. Para se ter uma ideia, no ano anterior, 53% das empresas entrevistadas afirmaram possuir a certificação de gestão ambiental. Neste ano, 65% delas afirmaram contar com a ISO 9001 (gestão de processos) e 28% com a ISO 14001 (gestão ambiental). Na pesquisa publicada nas páginas a seguir, é possível ainda identificar quais são os produtos com mais saída comercial, perspectivas de faturamento de mercados específicos de tomadas e interruptores, além de uma tabela final com informações sobre serviços oferecidos por cada uma das empresas que participou deste levantamento. Confira.
Números do mercado de tomadas e interruptores No ano passado, o setor industrial foi apontado por 78% dos fabricantes e distribuidores de plugues e tomadas como o principal cliente. Em 2014, o principal cliente apontado foi o segmento comercial, citado por 62% das empresas entrevistadas. Neste ano, o setor industrial ficou em segundo, com 60%. Principais segmentos de atuação
53%
Residencial
60%
Industrial
62%
Comercial
Pesquisa
78
Tomadas e interruptores industriais e prediais
Pelo segundo ano consecutivo, os distribuidores e atacadistas foram considerados os principais canais de vendas pelas empresas que participaram da pesquisa. Se em 2013 83% dos entrevistados escolheram esta opção, em 2014, o número aumentou para 89%. Principais canais de vendas
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Os interruptores para uso interno, sensores de presença e temporizadores foram apontados, respectivamente, por 58%, 56% e 51% das empresas entrevistadas como os produtos mais comercializados no ano de 2014. Os interruptores para áreas classificadas foram mencionados apenas por 18% como os equipamentos mais vendidos. Interruptores e outros dispositivos mais comercializados
11%
Outros
27%
16%
Telemarketing
47%
Revendas/varejistas
76%
Vendas diretas ao cliente final
89%
Distribuidores/ atacadistas
16% 18%
Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis) Pulsadores para uso hospitalar Interruptores para áreas classificadas
29%
Interruptores para uso residencial e análogo uso externo (IP 44 mínimo) Interruptores para uso industrial
38%
Pulsadores para uso geral
38% Com relação às certificações ISO, a pesquisa deste ano demonstrou um discreto aumento das empresas que disseram possuir a ISO 9001, que diz respeito à gestão da qualidade. A ISO 14001, de gestão ambiental, foi mencionada por apenas 28% dos entrevistados.
Controles para ventilador
40% 44%
47%
Variadores de luminosidade (dimmer) Minuterias
51%
Certificações ISO
Temporizadores
56% 58% 28%
ISO 14001
65%
ISO 9001
Sensores de presença Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno
Assim como em 2013, as tomadas para uso residencial e análogo (conforme a ABNT NBR 14136) para uso interno foram escolhidas como o principal tipo de tomada vendido (58%). Logo atrás, ficaram as tomadas para telefonia, apontadas por 56% dos fabricantes e distribuidores pesquisados.
Pesquisa
80
Tomadas e interruptores industriais e prediais
Tomadas e outros dispositivos mais comercializados
Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) com dispositivo antichoque (trava de segurança)
13%
Tomadas para áreas classificadas
13% 22%
Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo) Tomadas para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
33%
Caixas para interruptores e tomadas
40%
Placas para interruptores e tomadas
47% 51% 51%
Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136) Tomadas para sinal em geral (dados, internet, etc.) Tomadas para telefonia
56% 58%
Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) uso interno
Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de interruptores Nos gráficos seguintes, você irá conferir o que pensam os fabricantes e distribuidores de interruptores a respeito do tamanho do mercado de nichos específicos do segmento em que atuam. A maioria das empresas de interruptores para uso residencial e análogo (uso externo), por exemplo, percebe o mercado faturando entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões. Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno 14%
Acima de R$ 500 milhões
10%
Até R$ 10 milhões 13%
14%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
4%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 23% 22%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
81
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Interruptores para uso residencial e análogo uso externo (IP 44 mínimo)
Interruptores para áreas classificadas
6%
6%
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
13%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
41%
Até R$ 10 milhões
25%
Até R$ 10 milhões
24%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
12%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
29% 13%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
31%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Interruptores para uso industrial
Minuterias 5%
Acima de R$ 500 milhões 5%
Acima de R$ 500 milhões 15%
6%
20%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Até R$ 10 milhões
6%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 5%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
25%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
28%
Até R$ 10 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 5%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
30%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
50%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Pesquisa
82
Tomadas e interruptores industriais e prediais
Sensores de presença 5%
Acima de R$ 500 milhões
20%
Até R$ 10 milhões
20%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
15%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
20%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
20%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de tomadas Já nos gráficos que medem a visão dos distribuidores e fabricantes sobre os mercados de tomadas, 62% dos pesquisados disseram achar que o mercado de tomadas para uso residencial e análogo para uso externo fature entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões anuais. No segmento de tomadas para uso industrial, 55% das empresas creem que o mercado fature entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões por ano. Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno 10%
5%
Acima de R$ 500 milhões
Até R$ 10 milhões
30%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
20%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
10%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
20% 5%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)
13%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
31%
Até R$ 10 milhões
13%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
12%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 12% 19%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
83
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Tomadas para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
Caixas para interruptores e tomadas
5%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 10%
6%
15%
Acima de R$ 500 milhões
Até R$ 10 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
10%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
30%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
25%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
O gráfico a seguir mostra o faturamento bruto médio das empresas que participaram deste estudo. Percebe-se que as companhias se declaram de diversos portes, estando boa parte delas na faixa de faturamento até R$ 10 milhões por ano.
12%
12%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Tomadas para áreas classificadas
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
19%
25%
13%
30%
12%
Até R$ 10 milhões
18%
Até R$ 10 milhões
Faturamento bruto anual das empresas 17%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Acima de R$ 200 milhões
14%
Até R$ 3 milhões 24%
7%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
7%
29%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
29%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 24%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
7%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
Pesquisa
84
Tomadas e interruptores industriais e prediais
Contrariando a expectativa de crescimento médio (13%) projetada pelos fabricantes e distribuidores para as empresas, no ano passado, em relação à 2012, os entrevistados observaram na pesquisa deste ano um acréscimo de 17%. Diante desses números, a projeção para 2014 tornou-se mais positiva (18%).
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Fatores que devem influenciar este mercado em 2014
5%
Falta de normalização e/ ou legislação 5%
Previsões de crescimento
Crise internacional 3%
Setor da construção civil desaquecido
9%
Previsão de crescimento do tamanho anual total do mercado de tomadas e interruptores para 2014 Previsão de crescimento médio das 18% empresas para 2014
17%
Percentual médio de crescimento das empresas em 2013 em comparação ao ano anterior
13%
15%
Projetos de infraestrutura 7%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Setor da construção civil aquecido
2%
Programas de incentivo do governo
12%
Bom momento econômico do país
38%
Desaceleração da economia brasileira
Não obstante o otimismo em relação ao crescimento médio do mercado em 2014, a maioria das empresas entrevistadas (38%) acredita que a desaceleração da economia será o fator que mais deve impactar o mercado.
Tomadas e interruptores industriais e prediais
Importa produtos acabados
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
Oferece treinamento técnico para os clientes
Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno
Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)
Interruptores para uso industrial
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
Vargem Grande Paulista
SP
X
X
X
CONEX
11 2331 0303
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
CROUSE-HINDS BY EATON
15 3353 7070
www.crouse-hinds.com.br
Votorantim
SP
X
X
X
DANEVA
11 4636 4110
www.daneva.com.br
Poá
SP
X
DECORLUX
0800 601 1144
www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
DIDZIEL
11 2746 4692
www.didziel.com.br
São Paulo
SP
X
DNI - KEY WEST
11 3933 8888
www.dni.com.br
São Paulo
SP
X
DUTOPLAST
11 2524 9055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
X
X
ELETROMAR
0800 724 2437
www.eletromar.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
ENERBRAS
0800 645 3052
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
ENGEDUTO
21 3325 0406
www.engeduto.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
ENGEDUTO
21 3325 0733
www.engeduto.com.br
Rio de Janeiro
RJ
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
FAME
11 3478 5600
www.fame.com.br
FINDER
11 4223 1550
www.findernet.com
GEWISS
(+39) 035 946111
www.gewiss.com
Cenate Sotto
GRUPO FOXLUX
41 3302 8100
www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
GRUPO MULTIWAY
11 3437 5600
www.grupomultiway.com.br
HEADING
11 3903 0099
www.heading.com.br
HELLERMANN TYTON
11 2136 9090
ILUMI LEGRAND
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X X
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X X
X
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RS
X
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São Paulo
SP
X
X
São Paulo
SP
X
X
ITALY
X
X
PR
X
São Paulo
SP
X
São Paulo
SP
X
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
X
19 3572 2299
www.ilumi.com.br
Leme
SP
X
11 5644 2600
www.legrandgroup.com.br
São Paulo
SP
X
X
LUMENS
11 4075 4524
www.lumens.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
MARGIRIUS
0800 707 3262
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
X
X
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X
X X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
Interruptores para áreas classificadas
Exporta produtos acabados
Possui certificado ISO 9001
Possui certificado ISO 14001
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
X
São Paulo
www.comsystel.com.br
Outros
X
www.building.ind.br
11 4158 8440
Telemarketing
X
11 2621 4811
COMSYSTEL
Comercial
Venda direta ao cliente final
X
BUILDING
Revendas/Varejistas
X
X
Industrial
X
X
SC
X
X
X
Joinville
X
X
X
www.avatsp.com.br
X
X
X
X
11 3355 2220
X
X
X
SP
AVANT
X
X
X
Estado
São Paulo
X
X
X
Cidade
www.alumbra.com.br
X
X
X
X
Site
0800 19 3130
X
X
X
Telefone
ALUMBRA
X
X
Principal canal de vendas
EMPRESA
Interruptores e outros dispositivos de comando e controle
Possui programas na área de responsabilidade social
Principal segmento de atuação
Fabricante
Distribuidora
Empresa
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Distribuidores/Atacadistas
86
Residencial
Pesquisa
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
87
SP
X
Petrópolis
RJ
X
RADIAL
11 3576 0299
www.radial.ind.br
São Paulo
SP
X
ROVIMATIC
11 3816 4040
www.rovimatic.com.br
São Paulo
SP
X
X
SCAME BRASIL
11 4402 2646
www.scame.com.br
Atibaia
SP
X
X
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com.br São Paulo
SP
X
SENUN
11 4390 0000
www.gruposenun.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
SICA
11 3822 5211
www.sicaeletric.com.br
São Paulo
SP
X
X
SIEMENS IRIEL
51 3478 9000
www.iriel.com.br
Canoas
RS
X
X
X
X
SIMON
11 3437 8100
www.simonbrasil.com.br
Contagem
MG
X
X
X
SOB
11 5090 0030
www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
SOPRANO
54 2109 6000
www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
X
STECK
11 2248 7000
www.steck.com.br
São Paulo
SP
X
STRAHL
11 2818 3838
www.strahl.com
São Paulo
SP
X
X
X
SWITERM
11 2068 2310
www.switerm.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
WEG
47 3276 4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
X
X
X
X
X
X X
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X X
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X
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X
X X
X X
X
X
Interruptores para áreas classificadas
Leme
www.pweletronica.com.br
X
Interruptores para uso industrial
www.pluzie.com.br
24 2246 7800
X
Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)
19 3572 9100
PW
X
Interruptores e outros dispositivos de comando e controle Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno
PLUZIE
X
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X X
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
SP
X
Importa produtos acabados
São Paulo
X
Exporta produtos acabados
www.parcus.com.br
Possui certificado ISO 14001
X
11 3796 9343
Possui certificado ISO 9001
SP
PARCUS DESING
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
São Paulo
Outros
Cidade
nutsteel.com.com.br
Telemarketing
Site
11 2122 5777
Venda direta ao cliente final
Telefone
NUTSTEEL
Revendas/Varejistas
EMPRESA
Estado
X
Principal canal de vendas
Distribuidores/Atacadistas
Residencial
Comercial
Principal segmento de atuação
Industrial
Distribuidora
Fabricante
Empresa
Possui programas na área de responsabilidade social
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
X X
X
X
Tomadas e interruptores industriais e prediais
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
11 2331 0303
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
CROUSE-HINDS BY EATON
15 3353 7070
www.crouse-hinds.com.br
Votorantim
SP
DANEVA
11 4636 4110
www.daneva.com.br
Poá
SP
DECORLUX
0800 601 1144
www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
DIDZIEL
11 2746 4692
www.didziel.com.br
São Paulo
SP
DNI - KEY WEST
11 3933 8888
www.dni.com.br
São Paulo
SP
DUTOPLAST
11 2524 9055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
ELETROMAR
0800 724 2437
www.eletromar.com.br
Rio de Janeiro
RJ
ENERBRAS
0800 645 3052
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
ENGEDUTO
21 3325 0406
www.engeduto.com.br
Rio de Janeiro
RJ
ENGEDUTO
21 3325 0733
www.engeduto.com.br
Rio de Janeiro
RJ
EXATRON
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
FAME
11 3478 5600
www.fame.com.br
São Paulo
SP
FINDER
11 4223 1550
www.findernet.com
São Paulo
SP
GEWISS
(+39) 035 946111
www.gewiss.com
Cenate Sotto
GRUPO FOXLUX
41 3302 8100
www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
PR
GRUPO MULTIWAY
11 3437 5600
www.grupomultiway.com.br
São Paulo
SP
HEADING
11 3903 0099
www.heading.com.br
São Paulo
SP
HELLERMANN TYTON
11 2136 9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
ILUMI
19 3572 2299
www.ilumi.com.br
Leme
SP
LEGRAND
11 5644 2600
www.legrandgroup.com.br
São Paulo
SP
LUMENS
11 4075 4524
www.lumens.com.br
Sorocaba
SP
MARGIRIUS
0800 707 3262
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Outros produtos
CONEX
X
X
Placas para interruptores e tomadas
SP
X
X
Caixas para interruptores e tomadas
SP
Vargem Grande Paulista
X
Para sinal em geral (dados, internet, etc.)
São Paulo
www.comsystel.com.br
X
Para telefonia
www.building.ind.br
11 4158 8440
X
Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)
11 2621 4811
COMSYSTEL
X
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)
BUILDING
X
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)
SC
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno
Joinville
Tomadas
Outros produtos
www.avatsp.com.br
Temporizadores
11 3355 2220
Sensores de presença
SP
AVANT
Controles para ventilador
Estado
São Paulo
Variadores de luminosidade (dimmer)
Cidade
www.alumbra.com.br
Minuterias
Site
0800 19 3130
Pulsadores para uso hospitalar
Telefone
ALUMBRA
Pulsadores para uso geral
EMPRESA
Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis)
Interruptores e outros dispositivos de comando e controle
Para áreas classificadas
88
Para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
Pesquisa
X
X X X X
X
X
X
X
X X
ITALY
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
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X X
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X X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
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X
X
X X
X
X
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X
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X
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X
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X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
89
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
RJ
RADIAL
11 3576 0299
www.radial.ind.br
São Paulo
SP
ROVIMATIC
11 3816 4040
www.rovimatic.com.br
São Paulo
SP
SCAME BRASIL
11 4402 2646
www.scame.com.br
Atibaia
SP
SCHNEIDER ELECTRIC
0800 728 9110
www.schneider-electric.com.br São Paulo
SP
SENUN
11 4390 0000
www.gruposenun.com.br
São Bernardo do Campo
SP
SICA
11 3822 5211
www.sicaeletric.com.br
São Paulo
SIEMENS IRIEL
51 3478 9000
www.iriel.com.br
SIMON
11 3437 8100
SOB SOPRANO
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
Canoas
RS
X
X
X
X
X
X
X
X
www.simonbrasil.com.br
Contagem
MG
X
X
X
X
X
X
11 5090 0030
www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
54 2109 6000
www.soprano.com.br
Farroupilha
RS
STECK
11 2248 7000
www.steck.com.br
São Paulo
SP
STRAHL
11 2818 3838
www.strahl.com
São Paulo
SP
SWITERM
11 2068 2310
www.switerm.com.br
São Paulo
SP
WEG
47 3276 4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
Outros produtos
Petrópolis
X
Placas para interruptores e tomadas
www.pweletronica.com.br
X
X
Caixas para interruptores e tomadas
24 2246 7800
X
X
X
X
X
X
Para sinal em geral (dados, internet, etc.)
PW
X
Para telefonia
SP
Para áreas classificadas
Leme
Para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
www.pluzie.com.br
Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)
19 3572 9100
X
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)
PLUZIE
X
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)
SP
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno
São Paulo
Tomadas
Outros produtos
www.parcus.com.br
Temporizadores
11 3796 9343
Sensores de presença
SP
PARCUS DESING
Controles para ventilador
Estado
São Paulo
Variadores de luminosidade (dimmer)
Cidade
nutsteel.com.com.br
Minuterias
Site
11 2122 5777
Pulsadores para uso hospitalar
Telefone
NUTSTEEL
Pulsadores para uso geral
EMPRESA
Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis)
Interruptores e outros dispositivos de comando e controle
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Pesquisa
90
Equipamentos para atmosferas explosivas
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Por equipamentos Ex mais seguros
Embora normas técnicas sejam publicadas frequentemente para este setor, consumidores avaliam que mercado carece de produtos com boa qualidade Equipamentos para atmosferas explosivas, os chamados equipamentos “Ex”, requerem um cuidado maior no que diz respeito à sua construção, instalação e manutenção. Isto porque a presença de equipamentos elétricos nessas áreas constitui uma das principais fontes de ignição dessas atmosferas, acarretando em explosões. Neste sentido é que desde 1991, por meio de portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), tornou-se obrigatória a certificação de equipamentos elétricos para atmosferas explosivas, nas condições de gases e vapores inflamáveis e poeiras combustíveis. No entanto, mesmo com normalização técnica, o mercado enxerga que há problemas nos equipamentos voltados para este setor. Esta é a análise de boa parte dos consumidores entrevistados na pesquisa publicada nas páginas a seguir. Para 40% deles, há produtos com pouca qualidade técnica disponíveis no mercado brasileiro. Devido à natureza instável das atmosferas explosivas é que se fazem prementes a elaboração e a utilização de regras visando tornar mais seguro
o uso do equipamento. Os dois mais recentes documentos normativos foram publicados pelo International Electrotechnical Comission (IEC) em dezembro de 2013. Tratam-se da edição 2.0 da norma IEC 61850-3 – Redes de comunicação e sistemas para automação elétrica – Parte 3: requisitos gerais; e a edição 3.0 da norma IEC 61892-6 – Unidades marítimas móveis e ficas – Instalações elétricas – Parte 6: Instalação. A parte 3 da série IEC 61850 define os requisitos gerais principalmente relacionados com o projeto, a fabricação e as condições ambientais para os IEDs a serem instalados em sistemas de automação em ambientes de subestações e plantas de utilidades. Segundo o especialista na área, Roberval Bulgarelli, nesta nova edição recomenda-se que as especificações de IEDs e demais equipamentos envolvidos em sistemas de proteção e automação de sistemas elétricas sejam devidamente revisadas, de forma a incluir o atendimento desta atual edição da norma. Já a IEC 61892 visa garantir a segurança no projeto, seleção de
91
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
equipamentos, instalação, manutenção e utilização de equipamentos elétricos para a geração, armazenamento, distribuição e utilização de energia elétrica para todas as finalidades em unidades marítimas, que são empregadas para a exploração e aproveitamento dos recursos do petróleo. Conforme explica Bulgarelli, a parte 6 da norma incorpora e coordena, dentro do possível, regulamentações existentes da área e forma um código de interpretação dos requisitos do International Maritime Organizaton (IMO), constituindo um guia para futuras regulamentações que possam ser elaboradas. O objetivo final deste documento é o de produzir um conjunto de normas destinado exclusivamente à indústria marítima de petróleo. Confira a seguir a pesquisa na íntegra com fabricantes, distribuidores e usuários de equipamentos “Ex” para saber como anda a percepção do mercado e dos consumidores a respeito destes produtos de extrema importância para o setor.
Números do mercado de equipamentos para atmosferas explosivas
Conforme apurou o levantamento com fabricantes e distribuidores de equipamentos para áreas classificadas, o segmento industrial é o foco das empresas. 93% deles apontaram a indústria como o perfil de cliente mais atendido. Principais segmentos de atuação
Residencial
2%
Comercial
28%
Industrial
93%
Diferentemente dos anos anteriores, as vendas realizadas por meio de revendas e varejistas ultrapassaram as vendas diretas, sendo que 84% das empresas pesquisadas apontaram a primeira como uma das formas mais empregadas. Apenas 16% citaram o telemarketing como um dos principais instrumentos de comercialização. Principais canais de vendas
19% 16%
Outros Telemarketing
84% 56% 51%
Vendas diretas ao cliente final Distribuidores/ atacadistas
Revendas/ varejistas
Pesquisa
92
Equipamentos para atmosferas explosivas
Percebe-se um aumento gradual da adesão às certificações ISO. Se, em 2012, 78% das empresas declararam possuir a ISO 9001 (gestão de processos), este número subiu para 83% no ano passado e agora é de 86%. Em 2013, a ISO 14001 estava presente em 8% dos entrevistados, número que subiu para 12% neste ano. Certificações ISO
ISO 14001
12%
ISO 9001
86%
No tocante à participação nos mercados nacional e internacional, o mercado doméstico predomina, pois 95% do volume das vendas é negociado dentro do País. Balança comercial das empresas
95%
Nacional
5%
Exportação
Sobre os produtos mais comercializados do segmento, a pesquisa apurou que invólucros e painéis e quadros elétricos foram os mais apontados pelas empresas como principais produtos fabricados e/ou distribuídos. Em 2013, luminárias, materiais e acessórios para montagem lideraram o ranking. Principais produtos fabricados e/ou distribuidos
Motores elétricos
9%
Cabos elétricos e seus acessórios
16%
Plugues e Tomadas
49%
Materiais e acessórios em geral para montagem
51% 53%
Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.) Luminárias / Projetores
56%
Painéis e quadros elétricos
60% 65%
Invólucros
Pesquisa
94
Equipamentos para atmosferas explosivas
Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de produtos específicos para áreas classificadas
Nos gráficos seguintes, você irá conferir o que pensam os fabricantes e distribuidores de equipamentos para áreas classificadas a respeito do tamanho do mercado de nichos específicos do segmento em que atuam. A maioria das empresas acredita, por exemplo, que o mercado de painéis e de quadros para atmosferas explosivas fatura, anualmente, entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões. Já o segmento de cabos elétricos e seus acessórios deve faturar entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões, segundo os entrevistados. Confira estes e outros mercados: Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação 12%
De R$ 200 milhões 6% a R$ 500 milhões De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
30%
Até R$ 10 milhões
22%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 18% 12%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Painéis e quadros elétricos 5% 11%
Acima de R$ 500 milhões
10%
Até R$ 10 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 11%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 26%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
32%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
5%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Motores elétricos 10%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
10%
Até R$ 10 milhões
20%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
20%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
40%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões Cabos elétricos e seus acessórios 11%
11%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
45%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
11%
Até R$ 10 milhões 22%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Pesquisa
96
Equipamentos para atmosferas explosivas
Invólucros
Plugues e tomadas 7%
12%
Acima de R$ 500 milhões 17% 12%
13%
Acima de R$ 500 milhões Até R$ 10 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Até R$ 10 milhões
6%
27%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
27% 18%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
29%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
12%
Nessa mesma pesquisa realizada há exatamente um ano, as empresas consultadas esperavam crescimento médio de 14% para 2013. O estudo deste mês apurou que o crescimento médio real das empresas deste segmento apresentado em 2013 comparado ao ano anterior foi de 24%. Elas aguardam aumento de outros 19% para este ano de 2014 e, para o mercado como um todo, a expectativa é que o crescimento seja da ordem de 15%.
Luminárias / Projetores
Acima de R$ 500 milhões
10%
Até R$ 10 milhões
30%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
20%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
5%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
10%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Previsões de crescimento
15%
19%
15%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Perspectiva de crescimento médio para o mercado em 2014
30%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Perspectiva de crescimento médio para as empresas em 2014
24%
Crescimento médio das empresas em 2013 comparado a 2012
Pesquisa
98
Equipamentos para atmosferas explosivas
Os projetos de infraestrutura foram apontados como o principal estímulo aos negócios nessa área. Veja.
Principais produtos especificados e/ou comprados
Fatores que devem influenciar este mercado em 2014 2%
Falta de normalização e/ou legislação
Motores elétricos
2%
22%
Crise internacional
29%
Setor da construção civil desaquecido
Invólucros
33%
Projetos de infraestrutura
2%
33%
8%
Materiais e acessórios em geral para montagem
44%
Incentivos por força de legislação ou normalização
19%
44%
Setor da construção civil aquecido
12%
Desaceleração da economia brasileira
Produtos, dispositivos, equipamentos para sistemas de automação Luminárias / Projetores Outros
44% 55%
14%
12%
Programas de incentivo do governo
Cabos elétricos e seus acessórios Plugues e Tomadas
55%
Bom momento econômico do país
77%
Avaliação dos consumidores de equipamentos
Painéis e quadros elétricos
Entre os critérios de compra e de especificação de produtos, os consumidores afirmaram que garantia, prazo e disponibilidade de informações técnicas (catálogos e sites) são os itens mais observados.
para atmosferas explosivas
Neste ano, quem lidera a pesquisa são as consultorias: 58% dos consumidores que responderam esta pesquisa são empresas de consultoria, seguidos por empresas de manutenção, instalação e revendas. Perfil das empresas consumidoras que responderam a esta pesquisa
Garantia 14% 29%
Nota 10
Nota de 6 a 7
8% 58%
Atua em consultoria
Revendedora de produtos
17%
Instaladora 57%
Nota de 8 a 9 Prazo de entrega 14%
17%
Atua em manutenção
Assim como indicado pelos fabricantes e distribuidores, na primeira parte dessa pesquisa, os consumidores também apontam os quadros e painéis elétricos como um dos produtos mais comprados e/ou especificados. Plugues, tomadas e cabos elétricos também apresentam procura elevada. Veja a relação.
43%
Nota de 1 a 5
Nota 10
43%
Nota de 8 a 9
Pesquisa
100
Disponibilidade de informações técnicas (catálogo, site, etc.) 14%
Nota de 6 a 7
43%
Nota 10
43%
Nota de 8 a 9
Os critérios que menos pesam na hora da compra e/ou especificação de equipamentos Ex são, segundo os mesmos consumidores, local de fabricação, preço e treinamento oferecido pelos fabricantes, tendo recebido notas menores. Local de fabricação do produto (nacional ou importado) 14%
Nota 10 14%
Nota de 8 a 9
43%
Nota de 1 a 5
29%
Nota de 6 a 7
Preço 14%
29%
Nota de 8 a 9
Nota de 1 a 5
57%
Nota de 6 a 7
Treinamento oferecido pelo fabricante
14%
Nota 10 14%
Nota de 8 a 9
57%
Nota de 6 a 7
15%
Nota de 1 a 5
Pesquisa
102
Equipamentos para atmosferas explosivas
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Os usuários afirmaram ainda que devem investir, em sua maioria, até R$ 1 milhão na compra (e/ou na especificação) de produtos para áreas classificadas em 2014, sendo que 17% deles pretendem direcionar entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões para este fim.
Solicitados a classificarem o setor, boa parte (40%) dos usuários que participaram da pesquisa avaliou que os produtos disponibilizados no mercado brasileiro apresentam pouca qualidade técnica. Para apenas 20%, no entanto, o mercado é maduro e responsável.
Estimativa de especificação e/ou compra de produtos para instalações em áreas classificadas
CLASSIFICAÇÃO DO MERCADO BRASILEIRO DE EQUIPAMENTOS PARA ÁREAS CLASSIFICADAS
10%
Desatualizado
17%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
10%
Oferece bom respaldo técnico
16%
20%
Maduro e responsável
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
20%
67%
Até R$ 1 milhão
Com deficiências técnicas (assistência e suporte)
40%
Produtos com pouca qualidade técnica
Equipamentos para atmosferas explosivas
Possui certificado ISO 9001
Possui certificado ISO 14001
Possui programas na área de responsabilidade social
X
X
X
X X
X
Estado
www.schmersal.com.br
Boituva
SP
X
X
ADELCO
11 4199 7500
www.adelco.com.br
Barueri
SP
X
X
ALPHA
11 3933 7533
www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
X
X
BKNAV
21 2672 8200
www.emiele.com.br
Duque De Caxias
RJ
X
X
BRADY DO BRASIL
11 4166 1500
www.brady.com.br
Barueri
SP
X
X
BS&B SAFETY SYSTEMS
11 2084 4800
www.bsbbrasil.com
São Paulo
SP
X
X
CENTRAL-EX
19 3708 9200
www.central-es.com.br
Campinas
SP
X
CONEX
11/2331 0303
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
CROUSE-HINDS BY EATON 15 3353 7070
www.crouse-hinds.com.br
Votoratim
SP
X
X
X
DNV GL
11 3305 3305
www.dvnba.com/br
São Paulo
SP
ELETROTRAFO
43 3520 5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
FATOR NOBRE
11 3763 5565
www.fatornobre.com.br
São Paulo
SP
FIELD TECH
19 3935 4911
www.fieldtech.com.br
Indaiatuba
SP
X
X
X
FORTLIGHT
11 2087 6000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
FT AUTOMAÇÃO
11 3258 2207
www.ft.com.br
São Paulo
SP
HAWSER
11 4056 7047
www.hawser.com.br
Diadema
SP
X
HUMMEL
15 3322 7000
www.hummel.com.br
Tatuí
SP
X
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
X
LUMENS
11 4075 4524
www.lumens.com.br
Sorocaba
SP
X
X
MACCONEVAP
21 2687 0070
www.maccomevap.com.br
Itaguai
RJ
X
MAEX ENGENHARIA
19 3455 5266
www.maex.com.br
Santa Barbara D'oeste
SP
MELFLEX
11 4072 1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
MSA DO BRASL
11 4070 5999
www.msasafety.com
Diadema
SP
NAVILLE
11 2431 4500
www.naville.com.br
Guarulhos
NUTSTEEL
11 2122 5777
www.nutsteel.com.br
OBO BETTERMANN
15 3335 1382
POLAR
22 2105 7777
X
X
Comercial
Cidade
15 3263 9800
Industrial
Site
Fabricante
X
Telefone
ACE SCHMERSAL
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
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X
SP
X
X
X
X
São Paulo
SP
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X
X
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
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X
X
www.polarmacae.com.br
Macaé
RJ
X
X X
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X
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X X
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X X X X
X
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X
X X
X X
Outros
X
X
X
EMPRESA
Telemarketing
X
X
Venda direta ao cliente final
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Principal canal de vendas
Revendas/Varejistas
Principal segmento de atuação
Distribuidora
Empresa
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Distribuidores/Atacadistas
104
Residencial
Pesquisa
X
X
X X
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X
X
X
X
X
X
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X
X
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X X
X
105
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
X
X
X
X
X
X
X
Cidade
www.proexrio.com.br
Rio de Janeiro
RJ
PROTEGO
21 2112 5700
www.protego.com
Rio de Janeiro
RJ
X
REEME ILUMINAÇÃO
11 3525 3290
www.reeme.com.br
São Paulo
SP
X
X
RENETEC
11 4991 1999
www.renetec.com.br
Santo Andre
SP
X
X
X
X
RITTAL
11 3622 2300
www.rittal.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
SECAMIC
21 3215 0745
www.secamic.com.br
Rio de Janeiro
RJ
SENSE
11 2145 0400
www.sense.com.br
São Paulo
SP
X
X
SERMATEX GRÜN
11 3933 7100
www.sermatex.com.br
São Paulo
SP
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X
X
SPTF
11 2065 3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
TELBRA EX
11 2946 4646
www.telbra.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
TOTAL LIGHT EX
21 2687 9159
www.totalex.com.br
Campos dos Goytacazes
RJ
X
TRAMONTINA ELETRIK
54 3461 8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
RS
X
TREXCON
11 3855 3360
www.trexcon.com.br
São Paulo
SP
X
X
VARIXX
11 3424 4000
www.varixx.com.br
São Paulo
SP
X
X
VIRTUS DISTRIBUIDORA
11 2463 4040
www.virtusdistribuidora.com.br Guarulhos
SP
WEIDMÜLLER CONEXEL
11 4366 9600
www.weidmueller.com.br
São Bernardo do Campo
SP
WETZEL
47 3451 4033
www.wetzel.com.br
Joinville
SC
Estado
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X X
X
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X
Possui programas na área de responsabilidade social
Possui certificado ISO 9001
X
Site
21 2195 9244
Possui certificado ISO 14001
Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
X
Telefone
PROEX RIO
Outros
X
X
EMPRESA
Telemarketing
X
Venda direta ao cliente final
X
X
Revendas/Varejistas
X
X
Principal canal de vendas
Distribuidores/Atacadistas
Comercial
X
Residencial
Industrial
Principal segmento de atuação
Distribuidora
Fabricante
Empresa
X
X
X
X
X
X
X
X
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X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Pesquisa
106
Equipamentos para atmosferas explosivas
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Barueri
SP
X
ALPHA
11 3933 7533
www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
X
BKNAV
21 2672 8200
www.emiele.com.br
Duque De Caxias
RJ
X
BRADY DO BRASIL
11 4166 1500
www.brady.com.br
Barueri
SP
BS&B SAFETY SYSTEMS
11 2084 4800
www.bsbbrasil.com
São Paulo
SP
CENTRAL-EX
19 3708 9200
www.central-es.com.br
Campinas
SP
CONEX
11/2331 0303
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
CROUSE-HINDS BY EATON 15 3353 7070
www.crouse-hinds.com.br
Votoratim
SP
DNV GL
11 3305 3305
www.dvnba.com/br
São Paulo
SP
ELETROTRAFO
43 3520 5000
www.eletrotrafo.com.br
Cornélio Procópio
PR
X
X
X X
X
X
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X
X
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X
X
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X X
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X
X
X
X
X
X
X
www.fatornobre.com.br
São Paulo
SP
X
19 3935 4911
www.fieldtech.com.br
Indaiatuba
SP
X
X
X
X
X
X
X
FORTLIGHT
11 2087 6000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
X
X
FT AUTOMAÇÃO
11 3258 2207
www.ft.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
HAWSER
11 4056 7047
www.hawser.com.br
Diadema
SP
X
X
HUMMEL
15 3322 7000
www.hummel.com.br
Tatuí
SP
X
X
X
X
LEGRAND
0800 11 8008
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
LUMENS
11 4075 4524
www.lumens.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
X
X
X
X
MAEX ENGENHARIA
19 3455 5266
www.maex.com.br
Santa Barbara D'oeste
SP
X
MELFLEX
11 4072 1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
X
MSA DO BRASL
11 4070 5999
www.msasafety.com
Diadema
SP
NAVILLE
11 2431 4500
www.naville.com.br
Guarulhos
SP
NUTSTEEL
11 2122 5777
www.nutsteel.com.br
São Paulo
SP
OBO BETTERMANN
15 3335 1382
www.obo.com.br
Sorocaba
POLAR
22 2105 7777
www.polarmacae.com.br
Macaé
X
X X
11 3763 5565
RJ
X
X
X X
FIELD TECH
Itaguai
X X
FATOR NOBRE
www.maccomevap.com.br
X X
X
X
21 2687 0070
X
X
X
MACCONEVAP
Outros
X
www.adelco.com.br
Materiais e acessórios em geral para montagem
X
X
11 4199 7500
Plugues e Tomadas
X
SP
ADELCO
Luminárias / Projetores
X
Estado
Boituva
Invólucros
X
X
Cidade
www.schmersal.com.br
Cabos elétricos e seus acessórios
Dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.)
X
X
Site
15 3263 9800
Motores elétricos
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
Telefone
ACE SCHMERSAL
Painéis e quadros elétricos
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
X
EMPRESA
Exporta produtos acabados
Importa produtos acabados
Principais produtos que a empresa fabrica e/ou distribui para instalações em áreas classificadas (EX)
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
X
X
X
RJ
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
107
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Motores elétricos
X
X
RJ
PROTEGO
21 2112 5700
www.protego.com
Rio de Janeiro
RJ
REEME ILUMINAÇÃO
11 3525 3290
www.reeme.com.br
São Paulo
SP
X
RENETEC
11 4991 1999
www.renetec.com.br
Santo Andre
SP
X
X
X
X
X
RITTAL
11 3622 2300
www.rittal.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
SECAMIC
21 3215 0745
www.secamic.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
SENSE
11 2145 0400
www.sense.com.br
São Paulo
SP
X
X
SERMATEX GRÜN
11 3933 7100
www.sermatex.com.br
São Paulo
SP
SPTF
11 2065 3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
TELBRA EX
11 2946 4646
www.telbra.com.br
São Paulo
SP
TOTAL LIGHT EX
21 2687 9159
www.totalex.com.br
Campos dos Goytacazes
RJ
X
TRAMONTINA ELETRIK
54 3461 8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
RS
X
TREXCON
11 3855 3360
www.trexcon.com.br
São Paulo
SP
VARIXX
11 3424 4000
www.varixx.com.br
São Paulo
SP
VIRTUS DISTRIBUIDORA
11 2463 4040
www.virtusdistribuidora.com.br Guarulhos
SP
WEIDMÜLLER CONEXEL
11 4366 9600
www.weidmueller.com.br
São Bernardo do Campo
WETZEL
47 3451 4033
www.wetzel.com.br
Joinville
X
X
X
Outros
Painéis e quadros elétricos
X
X
Estado
Rio de Janeiro
Materiais e acessórios em geral para montagem
Dispositivos, equipamentos para sistemas de automação (comando, controle, sinalização, alarme, etc.)
X
X
Cidade
www.proexrio.com.br
Plugues e Tomadas
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
X
Site
21 2195 9244
Luminárias / Projetores
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
X
Telefone
PROEX RIO
Invólucros
Importa produtos acabados
X
EMPRESA
Cabos elétricos e seus acessórios
Exporta produtos acabados
Principais produtos que a empresa fabrica e/ou distribui para instalações em áreas classificadas (EX)
X X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
X
X
X
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X
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X
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X
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X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
X
X
X
X
SC
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
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X X X
X
X
X
X
X X
X
108
Segurança
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Nightman1965 | Shutterstock.com
Aula prática
Tecnologia para redução da energia incidente nas instalações industriais Diversos estudos e tecnologias vêm sendo empregados a fim de se determinar os riscos inerentes ao arco elétrico e garantir que os trabalhadores façam seus trabalhos com segurança Por Vagner José dos Santos e Wendel Rosado Baldon*
109
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
A fim de determinar os riscos
incidente apresentada acima são altos,
energia incidente de uma instalação,
inerentes ao arco elétrico oriundo
necessitando
paradas
obedecendo a seguinte ordem: coleta de
de um curto-circuito, vários estudos
no processo produtivo para serem
dados dos equipamentos elétricos das
têm sido foco de especialistas nos
implementadas.
instalações e do sistema; determinação
últimos anos e várias tecnologias vêm
Outro fato muito importante é que,
da forma operacional do sistema;
sendo empregadas para garantir que
para qualquer que seja a metodologia
cálculo das correntes de curto-circuito
os trabalhadores desempenhem seus
a ser empregada, alguns fatores devem
nas barras; cálculo das correntes de
trabalhos com segurança e que os riscos
ser observados antes de utilizá-la,
arco nas barras; levantamento do
sejam minimizados ao máximo. Dentre
tais como: ter em mãos estudo de
tempo de atuação da proteção e
estas
destacam-se:
curto-circuito e seletividade da planta;
cálculo do tempo de duração do arco;
seletividade lógica, relé diferencial de
profissional habilitado para execução
determinação da tensão e a classe
barra, relé de arco, substituição de relé
dos
dos equipamentos; determinação da
eletromecânico, seccionadora de alta
específicos
velocidade, reatores, transformador de
instalações.
metodologias
de
trabalhos;
grandes
e
para
procedimentos trabalhos
nas
distância de trabalho; cálculo a energia incidente nas barras; e determinação
alta impedância, limitador pirotécnico,
da distância segura de aproximação
resistor de alto valor, resistor de baixo
Estudo
valor, painéis de baixa e média tensão
seletividade
testados, e segundo grupo de ajuste
e
contra arco elétrico. Em função da
de
complexidade dos trabalhos a serem
curto-circuito é possível determinar
executados, reforça-se a necessidade
dos relés de proteção ativo.
as correntes de curto-circuito Ibf,
de profissional com expertise em
A necessidade de substituir os
corrente de curto-circuito para faltas
sistema elétrico de potência para
relés de proteção eletromecânicos
trifásicas em kA e Ia corrente de arco
analisar/executar os estudos propondo
por
elétrico em kA em todas as barras do
mudanças que acarretem na diminuição
que, na maioria das vezes, não eram
sistema elétrico.
da energia incidente.
utilizados na filosofia de proteção
empregada, como o segundo grupo de
trabalhador pode estar exposto está
Procedimentos – Os procedimentos
ajuste, que para redução da energia
relacionada diretamente a corrente
são muito importantes para que haja
incidente vem sendo aplicado em uma
de curto-circuito pelo tempo (I *t),
uma conscientização dos profissionais
indústria de grande porte há dois anos.
sendo que a única variável que pode
que
Esta metodologia visa minimizar os
ser facilmente controlada é o tempo
energizadas quanto ao fato de que
efeitos da energia incidente quando
de atuação do sistema de proteção,
um simples ato de mudar uma chave
de um curto-circuito nas pessoas que
definido pelo estudo de seletividade, e
poderá minimizar os efeitos do arco ou
trabalham nas instalações elétricas
que sofrerá alteração em sua unidade
até mesmo salvar suas vidas.
energizadas, sendo que nesta condição a
instantânea, fazendo com que a energia
seletividade poderá ser comprometida,
incidente diminua com um tempo
não abordando, portanto, seus efeitos
menor.
dinâmicos.
Profissional
Na maioria dos casos, os custos
realizar os estudos – De acordo
metodologia do segundo grupo de
inerentes à implantação destas várias
com o IEEE 1584, são necessários
ajuste é muito simples, sendo o mesmo
metodologias para redução da energia
nove passos para se determinar a
composto por uma chave seletora que
eletrônicos
trouxe
recursos
de
curto-circuito –
Pelo
estudo
A quantidade de energia a que um
2
habilitado
para
lidam
com
as
instalações
Princípio de funcionamento
O princípio de funcionamento da
Aula prática
110
Segurança
a) GA desligado
b) GA ativo Figura 1 – Painel grupo de ajuste.
quando ativada envia sinal ao relé de
bloqueio é composto por um cadeado
proteção que, por sua vez, altera a
e cartão de identificação pessoal.
função de proteção 50 para valores
A
mais sensíveis, conforme a Figura 1
comportamento
itens a e b.
proteção de um barramento em que se
De forma a garantir que o grupo
utiliza do estudo de seletividade sem o
de ajuste esteja ativo enquanto houver
segundo grupo de ajuste ativo, e a energia
pessoas dentro das subestações, um
incidente calculada é de 22 cal/cm2 cat03.
painel com uma chave seletora foi
Já a Figura 3 busca retratar uma condição
instalada na entrada de cada uma delas,
em que o segundo grupo de ajuste é
e ela deverá ser bloqueada por todos
solicitado e a mudança da energia de
que venham adentrar as instalações. O
incidente cai para 4 cal/cm2 cat02.
Figura
Figura 2 – Curva de proteção sem grupo de ajuste.
2 de
demonstra uma
curva
o de
111
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Bus Name
Protective
Bus
Device
kV
Name
Trip/
Duration
Bolted Arcing
Bus
Bus
Prot Dev Prot Dev Bolted
Arcing
Delay
of Arc
Fault
Fault
Fault
Fault
Time
(sec.)
(kA)
(kA)
(kA)
(kA)
(sec.)
37,88
37,88
25,39
25,39
0.337
Working
Incident
Required
Boundary Distance
Energy
Protective
(cal/cm2)
FR Clothing
Arc Flash (cm)
(cm)
Category
[02] NIB1BARRA M2 PD-0022 4,16
0.338
388
91
(5SEM) Figura 3 – Energia incidente sem grupo de ajuste.
Estudo de caso
O curto-circuito aconteceu após retorno
de um equipamento que havia sofrido parada para manutenção, e, conforme procedimento para
liberação
de
equipamento
para
manutenção corretiva, é prevista a extração e o bloqueio do contator que alimenta a carga. O barramento da carga é alimentado em 4,16 kV. No retorno operacional da carga o contator, foi inserido no cubículo e liberado para funcionamento e, após algum tempo, houve um curto-circuito nesta carga originando derretimento das tulipas do contator conforme a Figura 4. Neste tipo de instalação é comum identificar sobreposição das tulipas na barra fixa do painel ou até mesmo empeno das barras do contator e/ou painel provocando aquecimento e consequentemente curtocircuito. A Figura 5 exemplifica uma situação Figura 4 – Curva de proteção com grupo de ajuste.
22
Category 3
Aula prática Bus Name
112
Protective
Bus
Device
kV
Name
Segurança Trip/
Duration
Bolted Arcing
Bus
Bus
Prot Dev Prot Dev Bolted
Arcing
Delay
of Arc
Fault
Fault
Fault
Fault
Time
(sec.)
(kA)
(kA)
(kA)
(kA)
(sec.)
37,88
37,88
25,39
25,39
0.02
Working
Incident
Required
Boundary Distance
Arc Flash
Energy
Protective
(cal/cm2)
FR Clothing
(cm)
(cm)
Category
[02] NIB1BARRA M2 PD-0022 4,16
0.021
150
91
(5SEM) Figura 5 – Energia incidente com grupo de ajuste.
na qual houve sobreposição das tulipas devido a fragilidade do material utilizado na construção do braço do contator.
Os registros fotográficos e a oscilografia
do relé de proteção comprovam que o curto-circuito foi trifásico e, portanto, as três tulipas foram danificadas. Pontos relevantes do registro: falta
Figura 6 – Contator danificado após curto-circuito.
trifásica com valor RMS de cerca de 2,5 kA, a primeira proteção a ser sensibilizada com a falta foi a função 51, sendo que o responsável pelo envio do sinal de trip foi a função 50; o tempo de abertura do disjuntor foi de cerca de 100 ms, valores estes compatíveis com valores estudados e implementados no relé de proteção. Os danos ao painel se limitaram ao
Figura 7 – Sobreposição das tulipas na barra.
derretimento de uma pequena quantidade de cobre dos contatos fixos da barra e das garras do contator de média tensão envolvido. Para liberação foi necessária a substituição dos contatos fixos do painel, além da utilização de um contator reserva, e houve a necessidade de realizar uma pequena limpeza no interior do cubículo antes de liberá-lo para energização. Destaca-se, ainda, que não houve danos a equipamentos instalados na porta deste painel, bem como demais componentes que o constituem, e que sofreram a ação do curto-circuito em função de sua característica construtiva que não existe segregação.
Conclusão Ficou
evidenciado
pelos
fatos
apresentados que, neste evento ocorrido no cubículo de média tensão, as consequências poderiam ser mais graves caso o segundo
Figura 8 – Registro do relé de proteção.
4,0
Category 2
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
113
grupo de ajustes do relé não estivesse selecionado. Isso é reforçado pelo relato daqueles que atenderam a ocorrência e já tiveram outras experiências semelhantes. O sistema de grupo de ajuste tem se mostrado uma forma eficaz de reduzir os níveis de energia incidente e minimizar os efeitos do curto-circuito nas instalações, mas deve ser visto como uma forma paliativa, para uso somente em período de transição para medidas de proteção com abrangência maior para as pessoas que lidam com instalações
energizadas,
garantindo
também a segurança quando de uma falha do sistema de proteção da instalação contra os riscos elétricos e efeitos dinâmicos que atualmente são esquecidos.
Referências • Lee, R. The other electrical hazard: electrical arc blast burns. IEEE Transactions on Industry Applications, v. 1A-18, n. 3, p. 246, maio/jun. 1982. • Guide for performance arc-flash hazard calculations. IEEE Std 1584. IEEE-SA Standards Board. Approved 12 set. 2002. •
Occupational
safety
and
health
administration. OSHA 3151-12R 2003. • NFPA 70e standard for electrical safety in the workplace 2009 Edition. • JOSÉ, Vagner. A energia incidente na instalações industriais. Escola Federal de Engenharia de Itajubá, M.G “Tese M.sc”. *Vagner José dos Santos é engenheiro eletricista especializado em proteção de sistemas elétricos. Exerce atividades de estudos elétricos em sistemas industriais e projetos. Wendel Rosado Baldon é engenheiro eletricista com habilitação em computação, especializado em sistemas elétricos de potência. Atua como engenheiro de manutenção em sistemas elétricos de potência.
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.
Subsistema de captores de descida
114
O subsistema de condutores de descida é a parte do SPDA destinada a conduzir a corrente elétrica de descargas atmosféricas desde o subsistema de captação até o subsistema de aterramento da forma mais curta e retilínea possível. Os componentes deste subsistema podem ser posicionados de forma externa, embutidos na parede da edificação, podem ser compostos por pilares metálicos ou pelas armaduras da estrutura do concreto dos pilares, desde que haja continuidade elétrica garantida. Os anexos D e E da ABNT NBR 5419 tratam da utilização das armaduras e de outros elementos metálicos como condutores de descida. Além disso, perfis metálicos, estruturas de torres, postes e mastros constituem condutores naturais de descida que dispensam condutores paralelos ao longo de sua extensão. Essas aplicações apresentam vantagens técnicas e de custo no que diz respeito à instalação e manutenção de um SPDA quando comparadas à utilização de condutores de descida externos. Dessa forma, por exemplo, poderiam ser considerados desnecessários os cabos posicionados paralelamente ao mastro desde o captor até a sua base, assim como os cabos de descida utilizados em torres metálicas que servem de sustentação para antenas de transmissão de sinal (Figura 1). A corrente da descarga atmosférica
tende a buscar o caminho de menor impedância para a terra o que, certamente, acontece quando se utiliza a grande quantidade de metal das estruturas mencionadas ao invés dos cabos ali instalados. De um modo geral, devem ser evitadas curvas nos condutores de descida, porém, obviamente, são admitidas aquelas necessárias durante a instalação para acompanhar o contorno da edificação ou para ultrapassar obstáculos (Figura 2). Não são admitidas emendas nos cabos utilizados como condutores de descida, nem mesmo se a emenda for executada por meio de solda. Há apenas a exceção para a conexão no caso do trecho de interligação entre o condutor de descida e o condutor de aterramento (chamado rabicho de aterramento), que pode ser realizada pelo conector de medição. No caso em que o conector de medição for eliminado e, consequentemente, um trecho do condutor de descida fica enterrado até a sua ligação direta ao eletrodo de aterramento, a seção transversal do condutor de descida deverá ser, no mínimo, igual à do eletrodo de aterramento. São admitidas emendas nas descidas constituídas por perfis metálicos, desde que os perfis tenham seções transversais no mínimo iguais às especificadas na Tabela 15 da ABNT NBR 5419 e os preceitos de direção já mencionados sejam equivalentes.
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
No caso de condutores na forma de barras, as emendas devem ser executadas com área de superposição mínima de 100 cm² e devem ser fixadas, no mínimo, com dois parafusos M8. Os laços devem ser evitados em todas as direções. Na
Captor Franklin sobre mastro. Os cabos de cobre descendo em paralelo ao mastro e as peças usadas para fixação e encaminhamento são desnecessários.
impossibilidade construtiva e, desde que tecnicamente justificado em projeto, os laços serão permitidos desde que as distâncias de segurança relacionadas com a proximidade do SPDA em relação às pessoas ou outras instalações forem atendidas.
Captor Franklin sobre mastro. Os cabos de cobre podem ser distribuídos a partir da base do mastro.
Figura 1 - Exemplo da utilização desnecessária de cabos como condutores de descida (esquerda) até a base do mastro versus utilização da estrutura metálica como condutor de descida até a base do mastro
Figura 2 - Exemplo de curvas necessárias
Colaboraram com esta seção: Autor: Jobson Modena, engenheiro eletricista, consultor, diretor da Guismo Engenharia Edição: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor, consultor
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Coluna do consultor
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Por Hilton Moreno, especialista em instalações elétricas e consultor técnico da revista O Setor Elétrico
Um longo caminho a percorrer...
Assim como outras centenas de milhares de brasileiros nos últimos anos, este colunista teve a oportunidade de visitar no final do ano um país chamado de primeiro mundo (para efeito deste texto, pouco importa o país visitado). Para não perder a viagem, o colunista procurou conhecer um pouco mais de perto a situação das instalações elétricas no local, particularmente, em relação à preocupação com a segurança das pessoas e do patrimônio. Já de volta ao batente no começo do ano e, por conta
da participação em uma reportagem da TV Record de São
Esta foto mostra a dupla preocupação com a segurança das pessoas. Não bastasse a tomada ter uma proteção diferencial residual incorporada de 6 mA, o cordão de ligação do secador de cabelo já vem com um dispositivo de proteção diferencial residual (6 mA) incorporado no plugue. Não é preciso dizer mais nada, não é mesmo!?
Esta foto mostra a situação da fiação (se é que é correto chamar isso de fiação) totalmente inadequada, sem qualquer proteção contra choques elétricos, sobrecargas e curtos-circuitos. Segundo declarado pelo proprietário desta casa, a instalação que é vista na foto é uma das melhores, senão a melhor, em toda a redondeza.
Paulo sobre segurança das instalações elétricas residenciais, o mesmo colunista, no intervalo de apenas dois meses, teve a oportunidade de visitar uma casa muito humilde na periferia da cidade de São Paulo. Acreditando piamente no ditado que diz que “uma imagem vale mais do que mil palavras”, vejam as fotos a seguir tiradas em cada um dos locais anteriormente mencionados.
Faço o difícil desafio para que o leitor adivinhe qual foto corresponde ao país de primeiro mundo e qual é aquela da periferia de São Paulo. Uma vez identificado o local, o próximo desafio é medir a distância que separa as duas culturas em relação à preocupação com a segurança das pessoas. Uma dessas duas sociedades certamente tem um longo caminho a percorrer...
Energia sustentável
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Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Insights de sustentabilidade sobre a Flórida
O repouso de férias nos Estados Unidos
Conservação de água – vimos descargas
serviu de inspiração para esta coluna.
automáticas para conservação de água em
Relato algumas percepções sobre a cultura
várias lojas, shoppings, etc.
e as práticas dos temas da sustentabilidade, contudo, levando em consideração os
Energia
poucos dias lá passados e a visão de que a Flórida não representa os Estados Unidos
como um todo.
sobre as fontes energéticas estão “quentes”
Gás de “xisto” e carvão – as discussões
nos Estados Unidos, objeto de várias
Meio ambiente
matérias na mídia. O crescimento da geração de gás de “xisto” (folhelho) nos últimos anos
Automóvel - muitos carros grandes
foi impressionante, mas as consequências
e SUVs (“sport utility vehicles”) nas
ambientais e à saúde estão em debate e têm
ruas, os quais usualmente emitem mais
de ser trabalhadas. Os novos padrões de
poluentes e consomem mais combustível.
emissões atmosféricas para termoelétricas
O carro que aluguei dispunha de dispositivo
à carvão, a serem definidos nos próximos
economizador de combustível (introduzido
meses pela Agência Federal Ambiental
pela montadora em 2011) e funciona com
(EPA), podem representar o maior passo
gasolina ou com o E85 (mistura de álcool e
do país na direção da redução dos gases de
gás. Fonte: www.onlydrivegreen.com), mas
efeito estufa. Ou a inviabilidade do setor,
procurei em vários postos e não vi nenhum
como defendido pelos representantes desta
vendendo esta mistura;
indústria;
Coleta seletiva – me pareceu organizada
Conservação de energia – as construções
nos vários locais em que fui, separando de
parecem ter um bom isolamento com
modo geral o reciclável do não reciclável.
conservação de energia. No entanto, não vi
Em alguns casos se falava de garrafas, latas e
nos hotéis dispositivos para desligar as luzes
plásticos, mas não era citado o papel;
e equipamentos em caso de o hóspede não
estar no quarto (como já vi em vários hotéis
Sacolas plásticas – as sacolas plásticas
das lojas e supermercados que vi não eram
no Brasil);
biodegradáveis, mas algumas continham
percentual de material reciclado;
lojas usuais de venda, somente lâmpadas
Lâmpadas Led – não as encontrei nas
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
halógenas. Este movimento parece estar em
menores são usualmente seguidas; as
e proteção contra queimadura (não somente
estágio inicial;
orientações sobre os efeitos à saúde nos
no Starbucks e no McDonalds).
Carro elétrico – em pleno coração
brinquedos mais radicais são claras, inclusive
de Miami Beach, entre as lojas de grifes,
para mulheres grávidas;
estranhei a presença de uma loja da Tesla
Proteção contra incêndio nos locais
Motors, empresa fundada em 2003 por um
de concentração de pessoas – me pareceu
grupo de engenheiros do Vale do Silício que
organizada e operante. Num dos hotéis em
especiais – é visível a preocupação com o
se desafiaram a provar que o carro elétrico
que me hospedei, houve um princípio de
acesso e inclusão nas calçadas, ruas, hotéis,
pode ser viável (venderam 2.300 veículos
incêndio, de madrugada, e a comunicação
shoppings, parques;
desde 2008, estando atualmente presentes
de abandono nos quartos via caixa de som
em 37 países). Sinal de mudanças?
funcionou perfeitamente bem. Todos os
dos parques da Disney vêm de vários
hóspedes foram seguindo para o saguão
países, línguas (identificados no crachá)
central (ou para área externa), até que fomos
e idades (muitas pessoas da terceira idade
informados de que o detector de fumaça de
trabalhando).
Segurança e saúde
Social Inclusão dos portadores de necessidades
Diversidade de povos – os funcionários
Cuidados com a segurança e acidentes
um quarto disparou por conta do uso do
nos parques e atrações – sempre são
fogão. Os elevadores de hotéis são dotados
Realizar “benchmarking” com outras
apresentadas inicialmente nos brinquedos as
também de instruções em caso de incêndio;
práticas e culturas é interessante para nos
regras de segurança e incêndio; os carrinhos/
Acidentes com copos de bebidas quentes
autoavaliarmos e perceber oportunidades
cadeiras são dotados de dispositivos e travas
– nos cafés (expressos) que ansiosamente
de evolução. Espero que estas percepções
de segurança; as restrições para crianças
buscávamos, as bebidas vinham com tampa
ajudem nesse sentido.
Iluminação eficiente
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Juliana Iwashita Kawasaki é arquiteta, coordenadora da Comissão de normas técnicas de Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas do Cobei e diretora da EXPER Soluções Luminotécnicas, especializada em treinamentos, ensaios laboratoriais, projetos e consultorias em eficiência energética e iluminação.
Estamos entrando em uma nova crise energética?
Novos “apagões” e o possível aumento do custo da energia refletem os impactos de uma nova crise energética? Gerar energia é caro em qualquer lugar do mundo, então, por que não economizar? Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia (Abesco), o Brasil tem um potencial de economia de energia elétrica da ordem de 46 TWh por ano. Este volume equivaleria à metade da produção anual da hidrelétrica de Itaipu. Implantar medidas de eficiência energética é muito mais econômico que investir na geração de novas usinas. E é esse conceito que faz com que os países desenvolvidos engajados em eficiência energética adotem políticas efetivas para redução do consumo. Um kW economizado significa um kW deixado de ser produzido e, consequentemente, alguns milhares de reais economizados para aumentar a capacidade de geração. A redução do custo da energia elétrica no ano passado, entretanto, foi uma medida que não ajudou as políticas de eficiência energética no país, pois aumentou os cálculos de retorno de investimento para implantação de soluções energeticamente mais eficientes. Embora seja bom pagarmos menos, a situação precisa ser real e duradoura. A iluminação tem um papel importante nessa área, pois é um dos
principais usos finais de energia elétrica. Aproximadamente 20% de toda a energia gerada no mundo é consumida com iluminação. O uso de sistemas mais eficientes e tecnologias para redução do consumo de energia, como Led, sensores de presença e sistemas de controle de luminosidade são as grandes tendências para a eficiência energética em iluminação. Além de impactar menos o custo de operação da instalação ao longo da vida, a economia gerada pode compensar o investimento inicial. Políticas nacionais para adoção dessas tecnologias precisariam, porém, ser mais efetivas, como observamos em alguns países. Redução de impostos e/ou subsídios para comercialização de equipamentos de tecnologias mais eficientes, proibições de comercialização de equipamentos ineficientes (como vem ocorrendo com as lâmpadas incandescentes) são apenas algumas políticas que poderiam ser adotadas. O Brasil tem um grande potencial para práticas de eficiência energética, mas muito ainda a aprender e a conscientizar sua população. Talvez agora seja uma boa hora para discutirmos essa questão novamente junto às entidades pertinentes, mas também agirmos individualmente, mais conscientes quanto ao uso dos recursos disponíveis.
Instalações MT
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Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista, pós-graduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por 20 anos e nas empresas Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação e de proteção da receita. Representa a IURPA (International Utilities Revenue Protection Association) no Brasil e atua como consultor independente.
Apagão, smart grid, sorte e azar Sempre que ocorre um problema no Sistema Interligado Nacional (SIN) eu me preparo para a “aprender” com as declarações que se seguem na mídia tentando explicar porque desligou, se o tempo de restabelecimento foi adequado, se houve falha humana e por aí vai. Uma das pérolas que sempre aparece na mídia é um ou outro acadêmico famoso afirmando que “se no Brasil tivéssemos o smart grid implantado, o problema não ocorreria ou seria resolvido em pouquíssimo tempo”. O que se quer dizer com isso ninguém sabe, principalmente quem dá a declaração! Claro que as empresas de distribuição que aos poucos vem implementando automação, controle e aquisição de dados passam a ter melhores condições de gerenciar seus ativos em campo e melhorar o nível de qualidade de fornecimento de energia. É claro também que as subestações mais modernas que são telecomandadas e que possuem monitoramento mais completo de seus equipamentos (temos tecnologia nacional que exporta sensores para mais de 50 países mundo afora para monitorar transformadores de potencia, por exemplo) oferecem melhores condições de controle e de gerenciamento, principalmente, nas situações de contingência. Claro também que existem hoje no mundo tecnologias ainda não plenamente aplicadas no Brasil e que fazem o sistema ficar mais robusto em termos de proteção. As empresas do setor de geração e transmissão que tiverem a necessária humildade de admitir que há como melhorar o sistema atual podem ter acesso a isto, por exemplo, contratando consultoria externa
que avalie o estado da arte em países melhor posicionados que o Brasil e recomende o que for aplicável e os meios de se fazer isto. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) bem que poderia dar uma ajuda, recomendando estas ações de forma que haja aceitação pelo poder concedente dos necessários investimentos. Outra afirmação comum em meios oficiais é que smart grid só se aplica a sistema de distribuição. Vão até mais além e afirmam tratar-se apenas de telemedição! Mas vejam, com relação a isso (recomendo aos interessados em smart grid uma leitura atenta), um relatório produzido pelo próprio Ministério de Minas e Energia (MME) por um grupo instituído pela Portaria 440, de abril de 2010. Aceito, inclusive, comentários sobre este trabalho que certamente merecerá uma análise detalhada de todos do setor: não deixem de consultar o site do MME. Claro que ainda se aguarda um documento que defina a política pública de automação do grid brasileiro e certamente não será este que traz alguns conceitos, relata apresentações de fabricantes e descreve viagens ao redor deste mundo de Deus! Claro que tudo que se fizer ainda não será suficiente para deter as descargas atmosféricas, abundantes no Brasil nesta época do ano. Se as chuvas estivessem mais generosas no Sudeste, muito mais raios teriam atingido o nosso sistema, mas, pelo menos, não estaríamos à beira de um colapso no sistema de geração (se não chover bastante no fim deste ano). Sorte ou azar? O fato é que declarações oficiais, decretos e medidas provisórias não vão controlar as forças da natureza!
Proteção contra raios
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Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena
Respaldo normativo para proteção contra raios em áreas abertas Desde o ano passado, a International Eletrotecnical Commission (IEC) oficializou alguns procedimentos para a proteção dos seres vivos contra os efeitos das descargas atmosféricas através de um relatório técnico informativo. Com 21 páginas e 13 ilustrações, o documento mostrado na figura, disponível em inglês e em francês, está dividido em seis capítulos assim distribuídos: 1. Escopo 2. Referências normativas 3. Termos e definições 4. Geral 4.1. Observações preliminares 4.2. Danos causados pelos raios aos seres humanos 4.2.1. Geral 4.2.2. Impacto direto 4.2.3. Centelhamento (descarga) lateral 4.2.4. Tensão de toque 4.2.5. Tensão de passo 5. Efeitos dos impactos diretos dos raios para os seres humanos 5.1. Lesões possíveis 5.2. Como pessoas lesionadas podem ser ajudadas (socorridas) 6. Como agir em presença de tempestade 6.1. Como detectar os riscos prováveis da formação do raio 6.2. Como achar lugares seguros 6.3. O que fazer em áreas abertas 6.4. Situações perigosas em um carro 6.5. O que fazer quando se esta acampando 6.6. Tempestades em regiões montanhosas 6.7. O que fazer quando se está dentro da água
6.8. O que fazer em eventos ao ar livre 6.9. O que fazer quando se está praticando esporte ao ar livre Analisando-se o título dos capítulos, percebe-se que não se trata de assunto novo, mas simplesmente oficializa conceitos existentes, que, até então, se encontravam difusos em diversos documentos, que não necessariamente tratavam de proteção contra descargas atmosféricas. Assim que o novo texto da ABNT NBR 5419 for publicado, a CE-64.10, comissão que estuda o assunto, tem a intenção de trabalhar este texto para disponibilizá-lo como documento nacional a fim de aumentar as diretrizes na proteção dos seres vivos em áreas abertas no Brasil e preencher a lacuna ainda existente na nossa normalização. Enquanto isso, aos que se depararem com situações que necessitem respaldo normativo, fica a sugestão para que sigam as recomendações do documento IEC TR 62713:2013. Caso haja alguma dúvida específica sobre o documento, podemos desenvolver o assunto com mais profundidade, bastando que os leitores se manifestem a respeito.
NR 10
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Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Apurando a reciclagem Muito se tem discutido acerca do conteúdo e da duração da reciclagem prevista no texto da Norma Regulamentadora nº 10. Afinal, quem pode ministrar os treinamentos? Um técnico ou um engenheiro? Da área de segurança ou da área de elétrica? Enfermeiro ou médico? E por aí vai. Generalizou-se a oferta (e procura) por treinamentos de reciclagem ministrados por empresas, associações e profissionais, de forma genérica. E me refiro aos treinamentos com conteúdo preestabelecido e não focado nas necessidades específicas dos participantes, o que acaba por tornar os eventos maçantes, repetitivos, desinteressantes e até inócuos. Há, no entanto, um outro aspecto a ser considerado e este diretamente voltado às empresas prestadoras de serviço, que fornecem mão de obra temporária para seus clientes ou ainda as que, por força de contrato, realizam serviços em eventos singulares, como, por exemplo, manutenção priódica de subestações,
instalações de equipamentos novos, reparos, ampliações, etc. Essas são oportunidades perfeitamente previstas na norma: 10.8.8.2 Deve ser realizado um trei namento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma das situações a seguir: a) troca de função ou mudança de empresa A simples mudança de estabelecimento é uma indiscutível alteração de local e certamente altera o cenário de desenvolvimento dos trabalhos e, assim, alterações de exposição a riscos elétricos. As empresas prestadoras de serviço que deslocam seus empregados entre clientes distintos deverão atender às exigências de reciclagem estabelecidas e ambientá-los ao panorama de trabalho de cada empresa ou estabelecimento, com as suas respectivas normas internas, procedimentos e cultura.
É certo que um acompanhamento detalhado das instalações objeto dos serviços, o entrosamento com os profissionais do cliente, a apresentação às instalações e aos recursos de controle e segurança, o “modus operandi” do cliente, a análise dos esquemas elétricos e o controle conjunto dos dispositivos de seccionamento e bloqueio, entre outros, são tarefas que absorvem algum tempo e isso tende a elevar o custo dos serviços. Ocorre, no entanto, que a responsabilidade sobre a realização desse entrosamento, aqui entendido como uma reciclagem, é solidária, recaindo tanto sobre o contratado quanto sobre o contratante, como serão as responsabilidades sobre qualquer infortúnio que possa acontecer. Isso impõe que os contratantes incluam em seus memoriais e no escopo de serviços, item referente ao entrosamento e conhecimento mutuo dos padrões, procedimentos, instalações e recursos de segurança no controle do risco elétrico.
Energia com qualidade
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José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DEINFRA-FIESP.
“99, foi o 50 ou o 51?” – “Não sei, 86!”
A dupla era incrível, o casal criado por Mel Brooks e Leonard Stern nos anos 1960 protagonizavam os agentes 86 – Maxwell Smart, vivido pelo ator Don Adams – e a agente 99 – que não teve o nome revelado e era vivida por Barbara Feldon. Pertenciam à organização “do bem”, chamada de “o controle” que combatia o mal representado pela organização chamada de “a kaos”. O site www.tvsinopse.kinghost.net traz mais informações desta inesquecível série que recentemente foi adaptada em filme. Ao depararmos com mais um apagão, observamos nos jornais do dia seguinte: “a capacidade da linha de
interligação Norte-Sul era de 6,1 MW e a carga no instante do desligamento era de 5,8 MW (95%), portanto, o sistema não se encontrava em sobrecarga durante o apagão”. A conclusão foi que devido à ocorrência de dois curtos-circuitos, a linha foi desligada e então cargas foram rejeitadas evitando o colapso total. E o que teria causado este duplo curtocircuito? Novamente entra em jogo o velho vilão “o raio”. “RAIOS! RAIOS DUPLOS” (como diria o Dick Vigarista gargalhando). Quem sabe quando este texto estiver sendo lido, alguma explicação tecnicamente convincente
terá sido apresentada para a sociedade, pois ainda faltavam evidências. Vamos esperar que as causas do apagão sejam divulgadas, fundamentalmente, para que possamos conhecer e corrigir nossas fraquezas se elas existirem e que as discussões saiam da “sala do silêncio” (expressão inventada pela agente 99). No nosso mundo técnico assistimos incrédulos às notícias sobre o tema, mas nenhuma autoridade oficial falou com seriedade sobre eficiência energética. Isso parece ser um tema para fracassados, parece que racionalizar seria o mesmo que racionar, com alusão ao inesquecível ano de 2001 (uma odisseia quase no espaço!). Aliás, vale a pena citar o Plano Decenal de Energia (PDE 2030), publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que considera SIM na sua projeção a participação da eficiência energética a partir de 2018 (mas pelo menos considera). O grande imbróglio que nos encontramos agora é: • Estamos com as tarifas de energia elétrica reduzidas para os setores residenciais e comerciais desde o ano passado. Por conta da energia barata nestes setores e redução do IPI na linha branca, novas cargas foram inseridas nestes consumidores. • Nossos lagos começaram a atingir níveis críticos, os registros de altas temperaturas promovem o aumento da carga dos sistemas de ar condicionado
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
e de refrigeração (boa parte deles, novinhos). O início do novo modelo tarifário com as compensações financeiras da geração térmica pelas bandeiras tarifárias foi postergado para o ano que vem (talvez para conter a inflação) com novos custos bilionários para o tesouro nacional. Ainda, linhas de transmissão de interligação das eólicas encontram-se com seus cronogramas de implantação atrasados. • As usinas térmicas geram como nunca, sujando nossa matriz energética da mesma forma. O que mais falta para que os Procedimentos do Programa de Eficiência Energética (Propee), da Aneel, seja levado a sério? Vamos agora trocar os aparelhos de ar condicionado da baixa renda? É hora de reflexão. Aprender com
os erros faz parte do jogo. Temos apresentado sistematicamente que a eficiência energética é um vetor que não pode ser descartado da solução, basta olhar para o norte. O programa americano de eficiência energética é citado como um dos principais pontos da recuperação energética daquele país. Nosso desperdício é da ordem de 10% do consumo e o trabalho necessário para estabelecer este corte é longo, mas possível. Desperdiçamos anualmente o equivalente à energia que será gerada por Belo Monte no mesmo período. Precisamos de modelos de financiamento de projetos e outras iniciativas viáveis, que convençam nossas indústrias, instalações comerciais e até as residências a abandonar o desperdício apostando no custo operacional e não somente no de aquisição. Precisamos
de modelos de incentivo tarifário a quem de fato economizar – como a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) está anunciando, “precisamos de modificação estrutural e não conjuntural”. Precisamos, enfim, de soluções técnicas e econômicas e não de justificativas. A propósito, na codificação ANSI, o relé função “50” tem atuação instantânea (aplicado normalmente em proteção de curto-circuito), o relé função “51” tem atuação temporizada (aplicado normalmente em proteção de sobrecargas). Curiosamente, mas como nada é por acaso, o relé função 86 é o relé de bloqueio! Já o relé função 99 está reservado para aplicações especiais! Como diria o nosso herói: “Está na hora do velho truque”.
Instalações EX
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Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Nova edição da norma internacional sobre instalações elétricas em atmosferas explosivas Foi recentemente publicada pela IEC a Edição 5.0 da norma IEC 60079-14 – Explosive atmospheres – Part 14: Electrical installations design, selection and erection. Esta parte da série ABNT NBR IEC 60079 apresenta os requisitos específicos para projeto, seleção e montagem de instalações elétricas em áreas classificadas associadas com atmosferas explosivas. Esta norma, bastante extensa, traz requisitos, dentre outros, sobre a relação entre níveis de proteção de equipamentos “Ex” (EPL) e Zonas, seleção de equipamentos “Ex” de acordo com o grupo e a classe de temperatura da área classificada, seleção de equipamentos “Ex” para gases inflamáveis e para poeiras combustíveis. A norma apresenta também requisitos de seleção e montagem de diversos tipos de equipamentos “Ex”, tais como motores, tomadas, plugues, luminárias e instrumentação intrinsecamente segura. São também especificadas nesta norma os requisitos para os conhecimentos, as habilidades e as competências pessoais requeridas pelas pessoas envolvidas nestas atividades de projeto e montagem de instalações elétricas “Ex”. A Comissão de Estudo CE 31.01 do Subcomitê SC-31 do Cobei, responsável pela elaboração e pela atualização desta norma brasileira, acompanhou todo o processo de elaboração e análise de comentários, votação, aprovação e publicação. Houve ainda a participação do Brasil em reuniões presenciais para elaboração desta norma, ao longo dos anos de 2010 a 2013, quando o respectivo grupo de trabalho se reuniu para analisar os
comentários que foram apresentados pelos diversos países que participam do TC-31 da IEC, inclusive do Brasil. Como histórico de evolução das respectivas normas brasileira e internacional sobre este tema, pode ser lembrado que foi publicada em 1969 a norma ABNT NBR 5418 – Instalações elétricas em ambientes com líquidos, gases ou vapores inflamáveis. Aquela norma foi cancelada e substituída após oito anos, em 1977 pela ABNT NBR 5418 – Instalações elétricas em atmosferas explosivas. A ABNT NBR 5418/1977 ficou sem atualizações durante 15 anos, até que em 1992 a respectiva Comissão de Estudo do SC-31 do Cobei iniciou os trabalhos de sua atualização, baseando-se na primeira edição da norma IEC 79-14, que havia sido publicada pela IEC em 1984. Aquele trabalho de atualização durou três anos, sendo publicada pela ABNT a versão seguinte da ABNT NBR 5418 em 1995. No âmbito internacional, no TC-31 da IEC, a norma IEC 60079-14, que havia sido publicada em 1984 (Ed. 1.0), foi seguidamente revisada em 1996 (Ed. 2.0) e em 2002 (Ed. 3.0). A ABNT NBR 5418/1995 permaneceu sem atualizações por onze anos, até 2006, quando foi publicada pela ABNT a NBR IEC 60079-14 – Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – Parte 14: Instalação elétrica em áreas classificadas (exceto minas), elaborada pela Comissão de Estudo CE 31.03 do Cobei, equivalente (mesmo conteúdo técnico, forma e apresentação) em relação à respectiva IEC 60079-14 Ed. 3.0. A partir de 2002, dentro do ciclo de manutenção e atualização das normas
internacionais da IEC, a norma IEC 60079-14 – Ed. 3.0 passou a ser revisada e atualizada, com a participação dos países membros do TC-31 da IEC, inclusive pelo Brasil. Estes trabalhos de atualização culminaram, em 12/2007, na publicação da Ed. 4.0 daquela norma internacional, a qual contou, inclusive, com o voto de aprovação do Brasil, representado pelo Cobei (Brazilian National Committee). Com a publicação da Ed. 4.0 da IEC 60079-14, a Comissão de Estudo CE 03:031.01, que havia acompanhado e participado do processo de comentários e de aprovação daquela norma internacional, iniciou os trabalhos de atualização da respectiva ABNT NBR IEC 60079-14, cuja nova versão foi publicada em 02/2009.
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
No presente momento, de forma a manter esta norma brasileira no mesmo nível de atualização e equivalência em relação à edição atual da respectiva norma IEC, em termos de requisitos técnicos, qualidade, segurança e gestão praticados internacionalmente por todos os países do mundo que adotam as normas da IEC, a Comissão de Estudo CE 31.01 do Cobei iniciou os trabalhos de atualização da norma ABNT NBR IEC 60079-14/2009. Dentre as principais alterações introduzidas na nova Edição 5.0 da IEC 60079-14, podem ser destacadas as seguintes: • Introdução de requisitos de inspeção inicial detalhada após a conclusão da montagem em atmosferas explosivas; • Novos requisitos de seleção de equipamentos com radiação ótica e ultrassônica; • Novos requisitos de seleção de baterias para equipamentos “Ex”, dispositivos “Ex” de identificação por rádio frequência (RFID) e detectores de gases inflamáveis;
• Nova estrutura para os requisitos para segurança envolvendo eletricidade estática e radiação eletromagnética; • Nova estrutura para os requisitos de sistemas de entrada de cabos e elementos de plugueamento para invólucros de diversos tipos de proteção “Ex”; • Nova estrutura para os requisitos de máquinas elétricas girantes para todos os tipos de proteção “Ex”; • Novos anexos, contendo requisitos sobre: o Inspeção inicial com programas inspeção para equipamentos específicos para todos os tipos de proteção “Ex”; o Restrição de migração de gás por meio de cabos; o Instalação de sistemas de aquecimento por traço elétrico; o Instalação de equipamentos com proteção contra radiação óptica (Ex “op”); o Misturas híbridas. Esta norma IEC 60079-14 constitui também a base para os sistemas internacionais
de certificação elaborados pelo IECEx para empresas de prestação de serviços de projeto, instalação e inspeção inicial de instalações elétricas “Ex” e para a certificação de competências pessoais em atmosferas explosivas, nas unidades de competência Ex 003 (Instalação de equipamentos com tipos de proteção “Ex” e respectivos sistemas de fiação), Ex 006 (Ensaios de equipamentos e instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas) e Ex 009 (Projeto de instalações elétricas em, ou associadas a atmosferas explosivas), de acordo com o Documento Operacional IECEx OD 504. Mais informações sobre a norma internacional IEC 60079-14 podem ser encontradas no Website da IEC Webstore: http://webstore.iec.ch/webstore/webstore.nsf/ artnum/048825!opendocument Mais informações sobre a norma brasileira ABNT NBR IEC 60079-14 podem ser encontradas no site da ABNT Catálogo: http://www.abntcatalogo.com.br/norma. aspx?ID=194755
Dicas de instalação
132
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
De apagões, calor e pontos quentes Por Fernando Lisboa*
O Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, declarou à Agência Reuters, um dia antes do apagão ocorrido no dia 3 de fevereiro, que não enxergava “nenhum risco de desabastecimento de energia”, e que “o governo está trabalhando para reduzir a queda dos níveis dos reservatórios”. Declarou ainda que havia “previsão de religar as usinas térmicas”, as quais têm custo de operação muito alto e que certamente contribuiria para o aumento dos preços da energia elétrica no mercado aberto. Essas declarações soam tristemente familiares. Boa parte de nós brasileiros as ouvimos ano após ano. Gostaria de sugerir um tema para discussão e que pode ajudar o país em curto prazo. Até porque tudo o que o Governo pode fazer agora terá resultados em longo prazo, infelizmente. Investimentos em mais capacidade de geração e transmissão não dependem só de capacidade de investimento. Dependem de tempo. A ideia é aperfeiçoar a capacidade da malha de transmissão e distribuição, evitando interrupções causadas por falhas de ativos e componentes. Dentro dessa ideia, proponho um passo além: encontrar, classificar e priorizar pontos quentes encontrados na malha do sistema e, dependendo da severidade (temperatura do ponto em relação à temperatura ambiente), atuar e eliminar a causa do aumento de temperatura. Afinal, componentes com temperatura elevada estão simplesmente transformando energia elétrica em calor, estabelecendo uma troca com o meio ambiente. Um desperdício inaceitável, considerando os milhões de pontos quentes potencialmente espalhados pelo sistema. Sistemas elétricos – por razões óbvias – são projetados para serem de confiança. Como qualquer sistema complexo, sistemas elétricos requerem manutenção periódica e fiscalização para garantir que a energia fornecida para edifícios e instalações seja segura e eficiente.
Câmeras termográficas podem detectar calor na forma de energia infravermelha que se irradia de todo tipo de superfície, inclusive equipamentos com mau funcionamento ou operando sob condições anormais. Todo objeto ou superfície com uma temperatura acima do zero absoluto libera energia térmica ou infravermelha. A luz composta por esta energia não é visível porque o seu comprimento de onda é demasiado longo para ser detectado pelo olho humano. A temperatura de um objeto é maior quanto maior for a radiação infravermelha emitida. Câmeras termográficas não só podem "ver" essa luz, mas também podem separar áreas quentes de áreas frias. Empresas de seguros têm tradicionalmente tentado controlar o impacto das perdas de propriedade por meio de sistemas de proteção contra incêndios (sprinklers) e também minimizar as perdas quando eles acontecem. Poucas são as técnicas ou serviços existentes que realmente ajudam a evitar perdas, como é o caso
da inspeção termográfica. As imagens térmicas geradas pelas câmeras termográficas, aliadas à emissão automática do relatório, que pode, com a tecnologia de hoje, ser enviado a vários gestores por correio eletrônico via protocolo TCP/IP, o stream de vídeo sem fio e outras tecnologias se somam para reduzir os desperdícios e ajudam a evitar perdas de interrupção de fornecimento de energia. Técnicos certificados podem realizar inspeções em equipamentos para encontrar possíveis problemas nos estágios iniciais de avaria ou de falha. Equipamentos-chave são avaliados durante as inspeções, sem interrupção ou desligamento de circuitos. Para ilustrar como a classificação dos pontos quentes seria feita, recorro a uma pesquisa feita por termografistas da Flir Inc., nos Estados Unidos. De março de 2005 a junho de 2010, os termografistas realizaram 6.445 inspeções termográficas, com uma média de cerca de 100 exames por mês. Usando 22 câmeras, os termografistas encontraram 47.077 falhas
133
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
(ou deficiências) para uma média de 7,3 faltas por relatório. A redução de custos de reparo elétricos é estimada em US$ 500 para pequenas falhas ou intermediários e US$ 3.000 para faltas graves ou críticas. Essas estimativas são baseadas em experiência típicas na indústria. As quatro categorias de falhas são baseadas em diferenciais de temperatura da norma. Pequenas falhas são de 1 °F a 9 °F acima da norma. Falhas intermediárias são de 10 °F a 34 °F; as faltas graves são de 35 °F a 74 °F; e as críticas são 75 °F ou mais acima do estabelecido pela norma. A economia de energia varia de acordo com o diferencial de temperatura e de corrente (em Ampères). A economia de energia pode ser calculada usando uma ferramenta chamada "Cálculos de Potência Indireta de Temperaturas de Superfície” ou estimada a partir de uma série de cálculos e suposições de amostra. A seguir, são consideradas razoáveis as seguintes estimativas: US$ 1,50/dia para falhas críticas; US$ 0,75/dia para grave; US$ 0,40/dia para intermediário e US$ 0,15/dia para menor. Um custo de US$ 0,15 por quilowatt-hora (kWh)
é usado para desenvolver essas estimativas, mas os custos de energia podem ser maiores em algumas áreas. Nós usamos 250 dias úteis do ano (estimativa de dez feriados) para estimar a economia de energia para cada. O valor de cada inspeção termográfica é de, aproximadamente, US$ 2.000. Isso equivale a um total de US$ 12,9 M (6,455 x 2,000). Essas inspeções economizaram um total de US$ 55 milhões para os clientes onde as inspeções ocorreram, ou cerca de US$ 4 para cada US$ 1 investido em inspeção (Nota: valores e calendário válidos para os Estados Unidos, ano base 2010). Os dados da pesquisa não deixam dúvidas quanto à eficácia da tecnologia, quando empregada em um contexto, em que se congregam planejamento, método, treinamento, produto adequado e assistência técnica. Ainda me espanto ao constatar quanto se deixa fazer em termos de se massificar o uso da inspeção termográfica nas concessionárias de transmissão e distribuição de energia elétrica no Brasil. Deixo aqui um desafio para
os engenheiros e físicos calcularem as perdas aproximadas pelo efeito Joule no sistema de transmissão e distribuição no Brasil, que poderiam ser minimizadas com programas mais efetivos de inspeção termográfica, com termografistas certificados por um programa que atenda às normas internacionais e equipado com termovisores cujas especificações não sejam ditadas (ou limitadas) pelos departamentos de compras e sim pelos responsáveis pela implementação dos referidos programas de inspeção termográfica. Seria um pequeno grande passo na direção certa, afastando-nos de apagões elétricos. Mas, primeiro, temos que nos livrar dos apagões mentais que nos impedem de utilizar tecnologias inovadoras, seguras e com retorno garantido. *Fernando Lisboa é engenheiro eletricista, vice-presidente de vendas da Flir Systems para a América Latina e Termografista Nível II. Tem mais de 23 anos de experiência na área de infravermelho e imagem térmica | fernando.lisboa@flir.com.br.
Ponto de vista
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
A necessidade de políticas de curto prazo em eficiência energética As alterações no clima do planeta são concretas e
de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental,
2012 foi em decorrência de melhoras na eficiência
o grande responsável pelo cenário é o setor de energia
no ano passado (2012), o Brasil chegou a 4,5 mil
energética, enquanto apenas 8% foram de uma
no mundo, por meio das emissões de gases do efeito
quilômetros quadrados de desmatamento. O ideal é
mudança para um mix energético mais limpo.
estufa (GEE). As consequências vão de panoramas
chegar em quatro mil e manter. A meta brasileira é de
No Brasil, o Plano Nacional de Energia
catastróficos a moderados, com perturbações que
reduzir em 84% o desmatamento.
(PNE), o Plano Nacional de Eficiência Energética
afetam e afetarão muito a vida do planeta. No Brasil,
Em 2005, o Brasil fez seu primeiro inventário
(PNEf) e o Decreto Nº 7.390, que regulamenta a
segundo especialistas, comprometerá sobretudo a
de emissões e o setor de florestas era responsável
Política Nacional de Mudança do Clima, expressam
agricultura, saúde, habitação, economia e segurança
por 57% das emissões nacionais. Em 2010, com os
claramente o compromisso brasileiro para o
energética. Estudos apontam a possibilidade do
progressos neste setor, a fatia caiu para 22%. Segundo
incremento da eficiência energética no país. Portanto,
aumento da temperatura média em até 5 °C em
o relatório, desde 2010, o setor agropecuário lidera
o norteamento sobre as políticas para incremento da
algumas regiões do país, bem como o aumento
o ranking (35%), seguido dos setores energéticos
eficiência energética para o país existe, bem como um
da intensidade, duração e frequência dos eventos
(32%), de processos industriais (7%) e de tratamento
mercado e fornecedores habilitados.
extremos de seca e chuvas.
de resíduos (4%).
O setor de energia foi o que mais cresceu suas
é enorme e está praticamente estagnado nos índices
em todo mundo, mas foi considerada uma notícia
emissões: +21,4%. O país conseguiu um resultado
ligados à eficiência energética na última década.
positiva, pois a expectativa era de um incremento
importante na redução global da emissão dos GEE,
Existe um descompasso enorme entre a teoria e a
muito maior. Vários países conseguiram reduzir suas
mas, analisando detalhadamente, é possível ver que
realidade. Muitos projetos de eficiência energética
emissões, mas outros aumentaram. O maior emissor
o forte aumento do setor de energia é preocupante.
são instalados em todo país nos diversos setores da
do mundo é a China, no entanto, o acréscimo de
Ações objetivando frear este aumento no setor
economia brasileira, mas pelas dimensões do Brasil
emissão em 2012 (300 milhões de toneladas) foi
energético necessitam ser implantadas.
ainda é muito pouco diante do potencial e da
bem menor que nos anos anteriores, em função
necessidade.
dos fortes investimentos que o país vem aportando
do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
em energias renováveis e em eficiência energética.
(FBMC), realizada em Brasília, em junho de 2013,
o Brasil precisar tirar os planos das gavetas e ser mais
Nos Estados Unidos, o decréscimo de emissões
disse que a meta de emissões de CO2 do Brasil para
arrojado na implantação de políticas de curto prazo.
fez o país chegar a 200 milhões de toneladas, nível
2020 é “extremamente passível” de ser cumprida.
apresentado em meados de 1990. Na Europa, a crise
Afirmou que haverá uma tendência inexorável
e a desaceleração econômica fizeram o continente
de aumento das térmicas na matriz decorrente de
reduzir em 50 milhões de toneladas de CO2 suas
hidrelétricas a fio d’água e de energia eólica. Para a
emissões.
presidente são energias que não têm mecanismos de
O Brasil, de 1990 a 2004, havia aumentado suas
reserva e que mudam em relação ao clima, por isso
emissões em 62%, mas de 2005 a 2010 conseguiu
são necessariamente voláteis e necessitam, portanto,
reduzir 38,7% das emissões. A Agência Internacional
ser firmadas por térmicas. A afirmação reforça assim
de Energia aponta que, com o ritmo atual de
a política do governo de manutenção da tendência
emissões, a temperatura do planeta deve crescer
atual na expansão da geração de energia elétrica por
entre 3,6 °C e 5,3 °C nas próximas décadas, o que
termoelétricas e, principalmente, a carvão.
é algo muito preocupante. Ainda, dois terços dessas
De acordo com a PricewaterhouseCoopers
emissões são provenientes do setor energético.
(PwC), em relatório intitulado “Índice de Economia
E aí está a preocupação, no setor energético.
de Baixo Carbono”, a eficiência energética foi a
Em 2012, o Brasil realizou esforços tremendos
grande responsável pela diminuição na intensidade
para redução dos desmatamentos e conseguiu
de carbono da economia mundial. Cerca de 92%
resultados concretos. Segundo a secretaria nacional
da redução da intensidade de carbono atingida em
As emissões de CO2 em 2012 cresceram 1,4%
A presidenta Dilma Rousseff, durante a reunião
É sabido que o desperdício energético no país
Se realmente o objetivo é conquistar resultados,
Por Rodrigo Aguiar, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco).
Agenda
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7 a 9 de abril
Manutenção de transformadores e de reatores de potência
Descrição
Informações
O curso tem o objetivo de capacitar os participantes a realizar a manutenção de transformadores e de reatores, com foco na manutenção preventiva e nos aspectos preditivos. Faz parte do programa das aulas, entre outros temas, tipos e arranjos físicos do transformador de potência, montagem e processo de enchimento de transformadores e a apresentação de instrumentos usados na manutenção, como Megger, TTR e testador de rigidez.
Local:
7 a 9 de abril
Cursos
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br
Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde
Descrição
Informações
Dirigido a engenheiros e técnicos que atuam em projeto, execução e manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde, este curso tem como intuito passar conhecimentos e experiência aos participantes sobre a realidade do ambiente médico-hospitalar, fornecendo subsídios práticos. Será dada ênfase às novas exigências da última edição da norma ABNT NBR 13534, publicada em janeiro de 2008, e aos regulamentos da Anvisa.
Local:
7 a 11 de abril
São Paulo (SP) Contato: (21) 3393 4600 sergiofeitoza@cognitor.com.br
Sistemas de aterramento elétrico e proteção contra descargas atmosféricas
Descrição
Informações
Entre os objetivos deste curso estão: apresentar e debater as descargas atmosféricas e examinar e conhecer como obter a compatibilidade eletromagnética. No final das aulas, os participantes terão os fundamentos necessários para atuarem no aterramento de instalações de baixa tensão, de equipamentos eletrônicos, de estações de telecomunicações e outros. Durante o curso haverá uma espécie de miniconsultoria com os palestrantes, que analisarão casos particulares trazidos pelos participantes.
Local:
25 e 26 de abril
Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br
Luminotécnica básica
Descrição
Informações
A engenheira eletricista Patricia Traldi, atual gerente de contas da Lumini, apresentará aos alunos os principais conceitos relativos à iluminação artificial, suas variáveis e aplicações. O conteúdo programático das aulas terá como enfoque: introdução à iluminação; introdução às propriedades físicas da luz; noções básicas de elétrica; classificação de luminárias etc. Voltado para arquitetos, engenheiros, designer de interiores e de luminárias, estudantes dessas áreas e interessados em geral.
Local:
31 de março a 3 de abril
São Paulo (SP) Contato: (11) 3816-0441 cursos@ycon.com.br
Congresso Brasileiro de Energia Solar (CBENS)
Descrição
Informações
O Centro de Desenvolvimento do Ser Humano (CDSH) da Chesf, na cidade de Recife (PE), sediará entre final de março e começo de abril o 5º Congresso Brasileiro de Energia Solar (CBENS). O evento deve contar com um elevado número de pesquisadores, profissionais e estudantes da área de energias renováveis, que contribuirão com trabalhos científicos e trocarão informações e experiências relacionadas ao desenvolvimento das energias de baixo impacto ambiental.
Local:
14 e 15 de abril
Eventos
Uberlândia (MG)
Recife (PE) Contato: (81) 3466-5551 www.cbens2014.com.br
Fórum sobre centros de operação e controle
Descrição
Informações
Em sua terceira edição, o Fórum sobre Centros de Operação e Controle das Empresas de Energia Elétrica (Cenocon) tem como objetivo fornecer subsídios aos profissionais do Brasil e de outros países, que atuam na área de energia elétrica. O objetivo é que eles obtenham recursos para avaliar o novo cenário e a experiência em desenvolvimento sobre transformação dos centros de Operação e Controles das empresas de distribuição em Centros de Inteligência e Gestão de Serviços. Em 2013, ano de sua segunda edição, o Cenocon contou com 430 participantes.
Local:
22 a 25 de abril
São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 cenocon@rpmbrasil.com.br
Simpósio sobre sistemas elétricos
Descrição
Informações
Evento de caráter científico, técnico e industrial, o Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos (SBSE) tem como um dos seus principais objetivos intensificar o desenvolvimento da engenharia elétrica no Brasil, na área de sistemas de energia elétrica, ampliando o intercâmbio de informações e ideias entre estudantes, docentes, pesquisadores e profissionais de empresas. O SBSE 2014 terá a presença de conferencistas nacionais e estrangeiros, almejando o intercâmbio de informações científicas e tecnológicas.
Local:
29 e 30 de abril
Foz do Iguaçu (PR) Contato: sbse2014@sbse.org.br www.sbse.org.br
Simpósio sobre PCHs
Descrição
Informações
Os participantes da 9ª edição do Simpósio sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas terão à sua disposição, durante os dois dias do evento, palestras e mesas redondas que debaterão os mais diversos temas relacionados a pequenas e médias hidrelétricas. Entre os assuntos, estarão licenciamento ambiental e legal; regulação institucional, tarifas e custos; inovações e equipamentos eletromecânicos; e segurança e qualidade de obras e projetos.
Local: Curitiba (PR) Contato: (41) 3022-1247 www.ixspmch.com.br
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
ABINEE 117 (11) 2175-0000 www.abinee.org.br
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53 Copper 100 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br 37
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43 Hellermann Tyton (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermann.com.br
Média Tensão 56 e 57 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br
RM Energy 49 (11) 2268-2935 contato@rmenergy.com.br www.rmenergy.com.br
Weg 85 (47) 3276-4000 automacao@weg.net www.weg.net
Clamper Fascículo (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicação@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 9 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cofibam 51 (11) 4182-8500 vendas@cofibam.com.br www.cofibam.com.br
Patola 105 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Perfil Líder 25 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br
Unitron 95 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br Utiluz 83 (54) 3218-5200 utiluz@utiluz.com www.utiluz.com
What’s wrong here?
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2014
O que há de errado? Observe a imagem e identifique os problemas de acordo com as prescrições
ação Ilustr
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da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão.
Resposta da edição 95 (Dezembro/2013) O leitor EDUARDO CASTELLO BRANCO COELHO identificou corretamente os erros da instalação ilustrada ao lado, conforme orienta a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. O vencedor receberá como premiação uma inscrição gratuita em um curso a distância na área de instalações elétricas da Hilton Moreno Consulting. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando! Confira a resposta correta: As principais não conformidades encontradas na fotos são as seguintes: • Os condutores isolados devem ser instalados em condutos fechados; • Ausência de condutor de proteção; • Caso a instalação seja posterior a 2004, a tomada deveria ser conforme o padrão estabelecido pela ABNT NBR 14136; • Caso a instalação seja residencial, o circuito bifásico deve ser protegido por um disjuntor bipolar e não por dois unipolares.
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.
PREMIAÇÃO O leitor que mandar a melhor resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com a norma-mãe das instalações elétricas de baixa tensão, a ABNT NBR 5410, será recompensado. O acertador ganhará um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, publicação que traz as principais atualizações normativas do setor no último ano e ainda uma inscrição em um dos cursos a distância da Hilton Moreno. Não perca tempo! Mande a sua resposta para interativo@atitudeeditorial.com.br ou acesse www.osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião! Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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