O Setor Elétrico (Edição 99 - Abril 2014)

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Sinais do tempo Reformas periódicas são fundamentais para garantir que instalações elétricas antigas funcionem com segurança e em conformidade com as normas técnicas vigentes

Quadros e painéis elétricos Pesquisa exclusiva com fabricantes e montadores revela que setor espera crescimento médio de 10% para este ano

Barramentos blindados Aterramento de aerogeradores Impacto da tarifa branca na baixa tensão



Sumário

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atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187

Pesquisa – Quadros e painéis 86 As partes 1 e 2 da ABNT NBR IEC 61439, que fornecem regras gerais e especificam a montagem de conjuntos de manobra e controle, prometem ser as grandes novidades de 2014 para o segmento de quadros e painéis. Confira levantamento exclusivo sobre o tema.

Painel de notícias 8

Espaço Guia de Normas 124

Elat completa 35 anos; Aneel regulamenta pré-pagamento

Dispositivos de proteção contra sobrecorrentes, de acordo

de energia elétrica; IEC publica norma sobre eficiência

com a ABNT NBR 14039.

energética em motores elétricos; Governo de São Paulo assina decretos que estimula a energia renovável; Steck

Coluna do consultor 126

inaugura centro de distribuição; Santil inaugura filial em

Uma análise sobre os efeitos positivos da IT 41 em São Paulo.

Osasco (SP).

Fascículos 25 Reportagem – Retrofit 68

Colunistas

Michel Epelbaum – Energia sustentável 128 Luis Fernando Arruda – Instalação MT 130 Jobson Modena – Proteção contra raios 132 João Barrico – NR 10 134 José Starosta – Energia com qualidade 136 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 138

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira

Com o passar do tempo, os componentes de instalações

Consultor técnico Hilton Moreno

acarretar sobrecarga e acidentes, como choques elétricos e incêndio. Para evitar tais transtornos, faz-se necessário o

Dicas de instalação 142

Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum e Saulo José Nascimento.

retrofit das instalações elétricas.

Ao falar em automação predial, o mais importante nos dias

Colaboradores desta edição: Ademar Brehmer Rohregger, Adriano Fachini, Alzenira Abaide, Daniel Bernardon, Geraldo Rocha, Laura Callai, Luiz Felipe Costa, Marcelo Paulino, Marcus Possi, Nunziante Graziano, Pablo Mourente Miguel, Paulo Lima, Ricardo Garutti

Simulação de um sistema de aerogeradores durante o impacto

Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: : Pavel L Photo and Video | Shutterstock.com Impressão - Gráfica Burti Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

elétricas tendem a se tornar obsoletos, não acompanhando o avanço tecnológico dos equipamentos elétricos. Isso pode

Aterramento de aerogeradores 76 de descargas atmosféricas com o objetivo de determinar

atuais são os benefícios diretos gerados pelos sistemas incorporados aos edifícios, seja para o usuário, seja para o gestor.

a sua influência sobre o isolamento dos transformadores

Referências técnicas 144

elevadores.

Definições sobre motores elétricos.

Tarifação 106

Espaço Cigré 148

Para mensurar o impacto da microgeração e da tarifa branca

A evolução da energia eólica no Brasil e a contribuição do ONS.

nos sistemas de baixa tensão, o estudo leva em conta a viabilidade técnica, econômica e a qualidade da energia, sem

Ponto de vista 150

a necessidade de gerenciamento de carga por parte dos

Um desabafo sobre o sucateamento da engenharia no Brasil.

consumidores.

Aula prática – Barramentos blindados 118 Parte 2

Agenda 152 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.

Características técnicas normativas aplicáveis aos barramentos

What’s wrong here 154

blindados.

Identifique o que existe de errado na instalação.

Errata Na edição 97, de fevereiro de 2014, na seção Espaço Guia de normas, página 114, o título do artigo foi erroneamente publicado como Subsistema de captores de descida. O correto é Subsistema de condutores de descida




Editorial

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O Setor Elétrico / Abril de 2014 Capa ed 99.pdf

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5:38 PM

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Sinais do tempo Reformas periódicas são fundamentais para garantir que instalações elétricas antigas funcionem com segurança e em conformidade com as normas técnicas vigentes

O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 99 – Abril de 2014

Uma licença para falar de Itaipu

Quadros e painéis elétricos Pesquisa exclusiva com fabricantes e montadores revela que setor espera crescimento médio de 10% para este ano

Barramentos blindados Aterramento de aerogeradores Impacto da tarifa branca na baixa tensão

Edição 99

Há pelo menos 12 anos escrevendo sobre energia, ainda não havia conhecido o símbolo brasileiro de maior

autoridade na área elétrica, seja por falta de oportunidade ou contratempos quando esta aparecia. No entanto, conhecer a maior usina hidrelétrica do mundo (em geração, já que em tamanho ela foi ultrapassada pela chinesa Três Gargantas) era algo inevitável – eu sabia – e estava ansiosa por isso. Itaipu Binacional é patrimônio histórico, cultural, técnico, científico e ambiental, tanto que sua grandiosidade foi reconhecida e ela figura hoje na lista das sete maravilhas do mundo moderno.

A oportunidade, então, veio. A participação em um evento focado em sistemas elétricos (SBSE 2014), realizado

em Foz do Iguaçu, me rendeu, além de preciosos conhecimentos e contatos feitos durante o simpósio, a chance de conhecer Itaipu em uma visita técnica. Quero deixar claro que meu objetivo aqui não é rasgar seda, gastando este espaço tecendo inúmeros elogios à usina, mas quero registrar meu encantamento com uma grande obra da engenharia brasileira e que deve ser enaltecida. Por que não?

Os números são impressionantes. Com obras iniciadas em 1975, a primeira unidade geradora entrou em

operação em maio de 1984, há exatos 30 anos. Atualmente, são 20 unidades de geração e 14.000 MW de potência instalada. Cada uma dessas unidades produz energia suficiente para abastecer uma cidade com 2,5 milhões de habitantes. A barragem conta com um desnível de 120 metros de altura, de onde a água despenca, permitindo a operação das turbinas.

Para se ter uma ideia, a construção da usina consumiu 12,7 milhões de m³ de concreto, volume suficiente para

construir 210 estádios de futebol como o Maracanã!

Os vídeos institucionais exibidos para turistas do mundo inteiro mostram estes e outros números, que

emocionam e produzem nos brasileiros aquele orgulho de ter uma obra desse porte no país. No entanto, o que mais comove é a sensação de estar dentro de um imenso vão do rio, separado por densas paredes de concretos (com espessuras de até 20 metros), a poucos metros do basalto (característica geológica natural dessa região do rio Paraná) que sustenta a barragem. Ou a expectativa de ver surgir o vertedouro através de uma iluminação artística que Itaipu, oportunamente, transformou em um espetáculo. Ou ainda perceber a minúcia dos detalhes que separam em exatas duas partes a usina: a parte paraguaia e a brasileira.

Erguer Itaipu, certamente, teve consequências negativas. Não se sabe quantas mortes custou sua construção,

nem a dimensão exata dos impactos socioambientais, mas ela é, sem sombra de dúvida, um imponente e monumental fruto da engenharia.

Nos dias atuais, talvez sua edificação não fosse permitida, embora ela seja uma usina a fio d’água, mas é fato

que, com um país continental como o nosso e com 200 milhões de brasileiros, fica difícil imaginar a vida por aqui sem Itaipu Binacional.

Boa leitura!

Abraços,

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Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Abril de 2014

Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.

Federação Nacional dos Engenheiros critica programa Mais Engenheiros Ante possibilidade de implementação de medida que estimule a vinda de profissionais estrangeiros para o país, FNE declarou que déficit de profissionais na área de infraestrutura não pode ser sanado desta forma

A Federal Nacional dos Engenheiros (FNE) se posicionou contrária à ideia da implantação do programa Mais Engenheiros, defendida pelo senador Fernando Collor

de Mello (PTB-AL), durante a abertura do 1º Fórum Nacional de Infraestrutura, realizada em Brasília, nos dias 27 e 28 de março de 2014. O programa funcionaria nos mesmos moldes do já implementado Mais Médicos e consistiria na facilitação por parte do Governo Federal da vinda de profissionais de outros países para trabalharem em cidades brasileiras. O plano é incipiente e setores técnicos ainda não foram comunicados sobre a ideia.

Para a FNE, entidade que representa cerca de 500 mil profissionais de engenharia, o déficit de profissionais na área de infraestrutura não pode ser sanado por

meio de um programa, pois já existe mão de obra qualificada disponível no Brasil. Como alternativa, visando assegurar a assistência técnica à população de baixa renda em municípios do interior do país, o presidente da entidade, Celso de Campos Pinheiro, sugere a implantação efetiva da engenharia pública, criada pela Lei 11.888/08. Tal legislação assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social.

Pinheiro defende que a categoria deva ser valorizada pelos governos por meio de planos de carreira que valorizem o profissional e mantenham o serviço público

para atender à população. É preciso realizar concursos públicos nos municípios, com remuneração justa, tendo como referência o piso da categoria definido pela Lei 4.950-A/66, que equivale a R$ 6.516, 00 para jornada de oito horas, afirma o presidente da federação.

A FNE também afirmou em seu comunicado que alertou o governo nos últimos oito anos, por meio do projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento,

para a necessidade de formar mais engenheiros no Brasil, tendo como perspectiva a retomada do crescimento econômico no país. De acordo com levantamento da entidade, o número de formados nesta área de atuação passou de 30 mil em 2006 para 42 mil em 2011, contudo, este crescimento ainda é insuficiente para atender às demandas, segundo a FNE.

Elat completa 35 anos Nestes anos de existência, o grupo foi responsável por diversas ações pioneiras na área de pesquisas científicas e tecnológicas em eletricidade atmosférica

O Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) completa 35 anos de

existência em 2014. O aniversário pode aparentar estranho, já que a entidade foi criada oficialmente em 1995. Contudo, se se levar em conta que, desde 1979, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desenvolve pesquisas científicas e tecnológicas em eletricidade atmosférica na área de Ciências Espaciais e Atmosféricas, a data comemorativa faz sentido.

Primeiro grupo de pesquisa sobre raios criado no Brasil, o Elat já

foi responsável por diversas ações pioneiras na área. Entre os quais, o primeiro registro de nuvens de tempestade feito pelo espaço, em 1980; primeiro modelo de estrutura elétrica das nuvens de tempestade, em 1986; primeiro raio artificial gerado, em 1999; primeira observação de raios com câmeras de alta velocidade, em 2001; primeiro mapa de

Elat foi o primeiro grupo de pesquisas sobre raios criado no Brasil.

incidência de raios, em 2002, etc.

Entre os fatos atuais mais marcantes do grupo estão a criação, em 2011, da primeira Rede Brasileira de Monitoramento de Descargas nuvem-solo e nuvem-nuvem

(BrasilDAT); a realização da primeira série científica sobre raios na TV brasileira, em 2012; e a participação na produção do primeiro documentário sobre raios na história do Brasil, o filme Fragmentos de Paixão, de 2013.

Atualmente, o Elat faz parte do Centro de Ciência do Sistema Terrestre e, por todos os feitos citados, é considerado uma referência mundial nas pesquisas sobre

eletricidade atmosférica.



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Abril de 2014

Aneel regulamenta pré-pagamento de energia elétrica Documento prevê a adesão do consumidor ao modelo de pré-pagamento como voluntária e sem ônus

Em Reunião Pública realizada no dia 1º de abril, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a

regulamentação das modalidades de pré-pagamento e pós-pagamento eletrônico de energia elétrica. Conforme a agência, o texto aprovado prevê a adesão do consumidor ao modelo de pré-pagamento como voluntária e sem ônus, além disso, deixa na mão das distribuidoras oferecer ou não a modalidade em sua área de concessão.

O consumidor que aderir ao sistema de pré-pagamento receberá um crédito inicial de 20 kWh, a ser quitado na compra

subsequente. Neste intervalo e nos momentos posteriores, o usuário poderá comprar novos créditos quando quiser e quantas vezes desejar, sendo 5 kWh a quantidade mínima que pode ser adquirida. A venda poderá ocorrer por meio de agentes credenciados pela distribuidora ou até pela internet. Isto vai depender da estratégia a ser adotada pela concessionária.

Quando os créditos adquiridos pelo consumidor estiverem para acabar, ele será notificado pela concessionária por meio

de alarmes visual e sonoro disponíveis no interior da unidade consumidora. Com isso, espera-se que o cliente tenha tempo suficiente para providenciar uma nova recarga antes que a antiga cesse. Além disso, em caso de esgotamento de créditos, o consumidor poderá solicitar à distribuidora um crédito de emergência de 20 kWh, pago pelo consumidor na primeira compra subsequente, assim como ocorre com o crédito inicial.

Caso o consumidor mude de ideia e queira voltar ao modelo convencional, ele pode solicitar fazê-lo a qualquer tempo,

sendo o requerimento obrigado a ser atendido no prazo máximo de 30 dias. A tarifa do pré-pagamento será igual à do pós-

Distribuidoras podem ou não oferecer a modalidade de pré-pagamento em sua área de concessão.

pagamento. No entanto, a distribuidora poderá conceder descontos por sua conta e risco para incentivar os consumidores a aderirem à novidade.

Já no que se refere à regulamentação do pós-pagamento eletrônico, a Aneel informa que nesta modalidade o medidor apenas informa o fechamento do ciclo

de faturamento. Aí, de posse dessa informação, geralmente, armazenada em cartão magnético, o consumidor deve se dirigir ao posto da distribuidora e realizar o pagamento da energia consumida na data de vencimento escolhida. Em seguida, o cartão magnético deve ser reinserido no medidor a fim de registrar o pagamento efetuado.

Sobre a modalidade de pré-pagamento eletrônico, a Aneel destaca, porém, que a regulamentação por si só não garante a sua aplicação plena, pois existem outros

aspectos alheios à competência da agência que devem ser solucionados. Entre estes, estão a aprovação do regulamento técnico metrológico para medidores de prépagamento e a posterior certificação dos medidores pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

A regulamentação dos modos de pagamento por parte da Aneel trará diversos benefícios, tanto para os clientes quanto para as concessionárias. Os principais

deles são: melhoria do gerenciamento do consumo de energia; maior transparência em relação aos gastos diários por meio de informações em tempo real; flexibilidade na aquisição e no pagamento da energia; eliminação da cobrança de multas; redução dos custos operacionais; diminuição da inadimplência; e melhoria do relacionamento entre a empresa e seus consumidores, ao se evitar erros de leitura, faturamentos por estimativa, cortes indevidos e problemas de religação fora do prazo.



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Abril de 2014

Faturamento do setor eletroeletrônico cresceu 5% em 2013 Números consolidados confirmam projeções feitas pela Abinee em novembro do ano passado. Para 2014, a entidade estima crescimento de até 4% para o setor

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apresentou no início de abril

os dados definitivos do setor em 2013 e as perspectivas para 2014. Conforme declarou o presidente da entidade, Humberto Barbato, infelizmente, os números demonstraram que as previsões não muito otimistas feitas pela associação no final do ano passado foram bastante acertadas. Tanto a projeção feita em novembro de 2013, quanto os dados definitivos constataram um crescimento real de 5% no faturamento do setor eletroeletrônico. Em relação à balança comercial da indústria, os números se mantiveram basicamente os mesmos. Se a projeção apresentou um déficit de US$ 36 bilhões, o levantamento consolidado demonstrou que a balança comercial teve uma defasagem de US$ 36,2 bilhões.

Por sua vez, os números referentes à área de geração, transmissão e distribuição de energia (GTD)

apresentaram uma pequena diferença das previsões de 2013 para os dados concretizados em 2014. Por exemplo, no que se refere ao crescimentos das importações dos produtos segmento, a projeção da associação foi de que ele seria de 30%. Os números consolidados mostraram um crescimento de 21,7%. Contudo, isso não invalida a afirmação feita pelos profissionais da Abinee ano passado, quando disseram que acréscimo de importações nessa área gera estranheza, porque ela sempre prezou por ter uma indústria nacional forte.

Em relação às projeções feitas para 2014, os valores apresentados em abril são também

basicamente os mesmos dos divulgados em novembro de 2013. No que diz respeito ao faturamento, por exemplo, as previsões se tornaram um pouco mais pessimistas. No ano passado, a associação acreditava que o faturamento da indústria iria aumentar em 5%. Neste ano, os números foram corrigidos para baixo e a Abinee projeta crescimento entre 3,5% e 4%.

A razão de projetar números não tão promissores para o faturamento, segundo a associação, deve-se aos

indicadores macroeconômicos que não ajudam a formular previsões melhores, pois seus elementos principais mostram desequilíbrios cujas correções ou controle exigem medidas restritivas ao crescimento da atividade econômica. Entre estes indicadores, a Abinee destaca os níveis de inflação flutuando perto do limite da meta estabelecida pelo governo; a deterioração das contas públicas; e os crescentes déficits em conta corrente.

As projeções em relação ao déficit da balança comercial também se tornaram mais pessimistas de

novembro do ano passado a abril deste ano. Em 2013, a Abinee acreditava que a defasagem iria ser de aproximadamente US$ 38 bilhões, e agora, em 2014, a associação já prevê um déficit de US$ 40,6 bilhões. Este número é 10% superior ao apresentado em 2013. Faturamento da indústria eletroeletrônica Faturamento total por área

2011

2012

2013

3.725

3.920

4.368

11%

(R$ milhões a preços correntes) Automação industrial

2013 X 2012

Componentes elétricos e eletrônicos

9.828

9.755

10.696

10%

Equipamentos industriais

22.272

22.322

23.599

6%

GTD*

13.097

15.307

16.220

6%

Informática

43.561

43.561

47.046

8%

Material elétrico de instalação

9.654

9.019

9.478

5%

Telecomunicações

19.901

22.811

26.689

17%

Utilidades domésticas

16.102

17.841

18.649

5%

Total

138.140

144.536

156.745

8%



Painel de mercado

14

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Instituto Acende Brasil faz propostas para candidatos à presidência Elas estão na 13º edição da série de White Papers da entidade, cujo objetivo é refletir a respeito da atual situação do setor elétrico do país

O Instituto Acende Brasil publicou recentemente o estudo Aprimoramentos para o setor elétrico: proposta aos candidatos (mandato 2015-2018). Trata-se da 13º

edição da série de White Papers da entidade, cujo objetivo é refletir a respeito da atual situação do setor elétrico do país, identificando seus principais problemas e propondo soluções viáveis.

Para facilitar a leitura, o instituto organizou o diagnóstico e as proposições ao longo de três dimensões que constituiriam os pilares do setor. São eles: adequação

da oferta de energia; modicidade tarifária; e credibilidade e confiança.

Entre os principais problemas detectados pela instituição, que afetam o setor elétrico como um todo, estão: o processo atordoado e distorcido de expansão do sistema: a elevação

dos custos da energia devido à alta incidência de tributos e encargos; e a deterioração do ambiente de negócios no setor e o comprometimento dos investimentos futuros.

No que diz respeito à expansão do sistema, o instituto acredita que falta coordenação na implantação dos novos empreendimentos, o que pode ser verificado com usinas

inoperantes por falta de transmissão; linhas ociosas por falta de subestações para receber energia; e distribuidoras que incorrem em sobrecusto por atraso em obras de transmissão.

Em relação aos tributos, a entidade afirma que a energia elétrica brasileira é tributada de forma desproporcional ante sua participação na economia, o que

prejudica, segundo o Instituto Acende Brasil, a competitividade sistema do país, dado que a energia é um insumo essencial em praticamente todo o ramo da economia.

Já no que se refere à falta de credibilidade e confiança institucional do setor, o instituto faz menção à medida provisória 579 da Aneel, que desencadeou uma série

de problemas que, posteriormente foram agravados por remendos para tentar conter os efeitos considerados nocivos pelo setor que foram cometidos no processo.

Para ordenar a expansão, a instituição recomenda: realizar leilões de energia nova no início do ano; licitar instalações de transmissão após obtenção de licença

prévia; aprimorar o planejamento integrado de longo prazo; e planejar os leilões.

A fim de contribuir para a modicidade tarifária, o instituto sugere: implementar a adoção do regime não cumulativo e diminuir a alíquota do PIS/Pasep; harmonizar

as alíquotas interestaduais do ICMS em um patamar baixo e reduzir as alíquotas internas; e coibir a incidência de IR e CSLL sobre indenizações.

No que se refere à confiança no setor, o Instituto Acende Brasil recomenda: delimitar melhor as atribuições de cada instituição; dar mais foco e direção à atuação

da Aneel e consolidar a regulamentação; restabelecer um modelo setorial coerente, entre outras sugestões.



Painel de produtos

16

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Tomadas e interruptores

Caixas de distribuição

www.enerbras.com.br

www.eletromar.com.br

A novidade da Enerbras é a sua nova linha modular e econômica de

Novidade da Eletromar, a sua nova família de caixas Vision conta

tomadas e interruptores Beleze. A linha está disponível em 20 módulos

com design mais tecnológico e discreto e estão disponíveis nas

funcionais diferentes para montagem de diversas composições 4x2 e

versões para embutir ou sobrepor, com por ta opaca ou transparente.

4x4.

As caixas Vision são fabricadas na planta industrial da empresa no

Rio de Janeiro e foram projetadas para instalação de componentes

De acordo com a empresa, os interruptores possuem um toque

suave que proporciona um acionamento mais leve e silencioso. Já as

IEC e NEMA, com diversas opções de tamanhos: 5, 9, 12, 18, 24 e 36

placas e teclas contam com acabamento espelhado e são extremamente

módulos.

lisas, não apresentando porosidades para eventuais acúmulos de poeira.

Essa nova linha conta com funções

família, com a versão VDI, indicada

superiores como dimmer, controle

para instalação de componentes

para ventilador e tomada para

de voz, dados e imagem. As novas

carregamento USB.

caixas possuem material isolante

autoextinguível que retarda as

Os produtos foram lançados

O produto conta ainda, em sua

durante a Feira da Construção

chamas e proporciona maior

(Feicon), realizada em São Paulo,

segurança.

e podem ser encontrados na cor branca.

Caixas de distribuição podem ser encontradas nas versões para embutir ou sobrepor.

Lâmpadas de Led

Lâmpadas fluorescentes

www.flc.com.br

www.lorenzetti.com.br

Os lançamentos da linha Led são destaques da FLC e foram

A Lorenzetti, que entrou no mercado de iluminação em 2012,

enfatizados durante a última edição da Feira da Construção (Feicon), que

lançou a linha Loren Prime de lâmpadas fluorescentes com dimensões

aconteceu no mês de março em São Paulo (SP). Segundo a empresa, as

compactas. Os produtos são indicados para uso em abajures, luminárias,

lâmpadas de Leds consomem 90% menos energia e duram em média 30

lustres, mini arandelas, além de ambientes residenciais e comerciais.

vezes mais que as tradicionais.

apresentam vida útil de

Um dos modelos, o A60, é uma lâmpada que imita o formato de uma

Disponíveis nas cores clara ou branca e suave ou amarela, as lâmpadas

incandescente e, com potência de 6 W, equivale a uma incandescente de

6.000 horas e contam com

40 W. Apresenta temperatura de cor de 4.000 K e corpo fabricado em

certificação do Inmetro, que

plástico e alumínio.

atesta eficiência luminosa

e economia de energia dos

A empresa apresentou ainda outro

modelo, o Super LED GU10, com potência

produtos.

de 7 W e que pode ser instalado com

dimmer. Com temperaturas de cor de

contempla 20 modelos de

3.000 K ou 4.000 K, o produto substitui o

lâmpadas fluorescentes nas

modelo tradicional halógeno por apresentar

versões espiral (9 W, 14 W,

as mesmas dimensões e soquete para

18 W e 23 W) e 4U (19 W)

instalação. Ideal para a iluminação interna

nas tensões 127 V e 220 V.

em ambientes

Todos os produtos possuem

comerciais e residenciais.

Produtos empregam Leds e duram cerca de 30 vezes mais do que as tradicionais.

A linha Loren Prime

um ano de garantia.

Lorenzetti lançou 20 modelos de lâmpadas fluorescentes.



Painel de normas

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O Setor Elétrico / Abril de 2014

Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.

ABNT publica 11 novas normas • Acumulador chumbo-ácido estacionário regulado por válvula

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 26 de março a norma

ABNT NBR 14206:2014, nomeada Acumulador chumbo-ácido estacionário regulado por válvula – Terminologia. Contendo 11 páginas, o documento, que entrará em vigor no dia 26 de abril, define os termos técnicos, aplicados aos acumuladores chumbo-ácidos estacionários regulados por válvula, que não permitam a reposição de água.

• Acumulador chumbo ácido estacionário ventilado

No mesmo dia 26 de março, a ABNT tornou públicas três normas direcionadas ao acumulador

chumbo-ácido estacionário ventilado. A ABNT NBR 14197:2014, estabelece os requisitos exigíveis para acumuladores chumbo-ácidos estacionários ventilados, para regime de baixa, média e alta intensidade de descarga, utilizados como fonte de energia elétrica, assim como os requisitos para a realização de ensaios de tipo, de rotina e de comissionamento. A ABNT NBR 14198:2014 define os termos técnicos aplicados aos acumuladores chumbo-ácidos estacionários ventilados e permitem a reposição de água. E a ABNT NBR 14199:2014 especifica os requisitos para a execução dos ensaios em acumuladores chumbo-ácidos estacionários ventilados, utilizados como fonte de energia elétrica, especificados na ABNT NBR 14197.

• Fiação e conectores dos veículos elétricos rodoviários

Os veículos elétricos também foram contemplados com o lançamento de documentos normativos

em março. No dia 31 do referido mês, a ABNT publicou o relatório técnico ABNT IEC/TR 60783:2014, que é aplicável à fiação e aos conectores utilizados em baterias dos veículos elétricos rodoviários. O texto tem oito páginas e passou a valer no dia 30 de abril.

• Lâmpadas fluorescentes com reator integrado à base

A ABNT NBR IEC 60969: 2014 – Lâmpadas fluorescentes com reator integrado à base para

iluminação geral – requisitos de desempenho foi publicada no dia 1º de abril. O documento, que tem seis páginas, especifica os requisitos de desempenho, os métodos e as condições de ensaio requeridos para demonstrar a conformidade de lâmpadas fluorescentes tubulares e outras lâmpadas de descarga de gás com dispositivos integrados à base, que visam controlar o acendimento e o funcionamento, destinadas ao uso doméstico e iluminação geral similar.

• Interruptores para instalações elétricas fixas domésticas e análogas

No dia 1º de abril, a ABNT também publicou duas normas acerca de interruptores para

instalações elétricas fixas domésticas e análogas: a ABNT NBR IEC 60669-2-2: 2014 e a ABNT NBR IEC 60669-2-3: 2014.

A primeira é aplicada a interruptores temporizados, agora chamados de minuterias, com tensão nominal

que não ultrapasse 440 V e com corrente nominal que não ultrapasse 63 A; e o segundo documento é aplicável aos interruptores eletromagnéticos de comando à distância, agora chamados de telerruptores, com tensão nominal que não exceda 440 V e corrente nominal que não exceda 63 A.


O Setor Elétrico / Abril de 2014

19

• Cabos de controle com isolação extrudada

O segmento de cabos também foi

contemplado com o lançamento de um documento normativo. Também no dia 1º de abril a associação publicou a ABNT NBR 7289: 2014, com o título cabos de controle com isolação extrudada de polietileno termoplástico (PE) ou polcloreto de vinila (PVC) para tensões até 1 kV – requisitos de desempenho.

A norma, que passou a ser válida no dia

1º de maio, especifica os requisitos mínimos de desempenho para cabos de controle multipolares com condutor de cobre, isolados com PE ou PVC, para tensões até 1 kV, com cober tura.

• Fios e cabos para telecomunicações

Fios e cabos para telecomunicações

– fluidez – método de ensaio é o título da ABNT NBR 9147: 2014, norma publicada no dia 2 de abril, e como o próprio nome diz estabelece o método de ensaio para determinação do índice de fluidez de materiais termoplásticos (polietileno, copolímero ou polipropileno) utilizados na isolação e revestimento de fios e cabos para telecomunicações.

• Transformadores para redes aéreas de distribuição

Publicada no dia 4 de abril, a ABNT NBR

5440: 2014 estabelece os requisitos das características elétricas e mecânicas dos transformadores aplicáveis a redes aéreas de distribuição, nas tensões primárias até 36,2 kV e nas tensões secundárias usuais dos transformadores monofásicos e trifásicos, com enrolamento de cobre ou alumínio, imersos em óleos isolantes com resfriamento natural. O documento, que tem 52 páginas, se tornará válido em 4 de maio.


Painel de normas

20

O Setor Elétrico / Abril de 2014

IEC publica norma sobre eficiência energética em motores elétricos Novo texto, publicado em março, trata de todos os tipos de motores elétricos voltados para operação direta na rede

O mês de março teve uma boa novidade para os profissionais que trabalham com especificação para compra e

instalação de motores elétricos industriais. Isto porque foi publicada a nova norma IEC 60034-30-1 – Rotating electrical machines – Part 30-1: Efficiency classes of line operated AC motors. O novo texto normativo fornece, em âmbito internacional, a harmonização global de classes de eficiência energética de motores elétricos.

A nova norma, que cancela e substitui a IEC 60034-30/2008, trata de todos os tipos de motores elétricos

voltados para operação direta na rede, incluindo partidas com tensão reduzida, e abrange também todos os tipos de motores de indução até 1kV, tanto monofásicos como trifásicos, e motores de ímãs permanentes com partida na rede.

Uma modificação do novo documento em relação ao texto antigo diz respeito à faixa de potência nominal

dos motores abrangidos pela definição dos níveis internacionais de eficiência energética, que, nesta norma, foi ampliada, incluindo agora motores de 0,12 kW até 1.000 kW. A nova norma abrange agora também todas as formas construtivas e motores, desde que estes sejam alimentados diretamente da rede e não apenas motores de indução trifásicos com rotor em gaiola de esquilo, tal como aparecia na norma anterior.

A classe de eficiência energética IE4 foi agora incluída de forma consolidada nesta norma internacional.

E os níveis da classe de eficiência energética IE5 são previstos para serem incorporados na próxima edição desta norma, prevista para ser publicada em 2017, ou na nova IEC 60034-30-2 - Classes de eficiência para motores acionados por conversores, que se encontra atualmente em processo de elaboração, prevista também para ser publicada em 2017.

Governo de São Paulo assina decretos que estimulam a energia renovável Documentos estabelecem a desoneração de bens e equipamentos destinados à geração de energia elétrica ou térmica a partir de gás, biogás, fotovoltaica, biomassa, entre outras fontes

Com o objetivo de estimular o uso e a produção das fontes de energia renovável no Estado de São Paulo,

o governador Geraldo Alckmin assinou dois decretos no dia 27 de março. Eles estabelecem a desoneração de bens e equipamentos destinados à geração de energia elétrica ou térmica a partir de gás, biogás, fotovoltaica, resíduos sólidos urbanos, biomassa resultante da industrialização e de resíduos da cana-de-açúcar, assim como de todos os equipamentos necessários para produção e tratamento de biogás.

Na referida data da assinatura dos decretos foi anunciado o Projeto de Eficiência Energética do Palácio dos

Bandeirantes, que consiste na implantação de usina fotovoltaica e modernização de sistemas de iluminação e tem como objetivo incrementar o desempenho energético das instalações do local, especialmente no horário de pico. O projeto acarretará em economia de aproximadamente 638 MWh/ano ao palácio.

O governo estadual divulgou também na ocasião a parceria entre a Secretaria de Energia e o Centro Paula

Souza para capacitação de professores e estudantes em gestão de sistemas de geração de energias renováveis, especificamente energia solar, eólica e biomassa. Os treinamentos aos professores serão oferecidos por meio de parcerias com USP, Unesp, Unicamp e empresas especializadas.

O Governo do Estado de São Paulo já vem desenvolvendo uma política energética com o intuito de ampliar a

participação de energia limpa e renovável em sua matriz energética. Trata-se do meio do Plano Paulista de Energia, que pretende que a participação das fontes renováveis passe de 55,5% para 69% até 2020.



Painel de empresas

22

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Steck inaugura centro de distribuição Instalação tem 10 mil m² e está apta para distribuir em média três mil itens por dia em todo o país

O ano de 2014 começou para a Steck com uma grande novidade: o lançamento de seu centro de distribuição, que oferece não apenas produtos, mas soluções

direcionadas a empresas e profissionais do setor elétrico. A nova instalação da companhia de materiais elétricos possui 10 mil m², o que lhe possibilita uma capacidade para estocar até cinco milhões de itens. Em média, a edificação está apta para atender a 400 pedidos e distribuir três mil itens por dia em todo o país.

Localizado na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo, com fácil acesso à Marginal Tietê, o centro de distribuição foi construído, segundo o presidente da Steck, Luis

Valente, com o objetivo de dar vazão ao forte crescimento da empresa nos últimos anos e também para fornecer um serviço cada vez melhor aos clientes. Do ponto de vista operacional, conforme Valente, a instalação servirá para reduzir o custo logístico por linha despachada.

Outra novidade da Steck para este ano

é a atualização de seu Enterprise Resource Planning (ERP) – em português, Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE), que trata da compilação em um único sistema de todos os dados e processos da empresa.

O centro de distribuição foi construído para dar vazão ao forte crescimento da empresa nos últimos anos.


23

Celena é nova empresa do segmento de iluminação Criada por executivos da área, terá como foco o desenvolvimento de projetos de iluminação com aplicação de soluções em Led

O ex-presidente da Osram Brasil, Roger Michaelis, e

o sócio-diretor da Paulista Bussiness Ltda., empresa de lâmpadas da marca Golden, Ricardo Cricci, fundaram uma nova empresa na área de iluminação. Trata-se da Celena, criada para atender à demanda por projetos de eficientização energética, com foco no desenvolvimento de projetos de iluminação com aplicação de soluções em Led. Para isso, a Celena seguirá uma metodologia de trabalho calcada na elaboração de estudos luminotécnicos, avaliações de retorno de investimento (payback) e melhoria na gestão de recursos.

Segundo seus executivos, a Celena atuará no modelo de

negócio B2B, apostando na segmentação do mercado para acelerar a entrada da tecnologia Led em projetos luminotécnicos de médio e grande porte. A empresa terá como público-alvo clientes corporativos de grandes segmentos, tais como hoteleiro, hospitalar, educacional, clubes, industrial, de iluminação pública e outros que precisam aliar economia com baixa manutenção e levar inteligência ao sistema de gestão de iluminação.

EDP investe R$ 28 milhões em eficiência energética Projetos da companhia priorizaram uso racional da energia e melhorias nas instalações elétricas

A EDP investiu cerca de R$ 28 milhões em projetos de

eficiência energética em 2013. As ações fazem parte do Programa de Eficiência Energética da Aneel, que determina que as distribuidoras apliquem anualmente o mínimo de 0,5% de sua receita operacional líquida em medidas que tenham por objetivo o combate ao desperdício de energia elétrica.

Um dos programas da concessionária é o Boa Energia na

Comunidade, que, em 2013, adequou a instalação de 23.763 unidades consumidoras. A iniciativa contou ainda com a doação de equipamentos mais eficientes para a população de baixa renda.

Os investimentos da EDP estão voltados para clientes

residenciais de baixo poder aquisitivo e organizações sem fins lucrativos. Anualmente, a companhia chega a economizar até 27,5 GWh com projetos de conservação de energia. Para 2014, o Grupo prevê investir mais R$ 26 milhões com o programa de eficiência energética.


Painel de empresas

24

Santil inaugura filial em Osasco (SP) Loja tem cerca de 1 mil m² e comercializará a mesma varie­ dade de soluções existentes nas demais lojas do Grupo, com 30 mil itens

Osasco, na Grande São Paulo, foi a cidade escolhida pela Santil

Comercial Elétrica para sediar a nova filial da empresa. Recém-inaugurada, a unidade de 1 mil m² comercializará a mesma variedade de soluções existentes nas demais lojas do Grupo, com 30 mil itens, e atenderá não apenas o consumidor final, mas também indústrias, construtoras e incorporadoras da região, por meio de uma equipe de televendas voltada ao atendimento para pessoa jurídica.

A empresa informa que os principais segmentos comercializados pelas

lojas da Santil são os de condutores elétricos (cabos), iluminação (lâmpadas e acessórios), disjuntores, reatores e materiais de infraestrutura. E para estes produtos de maior demanda, a filial possui um estoque local, com o objetivo de atender a pronta entrega. Os demais itens, dentro da Grande São Paulo, chegam em 48 horas. A empresa atende também clientes em outros estados, com parceria de diversas transportadoras.

Além de uma equipe de televendas, a nova unidade conta com

consultores de balcão que, conforme a diretora financeira da Santil, Karina Jorge Bassani, são altamente qualificados para prestar aos clientes todo o suporte técnico necessário. Para a nova unidade, selecionamos vendedores experientes e que passam por constantes treinamentos, pois sabemos da necessidade deste apoio na hora da venda, explica Karina. A Santil possui vendedores especializados em indústria, construção civil, decoração e luminotécnica.

Explicando por qual motivo optou pela cidade de Osasco para abrigar

a nova loja da Santil, a diretora conta que pesquisas internas apontaram um comércio crescente na região e a ausência de lojas especializadas em material elétrico. Por isso entendemos como uma boa oportunidade levar até estes clientes produtos de qualidade e excelência em serviços, respaldados na nossa experiência de 35 anos de atuação no setor elétrico, diz Karina.

Para os produtos de maior demanda, a nova unidade da Santil possui um estoque local, com o intuito de atender a pronta entrega.


Apoio

25

PROTEÇÃO DE GERADORES Por Geraldo Rocha e Paulo Lima

26

Capitulo IV - Proteções de sobrexcitação e sobretensão

• Proteção de sobrexcitação (24) • Proteção de sobretensão (59)

CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE POTÊNCIA Luiz Felipe Costa

30

Capitulo IV – Conjuntos de manobra e controle de média tensão em invólucros metálicos – Características construtivas

• Características especiais de aplicação • Uso de disjuntores em circuitos com geradores • Aplicação de transformadores de corrente e relés de proteção

INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Marcus Possi

42

Capítulo IV – Introdução à inspeção

• O que vem antes da inspeção de campo

• Metodologia para a inspeção • Classificação • Procedimentos

MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES Marcelo Paulino Capítulo IV – Ensaio e resistência ôhmica de enrolamentos e avaliação do comutador sob a carga

• Resistência ôhmica dos enrolamentos • Método da queda de tensão • Avaliação do comutador sob carga • Teste do comutador sob carga (OLTC)

58

Fascículos

• Proposta da inspeção


Proteção de geradores

Apoio

26

Capítulo IV Proteções de sobrexcitação e sobretensão Por Geraldo Rocha e Paulo Lima*

Os dois elementos usados para proteger

amarradas juntas. No fim do núcleo, existem

o gerador contra danos durante condições de

componentes não laminados que ajudam a

sobrexcitação (24) e sobretensão (59) estão

manter o núcleo unido.

destacados na Figura 1. A sobrexcitação afeta

não apenas o gerador, mas pode também afetar

núcleo

o transformador elevador. Por esta razão, é

e

comum ajustar o relé 24 para proteger os dois

aplicada. A sobrexcitação ocorre quando o

equipamentos.

fluxo no núcleo de ferro atinge valores elevados.

A

densidade é

de

fluxo

proporcional

inversamente

à

magnético tensão

proporcional

à

do

aplicada frequência

Esta sobrexcitação resulta de um acréscimo da corrente de excitação e da força magnetomotriz, NI. Nestas condições, o núcleo de ferro se torna saturado e o fluxo atinge valores muito acima do joelho (Knee point) da curva característica do ferro.

Com alguma simplificação e usando a Lei de

Faraday, podemos mostrar que o fluxo magnético no núcleo de ferro de um transformador ou máquina é proporcional à relação da tensão induzida dividida pela frequência.

Figura 1 – Proteção 24 e 59.

Ambas as funções indicam possíveis defeitos

no sistema de excitação dos geradores.

Proteções relacionadas ao sistema de excitação Proteção de sobrexcitação (24)

O

núcleo

do

estator,

bem

como

o

do transformador, é composto de folhas laminadas de ferro empilhadas, separadas por uma fina camada (verniz) de isolação e

Figura 2 – Condição de sobrexcitação.


Apoio

27

Se assumirmos que o fluxo é aproximadamente senoidal

de tensão reage com um súbito acréscimo da corrente de

e que, de acordo com a lei de Faraday, a tensão induzida

campo;

é proporcional à derivada do fluxo em relação ao tempo,

3. Conexão incorreta dos TPs que alimentam o circuito

então o valor RMS da tensão induzida é proporcional

de controle da sobrexcitação;

à frequência do fluxo multiplicado pela amplitude do

4. Quando ocorre a perda de um grande bloco de

fluxo. Em outras palavras, por meio da medição do valor

geração ou quando uma carga substancial é subitamente

RMS da tensão induzida V e da frequência f é possível

conectada, as necessidades de reativo para o sistema

determinar se o fluxo aumenta verificando se a relação

aumentam subitamente. O regulador automático de

V/f aumenta.

tensão reage aumentando a corrente de campo. Isso

Um relé que possa medir V/f estará indiretamente

pode levar a uma condição indesejada de sobrexcitação.

medindo o fluxo Φ. A sobrexcitação pode ser resultante de vários fatores:

As normas ANSI/IEEE C50.13 estabelecem os limites

de sobrexcitação contínua para geradores. Os limites de 1. Aumento excessivo da excitação do campo pode

sobrexcitação contínua dos geradores são iguais a 1.05

ocorrer quando um operador parte a máquina, ou

p.u. na base do gerador para condições a plena carga e

em outras situações quando for necessário o controle

sem carga.

manual;

As

2. Queima de um ou mais fusíveis dos TPs que alimentam

estabelecem os limites de sobrexcitação contínua

o circuito de controle da excitação, gerando leitura

para transformadores. Os limites de sobrexcitação

de um valor incorreto pelo controle de realimentação

contínua dos transformadores são de 1.10 p.u. na base

(feedback). Este valor pode ser tão baixo que o regulador

do transformador sem carga e de 1.05 p.u. na base do

normas

ANSI/IEEE

C57.12.00

também


Proteção de geradores

Apoio

28

secundário do transformador com carga nominal e f.p. igual a 0.8 ou maior. Observe que, para o transformador elevador do gerador, o terminal de baixa tensão é considerado como o enrolamento primário. Portanto, o sistema, ou a carga, é conectado do lado de alta tensão, ou enrolamento secundário.

As curvas V/Hz mostram os limites de capacidade

da máquina em diversas situações de sobrexcitação. Na Figura 3, o gerador será danificado em 1 minuto por uma sobrexcitação que produza 120% V/Hz. Observe que o eixo Volts/Hz é um porcentual da

Figura 4 – Relé Volts/Hertz (24) tempo-definido com dois níveis.

grandeza V/Hz nominal. Observe também que o tempo de danos na curva V/Hz está no eixo horizontal, ao contrário das curvas normais de danos tempo versus corrente.

Figura 5 – Relé Volts/Hertz (24) de tempo-definido e tempo-inverso.

uma curva de tempo-inverso e uma curva de tempodefinido. Para a proteção V/Hz com elementos de tempo-inverso e tempo-definido, um elemento pode ser ajustado com 118% de V/Hz e temporização de 1.2

Figura 3 – Exemplo de curva V/Hz de geradores e transformadores.

s. Isto funciona bem para o exemplo mostrado, mas o

Cada gerador ou transformador possui uma curva

ajuste exato deve ser verificado para cada caso. Como

do fabricante com uma tensão base única para

regra, a partida para a curva de tempo-inverso pode ser

aquele equipamento. Isto significa que o gerador e

ajustada em 108% de V/Hz.

o correspondente transformador elevador possuem, algumas vezes, curvas baseadas em diferentes tensões

Proteção de sobretensão (59)

de base. Neste caso, deve ser usada uma base comum

para calcular as curvas.

podem ser submetidos a um acréscimo considerável

A

melhor

proteção

para

uma

condição

Alguns geradores, particularmente os hidrogeradores,

de

das tensões nos terminais como resultado de uma

sobrexcitação é um relé que faça a medição de V/Hz

súbita rejeição de carga. Devido ao aumento súbito

a qualquer instante e opere antes que o equipamento

do torque de aceleração, a rejeição de carga também

seja danificado.

causa sobrevelocidade, que produz um aumento na

As curvas limites dos equipamentos são usadas como

tensão induzida do gerador. Isto ocorre sem qualquer

referência para calcular os ajustes do relé. A Figura 4

elevação na corrente de excitação. Dessa forma, esta

mostra os casos de dois elementos de tempo-definido

condição não é classificada como sobrexcitação.

usados para proteger as máquinas exemplificadas.

porque os reguladores respondem lentamente. Na

A Figura 5 mostra um elemento de proteção com

Este efeito é mais comum em grandes hidrogeradores


Apoio

29

ocorrência de trip em um gerador, pode levar algum

Os elementos da proteção de sobretensão do gerador

tempo desde o comando de fechamento da comporta

podem ser de tempo-definido ou tempo-inverso. Em ambos

até que o gerador retorne a uma velocidade razoável.

os casos, o ajuste da temporização deve ser tal que permita ao

Em alguns casos, a sobrevelocidade momentânea pode

Regulador Automático de Tensão (AVR) da máquina efetuar

atingir duas vezes a velocidade nominal.

uma ação corretiva e evitar a necessidade de trip do relé de

Nos modernos geradores com turbinas a gás ou

proteção. A partida do elemento temporizado é ajustada em

vapor, os reguladores de velocidade e tensão respondem

aproximadamente 110% da tensão nominal da máquina.

muito mais rapidamente do que dos hidrogeradores.

Para esses geradores, sobretensões resultantes de

proteção de sobretensão possui um elemento instantâneo

rejeição brusca de carga não criam maiores problemas.

normalmente ajustado entre 130% e 150% da tensão

nominal da máquina.

A Tabela 1 mostra as sobretensões permissíveis para

geradores e transformadores de acordo com as normas IEEE/ANSI. Essas informações são úteis para ajustar os elementos das proteções de sobretensão. Tabela 1 – Sobretensões permissíveis para geradores e transformadores

Geradores 105% 110% 115% 125%

Continuamente 30 min 5 min 2 min

Transformadores 100% 115% 120% 130%

Continuamente 30 min 5 min 3 min

Para evitar danos devidos às sobretensões elevadas, a

*Geraldo Rocha é engenheiro eletricista e especialista em Proteção de Sistemas Elétricas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É atualmente gerente de Marketing e Engenharia de Aplicação na Schweitzer Engineering Laboratories e professor titular do curso P4 - Filosofias de Proteção de Geradores da Universidade SEL. PAULO LIMA é graduado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Itajubá, com ênfase em Sistemas Elétricos. Atua na SEL como engenheiro de aplicação e suporte técnico para clientes nos serviços e soluções para controle, automação e proteção nas áreas de geração, transmissão, distribuição. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

30

Capítulo IV Conjuntos de manobra e controle de média tensão em invólucros metálicos Características construtivas Por Luiz Felipe Costa*

Conforme o capítulo 4 da IEC 62271-200 e a

operação (Ue) em média tensão no segmento

NBR correspondente, as características elétricas

industrial são: 4,16 kV e 13,8 kV. Além deles,

nominais de um conjunto de manobra e controle

é possível, também, encontrar sistemas em

em invólucro metálico para as tensões acima de

2,4 kV e 34,5 kV. Porém, a escolha de 2,4 kV

1 kV e até 52 kV, inclusive, são:

tem sido, praticamente, evitada no caso das

novas aplicações industriais. Já os sistemas 1 – Tensão nominal (Ur);

com tensão operacional de 34,5 kV vêm, nos

2 – Nível de isolamento nominal (valores das

últimos anos, aumentando a sua presença. É

tensões suportáveis nominais à frequência

possível também encontrar instalações com

industrial – Ud, e ao impulso atmosférico –

tensões de operação em 3,3 kV e 6,6 kV,

Up);

porém, não são comuns.

3 – Frequência nominal (fr); Tabela 1 – Tensões e níveis de isolamento nominais

4 – Corrente nominal de regime contínuo (Ir); 5 – Corrente suportável nominal de curta duração (Ik); 6 – Valor de pico da corrente suportável (Ip); 7 – Duração nominal de curtocircuito (tk). 1) Tensão nominal (U r): Os valores mais comuns para a tensão de

Brasil

Tabela 1b

Tabela 1a

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)

(7)

Ue

Ur

Ud

Up

Ur

Ud

Up

(kV)

(kV)

(kV)

(kV)

(kV)

(kV)

(kV)

[2,4]

4,76

19

60

3.6

10

40

[3,3/3,45]

4,76

19

60

3.6

10

40

4,16

4,76

19

60

7.2

20

60

[6,6/6,9]

8,25

36

95

7.2

20

60

[11,0]

15

36

95

12.0

28

75

13,8

15

36

95

17.5

38

95

[23,0]

27

60

125

24.0

50

125

34,5

38

80

150

36.0

70

170


Apoio

31

Notas:

não reflete a realidade, já que a tensão nominal representa

• Coluna 1: valores comuns da tensão de operação no Brasil.

o máximo valor ao qual a instalação pode ficar sujeita: no

Os valores entre colchetes, apesar de serem utilizados, não

caso, por exemplo, de 13,8 kV os sistemas nacionais não

são muito comuns no setor industrial brasileiro;

ultrapassam o limite de 15 kV. Porém, o impacto não é

• Colunas 2 / 3 / 4: relativas a tabela 1b (faixa I / série II

significativo no contexto relativo aos valores dos níveis de

de tensões nominais – Ur) da IEC 62271-1, cujos valores se

isolamento nominais.

alinham com as práticas brasileiras; • Colunas 5 / 6 / 7: relativas a tabela 1a (faixa I / série I de

2) Nível de Isolamento Nominal (U d / Up): se for

tensões nominais – Ur) da IEC 62271-1;

mantida a análise prévia para os sistemas com tensões

• Ue : tensão de operação (kV – valor eficaz);

de operação em 4,16 kV e 13,8 kV, pode-se notar que

• Ur : tensão nominal (kV – valor eficaz);

os valores de 20 kV e 38 kV adotados para tensão

• Ud : tensão nominal suportável a frequência industrial

suportável à frequência industrial (respectivamente para

(kV – valor eficaz);

as tensões nominais de 7,2 kV e 17,5 kV) não implicam

• Up : tensão nominal suportável ao impulso atmosférico –

nenhum grande impacto. Esses valores são muito

NBI (kV – valor de crista).

próximos dos aplicáveis no caso de se usar a tabela 1b (faixa I/série II de tensões da IEC 62271-1), ou seja: 19

A prática, muitas vezes, adotada no Brasil é associar os

kV e 36 kV, respectivamente, para as tensões nominais

valores de 4,16 kV e 13,8 kV às tensões nominais (Ur) de 7,2

de 4,76 kV e 15 kV. A tensão suportável nominal ao

kV e 17,5 kV da tabela 1a da IEC 62271-1: 2007: Níveis de

impulso atmosférico – NBI (U p) apresenta os mesmos

isolação nominais para tensões nominais da faixa I, série I

valores para ambas as tabelas da faixa I: 60 kV e 95 kV,

(valor eficaz da tensão nominal – Ur). Isso, de certa forma,

respectivamente.


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

32

3) Frequência nominal (fr): A prática atual em todo o

conforme a norma internacional ISO 3. Estes valores

território brasileiro é o uso do valor de 60 Hz.

foram propostos, originalmente, em 1870 por Charles Renard (1847–1905), um engenheiro militar francês. E,

4) Valor da corrente nominal de regime contínuo (Ir) e

em sua homenagem, adotou-se a letra R para designar

máxima elevação de temperatura: Neste caso, a ABNT

cada uma das séries (R5, R10, R20, R40 e R80). Estes

segue a recomendação internacional de adotar, para os

valores estão divididos em cinco conjuntos de números

valores da corrente nominal, os múltiplos da série R10,

arredondados a partir das séries geométricas propostas:

conforme descrito na IEC 60059 (IEC standard current

10N/5, 10N/10, 10N/20, 10N/40 e 10N/80.

ratings).

Tabela 2 – Valores típicos para corrente nominal de regime contínuo (Ir) Marcas

Valores típicos da IEC

(1)

(2)

é o fato de a primeira permitir uma sobre-elevação de temperatura maior: 75 ºC (IEC) em comparação a 65 ºC para os usuários finais que aplicam equipamentos

630

(*)

de temperatura propostos pela IEC em relação à Ansi,

(ANSI). Tal situação promove uma percepção confortável

A (*)

Um ponto interessante, ao compararmos os limites

800

de origem Ansi num contexto IEC. Este fato pode ser

1.000

explicado a partir da seguinte equação, a qual relaciona

1.250

as elevações de temperatura aos níveis de corrente.

1.600 (*)

2.000 2.500

(*)

3.150 4.000

Notas: • Coluna 1: a marca (*) indica os valores mais usados nos conjuntos de manobra e controle de MT. • Coluna 2: valores da corrente nominal de regime contínuo (Ir) conforme a subseção 4.4.1 da IEC 62271-200. Tabela 3 – Limites de elevação de temperatura, conforme a tabela 3 da norma IEC 62271-1 Conexão de barras ou terminação de cabos

Elev. Temp. C

Os termos mostrados significam:

• Ir: Valor da corrente nominal. • Ie: Valor da corrente de operação. • Δυr: Elevação de temperatura nominal. • Δυe: Elevação de temperatura em operação. Como

um

exemplo

para

o

ponto

mencionado

anteriormente, vamos verificar o que ocorre ao se aplicar

Temp. Total

3.150 A em um equipamento Ansi de 3.000 A com conexões

C

prateadas aparafusadas nos barramentos. Com base na

o

o

Barras de cobre nu

50

90

Barras estanhadas

65

105

Barras prateadas

75

115

Barras niqueladas

75

115

Cabo a barra de cobre nu

50

90

Cabo a barra estanhada

65

105

Cabo a barra prateada

65

105

relação (1), a seguinte relação se aplica:

O resultado da relação anterior é, aproximadamente,

72 ºC. Isso representa a elevação de temperatura para

A série R10 (constituída pelos valores: 1 / 1.25 / 1.6 /

uma corrente de 3150 A em um equipamento Ansi para

2 / 2.5 / 3.15 / 4 / 5 / 6.3 / 8 e seus múltiplos) é parte de

3.000 A. Em outras palavras, o equipamento é capaz

um sistema de números preferenciais, que foi proposto

de atender ao requisito da IEC para uma elevação

com a finalidade de se padronizar os valores utilizados

máxima de temperatura de 75 ºC (ver Tabela 3) para

em qualquer aplicação técnica, em conjunto com o

uma conexão aparafusada de barras prateadas.

sistema métrico. Este sistema foi adotado em 1952 pela

ISO (International Organization for Standardization),

segundo a Ansi, no nível de 1.250 A, a elevação de

No caso de comparação de equipamentos de 1.200 A,


Apoio

33


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

34

temperatura é de, aproximadamente, 71 ºC, se levarmos

da aplicação de um multiplicador ao valor eficaz da

em conta as mesmas condições descritas no parágrafo

componente simétrica da corrente de curto-circuito.

anterior para uma estrutura de 3.000 A.

Este multiplicador é definido a partir do valor da relação

Outro comentário interessante quanto à elevação

X/R (razão entre a reatância indutiva e a resistência)

de temperatura e sua relação com o acabamento dado

para o equivalente de Thevenin do sistema elétrico,

às superfícies de contato nos pontos de conexão é o

visto a partir do ponto da falta. O multiplicador é igual

fato de que, apesar de bem conhecido, o impacto da

ao produto da √2 por uma constante, a qual é calculada

combinação de condições de calor e umidade com

a partir do valor de X/R. Neste trabalho, esta constante

ambientes ricos em enxofre sobre certas atmosferas

está representada pela letra k.

industriais.

Tabela 4 – Valores

Apesar de serem conhecidos os impactos negativos

típicos para corrente suportável

nominal de curta duração

no tratamento de prata aplicada sobre superfícies

Marcas

de cobre (uso de prateação sobre base metálica) em

(1)

ambientes industriais com atmosfera rica em enxofre

(Ik)

Valores típicos da IEC (2) kA

associados à combinação de calor com umidade, não

16

tem existido tal preocupação por parte dos profissionais

20

responsáveis pela especificação e aplicação dos

(*)

25

equipamentos na maioria das vezes. O conhecido

(*)

31,5

processo de corrosão do cobre (Cu) e da prata (Ag),

(*)

40 50

nas condições descritas anteriormente, comum em muitas áreas de refinarias, unidades petroquímicas, siderúrgicas, processamento de papel e celulose e de

Notas:

tratamento de água e esgoto, não tem sido considerado

• Coluna 1: a marca (*) indica os valores mais

ou, mesmo, relatado como um crítico. Isso se deve,

encontrados nos equipamentos de manobra de MT

talvez, ao fato da enorme tendência de se usar unidades

usados em conjuntos para subestações primárias.

de ar-condicionado, sistemas de pressurização e filtros

• Coluna 2: valores típicos da corrente suportável

nas salas elétricas principais, associado ao fato de ser

nominal de curta-duração (I r) conforme a subseção 4.5

comum o critério de instalação dos equipamentos de

da IEC 62271-200.

manobra e controle o mais distante possível das áreas com maior concentração de gases de enxofre (sulfatos

A IEC 60909 define as seguintes relações entre o

hidrogenados). Porém, cabe ressaltar que já houve

valor de X/R, o valor eficaz da componente simétrica da

solicitações no mercado brasileiro para o uso de níquel

corrente subtransitória de curto-circuito (Ik’’) e o valor

(Ni) como material de acabamento sobre superfícies de

instantâneo de pico da crista do 1º semiciclo (ip).

cobre (Cu) nas regiões de contato das conexões elétricas em áreas específicas de siderúrgicas e de unidades de processamento de papel e celulose. 5) Valor da corrente suportável nominal de curtaduração (I k): Os valores adotados são, também, baseados em múltiplos da série R10. Eles expressam,

A relação de X/R é igual ao produto da constante de

tempo (t), em milisegundos, pela velocidade angular (v) do sistema, em rad/s (obtida pela frequência – f):

em kA, o valor eficaz da componente simétrica da corrente suportável nominal de curta duração. 6) Valor de crista da corrente suportável nominal (I p): O valor instantâneo de crista do primeiro semiciclo

da corrente suportável nominal de um conjunto de

indutância (L), como se vê na fórmula a seguir; em que o

A partir da relação entre a reatância indutiva (X) e a

manobra e controle de média tensão é obtido a partir

valor de f representa a frequência do sistema, em hertz,


Apoio

35

e L é a indutância, em henries, pode-se extrair o valor da constante de tempo, em milisegundos.

Por exemplo, o valor de 2,5 representa o resultado do produto da √2 por um valor da constante k associada

Na cultura Ansi (ver documento IEEE Std C37.010/1999:

a relação X/R = 14. O valor 14 é aproximadamente igual

IEEE Application Guide for AC High-Voltage Circuit Breakers

ao produto da constante de tempo (t), igual a 45 ms (valor

on a Symmetrical Current Basis), são definidas as seguintes

definido na seção 4.6 da norma IEC 62271-1) e a velocidade

relações entre o valor de X/R, o valor eficaz da componente

angular (v) de um sistema para a frequência de 50 Hz, como

simétrica da corrente subtransitória de curto-circuito (Isym)

se pode ver a seguir:

e o valor instantâneo de pico da crista do 1º semiciclo (iCL) do curto-circuito:

No caso de 60 Hz, teríamos uma velocidade angular

(ω) com o valor de aproximadamente 377. Isso nos dá uma relação X/R = 17, para uma constante de tempo (τ), igual a

Neste contexto, é interessante notar que a norma

45 ms. Este valor nos proporciona uma constante de 2,6,

para disjuntores de alta-tensão IEC 62271-100 / 2008-

como se pode ver a seguir:

04 (High-voltage switchgear and controlgear – Part 100:


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

36

Alternating-current circuit-breakers) define os seguintes

associada à aplicação correta dos elementos de proteção

valores a serem usados para obter o pico do primeiro

(transformadores de corrente e relés) e de manobra

semiciclo de corrente de curto-circuito:

(disjuntores, contatores e fusíveis limitadores).

• 2,5 para sistemas com fr = 50 Hz e constante de tempo

1) Esforços dinâmicos oriundos das correntes de curto-

(L/R) igual a 45 ms;

circuito:

• 2,6 para sistemas com fr = 60 Hz e constante de tempo

Em termos mecânicos, para um curto-circuito trifásico

(L/R) igual a 45 ms; e

franco (impedância zero no ponto de falha) basta uma

• 2,7 para ambas as frequências e constante de tempo

simples análise da fórmula (2) da norma IEC 60865-1 /

igual a 120 ms (caso especial).

1993 (Short-circuit currents – Calculation of effects. Part 1: Definitions and calculation methods), reproduzida a

7) Duração de curto-circuito nominal (tk): A ABNT,

seguir, para se notar que o aumento do valor instantâneo

a IEC e a Ansi adotam, para a duração nominal da

de pico da corrente de semiciclo implica uma variação

corrente suportável, um dos seguintes valores: 1, 2 ou 3

quadrática na força resultante: 10% a mais de corrente

segundos. Apesar de ser usual o valor de 1 segundo para

significam 21% a mais de força sobre as barras.

as aplicações mais comuns, tem-se visto, neste quesito, indústrias que, por questões de segurança operacional e confiabilidade, vem mostrando preferência pelo valor de 3 segundos.

Características especiais de aplicação Como já comentado anteriormente, a aplicação de um conjunto de manobra e controle de média tensão vai além da simples acomodação dos valores nominais do equipamento aos que são requeridos pelo sistema. Existe a necessidade concreta de identificar as várias variáveis

• Fm3: força no condutor principal (fase) central devido a um curto-circuito trifásico; • μ0: constante magnética, permeabilidade do vácuo; • ip3: valor instantâneo de crista do primeiro semiciclo da fase com maior assimetria em um curto-circuito trifásico; • l: distância entre centro de linha dos suportes; • am: distância efetiva entre condutores principais adjacentes.

presentes na instalação, sejam elas de origem elétrica ou ambiental.

A operação adequada e segura de qualquer sistema

ou equipamento elétrico depende de um compromisso entre fornecedor e cliente. O fabricante deve garantir que o produto irá atender o estabelecido nas normas técnicas aplicáveis, mas é fundamental que o usuário mantenha o local da instalação conforme os requisitos da aplicação e operação. Um exemplo importante e que é muito recorrente na aplicação de cubículos é o descuido com o valor de crista do primeiro semiciclo da corrente de curto-circuito nominal. Este valor, determinado pela relação X/R vista entre a barra do painel e a(s) fonte(s) do sistema elétrico, implica não somente no comportamento dinâmico nas barras do conjunto de manobra e controle de média tensão, proveniente dos esforços mecânicos produzidos pela corrente de curto-circuito no 1º semiciclo da fase mais assimétrica (ip – valor instantâneo de crista), que irá interagir com as outras duas fases, como também está

Figura 1 – Simulação gráfica da corrente de um curto-circuito monofásico.

Em que: • Valor eficaz, em kA, da corrente = 40; • Valor, em Hz, da frequência = 60; • Relação X sobre R visto do ponto de defeito = 17; • Ciclos de falta = 7; • O valor do ângulo da impedância é de 86,63 graus; • O fator de potência do curto-circuito é 0,06; • A constante de tempo do circuito é 45,09 ms; • Fase com a máxima assimetria;


37

• O fator de assimetria do 1º semiciclo da fase, conforme a Ansi, é 1,8313; • O valor do multiplicador para crista do 1o semiciclo da fase (= SQRT(2)*k), conforme a Ansi, é de 2,5898; • O valor de crista do 1º semiciclo da fase, conforme a Ansi, é de 103,59 kA; • O valor do angulo de fechamento da fase é de 176,63 graus. 2) Uso de disjuntores em circuito com geradores:

Um problema crítico é a aplicação correta de disjuntores de distribuição em circuitos com geração, já que este tipo de equipamento é definido e ensaiado com a constante de tempo padronizada em 45 ms.

Na aplicação de disjuntores em circuitos e barras

com geradores, deve-se atentar para possíveis condições especiais, que podem estar presentes: • Valores altos para a relação X/R (constantes de tempo maiores do que 45 ms); • Valores altos (acima do padronizado) da TRT (Tensão de Restabelecimento Transitória, denominada, em inglês, como TRV) e da TCTRT (Taxa de Crescimento da Tensão de Restabelecimento Transitória, denominada, em inglês, como RRRV); • Valores altos da corrente de regime contínuo; • Valores altos para a corrente de curto-circuito alimentada pelo sistema; • Manobra em oposição de fase (sistemas fora de sincronismo); e • Possibilidade de atraso no zero de corrente (ausência de zeros nos primeiros ciclos da forma de onda da corrente a ser interrompida).

Estas condições têm sido observadas em unidades

dedicadas a autogeração ou a cogeração. Por exemplo, nas unidades de extração e produção marítimas de petróleo, em que as distâncias envolvidas e a necessidade de deslocamento das mesmas obrigam a independência de suprimento de energia elétrica, tem-se observado uma tendência de se usar de 3 a 4 turbo-geradores, em 13,8 kV, com potência variando de 25 MVA a 35 MVA. Estes fatos têm levado à necessidade de se adotar disjuntores específicos para aplicação em geradores, conforme diretrizes da ementa 1 da norma Ansi/IEEE Std C37.013a, de 2007 (IEEE Standard for AC


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

38

High Voltage Generator Circuit Breakers Rated on a Symmetrical Current Basis – Amendment 1: Supplement for Use with Generators rated 10-100 MVA).

Uma alternativa usada em alguns casos especiais

para adequar a capacidade nominal de interrupção de um disjuntor a uma constante de tempo maior é retardar sua abertura, permitindo que a onda de corrente reduza a sua assimetria e, então, se enquadre na capacidade do elemento interruptor. Se forem tomados os cuidados devidos para a solicitação dinâmica e térmica, além da estabilidade dinâmica do sistema, aparentemente, não se vê muito problema. Mas se for levado em conta a possibilidade de acidentes internos por arco no conjunto de manobra, onde está instalado o disjuntor, este mesmo retardo irá implicar níveis mais altos de energia e, caso o evento ocorra com porta ou tampa aberta, implicará uma maior exposição humana aos riscos inerentes dessa situação. 3) Aplicação de Transformadores de Corrente (TCs) e

Figura 2 – Comparação das formas de onda e dos valores eficazes das correntes secundárias de um TC.

relés de proteção:

Tanto a ABNT quanto a IEC, em suas normas

secundário de conexão e um relé de proteção do tipo

para conjuntos de manobra e controle de MT, não

microprocessado). Para este caso, foi suposto 75% de

determinam nenhuma característica mínima para o

remanência presente no núcleo do transformador de

uso de transformadores de corrente ou de relés de

corrente.

proteção. Porém, a análise de engenharia de proteção e

A forma de onda não distorcida e com maior

do grupo de estudos de curto-circuito e de seletividade

assimetria no primeiro semiciclo, vista na imagem

da proteção precisam ser levadas em consideração.

inferior da figura, demonstra a condição teórica para

A saturação de um TC não se deve somente ao alto

um TC ideal (livre de qualquer saturação). Já a outra

valor eficaz da componente simétrica da corrente de

onda, distorcida e com assimetria menor no primeiro

curto-circuito. Existem outros fatores, como nível de

semiciclo mostra a real condição com a saturação do

remanência no núcleo do transformador, a carga imposta

TC.

no circuito secundário do mesmo e, principalmente, a

uma grande assimetria (componente contínua – relação

tempo correto e implicar não somente em transtorno na

X/R do circuito primário do TC).

coordenação e continuidade/confiabilidade do sistema

Um TC saturado pode levar a proteção a não atuar no

Na Figura 2, é possível estabelecer uma comparação

elétrico, como pode também aumentar a exposição de

visual das formas de onda e dos valores eficazes das

um trabalhador a energia liberada por um arco elétrico.

correntes secundárias de transformador de corrente (TC)

de relação 2.000-5 A, classe de exatidão de proteção

que a forma de onda no secundário do TC em 6 ms já

10B400 (ABNT) ou C400 (Ansi), quando submetido

mostra sinais do início de saturação, que se estende

a uma corrente simétrica (primeira visualização) e

por mais de 100 ms. Pode ser que o tempo até o início

de assimetria total (segunda visualização), para os

da saturação não seja suficiente para atuar o elemento

valores primários relativos a um curto-circuito de 35

instantâneo da unidade de proteção de sobrecorrente;

kA eficazes e X/R= 48 (constante de tempo de 126 ms).

principalmente no caso de relés microprocessados, em

Este TC está conectado a uma carga secundária, ZSEC

que os filtros das entradas de corrente retiram todas as

= (0,04 + j0,001) ohms (cerca de 5 metros de cabo

harmônicas do sinal, deixando apenas a fundamental,

Pode-se observar na segunda imagem da Figura 2


Apoio

39


Conjuntos de manobra e controle de potência

Apoio

40

com um valor insuficiente para a partida da respectiva

4) Alteração espacial do arranjo interno de partes do

unidade do elemento de proteção.

Conjunto de Manobra:

Uma forma de se contornar este problema é o uso de

Um CMC de MT é ensaiado para suportar uma

relés microprocessados, já disponibilizados no mercado

série de impulsos atmosféricos com uma determinada

por alguns fabricantes, que possuem algoritmos que

configuração. A inclusão de outros componentes

permitem lidar com as condições transitórias de sinais

deve ser cuidadosamente avaliada quanto às novas

de corrente distorcidos pela forte saturação no núcleo

distâncias dielétricas, de forma a se garantir que os

do TC. Outra abordagem é calcular o que o IEEE define

gradientes elétricos presentes no interior do painel

como tempo até saturação e verificar se este valor é

estejam de acordo com a classe de isolação do

suficiente para permitir a atuação da proteção.

equipamento. Apesar de muitas vezes o simples uso

Em outros casos, pode ser necessária a aplicação de

das distâncias e práticas de engenharia do fabricante

transformadores de corrente de proteção com relações

bastar para demonstrar a correta adequação do novo

de transformação e classes de exatidão (burdens)

arranjo, existem situações que se fazem necessárias

maiores. Mesmo que esta solução seja adequada para o uso e ajustes dos relés de proteção acoplados, o agravante nesta solução é o volume a ser ocupado por este componente. É importante lembrar que um conjunto de manobra e controle de MT é ensaiado para suportar uma série de aplicações de impulsos atmosféricos em uma determinada configuração física. A inclusão de outros componentes deve ser cuidadosamente avaliada quanto às novas distâncias dielétricas, de forma a se garantir que os gradientes presentes no interior do painel estejam de acordo com a classe de isolação do equipamento. Neste contexto, o uso de relés microprocessados leva, na maioria dos casos, a situações que permitem

à realização de novos ensaios de verificação do NBI do conjunto. O crítico é que a maioria dos usuários desconhece, por exemplo, a prática comum nos Estados Unidos de se aceitar a validação da UL para as práticas de engenharia usadas pelo fabricante. Associado a este último fato, existe o detalhe de nem sempre os arranjos serem de fácil avaliação, mesmo com o uso de programas computacionais para representação gráfica das linhas de campo elétricas e gradientes presentes.

Na Figura 5, são mostrados os oscilogramas de 15

aplicações positivas e 15 negativas de tensão de NBI (Nível Básico de Isolamento ao Impulso Atmosférico),

aplicar o tipo de TC testado originalmente pelo

com forma de onda de 1,2/50 microsegundos para uma

fabricante do painel, sem precisar provocar impactos

valor de ensaio de 95 kV de pico. O NBI é equivalente

dimensionais ou que possam invalidar ensaios efetuados

ao BIL (Basic Impulse Level das normas Ansi). O arranjo

nos protótipos. Isso se torna mais provável nos casos de

físico referente à verificação da suportabilidade ao

uso de relés numéricos que possuam filtros capazes de

impulso atmosférico da fase B de um CMCP de MT,

se adaptar à condição de saturação pesada da corrente

adaptado para ser acoplado a um duto de barras

medida.

com

transformadores

de

corrente

para

proteção

diferencial da unidade geradora (grupo gerador mais transformador), é mostrado na Figura 6. Apesar de ter sido demonstrado a adequação do novo arranjo com base nas práticas de engenharia do fabricante para um equipamento de classe de tensão de 17,5 kV (NBI igual a 95 kV de crista), o usuário final solicitou a realização de ensaio em laboratório independente.

Mas,

o

equipamento

suportou

as

aplicações sem a ocorrência de nenhuma descarga disruptiva Figura 3 – Diagrama unifilar simplificado, mostrando parte dos turbogeradores de uma unidade petroquímica.

(flashover)

na

parte

autorregenerativa

do isolamento, apesar das normas IEC aceitarem a ocorrência de até duas.


Apoio

Figura 4 – Vista parcial do CMCP-MT correspondente ao um diagrama unifilar (mostrado na figura anterior).

41

Figura 6 – Arranjo físico interno do CMCP de MT ensaiado quanto ao seu NBI de 95 kV de crista (conforme oscilogramas da Figura 19).

Estes são apenas alguns exemplos dos diversos cuidados

que se fazem necessários quando da aplicação de um conjunto de manobra e controle, principalmente quando temos a segurança humana e patrimonial como foco. *Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá.

Figura 5 – Oscilogramas de tensão para verificação de suportabilidade ao impulso atmosférico.

Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

42

Capítulo IV Introdução à inspeção Por Marcus Possi*

O objetivo deste capítulo é introduzir

trabalho, anotações e estudos fazem parte do

o leitor à atividade de inspeção, incluindo

processo inicial.

técnicas

e

procedimentos

adequados

de

conduta, trabalho e de segurança, abordando

Proposta da inspeção

as instalações elétricas desde a sua fase de

A proposta do trabalho da inspeção é

projeto até a de manutenção, passando pela

entregar ao seu final um relatório técnico de

sua construção. Os procedimentos de trabalho

conformidade

e as técnicas mais adequadas para essa

programadas,

atividade deverão ser vistas aqui.

encontradas nas instalações, a relação formal

das

unidades

contendo

inspecionadas as

condições

das suas não conformidades e, no caso desse

O que vem antes da inspeção de campo

para a sua adequação. Salienta-se aqui que a

De modo algum a equipe de planejamento,

inspeção resulta em apenas um relatório, o de

abordada

em

capítulos

pode

não conformidades. Esse é o produto final de uma

negligenciar o entendimento e o planejamento

inspeção, mas como temos um foco especial ao

tático e estratégico dessa etapa. O valor da

atendimento aos requisitos da NR 10, já citada,

inspeção é aumentado, tanto em esforço dessa

é necessário o complemento de recomendações

equipe, quanto em tempo de preparo. Sem

de ações corretivas. Assim, o resultado dessa

essa preocupação não será possível passar

inspeção deve ser classificado e as suas ações ou

às etapas seguintes. Desde o entendimento

medidas corretivas para sua adequação anotadas.

das condições do ambiente já citadas, como

A duração estimada para a solução dos

dos

(profissionais)

problemas será essencial para a montagem do

existentes ou necessários para a realização do

plano de ação corretiva, mas a inclusão do seu

componentes

anteriores,

trabalho específico, os serviços necessários

humanos


Apoio

43

custo é um objeto tratado à parte e extraordinário, e é

técnicas de inspeção, os procedimentos documentados

de grande valor para o resultado final. Isso com certeza

da organização executora ou da organização que vai

aumentará a percepção de valor do resultado para aqueles

receber os resultados da inspeção, são pontos de partida

que o adquirirem. Todos os dados da inspeção podem ou

importantes para a escolha e definição da metodologia

não se fundir em um único documento, mas um relatório

a ser utilizada. Por vezes quando nenhum desses itens

de inspeção e um plano de ações corretivas/preventivas

são encontrados no momento do acerto comercial,

devem ser definidos de forma clara e obrigatória. A

resta o uso das próprias técnicas dos profissionais

avaliação das instalações, nesse trabalho específico,

contratados ou a consultoria a profissionais ou empresas

deve ter foco nos elementos que sejam pertinentes à

comprovadamente qualificadas para essa tarefa. A

segurança dos elementos de referência utilizados, não

partir das diretrizes e de um planejamento inicial,

sendo consideradas avaliações que se detenham em

profissionais na forma de dupla ou individualmente

alternativas ou opções de projetos, outras soluções de

poderão inspecionar as instalações pelo uso de um

topologia de circuitos, filosofias de proteção ou escolha

procedimento de trabalho predefinido, orientados sob

de fabricantes ou modelos. Os padrões adotados aqui

critérios exclusivamente técnicos e de segurança, e

serão sempre as normas técnicas, estendidas às leis e

municiados por listas de verificações quando aplicada

às regulamentações se for o caso, mas em particular os

a inspeção de equipamentos e instalações elétricas.

itens de segurança ao trabalhador que nelas existem.

A orientação técnica e a supervisão permanente

Juízo de valor e opiniões particulares serão evitados.

dos responsáveis técnicos e dos autorizadores são obrigatórias, em particular, quando há o risco de

Metodologia utilizada A experiência dos profissionais no campo das

interrupções de fornecimento de energia para a produção ou em equipamentos cujas condições de proximidade


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

44

ou manuseio aparentem risco potencial. O uso de listas

maior credibilidade pelo entendimento comum e único

de verificação não invalida ou dispensa a análise e a

às partes.

discussão técnica, que devem ser feitas sempre que

Nesse caso, premissas – considerações comuns –

possível e são atualmente o melhor meio para alcançar

foram descritas para uso nesse trabalho, como:

bons resultados. As listas de verificação nunca estão

Premissa 1 – As tensões acima de 1 KV serão consideradas

completas ou finalizadas, o que significa dizer que, em

como alta tensão – nomenclatura dada pela NR 10,

caso de dúvida, ou do não entendimento da situação ou

embora as normas ABNT NBR 14039 e ABNT NBR 5410

dos desenhos fornecidos, a equipe deve se reunir para

possam eventualmente se referenciar a elas como média

avaliações mais detalhadas, acertos ou complementos

tensão (até 36,2 KV).

dessa ferramenta chamada checklist. Quanto ao planejamento inicial mencionado, os

Nota: na ABNT NBR 5410 e na ABNT NBR 5419

serviços sempre se iniciam com os procedimentos de

temos com clareza o delimitador de tensão de

segurança necessários, sendo previsto no mínimo uma

baixa como máximo de 1.000 V ou 1 kV; na ABNT

reunião da equipe e dos profissionais prepostos para

NBR 14039 temos, no entanto, o entendimento de

validar a programação, o estudo das condições de risco

média tensão até 36.200 V ou 36,2 kV. Como a NR

das instalações e do local, o entendimento do risco de

10 se refere à alta tensão, consideram-se todas as

interrupção de fornecimento de energia aos circuitos, do

tensões acima de 1.000 V ou 1 KV;

acesso às áreas de trabalho, dos novos riscos possíveis por conta das condições particulares dos ambientes

Premissa 2 – Os limites da inspeção devem ficar claros

de trabalho, e o realinhamento de expectativas de

antes do início dos serviços. Muitos desentendimentos e

cumprimento de metas.

o sentimento de falta algo esperado se materializam pelo

Todo o material produzido deve ser padronizado,

fato de clientes esperarem resultados além daqueles

quer no preenchimento, quer na armazenagem, e passar

exatamente necessários e entendidos pelos contratados.

por estudos de possíveis revisões e adaptações a cada

Tomamos como exemplo uma inspeção dentro de prédios

início de jornada, discutindo o trabalho do período

comerciais que culminou nas seguintes declarações:

anterior, seus riscos e condições com a equipe.

As verificações se estendem desde a entrega da energia, após as instalações de responsabilidades da

Premissas para o trabalho de inspeção

distribuidora de energia (ponto de entrega de energia),

A palavra procedimento nos remete ao entendimento

até os quadros de distribuição locais de energia das

básico do dicionário: ato ou efeito de proceder; modo,

unidades inspecionadas. Um ponto elétrico antes dos

maneira de proceder; comportamento; modos. Em

circuitos de força e iluminação.

outras palavras, procedimentar seria o ato de criar meios e maneiras de declarar, esclarecer, documentar-se para

Ou ainda:

fazer algum trabalho, tendo em particular aqui nesse

As verificações se estendem desde a entrega da

caso algo mais que a simples otimização de tempos

energia, após as instalações de responsabilidades da

e recursos, mas, principalmente, a segurança. Os

distribuidora de energia (ponto de entrega de energia), até

procedimentos são escritos, apresentados, treinados e

os quadros de distribuição locais de energia das unidades

discutidos para o bom entendimento dos trabalhos em

inspecionadas. Um ponto elétrico antes dos circuitos de

instalações elétricas e seus equipamentos.

força e iluminação ou equipamentos de grande porte e

consumo que sofram manutenções declaradas dentro do

Em todo o trabalho a ser realizado que envolve um

relatório, parecer técnico ou laudo de conformidade

plano de manutenção da organização.

que seja produzido por profissionais sob uma liderança técnica, e que tenha o fim de entendimento de outros,

Ou ainda:

deve haver referências e cautela na identificação dos

As verificações se estendem desde a entrega da

problemas e na sua apresentação. É preciso retirar o

energia, após as instalações de responsabilidades da

caráter subjetivo desse processo de inspeção para dar

distribuidora de energia (ponto de entrega de energia),


Apoio

45

até os quadros de distribuição geias de energia antes dos

propostas pelos fabricantes;

quadros de distribuição cuja potência seja menor que

• Cuidado com a limpeza técnica do local, evitando

xxx KVA.

o resíduo de materiais sem utilidade, materiais e detritos dos próprios condutores utilizados, de fitas e

Nota 1: As normas internas e padrões de instalações

anilhas de identificações;

dos postos de entrada de energia, sejam subestações

• Cuidado com a inclusão de circuitos extras que

de entrada de energia para fornecimento em alta

não estejam, ainda que em definitivo, mas em caráter

tensão, sejam em quadros gerais de entrada de energia

temporário, alimentando provisoriamente circuitos

para baixa tensão, possuem um cuidado particular

de apoio, sem proteção adequada;

quanto ao quesito de segurança, como pode ser

• Uso de equipamentos e dispositivos de proteção

visto nos documentos de cada concessionária.

de forma irregular, fora de limites ou de suas

As

características construtivas;

concessionárias

fazem

uma

inspeção

de

conformidade antes da liberação para energização e

• Mau uso de condutores ou outros materiais para

solicitam a documentação necessária do responsável

fins de apoio ou compensações à falta de material

técnico. Essa documentação deve fazer parte do

adequado;

conjunto de documentos a serem inspecionados, mas

• Uso de materiais isolantes por natureza, mas não

não se estende à inspeção desse ponto novamente.

aplicáveis às melhores técnicas construtivas no caráter de improvisação nas instalações

Nota 2: A limitação da inspeção até a distribuição dos circuitos – quadros de distribuição – apresenta-se com

Instalações elétricas – projetos

o elemento de corte do trabalho a ser desenvolvido

• Identificação clara dos tipos de cargas, suas

pelas

potências e característica de consumo elétrico;

equipes

de

inspeção.

A

documentação

apresentada deve levar em conta os ensaios que o

• Elaboração do quadro de cargas separando-as

quadro de distribuição sofreu e a memória de cálculo

por natureza de consumo, aplicação e grau de

dos circuitos, em que se espera que as cargas tenham

importância;

sido respeitadas. Quanto à proteção e à segurança,

• Política clara de agrupamento de quadros de energia

destacamos o papel dos dispositivos de proteção.

conforme os requisitos previamente analisados; • Nomenclatura intuitiva para a identificação dos

Premissa 3 – Existem elementos que podem ser

quadros a serem utilizados;

observados no ato da inspeção – tanto documentos

quanto equipamentos –, os quais, mesmo não estando

documentos a serem gerados;

explicitados em normas, devem ser observados pela

• Boa definição da quantidade de plantas que serão

equipe. A seguir, com os exemplos dados, entende-se

necessárias para conter as informações dos circuitos.

o tema com mais propriedade. Esses entendimentos

Não devem ser muitas e nem demasiadamente densas

devem ser únicos e comuns, e não podem deixar de ser

quanto à informação. Deve-se sempre procurar

registrados antes do início dos serviços. São consideradas

equilibrar quantidade de plantas versus densidade de

pelo autor melhores práticas em:

informação por planta;

Identificação

clara

de

numeração

para

os

• Diagrama unifilar em conformidade com as normas Instalações elétricas – montagem

NBR IEC, sendo que: se a edificação for pequena,

• Cuidado com a qualidade do lançamento,

poderá ser criado em uma única planta; caso

amarração, identificação e encaminhamento dos

contrário, devem ser criadas diversas folhas a fim

condutores dos circuitos;

de se produzir um caderno. Evitar formatos grandes

• Cuidado com a atenção quanto à instalação dos

de difícil manipulação, pois, no campo, isso se

componentes elétricos e quanto ao seu posicionamento

transforma em um transtorno;

de operação, facilidade de manutenção e operação,

• A garantia de que o diagrama unifilar, o

da firmeza de suas instalações, limpeza e práticas

diagrama vertical e a planta de distribuição, sendo


Apoio

Inspeção de instalações elétricas

46

os documentos mais consultados, seja na obra

abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade

ou na manutenção após obra, tenham as suas

física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros.

nomenclaturas/simbologias

as

Nesse caso, no trabalho de inspeção muitas vezes é

normas, e que as legendas sejam claras e objetivas.

necessário e possível que essa atividade seja exercida

Legendas e observações extensas confundem os

com as instalações em operação e com os seus operadores

profissionais, que acabam abandonando a leitura por

e usuários no local. Deve-se então, pelos procedimentos

não terem objetividade.

de análise de risco do trabalho, estudar esses casos e

de

acordo

com

prover meios de bloqueio ao acesso ou delimitação de Instalações elétricas – procedimentos

áreas para a mitigação dos riscos. É difícil dentro de

• Texto técnico simples e de fácil compreensão dos

escritórios o uso de cones de sinalização e outros meios

procedimentos de trabalho;

que acostumamos utilizar em serviços externos, mas,

Uso

de

termos

de

equipamentos

sempre

com a devida referência técnica aos manuais e

com certeza, por uma análise e de recursos técnicos será possível a garantia da segurança.

procedimentos específicos; • Garantia da identidade numérica (taxonomia) das

Premissa 5 – Classificação das não conformidades. O

informações e procedimentos;

motivo dessa afirmação reside no fato de que, sendo

• Registros de ensaios das instalações elétricas;

não conformidades relativas à segurança do trabalhador,

• Nomes dos responsáveis técnicos e dos participantes

elas devem ser eliminadas o mais rápido possível.

do ensaio;

Muitas vezes o número de não conformidades e sua

condições

distribuição dentro do sistema elétrico sob análise é

atmosféricas e de ambiente durante a realização dos

Cuidado

com

a

descrição

das

elevado e o planejamento de sua adequação confuso.

ensaios;

Da mesma forma com que essas não conformidades

• Referência técnica às normas utilizadas para

não apareceram da noite para o dia e sempre com as

balizamentos de valores e grandezas dadas como

instalações em funcionamento, a sua adequação deve

aceitas.

seguir o mesmo ritmo. Na NR 10 (item 10.2.4), é citado como uma das

Premissa 4 – Equipamentos de Proteção Individual

medidas de controle para estabelecimentos com mais

(EPI) e Coletiva (EPC). Para a realização dos trabalhos

de 75 kW instalados: o item g. Esse item aponta para

de inspeção em instalações elétrica, está previsto o uso

a necessidade de um relatório técnico das inspeções

de EPIs adequados ao local e ao tipo de serviço se for

atualizadas

o caso, sempre tendo a área de segurança do trabalho

adequações e dá um grau de importância a isso de

com apoio para verificação dos riscos adicionais. Como

certa forma elevado I = 3 (código de infração). Por isso,

EPI, podemos citar, no mínimo: botas de segurança,

a classificação permitirá a melhor programação para o

óculos de proteção nas instalações de BT e capacete de

restabelecimento das condições mínimas de segurança

segurança.

das instalações.

O conceito de uniforme e o de EPI não devem se

com

recomendações,

cronogramas

de

A classificação das não conformidades deve passar

misturar, mas podem compor um único elemento de

também por outros aspectos e considerações. Outras

proteção ao trabalhador. Por conta da necessidade de

considerações que podemos abordar aqui é quanto

identificação funcional e da exposição ao risco de calor

ao nível de tensão das instalações vistoriadas, os seus

e chama nos serviços na área SEP, o uniforme passa

diversos níveis de potência e os setores operacionais

agora a ser considerado um EPI. Isso significa que o

envolvidos.

próprio inspetor, se alocado em área de risco SEP, deve

utilizar roupa adequada, mesmo que não uniformizado.

existem não conformidades caracterizadas como mais

A NR 10 traz em seu glossário a definição de

graves por conta de risco de acidentes de equipes de

Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) como sendo

operação e de manutenção e não conformidades por

um dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel de

conta de acesso a equipamentos expostos ainda que

Pelo critério níveis de tensão, devemos entender que


Apoio

47

trancados em salas específicas. Pelo critério de níveis

de serviços;

de potência, podemos entender que a exposição de

• Melhorias: de caráter necessário e programação

pessoas advertidas ou não a equipamentos deve ser

imediata para atendimento às normas em vigor e de

imediatamente tratada por conta dos riscos envolvidos

segurança aos negócios e patrimônio da empresa.

em painéis gerais de distribuição de energia que são operados como se de distribuição local fossem. E pelo

critério setores operacionais leva-se em conta o risco ao

urgente, acreditamos que o embargo e a interdição

negócio ou à produção da organização. É bom lembrar

sejam as piores consequências para uma organização

que o risco à vida supera qualquer outro elemento para

e para os seus negócios. Por isso, as condições mais

essas análises e tomada de decisão, porém não se deve

severas de penalidades impostas pela NR 10 em vigor se

esquecer que muitas vezes uma solução técnica de

mostram nos seus itens que mais temem pela segurança

adequação pode ser entendida ou ampliada para incluir

à vida, seja por conta das instalações que oferecerem

a guarda dos interesses da organização.

condições inseguras, seja devido a essas condições

Para um melhor entendimento do que dizemos ser

induzirem a atos inseguros. As condições de embargo e São referenciados os seguintes critérios de classificação:

a interdição, que são infrações tipo I = 4, foram por nós caracterizadas como urgentes.

• Urgente: de caráter emergencial e imediata correção,

com risco iminente de morte e saúde dos profissionais e

classificação entre medidas e referências para condições

operadores das instalações;

inseguras das instalações – falha; e atos inseguros dos

• Essencial: de caráter necessário e imediata correção,

profissionais – erros.

oferecendo riscos aos equipamentos e sua continuidade

A tabela a seguir mostra, pelo nosso entendimento, a


Apoio

Tabela 1 – Inseguranças das instalações e dos profissionais

Inspeção de instalações elétricas

48

Instalações 10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas. 10.2.5 As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência devem constituir prontuário.

Condições inseguras das instalações

10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema Elétrico de Potência devem constituir prontuário. 10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por profissional autorizado. 10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas, devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto à altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna, flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança. Proteção ao trabalhador 10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis mediante procedimentos às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. 10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6. 10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas. Treinamentos 10.6.1.1 Os trabalhadores devem receber treinamento de segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas, com currículo mínimo, e carga horária definida. 10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco, devem possuir treinamento. 10.7.2 Os trabalhadores devem receber treinamento de segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência

Atos inseguros dos profissionais

(SEP) e em suas proximidades 10.8.8. Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas. Procedimentos de trabalho 10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores capacitados. 10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados individualmente. 10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado com avaliação e aproveitamento satisfatórios em cursos. 10.9.5 Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas somente poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com liberação formalizada, ou com a supressão do agente de risco que determina a classificação da área. 10.13.3 Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas. 10.14.1 Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis.

Pela Tabela 1 e sua classificação, fica claro que a

trabalho dadas pelos procedimentos, documentações e

inspeção não deve se ater apenas às instalações e

treinamentos. Essas condições estão estritamente ligadas

suas condições técnicas ou de equipamentos, mas

ao trabalhador e fazem parte da inspeção da segurança

também à existência e propriedade de condições de

para o trabalho das instalações elétricas.


Apoio

49

O fato de uma medida corretiva a uma não

risco iminente, o imóvel deve ser denunciado e medidas

conformidade ser classificada como urgente não significa

urgentes devem ser tomadas.

dizer que sua realização seja demorada ou difícil,

Os critérios de classificação urgente, essencial e

pois, como pode ser visto, ela pode ser implementada

melhorias anteriores seguiram esse padrão em nossos

de imediato, antes da produção de documentação,

intentos. Eles foram eleitos pelo código de infração à

procedimentos e até mesmo treinamentos.

vida que nas normas regulamentadoras variam de I4,

Quanto à classificação de essencial e melhorias que

o mais grave, ao I1, menos grave. Acredita-se aqui ser

ilustramos aqui podemos assumir: essencial como I = 3

a melhor referência classificatória, exceto versão mais

e I = 2; melhorias como I = 1.

nova e explícita desses órgãos.

Já na legislação para inspeções em estádios de futebol

Metodologia para a inspeção

e inspeções prediais, temos os critérios definidos pelo legislador como crítico, regular e mínimo. Isso significa

dizer que esses elementos classificatórios, ainda que

o nosso pensamento a um conjunto de procedimentos

Quando se fala na palavra metodologia remetemos

tragam em si subjetividade, devem se amparados pelo

precisos e exatos que têm como objetivo permitir ao

maior rigor de referências às normas regulamentadoras

grupo de trabalho um aumento de produção pelo uso de

que já foram classificadas nesse fim.

tarefas pré-concebidas e estudadas. A equipe de trabalho

A legislação de vistoria de imóveis mostrado do Rio

pode até possuir um conjunto de procedimentos já

de Janeiro mostra que, eventualmente, após a inspeção,

desenvolvido e registrado, mas é aconselhável manter

avaliação e emissão de um laudo, expressando a

esses procedimentos sempre em constante revisão

opinião técnica do profissional, sejam emitidas também

por apelo à segurança dos trabalhadores. Lembrando

recomendações com prazos de cumprimento. Se houver

que o ato de inspecionar é um serviço, ou trabalho,


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

50

Definição do plano de trabalho

assim, devem ser mantidas as mesmas preocupações de segurança que se têm para qualquer atividade ligada à

A logística como ciência se preocupa com os processos

instalação elétrica.

de apoio para atingir a um determinado fim. Nesse caso, é a ciência de como administrar todos os elementos a

Análise do volume de trabalho no local

serem inspecionados para que se possa ter a inspeção

Como cada local, organização ou empresa é única,

realizada no menor tempo, com o menor gasto de

assim também são as suas instalações elétricas. Dessa

recursos e com o máximo de garantias de segurança

forma, o entendimento preliminar do volume de trabalho

possível. Esse plano de trabalho definido deve ser

a ser realizado, assim como as características do local e

não apenas comunicado à equipe, mas também deve

das instalações (instalações – contexto – conhecimento

fazer parte da proposta de serviços como orientação e

específico) têm de ser verificados pelo responsável ou líder

indicativo de profissionalismo e apoio à programação

de equipe, de modo a entender a extensão das necessidades

interna de recursos de apoio.

de recursos humanos ou materiais para dar cabo dessa tarefa.

As características de locais, como shoppings, estádios

são práticas muito comuns, no caso em particular das

de futebol, prédios comerciais, hospitais, escolas,

inspeções, deve-se ressaltar a importância da precisão

galpões, devem ser consideradas até para a composição

dos procedimentos de campo. Esses procedimentos,

e escolha da equipe a ser alocada. As condições

quando submetidos às diversas equipes simultâneas,

de segurança e de acessos também são levantadas

têm o objetivo de garantir uma homogeneidade

nesse momento. Por fim, as condições de entrega dos

de resultados e precisão de preenchimentos sem

resultados esperados como prazo final de conclusão e

subjetividade ou opiniões particulares. A consideração

forma de apresentação são também definidas nessa etapa

com a vida operacional ou de produção do cliente, ou

junto ao demandante. Quando falamos em volumes aqui

melhor dizendo, da instalação elétrica a ser trabalhada,

significa basicamente dizer que as instalações elétricas

é parte do plano, da logística e da satisfação final dos

admitem ser divididas em blocos de energia, ou por que

resultados. O trabalho de inspeção deve ser rápido,

não dizer, edificações, pavimentos ou regiões.

preciso e impessoal, sendo esses elementos importantes

A divisão dos trabalhos e o aporte de frentes de equipe

para nortear o treinamento citado.

Escolha dos envolvidos no processo Uma vez entendido o proposto na etapa anterior, a escolha dos profissionais envolvidos na inspeção do

local

pode

até

caracterizar

um

Definição do plano de trabalho nas instalações elétricas

treinamento

O procedimento de trabalho para uma inspeção

específico para serviços em sistema de potências

é tema a ser abordado a seguir, mas devemos ter em

(SEP) ou de capacitações pontuais em atendimento às

mente que a componente segurança é fundamental e

características das instalações (mais uma vez o item

deve fazer parte dele conforme é exigido pela prática

originalidade dos elementos de entrada de processo

da NR 10 em seu item 10.11 – Procedimentos de

abordados anteriormente). Partindo-se do princípio de

trabalho.

que o contratado requer um serviço profissional e de

trabalho em instalações elétricas energizadas demanda

responsabilidade, o conjunto de informações que deve

prioritariamente um procedimento de ação.

Embora possa parecer estranho, qualquer

ser previsto na proposta comercial deve também prover

jurídica as documentações que devemos enviar para

Compatibilização do plano de trabalho desenvolvido com as diretrizes corporativas

comprovação de capacidade técnica e atendimento às

A metodologia de trabalho desenvolvida não é

normas técnicas e à regulamentação da NR 10/MTE. A

passível de patente ou registro formal e individual,

ao contratante os elementos que deem a ele a segurança jurídica necessária. Entenda-se aqui como segurança

apresentação prévia da equipe e sua documentação é

mas sim seus documentos. Logo, a metodologia uma

essencial para o registro junto ao contratante e para a

vez desenvolvida é pública, assim como todos os itens

demonstração de compromisso com segurança.

de trabalhos de um plano de ação técnica podem e


Apoio

51


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

52

devem ser de consulta livre a todos possíveis para maior

5 - Condições de acesso ao equipamento;

e melhor entendimento. Aqui nesse caso específico

6 - Condições de permanência da equipe no local de

devemos dizer que o resultado deve ser apresentado aos

trabalho;

envolvidos em todos os processos e pessoas que atuam

7 - Condições de acionamento de equipamentos e circuitos.

nas instalações elétricas para a compatibilização se necessário e sua conciliação.

Itens básicos do procedimento:

• Mínimo de cinco fotografias dos equipamentos (uma

Trabalho nas instalações elétricas

da posição geral localizando o equipamento, uma da

Podemos falar aqui em um procedimento inicial para

identificação, uma do equipamento fechado ou não

a região a ser inspecionada, que deve orientar a equipe

exposto, uma do equipamento aberto (exposto) e uma

na escolha das ferramentas de inspeção, ferramentas

do equipamento com os circuitos expostos);

elétricas, EPIs e EPCs, bem como formulários a serem

• Preenchimento

utilizados no trabalho. A abordagem desse tópico

verificação;

apresenta o detalhamento dos formulários de inspeção.

• Preenchimento do número das fotos;

Na técnica de inspeção, a ferramenta principal é o check

• Detalhamento das não conformidades;

list, também conhecido pelo nome de lista de verificação.

• Fotografias

No presente trabalho, detalhamos quatro desses tópicos

conformidades encontradas;

a seguir. É importante que não imaginemos serem

• Podemos

suficientes, absolutas e concluídas. Elas sempre serão

termograma. Esse item, cada vez mais fácil de se

adequadas às novas tecnologias, tipo de instalações e

conseguir

mudanças eventuais nas normas que as suportam.

útil no diagnóstico de estado das instalações e seus

campos

específicas incluir

no

equipamentos.

dos

agora

mercado, Se

do

formulário

documentadas uma

foto

mostra-se

encontrada

uma

das

de

não

especial,

o

extremamente condição,

ou

• Quadros elétricos

anomalia por comparação, de proporções significativas,

Esses equipamentos, na maioria das vezes, respondem

podemos classificar de imediato a condição como

por mais de 70% do trabalho a ser executado nas

crítica, levando ao reparo imediato, mesmo antes da

instalações comerciais, industriais e residenciais. Eles

emissão do relatório final e conclusão da inspeção. Vale

possuem normas próprias de equipamento na ABNT. No

lembrar que há problemas que requerem soluções com

nível de potência tradicional de quadros de distribuição

velocidade acima do tempo de emissão do relatório

de energia elétrica de iluminação e tomadas, podemos

final, de grande ajuda ao contratante e suas instalações

dizer que um profissional com treinamento básico de NR

elétricas e, claro, para a segurança dos trabalhadores.

10 atende às condições necessárias para composição de equipe. Entendemos aqui que quadros de distribuição de

• Subestações e QGBTs

potência, como os quadros gerais de entrada de energia,

Esses equipamentos, citados anteriormente quando

são consideravelmente mais perigosos que os demais,

falamos em fornecimento exclusivo em baixa tensão,

por conta das potências envolvidas e das características

são merecedores de atenção especial. Eles estão sujeitos

de arco elétrico que detêm.

também aos padrões de instalações de concessionárias,

Para a inspeção desse equipamento e possível

assim como às normas técnicas de baixa tensão citadas na

adequação da sua lista de verificação, deve-se levantar

NR 10. Esses quadros ou painéis de distribuições muitas

os seguintes aspectos técnicos:

vezes são produzidos e projetados especificamente para a instalação e devem por conta disso ter os seus

1 - Tipo e finalidade da instalação elétrica;

projetos disponíveis aos inspetores. Podemos dizer que

2 - Projetos elétricos dos quadros ou equipamentos e

o profissional apenas com treinamento básico de NR 10

circuitos;

não atenderia às condições necessárias para liderança e

3 - Condições de segurança para com os trabalhos – não

composição de equipe por conta dos níveis de potência

risco de interrupção;

envolvidos.

4 - Condições de segurança de trabalho da equipe;

Para a inspeção desse equipamento e possível


53

adequação da sua lista de verificação, deve-se procurar levantar os seguintes aspectos técnicos: 1. Tipo e padrão de fornecimento de energia pela concessionária; 2. Finalidade da instalação elétrica; 3. Projetos elétricos e específicos dos quadros ou equipamentos e circuitos; 4. Condições de segurança para com os trabalhos – não risco de interrupção; 5. Condições de segurança de trabalho da equipe; 6. Condições de acesso aos equipamentos; 7. Condições de permanência da equipe no local de trabalho; 8. Condições de acionamento de equipamentos e circuitos. Itens básicos do procedimento:

• Fotografias dos equipamentos, circuitos, barramentos e acessórios; • Preenchimento de relatório individualizado; • Preenchimento do número das fotos; • Preenchimento das não conformidades; • Fotografia das não conformidades encontradas; • Mantemos a ideia do termograma. Nesse tipo de equipamento, maiores,

as

assim

potências como

os

são

significativamente

estragos

e

danos

aos

trabalhadores. • Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA)

Esses sistemas têm o objetivo de proteger as instalações contra descargas atmosféricas e existem inclusive regulamentações legais do corpo de bombeiros ou municipais que devem ser levadas em consideração. Podemos dizer que um profissional com treinamento básico de NR10 atende às condições necessárias para composição de equipe. Para a inspeção desse equipamento e possível adequação da sua lista de verificação, deve-se procurar levantar os seguintes aspectos técnicos: 1. Documentação legal dos sistemas; 2. Projetos dos quadros ou equipamentos e circuitos; 3. Condições de segurança para com os trabalhos – não risco de interrupção; 4. Condições de segurança de trabalho da equipe;


Inspeção de instalações elétricas

Apoio

54

5. Condições de acesso ao equipamento; 6. Condições de permanência da equipe no local de

Prontuário = procedimentos de trabalho + documentação

trabalho; 7. Condições de acionamento de equipamentos e

O que compõe um prontuário de acordo com a

circuitos.

NR 10 é ao mesmo tempo simples e complicado de se entender. Para isso devemos ter em mente que são

Itens básicos do procedimento:

considerados aqui três tipos de classificação para as

• Fotografias dos captores, elementos da gaiola de

instalações de acordo com a norma regulamentadora.

Faraday e de seus acessórios;

É nosso dever aqui lembrar que todas as empresas estão

• Preenchimento de relatório individualizado;

obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das

• Preenchimento do número das fotos;

instalações elétricas dos seus estabelecimentos com

• Preenchimento das não conformidades;

as especificações do sistema de aterramento e demais

• Fotografia das não conformidades encontradas.

equipamentos e dispositivos de proteção.

• Equipamentos elétricos

Nota 1: O fato de termos os diagramas unifilares

Esses equipamentos aqui citados podem ser elencados

como obrigatórios chama a atenção das informações

como: geradores, máquinas, fornos elétricos, banco de

que esses documentos possuem. Formados por

capacitores. Podemos dizer que um profissional com

linhas únicas, representando muitas vezes o sistema

treinamento básico de NR 10 atende às condições

trifásico de energia, incluem de forma simplificada

necessárias para composição de equipe. O caso do

os equipamentos, a topologia dos circuitos, a sua

gerador de força é algo a ser discutido entre os elementos

lógica de operação indicada pelos intertravamentos e

da equipe por conta de sua potência de trabalho.

comandos, as proteções e sistemas de medição, assim

Para a inspeção desse equipamento e possível

como a identificação de todos esses componentes

adequação da sua lista de verificação, deve-se procurar

em um único desenho. O seu desmembramento

levantar os seguintes aspectos técnicos:

em outros desenhos, acompanhados de lista de equipamentos e legendas, é fundamental para as

1. Tipo e finalidade dos equipamentos elétricos;

equipes de manutenção ou operação que vão atuar

2. Projetos dos quadros de comando ou controle ou

nesse local.

equipamentos e circuitos; 3. Condições de segurança para com os trabalhos – não

Nota 2: O sistema de aterramento apresenta como a

risco de interrupção;

filosofia de proteção contra choques foi desenvolvida

4. Condições de segurança de trabalho da equipe;

e como as proteções foram projetadas e ajustadas a

5. Condições de acesso ao equipamento; 6. Condições de permanência da equipe no local de trabalho; 7. Condições de acionamento de equipamentos e circuitos. Itens básicos do procedimento:

• Fotografias dos equipamentos (vistas), das suas ligações e quadros de comando/controle e de acessórios; • Preenchimento de relatório individualizado; • Preenchimento do número das fotos; • Preenchimento das não conformidades;

favor dos usuários, dos trabalhadores e dos operadores

• Fotografia das não conformidades encontradas;

do sistema. No Brasil predomina o esquema TN-S,

• Termogramas.

no qual o condutor neutro e o condutor de proteção


Apoio

55


Apoio

Inspeção de instalações elétricas

56

são distintos, ou seja, um condutor terra de proteção

esta NR; a documentação comprobatória da qualificação,

específico é levado a todos os pontos de instalação.

habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores

Nota 3: O sistema de aterramento é importante para a

e dos treinamentos realizados; os resultados dos testes de

segurança do usuário, do trabalhador e do operador,

isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção

isso porque a NBR 5410 define os dispositivos de

individual e coletiva; as certificações dos equipamentos

proteção contra contato direto e indireto, e o uso

e materiais elétricos em áreas classificadas; o relatório

intensivo do Dispositivo de Corrente Residual (DR) em

técnico das inspeções atualizadas com recomendações,

certos circuitos e locais.

cronogramas de adequações. Exemplos dessa classificação são as instalações comerciais e industriais.

Nota 4: São considerados como documentos os desenhos, textos ou diagramas, algo de valor

Classificação 2 (C2) – Aquelas que operam no sistema

produzido por alguém, possuindo uma redação com

elétrico de potência devem possuir no seu prontuário o

recomendações fornecidas para esses documentos.

conjunto mencionado anteriormente, além da descrição

Os

produzidos

dos procedimentos para emergências e as certificações

por desenhistas, estagiários ou até mesmo por

dos equipamentos de proteção coletiva e individual.

outros profissionais. No caso desse trabalho só

Como

devemos considerar a documentação que possa

prestadoras de serviço de operação e manutenção em

ser comprovadamente produzida por profissional

sistemas de distribuição de energia, concessionárias e

legalmente habilitado.

indústria.

Nota 5: Não existem documentos particulares, pelo

Classificação 3 (C3) – Aquelas que realizam trabalhos em

próprio princípio de compatibilização e conciliação

proximidade do sistema elétrico de potência, o conjunto

evidenciados anteriormente. Como estamos falando

de procedimentos e instruções técnicas e administrativas

no item documentos e documentos de segurança,

de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta

também esses devem ser levados ao conhecimento

NR e descrição das medidas de controle existentes; a

das áreas correlatas de segurança e saúde da empresa

especificação dos equipamentos de proteção coletiva

contratante para validação, conhecimento e inclusão

e individual e o ferramental, aplicáveis conforme

em suas práticas rotineiras. Desnecessário lembrar

determina esta NR; a documentação comprobatória

que a NR 10 já exige tal procedimento complementar.

da qualificação, habilitação, capacitação, autorização

diagramas

são

normalmente

exemplo,

poderíamos

citar

as

empresas

dos trabalhadores e dos treinamentos realizados; os

Classificação

resultados dos testes de isolação elétrica realizados

Definição dos tipos de prontuário como classificação

em equipamentos de proteção individual e coletiva;

para os termos da NR 10.

a descrição dos procedimentos para emergências; as certificações dos equipamentos de proteção coletiva e

Classificação 1 (C1) – Instalações que possuem carga

individual.

instalada superior a 75 kW e aquelas que são menores

Como

que isso. As que são maiores devem possuir no seu

prestadoras de serviço que atuam próximas aos sistemas

prontuário (conjunto de informações), além do desenho

de distribuição de energia, concessionárias e indústrias,

unifilar mencionado, o conjunto de procedimentos e

instaladoras de rede telefônica e TVs a cabo ou sistemas

instruções técnicas e administrativas de segurança e

de TI. É claro que essas empresas não podem dispensar,

saúde, implantadas e relacionadas a esta NR, e descrição

para a realização dos seus serviços, o uso da unifilar

das medidas de controle existentes; a documentação das

atualizado, da documentação das inspeções e medições

inspeções e medições do sistema de proteção contra

do sistema de proteção contra descargas atmosféricas

descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; a

e

especificação dos equipamentos de proteção coletiva e

equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas

individual e o ferramental, aplicáveis conforme determina

exemplo

aterramentos

poderíamos

elétricos

e

das

citar

as

empresas

certificações

dos


Apoio

57

Tipos de instalação e suas responsabilidades [C1]

[C2]

[C3]

1. Esquemas unifilares – especificações do sistema de aterramento – equipamentos e dispositivos de proteção.

X

X

X

2. Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde,

X

X

X

3. Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;

X

X

4. Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;

X

X

X

5. Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;

X

X

X

6. Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção individual e coletiva; certificações dos

X

X

X

7. Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;

X

X

8. Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas de adequações;

X

X

X

X

X

equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;

9. Descrição dos procedimentos para emergências; 10. Certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

X

X

11. Sistema de identificação que permita a qualquer tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador;

X

X

X

12. Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem ter essa condição consignada no sistema de registro

X

X

X

de empregado da empresa.

Responsabilidades – Conforme mencionado na NR 10,

fazem parte do conjunto de documentos a compor o

o prontuário de instalações elétricas deve ser organizado

prontuário das instalações elétricas. Nesse caso em

e

particular é importante aqui lembrar que esses documentos

mantido

atualizado

pelo

empregador

ou

pessoa

formalmente designada pela empresa, devendo permanecer

são

à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e

profissionais de segurança do trabalho, ambos habilitados.

serviços em eletricidade, sendo que os documentos técnicos

Assim como os demais, esses documentos, resultados de

previstos devem ser elaborados por profissional legalmente

serviços técnicos, devem se precedidos de Anotações de

habilitado. Profissional habilitado deve ter formação na área

Responsabilidade Técnica (ART) que o validem.

de eletricidade reconhecida pelo seu conselho de classe,

em dia com as suas contribuições e cadastros, desimpedido

emergência, uma lista de verificação específica deve ser

legalmente de exercer a sua função.

produzida contendo os seguintes aspectos técnicos:

produzidos

conjuntamente

por

eletricistas

e

Para a inspeção dos procedimentos de trabalho ou de

Documentação

• Identificação do procedimento e de seus responsáveis;

Os documentos a seguir foram listados e classificados

• Objetivos, definições e responsabilidades;

para compor o prontuário de acordo com o tipo e o perfil

• Recursos para a execução dos trabalhos;

da organização e de suas instalações elétricas, e sempre

• Referências às ferramentas e equipamentos necessários;

acima de 75 kW.

• Referências aos EPIs e EPCs;

A NR 10 aponta como garantia de qualidade a

• Procedimentos de emergência correlatos;

permanente atualização ou contato com o trabalho e as

• Procedimentos de trabalho a que se aplicam.

técnicas de análise de riscos e prevê um treinamento de reciclagem bienal sempre que: ocorrer a troca de

Itens básicos do procedimento:

função ou mudança de empresa; ocorrer um retorno

• Anotações e formulários preenchidos;

de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período

• Preenchimento das não conformidades.

superior a três meses; ou quando houver modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e organização do trabalho.

Procedimentos

Os procedimentos escritos e formalmente aprovados

*Marcus Possi é engenheiro eletricista, consultor e diretor da Ecthos Consultoria. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Manutenção de transformadores

Apoio

58

Capítulo IV Ensaio de resistência ôhmica de enrolamentos e avaliação do comutador sob carga Tipos de falhas e defeitos em transformadores de potência Por Marcelo Paulino*

Este capítulo apresenta os procedimentos

assim o cálculo da resistência ôhmica por

de teste de resistência ôhmica e avaliação do

meio da lei de Ohm. Após a realização dos

OLTC (comutador sob carga) realizados com

testes, além da correção da medida realizada

instrumentos convencionais e os procedimentos

para a temperatura de referência, o testador

de teste utilizando o sistema de teste CPC100.

deve comparar os valores obtidos no teste

Mostra o método da queda de tensão e o

com o histórico do objeto sob teste e os

procedimento de teste avaliando o desempenho

resultados de testes anteriores ou mesmos

da comutação do OLTC.

dados de fábrica. Essa comparação irá balizar a análise final do teste. Apresentaremos o

Resistência ôhmica dos enrolamentos

método da queda de tensão, consagrado pelo uso e sugerido por diversas normas

Os procedimentos para a determinação

internacionais. Entretanto, outros métodos

de resistências ôhmicas estão entre os mais

poderão ser utilizados, dependendo dos

usuais. Consistem geralmente na determinação

equipamentos de medida disponíveis para

da resistência elétrica utilizando corrente

o testador, como método da ponte (Kelvin e

contínua a uma determinada temperatura. O

Wheatstone) ou uso de equipamentos que

testador deverá avaliar o valor da resistência a

promovem a automatização do processo de

ser medida para determinar qual método e/ou

medida.

equipamentos serão utilizados.

Método da queda de tensão

O princípio utilizado por esses métodos consiste na medição da tensão entre os terminais

do objeto sob teste e ao mesmo tempo a medida

chamado

O método da queda de tensão, também

da corrente que passa pelo objeto. Efetua-se

amperímetro,

de

método

do

consiste

na

voltímetro

e

medida

da


Apoio

59

resistência R percorrida pela corrente I e da tensão sobre

resistência do voltímetro, temos as seguintes aplicações:

a resistência sob ensaio V. Respectivamente, a corrente

• A montagem à montante, Figura 1, deve ser usada para

I e a tensão V são medidas com um amperímetro e um

medir resistências R>>Ra;

voltímetro.

• A montagem à jusante, Figura 2, deve ser usada para medir resistências R<<Rv.

Esquemas de montagem

Existem duas conexões a serem usadas por este

Procedimento de teste

método, mostradas nas Figuras 1 e 2:

deve seguir o seguinte procedimento:

Sendo Ra a resistência interna do amperímetro e Rv a

Figura 1 – Esquema de ligação no método da queda de tensão – montagem à montante.

Depois de realizada a conexão de teste, o testador

Figura 2 – Esquema de ligação no método da queda de tensão – montagem à jusante.


Manutenção de transformadores

Apoio

60

a) Com a fonte de corrente contínua, o testador aplica

uma tensão correspondente a uma corrente medida pelo

• Rθr – resistência elétrica na temperatura de referência;

amperímetro menor que 15% do valor nominal do objeto

• Rθe – resistência elétrica na temperatura do ensaio;

sob teste, isto é, a corrente que circula pela resistência

• θr – temperatura de referência;

a ser medida não deve ser superior a 15% de seu valor

• θe – temperatura dos enrolamentos nas condições do

nominal;

ensaio.

b) O tempo de aplicação da corrente de teste não deve

Se o enrolamento for de alumínio, utilizar 225 ao invés de

ultrapassar 1 minuto;

234,5 na expressão (2).

c) As

indicações

dos

instrumentos

devem

Em que:

estar

estabilizadas para a realização das leituras desses

Critérios de avaliação

instrumentos;

As resistências obtidas devem ser comparadas com

d) As leituras dos valores medidos pelo voltímetro e pelo

resultados anteriores ou com dados do fabricante, tendo-se

amperímetro devem ser realizadas simultaneamente;

o cuidado de utilizar as correções de temperatura a uma

e) Utilizando a lei de Ohm, o testador deve calcular a

mesma base. Para transformadores, a temperatura de

resistência. Para a Figura 1 temos:

referência é normalmente 75 °C, para máquinas girantes (motores e geradores), a temperatura de referência é normalmente 40 °C.

(1)

Em caso de discordâncias maiores que 5%, devem ser

pesquisadas a existência de anormalidades tais como:

Em que:

E – resultado obtido com o voltímetro [V]

espiras em curto, número incorreto de espiras, dimensões

I – resultado obtido com o amperímetro [A]

incorretas do condutor e outros. Neste sentido, é

Rv – Resistência interna do voltímetro [Ω]

importante que haja o histórico das medidas efetuadas. Por outro lado, a principal causa de diferenças de

f) Utilizando-se a resistência variável, o testador deve

medida de resistência ôhmica é o mau contato nos

efetuar de três a cinco leituras com valores de corrente

terminais,

diferentes. Deve-se então obter a média aritmética e

Observa-se que, muitas vezes, a resistência de contato

desprezar os valores com diferenças maiores que 1% do

pode apresentar valores significativos se comparada com

valor médio;

a dos enrolamentos, principalmente do lado de baixa

g) Dependo dos componentes conectados durante

tensão.

o teste (fonte de corrente contínua, enrolamento sob

teste), o acionamento da fonte de alimentação do

medidas efetuadas. O autor recomenda os seguintes valores

circuito pode causar sobretensões importantes, podendo

para avaliação de resistência ôhmica de enrolamentos,

danificar os equipamentos de medida. Recomenda-se

para medidas na mesma base de temperatura, mostrados

a desconexão do voltímetro antes do acionamento da

na Tabela 1.

principalmente

naqueles

mal

prensados.

Pelo exposto, é importante que haja o histórico das

fonte e a realização de um curto-circuito nos terminais

Avaliação do comutador sob carga

do amperímetro.

As resistências do enrolamento são testadas no campo para se detectar perda de conexões, condutores

Correção de temperatura

A resistência elétrica dos enrolamentos varia com a

temperatura. Para que se tenha uma base comparativa, a resistência elétrica dos enrolamentos devem ser referidas a uma mesma temperatura. Isto pode ser executado pela expressão (106), ou seja: (2)

Tabela 1 – Avaliação de resistência ôhmica de enrolamento Diferença entre valor do ensaio e

Avaliação

valor de referência ΔR < 3%

Resultado aprovado

3% < ΔR < 5%

Ensaio deve ser repetido e resultado investigado

ΔR > 5%

Indicação de defeito ou falha


Apoio

61


Manutenção de transformadores

Apoio

62

abertos e alta resistência de contato no comutador.

Muitos transformadores são equipados com LTCs (Load

dentro do tanque do transformador e muda para o próximo

Taps Changers) e outros dispositivos de manobra. Tais

tape (maior ou menor) sem condução de corrente. A segunda

transformadores podem apresentar problemas extras

unidade é a chave de comutação, que muda sem nenhuma

associados a estes dispositivos como os oriundos

interrupção de um tape para o próximo enquanto conduz

do excessivo desgaste dos contatos fixos e móveis,

corrente de carga. As resistências de comutação R limitam

sobrepercurso do mecanismo de mudança de taps,

a corrente de curto-circuito entre taps que poderiam, por

condensação de umidade no óleo destes mecanismos,

outro lado, vir a ser muito alta devido à livre interrupção na

entre outros.

mudança dos contatos. O processo de mudança entre dois

tapes leva aproximadamente de 40 ms a 80 ms.

O desgaste excessivo dos contatos pode ser atribuído à

perda de pressão das molas (molas fracas) ou a um tempo de

A primeira unidade é o seletor de tape que está localizado

A conexão de teste é realizada na configuração a

espera insuficiente durante o percurso. Problemas devido

quatro fios, pois as resistências do enrolamento são muito

ao sobrepercurso do mecanismo de mudança de taps são,

pequenas. Uma fonte de corrente constante é usada para

usualmente, devido a ajustes incorretos dos controladores

alimentar o enrolamento com corrente contínua. Uma

de contatos. A condensação de umidade e carbonização

tensão relativamente alta sem carga possibilita uma

deve-se a operação excessiva ou ausência de filtragem.

saturação rápida do núcleo e um valor final é alcançado

Outros problemas, como queima de fusíveis ou

apenas com variações menores. Consequentemente, na

paradas do sistema motor, são devidos a curtos-circuitos

maioria das vezes, o tempo de carregamento por tap é

nos circuitos de controle, travamento de origem mecânica,

claramente menor que 30 segundos.

ou condições de subtensão no circuito de controle.

Este artigo mostra procedimentos para identificação

eficientemente em pouco tempo. Até agora, somente

de problemas em transformadores de potência utilizando

a característica estática das resistências de contato são

medidas

adicionalmente

levadas em consideração no teste de manutenção. Com a

apresenta a medição da resistência dinâmica. Essa

medida da resistência dinâmica, o procedimento dinâmico

resistência dinâmica possibilita uma análise do transitório

de mudança da chave de comutação pode ser analisado.

de

resistência

ôhmica

e

Um grande número de medições pode ser executado

na operação da chave de comutação. Ensaios realizados com equipamento microprocessado

Testes do comutador sob carga (OLTC)

O CPC100 é usado para medir a resistência individual

Para uma melhor compreensão das medidas de

dos tapes de um comutador de transformador de potência

resistência, é necessário entender o método de operação

e também checa a comutação da comutador sob carga

da mudança de tap. Na maioria dos casos, a mudança

(OLTC) sem interrupções. De uma fonte CC de corrente

de tap consiste de duas unidades, conforme mostrada na

constante, o CPC100 injeta uma corrente no transformador

Figura 3.

de potência. Esta corrente é medida por um amperímetro também CC. Com esse valor de corrente e a tensão medida por um voltímetro 10VDC, a resistência do enrolamento é calculada. No momento em que o tape é comutado, a entrada medida de corrente detecta o transitório da comutação, ou seja, um evento de curta duração registrando os dados da

Figura 3 – Representação de um OLTC.

Figura 4 – Oscilografia da forma de onda da corrente que flui pela comutação.


63

forma de onda da corrente que flui pela comutação. Esta transição na comutação dos tapes é mostrada na Figura 4. As características de um comutador trabalhando apropriadamente diferem de um equipamento com mau funcionamento, isto é, uma interrupção durante a comutação é indicada pela variação dos valores de ripple e do slope (inclinação) da forma de onda da corrente da comutação. A Figura 5 mostra uma corrente de comutação oscilografada indicando o ripple e o slope, cujos valores são indicados na tabela de resultados do CPC100.

Figura 5 - Ripple e slope na forma de onda da corrente de mutação.

Para a medição da resistência dinâmica, a corrente de teste deve ser a mais baixa possível. Caso contrário, pequenas interrupções ou oscilações nos contatos da chave de comutação não são detectadas. Neste caso, o arco voltaico introduzido tem o efeito de reduzir a abertura dos contatos internamente. Comparações com dados anteriores, os quais foram coletados quando o equipamento estava em condição (boa) conhecida, permitem uma análise eficiente. Um detector mede o pico do ripple e a inclinação (slope) da corrente medida, visto que estes critérios são importantes para uma comutação correta (sem bouncing ou outras pequenas interrupções). Se o processo de comutação é interrompido, mesmo por um curto período de tempo, o ripple (=Imax – Imin) e a inclinação da variação da corrente (di/dt) aumentam. O valor para todos os tapes e particularmente os valores das três fases é comparado. Desvios importantes em relação ao valor médio indicam comutação com falha. Procedimentos de teste

As conexões são realizadas utilizando-se o equipamento

CPC100 da Omicron montam um circuito de medida a quatro fios, mostrado na Figura 6. O procedimento de teste automático devolve para o


Manutenção de transformadores

Apoio

64

I Test: 5.000A T Meas.: 14.0° C T ref.: 20.0° C Results:

Times

R meas.

Dev.

R ref.

Ripple

Slope

IDC

VDC

42.000 s 29.000 s 31.000 s 31.000 s 28.000 s 33.000 s 36.000 s 33.000 s 47.000 s 32.000 s 34.000 s 34.000 s 34.000 s 35.000 s 42.000 s 51.000 s 46.000 s 51.000 s 40.000 s

649.7mΩ 633.4mΩ 622.6mΩ 613.2mΩ 614.6mΩ 610.9mΩ 607.0mΩ 597.6mΩ 594.0mΩ 537.0mΩ 569.3mΩ 560.7mΩ 568.8mΩ 568.9mΩ 555.9mΩ 557.4mΩ 554.2mΩ 548.9mΩ 526.6mΩ

-0.17% 0.10% -0.01% -0.03% -0.07% 0.04% -0.01% 0.01% 0.14% -0.05% -0.03% 0.06% -0.02% -0.03% 0.08% 0.28% 0.10% 0.05% -0.03%

664.9mΩ 648.3mΩ 637.2mΩ 627.6mΩ 629.0mΩ 625.2mΩ 621.2mΩ 611.7mΩ 607.9mΩ 549.7mΩ 582.6mΩ 573.9mΩ 582.2mΩ 582.3mΩ 568.9mΩ 570.6mΩ 567.3mΩ 561.8mΩ 538.9mΩ

90.45% 1.01% 0.92% 0.92% 0.86% 0.87% 0.88% 0.80% 0.81% 0.74% 0.86% 0.82% 0.80% 0.76% 0.73% 0.76% 0.75% 0.74% 0.78%

-8.024mΑ/s -173.3mΑ/s -170.5mΑ/s -151.6mΑ/s -143.5mΑ/s -129.5mΑ/s -123.2mΑ/s -113.1mΑ/s -106.1mΑ/s -92.74mΑ/s -111.7mΑ/s -84.09mΑ/s -85.78mΑ/s -82.80mΑ/s -81.17mΑ/s -68.81mΑ/s -79.97mΑ/s -70.01mΑ/s -70.50mΑ/s

4.9203Α 4.9215Α 4.9215Α 4.9215Α 4.9203Α 4.9191Α 4.9179Α 4.9179Α 4.9179Α 4.9227Α 4.9191Α 4.9179Α 4.9155Α 4.9143Α 4.9143Α 4.9143Α 4.9131Α 4.9131Α 4.9143Α

3.1965V 3.1175V 3.0641V 3.0177V 3.0238V 3.0049V 2.9849V 2.9391V 2.9210V 2.6436V 2.8002V 2.7573V 2.7962V 2.7958V 2.7317V 2.7394V 2.7230V 2.6969V 2.5877V

Figura 7 – Relatório.

testador os resultados de resistência estática e dinâmica. A Figura 7 mostra um exemplo de relatório exportado para MS Word com a tabela de dados.

Da tabela de resultados podem ser feitos gráficos

comparando a resistência ôhmica na subida e na descida dos tapes. A Figura 8 mostra um exemplo dessa avaliação em

Figura 8 – Transformador de 220/110kV, fabricado em 1961.

um teste realizado em um transformador de 220/110 kV, fabricado em 1961. O procedimento de teste automático devolve para o testador os resultados de resistência estática e dinâmica. A Figura 7 mostra um exemplo de relatório exportado para MS Word com a tabela de dados. * Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI). Atualmente, é gerente técnico da Adimarco |mecpaulino@yahoo.com.br.

Figura 6 – Conexões para teste de OLTC de transformadores de potência. Medida da resistência de enrolamento e resistência dinâmica da comutação.

Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

65




68

Reportagem Por Bruno Moreira

O Setor ElĂŠtrico / Abril de 2014


69

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Sinais do tempo

Com o passar dos anos, novos aparelhos são plugados às instalações elétricas, a demanda por eletricidade aumenta e alguns problemas começam a aparecer nessas instalações, indício de que seus componentes estão obsoletos ou sobrecarregados. Novas normas são publicadas e, com elas, medidas de qualidade e segurança são aprimoradas. É hora de fazer o retrofit – ou reformar – a instalação elétrica!

Nada fica alheio ao tempo. Todos e tudo sentem os

eletricista e consultor, Hilton Moreno, com o passar dos

efeitos da passagem dos dias, dos meses e dos anos.

anos houve um aumento da utilização de equipamentos

É o processo de envelhecimento. Nos homens, isto é

elétricos nas residências e, consequentemente, da

sentido no enfraquecer dos ossos, no agrisalhar dos

quantidade de eletricidade consumida. O problema é

cabelos, no enrugar da pele. Nas coisas, no desagregar

que as instalações não acompanharam este crescimento

dos elementos que compõem sua estrutura.

e agora pagam o preço, funcionando sobrecarregadas.

Por exemplo, em casas antigas, é comum observar

Seguindo a mesma linha de Moreno, o engenheiro

o escurecimento da pintura da fachada, o esfarelar de

eletricista e sócio da Barreto Engenharia, Paulo Barreto,

tijolos, o efeito da umidade no cimento, o empenar do

afirma que não houve mudanças na estrutura elétrica

batente da madeira que emoldura a janela. Para mitigar

de uma residência nos últimos 50 anos: O que havia

tais danos é que as edificações sofrem reformas. Passa-

nas residências? Tomadas, pontos de iluminação e

se uma nova mão de tinta, troca-se a madeira e novos

equipamentos elétricos. A mesma coisa existe hoje. De

equipamentos substituem os antigos, a fim de revitalizar

forma geral não há grandes diferenças. O que ocorreu

a estrutura e mantê-la funcionando adequadamente

foi o aumento de aparelhos elétricos.

como nos dias em que foi colocada em pé.

Então, conforme o engenheiro Barreto, aquelas

Do mesmo modo, as instalações elétricas sofrem os

mesmas tomadas, cabos e pontos de iluminação

efeitos da passagem do tempo. E a maneira de revigorar

antigos já não são suficientes para atender ao usuário

estes equipamentos que compõem as instalações

com segurança e conforto, justificando o porquê

elétricas é chamada por alguns engenheiros eletricistas

da necessidade do redimensionamento de algumas

de retrofit, que basicamente consiste na readequação

instalações. Por exemplo, às vezes, a residência tem

ou modernização da instalação, e pode se cristalizar na

uma tomada apta a funcionar com corrente nominal

troca de componentes antigos por novos.

de 10 A, ligada a equipamentos que funcionam com o

corrente nominal superior a 12 A. A tomada vai

envelhecimento dos componentes propriamente dito,

funcionar mas vai ter desgaste interno, podendo até

mas a incapacidade destes componentes em atender

derreter. Como dito, esta inadequação, comumente,

de forma adequada à demanda elétrica de uma

acarreta em sobrecarga nos dispositivos que compõem

edificação e, principalmente, em atender aos requisitos

as instalações. E esta sobrecarga pode levar ao mau

de segurança que uma instalação deve oferecer para

funcionamento dos dispositivos e a alguns transtornos

usuários e equipamentos. De acordo com o engenheiro

aos usuários.

Contudo,

o

que

leva

ao

retrofit

não

é


70

Reportagem

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Além disso, quando há mais equipamentos que

secar, trituradores, ao seu leque de eletrodomésticos,

a instalação suporta, pode haver fuga de corrente e

não deve simplesmente adquiri-los e liga-los à tomada,

consequentemente um incêndio. É o que alerta o

mas é preciso contatar engenheiros para que eles façam

consultor Hilton Moreno. Sem falar do desconforto

uma avaliação da instalação e vejam se é necessária a

que essa inadequação causa, como o uso excessivo

substituição de componentes envelhecidos por novos.

de

adaptadores,

popularmente

conhecidos

como

benjamins, e o acionamento contumaz dos disjuntores,

C asa

segura

cortando a alimentação de energia em determinado ponto sobrecarregado e cessando a atividade ali

A inadequação entre instalação elétrica e carga de

exercida.

energia é gritante em edifícios antigos, todavia, não é por

preciso voltar muito no tempo para verificar edificações

instalações obsoletas são os choques elétricos. Isto

inadequadas. A situação geral das instalações antigas,

porque a maioria das residências antigas não estão

de cinco anos ou mais (que não sejam muito recentes)

equipadas com instalações elétricas preparadas para

já é preocupante, afirma o consultor da Hilton Moreno

resolver esse problema. São raríssimas as edificações

Consulting.

antigas com fio terra, afirma Moreno. Queimas de

Reiterando as afirmações de Barreto a respeito

equipamentos também são problemas ocasionados por

da manutenção preventiva, Moreno salienta que a

instalações antigas, que não contam com Dispositivos

situação destas instalações antigas é mais alarmante

de Proteção contra Surtos (DPS) para evitar isto.

ainda em locais nos quais em que não há essa política

Outro

transtorno

que

pode

ser

causado

A fim de evitar estas perturbações, o usuário deve

de avaliação periódica, como residências e alguns

ficar atento aos sinais dados pelas instalações. O

estabelecimentos comerciais, diferentemente da área

disjuntor sendo acionado a todo momento é um indício,

industrial, onde a manutenção costuma ser periódica.

mas, grande parte das vezes, só uma verificação junto

Visando

aos componentes (fios, cabos, polos, disjuntores,

importância de se avaliar a instalação elétrica com

etc.), pode fornecer o diagnóstico exato. E, conforme

o intuito de se evitar acidentes é que o Procobre, em

Barreto, a forma mais segura de ler estes sinais é por

conjunto com diversas associações e empresas do setor

meio da manutenção preventiva; prática comum na

elétrico, criaram em 2005 o Programa Casa Segura. De

área industrial, mas quase inexistente em comércios e

acordo com o diretor-executivo do Procobre, Antonio

residências.

Maschietto, o programa fornece caminhos e alimenta

Após esta avaliação, verificado o desgaste de

os usuários de informações a fim de que ele se sinta

alguns dispositivos, o retrofit poderá ser realizado.

impelido a chamar um profissional responsável para

O engenheiro destaca que o procedimento deve ser

inspecionar a instalação e, posteriormente, caso seja

feito por profissionais qualificados e com experiência

constatado um problema, realizar o retrofit.

comprovada, que deverão fazer a inspeção visual e as

medições necessárias para avaliar o estado da instalação.

difundidas por meio do site www.programacasasegura.

É grave, do ponto de vista de segurança, destinar este

org/br. Nele, os usuários podem baixar o Guia de Bolso:

tipo de procedimento a eletricistas, diz o sócio da

Instalação Elétrica Segura, que orienta o consumidor

Barreto Engenharia, salientando que, legalmente, estes

sobre o uso correto da energia, abordando assuntos

profissionais nem podem tomar decisões técnicas como

como formas de evitar choques, uso do fio terra e

esta.

dispositivos de segurança, problemas como a queima

Para os usuários de edificações antigas, Barreto

de aparelhos e economia na conta de luz. O portal

destaca também a necessidade de se procurar uma

disponibiliza também um teste que o internauta pode

equipe de profissionais qualificados sempre que se for

fazer para verificar se sua instalação elétrica é segura e

aumentar a carga de energia consumida. De acordo

econômica.

com o engenheiro eletricista, quando se acrescentar

Além do portal informativo, o programa já

equipamentos de uma determinada potência, por

realizou ações junto a síndicos de prédios antigos,

exemplo, como forno elétrico, máquinas de lavar e

com o objetivo de alertá-los sobre a necessidade da

conscientizar

as

pessoas

sobre

a

As informações de conscientização do programa são


O Setor ElĂŠtrico / Abril de 2014

71


72

Reportagem

O Setor Elétrico / Abril de 2014

verificação as instalações elétricas dos apartamentos

dentro e por isso precisa de profissionais que façam

por eletricistas capacitados. Conforme Maschietto,

este serviço.

na ocasião, os profissionais da área pertencentes ao

programa chegaram até a fazer uma análise gratuita

e reforçado de conscientização dos consumidores pode

da instalação a fim de avaliar seu estado. O diretor-

fazer com que a situação das instalações elétricas do

executivo do Procobre conta que, em um primeiro

país se modifique. Talvez este trabalho tenha sido

momento, houve uma demora por parte dos moradores

um dos responsáveis pelo fato de que, atualmente,

para fazer as mudanças necessárias, mas que depois

segundo Moreno, muitas empresas estejam chamando

elas acabaram ocorrendo.

profissionais para fazer uma inspeção das instalações

Antes mesmo do surgimento do Casa Segura, o

de seus estabelecimentos antes mesmo de serem

Procobre já realizava ações com o intuito de avaliar

vistoriadas pelo Corpo de Bombeiros.

as condições das instalações elétricas brasileiras.

De acordo com Maschietto, desde 1996, o órgão vem

pela reforma das instalações raramente é espontânea.

regularmente averiguando se instalações de edifícios em

Normalmente, a prática acontece impelida por alguma

diversas cidades do país estão de acordo com as normas

outra força. Seja uma inspeção surpresa por um órgão

brasileiras. A amostra colhida pela pesquisa é sempre

regulador, como o Ministério de Trabalho querendo

de 50 prédios residenciais novos e foi iniciada somente

verificar se a NR 10 está sendo cumprida, seja por

em São Paulo, sendo, posteriormente, realizada também

uma modificação do uso do local – uma residência

nos municípios de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba,

sendo transformada em um comércio, por exemplo

Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, entre outros.

– que exigiu uma reforma na construção civil. Nesta

Nos levantamentos iniciais, verificou-se que os

situação, pode ser preciso a colocação de mais tomadas

principais problemas encontrados faziam referência à

nas paredes, o acréscimo de pontos de iluminação,

não existência de fio terra e de Dispositivos Diferenciais

além de outras mudanças.

Residuais (DRs) nas instalações elétricas. O estudo foi

A expansão da capacidade produtiva de uma

repetido de maneira trienal até 2002, sendo realizado

determinada edificação também pode ser fato que leve

anualmente desde então, nem sempre nas mesmas

à realização do retrofit de uma instalação elétrica.

cidades. Segundo Maschietto, o que se averiguou foi

Pegue o exemplo de um galpão industrial que decide

uma evolução das instalações de edificações novas

trocar seus ares condicionados, fornos e luminárias por

nos quesitos citados. Na atualidade, de acordo com

produtos mais eficientes, com o objetivo de aumentar

o diretor-executivo do Procobre, quase 100% dos

sua produção e manter o mesmo consumo de energia

edifícios brasileiros novos apresentam fio terra e DR.

elétrica. Neste caso, muitas vezes costuma-se trocar

Portanto, segundo Maschietto, as instalações novas

também os componentes da instalação, segundo

estão bastante adequadas. O momento agora é de

informa Moreno. Não que a instalação antiga não seja

reforçar o ataque aos edifícios antigos, destaca.

capaz de atender a demanda, mas com dispositivos

No que tange às residências mais velhas, o diretor

novos, a instalação é menos exigida, trabalha com

recorda um trabalho feito pelo Procobre junto a alunos

folga e, consequentemente, desgasta-se menos e dura

de escolas técnicas, no qual eles foram responsáveis

mais.

pela inspeção de instalações de 600 casas na cidade

A eficiência energética não costuma ser uma

de São Paulo. Nesta atividade, eles descobriram

razão para se fazer o retrofit de instalação elétrica e

duas coisas: que a maioria das instalações continha

nem um atrativo para quem deseja fazê-lo. Contudo,

irregularidades e que, a despeito disso, os moradores se

de acordo com Moreno, sempre que se fizer uma

sentiam seguros em suas casas.

reforma em uma instalação, irá se ganhar de brinde a

Havia um desencontro entre o que a análise feita

eficiência energética. Isto porque o envelhecimento dos

pelos alunos mostrava e o que o dono pensava a

componentes aumenta a corrente de fuga e produtos

respeito de sua edificação, mostrando, segundo o

mais novos representam menores perdas de energia. Ele

diretor-executivo do Procobre, que o leigo não sabe

explica que não será um ganho muito expressivo, mas

como se encontra verdadeiramente sua instalação por

com certeza ele existirá.

Maschietto destaca que apenas o trabalho contínuo

De qualquer forma, Moreno destaca que a iniciativa


73

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Segurança

em edificações

A necessidade de retrofit em instalações elétricas para edificações antigas foi um dos motivadores para a

criação de um grupo de trabalho na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Criado em dezembro do ano passado, em reunião plenária do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da Fiesp, o Grupo Técnico (GT) de Segurança em Edificações tem como objetivo reunir entidades do setor diretamente envolvidas na questão de segurança de edificações (com mais de 15 anos) e de suas instalações para desenvolver ações baseadas no tema.

Segundo o diretor executivo do Sindicel, diretor do Deconcic e coordenador do GT Segurança em Edificações,

Valdemir Romero, foram criados também dois subgrupos de análise específica a partir do grupo principal. São eles: os subgrupos de Legislação e Normalização e de Mão de Obra Qualificada e Certificação. Ambos terão como função dar suporte ao GT.

A principal meta deste grupo da Fiesp, conforme Romero, é buscar uma lei federal que obrigue a realização

de inspeções periódicas nas edificações com mais de 15 anos, e, caso haja necessidade, obrigue também a feitura de reparos e adequações. O coordenador do GT informa que já existem dois Projetos de Lei (PL) em tramitação, um na Câmara dos Deputados e o outro no Senado Federal, com o objetivo de obrigar que sejam feitas inspeções periódicas nas edificações a fim de garantir sua segurança, evitando desabamentos, incêndios e acidentes em elevadores, por exemplo. Ambos os projetos já foram analisados pelo grupo de trabalho que está levando a seus autores/relatores todo o apoio do Deconcic/Fiesp para que sejam aprovados e tornem-se lei. A previsão é de que as leis sejam promulgadas em 2015.

O GT Segurança em Edificações faz parte do Programa Compete Brasil do Deconcic da Fiesp e conta com a

participação de todas as entidades da cadeia da indústria da construção.

Moreno explica que a eficiência energética só seria

que elas se tornem eficientes, a empresa de conservação

sentida de maneira bem contundente se o Brasil inteiro

de energia segue três etapas: a primeira é uma análise

reformasse todas as instalações elétricas ao mesmo

técnica e econômica do projeto; a segunda é a busca por

tempo. Neste caso, conforme o consultor, o país teria uma

financiamento; e a terceira e última é a implementação

economia de energia da ordem de uma Itaipu. É óbvio

propriamente dita. Resumidamente: faz-se o diagnóstico,

que isso não acontecerá, mas isto funciona como um

a engenharia financeira e executa-se o projeto, explica.

exercício teórico motivacional, comenta o engenheiro.

A

respeito

da

análise

técnica

e

econômica,

Spohr informa que, para levar a cabo um projeto de

Conservação

de energia

retrofit, normalmente, existe um leque de variáveis para analisar, tais como horário de utilização dos

Se o objetivo do retrofit – não apenas da instalação

equipamentos;

tempo

de

utilização;

tecnologia

elétrica, mas dos equipamentos movidos à energia

empregada, etc. Se o equipamento a ser trocado opera

elétrica de uma maneira geral – for a eficiência

pouco, dificilmente, ele se paga para o retrofit, por

energética, na atualidade, quem vem comandando os

exemplo. As implementações a serem tomadas tornam-

projetos deste segmento são as empresas de serviços

se claras à medida que se conhecem as características

de conservação de energia, comumente denominadas

do cliente, destaca o presidente da APS.

Escos. O diretor técnico da Associação Brasileira

das Empresas de Conservação de Energia (Abesco),

recursos podem vir não só do cliente, como de algum outro

Alexandre Moana, define a atividade exercida por uma

investidor ou até mesmo da própria Esco. Dentro deste cenário,

Esco da seguinte forma: localização do desperdício e

alguns modelos de negócios entre o cliente e a companhia de

transformação em negócio.

conservação energética são: o turn key; o Build, Operate and

Segundo o presidente da esco APS Soluções em

Transfer (BOT); e o contrato de performance.

Energia S/A, Aldemir Spohr, uma vez procurada pelo

cliente para realizar o retrofit de suas instalações a fim de

contam com investimentos da própria Esco. No BOT, a

Em relação ao financiamento, o executivo sublinha que os

Destes modelos citados, os dois últimos são os que


74

Reportagem

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Foram colocadas luminárias Leds na área comum, escadaria e na parte de decoração e lâmpadas fluorescentes com refletores de baixo consumo nos ambientes de trabalho.

empresa de conservação de energia faz o desenvolvimento

retrofit, ou seja, a troca de equipamentos e automação

de todo o projeto e administra a edificação durante um

de processos para gerar economia de energia. Nesse

determinado período, para depois transferir ou não

sentido, o presidente da APS faz um apelo para que

esse gerenciamento para o cliente. Já no contrato de

os empresários comecem a olhar para dentro de suas

performance, a Esco arca com o investimento e recebe do

empresas, pois nelas existem grandes oportunidades de

cliente um percentual da economia com energia elétrica

economia por meio da eficientização energética.

obtida pela edificação já em operação. Esta espécie de

remuneração vai até a amortização do investimento.

este olhar para dentro já começou. Moana relata que

Entre os projetos de retrofit visando à eficiência

a procura por empresas de conservação de energia só

energética realizados pela APS, Spohr destaca o do

tem aumentado. Segundo ele, as Escos têm um público

Shopping Paulista, em São Paulo, no qual foi trocado

cativo, mas cada vez mais empresas têm buscado projetos

todo o sistema de água gelada do ar-condicionado.

de eficiência energética com empresas especializadas

O shopping foi ampliado e precisavam aumentar este

motivadas por questões de responsabilidade ambiental e,

sistema. Então trocamos para atender não só a parte

principalmente, em razão da competitividade econômica.

nova, mas a antiga também, explica o presidente da

O empresário brasileiro sofre muito para produzir.

APS, destacando que, com esta mudança, obteve-se

Por isso a busca pela economia da energia, através da

46% de economia com eficiência energética aplicada.

eficientização energética, diz o diretor técnico.

Se depender do que pensa o diretor técnico da Abesco,

Além do desenvolvimento de projeto, também faz

parte do trabalho da APS como Esco a atuação na área administrativa, gerenciando a compra de energia por

Retrofit aplicado – Panorama Paulista C orporate

parte de seus clientes. Ela negocia tarifas mais baratas com a distribuidora responsável, adequando a menor

tarifa à curva de consumo da indústria, por exemplo.

o edifício comercial Panorama Paulista Corporate,

Este trabalho dá como frutos uma economia financeira

inaugurado em 1975, passou recentemente por um

e não em quilowatts consumidos, diz Spohr.

retrofit total de sua estrutura, visando atender aos

padrões estabelecidos pela Leed (Leadership in Energy

Spohr salienta, contudo, que o foco da empresa é o

Localizado em região central da cidade de São Paulo,


O Setor Elétrico / Abril de 2014

and Environmental Design), sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações. A certificação Leed, como é chamada, é utilizada em 143 países, e tem como objetivo incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações. Pensando nessa certificação foi que a edificação passou por reformas, segundo as normas vigentes, em todas as suas instalações elétricas, hidráulicas e de combate a incêndio. No que diz respeito à parte elétrica, o engenheiro eletricista, Jaime Navarro, da Eiko Engenharia e Instalações, empresa responsável pela execução do retrofit das instalações elétricas, destacou a troca do sistema de SPDA e aterramento e de toda a iluminação. Conforme o engenheiro, foram colocadas luminárias Leds na área comum, escadaria e na parte de decoração, e instaladas lâmpadas fluorescentes, com reatores de baixo consumo, nos ambientes de trabalho, que também foram reformados para aproveitarem ao máximo a luz natural.

Navarro salienta ainda a instalação de centros de

medição descentralizados para unidades autônomas, administração e incêndio, com medidores eletrônicos em todos os pavimentos, e a instalação de um gerador singelo de 141/150 kVA e de chaves de transferências automáticas, que fornecem geração de emergência para alimentar em regime parcial apenas as áreas da administração. Já a distribuição de energia, que antes era feita via cabo por eletrodutos fixados na parede, passará a ser feita por barramento blindado, sistema de canalização exclusivo para a parte elétrica.

Outro ponto importante é que o edifício foi todo

automatizado. Conforme o engenheiro da Eiko, foram implementadas centrais que conseguem monitorar tudo o que está acontecendo no prédio: ativar elevador; controlar a temperatura dos ambientes; controlar a iluminação; fechar e abrir portas, etc. A troca da iluminação de segurança e emergência e dos motores de bombas hidráulicas por equipamentos mais eficientes também foi salientado por Navarro. A obra de revitalização do Panorama Paulista Corporate está basicamente concluída. De acordo com o engenheiro eletricista, o estabelecimento já recebeu o Habite-se da Prefeitura de São Paulo e está esperando apenas o aval do Corpo de Bombeiros ante algumas pendências para concluir as reformas. Situado em região central da cidade de São Paulo, o edifício comercial Panorama Paulista Corporate, de 1975, passou recentemente por um retrofit total de sua estrutura.

75


Aterramento

76

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Aterramento de aerogeradores Simulação

de um sistema de aerogeradores durante o impacto de descargas

atmosféricas com o objetivo de determinar a sua influência sobre o isolamento dos transformadores elevadores Por Pablo Mourente Miguel e Ademar Brehmer Rohregger*


77

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Nos aproveitamentos eólicos, o aterramento apresenta condições extre­mamente díspares, com

locais em que o solo apresenta baixa resistividade e outros em que a resistividade é extremamente elevada. As dimensões do aterramento dos aerogeradores têm de, forçosamente, ser pequenas e, assim, existe uma grande dificuldade em se obter uma resistência de aterramento de baixo valor. O objetivo na maior parte das instalações tem sido obter uma resistência de aterramento abaixo de 2 Ω na malha de terra junto à casinhola onde fica abrigado o transformador elevador. Nos parques localizados em solos rochosos, os valores obtidos em muito extrapolam esse valor. A utilização de produtos químicos para reduzir a resistência da aterramento se mostra dispendiosa e requer acompanhamento e reposição.

Neste artigo verifica-se o efeito de valores elevados da resistência de aterramento sobre

o isolamento dos transformadores elevadores dos aerogeradores durante a descarga das correntes, devido a impactos atmosféricos nas linhas aéreas ou na torre do aerogerador. O sistema de aerogeradores foi simulado de forma a determinar a sobretensão de impulso sobre os transformadores durante a ocorrência de um impacto de 65 kA, com a resistência de aterramento de 9,8 Ω e 98 Ω.

Descrição do sistema elétrico de um parque aerogerador Um parque de aerogeradores pode ser analisado considerando a sua divisão nas seguintes partes: • Acesso ao sistema de potência – representa a subestação em que o sistema elétrico é acessado. É formado por um ou mais transformadores de potência que elevam a tensão dos 34,5 kV usados para a conexão dos diversos agrupamentos de aerogeradores para uma tensão de 69 kV ou 138 kV; • Linhas aéreas – os aerogeradores são agrupados em locais em que as condições de vento são mais favoráveis. Esses grupos de aerogeradores podem distar alguns quilômetros entre si, por isso, é mais econômica a utilização de linhas aéreas, geralmente na tensão de 34,5 kV; • Cabos isolados – ao chegar ao ponto em que as unidades aerogeradoras estão agrupadas, faz-se uma transição de linha aérea para cabos isolados; • Casinhola do transformador – os aerogeradores trabalham em uma tensão abaixo de 1.000 V e são conectados ao sistema de subtransmissão por meio de um transformador que eleva a tensão para o nível de tensão usado na subtransmissão; • Torre com turbina e aerogerador – os aerogeradores e a respectiva turbina são montados em uma torre nas proximidades da casinhola na qual é abrigado o transformador. Aterramentos existentes no parque aerogerador No parque de aerogeradores existem diversos tipos de aterramento que afetarão o comportamento do sistema no que tange às sobretensões devido a impulsos atmosféricos. Aterramento dos transformadores de potência - Os transformadores de potência são localizados na subestação de acesso ao sistema elétrico, sendo aterrados na malha da subestação. O enrolamento de 34,5 kV dos transformadores de potência é usualmente conectado em Δ, de modo que o sistema deve ser tratado como neutro isolado. Quando o enrolamento de 34,5 kV é conectado em Y, o aterramento se faz por meio de resistor, limitando a corrente de falta fase-terra para reduzir a contribuição do sistema e facilitar a recomposição do sistema após a ocorrência de faltas fase-terra.


Aterramento

78

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Aterramento dos para-raios na transição de linha aérea para cabo isolado - No ponto de transição de linha aérea para cabo isolado existe a necessidade da instalação de para-raios para proteção dos cabos isolados. Os para-raios serão aterrados em um sistema de aterramento formado por três hastes verticais espaçadas de 3 m entre si. O cabo de descida do aterramento dos para-raios apresenta uma indutância própria que pode ser estimada por:

A resistência de aterramento de um conjunto de hastes

Figura 1 – Detalhe típico da transição entre linha aérea e cabo isolado.

instaladas verticalmente em paralelo será dada por:

a corrente dissipada por cada eletrodo afete a tensão na superfície do outro eletrodo e, com isso, a dissipação de corrente dos eletrodos é reduzida. Assim, a partir de um certo ponto, o aumento na quantidade de eletrodos (condutores horizontais ou hastes)

Como este sistema de aterramento é de pequenas dimensões,

deixa de apresentar uma redução efetiva no valor da resistência de

o tempo de propagação da corrente de surto no sistema de

aterramento da malha de terra. Como regra, utiliza-se como menor

aterramento será de 50 ns. O modelo desse aterramento pode

distância entre condutores horizontais e hastes o valor de 3 m.

ser visto na Figura 1.

Como a malha de terra a ser usada na casinhola será um misto

de condutores horizontais e hastes, a formulação desenvolvida Aterramento dos transformadores dos aerogeradores - A malha de

por Schwarz é aplicável. Para um solo com resistividade de 100

aterramento na casinhola dos transformadores deve cobrir todo

Ω.m, a resistência de quatro condutores formando uma malha

o perímetro e será formada por condutores horizontais e hastes

retangular com 5 m de comprimento por 3 m de largura, com

verticais. Eletrodos de aterramento muito próximos fazem com que

uma haste em cada vértice, será dada por:

Em que:



Aterramento

80

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Conexão dos transformadores dos aerogeradores e respectivos para-raios - Feita a transição de linha aérea para cabo isolado, cria-se um ramal no qual vários aerogeradores poderão ser conectados. Neste exemplo será analisado o caso de cinco aerogeradores conectados no ramal. Cada aerogerador tem o seu respectivo transformador elevador e a distância entre as casinholas dos aerogeradores varia entre 80 m e 400 m. A Figura 3 ilustra a conexão de um aerogerador. No ponto de conexão do cabo isolado é instalado o para-raios.A partir da conexão dos para-raios, um trecho de cabo isolado com até 3 m de comprimento é usado para conectar os terminais do enrolamento de alta tensão do Figura 2 – Detalhe da conexão dos aerogeradores.

transformador elevador. O transformador elevador é representado

Escolha

pela capacitância para massa do enrolamento de alta tensão.

da tensão nominal dos para-raios

O lado de alta tensão, neste exemplo, é conectado em Δ. Do

Como o trecho de 34,5 kV deste sistema usualmente

ponto de terra do transformador até a malha de terra existirá

apresenta neutro isolado ou aterrado por resistência elevada,

um cabo terra formado por dois condutores de cobre com

os para-raios podem vir a ser submetidos à tensão entre fases

seção de 25 mm². O comprimento desse cabo de aterramento

do sistema durante a ocorrência de faltas.

desde o terminal do transformador até a malha de terra pode

A Figura 3 mostra a componente resistiva da corrente

alcançar até 2 m de comprimento.A indutância desse trecho deve

de fuga dos para-raios que podem vir a ser utilizados. Será

ser considerada e, como o aterramento é feito em dois pontos

escolhido o para-raios com tensão nominal de 36 kV.

diferentes da malha de terra, a indutância a se considerar será a metade desse valor, ou seja:

Indutância de aterramento do cabo de descida do para-raios da torre - A indutância do cabo de descida na torre da turbina e aerogerador foi considerada como sendo de 30 μH. Conexão dos para-raios no ponto de transição de linha aérea para cabo isolado - No ponto de derivação de linha aérea para cabo isolado serão instalados para-raios e as buchas de terminação dos cabos isolados. A indutância do cabo de descida dos para-raios deve ser incluída na simulação. Uma cadeia com dois isoladores

Figura 3 – Componente resistiva da corrente por meio dos para-raios.

de disco foi considerada para simular o isolamento da linha aérea de 34,5 kV nesse ponto. A capacitância das buchas de terminação

Os cabos usados nos ramais dos aerogeradores são

também foi considerada.

dimensionados em função da potência gerada, isto é, Tabela 1 – Comprimento dos lances de cabo

Poste  AE-1

AE-1  AE-2

AE-2  AE-3

AE-3  AE-4

AE-4  AE-5

150 mm - 82 m

150 mm - 250 m

70 mm - 500 m

70 mm - 218 m

70 mm2 - 261 m

2

2

2

2

Tabela 2 – Características do transformador elevador dos aerogeradores

Potência

Grupo de conexão

1600 MVA

Dyn1

Tensões

Isolamento

Capacitâncias

60 Hz

NBI

AT - 34,5 kV

AT - 70 kV

AT - 200 kV

AT – massa – 1 nF

BT - 690 V

BT - 10 kV

-

BT – Massa – 10 nF


81

O Setor Elétrico / Abril de 2014

a quantidade de aerogeradores no ramal e da queda de

Em que T D = nível isoceráunico dado em dias com

tensão admissível. A bitola irá variar de 70 mm² para

observação de trovoadas por ano.

conexão dos três aerogeradores no final do ramal e 150 mm² para conexão dos dois primeiros aerogeradores

Linhas aéreas de média tensão captam as descargas que

do ramal. Os comprimentos dos lances de cabos são

cairiam em uma faixa de solo com largura igual à altura do

mostrados na Tabela 1.

condutor mais elevado. Neste caso, será considerada uma altura da linha igual a 12 metros. O comprimento total de

Incidência de descargas

linhas de 34,5 kV no empreendimento é de 20 km. Dessa forma, a área de captação de descargas atmosféricas pelas

As descargas atmosféricas podem atingir:

linhas de 34,5 kV será de 0,48 km².

• As torres das turbinas e aerogeradores – neste caso, a

O

número esperado de descargas captado pelas linhas

corrente de impacto se propaga pelo cabo de terra e será

de

34,5 k V

será então de

4,1

raios / ano .

dispersa pela malha de terra;

Os raios captados podem apresentar diferentes amplitudes

• As redes aéreas do aproveitamento eólico – as ondas de

de corrente, desde raios com amplitude na faixa de 2.000 A

corrente e tensão decorrentes desses impactos nas linhas

a raios com amplitude de 200 kA. Quanto maior a amplitude

aéreas de 34,5 kV irão se propagar pelos cabos e atingir os

da descarga, mais rara será a ocorrência desse impacto. A

transformadores elevadores dos aerogeradores.

probabilidade acumulada da ocorrência de uma amplitude de corrente de raio acima de um dado valor pode ser expressa

A densidade de descargas atmosféricas em uma dada

por:

região, geralmente, pode ser encontrada no banco de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Contudo, neste trabalho, se recorrerá ao procedimento tradicional de estimar esse valor a partir do nível isoceráunico da região, aqui considerado igual a 50 dias de trovoada por ano.

Conforme a ABNT NBR 5149:2001, a densidade de descargas

o número de anos entre duas descargas de uma dada amplitude,

O intervalo entre MTBF (Mean Time Between Flashes), isto é,

atmosféricas pode ser estimada por:

será dado por:


Aterramento

82

O Setor Elétrico / Abril de 2014

de forma a avaliar o efeito da resistência dos aterramentos nas

sobretensões

que

atingem

os

transformadores

elevadores. Conforme mostrado na Figura 5, os impactos serão simulados nos seguintes pontos: • No poste de transição de linha aérea para cabo isolado; • No mastro para-raios instalado na torre dos aerogeradores. Convém ressaltar que a solicitação sobre o isolamento de um enrolamento no transformador decorre da: • Diferença de tensão entre o terminal de fase e a massa (núcleo, tanque); • Diferença de tensão entre os terminais do enrolamento Figura 4 – Intervalo de recorrência estimado para impactos nas linhas de 34,5 kV.

(fase-fase ou fase-neutro).

Pode ser notado que o impacto de descargas de amplitude

abaixo de 10 kA e acima de 42 kA se dá a intervalos de médios

Como o transformador elevador é aterrado por meio de

acima de 30 anos. A maior parte das descargas irá ocorrer na

dois cabos de 25 mm² com até 2 m de comprimento, existe

faixa de 10 kA a 30 kA.

uma indutância entre o ponto de referência à massa e a malha de terra. No caso de um impacto na linha aérea de 34,5 kV, os

Simulações efetuadas

para-raios atuam e a corrente é injetada na malha de terra. No caso de impacto na torre, a corrente desce pelo cabo

Usando o ATP, será simulado o impacto de uma descarga

de aterramento do aerogerador e é injetado diretamente na

com amplitude de 65 kA, cujo intervalo de recorrência é

malha de terra. Dessa forma, se evita a passagem da maior

de 80 anos. As simulações serão efetuadas considerando a

parte da corrente de impulso pelo ramal de aterramento do

resistividade do solo com valores de 100 Ω.m e 1.000 Ω.m,

transformador.

Figura 5 – Pontos de impacto das descargas.



Aterramento

84

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Tabela 3 – Resultados das simulações com resistividade do solo de 100 Ω.m e 1.000 Ω.m

(Ω.m)

RAT_POSTE (Ω)

RMALHA (Ω)

VBT (kV)

VAT (kV)

VMALHA (kV)

Impacto 65 kA no poste de transição linha aérea para cabo isolado 100

13,8

1000

137,6

100

13,8

9,8

1000

137,6

98,0

9,8

169

4,9

170

8,9

289

122

6,2

549

141

9,6

218

98,0 513 Impacto 65 kA no topo da torre do aerogerador

A Figura 6 mostra a solicitação de tensão que aparece nos

que são usadas para interligar os diversos agrupamentos

enrolamentos de alta e baixa tensão do transformador elevador

de aerogeradores ou nas torres que suportam a turbina

de um aerogerador quando ocorre um impacto de 65 kA na

e o aerogerador. Foram simulados impactos de 65 kA,

torre da turbina. A tensão mostrada vem a ser a tensão entre o

cujo intervalo de recorrência é da ordem de 80 anos. Foi

terminal de fase e o ponto de aterramento do transformador.

avaliada a sobretensão, medida entre terminal de fase e

massa, que alcança os enrolamentos de alta e baixa tensão do transformador elevador do aerogerador. Não foram encontrados valores acima de 85% do NBI dos enrolamentos. As

dimensões

dos

aterramentos

presentes

num

aproveitamento eólico são pequenas de forma que a propagação das correntes de surto se faz em menos de 200 ns. Com isso, os sistemas de aterramento podem ser representados considerando-se apenas a resistência de terra calculada (ou medida) na frequência industrial. Faz-se, no entanto, necessário considerar a indutância dos links de aterramento, tais como o cabo de descida dos para-raios instalados nos postes da linha aérea de 34,5 kV e os cabos de conexão à terra dos pararaios junto aos transformadores elevadores. Também se faz necessário considerar a indutância dos cabos de conexão à terra do tanque do transformador elevador. Ocorrido Figura 6 – Solicitação sobre o transformador elevador durante impacto de 65 kA na torre.

o

impacto

da

descarga

atmosférica, a

sobretensão no topo do poste faz com que ocorra uma disrupção para os condutores de fase. Devido à indutância do cabo de descida dos para-raios uma parcela considerável de corrente vai circular pela blindagem do cabo. Assim, haverá corrente devida à descarga atmosférica circulando tanto nos condutores de fase, como na blindagem. Ao chegar à casinhola onde fica abrigado o transformador elevador, uma parcela da corrente nos condutores de fase é desviada pelos para-raios para a malha de terra, onde se junta a uma parcela da corrente que circula pela blindagem. Essas correntes são

Figura 7 – Solicitação sobre os transformadores durante impacto de 65 kA na linha aérea.

Conclusão

então dissipadas pela malha de terra local. Dessa forma, a malha de aterramento sofre uma elevação transitória de potencial. A tensão aplicada sobre o isolamento do enrolamento

Os

impactos

de

descargas

atmosféricas

em

um

de alta tensão do transformador elevador é a que aparece

aproveitamento eólico podem ocorrer nas linhas aéreas

entre os terminais de fase e a que aparece no ponto de


85

O Setor Elétrico / Abril de 2014

aterramento da massa do transformador. Isso faz com que

Referências

a amplitude da sobretensão no transformador elevador seja

• ANDERSON, P. M. Analysis of Faulted Power Systems. New York:Wiley,

praticamente independente da resistência de aterramento das

1995, p. 470.

malhas de aterramento em cada aerogerador. Nas simulações

• IEEE Guide for Safety in AC Substation Grounding – IEEE Std

efetuadas, observou-se que a sobretensão é mais elevada no

80-2000.

transformador elevador do primeiro aerogerador do ramal

• Surge Arresters – Part 4: Metal-oxide surge arresters without gaps for

e reduzida nos demais. Também foi verificado que os efeitos

a.c. systems. IEC 60099-4 – Edition 2.2 – 2009-05.

do impacto da descarga atmosférica são apreciáveis apenas

• IEEE Guide for Application of Metal-Oxide Surge Arresters for

no ramal conectado ao poste onde ocorreu o impacto da

Alternating-Current Systems. IEEE Standard C62.22-2009, Jul. 2009.

descarga atmosférica. A propagação do surto pela linha

• WANDERLEY, S. S.; MIGUEL, P. M. Comparação dos modelos de

aérea de 34,5 kV faz com que o efeito nos agrupamentos de

para-raios utilizados para simulação no ATP. XXI SNPTEE, 2011,

aerogeradores nas vizinhanças seja bastante reduzido.

Florianópolis, SC, Brasil.

Conclui-se, então, que não se faz necessário recorrer a

malhas de aterramento muito dispendiosas para tratar de

*Pablo Mourente Miguel é engenheiro eletricista, mestre e doutor em Ciências da Engenharia Elétrica pela COPPE/

obter valores de resistência de aterramento na faixa de

UFRJ. Atua nas áreas de transitórios eletromagnéticos,

2 Ω, posto que o efeito dessa redução de resistência de

coordenação de isolamento e proteção de sistemas

aterramento, no que tange à proteção do isolamento dos

elétricos.

transformadores elevadores é inócuo. É importante ressaltar

Ademar Brehmer Rohregger é engenheiro eletricista,

que, devido ao impacto da descarga atmosférica, haverá

especializado em dinâmica e controle. Desde 2008 é o

um surto de corrente circulando pelo cabo isolado e esse surto de corrente chegará a cada um dos transformadores elevadores.

coordenador da equipe de eletromecânica da GeoEnergy/ Energy Engenharia. Sua área de atuação compreende a elaboração do projeto executivo de parques eólicos e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).


Pesquisa

86

Quadros, painéis e montadores

Novas normas para quadros e painéis

A ABNT pretende publicar ainda neste ano duas normas baseadas na série IEC 61439, de 2011, que se referem à montagem de quadros e painéis. Elas serão mais modernas e abrangerão situações não contempladas em normas anteriores.

O Setor Elétrico / Abril de 2014


87

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Uma das principais notícias que prometem agitar o mercado de quadros e painéis elétricos no Brasil neste ano

refere-se ao ambiente normativo. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) pretende publicar ainda em 2014 duas normas baseadas na série IEC 61439, de 2011. Trata-se da ABNT NBR IEC 61439 – 1, que traz as cláusulas comuns, ou melhor, as regras gerais para o segmento, e a ABNT NBR IEC 61439 – 2, que é especifica para montagem de conjuntos de manobra e controle.

A série de normas internacionais IEC 61439 traz ainda mais quatro segmentos: a parte 3, que fala sobre

conjuntos de manobra e controle previstos para serem operados por pessoas não qualificadas; a parte 4, que fornece requisitos particulares para canteiros de obras; a parte 5, voltada para montagens destinadas à distribuição de energia em redes públicas; e a parte 6, para barramentos blindados. Há também a parte zero, que se trata de um guia de especificação dos conjuntos de manobra e controle de baixa tensão. Esta parte, aliás, deverá ser publicada pela ABNT na sequência da parte 1 e 2.

Atualmente, no Brasil, a montagem de quadros e painéis é normalizada pela série ABNT NBR IEC 60439,

publicada em 2003. Dividida em três partes, essa série traz orientações técnicas para painéis TTA/PTTA, barramentos blindados e painéis de uso inadvertido. A adequação ao novo padrão internacional se faz necessária, porém, em razão do uso indiscriminado de interpretações equivocadas a respeito dos conceitos de TTA/PTTA, e também por causa da tendência de o mercado de fabricantes de chaparia certificar seus produtos e venderem ao mercado para que montadores comercializem o painel acabado. Essa prática não é prevista na norma, mas aceita no mercado. O comitê europeu incorporou estas e outras situações e modernizou o documento normativo.

Outra novidade do ambiente normativo referente à montagem de quadros e painéis foi a publicação por parte

da ABNT, em outubro de 2013, da revisão da norma de invólucros vazios: a ABNT NBR IEC 62208, documento utilizado por empresas que fabricam e comercializam invólucros vazios para serem empregados por fabricantes ou montadores de painéis. Tais invólucros dizem respeito a uma etapa antes da incorporação de dispositivos de manobra e comando de baixa tensão.

Segundo o consultor técnico sênior da Schneider Electric e coordenador da Comissão de Estudo CE 17.02,

da ABNT, responsável por conjuntos de manobra e controle de tensão, Luiz Rosendo Tost Gomez*, a norma sobre invólucros está alinhada com os requisitos de ensaios dos conjuntos de manobra e controle de baixa tensão, que estão sendo elaboradas pela CE 17.02, e será equivalente à série da IEC 61439, que especifica as definições, as classificações, as características e os ensaios gerais dos invólucros utilizados, que podem ser aproveitados nos conjuntos de manobra e controle de baixa tesão para atenderem à série IEC 61439.

Inteirado sobre as novidades normativas referente ao segmento, confira a seguir números do mercado de

quadros e painéis obtidos por meio de pesquisa exclusiva realizada pela revista O Setor Elétrico. *Rosendo Tost Gomez, Luiz. "Novas normas para quadros e painéis", Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras 2012-2013, p. 170.

Números do mercado brasileiro de quadros e painéis

A indústria continua sendo o principal segmento de atuação do mercado de quadros e painéis, sendo apontada

por 93% dos entrevistados. Em segundo lugar vem a área comercial, votada por 48% das empresas do setor. Principais segmentos de atuação

Residencial

21%

Comercial

48%

Industrial

93%


Pesquisa

88

Quadros, painéis e montadores

Assim como registrado nessa mesma pesquisa realizada no ano passado, a venda direta ao cliente final foi apontada como o principal canal de vendas de quadros e painéis. Se em 2013, 85% das empresas pesquisadas afirmaram isso, este ano o número subiu para 88%. Principais canais de vendas

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Tal como em 2013, os quadros de distribuição de força, de automação, e de distribuição de luz foram os mais comercializados, segundo as empresas questionadas pela revista. Tipos de quadros e painéis (montagem completa) comercializados

Telemarketing

79%

15% 88%

Vendas diretas ao cliente final

Quadros de automação Quadros de distribuição 67% de luz Centro de controle de 62% motores (CCM)

72%

Revendas/varejistas

30%

Distribuidores/atacadistas

29%

52% 50%

Se de 2012 para 2013, o número de empresas que disseram possuir certificações ISO 9001 (qualidade) diminuiu, de 61% para 59%, de 2013 para 2014, constatou-se o fenômeno contrário, aumentando a porcentagem para 65%. O número de empresas que afirmaram possuir ISO 4001 (ambiental), por sua vez, diminuiu do ano passado para este ano, de 21% para 18%. Certificados ISO

Quadros de dis­­tri­ buição de força

49% 47% 45%

Mesas de comando Quadros para medidores de energia Cubículos MT

Quadros para partida de motores em MT Outros

Cabines de barramentos

44% 37% Cunículos tipo Metal-Clad 36% 30%

Cabines primárias

Quadros para áreas classificadas (EX)

14001 (ambiental)

18%

9001 (qualidade)

65%

A respeito das vendas dos invólucros, as respostas também se mantiveram basicamente as mesmas do ano passado, sendo os quadros de distribuição, os armários modulares, e os centros de controle de motores (CCMs) apontados como os mais comercializados.



Pesquisa

90

Quadros, painéis e montadores

Tipos de invólucros (caixas vazias) comercializados

Quadros de distribuição

62% 54%

Armários modulares

CCM

42% 39%

Acessórios e ferragens em geral para painéis

39%

Cubículos

Outros

33% 31%

Caixas de medição

Os quadros tipos totalmente testados (TTA) e os quadros tipos parcialmente testados (PTTA) – conforme os parâmetros para conjuntos de manobra e controle de baixa tensão definidos pela ABNT NBR IEC 60439-1 – representam, respectivamente, 20% e 23% das vendas realizadas pelas empresas do segmento. O restante das vendas é representada por outros tipos de painéis. Participação dos tipos de painéis no faturamento das empresas 20%

TTA

57%

23%

Outros

PTTA

Das empresas pesquisadas, a maioria (55%) afirmou faturar até R$ 20 milhões por ano. Em 2013, grande parte dos entrevistados (61%) disse faturar somente até R$ 10 milhões anuais. Faturamento bruto total dos fabricantes e montadores de quadros e painéis 9%

Acima de R$ 100 milhões

4%

De R$ 80 milhões a R$ 100 milhões

26%

Até R$ 5 milhões

3%

De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões 12%

De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões 17%

De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões

29%

De R$ 5 milhões a R$ 20 milhões


91

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Como no ano passado, a indústria continua sendo apontada como o segmento com maior par ticipação nas vendas das empresas. Em 2013, 52% dos pesquisados disseram isso, neste ano, a porcentagem é um pouco menor (47%). Participação cada segmento nas vendas das empresas 9%

Outros 16%

GTD 47%

Indústrias em geral 28%

Construção civil

Sobre a previsão do tamanho total anual dos diversos mercados de quadros e painéis, as avaliações foram bem diversas. Por exemplo, enquanto para o segmento de cubículos MT a projeção da maioria, 19%, no caso, foi de faturamento acima de R$ 500 milhões, o segmento de quadros de distribuição de luz foi apontado por 21%, também a maioria, como possuindo faturamento de até R$ 10 milhões.

Previsão do tamanho total anual dos mercados de: Quadros de distribuição de força 13% 16%

Acima de R$ 500 milhões

Até R$ 10 milhões

17% 13%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

13%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

14%

14%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões Quadros de distribuição de luz 5%

14%

Acima de R$ 500 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

21%

Até R$ 10 milhões

15%

15%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

13% 17%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões


Pesquisa

92

Quadros, painéis e montadores

Centro de controle de motores 13%

Acima de R$ 500 milhões

18%

Até R$ 10 milhões 10%

21%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 11%

11%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 16%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões Cubículos MT 19%

Acima de R$ 500 milhões

15%

Até R$ 10 milhões 13%

16%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 10%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

15%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

12%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Quadros de automação 12%

Acima de R$ 500 milhões

15%

Até R$ 10 milhões 10%

18%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 15%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

15%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

15%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

As porcentagens referentes à balança comercial são as mesmas da pesquisa de 2013. A imensa maioria, 97% apontou o mercado interno como principal destino dos produtos do setor. BALANÇA COMERCIAL 3%

Exportação

97%

Mercado Nacional


93

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Na pesquisa do ano passado, os entrevistados projetaram um crescimento de 21% das empresas em 2013. O crescimento apresentado por elas, no entanto, segundo a pesquisa de 2014, foi inferior, 16%. Talvez por isso, a previsão de crescimento para este ano também tenha sido menos ambiciosa, 16%.

A opinião das empresas a respeito dos fatores que devem aquecer o mercado este ano ficou bem dividida, com a maioria (28%) apontando projetos de infraestrutura como principal motivador. Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado

PREVISÕES DE CRESCIMENTO 4%

Setor da construção civil desaquecido 6%

Crise internacional 28%

16% 16% 10%

Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2014

Projetos de infraestrutura

Percentual de crescimento da sua empresa em 2013 comparado ao ano anterior

5%

Falta de normalização e/ou legislação 6%

Incentivos por força de legislação ou normalização 9%

Programas de incentivo da governo

Previsão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para o ano de 2014

10% 19%

Setor da construção civil aquecido

Bom momento econômico do país 13%

Desaceleração da economia brasileira


Quadros, painéis e montadores

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Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?

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Oferece treinamento técnico para os clientes

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

Outros

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Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

X X

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Importa produtos acabados

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X X

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X X X X X X X X X

Exporta produtos acabados

X X

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Possui programa na área de responsabilidade social

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Possui certificado ISO 14000

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Possui certificado ISO 9001

SP SC SP SP SP SP SP SP SC ES PR PR SP RS SP RS MG RS MG SP RJ SP PR SP SP MG SP SP SP SP PR SP SP

Telemarketing

Estado

Venda direta ao cliente final

Osasco Caçador Guarulhos Barueri São Paulo Santa Bárbara D'oeste Ribeirão Preto São Paulo Schroeder Serra Curitiba Curitiba São Paulo Porto Alegre São Paulo Caxias do Sul Itajubá Porto Alegre Para de Minas São Paulo Valença Guarulhos Almirante Tamandaré Nova Odessa Vargem Grande Paulista Contagem Votorantim Pindamonhangaba Santana de Parnaiba São Paulo Curitiba São Paulo Jundiaí

Revendas / Varejistas

Cidade

www.abb.com.br www.abcm.com.br www.acabine.com.br www.adelco.com.br www.adrtecnologia.com.br www.afap.com.br www.agtech.eng.br www.alltexequipamentos.com.br www.ambos.com.br www.andaluz.ind.br www.arteche.com www.arteche-inael.com.br www.aselco.com.br www.eletroatlanta.com.br www.atomoengenharia..com.br www.automatus.net www.balteau.com.br www.bcmautomação.com.br www.bcmeletricidade.com.br www.beghim.com.br www.brval.com.br www.grupobtm.com.br www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.comsystel.com.br www.conecta-mg.com www.crouse-hinds.com.br www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.dmapaineiseletricos.com.br www.dutoplast.com.br www.eaton.com.br

Principal canal de vendas

Distribuidores /Atacadistas

Site

0800 014 9111 49 3563 1016 11 2842 5252 11 4199 7500 11 3903 6737 19 3464 5650 16 3967 9200 11 5562 0450 47 3374 0829 27 3041 6766 41 2106 1899 41 2106 1899 11 3017 3131 51 3367 1899 11 2225 0265 54 3218 7700 35 3629 5500 51 3374 3899 37 3232 6788 11 2942 4500 21 3637 4646 11 2413 2090 41 3699 8400 19 3466 8600 11 4158 8440 31 3329 4520 15 3353 7070 12 3642 9006 11 4705 3133 11 5511 2452 41 3528 5677 11 2524 9055 11 4525 7001

Principal segmento de atuação

Residencial

Telefone

ABB ABCM ELETROTÉCNICA ACABINE ADELCO ADR TECNOLOGIA AFAP AGTECH SISTEMAS ALLTEX AMBOS ANDALUZ ARTECHE EDC ARTECHE INAEL ASELCO ATLANTA ÁTOMO ENGENHARIA AUTOMATUS BALTEAU BCM AUTOMAÇÃO BCM ELETRICIDADE BEGHIM BRVAL BTM ELETROMECÂNICA CAESA CARTHOM'S COMSYSTEL CONECTA ELETRICIDADE CROUSE-HINDS BY EATON DBTEC DELTA CANALETAS DHF DMA PAINÉIS ELÉTRICOS DUTOPLAST EATON

Distribuidora

EMPRESA

Fabricante

Empresa

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Comercial

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Industrial

Pesquisa

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O Setor Elétrico / Abril de 2014

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Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?

Oferece treinamento técnico para os clientes

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

Importa produtos acabados

Exporta produtos acabados

Possui programa na área de responsabilidade social

Possui certificado ISO 14000

Possui certificado ISO 9001

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

Outros

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

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X

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Revendas / Varejistas

Estado

Principal canal de vendas

Distribuidores /Atacadistas

São Paulo Nova Odessa São Paulo Contagem Limeira Belo Horizonte Rio de Janeiro Contagem Corupá Cornélio Procópio São José dos Pinhais São Bernardo do Campo Campo Largo Curitiba Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo Panambi Guarulhos São Leopoldo Jandira

Residencial

Cidade

www.ebmmontagens.com.br www.edriver.com.br www.efacec.com www.eletribras.com.br www.eletrizante.com.br www.eletropainelmg.com.br www.eletromar.com.br www.eletromecap.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.elos.com.br www.encomel.com.br www.enerbras.com.br www.enercon.ind.br www.engelco.com.br www.engt.com.br www.esa.com.br www.fasorial.com.br www.fockink.ind.br www.fortlight.com.br www.frontec.com.br www.gctecautomacao.com.br

Comercial

Site

11 3648 7700 19 3466 6602 11 5591 1999 31 3361 1636 19 3453 5457 31 3377 4850 0800 724 2437 31 3361 1081 47 3375 6700 43 3520 5000 41 3383 9290 11 4056 5569 41 2111 3000 41 3268 7920 41 3239 7400 11 4168 4646 11 5562 8866 11 5058 1583 55 3375 9500 11 2087 6000 0800 704 2477 11 4772 4400

Principal segmento de atuação

Industrial

Telefone

Distribuidora

EMPRESA EBM E-DRIVER EFACEC ELETRIBRAS ELETRIZANTE ELETRO PAINEL ELETROMAR ELETROMECAP ELETROPOLL ELETROTRAFO ELOS ENCOMEL ENERBRAS ENERCON ENGELCO ENGETECH ESA FASORIAL FOCKINK FORTLIGHT FRONTEC GCTEC

Fabricante

Empresa

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Quadros, painéis e montadores

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Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?

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Oferece treinamento técnico para os clientes

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Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

X

Importa produtos acabados

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Exporta produtos acabados

X

Outros

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Possui programa na área de responsabilidade social

X X X X X X X X X X X X

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Possui certificado ISO 14000

X

Possui certificado ISO 9001

X

Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

MG PR SP SC MG MG PR SP SP SP PR SP SP SP PR GO SP SC SP MG PR SC SP RS SP SP MG SP SP MG SP MG SP

Telemarketing

Estado

Venda direta ao cliente final

Contagem Curitiba Suzano Schroeder Belo Horizonte Belo Horizonte Pinhais Jundiaí Boituva Tatui Cornélio Procópio Mauá Araraquara Taubaté Curitiba Goiania Cotia Indaial São Paulo Belo Horizonte Curitiba Joinville Santa Bárbara D'oeste Caxias do Sul São Bernardo do Campo Guarulhos Betim São Bernardo do Campo Limeira Contagem Itatiba Juiz de Fora São Paulo

Revendas / Varejistas

Cidade

www.geindustrial.com.br www.grupogeralux.com.br Www.gimi.com.br www.grameyer.com.br www.grupocei.com.br www.egom.ind.br www.hdspr.com.br www.hellermanntyton.com.br www.holec.com.br www.hummel.com.br www.iguacumec.com.br www.incopel.com.br www.iesa.com.br www.inpro-electric.com.br www.irmaosabage.com.br www.jfautomacao.com.br www.kitframe.com www.konextop.com.br www.legrandgroup.com.br www.lojaeletrica.com.br www.lucelengenahria.com.br www.luzville.com.br www.maex.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.mcrferramentas.com.br www.mecatron.ind.br www.metalaser.com.br www.brum.com.br www.metta.ind.br www.montereletrica.com.br www.moratori.com.br www.multhiplos.com.br

Principal canal de vendas

Distribuidores /Atacadistas

Site

0800 595 6565 41 3677 5352 11 4752 9900 47 3374 6300 31 3389 6500 31 3486 1166 41 2109 8800 11 2136 9090 11 4191 3144 15 3322 7035 43 3401 1000 11 4555 1225 16 3303 1888 12 3627 8000 41 3371 5600 62 3293 1560 11 4613 4555 47 3328 2791 0800 11 8008 31 3218 8190 41 3288 6040 47 3145 4600 19 3455 5266 54 4009 5255 11 4176 7878 11 2412 6394 31 3073 1180 11 4368 7828 19 3404 3835 31 3368 7300 11 4487 6760 32 3311 5540 11 2724 6333

Principal segmento de atuação

Residencial

Telefone

GE DO BRASIL GERALUX SOLAR GIMI GRAMEYER GRUPO CEI GRUPO EGOM HDS HELLERMANN TYTON HOLEC HUMMEL IGUAÇUMEC INCOPEL INEPAR INPRO ELECTRIC IRMÃOS ABAGE JF AUTOMAÇÃO KITFRAME SYSTEM KONEXTOP BRAZIL LEGRAND LOJA ELETRICA LUCEL ENGENAHRIA LUZVILLE ENGENHARIA MAEX ENGENHARIA MAGNANI MAGNET MCR FERRAMENTAS MECATRON METALASER PAINÉIS ELÉTRICOS METALURGICA BRUM METTA SOLUÇÕES ELÉTRICAS MON-TER MORTATORI MULTHIPLOS

Distribuidora

EMPRESA

Fabricante

Empresa

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Quadros, painéis e montadores

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Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?

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Oferece treinamento técnico para os clientes

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Importa produtos acabados

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Exporta produtos acabados

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Possui programa na área de responsabilidade social

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Possui certificado ISO 14000

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Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

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Possui certificado ISO 9001

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Outros

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Telemarketing

SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SC SP RS MG SP SP SP SP SP SP SP RJ SP SP SP MG MG SP

Venda direta ao cliente final

Estado

Revendas / Varejistas

Diadema São Paulo Sorocaba São Paulo Ribeirão Preto São Paulo São Paulo Boituva Aruja São Paulo São Paulo Itibaia Guarulhos Sorocaba Schroeder Guarulhos Cachoeirinha Belo Horizonte São Paulo Osasco Caieiras Santo André São José do Rio Preto São Paulo São Paulo Rio de Janeiro Atibaia São Paulo Campinas Contagem Pedro Lepoldo São Paulo

Principal canal de vendas

Distribuidores /Atacadistas

Cidade

www.novemp.com.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.ormazabal.com www.paineil.ind.br www.panduit.com www.patecpaineis.com.br www.pentair.com.br www.phaynell.com.br www.phoenixcontact.copm.br www.pqs.com.br www.pressmat.com.br www.propainel.com.br www.proautomacao.com.br www.progressul.com.br www.projcam.com.br www.qtequipamentos.com.br www.qualimontec.com.br www.qually.com.br www.rdibender.com.br www.reimold.com.br www.renetec.com.br www.rio-tech.com.br www.rittal.com.br www.rockwellautomation.com.br www.rosalealrj.com.br www.scame.com.br www.schneider-electric.com.br www.selinc.com www.sempel.com.br www.empresassenior.com.br www.siemens.com.br

5300 5777 1382 2900 1966 2353 3399 2100 0066 6400 5595 7878 1314 7400 0123 1564 6614 2810 4032 6260 3554 1999 0500 2377 9500 9850 2646 5400 2040 6200 8864 9484

Residencial

Site

11 4093 11 2122 15 3335 11 5070 16 3226 11 3613 11 2917 11 5104 11 4652 11 3871 11 3681 11 4534 11 2499 15 3031 47 3054 11 2411 51 2117 31 3441 11 2832 11 3602 11 3904 11 4991 17 4009 11 3622 11 5189 21 3161 11 4402 11 2165 19 3515 31 3328 31 3662 0800 11

Principal segmento de atuação

Comercial

Telefone

NOVEMP NUTSTEEL OBO BETTERMANN ORMAZABAL PAINEL PANDUIT PATEC PENTAIR- TAUNUS PHAYNELL DO BRASIL PHOENIX CONTACT PQS PRESS MAT PRO PAINEL PROAUTO PROGRESSUL ENGENHARIA PROJCAM FERRAMENTAS QT EQUIPAMENTOS QUALIMONTEC QUALLY RDI-BENDER REIMOLD RENETEC RIO-TECH RITTAL ROCKWELL AUTOMATION ROSA LEAL PAINEIS SCAME SCHNEIDER ELECTRIC BRASIL SEL SEMPEL SENIOR EQUIPAMENTOS SIEMENS

Distribuidora

EMPRESA

Fabricante

Empresa

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

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Industrial

Pesquisa

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X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?

Importa produtos acabados

X X X X X X X X X X X

Oferece treinamento técnico para os clientes

X X X X X X X X X X

X

X

X X X X X X X

X X X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

X

X X X X X

X

X

Exporta produtos acabados

X

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X X X X X X X X

Possui programa na área de responsabilidade social

X

X X X X

X X X X X X X X X X X X

Possui certificado ISO 14000

X X

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Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

X

Outros

X

Possui certificado ISO 9001

X X

Telemarketing

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Venda direta ao cliente final

RJ SP RS SP SP SC SP SP SP RJ SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SC SP

Revendas / Varejistas

Estado

Principal canal de vendas

Distribuidores /Atacadistas

São João de Meriti Carapicuíba Farroupilha São Paulo São Paulo Joinville São Paulo Boituva Diadema Rio de Janeiro São Paulo Joinville Carapicuíba São Paulo Piracicaba Itaquaquecetuba São Paulo Diadema São José do Rio Preto Jundiaí Jaraguá do Sul Araras

Residencial

Cidade

www.sigeral.com.br www.siner.com.br www.soprano.com.br www.steckgroup.com www.strahl.com www.taf.ind.br www.targetautomacao.com.br www.tascoltda.com.br www.tecmedpaineis.com.br www.tecnac.com.br www.telbra.com.br www.tigre.com.br www.transfersistemas.com.br www.trexcon.com.br www.varixx.com.br www.vepan.com.br www.vlindustria.com.br www.vmgeletrica.com.br www.vrpaineis.com.br www.wago.com.br www.weg.net www.zettatecck.com.br

Comercial

Site

21 2751 5618 11 4181 6999 54 2109 6000 11 2248 7000 11 2818 3838 47 3441 9100 11 5616 9160 0800 770 3171 11 4092 7220 21 2270 2531 11 2946 4646 0800 707 4700 11 4189 9700 11 3855 3360 19 3301 6900 11 4645 2141 11 2832 4000 11 5671 2591 17 4009 5100 11 4591 0199 47 3276 4000 19 3321 8400

Principal segmento de atuação

Industrial

Telefone

SIGERAL SINER SOPRANO STECK STRAHL TAF TARGET AUTOMAÇÃO TASCO TEC MED TECNAC DO BRASIL TELBRA EX TIGRE TRANSFER SISTEMAS TREXCON VARIXX VEPAN VL INDUSTRIA VMG VR PAINÉIS ELÉTRICOS WAGO BRASIL WEG ZETTATECCK

Distribuidora

EMPRESA

Fabricante

Empresa

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Quadros, painéis e montadores

O Setor Elétrico / Abril de 2014

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Outros

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Acessórios e ferragens em geral para painéis

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Cubículos

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Quadros de Distribuição

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Armários Modulares

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Outros

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Quadros para medidores de energia

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Quadros para áreas classificadas (Ex)

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Quadros de automação

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Tipos de invólucros (caixas vazias)

Mesas de comando

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Cabines primárias

SP SC SP SP SP SP SP SP SC ES PR PR SP RS SP RS MG RS MG SP RJ SP PR SP SP MG SP SP SP SP PR SP SP

Cabines de barramentos

Estado

Cubículos MT

Osasco Caçador Guarulhos Barueri São Paulo Santa Bárbara D'oeste Ribeirão Preto São Paulo Schroeder Serra Curitiba Curitiba São Paulo Porto Alegre São Paulo Caxias do Sul Itajubá Porto Alegre Para de Minas São Paulo Valença Guarulhos Almirante Tamandaré Nova Odessa Vargem Grande Paulista Contagem Votorantim Pindamonhangaba Santana de Parnaiba São Paulo Curitiba São Paulo Jundiaí

Centro de controle de motores (CCM)

Cidade

www.abb.com.br www.abcm.com.br www.acabine.com.br www.adelco.com.br www.adrtecnologia.com.br www.afap.com.br www.agtech.eng.br www.alltexequipamentos.com.br www.ambos.com.br www.andaluz.ind.br www.arteche.com www.arteche-inael.com.br www.aselco.com.br www.eletroatlanta.com.br www.atomoengenharia..com.br www.automatus.net www.balteau.com.br www.bcmautomação.com.br www.bcmeletricidade.com.br www.beghim.com.br www.brval.com.br www.grupobtm.com.br www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.comsystel.com.br www.conecta-mg.com www.crouse-hinds.com.br www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.dmapaineiseletricos.com.br www.dutoplast.com.br www.eaton.com.br

Quadros para partida de motores em MT

Site

0800 014 9111 49 3563 1016 11 2842 5252 11 4199 7500 11 3903 6737 19 3464 5650 16 3967 9200 11 5562 0450 47 3374 0829 27 3041 6766 41 2106 1899 41 2106 1899 11 3017 3131 51 3367 1899 11 2225 0265 54 3218 7700 35 3629 5500 51 3374 3899 37 3232 6788 11 2942 4500 21 3637 4646 11 2413 2090 41 3699 8400 19 3466 8600 11 4158 8440 31 3329 4520 15 3353 7070 12 3642 9006 11 4705 3133 11 5511 2452 41 3528 5677 11 2524 9055 11 4525 7001

Cubículos tipo Metal-Clad

Telefone

ABB ABCM ELETROTÉCNICA ACABINE ADELCO ADR TECNOLOGIA AFAP AGTECH SISTEMAS ALLTEX AMBOS ANDALUZ ARTECHE EDC ARTECHE INAEL ASELCO ATLANTA ÁTOMO ENGENHARIA AUTOMATUS BALTEAU BCM AUTOMAÇÃO BCM ELETRICIDADE BEGHIM BRVAL BTM ELETROMECÂNICA CAESA CARTHOM'S COMSYSTEL CONECTA ELETRICIDADE CROUSE-HINDS BY EATON DBTEC DELTA CANALETAS DHF DMA PAINÉIS ELÉTRICOS DUTOPLAST EATON

Quadros de distribuição de luz

EMPRESA

Quadros de distribuição de força

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

CCM

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Pesquisa

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Acessórios e ferragens em geral para painéis

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Cubículos

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Quadros de Distribuição

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CCM

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Caixas de medição

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Armários Modulares

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Outros

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Quadros para medidores de energia

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Mesas de comando

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Quadros de automação

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Cabines primárias

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Tipos de invólucros (caixas vazias)

Quadros para áreas classificadas (Ex)

SP SP SP MG SP MG RJ MG SC PR PR SP PR PR PR SP SP SP RS SP RS SP

Cabines de barramentos

Estado

Cubículos MT

Cidade São Paulo Nova Odessa São Paulo Contagem Limeira Belo Horizonte Rio de Janeiro Contagem Corupá Cornélio Procópio São José dos Pinhais São Bernardo do Campo Campo Largo Curitiba Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo Panambi Guarulhos São Leopoldo Jandira

Centro de controle de motores (CCM)

Site www.ebmmontagens.com.br www.edriver.com.br www.efacec.com www.eletribras.com.br www.eletrizante.com.br www.eletropainelmg.com.br www.eletromar.com.br www.eletromecap.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.elos.com.br www.encomel.com.br www.enerbras.com.br www.enercon.ind.br www.engelco.com.br www.engt.com.br www.esa.com.br www.fasorial.com.br www.fockink.ind.br www.fortlight.com.br www.frontec.com.br www.gctecautomacao.com.br

Quadros para partida de motores em MT

11 3648 7700 19 3466 6602 11 5591 1999 31 3361 1636 19 3453 5457 31 3377 4850 0800 724 2437 31 3361 1081 47 3375 6700 43 3520 5000 41 3383 9290 11 4056 5569 41 2111 3000 41 3268 7920 41 3239 7400 11 4168 4646 11 5562 8866 11 5058 1583 55 3375 9500 11 2087 6000 0800 704 2477 11 4772 4400

Cubículos tipo Metal-Clad

Telefone

EBM E-DRIVER EFACEC ELETRIBRAS ELETRIZANTE ELETRO PAINEL ELETROMAR ELETROMECAP ELETROPOLL ELETROTRAFO ELOS ENCOMEL ENERBRAS ENERCON ENGELCO ENGETECH ESA FASORIAL FOCKINK FORTLIGHT FRONTEC GCTEC

Quadros de distribuição de luz

EMPRESA

Quadros de distribuição de força

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

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Quadros, painéis e montadores

O Setor Elétrico / Abril de 2014

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Cubículos

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Armários Modulares

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Quadros para medidores de energia

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Mesas de comando

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Quadros para áreas classificadas (Ex)

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Quadros de automação

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Cabines primárias

X X X X X X X

Tipos de invólucros (caixas vazias)

Quadros de Distribuição

MG PR SP SC MG MG PR SP SP SP PR SP SP SP PR GO SP SC SP MG PR SC SP RS SP SP MG SP SP MG SP MG SP

Cabines de barramentos

Estado

Cubículos MT

Contagem Curitiba Suzano Schroeder Belo Horizonte Belo Horizonte Pinhais Jundiaí Boituva Tatui Cornélio Procópio Mauá Araraquara Taubaté Curitiba Goiania Cotia Indaial São Paulo Belo Horizonte Curitiba Joinville Santa Bárbara D'oeste Caxias do Sul São Bernardo do Campo Guarulhos Betim São Bernardo do Campo Limeira Contagem Itatiba Juiz de Fora São Paulo

Centro de controle de motores (CCM)

Cidade

Quadros para partida de motores em MT

Site www.geindustrial.com.br www.grupogeralux.com.br Www.gimi.com.br www.grameyer.com.br www.grupocei.com.br www.egom.ind.br www.hdspr.com.br www.hellermanntyton.com.br www.holec.com.br www.hummel.com.br www.iguacumec.com.br www.incopel.com.br www.iesa.com.br www.inpro-electric.com.br www.irmaosabage.com.br www.jfautomacao.com.br www.kitframe.com www.konextop.com.br www.legrandgroup.com.br www.lojaeletrica.com.br www.lucelengenahria.com.br www.luzville.com.br www.maex.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.mcrferramentas.com.br www.mecatron.ind.br www.metalaser.com.br www.brum.com.br www.metta.ind.br www.montereletrica.com.br www.moratori.com.br www.multhiplos.com.br

Cubículos tipo Metal-Clad

Telefone 0800 595 6565 41 3677 5352 11 4752 9900 47 3374 6300 31 3389 6500 31 3486 1166 41 2109 8800 11 2136 9090 11 4191 3144 15 3322 7035 43 3401 1000 11 4555 1225 16 3303 1888 12 3627 8000 41 3371 5600 62 3293 1560 11 4613 4555 47 3328 2791 0800 11 8008 31 3218 8190 41 3288 6040 47 3145 4600 19 3455 5266 54 4009 5255 11 4176 7878 11 2412 6394 31 3073 1180 11 4368 7828 19 3404 3835 31 3368 7300 11 4487 6760 32 3311 5540 11 2724 6333

Quadros de distribuição de luz

EMPRESA GE DO BRASIL GERALUX SOLAR GIMI GRAMEYER GRUPO CEI GRUPO EGOM HDS HELLERMANN TYTON HOLEC HUMMEL IGUAÇUMEC INCOPEL INEPAR INPRO ELECTRIC IRMÃOS ABAGE JF AUTOMAÇÃO KITFRAME SYSTEM KONEXTOP BRAZIL LEGRAND LOJA ELETRICA LUCEL ENGENAHRIA LUZVILLE ENGENHARIA MAEX ENGENHARIA MAGNANI MAGNET MCR FERRAMENTAS MECATRON METALASER PAINÉIS ELÉTRICOS METALURGICA BRUM METTA SOLUÇÕES ELÉTRICAS MON-TER MORTATORI MULTHIPLOS

Quadros de distribuição de força

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

CCM

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Caixas de medição

Pesquisa

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Quadros, painéis e montadores

O Setor Elétrico / Abril de 2014

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Quadros de Distribuição

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Outros

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Quadros para medidores de energia

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Tipos de invólucros (caixas vazias)

Mesas de comando

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Quadros para áreas classificadas (Ex)

Quadros de automação

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Cabines primárias

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Cabines de barramentos

X X

Cubículos MT

Cidade Estado X Diadema SP X São Paulo SP Sorocaba SP X São Paulo SP Ribeirão Preto SP São Paulo SP X São Paulo SP X Boituva SP X Aruja SP São Paulo SP X São Paulo SP Itibaia SP X Guarulhos SP X Sorocaba SP X Schroeder SC Guarulhos SP X Cachoeirinha RS X Belo Horizonte MG X São Paulo SP X Osasco SP Caieiras SP X Santo André SP X São José do Rio Preto SP X São Paulo SP X São Paulo SP X Rio de Janeiro RJ X Atibaia SP X São Paulo SP Campinas SP X Contagem MG X Pedro Lepoldo MG X São Paulo SP

Centro de controle de motores (CCM)

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Quadros para partida de motores em MT

Telefone 11 4093 5300 11 2122 5777 15 3335 1382 11 5070 2900 16 3226 1966 11 3613 2353 11 2917 3399 11 5104 2100 11 4652 0066 11 3871 6400 11 3681 5595 11 4534 7878 11 2499 1314 15 3031 7400 47 3054 0123 11 2411 1564 51 2117 6614 31 3441 2810 11 2832 4032 11 3602 6260 11 3904 3554 11 4991 1999 17 4009 0500 11 3622 2377 11 5189 9500 21 3161 9850 11 4402 2646 11 2165 5400 19 3515 2040 31 3328 6200 31 3662 8864 0800 11 9484

Cubículos tipo Metal-Clad

NOVEMP NUTSTEEL OBO BETTERMANN ORMAZABAL PAINEL PANDUIT PATEC PENTAIR- TAUNUS PHAYNELL DO BRASIL PHOENIX CONTACT PQS PRESS MAT PRO PAINEL PROAUTO PROGRESSUL ENGENHARIA PROJCAM FERRAMENTAS QT EQUIPAMENTOS QUALIMONTEC QUALLY RDI-BENDER REIMOLD RENETEC RIO-TECH RITTAL ROCKWELL AUTOMATION ROSA LEAL PAINEIS SCAME SCHNEIDER ELECTRIC BRASIL SEL SEMPEL SENIOR EQUIPAMENTOS SIEMENS

Quadros de distribuição de luz

EMPRESA

Quadros de distribuição de força

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

CCM

104

Caixas de medição

Pesquisa

X X

X

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X

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X X X X

X X X X

X X X

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X X X X X X

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X X X X X X X X X X

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X

X

X

X X

X X X

X X

X X X

X

X X


105

O Setor Elétrico / Abril de 2014

X

X X X X

X X X X

X X X X

X X X X X

X X X X X X

X X X X X X

X X X X

X X X X

X X X X

X

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X X X X X X X X X X X

X

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X X

X X

X X

X X

X

X

X

X

X X X X

X

X X

X X X X X X X

X X X

Outros

X X

Acessórios e ferragens em geral para painéis

X

Cubículos

X

Quadros de Distribuição

X

CCM

X

Caixas de medição

X

Armários Modulares

X X

Outros

Quadros para áreas classificadas (Ex)

X X

Quadros para medidores de energia

Quadros de automação

X X

Tipos de invólucros (caixas vazias)

Mesas de comando

Cabines primárias

Estado RJ SP RS SP SP SC SP SP SP RJ SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SC SP

Cabines de barramentos

São João de Meriti Carapicuíba Farroupilha São Paulo São Paulo Joinville São Paulo Boituva Diadema Rio de Janeiro São Paulo Joinville Carapicuíba São Paulo Piracicaba Itaquaquecetuba São Paulo Diadema São José do Rio Preto Jundiaí Jaraguá do Sul Araras

Cubículos MT

Cidade

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Quadros para partida de motores em MT

21 2751 5618 11 4181 6999 54 2109 6000 11 2248 7000 11 2818 3838 47 3441 9100 11 5616 9160 0800 770 3171 11 4092 7220 21 2270 2531 11 2946 4646 0800 707 4700 11 4189 9700 11 3855 3360 19 3301 6900 11 4645 2141 11 2832 4000 11 5671 2591 17 4009 5100 11 4591 0199 47 3276 4000 19 3321 8400

Cubículos tipo Metal-Clad

Telefone

Quadros de distribuição de luz

EMPRESA SIGERAL SINER SOPRANO STECK STRAHL TAF TARGET AUTOMAÇÃO TASCO TEC MED TECNAC DO BRASIL TELBRA EX TIGRE TRANSFER SISTEMAS TREXCON VARIXX VEPAN VL INDUSTRIA VMG VR PAINÉIS ELÉTRICOS WAGO BRASIL WEG ZETTATECCK

Quadros de distribuição de força

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)

X

X

X

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X

X X

X

X X

X

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X X

X X

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X X X

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X X X

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X X X

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X

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X X

X X


Tarifação

106

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Impacto da microgeração e da tarifa branca nos sistemas de baixa tensão Estudo

leva em conta a viabilidade técnica, econômica e a qualidade da energia, sem a necessidade de gerenciamento de carga por parte dos consumidores Por Laura Callai, Daniel Bernardon e Alzenira Abaide*


107

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Atualmente, muito tem se falado

relação ao conceito das redes inteligentes,

de carga típica de um consumidor

a respeito de como os sistemas de

por meio dos medidores inteligentes, vai

residencial e fontes de microgeração.

distribuição de energia elétrica devem ser

ser a tarifa branca.

O principal resultado analisado é a

no futuro. Nesse sentido, foi cunhado o

viabilidade econômica e técnica quanto

termo smart grid para definir como essa

tarifários: posto de ponta, intermediário e

à

nova rede deve se comportar, ou seja, de

fora de ponta. Essa nova resolução tarifária da

explorando a tarifa branca, sem alterar os

maneira esperta ou inteligente.

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

hábitos de consumo dos clientes. Além da

Smart grid é a rede elétrica que utiliza

vem incentivar a diminuição do consumo

análise de viabilidade econômica também

tecnologia digital avançada para monitorar

de energia elétrica nos horários em que o

são analisados os impactos da conexão

e gerenciar o transporte de eletricidade

sistema é mais utilizado (posto de ponta).

de microgeração quanto à qualidade de

em tempo real com fluxo de energia e

Isso faz com que, nestes horários, o custo

energia elétrica nos sistemas elétricos,

de informações bidirecionais entre o

de energia elétrica seja mais elevado do que

como análise das perdas e os níveis de

sistema de fornecimento de energia e o

nos horários em que ela é menos crítica para

tensão utilizando o software ATPDraw.

cliente final. Dessa maneira, proporciona

os sistemas elétricos (horário fora-ponta).

As principais contribuições deste

ao consumidor informações sobre o seu

Devido aos diferentes preços de tarifas, o

trabalho são as seguintes:

consumo, tarifa, qualidade do serviço e do

consumidor pode gerenciar seu sistema para

produto recebido em tempo real.

que haja uma redução de custos.

• estudo sobre a nova resolução tarifária

– tarifa branca;

A área da distribuição de energia será

A tarifa branca é composta por três postos

A microgeração pode ser compreendida

implementação

de

microgeração

a mais beneficiada pela tecnologia smart

como a geração elétrica realizada junto

• estudo de inserção de microgeração na

grid, principalmente pela aplicação dos

ou próxima aos consumidores, podendo

rede de distribuição de baixa tensão;

medidores inteligentes. Um único medidor

contribuir para reduzir as perdas elétricas,

• estudo de viabilidade da inserção

vai ser capaz de registrar a energia

aliviar o congestionamento nas linhas de

de microgeração com a utilização da

consumida e a energia gerada em um ponto

transmissão, melhorar o perfil de tensão,

tarifa branca, sem a necessidade de os

de conexão. Esse sistema de compensação

melhorar a estabilidade do sistema e

consumidores mudarem seus hábitos de

de energia é internacionalmente conhecido

reduzir os custos da eletricidade para o

consumo;

como Net Metering.

consumidor final.

• estudo sobre o impacto da inserção de

O Net Metering consiste na medição

do fluxo de energia em uma unidade

Hybrid Optimization Model for Eletric

consumidora com pequena geração, por

Renewables

meio de medidores bidirecionais. Uma das

modelagens e simulações, considerando

primeiras medidas a serem tomadas em

a tarifa convencional, branca, curva

Com

a

utilização

do

(Homer), são

software

microgeração nos sistemas elétricos.

Tarifa branca

realizadas

A estrutura tarifária atual aplicada ao


Tarifação

108

O Setor Elétrico / Abril de 2014

consumidor residencial consiste na soma

referências), a estrutura tarifária proposta

tarifa no posto fora de ponta;

de duas componentes tarifárias:Tarifa de

para o grupo B está apresentada na

• Para o posto tarifário fora de ponta

Uso do Sistema de Distribuição (TUSD)

Figura 1. Esta tarifa se estenderá aos

será equivalente a 55% do valor da TUSD

e Tarifa de Energia (TE). A primeira

consumidores residenciais, comerciais,

– modalidade tarifária convencional

é relativa ao faturamento mensal de

industriais e de áreas rurais, exceto para

monômia aplicada à baixa tensão.

usuários do sistema de distribuição

iluminação pública e subclasse baixa renda.

pelo seu uso. A segunda refere-se ao faturamento mensal de consumo de

Modalidades tarifárias

De acordo com a Figura 2, pode-se

determinar os gastos com o consumo

energia da unidade consumidora, as

Utilizando as tarifas de aplicação

de energia elétrica, tanto na modalidade

duas são dadas em R$/MWh.

da concessionária Copel, do Paraná,

convencional como na tarifa branca.

Na tarifa convencional, os usuários

foi feito um comparativo entre a tarifa

Quando o consumo de energia elétrica

pagam

tarifa

convencional e a tarifa branca em relação

com a modalidade tarifária branca for

independentemente das horas do dia.

aos seus custos, como mostra a Figura 2.

todo no horário de ponta, o custo com

o

mesmo

preço

de

Com a nova resolução tarifária da Aneel

energia elétrica será 100% maior do que

– que traz como incentivo o consumo

com a tarifa convencional.

de energia elétrica nos horários em que

Para que o consumidor não tenha

o sistema é menos utilizado para os

que modificar seus hábitos de acordo

consumidores em baixa tensão – a tarifa

com as horas do dia, verificar se

é composta por três postos tarifários,

poderá ou não utilizar a energia em um

detalhados a seguir:

determinado horário, é possível associar a tarifa branca com a microgeração. horas

Com a utilização da microgeração,

consecutivas diárias com exceção de

a energia proveniente da microgeração

Ponta:

período

de

três

sábados, domingos e feriados nacionais;

Figura 2 – Modalidades tarifárias.

será priorizada para ser utilizada nos horários de ponta e intermediário,

• Intermediária: período formado pela hora imediatamente anterior e pela hora

A TUSD na modalidade tarifária

em que o custo de energia da rede é

imediatamente posterior ao horário de

branca será estabelecida pela Aneel e

bem mais alto. Fazendo com que o

ponta, totalizando duas horas diárias;

terá os seguintes valores:

consumo da energia elétrica pela rede se concentre no horário fora de ponta,

• Fora ponta: período composto pelas 19 horas complementares aos períodos

• Para o posto tarifário ponta será

em que o preço da tarifa branca é

de ponta e intermediário, bem como os

equivalente a cinco vezes o valor da

menor do que a da tarifa convencional,

sábados, domingos e feriados.

tarifa no posto fora de ponta;

diminuindo os custos com consumo

• Para o posto tarifário intermediário

de energia elétrica em torno de 14%.

será equivalente a três vezes o valor da

Com a utilização da microgeração na

De acordo com a nota técnica (ver

tarifa branca o tempo de retorno do investimento em microgeração será bem menor do que com a tarifa convencional, alavancando assim a utilização da mini e microgeração distribuída.

Microgeração A

regulamentação

minigeração Figura 1 – Modalidade tarifária do Grupo B. EP: Energia de ponta (MWh) EI: Energia intermediária (MWh) EFP: Energia fora de ponta (MWh) E: Energia (MWh)

conectada

da à

micro

e

rede

de

energia elétrica pela Aneel trouxe como objetivo principal incentivar a inserção da geração junto aos centros de carga e fomentar a utilização de fontes


109

O Setor Elétrico / Abril de 2014

renováveis. A

tecnologia

da

microgeração

inclui os sistemas eólicos, sistemas fotovoltaicos, microturbinas, sistemas de

cogeração,

hidrelétricas,

micro

e

pequenas

biomassa,

células

a

poderão,

de

combustível, etc. Os

consumidores

forma facilitada, construir suas próprias instalações de geração de energia para suprir parte ou todo de seu consumo, mantendo a conexão com a distribuidora para receber da rede pública o serviço de energia quando do não funcionamento ou do funcionamento parcial de seu gerador. Havendo excesso de geração, estes kWh excedentes poderão ser injetados no sistema da distribuidora de energia e serem utilizados para suprir outros clientes. Com a possibilidade de se difundir a microgeração, torna-se possível a utilização dessa geração para o consumo nos horários em que a tarifa tem seus maiores valores, ou seja, nos horários de ponta, fazendo com que haja uma redução nos gastos dos consumidores quando

comparada

com

a

tarifa

convencional, em que todos os horários têm o mesmo preço. Com essa redução diminui-se também o tempo de retorno do investimento da microgeração. No

Brasil,

acredita-se

que

uma tendência natural de se difundir rapidamente o uso da minigeração e microgeração e, consequentemente, de se reduzir os custos de implantação dessas novas tecnologias de geração, implicando

um

ciclo

virtuoso

da

disseminação da microgeração. Energia eólica Foi

realizada

velocidade

média

uma

análise

da

dos

ventos,

na

região em que se pretende inserir a microgeração, obtendo assim os valores encontrados na Figura 3.


Tarifação

110

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Figura 3 – Velocidade dos ventos.

Com uma média anual de 4,7 m/s, escolheu-se a turbina eólica WorkWind, com

uma potência de geração de 2 kW em corrente contínua. Na Figura 4, pode-se observar a curva de potência desta turbina.

Figura 4 – Curva de potência da turbina escolhida.

As faixas de capacidades disponíveis comercialmente são de 1 kW a 200 MW,

sendo o custo do investimento por kW de US$ 3.000 aproximadamente. Energia solar

Na região considerada a radiação solar diária é mostrada na Figura 5.

Figura 5 – Radiação solar.


111

O Setor Elétrico / Abril de 2014

A radiação solar tem uma média anual

dia, porém, com o desafio de mudar seus

de 6 kWh/m²/d. Os geradores solares

hábitos de consumo para que represente

fotovoltaicos disponíveis comercialmente

uma economia na sua conta de energia

têm uma faixa de capacidade de 1 kW a

elétrica.

2 MW, com um custo de investimento de

Isso não é trivial, visto que implica

US$ 7.000 por kW.

toda

uma

mudança

sociocultural.

Assim, a proposta deste trabalho é

Impacto da microgeração na qualidade de energia

explorar a inserção de microgeração nos consumidores residenciais de baixa tensão aliado ao uso da tarifa branca,

A conexão de microgeração no

mas mantendo seus mesmos hábitos

sistema elétrico de uma distribuidora

de consumo. Ou seja, é verificada

interfere

a

sensivelmente

nas

perdas

viabilidade

técnica

e

econômica

elétricas. Seu efeito positivo ou negativo

da instalação de microgeração nos

depende do nível de tensão e da topologia

consumidores,

do sistema.

diferentes preços de tarifa horária, e

A microgeração pode reduzir custos,

mantendo a mesma curva de carga,

melhorar a confiabilidade e reduzir o

sendo também avaliado o impacto da

impacto ambiental provocado por usinas

microgeração na qualidade de energia

de grande porte. Com a utilização da

elétrica, tanto relacionada às perdas

microgeração se tem uma economia em

como nos níveis de tensão.

investimentos, alívio no congestionamento

nas linhas de transmissão, melhoria no

considerados

perfil de tensão e na estabilidade do

micro turbinas eólicas, em associação com

sistema, além de redução de custos em

acumuladores de energia e conversores. A

eletricidade para o consumidor final.

utilização da microgeração é prioridade

considerando

os

Como fontes de microgeração, foram painéis

fotovoltaicos

e

para o horário de ponta, de modo que o

Metodologia proposta

consumo pela rede de energia elétrica se concentre nos horários fora de ponta, em que a tarifa branca é menor que a tarifa

Software Homer O trabalho é desenvolvido analisando

convencional.

a nova resolução tarifária, que traz como

vantagem ao consumidor os diferentes

de rede com a configuração mostrada na

preços de tarifa ao longo das horas do

Figura 6.

Para tanto, é desenvolvido um modelo

Figura 6 – Diagrama esquemático do sistema.


Tarifação

112

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Figura 7 – Diagrama do sistema em estudo utilizando o software Homer.

Para a realização das simulações

de baterias e inversores. Pretende-se

foi

estudar o sistema conectado à rede de

utilizado

o

Software

Homer,

considerando a tarifa branca e a tarifa

energia.

convencional. O Software Homer é

um modelo de otimização de sistemas

o sistema em estudo é demonstrada na

híbridos de energia que foi desenvolvido

Figura 8.

com o objetivo de prever a configuração

de sistemas descentralizados, avaliando

que, durante a madrugada, a demanda

um grande número de alternativas na

consumida é bem baixa, tendo seus

busca pela melhor solução. A ideia é

maiores

identificar o sistema de menor custo

ponta, entre 18h e 21h. O Homer

capaz de suprir a demanda de energia

permite definir parâmetros de cada

elétrica do sistema em estudo.

equipamento,

O

diagrama

do

sistema

em

A curva de carga considerada para

Pela análise da Figura 8 percebe-se

valores

nos

assim

horários

como

de

seus

recursos primários de energia.

estudo está sendo demonstrado na

A Tabela 1 mostra os custos para

Figura 7, sendo composto de painéis

cada potência considerada.

fotovoltaicos, geradores eólicos, banco

Software ATPDraw

Figura 8 – Perfil diário da carga.



Tarifação

114

O Setor Elétrico / Abril de 2014

7, foram simulados vários cenários

Tabela 1 - Potência e custos dos equipamentos

Potência

Capital

Substituição

Operação

operacionais,

(kW)

(US$)

(US$)

(US$/ano)

convencional e a tarifa branca. Também

Eólica

2

6000

2000

100

foi considerada a alternativa de tarifa

Solar

1

7000

7000

200

branca com inserção de microgeração,

Conversor

1

900

900

0

mantendo sempre a mesma curva de

Bateria

6kWh

300

300

0

carga dos consumidores. Os resultados

Fonte

utilizando

a

tarifa

dessas simulações são apresentados na

Para a obtenção dos valores de perdas

Pela análise da Figura 10, tem-se

e níveis de tensão, utilizou-se o software

quatro consumidores conectados na

ATPDraw. Para simulação do sistema,

rede de distribuição (Carga 1, Carga 2,

utilizou-se a tipologia 3 de rede de BT

Carga 3 e Carga 4) e um transformador

do módulo 7 dos Procedimentos de

de distribuição para análise das perdas

Distribuição de Energia Elétrica no Sistema

e níveis de tensão com a microgeração

Elétrico Nacional (Prodist). Foi feita a

são inseridas duas fontes, uma na carga

análise das perdas e dos níveis de tensão

1 e outra na carga 4.

Figura 11.

antes e após a inserção da microgeração, conforme mostra a Figura 9.

Resultados

Na Figura 10, está sendo mostrada

a rede de distribuição no software ATPDraw.

Software Homer Por meio do sistema da Figura

Figura 11 – Relação entre o custo de energia e a redução de preço.

O gráfico da Figura 11 faz o comparativo entre o custo da fatura mensal

de

modalidades

energia

elétrica

tarifárias

e

entre

também

considerando a redução de preço das fontes de microgeração. Percebe-se que o valor com a tarifa branca é bem maior do que com a tarifa convencional para o padrão de carga da Figura 8, ou seja, sem gerenciamento da carga. Para Figura 9 – Tipologia 3 de rede de baixa tensão.

que o valor da fatura de energia seja menor do que a convencional, sem modificação dos hábitos de consumo, é analisada a inserção de fontes de microgeração. Com a utilização da microgeração e tarifa branca, os valores de consumo de

energia

ainda

são

elevados,

principalmente em função dos preços atuais deste tipo de tecnologia. Tendo em vista que a fomentação de fontes renováveis vai crescer rapidamente nos próximos anos e com isso seu custo reduzirá, foram simulados cenários Figura 10 – Rede de distribuição no ATPDraw.

com esta sinalização.


115

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Figura 12 – Produção média de energia durante o ano.

Para o estudo de caso específico,

períodos, a carga é totalmente suprida

a solução de microgeração e tarifa

pela fonte, chegando a ter excessos de

branca só se torna viável com uma

energia ilustrados pelos picos em rosa.

redução de 45% nos custos atuais das

Em contrapartida, têm-se momentos

fontes. A produção média de energia

em que a fonte (eólica) não consegue

durante o ano é mostrada na Figura 12,

atender toda a carga, que pode ser

rede (azul) e energia eólica (verde).

visualizado pelo vale da curva de

Observa-se

que

a

geração

de

energia eólica obedece ao perfil de

geração da fonte (verde) no dia 31 de agosto.

vento na região considerada, tendo uma maior contribuição nos meses de

Software ATPDraw

agosto a novembro. Sendo no mês de

setembro a maior produção de energia

valores de tensões nas cargas. Na

eólica.

Figura 14, está sendo representada a

A fim de verificar a complemen­

forma de onda das cargas 1, 2, 3 e 4

taridade das fontes de energia para

sem a inserção da microgeração.

atender

à

carga, tomou-se

como

Pela Figura 10 foram obtidos os

Percebe-se que o valor de tensão é

exemplo final do mês de agosto e

de aproximadamente 250,54 V, havendo

começo do mês de setembro, em um

uma queda de tensão acentuada no

período de sete dias consecutivos. Na

final da rede de distribuição. Para a

Figura 13, é mostrada a carga (azul), a

adequação dos níveis de tensão, são

geração eólica (verde) e o excesso de

inseridas duas fontes de microgeração,

energia (rosa).

uma no consumidor 1 e outra no

Observa-se

que,

em

certos

consumidor 4.

Figura 13 – Carga, geração e excesso de energia.


Tarifação

116

O Setor Elétrico / Abril de 2014

redução de, aproximadamente, 23%. Comprovando que, com a inserção da microgeração, há uma diminuição significativa das perdas, bem como um aumento dos níveis de tensão no final da rede.

Conclusão Com os preços atuais das fontes de microgeração, a taxa de retorno para este tipo de investimento se dá em Figura 14 – Tensão na carga 1, carga 2, carga 3 e carga 4 sem microgeração.

Com a inserção da microgeração nas cargas 1 e 4, obtêm-se os níveis de tensão

apresentados nas Figuras 15 e 16. Nas cargas 1 e 4, o nível de tensão fica em aproximadamente 307,15 V, sendo que nas cargas 2 e 3 o nível de tensão fica em 291,64 V

longo prazo. Porém, é natural que com o aumento significativo de inserção de microgeração nos sistemas de distribuição e, consequentemente, o aumento de fornecedores, os preços tendam a se reduzir tornando sua implementação viável em curto e médio prazo. Os

resultados

práticos

mostram

que a utilização de microgeração e tarifa branca, sem alterar os hábitos de consumo dos clientes, reflete uma economia aos consumidores, com retorno de seus investimentos em médio prazo, principalmente considerando a redução dos preços de microgeração. Além da viabilidade econômica, a inserção de microgeração em sistemas de Figura 15 – Tensão na carga 1 e na carga 4 com a microgeração.

baixa tensão melhora os níveis de qualidade de energia elétrica, tanto na diminuição das perdas quanto na adequação aos níveis de tensão.

Referências • LEZAMA, J. M. L.; FELTRIN, A. P. Alocação e dimensionamento ótimo de geração distribuída em sistemas com mercados elétricos.Trabalho Completo apresentado no Congresso Brasileiro de Automática, 2008. Figura 16 – Tensão na carga 2 e na carga 3 com a microgeração.

Pela análise das Figuras 14, 15 e 16, observa-se que os níveis de tensão nas cargas

• ANEEL. Submódulo 7.3 – Cálculo das Tarifas de Aplicação (PRORET), 18 abr. 2012.

tiveram uma melhora significativa quando da inserção da microgeração, como mostra a

• BOCUZZI, C. V. Tecnologias de Smart Grid

Tabela 2.

no Brasil: avanços regulatórios e institucionais.

Disponível

Com a rede de distribuição da Figura 10, obteve-se os fluxos de potência nos

em: <http://www.ecoee.com.br/

trechos, bem como as perdas decorrentes da configuração sem a microgeração e com a

materias/Tecnologias_de_Smart_Grid_no_

microgeração, com a inserção da microgeração as perdas de potência ativa tiveram uma

Brasil_-.pdf>.


117

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Tabela 2 - Valores de tensão nas cargas

Diesel – Eólico Para um Hospital. Trabalho

Cargas

Tensão (p.u.) sem microgeração

Tensão (p.u.) com microgeração

apresentado no 7º Congresso Internacional

Carga 1

0,81

0,99

Sobre Geração Distribuída e Energia no Meio

Carga 2

0,81

0,94

Rural, 2008.

Carga 3

0,81

0,94

• ANEEL. Módulo 7 – Cálculo de perdas na

Carga 4

0,81

0,99

distribuição, 1 dez. 2011.

• ANEEL. Nota Técnica nº 311/2011 – SRE –

sistema de compensação de energia elétrica, e

SRD/ANEEL, 17 nov. 2011.

dá outras providências, 17 abr. 2012.

• ANEEL. Resolução Homologatória nº 1296

• MOTA, H. D. S. Análise Técnico Econômica

– Homologa resultado da terceira revisão

de Unidades Geradoras de Energia Distribuída

Universidade Federal de Santa Maria.

tarifária COPEL, de 19 jun. 2012.

– Dissertação de Mestrado. Instituto de

Daniel Pinheiro Bernardon é doutor

• MARTINS, C. C.; ASSIS, T. M. L.; TARANTO, G.

Pesquisas Energéticas e Nucleares, Autarquia

N. Análise do Impacto da Geração Distribuída

Associada à Universidade de São Paulo. São

em Sistemas Elétricos de Potência Através

Paulo, 2011.

Eletromecânica e Sistemas de Potência

de Simulação Rápida no Tempo. Trabalho

• SILVA, H. N. et al. Avaliação dos Impactos da

da Universidade Federal de Santa

Completo apresentado no Congresso Brasileiro

Geração Distribuída no Sistema Elétrico de

de Automática, 2004.

Média Tensão da Cemig Distribuição. Trabalho

Engenharia Elétrica pela Universidade

• ANEEL. Resolução Normativa nº 482 –

apresentado no XX Seminário Nacional de

Federal de Santa Maria e professora

Estabelece as condições gerais para o acesso

Distribuição de Energia Elétrica, 2012.

de microgeração e minigeração distribuída aos

• ALMEIDA, S. C. A. de; FREIRE, R. L. Geração de

sistemas de distribuição de energia elétrica, o

Energia Elétrica Através de um Sistema Híbrido

*Laura Lisiane Callai dos Santos é doutoranda do programa de PósGraduação de Engenharia Elétrica da

em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria e professor adjunto do Departamento de

Maria. Alzenira da Roda Abaide é doutora em

associada do Departamento de Eletromecânica e Sistemas de Potência da Universidade Federal de Santa Maria.


Aula prática

118

Barramentos blindados

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Barramentos blindados: assim a eletricidade viaja por uma autoestrada Parte 2 – Características técnicas normativas aplicáveis aos barramentos blindados Por Nunziante Graziano*


119

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Os barramentos são usados não

dos

que lidam com o comportamento sob

apenas para alimentação e distribuição

barramentos podem ser equipamentos

fogo são variadas e são destinadas

de energia em edifícios residenciais,

parcialmente sujeitos aos ensaios de

principalmente

comerciais,

agrícolas

de

derivação

para

soluções

de

e

tipo. Eles podem conter componentes,

cabo, mas a ABNT NBR IEC 60439-2

industriais, mas também podem ser

como os dispositivos de proteção

padroniza

usados para sistemas de iluminação e

(como

comportamento sob fogo para os

de potência.

fusíveis,

Os

públicos,

Unidades

barramentos

fusíveis,

interruptor

disjuntores,

com

interruptores

os

requisitos

barramentos

blindados.

para A

o

seguir

blindados

de fuga à terra, etc.); equipamentos

estão listados os principais requisitos

têm tratamento normativo que se

de comunicação ou controle remoto

da norma no que diz respeito ao

assemelha ao padrão de quadros

como contatores, tomadas de corrente

comportamento sob fogo;

TTA e eles devem ser totalmente

eletrônico e outros dispositivos de

• A resistência dos materiais ao calor

testados por ensaios de tipo e de

ligação;

anormal:

rotina

dos

• Valores de resistência, reatância e

que

elementos retilíneos, são aplicáveis

impedância do sistema: o fabricante

barramentos blindados devem ser

ensaios aos elementos de ramificação,

deve indicar, além dos valores de

submetidos ao teste, chamado de

os

que

resistência, reatância e impedância em

glow-wire ou fio incandescente, de

podem ser inseridos dispositivos de

condições normais (20 °C), também

acordo com a IEC-60695.2.1;

proteção, dispositivos eletrônicos, de

os valores da impedância de defeito,

• Não propagação: no caso de um

comunicação ou de controle remoto,

de modo a permitir que o projetista

barramento

como contatores, tomadas de corrente

possa calcular as correntes de curto-

verifica-se

ou outros dispositivos.

circuito em todos os pontos do

fornecendo uma prova de que mais

sistema elétrico, que também inclui

se aproxima das condições fogo real

o barramento blindado. Estes valores

(teste realizado em conformidade com

pelo

fabricante. Além

conhecidos

plug-ins,

em

Para o Brasil, as normas relevantes

são:

materiais

entram

na

de

isolamento

composição

submetido seu

a

dos

fogo,

comportamento,

devem ser indicados nos documentos

a norma IEC-60332-3);

ABNT NBR IEC 60439-1: Conjuntos

do fabricante (catálogos, instruções,

de manobra e controle em baixa

etc.);

barramentos devem ser submetidos

tensão – Parte 1: Conjuntos com

• Condições de serviço: como um

aos ensaios especificados pela norma

ensaio de tipo totalmente testados

barramento

em

ISO 834, verificação da sua capacidade

(TTA) e conjuntos com ensaio de tipo

diferentes condições de instalação –

para resistir a chamas e gases, e para

parcialmente testados (PTTA);

por exemplo, os condutores podem

a penetração do fogo numa barreira

ABNT NBR IEC 60439-2: Conjuntos

ser colocados na vertical ou horizontal

corta-fogo para o período de, no

de manobra e controle de baixa tensão

–, o fabricante deve estabelecer o

mínimo, duas horas (as condições de

– Parte 2: Requisitos particulares

coeficiente correspondente de posição

teste e das paredes estão descritas no

para linhas elétricas pré-fabricadas

(K2), que é usado para determinar

anexo H da referida norma);

(sistemas de barramentos blindados);

a corrente de carga do sistema. Em

• Ensaios de elevação de temperatura:

ABNT NBR 16019: Linhas elétricas

algumas instalações (por exemplo,

estes ensaios, além dos elementos de

pré-fabricadas

para a transmissão de dados em rede,

transporte e distribuição que devem

no aparelho de radiologia), pode ser

ser testados para cada modelo e

necessário saber a intensidade do

corrente nominal, devem ser também

campo magnético na periferia da

realizados

A atual norma para barramentos

barra e a norma sugere, no anexo K,

unidade de derivação plug-in, previsto

blindados é a ABNT NBR IEC 60439-

um método para o cálculo do módulo

para ser conectado ao barramento;

2. Um resumo das mais relevantes

do campo magnético em torno ao

• Verificação

da

informações:

barramento;

esmagamento:

a

• Comportamento sob fogo: as regras

barramento deve suportar a carga de

blindados)

de

(barramentos baixa

tensão

Requisitos para instalação.

pode

ser

usado

Segregação

de

em

cada

incêndio:

tamanho

resistência seção

reta

os

de

ao do


Aula prática

Barramentos blindados

120

barramento

ou

O Setor Elétrico / Abril de 2014

partes

relevantes,

ou não solicitar que a barra esteja

construído de acordo com o mesmo

desenergizada.

projeto ou de acordo com um projeto

• Unidade de derivação (plug-in):

similar.

unidade de saída para derivar energia

da barra por meio de conector, tais

Os ensaios de tipo são:

como unidade de contato rotativa 1. Verificação dos limites de temperatura;

móvel, dispositivo de deslizamento ou

2. Verificação das propriedades elétricas;

com tomada plug-in de conexão ao

3. Verificação de curto-circuito;

longo do barramento em espaçamentos

4. Verificação da eficiência do circuito

modulares, por exemplo, a cada metro.

de proteção;

Existem ainda caixas equipadas com

5. Verificação de distâncias de isolação

fusíveis

e escoamento;

com fusíveis sob carga, ou disjuntor,

6. Verificação

do

funcionamento

(tipo

NH),

interruptores

seja termomagnético, eletrônico ou

mecânico;

diferencial.

7. Verificação do grau de proteção;

• Unidade de mudança de direção:

8. Avaliação da resistência, reatância e

elementos de curva de barramento

impedância;

(também de ângulos diferentes 90°),

9. Verificação da solidez estrutural;

derivações tipo T, etc.

esmagamento de, pelo menos, quatro

10. Controle da duração da vida de

vezes a massa linear (quilogramas por

barramentos com meios de derivação por

barramentos:

metro) da unidade, se o barramento

carro coletor.

entre barramentos de capacidades

for declarado para uma carga mecânica

Elementos

de

redução

unidades

de

de

junção

diferentes;

normal e pelo menos quatro vezes a

unidade de massa linear (quilogramas

constituintes do barramento implica

a

por metro quadrado), acrescido de 90

a necessidade de novos ensaios de

longo do eixo do barramento, por

kg se o tubo for declarado para uma

tipo, apenas se a alteração acima

exemplo, para a expansão térmica

carga mecânica pesada.

afetar ou alterar os resultados dos

ou na transição entre elementos de

Qualquer alteração das unidades

• Elementos de dilatação: destina-se permitir

um

movimento

ao

testes já realizados. Ao contrário do

construção diferentes (pavilhões de

barramentos

que acontece para os cabos, ainda não

galpões estruturalmente separados,

blindados é substancialmente deta­

foram definidas padronizações quanto

mas funcionalmente unidos);

lhada

produtos

ao tamanho, e que, por conseguinte,

• Unidade de transposição das fases:

confiáveis e adequados para uso em

estão ligados diretamente a cada

destina-se à mudança da posição

certas aplicações de risco de incêndio,

solução de fabricante.

relativa das fases condutoras para

A

norma para

para tornar

os

em que os barramentos são fabricados

equilibrar a reatância indutiva ou

em conformidade com a norma ABNT NBR IEC 60439-2, proporcionando excelente desempenho em compor­ tamento sob fogo.

Na norma anteriormente mencio­

Partes principais e características técnicas de barramentos blindados

transpor as fases;

A ABNT NBR IEC 60439-2 descreve

instalação;

• Unidades flexíveis: unidades previstas para

serem

curvadas

durante

a

as seguintes partes constituintes:

• Unidades de alimentação: destina-se a

nada, no entanto, são elencados os

• Unidade de barramento com meios

ser o ponto de entrada ou saída, sendo,

ensaios de tipo que têm por finalidade

de

projetadas

na prática, o ponto de fronteira entre o

verificar

um

que permitem a instalação de meios

barramento e o restante da instalação

determinado tipo de barramento com

de derivação em um ou mais pontos

(também chamado de caixa de cabo).

os requisitos da NBR. Os ensaios

predeterminados pelo fabricante. A

devem ser realizados, por iniciativa

ligação dos meios de derivação (plug-

do fabricante, em uma amostra de

ins) à unidade de barramento pode

a

conformidade

de

derivação: unidades

Características elétricas

Como anteriormente especificado,


121

O Setor Elétrico / Abril de 2014

as

características

elétricas

do

de operação (Un) e o isolamento (Ui);

no momento da falta.

barramento não são comparáveis com

- Finalmente, o último dado que

Outros

as dos cabos, mas sim análogas às dos

diversifica

um

seção dos condutores de fase (Sf),

quadros e painéis.

barramento blindado é o grau de

seção do condutor neutro (Sn) e a

proteção IP do invólucro.

seção do condutor de proteção (Spe).

Em particular:

a

classificação

de

fatos

importantes

são:

As duas condições mais habituais - Corrente nominal In identifica a

Um conjunto de dados fundamental

de instalação são suspensas ou em

corrente de regime permanente;

que o fabricante é obrigado a fornecer

prateleiras. A suspensão é apoiada

- Ao contrário dos cabos, indica-se a

consiste nos parâmetros longitudinais

por escoras no teto ou estrutura

corrente suportável nominal de curta

como: valor de resistência de fase

semelhante, nos tirantes ou terças. As

duração Icw (referência 1 s, a menos

(Rf), reatância fase (Xf), todos com

prateleiras são aplicadas às paredes do

que seja especificado um período de

referência por metro longitudinal de

perímetro da estrutura, apoiadas em

tempo diferente), em lugar da energia

barramento, o que nos permite calcular

vigas como na maneira clássica para a

específica passante admissível (K²S²);

a queda de tensão e as correntes de

distribuição de eletrocalhas de cabos.

- A suportabilidade ao curto-circuito

curto-circuito. Na etiqueta de dados

Recentemente, vários fabricantes de

é identificada por Icw e um segundo

também deve ser indicado o valor

barramentos blindados começaram a

parâmetro Ipk é definido como o

da impedância (Zt, impedância por

fornecer os elementos de fixação e

valor de crista da corrente suportável

metro de comprimento do conjunto

suspensão como acessórios opcionais.

de curta duração definida para o

de Fases+T), para que seja possível

A posição dos barramentos também

barramento;

calcular, no esquema de aterramento

é

- São consideradas as tensões nominais

TN, a impedância de sequência zero

fabricante deve declarar se há ou não

uma

informação

relevante.

O


Aula prática

122

Barramentos blindados

O Setor Elétrico / Abril de 2014

modificação, e em que porcentagem, na

tipologia das cargas da instalação, em

m: 1,73 (em circuitos trifásicos) ou 2 (em

capacidade de condução de corrente se

geral, pode-se então definir a corrente

circuitos monofásicos);

o barramento é montado na horizontal

nominal

Ib: corrente de regime em amperes [A];

ou na vertical.

exigível para o barramento blindado,

L: o comprimento da linha em metros [m];

de forma análoga com a qual se obtém

r: resistência de fases específica;

a potência do transformador que o

x: reatância de fases específica;

alimentará. Depois de identificar a

cosØ: fator de potência da carga.

Critérios para a seleção e dimensionamento

In

de

regime

permanente

A razão pela qual, em plantas industriais com um elevado número de cargas, barramentos blindados são preferidos a cabos deve-se principalmente ao fato de que, na presença de muitas cargas de pequeno porte com fatores de simultaneidade baixo (ou poucas máquinas de grande potência destinadas a trabalhar em cascata ou sequência), é preferível utilizar um tipo de distribuição como uma espinha dorsal, em que se opta muito facilmente por um barramento blindado.

corrente nominal, os outros parâmetros

Adicionalmente,

é necessário calcular a queda de

fabricados

permitem

elementos intuir

préque

são definidos: grau de proteção IP; tipo

No caso de carga uniformemente

de instalação (na vertical ou horizontal)

distribuída ao longo da linha, para

e/ou (suspensos ou em prateleiras);

obter-se a queda de tensão nesta

número de derivações a serem fornecidas

situação,

(plug-ins); comprimento da linha; tipo

resultado obtido pelo método de cálculo

e maneira de alimentação; número de

descrito anteriormente.

polos; distância de fixação e tipo de

suporte; tipo de proteção a ser instalada

podem ser selecionados os elementos

em derivações plug-in [corrente nominal,

de proteção contra sobrecargas e curto-

tipo de proteção (fusível ou disjuntor

circuito, além de apresentar alguns

automático)].

fundamentos

térmicas e eletrodinâmicas.

Depois de todas estas definições,

é

tensão (concatenada) percentual para

possível instalar elementos de proteção

carga concentrada no final da linha,

individual para cada máquina (por meio

determinada com a relação:

do disjuntor no plug-in, por exemplo), garantindo, dessa forma, a seletividade e a continuidade de serviço comparável

ΔU% =

m· Ib· L· (r· cosϕ + x· senϕ)· 10-5 ΔU · 100[%] · 100 = U U

Em que:

àquela que ocorreria em um sistema de distribuição radial realizado com cabos.

Depois de definidos o número e a

U: tensão (fase) em volts [V];

divide-se

pela

metade

o

No próximo artigo definiremos como

sobre

as

solicitações

*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em Energia pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/USP), pós-graduado em Política e Estratégia da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra ADESG-SP. É membro da ABNT/ CB-3/CE:03:17.03 – Conjunto de Manobra e Controle em Invólucro Metálico para tensões acima de 1 kV até e, inclusive, 36,2 kV; e membro do conselho diretor do IEE/USP. Atualmente, é diretor de engenharia da Indústria, Montagem e Instalações Gimi Ltda.



ESPAÇO GUIA DE NORMAS

Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.

Dispositivos de proteção contra sobrecorrentes conforme a

ABNT NBR 14039

124

Conforme 5.3.4.1 da ABNT NBR 14039, é possível

proteção contra correntes de sobrecarga e contra correntes

multifuncional

utilizar dispositivos que garantem simultaneamente a de curto-circuito. Eles devem poder interromper qualquer

sobrecorrente menor ou igual à corrente de curto-circuito presumida no ponto em que o dispositivo está instalado.

Tais dispositivos podem ser disjuntores acionados através

de relés secundários com as funções 50 e 51, fase e neutro (onde é fornecido o neutro), não sendo aceitos relés com princípio de funcionamento com retardo a líquido.

As funções do relé mencionadas anteriormente são definidas pela norma Ansi, conforme a seguir:

• Função 50 - relé de sobrecorrente instantâneo; • Função 51 - relé de sobrecorrente temporizado. Os transformadores para instrumentos conectados aos

relés secundários devem ser instalados sempre à montante do disjuntor a ser atuado, garantindo assim a proteção contra falhas do próprio dispositivo (Figura 1).

Os primeiros relés instantâneos eram do tipo com disco de

indução (eletromecânicos), tendo evoluído para relé estático,

relé numérico digital e microprocessados (IED – Intelligent Electronic Devices), conforme Figura 2.

O IED é um dispositivo eletrônico microprocessado que

possui elevada velocidade de processamento (> 600 MHz), (realizam

medição,

comando/controle,

monitoramento, religamento, comunicação e proteção). Apresenta várias entradas analógicas para sinais de tensão e

corrente e disponibiliza uma grande quantidade de entradas e saídas digitais.

Quando forem utilizados relés com as funções 50 e 51

microprocessados, deve ser garantido que em uma falta de energia, exista uma fonte de alimentação de reserva, com

autonomia mínima de duas horas, garantindo a sinalização dos eventos ocorridos e o acesso à memória de registro dos relés.

A característica dos relés de sobrecorrente é representada

pelas suas curvas tempo x corrente (Figura 3), que variam conforme o tipo do relé. Nos modelos eletromecânicos e

estáticos, a curva característica relé é fixa, sendo que nos relés digitais e microprocessados as curvas podem ser alteradas por meio de parametrização em campo do próprio relé.

Na proteção de sistemas industriais e comerciais,

usualmente é empregada a curva muito inversa, sendo as demais curvas aplicadas com mais frequência nos sistemas de distribuição das concessionárias por conta de aspectos

de coordenação com elos fusíveis e religadores presentes naquelas redes.


ESPAÇO GUIA DE NORMAS

Figura 1 – Ligação do relé secundário de sobrecorrente

125

Relé eletromecânico

Relé Estático

Figura 2 – Evolução dos relés de sobrecorrente

Figura 3 – Curvas de atuação típicas de relés secundários de sobrecorrente

Colaborou com esta seção: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor, consultor

Relé Numérico Digital

IED


Coluna do consultor

126

Por Hilton Moreno, especialista em instalações elétricas e consultor técnico da revista O Setor Elétrico

Os efeitos positivos da IT 41 Exatamente um ano atrás esta coluna tratava da Instrução Técnica 41 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, publicada em 2011, que tornou obrigatória a inspeção das instalações elétricas de todas as edificações, exceto as habitações unifamiliares. Trata-se de uma das instruções técnicas que uma edificação deve atender para a obtenção ou renovação do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento exigido pelas prefeituras do Estado. Lembrávamos na época que, na ausência de outras autoridades, os bombeiros do

Estado de São Paulo tomaram para si uma parte da responsabilidade de cobrar um mínimo de segurança nas instalações elétricas. Nunca é demais destacar que a inspeção exigida pela IT 41deve ser feita por profissional habilitado pelo Crea, sendo que, sob nenhuma hipótese, é o bombeiro quem faz e se responsabiliza por esse serviço. Por parte do Corpo de Bombeiros, a IT 41 é vista como um benefício à sociedade, tendo em vista que estatísticas da Corporação de 1999 a 2009 indicavam que 56% dos boletins de ocorrência relativos

a incêndios tiveram origem intencional, sendo que, dos 44% restantes, provocados acidentalmente, 13% tiveram origem nas instalações elétricas, primeira colocação entre os fatores acidentais. Desde a concepção da IT 41, o Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) tem tido participação ativa na iniciativa e, em parceria com o Corpo de Bombeiros, avaliou 780 edifícios no Estado de São Paulo, com o objetivo de verificar se eles estavam atendendo aos requisitos da instrução técnica. Os dados da pesquisa foram coletados


O Setor Elétrico / Abril de 2014

127

entre agosto e outubro de 2013, sendo que a amostra abrangeu edificações comerciais, residenciais (prédios) e industriais, com um perfil constituído por obras novas e com idade superior a cinco anos. No universo da amostragem, 40% dos prédios visitados pelo Corpo de Bombeiros haviam realizado a manutenção ou reforma prévia de suas instalações elétricas de forma a atender a IT 41. Das 780 unidades avaliadas, 14% receberam o ‘Comunique-se’, isto é, a indicação de que algum reparo se faz necessário na instalação elétrica. A maior incidência de erro (18%) nas instalações foi verificada nos imóveis entre 10 e 15 anos e a menor, nas indústrias (9%). Entre os principais motivos para a emissão do ‘Comunique-se’, estão: partes vivas expostas (42%), instalações elétricas do sistema de segurança desprotegidas contra o fogo (26%), condutores elétricos instalados de forma inadequada (25%) e condutores elétricos sem isolação ou danificados (21%). Os resultados dessa pesquisa merecem a devida comemoração na medida em que uma quantidade significativa de edificações realizaram adequações prévias às inspeções, resultando em um considerável aumento da segurança para as pessoas e o patrimônio, o que, no fim do dia, é o grande objetivo da IT 41. Continua a expectativa de que os corpos de bombeiros de outros estados copiem a IT 41 ou então criem a sua própria legislação para verificar as condições das instalações elétricas, principalmente daquelas mais antigas. Não vemos a hora de acabar as fotografias lamentáveis que todos os meses alimentam a seção O que há de errado (What’s Wrong) publicada mensalmente no final desta revista. Parabéns ao Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, que vem fazendo a sua parte para melhorar as instalações elétricas. E ao Procobre que tem sido um parceiro de primeira hora nessa iniciativa.


Energia sustentável

128

Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.

Água e energia – 2014 continua em falta 2014 continua por água abaixo no que se refere ao fornecimento de água e energia

O risco de racionamento de energia, que era de 18,5% em fevereiro, aumentou para 48% no início de abril, segundo relatório da consultoria PSR. O discurso oficial do governo federal já sinaliza a possibilidade de racionamento, negado anteriormente. Nos reservatórios do Sudeste, o nível de água estava em 36,5%, próximo aos da crise de 2001 no início de abril. O sistema Cantareira vem caindo constantemente desde o final do ano passado, apresentando o nível histórico de 12% em meados de abril. Conflitos e guerras pelo domínio da água já têm espelhos por aqui. Já vimos na coluna passada que a cidade de São Paulo importa água de outras regiões (por exemplo, de Campinas). Em função da gravidade da situação, agora foi proposto ao Governo Federal projeto de transposição/interligação de águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul, que abastece cerca de 70% do Estado do Rio de Janeiro (inclusive a capital). Há ainda disputas de São Paulo também com o Paraná e Minas Gerais pela água. Sempre é bom relembrar que a disponibilidade de água doce no planeta é de somente 2,7%, sendo que 77,2% destes estão nas calotas polares e geleiras, 22,4% no aquífero subterrâneo, restando apenas 0,01% do total nos rios, a maior fonte de água para o nosso uso. O Brasil é apresentado em relatórios internacionais como tendo vastos recursos hídricos, capacidade de regeneração e sem

problemas de disponibilidade de água, representando cerca de 12% de toda a água doce do planeta. Porém, a contradição está na grande concentração em algumas regiões. No Estado de São Paulo encontra-se 1,6% da água doce brasileira, porém a sua população representa quase 22% da brasileira (e PIB de cerca de 31% do país). E no caso da Região Metropolitana, a situação é ainda mais crítica. No entanto, outro tipo de cálculo pode apresentar resultado muito distinto do apresentado acima: quando se fala de pegada hídrica, o Brasil apresenta consumo de 2027 m³/ ano/per capita, maior que a de países desenvolvidos europeus, Japão e BRICs, e 46% acima da média mundial (fonte: www.waterfootprint.org). Pegada hídrica é um indicador de consumo de água direta e indireta por um consumidor ou produtor ou região, incluindo a água utilizada nos países de origem para a fabricação de produtos importados. A dificuldade de abastecimento da cidade de São Paulo é assunto conhecido há décadas e o desbalanço entre a captação do Sistema Cantareira e sua capacidade de renovação vem sendo tolerado há anos. O consumo de água pela população vem crescendo em níveis insustentáveis, sendo hoje de 30% a 60% maior do que o consumo diário per capita de 110 litros/pessoa/dia recomendado pela ONU, dependendo do método de cálculo. Entre 2004 e 2013, o consumo de água nos 33 municípios da região metropolitana de

São Paulo aumentou 26%, enquanto sua produção só aumentou 9% (fonte: www. folha.uol.com.br). A prevenção e a gestão rotineira vêm perdendo de goleada da realidade. A eleição fala mais alto do que as necessidades da população. E agora dependemos de gestão de crises e de São Pedro para normalizar a situação. O custo para contornar a crise de água em São Paulo já se aproxima de R$ 1 bilhão em um ano, contando a perda de receita e as obras/medidas para contornar o racionamento (fonte: www.folha.uol.com. br). Quanto à energia, a conta da gestão da crise será repassada à população por meio do aumento da conta de luz, após as eleições, sem pompa e circunstância. Estamos na Década Internacional de Ação, Água para a Vida (2005 – 2015), mas não há muito a comemorar. E o risco de desabastecimento e confusão na Copa do Mundo aumenta. Quando aprenderemos sobre os benefícios da prevenção e eficiência? Quando começaremos a adotar medidas mais eficientes para a gestão no uso de água e energia, como reuso, coleta de água de chuva, incentivo aos usuários mais eficientes, dispositivos de economia de água e energia? Quando serão adotadas políticas públicas de incentivo, alinhadas aos critérios de construção sustentável para que as novas edificações sejam mais eficientes quanto ao uso de água e energia?



Instalações MT

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Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela UNIFEI e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em FURNAS. Representa a IURPA no Brasil e hoje atua como consultor independente.

Qualidade de fornecimento de energia elétrica em média tensão É muito comum ouvir críticas direcionadas às concessionárias de energia elétrica quanto à qualidade do fornecimento de energia elétrica. Poucas vezes, no entanto, é tratada a questão sob o prisma da responsabilidade do cliente. Nas mais de duas décadas em que trabalhei em concessionárias de distribuição pude ver em todo o território brasileiro um panorama de quase completa irresponsabilidade. Em muitas subestações consumidoras de energia, é possível encontrar verdadeiras peças dignas de museus de eletricidade. Disjuntores a óleo hoje incapazes de interromper qualquer corrente mesmo que da ordem da corrente nominal; relés tipo pica-pau que nem o maior curto-circuito no barramento conseguiria vencer a sujeira e falta de manutenção. Transformadores com vazamento de óleo que nunca foram amostrados para qualquer verificação. Exagero? A minha coleção de fotos é impressionante e toda vez que revisito os arquivos eu ainda me surpreendo. E poderíamos pensar que este é um mal de unidades consumidoras absolutamente sem importância, nas quais a energia elétrica não é um insumo fundamental ou cujo produto não é essencial. Mas não é assim! Não é sem razão que, com frequência, ouvimos que um determinado aeroporto internacional ficou sem energia por problemas internos, embora, inicialmente sempre seja colocada dúvida sobre a responsabilidade da concessionária, saco de pancada preferencial das mídias. Segue-se o velho chavão: houve um curto-circuito interno e a proteção atuou. Depois, alguns dias passados, este assunto não mais interessa a ninguém e não ficamos sabendo de fato o que houve.

Será que os responsáveis pelos aeroportos já ouviram falar em cubículo isolado a SF6? Será que já ouviram falar em dupla ou tripla alimentação com comutação automática? E quanto à geração de emergência mantida como reserva quente? E não dá para argumentar sobre custo nestes casos, pois em um aeroporto internacional energia cara é a que falta! Se cuidam deste jeito do fornecimento de energia temos que ser gratos por não serem os responsáveis pela segurança dos voos! De forma geral o que se observa é que há o entendimento que cabe apenas à concessionária manter a qualidade da energia fornecida, o que naturalmente é uma simplificação equivocada. Todas as unidades consumidoras de média tensão têm a propriedade de poder causar problemas nas linhas de MT capazes de afetar milhares de unidades de BT e outras tantas de MT e cabem medidas punitivas a quem, deliberadamente ou por omissão, permite que problemas internos progridam para a rede pública. Outros aeroportos internacionais, além do Galeão, também têm um sistema elétrico precário e todos ganharíamos se fosse feito um levantamento geral no Brasil todo e planejados investimentos de forma a mitigar riscos nestas unidades consumidoras tão importantes, fundamentais mesmo. Além da segurança, muito se pode fazer quanto à eficiência energética, assunto que vamos abordar oportunamente. Apenas para pensar: que tal instalar alguma cobertura refratária ao sol no aeroporto Santos Dumont, cujo espaço parece que foi projetado para ser uma estufa e não um local para receber passageiros de uma forma confortável e segura?



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Proteção contra raios

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena

Inspeção em SPDA O assunto é tratado no capítulo 6 da ABN NBR 5419:2005 e é de fundamental importância em várias etapas na existência do Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA). A rigor, a inspeção deveria iniciar no projeto, pois é comum encontrarmos documentos incompletos, contendo cálculos errados ou ainda especificando incorretamente material. Infelizmente, raramente este procedimento é adotado e verdadeiros monumentos à insegurança são construídos com o intuito de proteger as estruturas contra os raios. Outras etapas de inspeção comumente negligenciadas deveriam ocorrer: - Durante a construção do sistema, o que evitaria desvios de projeto; - Imediatamente após o término da instalação, o que garantiria a confiabilidade da relação instalação x projeto as built; - Após qualquer modificação na estrutura ou no SPDA que descaracterizasse a relação anteriormente citada, o que forçaria uma readequação da proteção; - Quando houver suspeita de que o SPDA tenha sido atingido por raio, o que garantiria sua integridade e confiabilidade. Apenas nos locais em que existe fiscalização vinculada à segurança com outras áreas da edificação/estrutura, com a segurança dos trabalhadores que por ela trafegam ou nela exerçam alguma atividade é que as inspeções chamadas pela ABNT NBR 5419:2005 como periódicas,

completas (que devem ser realizadas por profissional habilitado e que tenha conhecimento específico, que possa emitir um documento técnico - relatório ou laudo - e recolher uma ART) têm presença mais comum, ainda assim não garantida. Segundo as prescrições da norma vigente, essas inspeções visam submeter o SPDA a análises visuais para detecção de: - Existência de documentação correta e completa no local. Sem ela não há como obter referência para a realização de uma inspeção coerente; - Se o SPDA instalado se mantém conforme aquilo que consta da documentação existente; - Se os componentes do SPDA estão em bom estado de conservação, com conexões e fixações bem feitas e livres do efeito da corrosão. Visam também submeter o subsistema de aterramento a ensaios apropriados para definir sua integridade física e eficiência. Essas inspeções completas têm a seguinte periodicidade definida pela ABNT NBR 5419:2005: - Cinco anos: para estruturas destinadas a fins residenciais, comerciais, administrativos, agrícolas ou industriais, excetuando-se áreas classificadas com risco de incêndio ou explosão; - Três anos: para estruturas destinadas a grandes concentrações públicas, indústrias

contendo áreas com risco de explosão e depósitos de material inflamável; - Um ano: para estruturas contendo munição ou explosivos, ou em locais expostos à corrosão atmosférica severa. Outro detalhe pertinente a ser tratado e que é comumente explorado pelos laudistas de plantão e deve ser combatido é a validade dessas inspeções quando as mesmas complementam uma documentação mais abrangente. Façamos uma comparação simples: você está com dor de cabeça e vai até uma farmácia para comprar um analgésico. Compra uma cartela com quatro comprimidos, toma um ou dois e se na próxima dor de cabeça os comprimidos restantes estiverem dentro do prazo de validade, e você não os tiver perdido poderá tomá-los sem o menor problema. De forma análoga, o prontuário de instalações elétricas exigido pela NR 10 deve ser atualizado anualmente. Nesse prontuário deve constar a documentação do SPDA atualizada. Suponha que essa documentação seja para um prédio comercial localizado no centro de uma grande cidade do interior do país, assim, sua documentação de SPDA poderá constar do prontuário por três vezes consecutivas sem impedir que ele fique atualizado, ou seja, a NR 10 não determina que você atualize a documentação do SPDA, quem faz isso é a ABNT NBR 5419.



NR 10

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Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Quadros devem ser trancados? Muito já se falou em abrangência, ratificando que a NR 10 não se aplica apenas aos eletricistas. É evidente que ela trata da segurança de todos os trabalhadores, de forma generalizada, com relação aos riscos provenientes da eletricidade, sejam os trabalhadores envolvidos na montagem, na manutenção ou mesmo usuários das instalações e equipamentos elétricos, assim como terceiros (trabalho em proximidade). Impedir que os trabalhadores não eletricistas tenham acesso a controles elétricos é uma medida discutível, embora, frequentemente, implementada em estabelecimentos industriais. As chaves, os interruptores, os disjuntores de baixa tensão, em geral, são dispositivos que precisam ser acessados até por razões de segurança e, por isso, não podem ser completamente encerrados em caixas ou painéis sumariamente trancados. O uso de cadeados, lacres ou fechaduras em quadros elétricos nos ambientes de trabalho é

Figura 1 – Exemplo de acesso aos controles sem acesso às partes vivas.

Figura 2 – Acesso aos controles sem acesso às partes vivas, mesmo tratando-se de um disjuntor de média tensão.


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necessário apenas para impedir todo e qualquer contato com as partes vivas (proteção por barreiras) e apenas em raros casos os bloqueios são usados para impedir o acesso aos controles (punhos, manoplas e alavancas).

Figura 3 – Proteção que permite o acesso ao controle, mas impede o acesso às partes vivas. Nota: seria perfeito se a porta só pudesse ser aberta com chave ou ferramenta.

Na mesma linha de providências, para evitar o acesso estão os anteparos, sejam eles de chapa metálica, de tela ou de policarbonato, montados sobre barramentos e terminais de chaves e disjuntores. Nesses casos, quando montados internamente, os elementos de proteção destinam-se a proteger os eletricistas, nas intervenções e inspeções dos componentes dos quadros. Não são considerados barreiras, mas sim anteparos (medida de proteção parcial), que evitam apenas os contatos acidentais com as partes energizadas e não dispensam o uso de barreira que impeça todo e qualquer contato com as partes energizadas, preservando o acesso seguro aos comandos e controles operados em baixa tensão. Barreiras: dispositivo que impede todo e qualquer contato com as partes vivas. As barreiras não devem ser removíveis sem o uso de chaves ou ferramentas

ou, alternativamente, sem que as partes protegidas sejam previamente desligadas. A barreira, associada à regra do dedo visa impedir que as partes energizadas sejam acessadas pelos dedos, o que equivale dizer que as barreiras não devem apresentar aberturas que permitam a inserção de corpo sólido com diâmetro superior a 12 mm (conforme anexo B da ABNT NBR 5410/2004 - IP2X da IEC 60529:2001). Invólucro: dispositivo ou componente envoltório de separação das partes energizadas com o ambiente, destinado a impedir qualquer contato. Obstáculo: elemento que impede o contato acidental, mas não impede o contato por ação deliberada (correntes, fitas, cordões, cones, etc.). Esta medida é aplicável somente em locais onde o acesso é controlado e restrito a pessoas advertidas e qualificadas. Fonte: Glossário da NR 10 e Tabela 12 da ABNT NBR 5410.


Energia com qualidade

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José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DEINFRA-FIESP. FIESP | jstarosta@acaoenge.com.br

Oy Vey, o que faço com a minha terceira harmônica? A expressão Oy Vey no idioma Ydish pode ser entendida como de lamento, desencanto ou até de desespero e pode ser aplicada em alguns casos quando alguns fenômenos não esperados (também em instalações elétricas) persistem e as causas não são encontradas, surgindo as suposições de sempre. Neste caso todos os tipos de palpites aparecem e deixam a turma (de operação e manutenção) literalmente de cabelo em pé. Um dos pontos que surgem com bastante frequência nestas discussões e mesmo na sempre atualizada rádio peão é a percepção sobre a presença das correntes e tensões harmônicas nas instalações e quem seria pior que quem. O acesso aos instrumentos permite que se façam algumas medições e se encontrem afinal quais seriam as harmônicas presentes nos diversos pontos da instalação. Não vamos abordar neste instante como teria sido feita a medição e qual seria a interpretação aplicável, mas simplesmente vamos considerar que uma medição foi feita e que se pode concluir a existência e presença de harmônicas de corrente de terceira, quinta, sétima, décima primeira e décima terceira ordens, conforme ilustrado na Figura 1. Qual harmônica seria pior que a outra? Será que a corrente de 105 A de 3ª harmônica seria mais danosa que a de 24 A em 13ª harmônica? Afinal de contas, estamos em frequência maior? A 13ª harmônica equivale a 780 Hz e a 3ª harmônica a somente 180 Hz!

Figura 1 – Espectro de correntes harmônicas.

A solução para o caso não precisa chegar ao divã de um analista, mas entender a origem destas correntes harmônicas e, sobretudo, os estragos e efeitos que elas podem proporcionar nas instalações. A origem das correntes harmônicas em instalações de baixa tensão seguem algumas regras que podem ajudar na identificação e solução. A 3ª harmônica e múltiplas são normalmente originadas por cargas não lineares monofásicas (por vezes ligadas entre fases e neutro); as 5ª, 7ª ,11ª 13ª são originadas por cargas trifásicas acionadas e controladas por inversores de frequência ou outro acionamento estático com retificadores; o aspecto da tecnologia do inversor ou semicondutor irá influenciar, uma vez que os conversores ou inversores

de 6 pulsos originam todas as ordens harmônicas acima citadas a partir da 5ª harmônica; já os12 pulsos somente as 11ª, 13ª e superiores. Naturalmente, os outros conversores possuem também suas regras próprias. O sempre presente princípio da sobreposição dos efeitos se encarregará de incorporar todas as correntes nos alimentadores dos quadros, quadro geral, transformador e fontes, e cada parte da instalação apresentará um comportamento específico. Há de se considerar que as cargas variam e com elas as correntes harmônicas, razão pela qual a medição instantânea, conforme ilustrado na Figura 1, poderá não ser suficiente para a análise necessária, o que exige uma análise do comportamento das correntes harmônicas


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Figura 2 – Comportamento de corrente e tensão de 5ª harmônica durante um período de tempo.

na base de tempo, como ilustrado na Figura 2. Especificamente, esta Figura 2 considera a medição do comportamento da 5ª harmônica (tensão e corrente), em que se observa que, com o desligamento de capacitores, houve sensível redução da corrente de 5ª harmônica no transformador com consequente redução da distorção de tensão, em sistema onde existia ressonância harmônica quando os capacitores estavam inseridos. A análise dos efeitos das correntes harmônicas deverá considerar: • Distorções de tensão nos barramentos por conta da circulação das correntes harmônicas, e limites aplicáveis; • Sobrecorrentes causadas pelas correntes harmônicas; • Ressonância harmônica causada pelas correntes harmônicas e capacitores de correção do fator de potência; • Efeito das cargas distorcidas em fontes de contingência como geradores stand-by e reflexo nas tensões harmônicas; • Má operação de relés e sistemas de proteção; • Aquecimentos em circuitos, transforma­ dores e dispositivos de proteção; • Sobrecarga nos condutores neutros por conta da 3ª harmônica e múltiplas. Portanto, não se trata de uma ou outra harmônica ser potencialmente mais danosa às instalações, mas as características de sua

origem e as consequências, que devem ser mitigadas. Em instalações elétricas industriais e em prédios comerciais se observam com bastante frequência as situações: • Distorção total de tensão (DTT ou THDV) acima de 5%, por conta de circulação de correntes típicas dos acionamentos (5ª,7ª,11ª,13ª) em sistemas com baixa potência de curto-circuito ou com altas impedâncias (como subestações em coberturas de grandes prédios). • Ressonância harmônica entre as frequências 7ª e 13ª quando da existência de bancos de capacitores sem sistemas antirressonantes; • Condutores neutros sobrecarregados por conta da circulação de correntes de terceiras harmônicas (as correntes de terceiras harmônicas das três fases se somam no neutro); • Tensões entre terra e neutro em sistemas de alimentação de cargas TI por conta do efeito descrito no item anterior. A dor de cabeça e o transtorno causados pelas harmônicas podem ser tratados com uma boa dose de técnica, tecnologia de equipamentos, além da sempre necessária equipe de engenharia e serviços. Doses homeopáticas de atenção ao comportamento da instalação podem ser as respostas às muitas dúvidas. Zay Gezunt (*) (*) Fiquem com saúde.


Instalações Ex

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Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

O Brasil no TC-31 da IEC O Comitê Técnico TC-31 da IEC – Equipment for Explosive Atmospheres – foi fundado em 1948 e tem como objetivo e escopo o de preparar e manter as normas internacionais referentes aos equipamentos elétricos para utilização onde existe o risco devido à possibilidade da presença de atmosferas explosivas de gases, vapores, névoas ou poeiras combustíveis. Os equipamentos elétricos cobertos pelo Comitê Técnico TC-31 são utilizados basicamente em instalações industriais que envolvem o processamento de substâncias inflamáveis, tais como nas indústrias de petróleo, gás, química, de plásticos, grãos, farmacêutica, mineração e de carvão, durante a produção, estocagem, processamento, transporte, distribuição e utilização de seus produtos. A preocupação básica do TC-31 é a elevação dos níveis de segurança nas instalações industriais onde atmosferas explosivas possam ocorrer. Existe também a necessidade de uniformização das práticas operacionais, de fabricação, ensaios e certificação de equipamentos Ex para instalação nestas áreas, de forma a promover o desenvolvimento econômico e o livre comércio. As normas técnicas elaboradas pelo TC-31 têm assumido uma maior importância nos anos recentes. Alguns países têm agora adotado estas normas na sua totalidade, enquanto outros países definem algumas diferenças nacionais entre elas. Uma significante força motora é o IECEx, que utiliza as normas do TC-31

como base para sistemas internacionais de certificação de conformidade. As normas técnicas internacionais do TC-31 contribuem também para operações mais seguras e eficientes na indústria, objetivando a prevenção de perdas de vidas, a destruição das instalações e impactos negativos no meio ambiente, que podem ocorrer devida a explosões de gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis. Podem ocorrer grandes problemas que afetam o meio ambiente, por exemplo, como resultado de explosões decorrentes de rupturas de vasos, tanques e outros equipamentos de processo que possuam elevados inventários de substâncias inflamáveis. Nesse sentido, a ocorrência de uma explosão em um navio petroleiro ou em uma plataforma de petróleo offshore pode ser evitada, como resultado da

instalação e manutenção de equipamentos Ex, baseando-se nos requisitos das normas elaboradas pelo TC-31 da IEC. O TC-31 é composto, atualmente, por 47 países, sendo 34 países-membros do tipo P – Participant (com direito a voto) e 13 países-membros do tipo O – Observers (apenas observadores). O Brasil ocupa, desde 2003, a posição de país-membro do tipo P neste comitê técnico, com direitos e deveres nos processos de acompanhamento de elaboração de novas normas técnicas e atualização das normas existentes. O TC 31 da IEC possui atualmente a seguinte composição: • 3 subcomitês: SC 31G, SC 31J e SC 31M • 17 grupos de trabalho (3 Joint WG, 2 Ad-Hoc WG)


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Estrutura básica do TC 31 da IEC

• 4 grupos de projeto de novas normas (Project Teams) • 23 grupos de manutenção para a atualização das normas existentes (Maintenance Teams) As normas técnicas internacionais sobre atmosferas explosivas, elaboradas pelo TC-31 da IEC, têm passado por um processo dinâmico de atualizações e revisões, decorrentes dos avanços da tecnologia e dos maiores requisitos de segurança nesta área industrial, onde é elevado o risco de explosões, com resultados potencialmente catastróficos e elevados riscos de grandes impactos ao meio ambiente. Este maior dinamismo nas atualizações das normas Ex é também fruto da participação de um número maior de países-membros, resultado da globalização, com a apresentação de sugestões de boas práticas e lições aprendidas por parte de diversos países do mundo. Desde o início da década de 1980, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem adotado oficialmente em suas normas sobre atmosferas explosivas uma postura de alinhamento e harmonização com a normalização internacional da IEC, da qual o Brasil participa. Tal definição e medidas estratégicas tomadas na década de 1980 mostraram-se absolutamente corretas e acertadas, uma vez que a normalização nacional tende a possuir um

total alinhamento e equivalência com a normalização internacional. Em 2006, o Brasil teve, pela primeira vez na história do TC-31, a oportunidade de organizar e sediar as reuniões anuais plenárias e de trabalho dos Maintenance Teams, Work Groups e Subcommittees do TC 31. O evento foi realizado no Rio de Janeiro. Dois anos depois, em 2008, o Brasil novamente voltou a sediar as reuniões de trabalho do TC-31, desta vez em São Paulo, juntamente com a 72nd IEC General Meeting. Nestas reuniões, cerca de 100 profissionais da área de atmosferas explosivas estiveram no Brasil, representando mais de 20 países. Em 2013, o Brasil foi escolhido para sediar as reuniões gerais do IECEx, que contou com a presença do presidente e do vice-presidente da IEC e com um seminário da ONU sobre o ciclo de vida das instalações Ex e sobre o apoio na aplicação e harmonização internacional dos sistemas de certificação elaborados pelo IECEx. O Brasil tem participado desde 2003 do processo de elaboração, revisão, comentários, votação e aprovação de todas as normas técnicas publicadas pelo TC 31 da IEC, da série IEC 60079 (Requisitos aplicáveis a equipamentos elétricos Ex) e ISO/IEC 80079 (Requisitos aplicáveis a equipamentos mecânicos Ex). Estas atividades são realizadas pelas seis


Instalações Ex

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comissões de estudo do Subcomitê SC-31 do Cobei, fundado no final de década de 1970. Além da participação via meio eletrônico do processo de desenvolvimento das normas internacionais do TC 31 da IEC, o Brasil tem participado também de reuniões presenciais dos respectivos grupos de trabalho e grupos de manutenção. Ao longo dos últimos dez anos, representantes do Subcomitê SC-31 do Cobei tem participado dessas reuniões, tais como em 2004 (Braunschweig e Sidnei), 2005 (Cidade do Cabo e Zagreb), 2006 (Rio de Janeiro), 2007 (Sidnei e Kuala Lumpur), 2008 (Praga e São Paulo), 2009 (Singapura e Tel Aviv), 2010 (Berlim e Seattle), 2011 (Estocolmo e Melbourne), 2012 (Singapura, Chicago e Oslo) e 2013 (Dubai, Windsor e Nova Déli). A efetiva e continuada participação Brasil, por meio do Subcomitê SC-31 do Cobei, nos processos de atualização das normas da Série IEC 60079, sugerindo a inclusão das experiências, boas práticas e lições aprendidas dos fabricantes, laboratórios de ensaios, usuários e organismos de certificação brasileiros, trouxe grandes resultados. Um deles ocorreu em 2012 com a primeira indicação, na história do TC-31 da IEC, de um representante do Brasil, para a função de coordenador (Convenor) de um dos seus

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Grupos de Trabalho. O Grupo de Trabalho Ad-Hoc Group AHG 41 – Ex High Voltages, coordenado por representante do SC-31 do Cobei, tem como objetivo pesquisar a aplicação de equipamentos elétricos de alta tensão em atmosferas explosivas. Em decorrência destes estudos e pesquisas é previsto que os níveis de aplicação de equipamentos Ex sejam multiplicados por 10, passando dos atuais 15 kV para cerca de 150 kV ou mais. O TC-31 da IEC é, no presente momento, o único comitê técnico da IEC que possui, em sua estrutura, uma associação formal com a ISO, em seu Subcomitê SC 31M, para a elaboração de normas internacionais ISO/IEC (Dual Logo), sobre requisitos para equipamentos mecânicos (não elétricos) para atmosferas explosivas. Neste sentido, um marco na história recente do TC-31 da IEC ocorreu em 2011, quando foi publicada a norma ISO/IEC 80079-34 – Atmosferas explosivas – Parte 34: Aplicação dos sistemas da qualidade para a fabricação de equipamentos, desenvolvida pelo SC 31 M do TC 31 da IEC, com a participação de representantes da ISO. Esta norma, aplicável a sistemas de gestão da qualidade equipamentos elétricos e mecânicos para atmosferas explosivas, foi a primeira do TC 31 da IEC publicada com duplo logotipo IEC/

ISO e introduziu os primeiros requisitos aplicáveis a equipamentos não elétricos Ex. A elaboração da respectiva norma brasileira NBR IEC 80079-34 foi concluída pela Comissão de Estudo CE 31.05 do Subcomitê SC 31 do Cobei e está programada para ser publicada pela ABNT ao longo do ano de 2014. De forma a atender a solicitações de usuários, organismos de certificação, laboratórios de ensaios e fabricantes de equipamentos EX, as novas edições das normas da série IEC 60079 são agora publicadas contendo uma tabela com a clara indicação das alterações que foram introduzidas, em relação à edição anterior. Estas alterações são categorizadas como alterações menores ou editoriais, extensão ou ampliação de requisitos ou alterações técnicas maiores. Tais indicações facilitam a rápida verificação dos requisitos que foram alterados, facilitando também verificação das ações requeridas para atender aos novos requisitos. As normas da série IEC 60079 servem de base normativa para os sistemas internacionais elaborados pelo IECEx para a certificação de empresas de prestação de serviços Ex, para a certificação de competências pessoais em atmosferas explosivas, bem como para a tradicional certificação de equipamentos Ex.



Dicas de instalação

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Automação predial e inteligência: muito além da integração Por Ricardo Garutti*

Automação predial ainda é tida como caminho para medir a inteligência, a sofisticação e a eficiência energética e ambiental de uma edificação. Outra situação usual com relação ao tema é que, por mais presente que esteja no cotidiano das pessoas, a automação ainda é listada como diferencial pelos incorporadores e por todos que comercializam sistemas, edifícios e tecnologias. No entanto, ao falar em automação predial, o mais importante nos dias atuais são os benefícios diretos gerados pelos sistemas incorporados aos edifícios, seja para o usuário, seja para o gestor. A eles se somam outros ganhos reais, mais difíceis de serem quantificados, por se relacionarem com a segurança, o conforto, a diminuição de riscos e a disponibilidade de ferramenta gerencial, que permitam o desenvolvimento de novas soluções para otimização da operação das instalações. Entre esses benefícios, estão o aumento da confiabilidade dos sistemas, a valorização imobiliária, a maior agilidade operacional – que engloba absorção de novas tecnologias e constantes mudanças de layout – e a maior disciplina na operação das instalações. Por esses motivos, a necessidade de aplicar controle em edifícios é inquestionável e fortalece a integração entre os sistemas de gestão predial e os demais subsistemas dos edifícios – detecção e alarme de incêndio, circuito fechado de televisão, controle de acesso, elevadores, escadas rolantes, etc. – sem deixar de considerar os sistemas dos usuários, como

controle de iluminação, persianas, áudio, entre outros. Outros pontos a serem considerados relacionam-se diretamente ao cenário atual, em que todo e qualquer espaço pode ser usado como local de trabalho, afinal, a mobilidade é caminho sem volta; os novos trabalhadores (a Geração Y) utilizam a tecnologia de forma mais intuitiva; e a busca de melhor qualidade de vida é indiscutível. A consequência direta são espaços corporativos cada vez mais informais, com pontos de reunião e de comunicação, favorecendo a popularização de diversas tecnologias, como a telefonia IP, que é utilizada até em residências e pequenas e médias empresas; os cabos de fibra ótica, que levam sinais de TV, internet e telefonia; e os 40 Gbps (Gigabits por segundo), que já está em norma. A meta, diante dessa realidade, é entender as mudanças tecnológicas que transformarão a construção e as operações prediais no futuro e seus impactos na economia, na inovação, na eficiência operacional, no meio ambiente e na forma de trabalho, respondendo a uma questão fundamental: como se preparar para tomar melhores decisões nos negócios de hoje? Ao elaborar o raciocínio, deve-se levar em consideração o fato de que no futuro previsível os edifícios serão mais inteligentes, mais eficientes e flexíveis, mas também haverá aumento significativo do custo da energia e da água, além do envelhecimento da infraestrutura, entre outros aspectos.

O futuro da automação, no entanto, deriva da gestão individualizada integrada, que foca uma única edificação gerida por meio de um sistema integrado de gestão predial. Defino essa possibilidade como o segundo movimento. Surge aqui a criação da Central Única de Operações, gerenciando várias edificações de um mesmo local, que não precisa estar fisicamente próximo a nenhuma delas, e é capaz de emitir relatórios, KPI (Indicador Chave de Desempenho); disponibilizar imagens e informações em tempo real, gráficos, planilhas, dashboards; e permitir a geração automática de ordens de serviço, entre outras funções. Essa central favorecerá o aumento sensível da tomadas de decisões diárias, assim como das informações disponíveis em tempo real; permitirá visualização das situações operacionais e de emergência em tablets, smartphones, etc.; cada vez mais demandará conhecimento multidisciplinar dos profissionais de facilities e cobrará cada vez mais por resultados operacionais; operará com orçamentos mais restritivos e a sustentabilidade estará sempre presente, integrando-se a sistemas de ERP e levando ao desenvolvimento de softwares dedicados e adaptações de PIMS/MES (Process Information Management Systems e Manufacturing Execution Systems). Nesse contexto, em que o avanço tecnológico torna as instalações rapidamente obsoletas, é imprescindível preparar as instalações para o futuro, reduzindo custos de substituição e atualização de sistemas. Entre as inovações que chegam ao


143

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Brasil, como reflexo do que acontece na Europa, estão os sistemas de automação predial e residencial baseados no protocolo aberto KNX, desenvolvido em 1999 e que ganha adeptos a cada dia. Hoje, são mais de 50 mil projetos implantados e 15 milhões de produtos instalados no mundo, sendo mais de 7.500 produtos certificados e registrados, enquanto o número de empresas conveniadas com KNX supera a casa das 300. Esse protocolo tem como meta atender à demanda por conforto e funcionalidade na gestão de sistemas de ar condicionado, iluminação, segurança entre outras diversas utilidades existentes no mercado, aliada ao uso eficiente da energia. A isso soma a interoperabilidade entre diferentes fabricantes. Ou seja, ele torna realidade o sonho da liberdade de projeto, desvinculada de marcas e tendendo ao estado da arte, pelo uso das melhores tecnologias em cada disciplina do projeto, diminuindo a necessidade de conversores de comunicação. O KNX é o protocolo considerado standard em âmbito mundial, pois é o único integrante das cinco normas mundiais (1). Seu princípio de funcionamento é baseado na transmissão de dados sobre topologia em barramento em sua arquitetura de comunicação, que possibilita a passagem do cabo de dados em paralelo aos cabos da rede elétrica, ou seja, compartilhando da mesma infraestrutura física, reduzindo custos tanto de material quanto de mão de obra para a instalação. A frequência mundial de utilização de tecnologias e protocolos em instalações prediais e residenciais, segundo estatísticas europeias, aponta para preferência pelo KNX superior a 75% em comparação

com os demais protocolos existentes. Como resultados, destacam-se redução de custo de implantação e ganhos de qualidade, por favorecer a combinação das melhores tecnologias em cada setor ou aplicação, inclusive misturando sensores e atuadores de diferentes fabricantes. Particularmente, esta facilidade pode ser vista como benéfica tanto para empresas prestadoras de serviços de implantação de sistemas eletrônicos como também para o mercado consumidor, pois ambos passam

a ter opções e flexibilidade na escolha de produtos e sistemas. Naturalmente, a transparência e a interoperabilidade desse protocolo dispensa mudança na forma de pensar o projeto e também na topologia de projeto, que é a mesma, sempre com ganhos. Outro sonho de projeto se concretiza com o protocolo KNX: a certeza de desenhar instalações preparadas para o futuro. Exemplo é que, no caso de descontinuação de alguma linha ou produto, é possível fazer substituição sem mudar toda a instalação. No caso de mudança decorativa, pode ser

trocado apenas o dispositivo, mantendo a infraestrutura. Desse modo, qualquer que seja a alteração, ela tem uma única exigência: reprogramação via software, que atende a todos os fabricantes credenciados KNX e, por meio do qual, os projetistas ou integradores podem fazer a programação importando a base de dados do(s) fabricante(s) utilizados na instalação. O importante ao pensar um projeto com KNX é lembrar do desejo de liberdade e independência que estimula todo profissional de projeto, afinal permite a realização do sonho da automação predial integrada e não dedicada. (1) As normas são: Cenelec EN 50090 (única norma europeia para Habitação e Building Electronic Systems – HBES – baseada no KNX); CEN EN 13321-1 (norma europeia para automatização de edifícios baseada em KNX); ISO / IEC 14543-3 (única norma mundial para Habitação e Building Electronic Systems – HBES – baseada no KNX); GB/Z 20965 (norma chinesa para controle de habitações e edifícios baseada no KNX) e US Standard (ANSI/ASHRAE 135). A associação KNX, em âmbito mundial, também contribui com outras sete instituições, trocando experiências para o desenvolvimento do protocolo. São elas: BACnet. CEDIA, CABA, TUV Rheinland, ESMIG, AIE e CECED. *Ricardo Garutti é gerente comercial da Struxi – distribuidora de equipamentos para automação. Engenheiro eletrônico formado pela Faculdade de Engenharia Mauá, é tutor KNX e soma mais de uma década de atuação no mercado de automação predial e residencial.


Referências técnicas

144

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Escalas, unidades e medidas empregadas no dia a dia do engenheiro eletricista.

Conversão de unidades

Em continuidade ao tema publicado na edição anterior, em que nesta seção estavam

tabelas com as principais grandezas e unidades de medidas, neste mês, é disponibilizada uma tabela de conversão de unidades. Assim, será possível transformar diversas unidades de grandeza em outras a partir de uma simples multiplicação. Estes cálculos são empregados em diversas áreas da engenharia elétrica (e de outras engenharias) a fim de se padronizar medidas ou simplesmente para facilitar o entendimento.

Conversão

de unidades

Multiplicar

De

Para

por

BTU

3,94.10 -4

HP.h

BTU

2.928.10 -4

kW.h

BTU/h

107,5

kgm/s

BTU/h

0,2931

W

ºF

obter

ºC cm

BTU/h2.

(— —)

0,0173

W/cm2.

(— —)

BTU/h2.

(— —)

0,0833

BTU/h.pé2

(— —)

BTU/h.Pé2.ºF

5,68.10 -4

W/cm2.ºC

BTU/h.Pé2.ºF

3,94.10 -4

HP/pé2. ºF

BTU/min

0,01758

kW

BTU/min

17,58

W

BTU/s

2,93.10 -4

kW

BTU/s

3,93.10

HP

BTU/s

3,94.10 -4

Caloria (grama)

3,9683.10 -3

BTU

Caloria (grama)

1,5596.10 -6

HP.h

Caloria (grama)

1,1630.10

kW.h

Caloria (grama)

3600/860

Joule

4,19

W/cm2

cv

75

kg.m/s

cv

735,5

W

cm

0,3937

cm

Pie ºF Pé

-4

ºF

Pie

cv

C

Cal/s.cm2

ºC—) (— cm

-6

pol.

1,308.10

-6

jarda3

cm

3,531.10

-6

pé3

cm3

0,06102

cm

1,076.10

cm

0,1550

pol.2

cm/s

0,036

km/h

3 3

2 2

pol.3 -3

pé2

ºC cm

(— —)


145

O Setor Elétrico / Abril de 2014

De

Multiplicar

Para

por

De

obter

Multiplicar

G 9 5

Grau Celsius

(oC — —) + 32

Grau Celsius

( C) + 273,15 o

(F - 32) — 5— 9

Grau Fahrenheit Grau trigonométrico

HP

42,44

HP HP (caldeira)

kW

0,7457

HP

Libra-força.pé/s

550

HP.h

BTU/min

kg.m/s

76,04

HP

C

o

kcal/min

10,68

HP

K

BTU/h

33479

HP

F

cv

1,014

J

2,684.106 0,7457

kW.h

HP.h

1,98.106

Libra-força.pé

HP.h

2,737.105

kgm

Jarda3

0,7646

Joule

9,480.10

Joule

0,7376

Joule

2,389.10

Joule

22,48

Libra

Joule

1

W

kcal/h.m

2

kg kgf/cm2 kgf/cm3 km km km km2 km2 km/h km/h km/h km/h kgf kW kW kW kW/h kW/h kW/h kW/h kW/h kW/h

C —) (— — m o

m3

kcal

K

kW

Libra-força.pé3

0,01602

g/cm3

3

Libra-força.pé

16,02

kg/m3

Libra-força.pol

17,86

kg/m

Libra-força.pol2

0,07301

kg/cm2

Libra-força.pé/min

3,24.10

kcal/min

Libra-força.pé/min

2,260.10-5

kW

Libra-força.pé/s

0,07717

BTU/min

Libra-força

16

onça

Litro

0,2642

Litro/min

5,886.10

Libra-força/pé

3,24.10

Libra-força/pé

1,488

Libra-força/pé

3,766.10

Libra-força/pé

0,1383

Libra-força/pé2

0,0421

Libra-polegada

2,93 x 10

-4

galão pé3/s

-4

kcal

-4

kg/m kW.h

-7

kgfm kg/m2 Quilograma-metro

-4

F —) (— —

0,671

BTU/h.pé2

2,205 14,22 3,613.10 -5

Libra Libra-força/pol2 Libra/pol3

1094 3281 0,6214 0,3861 10.76.10 -6 27,78 0,6214 0,5396 0,9113 9,807 56,92 1,341 14,34 3413 859850 1,341 3,6.106 2,655.106 3,671.105

Jarda pé Milha Milha2 pé2 cm/s Milha/h nó pé/s J/m (N) BTU/min HP kcal/min BTU Cal HP.h J Libra pé kgm

quadrado (kgm2)

M

Libra-força.pé -4

1,356.10-3

m m m m m3

BTU

-4

Libra-força.pé/s

quadrada (sq.in.lb)

HP.h

J

obter

L

0,01745 Grau radiano

H

Para

por

o

Pie

m3 m m/min m/min m2 m2 m.kg m/s m/s Micrômetro Milha/h Milha/h Milha quadrada Milha Milímetro

1,094 5,396.10-4 6,214.10-4 39,37 35,31 61023 1,667 0,03238 0,05408 10,76 1550 7,233 2,237 196,8 10-6 26,82 1467 2,590 0,001 0,03937

Newton

1.105

Dina

1,8532

km/h

1,689

pé/s

Newton

0,1019

Quilograma-força (kgf)

Jarda milha marítima milha terrestre pol. pé3 pol.3 cm/s nó pés/s pé2 pol.2 Libra-força.pé milha/h pé/min m m/min pé/s km2 pol. pol.

N

ou quiloponde (kp) Newton-metro

0,1019

Quilograma-força (mkgf) ou quiloponde-metro (mkp)

Newton-metro

0,7376

Libra-força pé (ft. lb)


Referências técnicas De

Multiplicar

146 Para

por

obter

O Onça

28,349

grama

0,3048

m

Pé/min

0,508

cm/s

Pé/min

0,01667

pé/s

Pés/s

18,29

m/min

Pé/s

0,6818

milha/h

Pé/s

0,5921

Pé/s

1,097

km/h

Pé2

929

cm2

30,48

cm

Pé3

28,32

litro

Pé3/Lb

0,06242

m3/kg

Pé /min

472

cm3/s

Pol.

25,40

mm

Pol.3

0,01639

Pol.

1,639.10

P

3

3

litro -5

m3

Pol.3

5,787.10 -4

pé3

Quilo caloria

3,9685

Quilo caloria

1,560.10

Quilo caloria

4,186

J

Quilo caloria

426,9

kgm

Quilo caloria

3,088

Libra-força.pé

Quilogrâmetro

9,294.10 -3

BTU

Quilogrâmetro

9,804

J

Quilogrâmetro

2,342.10 -3

kcal

Quilogrâmetro

7,233

libra-força.pé

Quilograma-força

2,205

Libra-força (lb)

7,233

Libra-força-pe (ft. lb)

Quilowatt (kW)

1,358

Cavalo vapor (cv)

Quilograma-metro

23,73

Libra-pé quadrado

Q BTU -2

HP.h

(kgf) ou quiloponde (kp) Quilograma-força metro (mkgf) ou quiloponde metro (mkp)

quadrado (kgm2)

(sq. ft. lb)

R

min.

Radiano

3438

rpm

6,0

grau/s

rpm

0,1047

radiano/s

Radiano/s

0,1592

rpm

Watt

0,05688

Watt

1,341.10 -3

HP

Watt

0,01433

kcal/min

Watt

44,26

Libra-força.pé/min

Watt

0,7378

Libra-força.pé/s

W

BTU/min



Espaço Cigré

148

O Setor Elétrico / Abril de 2014

Projetos de geração eólica Por Saulo José Nascimento Cisneiros e Manoel de Jesus Botelho (*)

Desde a instituição em 2002 do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), observa-se tanto o aumento do interesse por esta fonte de energia quanto a redução do custo do MWh negociado nos leilões de energia. Em 2005, o Brasil tinha cerca de 30 MW de capacidade instalada. Em 2011 experimentou uma evolução sustentada, cuja capacidade instalada chegou a 1.500 MW. Em dezembro de 2012 atingiu o marco de 2.500 MW e tem mais de 6.000 MW de potência a ser instalada até 2017, constituindo-se assim um dos mercados mais promissores para geração de energia eólica nos próximos cinco anos. Esta crescente participação da geração eólica na matriz de energia elétrica brasileira é traduzida pela grande quantidade de parques eólicos a ser implantada, sobretudo nas regiões Sul e Nordeste, onde se concentram os ventos mais favoráveis para geração eólica no Brasil, de acordo com o atlas anemométrico nacional. Isso demanda soluções estruturais robustas na rede básica para viabilizar o escoamento de toda essa produção, além do desenvolvimento de projetos que visem aprimorar o processo de previsão de geração eólica com vistas aos processos de programação e despacho. Na Região Sul está previsto um crescimento das fontes eólicas de 2,7% para 7,9% da capacidade instalada, enquanto que na Região Nordeste a geração eólica irá experimentar um forte incremento de 4,9% para 22,8%. Este fato proporciona uma complementaridade entre as demais fontes existentes no Sistema Interligado Nacional (SIN). Por outro lado, a

intermitência e a sazonalidade da geração eólica impactam diretamente a operação do sistema, demandando ações de controle e/ou medidas operativas suplementares, visando garantir a segurança operacional do sistema elétrico. Frente a este desafio, torna-se necessário realizar estudos e análises para aprofundamento destas questões, cujos resultados levarão ao estabelecimento de novos requisitos para os Procedimentos da Rede Básica. Isto tem se constituído em um grande desafio para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A evolução da geração eólica em comparação com as demais fontes está mostrada na tabela a seguir:

A evolução da potência eólica contratada nos leilões de energia está mostrada na figura a seguir, o que representa um crescimento de 350% em cinco anos.

Contexto da geração eólica no cenário nacional

A constante busca pelo desenvolvimento sustentável, com uso de fontes de energia limpas e renováveis tem fomentado o crescimento da energia eólica no cenário mundial. Como resultado, a produção de energia elétrica por meio de aerogeradores atingiu um estágio de maturidade que a coloca como participante da matriz energética em vários países onde

FONTE

2012 (MW)

2017 (MW)

EVOLUÇÃO (MW)

Hidro

89.521 - 77,9%

107.495 - 73,3%

17.974

Térmica

22.919 - 20,1%

29.853 - 20,5%

6.934

Gás

9.808 - 8,5%

12.706 - 8,7%

2.898

Biomassa

4.948 - 4,3%

5.875 - 4,0%

927

Oléo

4.048 - 3,5%

4.672 - 3,2%

624

Carvão

2.125 - 1,8%

3.025 - 2,2%

1.080

Nuclear

1.990 - 1,7%

3.395 - 2,3%

1.405

Eólica

2.508 - 2,2%

8.770 - 5,8%

6.262 (350%)

114.958

146.128

31.170 (27,1%)

Total

Figura 1 – Evolução da geração eólica e das demais fontes de energia.

Figura 2 – Evolução da potência eólica contratada em leilões de energia.


149

O Setor Elétrico / Abril de 2014

o recurso natural é disponível, com projeção para vir a ter participação expressiva na matriz mundial nas próximas décadas. Duas importantes características básicas das fontes intermitentes (como é o caso da energia eólica) – incerteza e variabilidade – aumentam significativamente os desafios para o planejamento e a operação do sistema interligado de acordo com padrões técnicos e econômicos adequados, fazendo-se necessária a mudança da visão tradicional dos planejadores e operadores frente a este novo desafio. A geração intermitente apresenta grande incer­ teza e variabilidade em qualquer escala de tempo, uma vez que a natureza de sua fonte primária, o vento ou a luz do sol, resulta em flutuações que dependem intrinsicamente das condições ambientais. Uma consequência ime­dia­ta é que a geração intermitente é muito menos previsível do que as fontes convencionais, cuja disponibilidade e despachabilidade são con­ troláveis. Esta incer­teza tem um impacto direto no volume adicional da reserva de potência que deve ser provida para fazer face às variações bruscas desta geração, sobretudo nos horários de demanda máxima. A melhoria da previsibilidade e da despachabilidade da geração eólica é de fundamental importância para a programação e operação dessas fontes e também do sistema interligado. O desenvolvimento de ferramentas eficientes e adequadas de previsão

da geração eólica tem um papel vital para que estes objetivos sejam colimados.

Ações do ONS Diante deste contexto, o ONS como responsável pelo planejamento, programação, coordenação e controle da operação do Sistema Interligado Nacional criou no segundo semestre de 2012 o Grupo de Trabalho de Eólicas para enfrentar estes desafios e realizar estudos e análises para aprofundamento destas questões. Destacam-se os seguintes pontos: experiências com as plantas eólicas em operação; requisitos, critérios e procedimentos para programação da operação, para a operação em tempo real e para os estudos de qualidade de energia; critérios e metodologia para quantificação da Reserva de Potência Operativa do SIN, considerando a geração eólica; análise do comportamento do SIN e das plantas eólicas diante de fenômenos de transitórios eletromagnéticos e eletromecânicos decorrentes da presença da geração eólica. Além disso, o Grupo de Trabalho de Eólicas tem a missão de integrar, de forma corporativa, todos os estudos e análises sobre geração eólica em curso na Organização, visando propiciar integridade, unicidade e robustez nos resultados a serem obtidos. O GT-Eólicas tem as seguintes atribuições: •

Estabelecer

requisitos,

critérios

e

procedimentos para integração da geração eólica ao SIN, aplicados aos estudos, análises e atividades realizadas pelo ONS em suas diversas etapas; • Estabelecer diretrizes de trabalho e acompanhar as atividades das forças-tarefas criadas e subordinadas ao GT, que serão responsáveis por assuntos específicos sobre a integração de geração eólica ao SIN; • Estabelecer programa de trabalho no âmbito do acordo EPE/ONS para troca de experiências e de dados estatísticos, bem como para a integração entre as Bases de Dados da EPE e do ONS; • Propor alterações e aperfeiçoamentos nos Procedimentos de Rede para integração da geração eólica ao SIN. Os agentes participam de todos os processos formais que estão sob a responsabilidade do ONS, sobretudo quanto às propostas de alteração nos procedimentos de rede emanadas dos resultados dos trabalhos do GT-Eólicas, cujo processo já estabelece a participação de todos os agentes envolvidos. Na próxima edição, serão abordadas a estrutura do GT-Eólicas e as referências do ONS sobre o tema, assim como as próximas ações previstas. * Saulo José Nascimento Cisneiros e Manoel de Jesus Botelho são coordenadores do Grupo de Trabalho de Geração Eólica criado pelo ONS.


Ponto de vista

150

O Setor Elétrico / Abril de 2014

O sucateamento da engenharia no Brasil De todas as ciências, a engenharia, desde a antiguidade, teve um papel decisivo no processo de evolução da sociedade e bemestar das pessoas. O Império Romano, por exemplo, graças à engenharia, criou uma rede de aquedutos, estradas, fontes, rede de esgotos, cidades, arenas em toda a Europa, sendo que muitos desses sistemas, cerca de dois mil anos depois, funcionam e nos permitem tomar água fresca em Roma, Florença ou Veneza, captadas por aquedutos nos Alpes a milhares de quilômetros. Não obstante os ardis e esforços militares, foi a engenharia que sustentou e tornou viável a administração logística do Império Romano, que em seu apogeu chegou a dominar uma área equivalente a quase toda a Europa, norte da África, parte do Oriente Médio e Ásia, mais de 30 Estados nos dias de hoje. A engenharia, invenção decorrente da necessidade do ser humano em ter uma vida melhor, com mais saúde e mais comodidade, desde os primórdios de sua existência, existe para servir, sendo seus profissionais, desde priscas eras, sacerdotes a serviço da comunidade e do bem-estar social. Ao longo dos séculos, a engenharia foi se modernizando e se ajustando às novas descobertas da ciência e se tornou cada vez mais útil em sua missão de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Hoje constatamos em nosso cotidiano sua presença em todas as horas do dia. Somos diretamente beneficiados por toda a indústria da engenharia, hidráulica, mecânica, eletricista, naval, de telecomunicações, de produção de alimentos, entre tantas outras. Ocorre que, com essa dependência, nossa

sociedade começou a demandar serviços cada vez mais complexos e precisos. Um engenheiro de qualquer área que emite laudos sem atestar se conferem com a obra projetada ou executada, ou ainda, assina uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de uma obra que nunca vistoriou, está negando todos os valores altruístas da profissão, além de colocar em risco vidas humanas, bem precioso de valor inestimável. Destarte, a Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil (Aerbras) vem publicamente externar seu repúdio aos maus profissionais que atuam em todos os ramos da engenharia, emprestando o nome, bem como assinando obras que são projetadas e executadas por terceiros e, para tanto, o fazem cobrando preços vis, atentando quanto à dignidade profissional de todos os bons engenheiros. Apoiamos a postura rígida adotada pelo CREA/SP, que em defesa da classe profissional e da sociedade em geral, vem atuando e punindo os engenheiros negligentes com seus deveres deontológicos e profissionais. Zelar pela vida e pelo direito do cidadão também faz parte das nossas obrigações.

Por Adriano Fachini, empresário do setor de telecomunicações e presidente da Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil (Aerbras).



Agenda

152

2 a 6 de junho

Cursos

Instalador fotovoltaico

Descrição

Informações

Promovido pela empresa Neosolar Energia, o curso tem como objetivo capacitar instaladores de sistema fotovoltaico OffGrid, que são muito usados em lugares remotos, com difícil acesso à rede elétrica. Em 2013, a empresa formou mais de 50 instaladores fotovoltaicos. As aulas, divididas em parte teórica (dois dias) e prática (três dias), são destinadas a instaladores, eletricistas técnicos, engenheiros, arquitetos, empreendedores, entre outros.

Local:

2 a 6 de junho

Uberlândia (MG) Contato: (11) 4328-5113 cursos@neosolar.com.br

Gestão predial

Descrição

Informações

Proporcionar aos participantes os conhecimentos indispensáveis para que possam atuar com desembaraço e segurança na área predial é o objetivo deste curso promovido pela NTT. Gestão predial – definições, estratégia e metodologia; manutenção predial; manutenção de alto desempenho; terceirização; e automação predial são alguns dos temas que serão apresentados neste curso. O público-alvo são profissionais que atuam ou pretendem atuar na área de gerenciamento de complexos prediais.

Local:

9 a 11 de junho

Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br

Manutenção de equipamentos elétricos

Descrição

Informações

Recomendado a profissionais que estejam envolvidos com a manutenção elétrica industrial, este curso apresentará

Local:

em seu programa: conceitos de manutenção preventiva, preditiva, corretiva e manutenção centrada em confiabilidade. Serão fornecidas ainda noções básicas sobre isolantes. Equipamentos de testes para manutenção, manutenção de cabos, aterramentos, para-raios, transformadores de força e painéis.

Uberlândia (MG)

10 de junho

Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br

Proteção avançada em baixa tensão

Descrição

Informações

O objetivo deste curso da SEL é apresentar os aspectos fundamentais relativos à aplicação de relés inteligentes em Centro de Controle de Motores (CCMs) e explorar novas possibilidades e benefícios do uso de redes Ethernet na baixa tensão. É voltado para engenheiros, tecnólogos e técnicos envolvidos com assuntos de proteção e controle. Necessário conhecimento prévio de matemática fasorial, números complexos, circuitos elétricos e sistemas trifásicos.

Local:

29 e 30 de maio

Belo Horizonte (MG) Contato: (19) 3515.2000 atendimento@selinc.com

Encontro nacional de investidores em PCHs

Descrição

Informações

Trata-se da sexta edição do evento, que acontecerá, segundo os organizadores, em um momento importante para o setor de CGHs e PCHs, com novas medidas de incentivo adotadas visando a aprovação, viabilização e contratação de projetos nessa área. Entre os temas a serem debatidos no encontro estão: ajustes na regulamentação, competitividades com outras fontes, diretrizes para aprovação dos projetos, exigências ambientais, disponibilidade de energia no mercado livre.

Local:

2 a 6 de junho

Eventos

O Setor Elétrico / Abril de 2014

São Paulo (SP) Contato: (11) 5051-6535 info@viex-americas.com

Intersolar Europe

Descrição

Informações

Levando-se em conta que a cada dia o mercado solar torna-se mais importante no cenário mundial, o evento terá como objetivo promover o intercâmbio de informações que auxiliam no crescimento do setor. Na edição deste ano, as conferências serão realizadas de 2 a 5 de junho, e a feira de 4 a 6 de junho. A exposição trará os principais expositores nacionais e internacionais do segmento de energia fotovoltaica.

Local:

3 e 4 de junho

Munique (Alemanha) Contato: +49 7231 58598-0 www.intersolar.de

Redes subterrâneas de energia elétrica

Descrição

Informações

Em sua 10ª edição, o evento terá em sua programação, além do fórum, um workshop internacional sobre cabos isolados (com três módulos, coordenados pelo Cigré Brasil) e uma exposição, que poderá ser visitada pelos inscritos e por demais convidados. O tema do evento é Conversão de redes de distribuição de energia elétrica aérea para subterrânea: dificuldades e alternativas. Participarão empresas de distribuição e transmissão de energia elétrica, empresas de telecomunicações, empresas de tevê a cabo e similares.

Local:

3 a 5 de junho

São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br

Ilume Expo

Descrição

Informações

O tema da terceira edição do Ilume Expo é Novos paradigmas e tecnologias para os atuais desafios da administração municipal na gestão da iluminação pública. Além da exposição, o evento será composto por um fórum, que acontecerá nos dias 3 e 4 de junho e um workshop internacional sobre Leds, que será realizado no dia 5 de junho. Entre os temas que serão discutidos no fórum estão a eficiência energética e o relacionamento entre concessionárias de energia elétrica e órgãos públicos.

Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br


Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Abril de 2014

3M 41 0800-0132333 www.3meletricos.com.br Altus 27 (51) 3589 9500 www.altus.com.br Alubar 95 (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www. alubar.net Anuário O Setor Elétrico 147 (11) 3872-4404 publicidade@atitudeeditorial.com.br www.osetoreletrico.com.br Beghim 66 e 67 www.beghim.com.br BHS Eletrônica 133 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br Brasformer Braspel 137 (11) 2969-2244 brasformer@braspel.com.br www.braspel.com.br BTM 24 (11) 2431-4955 vendas@grupobtm.com.br www.grupobtm.com.br Cabelauto 107 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br Cablena 23 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Clamper Fascículo e 49 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicação@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 103 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cofibam 135 (11) 4182-8500 vendas@cofibam.com.br www.cofibam.com.br Comsystel Sistemas Eletrificados 98

Cordeiro 71 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br Corfio 129 (47) 3561-3777 corfio@corfio.com.br www.corfio.com.br Crimper 43 (11) 3834-0422 / 0800 7721 777 vendassp@crimper.com.br www.crimper.com.br Crouse-Hinds by Eaton 81 (15) 3353-7070 vendasbrasil@eaton.com www.crouse-hinds.com.br Daisa 22 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Dutoplast 39 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br Eaton 33 (11) 4525-7100 vendaschbrasil@eaton.com www.eaton.com.br Efe-Semitrans 59 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br Eletromar 35 0800 7242 437 www.hager.com.br Elos 12 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br Embrata 104 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br Enercon 63 (11) 2919-0911 vendas@enercon.com.br www.enercon.com.br ERG 134

(16) 3942-1880 vendas@erglojanr10.com.br www.erglojanr10.com.br

IBT 11 (11) 4398-6634 www.ibt.com.br ICE Cabos Especiais 117 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br IFG 150 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Induscabos 109 (11) 4636-2211 spvendas@induscabus.com.br www.induscabos.com.br Incesa 21 0800 700 3228 www.incesa.com.br Instrumenti 20

(11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Intelli 83 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Kanaflex 149 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br Kienzle 90 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br KRC 140 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br Legrand 55 (54) 2101-9900 est.brasil@legrand.com.br www.cablofil.com.br Lider Rio 29 (21) 3295-8600 comercial@liderrio.com www.liderrio.com Luminárias Projeto 126 (11) 2946-8200 vendas@luminariasprojeto.com.br www.luminariasprojeto.com.br

(11) 4158-8440 vendas@comsystel.com.br www.comsystel.com.br

EngePower 10 (11) 3579-8777 www.easypower.com/demo

Con-Fio 100 (21) 2495-4298 contato@con-fio.com www.con-fio.com

Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

Luminotech 141

Conex 13 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br

General Cable 17 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com

Mabitec 122 (11) 2337-1491 mabitec@mabitec.com.br www.mabitec.com.br

Connectwell 53 (11) 5844-2010 vendas@connectwell.com.br www.connectwell.com.br

Gimi 19 (11) 4752-9900 vendas@gimi.com.br www.gimi.com.br

Magnet 120-121 (11) 4176-7877 magnet@mmmagnet.com.br www.mmmagnet.com.br

Contactus Consultoria 115 (21) 3593-5001 comercial@contactus.net.br www.contactus.net.br

Hellermann Tyton 85 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermann.com.br

Copper 100 51 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br

Histec 6 (11) 3018-0500 histec@histeccomercial.com.br www.histeccomercial.com.br

(11) 3872-4404 publicidade@atitudeeditorial.com.br www.osetoreletrico.com.br

153

Melfex 139 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br

Redes Subterrâneas 151 (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br www.rpmbrasil.com.br

Mersen 18 (11) 2348-2374 vendas.ep.brasil@mersen.com www.mersen.com

Rittal 7 (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br

Montal 130 (31) 3476-7675 vendas@montal.com.br www.montal.com.br

Sarel 87 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br

Mon-Ter 89 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Nambei Fios e Cabos 99 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br Naville 101 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Newmax 94 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br Novemp 4, 5 e Fascículo (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Nutsteel 146 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 112 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Paratec 110 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 47 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Perfil Líder 79 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br

Sassi Medidores 102 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br SEL Engenharia 143 (19) 3515-2040 engenharia@selinc.com www.selinc.com.br Siemens 9 www.siemens.com.br/protecao Steck 61 0800 122022 / 11 6245-7000 vendas@steck.com.br www.steck.com.br Strahl 37 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Sultech 88 (51) 3013-0333 vendas@sultech.com.br www.sultech.com.br Telbra 123 (11) 2946-4646 www.telbra.com.br Tigre Tubos e Conexões 65 (47) 3441-5000 / 0800 707 4700 teletigre@tigre.com.br www.tigre.com.br 111 Trael (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Trafomil 91 (11) 4815-6444 vendas@trafomil.com.br www.trafomil.com.br Transformadores União 127 (11) 2023-9000 vendas@transformadoresuniao.com.br www.transformadoresuniao.com.br

Pfannenberg 31 (19) 3935-7187 info@pfannenberg.com.br www.pfannenberg.com.br

Unitron 131 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br

Press Mat 93 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br

VR Painéis Elétricos 97 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br

Média Tensão 113 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br

RDI Bender 15 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br

Walcenter 105 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br

Megabrás 92 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com

Real Perfil 14 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br

Wetzel 96 0800 474016 eletrotecnica@wetzel.com.br www.wetzel.com.br


What’s wrong here?

154

O Setor Elétrico / Abril de 2014

O que há de errado? Observe a imagem e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão. A foto foi registrada em uma grande instituição de ensino, na

ação Ilustr

: Ma

. uro Jr

grande São Paulo, e enviada pelo leitor José Carlos de Andrade França.

Resposta da edição 97 (Fevereiro/2014) O leitor ADRIANO LUIZ MIRA DO CARMO identificou corretamente os erros da instalação ilustrada ao lado, conforme orienta a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. A vencedora receberá, como premiação, um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras e uma inscrição gratuita em um curso a distância da Hilton Moreno Consulting. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando! Confira a resposta correta:

PREMIAÇÃO O leitor que mandar a melhor resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com a normamãe das instalações elétricas de baixa tensão, a ABNT NBR 5410, será recompensado. O acertador ganhará um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, publicação que traz as principais atualizações normativas do setor no último ano e ainda uma inscrição em um dos cursos a distância da Hilton Moreno. Não perca tempo! Mande a sua resposta para interativo@

A foto indica as principais não conformidades a seguir: (a) difícil acessibilidade dos componentes da instalação elétrica; (b) é proibido o uso de cordões paralelos conforme a ABNT NBR 13249 em instalações fixas; (c) o condulete deve ser provido de tampa; (d) conexão inadequada da ponta do eletroduto ao condulete, expondo uma parte da fiação.

Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.

atitudeeditorial.com.br ou acesse www. osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião! Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

@

Mais notícias e comentários sobre as determinações da ABNT NBR 5410 em www.osetoreletrico.com.br




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