Sinais do tempo Reformas periódicas são fundamentais para garantir que instalações elétricas antigas funcionem com segurança e em conformidade com as normas técnicas vigentes
Quadros e painéis elétricos Pesquisa exclusiva com fabricantes e montadores revela que setor espera crescimento médio de 10% para este ano
Barramentos blindados Aterramento de aerogeradores Impacto da tarifa branca na baixa tensão
Sumário
3
atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser José Guilherme Leibel Aranha Massimo Di Marco Coordenação de marketing Emerson Cardoso – emerson@atitudeeditorial.com.br Coordenação de circulação e pesquisa Inês Gaeta – ines@atitudeeditorial.com.br Assistente de pesquisa Jaqueline Baptista – jaqueline@atitudeeditorial.com Assistente de Circulação Fabiana Marilac – fabiana@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Redação Bruno Moreira – bruno@atitudeeditorial.com.br Revisão Gisele Folha Mós Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Márcio Ferreira – marcio@atitudeeditorial.com.br Rosa M. P. Melo – rosa@atitudeeditorial.com Representantes Paraná / Santa Catarina / Rio Grande do Sul Marson Werner - marson@atitudeeditorial.com.br (11) 3872-4404 / 99488-8187
Pesquisa – Quadros e painéis 86 As partes 1 e 2 da ABNT NBR IEC 61439, que fornecem regras gerais e especificam a montagem de conjuntos de manobra e controle, prometem ser as grandes novidades de 2014 para o segmento de quadros e painéis. Confira levantamento exclusivo sobre o tema.
Painel de notícias 8
Espaço Guia de Normas 124
Elat completa 35 anos; Aneel regulamenta pré-pagamento
Dispositivos de proteção contra sobrecorrentes, de acordo
de energia elétrica; IEC publica norma sobre eficiência
com a ABNT NBR 14039.
energética em motores elétricos; Governo de São Paulo assina decretos que estimula a energia renovável; Steck
Coluna do consultor 126
inaugura centro de distribuição; Santil inaugura filial em
Uma análise sobre os efeitos positivos da IT 41 em São Paulo.
Osasco (SP).
Fascículos 25 Reportagem – Retrofit 68
Colunistas
Michel Epelbaum – Energia sustentável 128 Luis Fernando Arruda – Instalação MT 130 Jobson Modena – Proteção contra raios 132 João Barrico – NR 10 134 José Starosta – Energia com qualidade 136 Roberval Bulgarelli – Instalações Ex 138
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira
Com o passar do tempo, os componentes de instalações
Consultor técnico Hilton Moreno
acarretar sobrecarga e acidentes, como choques elétricos e incêndio. Para evitar tais transtornos, faz-se necessário o
Dicas de instalação 142
Colaboradores técnicos da publicação Aléssio Borelli, Hilton Moreno, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Luiz Fernando Arruda, Marcelo Paulino, Michel Epelbaum e Saulo José Nascimento.
retrofit das instalações elétricas.
Ao falar em automação predial, o mais importante nos dias
Colaboradores desta edição: Ademar Brehmer Rohregger, Adriano Fachini, Alzenira Abaide, Daniel Bernardon, Geraldo Rocha, Laura Callai, Luiz Felipe Costa, Marcelo Paulino, Marcus Possi, Nunziante Graziano, Pablo Mourente Miguel, Paulo Lima, Ricardo Garutti
Simulação de um sistema de aerogeradores durante o impacto
Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: : Pavel L Photo and Video | Shutterstock.com Impressão - Gráfica Burti Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Av. General Olímpio da Silveira, 655 – 6º andar, sala 62 CEP: 01150-020 – Santa Cecília – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
elétricas tendem a se tornar obsoletos, não acompanhando o avanço tecnológico dos equipamentos elétricos. Isso pode
Aterramento de aerogeradores 76 de descargas atmosféricas com o objetivo de determinar
atuais são os benefícios diretos gerados pelos sistemas incorporados aos edifícios, seja para o usuário, seja para o gestor.
a sua influência sobre o isolamento dos transformadores
Referências técnicas 144
elevadores.
Definições sobre motores elétricos.
Tarifação 106
Espaço Cigré 148
Para mensurar o impacto da microgeração e da tarifa branca
A evolução da energia eólica no Brasil e a contribuição do ONS.
nos sistemas de baixa tensão, o estudo leva em conta a viabilidade técnica, econômica e a qualidade da energia, sem
Ponto de vista 150
a necessidade de gerenciamento de carga por parte dos
Um desabafo sobre o sucateamento da engenharia no Brasil.
consumidores.
Aula prática – Barramentos blindados 118 Parte 2
Agenda 152 Cursos e eventos do setor de energia elétrica nos próximos meses.
Características técnicas normativas aplicáveis aos barramentos
What’s wrong here 154
blindados.
Identifique o que existe de errado na instalação.
Errata Na edição 97, de fevereiro de 2014, na seção Espaço Guia de normas, página 114, o título do artigo foi erroneamente publicado como Subsistema de captores de descida. O correto é Subsistema de condutores de descida
Editorial
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O Setor Elétrico / Abril de 2014 Capa ed 99.pdf
1
5/1/14
5:38 PM
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Sinais do tempo Reformas periódicas são fundamentais para garantir que instalações elétricas antigas funcionem com segurança e em conformidade com as normas técnicas vigentes
O Setor Elétrico - Ano 9 - Edição 99 – Abril de 2014
Uma licença para falar de Itaipu
Quadros e painéis elétricos Pesquisa exclusiva com fabricantes e montadores revela que setor espera crescimento médio de 10% para este ano
Barramentos blindados Aterramento de aerogeradores Impacto da tarifa branca na baixa tensão
Edição 99
Há pelo menos 12 anos escrevendo sobre energia, ainda não havia conhecido o símbolo brasileiro de maior
autoridade na área elétrica, seja por falta de oportunidade ou contratempos quando esta aparecia. No entanto, conhecer a maior usina hidrelétrica do mundo (em geração, já que em tamanho ela foi ultrapassada pela chinesa Três Gargantas) era algo inevitável – eu sabia – e estava ansiosa por isso. Itaipu Binacional é patrimônio histórico, cultural, técnico, científico e ambiental, tanto que sua grandiosidade foi reconhecida e ela figura hoje na lista das sete maravilhas do mundo moderno.
A oportunidade, então, veio. A participação em um evento focado em sistemas elétricos (SBSE 2014), realizado
em Foz do Iguaçu, me rendeu, além de preciosos conhecimentos e contatos feitos durante o simpósio, a chance de conhecer Itaipu em uma visita técnica. Quero deixar claro que meu objetivo aqui não é rasgar seda, gastando este espaço tecendo inúmeros elogios à usina, mas quero registrar meu encantamento com uma grande obra da engenharia brasileira e que deve ser enaltecida. Por que não?
Os números são impressionantes. Com obras iniciadas em 1975, a primeira unidade geradora entrou em
operação em maio de 1984, há exatos 30 anos. Atualmente, são 20 unidades de geração e 14.000 MW de potência instalada. Cada uma dessas unidades produz energia suficiente para abastecer uma cidade com 2,5 milhões de habitantes. A barragem conta com um desnível de 120 metros de altura, de onde a água despenca, permitindo a operação das turbinas.
Para se ter uma ideia, a construção da usina consumiu 12,7 milhões de m³ de concreto, volume suficiente para
construir 210 estádios de futebol como o Maracanã!
Os vídeos institucionais exibidos para turistas do mundo inteiro mostram estes e outros números, que
emocionam e produzem nos brasileiros aquele orgulho de ter uma obra desse porte no país. No entanto, o que mais comove é a sensação de estar dentro de um imenso vão do rio, separado por densas paredes de concretos (com espessuras de até 20 metros), a poucos metros do basalto (característica geológica natural dessa região do rio Paraná) que sustenta a barragem. Ou a expectativa de ver surgir o vertedouro através de uma iluminação artística que Itaipu, oportunamente, transformou em um espetáculo. Ou ainda perceber a minúcia dos detalhes que separam em exatas duas partes a usina: a parte paraguaia e a brasileira.
Erguer Itaipu, certamente, teve consequências negativas. Não se sabe quantas mortes custou sua construção,
nem a dimensão exata dos impactos socioambientais, mas ela é, sem sombra de dúvida, um imponente e monumental fruto da engenharia.
Nos dias atuais, talvez sua edificação não fosse permitida, embora ela seja uma usina a fio d’água, mas é fato
que, com um país continental como o nosso e com 200 milhões de brasileiros, fica difícil imaginar a vida por aqui sem Itaipu Binacional.
Boa leitura!
Abraços,
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Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Abril de 2014
Notícias relevantes dos mercados de instalações elétricas de baixa, média e alta tensões.
Federação Nacional dos Engenheiros critica programa Mais Engenheiros Ante possibilidade de implementação de medida que estimule a vinda de profissionais estrangeiros para o país, FNE declarou que déficit de profissionais na área de infraestrutura não pode ser sanado desta forma
A Federal Nacional dos Engenheiros (FNE) se posicionou contrária à ideia da implantação do programa Mais Engenheiros, defendida pelo senador Fernando Collor
de Mello (PTB-AL), durante a abertura do 1º Fórum Nacional de Infraestrutura, realizada em Brasília, nos dias 27 e 28 de março de 2014. O programa funcionaria nos mesmos moldes do já implementado Mais Médicos e consistiria na facilitação por parte do Governo Federal da vinda de profissionais de outros países para trabalharem em cidades brasileiras. O plano é incipiente e setores técnicos ainda não foram comunicados sobre a ideia.
Para a FNE, entidade que representa cerca de 500 mil profissionais de engenharia, o déficit de profissionais na área de infraestrutura não pode ser sanado por
meio de um programa, pois já existe mão de obra qualificada disponível no Brasil. Como alternativa, visando assegurar a assistência técnica à população de baixa renda em municípios do interior do país, o presidente da entidade, Celso de Campos Pinheiro, sugere a implantação efetiva da engenharia pública, criada pela Lei 11.888/08. Tal legislação assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social.
Pinheiro defende que a categoria deva ser valorizada pelos governos por meio de planos de carreira que valorizem o profissional e mantenham o serviço público
para atender à população. É preciso realizar concursos públicos nos municípios, com remuneração justa, tendo como referência o piso da categoria definido pela Lei 4.950-A/66, que equivale a R$ 6.516, 00 para jornada de oito horas, afirma o presidente da federação.
A FNE também afirmou em seu comunicado que alertou o governo nos últimos oito anos, por meio do projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento,
para a necessidade de formar mais engenheiros no Brasil, tendo como perspectiva a retomada do crescimento econômico no país. De acordo com levantamento da entidade, o número de formados nesta área de atuação passou de 30 mil em 2006 para 42 mil em 2011, contudo, este crescimento ainda é insuficiente para atender às demandas, segundo a FNE.
Elat completa 35 anos Nestes anos de existência, o grupo foi responsável por diversas ações pioneiras na área de pesquisas científicas e tecnológicas em eletricidade atmosférica
O Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) completa 35 anos de
existência em 2014. O aniversário pode aparentar estranho, já que a entidade foi criada oficialmente em 1995. Contudo, se se levar em conta que, desde 1979, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desenvolve pesquisas científicas e tecnológicas em eletricidade atmosférica na área de Ciências Espaciais e Atmosféricas, a data comemorativa faz sentido.
Primeiro grupo de pesquisa sobre raios criado no Brasil, o Elat já
foi responsável por diversas ações pioneiras na área. Entre os quais, o primeiro registro de nuvens de tempestade feito pelo espaço, em 1980; primeiro modelo de estrutura elétrica das nuvens de tempestade, em 1986; primeiro raio artificial gerado, em 1999; primeira observação de raios com câmeras de alta velocidade, em 2001; primeiro mapa de
Elat foi o primeiro grupo de pesquisas sobre raios criado no Brasil.
incidência de raios, em 2002, etc.
Entre os fatos atuais mais marcantes do grupo estão a criação, em 2011, da primeira Rede Brasileira de Monitoramento de Descargas nuvem-solo e nuvem-nuvem
(BrasilDAT); a realização da primeira série científica sobre raios na TV brasileira, em 2012; e a participação na produção do primeiro documentário sobre raios na história do Brasil, o filme Fragmentos de Paixão, de 2013.
Atualmente, o Elat faz parte do Centro de Ciência do Sistema Terrestre e, por todos os feitos citados, é considerado uma referência mundial nas pesquisas sobre
eletricidade atmosférica.
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Aneel regulamenta pré-pagamento de energia elétrica Documento prevê a adesão do consumidor ao modelo de pré-pagamento como voluntária e sem ônus
Em Reunião Pública realizada no dia 1º de abril, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a
regulamentação das modalidades de pré-pagamento e pós-pagamento eletrônico de energia elétrica. Conforme a agência, o texto aprovado prevê a adesão do consumidor ao modelo de pré-pagamento como voluntária e sem ônus, além disso, deixa na mão das distribuidoras oferecer ou não a modalidade em sua área de concessão.
O consumidor que aderir ao sistema de pré-pagamento receberá um crédito inicial de 20 kWh, a ser quitado na compra
subsequente. Neste intervalo e nos momentos posteriores, o usuário poderá comprar novos créditos quando quiser e quantas vezes desejar, sendo 5 kWh a quantidade mínima que pode ser adquirida. A venda poderá ocorrer por meio de agentes credenciados pela distribuidora ou até pela internet. Isto vai depender da estratégia a ser adotada pela concessionária.
Quando os créditos adquiridos pelo consumidor estiverem para acabar, ele será notificado pela concessionária por meio
de alarmes visual e sonoro disponíveis no interior da unidade consumidora. Com isso, espera-se que o cliente tenha tempo suficiente para providenciar uma nova recarga antes que a antiga cesse. Além disso, em caso de esgotamento de créditos, o consumidor poderá solicitar à distribuidora um crédito de emergência de 20 kWh, pago pelo consumidor na primeira compra subsequente, assim como ocorre com o crédito inicial.
Caso o consumidor mude de ideia e queira voltar ao modelo convencional, ele pode solicitar fazê-lo a qualquer tempo,
sendo o requerimento obrigado a ser atendido no prazo máximo de 30 dias. A tarifa do pré-pagamento será igual à do pós-
Distribuidoras podem ou não oferecer a modalidade de pré-pagamento em sua área de concessão.
pagamento. No entanto, a distribuidora poderá conceder descontos por sua conta e risco para incentivar os consumidores a aderirem à novidade.
Já no que se refere à regulamentação do pós-pagamento eletrônico, a Aneel informa que nesta modalidade o medidor apenas informa o fechamento do ciclo
de faturamento. Aí, de posse dessa informação, geralmente, armazenada em cartão magnético, o consumidor deve se dirigir ao posto da distribuidora e realizar o pagamento da energia consumida na data de vencimento escolhida. Em seguida, o cartão magnético deve ser reinserido no medidor a fim de registrar o pagamento efetuado.
Sobre a modalidade de pré-pagamento eletrônico, a Aneel destaca, porém, que a regulamentação por si só não garante a sua aplicação plena, pois existem outros
aspectos alheios à competência da agência que devem ser solucionados. Entre estes, estão a aprovação do regulamento técnico metrológico para medidores de prépagamento e a posterior certificação dos medidores pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
A regulamentação dos modos de pagamento por parte da Aneel trará diversos benefícios, tanto para os clientes quanto para as concessionárias. Os principais
deles são: melhoria do gerenciamento do consumo de energia; maior transparência em relação aos gastos diários por meio de informações em tempo real; flexibilidade na aquisição e no pagamento da energia; eliminação da cobrança de multas; redução dos custos operacionais; diminuição da inadimplência; e melhoria do relacionamento entre a empresa e seus consumidores, ao se evitar erros de leitura, faturamentos por estimativa, cortes indevidos e problemas de religação fora do prazo.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Abril de 2014
Faturamento do setor eletroeletrônico cresceu 5% em 2013 Números consolidados confirmam projeções feitas pela Abinee em novembro do ano passado. Para 2014, a entidade estima crescimento de até 4% para o setor
A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apresentou no início de abril
os dados definitivos do setor em 2013 e as perspectivas para 2014. Conforme declarou o presidente da entidade, Humberto Barbato, infelizmente, os números demonstraram que as previsões não muito otimistas feitas pela associação no final do ano passado foram bastante acertadas. Tanto a projeção feita em novembro de 2013, quanto os dados definitivos constataram um crescimento real de 5% no faturamento do setor eletroeletrônico. Em relação à balança comercial da indústria, os números se mantiveram basicamente os mesmos. Se a projeção apresentou um déficit de US$ 36 bilhões, o levantamento consolidado demonstrou que a balança comercial teve uma defasagem de US$ 36,2 bilhões.
Por sua vez, os números referentes à área de geração, transmissão e distribuição de energia (GTD)
apresentaram uma pequena diferença das previsões de 2013 para os dados concretizados em 2014. Por exemplo, no que se refere ao crescimentos das importações dos produtos segmento, a projeção da associação foi de que ele seria de 30%. Os números consolidados mostraram um crescimento de 21,7%. Contudo, isso não invalida a afirmação feita pelos profissionais da Abinee ano passado, quando disseram que acréscimo de importações nessa área gera estranheza, porque ela sempre prezou por ter uma indústria nacional forte.
Em relação às projeções feitas para 2014, os valores apresentados em abril são também
basicamente os mesmos dos divulgados em novembro de 2013. No que diz respeito ao faturamento, por exemplo, as previsões se tornaram um pouco mais pessimistas. No ano passado, a associação acreditava que o faturamento da indústria iria aumentar em 5%. Neste ano, os números foram corrigidos para baixo e a Abinee projeta crescimento entre 3,5% e 4%.
A razão de projetar números não tão promissores para o faturamento, segundo a associação, deve-se aos
indicadores macroeconômicos que não ajudam a formular previsões melhores, pois seus elementos principais mostram desequilíbrios cujas correções ou controle exigem medidas restritivas ao crescimento da atividade econômica. Entre estes indicadores, a Abinee destaca os níveis de inflação flutuando perto do limite da meta estabelecida pelo governo; a deterioração das contas públicas; e os crescentes déficits em conta corrente.
As projeções em relação ao déficit da balança comercial também se tornaram mais pessimistas de
novembro do ano passado a abril deste ano. Em 2013, a Abinee acreditava que a defasagem iria ser de aproximadamente US$ 38 bilhões, e agora, em 2014, a associação já prevê um déficit de US$ 40,6 bilhões. Este número é 10% superior ao apresentado em 2013. Faturamento da indústria eletroeletrônica Faturamento total por área
2011
2012
2013
3.725
3.920
4.368
11%
(R$ milhões a preços correntes) Automação industrial
2013 X 2012
Componentes elétricos e eletrônicos
9.828
9.755
10.696
10%
Equipamentos industriais
22.272
22.322
23.599
6%
GTD*
13.097
15.307
16.220
6%
Informática
43.561
43.561
47.046
8%
Material elétrico de instalação
9.654
9.019
9.478
5%
Telecomunicações
19.901
22.811
26.689
17%
Utilidades domésticas
16.102
17.841
18.649
5%
Total
138.140
144.536
156.745
8%
Painel de mercado
14
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Instituto Acende Brasil faz propostas para candidatos à presidência Elas estão na 13º edição da série de White Papers da entidade, cujo objetivo é refletir a respeito da atual situação do setor elétrico do país
O Instituto Acende Brasil publicou recentemente o estudo Aprimoramentos para o setor elétrico: proposta aos candidatos (mandato 2015-2018). Trata-se da 13º
edição da série de White Papers da entidade, cujo objetivo é refletir a respeito da atual situação do setor elétrico do país, identificando seus principais problemas e propondo soluções viáveis.
Para facilitar a leitura, o instituto organizou o diagnóstico e as proposições ao longo de três dimensões que constituiriam os pilares do setor. São eles: adequação
da oferta de energia; modicidade tarifária; e credibilidade e confiança.
Entre os principais problemas detectados pela instituição, que afetam o setor elétrico como um todo, estão: o processo atordoado e distorcido de expansão do sistema: a elevação
dos custos da energia devido à alta incidência de tributos e encargos; e a deterioração do ambiente de negócios no setor e o comprometimento dos investimentos futuros.
No que diz respeito à expansão do sistema, o instituto acredita que falta coordenação na implantação dos novos empreendimentos, o que pode ser verificado com usinas
inoperantes por falta de transmissão; linhas ociosas por falta de subestações para receber energia; e distribuidoras que incorrem em sobrecusto por atraso em obras de transmissão.
Em relação aos tributos, a entidade afirma que a energia elétrica brasileira é tributada de forma desproporcional ante sua participação na economia, o que
prejudica, segundo o Instituto Acende Brasil, a competitividade sistema do país, dado que a energia é um insumo essencial em praticamente todo o ramo da economia.
Já no que se refere à falta de credibilidade e confiança institucional do setor, o instituto faz menção à medida provisória 579 da Aneel, que desencadeou uma série
de problemas que, posteriormente foram agravados por remendos para tentar conter os efeitos considerados nocivos pelo setor que foram cometidos no processo.
Para ordenar a expansão, a instituição recomenda: realizar leilões de energia nova no início do ano; licitar instalações de transmissão após obtenção de licença
prévia; aprimorar o planejamento integrado de longo prazo; e planejar os leilões.
A fim de contribuir para a modicidade tarifária, o instituto sugere: implementar a adoção do regime não cumulativo e diminuir a alíquota do PIS/Pasep; harmonizar
as alíquotas interestaduais do ICMS em um patamar baixo e reduzir as alíquotas internas; e coibir a incidência de IR e CSLL sobre indenizações.
No que se refere à confiança no setor, o Instituto Acende Brasil recomenda: delimitar melhor as atribuições de cada instituição; dar mais foco e direção à atuação
da Aneel e consolidar a regulamentação; restabelecer um modelo setorial coerente, entre outras sugestões.
Painel de produtos
16
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Tomadas e interruptores
Caixas de distribuição
www.enerbras.com.br
www.eletromar.com.br
A novidade da Enerbras é a sua nova linha modular e econômica de
Novidade da Eletromar, a sua nova família de caixas Vision conta
tomadas e interruptores Beleze. A linha está disponível em 20 módulos
com design mais tecnológico e discreto e estão disponíveis nas
funcionais diferentes para montagem de diversas composições 4x2 e
versões para embutir ou sobrepor, com por ta opaca ou transparente.
4x4.
As caixas Vision são fabricadas na planta industrial da empresa no
Rio de Janeiro e foram projetadas para instalação de componentes
De acordo com a empresa, os interruptores possuem um toque
suave que proporciona um acionamento mais leve e silencioso. Já as
IEC e NEMA, com diversas opções de tamanhos: 5, 9, 12, 18, 24 e 36
placas e teclas contam com acabamento espelhado e são extremamente
módulos.
lisas, não apresentando porosidades para eventuais acúmulos de poeira.
Essa nova linha conta com funções
família, com a versão VDI, indicada
superiores como dimmer, controle
para instalação de componentes
para ventilador e tomada para
de voz, dados e imagem. As novas
carregamento USB.
caixas possuem material isolante
autoextinguível que retarda as
Os produtos foram lançados
O produto conta ainda, em sua
durante a Feira da Construção
chamas e proporciona maior
(Feicon), realizada em São Paulo,
segurança.
e podem ser encontrados na cor branca.
Caixas de distribuição podem ser encontradas nas versões para embutir ou sobrepor.
Lâmpadas de Led
Lâmpadas fluorescentes
www.flc.com.br
www.lorenzetti.com.br
Os lançamentos da linha Led são destaques da FLC e foram
A Lorenzetti, que entrou no mercado de iluminação em 2012,
enfatizados durante a última edição da Feira da Construção (Feicon), que
lançou a linha Loren Prime de lâmpadas fluorescentes com dimensões
aconteceu no mês de março em São Paulo (SP). Segundo a empresa, as
compactas. Os produtos são indicados para uso em abajures, luminárias,
lâmpadas de Leds consomem 90% menos energia e duram em média 30
lustres, mini arandelas, além de ambientes residenciais e comerciais.
vezes mais que as tradicionais.
apresentam vida útil de
Um dos modelos, o A60, é uma lâmpada que imita o formato de uma
Disponíveis nas cores clara ou branca e suave ou amarela, as lâmpadas
incandescente e, com potência de 6 W, equivale a uma incandescente de
6.000 horas e contam com
40 W. Apresenta temperatura de cor de 4.000 K e corpo fabricado em
certificação do Inmetro, que
plástico e alumínio.
atesta eficiência luminosa
e economia de energia dos
A empresa apresentou ainda outro
modelo, o Super LED GU10, com potência
produtos.
de 7 W e que pode ser instalado com
dimmer. Com temperaturas de cor de
contempla 20 modelos de
3.000 K ou 4.000 K, o produto substitui o
lâmpadas fluorescentes nas
modelo tradicional halógeno por apresentar
versões espiral (9 W, 14 W,
as mesmas dimensões e soquete para
18 W e 23 W) e 4U (19 W)
instalação. Ideal para a iluminação interna
nas tensões 127 V e 220 V.
em ambientes
Todos os produtos possuem
comerciais e residenciais.
Produtos empregam Leds e duram cerca de 30 vezes mais do que as tradicionais.
A linha Loren Prime
um ano de garantia.
Lorenzetti lançou 20 modelos de lâmpadas fluorescentes.
Painel de normas
18
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Notícias sobre normalização, regulamentação, certificação e padronização envolvendo o setor elétrico brasileiro.
ABNT publica 11 novas normas • Acumulador chumbo-ácido estacionário regulado por válvula
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou no dia 26 de março a norma
ABNT NBR 14206:2014, nomeada Acumulador chumbo-ácido estacionário regulado por válvula – Terminologia. Contendo 11 páginas, o documento, que entrará em vigor no dia 26 de abril, define os termos técnicos, aplicados aos acumuladores chumbo-ácidos estacionários regulados por válvula, que não permitam a reposição de água.
• Acumulador chumbo ácido estacionário ventilado
No mesmo dia 26 de março, a ABNT tornou públicas três normas direcionadas ao acumulador
chumbo-ácido estacionário ventilado. A ABNT NBR 14197:2014, estabelece os requisitos exigíveis para acumuladores chumbo-ácidos estacionários ventilados, para regime de baixa, média e alta intensidade de descarga, utilizados como fonte de energia elétrica, assim como os requisitos para a realização de ensaios de tipo, de rotina e de comissionamento. A ABNT NBR 14198:2014 define os termos técnicos aplicados aos acumuladores chumbo-ácidos estacionários ventilados e permitem a reposição de água. E a ABNT NBR 14199:2014 especifica os requisitos para a execução dos ensaios em acumuladores chumbo-ácidos estacionários ventilados, utilizados como fonte de energia elétrica, especificados na ABNT NBR 14197.
• Fiação e conectores dos veículos elétricos rodoviários
Os veículos elétricos também foram contemplados com o lançamento de documentos normativos
em março. No dia 31 do referido mês, a ABNT publicou o relatório técnico ABNT IEC/TR 60783:2014, que é aplicável à fiação e aos conectores utilizados em baterias dos veículos elétricos rodoviários. O texto tem oito páginas e passou a valer no dia 30 de abril.
• Lâmpadas fluorescentes com reator integrado à base
A ABNT NBR IEC 60969: 2014 – Lâmpadas fluorescentes com reator integrado à base para
iluminação geral – requisitos de desempenho foi publicada no dia 1º de abril. O documento, que tem seis páginas, especifica os requisitos de desempenho, os métodos e as condições de ensaio requeridos para demonstrar a conformidade de lâmpadas fluorescentes tubulares e outras lâmpadas de descarga de gás com dispositivos integrados à base, que visam controlar o acendimento e o funcionamento, destinadas ao uso doméstico e iluminação geral similar.
• Interruptores para instalações elétricas fixas domésticas e análogas
No dia 1º de abril, a ABNT também publicou duas normas acerca de interruptores para
instalações elétricas fixas domésticas e análogas: a ABNT NBR IEC 60669-2-2: 2014 e a ABNT NBR IEC 60669-2-3: 2014.
A primeira é aplicada a interruptores temporizados, agora chamados de minuterias, com tensão nominal
que não ultrapasse 440 V e com corrente nominal que não ultrapasse 63 A; e o segundo documento é aplicável aos interruptores eletromagnéticos de comando à distância, agora chamados de telerruptores, com tensão nominal que não exceda 440 V e corrente nominal que não exceda 63 A.
O Setor Elétrico / Abril de 2014
19
• Cabos de controle com isolação extrudada
O segmento de cabos também foi
contemplado com o lançamento de um documento normativo. Também no dia 1º de abril a associação publicou a ABNT NBR 7289: 2014, com o título cabos de controle com isolação extrudada de polietileno termoplástico (PE) ou polcloreto de vinila (PVC) para tensões até 1 kV – requisitos de desempenho.
A norma, que passou a ser válida no dia
1º de maio, especifica os requisitos mínimos de desempenho para cabos de controle multipolares com condutor de cobre, isolados com PE ou PVC, para tensões até 1 kV, com cober tura.
• Fios e cabos para telecomunicações
Fios e cabos para telecomunicações
– fluidez – método de ensaio é o título da ABNT NBR 9147: 2014, norma publicada no dia 2 de abril, e como o próprio nome diz estabelece o método de ensaio para determinação do índice de fluidez de materiais termoplásticos (polietileno, copolímero ou polipropileno) utilizados na isolação e revestimento de fios e cabos para telecomunicações.
• Transformadores para redes aéreas de distribuição
Publicada no dia 4 de abril, a ABNT NBR
5440: 2014 estabelece os requisitos das características elétricas e mecânicas dos transformadores aplicáveis a redes aéreas de distribuição, nas tensões primárias até 36,2 kV e nas tensões secundárias usuais dos transformadores monofásicos e trifásicos, com enrolamento de cobre ou alumínio, imersos em óleos isolantes com resfriamento natural. O documento, que tem 52 páginas, se tornará válido em 4 de maio.
Painel de normas
20
O Setor Elétrico / Abril de 2014
IEC publica norma sobre eficiência energética em motores elétricos Novo texto, publicado em março, trata de todos os tipos de motores elétricos voltados para operação direta na rede
O mês de março teve uma boa novidade para os profissionais que trabalham com especificação para compra e
instalação de motores elétricos industriais. Isto porque foi publicada a nova norma IEC 60034-30-1 – Rotating electrical machines – Part 30-1: Efficiency classes of line operated AC motors. O novo texto normativo fornece, em âmbito internacional, a harmonização global de classes de eficiência energética de motores elétricos.
A nova norma, que cancela e substitui a IEC 60034-30/2008, trata de todos os tipos de motores elétricos
voltados para operação direta na rede, incluindo partidas com tensão reduzida, e abrange também todos os tipos de motores de indução até 1kV, tanto monofásicos como trifásicos, e motores de ímãs permanentes com partida na rede.
Uma modificação do novo documento em relação ao texto antigo diz respeito à faixa de potência nominal
dos motores abrangidos pela definição dos níveis internacionais de eficiência energética, que, nesta norma, foi ampliada, incluindo agora motores de 0,12 kW até 1.000 kW. A nova norma abrange agora também todas as formas construtivas e motores, desde que estes sejam alimentados diretamente da rede e não apenas motores de indução trifásicos com rotor em gaiola de esquilo, tal como aparecia na norma anterior.
A classe de eficiência energética IE4 foi agora incluída de forma consolidada nesta norma internacional.
E os níveis da classe de eficiência energética IE5 são previstos para serem incorporados na próxima edição desta norma, prevista para ser publicada em 2017, ou na nova IEC 60034-30-2 - Classes de eficiência para motores acionados por conversores, que se encontra atualmente em processo de elaboração, prevista também para ser publicada em 2017.
Governo de São Paulo assina decretos que estimulam a energia renovável Documentos estabelecem a desoneração de bens e equipamentos destinados à geração de energia elétrica ou térmica a partir de gás, biogás, fotovoltaica, biomassa, entre outras fontes
Com o objetivo de estimular o uso e a produção das fontes de energia renovável no Estado de São Paulo,
o governador Geraldo Alckmin assinou dois decretos no dia 27 de março. Eles estabelecem a desoneração de bens e equipamentos destinados à geração de energia elétrica ou térmica a partir de gás, biogás, fotovoltaica, resíduos sólidos urbanos, biomassa resultante da industrialização e de resíduos da cana-de-açúcar, assim como de todos os equipamentos necessários para produção e tratamento de biogás.
Na referida data da assinatura dos decretos foi anunciado o Projeto de Eficiência Energética do Palácio dos
Bandeirantes, que consiste na implantação de usina fotovoltaica e modernização de sistemas de iluminação e tem como objetivo incrementar o desempenho energético das instalações do local, especialmente no horário de pico. O projeto acarretará em economia de aproximadamente 638 MWh/ano ao palácio.
O governo estadual divulgou também na ocasião a parceria entre a Secretaria de Energia e o Centro Paula
Souza para capacitação de professores e estudantes em gestão de sistemas de geração de energias renováveis, especificamente energia solar, eólica e biomassa. Os treinamentos aos professores serão oferecidos por meio de parcerias com USP, Unesp, Unicamp e empresas especializadas.
O Governo do Estado de São Paulo já vem desenvolvendo uma política energética com o intuito de ampliar a
participação de energia limpa e renovável em sua matriz energética. Trata-se do meio do Plano Paulista de Energia, que pretende que a participação das fontes renováveis passe de 55,5% para 69% até 2020.
Painel de empresas
22
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.
Steck inaugura centro de distribuição Instalação tem 10 mil m² e está apta para distribuir em média três mil itens por dia em todo o país
O ano de 2014 começou para a Steck com uma grande novidade: o lançamento de seu centro de distribuição, que oferece não apenas produtos, mas soluções
direcionadas a empresas e profissionais do setor elétrico. A nova instalação da companhia de materiais elétricos possui 10 mil m², o que lhe possibilita uma capacidade para estocar até cinco milhões de itens. Em média, a edificação está apta para atender a 400 pedidos e distribuir três mil itens por dia em todo o país.
Localizado na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo, com fácil acesso à Marginal Tietê, o centro de distribuição foi construído, segundo o presidente da Steck, Luis
Valente, com o objetivo de dar vazão ao forte crescimento da empresa nos últimos anos e também para fornecer um serviço cada vez melhor aos clientes. Do ponto de vista operacional, conforme Valente, a instalação servirá para reduzir o custo logístico por linha despachada.
Outra novidade da Steck para este ano
é a atualização de seu Enterprise Resource Planning (ERP) – em português, Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (SIGE), que trata da compilação em um único sistema de todos os dados e processos da empresa.
O centro de distribuição foi construído para dar vazão ao forte crescimento da empresa nos últimos anos.
23
Celena é nova empresa do segmento de iluminação Criada por executivos da área, terá como foco o desenvolvimento de projetos de iluminação com aplicação de soluções em Led
O ex-presidente da Osram Brasil, Roger Michaelis, e
o sócio-diretor da Paulista Bussiness Ltda., empresa de lâmpadas da marca Golden, Ricardo Cricci, fundaram uma nova empresa na área de iluminação. Trata-se da Celena, criada para atender à demanda por projetos de eficientização energética, com foco no desenvolvimento de projetos de iluminação com aplicação de soluções em Led. Para isso, a Celena seguirá uma metodologia de trabalho calcada na elaboração de estudos luminotécnicos, avaliações de retorno de investimento (payback) e melhoria na gestão de recursos.
Segundo seus executivos, a Celena atuará no modelo de
negócio B2B, apostando na segmentação do mercado para acelerar a entrada da tecnologia Led em projetos luminotécnicos de médio e grande porte. A empresa terá como público-alvo clientes corporativos de grandes segmentos, tais como hoteleiro, hospitalar, educacional, clubes, industrial, de iluminação pública e outros que precisam aliar economia com baixa manutenção e levar inteligência ao sistema de gestão de iluminação.
EDP investe R$ 28 milhões em eficiência energética Projetos da companhia priorizaram uso racional da energia e melhorias nas instalações elétricas
A EDP investiu cerca de R$ 28 milhões em projetos de
eficiência energética em 2013. As ações fazem parte do Programa de Eficiência Energética da Aneel, que determina que as distribuidoras apliquem anualmente o mínimo de 0,5% de sua receita operacional líquida em medidas que tenham por objetivo o combate ao desperdício de energia elétrica.
Um dos programas da concessionária é o Boa Energia na
Comunidade, que, em 2013, adequou a instalação de 23.763 unidades consumidoras. A iniciativa contou ainda com a doação de equipamentos mais eficientes para a população de baixa renda.
Os investimentos da EDP estão voltados para clientes
residenciais de baixo poder aquisitivo e organizações sem fins lucrativos. Anualmente, a companhia chega a economizar até 27,5 GWh com projetos de conservação de energia. Para 2014, o Grupo prevê investir mais R$ 26 milhões com o programa de eficiência energética.
Painel de empresas
24
Santil inaugura filial em Osasco (SP) Loja tem cerca de 1 mil m² e comercializará a mesma varie dade de soluções existentes nas demais lojas do Grupo, com 30 mil itens
Osasco, na Grande São Paulo, foi a cidade escolhida pela Santil
Comercial Elétrica para sediar a nova filial da empresa. Recém-inaugurada, a unidade de 1 mil m² comercializará a mesma variedade de soluções existentes nas demais lojas do Grupo, com 30 mil itens, e atenderá não apenas o consumidor final, mas também indústrias, construtoras e incorporadoras da região, por meio de uma equipe de televendas voltada ao atendimento para pessoa jurídica.
A empresa informa que os principais segmentos comercializados pelas
lojas da Santil são os de condutores elétricos (cabos), iluminação (lâmpadas e acessórios), disjuntores, reatores e materiais de infraestrutura. E para estes produtos de maior demanda, a filial possui um estoque local, com o objetivo de atender a pronta entrega. Os demais itens, dentro da Grande São Paulo, chegam em 48 horas. A empresa atende também clientes em outros estados, com parceria de diversas transportadoras.
Além de uma equipe de televendas, a nova unidade conta com
consultores de balcão que, conforme a diretora financeira da Santil, Karina Jorge Bassani, são altamente qualificados para prestar aos clientes todo o suporte técnico necessário. Para a nova unidade, selecionamos vendedores experientes e que passam por constantes treinamentos, pois sabemos da necessidade deste apoio na hora da venda, explica Karina. A Santil possui vendedores especializados em indústria, construção civil, decoração e luminotécnica.
Explicando por qual motivo optou pela cidade de Osasco para abrigar
a nova loja da Santil, a diretora conta que pesquisas internas apontaram um comércio crescente na região e a ausência de lojas especializadas em material elétrico. Por isso entendemos como uma boa oportunidade levar até estes clientes produtos de qualidade e excelência em serviços, respaldados na nossa experiência de 35 anos de atuação no setor elétrico, diz Karina.
Para os produtos de maior demanda, a nova unidade da Santil possui um estoque local, com o intuito de atender a pronta entrega.
Apoio
25
PROTEÇÃO DE GERADORES Por Geraldo Rocha e Paulo Lima
26
Capitulo IV - Proteções de sobrexcitação e sobretensão
• Proteção de sobrexcitação (24) • Proteção de sobretensão (59)
CONJUNTOS DE MANOBRA E CONTROLE DE POTÊNCIA Luiz Felipe Costa
30
Capitulo IV – Conjuntos de manobra e controle de média tensão em invólucros metálicos – Características construtivas
• Características especiais de aplicação • Uso de disjuntores em circuitos com geradores • Aplicação de transformadores de corrente e relés de proteção
INSPEÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Marcus Possi
42
Capítulo IV – Introdução à inspeção
• O que vem antes da inspeção de campo
• Metodologia para a inspeção • Classificação • Procedimentos
MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES Marcelo Paulino Capítulo IV – Ensaio e resistência ôhmica de enrolamentos e avaliação do comutador sob a carga
• Resistência ôhmica dos enrolamentos • Método da queda de tensão • Avaliação do comutador sob carga • Teste do comutador sob carga (OLTC)
58
Fascículos
• Proposta da inspeção
Proteção de geradores
Apoio
26
Capítulo IV Proteções de sobrexcitação e sobretensão Por Geraldo Rocha e Paulo Lima*
Os dois elementos usados para proteger
amarradas juntas. No fim do núcleo, existem
o gerador contra danos durante condições de
componentes não laminados que ajudam a
sobrexcitação (24) e sobretensão (59) estão
manter o núcleo unido.
destacados na Figura 1. A sobrexcitação afeta
não apenas o gerador, mas pode também afetar
núcleo
o transformador elevador. Por esta razão, é
e
comum ajustar o relé 24 para proteger os dois
aplicada. A sobrexcitação ocorre quando o
equipamentos.
fluxo no núcleo de ferro atinge valores elevados.
A
densidade é
de
fluxo
proporcional
inversamente
à
magnético tensão
proporcional
à
do
aplicada frequência
Esta sobrexcitação resulta de um acréscimo da corrente de excitação e da força magnetomotriz, NI. Nestas condições, o núcleo de ferro se torna saturado e o fluxo atinge valores muito acima do joelho (Knee point) da curva característica do ferro.
Com alguma simplificação e usando a Lei de
Faraday, podemos mostrar que o fluxo magnético no núcleo de ferro de um transformador ou máquina é proporcional à relação da tensão induzida dividida pela frequência.
Figura 1 – Proteção 24 e 59.
Ambas as funções indicam possíveis defeitos
no sistema de excitação dos geradores.
Proteções relacionadas ao sistema de excitação Proteção de sobrexcitação (24)
O
núcleo
do
estator,
bem
como
o
do transformador, é composto de folhas laminadas de ferro empilhadas, separadas por uma fina camada (verniz) de isolação e
Figura 2 – Condição de sobrexcitação.
Apoio
27
Se assumirmos que o fluxo é aproximadamente senoidal
de tensão reage com um súbito acréscimo da corrente de
e que, de acordo com a lei de Faraday, a tensão induzida
campo;
é proporcional à derivada do fluxo em relação ao tempo,
3. Conexão incorreta dos TPs que alimentam o circuito
então o valor RMS da tensão induzida é proporcional
de controle da sobrexcitação;
à frequência do fluxo multiplicado pela amplitude do
4. Quando ocorre a perda de um grande bloco de
fluxo. Em outras palavras, por meio da medição do valor
geração ou quando uma carga substancial é subitamente
RMS da tensão induzida V e da frequência f é possível
conectada, as necessidades de reativo para o sistema
determinar se o fluxo aumenta verificando se a relação
aumentam subitamente. O regulador automático de
V/f aumenta.
tensão reage aumentando a corrente de campo. Isso
Um relé que possa medir V/f estará indiretamente
pode levar a uma condição indesejada de sobrexcitação.
medindo o fluxo Φ. A sobrexcitação pode ser resultante de vários fatores:
As normas ANSI/IEEE C50.13 estabelecem os limites
de sobrexcitação contínua para geradores. Os limites de 1. Aumento excessivo da excitação do campo pode
sobrexcitação contínua dos geradores são iguais a 1.05
ocorrer quando um operador parte a máquina, ou
p.u. na base do gerador para condições a plena carga e
em outras situações quando for necessário o controle
sem carga.
manual;
As
2. Queima de um ou mais fusíveis dos TPs que alimentam
estabelecem os limites de sobrexcitação contínua
o circuito de controle da excitação, gerando leitura
para transformadores. Os limites de sobrexcitação
de um valor incorreto pelo controle de realimentação
contínua dos transformadores são de 1.10 p.u. na base
(feedback). Este valor pode ser tão baixo que o regulador
do transformador sem carga e de 1.05 p.u. na base do
normas
ANSI/IEEE
C57.12.00
também
Proteção de geradores
Apoio
28
secundário do transformador com carga nominal e f.p. igual a 0.8 ou maior. Observe que, para o transformador elevador do gerador, o terminal de baixa tensão é considerado como o enrolamento primário. Portanto, o sistema, ou a carga, é conectado do lado de alta tensão, ou enrolamento secundário.
As curvas V/Hz mostram os limites de capacidade
da máquina em diversas situações de sobrexcitação. Na Figura 3, o gerador será danificado em 1 minuto por uma sobrexcitação que produza 120% V/Hz. Observe que o eixo Volts/Hz é um porcentual da
Figura 4 – Relé Volts/Hertz (24) tempo-definido com dois níveis.
grandeza V/Hz nominal. Observe também que o tempo de danos na curva V/Hz está no eixo horizontal, ao contrário das curvas normais de danos tempo versus corrente.
Figura 5 – Relé Volts/Hertz (24) de tempo-definido e tempo-inverso.
uma curva de tempo-inverso e uma curva de tempodefinido. Para a proteção V/Hz com elementos de tempo-inverso e tempo-definido, um elemento pode ser ajustado com 118% de V/Hz e temporização de 1.2
Figura 3 – Exemplo de curva V/Hz de geradores e transformadores.
s. Isto funciona bem para o exemplo mostrado, mas o
Cada gerador ou transformador possui uma curva
ajuste exato deve ser verificado para cada caso. Como
do fabricante com uma tensão base única para
regra, a partida para a curva de tempo-inverso pode ser
aquele equipamento. Isto significa que o gerador e
ajustada em 108% de V/Hz.
o correspondente transformador elevador possuem, algumas vezes, curvas baseadas em diferentes tensões
Proteção de sobretensão (59)
de base. Neste caso, deve ser usada uma base comum
para calcular as curvas.
podem ser submetidos a um acréscimo considerável
A
melhor
proteção
para
uma
condição
Alguns geradores, particularmente os hidrogeradores,
de
das tensões nos terminais como resultado de uma
sobrexcitação é um relé que faça a medição de V/Hz
súbita rejeição de carga. Devido ao aumento súbito
a qualquer instante e opere antes que o equipamento
do torque de aceleração, a rejeição de carga também
seja danificado.
causa sobrevelocidade, que produz um aumento na
As curvas limites dos equipamentos são usadas como
tensão induzida do gerador. Isto ocorre sem qualquer
referência para calcular os ajustes do relé. A Figura 4
elevação na corrente de excitação. Dessa forma, esta
mostra os casos de dois elementos de tempo-definido
condição não é classificada como sobrexcitação.
usados para proteger as máquinas exemplificadas.
porque os reguladores respondem lentamente. Na
A Figura 5 mostra um elemento de proteção com
Este efeito é mais comum em grandes hidrogeradores
Apoio
29
ocorrência de trip em um gerador, pode levar algum
Os elementos da proteção de sobretensão do gerador
tempo desde o comando de fechamento da comporta
podem ser de tempo-definido ou tempo-inverso. Em ambos
até que o gerador retorne a uma velocidade razoável.
os casos, o ajuste da temporização deve ser tal que permita ao
Em alguns casos, a sobrevelocidade momentânea pode
Regulador Automático de Tensão (AVR) da máquina efetuar
atingir duas vezes a velocidade nominal.
uma ação corretiva e evitar a necessidade de trip do relé de
Nos modernos geradores com turbinas a gás ou
proteção. A partida do elemento temporizado é ajustada em
vapor, os reguladores de velocidade e tensão respondem
aproximadamente 110% da tensão nominal da máquina.
muito mais rapidamente do que dos hidrogeradores.
Para esses geradores, sobretensões resultantes de
proteção de sobretensão possui um elemento instantâneo
rejeição brusca de carga não criam maiores problemas.
normalmente ajustado entre 130% e 150% da tensão
nominal da máquina.
A Tabela 1 mostra as sobretensões permissíveis para
geradores e transformadores de acordo com as normas IEEE/ANSI. Essas informações são úteis para ajustar os elementos das proteções de sobretensão. Tabela 1 – Sobretensões permissíveis para geradores e transformadores
Geradores 105% 110% 115% 125%
Continuamente 30 min 5 min 2 min
Transformadores 100% 115% 120% 130%
Continuamente 30 min 5 min 3 min
Para evitar danos devidos às sobretensões elevadas, a
*Geraldo Rocha é engenheiro eletricista e especialista em Proteção de Sistemas Elétricas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É atualmente gerente de Marketing e Engenharia de Aplicação na Schweitzer Engineering Laboratories e professor titular do curso P4 - Filosofias de Proteção de Geradores da Universidade SEL. PAULO LIMA é graduado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Itajubá, com ênfase em Sistemas Elétricos. Atua na SEL como engenheiro de aplicação e suporte técnico para clientes nos serviços e soluções para controle, automação e proteção nas áreas de geração, transmissão, distribuição. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
30
Capítulo IV Conjuntos de manobra e controle de média tensão em invólucros metálicos Características construtivas Por Luiz Felipe Costa*
Conforme o capítulo 4 da IEC 62271-200 e a
operação (Ue) em média tensão no segmento
NBR correspondente, as características elétricas
industrial são: 4,16 kV e 13,8 kV. Além deles,
nominais de um conjunto de manobra e controle
é possível, também, encontrar sistemas em
em invólucro metálico para as tensões acima de
2,4 kV e 34,5 kV. Porém, a escolha de 2,4 kV
1 kV e até 52 kV, inclusive, são:
tem sido, praticamente, evitada no caso das
novas aplicações industriais. Já os sistemas 1 – Tensão nominal (Ur);
com tensão operacional de 34,5 kV vêm, nos
2 – Nível de isolamento nominal (valores das
últimos anos, aumentando a sua presença. É
tensões suportáveis nominais à frequência
possível também encontrar instalações com
industrial – Ud, e ao impulso atmosférico –
tensões de operação em 3,3 kV e 6,6 kV,
Up);
porém, não são comuns.
3 – Frequência nominal (fr); Tabela 1 – Tensões e níveis de isolamento nominais
4 – Corrente nominal de regime contínuo (Ir); 5 – Corrente suportável nominal de curta duração (Ik); 6 – Valor de pico da corrente suportável (Ip); 7 – Duração nominal de curtocircuito (tk). 1) Tensão nominal (U r): Os valores mais comuns para a tensão de
Brasil
Tabela 1b
Tabela 1a
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
Ue
Ur
Ud
Up
Ur
Ud
Up
(kV)
(kV)
(kV)
(kV)
(kV)
(kV)
(kV)
[2,4]
4,76
19
60
3.6
10
40
[3,3/3,45]
4,76
19
60
3.6
10
40
4,16
4,76
19
60
7.2
20
60
[6,6/6,9]
8,25
36
95
7.2
20
60
[11,0]
15
36
95
12.0
28
75
13,8
15
36
95
17.5
38
95
[23,0]
27
60
125
24.0
50
125
34,5
38
80
150
36.0
70
170
Apoio
31
Notas:
não reflete a realidade, já que a tensão nominal representa
• Coluna 1: valores comuns da tensão de operação no Brasil.
o máximo valor ao qual a instalação pode ficar sujeita: no
Os valores entre colchetes, apesar de serem utilizados, não
caso, por exemplo, de 13,8 kV os sistemas nacionais não
são muito comuns no setor industrial brasileiro;
ultrapassam o limite de 15 kV. Porém, o impacto não é
• Colunas 2 / 3 / 4: relativas a tabela 1b (faixa I / série II
significativo no contexto relativo aos valores dos níveis de
de tensões nominais – Ur) da IEC 62271-1, cujos valores se
isolamento nominais.
alinham com as práticas brasileiras; • Colunas 5 / 6 / 7: relativas a tabela 1a (faixa I / série I de
2) Nível de Isolamento Nominal (U d / Up): se for
tensões nominais – Ur) da IEC 62271-1;
mantida a análise prévia para os sistemas com tensões
• Ue : tensão de operação (kV – valor eficaz);
de operação em 4,16 kV e 13,8 kV, pode-se notar que
• Ur : tensão nominal (kV – valor eficaz);
os valores de 20 kV e 38 kV adotados para tensão
• Ud : tensão nominal suportável a frequência industrial
suportável à frequência industrial (respectivamente para
(kV – valor eficaz);
as tensões nominais de 7,2 kV e 17,5 kV) não implicam
• Up : tensão nominal suportável ao impulso atmosférico –
nenhum grande impacto. Esses valores são muito
NBI (kV – valor de crista).
próximos dos aplicáveis no caso de se usar a tabela 1b (faixa I/série II de tensões da IEC 62271-1), ou seja: 19
A prática, muitas vezes, adotada no Brasil é associar os
kV e 36 kV, respectivamente, para as tensões nominais
valores de 4,16 kV e 13,8 kV às tensões nominais (Ur) de 7,2
de 4,76 kV e 15 kV. A tensão suportável nominal ao
kV e 17,5 kV da tabela 1a da IEC 62271-1: 2007: Níveis de
impulso atmosférico – NBI (U p) apresenta os mesmos
isolação nominais para tensões nominais da faixa I, série I
valores para ambas as tabelas da faixa I: 60 kV e 95 kV,
(valor eficaz da tensão nominal – Ur). Isso, de certa forma,
respectivamente.
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
32
3) Frequência nominal (fr): A prática atual em todo o
conforme a norma internacional ISO 3. Estes valores
território brasileiro é o uso do valor de 60 Hz.
foram propostos, originalmente, em 1870 por Charles Renard (1847–1905), um engenheiro militar francês. E,
4) Valor da corrente nominal de regime contínuo (Ir) e
em sua homenagem, adotou-se a letra R para designar
máxima elevação de temperatura: Neste caso, a ABNT
cada uma das séries (R5, R10, R20, R40 e R80). Estes
segue a recomendação internacional de adotar, para os
valores estão divididos em cinco conjuntos de números
valores da corrente nominal, os múltiplos da série R10,
arredondados a partir das séries geométricas propostas:
conforme descrito na IEC 60059 (IEC standard current
10N/5, 10N/10, 10N/20, 10N/40 e 10N/80.
ratings).
Tabela 2 – Valores típicos para corrente nominal de regime contínuo (Ir) Marcas
Valores típicos da IEC
(1)
(2)
é o fato de a primeira permitir uma sobre-elevação de temperatura maior: 75 ºC (IEC) em comparação a 65 ºC para os usuários finais que aplicam equipamentos
630
(*)
de temperatura propostos pela IEC em relação à Ansi,
(ANSI). Tal situação promove uma percepção confortável
A (*)
Um ponto interessante, ao compararmos os limites
800
de origem Ansi num contexto IEC. Este fato pode ser
1.000
explicado a partir da seguinte equação, a qual relaciona
1.250
as elevações de temperatura aos níveis de corrente.
1.600 (*)
2.000 2.500
(*)
3.150 4.000
Notas: • Coluna 1: a marca (*) indica os valores mais usados nos conjuntos de manobra e controle de MT. • Coluna 2: valores da corrente nominal de regime contínuo (Ir) conforme a subseção 4.4.1 da IEC 62271-200. Tabela 3 – Limites de elevação de temperatura, conforme a tabela 3 da norma IEC 62271-1 Conexão de barras ou terminação de cabos
Elev. Temp. C
Os termos mostrados significam:
• Ir: Valor da corrente nominal. • Ie: Valor da corrente de operação. • Δυr: Elevação de temperatura nominal. • Δυe: Elevação de temperatura em operação. Como
um
exemplo
para
o
ponto
mencionado
anteriormente, vamos verificar o que ocorre ao se aplicar
Temp. Total
3.150 A em um equipamento Ansi de 3.000 A com conexões
C
prateadas aparafusadas nos barramentos. Com base na
o
o
Barras de cobre nu
50
90
Barras estanhadas
65
105
Barras prateadas
75
115
Barras niqueladas
75
115
Cabo a barra de cobre nu
50
90
Cabo a barra estanhada
65
105
Cabo a barra prateada
65
105
relação (1), a seguinte relação se aplica:
O resultado da relação anterior é, aproximadamente,
72 ºC. Isso representa a elevação de temperatura para
A série R10 (constituída pelos valores: 1 / 1.25 / 1.6 /
uma corrente de 3150 A em um equipamento Ansi para
2 / 2.5 / 3.15 / 4 / 5 / 6.3 / 8 e seus múltiplos) é parte de
3.000 A. Em outras palavras, o equipamento é capaz
um sistema de números preferenciais, que foi proposto
de atender ao requisito da IEC para uma elevação
com a finalidade de se padronizar os valores utilizados
máxima de temperatura de 75 ºC (ver Tabela 3) para
em qualquer aplicação técnica, em conjunto com o
uma conexão aparafusada de barras prateadas.
sistema métrico. Este sistema foi adotado em 1952 pela
ISO (International Organization for Standardization),
segundo a Ansi, no nível de 1.250 A, a elevação de
No caso de comparação de equipamentos de 1.200 A,
Apoio
33
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
34
temperatura é de, aproximadamente, 71 ºC, se levarmos
da aplicação de um multiplicador ao valor eficaz da
em conta as mesmas condições descritas no parágrafo
componente simétrica da corrente de curto-circuito.
anterior para uma estrutura de 3.000 A.
Este multiplicador é definido a partir do valor da relação
Outro comentário interessante quanto à elevação
X/R (razão entre a reatância indutiva e a resistência)
de temperatura e sua relação com o acabamento dado
para o equivalente de Thevenin do sistema elétrico,
às superfícies de contato nos pontos de conexão é o
visto a partir do ponto da falta. O multiplicador é igual
fato de que, apesar de bem conhecido, o impacto da
ao produto da √2 por uma constante, a qual é calculada
combinação de condições de calor e umidade com
a partir do valor de X/R. Neste trabalho, esta constante
ambientes ricos em enxofre sobre certas atmosferas
está representada pela letra k.
industriais.
Tabela 4 – Valores
Apesar de serem conhecidos os impactos negativos
típicos para corrente suportável
nominal de curta duração
no tratamento de prata aplicada sobre superfícies
Marcas
de cobre (uso de prateação sobre base metálica) em
(1)
ambientes industriais com atmosfera rica em enxofre
(Ik)
Valores típicos da IEC (2) kA
associados à combinação de calor com umidade, não
16
tem existido tal preocupação por parte dos profissionais
20
responsáveis pela especificação e aplicação dos
(*)
25
equipamentos na maioria das vezes. O conhecido
(*)
31,5
processo de corrosão do cobre (Cu) e da prata (Ag),
(*)
40 50
nas condições descritas anteriormente, comum em muitas áreas de refinarias, unidades petroquímicas, siderúrgicas, processamento de papel e celulose e de
Notas:
tratamento de água e esgoto, não tem sido considerado
• Coluna 1: a marca (*) indica os valores mais
ou, mesmo, relatado como um crítico. Isso se deve,
encontrados nos equipamentos de manobra de MT
talvez, ao fato da enorme tendência de se usar unidades
usados em conjuntos para subestações primárias.
de ar-condicionado, sistemas de pressurização e filtros
• Coluna 2: valores típicos da corrente suportável
nas salas elétricas principais, associado ao fato de ser
nominal de curta-duração (I r) conforme a subseção 4.5
comum o critério de instalação dos equipamentos de
da IEC 62271-200.
manobra e controle o mais distante possível das áreas com maior concentração de gases de enxofre (sulfatos
A IEC 60909 define as seguintes relações entre o
hidrogenados). Porém, cabe ressaltar que já houve
valor de X/R, o valor eficaz da componente simétrica da
solicitações no mercado brasileiro para o uso de níquel
corrente subtransitória de curto-circuito (Ik’’) e o valor
(Ni) como material de acabamento sobre superfícies de
instantâneo de pico da crista do 1º semiciclo (ip).
cobre (Cu) nas regiões de contato das conexões elétricas em áreas específicas de siderúrgicas e de unidades de processamento de papel e celulose. 5) Valor da corrente suportável nominal de curtaduração (I k): Os valores adotados são, também, baseados em múltiplos da série R10. Eles expressam,
A relação de X/R é igual ao produto da constante de
tempo (t), em milisegundos, pela velocidade angular (v) do sistema, em rad/s (obtida pela frequência – f):
em kA, o valor eficaz da componente simétrica da corrente suportável nominal de curta duração. 6) Valor de crista da corrente suportável nominal (I p): O valor instantâneo de crista do primeiro semiciclo
da corrente suportável nominal de um conjunto de
indutância (L), como se vê na fórmula a seguir; em que o
A partir da relação entre a reatância indutiva (X) e a
manobra e controle de média tensão é obtido a partir
valor de f representa a frequência do sistema, em hertz,
Apoio
35
e L é a indutância, em henries, pode-se extrair o valor da constante de tempo, em milisegundos.
Por exemplo, o valor de 2,5 representa o resultado do produto da √2 por um valor da constante k associada
Na cultura Ansi (ver documento IEEE Std C37.010/1999:
a relação X/R = 14. O valor 14 é aproximadamente igual
IEEE Application Guide for AC High-Voltage Circuit Breakers
ao produto da constante de tempo (t), igual a 45 ms (valor
on a Symmetrical Current Basis), são definidas as seguintes
definido na seção 4.6 da norma IEC 62271-1) e a velocidade
relações entre o valor de X/R, o valor eficaz da componente
angular (v) de um sistema para a frequência de 50 Hz, como
simétrica da corrente subtransitória de curto-circuito (Isym)
se pode ver a seguir:
e o valor instantâneo de pico da crista do 1º semiciclo (iCL) do curto-circuito:
No caso de 60 Hz, teríamos uma velocidade angular
(ω) com o valor de aproximadamente 377. Isso nos dá uma relação X/R = 17, para uma constante de tempo (τ), igual a
Neste contexto, é interessante notar que a norma
45 ms. Este valor nos proporciona uma constante de 2,6,
para disjuntores de alta-tensão IEC 62271-100 / 2008-
como se pode ver a seguir:
04 (High-voltage switchgear and controlgear – Part 100:
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
36
Alternating-current circuit-breakers) define os seguintes
associada à aplicação correta dos elementos de proteção
valores a serem usados para obter o pico do primeiro
(transformadores de corrente e relés) e de manobra
semiciclo de corrente de curto-circuito:
(disjuntores, contatores e fusíveis limitadores).
• 2,5 para sistemas com fr = 50 Hz e constante de tempo
1) Esforços dinâmicos oriundos das correntes de curto-
(L/R) igual a 45 ms;
circuito:
• 2,6 para sistemas com fr = 60 Hz e constante de tempo
Em termos mecânicos, para um curto-circuito trifásico
(L/R) igual a 45 ms; e
franco (impedância zero no ponto de falha) basta uma
• 2,7 para ambas as frequências e constante de tempo
simples análise da fórmula (2) da norma IEC 60865-1 /
igual a 120 ms (caso especial).
1993 (Short-circuit currents – Calculation of effects. Part 1: Definitions and calculation methods), reproduzida a
7) Duração de curto-circuito nominal (tk): A ABNT,
seguir, para se notar que o aumento do valor instantâneo
a IEC e a Ansi adotam, para a duração nominal da
de pico da corrente de semiciclo implica uma variação
corrente suportável, um dos seguintes valores: 1, 2 ou 3
quadrática na força resultante: 10% a mais de corrente
segundos. Apesar de ser usual o valor de 1 segundo para
significam 21% a mais de força sobre as barras.
as aplicações mais comuns, tem-se visto, neste quesito, indústrias que, por questões de segurança operacional e confiabilidade, vem mostrando preferência pelo valor de 3 segundos.
Características especiais de aplicação Como já comentado anteriormente, a aplicação de um conjunto de manobra e controle de média tensão vai além da simples acomodação dos valores nominais do equipamento aos que são requeridos pelo sistema. Existe a necessidade concreta de identificar as várias variáveis
• Fm3: força no condutor principal (fase) central devido a um curto-circuito trifásico; • μ0: constante magnética, permeabilidade do vácuo; • ip3: valor instantâneo de crista do primeiro semiciclo da fase com maior assimetria em um curto-circuito trifásico; • l: distância entre centro de linha dos suportes; • am: distância efetiva entre condutores principais adjacentes.
presentes na instalação, sejam elas de origem elétrica ou ambiental.
A operação adequada e segura de qualquer sistema
ou equipamento elétrico depende de um compromisso entre fornecedor e cliente. O fabricante deve garantir que o produto irá atender o estabelecido nas normas técnicas aplicáveis, mas é fundamental que o usuário mantenha o local da instalação conforme os requisitos da aplicação e operação. Um exemplo importante e que é muito recorrente na aplicação de cubículos é o descuido com o valor de crista do primeiro semiciclo da corrente de curto-circuito nominal. Este valor, determinado pela relação X/R vista entre a barra do painel e a(s) fonte(s) do sistema elétrico, implica não somente no comportamento dinâmico nas barras do conjunto de manobra e controle de média tensão, proveniente dos esforços mecânicos produzidos pela corrente de curto-circuito no 1º semiciclo da fase mais assimétrica (ip – valor instantâneo de crista), que irá interagir com as outras duas fases, como também está
Figura 1 – Simulação gráfica da corrente de um curto-circuito monofásico.
Em que: • Valor eficaz, em kA, da corrente = 40; • Valor, em Hz, da frequência = 60; • Relação X sobre R visto do ponto de defeito = 17; • Ciclos de falta = 7; • O valor do ângulo da impedância é de 86,63 graus; • O fator de potência do curto-circuito é 0,06; • A constante de tempo do circuito é 45,09 ms; • Fase com a máxima assimetria;
37
• O fator de assimetria do 1º semiciclo da fase, conforme a Ansi, é 1,8313; • O valor do multiplicador para crista do 1o semiciclo da fase (= SQRT(2)*k), conforme a Ansi, é de 2,5898; • O valor de crista do 1º semiciclo da fase, conforme a Ansi, é de 103,59 kA; • O valor do angulo de fechamento da fase é de 176,63 graus. 2) Uso de disjuntores em circuito com geradores:
Um problema crítico é a aplicação correta de disjuntores de distribuição em circuitos com geração, já que este tipo de equipamento é definido e ensaiado com a constante de tempo padronizada em 45 ms.
Na aplicação de disjuntores em circuitos e barras
com geradores, deve-se atentar para possíveis condições especiais, que podem estar presentes: • Valores altos para a relação X/R (constantes de tempo maiores do que 45 ms); • Valores altos (acima do padronizado) da TRT (Tensão de Restabelecimento Transitória, denominada, em inglês, como TRV) e da TCTRT (Taxa de Crescimento da Tensão de Restabelecimento Transitória, denominada, em inglês, como RRRV); • Valores altos da corrente de regime contínuo; • Valores altos para a corrente de curto-circuito alimentada pelo sistema; • Manobra em oposição de fase (sistemas fora de sincronismo); e • Possibilidade de atraso no zero de corrente (ausência de zeros nos primeiros ciclos da forma de onda da corrente a ser interrompida).
Estas condições têm sido observadas em unidades
dedicadas a autogeração ou a cogeração. Por exemplo, nas unidades de extração e produção marítimas de petróleo, em que as distâncias envolvidas e a necessidade de deslocamento das mesmas obrigam a independência de suprimento de energia elétrica, tem-se observado uma tendência de se usar de 3 a 4 turbo-geradores, em 13,8 kV, com potência variando de 25 MVA a 35 MVA. Estes fatos têm levado à necessidade de se adotar disjuntores específicos para aplicação em geradores, conforme diretrizes da ementa 1 da norma Ansi/IEEE Std C37.013a, de 2007 (IEEE Standard for AC
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
38
High Voltage Generator Circuit Breakers Rated on a Symmetrical Current Basis – Amendment 1: Supplement for Use with Generators rated 10-100 MVA).
Uma alternativa usada em alguns casos especiais
para adequar a capacidade nominal de interrupção de um disjuntor a uma constante de tempo maior é retardar sua abertura, permitindo que a onda de corrente reduza a sua assimetria e, então, se enquadre na capacidade do elemento interruptor. Se forem tomados os cuidados devidos para a solicitação dinâmica e térmica, além da estabilidade dinâmica do sistema, aparentemente, não se vê muito problema. Mas se for levado em conta a possibilidade de acidentes internos por arco no conjunto de manobra, onde está instalado o disjuntor, este mesmo retardo irá implicar níveis mais altos de energia e, caso o evento ocorra com porta ou tampa aberta, implicará uma maior exposição humana aos riscos inerentes dessa situação. 3) Aplicação de Transformadores de Corrente (TCs) e
Figura 2 – Comparação das formas de onda e dos valores eficazes das correntes secundárias de um TC.
relés de proteção:
Tanto a ABNT quanto a IEC, em suas normas
secundário de conexão e um relé de proteção do tipo
para conjuntos de manobra e controle de MT, não
microprocessado). Para este caso, foi suposto 75% de
determinam nenhuma característica mínima para o
remanência presente no núcleo do transformador de
uso de transformadores de corrente ou de relés de
corrente.
proteção. Porém, a análise de engenharia de proteção e
A forma de onda não distorcida e com maior
do grupo de estudos de curto-circuito e de seletividade
assimetria no primeiro semiciclo, vista na imagem
da proteção precisam ser levadas em consideração.
inferior da figura, demonstra a condição teórica para
A saturação de um TC não se deve somente ao alto
um TC ideal (livre de qualquer saturação). Já a outra
valor eficaz da componente simétrica da corrente de
onda, distorcida e com assimetria menor no primeiro
curto-circuito. Existem outros fatores, como nível de
semiciclo mostra a real condição com a saturação do
remanência no núcleo do transformador, a carga imposta
TC.
no circuito secundário do mesmo e, principalmente, a
uma grande assimetria (componente contínua – relação
tempo correto e implicar não somente em transtorno na
X/R do circuito primário do TC).
coordenação e continuidade/confiabilidade do sistema
Um TC saturado pode levar a proteção a não atuar no
Na Figura 2, é possível estabelecer uma comparação
elétrico, como pode também aumentar a exposição de
visual das formas de onda e dos valores eficazes das
um trabalhador a energia liberada por um arco elétrico.
correntes secundárias de transformador de corrente (TC)
de relação 2.000-5 A, classe de exatidão de proteção
que a forma de onda no secundário do TC em 6 ms já
10B400 (ABNT) ou C400 (Ansi), quando submetido
mostra sinais do início de saturação, que se estende
a uma corrente simétrica (primeira visualização) e
por mais de 100 ms. Pode ser que o tempo até o início
de assimetria total (segunda visualização), para os
da saturação não seja suficiente para atuar o elemento
valores primários relativos a um curto-circuito de 35
instantâneo da unidade de proteção de sobrecorrente;
kA eficazes e X/R= 48 (constante de tempo de 126 ms).
principalmente no caso de relés microprocessados, em
Este TC está conectado a uma carga secundária, ZSEC
que os filtros das entradas de corrente retiram todas as
= (0,04 + j0,001) ohms (cerca de 5 metros de cabo
harmônicas do sinal, deixando apenas a fundamental,
Pode-se observar na segunda imagem da Figura 2
Apoio
39
Conjuntos de manobra e controle de potência
Apoio
40
com um valor insuficiente para a partida da respectiva
4) Alteração espacial do arranjo interno de partes do
unidade do elemento de proteção.
Conjunto de Manobra:
Uma forma de se contornar este problema é o uso de
Um CMC de MT é ensaiado para suportar uma
relés microprocessados, já disponibilizados no mercado
série de impulsos atmosféricos com uma determinada
por alguns fabricantes, que possuem algoritmos que
configuração. A inclusão de outros componentes
permitem lidar com as condições transitórias de sinais
deve ser cuidadosamente avaliada quanto às novas
de corrente distorcidos pela forte saturação no núcleo
distâncias dielétricas, de forma a se garantir que os
do TC. Outra abordagem é calcular o que o IEEE define
gradientes elétricos presentes no interior do painel
como tempo até saturação e verificar se este valor é
estejam de acordo com a classe de isolação do
suficiente para permitir a atuação da proteção.
equipamento. Apesar de muitas vezes o simples uso
Em outros casos, pode ser necessária a aplicação de
das distâncias e práticas de engenharia do fabricante
transformadores de corrente de proteção com relações
bastar para demonstrar a correta adequação do novo
de transformação e classes de exatidão (burdens)
arranjo, existem situações que se fazem necessárias
maiores. Mesmo que esta solução seja adequada para o uso e ajustes dos relés de proteção acoplados, o agravante nesta solução é o volume a ser ocupado por este componente. É importante lembrar que um conjunto de manobra e controle de MT é ensaiado para suportar uma série de aplicações de impulsos atmosféricos em uma determinada configuração física. A inclusão de outros componentes deve ser cuidadosamente avaliada quanto às novas distâncias dielétricas, de forma a se garantir que os gradientes presentes no interior do painel estejam de acordo com a classe de isolação do equipamento. Neste contexto, o uso de relés microprocessados leva, na maioria dos casos, a situações que permitem
à realização de novos ensaios de verificação do NBI do conjunto. O crítico é que a maioria dos usuários desconhece, por exemplo, a prática comum nos Estados Unidos de se aceitar a validação da UL para as práticas de engenharia usadas pelo fabricante. Associado a este último fato, existe o detalhe de nem sempre os arranjos serem de fácil avaliação, mesmo com o uso de programas computacionais para representação gráfica das linhas de campo elétricas e gradientes presentes.
Na Figura 5, são mostrados os oscilogramas de 15
aplicações positivas e 15 negativas de tensão de NBI (Nível Básico de Isolamento ao Impulso Atmosférico),
aplicar o tipo de TC testado originalmente pelo
com forma de onda de 1,2/50 microsegundos para uma
fabricante do painel, sem precisar provocar impactos
valor de ensaio de 95 kV de pico. O NBI é equivalente
dimensionais ou que possam invalidar ensaios efetuados
ao BIL (Basic Impulse Level das normas Ansi). O arranjo
nos protótipos. Isso se torna mais provável nos casos de
físico referente à verificação da suportabilidade ao
uso de relés numéricos que possuam filtros capazes de
impulso atmosférico da fase B de um CMCP de MT,
se adaptar à condição de saturação pesada da corrente
adaptado para ser acoplado a um duto de barras
medida.
com
transformadores
de
corrente
para
proteção
diferencial da unidade geradora (grupo gerador mais transformador), é mostrado na Figura 6. Apesar de ter sido demonstrado a adequação do novo arranjo com base nas práticas de engenharia do fabricante para um equipamento de classe de tensão de 17,5 kV (NBI igual a 95 kV de crista), o usuário final solicitou a realização de ensaio em laboratório independente.
Mas,
o
equipamento
suportou
as
aplicações sem a ocorrência de nenhuma descarga disruptiva Figura 3 – Diagrama unifilar simplificado, mostrando parte dos turbogeradores de uma unidade petroquímica.
(flashover)
na
parte
autorregenerativa
do isolamento, apesar das normas IEC aceitarem a ocorrência de até duas.
Apoio
Figura 4 – Vista parcial do CMCP-MT correspondente ao um diagrama unifilar (mostrado na figura anterior).
41
Figura 6 – Arranjo físico interno do CMCP de MT ensaiado quanto ao seu NBI de 95 kV de crista (conforme oscilogramas da Figura 19).
Estes são apenas alguns exemplos dos diversos cuidados
que se fazem necessários quando da aplicação de um conjunto de manobra e controle, principalmente quando temos a segurança humana e patrimonial como foco. *Luiz Felipe Costa é especialista sênior da Eaton. É formado em engenharia elétrica pela Escola de Engenharia da UFRJ e pós-graduado em Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade Federal de Itajubá.
Figura 5 – Oscilogramas de tensão para verificação de suportabilidade ao impulso atmosférico.
Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
42
Capítulo IV Introdução à inspeção Por Marcus Possi*
O objetivo deste capítulo é introduzir
trabalho, anotações e estudos fazem parte do
o leitor à atividade de inspeção, incluindo
processo inicial.
técnicas
e
procedimentos
adequados
de
conduta, trabalho e de segurança, abordando
Proposta da inspeção
as instalações elétricas desde a sua fase de
A proposta do trabalho da inspeção é
projeto até a de manutenção, passando pela
entregar ao seu final um relatório técnico de
sua construção. Os procedimentos de trabalho
conformidade
e as técnicas mais adequadas para essa
programadas,
atividade deverão ser vistas aqui.
encontradas nas instalações, a relação formal
das
unidades
contendo
inspecionadas as
condições
das suas não conformidades e, no caso desse
O que vem antes da inspeção de campo
para a sua adequação. Salienta-se aqui que a
De modo algum a equipe de planejamento,
inspeção resulta em apenas um relatório, o de
abordada
em
capítulos
pode
não conformidades. Esse é o produto final de uma
negligenciar o entendimento e o planejamento
inspeção, mas como temos um foco especial ao
tático e estratégico dessa etapa. O valor da
atendimento aos requisitos da NR 10, já citada,
inspeção é aumentado, tanto em esforço dessa
é necessário o complemento de recomendações
equipe, quanto em tempo de preparo. Sem
de ações corretivas. Assim, o resultado dessa
essa preocupação não será possível passar
inspeção deve ser classificado e as suas ações ou
às etapas seguintes. Desde o entendimento
medidas corretivas para sua adequação anotadas.
das condições do ambiente já citadas, como
A duração estimada para a solução dos
dos
(profissionais)
problemas será essencial para a montagem do
existentes ou necessários para a realização do
plano de ação corretiva, mas a inclusão do seu
componentes
anteriores,
trabalho específico, os serviços necessários
humanos
Apoio
43
custo é um objeto tratado à parte e extraordinário, e é
técnicas de inspeção, os procedimentos documentados
de grande valor para o resultado final. Isso com certeza
da organização executora ou da organização que vai
aumentará a percepção de valor do resultado para aqueles
receber os resultados da inspeção, são pontos de partida
que o adquirirem. Todos os dados da inspeção podem ou
importantes para a escolha e definição da metodologia
não se fundir em um único documento, mas um relatório
a ser utilizada. Por vezes quando nenhum desses itens
de inspeção e um plano de ações corretivas/preventivas
são encontrados no momento do acerto comercial,
devem ser definidos de forma clara e obrigatória. A
resta o uso das próprias técnicas dos profissionais
avaliação das instalações, nesse trabalho específico,
contratados ou a consultoria a profissionais ou empresas
deve ter foco nos elementos que sejam pertinentes à
comprovadamente qualificadas para essa tarefa. A
segurança dos elementos de referência utilizados, não
partir das diretrizes e de um planejamento inicial,
sendo consideradas avaliações que se detenham em
profissionais na forma de dupla ou individualmente
alternativas ou opções de projetos, outras soluções de
poderão inspecionar as instalações pelo uso de um
topologia de circuitos, filosofias de proteção ou escolha
procedimento de trabalho predefinido, orientados sob
de fabricantes ou modelos. Os padrões adotados aqui
critérios exclusivamente técnicos e de segurança, e
serão sempre as normas técnicas, estendidas às leis e
municiados por listas de verificações quando aplicada
às regulamentações se for o caso, mas em particular os
a inspeção de equipamentos e instalações elétricas.
itens de segurança ao trabalhador que nelas existem.
A orientação técnica e a supervisão permanente
Juízo de valor e opiniões particulares serão evitados.
dos responsáveis técnicos e dos autorizadores são obrigatórias, em particular, quando há o risco de
Metodologia utilizada A experiência dos profissionais no campo das
interrupções de fornecimento de energia para a produção ou em equipamentos cujas condições de proximidade
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
44
ou manuseio aparentem risco potencial. O uso de listas
maior credibilidade pelo entendimento comum e único
de verificação não invalida ou dispensa a análise e a
às partes.
discussão técnica, que devem ser feitas sempre que
Nesse caso, premissas – considerações comuns –
possível e são atualmente o melhor meio para alcançar
foram descritas para uso nesse trabalho, como:
bons resultados. As listas de verificação nunca estão
Premissa 1 – As tensões acima de 1 KV serão consideradas
completas ou finalizadas, o que significa dizer que, em
como alta tensão – nomenclatura dada pela NR 10,
caso de dúvida, ou do não entendimento da situação ou
embora as normas ABNT NBR 14039 e ABNT NBR 5410
dos desenhos fornecidos, a equipe deve se reunir para
possam eventualmente se referenciar a elas como média
avaliações mais detalhadas, acertos ou complementos
tensão (até 36,2 KV).
dessa ferramenta chamada checklist. Quanto ao planejamento inicial mencionado, os
Nota: na ABNT NBR 5410 e na ABNT NBR 5419
serviços sempre se iniciam com os procedimentos de
temos com clareza o delimitador de tensão de
segurança necessários, sendo previsto no mínimo uma
baixa como máximo de 1.000 V ou 1 kV; na ABNT
reunião da equipe e dos profissionais prepostos para
NBR 14039 temos, no entanto, o entendimento de
validar a programação, o estudo das condições de risco
média tensão até 36.200 V ou 36,2 kV. Como a NR
das instalações e do local, o entendimento do risco de
10 se refere à alta tensão, consideram-se todas as
interrupção de fornecimento de energia aos circuitos, do
tensões acima de 1.000 V ou 1 KV;
acesso às áreas de trabalho, dos novos riscos possíveis por conta das condições particulares dos ambientes
Premissa 2 – Os limites da inspeção devem ficar claros
de trabalho, e o realinhamento de expectativas de
antes do início dos serviços. Muitos desentendimentos e
cumprimento de metas.
o sentimento de falta algo esperado se materializam pelo
Todo o material produzido deve ser padronizado,
fato de clientes esperarem resultados além daqueles
quer no preenchimento, quer na armazenagem, e passar
exatamente necessários e entendidos pelos contratados.
por estudos de possíveis revisões e adaptações a cada
Tomamos como exemplo uma inspeção dentro de prédios
início de jornada, discutindo o trabalho do período
comerciais que culminou nas seguintes declarações:
anterior, seus riscos e condições com a equipe.
As verificações se estendem desde a entrega da energia, após as instalações de responsabilidades da
Premissas para o trabalho de inspeção
distribuidora de energia (ponto de entrega de energia),
A palavra procedimento nos remete ao entendimento
até os quadros de distribuição locais de energia das
básico do dicionário: ato ou efeito de proceder; modo,
unidades inspecionadas. Um ponto elétrico antes dos
maneira de proceder; comportamento; modos. Em
circuitos de força e iluminação.
outras palavras, procedimentar seria o ato de criar meios e maneiras de declarar, esclarecer, documentar-se para
Ou ainda:
fazer algum trabalho, tendo em particular aqui nesse
As verificações se estendem desde a entrega da
caso algo mais que a simples otimização de tempos
energia, após as instalações de responsabilidades da
e recursos, mas, principalmente, a segurança. Os
distribuidora de energia (ponto de entrega de energia), até
procedimentos são escritos, apresentados, treinados e
os quadros de distribuição locais de energia das unidades
discutidos para o bom entendimento dos trabalhos em
inspecionadas. Um ponto elétrico antes dos circuitos de
instalações elétricas e seus equipamentos.
força e iluminação ou equipamentos de grande porte e
consumo que sofram manutenções declaradas dentro do
Em todo o trabalho a ser realizado que envolve um
relatório, parecer técnico ou laudo de conformidade
plano de manutenção da organização.
que seja produzido por profissionais sob uma liderança técnica, e que tenha o fim de entendimento de outros,
Ou ainda:
deve haver referências e cautela na identificação dos
As verificações se estendem desde a entrega da
problemas e na sua apresentação. É preciso retirar o
energia, após as instalações de responsabilidades da
caráter subjetivo desse processo de inspeção para dar
distribuidora de energia (ponto de entrega de energia),
Apoio
45
até os quadros de distribuição geias de energia antes dos
propostas pelos fabricantes;
quadros de distribuição cuja potência seja menor que
• Cuidado com a limpeza técnica do local, evitando
xxx KVA.
o resíduo de materiais sem utilidade, materiais e detritos dos próprios condutores utilizados, de fitas e
Nota 1: As normas internas e padrões de instalações
anilhas de identificações;
dos postos de entrada de energia, sejam subestações
• Cuidado com a inclusão de circuitos extras que
de entrada de energia para fornecimento em alta
não estejam, ainda que em definitivo, mas em caráter
tensão, sejam em quadros gerais de entrada de energia
temporário, alimentando provisoriamente circuitos
para baixa tensão, possuem um cuidado particular
de apoio, sem proteção adequada;
quanto ao quesito de segurança, como pode ser
• Uso de equipamentos e dispositivos de proteção
visto nos documentos de cada concessionária.
de forma irregular, fora de limites ou de suas
As
características construtivas;
concessionárias
fazem
uma
inspeção
de
conformidade antes da liberação para energização e
• Mau uso de condutores ou outros materiais para
solicitam a documentação necessária do responsável
fins de apoio ou compensações à falta de material
técnico. Essa documentação deve fazer parte do
adequado;
conjunto de documentos a serem inspecionados, mas
• Uso de materiais isolantes por natureza, mas não
não se estende à inspeção desse ponto novamente.
aplicáveis às melhores técnicas construtivas no caráter de improvisação nas instalações
Nota 2: A limitação da inspeção até a distribuição dos circuitos – quadros de distribuição – apresenta-se com
Instalações elétricas – projetos
o elemento de corte do trabalho a ser desenvolvido
• Identificação clara dos tipos de cargas, suas
pelas
potências e característica de consumo elétrico;
equipes
de
inspeção.
A
documentação
apresentada deve levar em conta os ensaios que o
• Elaboração do quadro de cargas separando-as
quadro de distribuição sofreu e a memória de cálculo
por natureza de consumo, aplicação e grau de
dos circuitos, em que se espera que as cargas tenham
importância;
sido respeitadas. Quanto à proteção e à segurança,
• Política clara de agrupamento de quadros de energia
destacamos o papel dos dispositivos de proteção.
conforme os requisitos previamente analisados; • Nomenclatura intuitiva para a identificação dos
Premissa 3 – Existem elementos que podem ser
quadros a serem utilizados;
observados no ato da inspeção – tanto documentos
•
quanto equipamentos –, os quais, mesmo não estando
documentos a serem gerados;
explicitados em normas, devem ser observados pela
• Boa definição da quantidade de plantas que serão
equipe. A seguir, com os exemplos dados, entende-se
necessárias para conter as informações dos circuitos.
o tema com mais propriedade. Esses entendimentos
Não devem ser muitas e nem demasiadamente densas
devem ser únicos e comuns, e não podem deixar de ser
quanto à informação. Deve-se sempre procurar
registrados antes do início dos serviços. São consideradas
equilibrar quantidade de plantas versus densidade de
pelo autor melhores práticas em:
informação por planta;
Identificação
clara
de
numeração
para
os
• Diagrama unifilar em conformidade com as normas Instalações elétricas – montagem
NBR IEC, sendo que: se a edificação for pequena,
• Cuidado com a qualidade do lançamento,
poderá ser criado em uma única planta; caso
amarração, identificação e encaminhamento dos
contrário, devem ser criadas diversas folhas a fim
condutores dos circuitos;
de se produzir um caderno. Evitar formatos grandes
• Cuidado com a atenção quanto à instalação dos
de difícil manipulação, pois, no campo, isso se
componentes elétricos e quanto ao seu posicionamento
transforma em um transtorno;
de operação, facilidade de manutenção e operação,
• A garantia de que o diagrama unifilar, o
da firmeza de suas instalações, limpeza e práticas
diagrama vertical e a planta de distribuição, sendo
Apoio
Inspeção de instalações elétricas
46
os documentos mais consultados, seja na obra
abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade
ou na manutenção após obra, tenham as suas
física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros.
nomenclaturas/simbologias
as
Nesse caso, no trabalho de inspeção muitas vezes é
normas, e que as legendas sejam claras e objetivas.
necessário e possível que essa atividade seja exercida
Legendas e observações extensas confundem os
com as instalações em operação e com os seus operadores
profissionais, que acabam abandonando a leitura por
e usuários no local. Deve-se então, pelos procedimentos
não terem objetividade.
de análise de risco do trabalho, estudar esses casos e
de
acordo
com
prover meios de bloqueio ao acesso ou delimitação de Instalações elétricas – procedimentos
áreas para a mitigação dos riscos. É difícil dentro de
• Texto técnico simples e de fácil compreensão dos
escritórios o uso de cones de sinalização e outros meios
procedimentos de trabalho;
que acostumamos utilizar em serviços externos, mas,
•
Uso
de
termos
de
equipamentos
sempre
com a devida referência técnica aos manuais e
com certeza, por uma análise e de recursos técnicos será possível a garantia da segurança.
procedimentos específicos; • Garantia da identidade numérica (taxonomia) das
Premissa 5 – Classificação das não conformidades. O
informações e procedimentos;
motivo dessa afirmação reside no fato de que, sendo
• Registros de ensaios das instalações elétricas;
não conformidades relativas à segurança do trabalhador,
• Nomes dos responsáveis técnicos e dos participantes
elas devem ser eliminadas o mais rápido possível.
do ensaio;
Muitas vezes o número de não conformidades e sua
•
condições
distribuição dentro do sistema elétrico sob análise é
atmosféricas e de ambiente durante a realização dos
Cuidado
com
a
descrição
das
elevado e o planejamento de sua adequação confuso.
ensaios;
Da mesma forma com que essas não conformidades
• Referência técnica às normas utilizadas para
não apareceram da noite para o dia e sempre com as
balizamentos de valores e grandezas dadas como
instalações em funcionamento, a sua adequação deve
aceitas.
seguir o mesmo ritmo. Na NR 10 (item 10.2.4), é citado como uma das
Premissa 4 – Equipamentos de Proteção Individual
medidas de controle para estabelecimentos com mais
(EPI) e Coletiva (EPC). Para a realização dos trabalhos
de 75 kW instalados: o item g. Esse item aponta para
de inspeção em instalações elétrica, está previsto o uso
a necessidade de um relatório técnico das inspeções
de EPIs adequados ao local e ao tipo de serviço se for
atualizadas
o caso, sempre tendo a área de segurança do trabalho
adequações e dá um grau de importância a isso de
com apoio para verificação dos riscos adicionais. Como
certa forma elevado I = 3 (código de infração). Por isso,
EPI, podemos citar, no mínimo: botas de segurança,
a classificação permitirá a melhor programação para o
óculos de proteção nas instalações de BT e capacete de
restabelecimento das condições mínimas de segurança
segurança.
das instalações.
O conceito de uniforme e o de EPI não devem se
com
recomendações,
cronogramas
de
A classificação das não conformidades deve passar
misturar, mas podem compor um único elemento de
também por outros aspectos e considerações. Outras
proteção ao trabalhador. Por conta da necessidade de
considerações que podemos abordar aqui é quanto
identificação funcional e da exposição ao risco de calor
ao nível de tensão das instalações vistoriadas, os seus
e chama nos serviços na área SEP, o uniforme passa
diversos níveis de potência e os setores operacionais
agora a ser considerado um EPI. Isso significa que o
envolvidos.
próprio inspetor, se alocado em área de risco SEP, deve
utilizar roupa adequada, mesmo que não uniformizado.
existem não conformidades caracterizadas como mais
A NR 10 traz em seu glossário a definição de
graves por conta de risco de acidentes de equipes de
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) como sendo
operação e de manutenção e não conformidades por
um dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel de
conta de acesso a equipamentos expostos ainda que
Pelo critério níveis de tensão, devemos entender que
Apoio
47
trancados em salas específicas. Pelo critério de níveis
de serviços;
de potência, podemos entender que a exposição de
• Melhorias: de caráter necessário e programação
pessoas advertidas ou não a equipamentos deve ser
imediata para atendimento às normas em vigor e de
imediatamente tratada por conta dos riscos envolvidos
segurança aos negócios e patrimônio da empresa.
em painéis gerais de distribuição de energia que são operados como se de distribuição local fossem. E pelo
critério setores operacionais leva-se em conta o risco ao
urgente, acreditamos que o embargo e a interdição
negócio ou à produção da organização. É bom lembrar
sejam as piores consequências para uma organização
que o risco à vida supera qualquer outro elemento para
e para os seus negócios. Por isso, as condições mais
essas análises e tomada de decisão, porém não se deve
severas de penalidades impostas pela NR 10 em vigor se
esquecer que muitas vezes uma solução técnica de
mostram nos seus itens que mais temem pela segurança
adequação pode ser entendida ou ampliada para incluir
à vida, seja por conta das instalações que oferecerem
a guarda dos interesses da organização.
condições inseguras, seja devido a essas condições
Para um melhor entendimento do que dizemos ser
induzirem a atos inseguros. As condições de embargo e São referenciados os seguintes critérios de classificação:
a interdição, que são infrações tipo I = 4, foram por nós caracterizadas como urgentes.
• Urgente: de caráter emergencial e imediata correção,
com risco iminente de morte e saúde dos profissionais e
classificação entre medidas e referências para condições
operadores das instalações;
inseguras das instalações – falha; e atos inseguros dos
• Essencial: de caráter necessário e imediata correção,
profissionais – erros.
oferecendo riscos aos equipamentos e sua continuidade
A tabela a seguir mostra, pelo nosso entendimento, a
Apoio
Tabela 1 – Inseguranças das instalações e dos profissionais
Inspeção de instalações elétricas
48
Instalações 10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas. 10.2.5 As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência devem constituir prontuário.
Condições inseguras das instalações
10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema Elétrico de Potência devem constituir prontuário. 10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por profissional autorizado. 10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas, devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto à altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna, flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança. Proteção ao trabalhador 10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis mediante procedimentos às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. 10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6. 10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas. Treinamentos 10.6.1.1 Os trabalhadores devem receber treinamento de segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas, com currículo mínimo, e carga horária definida. 10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco, devem possuir treinamento. 10.7.2 Os trabalhadores devem receber treinamento de segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência
Atos inseguros dos profissionais
(SEP) e em suas proximidades 10.8.8. Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas. Procedimentos de trabalho 10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores capacitados. 10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados individualmente. 10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado com avaliação e aproveitamento satisfatórios em cursos. 10.9.5 Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas somente poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com liberação formalizada, ou com a supressão do agente de risco que determina a classificação da área. 10.13.3 Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas. 10.14.1 Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis.
Pela Tabela 1 e sua classificação, fica claro que a
trabalho dadas pelos procedimentos, documentações e
inspeção não deve se ater apenas às instalações e
treinamentos. Essas condições estão estritamente ligadas
suas condições técnicas ou de equipamentos, mas
ao trabalhador e fazem parte da inspeção da segurança
também à existência e propriedade de condições de
para o trabalho das instalações elétricas.
Apoio
49
O fato de uma medida corretiva a uma não
risco iminente, o imóvel deve ser denunciado e medidas
conformidade ser classificada como urgente não significa
urgentes devem ser tomadas.
dizer que sua realização seja demorada ou difícil,
Os critérios de classificação urgente, essencial e
pois, como pode ser visto, ela pode ser implementada
melhorias anteriores seguiram esse padrão em nossos
de imediato, antes da produção de documentação,
intentos. Eles foram eleitos pelo código de infração à
procedimentos e até mesmo treinamentos.
vida que nas normas regulamentadoras variam de I4,
Quanto à classificação de essencial e melhorias que
o mais grave, ao I1, menos grave. Acredita-se aqui ser
ilustramos aqui podemos assumir: essencial como I = 3
a melhor referência classificatória, exceto versão mais
e I = 2; melhorias como I = 1.
nova e explícita desses órgãos.
Já na legislação para inspeções em estádios de futebol
Metodologia para a inspeção
e inspeções prediais, temos os critérios definidos pelo legislador como crítico, regular e mínimo. Isso significa
dizer que esses elementos classificatórios, ainda que
o nosso pensamento a um conjunto de procedimentos
Quando se fala na palavra metodologia remetemos
tragam em si subjetividade, devem se amparados pelo
precisos e exatos que têm como objetivo permitir ao
maior rigor de referências às normas regulamentadoras
grupo de trabalho um aumento de produção pelo uso de
que já foram classificadas nesse fim.
tarefas pré-concebidas e estudadas. A equipe de trabalho
A legislação de vistoria de imóveis mostrado do Rio
pode até possuir um conjunto de procedimentos já
de Janeiro mostra que, eventualmente, após a inspeção,
desenvolvido e registrado, mas é aconselhável manter
avaliação e emissão de um laudo, expressando a
esses procedimentos sempre em constante revisão
opinião técnica do profissional, sejam emitidas também
por apelo à segurança dos trabalhadores. Lembrando
recomendações com prazos de cumprimento. Se houver
que o ato de inspecionar é um serviço, ou trabalho,
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
50
Definição do plano de trabalho
assim, devem ser mantidas as mesmas preocupações de segurança que se têm para qualquer atividade ligada à
A logística como ciência se preocupa com os processos
instalação elétrica.
de apoio para atingir a um determinado fim. Nesse caso, é a ciência de como administrar todos os elementos a
Análise do volume de trabalho no local
serem inspecionados para que se possa ter a inspeção
Como cada local, organização ou empresa é única,
realizada no menor tempo, com o menor gasto de
assim também são as suas instalações elétricas. Dessa
recursos e com o máximo de garantias de segurança
forma, o entendimento preliminar do volume de trabalho
possível. Esse plano de trabalho definido deve ser
a ser realizado, assim como as características do local e
não apenas comunicado à equipe, mas também deve
das instalações (instalações – contexto – conhecimento
fazer parte da proposta de serviços como orientação e
específico) têm de ser verificados pelo responsável ou líder
indicativo de profissionalismo e apoio à programação
de equipe, de modo a entender a extensão das necessidades
interna de recursos de apoio.
de recursos humanos ou materiais para dar cabo dessa tarefa.
As características de locais, como shoppings, estádios
são práticas muito comuns, no caso em particular das
de futebol, prédios comerciais, hospitais, escolas,
inspeções, deve-se ressaltar a importância da precisão
galpões, devem ser consideradas até para a composição
dos procedimentos de campo. Esses procedimentos,
e escolha da equipe a ser alocada. As condições
quando submetidos às diversas equipes simultâneas,
de segurança e de acessos também são levantadas
têm o objetivo de garantir uma homogeneidade
nesse momento. Por fim, as condições de entrega dos
de resultados e precisão de preenchimentos sem
resultados esperados como prazo final de conclusão e
subjetividade ou opiniões particulares. A consideração
forma de apresentação são também definidas nessa etapa
com a vida operacional ou de produção do cliente, ou
junto ao demandante. Quando falamos em volumes aqui
melhor dizendo, da instalação elétrica a ser trabalhada,
significa basicamente dizer que as instalações elétricas
é parte do plano, da logística e da satisfação final dos
admitem ser divididas em blocos de energia, ou por que
resultados. O trabalho de inspeção deve ser rápido,
não dizer, edificações, pavimentos ou regiões.
preciso e impessoal, sendo esses elementos importantes
A divisão dos trabalhos e o aporte de frentes de equipe
para nortear o treinamento citado.
Escolha dos envolvidos no processo Uma vez entendido o proposto na etapa anterior, a escolha dos profissionais envolvidos na inspeção do
local
pode
até
caracterizar
um
Definição do plano de trabalho nas instalações elétricas
treinamento
O procedimento de trabalho para uma inspeção
específico para serviços em sistema de potências
é tema a ser abordado a seguir, mas devemos ter em
(SEP) ou de capacitações pontuais em atendimento às
mente que a componente segurança é fundamental e
características das instalações (mais uma vez o item
deve fazer parte dele conforme é exigido pela prática
originalidade dos elementos de entrada de processo
da NR 10 em seu item 10.11 – Procedimentos de
abordados anteriormente). Partindo-se do princípio de
trabalho.
que o contratado requer um serviço profissional e de
trabalho em instalações elétricas energizadas demanda
responsabilidade, o conjunto de informações que deve
prioritariamente um procedimento de ação.
Embora possa parecer estranho, qualquer
ser previsto na proposta comercial deve também prover
jurídica as documentações que devemos enviar para
Compatibilização do plano de trabalho desenvolvido com as diretrizes corporativas
comprovação de capacidade técnica e atendimento às
A metodologia de trabalho desenvolvida não é
normas técnicas e à regulamentação da NR 10/MTE. A
passível de patente ou registro formal e individual,
ao contratante os elementos que deem a ele a segurança jurídica necessária. Entenda-se aqui como segurança
apresentação prévia da equipe e sua documentação é
mas sim seus documentos. Logo, a metodologia uma
essencial para o registro junto ao contratante e para a
vez desenvolvida é pública, assim como todos os itens
demonstração de compromisso com segurança.
de trabalhos de um plano de ação técnica podem e
Apoio
51
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
52
devem ser de consulta livre a todos possíveis para maior
5 - Condições de acesso ao equipamento;
e melhor entendimento. Aqui nesse caso específico
6 - Condições de permanência da equipe no local de
devemos dizer que o resultado deve ser apresentado aos
trabalho;
envolvidos em todos os processos e pessoas que atuam
7 - Condições de acionamento de equipamentos e circuitos.
nas instalações elétricas para a compatibilização se necessário e sua conciliação.
Itens básicos do procedimento:
• Mínimo de cinco fotografias dos equipamentos (uma
Trabalho nas instalações elétricas
da posição geral localizando o equipamento, uma da
Podemos falar aqui em um procedimento inicial para
identificação, uma do equipamento fechado ou não
a região a ser inspecionada, que deve orientar a equipe
exposto, uma do equipamento aberto (exposto) e uma
na escolha das ferramentas de inspeção, ferramentas
do equipamento com os circuitos expostos);
elétricas, EPIs e EPCs, bem como formulários a serem
• Preenchimento
utilizados no trabalho. A abordagem desse tópico
verificação;
apresenta o detalhamento dos formulários de inspeção.
• Preenchimento do número das fotos;
Na técnica de inspeção, a ferramenta principal é o check
• Detalhamento das não conformidades;
list, também conhecido pelo nome de lista de verificação.
• Fotografias
No presente trabalho, detalhamos quatro desses tópicos
conformidades encontradas;
a seguir. É importante que não imaginemos serem
• Podemos
suficientes, absolutas e concluídas. Elas sempre serão
termograma. Esse item, cada vez mais fácil de se
adequadas às novas tecnologias, tipo de instalações e
conseguir
mudanças eventuais nas normas que as suportam.
útil no diagnóstico de estado das instalações e seus
campos
específicas incluir
no
equipamentos.
dos
agora
mercado, Se
do
formulário
documentadas uma
foto
mostra-se
encontrada
uma
das
de
não
especial,
o
extremamente condição,
ou
• Quadros elétricos
anomalia por comparação, de proporções significativas,
Esses equipamentos, na maioria das vezes, respondem
podemos classificar de imediato a condição como
por mais de 70% do trabalho a ser executado nas
crítica, levando ao reparo imediato, mesmo antes da
instalações comerciais, industriais e residenciais. Eles
emissão do relatório final e conclusão da inspeção. Vale
possuem normas próprias de equipamento na ABNT. No
lembrar que há problemas que requerem soluções com
nível de potência tradicional de quadros de distribuição
velocidade acima do tempo de emissão do relatório
de energia elétrica de iluminação e tomadas, podemos
final, de grande ajuda ao contratante e suas instalações
dizer que um profissional com treinamento básico de NR
elétricas e, claro, para a segurança dos trabalhadores.
10 atende às condições necessárias para composição de equipe. Entendemos aqui que quadros de distribuição de
• Subestações e QGBTs
potência, como os quadros gerais de entrada de energia,
Esses equipamentos, citados anteriormente quando
são consideravelmente mais perigosos que os demais,
falamos em fornecimento exclusivo em baixa tensão,
por conta das potências envolvidas e das características
são merecedores de atenção especial. Eles estão sujeitos
de arco elétrico que detêm.
também aos padrões de instalações de concessionárias,
Para a inspeção desse equipamento e possível
assim como às normas técnicas de baixa tensão citadas na
adequação da sua lista de verificação, deve-se levantar
NR 10. Esses quadros ou painéis de distribuições muitas
os seguintes aspectos técnicos:
vezes são produzidos e projetados especificamente para a instalação e devem por conta disso ter os seus
1 - Tipo e finalidade da instalação elétrica;
projetos disponíveis aos inspetores. Podemos dizer que
2 - Projetos elétricos dos quadros ou equipamentos e
o profissional apenas com treinamento básico de NR 10
circuitos;
não atenderia às condições necessárias para liderança e
3 - Condições de segurança para com os trabalhos – não
composição de equipe por conta dos níveis de potência
risco de interrupção;
envolvidos.
4 - Condições de segurança de trabalho da equipe;
Para a inspeção desse equipamento e possível
53
adequação da sua lista de verificação, deve-se procurar levantar os seguintes aspectos técnicos: 1. Tipo e padrão de fornecimento de energia pela concessionária; 2. Finalidade da instalação elétrica; 3. Projetos elétricos e específicos dos quadros ou equipamentos e circuitos; 4. Condições de segurança para com os trabalhos – não risco de interrupção; 5. Condições de segurança de trabalho da equipe; 6. Condições de acesso aos equipamentos; 7. Condições de permanência da equipe no local de trabalho; 8. Condições de acionamento de equipamentos e circuitos. Itens básicos do procedimento:
• Fotografias dos equipamentos, circuitos, barramentos e acessórios; • Preenchimento de relatório individualizado; • Preenchimento do número das fotos; • Preenchimento das não conformidades; • Fotografia das não conformidades encontradas; • Mantemos a ideia do termograma. Nesse tipo de equipamento, maiores,
as
assim
potências como
os
são
significativamente
estragos
e
danos
aos
trabalhadores. • Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA)
Esses sistemas têm o objetivo de proteger as instalações contra descargas atmosféricas e existem inclusive regulamentações legais do corpo de bombeiros ou municipais que devem ser levadas em consideração. Podemos dizer que um profissional com treinamento básico de NR10 atende às condições necessárias para composição de equipe. Para a inspeção desse equipamento e possível adequação da sua lista de verificação, deve-se procurar levantar os seguintes aspectos técnicos: 1. Documentação legal dos sistemas; 2. Projetos dos quadros ou equipamentos e circuitos; 3. Condições de segurança para com os trabalhos – não risco de interrupção; 4. Condições de segurança de trabalho da equipe;
Inspeção de instalações elétricas
Apoio
54
5. Condições de acesso ao equipamento; 6. Condições de permanência da equipe no local de
Prontuário = procedimentos de trabalho + documentação
trabalho; 7. Condições de acionamento de equipamentos e
O que compõe um prontuário de acordo com a
circuitos.
NR 10 é ao mesmo tempo simples e complicado de se entender. Para isso devemos ter em mente que são
Itens básicos do procedimento:
considerados aqui três tipos de classificação para as
• Fotografias dos captores, elementos da gaiola de
instalações de acordo com a norma regulamentadora.
Faraday e de seus acessórios;
É nosso dever aqui lembrar que todas as empresas estão
• Preenchimento de relatório individualizado;
obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das
• Preenchimento do número das fotos;
instalações elétricas dos seus estabelecimentos com
• Preenchimento das não conformidades;
as especificações do sistema de aterramento e demais
• Fotografia das não conformidades encontradas.
equipamentos e dispositivos de proteção.
• Equipamentos elétricos
Nota 1: O fato de termos os diagramas unifilares
Esses equipamentos aqui citados podem ser elencados
como obrigatórios chama a atenção das informações
como: geradores, máquinas, fornos elétricos, banco de
que esses documentos possuem. Formados por
capacitores. Podemos dizer que um profissional com
linhas únicas, representando muitas vezes o sistema
treinamento básico de NR 10 atende às condições
trifásico de energia, incluem de forma simplificada
necessárias para composição de equipe. O caso do
os equipamentos, a topologia dos circuitos, a sua
gerador de força é algo a ser discutido entre os elementos
lógica de operação indicada pelos intertravamentos e
da equipe por conta de sua potência de trabalho.
comandos, as proteções e sistemas de medição, assim
Para a inspeção desse equipamento e possível
como a identificação de todos esses componentes
adequação da sua lista de verificação, deve-se procurar
em um único desenho. O seu desmembramento
levantar os seguintes aspectos técnicos:
em outros desenhos, acompanhados de lista de equipamentos e legendas, é fundamental para as
1. Tipo e finalidade dos equipamentos elétricos;
equipes de manutenção ou operação que vão atuar
2. Projetos dos quadros de comando ou controle ou
nesse local.
equipamentos e circuitos; 3. Condições de segurança para com os trabalhos – não
Nota 2: O sistema de aterramento apresenta como a
risco de interrupção;
filosofia de proteção contra choques foi desenvolvida
4. Condições de segurança de trabalho da equipe;
e como as proteções foram projetadas e ajustadas a
5. Condições de acesso ao equipamento; 6. Condições de permanência da equipe no local de trabalho; 7. Condições de acionamento de equipamentos e circuitos. Itens básicos do procedimento:
• Fotografias dos equipamentos (vistas), das suas ligações e quadros de comando/controle e de acessórios; • Preenchimento de relatório individualizado; • Preenchimento do número das fotos; • Preenchimento das não conformidades;
favor dos usuários, dos trabalhadores e dos operadores
• Fotografia das não conformidades encontradas;
do sistema. No Brasil predomina o esquema TN-S,
• Termogramas.
no qual o condutor neutro e o condutor de proteção
Apoio
55
Apoio
Inspeção de instalações elétricas
56
são distintos, ou seja, um condutor terra de proteção
esta NR; a documentação comprobatória da qualificação,
específico é levado a todos os pontos de instalação.
habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores
Nota 3: O sistema de aterramento é importante para a
e dos treinamentos realizados; os resultados dos testes de
segurança do usuário, do trabalhador e do operador,
isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção
isso porque a NBR 5410 define os dispositivos de
individual e coletiva; as certificações dos equipamentos
proteção contra contato direto e indireto, e o uso
e materiais elétricos em áreas classificadas; o relatório
intensivo do Dispositivo de Corrente Residual (DR) em
técnico das inspeções atualizadas com recomendações,
certos circuitos e locais.
cronogramas de adequações. Exemplos dessa classificação são as instalações comerciais e industriais.
Nota 4: São considerados como documentos os desenhos, textos ou diagramas, algo de valor
Classificação 2 (C2) – Aquelas que operam no sistema
produzido por alguém, possuindo uma redação com
elétrico de potência devem possuir no seu prontuário o
recomendações fornecidas para esses documentos.
conjunto mencionado anteriormente, além da descrição
Os
produzidos
dos procedimentos para emergências e as certificações
por desenhistas, estagiários ou até mesmo por
dos equipamentos de proteção coletiva e individual.
outros profissionais. No caso desse trabalho só
Como
devemos considerar a documentação que possa
prestadoras de serviço de operação e manutenção em
ser comprovadamente produzida por profissional
sistemas de distribuição de energia, concessionárias e
legalmente habilitado.
indústria.
Nota 5: Não existem documentos particulares, pelo
Classificação 3 (C3) – Aquelas que realizam trabalhos em
próprio princípio de compatibilização e conciliação
proximidade do sistema elétrico de potência, o conjunto
evidenciados anteriormente. Como estamos falando
de procedimentos e instruções técnicas e administrativas
no item documentos e documentos de segurança,
de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta
também esses devem ser levados ao conhecimento
NR e descrição das medidas de controle existentes; a
das áreas correlatas de segurança e saúde da empresa
especificação dos equipamentos de proteção coletiva
contratante para validação, conhecimento e inclusão
e individual e o ferramental, aplicáveis conforme
em suas práticas rotineiras. Desnecessário lembrar
determina esta NR; a documentação comprobatória
que a NR 10 já exige tal procedimento complementar.
da qualificação, habilitação, capacitação, autorização
diagramas
são
normalmente
exemplo,
poderíamos
citar
as
empresas
dos trabalhadores e dos treinamentos realizados; os
Classificação
resultados dos testes de isolação elétrica realizados
Definição dos tipos de prontuário como classificação
em equipamentos de proteção individual e coletiva;
para os termos da NR 10.
a descrição dos procedimentos para emergências; as certificações dos equipamentos de proteção coletiva e
Classificação 1 (C1) – Instalações que possuem carga
individual.
instalada superior a 75 kW e aquelas que são menores
Como
que isso. As que são maiores devem possuir no seu
prestadoras de serviço que atuam próximas aos sistemas
prontuário (conjunto de informações), além do desenho
de distribuição de energia, concessionárias e indústrias,
unifilar mencionado, o conjunto de procedimentos e
instaladoras de rede telefônica e TVs a cabo ou sistemas
instruções técnicas e administrativas de segurança e
de TI. É claro que essas empresas não podem dispensar,
saúde, implantadas e relacionadas a esta NR, e descrição
para a realização dos seus serviços, o uso da unifilar
das medidas de controle existentes; a documentação das
atualizado, da documentação das inspeções e medições
inspeções e medições do sistema de proteção contra
do sistema de proteção contra descargas atmosféricas
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; a
e
especificação dos equipamentos de proteção coletiva e
equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas
individual e o ferramental, aplicáveis conforme determina
exemplo
aterramentos
poderíamos
elétricos
e
das
citar
as
empresas
certificações
dos
Apoio
57
Tipos de instalação e suas responsabilidades [C1]
[C2]
[C3]
1. Esquemas unifilares – especificações do sistema de aterramento – equipamentos e dispositivos de proteção.
X
X
X
2. Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde,
X
X
X
3. Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
X
X
4. Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;
X
X
X
5. Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
X
X
X
6. Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção individual e coletiva; certificações dos
X
X
X
7. Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;
X
X
8. Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas de adequações;
X
X
X
X
X
equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;
9. Descrição dos procedimentos para emergências; 10. Certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual;
X
X
11. Sistema de identificação que permita a qualquer tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador;
X
X
X
12. Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem ter essa condição consignada no sistema de registro
X
X
X
de empregado da empresa.
Responsabilidades – Conforme mencionado na NR 10,
fazem parte do conjunto de documentos a compor o
o prontuário de instalações elétricas deve ser organizado
prontuário das instalações elétricas. Nesse caso em
e
particular é importante aqui lembrar que esses documentos
mantido
atualizado
pelo
empregador
ou
pessoa
formalmente designada pela empresa, devendo permanecer
são
à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e
profissionais de segurança do trabalho, ambos habilitados.
serviços em eletricidade, sendo que os documentos técnicos
Assim como os demais, esses documentos, resultados de
previstos devem ser elaborados por profissional legalmente
serviços técnicos, devem se precedidos de Anotações de
habilitado. Profissional habilitado deve ter formação na área
Responsabilidade Técnica (ART) que o validem.
de eletricidade reconhecida pelo seu conselho de classe,
em dia com as suas contribuições e cadastros, desimpedido
emergência, uma lista de verificação específica deve ser
legalmente de exercer a sua função.
produzida contendo os seguintes aspectos técnicos:
produzidos
conjuntamente
por
eletricistas
e
Para a inspeção dos procedimentos de trabalho ou de
Documentação
• Identificação do procedimento e de seus responsáveis;
Os documentos a seguir foram listados e classificados
• Objetivos, definições e responsabilidades;
para compor o prontuário de acordo com o tipo e o perfil
• Recursos para a execução dos trabalhos;
da organização e de suas instalações elétricas, e sempre
• Referências às ferramentas e equipamentos necessários;
acima de 75 kW.
• Referências aos EPIs e EPCs;
A NR 10 aponta como garantia de qualidade a
• Procedimentos de emergência correlatos;
permanente atualização ou contato com o trabalho e as
• Procedimentos de trabalho a que se aplicam.
técnicas de análise de riscos e prevê um treinamento de reciclagem bienal sempre que: ocorrer a troca de
Itens básicos do procedimento:
função ou mudança de empresa; ocorrer um retorno
• Anotações e formulários preenchidos;
de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período
• Preenchimento das não conformidades.
superior a três meses; ou quando houver modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e organização do trabalho.
Procedimentos
Os procedimentos escritos e formalmente aprovados
*Marcus Possi é engenheiro eletricista, consultor e diretor da Ecthos Consultoria. Continua na próxima edição Confira todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e comentários podem ser encaminhados para o e-mail redacao@atitudeeditorial.com.br
Manutenção de transformadores
Apoio
58
Capítulo IV Ensaio de resistência ôhmica de enrolamentos e avaliação do comutador sob carga Tipos de falhas e defeitos em transformadores de potência Por Marcelo Paulino*
Este capítulo apresenta os procedimentos
assim o cálculo da resistência ôhmica por
de teste de resistência ôhmica e avaliação do
meio da lei de Ohm. Após a realização dos
OLTC (comutador sob carga) realizados com
testes, além da correção da medida realizada
instrumentos convencionais e os procedimentos
para a temperatura de referência, o testador
de teste utilizando o sistema de teste CPC100.
deve comparar os valores obtidos no teste
Mostra o método da queda de tensão e o
com o histórico do objeto sob teste e os
procedimento de teste avaliando o desempenho
resultados de testes anteriores ou mesmos
da comutação do OLTC.
dados de fábrica. Essa comparação irá balizar a análise final do teste. Apresentaremos o
Resistência ôhmica dos enrolamentos
método da queda de tensão, consagrado pelo uso e sugerido por diversas normas
Os procedimentos para a determinação
internacionais. Entretanto, outros métodos
de resistências ôhmicas estão entre os mais
poderão ser utilizados, dependendo dos
usuais. Consistem geralmente na determinação
equipamentos de medida disponíveis para
da resistência elétrica utilizando corrente
o testador, como método da ponte (Kelvin e
contínua a uma determinada temperatura. O
Wheatstone) ou uso de equipamentos que
testador deverá avaliar o valor da resistência a
promovem a automatização do processo de
ser medida para determinar qual método e/ou
medida.
equipamentos serão utilizados.
Método da queda de tensão
O princípio utilizado por esses métodos consiste na medição da tensão entre os terminais
do objeto sob teste e ao mesmo tempo a medida
chamado
O método da queda de tensão, também
da corrente que passa pelo objeto. Efetua-se
amperímetro,
de
método
do
consiste
na
voltímetro
e
medida
da
Apoio
59
resistência R percorrida pela corrente I e da tensão sobre
resistência do voltímetro, temos as seguintes aplicações:
a resistência sob ensaio V. Respectivamente, a corrente
• A montagem à montante, Figura 1, deve ser usada para
I e a tensão V são medidas com um amperímetro e um
medir resistências R>>Ra;
voltímetro.
• A montagem à jusante, Figura 2, deve ser usada para medir resistências R<<Rv.
Esquemas de montagem
Existem duas conexões a serem usadas por este
Procedimento de teste
método, mostradas nas Figuras 1 e 2:
deve seguir o seguinte procedimento:
Sendo Ra a resistência interna do amperímetro e Rv a
Figura 1 – Esquema de ligação no método da queda de tensão – montagem à montante.
Depois de realizada a conexão de teste, o testador
Figura 2 – Esquema de ligação no método da queda de tensão – montagem à jusante.
Manutenção de transformadores
Apoio
60
a) Com a fonte de corrente contínua, o testador aplica
uma tensão correspondente a uma corrente medida pelo
• Rθr – resistência elétrica na temperatura de referência;
amperímetro menor que 15% do valor nominal do objeto
• Rθe – resistência elétrica na temperatura do ensaio;
sob teste, isto é, a corrente que circula pela resistência
• θr – temperatura de referência;
a ser medida não deve ser superior a 15% de seu valor
• θe – temperatura dos enrolamentos nas condições do
nominal;
ensaio.
b) O tempo de aplicação da corrente de teste não deve
Se o enrolamento for de alumínio, utilizar 225 ao invés de
ultrapassar 1 minuto;
234,5 na expressão (2).
c) As
indicações
dos
instrumentos
devem
Em que:
estar
estabilizadas para a realização das leituras desses
Critérios de avaliação
instrumentos;
As resistências obtidas devem ser comparadas com
d) As leituras dos valores medidos pelo voltímetro e pelo
resultados anteriores ou com dados do fabricante, tendo-se
amperímetro devem ser realizadas simultaneamente;
o cuidado de utilizar as correções de temperatura a uma
e) Utilizando a lei de Ohm, o testador deve calcular a
mesma base. Para transformadores, a temperatura de
resistência. Para a Figura 1 temos:
referência é normalmente 75 °C, para máquinas girantes (motores e geradores), a temperatura de referência é normalmente 40 °C.
(1)
Em caso de discordâncias maiores que 5%, devem ser
pesquisadas a existência de anormalidades tais como:
Em que:
E – resultado obtido com o voltímetro [V]
espiras em curto, número incorreto de espiras, dimensões
I – resultado obtido com o amperímetro [A]
incorretas do condutor e outros. Neste sentido, é
Rv – Resistência interna do voltímetro [Ω]
importante que haja o histórico das medidas efetuadas. Por outro lado, a principal causa de diferenças de
f) Utilizando-se a resistência variável, o testador deve
medida de resistência ôhmica é o mau contato nos
efetuar de três a cinco leituras com valores de corrente
terminais,
diferentes. Deve-se então obter a média aritmética e
Observa-se que, muitas vezes, a resistência de contato
desprezar os valores com diferenças maiores que 1% do
pode apresentar valores significativos se comparada com
valor médio;
a dos enrolamentos, principalmente do lado de baixa
g) Dependo dos componentes conectados durante
tensão.
o teste (fonte de corrente contínua, enrolamento sob
teste), o acionamento da fonte de alimentação do
medidas efetuadas. O autor recomenda os seguintes valores
circuito pode causar sobretensões importantes, podendo
para avaliação de resistência ôhmica de enrolamentos,
danificar os equipamentos de medida. Recomenda-se
para medidas na mesma base de temperatura, mostrados
a desconexão do voltímetro antes do acionamento da
na Tabela 1.
principalmente
naqueles
mal
prensados.
Pelo exposto, é importante que haja o histórico das
fonte e a realização de um curto-circuito nos terminais
Avaliação do comutador sob carga
do amperímetro.
As resistências do enrolamento são testadas no campo para se detectar perda de conexões, condutores
Correção de temperatura
A resistência elétrica dos enrolamentos varia com a
temperatura. Para que se tenha uma base comparativa, a resistência elétrica dos enrolamentos devem ser referidas a uma mesma temperatura. Isto pode ser executado pela expressão (106), ou seja: (2)
Tabela 1 – Avaliação de resistência ôhmica de enrolamento Diferença entre valor do ensaio e
Avaliação
valor de referência ΔR < 3%
Resultado aprovado
3% < ΔR < 5%
Ensaio deve ser repetido e resultado investigado
ΔR > 5%
Indicação de defeito ou falha
Apoio
61
Manutenção de transformadores
Apoio
62
abertos e alta resistência de contato no comutador.
Muitos transformadores são equipados com LTCs (Load
dentro do tanque do transformador e muda para o próximo
Taps Changers) e outros dispositivos de manobra. Tais
tape (maior ou menor) sem condução de corrente. A segunda
transformadores podem apresentar problemas extras
unidade é a chave de comutação, que muda sem nenhuma
associados a estes dispositivos como os oriundos
interrupção de um tape para o próximo enquanto conduz
do excessivo desgaste dos contatos fixos e móveis,
corrente de carga. As resistências de comutação R limitam
sobrepercurso do mecanismo de mudança de taps,
a corrente de curto-circuito entre taps que poderiam, por
condensação de umidade no óleo destes mecanismos,
outro lado, vir a ser muito alta devido à livre interrupção na
entre outros.
mudança dos contatos. O processo de mudança entre dois
tapes leva aproximadamente de 40 ms a 80 ms.
O desgaste excessivo dos contatos pode ser atribuído à
perda de pressão das molas (molas fracas) ou a um tempo de
A primeira unidade é o seletor de tape que está localizado
A conexão de teste é realizada na configuração a
espera insuficiente durante o percurso. Problemas devido
quatro fios, pois as resistências do enrolamento são muito
ao sobrepercurso do mecanismo de mudança de taps são,
pequenas. Uma fonte de corrente constante é usada para
usualmente, devido a ajustes incorretos dos controladores
alimentar o enrolamento com corrente contínua. Uma
de contatos. A condensação de umidade e carbonização
tensão relativamente alta sem carga possibilita uma
deve-se a operação excessiva ou ausência de filtragem.
saturação rápida do núcleo e um valor final é alcançado
Outros problemas, como queima de fusíveis ou
apenas com variações menores. Consequentemente, na
paradas do sistema motor, são devidos a curtos-circuitos
maioria das vezes, o tempo de carregamento por tap é
nos circuitos de controle, travamento de origem mecânica,
claramente menor que 30 segundos.
ou condições de subtensão no circuito de controle.
Este artigo mostra procedimentos para identificação
eficientemente em pouco tempo. Até agora, somente
de problemas em transformadores de potência utilizando
a característica estática das resistências de contato são
medidas
adicionalmente
levadas em consideração no teste de manutenção. Com a
apresenta a medição da resistência dinâmica. Essa
medida da resistência dinâmica, o procedimento dinâmico
resistência dinâmica possibilita uma análise do transitório
de mudança da chave de comutação pode ser analisado.
de
resistência
ôhmica
e
Um grande número de medições pode ser executado
na operação da chave de comutação. Ensaios realizados com equipamento microprocessado
Testes do comutador sob carga (OLTC)
O CPC100 é usado para medir a resistência individual
Para uma melhor compreensão das medidas de
dos tapes de um comutador de transformador de potência
resistência, é necessário entender o método de operação
e também checa a comutação da comutador sob carga
da mudança de tap. Na maioria dos casos, a mudança
(OLTC) sem interrupções. De uma fonte CC de corrente
de tap consiste de duas unidades, conforme mostrada na
constante, o CPC100 injeta uma corrente no transformador
Figura 3.
de potência. Esta corrente é medida por um amperímetro também CC. Com esse valor de corrente e a tensão medida por um voltímetro 10VDC, a resistência do enrolamento é calculada. No momento em que o tape é comutado, a entrada medida de corrente detecta o transitório da comutação, ou seja, um evento de curta duração registrando os dados da
Figura 3 – Representação de um OLTC.
Figura 4 – Oscilografia da forma de onda da corrente que flui pela comutação.
63
forma de onda da corrente que flui pela comutação. Esta transição na comutação dos tapes é mostrada na Figura 4. As características de um comutador trabalhando apropriadamente diferem de um equipamento com mau funcionamento, isto é, uma interrupção durante a comutação é indicada pela variação dos valores de ripple e do slope (inclinação) da forma de onda da corrente da comutação. A Figura 5 mostra uma corrente de comutação oscilografada indicando o ripple e o slope, cujos valores são indicados na tabela de resultados do CPC100.
Figura 5 - Ripple e slope na forma de onda da corrente de mutação.
Para a medição da resistência dinâmica, a corrente de teste deve ser a mais baixa possível. Caso contrário, pequenas interrupções ou oscilações nos contatos da chave de comutação não são detectadas. Neste caso, o arco voltaico introduzido tem o efeito de reduzir a abertura dos contatos internamente. Comparações com dados anteriores, os quais foram coletados quando o equipamento estava em condição (boa) conhecida, permitem uma análise eficiente. Um detector mede o pico do ripple e a inclinação (slope) da corrente medida, visto que estes critérios são importantes para uma comutação correta (sem bouncing ou outras pequenas interrupções). Se o processo de comutação é interrompido, mesmo por um curto período de tempo, o ripple (=Imax – Imin) e a inclinação da variação da corrente (di/dt) aumentam. O valor para todos os tapes e particularmente os valores das três fases é comparado. Desvios importantes em relação ao valor médio indicam comutação com falha. Procedimentos de teste
As conexões são realizadas utilizando-se o equipamento
CPC100 da Omicron montam um circuito de medida a quatro fios, mostrado na Figura 6. O procedimento de teste automático devolve para o
Manutenção de transformadores
Apoio
64
I Test: 5.000A T Meas.: 14.0° C T ref.: 20.0° C Results:
Times
R meas.
Dev.
R ref.
Ripple
Slope
IDC
VDC
42.000 s 29.000 s 31.000 s 31.000 s 28.000 s 33.000 s 36.000 s 33.000 s 47.000 s 32.000 s 34.000 s 34.000 s 34.000 s 35.000 s 42.000 s 51.000 s 46.000 s 51.000 s 40.000 s
649.7mΩ 633.4mΩ 622.6mΩ 613.2mΩ 614.6mΩ 610.9mΩ 607.0mΩ 597.6mΩ 594.0mΩ 537.0mΩ 569.3mΩ 560.7mΩ 568.8mΩ 568.9mΩ 555.9mΩ 557.4mΩ 554.2mΩ 548.9mΩ 526.6mΩ
-0.17% 0.10% -0.01% -0.03% -0.07% 0.04% -0.01% 0.01% 0.14% -0.05% -0.03% 0.06% -0.02% -0.03% 0.08% 0.28% 0.10% 0.05% -0.03%
664.9mΩ 648.3mΩ 637.2mΩ 627.6mΩ 629.0mΩ 625.2mΩ 621.2mΩ 611.7mΩ 607.9mΩ 549.7mΩ 582.6mΩ 573.9mΩ 582.2mΩ 582.3mΩ 568.9mΩ 570.6mΩ 567.3mΩ 561.8mΩ 538.9mΩ
90.45% 1.01% 0.92% 0.92% 0.86% 0.87% 0.88% 0.80% 0.81% 0.74% 0.86% 0.82% 0.80% 0.76% 0.73% 0.76% 0.75% 0.74% 0.78%
-8.024mΑ/s -173.3mΑ/s -170.5mΑ/s -151.6mΑ/s -143.5mΑ/s -129.5mΑ/s -123.2mΑ/s -113.1mΑ/s -106.1mΑ/s -92.74mΑ/s -111.7mΑ/s -84.09mΑ/s -85.78mΑ/s -82.80mΑ/s -81.17mΑ/s -68.81mΑ/s -79.97mΑ/s -70.01mΑ/s -70.50mΑ/s
4.9203Α 4.9215Α 4.9215Α 4.9215Α 4.9203Α 4.9191Α 4.9179Α 4.9179Α 4.9179Α 4.9227Α 4.9191Α 4.9179Α 4.9155Α 4.9143Α 4.9143Α 4.9143Α 4.9131Α 4.9131Α 4.9143Α
3.1965V 3.1175V 3.0641V 3.0177V 3.0238V 3.0049V 2.9849V 2.9391V 2.9210V 2.6436V 2.8002V 2.7573V 2.7962V 2.7958V 2.7317V 2.7394V 2.7230V 2.6969V 2.5877V
Figura 7 – Relatório.
testador os resultados de resistência estática e dinâmica. A Figura 7 mostra um exemplo de relatório exportado para MS Word com a tabela de dados.
Da tabela de resultados podem ser feitos gráficos
comparando a resistência ôhmica na subida e na descida dos tapes. A Figura 8 mostra um exemplo dessa avaliação em
Figura 8 – Transformador de 220/110kV, fabricado em 1961.
um teste realizado em um transformador de 220/110 kV, fabricado em 1961. O procedimento de teste automático devolve para o testador os resultados de resistência estática e dinâmica. A Figura 7 mostra um exemplo de relatório exportado para MS Word com a tabela de dados. * Marcelo Eduardo de Carvalho Paulino é engenheiro eletricista e especialista em manutenção de sistemas elétricos pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI). Atualmente, é gerente técnico da Adimarco |mecpaulino@yahoo.com.br.
Figura 6 – Conexões para teste de OLTC de transformadores de potência. Medida da resistência de enrolamento e resistência dinâmica da comutação.
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68
Reportagem Por Bruno Moreira
O Setor ElĂŠtrico / Abril de 2014
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O Setor Elétrico / Abril de 2014
Sinais do tempo
Com o passar dos anos, novos aparelhos são plugados às instalações elétricas, a demanda por eletricidade aumenta e alguns problemas começam a aparecer nessas instalações, indício de que seus componentes estão obsoletos ou sobrecarregados. Novas normas são publicadas e, com elas, medidas de qualidade e segurança são aprimoradas. É hora de fazer o retrofit – ou reformar – a instalação elétrica!
Nada fica alheio ao tempo. Todos e tudo sentem os
eletricista e consultor, Hilton Moreno, com o passar dos
efeitos da passagem dos dias, dos meses e dos anos.
anos houve um aumento da utilização de equipamentos
É o processo de envelhecimento. Nos homens, isto é
elétricos nas residências e, consequentemente, da
sentido no enfraquecer dos ossos, no agrisalhar dos
quantidade de eletricidade consumida. O problema é
cabelos, no enrugar da pele. Nas coisas, no desagregar
que as instalações não acompanharam este crescimento
dos elementos que compõem sua estrutura.
e agora pagam o preço, funcionando sobrecarregadas.
Por exemplo, em casas antigas, é comum observar
Seguindo a mesma linha de Moreno, o engenheiro
o escurecimento da pintura da fachada, o esfarelar de
eletricista e sócio da Barreto Engenharia, Paulo Barreto,
tijolos, o efeito da umidade no cimento, o empenar do
afirma que não houve mudanças na estrutura elétrica
batente da madeira que emoldura a janela. Para mitigar
de uma residência nos últimos 50 anos: O que havia
tais danos é que as edificações sofrem reformas. Passa-
nas residências? Tomadas, pontos de iluminação e
se uma nova mão de tinta, troca-se a madeira e novos
equipamentos elétricos. A mesma coisa existe hoje. De
equipamentos substituem os antigos, a fim de revitalizar
forma geral não há grandes diferenças. O que ocorreu
a estrutura e mantê-la funcionando adequadamente
foi o aumento de aparelhos elétricos.
como nos dias em que foi colocada em pé.
Então, conforme o engenheiro Barreto, aquelas
Do mesmo modo, as instalações elétricas sofrem os
mesmas tomadas, cabos e pontos de iluminação
efeitos da passagem do tempo. E a maneira de revigorar
antigos já não são suficientes para atender ao usuário
estes equipamentos que compõem as instalações
com segurança e conforto, justificando o porquê
elétricas é chamada por alguns engenheiros eletricistas
da necessidade do redimensionamento de algumas
de retrofit, que basicamente consiste na readequação
instalações. Por exemplo, às vezes, a residência tem
ou modernização da instalação, e pode se cristalizar na
uma tomada apta a funcionar com corrente nominal
troca de componentes antigos por novos.
de 10 A, ligada a equipamentos que funcionam com o
corrente nominal superior a 12 A. A tomada vai
envelhecimento dos componentes propriamente dito,
funcionar mas vai ter desgaste interno, podendo até
mas a incapacidade destes componentes em atender
derreter. Como dito, esta inadequação, comumente,
de forma adequada à demanda elétrica de uma
acarreta em sobrecarga nos dispositivos que compõem
edificação e, principalmente, em atender aos requisitos
as instalações. E esta sobrecarga pode levar ao mau
de segurança que uma instalação deve oferecer para
funcionamento dos dispositivos e a alguns transtornos
usuários e equipamentos. De acordo com o engenheiro
aos usuários.
Contudo,
o
que
leva
ao
retrofit
não
é
70
Reportagem
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Além disso, quando há mais equipamentos que
secar, trituradores, ao seu leque de eletrodomésticos,
a instalação suporta, pode haver fuga de corrente e
não deve simplesmente adquiri-los e liga-los à tomada,
consequentemente um incêndio. É o que alerta o
mas é preciso contatar engenheiros para que eles façam
consultor Hilton Moreno. Sem falar do desconforto
uma avaliação da instalação e vejam se é necessária a
que essa inadequação causa, como o uso excessivo
substituição de componentes envelhecidos por novos.
de
adaptadores,
popularmente
conhecidos
como
benjamins, e o acionamento contumaz dos disjuntores,
C asa
segura
cortando a alimentação de energia em determinado ponto sobrecarregado e cessando a atividade ali
A inadequação entre instalação elétrica e carga de
exercida.
energia é gritante em edifícios antigos, todavia, não é por
preciso voltar muito no tempo para verificar edificações
instalações obsoletas são os choques elétricos. Isto
inadequadas. A situação geral das instalações antigas,
porque a maioria das residências antigas não estão
de cinco anos ou mais (que não sejam muito recentes)
equipadas com instalações elétricas preparadas para
já é preocupante, afirma o consultor da Hilton Moreno
resolver esse problema. São raríssimas as edificações
Consulting.
antigas com fio terra, afirma Moreno. Queimas de
Reiterando as afirmações de Barreto a respeito
equipamentos também são problemas ocasionados por
da manutenção preventiva, Moreno salienta que a
instalações antigas, que não contam com Dispositivos
situação destas instalações antigas é mais alarmante
de Proteção contra Surtos (DPS) para evitar isto.
ainda em locais nos quais em que não há essa política
Outro
transtorno
que
pode
ser
causado
A fim de evitar estas perturbações, o usuário deve
de avaliação periódica, como residências e alguns
ficar atento aos sinais dados pelas instalações. O
estabelecimentos comerciais, diferentemente da área
disjuntor sendo acionado a todo momento é um indício,
industrial, onde a manutenção costuma ser periódica.
mas, grande parte das vezes, só uma verificação junto
Visando
aos componentes (fios, cabos, polos, disjuntores,
importância de se avaliar a instalação elétrica com
etc.), pode fornecer o diagnóstico exato. E, conforme
o intuito de se evitar acidentes é que o Procobre, em
Barreto, a forma mais segura de ler estes sinais é por
conjunto com diversas associações e empresas do setor
meio da manutenção preventiva; prática comum na
elétrico, criaram em 2005 o Programa Casa Segura. De
área industrial, mas quase inexistente em comércios e
acordo com o diretor-executivo do Procobre, Antonio
residências.
Maschietto, o programa fornece caminhos e alimenta
Após esta avaliação, verificado o desgaste de
os usuários de informações a fim de que ele se sinta
alguns dispositivos, o retrofit poderá ser realizado.
impelido a chamar um profissional responsável para
O engenheiro destaca que o procedimento deve ser
inspecionar a instalação e, posteriormente, caso seja
feito por profissionais qualificados e com experiência
constatado um problema, realizar o retrofit.
comprovada, que deverão fazer a inspeção visual e as
medições necessárias para avaliar o estado da instalação.
difundidas por meio do site www.programacasasegura.
É grave, do ponto de vista de segurança, destinar este
org/br. Nele, os usuários podem baixar o Guia de Bolso:
tipo de procedimento a eletricistas, diz o sócio da
Instalação Elétrica Segura, que orienta o consumidor
Barreto Engenharia, salientando que, legalmente, estes
sobre o uso correto da energia, abordando assuntos
profissionais nem podem tomar decisões técnicas como
como formas de evitar choques, uso do fio terra e
esta.
dispositivos de segurança, problemas como a queima
Para os usuários de edificações antigas, Barreto
de aparelhos e economia na conta de luz. O portal
destaca também a necessidade de se procurar uma
disponibiliza também um teste que o internauta pode
equipe de profissionais qualificados sempre que se for
fazer para verificar se sua instalação elétrica é segura e
aumentar a carga de energia consumida. De acordo
econômica.
com o engenheiro eletricista, quando se acrescentar
Além do portal informativo, o programa já
equipamentos de uma determinada potência, por
realizou ações junto a síndicos de prédios antigos,
exemplo, como forno elétrico, máquinas de lavar e
com o objetivo de alertá-los sobre a necessidade da
conscientizar
as
pessoas
sobre
a
As informações de conscientização do programa são
O Setor ElĂŠtrico / Abril de 2014
71
72
Reportagem
O Setor Elétrico / Abril de 2014
verificação as instalações elétricas dos apartamentos
dentro e por isso precisa de profissionais que façam
por eletricistas capacitados. Conforme Maschietto,
este serviço.
na ocasião, os profissionais da área pertencentes ao
programa chegaram até a fazer uma análise gratuita
e reforçado de conscientização dos consumidores pode
da instalação a fim de avaliar seu estado. O diretor-
fazer com que a situação das instalações elétricas do
executivo do Procobre conta que, em um primeiro
país se modifique. Talvez este trabalho tenha sido
momento, houve uma demora por parte dos moradores
um dos responsáveis pelo fato de que, atualmente,
para fazer as mudanças necessárias, mas que depois
segundo Moreno, muitas empresas estejam chamando
elas acabaram ocorrendo.
profissionais para fazer uma inspeção das instalações
Antes mesmo do surgimento do Casa Segura, o
de seus estabelecimentos antes mesmo de serem
Procobre já realizava ações com o intuito de avaliar
vistoriadas pelo Corpo de Bombeiros.
as condições das instalações elétricas brasileiras.
De acordo com Maschietto, desde 1996, o órgão vem
pela reforma das instalações raramente é espontânea.
regularmente averiguando se instalações de edifícios em
Normalmente, a prática acontece impelida por alguma
diversas cidades do país estão de acordo com as normas
outra força. Seja uma inspeção surpresa por um órgão
brasileiras. A amostra colhida pela pesquisa é sempre
regulador, como o Ministério de Trabalho querendo
de 50 prédios residenciais novos e foi iniciada somente
verificar se a NR 10 está sendo cumprida, seja por
em São Paulo, sendo, posteriormente, realizada também
uma modificação do uso do local – uma residência
nos municípios de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba,
sendo transformada em um comércio, por exemplo
Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, entre outros.
– que exigiu uma reforma na construção civil. Nesta
Nos levantamentos iniciais, verificou-se que os
situação, pode ser preciso a colocação de mais tomadas
principais problemas encontrados faziam referência à
nas paredes, o acréscimo de pontos de iluminação,
não existência de fio terra e de Dispositivos Diferenciais
além de outras mudanças.
Residuais (DRs) nas instalações elétricas. O estudo foi
A expansão da capacidade produtiva de uma
repetido de maneira trienal até 2002, sendo realizado
determinada edificação também pode ser fato que leve
anualmente desde então, nem sempre nas mesmas
à realização do retrofit de uma instalação elétrica.
cidades. Segundo Maschietto, o que se averiguou foi
Pegue o exemplo de um galpão industrial que decide
uma evolução das instalações de edificações novas
trocar seus ares condicionados, fornos e luminárias por
nos quesitos citados. Na atualidade, de acordo com
produtos mais eficientes, com o objetivo de aumentar
o diretor-executivo do Procobre, quase 100% dos
sua produção e manter o mesmo consumo de energia
edifícios brasileiros novos apresentam fio terra e DR.
elétrica. Neste caso, muitas vezes costuma-se trocar
Portanto, segundo Maschietto, as instalações novas
também os componentes da instalação, segundo
estão bastante adequadas. O momento agora é de
informa Moreno. Não que a instalação antiga não seja
reforçar o ataque aos edifícios antigos, destaca.
capaz de atender a demanda, mas com dispositivos
No que tange às residências mais velhas, o diretor
novos, a instalação é menos exigida, trabalha com
recorda um trabalho feito pelo Procobre junto a alunos
folga e, consequentemente, desgasta-se menos e dura
de escolas técnicas, no qual eles foram responsáveis
mais.
pela inspeção de instalações de 600 casas na cidade
A eficiência energética não costuma ser uma
de São Paulo. Nesta atividade, eles descobriram
razão para se fazer o retrofit de instalação elétrica e
duas coisas: que a maioria das instalações continha
nem um atrativo para quem deseja fazê-lo. Contudo,
irregularidades e que, a despeito disso, os moradores se
de acordo com Moreno, sempre que se fizer uma
sentiam seguros em suas casas.
reforma em uma instalação, irá se ganhar de brinde a
Havia um desencontro entre o que a análise feita
eficiência energética. Isto porque o envelhecimento dos
pelos alunos mostrava e o que o dono pensava a
componentes aumenta a corrente de fuga e produtos
respeito de sua edificação, mostrando, segundo o
mais novos representam menores perdas de energia. Ele
diretor-executivo do Procobre, que o leigo não sabe
explica que não será um ganho muito expressivo, mas
como se encontra verdadeiramente sua instalação por
com certeza ele existirá.
Maschietto destaca que apenas o trabalho contínuo
De qualquer forma, Moreno destaca que a iniciativa
73
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Segurança
em edificações
A necessidade de retrofit em instalações elétricas para edificações antigas foi um dos motivadores para a
criação de um grupo de trabalho na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Criado em dezembro do ano passado, em reunião plenária do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da Fiesp, o Grupo Técnico (GT) de Segurança em Edificações tem como objetivo reunir entidades do setor diretamente envolvidas na questão de segurança de edificações (com mais de 15 anos) e de suas instalações para desenvolver ações baseadas no tema.
Segundo o diretor executivo do Sindicel, diretor do Deconcic e coordenador do GT Segurança em Edificações,
Valdemir Romero, foram criados também dois subgrupos de análise específica a partir do grupo principal. São eles: os subgrupos de Legislação e Normalização e de Mão de Obra Qualificada e Certificação. Ambos terão como função dar suporte ao GT.
A principal meta deste grupo da Fiesp, conforme Romero, é buscar uma lei federal que obrigue a realização
de inspeções periódicas nas edificações com mais de 15 anos, e, caso haja necessidade, obrigue também a feitura de reparos e adequações. O coordenador do GT informa que já existem dois Projetos de Lei (PL) em tramitação, um na Câmara dos Deputados e o outro no Senado Federal, com o objetivo de obrigar que sejam feitas inspeções periódicas nas edificações a fim de garantir sua segurança, evitando desabamentos, incêndios e acidentes em elevadores, por exemplo. Ambos os projetos já foram analisados pelo grupo de trabalho que está levando a seus autores/relatores todo o apoio do Deconcic/Fiesp para que sejam aprovados e tornem-se lei. A previsão é de que as leis sejam promulgadas em 2015.
O GT Segurança em Edificações faz parte do Programa Compete Brasil do Deconcic da Fiesp e conta com a
participação de todas as entidades da cadeia da indústria da construção.
Moreno explica que a eficiência energética só seria
que elas se tornem eficientes, a empresa de conservação
sentida de maneira bem contundente se o Brasil inteiro
de energia segue três etapas: a primeira é uma análise
reformasse todas as instalações elétricas ao mesmo
técnica e econômica do projeto; a segunda é a busca por
tempo. Neste caso, conforme o consultor, o país teria uma
financiamento; e a terceira e última é a implementação
economia de energia da ordem de uma Itaipu. É óbvio
propriamente dita. Resumidamente: faz-se o diagnóstico,
que isso não acontecerá, mas isto funciona como um
a engenharia financeira e executa-se o projeto, explica.
exercício teórico motivacional, comenta o engenheiro.
A
respeito
da
análise
técnica
e
econômica,
Spohr informa que, para levar a cabo um projeto de
Conservação
de energia
retrofit, normalmente, existe um leque de variáveis para analisar, tais como horário de utilização dos
Se o objetivo do retrofit – não apenas da instalação
equipamentos;
tempo
de
utilização;
tecnologia
elétrica, mas dos equipamentos movidos à energia
empregada, etc. Se o equipamento a ser trocado opera
elétrica de uma maneira geral – for a eficiência
pouco, dificilmente, ele se paga para o retrofit, por
energética, na atualidade, quem vem comandando os
exemplo. As implementações a serem tomadas tornam-
projetos deste segmento são as empresas de serviços
se claras à medida que se conhecem as características
de conservação de energia, comumente denominadas
do cliente, destaca o presidente da APS.
Escos. O diretor técnico da Associação Brasileira
das Empresas de Conservação de Energia (Abesco),
recursos podem vir não só do cliente, como de algum outro
Alexandre Moana, define a atividade exercida por uma
investidor ou até mesmo da própria Esco. Dentro deste cenário,
Esco da seguinte forma: localização do desperdício e
alguns modelos de negócios entre o cliente e a companhia de
transformação em negócio.
conservação energética são: o turn key; o Build, Operate and
Segundo o presidente da esco APS Soluções em
Transfer (BOT); e o contrato de performance.
Energia S/A, Aldemir Spohr, uma vez procurada pelo
cliente para realizar o retrofit de suas instalações a fim de
contam com investimentos da própria Esco. No BOT, a
Em relação ao financiamento, o executivo sublinha que os
Destes modelos citados, os dois últimos são os que
74
Reportagem
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Foram colocadas luminárias Leds na área comum, escadaria e na parte de decoração e lâmpadas fluorescentes com refletores de baixo consumo nos ambientes de trabalho.
empresa de conservação de energia faz o desenvolvimento
retrofit, ou seja, a troca de equipamentos e automação
de todo o projeto e administra a edificação durante um
de processos para gerar economia de energia. Nesse
determinado período, para depois transferir ou não
sentido, o presidente da APS faz um apelo para que
esse gerenciamento para o cliente. Já no contrato de
os empresários comecem a olhar para dentro de suas
performance, a Esco arca com o investimento e recebe do
empresas, pois nelas existem grandes oportunidades de
cliente um percentual da economia com energia elétrica
economia por meio da eficientização energética.
obtida pela edificação já em operação. Esta espécie de
remuneração vai até a amortização do investimento.
este olhar para dentro já começou. Moana relata que
Entre os projetos de retrofit visando à eficiência
a procura por empresas de conservação de energia só
energética realizados pela APS, Spohr destaca o do
tem aumentado. Segundo ele, as Escos têm um público
Shopping Paulista, em São Paulo, no qual foi trocado
cativo, mas cada vez mais empresas têm buscado projetos
todo o sistema de água gelada do ar-condicionado.
de eficiência energética com empresas especializadas
O shopping foi ampliado e precisavam aumentar este
motivadas por questões de responsabilidade ambiental e,
sistema. Então trocamos para atender não só a parte
principalmente, em razão da competitividade econômica.
nova, mas a antiga também, explica o presidente da
O empresário brasileiro sofre muito para produzir.
APS, destacando que, com esta mudança, obteve-se
Por isso a busca pela economia da energia, através da
46% de economia com eficiência energética aplicada.
eficientização energética, diz o diretor técnico.
Se depender do que pensa o diretor técnico da Abesco,
Além do desenvolvimento de projeto, também faz
parte do trabalho da APS como Esco a atuação na área administrativa, gerenciando a compra de energia por
Retrofit aplicado – Panorama Paulista C orporate
parte de seus clientes. Ela negocia tarifas mais baratas com a distribuidora responsável, adequando a menor
tarifa à curva de consumo da indústria, por exemplo.
o edifício comercial Panorama Paulista Corporate,
Este trabalho dá como frutos uma economia financeira
inaugurado em 1975, passou recentemente por um
e não em quilowatts consumidos, diz Spohr.
retrofit total de sua estrutura, visando atender aos
padrões estabelecidos pela Leed (Leadership in Energy
Spohr salienta, contudo, que o foco da empresa é o
Localizado em região central da cidade de São Paulo,
O Setor Elétrico / Abril de 2014
and Environmental Design), sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações. A certificação Leed, como é chamada, é utilizada em 143 países, e tem como objetivo incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações. Pensando nessa certificação foi que a edificação passou por reformas, segundo as normas vigentes, em todas as suas instalações elétricas, hidráulicas e de combate a incêndio. No que diz respeito à parte elétrica, o engenheiro eletricista, Jaime Navarro, da Eiko Engenharia e Instalações, empresa responsável pela execução do retrofit das instalações elétricas, destacou a troca do sistema de SPDA e aterramento e de toda a iluminação. Conforme o engenheiro, foram colocadas luminárias Leds na área comum, escadaria e na parte de decoração, e instaladas lâmpadas fluorescentes, com reatores de baixo consumo, nos ambientes de trabalho, que também foram reformados para aproveitarem ao máximo a luz natural.
Navarro salienta ainda a instalação de centros de
medição descentralizados para unidades autônomas, administração e incêndio, com medidores eletrônicos em todos os pavimentos, e a instalação de um gerador singelo de 141/150 kVA e de chaves de transferências automáticas, que fornecem geração de emergência para alimentar em regime parcial apenas as áreas da administração. Já a distribuição de energia, que antes era feita via cabo por eletrodutos fixados na parede, passará a ser feita por barramento blindado, sistema de canalização exclusivo para a parte elétrica.
Outro ponto importante é que o edifício foi todo
automatizado. Conforme o engenheiro da Eiko, foram implementadas centrais que conseguem monitorar tudo o que está acontecendo no prédio: ativar elevador; controlar a temperatura dos ambientes; controlar a iluminação; fechar e abrir portas, etc. A troca da iluminação de segurança e emergência e dos motores de bombas hidráulicas por equipamentos mais eficientes também foi salientado por Navarro. A obra de revitalização do Panorama Paulista Corporate está basicamente concluída. De acordo com o engenheiro eletricista, o estabelecimento já recebeu o Habite-se da Prefeitura de São Paulo e está esperando apenas o aval do Corpo de Bombeiros ante algumas pendências para concluir as reformas. Situado em região central da cidade de São Paulo, o edifício comercial Panorama Paulista Corporate, de 1975, passou recentemente por um retrofit total de sua estrutura.
75
Aterramento
76
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Aterramento de aerogeradores Simulação
de um sistema de aerogeradores durante o impacto de descargas
atmosféricas com o objetivo de determinar a sua influência sobre o isolamento dos transformadores elevadores Por Pablo Mourente Miguel e Ademar Brehmer Rohregger*
77
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Nos aproveitamentos eólicos, o aterramento apresenta condições extremamente díspares, com
locais em que o solo apresenta baixa resistividade e outros em que a resistividade é extremamente elevada. As dimensões do aterramento dos aerogeradores têm de, forçosamente, ser pequenas e, assim, existe uma grande dificuldade em se obter uma resistência de aterramento de baixo valor. O objetivo na maior parte das instalações tem sido obter uma resistência de aterramento abaixo de 2 Ω na malha de terra junto à casinhola onde fica abrigado o transformador elevador. Nos parques localizados em solos rochosos, os valores obtidos em muito extrapolam esse valor. A utilização de produtos químicos para reduzir a resistência da aterramento se mostra dispendiosa e requer acompanhamento e reposição.
Neste artigo verifica-se o efeito de valores elevados da resistência de aterramento sobre
o isolamento dos transformadores elevadores dos aerogeradores durante a descarga das correntes, devido a impactos atmosféricos nas linhas aéreas ou na torre do aerogerador. O sistema de aerogeradores foi simulado de forma a determinar a sobretensão de impulso sobre os transformadores durante a ocorrência de um impacto de 65 kA, com a resistência de aterramento de 9,8 Ω e 98 Ω.
Descrição do sistema elétrico de um parque aerogerador Um parque de aerogeradores pode ser analisado considerando a sua divisão nas seguintes partes: • Acesso ao sistema de potência – representa a subestação em que o sistema elétrico é acessado. É formado por um ou mais transformadores de potência que elevam a tensão dos 34,5 kV usados para a conexão dos diversos agrupamentos de aerogeradores para uma tensão de 69 kV ou 138 kV; • Linhas aéreas – os aerogeradores são agrupados em locais em que as condições de vento são mais favoráveis. Esses grupos de aerogeradores podem distar alguns quilômetros entre si, por isso, é mais econômica a utilização de linhas aéreas, geralmente na tensão de 34,5 kV; • Cabos isolados – ao chegar ao ponto em que as unidades aerogeradoras estão agrupadas, faz-se uma transição de linha aérea para cabos isolados; • Casinhola do transformador – os aerogeradores trabalham em uma tensão abaixo de 1.000 V e são conectados ao sistema de subtransmissão por meio de um transformador que eleva a tensão para o nível de tensão usado na subtransmissão; • Torre com turbina e aerogerador – os aerogeradores e a respectiva turbina são montados em uma torre nas proximidades da casinhola na qual é abrigado o transformador. Aterramentos existentes no parque aerogerador No parque de aerogeradores existem diversos tipos de aterramento que afetarão o comportamento do sistema no que tange às sobretensões devido a impulsos atmosféricos. Aterramento dos transformadores de potência - Os transformadores de potência são localizados na subestação de acesso ao sistema elétrico, sendo aterrados na malha da subestação. O enrolamento de 34,5 kV dos transformadores de potência é usualmente conectado em Δ, de modo que o sistema deve ser tratado como neutro isolado. Quando o enrolamento de 34,5 kV é conectado em Y, o aterramento se faz por meio de resistor, limitando a corrente de falta fase-terra para reduzir a contribuição do sistema e facilitar a recomposição do sistema após a ocorrência de faltas fase-terra.
Aterramento
78
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Aterramento dos para-raios na transição de linha aérea para cabo isolado - No ponto de transição de linha aérea para cabo isolado existe a necessidade da instalação de para-raios para proteção dos cabos isolados. Os para-raios serão aterrados em um sistema de aterramento formado por três hastes verticais espaçadas de 3 m entre si. O cabo de descida do aterramento dos para-raios apresenta uma indutância própria que pode ser estimada por:
A resistência de aterramento de um conjunto de hastes
Figura 1 – Detalhe típico da transição entre linha aérea e cabo isolado.
instaladas verticalmente em paralelo será dada por:
a corrente dissipada por cada eletrodo afete a tensão na superfície do outro eletrodo e, com isso, a dissipação de corrente dos eletrodos é reduzida. Assim, a partir de um certo ponto, o aumento na quantidade de eletrodos (condutores horizontais ou hastes)
Como este sistema de aterramento é de pequenas dimensões,
deixa de apresentar uma redução efetiva no valor da resistência de
o tempo de propagação da corrente de surto no sistema de
aterramento da malha de terra. Como regra, utiliza-se como menor
aterramento será de 50 ns. O modelo desse aterramento pode
distância entre condutores horizontais e hastes o valor de 3 m.
ser visto na Figura 1.
Como a malha de terra a ser usada na casinhola será um misto
de condutores horizontais e hastes, a formulação desenvolvida Aterramento dos transformadores dos aerogeradores - A malha de
por Schwarz é aplicável. Para um solo com resistividade de 100
aterramento na casinhola dos transformadores deve cobrir todo
Ω.m, a resistência de quatro condutores formando uma malha
o perímetro e será formada por condutores horizontais e hastes
retangular com 5 m de comprimento por 3 m de largura, com
verticais. Eletrodos de aterramento muito próximos fazem com que
uma haste em cada vértice, será dada por:
Em que:
Aterramento
80
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Conexão dos transformadores dos aerogeradores e respectivos para-raios - Feita a transição de linha aérea para cabo isolado, cria-se um ramal no qual vários aerogeradores poderão ser conectados. Neste exemplo será analisado o caso de cinco aerogeradores conectados no ramal. Cada aerogerador tem o seu respectivo transformador elevador e a distância entre as casinholas dos aerogeradores varia entre 80 m e 400 m. A Figura 3 ilustra a conexão de um aerogerador. No ponto de conexão do cabo isolado é instalado o para-raios.A partir da conexão dos para-raios, um trecho de cabo isolado com até 3 m de comprimento é usado para conectar os terminais do enrolamento de alta tensão do Figura 2 – Detalhe da conexão dos aerogeradores.
transformador elevador. O transformador elevador é representado
Escolha
pela capacitância para massa do enrolamento de alta tensão.
da tensão nominal dos para-raios
O lado de alta tensão, neste exemplo, é conectado em Δ. Do
Como o trecho de 34,5 kV deste sistema usualmente
ponto de terra do transformador até a malha de terra existirá
apresenta neutro isolado ou aterrado por resistência elevada,
um cabo terra formado por dois condutores de cobre com
os para-raios podem vir a ser submetidos à tensão entre fases
seção de 25 mm². O comprimento desse cabo de aterramento
do sistema durante a ocorrência de faltas.
desde o terminal do transformador até a malha de terra pode
A Figura 3 mostra a componente resistiva da corrente
alcançar até 2 m de comprimento.A indutância desse trecho deve
de fuga dos para-raios que podem vir a ser utilizados. Será
ser considerada e, como o aterramento é feito em dois pontos
escolhido o para-raios com tensão nominal de 36 kV.
diferentes da malha de terra, a indutância a se considerar será a metade desse valor, ou seja:
Indutância de aterramento do cabo de descida do para-raios da torre - A indutância do cabo de descida na torre da turbina e aerogerador foi considerada como sendo de 30 μH. Conexão dos para-raios no ponto de transição de linha aérea para cabo isolado - No ponto de derivação de linha aérea para cabo isolado serão instalados para-raios e as buchas de terminação dos cabos isolados. A indutância do cabo de descida dos para-raios deve ser incluída na simulação. Uma cadeia com dois isoladores
Figura 3 – Componente resistiva da corrente por meio dos para-raios.
de disco foi considerada para simular o isolamento da linha aérea de 34,5 kV nesse ponto. A capacitância das buchas de terminação
Os cabos usados nos ramais dos aerogeradores são
também foi considerada.
dimensionados em função da potência gerada, isto é, Tabela 1 – Comprimento dos lances de cabo
Poste AE-1
AE-1 AE-2
AE-2 AE-3
AE-3 AE-4
AE-4 AE-5
150 mm - 82 m
150 mm - 250 m
70 mm - 500 m
70 mm - 218 m
70 mm2 - 261 m
2
2
2
2
Tabela 2 – Características do transformador elevador dos aerogeradores
Potência
Grupo de conexão
1600 MVA
Dyn1
Tensões
Isolamento
Capacitâncias
60 Hz
NBI
AT - 34,5 kV
AT - 70 kV
AT - 200 kV
AT – massa – 1 nF
BT - 690 V
BT - 10 kV
-
BT – Massa – 10 nF
81
O Setor Elétrico / Abril de 2014
a quantidade de aerogeradores no ramal e da queda de
Em que T D = nível isoceráunico dado em dias com
tensão admissível. A bitola irá variar de 70 mm² para
observação de trovoadas por ano.
conexão dos três aerogeradores no final do ramal e 150 mm² para conexão dos dois primeiros aerogeradores
Linhas aéreas de média tensão captam as descargas que
do ramal. Os comprimentos dos lances de cabos são
cairiam em uma faixa de solo com largura igual à altura do
mostrados na Tabela 1.
condutor mais elevado. Neste caso, será considerada uma altura da linha igual a 12 metros. O comprimento total de
Incidência de descargas
linhas de 34,5 kV no empreendimento é de 20 km. Dessa forma, a área de captação de descargas atmosféricas pelas
As descargas atmosféricas podem atingir:
linhas de 34,5 kV será de 0,48 km².
• As torres das turbinas e aerogeradores – neste caso, a
O
número esperado de descargas captado pelas linhas
corrente de impacto se propaga pelo cabo de terra e será
de
34,5 k V
será então de
4,1
raios / ano .
dispersa pela malha de terra;
Os raios captados podem apresentar diferentes amplitudes
• As redes aéreas do aproveitamento eólico – as ondas de
de corrente, desde raios com amplitude na faixa de 2.000 A
corrente e tensão decorrentes desses impactos nas linhas
a raios com amplitude de 200 kA. Quanto maior a amplitude
aéreas de 34,5 kV irão se propagar pelos cabos e atingir os
da descarga, mais rara será a ocorrência desse impacto. A
transformadores elevadores dos aerogeradores.
probabilidade acumulada da ocorrência de uma amplitude de corrente de raio acima de um dado valor pode ser expressa
A densidade de descargas atmosféricas em uma dada
por:
região, geralmente, pode ser encontrada no banco de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Contudo, neste trabalho, se recorrerá ao procedimento tradicional de estimar esse valor a partir do nível isoceráunico da região, aqui considerado igual a 50 dias de trovoada por ano.
Conforme a ABNT NBR 5149:2001, a densidade de descargas
o número de anos entre duas descargas de uma dada amplitude,
O intervalo entre MTBF (Mean Time Between Flashes), isto é,
atmosféricas pode ser estimada por:
será dado por:
Aterramento
82
O Setor Elétrico / Abril de 2014
de forma a avaliar o efeito da resistência dos aterramentos nas
sobretensões
que
atingem
os
transformadores
elevadores. Conforme mostrado na Figura 5, os impactos serão simulados nos seguintes pontos: • No poste de transição de linha aérea para cabo isolado; • No mastro para-raios instalado na torre dos aerogeradores. Convém ressaltar que a solicitação sobre o isolamento de um enrolamento no transformador decorre da: • Diferença de tensão entre o terminal de fase e a massa (núcleo, tanque); • Diferença de tensão entre os terminais do enrolamento Figura 4 – Intervalo de recorrência estimado para impactos nas linhas de 34,5 kV.
(fase-fase ou fase-neutro).
Pode ser notado que o impacto de descargas de amplitude
abaixo de 10 kA e acima de 42 kA se dá a intervalos de médios
Como o transformador elevador é aterrado por meio de
acima de 30 anos. A maior parte das descargas irá ocorrer na
dois cabos de 25 mm² com até 2 m de comprimento, existe
faixa de 10 kA a 30 kA.
uma indutância entre o ponto de referência à massa e a malha de terra. No caso de um impacto na linha aérea de 34,5 kV, os
Simulações efetuadas
para-raios atuam e a corrente é injetada na malha de terra. No caso de impacto na torre, a corrente desce pelo cabo
Usando o ATP, será simulado o impacto de uma descarga
de aterramento do aerogerador e é injetado diretamente na
com amplitude de 65 kA, cujo intervalo de recorrência é
malha de terra. Dessa forma, se evita a passagem da maior
de 80 anos. As simulações serão efetuadas considerando a
parte da corrente de impulso pelo ramal de aterramento do
resistividade do solo com valores de 100 Ω.m e 1.000 Ω.m,
transformador.
Figura 5 – Pontos de impacto das descargas.
Aterramento
84
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Tabela 3 – Resultados das simulações com resistividade do solo de 100 Ω.m e 1.000 Ω.m
(Ω.m)
RAT_POSTE (Ω)
RMALHA (Ω)
VBT (kV)
VAT (kV)
VMALHA (kV)
Impacto 65 kA no poste de transição linha aérea para cabo isolado 100
13,8
1000
137,6
100
13,8
9,8
1000
137,6
98,0
9,8
169
4,9
170
8,9
289
122
6,2
549
141
9,6
218
98,0 513 Impacto 65 kA no topo da torre do aerogerador
A Figura 6 mostra a solicitação de tensão que aparece nos
que são usadas para interligar os diversos agrupamentos
enrolamentos de alta e baixa tensão do transformador elevador
de aerogeradores ou nas torres que suportam a turbina
de um aerogerador quando ocorre um impacto de 65 kA na
e o aerogerador. Foram simulados impactos de 65 kA,
torre da turbina. A tensão mostrada vem a ser a tensão entre o
cujo intervalo de recorrência é da ordem de 80 anos. Foi
terminal de fase e o ponto de aterramento do transformador.
avaliada a sobretensão, medida entre terminal de fase e
massa, que alcança os enrolamentos de alta e baixa tensão do transformador elevador do aerogerador. Não foram encontrados valores acima de 85% do NBI dos enrolamentos. As
dimensões
dos
aterramentos
presentes
num
aproveitamento eólico são pequenas de forma que a propagação das correntes de surto se faz em menos de 200 ns. Com isso, os sistemas de aterramento podem ser representados considerando-se apenas a resistência de terra calculada (ou medida) na frequência industrial. Faz-se, no entanto, necessário considerar a indutância dos links de aterramento, tais como o cabo de descida dos para-raios instalados nos postes da linha aérea de 34,5 kV e os cabos de conexão à terra dos pararaios junto aos transformadores elevadores. Também se faz necessário considerar a indutância dos cabos de conexão à terra do tanque do transformador elevador. Ocorrido Figura 6 – Solicitação sobre o transformador elevador durante impacto de 65 kA na torre.
o
impacto
da
descarga
atmosférica, a
sobretensão no topo do poste faz com que ocorra uma disrupção para os condutores de fase. Devido à indutância do cabo de descida dos para-raios uma parcela considerável de corrente vai circular pela blindagem do cabo. Assim, haverá corrente devida à descarga atmosférica circulando tanto nos condutores de fase, como na blindagem. Ao chegar à casinhola onde fica abrigado o transformador elevador, uma parcela da corrente nos condutores de fase é desviada pelos para-raios para a malha de terra, onde se junta a uma parcela da corrente que circula pela blindagem. Essas correntes são
Figura 7 – Solicitação sobre os transformadores durante impacto de 65 kA na linha aérea.
Conclusão
então dissipadas pela malha de terra local. Dessa forma, a malha de aterramento sofre uma elevação transitória de potencial. A tensão aplicada sobre o isolamento do enrolamento
Os
impactos
de
descargas
atmosféricas
em
um
de alta tensão do transformador elevador é a que aparece
aproveitamento eólico podem ocorrer nas linhas aéreas
entre os terminais de fase e a que aparece no ponto de
85
O Setor Elétrico / Abril de 2014
aterramento da massa do transformador. Isso faz com que
Referências
a amplitude da sobretensão no transformador elevador seja
• ANDERSON, P. M. Analysis of Faulted Power Systems. New York:Wiley,
praticamente independente da resistência de aterramento das
1995, p. 470.
malhas de aterramento em cada aerogerador. Nas simulações
• IEEE Guide for Safety in AC Substation Grounding – IEEE Std
efetuadas, observou-se que a sobretensão é mais elevada no
80-2000.
transformador elevador do primeiro aerogerador do ramal
• Surge Arresters – Part 4: Metal-oxide surge arresters without gaps for
e reduzida nos demais. Também foi verificado que os efeitos
a.c. systems. IEC 60099-4 – Edition 2.2 – 2009-05.
do impacto da descarga atmosférica são apreciáveis apenas
• IEEE Guide for Application of Metal-Oxide Surge Arresters for
no ramal conectado ao poste onde ocorreu o impacto da
Alternating-Current Systems. IEEE Standard C62.22-2009, Jul. 2009.
descarga atmosférica. A propagação do surto pela linha
• WANDERLEY, S. S.; MIGUEL, P. M. Comparação dos modelos de
aérea de 34,5 kV faz com que o efeito nos agrupamentos de
para-raios utilizados para simulação no ATP. XXI SNPTEE, 2011,
aerogeradores nas vizinhanças seja bastante reduzido.
Florianópolis, SC, Brasil.
Conclui-se, então, que não se faz necessário recorrer a
malhas de aterramento muito dispendiosas para tratar de
*Pablo Mourente Miguel é engenheiro eletricista, mestre e doutor em Ciências da Engenharia Elétrica pela COPPE/
obter valores de resistência de aterramento na faixa de
UFRJ. Atua nas áreas de transitórios eletromagnéticos,
2 Ω, posto que o efeito dessa redução de resistência de
coordenação de isolamento e proteção de sistemas
aterramento, no que tange à proteção do isolamento dos
elétricos.
transformadores elevadores é inócuo. É importante ressaltar
Ademar Brehmer Rohregger é engenheiro eletricista,
que, devido ao impacto da descarga atmosférica, haverá
especializado em dinâmica e controle. Desde 2008 é o
um surto de corrente circulando pelo cabo isolado e esse surto de corrente chegará a cada um dos transformadores elevadores.
coordenador da equipe de eletromecânica da GeoEnergy/ Energy Engenharia. Sua área de atuação compreende a elaboração do projeto executivo de parques eólicos e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
Pesquisa
86
Quadros, painéis e montadores
Novas normas para quadros e painéis
A ABNT pretende publicar ainda neste ano duas normas baseadas na série IEC 61439, de 2011, que se referem à montagem de quadros e painéis. Elas serão mais modernas e abrangerão situações não contempladas em normas anteriores.
O Setor Elétrico / Abril de 2014
87
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Uma das principais notícias que prometem agitar o mercado de quadros e painéis elétricos no Brasil neste ano
refere-se ao ambiente normativo. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) pretende publicar ainda em 2014 duas normas baseadas na série IEC 61439, de 2011. Trata-se da ABNT NBR IEC 61439 – 1, que traz as cláusulas comuns, ou melhor, as regras gerais para o segmento, e a ABNT NBR IEC 61439 – 2, que é especifica para montagem de conjuntos de manobra e controle.
A série de normas internacionais IEC 61439 traz ainda mais quatro segmentos: a parte 3, que fala sobre
conjuntos de manobra e controle previstos para serem operados por pessoas não qualificadas; a parte 4, que fornece requisitos particulares para canteiros de obras; a parte 5, voltada para montagens destinadas à distribuição de energia em redes públicas; e a parte 6, para barramentos blindados. Há também a parte zero, que se trata de um guia de especificação dos conjuntos de manobra e controle de baixa tensão. Esta parte, aliás, deverá ser publicada pela ABNT na sequência da parte 1 e 2.
Atualmente, no Brasil, a montagem de quadros e painéis é normalizada pela série ABNT NBR IEC 60439,
publicada em 2003. Dividida em três partes, essa série traz orientações técnicas para painéis TTA/PTTA, barramentos blindados e painéis de uso inadvertido. A adequação ao novo padrão internacional se faz necessária, porém, em razão do uso indiscriminado de interpretações equivocadas a respeito dos conceitos de TTA/PTTA, e também por causa da tendência de o mercado de fabricantes de chaparia certificar seus produtos e venderem ao mercado para que montadores comercializem o painel acabado. Essa prática não é prevista na norma, mas aceita no mercado. O comitê europeu incorporou estas e outras situações e modernizou o documento normativo.
Outra novidade do ambiente normativo referente à montagem de quadros e painéis foi a publicação por parte
da ABNT, em outubro de 2013, da revisão da norma de invólucros vazios: a ABNT NBR IEC 62208, documento utilizado por empresas que fabricam e comercializam invólucros vazios para serem empregados por fabricantes ou montadores de painéis. Tais invólucros dizem respeito a uma etapa antes da incorporação de dispositivos de manobra e comando de baixa tensão.
Segundo o consultor técnico sênior da Schneider Electric e coordenador da Comissão de Estudo CE 17.02,
da ABNT, responsável por conjuntos de manobra e controle de tensão, Luiz Rosendo Tost Gomez*, a norma sobre invólucros está alinhada com os requisitos de ensaios dos conjuntos de manobra e controle de baixa tensão, que estão sendo elaboradas pela CE 17.02, e será equivalente à série da IEC 61439, que especifica as definições, as classificações, as características e os ensaios gerais dos invólucros utilizados, que podem ser aproveitados nos conjuntos de manobra e controle de baixa tesão para atenderem à série IEC 61439.
Inteirado sobre as novidades normativas referente ao segmento, confira a seguir números do mercado de
quadros e painéis obtidos por meio de pesquisa exclusiva realizada pela revista O Setor Elétrico. *Rosendo Tost Gomez, Luiz. "Novas normas para quadros e painéis", Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras 2012-2013, p. 170.
Números do mercado brasileiro de quadros e painéis
A indústria continua sendo o principal segmento de atuação do mercado de quadros e painéis, sendo apontada
por 93% dos entrevistados. Em segundo lugar vem a área comercial, votada por 48% das empresas do setor. Principais segmentos de atuação
Residencial
21%
Comercial
48%
Industrial
93%
Pesquisa
88
Quadros, painéis e montadores
Assim como registrado nessa mesma pesquisa realizada no ano passado, a venda direta ao cliente final foi apontada como o principal canal de vendas de quadros e painéis. Se em 2013, 85% das empresas pesquisadas afirmaram isso, este ano o número subiu para 88%. Principais canais de vendas
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Tal como em 2013, os quadros de distribuição de força, de automação, e de distribuição de luz foram os mais comercializados, segundo as empresas questionadas pela revista. Tipos de quadros e painéis (montagem completa) comercializados
Telemarketing
79%
15% 88%
Vendas diretas ao cliente final
Quadros de automação Quadros de distribuição 67% de luz Centro de controle de 62% motores (CCM)
72%
Revendas/varejistas
30%
Distribuidores/atacadistas
29%
52% 50%
Se de 2012 para 2013, o número de empresas que disseram possuir certificações ISO 9001 (qualidade) diminuiu, de 61% para 59%, de 2013 para 2014, constatou-se o fenômeno contrário, aumentando a porcentagem para 65%. O número de empresas que afirmaram possuir ISO 4001 (ambiental), por sua vez, diminuiu do ano passado para este ano, de 21% para 18%. Certificados ISO
Quadros de distri buição de força
49% 47% 45%
Mesas de comando Quadros para medidores de energia Cubículos MT
Quadros para partida de motores em MT Outros
Cabines de barramentos
44% 37% Cunículos tipo Metal-Clad 36% 30%
Cabines primárias
Quadros para áreas classificadas (EX)
14001 (ambiental)
18%
9001 (qualidade)
65%
A respeito das vendas dos invólucros, as respostas também se mantiveram basicamente as mesmas do ano passado, sendo os quadros de distribuição, os armários modulares, e os centros de controle de motores (CCMs) apontados como os mais comercializados.
Pesquisa
90
Quadros, painéis e montadores
Tipos de invólucros (caixas vazias) comercializados
Quadros de distribuição
62% 54%
Armários modulares
CCM
42% 39%
Acessórios e ferragens em geral para painéis
39%
Cubículos
Outros
33% 31%
Caixas de medição
Os quadros tipos totalmente testados (TTA) e os quadros tipos parcialmente testados (PTTA) – conforme os parâmetros para conjuntos de manobra e controle de baixa tensão definidos pela ABNT NBR IEC 60439-1 – representam, respectivamente, 20% e 23% das vendas realizadas pelas empresas do segmento. O restante das vendas é representada por outros tipos de painéis. Participação dos tipos de painéis no faturamento das empresas 20%
TTA
57%
23%
Outros
PTTA
Das empresas pesquisadas, a maioria (55%) afirmou faturar até R$ 20 milhões por ano. Em 2013, grande parte dos entrevistados (61%) disse faturar somente até R$ 10 milhões anuais. Faturamento bruto total dos fabricantes e montadores de quadros e painéis 9%
Acima de R$ 100 milhões
4%
De R$ 80 milhões a R$ 100 milhões
26%
Até R$ 5 milhões
3%
De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões 12%
De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões 17%
De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões
29%
De R$ 5 milhões a R$ 20 milhões
91
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Como no ano passado, a indústria continua sendo apontada como o segmento com maior par ticipação nas vendas das empresas. Em 2013, 52% dos pesquisados disseram isso, neste ano, a porcentagem é um pouco menor (47%). Participação cada segmento nas vendas das empresas 9%
Outros 16%
GTD 47%
Indústrias em geral 28%
Construção civil
Sobre a previsão do tamanho total anual dos diversos mercados de quadros e painéis, as avaliações foram bem diversas. Por exemplo, enquanto para o segmento de cubículos MT a projeção da maioria, 19%, no caso, foi de faturamento acima de R$ 500 milhões, o segmento de quadros de distribuição de luz foi apontado por 21%, também a maioria, como possuindo faturamento de até R$ 10 milhões.
Previsão do tamanho total anual dos mercados de: Quadros de distribuição de força 13% 16%
Acima de R$ 500 milhões
Até R$ 10 milhões
17% 13%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
13%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
14%
14%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões Quadros de distribuição de luz 5%
14%
Acima de R$ 500 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
21%
Até R$ 10 milhões
15%
15%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
13% 17%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Pesquisa
92
Quadros, painéis e montadores
Centro de controle de motores 13%
Acima de R$ 500 milhões
18%
Até R$ 10 milhões 10%
21%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 11%
11%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 16%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões Cubículos MT 19%
Acima de R$ 500 milhões
15%
Até R$ 10 milhões 13%
16%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 10%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
15%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
12%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Quadros de automação 12%
Acima de R$ 500 milhões
15%
Até R$ 10 milhões 10%
18%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 15%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
15%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
15%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
As porcentagens referentes à balança comercial são as mesmas da pesquisa de 2013. A imensa maioria, 97% apontou o mercado interno como principal destino dos produtos do setor. BALANÇA COMERCIAL 3%
Exportação
97%
Mercado Nacional
93
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Na pesquisa do ano passado, os entrevistados projetaram um crescimento de 21% das empresas em 2013. O crescimento apresentado por elas, no entanto, segundo a pesquisa de 2014, foi inferior, 16%. Talvez por isso, a previsão de crescimento para este ano também tenha sido menos ambiciosa, 16%.
A opinião das empresas a respeito dos fatores que devem aquecer o mercado este ano ficou bem dividida, com a maioria (28%) apontando projetos de infraestrutura como principal motivador. Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado
PREVISÕES DE CRESCIMENTO 4%
Setor da construção civil desaquecido 6%
Crise internacional 28%
16% 16% 10%
Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2014
Projetos de infraestrutura
Percentual de crescimento da sua empresa em 2013 comparado ao ano anterior
5%
Falta de normalização e/ou legislação 6%
Incentivos por força de legislação ou normalização 9%
Programas de incentivo da governo
Previsão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para o ano de 2014
10% 19%
Setor da construção civil aquecido
Bom momento econômico do país 13%
Desaceleração da economia brasileira
Quadros, painéis e montadores
X X X
X X X
X X X
X X
X X X X X X
X
X X X
X X X X
X X
X X
X X X X
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X X X X
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X
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X X
X
X
X
X
X X
X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X
Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
Outros
X X X
X X X X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
X X
X X
Importa produtos acabados
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X
X X X X X X X X X
Exporta produtos acabados
X X
X X
Possui programa na área de responsabilidade social
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Possui certificado ISO 14000
X X X X X X X X X X X X
Possui certificado ISO 9001
SP SC SP SP SP SP SP SP SC ES PR PR SP RS SP RS MG RS MG SP RJ SP PR SP SP MG SP SP SP SP PR SP SP
Telemarketing
Estado
Venda direta ao cliente final
Osasco Caçador Guarulhos Barueri São Paulo Santa Bárbara D'oeste Ribeirão Preto São Paulo Schroeder Serra Curitiba Curitiba São Paulo Porto Alegre São Paulo Caxias do Sul Itajubá Porto Alegre Para de Minas São Paulo Valença Guarulhos Almirante Tamandaré Nova Odessa Vargem Grande Paulista Contagem Votorantim Pindamonhangaba Santana de Parnaiba São Paulo Curitiba São Paulo Jundiaí
Revendas / Varejistas
Cidade
www.abb.com.br www.abcm.com.br www.acabine.com.br www.adelco.com.br www.adrtecnologia.com.br www.afap.com.br www.agtech.eng.br www.alltexequipamentos.com.br www.ambos.com.br www.andaluz.ind.br www.arteche.com www.arteche-inael.com.br www.aselco.com.br www.eletroatlanta.com.br www.atomoengenharia..com.br www.automatus.net www.balteau.com.br www.bcmautomação.com.br www.bcmeletricidade.com.br www.beghim.com.br www.brval.com.br www.grupobtm.com.br www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.comsystel.com.br www.conecta-mg.com www.crouse-hinds.com.br www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.dmapaineiseletricos.com.br www.dutoplast.com.br www.eaton.com.br
Principal canal de vendas
Distribuidores /Atacadistas
Site
0800 014 9111 49 3563 1016 11 2842 5252 11 4199 7500 11 3903 6737 19 3464 5650 16 3967 9200 11 5562 0450 47 3374 0829 27 3041 6766 41 2106 1899 41 2106 1899 11 3017 3131 51 3367 1899 11 2225 0265 54 3218 7700 35 3629 5500 51 3374 3899 37 3232 6788 11 2942 4500 21 3637 4646 11 2413 2090 41 3699 8400 19 3466 8600 11 4158 8440 31 3329 4520 15 3353 7070 12 3642 9006 11 4705 3133 11 5511 2452 41 3528 5677 11 2524 9055 11 4525 7001
Principal segmento de atuação
Residencial
Telefone
ABB ABCM ELETROTÉCNICA ACABINE ADELCO ADR TECNOLOGIA AFAP AGTECH SISTEMAS ALLTEX AMBOS ANDALUZ ARTECHE EDC ARTECHE INAEL ASELCO ATLANTA ÁTOMO ENGENHARIA AUTOMATUS BALTEAU BCM AUTOMAÇÃO BCM ELETRICIDADE BEGHIM BRVAL BTM ELETROMECÂNICA CAESA CARTHOM'S COMSYSTEL CONECTA ELETRICIDADE CROUSE-HINDS BY EATON DBTEC DELTA CANALETAS DHF DMA PAINÉIS ELÉTRICOS DUTOPLAST EATON
Distribuidora
EMPRESA
Fabricante
Empresa
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Comercial
94
Industrial
Pesquisa
X X X X X
X X X X X X X X X X X
X X X X X X X
95
O Setor Elétrico / Abril de 2014
SP SP SP MG SP MG RJ MG SC PR PR SP PR PR PR SP SP SP RS SP RS SP
X X X X X X X X X
X
X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X
X
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X X
X
X
X
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X
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X
X X X X
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X
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X X
X X X
X X X X
X X X
X X X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?
Oferece treinamento técnico para os clientes
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
Importa produtos acabados
Exporta produtos acabados
Possui programa na área de responsabilidade social
Possui certificado ISO 14000
Possui certificado ISO 9001
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
Outros
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
X X X X X X X X
X X
X
X
X X
X X
X X X X X X X X X X
Revendas / Varejistas
Estado
Principal canal de vendas
Distribuidores /Atacadistas
São Paulo Nova Odessa São Paulo Contagem Limeira Belo Horizonte Rio de Janeiro Contagem Corupá Cornélio Procópio São José dos Pinhais São Bernardo do Campo Campo Largo Curitiba Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo Panambi Guarulhos São Leopoldo Jandira
Residencial
Cidade
www.ebmmontagens.com.br www.edriver.com.br www.efacec.com www.eletribras.com.br www.eletrizante.com.br www.eletropainelmg.com.br www.eletromar.com.br www.eletromecap.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.elos.com.br www.encomel.com.br www.enerbras.com.br www.enercon.ind.br www.engelco.com.br www.engt.com.br www.esa.com.br www.fasorial.com.br www.fockink.ind.br www.fortlight.com.br www.frontec.com.br www.gctecautomacao.com.br
Comercial
Site
11 3648 7700 19 3466 6602 11 5591 1999 31 3361 1636 19 3453 5457 31 3377 4850 0800 724 2437 31 3361 1081 47 3375 6700 43 3520 5000 41 3383 9290 11 4056 5569 41 2111 3000 41 3268 7920 41 3239 7400 11 4168 4646 11 5562 8866 11 5058 1583 55 3375 9500 11 2087 6000 0800 704 2477 11 4772 4400
Principal segmento de atuação
Industrial
Telefone
Distribuidora
EMPRESA EBM E-DRIVER EFACEC ELETRIBRAS ELETRIZANTE ELETRO PAINEL ELETROMAR ELETROMECAP ELETROPOLL ELETROTRAFO ELOS ENCOMEL ENERBRAS ENERCON ENGELCO ENGETECH ESA FASORIAL FOCKINK FORTLIGHT FRONTEC GCTEC
Fabricante
Empresa
X X X X X X X X X X X X X X
X
Quadros, painéis e montadores
X X
X X
X X
X X X X X X X X X X X X X
X
X
X
X X X
X X X
X
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X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X
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X X
X X X
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X X X X X X X X
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X X X X
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X X X
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X X X
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X
X X X X
X X X X X X
X X
X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
X
Importa produtos acabados
X
Exporta produtos acabados
X
Outros
X X X
Possui programa na área de responsabilidade social
X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X
Possui certificado ISO 14000
X
Possui certificado ISO 9001
X
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
MG PR SP SC MG MG PR SP SP SP PR SP SP SP PR GO SP SC SP MG PR SC SP RS SP SP MG SP SP MG SP MG SP
Telemarketing
Estado
Venda direta ao cliente final
Contagem Curitiba Suzano Schroeder Belo Horizonte Belo Horizonte Pinhais Jundiaí Boituva Tatui Cornélio Procópio Mauá Araraquara Taubaté Curitiba Goiania Cotia Indaial São Paulo Belo Horizonte Curitiba Joinville Santa Bárbara D'oeste Caxias do Sul São Bernardo do Campo Guarulhos Betim São Bernardo do Campo Limeira Contagem Itatiba Juiz de Fora São Paulo
Revendas / Varejistas
Cidade
www.geindustrial.com.br www.grupogeralux.com.br Www.gimi.com.br www.grameyer.com.br www.grupocei.com.br www.egom.ind.br www.hdspr.com.br www.hellermanntyton.com.br www.holec.com.br www.hummel.com.br www.iguacumec.com.br www.incopel.com.br www.iesa.com.br www.inpro-electric.com.br www.irmaosabage.com.br www.jfautomacao.com.br www.kitframe.com www.konextop.com.br www.legrandgroup.com.br www.lojaeletrica.com.br www.lucelengenahria.com.br www.luzville.com.br www.maex.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.mcrferramentas.com.br www.mecatron.ind.br www.metalaser.com.br www.brum.com.br www.metta.ind.br www.montereletrica.com.br www.moratori.com.br www.multhiplos.com.br
Principal canal de vendas
Distribuidores /Atacadistas
Site
0800 595 6565 41 3677 5352 11 4752 9900 47 3374 6300 31 3389 6500 31 3486 1166 41 2109 8800 11 2136 9090 11 4191 3144 15 3322 7035 43 3401 1000 11 4555 1225 16 3303 1888 12 3627 8000 41 3371 5600 62 3293 1560 11 4613 4555 47 3328 2791 0800 11 8008 31 3218 8190 41 3288 6040 47 3145 4600 19 3455 5266 54 4009 5255 11 4176 7878 11 2412 6394 31 3073 1180 11 4368 7828 19 3404 3835 31 3368 7300 11 4487 6760 32 3311 5540 11 2724 6333
Principal segmento de atuação
Residencial
Telefone
GE DO BRASIL GERALUX SOLAR GIMI GRAMEYER GRUPO CEI GRUPO EGOM HDS HELLERMANN TYTON HOLEC HUMMEL IGUAÇUMEC INCOPEL INEPAR INPRO ELECTRIC IRMÃOS ABAGE JF AUTOMAÇÃO KITFRAME SYSTEM KONEXTOP BRAZIL LEGRAND LOJA ELETRICA LUCEL ENGENAHRIA LUZVILLE ENGENHARIA MAEX ENGENHARIA MAGNANI MAGNET MCR FERRAMENTAS MECATRON METALASER PAINÉIS ELÉTRICOS METALURGICA BRUM METTA SOLUÇÕES ELÉTRICAS MON-TER MORTATORI MULTHIPLOS
Distribuidora
EMPRESA
Fabricante
Empresa
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Comercial
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Industrial
Pesquisa
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Quadros, painéis e montadores
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X X X X X
X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?
X X
X
X X X X X X X
X
X X X X X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
X
X
Importa produtos acabados
X
X X X
X
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X X
X
X X X X X X X X
Exporta produtos acabados
X X
X X X X X X X X X X X X X X
Possui programa na área de responsabilidade social
X X X X X
X X
Possui certificado ISO 14000
X
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
X
Possui certificado ISO 9001
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Outros
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Telemarketing
SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SC SP RS MG SP SP SP SP SP SP SP RJ SP SP SP MG MG SP
Venda direta ao cliente final
Estado
Revendas / Varejistas
Diadema São Paulo Sorocaba São Paulo Ribeirão Preto São Paulo São Paulo Boituva Aruja São Paulo São Paulo Itibaia Guarulhos Sorocaba Schroeder Guarulhos Cachoeirinha Belo Horizonte São Paulo Osasco Caieiras Santo André São José do Rio Preto São Paulo São Paulo Rio de Janeiro Atibaia São Paulo Campinas Contagem Pedro Lepoldo São Paulo
Principal canal de vendas
Distribuidores /Atacadistas
Cidade
www.novemp.com.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.ormazabal.com www.paineil.ind.br www.panduit.com www.patecpaineis.com.br www.pentair.com.br www.phaynell.com.br www.phoenixcontact.copm.br www.pqs.com.br www.pressmat.com.br www.propainel.com.br www.proautomacao.com.br www.progressul.com.br www.projcam.com.br www.qtequipamentos.com.br www.qualimontec.com.br www.qually.com.br www.rdibender.com.br www.reimold.com.br www.renetec.com.br www.rio-tech.com.br www.rittal.com.br www.rockwellautomation.com.br www.rosalealrj.com.br www.scame.com.br www.schneider-electric.com.br www.selinc.com www.sempel.com.br www.empresassenior.com.br www.siemens.com.br
5300 5777 1382 2900 1966 2353 3399 2100 0066 6400 5595 7878 1314 7400 0123 1564 6614 2810 4032 6260 3554 1999 0500 2377 9500 9850 2646 5400 2040 6200 8864 9484
Residencial
Site
11 4093 11 2122 15 3335 11 5070 16 3226 11 3613 11 2917 11 5104 11 4652 11 3871 11 3681 11 4534 11 2499 15 3031 47 3054 11 2411 51 2117 31 3441 11 2832 11 3602 11 3904 11 4991 17 4009 11 3622 11 5189 21 3161 11 4402 11 2165 19 3515 31 3328 31 3662 0800 11
Principal segmento de atuação
Comercial
Telefone
NOVEMP NUTSTEEL OBO BETTERMANN ORMAZABAL PAINEL PANDUIT PATEC PENTAIR- TAUNUS PHAYNELL DO BRASIL PHOENIX CONTACT PQS PRESS MAT PRO PAINEL PROAUTO PROGRESSUL ENGENHARIA PROJCAM FERRAMENTAS QT EQUIPAMENTOS QUALIMONTEC QUALLY RDI-BENDER REIMOLD RENETEC RIO-TECH RITTAL ROCKWELL AUTOMATION ROSA LEAL PAINEIS SCAME SCHNEIDER ELECTRIC BRASIL SEL SEMPEL SENIOR EQUIPAMENTOS SIEMENS
Distribuidora
EMPRESA
Fabricante
Empresa
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
98
Industrial
Pesquisa
X X X X
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X X X X X X X X X X X X
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X
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X X X X X X X X X
X X X X X X X X
X X X X X X
99
O Setor Elétrico / Abril de 2014
X X
X
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X X X X
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X X
X
X X
X X X X X X X X X X
X X X X X X
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X X X X X X X X
X X X X X
X X
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X X X X X X
X
X X X X X X X X
X X X
X X X
X X X X X X
X X
X X X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Fornece serviços de instalação e/ ou manutenção dos equipamentos?
Importa produtos acabados
X X X X X X X X X X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X X X X X X X X X X
X
X
X X X X X X X
X X X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
X
X X X X X
X
X
Exporta produtos acabados
X
X X
X X X X
X X X X X X X X
Possui programa na área de responsabilidade social
X
X X X X
X X X X X X X X X X X X
Possui certificado ISO 14000
X X
X
X X
Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
X
Outros
X
Possui certificado ISO 9001
X X
Telemarketing
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Venda direta ao cliente final
RJ SP RS SP SP SC SP SP SP RJ SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SC SP
Revendas / Varejistas
Estado
Principal canal de vendas
Distribuidores /Atacadistas
São João de Meriti Carapicuíba Farroupilha São Paulo São Paulo Joinville São Paulo Boituva Diadema Rio de Janeiro São Paulo Joinville Carapicuíba São Paulo Piracicaba Itaquaquecetuba São Paulo Diadema São José do Rio Preto Jundiaí Jaraguá do Sul Araras
Residencial
Cidade
www.sigeral.com.br www.siner.com.br www.soprano.com.br www.steckgroup.com www.strahl.com www.taf.ind.br www.targetautomacao.com.br www.tascoltda.com.br www.tecmedpaineis.com.br www.tecnac.com.br www.telbra.com.br www.tigre.com.br www.transfersistemas.com.br www.trexcon.com.br www.varixx.com.br www.vepan.com.br www.vlindustria.com.br www.vmgeletrica.com.br www.vrpaineis.com.br www.wago.com.br www.weg.net www.zettatecck.com.br
Comercial
Site
21 2751 5618 11 4181 6999 54 2109 6000 11 2248 7000 11 2818 3838 47 3441 9100 11 5616 9160 0800 770 3171 11 4092 7220 21 2270 2531 11 2946 4646 0800 707 4700 11 4189 9700 11 3855 3360 19 3301 6900 11 4645 2141 11 2832 4000 11 5671 2591 17 4009 5100 11 4591 0199 47 3276 4000 19 3321 8400
Principal segmento de atuação
Industrial
Telefone
SIGERAL SINER SOPRANO STECK STRAHL TAF TARGET AUTOMAÇÃO TASCO TEC MED TECNAC DO BRASIL TELBRA EX TIGRE TRANSFER SISTEMAS TREXCON VARIXX VEPAN VL INDUSTRIA VMG VR PAINÉIS ELÉTRICOS WAGO BRASIL WEG ZETTATECCK
Distribuidora
EMPRESA
Fabricante
Empresa
X X
X X X X
X X X X X X X X X
Quadros, painéis e montadores
O Setor Elétrico / Abril de 2014
X X X X X X
X X
X X X X
X X X X X
X X X
X X X X X X X
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X X X X X X X
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X X X X X
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X X X X
X X X X X
X X X X
X X X X
Outros
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Acessórios e ferragens em geral para painéis
X X X X X X X X
X X
Cubículos
X
X X X
Quadros de Distribuição
X X X X X X X X
X X
Armários Modulares
X X X X X X X X
X X X
Outros
X X
Quadros para medidores de energia
X X
Quadros para áreas classificadas (Ex)
X X
Quadros de automação
X X
Tipos de invólucros (caixas vazias)
Mesas de comando
X X X X X X X X X X X
Cabines primárias
SP SC SP SP SP SP SP SP SC ES PR PR SP RS SP RS MG RS MG SP RJ SP PR SP SP MG SP SP SP SP PR SP SP
Cabines de barramentos
Estado
Cubículos MT
Osasco Caçador Guarulhos Barueri São Paulo Santa Bárbara D'oeste Ribeirão Preto São Paulo Schroeder Serra Curitiba Curitiba São Paulo Porto Alegre São Paulo Caxias do Sul Itajubá Porto Alegre Para de Minas São Paulo Valença Guarulhos Almirante Tamandaré Nova Odessa Vargem Grande Paulista Contagem Votorantim Pindamonhangaba Santana de Parnaiba São Paulo Curitiba São Paulo Jundiaí
Centro de controle de motores (CCM)
Cidade
www.abb.com.br www.abcm.com.br www.acabine.com.br www.adelco.com.br www.adrtecnologia.com.br www.afap.com.br www.agtech.eng.br www.alltexequipamentos.com.br www.ambos.com.br www.andaluz.ind.br www.arteche.com www.arteche-inael.com.br www.aselco.com.br www.eletroatlanta.com.br www.atomoengenharia..com.br www.automatus.net www.balteau.com.br www.bcmautomação.com.br www.bcmeletricidade.com.br www.beghim.com.br www.brval.com.br www.grupobtm.com.br www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.comsystel.com.br www.conecta-mg.com www.crouse-hinds.com.br www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.dmapaineiseletricos.com.br www.dutoplast.com.br www.eaton.com.br
Quadros para partida de motores em MT
Site
0800 014 9111 49 3563 1016 11 2842 5252 11 4199 7500 11 3903 6737 19 3464 5650 16 3967 9200 11 5562 0450 47 3374 0829 27 3041 6766 41 2106 1899 41 2106 1899 11 3017 3131 51 3367 1899 11 2225 0265 54 3218 7700 35 3629 5500 51 3374 3899 37 3232 6788 11 2942 4500 21 3637 4646 11 2413 2090 41 3699 8400 19 3466 8600 11 4158 8440 31 3329 4520 15 3353 7070 12 3642 9006 11 4705 3133 11 5511 2452 41 3528 5677 11 2524 9055 11 4525 7001
Cubículos tipo Metal-Clad
Telefone
ABB ABCM ELETROTÉCNICA ACABINE ADELCO ADR TECNOLOGIA AFAP AGTECH SISTEMAS ALLTEX AMBOS ANDALUZ ARTECHE EDC ARTECHE INAEL ASELCO ATLANTA ÁTOMO ENGENHARIA AUTOMATUS BALTEAU BCM AUTOMAÇÃO BCM ELETRICIDADE BEGHIM BRVAL BTM ELETROMECÂNICA CAESA CARTHOM'S COMSYSTEL CONECTA ELETRICIDADE CROUSE-HINDS BY EATON DBTEC DELTA CANALETAS DHF DMA PAINÉIS ELÉTRICOS DUTOPLAST EATON
Quadros de distribuição de luz
EMPRESA
Quadros de distribuição de força
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)
CCM
100
Caixas de medição
Pesquisa
X X X X
X X X X X
X X X X
X X X X
X X X
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X X X X X
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O Setor Elétrico / Abril de 2014
X X
X X X X X X
X X X X X X
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X X X X X
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X X X X X X X X X
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X X X X
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X X
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X X X X X
X X X
X
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X X X X X
X
X X
X X
X X
X
X
X X
X
Outros
X
X
X
X X X X X X X X X X X X X
X X
Acessórios e ferragens em geral para painéis
X
X
X X X
X X X X
X X X X X X X X X X
Cubículos
X X X X X X X
X
X X
Quadros de Distribuição
X X X X X X X
X
X X X
X
CCM
X
X
X X X X X X X X
Caixas de medição
X
X X X
X X
Armários Modulares
X
X
Outros
X X X X X X X
X X
Quadros para medidores de energia
X X X X X X X
X
Mesas de comando
X X
Quadros de automação
X X
Cabines primárias
X X X X X X X X X X
Tipos de invólucros (caixas vazias)
Quadros para áreas classificadas (Ex)
SP SP SP MG SP MG RJ MG SC PR PR SP PR PR PR SP SP SP RS SP RS SP
Cabines de barramentos
Estado
Cubículos MT
Cidade São Paulo Nova Odessa São Paulo Contagem Limeira Belo Horizonte Rio de Janeiro Contagem Corupá Cornélio Procópio São José dos Pinhais São Bernardo do Campo Campo Largo Curitiba Curitiba São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo Panambi Guarulhos São Leopoldo Jandira
Centro de controle de motores (CCM)
Site www.ebmmontagens.com.br www.edriver.com.br www.efacec.com www.eletribras.com.br www.eletrizante.com.br www.eletropainelmg.com.br www.eletromar.com.br www.eletromecap.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.elos.com.br www.encomel.com.br www.enerbras.com.br www.enercon.ind.br www.engelco.com.br www.engt.com.br www.esa.com.br www.fasorial.com.br www.fockink.ind.br www.fortlight.com.br www.frontec.com.br www.gctecautomacao.com.br
Quadros para partida de motores em MT
11 3648 7700 19 3466 6602 11 5591 1999 31 3361 1636 19 3453 5457 31 3377 4850 0800 724 2437 31 3361 1081 47 3375 6700 43 3520 5000 41 3383 9290 11 4056 5569 41 2111 3000 41 3268 7920 41 3239 7400 11 4168 4646 11 5562 8866 11 5058 1583 55 3375 9500 11 2087 6000 0800 704 2477 11 4772 4400
Cubículos tipo Metal-Clad
Telefone
EBM E-DRIVER EFACEC ELETRIBRAS ELETRIZANTE ELETRO PAINEL ELETROMAR ELETROMECAP ELETROPOLL ELETROTRAFO ELOS ENCOMEL ENERBRAS ENERCON ENGELCO ENGETECH ESA FASORIAL FOCKINK FORTLIGHT FRONTEC GCTEC
Quadros de distribuição de luz
EMPRESA
Quadros de distribuição de força
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
Quadros, painéis e montadores
O Setor Elétrico / Abril de 2014
X X X X X
X X X X X
X
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X X X
X X X
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X X X
X X X X X
X X X
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X X X X X
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Outros
X X X
X
X
X
Acessórios e ferragens em geral para painéis
X X X
X
X
X
X X X X X X
Cubículos
X X X X
X
X X X
X
Armários Modulares
X X X X
X X X
X X X X
Outros
X X X X
X
Quadros para medidores de energia
X X
X
Mesas de comando
X X
X
Quadros para áreas classificadas (Ex)
X X X
Quadros de automação
X X X
Cabines primárias
X X X X X X X
Tipos de invólucros (caixas vazias)
Quadros de Distribuição
MG PR SP SC MG MG PR SP SP SP PR SP SP SP PR GO SP SC SP MG PR SC SP RS SP SP MG SP SP MG SP MG SP
Cabines de barramentos
Estado
Cubículos MT
Contagem Curitiba Suzano Schroeder Belo Horizonte Belo Horizonte Pinhais Jundiaí Boituva Tatui Cornélio Procópio Mauá Araraquara Taubaté Curitiba Goiania Cotia Indaial São Paulo Belo Horizonte Curitiba Joinville Santa Bárbara D'oeste Caxias do Sul São Bernardo do Campo Guarulhos Betim São Bernardo do Campo Limeira Contagem Itatiba Juiz de Fora São Paulo
Centro de controle de motores (CCM)
Cidade
Quadros para partida de motores em MT
Site www.geindustrial.com.br www.grupogeralux.com.br Www.gimi.com.br www.grameyer.com.br www.grupocei.com.br www.egom.ind.br www.hdspr.com.br www.hellermanntyton.com.br www.holec.com.br www.hummel.com.br www.iguacumec.com.br www.incopel.com.br www.iesa.com.br www.inpro-electric.com.br www.irmaosabage.com.br www.jfautomacao.com.br www.kitframe.com www.konextop.com.br www.legrandgroup.com.br www.lojaeletrica.com.br www.lucelengenahria.com.br www.luzville.com.br www.maex.com.br www.magnani.com.br www.mmmagnet.com.br www.mcrferramentas.com.br www.mecatron.ind.br www.metalaser.com.br www.brum.com.br www.metta.ind.br www.montereletrica.com.br www.moratori.com.br www.multhiplos.com.br
Cubículos tipo Metal-Clad
Telefone 0800 595 6565 41 3677 5352 11 4752 9900 47 3374 6300 31 3389 6500 31 3486 1166 41 2109 8800 11 2136 9090 11 4191 3144 15 3322 7035 43 3401 1000 11 4555 1225 16 3303 1888 12 3627 8000 41 3371 5600 62 3293 1560 11 4613 4555 47 3328 2791 0800 11 8008 31 3218 8190 41 3288 6040 47 3145 4600 19 3455 5266 54 4009 5255 11 4176 7878 11 2412 6394 31 3073 1180 11 4368 7828 19 3404 3835 31 3368 7300 11 4487 6760 32 3311 5540 11 2724 6333
Quadros de distribuição de luz
EMPRESA GE DO BRASIL GERALUX SOLAR GIMI GRAMEYER GRUPO CEI GRUPO EGOM HDS HELLERMANN TYTON HOLEC HUMMEL IGUAÇUMEC INCOPEL INEPAR INPRO ELECTRIC IRMÃOS ABAGE JF AUTOMAÇÃO KITFRAME SYSTEM KONEXTOP BRAZIL LEGRAND LOJA ELETRICA LUCEL ENGENAHRIA LUZVILLE ENGENHARIA MAEX ENGENHARIA MAGNANI MAGNET MCR FERRAMENTAS MECATRON METALASER PAINÉIS ELÉTRICOS METALURGICA BRUM METTA SOLUÇÕES ELÉTRICAS MON-TER MORTATORI MULTHIPLOS
Quadros de distribuição de força
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)
CCM
102
Caixas de medição
Pesquisa
X X X X
X X
X X X X X X
X X X
X
X X
X X X
X X
X X X X X
X
X X X
X X X
X X
X X
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X X
X
X X X
X X
X
X X
X X
Quadros, painéis e montadores
O Setor Elétrico / Abril de 2014
X
X X
X
X X
X
X X
X X
X X X
X X X
X X
X X
X
X X
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Outros
X
Acessórios e ferragens em geral para painéis
X
Cubículos
X X
Quadros de Distribuição
X
Armários Modulares
X
Outros
X
Quadros para medidores de energia
X
Tipos de invólucros (caixas vazias)
Mesas de comando
X
Quadros para áreas classificadas (Ex)
Quadros de automação
X X
Cabines primárias
X X
Cabines de barramentos
X X
Cubículos MT
Cidade Estado X Diadema SP X São Paulo SP Sorocaba SP X São Paulo SP Ribeirão Preto SP São Paulo SP X São Paulo SP X Boituva SP X Aruja SP São Paulo SP X São Paulo SP Itibaia SP X Guarulhos SP X Sorocaba SP X Schroeder SC Guarulhos SP X Cachoeirinha RS X Belo Horizonte MG X São Paulo SP X Osasco SP Caieiras SP X Santo André SP X São José do Rio Preto SP X São Paulo SP X São Paulo SP X Rio de Janeiro RJ X Atibaia SP X São Paulo SP Campinas SP X Contagem MG X Pedro Lepoldo MG X São Paulo SP
Centro de controle de motores (CCM)
Site www.novemp.com.br www.nutsteel.com.br www.obo.com.br www.ormazabal.com www.paineil.ind.br www.panduit.com www.patecpaineis.com.br www.pentair.com.br www.phaynell.com.br www.phoenixcontact.copm.br www.pqs.com.br www.pressmat.com.br www.propainel.com.br www.proautomacao.com.br www.progressul.com.br www.projcam.com.br www.qtequipamentos.com.br www.qualimontec.com.br www.qually.com.br www.rdibender.com.br www.reimold.com.br www.renetec.com.br www.rio-tech.com.br www.rittal.com.br www.rockwellautomation.com.br www.rosalealrj.com.br www.scame.com.br www.schneider-electric.com.br www.selinc.com www.sempel.com.br www.empresassenior.com.br www.siemens.com.br
Quadros para partida de motores em MT
Telefone 11 4093 5300 11 2122 5777 15 3335 1382 11 5070 2900 16 3226 1966 11 3613 2353 11 2917 3399 11 5104 2100 11 4652 0066 11 3871 6400 11 3681 5595 11 4534 7878 11 2499 1314 15 3031 7400 47 3054 0123 11 2411 1564 51 2117 6614 31 3441 2810 11 2832 4032 11 3602 6260 11 3904 3554 11 4991 1999 17 4009 0500 11 3622 2377 11 5189 9500 21 3161 9850 11 4402 2646 11 2165 5400 19 3515 2040 31 3328 6200 31 3662 8864 0800 11 9484
Cubículos tipo Metal-Clad
NOVEMP NUTSTEEL OBO BETTERMANN ORMAZABAL PAINEL PANDUIT PATEC PENTAIR- TAUNUS PHAYNELL DO BRASIL PHOENIX CONTACT PQS PRESS MAT PRO PAINEL PROAUTO PROGRESSUL ENGENHARIA PROJCAM FERRAMENTAS QT EQUIPAMENTOS QUALIMONTEC QUALLY RDI-BENDER REIMOLD RENETEC RIO-TECH RITTAL ROCKWELL AUTOMATION ROSA LEAL PAINEIS SCAME SCHNEIDER ELECTRIC BRASIL SEL SEMPEL SENIOR EQUIPAMENTOS SIEMENS
Quadros de distribuição de luz
EMPRESA
Quadros de distribuição de força
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)
CCM
104
Caixas de medição
Pesquisa
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X
X X X X
X X X
X X X
X
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X X X
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X X
X X X X X X
X X
X X X
X X X
X X
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X X
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X X X X X
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X X X
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X X
X X X X X X X X X X
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X X X X
X
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X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X X
X X
X X X
X
X X
105
O Setor Elétrico / Abril de 2014
X
X X X X
X X X X
X X X X
X X X X X
X X X X X X
X X X X X X
X X X X
X X X X
X X X X
X
X X
X X
X
X
X
X X
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X
X X
X
X
X X X
X X X X
X X
X X X
X
X X
X
X
X X X X
X X
X X
X
X X
X X
X
X
X
X X
X X
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X
X
X X X X X X X X X X X
X
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X
X X
X X
X X
X X
X X
X
X
X
X
X X X X
X
X X
X X X X X X X
X X X
Outros
X X
Acessórios e ferragens em geral para painéis
X
Cubículos
X
Quadros de Distribuição
X
CCM
X
Caixas de medição
X
Armários Modulares
X X
Outros
Quadros para áreas classificadas (Ex)
X X
Quadros para medidores de energia
Quadros de automação
X X
Tipos de invólucros (caixas vazias)
Mesas de comando
Cabines primárias
Estado RJ SP RS SP SP SC SP SP SP RJ SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SC SP
Cabines de barramentos
São João de Meriti Carapicuíba Farroupilha São Paulo São Paulo Joinville São Paulo Boituva Diadema Rio de Janeiro São Paulo Joinville Carapicuíba São Paulo Piracicaba Itaquaquecetuba São Paulo Diadema São José do Rio Preto Jundiaí Jaraguá do Sul Araras
Cubículos MT
Cidade
Centro de controle de motores (CCM)
Site www.sigeral.com.br www.siner.com.br www.soprano.com.br www.steckgroup.com www.strahl.com www.taf.ind.br www.targetautomacao.com.br www.tascoltda.com.br www.tecmedpaineis.com.br www.tecnac.com.br www.telbra.com.br www.tigre.com.br www.transfersistemas.com.br www.trexcon.com.br www.varixx.com.br www.vepan.com.br www.vlindustria.com.br www.vmgeletrica.com.br www.vrpaineis.com.br www.wago.com.br www.weg.net www.zettatecck.com.br
Quadros para partida de motores em MT
21 2751 5618 11 4181 6999 54 2109 6000 11 2248 7000 11 2818 3838 47 3441 9100 11 5616 9160 0800 770 3171 11 4092 7220 21 2270 2531 11 2946 4646 0800 707 4700 11 4189 9700 11 3855 3360 19 3301 6900 11 4645 2141 11 2832 4000 11 5671 2591 17 4009 5100 11 4591 0199 47 3276 4000 19 3321 8400
Cubículos tipo Metal-Clad
Telefone
Quadros de distribuição de luz
EMPRESA SIGERAL SINER SOPRANO STECK STRAHL TAF TARGET AUTOMAÇÃO TASCO TEC MED TECNAC DO BRASIL TELBRA EX TIGRE TRANSFER SISTEMAS TREXCON VARIXX VEPAN VL INDUSTRIA VMG VR PAINÉIS ELÉTRICOS WAGO BRASIL WEG ZETTATECCK
Quadros de distribuição de força
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa)
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
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X X
X X
X
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X X X
X
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X X X
X
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X X X
X X X
X X
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X
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X X
Tarifação
106
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Impacto da microgeração e da tarifa branca nos sistemas de baixa tensão Estudo
leva em conta a viabilidade técnica, econômica e a qualidade da energia, sem a necessidade de gerenciamento de carga por parte dos consumidores Por Laura Callai, Daniel Bernardon e Alzenira Abaide*
107
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Atualmente, muito tem se falado
relação ao conceito das redes inteligentes,
de carga típica de um consumidor
a respeito de como os sistemas de
por meio dos medidores inteligentes, vai
residencial e fontes de microgeração.
distribuição de energia elétrica devem ser
ser a tarifa branca.
O principal resultado analisado é a
no futuro. Nesse sentido, foi cunhado o
viabilidade econômica e técnica quanto
termo smart grid para definir como essa
tarifários: posto de ponta, intermediário e
à
nova rede deve se comportar, ou seja, de
fora de ponta. Essa nova resolução tarifária da
explorando a tarifa branca, sem alterar os
maneira esperta ou inteligente.
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
hábitos de consumo dos clientes. Além da
Smart grid é a rede elétrica que utiliza
vem incentivar a diminuição do consumo
análise de viabilidade econômica também
tecnologia digital avançada para monitorar
de energia elétrica nos horários em que o
são analisados os impactos da conexão
e gerenciar o transporte de eletricidade
sistema é mais utilizado (posto de ponta).
de microgeração quanto à qualidade de
em tempo real com fluxo de energia e
Isso faz com que, nestes horários, o custo
energia elétrica nos sistemas elétricos,
de informações bidirecionais entre o
de energia elétrica seja mais elevado do que
como análise das perdas e os níveis de
sistema de fornecimento de energia e o
nos horários em que ela é menos crítica para
tensão utilizando o software ATPDraw.
cliente final. Dessa maneira, proporciona
os sistemas elétricos (horário fora-ponta).
As principais contribuições deste
ao consumidor informações sobre o seu
Devido aos diferentes preços de tarifas, o
trabalho são as seguintes:
consumo, tarifa, qualidade do serviço e do
consumidor pode gerenciar seu sistema para
produto recebido em tempo real.
que haja uma redução de custos.
• estudo sobre a nova resolução tarifária
– tarifa branca;
A área da distribuição de energia será
A tarifa branca é composta por três postos
A microgeração pode ser compreendida
implementação
de
microgeração
a mais beneficiada pela tecnologia smart
como a geração elétrica realizada junto
• estudo de inserção de microgeração na
grid, principalmente pela aplicação dos
ou próxima aos consumidores, podendo
rede de distribuição de baixa tensão;
medidores inteligentes. Um único medidor
contribuir para reduzir as perdas elétricas,
• estudo de viabilidade da inserção
vai ser capaz de registrar a energia
aliviar o congestionamento nas linhas de
de microgeração com a utilização da
consumida e a energia gerada em um ponto
transmissão, melhorar o perfil de tensão,
tarifa branca, sem a necessidade de os
de conexão. Esse sistema de compensação
melhorar a estabilidade do sistema e
consumidores mudarem seus hábitos de
de energia é internacionalmente conhecido
reduzir os custos da eletricidade para o
consumo;
como Net Metering.
consumidor final.
• estudo sobre o impacto da inserção de
O Net Metering consiste na medição
do fluxo de energia em uma unidade
Hybrid Optimization Model for Eletric
consumidora com pequena geração, por
Renewables
meio de medidores bidirecionais. Uma das
modelagens e simulações, considerando
primeiras medidas a serem tomadas em
a tarifa convencional, branca, curva
Com
a
utilização
do
(Homer), são
software
microgeração nos sistemas elétricos.
Tarifa branca
realizadas
A estrutura tarifária atual aplicada ao
Tarifação
108
O Setor Elétrico / Abril de 2014
consumidor residencial consiste na soma
referências), a estrutura tarifária proposta
tarifa no posto fora de ponta;
de duas componentes tarifárias:Tarifa de
para o grupo B está apresentada na
• Para o posto tarifário fora de ponta
Uso do Sistema de Distribuição (TUSD)
Figura 1. Esta tarifa se estenderá aos
será equivalente a 55% do valor da TUSD
e Tarifa de Energia (TE). A primeira
consumidores residenciais, comerciais,
– modalidade tarifária convencional
é relativa ao faturamento mensal de
industriais e de áreas rurais, exceto para
monômia aplicada à baixa tensão.
usuários do sistema de distribuição
iluminação pública e subclasse baixa renda.
pelo seu uso. A segunda refere-se ao faturamento mensal de consumo de
Modalidades tarifárias
De acordo com a Figura 2, pode-se
determinar os gastos com o consumo
energia da unidade consumidora, as
Utilizando as tarifas de aplicação
de energia elétrica, tanto na modalidade
duas são dadas em R$/MWh.
da concessionária Copel, do Paraná,
convencional como na tarifa branca.
Na tarifa convencional, os usuários
foi feito um comparativo entre a tarifa
Quando o consumo de energia elétrica
pagam
tarifa
convencional e a tarifa branca em relação
com a modalidade tarifária branca for
independentemente das horas do dia.
aos seus custos, como mostra a Figura 2.
todo no horário de ponta, o custo com
o
mesmo
preço
de
Com a nova resolução tarifária da Aneel
energia elétrica será 100% maior do que
– que traz como incentivo o consumo
com a tarifa convencional.
de energia elétrica nos horários em que
Para que o consumidor não tenha
o sistema é menos utilizado para os
que modificar seus hábitos de acordo
consumidores em baixa tensão – a tarifa
com as horas do dia, verificar se
é composta por três postos tarifários,
poderá ou não utilizar a energia em um
detalhados a seguir:
determinado horário, é possível associar a tarifa branca com a microgeração. horas
Com a utilização da microgeração,
consecutivas diárias com exceção de
a energia proveniente da microgeração
•
Ponta:
período
de
três
sábados, domingos e feriados nacionais;
Figura 2 – Modalidades tarifárias.
será priorizada para ser utilizada nos horários de ponta e intermediário,
• Intermediária: período formado pela hora imediatamente anterior e pela hora
A TUSD na modalidade tarifária
em que o custo de energia da rede é
imediatamente posterior ao horário de
branca será estabelecida pela Aneel e
bem mais alto. Fazendo com que o
ponta, totalizando duas horas diárias;
terá os seguintes valores:
consumo da energia elétrica pela rede se concentre no horário fora de ponta,
• Fora ponta: período composto pelas 19 horas complementares aos períodos
• Para o posto tarifário ponta será
em que o preço da tarifa branca é
de ponta e intermediário, bem como os
equivalente a cinco vezes o valor da
menor do que a da tarifa convencional,
sábados, domingos e feriados.
tarifa no posto fora de ponta;
diminuindo os custos com consumo
• Para o posto tarifário intermediário
de energia elétrica em torno de 14%.
será equivalente a três vezes o valor da
Com a utilização da microgeração na
De acordo com a nota técnica (ver
tarifa branca o tempo de retorno do investimento em microgeração será bem menor do que com a tarifa convencional, alavancando assim a utilização da mini e microgeração distribuída.
Microgeração A
regulamentação
minigeração Figura 1 – Modalidade tarifária do Grupo B. EP: Energia de ponta (MWh) EI: Energia intermediária (MWh) EFP: Energia fora de ponta (MWh) E: Energia (MWh)
conectada
da à
micro
e
rede
de
energia elétrica pela Aneel trouxe como objetivo principal incentivar a inserção da geração junto aos centros de carga e fomentar a utilização de fontes
109
O Setor Elétrico / Abril de 2014
renováveis. A
tecnologia
da
microgeração
inclui os sistemas eólicos, sistemas fotovoltaicos, microturbinas, sistemas de
cogeração,
hidrelétricas,
micro
e
pequenas
biomassa,
células
a
poderão,
de
combustível, etc. Os
consumidores
forma facilitada, construir suas próprias instalações de geração de energia para suprir parte ou todo de seu consumo, mantendo a conexão com a distribuidora para receber da rede pública o serviço de energia quando do não funcionamento ou do funcionamento parcial de seu gerador. Havendo excesso de geração, estes kWh excedentes poderão ser injetados no sistema da distribuidora de energia e serem utilizados para suprir outros clientes. Com a possibilidade de se difundir a microgeração, torna-se possível a utilização dessa geração para o consumo nos horários em que a tarifa tem seus maiores valores, ou seja, nos horários de ponta, fazendo com que haja uma redução nos gastos dos consumidores quando
comparada
com
a
tarifa
convencional, em que todos os horários têm o mesmo preço. Com essa redução diminui-se também o tempo de retorno do investimento da microgeração. No
Brasil,
acredita-se
que
há
uma tendência natural de se difundir rapidamente o uso da minigeração e microgeração e, consequentemente, de se reduzir os custos de implantação dessas novas tecnologias de geração, implicando
um
ciclo
virtuoso
da
disseminação da microgeração. Energia eólica Foi
realizada
velocidade
média
uma
análise
da
dos
ventos,
na
região em que se pretende inserir a microgeração, obtendo assim os valores encontrados na Figura 3.
Tarifação
110
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Figura 3 – Velocidade dos ventos.
Com uma média anual de 4,7 m/s, escolheu-se a turbina eólica WorkWind, com
uma potência de geração de 2 kW em corrente contínua. Na Figura 4, pode-se observar a curva de potência desta turbina.
Figura 4 – Curva de potência da turbina escolhida.
As faixas de capacidades disponíveis comercialmente são de 1 kW a 200 MW,
sendo o custo do investimento por kW de US$ 3.000 aproximadamente. Energia solar
Na região considerada a radiação solar diária é mostrada na Figura 5.
Figura 5 – Radiação solar.
111
O Setor Elétrico / Abril de 2014
A radiação solar tem uma média anual
dia, porém, com o desafio de mudar seus
de 6 kWh/m²/d. Os geradores solares
hábitos de consumo para que represente
fotovoltaicos disponíveis comercialmente
uma economia na sua conta de energia
têm uma faixa de capacidade de 1 kW a
elétrica.
2 MW, com um custo de investimento de
Isso não é trivial, visto que implica
US$ 7.000 por kW.
toda
uma
mudança
sociocultural.
Assim, a proposta deste trabalho é
Impacto da microgeração na qualidade de energia
explorar a inserção de microgeração nos consumidores residenciais de baixa tensão aliado ao uso da tarifa branca,
A conexão de microgeração no
mas mantendo seus mesmos hábitos
sistema elétrico de uma distribuidora
de consumo. Ou seja, é verificada
interfere
a
sensivelmente
nas
perdas
viabilidade
técnica
e
econômica
elétricas. Seu efeito positivo ou negativo
da instalação de microgeração nos
depende do nível de tensão e da topologia
consumidores,
do sistema.
diferentes preços de tarifa horária, e
A microgeração pode reduzir custos,
mantendo a mesma curva de carga,
melhorar a confiabilidade e reduzir o
sendo também avaliado o impacto da
impacto ambiental provocado por usinas
microgeração na qualidade de energia
de grande porte. Com a utilização da
elétrica, tanto relacionada às perdas
microgeração se tem uma economia em
como nos níveis de tensão.
investimentos, alívio no congestionamento
nas linhas de transmissão, melhoria no
considerados
perfil de tensão e na estabilidade do
micro turbinas eólicas, em associação com
sistema, além de redução de custos em
acumuladores de energia e conversores. A
eletricidade para o consumidor final.
utilização da microgeração é prioridade
considerando
os
Como fontes de microgeração, foram painéis
fotovoltaicos
e
para o horário de ponta, de modo que o
Metodologia proposta
consumo pela rede de energia elétrica se concentre nos horários fora de ponta, em que a tarifa branca é menor que a tarifa
Software Homer O trabalho é desenvolvido analisando
convencional.
a nova resolução tarifária, que traz como
vantagem ao consumidor os diferentes
de rede com a configuração mostrada na
preços de tarifa ao longo das horas do
Figura 6.
Para tanto, é desenvolvido um modelo
Figura 6 – Diagrama esquemático do sistema.
Tarifação
112
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Figura 7 – Diagrama do sistema em estudo utilizando o software Homer.
Para a realização das simulações
de baterias e inversores. Pretende-se
foi
estudar o sistema conectado à rede de
utilizado
o
Software
Homer,
considerando a tarifa branca e a tarifa
energia.
convencional. O Software Homer é
um modelo de otimização de sistemas
o sistema em estudo é demonstrada na
híbridos de energia que foi desenvolvido
Figura 8.
com o objetivo de prever a configuração
de sistemas descentralizados, avaliando
que, durante a madrugada, a demanda
um grande número de alternativas na
consumida é bem baixa, tendo seus
busca pela melhor solução. A ideia é
maiores
identificar o sistema de menor custo
ponta, entre 18h e 21h. O Homer
capaz de suprir a demanda de energia
permite definir parâmetros de cada
elétrica do sistema em estudo.
equipamento,
O
diagrama
do
sistema
em
A curva de carga considerada para
Pela análise da Figura 8 percebe-se
valores
nos
assim
horários
como
de
seus
recursos primários de energia.
estudo está sendo demonstrado na
A Tabela 1 mostra os custos para
Figura 7, sendo composto de painéis
cada potência considerada.
fotovoltaicos, geradores eólicos, banco
Software ATPDraw
Figura 8 – Perfil diário da carga.
Tarifação
114
O Setor Elétrico / Abril de 2014
7, foram simulados vários cenários
Tabela 1 - Potência e custos dos equipamentos
Potência
Capital
Substituição
Operação
operacionais,
(kW)
(US$)
(US$)
(US$/ano)
convencional e a tarifa branca. Também
Eólica
2
6000
2000
100
foi considerada a alternativa de tarifa
Solar
1
7000
7000
200
branca com inserção de microgeração,
Conversor
1
900
900
0
mantendo sempre a mesma curva de
Bateria
6kWh
300
300
0
carga dos consumidores. Os resultados
Fonte
utilizando
a
tarifa
dessas simulações são apresentados na
Para a obtenção dos valores de perdas
Pela análise da Figura 10, tem-se
e níveis de tensão, utilizou-se o software
quatro consumidores conectados na
ATPDraw. Para simulação do sistema,
rede de distribuição (Carga 1, Carga 2,
utilizou-se a tipologia 3 de rede de BT
Carga 3 e Carga 4) e um transformador
do módulo 7 dos Procedimentos de
de distribuição para análise das perdas
Distribuição de Energia Elétrica no Sistema
e níveis de tensão com a microgeração
Elétrico Nacional (Prodist). Foi feita a
são inseridas duas fontes, uma na carga
análise das perdas e dos níveis de tensão
1 e outra na carga 4.
Figura 11.
antes e após a inserção da microgeração, conforme mostra a Figura 9.
Resultados
Na Figura 10, está sendo mostrada
a rede de distribuição no software ATPDraw.
Software Homer Por meio do sistema da Figura
Figura 11 – Relação entre o custo de energia e a redução de preço.
O gráfico da Figura 11 faz o comparativo entre o custo da fatura mensal
de
modalidades
energia
elétrica
tarifárias
e
entre
também
considerando a redução de preço das fontes de microgeração. Percebe-se que o valor com a tarifa branca é bem maior do que com a tarifa convencional para o padrão de carga da Figura 8, ou seja, sem gerenciamento da carga. Para Figura 9 – Tipologia 3 de rede de baixa tensão.
que o valor da fatura de energia seja menor do que a convencional, sem modificação dos hábitos de consumo, é analisada a inserção de fontes de microgeração. Com a utilização da microgeração e tarifa branca, os valores de consumo de
energia
ainda
são
elevados,
principalmente em função dos preços atuais deste tipo de tecnologia. Tendo em vista que a fomentação de fontes renováveis vai crescer rapidamente nos próximos anos e com isso seu custo reduzirá, foram simulados cenários Figura 10 – Rede de distribuição no ATPDraw.
com esta sinalização.
115
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Figura 12 – Produção média de energia durante o ano.
Para o estudo de caso específico,
períodos, a carga é totalmente suprida
a solução de microgeração e tarifa
pela fonte, chegando a ter excessos de
branca só se torna viável com uma
energia ilustrados pelos picos em rosa.
redução de 45% nos custos atuais das
Em contrapartida, têm-se momentos
fontes. A produção média de energia
em que a fonte (eólica) não consegue
durante o ano é mostrada na Figura 12,
atender toda a carga, que pode ser
rede (azul) e energia eólica (verde).
visualizado pelo vale da curva de
Observa-se
que
a
geração
de
energia eólica obedece ao perfil de
geração da fonte (verde) no dia 31 de agosto.
vento na região considerada, tendo uma maior contribuição nos meses de
Software ATPDraw
agosto a novembro. Sendo no mês de
setembro a maior produção de energia
valores de tensões nas cargas. Na
eólica.
Figura 14, está sendo representada a
A fim de verificar a complemen
forma de onda das cargas 1, 2, 3 e 4
taridade das fontes de energia para
sem a inserção da microgeração.
atender
à
carga, tomou-se
como
Pela Figura 10 foram obtidos os
Percebe-se que o valor de tensão é
exemplo final do mês de agosto e
de aproximadamente 250,54 V, havendo
começo do mês de setembro, em um
uma queda de tensão acentuada no
período de sete dias consecutivos. Na
final da rede de distribuição. Para a
Figura 13, é mostrada a carga (azul), a
adequação dos níveis de tensão, são
geração eólica (verde) e o excesso de
inseridas duas fontes de microgeração,
energia (rosa).
uma no consumidor 1 e outra no
Observa-se
que,
em
certos
consumidor 4.
Figura 13 – Carga, geração e excesso de energia.
Tarifação
116
O Setor Elétrico / Abril de 2014
redução de, aproximadamente, 23%. Comprovando que, com a inserção da microgeração, há uma diminuição significativa das perdas, bem como um aumento dos níveis de tensão no final da rede.
Conclusão Com os preços atuais das fontes de microgeração, a taxa de retorno para este tipo de investimento se dá em Figura 14 – Tensão na carga 1, carga 2, carga 3 e carga 4 sem microgeração.
Com a inserção da microgeração nas cargas 1 e 4, obtêm-se os níveis de tensão
apresentados nas Figuras 15 e 16. Nas cargas 1 e 4, o nível de tensão fica em aproximadamente 307,15 V, sendo que nas cargas 2 e 3 o nível de tensão fica em 291,64 V
longo prazo. Porém, é natural que com o aumento significativo de inserção de microgeração nos sistemas de distribuição e, consequentemente, o aumento de fornecedores, os preços tendam a se reduzir tornando sua implementação viável em curto e médio prazo. Os
resultados
práticos
mostram
que a utilização de microgeração e tarifa branca, sem alterar os hábitos de consumo dos clientes, reflete uma economia aos consumidores, com retorno de seus investimentos em médio prazo, principalmente considerando a redução dos preços de microgeração. Além da viabilidade econômica, a inserção de microgeração em sistemas de Figura 15 – Tensão na carga 1 e na carga 4 com a microgeração.
baixa tensão melhora os níveis de qualidade de energia elétrica, tanto na diminuição das perdas quanto na adequação aos níveis de tensão.
Referências • LEZAMA, J. M. L.; FELTRIN, A. P. Alocação e dimensionamento ótimo de geração distribuída em sistemas com mercados elétricos.Trabalho Completo apresentado no Congresso Brasileiro de Automática, 2008. Figura 16 – Tensão na carga 2 e na carga 3 com a microgeração.
Pela análise das Figuras 14, 15 e 16, observa-se que os níveis de tensão nas cargas
• ANEEL. Submódulo 7.3 – Cálculo das Tarifas de Aplicação (PRORET), 18 abr. 2012.
tiveram uma melhora significativa quando da inserção da microgeração, como mostra a
• BOCUZZI, C. V. Tecnologias de Smart Grid
Tabela 2.
no Brasil: avanços regulatórios e institucionais.
Disponível
Com a rede de distribuição da Figura 10, obteve-se os fluxos de potência nos
em: <http://www.ecoee.com.br/
trechos, bem como as perdas decorrentes da configuração sem a microgeração e com a
materias/Tecnologias_de_Smart_Grid_no_
microgeração, com a inserção da microgeração as perdas de potência ativa tiveram uma
Brasil_-.pdf>.
117
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Tabela 2 - Valores de tensão nas cargas
Diesel – Eólico Para um Hospital. Trabalho
Cargas
Tensão (p.u.) sem microgeração
Tensão (p.u.) com microgeração
apresentado no 7º Congresso Internacional
Carga 1
0,81
0,99
Sobre Geração Distribuída e Energia no Meio
Carga 2
0,81
0,94
Rural, 2008.
Carga 3
0,81
0,94
• ANEEL. Módulo 7 – Cálculo de perdas na
Carga 4
0,81
0,99
distribuição, 1 dez. 2011.
• ANEEL. Nota Técnica nº 311/2011 – SRE –
sistema de compensação de energia elétrica, e
SRD/ANEEL, 17 nov. 2011.
dá outras providências, 17 abr. 2012.
• ANEEL. Resolução Homologatória nº 1296
• MOTA, H. D. S. Análise Técnico Econômica
– Homologa resultado da terceira revisão
de Unidades Geradoras de Energia Distribuída
Universidade Federal de Santa Maria.
tarifária COPEL, de 19 jun. 2012.
– Dissertação de Mestrado. Instituto de
Daniel Pinheiro Bernardon é doutor
• MARTINS, C. C.; ASSIS, T. M. L.; TARANTO, G.
Pesquisas Energéticas e Nucleares, Autarquia
N. Análise do Impacto da Geração Distribuída
Associada à Universidade de São Paulo. São
em Sistemas Elétricos de Potência Através
Paulo, 2011.
Eletromecânica e Sistemas de Potência
de Simulação Rápida no Tempo. Trabalho
• SILVA, H. N. et al. Avaliação dos Impactos da
da Universidade Federal de Santa
Completo apresentado no Congresso Brasileiro
Geração Distribuída no Sistema Elétrico de
de Automática, 2004.
Média Tensão da Cemig Distribuição. Trabalho
Engenharia Elétrica pela Universidade
• ANEEL. Resolução Normativa nº 482 –
apresentado no XX Seminário Nacional de
Federal de Santa Maria e professora
Estabelece as condições gerais para o acesso
Distribuição de Energia Elétrica, 2012.
de microgeração e minigeração distribuída aos
• ALMEIDA, S. C. A. de; FREIRE, R. L. Geração de
sistemas de distribuição de energia elétrica, o
Energia Elétrica Através de um Sistema Híbrido
*Laura Lisiane Callai dos Santos é doutoranda do programa de PósGraduação de Engenharia Elétrica da
em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria e professor adjunto do Departamento de
Maria. Alzenira da Roda Abaide é doutora em
associada do Departamento de Eletromecânica e Sistemas de Potência da Universidade Federal de Santa Maria.
Aula prática
118
Barramentos blindados
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Barramentos blindados: assim a eletricidade viaja por uma autoestrada Parte 2 – Características técnicas normativas aplicáveis aos barramentos blindados Por Nunziante Graziano*
119
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Os barramentos são usados não
•
dos
que lidam com o comportamento sob
apenas para alimentação e distribuição
barramentos podem ser equipamentos
fogo são variadas e são destinadas
de energia em edifícios residenciais,
parcialmente sujeitos aos ensaios de
principalmente
comerciais,
agrícolas
de
derivação
para
soluções
de
e
tipo. Eles podem conter componentes,
cabo, mas a ABNT NBR IEC 60439-2
industriais, mas também podem ser
como os dispositivos de proteção
padroniza
usados para sistemas de iluminação e
(como
comportamento sob fogo para os
de potência.
fusíveis,
Os
públicos,
Unidades
barramentos
fusíveis,
interruptor
disjuntores,
com
interruptores
os
requisitos
barramentos
blindados.
para A
o
seguir
blindados
de fuga à terra, etc.); equipamentos
estão listados os principais requisitos
têm tratamento normativo que se
de comunicação ou controle remoto
da norma no que diz respeito ao
assemelha ao padrão de quadros
como contatores, tomadas de corrente
comportamento sob fogo;
TTA e eles devem ser totalmente
eletrônico e outros dispositivos de
• A resistência dos materiais ao calor
testados por ensaios de tipo e de
ligação;
anormal:
rotina
dos
• Valores de resistência, reatância e
que
elementos retilíneos, são aplicáveis
impedância do sistema: o fabricante
barramentos blindados devem ser
ensaios aos elementos de ramificação,
deve indicar, além dos valores de
submetidos ao teste, chamado de
os
que
resistência, reatância e impedância em
glow-wire ou fio incandescente, de
podem ser inseridos dispositivos de
condições normais (20 °C), também
acordo com a IEC-60695.2.1;
proteção, dispositivos eletrônicos, de
os valores da impedância de defeito,
• Não propagação: no caso de um
comunicação ou de controle remoto,
de modo a permitir que o projetista
barramento
como contatores, tomadas de corrente
possa calcular as correntes de curto-
verifica-se
ou outros dispositivos.
circuito em todos os pontos do
fornecendo uma prova de que mais
sistema elétrico, que também inclui
se aproxima das condições fogo real
o barramento blindado. Estes valores
(teste realizado em conformidade com
pelo
fabricante. Além
conhecidos
plug-ins,
em
Para o Brasil, as normas relevantes
são:
materiais
entram
na
de
isolamento
composição
submetido seu
a
dos
fogo,
comportamento,
devem ser indicados nos documentos
a norma IEC-60332-3);
ABNT NBR IEC 60439-1: Conjuntos
do fabricante (catálogos, instruções,
•
de manobra e controle em baixa
etc.);
barramentos devem ser submetidos
tensão – Parte 1: Conjuntos com
• Condições de serviço: como um
aos ensaios especificados pela norma
ensaio de tipo totalmente testados
barramento
em
ISO 834, verificação da sua capacidade
(TTA) e conjuntos com ensaio de tipo
diferentes condições de instalação –
para resistir a chamas e gases, e para
parcialmente testados (PTTA);
por exemplo, os condutores podem
a penetração do fogo numa barreira
ABNT NBR IEC 60439-2: Conjuntos
ser colocados na vertical ou horizontal
corta-fogo para o período de, no
de manobra e controle de baixa tensão
–, o fabricante deve estabelecer o
mínimo, duas horas (as condições de
– Parte 2: Requisitos particulares
coeficiente correspondente de posição
teste e das paredes estão descritas no
para linhas elétricas pré-fabricadas
(K2), que é usado para determinar
anexo H da referida norma);
(sistemas de barramentos blindados);
a corrente de carga do sistema. Em
• Ensaios de elevação de temperatura:
ABNT NBR 16019: Linhas elétricas
algumas instalações (por exemplo,
estes ensaios, além dos elementos de
pré-fabricadas
para a transmissão de dados em rede,
transporte e distribuição que devem
no aparelho de radiologia), pode ser
ser testados para cada modelo e
necessário saber a intensidade do
corrente nominal, devem ser também
campo magnético na periferia da
realizados
A atual norma para barramentos
barra e a norma sugere, no anexo K,
unidade de derivação plug-in, previsto
blindados é a ABNT NBR IEC 60439-
um método para o cálculo do módulo
para ser conectado ao barramento;
2. Um resumo das mais relevantes
do campo magnético em torno ao
• Verificação
da
informações:
barramento;
esmagamento:
a
• Comportamento sob fogo: as regras
barramento deve suportar a carga de
blindados)
de
(barramentos baixa
tensão
–
Requisitos para instalação.
pode
ser
usado
Segregação
de
em
cada
incêndio:
tamanho
resistência seção
reta
os
de
ao do
Aula prática
Barramentos blindados
120
barramento
ou
O Setor Elétrico / Abril de 2014
partes
relevantes,
ou não solicitar que a barra esteja
construído de acordo com o mesmo
desenergizada.
projeto ou de acordo com um projeto
• Unidade de derivação (plug-in):
similar.
unidade de saída para derivar energia
da barra por meio de conector, tais
Os ensaios de tipo são:
como unidade de contato rotativa 1. Verificação dos limites de temperatura;
móvel, dispositivo de deslizamento ou
2. Verificação das propriedades elétricas;
com tomada plug-in de conexão ao
3. Verificação de curto-circuito;
longo do barramento em espaçamentos
4. Verificação da eficiência do circuito
modulares, por exemplo, a cada metro.
de proteção;
Existem ainda caixas equipadas com
5. Verificação de distâncias de isolação
fusíveis
e escoamento;
com fusíveis sob carga, ou disjuntor,
6. Verificação
do
funcionamento
(tipo
NH),
interruptores
seja termomagnético, eletrônico ou
mecânico;
diferencial.
7. Verificação do grau de proteção;
• Unidade de mudança de direção:
8. Avaliação da resistência, reatância e
elementos de curva de barramento
impedância;
(também de ângulos diferentes 90°),
9. Verificação da solidez estrutural;
derivações tipo T, etc.
esmagamento de, pelo menos, quatro
10. Controle da duração da vida de
•
vezes a massa linear (quilogramas por
barramentos com meios de derivação por
barramentos:
metro) da unidade, se o barramento
carro coletor.
entre barramentos de capacidades
for declarado para uma carga mecânica
Elementos
de
redução
unidades
de
de
junção
diferentes;
normal e pelo menos quatro vezes a
unidade de massa linear (quilogramas
constituintes do barramento implica
a
por metro quadrado), acrescido de 90
a necessidade de novos ensaios de
longo do eixo do barramento, por
kg se o tubo for declarado para uma
tipo, apenas se a alteração acima
exemplo, para a expansão térmica
carga mecânica pesada.
afetar ou alterar os resultados dos
ou na transição entre elementos de
Qualquer alteração das unidades
• Elementos de dilatação: destina-se permitir
um
movimento
ao
testes já realizados. Ao contrário do
construção diferentes (pavilhões de
barramentos
que acontece para os cabos, ainda não
galpões estruturalmente separados,
blindados é substancialmente deta
foram definidas padronizações quanto
mas funcionalmente unidos);
lhada
produtos
ao tamanho, e que, por conseguinte,
• Unidade de transposição das fases:
confiáveis e adequados para uso em
estão ligados diretamente a cada
destina-se à mudança da posição
certas aplicações de risco de incêndio,
solução de fabricante.
relativa das fases condutoras para
A
norma para
para tornar
os
em que os barramentos são fabricados
equilibrar a reatância indutiva ou
em conformidade com a norma ABNT NBR IEC 60439-2, proporcionando excelente desempenho em compor tamento sob fogo.
Na norma anteriormente mencio
Partes principais e características técnicas de barramentos blindados
transpor as fases;
A ABNT NBR IEC 60439-2 descreve
instalação;
• Unidades flexíveis: unidades previstas para
serem
curvadas
durante
a
as seguintes partes constituintes:
• Unidades de alimentação: destina-se a
nada, no entanto, são elencados os
• Unidade de barramento com meios
ser o ponto de entrada ou saída, sendo,
ensaios de tipo que têm por finalidade
de
projetadas
na prática, o ponto de fronteira entre o
verificar
um
que permitem a instalação de meios
barramento e o restante da instalação
determinado tipo de barramento com
de derivação em um ou mais pontos
(também chamado de caixa de cabo).
os requisitos da NBR. Os ensaios
predeterminados pelo fabricante. A
devem ser realizados, por iniciativa
ligação dos meios de derivação (plug-
do fabricante, em uma amostra de
ins) à unidade de barramento pode
a
conformidade
de
derivação: unidades
Características elétricas
Como anteriormente especificado,
121
O Setor Elétrico / Abril de 2014
as
características
elétricas
do
de operação (Un) e o isolamento (Ui);
no momento da falta.
barramento não são comparáveis com
- Finalmente, o último dado que
Outros
as dos cabos, mas sim análogas às dos
diversifica
um
seção dos condutores de fase (Sf),
quadros e painéis.
barramento blindado é o grau de
seção do condutor neutro (Sn) e a
proteção IP do invólucro.
seção do condutor de proteção (Spe).
Em particular:
a
classificação
de
fatos
importantes
são:
As duas condições mais habituais - Corrente nominal In identifica a
Um conjunto de dados fundamental
de instalação são suspensas ou em
corrente de regime permanente;
que o fabricante é obrigado a fornecer
prateleiras. A suspensão é apoiada
- Ao contrário dos cabos, indica-se a
consiste nos parâmetros longitudinais
por escoras no teto ou estrutura
corrente suportável nominal de curta
como: valor de resistência de fase
semelhante, nos tirantes ou terças. As
duração Icw (referência 1 s, a menos
(Rf), reatância fase (Xf), todos com
prateleiras são aplicadas às paredes do
que seja especificado um período de
referência por metro longitudinal de
perímetro da estrutura, apoiadas em
tempo diferente), em lugar da energia
barramento, o que nos permite calcular
vigas como na maneira clássica para a
específica passante admissível (K²S²);
a queda de tensão e as correntes de
distribuição de eletrocalhas de cabos.
- A suportabilidade ao curto-circuito
curto-circuito. Na etiqueta de dados
Recentemente, vários fabricantes de
é identificada por Icw e um segundo
também deve ser indicado o valor
barramentos blindados começaram a
parâmetro Ipk é definido como o
da impedância (Zt, impedância por
fornecer os elementos de fixação e
valor de crista da corrente suportável
metro de comprimento do conjunto
suspensão como acessórios opcionais.
de curta duração definida para o
de Fases+T), para que seja possível
A posição dos barramentos também
barramento;
calcular, no esquema de aterramento
é
- São consideradas as tensões nominais
TN, a impedância de sequência zero
fabricante deve declarar se há ou não
uma
informação
relevante.
O
Aula prática
122
Barramentos blindados
O Setor Elétrico / Abril de 2014
modificação, e em que porcentagem, na
tipologia das cargas da instalação, em
m: 1,73 (em circuitos trifásicos) ou 2 (em
capacidade de condução de corrente se
geral, pode-se então definir a corrente
circuitos monofásicos);
o barramento é montado na horizontal
nominal
Ib: corrente de regime em amperes [A];
ou na vertical.
exigível para o barramento blindado,
L: o comprimento da linha em metros [m];
de forma análoga com a qual se obtém
r: resistência de fases específica;
a potência do transformador que o
x: reatância de fases específica;
alimentará. Depois de identificar a
cosØ: fator de potência da carga.
Critérios para a seleção e dimensionamento
In
de
regime
permanente
A razão pela qual, em plantas industriais com um elevado número de cargas, barramentos blindados são preferidos a cabos deve-se principalmente ao fato de que, na presença de muitas cargas de pequeno porte com fatores de simultaneidade baixo (ou poucas máquinas de grande potência destinadas a trabalhar em cascata ou sequência), é preferível utilizar um tipo de distribuição como uma espinha dorsal, em que se opta muito facilmente por um barramento blindado.
corrente nominal, os outros parâmetros
Adicionalmente,
é necessário calcular a queda de
fabricados
permitem
elementos intuir
préque
são definidos: grau de proteção IP; tipo
No caso de carga uniformemente
de instalação (na vertical ou horizontal)
distribuída ao longo da linha, para
e/ou (suspensos ou em prateleiras);
obter-se a queda de tensão nesta
número de derivações a serem fornecidas
situação,
(plug-ins); comprimento da linha; tipo
resultado obtido pelo método de cálculo
e maneira de alimentação; número de
descrito anteriormente.
polos; distância de fixação e tipo de
suporte; tipo de proteção a ser instalada
podem ser selecionados os elementos
em derivações plug-in [corrente nominal,
de proteção contra sobrecargas e curto-
tipo de proteção (fusível ou disjuntor
circuito, além de apresentar alguns
automático)].
fundamentos
térmicas e eletrodinâmicas.
Depois de todas estas definições,
é
tensão (concatenada) percentual para
possível instalar elementos de proteção
carga concentrada no final da linha,
individual para cada máquina (por meio
determinada com a relação:
do disjuntor no plug-in, por exemplo), garantindo, dessa forma, a seletividade e a continuidade de serviço comparável
ΔU% =
m· Ib· L· (r· cosϕ + x· senϕ)· 10-5 ΔU · 100[%] · 100 = U U
Em que:
àquela que ocorreria em um sistema de distribuição radial realizado com cabos.
Depois de definidos o número e a
U: tensão (fase) em volts [V];
divide-se
pela
metade
o
No próximo artigo definiremos como
sobre
as
solicitações
*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em Energia pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/USP), pós-graduado em Política e Estratégia da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra ADESG-SP. É membro da ABNT/ CB-3/CE:03:17.03 – Conjunto de Manobra e Controle em Invólucro Metálico para tensões acima de 1 kV até e, inclusive, 36,2 kV; e membro do conselho diretor do IEE/USP. Atualmente, é diretor de engenharia da Indústria, Montagem e Instalações Gimi Ltda.
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Esclarecimentos, recomendações e orientações quanto à aplicação técnica das normas ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 14039 e NR 10, baseados no Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Todos os meses uma dica de como bem utilizar as normas técnicas brasileiras para garantir o sucesso e a segurança da instalação elétrica.
Dispositivos de proteção contra sobrecorrentes conforme a
ABNT NBR 14039
124
Conforme 5.3.4.1 da ABNT NBR 14039, é possível
proteção contra correntes de sobrecarga e contra correntes
multifuncional
utilizar dispositivos que garantem simultaneamente a de curto-circuito. Eles devem poder interromper qualquer
sobrecorrente menor ou igual à corrente de curto-circuito presumida no ponto em que o dispositivo está instalado.
Tais dispositivos podem ser disjuntores acionados através
de relés secundários com as funções 50 e 51, fase e neutro (onde é fornecido o neutro), não sendo aceitos relés com princípio de funcionamento com retardo a líquido.
As funções do relé mencionadas anteriormente são definidas pela norma Ansi, conforme a seguir:
• Função 50 - relé de sobrecorrente instantâneo; • Função 51 - relé de sobrecorrente temporizado. Os transformadores para instrumentos conectados aos
relés secundários devem ser instalados sempre à montante do disjuntor a ser atuado, garantindo assim a proteção contra falhas do próprio dispositivo (Figura 1).
Os primeiros relés instantâneos eram do tipo com disco de
indução (eletromecânicos), tendo evoluído para relé estático,
relé numérico digital e microprocessados (IED – Intelligent Electronic Devices), conforme Figura 2.
O IED é um dispositivo eletrônico microprocessado que
possui elevada velocidade de processamento (> 600 MHz), (realizam
medição,
comando/controle,
monitoramento, religamento, comunicação e proteção). Apresenta várias entradas analógicas para sinais de tensão e
corrente e disponibiliza uma grande quantidade de entradas e saídas digitais.
Quando forem utilizados relés com as funções 50 e 51
microprocessados, deve ser garantido que em uma falta de energia, exista uma fonte de alimentação de reserva, com
autonomia mínima de duas horas, garantindo a sinalização dos eventos ocorridos e o acesso à memória de registro dos relés.
A característica dos relés de sobrecorrente é representada
pelas suas curvas tempo x corrente (Figura 3), que variam conforme o tipo do relé. Nos modelos eletromecânicos e
estáticos, a curva característica relé é fixa, sendo que nos relés digitais e microprocessados as curvas podem ser alteradas por meio de parametrização em campo do próprio relé.
Na proteção de sistemas industriais e comerciais,
usualmente é empregada a curva muito inversa, sendo as demais curvas aplicadas com mais frequência nos sistemas de distribuição das concessionárias por conta de aspectos
de coordenação com elos fusíveis e religadores presentes naquelas redes.
ESPAÇO GUIA DE NORMAS
Figura 1 – Ligação do relé secundário de sobrecorrente
125
Relé eletromecânico
Relé Estático
Figura 2 – Evolução dos relés de sobrecorrente
Figura 3 – Curvas de atuação típicas de relés secundários de sobrecorrente
Colaborou com esta seção: Hilton Moreno, engenheiro eletricista, professor, consultor
Relé Numérico Digital
IED
Coluna do consultor
126
Por Hilton Moreno, especialista em instalações elétricas e consultor técnico da revista O Setor Elétrico
Os efeitos positivos da IT 41 Exatamente um ano atrás esta coluna tratava da Instrução Técnica 41 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, publicada em 2011, que tornou obrigatória a inspeção das instalações elétricas de todas as edificações, exceto as habitações unifamiliares. Trata-se de uma das instruções técnicas que uma edificação deve atender para a obtenção ou renovação do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento exigido pelas prefeituras do Estado. Lembrávamos na época que, na ausência de outras autoridades, os bombeiros do
Estado de São Paulo tomaram para si uma parte da responsabilidade de cobrar um mínimo de segurança nas instalações elétricas. Nunca é demais destacar que a inspeção exigida pela IT 41deve ser feita por profissional habilitado pelo Crea, sendo que, sob nenhuma hipótese, é o bombeiro quem faz e se responsabiliza por esse serviço. Por parte do Corpo de Bombeiros, a IT 41 é vista como um benefício à sociedade, tendo em vista que estatísticas da Corporação de 1999 a 2009 indicavam que 56% dos boletins de ocorrência relativos
a incêndios tiveram origem intencional, sendo que, dos 44% restantes, provocados acidentalmente, 13% tiveram origem nas instalações elétricas, primeira colocação entre os fatores acidentais. Desde a concepção da IT 41, o Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) tem tido participação ativa na iniciativa e, em parceria com o Corpo de Bombeiros, avaliou 780 edifícios no Estado de São Paulo, com o objetivo de verificar se eles estavam atendendo aos requisitos da instrução técnica. Os dados da pesquisa foram coletados
O Setor Elétrico / Abril de 2014
127
entre agosto e outubro de 2013, sendo que a amostra abrangeu edificações comerciais, residenciais (prédios) e industriais, com um perfil constituído por obras novas e com idade superior a cinco anos. No universo da amostragem, 40% dos prédios visitados pelo Corpo de Bombeiros haviam realizado a manutenção ou reforma prévia de suas instalações elétricas de forma a atender a IT 41. Das 780 unidades avaliadas, 14% receberam o ‘Comunique-se’, isto é, a indicação de que algum reparo se faz necessário na instalação elétrica. A maior incidência de erro (18%) nas instalações foi verificada nos imóveis entre 10 e 15 anos e a menor, nas indústrias (9%). Entre os principais motivos para a emissão do ‘Comunique-se’, estão: partes vivas expostas (42%), instalações elétricas do sistema de segurança desprotegidas contra o fogo (26%), condutores elétricos instalados de forma inadequada (25%) e condutores elétricos sem isolação ou danificados (21%). Os resultados dessa pesquisa merecem a devida comemoração na medida em que uma quantidade significativa de edificações realizaram adequações prévias às inspeções, resultando em um considerável aumento da segurança para as pessoas e o patrimônio, o que, no fim do dia, é o grande objetivo da IT 41. Continua a expectativa de que os corpos de bombeiros de outros estados copiem a IT 41 ou então criem a sua própria legislação para verificar as condições das instalações elétricas, principalmente daquelas mais antigas. Não vemos a hora de acabar as fotografias lamentáveis que todos os meses alimentam a seção O que há de errado (What’s Wrong) publicada mensalmente no final desta revista. Parabéns ao Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, que vem fazendo a sua parte para melhorar as instalações elétricas. E ao Procobre que tem sido um parceiro de primeira hora nessa iniciativa.
Energia sustentável
128
Michel Epelbaum é engenheiro químico e economista, mestre em engenharia de produção, tem mais de 20 anos de experiência em consultoria, treinamento e auditoria em gestão/ certificação da sustentabilidade, meio ambiente, segurança, saúde ocupacional, responsabilidade social e qualidade. É professor convidado de cursos de especialização e membro de comitês da ABNT. É diretor da Ellux Consultoria.
Água e energia – 2014 continua em falta 2014 continua por água abaixo no que se refere ao fornecimento de água e energia
O risco de racionamento de energia, que era de 18,5% em fevereiro, aumentou para 48% no início de abril, segundo relatório da consultoria PSR. O discurso oficial do governo federal já sinaliza a possibilidade de racionamento, negado anteriormente. Nos reservatórios do Sudeste, o nível de água estava em 36,5%, próximo aos da crise de 2001 no início de abril. O sistema Cantareira vem caindo constantemente desde o final do ano passado, apresentando o nível histórico de 12% em meados de abril. Conflitos e guerras pelo domínio da água já têm espelhos por aqui. Já vimos na coluna passada que a cidade de São Paulo importa água de outras regiões (por exemplo, de Campinas). Em função da gravidade da situação, agora foi proposto ao Governo Federal projeto de transposição/interligação de águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul, que abastece cerca de 70% do Estado do Rio de Janeiro (inclusive a capital). Há ainda disputas de São Paulo também com o Paraná e Minas Gerais pela água. Sempre é bom relembrar que a disponibilidade de água doce no planeta é de somente 2,7%, sendo que 77,2% destes estão nas calotas polares e geleiras, 22,4% no aquífero subterrâneo, restando apenas 0,01% do total nos rios, a maior fonte de água para o nosso uso. O Brasil é apresentado em relatórios internacionais como tendo vastos recursos hídricos, capacidade de regeneração e sem
problemas de disponibilidade de água, representando cerca de 12% de toda a água doce do planeta. Porém, a contradição está na grande concentração em algumas regiões. No Estado de São Paulo encontra-se 1,6% da água doce brasileira, porém a sua população representa quase 22% da brasileira (e PIB de cerca de 31% do país). E no caso da Região Metropolitana, a situação é ainda mais crítica. No entanto, outro tipo de cálculo pode apresentar resultado muito distinto do apresentado acima: quando se fala de pegada hídrica, o Brasil apresenta consumo de 2027 m³/ ano/per capita, maior que a de países desenvolvidos europeus, Japão e BRICs, e 46% acima da média mundial (fonte: www.waterfootprint.org). Pegada hídrica é um indicador de consumo de água direta e indireta por um consumidor ou produtor ou região, incluindo a água utilizada nos países de origem para a fabricação de produtos importados. A dificuldade de abastecimento da cidade de São Paulo é assunto conhecido há décadas e o desbalanço entre a captação do Sistema Cantareira e sua capacidade de renovação vem sendo tolerado há anos. O consumo de água pela população vem crescendo em níveis insustentáveis, sendo hoje de 30% a 60% maior do que o consumo diário per capita de 110 litros/pessoa/dia recomendado pela ONU, dependendo do método de cálculo. Entre 2004 e 2013, o consumo de água nos 33 municípios da região metropolitana de
São Paulo aumentou 26%, enquanto sua produção só aumentou 9% (fonte: www. folha.uol.com.br). A prevenção e a gestão rotineira vêm perdendo de goleada da realidade. A eleição fala mais alto do que as necessidades da população. E agora dependemos de gestão de crises e de São Pedro para normalizar a situação. O custo para contornar a crise de água em São Paulo já se aproxima de R$ 1 bilhão em um ano, contando a perda de receita e as obras/medidas para contornar o racionamento (fonte: www.folha.uol.com. br). Quanto à energia, a conta da gestão da crise será repassada à população por meio do aumento da conta de luz, após as eleições, sem pompa e circunstância. Estamos na Década Internacional de Ação, Água para a Vida (2005 – 2015), mas não há muito a comemorar. E o risco de desabastecimento e confusão na Copa do Mundo aumenta. Quando aprenderemos sobre os benefícios da prevenção e eficiência? Quando começaremos a adotar medidas mais eficientes para a gestão no uso de água e energia, como reuso, coleta de água de chuva, incentivo aos usuários mais eficientes, dispositivos de economia de água e energia? Quando serão adotadas políticas públicas de incentivo, alinhadas aos critérios de construção sustentável para que as novas edificações sejam mais eficientes quanto ao uso de água e energia?
Instalações MT
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Luiz Fernando Arruda é engenheiro eletricista pela UNIFEI e pósgraduado em gestão de negócios pela FGV. Atuou na Cemig por mais de 20 anos, nas Distribuidoras da Eletrobras e Grupo Rede Energia, trabalhando nas áreas de medição, automação de processos comerciais e de proteção da receita e em FURNAS. Representa a IURPA no Brasil e hoje atua como consultor independente.
Qualidade de fornecimento de energia elétrica em média tensão É muito comum ouvir críticas direcionadas às concessionárias de energia elétrica quanto à qualidade do fornecimento de energia elétrica. Poucas vezes, no entanto, é tratada a questão sob o prisma da responsabilidade do cliente. Nas mais de duas décadas em que trabalhei em concessionárias de distribuição pude ver em todo o território brasileiro um panorama de quase completa irresponsabilidade. Em muitas subestações consumidoras de energia, é possível encontrar verdadeiras peças dignas de museus de eletricidade. Disjuntores a óleo hoje incapazes de interromper qualquer corrente mesmo que da ordem da corrente nominal; relés tipo pica-pau que nem o maior curto-circuito no barramento conseguiria vencer a sujeira e falta de manutenção. Transformadores com vazamento de óleo que nunca foram amostrados para qualquer verificação. Exagero? A minha coleção de fotos é impressionante e toda vez que revisito os arquivos eu ainda me surpreendo. E poderíamos pensar que este é um mal de unidades consumidoras absolutamente sem importância, nas quais a energia elétrica não é um insumo fundamental ou cujo produto não é essencial. Mas não é assim! Não é sem razão que, com frequência, ouvimos que um determinado aeroporto internacional ficou sem energia por problemas internos, embora, inicialmente sempre seja colocada dúvida sobre a responsabilidade da concessionária, saco de pancada preferencial das mídias. Segue-se o velho chavão: houve um curto-circuito interno e a proteção atuou. Depois, alguns dias passados, este assunto não mais interessa a ninguém e não ficamos sabendo de fato o que houve.
Será que os responsáveis pelos aeroportos já ouviram falar em cubículo isolado a SF6? Será que já ouviram falar em dupla ou tripla alimentação com comutação automática? E quanto à geração de emergência mantida como reserva quente? E não dá para argumentar sobre custo nestes casos, pois em um aeroporto internacional energia cara é a que falta! Se cuidam deste jeito do fornecimento de energia temos que ser gratos por não serem os responsáveis pela segurança dos voos! De forma geral o que se observa é que há o entendimento que cabe apenas à concessionária manter a qualidade da energia fornecida, o que naturalmente é uma simplificação equivocada. Todas as unidades consumidoras de média tensão têm a propriedade de poder causar problemas nas linhas de MT capazes de afetar milhares de unidades de BT e outras tantas de MT e cabem medidas punitivas a quem, deliberadamente ou por omissão, permite que problemas internos progridam para a rede pública. Outros aeroportos internacionais, além do Galeão, também têm um sistema elétrico precário e todos ganharíamos se fosse feito um levantamento geral no Brasil todo e planejados investimentos de forma a mitigar riscos nestas unidades consumidoras tão importantes, fundamentais mesmo. Além da segurança, muito se pode fazer quanto à eficiência energética, assunto que vamos abordar oportunamente. Apenas para pensar: que tal instalar alguma cobertura refratária ao sol no aeroporto Santos Dumont, cujo espaço parece que foi projetado para ser uma estufa e não um local para receber passageiros de uma forma confortável e segura?
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Proteção contra raios
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia. twitter: @jobsonmodena
Inspeção em SPDA O assunto é tratado no capítulo 6 da ABN NBR 5419:2005 e é de fundamental importância em várias etapas na existência do Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA). A rigor, a inspeção deveria iniciar no projeto, pois é comum encontrarmos documentos incompletos, contendo cálculos errados ou ainda especificando incorretamente material. Infelizmente, raramente este procedimento é adotado e verdadeiros monumentos à insegurança são construídos com o intuito de proteger as estruturas contra os raios. Outras etapas de inspeção comumente negligenciadas deveriam ocorrer: - Durante a construção do sistema, o que evitaria desvios de projeto; - Imediatamente após o término da instalação, o que garantiria a confiabilidade da relação instalação x projeto as built; - Após qualquer modificação na estrutura ou no SPDA que descaracterizasse a relação anteriormente citada, o que forçaria uma readequação da proteção; - Quando houver suspeita de que o SPDA tenha sido atingido por raio, o que garantiria sua integridade e confiabilidade. Apenas nos locais em que existe fiscalização vinculada à segurança com outras áreas da edificação/estrutura, com a segurança dos trabalhadores que por ela trafegam ou nela exerçam alguma atividade é que as inspeções chamadas pela ABNT NBR 5419:2005 como periódicas,
completas (que devem ser realizadas por profissional habilitado e que tenha conhecimento específico, que possa emitir um documento técnico - relatório ou laudo - e recolher uma ART) têm presença mais comum, ainda assim não garantida. Segundo as prescrições da norma vigente, essas inspeções visam submeter o SPDA a análises visuais para detecção de: - Existência de documentação correta e completa no local. Sem ela não há como obter referência para a realização de uma inspeção coerente; - Se o SPDA instalado se mantém conforme aquilo que consta da documentação existente; - Se os componentes do SPDA estão em bom estado de conservação, com conexões e fixações bem feitas e livres do efeito da corrosão. Visam também submeter o subsistema de aterramento a ensaios apropriados para definir sua integridade física e eficiência. Essas inspeções completas têm a seguinte periodicidade definida pela ABNT NBR 5419:2005: - Cinco anos: para estruturas destinadas a fins residenciais, comerciais, administrativos, agrícolas ou industriais, excetuando-se áreas classificadas com risco de incêndio ou explosão; - Três anos: para estruturas destinadas a grandes concentrações públicas, indústrias
contendo áreas com risco de explosão e depósitos de material inflamável; - Um ano: para estruturas contendo munição ou explosivos, ou em locais expostos à corrosão atmosférica severa. Outro detalhe pertinente a ser tratado e que é comumente explorado pelos laudistas de plantão e deve ser combatido é a validade dessas inspeções quando as mesmas complementam uma documentação mais abrangente. Façamos uma comparação simples: você está com dor de cabeça e vai até uma farmácia para comprar um analgésico. Compra uma cartela com quatro comprimidos, toma um ou dois e se na próxima dor de cabeça os comprimidos restantes estiverem dentro do prazo de validade, e você não os tiver perdido poderá tomá-los sem o menor problema. De forma análoga, o prontuário de instalações elétricas exigido pela NR 10 deve ser atualizado anualmente. Nesse prontuário deve constar a documentação do SPDA atualizada. Suponha que essa documentação seja para um prédio comercial localizado no centro de uma grande cidade do interior do país, assim, sua documentação de SPDA poderá constar do prontuário por três vezes consecutivas sem impedir que ele fique atualizado, ou seja, a NR 10 não determina que você atualize a documentação do SPDA, quem faz isso é a ABNT NBR 5419.
NR 10
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Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Quadros devem ser trancados? Muito já se falou em abrangência, ratificando que a NR 10 não se aplica apenas aos eletricistas. É evidente que ela trata da segurança de todos os trabalhadores, de forma generalizada, com relação aos riscos provenientes da eletricidade, sejam os trabalhadores envolvidos na montagem, na manutenção ou mesmo usuários das instalações e equipamentos elétricos, assim como terceiros (trabalho em proximidade). Impedir que os trabalhadores não eletricistas tenham acesso a controles elétricos é uma medida discutível, embora, frequentemente, implementada em estabelecimentos industriais. As chaves, os interruptores, os disjuntores de baixa tensão, em geral, são dispositivos que precisam ser acessados até por razões de segurança e, por isso, não podem ser completamente encerrados em caixas ou painéis sumariamente trancados. O uso de cadeados, lacres ou fechaduras em quadros elétricos nos ambientes de trabalho é
Figura 1 – Exemplo de acesso aos controles sem acesso às partes vivas.
Figura 2 – Acesso aos controles sem acesso às partes vivas, mesmo tratando-se de um disjuntor de média tensão.
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necessário apenas para impedir todo e qualquer contato com as partes vivas (proteção por barreiras) e apenas em raros casos os bloqueios são usados para impedir o acesso aos controles (punhos, manoplas e alavancas).
Figura 3 – Proteção que permite o acesso ao controle, mas impede o acesso às partes vivas. Nota: seria perfeito se a porta só pudesse ser aberta com chave ou ferramenta.
Na mesma linha de providências, para evitar o acesso estão os anteparos, sejam eles de chapa metálica, de tela ou de policarbonato, montados sobre barramentos e terminais de chaves e disjuntores. Nesses casos, quando montados internamente, os elementos de proteção destinam-se a proteger os eletricistas, nas intervenções e inspeções dos componentes dos quadros. Não são considerados barreiras, mas sim anteparos (medida de proteção parcial), que evitam apenas os contatos acidentais com as partes energizadas e não dispensam o uso de barreira que impeça todo e qualquer contato com as partes energizadas, preservando o acesso seguro aos comandos e controles operados em baixa tensão. Barreiras: dispositivo que impede todo e qualquer contato com as partes vivas. As barreiras não devem ser removíveis sem o uso de chaves ou ferramentas
ou, alternativamente, sem que as partes protegidas sejam previamente desligadas. A barreira, associada à regra do dedo visa impedir que as partes energizadas sejam acessadas pelos dedos, o que equivale dizer que as barreiras não devem apresentar aberturas que permitam a inserção de corpo sólido com diâmetro superior a 12 mm (conforme anexo B da ABNT NBR 5410/2004 - IP2X da IEC 60529:2001). Invólucro: dispositivo ou componente envoltório de separação das partes energizadas com o ambiente, destinado a impedir qualquer contato. Obstáculo: elemento que impede o contato acidental, mas não impede o contato por ação deliberada (correntes, fitas, cordões, cones, etc.). Esta medida é aplicável somente em locais onde o acesso é controlado e restrito a pessoas advertidas e qualificadas. Fonte: Glossário da NR 10 e Tabela 12 da ABNT NBR 5410.
Energia com qualidade
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José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do DEINFRA-FIESP. FIESP | jstarosta@acaoenge.com.br
Oy Vey, o que faço com a minha terceira harmônica? A expressão Oy Vey no idioma Ydish pode ser entendida como de lamento, desencanto ou até de desespero e pode ser aplicada em alguns casos quando alguns fenômenos não esperados (também em instalações elétricas) persistem e as causas não são encontradas, surgindo as suposições de sempre. Neste caso todos os tipos de palpites aparecem e deixam a turma (de operação e manutenção) literalmente de cabelo em pé. Um dos pontos que surgem com bastante frequência nestas discussões e mesmo na sempre atualizada rádio peão é a percepção sobre a presença das correntes e tensões harmônicas nas instalações e quem seria pior que quem. O acesso aos instrumentos permite que se façam algumas medições e se encontrem afinal quais seriam as harmônicas presentes nos diversos pontos da instalação. Não vamos abordar neste instante como teria sido feita a medição e qual seria a interpretação aplicável, mas simplesmente vamos considerar que uma medição foi feita e que se pode concluir a existência e presença de harmônicas de corrente de terceira, quinta, sétima, décima primeira e décima terceira ordens, conforme ilustrado na Figura 1. Qual harmônica seria pior que a outra? Será que a corrente de 105 A de 3ª harmônica seria mais danosa que a de 24 A em 13ª harmônica? Afinal de contas, estamos em frequência maior? A 13ª harmônica equivale a 780 Hz e a 3ª harmônica a somente 180 Hz!
Figura 1 – Espectro de correntes harmônicas.
A solução para o caso não precisa chegar ao divã de um analista, mas entender a origem destas correntes harmônicas e, sobretudo, os estragos e efeitos que elas podem proporcionar nas instalações. A origem das correntes harmônicas em instalações de baixa tensão seguem algumas regras que podem ajudar na identificação e solução. A 3ª harmônica e múltiplas são normalmente originadas por cargas não lineares monofásicas (por vezes ligadas entre fases e neutro); as 5ª, 7ª ,11ª 13ª são originadas por cargas trifásicas acionadas e controladas por inversores de frequência ou outro acionamento estático com retificadores; o aspecto da tecnologia do inversor ou semicondutor irá influenciar, uma vez que os conversores ou inversores
de 6 pulsos originam todas as ordens harmônicas acima citadas a partir da 5ª harmônica; já os12 pulsos somente as 11ª, 13ª e superiores. Naturalmente, os outros conversores possuem também suas regras próprias. O sempre presente princípio da sobreposição dos efeitos se encarregará de incorporar todas as correntes nos alimentadores dos quadros, quadro geral, transformador e fontes, e cada parte da instalação apresentará um comportamento específico. Há de se considerar que as cargas variam e com elas as correntes harmônicas, razão pela qual a medição instantânea, conforme ilustrado na Figura 1, poderá não ser suficiente para a análise necessária, o que exige uma análise do comportamento das correntes harmônicas
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Figura 2 – Comportamento de corrente e tensão de 5ª harmônica durante um período de tempo.
na base de tempo, como ilustrado na Figura 2. Especificamente, esta Figura 2 considera a medição do comportamento da 5ª harmônica (tensão e corrente), em que se observa que, com o desligamento de capacitores, houve sensível redução da corrente de 5ª harmônica no transformador com consequente redução da distorção de tensão, em sistema onde existia ressonância harmônica quando os capacitores estavam inseridos. A análise dos efeitos das correntes harmônicas deverá considerar: • Distorções de tensão nos barramentos por conta da circulação das correntes harmônicas, e limites aplicáveis; • Sobrecorrentes causadas pelas correntes harmônicas; • Ressonância harmônica causada pelas correntes harmônicas e capacitores de correção do fator de potência; • Efeito das cargas distorcidas em fontes de contingência como geradores stand-by e reflexo nas tensões harmônicas; • Má operação de relés e sistemas de proteção; • Aquecimentos em circuitos, transforma dores e dispositivos de proteção; • Sobrecarga nos condutores neutros por conta da 3ª harmônica e múltiplas. Portanto, não se trata de uma ou outra harmônica ser potencialmente mais danosa às instalações, mas as características de sua
origem e as consequências, que devem ser mitigadas. Em instalações elétricas industriais e em prédios comerciais se observam com bastante frequência as situações: • Distorção total de tensão (DTT ou THDV) acima de 5%, por conta de circulação de correntes típicas dos acionamentos (5ª,7ª,11ª,13ª) em sistemas com baixa potência de curto-circuito ou com altas impedâncias (como subestações em coberturas de grandes prédios). • Ressonância harmônica entre as frequências 7ª e 13ª quando da existência de bancos de capacitores sem sistemas antirressonantes; • Condutores neutros sobrecarregados por conta da circulação de correntes de terceiras harmônicas (as correntes de terceiras harmônicas das três fases se somam no neutro); • Tensões entre terra e neutro em sistemas de alimentação de cargas TI por conta do efeito descrito no item anterior. A dor de cabeça e o transtorno causados pelas harmônicas podem ser tratados com uma boa dose de técnica, tecnologia de equipamentos, além da sempre necessária equipe de engenharia e serviços. Doses homeopáticas de atenção ao comportamento da instalação podem ser as respostas às muitas dúvidas. Zay Gezunt (*) (*) Fiquem com saúde.
Instalações Ex
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Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
O Brasil no TC-31 da IEC O Comitê Técnico TC-31 da IEC – Equipment for Explosive Atmospheres – foi fundado em 1948 e tem como objetivo e escopo o de preparar e manter as normas internacionais referentes aos equipamentos elétricos para utilização onde existe o risco devido à possibilidade da presença de atmosferas explosivas de gases, vapores, névoas ou poeiras combustíveis. Os equipamentos elétricos cobertos pelo Comitê Técnico TC-31 são utilizados basicamente em instalações industriais que envolvem o processamento de substâncias inflamáveis, tais como nas indústrias de petróleo, gás, química, de plásticos, grãos, farmacêutica, mineração e de carvão, durante a produção, estocagem, processamento, transporte, distribuição e utilização de seus produtos. A preocupação básica do TC-31 é a elevação dos níveis de segurança nas instalações industriais onde atmosferas explosivas possam ocorrer. Existe também a necessidade de uniformização das práticas operacionais, de fabricação, ensaios e certificação de equipamentos Ex para instalação nestas áreas, de forma a promover o desenvolvimento econômico e o livre comércio. As normas técnicas elaboradas pelo TC-31 têm assumido uma maior importância nos anos recentes. Alguns países têm agora adotado estas normas na sua totalidade, enquanto outros países definem algumas diferenças nacionais entre elas. Uma significante força motora é o IECEx, que utiliza as normas do TC-31
como base para sistemas internacionais de certificação de conformidade. As normas técnicas internacionais do TC-31 contribuem também para operações mais seguras e eficientes na indústria, objetivando a prevenção de perdas de vidas, a destruição das instalações e impactos negativos no meio ambiente, que podem ocorrer devida a explosões de gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis. Podem ocorrer grandes problemas que afetam o meio ambiente, por exemplo, como resultado de explosões decorrentes de rupturas de vasos, tanques e outros equipamentos de processo que possuam elevados inventários de substâncias inflamáveis. Nesse sentido, a ocorrência de uma explosão em um navio petroleiro ou em uma plataforma de petróleo offshore pode ser evitada, como resultado da
instalação e manutenção de equipamentos Ex, baseando-se nos requisitos das normas elaboradas pelo TC-31 da IEC. O TC-31 é composto, atualmente, por 47 países, sendo 34 países-membros do tipo P – Participant (com direito a voto) e 13 países-membros do tipo O – Observers (apenas observadores). O Brasil ocupa, desde 2003, a posição de país-membro do tipo P neste comitê técnico, com direitos e deveres nos processos de acompanhamento de elaboração de novas normas técnicas e atualização das normas existentes. O TC 31 da IEC possui atualmente a seguinte composição: • 3 subcomitês: SC 31G, SC 31J e SC 31M • 17 grupos de trabalho (3 Joint WG, 2 Ad-Hoc WG)
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Estrutura básica do TC 31 da IEC
• 4 grupos de projeto de novas normas (Project Teams) • 23 grupos de manutenção para a atualização das normas existentes (Maintenance Teams) As normas técnicas internacionais sobre atmosferas explosivas, elaboradas pelo TC-31 da IEC, têm passado por um processo dinâmico de atualizações e revisões, decorrentes dos avanços da tecnologia e dos maiores requisitos de segurança nesta área industrial, onde é elevado o risco de explosões, com resultados potencialmente catastróficos e elevados riscos de grandes impactos ao meio ambiente. Este maior dinamismo nas atualizações das normas Ex é também fruto da participação de um número maior de países-membros, resultado da globalização, com a apresentação de sugestões de boas práticas e lições aprendidas por parte de diversos países do mundo. Desde o início da década de 1980, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem adotado oficialmente em suas normas sobre atmosferas explosivas uma postura de alinhamento e harmonização com a normalização internacional da IEC, da qual o Brasil participa. Tal definição e medidas estratégicas tomadas na década de 1980 mostraram-se absolutamente corretas e acertadas, uma vez que a normalização nacional tende a possuir um
total alinhamento e equivalência com a normalização internacional. Em 2006, o Brasil teve, pela primeira vez na história do TC-31, a oportunidade de organizar e sediar as reuniões anuais plenárias e de trabalho dos Maintenance Teams, Work Groups e Subcommittees do TC 31. O evento foi realizado no Rio de Janeiro. Dois anos depois, em 2008, o Brasil novamente voltou a sediar as reuniões de trabalho do TC-31, desta vez em São Paulo, juntamente com a 72nd IEC General Meeting. Nestas reuniões, cerca de 100 profissionais da área de atmosferas explosivas estiveram no Brasil, representando mais de 20 países. Em 2013, o Brasil foi escolhido para sediar as reuniões gerais do IECEx, que contou com a presença do presidente e do vice-presidente da IEC e com um seminário da ONU sobre o ciclo de vida das instalações Ex e sobre o apoio na aplicação e harmonização internacional dos sistemas de certificação elaborados pelo IECEx. O Brasil tem participado desde 2003 do processo de elaboração, revisão, comentários, votação e aprovação de todas as normas técnicas publicadas pelo TC 31 da IEC, da série IEC 60079 (Requisitos aplicáveis a equipamentos elétricos Ex) e ISO/IEC 80079 (Requisitos aplicáveis a equipamentos mecânicos Ex). Estas atividades são realizadas pelas seis
Instalações Ex
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comissões de estudo do Subcomitê SC-31 do Cobei, fundado no final de década de 1970. Além da participação via meio eletrônico do processo de desenvolvimento das normas internacionais do TC 31 da IEC, o Brasil tem participado também de reuniões presenciais dos respectivos grupos de trabalho e grupos de manutenção. Ao longo dos últimos dez anos, representantes do Subcomitê SC-31 do Cobei tem participado dessas reuniões, tais como em 2004 (Braunschweig e Sidnei), 2005 (Cidade do Cabo e Zagreb), 2006 (Rio de Janeiro), 2007 (Sidnei e Kuala Lumpur), 2008 (Praga e São Paulo), 2009 (Singapura e Tel Aviv), 2010 (Berlim e Seattle), 2011 (Estocolmo e Melbourne), 2012 (Singapura, Chicago e Oslo) e 2013 (Dubai, Windsor e Nova Déli). A efetiva e continuada participação Brasil, por meio do Subcomitê SC-31 do Cobei, nos processos de atualização das normas da Série IEC 60079, sugerindo a inclusão das experiências, boas práticas e lições aprendidas dos fabricantes, laboratórios de ensaios, usuários e organismos de certificação brasileiros, trouxe grandes resultados. Um deles ocorreu em 2012 com a primeira indicação, na história do TC-31 da IEC, de um representante do Brasil, para a função de coordenador (Convenor) de um dos seus
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Grupos de Trabalho. O Grupo de Trabalho Ad-Hoc Group AHG 41 – Ex High Voltages, coordenado por representante do SC-31 do Cobei, tem como objetivo pesquisar a aplicação de equipamentos elétricos de alta tensão em atmosferas explosivas. Em decorrência destes estudos e pesquisas é previsto que os níveis de aplicação de equipamentos Ex sejam multiplicados por 10, passando dos atuais 15 kV para cerca de 150 kV ou mais. O TC-31 da IEC é, no presente momento, o único comitê técnico da IEC que possui, em sua estrutura, uma associação formal com a ISO, em seu Subcomitê SC 31M, para a elaboração de normas internacionais ISO/IEC (Dual Logo), sobre requisitos para equipamentos mecânicos (não elétricos) para atmosferas explosivas. Neste sentido, um marco na história recente do TC-31 da IEC ocorreu em 2011, quando foi publicada a norma ISO/IEC 80079-34 – Atmosferas explosivas – Parte 34: Aplicação dos sistemas da qualidade para a fabricação de equipamentos, desenvolvida pelo SC 31 M do TC 31 da IEC, com a participação de representantes da ISO. Esta norma, aplicável a sistemas de gestão da qualidade equipamentos elétricos e mecânicos para atmosferas explosivas, foi a primeira do TC 31 da IEC publicada com duplo logotipo IEC/
ISO e introduziu os primeiros requisitos aplicáveis a equipamentos não elétricos Ex. A elaboração da respectiva norma brasileira NBR IEC 80079-34 foi concluída pela Comissão de Estudo CE 31.05 do Subcomitê SC 31 do Cobei e está programada para ser publicada pela ABNT ao longo do ano de 2014. De forma a atender a solicitações de usuários, organismos de certificação, laboratórios de ensaios e fabricantes de equipamentos EX, as novas edições das normas da série IEC 60079 são agora publicadas contendo uma tabela com a clara indicação das alterações que foram introduzidas, em relação à edição anterior. Estas alterações são categorizadas como alterações menores ou editoriais, extensão ou ampliação de requisitos ou alterações técnicas maiores. Tais indicações facilitam a rápida verificação dos requisitos que foram alterados, facilitando também verificação das ações requeridas para atender aos novos requisitos. As normas da série IEC 60079 servem de base normativa para os sistemas internacionais elaborados pelo IECEx para a certificação de empresas de prestação de serviços Ex, para a certificação de competências pessoais em atmosferas explosivas, bem como para a tradicional certificação de equipamentos Ex.
Dicas de instalação
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Automação predial e inteligência: muito além da integração Por Ricardo Garutti*
Automação predial ainda é tida como caminho para medir a inteligência, a sofisticação e a eficiência energética e ambiental de uma edificação. Outra situação usual com relação ao tema é que, por mais presente que esteja no cotidiano das pessoas, a automação ainda é listada como diferencial pelos incorporadores e por todos que comercializam sistemas, edifícios e tecnologias. No entanto, ao falar em automação predial, o mais importante nos dias atuais são os benefícios diretos gerados pelos sistemas incorporados aos edifícios, seja para o usuário, seja para o gestor. A eles se somam outros ganhos reais, mais difíceis de serem quantificados, por se relacionarem com a segurança, o conforto, a diminuição de riscos e a disponibilidade de ferramenta gerencial, que permitam o desenvolvimento de novas soluções para otimização da operação das instalações. Entre esses benefícios, estão o aumento da confiabilidade dos sistemas, a valorização imobiliária, a maior agilidade operacional – que engloba absorção de novas tecnologias e constantes mudanças de layout – e a maior disciplina na operação das instalações. Por esses motivos, a necessidade de aplicar controle em edifícios é inquestionável e fortalece a integração entre os sistemas de gestão predial e os demais subsistemas dos edifícios – detecção e alarme de incêndio, circuito fechado de televisão, controle de acesso, elevadores, escadas rolantes, etc. – sem deixar de considerar os sistemas dos usuários, como
controle de iluminação, persianas, áudio, entre outros. Outros pontos a serem considerados relacionam-se diretamente ao cenário atual, em que todo e qualquer espaço pode ser usado como local de trabalho, afinal, a mobilidade é caminho sem volta; os novos trabalhadores (a Geração Y) utilizam a tecnologia de forma mais intuitiva; e a busca de melhor qualidade de vida é indiscutível. A consequência direta são espaços corporativos cada vez mais informais, com pontos de reunião e de comunicação, favorecendo a popularização de diversas tecnologias, como a telefonia IP, que é utilizada até em residências e pequenas e médias empresas; os cabos de fibra ótica, que levam sinais de TV, internet e telefonia; e os 40 Gbps (Gigabits por segundo), que já está em norma. A meta, diante dessa realidade, é entender as mudanças tecnológicas que transformarão a construção e as operações prediais no futuro e seus impactos na economia, na inovação, na eficiência operacional, no meio ambiente e na forma de trabalho, respondendo a uma questão fundamental: como se preparar para tomar melhores decisões nos negócios de hoje? Ao elaborar o raciocínio, deve-se levar em consideração o fato de que no futuro previsível os edifícios serão mais inteligentes, mais eficientes e flexíveis, mas também haverá aumento significativo do custo da energia e da água, além do envelhecimento da infraestrutura, entre outros aspectos.
O futuro da automação, no entanto, deriva da gestão individualizada integrada, que foca uma única edificação gerida por meio de um sistema integrado de gestão predial. Defino essa possibilidade como o segundo movimento. Surge aqui a criação da Central Única de Operações, gerenciando várias edificações de um mesmo local, que não precisa estar fisicamente próximo a nenhuma delas, e é capaz de emitir relatórios, KPI (Indicador Chave de Desempenho); disponibilizar imagens e informações em tempo real, gráficos, planilhas, dashboards; e permitir a geração automática de ordens de serviço, entre outras funções. Essa central favorecerá o aumento sensível da tomadas de decisões diárias, assim como das informações disponíveis em tempo real; permitirá visualização das situações operacionais e de emergência em tablets, smartphones, etc.; cada vez mais demandará conhecimento multidisciplinar dos profissionais de facilities e cobrará cada vez mais por resultados operacionais; operará com orçamentos mais restritivos e a sustentabilidade estará sempre presente, integrando-se a sistemas de ERP e levando ao desenvolvimento de softwares dedicados e adaptações de PIMS/MES (Process Information Management Systems e Manufacturing Execution Systems). Nesse contexto, em que o avanço tecnológico torna as instalações rapidamente obsoletas, é imprescindível preparar as instalações para o futuro, reduzindo custos de substituição e atualização de sistemas. Entre as inovações que chegam ao
143
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Brasil, como reflexo do que acontece na Europa, estão os sistemas de automação predial e residencial baseados no protocolo aberto KNX, desenvolvido em 1999 e que ganha adeptos a cada dia. Hoje, são mais de 50 mil projetos implantados e 15 milhões de produtos instalados no mundo, sendo mais de 7.500 produtos certificados e registrados, enquanto o número de empresas conveniadas com KNX supera a casa das 300. Esse protocolo tem como meta atender à demanda por conforto e funcionalidade na gestão de sistemas de ar condicionado, iluminação, segurança entre outras diversas utilidades existentes no mercado, aliada ao uso eficiente da energia. A isso soma a interoperabilidade entre diferentes fabricantes. Ou seja, ele torna realidade o sonho da liberdade de projeto, desvinculada de marcas e tendendo ao estado da arte, pelo uso das melhores tecnologias em cada disciplina do projeto, diminuindo a necessidade de conversores de comunicação. O KNX é o protocolo considerado standard em âmbito mundial, pois é o único integrante das cinco normas mundiais (1). Seu princípio de funcionamento é baseado na transmissão de dados sobre topologia em barramento em sua arquitetura de comunicação, que possibilita a passagem do cabo de dados em paralelo aos cabos da rede elétrica, ou seja, compartilhando da mesma infraestrutura física, reduzindo custos tanto de material quanto de mão de obra para a instalação. A frequência mundial de utilização de tecnologias e protocolos em instalações prediais e residenciais, segundo estatísticas europeias, aponta para preferência pelo KNX superior a 75% em comparação
com os demais protocolos existentes. Como resultados, destacam-se redução de custo de implantação e ganhos de qualidade, por favorecer a combinação das melhores tecnologias em cada setor ou aplicação, inclusive misturando sensores e atuadores de diferentes fabricantes. Particularmente, esta facilidade pode ser vista como benéfica tanto para empresas prestadoras de serviços de implantação de sistemas eletrônicos como também para o mercado consumidor, pois ambos passam
a ter opções e flexibilidade na escolha de produtos e sistemas. Naturalmente, a transparência e a interoperabilidade desse protocolo dispensa mudança na forma de pensar o projeto e também na topologia de projeto, que é a mesma, sempre com ganhos. Outro sonho de projeto se concretiza com o protocolo KNX: a certeza de desenhar instalações preparadas para o futuro. Exemplo é que, no caso de descontinuação de alguma linha ou produto, é possível fazer substituição sem mudar toda a instalação. No caso de mudança decorativa, pode ser
trocado apenas o dispositivo, mantendo a infraestrutura. Desse modo, qualquer que seja a alteração, ela tem uma única exigência: reprogramação via software, que atende a todos os fabricantes credenciados KNX e, por meio do qual, os projetistas ou integradores podem fazer a programação importando a base de dados do(s) fabricante(s) utilizados na instalação. O importante ao pensar um projeto com KNX é lembrar do desejo de liberdade e independência que estimula todo profissional de projeto, afinal permite a realização do sonho da automação predial integrada e não dedicada. (1) As normas são: Cenelec EN 50090 (única norma europeia para Habitação e Building Electronic Systems – HBES – baseada no KNX); CEN EN 13321-1 (norma europeia para automatização de edifícios baseada em KNX); ISO / IEC 14543-3 (única norma mundial para Habitação e Building Electronic Systems – HBES – baseada no KNX); GB/Z 20965 (norma chinesa para controle de habitações e edifícios baseada no KNX) e US Standard (ANSI/ASHRAE 135). A associação KNX, em âmbito mundial, também contribui com outras sete instituições, trocando experiências para o desenvolvimento do protocolo. São elas: BACnet. CEDIA, CABA, TUV Rheinland, ESMIG, AIE e CECED. *Ricardo Garutti é gerente comercial da Struxi – distribuidora de equipamentos para automação. Engenheiro eletrônico formado pela Faculdade de Engenharia Mauá, é tutor KNX e soma mais de uma década de atuação no mercado de automação predial e residencial.
Referências técnicas
144
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Escalas, unidades e medidas empregadas no dia a dia do engenheiro eletricista.
Conversão de unidades
Em continuidade ao tema publicado na edição anterior, em que nesta seção estavam
tabelas com as principais grandezas e unidades de medidas, neste mês, é disponibilizada uma tabela de conversão de unidades. Assim, será possível transformar diversas unidades de grandeza em outras a partir de uma simples multiplicação. Estes cálculos são empregados em diversas áreas da engenharia elétrica (e de outras engenharias) a fim de se padronizar medidas ou simplesmente para facilitar o entendimento.
Conversão
de unidades
Multiplicar
De
Para
por
BTU
3,94.10 -4
HP.h
BTU
2.928.10 -4
kW.h
BTU/h
107,5
kgm/s
BTU/h
0,2931
W
ºF
obter
ºC cm
BTU/h2.
(— —)
0,0173
W/cm2.
(— —)
BTU/h2.
(— —)
0,0833
BTU/h.pé2
(— —)
BTU/h.Pé2.ºF
5,68.10 -4
W/cm2.ºC
BTU/h.Pé2.ºF
3,94.10 -4
HP/pé2. ºF
BTU/min
0,01758
kW
BTU/min
17,58
W
BTU/s
2,93.10 -4
kW
BTU/s
3,93.10
HP
BTU/s
3,94.10 -4
Caloria (grama)
3,9683.10 -3
BTU
Caloria (grama)
1,5596.10 -6
HP.h
Caloria (grama)
1,1630.10
kW.h
Caloria (grama)
3600/860
Joule
4,19
W/cm2
cv
75
kg.m/s
cv
735,5
W
cm
0,3937
cm
Pie ºF Pé
-4
ºF
Pie
cv
C
Cal/s.cm2
ºC—) (— cm
-6
pol.
1,308.10
-6
jarda3
cm
3,531.10
-6
pé3
cm3
0,06102
cm
1,076.10
cm
0,1550
pol.2
cm/s
0,036
km/h
3 3
2 2
pol.3 -3
pé2
ºC cm
(— —)
145
O Setor Elétrico / Abril de 2014
De
Multiplicar
Para
por
De
obter
Multiplicar
G 9 5
Grau Celsius
(oC — —) + 32
Grau Celsius
( C) + 273,15 o
(F - 32) — 5— 9
Grau Fahrenheit Grau trigonométrico
HP
42,44
HP HP (caldeira)
kW
0,7457
HP
Libra-força.pé/s
550
HP.h
BTU/min
kg.m/s
76,04
HP
C
o
kcal/min
10,68
HP
K
BTU/h
33479
HP
F
cv
1,014
J
2,684.106 0,7457
kW.h
HP.h
1,98.106
Libra-força.pé
HP.h
2,737.105
kgm
Jarda3
0,7646
Joule
9,480.10
Joule
0,7376
Joule
2,389.10
Joule
22,48
Libra
Joule
1
W
kcal/h.m
2
kg kgf/cm2 kgf/cm3 km km km km2 km2 km/h km/h km/h km/h kgf kW kW kW kW/h kW/h kW/h kW/h kW/h kW/h
C —) (— — m o
m3
kcal
K
kW
Libra-força.pé3
0,01602
g/cm3
3
Libra-força.pé
16,02
kg/m3
Libra-força.pol
17,86
kg/m
Libra-força.pol2
0,07301
kg/cm2
Libra-força.pé/min
3,24.10
kcal/min
Libra-força.pé/min
2,260.10-5
kW
Libra-força.pé/s
0,07717
BTU/min
Libra-força
16
onça
Litro
0,2642
Litro/min
5,886.10
Libra-força/pé
3,24.10
Libra-força/pé
1,488
Libra-força/pé
3,766.10
Libra-força/pé
0,1383
Libra-força/pé2
0,0421
Libra-polegada
2,93 x 10
-4
galão pé3/s
-4
kcal
-4
kg/m kW.h
-7
kgfm kg/m2 Quilograma-metro
-4
F —) (— —
0,671
BTU/h.pé2
2,205 14,22 3,613.10 -5
Libra Libra-força/pol2 Libra/pol3
1094 3281 0,6214 0,3861 10.76.10 -6 27,78 0,6214 0,5396 0,9113 9,807 56,92 1,341 14,34 3413 859850 1,341 3,6.106 2,655.106 3,671.105
Jarda pé Milha Milha2 pé2 cm/s Milha/h nó pé/s J/m (N) BTU/min HP kcal/min BTU Cal HP.h J Libra pé kgm
quadrado (kgm2)
M
Libra-força.pé -4
1,356.10-3
m m m m m3
BTU
-4
Libra-força.pé/s
quadrada (sq.in.lb)
HP.h
J
obter
L
0,01745 Grau radiano
H
Para
por
o
Pie
m3 m m/min m/min m2 m2 m.kg m/s m/s Micrômetro Milha/h Milha/h Milha quadrada Milha Milímetro
1,094 5,396.10-4 6,214.10-4 39,37 35,31 61023 1,667 0,03238 0,05408 10,76 1550 7,233 2,237 196,8 10-6 26,82 1467 2,590 0,001 0,03937
Newton
1.105
Dina
Nó
1,8532
km/h
Nó
1,689
pé/s
Newton
0,1019
Quilograma-força (kgf)
Jarda milha marítima milha terrestre pol. pé3 pol.3 cm/s nó pés/s pé2 pol.2 Libra-força.pé milha/h pé/min m m/min pé/s km2 pol. pol.
N
ou quiloponde (kp) Newton-metro
0,1019
Quilograma-força (mkgf) ou quiloponde-metro (mkp)
Newton-metro
0,7376
Libra-força pé (ft. lb)
Referências técnicas De
Multiplicar
146 Para
por
obter
O Onça
28,349
grama
Pé
0,3048
m
Pé/min
0,508
cm/s
Pé/min
0,01667
pé/s
Pés/s
18,29
m/min
Pé/s
0,6818
milha/h
Pé/s
0,5921
nó
Pé/s
1,097
km/h
Pé2
929
cm2
Pé
30,48
cm
Pé3
28,32
litro
Pé3/Lb
0,06242
m3/kg
Pé /min
472
cm3/s
Pol.
25,40
mm
Pol.3
0,01639
Pol.
1,639.10
P
3
3
litro -5
m3
Pol.3
5,787.10 -4
pé3
Quilo caloria
3,9685
Quilo caloria
1,560.10
Quilo caloria
4,186
J
Quilo caloria
426,9
kgm
Quilo caloria
3,088
Libra-força.pé
Quilogrâmetro
9,294.10 -3
BTU
Quilogrâmetro
9,804
J
Quilogrâmetro
2,342.10 -3
kcal
Quilogrâmetro
7,233
libra-força.pé
Quilograma-força
2,205
Libra-força (lb)
7,233
Libra-força-pe (ft. lb)
Quilowatt (kW)
1,358
Cavalo vapor (cv)
Quilograma-metro
23,73
Libra-pé quadrado
Q BTU -2
HP.h
(kgf) ou quiloponde (kp) Quilograma-força metro (mkgf) ou quiloponde metro (mkp)
quadrado (kgm2)
(sq. ft. lb)
R
min.
Radiano
3438
rpm
6,0
grau/s
rpm
0,1047
radiano/s
Radiano/s
0,1592
rpm
Watt
0,05688
Watt
1,341.10 -3
HP
Watt
0,01433
kcal/min
Watt
44,26
Libra-força.pé/min
Watt
0,7378
Libra-força.pé/s
W
BTU/min
Espaço Cigré
148
O Setor Elétrico / Abril de 2014
Projetos de geração eólica Por Saulo José Nascimento Cisneiros e Manoel de Jesus Botelho (*)
Desde a instituição em 2002 do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), observa-se tanto o aumento do interesse por esta fonte de energia quanto a redução do custo do MWh negociado nos leilões de energia. Em 2005, o Brasil tinha cerca de 30 MW de capacidade instalada. Em 2011 experimentou uma evolução sustentada, cuja capacidade instalada chegou a 1.500 MW. Em dezembro de 2012 atingiu o marco de 2.500 MW e tem mais de 6.000 MW de potência a ser instalada até 2017, constituindo-se assim um dos mercados mais promissores para geração de energia eólica nos próximos cinco anos. Esta crescente participação da geração eólica na matriz de energia elétrica brasileira é traduzida pela grande quantidade de parques eólicos a ser implantada, sobretudo nas regiões Sul e Nordeste, onde se concentram os ventos mais favoráveis para geração eólica no Brasil, de acordo com o atlas anemométrico nacional. Isso demanda soluções estruturais robustas na rede básica para viabilizar o escoamento de toda essa produção, além do desenvolvimento de projetos que visem aprimorar o processo de previsão de geração eólica com vistas aos processos de programação e despacho. Na Região Sul está previsto um crescimento das fontes eólicas de 2,7% para 7,9% da capacidade instalada, enquanto que na Região Nordeste a geração eólica irá experimentar um forte incremento de 4,9% para 22,8%. Este fato proporciona uma complementaridade entre as demais fontes existentes no Sistema Interligado Nacional (SIN). Por outro lado, a
intermitência e a sazonalidade da geração eólica impactam diretamente a operação do sistema, demandando ações de controle e/ou medidas operativas suplementares, visando garantir a segurança operacional do sistema elétrico. Frente a este desafio, torna-se necessário realizar estudos e análises para aprofundamento destas questões, cujos resultados levarão ao estabelecimento de novos requisitos para os Procedimentos da Rede Básica. Isto tem se constituído em um grande desafio para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A evolução da geração eólica em comparação com as demais fontes está mostrada na tabela a seguir:
A evolução da potência eólica contratada nos leilões de energia está mostrada na figura a seguir, o que representa um crescimento de 350% em cinco anos.
Contexto da geração eólica no cenário nacional
A constante busca pelo desenvolvimento sustentável, com uso de fontes de energia limpas e renováveis tem fomentado o crescimento da energia eólica no cenário mundial. Como resultado, a produção de energia elétrica por meio de aerogeradores atingiu um estágio de maturidade que a coloca como participante da matriz energética em vários países onde
FONTE
2012 (MW)
2017 (MW)
EVOLUÇÃO (MW)
Hidro
89.521 - 77,9%
107.495 - 73,3%
17.974
Térmica
22.919 - 20,1%
29.853 - 20,5%
6.934
Gás
9.808 - 8,5%
12.706 - 8,7%
2.898
Biomassa
4.948 - 4,3%
5.875 - 4,0%
927
Oléo
4.048 - 3,5%
4.672 - 3,2%
624
Carvão
2.125 - 1,8%
3.025 - 2,2%
1.080
Nuclear
1.990 - 1,7%
3.395 - 2,3%
1.405
Eólica
2.508 - 2,2%
8.770 - 5,8%
6.262 (350%)
114.958
146.128
31.170 (27,1%)
Total
Figura 1 – Evolução da geração eólica e das demais fontes de energia.
Figura 2 – Evolução da potência eólica contratada em leilões de energia.
149
O Setor Elétrico / Abril de 2014
o recurso natural é disponível, com projeção para vir a ter participação expressiva na matriz mundial nas próximas décadas. Duas importantes características básicas das fontes intermitentes (como é o caso da energia eólica) – incerteza e variabilidade – aumentam significativamente os desafios para o planejamento e a operação do sistema interligado de acordo com padrões técnicos e econômicos adequados, fazendo-se necessária a mudança da visão tradicional dos planejadores e operadores frente a este novo desafio. A geração intermitente apresenta grande incer teza e variabilidade em qualquer escala de tempo, uma vez que a natureza de sua fonte primária, o vento ou a luz do sol, resulta em flutuações que dependem intrinsicamente das condições ambientais. Uma consequência imediata é que a geração intermitente é muito menos previsível do que as fontes convencionais, cuja disponibilidade e despachabilidade são con troláveis. Esta incerteza tem um impacto direto no volume adicional da reserva de potência que deve ser provida para fazer face às variações bruscas desta geração, sobretudo nos horários de demanda máxima. A melhoria da previsibilidade e da despachabilidade da geração eólica é de fundamental importância para a programação e operação dessas fontes e também do sistema interligado. O desenvolvimento de ferramentas eficientes e adequadas de previsão
da geração eólica tem um papel vital para que estes objetivos sejam colimados.
Ações do ONS Diante deste contexto, o ONS como responsável pelo planejamento, programação, coordenação e controle da operação do Sistema Interligado Nacional criou no segundo semestre de 2012 o Grupo de Trabalho de Eólicas para enfrentar estes desafios e realizar estudos e análises para aprofundamento destas questões. Destacam-se os seguintes pontos: experiências com as plantas eólicas em operação; requisitos, critérios e procedimentos para programação da operação, para a operação em tempo real e para os estudos de qualidade de energia; critérios e metodologia para quantificação da Reserva de Potência Operativa do SIN, considerando a geração eólica; análise do comportamento do SIN e das plantas eólicas diante de fenômenos de transitórios eletromagnéticos e eletromecânicos decorrentes da presença da geração eólica. Além disso, o Grupo de Trabalho de Eólicas tem a missão de integrar, de forma corporativa, todos os estudos e análises sobre geração eólica em curso na Organização, visando propiciar integridade, unicidade e robustez nos resultados a serem obtidos. O GT-Eólicas tem as seguintes atribuições: •
Estabelecer
requisitos,
critérios
e
procedimentos para integração da geração eólica ao SIN, aplicados aos estudos, análises e atividades realizadas pelo ONS em suas diversas etapas; • Estabelecer diretrizes de trabalho e acompanhar as atividades das forças-tarefas criadas e subordinadas ao GT, que serão responsáveis por assuntos específicos sobre a integração de geração eólica ao SIN; • Estabelecer programa de trabalho no âmbito do acordo EPE/ONS para troca de experiências e de dados estatísticos, bem como para a integração entre as Bases de Dados da EPE e do ONS; • Propor alterações e aperfeiçoamentos nos Procedimentos de Rede para integração da geração eólica ao SIN. Os agentes participam de todos os processos formais que estão sob a responsabilidade do ONS, sobretudo quanto às propostas de alteração nos procedimentos de rede emanadas dos resultados dos trabalhos do GT-Eólicas, cujo processo já estabelece a participação de todos os agentes envolvidos. Na próxima edição, serão abordadas a estrutura do GT-Eólicas e as referências do ONS sobre o tema, assim como as próximas ações previstas. * Saulo José Nascimento Cisneiros e Manoel de Jesus Botelho são coordenadores do Grupo de Trabalho de Geração Eólica criado pelo ONS.
Ponto de vista
150
O Setor Elétrico / Abril de 2014
O sucateamento da engenharia no Brasil De todas as ciências, a engenharia, desde a antiguidade, teve um papel decisivo no processo de evolução da sociedade e bemestar das pessoas. O Império Romano, por exemplo, graças à engenharia, criou uma rede de aquedutos, estradas, fontes, rede de esgotos, cidades, arenas em toda a Europa, sendo que muitos desses sistemas, cerca de dois mil anos depois, funcionam e nos permitem tomar água fresca em Roma, Florença ou Veneza, captadas por aquedutos nos Alpes a milhares de quilômetros. Não obstante os ardis e esforços militares, foi a engenharia que sustentou e tornou viável a administração logística do Império Romano, que em seu apogeu chegou a dominar uma área equivalente a quase toda a Europa, norte da África, parte do Oriente Médio e Ásia, mais de 30 Estados nos dias de hoje. A engenharia, invenção decorrente da necessidade do ser humano em ter uma vida melhor, com mais saúde e mais comodidade, desde os primórdios de sua existência, existe para servir, sendo seus profissionais, desde priscas eras, sacerdotes a serviço da comunidade e do bem-estar social. Ao longo dos séculos, a engenharia foi se modernizando e se ajustando às novas descobertas da ciência e se tornou cada vez mais útil em sua missão de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Hoje constatamos em nosso cotidiano sua presença em todas as horas do dia. Somos diretamente beneficiados por toda a indústria da engenharia, hidráulica, mecânica, eletricista, naval, de telecomunicações, de produção de alimentos, entre tantas outras. Ocorre que, com essa dependência, nossa
sociedade começou a demandar serviços cada vez mais complexos e precisos. Um engenheiro de qualquer área que emite laudos sem atestar se conferem com a obra projetada ou executada, ou ainda, assina uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de uma obra que nunca vistoriou, está negando todos os valores altruístas da profissão, além de colocar em risco vidas humanas, bem precioso de valor inestimável. Destarte, a Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil (Aerbras) vem publicamente externar seu repúdio aos maus profissionais que atuam em todos os ramos da engenharia, emprestando o nome, bem como assinando obras que são projetadas e executadas por terceiros e, para tanto, o fazem cobrando preços vis, atentando quanto à dignidade profissional de todos os bons engenheiros. Apoiamos a postura rígida adotada pelo CREA/SP, que em defesa da classe profissional e da sociedade em geral, vem atuando e punindo os engenheiros negligentes com seus deveres deontológicos e profissionais. Zelar pela vida e pelo direito do cidadão também faz parte das nossas obrigações.
Por Adriano Fachini, empresário do setor de telecomunicações e presidente da Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil (Aerbras).
Agenda
152
2 a 6 de junho
Cursos
Instalador fotovoltaico
Descrição
Informações
Promovido pela empresa Neosolar Energia, o curso tem como objetivo capacitar instaladores de sistema fotovoltaico OffGrid, que são muito usados em lugares remotos, com difícil acesso à rede elétrica. Em 2013, a empresa formou mais de 50 instaladores fotovoltaicos. As aulas, divididas em parte teórica (dois dias) e prática (três dias), são destinadas a instaladores, eletricistas técnicos, engenheiros, arquitetos, empreendedores, entre outros.
Local:
2 a 6 de junho
Uberlândia (MG) Contato: (11) 4328-5113 cursos@neosolar.com.br
Gestão predial
Descrição
Informações
Proporcionar aos participantes os conhecimentos indispensáveis para que possam atuar com desembaraço e segurança na área predial é o objetivo deste curso promovido pela NTT. Gestão predial – definições, estratégia e metodologia; manutenção predial; manutenção de alto desempenho; terceirização; e automação predial são alguns dos temas que serão apresentados neste curso. O público-alvo são profissionais que atuam ou pretendem atuar na área de gerenciamento de complexos prediais.
Local:
9 a 11 de junho
Rio de Janeiro (RJ) Contato: (21) 3325-9942 cursos@ntt.com.br
Manutenção de equipamentos elétricos
Descrição
Informações
Recomendado a profissionais que estejam envolvidos com a manutenção elétrica industrial, este curso apresentará
Local:
em seu programa: conceitos de manutenção preventiva, preditiva, corretiva e manutenção centrada em confiabilidade. Serão fornecidas ainda noções básicas sobre isolantes. Equipamentos de testes para manutenção, manutenção de cabos, aterramentos, para-raios, transformadores de força e painéis.
Uberlândia (MG)
10 de junho
Contato: (34) 3218-6800 conprove@conprove.com.br
Proteção avançada em baixa tensão
Descrição
Informações
O objetivo deste curso da SEL é apresentar os aspectos fundamentais relativos à aplicação de relés inteligentes em Centro de Controle de Motores (CCMs) e explorar novas possibilidades e benefícios do uso de redes Ethernet na baixa tensão. É voltado para engenheiros, tecnólogos e técnicos envolvidos com assuntos de proteção e controle. Necessário conhecimento prévio de matemática fasorial, números complexos, circuitos elétricos e sistemas trifásicos.
Local:
29 e 30 de maio
Belo Horizonte (MG) Contato: (19) 3515.2000 atendimento@selinc.com
Encontro nacional de investidores em PCHs
Descrição
Informações
Trata-se da sexta edição do evento, que acontecerá, segundo os organizadores, em um momento importante para o setor de CGHs e PCHs, com novas medidas de incentivo adotadas visando a aprovação, viabilização e contratação de projetos nessa área. Entre os temas a serem debatidos no encontro estão: ajustes na regulamentação, competitividades com outras fontes, diretrizes para aprovação dos projetos, exigências ambientais, disponibilidade de energia no mercado livre.
Local:
2 a 6 de junho
Eventos
O Setor Elétrico / Abril de 2014
São Paulo (SP) Contato: (11) 5051-6535 info@viex-americas.com
Intersolar Europe
Descrição
Informações
Levando-se em conta que a cada dia o mercado solar torna-se mais importante no cenário mundial, o evento terá como objetivo promover o intercâmbio de informações que auxiliam no crescimento do setor. Na edição deste ano, as conferências serão realizadas de 2 a 5 de junho, e a feira de 4 a 6 de junho. A exposição trará os principais expositores nacionais e internacionais do segmento de energia fotovoltaica.
Local:
3 e 4 de junho
Munique (Alemanha) Contato: +49 7231 58598-0 www.intersolar.de
Redes subterrâneas de energia elétrica
Descrição
Informações
Em sua 10ª edição, o evento terá em sua programação, além do fórum, um workshop internacional sobre cabos isolados (com três módulos, coordenados pelo Cigré Brasil) e uma exposição, que poderá ser visitada pelos inscritos e por demais convidados. O tema do evento é Conversão de redes de distribuição de energia elétrica aérea para subterrânea: dificuldades e alternativas. Participarão empresas de distribuição e transmissão de energia elétrica, empresas de telecomunicações, empresas de tevê a cabo e similares.
Local:
3 a 5 de junho
São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br
Ilume Expo
Descrição
Informações
O tema da terceira edição do Ilume Expo é Novos paradigmas e tecnologias para os atuais desafios da administração municipal na gestão da iluminação pública. Além da exposição, o evento será composto por um fórum, que acontecerá nos dias 3 e 4 de junho e um workshop internacional sobre Leds, que será realizado no dia 5 de junho. Entre os temas que serão discutidos no fórum estão a eficiência energética e o relacionamento entre concessionárias de energia elétrica e órgãos públicos.
Local: São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Abril de 2014
3M 41 0800-0132333 www.3meletricos.com.br Altus 27 (51) 3589 9500 www.altus.com.br Alubar 95 (91) 3754-7100 cabos@alubar.net www. alubar.net Anuário O Setor Elétrico 147 (11) 3872-4404 publicidade@atitudeeditorial.com.br www.osetoreletrico.com.br Beghim 66 e 67 www.beghim.com.br BHS Eletrônica 133 (11) 2291-1598 comercial3se@bhseletronica.com.br www.bhseletronica.com.br Brasformer Braspel 137 (11) 2969-2244 brasformer@braspel.com.br www.braspel.com.br BTM 24 (11) 2431-4955 vendas@grupobtm.com.br www.grupobtm.com.br Cabelauto 107 (35) 3629-2514/2500 comercial@cabelauto.com.br www.cabelauto.com.br Cablena 23 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Clamper Fascículo e 49 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicação@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 103 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Cofibam 135 (11) 4182-8500 vendas@cofibam.com.br www.cofibam.com.br Comsystel Sistemas Eletrificados 98
Cordeiro 71 (11) 4674-7400 cordeiro@cordeiro.com.br www.cordeiro.com.br Corfio 129 (47) 3561-3777 corfio@corfio.com.br www.corfio.com.br Crimper 43 (11) 3834-0422 / 0800 7721 777 vendassp@crimper.com.br www.crimper.com.br Crouse-Hinds by Eaton 81 (15) 3353-7070 vendasbrasil@eaton.com www.crouse-hinds.com.br Daisa 22 (11) 4785-5522 vendas@daisa.com.br www.daisa.com.br Dutoplast 39 (11) 2524-9055 vendas@dutoplast.com.br www.dutoplast.com.br Eaton 33 (11) 4525-7100 vendaschbrasil@eaton.com www.eaton.com.br Efe-Semitrans 59 (21) 2501-1522 / (11) 5686-1515 adm@efesemitrans.com.br sp.vendas@efesemitrans.com.br www.efesemitrans.com.br Eletromar 35 0800 7242 437 www.hager.com.br Elos 12 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br Embrata 104 (11) 4513-8665 embratarui@terra.com.br www.embrata.com.br Enercon 63 (11) 2919-0911 vendas@enercon.com.br www.enercon.com.br ERG 134
(16) 3942-1880 vendas@erglojanr10.com.br www.erglojanr10.com.br
IBT 11 (11) 4398-6634 www.ibt.com.br ICE Cabos Especiais 117 (11) 4677-3132 www.icecabos.com.br IFG 150 (51) 3488-2565 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Induscabos 109 (11) 4636-2211 spvendas@induscabus.com.br www.induscabos.com.br Incesa 21 0800 700 3228 www.incesa.com.br Instrumenti 20
(11) 5641-1105 instrumenti@instrumenti.com.br www.instrumenti.com.br Intelli 83 (16) 3820-1539 copp@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Kanaflex 149 (11) 3779-1670 vendapead@kanaflex.com.br www.kanaflex.com.br Kienzle 90 (11) 2249-9604 timer@kienzle-haller.com.br www.kienzle-haller.com.br KRC 140 (11) 4543-6034 comercial@krcequipamentos.com.br www.krcequipamentos.com.br Legrand 55 (54) 2101-9900 est.brasil@legrand.com.br www.cablofil.com.br Lider Rio 29 (21) 3295-8600 comercial@liderrio.com www.liderrio.com Luminárias Projeto 126 (11) 2946-8200 vendas@luminariasprojeto.com.br www.luminariasprojeto.com.br
(11) 4158-8440 vendas@comsystel.com.br www.comsystel.com.br
EngePower 10 (11) 3579-8777 www.easypower.com/demo
Con-Fio 100 (21) 2495-4298 contato@con-fio.com www.con-fio.com
Fastweld 4ª capa (11) 2421-7150 rinaldo@fastweld.com.br www.fastweld.com.br
Luminotech 141
Conex 13 (11) 2331-0303 www.conex.ind.br
General Cable 17 (11) 3457-0300 vendas@generalcablebrasil.com www.generalcablebrasil.com
Mabitec 122 (11) 2337-1491 mabitec@mabitec.com.br www.mabitec.com.br
Connectwell 53 (11) 5844-2010 vendas@connectwell.com.br www.connectwell.com.br
Gimi 19 (11) 4752-9900 vendas@gimi.com.br www.gimi.com.br
Magnet 120-121 (11) 4176-7877 magnet@mmmagnet.com.br www.mmmagnet.com.br
Contactus Consultoria 115 (21) 3593-5001 comercial@contactus.net.br www.contactus.net.br
Hellermann Tyton 85 (11) 4815-9090 / (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermann.com.br
Copper 100 51 (11) 3478-6900 contato@copper100.com.br www.copper100.com.br
Histec 6 (11) 3018-0500 histec@histeccomercial.com.br www.histeccomercial.com.br
(11) 3872-4404 publicidade@atitudeeditorial.com.br www.osetoreletrico.com.br
153
Melfex 139 (11) 4072-1933 vendas@melfex.com.br www.melfex.com.br
Redes Subterrâneas 151 (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br www.rpmbrasil.com.br
Mersen 18 (11) 2348-2374 vendas.ep.brasil@mersen.com www.mersen.com
Rittal 7 (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br
Montal 130 (31) 3476-7675 vendas@montal.com.br www.montal.com.br
Sarel 87 (11) 4072-1722 sarel@sarel.com.br www.sarel.com.br
Mon-Ter 89 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Nambei Fios e Cabos 99 (11) 5056-8900 vendas@nambei.com.br www.nambei.com.br Naville 101 (11) 2431-4500 vendas@naville.com.br www.naville.com.br Nexans 3ª capa (11) 3048-0800 nexans@nexans.com.br www.nexans.com.br Newmax 94 (11) 3934-5000 vendas@newmax.com.br www.newmax.com.br Novemp 4, 5 e Fascículo (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Nutsteel 146 (11) 2122-5777 vendas.nutsteel@emerson.com www.nutsteel.com.br Obo Bettermann 112 (15) 3335-1382 info@obo.com.br www.obobrasil.com.br Paratec 110 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 47 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Perfil Líder 79 (11) 2412-7787 vendas@perfillider.com.br www.perfillider.com.br
Sassi Medidores 102 (11) 4138-5122 sassi@sassitransformadores.com.br www.sassitransformadores.com.br SEL Engenharia 143 (19) 3515-2040 engenharia@selinc.com www.selinc.com.br Siemens 9 www.siemens.com.br/protecao Steck 61 0800 122022 / 11 6245-7000 vendas@steck.com.br www.steck.com.br Strahl 37 (11) 2818-3838 vendas@strahl.com www.strahl.com Sultech 88 (51) 3013-0333 vendas@sultech.com.br www.sultech.com.br Telbra 123 (11) 2946-4646 www.telbra.com.br Tigre Tubos e Conexões 65 (47) 3441-5000 / 0800 707 4700 teletigre@tigre.com.br www.tigre.com.br 111 Trael (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Trafomil 91 (11) 4815-6444 vendas@trafomil.com.br www.trafomil.com.br Transformadores União 127 (11) 2023-9000 vendas@transformadoresuniao.com.br www.transformadoresuniao.com.br
Pfannenberg 31 (19) 3935-7187 info@pfannenberg.com.br www.pfannenberg.com.br
Unitron 131 (11) 3931-4744 robson.santos@unitron.com.br www.unitron.com.br
Press Mat 93 (11) 4534-7878 contato@pressmat.com.br www.pressmat.com.br
VR Painéis Elétricos 97 (17) 4009-5100 marketing@vrpaineis.com.br www.vrpaineis.com.br
Média Tensão 113 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br
RDI Bender 15 (11) 3602-6260 contato@rdibender.com.br www.rdibender.com.br
Walcenter 105 (21) 4009-7171 wtc@walcenter.com.br www.walcenter.com.br
Megabrás 92 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com
Real Perfil 14 (11) 2134-0002 vendas@realperfil.com.br www.realperfil.com.br
Wetzel 96 0800 474016 eletrotecnica@wetzel.com.br www.wetzel.com.br
What’s wrong here?
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O Setor Elétrico / Abril de 2014
O que há de errado? Observe a imagem e identifique os problemas de acordo com as prescrições da ABNT NBR 5410 – norma de instalações elétricas de baixa tensão. A foto foi registrada em uma grande instituição de ensino, na
ação Ilustr
: Ma
. uro Jr
grande São Paulo, e enviada pelo leitor José Carlos de Andrade França.
Resposta da edição 97 (Fevereiro/2014) O leitor ADRIANO LUIZ MIRA DO CARMO identificou corretamente os erros da instalação ilustrada ao lado, conforme orienta a norma de instalações elétricas de baixa tensão ABNT NBR 5410. A vencedora receberá, como premiação, um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras e uma inscrição gratuita em um curso a distância da Hilton Moreno Consulting. Parabéns a todos os leitores que mandaram suas respostas e continuem participando! Confira a resposta correta:
PREMIAÇÃO O leitor que mandar a melhor resposta, relatando todas as não conformidades da instalação ilustrada, de acordo com a normamãe das instalações elétricas de baixa tensão, a ABNT NBR 5410, será recompensado. O acertador ganhará um exemplar do Anuário O Setor Elétrico de Normas Brasileiras, publicação que traz as principais atualizações normativas do setor no último ano e ainda uma inscrição em um dos cursos a distância da Hilton Moreno. Não perca tempo! Mande a sua resposta para interativo@
A foto indica as principais não conformidades a seguir: (a) difícil acessibilidade dos componentes da instalação elétrica; (b) é proibido o uso de cordões paralelos conforme a ABNT NBR 13249 em instalações fixas; (c) o condulete deve ser provido de tampa; (d) conexão inadequada da ponta do eletroduto ao condulete, expondo uma parte da fiação.
Interatividade Se você encontrou alguma atrocidade elétrica e conseguiu fotografá-la, envie a sua foto para o e-mail interativo@atitudeeditorial.com.br e nos ajude a denunciar os disparates cometidos por amadores e por profissionais da área de instalações elétricas. Não se esqueça de mencionar o local e a situação em que a falha foi encontrada (cidade/Estado, tipo de instalação – residencial, comercial, industrial –, circulação de pessoas, etc.) apenas para dar alguma referência sobre o perigo da malfeitoria.
atitudeeditorial.com.br ou acesse www. osetoreletrico.com.br e mande já a sua opinião! Hilton Moreno é engenheiro eletricista, consultor, professor universitário e membro de comissões de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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