O Setor Elétrico (Edição 140 - Setembro/2017)

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Ano 12 - Edição 140 Setembro de 2017

Ensaios em subestações Análise dinâmica e teste do comutador sob carga com medição de resistência dinâmica PESQUISA EXCLUSIVA: fabricantes de equipamentos para condicionamento de energia projetam 10% de crescimento para 2017 RENOVÁVEIS Dimensionamento de filtros harmônicos em parques eólicos CINASE BELÉM Com reconhecimento do mercado, o congresso chega ao auge como o maior evento itinerante do Brasil



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Suely Mascaretti - Suely@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565

Suplemento Renováveis

Energia eólica: Discussão sobre aspectos relativos à aplicação de filtros harmônicos passivos em parques eólicos.

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Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta

Colaboradores desta edição: Alan Rômulo Silva Queiroz, Alexandre da Silva, Alexandre Moriel da Silva, Carlos Alberto Sotille, Cornelius Plath, Diogo Biasuz Dahlke, Eduardo César Senger, Eduardo S Martins, Fábio Niizu, Flávio Garcia, Flávio Resende Garcia, Gilberto Vieira Filho, Guilherme Fernandes, José Barbosa de Oliveira, José Rubens Macedo Jr., Luciene Coelho Lopez Queiroz, Luis Alberto Petorutti, Luis R. A. Gamboa, Marcelo Inácio Lemes, Marcelo Lemes, Markus Pütter, Patrick de Almeida, Patrick Roberto Almeida, Ricardo Campos e Victor Fischmann. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Painel de notícias Brasil recebe 77,8 milhões de raios por ano; Outubro terá bandeira tarifária vermelha no patamar 2; Leilões de hidrelétricas arrecadam R$ 12 bilhões; Finder avança na América Latina, Itaipu e Three Gorges fazem parceria estratégica; EDP e USP inauguram laboratório de smart grid; Panasonic Brasil adquire empresa de cogeração. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.

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Evento - CINASE Entre os dias 02 e 03 de agosto, ocorreu pela segunda vez na cidade de Belém (PA), o CINASE, que apresentou como novidade desta edição: apresentações técnicas da concessionária local e de outros especialistas da região.

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Fascículos

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Aula prática - Ensaio em subestações Análise dinâmica e teste de comutador sob carga com medição de resistência dinâmica.

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Pesquisa - Mercado de equipamentos para condicionamento de energia e grupo geradores Empresas do segmento afirmam ter apresentado crescimento médio de 11% em 2016 ante o ano anterior. Para 2017, esperam crescer 10%.

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Espaço 5419 Supervalorização dos captores pode retirar o foco da dependência do SPDA dos demais subsistemas: descidas, aterramento e equipotencialização.

Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Marcelo Paulino, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos.

49

86 90 91 92 94

Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento - Redes subterrâneas em foco João Barrico – NR 10 Roberval Bulgarelli - Instalações EX José Starosta – Energia com qualidade

95

Ponto de vista Novas tecnologias geram economia na iluminação pública, oferecendo também sustentabilidade e maior segurança à população.

96

Dicas de instalação Tutorial sobre variações de tensão de curta duração – 1ª parte.

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Editorial

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O Setor Elétrico / Setembro de 2017 Capa ed 140_A.pdf

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10/2/17

12:25 PM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 12 - Edição 140 Setembro de 2017

Ensaios em subestações Análise dinâmica e teste do comutador sob carga com medição de resistência dinâmica PESQUISA EXCLUSIVA: fabricantes de O Setor Elétrico - Ano 12 - Edição 140 – Setembro de 2017

equipamentos para condicionamento de energia projetam 10% de crescimento para 2017 RENOVÁVEIS Dimensionamento de filtros harmônicos em parques eólicos CINASE BELÉM Com reconhecimento do mercado, o congresso chega ao auge como o maior evento itinerante do Brasil

Edição 140

Impresso ou e digital

Há pelo menos 15 anos a internet faz parte, efetivamente, das nossas vidas. Respondendo e-mails no trabalho,

interagindo com amigos nas redes sociais, vendo tutoriais em canais de vídeos e pesquisando tudo, qualquer coisa, o tempo todo. Hoje em dia, ninguém mais leva dúvidas para o dia seguinte. Qual foi mesmo o filme vencedor do Oscar? Quem ganhou o jogo? Qual o nome daquela ponte famosa na Califórnia? Basta ter um celular carregado à mão e pronto, dúvidas sanadas.

Há quem diga que o digital ganhou o mundo de tal maneira que são poucos os que ainda leem jornal ou revista

para se informar. Seria o apocalipse das mídias impressas? Se você está lendo este artigo em papel, certamente, duvida dessa previsão, assim como eu e como muitos especialistas de mídias do Brasil e do mundo.

Para eles, a primeira verdade é a de que o digital não vai substituir o conteúdo, nem a publicidade impressa. Isso

porque o conteúdo digital tende a ser factual e ideal para respostas rápidas. Em um seminário que discutiu o futuro das mídias impressas, realizado recentemente em São Paulo, Walter Longo, presidente do Grupo Abril, explicou que as respostas para as perguntas “O que? Quando? Onde?” estão nas mídias digitais, mas aqueles que têm a chamada “curiosidade epistêmica”, que é a curiosidade de saber porque as coisas acontecem e quais as consequências dos fatos, continuarão procurando veículos tradicionais de marca já reconhecida. O que fica claro é que a curiosidade mais profunda, mais estratégica, mais analítica tende a continuar nos impressos.

É fato, no entanto, que a mudança é o único estado permanente e que não inovar não é opção. A mídia impressa

continuará existindo por muitos e muitos anos, mas ela também precisa se reinventar. Fechar os olhos para o digital está absolutamente fora de questão. O que os gurus da área dizem é que o mundo virtual não substituirá o impresso tradicional, mas será somado a ele.

Para se ter uma ideia, uma pesquisa apresentada por Earl J. Wilkinson, diretor executivo da International News

Media Association (INMA), revelou que, nos Estados Unidos, 56% da leitura de jornal é feita no impresso, enquanto 11% se divide entre impresso e web; outra parcela de 11% mistura impresso, web e mobile; 5% impresso e mobile; 6% apenas web; 7% web e mobile; e 4% fica com o mobile. O uso do mobile tende a crescer muito nos próximos anos, mas as pessoas continuarão usando todos os recursos disponíveis, incluindo o impresso.

Por isso, entendemos que a ida para o mundo digital deve ser um mecanismo de adição e não de substituição.

A revista O Setor Elétrico, por exemplo, tem suas páginas impressas folheadas por milhares de leitores, mas também está disponível em aplicativo e site. Estamos em todas as redes sociais, em eventos e em premiações. Porque o público leitor está em tudo.

A mídia impressa tem modificado suas funções, se aperfeiçoado e contado com a internet como complemento,

mas, seguramente, continua mais viva do que nunca!

flavia@atitudeeditorial.com.br Redes sociais

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Revista O Setor Elétrico


Há 65 anos fazendo parte da história do Brasil Uma história, uma marca, produzindo produtos com técnologia e confiabilidade

Há 65 anos fazendo história no Brasil a Beghim, agora parte do grupo DKC, inicia uma nova fase com a presença de novas tecnologias na fabricação de equipamentos da mais alta qualidade. Atendendo a demanda nacional para os mais diversos setores industrais, prediais e GTD. Com as linhas de barramentos blindados e barramentos para iluminação, disjuntores, interruptores e chaves magnéticas, além dos painéis para baixa tensão e média tensão. Com representantes em todos os estados e assistência técnica de equipamentos Beghim, com peças genuínas e técnicos especializados em todo o território nacional.

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Coluna do consultor

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

Que tal apertar o reset?

A situação política descambou de uma tal forma nas últimas

semanas que parece que a única saída seria o recomeço. Não basta, pois, a quadrilha que deteve as chaves do cofre fez o uso do conteúdo em benefício próprio como se não houvesse amanhã. E, como se não houvesse amanhã, tratou a infraestrutura, a saúde, a educação, subtraindo para suas contas e dos correligionários que agora soltam suas línguas para salvarem suas peles. Um deles demonstrou medo de ir preso tendo em vista seu receio de ser atacado em outro órgão, aliás, órgão que nos lembramos quando se fala desta quadrilha. Então, o que se assiste é a persistência daqueles que não enxergam o que se passou e continuam a apoiar estes bandidos que, se porventura venham a disputar as eleições, terão seus votos.

Investimentos em saúde, se feitos, deveriam ser feitos não

só na montagem dos centros de saúde, mas em sua operação e manutenção com profissionais capacitados e bem remunerados. Transporte, segurança, desenvolvimento urbano, mineração e energia também só foram fonte de roubalheira e nada foi feito.

Enquanto aprendemos a escolher democraticamente novas

peças neste novo momento, nos resta uma alternativa: contr +alt +del. Vamos nos livrar desta podridão de políticos e de outros gatunos que nos assolam e nos impedem de sair desta imensa cloaca que nos colocaram.

No nosso mundo elétrico, passamos pela CBQEE, em

Curitiba, com muito boa organização e interessantes temas que serão apresentados nas próximas edições. Em meados de outubro, vem o Cinase, que volta à simpática cidade de Vitória em mais um grande evento.

Vamos aguardar os próximos capítulos.



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Brasil recebe 77,8 milhões de raios por ano Nova ferramenta de medição do Inpe revela dados mais precisos sobre a incidência de raios no país. O estado do Tocantins é o mais atingido, com 17,1 raios por quilômetro quadrado A nova rede denominada BrasilDATDataset,

(11,4), Mato Grosso (11,1), Roraima (7,9),

do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do

Piauí (7,7) e São Paulo (5,2), que são os dez

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),

primeiros estados com maior densidade de

tornou mais exatas as informações acerca

raios por quilômetro quadrado por ano.

da incidência de raios no país. Levantamento

divulgado neste mês de setembro revela que,

no Pará, apresenta um índice de 44,32 raios

nos últimos seis anos, a média anual registrada

por quilômetro quadrado por ano e carrega

é de 77,8 milhões, 40% superior à última

o título de município com maior densidade

estimativa, de 2002, que apontava cerca de 55

de raios do país, enquanto que a cidade de

milhões de raios anuais.

São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, é

A diferença é atribuída às limitações

campeã na probabilidade de morrer atingido

do levantamento anterior feito com base

por raio, com 20,63 mortes por milhão de

em dados de satélites que apresentavam

habitantes por ano. São Gabriel da Cachoeira

restrições devido à amostragem temporal

tem uma densidade de raios de 24,51 raios

(os satélites não eram geoestacionários),

por quilômetro quadrado por ano, superior a

eficiência de detecção (dependente do

todas as capitais brasileiras.

tipo de tempestade) e discriminação entre

as descargas que atingem o solo (raios) e

com maior densidade de raios por quilômetro

aquelas que ficam dentro das nuvens. O

quadrado por ano fica por conta de Rio

impressionantes de tempestades severas,

novo sistema integra diferentes tecnologias

Branco (30,13) Palmas (19,21), Manaus

depoimentos de cientistas, de executivos do

de detecção de raios em superfície e permite

(18,93), São Luís (15,12), Belém (14,47) e

setor e de representantes governamentais.

identificar os raios com maior precisão.

São Paulo (13,26), ao passo que as capitais

O lançamento está previsto para outubro de

A cidade de Santa Maria das Barreiras,

O ranking das cinco primeiras capitais

Os novos dados apontam que 2012

com maior probabilidade de morrer atingido

2017, com exibição na Globo News.

registrou o número máximo de raios em

por raio são, respectivamente, Porto Velho,

“O documentário Ameaças do Céu

todo o período analisado: 94,3 milhões. A

Boa Vista, Campo Grande, Rio Branco e

surgiu da necessidade de levar ao público

justificativa está no aumento acentuado de

Palmas.

informações de que os eventos climáticos

raios na região norte relacionado ao evento

Entre as cidades com mais de 650 mil

severos estão aumentando significativamente

La Niña observado naquele ano. Após 2012,

habitantes, Osasco, Santo André, Guarulhos

no Brasil, com impactos no setor de energia.

um decréscimo quase que constante é

e São Bernardo do Campo, todas localizadas

Mostrar os bastidores do setor elétrico para

visto ao longo do período. Em 2013 foram

na

apresentam,

enfrentar o clima irá contribuir para limitar o

92 milhões, em 2014 foram 62,9 milhões e

respectivamente,

densidade

impacto dos eventos severos. À medida que

em 2015 foram 68,6 milhões de raios, ano

acima de 10, em consequência da influência

as mudanças climáticas se intensificam é

em que um acréscimo é observado devido

da urbanização na ocorrência de raios. Por

importante que sejamos capazes de conhecer

ao registro do evento intenso El Niño,

outro lado, entre estas cidades, São José dos

melhor como estamos afetando o clima e como

responsável pelo aumento acentuado dos

Campos apresenta a maior probabilidade de

o clima está nos afetando”, declarou a diretora

raios nas regiões sul e parte das regiões

morrer atingido por um raio.

e roteirista do documentário, Iara Cardoso.

grande

São

Paulo,

valores

de

sudeste e centro-oeste.

Ameaças do Céu apresentará ao público,

Ameaças do céu

o cenário atual dos danos e prejuízos que

da densidade de raios (quantidade de raios

A relação entre os eventos severos do

eventos climáticos severos causam nas linhas

por quilômetro quadrado por ano) para os

clima e os seus impactos no setor elétrico será

de transmissão, nas redes de distribuição e

diversos estados e municípios brasileiros. O

abordada de forma inédita no documentário

nas subestações. As tempestades severas

estado com maior densidade é o Tocantins,

Ameaças do Céu. O documentário de

causam hoje prejuízos ao setor elétrico que

com 17,1 raios por quilômetro quadrado,

média metragem conta com embasamento

ultrapassam R$ 100 milhões por ano, e que

seguido por Amazonas (15,8), Acre (15,8),

científico e abordará o assunto com uma

deverão, em 2030, ultrapassar os R$ 200

Maranhão (13,3), Pará (12,4), Rondônia

linguagem acessível a partir de imagens

milhões por ano, segundo o Elat/Inpe.

Foram detectados valores mais precisos



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Outubro terá bandeira tarifária vermelha no patamar 2 Com bandeira vermelha, os consumidores devem ficar atentos ao consumo e combater o desperdício de energia elétrica. Esta é a primeira vez que o patamar 2 é acionado

A bandeira tarifária para o mês de outubro de 2017 será vermelha (patamar 2), com custo de R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos. É a primeira vez que o patamar 2 é acionado - desde que a bandeira vermelha passou a contar com as duas graduações, em janeiro de 2016.

Segundo o relatório do Programa Mensal

de Operação (PMO) do Operador Nacional do Sistema (ONS), o valor da usina térmica

a geração hidráulica inibida pela falta de

a bandeira, como acontece em outubro,

mais cara em operação é de 698,14 R$/

chuvas.

sinalizando que a energia está mais cara”,

MWh, da UTE Sepé Tiaraju (RS). A

situação

dos

reservatórios

“O setor elétrico tem uma grande

declarou o diretor da Aneel, Romeu Rufino.

das

dependência de geração hidrelétrica e,

Criado pela Agência Nacional de Energia

níveis

realmente, o regime hidrológico está muito

Elétrica (Aneel), o sistema de bandeiras

preocupantes e, ainda que não haja risco

desfavorável, com o nível dos reservatórios

tarifárias sinaliza o custo real da energia

de desabastecimento de energia elétrica, é

em uma situação bastante crítica. Isso não

gerada, possibilitando aos consumidores

preciso reforçar as ações relacionadas ao

significa qualquer risco para o abastecimento

o bom uso da energia elétrica. A medida

uso consciente e combate ao desperdício.

de energia, mas, certamente, demanda o

vale para todo o sistema interligado, ou

As bandeiras tarifárias variam exatamente

despacho de térmicas mais caras. Então, na

seja, em todos os Estados brasileiros, com

para dar esse sinal aos consumidores. O

medida em que não conseguimos atender

exceção de Roraima e de alguns municípios

patamar 2 indica a necessidade de operar

à carga com hidrelétricas mais baratas,

do Amazonas que ainda estão no sistema

usinas térmicas mais caras para compensar

tendo que acionar as térmicas, isso aciona

isolado.

usinas

hidrelétricas

alcançou

Horário de Verão confirmado Após avaliação sobre a sua conveniência ou não, o governo decide manter o Horário de Verão

O Horário de Verão de 2017/2018 está mantido

para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Recentemente, o Governo chegou a anunciar que estava avaliando a conveniência ou não do horário de verão, considerando um estudo divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que analisou os efeitos do período na economia de energia elétrica. Com a decisão, o novo horário entra em vigor no dia 15 de outubro e se mantém até 17 de fevereiro de 2018.

À zero hora do primeiro dia do Horário de Verão, os

relógios devem ser adiantados em uma hora nas seguintes unidades federativas: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo. No último dia, os relógios devem ser atrasados em uma hora.


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O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Leilões de hidrelétricas arrecadam R$ 12 bilhões Usinas pertencentes à Cemig foram vendidas para empresas estrangeiras com ágio médio de 9,73% Os resultados obtidos no leilão de

ao Lote A, foi arrematada pela chinesa State

Grande, último lote do Leilão nº 01/2017, foi

concessão à iniciativa privada de quatro

Power Investment (SPIC), pelo valor de R$

arrematada pela italiana Enel Brasil, pelo valor

usinas hidrelétricas da Companhia Energética

7.180 bilhões, com ágio de 6,51%. A UHE

de R$ 1,419 bilhão, com ágio de 9,85%. A

de Minas Gerais (Cemig) foram considerados

São Simão, localizada no rio Paranaíba, entre

UHE Volta Grande tem potência instalada de

um sucesso pelo governo e renderam R$

os estados de Goiás e Minas Gerais, tem

380 MW, garantia física de 230,6 MWmédios

12,1 bilhões aos cofres públicos. As usinas

potência instalada de 1.710 MW e garantia

e também está localizada no rio Araguari, em

foram arrematadas por empresas da China,

física de 1.202,7 MWmédios.

Minas Gerais.

França e Itália.

Os lotes B e C licitaram as usinas

O governo federal também celebrou

hidrelétricas Jaguara e Miranda e foram

renovada confiança de investidores nacionais

a arrecadação de R$ 12,1 bilhões com

arrematados pela francesa Engie pelo valor

e estrangeiros na economia e nas instituições

a licitação das usinas hidrelétricas São

ofertado de R$ 2,171 bilhões e R$ 1,360

brasileiras. Gigantes do setor estão sendo

Simão, Miranda, Jaguara e Volta Grande.

bilhão, respectivamente. A usina de Jaguara

atraídas não só pelas oportunidades e

As empresas concessionárias vencedoras

fica no rio Grande, entre os estados de

perspectivas de negócios, mas também por

dispuseram-se a pagar ágio de 9,73% para

São Paulo e Minas Gerais, com potência

um novo modelo de atração de investimentos”,

obter o direito de explorar a produção de

instalada de 424 MW e garantia física de 341

comemorou o Ministro de Minas e Energia,

energia nessas quatro unidades. Ao todo, as

MWmédios. Já a UHE Miranda tem potência

Fernando Coelho Filho.

quatro usinas representam 2.922,0 MW de

instalada de 408 MW e garantia física de

capacidade instalada e 1.972,5 MW médios

198,2 MWmédios. Está localizada no rio

com o Governo e recorreu à justiça na

de garantia física.

Araguari, em Minas Gerais.

tentativa de suspender o leilão, mas não

Por

A usina hidrelétrica São Simão, referente

fim,

a

usina

hidrelétrica

Volta

“O sucesso dos dois leilões confirma a

Antes do leilão, a Cemig tentou acordo

obteve êxito.


Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Fixadores para fios e cabos www.fixtil.com.br

A Fixtil desenvolveu novos modelos de fixadores para fios e cabos para atender aos profissionais

que atuam em instalações elétricas. A nova linha inclui: - Fixador nylon autoadesivo: indicado para uso com abraçadeiras de nylon; - Fixador clip (nylon) autoadesivo: apropriado para organizar fios e cabos, devendo ser aplicado em superfícies lisas, madeira, vidro, metal, etc.; - Fixador nylon com bucha e parafuso: indicado para uso com abraçadeiras de nylon; - Fixador nylon autoadesivo: indicado para ser usado com abraçadeiras de nylon;

Novos fixadores são direcionados para uso doméstico, empresas, fábricas, condomínios, comércios, etc.

- Fixador alça de nylon: para ser fixado com pregos ou parafusos em estruturas de madeira ou também com parafuso e bucha em paredes de alvenaria.

A empresa destaca ainda os kits de abraçadeiras de nylon coloridas, que estão disponíveis nas cores azul, vermelha, natural e verde. As

abraçadeiras podem ser utilizadas com alguns modelos dos novos fixadores de nylon.

Cabo AtoxSil Solar www.sil.com.br

Para atender à norma recém-publicada ABNT NBR 16612:2017 – Cabos de

potência para sistemas fotovoltaicos não halogenados, isolados, com cobertura, para tensão de até 1,8 kV C.C. entre condutores – Requisitos de desempenho, a Sil Fios e Cabos Elétricos lança o cabo AtoxSil Solar 1,8 kV C.C.

Cabo foi fabricado para ser utilizado em arranjos fotovoltaicos, em conformidade com a norma ABNT NBR 16612:2017.

O novo cabo é produzido de cobre estanhado e conta com cobertura resistente aos raios UV. Não halogenado, o cabo é indicado para

instalação de arranjos fotovoltaicos em sistemas de geração de energia a partir de placas fotovoltaicas por meio da incidência de raios solares. Disponível para o consumidor a partir de outubro, o cabo solar da SIL pode ser encontrado em rolos de 100 m e em bobinas.

O gerente de engenharia de produto da SIL, Nelson Volyk, explica que o uso correto de condutores elétricos para cada aplicação é fundamental

para a durabilidade do produto e redução de riscos. No mercado existem cabos que não são fabricados para o uso em sistemas fotovoltaicos. Podem até ser parecidos com os cabos solares, mas não suportam o uso severo dos sistemas solares, como incidência de raios UV e ciclos térmicos significativos. Como o sistema fotovoltaico deve ser instalado para durar ao menos duas décadas, o uso do cabo correto é fundamental, por isso foi criada a nova norma.

Calibrador de pressão automático www.fluke.com.br/729

O novo calibrador de pressão automático Fluke 729 promete aumento da precisão e eficiência nas calibrações críticas.

De acordo com a fabricante Fluke, o produto simplifica o processo de calibração à medida que automatiza o bombeamento para um teste de pressão preciso, melhorando a integridade da calibração, compensando vazamentos e documentando automaticamente todo o processo de calibração de pressão para atender aos requisitos de conformidade e regulação.

Entre os recursos do Fluke 729, estão: a fácil documentação de calibração utilizando modelos definidos para os

transmissores e interruptores; a comunicação HART, que permite ajuste da saída de mA, adequação para valores aplicados e ajuste para pressão zero nos transmissores de pressão HART; e medição de sinais de mA nas saídas de transmissores, fornecimento e simulação de sinais de mA para teste de I/Ps e outros dispositivos de loop de mA. O 729 inclui uma fonte de alimentação de loop de 24V para teste e alimentação de transmissores em testes isolados e desconectados do sistema de controle.

Os resultados de calibração documentados podem ser carregados no software de gerenciamento de calibração

DPCTrack2™ para gerenciar a instrumentação, criar testes e relatórios de agendamento e organizar dados de calibração.

Com o equipamento, os técnicos introduzem uma pressão de alvo e o calibrador bombeia para o ponto de ajuste desejado enquanto o controle interno de ajuste fino estabiliza a pressão no valor solicitado.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Um giro pelas empresas que compõem o setor elétrico brasileiro.

Finder avança na América Latina Novo centro logístico da empresa foi inaugurado na Zona Franca de Montevidéu, no Uruguai A Finder, empresa especializada em automação industrial, oficializou recentemente o seu novo centro logístico na América Latina. O novo local está localizado na Zona Franca de Montevidéu, no Uruguai, e conta com equipe especializada e alta tecnologia para distribuição de produtos de forma rápida e eficaz aos diversos países da América Latina. O novo centro logístico receberá o comando, a estrutura e a força de trabalho da Finder Brasil e da Finder Argentina. A proposta é que o local receba suporte técnico e comercial, aumentando assim a participação em toda a região, abrindo portas para novos segmentos de mercado.

A conquista foi anunciada e celebrada

em um evento ocorrido na Finder Brasil

Equipe da Finder celebra a inauguração do novo centro logístico.

que reuniu seu time envolvido nas novas operações, a direção da matriz italiana, além

alguém que acredita no mesmo que a gente,

Carlo Palmieri, reforçou: “a Finder acredita

de clientes e parceiros de toda a América

é possível ficar mais forte, confiante e capaz

no potencial da região e, como sempre em

Latina. Na ocasião, o diretor comercial da

de tomar as medidas para tornar o seu sonho

sua história, as parcerias serão fundamentais

Finder Brasil e Argentina, Juarez Guerra, se

uma realidade”.

para o crescimento da marca na América

emocionou ao dizer que “alinhando-se com

Latina”.

O diretor mundial de vendas e marketing,

Induscabos inaugura biblioteca para funcionários Com esta ação, a empresa incentiva a leitura, a aquisição de conhecimento e a integração dos colaboradores

Os colaboradores da Induscabos agora podem contar com um novo

espaço para leitura de livros e entretenimento nos intervalos de descanso. O projeto “Bibliotecando Induscabos”, formado a partir de doações feitas pelos parceiros e funcionários da empresa, disponibiliza uma biblioteca com os mais variados títulos e temas de livros, e tem como objetivo contribuir para o aumento de conhecimento.

A leitura pode ser feita na própria biblioteca – espaço adequado para

leitura – ou, se preferir, o funcionário pode levar o título para leitura em casa, por meio do empréstimo do livro.

Localizada em uma área de 80 mil m² em Poá, São Paulo, a Induscabos

Condutores Elétricos fabrica fios e cabos elétricos de baixa, média e alta tensão no Brasil. Fundada em 1976, com capital 100% nacional, a Induscabos possui um dos mais modernos parques fabris em operação no país, contando com quatro unidades de produção e duas unidades laboratoriais, com capacidade de produção de cabos até classe 138 kV.

Biblioteca foi criada para incentivar a leitura entre os funcionários da companhia.


O Setor Elétrico / Setembro de 2017

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EDP e USP inauguram laboratório de smart grid Laboratório é o primeiro especializado no tema da América Latina e contribuirá para a transformação tecnológica do sistema elétrico brasileiro

A EDP Brasil e a Universidade de São Paulo inauguraram, recentemente,

o primeiro laboratório especializado em redes inteligentes da América Latina. Localizado no Centro de Estudos em Regulação e Qualidade de Energia (Eenerq), na USP, o espaço funcionará como um ambiente controlado para a realização de pesquisas na área de smnart grids e qualidade do fornecimento de energia.

Entre as funcionalidades do laboratório, destaca-se a presença de um

Centro de Operação Virtual, que simula os sistemas existentes nas distribuidoras de energia e possibilita a avaliação de novos sistemas e tecnologias antes que sejam aplicados na operação. Além disso, o núcleo conta com equipamentos para a emulação do funcionamento de dispositivos e medidores inteligentes, componentes básicos para a criação das redes inteligentes.

“O Laboratório de smart grids possui grande relevância para a EDP e

para o setor elétrico brasileiro. Isso porque estudos e testes poderão ser realizados de forma exaustiva e sistêmica permitindo assim, a implementação das funcionalidades das redes elétricas inteligentes, em redes de distribuição reais. Com essa iniciativa esperamos contribuir para a implantação das Smart Grids no país, beneficiando diretamente o cliente por conta da otimização da operação e pela oferta de soluções de serviços possíveis devido às redes inteligentes”, informa Miguel Setas, CEO da EDP Brasil.

No período em que estava sendo implantado, o funcionamento do

Laboratório de Smart Grids foi validado através da realização de teste com self-healing, que consiste no controle remoto de equipamentos espalhados pela rede elétrica capazes de religar a energia automaticamente de alguns consumidores em caso de pequenas ocorrências. A aplicação, que já é utilizada pela EDP em suas distribuidoras em São Paulo e no Espírito Santo, permite a retomada mais rápida do fornecimento, melhorando a qualidade de fornecimento de modo a impactar o mínimo possível os consumidores com interrupções no fornecimento de energia elétrica.

O Centro de Operação Virtual também permite o treinamento e a

capacitação de técnicos para utilizarem e monitorarem Redes Inteligentes. A ideia é aproximar o sistema elétrico brasileiro do que é considerado o futuro da distribuição de energia no mundo, e formar especialistas capazes de operar e gerir as novas tecnologias.

O laboratório foi uma iniciativa da EDP Brasil em parceria com o Núcleo

de Pesquisas em Redes Elétricas Inteligentes da USP. A iniciativa foi financiada com os recursos do Programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Aneel e contou com a parceira de grandes empresas do setor, tais como, CGI, GE, Sinapsis Inovação em Energia, Power Solutions, Spin Engenharia de Automação, National Instruments, S&C, Cisco, Logicalis, WEG, Indra e Ecil Energia.


Painel de empresas

16

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Instalação elétrica modular e certificada Cabeamento é instalado sob pisos elevados ou forros e recebe certificação em conformidade com a ABNT NBR 5410

com o projeto devidamente instalado e com todos os componentes certificados.

Ao levar ainda mais

confiabilidade na instalação aos usuários e às edificações, UL e Remaster ressaltam que o momento de mercado é delicado e exige das empresas de construção criatividade e investimento em tecnologia. Assim, muito mais do que produtos, as empresas estão oferecendo soluções completas em instalações elétricas, com segurança e atendimento às melhores práticas preconizadas pelas normas técnicas.

No que diz respeito ao

custo, Jubilut explica que o sistema precisa ser analisado como um todo. “Toda a instalação envolve componentes mais caros, certificados, mas a mão de obra, os custos indiretos Jubilut, conta que o uso de eletrocalhas

são menores porque se trata de um

começou a ser questionado por ser um

grande acordo corporativo, então, a

entrave à flexibilidade. Foi este motivo que

solução toda acaba tendo um custo-

levou a empresa a desenvolver um piso

benefício adequado”, justifica.

elevado com características técnicas de

facilidade de manuseio e de flexibilidade.

com a Portaria n° 51:2014 do Inmetro, que

O sistema de cabeamento acompanha a

estabelece as regras para todos aqueles

flexibilidade do piso. O conduíte blindado

que desejarem, voluntariamente, submeter

A certificação ocorre em conformidade

flexível incorpora o sistema de elétrica e

as instalações elétricas a uma avaliação da

flexibilidade aos projetos, a Remaster,

pode ser adequado ao layout do projeto.

conformidade em relação à norma técnica

empresa de pisos elevados, acaba de

Segundo a empresa, a manutenção é

ABNT NBR 5410:2014 (Instalações

fechar uma parceria com a UL do Brasil

quase inexistente e 95% do material é

elétricas de baixa tensão).

para fornecimento de uma solução

totalmente reaproveitado.

integrada de instalação elétrica modular e

um relatório com o selo do Inmetro, que

certificada.

ser readequado para outros projetos, em

comprova que projeto e instalação foram

caso de mudanças físicas da instalação.

bem executados e que os componentes,

instalações sejam entregues já certificadas

Jubilut esclarece que, primeiro, o projeto

produtos e sistemas utilizados atendem

pela UL. O sócio fundador e diretor de

é desenvolvido e instalado. Em seguida,

às normas técnicas e possuem as devidas

marketing da Remaster, Paulo Vinicius

a UL realiza a auditoria e a certificação já

certificações.

Com o objetivo de oferecer mais

A parceria prevê que todas as

A instalação torna-se um ativo e pode

A certificação é acompanhada de


17

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Panasonic Brasil adquire empresa de cogeração Adquirida Union Rhac oferece soluções para climatização e geração de energia a gás natural e biogás vendas da UR atingiu R$ 22 milhões. Para

da Union Rhac, empresa de referência no

2017, projeta-se um crescimento de 7%.

continuará atuando independentemente,

mercado de soluções para sistemas de

Já em três anos, a meta é alcançar um

em Barueri. Futuras contratações ainda

climatização e geração de energia elétrica

resultado entre 20% e 30% maior do que

serão analisadas, mas não haverá corte

a gás natural e biogás para médias e

em 2016.

de funcionários. A aquisição não é uma

grandes empresas

sobreposição de empresas e estruturas,

A Panasonic Brasil anunciou a compra

“A Panasonic está expandindo sua

Matsushita ressalta que “a Union Rhac

presença B2B no mercado. A estratégia

mas sim uma adição dos serviços da Union

é uma empresa de engenharia voltada

é alinhada globalmente e marca um novo

Rhac à Panasonic Brasil”.

para sistemas de cogeração, geração de

posicionamento da empresa para os 50

energia elétrica e sistema de resfriamento

anos de Brasil. Ao adquirir a UR, o objetivo

na liderança da companhia e os atuais

através de chillers por absorção, com mais

é fornecer soluções completas aos clientes

acionistas serão membros do conselho.

de 80% do market share no segmento. A

– não apenas produtos, mas atendê-los em

Contudo, a empresa passa a ser 100%

companhia oferece soluções energéticas

toda a cadeia desde concepção do projeto

da Panasonic, respondendo tanto à

para grandes edifícios comerciais e

à manutenção”, afirmou o presidente da

matriz no Japão quanto à filial brasileira,

indústrias. Em 2016, o faturamento de

Panasonic do Brasil, Michikazu Matsushita.

administradora.

Fundada em 1992, a Union Rhac

José Carlos Felamingo continuará

Atlas Copco assume distribuidor de compressores nos EUA Ativos adquiridos incluem compressores e equipamentos auxiliares para fabricantes industriais e outros clientes

A Atlas Copco, fornecedora de soluções de produtividade sustentável, adquiriu alguns ativos da Glauber Equipment Corporation, um

distribuidor de ar comprimido e prestador de serviços da marca.

A Atlas Copco adquiriu os negócios relacionados a compressores da Glauber Equipment, empresa sediada em Nova Iorque, nos Estados

Unidos. Essa parte da empresa vende, aluga, instala e presta serviços relacionados aos produtos Atlas Copco, incluindo compressores e equipamentos auxiliares, para fabricantes industriais e outros clientes. Seis funcionários da Glauber Equipment estão se juntando à Atlas Copco.

"Ter a equipe forte da Glauber Equipment como parte de nosso Grupo nos dará maior foco e acesso direto a mais clientes nesta

importante região", afirmou Vagner Rego, presidente da área de negócios Compressor Technique da Atlas Copco.


Painel de empresas

18

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Honda apresenta sistema de energia inteligente Sistema de transferência de energia totalmente integrado gerencia a energia entre a rede de fornecimento, residências e veículos elétricos

A Honda apresentou, durante o Salão do

Ele sublinha nossa promessa de desenvolver

Automóvel de Frankfurt 2017, uma novidade

um modelo de mobilidade mais sustentável",

chamada de Power Manager Concept (Conceito

complementa.

Gerenciador de Energia), um sistema de

O Power Manager trabalha agregando

transferência de energia totalmente integrado.

e distribuindo energia da rede, residências e

O sistema foi projetado para incorporar

empresas equipadas com painéis solares e

veículos elétricos a uma rede inteligente de

veículos elétricos.

fornecimento de energia elétrica. Ele possibilita

a coleta e a distribuição de eletricidade entre

da rede de fornecimento ou gerada pelos painéis

rede de fornecimento, residências, empresas

solares e pode ser usada para alimentar ou

e veículos elétricos para equilibrar, de maneira

aquecer estabelecimentos, bem como carregar

unidades do Power Manager para o projeto

inteligente, a demanda e o armazenamento

os veículos elétricos. Enquanto o veículo estiver

SMILE (Ideias Inteligentes para Conectar

eficiente de energia. A Honda irá aplicar a

plugado, a energia pode ser armazenada e

Energias) em um programa-piloto de rede

tecnologia do Power Manager como parte de

usada na residência ou vendida de volta à rede,

inteligente.

um projeto piloto de rede inteligente no oeste da

gerando, potencialmente, valor aos proprietários.

O projeto irá usar painéis solares e

França.

O sistema Power Manager pode ajudar a

unidades do Power Manager para criar uma

"Iremos incorporar a tecnologia elétrica

beneficiar a rede em momentos de baixo ou

rede inteligente de energia, em que a energia

em dois terços dos carros vendidos na região

alto fornecimento, e também representar uma

pode ser utilizada para carregar veículos

até 2025", afirma Philip Ross, vice-presidente

oportunidade de receita para proprietários de

elétricos,

sênior da Honda Motor Europa. "A introdução

veículos elétricos.

mesmo devolver eletricidade à rede quando

A eletricidade é recebida no sistema a partir

do Power Manager reforça esse compromisso. Ele usa uma tecnologia avançada que integra os veículos elétricos a uma extensa rede de energia

estabelecimentos

ou

requerido.

Projeto-piloto de rede inteligente na França

e, por isso, não será apenas um consumidor de energia, mas também irá contribuir para a rede.

alimentar

O projeto SMILE, apoiado pelo governo

francês, está interligando 17 projetos com o objetivo de criar uma rede inteligente de

A Honda Motor Europa irá fornecer

energia no oeste da França até 2020.


19

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Itaipu e Three Gorges fazem parceria estratégica Acordo prevê troca de conhecimentos em vários segmentos entre a holding e a binacional

Parceria estimula ampliação do relacionamento entre Itaipu e a corporação chinesa e a troca de conhecimento técnico entre elas.

Itaipu e a gigante China Three Gorges

um processo de retomada, o que é esperado

Corporation passarão a ter uma parceria

após três anos de recessão. Como o efeito da

ainda mais estratégica nas áreas de inovação

política monetária é crescente, o que começamos

e tecnologia. No último dia 2 de setembro, o

a ver agora é apenas o início da recuperação que

diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando

veremos até o fim do ano", diz Vianna.

Leone Vianna, e o vice-presidente da holding

chinesa, Lin Chuxue, assinaram em Pequim um

nova etapa. Para que, nas próximas

acordo de cooperação técnica. Vianna integra

décadas, continue a desempenhar um

a comitiva do Ministério de Minas e Energia na

papel fundamental no desenvolvimento

9ª Cúpula do Brics, bloco formado por Brasil,

econômico e social dos dois países sócios no

Rússia, Índia, China e África do Sul.

empreendimento, Brasil e Paraguai, a usina

está iniciando o projeto de modernização

A Three Gorges Corporation controla

Itaipu também está entrando numa

várias usinas chinesas. A mais importante

tecnológica das suas 20 máquinas, 18 das

delas é Três Gargantas, a maior do mundo em

quais ainda são das décadas de 1980 e 1990.

capacidade instalada.

A previsão é de que tudo esteja pronto em até

dez anos, com um investimento previsto de

O acordo firmado amplia o relacionamento

entre a holding chinesa e a Itaipu. Entre os

US$ 500 milhões. Essa atualização vai permitir

documentos, está um protocolo de intenções

que a usina mantenha os níveis de produção

para desenvolver ações conjuntas de pesquisa

que a levaram ao recorde mundial de geração

nas áreas de energia renovável. A Itaipu

de energia, em 2016.

desenvolve vários projetos neste setor, entre

eles o do biogás, replicado em várias partes do

Gorges Corporation prevê a realização

Brasil e do mundo.

de seminários técnicos para troca de

conhecimentos em temas operacionais,

A parceria foi renovada em meio a uma

O acordo entre Itaipu e a China Three

série de acordos bilaterais entre Brasil e a China.

seminários setoriais, estágios para jovens

“A missão Brasil-China, da qual participei para

engenheiros, projetos de pesquisa que

assinatura de acordo de cooperação técnica com

fortaleçam os parques tecnológicos e

a China Three Gorges, se dá em um momento

cooperação em projetos de responsabilidade

em que a economia brasileira está no início de

social e desenvolvimento regional.




Evento

22

Por Flávia Lima

fomenta negócios na região Norte

Abordando temas que cercam toda a cadeia do setor elétrico, CINASE Belém recebe mais de 500 participantes e cerca de 40 empresas apoiadoras e expositoras

O Setor Elétrico / Setembro de 2017


23

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Pela segunda vez na cidade de Belém

comissão que revisou a recém-publicada ABNT

Ricardo da Cunha Bezerra, falou sobre a

(PA), o Circuito Nacional do Setor Elétrico

NBR 5419 (SPDA); e do engenheiro José

estrutura de laboratórios da companhia, sobre

(CINASE), tradicional congresso itinerante do

Starosta, especialista em eficiência energética

os ensaios de alta tensão realizados e também

setor elétrico brasileiro, reuniu, entre os dias

e em qualidade da energia elétrica. Ambos

abordou a atuação da empresa na área de

02 e 03 de agosto, mais de 500 profissionais

coordenam o congresso durante os dois dias

prestação de serviços e projetos de pesquisa e

da engenharia elétrica na região com o objetivo

de evento.

desenvolvimento tecnológico na região. Bezerra

de trocar experiências e ter acesso a conteúdo

Entre as novidades da edição realizada em

enfatizou, em sua palestra, a importância da

técnico atualizado transmitido por especialistas

Belém, estiveram as apresentações técnicas da

realização de ensaios e da disponibilidade de

reconhecidos em suas áreas de atuação.

concessionária local e de outros especialistas

informações técnicas para a avaliação periódica

da região.

e garantia da qualidade dos equipamentos. De

de exposição, o CINASE tem a proposta de

O evento foi inaugurado com uma

acordo com o especialista, desde a implantação

ser um verdadeiro centro de debates sobre

apresentação do diretor comercial da Centrais

dos ensaios em buchas reservas na Eletronorte,

as boas práticas da engenharia elétrica, novas

Elétricas do Pará (Celpa), Marcos Almeida,

em 2009, não ocorreram mais sinistros de

tecnologias, normas técnicas e tendências

que abordou as mais recentes ações da

grandes proporções na empresa envolvendo

para o setor elétrico brasileiro. Nesse sentido,

companhia na região. Destaque para o projeto

esses equipamentos.

o congresso conta com uma estrutura de temas

de interligação da Ilha Marajó ao Sistema

Outros

que parte da geração até chegar às instalações

Interligado Nacional (leia mais sobre isso na

congresso foram: operação, manutenção e

de baixa tensão. O evento recebe a curadoria

entrevista publicada a seguir).

ensaios em subestações; o transformador

do engenheiro Jobson Modena, especialista

Na segunda apresentação do dia, o

elétrico e o meio ambiente; painéis de média

em proteção e aterramento, coordenador da

especialista da Eletronorte, o engenheiro

tensão e a revisão da ABNT NBR IEC 62271-

Constituído por congresso técnico e área

temas

discutidos

durante

o

200; qualidade da energia elétrica e eficiência energética; energia solar fotovoltaica; revisão da ABNT NBR 5410; os impactos da ABNT NBR IEC 61439-1: Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão; a ABNT NBR 5419:2015 e a proteção em áreas abertas; certificação de equipamentos de iluminação; e segurança do trabalho.

Daniel de Oliveira Sobrinho foi um dos

especialistas da região convidado para abordar um dos temas de maior interesse do público: a fonte solar fotovoltaica. Em sua apresentação,


Evento

24

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

A edição de Belém surpreendeu ao contar com a participação efetiva de cerca de 40 empresas, entre patrocinadoras e apoiadoras.


25

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Sobrinho enfatizou que há um grande espaço

As empresas apoiadoras possuem um

para desenvolvimento desse tipo de fonte. “Só

papel fundamental para o sucesso do CINASE.

em usinas de grande porte, o nosso potencial

“Antes da realização de cada etapa, fazemos

técnico, segundo a Empresa de Pesquisa

diversas reuniões com empresas, instituições de

Energética (EPE), representa mais de 28.500

classe e associações com o intuito de promover

GW, o equivalente a 200 vezes toda a matriz

o evento na região e atrair um público realmente

elétrica brasileira, que atualmente é de 152

qualificado para o congresso. O retorno desse

GW, somando todas as fontes”, apresentou. Ele

trabalho pré-evento é muito gratificante”, conta

contou ainda que nos telhados das residências,

a diretora do evento, Simone Vaiser.

segundo mapeamento técnico e teórico da

EPE, temos um potencial inexplorado de 164

que apoiou a realização do evento na região,

GW, mais do que todo o potencial instalado no

principalmente, em razão da deficiência de

Brasil. Assim, só os telhados residenciais do

informação técnica no Estado. “Eu fui um

país seriam capazes de suprir a demanda de

grande entusiasta da realização do evento

mais de duas vezes dos domicílios brasileiros.

em Belém. Infelizmente, este CINASE está

A DGraus Engenharia foi outra empresa,

Os temas supracitados foram explorados

sendo feito em um dos piores momentos

com profundidade por especialistas com grande

econômicos do país, mas, mesmo assim, a

experiência e envolvimento em suas áreas. Nos

receptividade foi excelente. A experiência

intervalos de cada palestra técnica apresentada

do CINASE já está madura e o resultado

por um especialista, os congressistas tiveram

foi

ainda a oportunidade de participar de diversas

Conseguimos,

mini palestras proferidas por profissionais das

contratos durante o evento”, declarou Nicolar

empresas expositoras. É importante mencionar

Wariss, diretor da DGraus Engenharia.

que todas as miniapresentações passam pelo

A edição de Belém surpreendeu ao

crivo dos coordenadores do evento e são

contar com a participação efetiva de cerca

focadas em assuntos estritamente técnicos,

de 40 empresas, entre patrocinadoras e

evitando

Dessa

apoiadoras. Foram elas: AltoQi, Aplicaciones

maneira, os participantes são abastecidos de

Tecnológicas, BRVal, Conexled, DLight, Eaton,

conteúdo técnico e de qualidade durante todo

Eletro Transol, Embrastec, Flir, Furukawa,

o período do evento.

Grupo Gazquez, Grupo A.Cabine, IFG,

Maurício Gouvea, diretor executivo da

Ipog, Kian Iluminação, KitFrame, Mecatron,

Alubar, patrocinadora máster, contou que

Minipa, Phoenix Contact, Proauto, Rittal, SEL,

ficou muito feliz em colaborar com o CINASE.

Siemens, Soprano, TAF, Tavrida Electric, TDK,

“Tivemos a chance de apresentar nossos

TE Connectivity, TechFix, Trael, Vicentinos

especialistas em palestras e entendemos que

e Weg. Já as companhias e instituições

o evento é uma oportunidade ímpar para todos

que

nós compartilharmos e desenvolvermos novas

promovendo o evento regionalmente, foram:

tecnologias. Acreditamos que todos os temas

ABEE-PA, Alubar, Celpa, Clube de Engenharia

contribuíram com o conhecimento de todos os

do Pará, Crea-PA, DGraus Engenharia, DSE,

que participam da gestão do setor de energia

Eletro Transol, Eletrobras Eletronorte, Sistema

paraense”, avalia Gouvea.

FIEPA, Mutua-PA, Senge-PA, Sinduscon-PA e

a UFPA.

abordagens

comerciais.

A distribuidora Eletro Transol concordou:

maravilhoso,

apoiaram

incluindo inclusive,

o

evento,

o

financeiro.

fechar

alguns

especialmente,

“resolvemos participar porque procuramos

A próxima edição do CINASE será realizada

sempre incentivar a multiplicação de conhe­

na cidade de Vitória (ES), entre os dias 19 e 20 de

cimento e eventos desse nível não são comuns

outubro. Para 2018, as etapas estão em processo

na região Norte. Sempre que iniciativas como

de definição, mas o que se pode adiantar é

esta aparecem são sempre bem-vindas. E a

que Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS) e Rio de

nossa marca tem que estar presente nesses

Janeiro (RJ) são as localidades mais cotadas para

eventos. Quem não é visto não é lembrado”,

receberem o evento no próximo ano.

avalia o diretor da Eletro Transol, Fabrício Bruno

Carvalho.

no site www.cinase.com.br

Mais informações podem ser encontradas


Evento

26

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Interligação da Ilha do Marajó Um dos assuntos apresentados durante

a construção de 441,4 quilômetros de

o CINASE e que despertou o interesse dos

linhas de transmissão e 244 quilômetros de

participantes diz respeito à interligação da Ilha

linhas de distribuição, além da construção

do Marajó, no Pará, ao Sistema Interligado

de 685 quilômetros de rede de distribuição.

Nacional (SIN). O projeto, que começou em

Essa primeira etapa do projeto atendeu aos

2012, objetiva levar energia a cerca de 500

municípios de Portel, Melgaço, Curralinho,

mil habitantes da Ilha, que se encontram em

Breves, Baião e Bagre. O presidente da

sistemas isolados.

Celpa conta que, apenas a primeira fase da

Esta era a condição de toda a Ilha do Marajó,

interligação evitará o consumo de 18 milhões

constituída por 16 municípios, até o início do

de diesel por ano, o equivalente a R$ 150

projeto, que está sendo executado em duas

milhões de retorno financeiro.

etapas. Em entrevista exclusiva à revista O Setor

A segunda fase, Marajó II, consistiu

camada de armadura de aço para proteção e

Elétrico, durante o congresso, o presidente da

na implantação de dois circuitos de cabos

pesam cerca de 430 toneladas. Eles possuem

Centrais Elétricas do Pará (Celpa), Nonato

subaquáticos para conectar a subestação de

uma cobertura de isolação feita de polímeros

Castro, contou que a região do Marajó dependia

Vila do Conde, em Barcarena, à subestação

que garantem a segurança dos fios condutores

totalmente da energia térmica a óleo diesel e

de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó. Com

em seu interior.

algumas áreas apresentavam muitas ligações

um comprimento de aproximadamente 17

clandestinas e outras sequer tinham acesso

quilômetros, os cabos totalmente isolados e

elevadora, que transforma a linha de 34,5

à energia elétrica. “Interligar a Ilha do Marajó

protegidos são responsáveis por levar energia

kV para 138 kV para levar a energia a outras

era um desejo de 50 anos e, por isso, se está

e dados aos municípios de Ponta de Pedras,

localidades. O lançamento dos cabos contou

fazendo história. Lá existem muitas indústrias,

Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari, Santa

com o auxílio de skid rollers, equipamentos

cultivo de arroz, empresários grandes, por isso,

Cruz do Arari, Anajás, Chaves, Afuá, São

motorizados que giram as bobinas onde os

a rede convencional foi escolhida: para levar

Sebastião da Boa Vista e Muaná.

cabos estão enrolados, soltando os mesmos

desenvolvimento”, avaliou Nonato Castro.

até o meio do rio Pará. Este processo durou,

Nonato Castro explica que a dificuldade

Linha de transmissão recém-construída de 138 kV – LT Portel/Breves.

Os cabos chegam até uma subestação

A primeira etapa, conhecida como Marajó I

do Marajó torna a obra mais complexa, não

aproximadamente, dez dias.

foi concluída em 2013 e recebeu investimentos

apenas no tocante à tecnologia, mas ao acesso

da ordem de R$ 179 milhões, aplicados na

e ao transporte dos equipamentos. Os cabos,

pares de fibra com 10,7mm de diâmetro total.

ampliação de duas subestações e construção

fabricados pela Prysmian, viajaram de Vila

De acordo com a Celpa, a estrutura permitirá

de outras seis. A primeira fase incluiu ainda

Velha (ES) até o Estado do Pará em um navio

acesso à internet em alta velocidade. Para

especial para este tipo de serviço, equipado

isso, será feita uma parceria com a Empresa de

com um sistema completo e diferenciado

Processamentos e Dados do Pará (Prodepa),

de posicionamento que garante segurança

gestora do programa estadual Navega Pará

à navegação. “Trata-se de um navio que não

que poderá, assim, levar internet de melhor

possui leme ou timão, mas que funciona por

qualidade aos municípios do Marajó.

sistema de DGPS. Diversos motores ao

O projeto deverá ser finalizado até

redor do navio trabalham para todos os lados,

dezembro de 2019, com a conclusão das

permitindo que o navio fique parado no rio,

obras de interligação de toda a Ilha de Marajó.

independentemente da corrente, como se fosse

As usinas térmicas que suprem essas cidades

uma espécie de helicóptero das águas”, explica

serão gradativamente desativadas com a

o engenheiro James Figueiredo, da Celpa.

entrada em operação dos cabos subaquáticos

Nonato Castro, presidente da Celpa, e James Figueiredo (à direita), um dos engenheiros da concessionária responsáveis pela obra.

No que diz respeito à fibra ótica, são 24

Figueiredo conta ainda que os dois cabos

e das demais obras, que envolvem novas

- com três vias condutoras e a fibra ótica para

subestações, linhas de distribuição e de

transmissão de dados – possuem uma dupla

transmissão.


ATERRAMENTO ELÉTRICO

28

Carlos Alberto Sotille e Luiz Alberto Petorutti Capitulo IX– Aterramentos de consumidores • Esquema TN • Esquema TN-S • Esquema TN-C • Esquema IT

ENSAIOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS

32

Diogo Biasuz Dahlke e Luis R. A. Gamboa

Fascículos

Apoio

Capítulo IX – Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas em instalações industriais • Aspectos básicos do fenômeno • Prejuízos causados por descargas atmosféricas • Incêndios iniciados por raios • Proteção contra descargas atmosféricas

INTERNET DAS COISAS

40

Fábrio Niizu, Guilherme Fernandes e Ricardo Campos Capítulo IX - Internet das coisas potencializando o resultado de modelos analíticos para prevenção de perdas não técnicas • Características do furto de energia • Ganhos com IoT • Fatores preditivos das irregularidades • Modelos de Machine Learning

MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

48

Alan Rômulo Silva Queiroz, Eduardo César Senger e Luciene Coelho Lopez Queiroz Capítulo IX – Estratégia de manutenção • Fase 5 - Diretrizes e regulamentos • Participação ativa dos operadores nas atividades de manutenção • Hierarquização dos ativos


Apoio

Por Carlos Alberto Sotille e Luis Alberto Petorutti*

Aterramento elétrico

28

Capítulo IX Aterramentos de consumidores

Cabe ressaltar a importância da eficiência

do

aterramento

para

o

ou de proteção aterrada diretamente;

Esquema TN

escoamento de eventuais sobretensões

➢ I – Todas as partes vivas isoladas em

Na

de todas as instalações elétricas de

relação à terra ou aterrada através de

condutor

uma edificação aliada ao fato de que

impedância;

diretamente aterrado e, em função da

a metodologia desenvolvida na norma

➢ N – Condutor de proteção ligado

disposição dos condutores neutro e

ABNT NBR 16527-1 - Aterramento

no ponto de aterramento do condutor

de proteção, é classificado em TN-S,

Para Sistema de Distribuição leva

neutro de alimentação;

TN-C-S e TN-C.

em consideração a contribuição do

➢ S – Condutores distintos de neutro e

aterramento das instalações elétricas

de proteção;

dos consumidores para manutenção do

➢ C – Condutor único para neutro e

condutor neutro no potencial inferior

proteção;

a 10 V em condições normais de operação. Conforme a norma ABNT NBR 5410

Fascículo

➢ T – Condutor neutro de alimentação

- Instalações Elétricas de Baixa Tensão, a configuração para aterramentos das instalações elétricas das edificações de uso residencial, comercial, industrial, etc. é classificada em esquemas “TN” “TT” e “IT”, sendo que a primeira letra simboliza a situação do condutor neutro da alimentação em relação à terra; a segunda letra, a situação do condutor de proteção da instalação elétrica em relação à terra; e a terceira letra,

quando

houver,

refere-se

à

disposição dos condutores neutro e de proteção.

configuração neutro

da

tipo

“TN”,

o

alimentação

é

Esquema TN-S Nesta configuração, os condutores


29

Apoio

neutro e de proteção são independentes e aterrados no mesmo ponto de terra.

Esquema TN-C-S Nesta configuração, o neutro e a proteção são combinados por um único condutor em partes do esquema de aterramento, conforme a imagem a seguir.

Esquema TN-C Esta configuração do neutro e da proteção é formada por um único condutor na totalidade do esquema de aterramento, conforme a imagem.

Esquema TT A configuração do esquema TT possui o eletrodo de aterramento do neutro de alimentação distinto em relação ao eletrodo de aterramento da proteção da massa, ou seja, possui aterramentos eletricamente distintos.


Apoio

Aterramento elétrico

30

Esquema IT Nesta configuração, todas as partes

variações nas configurações dos condutores

➢ Condutor neutro da alimentação sem

de proteção e do neutro em relação aos

aterramento e o condutor de proteção

eletrodos são:

aterrado em eletrodo próprio; ➢ Eletrodo de aterramento do condutor

Fascículo

vivas são isoladas da terra e, quando houver aterramento do condutor neutro

➢ Condutor de proteção poderá ser aterrado

neutro da alimentação independente do

da alimentação, isso acontecerá através de

no mesmo eletrodo da alimentação quando

eletrodo de aterramento do condutor de

impedâncias. Neste tipo de esquema, as

existir;

proteção.

1) O neutro pode ser ou não distribuído; A = sem aterramento da alimentação; B = alimentação aterrada através de impedância; B.1 = massas aterradas em eletrodos separados e independentes do eletrodo de aterramento da alimentação; B.2 = massas coletivamente aterradas em eletrodo independente do eletrodo de aterramento da alimentação; B.3 = massas coletivamente aterradas no mesmo eletrodo da alimentação.


31

Apoio

Consumidores atendidos em tensão secundária de distribuição (baixa tensão)

Nas edificações com características de uso

individual, tanto o centro de medição como o ramal de entrada devem ter um único ponto de aterramento, no mínimo, com um eletrodo, independentemente do valor da resistência de aterramento e atender aos padrões da respectiva concessionária de energia.

Nas edificações com características de uso

coletivo, a proteção do centro de medição e o ramal de entrada deverão ser contemplados com um único ponto de aterramento sendo: ➢ Em edificações coletivas com centro de medição para até seis consumidores, o ponto de aterramento deverá ser contemplado com quantidades de eletrodos equivalente ao número de consumidores; ➢ Em edificações coletivas com centro de medição para mais de seis consumidores, o ponto de aterramento deverá ser contemplado com, no mínimo, seis eletrodos; ➢ Ambos os casos deverão atender também aos padrões e critérios das concessionárias de energia.

*Carlos Alberto Sotille é engenheiro eletricista, mestre em Ciências pela Coppe/ UFRJ e pesquisador. Atualmente, é diretor técnico da Sota Consultoria e Projetos Ltda. e membro da CE-03:102 – Comissão de estudos “Segurança em aterramento elétrico de subestações C.A.”, do Cobei. Luis Alberto Pettoruti é engenheiro eletricista e eletrônico e pesquisador. Atualmente, é sócio fundador e diretor técnico da Megabras. É ainda membro da CE-03:102 – Comissão de estudos “Segurança em Aterramento elétrico de Subestações C.A.” do Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (Cobei).

Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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Ensaios em instalações elétricas industriais

32

Por Diogo Biasuz Dahlke e Luis R. A. Gamboa

Capítulo IX Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas em instalações industriais As instalações industriais, assim como qualquer tipo de estrutura externa, estão sujeitas a fenômenos naturais, como

as

descargas

atmosféricas.

Devido à potencialidade deste tipo de fenômeno em oferecer risco à segurança de pessoas e animais, além de poder ocasionar elevada

prejuízos monta,

instalações

financeiros

de

principalmente,

em

industriais,

é

um

tema

de grande importância para o setor elétrico e merece contínua revisão e aprimoramento.

instalação,

impulso se caracteriza por ter grande

inspeção, manutenção e testes do sistema

amplitude de corrente (vários kA) e curta

de proteção elétrico e eletrônico para

duração (tempos de subida de poucos μs).

referentes

ao

projeto,

redução de falhas devidas ao impulso

De forma simplificada, o fenômeno

eletromagnético no interior da estrutura.

ocorre devido ao choque de partículas ocasionando

Aspectos básicos do fenômeno A

descarga

atmosférica

é

uma

Pelo interesse prático, as descargas

e terra ou entre nuvens, consistindo em

do tipo nuvem-solo têm sido as mais

um ou vários impulsos. Este tipo de

estudadas, uma vez que representam

IEC 62305:2013 – Lightning Protection – partes 1 a 4. Esta divisão corresponde a

Fascículo

quatro grandes temas: Princípios gerais: fornece a base conceitual e teórica para realização dos estudos e análises; Gerenciamento de risco: nesta seção, são apresentados os requisitos para análise de risco;

os

físicos

a

vida:

são

dimensionamentos,

estruturas

e

normatizados os

tipos

de

instalações, as metodologias de cálculo e os detalhamentos a respeito do SPDA externo e interno; Sistemas

elétricos

e

eletrônicos

internos à estrutura: detalha tópicos

de separação de cargas nas nuvens.

descarga elétrica que ocorre entre nuvem

partes, tendo como texto base a norma

à

cargas

negativas. A Figura 1 ilustra o fenômeno

No Brasil, em 2015, a ABNT publicou

Danos

de

de concentração de cargas positivas e

a última revisão da NBR 5419, em quatro

perigo

separação

elétricas nas nuvens, formando zonas

Figura 1 – Separação de cargas nas nuvens.


Apoio

as principais fontes de perturbação nos

cabos contrapeso devido às modificações

sistemas elétricos e de telecomunicação.

de ruas e avenidas. Em áreas rurais, o

Prejuízos causados por descargas atmosféricas

33

da rede e dos consumidores. Em

contrapartida,

a

instalação

trânsito do maquinário agrícola pode

de PRs na rede e a blindagem natural

também ocasionar o rompimento dos

formada

cabos de aterramento.

edificações nas áreas urbanas são fatores

Os sistemas de distribuição de energia

por

vegetação

ou

mesmo

que contribuem para minimização dos

No setor industrial, um primeiro

elétrica, devido à sua menor classe de

impacto ocorre na qualidade da energia

tensão, acabam sendo mais vulneráveis. Isto

elétrica. O fornecimento de energia elétrica

inclui as tensões induzidas por descargas

como

de maneira ininterrupta e com qualidade

atmosféricas indiretas, o que também

cuidados especiais com as filosofias de

é primordial para operação adequada do

causa interrupção no fornecimento de

SPDA e aterramento por conta da altura

maquinário e garantia da produtividade.

impactos causados. Novas fontes de geração de energia, os

complexos

eólicos,

exigem

energia. A sobretensão no alimentador

elevada, da grande área de exposição e dos

Neste aspecto, garantir o atendimento

causada por descargas diretas ou indiretas

solos de alta resistividade. Normatização

aos requisitos mínimos e padrões de

pode resultar na queima de equipamentos

específica sobre este tema pode ser

qualidade exigidos pela normatização não é uma tarefa trivial enfrentada pelas concessionárias de energia. Toda a cadeia de geração, transmissão, distribuição de energia elétrica, assim como sistemas de comunicação e periféricos, que atuam para o controle do fornecimento, são afetados por este tipo de fenômeno. Buscando garantir a confiabilidade, cada tipo de sistema exige diferentes particularidades,

sendo

necessária

a

utilização de estratégias customizadas de blindagem, proteção, equipotencialização, entre outras. No caso das linhas de transmissão de energia elétrica, seu desligamento devido à incidência direta de descargas atmosféricas afeta diretamente milhares de consumidores. Para tanto, na fase de projeto, devem ser cuidadosamente analisadas questões referentes ao projeto de blindagem do circuito (cabos guarda), assim como a caracterização do solo, para o correto dimensionamento da malha de aterramento da torre de modo a atender aos requisitos de coordenação do isolamento da linha (minimizar eventos de backflashover, por exemplo), e aos requisitos mínimos de segurança. A inspeção periódica é altamente recomendada de modo a identificar preventivamente falhas no sistema de blindagem e de aterramento. Em áreas urbanas é comum identificar desde o furto dos condutores de cobre das malhas de aterramento até o rompimento dos


Apoio

Ensaios em instalações elétricas industriais

34

encontrada na IEC TR 61400-24:2002. Devem ser contabilizados os riscos de potenciais transferidos, no caso de sistemas de aterramento interligados, e questões relativas à segurança, uma vez que essas instalações têm áreas compartilhadas com comunidades agrícolas. Em regiões de solo de alta resistividade podem ocorrer sobretensões

induzidas

e

potenciais

transferidas da ordem de centenas de kV, que danificam diversos equipamentos do complexo de geração eólica. Quanto maior a quantidade destas solicitações via

descargas

atmosféricas,

maior

o

comprometimento dos isolamentos não auto recuperantes. No caso dos isoladores de alimentadores de média tensão, em regiões de alta resistividade do solo, faltas de alta impedância não são detectadas pelo sistema de proteção, comprometendo a segurança nas proximidades destes circuitos. Finalmente, as subestações, devido à sua importância e à quantidade de equipamentos concentrados, também merecem especial atenção com relação aos efeitos de descargas atmosféricas. Para tanto, é recomendável verificar os ângulos de proteção adotados no método Franklin, principalmente, para descargas de menor amplitude, pois possuem maior capacidade de penetração. A

experiência

do

Lactec

tem

mostrado que a blindagem de SEs nem

sempre

atende

ao

correto

Figura 2 – Danos em instalações industriais por descargas atmosféricas.

fiação ou equipamentos de baixa tensão,

ocorrência de 22.600 chamados por

em contatos de disjuntores, etc.).

ano contra incêndios provocados por

É possível verificar diferentes tipos de

descargas atmosféricas. Além de causar

materiais com potencial de combustão,

a morte de nove pessoas e 53 feridos,

desde elementos sólidos, como papel,

o prejuízo contabilizado foi de U$ 451

carvão, tecidos; líquidos, como gasolina,

milhões por ano.

álcool, óleos, acetona; gasosos, como, butano, propano; ou até mesmo metais

Proteção contra descargas atmosféricas

combustíveis, como sódio, potássio, alumínio, magnésio. A Figura 2 mostra a foto de um dano em uma instalação industrial.

De acordo com pesquisas realizadas pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas

Conforme informações da NFPA

Espaciais (INPE), o Brasil é o país com

(National Fire Protection Association),

maior incidência de raios por ano,

durante o período de 2007 a 2011,

ocasionando a morte de 1.790 pessoas

foi estimada nos Estados Unidos a

no período entre 2000 e 2014.

dimensionamento para a proteção contra descargas atmosféricas diretas de alguns

Fascículo

barramentos horizontais. Incêndios iniciados por raios Muitas vezes, nos diversos segmentos industriais, é comum verificar que, ao menos, alguma determinada área de uma indústria contenha materiais inflamáveis. Para início da reação, é necessário o estoque do combustível, o comburente (oxigênio) e a ignição associada a um centelhamento por tensões induzidas em laços e descarregadas por gaps involuntários (falhas da isolação na

Figura 3 – Descarga atmosférica incidente no Cristo Redentor no Rio de Janeiro (RJ).


Apoio

35


Apoio

Ensaios em instalações elétricas industriais

36 Contraditoriamente

à

relevância

informações a respeito do ramo de

deste tema no cenário nacional, o que se

atividade da instalação, da área de

tem verificado, muitas vezes, é que não

exposição da instalação, as dimensões, o

Efeitos da corrente de descarga

há recursos destinados para a prevenção

tipo da entrada de energia, a quantidade

atmosférica

de danos e acidentes relacionados a

de pessoas, a dificuldade de evacuação,

descargas em instalações. Os memoriais

os conteúdos explosivos existentes na

dimensionamento de um SPDA é a

de cálculo do SPDA devem fazer parte

instalação, entre outros fatores.

consideração dos efeitos das descargas

Outro

aspecto

importante

no

do prontuário da instalação elétrica e

A normatização exige consideração

atmosféricas associados à circulação da

ser disponibilizados às empresas antes

não apenas da incidência da descarga

corrente de descarga. São conhecidos

da realização de serviços envolvendo

atmosférica

e descritos na normatização efeitos

atividade

estrutura, mas também a avaliação

térmicos

com

eletricidade

nas

instalações.

diretamente

sobre

a

devido

ao

aquecimento

de descargas próximas à estrutura,

resistivo, que merecem atenção especial

A falta de projetos bem elaborados

sobre e próximas das linhas elétricas

em

e executados tem acarretado custos

e tubulações metálicas que possam

podem ser observados efeitos mecânicos

elevados com manutenção corretiva

adentrar na estrutura.

decorrentes de forças eletrodinâmicas

de

equipamentos

danificados

ambientes

explosivos.

Também

por

Também devem ser considerados,

envolvidas entre condutores paralelos

descargas em instalações, além do

através de metodologias de cálculo

próximos. Este é um aspecto importante

comprometimento

específicas, os riscos associados a perdas

para o dimensionamento mecânico das

e danos permanentes em vidas humanas;

fixações que estarão sujeitas a vibrações, tensionamentos e deformações.

das

condições

mínimas de segurança. a

interrupção de serviços ao público;

ausência de estudos na fase de projeto

Casos

mais

graves

revelam

perdas do patrimônio cultural e perdas

das instalações. Também se percebe

econômicas.

Outro efeito de suma importância em ambientes explosivos, que vale a

a contenção de recursos necessários

Os níveis de proteção definidos

pena frisar, é o centelhamento que pode

para o levantamento de informações

na ABNT dividem-se em quatro (I a

ocorrer por efeito térmico ou por tensão

relevantes para a confecção do projeto,

IV). Para cada nível são determinados

induzida. Para prevenção são tomados

como características do solo e medições

parâmetros máximos e mínimos das

cuidados em extremidades de junção de

de comissionamento, cruciais para a

correntes de descargas atmosféricas.

materiais condutores, assim como com

confecção de uma boa estratégia de Basicamente, descargas

a geometria dos condutores de descida Zonas de proteção contra descarga

proteção.

Fascículo

do campo magnético.

o

projeto

atmosféricas

contra

para se evitar a formação de laços.

atmosférica (ZPR) Utilização de partes metálicas da

compreende

Através da adoção das medidas de

o escoamento da corrente de forma

proteção como a própria utilização do

segura para solo, minimizando os danos

SPDA, blindagens eletromagnéticas e

Conforme

físicos às estruturas, os efeitos indiretos

utilização de DPSs é possível “separar” a

normatização,

causados pela descarga e a garantia das

instalação em zonas conforme a redução

projeto do SPDA deve viabilizar a

condições de segurança para as pessoas

da ameaça gerada pela incidência da

utilização de partes metálicas existentes

nas proximidades.

descarga direta.

na

Nesse aspecto, o sistema de proteção

Porém,

é

o

importante

torna-se

destacar que este tipo de aproveitamento deve ser corretamente documentado

O

composto

separação

preferencialmente,

da

possível compatibilizar a segurança e a

deles

esta

estrutura.

recomendação

se divide em três subsistemas principais. primeiro

Com

instalação

pelos

suportabilidade de equipamentos mais

para garantir uma instalação segura

elementos de captação que são projetados

sensíveis conforme a zona adequada para

e correta. Cabe ressaltar que é um

e posicionados para interceptar o raio.

o seu funcionamento.

trabalho que requer grande sintonia

O subsistema seguinte consiste nos

A zona mais externa sujeita aos

entre as áreas da elétrica e civil, uma

condutores de descida que direcionarão

efeitos

descarga

vez que é necessária a compatibilização

a corrente ao solo. E, finalmente, a

atmosférica (valor integral ou parcial)

de modo a evitar corrosão, garantir

malha de aterramento tem por objetivo

é definida como ZPR 0A. As zonas

continuidade das ferragens utilizadas,

a dissipação de forma segura da descarga

subsequentes à ZPR 0A são definidas em

entre outros cuidados. A documentação,

no solo.

regiões onde as ameaças são reduzidas

na fase de construção das fundações,

em função da atenuação da corrente ou

deve incluir registro fotográfico das

Para o projeto é necessário compilar

mais

severos

da


37

Apoio

conexões e realização de medições que atestem os requerimentos exigidos pela normatização. Manutenções e inspeções A garantia da eficácia de um SPDA depende do acompanhamento realizado, desde sua instalação, manutenção até as melhorias realizadas. Frequentemente, observa-se que muitas das características especificadas

em

projeto

não

são

atendidas no momento da instalação do sistema (captação, descida, malha, equipotencialização,

isolamento,

blindagens). Isto ocorre tanto por falta de conhecimento técnico das empresas contratadas quanto por negligências dos prestadores de serviço, comprometendo a segurança da instalação. De acordo com a norma regula­ mentadora NR 10, a inspeção do SPDA deve ser realizada de acordo com o estabelecido pela norma ABNT NBR 5419. Para malhas de aterramento, a norma recomendada é a ABNT NBR 15749 e, para resistividade, a ABNT NBR 7117. Na última versão da ABNT NBR 5419 (2015), são definidos os objetivos e as ordens das inspeções necessárias na instalação. Resumidamente, as inspeções são realizadas em cinco etapas para garantia da eficácia do SPDA: • Durante a construção do sistema; • Após a construção (emissão “as built”); • Após alteração ou reparos, ou após suspeita de incidência de descarga atmosférica; • Inspeção semestral apontando eventual deterioração; • Inspeção periódica (anual ou trianual, conforme a característica da instalação), realizada por profissional habilitado e capacitado Práticas de segurança É prudente e sempre oportuna a


Apoio

Fascículo

Ensaios em instalações elétricas industriais

38

divulgação das práticas de segurança pessoais recomendadas pela NFPA no caso de tempestades. Estas podem ser adotadas pelas empresas para maior segurança de seus funcionários: Segurança dentro da instalação • Evitar o contato com qualquer tipo de equipamento conectado à rede, tais como telefones, computadores e eletrodomésticos em geral; • Evitar o contato com áreas de limpeza pessoal,

tais

como

pias,

tanques,

chuveiros, que podem conduzir uma parcela da corrente de descarga através de encanamentos metálicos; • Manter-se afastado de portas e janelas. Segurança externa à instalação • Procurar abrigo imediatamente em edificação ou veículo; • Se estiver dentro de água, vá para a terra e procure abrigo imediatamente; • Se você não conseguir abrigo e sentir o cabelo se afastar indicando que o

Figura 4 – Densidade de descargas atmosféricas NG – Mapa do Brasil (descargas atmosféricas/ km2/ano).

raio está prestes a cair, coloque suas mãos sobre as orelhas e fique de joelhos

camada de asfalto de 5 cm.

Com relação aos para-raios com

A adoção de um SPDA depende

tecnologia ESE, cuja eficácia não foi

de um estudo detalhado que inclui o

comprovada por testes representativos

minimizando o seu contato com o solo. Os efeitos da corrente em frequência

parâmetro Ng – densidade de descargas

das condições de campo, o Lactec realizou

industrial no corpo humano são bastante

(descargas / km2 / ano) específica do

uma revisão da literatura técnica (“Análise

conhecidos e amplamente utilizados

local. A ABNT NBR 5419 mostra o

técnica sobre operação de para-raios com

no dimensionamento de malhas de

mapeamento destes dados para o Brasil

tecnologia ESE” – Relatório. 4894/2015)

aterramento.

similaridade

(Figura 4). O site do INPE permite

que detalha os principais aspectos técnicos

do espectro de frequências com o

obter informações atualizadas e mais

que fundamentam esta proibição.

estímulo elétrico do batimento do

detalhadas: http://www.inpe.br/webelat/

coração, a frequência industrial (60 Hz)

ABNT_NBR5419_Ng

Devido

à

É importante lembrar que o uso

é a que oferece maior risco de fibrilação ventricular, principal risco de morte

de

para-raios

radioativos

ou

não

associado a choque elétrico.

convencionais (tecnologia ESE – Early

atmosféricas

Streamer Emission), em substituição

(compo­ n entes de centenas de kHz),

aos para-raios tipo Franklin, não é

sabe-se que o risco de fibrilação é

aprovado pela ABNT NBR 5419, nem

reduzido. Em contrapartida, a corrente

pelos principais órgãos internacionais de

é tão elevada que também resulta em

proteção contra descargas atmosféricas

óbito. Como medida de prevenção,

(NFPA, NFC, etc.). Não há dispositivos

quando não se é possível garantir a

ou métodos capazes de modificar os

segurança dos potenciais permissíveis

fenômenos climáticos naturais a ponto

de toque e de passo de uma instalação

de se prevenir a ocorrência de descargas

é recomendada a utilização de uma

atmosféricas.

Para

descargas

*Diogo Biasuz Dahlke atua como pesquisador nos Institutos Lactec na área de sistemas de aterramentos, em Curitiba (PR). Luis Gamboa trabalha como pesquisador na área de Diagnósticos de Equipamentos de Alta Tensão, pela R. Aguiar Treinamentos e Energia Ltda. Também realiza pesquisas e treinamentos na área de sistemas de aterramento, em parceria com os Institutos Lactec, em Curitiba (PR). Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

39


Apoio

Por Fábio Niizu, Guilherme Fernandes e Ricardo Campos*

Internet das Coisas

40

Capítulo IX Internet das coisas potencializando o resultado de modelos analíticos para prevenção de perdas não técnicas de

técnicas, considerando, portanto, todas as

apesar de este ser o único tipo de perda que

Energia Elétrica (Aneel), as perdas técnicas

demais perdas associadas à distribuição de

pode ser trabalhado no âmbito da gestão

são aquelas inerentes ao transporte da

energia elétrica, tais como furtos de energia,

comercial para a melhoria da eficiência

energia elétrica na rede, relacionadas

erros de medição, erros no processo de

da transmissão. Dentro deste contexto,

à

Segundo

a

Agência

Nacional

elétrica

faturamento, unidades consumidoras sem

também é sabido que, dentro dos principais

condutores

equipamento de medição, etc. Esse tipo de

fatores geradores de perdas, estão os furtos

(efeito joule), perdas nos núcleos dos

perda está diretamente associado à gestão

de energia.

transformadores, perdas dielétricas, etc.

comercial da distribuidora [1].

em

transformação energia

de

térmica

energia nos

Podem ser entendidas como o consumo dos

equipamentos

responsáveis

pela

distribuição de energia. Já as perdas não técnicas correspondem à diferença entre as perdas totais e as perdas

Pela

própria

órgão

uma ligação direta na rede de baixa tensão

regulador, podemos perceber a dificuldade

ou alteração do medidor, fazem parte das

na apuração, a definição de origens e,

chamadas perdas comerciais.

consequentemente,

definição

Furtos e roubos de energia, seja via

o

do

tratamento

das

perdas não técnicas pelas distribuidoras,

Instruções

e

ofertas

de

serviços

que alteram o medidor são comuns e facilmente acessíveis. Uma busca do termo “como alterar o medidor de energia

Fascículo

elétrica” no YouTube, em 18/08/2017, às 9h10, retorna quase 3.000 resultados. Os 15 primeiros vídeos contabilizam mais de dois milhões de reproduções e cinco desses vídeos oferecem serviços de adulteração do medidor digital via aplicativos de smartphones. A Figura 2 mostra que as perdas comerciais variam de acordo com cada distribuidora. Um dos motivos dessa variação é a questão social. Regiões com maior concentração de aglomerados subnormais, como definido pelo IBGE, Figura 1 – Percentual de perdas em relação à Energia Injetada. Fonte: SIG Abradee; elaboração Abradee.

têm maior nível de irregularidade e a existência de furtos de energia é mais


Apoio

41

Figura 2 – Distribuidoras com maiores perdas não técnicas e a composição das perdas (fonte: SAMP/ANEEL – 2014; elaboração dos autores).

frequente. Existe ainda um efeito de contágio

por

proximidade,

que,

quando uma pessoa altera seu medidor,

Características do furto de energia

premissas para que possa ser efetiva, entre elas, podemos destacar: O potencial de retorno financeiro de

é comum os vizinhos ficarem sabendo

Algumas características específicas do

um furto de energia é relativamente baixo

e, ao perceberem que não há ônus

furto de energia elétrica fazem com que as

em relação ao furto de informações de

financeiro ou legal, são impelidos a fazer

características da modelagem analítica para

cartão de crédito. Este tipo de furto tem

o mesmo.

este setor tenha que obedecer a algumas

retorno a longo prazo, mas, apesar disso, o


Apoio

Internet das Coisas

42

risco jurídico de pena decorrente deste tipo de ato também é menor. A

regularização

das

unidades

consumidoras depende de ação física na residência do usuário e, após a correção na medição, o ambiente continua vulnerável a novas ações por parte de fraudadores e, em algumas localidades específicas, se torna inviável qualquer ação por parte da distribuidora devido à falta de segurança física a seus colaboradores. Além

disso,

fatores

Figura 3 – Distribuição da fraude de acordo com conformidade e inspeção.

regulatórios

associados à revisão tarifária não favorecem

exemplo, em que, na grande maioria

tempo próximo ao real, pois a regulação

ações mais drásticas na redução das perdas

dos casos, a vítima é o cliente final. Esta

permite

não técnicas, em vez disso, tornam-se mais

característica do setor financeiro permite

referente a até três meses retroativos em que

atraentes ações de melhoria contínua,

que, na maioria dos tipos de fraudes,

a fraude estava sendo executada (energia

porém

de

praticamente a totalidade dos casos seja

recuperada). Entretanto, após a detecção da

números ano a ano, limitando o recurso

identificado, já que o cliente sempre

fraude, é possível que o domicílio altere seu

disponível para as inspeções (muitas vezes

acaba reclamando do valor debitado

perfil de consumo, mascarando o efeito do

compartilhado com outras ações de campo)

indevidamente.

volume consumido indevidamente (energia

sem

grandes

alterações

seja

recuperada

receita

e inviabilizando a criação de uma estratégia

No caso das distribuidoras, as equipes

agregada). A Figura 4 exemplifica essa ideia.

que aumente o esforço operacional em

de inspeção têm como responsabilidade o

O volume e a precisão das informações

campo para grandes ações.

levantamento de instalações com potencial

disponíveis, quando consideradas somente

Também devemos considerar que o roubo

de não conformidade. Isso passa por

as informações internas da distribuidora,

de energia no setor tem maior influência

uma avaliação julgamental, analisando o

para a criação de modelos de identificação

da questão regional, tanto de uma forma

logradouro em si, mas cria um viés de seleção

de furtos são muito escassos e, na grande

mais macro (de acordo com componentes

de casos inspecionados. Assim, somente

maioria das vezes, depende exclusivamente

climáticos e culturais de cada região ou

são identificadas fraudes nos domicílios

da leitura mensal executada de forma

estado) e de uma forma mais micro (com

indicados pela estratégia de inspeção das

manual e de indicações de violação dos

forte componente de utilização dos mesmos

distribuidoras, violando uma premissa

medidores, também feita através dos

procedimentos em uma mesma vizinhança).

importante em amostragem: a presença

leituristas.

Todas estas características somadas fazem com que as fraudes deste setor não

da aleatoriedade (completa ou parcial), conforme representado na Figura 3.

No cenário atual, em que a maioria das ações são embasadas somente nos

sejam tão atraentes para “fraudadores

A identificação das ações de furto de

dados existentes nas distribuidoras, a baixa

profissionais” (a menos que estes sejam

energia não precisa necessariamente ser em

quantidade de informações associada à alta

fornecedores de insumos para que outras unidades consumidoras realizem o furto), o

Fascículo

que

que torna as ações muito mais pulverizadas, apesar disso, o baixo custo de execução, aliado ao baixo risco jurídico fazem com que a fraude aconteça em grandes volumes. A oferta de serviços para viabilizar o furto de energia está facilmente acessível à maioria das pessoas. Devemos

também

considerar

que

não existe grande clareza em relação à totalidade das unidades consumidoras que cometem fraudes, pois a vítima da fraude é a distribuidora de energia elétrica, diferentemente do setor financeiro, por

Figura 4 – Consumo antes e após a detecção.


Apoio

43

quantidade de falso negativos, fazem com

momento em que a escala em que eles serão

que os modelos criados tenham um baixo

produzidos atinge outro patamar, bem como

Atualmente, existem diversas maneiras

potencial de identificação de possíveis

possibilita a utilização de infraestrutura

de minimizar os efeitos das perdas

fraudadores, bem como não seja possível

compartilhada

conectividade

comerciais, sendo duas delas uma estratégia

identificar padrões de fraudes diferentes

dos medidores (um dos exemplos pode

de inspeções mais frequentes ou uma

dos já conhecidos, diminuindo em muito o

ser visto no artigo “iluminação pública

estratégia de inspeções mais direcionadas.

valor dos mesmos.

como habilitador de cidades inteligentes”

A primeira é bastante custosa: tem uma taxa

desta mesma série de artigos sobre IoT),

de captura altíssima das irregularidades,

diminuindo custos de manutenção.

mas, ao mesmo tempo, também prevê

Ganhos com IoT: Uma grande expectativa foi criada em torno do smart grid, que traria a

para

a

um alto índice de inspeções de locais

Fatores preditivos das irregularidades

sem fraude. A segunda estratégia faz uso de técnicas estatísticas e matemáticas

possibilidade de receber uma série de informações

adicionais

e

em

tempo

técnica mesmo nas demais áreas.

de aprendizado de máquinas (machine Não é fato novo que a presença de aglomerados

inclusive, que fosse possível identificar

formal do IBGE para as chamadas favelas,

nos

o

estava

comunidades, mocambos, etc.) aumenta

utilizam informações como histórico de

consumindo energia elétrica. Atualmente,

o risco de haver perda não técnica. O

uso e características sociodemográficas

ganha força também o uso de tecnologias

Gráfico 1 mostra essa relação por meio da

da localização como fatores com poder

não específicas do setor, que permite um

comparação do percentual de população

preditivo relevante. Além disso, a existência

desenvolvimento compartilhado entre as

moradora em aglomerados subnormais e

de instalações irregulares pode estar

diversas verticais de mercado. O conceito

as perdas não técnicas das 15 distribuidoras

associada às restrições orçamentárias dos

de Internet das Coisas pode ser um grande

com maiores perdas. Os dados de perdas

consumidores e, por esse motivo, é natural

viabilizador de modelos mais precisos.

tipo

de

equipamento

que

subnormais

(definição

learning) para predizer quais clientes têm

muito mais próximo ao real, permitindo,

maior chance de apresentar irregularidades seus

medidores.

Essas

técnicas

não técnicas foram coletados de estudo

entender que informações relativas aos

O principal ponto a ser considerado é

da Samp/Aneel de 2015 combinados

endividamentos possam ser um relevante

a viabilidade de medição remota em larga

com dados do Censo2010 do IBGE e da

fator preditivo também.

escala, o que permite fazer a aquisição

Serasa Experian. O valor do coeficiente de

O histórico de consumo da instalação

de um maior volume e precisão nas

correlação de Pearson da ordem de 0,73

tem um forte poder preditivo, pois é possível

informações a respeito do comportamento

indica uma correlação positiva forte.

verificar a existência de degraus na energia da

consumida antes e depois da fraude, como

e a capacidade de correlacionar esta

infraestrutura de acesso e, muitas vezes,

exemplificado na Figura 6. Após a detecção

informação com a de outros consumidores.

a falta de segurança tornam difíceis as

da irregularidade, é possível confirmar

Mesmo considerando que o medidor envie

inspeções dessas áreas, mas existe perda

o efeito da fraude, pois há também um

de

cada

consumidor

individualmente

Nessas

regiões,

a

ausência

dez medidas por dia, já seriam 300 vezes mais do que um leiturista. A medição remota, por outro lado, diminui a eficiência das denúncias dos leituristas, pois eles não terão o contato direto com o equipamento para detectar possíveis

violações,

porém,

além

de

liberá-lo para outros serviços prioritários, o medidor conectado na distribuidora através de uma rede de comunicação permite que possam ser enviados alarmes de violação que possam indicar a tentativa de fraude física. Outro ponto importante em ações tecnológicas coordenadas com a ação de outras verticais de mercado permite o barateamento de equipamentos a partir do

Figura 5 – Relação da perda não técnica e do percentual de população em aglomerados subnormais (Fonte: elaboração dos autores a partir dos dados de Samp/Aneel 2015, IBGE/ CENSO2010 e Serasa Experian).


Apoio

Internet das Coisas

44

Figura 6 – Exemplos do efeito da irregularidade no consumo.

degrau no consumo. Entretanto, é possível

um comportamento esperado, dadas as

característica de alta renda (luxo). Ao

que haja uma mudança de comportamento

características do cliente, também pode

cruzar essa informação com o consumo,

após a detecção da fraude: em outras

ser um indício de problemas no medidor.

espera-se não encontrar consumos muito

palavras, o cliente passa a consumir energia

Dados do setor censitário do IBGE (como,

baixos, a menos que a casa/apartamento

de forma consciente, já que agora ele será

por exemplo, quantidade de eletrônicos,

possua uma fonte alternativa de energia,

devidamente cobrado por ela. Nesses casos,

PIB, etc.) podem ser uma medida de

possível de observar também através do

ao analisar o consumo de energia, o degrau

potencial do setor e, portanto, espera-se um

modo de vida do cliente e de análises de

após a detecção pode não ser percebido ou

intervalo aceitável de consumo por setor e

imagens aéreas da residência. Portanto, se

ser subestimado.

os comportamentos anômalos devem ser

o consumo for mais baixo que o esperado

analisados.

para um perfil que geralmente gasta

Fascículo

Além do histórico de uso, é possível utilizar dados públicos e de bureau como

Com os dados de bureau é possível

fatores preditivos na identificação das

analisar o comportamento dos clientes

irregularidades. A análise de desvio de

no mercado e classificar os que possuem

mais, compreende-se outro indicativo de problemas no medidor. Outro ponto interessante é a influência


Apoio

de pessoas próximas no risco de cada cliente: se muitos vizinhos cometem a fraude, a probabilidade de uma nova irregularidade na região pode ser maior. Essa medida de

Modelos de machine learning na estratégia de inspeção direcionada

como features ou covariáveis, nomes dados às informações mais relevantes já tratadas para serem usadas nos modelos de aprendizado de máquina. Existem muitas

distância pode estar relacionada a questões

Os fatores preditivos são usados em

técnicas na literatura especializada, mas

espaciais, como no caso de vizinhos, ou à

modelos de aprendizado de máquina

aqui apresentamos um case para comparar

proximidade das pessoas através de uma

(machine learning) para determinar a

três das técnicas mais utilizadas: regressão

rede de influência familiar. Em outras

chance de uma instalação apresentar

logística, gradient boosting e redes neurais

palavras, se alguém da família cometeu uma

irregularidades. Esses fatores são usados

artificiais MLP (Multi-layer perceptron).

fraude no medidor, os outros familiares podem ser influenciados a cometê-la. Por fim, o desvio de perfil é mais um fator preditivo potencial: se a instalação deveria pagar uma categoria de tarifa diferente, como, por exemplo, uma categoria de PJ e o cadastro está como PF, essa é uma fraude de cadastro, que altera o valor da tarifa e não a quantidade de KWh consumidos. Através do cruzamento de endereço das empresas da região e as instalações dos clientes da distribuidora, é possível encontrar os perfis problemáticos. A Figura 7 – ilustra as fontes dos fatores preditivos necessários na detecção das irregularidades. Figura 7 – Fontes de fatores preditivos na detecção de irregularidades

45


Apoio

Internet das Coisas

46

A regressão logística se baseia na combinação linear dos fatores para ser

foi feita em uma amostra de teste, não usadas

bancário. Em países em desenvolvimento

no treinamento das três.

como o Brasil, grande parte da população

usada como argumento em uma função

A comparação foi feita utilizando os

não possui conta bancária, o que faz com

‘logito’. Essa função tem uma propriedade

dados de uma distribuidora brasileira e

que estes modelos estejam “cegos” para

interessante e faz com que a combinação

conta com uma amostra de cerca de 10

grande parte da população que requisita

linear seja transformada em probabilidade

mil domicílios. Os dados foram cedidos

crédito financeiro.

de irregularidade. Assim, dependendo

pela Serasa Experian, que conta com o

Uma das técnicas utilizadas para

do perfil do cliente e das suas variáveis,

maior bureau de informações de empresas

esta situação é a inferência de rejeitados.

a probabilidade de irregularidade pode

e consumidores do Brasil. A Figura 8 –

Esta técnica, grosso modo, expande a

aumentar ou diminuir.

mostra o ganho das técnicas com relação ao

abrangência do modelo através da aplicação

A regressão por árvore trabalha com

benchmark de uma seleção ao acaso. Assim,

do modelo criado com a base das unidades

uma ideia de avaliação de sucessivas

a técnica de gradient boosting mostrou

consumidoras inspecionadas para os não

variáveis e a tomada de decisão para cada

um desempenho 3,44 vezes superior

inspecionados, posterior seleção aleatória

avaliação. Por exemplo, se o cliente não

ao benchmark, seguido pela regressão

das instalações com menor risco de fraude

apresentou um degrau de consumo nos

logística, com ganho de 3,04 vezes e, por

e criação de um novo modelo considerando

últimos seis meses, avalia-se a existência

fim, a rede neural MLP com 2,96 vezes.

os selecionados como baixo risco como não

de pendências financeiras no bureau de

Note que, independentemente do resultado,

fraudadores. Isso permite que o modelo

crédito. Se isso se confirmar, avalia-se a

os ganhos de ter uma estratégia baseada

criado passe a ter maior representatividade

coerência entre padrão de renda e consumo.

também em modelos de machine learning

dentro da base total de clientes, fazendo com

Se esse último está abaixo do esperado,

são importantes para a redução das perdas

que o modelo melhore a sua performance.

esse caso tem uma chance maior de ser

comerciais.

Se utilizarmos a Figura 1 como referência,

uma irregularidade. O gradient boosting é uma técnica que combina uma sequência de regressões por árvore: essa sequência é

Utilização de técnicas aplicadas a outros setores:

definida de maneira que a próxima árvore busque identificar padrões que as árvores anteriores ainda não identificaram.

contemplar somente as figuras em azul e vermelho, mas passará a contemplar também a parte cinza.

Com o objetivo de potencializar

A aplicação de técnicas de inferência

ainda mais os resultados através da

de rejeitados nessa situação é importante

Por fim, a rede neural MLP é um modelo

diminuição da influência dos casos de falso

para garantir o desempenho das soluções

que emula o sistema nervoso humano,

negativo, verificamos que este cenário tem

analíticas de detecção das fraudes. Um

fazendo múltiplas combinações lineares

similaridade com outro caso específico em

caso de uso prático foi realizado em um

aplicadas a funções de ativação numa

que se utiliza em larga escala a modelagem

projeto de Pesquisa e Desenvolvimento

primeira camada, seguidas por combinações

estatística no setor financeiro: o caso de

da Aneel realizado em conjunto entre

lineares das resultantes dessas funções e

concessão de crédito.

CPqD e Elektro. A abordagem inovadora,

assim sucessivamente. O resultado pode ser

A similaridade se dá pelo fato de os

inclusive, foi alvo de um pedido de

visto como uma rede que captura um alto

indicadores de risco de crédito utilizados

patente feito pelo CPqD e pela Elektro e

nível de interação das features (variáveis).

ainda serem muito dependentes do histórico

depositado no INPI através do código BR

do tomador de crédito no ambiente

10 2013 009314 9.

A métrica de comparação das três

Fascículo

podemos ver que o modelo deixará de

técnicas usadas nesse artigo é calculada a partir do ganho na taxa de detecção de fraudes (GDFk) em relação à taxa de fraude sem utilizar uma estratégia direcionada (TF0). A métrica é definida por: GDFk = Em que:

TFk TF0

TFk é a taxa de fraude detectada sob a estratégia k. No caso da nossa comparação, temos três estratégias (k∈{GB,RL,RN_MLP}) utilizadas: Gradient boosting, regressão logística e rede neural MLP. A comparação

Figura 8 – Ganho na detecção de fraude em relação ao benchmark.


Apoio

Operacionalização dos modelos preditivos e a capacidade de utilização de regras de negócio: No contexto colocado anteriormente,

que gasta muito tempo executando as

e

melhor

qualidade

nas

informações,

alterações. Uma solução de gerenciamento

potencializando os resultados dos modelos

de decisão baseada em um motor de regras

analíticos e viabilizamos ações mais próximas

permite que as regras fiquem fora dos

ao tempo real, abrindo o leque com relação às

sistemas e possam ser alteradas de maneira

estratégias de combate a perdas. Por fim, o uso de uma estratégia de

intuitiva pela própria área de negócio.

a maneira que possibilita maximizar a

Outra vantagem observada na utilização

inspeção direcionada, que une o poder

recuperação dos valores comerciais perdidos

deste tipo de tecnologia é a independência

dos dados com a capacidade preditiva dos

é uma aplicação que direcione as ações de

de processos manuais que podem não estar

modelos de machine learning, possibilitou

inspeção considerando os seguintes critérios:

alinhados com uma diretriz estratégica

melhorias na eficiência do processo de

precisão na escolha das UCs fraudadoras

da empresa ou sofrer variação de acordo

detecção de fraudes, quando comparada

e que possuam maior potencial de perda e

com o recurso humano que gera a lista de

ao desempenho do benchmark. Quando

maior potencial de recuperação.

inspeção. Com o trabalho automatizado,

esta capacidade adicional de tratamento

Esse diferencial é possível através

os usuários de negócio têm mais tempo

de dados é aliada a técnicas utilizadas

do uso de uma plataforma de decisão

para executar análises ao invés de realizar

em outros setores, se soma a regras de

que possibilita a correlação de diversas

trabalhos repetitivos e que requerem pouco

negócio preestabelecidas e ainda pode ser

informações internas da distribuidora

esforço intelectual.

automatizada diretamente nos sistemas

(faturamento, leitura, perfil de equipe, efetividade de equipe, dados cadastrais, etc.), informações externas (bureaus de crédito, listas negativas e positivas, etc.), aplicação de técnicas de machine learning, inteligência artificial, otimização, dentre outros, combinadas com aplicação de regras de negócio para trazer inteligência, padronização, agilidade e maior precisão para área de combate a perdas a partir do tratamento dos alertas que irão bloquear as principais perdas e maximizar a recuperação de receita. Para fechar o ciclo de otimização do combate às perdas não técnicas, é importante a capacidade de automação na geração de listas de inspeção através de uma plataforma de gerenciamento de decisão, que permite a criação de regras e utilização de modelos de escore para que a lista de unidades consumidoras a serem inspecionadas de acordo com o cenário vigente seja gerada de maneira automática. Em grande parte das distribuidoras, a geração das listas de inspeção é dependente de uma lista inicial gerada a partir de regras

codificadas

diretamente

nos

sistemas transacionais, o que faz com que estas devam ser genéricas e com poucos filtros, pois qualquer alteração demanda uma alteração no sistema, o que é custoso tanto para a área de negócio que perde em agilidade, quanto para a área de tecnologia

operacionais das distribuidoras de uma

Conclusão

forma amigável para o usuário de negócio, é criado um novo patamar na capacidade das

As distribuidoras de energia elétrica têm apresentado importantes perdas comerciais, ou não técnicas, devido a irregularidades, em particular, as alterações de medidores. As 11 distribuidoras com maiores perdas dessa natureza somaram quase três bilhões de reais em 2014 e, ainda que existam medidores digitais que dificultem a fraude, existe um fácil acesso a serviços de alteração de medidores. A inspeção presencial é, na maioria das vezes, a melhor maneira de corrigir instalações

com

irregularidades,

mas

apresenta um alto custo associado. A associação de dispositivos de medição inteligente, conectividade, unificação de todas as informações disponíveis (de dentro ou de fora da distribuidora) quebrando os silos de informação, aliada a modelos de machine learning são uma alternativa para identificar instalações com maiores chances de fraude. Existem diversos fatores preditivos, desde histórico de consumo até análise de imagens da residência ou estabelecimento, incluindo o uso de uma

distribuidoras coibirem fraudes.

Referência: [1] Referência em http://www2.aneel. gov.br/area.cfm?idArea=801&idPerfil=4 *Fábio Yuasa Niizu possui graduação em Engenharia de Computação pela Universidade Estadual de Campinas (2001) e MBA em Gestão Estratégica em Marketing pela ESAMC (2012). Atua com pesquisa e desenvolvimento desde 1994, passando por grandes empresas como IPT, Alcatel, Nortel e VIVO. Atualmente trabalha como Especialista em Inovação na Fundação CPqD. Guilherme Fernandes é bacharel em estatística e mestre em Economia. Hoje, atua como Data Scientist no Datalab Latam da Serasa Experian com foco de pesquisa em soluções antifraude e modelos de crédito. Ricardo De Rosso Campos é graduado em Engenharia de Computação (PUCCAMP) com MBA em Gestão de Negócio (FGV). Liderou implantações de projetos de Business Intelligence e gerenciou equipe de desenvolvimento do produto CPqD Antifraude, implantando este produto em três grandes bancos do país. Atualmente é responsável pela equipe de Business Analytics e pelo produto CPqD Plataforma de Gerenciamento de Decisão.

Plataforma de Decisão como a oferecida pelo CPqD e o uso de dados do bureau da Serasa Experian. Quando utilizamos tecnologias de internet das coisas para permitir uma maior quantidade

Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@ atitudeeditorial.com.br

47


Apoio

Fascículo

Manutenção de equipamentos elétricos

48

Por Alan Rômulo Queiroz, Eduardo César Senger e Luciene Queiroz*

Capítulo IX Estratégia de manutenção

Este trabalho propõe e aplica, principalmente,

com suporte técnico e planejamento de

as seguintes diretrizes:

manutenção centralizados.

hierarquização dos ativos. A metodologia é

a) Participação ativa dos operadores nas

Hierarquização dos ativos

estruturada para implantação da estratégia

atividades de manutenção

Este capítulo apresenta a metodologia proposta para definição e implantação da estratégia de manutenção, assim como a

de manutenção antes do início de operação

Esta diretriz determina que as equipes

A

hierarquização

dos

ativos

de uma unidade industrial, ou seja, ainda

de operação tenham participação ativa

(equipamentos) é a primeira etapa e uma

na fase projeto, construção e montagem da

no aspecto da manutenção autônoma,

das mais importantes dentro da estratégia

unidade. Esta metodologia foi concebida para

com uma amplitude maior de atividades

de manutenção. Nesta etapa é realizada uma

ser aplicada durante as fases de construção e

e responsabilidades, quando comparado

subdivisão da planta em níveis hierárquicos

montagem (Fase 6), de comissionamento e

ao modelo de manutenção centralizada,

de modo a classificar os ativos, estabelecer

condicionamento (Fase 7) e start-up e pré-

permitindo,

funções e relações entre esses níveis.

operação (Fase 8), visto que nessas etapas os

manutenção se concentre nos problemas de

A hierarquização de uma planta tem

principais fornecedores já estão definidos e o

maior complexidade, deixando, com isso,

início através da consulta de informações de

projeto já se encontra em uma fase avançada

de praticar atividades simples e de rotina

diversos documentos de projeto, a saber:

de detalhamento e montagem. Porém, as

que podem ser executadas pelas equipes de

diretrizes já devem estar estabelecidas na

operação.

assim,

que

a

equipe

de

• P&ID; • Diagramas de blocos;

fase 5 (Projeto detalhado). Estas fases de implantação de um projeto de capital foram

b) Priorização pela manutenção baseada na

• Diagramas unifilares;

apresentadas no capítulo anterior.

condição

• Fluxogramas gerais;

Fase 5 – Diretrizes e regulamentos

A principal estratégia de manutenção adotada é a manutenção baseada na condição, com base na engenharia de confiabilidade.

As políticas e diretrizes de manutenção

• Outros.

contendo planos de manutenção otimizados, Para o estabelecimento do programa de manutenção é necessário que todos os

Na fase 5, os principais requisitos de operação e manutenção deverão ser definidos.

• Folhas de dados de equipamentos;

c) Aplicação da filosofia de trabalho das

itens manuteníveis estejam identificados

operações integradas

hierarquicamente, na forma de uma árvore

são premissas adotadas por cada empresa com

A estratégia de manutenção é definida

de equipamentos, conforme ilustra a Figura

foco em sua estratégia de negócio e com base

considerando os processos de trabalho

1. Após a definição da hierarquia, é possível

nas suas restrições operacionais e financeiras.

previstos na filosofia das operações integradas,

estabelecer os pacotes de manutenção com a


Apoio

49

dimensão adequada para os recursos humanos e materiais disponíveis. Estes pacotes são atribuídos aos itens de manutenção, o que também vincula os custos de manutenção a esses itens. O nível no qual é posicionado o item de manutenção deve ser baseado na necessidade de se monitorar e controlar os diferentes programas de manutenção daquele item. Para manutenções corretivas, em que as ordens de trabalho podem ser atribuídas a qualquer nível hierárquico, mesmo se os custos forem lançados no menor nível dessa hierarquia, deve ser possível refleti-los nos níveis superiores, onde estão cadastrados os objetos técnicos pais (equipamentos e sistemas). Esta informação é uma parte dos dados necessários para realizar uma avaliação e otimização da estratégia de manutenção.

Figura 1 – Ilustração de hierarquia de equipamentos.

• Equipamento: objeto físico individual,

• Sistema operacional: conjunto de equipa­

Para montagem dessa hierarquia, é

mantido como uma unidade autônoma em

mentos necessários para a realização de

necessário ter o adequado entendimento

uma instalação, que realiza uma atividade

uma função específica dentro da unidade

sobre a definição de equipamentos e os

que justifique a existência de históricos de

industrial, organizados de maneira lógica na

sistemas operacionais:

manutenção e de custos e a sistematização de

forma de uma hierarquia ou rede.

planos de manutenção;

Para fins de hierarquização de ativos,


Apoio

Manutenção de equipamentos elétricos

50

uma norma que pode ser aplicada é a ABNT NBR ISO 14224, que auxilia na estruturação necessária para o estabelecimento das bases para a coleta e o intercâmbio de informações de confiabilidade e manutenção especificamente para o setor de óleo e gás. Esta norma é composta por nove capítulos, sendo o capítulo oitavo o mais relevante, pois versa sobre os critérios para o estabelecimento de fronteiras para equipamentos e sobre a classificação taxonômica a ser adotada. A Figura 2 apresenta a hierarquia desta taxonomia. A

taxonomia

é

uma

classificação

sistemática de itens em grupos genéricos com base em fatores possivelmente comuns a vários desses itens (localização, uso, subdivisão do equipamento, etc.) Dentre os 9 níveis dessa taxonomia,

Figura 2 – Taxonomia da ABNT NBR ISO 14224.

uma

e áreas abrangidas pela norma, de forma

níveis descrevem o equipamento. A Tabela 1

categorização de alto nível que identifica as

a retratar o contexto operacional do

apresenta os modelos taxonômicos propostos

aplicações existentes nas plantas, unidades

equipamento. Por sua vez, os últimos quatro

pela norma ABNT NBR ISO 14224.

os

cinco

primeiros

representam

Tabela 1 – Exemplos taxonômicos Principal

Nível

Hierarquia

categoria

taxonômico

taxonômica

Definição

Exemplos

1

Indústria

Tipo de indústria principal

Petróleo, gás natural, petroquímica

2

Categoria de negócios

Tipo de negócio ou segmento

Upstream (exploração e produção), midstream,

3

Categoria de instalação

da cadeia produtiva

downstream (refino), petroquímica

Tipo de instalação

Produção de óleo/gás, transporte, perfuração, GNL, refinaria, petroquímica Plataforma, semisubmersível, unidade de

4 Dados sobre uso/

Categoria da Planta/

Tipo de planta/unidade

Unidade

hidrocraqueamento, unidade de craqueamento de etileno, unidade de polioetileno, planta de ácido

localização

acético, planta de metanol

Fascículo

Compressão, gás natural, liquefação, gasóleo de 5

Seção/sistema

Principal seção/sistema da

vácuo, regeneração de metanol, seção de oxidação,

planta

sistema de reação, seção de destilação, sistema de

Classe de unidades de

Trocador de calor, compressor, tubulação, bomba,

Classe/unidade de

equipamentos similares. Cada

caldeira, turbina a gás, agitador, forno, árvore de

equipamento

classe de equipamento contém

natal, preventor de blow-out - BOP

carregamento de navio tanque

6

unidades de equipamentos comparáveis (Ex. compressores) Subdivisão do

Subunidade de lubrificação, subunidade de

equipamento

Um sistema necessário ao 7

Subunidade

resfriamento, controle e monitoração, subunidade de

funcionamento da unidade de

aquecimento, subunidade de peletização, subunidade

equipamento

de resfriamento, subunidade de têmpera, subunidade de refrigeração, subunidade de refluxo, subunidade de controle distribuído


Apoio

51 Principal

Nível

Hierarquia

categoria

taxonômico

taxonômica

8

Componente/Item manutenível (MI)

comumente submetidas à

instrumentação, motor, válvula, filtro, sensor de

manutenção (reparadas/

pressão, sensor de temperatura, circuito elétrico

Subdivisão do equipamento

a

Definição

Exemplos

O grupo de partes da unidade

Resfriador, acoplamento, caixa de engrenagem,

de equipamento que são

bomba de óleo lubrificante, malha de

restauradas) como um todo 9

Parteb

Uma unidade parte do

Selo, tubo, casco, impelidor, junta, placa de filtro,

equipamento

parafuso, porca, etc.

a Para alguns tipos de equipamentos, pode não haver um MI; por exemplo, se a classe de equipamento for tubulação, pode não haver MI, mas a parte poderia ser um “joelho”. b Embora esse nível possa ser útil em alguns casos, ele é considerado opcional nesta norma.

Sobre a definição das fronteiras entre equipamentos

e

sistemas,

propõe-se

a

utilização das fronteiras dispostas no Anexo A da ABNT NBR ISO 14224. Por exemplo, a norma define a fronteira de um motor elétrico conforme apresentado na Figura 3, incluindo tanto a identificação das interfaces, quanto da subdivisão interna do equipamento. A norma também apresenta os tipos de motores elétricos, conforme a Tabela 2, e detalha as subdivisões, conforme a Tabela 3. Uma vez definido o que abrange a classe motor elétrico, é preciso identificar quais são as suas características técnicas mais relevantes para cadastramento no CMMS da empresa. Para motores elétricos, a ABNT NBR ISO 14224 recomenda que sejam cadastradas as

Figura 3 – Fronteira para motores elétricos.

ser considerado como parte de um motor

manutenabilidade devem ser especificadas

As informações apresentadas na Figura

elétrico. Todas as classes que serão abrangidas

desse modo, com o cuidado de evitar

3 e nas Tabelas 2, 3 e 4 definem o que deve

por um banco de dados de confiabilidade e

sobreposições entre fronteiras das classes.

informações descritas na Tabela 4.


Apoio

Manutenção de equipamentos elétricos

52

Tabela 2 - Classificação por tipo para motores elétricos Classe de equipamento – Nível 6 Descrição

Código

Motor elétrico

EM

(Electric motor)

Descrição

Código

Corrente alternada

AC

(Alternating current) Corrente contínua

DC

(Direct current) Tabela 3 – Subdivisão de motores elétricos Classe

Motor elétrico

Subunidades

Corpo do motor elétrico

Controle e monitoraçãoa

Sistema de lubrificação

Sistema de refrigeração

Miscelânea

Itens

Rotor/estator

Dispositivo de atuação

Reservatório

Ventilador

Tampa (hood)

manuteníveis

Excitação do rotor

Unidade de controle

Bomba

Filtros

Rolamento radial

Fonte de alimentação interna

Motor

Trocador de calor

Rolamento axial

Monitoração

Filtro

Bomba

Sensoresb

Refrigerador (cooler)

Motor

Válvulas

Válvulas

Válvulas

Cabeamento

Tubulação

Tubulação

Tubulação

Óleo

Selagem a Normalmente não existe um sistema de controle extra para motores elétricos. Isso se aplica, por exemplo, para motores Ex-p, que têm sua pressão interna monitorada, ou para grandes motores que possuem monitoração de temperatura. b Deve ser especificado o tipo de sensor, por exemplo, de pressão, de temperatura, de nível, etc.

Tabela 4 – Características técnicas de motores elétricos Nome

Descrição

Unidade ou lista de valores

Prioridade

Máquina acionada

Classe, tipo e identificação do equipamento acionado

Especificar

Alta

Tipo de proteção Ex

Marcação Ex do equipamento para atmosferas explosivas

Norma ABNT NBR IEC 60079-0

Alta

Grau de Proteção

Grau de proteção

Normas ABNT NBR IEC 60529 e 60034-5

Média

Tipo de motor

Tipo

Indução, comutador (dc), síncrono

Média

Velocidade

Velocidade de projeto

RPM (Rotações por minuto)

Média

Potência-projeto

Potência máxima de saída - projeto

Kilowatt

Média

Voltagem

Voltagem de alimentação - projeto

Volts

Média

Classe de isolamento - rotora

Insulation class de acordo com a norma IEC 60034-1

Y, A, E, B, F, H

Média

Elevação de temperatura - rotor

Temperature rise de acordo com a norma IEC 60034-1

Y, A, E, B, F, H

Média

Classe de isolamento - estator

Insulation class de acordo com a norma IEC 60034-1

Y, A, E, B, F, H

Média

Elevação de temperatura - estator

Temperature rise de acordo com a norma IEC 60034-1

Y, A, E, B, F, H

Baixa

Variador de velocidade

Especifica se possui ou não

Sim/Não

Baixa

Power - operating

Especifica a potência aproximada na qual o motor opera

Kilowatt

Baixa

a

Fascículo

Tipo de equipamento

na maior parte do tempo moniotrado a

Irrelevante para motores de indução

Referências bibliográficas • Queiroz, A. R. S. Estratégia de manutenção de equipamentos elétricos em unidades offshore de produção de petróleo e gás baseada na filosofia de operações integradas. Tese (Doutorado em Ciências – Engenharia Elétrica). Universidade de São Paulo, 2016. • NBR IEC 14224. “Indústrias de Petróleo e Gás Natural – Coleta e Intercâmbio de dados de confiabilidade e manutenção para equipamentos”. Rio de Janeiro, 2011. • NORSOK Z-008. “Criticality analysis for maintenance purposes”. Noruega, 2001.

*Alan Rômulo Silva Queiroz é engenheiro eletricista graduado pela Universidade Santa Cecília (Santos – SP), mestre e doutor em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Eduardo César Senger é engenheiro eletricista e doutor pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. É professor livre-docente na área de Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade de São Paulo e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Proteção de Sistemas Elétricos (Lprot). Luciene Coelho Lopez Queiroz é bacharel em Ciências da Computação graduada pela Universidade Católica de Santos e mestre em Engenharia da Computação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

53


54

Aula Prática

Por Cornelius Plath e Markus Pütter*

Ensaio em subestações

Análise dinâmica e teste do comutador sob carga com medição de resistência dinâmica

O Setor Elétrico / Setembro de 2017


55

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Os

transformadores

de

potência

representam os elos mais caros entre a geração e a utilização de energia elétrica. Um componente muito importante de um transformador de potência é o comutador sob carga (on-load tap changer / OLTC). Como o seu nome sugere, um OLTC permite a comutação de derivação (TAP), consequentemente, regulando a tensão sem interromper a corrente de carga. Isso pode ser realizado de diversas formas, resultando em designs consideravelmente

Figura 1 – Local da falha em transformadores da subestação com base em 536 falhas.

diversificados de comutadores. Os dois mais comuns são chamados de comutadores do

OLTC consiste em diversas peças móveis.

OLTC no mercado. Os do tipo indutivo,

tipo indutivo e resistivo.

Fabricantes

recomendam

que geralmente são usados na América do

um ciclo de manutenção que depende

Norte no lado de baixa tensão, e os OLTCs

principalmente

resistivos, que geralmente são usados no

Estudos, como na Figura 1, mostram

que

30%

dos

transformadores

de

potência da subestação reportaram que

geralmente do

número

total

de

operações de comutação.

as interrupções estão relacionadas aos efeitos do envelhecimento de OLTCs.

restante do mundo no lado de alta tensão. Este

Tipos de OLTCs

Devido a esta alta taxa de falha, é muito

artigo

tem

como

foco

os

comutadores de TAP do tipo resistivo. Em geral, há dois tipos diferentes de

importante monitorar a condição do OLTC

do transformador de potência com atenção.

(Resistência dinâmica) de maneira adequada,

derivação (diverter switch) e o switch seletor

Diferentemente de outros componentes

é importante saber o tipo e a construção

(selector switch), conforme mostrado nas

mais estáticos em um transformador, o

do OLTC. Há duas tecnologias comuns do

Figuras 2 e 3.

Para analisar e avaliar a medição de DRM

comutadores

resistivos:

o

switch

de


56

Aula Prática

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

seguintes métodos de diagnóstico podem

a chave seletora ao mesmo tempo que

ser usados:

carrega uma mola para acionar as chaves Diverter

Selector,

respectivamente.

A medição de posição e torque usa

A medição estática de resistência

problemas mecânicos e envelhecimento do

do enrolamento é uma ferramenta de

mecanismo de acionamento. Os resultados

diagnóstico

podem ser comparados com um perfil de

extremamente

importante,

além de ser o método de teste mais usado. Uma

medição

estática

de

os

parâmetros

de

alimentação

do

motor (corrente e tensão) para detectar

referência ou entre os TAPs.

resistência

como a conexão das buchas e dos contatos

• Análise de gás dissolvido de óleo (DGA) no compartimento da chave de comutação (offline/online)

móveis do comutador com o enrolamento,

com os contatos do comutador e com os

se

contatos principais da chave de comutação.

processo de comutação de um OLTC,

Uma avaliação pode ser feita ao comparar

ocorre a descarga e o aquecimento que

os resultados com o relatório de fábrica ou

geralmente leva a uma alta concentração

ao calcular o desvio médio das três fases.

de gases no compartimento do switch de

convencional pode ser usada para verificar Figura 2 - Diverter Switch com dois contatos de resistência.

ou

• Medição estática de resistência do enrolamento dos TAPs individuais (offline)

o enrolamento e as conexões internas,

O DGA no compartimento do OLTC tornou

mais

comum.

Durante

o

derivação comparado ao tanque principal

Figura 3 – Selector Switch com dois contatos de resistência.

Os

tipos

de

Diverter

Switches

possuem duas peças: um seletor de TAP na parte superior para selecionar a próxima derivação dentro do tanque do transformador principal e uma chave de derivação na parte inferior para comutar a corrente de carga com o seu próprio volume de óleo. Com este tipo, o seletor de TAP é comutado antes da chave de derivação e é usado principalmente em potências maiores.

O Selector Switch combina a função

da chave de derivação e do seletor de TAP, dentro do seu próprio volume de óleo, separado do óleo do tanque do transformador principal.

Métodos comuns para o teste de OLTC Os OLTCs de transformadores de potência

precisam

ser

monitorados

atentamente devido à sua alta taxa de falha. Como base para a análise, os

• Medições vibro acústicas

durante a operação normal. Além disso,

utilizando sensores de aceleração

a interpretação dos níveis de gás varia

(offline/online)

significativamente da interpretação dos

níveis de gás obtidos do tanque principal

O método vibro acústico é usado para

detectar sinais acústicos causados pelo

do

movimento mecânico. Os perfis gravados,

método de medição é importante para

transformador

de

potência.

Cada

que variam em até dez segundos e entre

analisar a condição dos OLTCs.

10 Hz e 100 kHz em tempo e no domínio da frequência, são comparados com perfis de referência existentes para identificar

Medida da resistência dinâmica (DRM)

determinados modos de falha.

Tempos típicos de comutação da chave

• Medição da posição e do torque no eixo de acionamento (offline/online)

ou seletor, está entre 40 ms e 60 ms, o que

O mecanismo de acionamento dos

durante o processo de comutação usando

OLTCs, composto por um motor, um eixo

uma medição estática convencional de

de transmissão e uma engrenagem, opera

resistência do enrolamento, o que pode

dificulta a detecção de quaisquer efeitos

Tabela 1 – Métodos comuns para o teste de OLTC



58

Aula Prática

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

levar alguns minutos. Portanto, o princípio da DRM foi desenvolvido como um método de diagnóstico complementar para esse uso específico.

Utilizando a mesma configuração (Figura

4a), a medição de resistência dinâmica mede o processo de comutação rápido da chave de comutação. Com os contatos de arco de DRM, os tempos de comutação da chave de derivação, as interrupções de comutação – por exemplo, devido aos resistores de comutação ou às conexões danificadas – e o desgaste completo de contatos podem ser detectados. Dessa

Figura 4a – Configuração da medição típica de DRM – curva de corrente.

forma, ela fornece mais detalhes sobre a condição dinâmica do OLTC.

Ao analisar os registros, é possível tirar

várias conclusões relacionadas à condição do OLTC. Há três maneiras diferentes de exibir o comportamento dinâmico da chave de comutação. Adiante mencionaremos apenas a curva de corrente. (1) Curva de corrente (2) Curva de tensão (3) Curva de resistência

Curva de corrente

A curva de corrente, conforme vista

na Figura 4b, é a maneira mais comum de

interpretar

ela

permite

medições

detectar

DRM,

com

pois

facilidade

as interrupções de corrente durante o processo de comutação.

Ao aplicar um curto-circuito ao lado

oposto do transformador, o sinal de corrente se torna mais sensível, conforme o afundamento de corrente (ripple) aumenta

Figure 4b – Comportamento dinâmico típico da chave de comutação na operação – curva de corrente.

como mostrado na Figura 7 e 8. Este é o resultado de uma constante de menor tempo devido à indutância principal em

Curva de tensão

curto. É difícil fazer uma comparação

não seja cortado devido a um limitador de tensão da fonte, o que dificultaria a análise do

direta do sinal de corrente quando a

Como alternativa ao sinal de corrente,

sinal. Além da tensão de corte, os transitórios

medição é feita com um equipamento

o comportamento dinâmico também pode

entre os estágios 1 e 2, conforme mostrado no

de teste diferente, pois o ripple depende

ser avaliado usando a tensão ou a curva

exemplo da Figura 6A, não seriam vistos de

das propriedades dinâmicas da fonte de

de resistência. Ao injetar uma corrente DC

maneira tão clara se o limite de tensão fosse

corrente. Porém, o princípio e os diferentes

conforme mostra a Figura 5, o sinal de

atingido. Análoga à curva de corrente, não

estados do processo de comutação são

tensão registrado exibido na Figura 6A pode

é possível fazer uma comparação direta das

sempre visíveis, independentemente dos

ser obtido. Ao utilizar a curva de tensão, no

curvas ao realizar a medição com diferentes

parâmetros de origem.

entanto, é crucial garantir que o sinal de tensão

instrumentos de teste.


59

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Figura 5 – Configuração da medição típica de DRM – curva de tensão e resistência.

Figura 6 – Comportamento dinâmico típico da chave de comutação em operação – curva de resistência e tensão.

Curva de resistência

tensão e medir simultaneamente a tensão no enrolamento oposto foi apresentado há

A

curva

de

resistência,

conforme

vários anos [6].

mostrada na Figura 6B, não pode ser

A curva resistiva tem uma grande

medida diretamente, mas é um cálculo

vantagem que não depende da fonte de

derivado a partir de uma tensão e de uma

corrente usada. Outra vantagem é que os

corrente medidas com base na configuração

valores dos resistores de comutação podem

mostrada na Figura 5. Um curto-circuito nos

ser determinados diretamente. Como a

terminais opostos do transformador pode

tensão induzida no lado secundário pode

ser usado para diminuir a constante de

ser muito alta, ela requer mecanismos de

tempo do sistema. Além disso, uma alta

proteção especiais para o dispositivo de

indutância parasita pode causar uma tensão

teste.

indutiva significativa, que não pode ser

Dado que a curva de corrente é

separada da parte de tensão de resistência

atualmente a maneira mais usada para

utilizando a configuração mostrada na

realizar medições de DRM, as seguintes

Figura 5. Para compensar este efeito, um

seções focarão neste método com mais

método para determinar a parte indutiva da

detalhes.


Aula Prática

60

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Análise dos resultados de medição

na resistência medida [8]. Em geral, essas considerações

também

se

aplicam

a

medições de DRM, incluindo os seguintes

Com base nesse método de teste não

itens:

invasivo, as falhas podem ser detectadas

sem a abertura do compartimento do OLTC.

mostraram-se mais sensíveis à oscilação de

Correntes de teste abaixo de 3 A ou 1 A

O tipo e a construção do OLTC devem ser

contato, que pode gerar a falsa interpretação

conhecidos para analisar e avaliar a medição

de resultados. Um efeito comum que pode

de DRM de uma maneira adequada. Uma

ser observado é que a camada de óleo

medida de referência comprovada, que

residual nos contatos faz com que a corrente

é obtida depois do comissionamento ou

seja interrompida várias vezes durante o

quando a chave de comutação está em boas

teste. Esses resíduos de óleo geralmente não

condições, permite uma análise eficiente.

são considerados problemáticos quando o

Basicamente, dois tipos de informações

OLTC opera sob condições de carga normais.

podem ser interpretados ao analisar o atual

Em contrapartida, as correntes nesta faixa

perfil:

podem indicar o envelhecimento de longo prazo, como a carbonização em um estágio inicial, mas essas vantagens ainda devem ser

• Amplitude: esistores

de

transição

fazem

com

mais investigadas ao conduzir estudos de

que a corrente varie durante o processo

caso adicionais.

de comutação. Além disso, a resistência

de contato, o movimento de contato, as

de 3 A a 5 A foram, na maioria dos casos,

interrupções, a indutância de enrolamento, a

suficientes para atingir uma medição estável

formação de arco e a oscilação (bouncing) de

do processo de comutação. Nesses casos,

contatos podem influenciar na amplitude.

pequenas descontinuidades, por exemplo

Correntes de teste mais altas na faixa

devido à camada de óleo nos contatos, não afetaram os resultados. Os testes em campo

• Temporização: Diferenças indicar

na

problemas

temporização mecânicos,

podem desgaste

não revelam nenhuma diferença quando a corrente é aumentada para 10 A ou 15 A.

excessivo dos contatos e/ou oscilação de contatos (bouncing). Uma certa diferença

Curto-circuito no secundário

pode ser aceitável e dependerá muito do

Curto-circuitar o lado secundário do

design e do modelo do OLTC.

transformador pode ter dois efeitos positivos. Um deles é que, se a corrente durante a

Variação nos resultados de resistência dinâmica

comutação for interrompida, a energia armazenada no núcleo magnético não poderá ser liberada e o impulso da corrente

Escolhendo a corrente de teste

não gerará uma alta tensão no enrolamento

correta

oposto. O outro efeito positivo é que foi

Ao medir a resistência estática, prefere-se

observado que o afundamento de corrente

utilizar correntes de teste menores na faixa

(ripple) durante a comutação, na maior parte

de ampères disponível, especialmente para

dos casos, foi duas vezes mais alta, porque

enrolamentos de AT [7]. Embora os testes

a indutância principal é colocada em curto.

de enrolamentos de BT de baixa impedância

Isso torna o DRM mais sensível, mas também

possam precisar de correntes de teste na

tem uma grande influência nas curvas,

faixa de 10 A a 20 A, recomenda-se que as

tornando-as mais significativas.

correntes não excedam 15% da corrente

Processo de comutação TAP a TAP

estipulada

do

enrolamento.

Correntes

Para análise e comparação de diferentes

maiores podem aquecer os enrolamentos.

comutações, deve-se considerar que as

Como a medição de resistência dependente

curvas se diferem comutando para cima e

da temperatura, isso pode gerar imprecisões

para baixo. Isso acontece porque, em um



62

Aula Prática

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Figura 7 – Diferença no DRM entre comutação para cima e para baixo.

Figura 8 – Diferença no DRM entre a comutação da chave em direções alternadas.

caso, alguns enrolamentos são adicionados

posições ímpares e pares e em todas as três

[3] K. Viereck, A. Saveliev, 2015, Acoustic Tap-Changer

ao circuito e, em outro caso, os enrolamentos

fases. Isso permite que o usuário analise os

Monitoring using Wavelet Analyses, ISH 2015, Pilsen

são retirados com base no enrolamento

resultados de medição para fazer um amplo

de derivação do transformador e no

diagnóstico de falha.

[5] Jur Erbrink, Edward Gulski, Johan Smit, Rory Leich, 20th

enrolamento do OLTC e, desse modo, o

International Conference on Electricity Distribution 2009,

diagrama de fiação pode ser diferente entre

Conclusão

[4] IEEE Guide for Dissolved Gas Analysis in Transformer Load Tap Changers, IEEE C57.139-2010

Experimental Model for diagnosing on-load tap changer contact aging with dynamic resistance measurements

os transformadores. Se os enrolamentos

[6] E. Woschnagg und H. Koglek, 1977, Zum Problem

forem adicionados, a indutância adicional

Uma medição estática de resistência

der Widerstandsmessung von niederohmigen

precisará ser carregada com energia e, se

convencional pode ser usada para verificar

Transformatorwicklungen

os enrolamentos forem retirados, a energia

o enrolamento e todas as conexões internas

carregada na indutância será liberada. Este

fixas. No entanto, em alguns casos, os

efeito será muito mais provável se o lado

defeitos não podem ser detectados usando

Distribution, Power and Regulating Transformers and

secundário não estiver em curto, conforme

a medição de resistência do enrolamento

IEEE Guide for Short-Circuit Testing of Distribution and

observado na Figura 7.

padrão [9]. Sendo assim, o DRM como

uma

As curvas medidas também diferem se

medição

complementar,

provou

houver uma alteração de uma posição de

ser benéfico para analisar o processo de

derivação ímpar para uma posição par pois

comutação e os contatos móveis de OLTCs

a chave de comutação gira em direções

em transformadores de potência. Ao utilizar a

alternadas (Figura 8). Isso geralmente pode ser

mesma configuração de teste que a resistência

visto como tempos de comutação diferentes

estática, a função do DRM permite obter uma

dos estágios individuais. Além disso, a

visão do processo de comutação rápida da

oscilação (bouncing) de contatos algumas

chave para detectar desgaste mecânico

vezes pode ser vista apenas em uma direção.

dos contatos, dos cabos e dos resistores

Por isso, a Omicron oferece o software

de comutação sem esforço adicional de

Primary Test Manager (PTM), que permite

fiação. Como resultado, a confiabilidade da

a análise e a comparação de medições

avaliação do OLTC pode ser melhorada, os

estáticas e dinâmicas de resistência. O

custos de manutenção podem ser reduzidos

PTM exibe o processo de comutação das

e, sobretudo, as interrupções não esperadas

derivações individuais em um único diagrama

e onerosas podem ser evitadas.

para que eles possam ser comparados entre si com facilidade. Como os sinais de corrente

Bibliografia

de muitos desenhos de OLTC podem variar

[1] Cigré Working Group A2.3, 2015, TB 642 -

em relação à fase e à direção da comutação, o software PTM oferece opções exclusivas de filtragem para comparar operações em

Transformer Reliability Survey [2] Rudolf Klaus, 50 Jahre VDE Bezirksverein Nordbayern, Die Entwicklung von Stufen-schaltern für Hochspannungstransformatoren

[7] OMICRON, Standard electrical tests for power transformers, www.omicron.at [8] IEEE Standard Test Code for Liquid-Immersed

Power Transformers, IEEE C57.12.90 – 2006 [9] Raka Levi, Budo Milovic, TechCon 2011, OLTC Dynamic testing Cornelius Plath possui mestrado em Engenharia de energia elétrica e Administração de negócios pela RWTH Aachen University na Alemanha. Durante seus estudos, ele participou de diversos projetos de pesquisa financiados pelo setor sobre a avaliação da condição de aparelhos elétricos no Institute of High Voltage Technology. Cornelius iniciou seus trabalhos na OMICRON em 2010 como Engenheiro de aplicação, e atualmente ocupa o cargo de Gerente de Produtos. Ele tem ampla experiência internacional em aplicação e se especializou em diagnósticos elétricos de disjuntores e transformadores de potência. Markus Pütter estudou Engenharia elétrica na University of Paderborn e se graduou em 1997. Em 1999, iniciou na OMICRON electronics como engenheiro eletricista na área de diagnósticos de transformadores e, desde 2008, trabalhou como Gerente de Produtos para testes e soluções de diagnóstico de ativos primários. No cargo de gerente de produto, focou-se em desenvolver soluções inovadoras para testes de transformadores de potência. Markus Pütter foi membro do comitê de transformadores IEC TC14 e do grupo Cigre Working Group A1.39. Também esteve ativamente envolvido no grupo de trabalho AM Forum com foco em Medição de resistência dinâmica em comutadores sob carga (DRM em OLTCs). Markus faleceu em junho de 2015 após um trágico acidente.


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 2 - Edição 15 / Setembro de 2017

Qualidade de energia Dimensionamento de filtros harmônicos em parques eólicos

*Notícias selecionadas sobre o mundo das energias renováveis complementares eólica e solar* APOIO


64

Eólica Por Flávio Garcia, Marcelo Lemes, Alexandre da Silva e Patrick de Almeida*

Filtros harmônicos para parques eólicos Dimensionamento de filtros harmônicos passivos visando atender aos indicadores previstos no Procedimento de Rede Básica

Artigo


Artigo

Eólica

de empresas de engenharia especializadas

Distorção Harmônica Total de Tensão (DTT).

neste tipo de análise que, em conjunto com os

fornecedores dos equipamentos de filtragem

relação entre a potência ativa e a potência

harmônica tem sentido as dificuldades

aparente em uma instalação, em um dado

de definição dos valores nominais dos

intervalo de tempo. Este índice reflete

equipamentos de mitigação destas distorções

a eficiência do uso da energia que está

visando o atendimento dos indicadores

sendo utilizada, ou seja, a relação entre a

previstos no Procedimento de Rede Básica.

potência ativa (realmente útil) e a potência

Filtros harmônicos passivos

O fator de potência é definido como a

aparente (energia total) de uma instalação. As distorções harmônicas são fenômenos associados a deformações nas formas de onda

O equipamento denominado filtro

das tensões e correntes em relação à onda

harmônico passivo consiste em reduzir a

senoidal da frequência fundamental.

amplitude de correntes e tensões harmônicas

de uma ou mais frequências, em uma

regulam o fator de potência: a Agência

determinada barra, evitando que estas

Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que

distorções de tensão e corrente se propaguem

regula o fator de potência no âmbito dos

pelo sistema elétrico.

consumidores industriais, e o Operador

Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que

Todavia, visto que as instalações que

Atualmente, existem dois órgãos que

apresentam problemas de perturbações

regula as concessionárias transmissoras de

harmônicas normalmente também

energia. Neste artigo abordaremos apenas os

necessitam de compensação reativa, os

indicadores contidos nos procedimentos da

filtros harmônicos conectados em paralelo

rede básica regulados pelo ONS.

ao sistema e próximos às fontes harmônicas

também suprem a potência reativa necessária

Requisitos técnicos mínimos para a conexão

à correção do fator de potência no ponto de

às instalações de transmissão regula o fator

instalação.

de potência, no item 9.3, determina:

Dessa forma, a filtragem harmônica

O ONS, através do Submódulo 3.6 -

“9.3.1 Nos pontos de conexão à

passiva atende a dois aspectos importantes

rede básica e aos barramentos de

de uma instalação elétrica: controle de tensão

transformadores de fronteira, os

e redução de perdas através da redução da

acessantes devem manter o fator de

corrente rms circulante nos circuitos elétricos.

potência nas faixas especificadas na

Tabela 1.

A aplicação dos filtros de harmônicos

nos sistemas elétricos ocorre quando da

9.3.1.1 Entende-se por fator de

ultrapassagem dos limites de distorção

potência operacional a faixa de fator

harmônica total e individual de tensão nas

de potência para a qual os níveis

barras de conexão com a rede básica, definidos

de desempenho do sistema são

colocar em discussão os seguintes aspectos

pelos procedimentos de rede mostrados a

garantidos (cf. Módulo 2)”.

relativos à aplicação de filtros de harmônicos

seguir:

Este artigo tem como objetivo principal

passivos em parques eólicos: estudos de engenharia, simulações computacionais,

Indicadores de FP e harmônicas

Para centrais geradoras eólicas, o ONS

determina, no Quadro 6 do item 8.2, que: “Na conexão da central geradora às

limites do procedimento da rede básica do

instalações sob responsabilidade de

ONS, definição dos equipamentos e seus

componentes em termos de suportabilidade

algumas diretrizes que devem ser respeitadas

transmissora, a central geradora deve

operativa.

para manter um padrão de eficiência durante

propiciar os recursos necessários para, em

a operação. Dois dos principais índices que

regime permanente, operar com fator de

ONS para liberação de operação dos parques

determinam a eficiência de um sistema

potência indutivo ou capacitivo em qualquer

eólicos levam à necessidade da contratação

elétrico são o Fator de Potência (FP) e a

ponto da área indicada na figura abaixo”.

Os estudos de acesso requeridos pelo

O sistema elétrico brasileiro possui

65


Eólica

66

Artigo das tensões harmônicas de ordens

Tabela 1 – Fator de potência operacional nos pontos de conexão

Tensão nominal do ponto de conexão

Faixa de fator de potência

Vn ≥ 345 kV

0,98 indutivo a 1,0

69 kV ≤ Vn ≤ 345 kV

0,95 indutivo a 1,0

Vn < 69 kV

0,92 indutivo a 1,0

2 a 50. Esse conceito procura quantificar o conteúdo harmônico total existente em um determinado barramento da rede básica ou nos barramentos dos transformadores de

0,92 capacitivo a 1,0

fronteira.

Procedimentos de Rede - Submódulo 3.6

9.4.3 Avaliação de desempenho 9.4.3.1 Limites globais (a) Os limites globais inferiores correspondentes aos indicadores de tensões harmônicas individuais de ordens 2 a 50, bem como ao indicador DTHTS 95% estão apresentados na Tabela 2.” “(b) Os limites globais superiores são determinados pela multiplicação dos limites globais inferiores correspondentes pelo fator (4/3). Por exemplo, os limites globais superiores relativos aos indicadores DTHTS95% para V< 69 kV e V ≥ 69 kV são, respectivamente, 8% e 4%.

Figura 1 – Faixa de geração/absorção de potência reativa no ponto de conexão da central geradora.

(c) Na definição desses limites, deve-se

“Nas condições em que os geradores não

harmônicos, em regime permanente,

levar em consideração que, para

estejam produzindo potência ativa, a central

nos barramentos da rede básica e nos

cada ordem harmônica h, a tensão

de geração eólica ou fotovoltaica deverá ter

barramentos dos transformadores de

harmônica resultante em qualquer

recursos de controle para disponibilizar ao

fronteira, corresponde à distorção de

ponto do sistema é obtida com a

SIN sua capacidade de geração/absorção

tensão harmônica.

combinação dos efeitos provocados por

de potência reativa, observando o requisito

9.4.1.2 Esse indicador não se aplica

diferentes agentes.

mínimo de propiciar injeção/absorção nula no

a fenômenos transitórios ou de curta

9.4.3.2 Limites individuais

ponto de conexão, como indicado na Figura 1”.

duração que resultem em injeção

(a) Os limites individuais de tensões

de correntes harmônicas, como

harmônicas de ordens 2 a 50, bem

o Procedimento de Rede, Submódulo 2.8,

ocorre, por exemplo, na energização

como o limite para a Distorção de

descreve as recomendações no item 9.4,

de transformadores ou em partida

Tensão Harmônica Total (DTHTS95%),

conforme a seguir:

de unidades geradoras que utilizem

são apresentados na Tabela 3”.

Para distorção harmônica de tensão,

equipamentos conversores de

Centrais geradoras eólicas

“9.4 Distorção harmônica de tensão

frequência.

9.4.1 Considerações iniciais

9.4.1.3 Entende-se por Distorção de

9.4.1.1 O indicador para avaliar

Tensão Harmônica Total (DTHT) a raiz

quadrada do somatório quadrático

geradoras eólicas tem crescido

o desempenho global quanto a

Atualmente, o número de centrais

Tabela 2 – Limites globais inferiores de tensão em porcentagem da tensão fundamental

V < 69 kV ÍMPARES PARES VALOR(%) VALOR(%) ORDEM ORDEM 3, 5, 7 9, 11, 13

V ≥ 69 kV ÍMPARES PARES VALOR(%) VALOR(%) ORDEM ORDEM 3, 5, 7

5 2, 4, 6

2

≥8

1

9, 11, 13

3

2 1

≥8

0,5

1,5

15 a 25

2

15 a 25

1

≥ 27

1,0

≥ 27

0,5

Procedimentos de Rede – Submódulo 2.8

2, 4, 6



Eólica

68

Artigo Tabela 3 – Limites individuais em porcentagem da tensão fundamental

13,8 kV ≤ V < 69 kV ÍMPARES PARES ORDEM VALOR(%) ORDEM VALOR(%)

V ≥ 69 kV ÍMPARES PARES ORDEM VALOR(%) ORDEM VALOR(%)

3 a 25

3 a 25

1,5 Todos

≥ 27

0,6

0,6

0,7

Todos ≥ 27

DTHTS95% = 3%

0,3

0,4 DTHTS95% = 1,5%

Procedimentos de Rede – Submódulo 2.8

Portanto, os equipamentos devem ser

contribuindo para a matriz energética do país.

não linear das centrais geradoras eólicas,

dimensionados para atender aos limites

Até 2020 estima-se que 420 novos parques

o estudo de impacto harmônico, em geral,

e indicadores já discutidos para a pior

eólicos entrem em operação no sistema

revela a necessidade de equipamentos que

contingência simulada. Geralmente, nesses

interligado nacional.

mitigam o conteúdo harmônico e que realizam

casos, as correntes máximas nos bancos de

a compensação reativa, ou seja, bancos de

capacitores e/ou filtros harmônicos passivos

do ponto de vista técnico, o ONS exige

capacitores e/ou filtros harmônicos passivos

ficam altíssimas, a tensão dos bancos de

vários estudos, como: fluxo de carga,

sintonizados ou amortecidos.

capacitores fica em torno de 2pu da tensão

curto-circuito, impacto harmônico, entre

nominal do sistema e os equipamentos ficam

outros. Dentre estes, focaremos o estudo de

equipamentos surge quando os estudos

superdimensionados, aumentando os custos

impacto harmônico, o qual deve atender aos

de simulação de harmônicos passam a

de produção.

indicadores expostos na Tabela 3 e fator de

contemplar as distorções harmônicas totais

potência apresentados no item a da seção 2.

e individuais de tensão pré-existentes no

ponto de conexão do parque eólico com a rede

Para a conexão de um parque eólico,

A elaboração do estudo de impacto

Assim, em virtude da característica

exponencialmente no território brasileiro,

O problema do dimensionamento dos

Modelagem em software de fluxo de harmônico

harmônico é complexa e requer conhecimentos

básica. Como na grande maioria dos casos

específicos em engenharia elétrica e atender

não existem medições reais de harmônicos

às diretrizes expostas no Submódulo 2.8, 3.6

para alimentar os estudos de casos, adota-se

eólico de aproximadamente 300 MW,

e 23.3. Para a análise do impacto harmônico,

injetar uma distorção de harmônicas pré-

representando o conteúdo harmônico injetado

deve-se utilizar o software computacional

existente igual ao limite máximo de distorção

pelos aerogeradores através do modelo de

HARMZS, o qual aplica o método do lugar

harmônica, total e individual, permitido pelos

fonte de corrente, conforme unifilar abaixo

geométrico com o sistema em operação normal

procedimentos de rede do ONS e nas mais

modelado no software Power Quality Filter

ou degradado (contingências).

diversas contingências operativas simuladas.

(PQF).

Figura 2 – Diagrama unifilar do parque eólico.

A modelagem contempla um complexo


Artigo

Eólica

A Tabela 4 apresenta os dados dos filtros

harmônico PQF para a condição normal

estão mostrados a seguir.

harmônicos projetados paro o complexo

operativa do parque eólico (sistema

eólico, disponibilizado pelo investidor

não degradado) gerando um conteúdo

do empreendimento, como resultado do

harmônico drenado por cada filtro para

estudo harmônico para atender a todas as

comparação com o conteúdo harmônico

contingências que o software HARMZS gera

dos mesmos resultantes do software

resultados dos conteúdos harmônicos

no sistema.

HARMZS para atendimento a todas as

drenados pelos filtros utilizando o

contingências operativas contempladas

software Power Quality Filter e HAMZS,

nos estudos do ONS. Os resultados obtidos

respectivamente.

Os filtros passivos da Tabela 4

foram modelados no software de fluxo

Resultados de simulação PQF As Tabelas 5 e 6 apresentam os

Tabela 4 – Dados dos filtros harmônicos

Ordem

Barra

V(kV)

f(Hz)

FQ

R(Ω)

L(mH)

C(uF)

Q (kVAr)

2

01

34,5

117,6

30

8,6138

349,73

5,2372

3175

3

01

34,5

180

30

15,559

412,71

1,8943

956

4

01

34,5

240

35

6,5398

151,79

2,8972

1387

5

01

34,5

300

40

5,4102

114,81

2,4515

1146

6

01

34,5

360

40

7,0848

125,29

1,5600

720

7

01

34,5

427,8

45

4,9462

82,807

1,6714

765

8

01

34,5

480

50

5,9512

98,664

1,1143

508

3*

02

34,5

180

-

577,27

77,956

10,029

5060

5*

02

34,5

300

-

833,17

126,29

2,2286

1040

*Filtro Amortecido

69


70

Eólica

Artigo Tabela 5 – Correntes harmônicas nos filtros da barra 01 em ampère, software Power Quality Filter

Freq. (Hz)

F2h (A)

F3h (A)

F4h (A)

F5h (A)

F6h (A)

F7h (A)

F8h (A)

60

52,43

15,79

22,91

18,93

11,89

12,64

8,39

120

4,75

0,17

0,19

0,14

0,09

0,09

0,06

180

0,54

7,91

0,92

0,53

0,29

0,28

0,18

0,19

0,16

0,1

240

0,11

0,16

6,73

0,45

300

0,24

0,27

1,31

24,98

1,3

0,84

0,47

360

0,07

0,07

0,24

0,58

6,52

0,6

0,27

420

0,10

0,10

0,7

1,28

2,15

19,79

2,37

0,17

0,54

4,65

480

0,03

0,03

0,08

0,13

540

0,06

0,05

0,15

0,23

0,26

0,59

0,88

600

0,02

0,02

0,06

0,09

0,1

0,19

0,22

660

0,03

0,03

0,09

0,13

0,13

0,24

0,25

0,07

0,13

0,12

720

0,02

0,02

0,05

0,07

780

0,03

0,02

0,07

0,09

0,09

0,16

0,15

840

0,02

0,01

0,04

0,05

0,05

0,09

0,08

900

0,03

0,02

0,06

0,08

0,08

0,13

0,12

0,05

0,07

0,07

960

0,01

0,01

0,03

0,05

1020

0,03

0,02

0,06

0,08

0,08

0,13

0,11

1080

0,01

0,01

0,03

0,04

0,03

0,06

0,05

1140

0,02

0,02

0,06

0,08

0,08

0,12

0,11

0,04

0,06

0,05

1200

0,01

0,01

0,03

0,04

1260

0,02

0,02

0,05

0,07

0,06

0,1

0,08

1320

0,01

0,01

0,03

0,04

0,04

0,06

0,05

1380

0,02

0,02

0,05

0,07

0,06

0,1

0,08

0,03

0,05

0,04

1440

0,01

0,01

0,03

0,03

1500

0,02

0,02

0,05

0,06

0,06

0,09

0,08

1560

0,01

0,01

0,03

0,03

0,03

0,05

0,04

1620

0,02

0,01

0,04

0,05

0,05

0,07

0,06

0,03

0,05

0,04

1680

0,01

0,01

0,03

0,03

1740

0,02

0,01

0,04

0,05

0,05

0,07

0,06

1800

0,01

0,01

0,03

0,04

0,04

0,06

0,05

1860

0,02

0,01

0,04

0,05

0,05

0,07

0,06

0,01

1920

0,00

0,00

0,00

0,01

0,01

0,01

1980

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2040

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2100

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2160

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2220

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2280

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2340

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2400

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2460

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2520

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2580

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2640

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2700

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2760

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2820

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2880

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2940

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

3000

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

RMS

52,65

17,66

23,95

31,38

13,80

23,53

9,95

9,14

50,16

30,40

132,24

58,96

156,98

63,74

DHTi(%)*

*DHTi(%): Distorção harmônica total de corrente (sistema elétrico em condição operativa normal).


Artigo

Eólica Tabela 6 – Correntes harmônicas nos filtros da Barra 01 em Ampère, software HARMZS

Freq. (Hz)

F2h (A)

F3h (A)

F4h (A)

F5h (A)

F6h (A)

F7h (A)

F8h (A)

60

54,10

16,80

24,37

20,13

12,65

13,19

8,93

120

22,75

0,51

0,57

0,43

0,26

0,26

0,18

180

1,82

25,33

2,95

1,71

0,93

0,88

0,58

0,66

0,55

0,35 0,86

240

0,40

0,57

23,80

1,60

300

0,46

0,50

2,42

46,24

2,40

1,47

360

0,22

0,22

0,81

1,95

21,91

1,81

0,89

420

1,92

1,80

5,92

10,76

18,16

93,14

20,00

480

0,10

0,09

0,27

0,44

0,56

2,14

15,60

540

1,59

1,42

4,27

6,55

7,47

18,32

25,03

600

0,47

0,41

1,22

1,80

1,93

4,04

4,36

660

0,72

0,62

1,81

2,62

2,71

5,20

5,13

0,28

0,51

0,48

720

0,08

0,07

0,20

0,28

780

0,82

0,71

2,01

2,82

2,80

4,94

4,51

840

0,22

0,19

0,52

0,73

0,71

1,23

1,10

900

0,48

0,41

1,16

1,60

1,55

2,62

2,31

0,65

1,08

0,94

960

0,21

0,18

0,49

0,67

1020

0,29

0,24

0,67

0,92

0,88

1,45

1,26

1080

0,09

0,07

0,20

0,28

0,26

0,43

0,37

1140

0,11

0,10

0,27

0,36

0,34

0,56

0,48

0,12

0,19

0,16

1200

0,04

0,03

0,09

0,13

1260

0,07

0,06

0,17

0,23

0,21

0,34

0,29

1320

0,04

0,03

0,09

0,12

0,12

0,19

0,16

1380

0,12

0,10

0,28

0,37

0,35

0,56

0,47

0,22

0,35

0,29

1440

0,08

0,06

0,18

0,24

1500

0,16

0,14

0,38

0,51

0,48

0,76

0,63

1560

0,06

0,05

0,14

0,19

0,18

0,28

0,24

1620

0,07

0,06

0,16

0,21

0,20

0,31

0,26

0,22

0,35

0,29

1680

0,08

0,06

0,18

0,24

1740

0,05

0,04

0,11

0,15

0,14

0,22

0,18

1800

0,06

0,05

0,15

0,20

0,18

0,29

0,24

1860

0,08

0,07

0,18

0,24

0,22

0,35

0,29

0,19

1920

0,07

0,06

0,15

0,20

0,30

0,25

1980

0,05

0,04

0,11

0,15

0,14

0,22

0,18

2040

0,04

0,03

0,08

0,11

0,10

0,16

0,13

2100

0,03

0,03

0,07

0,09

0,08

0,13

0,11

0,08

2160

0,03

0,02

0,06

0,08

0,12

0,10

2220

0,03

0,02

0,06

0,08

0,08

0,12

0,10

2280

0,03

0,02

0,06

0,08

0,07

0,11

0,09

2340

0,03

0,02

0,06

0,08

0,07

0,11

0,09

0,08

2400

0,03

0,02

0,06

0,09

0,12

0,10

2460

0,03

0,02

0,06

0,08

0,08

0,12

0,10

2520

0,03

0,02

0,06

0,08

0,07

0,11

0,09

2580

0,02

0,02

0,06

0,07

0,07

0,11

0,09

2640

0,02

0,02

0,06

0,08

0,07

0,11

0,09

2700

0,03

0,02

0,06

0,09

0,08

0,12

0,10

2760

0,03

0,03

0,08

0,10

0,09

0,15

0,12

2820

0,04

0,03

0,09

0,12

0,11

0,18

0,15

2880

0,05

0,05

0,12

0,16

0,15

0,23

0,19

2940

0,05

0,04

0,11

0,15

0,13

0,21

0,17

3000

0,04

0,03

0,09

0,12

0,11

0,17

0,14

RMS

58,79

30,52

35,23

52,30

32,51

96,32

37,79

DHTi(%)*

42,54

151,68

104,42

239,74

236,75

723,53

411,41

*DHTi(%): Distorção harmônica total de corrente (Sistema elétrico operando na pior contingência).

71


Eólica

72

Artigo

Tabela 7 – Comparativo entres as corrente RMS e DHTis dos filtros

Filtros Harmônicos Passivos

IRMS (A)

IRMS (A)

DHTi(%) Power Quality Filter

DHTi(%) HARMZS

2h

52,65

9,14

58,79

42,54

3h

17,66

50,16

30,52

151,68

4h

23,95

30,40

35,23

104,42

5h

31,38

132,24

52,30

239,74

6h

13,80

58,96

32,51

236,75

7h

23,53

156,98

96,32

723,53

8h

9,95

63,74

37,79

411,41

em condições operativas diferenciadas

trabalho conjunto entre as empresas

entre os resultados dos softwares.

(sistema degradado e sistema normal,

geradoras, as empresas de engenharia e os

Observa-se, na Tabela 7, que a distorção

respectivamente), visando evidenciar o

fabricantes de equipamentos. Os fabricantes

harmônica total de corrente (DHTi%) dos

impacto final sobre o tamanho e os custos dos

devem ter condição de simular, discutir e

filtros de 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª ordem

equipamentos de mitigação harmônicas.

definir em conjunto com os envolvidos as

calculados pelo software HAMZS é muito

melhores soluções técnicas para cada caso

superior que os resultados do software

impacta diretamente no tamanho físico dos

Power Quality Filter, em virtude de o mesmo

reatores e capacitores, espaço físico para

contemplar o pior cenário de contingência para

montagem final do equipamento e viabilidade

atendimento aos requisitos do ONS.

econômica.

A Tabela 7 apresenta um comparativo

As simulações computacionais requeridas

O conteúdo harmônico a ser drenado

Para mitigar o espaço físico e reduzir aos

analisado.

Referências - Operador Nacional do Sistema Elétrico,

para o atendimento de todos os requisitos do

custos de implantação da solução ofertada,

Submódulo 2.8 – Gerenciamento dos

procedimento de rede contemplam as piores

recomendam-se algumas ações que já foram

indicadores de desempenho da rede básica

situações possíveis de operação em modo

adotadas e podem ajudar:

e dos barramentos dos transformadores de

contingencial, ou seja, emergência. A diferença

a) O aumento da potência dos filtros de

fronteira, e de seus componentes.

mostrada nos valores de suportabilidade dos

harmônicos, principalmente daqueles que tem

- Operador Nacional do Sistema Elétrico,

filtros de harmônicos recomendados para o

uma maior drenagem de corrente, melhora a

Submódulo 3.6 – Requisitos técnicos mínimos

atendimento dos indicadores entre a situação

relação entre corrente harmônica e corrente

para a conexão às instalações de transmissão.

normal e a situação degradada de operação

fundamental e também reduz o tamanho dos

- Operador Nacional do Sistema Elétrico,

do sistema elétrico conduzem a construção

reatores (menor indutância);

Submódulo 23.3 – Diretrizes e critérios para

de equipamentos muito grandes e com valor

b) A utilização de uma sintonia não inteira,

estudos elétricos.

muito elevado, o que demanda uma maior

por exemplo 4,9ª ordem no lugar de uma

interação entre empresas de engenharia,

sintonia na 5ª ordem é uma alternativa para

*Patrick Roberto Almeida é mestre em

investidores e fabricantes de equipamentos na

reduzir a distorção harmônica total de corrente

Engenharia Elétrica pela Unesp de Ilha Solteira

busca de soluções alternativas que evitem o

no filtro, desde que isto não venha a afetar a

e engenheiro de aplicação da Bree – Brazilian

exposto acima.

distorção harmônica de tensão desejada na

Energy Efficiency;

Conclusão

barra de conexão com a rede básica; c) Outra solução já adotada para a redução da suportabilidade e tamanho dos filtros de

O presente artigo apresentou uma

harmônios em condição operativa degradada,

abordagem sobre os resultados emitidos

ou seja, em contingência, é a redução da

por dois softwares de fluxo de harmônicos

quantidade de aerogeradores durante a

distintos (HARMZS e PQF) no que tange

contingência, após uma análise do custo

ao conteúdo harmônico a ser drenado por

versus benefício desta redução.

filtros harmônicos passivos sintonizados

Todas estas ações demandam um

Flávio Resende Garcia é mestre em Engenharia Elétrica pela UFU e gerente de engenharia da Bree; Alexandre Moriel da Silva é mestre em Engenharia Elétrica pela USP de São Carlos e engenheiro de vendas da Bree; Marcelo Inácio Lemes é mestre em Engenharia pela UFU e engenheiro de soluções da Bree.



74

Notícias

renováveis

Enel inicia operação do parque eólico Delfina

A Enel, por meio de sua

subsidiária brasileira de energia renovável Enel Green Power Brasil Participações ("EGPB"), iniciou a operação do parque eólico Delfina, que tem capacidade instalada total de 180 MW. O empreendimento está localizado no município de Campo Formoso, no estado da Bahia.

“A entrada em operação de

Delfina, maior parque eólico da Enel no Brasil, é uma prova da habilidade da nossa equipe de construir e comissionar de forma rápida e eficiente nossos projetos, tornando o Brasil um

Parque eólico Delfina tem capacidade de geração de 800 GWh por ano.

dos principais contribuidores

Delfina, como parte dos

(BNDES).

CO2 na atmosfera. A EGPB

para o crescimento do Grupo em

investimentos previstos no

construiu aproximadamente

energias renováveis”, afirmou

plano estratégico da companhia

mais de 800 GWh por ano,

90 quilômetros de linha de

Carlo Zorzoli, Country Manager

e que serão financiados por meio

o suficiente para atender às

transmissão para conectar o

da Enel no Brasil.

de recursos próprios do Grupo,

necessidades de consumo de

parque eólico à subestação de

assim como por um empréstimo

390 mil famílias brasileiras,

energia da distribuidora local

aproximadamente US$ 400

concedido pelo Banco Nacional

evitando a emissão de mais

mais próxima, na cidade de

milhões na construção de

de Desenvolvimento Econômico

de 490 mil toneladas de

Juazeiro.

O Grupo investiu

Delfina é capaz de gerar

A Vestas superou 1 GW de capacidade instalada no Brasil após a decisão de reforçar

sua presença no país com produção local. Desde junho de 2014, a empresa mantém um acordo com o BNDES sobre um roteiro para fabricação local que permitiria à Vestas obter a acreditação FINAME-II do banco. Ao cumprir um conjunto de pré-requisitos de localização, hoje os clientes da Vestas podem se beneficiar do atrativo financiamento da instituição.

"O mercado de vento brasileiro tem características únicas e, se você almeja se tornar

um dos principais players, precisa aumentar sua presença local. É exatamente o que fizemos no Brasil: permanecemos e investimos porque acreditamos no enorme potencial do país; provando nosso compromisso com nossos clientes e também com o povo brasileiro. Em apenas alguns anos, criamos mais de 300 empregos diretos, abrimos uma nova fábrica e instalamos mais de 1 GW. Embora satisfeitos, sabemos que este é apenas o começo, pois esperamos muito mais", diz o Presidente da Vestas Brasil e Cone Sul, Rogério Zampronha.

A Vestas está presente no Brasil desde 2000 e atualmente possui 371 MW em

construção. Em 2008, a empresa abriu um escritório em São Paulo para lidar com operações de vendas e serviços no país.

Courtesy of Vestas Wind Systems A/S

Capacidade instalada da Vestas no Brasil atinge 1 GW


Notícias

Eólica

Aplicativo auxilia cálculo de sistema fotovoltaico

Lançado pela Solution

consumo de energia mensal

Energia, o aplicativo SOL

em kWh, nome da distribuidora

permite dimensionar um

e pronto! Automaticamente

sistema fotovoltaico e calcular

você terá acesso a uma série

a quantidade de emissão de

de informações relevantes para

CO2 evitada. De acordo com a

orçar um sistema solar com

empresa, o aplicativo é intuitivo

diversas empresas.

e atende a quatro perfis de

consumidores: residências,

Solution Energia, Adalberto

empresas, indústrias e zonas

Popovici, explica que

mais viável hoje do que há 10

a adesão ao sistema solar

rurais.

disponibilizar o aplicativo

anos, mas algumas pessoas

impacta diretamente no bolso

gratuitamente faz parte da

ainda não sabem disso, destaca

dos consumidores, que podem

procure por "Simulador Solar

estratégia de levar conhecimento

o diretor. "Além do forte

reduzir seus custos com energia

Solution". Com a ferramenta

sobre a viabilidade tecnológica

apelo ambiental porque reduz

elétrica em até 90%".

instalada, basta preencher os

e econômica da alternativa

consideravelmente a emissão de

campos solicitados com seus

solar como fonte energética. O

CO2, gás nocivo à saúde humana

gratuitamente para sistemas

dados pessoais, média de

sistema fotovoltaico é muito

e ao meio ambiente, atualmente,

Android e iOS.

Para encontrar o aplicativo,

O diretor de Negócios da

O aplicativo já está disponível

GE ultrapassa 5 GW em energia eólica no Brasil

A GE anunciou, recentemente, que atingiu 5 GW de capacidade instalada no País. Com isso, a empresa se torna a primeira a chegar ao marco no

Brasil, em menos de dez anos deste mercado.

A GE acredita no potencial de crescimento da energia eólica e renovável, fornecendo tecnologias acessíveis, confiáveis e sustentáveis para seus

clientes em todo o Brasil. Os parques eólicos que operam com turbinas GE foram reconhecidos como os mais eficientes do País, gerando ainda mais disponibilidade de energia para seus clientes, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

"As soluções customizadas da GE para o Brasil, como a turbina eólica 2.5 com as torres de 87 e 117 metros, são alguns dos grandes diferenciais

para os parques de nossos clientes para produzir mais energia. Estamos orgulhosos de dizer que nossas turbinas geram mais de um terço de toda a energia eólica produzida no País. Vamos ter mais de 2.700 turbinas instaladas aqui no final de 2017, estimulando a indústria", diz Jean-Claude Robert, líder da GE Onshore Wind na América Latina.

75


Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores

76

Energia ininterrupta Fabricantes e distribuidores de equipamentos fundamentais para quem busca fornecimento constante e qualidade de energia cresceram, em média, 11% em 2016. A estimativa é de mais 10% de crescimento para 2017

O fornecimento de energia elétrica é fundamental para a operação

outros equipamentos similares. Hospitais, instituições financeiras,

da absoluta maioria das empresas. Para algumas delas, no entanto,

algumas indústrias, grandes empresas de dados/comunicação

mais do que o suprimento, é necessário que a energia chegue com

são exemplos de instalações com cargas de missão crítica, que

qualidade até a instalação. Não basta a presença da eletricidade

dependem de eletricidade com qualidade ininterruptamente, além de

correndo por condutores e municiando equipamentos, ela precisa

outras empresas que possuem infraestrutura de TI como importante

ser confiável e perene. Para isso, especialistas recorrem a análises,

estratégia competitiva.

projetos e dispositivos capazes de monitorar e garantir a provisão

do serviço. Estamos falando do uso de nobreaks, estabilizadores,

para condicionamento de energia e de grupos geradores para

baterias, UPSs, filtros harmônicos, softwares de gerenciamento e

entender um pouco mais desse mercado. Na pesquisa exclusiva

Consultamos alguns fabricantes e distribuidores de equipamentos


77

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

publicada em detalhes a seguir, as companhias revelam um panorama

do setor e traçam expectativas para o encerramento deste ano de

informações importantes sobre cada uma das empresas participantes,

Confira a pesquisa completa, a seguir. O levantamento traz

2017.

como áreas de atuação, serviços e produtos oferecidos e projeções

Para se ter uma ideia, as empresas que participaram do

de mercado.

levantamento afirmaram ter apresentado crescimento médio de 11% em 2016 comparado ao ano anterior, índice, aliás, superior ao

Números do mercado brasileiro de

prognóstico realizado por este mesmo mercado em pesquisa realizada

equipamentos para condicionamento de

no ano passado, quando a estimativa das companhias era crescer,

energia e grupos geradores

em média, 7%, naquele ano. Para 2017, as empresas projetam crescimento médio para seus resultados em torno de 10% e de 6% para o mercado como um todo. Questionadas quanto à contratação de funcionários, as companhias acreditam que devem encerrar o ano com um acréscimo médio de 5% em suas contratações.

A pesquisa revelou ainda uma perspectiva de tamanho de alguns

Assim como foi registrado nas pesquisas anteriores, a indústria

é o segmento de atuação mais presente neste mercado. 93% das empresas pesquisadas apontaram a indústria como principal setor de atuação.

nichos específicos deste segmento. As empresas identificaram, por exemplo, que o mercado de nobreaks de até 3 kVA fatura,

Principais segmentos de atuação

anualmente, até R$ 20 milhões. O mesmo faturamento é apresentado pelo mercado de softwares de gerenciamento de energia, segundo acreditam os pesquisados.

17%

A economia desacelerada tem sido um dificultador dos negócios

nesta área. Para a maior parcela das empresas pesquisadas, o

Residencial

41%

momento econômico tem influenciado negativamente os resultados.

Público Comercial

76%

A boa notícia é que a produção industrial do setor eletroeletrônico vem mostrando sinais de recuperação. De acordo com dados do

93%

IBGE, agregados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica

Industrial

e Eletrônica (Abinee), a produção industrial cresceu 5,4% no mês de julho de 2017 em relação a julho de 2016. Segundo a Abinee, “o desempenho foi puxado pelo acréscimo de 23,8% da indústria eletrônica, visto que a indústria elétrica recuou 7,0% na comparação

com o mesmo mês do ano passado. Nos últimos três meses, os

pelas empresas deste mercado, conforme vem sendo apontado

resultados apontados em 2017 ultrapassaram os de 2016 e quase

também nas pesquisas anteriores. Apenas 24% das pesquisadas

atingiram os registrados em 2015”.

utilizam a internet como intermediário de vendas.

A venda direta ao cliente final é o principal canal de venda utilizado


Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores

78

Principais canais de vendas

Telemarketing

24%

Internet

24%

Distribuidores / atacadistas

39% 65%

Revendas / varejistas

93%

Venda direta ao cliente final

Chaves de transferência, baterias e nobreaks são os produtos mais populares neste

mercado de condicionamento de energia. Confira o ranking. Principais produtos comercializados

17%

Grupos geradores a gás natural

20% 20%

Grupos geradores a diesel Filtros de harmônicos Softwares de gerenciamento de energia

26% Estabilizadores acima de 3 kVA 28% Retificadores 33% 37% 39%

Nobreaks estáticos de até 3 kVA Nobreaks estáticos acima de 3 kVA

44% 44%

Baterias Chaves de tranferência

Para entender um pouco o perfil das empresas que constituem este segmento,

questionamos as pesquisadas sobre seus respectivos faturamentos. 43% delas apresentam faturamento médio anual de até R$ 5 milhões e apenas 2% registram resultados anuais superiores a R$ 500 milhões. Faturamento bruto anual das empresas (em 2015)

2% 2%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

5%

De R$ 50 milhões a R$ 70 milhões

5%

Acima de R$ 500 milhões 43%

Até R$ 5 milhões

7%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 24%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

12%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões


79

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Conforme o levantamento, o mercado de baterias é o que

Previsoes de crescimento

apresenta mais chances de ter o maior faturamento entre os nichos pesquisados. Boa parte das pesquisadas acredita que este segmento

Contratação em 2017

fatura anualmente entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão. Por outro lado,

5%

o mercado de softwares de gerenciamento de energia apresentou em

6%

2016 faturamento de até R$ 20 milhões por ano.

10%

Até R$ 20 milhões

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

Acima de R$ 1 bilhão

Percepção sobre o tamanho do mercado de equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores (em 2016)

Nobreaks de até 3 kVA

41%

7%

7%

19%

19%

7%

0%

19%

7%

19%

19%

7%

3%

46% 17% 13% 13%

8%

3%

0%

Nobreaks acima de 3 kVA 26% Estabilizadores de até

Crescimento médio para o mercado em 2017

11%

Crescimento médio das empresas em 2017 Crescimento médio das empresas em 2016 comparado a 2015

No que diz respeito aos fatores que mais influenciam o desenvolvimento deste mercado, a desaceleração da economia é a grande inibidora de resultados mais positivos. Fatores que devem influenciar o mercado em 2016

5%

3 kVA Estabilizadores acima de 44%

16% 12% 12%

8%

8%

0%

Baterias

25% 14% 14% 11%

4%

29%

3%

Chaves de transferência

47% 15% 19% 15%

4%

0%

0%

54% 15%

8%

0%

0%

18%

3 kVA

Softwares de

Programas de incentivo do governo

Outros

8%

15%

gerenciamento de energia

1%

Bom momento econômico do país 25%

3%

Desaceleração da economia brasileira

Desvalorização da moeda brasileira 13%

As empresas pesquisadas afirmaram ter apresentado crescimento

médio de 11% em 2016 na comparação com 2015, índice superior

3%

ao prognóstico realizado por este mesmo mercado em pesquisa

Falta de normalização e/ou legislação

realizada no ano passado, quando a estimativa das companhias era crescer, em média, 7%, naquele ano. Para 2017, as empresas projetam crescimento médio para seus resultados em torno de 10% e de 6% para o mercado como um todo.

13%

Falta de confiança de investidores

3%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Setor da construção civil desaquecido 12% 4%

Crise internacional

Projetos de infraestrutura


Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores

(31) 99452-1001

www.grupoabaco.com.br

BELO HORIZONTE

MG

X

Acumuladores Moura S.A.

(81) 3411-2999

www.moura.com.br

Belo Jardim

PE

X

ADELCO

(11) 4199-7515

www.adelco.com.br

BARUERI

SP

X

X

ADS DISJUNTORES

(19) 3804-1042

www.adsdisjuntores.com.br

MOGI MIRIM

SP

X

X

ALSET ENERGIA EIRELI

(62) 3945-5045

www.alset.com.br

GOIANIA

GO

X

ATA SISTEMAS DE ENERGIA

(11) 2024-4689

www.ataups.com.br

São Paulo

SP

Brasformer Braspel

(11) 99481-3484

www.brasformer.com.br

São Paulo

CONEXÕES HAWSER

(11) 4056-5996

www.hawser.com.br

Eaton

(11) 3616-8515

ETELBRA ENGENHARIA

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SP

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DIADEMA

SP

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www.eaton.com.br

São Paulo

SP

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(21) 3392-8106

www.etelbra.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

EZATEC

(11) 5563-8779

www.ezatec.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

FINDER

(11) 4223-1567

www.finder.com.br

SAO CAETANO DO SUL

SP

X

X

X

GERAFORTE

(31) 3396-9694

www.geraforte.com.br

CONTAGEM

MG

X

X

X

GUARDIAN

(21) 99297-1952

www.guardian.ind.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

HDS Sistemas de Energia

(41) 2109-8838

www.hdspr.com.br

Pinhais

PR

X

HEIMER GRUPOS GERADORES

(81) 99207-4665

www.heimer.com.br

PAULISTA

PE

X

INTELLI STORM

(16) 3826-1411

www.intellistorm.com.br

ORLÂNDIA

SP

X

Kohler-MAQUIGERAL

(11) 3789-6000

br.sdmo.com

São Paulo

SP

X

Kron Medidores

(11) 5525-2013

www.kron.com.br

São Paulo

SP

X

Lacerda Sistemas de Energia

(11) 2147-9777

www.lacerdasistemas.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

Leão Energia

(43) 3294-6429

www.leaoenergia.com.br

Londrina

PR

X

X

X

LEISTUNG

(11) 4195-3645

www.leistung.ind.br

Itajubá

MG

X

X

X

LOGMASTER

(51) 2104-9005

www.logmaster.com.br

Porto Alegre

RS

X

X

X

Media Tensao

(11) 2384-0155

www.mediatensao.com.br

Guarulhos

SP

X

X

Mersen do Brasil

(11) 2348-2389

br.mersen.com

Cabreúva

SP

X

X

X

Metaltex

(11) 5683-5700

www.metaltex.com.br

sao paulo

SP

X

MGM Diagnósticos Ltda.

(19) 3243-4814

www.mgmdiag.com.br

Campinas

Motormac

(51) 3349-3200

www.motormac.com.br

MTU

(11) 3915-8982

OBO BETTERMANN

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X

(15) 3335-1386

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X

X

PARATEC

(11) 3641-9063

www.paratec.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

Pextron

(11) 99105-5014

www.pextron.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

PhD On Line - Nobreaks

(11) 98609-7504

www.phdonline.com.br

São Caetano do Sul

SP

Power Solutions Brasil

(11) 3181-5157

www.psolutionsbrasil.com.br

São Paulo

SP

Powercom Brasil

(41) 98876-1871

www.powercombrasil.com.br

Pinhais

Powersafe Baterias Especiais

(11) 98609-7504

www.powersafe.com.br

Proauto

(15) 3031-7400

Provolt

X

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X

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PR

X

X

X

São Caetano do Sul

SP

X

X

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

X

X

X

(47) 3036-9666

www.provolt.com.br

Blumenau

SC

X

X

Prysmian Group Brasil

(11) 4998-4132

www.prysmiangroup.com.br

Santo André

SP

X

X

X

Renz

(11) 4034-3655

www.renzbr.com

Bragança Paulista

SP

X

X

X

RMS

(51) 3337-9500

www.rms.ind.br

Porto Alegre

RS

X

X

RTA

(11) 99824-0562

www.rta.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

SEC POWER

(11) 5541-5120

www.secpower.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

SET Geradores

(11) 2925-0191

www.setgeradores.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

Sotreq

(11) 3718-5000

www.sotreq.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

Tese Projetos

(31) 99957-5222

www.teseprojetos.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

X

TRANSFER SISTEMAS

(11) 98211-3274

www.transfersistemas.com.br

CARAPICUIBA

SP

TRANSFORMADORES MINUZZI

(19) 3272-6380

www.transformadoresminuzzi.com.br CAMPINAS

SP

UNION

(11) 3512-8910

www.unionsistemas.com.br

São Paulo

SP

URKRAFT

(11) 99621-9305

www.urkraft.com.br

São Paulo

SP

X

X

WEG

(47) 3276-4365

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

X

X

X

X

Zael Sistemas de Energia

(11) 2577-2233

www.zael.com.br

Sao Paulo

SP

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São Paulo

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www.mtu-online.com

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Porto Alegre

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Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

Ábaco Consultores MG

X

Importa produtos acabados

X

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Exporta produtos acabados

X

SP

Programas na área de responsabilidade social

X

São Paulo

Certificado ISO 14.001 (ambiental)

X

www.abb.com.br

Certificado ISO 9001 (qualidade)

X

(11) 98514-5432

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

ABB

Outros

X

Estado SP

Internet

X

Cidade Guarulhos

Telemarketing

X

Site www.acabine.com.br

Venda direta ao cliente final

X

Telefone (11) 2842-5297

Revendas / varejistas

X

EMPRESA

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadista

X

A.Cabine

Comercial

Público

Principal segmento de atuação

Residencial

Distribuidora

Fabricante

A empresa é

Industrial

80

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Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores

EMPRESA

Site www.acabine.com.br

Cidade Guarulhos

Fornece projetos de instalação dos produtos/equipamentos

Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos produtos/equipamentos

No breaks estático acima de 3 kVA

No breaks rotativos

A.Cabine

Telefone (11) 2842-5297

Oferece treinamento técnico para os clientes

ABB

(11) 98514-5432

www.abb.com.br

São Paulo

SP

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Ábaco Consultores MG

(31) 99452-1001

www.grupoabaco.com.br

BELO HORIZONTE

MG

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X

Acumuladores Moura S.A.

(81) 3411-2999

www.moura.com.br

Belo Jardim

PE

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ADELCO

(11) 4199-7515

www.adelco.com.br

BARUERI

SP

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X

ADS DISJUNTORES

(19) 3804-1042

www.adsdisjuntores.com.br

MOGI MIRIM

SP

X

ALSET ENERGIA EIRELI

(62) 3945-5045

www.alset.com.br

GOIANIA

GO

X

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X

ATA SISTEMAS DE ENERGIA

(11) 2024-4689

www.ataups.com.br

São Paulo

SP

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X

Brasformer Braspel

(11) 99481-3484

www.brasformer.com.br

São Paulo

SP

X

CONEXÕES HAWSER

(11) 4056-5996

www.hawser.com.br

DIADEMA

SP

Eaton

(11) 3616-8515

www.eaton.com.br

São Paulo

SP

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ETELBRA ENGENHARIA

(21) 3392-8106

www.etelbra.com.br

Rio de Janeiro

RJ

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X

X

EZATEC

(11) 5563-8779

www.ezatec.com.br

São Paulo

SP

X

FINDER

(11) 4223-1567

www.finder.com.br

SAO CAETANO DO SUL

SP

X

GERAFORTE

(31) 3396-9694

www.geraforte.com.br

CONTAGEM

MG

X

X

X

GUARDIAN

(21) 99297-1952

www.guardian.ind.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

HDS Sistemas de Energia

(41) 2109-8838

www.hdspr.com.br

Pinhais

PR

X

X

HEIMER GRUPOS GERADORES

(81) 99207-4665

www.heimer.com.br

PAULISTA

PE

X

X

INTELLI STORM

(16) 3826-1411

www.intellistorm.com.br

ORLÂNDIA

SP

X

X

Kohler-MAQUIGERAL

(11) 3789-6000

br.sdmo.com

São Paulo

SP

X

X

Kron Medidores

(11) 5525-2013

www.kron.com.br

São Paulo

SP

X

Lacerda Sistemas de Energia

(11) 2147-9777

www.lacerdasistemas.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

X

Leão Energia

(43) 3294-6429

www.leaoenergia.com.br

Londrina

PR

X

X

X

LEISTUNG

(11) 4195-3645

www.leistung.ind.br

Itajubá

MG

X

X

X

LOGMASTER

(51) 2104-9005

www.logmaster.com.br

Porto Alegre

RS

X

X

X

Media Tensao

(11) 2384-0155

www.mediatensao.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

Mersen do Brasil

(11) 2348-2389

br.mersen.com

Cabreúva

SP

X

X

X

Metaltex

(11) 5683-5700

www.metaltex.com.br

sao paulo

SP

X

MGM Diagnósticos Ltda.

(19) 3243-4814

www.mgmdiag.com.br

Campinas

SP

X

Motormac

(51) 3349-3200

www.motormac.com.br

Porto Alegre

RS

X

MTU

(11) 3915-8982

www.mtu-online.com

São Paulo

SP

X

X

X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1386

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X

X

X

PARATEC

(11) 3641-9063

www.paratec.com.br

São Paulo

SP

X

Pextron

(11) 99105-5014

www.pextron.com.br

São Paulo

SP

X

PhD On Line - Nobreaks

(11) 98609-7504

www.phdonline.com.br

São Caetano do Sul

SP

X

X

X

Power Solutions Brasil

(11) 3181-5157

www.psolutionsbrasil.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

Powercom Brasil

(41) 98876-1871

www.powercombrasil.com.br

Pinhais

PR

X

X

X

Powersafe Baterias Especiais

(11) 98609-7504

www.powersafe.com.br

São Caetano do Sul

SP

X

X

X

Proauto

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

X

X

X

Provolt

(47) 3036-9666

www.provolt.com.br

Blumenau

SC

X

X

X

Prysmian Group Brasil

(11) 4998-4132

www.prysmiangroup.com.br

Santo André

SP

X

X

X

Renz

(11) 4034-3655

www.renzbr.com

Bragança Paulista

SP

X

X

RMS

(51) 3337-9500

www.rms.ind.br

Porto Alegre

RS

X

RTA

(11) 99824-0562

www.rta.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

SEC POWER

(11) 5541-5120

www.secpower.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

SET Geradores

(11) 2925-0191

www.setgeradores.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

Sotreq

(11) 3718-5000

www.sotreq.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

Tese Projetos

(31) 99957-5222

www.teseprojetos.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

X

TRANSFER SISTEMAS

(11) 98211-3274

www.transfersistemas.com.br

CARAPICUIBA

SP

X

X

X

X

X

TRANSFORMADORES MINUZZI

(19) 3272-6380

www.transformadoresminuzzi.com.br CAMPINAS

SP

X

UNION

(11) 3512-8910

www.unionsistemas.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

URKRAFT

(11) 99621-9305

www.urkraft.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

WEG

(47) 3276-4365

www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

X

X

X

X

X

Zael Sistemas de Energia

(11) 2577-2233

www.zael.com.br

Sao Paulo

SP

X

X

Outros tipos de grupos geradores

Outros produtos para condicionamento de energia

X

X

Grupos geradores a gasolina

Softwares de Gerenciamento de energia

X

X

Grupos geradores a biogás

Filtros de harmônicas

X

X

Grupos geradores a gás natural

Chaves de transferência

X

Grupos geradores a diesel

Retificadores

Baterias

Estabilizadores até 3 kVA

No break estático até 3 kVA

Estado SP X

Principais produtos comercializados pela empresa Estabilizadores acima de 3 kVA

82

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X X

X

X X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X X

X

X X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X



Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Por José Barbosa de Oliveira*

Para a ABNT NBR 5419:2015, o que há na ponta do captor não faz a mínima diferença, sendo metálico

O elemento captor de um Sistema de

choques por tensão de passo e toque.

Proteção contra Descargas Atmosféricas

(SPDA) é tido como o mais emblemático

captores com a promessa de se obter

Há décadas, o mercado apresenta

dos

é

proteção

satisfatória

considerado também o mais importante.

utilização

de

Essa fama dos elementos captores leva

para a proteção de áreas enormes. Um

muitos

a

exemplo clássico é o captor radioativo.

desenvolverem e instalarem proteções

Trata-se de uma estrutura metálica,

que não irão garantir a proteção devida

geralmente, em formato circular onde

e nem atendem às exigências da ABNT

se afixavam partículas de elementos

NBR 5419:2015.

radioativos. Essas partículas tinham o

componentes.

projetistas

Muitas

e

vezes

instaladores

apenas

por um

meio

da

elemento

captores

propósito de aumentar a capacidade

pode retirar o foco da dependência do

de proteção em muitas vezes, quando

SPDA dos demais subsistemas: descidas,

comparado a um elemento de captor

aterramento

convencional. Porém, esses captores

A

supervalorização

e

dos

equipotencialização. é

foram proibidos de serem fabricados

apenas uma das etapas para se garantir a

pelo risco de contaminação e por ter

proteção contra descargas atmosféricas.

sua superproteção não comprovada.

Especificar adequadamente os demais

Quando o assunto é a validação

subsistemas

de uma tecnologia de proteção contra

Receber

a

descarga

é

atmosférica

fundamental

para

conduzir a descarga atmosférica até

descargas

o

reduzindo

considerar que ela tem por objetivo

significativamente o risco de haver

principal a proteção da vida humana.

acidentes causados por centelhamentos

Além disso, ela poderá ser solicitada

perigosos, que causam incêndios, e

na prática em um intervalo da ordem

solo

com

segurança,

atmosféricas,

temos

que


85

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

“Devem

explícito:

não conta com o rigor da ciência e da

apenas

comprovação da adequada proteção e

elementos

ainda pode colocar vidas humanas em

de

risco.

do volume de proteção”. A norma

cíveis e criminais. O profissional que tem

A norma ABNT NBR 5419:2015 e,

também, em seu item 5.2.1 da parte 3,

as normas como referência tem o poder

consequentemente, a IEC 62305:2010

não permite a utilização de “recursos

do respaldo técnico que elas possuem.

não supervalorizam os captores. Tratam

artificiais destinados a aumentar o raio

Aplicar plenamente os conceitos da

todos os subsistemas com a mesma

de proteção dos captores ou inibir a

ABNT NBR 5419:2015 é ter a segurança

importância. E vão além, trazem em

ocorrência das descargas atmosféricas”.

do padrão e a segurança da utilização

seu texto a determinação de que não

As

de conceitos robustos, reconhecidos

há uma tecnologia satisfatória capaz de

são uma formidável ferramenta para a

aumentar o desempenho de um captor

sociedade, pois disciplinam a prática

além do que uma haste metálica pode

técnica. Porém, acredito ser ainda mais

*José Barbosa de Oliveira é engenheiro

proporcionar. O item A.1.1 da parte

útil para os profissionais que a utilizam.

eletricista e membro da comissão de estudos

3 da ABNT NBR 5419:2015 deixa isso

Principalmente quando se trata de uma

CE 03:64.10, do CB-3 da ABNT.

as

ser

consideradas

norma de proteção para a vida humana.

de décadas. Ou seja, a tecnologia

dos

Ela servirá de padrão para o juízo de

subsistema

valor quando da ocorrência de possíveis

determinação

sinistros que resultarem em processos

dimensões metálicos

captação

normas

para

físicas

do a

brasileiras

da

ABNT

internacionalmente.


86

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

O projetista e a ABNT NBR 5419:2015*

Com a publicação da norma ABNT NBR

residenciais, que usualmente não são os

D2: danos físicos.

5419:2015, o projetista de instalações

mais complexos, do ponto de vista de

Tipos de perdas:

elétricas se deparou com uma norma

PDA. Inicialmente vamos nos ater à Parte

L1: Perda de vida humana, incluindo

muito mais complexa do que a edição de

2: Gerenciamento de Risco, para proteção

ferimento permanente. Atentar que as

2005, com duas grandes novidades: Parte

contra danos físicos a estrutura e perigos

perdas L2 e L3 não se aplicam a edifício

2 – Gerenciamento de risco e Parte 4 –

à vida.

residencial.

Sistemas elétricos e eletrônicos internos

Conforme exemplo apresentado na

na estrutura.

edição atual, consideraremos duas zonas

na Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos

O dano D3 e a perda L4 são tratados

O sistema completo passou a se chamar

de proteção para o edifício, sendo Z1

internos na estrutura como fazendo parte

Proteção contra Descargas Atmosféricas

externa e Z2 interna. A análise de risco

das medidas de proteção contra surtos

(PDA), que engloba o Sistema de Proteção

será elaborada, considerando as duas

(MPS).

contra Descargas Atmosféricas (SPDA –

zonas:

Parte 3) e a Medida de proteção contra

Para a elaboração da análise de risco

há uma grande quantidade de variáveis

surtos (MPS – Parte 4), a serem adotados

Tipos de danos:

a serem consideradas, porém, optamos

após o Gerenciamento de risco (Parte 2).

D1: ferimentos aos seres vivos por choque

por "fixar" valores desfavoráveis / mais

elétrico, e

restritivos para que os resultados englobem

Neste artigo, vamos tratar de edifícios

Tabela 1 – Exemplos 1 a 5

EX

Dimensões

CD

CE

rt

Estrutura

Interno

adjacente

10ˆ-2

Não

NP

PS

PSPD

PEB

W 50 /

Estrutura

Decisão

0,981 x 1

0,1

MPS

Protegida

L 50 / 1

R1

II

0,05

1

1

10ˆ-5

Sim

econômica

H 100 / L 30 / 2

W 30 /

Decisão

1x 1

0,1

10ˆ-2

Não

IV

0,2

1

1

0,5

0,01

10ˆ-2

Não

IV

0,2

1

1

10ˆ-5

Sim

econômica

Sim

econômica

H 70 / L 50 / 3

W 50 /

Decisão

0,137 x 10ˆ-5

H 100 / L 50 / 4

W 50 /

Decisão

0,187 x 1

0,1

10ˆ-3

Não

IV

0,2

1

1

0,5

0,01

10ˆ-3

Sim

IV

0,2

1

1

10ˆ-5

Sim

econômica

Sim

econômica

H 100 / L 30 / 5

W 30 / H 45

Decisão

0,992 x 10ˆ-5


87

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

uma

variedade

maior

de

situações.

B.3 da ABNT NBR 5419-2:2015);

As considerações "fixas" poderão ser

• P EB é escolhido conforme a existência ou

solicitadas através do e-mail no final deste

não de um sistema de DPS coordenado e

artigo.

nível de proteção (NP) escolhido - (tabela

As

considerações

apresentadas

a

"variáveis"

seguir

com

são

B.7 da ABNT NBR 5419-2:2015).

algumas

sugestões de valores:

Obs: para P SPD e PEB , caso não seja previsto sistema de DPS coordenado, conforme os

• Dimensões do edifício;

exemplos de 1 a 5 apresentados na Tabela

• C D – Fator de localização:

1, independente do NP, esses valores se

– 0,5 - Estrutura cercada por objetos

mantêm como 1.

da mesma altura ou mais baixos;

– 1 - Estrutura isolada: nenhum outro

de risco para alguns exemplos de edifícios

objeto na vizinhança (condição mais

residenciais. Os resultados poderão ser

restritiva, porém, no topo de uma

utilizados como uma referência, tanto para

colina seria mais restritiva ainda);

projeto, como para execução.

Passamos agora a calcular a análise

• C E – Fator ambiental: – 0,1 - Urbano (mais restritivo,

Exemplo 1:

porém rural e suburbano seriam mais

• L50/W50/H100 (dimensão bem exage­

restritivos ainda);

rada);

– 0,01 – Urbano com edifícios mais

• C D = 1;

altos que 20 m (menos restritivo,

• C E = 0,1;

porém bastante usual em centros

• r t = 10-2 - interno e externo;

urbanos);

• rt – Fator de redução associado ao tipo

Edificação

não

possui

estrutura

adjacente.

de superfície do solo: – 10 -2 - Agricultura, concreto,

Apesar de o exemplo apresentado

para zona externa e interna (mais

na norma atual considerar que nenhuma

restritivo, porém considera que o

pessoa deve estar fora do edifício durante

piso, entregue em concreto, não

a tempestade, julgamos mais prudente

venha a ter nenhum acabamento -

considerar pelo menos 1 % das pessoas

pouco usual, principalmente para

na zona externa.

edifícios de médio padrão);

Efetuando

– 10

verificamos

-3

- Mármore, cerâmica, para

a que

análise a

de

risco,

estrutura

estará

zona interna (menos restritivo,

protegida (em relação ao risco de perda

porém ainda não é o menor -

de vida humana) para NP II do SPDA, em

mas já considera algum tipo de

que R 1 = 0,981 x 10-5 ≤ RT.

acabamento).

Neste caso, prever ou não uma MPS,

• Estrutura adjacente (com as mesmas

seja por meio de um sistema coordenado

dimensões e características)

de DPS, blindagem, interface isolante ou

– Sim;

outros meios, passa a ser uma decisão

– Não;

meramente econômica. Deve-se atentar

• P B é escolhido conforme a Classe do

para o fato de que essa decisão não isenta

SPDA (tabela B.2 da ABNT NBR 5419-

o projetista de incluir no projeto DPS de

2:2015);

acordo com a ABNT NBR 5410.

• P SPD é escolhido conforme existência ou

Vamos

não de um sistema de DPS coordenado e

"variáveis" (identificadas em amarelo na

nível de proteção (NP) escolhido (tabela

tabela 1), para que com NP IV do SPDA

agora

alterar

algumas


88

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Tabela 2 – Exemplo 6

EX

Dimensões

CD

rt

Estrutura

Interno

adjacente

CE

NP

PS

PSPD

PEB

W 50 /

Estrutura

Sistema

0,131 x 1

0,1

Não

10ˆ-2

MPS

Protegida

L 50 / 6

R1

IV

0,2

0,05

0,05

Sim

10ˆ-5

coordenado DPS

H 100 / Tabela 3 – Exemplos 7 a 9

EX

Dimensões

CD

rt

Estrutura

Interno

adjacente

10ˆ-2

Sim

CE

NP

PS

PSPD

PEB

W 50 /

Estrutura

Sistema

0,846 x 1

0,1

I

0,02

0,01

0,01

10ˆ-5

Sim

L 50 / W 50 /

Sistema

0,841 x 0,5

0,01

Sim

10ˆ-2

II

0,05

0,02

0,02

10ˆ-5

Sim

L 50 / W 50 /

coordenado DPS

H 100 / 9

coordenado DPS

H 100 / 8

MPS

Protegida

L 50 / 7

R1

Sistema

0,540 x 1

0,1

Sim

10ˆ-3

IV

0,2

1

1

10ˆ-5

Sim

coordenado DPS

H 100 /

a estrutura fique protegida (em relação ao

sistema

onde

exemplo 1, com um sistema coordenado

risco de perda de vida humana) e MPS

passaremos a considerar o dano D3: falhas

de DPS, a estrutura estará protegida (em

continue sendo uma decisão meramente

nos sistemas eletroeletrônicos, e o risco

relação ao risco de perda de vida humana),

econômica.

L4: perda econômica. Para determinação

mesmo para NP IV do SPDA, onde R1 =

da perda econômica, consideraremos L o =

0,131 x 10 -5 ≤ RT.

um cálculo, levando em conta uma análise

10 -4.

Na decisão econômica, para definir

econômica.

No exemplo 6 apresentado na Tabela

se o custo benefício minimiza ou não as

Na sequência, será introduzido um

2, considerando as mesmas variáveis do

perdas, é necessário fazer uma avaliação

Após a etapa anterior, iremos elaborar

coordenado

de

DPS,


89

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

dos custos das perdas e verificar se a

é justificada a adoção de uma medida de

De

acordo

com

os

exemplos

proteção se justifica, ou não. As variáveis

proteção contra surtos (MPS) de até R$

apresentados, observamos que, em muitas

com influência significativa para esta

2.250,00.

situações, um nível de proteção escolhido

definição são as indicadas a seguir:

Usualmente,

projeto,

como NP IV do SPDA, protege a estrutura

não se conhece o valor dos sistemas

(em relação ao risco de perda de vida

• CS (R$) - Valor dos sistemas internos

elétricos e eletrônicos de uma edificação

humana) e a implementação de uma MPS

incluídos suas atividades na zona;

/ apartamento, que, em grande parte,

é uma decisão apenas econômica.

• CP (R$) - Custo das medidas de

depende do usuário final.

proteção;

estrutura adjacente, uma MPS passa a ser

• i (%) -Taxa de juros anual;

de espaços em quadros para eventual

necessária para a proteção.

• a (%) - Taxa de amortização;

implementação de um sistema coordenado

• m (%) - Taxa de manutenção anual.

de DPS, a cargo do usuário. Com um

alguns exemplos com variáveis menos

projeto específico, o usuário poderá tomar

restritivas, bem como críticas ou sugestões,

na

fase

de

Dessa forma, temos adotado a previsão

Em edificações de maior porte e com

Para solicitar as considerações "fixas",

NBR

a decisão do investimento para definição

envie um e-mail para nbr5419@feprojetos.

5419:2015 e considerando i = 14%; a =

da adoção de uma MPS, quando a decisão

com.br, com nome completo, empresa na

5% e m = 1%, no exemplo 6, o custo de

for econômica.

qual trabalha, cargo / profissão e telefone

uma medida de proteção (CP) justificada

celular.

representa 0,45% do valor dos sistemas

referência, são apresentados mais alguns

elétricos e eletrônicos (CS).

exemplos na Tabela 3, com estrutura

*Artigo assinado por Victor E Fischmann

Ou seja, considerando o valor dos

adjacente e considerando um sistema

e Eduardo S Martins, com colaboração da

sistemas elétricos e eletrônicos de uma

coordenado de DPS como compulsório

equipe FE Projetos e do Grupo de Elétrica da

edificação em torno de R$ 500.000,00,

para a proteção.

Abrasip/Secovi.

De

acordo

com

a

ABNT

Para finalizar e também servir como


Redes subterrâneas em foco

90

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa RDS Brasil | daniel.bento@rdsbrasil.com

2019 é agora! Era uma vez, o mês de agosto, tratado pela

2016, a Agência realizou uma audiência pública

Considerando que já estamos no final

cultura popular como o “mês do cachorro louco”,

para aprimorar a regulação do investimento em

de 2017, para início da próxima etapa de

período sobre o qual recai o ditado popular

rede subterrânea, porém nenhuma das ações já

enterramento das redes em 2019, é necessário

português “casar em agosto traz desgosto”.

realizadas gerou frutos concretos.

o início das ações neste momento, entretanto,

Agosto, do latim Augustus, é o oitavo mês do

Em função desse cenário, a iniciativa

nenhum movimento ainda foi anunciado neste

calendário gregoriano. É assim chamado por

municipal, juntamente com a AES Eletropaulo

sentido.

decreto em honra do imperador César Augusto,

e as empresas de telecom, é louvável,

Para quem não está habituado com

que viveu um período conhecido como Pax

especialmente, considerando que se trata de

este tipo de obra, pode considerar algum

Romana (Paz Romana).

uma ação perene.

exagero de minha parte, porém, é importante

Sob esse ponto, é interessante explorar

considerar a necessidade de realizar todo

aumentou consideravelmente o Império Romano

um aspecto importante de planejamento. No

o projeto detalhando como será feita a

e, o mais importante para nosso tema, reformou

passado, as ações pontuais de enterramento

construção da infraestrutura. Em seguida,

o sistema romano de tributação, desenvolveu

de rede não contavam com o alinhamento

é necessário fazer alinhamento com os

redes de estradas e reconstruiu grande parte da

entre empresas de energia elétrica e empresas

departamentos de meio ambiente, urbanístico

cidade durante seu reinado.

de telecomunicações, tanto que existem ruas

e a companhia de trânsito para obter as

O tal Augusto diminuiu as guerras romanas,

Então, a etimologia de “agosto” é muito mais

em que apenas a infraestrutura elétrica está

aprovações necessárias para a realização do

animadora do que os tais ditos populares. Logo,

enterrada e a rede de telecomunicação exposta.

trabalho – sem esquecer-se das adequações

eu prefiro acreditar que o mês de agosto e ótimo

Inclusive as localidades anunciadas pela

nos centros de medições de cada unidade de

para anunciar e realizar grandes obras.

prefeitura de São Paulo que terão os postes

consumo.

eliminados

Colocando o mês de agosto no seu

são

predominantemente

locais

Toda essa etapa de projeto e de aprovações

devido lugar, a cidade de São Paulo recebeu

onde a rede elétrica já está enterrada, porém, a

deve ser feita de forma conjunta entre as

uma ótima notícia no final do fatídico mês, o

infraestrutura de telecomunicações permanece

empresas de eletricidade e de telecomunicações,

anúncio da celebração de um acordo entre a

instalada de forma aérea.

o que impõe uma elevada complexidade, pois

Prefeitura, a AES Eletropaulo e empresas de

Apesar de o objetivo apresentado representar

cada empresa apresenta seu modo de operação

telecomunicações para enterrar trechos de

uma ação permanente de enterramento da rede,

e governança independentes. Tendo em vista

fiação exposta da cidade, eliminando assim

apenas foram apresentadas ações para início

a complexidade da obra, essas autorizações

os postes.

em 2017 e término em 2018, que representa

podem demandar alguns meses. Os materiais

Este anúncio apresenta-se como sendo

o trecho com escopo de trabalho menor, em

empregados neste tipo de obra também exigem

um marco histórico, pois, apesar dos

que as ações de enterramento da rede estarão

tempo elevado para entrega, principalmente se

inegáveis e inúmeros benefícios do uso da

concentradas na parte de telecomunicações,

envolver importação.

infraestrutura urbana de forma enterrada, não

pelo fato de a rede elétrica já estar enterrada.

havia até o momento chegado a um acordo de

O ponto de atenção é que o passo seguinte,

ação gere o resultado esperado, de um plano

forma prática e metas definidas para realizar o

que seria realizado em 2019 com o enterramento

constante de enterramento de rede, não ficando

enterramento da rede.

da fiação de trechos que precisa contemplar

localizado em pequenos trechos da cidade. É

Por se tratar de um tema regulamentado

rede elétrica e de telecomunicações, requer uma

importante ficar atento não apenas à etapa inicial

pela esfera federal, a própria Agência Nacional

fase prévia de planejamento, projeto, compra de

que está concentrada onde a rede elétrica já está

de Energia Elétrica (Aneel) tem colocado essa

materiais e obtenção de autorizações, tais ações

enterrada, mas também na próxima etapa que

discussão na mesa nos últimos anos, tanto

necessitam de cerca de um ano de antecedência

envolve toda a infraestrutura.

que já promoveu seminários sobre o tema. Em

para início das obras.

Portanto, 2019 é agora, para que essa

O imperador Augusto agradece!


NR 10

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

91

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

NR 10 e a terceirização – Integração

Quando se fala em integração, vem a

das 40 horas e o submeta à avaliação

ideia do processo aplicado por empresas

de

aos funcionários de contratadas, parceiras e

responsabilidade de aceitar o treinamento

aproveitamento

ou

visitantes, geralmente, acompanhado de um

realizado,

filme que apresenta a empresa e os tópicos

empresa, complementando-o com as suas

mais importantes relacionados à segurança,

peculiaridades.

aspectos ligados aos EPI e às situações de

emergência, etc.

deslocam seus empregados entre clientes

Naturalmente, não é essa integração a

distintos, deverão atender às exigências de

ser praticada quando se trata de terceirizar

reciclagem estabelecidas e ambientá-los ao

atividades com eletricidade. O processo de

panorama de trabalho de cada empresa ou

integração deve ser voltado à discussão e à

estabelecimento, com as suas respectivas

ratificação ou adequação às exigências da

normas internas, procedimentos e cultura.

contratante e experiência da contratada.

É fundamental o entrosamento que

de

permita

anteriormente,

assuma para

a outra

As empresas prestadoras de serviço, que

Aspecto importante é a disponibilização documentação

da

contratante

para

colaboradores

consulta e utilização (até atualização) pela

de acordo com as exigências, padrões e

empresa contratada. Essa é a documentação

metodologias praticadas na contratante,

técnica contida no Prontuário.

seguindo

Já em contrapartida, a contratada ou

a

atuação

dos

procedimentos

operacionais

estabelecidos.

terceirizada apresentará e manterá disponíveis

A condução do processo de integração

e atualizados os registros, treinamentos,

implica em responsabilidades e, portanto, um

exames, avaliações e demais documentos de

responsável (indicado nominalmente), com

seus colaboradores a serviço da contratante.

metas e objetivos e aferição de resultados.

Aspecto não menos importante é a

Essa integração, que, na verdade, é um

gestão dessa parceria, que exige avaliações

treinamento específico, está prevista na NR

periódicas, reuniões constantes e imposição

10, quando menciona o item 10.8.8.2 a).

de prazos de adequação.

A troca de função, entendida como

alteração

de

conformidades deve ser encarado como

trabalho, acarreta a alteração do cenário

forma de aprimoramento da parceria, mas

de desenvolvimento dos trabalhos e, assim,

sanções contratuais são uma ferramenta útil

alterações de exposição a riscos elétricos.

para “incentivar” o bom desenvolvimento de

No caso específico de mudança de

parceria. Enfim, tudo o que se prevê para o

empresa, fica a critério do contratante a

trabalhador próprio está também previsto

alternativa de preferir que o trabalhador

para o terceirizado, quando se trata de NR

frequente o ciclo completo de treinamento

10.

em

atribuições

ou

local

O registro formal de desvios e de não


92

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Sistema de avaliação da conformidade da IEC para atmosferas explosivas

O IECEx (IEC System for Certification to

organismos governamentais, organismos

bem como um sistema de certificação de

Standards relating to Equipment for use in

de normalização, academia e grupos de

competências pessoais para trabalhos em

Explosive Atmospheres) é composto, até o

consumidores, mais de 10.000 normas

áreas classificadas.

presente momento, por 33 países e tem por

técnicas internacionais no seu catálogo;

Os Organismos de Certificação de

objetivo elaborar sistemas internacionais

quatro sistemas globais de avaliação da

Empresas, de Pessoas, de Equipamentos

de certificação de competências pessoais,

conformidade

IECQ,

“Ex” e os Laboratórios de Ensaios “Ex” são

empresas de prestação de serviços e

IECRE); mais de um milhão de certificados

acreditados pelo IECEx após um processo

equipamentos “Ex”, tendo como base a

de avaliação da conformidade emitidos,

de auditoria e avaliação de acordo com

visão do ciclo total de vida das instalações

mais de 110 anos de experiência.

as normas internacionais ISO/IEC 17024

industriais contendo atmosferas explosivas.

O IECEx tem por objetivo atender às

(Requisitos para Organismos de Certificação

Estes sistemas visam fornecer uma

necessidades do mercado da certificação,

de Pessoas), ISO/IEC 17065 (Requisitos

certificação

de

conformidade

única,

não somente de produtos “Ex”, mas

para organismos de certificação de produtos,

reconhecida

internacionalmente,

tendo

também de empresas de prestação de

processos e serviços) e ISO/IEC 17025

como base as normas técnicas da IEC

serviços para atmosferas explosivas, tais

(Requisitos gerais para a competência de

elaboradas pelo Comitê Técnico TC-31 –

como empresas projetistas, de montagem,

laboratórios de ensaio e calibração), além

Equipment for Explosive Atmospheres.

de inspeção, de manutenção e de reparos,

de regras de procedimentos e Documentos

Fundada em 1906, a IEC (International

Electrotechnical maior

Commission)

organização

mundial

é para

a o

desenvolvimento e publicação de normas técnicas internacionais para todas as áreas de tecnologia relacionadas com a eletrotécnica e a eletrônica. Podem ser citados como pontos de destaque da IEC: 170 países membros e afiliados; mais

de

200

comitês

e

subcomitês

técnicos; participação de cerca de 20.000 especialistas representantes da indústria, laboratórios

de

pesquisa,

laboratórios

de ensaios, organismos de certificação (equipamentos,

serviços

e

pessoas),

(IECEE,

IECEx,


93

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Operacionais do IECEx para cada um dos

de competências pessoais “Ex”, além de

fabricantes brasileiros de equipamentos

sistemas de certificação “Ex”.

relatórios de ensaios (ExTR) e de relatórios

“Ex” que desejam comercializar seus

O

IECEx

é

caracterizado

por

de avaliação da gestão da qualidade

produtos no mercado mundial necessitam

possuir sistemas de certificação na área

(QAR).

ainda utilizar serviços de laboratórios

“Ex” totalmente baseados em normas

O IECEx conta, desde 2011, com

estrangeiros aprovados no IECEx para

internacionais das Séries IEC 60079

o

obter a sua certificação internacional.

e

ISO/IEC

80079,

elaboradas

pelo

apoio

da

ONU

(Organização

das

Nações Unidas) para que seus sistemas

TC-31 da IEC - Equipment for Explosive

de

Laboratórios Brasileiros “Ex” acreditados

Atmospheres.

pelos países membros para alinhamento

pelo

e harmonização de seus regulamentos

obtiveram, até o presente momento, a sua

suficiente para elaborar, atualizar e gerir

“nacionais”

são

aprovação no sistema IECEx: Cepel, IEE/

os sistemas de certificação elaborados

consideradas

melhores

USP, Intertek, Labelo, Techmultlab e TÜV

em conjunto pelos países participantes.

práticas internacionais para o ciclo total

Rheinland do Brasil. Com a existência

Dessa forma, o IECEx não representa

de vida das instalações em atmosferas

de laboratórios brasileiros de ensaios

um organismo de acreditação, uma vez

explosivas.

de equipamentos “Ex” (ExTL) aprovados

que o reconhecimento dentro do sistema

no

é feito entre os próprios organismos

desde 2009, sendo representado pelo

brasileiros de equipamentos “Ex” podem

de

laboratórios

Cobei como “Member Body”. O Brasil

obter

de ensaios que participam do sistema

possui até o presente momento Organismo

seus produtos totalmente no Brasil, por

(“Peer Evaluation”). Outra característica

de Certificação (ExCB) acreditado em

meio de Organismos de Certificação

importante do IECEx é que os sistemas de

2011 (para o sistema de certificação de

Brasileiros (ExCB) que já são aprovados

certificação abrangem o ciclo total de vida

equipamentos “Ex”) e em 2016 (para os

no IECEx, com a realização dos ensaios

das plantas industriais que possuem áreas

sistemas de certificação de equipamentos

de seus equipamentos e componentes

classificadas,

“Ex” e de competências Pessoais “Ex”).

“Ex” no Brasil, sem mais necessitar de

O IECEx possui uma estrutura auto-

das

certificação

e

pelos

incluindo

competências

das

a

certificação

pessoas

que

certificação

“Ex”

com

sejam

aquelas

como

utilizados

que

sendo

O Brasil é um país membro do IECEx

Na

área

de

certificação

de

Podem ser citados como exemplos de Inmetro,

sistema a

mas

que

IECEx,

certificação

os

ainda

não

fabricantes

internacional

de

utilização de ensaios feitos em laboratórios

nela trabalham, bem como a certificação

equipamentos “Ex” foram emitidos até o

estrangeiros.

das empresas prestadoras de serviços

presente momento mais de 70 certificados

Além

para este tipo de instalações, como por

de conformidade IECEx para diversos

reconhecimento internacional no sistema

exemplo, serviços de classificação de

fabricantes brasileiros de equipamentos

IECEx, os laboratórios brasileiros “Ex”

áreas,

inspeção,

para atmosferas explosivas, tais como:

podem efetuar ensaios para fabricantes

manutenção e as oficinas de serviços de

ACE Schmersal, Gevisa, Sense, Sermatex,

de outros países que também estejam

reparos e recuperação de equipamentos

SEW, Tramontina e Weg. Existem também

interessados em obter certificação IECEx,

“Ex”.

profissionais

foram

uma vez que os Relatórios de Ensaios

Brasileiro

(ExTR) são reconhecidos por todos os

Até

projeto,

o

reconhecidos

montagem,

presente dentro

momento do

são

Sistema

certificados

por

Organismo

seu

reconhecido

Organismos de Certificação aprovados no IECEx. Assim, eles têm a oportunidade de

Organismos de Certificação “Ex” (ExCB),

certificação de competências pessoais em

aumentar a sua carteira de trabalho e as

64 Laboratórios de Ensaios “Ex” (ExTL) e

atmosferas explosivas.

suas atividades, bem como desenvolver e

17 Provedores de Treinamentos “Ex”. Já

Até o presente momento ainda não

manter as competências dos profissionais

foram emitidos dentro do Sistema IECEx,

existem laboratórios brasileiros que atuem

brasileiros envolvidos nesta área específica

desde 2002 até o momento, mais de

na área de ensaios de equipamentos

de ensaios de equipamentos elétricos e

55.000 documentos, incluindo certificados

para

atmosferas

mecânicos “Ex”, dentro da abordagem de

de

para

certificação

equipamentos

(ExCB)

obterem

pelo IECEx, no sistema internacional de

de

Certificação

que

após

IECEx (peer-evaluation) um total de 55

conformidade

de

brasileiros

disso,

explosivas

aprovados IECEx.

segurança ao longo do ciclo total de vida

elétricos e mecânicos “Ex”, certificados de

Em função desta “lacuna” ainda existente

internacional

das instalações em atmosferas explosivas.

empresas de prestação de serviços “Ex” e

entre os laboratórios brasileiros “Ex”, os

Mais informações em www.iecex.com


94

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

A importância do ponto de conexão

O Módulo 8 do Prodist nos apresenta

assumidas e os filtros que poderão ou

realizada em Curitiba (PR), pudemos

em seu capítulo 11 a possibilidade de as

não serem instalados em função das

participar de uma excelente discussão

distribuidoras exigirem de seus clientes

simulações efetuadas.

técnica entre o ONS, a Eletrosul e o

estudos relativos à qualidade da energia

Naturalmente

nos pontos de acoplamento, de entrega ou

aos famosos limites que são definidos

no assunto) sobre a conexão das usinas

de conexão, e podemos neste instante por

pelas

eólicas ao grid da rede básica.

conveniência aproximá-los para um só.

nem sempre atende às recomendações

Da

A

preocupação

evidente

no

está

normas

cuja

atender gestão

professor

Paulo

Ribeiro

mesma

(especialista

forma,

situações

daqueles que definem estes limites nos

preocupantes estão ocorrendo quando

da

grupos de estudos destas normas. O

as micro ou minigeradoras de energia

claramente

comportamento

diversas

buscam-se

cargas

que parece claro é que os envolvidos

fotovoltaica são conectadas ao grid das

perturbadoras de seus clientes venham

devam entender os valores normalizados

distribuidoras. Perturbações de tensão

a

como

rede

de

alimentação

quando

aqueles

podem ocorrer e as resoluções Aneel

relacionados às distorções de tensão na

estritamente máximos. Observar que nas

482 e 677 devem tratar deste tema. Por

rede da distribuidora quando cargas com

simulações em geral todas as condições

outro lado, a potência de curto-circuito

alto conteúdo de correntes harmônicas

são relacionadas às piores situações

mantida pela distribuidora sempre assume

operarem,

entrar

em

operação.

Aspectos

de

referência

e

não

tensão,

que quase nunca ou mesmo nunca

fundamental importância ao bom equilibro

transientes de manobra de cargas ou

acontecem e investimentos podem ser

e ao comportamento da tensão.

capacitores e, mesmo a regulação de

feitos desnecessariamente. Efetivamente,

tensão em regime permanente, são pontos

temos uma boa lição de casa relacionada

descobrir e muito por compartilhar. Afinal

de preocupação e cada consumidor, à sua

à alimentação de nossos sistemas de

de contas, as fontes renováveis, cargas

maneira, busca as melhores respostas

cálculos, informações tão próximas da

nervosas e filtros adequados têm muito a

com as melhores ferramentas. O que se

realidade quanto possível.

contribuir para operações sustentáveis e

espera é que as projeções iniciais sejam

energeticamente eficientes.

alcançadas considerando as premissas

aos outros pontos de conexão com as

Boa sorte ao novo presidente da

modeladas em função das características

distribuidoras, porém de novas fontes.

CBQEE,

da rede que é fornecida pela distribuidora

Na última Conferência Brasileira sobre

Parabéns ao Gilson Paulillo e equipe pela

pelas

Qualidade de Energia Elétrica (CBQEE),

gestão que termina.

desequilíbrios

características

de

das

cargas

Esta mesma preocupação é estendida

Temos muito o que fazer, muito por

Mateus

Teixeira,

e

equipe.


Ponto de vista

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

95

Tecnologia gera economia na iluminação pública

estudo, realizado pela ONG Internacional

fim de entregar mais qualidade e eficiência

Os

The Climate Group, buscou compreender

à população, tornando-se um exemplo

eletroeletrônicos e os eletrodomésticos

os benefícios de investir em projetos

a ser seguido. Os números comprovam

ganham

rápidas,

de iluminação pública com tecnologia

esta nova e sustentável tendência. Nos

econômicas e eficientes. Esses avanços

Led. Das 12 cidades pesquisadas, o que

últimos dois anos, a produção fotovoltaica

chegam a todos os lugares, inclusive na

se notou foi uma economia energética

aumentou em 70% em todo o mundo e

iluminação pública do Brasil, que está

de até 70%, chegando a 80% quando

houve um crescimento significante no

atravessando um momento de profunda

combinado a um sistema de gestão e

investimento em lâmpadas com Leds.

transformação.

controle

São

A no

tecnologia cotidiano novas

tornou-se das

versões

comum

pessoas. mais

Focadas

na

eficiência

inteligente

que

permite,

por

várias

as

razões

para

esse

tecnologias

exemplo, identificar lâmpadas queimadas,

crescimento tão significativo. Entre eles,

ganham espaço nas cidades, oferecendo

acesas durante o dia e até mesmo atos de

e talvez um dos mais relevantes, é o

segurança e sustentabilidade ambiental.

vandalismo na rede.

barateamento

Mudança necessária para acompanhar a

Esse tipo de modernização pode ser

últimos dez anos, por exemplo, houve

demanda crescente e o encarecimento da

notado, por exemplo, em Blumenau, cidade

redução de 70% no preço de aquisição

energia elétrica no país.

de Santa Catarina. Somente em 2016, a

da energia solar. Isto gera ainda outro

Podemos dizer que há no Brasil mais

prefeitura instalou 1.860 luminárias com

dado positivo, a diminuição de tempo para

de 18 milhões de pontos de iluminação

Leds no município. Esta melhoria tem

retorno no investimento que antes era de

pública. Desse total, uma parte significativa

garantido segurança para quem trafega

25 anos e agora é, em média, de apenas

é composta por lâmpadas a vapor de sódio

pelas ruas e incentivado o movimento

cinco.

de alta pressão, em menor escala, ainda

no comércio destas regiões. Além de

por lâmpadas a vapor de mercúrio de baixo

representar economia de recursos, esses

rendimento. Ambas apresentam menor

números

potencial de iluminação, durabilidade e

positivo para o meio ambiente. Atualmente,

economia, se comparadas com as de Led.

as cidades são responsáveis por dois

Essas, por sua vez, apresentam consumo

terços do consumo de energia, portanto,

até 90% menor de energia e vida útil

sem o uso de mercúrio na produção e com

até 50 vezes superior ao das lâmpadas

consumo de energia elétrica inferior, o Led

convencionais.

é, sem dúvida, menos agressivo à natureza.

Outro fator que contribui para a

O barateamento da tecnologia Led

economia da iluminação pública é o sistema

somado à necessidade crescente de

de energia fotovoltaica, que gera cidades

economia após os sucessivos aumentos no

mais sustentáveis, com perspectivas de

valor da energia elétrica deve favorecer a

melhorias em mobilidade e até mesmo na

popularização desse tipo de investimento.

qualidade do ar, já que o sistema reduz

Blumenau, bem como outras cidades

Por Gilberto Vieira Filho, engenheiro e

a emissão de gases de efeito estufa. Um

catarinenses, já deu o primeiro passo a

presidente da Quantum Engenharia

e

na

economia,

novas

revelam

também

um

dos

equipamentos.

futuro

Nos


96

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

Por José Rubens Macedo Jr.*

Tutorial Variações de tensão de curta duração – Parte 1 Introdução

Em que:

O Módulo 8 dos Procedimentos de

Ve é a amplitude do evento de VTCD (em %);

Distribuição de Energia Elétrica no Sistema

Vres é a tensão eficaz residual do evento de

Elétrico Nacional (Prodist) [1], em sua oitava

VTCD (em Volt);

revisão,

Vref é a tensão eficaz de referência (em Volt).

apresenta

associados

com

aspectos a

específicos

caracterização

dos

eventos de variação de tensão de curta duração (VTCD). Nesse sentido, o item 8.2.2 do módulo 8 do Prodist estabelece, de forma clara e objetiva, os equacionamentos para caracterização de um evento individual de VTCD. Ao mesmo tempo, o item 9.1.11 estabelece a necessidade de agregação de eventos simultâneos e/ou consecutivos visando

a

consolidação

do

indicador

denominado Fator de Impacto (FI), o qual, por sua vez, caracteriza a severidade da incidência de eventos de VTCD em um determinado ponto de monitoração. Diante desse contexto, o objetivo principal deste tutorial é apresentar os conceitos relacionados ao processo de agregação de eventos de variação de tensão de curta duração, assim como apresentar exemplos práticos de aplicação para as diversas situações passíveis de ocorrência

(2)

(3) Sendo: N o número de amostras da tensão instantânea por ciclo da tensão fundamental; vi a i-ésima amostra da tensão instantânea em cada ciclo;

Em que:

Vrms o valor eficaz calculado para uma janela de 1 Δte é a duração do evento de VTCD (em

ciclo de duração da tensão instantânea.

milissegundos);

tf é o instante final do evento de VTCD;

(3) deve ser aplicada a cada ciclo da tensão

ti é o instante inicial do evento de VTCD.

instantânea, a partir da passagem por zero, com

A referência [2] determina que a equação

atualização (ou deslizamento de janela) a cada A caracterização de um evento de

½ ciclo. A referência [3], de forma particular,

VTCD deve ser efetuada considerando-se

também considera o cálculo do valor eficaz para

a variação momentânea ou temporária

janelas consecutivas de 1 ciclo de duração,

da tensão eficaz em um determinado

estabelecendo, porém, duas formas possíveis de

barramento ou ponto de conexão. Nesse

deslizamento das janelas de cálculo do valor eficaz.

sentido, torna-se importante a definição

Dessa forma, são especificados deslizamentos

do método de registro da tensão eficaz

de janela a cada ½ ciclo para medidores Classe

ao longo do tempo. Assim, o valor eficaz

A e 1 ou ½ ciclo para medidores Classe S.

deve ser calculado com base nos valores

Adicionalmente, as terminologias Vrms(1) e Vrms(1/2)

discretos

da

são comumente utilizadas para diferenciar essas

tensão instantânea, conforme expressão (3).

duas formas de cálculo do valor eficaz. A Figura

amostrados

diretamente

nos sistemas elétricos de uma forma geral.

Fundamentos teóricos Conforme estabelecido na bibliografia pertinente ao tema [1-3], um evento individual de variação de tensão de curta duração deve ser caracterizado pela sua duração e amplitude. No caso do Prodist, as expressões utilizadas para determinação da amplitude e duração de um evento individual de VTCD são indicadas em (1) e (2), respectivamente (1)

Figura 1 – Exemplo de cálculo do k-ésimo valor eficaz considerando-se uma tensão instantânea amostrada a uma taxa de 8 amostras por ciclo, sendo: (a) deslizamento da janela amostral a cada ciclo [Vrms(1)] e (b) deslizamento da janela amostral a cada ½ ciclo [Vrms(1/2)].


97

O Setor Elétrico / Setembro de 2017

1 ilustra de forma simplificada o processo de obtenção do valor eficaz, considerando-se os procedimentos de cálculo associados com Vrms(1) e Vrms(1/2).

A Figura 2 ilustra, a título de exemplo, os resultados obtidos para o

cálculo da duração e amplitude de um mesmo evento de VTCD, com 33,33 ms (2 ciclos) de duração e 20% de amplitude, com início em 45º na onda de tensão instantânea, considerando-se Vrms(1) e Vrms(1/2).

Analisando-se os resultados indicados na Figura 2, evidencia-se

uma diferença entre os atributos do evento para as duas formas de cálculo consideradas. No caso da Figura 2(b), a duração do evento é aproximadamente ½ ciclo maior que a duração calculada na Figura 2(a). De fato, diferenças entre as duas formas de cálculo do valor eficaz, notadamente em termos de duração, poderão eventualmente ocorrer no caso de eventos muito rápidos (Δte < 3 ciclos).

Um outro conceito importante relacionado com a caracterização

de eventos de VTCD diz respeito à utilização de um limite de histerese para definição da duração de cada evento. A terminologia histerese utilizada nesse contexto não deve ser confundida com fenômeno da histerese magnética, responsável pelo atraso entre a densidade de fluxo e o campo magnético em materiais ferromagnéticos. No contexto específico das VTCDs, essa terminologia representa um limite um pouco maior (ou menor, no caso das elevações momentâneas de tensão) para identificação do instante final de um evento. Essa prática torna-se importante no caso de eventos nos quais a tensão comporta-se de forma oscilante em torno do limiar de identificação do instante final do evento, podendo levar a erros de interpretação que resultem na caracterização de múltiplos eventos quando, na realidade, se trata de um único evento de VTCD. A Figura 3 ilustra a aplicação da histerese na Figura 2 – Caracterização de um mesmo evento de VTCD considerando-se o cálculo do valor eficaz da tensão de duas formas distintas: (a) deslizamento da janela amostral a cada ciclo [Vrms(1)] e (b) deslizamento da janela amostral a cada ½ ciclo [Vrms(1/2)].

caracterização de eventos de afundamentos e elevações momentâneas de tensão.

Apesar do fato de que o uso da histerese não se encontra indicado

de forma explícita no Prodist, o mesmo documento, em seu item 9.1.3, estabelece que os instrumentos de medição devem atender aos requisitos mínimos estabelecidos na norma IEC 61000-4-30. Dessa forma, em consonância com o estabelecido em [3], o valor de histerese típico a ser considerado pelos medidores de parâmetros da qualidade da energia elétrica será igual a 2% da tensão de referência (Vref).

Referências: [1] ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Procedimentos de Distribuição. Módulo 8, Qualidade da Energia Elétrica. Revisão 8. 2016. [2] IEEE PES. IEEE Guide for Voltage Sag Indices. IEEE Std 1564 -2014. [3] IEC – International Electrotechnical Commission. Electromagnetic compatibility (EMC) – Part 4.30: Testing and measurement techniques – Power quality measurement methods. IEC 61000-4-30. Edition 2.0, 2008-10.

Figura 3 – Caracterização de eventos de VTCD com e sem a consideração de histerese em: (a) eventos de afundamento momentâneo de tensão e (b) eventos de elevação momentânea de tensão.

*José Rubens Macedo Jr. é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em engenharia elétrica. Desenvolveu seu pós-doutorado no Worcester Polytechnic Institute - WPI, em Massachusetts, nos Estados Unidos. É Senior Member do The Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) desde 2007. Atualmente, é professor da Faculdade de Engenharia Elétrica junto à Universidade Federal de Uberlândia (UFU).


98

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O Setor Elétrico / Setembro de 2017

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Embramat (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br

Balestro 18 (19) 3814-9000 balestrovendas@balestro.com.br www.balestro.com.br

Embrastec 6 (16) 3103-2021 embrastec@embrastec.com.br www.embrastec.com.br

5

Beghim (11) 2942-4500 contato@beghim.com.br www.beghim.com.br 55

Brametal (27) 2103-9400 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br Brval 61 (21) 3812-3100 vendas@brval.com.br www.brval.com.br 37

Cablena (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Chardon Group 78 (11) 4033-2210 wvalentim@chardongroup.com.br www.chardongroup.com.br 20 e 21

Cinase (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br Clamper Fascículos (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 83 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Condumax 15 0800 701 3701 www.condumax.com.br Conexled 4ª capa (11) 2334-9393 www.conexled.com.br

57

Engerey 81 (41) 3022-3050 engerey@engerey.com.br www.engerey.com.br

4

Megabrás (11) 3254-8111 vendas@megabras.com.br www.megabras.com 60

Melfex (11) 4072-1933 contato@melfex.com.br www.melfex.com.br 59

Monter Elétrica (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br

89

ExSuper (15) 4062-9447 exsuper@exsuper.com.br www.exsuper.com.br

Fascículos e 67

Fastweld 29 (11) 2425-7180 fastweld@fastweld.com.br www.fastweld.com.br 33

Flir (15) 3238-8070 flir@flir.com.br www.flir.com.br

Novemp (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Paratec 87 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br 11

Patola (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br

69

Gimi Pogliano (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br

7

Phoenix Contact (11) 3871-6400 contato@phoenixcontact.com.br www.phoenixcontact.com.br

45

IFG (51) 3431-3855 www.ifg.com.br 9

Induscabos (11) 4634-9000 vendas@induscabos.com.br www.induscabos.com.br 35

Intelli (16) 3820-1614 ricardo@intelli.com.br www.grupointelli.com.br

31

Itaipu Transformadores (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br

Crossfox (11) 2902-1070 www.crossfox.com.br D’Light 13, 72 e 3ª capa (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br

Lukma Electric (17) 2138-5050 lukma@lukma.com www.lukma.com

53

Rittal 51 (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br 19

Siemens 0800 11 94 84 atendimento.br@siemens.com www. siemens.com/geofol 91

Itaim Iluminação 2ª capa (11) 3181-5223 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br

Kian 41 (21) 2702-4575 sac@kian.com.br www.kianbrasil.com.br

77

44

Te Connectivity (11) 2103-6095 te.energia@te.com www.te.com/energy 79

THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br Trael 39 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br 85

Unitron (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br




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