O Setor Elétrico (edição 141 - Outubro/2017)

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Ano 12 - Edição 141 Outubro de 2017

Manutenção e proteção Painel móvel para linhas de transmissão pode garantir confiabilidade e segurança para o sistema PESQUISA DE MERCADO Distribuidores e revendas de materiais elétricos têm leve recuperação, mas aguardam reação da construção civil RENOVÁVEIS Impacto do uso de baterias em usinas solares na distribuição



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Suely Mascaretti - Suely@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565

Suplemento Renováveis 59 Avaliação do impacto da utilização de baterias na distribuição com a inserção da geração fotovoltaica distribuída.

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Taschibra inicia produção SMD no Brasil; Neosolar inicia fabricação de produtos de marca própria;

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira

Atlantic Energias Renováveis inicia a operação comercial do Complexo Santa Vitória do Palmar; Complexo eólico é inaugurado pela Voltalia no Rio Grande do Norte. Estas e outras notícias do setor elétrico

Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Marcelo Paulino, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Alan Rômulo Queiroz, Bruna Hoffman, Carlos Alberto Sotille, Carlos Eduardo Borges, Carlos Lorena Neto, Dick Melgarejo, Diogo Dahlke, Edemir Kowalski, Eduardo César Senger, Frederico Kós Botelho, João Carlos Mello, José Rubens Macedo Jr., Juliana Rios, Luciene Queiroz, Marcelo Scabora, Mateus Teixeira, Rafael Moreno, Raphael Dutenkefer, Renato Coutinho, Renato Mendes, Sergio Roberto Santos e Victor Borges Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Shutterstock.com | ETAJOE Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Painel de notícias

brasileiro.

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Fascículos

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Aula prática – Transmissão Instalação de painel móvel de proteção para linhas de transmissão de energia.

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Pesquisa – Mercado de distribuição e revenda de materiais elétricos Cerca de 100 empresas participaram da pesquisa desta edição. Para a maioria delas, o mercado de distribuição e revenda de materiais elétricos vem apresentando leves sinais de recuperação, mas retomada depende mesmo do desempenho econômico do país e da melhoria do setor da construção civil.

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Espaço 5419 Artigo analisa o uso de interfaces isolantes: dispositivos capazes de reduzir os surtos conduzidos que passam de uma Zona de Proteção contra Raios (ZPR) para outra. Colunistas

86 88 90 92

Jobson Modena – Proteção contra raios

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Dicas de instalação

João José Barrico – NR 10 José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex

A segunda parte do tutorial sobre variações de tensão de curta duração.

97

Ponto de vista Esclarecimentos sobre a tarifa branca, que deve entrar em vigor em 2018.

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Editorial

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O Setor Elétrico / Outubro de 2017 Capa ed 141_D.pdf

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11/3/17

9:28 AM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 12 - Edição 141 Outubro de 2017

Manutenção e proteção Painel móvel para linhas de transmissão pode garantir O Setor Elétrico - Ano 12 - Edição 141 – Outubro de 2017

O futuro é a conexão

confiabilidade e segurança para o sistema PESQUISA DE MERCADO Distribuidores e revendas de materiais elétricos têm leve recuperação, mas aguardam reação da construção civil RENOVÁVEIS Impacto do uso de baterias em usinas solares na distribuição

Edição 141

De acordo com a Associação Brasileira da Internet das Coisas (Abinc), a previsão é

de que todas as coisas, ou boa parte delas, estejam conectadas em até dez anos. A IoT, que consiste na conexão de smartphones, brinquedos, eletrodomésticos, carros, câmeras de monitoramento, redes sociais, sites de compra e venda de alimentos, webcams, etc., etc., pode estar presente em praticamente tudo e, embora ainda se saiba pouco sobre o assunto, a tendência é que essa transformação aconteça em alta velocidade.

Algumas dessas conexões já podem ser observadas atualmente, especialmente em

algumas áreas, como mobilidade e equipamentos eletrônicos. Um artigo publicado recentemente pela Abinc revelou alguns projetos com Internet das Coisas avançada que estão em andamento, como: controle de glicose pelo usuário e por médicos conectados remotamente; monitores de gravidez de risco com análise de dados em tempo real; monitor de temperatura e pressão com previsão comportamental; cesto de lixo que processa latas de refrigerante e ainda envia dados estatísticos pela internet; termostato que ajusta a temperatura da casa conforme a rotina dos moradores e veículos autônomos. Incrível, não? Boa parte disso já foi prevista pelos “Os Jetsons”, só está faltando mesmo os carros voarem!

No setor elétrico, por conta de todo o aspecto regulatório e por ser, culturalmente,

um segmento bastante conservador, as mudanças ocorrem mais lentamente. Mas as redes inteligentes – cada vez mais realidade – certamente, utilizam-se da conexão e transmissão de dados para desempenhar seus propósitos com mais autonomia, segurança e confiabilidade.

Este assunto foi debatido ao longo deste ano com muita autoridade pelo Centro de

Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD), especialista em tecnologia e inovação. Nesta edição, é encerrada uma série de dez artigos sobre Internet das Coisas, em que foram abordados não apenas conceitos, mas exemplos de criações que já empregam IoT e oportunidades de desenvolvimento do setor a partir das possiblidades oferecidas pela tecnologia da conexão.

Outro fascículo que se encerra nesta edição é uma série sobre ensaios de

equipamentos elétricos industriais produzida pelos Institutos Lactec, instituição renomada e com alta expertise na área elétrica.

Se você não acompanhou estes fascículos, mas deseja tê-los, ou perdeu algum

capítulo, basta acessar o site www.osetoreletrico.com.br, no menu Fascículos, e encontrar todos os artigos disponíveis gratuitamente para download.

Boa leitura!

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Revista O Setor Elétrico



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Coluna do consultor

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

A iluminação, os iluminados, os outros e as tarifas de energia no vermelho

O “Dia da Iluminação”, instituído no estado de São Paulo em dezembro de 1988 pelo

então governador Orestes Quércia e que é celebrado em 21 de outubro de cada ano, pode ser uma oportunidade para se avaliar o estágio da evolução desta área específica com imensa capacidade de geração de emprego e renda. As mudanças recentes devido às pesquisas e novas tecnologias modificou drasticamente o cenário mundial de fabricantes destes sistemas.

Vivemos uma nova fase de conceitos de projetos, aplicações, qualidade de vida,

oportunidades de eficiência energética, aspectos de redução de resíduos, redução de custos com mão de obra, aspectos de sustentabilidade e muitas outras vantagens. A importância do fato e dos feitos premiou os cientistas Akasaki, Amano e Nakamura com o prêmio Nobel de Física em 2014 pela descoberta da geração da luz azul com Led, e que, em conjunto com as anteriormente existentes vermelha e verde, viabilizou a produção da luz branca. Os três laureados teriam passado suas vidas trabalhando neste desenvolvimento em uma lição de persistência que os orientais sempre nos ensinam. O mercado de iluminação se mostra promissor e resiliente e se encontra em franca evolução tecnológica. Que saibamos tirar proveito desta onda com produtos e serviços de alta qualidade e eficiência.

Uma semana antes, precisamente, o dia 15 de outubro lembra os nossos heróis,

principais responsáveis por aquilo que nos tornamos. Aos nossos queridos e alguns já saudosos mestres, obrigado por dedicaram suas vidas por tornar o mundo melhor compartilhando o bem mais valioso: o conhecimento.

Como nem só de luz e bons propósitos tem sido nosso cotidiano, o lado negro da

força continua a seduzir nossos homens que eleitos ou indicados para cumprir um papel digno insistem em se conectar às paixões mundanas. Pelo que tudo indica, nossos dirigentes do Comitê Olímpico do Brasil (COB) apavoram até os deuses do Olimpo e uma nova tragédia não necessariamente grega, mas euro-latino-africana estaria por ser desvendada envolvendo novos personagens e ouro. Muito ouro. Olímpico? Não! Vergonhoso, típico daqueles que frequentam as sombras mal iluminadas, se seduzem pelo falso brilho das coisas, se desviando e também desviando verbas que poderiam ser aplicadas em programas educacionais desenhados por aqueles verdadeiros mestres supracitados. Isso evitaria a produção de milhões de analfabetos funcionais de nosso povo. Isso sim é tragédia!

No final deste outubro iluminado, a Aneel anuncia novo modelo da cobrança das

bandeiras tarifárias, aumentando significativamente a tarifa vermelha, tornando o novo modelo de mais rápida reação ao ciclo dos reservatórios.

Vamos em frente, tirando o lixo da frente, arando e irrigando nossa terra. Das trevas

para a luz!



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Abilux premia melhores projetos de iluminação Em oitava edição, Prêmio Abilux Projetos de Iluminação recebeu 149 inscrições e reconheceu instalações luminotécnicas por design e eficiência A Associação Brasileira da Indústria da Iluminação (Abilux)

da Capital, Boituva, Campinas, Limeira, São Carlos, São José do Rio

anunciou recentemente, em festividade em comemoração ao Dia da

Preto e São José dos Campos. Santa Catarina ficou em segundo lugar

Iluminação, os vencedores da oitava edição do Prêmio Abilux Projetos

com inscritos de Blumenau, Florianópolis, Joinville, Palhoça e São José.

de Iluminação. A premiação recebeu, durante a fase de avaliação, 149

O Rio Grande do Sul foi representado por profissionais de Caxias

inscrições de projetos provenientes de 50 escritórios diferentes.

do Sul, Gramado e Porto Alegre e de Minas Gerais das cidades de

Dos 149 inscritos, a categoria com mais projetos classificados foi a

Belo Horizonte, Juiz de Fora e Contagem. Brasília (DF); Pato Branco

comercial, com 38. As demais categorias ficaram assim representadas:

(PR); Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ) tiveram, cada um deles, um

residencial, 25; corporativo, 23; urbano, 20 e o Prêmio Especial de

representante.

Iluminação Eficiente, 29.

os projetos vencedores podem ser conhecidos no site www.abilux.

Profissionais e escritórios de 22 cidades de sete estados e do

Confira, a seguir, os projetos premiados em primeiro lugar. Todos

Distrito Federal concorreram. Do Estado de São Paulo vieram projetos

com.br

Categoria residencial Primeiro lugar: Casa Flamenco Autores do projeto: Rodrigo Jardim e Fabiana Rodrigues

Categoria Corporativa Primeiro lugar: LINX Autor: Rafael Leão

Categoria comercial e Prêmio Especial Eficiência Energética Primeiro lugar: Centro Cultural Japan House Autor do projeto: Marcos Castilha

Categoria Urbana Primeiro lugar: Edifício Oriente Square Autor do projeto: Paulo Torniziello Rodrigues



Painel de mercado Por Guilherme Semerene*

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O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Complexo eólico é inaugurado no Rio Grande do Norte Com investimentos de R$ 500 milhões, projeto idealizado pela Voltalia e Copel terá capacidade instalada de 108 MW, podendo abastecer até 270 mil famílias

Parque eólico apresenta capacidade instalada de 105 MW, energia equivalente ao consumo de 270 mil famílias.

Fontes de energia renováveis e limpas

energia a partir de fontes renováveis é a

O diretor geral da Voltalia no Brasil,

não são mais maneiras alternativas de

grande investidora do projeto, com 51%

Robert Klein, relembrou como foi o início

produzir eletricidade há anos e assumem,

das ações, em parceria com a Companhia

desacreditado da empresa no Nordeste. “A

definitivamente, papel essencial nas matrizes

Paranaense de Energia (Copel), que detém

Voltalia apostou desde o início nos ventos do

elétricas de diversos países por todo o mundo.

os outros 49%. Com apoio do financiamento

Rio Grande do Norte. Andei por estas terras

No Brasil, signatário do Tratado de Paris em

do BNDES, foram investidos R$ 500 milhões

há mais de dez anos, pensando sobre como

2015, o crescimento dessas fontes, eólica e

na nova operação, que conta com capacidade

seria ver um parque eólico feito por nós. Hoje,

solar especialmente, parecia inimaginável há

instalada de 108 MW, energia suficiente para

me sinto feliz em ver meu sonho ser realizado”,

algum tempo, mas vem se tornando cada vez

abastecer até 270 mil famílias, além de reduzir

declarou.

mais real nos últimos anos.

a emissão de CO2 em até 205 toneladas por

ano.

comentou sobre a heterogeneidade dos

Inaugurado no último dia 19 de outubro,

O presidente da Copel, Antônio Guetter,

o Complexo Eólico São Miguel do Gostoso,

Fornecidos

espanhola

investimentos feitos pela empresa, que

localizado na cidade de mesmo nome a 101

Acciona, os 36 aerogeradores, com 120

investe em algumas instalações no Rio

km da capital potiguar Natal, é o mais novo

metros de altura e 125 de diâmetro, estão

Grande do Norte, estado que está localizado

exemplo do crescimento da utilização das

divididos igualmente nos quatro parques

a mais de três mil quilômetros da cidade de

energias renováveis no país. A obra, que

do complexo – Santo Cristo, São João,

Curitiba, sede da empresa. “Participamos

durou 823 dias e gerou em seu pico 590

Carnaúbas e Reduto. Os terrenos de todos

do projeto em São Miguel do Gostoso

empregos diretos, foi encerrada em junho

os parques são arrendados e as atividades já

porque aqui os ventos sopram com mais

de 2015, mas teve sua operação iniciada há

existentes nas regiões foram mantidas, como

abundância. Estamos diversificando nossa

apenas quatro meses, quando se conectou

a criação de gado de corte, plantação de

matriz energética e garantindo retorno aos

ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e

frutas e cultivo de espécies nativas da região.

paranaenses”, justificou.

iniciou sua operação comercial.

O contrato de manutenção e operação do

A Voltalia, multinacional produtora de

complexo é de 20 anos.

Voltalia em parques eólicos no Rio Grande do

pela

empresa

O valor total dos investimentos feitos pela



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Complexo conta com 36 aerogeradores em torres de 120 metros de altura.

nenhuma obra de operação em andamento.

31 já foram desenvolvidos e 11 estão em

Isto poderia ser diferente, caso o para novas

desenvolvimento.

linhas realizado em 2016, não tivesse sido

Os

cancelado. Faltando dois meses para o leilão

diferentes áreas, como: responsabilidade

deste ano, cresce a expectativa da empresa

social,

para o começo de novos investimentos.

sustentável. No que diz respeito à cultura,

Pensando

destaca

alguns exemplos são a “3ª Mostra de Cinema

a expectativa para o próximo leilão que

de São Miguel do Gostoso e o “Projeto Só

acontecerá no final do ano. “Queremos

Melodia”. Na área da saúde, o destaque é a

participar com vários projetos que acredito

“Operação Sorriso”, organização global com

que

Estamos

mais de cinco mil voluntários dedicados a

Norte é de R$ 2,5 bilhões, dos quais 70%

prontos para o leilão e esperamos vencer

ajudar crianças com deformidades faciais,

foram provenientes de financiamentos do

para dar continuidade aos investimentos.

como o problema da fissura labiopalatina

BNDES. Vale lembrar que São Miguel do

Pretendemos

presente em uma a cada dez crianças

Gostoso é um dos cinco empreendimentos

projetos que consideramos essenciais para

nascidas no mundo.

que a empresa tem no estado, se juntando

o desenvolvimento econômico e social do

No Brasil, a parceria com a Voltalia

a: Areia Branca (90 MW), Vamcruz (93MW),

estado e da região em especial”.

teve seu contrato formalizado em 2016

são

na

muito

frente,

Klein

competitivos.

continuar

investindo

em

projetos

acontecem

educação,

nas

mais

desenvolvimento

e irá até 2019, divida em três etapas.

Serra Pará (99 MW) e Vila Acre I (27,3MW). Um projeto híbrido (térmica, solar e PCH) no

PROJETOS SOCIAIS

As duas primeiras partes já realizadas

Oiapoque (AP) (12MW) fecha a operação da

Tendo em vista os impactos socioambientais

beneficiaram 200 crianças, sendo feitos 142

multinacional no Brasil, que contabiliza 429,3

causados pelas obras de geração de energia,

procedimentos e 1836 consultas. A última

MW instalados.

mesmo no caso da eólica, a Voltalia e a Copel

etapa deverá acontecer no próximo ano no

implantaram alguns projetos sociais na região

município de São Miguel do Gostoso.

Futuro

como contrapartida. Desde a chegada a

Com o complexo de São Miguel do Gostoso

São Miguel do Gostoso, foram colocados

*Miguel Semerene é jornalista e viajou a São

finalizado, a Voltalia não conta com mais

em prática 42 projetos sociais, dos quais

Miguel do Gostoso (RN) a convite da Voltalia.


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O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Setor solar fotovoltaico deve movimentar R$ 4,5 bilhões em 2017 Projeção é da Absolar, que prevê a marca de 1 mil MW até o final do ano, com a criação de 20 mil empregos

O setor solar fotovoltaico brasileiro está

em

franca

expansão

e

deverá

movimentar mais de R$ 4,5 bilhões este ano. Esta é a projeção da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que estima que o Brasil deverá atingir a marca histórica de 1 mil MW da fonte solar fotovoltaica operacionais na matriz elétrica nacional até o fim de 2017.

Para se ter uma ideia da evolução

deste setor, em janeiro deste ano, a fonte contabilizava em janeiro deste ano com 90 MW de energia em operação, o que representa um crescimento de mais de 11 vezes no período. A entidade estima ainda que, em um ano, a fonte solar fotovoltaica tenha sido responsável pela criação de cerca de 20 mil empregos no país.

Para a Absolar, o crescimento deste ano

colocará o Brasil no radar dos principais mercados solares fotovoltaicos do planeta e no seleto grupo das 30 nações que mais investem em energia renovável, limpa e de baixo impacto ambiental por meio do Sol. “O Brasil possui um dos melhores recursos solares do mundo e, com um programa desenvolver

nacional este

estruturado setor,

poderá

para se

tornar um dos dez maiores mercados fotovoltaicos nos próximos anos. Hoje já somos referência em energia hidrelétrica, biomassa e eólica e não podemos ficar para trás na área solar, cada vez mais estratégica no setor elétrico internacional”, avalia o presidente da associação, Rodrigo Sauaia.


Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Cabo de cobre nu com fita de identificação www.induscabos.com.br/

Com o objetivo de facilitar a identificação de fabricante e das bitolas

nos cabos de cobre nu, a Induscabos acaba de lançar o cabo de cobre nu com fita de identificação. Dessa maneira, é possível identificar o fabricante do produto mesmo após a retirada da bobina ou da instalação.

Segundo a fabricante, sem esta fita de identificação, a conferência no recebimento do produto é prejudicada e, eventualmente, produtos

podem ser entregues com seções menores do que as informadas.

Além disso, a fita de identificação impede que fabricantes e/ou revendedores entreguem produtos fabricados por terceiros como se fossem de

marcas “premium”. Com o uso da fita, o cliente tem a certeza de estar recebendo exatamente o produto do fabricante que comprou.

Inversor fotovoltaico www.yaskawa.com.br/

A Yaskawa apresenta para o mercado o seu primeiro inversor fotovoltaico produzido no

Brasil. O inversor central Smartgrid 1000 XTM foi desenvolvido para aplicação em usinas fotovoltaicas e instalação ao tempo e se adapta a ambientes agressivos.

“Trata-se de uma nova tecnologia direcionada a expansão da indústria de geração de

energia renovável, que a empresa está começando a produzir em sua fábrica”, afirmou o diretor da Yaskawa, Luís Simione.

Disponível nas potências de 750 KW e 1000 KW, o inversor central fotovoltaico Smartgrid

1000 XTM foi projetado para conexão direta com um transformador externo de média tensão, podendo ser combinados dois a dois, oferecendo módulos de até 2 MW. Com grau de proteção IP55, o produto opera em uma ampla faixa de temperatura.

O Smartgrid 1000 XTM é um inversor central fotovoltaico de alta eficiência, robustez e confiabilidade, destinado à aplicação em 1000 Vcc, e

atende às normas locais e internacionais, gerando assim, um maior índice de segurança. Dispõe ainda de dispositivo de detecção de falha à terra e monitor de corrente residual. O equipamento é fornecido com um combinador DC integrado e equipado com seccionadora e até 16 entradas protegidas com fusível e monitoradas individualmente via web como opcional.

Fonte de alimentação chaveada www.schmersal.com.br

Novidade da Schmersal, a linha de fontes de alimentação chaveadas monofásicas PSS

permite alcançar níveis de eficiência superiores a 85% às instalações, proporcionando mais segurança e rendimento dos equipamentos e sistemas produtivos. Esta é a proposta da fabricante, que projetou as fontes de alimentação para fornecer energia aos sistemas de automação e segurança.

O produto disponibiliza ainda recursos de proteção contra curto-circuito, sobrecargas,

bem como contemplar um circuito inteligente que resulta em ripple e ruídos mínimos. Com design compacto, os gabinetes das fontes possuem suporte integrado para fixação em trilho DIN, economizando espaço e facilitando a montagem em painéis.

Fontes de alimentação chaveadas contam com proteção contra curto-circuito e possuem certificação CE.

Entre os principais benefícios das fontes de alimentação chaveadas PSS, estão a

possibilidade de serem montadas sobre trilhos DIN; tensão de saída ajustável por potenciômetro; ampla faixa de tensão de entrada CA; certificação CE; e redundância por meio de conexão em paralelo.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Neosolar Energia inicia a fabricação de produtos de marca própria Empresa atuava apenas com consultoria, instalação e comercialização de produtos para o mercado fotovoltaico

A NeoSolar Energia, que atua há mais

fixados ao solo em local exposto ao sol.

de sete anos no mercado energético com

consultoria, instalação e comercialização

tem capacidade para alimentar cinco

de produtos para a área solar fotovoltaica,

notebooks e 40 celulares por dia. O

anuncia que agora atuará também na

Gerador Plug and Play de 40 kwh /

fabricação de itens de marca própria.

mês tem capacidade, por exemplo, para

Neste mês, a empresa apresentou para

alimentar uma TV, cinco lâmpadas de 10

o mercado três novidades: traz três

W por quatro horas, além de notebook,

novidades ao mercado: o Totem Solar

celular, som e pequenos consumos. Já a

carregador NeoSolar, Gerador Solar

versão de 60 kwh/mês pode alimentar uma

Plug and Play NeoSolar 40 kWh/mês e o

geladeira de 240 L, além de TV e cinco

Gerador Solar Plug and Play NeoSolar 60

lâmpadas de 10 W, por quatro horas.

kWh/mês.

como shows, festivais de música,

Os lançamentos utilizam a luz do

O Totem Solar carregador NeoSolar

Totens solares de marca própria são algumas das novidades da empresa.

Os produtos são ideais para eventos,

sol como fonte e fornecem energia

gastronomia, entre outros, e podem

elétrica para carregamento de diversos

também ser instalados em parques,

viabilizam o uso da energia solar em locais

dispositivos, conectados pela tomada

praças, condomínios, resorts, clubes,

de alta rotatividade de pessoas, além de

ou USB. Para funcionar, produzindo e

hotéis e afins. Segundo o sócio-diretor da

terem baixo custo e esforço técnico para

armazenando energia, basta que sejam

NeoSolar, Raphael Pintão, os produtos

instalação.

Teatro Amazonas mais eficiente Comerc Energia e GE Current criam projeto de eficiência energética que permitiu redução de 82% do consumo de energia da iluminação

jardins foram todos beneficiados pelo projeto que

“Esta ação no teatro de Manaus mostra a

trouxe mais luz às fachadas e áreas adjacentes

sinergia existente entre nossas empresas, que

ao edifício, que são iluminadas diariamente, das

visa, além da eficiência energética, levar qualidade

18h30 às 5h30 da manhã seguinte.

visual por meio da adoção do Led para nossos

Além de um menor consumo de energia, os

clientes. Esta foi a nossa proposta para este

pontos com Led agora têm uma luminosidade

patrimônio, que é um emblemático cartão postal

até 15% maior. A tecnologia adotada também

da capital do Amazonas”, afirma Ricardo Resende,

apresenta outras vantagens, como a menor

Gerente de Vendas Brasil da GE Current.

necessidade de manutenção das lâmpadas, cuja Nova iluminação apresenta ainda luminosidade até 15% maior comparada à anterior.

vida útil média varia de 30 mil a 50 mil horas –

Ópera na floresta

versus as 20 mil horas da tecnologia anterior.

No ano em que a Zona Franca completa 50

A longevidade das luminárias instaladas, aliás,

é o mais belo ícone do ciclo da borracha e levou

anos, a Comerc Energia e a GE Current levam

permite à GE Current oferecer garantia de 3 a 5

12 anos para ser construído, em um momento

mais brilho ao Teatro Amazonas, principal marco

anos, conforme o modelo do produto usado.

histórico em que Manaus vivia um ápice

histórico da capital amazonense. Uma ação

O Teatro Amazonas, inaugurado em 1896,

econômico e buscava trazer para o interior da

conjunta das duas empresas desenvolveu um

Homenagem à cidade

floresta o melhor da ópera internacional.

projeto de eficiência energética que reduziu o

“Quando pensamos em homenagear a

consumo de eletricidade nas luminárias externas

cidade, essa foi a escolha mais natural possível”,

cúpula do teatro, formado por 36 mil azulejos

do teatro em 82%, ao substituir 120 lâmpadas por

comenta Cristopher Vlavianos, presidente da

decorados, aludindo à bandeira brasileira. No

outras, de tecnologia Led. Esse montante equivale

Comerc Energia, empresa que atua em Manaus

seu interior, no centro de um teto abobadado,

a uma economia mínima de R$ 22 mil anuais na

desde 2016. “O teatro é o cartão postal mais

pende-se um imponente lustre dourado com

conta de luz da instituição. Halls laterais, cúpula e

emblemático da cidade”, acrescenta.

cristais venezianos.

Chama a atenção o fascinante mosaico da


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O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Plataforma controla geração, operação e demanda Indra desenvolve solução para gerenciar, de forma automática, todo o sistema elétrico, melhorando a confiabilidade da rede de distribuição de regulamento agregando os pontos de

energéticos distribuídos, como a geração

uma solução criada pela Indra, empresa

consumo, os quais se denominam VPPs

renovável, armazenamento de energia, plantas

de consultoria e tecnologia, para controlar,

(Virtual Power Plants), um novo conceito de

de geração virtuais ou veículo elétrico.

de forma automática, o sistema elétrico,

gestão de energia que entrelaça diferentes

Permite, assim, que geradores, operadores

permitindo que o consumidor possa gerir

pequenas fontes de energia, sobretudo

e consumidores troquem serviços em tempo

seu autoconsumo e participar ativamente

renováveis, geridas a partir de um único

real.

de novos modelos de negócio que

sistema de controle. Isto permitirá a redução

melhorem a confiabilidade, a eficiência e a

dos custos de geração e transporte

cliente final automatizar os critérios de gestão

sustentabilidade do sistema elétrico.

(dependendo do mercado poderiam alcançar

de seus consumos e geração de forma

A Active Grid Management (AGM) é

A inteligência distribuída permite ao

10%) e a integração de energia renovável e

coordenada com os demais operadores e

reduzir as perdas de energia na rede de

outros recursos energéticos distribuídos na

facilita a reação automática da rede perante

distribuição entre 10% e 20% e melhorar

rede de mídia e de baixa tensão.

riscos como interrupção do serviço ou

a qualidade do fornecimento alcançando

desequilíbrios entre a oferta e a demanda.

reduções superiores a 10% no número de

integrado de gestão das redes de distribuição

Por sua parte, a aplicação de tecnologias IoT

incidências e no tempo de restabelecimento

da Indra, e facilita o monitoramento e o

permite aos operadores e comercializadoras

de serviço.

controle direto com uma visão integral das

trocar informações e petições de atuação em

redes de mídia e baixa tensão, bem como

tempo real com milhões de dispositivos e para

companhias energéticas estabeleçam

a integração eficiente dos sistemas de

os clientes realizarem uma operação mais

esquemas de gestão de demanda e serviços

autoconsumo dos clientes e os recursos

confiável e eficiente.

Segundo a empresa, a AGM permitiria

Sua implantação facilitará que

A AGM faz parte do InGRID, o sistema


Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Outubro de 2017

AES Eletropaulo investe R$ 47 milhões em automação Montante será aplicado até o final do ano em religadores automáticos na rede de distribuição da concessionária

Até o final de 2017, o valor de

R$46.885.920 será investido na instalação de religadores automáticos (RA) na rede de distribuição de energia elétrica da AES Eletropaulo. Esses equipamentos evitam a interrupção de energia, no caso dos chamados “defeitos temporários”, quando, por exemplo, galhos de árvores encostam na fiação e, depois, caem.

Em 2016, a distribuidora implantou

mais de 1.100 RAs em toda a área de concessão. A expectativa é que, até o final de 2017, mais de 5.500 equipamentos sejam instalados em toda a área de concessão da concessionária.

“O religador consegue identificar se

deslocamento de equipes. Já o cliente

concessão da empresa. Só na região

o defeito precisa ou não do trabalho do

percebe rápidas oscilações e redução

do ABC, por exemplo, constituída

eletricista em campo para restabelecer

no tempo da falta de energia”, explica

pelos municípios de Santo André, São

a energia. Caso não seja necessário,

o gerente de engenharia da AES

Bernardo e São Caetano do Sul estão

automaticamente, em segundos, o

Eletropaulo, Ricardo Martins.

previstos, até dezembro, a instalação

equipamento se religa e normaliza o

de 142 equipamentos, totalizando

fornecimento. Isso evita, também, o

sendo instalados em toda a área de

Os religadores automáticos estão

investimento de mais de R$ 7 milhões.

Instituto Elektro instala painéis fotovoltaicos em instituições carentes Ao todo, foram instalados 62 painéis em abrigos da sua área de concessão

O Instituto Elektro, braço da Fundação Iberdrola no Brasil, em parceria com o Instituto Phi e a Elektro Comercializadora, entre julho e

setembro, finalizou um projeto da vertente de Cooperação e Solidariedade, patrocinando a instalação de 62 painéis fotovoltaicos em abrigos da área de concessão. As instituições beneficiadas foram a Casa de Apoio ao Menor Irmã Dulce, em São João da Boa Vista, a Fundação da Criança e Adolescente, em Ubatuba e o Recanto do Bom Velhinho, localizada em Tatuí. Além de receber uma tecnologia de ponta, as instituições serão beneficiadas com, em média, a redução de mais de 70% no valor da conta de energia.

Nos eventos de entrega dos painéis, as instituições de São João da Boa Vista e de Ubatuba, estiveram representantes da CIPA, orientando

as crianças e adolescentes sobre a segurança com a rede elétrica e os cuidados na hora de brincar com pipas. Já no Recanto do Bom Velhinho, em Tatuí, a necessidade de produtos de higiene pessoal mobilizou os colaboradores da Sede e da região Centro na arrecadação de materiais.

“São projetos como esse que mostram a força da nossa energia. É assim que fazemos o bem à população e conseguimos investir nas

comunidades em que atuamos”, comenta Renata Koga, Especialista em Sustentabilidade da Elektro e representante do Instituto Elektro Brasil.


O Setor Elétrico / Outubro de 2017

19

Taschibra inicia produção SMD no Brasil Tecnologia é utilizada na fabricação de produtos Led, em sua fábrica em Santa Catarina

O Grupo Taschibra iniciou sua

produção com a tecnologia SMD (do inglês, Surface Mounted Diode) para fabricação de produtos Led, na fábrica de Indaial em Santa Catarina. Segundo a empresa, esta é uma das primeiras operações brasileiras a empregar esse conceito de montagem no país.

A implementação dos novos processos

na empresa visa aumentar a qualidade e flexibilidade na montagem dos produtos. Até o momento já foram fabricadas mais de 15 mil placas e aproximadamente 800 mil componentes já foram inseridos com a tecnologia SMD. “Estamos trabalhando em processo crescente de produção devido a criação de novas linhas de produtos, esse incremento no volume das produções só deve aumentar", explica o presidente da Taschibra, Afonso Schreiber.

Além das placas produzidas

atualmente, em breve, a empresa deve iniciar a montagem de novos projetos com a tecnologia SMD e ainda implantar a tecnologia Driver On Board, que visa diminuir a quantidade de processos intermediários, aumentando ainda mais a qualidade do produto final.


Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Atlantic Energias Renováveis inicia a operação comercial do Complexo Santa Vitória do Palmar Com investimento de R$ 1,3 bilhão de reais, o maior empreendimento da empresa tem capacidade instalada de 207 MW

A Atlantic Energias Renováveis, empresa

que atua no desenvolvimento, implantação e operação de projetos de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, iniciou no fim de setembro a operação comercial plena do Complexo Eólico Santa Vitória do Palmar, localizado no município de Santa Vitória do Palmar, extremo sul do Rio Grande do Sul.

Maior empreendimento da Atlantic, o

Complexo Eólico Santa Vitória do Palmar teve investimento de R$ 1,3 bilhão e possui 207 megawatts (MW) de potência instalada – suficiente para abastecer uma cidade de 400 mil habitantes. O empreendimento conta com 69 aerogeradores de 3 MW e

Parque conta com 69 aerogeradores de 3 MW em torres de 120 metros de altura.

pás com 125 metros de diâmetro, instaladas em torres de concreto de 120 metros de altura.

O empreendimento é composto por 12 parques eólicos distribuídos em uma área de 10.424 hectares e possui 53% de fator de

capacidade previsto. A implantação do Complexo levou cerca de dois anos e, para conectá-lo ao Sistema Interligado Nacional (SIN), a Atlantic construiu 21 quilômetros de linhas de transmissão, além de 68 quilômetros de estradas de acessos e três subestações.


ATERRAMENTO ELÉTRICO

23

Carlos Alberto Sotille Capítulo X – Medições em instalações energizadas – Método da injeção de alta frequência • Medição em alta frequência • Medição de aterramento • Competências do instrumento • Avaliação da resistência do aterramento

ENSAIOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS

28

Victor Borges, Diogo Dahlke, Bruna Hoffman, Mateus Teixeira e Edemir Kowalski Capítulo X – Prontuário das instalações elétricas • Contextualização • Composição e abrangência • Documentações • EPIs e EPCs • Qualificação, habilitação, capacitação e autorização

INTERNET DAS COISAS

36

Rafael Moreno, Carlos Lorena Neto, Dick Melgarejo e Renato Coutinho Capítulo X – IoT e conectividade para áreas remotas • Arquitetura proposta no projeto AgroTICS • Resultados obtidos em campo • Aplicabilidade para o setor elétrico • Inovação tecnológica a serviço das cidades inteligentes

MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

42

Alan Rômulo Queiroz, Eduardo César Senger e Luciene Queiroz Capítulo X – Hierarquização dos ativos e criticidade dos equipamentos • Exemplos de hierarquização de ativos • Criticidade dos equipamentos

Fascículos

Apoio


Apoio

Por Carlos Alberto Sotille*

Aterramento elétrico

22

Capítulo X Medições em instalações energizadas – Método da injeção de alta frequência

O envelhecimento das malhas de terra

prejudicar a qualidade do fornecimento

distribuição e contrapesos contínuos de

de subestações, aliado ao grau cada vez

e de forma segura. Na sua elaboração,

linhas de transmissão. Argumenta ainda,

maior de contato com pessoas qualificadas

procurou-se mesclar os procedimentos

que o efeito do acoplamento entre os cabos

ou não para essa interação, impõe uma

atualmente utilizados na medição de

de interligação dos circuitos de corrente e

necessidade

malhas de subestações desenergizadas

potencial torna-se um fator importante nas

com experimentos feitos em instalações

medições de resistência de aterramento

energizadas

com valores muito baixos, particularmente

premente

de

avaliá-las

periodicamente. As

concessionárias

brasileiras

por

concessionárias

e

efetuam tal avaliação com o sistema

pesquisadores do país e de fora, acreditando

envolvendo

linha

desenergizado

de

distribuição/transmissão

de

aterramento

assim, ter dado um passo, sabe-se discutível

de grande porte, que exigem grandes

vezes

e ainda pequeno, mas para a frente, em um

comprimentos de cabos de interligação.

somente no comissionamento da malha

tema que se mostra de interesse para o setor

original). Esporadicamente, uma ou outra

elétrico e para a comunidade em geral.

(muitas

das

empresa buscou desenvolver técnicas de medições com as instalações energizadas,

Introdução

Método de injeção de alta frequência Um equipamento deste tipo deve

deparando-se, porém, com obstáculos Os

às

permitir a determinação da resistência

resultados de ensaios, como interferências

avaliações em malhas de subestações no

de aterramento do sistema constituído

eletromagnéticas

instrumentos

Brasil foram objeto das partes 1 e 2 do

de todos os sistemas de aterramentos

utilizados e, consequentemente, nas leituras

capítulo VII, em que se deu ênfase ao

interconectados.

realizadas, exposição a riscos (segurança

método da queda de potencial e instalações

A configuração para esta medição

pessoal e aparelhos utilizados), bem como

desenergizadas, não se fazendo referência,

é similar à medição de resistência de

os longos tempos de execução dos ensaios.

assim como na norma ABNT NBR

aterramento de um sistema qualquer, com a

que comprometiam a qualidade dos

Fascículo

sistemas

nos

procedimentos

aplicáveis

15749, aos procedimentos para a situação

particularidade de que os pontos de fixação

às restrições de desligamentos do sistema de

de

dos eletrodos de potencial serão nas regiões

transmissão e distribuição recebe, a cada dia,

evidente a necessidade de se desenvolver

mais e mais aliados, por razões de interesse

metodologia para essa situação. A norma

É importante registrar que não será

das áreas técnica e comercial, passando

faz clara menção de que os cabos para-

necessário especificar a quantidade e

sempre pelas questões regulatórias da Agência

raios de todas as linhas de transmissão

o tipo dos aterramentos dos sistemas

Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A busca pela adequação dos processos

instalações

energizadas,

deixando

limítrofes da malha.

que chegam à instalação devam ser

interconectados, visto que, para a medição

uma

desconectados do sistema de aterramento

da resistência da malha, a alta frequência

proposta de metodologia que propicia

sob ensaio, bem como as blindagens

injetada deve garantir o desacoplamento

uma rápida avaliação da malha, sem

dos cabos isolados, neutros de linhas de

das demais instalações.

Neste

artigo

apresenta-se


23

Apoio

Da medição em alta frequência

circuitos das linhas de transmissão (mútua

O instrumento deve operar em uma

malha formada pelo cabo para-raios e

frequência tal que a impedância indutiva

retorno pelo solo), utiliza-se a formulação

do(s) cabo(s) para-raios de uma ou

de Carson para as frequências de 60 Hz e a

mais linhas de transmissão acopladas à

que está em análise.

entre cabo para-raios e fases e própria da

subestação, em um vão de comprimento

Observa-se que, para a frequência de

normal, seja razoavelmente alta, a ponto

25 kHz, a impedância mútua entre cabo

de se reduzir o efeito dos aterramentos

para-raios e fases aumenta cerca de 200

adjacentes ao que se está medindo.

vezes enquanto que a impedância própria

A utilização de uma frequência alta

da malha formada pelo cabo para-raios e

nas medições deve permitir que se teste o

retorno pelo solo aumenta cerca de 100

aterramento numa condição mais próxima

vezes, passando o ângulo para próximo de

daquela em que este será chamado para

90°.

dissipar um surto tipo de chaveamento ou mesmo de descarga atmosférica.

Dessa forma, os parâmetros (resistência + reatância) dos cabos para-raios tendem a infinito, ou seja, passam a ser excluídos da

- Compensação da componente reativa

medição em alta frequência.

O instrumento deve possuir um módulo

Assim sendo, a corrente de alta

que permite a introdução de capacitâncias

frequência tenderá a circular na sua

com a finalidade de efetuar a compensação

totalidade pelo circuito formado agora

dos reativos presentes na medição.

pela malha de terra e o eletrodo auxiliar

Para uma subestação da qual partem/

de corrente, elevando os potenciais de

chegam linhas de transmissão com seus

superfície junto a ele. Em consequência, ao

cabos para-raios ligados à malha de terra,

se deslocar o eletrodo auxiliar de potencial

estima-se que um instrumento com tal

em uma região livre das influências, tanto

frequência deve medir somente a resistência

da malha de aterramento sob ensaio quanto

da malha de terra em estudo.

do eletrodo auxiliar de corrente (patamar

Impedâncias envolvidas entre cabo PR

da curva com compensação obtido na

e retorno pelo solo (exemplo para uma alta

região B), aparecerá o valor procurado para

frequência de 25 kHz)

a resistência da malha.

Para se ter uma ideia da ordem de

A Figura 1 mostra a tendência das

grandeza das impedâncias envolvidas nos

curvas com e sem compensação de reativos.

Figura 1 – Tendência das curvas “sem e com” compensação de reativos.


Apoio

Aterramento elétrico

24

e

pequenas

áreas

disponíveis

para

colocação dos eletrodos de retorno de corrente e de potencial, tais como áreas em regiões semi-urbanas ou rurais. Nessa metodologia de medição, é utilizado o método convencional da queda de tensão aplicado, porém, a eletrodos

de

corrente

posicionados

“relativamente próximos” do sistema de aterramento em teste. Nessas medições, com frequências de

algumas

dezenas

de

kHz,

o

posicionamento do eletrodo de corrente se dará a distâncias máximas de 1,25

Figura 2 – Esquema simplificado da medição com alta frequência.

Elementos envolvidos na medição de aterramento

vez a maior dimensão do sistema de

aterramento do eletrodo de corrente;

aterramento.

• LEp representa a parte indutiva da

O

levantamento

da

curva

de

impedância do eletrodo de potencial;

resistência de aterramento em função

• R Ep representa a parte resistiva da

da distância do eletrodo de potencial

encontram-se, de forma simplificada, os

impedância do eletrodo de potencial;

se processará tal como definido no

parâmetros que compõem a medição alta

• Rat Ep representa a resistência de

levantamento

frequência.

aterramento do eletrodo de potencial;

desenergizadas.

No

esquema

da

Figura

2

Neste esquema é possível identificar

• C 1, C2, C3 representam o banco de

com

as

instalações

os parâmetros envolvidos na medição,

capacitores utilizado para compensar a

Metodologia DDPprox (diferenças

sendo que:

parte reativa do circuito.

de potencial em pontos próximos ao

• L 1... L n representam a parte indutiva da

sistema de aterramento)

Metodologia

Essa metodologia se aplica a sistemas

impedância do circuito formada pelas torres (cabos para-raios das linhas de transmissão); • R 1...R n representam uma parte da resistência do circuito (cabos para-raios

Metodologia convencional reduzida Essa

metodologia

se

aplica

energizados e localizados principalmente a

em áreas de nenhuma disponibilidade

sistemas de aterramento na condição

(densamente edificadas) para colocação

de energizados, em locais com poucas

dos eletrodos de corrente e potencial, a

Fascículo

das linhas de transmissão); • R at1... R atn representam as resistências dos aterramentos de cada torre das linhas de transmissão; • L m representa a parte indutiva da impedância da malha de aterramento sob ensaio; • R m representa a parte resistiva da impedância da malha de aterramento sob ensaio; • L Ec representa a parte indutiva da impedância do eletrodo de corrente; • R Ec representa a parte resistiva da impedância do eletrodo de corrente; • R at Ec representa a resistência de

Figura 3 – Metodologia DDPprox aplicadas a malhas de aterramento com configuração conhecida.


Apoio

25


Apoio

Aterramento elétrico

26

não ser aquela imediatamente adjacente

Metodologia DDPprox aplicada

frequência e possua filtros, altamente

à do sistema em teste.

a malhas de aterramento com

seletivos, dimensionados para eliminar

configuração desconhecida

o efeito das correntes parasitas de

Nessa metodologia não se utiliza o conceito de queda de potencial

Não dispondo de informações do

em relação a um ponto remoto, o

sistema de aterramento (dimensões reais,

O instrumento deve possuir um

que

freqüência industrial presentes no solo;

medições

tamanhos de quadrículas, profundidade

módulo de aquisição e armazenamento

notadamente de sistemas de aterramento

de condutores, etc.), estimam-se as

dos dados coletados dos eletrodos de

de médias e grandes dimensões feitas

coordenadas de um provável condutor

corrente e potencial.

convencionalmente. São realizadas em

periférico previsto a partir da presença de

O instrumento deve possuir um

espaços bem pequenos as medições de

algum elemento (final de camada de brita,

módulo de controle dos dados, no qual

diferença de potencial em pontos pré-

alambrado divisório de área energizada,

se efetue a correção de erros e redução

determinados do sistema de aterramento,

etc.) e efetua-se o posicionamento do

de ruídos, bem como a proteção contra

dependendo do grau de conhecimento

eletrodo de corrente; os eletrodos de

sobretensões.

que se tenha de sua configuração,

potencial devem ser posicionados (em

relativamente ao ponto de injeção de

número e espaçamentos diferentes e

corrente.

aleatórios função das características da

pode

inviabilizar

as

Imunidade O

instrumento

deve

apresentar

planta do local), independentemente de

imunidade

Metodologia DDPprox aplicada

se conhecer a posição relativa do sistema

IEC 61000-4-2, imunidade a radiação

a malhas de aterramento com

de aterramento, até uma distância em

eletromagnética segundo a IEC 61000-

configuração conhecida

torno de 1/10 do eletrodo de corrente

4-3, EMC segundo a IEC 61326-1 e

para cada direção escolhida.

proteção ambiental IP 54.

Competências do instrumento

Medição de tensões de passo e toque

Definidas as coordenadas limítrofes da configuração, posiciona-se o eletrodo de corrente em função da maior dimensão da malha, os eletrodos de potencial devem

eletrostática

segundo

a

O instrumento deve permitir a possuir

obtenção dos potenciais de passo e

de maior e menor quadrícula, próximos

um módulo gerador de sinal de alta

toque em V/A de corrente injetada

da periferia e, a partir desta, de metro em

frequência (algumas dezenas de kHz),

para posterior extrapolação ao valor de

metro, até em torno de 1/10 da distância

com sinais de corrente da ordem de

corrente de malha.

do eletrodo de corrente.

algumas dezenas de mA, controlado

ser posicionados em pontos como centro

O

instrumento

deve

por um cristal que dê estabilidade à

Determinação da continuidade elétrica entre elementos vinculados à malha da subestação

Fascículo

O instrumento deve permitir a medição da impedância entre dois pontos do sistema que engloba a malha de aterramento na condição de sistema de

energizado.

continuidade,

deve

permitir

resistências

a

vistas

Como o

detector

instrumento

determinação por

esses

das dois

pontos, concluindo-se, então, pela sua continuidade.

Da corrente de medição Figura 4 – Metodologia DDPprox aplicada a malhas de aterramento com configuração desconhecida.

A corrente de medição é função da resistência de aterramento do eletrodo


Apoio

27

Metodologia DDPprox Para avaliação da resistência de aterramento utilizando-se a metodologia DDPprox, as malhas deverão estar conectadas

a

outros

sistemas

de

aterramento, via, por exemplo, cabo(s) para-raios de linhas de transmissão. Nessa condição: • o valor mínimo da curva sem compensação (obtido nas proximidades da periferia da malha) tende ao valor da resistência da malha;

Figura 5 – Curva para o método convencional reduzido.

• o valor mínimo da curva com compensação (obtido nas proximidades da periferia da malha) tende ao valor da impedância do sistema. Pela metodologia DDPprox, basta então medir-se o valor da diferença de potencial entre malha e um ponto a 1 m de sua periferia, referenciando-se à corrente de medição, para obter-se: - A resistência específica da malha de terra (valor sem compensação); - A impedância do sistema (valor com compensação).

Figura 6 – Curvas para a metodologia DDPprox.

de corrente; eletrodos com poucas hastes em paralelo ou em solos de resistividades altas podem propiciar correntes baixas de medição, incompatíveis com as

Avaliação da resistência de aterramento Metodologia convencional reduzida

correntes indicadas pelos fabricantes dos instrumentos, quando se definem

Deve-se efetuar o levantamento dos

as precisões dos mesmos. Como regra

valores de resistência com compensação

prática, a resistência de aterramento do

capacitiva pelo deslocamento do eletrodo

eletrodo de corrente usualmente deve ser

de potencial a partir da periferia da

inferior a 500 Ω, devendo a relação entre

malha em direção ao eletrodo de corrente

a resistência de aterramento do eletrodo

posicionado para distâncias da ordem de

de corrente e a resistência do sistema

1,25 vez a maior dimensão da malha.

de aterramento sob ensaio não exceder

A

resistência

de

aterramento

1000:1, sendo preferíveis relações abaixo

procurada será dada pelo patamar da

de 100:1.

curva com compensação obtida.

*Carlos Alberto Sotille é engenheiro eletricista, mestre em Ciências pela Coppe/ UFRJ e pesquisador. Atualmente, é diretor técnico da Sota Consultoria e Projetos Ltda. e membro da CE-03:102 – Comissão de estudos “Segurança em aterramento elétrico de subestações C.A.”, do Cobei.

Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Ensaios em instalações elétricas industriais

28

Por Victor Borges, Diogo Dahlke, Bruna Hoffman, Mateus Teixeira e Edemir Kowalski*

Capítulo X Prontuário das instalações elétricas

Introdução

trabalhos realizados em sua proximidade. Desde a atualização da NR 10 de

ao

local

de

armazenamento

das

No Brasil, o Ministério do Trabalho

2004, foram incluídas obrigações para

informações a respeito de um paciente

(MTE) tem como um de seus objetivos o

o empregador como o fornecimento de

e que poderão ser acessadas a qualquer

fornecimento das diretrizes de trabalho

equipamentos de proteção individual

momento. A maneira mais utilizada ao

para que sejam atendidos os critérios

aos

de

longo dos anos foi através do registro

mínimos de saúde e de segurança aos

treinamento específico aos trabalhadores

de papel em um único documento,

trabalhadores.

em eletricidade, elaborar procedimentos

porém, atualmente, devido à facilidade

utilizados

de trabalho, e elaborar e manter um

de armazenamento e de consulta, têm-se

pelo MTE para regulamentar e orientar

prontuário das instalações elétricas (PIE),

optado pelo uso de meios eletrônicos.

as práticas de segurança e saúde dos

assunto este que será abordado neste

trabalhadores é por meio de normas

artigo.

Um

dos

instrumentos

regulamentadoras (NRs). As NRs foram aprovadas a partir da portaria n° 3.214 no

trabalhadores,

fornecimento

Contextualização

e modificações são realizadas através de

O termo prontuário é comumente

comissões tripartites, das quais participam representantes do governo, de empresas e de trabalhadores. Atualmente, as NRs abrangem uma diversa gama de temas que totalizam 36 normas. Os tópicos abordados variam desde questões relativas à ergonomia do trabalho até proteção contra incêndios, trabalho

em

altura,

programas

de

prevenção de riscos ambientais, entre outros. No que diz respeito à área de eletricidade, a NR 10 abrange atividades desde a geração, transmissão, distribuição e consumo, e também inclui as áreas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e

Como benefício, além de organizar todos

os

procedimentos

relativos

à

terapia e aos medicamentos utilizados pelo paciente, o prontuário também pode a vir a ser utilizado na esfera judicial, na

ano de 1978, sendo que suas elaborações

Fascículo

utilizado na área da medicina, referindo-se

Figura 1 – Prontuários em papel.

ocorrência de um processo.


Apoio

As informações presentes nesse tipo

carga instalada acima de 75 kW. Além

que trabalham, direta ou indiretamente,

de documento, tais como sinais, imagens,

da existência do PIE, é necessária

em instalações elétricas de uma empresa,

acontecimentos e situações sobre a saúde

dedicação para que ele sempre se

a preservação da integridade, saúde e

do paciente e o atendimento realizado,

mantenha atualizado, uma vez que as

segurança. Para que essas condições

possibilitam

técnica

modificações elétricas na planta são

sejam seguidas, é muito importante

entre os profissionais da área de saúde

atividades bastante frequentes no meio

que as documentações relacionadas à

e a continuidade do atendimento ao

industrial. É comum a necessidade de

saúde e segurança dos trabalhadores

indivíduo.

a

comunicação

nova especificação das características

estejam devidamente organizadas em

de

elétricas, em face de modificações na

pastas e por área de atuação, seja técnica

eletricidade, o PIE tem por objetivo reunir

planta, tais como a substituição de

ou

todas as informações pertinentes sobre

maquinários obsoletos, ou mudanças no

Essa organização visa a deixar claras as

uma instalação elétrica. Isso contribui de

processo de produção.

atribuições e limitações de cada área

De

forma

análoga,

na

área

administrativa,

de

cada

pessoa.

maneira fundamental para a segurança

Porém, mais que isso, o PIE não se

profissional que estejam vinculadas com

em atividades que envolvam eletricidade.

limita apenas à atualização dos projetos e

eletricidade no ambiente profissional. É

Assim, com um prontuário preciso e bem

diagramas elétricos, sendo que, para sua

fundamental ainda que os trabalhadores

elaborado, é possível, por exemplo, que

composição, é necessária uma série de itens

tenham conhecimento e orientação sobre

os trabalhadores analisem previamente

que requer constante acompanhamento

as medidas de controle que devem ser

condições impróprias para a realização do

e atualização, conforme apresentado nos

adotadas pelos mesmos.

serviço evitando o risco com acidentes.

subtópicos a seguir:

Composição e abrangência

Procedimentos e instruções técnicas e

as atividades, as responsabilidades, os

administrativas de segurança e saúde

apontamentos sobre os riscos existentes

Cada procedimento de trabalho deve conter os passos a serem seguidos durante

Segundo a NR 10, o PIE é necessário

O principal objetivo da elaboração

para qualquer estabelecimento com

e aplicação do PIE é oferecer às pessoas

e as medidas de proteção que devem ser adotadas.

29


Apoio

Ensaios em instalações elétricas industriais

30

Inspeções e medições do sistema de

normatização brasileira, as NBRs 5419,

• Durante a construção do sistema;

proteção contra descargas atmosféricas e

15749, 15751, 7117 e 5410.

• Após a construção (emissão “as built”);

aterramentos

• Após alteração ou reparos, ou após

Uma das finalidades para a qual se

Como exemplo referente ao tema

destina a utilização de um sistema de

do sistema de proteção contra descargas

atmosférica;

aterramento é como medida de proteção

atmosféricas (SPDA), a última atualização

• Inspeção semestral apontando eventual

para

da norma (5419:2015) informa qual é a

deterioração;

documentação necessária:

• Inspeção periódica (anual ou trianual,

se

prevenir

envolvendo

choque

contra

acidentes

elétrico.

Dessa

maneira, uma eventual falha de isolamento,

conforme a característica da instalação),

que possa a vir a energizar a carcaça de

• Relatório técnico da análise de risco

realizada por profissional habilitado e

um equipamento aterrado, acarretará

verificando a necessidade do SPDA

capacitado.

num

(externo e interno) e seleção do nível de

curto-circuito

e

consequente

desligamento pelo sistema de proteção,

proteção para a estrutura;

desde que corretamente dimensionado.

• Desenhos em escala mostrando

de cada atividade do setor industrial, para a

Muito mais do que isso, o sistema de

a posição, materiais de todos os

composição de um bom prontuário, devem

aterramento é empregado no sistema de

componentes do SPDA;

ser observadas legislações mais específicas

proteção contra descargas atmosféricas

• Relatório das medições e estratificação

que poderão incluir recomendações e

(SPDA) para prevenir contra os efeitos

do solo quando aplicável;

observações adicionais, como níveis de

das descargas diretamente em estruturas e

• Relatório de ensaios no sistema de

tensão elevados e ambientes explosivos.

equipamentos. Para tanto, se faz necessário

aterramento e das medidas de prevenção

que o projeto do sistema de aterramento

contra tensões de toque e passo, ensaios

e

de continuidade elétrica e medidas

EPIS, EPCs e ferramental para serviços

adicionais (acréscimo de materiais

em eletricidade

de

SPDA

corretamente

sejam,

inicialmente,

dimensionados,

levando

em consideração as características do

isolantes, afastamentos do local, etc.).

solo, questões dimensionais na estrutura

Na prática, devido às particularidades

De acordo com a NR 10, para qualquer serviço executado em instalações elétricas,

a ser protegida e até mesmo as filosofias

Essa norma também especifica quando

de proteção adotadas no projeto, a fim de

devem ser realizadas as inspeções no

medidas de proteção coletiva. A principal

garantir a extinção do risco no caso de um

SPDA, sendo que as documentações

medida de segurança nesse caso, quando

eventual defeito.

geradas por essas inspeções se somam ao

possível, é realizar o desligamento da

PIE:

rede elétrica onde se executará o trabalho

Verificou-se que, em muitas empresas, informações essenciais e relevantes para que possam ser levantados os riscos de choque elétrico em uma instalação – como os relatórios da inspeção da resistividade do solo previamente ao projeto e construção da malha, os projetos da malha de aterramento, memoriais

Fascículo

suspeita de incidência de descarga

de cálculo dos potenciais permissíveis, relatórios de medição dos potenciais de toque e de passo – são inexistentes, incompletos, ou muitas vezes omitidas do PIE quando solicitadas. Dessa maneira, assumem-se riscos contra a segurança das pessoas e trabalhadores em proximidade destas instalações. Ressalta-se que o atendimento do item 10.2.4 b) “documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos” se dá em consonância com a

Figura 2 – Roupa condutiva.

devem-se

adotar

prioritariamente

as


Apoio

31


Apoio

Ensaios em instalações elétricas industriais

32

e, em seguida, executar o aterramento

caso do método ao potencial, o eletricista

reconhecido pelo Sistema Oficial de

provisório da mesma. Devido às demandas

utiliza uma roupa condutiva ligada ao cabo

Ensino.

cada vez mais rígidas da continuidade do

onde será realizada a atividade, ficando,

fornecimento de energia elétrica, as quais

desta forma, com o mesmo potencial

Habilitação

impactam nos índices de continuidade

dos condutores para a realização das

Quanto à habilitação, o indivíduo deve

impostos pela Aneel às concessionárias

atividades. Essa roupa condutiva pode ser

ter a qualificação prévia com registro no

de energia elétrica ou a empresas em

visualizada na Figura 2.

competente conselho de classe.

que a interrupção do fornecimento de

Nas

manutenções

de

redes

de Capacitação

energia elétrica pode impactar na perda

distribuição de energia no Brasil, o

de produtividade, cada vez mais tem-se

método mais aplicado é pelo contato.

Para ser um trabalhador capacitado,

a execução de atividades em redes

Desta maneira, o EPI mais utilizado é a

conforme a norma exige, deve atender

energizadas, conhecidas como trabalho

luva isolante, ilustrada na Figura 3.

a duas condições: receber a capacitação

em linha viva. Para que atividades com as redes

com orientação e sob responsabilidade de Documentações comprobatórias

um profissional habilitado e autorizado,

energizadas sejam realizadas, é necessário

Para a realização de atividades que

o uso de equipamentos de proteção

envolvam contato direto com instalações

profissional

individual e coletiva específicos para a

elétricas, os empregadores necessitam

Entretanto, essa capacitação será válida

classe de tensão em que se dará a atividade

apresentar e manter as documentações

apenas para a empresa que o capacitou

e o método de trabalho a ser empregado,

dos funcionários sobre suas qualificações,

e

podendo ser a atividade realizada pelos

habilitações, capacitações, autorizações

profissional habilitado e autorizado que

métodos ao contato, a distância e ao

e treinamentos, permitindo atestar o

efetuou a capacitação.

potencial. No método ao contato, o

enquadramento e a designação de um

eletricista munido de luvas isolantes entre

trabalhador a uma determinada atividade.

em contato com o condutor energizado,

e trabalhar sob a reponsabilidade de

nas

habilitado

condições

e

autorizado.

estabelecidas

pelo

Autorização A autorização é dada para trabalha­

Qualificação

dores qualificados ou capacitados e os

realizado com o uso de bastões de manobra

Um indivíduo qualificado é aquele que

profissionais habilitados com anuência

para que o trabalhador fique a uma

possua o curso superior na área elétrica,

formal da empresa. Nesse contexto também

distância segura das partes energizadas. No

técnico em eletricidade ou eletricista

se exige que a empresa possua um banco

já no método a distância, o trabalho é

de dados contendo as informações sobre o tipo de autorização de cada funcionário. Também é necessário que a pessoa com autorização para intervir em instalações elétricas seja submetida a um exame de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas, sendo realizado conforme a NR 7. Esta norma torna

Fascículo

obrigação da instituição ou do empregador que admite empregados a elaboração e a implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) visando à promoção e à preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Esse exame deve ser registrado no prontuário médico do trabalhador. Tendo em vista a exposição dos trabalhadores a riscos por conta do uso da energia elétrica, os autorizados a realizar atividades em instalações elétricas devem receber um treinamento específico para Figura 3 – Luva isolante de borracha classe 2.

saberem sobre os tais riscos.


Apoio

Testes em EPIs e EPCs

luva, a sua tensão máxima de uso, a tensão a

valor da corrente elétrica de fuga medida inferior ao definido pela norma.

A NR 10 define como conteúdo

ser utilizada nos testes periódicos e o valor

mínimo para prontuário de instalações

da corrente de fuga máxima permissível

O arranjo de ensaio adotado para o

elétricas o que aparece em seu item e):

medida durante o ensaio elétrico. Estes

teste elétrico de luva consiste na colocação

“os resultados dos testes elétricos tanto

valores são apresentados na Tabela 1.

da luva em uma cuba com água. O interior

dos equipamentos de proteção individual quanto coletivo”.

A periodicidade dos ensaios de luvas

da luva também deve ser preenchido com

definido pela norma indica que estas

água, sendo que os níveis externo e interno

A título ilustrativo, para as luvas

sejam ensaiadas semestralmente, sendo

à luva devem ser iguais. A água externa à

isolantes, os ensaios elétricos são definidos

necessários para o certificado de aprovação

luva refere-se ao eletrodo de terra e a água

pela ABNT NBR 16295. Nesta norma, são

nos testes elétricos a suportabilidade à

interna à luva é o eletrodo de potencial.

apresentadas, para cada classe de tensão de

tensão de teste durante todo o ensaio e o

Para cada classe de luva isolante, o nível da água é diferente, ou seja, a distância

Tabela 1 – Classes de luvas isolantes e indicação da tensão máxima de uso e de ensaio, além da corrente máxima de fuga. Fonte: ABNT NBR 16295

Classe de Luva

Tensão

Tensão

Corrente

máxima de

de Prova

máxima de fuga

uso [Vrms]

[kVrms]

[mA rms]*

00

0.5

2.5

12

0

1

5

16

1

7.5

10

18

2

17

20

20

3

26.5

30

22

4

36

40

24

*Os valores máximos de corrente de fuga permitido podem variar conforme o comprimento da luva

entre o nível da água até a orla da luva deve aumentar em função do aumento da classe de isolamento da luva. O diagrama da Figura 3 apresenta o esquema para o ensaio elétrico de tensão aplicada e medida da corrente elétrica de fuga. Assim como descrito para as luvas isolantes, todos os outros EPIs e EPCs com características isolantes, necessários para a execução de intervenções em redes energizadas, devem ter sua capacidade de isolação verificada através de testes

33


Apoio

Ensaios em instalações elétricas industriais

34

técnicos da inspeção realizada contendo um diagnóstico sobre a adequação da rede perante a normatização vigente. Eventualmente, conforme a complexidade da instalação e conforme a particularidade de cada tipo de inspeção podem ser necessárias

especialidades

dentro da área da elétrica, como sistemas de

aterramentos,

compatibilidade

eletromagnética, equipamentos de alta tensão, qualidade de energia, eficiência energética, entre outras. No relatório técnico das inspeções serão identificadas características que ofereçam riscos às pessoas em proximidade com as áreas energizadas, riscos operacionais ou não compatíveis à normatização. Os itens não conformes serão identificados e deverão ser informadas as recomendações

Figura 4 – Diagrama do ensaio de luvas isolantes.

para correção dos problemas. elétricos com periodicidade que varia

que quaisquer equipamentos utilizados em

de seis meses a um ano, conforme o

áreas classificadas comercializados no país

determinado

independentemente da origem, nacional

em

norma

técnica

ou

recomendação pelo fabricante.

ou

A lista dos EPIs e EPCs necessários para

internacional,

sejam

certificados

conforme a norma manda.

a execução de atividades em determinada

Atualmente, está em vigor a Portaria 83

instalação deve estar armazenada no

de 03.04.2006, que mantém a certificação

Prontuário

Elétricas,

compulsória, excluindo apenas algumas

juntamente com todos os certificados de

exceções previstas na própria portaria

aprovação dos testes elétricos.

e no Regulamento de Avaliação de

de

Instalações

Conformidade Certificações dos equipamentos

Fascículo

diferentes

(RAC).

A

certificação

compulsória é exigida pelo Governo para

Outros itens que devem estar inseridos

fabricação, importação e comercialização

no prontuário são as documentações dos

de produtos que tenham impacto sobre

equipamentos e dispositivos elétricos

a saúde e a segurança do consumidor, e

usados em áreas classificadas, tendo

ainda sobre o meio ambiente. O organismo

como objetivo verificar se são seguros

responsável pela certificação é reconhecido

para estarem em funcionamento em

pelo Inmetro.

determinado ambiente, conforme exigem No PIE deve haver um documento que comprove que os equipamentos que serão

recomendações e cronograma de adequações

utilizados na execução das atividades em instalações elétricas foram fabricados

As inspeções podem ser realizadas

características

em uma instalação por meio de equipes

necessárias conforme as normas ABNT

especializadas na área da elétrica. Serão

NBR IEC 60079 e ABNT NBR 61241.

avaliados os componentes do sistema,

e

possuem

todas

as

Além disso, a portaria 164 de 16.07.1991, em vigência desde fevereiro de 1992, exige

realizados ensaios e medições e como produto

serão

emitidos

na

instalação,

estabelecer

um

é

também cronograma

necessário para

a

execução dos reparos. *Victor Salvino Borges é mestre em engenharia elétrica e atua nos Institutos Lactec como pesquisador na área de medição de equipamentos, ensaios elétricos e equipamentos e metodologias para trabalhos com a rede energizada e inspeção de redes de transmissão de energia elétrica. Diogo Biasuz Dahlke atua como pesquisador nos Institutos Lactec na área de sistemas de aterramentos, descargas atmosféricas e compatibilidade teletromagnética. Bruna Ventura Hoffman é aluna de Engenharia elétrica da UFPR e trabalha como bolsista na Divisão de sistemas elétricos (DVSE) do Lactec. Mateus Duarte Teixeira atua como pesquisador na área de qualidade de energia elétrica nos Institutos Lactec. Também é professor da UFPR e presidente da SBQEE.

Relatório técnico das inspeções,

as normas técnicas.

Uma vez identificados os problemas

relatórios

Edemir Luis Kowalski atua como pesquisador nos Institutos Lactec na área de sistemas de aterramentos, em Curitiba, PR. FIM Acesse este e outros artigos do fascículo sobre “Ensaios em instalações elétricas industriais” em www.osetoreletrico.com.br


Apoio

35


Apoio

Internet das Coisas

36

Por Rafael Moreno, Carlos Lorena Neto, Dick Melgarejo e Renato Coutinho*

Capítulo IX IoT e conectividade para áreas remotas

Introdução

se difere de uma rede SMP ou SCM

totalmente

principalmente pelos requisitos de alta

atualmente no setor elétrico e têm grande

Durante a série de artigos sobre Internet

disponibilidade e abrangência na cobertura,

potencial em auxiliar tais companhias

das Coisas (IoT) da revista O Setor Elétrico,

com baixa densidade de terminais se

a prover conectividade que viabilizam

tratamos dos benefícios que as soluções

comparada às demais redes. Em outras

projetos de IoT através da maior cobertura

em IoT podem trazer para a companhia de

palavras, as redes SMP e SCM não atendem

de seu sinal, bem como barateamento da

energia elétrica e seus usuários, explorando

a aspectos e requisitos de missão crítica,

infraestrutura.

aspectos desde a introdução de seu conceito

seja em cobertura, seja em disponibilidade.

Fascículo

no setor e sua relação com o Smart Grid,

Para

suprir

esta

limitação,

as

diferentes

das

utilizadas

Este artigo apresenta um importante resultado

obtido

através

do

projeto

até aplicações em lares e carros inteligentes,

distribuidoras investiram em infraestrutura

AgroTICS, apoiado pelo BNDES através

indústria e iluminação pública, por meio

de telecomunicações própria, incluindo não

do Plano de Ação Conjunta PAISS

do uso de plataformas de dados e modelos

só o investimento inicial na construção da

Agrícola, lançado em 2014 com o objetivo

analíticos, sustentadas por modelos de

rede, como também seu custo de operação

de fomentar a inovação em tecnologias

negócio consistentes para sua viabilização.

e manutenção. Além do custo recorrente,

agrícolas para o setor sucroalcooleiro. O

Para que as oportunidades sejam

na maioria dos casos, a demanda por

projeto está em andamento e é executado

aproveitadas, as ‘coisas’ já fazem parte do

banda de comunicação é bem menor que

pela Fundação CPqD, responsável por

dia a dia das empresas, porém, o acesso

a suportada pelas tecnologias implantadas

todo o desenvolvimento tecnológico, tendo

à internet nem sempre é um recurso

pelas grandes operadoras. Este cenário

como interveniente a empresa Trópico,

disponível. No ambiente urbano temos o

resultou no processo de criação de empresas

indústria responsável pela implantação e

atendimento de acesso à internet ofertado

independentes para prestação de serviços

comercialização da solução no mercado,

pelas operadoras de rede móvel - Serviço

de telecomunicação, não só para a própria

sendo ambas localizadas em Campinas/SP.

Móvel Pessoal (SMP) – e provedores

distribuidora, mas para clientes externos

Além disso, o projeto conta com a parceria do

regionais para Serviço de Comunicação

também, originando uma nova empresa

Grupo São Martinho, o maior produtor do

Multimídia (SCM), sendo ambos os

dentro da distribuidora.

setor sucroenergético do Brasil e beneficiária

serviços na maioria das vezes classificados

Este cenário é muito similar ao de

como essenciais. Já a rede para atendimento

outros setores da economia que também

às demandas de automação ou telemetria

têm forte necessidade de conectividade em

no ambiente das distribuidoras de energia

localidades remotas, como por exemplo,

elétrica são classificadas como redes de

o setor agrícola. Alguns projetos de

missão crítica. A rede de missão crítica

sucesso neste setor utilizaram tecnologias

da tecnologia gerada no projeto.

Conectividade em áreas remotas Um

dos

principais

motivadores

endereçados através do projeto AgroTICS é


Apoio

É

possível

notar

uma

grande

a escassez de conectividade banda larga em

é apresentada na Figura 1 uma visão de

áreas remotas do Brasil, o que inviabiliza a

todas as estações rádio base atualmente

concentração destes equipamentos em

implantação massiva de aplicações de IoT

implantadas

móveis

centros com alta densidade urbana, como

para o setor agrícola ou outros que possuam

no Mato Grosso. Tais equipamentos são

é o caso de Cuiabá e Rondonópolis, e

cenários de implantação de dispositivos

montados no alto de torres de comunicação

também ao longo da extensão de rodovias,

similares, como é o caso do setor elétrico.

e visam o provimento de cobertura celular

onde existe muita demanda por capacidade

(2G/3G/4G) para uma determinada região,

de rede e uso de dados por consumidores,

limitada a alguns quilômetros de raio.

sendo empresas ou assinantes comuns

Para melhor ilustrar o panorama da conectividade em locais afastados no Brasil,

pelas

operadoras

do serviço móvel pessoal. Uma vez fora destes eixos existem grandes vales, da ordem de centenas de quilômetros, onde não há atualmente conectividade banda larga móvel, ou até mesmo serviço de voz, dificultando, portanto, a implantação de soluções em IoT para o setor elétrico ou agrícola com operação nestas regiões. O cenário de conectividade no Mato Grosso pode ser extrapolado para todo o Brasil, incluindo-se para regiões melhores servidas pelas operadoras móveis, como é o caso do estado de São Paulo. Assim, evidencia-se a existência da escassez de conectividade em áreas remotas no país. Figura 1 – Mapa de localização de estações rádio base de operadoras celulares em Mato Grosso.

Diante

desta

situação,

empresas

37


Apoio

38

com o objetivo de promover a inovação

Internet das Coisas

no setor sucroenergético por meio do desenvolvimento de equipamentos ou processos que aumentem a produtividade no setor. Pela aproximação e, com o avanço das discussões com o grupo, elegeu-se como um dos objetivos do projeto o principal fator bloqueante para a implantação de IoT no campo: o desenvolvimento de uma infraestrutura de conectividade banda larga IoT para áreas remotas. Apesar de o foco do projeto ser para o setor agrícola, a solução gerada tem aplicação direta nos cenários remotos do setor elétrico.

Arquitetura proposta no projeto AgroTICS

Figura 2 – Tecnologias utilizadas atualmente em áreas remotas.

concessionárias

e

a uma rede de comunicação. Muitas delas

O projeto AgroTICS foi concebido e

produtores agrícolas costumam adotar

do

setor

elétrico

baseiam-se em topologias mesh, em que

estruturado a partir de uma arquitetura típica

tecnologias existentes no mercado, como

cada dispositivo se conecta a outro situado

adotada para soluções verticalizadas em

forma de minimizar a escassez de recursos

em sua proximidade e, através de saltos, a

IoT, conforme apresentado na Figura 3. Em

de telecomunicações e, assim, implementar

informação é levada até um ponto de acesso

um primeiro nível, apresenta uma camada

o mínimo de facilidades e melhorias de

à internet, em que poderá ser armazenada

de sensores e atuadores (dispositivos),

processos em sua operação. A Figura 2

em uma infraestrutura computacional

tipicamente encontrados a baixo custo

apresenta as principais tecnologias em

local ou em nuvem. Apesar de atenderem

no mercado e que possuem interfaces de

uso em áreas remotas atualmente para o

a alguns cenários de conectividade em

comunicação padronizadas para facilitar

provimento de conectividade a sensores/

áreas remotas, essas interfaces operam

sua integração às diversas alternativas de

atuadores e para coordenação de atividades

com baixa taxa de dados, o que restringe a

tecnologias de conectividade disponíveis.

e operações em campo.

gama de aplicações IoT possíveis de serem

No caso específico do projeto, os sensores

implementadas sobre elas.

em questão estão montados de forma

Excetuando-se as tecnologias 2G/3G ofertadas pelas operadoras móveis que,

Fascículo

conforme

mencionado

Já o uso de satélites é majoritariamente

nativa nas máquinas agrícolas envolvidas

anteriormente,

para localização (GPS), com pouco uso

nos processos de plantio e colheita da cana-

apresentam uma cobertura muito incipiente

para tráfego de dados, devido a custos

de-açúcar, e disponibilizam seus dados

em áreas rurais e remotas, observa-se um

elevados de uso do espectro de frequência

através de barramentos CAN (Controller

uso muito disseminado de redes privadas de

e dos equipamentos envolvidos, e também

Area Network), amplamente difundidos

voz (trunking) para comando e coordenação

às restrições de taxa do tráfego de subida

no setor automotivo. Outros exemplos

de operações em campo, seja para suporte

(uplink), que dificultam sua adoção.

de elementos e dispositivos conectados

e despacho de equipes de manutenção

Diante deste cenário e das alternativas

através da infraestrutura do AgroTICS são

de redes elétricas, quanto para atividades

disponíveis no mercado para atender

sensores diversos (além dos disponíveis

relacionadas à operação agrícola de um

às

em

nativamente nas máquinas), GPS para geo-

determinado produtor. A infraestrutura

áreas remotas e, considerando a alta

posicionamento e para habilitar aplicações

geralmente é provida e mantida por terceiros

demanda por aplicações que exijam,

futuras em agricultura de precisão, displays

e o uso de frequências é autorizado pela

para

no

e computadores de bordo para controle de

Anatel para a própria concessionária através

setor agrícola, o uso de banda larga,

produtividade e apontamento de eventos

do Serviço Limitado Privado (SLP).

iniciou-se em 2014 uma aproximação

de parada de máquina, entre outros.

demandas

seu

de

melhor

conectividade

aproveitamento

Quando falamos de conectividade com

do CPqD com o Grupo São Martinho.

Dispositivos adicionais, como câmeras

sensores existem hoje tecnologias bem

O encontro deu-se contextualizado pela

de alta resolução e smartphones/tablets

difundidas no mercado, com interfaces sem

oportunidade de submissão de projetos

também podem se conectar à infraestrutura

fio padronizadas e facilmente integráveis

no edital do PAISS Agrícola do BNDES,

através de uma interface padrão WiFi.


Apoio

39


Apoio

Internet das Coisas

40

a Telefônica e a NEC. O principal objetivo da plataforma é estruturar e armazenar os dados para que estes sejam consumidos por

aplicações

a

desenvolvidas

ecossistema de IoT implantado no campo. Atualmente, a infraestrutura resultante do projeto está operacional no campo e com excelentes resultados, sendo alguns deles apresentados a seguir.

Resultados obtidos em campo Figura 3 – Arquitetura do projeto AgroTICS.

Com o objetivo de se avaliar os resultados

Para que os dispositivos acima possam

em bancos de dados locais ou em nuvem para

do projeto AgroTICS de forma prática,

se conectar à infraestrutura do AgroTICS,

uso pela plataforma IoT do CPqD (Dojot), por

uma rede experimental foi implantada na

foi considerado como parte do escopo

meio de um protocolo padrão para aplicações

área de operação determinada no projeto.

do projeto o desenvolvimento de um

em cenários de Internet das Coisas, o MQTT,

Foram realizadas as primeiras baterias de

gateway de comunicação denominado

compatível com a grande maioria de sensores

testes com 3 ERBs instaladas em torres

TIV (Terminal Inteligente Veicular). Este

e dispositivos de mercado para este foco.

da usina já pré-existentes e 20 TIVs que

dispositivo é montado no interior das

Adicionalmente, a plataforma IoT empregada

foram instalados em tratores, colhedoras e

máquinas envolvidas na operação agrícola

é de código aberto, baseada no framework

caminhões. Uma segunda fase de testes está

e se conecta a elas através de um chicote

Fiware,

em andamento, em que serão adicionados

elétrico contendo linhas de alimentação,

por

de acesso a barramentos CAN e sensores,

universidades e grandes corporações como

utilizado

diversas

internacionalmente

instituições

de

pesquisa,

mais 7 ERBs e 80 TIVs para avaliar a escalabilidade da solução.

bem como outras interfaces cabeadas para conexão com outros dispositivos. Uma vez montado e alimentado pela própria bateria destas máquinas, o dispositivo gera um campo para acesso WiFi local, bem como se comunica com o outro elemento da infraestrutura de rede, a estação rádio base, que também faz parte do escopo de desenvolvimento do projeto. Como

mencionado

anteriormente,

a estação rádio base (ERB) é o elemento responsável por irradiar o sinal banda larga

Fascículo

serem

por diferentes players e interessados no

sem fio a partir do alto de uma torre de comunicação. Um dos grandes diferenciais desta solução é que ela opera em uma das faixas SLP designadas pela Anatel para uso privado, a faixa de 250 MHz, de forma que esta habilita a implantação de uma infraestrutura proprietária,

independentemente

das

operadoras móveis atuais (SMP), porém compatível com a tecnologia LTE (Long Term Evolution), padronizada mundialmente pelo órgão 3GPP. Os dados provenientes dos TIVs e encaminhados para a ERB são armazenados

Figura 4 – Predição de cobertura conjunta para as 3 torres e escala SNR.


Apoio

de backhaul para redes de telemetria interligada aos medidores dos grupos A, B ou C. Uma rede banda larga com operação em faixa SLP abaixo de 1 GHz, similar à desenvolvida no projeto AgroTICS, trataria imediatamente tais demandas para o setor elétrico, resolvendo suas principais necessidades operacionais e preparando a concessionária para o sistema de geração distribuída.

Referências Plataforma Dojot: www.dojot.com.br Fiware: https://www.fiware.org/ Telebrasil: http://telecocare.teleco.cl9.com.br/ telebrasil/erbs/ AgroTICS: https://www.cpqd.com.br/

Figura 5 – Resultados de drive test x predição de cobertura.

releases/cpqd-implanta-rede-movel-banda-

escolhida

campo. Além disso, foram obtidas vazões

larga-em-usina-do-grupo-sao-martinho/

encontra-se no interior do Estado de

de dados na ordem de 2 Mbps em locais

3GPP: http://www.3gpp.org/

São Paulo, na região de Ribeirão Preto,

situados a 40 km de distância de uma das

consistindo em um losango com diagonal

torres de comunicação mais próximas,

de aproximadamente 85 km com uma

permitindo o uso de aplicações tanto para

extensa área de plantio e colheita de cana,

telemetria quanto com emprego de vídeo.

A

área

experimental

cuja cobertura banda larga macrocelular

Trata-se, portanto, de um resultado

será provida através da infraestrutura

relevante para o setor agrícola no âmbito

gerada no projeto AgroTICS.

do projeto AgroTICS, mas que permite

Na Figura 4 vemos sobrepostas as

reaproveitamento direto no setor elétrico,

informações de localização das 3 ERBs

dados os mesmos cenários de áreas de

iniciais, apontamento e abertura das

operação (remotas) e escassez em termos

respectivas antenas e a predição de cobertura

de conectividade.

realizada em ambiente computacional de simulação de propagação, levando-se em conta aspectos relevantes, como o

Aplicabilidade para o setor elétrico

relevo, altura, potência de transmissão, setor

elétrico

frequência de operação. A medida de SNR

operacionais

que

(Signal-to-Noise Ratio) dos equipamentos

principalmente, rede de missão crítica com

foi utilizada para escolha da composição

alta disponibilidade para automação de sua

de cores e também é apresentada na mesma

rede de geração, transmissão e distribuição.

figura. A escala mostra em tons de azul as

Estes três setores apresentam características

regiões onde o serviço de vídeo é disponível,

similares quanto à abrangência, sempre

tons laranjas para serviços de voz e, por fim,

definida por grandes áreas. Somada a

em vermelho para serviços de telemetria.

necessidade de aplicação para rede de

sensibilidade,

ganho

das

antenas

e

O

possui

questões

demandam,

Na Figura 5 foram sobrepostos ao mapa

automação, que garante o fornecimento

da figura anterior os resultados obtidos com

ininterrupto de energia elétrica, é crítica

o drive test realizado para fins de validação

uma rede de comunicação eficiente para

das predições. Nota-se uma boa correlação

suas operações em campo (despacho).

dos dados simulados com as medidas em

Uma terceira demanda é a necessidade

*Rafael Moreno é engenheiro eletricista com MBA em Gestão de Projetos pela FAE Business School. Possui mais de 15 anos de experiência em pesquisa e desenvolvimento na área de telecomunicações. Atualmente é gerente de sistemas sem fio da Fundação CPqD em Campinas (SP). Dick Carrillo é engenheiro eletrônico com mestrado em Engenharia Elétrica com ênfase em sistemas de comunicação. É, atualmente, candidato a Doutor em Engenharia Elétrica na Unicamp. Ele possui mais de 15 anos de experiência em Telecomunicações nos setores de pesquisa e desenvolvimento. Carlos Lorena Neto possui graduação em Engenharia Elétrica, especialização em Gestão Estratégica de Empresas pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas. Atualmente cursa mestrado em Machine Learning na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp. É engenheiro especialista da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) na área de tecnologias de comunicações sem fio. Renato Coutinho é engenheiro eletrônico com MBA em Gestão Industrial. Possui 23 anos de experiência em telecomunicações nos setores de desenvolvimento, fabricação, operação e serviços. Experiência em elaboração de projetos de fomento e/ou financiamento FAPESP, FINEP e EMBRAPII. FIM Acesse este e outros artigos do fascículo sobre “Internet das Coisas” em www.osetoreletrico.com.br

41


Apoio

Manutenção de equipamentos elétricos

42

Por Alan Rômulo Queiroz, Eduardo César Senger e Luciene Queiroz*

Capítulo X Hierarquização dos ativos e criticidade dos equipamentos Exemplo de hierarquização dos ativos Para

hierarquização

(equipamentos),

a

dos

primeira

ativos etapa

é

estabelecer os limites entre as fronteiras de

• Tracejado azul: sistema de geração

contínua e UPS;

auxiliar;

Principais equipamentos: retificadores,

Principais equipamentos: motor diesel e

bancos de baterias e UPS;

gerador elétrico;

• Tracejado vermelho: sistema de

• Tracejado cinza: sistema de corrente

distribuição de emergência;

cada sistema de acordo com a sua função. A Figura 1 apresenta um exemplo de sistema elétrico e as fronteiras entre os sistemas, a saber: • Tracejado rosa: sistema de geração principal; Principais equipamentos: turbinas a gás e geradores elétricos; • Tracejado amarelo: sistema de distribuição principal; Principais equipamentos: painel elétrico, disjuntores, relés de proteção e

Fascículo

transformadores de distribuição; • Tracejado roxo: sistema de distribuição normal; Principais equipamentos: painéis elétricos, disjuntores, relés de proteção e transformadores de distribuição; • Tracejado marrom: sistema de geração de emergência; Principais equipamentos: motor diesel e gerador elétrico; • Tracejado laranja: sistema de distribuição essencial; Principais equipamentos: painéis elétricos, disjuntores e relés de proteção;

Figura 1 – Exemplo de diagrama unifilar e suas fronteiras.


Apoio

43

Principais equipamentos: painéis elétricos; • Tracejado verde: cargas diversas; Principais equipamentos: aquecedores e motores elétricos de diversos equipamentos, tais como ventiladores, bombas, compressores, entre outros. A fronteira dos sistemas para esses equipamentos é definida de acordo com os sistemas de processo. Uma vez definidas as fronteiras para os sistemas, deve-se realizar a hierarquização dos

equipamentos

pertencentes

a

eles. Como exemplo, será realizada a hierarquização do sistema de distribuição principal, composto principalmente por

Figura 2 – Diagrama unifilar do sistema de distribuição principal.

um painel de distribuição que recebe alimentação dos turbogeradores. Esse painel será tagueado como DP PNL-01 (Sistema de Distribuição Principal - Painel 01). A Figura 2 apresenta o diagrama unifilar deste painel. Os cubículos de entrada possuem o diagrama típico ilustrado na Figura 3. Para a hierarquização do painel DP PNL-01, além do próprio painel, deverão ser cadastrados como equipamentos os disjuntores e os relés de proteção de cada cubículo, inclusive para atendimento ao item 10.4.4 da NR 10. Dessa forma, a hierarquia proposta para o painel DP PNL01, considerando apenas o cubículo de entrada 01, onde está instalado o disjuntor DP DJ -E01, é apresentada na Tabela 1.

Figura 3 – Diagrama típico do cubículo de entrada.


Apoio

Manutenção de equipamentos elétricos

44

Tabela 1 – Modelo de hierarquização para o painel DP DJ-E01

Principal categoria

Nível taxonômico

Dados sobre uso/localização

1

Indústria

Petróleo

2

Categoria de Negócios

Upstream

3

Categoria da Instalação

Produção de Óleo/Gás

4

Categoria da Planta/Unidade

Unidade de Produção

5

Seção/Sistema

Sistema de Distribuição Principal

6

Classe/Unidade de equipamento

DP PNL-01

7

Subunidade

Cubículo de Entrada 01

8

Componente/Item manutenível

Cubículo

9

Parte

Botão comando pulsante, 22,5 mm Preto

9

Parte

Chave comutadora 2pos 600V 20A

9

Parte

Chave comutadora 3pos 600V 32A

9

Parte

Conector aferição 600V

9

Parte

Contator pot 4NA AC-3 690V(Ui)

9

Parte

Disjuntor miniatura 2P 6A 380Vca

9

Parte

Relé bloq 125Vcc 5na+5nf

9

Parte

Sinaleiro p/ painel 22,5mm 125Vca AM

9

Parte

Sinaleiro p/ painel 22,5mm 125Vca VD

9

Parte

Sinaleiro p/ painel 22,5mm 125Vca VM

9

Parte

TC barra 1500 -5A

9

Parte

TC janela 50 -5A

9

Parte

TP 13800-120V 0,3P50

8

Componente/Item manutenível

DP DJ-E01

9

Parte

Bobina de abertura

9

Parte

Bobina de fechamento

9

Parte

Motor de carregamento de mola

9

Parte

Bloco auxiliar

9

Parte

Plugue de comando

8

Componente/Item manutenível

Relé de Proteção DJ-E01

9

Parte

Relé de Proteção Fabricante X, Modelo X

Subdivisão do equipamento

Criticidade dos equipamentos Uma vez definida a hierarquia dos equipamentos,

Fascículo

Item

é

necessário

definir

a

Hierarquia Taxonômica

criticidade

classificação

dos

equipamentos.

adequada

da

A

do

tipo

de

manutenção

(corretiva,

criticidade

preventiva ou preditiva) que determinado

permite uma melhor eficácia na escolha

equipamento será submetido e otimizar a

Tabela 2 – Critérios considerados para cálculo da criticidade Definição Critério Definição

Exemplos

A

Segurança das pessoas e do meio ambiente

O foco é avaliar as consequências que a falha do equipamento pode

B

Custos da parada de produção

Permite estabelecer critérios para categorização dos equipamentos conforme

C

Fator de velocidade de manifestação da falha –

É o tempo que pode transcorrer entre o momento em que se detecta uma falha

Período P-F

em potencial e o momento em que esta se transforma em falha funcional.

D

Custos de reparação

Determinar critérios de classificação das falhas de acordo

E

Origem

Nacional ou importado.

ocasionar sobre as pessoas e seu impacto sobre o ambiente. as consequências sobre o processo de produção e satisfação da demanda.

com os custos diretos de reparação. F

Nível de redundância

Equipamento com capacidade limitada ou sem redundância.

G

Mão de obra

Manutenção realizada por pessoal próprio ou por terceiro.

H

Idade do equipamento

Idade dos equipamentos: após dez anos as empresas podem fazer descontinuidade de fabricação de peças.


Apoio

45


Apoio

46

aplicação dos recursos humanos e gestão

Tabela 3 – Exemplo de aplicação do critério de Mudge

dos custos. Em geral, cada empresa possui a sua metodologia própria para definição da criticidade de equipamentos. Neste trabalho foram estabelecidos oito critérios de avaliação para a definição dos critérios para cálculo da criticidade dos equipamentos. A Tabela 2 resume os critérios considerados na modelagem e suas definições. Com os critérios definidos, o grau de importância de cada um deles foi determinado numérica

aplicando-se relações

avaliação

critério.

outros critérios relacionados. A avaliação

Observa-se, na Tabela 4, que o critério A

Mudge. O Método de Mudge consiste

será completada somando-se os fatores-

(Segurança das pessoas e do meio ambiente)

em hierarquizar os critérios por ordem

peso para cada critério e colocando-se o

obteve o maior valor de grau de importância

de importância e deve ser usado quando

total na coluna de peso de cada critério.

(25%) para a avaliação da criticidade de um

relacionados

funcionais

comparados e avaliados com todos os

de

estiverem

de

a

mais

de

seis

critérios, comparando-os aos pares.

Dividindo-se o fator peso de cada

equipamento e os critérios E (Origem) e G

critério pelo somatório do fator peso de

(Mão de obra) obtiveram o menor valor

relacionando

todos os critérios, tem-se o percentual de

(1,56%). O valor percentual obtido para

o critério “A” com o critério “B” e

importância para cada critério. A Tabela

cada critério é divisão da soma de pesos que

determinando-se qual é o mais importante.

3 demonstra um exemplo da aplicação do

o mesmo obteve na avaliação pela soma dos

A letra-chave do critério escolhido como

critério de Mudge.

pesos obtidos por todos os critérios.

A

técnica

inicia-se

mais importante é colocada na parte

Dessa forma, a matriz de decisão

A Tabela 5 apresenta, em ordem

superior esquerda do quadro “AB”. A

apresentada na Tabela 4 foi elaborada para

decrescente, a importância de cada critério

diferença na importância dos critérios é

determinar o grau de importância de cada

avaliado na Tabela 4.

expressa pelo fator 1, 3 ou 5 de acordo com os pesos: Tabela 4 – Matriz para hierarquização dos critérios de criticidade

• 5 - Critério muito mais importante que o critério precedente; • 3 - Critério moderadamente mais importante que o critério precedente; • 1 - Critério com pouca importância a

Fascículo

mais que o critério precedente.

Após o critério “A” ter sido comparado e avaliado com o critério “B” e a letrachave da função mais importante e o seu fator-peso anotados no quadro, repete-se o procedimento para a comparação “AC”, “AD”, seguindo até o último critério. Posteriormente,

analisa-se

a

linha

subsequente e compara-se “BC”, “BD”, seguindo, também, até comparar todos os critérios. Esse

processo

de

comparação

e

avaliação deve ser realizado até que todos os critérios tenham sido individualmente

Tabela 5 – Importância dos critérios avaliados

Item

Critério

Definição Grau de Importância

A

Segurança das pessoas e do meio ambiente

25,00%

B

Custos da parada de produção

21,88%

D

Custos de reparação

17,18%

C

Fator de velocidade de manifestação da falha – Período P-F

12,50%

F

Nível de redundância

10,94%

H

Idade do equipamento

9,38%

E

Origem

1,56%

G

Mão de obra

1,56%


Apoio

Tabela 6 – Peso das condições para os critérios de criticidade dos equipamentos Definição Critério Condição do critério de criticidade

Item

47 Exemplos

Peso da condição

- Sem potencial para lesões; 0,00

- Sem efeito em sistemas de segurança; - Sem potencial para incêndio; - Sem potencial para poluição ambiental. - Potencial para lesões que requerem tratamento médico;

0,50

- Efeito limitado em sistemas de segurança; A

Segurança das pessoas e do meio ambiente

- Sem potencial para incêndio em área classificada; - Potencial para poluição ambiental moderada. - Potencial para sérias lesões; - Indisponibilidade de sistemas críticos de segurança;

1,00

- Potencial para incêndio em área classificada; - Potencial para ampla poluição ambiental. B C

Custo insignificante, inferior a Z (limite especificado pela empresa).

0,00

Custo moderado, entre Z e Y reais (limites especificados pela empresa).

0,50

Custo significativo, superior a Y reais (limite especificado pela empresa).

1,00

Fator de velocidade de manifestação da

Suficiente, possível programar a intervenção.

0,00

falha – Período P-F

Curto, possível parar o equipamento.

0,50

Muito curto, sem possibilidade para parar o equipamento.

1,00

Até 25% do valor do equipamento.

0,00

Entre 25% e 80% do valor do equipamento.

0,50

Maior que 80% do valor do equipamento.

1,00

Custos da parada de produção

D

Custos de reparação

E

Origem

F

Nível de redundância

G

Mão de obra

H

Nacional

0,50

Importado

1,00

Equipamento possui redundância.

0,00

Equipamento não possui redundância, porém possui equipamento reserva.

0,50

Equipamento não possui redundância e equipamento reserva.

1,00

Própria.

0,50

Idade do equipamento

Terceirizada.

1,00

Menor que 5 anos.

0,00

Entre 5 e 15 anos.

0,50

Maior que 15 anos.

1,00

Uma vez definida a importância de

do impacto pelo grau de importância

valor obtido para o quantitativo da

cada critério, foram definidos os seus

do critério é o valor da criticidade do

criticidade com a faixa de valores

pesos.

equipamento no critério avaliado. A

definida. Este trabalho propõe ainda

soma das criticidades parciais é o valor da

que

• Critério com dois estados – pesos 0,5

criticidade quantitativa do equipamento.

segurança

e 1,0;

A

valores

como salvaguardas nos estudos de

• Critério com três estados – pesos 0,0;

numéricos propostos neste trabalho para

risco ou que se enquadram como

0,5 e 1,0.

implementar este procedimento.

equipamentos pertencentes a sistemas

Tabela

6

apresenta

os

Quanto ao critério B (custos da Para

o

quantitativa deve-se

cálculo de

avaliar

um o

da

criticidade

equipamento, impacto

desse

os

críticos

equipamentos operacional,

de

segurança

críticos

de

definidos

operacional,

parada de produção), a norma NORSOK

sejam classificados com o maior valor

Z-008

de criticidade, visto a importância deles

sugere

que

cada

empresa

determine os seus gatilhos de perda.

para a segurança da unidade. Neste caso,

equipamento segundo cada um dos oito

O valor qualitativo da criticidade

a análise é prescritiva, ou seja, uma

critérios propostos. O produto do peso

é obtido fazendo a comparação do

vez identificado um equipamento de


Apoio

Manutenção de equipamentos elétricos

48 da manutenção”. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2005. • Ministério do Trabalho e Emprego. “Norma Regulamentadora n.10 (NR10)”, Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Brasília, 2004. • NORSOK Z-008. “Criticality analysis for maintenance purposes”. Noruega, 2001. • Pereira Filho, R. R. “Análise do valor – Processo de melhoria contínua”. Editora Nobel. São Paulo, 1994. 186p. • Queiroz, A. R. S. Estratégia de manutenção de equipamentos elétricos em unidades offshore de produção de petróleo e gás baseada na filosofia de operações integradas. Tese (Doutorado em Ciências – Engenharia Elétrica). Universidade de São Paulo, 2016. • Sellitto, M. A.; Walter, C. “Medição e pré controle do desempenho de Figura 4 – Algoritmo para obtenção do valor qualitativo da criticidade dos equipamentos.

manufatura”. Revista Gestão e Produção, segurança operacional, não é necessário

Edição. Editora Atlas. São Paulo, 1995.

realizar

370p.

o

procedimento

descrito

neste item para cálculo da criticidade,

• Fabro, E. “Modelo para planejamento

considerando que deve ser atribuído

de manutenção baseado em Indicadores

diretamente o maior valor de criticidade

de criticidade de processo”. Dissertação

estabelecido.

(Mestrado em Engenharia de Produção).

Dessa forma, a criticidade qualitativa do a

equipamento partir

do

quantitativa,

Fascículo

um plano de ações estratégicas em

será

valor pelo

determinada, da

criticidade

procedimento

mostrado no diagrama da Figura 4.

Referências

Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2003. • Fuentes, F. F. E. “Metodologia para inovação da gestão de manutenção industrial”. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2006.

• Basso, J. L. “Engenharia e análise do

• Furmann, J. C. “Desenvolvimento de

valor”. Instituto IMAM. São Paulo, 1991.

um modelo para melhoria do processo

193 p.

de manutenção mediante a análise

• Belmonte, D. L.; Scandelari, L.;

de desempenho de equipamentos”.

Marçal, R.F.M.; Kovaleski, J. L.. “Gestão

Dissertação (Mestrado em Engenharia

da manutenção auxiliada pela gestão do

de Produção). Universidade Federal de

conhecimento”. XXV Encontro Nacional

Santa Catarina. Florianópolis, 2002.

de Engenharia de Produção (ENEGEP).

• Macedo, M. A. S. “Contribuição

Porto Alegre, 2005.

Metodológica para a determinação da

• Csillag, J.M. “Análise do valor”. 4ª

criticidade de equipamentos na gestão

v.12, p. 443-458, 2005.

*Alan Rômulo Silva Queiroz é engenheiro eletricista graduado pela Universidade Santa Cecília (Santos – SP), mestre e doutor em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Eduardo César Senger é engenheiro eletricista e doutor pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. É professor livre-docente na área de Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade de São Paulo e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Proteção de Sistemas Elétricos (Lprot). Luciene Coelho Lopez Queiroz é bacharel em Ciências da Computação graduada pela Universidade Católica de Santos e mestre em Engenharia da Computação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

49




52

Aula Prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Por Marcelo Scabora e Carlos Eduardo Borges*

Painel móvel de proteção para linhas de transmissão

Instalação tem o objetivo de facilitar a manutenção e garantir confiabilidade e segurança para o sistema elétrico


53

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Com o passar dos anos, houve um

tensão e corrente, além do comando do(s)

aumento significativo no carregamento das

disjuntor(es) que ele estará atuando.

subestações de transmissão e distribuição

Desenvolvimento

de energia elétrica, mas em vários casos não houve uma “modernização” destas subestações, principalmente, no quesito de

proteção e controle. Existem subestações

foi montado e testado e também um

que

exemplo real de sua instalação.

possuem

relés

de

proteção

de

A seguir apresentamos como o painel

décadas passadas e que ainda estão em funcionamento como relés eletromecânicos

Montagem do painel

e eletrônicos, observados nas Figuras 1 e 2.

A princípio, a ideia original era a

Esses relés possuem componentes que,

montagem de um painel pequeno e leve

com o passar dos anos, acabaram perdendo

que pudesse ficar exposto ao tempo se

suas características originais, fabricantes

preciso, algo com fácil instalação e que

deixaram de existir e a manutenção destes

pudesse ser ligado em qualquer subestação

ficou cada vez mais difícil de ser realizada.

de nossa regional. Então, foram analisados

O projeto surgiu a partir das dificuldades

quais seriam os componentes necessários

encontradas na hora de se realizar a

para atender a toda essa filosofia de

manutenção preventiva e corretiva da

proteção existente e também no que diz

proteção, assim como o processo de retrofit

respeito ao controle e supervisão remotos.

(substituição de um equipamento por

outro mais moderno). Assim, este trabalho

que constam todos os pontos de conexão

tem o objetivo de facilitar a manutenção

com réguas, links, chaves, disjuntores

dos técnicos e engenheiros de campo,

para alimentação e relés (auxiliares e do

garantindo

principal), assim como foi escolhido um

confiabilidade

e

segurança

ao sistema e, principalmente, diminuição significativa do tempo de manutenção

Figuras 1 e 2 – Exemplos de relés eletromecânicos e eletrônicos.

emergencial e impedimento da linha de

A partir daí foi feito o projeto elétrico em

painel que comportasse tais componentes. Para

este

projeto

em

particular

escolhemos o relé de proteção de distância

transmissão devido a defeitos nos painéis e

de proteção digital. Este painel de proteção

7SA631 da Siemens, que possui as funções

relés de proteção.

móvel pode ser deslocado e instalado

21, 50/51, 67 e 79 da tabela ANSI.

Houve a necessidade de um pequeno

em qualquer subestação, necessitando

investimento para compra do painel de

apenas do lançamento e da ligação de

componentes e a fiação para conexão entre

proteção e seus componentes, além do relé

alguns cabos que realizam a medição de

os mesmos.

Finalmente foram feitas a fixação dos


54

Aula Prática

Figuras 3 e 4 – Painel de proteção móvel.

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Figuras 5 e 6 – Relé digital de proteção e fiação do painel de proteção móvel.

Figura 7 – Diagrama de ligação do circuito de corrente.

Figura 8 – Diagrama de ligação do circuito de tensão.



56

Aula Prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Figura 9 – Diagrama de ligação do circuito de alimentação.

Figura 10 – Diagrama de ligação do circuito de trip.

Exemplo de instalação

A SE Usina Pinhal (Figura 11) é uma subestação elevadora e de transmissão e tem como

fonte dois geradores provenientes da Usina Pinhal que alimentam um transformador de 6.9 kV/138 kV com potência de 10 MVA e duas linhas de transmissão – Eloy Chaves e Barreiro – que são interligadas por uma barra de operação de 138 kV e disjuntores. É uma subestação automatizada e supervisionada pelo sistema atual da CPFL (Figura 12).

Figura 11 – Subestação Usina Pinhal.


57

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

não parava ligado. A equipe de linhas de transmissão havia percorrido a LT e não tinha encontrado nada. Toda vez que o disjuntor era ligado, após algum tempo, o relé 21 gerava um trip indicando zona 3.

O Centro de Operação do Sistema

(COS) da CPFL notou que toda vez que era colocada uma carga acima de 9,5 MVA, passando pelo disjuntor 52-5, o relé 21 operava.

Verificação Na

in loco

subestação

para

verificar

o

ocorrido e o relé de proteção, ao realizar os ensaios no relé de proteção,

Figura 12 – Exemplo da tela de controle do supervisório da SE Usina Pinhal.

A subestação possui uma casa de

controle onde ficam os painéis e os relés de proteção tanto do transformador

Figura 14 – Vista traseira dos painéis de controle e proteção onde estão localizados os relés de proteção.

foi verificado que o mesmo não estava gerando trip nas zonas 1 e 2 fase C e na zona 3 fases A e C. Neste relé, a zona 3 é que dá permissão para trip nas demais

quanto das linhas de transmissão. Pelas

ainda não é uma SE digitalizada, possui

zonas, logo descobrimos que o relé não

Figuras 13 e 14 pode-se observar que

chaves para comando dos disjuntores,

estava medindo a corrente que passava

medidores

e

na fase C, gerando um desequilíbrio na

potência analógicos e relés de proteção

corrente de neutro devido às correntes

eletrônicos.

passantes nas fases A e B que fazia com

de

tensão,

corrente

que o relé operasse erroneamente para

Descrição No

Figura 13 – Vista frontal dos painéis de controle e proteção do transformador e das linhas de transmissão.

uma carga acima de 9,5 MVA.

da ocorrência

dia

18/02/2014,

fomos

O relé de proteção era um DI na

informados que houve o desligamento

Inepar – Figuras 15 e 16 –, eletrônico

do disjuntor 52-5 (LT Barreiro) da SE

já com aproximadamente 20 anos de

Usina Pinhal por atuação da proteção

uso, que havia passado por manutenção

de distância – relé 21, e que o mesmo

preventiva em outubro de 2013.


58

Aula Prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Realizamos

então

a

instalação

linha de transmissão ou nos equipamentos

conforme diagramas de ligação das

de proteção que compõem a mesma.

Figuras 7, 8, 9 e 10. A montagem final

Por questões de planejamento e

pode ser observada nas Figuras 3, 4, 5 e

gestão de riscos, atualmente, existem

6.

dois

Com

a

instalação,

foi

possível

normalizar o sistema e permitir o início

destes

painéis,

ficando

mais

preparados para as atividades corretivas e emergenciais que possam acontecer.

do processo de licitação para retrofit do painel e relés antigos, o que demanda Figura 15 – Relé de proteção de distância modelo DI na Inepar.

Referências bibliográficas

certo tempo e isolamento do painel velho.

• Brasil. Carga de demanda SE/CO.

Podemos considerar o tempo para

Acesso em 15/04/2014, disponível em:

todo o processo (deslocamento para

http://www.ons.org.br/historico/carga_

SE, ensaios no relé, transporte do painel

propria_de_demanda_out.aspx

móvel, instalação e testes com o mesmo)

• Aneel. P&D – Revista Pesquisa e

de dois dias úteis.

Desenvolvimento. p.11. Acesso em 15/04/2014, disponível em:

Conclusões

http://www.aneel.gov.br/biblioteca/ downloads/livros/Revista%20P&D_05.

Projeto de simples aplicação, com

excelente

relação

custo-benefício

pdf

e

muita eficiência no que se propõe:

*Marcelo Scabora é técnico em Eletrotécnica

praticidade e agilidade para a equipe de

e engenheiro eletricista, com pós-graduação

manutenção, além da confiabilidade e

em Proteção de Sistemas Elétricos. Trabalha

R esolução

segurança para o sistema elétrico.

como engenheiro de serviços da transmissão

Uma vez constatado o problema

Temos aplicado esta solução para

na CPFL, regional Sudeste – Campinas (SP).

conforme descrito anteriormente, foi

casos semelhantes, em que linhas de

Carlos Eduardo Borges é técnico em

verificado se havia algum relé deste

transmissão não podem ficar desligadas,

Eletrotécnica e administrador. Trabalha há

modelo, mas não havia. Então, decidiu-se

seja por demanda, seja por multas

33 anos na CPFL, exercendo, atualmente, o

pela instalação do painel de proteção

contratuais - pela impossibilidade de

cargo de Técnico de Proteção e Automação

móvel de linhas de transmissão.

gerar e transmitir por um problema na

III, na regional Sudeste – Campinas (SP).

Figura 16 – Relé de proteção de distância modelo DI na Inepar.


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 2 - Edição 16 / Outubro de 2017

Impacto na distribuição Avaliação das consequências para a distribuição do uso de baterias na geração distribuída de energia solar fotovoltaica

*Notícias selecionadas sobre o mundo das energias renováveis complementares eólica e solar* APOIO


60

Solar

Artigo

Por Frederico Kós Botelho, Raphael Dutenkefer, João Carlos Mello e Renato Mendes*

Utilização de baterias na distribuição com a inserção da geração fotovoltaica distribuída – Avaliação do impacto


Artigo

Vem sendo observado nos últimos

Solar

61

da rede (transformadores, cabos,

anos um crescimento muito acelerado nos

equipamento de proteção), também afetadas

investimentos em geração renovável ao

pela intermitência das renováveis e que

redor do mundo. Os painéis solares, assim

representam um custo altamente relevante no

como as turbinas eólicas, vêm alterando

fluxo de caixa das concessionárias.

rapidamente o perfil da matriz energética

mundial de modo a torná-la mais limpa

vêm se consolidando como os grandes

e renovável. Outra mudança importante

responsáveis da transformação da matriz

é o papel do consumidor na geração de

energética mundial, outra tecnologia de

energia elétrica. Antes exclusivamente um

enorme potencial está se viabilizando

consumidor de fato, recebendo energia

para complementar essas mudanças: o

gerada centralizada por grandes usinas

armazenamento com baterias. Por mais

termelétricas e hidrelétricas, agora temos a

que a tecnologia em si seja antiga, a sua

figura do prosumer, ou prosumidor em uma

utilização cada vez maior em projetos

tradução literal. Este, além de consumir,

utility-scale é uma novidade para o setor

também produz energia, mudando o desenho

elétrico mundial. Como o preço da mesma

das redes elétricas e assim impactando

vem sofrendo importantes reduções ano a

significativamente o planejamento das

ano e há uma necessidade cada vez maior

distribuidoras.

de sua presença para reduzir os efeitos

negativos associados às fontes renováveis,

Um dos grandes desafios das

Enquanto as fontes renováveis

concessionárias é se manter eficiente em

é uma questão de poucos anos até que sua

um cenário com cada vez mais incertezas

utilização pelas empresas do setor elétrico

no planejamento, principalmente ao

brasileiro seja cada vez mais frequente.

considerar a intermitência das fontes

Baseado nessas expectativas de cenários

renováveis cada vez mais presentes nas

para o futuro do Brasil que este artigo

redes. Por mais que esse cenário ainda

procura quantificar um dos benefícios do

não seja o centro de preocupação das

investimento em baterias de forma a reduzir

concessionárias de distribuição, é um

essa grande ineficiência potencial que pode

assunto que certamente virá à tona com

vir a ser um dos principais problemas do

mais força nos próximos dez anos. Um dos

setor nas próximas décadas.

pontos estratégicos que serão afetados é justamente a contratação do Montante de Uso do Sistema de Transmissão (MUST), que

Inserção da geração fotovoltaica distribuída e desafios para a rede

representa a potência elétrica contratada pela distribuidora em um ponto de conexão

com a transmissão para atender à carga de

presentes na matriz energética mundial,

um ou mais alimentadores.

a geração fotovoltaica certamente é a que

apresenta a maior variabilidade. A geração

Como a potência importada atenderá à

Dentre as fontes renováveis mais

carga líquida, diferença entre a carga real e

dessa fonte varia entre zero e valores próximos

a energia gerada naquela área, a incerteza

da sua potência máxima em questão de horas,

em ambas as variáveis aumenta a incerteza

diariamente. Portanto, os desafios para a rede

de uma decisão que antes só dependia da

relacionados à geração solar são os maiores

estocasticidade do consumo na rede. E quanto

também.

maior a incerteza, maior a ineficiência em

uma contratação que normalmente é feita de

ser quase irrelevante em comparação com

maneira conservadora pelas distribuidoras,

outras fontes, outros países já estão tendo

muito em questão das próprias penalidades

que lidar com os desafios comentados

associadas aos possíveis erros desse

anteriormente. Um deles é a necessidade

processo. O mesmo vale para decisões acerca

elevada de entrada de potência no sistema

do aumento de capacidade dos equipamentos

causado pela queda rápida na geração solar

Apesar de, no Brasil, a geração fotovoltaica


Solar

62

Artigo

ao fim do dia, o que pode causar variações na tensão e frequência do

projeção realizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no último

sistema. Esse impacto já é observado em estados americanos como o

Plano Nacional de Energia (PNE 2050) que aponta um crescimento

Havaí (1), aonde o perfil de carga foi alterado devido ao elevado número de

exponencial da geração fotovoltaica distribuída daqui para frente, se

painéis solares instalados, como mostra a Figura 1.

tornando altamente relevante na década de 2030. A vantagem do Brasil é que os problemas que aparecerão futuramente já estão sendo enfrentados hoje em outros países e é justamente nas melhores práticas internacionais que o setor elétrico brasileiro deve se espelhar.

Figura 1 – Evolução da carga líquida no Havaí nos últimos anos.

Além da alta variação horária da geração solar, existe também

a volatilidade diária dos valores gerados. E isso afeta diretamente o planejamento das distribuidoras no caso estudado de contratação do MUST, já que esse montante deve ser equivalente à potência máxima importada do sistema de transmissão para atender a carga líquida. Para evitar penalidades, a distribuidora utilizará cenários de geração

Figura 3 – Projeção da geração de energia fotovoltaica distribuída no Brasil.

Utilização de baterias

fotovoltaica reduzida em relação à média ao calcular a carga líquida, gerando uma sobrecapacidade contratada na imensa maioria dos

dias. Essa alta variação é observada no gráfico da Figura 2, simulado

países é a instalação de baterias na rede elétrica. Essa tecnologia ainda

Uma das possíveis soluções que começa a ser adotada em certos

utilizando os dados históricos de solarimetria (2) (ano de 2014) da

pouco presente no Brasil devido ao elevado preço (e à falta de incentivos

cidade de Jaguariúna, no estado de São Paulo, para uma determinada

regulatórios) já é realidade nos Estados Unidos, onde os acréscimos

capacidade fotovoltaica instalada.

anuais de potência crescerão vertiginosamente nos próximos anos segundo projeções recentes.

Figura 2 – Comparação entre a geração solar simulada em diferentes dias de março.

Figura 4 – Projeção de acréscimo de potência no mercado de armazenamento americano [MW].

A diferença entre os valores simulados para o dia 7 de março em

relação à geração média no mês atinge quase 7000 kW nos horários de

pico da geração solar, que resultará em um MUST contratado também

renováveis, há diversos outros benefícios da utilização das baterias

muito superior aos valores médios de potência máxima importada do

na rede elétrica. Para citar alguns: reserva operativa, melhoria

sistema de transmissão. E essa ineficiência sistêmica se tornará uma

no fornecimento de energia em relação à tensão e frequência,

conta a mais para o consumidor pagar, em um país aonde a tarifa de

confiabilidade, postergação de investimentos na transmissão e

energia elétrica já abriga diversas outras ineficiências do setor elétrico.

distribuição, utilização na ponta e entrada durante o ramp-up das

termelétricas. Na cidade de Nova Iorque o armazenamento já é utilizado

Ainda que casos como o do Havaí ou da Califórnia estejam um

Além de reduzir os efeitos negativos da intermitência das fontes

pouco distante da realidade brasileira, é dever tanto dos órgãos

como forma de otimizar os investimentos na rede. O custo de aumentar

governamentais de planejamento e regulação como dos próprios

a capacidade da fiação da rede subterrânea é cerca de USD 1 milhão

agentes do setor de estudarem e se anteciparem aos possíveis

por quarteirão, portanto, a bateria é um meio viável de postergar esses

problemas que poderão ocorrer no futuro. A Figura 3 mostra uma

investimentos ao armazenar energia em horários de carga mais baixa


Artigo

Solar

para utilizá-la nos picos do sistema, o chamado time-shifting. A Figura

5 organiza os possíveis usos da tecnologia em relação à proximidade

armazenamento em larga escala no setor de energia. Primeiramente,

com o centro de carga.

o alto custo. Um sistema de baterias de íon-lítio de alta qualidade,

No Brasil, ainda há obstáculos para a difusão do uso do

tecnologia de armazenamento que mais cresce no mundo em termos de investimento e cuja eficiência é consideravelmente elevada, custa hoje cerca de USD 800 mil mais o custo do inversor, cotado em R$ 1 milhão para essa utilização. É o inversor que, de acordo com a necessidade da rede, armazenará ou despachará energia para o sistema. Esse custo não considera tributos, mas pode ser muito reduzido (em relação ao imposto de importação, principalmente) por não haver produção nacional dessa tecnologia.

Outro grande obstáculo é a falta de incentivos econômicos

regulados para remunerar adequadamente os serviços ancilares que a bateria poderia realizar na rede devido a sua capacidade de resposta instantânea. Um exemplo é o controle de frequência, serviço de extrema Figura 5 – Diversas utilizações da bateria na rede elétrica.

relevância em regiões com alta penetração de fontes renováveis, como o Nordeste do Brasil, onde estão presentes os maiores parques eólicos

Uma boa notícia é que os preços vêm caindo rapidamente ao longo

do país. A existência de um preço horário de energia também ajudaria

dos anos. A indústria está aumentando sua produção, motivada tanto

a viabilizar investimentos nesse campo, já que armazenar (consumir)

pelo aumento do mercado de armazenamento de energia no mundo como

energia nos horários de preço baixo e gerar (vender) nos horários de pico

pelo avanço dos carros elétricos, e com isso vêm conseguindo reduzir

é mais um modelo de negócios possível para os investidores em relação

custos. Em 2016, essa queda foi de 10% em relação ao ano anterior em

à utilização do seu sistema de baterias. Apesar disso, projeções de

alguns lugares. E a tendência é que essa curva decrescente continuará

mercado apontam um ingresso maior dessa tecnologia no setor elétrico

assim nos próximos anos, aumentando a viabilidade da tecnologia.

brasileiro a partir da década de 2030, como mostra a Figura 6.

63


Solar

64

Artigo próximos quatro anos e representa os máximos montantes anuais de demanda de potência elétrica por ponto de conexão e horário de contratação (ponta e fora ponta). Como ele é definido ex-ante, há uma grande incerteza associada a essa contratação.

De modo a aumentar a eficiência, há penalidades relacionadas

à subcontratação e à sobrecontratação. Mensalmente, a máxima potência medida não deve ser superior a 110% do MUST e anualmente a máxima potência verificada não deve ser inferior a 90% do MUST. Caso o valor medido no mês seja superior a 100%, a distribuidora pagará o valor medido e não o contratado. Porém apenas acima dos 110% há a Figura 6 – Projeção da Capacidade Instalada no Brasil [GW].

Este artigo buscou modelar a utilização da bateria em um possível

ocorrência de penalidades (montante que exceder os 110% é multado em 3 vezes o valor da TUST).

Como qualquer valor acima do MUST contratado é ônus apenas da

uso dentre os diversos citados: a contratação do MUST. Em um

distribuidora, enquanto os custos relacionados ao MUST definido são

cenário de alta penetração de geração fotovoltaica distribuída em um

repassados para a tarifa, a tendência é que a concessionária aposte

alimentador conectado em um só ponto com o sistema de transmissão,

em uma contratação mais conservadora para evitar as possíveis

a bateria poderia modular de forma otimizada a geração fotovoltaica,

penalidades, o que fará com que os consumidores daquela área de

despachando a energia armazenada com uma determinada potência

concessão paguem uma capacidade ociosa de transmissão (MUST

nos momentos de possível ultrapassagem dos montantes de uso do

subótimo).

sistema de transmissão contratados. Isso aumentaria a eficiência

na contratação e reduziria os custos totais. Esse benefício simulado

contratar eficientemente o Montante de Uso do Sistema de

no estudo de casos foi comparado ao investimento necessário para a

Transmissão. Por mais que a empresa consiga repassar os custos para

instalação da bateria na rede de distribuição. Além dos preços, outras

seus consumidores, ao realizar uma contratação ineficiente sua tarifa

informações técnicas foram consideradas como a vida útil de 15 anos

sofrerá reflexos, acarretando em problemas indiretos como um possível

(varia de acordo principalmente com o número de ciclos de carga/

aumento da inadimplência ou diminuição do seu mercado consumidor

descarga e a temperatura) e a baixa resistência interna, permitindo que

(mesmo considerando uma elasticidade baixa entre preço de energia

a bateria armazene energia por dias com perdas pouco relevantes. Os

x consumo). Também existe uma questão de fluxo de caixa, já que o

custos com operação não são significativos enquanto a manutenção

pagamento à transmissora é realizado mensalmente enquanto esse

é garantida pela empresa fornecedora da bateria, portanto custos

custo é repassado ao consumidor apenas no reajuste tarifário. Quanto

com O&M não foram incluídos no fluxo de caixa do projeto. A Tabela 1

maior é o MUST, maior é o impacto negativo no fluxo de caixa ao longo do

apresenta todas as especificações consideradas na modelagem.

ano.

Tabela 1 – Informações técnicas e comerciais da bateria modelada

Porém, há que se destacar que é de interesse da distribuidora

O modelo de otimização desenvolvido no artigo busca minimizar

o custo global de contratação, incluindo as possíveis penalidades. O objetivo é analisar os custos sistêmicos relativos a esse processo de

Tipo da bateria

Íon-lítio

Armazenamento de energia (kWh)

1000

Capacidade de descarga (kW)

500

uma economia final para os consumidores enquanto considera a aversão

Capacidade de carga (kW)

500

ao risco da própria distribuidora que busca evitar a ocorrência de valores

Vida útil (anos)

15

Custo da bateria (USD)

900.000

Custo do inversor (R$)

1.000.000

Contratação do MUST

contratação, de forma a testar se a inclusão das baterias representaria

não reconhecidos na tarifa.

Modelo de otimização

O modelo foi construindo tomando como base a resolução

normativa Nº666. Uma vez que o objetivo do modelo é ser uma

A Resolução Normativa 666 da Aneel regulamenta a contratação

ferramenta de análise para a viabilidade econômica do uso de uma

do Montante do Uso do Sistema de Transmissão (MUST) por parte das

bateria no sistema de distribuição, a MUST foi considerada como

distribuidoras, geradores e consumidores. Em relação às empresas de

um valor único e não subdivida em permanente e flexível. Segundo a

distribuição, estas têm como obrigação contratar um montante para

REN666 existem dois casos passíveis de penalização: a parcela de

cada ponto de conexão com uma rede de transmissão, que será valorado

ineficiência por ultrapassagem (PIU), cobrada mensalmente e a parcela

à Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST), calculado pela

de ineficiência por sobrecontratação (PIS), cobrada anualmente. A PIU

soma da TUST fronteira com a TUST rede básica, e pago mensalmente

é cobrada toda vez que a demanda máxima mensal, medida, ultrapassa

à transmissora. O MUST deve ser contratado anualmente para os

em 10% a demanda máxima contratada. Já a PIS é cobrada caso a


Artigo

Solar

demanda medida máxima do ano seja inferir em mais de 10% do que o valor da MUST contratada. Assim, as cobranças de penalidades podem ser sintetizadas nas equações abaixo, onde DMAXm significa demanda máxima medida no mês m, DMAXa significa demanda máxima medida no ano e MUST significa Montante de Uso do Sistema de Transmissão contratado. (1) (2)

A partir das regras de penalidades acima, pode-se propor a seguinte

função objetivo para o modelo:

(3)

Contudo, como PIUm e PIS foram definidos pela função Máximo,

essa função objetivo torna-se não-linear. Trabalhar com um modelo não-linear envolveria enfrentar diversas complexidades computacionais que estão aquém do escopo desse trabalho. Logo os autores optaram por utilizar um artifício para linearizar as equações de PIUm e PIS. Para cada um dos meses m inseriu-se na função objetivo uma variável artificial Ym, interpretada como o montante de demanda ultrapassado no mês m. Além disso, impomos as seguintes restrições no modelo: (4) (5)

Também de maneira análoga para linearizar a equação PIS

introduz-se a variável artificial Xa na função objetivo e as seguintes restrições no modelo: (6) (7)

Caso a demanda medida fique entre 100% e 110%, o volume

cobrado é igual ao valor consumido. Para captar esse efeito introduz-se a variável artificial Zm multiplicada pela TUST na função objetivo e as seguintes restrições: (8) (9)

Para o computo das 12 demandas máximas medidas mensais,

DMAXm, o modelo deve investigar hora a hora dentro do mês onde está o valor da demanda máxima. Para esse procedimento desconta-se do consumo a energia proveniente da geração distribuída e da bateria previamente carregada. Para essa tarefa define-se a variável artificial Sm e impõem no modelo as seguintes restrições: (10) (11) (12)


Solar

66

Artigo

Onde Cmdh significa a demanda consumida no mês m, dia d

evitar incorrer em uma penalidade ao longo do ano. Quanto maior o

e hora h, Emdh significa a energia líquida proveniente da energia

componente, mais o agente irá preferir não selecionar uma MUST

distribuída utilizada no mês m, dia d e hora h e Bmdh significa a energia

que eventualmente lhe ocasionará uma necessidade de pagamento

previamente armazenada na bateria utilizada no mês m, dia d e hora h.

não reconhecido na tarifa. O modelo final utilizado no estudo está

O balanço energético que determina a energia líquida proveniente da

sintetizado a seguir. Na versão final do modelo foi contemplada a

energia distribuída é definido por:

implementação da decisão de MUST ponta e fora ponta.

(13) Tendo GDmdh, como a energia gerada no mês m, dia d e hora h e

Estudo de caso

Bmdh como a energia armazenada no mês m, dia d e hora h. Por fim,

resta apenas determinar o balanço energético da bateria. Definindo Lmdh

MUST, foram feitas análises simulando a contratação ótima do MUST,

como o saldo da bateria no mês m, dia d e hora h, tem-se que:

De modo a modelar o benefício da bateria na contratação do

utilizando o modelo de otimização desenvolvido no artigo, com e sem a bateria. A diferença entre os resultados encontrados pelas simulações, que representam a economia em relação ao uso do sistema de

(14)

Ou seja, o saldo atual é igual ao saldo anterior somando o que entrou

na bateria e subtraindo o que saiu. Logo o montante de energia que pode ser descarregado no mês m, dia d e hora h deve ser limitado pelo saldo da bateria:

Além disso, por questões técnicas existem limites de potência para

cargas e descargas da bateria, incorporados no modelo através das seguintes equações: (16)

Para isso, foi considerada a área de concessão de uma pequena

distribuidora fictícia com apenas um ponto de conexão. No caso apresentado, foi utilizado como exemplo para a busca de dados a região atendida pela CPFL Jaguari em um cenário de penetração de geração fotovoltaica distribuída relevante (algo esperado para os próximos

(15)

transmissão, é justamente o benefício da bateria.

O último aspecto a ser destacado na construção do modelo é a

10, 20 anos). A otimização foi feita com base em dados de carga (MW médio) hora a hora do ano de 2016 inteiro e uma geração fotovoltaica distribuída baseada nos dados de solarimetria da cidade de Jaguariúna (2). A relação entre esses dados de entrada está ilustrada na Figura 7, que apresenta apenas uma pequena parcela do histórico utilizado como input no modelo de otimização. O valor de TUST utilizado foi de 2,97 (R$/kW.mês) tanto para ponta como para fora ponta, somatório da

multiplicação de ambas as penalidades por um fator de aversão ao

TUST rede básica e fronteira no ponto de conexão de Jaguariúna (TUST

risco AR. Esse componente capta o quão o agente está disposto a

ciclo 2015-2016).


Artigo

Solar Tabela 2 – Resultados do estudo de caso

Figura 7 – Carga e geração distribuída utilizadas no estudo de caso.

Na simulação, dadas as séries de carga e de geração distribuída,

o modelo otimizou a utilização da bateria (carga e descarga) de modo a minimizar os custos da distribuidora advindo do uso do sistema de

Cap. Bateria (kWh)

0 (caso sem bateria)

1000

4000

MUST ponta (kW)

82063

81563

80703

Σ Ypm (kW)

0

0

0

Σ Zpm (kW)

3221

3221

3466

XPa (kW)

0

0

0

MUST fora ponta (kW)

90610

90110

88610

Σ YFPm (kW)

0

0

0

Σ ZFPm (kW)

3466

3466

4124

XFPa (kW)

0

0

0

Custo ano (R$)

6.401.116

6.365.428

6.291.768

Benefício (R$)

-

35.688

109.348

transmissão. No caso simulado, uma das premissas utilizadas é que a bateria apenas poderia ser carregada pela geração distribuída.

kWh. Para a bateria de 4000 kWh, se considerarmos os custos

quadruplicados como uma aproximação, o percentual do benefício em

A Figura 8 exemplifica como o modelo utilizou a bateria ao longo

do ano na simulação realizada. Percebe-se que ela está sendo utilizada

relação ao custo total da bateria é ligeiramente menor.

em poucos momentos, o que já é um indício de que todo o potencial da bateria de íon-lítio não está sendo devidamente aproveitado.

Figura 9 – Comparação econômica entre o custo total da bateria (1000kWh) e o benefício no MUST.

Os resultados apontam que o benefício na contratação do

MUST ótimo, mesmo em um cenário com alta penetração de energia renovável, não é comparável com o custo total da bateria e incapaz de viabilizar o investimento na tecnologia analisada. Já que a análise considerou apenas um dentre diversos benefícios possíveis do armazenamento de energia, a redução dos custos Figura 8 – (a) Utilização da bateria (1000 kWh) durante todo o ano (b) Utilização da bateria durante período.

que certamente irá ocorrer no futuro e a consideração de outros benefícios quantitativos irá diminuir a grande diferença observada no gráfico da Figura 9.

A Tabela 2 apresenta os resultados encontrados nas simulações

para três casos distintos simulados: sem bateria, bateria com

Conclusão

capacidade de armazenamento de energia de 1000 kWh e bateria com capacidade de 4000 kWh.

relacionado à contratação do MUST pela distribuidora é muito

Calculado o benefício, foi aplicado o método do fluxo de caixa

Os resultados mostram que o benefício do uso da bateria

descontado para comparar o investimento inicial com os benefícios

pequeno para viabilizar o investimento pela distribuidora. Porém,

(considerados constantes) ao longo de toda a vida útil da bateria. Para

há diversas outras utilizações cujo benefício econômico não foi

isso, foi utilizado um WACC de 15%, similar à taxa utilizada em outros

quantificado neste artigo, como o aumento da confiabilidade da

projetos do setor elétrico com vida útil não tão longa.

rede e a melhoria na qualidade do fornecimento da energia (tensão

e frequência), reduzindo o DEC e FEC das distribuidoras. As baterias

A Figura 9 compara o custo total da bateria (bateria + inversor),

valor negativo no fluxo de caixa no instante inicial, com os benefícios

também podem ser utilizadas para postergar investimentos

positivos durante os 15 anos de vida útil do ativo da bateria de 1000

necessários na rede para aumento de capacidade, assim como

67


Solar

68

Artigo

no caso de Nova Iorque citado no artigo, que podem causar um

Energy Storage. Julho de 2013. Disponível em: http://www.

impacto relevante no fluxo de caixa das distribuidoras.

renewableenergyworld.com/articles/print/volume-16/issue-4/

storage/the-case-for-distributed-energy-storage.html;

A tendência é que, no futuro, a bateria seja um importante ativo

para a operação eficiente da rede, como já está acontecendo em outros

(6) BLOOMBERG NEW ENERGY FINANCE. Mercado Brasileiro de

países no mundo, e a utilização dela representará um ganho tanto de

Energia Renovável: As incertezas do presente e o potencial do

qualidade quanto econômico para os consumidores. Assim, a Aneel tem

futuro. Junho de 2016;

que estar atenta para a evolução dessa tecnologia no país. A regulação

(7) ANEEL. Resolução Normativa n° 666. Junho de 2016.

do setor deve permitir a existência de incentivos financeiros de modo que a bateria se torne um investimento atrativo para as empresas. Um

*Frederico Kós Botelho é engenheiro eletricista e ocupa,

exemplo é a remuneração adequada dos serviços ancilares que essa

atualmente, a posição de consultor na Thymos Energia, sendo

tecnologia pode fornecer. Também há a possibilidade de inclusão das

responsável pelas simulações de preço de energia, utilizando os modelos

baterias na base regulatória de ativos (RAB) das distribuidoras.

computacionais oficiais do setor elétrico, e pela realização de estudos

Iniciativas já são observadas, como o P&D estratégico

21 da Aneel, cujo objetivo é avaliar a inserção de sistemas de armazenamento de energia no setor elétrico brasileiro. A participação dos demais agentes nesta fase ainda embrionária do armazenamento no Brasil é essencial para o crescimento da tecnologia no país. Este artigo buscou contribuir analisando um dentre diversos temas que abordam a utilização das baterias na rede elétrica brasileira.

Referências bibliográficas (1) GREENTECH MEDIA. The California Duck Curve Is Real, and Bigger Than Expected. Novembro de 2016. Disponível em https:// www.greentechmedia.com/articles/read/the-california-duck-

regulatórios. Raphael Dutenkefer é economista, com mestrado em engenharia de produção. Atualmente, cursa o programa de doutorado do departamento de Economia da Produção e Engenharia Financeira na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Atua como consultor na Thymos Energia. João Carlos Mello é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em engenharia elétrica. Trabalhou no Cepel e, no ano 2000, tornou-se sócio da Andrade & Canellas, onde foi intitulado CEO em 2006. Atualmente é CEO da Thymos Energia. Renato Mendes é engenheiro com mestrado em engenharia elétrica.

curve-is-real-and-bigger-than-expected;

Trabalhou na Duke Energy, AES Eletropaulo e Brookfield Renewable

(2) RENEWABLE NINJA. Dados disponíveis em https://www.

Energy Partners, nas áreas de estudos energéticos, inteligência de

renewables.ninja/;

mercado, e gestão de risco na comercialização de energia. Atualmente, é

(3) EPE. Demanda de Energia 2050. Agosto de 2014;

consultor sênior e sócio da Thymos Energia.

(4) DELLOITE. Electricity Storage: Technologies, impacts and prospects. Setembro de 2015; (5) RENEWABLE ENERGY WORLD. The Case for Distributed

Este artigo foi originalmente apresentado no XXIV Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), realizado entre os dias 22 e 25 de outubro, em Curitiba (PR).


Noticias

Renováveis

Energia eólica já representa 10% da matriz elétrica brasileira

Registro foi feito no mês de agosto pela CCEE, quando a fonte eólica alcançou a marca de 5.825 MWmédios

No mês de agosto, a geração de energia eólica foi responsável

Mapa da fonte eólica no Brasil

pelo abastecimento de 10% da demanda do país, com 5.825 MWmédios, segundo registrou a Câmara de Comercialização da Energia Elétrica (CCEE). Esta foi a primeira vez em que a fonte atingiu os dois dígitos de representação na matriz.

Outra informação importante sobre a fonte é a de que, de acordo

com o Boletim de Energia Eólica Brasil e Mundo – Base 2016, produzido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o Brasil subiu mais uma posição e assumiu o sétimo lugar entre os países com maior geração de energia eólica no mundo, ultrapassando o Canadá, que caiu para a oitava posição.

“Estes dados mostram que a fonte eólica está entrando numa

nova fase. Já é absolutamente claro para a sociedade como um todo, para os técnicos que decidem o futuro do setor e também para os integrantes do governo que a eólica não apenas é uma escolha sustentável e financeiramente vantajosa, já que apresenta grande competitividade nos leilões, mas também é uma escolha segura”, declarou a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum. Para ela, o que o Brasil mais precisa é de uma matriz diversificada e limpa, sendo que a inclusão de mais eólicas é fundamental nesse processo.

O Brasil tem hoje mais de 12,3 GW de capacidade instalada em mais de 490 parques distribuídos pelo Brasil.

69


70

Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Mercado de materiais elétricos aguarda reação da construção Setor apresenta sinais de leve recuperação, mas retomada depende da prosperidade econômica e melhoria da construção civil


71

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Distribuidores e revendas de materiais elétricos são alvo da pesquisa desta

A pesquisa de O Setor Elétrico também questionou as empresas

edição, que constatou que o setor apresenta sinais de recuperação, superando

sobre principais produtos comercializados, formas de captação de clientes

levemente a expectativa de crescimento projetada para 2016, conforme foi

e segmentos atendidos. Indústrias em geral, construtoras e empresas de

apurado por este mesmo estudo realizado há exatamente um ano. Na ocasião,

instalação foram indicadas como os principais clientes deste setor. Já as

as empresas que participaram da pesquisa estimaram crescimento médio

vendas, em sua maioria, são concretizadas graças à rede de relacionamento

de 6% para o fechamento do ano. No levantamento publicado nas próximas

desenvolvida no mercado e pela indicação/especialização do segmento,

páginas, as companhias relevaram ter apresentado em 2016 resultados

em detrimento do telemarketing, apontado por pesquisas anteriores. Por

com crescimento médio de 7% na comparação com 2015. Para este ano,

fim, entre os produtos mais comercializados, encabeçam a lista materiais

a estimativa é que as empresas alcancem elevação média de 9% nos seus

elétricos de baixa tensão, quadros e painéis e produtos para iluminação.

números e que o mercado como um todo cresça, em média, 3%.

assim como mais detalhes deste mercado são divulgados a seguir.

O cenário, no entanto, poderia ser muito mais positivo se a economia

Informações sobre cada uma das empresas participantes da pesquisa,

brasileira já estivesse de volta à trilha de crescimento. A desaceleração

Números do mercado de revenda e distribuição de materiais elétricos

econômica, a falta de confiança dos investidores e a construção civil desaquecida foram os fatores mais citados pelas empresas pesquisadas como entraves ao desenvolvimento deste mercado.

Em consonância ao que foi apurado por O Setor Elétrico, a última

O segmento industrial, assim como registrado na pesquisa realizada

sondagem da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

há um ano, é o principal segmento de atuação deste mercado, que é, no

(Abinee) aponta que os fabricantes de materiais elétricos de instalação

entanto, seguido de perto pelas instalações comerciais, apontadas por

continuam sofrendo com a queda da atividade da construção civil.

70% das pesquisadas. Confira.

“Os negócios observados foram mais concentrados no segmento de varejo, que vende materiais principalmente para reforma de edificações”,

Principais segmentos de atuação

diz o relatório. O levantamento aponta, no entanto, para perspectivas cada vez mais otimistas. As expectativas de nível de atividade, novos empreendimentos, número de empregados e com¬pras de matériasprimas estão todas otimistas, o que não acontecia há mais de três anos.

Ainda de acordo com a sondagem da Abinee, mas no que concerne

a toda a indústria eletroeletrônica brasileira, 56% das empresas que participaram do levantamento indicaram crescimento nas vendas/

Residencial

43%

Comercial

70%

encomendas em relação ao igual mês do ano passado. Este foi o maior percentual verificado pelas sondagens da associação desde fevereiro de 2014, quando 61% das entrevistadas deram essa indicação. Concomitantemente a essa constatação, foi observada redução de 35% para 28% no total de empresas que indicaram retração.

78%

Industrial


Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

72

Se a indústria foi apontada como a principal área de atuação, é

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Formato de captação de clientes

ela também o principal cliente deste mercado, conforme indicaram 81% das pesquisadas. Construtoras, instaladoras, empresas de engenharia e manutenção aparecem em seguida. Principais clientes

Loja virtual

31% Outros

16%

31%

Empresas públicas

27%

Concessionárias de energia elétrica

41%

40%

Consumidor final

41% 58% 61%

Vendedores externos

Telemarketing

42%

Empresas de engenharia

54%

Balcão

56%

Empresas de manutenção

Rede de relacionamentos

Instaladoras

59%

Construtoras

61%

71%

Indústrias em geral

81%

Administração de contatos

O telemarketing, que apareceu em evidência, na pesquisa do

Indicação / especialização de mercado

No que diz respeito aos produtos mais comercializados, destaque

ano passado, como principal meio de captação de clientes, passou a

para os materiais elétricos de baixa tensão, citados por 80% das

ocupar a quarta posição neste ranking. Na pesquisa desta edição, os

empresas. Na sequência, estão os quadros e painéis (74%), os

clientes são conquistados principalmente no boca-a-boca, por meio

produtos para iluminação, como lâmpadas e luminárias (68%) e

de indicações, e também pela rede de relacionamento da empresa

automação industrial (61%). Confira o gráfico com mais detalhes.

com os profissionais.


73

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Produtos mais comercializados

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

33%

Ferramentas

46%

Equipamentos de proteção individual e coletiva

46%

Importações diretas de produtos

52%

Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

56%

Automação residencial

56%

Automação comercial

58%

Automação industrial

61% 68%

Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

74% 80%

Quadros e painéis Material elétrico de baixa tensão

Para se ter uma ideia do recorte de mercado desta pesquisa,

as empresas foram questionadas sobre os seus respectivos faturamentos (em 2016). A maior parcela (37%) das companhias é de pequeno porte, apresentando faturamento de até R$ 5 milhões. 9% delas declararam ter faturado, no ano passado, acima de R$ 100 milhões. Faturamento bruto anual das empresas em 2016

9% 5%

Acima de R$ 100 milhões

De R$ 80 milhões a R$ 100 milhões 4%

25%

Até R$ 3 milhões

De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões 9%

De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões

12%

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões

13%

De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões

9% 14%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões


Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

74

As previsões de crescimento continuam modestas, mas com

uma sutil recuperação. No ano passado, as pesquisadas projetaram

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Fatores que devem influenciar o mercado de materiais elétricos em 2017

elevação de 6% para o fechamento de 2016 e, neste ano, elas afirmaram que cresceram no período, efetivamente, 7% na média. Para este ano de 2017, elas esperam alcançar 9% de crescimento e estimam para o mercado de materiais elétricos uma elevação de 3%.

2%

Setor da construção civil aquecido

Previsões de crescimento

2%

Bom momento econômico do país Crescimento do mercado de materiais elétricos em 2017

3% Contratação de colaboradores em 2017

4% 7%

Crescimento das empresas em 2016 comparado ao ano anterior Crescimento das empresas em 2017

9%

4%

Programas de incentivo do governo

1%

Incentivos por força de legislação ou normalização

5%

Falta de normalização e/ou legislação 6%

24%

Desaceleração da economia brasileira

Crise internacional 6%

Projetos de infraestrutura 6%

Outros 7%

Desvalorização da moeda brasileira

20%

Falta de confiança de investidores 18%

Assim como no ano passado, tendo em vista o momento econômico atual em que o país se encontra, as empresas acreditam que a desaceleração econômica, o desaquecimento da construção civil e a falta de confiança dos investidores são os grandes entraves ao crescimento deste mercado.

Setor da construção civil desaquecido



Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Quadros & Painéis

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Certificado ISO 14001

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Loja Virtual

Administração de contratos

Telemarketing

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Principais produtos que comercializa

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Vendedores externos

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Possui loja(s) in-company

UF SC SP PA MG MG MG MG MG MG MG RS SC SC SC SC SP SP SP SP SP SP SP RS RS RS RS PR RS RS RS RS PR SP MT PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR SP RS SC SC SC SC CE CE CE GO GO SP SP SP SP

Possui filiais

Cidade Balneario Camburiu Bauru Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte belo horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Bento Gonçalves Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Campinas Campinas Campinas Campinas Campinas Campinas Campinas Campo Bom Canoas Canoas Canoas Cascavel Caxias do Sul Caxias do Sul Caxias do Sul Caxias do Sul Cornélio Procópio Cravinhos Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Diadema Flores da Cunha Florianópolis Florianópolis Florianópolis Floripa Fortaleza Fortaleza Fortaleza Goiânia Goiânia Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos

Residencial

Site www.rossimateriaiseletricos.com.br www.eletropainel.com.br www.eletrotransol.com.br www.alphamarktec.com.br www.ceibe.com.br www.dimexbr.com www.eXponencialmg.com.br www.lojaeletrica.com.br www.nortel.com.br www.othondecarvalho.com.br www.realcenter.com.br www.eletricadw.com.br www.provolt.com.br www.sobretensao.com.br www.womatel.com.br www.dimensional.com.br www.everestnet.com.br www.nortel.com.br www.nortel.com.br www.nortel.com.br www.peu.com.br www.proautomacao.com.br zinieletro@yahoo.com.br www.eletricadw.com.br www.eletronor.com.br www.nortel.com.br www.eletricadz.com.br www.eletronor.com.br www.magnani.com.br www.realcenter.com.br www.trentocomercial.com.br www.eletrotrafo.com.br www.itapuaeletro.com.br www.eletrotartari.com.br www.2a.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.eletronor.com.br www.elos.com.br www.everestnet.com.br www.irmaosabage.com.br www.proautomacao.com.br www.reymaster.com.br www.grupopolicom.com.br www.eurocabos.com.br www.trentocomercial.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.proautomacao.com.br www.carmehil.com.br www.iseletrica.com.br www.sveletrica.com www.eletrotransol.com.br www.nortel.com.br www.acabine.com.br www.eletricadw.com.br www.dlight.com.br www.fortlight.com.br

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Comercial

Telefone (47) 3367-2788 (44) 9991-1360 (91) 3204-7711 (31) 3477-7004 (31) 3292-9522 (31) 3448-0300 (31) 3317-5150 (31) 3218-8000 (31) 3555-8577 (31) 2103-3000 (54) 3449-5000 (47) 3321-7500 (47) 3036-9666 (47)3338-4484 (47) 3322-4357 (19) 3322-0000 (19) 3772-4500 (19) 2115-7700 (19) 3234-3616 (19) 3721-7700 (19) 3709-2171 (19) 98809-9133 (51) 3597-3997 (51) 3326-4000 (51) 3314-8000 (51) 3052-2500 (45) 3220-9498 (54) 3220-3800 (54) 4009-5255 (54) 3534-4400 (51) 3292-3700 (43) 3520-5000 (16) 3951-2195 (65) 3637-8000 (41) 3019-5050 (41) 3778-7000 (41) 3316-5000 (41) 2104-8203 (41) 3217-1900 (41) 3383-9290 (41) 3071-7100 (41) 3371-5707 (15) 99132-1374 (41) 3021-5049 (41) 3371-1430 (11) 4092-9292 (51) 3292-3700 (48) 3225-1600 (48) 3271-5000 (48) 3343-4000 (15) 9.8829-1223 (85) 4008-6666 (85) 3535-7177 (85) 3214-7931 (62) 3531-2200 (62) 4013-7770 (11) 2842-5252 (11) 3393-2500 (11) 2937-4650 (11) 2087-6000

Industrial

EMPRESA ROSSI MATERIAIS ELETRICOS E ILUMINAÇÃO EletroPainel Eletro Transol Alpha Marktec Materiais Elétricos Ceibe Automação DIMEX EXponencial Loja Elétrica NORTEL OTHON DE CARVALHO Realcenter Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW PROVOLT SOBRETENSAO Womatel Material Eletrico DIMENSIONAL EVEREST ELETRICIDADE NORTEL NORTEL NORTEL PEU ELETRICIDADE Proauto Zini materiais eletricos COMERCIAL ELETRICA DW ELETRONOR MATERIAIS ELÉTRICOS NORTEL DZ MATERIAIS ELETRICOS ELETRONOR MATERIAIS ELÉTRICOS Magnani Materiais Eletricos Realcenter Materiais Elétricos TRENTO COMERCIAL ELÉTRICA E HIDRAULICA LTDA ELETROTRAFO Itapuã Eletro Comercial TARTARI ENGENHARIA E TECNOLOGIA 2A Materiais Eletricos Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW DIMENSIONAL ELETRONOR MATERIAIS ELÉTRICOS ELOS EVEREST ELETRICIDADE Irmãos Abage Proauto Reymaster GRUPO POLICOM EUROCABOS TRENTO COMERCIAL ELÉTRICA E HIDRAULICA LTDA SANTA RITA SANTA RITA SANTA RITA Proauto CARMEHIL LINSELETRICA LTDA SV ELÉTRICA Eletro Transol NORTEL A CABINE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA COMERCIAL ELETRICA DW D´LIGHT FORTLIGHT

Revendedora (varejista)

A empresa é Principal segmento de atuação

Distribuidora (atacadista)

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

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Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

Certificado ISO 14001

Certificado ISO 9001

Loja Virtual

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Rede de Relacionamento

Balcão

Indicação/especialização de mercado

Vendedores externos

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Quadros & Painéis

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Administração de contratos

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Telemarketing

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Principais produtos que comercializa Material elétrico de Baixa Tensão

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Possui loja(s) in-company

UF SP SP SC PE RE MG SC SC SC SC MG SP SP SP BA BA SP SP SP BA RJ RJ AM PR

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Possui filiais

Cidade Guarulhos Interior de SP Itapema Jaboatão dos Guararapes Jaboatão dos Guararapes João Pinheiro Joinville Joinville Joinville Joinville Juiz de For a Jundiaí Jundiaí Jundiaí Lauro de Freitas Lauro de Freitas Leme Limeira Limeira Luis Eduardo Magalhães Macaé Macaé Manaus Mandaguari

Residencial

Site www.mediatensao.com.br www.proautomacao.com.br www.rossimateriaiseletricos.com.br www.oniXcd.com.br www.eletricapj.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.nortel.com.br www.santarita.com.br www.reimatel.com.br www.cetti.com.br www.comesp.com.br www.bravema.com.br www.centelhario.com.br www.nortel.com.br www.darozeletricidade.com.br www.dimensional.com.br www.peu.com.br www.2a.com.br www.centelhario.com.br www.polarb2b.com www.baeletrica.com.br www.oniXcd.com.br

Comercial

Telefone (11) 2384-0155 (15) 99132-1374 (47) 3368-2929 (44) 3233-8500 (81) 3479-7100 (38) 3561-4522 (47) 3419-7000 (47) 3177-2000 (47) 3801-7700 (47) 3431-2800 (32) 3215-6292 (11) 4527-4500 (11) 3379-5500 (11) 95405-4500 (71) 3186-3666 (71) 3616-7700 (19) 3573-6900 (19) 3446-7400 (19) 3404-3660 (77) 3628-8777 (22) 2105-9000 (22) 2105-7755 (92) 2125-8000 (44) 3233-8588

Industrial

Média Tensão Proauto ROSSI MATERIAIS ELETRICOS E ILUMINAÇÃO OniX Distribuidora De Prod. Elét. Ltda. Eletrica PJ ALBERNAZ Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW NORTEL SANTA RITA REI MATERIAIS ELETRICO LTDA CETTI Comesp Comercial Elétrica Ltda BRAVEMA Centelha NORTEL DA ROZ DIMENSIONAL PEU ELETRICIDADE 2A Materiais Eletricos Centelha Polar Materiais Elétricos BA Elétrica OniX Distribuidora De Prod. Elét. Ltda.

Revendedora (varejista)

EMPRESA

Distribuidora (atacadista)

A empresa é Principal segmento de atuação

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Quadros & Painéis

Certificado ISO 14001

Material elétrico de Baixa Tensão

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Certificado ISO 9001

Loja Virtual

Rede de Relacionamento

Balcão

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Indicação/especialização de mercado

Vendedores externos

Telemarketing

Administração de contratos

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Principais produtos que comercializa

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

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Possui loja(s) in-company

UF PR PR SP X RJ RS MG x SC X PA X SP X MG X RS RS X RS RS X RS RS X SC SP X PE PE X PE X SP X SP X RJ RJ X RJ X RJ X RJ X RJ X RJ RS X BA BA X SP X SP SP X SP X SC X SP X SP X SP SP x SP SP SP X SP SP X SP SP X SP X SP X SP X SP X SP X SP X SP X SP X SP X SP X SP X

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Possui filiais

Cidade Maringá Maringá Mogi Guaçu Nova Iguaçu Nova Padua Ouro Branco Outras regiões Palhoça Parauapebas Piracicaba Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Belo Porto Ferreira Recife Recife Recife Ribeirão Preto Ribeirão Preto Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio do Sul Salvador Salvador Santos Santos São Bernardo do Campo São Caetano do Sul São José São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo

Residencial

Site www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.nortel.com.br www.eletroforconecta.com.br www.trentocomercial.com.br diskmat@uol.com.br www.apscomponentes.com.br www.santarita.com.br www.dimexbr.com www.peu.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimensional.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.plenobras.com.br www.proautomacao.com.br www.realcenter.com.br www.santarita.com.br www.womatel.com.br www.mutter.com.br www.centelhario.com.br www.dimexbr.com www.nortel.com.br www.eletrotransol.com.br www.nortel.com.br www.centelhario.com.br www.coloniallustres.com www.eletricapj.com.br www.grupopolicom.com.br www.polarb2b.com www.suldistribuidora.com.br www.eletromil.com.br www.ccaeletronica.com.br www,costabahiaent.com.br www.everestnet.com.br www.andra.com.br www.galassosantos.com.br www.berteleletrica.com.br www.nortel.com.br www.santarita.com.br www.sensorestenet.com.br www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoXeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.aricanduva.com www.neblina.com.br www.eletricapj.com.br www.eletroferro.com.br www.embramataltatensao.com.br www.fecva.com.br www.grupopolicom.com.br www.salfatis.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.histeccomercial.com.br www.megabras.com.br

Comercial

Telefone (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (19) 3569-3757 (21) 2667-1443 (51) 3292-3700 (31) 3742-2503 (11) 5645-0800 (48) 3342-8100 (94) 3356-1278 (19) 3437-3030 (35) 3714-2660 (51) 3271-1404 (51) 3062-1004 (51) 2101-6800 (15) 9.8119-8832 (51) 3363-4700 (51) 3337-6400 (47) 3369-6393 (19) 3589-1220 (81) 3087-3450 (81) 2123-2300 (81) 2137-7700 (16) 2102-5444 (16) 2102-7700 (21) 3976-9330 (21) 3860-2688 (21) 3534-8600 (21) 3888-3727 (21) 3570-4944 (21) 3866-0055 (21) 3865-2000 (47) 3521-2986 (71) 3312-0222 (71) 3311-4500 (13) 3040-7000 (13) 3326-2568 (11) 2198-0825 (11) 4428-7300 (48) 3241-9100 (11) 2095-4500 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3229-4044 (11) 21377500 (11) 2902-1095 (11) 3643-6953 (11) 2723-8233 (11) 3619-1600 (11) 3649-9800 (11) 3674-0663 (11) 2098-0371 (11) 2915-7744 (11) 2065-0800 (11) 3312-8544 (11) 3358-8000 (11) 2249-9604 (11) 3018-0500 (11) 3254-8111

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

EletroPainel EletroPainel NORTEL ELETROFOR CONECTA TRENTO COM. ELÉTRICA E HIDRAULICA LTDA Diskmatel APS SANTA RITA DIMEX PEU ELETRICIDADE SULMINAS FIOS E CABOS LTDA DIMENSIONAL Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Plenobras Proauto Realcenter Materiais Elétricos SANTA RITA Womatel Material Eletrico MUTTER DISTRIBUIDORA Centelha DIMEX NORTEL Eletro Transol NORTEL Centelha COLONIAL LUSTRES Eletrica PJ GRUPO POLICOM Polar Materiais Elétricos Sul Distribuidora ELETROMIL CCA SIBRATEC COSTABAHIA EVEREST ELETRICIDADE Andra Materiais Elétricos GALASSO MATERIAIS ELÉTRICOS E TINTAS Bertel NORTEL SANTA RITA TENET DO BRASIL Alpha Marktec Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos APS CASA FERREIRA Comercial Dimel Ltda Comercial Gonçalves Comesp Comercial Elétrica Ltda CrossfoX Elétrica DIMENSIONAL Elétrica Aricanduva Eletrica Neblina Eletrica PJ Eletroferro EMBRAMAT Fecva GRUPO POLICOM IRMÃOS SALFATIS JMC Comercial Elétrica LTDA Kienzle Controls Histec Comercial Megabras

Industrial

EMPRESA

Revendedora (varejista)

A empresa é Principal segmento de atuação

Distribuidora (atacadista)

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Quadros & Painéis

Material elétrico de Baixa Tensão

Certificado ISO 14001

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Certificado ISO 9001

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Loja Virtual

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Rede de Relacionamento

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Balcão

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Indicação/especialização de mercado

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Vendedores externos

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Administração de contratos

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

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Principais produtos que comercializa

Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

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Telemarketing

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Possui loja(s) in-company

UF SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP ES ES ES ES SP SP SC MG MG MG ES ES

Possui filiais

Cidade São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Serra Serra Sorocaba Terra Preta Tijucas Uberaba Uberlândia Uberlândia Vitoria Vitoria

Comercial

Site www.nofercoeX.com.br www.nortel.com.br www.omicronservice.com.br www.pandaeletrica.com.br www.polarb2b.com www.safebysafe.com.br www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br www.supereletrica.com.br www.dimexbr.com www.everestnet.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.dimexbr.com www.nortel.com.br www.proautomacao.com.br www.lugo.com.br www.santarita.com.br www.eletricacidade.com.br www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.eletricapj.com.br www.eletromil.com.br

Industrial

Telefone (11) 3473-3913 (11) 3728-3000 (11) 5061-8566 (11) 5525-3320 (11) 3181-8545 (11) 2609-0600 (11) 2165-8244 (11) 5641-7288 (11) 3931-0522 (11) 5018-1030 (11) 2902-4700 (27) 3064-8100 (27) 2123-5700 (27) 3421-1000 (27) 2125-7700 (15) 3031-7400 (11) 4486-8400 (48) 3263-0352 (34) 99817-6006 (34) 4009-3800 (34) 3256-4944 (27) 2104-0812 (27) 3357-1000

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Residencial

Noferco NORTEL OMICRON SERVICE PANDA Polar Materiais Elétricos SAFE BY SAFE EQUIP. SEGURANÇAS Sonepar Brasil Sul Distribuidora SUPERELETRICA DIMEX EVEREST ELETRICIDADE Alpha Marktec Materiais Elétricos Centelha DIMEX NORTEL Proauto LUGO SANTA RITA ELÉTRICA CIDADE LTDA COMERCIAL ELETRICA DW ELÉTRICA CIDADE LTDA Eletrica PJ ELETROMIL

Revendedora (varejista)

EMPRESA

Distribuidora (atacadista)

A empresa é Principal segmento de atuação

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Outros

Consumidor final

Empresas públicas

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Empresas de manutenção

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Empresas de engenharia

Indústria em geral

Concessionárias de energia elétrica

Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Importações diretas de produtos

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Instaladoras

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Principais clientes

Construtoras

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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

SC SP PA MG MG MG MG MG MG MG RS SC SC SC SC SP SP SP SP SP SP SP RS RS RS RS PR RS RS RS RS PR SP MT PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR SP RS SC SC SC SC CE CE CE GO GO SP SP SP SP SP

Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF

Ferramentas

Cidade Balneario Camburiu Bauru Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte belo horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Bento Gonçalves Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Campinas Campinas Campinas Campinas Campinas Campinas Campinas Campo Bom Canoas Canoas Canoas Cascavel Caxias do Sul Caxias do Sul Caxias do Sul Caxias do Sul Cornélio Procópio Cravinhos Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Diadema Flores da Cunha Florianópolis Florianópolis Florianópolis Floripa Fortaleza Fortaleza Fortaleza Goiânia Goiânia Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos

Automação industrial

Site www.rossimateriaiseletricos.com.br www.eletropainel.com.br www.eletrotransol.com.br www.alphamarktec.com.br www.ceibe.com.br www.dimexbr.com www.eXponencialmg.com.br www.lojaeletrica.com.br www.nortel.com.br www.othondecarvalho.com.br www.realcenter.com.br www.eletricadw.com.br www.provolt.com.br www.sobretensao.com.br www.womatel.com.br www.dimensional.com.br www.everestnet.com.br www.nortel.com.br www.nortel.com.br www.nortel.com.br www.peu.com.br www.proautomacao.com.br zinieletro@yahoo.com.br www.eletricadw.com.br www.eletronor.com.br www.nortel.com.br www.eletricadz.com.br www.eletronor.com.br www.magnani.com.br www.realcenter.com.br www.trentocomercial.com.br www.eletrotrafo.com.br www.itapuaeletro.com.br www.eletrotartari.com.br www.2a.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.eletronor.com.br www.elos.com.br www.everestnet.com.br www.irmaosabage.com.br www.proautomacao.com.br www.reymaster.com.br www.grupopolicom.com.br www.eurocabos.com.br www.trentocomercial.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.proautomacao.com.br www.carmehil.com.br www.iseletrica.com.br www.sveletrica.com www.eletrotransol.com.br www.nortel.com.br www.acabine.com.br www.eletricadw.com.br www.dlight.com.br www.fortlight.com.br www.mediatensao.com.br

Automação comercial

Telefone (47) 3367-2788 (44) 9991-1360 (91) 3204-7711 (31) 3477-7004 (31) 3292-9522 (31) 3448-0300 (31) 3317-5150 (31) 3218-8000 (31) 3555-8577 (31) 2103-3000 (54) 3449-5000 (47) 3321-7500 (47) 3036-9666 (47)3338-4484 (47) 3322-4357 (19) 3322-0000 (19) 3772-4500 (19) 2115-7700 (19) 3234-3616 (19) 3721-7700 (19) 3709-2171 (19) 98809-9133 (51) 3597-3997 (51) 3326-4000 (51) 3314-8000 (51) 3052-2500 (45) 3220-9498 (54) 3220-3800 (54) 4009-5255 (54) 3534-4400 (51) 3292-3700 (43) 3520-5000 (16) 3951-2195 (65) 3637-8000 (41) 3019-5050 (41) 3778-7000 (41) 3316-5000 (41) 2104-8203 (41) 3217-1900 (41) 3383-9290 (41) 3071-7100 (41) 3371-5707 (15) 99132-1374 (41) 3021-5049 (41) 3371-1430 (11) 4092-9292 (51) 3292-3700 (48) 3225-1600 (48) 3271-5000 (48) 3343-4000 (15) 9.8829-1223 (85) 4008-6666 (85) 3535-7177 (85) 3214-7931 (62) 3531-2200 (62) 4013-7770 (11) 2842-5252 (11) 3393-2500 (11) 2937-4650 (11) 2087-6000 (11) 2384-0155

Automação residencial

Empresa ROSSI MATERIAIS ELETRICOS E ILUMINAÇÃO EletroPainel Eletro Transol Alpha Marktec Materiais Elétricos Ceibe Automação DIMEX EXponencial Loja Elétrica NORTEL OTHON DE CARVALHO Realcenter Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW PROVOLT SOBRETENSAO Womatel Material Eletrico DIMENSIONAL EVEREST ELETRICIDADE NORTEL NORTEL NORTEL PEU ELETRICIDADE Proauto Zini materiais eletricos COMERCIAL ELETRICA DW ELETRONOR MATERIAIS ELÉTRICOS NORTEL DZ MATERIAIS ELETRICOS ELETRONOR MATERIAIS ELÉTRICOS Magnani Materiais Eletricos Realcenter Materiais Elétricos TRENTO COMERCIAL ELÉTRICA E HIDRAULICA LTDA ELETROTRAFO Itapuã Eletro Comercial TARTARI ENGENHARIA E TECNOLOGIA 2A Materiais Eletricos Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW DIMENSIONAL ELETRONOR MATERIAIS ELÉTRICOS ELOS EVEREST ELETRICIDADE Irmãos Abage Proauto Reymaster GRUPO POLICOM EUROCABOS TRENTO COMERCIAL ELÉTRICA E HIDRAULICA LTDA SANTA RITA SANTA RITA SANTA RITA Proauto CARMEHIL LINSELETRICA LTDA SV ELÉTRICA Eletro Transol NORTEL A CABINE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA COMERCIAL ELETRICA DW D´LIGHT FORTLIGHT Média Tensão

Treinamento técnico para os clientes

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Principais produtos que comercializa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

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O Setor Elétrico / Outubro de 2017

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Outros

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Consumidor final

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Empresas públicas

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Instaladoras

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Construtoras

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Indústria em geral

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Concessionárias de energia elétrica

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Treinamento técnico para os clientes

Importações diretas de produtos

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Empresas de manutenção

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Empresas de engenharia

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Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

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Principais clientes

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

SP SC PE RE MG SC SC SC SC MG SP SP SP BA BA SP SP SP BA RJ RJ AM PR

Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF

Interior de SP Itapema Jaboatão dos Guararapes Jaboatão dos Guararapes João Pinheiro Joinville Joinville Joinville Joinville Juiz de For a Jundiaí Jundiaí Jundiaí Lauro de Freitas Lauro de Freitas Leme Limeira Limeira Luis Eduardo Magalhães Macaé Macaé Manaus Mandaguari

Ferramentas

Cidade

www.proautomacao.com.br www.rossimateriaiseletricos.com.br www.oniXcd.com.br www.eletricapj.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.nortel.com.br www.santarita.com.br www.reimatel.com.br www.cetti.com.br www.comesp.com.br www.bravema.com.br www.centelhario.com.br www.nortel.com.br www.darozeletricidade.com.br www.dimensional.com.br www.peu.com.br www.2a.com.br www.centelhario.com.br www.polarb2b.com www.baeletrica.com.br www.oniXcd.com.br

Automação industrial

Site

(15) 99132-1374 (47) 3368-2929 (44) 3233-8500 (81) 3479-7100 (38) 3561-4522 (47) 3419-7000 (47) 3177-2000 (47) 3801-7700 (47) 3431-2800 (32) 3215-6292 (11) 4527-4500 (11) 3379-5500 (11) 95405-4500 (71) 3186-3666 (71) 3616-7700 (19) 3573-6900 (19) 3446-7400 (19) 3404-3660 (77) 3628-8777 (22) 2105-9000 (22) 2105-7755 (92) 2125-8000 (44) 3233-8588

Automação comercial

Telefone

Proauto ROSSI MATERIAIS ELETRICOS E ILUMINAÇÃO OniX Distribuidora De Prod. Elét. Ltda. Eletrica PJ ALBERNAZ Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW NORTEL SANTA RITA REI MATERIAIS ELETRICO LTDA CETTI Comesp Comercial Elétrica Ltda BRAVEMA Centelha NORTEL DA ROZ DIMENSIONAL PEU ELETRICIDADE 2A Materiais Eletricos Centelha Polar Materiais Elétricos BA Elétrica OniX Distribuidora De Prod. Elét. Ltda.

Automação residencial

Empresa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

Principais produtos que comercializa

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Outros

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Consumidor final

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Empresas públicas

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Empresas de manutenção

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Empresas de engenharia

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Instaladoras

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Construtoras

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Indústria em geral

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Concessionárias de energia elétrica

X X X X X

Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Importações diretas de produtos

X

Treinamento técnico para os clientes

SC PA SP MG RS RS RS RS RS RS SC SP PE PE PE SP SP RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ RS BA BA SP SP SP SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP

X

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Principais clientes

Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

PR PR SP RJ RS MG

Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF

Ferramentas

Cidade Maringá Maringá Mogi Guaçu Nova Iguaçu Nova Padua Ouro Branco Outras regiões Palhoça Parauapebas Piracicaba Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Belo Porto Ferreira Recife Recife Recife Ribeirão Preto Ribeirão Preto Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio do Sul Salvador Salvador Santos Santos São Bernardo do Campo São Caetano do Sul São José São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo

Automação industrial

Site www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.nortel.com.br www.eletroforconecta.com.br www.trentocomercial.com.br diskmat@uol.com.br www.apscomponentes.com.br www.santarita.com.br www.dimexbr.com www.peu.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimensional.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.plenobras.com.br www.proautomacao.com.br www.realcenter.com.br www.santarita.com.br www.womatel.com.br www.mutter.com.br www.centelhario.com.br www.dimexbr.com www.nortel.com.br www.eletrotransol.com.br www.nortel.com.br www.centelhario.com.br www.coloniallustres.com www.eletricapj.com.br www.grupopolicom.com.br www.polarb2b.com www.suldistribuidora.com.br www.eletromil.com.br www.ccaeletronica.com.br www,costabahiaent.com.br www.everestnet.com.br www.andra.com.br www.galassosantos.com.br www.berteleletrica.com.br www.nortel.com.br www.santarita.com.br www.sensorestenet.com.br www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoXeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.aricanduva.com www.neblina.com.br www.eletricapj.com.br www.eletroferro.com.br www.embramataltatensao.com.br www.fecva.com.br www.grupopolicom.com.br www.salfatis.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.histeccomercial.com.br www.megabras.com.br

Automação comercial

Telefone (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (19) 3569-3757 (21) 2667-1443 (51) 3292-3700 (31) 3742-2503 (11) 5645-0800 (48) 3342-8100 (94) 3356-1278 (19) 3437-3030 (35) 3714-2660 (51) 3271-1404 (51) 3062-1004 (51) 2101-6800 (15) 9.8119-8832 (51) 3363-4700 (51) 3337-6400 (47) 3369-6393 (19) 3589-1220 (81) 3087-3450 (81) 2123-2300 (81) 2137-7700 (16) 2102-5444 (16) 2102-7700 (21) 3976-9330 (21) 3860-2688 (21) 3534-8600 (21) 3888-3727 (21) 3570-4944 (21) 3866-0055 (21) 3865-2000 (47) 3521-2986 (71) 3312-0222 (71) 3311-4500 (13) 3040-7000 (13) 3326-2568 (11) 2198-0825 (11) 4428-7300 (48) 3241-9100 (11) 2095-4500 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3229-4044 (11) 21377500 (11) 2902-1095 (11) 3643-6953 (11) 2723-8233 (11) 3619-1600 (11) 3649-9800 (11) 3674-0663 (11) 2098-0371 (11) 2915-7744 (11) 2065-0800 (11) 3312-8544 (11) 3358-8000 (11) 2249-9604 (11) 3018-0500 (11) 3254-8111

Automação residencial

Empresa EletroPainel EletroPainel NORTEL ELETROFOR CONECTA TRENTO COM. ELÉTRICA E HIDRAULICA LTDA Diskmatel APS SANTA RITA DIMEX PEU ELETRICIDADE SULMINAS FIOS E CABOS LTDA DIMENSIONAL Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Plenobras Proauto Realcenter Materiais Elétricos SANTA RITA Womatel Material Eletrico MUTTER DISTRIBUIDORA Centelha DIMEX NORTEL Eletro Transol NORTEL Centelha COLONIAL LUSTRES Eletrica PJ GRUPO POLICOM Polar Materiais Elétricos Sul Distribuidora ELETROMIL CCA SIBRATEC COSTABAHIA EVEREST ELETRICIDADE Andra Materiais Elétricos GALASSO MATERIAIS ELÉTRICOS E TINTAS Bertel NORTEL SANTA RITA TENET DO BRASIL Alpha Marktec Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos APS CASA FERREIRA Comercial Dimel Ltda Comercial Gonçalves Comesp Comercial Elétrica Ltda CrossfoX Elétrica DIMENSIONAL Elétrica Aricanduva Eletrica Neblina Eletrica PJ Eletroferro EMBRAMAT Fecva GRUPO POLICOM IRMÃOS SALFATIS JMC Comercial Elétrica LTDA Kienzle Controls Histec Comercial Megabras

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Principais produtos que comercializa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

82

X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X x x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x x x X X X X X X X X X X X

X X X X

X X

X

X x

X


83

X X X X X

X X

X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X

X X X X X x

X X X X X x

X X X X X x

X X X X

X X X X X X

X X X X X X X X X

X X X

X X X X X X X X X X

X

X X X X X X X X

X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x

X X

X

X

X

X

X X X

X

X X

X X X X X

X X X

X X

X

X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x x x

X X X X X X X X X X x

Outros

X X X X

Consumidor final

X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Empresas públicas

X X X X

Empresas de manutenção

X X X X

Empresas de engenharia

Indústria em geral

Concessionárias de energia elétrica

Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Importações diretas de produtos

X X X

X X X

X

Instaladoras

X X

X X X X X X X X X X X

Principais clientes

Construtoras

X X X

Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP ES ES ES ES SP SP SC MG MG MG ES ES

Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF

São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Serra Serra Sorocaba Terra Preta Tijucas Uberaba Uberlândia Uberlândia Vitoria Vitoria

Ferramentas

Cidade

www.nofercoeX.com.br www.nortel.com.br www.omicronservice.com.br www.pandaeletrica.com.br www.polarb2b.com www.safebysafe.com.br www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br www.supereletrica.com.br www.dimexbr.com www.everestnet.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.dimexbr.com www.nortel.com.br www.proautomacao.com.br www.lugo.com.br www.santarita.com.br www.eletricacidade.com.br www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.eletricapj.com.br www.eletromil.com.br

Automação industrial

Site

(11) 3473-3913 (11) 3728-3000 (11) 5061-8566 (11) 5525-3320 (11) 3181-8545 (11) 2609-0600 (11) 2165-8244 (11) 5641-7288 (11) 3931-0522 (11) 5018-1030 (11) 2902-4700 (27) 3064-8100 (27) 2123-5700 (27) 3421-1000 (27) 2125-7700 (15) 3031-7400 (11) 4486-8400 (48) 3263-0352 (34) 99817-6006 (34) 4009-3800 (34) 3256-4944 (27) 2104-0812 (27) 3357-1000

Automação comercial

Telefone

Noferco NORTEL OMICRON SERVICE PANDA Polar Materiais Elétricos SAFE BY SAFE EQUIP. SEGURANÇAS Sonepar Brasil Sul Distribuidora SUPERELETRICA DIMEX EVEREST ELETRICIDADE Alpha Marktec Materiais Elétricos Centelha DIMEX NORTEL Proauto LUGO SANTA RITA ELÉTRICA CIDADE LTDA COMERCIAL ELETRICA DW ELÉTRICA CIDADE LTDA Eletrica PJ ELETROMIL

Automação residencial

Empresa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

Principais produtos que comercializa

Treinamento técnico para os clientes

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x x x


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Por Sergio Roberto Santos*

Interfaces isolantes

Para proteger as instalações elétricas

fornecedores destas interfaces.

e seus equipamentos eletroeletrônicos, a

As interfaces isolantes interrompem

norma ABNT NBR 5419:2015 - Proteção

a condução galvânica em parte de um

contra Descargas Atmosféricas apresenta

circuito elétrico, impedindo a passagem

as Medidas de Proteção contra Surtos

da corrente conduzida. A energia ou

(MPS). Uma destas medidas é a utilização

sinal sendo transmitido é restabelecido

de

posteriormente na saída da interface

interfaces

isolantes,

que

serão

apresentadas neste artigo.

isolante, eliminando um surto de corrente,

Interfaces isolantes são dispositivos

atuando como MPS, ou outras formas de

capazes

eliminam

interferência eletromagnética. Por isso, ao

conduzidos

contrário dos DPSs, as interfaces isolantes

de

reduzir,

completamente,

os

não

surtos

que

são utilizadas em outras aplicações para a

passam de uma Zona de Proteção contra

compatibilidade eletromagnéticas além da

Raios (ZPR) ¹ para outra. Por minimizar os

proteção contra surtos.

efeitos dos surtos nas linhas que entram em

Interfaces

uma ZPR, as interfaces isolantes podem ser

ser

utilizadas como uma medida complementar

optoacopladores (Figura 1) ou, em sentido

ou substituta à instalação dos Dispositivos

mais amplo, uma rede de fibras óticas,

de Proteção contra Surtos (DPS).

sendo mais empregadas como filtros para

evitar

através

de

condutores

elétricos

Embora as interfaces isolantes possam

isolantes

transformadores

interferências

de

podem isolação,

eletromagnéticas

ser empregadas na redução dos efeitos

em circuitos de medição, automação ou

do LEMP (Pulso eletromagnético devido

segurança. Por este motivo, as interfaces

às descargas atmosféricas), elas próprias,

isolantes não são dispositivos aos quais

muitas vezes, necessitam da proteção

muitos engenheiros eletricistas estejam

de um DPS instalado antes delas, já que

familiarizados, subavaliando a sua eficiência

possuem, como qualquer equipamento

como MPSs.

eletroeletrônico,

Ao implementar as MPSs em uma

uma

determinada

suportabilidade. A coordenação entre a

estrutura

suportabilidade das interfaces isolantes

desfavorável

com o nível de proteção (Up) dos DPSs é

aplicar interfaces isolantes para evitar

obtida por meio da aplicação da norma

interferências

internacional IEC 60664-1:2007, Insulation

causadas nos equipamentos e suas linhas

coordination for equipment within low-

de sinal por grandes laços condutores ou

voltage

principles,

a falta de uma interligação equipotencial

requirements and tests. De um ponto

de baixa impedância. Neste caso, mais

de vista mais prático, estas informações

frequente em instalações TN-C, pode-se

deverão

separar

systems,

ser

Part

1

disponibilizadas

pelos

existente, ao em

uma

projetista, frequência

adequadamente

situação pode-se industrial

instalações


85

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

As interfaces isolantes são uma das

medidas de proteção contra surtos, devendo por isso ser estudadas e consideradas por todos profissionais envolvidos na proteção contra descargas atmosféricas, que em algum

momento

deverão

projetá-las,

instalá-las ou inspecioná-las, dentro dos princípios apresentados na ABNT NBR Figura 1 – Diagrama de um optoacoplador.

5419:2015.

existentes de novas instalações através da

A nossa norma de proteção contra

Referências:

utilização de interfaces isolantes, como:

descargas atmosféricas recomenda, em

1 – Zonas de Proteção Contra Raios. Revista

relação às medidas apresentadas acima,

O Setor Elétrico, edição 114, junho de

1) Equipamentos isolados classe 2 (Como

que os instaladores não permitam a

2015. Disponível www.osetoreletrico.com.

aparelhos com dupla isolação, sem a

existência de conexões não intencionais

br/2016/2015/08/26/zonas-de-protecao-

presença de um condutor PE);

dos invólucros metálicos dos equipamentos

contra-raios

2) Transformador isolador;

com

3) Cabos de fibra ótica sem componentes

ou outras partes metálicas, quaisquer, da

*Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista

estruturais metálicos;

instalação, para que eles estejam de fato

e membro da comissão de estudos CE 03:64.10,

4) Optoacopladores.

isolados.

do CB-3 da ABNT.

terminais

de

equipotencialização


86

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

O que deve ser ensaiado em uma PDA?

Quando o assunto é descarga atmosférica, o valor referência a ser

constantemente perseguido nos ensaios deve sempre estar atrelado à integridade física dos componentes e, consequentemente, da instalação da Proteção contra Descargas Atmosféricas (PDA).

Sendo assim, a seção 7 da parte 3 e o item 9.3 da parte 4 tratam,

dentre outras, das premissas recomendadas para a correta inspeção em uma PDA. Dessa maneira, as recomendações ali presentes complementadas pelo anexo F da parte 3 visam determinar se não há descontinuidade elétrica no eletrodo de aterramento convencional, subitem 7.3.2 da parte 3, e nos condutores de equipotencialização da instalação, subitem 9.3.2.3 da parte 4.

Já o mencionado anexo F apresenta a forma de ensaio para validar

os pilares como condutores naturais de descida e os elementos da estrutura do concreto armado ou outros elementos metálicos (desde que estes estejam em conformidade com as exigências normativas) em prédios existentes. Neste anexo é descrita também uma verificação final que mostra a maneira de ensaiar continuidade elétrica desde o ponto extremo superior do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas(SPDA) até o seu eletrodo de aterramento. Mas e os 10 Ohm?

A ABNT NBR 5419:2015 adota outras medidas para contenção

das tensões superficiais (toque e passo), veja seção 8 da parte 3 e, portanto, não recomenda nenhum valor de resistência ôhmica relacionado ao eletrodo de aterramento.

Sendo assim, pode-se afirmar que os ensaios normalizados,

relacionados na ABNT NBR 5419:2015, estão resumidos na verificação da continuidade elétrica de elementos condutores em suas mais variadas nuances.



NR 10

88

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Voltando às raízes Na

edição

passada,

terceirização,

que

determinantes

da

foi

tratamos

um

dos

necessidade

da

fatores de

se

reescrever a NR 10. Já tratamos desse assunto mais de uma vez nesta coluna em 2015 e focamos no item 14.2: 10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos originados por outrem em suas instalações elétricas e oferecer, de imediato, quando cabível, denúncia aos órgãos competentes.

Sempre que forem verificadas situações

perigosas nas instalações elétricas, quer pelo seu uso inadequado, pela aproximação indevida, construções vizinhas ou qualquer outra ação de terceiros, as empresas responsáveis devem adotar as medidas de controle imediato e oferecer denúncia aos órgãos públicos que tenham competência para intervir a favor da segurança com a eliminação da situação perigosa e demais providências necessárias. Ocorre,

no

entanto,

que

empresas

concessionárias na área de distribuição, que reclamam constantemente das “perdas não comerciais”, acabam proporcionando perda e risco.

Naturalmente, alguém paga as “perdas”,

já que nenhuma empresa poderia sobreviver com uma sangria de 20% ou 30% de seu

facilita os “gatos” e expõe a risco moradores

(postes), o que, aliás, é feito ao total arrepio

faturamento.

de prédios vizinhos das instalações e os

das regras estabelecidas pela Aneel.

Mas o que realmente impressiona é que

trabalhadores não apenas da área elétrica,

a desordem da distribuição elétrica, além

mas também de telefonia, TV a cabo e

de mosaico de fotos de instalações elétricas

de ser a principal responsável pelas perdas,

qualquer um que compartilhe as estruturas

que dispensam legenda.

Confira, na página ao lado, uma espécie


O Setor ElĂŠtrico / Outubro de 2017

89


90

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Os desafios técnicos da geração distribuída

Em

uma

utilizada

pelo

adaptação Instituto

da

de consumo, a associação das fontes

Devido a sua extensão o modelo sofre

de

renováveis (solar, eólica, biomassa) a

críticas quanto às consideráveis perdas

definição

Nacional

Geração

um conjunto de baterias produziria um

e exposição a riscos físicos e redução

Distribuída (GD) seria uma “expressão

sistema de energia autônomo sem a

da confiabilidade, contudo, do ponto de

utilizada para designar a geração de

necessidade de distribuidora de energia

vista dos grandes consumidores que

energia elétrica realizada junto ou próxima

local que se apresenta como uma solução

possuem, por exemplo, grupos geradores

do(s) consumidor (es) independentemente

de fonte “tempo real” para as cargas. As

para operação em contingência e de forma

da potência, tecnologia e fonte de energia

vedetes da GD, geração eólica e solar,

isolada, percebe-se a redução da qualidade

e com independência, mesmo que em parte

são as oportunidades no campo das

de energia quando estes equipamentos

do tempo, da companhia distribuidora

fontes sustentáveis. A biomassa é outra

abastecem as cargas. De uma forma

local.

Eficiência

Energética

(Inee),

As resoluções Aneel 482 e 687

fonte com características semelhantes

geral, os geradores de contingência local

trataram de organizar e normalizar as

neste aspecto. As pequenas centrais

possuem impedâncias maiores da ordem

condições

de

hidrelétricas (PCHs) a fio d´água apesar

de três vezes às dos transformadores

sistemas de GD dos consumidores aos

de gerarem energia com fonte renovável

(em valores pu) e este resultados são

das distribuidoras locais preparando os

são questionadas pelo uso da água e

observados na regulação de tensão mais

aspectos técnicos e de segurança, a

dependência da mesma, além de baixo

pobre na mesma proporção quando a

relação financeira, a compensação de

fator de capacidade.

carga é alimentada pelos geradores que

energias, o financiamento da infraestrutura

substituem a rede da distribuidora por

e outras questões e responsabilidades em

reflexão:

técnicas

de

conexão

Vejamos, porém, alguns aspectos para

alguma razão. A regulação de tensão é definida diretamente pela potência de

sistemas conectados aos da distribuidora local.

A questão a ser aqui tratada considera

1 - Aspectos de atendimento da carga e regulação de tensão

curto-circuito nos barramentos. Geradores com motores a gás natural possuem ainda uma resposta mais pobre que os clássicos

a discussão desta operação da GD

que

usam

diesel

como

combustível,

com independência parcial ou total da

A

distribuidora local, ou como o mercado

utilizando

tem tratado a operação denominada

termelétricas associadas a sistemas de

da energia.

“ilhada” ou “isolada”, quando não existe

transmissão e distribuição impõe ao nosso

Imaginando-se

a conexão. O tema é cada vez mais

sistema elétrico interligado capacidade

com fonte fotovoltaica associada a um

discutido e a entrada no mercado de

de atendimento aos consumidores com

sistema de “storage” com baterias, a

sistemas de storage merece efetivamente

qualidade de energia adequada e que

tarefa da manutenção da qualidade da

atenção

devem atender a padrões de normalização.

energia na alimentação das cargas em

especial.

Como

um

sonho

geração

clássica

grandes

de

energia

hidrelétricas

e

contribuindo para a redução da qualidade um

sistema

isolado


91

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

tensão alternada terá forte dependência

geração com baixa carga, ou flutuações

reduzem o tamanho da fonte PV e

do comportamento dos inversores. Estes

de tensão em instantes de sombra ou

naturalmente os investimentos associados.

por sua vez possuem limitação em atender

ainda a ocorrência de supra harmônicas

O

a partida de motores e outras cargas

características do sistema de controle

relacionado a compatibilidade da fonte

“nervosas” como elevadores e cargas

(frequência dos pulsos) do inversor / IGBT.

(regulação de tensão, que até então

industriais. A interação entre os inversores

desafio

a

ser

vencido

está

tem sido dependente da potência de

da geração e os outros inversores de

5 - Investimentos

curto) às cargas. Cargas que demandem

acionamento da carga responderá pela boa

Antes de se definir por investimentos

confiabilidade operacional ou que possuam

operação do sistema além de rendimento e

em geração PV ou outra, recomenda-se

ciclos de operação variáveis devem ser

outras variáveis operacionais.

avaliar potenciais de Eficiência energética,

conectadas a fontes compatíveis. Todo

uma vez que ações de eficiência energética

cuidado é pouco e necessário.

2 - Aspectos de confiabilidade e disponibilidade

Sistemas de suprimento de energia

pelas

distribuidoras

em

consumidores

industriais e comerciais como conhecemos possuem aspectos de disponibilidade que dependem da topologia destas redes de distribuição e interligação ao sistema de transmissão. Devido a esta topologia e investimentos em sistemas de manobra e proteção, os indicadores de confiabilidade têm aumentado. A energia de alimentação destas cargas é um “mix” disponibilizado pelo planejamento de operação do Sistema interligado nacional (SIN) em cuidadosa operação.

3 - Aspectos de disponibilidade das fontes da GD

Ao contrário da disponibilidade de gás

natural, biomassa, ou óleo, as fontes de GD, como o sol, vento e mesmo biomassa, dependem de fatores naturais e outros. Mesmo que se preveja o uso de baterias, a fonte pode não estar sempre presente comprometendo

toda

a

operação.

O

perfil de carga e “de fonte” é outro ponto importante. No instante em que a carga for acionada deve haver fonte para supri-la.

4 - Cuidados com operação da GD em paralelo com a rede

Mesmo nos casos da GD operando

em paralelo com a rede da distribuidora em geração conectada, que se apresenta como a melhor solução técnica são verificadas sobre tensões em situações de


92

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Novos requisitos para proteção de ambientes pressurizados “Ex” localizados em áreas classificadas

Quando

do

de

de frequência e equipamentos para o

permanecer

instalações em atmosferas explosivas,

sistema digital de automação, tais como

possuir um tipo de proteção “Ex” e um

as subestações elétricas e as casas

Switches óticos, GPS e servidores.

EPL adequado, de forma a proporcionar

de

controle

projeto

locais

são

básico

planejadas

energizados

necessitam

Nas salas de controle são instalados,

segurança na eventual presença de

para serem instaladas, sempre que

dentre outros equipamentos e sistemas,

uma atmosfera explosiva no interior do

possível, fora das extensões das áreas

os sistemas de telecomunicações e

ambiente pressurizado ou ventilado.

classificadas.

faz

o SSC (Sistema de Supervisão de

Os

com que os equipamentos elétricos,

Controle), incluindo painéis de SDCD

requerem atender a uma série de

de automação e de telecomunicações

e de PLC. Todos estes equipamentos

requisitos, indicados na norma técnica

a serem instalados no seu interior

não são adequados para instalação

brasileira adotada ABNT NBR IEC

possam ser equipamentos industriais

em áreas classificadas e, por este

60079-13 – Atmosferas explosivas -

“comuns” ou seja, sem a necessidade

motivo, nestes casos, necessitam ser

Parte 13: Proteção de equipamentos

de possuírem tipos de proteção “Ex”.

instalados em ambientes protegidos por

por ambiente pressurizado “p”. Podem

pressurização, livres da presença de

ser citados como exemplos destes

atmosferas explosivas.

requisitos a necessidade de o sistema

de

Esta

boa

prática

No entanto, em diversas ocasiões,

esta

boa

utilizada,

prática por

econômicas,

não

questões como,

pode técnicas

e

Nestes casos, as salas de painéis e

pressurização

de

pressurização

possuir

máquinas

exemplo,

salas de controle são instaladas dentro

redundantes (ventiladores em stand-by),

pela indisponibilidade de áreas não

de áreas classificadas. De forma a

instalação de sensores de pressão

classificadas ou pela existência de

manter estes ambientes devidamente

diferencial entre o ambiente interno e

grandes distâncias entre a área não

seguros,

de

o externo, instalação de detectores de

classificada

atmosferas explosivas ao seu redor, são

gases inflamáveis no ponto de captação

contendo atmosferas explosiva.

instalados sistemas de pressurização

de ar externo.

Podem ser citados como exemplos

que fazem com que exista sempre um

São

destes casos os módulos de salas de

sobrepressão de ar interna, impedindo

dentre outros, os seguintes tópicos:

painéis elétricos e casas de controle

que a atmosfera explosiva existente no

rigidez

em FPSOS e subestações elétricas e

lado externo possa ingressar para o

pressurizado, portas de acesso de

casas de controle locais em refinarias

interior dos ambientes pressurizados.

pessoal, dutos de ventilação, ciclos de

de petróleo e em plantas petroquímicas.

Além disso, em caso de perda

purga, prevenção de ignição em caso

Nestas

de

os

de falha do sistema de pressurização,

painéis de distribuição e manobra de alta

equipamentos elétricos, eletrônicos e

fonte do ar limpo de pressurização,

e baixa tensão, bem como conversores

de telecomunicações que necessitem

antecâmaras, sistema de pressurização,

e

as

subestações

por

ser

sistemas

áreas

são

industriais

instalados

mesmo

na

sobrepressão

existência

interna,

especificados mecânica

nesta do

norma,

ambiente


93

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

dispositivos de segurança, detectores

proteção “px”, “py”, “pz” e “pv”;

a execução dos respectivos trabalhos

de gases, ensaios de purga e de

c) Definição das diferenças técnicas

de atualização, de forma a manter esta

sobrepressão,

entre os tipos de proteção “Ex” para

norma ABNT devidamente equivalente

mínima e marcação dos ambientes.

os sistemas de pressurização e de

e harmonizada com os requisitos da

Foi publicada em 22/05/2017 a

ventilação artificial;

respectiva norma internacional IEC.

Edição 2.0 da norma técnica internacional

d) Exclusão

IEC 60079-13 – Atmosferas explosivas

proteção dos ambientes por meio de

ambientes

– Parte 13: Proteção de equipamentos

gás inerte ou com gás inflamável do

emitidos

por ambiente pressurizado “p” e por

escopo desta norma;

dentro do sistema de certificação de

ambiente artificialmente ventilado “v”.

e) Inclusão de um Anexo (informativo)

equipamentos

Esta segunda edição desta norma,

para a apresentação de exemplos e

diversos organismos de certificação

elaborada pelos países participantes

de guias de aplicações onde os tipos

“Ex”

do TC 31 da IEC, incluindo o Brasil,

de proteção por pressurização ou por

Norma IEC 60079-13, cerca de 20

incorpora as seguintes modificações

ventilação artificial podem ser utilizados

certificados internacionais para este tipo

técnicas significativas em relação à

de forma independentes ou em conjunto.

de construção, incluindo contêineres

pressão

diferencial

da

possibilidade

de

edição anterior, publicada em 2010:

No

âmbito

da

certificação

pressurizados até

o

“p”,

presente

“Ex”

reconhecidos,

do com

de

foram

momento,

IECEx, base

por na

pressurizados, sistemas de purga e A

Comissão

de

Estudo

CE

pressurização e módulos pressurizados

a) Modificação no título da Norma, de

003.031.005 do Subcomitê SC 31 do

móveis para utilização offshore.

forma a incluir os ambientes artificialmente

Cobei, responsável pela elaboração e

Mais informações sobre a nova

ventilados

“v”,

adicionalmente

aos

atualização da respectiva norma técnica

edição da norma internacional IEC

ambientes pressurizados “p”;

brasileira adotada ABNT NBR IEC

60079-33 estão disponíveis em:

b) Incluídos os tipos de proteção “pb”,

60079-13 (inicialmente publicada em

https://webstore.iec.ch/

“pc” e “vc” e excluídos os tipos de

2007 e atualizada em 2012) já iniciou

publication/32164


94

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Por José Rubens Macedo Jr.*

Tutorial Variações de tensão de curta duração – Parte 2

Agregação de eventos de VTCD

• Agregação de fases pelo critério da união

os eventos registrados. Ao mesmo tempo, a

A quantificação dos índices de severidade

de fases: quando o sistema de monitoração

amplitude do evento agregado será igual à

dos pontos de monitoração, associada à

possuir múltiplos canais de registro como,

amplitude do evento que mais se distanciou

ocorrência de VTCDs (a exemplo do Fator de

por exemplo, três canais de tensão para

da tensão de referência. A Figura 2 ilustra a

Impacto), nem sempre pode ser realizada pela

medição

a

aplicação do critério dos parâmetros críticos.

simples caracterização de eventos individuais.

amplitude do evento agregado será definida

• Agregação de fases peto critério da fase

Em termos práticos, diferentes interpretações

pela tensão residual da fase com maior desvio

crítica: considerando-se eventos simultâneos

podem ser obtidas visando a caracterização

em relação à tensão de referência. O instante

associados

de um determinado evento individual. Nesse

de início do evento agregado será o instante

com registro trifásico, considera-se que a

sentido, o presente tópico apresenta os

no qual a primeira das fases ultrapassa o

magnitude do evento agregado seja aquela

fundamentos básicos, assim como exemplos

limite estabelecido. O instante final do evento

associada à fase que mais se distanciou da

de aplicação nos quais diferentes registros

agregado será o instante no qual a última

tensão de referência, sendo que a duração

de VTCD devem ser agregados antes de se

das fases volta a transpor o mesmo limite,

desse mesmo evento individual será a

proceder o cálculo do Fator de Impacto (FI).

acrescido da histerese. A duração do evento

duração do evento agregado. A Figura 3

O

eventos

agregado, portanto, será a diferença entre

ilustra a aplicação desse critério.

simultâneos e/ou consecutivos, registrados

esses dois instantes, conforme ilustrado na

em um determinado ponto de monitoração,

Figura 1.

devem ser agregados de forma a caracterizar

• Agregação de fases pelo critério dos

de fases deve ser preferencialmente utilizada,

um único evento de VTCD. Dessa forma, o

parâmetros

considerando-se

conforme sugestão dos pesquisadores da

indicador FI somente deverá ser quantificado

eventos simultâneos associados a pontos

UFU. No entanto, conforme definido pelo

após

de monitoração com registro trifásico, a

Prodist, o critério dos parâmetros críticos,

Prodist

duração do evento agregado será definida

assim como o critério da fase crítica, podem

estabelece duas formas específicas de

como sendo a máxima duração entre todos

ser utilizados como formas alternativas.

Prodist

estabelece

concluídas

pertinentes.

todas

Nesse

que

as

sentido,

agregações o

de

barramentos

trifásicos,

críticos:

a

pontos

agregação de fases e agregação temporal.

Agregação de fases A agregação de fases estabelece que,

para um determinado ponto de monitoração, uma VTCD deve ser caracterizada a partir da agregação da amplitude e da duração dos eventos individuais registrados em cada fase ou canal de medição. Dessa forma, eventos simultâneos são primeiramente agregados compondo um mesmo evento no ponto de monitoração. Para esse tipo de agregação são definidos os seguintes critérios:

monitoração

A agregação de fases pelo critério da união

agregação de eventos individuais, a saber:

de

Figura 1 – Exemplo de aplicação do critério da união de fases.


O Setor Elétrico / Outubro de 2017

95

Figura 2 – Exemplo de aplicação do critério dos parâmetros críticos.

Figura 3 – Exemplo de aplicação do critério da fase crítica.

O Prodist estabelece ainda que elevações e afundamentos de tensão de curta duração

devem compor eventos separados. A Figura 4 ilustra essa situação, considerando-se o critério da união de fases.

Figura 4 – Eventos simultâneos envolvendo elevação e afundamento de tensão de curta duração.

Agregação temporal

A agregação temporal considera que eventos consecutivos, em um período de três

minutos, para um mesmo ponto de monitoração, sejam agregados compondo um único


96

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

evento de VTCD. Os eventos consecutivos associados a religamentos automáticos na rede de distribuição são exemplos típicos de situações nas quais deve ser utilizado esse tipo de agregação. A

agregação

referência

[2],

temporal, deverá

ser

conforme aplicada

considerando-se os parâmetros críticos dos eventos consecutivos registrados. Assim, a duração do evento agregado será

Figura 5 – Exemplo de aplicação da agregação temporal para eventos consecutivos.

definida como sendo a máxima duração entre todos os eventos registrados. Ao mesmo tempo, a amplitude do evento agregado será igual a amplitude do evento que mais se distanciou da tensão de referência. A Figura 5 ilustra a aplicação de um exemplo de agregação temporal com base nos parâmetros críticos (maior duração e maior amplitude). Ressalta-se que a agregação temporal deve ser realizada após as devidas agregações de fase para eventos simultâneos. De

forma

a

se

subjetividade

na

determinada

sequência

evitar

agregação de

Figura 6 – Exemplo de aplicação da agregação temporal quando um dos eventos consecutivos coincide com o instante final da janela de agregação de três minutos.

qualquer de

uma

eventos

consecutivos, ainda que eles estejam associados a uma mesma falha na rede elétrica, sugere-se que quando um dos eventos consecutivos for coincidente com o instante final da janela de agregação de três minutos, ou estiver no limiar desse instante, sejam adotados os critérios indicados nas Figuras 6 e 7.

No caso da Figura 6, o fim da janela

de agregação de três minutos coincide

Figura 7 – Exemplo de aplicação da agregação temporal quando a sequência de eventos ultrapassa o período de agregação de três minutos.

com a janela de duração do último evento da sequência. Nesse caso, esse

instante final da janela de agregação de

Referências bibliográficas

último evento deverá ser considerado

três minutos, deverão ser computados

[1] ANEEL – Agência Nacional de Energia

para efeito de agregação temporal da

dois eventos agregados distintos.

Elétrica. Procedimentos de Distribuição.

sequência de eventos, ainda que o tempo

Por fim, a referência [2] apresenta

Módulo 8, Qualidade da Energia Elétrica.

total decorrido entre o instante inicial do

uma outra forma de agregação temporal,

Revisão 8. 2016.

primeiro evento e o instante final do último

a qual considera que a duração do evento

[2] IEEE PES. IEEE Guide for Voltage Sag

evento da sequência extrapole a janela

agregado é igual a soma das durações

Indices. IEEE Std 1564 -2014.

de três minutos. Nesse caso, portanto, o

de todos os eventos, desde que o tempo

[3] IEC

resultado da agregação consistirá em um

decorrido entre os eventos consecutivos

Commission.

único evento agregado. Por outro lado,

seja muito curto (< 1 segundo). Todavia,

(EMC) – Part 4.30: Testing and measurement

a Figura 7 sugere que quando um dos

essa situação não está prevista no Prodist

techniques

eventos consecutivos se iniciar após o

e não deve ser considerada.

methods. IEC 61000-4-30. Edition 2.0, 2008-10.

International Electromagnetic

Power

quality

Electrotechnical compatibility measurement


Ponto de vista

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

97

Sobre a Tarifa Branca

A tarifa branca é uma nova opção de tarifa

priorizem o uso desses itens fora do período

unidades a partir de 2020. Caso a unidade

para a conta de luz do consumidor brasileiro

de ponta. O chuveiro elétrico é o elemento

que aderir não fique satisfeita, poderá retornar

prevista para entrar em vigor em janeiro de

da residência que mais consome energia,

para a tarifa convencional depois de 30 dias.

2018. A seguir, alguns esclarecimentos:

portanto, se você utiliza chuveiro a gás, a

Se mudarem de ideia novamente e quiserem

adesão à tarifa já pode se justificar sem a

voltar para a tarifa branca, só poderão fazê-lo

necessidade de alterar o padrão de consumo.

depois de 180 dias. Vale ressaltar que a

1 – O que é a tarifa branca? A partir de 1º

tarifa diferenciada não valerá para os grandes

de janeiro do próximo ano, os consumidores poderão solicitar a adesão à tarifa branca

4 – E o que muda para as concessionárias

consumidores, como as indústrias, nem para

de energia elétrica, que basicamente é a

e distribuidoras de energia? A distribuição

quem é incluído na tarifa social de energia.

escolha da adoção de preço diferente de

do consumo ao longo do dia deve resultar

acordo com o horário de consumo, o que já

em postergação de investimentos na rede

7 – O que será preciso fazer para aderir?

ocorre em países da Europa. Com a tarifa

de energia. A adoção da tarifa branca tem

Para aderir à tarifa branca, os consumidores

branca, a energia consumida fora do horário

um impacto significativo nos processos

precisam

de pico será mais barata, porém, é importante

de medição e eficiência energética que as

distribuidora a partir de janeiro do ano

que cada consumidor conheça o seu perfil

distribuidoras de energia adotam. O uso da

referente ao planejamento. A distribuidora irá

de consumo na hora de optar entre a tarifa

tecnologia será fundamental para colher os

instalar um novo tipo de medidor de energia

branca e a convencional.

dados de consumo remotamente, cruzar

que contabilize o consumo para os diferentes

formalizar

sua

opção

na

esses dados e direcionar melhor ações

postos horários. Os custos do medidor e

2 – O que muda para o consumidor? Com

de eficiência energética na distribuição de

do serviço serão de responsabilidade da

as novas regras, nos dias úteis o preço da

energia.

distribuidora.

ponta, intermediário e fora de ponta. O

5 – Por que a tarifa branca pode ser

8 – Qual a expectativa de adesão? A

horário de ponta, com a energia mais cara,

importante para a nossa economia? Com a

expectativa da Aneel é que 2,5 milhões de

terá duração de três horas, geralmente na

adesão da tarifa branca por grande parte dos

unidades consumidoras façam a adesão à

parte da noite. A taxa intermediária será uma

brasileiros, o hábito de consumo de energia

tarifa branca nessa primeira fase.

hora antes e uma hora depois do horário de

no país poderia mudar, resultando em melhora

ponta. Nos feriados nacionais e nos fins de

e aumento da eficiência das distribuidoras de

semana, o valor é sempre fora de ponta. As

energia e diminuição de custos repassados à

faixas de horários variam de acordo com a

sociedade, inclusive no alivio da inflação. Um

distribuidora que atende a região.

amplo programa de comunicação por parte

energia será dividido em três postos horários:

do governo sobre as vantagens da tarifa 3 – Como saber se a adesão é vantajosa ou

branca seria de fundamental importância.

não? É necessário observar em quais horários você e sua família normalmente fazem uso do

6 – Quem pode e quem não pode aderir?

chuveiro elétrico e dos eletrodomésticos, tais

A Aneel determina um cronograma de três

como ar condicionado, forno elétrico, micro-

fases: (1) Unidades que consomem mais de

ondas, ferro de passar roupa e secador de

500 kWh em média por mês poderão optar

cabelos (que são geralmente os que mais

por aderir à tarifa branca a partir de 2018; (2)

consomem energia). Se optar pela tarifa

para quem consome entre 250 kWh e 500

branca, você pode adotar hábitos que

kWh, a partir de 2019; (3) e o restante das

Por Juliana Rios, gerente da CAS Tecnologia.


98

Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Outubro de 2017

Alubar 35 (91) 3754-7100 comercial.cabos@alubar.net www.alubar.net.br

Embramat 75 (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br

Media Tensão 83 (11) 2384-0155 vendas@mediatensao.com.br www.mediatensao.com.br

Andaluz 53 (27) 3041-6766 andaluz@andaluz.ind.com www.andaluz.ind.br

Engerey 81 (41) 3022-3050 engerey@engerey.com.br www.engerey.com.br

Melfex 95 (11) 4072-1933 contato@melfex.com.br www.melfex.com.br

Balestro (19) 3814-9000 balestrovendas@balestro.com.br www.balestro.com.br

ExSuper 85 (15) 4062-9447 exsuper@exsuper.com.br www.exsuper.com.br

Beghim 5 (11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br

Fastweld 23 (11) 2425-7180 fastweld@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

Brametal 63 (27) 2103-9400 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br

Flir 91 (15) 3238-8070 flir@flir.com.br www.flir.com.br

Brval 65 (21) 3812-3100 vendas@brval.com.br www.brval.com.br

Gazquez 58 (11) 3380-8080 vendas@gazquez.com.br www.gazquez.com.br

Cablena 13 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br

Gimi Pogliano 45 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br

68

56

Chardon Group (11) 4033-2210 wvalentim@chardongroup.com.br www.chardongroup.com.br 7e9

Cinase (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br Clamper Fascículos e 37 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 50 e 51 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br 73

Condumax 0800 701 3701 www.condumax.com.br 4ª capa

Conexled (11) 2334-9393 www.conexled.com.br

Monter Elétrica 6 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Novemp 11 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Onix 20 (44) 3233-8500 comercial@onixcd.com.br www.onixcd.com.br Paratec 86 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br 79

Grupo Prillux 87 (19) 3116-1300 comercial@grupoprilux.com.br www.grupoprilux.com.br Hellermann Tyton 71 (11) 2136-9090/ 4815-9090 vendas@hellermantyton.com.br www.hellermantyton.com.br 29

IFG (51) 3431-3855 www.ifg.com.br

Patola (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Phoenix Contact 31 (11) 3871-6400 contato@phoenixcontact.com.br www.phoenixcontact.com.br 55

Rittal (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br Romagnole 57 (44) 3233-8500 comercial@romagnole.com.br www.romagnole.com.br

Intelli 25 (16) 3820-1614 ricardo@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br 19

Itaipu Transformadores (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br 54

15

Taf (47) 3441-9100 tafplasticos@taf.ind.br www.taf.ind.br Te Connectivity 4 (11) 2103-6095 te.energia@te.com www.te.com/energy 49

Crossfox 43 (11) 2902-1070 www.crossfox.com.br

JEA (11) 4420-3112 vendas@jea.com.br www.jea.com.br

Tigre 0800 703 8133 www.tigre.com.br

D’Light 3ª capa (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br

Kian 17 (21) 2702-4575 sac@kian.com.br www.kianbrasil.com.br

THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br

Detector de raios 74 (51) 9.9988-0265 silveira@detectorderaios.com.br www.detectorderaios.com.br

Lukma Electric 39 (17) 2138-5050 lukma@lukma.com www.lukma.com

Trael 69 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br

Elos 61 (41) 3383-9290 vanessa@siba.com.br www.siba.com.br

Maccomevap 77 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br

Unitron 33 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br

72




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