Ano 12 - Edição 142 Novembro de 2017
Materiais para aterramento A despeito da crise econômica, fabricantes e distribuidores preveem crescimento médio de 10% para suas empresas em 2017 INSPEÇÃO DE POSTES DE MADEIRA RENOVÁVEIS Estudos de curto-circuito e ajustes das proteções em plantas eólicas CINASE VITÓRIA Congresso recebe mais de 500 profissionais e movimenta negócios na região do Espírito Santo
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Suely Mascaretti - Suely@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565
Suplemento Renováveis
Energia eólica: Modelagem para estudos de curto-circuito e critérios de ajustes das proteções no setor de média tensão e também no ponto de conexão da concessionária.
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Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Marcelo Paulino, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Alan Rômulo Queiroz, Domingos Cerri, Eduardo César Senger, Felipe Silva, Francisco Antônio Reis Filho, Guilherme Gray, Hélio Sueta, José Rubens Macedo Jr., Luciene Queiroz, Marlene Macedo, Paulo Edmundo da Fonseca Freire, Rafael Favalli e Suzie Herrera. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Shutterstock.com | Sakdawut Tangtongsap Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
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Painel de notícias Ataques cibernéticos podem prejudicar distribuição de energia; Reforma do setor elétrico pode trazer economia de R$ 2 bilhões na conta de luz; Indústria eletroeletrônica abre 4 mil vagas; ABB comemora 105 anos, Sylvania agora é Ozli do Brasil; Unicoba recebe investimentos; Prysmian e AES Eletropaulo fecham contrato de R$ 30 milhões. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.
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Evento – CINASE O último Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) do ano de 2017 foi realizado em Vitória (ES) e surpreendeu em número de participantes e patrocinadores. Cerca de 530 profissionais estiveram presentes no congresso, que discutiu as boas práticas da engenharia elétrica.
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Fascículos
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Aula prática – Manutenção Estudo analisa métodos de inspeção em postes de madeira, que ainda existem aos milhões pelo país.
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Pesquisa - Materiais para aterramento Empresas projetam crescimento médio de 10% em 2017, apesar da desaceleração da economia e da falta de confiança de investidores.
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Espaço 5419 Os cuidados para se obter as resistividades do solo e as espessuras de suas camadas.
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Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios João José Barrico – NR 10 Daniel Bento – Redes subterrâneas Nunziante Graziano – Quadros e painéis José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
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Ponto de vista Especialista em Led discorre sobre a utilização da tecnologia na iluminação pública como medida de eficiência energética.
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Dicas de instalação A terceira e última parte do tutorial sobre Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs).
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Editorial Capa ed 142_C.pdf
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O Setor Elétrico / Novembro de 2017
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Ano 12 - Edição 142 Novembro de 2017
Materiais para aterramento A despeito da crise econômica, fabricantes e distribuidores preveem crescimento médio de 10% para suas empresas em 2017
O Setor Elétrico - Ano 12 - Edição 142 – Novembro de 2017
INSPEÇÃO DE POSTES DE MADEIRA RENOVÁVEIS Estudos de curto-circuito e ajustes das proteções em plantas eólicas CINASE VITÓRIA Congresso recebe mais de 500 profissionais e movimenta negócios na região do Espírito Santo
Despedida
Ainda resistimos a acreditar. Marcelo Eduardo de Carvalho
comum, aliás, receber e-mails do Marcelo tarde da noite ou até na
Paulino não era apenas um engenheiro especialista em proteção,
madrugada, com uma coluna ou um artigo com prazo estourado,
automação e controle de subestações, como muitos o conheciam.
estivesse ele em Sorocaba ou em qualquer outro lugar do mundo.
Marcelo era, fundamentalmente, um amigo, por quem todos
aqueles que conviveram minimamente com ele nutriam uma
A primeira edição já contava com suas piadas e um jeito que
admiração, seja pela sua inteligência, por seu bom humor, seja
revezava entre o sarcástico e o sério, sempre contribuindo para a
pelo seu bom coração. Que ironia do destino ter sucumbido
disseminação de conteúdo técnico atualizado.
justamente diante dele.
estandes em eventos tradicionais do setor. SNPTEE, Simpase,
Marcelo era um ótimo contador de histórias. Lembrava
Marcelo foi ainda palestrante do CINASE desde sempre.
Sentiremos falta das suas piadas, das críticas, das visitas aos
com detalhes de suas viagens pelo exterior e de momentos
STPC, e, fundamentalmente, o CINASE, não serão os mesmos
importantes de sua carreira, desde suas participações em
sem você, Marcelo. Indubitavelmente, você estava no seu melhor
conferências do Cigré pelo mundo afora a trabalhos em lugares de
momento, com sua vida recém-estabelecida em Sorocaba, com
difícil acesso e sem qualquer conforto que se transformavam em
seu casamento feliz e com sua vida profissional de vento em
verdadeiras aventuras. E ele amava isso. Marcelo amava também
poupa, mas a morte costuma chegar assim mesmo, sem grandes
Paris. Uma vez, cometi o erro de dizer a ele que Paris não era
avisos e sem segundas chances. Esteja bem onde estiver. Por aqui,
tudo isso que diziam, que eu esperava mais da cidade luz. Para
o seu trabalho foi muito bem feito!
me convencer do contrário, ficou mais de uma hora me contando
Com profundas saudades,
sobre como os bairros parisienses eram charmosos, assim como
Equipe O Setor Elétrico.
os jardins e os restaurantes. Com brilho nos olhos e aquele sorriso provocativo, me falava sobre como Paris era magnífica e que, provavelmente, eu tinha feito apenas os passeios típicos de turista. Estava certo.
Poderia mencionar diversas outras conversas. Sobre livros,
política ou as boas e velhas histórias da Unifei, faculdade em que se formou, e que também era, frequentemente, assunto das conversas. Sempre com muito bom humor. Todos os seus amigos, certamente, guardam em suas memórias boas recordações de momentos agradáveis vividos ao seu lado.
Assíduo colaborador da revista, Marcelo era uma espécie de
conselheiro extraoficial e já nos salvou em diversos momentos, intermediando contato com especialistas e empresas e escrevendo, escrevendo muito. De fonte, passou a nos enviar artigos técnicos, depois se responsabilizou por fascículos e, então, assumiu a função de colunista. E nunca nos deixou na mão. Era Redes sociais
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Revista O Setor Elétrico
Coluna do consultor
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O Setor Elétrico / Novembro de 2017
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
As consequências das lições aprendidas
Alguns amigos mais espiritualizados afirmam que aprendemos “no amor”
ou “na dor”. Definitivamente, 2017 foi mais um ano de aprendizado, com muita dor e com sentimentos bastante distantes do que seria o amor.
Das lições aprendidas, o que se espera são ações corretivas que
mudem o rumo das coisas. É de se esperar uma renovação dos homens que conduzem os nossos destinos e isso depende do amadurecimento do povo brasileiro. Que o fanatismo seja substituído por discussões de conteúdo sem revanchismos estúpidos e que ladrões não tenham a segunda chance.
As empresas estatais, orgulho nacional, preparam-se para mudar de mão.
Por conta de interferência política na Petrobras e abertura das válvulas dos cofres por operadores desqualificados e desclassificados, o tsunami posterior levará todas as estatais para o caminho da privatização. Fazendo eco ao que disse o especialista Adriano Pires em recente artigo, mesmo a gestão das empresas por turma competente não é garantia de que novos “acidentes” não voltem a ocorrer. Ao que tudo indica, a Eletrobras é a primeira da lista. Uma pena para os saudosistas, mas não há o que ser feito. Enquanto nossos legisladores tentam salvar suas peles e o judiciário lavar as mãos, a disputa para as eleições de 2018 se inicia. O que virá? Temos como tocar esta democracia para frente? Vamos achar o caminho.
No plano internacional, a situação também não é boa, não há acordo
adequado sobre o clima nas sucessivas reuniões e o aquecimento global é tratado como lenda pelas nações industrializadas. Enquanto países limitam a fabricação de veículos convencionais, outros incentivam o uso do carvão em um absurdo paradoxo. O galho é que estamos no mesmo barco e pelo jeito à deriva!
Voltando ao plano doméstico, a Sociedade Brasileira de Qualidade
de Energia (SBQEE), em parceria com o Laboratório de Redes Elétricas Avançadas (LGrid) da Poli/USP, realizará em São Paulo workshop voltado para empresas e profissionais do setor elétrico nacional sobre os impactos da conexão de fontes renováveis de energia, como eólicas e fotovoltaicas, para a qualidade de energia elétrica. O evento contará com palestras sobre os principais fenômenos elétricos observados nestas conexões, estudo para detecção e mitigação, aspectos sobre a medição no ponto de conexão, além de casos reais. Informações no site www.sbqee.org.br/sbqee/eventos/ workshop. Uma ótima oportunidade para aprender, e sem dor! Até lá!
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Novembro de 2017
São Paulo registra recorde de 61% no uso de fontes renováveis em 2016 O Estado de São Paulo consumiu, no ano passado, 27% de toda a energia utilizada no Brasil por design e eficiência
O Balanço Energético do Estado de São Paulo referente a 2016
passando para 58,6 milhões de toe em 2016.
foi publicado no mês de novembro pela Secretaria de Energia e
Mineração e mostra que, pela primeira vez desde 1980, quando foram
consumo de eletricidade apresentou um aumento de 11,7%, e a oferta
A produção de gás natural no período avançou 17 vezes, o
iniciados os levantamentos, a participação das energias renováveis na
de etanol cresceu 28,5%.
matriz energética paulista atingiu a marca de 60,8%.
Até então, a maior marca registrada havia sido em 2009, quando
São Paulo versus Brasil
as energias renováveis somaram 59,1% da matriz paulista. O menor índice ocorreu em 1981 com apenas 33,4% de fontes limpas.
Em 2015, as energias renováveis representaram 58% do
de habitantes, o Estado de São Paulo consumiu 27% de toda a energia
consumo. “Entre os principais fatores que garantiram o aumento do
utilizada no Brasil em 2016.
índice de renovabilidade da matriz em relação ao ano anterior estão
a retomada das chuvas, que causou o desligamento das térmicas a
petróleo ficou em 23%. Já o uso de insumos energéticos renováveis
gás, a diminuição da atividade econômica em decorrência da crise e a
teve a participação de 59% do bagaço de cana, 42% do etanol e 28%
estabilidade do setor sucroalcooleiro”, explica o secretário de Energia
da eletricidade.
Com o maior parque fabril da América Latina e mais de 45 milhões
A participação do Estado no consumo nacional de derivados de
e Mineração, João Carlos Meirelles.
São consideradas fontes renováveis de energia os biocombustíveis (etanol,
Série histórica
biodiesel), a geração hidráulica, a termoeletricidade a partir da biomassa (canade-açúcar e resíduos florestais) e a geração eólica e fotovoltaica.
Nos últimos 10 anos, o Estado de São Paulo fortaleceu em 17,2%
no uso de energias mais poluentes. O carvão teve a maior redução,
a produção dos diversos tipos de energéticos, o que colabora para
atingindo 99%, já o óleo combustível apresentou uma queda de 64%.
a segurança do setor de energia estadual. Em 2007 a suficiência
energética era de 50 milhões tonelada de óleo equivalente (toe)
Mineração: www.energia.sp.gov.br.
Nos últimos 10 anos, São Paulo registrou uma queda significativa
O balanço está disponível no site da Secretaria de Energia e
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Revista O Setor Elétrico premiada Artigos técnicos divulgados na publicação receberam menção honrosa no Prêmio Abracopel de Jornalismo
Tradicional celebração no mundo da
engenharia elétrica, o Prêmio Abracopel de Jornalismo agracia jornalistas, engenheiros e YouTubers que contribuem para a conscientização da população sobre os perigos da eletricidade por meio de reportagens, artigos técnicos e produções na Internet.
Em sua 11ª edição, a premiação foi
realizada no último dia 21 de novembro, em Barueri (SP), no auditório da AES Eletropaulo, e recebeu cerca de 100 pessoas para a cerimônia. No total, foram 11 categorias: Artigo Técnico; Revista; Rádio; Internet Áudio, Texto e Vídeo; Assessoria de Imprensa;
Engenheiros premiados na categoria Artigo Técnico recebem medalhas do diretor executivo da Abracopel, Edson Martinho.
Empresarial; Fotografia; Jornal; e Televisão.
seu trabalho exercido durante sua vida
o jornalista mais reconhecido de cada
profissional, especialmente, por sua
setor, condecorando o Destaque de cada
engenheiros Edmilson José Dias e Mateus
dedicação na divulgação das normas técnicas
segmento. Flávia Lima recebeu o prêmio
Duarte Teixeira, autores de artigos publicados
brasileiras.
Destaque na categoria Energia.
na revista O Setor Elétrico, receberam
menções honrosas por seus respectivos
Gilberto Alvarenga e o diretor executivo da
Eugênio Bucci recebeu uma homenagem
trabalhos. Edmilson, engenheiro da Cemig,
Abracopel, Edson Martinho abordaram, em
que reconhece sua trajetória profissional e
discorreu, em seu artigo, sobre como a
suas falas, as ações já desenvolvidas pela
representatividade no cenário do jornalismo
implantação de um cabo coberto de dupla
entidade e as que estão por vir. Martinho frisou
nacional.
camada nas redes compactas de distribuição
a importância de entender a Abracopel não
pode trazer melhorias de desempenho
apenas como uma entidade que realiza eventos
busca valorizar os profissionais de
operacional. O trabalho foi fruto de um estudo
pelo Brasil, mas também como uma instituição
comunicação. Esses jornalistas entregam
de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), cujo
necessária para o fomento de um mercado de
ao público informação de qualidade,
intuito foi promover a eficiência operacional
qualidade para as empresas do setor.
bem apurada e relevante para o leitor em
Na categoria Artigo Técnico, os
Na ocasião, o presidente da Abracopel,
da distribuidora por meio da redução dos
Durante a cerimônia, o jornalista
"A Revista Negócios da Comunicação
seus respectivos setores, por isso, estes
custos operacionais, observando os requisitos
Jornalismo premiado
profissionais merecem ser reconhecidos”,
mínimos de qualidade e segurança.
afirmou Márcio Cardial, publisher da revista
publicação, Flávia Lima, também recebeu, no
Já o engenheiro Mateus, dos Institutos
A jornalista responsável por esta
Lactec, coordenou uma série de dez artigos
mês de novembro, o Prêmio Especialista em
sobre ensaios em instalações elétricas
Energia, promovido pelo Centro de Estudos
industriais publicada desde a edição de
da Comunicação (Cecom) e pela revista
janeiro. O fascículo apontou para um conjunto
Negócios da Comunicação. Os vencedores
de ensaios elétricos e boas práticas a
foram escolhidos por votação feita por
serem adotados por técnicos e engenheiros
jornalistas e profissionais de comunicação.
eletricistas envolvidos com projeto, instalação,
operação e manutenção de sistemas elétricos
agracia os três jornalistas mais votados de
industriais.
31 categorias - Construção, Educação,
Durante a cerimônia, o engenheiro
Economia, Esporte, Finanças, Gastronomia,
Gilberto Cunha foi reconhecido como
Mineração, Moda, Saúde, Turismo e outras.
“Personalidade do Ano” por conta de
Neste ano, o prêmio também indicou
Negócios da Comunicação.
Em sua terceira edição, o Prêmio
A jornalista Flávia Lima recebe prêmio Especialista em Energia Destaque das mãos do diretor de comunicação da CPFL, Fábio Cavalcanti Caldas.
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O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Ataques cibernéticos poderão causar interrupção no fornecimento de energia, diz Accenture Concessionárias de distribuição precisam estar atentas à segurança cibernética nos próximos anos receio é a segurança de funcionários e/ou
Entretanto, o aumento dos dispositivos
executivos de concessionárias
clientes e, para 43%, a destruição de bens
inteligentes implantados pelas diferentes
entrevistados pela Accenture em todo
físicos.
concessionárias visando a migração para
o mundo acreditam que seus países
redes mais inteligentes traz a preocupação
enfrentarão ao menos um risco moderado
estão cada vez mais expostos a crimes
com o aumento da probabilidade de
de interrupção no fornecimento de energia
cibernéticos por conta do desenvolvimento
acontecimentos tais como observados
elétrica por ataque cibernético em suas
de malwares altamente sofisticados
recentemente em outros países.
redes de distribuição, ao longo dos
e letais, que podem ser usados por
próximos cinco anos. O número é um dos
criminosos virtuais", diz Stephanie Jamison,
a seguir, existem alguns movimentos que
achados do novo relatório da Accenture
diretora executiva de Transmissão e
qualquer negócio de distribuição deve
(NYSE:ACN), Outsmarting Grid Security
Distribuição da Accenture.
considerar para fortalecer a resiliência e
Threats, parte do programa de pesquisa
a resposta a ataques cibernéticos, tais
Digitally Enabled Grid, e chega a 76%
sistemas de controle habilitados nas
entre executivos de concessionárias norte-
redes inteligentes possa gerar benefícios
americanas.
significativos sob a forma de segurança,
• Integrar a resiliência no desenvolvimento
produtividade, qualidade de serviço
de ativos e processos, incluindo segurança
executivos de concessionárias de mais
aprimorada, e eficiência operacional, 88%
cibernética e física;
de 20 países mostra que interrupções
concordam que a segurança cibernética é
• Compartilhar inteligência e informações
no fornecimento de energia elétrica por
uma grande preocupação na implantação
como uma atividade crítica que poderia
conta de ataques cibernéticos são a
destas redes inteligentes.
ajudar a criar consciência situacional sobre
principal preocupação, citada por 57% dos
o cenário de ameaças mais recente e
entrevistados. Ameaças físicas à rede de
públicos precisos de invasões ou
como se preparar de acordo;
distribuição são igualmente um problema.
tentativas de invasões a sistemas
• Desenvolver modelos de governança para
Para 53% dos executivos, o principal
de controle das redes elétricas.
gerenciamento de segurança e emergência.
Quase dois terços (63%) dos
A pesquisa realizada com mais de 100
"Os negócios de distribuição
Embora a maior conectividade dos
No Brasil ainda não há registros
Embora não haja um caminho único
como:
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Reforma do setor elétrico vai garantir economia anual de R$ 2 bilhões na conta de luz Para associação dos comercializadores de energia, as propostas do MME são fundamentais para a retomada do crescimento da indústria e do comércio no país
A Associação Brasileira dos Comercia
elétrico, com a entrada de 24 mil novas
acelerada do setor elétrico. Afinal, hoje no
lizadores de Energia (Abraceel) estima
empresas no mercado livre de energia até
Brasil há 182.600 unidades consumidoras
que os setores da indústria e do comércio
2028, ou seja, uma carga adicional de 4.399
que constituem o conjunto de Alta Tensão
no Brasil vão obter uma economia de R$
MW médios. Tomando como base uma tarifa
(Grupo A), composto por indústrias e
2 bilhões na conta de luz por ano com a
futura de energia na média de R$ 246,61 o
estabelecimentos comerciais de porte,
aprovação das medidas de reforma do setor
MWh no ambiente regulado, e considerando
além de 80 milhões de consumidores
elétrico. Trata-se, no caso, da efetivação,
uma economia obtida no ambiente livre em
de Baixa Tensão (Grupo B), incluindo os
como projeto de lei, da Consulta Pública
torno de 15%, essas indústrias e comércios
residenciais.
033 (CP 033) proposta pelo Ministério de
podem ter uma economia de R$ 160 milhões
Conforme
Minas e Energia e que será encaminhada em
por mês, ou seja, aproximadamente R$ 2
Abraceel, se fosse permitido a todos esses
breve ao Congresso Nacional.
bilhões por ano.
consumidores adentrarem no mercado livre
de energia, a economia na conta de luz
As
medidas
do
Governo
Federal
preveem uma liberalização parcial do setor
Em contribuição à CP 033, a Abraceel
pediu uma liberalização maior e mais
estudo
elaborado
pela
atingiria quase R$ 9 bilhões ao ano.
Governo de SP e distribuidoras desenvolvem projeto-piloto de compensação de energia
Divulgacao Secretaria de Energia e Mineracao do Estado de São Paulo
Objetivo é aperfeiçoar a regulamentação da geração distribuída fora da área de concessão
O Governo de São Paulo juntamente
com as concessionárias e instituições do setor formaram um grupo de trabalho que irá propor à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o aperfeiçoamento da regulamentação da geração distribuída em área de concessão de diferentes distribuidoras, que está prevista para 2019. O projeto consiste em permitir que as distribuidoras de diferentes áreas de concessão dentro ou fora do mesmo estado possam
compensar
a
energia
gerada.
Atualmente, a compensação só é possível dentro da mesma área de atuação da empresa.
“Não podemos deixar essa discussão
para
forte
de Energias Renováveis da Secretaria de
que apresente caminhos e soluções para o
crescimento da geração solar fotovoltaica no
2019,
tendo
em
vista
o
Energia e Mineração, Antonio Celso de Abreu
futuro da energia no país.
Estado de São Paulo, bem como as demais
Junior.
Assim
fontes renováveis. Como agente de políticas
Para os diretores das distribuidoras que
estiver desenvolvido, o grupo de trabalho
públicas devemos atuar hoje para enfrentar os
atendem o Estado o momento é oportuno
apresentará à Aneel a proposta para que os
desafios do futuro”, afirmou o subsecretário
para a discussão e formatação de um modelo
primeiros testes sejam realizados.
que
o
escopo
do
projeto
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O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Indústria eletroeletrônica abriu 4 mil vagas até outubro No acumulado dos primeiros dez meses do ano, subiu o número total de empregados diretos
O setor eletroeletrônico abriu 1.310 vagas
MESES
SALDO
TOTAL DE EMPREGADOS
out/16
-736
238.791
Eletrônica (Abinee), com base em informações
nov/16
-1.831
236.960
do
e
dez/16
-4.188
232.772
Desempregados do Ministério do Trabalho
jan/17
1.814
234.586
fev/17
902
235.488
mar/17
224
235.712
4.397 vagas. O número total de empregados
abr/17
144
235.856
diretos passou de 232,8 mil em dezembro de
mai/17
-373
235.483
2016 para 237,1mil em outubro.
jun/17
-888
234.595
jul/17
284
234.879
retomada da atividade do setor. “Os sinais de
ago/17
576
235.455
recuperação estão cada vez mais evidentes.
set/17
404
235.859
Nossa expectativa é de que esta tendência se
out/17
1.310
237.169
em outubro de 2017, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Cadastro
Geral
de
Empregados
(Caged). Com o resultado, o nível de emprego do subiu pelo quarto mês consecutivo.
No acumulado do ano, foram abertas
Para o presidente da Abinee, Humberto
Barbato, o resultado do emprego é reflexo da
mantenha”, diz.
Fonte: Abinee
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Luminária Led www.lorenzetti.com.br
Ideal para ambientes comerciais e residenciais, a lâmpada tubular T8 com Led é
o lançamento da Lorenzetti. Com vida útil estimada em 25 mil horas, o novo produto faz parte da ampliação da linha Loren Led da empresa. A luminária está disponível nos tamanhos 60 cm (10 W) e 120 cm (20 W) e apresenta baixa emissão de calor. Segundo a fabricante, por não emitir raios ultravioletas e infravermelhos no facho de luz, o produto não desbota tecidos ou obras de arte.
Produto pode ser empregado em ambientes residenciais e comerciais, como escritórios, hotéis, escolas, estacionamentos e indústrias.
Ecoeficiente e sustentável, a lâmpada Tubular Loren LED T8, além de reduzir o consumo de energia elétrica, funciona de maneira que a maior
parte da energia consumida é revertida em iluminação e não em calor, evitando desperdícios. Por não conter mercúrio, não polui o meio ambiente no descarte. Com garantia de dois anos, a lâmpada é bivolt, resistente aos impactos e vibrações. Está disponível na versão branca fria (6.000 K).
Tomadas e interruptores com nanotecnologia www.weg.net
A Weg acaba de lançar a linha Composé de tomadas e interruptores, que combina design com
nanotecnologia de proteção antimicrobiana. Premiada pelo iF Design Award 2016, a linha Composé foi ampliada e conta agora com o selo NobaC. Os produtos apresentam, em sua estrutura, com materiais atóxicos especiais que combatem a proliferação de micróbios e bactérias.
Dessa maneira, o produto é ideal para ambientes hospitalares, escolares e todos aqueles locais que
necessitem reduzir sensivelmente custos e riscos gerados por infecções ou contaminações cruzadas, causadas por micróbios e bactérias.
Nos produtos NobaC, a nanotecnologia antimicrobiana é aliada à inovação e à versatilidade. Com espelho
e teclas de superfície polida e sem parafusos aparentes, os interruptores e as tomadas são de fácil limpeza, possuem cinco anos de garantia no mecanismo eletromecânico e se destacam pela segurança e simplicidade na fixação e retirada dos módulos.
A Composé possui ainda 24 opções de módulos, incluindo tomada, carregador USB, interruptor, dimmer e
sensor de presença.
Novos produtos combatem a proliferação de micróbios e bactérias.
Sensor de presença www.dni.com.br
O grupo DNI-Key West apresenta seu mais recente lançamento na área de automação, segurança e
iluminação. Trata-se do sensor de presença infravermelho e fotocélula DNI 6026, com soquete padrão E27.
De acordo com a empresa, o sensor de presença utiliza um sensor infravermelho que acende a lâmpada
automaticamente ao detectar movimento de pessoas e permanece aceso enquanto houver fonte de calor no ambiente. Após a saída do usuário, ocorre o desligamento automático, conforme o tempo programado. É possível também programar o aparelho para que ele acenda somente a noite, apenas durante o dia ou dia e noite.
O equipamento possui controles temporizados de dimerização, ajuste de tempo e de luminosidade. Ele
pode ser utilizado com lâmpadas compactas fluorescentes ou Leds, desde que com roscas E27. A potência máxima suportada é de 60 W.
A fotocélula possui alcance de até 360° em um raio de até 4 metros e altura máxima de 3 metros.
Sensor de presença aceita lâmpadas fluorescentes ou Leds e possui alcance de 360°.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2017
ABB comemora 105 anos de Brasil e lança ABB Ability Comemoração foi realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e oficializa a entrada das soluções digitais da companhia no país a interação entre máquinas inteligentes e humanos não é mais uma projeção para o futuro.
Família YuMi crescendo Durante a Exposição Internacional de Robótica (iREX), que aconteceu no fim de novembro em Tóquio, a ABB lançou seu novo robô colaborativo, de braço único, novo membro da família YuMi.
Assim como o YuMi, o robô de montagem
de peças pequenas e lançado em 2015, o novo robô tem uma carga útil de 500 gramas e, por ser compacto, pode ser facilmente integrado às linhas de montagem já existentes, aumentando a produtividade. O Robô YuMi e o artista plástico Caio Chacal criam, juntos, uma obra de arte.
A ABB reuniu empresas parceiras,
potenciais problemas antes de surgirem e
fornecedores, clientes e imprensa para
melhorar a produtividade dos equipamentos.
celebrar os 105 anos da companhia no
Brasil. A cerimônia foi realizada no Museu
de cem anos, contribuindo de forma inovadora
do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ) e contou
para alguns dos projetos de infraestrutura
com a presença de diversos executivos da
mais icônicos, tais como Itaipu e Belo Monte",
companhia, dentre ele, o CEO global, Ulrich
disse o CEO da ABB, Ulrich Spiesshofer.
Spiesshofer.
"Nós fornecemos os primeiros equipamentos
Além de celebrar os 105 anos de
elétricos para o Bondinho do Pão de Açúcar,
atividades no país, a ABB aproveitou a
o primeiro teleférico da América Latina,
oportunidade para lançar o ABB Ability,
inaugurado em 1912", acrescentou.
oferta digital de produtos e soluções que
promete auxiliar as empresas clientes a
do S11D, o maior projeto de mineração do
otimizar a análise de dados de operações e
mundo, localizado no sudeste do estado do
obter ganhos de eficiência ao mesmo tempo
Pará. A empresa desenvolveu uma solução
em que melhora a produtividade. A empresa
única para gerenciamento de ativos em tempo
estima que essas soluções digitais adicionem
real e forneceu tecnologia de automação para
US$ 20 bilhões em sua receita anual.
as esteiras transportadoras, permitindo o
Com o ABB Ability, a ABB continua a
sistema truckless.
fornecer produtos e serviços e, ao mesmo
tempo, oferece uma transição significativa da
empresa no Museu do Amanhã, o primeiro robô
conectividade para digitalização, automação
industrial de dois braços verdadeiramente
e robótica, um grande diferencial para a
colaborativo, desenvolvido pela ABB, criou
indústria. Segundo a companhia, a tecnologia
uma obra de arte em parceria com o artista
oferecida pelo ABB Ability pode antecipar
plástico Caio Chacal, demonstrando que
"A ABB está presente no Brasil há mais
A ABB é uma das principais fornecedoras
Durante a celebração dos 05 anos da
novo robô também tem programação direta, eliminando a necessidade de treinamento especializado para operadores. "O
sucesso
do
YuMi
excedeu
as
expectativas; originalmente projetado para montar peças pequenas, acabou se provando extremamente versátil — é capaz de resolver o Cubo de Rubik (cubo mágico), preparar um sushi, embrulhar presentes e até reger uma orquestra. Com base no enorme sucesso do YuMi, esperamos que nosso novo robô de um braço seja igualmente bem recebido, especialmente por ter sido desenvolvido a pedido de nossos clientes", disse Sami Atiya, presidente da divisão de Robotics and Motion da ABB.
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
17
Sylvania agora é Ozli do Brasil A alteração do nome foi motivada pela mudança do controle acionário
A marca Sylvania passa a se chamar Ozli
do Brasil. A alteração ocorreu por conta da mudança do controle acionário da empresa, que ocorreu globalmente. No Brasil, a bandeira mantida foi Havells Sylvania. “Como a marca Sylvania foi embora com a venda mundial, nós fomos obrigados a mudarmos a marca aqui no Brasil, uma vez que a Sylvania ainda continua operando, mas fora do País. Então, oficialmente, a partir de agora, a Havells Sylvania do Brasil passa a se chamar Ozli”, esclarece o diretor administrativo financeiro da companhia, Luiz Carlos Belo.
Através da experiência ao longo dos 70
anos de Sylvania em território nacional, a Ozli enfrenta um novo desafio, que é lançar a marca para o Brasil e para o exterior, vestindo uma nova roupagem e trazendo um portfólio mais amplo e atualizado.
A operação da Ozli está localizada em
um novo escritório central, mais moderno e colaborativo, sediado em Alphaville (SP). Os próximos passos da Ozli seguem na direção do seu fortalecimento em novos mercados nacionais e internacionais, e uma das novidades é o incremento de seu portfólio, por meio de lançamentos exclusivos, com designs que valorizam o ambiente e o momento.
“A equipe, os processos, a qualidade, os
fornecedores, os produtos, são exatamente os mesmos. A única mudança que nós fizemos foi da marca, do nosso escritório e, obviamente, das embalagens. O consumidor final não sofrerá qualquer impacto, porque o que está por trás da Sylvania é uma experiência de 70 anos, e essa experiência migra, automaticamente, para a Ozli”, enfatiza o executivo.
Painel de empresas
18
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Unicoba Energia recebe investimentos de R$ 30 milhões Aporte do fundo Performa Investimentos será aplicado na ampliação das operações e crescimento do segmento de iluminação Led
O fundo Performa Investimentos,
A empresa, que se tornou independente
cujo principal acionista é o BNDESPar,
de capital fechado em 2016, possui
acaba de aprovar um aporte de R$
balanços auditados e governança
30 milhões para a empresa brasileira
corporativa do nível de empresas listadas
Unicoba Energia, do Grupo Unicoba. O
em bolsa. Atualmente, é líder de mercado
investimento tem como objetivo ampliar
de iluminação pública Led com mais de
as operações da companhia e contribuir
50% de market share e, em iluminação
para o desenvolvimento do segmento de
industrial de média e alta potência, com
iluminação Led no Brasil, que cresce a
mais de 25% de market share, presente
taxas superiores a 20% ao ano.
em mais de 85% das maiores empresas do
Brasil.
O fundo, focado em soluções
Segundo a companhia, dos cerca de
Iluminação da Ponte Octávio Frias de Oliveira (Ponte Estaiada) tem participação da Unicoba.
inovadoras e disruptivas em diversos
segmentos de mercado como saúde, clean
82 mil pontos de iluminação pública em
Bandeirantes e Castelo Branco, a qual
tech, educação e fin techs, terá participação
Led existentes em São Paulo, mais de 75
foi a primeira instalação viária em Led
no conselho de administração da empresa,
mil pontos foram fornecidos pela Unicoba
da América do Sul. Realizou, também, a
que nasceu em 2009 como divisão do
Energia. Entre os grandes projetos do setor
iluminação do Pavilhão do Anhembi, da
Grupo Unicoba, com a implantação da
público e concessões, a empresa assina
Avenida 23 de Maio, da Marginal Pinheiros,
fábrica de luminárias Led do País, sob a
a iluminação dos túneis do Rodoanel,
da Avenida dos Bandeirantes e da Ponte
marca comercial Ledstar.
no trecho oeste entre as Rodovias dos
Estaiada (Ponte Octávio Frias de Oliveira).
Prysmian e AES Eletropaulo fecham contrato de R$ 30 milhões Acordo prevê construção de 2,9 quilômetros de linha de transmissão subterrânea na cidade de São Paulo eletromecânica, testes e comissionamento
Como o projeto tem um prazo curto de
da linha de transmissão subterrânea. A nova
execução, a Prysmian atua em múltiplas
linha conectará a rede de energia da AES
frentes de trabalho, com abertura de valas
Eletropaulo no bairro do Ipiranga à Estação
convencionais e uso de equipamentos MND
Transformadora de Distribuição (ETD) Vila
(método furo-direcional não destrutivo), de
Mariana, de 88/13,8kV, em construção no
forma a agilizar a instalação da infraestrutura
bairro da Vila Mariana, zona sul da capital
necessária para a passagem dos cabos,
paulista.
principalmente nas regiões de maior fluxo de
tráfego e/ou maior impacto nas comunidades
A linha subterrânea terá uma extensão
total de aproximadamente 2,9 quilômetros
por onde a obra avançará.
de cabos de alta tensão da Prysmian,
no valor de R$ 30 milhões com a AES
totalizando a quantidade de 18 mil metros
da Prysmian Brasil, João Carro Aderaldo,
Eletropaulo. O acordo prevê a implantação
de cabeamento. A conclusão da obra está
é possível perceber uma retomada gradual
de sistema subterrâneo de transmissão de
prevista para outubro de 2018.
dos investimentos em energia. “Apesar do
energia na cidade de São Paulo.
pequeno número de redes subterrâneas,
segurança do antigo Ramal Aéreo de Estação
acreditamos em um crescimento importante
de materiais, equipamentos e técnicos
Vila Mariana 3 e 4 de 88 kV e também sob
nos investimentos nesses projetos nos
para realizar obras civis, montagem
vias públicas do município de São Paulo.
próximos anos”, afirma o executivo.
A Prysmian Brasil fechou um contrato
O escopo do projeto inclui fornecimento
O traçado foi projetado sob a faixa de
Segundo o diretor da divisão de energia
19
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Cemig incentiva substituição de motores elétricos antigos Interessados podem ter descontos de até 40% na aquisição de motores mais eficientes
Com o objetivo de tirar de circulação
o gerente de Eficiência Energética da Cemig,
motores elétricos antigos, que têm alto
Ronaldo Lucas Queiroz, a iniciativa fomenta
consumo energético, e substituí-los por
a cultura da eficiência energética e a
equipamentos mais modernos e eficientes,
preservação do meio ambiente ao promover
a Cemig está lançando a segunda etapa do
a redução da demanda por energia.
Projeto Cemig Troca Seu Motor, cujas as
inscrições estão abertas até o dia 30 de abril
do projeto, e para aderir ao programa, os
de 2018.
clientes deverão substituir os motores
obsoletos e realizar o descarte correto
Os consumidores que utilizam em suas
Qualquer pessoa poderá participar
atividades motores elétricos antigos terão
dos equipamentos antigos, conforme
agora uma nova oportunidade para receber
regulamento da Cemig. Com o cumprimento
um bônus de até 40% na substituição dos
dessas etapas, a empresa analisará os
equipamentos por outros mais eficientes.
pedidos e poderá ressarcir os clientes.
As propostas poderão conter mais de um
motor, desde que a soma das potências de
Motor, integrante do Programa Eficiência
todos os motores não ultrapasse 2.000 CVs
Energética da companhia, se encerram
(cavalos-vapor) por cliente.
em 30 de abril ou até o esgotamento dos
recursos. Para consultar o regulamento e
Para esse projeto, a empresa já
As inscrições para o Cemig Troca Seu
investiu aproximadamente R$ 360 mil em
outras informações, acesse o site www.
bonificações desde o ano passado. Segundo
cemigtrocaseumotor.com.br.
Painel de empresas
20
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
EDP investe em inteligência artificial no setor elétrico Iniciativa desenvolvida com EY e USP estudará a aplicação de automação e sistemas robóticos na área de distribuição de energia com o uso de inteligência artificial, capazes de aprender a identificar “padrões” e tomar decisões.
A EDP tornou-se este ano a primeira
empresa do setor elétrico a criar um Centro de Excelência em Robotização, com uma equipe certificada e dedicada a automatizar e gerenciar a força de trabalho digital. A Companhia já disponibilizou 15 robôs que entraram em operação ao longo do ano, sendo o primeiro em janeiro, e está atualmente trabalhando na implementação de mais 23 robôs, o equivalente a 36 mil horas robotizadas por ano. A meta é atingir mais de 100 robôs até ao final de 2018. “Destacamo-nos pela nossa liderança na agenda de transformação digital e somos a primeira empresa do setor elétrico a A EDP Brasil iniciou um projeto de
avançar com robotização de processos. Agora
Pesquisa & Desenvolvimento para estudar
também queremos ser líderes na aplicação da
sistemas de inteligência artificial aplicados
inteligência artificial no setor”, reforça Miguel
à área de distribuição de energia. Com
Setas, presidente da EDP Brasil.
investimento de R$ 8,3 milhões ao longo de
18 meses, o projeto irá estudar os impactos
inclusos no projeto de P&D, estão:
“Destacamo-nos pela nossa liderança na agenda de transformação digital e somos a primeira empresa do setor elétrico a avançar com robotização de processos. Agora também queremos ser líderes na aplicação da inteligência artificial no setor” Miguel Setas, presidente da EDP Brasil.
Dentre os possíveis processos robotizáveis
da automação de processos com robôs de última geração.
• Saneamento de inconsistências nos cadastros
técnicos e comerciais das distribuidoras;
Com o apoio da EY e de Doutores
da Universidade de São Paulo (USP),
• Apoio no processo de operação das redes de
a iniciativa visa a estruturação de um
distribuição;
observatório de tecnologias disruptivas que
• Direcionamento e refinamento de ações de
analisará, entre outros temas relevantes, os
recuperação de receitas nas distribuidoras;
impactos na formação e gestão da força de
• Gestão de ativos, incluindo atividades de
trabalho. A partir desse estudo, será possível
O&M;
identificar, medir e mitigar os aspectos
• Atendimento a consumidores e aspectos
socioeconômicos e culturais, ajudando a
regulatórios.
definir um novo perfil para os colaboradores e corpos diretivos das empresas diante das
mudanças trazidas pela aplicação de novas
de otimizar (robotizar) diversas atividades a fim
tecnologias avançadas.
de garantir eficiência, produtividade e qualidade
na execução, sempre pensando nos benefícios
O estudo inédito no setor de energia
Com o projeto, a EDP terá a oportunidade
permitirá o uso de robôs de primeira geração,
que serão gerados aos seus colaboradores,
que são capazes de automatizar processos
sociedade e partes interessadas, por meio da
manuais e repetitivos, liberando as pessoas
excelência no atendimento e foco no cliente.
para atividades mais analíticas e criativas. Na
sequência, será realizado o mesmo estudo
no âmbito dos programas de P&D da EDP, com
usando robôs de terceira geração e superior,
a garantia da originalidade e pioneirismo.
A iniciativa foi inserida em outubro de 2017
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
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Enel conquista 380 MW de capacidade hidrelétrica em leilão Grupo assumiu contrato de 30 anos de concessão para operação da usina hidrelétrica e investirá cerca de R$ 1,4 bilhão
A Enel, por meio de sua subsidiária Enel
Brasil, conquistou um contrato de 30 anos de concessão para Volta Grande, usina hidrelétrica em operação, localizada no Sudeste do país, com uma capacidade total instalada de 380 MW, de acordo com o “Leilão de Concessões não prorrogadas” organizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A Enel investirá um total de cerca de R$
1,4 bilhão, cerca de 445 milhões de dólares americanos, na concessão da hidrelétrica, em linha com o investimento previsto no atual plano estratégico do Grupo. A usina hidrelétrica é apoiada por contrato de concessão de 30 anos com uma receita anual de geração garantida.
Com este contrato, a capacidade de energia
hídrica da Enel no Brasil passa de 890 MW para 1.270 MW. De acordo com as regras do leilão, a Enel deve assumir o controle da usina em janeiro de 2018, quando passará a ser operada pela subsidiária de energia renovável da Enel no país, Enel Green Power Brasil.
A usina hidrelétrica Volta Grande (380 MW) está localizada no Rio Grande, nos estados de Minas Gerais e São Paulo. A planta entrou em
operação em 1974 e tem uma produção anual de 2,02 TWh.
Painel de empresas
22
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Eaton expande planta de Porto Feliz, que passa a ter cinco unidades de negócios Campus agora é responsável pela produção da linha de comando e sinalização Blindex e tornou-se o centro de distribuição de produtos fabricados globalmente pela empresa
A Eaton ampliou sua unidade industrial
Lançamentos
de Porto Feliz (SP) e passa a produzir a
linha de comando e sinalização Blindex
diz respeito à linha de nobreaks 93 PM. O
e se tornou o Centro de Distribuição
modelo de 208 / 220 V foi acrescentado
dos
à família e apresenta uma implantação
produtos
fabricados
globalmente
Outra expansão anunciada da empresa
pela empresa, como as linhas Moeller,
flexível,
Bussmann,
Eletromec,
Life
Safety
oferecendo
benefícios
que
e
aumentam a continuidade do negócio
Lighting. A planta já abrigava a linha de
e reduzem o custo total de propriedade
produção de religadores e a montagem
(TCO) em relação à infraestrutura crítica.
de bancos de capacitores provenientes
O novo nobreak utiliza tecnologia
da aquisição da Cooper Industries.
de bateria íon-lítio e possui tecnologia
intercambiável,
Com uma área de 92 mil m², a empresa
permitindo
que
os
recebeu ainda o Centro de Excelência de
técnicos substituam módulos de energia
Reparo e Manutenção de Disjuntores.
em minutos enquanto a unidade está
Para o gerente desta Unidade de
online para operação contínua.
Negócios
da
Eaton,
Marcio
Rigato
O nobreak 9 PX nos modelos de 1 kVA
Hernandes, a decisão pela expansão foi
a 3 kVA é outra novidade da companhia. A
impulsionada pela vantagem de integrar
nova linha oferece opções de automação
as operações e trouxe competitividade à
projetadas para ajudar profissionais de TI
companhia, evidenciada pelos resultados
a gerenciar e proteger remotamente sua
de desempenho em 2017 das linhas de
infraestrutura crítica.
religadores, que são fornecidos para
concessionárias
da
de
energia
elétrica.
Já o nobreak 9PHD é o lançamento Eaton
para
ambientes
industriais
Para o executivo, a demanda para 2018
hostis. Com grau de proteção IP 54, o
deverá aumentar, mas ainda depende das
equipamento suporta difíceis condições
privatizações do setor de distribuição,
de trabalho e garante confiabilidade de
que podem ocorrer no próximo ano.
sistemas críticos em ambientes exigentes
A
Eaton
é
uma
empresa
de
da indústria de processos, marítima ou
gerenciamento de energia que encerrou
ferroviária. O novo nobreak, segundo a
o ano de 2016 com US$ 19,7 bilhões
companhia, possui um núcleo sofisticado
em vendas, montante do qual US$ 12,6
e oferece mais de 96% de eficiência
bilhões corresponde ao segmento elétrico.
em modo de dupla conversão e 99% ao
O Brasil representa, aproximadamente,
operar no modo ESS. Está disponível na
35% do faturamento da América Latina
faixa de potência de 40 kVA a 200 kVA
na divisão de elétrica. No que diz respeito
e está disponível em dois tamanhos de
ao segmento automotivo da empresa, o
gabinetes, dependendo da configuração
Brasil é o maior mercado latino.
do transformador e da energia necessária.
23
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Osram Lighting Show discute tendências da iluminação Led em São Paulo Cerca de 150 profissionais ligados ao setor de iluminação estiveram presentes no evento para debater a tecnologia “Tecnologia em prol da iluminação” foi a
Américas, o búlgaro Yavor Kolarov, durante a
temática que norteou o Osram Lighting Show
sua palestra sobre internet das coisas. “Em um
Brasil, evento promovido, em novembro, pela
mundo cada vez mais conectado, a iluminação
Osram para discutir as soluções de Led. O
desempenha um papel fundamental nas
encontro debateu as principais novidades e
organizações”, completou.
tendências mundiais do setor, com a presença
de especialistas internacionais e cerca de 150
puderam conferir as soluções apresentadas
pessoas de diferentes segmentos do mercado.
pelas
Entre uma palestra e outra, os presentes marcas
Arrow,
Constanta,
GDE,
“A tecnologia de iluminação é a chave para a
LEDiL, Littelfuse e TD, que montaram
conectividade. Nos Estados Unidos, a presença
estandes no evento em busca de estreitar
dos chamados ‘smart buildings’ - prédios com
os seus relacionamentos no segmento. “Tão
Lighting Show Brasil, mas outras edições
processadores de dados conectados em
importante quanto expor os nossos produtos
já estão sendo planejadas. “O resultado
dispositivos de iluminação - já é uma realidade
é a oportunidade de falar sobre as principais
da edição deste ano foi muito positivo.
que traz eficiência, economia e segurança para
novidades do mercado com uma líder mundial
Acreditamos que para 2018 podemos, não
as empresas. Esse tipo de conceito não deve
como a Osram”, afirmou Mauro Cipolotti,
somente repetir, mas ampliar o evento”, avalia
demorar muito a chegar ao Brasil”, apontou o
gerente de vendas da Arrow, que também
Marlon Gaspar, gerente de vendas da Osram
Head de Gestão de Produtos da Osram nas
palestrou no encontro.
Opto Semiconductors para a América Latina.
Esta foi a primeira edição do Osram
Evento
24
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Por Flávia Lima
potencializa negócios em Vitória (ES) Evento discutiu boas práticas, novas tecnologias e cenário normativo da engenharia elétrica no Brasil. 530 profissionais participaram da última etapa do evento em 2017
25
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
O Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE)
nos próximos anos com a entrada maciça da geração
encerrou as atividades do ano com mais uma edição de
distribuída no sistema.
sucesso realizada na cidade de Vitória (ES), entre os dias 19
e 20 de outubro. O evento contou com a presença de cerca
momento e pode tomar agora uma série de decisões no
de 530 profissionais, que participaram do congresso técnico
sentido de ajustar a regulação para tornar o país mais
e conferiram de perto a exposição de produtos e tecnologias
competitivo. “Acreditamos que a nova legislação está
apresentada pelas empresas patrocinadoras.
voltada para a modernização do setor”, avalia. Martins
critica, no entanto, o modelo atual da ferramenta de P&D
No formato de congresso mais área de exposição
De acordo com o executivo, o Brasil está em um bom
simultânea, o CINASE tem como intuito promover a
da Aneel. “Hoje, o P&D é muito realizado em parceria
disseminação de conhecimento técnico a partir de palestras
com universidades e não chega à indústria. Seria ótimo
conferidas por especialistas renomados e com experiência
se houvesse incentivo para que as indústrias também
comprovada em suas áreas de estudo e atuação. O
utilizassem esse modelo para desenvolver produtos”, diz.
congresso é, então, organizado de modo a abordar toda a
Para o executivo, o setor deve passar por uma transformação
cadeia do setor elétrico – da geração até a instalação de
muito forte e as utilities precisarão ser provedoras de
baixa tensão.
soluções para os clientes e não mais meramente provedoras
de energia elétrica.
Nesta edição, a abertura do evento foi feita pelo
diretor geral da EDP Espírito Santo, João Brito Martins,
que abordou o tema “O futuro do setor elétrico”. Em sua
sobre geração distribuída a partir de energia solar
O primeiro dia do evento teve ainda uma apresentação
apresentação, o executivo discorreu sobre a transformação
fotovoltaica feita pelo CEO da Engie Solar, Rodolfo de
que o setor de distribuição de energia elétrica deve sofrer
Sousa Pinto, que discorreu sobre oportunidades de
O evento contou com a presença de cerca de 530 profissionais, que participaram do congresso técnico e conferiram de perto a exposição de produtos e tecnologias apresentadas pelas empresas patrocinadoras.
Evento
26
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
A edição de Vitória (ES) foi uma das que mais surpreendeu em número de participantes e de empresas patrocinadoras. Participaram do evento cerca de 45 empresas, entre patrocinadores e apoiadores.
27
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
negócios com micro e minigeração e forneceu dados
Proteção de Descargas Atmosféricas (PDA); e segurança
estatísticos sobre a evolução da capacidade instalada da
do trabalho.
energia solar no Brasil e no mundo.
cada palestra técnica apresentada por um especialista, os
Operação, manutenção e ensaios em subestações;
Assim como nas edições anteriores, nos intervalos de
transformador elétrico e o meio ambiente; painéis de
congressistas tiveram ainda a oportunidade de participar
média tensão e a revisão da ABNT NBR IEC 62271-
de diversas mini palestras proferidas por profissionais das
200; Certificação de produtos de iluminação com Leds;
empresas expositoras. É importante mencionar que todas as
e qualidade de energia, compensação reativa e eficiência
miniapresentações passam pelo crivo dos coordenadores
energética foram outros temas abordados por especialistas
do evento e são focadas em assuntos estritamente técnicos,
em cada uma das áreas no primeiro dia do congresso.
evitando abordagens comerciais. Dessa maneira, os
participantes são abastecidos de conteúdo técnico e de
Já o segundo dia do evento foi preenchido por temas,
como: a revisão da norma de instalação elétrica de baixa
qualidade durante todo o período do evento.
tensão, a ABNT NBR 5410; conscientização sobre o uso
da eletricidade – estatísticas da Abracopel; os impactos
surpreendeu em número de participantes e de empresas
da nova ABN NBR IEC 61439-1 (conjuntos de manobra
patrocinadoras. Participaram do evento cerca de 45
e controle de baixa tensão); novidades e tendências em
empresas, entre patrocinadores e apoiadores. As empresas
A edição de Vitória (ES) foi uma das que mais
Evento
28
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
patrocinadoras foram: ABB, AltoQi, Andaluz, Beghim,BRVal, Brametal, Clamper, DKC, Eletromil, Embrastec, Flir, Gazquez, Grupo A.Cabine, IFG, KitFrame, Maxtil, Nexans, Nortel, Omicron, Pextron, Phoenix Contact, Proauto, Rittal, SEL, Solução Equipamentos, Soprano, TAF, Tavrida Electric, TDK, Utili e Weg.
Na opinião de Maurílio Hidalgo, gerente
comercial da Brametal, uma das empresas patrocinadoras, participar do congresso foi um investimento que valeu a pena principalmente por ser uma empresa da região. “O evento foi importante à medida que trouxe oportunidades de negócios, especialmente, em geração distribuída de energia solar fotovoltaica no Espírito Santo”, avaliou.
O gerente de vendas da Pextron, Uriel
Horta, concorda e afirmou que o evento rendeu ótimas oportunidades de negócios. “Melhor investimento na relação custo/retorno para produtos do setor elétrico e a edição de Vitória garantiu grandes conquistas”, declarou.
Entre as empresas e instituições
apoiadoras do evento, estiveram: Andaluz, CDMEC, Coopttec, Crea-ES, EDP, Eletromil, Engelmig, Grunner, Ipog, Senai, Senge-ES, Sindifer, Sinduscon-ES, Sinergia-ES e Sintec.
Para 2018, as edições do CINASE
reservam grandes surpresas. Para começar, haverá uma edição extra em São Paulo (SP), realizada em parceria com o Grupo Canal Energia. Além disso, as edições regionais contarão com o Prêmio OSE de Instalações Elétricas, que reconhecerá os melhores projetos de elétrica de cada região que receberá o congresso. Confira, a seguir, os meses e cidades por onde passará o CINASE em 2018.
Fortaleza 30ª etapa, em maio de 2018;
2018
São Paulo 31ª etapa, em junho de 2018; Porto Alegre 32ª etapa, em agosto de 2018; Rio de Janeiro 33ª etapa, em outubro de 2018.
Mais informações podem ser encontradas em breve no site www.cinase.com.br Alguns dos representantes das empresas patrocinadoras e apoiadoras do CINASE Vitória.
ATERRAMENTO ELÉTRICO
30
Paulo Edmundo da Fonseca Freire Capítulo XI – Medidores de “loop de terra” • Princípio de funcionamento • Aplicação do medidor • Resistências de aterramento • Testes de continuidade
MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
34
Alan Rômulo Queiroz, Eduardo César Senger e Luciene Queiroz Capítulo XI – Definição da estratégia de manutenção • Definição da periodicidade da manutenção preventiva • Manutenção baseada na condição • Etapas da estratégia de manutenção • Equipamentos, funções, falhas, mecanismos de degradação, detecção, tarefas, etc.
Fascículos
Apoio
Apoio
Por Paulo Edmundo da Fonseca Freire*
Aterramento elétrico
30
Capítulo XI Medidores de “loop de terra”
No capítulo anterior, apresentamos
força eletromotriz (f.e.m) conhecida. O
A Figura 2 representa um sistema
detalhes sobre avaliação de malhas e
uso de uma outra bobina com M espiras
multiaterrado, estando o circuito elétrico
medições
energizadas
permite a medição da corrente que circula
correspondente ilustrado na Figura 3. Este
utilizando o método da injeção de alta
em
instalações
neste circuito secundário de uma única
sistema pode ser o cabo terra de uma linha
frequência. No presente artigo abordaremos
espira (Figura 1).
de baixa tensão, o cabo mensageiro de uma
medições utilizando alicates terrômetros,
A soma das resistências Rx + Rc pode
linha telefônica ou os cabos para-raios de
ou melhor dizendo, medidores de “loop de
ser obtida pela relação entre a tensão
uma linha de transmissão. Neste circuito,
terra”.
gerada e a corrente circulante. Quando
o conjunto de eletrodos R1, R2, ....Rn
É fundamental conhecer os detalhes
Fascículo
Rc representar um conjunto de eletrodos
substitui Rc da Figura 1. Quando se aplica
da utilização deste método de medição
em
característica
uma tensão E no eletrodo Rx através de um
para obter resultados confiáveis e corretos.
de sistemas multiaterrados), pode -se
transformador especial sobre o solenóide,
Cabe destacar que este tipo de equipamento
considerar que Rx >> Rc. Nesta condição
circula uma corrente I através do circuito
não mede resistências de aterramento, mas
tem-se que o instrumento indicará um
secundário. A Tabela 1 apresenta a equação
sim a impedância de um loop. Se este loop
valor conservativo (um pouco mais alto)
deste circuito, assim como a condição a ser
contiver uma resistência de aterramento,
para a resistência de aterramento Rx a ser
atendida de modo que se possa admitir Rx
então teremos uma leitura do seu valor. É
medida.
= E/I.
paralelo
(condição
importante, portanto, reconhecer o loop que está sendo medido.
Medidores de “loop de terra” Princípio de funcionamento O princípio de funcionamento deste medidor consiste em um gerador CA que aplica uma tensão em uma bobina com N espiras, cujo núcleo ferromagnético envolve um circuito fechado, que vem a ser a única espira do secundário de um transformador com relação N:1. A tensão aplicada na bobina produzirá no circuito fechado uma
Figura 1 – Princípio de funcionamento do medidor de “loop de terra”.
31
Apoio
Figura 2 – Sistema formado por cabo terra multiaterrado.
Figura 3 – Circuito elétrico correspondente do sistema ilustrado na Figura 2.
Equações que estabelecem as relações de tensão e corrente na medição com o medidor de “loop de terra”:
Aplicação do medidor
A
As normas ABNT NBR 15749/2009 Medição de resistência de aterramento e de
aplicação
deste
equipamento
exige que sejam cumpridas as seguintes premissas:
potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento e a revisão de 2011 do USA
− Para a medição de resistência de
National Electrical Code, Section 250,
aterramento é necessária a disponibilidade
regulamentam o uso deste tipo de medidor.
de circuito fechado (laço ou loop) incluindo
A maioria dos medidores deste tipo se
a resistência do aterramento que se deseja
apresenta como um alicate cuja pinça tem
medir, sendo que a resistência do circuito
dois núcleos partidos dimensionados para
que fecha o laço deve ser muito menor que
envolver o rabicho de aterramento (Figura
a resistência do aterramento sob medição;
4). Um dos núcleos gera a f.e.m que, por
− A distância entre o aterramento sob
sua vez, produz a corrente que circula no
medição e o mais próximo dos aterramentos
circuito, e o outro é um transformador
que fecham o laço deve ser suficientemente
de medida de corrente. Para atenuar as
grande para que as respectivas zonas de
interferências provocadas pela presença
influência não apresentem sobreposição;
de tensões espúrias, os alicates geralmente
− A resistência do aterramento sob medição
trabalham com frequências de medição
deve ser percorrida pela totalidade da
diferentes
corrente injetada.
da
frequência
industrial
(tipicamente entre 1,5 kHz e 2,5 kHz) e tem filtros adequados.
Este tipo de equipamento, além de
Apoio
Aterramento elétrico
32
funcionar como alicate amperímetro (“true
distribuição
(CPDs e Datacenters), onde os condutores
RMS”), usualmente serve também para a
pode ser testada a continuidade dos
terra dos circuitos de alimentação dos
medição de correntes de fuga em rabichos
diversos condutores de interligação com
equipamentos nos racks são aterrados na
de aterramento, permitindo os seguintes
aterramentos que convergem para a barra
malha de referência de sinal em ambas as
tipos de medições:
de terra, tais como neutro do alimentador
extremidades (no quadro de distribuição e
geral, rabicho do aterramento local e
no rack).
Em
um
quadro
de
− Resistências de aterramento em sistemas
outros condutores de ligação equipotencial
multiaterrados, tais como redes telefônicas
(aterramentos de para-raios, estruturas
(blindagem dos cabos e mensageiro), redes
metálicas, tubulações, DG de telefonia etc.).
de distribuição (blindagem dos cabos e fio
Os fios terra de circuitos de alimentação
neutro), para-raios de linhas de transmissão
de equipamentos eletrônicos, ao contrário
etc.;
dos condutores multiaterrados devem
− Testes de continuidade em instalações
apresentar circuito aberto quando medidos
com elementos multiaterrados, tais como
com o “GroundTester”. Este resultado é
redes captoras de descargas atmosféricas
justificado pelo fato de que estes condutores
com muitas descidas e estruturas metálicas
devem ser radiais, com um único ponto de
longas
interligação com a malha, de modo a não
(“pipe/cable
transportadoras)
ou
racks”, em
esteiras de
formarem “loops de terra” que possam
distribuição e em circuitos elétricos em
quadros
dar origem à circulação de correntes por
geral.
indução ou em condições transitórias (tipicamente quando da queda de raios).
O equipamento mede a resistência
Esta observação não vale para ambientes
total do loop, que inclui a resistência
providos e “malhas de referência de sinal”
Figura 4 – Medidor de “loop de terra” tipo alicate (GroundTester).
do aterramento que desejamos medir (Rx) ligada em série com a resistência equivalente de todo os demais aterramentos interligados, conforme ilustrado na Figura 5. Considera-se que Rx >> Reqv e que este último pode ser estimado quase nulo. Aproxima-se, portanto, a resistência a ser medida por toda a resistência do “loop de terra”, valor este que é adequado para efeito de avaliação e como teste de continuidade do sistema. Caso o loop seja metálico, ou seja, não envolva a circulação de corrente pela terra,
Fascículo
e sim apenas por condutores ou estruturas metálicas, a medição presta-se para a avaliação de continuidade elétrica dos condutores e das conexões. Os
valores
medidos
em
“loops”
metálicos devem ser sempre baixos (R < 1 Ω), podendo chegar a poucos Ohms quando envolvem grandes espiras (da ordem de dezenas de metros). Resistências da ordem de dezenas ou centenas de Ohms denotam conexões deficientes. Resistências superiores a 1 kΩ indicam provável seccionamento do cabo ou conexão aberta/ isolada.
Figura 5 – Medição de resistência de aterramento em sistema multiaterrado.
*Paulo Edmundo da Fonseca Freire é engenheiro eletricista, mestre em Sistemas de Potência e doutorando em Geologia/Geofísica pela Unicamp. É membro do Cigré e do Comitê de Aterramento do Cobei/ABNT. Atualmente, é diretor da Paiol Engenharia | paulofreire@paiolengenharia.com.br. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
33
Apoio
Manutenção de equipamentos elétricos
34
Por Alan Rômulo Queiroz, Eduardo César Senger e Luciene Queiroz*
Capítulo XI Definição da estratégia de manutenção
Definição da periodicidade da manutenção preventiva
desta classe de equipamentos, será adotada uma confiabilidade alta mínima ( R min ) igual a 0,9025 (0,95x0,95). Com esse valor resulta que, para equipamentos que possuam a mesma taxa de falhas, a
Este trabalho propõe que a periodicidade da manutenção
periodicidade da manutenção de um equipamento de alta criticidade
preventiva para cada equipamento seja definida em função da
será o dobro daquela verificada para um de altíssima criticidade.
taxa de falhas e do valor qualitativo da criticidade calculados para
Neste caso, a periodicidade pode ser calculada pela expressão:
o equipamento em análise (metodologia de criticidade conforme capítulo anterior), divididos em quatro grupos, a saber: a) Equipamentos de altíssima criticidade Para esta classe de equipamentos, dada sua importância para a segurança da planta, a manutenção preventiva deverá ser realizada sempre que a função Confiabilidade - R(t) – atingir o valor mínimo altíssima de 0,95 ( R min ). Dessa forma, para um equipamento classificado como de altíssima criticidade e que apresenta taxa de falhas λ (falhas/ ano), a periodicidade da manutenção é calculada pela expressão:
Já a periodicidade máxima para os equipamentos da classe de alta criticidade foi fixada em 60 meses (5 anos). c) Equipamentos de média criticidade Para esta classe de equipamentos adotou-se a confiabilidade média
mínima ( R min ) igual a 0,857375 (0,95x0,95x0,95), resultando que equipamentos desta classe terão uma periodicidade de manutenção
Fascículo
três vezes maior do que um equipamento classe altíssima criticidade com a mesma taxa de falhas. Neste caso, a periodicidade pode ser calculada pela expressão: Considera-se conveniente adotar uma periodicidade máxima para realização dos trabalhos de manutenção preventiva. Isso visa evitar que os equipamentos que apresentam uma taxa de falhas muito baixa fiquem um longo período sem manutenção. Para os equipamentos classificados como altíssima criticidade adotou-se
A periodicidade máxima para esta classe foi definida em 90 meses (7,5 anos).
essa periodicidade máxima igual a 30 meses (2,5 anos). d) Equipamentos de baixa criticidade b) Equipamentos de alta criticidade Equipamentos classificados como de baixa criticidade não serão De forma análoga ao procedimento estabelecido para os equipamentos de altíssima criticidade, para definir a periodicidade
submetidos a um programa de manutenção preventiva, recebendo somente manutenção corretiva, quando necessário.
Apoio
O gráfico da Figura 1 apresenta a periodicidade da manutenção
regulares, com o objetivo de avaliar as condições do equipamento
preventiva calculada em função da taxa de falha do equipamento
e identificar defeitos em desenvolvimento que podem, quando
para cada uma das três primeiras classes de criticidade.
não tratados adequadamente, incorrer em falhas funcionais. Essas inspeções podem ser objetivas (com instrumentos) ou subjetivas (com os sentidos). Dessa forma, a manutenção baseada na condição realiza as intervenções em função das condições reais do equipamento, ao invés de um determinado intervalo de tempo, como no caso da manutenção preventiva. Como qualquer outra técnica de manutenção, esta técnica não é suficiente para bloquear todos os modos de falha possíveis nos equipamentos. Contudo, a aplicação de técnicas de manutenção preditiva associadas às inspeções sensitivas permite o bloqueio de muitos modos de falha quando o defeito ainda está na fase de desenvolvimento. Dentre as principais técnicas de preditiva, destacam-se a termografia, a medição de vibração e a análise de óleo. Em relação às inspeções sensitivas, realizadas pelo operador, itens como a verificação de ruídos e vazamentos também agregam informações importantes sobre a condição dos equipamentos.
Figura 1 – Periodicidade da manutenção em função da criticidade e taxa de falhas.
Manutenção baseada na condição
Este trabalho prioriza a técnica de manutenção baseada na condição para aqueles modos de falha onde a mesma é eficaz. Essa análise é realizada conforme a metodologia proposta nos itens a seguir. Dessa forma, o programa de manutenção preventiva é otimizado,
A manutenção baseada na condição é uma técnica que consiste
contemplando apenas aquelas tarefas em que a manutenção baseada
em inspecionar os equipamentos continuamente ou em intervalos
na condição não é eficaz. Considera-se que, após a realização da
35
Apoio
Manutenção de equipamentos elétricos
36
inspeção e a identificação de um defeito, o equipamento é restaurado
Em que:
para uma situação “tão bom quanto um novo”. 1) Item
Definição da estratégia de manutenção
Conforme definido nos capítulos anteriores, este trabalho
Sequência numérica para organização dos modos de falha
analisados na planilha.
considera as seguintes diretrizes para elaboração dos planos de 2) Equipamento
manutenção:
Descrição do equipamento a ser analisado.
a) Participação ativa dos operadores nas atividades de manutenção;
3) Função
b) Priorização pela manutenção baseada na condição;
Descrição da função do equipamento no sistema/processo.
c) Aplicação da filosofia de trabalho das operações integradas. 4) Função significante
Este trabalho apresenta uma metodologia para definição
Classificação da relevância do equipamento para a operação
da unidade, sendo classificada em “sim” ou “não”.
da estratégia de manutenção para novas unidades, dividida em três etapas. O objetivo é estabelecer o programa inicial de manutenção, que deverá ser revisto e adequado ao longo da vida
5) Falha funcional
útil da unidade.
Modos de falha que definem a incapacidade de um item em
desempenhar a sua função conforme padrões de desempenho • Etapa 1
requeridos. 6) Local da falha/defeito
A etapa 1 corresponde à análise dos modos de falha realizada através de uma FMEA por classe de equipamentos (tais como
O local da falha/defeito identifica em qual componente do
relés de proteção, disjuntores e motores elétricos), utilizando
equipamento pode ocorrer uma falha funcional.
como parâmetro a norma IEC 60300-3-11 (Dependability Management – Part 3-11: Application Guide – Reliability
7) Mecanismo de degradação
Centred Maintenance) e os conceitos de FMEA abordados pelos
autores Kume, Palady, Stamatis, Villacourt e na norma militar
a falhar ou apresentar algum defeito.
Identificação das principais causas que levam o equipamento
americana MIL-STD-1629A. 8) Defeito
O modelo do formulário de FMEA proposto e seus respectivos campos são apresentados na Figura 2. Ainda nesta etapa, é
Maneira como a alteração das condições de um item se
realizada a estruturação da árvore de falhas (FTA) sobre todos
manifesta em um equipamento/componente em função do seu
os itens críticos que serão colocados na condição de eventos
mecanismo de degradação.
iniciais da árvore e atribuídas as respectivas taxas de falha, a fim de determinar o comportamento do equipamento e dos seus
9) Taxa de falha
principais itens durante um período de tempo considerado.
Fascículo
Parâmetros/valores referentes ao número de falhas num
determinado período de tempo.
A planilha de FMEA é composta pelos seguintes campos:
Item
Equipamento
Função
Função significante
Falha funcional
Local da Falha/Defeito
Mecanismo de degradação
1
2
3
4
5
6
7
Tarefa Recomendada Defeito
Taxa de Falha (x 10-6)
Método de Detecção
Tarefa
Frequência
Tipo
8
9
10
11
12
13
Figura 2 – Modelo de FMEA proposto.
Apoio
37
Apoio
Manutenção de equipamentos elétricos
38
10) Método de detecção
And Strategy For Condition Based Maintenance of Power Supply
Equipment. In: “IEEE/PES Transmission and Distribution
Para cada mecanismo de degradação identificado deve ser
avaliado se existe algum parâmetro que sinaliza que a degradação está ocorrendo antes da ocorrência da falha, e se há algum método para monitorar estes parâmetros. São exemplos destes métodos: inspeção auditiva, medição de vibração, medição de temperatura, entre outros.
Conference and Exhibition: Asia and Pacific”. Dalian, 2005. • IEC 60300-3-11. “Dependability Management – Parte 3-11: Application Guide – Reliability Centred Maintenance”, 1999. • IEEE 500. “IEEE Guide to the collection and presentation of electrical, electronic, sensing component and mechanical equipment reliability data for nuclear-power generating stations”,
11) Tarefa
1984.
Tarefas de manutenção efetivas para bloquear uma
• Kume, H. “Quality Management in New-Product
falha funcional em função do modo de falha/mecanismo de
Development”. Editora Productivity & Quality Publishing Pvt.
degradação identificado.
Ltd. 2004. 270p. • MIL-STD-1629A. “Procedures for Performing a Failure
12) Frequência
Mode, Effects and Criticality Analysis”. Military Standard, Naval
Ship Engineering Center, Washington D.C., 1980.
Periodicidade de execução das tarefas em função da taxa
de falha dos componentes de um equipamento. A frequência será definida em intervalos múltiplos de três meses, a fim de otimizar o processo de planejamento da manutenção.
• OREDA – Offshore Reliability Data Handbook. Sintef, 5ª Edição. Oslo, Noruega, 2009. • Palady, P. “FMEA. Análise dos Modos de Falha e Efeitos, Prevendo e prevenindo problemas antes que ocorram”. Editora
13) Tipo
Técnica de manutenção na qual a tarefa selecionada se
insere. Exemplo: manutenção preditiva.
Instituto IMAM, São Paulo, 2004. 270p. • Queiroz, A. R. S. Estratégia de manutenção de equipamentos elétricos em unidades offshore de produção de petróleo e gás
Os dados de falha são provenientes prioritariamente
baseada na filosofia de operações integradas. Tese (Doutorado
do banco de dados Oreda e da norma IEEE 500. Quando
em Ciências – Engenharia Elétrica). Universidade de São Paulo,
estas informações não estão disponíveis nas fontes citadas
2016.
anteriormente, são utilizadas taxas de falha de outras fontes, que devem estar devidamente registradas nas análises.
• Stamatis, D. H. “Failure Mode and Effects Analysis: FMEA from Theory to Execution”. Editora ASQ Quality Press. Milwaukee, Wisconsin, 2003. 455p.
• Etapa 2
• Villacourt, M. “Failure Mode and Effects Analysis (FMEA): A Guide for Continuous Improvement for the Semiconductor
Na etapa 2, a partir da taxa de falha de cada item, são obtidos
Equipment Industry”. International Sematech, 1992.
os resultados referentes à confiabilidade e a influência desses itens sobre o equipamento/sistema, entre outras informações utilizadas na análise.
Fascículo
• Etapa 3 A estratégia de manutenção adequada com base na filosofia de Operações Integradas é determinada na etapa 3, com base nos estudos realizados nas etapas anteriores. Para determinação dos intervalos de manutenção, será utilizado o gráfico disposto na Figura 1, que correlaciona os valores de confiabilidade definidos para cada classe de criticidade, a taxa de falhas e a periodicidade manutenção. No próximo capítulo, a metodologia proposta será aplicada
*Alan Rômulo Silva Queiroz é engenheiro eletricista graduado pela Universidade Santa Cecília (Santos – SP), mestre e doutor em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Eduardo César Senger é engenheiro eletricista e doutor pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. É professor livredocente na área de Proteção de Sistemas Elétricos pela Universidade de São Paulo e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Proteção de Sistemas Elétricos (Lprot). Luciene Coelho Lopez Queiroz é bacharel em Ciências da Computação graduada pela Universidade Católica de Santos e mestre em Engenharia da Computação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
para uma classe de equipamentos elétricos.
Referências bibliográficas • Bi, P.; Xue, J.; Ni, J.; Zhang, H.; Feng, T.; Li, M. Practice
Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
39
40
Aula Prática
Por Suzie Herrera, Domingos Cerri, Guilherme Gray, Felipe Silva e Rafael Favalli*
Inspeção de postes de madeira
Desenvolvimento de equipamento de ultrassom para inspeção em redes aéreas de distribuição
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
41
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
As distribuidoras do Grupo CPFL Energia
Dessa forma, para que não ocorra a troca de
Engenharia, estudou-se a utilização de
possuem, atualmente, cerca de 1,3 milhões
postes de madeira ainda em bom estado,
ondas ultrassônicas para a classificação e
de postes de madeira. Apesar da crescente
resultando
manutenção
inspeção de postes de madeira, propondo o
substituição dos postes de madeira por
desnecessários, bem como a permanência
desenvolvimento de um equipamento para a
concreto, a grande demanda das equipes
de postes em serviço que comprometam
utilização pelas equipes de campo.
de campo e a localização dos postes de
a segurança, é necessário um método de
madeira em regiões rurais e de difícil acesso,
inspeção mais adequado e eficiente para
em sua grande maioria, demonstram que a
maior precisão na tomada de decisão pela
substituição completa não ocorrerá no curto
retirada ou permanência de postes de
Estudo da velocidade de propagação
prazo.
madeira da rede.
de ondas de ultrassom em postes de
em
custos
de
Desenvolvimento
Considerando a estimativa de vida útil
Por meio de projetos oriundos do
eucalipto
do poste, é necessária a priorização das
Programa de Pesquisa e Desenvolvimento
Para
substituições dos casos críticos, de modo
da Agência Nacional de Energia Elétrica
equipamento, foi observado e estudado o
que a segurança da rede, dos operadores e
(Aneel),
distribuidoras
comportamento da propagação de ondas
da população seja prioritária.
CPFL Paulista e CPFL Piratininga e em
de ultrassom em postes de eucalipto, de
propostos
pelas
o
desenvolvimento
do
O método de inspeção convencional,
parceria com a Faculdade de Engenharia
maneira a se obter uma correlação entre
usado na maioria dos casos, é o “Método
Agrícola da Unicamp, Molise Engenharia
a qualidade do material e a velocidade de
do Martelo”, em que o técnico de inspeção
e a Agricef Soluções Tecnológicas para
propagação da onda de ultrassom.
se
utiliza
de
sua
percepção
auditiva
para a detecção de ocos, podridão ou rachaduras internas, as quais produzem uma característica sonora específica ao impacto da batida do martelo no poste. Aliada à percepção auditiva, uma inspeção visual de todo o poste complementa o diagnóstico.
Apesar de amplamente utilizado, esse
método traz subjetividade e imprecisão ao processo de inspeção, uma vez que é dependente da análise humana, que pode ser distinta entre diferentes técnicos, principalmente por conta do tempo de experiência na função.
Figura 1 – Medições utilizando o dispositivo EPOCH 4.
42
Aula Prática
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Para a realização das medições, foi
visto na Figura 3.
utilizado o equipamento EPOCH 4, um
detector ultrassônico de defeitos, conforme
flexão (tração mecânica), além de conceitos
visto na Figura 1.
teóricos já comprovados, determinaram-se
o Módulo de Elasticidade (MOE) e o Módulo
No estudo do comportamento das ondas
Através dos resultados dos ensaios de
de ultrassom para a inspeção de postes de
de Ruptura (MOR) do poste.
madeira em serviço, ou seja, instalados na
rede, foram realizadas medições no sentido
o modelo de correlação entre o Módulo
radial do poste, conforme visto na Figura 2.
de Ruptura do poste e a velocidade de
propagação das ondas obtidas com o
As medições radiais foram realizadas a
A próxima etapa do estudo foi construir
ultrassom. Através dos resultados obtidos nesse trabalho, em referências de outros autores e padrões técnicos da CPFL, foram especificadas as faixas de classificação do poste, determinando-se as Faixas de Resistência (MOR) em que um poste deve ser mantido ou retirado da rede.
O uso da medição radial com ondas de
ultrassom mostrou-se efetiva na inspeção Figura 2 – Posicionamento do transdutor para medição radial.
de poste de madeira em serviço, capaz de detectar situações nas quais ocorre a perda da resistência residual pela presença de
cada 0,2m, desde o ponto de engastamento
podridão e ocos relacionados ao ataque de
(região de afloramento do poste no solo) até
microrganismos na madeira, principalmente
1,4m de altura. Para o estudo, foi utilizada
na região próxima ao engastamento.
uma amostra de 29 postes de diferentes fabricantes.
Desenvolvimento de equipamento de
Após as medições com ultrassom,
inspeção por ultrassom para uso em
os
campo
postes
foram
encaminhados
para
laboratório para a realização dos ensaios de
Após o estudo e desenvolvimento
flexão estática, os quais simulam os esforços
das “faixas” de classificação obtidas pela
mecânicos sofridos pelo poste em campo
correlação da velocidade de propagação
(condição engastado-livre). Um exemplo da
das ondas de ultrassom e o módulo de
configuração do ensaio mecânico pode ser
ruptura do poste, iniciou-se o trabalho para o desenvolvimento de um equipamento protótipo que permitisse a utilização do ultrassom em campo, com as faixas de classificação obtidas embarcadas. Esse equipamento foi idealizado para ser construído através das seguintes partes: • Fonte de alimentação do equipamento especificamente projetada para suportar os circuitos de excitação dos transdutores de ultrassom; • Circuito de recepção do sinal composto por amplificadores e filtros; • Conversores de sinais Analógico (A) e Digital (D) - A/D e D/A;
Figura 3 – Ensaio de flexão estática (engastadolivre).
• Interface do usuário, através de teclado e display eletrônicos;
• Sistema microcontrolado, com software
em diferentes regiões foi importante para
embarcado, para tratamento do sinal e
que a análise pudesse abranger diferentes
controle da interface com o usuário.
fatores externos, por exemplo, alta umidade relativa do ar, salinidade, alto índice de
Para se chegar a um equipamento
poluição, incidência elevada de chuvas,
capaz de ser utilizado pelas equipes de
entre outros aspectos.
campo, algumas versões protótipas foram
Em todos os postes inspecionados,
desenvolvidas,
foram
conforme
ilustrado
na
utilizados
ambos
os
métodos:
martelo e ultrassom. A Tabela I mostra as
Figura 4.
cidades e respectiva quantidade de postes inspecionados.
Após a realização das inspeções em
campo, dos 111 postes analisados, uma amostra foi selecionada para a realização de ensaios de flexão em laboratório. A composição dessa amostra foi feita com base nos postes em que os métodos de
inspeção
apresentaram
resultados
divergentes: condenados pelo teste do martelo, porém, bons pela análise com ultrassom, e vice-versa.
Assim, 39 postes foram levados para o
teste de flexão estática (engastado-livre), em que foi possível a determinação do Módulo de Ruptura (MOR) do poste. A Tabela II apresenta os resultados para a amostra de 39 postes.
O valor crítico de MOR, considerado
para a retirada do poste da rede, foi de 25 MPa. Analisando-se
a
porcentagem
de
acertos dos métodos de inspeção, foi constatado
que
o
teste
do
martelo
diagnosticou a retirada de 32 postes da rede, quando na verdade, através da análise de laboratório, apenas 13 postes Figura 4 – Versões dos equipamentos eletrônicos desenvolvidos.
deveriam ser retirados. Já no caso do ultrassom, o número de retiradas foi de 15 postes, apenas dois a mais que o esperado.
Validação das faixas de inspeção de
Se observarmos o número total de acertos
postes de madeira em campo
de cada método (considerando apenas
Finalizada a etapa de desenvolvimento
a necessidade de substituição ou não), o
do protótipo, a próxima fase foi a validação
martelo teve uma assertividade de 41%,
das faixas de classificação de postes
enquanto o do ultrassom foi de 95%.
de madeira, obtidas anteriormente em
laboratório
que o MOR ficou abaixo de 25 MPa (limite
e,
agora,
embarcadas
no
Se observarmos na Tabela II os casos em
dispositivo eletrônico para uso em campo.
para retirada do poste da rede), nota-se que,
Dessa forma, para a realização dessa
em um dos casos (poste 36), o diagnóstico
etapa, foram inspecionados 111 postes de
do martelo acusou o poste como “Bom”,
madeira instalados em campo, em diferentes
porém, o mesmo apresentou MOR de 16
regiões e estados de conservação. A inspeção
MPa. Nos casos em que o poste deveria ser
44
Aula Prática
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Tabela I – Cidades e quantidade de postes inspecionados
retirado da rede, o método do ultrassom foi
Cidade
Postes inspecionados
Cubatão (SP)
9
Santos (SP)
8
São Carlos (SP)
9
Santa Bárbara D’Oeste (SP)
15
Valinhos (SP)
11
Charqueada (SP)
5
São Pedro (SP)
3
Amparo (SP)
12
Americana (SP)
2
Jaboticabal (SP)
23
durabilidade.
Sumaré (SP)
14
O princípio de funcionamento do
111
equipamento baseia-se na velocidade de
Total
sempre assertivo.
Melhorias do equipamento para uso em campo
Apesar
dos
bons
resultados
apresentados na validação feita com o equipamento, algumas melhorias foram necessárias para que se pudesse utilizá-lo em campo, no que se refere ao manuseio e
Tabela II – Resultados dos diagnósticos: teste do martelo, ultrassom e laboratório
Poste Diagnóstico do martelo Diagnóstico do ultrassom MOR (MPa) laboratório 63 Muito bom Retirar 1
propagação das ondas de ultrassom, que são mensuradas através de dois elementos transdutores: um de transmissão e outro
2
Retirar
Muito bom
52
de recepção do sinal. Para que as leituras
3
Retirar
Bom
48
tenham valores precisos, é necessário que
4
Retirar
Bom
49
esse par de transdutores esteja posicionado
5
Retirar
Muito bom
59
de maneira alinhada, conforme ilustra a
6
Retirar
Muito bom
45
Figura 5. No protótipo testado em campo,
7
Retirar
Retirar
17
8
Retirar
Bom
26
esse alinhamento é feito “a olho” pelo
9
Retirar
Retirar
5
10
Retirar
Retirar
20
11
Retirar
Retirar
20
12
Retirar
Retirar
5
13
Retirar
Retirar
6
14
Retirar
Retirar
30
15
Retirar
Retirar
12
do diâmetro do poste por meio da medição
16
Retirar
Retirar
12
da circunferência com uma fita métrica.
17
Duvidoso
Bom
26
Outras
técnico de inspeção. Outra grandeza necessária para o equipamento realizar a análise é o valor do diâmetro do poste, um input manual realizado pelo técnico de inspeção através do teclado do equipamento, após o cálculo
melhorias,
relacionadas
às
18
Bom
Retirar
39
características mecânicas e elétricas do
19
Retirar
Muito bom
97
equipamento, ainda eram necessárias. Por
20
Retirar
Bom
45
ser utilizado em campo, apoiado sobre
21
Retirar
Muito bom
58
solo e com grande risco de sofrer quedas,
22
Retirar
Retirar
23
23
Retirar
Bom
37
a proteção da parte eletrônica e dos
24
Retirar
Bom
27
25
Retirar
Retirar
24
26
Bom
Muito bom
50
27
Retirar
Retirar
20
28
Bom
Retirar
25
29
Duvidoso
Muito bom
55
30
Retirar
Muito bom
42
31
Retirar
Muito bom
120
32
Retirar
Bom
59
33
Retirar
Bom
48
34
Retirar
Bom
54
35
Bom
Muito bom
86
36
Bom
Retirar
16
37
Retirar
Muito bom
63
38
Retirar
Muito bom
108
39
Retirar
Atenção
26
transdutores de ultrassom, sendo esses dispositivos muito sensíveis, precisava ser melhorada. Ainda, a autonomia da bateria precisava ser desenvolvida para suportar, no mínimo, um dia inteiro de inspeção.
Figura 5 – Alinhamento dos transdutores para a avaliação do poste.
46
Aula Prática
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
poste (região próxima ao afloramento). As
percentual de assertividade é muito maior,
medições devem ser realizadas em três
evitando
alturas a partir da base do poste (o mais
de postes e, sobretudo, em nenhum
próximo possível do solo): 0m, 0,2m e 0,4m.
caso um poste com resistência mecânica
Para cada altura, devem ser realizadas duas
comprometida
medições, em direções perpendiculares. A
Contudo, ressalta-se que o método do
Figura 7 ilustra os pontos de medição.
ultrassom não dispensa a análise visual
O equipamento possui as seguintes
do poste como um todo, visto que,
classificações, apresentadas em seu display
em determinados casos, podem haver
Figura 6 – Protótipo de equipamento de inspeção por ultrassom, com aparato mecânico.
eletrônico: Ótimo, Bom, Atenção e Retirar.
rachaduras ou podridão evidentes no
A regra para a tomada de decisão pela
topo do poste, devido à ação mecânica ou
Para a solução das melhorias necessárias,
substituição do poste é a ocorrência de
intempéries.
foi pensado o desenvolvimento de uma
duas leituras com o resultado “Retirar” em
“estrutura” mecânica capaz de prover toda
uma mesma altura, ou da ocorrência de
do
a proteção mecânica necessária às partes
três leituras com o resultado “Retirar”, em
relacionados à melhor utilização de recursos
sensíveis. Essa mesma estrutura abrange
qualquer situação.
de manutenção, ou até mesmo levar à
Conclusões
substituição
foi
desnecessária
mantido
na
rede.
Tais dados mostram que a utilização ultrassom
postergação
um par de “garras” que promove a fixação dos transdutores à superfície do poste de
a
pode
de
trazer
benefícios
investimentos,
porém,
principalmente, poderá trazer melhorias à segurança da rede.
maneira alinhada e, ao mesmo tempo, conta com sensor elétrico para a determinação
do diâmetro. A Figura 6 mostra o novo
testes de campo, observou-se a eficácia do
protótipo em operação.
uso de ondas de ultrassom para inspeção
Além disso, os circuitos eletrônicos
de postes de madeira, através do estudo de
[1] ABNT Postes de Madeira – Resistência à
do equipamento foram reprojetados e a
correlação promovido em laboratório.
Flexão. NBR 6231/1980.
alimentação do equipamento passou a ser
Através da comparação dos métodos
[2] ABNT Forças de Vento. NBR 6123/1998.
fornecida por um conjunto de quatro pilhas
(martelo e ultrassom) com a análise real do
[3] ABNT Cálculo e Execução de Estruturas
alcalinas de 1,5 VDC.
poste (obtida em laboratório), notou-se que
de Madeira. NBR 7190/1997.
Essas pilhas foram capazes de suportar
há a tendência da tomada de decisão, pelo
[4] Benoit, Yann. “Vieillissement et fiabilité
o uso durante 12h ininterruptas, condição
teste do martelo, da retirada de grande
des parcs de poteaux bois des réseaux de
superior à utilização real em campo, o que
quantidade de postes ainda em bom
lignes aériennes: l’intérêt du contrôle non
permite ao equipamento o uso por mais de
estado e que poderiam permanecer por
destructif.”. Tese de Doutorado, École
um dia completo de inspeção.
mais tempo na rede. Porém, mesmo com
Polytechnique Fédérale de Lausanne, 2004.
a tendência da realização da substituição,
[5] Union des Centrales Suisses d’életricité
Método de inspeção
notou-se que, com o método convencional
(UCS). “Statistiques des poteaux bois”.
de inspeção, podem haver situações pela
Relatório Técnico, 1994.
Com a definição do protótipo, foi
De acordo com os dados obtidos pelos
estabelecido um método de inspeção, que
permanência de postes comprometidos.
tem por objetivo avaliar a região crítica do
Com a utilização do ultrassom, o
Referências bibliográficas
*Suzie Helena Herrera é engenheira eletricista e engenheira de planejamento elétrico de Distribuição da CPFL Paulista. Domingos Guilherme Pellegrino Cerri é engenheiro agrônomo e doutor em Máquinas Agrícolas. Atualmente, é diretor de pesquisa e automação da Agricef Soluções Tecnológicas para Agricultura Ltda. Guilherme Ribeiro Gray é engenheiro agrícola e mestre em Máquinas Agrícolas. É diretor administrativo da Agricef Soluções Tecnológicas para Agricultura Ltda. Felipe Martins Silva é engenheiro agrícola e gerente de pesquisa e automação da Agricef Soluções Tecnológicas para Agricultura Ltda. Rafael de Souza Favalli é engenheiro agrícola e analista de P&D da Agricef Soluções
Figura 7 – Método de inspeção utilizando ultrassom – pontos de medição.
Tecnológicas para Agricultura Ltda.
Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 2 - Edição 17 / Novembro de 2017
Estudos elétricos de plantas eólicas Cálculos das correntes de curto-circuito e ajustes de proteção APOIO
48
Eólica Por Eduardo Cesar Senger e Francisco Antônio Reis Filho
Plantas eólicas Modelagem para estudos de curto-circuito e critérios de ajustes das proteções
Artigo
Artigo
O número e a capacidade instalada dos
Eólica
aerogeradores utilizados e amplamente
dos enrolamentos desses trafos é estrela
parques eólicos no Brasil têm aumentado
aceitos e conhecidos pelos profissionais do
aterrada (baixa tensão)/delta (média). Os
de forma significativa nos últimos anos.
setor. Outra dificuldade reside no fato de os
enrolamentos do estator e do rotor do gerador,
Apesar da crescente importância desse tipo
projetos mais modernos de aerogeradores
normalmente, são conectados na ligação
de instalação para o setor elétrico brasileiro,
utilizarem malhas de controle proprietárias
estrela não aterrada. As dezenas ou mesmo
elaborar estudos elétricos de plantas eólicas,
que afetam significativamente a contribuição
centenas de aerogeradores que integram um
particularmente aqueles relacionados com
do equipamento para as correntes de
parque de grande porte são interconectados
o projeto do sistema de proteção, continua
curto-circuito. Os fabricantes tratam as
através de vários circuitos coletores, radiais,
sendo um grande desafio para as empresas
informações referentes a esses controles
de média tensão, até o transformador da
envolvidas nesse importante tópico.
como segredo industrial e não divulgam dados
subestação responsável pela conexão da
ou detalhes sobre seu funcionamento. Nesse
planta com o sistema interligado. Como
de que não existem modelos, baseados
cenário, ainda não existem modelos bem
mostrado na Figura 1, uma conexão típica
nos diagramas sequenciais utilizados no
estabelecidos ou um procedimento padrão
para esse transformador é estrela aterrada
cálculo das correntes de curto-circuito,
para o cálculo das correntes de curto-circuito
(alta tensão) e delta (média tensão). Como
que sejam aplicáveis a todos os tipos de
e consequentemente para os ajustes das
fonte de terra para a rede de média tensão da
proteções da planta eólica. Esses fatos têm
planta, utiliza-se um trafo de aterramento em
impacto direto nos critérios de ajustes não só
conexão zigue-zague, ligado na barra de 34,5
das proteções no setor de média tensão, mas
kV. Essa solução fornece uma fonte de terra
também das proteções da concessionária
para a planta e para o SIN e também garante
no ponto de conexão. Esses pontos são
uma isolação de sequência zero entre esses
abordados e discutidos nos itens a seguir.
dois sistema.
A primeira dificuldade decorre do fato
Parques eólicos e tipos de aerogeradores utilizados
A Figura 1 ilustra um parque eólico
Os aerogeradores utilizados nesse tipo de
instalação, como ilustrado na Figura 2, podem ser agrupados em quatro tipos: • Tipo I: Consiste em um Gerador de indução
na forma típica em que é implantado
de Gaiola de Esquilo (GIGE) que opera
atualmente. Os aerogeradores comumente
em velocidade fixa, levemente acima da
utilizados nessas instalações possuem
frequência da rede. Para compatiblizar a
potência nominal entre 1 MVA e 3 MVA e
baixa frequência de rotação do eíxo das pás
tensão nominal em torno de 600 V, embora
(20 rpm a 150 rpm) com a rotação exigida
já existam equipamentos operando em
para o rotor do gerador (1200 rpm a 1800
média tensão e com potência bastante
rpm), utiliza-se uma caixa de engrenagens
superior. A cada aerogerador é associado um
(CE) multiplicadora. A partida da unidade é
transformador elevador que aumenta a tensão
realizada através de um soft-start, o qual é
para 13,8 kV ou 34,5 kV. A conexão típica
curto-circuitado por um contator de by-pass
Figura 1 – Estrutura de um parque eólico típico.
49
50
Eólica
Artigo
durante a operação normal. Para compensar
induzidas nos enrolamentos do rotor. Isso leva
no sistema, a dinâmica das correntes será
o fraco suporte reativo fornecido à rede por
à necessidade da utilização de um sistema de
diretamente dependente dos algoritmos de
este tipo de aerogerador, como mostrado na
proteção do conversor lado rotor, conhecido
controle utilizados nessas malhas.
Figura 2, na saída do enrolamento do estator,
como crowbar. Quando atuado, o crowbar
encontram-se instalados vários estágios de
desabilita o conversor e curto-circuita os
banco de capacitores para correção do fator
enrolamentos do rotor através de um resistor
de potência, os quais são chaveados on/off de
adequado, levando ao amortecimento das
acordo com a potência gerada.
correntes induzidas nesse enrolamento. As
diferentes formas de controle do conversor
os resultados de diversos trabalhos
• Tipo II: Difere do anterior por utilizar um
e do crowbar influenciam fortemente o
de pesquisa publicados na literatura
Gerador de Indução de Rotor Bobinado (GIRB),
comportamento dinâmico das correntes
internacional que estudaram a modelagem
sendo que neste enrolamento é conectado,
fornecidas pelo gerador durante a falta.
dos geradores utilizados em plantas
através de escovas e anéis, um grupo de
Diagramas sequenciais dos aerogeradores Neste item são apresentados e discutidos
eólicas visando a construção de diagramas
resistores variáveis. O valor efetivo desses
• Tipo IV: Nesta solução, os enrolamentos
sequenciais aplicáveis ao cálculo das
resistores é ajustado pelo controle de carga do
do estator são conectados à rede através de
correntes de curto-circuito.
aerogerador. Esse tipo de aerogerador opera
um conversor AC-AC, bidirecional, projetado,
com velocidade supersíncrona na faixa de 1.0
neste caso, para 100% da potência nominal
Diagramas sequenciais para aerogeradores
a 1.1 pu. Como ocorre com o tipo I, possui
do aerogerador. Diversos tipos de geradores
Tipos I e II
partida através de soft-start e capacitores
podem ser utilizados com esta solução:
chaveáveis para controle do fator de potência.
gerador síncrono (GS) de rotor bobinado,
gerador síncrono de ímã permanente e gerador
curto-circuito trifásico em aerogeradores
• Tipo III: Este tipo, também denominado
de indução (GI). O arranjo mecânico também
tipo I é representada com a necessária
Gerador de Indução Duplamente Alimentado
permite variações, como a eliminação da caixa
precisão através de um modelo de “tensão
(GIDA), faz uso dos conversores eletrônicos de
de engrenagens quando utilizado um gerador
atrás da reatância transitória”, ilustrado na
potência para viabilizar o controle completo
sincrono multipolos, de ímã permanente.
Figura 3 (diagrama de sequência positiva).
das potência ativa e reativa fornecidas à rede.
Devido ao conversor, a velocidade de rotação
A construção desse modelo baseia-se no
Semelhante ao tipo II, também utiliza um
é completamente desacoplada da frequência
fato de que os enrolamentos rotóricos dos
gerador de indução de rotor bobinado, sendo
da rede, permitindo a operação do aerogerador
geradores de indução de gaiola de esquilo
que os enrolamentos do rotor são conectados
em uma ampla faixa de velocidades e a
encontram-se curto-circuitados e, dessa
em paralelo com os enrolamentos do estator
minimização das oscilações mecânicas e
forma, não é possível ao fluxo magnético
através de um conversor biderecional de
elétricas no sistema. As mesmas técnicas
concatenado com esse enrolamento variar
potência, AC/AC, como mostrado na Figura
de controle vetorial utilizadas no Tipo III
instantaneamente. Este circuito permanece
2. Esse conversor é projetado para fornecer
podem ser implementadas, possibilitando o
válido por um breve período de tempo
uma potência de até 30% da potência total do
controle desacoplado das potências ativa e
após o início do curto-circuito, conhecido
aerogerador e permite uma faixa de velocidade
reativa injetadas na rede. Como as malhas de
como período transitório, antes que o fluxo
de operação muito mais ampla que os tipos
controle do conversor permanecem sempre
comece a variar devido à resistência não
anteriores, normalmente, entre 0,7 pu a 1,3
ativas, mesmo durante a ocorrência de faltas
nula existente nos enromentos. A tensão
A dinâmica das correntes durante um
pu. Isso torna o aerogerador mais eficiente na extração da potência do vento e na redução do estresse mecânico no conjunto turbinagerador. Do lado do rotor, por meio do ajuste da amplitude, fase e frequência da tensão aplicada nesses enrolamentos, o sistema de controle do conversor regula, de forma desacoplada, usando técnicas de controle vetorial, os fluxos de potência ativa e reativa. Devido à diferença de velocidade entre os eixos das pás e do gerador, a caixa de engrenagens multiplicadora ainda é necessária. Durante a ocorrência de curtos-circuitos próximos ao gerador, elevadas correntes podem ser
Figura 2 – Tipos de aerogeradores modelados.
Artigo
Eólica
interna indicada nesse modelo pode ser calculada a partir das tensões e correntes presentes nos terminais do gerador na pré-falta. Para faltas assimétricas deve-se considerar também o diagrama de sequência negativa, que, durante o regime transitório, é análogo ao de sequência positiva, porém curto-circuitando-se a tensão interna (V’). Dado que, para todos os tipos de aerogeradores considerados neste trabalho, os enrolamentos (estator e rotor) são admitidos ligados em estrela não aterrada, o diagrama de sequência zero do gerador será sempre aberto, podendo ser desprezado. A Figura 3 também mostra os diagramas sequenciais do gerador válidos para cálculo das correntes de falta em regime permanente, isto é, após o término do período transitório. A capacitância (Ccpf) do capacitor de correção do fator de potência
Figura 3 - Diagramas sequenciais para aerogeradores tipos I e II em regimes transitório e permanente.
Rr - resistência dos enrolamentos do rotor; Rs - resistência dos enrolamentos do estator; Xls - reatância de dispersão do rotor
indução encontram-se presentes nesses seis diagramas sequenciais:
L's Rs
(3)
Xls - reatância de dispersão do estator; Xm - reatância mútua (ou magnetizante) X'lr XM •
X's = Xls +
tambem foi incluído nos diagramas. Os seguintes parâmetros elétricos do gerador de
T's =
X'lr + XM X'ls XM
= W0 • L's
X'ls + XM
= W0 • L'r
L'r Rr
(4)
(1) S=
•
X'r = Xlr +
T'r =
(2)
Ws - Wr Ws
(5)
51
Eólica
52
Artigo
Figura 3 - Diagramas sequenciais para aerogeradores tipos I e II em regimes transitório e permanente.
com os resistores externos é utilizado um
e, dessa forma, a dinâmica das correntes
o período transitório, mostrados na Figura
retificador trifásico em cuja saída é ligado um
durante a falta.
3, convenientemente associados de acordo
IGBT. Quando o IGBT conduz, os resistores
com o tipo de falta estudada (simétrica ou
são curto-circuitados. A modulação do duty
assimétrica), é possível calcular o fasor
cycle do IBGT produz uma resistência externa
minuciosa do gerador tipo III e de seus
da corrente ( İtr ) válido para o instante
efetiva variável, cujo valor é controlado
controles e desenvolveu dois conjuntos de
imediatamente após o início da falta (instante
pelo circuito PWM que envia pulsos para o
circuitos sequenciais. O primeiro aplica-se
t0+). Esse fasor é gerado pela tensão atrás da
IGBT. Esse loop de controle é utilizado para
ao cálculo das correntes de falta para as
reatância transitória do estator proporcional
controlar a potência gerada pelo aerogerador
situações em que não há atuação da proteção
ao fluxo magnético interno da máquina, o qual
através da variação das correntes no rotor da
crowbar, e o conversor do lado rotor mantem
decai exponencialmente com a constante de
máquina. Em termos de cálculo das correntes
o controle das correntes injetadas no rotor.
tempo transitória do rotor (T’r). Já os diagramas
Utilizando os diagramas sequenciais para
A referência [4] fez uma análise
de curto-circuito, o comportamento do
O outro se aplica ao caso em que o crowbar
sequenciais de regime permanente fornecem o
gerador tipo II é semelhante ao do tipo I,
é ativado imediatamente após a falta e o
fasor da corrente de regime permanente ( İrp ),
exceto pelo valor da resistência do rotor, que
controle das correntes no rotor é perdido. Os
válido após o fim do período transitório. O fasor
agora assume o valor R'r = Rr + Rext_efet . Isso
diagramas de sequência positiva e negativa
correspondente às correntes em qualquer uma
irá influir principalmente em uma diminuição
para o primeiro caso (crowbar não atuado)
das fases do trifásico poderá ser estimado,
significativa da constante de tempo do rotor
são mostrados no topo da Figura 4. Os
ao longo do tempo, a partir dessas duas
(constante de decaimento da corrente de curto). Os mesmos diagramas sequenciais
parâmetros Xgf e Cf, mostrados nessa figura,
componentes ( İtr e İrp ) pela expressão [6] a seguir. (6) İAC (t) = ( İTr – İrp ) e + İrp
apresentados na Figura 3 aplicam-se ao
do filtro anti ripple do conversor lado grid.
aerogerador tipo II.
Sem atuação do crowbar, os conversores
-t / T'r
No gerador tipo I, dependendo do valor
correspondem à reatância e à capacitância
Diagramas sequenciais para geradores tipo III
do lado rotor e grid comportam-se como geradores de correntes de sequência positiva. As magnitudes dessas duas correntes são calculadas a partir da tensão
da reatância transitória do estator, uma falta
(Vs) e das potências ativa (PT) e reativa
trifásica nos terminais da máquina pode
produzir correntes com o primeiro pico bem
sequenciais para geradores tipo III dois pontos
(QT) nos terminais do gerador na pré-falta,
acima da nominal, da ordem de 6 a 8 vezes a
importantes devem ser observados:
seguindo-se os passos indicados a seguir:
No desenvolvimento de modelos
corrente nominal. a) O controle do conversor influencia
a) A partir da potência ativa total nos
reside na utilização de um gerador de indução
fortemente o comportamento do gerador
terminais determina-se as parcelas de
com rotor bobinado, nos terminais do qual é
durante a ocorrência de curtos-circuitos
potências fornecidas pelo enrolamento
conectado um conjunto de resistores (Rext).
e, portanto, deve ser cuidadosamente
estator (Ps) e pelo conversor lado grid (Pg).
O valor dessa resistência externa pode ser
considerado na construção dos modelos;
Para tanto, pode-se utilizar curvas fornecidas
da ordem de dez vezes a resistência interna
b) a atuação da proteção crowbar altera
pelo fabricante, ou na ausência destas, as
dos enrolamentos do rotor. Em paralelo
a topologia do circuito elétrico do gerador
equações aproximadas [7] e [8].
No caso do gerador tipo II, a diferença
Artigo
Eólica (7)
53
No caso de atuação do crowbar, o gerador
tipo III comporta-se de forma próxima ao gerador tipo II, dado que o conversor lado
(8) b) De forma análoga, a proporção de divisão da potência reativa também deve ser conhecida e utilizada para determinar Qs e Qg. c) A partir de Pg, Qg, Ps, Qs e Vs determinam-se Is e a corrente do gerador de corrente Ig. A partir de Is e Vs determina-se a corrente do segundo gerador Ir.
rotor é desabilitado e os enrolamentos do rotor são conectados a um resistor externo (Rcb). O conversor do lado grid, no entanto, continua mantendo controle da tensão do link DC e das correntes do lado grid. Neste caso, de forma análoga aos geradores tipo I e II, tem-se dois conjuntos de diagramas sequenciais: um para o período transitório e outro para o regime permanente. Esses circuitos são próximos aos dos tipos I e II,
Para o circuito de sequência negativa,
os ramos correspondentes aos conversores lado rotor e lado grid são representados como circuitos abertos, dado que se considera que os controles desses conversores somente permitem o fluxo de corrente de sequência positiva. Dessa forma, o único caminho para circulação das correntes de sequência negativa no gerador tipo III, sem atuação do crowbar, é através da reatância magnetizante e da capacitância do filtro.
com exceção do ramo com o gerador de corrente correspondente ao conversor lado grid cujo controle permaneceu ativo. A fonte de tensão V’ é calculada da mesma forma que o realizado para os tipos I e II.
Diagramas sequenciais para geradores tipo IV
Neste tipo de aerogerador, a conexão
do gerador com a rede é realizada somente
Figura 4 - Diagramas sequenciais para o aerogerador tipo III.
Figura 5 - Diagramas sequenciais para geradores tipo IV.
54
Eólica
Artigo
através do conversor AC/AC. Durante uma falta na rede, a dinâmica das correntes fornecidas pelo gerador será ditada quase que exclusivamente pelos algoritmos de controle do conversor lado grid. Durante a operação normal do sistema elétrico o controle desse conversor, normalmente, controla a tensão do link DC do conversor e a potência reativa fornecida à rede. Quando da ocorrência de uma falta, o controle detecta essa situação a partir do monitoramento da subtensão produzida pela falta nos terminais do aerogerador ( Vt < Vg,min) e passa a operar em um modo de limitação da corrente, no qual o conversor lado fonte injeta na rede uma corrente constituída somente por sequência positiva e com magnitude pré-definida. O valor de pico dessa corrente (Igmax) é definido pelo fabricante de forma a não danificar os IGBT do conversor e, normalmente, situa-se na faixa de 1,1 pu a 1,4 pu da corrente nominal. A referência [4] fez uma análise detalhada dos controles do conversor lado grid, de sua influência na dinâmica das correntes de curto-circuito e propôs os diagramas sequenciais mostrados na Figura 5. O diagrama de sequência positiva para este tipo de gerador é construído
Cálculo das correntes de falta no parque eólico
do transformador elevador do gerador, é
Utilizando-se os diagramas sequenciais
resistência externa inserida no circuito do
propostos para os geradores, o parque eólico exemplo mostrado na Figura 1 foi modelado para efeito de cálculo
conversor lado grid pode ser calculada pela expressão [9]:
(9)
Tabela 1 – Constante de tempo transitória do rotor (em ms)
aerogerador: a) Tipo I; b) Tipo II; c) Tipo III
Tipo I
sem atuação do crowbar; d) Tipo III com
negativa e zero da rede da Figura 1, associados de acordo com a teoria de componentes simétricas, no ponto de falta para representar um particular tipo de falta. Para efeito de simplificar o trabalho de construção desses circuitos sequenciais, considerou-se que a rede coletora de média tensão do parque é constituída por oito alimentadores coletores iguais, cada um conectado a seis aerogeradores de 2 MW e tensão
potência total de 96 MW.
55
Cada um desses circuitos é constituído
pelos diagramas de sequência positiva,
Foram calculadas faltas trifásicas,
dupla-fase e fase-terra (sólidas e com
da SE e ao longo do circuito coletor 1. Em todas essas faltas, foram considerados os geradores operando na pré-falta com 90% de sua potência nominal (1,8 MW)
conversor continua fornecendo a mesma
e fator de potência unitário. Os fasores
componente da corrente de eixo direto e altera
das correntes e tensões verificadas
a componente do eixo de quadratura de forma
nos diagramas sequenciais foram
que a corrente total atinja o valor de pico
calculados com a utilização do toolbox
Igmax. Essa situação pode ser descrita pela
SimPowerSystems disponível no MatLab.
equação [10]. O chaveamento do controle
para o modo de limitação de corrente demora
atuação do crowbar foram calculados
em torno de 1 ciclo [4] e, para efeito de
os fasores das correntes do período
simplificação, será considerado instantâneo.
transitório e do regime permanente. A
Para os geradores tipos I, II e III com
variação desses fasores ao longo do tempo foi estimada com a utilização da equação [6]. A constante de tempo transitória do rotor utilizada nessa equação, calculada incluindo a indutância de curto-circuito
Tipo II
Tipo III (crowbar atuado)
atuação do crowbar; e) Tipo IV.
b) Quando ocorre a falta, o controle do
İLg = I0g,d - j √ (Ig max / √ 2 )2 - (I0g,d )2 (10)
o que implica no rápido amortecimento da
cada um considerando uma alternativa de
de alta tensão, na barra de média tensão
.
esse constante de tempo é muito pequena,
construídos cinco circuitos distintos,
impedância de falta), ocorrendo na linha
İ0g = I0g,d + jI0g,q =[(Ps + jQs) /Vs ]*
rotor (tipos II e III com crowbar atuado),
componente transitória das correntes.
é constituído por 48 geradores, com
a) A corrente de pré-falta fornecida pelo
que, para os geradores em que existe uma
das correntes de curto-circuito. Foram
nominal de 600 V. Dessa forma, o parque
considerando-se:
mostrada na Tabela 1. Pode-se observar
5
3
A título de ilustração dos resultados
fornecidos pela metodologia apresentada, a Figura 6 exibe a contribuição, ao longo do tempo, calculada com a utilização da expressão [6], dos seis geradores do coletor 2 para duas faltas (trifásica e duplafase) ocorrendo na barra de 34,5 kV da subestação. Vale observar que a corrente de carga nominal desses seis geradores é de cerca de 200 A nessa tensão. Já a Tabela 2 mostra os fasores dos períodos transitório e de regime permanente da corrente da fase A na saída dos coletores 1 e 2 durante uma falta fase-terra (AN) no início do coletor 1 (a corrente no coletor 2 é a contribuição de um coletor para a falta ocorrendo no coletor vizinho; já a corrente no coletor 1 representa a contribuição total, do SIN e de todos os coletores vizinhos para o ponto de falta).
O modelamento apresentado acima
tem sido utilizado no projeto do sistema de proteção de diversos parques eólicos no Brasil. Com base nessa experiência, no item a seguir, são apresentados alguns comentários e observações sobre a filosofia e os critérios de ajuste das proteções utilizadas nesse tipo de instalação.
Sistemas de proteção do parque eólico Proteção de distância da linha de transmissão
Para esta função deve-se garantir sua
efetiva aplicabilidade na proteção da LT de
Artigo
Eólica alcance de segunda zona (150 % da Zona 1) e uso dos esquemas de teleproteção tipo POTT (Permissive Overreaching Transfer Trip) para dar uma flexibilidade maior aos esquemas de proteção. O alcance resistivo da característica quadrilateral foi fixado em 50 Ohms. As impedâncias medidas para as diversas condições foram obtidas e visualizadas com o software do fabricante como mostrado na Figura 7.
Figura 6 – Contribuição dos aerogerador do coletor 2 para faltas trifásica e dupla-fase na barra de 34,5 kV.
Tabela 2 - Correntes (A) na fase A dos coletores 1 e 2 para falta fase-terra na saída do coletor 1
Coletor 1
Tipo aerogerador
Coletor 2
Dado que o terminal local (parque
eólico) se comporta como uma fonte fraca (o controle dos geradores eólicos, particularmente dos tipos III e IV, limita a corrente de falta), analisou-se a possibilidade de a função 21N, no ajuste descrito acima, não apresentar o alcance
Transitório
Permanente
Transitório
Permanente
resistivo necessário para detectar faltas
I
10732 ∕-92o
6747 ∕-91o
445 ∕110o
276 ∕-128o
fase-terra, não sólidas, ocorrendo próximas
II
10732 ∕-92o
9101 ∕-94o
445 ∕110o
192 ∕125o
do terminal remoto. Os resultados da
III sem crowbar
-
8339 ∕-87o
-
177 ∕168o
simulação, no entanto, mostraram que
III comcrowbar
9799 ∕-92o
8420 ∕-92o
314 ∕121o
150 ∕161o
faltas AN com resistência de até 13 Ohms,
IV
-
9617 ∕-87o
-
241/0o
ocorrendo na barra remota, eram detectadas pela segunda zona da função 21N, para
230 kV, particularmente para o terminal
franco e com impedância. Na condição
todos os tipos de geradores. A Figura 7
junto ao parque (terminal local), verificando
operativa simulada e com carregamento
mostra faltas trifásicas e fase-terra com
se ocorre a correta partida das unidades
dos geradores em 90% da potência nominal
impedância de 13 Ohms, ocorrendo na barra
21P e 21N, em função da contribuição das
com fator de potência unitário, obtém-se
remota da rede exemplo com geradores Tipo
correntes dos aerogeradores, para todos
uma impedância de carga de 612 Ohms
III (figuras a e b) e Tipo IV (fig. c e d), sendo
os tipos de faltas ao longo da LT. Com esse
em valores primários. Considerou-se
corretamente detectadas pela segunda zona
enfoque, foram calculados os fasores das
então a utilização do relé D-60 da GE, com
das funções 21 e 21N.
tensões e correntes no terminal da SGE para
característica MHO para a função 21 e
defeitos trifásicos, dupla-fase e fase-terra
característica quadrilateral para a 21N, com
considerados satisfatórios, dado que a
Esses resultados podem ser
55
Eólica
56
Artigo
Figura 7 – Falta trifásica e fase-terra (R = 13 Ohms) na barra remota e parque com geradores III e IV.
função 67N pode ser facilmente ajustada
possível devido ao fato de essa barra ser
são protegidos de forma eficiente e
para detectar as faltas com impedância
normalmente de arranjo simples, sem outras
segura. Considerando que a corrente de
elevada (por ex. 100 Ohms). Isso pode ser
condições operativas que possam requerer
carga máxima do alimentador coletor é de
prontamente verificado considerando que
a implantação de lógicas mais sofisticadas.
200 A (primários) e a corrente de regime
a corrente de plena carga nessa linha é de
Neste caso, cuidados adicionais devem ser
permanente calculada para o curto dupla-
250 A (primários) e faltas fase-terra com
tomados para evitar-se a saturação dos
fase no final desse alimentador ficou entre
impedância de 100 Ohms, ocorrendo na
TC em questão e para se definir os ajustes
5400 A (para geradores tipo I e II) e 7150
barra remota, produzem correntes nominais
proteção, de forma a se garantir sua efetiva
A (tipo IV), um ajuste de 300 A (primários)
de 315 A (primários) no terminal local.
discriminação entre defeitos internos e
para a corrente de atuação da unidade 51
externos à barra. Outro ponto importante a
irá proporcionar proteção adequada para
ser observado seria a necessidade do uso de
todo o alimentador. Já a unidade 50 deve
TC de mesmas características de relação e
ser ajusta para não ser sensível às faltas no
classe de precisão e, se possível, de mesmo
lado de baixa tensão dos transformadores
fabricante.
elevadores dos geradores, de forma que
Proteção da barra de 34,5 kV
Normalmente, em parques eólicos, têm
se usado para a proteção da barra de média
não ocorra falha de coordenação com
tensão as unidades de sobrecorrente do secundário do transformador de entrada.
Proteção dos alimentadores de 34,5 kV
a proteção do gerador. Faltas trifásicas nesse ponto resultaram em correntes de
Nessa solução, as unidades 51/51N A maior dificuldade para o ajuste
no máximo 600 A (primários) na saída do
precisam receber uma temporização
adequada para poder coordenar com a
das funções utilizadas na proteção dos
alimentador de média tensão. Dessa forma,
proteção de sobrecorrente existente na
alimentadores decorre do fato de que
um ajuste para a corrente de atuação da
saída dos alimentadores coletores de média
as atuais ferramentas computacionais
unidade 50 em torno de 720 A (primários)
tensão. Devido a essa temporização, essa
utilizadas para o cálculo das correntes de
irá garantir a coordenação com a proteção
solução pode apresentar elevado risco
curto-circuito não representam os diversos
do gerador e permitir a cobertura para faltas
operativo, pois a concessionária costuma
tipos de aerogeradores com o necessário
entre fase ao longo de todo o alimentador
ser uma fonte forte na entrada da SGE,
detalhamento e precisão. Nessa situação,
de média tensão. O ajuste das unidades
ocasionando uma alta corrente de defeito
não é possível ao projetista conhecer
50/51N é feito de forma análoga e também
na barra de média tensão, além da possível
com certeza a contribuição efetiva dos
fornece proteção adequada para as faltas
contribuição dos aerogeradores para o
aerogeradores, em termos de magnitude e
envolvendo a terra na média tensão.
ponto de falta. Apresentam-se então como
conteúdo sequencial, durante a ocorrência
possíveis alternativas, a inclusão da barra
de faltas na rede de média tensão. Com a
das funções 50/51 durante faltas em um
na zona diferencial do transformador,
utilização da metodologia apresentada, no
alimentador vizinho, é conveniente que
podendo haver restrições sobre a
entanto, é possível determinar todos esses
estas unidades sejam monitoradas pela
aplicabilidade dessa solução dependendo
parâmetros como mostrado na Figura 6 e na
função direcional 67. Já para as funções
da quantidade de alimentadores existentes.
Tabela 2.
50/51N, esse monitoramento é dispensável
Outra alternativa poderia ser o uso de uma
Os resultados obtidos para a rede da
dado que, devido à conexão em delta dos
proteção diferencial de alta impedância,
Figura 1 mostram que, com a utilização das
transformadores elevadores, no lado da
normalmente, de baixo custo, o que é
funções 50/51 e 50/51N, os alimentadores
média tensão, não há contribuição dos
Para evitar a eventual atuação indevida
Artigo geradores para faltas fase-terra.
Conclusões
Eólica Systems Research vol 81, 2011 pag. 16101618. (3) Morren, J; Haan, S W H – Short-circuit of Wind Turbines with Doubly Fed Induction
Considerando a importância crescente
Generator - IEEE Transactions on Energy
da geração eólica no sistema elétrico
Conversion, vol 22, march 2007, pag. 174-
brasileiro, é necessário que as ferramentas
180.
computacionais utilizadas para o cálculo
(4) Howard, D. F; Short-Circuit Currents in
das correntes de curto-circuito incluam
Wind-Turbine Generator Networks – Tese de
uma modelagem precisa dos diversos tipos
Doutorado – Georgia Institute of Technology
de geradores utilizados nessas instalações.
– December 2013.
Somente dessa forma, o engenheiro de proteção poderá dispor dos dados necessários para realizar o projeto adequado do sistema de proteção da planta eólica.
Visando contribuir para esse objetivo, o
artigo apresentou e discutiu os diagramas sequenciais necessários para representar os diversos tipos de aerogeradores utilizados atualmente nos parques eólicos. Os diagramas apresentados baseiam-se somente em dados facilmente disponíveis na etapa de projeto da planta eólica e fornecem resultados satisfatórios para estimação das contribuições das correntes de curto-circuito, inclusive os tipos III e IV, para os quais o comportamento sobre falta é ditado pelos controles dos conversores AC-AC.
Na segunda parte do trabalho, a
metodologia apresentada foi aplicada ao estudo de um caso exemplo de parque eólico. Os resultados mostraram que, com a utilização das funções de proteção discutidas e com a correta aplicação dos conceitos de proteção e seletividade, obtem-se um sistema de proteção adequado e eficiênte para esse tipo de instalação.
Referências bibliográficas (1) Kalsi, S. S.; Stephen, D D; Adkins, B.; Calculation of System Fault Currents Due to Induction Motors - Proocedings of the Institution of Electrical Engineers, vol. 118, p. 201-215, 1971. (2) Sulla, F; Svensson, J; Samuelssson, O – Symmetrical and unsymmetrical shortcircuit current of squirrel-cage and doublyfed induction generators – Electric Power
Eduardo Cesar Senger é Mestre, Doutor e Livre Docente pela Escola Politécnica da USP. Docente da EPUSP desde 1978, atua na área de Proteção e Automação de Sistemas
Elétricos, ministrando disciplinas de graduação e pós-graduação. É o responsável pelas atividades do Laboratório de Pesquisa em Proteção de Sistemas Elétricos – LProt. Francisco Antonio Reis Filho é graduado em Engenharia Elétrica (Sistemas de Potência), mestre e doutor pela Universidade de São Paulo. Tem trabalhado nos últimos 33 anos com Proteção de Sistemas Elétricos nas empresas Furnas Centrais Elétricas, ABB, SEG,SEL e GE. Trabalhou também como pesquisador no LPROT (POLI-USP) e atualmente divide suas atividades como consultor/diretor pela sua empresa na execução e coordenação de estudos elétricos de forma geral e lecionando as cadeiras de Proteção de Sistemas Elétricos I e II e de Análise de Sistemas de Potência I e II no curso de Graduação em Engenharia Elétrica na UERJ.
57
58
Pesquisa - Materiais para aterramento
Materiais para aterramento Desaceleração da economia e falta de confiança dos investidores são os principais entraves para o crescimento do mercado de proteção e aterramento
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
A luta é constante. Profissionais da área de
até R$ 30 milhões em 2016. Apenas 7% das
proteção e aterramento reforçam o tempo inteiro
pesquisadas declararam faturamento anual
a importância da presença e da manutenção de
superior a R$ 200 milhões.
sistemas de aterramento em qualquer instalação,
O estudo sondou a percepção dos
já que é ele que protege não apenas os usuários,
fabricantes e distribuidores de materiais para
mas também os equipamentos da instalação
aterramento sobre o tamanho anual de alguns
elétrica. No entanto, ainda é comum a ausência
nichos de mercado. Segundo boa parte dos
de proteção em muitas instalações brasileiras.
pesquisados, os mercados de dispositivos
Para se ter uma ideia, segundo a Associação
protetores de surtos de sinal e de malhas de
Brasileira de Conscientização para os Perigos
aterramento pré-fabricadas faturam até R$ 20
da Eletricidade (Abracopel), somente em 2016,
milhões por ano.
foram 1319 acidentes, dos quais 662 foram
Mesmo
fatais. Entre as mortes, 599 ocorreram por
desfavorável, as empresas mostram-se otimistas
choque elétrico, 33 foram consequência de
e esperam crescer em torno de 10% neste ano
incêndios provocados por curtos-circuitos, e 30
de 2017 e projetam elevação média de 5%
em decorrência de descargas atmosféricas.
para o mercado como um todo. Os entraves
em
um
cenário
econômico
Pensando na importância do tema para a
para um crescimento mais positivo, segundo as
segurança das instalações elétricas, a revista
pesquisadas, são a desaceleração da economia
O Setor Elétrico vem publicando desde
do país e a falta de confiança dos investidores.
janeiro deste ano uma série de artigos sobre
Mais informações sobre este mercado
aterramentos elétricos na seção Fascículo.
podem ser obtidas nos gráficos publicados a
O objetivo é contribuir, com informações
seguir. Confira.
técnicas e atualizadas sobre tecnologias e
Análise do mercado brasileiro de materiais para aterramento
regulamentações, para a qualidade dos projetos e da execução destes.
Nas páginas a seguir, publicamos também
uma pesquisa exclusiva sobre o mercado de
materiais para aterramento. A partir de um
os principais segmentos de atuação das
estudo com fabricantes e distribuidores de
empresas que compõem o mercado brasileiro
equipamentos para este mercado, foi possível
de materiais para aterramento. Nessa mesma
fazer uma análise deste segmento, que incluiu
pesquisa realizada há um ano, 91% e 72%
perspectivas de crescimento, previsões de
dos
faturamento de nichos de mercado específicos
seus produtos com mais intensidade nas áreas
e principais segmentos de atuação.
industrial e comercial, respectivamente. Neste
ano, os índices foram atualizados para 94% e
Participaram do estudo empresas de todos
os portes, mas a maioria delas (67%) faturou
Indústrias e comércios continuam sendo
entrevistados
60%.
Principais segmentos de atuação
Público
26%
Residencial
37%
Comercial
60%
Industrial
94%
afirmaram
comercializar
Pesquisa - Materiais para aterramento
60
Entre os meios de comercialização mais utilizados estão as vendas
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Principais produtos comercializados pelas empresas
diretas aos clientes finais, canal apontado por 77% das empresas pesquisadas, e por meio de distribuidores e atacadistas, conforme indicaram 71% das companhias.
Resistores de aterramento
Principais canais de vendas
9% 31% 17%
Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento Malhas de aterramento pré-fabricadas
Outros
40%
Internet
31%
43%
Telemarketing
31%
Dispositivo protetor de surtos de energia
Revendas/varejistas
Solda exotérmica
49%
Barramentos de aterramento e/ou equipotencialização
49%
66%
SPDA (captores, cabos e acessórios)
Distribuidores/tacadistas
71%
57% Venda direta ao cliente final
77%
60% 60% 60%
A disposição dos produtos de aterramento nas prateleiras é bastante competitiva. Para 60% dos pesquisados, os cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento, assim como os dispositivos protetores de surtos e as hastes de aterramento são os principais equipamentos comercializados.
Hastes de aterramento Dispositivo protetor de surtos de sinal Cabos, cordoalhas e conectores
61
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
mercado de equipamentos para aterramento, perguntamos a elas
Percepção sobre o tamanho anual de alguns nichos de mercado
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
Acima de R$ 1 bilhão
29% 19% 33%
0%
5%
9%
5%
43% 17% 28%
6%
0%
6%
0%
47% 26% 20%
0%
7%
0%
0%
Hastes de aterramento
14% 31% 27% 18%
5%
5%
0%
Malhas de aterramento
50% 10% 20% 10%
5%
5%
0%
37% 26% 27%
5%
5%
0%
14% 18% 23% 13% 14% 13%
5%
Solda exotérmica
57% 14% 14%
5%
5%
5%
0%
Dispositivo protetor de
26% 27% 21%
5%
16%
5%
0%
44% 22% 17% 11%
6%
0%
0%
Até R$ 20 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
sobre o seu faturamento em 2016. A maioria delas, 67%, apresentou faturamento de até R$ 30 milhões no ano passado. Faturamento bruto anual em 2016
4%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões 4%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
SPDA (captores, cabos
7%
e acessórios)
Acima de R$ 500 milhões
Medidores de resistência e/
30%
Até R$ 5 milhões
7%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Para se ter uma ideia do porte das empresas que compõem o
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 70 milhões a R$ 100 milhões
ou impedância de aterramento Resistores de aterramento
4%
De R$ 50 milhões a R$ 70 milhões
pré-fabricadas Barramentos de
7%
15%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 22%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
0%
aterramento e/ou equipotencialização Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ou equipotencialização
A seguir, publicamos, no formato de uma tabela, as opiniões das
empresas pesquisadas a respeito do tamanho total de alguns nichos de mercado. Segundo boa parte dos pesquisados, os mercados de dispositivos protetores de surtos de sinal e de malhas de aterramento pré-fabricadas faturam até R$ 20 milhões por ano. Confira a percepção das empresas para outros segmentos de produtos.
surtos de energia Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)
62
Pesquisa - Materiais para aterramento
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Os prognósticos das empresas fabricantes e distribuidoras
Em um ano, pouco mudou no que diz respeito à influência dos
de materiais para aterramento, apesar do cenário econômico
fatores externos no desempenho deste mercado. A maior parte dos
desfavorável, não são dos piores. As entrevistadas acreditam que este
entrevistados, assim como registrou-se no ano passado, indicou a
mercado, como um todo, deve encerrar o ano com crescimento médio
desaceleração da economia e a falta de confiança dos investidores
de 5%. Vale lembrar que, nesta mesma pesquisa realizada há um ano,
como grandes obstáculos ao sucesso financeiro das companhias.
as pesquisadas imaginavam que haveria crescimento negativo do setor em 2016. Da mesma maneira, as empresas esperavam crescer 1%, na média em 2016, no entanto, a pesquisa deste ano revela que
Fatores que influenciam o mercado de materiais para aterramento
o crescimento médio das empresas registrado no ano passado foi em torno de 10%. Elas esperam ainda resultado semelhante para o
3%
fechamento deste ano de 2017. Confira.
Outros Programas de incentivo do governo
Falta de confiança de investidores
Contratação de colaboradores em 2017
2%
2%
20%
Previsões de crescimento
Crescimento médio para o mercado em 2017
6%
Bom momento econômico do país 23%
2%
Falta de normalização e/ou legislação
Desaceleração da economia brasileira
11%
5% Crescimento médio das empresas para 2017
10% 10%
Crescimento médio das empresas em 2016 comparado a 2015
Incentivos por força de legislação ou normalização
5%
Setor da construção civil aquecido
2%
Crise internacional
13% 13%
Projetos de infraestrutura
Setor da construção civil desaquecido
Pesquisa - Materiais para aterramento
SP
Alpha Equipamentos Elétricos
(11) 3933-7533
www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
ALSET ENGENHARIA E COMERCIO LTDA
(62) 3945-5047
www.alset.com.br
Goiânia
GO
X
X
CCPG Engenharia
(42) 3236-0100
www.ccpg.eng.br
Ponta Grossa
PR
X
X
Clamper
0800 703 0555
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
X
X
X
Condumax Fios e Cabos Elétricos
0800 701 3701
www.condumax.com.br
Olímpia
SP
X
X
X
CONIMEL
(16) 3951-9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
Diskmatel
(31) 3742-2503
diskmat@uol.com.br
Ouro Branco
MG
X
Embramat
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
X
EMBRASTEC
(16) 3626-2324
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
Exatron
0800 5413310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
EXOSOLDA
(11) 3857-4525
www.exosolda.com.br
São Paulo
SP
X
FASTWELD
(11) 2425-7180
www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
Finder
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
Fluke
(11) 3741-1300
www.fluke.com.br
Ideal Engenharia
(11) 3287-0622
INTELLI
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
Sao Paulo
SP
X
X
www.idealengenharia.com.br
São Paulo
SP
X
(16) 3820-1500
www.grupointelli.com.br
Orlândia
SP
MAGNET
(11) 4176-7878
www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
MAXXWELD
(41) 3383-9120
www.maxxweld.com.br
Megabras
(11) 3254-8111
MERSEN
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
São José dos Pinhais
PR
X
X
www.megabras.com.br
São Paulo
SP
X
X
(11) 2348-2393
http://ep-fr.mersen.com/
Cabreúva
SP
X
X
MILANO ELETROFERRAGENS
(48) 3462-4000
www.milanoenergia.com.br
Criciúma
SC
X
X
MONTAL PARA-RAIOS
(31) 3476-7675
www.montal.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
X
X
X
MTM
(11) 4125-3933
www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
X
X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
Olivo S/A
(48) 21028820
www.olivosa.com.br
Siderópolis
SC
X
X
X
Paraeng Para Raios
(31) 3394-7433
www.paraeng.com.br
Contagem
MG
X
X
PARATEC
(11) 3641-9063
www.paratec.com.br
São Paulo
SP
X
X
Pentair
(11) 3623-4338
www.erico.com
Boituva
SP
X
X
Phoenix Contact
(11) 2871-6400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
X
X
RAYCON DO BRASIL
(11) 3994-1906
www.raycon.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
TERMOTÉCNICA PARA-RAIOS
(31) 3308-7000
www.tel.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
X
X
X
X
X
Weidmüller
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
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X
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X
X
X
X
X
X
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X X
X
X X X
X
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X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
Programas na área de responsabilidade social
Criciúma
Certificado ISO 14001
www.agpr5.com
X
Certificado ISO 9001
(48) 3462-3900
Outros
AGPR5
X
Internet
X
Telemarketing
SP
Venda direta ao cliente final
Estado
São Paulo
Revendas / varejistas
Cidade
www.abb.com.br
Distribuidores / atacadista
Site
(11) 3688-9111
Comercial
Telefone
ABB
Industrial
EMPRESA
Canal de Vendas
Público
Principal segmento
Fabricante
Distribuidora
A empresa é
Atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Residencial
64
X
X
X
65
www.agpr5.com
Criciúma
SP
X
X
X X
Alpha Equipamentos Elétricos
(11) 3933-7533
www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
X
X
ALSET ENGENHARIA E COMERCIO LTDA
(62) 3945-5047
www.alset.com.br
Goiânia
GO
X
X X
CCPG Engenharia
(42) 3236-0100
www.ccpg.eng.br
Ponta Grossa
PR
X
X X
Clamper
0800 703 0555
www.clamper.com.br
Lagoa Santa
MG
X X
X
X X
Condumax Fios e Cabos Elétricos
0800 701 3701
www.condumax.com.br
Olímpia
SP
X
X
X
X
CONIMEL
(16) 3951-9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X
X
X
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X X
Diskmatel
(31) 3742-2503
diskmat@uol.com.br
Ouro Branco
MG
Embramat
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
X
EMBRASTEC
(16) 3626-2324
www.embrastec.com.br
Ribeirão Preto
SP
X
X X
X
Exatron
0800 5413310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X X
X
X
X
EXOSOLDA
(11) 3857-4525
www.exosolda.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
FASTWELD
(11) 2425-7180
www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
X X
X
X X
Finder
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
X X
X
X
Fluke
(11) 3741-1300
www.fluke.com.br
Sao Paulo
SP
X
X
X X
X
Ideal Engenharia
(11) 3287-0622
www.idealengenharia.com.br
São Paulo
SP
X X
X X
X
INTELLI
(16) 3820-1500
www.grupointelli.com.br
Orlândia
SP
X
X
X
X
X
X
MAGNET
(11) 4176-7878
www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
X
X
X
MAXXWELD
(41) 3383-9120
www.maxxweld.com.br
São José dos Pinhais
PR
X X
X
X
Megabras
(11) 3254-8111
www.megabras.com.br
São Paulo
SP
X X
X
X
X
X
MERSEN
(11) 2348-2393
http://ep-fr.mersen.com/
Cabreúva
SP
X X
X
X X
X
X
MILANO ELETROFERRAGENS
(48) 3462-4000
www.milanoenergia.com.br
Criciúma
SC
X
X
X X
MONTAL PARA-RAIOS
(31) 3476-7675
www.montal.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
MTM
(11) 4125-3933
www.mtm.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X X
X
X X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X X
X
X
Olivo S/A
(48) 21028820
www.olivosa.com.br
Siderópolis
SC
X X
X
X
Paraeng Para Raios
(31) 3394-7433
www.paraeng.com.br
Contagem
MG
PARATEC
(11) 3641-9063
www.paratec.com.br
São Paulo
SP
X
X
Pentair
(11) 3623-4338
www.erico.com
Boituva
SP
X X
X
Phoenix Contact
(11) 2871-6400
www.phoenixcontact.com.br
São Paulo
SP
X
RAYCON DO BRASIL
(11) 3994-1906
www.raycon.com.br
São Paulo
SP
TERMOTÉCNICA PARA-RAIOS
(31) 3308-7000
www.tel.com.br
Belo Horizonte
MG
Weidmüller
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
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Resistores de aterramento
X
Manutenção dos produtos para os clientes
Dispositivo protetor de surtos de sinal (telefonia, dados, etc.)
(48) 3462-3900
Dispositivo protetor de surtos de energia
AGPR5
Solda exotérmica
X
Cabos, cordoalhas e conectores para sistemas de aterramento e/ ou equipotencialização
X
Barramentos de aterramento e/ ou equipotencialização
X X
Malhas de aterramento préfabricadas
SP
Hastes de aterramento
Estado
São Paulo
Medidores de resistência e/ou impedância de aterramento
Cidade
www.abb.com.br
SPDA(captores,cabos e acessórios)
Site
(11) 3688-9111
Importa produtos acabados
Telefone
ABB
Exporta produtos acabados
EMPRESA
Treinamento técnico para os clientes
Principais Produtos que a Empresa Fabrica e/ou Distribui
Oferece corpo técnico especializado para suporte aos clientes
Instalação dos produtos para os clientes
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
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Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Por Hélio Sueta*
É possível montar um mapa de condutividade do solo (resistividade do solo) para o Brasil?
Um parâmetro muito importante que
O objetivo deste artigo e de uma
aparece em várias normas brasileiras, em
possível montagem de um mapa de
especial na ABNT NBR 5419: 2015, é a
resistividade do solo não é o de acabar com
resistividade do solo. A obtenção deste
as medições e estudos de estratificação do
parâmetro, em muitos casos, é difícil, uma
solo, mas sim uma tentativa de fornecer aos
vez que são necessárias algumas medições
usuários um valor preliminar e inicial que
de resistividade do solo, analisar os valores
possa ser utilizado como um “chute inicial”
obtidos e fazer uma estratificação do solo em
para estes parâmetros de difícil obtenção.
camadas, o que pode ser uma árdua tarefa
Mesmo porque, neste tipo de utilização
(se for feita à mão) e, mesmo utilizando um
deste parâmetro, o valor deve ser restrito
software, requer muito cuidado no tratamento
ao local onde será instalado o sistema de
dos dados para se obter as resistividades do
aterramento.
solo e suas respectivas espessuras das suas
No último Simpósio Internacional de
camadas.
Proteção contra Descargas Atmosféricas
A medição é também uma tarefa
(Sipda), recentemente realizado na cidade de
bastante trabalhosa e, em muitos casos, de
Natal (RN), o professor William A. Chisholm da
difícil realização, principalmente quando não
University of Toronto e Kinectrics apresentou
temos um terreno de tamanho adequado e
a palestra “Can Grounding Affect Lightning?
com poucas interferências.
Observations
Na
ABNT
NBR
5419:
2015,
a
in
Areas
of
with
Lightning
Parameters
Contrasting
Resistivity”.
necessidade de se saber a resistividade
Nesta brilhante palestra, o prof. Chisholm
do solo aparece principalmente em dois
apresentou como a condutividade do solo
pontos: primeiramente, quando estamos
pode afetar diversos parâmetros em estudos
projetando o anel de aterramento para
de diferentes assuntos, tais como os sistemas
níveis de proteção I e II e procuramos o
de localização de descargas, a proteção de
parâmetro l1 para saber se será necessário
sistemas elétricos (linhas de transmissão,
complementar o anel de aterramento ou não;
distribuição de energia, sistemas de baixa
e também quando estamos especificando os
tensão), os sistemas de transmissão de
Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS)
rádio, entre outros. Nesta palestra mostrou
em um determinado ponto da instalação e
também alguns mapas de condutividade do
estamos calculando os valores das correntes
solo desenvolvidos pela ITU (International
de surto conforme o Anexo E da parte 1 da
Telecommunication Union).
norma.
A
ITU
possui
um
Setor
de
67
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Radiocomunicação (ITU-R) que publicou em fevereiro de 2012 o documento: “Recommendation atlas
of
ground
ITU-R
P.832-3: World
conductivities”.
Este
documento destina-se a estudos mais na área de radiocomunicação e apresenta diversos mapas de condutividade do solo para VLF (frequências até 30 kHz) e MF (frequência da ordem de 1 MHz) com a condutividade do solo apresentada em mS/m. Para VLF, o documento apresenta mapas da África,
Figura 1 – Mapa de condutividade do solo para VLF.
Ásia, América do Norte, América do Sul
do solo;
(Figura 1), Austrália e Europa. Estes mapas
• Condições
são mais simples com áreas bem maiores
compactado, terraplanado, etc.);
para uma mesma condutividade. Para MF,
• Quantidade de linhas de medição
os mapas são um pouco mais detalhados,
realizadas e área do terreno estudado;
porém, a resolução também não é muito boa
• Valores da resistividade do solo para
na maioria dos 37 mapas que inclui um da
cada camada;
América do Sul (Figura 2).
• Espessura de cada camada.
do
solo
(úmido,
seco,
Como podemos observar nestes mapas,
a resolução ainda é muito pequena, o que
fornece valores muito aproximados.
mas somente as medições de resistividade
Quem não tem a estratificação do solo
Para as principais normas na área de
do solo poderá enviar os dados acima,
eletricidade, por exemplo a ABNT NBR 5419,
porém, com os resultados das linhas de
a ABNT NBR 5410 e outras de aterramento,
medição em forma de tabelas contendo as
o valor da resistividade do solo deve ser o
distâncias dos eletrodos (1, 2, 4, 8, 16, 32,
do local da instalação. Este valor depende
64,... m), profundidade do eletrodo (p = 20,
de várias condições do terreno, do tipo do
30 ou mais cm), valores da resistência medida
solo, se eventualmente tem uma rocha ou
ou da resistividade calculada. Estes dados
um lençol freático a alguns metros abaixo
serão utilizados em uma segunda etapa
da superfície deste solo por exemplo, da
após a estratificação do solo realizado por
salinidade do solo, da temperatura, da
membros da comissão.
umidade, se é um solo compactado, se é um
aterro, da estação do ano, enfim, inúmeros
dados poderão ser inseridos diretamente
parâmetros que devem ser analisados
no mesmo. Para incentivar o envio de
cuidadosamente na obtenção deste valor.
dados poderemos promover sorteios para
O
em
os profissionais que enviarem os dados de
determinados locais, a medição deste
forma correta. Serão sorteadas planilhas
parâmetro é muito difícil e, em outros, quase
Tupan, inscrições em treinamentos, entre
impossível devido à falta de espaço e/ou
outros prêmios.
interferências.
grande
problema
é
que,
Em breve iremos criar um site onde os
Os nomes dos profissionais que enviarem
O objetivo principal deste artigo é
os dados também poderão ser citados em
convidar
que
trabalhos técnicos e/ou no documento final
realizam estudos de estratificação do solo
onde será montado um banco de dados,
em diversos locais no Brasil que enviem os
eventualmente um mapa de condutividade
resultados destes estudos para a Comissão
do solo do Brasil com uma precisão um pouco
de Estudos do Cobei, a CE 064.10,
maior, de onde se possa obter, para uma
inicialmente para o e-mail do secretário, o
avaliação preliminar, um valor de resistividade
engenheiro Hélio Eiji Sueta, sueta@iee.usp.
do solo aproximado. Para fins da ABNT NBR
br, com as seguintes informações:
5419: 2015, este valor aproximado para cima,
os
diversos
profissionais
pode oferecer subsídios para definição de • Nome, empresa e e-mail do profissional
outros parâmetros, de preferência, a favor da
que fez o estudo;
segurança (configuração do subsistema de
• Local da medição (endereço, com CEP,
aterramento e especificação de DPS).
cidade e estado); Figura 2 – Mapa de condutividade do solo para MF.
• Aparelho utilizado na medição;
*Hélio Eiji Sueta é doutor em Engenharia Elétrica e
• Programa utilizado para a estratificação
secretário da CE-003.064-10.
68
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Considerações sobre o SPDA externo Este texto tem o objetivo de ajudar o
2. Através dos procedimentos ali existentes
uma associação entre eles. Parte 3 da ABNT
leitor a melhorar a qualidade do projeto, da
são calculados e analisados os riscos e
NBR 5419.
instalação ou da inspeção de um sistema
a necessidade da existência, ou não, da
externo
descargas
proteção. Não devemos esquecer a escolha
atmosféricas, aquele segmento da proteção
do nível (classe) de proteção para cada
contra
(PDA)
estrutura, pois o mesmo é fundamental para
constituído pelos subsistemas de captação,
o andamento de todo o processo. Este item
A distribuição dos condutores de descida deve ser executada prioritariamente nos cantos das estruturas.
descida e aterramento, que trata a parte 3 da
deve ser condicionado às leis estaduais ou
ABNT NBR 5419.
municipais.
ocorrência de raios a concentração das cargas
Não
de
proteção
descargas
será
contra
atmosféricas
tratada
a
utilização
elétricas é maior nos cantos das estruturas, o
de
componentes naturais do SPDA, assunto a ser desenvolvido oportunamente.
Todo SPDA deve ser precedido de um estudo para determinar a necessidade de sua existência.
Quando há condições favoráveis para a
É sempre mais eficiente o método de cálculo para escolha do subsistema de captação quando são previamente consideradas a topologia da estrutura e a geometria dos telhados e coberturas.
que aumenta consideravelmente a chance de
A escolha pode ser feita entre o método
tempo. Depois de instaladas as descidas nos
o impacto desse raio ocorrer nesses pontos. Posicionar aí uma descida implica aumentar a capacidade de escoamento da corrente elétrica impulsiva em um menor intervalo de
Na ABNT NBR 5419, esta consideração
do ângulo de proteção (Franklin), o método
cantos da estrutura, as descidas excedentes,
pode ser executada com base na análise e no
das malhas (Faraday), o método da esfera
se houverem, devem ser distribuídas de forma
gerenciamento de risco, presentes na parte
rolante (modelo eletrogeométrico), ou ainda
equidistante ao longo do perímetro dessa
69
fica condicionada ao tipo de recobrimento,
estrutura. Parte 3 da ABNT NBR 5419.
que deve ser com camadas de zinco por
O anel intermediário que une as descidas é importante no desempenho do SPDA.
imersão (galvanização a quente). Todos os
É importante mencionar que a união de
Sua principal função é a de redistribuir as
metais mencionados devem suportar os esforços mecânicos inerentes à instalação.
correntes elétricas que estejam trafegando
materiais
diferentes
pelos condutores de descida do SPDA.
alumínio,
etc.)
Quando
esse
favorável ao aparecimento da corrosão
condutor horizontal deve interligar todas as
eletrolítica através do par galvânico formado.
descidas. O anel deve estar posicionado
Nesses casos, a dica é que sejam utilizados
a partir do piso em intervalos mostrados na
conectores bimetálicos ou que um dos
Tabela 4 da parte 3 da ABNT NBR 5419.
materiais seja recoberto por uma camada de
instalado
corretamente,
(cobre/aço,
proporciona
cobre/
condição
estanho. Há diversas referências na Tabela 5
O eletrodo de aterramento deve constituir, no mínimo, um anel formando um laço eletricamente fechado no entorno da estrutura e deve ter utilização única para cada estrutura.
O dimensionamento do comprimento do
da parte 3 da ABNT NBR 5419.
Conexões devem ser executadas e mantidas de forma segura e duradoura. Todas as conexões mecânicas só podem ser abertas através da utilização de ferramenta adequada.
eletrodo de aterramento está diretamente
São
ligado à resistividade do solo e ao nível
(através de conectores ou fixadores) e
de proteção adotado para o SPDA. Se
soldadas. Dependendo do material utilizado
analisarmos a Figura 3 da parte 3 da ABNT
e do local, a execução de solda elétrica
NBR 5419, veremos que, em qualquer
é possível, embora o procedimento mais
caso, o menor comprimento de um eletrodo
comum seja a utilização de solda exotérmica.
de aterramento permitido é de 5 m, o que
Lembrar que conexões enterradas devem ser
descarta qualquer possibilidade de se ter uma
soldadas.
admitidas
conexões
mecânicas
única haste enterrada por descida para cumprir
elementos que necessitem ser aterrados, por
Ligações equipotenciais para redução de tensão devem ser executadas da forma mais curta e reta possível.
exemplo: instalações elétricas de energia e
de sinal, SPDA, tubulações metálicas, etc. Ver
regra específica para este procedimento.
5.1.3 da ABNT NBR 5419.
Há apenas a possibilidade das interligações
essa função. Uma vez construído o eletrodo de aterramento, este deve atender a todos os
A ABNT NBR 5419 não possui uma
diretas, realizadas com condutor metálico
As peças que compõem um SPDA devem ser compostas de materiais normalizados. Medidas para minimizar a corrosão de qualquer origem devem ser consideradas.
e das indiretas quando é utilizado um
as indutâncias que surgirão devidas à
Cobre, aço e alumínio são exemplos de
dispositivo de proteção contra surto (DPS) ou um de seus componentes (comumente um centelhador) para fazer a conexão entre dois pontos. A dica é sempre tentar minimizar
materiais que constam da Tabela 5 da parte
interligação.
3 da ABNT NBR 5419 e que são usualmente
Ao considerar os itens apresentados, o leitor
utilizados na instalação do SPDA. O
contribuirá para a melhoria do SPDA externo
alumínio tem uso restrito aos subsistemas de
e, consequentemente, minimizando os riscos
captação e de descida, a utilização do aço
a ele relacionados.
NR 10
70
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
Resumo da ópera...
Era com essa expressão que nosso
colega e amigo Marcelo Paulino anunciava a conclusão de suas brilhantes palestras
treinamentos obrigatórios mencionados
forma genérica, editou em 25/01/16
em normas regulamentadoras.
a Nota Técnica Nº 79, restringindo a
Como acontece em todos os ramos atividades
de
era convidado. Sempre alegre, sempre
modalidades, surgiram práticas ilegais de
contente, sempre sorrisos, Paulino, em sua
fornecer certificado de treinamentos que
simplicidade e modéstia, escondia uma
não aconteceram. Esses desvios levaram
Conclusão
rara competência. O amigo nos deixou
ao questionamento sobre a validade de
Apesar
de
apenas fisicamente. Seu brilhantismo,
certificados de cursos na modalidade
importância
da
alegria e camaradagem estará sempre
EAD
tecnologias
para
entre nós.
auditores fiscais passaram a não aceitar
trabalhadores,
por
nas
mais
consequência,
variadas
modalidade presencial, que conclui nos
no CINASE e nos vários eventos que
e,
e
aceitação de treinamentos apenas na
alguns
seguintes termos:
reconhecermos aplicação a
todos
de
capacitação os
a
novas de
treinamentos
Ao estabelecer a necessidade de um
tais certificados, o que motivou consultas
nas NRs foram concebidos para ocorrer
treinamento para profissionais da área
formais ao Ministério do Trabalho e
na modalidade presencial. Não podemos,
elétrica, visando aspectos de segurança
Emprego que, tratando o assunto de
dessa forma e nesse momento, manifestar
para os trabalhadores, a NR 10 deixou claro que esses treinamentos eram destinados a profissionais previamente qualificados ou capacitados, o que significa serem profissionais da área elétrica. O glossário da NR 10 define o que é habilitado, qualificado
e
capacitado.
Pois
bem,
embora seja obrigação das empresas fornecer esses treinamentos, moldados de acordo com suas realidades, surgiu um nicho de mercado com empresas especializadas fornecendo treinamentos de conteúdo genérico atendendo ao rol de assuntos indicado na norma. Ocorre que algumas empresas de treinamento avançaram e passaram a utilizar os recursos
ou
metodologia
de
ensino
a distância (EAD) para esse e outros
Informações disponíveis em www.mte.gov.br
71
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
autorização para que qualquer tipo de capacitação em segurança e saúde no trabalho ocorra na modalidade a distância, pelo menos até o esgotamento do debate e definição de critérios que diferenciem os
conteúdos
que
necessariamente
precisem ser ministrados na modalidade presencial. Não
podemos
treinamento
esquecer
mencionado
que
na
NR
o 10
não é de capacitação e menos ainda de qualificação. Também não se deve olvidar
que
empresas
que
possuem
colaboradores distribuídos por todo o território nacional, ou parte dele, e que produzem e ministram seus próprios treinamentos e avaliação com a seriedade que o assunto merece, foram colocadas na mesma bacia que as fraudadoras e ficaram impedidas de manter treinamentos e atualizações com a metodologia EAD, ainda que parcialmente.
Essa prática é comparável a proibir
a
circulação
de
pessoas
em
uma
determinada rua porque nessa rua há muitos assaltos!
Mas o que não se entende é que,
em 6 de julho de 2017, o MTE publicou a Portaria 872, aprovando as diretrizes para utilização de EAD para capacitação (SIC), prevista na NR 20, mas não se manifestou sobre Nota Técnica 79 e nem sobre os outros treinamentos (que nem são de capacitação) e, agora, menos de dois anos depois, em 21 de novembro de 2017, o Ministério do Trabalho e Emprego anuncia
e
alardeia
um
amplo
de
trabalhadores
que
estabeleceu
de
qualificação
programa em
vários
ramos
de atividade (50 cursos) e, pasmem, através da internet, com fornecimento de certificados e tudo mais.
Será que, ao menos por coerência, a
Nota Técnica 79/2016 vai ser cancelada e substituída por uma decisão mais aceitável? Parodiando o saudoso amigo Paulino: “Resumo da ópera: não dá para entender essa quizomba”.
Redes subterrâneas em foco
72
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa RDS Brasil | daniel.bento@rdsbrasil.com
Energia dos ventos apresentar baixo custo de manutenção.
seguindo as boas práticas de segurança
a ser a 7ª maravilha no ranking da geração
Considerando que cerca de 80%
deve ser realizada com a rede desligada,
eólica mundial.
dos
estão
o que causaria a interrupção da geração
Nos últimos dez anos, partimos de
localizados próximos ao mar, a utilização
por alguns dias. Isto somado ao custo da
um parque instalado quase insignificante
da rede coletora aérea vai na contramão
lavagem culminaria em uma conta bem
para uma capacidade de mais de 12 GW.
desse propósito.
salgada (perdoem o trocadilho). Fazendo
Excelente trabalho!
um cálculo simples, este custo pode
Para quem não está familiarizado com
fazem com que os isoladores da rede tenham
chegar facilmente a R$ 1 milhão por ano.
a geração eólica, vale um breve resumo:
sua condição dielétrica prejudicada devido
cada aerogerador possui potência próxima
à salinidade oriunda do mar. Tal situação
eólico de 30 anos, esse prejuízo financeiro
a 2 MW, tensão de geração de 0,6 kV
resulta em redução da isolação, provocando
ano após ano consumiria todo o “Save”
(pequenas variações entre fabricantes) e
desligamentos
disso,
que foi obtido na construção do parque,
possui um transformador que eleva para
provoca
elétricas
quando foi decidido pela construção da
34,5 kV. A energia gerada é escoada
que, com o passar do tempo, danifica os
rede coletora na forma aérea.
através de uma rede elétrica (rede coletora)
isoladores, fazendo com que eles precisem
Vale destacar que, para se auferir
que chega até a subestação que eleva a
ser substituídos de forma precoce.
dos benefícios da rede subterrânea, é
tensão para conexão ao sistema elétrico.
Estudos
falhas
importante que o projeto e a construção
Portanto, a energia gerada por todos os
apontam que a rede aérea falha nove
sejam muito bem feitos, seguindo padrões
aerogeradores que compõem o parque
vezes mais que as redes subterrâneas,
de excelência e qualidade, caso contrário,
eólico tem que passar pela rede coletora.
considerando
esse tipo de rede também apresentará
Os ventos sopraram e levaram o Brasil
parques
eólicos
nacionais
As condições ambientais nessa região
indesejados.
pequenas
sobre
que
Além
descargas
índice
estes
de
índices
são
Considerando a vida útil do parque
Se consideramos os custos de um
validos para cidades, quando projetamos
problemas.
parque eólico por Pareto (80/20), a rede
para os parques eólicos perto do mar, a
O
coletora será um item que não deve ser
percepção é que esta relação seja maior.
implantar redes subterrâneas não deve
investido muitos recursos, tendo em vista
Vamos estimar, por exemplo, que um
ser um problema, basta imaginar os
seu baixo valor, pois seu custo é de 2%
parque eólico de 100 MW gera por dia
parques eólicos que existem pelo mundo
a 3% de todo o custo de construção do
960 MWh, considerando um fator de
localizados no mar (offshore) que se
parque. Considerando a criticidade, ou
geração de 0,4. Um dia deste parque
utilizam totalmente de rede coletora feita
seja, alto impacto na geração em caso de
parado ao preço médio de R$ 180/MWh
por cabos isolados ou ainda o segmento
falha, aí a coisa muda, sem dúvida, a rede
corresponde a uma receita perdida de
de distribuição no Brasil que utiliza redes
coletora será um dos itens listados.
quase R$173 mil.
subterrâneas há mais de 100 anos.
Nos
conhecimento
técnico
para
brasileiros
Para minimizar os problemas com
existem redes coletoras construídas de
alta salinidade, alguns parques eólicos
média tensão custando menos de 5% do
forma subterrânea e também aérea. A
se veem na situação de ter que lavar a
total do parque, instalar redes aéreas onde
infraestrutura de qualquer usina de geração
rede elétrica periodicamente para evitar
é possível instalar redes subterrâneas é
de energia elétrica deve ser confiável e
esse problema. A lavagem da rede aérea
economizar no cafezinho.
parques
eólicos
Tendo em vista que a rede coletora de
Quadros e painéis
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
73
*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos |nunziante@gimi.com.br
Barramentos blindados – alumínio ou cobre? Eis a questão!
Nas andanças pelo Brasil, notadamente
trifásico com neutro (seção do neutro
restrições ao uso do alumínio presentes
nas etapas do CINASE neste ano, uma
100% da seção de fase), temos as
na ABNT NBR 5410:
questão que tem sido recorrente entre
seguintes grandezas envolvidas: alumínio
os participantes desse evento, em função
deverá ser construído com barras de
- Em 6.2.3.8.3, temos a proibição do uso de
da popularização da aplicação de linhas
seção
condutores em alumínio para instalações
elétricas
consequentemente,
pré-fabricadas,
barramentos
transversal
de
150x6,45mm,
temos
por
fase
BD4, que versa sobre as condições
10,45kg/m
e,
de fuga das pessoas em emergências,
156,72/m
de
restringindo o uso do alumínio em áreas
O alumínio tem uma resistividade
barramento blindado. De forma análoga,
comuns e de circulação em edificações
ρ (2.82×10 -8 Ω.m a 20 °C), enquanto o
para a construção de um condutor de
de atendimento ao público de grande
cobre tem resistividade ρ (1.72×10
-8
1600 A trifásico com neutro (seção do
altura ou em hotéis, hospitais, etc. Locais
Ω.m a 20 °C) , ou seja, o alumínio tem
neutro 100% da seção de fase), temos
de grande afluência de público de maior
resistividade 63% maior que a do cobre,
as
envolvidas:
porte (shoppings centers, grandes hotéis,
o que significa que a seção do condutor
cobre deverá ser construído com barras
hospitais, estabelecimentos de ensino
de alumínio será 60% maior do que a do
de seção transversal de 111x6,45mm,
ocupando diversos pavimentos de uma
cobre.
consequentemente,
edificação, etc.) e ou edificações não
6,372kg/m,
blindados ou busways. A questão é: devo
2,612kg/m,
usar barramento de alumínio ou de cobre?
consequentemente,
Entretanto, o cobre é mais pesado,
totalizando
seguintes
R$
grandezas
temos
totalizando
por
fase
25,49kg/m
e,
739,15/m
de
R$
residenciais
com
alta
densidade
de
ocupação e altura superior a 28 m (Tabela
visto que o alumínio tem densidade menor
consequentemente,
do que o cobre. Como exemplo, uma barra
barramento blindado.
de alumínio de 100x6,45mm de seção
transversal pesa 1,742kg/m, enquanto a
de linhas pré-fabricadas, utiliza-se o fator
mesma seção transversal em cobre pesa
de queda de tensão ou fator “k”, que será
as normas de referência para o produto,
5,741kg/m.
de 0,0061V/100 m.A para o condutor em
que são a ABNT NBR IEC 60439-2 para
Adicionalmente, temos um preço de
cobre, enquanto será de 0,0079V/100m.A,
construção do produto, a ABNT NBR
mercado bastante diverso entre os metais
ou seja, a queda de tensão será 29,51%
16019 para condições de instalação de
em epígrafe. Enquanto o cobre eletrolítico
superior nos condutores em alumínio.
barramentos blindados e a ABNT NBR
está
21 da NBR-5410:2004).
Em última análise, para dimensionamento Assim sendo, vale a pena consultar
R$
Assim sendo, a escolha deve ser
5410 para o conjunto da instalação
29/kg, a liga de alumínio AL-6101 é
feita a partir do projeto de utilização do
elétrica de baixa tensão, de modo a
encontrada
barramento, analisando cada instalação
definir todas as diretrizes cabíveis ao uso
individualmente e suas particularidades
que o leitor pretende dar ao barramento
de uso e características físico-químicas
blindado e, então, fazer suas contas para
do ambiente da instalação.
estabelecer a relação custo x benefício
custando
aproximadamente
por
aproximadamente
R$
15,00/kg. Assim,
como
exemplo
prático,
podemos traçar um paralelo. Para a construção de um condutor de 1600 A
Cabe
ressaltar
aqui
algumas
para o uso do cobre ou do alumínio.
74
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Medições elétricas e as tomadas de decisões
A exemplo das medições nas outras
O campo das suposições deixa de existir e as
instalados por período adequado de tempo;
áreas de engenharia e, mesmo em outras
causas são normalmente descobertas com
•
especialidades da ciência, as medições das
equipes de engenharia de campo treinadas
e verificação em projetos de eficiência
variáveis elétricas com outras complexidades
(e isso é fundamental). Relatórios de medição
energética conforme protocolos internacionais
servem para os mesmos objetivos das
sem clara exposição das ocorrências não
e bem estruturados como o PIMVP, por
primeiras: tomar decisão na avalição de
tem fundamento. Os principais campos
exemplo, podem utilizar também instrumentos
riscos e redução de custos. Assim como na
de aplicação de sistemas de medição em
portáteis instalados por períodos definidos;
mecânica de precisão e na microeletrônica,
instalações são relacionados a:
•
são utilizados instrumentos de precisão
•
Medição de consumo de energia e tarifas:
avaliação acurada da qualidade da energia
em função da necessidade de aplicação
os mais conhecidos medidores são aplicados
em períodos definidos com instrumentos
(os
Avaliação de programas de medição
Outras
situações
consideram
uma
digitais
possuem
na medição do consumo de energia, e outras
portáteis ou em regime “full time” com
entre
terminais
variáveis
como
instrumentos que se incorporam em definitivo
de componentes de 14 nanômetros); na
demanda e energia reativa. Novos modelos
às instalações e se integram as rotinas de
medicina também se utilizam poderosos
de contratação e regras de mercado exigem
operação das instalações e este é o ponto a
microscópios para identificação de partes
avanços tecnológicos destes medidores
ser aqui tratado.
e organismos que devem ser analisados e
como os bidirecionais e aqueles com
sofrerem intervenções.
algumas informações sobre qualidade de
Não se trata de matar mosca com tiro
energia. Por envolvimento direto em tarifas
elétricas nas instalações elétricas industriais,
de canhão, mas utilizar tecnologia com boa
e cobranças, estes requerem aprovação de
grandes prédios comerciais, shoppings,
relação de custo-benefício em situações que
órgão fiscalizador, no Brasil o Inmetro;
hospitais, data centers e outros possuem
requerem ações de melhoria e adequação.
•
variáveis
características diferentes de barramento
Tomada de decisão sem claras evidências
elétricas são fornecidas por instrumentos
para barramento. De acordo com uma das
podem incorrer, no mínimo, em investimentos
que apresentam leituras simples em telas de
mais conhecidas definições de qualidade da
mal aplicados. Não são toleradas ocorrências
painéis com simples aplicação e verificação
energia, os fenômenos são característicos
sem causas, sem explicações e principalmente
instantânea sem características de analise de
de cada local (barras), cada instante (ciclo
que se possa evitar a recorrência. Nesta linha
variações na base do tempo;
a ciclo) e em cada sistema de potência
de raciocínio, os instrumentos de medição de
•
Avaliação periódica de comportamento
(cada instalação tem um comportamento
variáveis elétricas têm se viabilizado e trazem
de carga e tensões em regimes permanentes
específico). Em outras palavras, uma análise
a possibilidade de o usuário em campo
sem compromisso com a qualidade da
adequada em uma instalação determinada
conhecer em pouco tempo as causas de má
energia em período longo de integração
não se limita à instalação de medidor na
operação de parte da instalação, por exemplo.
são fornecidas por instrumentos portáteis
entrada de energia, a menos que se deseje,
processadores
internamente
distância
associadas
Leituras
a
cobrança
instantâneas
de
Há de se considerar que as variáveis
75
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
por exemplo, aferir unicamente o faturamento ou a qualidade da energia entregue pela distribuidora. Pelo contrário, refere-se a uma rede de informações apropriada de onde se possa consultar o comportamento das variáveis elétricas nos principais barramentos e, a cada instante, associando as diversas informações
de
forma
conveniente
de
forma a concluir o que estaria ocorrendo e solucionando os problemas. Em análise de longo prazo, normalmente, com instrumentos fixos e de alta precisão, são passíveis de identificação as ocorrências de variações de tensão de curta duração (VTCD), e qual a sua origem, ilustrada na Figura 1, que podem ser: ressonâncias harmônicas, má operação
Figura 1 – Ocorrência de VTCD de origem externa com impacto na operação de cargas.
de fontes redundantes, atuação intempestiva de dispositivos de proteção, identificação
Estas redes de informação são realidade
instalações com grau adequado de certeza e
de cargas com comportamentos atípicos,
em instalações de alta responsabilidade
aplicação dependerão de uma avaliação dos
ocorrências de má operação em filtros
em
confiabilidade
benefícios no aumento da confiabilidade na
e
capacitores,
identificação
de
que
desempenho
e
fontes
de operação de cargas atendidas são
operação e redução de custos de buscas de
de alimentação inadequadas, e outras
primordiais. As tomadas de decisão das
soluções corretivas, um grande desafio, mas
anomalias.
ações
com excelentes resultados.
corretivas
e
investimentos
nas
76
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS: PANORAMA E RETROSPECTIVA “EX” 2017 Ao longo de 2017 foram realizados no Brasil
atualização das respectivas normas técnicas
edição da ABNT NBR IEC 61892-7
e em diversos outros países do mundo muitas
brasileiras da série ABNT NBR IEC 60079, de
- Unidades marítimas fixas e móveis -
ações envolvendo o setor de equipamentos
forma a manter a devida equivalência com as
Instalações elétricas - Parte 7: Áreas
e instalações elétricas e mecânicas em
atuais edições das normas internacionais.
classificadas, elaborada pela Comissão de
áreas classificadas, sob o ponto de vista de
Foram realizadas por estas comissões
Estudo CE 003.018.001 do Cobei. Esta
segurança durante o ciclo total de vida deste
mais de 50 reuniões ao longo de 2017, tanto
norma tem como base a ABNT NBR IEC
tipo de instalações industriais “Ex” contendo
no Cobei como nos escritórios das empresas
60079-14.
atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou
e entidades representadas. Foi publicada
de poeiras combustíveis. São relacionadas a
pela ABNT ao longo de 2017 a nova edição
séries ABNT NBR IEC 60079 e ABNT NBR
seguir algumas destas ações mais significativas.
da seguinte Norma Técnica Brasileira sobre
ISO/IEC 80079 (Equipamentos mecânicos
atmosferas explosivas:
Estas normas adotadas no Brasil das
ABNT NBR IEC
“Ex”) são idênticas em conteúdo técnico,
1. ATUALIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS INTERNACIONAIS SOBRE ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
60079-6: Tipo de proteção Ex “o” - Imersão
estrutura e redação e sem desvios técnicos
em óleo.
nacionais em relação às respectivas normas
Foram também publicadas em 2017 as
internacionais da IEC, elaboradas pelo TC-31
No âmbito internacional, foram revisadas e
“erratas” das normas ABNT NBR IEC 60079-
da IEC. O Brasil é um membro participante,
atualizadas em 2017 pelo TC-31 (Equipment
11 (Segurança intrínseca – Ex “i”) e ABNT NBR
com direitos e deveres de apresentar
for explosive atmospheres), com a participação
IEC 60079-17 (Inspeção e manutenção de
comentários para a melhorias das normas e
dos 49 países representados, incluindo o
instalações elétricas em atmosferas explosivas).
participar do processo de revisão, atualização,
Brasil, as novas edições das seguintes normas
votação e aprovação. Mais informações sobre
técnicas sobre atmosferas explosivas: • IEC 60079-13: Proteção de equipamentos por ambiente pressurizado “p” e ambiente artificialmente ventilado “v”; • IEC 60079-7 (Emenda 1): Proteção de equipamentos por segurança aumentada “e”; • IEC 60079-46: Conjunto de equipamentos pré-montados.
2. ATUALIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS SOBRE ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
No âmbito nacional do Cobei e da ABNT,
as seis Comissões de Estudo do Subcomitê SC-31 trabalharam para a elaboração e
Foi ainda publicada em 2017 a nova
77
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
as NBRs “Ex” estão disponíveis em: http://
desenvolvidas desde a década de 1950.
de revisão e atualização de normas técnicas
cobei-sc-31-atmosferas-explosivas.blogspot. com.br
3. PUBLICAÇÃO DE NOVA NORMA PETROBRAS SOBRE CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS
nestas reuniões do TC 31 da IEC os trabalhos
4. PRIMEIRO CERTIFICADO IECEX PARA EQUIPAMENTO “EX” NACIONAL EMITIDO POR ORGANISMO DE CERTIFICAÇÃO BRASILEIRO
internacionais relacionadas com equipamentos
Foi emitido em 14/03/2017 o primeiro
em atmosferas explosivas provenientes de
e instalações em atmosferas explosivas.
Estas reuniões do TC 31 da IEC contaram
com a presença de centenas de especialistas
Foi publicada em 03/02/2017 a norma
certificado de conformidade IECEx para
dezenas de países. Foram discutidos nestas
Petrobras N-2918 – Atmosferas explosivas
equipamentos “Ex” nacionais por parte de um
reuniões assuntos referentes à atualização de
– Classificação de áreas. Esta norma fixa
organismo de certificação brasileiro. Trata-se
diversas normas técnicas internacionais das
os requisitos mínimos necessários para a
do certificado IECEx NCC 17.0001, emitido
séries IEC 60079 & ISO/IEC 80079, nas quais
elaboração de estudos de classificação de
pela NCC Certificações do Brasil para uma
são baseadas as respectivas normas técnicas
áreas em instalações marítimas e terrestres.
das linhas de caixas de terminais com o tipo
brasileiras adotadas das Séries NBR IEC
Estes requisitos são aplicáveis, para
de proteção Ex “e” (segurança aumentada)
60079 & NBR ISO/IEC 80079, publicadas
utilização em todas as instalações do Sistema
fabricadas pela Tramontina Eletrik.
pela ABNT.
Petrobras, onde gases e líquidos inflamáveis
A NCC Certificações do Brasil foi o
ou poeiras combustíveis são produzidos,
primeiro Organismo de Certificação “Ex”
processados, manuseados, armazenados,
brasileiro (ExCB) acreditado pelo IECEx, em
transportados e submetidos a operações de
2011, no sistema internacional de certificação
carregamento e descarregamento.
de equipamentos elétricos “Ex”.
Esta norma refere-se a estudos de
6. REUNIÕES OPERACIONAIS DOS SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE DO IECEX NO REINO UNIDO Foram realizadas entre os dias 08 e
5. REUNIÕES DO TC-31 DA IEC EM SIDNEY E EM VLADIVOSTOK
10/05/2017, nas instalações do SIRA, na
das principais finalidades as atividades de seleção, especificação e aplicação dos
Foram realizadas em 03/2017, na cidade de
reuniões operacionais do IECEx - Sistemas
equipamentos,
materiais
Sydney, na Austrália e em 10/2017, na cidade de
de Certificação da IEC para o ciclo total de
elétricos, de instrumentação, eletrônicos, de
Vladivostok, na Rússia, as reuniões de Grupos
vida das instalações elétricas e mecânicas
telecomunicações e mecânicos “Ex”.
de Trabalho e Plenárias do Comitê Técnico
atmosferas explosivas.
Esta nova norma Petrobras N 2918
TC 31 (Equipment for explosive atmospheres)
representa
da
Electrotechnical
outros assuntos, as ações para a atualização e
experiências existentes na companhia nesta
Commission). O TC-31 da IEC foi criado em
o aperfeiçoamento dos sistemas internacionais
área de especialidade relacionada com
1948 e conta atualmente com a participação de
sobre certificação de empresas de prestação
atmosferas explosivas, as quais vêm sendo
49 países, inclusive o Brasil. Foram realizados
de serviços “Ex”, de competências pessoais em
classificação de áreas, que têm como uma
dispositivos
uma
e
consolidação
das
IEC
(International
cidade de Chester, no Reino Unido, as
Foram discutidas nestas reuniões, dentre
78
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
atmosferas explosivas e de equipamento “Ex”.
(Brasil):
pe.xsp?v=p
Estas reuniões contaram com a presença
http://iecex.iec.ch/iecex/exs.nsf/ex_
de mais de 50 especialistas em atmosferas explosivas, representantes de 13 países, incluindo
a
Delegação
Brasileira
com
membros representantes do Subcomitê SC IECEx BR do Cobei.
MINISTRADOS PELO SENAI/SANTOS E SENAI/MAUÁ
Foram ministrados por escolas técnicas do
9. NOVOS CERTIFICADOS INTERNACIONAIS IECEX OBTIDOS POR FABRICANTES BRASILEIROS DE EQUIPAMENTOS “EX”
Senai novos treinamentos teóricos e práticos
Foram
sobre
IECEx
Foi realizado no dia 03/05/2017, no
diversos
internacionais
de
novos
certificados
conformidade
explosivas
diretamente
de competências pessoais “Ex” do IECEx.
Foram emitidos em 2017 pelo Sistema
7. PRIMEIRO ENCONTRO ANUAL SOBRE ATMOSFERAS EXPLOSIVAS DO SUBCOMITÊ SC IECEX BR DO COBEI
atmosferas
relacionados com as unidades de certificação realizados
pelo
Senai/Santos
em 2017 diversos treinamentos teórico e
para
prático com carga horaria de 12, 32, 40 e
equipamentos “Ex” produzidos por fabricantes
60 horas abordando especificamente as
brasileiros:
atividades relacionadas com as Unidades
Auditório do Senai de Mauá (SP), o 1º
Ex 001 (Aplicação dos princípios básicos
Encontro Anual sobre Atmosferas Explosivas
• A Sermatex obteve certificação IECEx para a
de proteção em atmosferas explosivas) e Ex
do Subcomitê SC IECEx BR do Cobei.
sua linha de fotocélulas “Ex”, com marcação Ex
005 (Reparo e revisão de equipamentos com
Além
db IIC T6 Gb;
tipos de proteção “Ex”), Ex 003 (Instalação
da
apresentação
de
diversas tema
• A Gevisa recebeu certificações IECEx para
de equipamentos com tipos de proteção
“Atmosferas explosivas”, este 1º Encontro
linhas de motores e geradores verticais e
“Ex” e respectivos sistemas de fiação) e
Anual “Ex” contou também com uma mesa
horizontais com tipo de proteção segurança
Ex 004 (Manutenção de equipamentos em
redonda intitulada “O ciclo total de vida das
aumentada, com marcação Ex ec IIC T3 Gc;
atmosferas explosivas), Ex 007 (Execução de
instalações em atmosferas explosivas”, onde
• A Weg obteve certificação IECEx para linha
inspeções visuais e apuradas de instalações
foram respondidas as perguntas feitas pelos
de motores de indução com marcação Ex db eb
em atmosferas explosivas) e Ex 008 (Execução
participantes da plateia, bem como foram
IIB ou IIC T4 Gb e Ex tb IIIC T125 ºC Db, para
de inspeções detalhadas de instalações em
feitos esclarecimento gerais de informações
linha de caixas de terminais do tipo segurança
atmosferas explosivas).
envolvendo o tema “Ex”.
aumentada (Ex “eb”) e para linha de motores e
Foi
geradores pressurizados Ex “pzc” ou Ex “pyb”;
07/2017, um treinamento teórico e prático
tiveram a oportunidade de conhecer as
• A Sense obteve certificação IECEx para
com carga horária de 20 h, abordando as
instalações dos Laboratórios de Instalações
uma linha de linha de equipamentos para
atividades relacionadas com as Unidades de
Elétricas e de Instrumentação “Ex” do Senai
monitoração e gerenciamento de válvulas de
Competências Pessoais Ex 000 e Ex 001.
de Mauá, o qual conta com oito “baias” de
processo com marcação Ex nA IIC T6 Gc e Ex
treinamentos teóricos e práticos sobre as
tc IIIB T85 ºC Dc;
atividades de seleção de equipamentos,
• A ACE Schmersal do Brasil obteve
montagem, inspeção, manutenção e reparo de
certificação IECEx para uma linha de blocos
equipamentos “Ex”.
de contatos com marcação Ex db eb IIC Gb e
11. SEGUNDA TURMA DO CURSO SOBRE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS PELA USP/POLI EM SANTOS
palestras
relacionadas
com
o
Após a mesa redonda, os participantes
realizado
pelo
Senai/Mauá
em
Ex db eb I Mb;
Foram realizadas entre os meses de
8. NOVOS CERTIFICADOS INTERNACIONAIS IECEX SOBRE COMPETÊNCIAS PESSOAIS “EX” EMITIDOS PARA PROFISSIONAIS BRASILEIROS
• A Tramontina obteve certificação IECEx para
junho e setembro de 2017 treze aulas
linhas de bujões de vedação com marcação Ex
semanais, entre as 18h00 e 21h00, sobre o
eb IIC Gb IP66.
tema “Instalações Elétricas em Atmosferas
Foram emitidos ao longo de 2017, dentro
Até o 11/2017 haviam sido obtidos
em Engenharia de Minas e Petróleo da USP/
do sistema IECEx, seis novos certificados
por fabricantes brasileiros um total de 80
POLI, em Santos.
internacionais de competências pessoais
Certificados de Conformidade (ExCoC), 83
A ementa do treinamento encontra-se
em atmosferas explosivas, emitidos para
Relatórios de Ensaios (ExTR) e 69 Relatórios
disponível no catálogo de disciplinas da USP
profissionais brasileiros.
de Avaliação da Conformidade (ExQAR). Estes
(Sigla PMI5923):
Explosivas”, no programa de pós-graduação
Oito certificados, para um total de 15
totais não incluem documentos IECEx obtidos
https://uspdigital.usp.br/janus/
Unidades de Competências Pessoais “Ex”
por fabricantes brasileiros especificamente
componente/catalogoDisciplinasInicial.
emitidos pela UL do Brasil para profissionais
para fábricas em outros países.
jsf?action=3&sgldis=PMI5923
brasileiros, estão disponíveis para acesso público no sistema online de certificação do IECEx. A pesquisa pode ser feita pelo campo ExCB (ULBR) ou pela localização
As demais ações envolvendo o setor
10. NOVOS TREINAMENTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS EX 000, EX 001, EX 003, EX 004, EX 005, EX 007 E EX 008
de equipamentos e instalações elétricas e mecânicas em áreas classificadas serão publicadas na próxima edição.
79
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Led para economizar energia pública
A conta de luz preocupa a população.
A cada aumento, as famílias buscam alternativas para diminuir o preço da conta, como diminuir o tempo do banho, trocar lâmpadas incandescentes por Led, substituir equipamentos com maior gasto de energia, entre outras. Mas, não é só a população que pensa nisso, as gestões públicas
têm
buscado
maneiras
de
também diminuir a fatura. Belo Horizonte, por exemplo, optou por substituir as
É importante ressaltar que, quando
produtos alternativos para diminuir gastos
lâmpadas a vapor de sódio por aquelas
colocamos em discussão os benefícios
e ajudar na preservação do meio ambiente
com tecnologias Led. Essa troca vai
do Led, devemos levar em consideração
é o fundamento para que cidadãos e
poupar em torno de R$ 25 milhões para
sua utilidade para todos os fins. Afinal, a
administrações públicas possam traçar
os cofres da capital mineira.
iluminação, seja ela pública ou privada,
novos rumos para o futuro da iluminação
Economizar é a palavra do século.
é essencial para garantir uma maior
pública e da privada. O próximo passo,
Talvez por isso o Led seja o mais cotado
qualidade de vida nos grandes centros
com certeza, poderia ser pensar na
no momento. Entre seus benefícios estão
urbanos. Em residências, é essencial para
trajetória
o baixo consumo de energia e vida útil
manter a organização do lar, pois sem luz
fabricação até seu descarte, para assim
longa, entre 20 mil e 50 mil horas, não
seria impossível fazer atividades como
contemplar não só a energia, mas também
emitir as radiações IV/UV, o que evita
estudar e cozinhar. Em vias públicas, atua
o que a provê.
danos à pele e o fator de não oferecer
como instrumento que permite a seus
risco de fogo, explosão ou eletrocussão.
habitantes desfrutarem do espaço público
Apesar das muitas vantagens, essa
a qualquer hora da noite. Além de estar
tecnologia possui um preço mais elevado
diretamente ligada à segurança pública,
que os outros tipos de lâmpadas. Porém,
diminuindo e prevenindo a criminalidade,
elas compensam quando a conta chega,
a iluminação facilita o tráfego ao servir de
já que a economia pode atingir 30%
orientadora para trajetos e pistas.
em relação às fluorescentes e 90%
em relação às incandescentes. Outro
desde a aprovação da legislação que
importante ponto é o fato de não possuir,
proíbe a fabricação e distribuição das
em sua composição, metais pesados,
lâmpadas
como o mercúrio e o chumbo, então
houve uma campanha na busca por
não há a necessidade de um descarte
alternativas. Com isso, um grande passo
específico,
foi dado para a economia de eletricidade.
Por Marlene Macedo, especialista em Led da
Procurar e pesquisar por energias e
Loja Elétrica.
como
acontece
lâmpadas fluorescentes.
com
as
das
lâmpadas
desde
sua
Por fim, é importante lembrar que,
incandescentes,
em
2010,
80
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Por José Rubens Macedo Jr.*
Tutorial Variações de tensão de curta duração – Parte 3 Exemplo de aplicação – Agregação de eventos
A Tabela 1 apresenta o registro de vários eventos individuais obtidos para um determinado ponto de monitoração, em um período de 30 dias
consecutivos, culminando em um total de 33 eventos. Tabela 1 – Registro de eventos individuais de VTCD em um determinado ponto de monitoração
81
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Como pode ser observado na Tabela 1, os 33 eventos individuais,
Tabela 4 – Estratificação dos eventos por região de sensibilidade
após as devidas agregações, resultaram em um total de apenas 11 eventos agregados a serem efetivamente contabilizados. De forma complementar, tem-se ainda que: (1) As agregações de fases foram realizadas com base no critério da união de fases; (2) Os eventos individuais 16 e 17 são consecutivos (e não simultâneos), de forma que foram considerados os critérios de agregação temporal para caracterização do evento agregado representativo dos mesmos; (3) A agregação dos eventos 18 a 26 foi realizada considerando-se inicialmente a agregação de fases para os conjuntos de eventos 18-20, 21-23 e 24-26. Com base nos resultados dessas agregações de fase, procedeu-se à agregação temporal dos três eventos resultantes, conforme mostrado no exemplo da Figura 5 (Parte 2 deste tutorial publicado na edição anterior);
Na sequência, o cálculo do Fator de Impacto é realizado utilizando-se
a equação (1), considerando-se os fatores de ponderação, assim como o FIBASE, indicados na Tabela 5.
(4) A agregação dos eventos 27-29 foi realizada conforme mostrado no exemplo da Figura 6 (Parte 2 do tutorial); (5) A agregação dos eventos 30-33 foi realizada conforme mostrado no exemplo da Figura 7 (Parte 2 do tutorial). Tabela 5 – Fatores de ponderação e Fator de Impacto Base de acordo com a tensão nominal
Exemplo de aplicação – Cálculo do fator de impacto
A Tabela 2 apresenta um resumo dos eventos registrados após as
agregações efetuadas no tópico anterior. Tabela 2 – Resumo dos eventos agregados
Considerando-se que o ponto de monitoração se refere ao ponto
de entrega de uma unidade consumidora atendida em média tensão, tem-se que FIBASE = 2,13. Assim, tem-se:
Na sequência, considerando-se os eventos agregados indicados
na Tabela 2, aloca-se a quantidade de eventos registrados em cada região de sensibilidade definida no módulo 8 do Prodist, conforme mostrado nas Tabelas 3 e 4.
Resultando, finalmente:
Tabela 3 – Estratificação dos eventos em função da duração e amplitude
Referências bibliográficas [1] ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Procedimentos de Distribuição. Módulo 8, Qualidade da Energia Elétrica. Revisão 8. 2016. [2] IEEE PES. IEEE Guide for Voltage Sag Indices. IEEE Std 1564 -2014. [3] IEC – International Electrotechnical Commission. Electromagnetic compatibility (EMC) – Part 4.30: Testing and measurement techniques – Power quality measurement methods. IEC 61000-4-30. Edition 2.0, 2008-10. *José Rubens Macedo Jr. é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em engenharia elétrica. Desenvolveu seu pós-doutorado nos Estados Unidos e é senior member no IEEE desde 2007. Atualmente, é professor da Faculdade de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
82
Índice de anunciantes
O Setor Elétrico / Novembro de 2017
Acabine 41 (11) 2842-5252 vendas@acabine.com.br www.acabine.com.br
Embramat 39 (11) 2098-0371 embramat@embramataltatensao.com.br www.embramataltatensao.com.br
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Andaluz 68 (27) 3041-6766 andaluz@andaluz.ind.com www.andaluz.ind.br
Embrastec 6 (16) 3103-2021 embrastec@embrastec.com.br www.embrastec.com.br
Megabrás 22 (11) 3254-8111 vendas@megabras.com.br www.megabras.com
Beghim 5 (11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br
Engerey 13 (41) 3022-3050 engerey@engerey.com.br www.engerey.com.br
Brametal 51 (27) 2103-9400 comercial@brametal.com.br www.brametal.com.br
Fastweld (11) 2425-7180 fastweld@fastweld.com.br www.fastweld.com.br
Cablena 71 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br
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Gimi Pogliano 21 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br
Clamper Fascículos e 23 (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br 15
Cobrecom (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br 4ª capa
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42
Melfex (11) 4072-1933 contato@melfex.com.br www.melfex.com.br
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Novemp 9 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br
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Paratec 69 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br
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Hellermann Tyton (11) 2136-9090/ 4815-9090 vendas@hellermantyton.com.br www.hellermantyton.com.br 60
IFG (51) 3431-3855 www.ifg.com.br
Patola 35 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br Rittal 61 (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br Te Connectivity 43 (11) 2103-6095 te.energia@te.com www.te.com/energy
63
Intelli (16) 3820-1614 ricardo@intelli.com.br www.grupointelli.com.br 2ª capa
Itaim Iluminação (11) 4785-1010 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br 17
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Monter Elétrica 19 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br
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THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br Trael 62 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Unitron 75 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br