O Setor Elétrico (edição 144 - Janeiro/2018)

Page 1

Ano 12 - Edição 144 Janeiro de 2018

Cabos para transmissão de energia

A história dos materiais e formas de cabos aéreos para LTs MERCADO DE FIOS, CABOS E ACESSÓRIOS Novos projetos de infraestrutura já são vistos pelo setor como oportunidade de crescimento NOVOS FASCÍCULOS RENOVÁVEIS Fascículo colecionável sobre as fontes eólica e solar fotovoltaica o ano inteiro NOVOS COLUNISTAS



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Rio Grande do Sul e Minas Gerais Ransconsult Consultoria Claudio Rancoleta – rancoleta@atitudeeditorial.com.br | claudio@urkraft.com.br Tel: (11) 3872- 4404 | 99621-9305 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Cláudio S. Mardegan, Elbia Gannoum, Geraldo R. de Almeida, Giuseppe Parise, Luciano Haas Rosito, Luiz Marzano, Maria Maceira, Nunziante Graziano, Paulo Leão de Moura, Rodrigo Parizatto Lopes, Ronaldo Koloszuk, Sérgio Roberto Santos, Thatiana Justino. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Shutterstock | supergenijalac Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Suplemento Renováveis

44

Estudo analisa o impacto do aumento das fontes intermitentes na operação do sistema elétrico brasileiro. Dois novos colunistas: Elbia Gannoum, da Abeeólica, e Ronaldo Koloszuk, da Solar Group, falam, respectivamente, sobre os avanços das fontes eólica e solar fotovoltaica no país.

8

Painel de notícias Usinas sucroenergéticas recebem certificado ambiental; Brametal adquire Tector; Schneider Electric concentra fabricação de religadores na planta de Curitiba; ABB apresenta ônibus elétrico em Davos. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.

17

Fascículos

34

Aula prática – Cabos para transmissão Artigo traz um inventário da história dos materiais e formas de cabos aéreos utilizados em linhas de transmissão de energia.

58

Pesquisa – Fios, cabos e acessórios Para consultoria internacional, indústria diversificada é ponto chave para crescimento nos próximos anos. Pesquisa publicada nesta edição apurou que empresas brasileiras apostam nos projetos de infraestrutura como grande propulsor do mercado de fios e cabos elétricos.

68

Espaço 5419 A conveniência do cálculo da perda de valor econômico.

70

Espaço SBQEE Novidade a partir desta edição, este espaço será dedicado às discussões sobre qualidade de energia comandado pela Sociedade Brasileira de Qualidade da Energia Elétrica (SBQEE).

72 73 74 76 78 80

Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios João José Barrico – NR 10 José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Daniel Bento – Redes subterrâneas Nunziante Graziano – Quadros e painéis

82

Dicas de instalação Análise de descargas parciais em sistemas de média tensão – métodos laboratoriais versus realizados em campo.

85

Ponto de vista ERM – os riscos que afetam a sustentabilidade e a sobrevivência da empresa no contexto de suas operações gerais.

3


Editorial

4

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018 Capa ed 144_D.pdf

1

2/7/18

6:34 PM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 12 - Edição 144 Janeiro de 2018

Cabos para transmissão de energia

A história dos materiais e formas de cabos aéreos para LTs

O Setor Elétrico - Ano 12 - Edição 144 – Janeiro de 2018

MERCADO DE FIOS, CABOS E ACESSÓRIOS Novos projetos de infraestrutura já são vistos pelo setor como oportunidade de crescimento NOVOS FASCÍCULOS RENOVÁVEIS Fascículo colecionável sobre as fontes eólica e solar fotovoltaica o ano inteiro NOVOS COLUNISTAS

Edição 144

#revistaseuacredito

A primeira edição do ano traz notícias que vão ao encontro

SBQEE”, um lugar exclusivo para discutir assuntos pertinentes

do que percebemos, aos poucos, entre amigos, clientes e

à qualidade da energia elétrica. A Sociedade Brasileira de

nos noticiários de modo geral. Os sinais de recuperação

Qualidade da Energia Elétrica (SBQEE) é parceira da revista

econômica estão cada vez mais presentes em conversas e

OSE já de longa data e a coluna sela o compromisso de

prognósticos da indústria brasileira. Prova disso é a pesquisa

contribuir para o fomento da qualidade da energia nas

de fios e cabos publicada nesta edição. Nos últimos anos,

instalações de todo o país.

as empresas vinham apontando pontos negativos – como

construção civil desaquecida e falta de confiança dos

#revistaseuacredito, promovida pela Associação Nacional dos

investidores – como principais fatores a influenciar seus

Editores de Revistas (ANER), que busca valorizar o conteúdo

respectivos mercados. Qual não foi a surpresa ao constatar

profissional, confiável e seguro produzido pelas revistas

que, na pesquisa realizada no início deste ano, os fabricantes

brasileiras e alertar as pessoas sobre conteúdos falsos, as

de fios e cabos elétricos apontaram algo positivo como

chamadas “Fake News”. A Revista O Setor Elétrico não

principal fator influenciador: os projetos de infraestrutura!

apenas apoia a causa, como veiculará, a partir dessa edição,

Motivadas pelos últimos leilões de energia, pelo ano eleitoral

peças publicitárias que chamam a atenção do público para

ou pelas projeções de crescimento do PIB, as empresas mais

a importância de se verificar a credibilidade da informação

afetadas pela crise econômica começam a enxergar uma luz

antes de compartilhá-la em qualquer mídia online. Todos

no fim do túnel.

conhecemos a velocidade de propagação que algumas

“notícias” alcançam na internet. Em se tratando de conteúdo

Outra boa notícia diz respeito ao aumento dos

Por fim, gostaria de mencionar a campanha

investimentos em energia renovável no mundo, que alcançou

técnico de temas de risco, como eletricidade, o cuidado deve

a soma de US$ 333,5 bilhões em 2017, valor que superou

ser ainda maior! Não é à toa que a revista OSE se preocupa

em 3% o registrado no ano anterior. Só o Brasil investiu 10%

em buscar os mais bem informados e engajados profissionais

mais em 2017 com relação a 2016. Leia mais detalhes no

para compartilharem as boas práticas da engenharia elétrica

suplemento Renováveis, que, a propósito, está maior e traz

nessas páginas. A peça publicitária em questão, aliás, está na

outra novidade: dois novos colunistas fixos. A presidente da

página 57.

Abeeólica, Elbia Gannoum, passa a assinar uma coluna mensal

A todos, um ótimo ano e excelente leitura!

sobre energia eólica, assim como o diretor do Solar Group, conselheiro da Absolar e diretor da Fiesp, Ronaldo Koloszuk,

Abraços,

escreverá mensalmente sobre os avanços da energia solar fotovoltaica no país.

A primeira edição de 2018 inaugura ainda o “Espaço

flavia@atitudeeditorial.com.br

Redes sociais

@osetoreletrico

www.facebook.com/osetoreletrico

@osetoreletrico

Revista O Setor Elétrico



6

Coluna do consultor

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

Nossos projetos de instalações serão robotizados?

Não é de hoje que acompanhamos alguns softwares e aplicativos específicos para os

nossos projetos. Aprendemos a conviver paulatinamente com estas ferramentas que, após ajustadas, são potencialmente úteis, outras que nos fazem torcer o nariz para os resultados e um outro grupo que, pela dificuldade de uso ou alguma particularidade inconveniente, é esquecido e posto de lado. Mesmo as do primeiro grupo requerem do projetista muita perspicácia, coerência e cuidado na alimentação dos dados de entrada; qualquer desvio em uma impedância, especificação ou manobra errada explodirá virtualmente uma subestação. Na melhor das hipóteses, a proteção evitará que isso ocorra. A análise crítica dos resultados é fundamental. Muitas vezes, os resultados aquém da expectativa ocorrem por inserções de dados equivocados ou incompletos e merecem avaliação por profissionais habilitados.

Os aspectos de robotização de um projeto estariam bem distantes destes acima

citados e considerariam um cenário em que dadas algumas especificações fornecidas para um projeto elétrico (por exemplo) como as características da construção civil e arquitetura, lista de cargas, tensão de alimentação, e algumas outras tantas, o projeto seria elaborado sem intervenção de projetista especializado. Projeto completo, com diagramas unifilares, linhas elétricas, sistemas de coordenação da proteção e cálculo de curto-circuito, aterramento, proteção atmosférica, documentos para aprovação na distribuidora, transformadores, painéis elétricos, filtros, listas de materiais, plantas e detalhes de execução, custos estimados e tudo mais.

Daquilo que se acompanha desde a época de Isaac Azimov até os dias de hoje,

os muito discutidos algoritmos que prometem viabilizar os carros autônomos, ou os sistemas de autoaprendizado, que de observar tantas ações repetitivas, interativas e previsíveis simplesmente “aprendem”.

Assim pode funcionar com as análises financeiras, processos judiciais, comportamento

humano em geral, além dos robôs (físicos) que conhecemos nas indústrias e hospitais que aumentam a produtividade com redução de riscos operacionais como estes que se avizinham dos carros autônomos. Será que a “arte” empregada em cada um de nossos projetos poderia ser vitimizada por esta tendência, em um “copy-paste” instituído? Seria possível parametrizar nossas ações em função da coleção de um conjunto de variáveis?

Melhor parafrasear o inesquecível robô da família Robinsons da série dos anos de

1960, “Perdidos no espaço”, que alucinadamente anunciava quando algo inesperado ocorria: “Perigo! Perigo!”. Prefiro acreditar na arte da execução de um projeto com os passos clássicos.

Parabéns a esta revista, O Setor Elétrico, e seus profissionais que, em seus 12

anos de vida, souberam brindar à boa técnica e ao desenvolvimento da engenharia nacional com rico conteúdo.


Beghim, um passado que contempla a história de nosso pais, um presente com a mesma tradição, um futuro de inovação e tecnologia. Presente em todos os segmentos da Industria Nacional. Há 65 anos fazendo história no Brasil a Beghim, agora parte do grupo DKC, inicia uma nova fase com a presença de novas tecnologias na fabricação de equipamentos da mais alta qualidade. Atendendo a demanda nacional para os mais diversos setores industrais, prediais e GTD.

BEGHIM INDÚSTRIA E COMÉRCIO Rua Cantagalo, 2187 - Tatuapé - SP Fone: (11) 2942-4500 www.beghim.com.br / contato@beghim.com.br


Painel de mercado

8

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Usinas sucroenergéticas recebem certificado ambiental 60 usinas certificadas estão em conformidade com critérios de sustentabilidade e de eficiência energética

Desde o início desse ano, 60 usinas sucroenergéticas autoprodutoras de energia renovável passaram a contar com o Certificado Energia Verde, emitido pelo Programa de Certificação de Bioeletricidade.

O selo é a primeira certificação no Brasil

focada estritamente na energia produzida a partir da cana-de-açúcar. Algumas das regras impostas às usinas incluem a obrigação de que as unidades estejam adimplentes junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), sejam associadas à União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e atendam a determinados critérios de sustentabilidade e de eficiência energética. Ao longo de 2018, as 60 unidades certificadas estimam uma produção total de 15.744 GWh, exportando 66% para

elétrica de uma cidade como São Paulo, onde

à sociedade a sua incrível sustentabilidade,

o SIN e o restante para o uso nas plantas

residem mais de 12 milhões de habitantes.

principalmente no quesito ambiental e de

industriais.

O selo foi lançado em janeiro de 2015

eficiência energética. Também representa uma

Para o gerente em Bioeletricidade da Unica,

pela Unica em cooperação com a CCEE e

oportunidade para o consumidor do mercado

Zilmar de Souza, esse volume é estratégico

tem o apoio da Associação Brasileira dos

livre de energia elétrica que, preocupado com

para o Brasil, sendo equivalente a mais de 16%

Comercializadores de Energia (Abraceel). “A

o consumo responsável, queira contribuir para

do que foi gerado pela Usina Itaipu em 2017

iniciativa da certificação da bioeletricidade ajuda

manter a nossa matriz energética mais limpa e

e a quase 60% do consumo anual de energia

a indústria sucroenergética a reforçar junto

renovável”, avalia Souza.



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Microturbina usa força da água para gerar energia em rede de saneamento básico Projeto piloto produz eletricidade ininterruptamente e sem agressão ao meio ambiente para alimentar sensores inteligentes e válvulas de redução de pressão

Baterias são críticas para garantir

Universitária, em São Paulo (SP). Nestes

subterrâneo da capital paulista, além de

uma gestão eficiente do sistema de

bairros, a companhia de saneamento

identificar os pontos de vazamentos.

abastecimento de águas. Elas são o

básico de São Paulo empregou tecnologia

coração de sensores inteligentes que

israelense da ATME Eco Solutions para

que as águas circulam na tubulação é

medem pressão, vazão e qualidade de

tirar proveito do fluxo das águas contido

fundamental para a cidade, pois permite

água, são também responsáveis pelo

na tubulação de água, girando uma

aumentar a pressão quando há maior

abrir e fechar de válvulas de redução

microturbina que produz eletricidade

demanda por água, nos horários de

de pressão e pelo funcionamento de

de forma não poluente e cujas baterias

pico, assim como diminui-la, quando há

equipamentos para o armazenamento

são continuamente recarregáveis pela

menor consumo, o que contribui para

e transmissão de dados, via Internet

corrente interna da tubulação.

reduzir a força dos vazamentos em toda

das Coisas. Mas implantá-las em um

a rede.

sistema de mais de 73 mil quilômetros

instalada em uma tubulação de quatro

de tubulações, como é o caso da região

polegadas produz energia suficiente para

instalação da microturbina em sua rede

metropolitana de São Paulo, implica em

alimentar diversos dispositivos, entre eles,

da Sabesp, a transmissão de dados pode

desafios importantes.

equipamentos de telemetria com chips

ser realizada de 15 em 15 minutos. Em

Uma microturbina hidrogeradora

A gestão “pente fino” da força com

A Sabesp informa que, com a

Em São Paulo, a Sabesp está

de celulares que enviam informações à

comparação, nos sistemas tradicionais,

enfrentando esses desafios usando o

central. Com essa informação em mãos,

alimentados por baterias químicas, os

mesmo conceito usado em hidrelétricas

a central toma a decisão de acionar a

equipamentos são ligados apenas a cada

para gerar energia em um projeto

abertura ou o fechamento de válvulas ao

seis horas, já que sua vida útil se reduz

piloto na Vila Prudente e na Cidade

longo de toda a malha de tubulações no

quanto mais vezes são acionadas.

Grupo Iberdrola anuncia programa de bolsas de estudo Inscrições estão abertas até 2 de abril e são direcionadas para cursos de energia e ambiente

A Neoenergia, empresa do Grupo Iberdrola, está com as inscrições abertas para o Programa de Bolsas para

cursos de pós-graduação latu sensu em energia e meio ambiente em renomadas universidades da Espanha e no Reino Unido.

A oportunidade é dirigida a alunos de nacionalidade brasileira ou residentes no Brasil, com título de

graduação ou com graduação prevista até junho de 2018. As inscrições vão até o dia 2 de abril.

No processo de seleção, a Neoenergia analisará o histórico acadêmico, o currículo e o interesse no projeto

de estudos. Para os candidatos admitidos, a empresa custeará o valor total do curso e uma bolsa auxílio mensal, de 1.580 euros para os bolsistas do Reino Unido e 900 euros para os bolsistas da Espanha. As bolsas têm duração de doze meses.

Mais informações e inscrições estão disponíveis em: www.elektro.com.br e www.neoenergia.com.


O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

11

Iluminação eficiente no prédio do Banco Central Projeto deverá gerar economia de 8% no consumo de energia total do edifício

Fruto da 3ª Chamada Pública de

Projetos (CPP) do Programa de Eficiência Energética da Light, a nova iluminação do prédio do Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ) deverá proporcionar economia de 8% no consumo de energia total do edifício.

As ações previstas no projeto de

eficiência energética consistem na modernização do sistema de iluminação do edifício do Banco Central. Para isso, serão substituídas mais de 22.700 lâmpadas fluorescentes tubulares por lâmpadas tubulares de Led. A iniciativa irá assegurar um consumo eficiente da energia no prédio, evitando desperdícios.

O investimento do projeto está

estimado em R$ 1,14 milhão, sendo R$ 640 mil de recursos do Programa de Eficiência Energética da Light, e R$ 500 mil de contrapartida do cliente.


Painel de empresas

12

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Brametal adquire Tector Com a incorporação, a companhia reforça sua posição de uma das principais fabricantes de estruturas metálicas do país e eleva sua capacidade de produção para 120 mil toneladas por ano em mix de produtos

Nova planta industrial da Brametal, em Sabará (MG).

A Brametal, fabricante de estruturas

licença ambiental ou outras autorizações

de muitas intervenções. “Vamos apenas

metálicas para geração e transmissão de

para construção. “Sempre trabalhamos

fazer alguns ajustes em equipamentos,

energia, acaba de concluir a aquisição da

sobre pressão para atender aos prazos.

modernizar outros e implementar a cultura

Tector Engenharia, empresa do mesmo

Agora, a expectativa é que trabalhemos

Brametal na nova unidade”, completa o

segmento de atuação. Com a incorporação,

com um pouco mais de conforto na

presidente do Conselho. A marca Tector

a companhia passa a ter capacidade de

produção para atender aos prazos dos

não será preservada, mas segundo ele, o

produção de até 120 mil toneladas em mix

clientes”, explica Brandão. Com isso,

quadro de colaboradores (174 pessoas)

de produtos.

a expectativa é que o faturamento da

será mantido, com expectativa de novas

“O plano de crescer fazendo uma

companhia cresça em torno de 25% ainda

contratações.

incorporação sempre existiu. Foi então

neste ano de 2018.

A

que, em 2016, surgiram as primeiras

na

conversas com o Grupo BMG, proprietário

diz respeito à localização da unidade fabril,

decorrência dos leilões de geração e

da Tector, uma planta muito similar à

na cidade de Sabará, em Minas Gerais.

transmissão realizados no fim do ano

nossa”, conta Ricardo Brandão, presidente

“A logística favorece alguns mercados,

passado.

do Conselho da Brametal. A negociação,

especialmente, o norte do país. A fábrica

da empresa arremataram alguns lotes,

já com aprovação do Cade (Conselho

está muito bem localizada, em uma região

então, existe uma tendência de a Brametal

Administrativo de Defesa Econômica), foi

consolidada, na grande Belo Horizonte,

também fechar bons contratos com esses

finalizada em dezembro do ano passado.

e com oferta de mão de obra”, completa

parceiros. É cedo ainda para dizer que a

A

Brandão.

empresa tenha determinado volume, mas

trabalhar com mais tranquilidade para

Sobre o processo de transição, a

a tendência é manter o market share que

atender à demanda, especialmente em

Brametal afirma que se trata de uma planta

vem tendo em todos os leilões”, avaliou o

momentos de pico, que são, por exemplo,

em perfeitas condições, com área total de

diretor de marketing da empresa, Alexandre

aquelas ocasiões em que um projeto obtém

23 mil metros quadrados, que não precisará

Schmidt.

transação

permitirá

à

Brametal

Outro ponto decisivo para a aquisição

empresa

demanda

está que

“Alguns

confiante

deverá

clientes

surgir

ainda em

tradicionais



Painel de empresas

14

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Schneider Electric concentra fabricação de religadores na planta de Curitiba Unidade paranaense passa a ser a única do grupo – em todo o mundo – a produzir religadores automáticos

Capacidade produtiva da unidade fabril triplicou para atender aos mercados interno e externo.

Investindo em sua subsidiária brasileira,

dar conta da maior produção, a unidade

a Schneider Electric designa a unidade de

paranaense praticamente dobrou sua mão de

Curitiba (PR) como fornecedora global de

obra fabril.

seus religadores automáticos. Após seis

meses de ajustes estruturais, a planta viu sua

usados em redes de distribuição elétrica

capacidade produtiva triplicar para atender

aérea em grandes centros urbanos, com

aos mercados interno e externo.

alta concentração de usuários, e têm a

De acordo com o vice-presidente de

função de reestabelecer mais rapidamente

Global Supply Chain para América do Sul da

a energia, em caso de queda na maior parte

Schneider Electric, Paulo de Tarso Gomes, o

das vezes associada a tempestades ou

Brasil é responsável por exportar para todo o

problemas técnicos. A tecnologia permite

mundo. “Em virtude de marcos regulatórios,

às concessionárias prestar um serviço de

vivemos aqui, assim como ocorre em outras

melhor qualidade à população (evitando

localidades, um aumento da demanda por

longos períodos sem energia elétrica), além

essa solução”, comenta.

de otimizar seus próprios custos.

“A decisão global de concentrar a

Dentre os clientes brasileiros, estão

fabricação

as maiores concessionárias de energia

de

religadores

automáticos

Os religadores automáticos são muito

na planta de Curitiba mostra a força da

(incluindo

capacidade competitiva do nosso país”,

respondem pelo fornecimento de eletricidade

declara

para milhões de usuários em suas áreas de

Cléber

Morais,

presidente

da

Schneider Electric para o Brasil. Para

cobertura.

grupos

multinacionais),

que



Painel de empresas

16

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

ABB apresenta ônibus elétrico em Davos Residentes de Davos e convidados do Fórum Econômico Mundial puderam experimentar o pioneirismo do veículo

Veículo elétrico está em testes na Suíça.

Durante o Fórum Econômico Mundial

sustentável, que estão testemunhando um

deste ano, que ocorreu entre 23 e 26

aumento na implantação em todo o mundo

de janeiro, a cidade de Davos recebeu

à medida que a mobilidade elétrica se

o premiado ônibus elétrico TOSA (sigla

torna a força motriz que traz a eficiência

para Sistema de Alimentação Otimizado

energética com baixo impacto ambiental

para Trólebus), desenvolvido pela ABB. O

aos automóveis, ônibus, trens, navios e

veículo já está em uso em Genebra e será

teleféricos.

implantado em breve na cidade francesa

A tecnologia TOSA foi desenvolvida

de Nantes. Segundo a fabricante, a bateria

juntamente com a Suíça e a ABB em

do ônibus pode ser recarregada em

parceria com a Transportes Públicos de

apenas 20 segundos, durante o embarque

Genebra, o Gabinete para a Promoção

e desembarque de passageiros.

da Indústria e Tecnologia, os Serviços

Em Davos, o ônibus irá operar na

Industriais de Genebra e o fabricante de

movimentada Linha 1, no percurso entre o

ônibus Carrosserie HESS. A tecnologia

centro turístico e o hospital. A ideia é fazer

TOSA em uso em Davos é a mesma que

com que o sistema opere sob as extremas

vem alimentando os ônibus da linha 23 que

condições meteorológicas de inverno. A

percorrem a rota do aeroporto em Genebra.

ABB e seus parceiros de projeto esperam

Esses

obter valiosos insights a partir desse

aéreos que se conectam em paradas

projeto-piloto.

selecionadas ao longo de seus percursos

ônibus

utilizam

contatos

Juntos, o ônibus TOSA e as estações

para reabastecer suas baterias em menos

de carga proporcionam uma poderosa

de 20 segundos, realizando a recarga

demonstração na vida real das tecnologias

durante o embarque e o desembarque dos

de

passageiros.

ponta

em

matéria

de

transporte


Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

18

Nunziante Graziano Capítulo I – Introdução • Introdução à ABNT NBR IEC 62271-200 • Definições e conceitos

Iluminação pública – ABNT NBR 5101

24

Luciano Haas Rosito Capítulo I – Termos e definições • Iluminação pública • Fonte de luz • Iluminância • Luminância

Proteção contra arco elétrico

28

Cláudio Mardegan e Giuseppe Parise Capítulo I – Estudos de arco elétrico – Cálculo de energia incidente • Histórico e evolução • Linha do tempo • Ralph Lee – o “pai” dos estudos de arc flash • NFPA-70E • Estudos de seletividade

Fascículos

Apoio


Apoio

Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

18

Por Nunziante Graziano*

Capítulo I Introdução Prezado

este

fascículo

Tabela 1 – Família de normas vigentes da ABNT NBR IEC 62271

pretende apresentar em detalhes o conjunto de normas brasileiras para construção de conjuntos de manobra e controle em alta-tensão, acima de 1 kV até 52 kV inclusive. Atualmente, a norma que rege esta construção é a ABNT NBR e controle de alta-tensão - Parte 200: Conjunto de manobra e controle de

Título

Data

ABNT NBR

Equipamentos de

2006-12-04

IEC 62271-102:2006

alta-tensão

ABNT NBR

Conjunto de manobra e

IEC 62271-200:2007 Errata

controle de alta-tensão

2007-04-02

1:2007

IEC 62271-200 - Conjunto de manobra

ABNT NBR

Conjunto de manobra e

IEC 62271-200:2007 Versão

controle de alta-tensão

2007-03-19

Corrigida:2007

alta-tensão em invólucro metálico para tensões acima de 1 kV até e inclusive 52 kV, publicada em 19/03/2007 e que

versão da norma está sendo elaborada

que reunia as cláusulas comuns a

entrou em vigor a partir de 19/04/2007.

pela Comissão de Estudo da ABNT/

equipamentos elétricos de manobra de

Esta norma da ABNT especifica

CE-003:0017.001, que, neste momento,

tensão nominal acima de 1 kV, a leitura

os requisitos construtivos de conjunto

se ocupa da revisão da ABNT NBR

da ABNT NBR IEC 62271-200 deve

de manobra e controle de invólucro

60694, que será batizada, quando da sua

ser acompanhada da ABNT NBR IEC

metálico

Fascículo

leitor,

alternada,

publicação, de ABNT-NBR-IEC-62271-1

60694:2006 - Especificações comuns para

montados em fábrica, para tensões

– Conjuntos de manobra e controle em

normas de equipamentos de manobra de

nominais acima de 1 kV até e inclusive 52

alta-tensão – Parte 1 – Especificações

alta-tensão e mecanismos de comando,

kV, para instalação abrigada e ao tempo,

comuns.

publicada em 04/12/2006.

para

corrente

para frequências de serviço até 60 Hz,

A publicação da ABNT NBR IEC

sendo que seus invólucros podem incluir

62271 substituiu com avanços a NBR

que

componentes fixos e removíveis e podem

6979, apresentando uma aproximação

referida norma ABNT NBR IEC 62271-

ser preenchidos com fluido (líquido ou

bastante robusta com as normas da

200 vigente. Esta norma define os vários

gás) para prover a isolação.

IEC, que hoje se concretiza com uma

tipos de conjuntos de manobra e controle

grande quantidade de normas brasileiras

em invólucro metálico que se diferem

fascículo, vamos apresentar os principais

baseadas

o

entre si quanto às consequências na

conceitos construtivos, as generalidades,

português cujo título é precedido pela

continuidade no serviço da rede no caso

as aplicações por setores do mercado

sigla NBR IEC.

de manutenção no conjunto de manobra

Ao longo dos 12 capítulos deste

e/ou

traduzidas

para

Tratemos então das generalidades determinam

com suas principais características e,

Assim como anteriormente, quando

ao final, as novidades decorrentes da

a leitura da NBR 6979 deveria ser

e

revisão da NBR IEC 62271-200. A nova

acompanhada da NBR 10478 de 09/1988,

equipamento.

a

abrangência

da

e controle, e quanto à necessidade conveniência

de

manutenção

do


Apoio

Como descrito na própria norma, a segurança de uma instalação resulta

equipamentos no conjunto de manobra e

aterrados e completamente montados,

controle deve ser levada em conta.

com exceção das conexões externas. • Unidade funcional (de uma montagem):

do projeto, da implementação e da

Conjuntos de manobra e controle em

coordenação de produtos, instalações e

invólucro metálico para tensões nominais

parte de um conjunto de manobra e

operações.

acima de 36,2 kV, isolados a ar à pressão

controle em invólucro metálico que inclui

de

atmosférica, podem ser contemplados

todos os componentes dos circuitos

invólucro

por esta norma, considerando os níveis

principais e dos circuitos auxiliares que

de isolamento da ABNT NBR 10478.

contribuem para a realização de uma

Em

especial,

em

manobra

e

metálico

contendo

conjuntos

controle

em

compartimentos

única função em uma instalação elétrica,

preenchidos por gás, a pressão de projeto

Embora a aplicação principal seja

é limitada a um valor máximo de 300

para sistemas trifásicos, esta norma

tais como: alimentador de um circuito,

kPa (pressão relativa). Quando esses

pode ser também aplicada para sistemas

alimentador de um transformador,

compartimentos

monofásicos ou bifásicos.

alimentador de um banco de capacitores,

forem

preenchidos

alimentador de um motor, etc.

por gás tendo uma pressão de projeto excedendo a 300 kPa (pressão relativa), devem ser projetados e ensaiados de acordo com a IEC 60517.

Definições

• Unidade de transporte: parte do

Algumas definições presentes na norma

serão

transcritas

aqui

para

conjunto de manobra e controle em invólucro metálico adequado para

facilitar a compreensão, além de serem

transporte sem ser desmontado.

invólucro metálico para uso especial,

acompanhadas

É interessante compreender que

por exemplo, em atmosferas inflamáveis,

podem facilitar a leitura.

Conjunto de manobra e controle em

de

comentários

que

as unidades de transporte são dimensionadas pelo fabricante de

em minas ou a bordo de navios, pode estar sujeito a requisitos adicionais.

• Conjunto de manobra e controle: termo

acordo com a massa de cada uma

Componentes instalados no conjunto de

geral que contempla os dispositivos

das unidades funcionais, mas,

manobra e controle em invólucro metálico

de manobra e suas combinações com

preponderantemente, dependente

devem ser projetados e ensaiados de

equipamentos associados de controle,

do caminho que os conjuntos devem

acordo com as suas respectivas normas.

medição, proteção e regulação,

percorrer desde a fábrica até a

Esta norma complementa as normas dos

incluindo a respectiva montagem

subestação onde serão instalados

componentes individuais, considerando

destes dispositivos e equipamentos com

definitivamente. Esse caminho inclui o

sua instalação nos conjuntos de manobra

interligações associadas, acessórios,

meio de transporte (caminhão, navio,

e controle. Esta norma não exclui

invólucros e estruturas suporte. Quando

avião, etc.), a forma de transporte

que outros equipamentos possam ser

em invólucro metálico, são os conjuntos

horizontal e/ou vertical no canteiro de

incluídos no mesmo invólucro. Em tais

de manobra e controle com invólucro

obras (içamento por olhal por gruas ou

casos, qualquer possível influência destes

metálico externo, previstos para serem

guinchos, içamento com embalagem

19


Apoio

Fascículo

Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

20 por cintas), a elevação com transpallet

Um

compartimento

acesso

os condutores, como também entre os

ou empilhadeiras, arraste sobre roletes,

baseado em ferramenta, que contenha

contatos abertos de um dispositivo de

entre tantas outras formas. Cabe

partes

manobra ou secionador.

ressaltar que a escolha adequada do

abertos,

módulo de transporte depende de

normal e manutenção. São requeridos

• Bucha de passagem: consiste em

informações a serem trocadas entre

procedimentos especiais. São necessárias

uma estrutura isolante contendo um

usuários, instaladores e fabricante.

ferramentas para abertura.

ou mais condutores que atravessam

de

alta mas

com

tensão, não

em

podem

ser

operação

• Invólucro: parte do conjunto de

Um compartimento considerado não

manobra e controle em invólucro

acessível, por sua vez, é o compartimento

incluindo os meios de fixação.

metálico que proporciona um

que contenha partes de alta tensão que

• Componente: parte essencial do

determinado grau de proteção do

não deve ser aberto. A abertura pode

circuito principal ou de aterramento

equipamento contra influências externas

destruir a integridade do compartimento.

de um conjunto de manobra e

e um determinado grau de proteção

Devem ser previstas indicações claras

controle em invólucro metálico, que

contra a aproximação ou contato com as

afixadas no compartimento de que não

desempenha uma função específica. Por

partes vivas e contra o contato com as

se deve abrir.

exemplo: disjuntor, secionador, fusível,

partes móveis.

um invólucro ou divisão isolando-os,

transformador para instrumentos,

• Compartimentos: diferentemente

• Para a separação entre

buchas e barramentos.

do invólucro, os compartimentos são

compartimentos, temos as divisões.

• Circuito principal de um conjunto:

as partes do conjunto de manobra

Divisão é uma parte de um conjunto

todas as partes condutoras de um

e controle em invólucro metálico,

de manobra e controle em invólucro

conjunto de manobra e controle em

exceto para aberturas necessárias para

metálico que separa um compartimento

invólucro metálico, presentes em um

interconexão, controle ou ventilação.

dos demais. A classe de divisão define

circuito destinado a conduzir energia

Podem ser diferenciados quatro tipos

se material metálico ou não metálico é

elétrica. Os componentes deste circuito,

de compartimentos: três que podem

usado para separação das partes vivas.

via de regra, utilizam circuitos auxiliares.

ser abertos, chamados de acessíveis, e um que não pode ser aberto, chamado inacessível. Um

compartimento

com

acesso

controlado por intertravamento, que

Assim sendo, um circuito auxiliar é A classe de divisão PM é a separação

composto por todas as partes condutoras

metálica contínua e/ou obturadores (se

de um conjunto de manobra e controle

aplicável) previstos para serem aterrados,

em invólucro metálico presentes em

entre compartimentos acessíveis abertos

um circuito (que não seja o circuito

e as partes vivas do circuito principal.

principal) destinado a controle, medição,

contém partes de alta tensão, previsto

Por sua vez, a classe de divisão PI são

para ser aberto para operação normal e/ou

as divisões ou obturadores não metálicos

• Circuito de aterramento compreende

manutenção normal como determinado

entre compartimentos acessíveis abertos

a conexão de todos os dispositivos

pelo fabricante, possui acesso controlado

e as partes vivas do circuito principal.

de aterramento ou pontos destinados

proteção, sinalização e regulação.

pelo projeto do conjunto de manobra e

Um obturador é um dispositivo

controle. Cabe ressaltar que instalação,

ou sistema mecânico que, na posição

conectados à barra de terra do conjunto

ampliação, reparos e etc., não são

de serviço, se encontra aberto para

de manobra e controle em invólucro

considerados como manutenção normal.

ao aterramento previstos para serem

passagem das interligações de uma parte

metálico, que será conectada ao sistema

acesso

extraível e que se fecha obrigatoriamente

de aterramento da instalação.

baseado em procedimento, que contenha

após a sua extração, impedindo o acesso

• Dispositivo de alívio de pressão tem

partes de alta tensão, previsto para

às partes vivas, fazendo parte da divisão.

como objetivo limitar a pressão em um

Um

compartimento

com

ser aberto para operação normal e/ou

raciocínio

compartimento. Atenção especial a este

manutenção normal como especificado

sobre compartimentação, o conceito de

Complementando

o

dispositivo se dará quando da leitura do

pelo fabricante, possui acesso controlado

segregação de condutores surge com

Anexo A da norma, quando falaremos

por procedimento adequado combinado

importância. A interposição de barreira

sobre o ensaio de arco interno devido a

com travamento. Cabe ressaltar que

metálica aterrada entre partes vivas é

falha interna, cujas características e bom

instalação, ampliação, reparos e etc.,

feita de modo que qualquer descarga

funcionamento são essenciais para a boa

não são considerados como manutenção

somente possa ocorrer para a terra. Uma

performance no momento do defeito.

normal.

segregação pode ser estabelecida entre

• Compartimento preenchido com


Apoio

21


Apoio

Fascículo

Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

22

fluido é o compartimento de um

• Posição desconectada de uma

e controle de um único barramento.

conjunto de manobra e controle em

parte extraível é a posição de uma

Para conjunto de manobra e controle

invólucro metálico preenchido com

parte extraível em que é estabelecida

em invólucro metálico, quando qualquer

fluido, gás (que não seja o ar ambiente)

uma distância de secionamento

compartimento acessível em uma

ou líquido, com o propósito de isolação.

ou segregação nos circuitos da

unidade funcional for aberto, todas as

• Temperatura do ar ambiente é a

parte extraível que permanece

outras unidades funcionais são previstas

temperatura determinada nas condições

mecanicamente ligado ao invólucro.

para permanecerem energizadas e

prescritas do ar ao redor do conjunto

Em conjuntos de manobra e

operando normalmente. Uma exceção

de manobra e controle em invólucro

controle em invólucros metálico

se aplica ao caso do compartimento

metálico. Essa temperatura é importante

de alta-tensão, os circuitos de

de barramento principal do conjunto

para limitar o uso de conjuntos, pois,

controle e auxiliar podem não ser

de manobra e controle de um único

a capacidade de condução de corrente

desconectados.

barramento, o qual, quando aberto,

do conjunto depende da temperatura

• Posição removida é a posição de

impede a continuidade do serviço. Duas

máxima de operação ambiente.

uma parte removível quando esta

subdivisões são reconhecidas:

• Parte removível de um conjunto

estiver elétrica e mecanicamente

• LSC1 é o conjunto de manobra e

separada do invólucro.

controle em invólucro metálico que

corresponde à parte do conjunto de manobra e controle em invólucro

• Categoria de perda de continuidade

não pode ser configurado como

metálico conectada ao circuito principal

de serviço (LSC): para os colegas que

categoria LSC2.

e que pode ser totalmente removida

iniciaram suas carreiras no século passado,

• LSC2B: conjunto de manobra e

dele e recolocada, mesmo que o circuito

tínhamos como referência os cubículos

controle de categoria LSC2 onde

principal da unidade funcional esteja

conhecidos como “Metal-Clad” e “Metal-

o compartimento dos cabos é

energizado.

Enclosed”, cuja aplicação determinava a

também previsto para permanecer

• Parte extraível de um conjunto

compartimentação interna dos conjuntos

energizado quando qualquer outro

corresponde à parte removível do

de manobra em alta-tensão, mas que

compartimento acessível da unidade

conjunto de manobra e controle em

não tinha uma aplicação direta com a

funcional correspondente for aberto.

invólucro metálico que pode ser

disponibilidade de funcionamento do

• LSC2A: conjunto de manobra e

movida para posições nas quais uma

conjunto quando compartimentos fossem

controle LSC2, que não seja possível

distância de isolamento ou segregação

abertos em operação normal. Assim, a

classificar como LSC2B.

entre contatos abertos é estabelecida,

categoria que define a possibilidade de

enquanto a parte permanece

manter outros compartimentos e/ou

mecanicamente fixada ao invólucro.

unidades funcionais energizadas quando

abordaremos as características nominais

Algumas posições de uma parte

um compartimento de circuito principal

importantes para a determinação de um

extraível são determinadas, quais sejam:

for aberto é estabelecida pela classificação

conjunto de manobra e controle de alta-

• Posição de serviço, que é a posição

LSC, que descreve o nível para o qual

tensão, além dos requisitos de projeto e

de uma parte removível em que ela

os conjuntos de manobra e controle são

construção obrigatórios para os conjuntos.

está completamente conectada para a

previstos para permanecerem operacionais

sua função prevista.

no caso de ser necessário acesso a um

• Posição de aterramento, que é a

compartimento de circuito principal. O

posição de uma parte removível ou

nível considerado necessário para abrir

estado de um seccionador no qual

compartimentos de circuito principal

o fechamento de um dispositivo de

energizado pode ser dependente sob vários

manobra mecânico curto-circuita e

aspectos. Entretanto, a categoria LSC não

aterra um circuito principal.

descreve classificação de confiabilidade de

• Posição de teste de uma parte

conjunto de manobra e controle.

extraível é a posição de uma parte

• Conjunto de manobra e controle

extraível em que uma distância

de categoria LSC2: essa categoria

de isolamento ou segregação é

compreende os conjuntos de manobra e

estabelecida no circuito principal e

controle com compartimentos acessíveis,

na qual os circuitos auxiliares estão

que não sejam os compartimentos dos

conectados.

barramentos de um conjunto de manobra

No próximo capítulo deste fascículo

Até lá! *Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro do ABNT/CB-003/ CE 003 017 003 "Conjuntos de manobra e controle de alta tensão", Conselheiro Regional do CREA-SP e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

23


Apoio

Fascículo

Iluminação pública – ABNT NBR 5101

24

Por Luciano Haas Rosito*

Capítulo I Termos e definições Neste e nos próximos 11 fascículos,

referência para outras normas, como a

instalação da luminária. O avanço também

serão apresentados os aspectos relativos aos

de iluminação de interiores, que teve sua

é definido na norma como sendo a distância

temas que fazem parte do texto da norma

revisão finalizada no ano de 2013.

transversal entre o meio-fio ou acostamento

brasileira de iluminação pública, a ABNT

definições

da rodovia e a projeção do centro de luz

NBR 5101. Serão temas gerais e específicos

necessárias para aplicação da ABNT NBR

aparente da luminária. Novamente, o termo

sobre o desenvolvimento do projeto de

5101 é o entendimento do que é iluminação

“rodovia” deve ser mais bem definido,

iluminação pública, tais como: termos e

pública. É definido como iluminação

bem como a distância transversal que

definições da norma, distribuição da luz,

pública o serviço que tem por objetivo

deve ser considerada entre o meio-fio ou

classificação

fotométrica,

Uma

das

primeiras

iluminância

prover de luz ou claridade artificial os

acostamento a fim de calcular não somente

e luminância, entre outros que serão

logradouros públicos no período noturno

o resultado da via para uso de veículos,

apresentados durante a revisão desta norma

ou nos escurecimentos diurnos ocasionais,

mas também do passeio para utilização dos

durante o ano de 2018. Iniciaremos com os

inclusive, aqueles que necessitam de

pedestres. O espaçamento que também faz

termos e a definições utilizadas para análise

iluminação permanente no período diurno.

parte dos termos e definições e é descrito

e interpretação da norma e já darão uma

A resolução 414 da Aneel apresenta a

como a distância entre sucessivas unidades

grande ajuda para a aplicação correta dos

definição de iluminação pública para fins

de iluminação medidas paralelamente ao

conceitos contidos nos textos.

do fornecimento de energia elétrica.

longo da linha longitudinal da via é, na

Termos e definições

A primeira definição abordada é da

prática, uma das grandes questões a serem

altura de montagem AM, sendo definida

definidas no projeto. Nem sempre nas

como a distância vertical entre a superfície

cidades existe um espaçamento padrão

Para utilização da ABNT NBR 5101,

da rodovia e o centro aparente da fonte de

e este pode variar consideravelmente a

aplicam-se os termos e as definições da

luz ou da luminária. Devemos pensar que

ponto de que, em determinados vãos,

ABNT NBR 5461 e os demais termos

nem sempre a luminária está montada em

não seja possível atender aos índices

e

norma

uma via com trânsito de veículos, logo,

mínimos exigidos pela norma, mesmo

referida define os termos relacionados

definições

apresentados.

o termo “rodovia” deve ser substituído

com as melhores tecnologias e produtos

com

disponíveis no mercado.

radiações,

grandezas,

A

unidades,

pelo piso da via pública (via para carros

visão, reprodução de cores, colorimetria,

ou passeio). Outro aspecto importante é

Uma das definições mais controversas

luminotécnica,

seus

a citação do centro aparente da fonte de

atualmente é o fator de operação e a falta

componentes, entre outros, e data do ano

luminárias

e

luz ou luminária, visto que esta deve ser

de definição clara do fator de depreciação

de 1991, logo, também deveria ser revisada

a altura a ser considerada para o cálculo

e como utilizar estes conceitos de forma

utilizando os termos e definições modernos

luminotécnico, e, posteriormente, a altura

correta nos projetos. Na norma, o fator de

adequados para aplicação dos novos

que deve ser observada para a instalação

operação é definido como a razão entre os

sistemas de iluminação. Os novos conceitos

correta da luminária. Tão importante

fluxos luminosos do conjunto lâmpada-

devem ser incorporados e revistos nesta

quanto a altura correta de montagem

luminária-reator, quando são usados um

norma a fim de ser utilizada também como

é o ângulo que deve ser observado na

reator comercial e um reator de referência,


Apoio

25

Iluminância

ou com o qual a lâmpada teve seu fluxo

estejam pelo menos iguais aos assumidos

“calibrado” e aferido. Esta definição foi

no projeto de instalação da iluminação. (...)

trazida da IES-LM-61, mas, atualmente,

O fator de manutenção das luminárias varia

A iluminância média horizontal é

com a utilização de fontes de luz Led, perde

conforme as condições locais e densidade de

definida como a iluminância em serviço

o sentido ou deve ser avaliada de outra

tráfego, devendo ser realizada a manutenção

da área delimitada pela malha de pontos

forma. Além disso, o termo “calibração”

quando a iluminância média atingir 70% do

considerada, ao nível da via, sobre o número

deve ser corrigido na revisão na norma,

valor inicial”.

de pontos correspondente. Na prática, é a

pois não é feita a calibração da lâmpada

Dessa forma é necessário definir o fator

média de todas as iluminâncias medidas em

neste caso, mas sim a medição dos fluxos

de depreciação da fonte de luz de acordo

uma área, somando o resultado dos níveis

luminosos. O fator de operação, no caso dos

com suas características e o que chamamos

de cada ponto medido individulamente

Leds, se for comparado com uma fonte de

fator de superfície que diz respeito à

e dividindo pela quantidade de pontos

referência e mantiver suas características,

depreciação do fluxo proveniente da sujeira

medidos.

poderia ser considerado como 1 e não ser

acumulada no refrator da luminária,

iluminância média conhecida com Emed.

prevista uma variação negativa do fluxo, pois

amarelamento, etc.

não há “driver” de referência. Já o fator de

Em

relação

Desta

forma

é

obtida

a

O fator de uniformidade da iluminância, à

uniformidade,

são

também conhecido como uniformidade de

manutenção não está descrito atualmente e

definidos três tipos na ABNT NBR 5101,

iluminância, é determinado pela iluminância

deve ser definido de forma clara. Na norma

sendo eles:

mínima dividida pela iluminância média, ou

hoje, a questão da depreciação do fluxo

seja, é estabelecido um percentual aceitável

luminoso dos equipamentos e das fontes de

- Fator de uniformidade da iluminância

entre a menor iluminância medida em um

luz somente é referenciada em alguns trechos,

(em determinado plano);

vão (Emin) em relação à uniformidade

sendo o mais significativo o item 5.2.2, que

- Fator de uniformidade da luminância

média (Emed) calculado/medido na via.

estabelece que: “a fim de manter estes valores

(uniformidade global);

Dessa forma tenta-se evitar pontos escuros

recomendados de iluminância, devem ser

- Fator de uniformidade da luminância

entre os postes, mantendo a uniformidade

adotados esquemas de manutenção que

(uniformidade longitudinal).

dos níveis da via.


Apoio

Iluminação pública – ABNT NBR 5101

26 Sendo: Emin = iluminância mínima; Emed = iluminância média.

luminância

em uma escala de números que vai de 1

uniformidade da luz que reflete e realmente

(insuportável) até 9 (imperceptível). Este

enxergamos e uma determinada faixa de

índice é pouco observado nos projetos

trânsito onde realmente está o nosso campo

e deveria ser melhor avaliado, pois com

visual.

ele é possível melhorar a qualidade da

O incremento de limiar definido na

Luminância A

Dessa forma, é possível avaliar a

média

conhecida

como Lmed [cd/m2] é o valor médio da luminância na área delimitada pela malha de pontos considerada, ao nível da via. A uniformidade global de luminância é dada por:

norma

expressa

Lmin = luminância mínima; Lmed = luminância média. Semelhante ao que ocorre com o falor de uniformidade de iluminância, a uniformidade global de luminância refere-se normalmente ao vão em questão que será avaliado.

limitação

Fascículo

Lmax = luminância máxima.

luminárias

que

ofuscamento perturbador ou inabilitador

Também os projetos devem ser realizados

nas vias públicas que afeta a visibilidade

com alturas de montagem adequadas a fim

dos objetos. O valor de TI % é baseado no

de evitar este ofuscamento que pode causar

incremento necessário da luminância de

transtornos para motoristas e pedestres.

uma via para tornar visível um objeto que

A linha isocandela é a linha traçada em

se tornou invisível devido ao ofuscamento

uma esfera imaginária, com a fonte de luz

inabilitador provocado pelas luminárias.

ocupando o seu centro. Esta linha liga todos

LV (Lmed)0,8

Sendo: Lmed a luminância média da via Lv a luminância de velamento A luminância de velamento Lv é o efeito provocado pela luz que incide sobre o olho do observador no plano perpendicular à linha de visão. Depende do ângulo entre o centro da fonte de ofuscamento e a linha de O índice de ofuscamento apresentado

Lmin = luminância mínima;

utilizando

produzam o menor ofuscamento possível.

visão, bem como da idade do observador.

Sendo:

iluminação

do

TI % = 65x

Sendo:

a

na norma como GR é definido pela CIE Nº. 31:1976 e caracteriza o desconforto provocado pelo ofuscamento das luminárias

os pontos correspondentes àquelas direções nas quais as intensidades luminosas são iguais. Usualmente, a representação é feita em um plano. A linha isolux é definida como o lugar geométrico dos pontos do urna superfície onde a iluminância tem o mesmo valor. A linha longitudinal da via LLV é definida como qualquer linha ao longo da via, paralela ao eixo da pista. A linha transversal da via LTV qualquer linha transversal da via, perpendicular ao eixo da pista. Na Figura 1 (figura A.7 da norma) são representadas as linhas longitudinais e

transversais

da

via

para

melhor

entendimento. A razão das áreas adjacentes à via SR é

Figura 1 – Representação das linhas longitudinais e transversais da via.


27

Apoio

definida como a relação entre a iluminância média das áreas adjacentes à via (faixa com largura de até 5 m) e a iluminância média da via (faixa com largura de até 5 m ou metade da largura da via) em ambos os lados de suas bordas. O parâmetro SR pressupõe a existência de uma iluminação própria para a travessia de pedestres, levando em consideração o posicionamento da luminária de forma a permitir a percepção da silhueta do pedestre pelo motorista (contraste negativo). A via, na ABNT NBR 5101, é definida como uma superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo pista, calçada, acostamento, ilha e canteiro central. Este conceito é muito importante para sabermos que os projetos devem ser feitos levando em conta a via como um todo e não somente algumas partes da via como as pistas de circulação de veículos. Os pedestres precisam ser vistos pelos motoristas e terem iluminação específica para sua circulação com segurança no passeio e demais faixas de circulação e trânsito de pedestres. O volume de tráfego é definido como o número máximo de veículos ou de pedestres que passam em uma dada via, durante o período de 1 h. Conhecer este volume de tráfego e demais características da via é fundamental para a correta classificação da via para fins de projetos de as áreas de veículos e pedestres. A correta classificação de acordo com os tipos de vias alinhadas com o código brasileiro de trânsito vai refletir no correto nível de iluminação para cada tipo de via. Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, gerente de Novos Negócios da Philips Iluminação e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Por Cláudio S. Mardegan e Giuseppe Parise*

Proteção contra arco elétrico

28

Capítulo I Estudos de arco elétrico – Cálculo de energia incidente

Introdução

não deve exceder a 1.2 cal/cm2. Atualmente,

quando um EPI limita a energia incidente

Até 1950 todos os dispositivos de

1.2 cal/cm2 é considerado o nível básico

adequadamente.

proteção de sobrecorrente eram do tipo

de exposição tolerável sem a utilização de

disparador magnético, eliminando a falta

vestimentas com categorias específicas para

explanada e aplicando-se a sistemas elétricos,

instantaneamente

resistir à energia resultante de um arco

placas (ou etiquetas) de advertência podem

elétrico.

ser determinadas de modo a especificar

(sem

retardamento

Fascículo

intencional). Quando o relé eletromecânico

Utilizando-se

a

metodologia

aqui

de disco de indução surgiu em meados

Para calcular os níveis de exposição,

a categoria da vestimenta, diminuir os

dos anos de 1950, a eliminação da falta

equações que serão descritas neste artigo

danos aos equipamentos e ferimentos aos

passou a ser temporizada (retardada).

são suportadas por modelos matemáticos

trabalhadores.

A seletividade passou a fazer parte do

que são baseados em modelos estatísticos

contexto dos engenheiros de proteção. Com

derivados de exaustivos testes realizados

o retardamento do tempo de eliminação

usando várias amostras a partir dos quais se

de falta, as faltas começaram a aparecer

chega ao equacionamento destas equações

como um grande problema, causando a

obtidas através de ajuste de curvas (curve fit).

Para um melhor entendimento do

destruição de muitos equipamentos tais

A análise contida neste material utiliza

surgimento das faltas por arco, foram

como conjuntos de manobra, CCMs,

tais modelos para determinar a distância

selecionados alguns marcos importantes

quadros, painéis, etc. No final da década

limítrofe do arco, na qual uma queimadura

para o conhecimento evolução das faltas

de 1980, Ralph Lee, o pai da energia

de segundo grau não é atingida, ou seja,

por arco. Apresenta-se a linha do tempo

incidente, publica um artigo mostrando

quando se utiliza uma vestimenta sem

(Figura 1), indicando estas datas que irão

que o risco de choque elétrico não é o único

categoria (apenas uniforme de algodão) ou

auxiliar a compreensão do fenômeno.

Breve histórico e evolução dos arcos

problema relacionado à proteção pessoal do profissional que lida com eletricidade e que as queimaduras por arco elétrico poderiam causar ferimentos ou mesmo a morte do profissional. Ralph Lee demonstrou que se uma pessoa fica sujeita a uma queimadura menor ou igual à de segundo grau, ele não morreria, e que, para nunca exceder a queimadura de segundo grau, a energia incidente no local onde o profissional atua

Figura 1 – Linha do tempo até chegar à publicação do IEEE Std 1584.


Apoio

1879

transitórias, as quais podem chegar de 5 a 8 x

curto-circuito, procurar desligar apenas o

Thomas Alva Edson aperfeiçoou a

Vn, queimando equipamentos. Surgiu, então,

dispositivo de proteção imediatamente à

lâmpada e inventou geradores, comutadores,

uma nova corrente que defendeu a bandeira

montante da falta.

soquetes e fusíveis, tudo em corrente contínua

de que os sistemas solidamente aterrados

(CC).

eram melhores.

Thomas Alva Edson energizou a 1ª usina geradora em CC em Nova Yorque,

O aterramento dos sistemas evolui para sistemas aterrados.

Com o aumento contínuo da potência dos transformadores e da tensão secundária dos transformadores, começaram a surgir as faltas por arco em baixa tensão, as quais mostraram-se altamente destrutivas.

abastecendo 59 consumidores. 1950 Antes de 1950, o foco era apenas na

1882

1960

George Westinghouse e Nicolau Tesla

proteção, até mesmo porque não haviam

As faltas por arco começam a incomodar.

impulsionam a corrente alternada. São

relés temporizados. Os primeiros sistemas

Kaufmann, R. H. and Page, J. C. escrevem

os primórdios dos sistemas em corrente

não eram aterrados e as cargas eram de baixa

o artigo “Arcing fault protection for low-

alternado que ainda são monofásicos.

potência e, assim, as tensões de transmissão e

voltage power distribution systems—nature

Também, igualmente ao sistema em corrente

distribuição não eram elevadas.

of the problem,” AIEE Transactions Power

Com o aumento da potência das cargas,

contínua, são não aterrados. Com o aumento do interesse em se ter

foi necessário elevar a tensão para transmitir

energia elétrica, o consumo de potência

a energia elétrica (cada vez para lugares mais

cresce e os sistemas passam a ser trifásicos por

distantes) e rebaixar nos pontos de consumo.

questões econômicas, visto que se consegue

Os transformadores de distribuição foram

transportar mais corrente gastando-se menos

aumentando de tamanho.

cobre. Como os sistemas eram não aterrados, começaram

a

surgir

as

sobretensões

Apparatus Systems, vol. 79, pp. 169–167, June 1960. 1961 1a Edição da norma IEEE Std 80 “IEEE Guide for Safety in AC Substations

Somente nos meados da década de

Grounding”. Este Guia possui contribuições

1950 é que se começou a pensar e executar

valiosas de Dalziel (corrente de choque) e

a seletividade, ou seja, na ocorrência de um

Sverack (Tensões de passo e toque). Os danos

29


Apoio

Proteção contra arco elétrico

30

devidos às faltas por arco vão se tornando

de trabalho. 1991

mais frequentes. O IEEE Std 141 (RED BOOK) publica fatores de multiplicação para cálculo do valor mínimo provável da falta por arco. 1977

1982 Ralph Lee publica o artigo “The other

Administration)

inclui

práticas

seguras

electrical hazard: electrical arc blast burns”,

em eletricidade e, além do choque elétrico,

IEEE Transactions on Industry Applications,

adiciona o risco do arco elétrico.

vol 1A-18. no. 3, p. 246, May/June 1982,

Stanback, H. I. publica artigo “Predicting

chamando a atenção da comunidade de

damage from 277-V single phase to ground

eletricidade para outro risco de ferimento em

arcing faults,”, IEEE Transactions on Industry

eletricidade, o arco elétrico.

Applications, vol. IA-13, no. 4, July/Aug. 1977. As companhias de seguro americanas estavam pagando elevados valores para repor os painéis de baixa tensão. 1978

Dunki-Jacobs, J. R. apresenta o artigo “The

Na sexta edição da norma NFPA-70E inclui-se o conceito de zona limite para

vol. IA-22, no. 6, Nov./Dec. 1986. Este paper

proteção de arco e os EPIs (roupas e luvas).

evoluir para trifásica em poucos ciclos (2 a 3 ciclos) devido à ionização promovida pelo

proteções específicas de terra em todos os

arco no ponto em que o mesmo ocorre.

sistemas com mais de 1000 A e com tensão máximo

a

ser

implementado nesta proteção. Veja Figura 2. 1979

2000

IEEE Transactions on Industry Applications,

em baixa tensão, inserindo a necessidade de

ajuste

é incluído, pela primeira vez, o conceito de

escalating arcing ground-fault phenomenon”,

o 230-95, que falava de faltas através de arco

o

Na quinta edição da norma NFPA-70E

1986

mostra que uma falta monofásica pode

fase-terra acima de 150 V. Adicionalmente,

1995

limites de aproximação e arco.

Assim, em 1978, o NEC incluiu a seção

prescreveu

OSHA (Occupational Safety and Health

2002 Publicação da norma IEEE Std 1584 IEEE Guide for Performing Arc-Flash Hazard Calculations. Este foi o grande marco. Esta

1987

norma foi de grande valor, pois os métodos

Ralph Lee and Dunki-Jacobs, J. R.

de cálculo de energia incidente propostos por

apresentam o artigo “Pressures developed

Ralph Lee conduziam em valores de energia

by arcs,” IEEE Transactions on Industry

incidente muito alta e, consequentemente,

Applications, vol 1A-23, pp. 760–764, 1987.

vestimentas

Primeira edição da norma NFPA-70E

Neste artigo, Ralph Lee junto com Dunk-

desconfortáveis que impõem grande limitação

(National Fire Protection Association) -

Jacobs, um dos maiores estudiosos de

ao trabalhador. Utilizando-se de métodos

“Standard for Electrical Safety Requirements

arco, mostram que a pressão sobe muito

estatísticos devido à característica instável

for Employee Workplaces” – Normas e

rapidamente dento de invólucros fechados,

do arco, e após a definição das principais

requisitos de segurança elétrica para os locais

ficando difícil de conter o arco.

grandezas de influência na corrente de arco

de

proteção

extremamente

e na energia do arco, as equações para a determinação destas grandezas foram obtidas a partir dessas amostras através de ajuste de curva (curve fit).

Fascículo

2004 Na sétima edição da norma NFPA-70E, o método de cálculo do IEEE Std 1584 é aceito e incluso. Atualmente, a norma IEEE Std 1584 encontra-se em revisão pelos working groups e a mesma irá para votação (balloting) dentro do IEEE.

RALPH LEE – O PAI Embora

tenham

existidos

muitos

pesquisadores que empreenderam horas de Figura 2 – Ponto NEC.

estudo e pesquisa em faltas à terra, por arco,


Apoio

influência da corrente elétrica no corpo

Figura 3.

de proteção.

poderia ser esquecida neste hall da fama.

Capítulo 1 – Segurança relativa aos locais de

Capítulo 3 – Requisitos de segurança para

Até porque, em 1987, ele publicou o artigo

trabalho

equipamentos especiais

(relacionado abaixo) no IEEE Transactions on

Artigo 90 – Introdução;

Artigo 300 – Introdução;

Industry Applications em parceria com Ralph

Artigo 100 – Definições;

Artigo 310 – Segurança relativa a práticas de

Lee. No entanto, Ralph Lee é considerado

Artigo 105 – Aplicações de segurança relativas

serviço em células eletrolíticas;

o pai dos estudos de arc flash no sentido de

às práticas de serviço;

Artigo 320 – Requisitos de segurança relativos a

proteger o ser humano de queimaduras e

Artigo 110 – Requisitos gerais para segurança

baterias e salas de bateria;

direcionou seu estudo nesse sentido.

relativos às práticas de serviço;

Artigo 330 – Segurança relativa a práticas de

Artigo 120 – Estabelecimento das condições de

serviço para uso de lasers;

era sempre voltado para o sistema elétrico,

trabalho eletricamente seguras;

Artigo 340 – Segurança relativa a práticas

mas com o passar do tempo, o foco passou

Artigo 130 – Riscos elétricos envolvendo o

de serviço para equipamentos eletrônicos e

também para o ser humano.

trabalho.

potência;

humano, Dunki-Jacobs, figura ímpar, não

Nos primórdios da proteção, o foco

Entre outros artigos, ele publicou:

Artigo 350 – Segurança relativa a requisitos para Capítulo 2 – Segurança relativa aos requisitos

laboratórios de pesquisa e desenvolvimento.

- Ralph Lee, “The other Electrical Hazard:

de manutenção

Electric Arc Blast Burns”, IEEE Transactions

Artigo 200 – Introdução;

Anexos

on Industry Applications, Vol. IA-18, No. 3,

Artigo 205 – Requisitos gerais de manutenção;

Anexo A – Publicações referenciadas;

May/June 1982

Artigo

Anexo B – Informações de referência;

- Lee, R. and Dunki-Jacobs, J. R., “Pressures

distribuição de carga, quadros, painéis, CCMs

Anexo C – Limites de aproximação;

developed by arcs,” IEEE Transactions on

e seccionadoras;

Anexo D – Métodos de cálculo da fronteira de

Industry Applications, vol 1A-23, pp. 760–

Artigo 215 – Premissas de fiação;

arc flash e da energia incidente;

764, 1987

Artigo 220 – Equipamentos de controle;

Anexo E – Programa de segurança elétrica;

Artigo 225 – Fusíveis e disjuntores;

Anexo F – Análise de risco, estimativa do risco e

Artigo 230 – Equipamentos rotativos;

procedimentos de avaliação de risco;

Artigo 235 – Áreas classificadas;

Anexo G – Procedimentos de Lockout / Tagout

NFPA-70E A norma NFPA-70E é a norma americana

210

Subestações,

centros

de

Artigo 240 – Baterias de salas de baterias;

– Exemplo;

que trata da segurança dos trabalhadores,

Artigo 245 – Equipamentos e ferramentas

Anexo H – Guia para escolha da roupa de

intitulada “Standard for Electrical Safety in

elétricas portáteis;

proteção e outros EPIs;

Workplaces”. A estrutura desta é mostrada na

Artigo 250 – Segurança pessoal e equipamentos

Anexo I – Etapas resumidas do trabalho e checklist do planejamento; Anexo J – Permissão de trabalho a quente; Anexo K – Categorias gerais de riscos elétricos; Anexo L – Aplicações típicas de segurança nas zonas de trabalho em linhas de células; Anexo M – Camadas de proteção das roupas e especificação total do sistema de arco; Anexo N – Exemplo de procedimentos e políticas industriais para serviços nas proximidades de linhas aéreas e equipamentos; Anexo O – Requisitos de projeto relativos à segurança; Anexo P – Alinhamento da implementação desta norma com as normas de gerenciamento, segurança e saúde ocupacional; Anexo Q – Performance humana e segurança elétrica nos locais de trabalho. Além da determinação das classes de

Figura 3 – Estrutura da norma NFPA-70E.

vestimentas e distâncias com risco de arco,

31


Apoio

Proteção contra arco elétrico

32

a NFPA 70E também define distâncias

10.12 - Situação de emergência;

choque para condutores fixos, tanto para a

mínimas a serem respeitadas, levando-se

10.13 - Responsabilidades;

norma NR 10 como para a NFPA-70E.

em consideração a tensão nominal do

10.14 - Disposições finais.

equipamento analisado, ou seja, o risco de

Como pode ser observado, apenas nos textos destacados a norma NFPA-

choque elétrico. A Figura 4 mostra a alteração

Anexo – Distanciamentos de Segurança

70E é menor. Nas demais ela sempre mais

que houve de 2012 para 2018 na questão de

Nota: NR 10 trata apenas de distância de

conservativa.

choque elétrico. Foi eliminada a zona de

choque e não de arco. O estudo de curto-circuito, seletividade e de

aproximação proibida, ou seja, a partir de 2012, esta norma também possui duas zonas como na norma regulamentadora NR 10. Outra abordagem interessante neste quesito é ela possuir distâncias de segurança,

A única coisa que a NR 10 nos fala em

arc flash são obrigatórios pela NR 10?

termos de arco é que devem ser providas vestimentas adequadas para a proteção de trabalhadores.

O estudo de arc flash (energia incidente) é obrigatório pela NR 10, visto que se devem

tanto para corrente alternada (tabela 130.4(D)

Esta afirmação, em termos de arco, é,

prover vestimentas adequadas e não se podem

(a)), como para corrente contínua (tabela

no mínimo, inconsequente, pois, pode-se

prover vestimentas adequadas se não forem

130.4(D)(b)). Além disso, também as

facilmente verificar que acima de 40 cal/cm2

realizados os estudos de arc flash (energia

distâncias variam se os condutores são móveis

não existe vestimenta adequada.

incidente).

ou fixos. E não temos isso na NR 10. ESTRUTURA DA NR 10

Outra grande diferença entre a NFPA-

Para realizar o estudo de energia

70E e a NR 10 é que na NFPA-70E existe a

incidente, é necessário calcular a corrente

possibilidade de se ter uma fatalidade, pois

de arco e para calcular a corrente de arco é

se todos cumpriram os requisitos descritos e

necessário calcular a corrente de falta franca

10.1 - Objetivo e campo de aplicação;

exigidos e, mesmo assim, ocorre um acidente,

(bolted fault) e assim, é obrigatório realizar o

10.2 - Medidas de controle;

diz-se que houve uma fatalidade. Na NR

estudo de curto-circuito.

10.3 - Segurança em projetos;

10, se ocorre um acidente, tem que chegar

Para o cálculo da energia incidente, é

10.4 - Segurança em montagem, operação e

a um culpado. Em termos de arco, muitas

necessário ter o tempo da proteção e para se

manutenção;

informações são obtidas de forma empírica e

ter o tempo da proteção é necessário ter o

10.5 - Segurança em instalações elétricas

também de forma estatística, e assim, existe a

estudo de seletividade.

desenergizadas;

possibilidade de haver uma fatalidade. Essas

Pelo exposto acima subliminarmente,

10.6 - Segurança em instalações elétricas energizadas;

informações aqui passadas são extremamente

é obrigatória a realização dos estudos de

10.7 - Trabalhos envolvendo alta tensão;

importantes do ponto de vista jurídico.

curto-circuito, seletividade e arc flash (energia

10.8 – Habilitação, qualificação, capacitação e

incidente).

autorização dos trabalhadores;

Comparação das distâncias de choque entre

10.9 - Proteção contra incêndio e explosão;

as normas NR 10 e a NFPA-70E

Evolução da seletividade com o tempo

10.10 - Sinalização de segurança;

Fascículo

10.11 - Procedimentos de trabalho;

Figura 4 – Zonas de choque segundo a NFPA-70E.

Apresenta-se na Tabela 1 as distâncias de

O objetivo de um estudo de seletividade


Apoio

Tabela 1 – Comparação entre as distâncias de choque da norma NR 10 e da NFPA-70E

era, entre outros, os seguintes: • Proteção dos equipamentos elétricos • Proteção do sistema • Proteção do processo • Desligar a menor porção do sistema na ocorrência de uma falta. Atualmente, acrescentou-se um item a mais: a proteção das pessoas. Por esse motivo, hoje se deve elaborar o estudo de curto-circuito, seletividade e arc flash de forma integrada, pois um estudo afeta o outro. Com a evolução da tecnologia aplicada aos dispositivos de proteção e o aumento dos casos de acidentes por arco, a filosofia de proteção foi mudando de foco com o tempo. A Figura 5 traz a evolução dos estudos de seletividade com tempo.

Figura 5 – Evolução dos estudos de seletividade com o tempo.

*Cláudio Sérgio Mardegan é engenheiro eletricista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia. É membro sênior do IEEE e chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Fault Protection. É diretor da Engepower. Giuseppe Parise é engenheiro eletrotécnico, professor da Universidade de Roma e membro do IEEE. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

33


34

Aula Prática

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Por Geraldo R. de Almeida*

Cabos para transmissão de energia

Um inventário da história dos materiais e formas de cabos aéreos para LTs Resumo

combinação de material condutor e material resistente favoreceu

Os cabos condutores aéreos usados em linhas de transmissão

muito o metal condutor alumínio, por conta da menor densidade

têm evoluído nos últimos 130 anos, tanto no que diz respeito aos

deste (2,703 g/cm³) em detrimento do cobre (8,89 g/cm³). O material

materiais, quanto às formas. Os materiais condutores evoluíram do

clássico mecanicamente resistente é o aço, que, na metalurgia

cobre para o alumínio, por motivação de preço, devido à abundancia

física, é uma liga de ferro e cementita. A cementita é uma cerâmica

do metal na crosta terrestre. Os materiais mecanicamente resistentes

Fe3C de dureza muito elevada. A partir de 1920, os americanos

evoluíram do cobre para o aço e, mais recentemente, para

desenvolveram os cabos aéreos denominados ACSR (Aluminum

nanomateriais em cerâmicas e polímeros.

Conductor Steel Reinforced), que até hoje têm sido usados com

Os materiais mecanicamente resistentes foram combinados aos

muito sucesso. A versão ACSR comporta inovações na cobertura do

materiais condutores para melhorar o desempenho mecânico dos

aço: são os revestimentos em alumínio e cobre, ao invés do tradicional

cabos suspensos, aumentando os vãos de suspensão dos cabos. A

zinco, aplicado eletroquimicamente ou termodinamicamente.


35

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

do

bom condutor elétrico associado a um

metal condutor alumínio tem sido feito

material mecanicamente resistente que

por materiais compósitos e construção

reforça o condutor. Na literatura de língua

com nanotecnologia: são os compósitos

inglesa e, mais especificamente, nos Estados

cerâmicos e poliméricos, que entram na

Unidos, estes cabos são denominados ACSR

emulação com o aço tradicional. Também

(Aluminum Conductor Steel Reinforced).

entre o aço tradicional e os nanomateriais,

tem sido aproveitado o próprio alumínio

cabos suspensos evoluíram para cabos de

como material alternativo para reforço

alumínio, liga que, recebendo um notável

mecânico

Este

trabalho mecânico de conformação a frio,

aproveitamento é possível através de

aumentava muito a tensão de ruptura, sendo

um

metalurgia

este material de densidade muito próxima à

mecânica que permite ao material, alumínio

densidade do alumínio comercial (2.703 g/

liga, adquirir elevada carga de ruptura,

cm³), conferindo uma grande vantagem de

equivalente às cargas de rupturas do

peso para o vão de transmissão. A redução

aço, aplicando aquilo que em metalurgia

de seu peso proporcionava aumento do

mecânica

vão suspenso e, quase sempre, redução do

Mais

recentemente,

de

processo

é

cabos industrial

rotulado

o

reforço

suspensos. de

como

trabalho

Depois da Segunda Guerra Mundial, os

mecânico a frio. Isto tem sido aclamado

metal das torres de suspensão.

como um grande avanço tecnológico, que

Estas ligas geralmente baseadas em

teve início em 1939, sendo retomado após a

silício e magnésio e, mais recentemente, com

II guerra e, mais recentemente, reivindicando

o cobre substituindo o silício e magnésio,

um papel de grande economia nos projetos

depois de alguns anos de desempenho,

de vãos de cabos condutores para linhas de

apresentavam

transmissão. Este trabalho faz um inventário

ruptura de tentos devido à vibração eólica.

da história destes cabos, em materiais e

Ainda assim, tais ligas continuavam a serem

formas e atualiza o presente estado da arte.

usadas, mas com esta penalização. Se

grande

sensibilidade

à

as rupturas dos tentos levavam somente

Introdução

ao aparecimento de pontos quentes, o

F. R. Trash [01] (Southwire) apresentou

problema podia ser mitigado sem grandes

um tutorial para seleção e aplicação de

perdas de confiabilidade. Mas se houver

condutores nus para transmissão, que,

ruptura do condutor, a confiabilidade estará

excetuando os nanosmateriais, todos os

definitivamente comprometida.

demais foram contemplados com assertivas

interessantes para cada material e forma.

estavam imunes ao problema de quebra

O melhor material condutor elétrico

dos tentos por vibração eólica, mas, neste

e também mecanicamente resistente é

caso, os cabos da linha não se rompiam

o cobre. Este metal foi usado no início

totalmente porque a alma de aço continuava

da tecnologia elétrica (1880) nos Estados

a desempenhar o papel de sustentação.

Unidos e Europa. A raridade do metal

Deste modo, o problema se resolvia com

na crosta terrestre e a Primeira Guerra

uma emenda do componente condutor.

mundial tornaram o preço deste metal

proibitivo como condutor elétrico. Assim,

vibração eólica, fenômeno muito comum

a partir destes eventos, o alumínio foi

nas linhas de transmissão aéreas, continua

paulatinamente substituindo o cobre como

em aberto: seja do ponto de vista de

metal condutor elétrico e mecanicamente

modelamento em engenharia, seja na

resistente.

tecnologia

Os cabos do tipo ACSR também não

O problema do desempenho frente à

dos

materiais.

Os

estudos

Os cabos condutores para linhas aéreas

conduzidos pelo Cigré e pelo IEEE têm

de transmissão de energia elétrica desde

trazido melhorias no entendimento do

1920 têm sido construídos com um material

fenômeno, mas um modelamento em sede


36

Aula Prática

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

de confiabilidade de um cabo aéreo suspenso ainda continua nas

pela tensão mecânica de suspensão dos cabos e pela corrente

hipóteses e conjecturas.

circulante neles [03].

Os nanomateriais são alternativas muito interessantes ao aço e

A tensão mecânica que garante a suspensão dos cabos

aos alumínios ligas, mas estes materiais também devem focar no

provoca nos materiais dos cabos o fenômeno denominado

comportamento frente à fadiga cíclica devido às vibrações eólicas.

“fluência mecânica”. A corrente que circula nos cabos provoca um

alongamento dos cabos por dilatação térmica.

Existe um enfoque de engenharia alternativa aos materiais para

mitigar e/ou resolver o sofrimento dos cabos frente às vibrações eólicas

Assim, a engenharia clássica aprendeu a lidar com estes

mudando a forma de construção dos cabos de modo a promover

fenômenos, da seguinte maneira: (I) Delimita o conjunto de variáveis

o autoamortecimento. De modo geral, os cabos encordoados de

que levam as estruturas aos esforços máximos e (II) E delimita outro

alumínio já possuem algumas características de autoamortecimento

conjunto de variáveis que provoca a flecha máxima (que determina

(devido ao encordoamento). Esta característica, todavia, decresce

a distancia fase – terra dos condutores). Estas duas condições são os

exponencialmente com o aumento da tensão mecânica nos fios. Este

assim chamados “estados extremos” de um cabo suspenso em uma

trabalho constrói o estado atual da arte de materiais e construções

linha de transmissão.

de cabos e discute tecnicamente as vantagens e as desvantagens

das diversas soluções em uso.

vento muito forte e temperatura muito baixa. Este seria o estado

As variáveis que levam os cabos aos esforços máximos são:

termodinâmico) inicial do cabo suspenso – o estado de maior tensão

Os materiais

do cabo (e das estruturas) e tem sido tratado com a equação:

Os materiais são escolhidos segundo três critérios: (i) Energia

a ser transmitida; (ii) Esforços e momento (energia) nas estruturas, incluindo os cabos suspensos; (iii) Topologia da linha de transmissão

a

Comprimento do vão

(pontos de entrada e saída, perfil altimétrico). O critério regente é o

f

Flecha máxima no vão plano

custo anual de operação. Uma linha de transmissão é, na sua mais

H

Força de tração horizontal

simples interpretação, uma máquina térmica. O critério regente é

w

Peso linear do cabo

o critério de otimização do custo de operação e governará os três anteriores. Nas referências [02], [03] e [04], esta abordagem pode ser

apreciada, no mais avançado estado da arte.

(ou ausência de vento) e temperatura muito alta. Este corresponderia

No critério da energia a ser transmitida, dois aspectos são

ao estado mais relaxado da linha elástica e também aquele de flecha

essenciais: a tensão entre fase e terra (condutores – cabos suspensos

máxima. O leitor deve ter percebido que não falamos da camada de

e o solo), tensão entre fases e a corrente que circula nos condutores.

gelo. Neste país ela praticamente não comparece nos invernos e em

A tensão nos condutores é uma parte substancial da engenharia

transições de estações climáticas. O fogo é um problema decorrente

elétrica da linha e é tratada num capítulo específico de coordenação

das queimadas perto das linhas de transmissão.

do isolamento. A corrente circulante é tratada na termodinâmica,

mais especificamente no capítulo de transferência de calor.

de estados.

As variáveis que levam a flecha máxima são: vento muito baixo

O estado mais relaxado é tratado com a equação de variação

No critério de esforços e momento, este trabalho abordará

com muito mais ênfase o comportamento dinâmico mecânico dos cabos suspensos e a resposta dos materiais [03] e [04]. Serão feitas considerações mecânica dinâmica da implicação do comportamento

T1

Força de tração no estado 1

de uma linha elástica (cabos) suspensa entre estruturas e como os

T2

Força de tração do estado 2

esforços desta linha elástica são transmitidos para esta estrutura.

P1

Peso linear no estado 1

P2

Peso linear no estado 2

O terceiro critério está suficientemente equacionado e resolvido,

existindo sistemas especialistas (PLS – CADD), conhecidos dos

E

Módulo d elasticidade do cabo

projetistas de linhas, que, quando usados, trazem uma grande

S

Área da seção circular do cabo

economia de tempo no projeto.

t1

t2

Temperatura no estado 2

implicação direta na escolha dos materiais.

α

Coeficiente de dilatação linear

Esforços e momentos

O custo anual de operação de uma linha de transmissão tem

Temperatura no estado 1

O critério de operação modelado como se a linha fosse uma

máquina térmica é governado pela seguinte equação:

Os cabos suspensos e as estruturas, não considerando o efeito

provindo do ambiente (Ventos, Gelo, Fogo ETC), são governados



38

Aula Prática

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

ρ - Resistivida elétrica do condutor

em princípio, através do modo termodinâmico de transferência de

d - Densidade do cabo

calor. Deste dimensionamento resultarão os parâmetros de linha (vão e

Crup - Carga de ruptura do cabo

flecha) no estado mais relaxado de linha elástica (quente e sem vento).

k - Relação flecha/vão

No modo termodinâmico, a solução da seção transversal do condutor

ς - Relação H⁄C_rup

será aquela em que as perdas geradas pela circulação de corrente

I - Corrente circulante

conseguem ser dissipadas por convecção e radiação no ar.

Metais condutores e estruturais

A quantidade (e qualidade) do material resistente mecanicamente

na linha elástica será determinada com conhecimento empírico. Na Figura 1 está ilustrado como compatibilizar as equações

Após a digressão de equações, os materiais úteis na construção

anteriores com o conhecimento empírico dos ensaios de tensão -

de linhas de transmissão são: cobre, alumínio, aço e os nanomateriais

deformação - creep da Associação de Alumínio da América e que são

de alto desempenho mecânico. No alumínio é necessário fazer uma

usados desde 1950 no dimensionamento de vãos e flechas em linhas

consideração. Este metal é obtido através de minerais encontrados

aéreas de transmissão de energia elétrica.

na crosta terrestre. O principal é a bauxita. A bauxita purificada para

transformar em alumínio é feita por processo eletroquímico muito

delimitar o uso dos materiais resistentes mecanicamente. O vão de

custoso. Esta metalurgia é denominada eletrointensiva (cerca de 70% do

vento na temperatura mais fria determina um estado de maior tensão

preço dos alumínios comerciais é devido ao custo da energia usada no

no cabo (e nos extremos nas estruturas) que, em função da carga, da

processo metalúrgico para sua obtenção). Daí está o fato de o alumínio

ruptura do cabo e da força horizontal H, um EDS max coincide com

comercial apresentar mais de 99% de pureza (alumínio contido) e é por

o “joelho” da curva (Final do cabo completo e final da alma de aço).

isso também que os alumínios comerciais são todos denominados ligas

Neste “joelho”, na posição mais tensa do cabo, apenas o aço responde

de alumínio.

como material resistente e isto é o “approach” mais conservador em um

A Tabela 1 apresenta os valores da maioria dos parâmetros

projeto. No estado mais relaxado, apenas o aço continua respondendo,

necessários nas equações de estados extremos e custo anual de

mas, neste estado, a variável a ser controlada é a flecha máxima.

Na figura adiante, as curvas de ensaios (empíricas) são usadas para

operação: S seção do cabo, E Módulo de elasticidade, P Peso linear, P Peso linear α Coef.dilat.Linear , t Temperatura em °C , d Densidade do cabo, ρ Resistividade do condutor.

Das equações, estão fora da tabela I: H e Crup, que são os parâmetros

que dependem, além da estrutura do material, do encordoamento e da conjugação com mais de um material formador do cabo.

H é a força horizontal que estica o cabo entre as estruturas e Crup

é a carga de ruptura do material do cabo quando este é solicitado longitudinalmente.

Na engenharia clássica, H e Crup são linearmente dependentes

através de um fator denominado EDS (Every Day Stress), um fator muito familiar para aqueles que militam na engenharia de transmissão aérea.

Uso dos materiais no projeto

Figura 1 – Tensão de deformação-fluência.

Nota: Em uma linha de transmissão com condutores ACSR bem dimensionados e em um approach clássico [03], apenas o aço

A quantidade de material condutor no cabo será dimensionada,

trabalha como material mecanicamente resistente.

Tabela 1 – Propriedades físicas de alguns metais


39

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Material: liga de alumínio

As ligas de alumínio mais conhecidas e usadas como materiais

condutores e mecanicamente resistentes são três: liga EC 1350, liga 6201 e/ou 6202 e liga 1120 [01]. Estas ligas são aquelas economicamente viáveis no processo de metalurgia de purificação dos minérios em alumínio com um resíduo de contaminantes. Tabela 2 – Constituição química das ligas de alumínio

Figura 2 – Diagrama de fase Fe3C.

A quantidade de cementita confere ao ferro um aumento

substancial na carga de ruptura, reduzindo, em contrapartida, o alongamento à ruptura (não existe o tal do almoço grátis). O análogo andamento de metalurgia mecânica acontece na obtenção de cargas elevadas nas ligas de alumínio extraforte. O aumento da carga de ruptura se faz com a eliminação da fase elástica do alumínio (o tal do almoço grátis não existe mesmo).

Nos casos das ligas de alumínio, os resíduos contaminantes

são metais não ferrosos (silício e cobre), os sais e óxidos destes Para um metalurgista experiente, as ligas de alumínio viáveis

metais. No caso do silício, que fragiliza o alumínio, o problema

economicamente na purificação são aquelas que deixam um

é mitigado com a inserção de magnésio na liga. Já no caso do

resíduo de metais diferentes, semelhante ao resíduo de carbono

cobre, a mitigação é feita com redução do trabalho mecânico a frio

nos aços estruturais.

inserido.

No diagrama de equilíbrio Ferro Cementita (Figura 2), aços

Toda ação de metalurgia para tornar os materiais em metais

estruturas vão até o domínio 0,76% de carbono (Ponto Eutectoide).

de engenharia de condução elétrica e material mecanicamente

As ligas de alumínio viáveis reclamam até 1% de resíduos

resistente resulta nas propriedades finais apresentadas na

contaminantes (ver Tabela 2).

Tabela 3.

Todavia, o mesmo metalurgista experiente verá que a

contaminação de carbono nos aços estruturais se faz com cementita,

juntamente com o aço, de modo que seja comparado o resultado

que, na realidade, é uma cerâmica muito dura.

das diversas metalurgias sobre os elementos ferro e alumínio.

A Tabela 3 apresenta os parâmetros ρ e Crup das ligas de alumínio


40

Aula Prática

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Tabela 3 – Propriedades elétricas e mecânicas – A escolha otimizada dos materiais

A escolha otimizada dos materiais condutores para um projeto

Figura 3 – Diagrama SN para aço e alumínio.

de uma linha de transmissão é feita de forma a maximizar a eficiência de uma máquina térmica.

Na Figura 3, se observa que o comportamento do aço é

fenomenologicamente diferente das ligas de alumínio. De modo geral, as ligas de materiais não ferrosos têm um comportamento que não apresenta assíntota (abaixo de uma determinada tensão η - Rendimento da máquina térmica (linha)

mecânica, os materiais ferrosos apresentam um comportamento

H - Potencia entregue no inicio da linha

assintótico). Abaixo deste valor de tensão assintótica, o número de

G - Potencia útil entregue no fim da linha

ciclos de materiais ferrosos para ruptura tende para o infinito. Nas

ST - Entropia-Custo anual das perdas

ligas e alumínio, este comportamento não é observável e, por isto, criou-se o critério de 107 ciclos como aceitável como limite SN para

A equação 4 é uma notável à aplicação da equação de Gibbs

a ruptura dos metais não ferrosos.

[08] (Josiah Willard Gibbs 1839 – 1903), para qualquer sistema

termodinâmico.

médios medidos sobre amostras. Portanto, quando se usar este

Deve-se observar que os pontos das linhas SN são os valores

ST é a entropia da máquina, mas, no caso de uma linha de

critério, é preciso considerar que o ponto sobre a curva coincide

transmissão de energia elétrica, é o custo de operação da linha.

com a média dos valores medidos e então ter em vista que esta

Assim, para a eficiência ser máxima, as perdas devem ser mínimas.

estatística como função densidade de probabilidade na avaliação

Tratar o problema como maximização da eficiência de uma

da confiabilidade deste material.

máquina térmica é o melhor algoritmo para otimizar um problema de pesquisa não linear com múltiplas variáveis, como é o caso de operação de uma linha de transmissão, modelada com a equação (3) anterior.

Nesta equação, ρ deve ser o menor possível, S deve ser o

maior possível, d deve ser o menor possível e Crup deve ser o maior possível. Isso tudo para ficarmos apenas nos parâmetros físicos mesuráveis. Parâmetros de mercado e commodities são apenas negociáveis.

Crup ser o maior possível insere como solução os materiais

aço e ligas extrafortes de alumínio. Os nanomateriais compósitos aparecem como os melhores materiais para desempenho mecânico de sustentação dos cabos.

A fadiga cíclica

Figura 4 – Diagrama Wöhler para alumínio.

O documento do Cigré intitulado “Safe Border Line” utiliza este

critério e a assertiva do Cigré é que todas as ligas de alumínio estão

As vibrações eólicas, fenômenos aperiódicos e recorrentes nos

fora da “Safe Border Line” e, portanto, o comprador deve decidir

cabos suspensos de linhas de transmissão, são simuladas com ciclos

qual liga deverá adquirir para a construção de seu cabo.

de fadiga cíclica com amplitude e frequência preestabelecidas.

Este modelamento tem mais de 150 anos e foi desenvolvido por

construções são idênticas quando o fenômeno é fadiga cíclica) ou

Whöller [12] e de tão efetivo permanece até hoje. Os metais e as

está faltando complementá-lo com a teoria da confiabilidade (dos

construções de cabos para transmissão têm sido ensaiados com

materiais).

a metodologia SN e, a despeito do enfoque empírico, muitas

Se o fenômeno de vibração eólica não provocasse dano

assertivas têm sido construídas com este método.

permanente (ruptura dos fios de liga de alumínio), a decisão

O critério SBL comete o erro estatístico tipo I (todas as


41

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

seria apenas de cunho econômico. Mas, na realidade, as rupturas

Custo anual de operação

acontecem e economicamente elas devem ser avaliadas e consideradas no custo de operação da linha.

O custo anual de operação da linha de transmissão tem na

terceira parcela da equação (3) o parâmetro Crup.

Este parâmetro não é ∞, de forma que poderíamos desprezar a

componente do custo das estruturas no custo de operação da linha, nem é constante no tempo. Crup varia no tempo, mas ainda não temos modelo de mecânica do meio contínuo que possa considerar esta variação. Figura 5 – Safe border line – Cigré.

No documento [13] conduzido na dissertação de mestrado por

Márcio Tonetti, as experimentações foram definitivas. O horizonte extremo de ciclos à fadiga do cabo ACSR é da ordem de 109, enquanto que o horizonte extremo de ciclos à ruptura no cabo equivalente, mas construído com liga de alumínio 1120, é da ordem de107.

Esta variação pode ser observável empiricamente, observando a

Figura 1, do ensaio tensão – deformação – creep, em que a linha de creep, há 10 anos, inclina na direção da linha inicial do aço.

A leitura desta inclinação é que, em um tempo mensurável, toda a

carga de sustentação do cabo será respondida apenas pelo aço.

O parâmetro Crup deve ser considerado no custo da operação da

linha. Se o custo deste parâmetro for negligenciado, ele vai para a caixa dos riscos, onde, além da ruptura do condutor (Ligas de alumínio não possuem aço na alma), o operador da linha deve contar também com multas e lucros cessantes com a sua indisponibilidade. Isso sem contar a possibilidade de derrubada do sistema se a linha tiver um o peso muito grande na estabilidade da malha de transmissão.

Discussões

O capítulo de discussões será especialmente dedicado à história

das ligas de alumínio e sua evolução. A obtenção do elemento metal alumínio é um processo eletrointensivo com elevado gasto de energia elétrica. Deste modo, a purificação do metal é levada até o ponto Figura 6 – Fadiga cíclica ACSR TERN.

Assim, mesmo que o critério SBL (Safe Border Line) do Cigré exiba

um critério pouco útil na aceitação ou rejeição dos cabos quanto ao desempenho em fadiga cíclica, ele pode classificar as construções como mais ou menos resistente à fadiga cíclica. Neste experimento, a construção ACSR foi muito mais efetiva que a construção 1120 no critério Wöhler [12] de comportamento à fadiga dos materiais.

em que o uso da energia elétrica é ainda economicamente viável em termos do custo do metal puro obtido. Assim, encontramos no mercado as ligas: 1350 – contém 99,50% de alumínio; 1120 - contém 99,20% de alumínio; 6201 - contém 99,00% de alumínio.

O número 1 no começo do código significa que o metal base é

alumínio e tudo mais na composição pode ser as contaminações que não são economicamente viáveis na separação do metal alumínio. O número 6 no início do código indica que o metal base é ainda alumínio, mas um dos contaminantes é o silício. Os dois algarismos finais indicam o nível de pureza final da composição da liga.

A liga 1350 é realmente a mais pura e rotulada para aplicações

elétricas e é mais produzida no mundo, sua condutividade na tempera T19 é 61% IACS (International Annealed Copper Standard). As demais ligas 6201 e 1120 nasceram, respectivamente, na França e na Austrália. Figura 7 – Fadiga cíclica ALL 1120.

A liga 6202 nasceu em 1939, mas com o início da segunda guerra

mundial, todos os esforços tecnológicos ficaram voltados para a


42

Aula Prática

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

guerra e seu desenvolvimento foi retomado apenas em 1950.

de transmissão é a fadiga cíclica devido às vibrações eólicas inerentes

a este tipo de cabo suspenso.

As ligas à base de silício necessitam de adição de magnésio

na composição para solubilizar o silício criando grãos na matriz de alumínio. Quando estes grãos são trabalhados mecanicamente a frio,

Conclusões e recomendações

a liga adquire uma elevadíssima carga de ruptura, pois os grãos de silício fazem papel semelhante ao da cementita nas ligas de aço. O

metal trefilado, no seu estado final, fica com uma carga de ruptura

linhas de transmissão de energia elétrica com ênfase no desempenho

semelhante à do aço, mas com uma densidade igual à do alumínio.

frente à fadiga cíclica de onde, com base nas teorias e experimentos,

Se este material não perdesse tanta condutividade elétrica, seria

poderíamos avançar algumas conclusões e recomendações práticas:

Foi feita uma longa recensão sobre os cabos e materiais usados em

o sonho do engenheiro projetista de linha de transmissão. A perda de condutividade exige o aumento da seção condutora e o material

• Todas as ligas de alumínio estão fora da linha da fronteira de

perde muito de sua atratividade.

segurança para fadiga cíclica – Safe Border Line do Cigré;

• Algumas ligas apresentam melhor desempenho quanto à fadiga

Os engenheiros eletricistas de materiais, todavia, encontraram

um modo de usar esta liga para fins elétricos. Eles identificaram

cíclica do que outras [13];

a possibilidade de substituir a alma de aço das formações ACSR

• Os projetos de linhas de transmissão hoje guiados pela ABNT NBR

26/7, construindo o cabo todo em liga 6201, assim, o que se perdia

5422 não oferecem modelo de confiabilidade para determinar o MTTF

de condutividade era recuperado com a massa adicional de liga de

(Mean Time To Failure) e a probabilidade de o material usado como

alumínio no lugar da alma de aço. A inovação funcionava bem para

cabo condutor falhar antes do MTTF;

as formações em AWG (6/1), mas quando os diâmetros dos cabos

• Em leilões de transmissão para concessão de 30 anos, o MTTF

atingiam 1” (25,4 mm), como nas formações ACSR 26/7, os cabos

deveria ser de 30 anos e o concessionário deveria recondutorar a linha

ficavam muito sensíveis à vibrações eólicas e rompiam por fadiga

antes de devolver a concessão.

cíclica. Deste modo, esta liga teve sua aplicação restrita aos sistemas de distribuição, que, de certa forma, estão imunes ao fenômeno de

Referências

vibração eólica.

Apesar das estatísticas que ressoam pelo mundo, a maioria dos

catálogos de bons fabricantes de cabos com liga de alumínio oferece cabos com 19, 37 e 61 fios.

As ligas de alumínio 1120 nasceram na Austrália. Ali o contaminante

que não era economicamente viável ser ulteriormente purificado era o cobre. O cobre não necessitava de um solubilizador para incorporar a matriz de alumínio, mas não podia receber o mesmo trabalho mecânico

[01] F. R. Thrash, Jr - Bare Overhead Transmission Conductor Selection and Application IEEE Tutorial Jan 2006 NM USA. [02] “PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS AÉREAS DE TRANSMISSÃO”- Paulo Roberto Labegalini , José Ayrton Labegalini , Rubens Dario Fuchs ,Márcio Tadeu de Almeida- Editora Blucher. [03] OVERHEAD POWER LINES – F.KIESSLING, P. NEFSGER, J.F. NOLASCO, U KAINTZYK – SPRINGER 2002 [04] Peter Catchpole - Buck Fife “Structural Engineering of Transmission Lines” ICE PUBLISHING

a frio. Deste modo, sua carga de ruptura é alguma coisa menor que

[05] PLS-CADD™ (Power Line Systems - Computer Aided Design and Drafting)

a liga 6201, mas, em compensação, a condutividade elétrica é muito

[06] F. R. N. NABARRO and H.L. de WILIERS – Physics of Creep and Creep-Resistant

melhor (58,8% IACS). O sonho do projetista de linha de transmissão voltou, mas, agora os engenheiros de materiais tiveram que negociar

Alloys – CRC PRESS [07] NBR 7303 - ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas – Condutores elétricos de alumínio – Fluência em condutores de alumínio – MÉTODO DE ENSAIO

a carga de ruptura.

[08] Gibbs, Josiah Willard (1902). Elementary Principles in Statistical Mechanics NY USA

Charles Scribner’s Sons.

A fenomenologia de fadiga cíclica devido ao diâmetro superior

a 25 mm também está aqui presente, assim como nos cabos ACSR, porém, em menor intensidade.

O leitor deve estar lembrado que a carga de ruptura é a variável

determinante no custo anual das perdas devido às estruturas. Assim, continua valendo, como disparou Tanstaafl no século XVII na Inglaterra, “there ain’t no such thing as a free lunch” (Não existe algo tal como o

[09] John H. Lienhard HEAT TRANSFER TEXTBOOK –MIT Cambrige MA USA [10] AAA (ALUMINUM ASSOCIATION OF AMERICA) – Stress-Strain-Creep curves for Aluminum Overhead Electrical Conductors. A technical report for aluminum association’s Electrical Technical Committee. [11] NBR 7306 – ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas – Condutores elétricos de alumínio – Tensão e deformação em condutores de alumínio – MÉTODO DE ENSAIO. [12] August Wöhler - Wöhler's experiments on the strength of metals (1867) Engineering

almoço grátis) “in A Plan for a new Economic World Order”.

vol. 4 pp160-161

[13] Márcio Tonetti –Dissertação de Mestrado - Modelo de análise da resistência à

As ligas 1350 são trabalhadas mecanicamente a frio durante a

trefilação e o encordoamento, e consomem cerca de 40% a 60% da fase

fadiga sob o efeito de Tensionamento acima do nível EDS para cabo condutor em liga De alumínio para linhas de transmissão – PARANÁ - BRASIL

elástica do material. Talvez por isso elas tenham um melhor desempenho quanto à fadiga cíclica durante os primeiros dez anos de uso.

*Geraldo Roberto de Almeida é engenheiro eletricista (MSc e DSc), com

mestrado e doutorado em Sistemas Elétricos de Potência. É consultor da Intelli.

Em suma, o problema das ligas de alumínio em cabos para linhas


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 2 - Edição 19 / Janeiro de 2018

O novo perfil do parque gerador brasileiro e seus impactos para o sistema Novos colunistas

Elbia Gannoum avalia a adesão do Brasil à Agencia Internacional de Energia Renovável Ronaldo Koloszuk faz um panorama acerca da evolução da energia solar fotovoltaica no país *Notícias selecionadas sobre as fontes renováveis que mais crescem no país* APOIO


44

Fascículo

Renováveis

Por Luiz Marzano, Maria Maceira e Thatiana Justino*

O impacto do aumento das fontes intermitentes na operação do sistema


45

O setor elétrico brasileiro vem passando por uma mudança no perfil de seu parque gerador,

com o aumento da participação de fontes renováveis intermitentes, como a eólica e a solar, e com a construção de usinas hidrelétricas na região Norte do país com reservatórios com pouca capacidade de regularização. As afluências da região Norte apresentam comportamento extremamente sazonal e, mantida a tendência de se evitar a construção de reservatórios de regularização na exploração do potencial hidrelétrico desta região, não será possível mitigar a característica altamente sazonal das afluências de seus rios. É importante ressaltar que o período úmido da região Norte coincide em grande parte com o período em que as usinas com grandes reservatórios de regularização apresentam atualmente maior geração de energia. Para exemplificar esta mudança no perfil do parque gerador, no Plano Decenal de Expansão de Energia 2024, a participação da fonte eólica passa de 3,7% em 2014, com 5 GW de potência instalada, para 11,6% em 2024, com 24 GW de potência instalada. Já a fonte solar apresenta participação nula em 2014, alcançando 3,3% em 2024 (com 7 GW de potência instalada). Com relação à fonte hidrelétrica, a participação é de 67,6% (90 GW) em 2014 e de 56,7% (117 GW) em 2024. Porém, o aumento da energia armazenável máxima do sistema no horizonte decenal é de apenas 0,91%, enquanto que o crescimento do mercado de energia é de aproximadamente 45%.

Este trabalho tem como objetivo avaliar o impacto no perfil de operação do Sistema

Interligado Nacional, causado pela evolução de seu parque gerador. Para a análise, será utilizada a configuração do Plano Decenal de Expansão de Energia 2024. Para alguns anos do horizonte de estudo serão apresentados resultados de simulações semelhantes àquelas necessárias para o cálculo das garantias físicas de energia, isto é, resultados associados à configuração estática do mês de dezembro dos anos em questão. Nestas simulações, a carga crítica de energia será ajustada de modo que o critério de garantia de suprimento energético vigente seja atendido. Ou seja, para as configurações dos anos em questão, a operação do sistema será simulada repetidas vezes, alterando-se em cada simulação os valores da demanda de energia até atingir o critério de convergência de igualdade dos custos marginais de expansão (CME) e de operação (CMO), respeitando-se o limite de 5% para o risco de déficit de energia.

Para cada configuração serão avaliados valores de variáveis como a carga crítica de energia,

bloco hidráulico, bloco térmico, geração das fontes não despacháveis, geração hidrelétrica, geração termelétrica e nível de armazenamento dos reservatórios.

No SNPTE de 2013 foi apresentado um trabalho que discutiu a utilização de modelos de

simulação a usinas individualizadas na avaliação da capacidade de atendimento à demanda máxima do SIN [5]. Naquele trabalho foi introduzido o conceito de potência disponível revisada, que se caracteriza como a maior potência que uma usina hidrelétrica consegue fornecer para o atendimento à ponta do sistema, considerando que a quantidade máxima de água disponível para o turbinamento na usina é proveniente da máxima vazão defluente das usinas de montante pela afluência incremental à própria usina, e pelo volume de água armazenado no seu reservatório que pode ser desestocado. Nesse sentido, este trabalho também avaliará o impacto na capacidade de atendimento à ponta do sistema por meio das potências disponíveis revisadas das usinas hidrelétricas causado pela alteração do perfil do parque gerador do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Análise da operação hidrotérmica

O programa Newave é a ferramenta computacional utilizada pelo setor elétrico brasileiro

em estudos de planejamento da operação energética, em estudos de planejamentos decenais da expansão do sistema interligado nacional e em estudos para cálculo e revisão das garantias físicas de energia. É um modelo de otimização baseado na técnica de programação dinâmica


Fascículo

46

Renováveis

dual estocástica, que minimiza os custos de operação para uma dada

tais estudos se estendem até o ano de 2029 de modo a acomodar

configuração do parque gerador hidrotérmico. Neste trabalho, ele será

melhor a expansão do sistema.

utilizado para identificar as possíveis mudanças do perfil de geração das usinas hidráulicas e termelétricas que compõem o sistema, devido à participação crescente de usinas geradoras com perfil sazonal na matriz elétrica.

As simulações com o programa Newave foram feitas utilizando

arquivos de dados construídos com base naqueles associados ao Plano Decenal de Expansão de Energia 2024 (PDE 2024), este último disponível no portal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Para alguns anos do horizonte de estudo foram feitas simulações semelhantes àquelas necessárias para o cálculo da garantia física de energia, ou seja, para tais anos de estudo considerou-se uma configuração estática referente ao seu último mês e simulou-se o programa Newave repetidas vezes, alterando-se em cada simulação os valores de demanda de energia até atingir o critério de convergência de igualdade dos custos marginais de expansão (CME) e operação (CMO), com risco de déficit de energia não superior a 5%. Nestas simulações foram considerados 2000 séries sintéticas de energia natural afluente, limites de intercâmbios abertos, valor de CME igual a 139,00 R$/MWh e período de estudo igual a dez anos.

Figura 2 – Expansão Hidráulica Anual no PDE 2024

Na Figura 2 se verifica que as principais expansões hidrelétricas

ocorrem no Norte do Brasil: até 2019 ocorre a implantação da usina de Belo Monte; a partir de 2024 ocorre a expansão das usinas do subsistema Teles Pires/Tapajós. Estas usinas se localizam em uma região onde as aflências apresentam comportamento bastante sazonal e são construídas sem ou com pouquíssima capacidade de regularização.

Sistema teste

A configuração do sistema elétrico utilizada no PDE 2024

considera nove subsistemas elétricos: Sudeste/Centro-Oeste (SE), Sul (S), Nordeste (NE), Norte (N), Manaus/Amapá/Boavista (MAN/ AP/BV), Itaipu (IT), Acre/Rondônia (AC/RO), Belo-Monte (BM) e Teles Pires/Tapajós; e também os nós fictícios: Ivaiporã, Imperatriz e Xingu. Os subsistemas e suas interligações estão ilustrados de forma simplificada na Figura 1.

Figura 3 – Expansão térmica anual no PDE 2024.

Figura 1 – Configuração do Sistema no PDE 2024 (Fonte: [1]).

Nas Figuras 2 e 3 são mostradas as expansões hidráulicas e

Figura 4 – Razão entre a geração das fontes não despacháveis e o mercado de energia do SIN.

Da Figura 3 verifica-se a tendência de construção de usinas

térmicas nos subsistemas Sudeste e Sul, região que concentra o

térmicas previstas para cada subsistema ao longo do horizonte de

principal mercado consumidor do país.

planejamento. Ressalta-se que, apesar do horizonte do PDE ser 2024,

Na Figura 4 é apresentada a razão entre a geração das usinas não


47

despacháveis (eólica, solar e pch) e o mercado do SIN para os anos de

Discussão dos resultados

2014, 2019, 2024 e 2026. Verifica-se que a participação de tais fontes no atendimento ao mercado aumenta consideravelmente ao

longo do horizonte de estudo. Para o ano de 2014 a maior participação

2024 referentes aos seguintes meses: (i) dezembro de 2014; (ii) dezembro

ocorre em agosto, com valor de 12%. Em 2026 esta participação

de 2019; (iii) dezembro de 2024; e (iv) dezembro de 2026.

alcança 26% em agosto e setembro.

mensais, representando a sazonalidade do consumo. Neste trabalho,

Para o ano de 2026, 84% do mercado de energia da região Nordeste

Foram analisadas configurações estáticas obtidas a partir do PDE

A carga crítica de energia do sistema é composta por 12 valores

será atendido por geração não despachável localizada também no

sempre que houver menção a carga crítica, tal valor se refere à média dos

Nordeste, conforme pode ser visto na Figura 5.

doze valores mensais.

A Figura 6 mostra a carga crítica líquida, isto é, a carga crítica abatida

da geração das usinas não despacháveis obtida para cada uma destas configurações. Verifica-se, como é de se esperar, um aumento da carga

Figura 5 – Razão entre a geração das fontes não despacháveis e o mercado de energia no Nordeste.

Figura 6 – Carga crítica líquida do SIN.


Fascículo

48

Renováveis

crítica ao longo do horizonte de planejamento, devido à entrada em

líquida total do SIN. A carga crítica líquida do SIN é dada pela carga crítica total

operação de novos projetos.

abatida da geração das fontes não despacháveis. A Figura 11 apresenta esta

mesma relação, porém, para a soma das gerações hidráulicas das usinas

As Figuras 7, 8 e 9 apresentam, respectivamente, a razão entre o bloco

hidráulico e a carga crítica bruta do SIN (não abatida da geração das usinas

localizadas nos subsistemas Belo Monte, Teles Pires/Tapajós e Acre/Rondônia.

não despacháveis), a razão entre o bloco térmico e a carga crítica bruta do

SIN, e a razão entre a geração das usinas não despacháveis e a carga crítica

soma das gerações dos subsistemas Sudeste, Paraná, Sul, Nordeste,

bruta do SIN. Observa-se uma tendência de diminuição da participação

Norte e Itaipu no período úmido do SIN, de modo a acomodar a geração

do bloco hidráulico no atendimento à carga crítica, diminuindo de 76% na

das novas usinas da região Norte (subsistemas Belo Monte, Teles Pires/

configuração de 2014 para 64% na configuração de 2026. A participação

Tapajós e Acre/Rondônia). Historicamente, a geração hidráulica dos

do bloco térmico se reduz de 17% na configuração de 2014 para 15%

subsistemas Sudeste, Paraná, Sul, Nordeste, Norte e Itaipu apresentava

na configuração de 2026. Por outro lado, a participação das fontes não

uma sazonalidade, em que as gerações mais elevadas coincidiam com o

despacháveis no atendimento a carga crítica aumenta de 8% (configuração

período úmido. Entretanto, com a entrada em operação das novas usinas

de 2014) para 21% na configuração de 2026.

a fio d´água da região Norte, o perfil sazonal é atenuado e há uma pequena

Das Figuras 10 e 11 verifica-se uma diminuição da participação da

tendência a se verificar gerações mais elevadas no período seco.

Figura 7 – Razão entre o bloco hidráulico e a carga crítica bruta. Figura 10 – Razão entre a geração das usinas dos subsistemas Sudeste, Paraná, Sul, Nordeste, Norte e Itaipu e a carga crítica líquida do SIN.

Figura 8 – Razão entre o bloco térmico e a carga crítica bruta. Figura 11 – Razão entre a geração das usinas dos subsistemas Belo Monte, Teles Pires/Tapajós e Acre/Rondônia e a carga crítica líquida do SIN.

Figura 9 – Razão entre a geração das fontes não despacháveis e a carga crítica bruta.

A Figura 10 apresenta a relação entre a soma das gerações hidráulicas dos

subsistemas Sudeste, Paraná, Sul, Nordeste, Norte e Itaipu e a carga crítica

Figura 12 – Razão entre a geração térmica do SIN e a carga crítica líquida do SIN.



Fascículo

50

A Figura 12 apresenta a razão entre a geração térmica e a carga crítica

Renováveis de 2026. A participação térmica (bloco térmico) no atendimento à

do SIN. Verifica-se um ligeiro aumento da participação da geração térmica

carga crítica também se reduz (de 17% na configuração de 2014 para

do atendimento à carga crítica conforme a evolução do perfil do parque

15% na configuração de 2026). Por outro lado, a participação das

gerador.

fontes não despacháveis no atendimento à carga crítica aumenta de 8%

(configuração de 2014) para 21% na configuração de 2026.

A Figura 13 apresenta a energia armazenada final percentual do

SIN. Verifica-se também uma tendência de redução do armazenamento

Observou-se uma diminuição da participação da soma das gerações

conforme a evolução do perfil do parque gerador.

dos susbsistemas Sudeste, Paraná, Sul, Nordeste, Norte e Itaipu no período úmido do SIN, de modo a acomodar a geração das novas usinas da região Norte (subsistemas Belo Monte, Teles Pires/Tapajós e Acre/ Rondônia). Historicamente, a geração hidráulica dos subsistemas Sudeste, Paraná, Sul, Nordeste, Norte e Itaipu apresentava uma sazonalidade, onde as gerações mais elevadas coincidiam com o período úmido. Entretanto, com a entrada em operação das novas usinas a fio d´água da região Norte, o perfil sazonal é atenuado e há uma pequena tendência a se verificar gerações mais elevadas no período seco.

Com relação à potência disponível revisada do SIN, verificou-se uma

redução no período seco do sistema e uma acentuação do perfil sazonal, Figura 13 – Energia armazenada - Final percentual do SIN.

A Figura 14 apresenta a razão entre a potência disponível revisada

obtida através de uma simulação a usinas individualizadas para avaliação da capacidade de atendimento à demanda máxima do SIN, e a carga crítica líquida do SIN. Vale esclarecer que esta razão não indica a participação das usinas hidrelétricas no atendimento à ponta do sistema, uma vez que se considerou no denominador a carga crítica de energia. Dos resultados apresentados, verifica-se uma redução da potência disponível revisada no período seco do sistema conforme a evolução do parque gerador. Isto decorre da redução da capacidade de regularização do parque hidrelétrico. Verifica-se também uma acentuação do perfil sazonal.

Figura 14 – Potência Disponível Revisada do SIN

Este trabalho teve como objetivo avaliar o impacto no perfil de geração

do Sistema Interligado Nacional causado pela evolução do seu parque gerador. Foram analisadas configurações estáticas obtidas a partir do PDE 2024 referentes aos seguintes meses: (i) dezembro de 2014; (ii) dezembro de 2019; (iii) dezembro de 2024; e (iv) dezembro de 2026.

Conforme o perfil do parque gerador se altera, com a entrada em

operação das usinas a fio d´água da região Norte do país e também com o aumento da participação das fontes não despacháveis (eólica, solar e PCH), verificou-se uma tendência de diminuição da participação hidrelétrica (bloco hidráulico) no atendimento à carga crítica do sistema, diminuindo de 76% na configuração de 2014 para 64% na configuração

conforme a evolução do parque gerador. Isto decorre da redução da capacidade de regularização do parque hidrelétrico.

Referências (1) Ministério de Minas e Energia (MME) / Empresa de Pesquisa Energética (EPE), “Plano Decenal de Expansão de Energia 2024”, dezembro de 2015. (2) Ministério de Minas e Energia (MME), Portaria Nº 101, de 22 de março de 2016, disponível em www.aneel.gov.br. (3) Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), Resolução CNPE nº 9, 28 de julho de 2008, disponível em www.mme.gov.br. (4) L.G.B. Marzano, M.E.P. Maceira, T.C. Justino, A.C.G. Melo, “Avaliação de Critérios de Cálculo da Garantia Física Total do SIN”, XXII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, Brasília, 2013 (5) L.G.B. Marzano, F.R.S. Batista, M.E.P. Maceira, A.C.G. Melo, T.C. Justino, A. Ginaid, “Avaliação da Capacidade de Atendimento à Ponta do Sistema Elétrico Brasileiro Utilizando Modelo de Simulação a Usinas Individualizadas”, XXII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, Brasília, 2013. (6) M.E.P. Maceira, V.S. Duarte, D.D.J. Penna, L.A.M. Moraes, A.C.G. Melo, “Ten Years of Application of Stochastic Dual Dynamic Programming in Official and Agent Studies in Brazil - Description of the NEWAVE Program”, Proceedings of the 16th Power Systems Computation Conference, Glasgow, Scotland, 2008.

Este trabalho foi originalmente apresentado na última edição do Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), realizado entre os dias 22 e 25 de outubro de 2017, na cidade de Curitiba (PR). *Luiz Guilherme Barbosa Marzano é engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica. Desde 1996 é pesquisador do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel). Maria Elvira Piñeiro Maceira é graduada em engenharia civil, com mestrado e doutorado em Engenharia Civil. Desde 1985 é pesquisadora do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel). Também é professora adjunta da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e membro do Cigré. Thatiana Conceição Justino é engenheira eletricista, com mestrado em Engenharia Elétrica. Desde 2006 é pesquisadora do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel).



Energia Eólica

52

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Ventos que fortalecem o Brasil

Para o setor de energias

certamente nos beneficiaremos

salvado o Nordeste da seca já

com grande conhecimento do

renováveis, o ano de 2018

muito do conhecimento que a

há bastante tempo devido ao

setor. Um dos últimos estudos

começou com uma ótima

agência tem acumulado.

baixo volume dos reservatórios

divulgados pela agência, por

notícia: o Governo Brasileiro

da região. Há dias em que

exemplo, o “Renewable Power

aprovou, no dia 17 de janeiro,

interessam a todos os países,

atendemos mais de 60% da

Generation Costs in 2017”,

por unanimidade, o início do

como é o caso, por exemplo, do

região. Isso mostra a força

trouxe um panorama da queda

processo de adesão do Brasil

potencial disruptivo da energia

das eólicas, já consolidada

dos custos das renováveis

à Agência Internacional de

eólica e de todas as novas

como sendo de fundamental

ao redor do mundo, fato este

Energia Renovável (Irena). Fazer

renováveis, exigindo evolução

importância na matriz elétrica

que estamos constatando nos

parte da Irena certamente nos

de sistemas e formas de atuar

brasileira e representa um

últimos leilões realizados no

colocará num novo patamar

que perderam sua validade

aprendizado brasileiro que

Brasil e em outros países.

de maturidade perante a

frente às necessidades do

pode ser compartilhado com

comunidade internacional.

mundo moderno. Para as

outros países. Este é apenas

de aderir à Irena foi uma atuação

eólicas, por exemplo, existe um

um dos exemplos de temas que

certeira do Governo Brasileiro

vem apresentando resultados

desafio muito importante e que

podem ser de interesse global.

que nos trará resultados

sólidos e positivos em relação à

tem sido enfrentado de forma

positivos concretos. Nós temos

importância da eólica na matriz

muito eficiente pela indústria

países membros e cerca de 30

um dos melhores ventos do

elétrica, com crescimento

e pelo Operador Nacional do

estão em processo de adesão,

mundo e estamos conseguindo

sustentável e sucessivos

Sistema (ONS): trata-se da

como o Brasil. Criada em 2009,

utilizá-lo de maneira muito

recordes de geração. Com seus

inserção das eólicas na matriz

a agência tem realizado um

eficiente, com resultados

mais de 500 parques eólicos

considerando sua variabilidade.

trabalho sério, sistemático e

consistentes nos últimos anos.

em operação, produtividade

Em um vídeo* sobre disrupções

profundo, o que a colocou, em

São ventos que não apenas

bem acima da média mundial,

produzido pela ABEEólica no

pouco tempo, numa posição de

abastecem cada vez mais lares

leilões com alta competitividade

ano passado, o ONS conta,

autoridade mundial em energia

e indústrias brasileiras, mas

e um crescimento sustentável

por exemplo, como tem lidado

renovável. Os estudos realizados

também são ventos que podem

da fonte eólica com benefícios

com a variabilidade natural da

pela agência, por exemplo,

ajudar o País a ir mais longe na

sociais concretos, acredito que o

fonte de uma forma previsível

são largamente utilizados por

arena internacional e conquistar

Brasil tem muito a contribuir nas

e que não tem causado

empresas e governo, uma vez

um papel de destaque nas

discussões da Irena. Além disso,

qualquer prejuízo ao sistema.

que trazem leituras de cenário

discussões sobre energia eólica.

temos muito a ganhar com o

Além disso, é importante

amplas, de alta inteligência,

*https://www.youtube.com/

aprendizado de outros países e

lembrar que as eólicas têm

produzidas por profissionais

watch?v=UNhWxnMYXws&t=340s

Nos últimos anos, o Brasil já

Há discussões amplas que

A Irena possui hoje 152

Estou certa de que a decisão



Energia solar fotovoltaica

54

Ronaldo Koloszuk é diretor da Divisão de Energia do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, conselheiro da Absolar e diretor comercial da Solar Group.

Energia solar fotovoltaica no Brasil

Recebi o convite de O

Setor Elétrico para escrever mensalmente sobre esta fonte de energia que deixou de ser uma tendência mundial para se tornar uma realidade em muitos países. Vamos inaugurar a coluna oferecendo um breve panorama sobre a fonte.

A energia solar fotovoltaica

(FV) cresce com robustez no Brasil. Mesmo o país atravessando umas das mais graves crises de sua história, esta fonte de energia conseguiu se sobressair e atrair a atenção de todos.

Vejam a comparação entre o

desempenho do PIB e o da geração distribuída solar FV, por número de instalações, nos últimos 3 anos:

um sistema fotovoltaico caíram cerca de 80% nos últimos dez anos, enquanto o custo da energia elétrica subiu acentuadamente.

A Agência Nacional de Energia

Elétrica (Aneel) prevê que em 2024 o Brasil terá 886,7 mil de sistemas instalados, o que corresponde a menos de 1% das unidades consumidoras possíveis. Hoje, para se ter uma ideia do

Figura 1 – Irradiação solar no mundo.

crescimento que nos espera, temos cerca de 20 mil sistemas

instalados, segundo dados da

fonte complementar, a energia solar

Além de ser uma importante

energia excedente gerada em uma

Aneel, o que significa que o setor

fotovoltaica apresenta vantagens

residência é injetada novamente

deverá crescer 4333,5% nos

ao ser instalada no Brasil, pois

na rede e é consumida quase que

próximos sete anos.

temos uma alta incidência de

imediatamente por outra.

A energia solar FV representa

radiação solar no país. O pior sol no

hoje apenas 0,02% da matriz. No

Brasil é melhor que o melhor sol na

ainda precisam ser superados,

entanto, a Empresa de Pesquisa

Alemanha. Além disso, o pico de

tais como: desconhecimento

Energética (EPE) divulgou

consumo no Brasil ocorre entre 12h

da tecnologia pela maior parte

e 17h, o que coincide com o pico de

da população, carência de

se reduz a quase zero, pois a

Porém, alguns gargalos

PIB

Solar FV (GD)

2015 -3,80%

+313%

recentemente que a participação da

2016 -3,60%

+320%

fonte deverá passar para 10% da

geração de energia dos sistemas

financiamento de médio e longo

2017

+174%

matriz até 2030. Um crescimento

fotovoltaicos.

prazo, tributação excessiva,

de 500 vezes em 13 anos.

segurança jurídica que garanta

matriz elétrica extremamente

o cumprimento dos contratos,

Brasil foi a edição da resolução

limpa, cerca de 15% dessa

falta de políticas públicas para

normativa 482/12 da Aneel,

energia se perde na transmissão

incentivo do setor, etc.

sobre o investimento) de um

que regulamentou a micro e a

e na distribuição. Esse volume

sistema instalado varia, em

minigeração distribuída ao criar

é significativo e equivale a

todas estas frentes, capitaneados

média, no Brasil, entre quatro e

um sistema de compensação de

toda energia consumida pelo

pela Associação Brasileira de

seis anos. Difícil uma aplicação

energia elétrica. Esta resolução foi

comércio no país. Aqui se destaca

Energia Solar (Absolar) e outras

trazer tão rápido retorno. Isso

aprimorada pela RN 687/15. Para

uma outra relevante vantagem

associações para que a energia

se explica porque os preços dos

aqueles que estudam investir no

da energia solar – na geração

solar FV continue crescendo

equipamentos que compõem

setor, é necessário se aprofundar.

distribuída, esse percentual

aceleradamente.

+1% (projeção FOCUS)

O payback (tempo de retorno

Um marco para o setor no

Embora o Brasil tenha uma

Já existem trabalhos, em



56

Notícias

renováveis

Governo de São Paulo isenta de ICMS componentes de geração solar fotovoltaica Medida é válida apenas para prédios públicos e visa ampliar a oferta da energia solar na matriz energética do Estado

passa a isentar de ICMS

partes, peças, estruturas de

na produção dos itens

equipamentos e componentes

maior Estado do Brasil em

suporte, transformador, cabos

necessários, quanto os

para geração de energia

número de unidades geradoras

elétricos, disjuntor, inversor

órgãos públicos a fazerem

elétrica solar fotovoltaica

de energia fotovoltaica com

CC/CA ou conversor, string

uso de fontes sustentáveis

destinada ao atendimento do

quatro mil instalações e

box ou quadro de comando e

com economia de recursos.

consumo de prédios próprios

um potencial de 24 MW.

seguidor solar tipo “tracker”,

Um ganha-ganha para toda a

públicos estaduais. A medida

Esse decreto assinado pelo

produtos utilizados na

sociedade paulista”, afirmou

consta no Decreto 63.695ª,

Governador Alckmin dá

montagem das usinas.

o secretário da Fazenda do

publicado em dezembro

garantia para o investidor e

Estado, Helcio Tokeshi.

de 2017 e atende a uma

gera economia para os prédios

partes e peças utilizadas na

demanda do setor fotovoltaico

públicos, uma combinação

fabricação de equipamentos

prédios próprios públicos

ao validar o convênio ICMS

perfeita”, disse o secretário

para a geração de energia

estaduais, tais como escolas,

114/2017 celebrado pelo

de Energia e Mineração, João

limpa no Estado de São

presídios e outros, poderão se

Conselho Nacional de Política

Carlos Meirelles.

Paulo, o Governo incentiva

beneficiar da medida.

O Governo de São Paulo

“São Paulo é o segundo

O benefício impacta as

tanto o setor econômico

Fazendária, CONFAZ.

“Além de desonerar

Pelo decreto todos os

Investimento mundial em energia limpa totalizou US$ 333,5 bilhões em 2017 Valor representa uma alta de 3% em relação a 2016 e é o segundo maior investimento anual da história, levando o montante acumulado desde 2010 para US$ 2,5 trilhões energia atingiram US$ 333,5

de energia fotovoltaica de 53 GW

alta de 150%, e de US$ 6,2

extraordinário nas instalações

bilhões no ano passado, um

em 2017, contra os 30 GW em

bilhões no México, alta de 516%.

fotovoltaicas fez de 2017

aumento de 3% em relação aos

2016.

Por outro lado, o Japão viu seus

um ano recorde para a China

números revisados de 2016,

em termos de investimento

US$ 324,6 bilhões, e apenas 7%

em energia limpa. Esse boom

inferior ao recorde histórico de

ofuscou as mudanças ocorridas

US$ 360,3 bilhões registrado em

em outros países, como o

2015.

132,6 bilhões em tecnologias

bilhões; no Reino Unido, os

salto nos investimentos na

de energia limpa, montante que

investimentos caíram 56%

Austrália e México e a queda nos

investimentos em energia solar

representa um salto de 24% e

devido a mudanças na política

investimentos no Japão, Reino

somaram US$ 160,8 bilhões em

um novo recorde. O segundo país

de apoio, totalizando US$ 10,3

Unido e Alemanha.

2017, 18% a mais em relação

que mais investiu foi os Estados

bilhões. No total, a Europa

Um crescimento

Mundialmente, os

investimentos caírem 16% em Investimento por país

2017, para US$ 23,4 bilhões. Na Alemanha, os investimentos

No total, a China investiu US$

caíram 26%, para US$ 14,6

ao ano anterior mesmo com as

Unidos, com US$ 56,9 bilhões,

investiu US$ 57,4 bilhões,

da Bloomberg New Energy

reduções de custo. Pouco mais

montante 1% superior ao de

representando uma queda de

Finance (BNEF), baseados em

da metade desse total, US$ 86,5

2016.

26% em relação ao ano anterior.

sua base de dados de projetos

bilhões, foi gasto na China. Esse

e contratos, os investimentos

montante é 58% superior ao

projetos eólicos e solares

montante de US$ 6,2 bilhões,

mundiais em energia renovável

de 2016, com uma capacidade

resultaram em um investimento

representando uma elevação de

e tecnologias inteligentes de

instalada adicionada de geração

de US$ 9 bilhões na Austrália,

10% perante 2016.

Segundo os números anuais

Financiamentos de grandes

O Brasil investiu o



Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

58

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Fios, cabos e acessórios Para consultoria internacional, Indústria diversificada é ponto chave para crescimento nos próximos anos. Pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico aponta que diferentemente do que foi registrado nos últimos anos, os projetos de infraestrutura são o fator que mais deve influenciar este mercado em 2018

A indústria elétrica tem passado por maus momentos nos

economia, a construção civil volte para a trilha do crescimento com

últimos anos, principalmente, devido à estagnação do setor da

projetos saindo do papel. No que diz respeito ao setor de Geração,

construção civil. Soma-se a isso o fato de que os investimentos

Trasmissão e Distribuição (GTD), a expectativa também é positiva,

das concessionárias de energia foram drasticamente reduzidos. O

considerando os projetos provenientes dos recentes leilões que

mercado de fios e cabos é um dos mais afetados. No entanto, pouco

deverão ser efetivamente construídos nos próximos anos.

a pouco, as provisões começam a ser mais otimistas.

Essa é parte da conjuntura que permeia o setor de fios e cabos,

Estima-se que a indústria global de fios e cabos seja da ordem

alvo da pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico nesta edição.

de US$ 250 bilhões, de acordo com a consultoria internacional VTT

Segundo o levantamento deste ano, que contou com a

Global, segundo a qual, o setor deve crescer a uma taxa de 7% nos

colaboração de aproximadamente 100 companhias, as previsões de

próximos dois anos. Esse crescimento seria sustentado por uma

crescimento mostram-se pouco mais otimistas na comparação com as

indústria diversificada, que produziria para os setores de energia,

projeções registradas na pesquisa do ano passado. As companhias

automotivo, de infraestrutura e de eletrônicos. Para a consultoria,

projetavam, por exemplo, crescimento médio de 5% para o mercado

o processo de continuidade da urbanização e investimentos em

de fios e cabos em 2017. Neste ano, a expectativa é que o setor

infraestrutura são bons presságios para a indústria global.

cresça em torno de 12%. Além disso, as companhias afirmaram terem

apresentado crescimento médio de 3% em 2016 perante 2015. Na

No Brasil, a expectativa é de que com a modesta retomada da


59

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

pesquisa desta edição, o crescimento médio em 2017 frente 2016 foi de 4%, segundo as pesquisadas. Para os seus resultados, as empresas esperam aumento médio de 7% para este ano de 2018.

É importante ressaltar que, diferentemente do que foi registrado por essa mesma pesquisa

realizada há um ano, em que a desaceleração da economia brasileira e a construção civil desaquecida intimidavam o sucesso do setor, neste ano, o fator que mais se destaca entre as empresas pesquisadas diz respeito aos projetos de infraestrutura, que devem influenciar positivamente este mercado.

Confira, a seguir, a pesquisa na íntegra, com números de mercado e informações sobre

as empresas participantes, como: quadro de funcionários, produtos e serviços oferecidos, certificações conquistadas, segmentos de atuação, canais de vendas disponíveis, entre outras. A primeira parte diz respeito aos fabricantes e distribuidores de fios e cabos; a segunda, sobre o mercado de acessórios para fios e cabos elétricos.

Números do mercado de fios e cabos A indústria continua sendo o principal cliente dos fabricantes e distribuidores de fios e cabos, sendo mencionada por 91% dos pesquisados. Neste setor, o segmento residencial tem menos representatividade. Principais segmentos de atuação

91% 70% 58% 53%

Industrial

Comercial

Transmissão e distribuição Residencial

As vendas diretas ao cliente final aparecem, na pesquisa, como o principal canal de vendas

empregado pelas empresas pesquisadas. Em seguida, estão os distribuidores/atacadistas e as revendas/varejistas. Internet ainda é o canal menos utilizado neste setor. Canais de vendas

16%

Internet Outros

19% 33%

Telemarketing

70% 70%

Revendas / varejistas Distribuidores / atacadistas

79%

Venda direta ao cliente final


Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

60

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Assim como foi identificado nessa mesma pesquisa realizada

em 2016 perante 2015. Na pesquisa desta edição, o crescimento

há um ano, o perfil das empresas pesquisadas é bem diversificado,

médio em 2017 frente 2016 foi de 4%, segundo as pesquisadas. Para

sendo constituído por companhias de todos os portes. Veja a

os seus resultados, as empresas esperam aumento médio de 7% para

distribuição.

este ano de 2018.

Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos

Previsões de crescimento

21%

18%

Acima de R$ 200 milhões

Até R$ 3 milhões

12%

11%

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões 11%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

14%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

11%

4%

14%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Crescimento médio do mercado de fios e cabos em 2018

7%

Previsão de contratação em 2018

7%

Crescimento médio para as empresas em 2018

Crescimento médio das empresas em 2017 comparado a 2016

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

Organizamos, na tabela a seguir, a opinião das empresas pesquisadas sobre o tamanho anual total dos mercados de fios e cabos nus; fios e cabos isolados em baixa tensão; cabos para comunicação e dados; e cabos para média tensão. Na opinião de 50% das companhias, o mercado de fios e cabos de baixa tensão fatura mais de R$ 500 milhões por ano. Para 30% delas, o mercado de cabos para média tensão também ultrapassa esse montante.

Veja, a seguir, gráfico que ilustra os fatores que influenciam os

resultados do mercado de fios e cabos neste ano. Destaque para os projetos de infraestrutura, mencionados por 25% das pesquisadas como grande estímulo para este segmento. Fatores que devem influenciar o mercado de fios e cabos em 2018

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Acima de R$ 500 milhões

Fios e cabos nus

Até R$ 10 milhões

Tamanho anual total dos mercados de:

21%

25%

18%

7%

4%

7%

18%

Fios e cabos isolados em baixa tensão

4%

14%

14%

7%

0%

11%

50%

Cabos para

Crise política

6%

10%

22% 17%

11%

16%

18%

14%

13%

4%

4%

22%

30%

13%

tensão

Falta de normalização e/ou legislação

Incentivos por força de legislação ou normalização

As previsões de crescimento estão um pouco mais otimistas

na comparação com as projeções registradas na pesquisa do ano passado. As companhias projetavam, por exemplo, crescimento médio de 5% para o mercado de fios e cabos em 2017. Neste ano, a expectativa é que o setor cresça em torno de 12%. Além disso, as companhias afirmaram terem apresentado crescimento médio de 3%

Bom momento econômico do país 9%

Desaceleração da economia brasileira

2%

Crise internacional 25%

12%

Programas de incentivo do governo 5%

7%

dados Cabos para média

11%

4%

(até 1000 V) comunicações e

7%

Outros

Projetos de infraestrutura

11%

Setor da construção civil aquecido 7%

Setor da construção civil desaquecido



Pesquisa - Fios, cabos e acessórios

62

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Números do mercado de acessórios para fios e cabos elétricos

Da mesma maneira que a pesquisa anterior, também os fabricantes e distribuidores de acessórios

para fios e cabos consideram a indústria como principal destino dos seus produtos. Apenas 39% das pesquisadas apontaram o segmento residencial como um dos principais campos de atuação. Principais segmentos de atuação

Residencial

39% 52%

Transmissão e distribuição

69%

Comercial

78%

Industrial

Também entre os fabricantes e distribuidores de acessórios para fios e cabos, as vendas

diretas ao consumidor final são indicadas como o principal meio de comercialização. Canais de vendas

Internet

17% Outros 26% Telemarketing 33% 67%

Distribuidores / atacadistas

80% 85%

Revendas / varejistas Venda direta ao cliente final

Diferentemente da pesquisa feita com os fabricantes/distribuidores de fios e cabos, nesta

segunda parte do levantamento, pode-se definir um perfil dos pesquisados. A maioria deles (54%) apresenta faturamento bruto de até R$ 10 milhões por ano. Faturamento bruto anual das empresas de acessórios para fios e cabos

4%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

8%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

26%

Até R$ 3 milhões

15%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 28% 19%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões

Na tabela a seguir, apresentamos a opinião das empresas pesquisadas no tocante ao

tamanho anual total de alguns mercados de acessórios para fios e cabos. A maior parte das empresas, por exemplo, acredita que o mercado de materiais para identificação de cabos seja de até R$ 10 milhões por ano. Veja o que as empresas consideram para outros mercados


63

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Tamanho anual total dos mercados de: De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Acima de R$ 500 milhões 2%

Fitas isolantes de baixa 28% 24% 14% 10%

7%

10%

7%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

3%

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

3%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

25% 31% 22% 14%

Até R$ 10 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Previsões de crescimento

Crescimento médio das empresas em

7% 2017 comparado a 2016 Previsão de contratação em 2018 7% Crescimento médio do mercado de 9% acessórios para fios e cabos em 2018 Crescimento médio para as 14% empresas em 2018

Conectores e ferramentas de baixa tensão tensão Materiais para

29% 35%

0%

16% 13%

4%

3%

45% 21%

7%

14%

10%

3%

amarração de cabos Materiais para

0%

identificação de cabos Conectores e ferramentas

16% 16% 32% 26%

3%

7%

0%

Diferentemente da pesquisa realizada há um ano, em que a

desaceleração da economia brasileira e a construção civil desaquecida intimidavam o sucesso do setor, neste ano, o fator que mais se destaca entre as pesquisadas diz respeito aos projetos de infraestrutura, que devem influenciar positivamente este setor. Fatores que devem influenciar o mercado de acessórios para fios e cabos em 2018

de média tensão Fitas isolantes de

15% 37% 26% 15%

4%

3%

0%

Terminações de cabos 16% 13% 32% 29%

6%

0%

4%

16%

Outros

7%

Programas de incentivo do governo

média tensão de média tensão Emendas de cabos de 16% 29% 19% 26%

4%

Crise Política 7%

0%

3%

média tensão

7%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Em 2016, as empresas de acessórios para fios e cabos

apresentaram queda de 1%, na média, frente ao ano anterior. afirmaram ter crescido em torno de 7% frente a 2016. Para este ano de 2018, a expectativa é de que as empresas apresentem crescimento médio de 14%. A previsão de contratação de

17%

Desaceleração da economia brasileira

2%

Crise internacional

Já em 2017, os resultados foram bem melhores: as empresas

colaboradores também é positiva: em torno de 7%.

10%

Bom momento econômico do país

19%

Projetos de infraestrutura

7%

Setor da construção civil aquecido 11%

Setor da construção civil desaquecido


Pesquisa - Fios e cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

X

www.agpr5.com

Criciúma

SC

X X

X

X

Alubar Metais e Cabos

(91) 3754-7156

www.alubar.net

Barcarena

PA

X

X

X X

X

BELGO BEKAERT ARAMES

0800 7272000

www.belgobekaert.com.br

Contagem

MG

X

X

BRASCABOS

(19) 3522-5122

www.brascabos.com.br

Rio Claro

SP

X

X

X X

BRASFIO

(81) 3673-4800

www.brasfio.com.br

Catende

PE

X

X

X X

X

X

X X

CABELAUTO BRASIL

(35) 3629-2500

www.cabelauto.com.br

Itajubá

MG

X

X

X X

X

X

Cablena

(11) 3587-9590

www.cablena.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

Cobrecom

(11) 2118-3200

www.cobrecom.com.br

Itu

SP

X

Cofibam

(11) 4182-8524

www.cofibam.com.br

Carapicuiba

SP

X

X

Condex

(15) 3228-9410

www.condexcabos.com.br

Sorocaba

SP

X

X

X X

Condumax Fios e Cabos Elétricos 0800 701 3701

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

X

X

X X

Condumig

(37) 3229-2000

www.condumig.com.br

Divinópolis

MG

X

X

X X

Coppersteel Bimetálicos

(16) 3820-1628

www.coppersteel.com.br

Campinas

SP

X

X

X X

www.copperthree.com.br

Curitiba

PR

X

X X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X X

Crossfox Elétrica

(11) 2902-1070

www.crossfoxeletrica.com.br

São Paulo

SP

X

X X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X X

Disnacon

(11) 2061-8461

www.disnacon.com.br

São Paulo

SP

X X

X

X X

Embramat

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X X

X

X

X

General Cable Brasil

(11) 3457-0300

www.generalcablebrasil.com

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X X

GRUPO INTELLI

(16) 3820-1500

www.coppersteel.com.br

Orlândia

SP

X

X

X

X

X

X X

Induscabos Cond. Elétricos

(11) 4634-9000

www.induscabos.com.br

Poá

SP

X

X

X X

X

X

X X

X

INNOVCABLE

(11) 3090-6855

www.innovcable.com.br

Sumare

SP

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X

X X

X

X

X X

X X

X

X

X X

X

X

X X

X

SP

X

X

X X

São Paulo

SP

X

X

X X

Mandaguari

PR

MG

Nambei Fios e Cabos

(11) 5056-8900

www.nambei.com.br

São Paulo

NEXANS

(11) 3084-1600

www.nexans.com.br

Onix Dist. de Produtos Elétricos (44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

X X

X

X

X X

(11) 2382-3006

www.soltalento.com.br

Guarulhos

SP

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

X

SP

X

X

X X

SP

X

X

X

(11) 4528-6000

www.tramar.com.br

Cabreuva

Wirex

(12) 3972-6000

www.wirex.com.br

Santa Branca

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Tramar Cabos Especiais

X

X

X

Sulminas fios e cabos

X

X

SP

X X

X

X

Guarulhos

Soltalento

X X

X

www.sil.com.br

(11) 3377-3333

X

X

X X

Sil Fios e Cabos Elétricos

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X X

X X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X X X

X

X

X

X

X

X

X

www.prysmiangroup.com.br

X

X

X

X

SP

(11) 4998-4155

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Sorocaba

Prysmian Group

X

X

X

X

X

X

X

X X

Sorocaba

X

X

X

Bento Gonçalves

www.proautomacao.com.br

X

X

RS

www.pan.com.br

(15) 3031-7400

X

X

SP

(54) 2102-3333

X

X

X

Proauto

X

X

X

Pan Electric

X

X

X

Cachoeira de Minas

X

X

SP

www.megatron.com.br

X

X

Ferraz de Vasconcelos

(11) 4636-1920

X

X

www.cordeiro.com.br

Megatron Fios e Cabos

X

X

(11) 4674-7400

X

X

X X

X

X X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X X

X

X

X

Cordeiro Cabos Elétricos

RS

X

X X

X

X

SP

X

X

X

Caxias do Sul

X

X

SP

São João da Boa Vista

X

X X

São Paulo

www.magnani.com.br

X

X X

(11) 98383-5168 www.coppral.com.hk

www.lamesa.com.br

X

X

COPPRAL CABOS ESPECIAIS

(54) 4009-5255

X

X

X

(11) 2293-1808

(19) 3623-1518

X

X

X X

X X

X

COPPERTHREE

Magnani Mat Elétricos

X

Fios e cabos Nus

X X

(48) 3462-3900

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

AGPR5

X X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

X

X

Importa produtos acabados

Programas na área de responsabilidade social

X

X

X

Exporta produtos acabados

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

X X

SP

14001 (ambiental)

X X

X

Estado

Guarulhos

9001 (qualidade)

X X

Cidade

www.acabine.com.br

Outros

X

Site

(11) 2842-5252

Internet

X

Telefone

A.Cabine Materiais Elétricos

Telemarketing

X X

Venda direta ao cliente final

X

Revendas / varejistas

X

Empresa

Lamesa

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

Transmissão e distribuição

Residencial

Principal segmento de atuação

Comercial

Distribuidora

Fabricante

A empresa é

Industrial

64

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X


65

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

X

X

X

X

Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)

X

Cabos cobertos (revestidos, não isolados)

X

Cabos para média tensão

Cabos para cabeamento estruturado

SC

Cabos ópticos

SP

Cabos coaxiais

Guarulhos

Fios e cabos telefônicos metálicos

www.acabine.com.br

Cabos para comunicações e dados Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle

Cidade

Cabo para ligação de equipamentos

Site

Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança

Estado

Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos

Telefone

Cabo com isolação termofixa

Empresa

Cabo com isolação termoplástica

Fios e cabos isolados para baixa tensão (até 1000 V)

X

A.Cabine Materiais Elétricos

(11) 2842-5252

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

Alubar Metais e Cabos

(91) 3754-7156

www.alubar.net

Barcarena

PA

BELGO BEKAERT ARAMES

0800 7272000

www.belgobekaert.com.br

Contagem

MG

BRASCABOS

(19) 3522-5122

www.brascabos.com.br

Rio Claro

SP

X

BRASFIO

(81) 3673-4800

www.brasfio.com.br

Catende

PE

X

X

X

X

CABELAUTO BRASIL

(35) 3629-2500

www.cabelauto.com.br

Itajubá

MG

X

X

X

X

X

X

Cablena

(11) 3587-9590

www.cablena.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

SP

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

Cobrecom

(11) 2118-3200

www.cobrecom.com.br

Itu

Cofibam

(11) 4182-8524

www.cofibam.com.br

Carapicuiba

SP

Condex

(15) 3228-9410

www.condexcabos.com.br

Sorocaba

SP

X

X

X

Condumax Fios e Cabos Elétricos 0800 701 3701

www.condumax.com.br

Olímpia

SP

X

X

X

Condumig

(37) 3229-2000

www.condumig.com.br

Divinópolis

MG

X

X

Coppersteel Bimetálicos

(16) 3820-1628

www.coppersteel.com.br

Campinas

SP

X

X

COPPERTHREE

(11) 2293-1808

www.copperthree.com.br

Curitiba

PR

X

X

X

COPPRAL CABOS ESPECIAIS

(11) 98383-5168

www.coppral.com.hk

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

Cordeiro Cabos Elétricos

(11) 4674-7400

www.cordeiro.com.br

Ferraz de Vasconcelos

SP

X

X

X

X

X

X

Crossfox Elétrica

(11) 2902-1070

www.crossfoxeletrica.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

Disnacon

(11) 2061-8461

www.disnacon.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

Embramat

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

General Cable Brasil

(11) 3457-0300

www.generalcablebrasil.com

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

GRUPO INTELLI

(16) 3820-1500

www.coppersteel.com.br

Orlândia

SP

X

X

Induscabos Cond. Elétricos

(11) 4634-9000

www.induscabos.com.br

Poá

SP

X

X

X

INNOVCABLE

(11) 3090-6855

www.innovcable.com.br

Sumare

SP

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

MG

X

Nambei Fios e Cabos

(11) 5056-8900

www.nambei.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

NEXANS

(11) 3084-1600

www.nexans.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

X

Onix Dist. de Produtos Elétricos (44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR RS

X

X

X

X

X

X

X

X

Sil Fios e Cabos Elétricos

(11) 3377-3333

www.sil.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

Soltalento

(11) 2382-3006

www.soltalento.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

Sulminas fios e cabos

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de Caldas

MG

X

X

Tramar Cabos Especiais

(11) 4528-6000

www.tramar.com.br

Cabreuva

SP

X

X

Wirex

(12) 3972-6000

www.wirex.com.br

Santa Branca

SP

X

X

X

X

X

Cachoeira de Minas

X

X

X

www.megatron.com.br

X

X

X

(11) 4636-1920

X

X

X

Megatron Fios e Cabos

SP

X

X

X

Sorocaba

X

X

RS

www.prysmiangroup.com.br

X

X

SP

(11) 4998-4155

X

X

X

Caxias do Sul

Prysmian Group

X

X

São João da Boa Vista

SP

X

X

www.magnani.com.br

Sorocaba

X

X

www.lamesa.com.br

www.proautomacao.com.br

X

X

(54) 4009-5255

(15) 3031-7400

X

X

(19) 3623-1518

Proauto

X

X

Magnani Mat Elétricos

www.pan.com.br

X

X

X

(54) 2102-3333

X

X

Lamesa

Bento Gonçalves

X

X

X

X

Pan Electric

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X

X


Pesquisa - Acessórios para Fios e Cabos

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

São Paulo

SP

Building Indl. de Conec. Ltda.

(11) 2621-4811

www.building.ind.br

São Paulo

COBREPLAS

(11) 4615-9500

www.cobreplas.com.br

CONIMEL

(16) 3951-9595

www.conimel.com.br

CONNECTWELL

(11) 5844-2010

Crimper do Brasil

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X

SP

X

X

X

X

São Paulo

SP

X

X

X

X

Cravinhos

SP

X

X

www.connectwell.com.br

Taboão da Serra

SP

X

X

(19) 3246-1722

www.crimper.com.br

Campinas

SP

X

X

X

Crossfox Elétrica

(11) 2902-1070

www.crossfoxeletrica.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

DECORLUX

(41) 3029-1144

www.decorlux.com.br

Curitiba

PR

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

Dutoplast do Brasil

(11) 2524-9055

www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

ELOS

(41) 3383-9290

www.elos.com.br

Curitiba

PR

X

Embramat

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

ENERBRAS MATERIAIS ELÉTRICOS

(41) 2111-3000

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

EXOSOLDA

(11) 3951-7120

www.exosolda.com.br

São Paulo

SP

X

Facilit Eletrocalhas

(11) 4267-0049

www.calhasfacilit.com.br

Franco da Rocha

SP

X

FASTWELD

(11) 2425-7180

www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

FORJASUL CANOAS

(51) 3477-3322

www.forjasul.com.br

Canoas

RS

X

X

X

FRONTEC

(51) 3201-2477

www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

X

Grupo FOXLUX

(41) 3302-8100

www.grupofoxlux.com.br

Pinhais

PR

X

GRUPO INTELLI

(16) 3820-1500

www.intelli.com.br

Orlândia

SP

X

X

HAWSER

(11) 4056-5996

www.hawser.com.br

São Paulo

SP

X

X

Heilind

(11) 3017-8792

www.heilind.com.br

São Paulo

SP

Hellermanntyton

(11) 2136-9090

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

X

X

X

Ideal Industries, Inc

(11) 4314-9930

www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

INCESA

(17) 3279-2600

www.incesa.com.br

Olimpia

SP

X

X

INDEL BAURU

(14) 3281-7070

www.indelbauru.com.br

Bauru

SP

X

X

INTELLI

(16) 3820-1500

www.intelli.com.br

Orlândia

SP

X

X

KIT ACESSÓRIOS

(21) 2290-1588

www.kitacessorios.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

KRJ

(11) 2971-2300

www.krj.com.br

São Paulo

SP

X

Legrand

0800 118008

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

LINK OF AMERICAS

(21) 2585-3530 www.linkofamericas.com

Araquari

SC

X

Magnani Mat Elétricos

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

X

MAGNET

(11) 4176-7878

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

Média Tensão

(11) 2384-0155

www.mediatensao.com.br

Guarulhos

SP

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

Onix

(44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

X

Paraeng Para raios

(31) 3394-7433

www.paraeng.com.br

Belo Horizonte

MG

X

Perfilduto

(11) 4230-1860

www.perfilduto.com.br

Itupeva

SP

X

Phoenix Contact

(11) 3871-6400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

X

PLP

(11) 4448-8000

www.plp.com.br

Cajamar

SP

X

Proauto

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

X

Prysmian Group

(11) 4998-4155

www.prysmiangroup.com.br

Sorocaba

SP

Reimold

(11) 3904-3554

www.reimold.com.br

Caieiras

SP

Sob Brasil

(11) 5090-0030

www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

Soprano

(54) 2101-7070

www.soprano.com.br

Caxias do Sul

RS

Sulminas Fios e Cabos Ltda

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de caldas

MG

TE Connectivity

(11) 2103-6000

www.te.com

Sao Paulo

SP

TECNO-FLEX

(11) 5181-4500

www.tflx.com.br

São Paulo

SP

TERMOTÉCNICA PARA-RAIOS

(31) 3308-7000

www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

X

Wabe Conectores

(11) 4484-4147

www.wabe.com.br

Mairiporã

SP

X

Weidmüller Conexel

(11) 4366-9643

www.weidmueller.com

Diadema

SP

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X X

X

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X X

X

X X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X X

X X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Oferece treinamento técnico para os clientes

www.automatus.com.br

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

(11) 3368-6869

Importa produtos acabados

Automatus

X

X X

X X

X

Exporta produtos acabados

SC

X X

Programas na área de responsabilidade social

Criciúma

X

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

www.agpr5.com

X

14001 (ambiental)

(48) 3462-3900

X

9001 (qualidade)

AGPR5

X X

Outros

Guarulhos

Internet

www.acabine.com.br

Telemarketing

(11) 2842-5252

Venda direta ao cliente final

A.Cabine Materiais Elétricos

Revendas / varejistas

Estado SP X SP

Distribuidores / atacadistas

Cidade Sumaré

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Transmissão e distribuição

Site www.3m.com.br

Residencial

Telefone (19) 3838-7000

Principal segmento de atuação

Comercial

3M

Distribuidora

Empresa

Fabricante

A empresa é

Industrial

66

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X X

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X X X X

X

X X

X X X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X


67

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

X

SP

X

X

X

X

AGPR5

(48) 3462-3900

www.agpr5.com

Criciúma

SC

X

X

Automatus

(11) 3368-6869

www.automatus.com.br

São Paulo

SP

Building Indl. de Conec. Ltda.

(11) 2621-4811

www.building.ind.br

São Paulo

SP

X

COBREPLAS

(11) 4615-9500

www.cobreplas.com.br

São Paulo

SP

X

CONIMEL

(16) 3951-9595

www.conimel.com.br

Cravinhos

SP

X

CONNECTWELL

(11) 5844-2010

www.connectwell.com.br

Taboão da Serra

SP

X

Crimper do Brasil

(19) 3246-1722

www.crimper.com.br

Campinas

SP

X

X

Crossfox Elétrica

(11) 2902-1070

www.crossfoxeletrica.com.br

São Paulo

SP

X

X

DECORLUX

(41) 3029-1144

www.decorlux.com.br

Curitiba

PR

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

Dutoplast do Brasil

(11) 2524-9055

www.dutoplast.com.br

São Paulo

SP

ELOS

(41) 3383-9290

www.elos.com.br

Curitiba

PR

X

Embramat

(11) 2098-0371

www.embramataltatensao.com.br

São Paulo

SP

X

ENERBRAS MATERIAIS ELÉTRICOS

(41) 2111-3000

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

EXOSOLDA

(11) 3951-7120

www.exosolda.com.br

São Paulo

SP

X

Facilit Eletrocalhas

(11) 4267-0049

www.calhasfacilit.com.br

Franco da Rocha

SP

FASTWELD

(11) 2425-7180

www.fastweld.com.br

Guarulhos

SP

X

FORJASUL CANOAS

(51) 3477-3322

www.forjasul.com.br

Canoas

RS

X

FRONTEC

(51) 3201-2477

www.frontec.com.br

São Leopoldo

RS

X

Grupo FOXLUX

(41) 3302-8100

www.grupofoxlux.com.br

Pinhais

PR

X

GRUPO INTELLI

(16) 3820-1500

www.intelli.com.br

Orlândia

SP

X

HAWSER

(11) 4056-5996

www.hawser.com.br

São Paulo

SP

X

Heilind

(11) 3017-8792

www.heilind.com.br

São Paulo

SP

X

Hellermanntyton

(11) 2136-9090

www.hellermanntyton.com.br

Jundiaí

SP

Ideal Industries, Inc

(11) 4314-9930

www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

INCESA

(17) 3279-2600

www.incesa.com.br

Olimpia

SP

X

X

INDEL BAURU

(14) 3281-7070

www.indelbauru.com.br

Bauru

SP

INTELLI

(16) 3820-1500

www.intelli.com.br

Orlândia

SP

X

X

KIT ACESSÓRIOS

(21) 2290-1588

www.kitacessorios.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

KRJ

(11) 2971-2300

www.krj.com.br

São Paulo

SP

X

X

Legrand

0800 118008

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

X

LINK OF AMERICAS

(21) 2585-3530

www.linkofamericas.com

Araquari

SC

X

X

Magnani Mat Elétricos

(54) 4009-5255

www.magnani.com.br

Caxias do Sul

RS

X

X

MAGNET

(11) 4176-7878

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

Média Tensão

(11) 2384-0155

www.mediatensao.com.br

Guarulhos

SP

X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382

www.obo.com.br

Sorocaba

SP

Onix

(44) 3233-8500

www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

X

Paraeng Para raios

(31) 3394-7433

www.paraeng.com.br

Belo Horizonte

MG

X

Perfilduto

(11) 4230-1860

www.perfilduto.com.br

Itupeva

SP

Phoenix Contact

(11) 3871-6400

www.phoenixcontact.com.br

São Paulo

SP

PLP

(11) 4448-8000

www.plp.com.br

Cajamar

SP

Proauto

(15) 3031-7400

www.proautomacao.com.br

Sorocaba

SP

Prysmian Group

(11) 4998-4155

www.prysmiangroup.com.br

Sorocaba

SP

Reimold

(11) 3904-3554

www.reimold.com.br

Caieiras

SP

Sob Brasil

(11) 5090-0030

www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

Soprano

(54) 2101-7070

www.soprano.com.br

Caxias do Sul

RS

Sulminas Fios e Cabos Ltda

(35) 3714-2660

www.sulminasfiosecabos.com.br

Poços de caldas

MG

X

X

TE Connectivity

(11) 2103-6000

www.te.com

Sao Paulo

SP

X

X

TECNO-FLEX

(11) 5181-4500

www.tflx.com.br

São Paulo

SP

X

TERMOTÉCNICA PARA-RAIOS

(31) 3308-7000

www.tel.com.br

Belo Horizonte

MG

X

Wabe Conectores

(11) 4484-4147

www.wabe.com.br

Mairiporã

SP

X

Weidmüller Conexel

(11) 4366-9643

www.weidmueller.com

Diadema

SP

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X X

X

X

X X

X X

X

X

Emendas

X

Guarulhos

Terminações

X

www.acabine.com.br

Fitas Isolantes

X

(11) 2842-5252

Ferramentas para aplicação de conectores

SP

A.Cabine Materiais Elétricos

X

Conectores

Estado

Sumaré

Empresa

Outros

Site www.3m.com.br

Cidade

3M

Telefone (19) 3838-7000

Autofusão

MÉDIA TENSÃO

Plástica

Materiais para identificação de cabos

BAIXA TENSÃO

Materiais para amarração de cabos

FITAS ISOLANTES BT

Conectores

Ferramentas para aplicação de conectores

BAIXA TENSÃO

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X X

X X

X X

X

X

X X

X

X

X

X

X


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Por Sérgio Roberto Santos*

A conveniência do cálculo da perda de valor econômico

A perda de valor econômico, L41, é um

para se aumentar os investimentos em

importante indicador dos efeitos de uma

PDA naquele que é reconhecido como

descarga atmosférica direta ou indireta em

o país mais atingido por raios no mundo

uma edificação e deve ser calculado pelo

[4]. Estatísticas anuais publicadas pela

projetista da Proteção contra Descargas

federação das seguradoras privadas alemãs

Atmosféricas

[5]

(PDA),

junto

com

os

indicam uma média anual, entre 2007

responsáveis pelo empreendimento.

e 2016, de 370.000 ocorrências de sinistros

Embora seu cálculo não seja necessário

provocados por descargas atmosféricas

para obtenção do risco tolerável (RT)2,

na Alemanha, com um custo médio

como no caso dos cálculos de L1, L2

anual para as seguradoras alemãs de 223

e L3, as informações que ele fornece

milhões de euros, apenas em edificações

podem ser fundamentais para justificar

residenciais

economicamente

investimentos

Informações precisas como estas ajudam na

necessários para reduzir a vulnerabilidade

quantificação do problema e na formulação

da edificação e seus sistemas operacionais

de políticas para combatê-lo.

às descargas atmosféricas.

os

(casas

e

apartamentos).

Algumas áreas das instalações elétricas,

ABNT

como a geração fotovoltaica e a iluminação

NBR5419:2015 [3] nenhuma indicação de

pública com Led, precisam ser avaliadas

que a perda de valor econômico não deva

através do estudo dos impactos econômicos

ser calculada, mas sim a não obrigatoriedade

das descargas atmosféricas sobre estes

de que sejam tomadas medidas para

sistemas, em uma clara aplicação dos

reduzir os riscos associados a estas perdas.

conceitos da perda de valor econômico. A

Pela complexidade na obtenção de valores,

perda da geração de energia em sistemas

tais como lucro cessante, custo de estoque

isolados e os custos de substituição do

e faturamento diário, muitos profissionais

acionamento das lâmpadas Leds são, em

evitam calcular o L4, perdendo assim uma

muitas situações, superiores aos custos

boa oportunidade de demonstrar aos seus

dos próprios equipamentos danificados

clientes as vantagens em se investir nas

e maiores, ao logo de um determinado

Medidas de Proteção contra Surtos (MPS),

período, do que se gastaria com as MPSs

como forma de tornar suas instalações

necessárias para protegê-los.

elétricas mais eficientes economicamente.

Uma razão adicional para aumentar

Atualmente, no Brasil, existe uma

o interesse dos projetistas pelo cálculo

carência de informações sobre os prejuízos

da perda de valor econômico é a sua

materiais

própria qualificação neste assunto. Caso

Não

existe

na

causados

norma

pelas

descargas

atmosféricas, o que prejudica os esforços

sistematicamente

se

esquivem

deste


69

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

cálculo, como procederão quando se tornar

Referências

(ABNT). Rio de Janeiro, 2015. 4 – Instituto Nacional de Pesquisas

inevitável fazê-lo? Os dados sobre estoque, custo de reposição e horas paradas devem

1 - L4: perda de valores econômicos

Espaciais (INPE), Grupo de Eletricidade

ser fornecidos pelo cliente, que é a única

(estrutura, conteúdo, e perdas de

Atmosférica (ELAT). Você sabia?

fonte possível destas informações. Cabe

atividades). Norma ABNT NBR 5419-

Disponível em: http://www.inpe.br/

ao projetista das PDAs solicitá-las e tentar

2:2015, Gerenciamento de risco.

webelat/homepage/menu/el.atm/

trabalhar com as que forem possível obter.

Associação Brasileira de Normas Técnicas

perguntas.e.respostas.php. Acesso em: 23

Mesmo uma avaliação apenas qualitativa

(ABNT). Rio de Janeiro, 2015.

jan.2018.

pode ser útil para que o cliente perceba

2- O gerenciamento de risco segundo

5 - Gesamtverband der Deutschen

os riscos que ele correrá quando não

a parte 2 da ABNT 5419. Sueta, Hélio

Versicherungswirtschaft e.V. (GDV).

implementar corretamente as MPSs.

Eije. Revista O Setor Elétrico, edição

Registro de descargas atmosféricas.

Pelo exposto anteriormente, caso um

109, fevereiro de 2015. Disponível em:

Disponível em: http://www.gdv.

profissional não se considere capacitado

https://www.osetoreletrico.com.br/o-

de/2017/08/weniger-einschlaege-

para o cálculo de L4,

gerenciamento-de-risco-segundo-a-parte-

teurere-schaeden/. Acesso em: 23 jan.

refletir e reservar um tempo para estudar

2-da-abnt-nbr-5419/. Acesso em: 23 jan.

2018.

este assunto para gradativamente se

2018.

preparar para fazê-lo quando for necessário,

3- Norma ABNT NBR 5419-1/2/3/4:2015,

* Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista

aumentando assim a sua qualificação na

Proteção contra descargas atmosféricas.

e membro da comissão de estudos CE 03:64.10,

proteção contra descargas atmosféricas.

Associação Brasileira de Normas Técnicas

do CB-3 da ABNT.

seria interessante


70

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Apresentação

Os avanços tecnológicos do século

metalúrgica,

química,

etc.,

também

XX tiveram grande impacto na vida

possuem cargas elétricas que de uma

das pessoas, empresas e governos,

forma geral produzem perturbações na

sobretudo, após a segunda metade

rede elétrica capazes de interferirem

do século XX, com o desenvolvimento

em outros dispositivos. Além do mais,

acelerado da eletrônica de potência e

recentemente, a expansão das fontes

da microeletrônica, possibilitando saltos

renováveis, como centrais eólicas e

qualitativos

comunicações,

solares, tem aumentado a preocupação

computação, automação e racionalização

com a manutenção da qualidade de

do uso da energia elétrica. Todavia,

energia elétrica.

respeitando a Terceira Lei de Newton,

para toda ação há uma reação, os

medir e reduzir estas interferências e

benefícios

perturbações que surgiram os primeiros

para

as

tecnológicos

trouxeram

Foi com o objetivo de compreender,

consigo alguns impactos negativos.

estudos

No que tange ao uso da energia

“Qualidade de Energia Elétrica” (Power

relacionados

elétrica, o uso de cargas eletrônicas

Quality no inglês) ainda na década de

trouxe dois tipos de impactos: o primeiro

1950 nos EUA. No Brasil, os primeiros

diz respeito à introdução de problemas

estudos estiveram relacionados com a

de forma de onda, como distorções

implantação da linha de transmissão em

harmônicas, “notchings”, ruídos, dentre

corrente contínua (HVDC) entre Itaipu

outros, na rede elétrica, que podem

e Ibiúna (SP). Já na segunda metade

perturbar o funcionamento de diversos

dos anos de 1990, surgiu o primeiro

equipamentos de uma instalação elétrica.

seminário nacional sobre o tema, o

Por outro lado, estas mesmas cargas

Seminário Brasileiro sobre Qualidade

possuem um nível de sensibilidade a

de Energia Elétrica (SBQEE). Em pouco

distúrbios como afundamentos de tensão

tempo, o seminário se tornaria um

e surtos de tensão, que podem levar tais

dos mais relevantes do setor elétrico

dispositivos ao mal funcionamento e até

nacional,

mesmo à queima.

participantes

Associado aos problemas advindos

do IEEE sobre o tema, o International

do uso massivo da eletrônica de potência

Conference on Harmonics and Quality of

e microeletrônica, outros tipos de cargas

Power (ICHQP).

empregadas na indústria siderúrgica,

superando de

com

o

o

número

congresso

tema

de

mundial

Foi nesse contexto que, no início


Espaço SBQEE

71

dos anos 2000, surgiu a ideia de se

e a discussão de temas relacionados à

reúnem para discussões sobre os temas

estruturar

brasileira

área de Qualidade da Energia Elétrica

relevância no contexto nacional, como

que congregasse todos os interessados

em todos os seus aspectos – pesquisa,

medição

no

contribuir

desenvolvimento, inovação tecnológica,

elétrica e fator de potência, objetivando

em aspectos técnicos e acadêmicos

ensino, industrialização, regulamentação

possíveis contribuições junto a órgãos

para o setor elétrico nacional, além

e normatização – bem como promover

legisladores e certificadores do setor

de

uma

assunto,

sociedade

de

forma

a

de

qualidade

de

energia

o intercâmbio com outras sociedades

elétrico nacional.

abordando a temática de qualidade

similares.

É

de energia elétrica. Dessa forma, após

a diversidade dos associados e dos

que inauguramos em 2018, a convite

alguns anos, nascia em outubro de

profissionais da SBQEE é uma das

da revista O Setor Elétrico, o Espaço

2005, durante a realização do SNPTEE

principais características da entidade.

SBQEE. Mais uma grande conquista para

na cidade de Curitiba, a Sociedade

Associados de universidades, indústrias,

a SBQEE que apresentará mensalmente

Brasileira

concessionárias

órgãos

grandes especialistas brasileiros e do

Elétrica (SBQEE), a qual, dentre outras

reguladores, todos mantêm excelente

exterior para tratar de temas associados

atribuições, assumiu a promoção da

convivência e participação.

à qualidade da energia elétrica. Dessa

CBQEE (Conferência Brasileira sobre

Atualmente,

Qualidade de Energia Elétrica).

de

promover

de

eventos

Qualidade

e

encontros

de

Energia

Inerentemente

de

ao

tema,

energia,

neste

cenário

de

realizações

além

maneira, a SBQEE segue seu papel de ser

com

agente transformador do setor elétrico

Desde seu nascimento, a SBQEE

universidades e institutos de pesquisa,

brasileiro, contribuindo decisivamente

tem

o

a CBQEE, também realiza workshops

para as grandes inovações que estão em

desenvolvimento científico e tecnológico

e seminários sobre temas de grande

curso.

na área de Qualidade da Energia Elétrica,

relevância para o setor elétrico nacional,

Visite o site e se associe!

em consonância com os interesses da

sempre buscando envolver os setores

www.sbqee.org.br

sociedade. Sua missão é promover a

pertinentes. Além disso, a sociedade

difusão de informações, conhecimentos

possui

como

missão

promover

promover,

grupos

a

SBQEE,

conjuntamente

de

trabalho

que

se

Diretoria da SBQEE – Gestão 2017- 2019


72

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

A proteção na captação pelo método da esfera rolante

Na ABNT NBR 5419 são apresentados

atmosférica.

três métodos de cálculo para o subsistema de

O raio da esfera rolante pode ser

captação em um sistema de proteção contra

calculado utilizando-se a seguinte equação:

descargas atmosféricas (SPDA). São eles os

0,65

R=10 x Imáx

métodos: do ângulo de proteção (Franklin),

Em que:

das malhas (Faraday) e o da esfera rolante,

R – raio da esfera, em metros;

baseado no modelo eletrogeométrico (EGM).

Imáx - valor de crista máximo do primeiro raio

Segundo esta norma, os três métodos têm

negativo, em quilo amperes.

eficiência técnica equivalente se forem

guardadas as devidas precauções descritas

da CIGRÉ - Conferência Internacional de

para cada um deles. Para uma comparação

Grandes Redes Elétricas de Alta-Tensão.

feita sob o ponto de vista comercial, o método

De forma simplificada, a ABNT NBR

a ser escolhido dependerá das dimensões

5419 define raios da esfera fictícia (R)

e da topologia da cobertura e elementos a

padronizados

serem protegidos que estão instalados acima

elétrica pré-definida para as quatro classes

dessa cobertura. Comumente, a adoção de

de proteção normalizadas em um SPDA

sistemas mistos é bastante utilizada.

conforme mostra a Tabela 1:

Em

nossa opinião, o método da esfera rolante é, na grande parte dos casos, o mais versátil.

O método da esfera rolante, que era

tratado no anexo C da versão 2005 e permanece sem alterações na norma atual, estabelece, por meio do posicionamento de

Esta equação foi formulada pelo GT-33

em

função

da

corrente

Classe

Raio da esfera (m)

I

20

II

30

III

45

IV

60

elementos verticais, o volume de proteção do

Assim, os locais em que a esfera

subsistema de captação em um SPDA para

tangencia a estrutura são preferenciais (tem

qualquer direção.

maior probabilidade) para o impacto direto das

A aplicação do método da esfera rolante

descargas atmosféricas. Resumindo, pode-se

consiste, basicamente, em rolar-se uma

dizer que “os locais onde a esfera toca

esfera imaginária por todas as partes externas

mostram onde provavelmente os raios irão

da edificação. Esta esfera tem em seu raio (R)

impactar” e, portanto, devem ser protegidos.

uma projeção estimada da distância entre o

Esta proteção deve ser obtida por meio da

ponto de partida do líder ascendente (terra -

instalação de condutores de tal modo que eles

nuvem) e a extremidade do líder descendente

apoiem a esfera rolante sem permitir que ela se

(nuvem - terra) que formam a descarga

apoie na estrutura a ser protegida.


NR 10

73

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

Das responsabilidades dos trabalhadores Já escrevemos nesta coluna que o

10.13.4 Cabe aos trabalhadores:

cumprimento da NR 10 é responsabilidade de

a) zelar pela sua segurança e saúde e a de

que integra os trabalhadores e os empregadores

É um compromisso legalmente obrigatório

todos os envolvidos, contratantes e contratados.

outras pessoas que possam ser afetadas

no

Já se falou sobre a responsabilidade dos

por suas ações ou omissões no trabalho

solidariamente por cumprir as normas e os

sentido

de

se

responsabilizarem

regulamentos estabelecidos, elaborar e manter

engenheiros e técnicos que fica documentada

os procedimentos, planos e demais medidas

com a ART. Já esclarecemos a responsabilidade

dos proprietários das instalações em mantê-

o que pressupõe o seu conhecimento da NR

las e adequá-las às necessárias condições de

10, incluindo o item 10.13 e, portanto, devem

segurança. Já se falou sobre a responsabilidade

estar atentos para a responsabilidade, já que

c) comunicar, de imediato, ao responsável

dos contratantes e das empesas contratadas.

suas ações ou omissões podem implicar em

pela execução do serviço as situações que

negligência, imprudência ou imperícia.

considerar de risco para sua segurança e

Mas ao se tratar de responsabilidade, a NR

Os trabalhadores serão sempre autorizados,

internas de segurança e saúde.

10 deixou claro que a observação das exigências

É

da norma também passa pelos trabalhadores.

responsabilidade de zelar pela sua segurança

Para ter ciência dessa responsabilidade, o

e saúde, assim como pela de outras pessoas

O

assunto é tratado nos treinamentos da NR 10.

que possam ser afetadas, podendo ter de

ao responsável pelos serviços, além de

O item 10.13 da norma lembra o disposto nos

responder civil e criminalmente pelos seus atos.

responsabilizar e envolver o superior, promove

dos

trabalhadores

também

a

saúde e a de outras pessoas ato

de

comunicar

de

imediato

a análise da realidade existente, possibilitando

artigos 157 da CLT, “Cabe às empresas...”, mas também lembra o artigo 158 da CLT, “Cabe aos

b) responsabilizar-se junto à empresa

orientações e esclarecimento de dúvidas e

empregados...”.

pelo cumprimento das disposições legais

pontos controversos.

Especificamente o subitem 10.3.4 chama

e regulamentares, inclusive quanto aos

Devemos lembrar que esta alínea está

à

procedimentos internos de segurança e

intimamente ligada e é base fundamental ao

saúde

direito de recusa, subitem 10.14 da NR 10.

responsabilidade

trabalhadores.

solidária

também

os


74

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Eficiência energética – somos enganados? Afinal, como avaliar os resultados? Na edição de janeiro de 2016 de O Setor

entre a tensão de alimentação e a potência

efetuada em sistemas e cargas que consomem

Elétrico, chamávamos a atenção para um

consumida, caracterizando a carga como

energia em que o diagnóstico teria apontado

disparate que ocorria em nosso mercado com

praticamente de impedância constante. Este

potencialidades para se obter menor consumo de

a oferta de produtos tidos como “milagrosos” e

é o ponto proposto para discussão, evitando a

energia. De uma forma geral, consideram-se na

que tinham o propósito de “também” economizar

aplicação de conceitos que induzem o pessoal

maior parte dos diagnósticos as recomendações

energia. A coluna publicada na oportunidade

técnico ao erro, levando bons projetos a reais

para adequação de sistemas de iluminação,

denominada

fracassos e penalizando outros de boa qualidade

climatização,

por desvios de avaliação.

aquecimento, outras ações, como a melhoria de

“A

eletrotécnica

aviltada”

apresentava em poucas linhas o estelionato

comprimido,

ventilação,

motores, acionamentos e automação, além de

que ocorria. De lá para cá, nada mudou e os tais placebos continuam a serem oferecidos

ar

Análise temporal – “antes e depois”

aspectos de contratação de energia, mudanças de turnos de operação e mais recentemente

no mercado sem freios técnicos ou legais para surpresa e indignação daqueles que defendem

O primeiro possível equívoco está relacionado

geração distribuída.

a física e a eletrotécnica como referências

à execução de uma simples análise temporal.

técnicas e a ética como ferramenta de trabalho.

Apesar de intuitivo e muito praticado, a

trata

É importante lembrar que equipamentos e

tradicional ferramenta que compara o “antes”

operacional sem que as ações de eficiência

“aparatos” devem ser testados em laboratórios

com o “depois” de uma ação de eficiência

energética fossem tomadas. Em outras palavras,

com certificações de resultados, além de outras

energética (AEE) em uma linha de tempo pode

a carga elétrica e o consumo de energia variam

providências.

ser uma armadilha. Uma AEE é normalmente

em função de demandas de operação e não

Na

edição

de

junho

de

Um ponto interessante a ser considerado de

diferenças

de

comportamento

2016,

apresentávamos a necessidade de que fossem seguidos os protocolos de medição e verificação (M&V) nos projetos e atividades de eficiência energética. Já em agosto de 2017 foram apresentados os resultados de uma experiência com lâmpadas a vapor de sódio aplicáveis em iluminação pública e a oportunidade de eficiência energética nestes sistemas, “enquanto o Led não vem”, que dava nome a esta outra coluna técnica. Na oportunidade, apresentávamos as medições do comportamento da potência consumida pelos conjuntos de lâmpadas e dispositivos auxiliares em função da tensão de alimentação, novamente, ora ilustrada na Figura 1, que apresenta algumas interessantes particularidades com uma excelente correlação

Figura 1 – Comportamento da potência ativa com a variação da tensão – lâmpada a vapor de sódio 250 W. Fonte: Ação Engenharia e Instalações.


75

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

se pode confundir este comportamento natural

a potência consumida por cada conjunto de

Quais variáveis avaliar

com ações de eficiência energética tomadas

iluminação depende da tensão de alimentação.

É bom e saudável que se insista que

e, vice-versa, no caso em que fatores externos

Em

possível

os projetos de eficiência energética têm o

motivam o aumento ou a redução do consumo

AEE e mesmo retrofit destes sistemas, as

objetivo de reduzir o consumo de energia em

após a implantação de um projeto de eficiência

considerações, como o perfil de tensão de

kWh ou outra variável equivalente associada à

energética, escondendo os reais resultados. A

alimentação dos circuitos, períodos de operação,

quantificação de energia ativa (como BTU ou

simples consideração de manutenção de perfil

a situação de lâmpadas com meia vida e aquelas

kcal), além de redução de demandas (em geral

de consumo na linha do tempo quase nunca é

queimadas interferem no consumo estimado

na ponta) em kW. Portanto, os resultados são

verdadeira. Em outros casos, são comumente

na situação de antes da AEE. Seja qual fosse

todos contabilizados em kWh ou kW, sendo cada

associados meses de anos consecutivos de

esta AEE (poderia ser até a instalação de um

qual associado aos seus custos relativos dos

forma a tentar “normalizar” a condição climática e,

regulador de tensão no circuito), a estimativa do

investimentos necessários para a implantação

mesmo, de demanda por outras razões, também

“consumo de energia antes das intervenções”

do projeto.

com desvios que podem ser consideráveis.

ou “ex-ante” como alguns autores gostam de

Outras variáveis elétricas, como potência

A correção deve considerar a montagem da

abordar o tema seria equivocada sem estas

aparente, potência reativa, correntes elétricas

linha de base composta por cargas específicas

considerações.

fundamentais, harmônicas ou fator de potência,

em associação com variáveis independentes.

Na

para

estão associadas ao tema e variam conforme

O consumo de energia irá de fato depender

comprovação da economia após a implantação

as ações que são implantadas. Contudo,

destes meses em que o consumo ocorreu, mas,

do projeto), as mesmas considerações devem

recomenda-se

certamente, depende também da produção

ser realizadas e o cálculo da eficiência

individualmente, mesmo que possa haver pequena

industrial, população de edificações, hospitais,

energética deve necessariamente ser efetuado

influência na eficiência energética, em geral,

hotéis, volume de fluido bombeado e até perfil de

em função da linha de base inicial e mesmo

relacionada à redução de perdas elétricas. Neste

temperatura ambiente que possa ser diferente ao

a final para projetos semiconcluídos ou com

caso, vale desconfiar de números superiores a

do mesmo mês do ano anterior.

outras fases ou ações corretivas a serem

3% de redução de consumo em kWh.

Os modelos de medição, de acordo com

implantadas. Neste caso, seria necessário

o protocolo de M&V, consideram algumas

conhecer o perfil de tensões antes da AEE:

e que não combinam com os conceitos

importantes definições:

Quantas lâmpadas ou sistemas estariam

da física clássica e da eletrotécnica não

queimados ou em condições diferentes

podem ser aceitos. Aqueles relacionados às

- Fronteira de medição: define os pontos que

da prevista? Por quanto tempo o sistema

“fontes ou energias uníssonas, pulsantes,

serão considerados no levantamento inicial e

operaria por ano (horas de uso) em função

transcendentais, quânticas, multifrequenciais,

verificação posterior da economia, delimitados

da eventual automação existente? O atual

correntes harmônicas que são aterradas,

pela colocação dos medidores. A fronteira

sistema estaria adequado as prescrições de

aparatos magnéticos, ou a energia intrínseca dos

pode ser um circuito ou mesmo um interruptor

normas? A linha de base sofreria que tipo de

neutrinos” não são aderentes a programas sérios

alimentando algumas luminárias, ou ainda um

ajuste? Na fase seguinte devem ser refeitas

de eficiência energética.

medidor da concessionária de uma indústria,

estas considerações, porém, relacionadas ao

dependendo do desenvolvimento do projeto.

novo sistema implantado, considerando-se

É importante discutir as incertezas envolvidas

então as variáveis associadas ao novo projeto.

desta escolha.

Será que o comportamento da tensão teria o

- Opções de medição: se a opção de medição for

mesmo impacto no consumo de energia? Será

isolada, como no caso do circuito de iluminação

que a automação traria mais oportunidades de

acima, a opção será tipo A (com medição dos

eficiência energética em função da operação?

parâmetros chave do consumo na alimentação)

O novo sistema concebido estaria atendendo

ou B (com a medição de todos os parâmetros

as normas? Quais seriam os outros ganhos

incluindo de produção como volume bombeado,

associados, como redução de manutenção e

carga térmica ou outro), e se for escolhido o

outros custos operacionais?

medidor da concessionária, será a opção tipo C.

Há ainda a opção D, que é aplicada em simulações

a avaliação temporal com o comportamento

de modelos normalmente em instalações novas,

das cargas e linha de base antes e depois da

ainda em fase de projeto e planejamento.

AEE e, finalmente, contabilizar as vantagens

uma

análise

fase

adequada

ex-post

de

(medição

Desta avaliação é possível, então, traçar

confrontando-se a energia economizada aos

Caso de iluminação pública

investimentos necessários para que o projeto se

Explorando a Figura 1, observa-se que

viabilize.

muita

cautela

na

análise

Da mesma forma, aspectos pouco claros

Neste caso, melhor seria tentar consultar o personagem do legendário Leonard Niroy, o Dr Spock. Bem oportuno, aliás, iniciar 2018 com as incríveis palavras do personagem: “Vida longa e próspera a todos”. E, por que não, sem falcatruas!


76

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Requisitos para avaliação de conjuntos de equipamentos pré-montados para instalação em atmosferas explosivas – Parte 1/2 Foi publicada pelo Comitê Técnico

elaborada, no âmbito do TC-31 da IEC, por

TC 31 da IEC em 31/08/2017 a nova

solicitação dos países membros do IECEx,

norma técnica IEC IEC TS 60079-46 -

uma nova norma da série IEC 60079, com

Explosive atmospheres - Part 46: Equipment

o objetivo específico de estabelecer os

Os Organismos de Certificação de

assemblies.

requisitos para a certificação deste tipo de

Equipamentos “Ex” possuem procedimentos,

A IEC TS 60079-46 especifica os

conjunto pré-montado “Ex”.

critérios e orientações, tanto do ponto de

requisitos para projeto, montagem, ensaios,

Este

inicialmente

vista normativo, como legal, para a execução

inspeção,

publicado na forma de uma “Especificação

das atividades de avaliação, auditoria, análise

contendo

Técnica” (TS – Technical Specification),

de relatórios de ensaios e certificação de

são

nesta

como

equipamentos elétricos, de instrumentação,

responsabilidade do fabricante do conjunto

procedimento normalmente adotado pela

de automação, de telecomunicações e

da montagem. Os requisitos desta nova

IEC e pela ABNT, até a próxima edição,

mecânicos “Ex”, destinados a instalação em

norma técnica internacional são aplicáveis

quando será publicada como uma norma

áreas classificadas contendo atmosferas

para equipamentos individuais, de acordo

técnica, incorporando os aperfeiçoamentos

explosivas de gases inflamáveis ou de poeiras

com as séries IEC 60079 e ISO 80079,

e sugestões a serem recebidas no período.

combustíveis.

incluindo conjuntos pré-montados e que

A

possuam seus respectivos certificados de

003:031.001

conformidade “Ex” individuais.

do

por

e

marcação,

avaliação

equipamentos

de

documentação

montagens

“Ex”,

que

de

O escopo desta nova norma compreende

documento

sua

primeira

Comissão

Cobei

foi

edição,

de

do

Estudo

Subcomitê

(ABNT/CB-003),

profissionais

CE

SCB-31 composta

das

Para isto existem as diversas normas séries

ABNT

NBR

IEC

60079

(Atmosferas explosivas) e ABNT NBR

com

ISO/IEC 80079 (Equipamentos mecânicos

de

“Ex”), onde são apresentados os requisitos

montagem,

e os critérios de aceitação para os

inspeção de equipamentos e instalações

ensaios e a certificação individual dos

a avaliação destes equipamentos “Ex”

as

individuais que são, então, integrados como

equipamentos,

parte de um conjunto de montagem (Skid) “Ex”. São também incluídos no escopo

“Ex”

processo

equipamentos “Ex” com diversos tipos de

desta nova norma os requisitos para a

de

votação,

proteção, tais como segurança aumentada

avaliação dos aspectos da montagem que

aprovação e publicação desta nova norma

(Ex “e”), segurança intrínseca (Ex “i”),

podem estar além dos certificados dos

elaborada pelo TC-31 da IEC. Com esta

proteção por invólucro (Ex “t”), proteção

equipamentos “Ex” individuais que foram a

publicação da IEC, foram iniciados, por

ótica (Ex “op”), invólucros pressurizados

montagem, tais como os requisitos especiais

parte daquela comissão de estudo, a

(Ex “p”), encapsulamento em resina (Ex

de instalação segura indicados na seção “X”

execução dos trabalhos de elaboração da

“m”), proteção especial (Ex “s”), proteção

dos certificados, sob responsabilidade do

respectiva norma brasileira adotada ABNT

por controle das fontes de ignição (Ex “b”)

usuário ou do montador.

NBR IEC TS 60079-46 – Atmosferas

ou proteção construtiva (Ex “c”).

explosivas – Parte 46: Conjunto de

equipamentos pré-montados.

necessidade de certificação de unidades

Para

preencher

as

“lacunas”

de

informações e procedimentos existentes, foi

atividades

de

envolvidos

Histórico sobre avaliação de conjuntos de equipamentos pré-montados “Ex”

projeto,

acompanhou elaboração,

especificação

todo

o

comentários,

No entanto, nos frequentes casos da


77

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

“pacotes” pré-montadas (Skids), em que

sistemas de instrumentação, controle e

instalações “Ex”. Esta norma estabelece os

exista a montagem de equipamentos “Ex”,

automação local.

requisitos que devem ser atendidos para as

não estavam claramente estabelecidos os

Em diversos empreendimentos de novas

montagens e inspeções iniciais detalhadas

procedimentos a serem seguidos para a

plantas industriais ou de muitos casos de

de equipamentos elétricos e eletrônicos em

certificação deste tipo de montagem. Nestes

ampliação de plantas industriais existentes,

atmosferas explosivas de gases inflamáveis

casos, devem ser certificados não somente

estes “Skids” ou unidades pré-montadas

ou de poeiras combustíveis.

dos equipamentos “Ex” que fazem parte

ou

do “Skid”, mas também do conjunto como

para instalação”, sendo enviados pelos

60079-14 os requisitos para a montagem

um todo, incluindo o sistema de fiação das

fabricantes internacionais já previamente

de equipamentos dos diversos tipos de

interligações entre os diversos equipamentos

montados e testados. Nestes casos, cabe ao

proteção “Ex”, bem como dos sistemas

“Ex”, bem como a verificação da instalação

fabricante estrangeiro, ao seu representante

de fiação de força, controle, automação e

destes equipamentos “Ex”, de acordo com a

no país, ao importador ou ao usuário destes

aterramento adequados para instalação em

classificação de áreas pretendida e do EPL

Skids no Brasil obter a certificação local

áreas classificadas, incluindo a verificação

requerido.

junto a um Organismo de Certificação local

de parâmetros entre barreiras de proteção e

Podem ser citados como exemplos

(com acreditação “local” ou nacional), de

instrumentos intrinsecamente seguros.

de unidades pré-montadas os “pacotes”

acordo com a legislação atualmente vigente

Além

de sistemas de compressão de gases,

no Brasil.

certificação baseavam seus procedimentos

sistemas de fornos, casas de analisadores

A

frequentemente

de certificação na aplicação das listas de

e cromatógrafos, sistemas de purificação

utilizada pelos organismos de certificação

verificação de inspeção inicial detalhada, de

de hidrogênio e também os conjuntos

é a de avaliação do Skid de acordo com

acordo com checklist indicado na ABNT NBR

motobombas e moto-compressores contendo

os requisitos da norma ABNT NBR IEC

IEC 60079-17 - Inspeção e manutenção de

grandes máquinas, com seus respectivos

60079-14 - Projeto, seleção e montagem de

instalações “Ex”.

“pacotes”

solução

são

recebidos

mais

“prontos

São apresentados na ABNT NBR IEC

disto,

estes

organismos

de


Redes subterrâneas em foco

78

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa RDS Brasil | daniel.bento@rdsbrasil.com

No meio do caminho tinha um poste

para este evento.

sobre a importância das redes elétricas

de fim de ano e, nesse período, as pessoas

subterrâneas para sua cidade.

tradicionalmente se reúnem para celebrar.

como outros pontos turísticos natalinos

Essa beleza, que muitos brasileiros

Independentemente de sua fé e religião, é

do Brasil, tem sua rede elétrica instalada

buscam em viagens para a Europa, está

comum as pessoas decorarem as casas e

de forma subterrânea. Assim, evita-se o

disponível em uma parcela muito reduzida

prédios, sempre muito bem iluminados.

ofuscamento da beleza da decoração,

da rede elétrica brasileira. Segundo a Aneel,

Passamos recentemente pelas festas

Não por acaso, a Av. Paulista, assim

Algumas cidades possuem ruas que

pois, não há interferência da rede elétrica,

somente 2% da rede elétrica no Brasil está

capricham na decoração e se tornam

e, assim, os locais tornam-se muito mais

construída da forma subterrânea. Se o país

pontos turísticos. A famosa avenida da

bonitos

de

contasse com uma parcela maior da rede

maior cidade do país, a Av. Paulista, é

pessoas que visitam a Av. Paulista para

elétrica enterrada, certamente, poderíamos

um tradicional ponto de visita para as

apreciar a decoração refletem o resultado

ter um turismo mais intenso e, em especial,

pessoas que querem ver os arranha-céus

da pesquisa AES-Datafolha 2012, que

as decorações natalinas teriam maior

decorados e iluminados especialmente

apontou que 87% da população concorda

destaque.

e

atrativos.

Os

milhares


79

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Além da beleza urbana, outro aspecto

dependendo do material utilizado em

instalada de forma aérea. Podemos

e também com a chegada do Carnaval,

anos, as festas de carnaval, que eram

estiver molhada.

é a questão da segurança que a rede

tradicionalmente

Portanto,

são

subterrânea oferece em relação à rede

particulares,

que

a

aérea.

carnaval de rua. E, nas ruas, o folião

festividades. Para a população de uma

A instalação da decoração e da

encontra uma rede elétrica nua e mortal,

forma geral, vale o conhecimento desses

iluminação

casas

uma rede aérea quase parecendo aguardar

riscos para que as pessoas possam se

faz com que as pessoas se aproximem

o folião mais desatento e festivo para

precaver e, assim, curtirem as festas à

muito da rede elétrica instalada de forma

acabar com sua festa e sua vida.

vontade e com segurança.

aérea, o que se torna uma combinação

Mesmo

extremamente perigosa.

razoavelmente segura da alta tensão que

#ficaadica para que se tivéssemos uma

nas

fachadas

das

notar

que,

nos

realizadas

foram

em

migrando

mantendo

uma

últimos

sua fabricação e que pode se agravar se

que ganha relevância na época do Natal,

clubes para

o

distância

cercam

Para

os

muitos

os

riscos

comemoração

dessas

nossos

governantes,

Já falando do maior evento popular

percorre estes fios, o carnaval registra

parcela maior da rede elétrica instalada

do mundo, “o carnaval do Brasil”, que

acidentes quando se faz a tradicional

de forma subterrânea, com certeza, a

oferece um risco ainda maior por suas

“chuva de papel picado”, utilizando papel

quantidade de acidentes seria menor e

dimensões e amplitude, pois são poucas

metalizado. Essa cena fica muito bonita

o país ainda ganharia com mais turismo,

cidades brasileiras que dispõem de local

em função do brilho do papel, porém, essa

pois, as cidades teriam sua beleza urbana

específico para a realização dos desfiles.

beleza traz consigo um perigo enorme

muito mais destacada.

Por este motivo, na maior parte dos casos,

decorrente do fato de que este material

os blocos e carros alegóricos circulam

conduz eletricidade.

aproveitar as festividades tomando os

pelas ruas, o que oferece o elevado

As serpentinas arremessadas para

cuidados devidos para que todos possam

risco da proximidade com a rede elétrica

o alto também podem oferecer perigo,

aproveitar sempre com muita segurança.

Enquanto isso não acontece, vamos


80

Quadros e painéis

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos |nunziante@gimi.com.br

Instalação de cubículos de média tensão ao tempo

Prezado leitor, gostaria de dividir com

você um devaneio que tive durante minhas férias. Passeando por algumas cidades dos Estados Unidos, em alguns dias pude realizar minhas corridas matinais. Durante algumas

dessas

atividades,

seguindo

a máxima de que o trabalho sempre nos persegue (inclusive em férias), encontrei duas subestações instaladas ao tempo como mostram as fotos ao lado. A foto da esquerda foi tirada em Los Angeles, enquanto a da direita em uma

atender à característica de resistência ao

de Distribuidores de Energia Elétrica

muito

arco interno, conforme o anexo A da ABNT

(Abradee), no Brasil, são mais de 60

diferente da nossa realidade, que é

NBR

diferentes

a ausência de alambrado ou muro ao

determina que, neste caso, o ensaio de

delas tem normas técnicas diferentes

redor, dando acesso livre (isso mesmo)

arco interno devido à falha interna seja

com exigências construtivas diferentes,

a qualquer pedestre que transite pela

realizado para acessibilidade tipo B, ou

mas

calçada (passeio público).

seja, acessibilidade irrestrita, incluindo

padrões de segregação das áreas das

Tal característica me fez desenvolver

público geral. Evidentemente que não

subestações de entrada visando a criação

a seguinte reflexão: seria possível adotar

posso afirmar que os conjuntos das fotos

das zonas de controle de risco elétrico,

o mesmo padrão de instalação no Brasil?

não atendem à norma em epígrafe, mas

tanto para operadores e funcionários

Vejamos.

usei-as apenas para fomentar a discussão

das

distribuidoras,

- Será que o vandalismo atual das grandes

sobre o assunto “resistência ao arco

pela

responsabilidade

cidades brasileiras permitiria o perfeito

interno”. Além do mais, a norma construtiva

salubridade do público em geral na

funcionamento das nossas subestações

naquele país não é IEC, mas sim as normas

periferia de equipamentos elétricos.

instaladas

norte-americanas, notadamente, a IEEE

Las

Vegas.

Ambas

característica

apresentam

interessante

diretamente

e

nas

ruas?

IEC

62271-200.

O

documento

em

empresas.

especial,

Grande

muitos

mas, em

parte

diferentes

sobretudo, relação

à

Pichações, violação das portas externas,

C37.20.2.

Deixo então ao amigo leitor essa

destruição e furto das partes e peças?

- Considerando que os conjuntos das

provocação para que avaliemos as reais

-

fotos sejam de entrada e medição de

necessidades de segregação de nossas

especulando eu diria, baseado na presença

faturamento

famosas

subestações em relação ao público em

de venezianas de ventilação nas portas

cabines primárias, precisaríamos então

geral. Vandalismo? Segurança elétrica?

externas, não seria possível determinar que

incluir as normas técnicas específicas

Padronização técnica? Qual seria o maior

esses conjuntos de manobra e controle em

das

desafio para que esse modelo fosse

invólucro metálico acima de 1kV poderiam

Segundo o site da Associação Brasileira

Analisando

apenas

externamente,

de

energia,

concessionárias

as

distribuidoras.

aplicado ao Brasil? Boa leitura.



82

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Por Rodrigo Parizatto Lopes*

Prós e contras dos métodos laboratoriais versus realizados em campo de coleta de dados para a análise de descargas parciais em sistemas de média tensão

Nas últimas décadas, muitas pesquisas

Este artigo fornece uma comparação

objetivo principal para a implantação desta

foram realizadas para investigar o fenômeno

entre ensaios laboratoriais e os problemas

técnica de diagnóstico.

das descargas parciais (DP) em sistemas de

associados à realização de medições de DP

Mesmo sabendo que a maioria dos

média tensão. A coleta do estudo a seguir foi

em sistemas de MV realizados em campo.

cabos e acessórios de cabos pré-moldados é testada na fábrica, utilizando o método de

embasada no estudo realizado pelo Instituto

Descargas parciais

de Tecnologia da Georgia (Georgia Tech). Estes

estudos

são

DP antes do envio, como tal, eles devem ser livres de DP, conforme definido nos

extremamente As tecnologias de diagnóstico de DP

padrões apropriados IEC, ICEA e IEEE

ensaios de descarga parciais (DP) podem

detectam defeitos localizados "em vazio" em

quando recebidos pelo cliente. Qualquer

ser aplicados na intenção de descobrir e,

cabos e/ou acessórios de cabos. Podemos

DP detectada nos sistemas já instalados,

às vezes, localizar certos tipos de defeitos

considerar “em vazio”:

provavelmente, ocorreu devido a problemas

significativos,

pois

mostram

como

os

causados durante a instalação ou defeito

dentro desses sistemas. Curiosamente, os estudos realizados utilizando o método de

• Semiesférico - mais frequentemente devido

que se desenvolveu ao longo do tempo. No

descargas parciais em cabos são, em grande

a problemas de processo de fabricação;

entanto, é importante estar ciente de que

parte, empíricos devido à complexidade do

• Arborescência elétrica - muitas vezes devido

não há procedimentos de teste reconhecidos

fenômeno.

a processos de envelhecimento que levam

pela indústria ou limites de descarga para

de

ao desenvolvimento de “electrical trees”,

testes DP realizados em sistemas completos

bastante

resultantes da exposição sob campo elétrico

instalados em campo.

Os

dados

Descargas

obtidos

Parciais

(DP)

no

ensaio

são

diferentes dos dados de perdas dielétricas

intenso;

(tang δ). Os resultados de perdas dielétricas

• Interfacial - devido à delaminação de

Paralelo estabelecido entre duas categorias

(tang δ) fornecem valores diretos, que podem

componentes ou uma falha ou mau contato

de

ser prontamente repetidos e analisados,

entre o cabo e um acessório;

Descargas Parciais – em laboratório e em

sendo que o método normalmente não possui

• Irregular – danos mecânicos antes ou

campo

representatividade no estudo. Por outro lado,

depois da instalação.

a coleta de dados de uma medição de DP

ensaios

em

que

são

realizadas

Cada categoria de ensaio tem objetivos

está constantemente relacionada à função

Deve se notar que os sistemas de cabos

e problemas diferentes. As categorias são

da técnica / abordagem usada para realizar

com blindagem metálica podem perder o

determinadas pela localização/ ambiente em

a obtenção dos valores. Esta coleta de dados

contato ao terra devido a danos mecânicos,

que os ensaios são realizados. Cada uma

deve ser altamente sintetizada, assim como

corrosão ou conexões inadequadas que

das categorias abrange diferentes tipos de

os resultados fornecidos, principalmente em

também ocasionam descargas elétricas, que

ensaios. A relação entre os tipos de ensaio e

ensaios de campo, que na sua maioria são

podem ser detectadas utilizando diagnósticos

as categorias pode ser observada na Tabela

personalizados.

de descarga parciais, embora este não seja o

1 a seguir:


83

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Tabela 1 – Relação entre tipos de ensaios e categorias para medições de descargas parciais

Categoria de Ensaios

Laboratório

Campo

• Rotina

• Comissionamento

• Qualificação

• Manutenção

• Desenvolvimento

Na categoria laboratorial

de cabo e cabos em conjunto, novos ou em uso, simulando um sistema elétrico

Ensaio de rotina: testes realizados em

real para estudar as interações entre eles

acessórios (normalmente pré-moldados)

a partir de uma perspectiva de pesquisa.

ou em cabos para verificar se os mesmos

A pesquisa é comumente focada na

cumprem os padrões da indústria. Os

investigação de problemas de projeto

ensaios são realizados rotineiramente

e / ou estimativa dos mecanismos de

como parte da linha de produção.

envelhecimento e degradação que um

sistema como um todo suportará durante

Ensaio de qualificação: testes padrões

exigidos pelo setor, a fim de garantir a

sua vida útil.

efetividade dos processos de fabricação, dos equipamentos e dos procedimentos

Ensaios em campo

usados para produzir componentes para a rede de distribuição de energia elétrica,

Comissionamento: testes implantados

para uso em campo.

para

Ensaios

de

desenvolvimento

e

pesquisa: testes realizados em acessórios

verificar

componentes

a

integridade

individuais

(cabo

dos e

acessórios), suas interfaces e o sistema

Figura 1 – Esquema de montagem para um ensaio de descargas parciais em laboratório.

Figura 2 – Esquema de montagem para um ensaio de descargas parciais em campo.


84

Dicas de instalação

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Tabela 2 – Comparação geral dos ensaios laboratoriais e de campo de Descargas Parciais

Ensaios em laboratório • Cabo e / ou acessórios testados em conjunto, como um sistema em curto.

como um todo, incluindo os danos que possam ter ocorrido durante a instalação e / ou problemas de fabricação. testes

destinados

a

• Focado na investigação de problemas de design e mecanismos de envelhecimento e

Manutenção:

degradação.

de­ t ec­ t ar a deterioração e verificar a

• Focado em novos sistemas.

manutenção dos sistemas em serviço, por

• Realizado sob condições controladas de ruído, aterramento, temperatura, acessibilidade, etc.

determinados períodos.

• Sistemas curtos, que permitem modelos de circuitos equivalentes agrupados. • Configurações convencionais (conforme definido na IEC 60270) e não convencionais

(banda larga e ultra larga), podem ser estabelecidos.

categorias de ensaios de DP realizados

• Não representa real fidelidade ao ambiente operacional. • A presença de DP em sistemas novos, acima de um limite aceito, pode indicar problemas com o cabo, acessórios ou com a interface entre os dois. Ensaios em laboratório (realizados em fábrica) • Somente realizado em cabos e acessórios de cabos novos, separadamente. • Focado na identificação de componentes do sistema de cabos, que atendam aos padrões da indústria, para máxima magnitude de descarga.

As condições de implantação para as

em laboratório e em campo são diferentes. O objetivo de cada tipo de teste difere um do outro e os fatores que influenciam as medidas de DP para cada um deles variam significativamente. Os engenheiros de

serviços

públicos

devem

ter

uma

compreensão básica de cada tipo de ensaio

• Realizado sob condições controladas de ruído, aterramento, temperatura, acessibilidade, etc.

de PD.

• Os lances de cabos longos são modelados por um circuito equivalente agrupado.

• Somente resultados convencionais são estabelecidos.

fatores relevantes associados aos ensaios

• Realizado rotineiramente como parte da linha de produção.

de descargas parciais em laboratório e em

• Não representa real fidelidade ao ambiente operacional.

campo.

A Tabela 2 faz uma comparação dos

• As amplitudes de DP que excedem os requisitos fazem com que os componentes sejam examinados mais detalhadamente. Ensaios em campo (ensaios de comissionamento ) • Sistemas de cabo instalado testado antes do início da vida útil. • Focado na detecção de DP e na localização da fonte de DP. • O ruído elétrico, o aterramento, a temperatura e a acessibilidade não são facilmente controláveis. • Sistemas longos que requerem modelagem de circuito de impedância distribuída. • Atenuação, dispersão e reflexões causam degradação do sinal DP que afeta os resultados

Conclusão Como

a

fabricação

e

os

ensaios

laboratoriais são familiares para muitos engenheiros envolvidos no diagnóstico do sistema de distribuição elétrica, a tendência é tentar transferir critérios de ensaios em fábrica e laboratoriais para ensaios de campo.

obtidos.

No entanto, esses critérios não podem

• Resultados convencionais e não convencionais podem ser estabelecidos.

ser

• A presença de DP pode indicar problemas de projeto, instalação e / ou mão de obra.

realizados em campo, já que os pressupostos

• Raramente implantado em média tensão, exceto por algumas condições específicas da

subjacentes utilizados nos testes de fábrica

empresa responsável pelo controle da linha de distribuição.

e laboratoriais não serão válidos devido às

• Geralmente realizado em tensões de teste acima da tensão de operação nominal.

grandes diferenças nos comprimentos dos

aplicados

diretamente

aos

ensaios

lances de cabos envolvidos nos ensaios. Ensaios em campo (manutenção) • Sistema de cabos e acessórios instalados testado em algum momento durante a vida útil. • Focado na detecção e localização de fontes de DP, com alguma avaliação da gravidade. • Realizado em condições de teste descontroladas, de ruído, aterramento, temperatura, acessibilidade, etc. • Sistemas longos e que requerem modelagem de circuitos equivalentes de impedância distribuída.

Referência - Cable Diagnostic Focused Initiative (CDFI) February 2016 - Georgia Tech

• Atenuação, dispersão e reflexões causam degradação do sinal que afetam os resultados

*Rodrigo Parizatto Lopes é engenheiro

obtidos.

eletricista, com especialização em

• Resultados convencionais e não convencionais podem ser estabelecidos.

Eletrotécnica. Atualmente, é gerente de

• A presença de DP pode indicar problemas de design, degradação ou instalação

aplicação e de vendas na Chardon Group Brasil.


85

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Gerenciamento de risco

de

As empresas que operam no setor energia

elétrica,

planejamento

e

administração

dos

atividades

Management – adotado nos países mais

programas de seguros e seus custos,

como geração, transmissão, operações

desenvolvidos passa a determinar os

serviços inerentes ao “underwriting” e

e

diferentes

riscos que afetam a sustentabilidade e

colocação dos programas de seguros

atitudes em relação aos seus inúmeros

a sobrevivência da empresa no contexto

nos mercados segurador e ressegurador,

riscos.

de suas operações gerais.

regulação e indenização de sinistros,

Quando, antigamente, a preocupação

roadshows nos mercados de colocação

de gerenciamento de riscos e outros

dos empresários era a de se sustentar

de riscos, enfim, uma enorme gama de

limitam-se a tratar de um ou outro seguro

no mercado e manter no máximo um

serviços necessária a um gerenciamento

que julgam suficiente e pertinente para

setor de seguros para administrar seus

de risco moderno e atualizado.

proteger suas operações.

riscos puros e sua administração, hoje

Esse gerenciamento permite que

Na realidade, a atividade em si,

em dia, surge a exigência natural da

as empresas mantenham a consciência

incluindo todas as formas de riscos,

introdução da ERM e, nela, a parte de

exata

necessariamente, devem ser tratadas

gerenciamento efetivo dos riscos puros

entendimento correto e técnico de tratá-

por cada empresa de forma profissional,

e sua administração. Assim, nasce

los da melhor forma e custo compatível.

principalmente nas condições atuais

todo um comportamento especializado

deste nosso país. Em tais condições

de identificação e avaliação de riscos

imperam a desqualificação política, a

puros e das medidas para adoção de

corrupção endêmica e a incompetência

um controle efetivo desses riscos, seja

econômico-financeira.

para simplesmente assumi-los, seja por

Esses setores, no entanto, vêm

medidas de segurança e prevenção

constatando,

que minimizem os seus impactos e,

distribuição,

em

de risco. O ERM – Enterprise Risk

assumem

Algumas mantém sistemas modernos

sistemas

evidentemente,

modernos

empresarial

devem

que

de

governança

finalmente,

seja

ser

implantados

desses riscos a terceiros, inclusive seguro,

para

forma

ao

processo de implantação das regras

transferência.

de conformidade, o “compliance” tão

Embora a responsabilidade maior

propagado. O compliance compreende

pelo gerenciamento de risco de uma

a importante decisão de implantação

empresa seja dela própria, dificilmente,

obrigatória de um sistema amplo de

podem

gerenciamento de risco, não tão somente

um corretor profissional de seguros

aplicados a riscos puros, porém, a toda

e

a atividade gerencial: o gerenciamento

específicos como inspeções técnicas,

resseguros

mais

dos

com

seus

riscos

puros

transferência

com urgência e, destes, surge todo o

prescindir

de

eficaz

serviços

de

de

conhecimentos

Por Paulo Leão de Moura Jr., chairman da THB Re Brasil.

e


86

Índice de anunciantes Acabine 39 (11) 2842-5672 cursos@acabine.com.br www.acabine.com.br 61

Ação Engenharia (11) 3883-6050 orçamento@acaoenge.com.br www.acaoenge.com.br 49

Alubar (91) 3754-7155 comercial.cabos@alubar.net www.alubar.net.br Andaluz 63 (27) 3041-6766 andaluz@andaluz.ind.com www.andaluz.ind.br Aner 57 www.aner.org.br 7

Beghim (11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br 21

BRVAL (21) 3812-3100 vendas@brval.com.br www.brval.com.br Cablena 27 (11) 3587-9590 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Chardon Group 79 (11) 98688-5711 wvalentim@chardongroup.com.br www.chardongroup.com.br 13

Cinase (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br Clamper Fascículos (31) 3689-9500 / 0800 7030 55 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br 9

Cobrecom (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Condumax 55 0800 701 3701 www.condumax.com.br 4ª capa

Conexled (11) 2334-9393 www.conexled.com.br

O Setor Elétrico / Janeiro de 2018

Crossfox 16 (11) 2902-1070 www.crossfoxeletrica.com.br 3ª capa e Fascículos

D’Light (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br 59

Elos (41) 3383-9290 siba@siba.com.br www.siba.com.br Embrastec 14 (16) 3103-2021 embrastec@embrastec.com.br www.embrastec.com.br Expolux 81 www.expolux.com.br Gimi Pogliano 51 (11) 4752-9900 www.gimipogliano.com.br Hellermann Tyton 47 (11) 2136-9090/ 4815-9090 vendas@hellermantyton.com.br www.hellermantyton.com.br 71

IFG (51) 3431-3855 www.ifg.com.br

Monter Elétrica 19 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Novemp Fascículos e 23 (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br Paratec 72 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Patola 29 (11) 2193-7500 vendas@patola.com.br www.patola.com.br 15

Premio OSE (11) 3872-4404 premio@atitudeeditorial.com.br www.premioose.com.br Prilux 25 (11) 3116-1300 comercial@grupoprilux.com.br www.grupoprilux.com.br 69

37

Intelli (16) 3820-1652 vendas@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaim Iluminação 2ª capa (11) 3181-5223 vendas@itaimiluminacao.com.br www.itaimiluminacao.com.br Itaipu Transformadores 11 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br 53

Lukma Electric (17) 2138-5050 vendas@lukma.com www.lukma.com Maccomevap 83 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br Megabrás 6 (11) 3254-8111 vendas@megabras.com.br www.megabras.com

Sil (11) 3377-3333 vendas@sil.com.br www.sil.com.br Te Connectivity 62 (11) 2103-6095 te.energia@te.com www.te.com/energy 8

THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br 73

Trael (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br 35

Thytronic/Engepoli (11) 4335-5139 | 96309-8393 engepoli@engenhariaengepoli.com.br www.engepolienergia.com Unitron 5 e 45 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.