Ano 13 - Edição 146 Março de 2018
Qualidade de luz
Afinal, os Leds estão prontos para substituírem as tradicionais fontes de iluminação? LINHAS ELÉTRICAS, TOMADAS E INTERRUPTORES Pesquisas exclusivas revelam otimismo nas empresas destes mercados, que esperam crescimento médio de 11% em 2018 RENOVÁVEIS Estudo analisa a complementaridade entre as fontes solar fotovoltaica e hidroelétrica
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Flávia Lima - MTB 40.703 - flavia@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Rio Grande do Sul e Minas Gerais Ransconsult Consultoria Claudio Rancoleta – rancoleta@atitudeeditorial.com.br | claudio@urkraft.com.br Tel: (11) 3872- 4404 | 99621-9305 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira
Suplemento Renováveis 43 No segundo capítulo do fascículo, o INPE traz um estudo que avalia a complementaridade das fontes solar fotovoltaica e hidroeletricidade, tendo em vista a redução de uma e o crescimento da outra nos últimos anos. O artigo leva em consideração a expansão do sistema elétrico brasileiro que deve ser analisada de forma integrada, considerando disponibilidade de recursos, aspectos sociais, econômicos, técnicos e ambientais.
8
19
Fascículos
36
Aula prática – Iluminação Artigo analisa parâmetros de qualidade de quatros fontes de luz: halógena, CDM, fluorescentes compactas e Leds. Objetivo foi comparar e avaliar reprodução de cor, índice de reprodução de cor e outros parâmetros das lâmpadas mencionadas.
58
Pesquisa – Linhas elétricas Fabricantes e distribuidores de produtos para linhas elétricas espera crescer em torno de 11% neste ano de 2018. A previsão encontra respaldo nos projetos de infraestrutura – novos e em reforma –, segundo apontam as entrevistadas.
61
Pesquisa – Tomadas e interruptores Mercado de tomadas e interruptores considera que a construção civil desaquecida é o principal entrave ao crescimento do setor, mas pretende investir em 2018 e aumentar seu quadro de colaboradores em até 12%, na média.
70
Espaço 5419 Argumentos para considerar o SPDA como um equipamento de proteção coletiva.
74
Espaço SBQEE Compartilhamento de responsabilidades sobre os desequilíbrios de tensão.
Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Cláudio S. Mardegan, Elbia Gannoum, Enio Bueno Pereira, Fernando Ramos Martins, Giuseppe Parise, José Carlos de Oliveira, Luciano Haas Rosito, Maria Francisca Velloso Azeredo, Normando Alves, Nunziante Graziano, Paulo Sérgio Pereira Júnior, Raquel Cristina Gregory, Ricardo Hayashi, Ronaldo Koloszuk e Vicente Scopacasa. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Shutterstock | Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio
Painel de notícias Setor de energia é alvo de cibercriminosos; BRVAL adquire fábrica de transformadores; EDP investirá em qualidade e segurança; Abinee renova parceria com Apex-Brasil; Fornecimento de energia melhora em 2017; Cobrecom anuncia novo site; Nordex inaugura fábrica de torres. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.
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Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento – Redes subterrâneas João José Barrico – NR 10 Juliana Iwashita – Iluminação eficiente José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
86
Dicas de instalação Uma nova abordagem para testes da proteção diferencial de barra.
89
Ponto de vista O uso de medidores inteligentes de energia como meio de adequação das distribuidoras à tarifa branca.
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Março de 2018 Capa ed 146_FINAL.pdf
1
4/3/18
9:03 AM
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Ano 13 - Edição 146 Março de 2018
Qualidade de luz
Afinal, os Leds estão prontos para substituírem as tradicionais fontes de iluminação? O Setor Elétrico - Ano 13 - Edição 146 – Março de 2018
LINHAS ELÉTRICAS, TOMADAS E INTERRUPTORES Pesquisas exclusivas revelam otimismo nas empresas destes mercados, que esperam crescimento médio de 11% em 2018 RENOVÁVEIS Estudo analisa a complementaridade entre as fontes solar fotovoltaica e hidroelétrica
Edição 146
A importância da complementaridade
Uma pesquisa rápida na internet sobre hidroeletricidade
de 2017, a energia eólica é a principal fonte de geração no
traz, como principais resultados, notícias sobre a situação
Nordeste brasileiro. Durante o ano, em vários momentos, a
atual dos níveis dos reservatórios brasileiros. No fim de março,
eólica abasteceu a maior parte daquela região. Em períodos
os reservatórios do Nordeste operavam com 33,5% da sua
de “sara”, quando os ventos produzem melhores resultados,
capacidade. Na região Sudeste, Furnas, uma das principais
as usinas eólicas chegaram a abastecer 64% da demanda de
usinas, operava com 31% de sua capacidade e, no Sul, os
um dia útil no Nordeste. Em dias isolados, a fonte chegou a
reservatórios registravam 63,8% de capacidade.
ser responsável por mais de 80% da demanda.
Essas informações nos levam a várias reflexões: e se a
No que concerne à energia solar, que acaba de alcançar 1
economia brasileira estivesse de vento em popa, com PIB
GW de capacidade instalada, os projetos são, em sua maioria,
crescendo a mais de 3% ao ano, representando aumento da
de geração distribuída, com consumo próximo à geração, mas
demanda, por consequência? E se não contássemos com as
existe uma tendência de investimentos em usinas de grande
fontes eólica e solar nos últimos anos, complementando a
porte. Se isso se concretizar, conforme analisa o estudo do
demanda atual, que, aliás, ainda está aquém das expectativas?
Inpe, o sistema elétrico brasileiro, em especial, a transmissão,
deverá passar por algumas transformações técnicas para se
O artigo assinado por pesquisadores do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe) contempla este assunto no
adaptar à nova realidade elétrica.
fascículo do suplemento Renováveis desta edição. O estudo
avalia a importância da energia solar fotovoltaica como
Setor Elétrico na Feira Internacional da Iluminação (Expolux),
complemento à hidroeletricidade, ainda maioria na matriz
que acontece entre os dias 24 e 27 de abril, no Expo Center
elétrica brasileira. O crescimento da energia solar, segundo
Norte, em São Paulo (SP). Na ocasião, comandaremos a
o estudo, é fundamental e pode trazer outros benefícios,
Arena do Conhecimento nos dois primeiros dias do evento.
além da geração de eletricidade, para regiões, com escassez
Trata-se de um seminário gratuito, em que especialistas em
hídrica. Para os pesquisadores, o uso combinado da geração
iluminação pública, industrial e automação compartilharão
solar com a hidroelétrica pode manter níveis de acumulação
seus conhecimentos com o público presente. Confira a
de água nos reservatórios viabilizando a geração em períodos
programação em www.osetoreletrico.com.br
de crise hídrica ou ainda permitindo outras finalidades,
Por fim, convido o leitor a visitar o estande da revista O
Boa leitura!
como abastecimento urbano, irrigação de culturas, produção agropecuária e preservação de áreas de proteção ambiental.
Abraços,
No caso da energia eólica, a importância da
complementaridade é ainda mais evidente. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), desde abril
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Revista O Setor Elétrico
Coluna do consultor
6
O Setor Elétrico / Março de 2018
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
Falhas e transtornos: os consumidores possuem infraestrutura adequada?
Uma falha na recém construída linha
com o avanço da importância do
As soluções não estão somente na
de transmissão que traz a energia de
suprimento
seus
instalação de geradores de backup
Belo Monte deixou em 21 de março
processos cada vez mais automatizados,
que possuem intervalos de tempo de
boa parte do Brasil sem energia, cada
a função de expectador já não cabe
partida superiores àqueles necessários
região foi “brindada” com um período
mais. Falhas no sistema de transmissão
para a não interrupção da carga, isto
maior ou menor de interrupção em
e distribuição sempre existirão, pois
quando partem adequadamente, pois
função das características de reação
são construídos com equipamentos
geradores de backup possuem alta taxa
dos subsistemas do sistema interligado
que possuem em seus DNAs suas
de falha na partida. São necessários
nacional (SIN). Os números divulgados
taxas de falha desde o instante que
outros dispositivos e equipamentos em
da carga não atendida (18.000 MW
são colocados em serviço e, por conta
função do tipo e volume de cargas que
desligados
e
4.200
energia
aos
MW
disso, alguma hora irão falhar, ou pior,
se desejam preservar. A avaliação da
rejeitados) não traduzem os transtornos
são ainda operados e programados
viabilidade do investimento é função
causados
supridas
por seres humanos. Enquanto a turma
destas perdas.
que são superiores a 73.000 MW ou
do suprimento faz sua lição de casa,
O “chororô” típico de hospitais
86.000MW do SIN em valores médios
melhorando ou tentando melhorar os
públicos que ficaram sem energia em
ou máximos.
seus aspectos de confiabilidade até
razões da falha e que deixa toda a
Tudo indica que mais uma falha
para fazer jus ao custo da energia,
população em polvorosa ilustra o grau
humana/operação foi a responsável
a turma do consumo da outra ponta
de despreparo dos administradores
pelo evento. Há de se considerar que
do fio, além de reclamar e reivindicar,
públicos e suas equipes técnicas.
os efeitos transitórios, VTCDs e outros
deve começar a fazer contas e garantir
Está claro que carga crítica deve ser
distúrbios causaram impactos bastante
resiliência aos seus processos com
contingenciada de forma adequada à
importantes, além do contabilizado. A
incremento da confiabilidade em suas
própria criticidade do processo (neste
questão que ora trataremos não está
próprias infraestruturas.
caso, vidas humanas). Um hospital não
relacionada às causas desta e outras
Alguns
este
deveria nem ter licença de operação
falhas que a equipe do Operador
evento, variações de tensão de curta
sem a mínima condição de resiliência
Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
duração (as VTCDs) que nem chegam
às falhas. A patologia técnica das
tratará de investigar e informar sem
a durar um segundo, causadas pelo
instalações
sensacionalismo e com transparência,
sistema de transmissão e distribuição
àquelas que alguns médicos heróis
mas
com
das
outros
de
demandas
argumentos
técnicos
dias
anteriores
a
parece
ser
superior
e
na alimentação da cidade de São Paulo,
tentam estancar mesmo sem recursos,
tomando as devidas ações corretivas
deixaram plantas industriais paradas
enquanto os gestores públicos tratam
evitando recorrências, aliás como lhes
por várias horas causando significativas
de seus próprios interesses, que estes
cabe.
perdas de processo às plantas que não
últimos façam mais, chorem menos e,
estavam preparadas para o distúrbio.
por favor, não se corrompam!
Do ponto de vista do consumidor,
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Março de 2018
Setor de energia é alvo de cibercriminosos Empresas de energia lideram ranking das mais afetadas por cibercrimes no segundo semestre de 2017 Cerca de 40% de todos os sistemas de
prejuízos para os negócios. Ao analisar o
automação e hoje é um dos mais informatizados.
controle industrial (ICSs) de organizações do
cenário das ameaças em diversos setores, a
Os incidentes de cibersegurança e ataques
setor energético, protegidas pelas soluções
ICS CERT da Kaspersky Lab registrou que
direcionados ocorridos nos últimos anos,
da Kaspersky Lab, sofreram pelo menos um
em quase todos há ataques cibernéticos
juntamente com as iniciativas regulatórias,
ataque de malware nos últimos seis meses
sobre os computadores do ICS.
são um ótimo argumento para as empresas
de 2017, seguido das redes de integração
No entanto, dois segmentos sofreram
de geração e fornecimento de energia
de engenharia e ICSs, com 35,3%. Essa é
mais ataques que outros: organizações do
começarem a adotar produtos e medidas
uma das principais constatações do relatório
setor energético (38,7%) e empresas de
de segurança online em seus sistemas de
mais recente da Kaspersky Lab, intitulado
integração de engenharia e ICS (35,3%).
tecnologia operacional (OT).
“Cenário das ameaças a sistemas de
O setor que demonstrou um aumento mais
automação industrial no segundo semestre
notável no número de computadores de
dos maiores sistemas de objetos industriais
de 2017”, que mostrou que o número de
ICS atacados durante o segundo semestre
interconectados, com um grande número de
ataques nesses dois setores é visivelmente
de 2017, em comparação com o primeiro
computadores conectados à rede e um nível
superior ao observado em outros segmentos.
semestre do mesmo ano, foi o da construção,
relativamente alto de exposição a ameaças
Em outros setores, a média de computadores
com 31,1%. Em todos os outros segmentos
virtuais, como mostram as estatísticas da
atacados ficou entre 26% e 30%, sendo que
em questão (manufatura, transportes, serviços
ICS CERT da Kaspersky Lab. Por sua vez,
a grande maioria dos ataques detectados foi
públicos, alimentos, saúde, etc.) a proporção
a grande porcentagem de computadores de
acidental.
de computadores atacados variou de 26% a
ICS atacados em empresas de integração
30%, em média.
de engenharia e ICS é outro problema grave,
industriais continua sendo um problema
De acordo com os especialistas, o setor
considerando que a cadeia de fornecimento
que pode ter consequências muito graves,
energético foi um dos primeiros a começar
foi usada como vetor em alguns ataques
afetando processos industriais e causando
a usar amplamente várias soluções de
devastadores nos últimos anos.
A
cibersegurança
de
instalações
Além disso, a rede elétrica moderna é um
Abinee renova parceria com Apex-Brasil Novo convênio contempla ações para atração de investimentos em energia renováveis A Associação Brasileira da Indústria
no planejamento estratégico das companhias.
convênio é o resultado de um plano de trabalho
Elétrica e Eletrônica (Abinee) e a Agência
“As empresas perceberam que não se trata
elaborado e planejado com a contribuição das
Brasileira de Promoção de Exportações
apenas de uma alternativa em momentos
empresas. Segundo ele, para essa nova fase
e
críticos, mas uma atividade perene”, diz.
foram elencados cinco mercados prioritários:
recentemente, o Programa Electro-Electronic
Barbato destaca que o Brasil dispõe de
Estados Unidos, México, Colômbia, Peru e
Brasil para o período 2018-2020. Com o
uma situação geográfica privilegiada e de um
África do Sul. “Em cada um desses países
objetivo de ampliar e fortalecer a participação
parque industrial robusto, o que possibilita
foram definidos segmentos e produtos com
das
Investimentos
(Apex-Brasil)
renovaram,
de
acessar mercados de países próximos. Para
maior potencial de entrada”, explica Manfre.
eletroeletrônicos por meio da promoção das
aproveitar esse potencial e tornar o País um
exportações e da atração de investimentos, a
polo exportador, além de iniciativas como a da
exportação e internacionalização, estudos de
iniciativa pretende alcançar a meta de US$ 2
Abinee e Apex-Brasil, o presidente da Abinee
mercado com inteligência comercial; feiras
bilhões em exportações no período.
ressalta a necessidade de redução de custos
internacionais; missões comerciais; projetos
para exportação.
compradores e fortalecimento das parcerias
empresas
Segundo
o
brasileiras
presidente
do
da
setor
Abinee,
estratégicas em âmbito nacional e internacional.
Humberto Barbato, a renovação do convênio vem em um momento importante de retomada das exportações do setor eletroeletrônico.
O programa contempla: capacitação em
Mercados prioritários e atração de investimentos
Em sua opinião, a recente crise do mercado
Uma novidade para o período 20182020 é a atração de investimentos por meio de ações para transferência de tecnologias,
interno impulsionou a atividade exportadora,
O supervisor de Projetos Setoriais da Apex-
principalmente
que começa a ser incorporada definitivamente
Brasil, Mauricio Manfre, salienta que o
renováveis, como eólica e solar.
nas
áreas
de
energias
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Março de 2018
Fornecimento de energia elétrica no país melhora em 2017 Indicadores apurados pela Aneel revelam melhora dos serviços prestados pelas concessionárias no ano passado
A qualidade dos serviços de distribuição
de energia elétrica melhorou em 2017, conforme apontam os indicadores de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) apurados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ao longo do ano passado, os consumidores ficaram 14,35 horas em média sem energia (DEC), o que representa uma redução de 9,23% do valor registrado em 2016 de 15,81 horas em média. O valor do DEC no ano de 2017 é o menor valor histórico para esse indicador. A frequência (FEC) no número de interrupções se manteve
foram Energisa Minas Gerais (EMG) em
em comparação ao ano de 2016. As últimas
em trajetória decrescente, com redução
primeiro, seguida da Companhia Energética
posicionadas foram a Enel Goiás, em 33º,
de 8,87 interrupções em média em 2016
do Maranhão (Cemar). As distribuidoras
e a Eletrobras Alagoas, em 32º lugar.
para 8,20 interrupções em média por
que mais evoluíram em 2017 foram a
A concessionária que mais regrediu no
consumidor em 2017, o que significa uma
Energisa Minas Gerais e a Energisa
ranking foi a Energisa Sergipe com recuo
melhora de 7,55% no período.
Tocantins com um avanço de oito posições
de 8 posições em comparação a 2016.
Segundo a Aneel, o avanço é resultado
de ações, como as novas regras de qualidade do fornecimento nos contratos de concessão das distribuidoras, a adoção de planos de resultados para as distribuidoras que
apresentavam
pior
desempenho,
compensação financeira ao consumidor, fiscalizações da Agência e definição de limites de interrupção decrescentes para as concessionárias.
Desempenho por distribuidora
A Aneel avaliou todas as concessionárias
do país no período de janeiro a dezembro de 2017, divididas em dois grupos: 33 concessionárias de grande porte, com número de unidades consumidoras maior que 400 mil; e 25 concessionárias de menor porte, com o número de unidades consumidoras menor ou igual a 400 mil.
Das empresas com mais de 400 mil
consumidores,
as
melhores
colocadas
13
O Setor Elétrico / Março de 2018
Reforma do setor elétrico pode beneficiar pequenas e médias empresas Segundo estudo da Abraceel, entrada de indústrias menores no ACL pode garantir R$ 10,5 bilhões de economia com energia elétrica
A Associação Brasileira dos Comercia
lizadores de Energia (Abraceel) acaba de entregar estudo ao ministério das Minas e Energia (MME) solicitando que o Projeto de Lei do Governo Federal contemple o adiantamento de permissão de entrada dos consumidores do Grupo A no Mercado Livre. De
acordo
com
a
associação,
o
adiantamento, de 2026 para 2021, permitiria a entrada antecipada em cinco anos das 182.593 empresas que compõe o Grupo A de consumidores de alta tensão, com consequente economia de R$ 10,5 bilhões nas contas de luz nesse período, sem gerar sobrecontratação de energia nas distribuidoras, respeitando-se todos os contratos no Ambiente de Contratação Regulado (ACR).
“A nossa proposta de adiantamento não
impacta o equilíbrio do setor elétrico e, ainda, vai gerar recursos para que os pequenos e médios negócios possam investir em novos projetos e expansões, com geração de empregos e renda”, afirma o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros. Pela proposta atual do governo, apenas 24 mil indústrias e
estabelecimentos
beneficiados até 2026.
comerciais
serão
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Março de 2018
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Luminária Led www.poleoduto.com.br
A Poleoduto está expandindo sua linha de materiais elétricos para atmosferas explosivas e
apresenta seu mais novo lançamento: a luminária Led Poleoduto. Desenvolvida para utilização em áreas classificadas, a luminária Led Poleoduto possui dupla tecnologia: não acendível (nA) e não centelhante (nC).
Foi projetada para atender aos mais rigorosos testes de qualidade, tendo como principais
características a versatilidade na instalação e a expectativa de vida útil superior a 50.000 horas.
Com grau de proteção IP 66, a luminária pode ser encontrada nas potências de 26 W, 41 W,
47 W, 55 W e 81 W. O produto é indicado para zonas 2, 21 e 22, estando em conformidade com as normas técnicas brasileiras.
Luminária apresenta tecnologias não acendível e não centelhante.
Relés de segurança www.schmersal.com.br
A Schmersal está apresentando sua nova família de módulos de relés de segurança Protect SRB-E, que pode
ser utilizada em aplicações até a categoria 4/PL.
Em conformidade com as normas EN ISO 13849-1, SIL 3 e EN 62061 / IEC 61508, os relés são destinados
ao monitoramento de dispositivos de proteção, cortinas de luz, sensores e chaves de segurança. “Dessa forma, é possível elevar a categoria de segurança do sistema, monitorando tanto as entradas, quanto as saídas”, explica o coordenador de produtos da Schmersal, João Pedro Alvise.
Com tamanho compacto e de fácil instalação, os relés de segurança podem ser aplicados em painéis para
adequação de máquinas e equipamentos de diversos segmentos do mercado nacional.
De acordo com a empresa, uma vantagem da nova série SRB-E é a possibilidade de substituir diversos modelos
de relés da linha anterior (SRB) por uma variedade menor de produtos, graças à sua multifuncionalidade. Cada módulo pode ser configurado em até onze diferentes aplicações, por meio de uma manopla rotativa frontal, de fácil manuseio.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Março de 2018
Pextron completa 50 anos de atividades Em ano de comemoração, empresa brasileira investe em desenvolvimento de novos produtos e mudará sede para edifício próprio A Pextron é uma empresa brasileira tradicional
e
reconhecida
em
fornecer
produtos e serviços de proteção para sistemas elétricos, mas não foi sempre assim. Para chegar até os 50 anos de vida, a companhia, que começou produzindo controles de temperatura, percorreu um longo caminho.
A primeira sede da empresa era apenas
uma casa térrea antiga, localizada no bairro de Moema, em São Paulo (SP), bairro, aliás, que hospeda a empresa até os dias atuais. O ano era 1968 e os primeiros produtos fabricados foram os controladores de temperatura
Nova sede da Pextron, na fase final da construção.
produzidos ainda de forma quase caseira. “Desde a dobra da chapa até a montagem,
O gerente de vendas da Pextron, Uriel
segundo seus diretores, deverá revolucionar
tudo era feito de forma artesanal”, relembra o
Silva, acrescenta que o primeiro relé de
o mercado de proteção. Já patenteado,
sócio fundador da companhia, Carlos Alberto
proteção microprocessado a ser apresentado
o novo equipamento está passando por
Orsini.
no país foi produzido pela Pextron, mas o
ensaios técnicos e, em breve, será enviado
Nesse período, o Brasil era governado pelo
equipamento sofreu certa hostilidade do
para homologação em algumas companhias
regime militar, que protegia a indústria nacional,
mercado de distribuição de energia por conta
de energia. Mais detalhes só poderão ser
não permitindo a entrada de multinacionais
dos tradicionais relés eletromecânicos, que
divulgados com o efetivo lançamento da
no país. Isso, de certa forma, contribuiu para
dominavam o segmento. Foi somente algum
novidade.
o crescimento da Pextron, que chegou a se
tempo depois, em 1990, que o primeiro
mudar para espaços maiores por algumas
relé microprocessado da Pextron foi então
Nova sede
vezes. O início da década de 1980, no entanto,
instalado em uma empresa do Grupo Rede, na
veio tomado por uma crise econômica, que
cidade de Bragança Paulista (SP). “Na época,
se mudar para o novo edifício, que está
atingiu fortemente o mercado em que a Pextron
as empresas privadas não tinham receio de
sendo construído pela própria companhia. O
atuava, levando a empresa a investir em outro
arriscar e a promessa de redução de custos
endereço, no entanto, continuará praticamente
segmento de produtos: os relés de proteção.
era atraente”, justifica. De lá para cá, outras
o mesmo. A nova sede fica exatamente do
“Sempre com desenvolvimento e investimento
companhias foram finalmente aceitando o
outro lado da rua do escritório atual.
próprios, começamos a desenvolver os nossos
produto, que vem passando por diversas
relés, um processo que levou alguns anos”,
transformações tecnológicas com o tempo.
espaço é fruto de uma série de aquisições
conta o sócio Pedro Grinevicius. Ele conta
Com a abertura de mercado pelo
de imóveis feitas pela empresa ao longo dos
que foi apenas em meados de 1990 que
Governo Collor, as multinacionais entraram
anos. “Foram grandes oportunidades que
conseguiram finalizar os primeiros protótipos.
no país e a Pextron concentrou seus esforços
apareceram durante as nossas mudanças
“Na época, havia um grupo de excelência em
no segmento de cabines primárias, mercado
de endereço pelo mesmo bairro ao mesmo
proteção coordenado por um especialista da
que detém 80% no que diz respeito a relés
tempo em que a empresa ia crescendo.
Cemig e o nosso relé foi desenvolvido com
de proteção. Para Orsini, a sobrevivência
Nesse ponto, contamos muito com a sorte”,
base nas exigências desse grupo, sendo,
da Pextron até os dias atuais deve-se a
conta o sr. Orsini.
posteriormente, apresentado em uma reunião
três grandes fatores: “acreditar no que faz,
internacional do Cigré, em Minas Gerais.
trabalho duro e contar com profissionais
espaço contará com uma área dedicada à
Nosso relé chegou a ser considerado como
competentes”.
apresentação dos produtos para clientes,
‘produto de segurança nacional’”, relembra
Para os próximos anos, a empresa
fornecedores e parceiros, sendo uma espécie
Pedro.
vem trabalhando em um novo produto que,
de showroom da companhia.
Nos próximos meses, a Pextron deverá
Com área construída de 2.600 m², o
A empresa informa que, em breve, o
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O Setor Elétrico / Março de 2018
EDP São Paulo investirá cerca de R$ 300 milhões em 2018 Investimento será direcionado para modernização da rede e atendimento ao consumidor A EDP anuncia investimentos para
rede e para a construção e modernização
com tecnologia de proteção contra o impacto
melhoria do serviço oferecido aos seus mais
da infraestrutura de alta tensão. Entre os
de vegetação, pipas e objetos lançados em
de 1,8 milhão de clientes do Alto Tietê, Vale
empreendimentos estão as subestações em
dias de fortes chuvas. Para potencializar as
do Paraíba e Litoral Norte paulista. Com foco
Taubaté, Guararema e Guarulhos, que juntas
melhorias, limitar os impactos e restabelecer
na expansão e modernização da rede elétrica,
beneficiarão cerca de 700 mil pessoas.
rapidamente o serviço em caso de interrupção
infraestrutura e atendimento, o valor a ser
no fornecimento, a concessionária instalará
investido em 2018 é 14% maior do que o
realizado permitirá, ainda, um acréscimo
122
realizado em 2017.
de 115 MVA de potência instalada nas
Atualmente, a Empresa comporta 1.241
“Para 2018, temos um plano de melhorias
regiões atendidas, o que corresponde à
equipamentos ao longo de toda sua extensão.
robusto, que vai nos permitir entregar um
capacidade atual do município de Ferraz de
No que diz respeito ao atendimento
serviço cada vez mais seguro e confiável, além
Vasconcelos. As obras possibilitarão que o
ao cliente, a concessionária contará com
de nos aproximar dos nossos consumidores
sistema acompanhe o desenvolvimento das
quatro novas agências físicas em 2018:
por meio das novas agências e serviços nos
cidades, além de aprimorar a confiabilidade e
Pindamonhangaba, Ferraz de Vasconcelos,
canais de atendimento virtuais", destaca o
qualidade do serviço aos clientes atuais.
Guaratinguetá e Caçapava. Os espaços
diretor geral da distribuidora, Marney Antunes.
Os recursos serão usados também para
maiores trarão mais conforto e modernidade,
Do total, destacam-se os R$ 88 milhões
trazer mais segurança, com a implantação
integrando tecnologias que agilizam as
que serão direcionados para a ampliação da
de 367 km de redes de média e baixa tensão
demandas e acolhimento com comodidade.
De acordo com a empresa, o investimento
novos
religadores
Cobrecom anuncia novo site Mais moderno, portal é responsivo e apresenta fácil navegação
A Cobrecom Fios e Cabos Elétricos lançou, recentemente, seu novo site. Com projeto gráfico
reestruturado, o portal www.cobrecom.com.br possui um visual mais moderno e com fácil navegação.
“O objetivo de sua reformulação é tornar o site da Cobrecom o principal canal de comunicação da
empresa com seus públicos-alvo”, conta o gerente de marketing da Cobrecom, Paulo Alessandro Delgado.
De acordo com o executivo, outro objetivo é a disseminação de informações técnicas. Com o site, os
visitantes podem acessar os links de capacitação profissional, textos técnicos, notícias, entre outros.
Ao navegar pelo novo portal também é possível conhecer todos os produtos da empresa, ter
acesso a novidades, ações de marketing e eventos da empresa.
Totalmente responsivo, o site pode ser visualizado em qualquer dispositivo, como smartphones, tablets, notebooks ou desktop.
automáticos.
Painel de empresas
18
O Setor Elétrico / Março de 2018
Empresas estão despreparadas para a nova economia energética Estudo da Schneider Electric realizado com 236 empresas mostra que as organizações se sentem prontas para competir no mercado energético em evolução, mas a prática não reflete essa percepção
Um
novo
estudo
divulgado
pela
Schneider Electric revela que a maioria das organizações se sente preparada para um futuro descentralizado, descarbonizado e digitalizado, mas muitas não têm tomado as medidas necessárias para integrar e promover seus programas de energia e sustentabilidade.
Essa falsa sensação de segurança pode
ser atribuída à constatação de que a maioria das empresas ainda adota abordagens bastante convencionais para gerenciamento de energia e ação climática. E os desafios da inovação são ainda mais complicados por conta da coordenação limitada entre os departamentos de compras, operações
para reduzir o consumo e o desperdício de
nível local ou regional. E entre as pessoas
e sustentabilidade, bem como a coleta e o
água;
que
compartilhamento ineficientes de dados.
• 51% completaram ou estão planejando
insuficientes
A pesquisa apurou que 81% das
projetos de energia renovável;
dados e avaliação de projetos" como um
empresas fizeram upgrades ou planejamentos
•
de eficiência energética, mas 30% ou menos
estão planejando ativamente o uso de
regional ou nacional - não global.
têm considerado novas oportunidades de
armazenamento de energia, microgrids, calor
energia, como microgrids e resposta à
e energia combinados - ou alguma mistura de
(ROI) é a referência óbvia para as iniciativas
demanda.
tecnologias;
de energia e sustentabilidade, as empresas
De acordo com a pesquisa, das quase
• Somente 23% têm estratégias de resposta
estão começando a ter uma visão mais
240 grandes empresas (US$ 100 milhões
à demanda ou planejam tê-las no curto prazo.
ampla e abrangente dos investimentos. Por
Apenas
30%
implementaram
ou
identificaram para
"ferramentas/métricas compartilhamento
de
desafio, 65% gerenciam dados a nível local, E enquanto o retorno sobre investimento
exemplo, mais da metade dos entrevistados
em receita ou mais) de todo o mundo, 85% disseram estar agindo nos próximos três
A primeira barreira em direção ao
disseram que o impacto ambiental é levado
anos para manter seus planos de redução
progresso pode ser o alinhamento interno.
em conta no processo de avaliação. O risco
de carbono a níveis competitivos. Mas os
61% dos entrevistados disseram que as
organizacional (39%) é outra consideração
projetos que foram iniciados ou estão em
decisões de energia e sustentabilidade de
importante.
desenvolvimento
fortemente
sua organização não estão bem coordenadas
para a conservação de energia, água e
com as equipes e departamentos relevantes,
Research para identificar como as empresas
resíduos.
renováveis,
especialmente nos setores da indústria e
desenvolvem estratégias ambientais e de
poucas organizações estão implementando
bens de consumo. Além disso, o mesmo
energia, coletam e compartilham dados e
estratégias e tecnologias mais avançadas
número de entrevistados disse que a falta de
coordenam os departamentos, uma prática
para gerenciar energia e emissões.
colaboração é um desafio.
conhecida como Active Energy Management
O gerenciamento de dados foi citado
(Gestão Ativa de Energia, em tradução livre).
como outro obstáculo para a gestão integrada
As empresas pesquisadas representam 11
• 81% dos entrevistados têm feito melhorias
de energia e carbono. 45% dos respondentes
segmentos principais, incluindo bens de
ou planos de eficiência energética para os
afirmaram que os dados organizacionais
consumo, energia/utilities, finanças, indústria,
próximos dois anos, 75% estão trabalhando
são altamente descentralizados, tratados a
saúde e tecnologia.
Fora
se as
inclinam energias
As principais descobertas revelam que:
O estudo foi realizado pela GreenBiz
O Setor Elétrico / Março de 2018
19
Eletrobras apresenta prejuízo líquido de R$ 1,726 bilhão em 2017 Números são influenciados por provisões operacionais e por segmento de distribuição A Eletrobras apresentou, em 2017,
do trimestre foi de R$ 491 milhões, 155%
prejuízo líquido de R$ 1,726 bilhão, resultado
inferior ao apresentado no 4T16.
influenciado, principalmente, pelas provisões
operacionais de R$ 4,646 bilhões (excluídas
foi de R$ 178 milhões, 22% inferior ao lucro
as provisões do segmento de distribuição)
gerencial de R$ 229 milhões de 2016. Já
– relativas a empréstimo compulsório e
a Receita Operacional Líquida gerencial
impairment – e pelo prejuízo do segmento
apresentou crescimento de 21%, passando
de distribuição, de R$ 4,179 bilhões. Já o
de R$ 25,549 bilhões em 2016 para R$
resultado de 2016, quando foi registrado
30,887 bilhões em 2017. O Ebitda gerencial
lucro de R$ 3,513 bilhões, foi influenciado,
apresentou crescimento de 44%, passando
principalmente,
de R$ 3,845 bilhões em 2016 para R$ 5,554
pela
contabilização
da
O lucro líquido gerencial obtido em 2017
remuneração relativa aos créditos da Rede
bilhões em 2017.
Básica do Sistema Existente (RBSE).
Destacam-se em 2017 de forma positiva
No quarto trimestre de 2017, a Eletrobras
a Receita Operacional Líquida de R$
apresentou prejuízo líquido de R$ 3,998
37,876 bilhões, a CVA (ativo regulatório)
bilhões, enquanto, no mesmo período, no
positiva no montante de R$ 1,441 bilhão e
ano anterior, o prejuízo líquido foi de R$
a contabilização da remuneração relativa à
6,258 bilhões. O prejuízo líquido gerencial
RBSE no valor de R$ 4,923 bilhões.
BRVAL adquire fábrica de transformadores da Ultrapower Transformadores a seco de média tensão ampliarão o portfólio de produtos da empresa Tradicional fabricante de conjuntos
produzido na unidade de Salto. São
de
com
realizados testes de descargas parciais
homologação em diversas concessionárias
em 100% dos equipamentos produzidos.
brasileiras, a BRVAL Electrical anuncia a
Pretendemos manter as duas fábricas –
compra da unidade de transformadores
a de painéis elétricos em Valença/RJ e a
a seco de média tensão da Ultrapower,
de transformadores em Salto/SP -, ambas
localizada em Salto (SP).
com certificação ISO 9001”, avalia.
A compra desta fábrica está em
Questionado
consonância
manobra
de
média
tensão,
sobre
a
situação
do
planejamento
mercado nacional, Alexandre diz acreditar
estratégico da empresa, que pretende
na recuperação da economia. “Sou otimista
ampliar seu portfólio de produtos. De acordo
por natureza e acredito que na crise surgem
com o diretor comercial da BRVAL, o eng.
as melhores oportunidades para quem
Alexandre Morais, a escolha da Ultrapower
estiver preparado, tenho a convicção de que
deu-se pela qualidade do produto e dos
empresas que prezam pela qualidade de
seus processos de controle de qualidade
produtos, inovação e eficiência na gestão
e produção. “Ficamos admirados com
se mantêm sólidas independentemente dos
a qualidade do transformador a seco
indicadores macroeconômicos”.
com
o
Painel de empresas
20
Grupo Nordex inaugura fábrica de torres no Piauí Cerca de 300 colaboradores participam direta e indiretamente da fabricação de torres de concreto e aerogeradores
Estrutura da fábrica foi transportada por 300 carretas.
O Grupo Nordex inaugurou, no último
vento em prol da geração de energia
dia 6 de abril, uma fábrica de torres dentro
limpa.
do Complexo Eólico Lagoa do Barro,
A logística para a instalação da
localizado no município de Lagoa do
fábrica
Barro, no estado do Piauí. O parque eólico
fizeram o transporte de toda a estrutura
pertence à Atlantic Energias Renováveis.
do empreendimento a partir de Santa
O projeto marca a chegada da primeira
Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul.
indústria de grandes componentes eólicos
Além da localização, que oferece
na região.
maior vantagem para suas atividades,
Localizada dentro
do
estrategicamente
complexo
para
envolveu
300
carretas,
que
o empreendimento traz como vantagem
otimizar
para a região a contratação de mão de
investimentos, mitigar riscos durante as
obra local – ao todo, serão cerca de
obras e reduzir o período de produção,
300 colaboradores participando direta e
a fábrica será montada em uma área
indiretamente da fabricação de torres de
de sete hectares. Até a finalização das
concreto e aerogeradores para os oito
obras do complexo, serão produzidas
parques do complexo eólico. “Nosso
ali 1.500 peças que sustentarão os 65
investimento no Piauí colabora para o
aerogeradores do modelo AW3000 – o
desenvolvimento
equipamento tem 3 MW de capacidade,
uma região que tem um dos menores
rotor de 125 metros de diâmetro e pás
Índices de Desenvolvimento Humano do
de 61,2 metros, atributos notáveis que
Brasil”, destaca o diretor comercial do
resultam no máximo aproveitamento do
Grupo Nordex, David Lobo.
socioeconômico
de
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
20
Nunziante Graziano Capítulo III – Requisitos de projeto e construção • Aterramento • Aterramento do invólucro • Janelas de inspeção
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
26
Luciano Haas Rosito Capítulo III – Distribuições Luminotécnicas e controle da luz • Distribuição das intensidades luminosas • Distribuição fotométrica • Controle de distribuição de intensidade luminosa • Classificações permitidas – Portaria 20 Inmetro
Proteção contra arco elétrico
30
Cláudio Mardegan e Giuseppe Parise Capítulo III – Levantamento dos dados essenciais • Equivalente da rede • Dados dos equipamentos • Topologia do sistema • Configurações e condições operacionais
Fascículos
Apoio
Apoio
Fascículo
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
22
Por Nunziante Graziano*
Capítulo III Requisitos de projeto e construção
Prezado leitor, este fascículo pretende
conectados, localização de defeitos em
com fusíveis limitadores de corrente, o
apresentar em detalhes o conjunto de
cabos, ensaios de tensão em cabos ou outros
fabricante do conjunto de manobra e
normas brasileiras para construção de
dispositivos conectados e eliminação de
controle pode fixar a corrente de curto-
conjuntos de manobra e controle em alta
cargas eletrostáticas perigosas, possam ser
circuito limitada pelo fusível.
tensão, acima de 1 kV até 52 kV, inclusive.
realizadas com segurança.
No primeiro capítulo deste fascículo
componentes
deve especificar o tipo, a quantidade
apresentamos ao leitor os objetivos deste
removíveis dos mesmos tipos, características
solicitada e a qualidade requerida do líquido
trabalho, que contemplou a apresentação
nominais e construção devem ser mecânica
a ser utilizado no equipamento de manobra
do panorama atual da ABNT NBR
e eletricamente intercambiáveis. As partes
e controle. Deve ainda fornecer ao usuário
IEC 62271-200 vigente no Brasil, suas
removíveis e componentes de valores
as instruções necessárias para regeneração
subdivisões, principais pontos de interesse,
nominais iguais ou superiores podem ser
do líquido e para a manutenção da sua
suas
interpretações
e
definições.
Todas
as
partes
No caso de uso de líquidos, o fabricante e
No
instaladas no lugar de partes e componentes
quantidade e qualidade requeridas, exceto
segundo capítulo, abordamos as principais
removíveis de valores nominais iguais ou
para sistemas de pressão selados. É necessário
características nominais de um conjunto de
inferiores, desde que o projeto destas partes
atentar-se para a necessidade de cumprir
manobra e controle em invólucro metálico
e componentes removíveis e compartimento
com os regulamentos locais referentes a vasos
de alta tensão, desde tensão nominal e
permita intercambiabilidade mecânica. Isto
de pressão, o que diz respeito, neste ponto, a
número de fases, nível de isolamento
geralmente não se aplica a dispositivos
regulamentos ambientais, trabalhistas ou de
nominal, frequência nominal, corrente
limitadores de corrente.
combate a incêndios.
nominal de regime contínuo, corrente
Cabe ressaltar que um erro comum
Um dispositivo deve ser previsto para
suportável nominal de curta duração para
de interpretação, às vezes acompanhado
verificar o nível do líquido, de preferência
circuitos principais e de aterramento,
de certa dose de má fé, que consiste na
em serviço, com indicação dos limites
entre outros tópicos. Este capítulo tratará
instalação de uma parte removível ou
mínimo e máximo admissíveis para um
dos requisitos de projeto e construção
componente de valor nominal superior não
funcionamento correto. O líquido a ser
obrigatórios para os conjuntos.
aumenta, necessariamente, as capacidades
utilizado em equipamentos de manobra
Os conjuntos de manobra e controle em
de uma unidade funcional ou implica que
e controle deve estar em conformidade
invólucro metálico devem ser projetados de
esta unidade funcional é capaz de operar
com as instruções do fabricante. Para
forma que as operações de serviço normal,
com os valores nominais aumentados da
equipamentos de manobra e controle
inspeção e manutenção, determinação do
parte removível ou componente. Os vários
preenchidos com óleo, o óleo isolante novo
estado energizado ou desenergizado do
componentes contidos no invólucro estão
deve ser conforme a IEC 60296. Ressalvas
circuito principal, inclusive a verificação
sujeitos às especificações individuais que se
importante ao uso de óleos estão previstas
da sequência de fase, aterramento de cabos
aplicam a eles. Para os circuitos principais
na ABNT NBR 14039.
23
Apoio
No caso de uso de gases, o fabricante deve especificar o tipo e a quantidade, a qualidade e a densidade requeridas do gás a ser utilizado no equipamento de manobra e controle, e fornecer ao usuário as instruções necessárias para a regeneração do gás e a manutenção da sua quantidade e qualidade solicitadas, exceto no caso de sistemas de pressão selada. Para o equipamento de manobra e controle preenchido com hexafluoreto de enxofre (SF6), o SF6 conforme norma IEC 60376 ou IEC 60480 pode ser utilizado. Para evitar qualquer condensação, a quantidade máxima admissível de umidade dentro do compartimento do equipamento de manobra e controle preenchido com gás a uma densidade de enchimento nominal para o isolamento deve ser tal que o ponto de orvalho não seja superior a -5 °C para uma medição realizada a 20 °C. As medições tomadas a outras temperaturas devem ser corrigidas de forma adequada. Para a medição e a determinação do ponto de orvalho, ver IEC 60376 e IEC 60480. As partes do equipamento da manobra e controle de alta tensão contendo gás comprimido devem satisfazer os requisitos indicados nas normas IEC aplicáveis.
Aterramento As correntes de curto-circuito nominais aplicáveis para o circuito de aterramento dependem do tipo de aterramento do neutro do sistema para o qual é previsto. Para sistemas com um neutro solidamente aterrado, a corrente máxima de curtocircuito do circuito de aterramento pode alcançar níveis até a corrente suportável nominal de curta duração do circuito principal. Entretanto, para outros sistemas de aterramento do neutro, a corrente de curta duração máxima do circuito de aterramento pode alcançar até 87% da corrente suportável nominal de curta duração do circuito principal (curto-circuito nas condições de defeito bifásico à terra). O circuito de aterramento normalmente é projetado para suportar um curtocircuito monofásico. Para assegurar a proteção de pessoal durante o trabalho de manutenção, deve-se poder aterrar todas as partes do circuito principal para as quais o acesso é requerido ou proporcionado antes de ficarem acessíveis. Isto não se aplica às partes removíveis que se tornam acessíveis depois de serem separadas do conjunto de manobra e controle.
Aterramento do invólucro O equipamento de manobra e controle deve ser equipado com um borne de aterramento seguro que tem um parafuso de fixação ou por conjunto de fixação adequado para a conexão de um condutor de aterramento apropriado nas condições especificadas
Apoio
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
24
de falta à terra. O ponto de conexão deve
condutor de aterramento, por exemplo,
requerer ferramentas para abri-los ou
ser identificado com o símbolo de "terra
parafuso. Todas as partes metálicas previstas
removê-los e devem ter as seguintes
de proteção", como indicado pelo símbolo
para serem aterradas e não fazendo parte
características:
5019 da IEC 60417. As partes metálicas
do circuito principal ou auxiliar devem
do invólucro conectadas ao sistema de
também ser conectadas ao condutor de
controlados por intertravamento: estes
aterramento podem ser consideradas como
aterramento, diretamente ou por partes
compartimentos devem ser providos
um condutor de aterramento.
estruturais metálicas.
de dispositivos de intertravamento
Compartimentos
acessíveis
Todos os componentes e invólucros
As interconexões dentro da unidade
de forma que somente seja possível
metálicos que podem ser tocados em
funcional devem ser asseguradas por uma
abrir o compartimento quando a
condições normais de funcionamento e
tecnologia que proporcione a continuidade
parte do circuito principal contida
são destinados a ser aterrados devem ser
elétrica entre a estrutura, as coberturas,
no compartimento que está sendo
conectados a um borne de aterramento.
as portas, as divisórias ou outras partes
realizado o acesso esteja desligada e
estruturais
de
aterrada, ou na posição desconectada
de um conjunto de manobra e controle
elementos de fixação ou solda). Portas dos
com correspondentes obturadores
em invólucro metálico é realizado com
compartimentos de alta-tensão devem ser
fechados;
um condutor de aterramento de seção
conectadas à estrutura por meios adequados.
transversal adequada provido sobre toda
Os fechamentos e as portas que são
baseados em procedimento: estes
extensão do conjunto de manobra e controle
partes do invólucro devem ser metálicos.
compartimentos devem ser equipados
em invólucro metálico.
Exceção para os fechamentos e portas que
com provisões de intertravamento,
Em geral, o aterramento do invólucro
de
manobra
metálico
devem
em
exemplo,
através
•
Compartimentos
acessíveis
podem ser de material isolante, desde que
por exemplo, cadeado. Convém que
invólucro
partes de alta-tensão sejam envolvidas
procedimentos apropriados sejam
As unidades de transporte de um conjunto
(por
interconectadas
por divisões metálicas ou obturadores
postos no local pelo usuário para
durante a instalação final, por meio de um
previstos para serem aterrados. Quando
garantir que um compartimento
condutor de aterramento. Esta interconexão
os fechamentos e portas que são partes do
acessível baseado em procedimento
entre as unidades de transporte adjacentes
invólucro estiverem fechados, eles devem
possa ser aberto somente quando a
deve ser capaz de conduzir a corrente
prover o grau de proteção especificado para
parte do circuito principal contida
suportável nominal de curta duração e a
o invólucro. Os fechamentos e as portas
no compartimento que está sendo
corrente suportável de crista para o circuito
não devem ser realizados de tela de arame,
acessado esteja desligada e aterrada
de aterramento.
metal expandido ou similar.
ou na posição desconectada com
ser
Para efeito de projeto, a densidade de
Diversas categorias de fechamentos ou
corrente no condutor de aterramento, se
portas são reconhecidas com relação aos
fechados. Os procedimentos podem
for de cobre, não deve, sob as condições
tipos de compartimentos acessíveis que eles
ser
de defeito à terra especificadas, exceder
dão acesso:
do país da instalação ou pelos
200 A/mm2 para uma duração de curto-
Fascículo
•
os
correspondentes estabelecidos
pela
obturadores legislação
documentos de segurança do usuário.
circuito nominal de 1 s, e 125 A/mm2 para
- Fechamentos e portas que dão acesso a
uma duração de curto-circuito nominal
compartimentos acessíveis por meio de
As janelas de inspeção devem prover,
de 3s. Porém, sua seção transversal não
ferramentas são aqueles que não necessitam
pelo menos, o grau de proteção especificado
deve ser inferior a 30 mm2. O condutor de
ser abertos para os propósitos normais de
para o invólucro. Elas devem ser cobertas
aterramento deve possuir previsão para,
operação ou manutenção (fechamentos
por uma folha transparente de resistência
no mínimo, um terminal adequado para
fixos). Não deve ser possível abri-los,
mecânica comparável àquela do invólucro.
ligação à malha de terra da instalação. Se o
desmontá-los ou removê-los sem o uso de
Devem ser tomadas precauções para
condutor de aterramento não for de cobre,
ferramentas;
prevenir a formação de cargas eletrostáticas
devem ser satisfeitos os requisitos térmicos
- Fechamentos e portas que dão acesso a
perigosas, seja pela distância de isolamento,
e mecânicos equivalentes e compatíveis
compartimentos
controlados
seja pela blindagem eletrostática (por exem
com o material utilizado.
por intertravamento ou baseados em
plo, uma malha de arame adequadamente
acessíveis
O invólucro de cada unidade funcional
procedimento são aqueles em que há
aterrada no lado interno da janela). O
deve ser conectado a este condutor de
necessidade de acesso ao compartimento
isolamento entre as partes vivas do circuito
aterramento. Pequenas peças fixadas no
para operação normal e/ou manutenção
principal e a superfície acessível das janelas
invólucro, até um máximo de 12,5 mm de
normal como declarado pelo fabricante.
de inspeção deve resistir às tensões de
diâmetro, não precisam ser conectadas ao
Estes fechamentos e portas não devem
ensaio especificadas em 4.2 da ABNT NBR
Apoio
25
Apoio
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
26
10478 para ensaios de tensão para terra e
Tabela 1 – Placas
entre polos.
Abreviação Unidade **
As conexões de aterramento que têm
se requerida
circuito trifásico (como no caso das
Fabricante
X
conexões de curto-circuito usadas para
Designação do tipo
X
aterramento dos dispositivos) devem ser dimensionadas adequadamente. As
partes
metálicas
normalmente
aterradas de uma parte extraível devem
Número de série
X
Manual de instruções
X
Ano de fabricação
X
Norma aplicável
X
permanecer conectadas à terra nas posições
Tensão nominal
Ur
kV
X
de ensaio e desconectadas e em qualquer
Frequência nominal
Hz
X
posição intermediária. Conexões à terra
fr
Tensão suportável nominal
Up
kV
X
em qualquer posição devem prover uma
de impulso atmosférico
capacidade de conduzir corrente não
Tensão suportável nominal
Ud
kV
X
inferior àquela requerida pelo invólucro.
à frequência industrial
Durante a inserção, as partes metálicas
Corrente nominal de regime contínuo
Ir
A
X
normalmente aterradas de uma parte
Corrente suportável nominal de curta
kA
X
removível devem ser conectadas à terra
Ik
duração (para circuitos principal e de
antes da conexão dos contatos das partes
aterramento) Ip
kA
Y
fixas e removíveis do circuito principal. Se a parte extraível ou removível
Condição: indicação somente
que conduzir toda corrente de curto-
Valor de crista da corrente
Diferente de 2,5
suportável nominal
para 50Hz e 2,6
inclui qualquer dispositivo de aterramento
(para os circuitos principal
para 60 Hz
previsto para aterrar o circuito principal,
e de aterramento)
então, a conexão de aterramento na posição
Duração nominal do curto-circuito
de serviço deve ser considerada como parte
(para os circuitos principal
do circuito de aterramento com valores
e de aterramento)
nominais associados (ver 4.5, 4.6 e 4.7 da
Nível nominal de enchimento para isolação
norma ABNT NBR 10478). Placa de identificação: o conjunto de
tk
s
X
pre
Pa ou kg (X)
Nível de alarme para isolação
pae
Pa ou kg (X)
Nível mínimo funcional para isolação
pme
Pa ou kg (X)
manobra e controle em invólucro metálico
Fluído de isolação e massa
deve ser provido com placas de identificação
Classificação de arco interno
duráveis e claramente legíveis contendo as
Tipo de acessibilidade (código)
informações de acordo com a Tabela 1.
kg IAC
(X) (X)
A(F,L,R), (X) B(F,L,R)
As placas de identificação de cada
Fascículo
de identificação
ou C
unidade funcional, se requeridas, devem
Corrente de ensaio de arco
kA
(X)
ser legíveis durante a operação normal e
Duração da corrente de ensaio de arco
s
(X)
seu conteúdo de acordo com o projeto. As partes removíveis, se houver, devem ter uma placa de identificação separada com os dados relativos às unidades funcionais para as quais elas pertencem, porém, esta placa de identificação precisa ser legível somente quando a parte removível estiver na posição removida. No próximo capítulo continuaremos abordando os requisitos de projeto e construção obrigatórios para os conjuntos. Até lá!
(**) X = a indicação destes valores é obrigatória; (X) = a indicação destes valores é quando aplicável; y = as condições para indicação destes valores são mostradas na coluna 5. NOTA 1 A abreviação da coluna (2) pode ser usada em vez dos termos da coluna (1). NOTA 2 Quando os termos da coluna (1) são usados, a palavra "nominal" não será necessária *Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro do ABNT/CB-003/CE 003 017 003 "Conjuntos de manobra e controle de alta tensão", Conselheiro Regional do CREA-SP e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
27
Apoio
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
28
Por Luciano Haas Rosito*
Capítulo III Distribuições luminotécnicas e controle da luz
Neste artigo serão abordados os
espaçamento entre postes, largura da via,
critérios estabelecidos para a avaliação das
entre outros. O projeto deve então levar em
distribuições da luz bem como o controle
conta qual percentual de fluxo luminoso irá
de distribuição de intensidade luminosa os
atingir a via e as calçadas de forma a obter os
c) Controle de distribuição de inten
ângulos acima de 80 graus que normalmente
resultados de acordo com a classificação da
sidade luminosa no espaço acima dos
geram ofuscamento e poluição luminosa. A
via. Os níveis de iluminância e luminância
cones de 80 graus e 90 graus, cujo vértice
ABNT NBR 5101 prescreve as classificações
serão tema do próximo capítulo.
coincide com o centro ótico da luminária
das distribuições de intensidade luminosa e
A
distribuição
das
vertical); b) Distribuição transversal;
intensidades
(distribuição de intensidade luminosa no
os tipos de controle de luz, porém, cabe ao
luminosas da luminária em relação à
espaço acima de 80 graus e 90 graus em
projetista avaliar a necessidade do uso das
via, de acordo com a ABNT NBR 5101, é
relação à linha vertical que contém o centro
classificações para obter uma uniformidade
classificada deo acordo com três critérios:
ótico da luminária).
apropriada, bem como o alcance dos níveis necessários em todas as partes da via a ser iluminada. Da mesma forma, estabelecer os critérios de projeto para o controle de
Fascículo
a) Distribuição longitudinal (em plano
luz preciso a fim de evitar a luz intrusa e a poluição luminosa, assim como o menor ofuscamento possível. As intensidades luminosas emitidas através da luminária para iluminação pública vão gerar um resultado de iluminância e luminância no pavimento da rua, calçada e demais áreas das vias públicas. A luminária pública é projetada de modo que esta distribuição de luz atenda às condições típicas de instalação das vias públicas no Brasil. Para tanto, devem ser considerados os parâmetros de altura de montagem, avanço do braço de sustentação,
Figura 1 -Exemplo de distribuição fotométrica.
Apoio
As
classificações
de
distribuição
de intensidade luminosa longitudinal e transversal devem ser feitas com base em um diagrama de isocandela, traçado sobre um sistema retangular de coordenadas contendo uma série de linhas longitudinais da via (LLV) em múltiplos da altura de montagem (AM) e uma série de linhas transversais da via (LTV) também em múltiplos da altura de montagem. Dessa forma, será feita a avaliação do ponto de intensidade máxima, de acordo com a região que fica situada entre as LTVs, para obter a classificação curta, média ou longa e a avaliação de por onde passa a linha de meia intensidade máxima para avaliação transversal ou lateral sendo classificada como TIPO I, II, III ou IV. O
controle
de
distribuição
de
intensidade luminosa no espaço acima dos cones de 80 graus e 90 graus é dividido em quatro categorias, como segue: Figura 2 - Planos de distribuição de intensidades luminosas.
29
Apoio
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
30
Figura 3 – Exemplo de óticas médias tipos II e III, respectivamente.
a) Distribuição totalmente limitada (full
d) Distribuição não-limitada (non cut-
longitudinal e lateral e sua avaliação para
cut-off):
off)
obter um bom resultado e desempenho de
do sistema. O que se espera de um bom
de 90 graus é nula e a intensidade luminosa
Quando a intensidade luminosa acima
intensidade luminosa na zona acima da
projeto é uma distribuição adequada
acima de 80 graus não excede 10% dos lúmens
máxima intensidade luminosa.
para se obter o melhor de visibilidade
nominais da fonte luminosa empregada. Isto
não
todas
limitação
para o tráfego dos pedestres e veículos.
se aplica a todos os ângulos verticais em torno
pú bli cas deveriam possuir distribuição
Logo, para as instalações atuais, uma
da luminária.
totalmente limitada a fim de não gerar
luminária classificada com determinado
poluição Quando a intensidade luminosa acima
Idealmente,
há
luminárias
b) Distribuição limitada (cut-off)
Fascículo
Quando
luminosa,
as
com
tipo de distribuição não necessariamente
a necessidade de abertura de facho
vai gerar um bom ou mau resultado em
para
atingir
entretanto,
espaçamentos,
campo. Outras classificações, como o
de 90 graus não excede 2,5%, e a intensidade
muitas vezes, a intensidade nos ângulos
maiores
critério BUG (Backlight, Uplight, and
luminosa acima de 80 graus não excede 10%
superiores acaba ultrapassando os limites
Glare), desenvolvido pela IES e IDA,
dos lúmens nominais da fonte luminosa
máximos estabelecidos.
estão sendo discutidas e avaliadas para
empregada. Isto se aplica a todos os ângulos verticais em torno da luminária. c) Distribuição semilimitada (semi cut-
que o projetista tenha o máximo de A discussão que está sendo feita a
informações para avaliação da fotometria
fim de aprimorar a ABNT NBR 5101
mais adequada para cada padrão e
é até que ponto é válida a classificação
configuração de via pública.
off) Quando
a
intensidade
luminosa
acima de 90 graus não excede 5% e a intensidade luminosa acima de 80 graus não excede 20% dos lúmens nominais da fonte luminosa empregada. Isto se aplica a todos os ângulos verticais em torno da luminária.
Figura 4 – Classificação das distribuições de intensidade luminosa conforme ABNT NBR 5101 estabelecida na Portaria 20 do Inmetro.
Apoio
A Portaria 20 do Inmetro, publicada
pétala ou se esta classificação não define
normalmente mais alto que as luminárias
em 15 de fevereiro de 2017, estabelece uma
as melhores distribuições para estes tipos
com lâmpadas de descarga, direcionando
tabela com as classificações permitidas
de configuração.
melhor o fluxo luminoso para a rua e
para que a luminária seja certificada. Fica
Neste
mesmo
capítulo
também
para as calçadas, evitando a luz intrusa
excluída nesta tabela a possibilidade de
é
utilização de luminária do tipo IV e com
desempenho
controle não limitado de distribuição de
de operação.
luz.
ser revisados agora considerando as
analisando de forma correta a distribuição
tecnologias atuais e não somente a forma
da luz de cada luminária e escolhendo
A
ABNT
estabelece
a
NBR
5101
classificação
também quanto
tratado
brevemente
o
tema
do
nas casas, apartamentos e demais áreas
energético
fator
adjacentes. Dessa forma, o bom projeto
Estes dois itens devem
e
do
de iluminação pública deve ser feito
à
que eram avaliados com a utilização de
aquela que apresente melhor desempenho
instalação citando os padrões da ABNT
lâmpadas de descarga em conjunto com
para cada situação apresentada.
NBR 15688, que trata das redes aéreas de
reatores eletromagnéticos.
distribuição de energia elétrica quanto
Outro fator a ser avaliado neste
ao afastamento em relação ao poste e à
capítulo da ABNT NBR 5101 é o fator
altura de montagem da luminária. Ainda
de utilização que estabelece qual o
é citada a classificação do tipo IV como
percentual de fluxo luminoso útil está
sendo utilizada em outras configurações
sendo direcionado para área que se
possíveis,
luminárias
quer iluminar e como a distribuição
tipo pétala, outros tipos de lâmpadas,
por
exemplo:
fotométrica adequada pode contribuir
etc.). Sendo o tipo IV não utilizado na
para termos fatores de utilização mais
portaria 20 do Inmetro, fica a dúvida se
altos. Uma das grandes vantagens da
as luminárias certificadas vão atender aos
fotometria de luminárias utilizando a
padrões de instalação em arranjos do tipo
tecnologia Led é ter um fator de utilização
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, gerente de Novos Negócios da Philips Iluminação e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
31
Apoio
Por Cláudio S. Mardegan e Giuseppe Parise*
Proteção contra arco elétrico
32
Capítulo III Levantamento dos dados essenciais
A qualidade de qualquer estudo
(c) Impedâncias
compensadora, etc.)
elétrico é função da precisão dos dados
▶ Z0S = R0S + j X0S = | Z0S| . e
▶ Tempo de partida
introduzidos no modelo para a simulação.
▶ Z1S = R1S + j X1S = | Z1S| . ejϕ1
▶ Tempo de rotor bloqueado
Para a elaboração de um estudo de arc
▶ Z2S = R2S + j X2S = | Z2S| . e
▶ Corrente de partida
jϕo
jϕ2
flash completo são necessários todos os dados para se realizar um estudo de curtocircuito e seletividade e mais algumas informações
adicionais
sobre
energia
▶ Conexão Nota: Na prática, quase sempre Z1S = Z2S,
Dados dos equipamentos
incidente. Apresenta-se a seguir os dados
▶ Máquina acionada (bomba, compressor, etc.) ▶ Rotação ou número de polos
mais importantes a serem coletados para a
Apresenta-se a seguir as principais
realização de um estudo de curto-circuito,
informações que devem ser coletadas na
seletividade e arc flash (energia incidente).
etapa de levantamento de dados para a realização de um estudo de curto-circuito
Equivalente da rede
▶ Aterramento do neutro
e seletividade.
▶ Identificação ▶ Localização (c) Dados de geradores/motores síncronos ▶ Dados de placa ▶ Máquina primária (turbina
Fascículo
As
concessionárias
normalmente
(a) Dados de transformadores
hidráulica, gás, vapor, motor diesel)
fornecem as informações dentro de uma
▶ Dados de placa (tensões, potência,
- gerador
das formas apresentadas a seguir.
impedância, conexão)
▶ Tipo de acionamento (bomba,
▶ Tipo de aterramento
compressor, etc.) – motor síncrono
(a) Potências
▶ Meio isolante (óleo mineral,
▶ Tipo de aterramento do neutro
▶ Módulo da PCC3φ simétrica
silicone, ascarel, seco)
▶ Data sheet (reatâncias/constantes
▶ Ângulo (∠) da PCC3φ simétrica
▶ Identificação
de tempo)
▶ Módulo PCC1φ
▶ Localização
▶ Rotação ou número de polos
▶ Ângulo (∠) da PCC1φ
▶ Identificação (b) Dados de motores de indução
(b) Correntes
▶ Localização
▶ Dados de placa
▶ Módulo da ICC3φ simétrica
▶ Tipo do motor (gaiola, anéis,
(d) Dados de cabos (a partir de uma lista
▶ Ângulo (∠) da ICC3φ simétrica
dupla gaiola)
de cabos)
▶ Módulo da ICC1φ
▶ Tipo de partida (direta, softstart,
▶ Material do condutor (cobre /
▶ Ângulo (∠) da ICC1φ
inversor de frequência, ch.
alumínio)
Apoio
▶ Comprimento
▶ kVAr de cada unidade
▶ Seção
▶ Tensão nominal do capacitor
▶ No. de polos (unipolar / tripolar)
▶ Tensão nominal do sistema (FF e
▶ No. de condutores por fase
FT)
▶ Corrente (e/ou tensão) nominal ou
▶ Tipo de isolação (PVC/EPR/XLPE/
▶ Conexão do banco
do sensor
PE/PAPEL)
▶ Tipo do meio isolante do banco
▶ Fabricante
▶ Tensão (Uo/U) ou NA/NI (cabos
▶ Capacitância nominal
▶ Tipo
antigos)
▶ No. de unidades paralelas por
▶ Funções
▶ Disposição (trifólio, plano, etc.)
grupo
▶ Faixa(s) de ajuste de cada função
▶ Tipo de instalação
▶ No. de grupos série por perna
▶ Ajuste atual de cada função
▶ Norma
▶ Se possui fusíveis internos /
▶ Características
▶ Identificação
resistor descarga
▶ Identificação
▶ Localização
▶ TCs (quando aplicável)
▶ Localização
▶ Localização (g) Dados de relés
▶ Aterramento (e) Dados de banco de capacitores/filtros
▶ Norma
de harmônicos
▶ Identificação
▶ Dados de placa
▶ Localização
▶ Fabricante
▶ Dados de placa ▶ Tipo do filtro (ativo / passivo) ▶ Tipo de sintonia do filtro
(h) Dados de disjuntor BT
▶ Tipo (f) Dados de reatores
▶ Corrente nominal
(sintonizado / dessintonizado)
▶ Dados de placa
▶ Corrente nominal do sensor ou do
▶ Frequência (s) de sintonia /
▶ Reatância ou indutância
disparador
dessintonia
▶ Tensão nominal
▶ Funções (LS, LI, LSI, LSG, LIG,
▶ Indutância (s) do filtro (mH)
▶ Corrente nominal
LSIG)
▶ Resistência do filtro (caso houver)
▶ Identificação
▶ Faixas de ajuste
33
Apoio
Proteção contra arco elétrico
34 ▶ Ajustes atuais
▶ Fabricante
▶ Se possui alguns dispositivos de
▶ Identificação
▶ Tipo
proteção de arco
▶ Localização
▶ Corrente nominal contínua
(i) Dados de disjuntor MT / Contator
(n) Dados de inversor de frequência/
▶ Corrente nominal de curta-
softstart
▶ Dados de placa
duração
▶ Dados de placa
▶ Corrente nominal
▶ Tempo
▶ Fabricante
▶ Tensão nominal
▶ Tensão nominal
▶ Tipo
▶ Fabricante
▶ Valor da resistência ôhmica
▶ Corrente nominal
▶ Tipo
▶ Identificação
▶ Tensão nominal
▶ Capacidade de interrupção
▶ Localização
▶ Se o mesmo faz ou não
simétrica
regeneração
▶ Tempo de interrupção
(m) Dados de painéis / barramento / duto
▶ Capacidade térmica de curta duração
▶ Corrente momentânea ou de
de barras / Bus-ways
▶ Reatância / indutância de entrada
fechamento
▶ Fabricante
▶ Identificação
▶ Norma
▶ Tipo
▶ Localização
▶ Identificação
▶ Corrente nominal
▶ Localização
▶ Comprimento
(j) Dados de fusíveis
(o) Dados de conversor a semicondutor
▶ Tipo de material do condutor
▶ Dados de placa
(cobre ou alumínio)
▶ Fabricante
▶ Dados de placa
▶ Seção do condutor da barra
▶ Tipo
▶ Fabricante
▶ Forma do condutor da barra
▶ Corrente nominal
▶ Tipo
▶ Pintado / não-pintado
▶ Tensão nominal
▶ Corrente nominal
▶ Distância entre suportes
▶ Se faz ou não regeneração
▶ Característica
▶ Número de barras por fase
▶ Capacidade térmica de curta
▶ Identificação
▶ Barramento encapsulado ou não
duração / duty cycle
▶ Localização
encapsulado
▶ Norma
▶ Corrente de curto-circuito térmica
▶ Identificação
▶ Corrente de curto-circuito
▶ Localização
(k) Dados de TCs / TPs
Fascículo
(permanente)
▶ Corrente (TC) ou tensão (TP)
dinâmica
nominal primária
▶ Distância de trabalho
▶ Corrente (TC) ou tensão (TP)
▶ Identificação
▶ Capacitância nominal do protetor
nominal secundária
▶ Localização
de surto
▶ Fabricante
▶ Distância entre fases
▶ Tensão nominal
▶ Tipo
▶ Distância de trabalho
▶ Tensão do sistema
▶ Quantidade e conexão
▶ Barramentos principais são
▶ Resistência
▶ Classe de exatidão
horizontais ou verticais
▶ Dados do para-raios
▶ NBI
▶ Barramentos abertos devem ser
▶ Identificação
▶ Norma
declarados como “open air”
▶ Localização
▶ Grupo de ligação (TP)
▶ Se os barramentos são nus ou
▶ Corrente de curto-circuito térmica
encapsulados
(TC)
▶ Se o painel é arco resistente ou
▶ Corrente de curto-circuito
não
dinâmica (TC)
▶ Caso seja arco resistente, qual
consiste em obter como os elementos de
▶ Identificação
a classe e o tempo para o qual foi
circuito estão interconectados, ou, em
▶ Localização
testado
outras palavras, consiste na elaboração do
▶ Se possui relé de arco ou não
Diagrama Unifilar Simplificado para Estudo
▶ Se possui ou não proteção
de Curto-Circuito. Confira, na Figura 1,
diferencial de barra
modelo de esquema unifilar.
(l) Dados de resistor de aterramento ▶ Dados de placa
(p) Protetor de surto / Snubber
Topologia do sistema Esta etapa do levantamento de dados
Apoio
35
Apoio
Proteção contra arco elétrico
36
Figura 1 – Representação de um esquema unifilar.
Configurações e condições operacionais
(paralelismo permanente com a rede);
Norma Regulamentadora Número 10 –
▶ Se transformadores operam em
Segurança em Eletricidade
paralelo;
[04]
▶ Se os disjuntores de interligação
GROUNDING DESIGN HANDBOOK
dados é necessário conhecer, no mínimo, as
(TIE) operam abertos ou fechados;
J.R. Dunk-Jacobs, F.J. Shields, Conrad St. Pierre
seguintes condições operacionais:
▶ Se linhas operam em paralelo ou
2007 –Thonson-Shore, Dexter, MI, 48130, USA
não;
[05] Myths and Facts in Selection of Personnel
▶ Se existem geradores na planta;
▶ Como operam os maiores motores
Protective Equipment for Arc Flash Hazard
▶ Condição normal de operação;
da planta;
Mitigation Utilizing NFPA 70E and applicable
▶ Condição de curto-circuito máximo;
▶ Maiores motores de cada barra.
ASTM standards.
Fascículo
Ainda na etapa de levantamento de
▶ Condição de curto-circuito mínimo.
Referências bibliográficas
INDUSTRAIL
POWER
SYSTEM
Hugh Hoagland - 8th Conferência Annual do IEEE-IAS, em 2012 em Louisville-KY-USA
(Para os três primeiros capítulos)
[06] Practical Solution Guide for Arc Flash
[01] IEEE STD 1584
Hazards
IEEE Guide for Performing Arc-Flash Hazard
Chet Davis, P.E.; Conrad St. Pierre; David
▶ Como os geradores operam:
Calculations
Castor, P.E.; Robert Luo, PhD; S a t i s h
somente emergência (sem fazer
[02] NFPA-70E
Shrestha First Edition - ESA, Inc., 2003
paralelismo com a rede), transferência
Standard for Electrical Safety in the Worksplace
[07] Practical Solution Guide for Arc Flash
em rampa (paralelismo momentâneo
- 2004 Edition.
Hazards
para transferências) ou PPR
[03] NR-10
Chet Davis, P.E.; Conrad St. Pierre; David
Essas condições implicam em se conhecer as configurações do sistema:
Apoio
37
Castor, P.E.; Robert Luo, PhD; S a t i s h Shrestha Second Edition - ESA, Inc., 2003 [08] NESC 2012 National Electric Safety Code [09] NESC 2012 Handbook – 7ª Edição – Allan L. Clapp IEEE Standards Association [10] Manual de Equipamentos Elétricos – Volume 1 – 2ª Edição João Mamede Filho Livros Técnicos e Científicos Editora [11] Manual Técnico sobre Vestimenta de Proteção ao Risco de Arco Elétrico e Fogo Repentino Aguinaldo Bizzo de Almeida e Reyder Knupfer Goecking [12] IEC61482-1-1 Edition 1.0 - 2009 Live working protective clothing against the thermal hazards of na electric arc – Part 1.1 – Test Methods – Method 1: Determination of arc rating (ATPV or EBT50) of flame resistant materials for clothing [13] The historical Evolution of Arcing-Fault Models for Low Voltage Systems Tammy Gammon, John Matthews IEEE I&CPS Conference – Sparks-NV - 1999 Cláudio S. Mardegan é engenheiro especialista formado pela Unifei, especialista em proteção de sistemas elétricos industriais e qualidade de energia. É membro sênior do IEEE e chairman do Capítulo 6 do Buff Book, atual 3004 series (3004.6) sobre Ground Falut Protection. É chair ainda do Capítulo 13 – Protection Coordination e vice-chair de Surge Protection do IEEE. É diretor da EngePower Engenharia e Comércio Ltda. Giuseppe Parise é engenheiro eletricista e, desde 1973, trabalha no Departamento de Engenharia Elétrica na Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Sapienza em Roma, onde é Professor Pleno de Sistemas Elétricos de Potência. Tem mais de 320 artigos publicados e é autor de duas patentes e três prêmios de artigos do IEEE/IAS PSD. É membro ativo do IEEE Industry Applications Society (past Member at Large of Executive Board).
Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
38
Aula Prática
O Setor Elétrico / Março de 2018
Por Vicente Scopacasa*
Qualidade de luz
Estão os Leds prontos para substituir as fontes de luz tradicionais?
39
O Setor Elétrico / Março de 2018
manutenção da cor com o tempo.
vir a ser utilizado no futuro. Nesse caso,
dos Leds, nos vem à cabeça as suas principais
Da mesma forma que comparamos
consideramos os valores de Rf e Rg além
vantagens, como baixo consumo de energia
os Leds quanto ao consumo de energia
dos gráficos que facilitam a visualização e a
e longa vida útil, o que, na verdade, são
e vida útil com as outras fontes de luz,
comparação dos resultados entre as fontes;
vantagens significativas e fazem com que,
é fundamental que façamos a mesma
• Consistência de cor, aqui representada por
cada vez mais, ela seja considerada em
comparação com relação à qualidade da luz.
SDCM (Standard Deviation Color Matching),
novos projetos.
Sempre que falamos sobre a tecnologia
Sabemos que os fabricantes de Leds, por
que tem como base as elipses de MacAdam;
apresentam
vários anos, priorizaram a eficácia e somente
• Duv, que indica a distância do ponto de
maior eficácia (lúmen por watt) quando
agora, em função de terem alcançado
cromaticidade da fonte de luz com relação à
comparados com todas as outras fontes de
valores de eficácia da ordem de 190 a 200
curva do corpo negro, indicando o grau de
luz, além da alta vida útil em torno de 50.000
lúmens por watt, começam a disponibilizar
tingimento ou influências das cores contidas
horas. Sem dúvida, o Led vem aumentando
componentes Leds com melhor qualidade
no branco gerado pela fonte de luz.
a sua participação no mercado, pois, além
de luz.
dos fatores já citados, temos ainda uma
constante redução no custo do lúmen,
os resultados de testes realizados em vários
resultando em retorno do investimento cada
tipos de fontes de luz, além de posicionar
vez mais rápido.
o estado atual da tecnologia dos Leds e
• Lâmpada halógena, tipo dicroica;
apresentar comparações entre algumas
• Lâmpada do tipo CDM – PAR111;
história, pois estamos falando somente de
tecnologias
• Lâmpada fluorescente compacta;
vantagens relativas ao consumo de energia
parâmetros:
• Luminária com Leds.
importante, e que devemos levar em conta
• Índice de Reprodução de Cor (IRC) tanto
é quanto à qualidade da luz fornecida
para valores de Ra e Re. Subentende-se
selecionadas de fabricantes tradicionais
pelos
aplicações,
por Ra o valor de IRC levando-se em
que são normalmente disponibilizadas no
tais como, varejo, restaurantes, hotéis e
consideração as oito primeiras amostras de
mercado há vários anos e, por questões
residências, a qualidade de luz é de vital
cores (R1 a R8) e Re como sendo o valor de
éticas, aqui não identificadas. A luminária
importância. Entre os parâmetros mais
IRC considerando as 15 amostras de cores
que foi considerada neste estudo é resultado
importantes da qualidade da luz podemos
de teste (R1 a R15);
de um desenvolvimento local feito pela
citar a reprodução e a consistência de cor,
•
o
Itaim Iluminação, em que foram utilizados
a distância do ponto de cromaticidade
procedimento IES TM30-15, procedimento
Leds com boa qualidade de luz também de
com relação à curva do corpo negro e a
não oficial, mas com forte tendência de
um fabricante tradicional.
Atualmente,
os
Leds
Ocorre que esta é apenas uma parte da
Um dos objetivos desse artigo é reportar
enfatizando
os
seguintes
Para tal, decidimos escolher quatro fontes de luz com tecnologias diferentes:
e tempo de vida. Outro fator também
Leds.
Em
algumas
Reprodução
de
cor
conforme
As três lâmpadas em questão foram
40
Aula Prática
O Setor Elétrico / Março de 2018
Todas as fontes de luz foram ensaiadas
utilizando-se uma esfera integradora de 2m de diâmetro do fabricante Everfine, devidamente calibrada e adaptada para a realização de medições em conformidade com
a
IES
TM30-15.
Na
Figura
1,
apresentamos as distribuições espectrais de potência para cada uma das fontes de luz ensaiadas.
Observando as distribuições de potên
cia podemos concluir que a lâmpada halógena é a que apresenta a distribuição com maior continuidade sendo seguido de perto pela distribuição da luminária Led. Ao contrário, as distribuições - tanto da lâmpada fluorescente compacta como Figura 1 – Gráficos das distribuições espectrais de potência das fontes de luz ensaiadas.
da CDM – são compostas de picos de energia em determinados comprimentos de onda comprometendo a continuidade da distribuição do espectro. Essas
diferenças
são
de
suma
importância e serão abordadas com mais detalhes a seguir. A Figura 2 traz um quadroresumo com os resultados das medições dos parâmetros selecionados.
Nesse ponto, já temos como apontar
algumas conclusões importantes: • Propositalmente, as fontes de luz escolhidas têm valores de temperatura de cor próximos. Os valores estão compreendidos entre 2834 K (lâmpada halógena) e 3065 K (lâmpada CDM). Ou seja, todas as fontes de luz
Figura 2 – Quadro resumo das medições dos parâmetros selecionados para as fontes de luz analisadas.
selecionadas são do tipo “branco quente”; • Como era esperado, a lâmpada halógena
penalizar a reprodução da cor vermelha.
os índices Rf e Rg além dos gráficos de saturação das fontes com relação ao padrão.
apresentou o maior valor, tanto de Ra como
Desses gráficos podemos concluir que:
de Re, e praticamente sem diferença entre
Analisando a reprodução de cor sob o
eles. Em segundo lugar temos a luminária
procedimento IES TM30-15, os valores
Led e também com pequena diferença entre
de Rf avaliam a fidelidade da cor, ou seja,
• A lâmpada halógena reproduz as cores
os valores de Ra e Re. Ao analisarmos tanto
como a reprodução de cor é fiel com relação
com total fidelidade e naturalidade. Em
a fluorescente compacta quanto a CDM,
a um padrão e o valor de Rg determina a
segundo lugar, temos a luminária Led com
notamos que os valores de reprodução de
naturalidade da cor, da mesma forma com
total naturalidade de reprodução, porém,
cor foram menores e com maiores diferenças
relação a um padrão.
com fidelidade de 92, que é considerado
entre os valores de Ra e Re;
Diferentemente do procedimento de
bastante razoável;
• Para a reprodução da cor R9, vermelho
medida do IRC, a IES TM30-15 leva em
• As demais fontes de luz apresentam
saturado,
a
consideração uma amostragem de 99 cores
fidelidade
halógena teve a maior pontuação (99)
e um procedimento diferente de cálculo, o
naturalidades acima e abaixo do padrão;
seguida pela luminária Led (68). As outras
que, de certa forma, aumenta a precisão da
• Para melhor visualização, a localização
fontes de luz apresentaram valores de R9
medida.
do ponto vermelho dos gráficos tem que
muito baixos, comprometendo o valor total
A Figura 3 apresenta os gráficos obtidos
estar mais próxima do vértice do triângulo,
do índice de reprodução de cor, além de
para cada uma das fontes ressaltando
garantindo a boa qualidade de reprodução
também
como
esperado,
bem
abaixo
do
normal
e
42
Aula Prática
O Setor Elétrico / Março de 2018
de cor da fonte de luz; • Observando-se os gráficos de saturação de cor, notamos que a lâmpada halógena e a luminária Led ficaram muito próximas do padrão (comparação do circulo branco com o círculo preto), ao passo que as outras apresentaram distorções significativas, ora saturando, ora não saturando as cores.
O próximo parâmetro a ser comparado
é o Duv, responsável por medir a distância entre o ponto das coordenadas de cromaticidade da fonte de luz em relação à curva do corpo negro (BBL). Quanto maior for essa distância, maior influência de cores teremos no branco,
Figura 3 – Gráficos de reprodução de cor conforme o procedimento IES TM30-15.
fenômeno conhecido como tingimento. Essa distância pode ser positiva (o ponto de cromaticidade está situado acima da curva do corpo negro) ou negativa quando o ponto se situa abaixo da curva. Na Figura 4 são apresentados os valores e o posicionamento do Duv para as quatro fontes de luz ensaiadas. Mais uma vez, a lâmpada halógena apresentou o menor valor de Duv o qual está praticamente posicionado sobre a curva do corpo negro. A luminária Led apresentou o Duv um pouco abaixo da curva, ao passo que a fluorescente e a CDM apresentaram valores relativamente distantes, posicionando-se acima e abaixo respectivamente.
Entendemos que, quanto mais próximo
o ponto de cromaticidade estiver da curva do corpo negro, mais pura será a cor branca independentemente do valor da temperatura de cor.
Figura 4 – Posicionamento das coordenadas de cromaticidade das fontes de luz ensaiadas.
Finalmente, vamos analisar os valores
de SDCM que nos indica a consistência de cor que, em muitas aplicações, pode vir a
resultados obtidos anteriormente, nesse
nos ensaios realizados é a da lâmpada
ser um fator determinante para a qualidade
caso, o melhor desempenho foi o da
halógena, seguida de perto pela luminária
geral da iluminação do ambiente. Nesse
luminária Led, que apresentou um SDCM
Led. Um ponto importante a se destacar é
caso, quanto menor for o valor de SDCM,
de 1.3, enquanto as outras fontes de luz
que a qualidade de luz tem relação direta
maior será a consistência de cor entre
apresentaram valores acima de 3 SDCM,
com a distribuição espectral de potência.
as fontes instaladas no ambiente. Esse
valor esse recomendado para projetos de
Quanto mais contínua for a distribuição,
parâmetro tem a ver com as elipses
interiores.
melhor a qualidade de luz da fonte;
de MacAdam. A Figura 5 apresenta os
• Podemos considerar que a tecnologia
Como conclusões finais podemos citar:
Led já esteja pronta para substituir as fontes
resultados: Notamos,
que
diferentemente
dos
• A melhor qualidade de luz obtida
de luz ora ensaiadas. Essa tecnologia ainda
44
Aula Prática
O Setor Elétrico / Março de 2018
Figura 4 – Posicionamento das coordenadas de cromaticidade das fontes de luz ensaiadas.
está em evolução e, portanto, espera-se que a qualidade de luz seja ainda maior nos próximos anos. A pergunta seria se hoje teríamos condições de desenvolver uma luminária Led com qualidade de luz compatível com a tecnologia halógena e a resposta seria sim. Pelo fato de termos vários Leds compondo a luminária, a mescla adequada desses produtos, brancos e coloridos, pode resultar em produtos com qualidade de luz similar à halógena; • Não foram notadas diferenças significativas quanto aos valores de Rf e Ra, porém, o mesmo não aconteceu quando comparamos os valores de Rf e Re. Isto pode ser um indicativo de que o procedimento atual de avaliação de reprodução de cor (IRC) tenha que ser revisto.
Agradecimentos Agradecemos
à
Itaim
Iluminação
pela disponibilidade de equipamento e técnicos do laboratório, tornando possível a realização desse estudo. *Vicente Scopacasa é engenheiro eletrônico com pós-graduação em Administração de Marketing. Tem sólida experiência em semicondutores, tendo trabalhado em empresas do setor por mais de 40 anos. Especificamente em Leds, atuou por mais de 35 anos em empresas líderes na fabricação de componentes, tanto no Brasil como no exterior. Atua hoje como consultor na área de iluminação de estado sólido, professor em cursos de especialização e pós-graduação e como autor de artigos técnicos para revistas especializadas.
Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 2 - Edição 21 / Março de 2018
Solar fotovoltaica e hidroeletricidade Estudo avalia complementaridade entre as duas fontes nos próximos anos Energia eólica: ABEEólica avalia comportamento da fonte em 2017 Energia solar: Programa Goiás Solar e os resultados para a região *Notícias selecionadas sobre as fontes renováveis que mais crescem no país* APOIO
Apoio
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Fascículo Por Fernando Ramos Martins, Enio Bueno Pereira e Maria Francisca Velloso Azeredo*
Capítulo II Complementaridade entre a energia solar e a energia hidroelétrica
Renováveis
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A oferta de energia é condição básica para o desenvolvimento socioeconômico de uma nação.
O mundo tem passado por um intenso crescimento populacional e o aprimoramento da qualidade de vida e do bem-estar humano está acarretando um forte crescimento na demanda de energia, principalmente nos países em desenvolvimento, o que traz consigo uma crescente preocupação com os impactos socioambientais decorrentes.
A demanda de energia crescente vem conduzindo profundas mudanças no meio ambiente,
colocando a humanidade diante de novos desafios em um planeta com recursos naturais finitos. Além disso, o crescimento da demanda energética, somado à perspectiva de redução dos suprimentos de fontes convencionais de energia, tem sido motivo de preocupação com implicações na economia global. Qualquer país que busque alcançar indicadores de desenvolvimento humano mais elevados, necessita de segurança em seu sistema energético. Em relatório, a Agência Internacional de Energia (IEA, 2014) afirma que a demanda mundial de energia crescerá mais de um terço até 2035. No entanto, apesar do esforço realizado em diversos países, sobretudo na Comunidade Europeia, com a adoção de políticas energéticas focadas no incentivo do uso de fontes renováveis de energia, o mundo não tem conseguido colocar o sistema global de energia numa trajetória mais sustentável.
Diversos fatores influem no consumo de eletricidade de um país, como o produto interno bruto
e a taxa de crescimento econômico. O Brasil vem apresentando consumo inferior ao consumo médio mundial nos últimos anos, mas o governo brasileiro tem executado programas e ações que visam promover o acesso a eletricidade em todo o território nacional de modo que um aumento no consumo per capita de eletricidade é esperado para os próximos anos. Os parâmetros econômicos e sociais em conjunto com valores da série histórica do consumo de energia possibilitam estudar e prever valores da demanda futura de energia. O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2026), prevê o consumo per capita de eletricidade de 3370kWh/hab. para 2026.
Aproveitamento dos recursos renováveis
Em termos mundiais, houve pequeno crescimento da contribuição da hidroeletricidade no
mundo entre 1973 e 2014, de 1,8% para 2,4% (IEA, 2016). Atualmente no Brasil, cerca de 62% da demanda de energia elétrica é suprida pela hidroeletricidade por meio de usinas com grandes reservatórios de acumulação de água. No entanto, todas as principais bacias hidrográficas das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil já foram exploradas quase integralmente para a composição da base do Sistema Interligado Nacional (SIN). Cerca de 45% do potencial remanescente encontra-se na Região Amazônica, onde a topografia, uso do solo e outras características ambientais tornam desfavorável formação de reservatórios de acumulação em razão da necessidade de inundações de grandes áreas.
A hidroeletricidade apresentou uma redução significativa no Brasil, passando de 83%
de participação em 2006 para 61% em 2017, adotando como referência a capacidade total instalada no Sistema Elétrico Brasileiro. As restrições socioambientais e o enfrentamento da opinião pública em questões relativas à formação de reservatórios de acumulação em hidroelétricas na região amazônica têm contribuído para a redução da taxa de crescimento da capacidade instalada desta fonte de energia. Além disso, a escassez de investimento na construção e implementação de novas plantas e a ocorrência de crises hídricas intensas em grande parte do território brasileiro levaram à diversificação da matriz elétrica brasileira com o uso de plantas térmicas alimentadas por combustíveis fósseis e biomassa.
Foi a partir da primeira crise hídrica que a geração térmica passou a receber atenção de
políticas energéticas brasileiras com o intuito de garantir a segurança do SIN em períodos prolongados de seca. Desde então, as usinas termelétricas têm desempenhado um papel de complementariedade na geração elétrica. É possível notar na Figura 1 o crescimento acentuado
Apoio
Fascículo
48
Renováveis
da geração térmica a partir de 2012. A Figura 1 também permite
públicos e ao bombeamento de água. Em 2017, somente 0,71% dos
observar a redução da geração hidroelétrica entre os anos 2000 a 2003
empreendimentos de geração em operação no Brasil correspondem
e entre 2012 e 2015, associadas às duas crises hídricas causadas por
a fonte solar, segundo a Aneel, no entanto, estudo desenvolvido pela
período prolongado de seca extrema. Nos dois períodos em destaque, a
Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que a mesma fonte
quantidade de água armazenada nos reservatórios das principais UHE
estará representando cerca de 3,3% da matriz em 2024. Atualmente,
brasileiras sofreu redução significativa afetando não apenas a geração
o crescimento da geração solar acontece através de contratações
de eletricidade, mas também outros usos do recurso hídrico, como
de parques fotovoltaicos por meio do leilões de energia realizados
abastecimento urbano e irrigação de culturas agrícolas. Programas
especificamente para esta tecnologia de geração ou por meio da micro/
de incentivo às energias alternativas e renováveis, como o Proinfa,
minigeração seguindo a regulamentação para a geração distribuída no
também foram adotados a partir de 2001 para diversificação da matriz
país. Segundo dados divulgados pela EPE, o primeiro Leilão de Energia
elétrica do Brasil. Como resultado deste programa, destaca-se o intenso
de Reserva (LER) específico para energia solar ocorreu em 2014 e foram
crescimento da geração eólica atingindo participação de 6,5% na matriz
contratados 31 projetos com potência de 1048 MWp (EPE, 2014).
elétrica nacional em 2017, segundo informações disponíveis Banco de
Em agosto de 2015, ocorreu outro LER com a seleção de 382 projetos
Informações de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
cadastrados dos quais 30 foram contratados com potência total de 1043 MWp.
Com base nas informações sobre a disponibilidade e variabilidade
do recurso de energia solar incidente no território nacional apresentadas na segunda edição do Atlas Brasileiro de Energia Solar (2017), entende-se que a geração fotovoltaica pode contribuir como uma energia complementar para garantir a segurança energética do Brasil em momentos de crise hídrica sem acarretar o aumento das emissões de gases de efeito estufa pelo setor de geração. A complementaridade entre a geração solar e hidroelétrica também pode trazer outros benefícios em regiões com escassez hídrica como Figura 1 – Geração hidráulica e térmica, de 2000 até 2015 com base em dados disponibilizados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS, 2016).
o semiárido brasileiro. O uso combinado da geração solar com a geração hidroelétrica pode manter níveis de acumulação de água nos reservatórios viabilizando a geração em períodos de crise hídrica ou
Diante de tais perspectivas, a expansão do Sistema Elétrico
para destinação para outras finalidades e demandas associadas com
Brasileiro deve ser analisada de forma integrada tomando como base
abastecimento urbano, irrigação de culturas, produção agropecuária e
não apenas conhecimento sobre a disponibilidade de recursos e fontes
preservação de áreas de proteção ambiental.
de energia, mas também aspectos relativos às dimensões social,
ambiental, técnica e econômica. Dessa forma, o planejamento precisa
geração da geração fotovoltaica em grande escala traz para o sistema
sinalizar as mudanças necessárias para promover a diversificação
elétrico. A não possibilidade de geração contínua (energia despachável)
de fontes de energia reduzindo a vulnerabilidade do sistema elétrico
por fatores relacionados à sua intermitência natural tornam a
nacional à variabilidade climática e contribuindo para o aumento da
distribuição da energia fotovoltaica mais complexa que a hídrica e
segurança energética sem comprometer os compromissos assumidos
a termoelétrica. Em adição à variação dos ciclos diário e sazonal,
pelo Brasil nos acordos internacionais para controle das emissões de
perfeitamente conhecidos e previsíveis, as flutuações randômicas de
gases do efeito estufa.
irradiância solar podem ser observadas em escala de tempos diferentes,
com médio e curto prazo diante de passagem de nuvens dependendo de
Nos últimos anos, a geração fotovoltaica destacou-se com o
Deve-se ter em mente os desafios tecnológicos que a inserção da
maior aumento porcentual de capacidade instalada no mundo. Em
tamanho e velocidade de deslocamento.
diversos países foram aplicados incentivos fiscais e econômicos
para desenvolvimento da geração fotovoltaica em termos de avanço
flutuações na rede devidas à geração fotovoltaica também passem a
tecnológico e expansão de mercado. A preocupação com a redução
fazer parte do sistema. Contudo, esse problema pode ser minimizado
de emissões de gases de efeito estufa estimulou o desenvolvimento
com base em tecnologias já existentes ou em desenvolvimento,
tecnológico no setor fotovoltaico, porém, a redução significativa do
seja de forma passiva pelo número de sistemas fotovoltaicos e pela
valor dos módulos foi determinante para tal crescimento do mercado
sua dispersão geográfica, ou de forma ativa com uso de baterias
observado na última década. Atualmente, a geração fotovoltaica
eletroquímicas, a produção de hidrogênio associado à célula a
mostra competitividade econômica diante de tecnologias eólicas e
combustível, os volantes de inércia, as bobinas supercondutoras,
termelétricas em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil.
os supercapacitores, o ar comprimido, o bombeamento reversível
de água em hidrelétricas e o armazenamento térmico na forma
No Brasil, as primeiras aplicações da tecnologia fotovoltaica
foram relativas à telecomunicação, à eletrificação rural, aos serviços
A variabilidade temporal do recurso solar faz com que as
de calor. Porém, em se tratando de um mecanismo tão complexo,
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Fascículo
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Renováveis
faz-se necessária uma busca prévia de soluções que mantenham estável e seguro o despacho de energia pelo Sistema Interconectado Nacional (SIN). Estudo realizado pela Agência Internacional de Energia (IEA, 2014) afirma que, no geral, uma participação energética da geração intermitente de 25% é suportada em todos os casos, com destaque para o Brasil que, devido a sua matriz elétrica baseada em hidrelétricas, possui grande flexibilidade. ALMEIDA (2017) afirma que medidas decentralizadoras podem vir a ser necessárias no Brasil uma vez que a região Nordeste do Brasil concentra a maioria das usinas listadas nos leilões de Energia de Reserva. O autor afirma que, se a tendência de instalar usinas fotovoltaicas de grande porte nesta região permanecer, as redes de transmissão que interligam o subsistema nordestino aos demais subsistemas que compõem o SIN deverão ser adaptadas a uma nova realidade.
Estudo de caso para geração hibrida hidrofotovoltaica
Figura 2 – Série histórica da geração mensal na UHE Sobradinho e da fração do volume de água armazenada em relação ao volume útil do reservatório entre 1990 e 2015. Fonte: Velloso (2017).
Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco,
os conflitos pelos usos múltiplos da água estão ligados às atividades de atendimento ao abastecimento humano, agricultura
A região do Nordeste do Brasil (NEB) é aquela com o maior potencial
irrigada, geração de energia, navegação, diluição de efluentes
de energia solar do país, com média anual estimada em 5.5 kWh/m2
urbanos, industriais e da mineração e ainda a manutenção dos
de irradiação solar global diária. A região do semiárido, no interior do
ecossistemas. A irrigação de culturas é a atividade que apresenta
NEB, apresenta períodos prolongados de estiagens e, assim, recebe
maior demanda entre aquelas mencionadas, quase 95% da vazão
grande incidência de radiação solar do país. É exatamente no semiárido
de consumo. No caso da mineração, o uso se dá para abastecimento
nordestino que fica localizada a maioria das usinas hidrelétricas da
de mina de cobre localizada a aproximadamente 80 km do Lago de
Bacia do São Francisco. O Rio São Francisco tem sua nascente no Parque
Sobradinho, no município de Caraíba (BA). A água do reservatório
Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, e chega a sua foz, no
é ainda utilizada para abastecer a Usina Termelétrica Petrolina, da
Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cerca de 2.800
Companhia Energética de Petrolina (CEP).
km de extensão. O Velho Chico atravessa três diferentes biomas –
Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica passando pelos Estados de Minas
solar na região da Bacia do São Francisco com base nos dados
Gerais (MG), Distrito Federal (DF), Bahia (BA), Pernambuco (PE), Alagoas
disponibilizados na Atlas Brasileiro de Energia Solar. Na região do
(AL) e Sergipe (SE). As usinas hidrelétricas instaladas no Rio São
Alto e Médio São Francisco, a irradiação solar apresenta valores
Francisco na região do NEB são UHE Xingó, UHEs Paulo Afonso I, II, III e
entre 4,6 kWh/m2.dia e 7,00 kWh/m2.dia. A região com maiores
IV, UHE Apolônio Sales, UHE Luiz Gonzaga e UHE Sobradinho, totalizando
índices de irradiação solar está localizada entre o São Francisco
9.971.501 kW de potência instalada, o que representa 9,9% do total
Médio e Submédio, tendo uma grande região do entorno do Lago de
do pais (ANA, 2017; CHESF, 2017).
Sobradinho e registra índices maiores de 7,00 kWh/m2.dia.
Em média, a Usina Hidrelétrica de Sobradinho contribui com
A Figura 3 apresenta a média anual do total diário de irradiação
Estudo desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas
cerca de 7% de toda a geração da Região Nordeste. A média anual de
Espaciais avaliou a operação de um sistema híbrido de geração de
geração da usina em 26 anos (1990 – 2015) é de 3.715,23 GWh.
eletricidade combinando as fontes solar e hídrica na área da UHE
A maior geração total anual deu-se em 2007, quando foi gerado
de Sobradinho de modo a aproveitar o recurso solar disponível na
5.141,29 GWh, e a mínima foi no ano de 2015, com um total de
região e a infraestrutura do SIN já disponível no local.
1.683,90 GWh, uma diferença de 67,25%. O gráfico apresentado na
Figura 2 mostra o histórico de geração mensal da UHE Sobradinho,
contribuiria para o aumento do fator de capacidade da geração
a média e os valores mensais do volume útil acumulado na represa
na UHE Sobradinho, evitaria a emissão de gases de efeito estufa
de Sobradinho. O fator de capacidade da planta ao longo da sua
em plantas térmicas em períodos prolongados de seca extrema,
operação foi de 40,4%.
e ainda tonaria possível o acúmulo de água no reservatório. As
simulações realizadas para o período de 2006-2015 mostraram
Percebe-se que, durante o período 2013–2015, a estiagem
Os resultados mostraram que a adoção de plantas fotovoltaicas
afetou diretamente a geração na UHE Sobradinho e, em nenhum outro
que o aproveitamento solar através da geração fotovoltaica na
momento, nos 26 anos analisados, a geração e o volume útil atingiram
região possibilitaria um aumento de 11% a 91% na geração de
valores tão baixos quanto neste período. O fator de capacidade dessa
eletricidade em relação ao que foi gerado pela UHE Sobradinho,
planta foi de 23% entre os anos de 2013 e 2015 (praticamente metade
dependendo das dimensões da planta fotovoltaica adotada.
do fator de capacidade médio) e apenas 18% em 2015.
O aproveitamento do recurso solar evitaria a emissão de até a
51
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Renováveis
Figura 3 – Média anual do total diário da irradiação solar global na bacia do Rio São Francisco (kWh/m2.dia).
81.000 t CO2 lançados para a atmosfera no período dos dez anos analisados se a mesma quantidade de energia fosse gerada com
Referências
o uso de plantas térmicas alimentadas por gás natural. Diante da
demanda de água do reservatório da UHE Sobradinho para usos
São Francisco. Brasília, 2017. Disponível em: http://www2.ana.gov.br/
múltiplos, mesmo a menor planta fotovoltaica simulada, ocupando
Paginas/servicos/saladesituacao/v2/saofrancisco.aspx
uma área equivalente a 0,05% do reservatório de Sobradinho, foi
capaz de suprir a totalidade da demanda de água do reservatório da
de geração. http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/
UHE Sobradinho.
capacidadebrasil.cfm
No período em que foi registrado forte déficit hídrico, entre
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Bacia Hidrográfica do Rio
Agência Nacional de Energia Elétrica (2018) Banco de informações
ALMEIDA, M. P. (2017). Implicações técnicas da inserção em grande escala
os anos de 2013 e 2015, as plantas fotovoltaicas simuladas
da geração solar fotovoltaica na matriz elétrica. 193 p. São Paulo: EDUSP.
chegariam a gerar de 19,3% a 154,5%, em relação ao que a UHE
Sobradinho produziu no mesmo período. O uso das plantas de geração solar possibilitaria um acúmulo de volume de água no reservatório de até 13,7% do seu volume total, o que se equivale a 4675 Hm 3 de água.
O aproveitamento solar para geração de energia elétrica
fotovoltaica representa um fator de resiliência aos extremos climáticos da região do semiárido nordestino, pois é capaz de aumentar a segurança energética e gerar um acúmulo maior de água em uma região que sofre estiagem prolongada.
COMPANHIA HIDRELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO (CHESF). Descrição
do Aproveitamento de Sobradinho. 2017. Disponível em: <https://www. chesf.gov.br/SistemaChesf/Pages/SistemaGeracao/Sobradinho.aspx>.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Plano Decenal de
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desenvolvimento. 3. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012. 400 p. ISBN (978-85-314-1113- 7).
Apoio
53
TEMOS UM CABO, ESPECIALMENTE DESENVOLVIDO,
INTERNATIONAL ENERGY AGENCY (2014). World Energy
PARA CADA SEGMENTO DE MERCADO
Outlook 2014. Paris. Disponível em: http://www.iea.org/ publications/freepublications/publication/WorldEnergyOutlook201 4ExecutiveSummaryPortugueseversion.pdf.
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hydropower and biodiversity in the Amazon, Congo, and Mekong. Science, v. 351, n. 6269, p. 128–129. *Enio Bueno Pereira é graduado em Física pela Universidade de São Paulo e doutor em Geociências pela W.M.Rice University, nos Estados Unidos. É pesquisador titular sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Laboratório de Modelagem e Estudos de Recursos Renováveis de Energia. Fernando Ramos Martins é bacharel em Física pela Universidade de São Paulo, mestre em Tecnologia Nuclear pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Atualmente, é docente adjunto da Universidade Federal de São Paulo campus Baixada Santista. Maria Francisca Azeredo Velloso é pesquisadora do Laboratório de Modelagem e Estudos de Recursos Renováveis de Energia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
www.cabelauto.com.br
+55 (35) 3629-2500
Energia Eólica
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Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
O ano de 2017 da energia eólica projetos contratados em anos
chamada “safra dos ventos”.
20 de dezembro, com a realização
início de abril, seu Boletim
anteriores.
dos leilões A-4 e A-6, sendo
Anual de Geração da ABEEólica,
das comparações mundiais. De
que foi neste último que a fonte
um compilado dos principais
período em que os benefícios
acordo com dados do Global Wind
eólica se destacou. No A-6 foram
dados do setor em 2017. As
da fonte eólica ficaram ainda
Energy Council (GWEC), o Brasil
comercializados 1,39 GW de
informaçôes mostram um setor
mais presentes. No Nordeste,
ultrapassou o Canadá e ocupa
capacidade eólica. Considerando
maduro, dinâmico e que cresce de
por exemplo, a fonte eólica foi a
agora a oitava posição no ranking
também o resultado do A-4,
forma vigorosa. Em 2017, foram
salvação num ano de secas de
mundial de capacidade instalada
foram comercializados um
adicionados à matriz elétrica
reservatórios das hidrelétricas,
de energia eólica.
total de 1,45 GW de energia
brasileira mais 2 GW de energia
chegando a suprir mais de 60%
eólica em 2017, o que equivale
eólica em 79 novos parques,
da energia da região. No total,
2017 os bons resultados
a um investimento de mais
fazendo com que o setor chegasse
a produção de energia eólica
dos leilões de transmissão,
de R$ 8 bilhões. Importante
ao final de 2017 com 12,77 GW
de 2017 apurada pela Câmara
indicando que estamos no
registrar que a fonte eólica foi
de capacidade instalada em 508
de Comercialização de Energia
caminho certo para uma solução
a mais competitiva, atingindo
parques eólicos, representando
Elétrica (CCEE) foi 26,5%
estrutural do problema de
valores menores que as grandes
8,1% da matriz. Foram gerados
superior à de 2016 e, pela
escoamento de energia. No que
hidrelétricas, o que está em
mais de 30 mil postos de trabalho
primeira vez, a fonte chegou a
se refere a financiamentos, o
linha com tendências mundiais,
em 2017 e o investimento no
atingir dois dígitos na matriz
que observamos no ano foi uma
como bem indicou o relatório
período foi de R$ 11,4 bilhões.
de produção, representando
movimentação em direção ao
“Renewable Power Generation
Estes dados principais mostram
10% da energia do país em
fortalecimento do mercado
Costs in 2017”, lançado pela
um ano de trabalho intenso e
agosto e 11% em setembro,
de bancos privados, o que
International Renewable Energy
de implantação consistente de
meses que fazem parte da
deve levar a uma ampliação
Agency (Irena) e que mostra a
de ofertas de possibilidades
queda de preços das energias
de financiamento para os
eólica e solar no mundo.
empreendedores do setor.
Este novo cenário que vai se
2017 foi um bom ano para o setor
desenhando e que a indústria
de energia eólica, não apenas
eólica avalia como positivo foi
pelos dados de crescimento de
impulsionado, entre outras
produção e de novas instalações,
coisas, pela decisão do BNDES
mas, principalmente, pela
de substituir a Taxa de Juros de
retomada dos leilões. Convido,
Longo Prazo (TJLP) pela Taxa de
portanto, todos os leitores da “O
Longo Prazo (TLP).
Setor Elétrico” a consultarem os
dados do Boletim Anual de Dados
A ABEEólica lançou, no
2017 também foi um
Boas notícias também vieram
Presenciamos ainda em
A principal notícia do setor
De forma geral, portanto,
no ano, no entanto, veio “aos 45
da ABEEólica, que está disponível
do segundo tempo”, nos dias 18 e
no www.abeeolica.org.br.
Energia solar fotovoltaica
56
Ronaldo Koloszuk é diretor da Divisão de Energia do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, conselheiro da Absolar e diretor comercial da Solar Group.
http://www.goiasagora.go.gov.br
Programa Goiás Solar: exemplo para o Brasil
O que fez Goiás sair da 16ª
Programa Goiás Solar em
de geração distribuída por meio
licenciamento ambiental e,
colocação para a 8ª no ranking
fevereiro de 2017, com o
do Convênio ICMS 16/2015 e
na sequência, a Lei Goiás nº
nacional da geração distribuída
objetivo de fomentar a geração
Decreto Goiás nº 8.597/2016,
16.618/2017 para a isenção
em menos de 1 ano? Este
de energia a partir de fontes
decisão que criou condições
de ICMS para insumos e
artigo mostra como a vontade
renováveis, em especial, a
para a instituição do Programa
equipamentos fotovoltaicos.
de um governo fez a diferença
solar fotovoltaica e, com
Goiás Solar por meio do
para o desenvolvimento do
isso, viabilizar a atração de
Decreto Goiás nº 8.892/2017.
tomadas para que o ambiente
setor fotovoltaico.
empreendimentos.
de inovação se formasse:
Concomitante ao
Outras ações foram
lançamento do programa, foi
participação do Goiás Fomento
em conjunto com a Associação
ações concretas foram
publicada a Portaria SECIMA
com a ampliação do crédito
Brasileira de Energia Solar
tomadas: adesão do estado à
036/2017, que propiciou
produtivo para energia solar
Fotovoltaica (Absolar), o
isenção de ICMS aos sistemas
a desburocratização do
fotovoltaica; financiamento de
O estado de Goiás lançou,
Logo de início, algumas
Energia solar fotovoltaica
57
Figura 1 – Evolução da geração distribuída em Goiás.
projetos de energias renováveis através
de energia solar, que triplicou desde
do Fundo Constitucional do Centro
fevereiro de 2017, e o incremento na
Oeste-FCO e o lançamento do programa
qualificação da mão de obra.
BB Agro energia, ambos geridos pelo
Banco do Brasil; acordos de cooperação
lançamento do Programa Goiás Solar, o
com outros agentes financeiros; e
estado possuía cerca de 170 unidades
criação do Comitê Estadual de Energia
consumidoras recebendo créditos com
Solar Fotovoltaica, integrando os
sistemas de geração distribuída, que
principais atores da cadeia produtiva
juntas somavam 2000 kW; após a sua
com o objetivo de operacionalizar o
inauguração e até o final de 2017, eram
modelo de governança.
mais de 470 unidades consumidoras
com um total de 7000 kW instalados,
A governança do Programa Goiás
Os dados apontam que, até o
Solar articula a sua rede sistêmica
subindo da 16ª colocação para a 8ª no
por meio da ação interdisciplinar
ranking nacional da geração distribuída.
dos seguintes stakeholders: estado,
empresas, universidades, sociedade
anos da geração distribuída em Goiás.
civil organizada. Também promove
a intersetorialidade ao articular
Goiás esteja entre os cinco maiores
secretarias do governo e órgãos
estados brasileiros neste ranking, o
estratégicos, por meio de alianças
que fomentará a geração de emprego
facilitadoras, com o objetivo de
e renda, fortalecerá a cadeia produtiva
desenvolver os seus eixos principais:
e promoverá a sustentabilidade
tributação, financiamento,
econômica, social e ambiental.
desburocratização, educação,
comunicação e fortalecimento da
há sinais de que outros estados estão
cadeia produtiva.
seguindo o seu exemplo.
O gráfico mostra a evolução dos últimos A expectativa para 2018 é que
Goiás deu um importante passo e já
Após o primeiro ano, o programa
comemora a redução da carga tributária, a criação e desenvolvimento de empresas no estado, a oferta de linhas de financiamento com prazos e juros competitivos, a simplificação do processo de licenciamento ambiental, o crescimento da geração distribuída
Este artigo contou com a coautoria da superintendente de Energia, Telecomunicações e Infraestrutura da SECIMA Goiás, Danúsia Arantes. Danúsia é também vice-presidente do Fórum Goiano de Mudanças Climáticas e membro do Fórum Permanente de Assuntos Relacionados ao Setor Energético.
58
Notícias
renováveis
Energia solar cresce no Brasil Empresa do setor triplica número de sistemas fotovoltaicos instalados em Santa Catarina
Segundo os números anuais
último ano, através da revenda e
da Bloomberg New Energy
distribuição dos painéis solares
Finance (BNEF) os investimentos
especialmente ao Vale do Itajaí,
mundiais em energia solar
triplicou o número de instalações
somaram US$ 160,8 bilhões
realizadas em comparação
em 2017, representando um
ao ano anterior. Prevê ainda
aumento de 18% a mais que
um crescimento de 300% no
o ano anterior. No Brasil, os
resultado com novos projetos até
investimentos, no ano passado,
o final deste primeiro semestre
alcançaram US$ 6,2 bilhões,
de 2018.
representando alta de 10% em
relação a 2016.
Energy foi bastante diversificada
atingindo desde indústrias,
sul. Notamos que a população
alemã inédita ao Brasil,
Nacional de Energia Elétrica
empresas, residências e até
está mais confiante e que os
semelhante à pele de vidro, que
(Aneel), até 2024, cerca de
veículos. Considerando o tempo
empresários estão mais maduros
vem chamando a atenção de
1,2 milhão de geradores de
de apenas dois anos de atuação no
em relação ao uso dos painéis
indústrias, residências e setores
energia solar ou mais deverão ser
mercado, a média de geração de
fotovoltaicos. Conseguem
como a construção civil por
instalados em casas e empresas
energia dos projetos da empresa
perceber que é possível ter
aliar a beleza, funcionalidade
em todo o Brasil. Em Santa
chega a faixa de 8 MW/h/m que
o retorno do investimento e
e sustentabilidade. Tratam-se
Catarina, estado com cerca de
seria suficiente, por exemplo, para
reduzir custos além de ajudar na
dos painéis solares de Telureto
10% dos sistemas fotovoltaicos
atender 40 casas com consumo
preservação do meio ambiente”,
de Cádmio (CdTe) da Calyxo
em funcionamento do país,
médio de 200 kwh/m.
avalia o diretor comercial da Tek
que podem ser facilmente
empresas como a Tek Energy têm
Energy Douglas Salgado.
incorporados aos projetos
contribuído para ampliar ainda
evolução da energia solar no
arquitetônicos como acabamento
mais este cenário. Somente no
Brasil e especialmente na região
Tek Energy trouxe uma tecnologia
De acordo com a Agência
A aplicação dos painéis pela Tek
“Temos acompanhado a
Além disso, recentemente, a
ou revestimento.
Yaskawa Elétrico do Brasil entra no mercado de geração solar O grupo, no mundo, fechou 2017 com mais de 500 megawatts vendidos em energia solar com código FINAME 3460420,
brasileiro foi desenvolvido
em energia solar, sendo 90%
recentemente a marca
atendendo às exigências de
para atender principalmente
para os Estados Unidos.
histórica de 1 GW de potência
nacionalização e os projetos de
aos grandes projetos solares,
instalada em usinas de fonte
clientes via BNDES.
o que chamamos de geração
um novo inversor fotovoltaico, a
solar fotovoltaica conectados
centralizada. Ao lado do México,
empresa projeta crescer no País
à matriz elétrica nacional.
Yaskawa Elétrico do Brasil, Luís
o Brasil é um dos maiores países
em geração solar. “Nossa fábrica
Atenta a esse novo nicho de
Simione, a produção do novo
em potencial para desenvolver
tem uma capacidade anual de
mercado, a Yaskawa Elétrico
inversor fotovoltaico na planta
um parque solar e temos a
100 MW, que pode ser ampliada
do Brasil, fabricante de
da Yaskawa, em Diadema (SP)
possibilidade de exportações
dependendo dos pedidos
inversores de frequência e servo
só foi possível porque a Yaskawa
para outros países que investem
para 500 MW. Estima-se que
acionamentos, e integrante
Electric Corporation adquiriu
em solar, como Colômbia, Peru
vendamos entre 15 MW a 30
do grupo Yaskawa Electric
há três anos a americana
e Argentina”, afirma Simione,
MW neste primeiro ano”, prevê
Corporation, iniciou no país a
Solectria (a maior fornecedora
que ainda destaca que o grupo
Mercedes Pereyra Boue, gerente
fabricação de um novo inversor
de inversor comercial no
no mundo fechou em 2017 com
de negócios internacionais para
fotovoltaico, já certificado e
mercado local). “O inversor
500 megawatts (MW) vendidos
a América Latina da Yaskawa.
O Brasil alcançou
Segundo o diretor geral da
Com a produção nacional de
Notícias
59
Cai a atratividade das fontes limpas de energia no Brasil Índice FDR revela que apenas três estados mantiveram boa competitividade para migração ao Ambiente de Contratação Livre (ACL) em março
A FDR Energia, empresa de
Paraíba e São Paulo. O índice,
geração e comercialização de
tal qual o modelo do Índice de
eletricidade, acaba de concluir o
Desenvolvimento Humano (IDH),
Índice Nacional de Atratividade
elaborado pela Organizações das
do Mercado Livre para Fontes
Nações Unidas (ONU), é calculado
Limpas de Energia do mês de
em um intervalo de “0,000” (para a
março. O estudo mostra que
menor atratividade) e “1,000” para
apenas os estados de Tocantins
a maior atratividade.
com a nota “0,674”, Pará com
“0,663” e Amazonas com
com base no preço médio
“0,646” mantiveram a boa
comercializado no mercado livre
viabilidade para a migração para
entre as fontes incentivadas 50
o Ambiente de Contratação
(energia proveniente de Pequenas
Livre (ACL), quando comparado
Centrais Hidrelétricas e usinas
com o ranking de fevereiro que
eólicas, solares e de biomassa)
destacava 12 estados. O valor
comparadas com as tarifas de
médio do Índice FDR Energia para
distribuidoras que representam
todo o Brasil ficou em “0,514” no
98% do mercado cativo brasileiro.
mês, menor índice desde janeiro.
Em linhas gerais, pode-se
considerar que valores no índice
O ranking também destaca
O índice foi calculado
entre os 15 estados mais atrativos:
abaixo de 0,4 como inviáveis
Tocantins, Pará, Amazonas,
financeiramente para migração
Espírito Santo, Goiás, Rio de
para o ACL. Entre 0,4 e 0,6, com
Janeiro, Santa Catarina, Mato
viabilidade moderada. Entre 0,6
Grosso, Paraná, Rondônia, Distrito
e 0,8, boa viabilidade. Acima de
Federal, Mato Grosso do Sul, Piauí,
0,8, com alta viabilidade.
60
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas, Tomadas e Interruptores
O Setor Elétrico / Março de 2018
Linhas elétricas, tomadas e interruptores Retomada da economia, ainda que discreta, dá novo fôlego ao setor, que começa a investir novamente. Para fabricantes de linhas elétricas, tomadas e interruptores, novos projetos de infraestrutura já são motivos para comemorar
61
O Setor Elétrico / Março de 2018
Embora a indústria eletroeletrônica permaneça ociosa, tendo
Principais segmentos de atuação
atingido 75% de utilização da sua capacidade instalada nos dois primeiros meses do ano, constatou-se que boa parte das companhias têm intenção de ampliar os investimentos em 2018. Os números são
Público
mais recente sondagem feita pela Associação Brasileira da Indústria
30%
Elétrica e Eletrônica (Abinee). De acordo com a instituição, 77% das entrevistadas já iniciaram ou pretendem começar a reinvestir no
38%
primeiro trimestre.
Residencial
Outra boa notícia refere-se ao aumento das vagas nas indústrias
Comercial
68%
do setor. Conforme revela a Abinee, com base em informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do
Industrial
94%
Trabalho (Caged), o setor eletroeletrônico aumentou 4.083 vagas nos meses de janeiro e fevereiro de 2018 em relação a dezembro do ano passado, totalizando 238,3 mil funcionários.
Também foi observado na sondagem de fevereiro de 2018 que
43% das empresas pretendem ampliar o quadro de funcionários durante o ano. Desse total, 45% já começou ou têm a intenção de
iniciar este aumento ainda no primeiro trimestre.
empresas como principal meio de comercialização. As revendas e
varejistas são o segundo principal canal de vendas.
Essa intenção encontra respaldo na pesquisa realizada pela revista
As vendas diretas ao cliente final foram apontadas por 87% das
O Setor Elétrico com fabricantes e distribuidores de linhas elétricas e de tomadas e interruptores. Segundo os pesquisados, a expectativa é de que haja crescimento médio do quadro de funcionários de 12% em 2018, no caso do mercado de tomadas e interruptores, e de 8%
Principais canais de vendas
no segmento de linhas elétricas.
Tanto as empresas de linhas elétricas quanto as fabricantes de
tomadas e interruptores esperam crescimento médio de 11% para seus resultados neste ano e projetam 9% para o mercado como um
Outros
todo (linhas elétricas) e 6% (tomadas e interruptores).
8%
As projeções positivas devem ser estimuladas pelos projetos de
infraestrutura – novos e reformas –, além dos sinais de recuperação
19%
da economia brasileira e, por consequência, da melhoria do setor da construção civil. Essa avaliação foi verificada na pesquisa realizada
Telemarketing
32%
com os fabricantes e distribuidores de linhas elétricas. De acordo
Distribuidores / atacadistas
com as empresas de tomadas e interruptores, a construção civil
53%
desaquecida ainda é um grande obstáculo para o setor.
Internet
Revendas / varejistas
60%
Confira a pesquisa na íntegra, a seguir, que traz mais detalhes
sobre o mercado de linhas elétricas e, em seguida, o levantamento sobre tomadas e interruptores. A pesquisa contou com a participação
87%
de cerca de 80 empresas, que revelaram informações sobre
Venda direta ao cliente final
faturamento, produtos comercializados, projeções de crescimento, entre outros dados. Vale lembrar que os números publicados não refletem as opiniões individuais das empresas, mas sim o agrupamento delas.
Números do mercado de linhas elétricas
As caixas de passagem e de ligação, assim como eletrocalhas,
perfilados, bandejas e leitos são os produtos mais ofertados no
A indústria é o principal segmento de atuação deste mercado,
segundo apontaram 94% das empresas pesquisadas.
mercado de linhas elétricas, o que pode significar que são os produtos mais comercializados. Veja o ranking.
62
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas, Tomadas e Interruptores
Produtos mais comercializados
O Setor Elétrico / Março de 2018
O quadro a seguir mostra a opinião das entrevistadas no que diz
respeito ao tamanho do mercado de alguns produtos. Pode-se dizer, por exemplo, que, segundo as pesquisadas, o mercado de duto de piso fatura, anualmente, até R$ 10 milhões, enquanto que o mercado
Duto de piso
de bandejas (eletrocalhas com tampas) registra faturamento entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões por ano.
Eletrocalha aramada
28%
36% 36%
Caixas de pessagem
Bandeja (eletrocalha com tampa)
0
25% 17% 29% 20%
4%
5%
0
25% 17% 29% 16%
8%
5%
0
26%
14%
0
0
22% 17% 35% 13% 13%
0
0
Eletroduto Metalico
33% 34% 21% 12%
0
0
0
Eletroduto Rígido
30% 31% 18% 17%
4%
0
0
Eletroduto Flexível
32% 18% 18% 18%
9%
5%
0
Eletrocalha aramada
39% 34% 18%
4%
5%
0
0
Duto de piso
54% 14% 23%
9%
0
0
0
9%
43%
8%
com tampa)
Caixas de passagem e de ligação
para cabos)
0
Perfilado
Leito (escada
40%
0
Eletrocalha (sem tampa) Bandeja (eletrocalha
Eletrocalha (sem tampa)
38%
6%
e de ligação
Perfilado
36%
37% 36% 21%
Acima de R$ 500 milhões
Leito (escada para cabos)
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Eletroduto Metalico
30%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
30%
Até R$ 10 milhões
Eletroduto Rígido
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
30%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de linhas elétricas
Eletroduto Flexível
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
26%
Tendo em vista os sinais de recuperação da economia brasileira,
Para se ter uma ideia do tamanho das empresas deste mercado
as empresas esperam crescer, em média, 11% neste ano de 2018 e
de linhas elétricas, perguntamos às pesquisadas qual a faixa de
preveem crescimento médio de 9% para o mercado de linhas elétricas.
faturamento registrada no ano de 2017. A maior parte delas faturou
As companhias esperam ainda aumentar seus respectivos quadros de
entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões no ano passado.
colaboradores em 8%, na média.
Faturamento médio anual das empresas fabricantes e distribuidoras de linhas elétricas
Previsões de crescimento
3%
Acima de R$ 200 milhões
12%
Contratação de funcionários em 2018
Até R$ 5 milhões
8%
7%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
12%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões 17%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Crescimento médio do mercado de linhas elétricas em 2018
9% 9%
Crescimento médio das empresas em 2017 comparado ao ano anterior
11%
Crescimento médio das empresas em 2018
25% 24%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões Sustentam as previsões do gráfico anterior os projetos de infraestrutura e o bom momento econômico do país, segundo apontaram as empresas pesquisadas do mercado de linhas elétricas.
63
O Setor Elétrico / Março de 2018
Fatores que influenciam o mercado brasileiro de linhas elétricas
Principais canais de vendas
Outros
22%
9%
Internet
22%
Outros 7%
28%
Programas de incentivo do governo
1%
Desvalorização da moeda brasileira
Venda direta ao cliente final
44%
12%
7%
Telemarketing
Falta de confiança dos investidores 1%
Distribuidores / atacadistas
78%
11%
Falta de normalização e/ ou legislação
Desaceleração da economia brasileira
10%
Os gráficos a seguir mostram a oferta de tomadas e de interruptores
no mercado. A maior parte das empresas (59%) apontou os sensores
Incentivos por força de legislação ou normalização
12%
Setor da construção civil aquecido
de presença e, entre os interruptores, as caixas e as tomadas para sinal em geral foram mencionadas por 56% das companhias que participaram do levantamento.
26% 4%
Projetos de infraestrutura
Interruptores e outros dispositivos mais comercializados
Setor da construção civil desaquecido Temporizadores
44%
Variadores de luminosidade (dimmer) Minuterias
47%
53%
Números do mercado de tomadas e interruptores
Revendas / varejistas
72%
Bom momento econômico do país
Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno
53%
Ao contrário do que registraram as últimas pesquisas, os segmentos
Dimer
53%
comercial e residencial são o público-alvo apontado pelas entrevistas. Esta é a primeira vez que a indústria não é apontada como principal
Sensores de presença
59%
mercado atendido. Principais segmentos de atuação
Tomadas e outros dispositivos mais comercializados
Industrial
38%
69% Residencial
72%
Tomadas para uso industrial (NBR IEC 60309-1) Placas para interruptores e tomadas
47% Comercial
75%
50%
Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno
53% 56% 56%
A maior parte das vendas é realizada via distribuidores e atacadistas,
segundo apontaram 78% das pesquisadas.
Tomadas para telefonia Tomadas para sinal em geral (dados, internet, etc.) Caixas para interruptores e tomadas
64
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas, Tomadas e Interruptores
As duas tabelas a seguir evidenciam a opinião as empresas que
O Setor Elétrico / Março de 2018
No que concerne ao tamanho das empresas pesquisadas referente
participaram desta pesquisa sobre o tamanho anual total de alguns
aos resultados apenas de tomadas e interruptores, não há um padrão.
nichos de mercado. Para se ter uma ideia, é possível intuir que o
O porte das companhias apresenta-se bem diversificado.
mercado de tomadas para uso industrial fatura entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões por ano. Já o segmento de minuterias deve faturar, anualmente, entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões.
Faturamento anual médio das empresas fabricantes e distribuidoras de tomadas e interruptores
5%
Tamanho anual total de mercados específicos de interruptores e tomadas De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Acima de R$ 500 milhões
14% 33%
7%
27%
6%
0%
13%
Dimer
42% 16%
8%
0%
0%
0%
34%
13% 14% 27% 13%
6%
20%
7%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Sensores de presença
Até R$ 10 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Acima de R$ 200 milhões 11%
De 100 milhões a 200 milhões
17%
Minuterias
46% 54%
0%
0%
0%
0%
0%
33% 42%
8%
17%
0%
0%
0%
28% 29%
7%
14% 14%
8%
0%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
11%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
interno Variadores de luminosidade
17%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Interruptores para uso residencial e análogo - uso
22%
Até R$ 5 milhões
17%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
Caixas para interruptores
Apesar das projeções otimistas, o mercado mostra-se cauteloso. Acima de R$ 500 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
Até R$ 10 milhões
Temporizadores
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
(dimmer)
23% 22% 8% 24% 23% 0%
0%
17% 25% 16% 34%
0%
Segundo as entrevistadas, o setor da construção civil desaquecido e a crise política são grandes entraves ao sucesso do segmento. Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado em 2017
e tomadas Tomadas para sinal em geral
8%
0%
2%
(dados, internet, etc.) Tomadas para telefonia
Outros 33% 42% 9% 16%
0%
0%
0%
Tomadas para uso residencial e análogo (NBR 14136) -
8% 17% 9% 26% 16% 16% 8%
uso interno Placas para interruptores e
29% 22% 0% 35% 14% 0%
0%
tomadas Tomadas para uso industrial
0%
0% 45% 27%
9% 10% 9%
(NBR IEC 60309-1)
17%
Crise Política 2%
Desvalorização da moeda brasileira
companhias de tomadas e interruptores tenham crescimento médio de
Falta de confiança dos investidores
11% neste ano e preveem contratação média de 12%.
5%
Previsões de crescimento
Falta de normalização e/ ou legislação Contratação de funcionários
12% em 2018 médio das empresas 11% Crescimento em 2018 médio das empresas em 7% Crescimento 2017 comparado ao ano anterior 6% Crescimento médio do mercado de tomadas e interruptores em 2018
10%
Bom momento econômico do país
12%
NAs empresas projetam um ano promissor. A expectativa é que as
2%
Programas de incentivo do governo
12%
Desaceleração da economia brasileira 7%
Setor da construção civil aquecido
2%
Incentivos por força de legislação ou normalização 10%
Projetos de infraestrutura
19%
Setor da construção civil desaquecido
Pesquisa - Tomadas e Interruptores
O Setor Elétrico / Março de 2018
São Paulo
SP
X
Alumbra
(11) 4393-9300
www.alumbra.com.br
São Bernardo Campo
SP
X
Apoio
(11) 3386-7402
www.apoio.ind.br
Sao Paulo
SP
X
www.blux.ind.br
São Paulo
SP
B-Lux Tomadas e Interruptores (11) 2621-4811
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
(11) 4705-3133
www.deltaperfilados.com.br
Santana de Parnaíba
SP
X
X
X
Didziel
(11) 2721-4691
www.didziel.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
DNI- KEY WEST
(11) 3933-2120
www.dni.com.br
São Paulo
SP
X
ENERBRAS MATERIAIS ELÉTRICOS
(41) 21113000
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
Engeduto
(21) 3325-0406
www.engeduto.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
Exatron
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
FAME
(11) 3478-5600
www.fame.com.br
São Paulo
SP
X
Finder
(11) 4223-1550
www.finder.com.br
São Caetano do Sul
SP
X
Grupo Foxlux
(41) 3302-8100
www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
PR
X
Grupo Legrand
(11) 5644-2600
www.legrand.com.br
São Paulo
SP
X
X
HellermannTyton
(11) 2136-9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiai
SP
X
X
Lojão A Eletricidade
(79) 2107-2600
www.lojaoaeletricidade.com.br
Aracaju
SE
X
X
X
X
X
Magnani Mat Elétricos
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
X
X
X
MarGirius
0800 707 3262
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
X
X
X
X
MEC-TRONIC / ELETROMAR
(81) 2138-7200
www.mectronic.com.br
São Lourenço da Mata
PE
X
X
PEESA
(11) 3313-4455
www.peesa.com.br
São Paulo
SP
X
Proauto
(15) 3031-7400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
X
Radial Materiais Elétricos
(11) 3571-2970
www.radial.ind.br
São Paulo
SP
X
ROVIMATIC
(11) 3814-1143
www.rovimatic.com.br
São Paulo
SP
X
Siemens Iriel
(51) 3478-9000
www.iriel.com.br
Canoas
RS
X
X
X
X
X
Simon Brasil
(11) 3437-8100
www.simonbrasil.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
Soprano
(54) 2101-7070
www.soprano.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
X
X
X
STRAHL
(11) 2818-3838
www.strahl.com
São Paulo
SP
X
X
SWITERM
(11) 2591-2421
www.switerm.com.br
São Paulo
SP
X
X
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
WETZEL
(47) 3451-4033
www.wetzel.com.br
Joinville
SC
X
X
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DELTA CANALETAS
X
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X X
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X
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
www.alpha-ex.com.br
X
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
(11) 3933-7533
X
Exporta produtos acabados
Alpha Equipamentos Elétricos
X
X
Programas na área de responsabilidade social
SC
X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Criciúma
X
14001 (ambiental)
www.agpr5.com
X
9001 (qualidade)
(48) 3462-3900
X
Outros
AGPR5
X
Internet
X
Telemarketing
SP
Venda direta ao cliente final
São Paulo
Revendas / varejistas
www.new.abb.com/low-voltage/pt
Distribuidores / atacadistas
Estado
(11) 3688-9111
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Residencial
Cidade
ABB
Comercial
Site
Principal Segmento de atuação
Industrial
Telefone
Distribuidora
Empresa
Fabricante
A empresa é
Importa produtos acabados
66
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X X X
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67
O Setor Elétrico / Março de 2018
(11) 4393-9300 www.alumbra.com.br
São Bernardo Campo
SP
X
Apoio
(11) 3386-7402 www.apoio.ind.br
Sao Paulo
SP
X
São Paulo
SP
X
B-Lux Tomadas e Interruptores (11) 2621-4811 www.blux.ind.br
X X X X X X X X
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X X X X
X
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X
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X X
Alumbra
X
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X
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X
X X X X X X X X X X X X X
X
Santana de Parnaíba
SP
Didziel
(11) 2721-4691 www.didziel.com.br
São Paulo
SP
X
DNI- KEY WEST
(11) 3933-2120 www.dni.com.br
São Paulo
SP
X
X X
ENERBRAS MATERIAIS ELÉTRICOS
(41) 21113000 www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
X X X X X X
Engeduto
(21) 3325-0406 www.engeduto.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
Exatron
0800 541 3310 www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
X X
X X
X
X
X X X
FAME
(11) 3478-5600 www.fame.com.br
São Paulo
SP
X
X X X X X
X
X
X X X X
Finder
(11) 4223-1550 www.finder.com.br
São Caetano do Sul
SP
Grupo Foxlux
(41) 3302-8100 www.grupofoxlux.com.br
Pinhais
PR
Grupo Legrand
(11) 5644-2600 www.legrand.com.br
São Paulo
SP
HellermannTyton
(11) 2136-9090 www.hellermanntyton.com.br Jundiai
SP
X
Lojão A Eletricidade
(79) 2107-2600 www.lojaoaeletricidade.com.br Aracaju
SE
X
X
X
Magnani Mat Elétricos
(54) 4009-5255 www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
X X
MarGirius
0800 707 3262 www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
X
MEC-TRONIC / ELETROMAR
(81) 2138-7200 www.mectronic.com.br
São Lourenço da Mata
PE
X
PEESA
(11) 3313-4455 www.peesa.com.br
São Paulo
SP
Proauto
(15) 3031-7400 www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
Radial Materiais Elétricos
(11) 3571-2970 www.radial.ind.br
São Paulo
SP
ROVIMATIC
(11) 3814-1143 www.rovimatic.com.br
São Paulo
SP
Siemens Iriel
(51) 3478-9000 www.iriel.com.br
Canoas
RS
Simon Brasil
(11) 3437-8100 www.simonbrasil.com.br
São Paulo
SP
Soprano
(54) 2101-7070 www.soprano.com.br
Caxias do Sul
RS
STRAHL
(11) 2818-3838 www.strahl.com
São Paulo
SP
X
SWITERM
(11) 2591-2421 www.switerm.com.br
São Paulo
SP
X
WEG
(47) 3276-4000 www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
WETZEL
(47) 3451-4033 www.wetzel.com.br
Joinville
SC
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Outros produtos
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(11) 4705-3133 www.deltaperfilados.com.br
X
Placas para interruptores e tomadas
X X
DELTA CANALETAS
X
Caixas para interruptores e tomadas
Para sinal em geral (dados, internet, etc.)
SP
Para telefonia
São Paulo
Alpha Equipamentos Elétricos (11) 3933-7533 www.alpha-ex.com.br
Para áreas classificadas
X
Para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
X
Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)
X
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)
SC
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)
Criciúma
Outros
(48) 3462-3900 www.agpr5.com
Dimer
AGPR5
X
Tomadas
Temporizadores
X
Sensores de presença
X
Controles para ventilador
X
Estado
Variadores de luminosidade (dimmer)
SP
Cidade
Minuterias
(11) 3688-9111 www.new.abb.com/low-voltage/pt São Paulo
Pulsadores para uso hospitalar
ABB
Site
Pulsadores para uso geral
Telefone
Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis)
Empresa
Interruptores para áreas classificadas
Interruptores para uso industrial
Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)
Interruptores e outros dispositivos de comando e controle
X X X
X X X
X X
X
X
X X X X X X X X
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas
O Setor Elétrico / Março de 2018
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
CARMEHIL
(85) 4008-6666
www.carmehil.com.br
Fortaleza
CE
Cerâmica São José Ltda.
(19) 3852-9555
www.ceramicasaojose.com.br
Pedreira
SP
X
X
X
X
COGUMELO
(21) 3408-9000
www.cogumelo.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
X
X
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
X
DELTA CANALETAS
(11) 4705-3133
www.deltaperfilados.com.br
Santana de Parnaíba
SP
X
X
X
X
X
X
X
Dispan
(19) 3466-9300
www.dispan.com.br
Nova Odessa
SP
X
X
X
X
X
Dutoplast
(11) 2524-9055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
DUTOTEC
(51) 2117-6600
www.dutotec.com.br
Cachoerinha
RS
X
ELECON
(11) 2066-4100
www.elecon.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
Eletropoll
(47) 3375-6700
www.eletropoll.com.br
Corupá
SC
X
X
X
ELOS
(41) 3383-9290
www.elos.com.br
Sâo José dos Pinhais
PR
X
X
Embramat
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
X
X
Engeduto
(21) 3325-0733
www.engeduto.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
Enmac
(11) 2489-5200
www.enmac.com.br
Arujá
SP
X
X
Facilit eletrocalhas
(11) 4267-0049
www.calhasfacilit.com.br
São Paulo
SP
Finder
(11) 4223-1550
www.finder.com.br
São Caetano do Sul
SP
FRONTEC
(51) 3201-2477
www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
General Cable Brasil
(11) 3457-0300
www.generalcablebrasil.com
São Paulo
SP
GFC Tubos
(11) 2450-3300
www.gfctubos.com.br
Itaquaquecetuba
SP
GIMI POGLIANO
(11) 4752-9900
www.gimipogliano.com.br
Suzano
SP
X X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
www.holecbarras.com.br
Boituva
SP
X
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
X
X
X
Indel
(11) 2500 6966
www.indelflex.com.br
Itaquaquecetuba
SP
X
X
X
ISOLET
(11) 2118-3000
www.isolet.com.br
Itu
SP
X
X
JEA
(11) 4547-6000
www.jea.com.br
Mauá
SP
KANAFLEX
(11) 3779-1670
www.kanaflex.com.br
Cotia
SP
Magnani & Cia LTDA
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
MELFEX
(11) 4072-1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
MINUZZI
(19) 3272-6380
www.minuzzi.ind.br
Campinas
SP
Multiway
(11) 3437-5600
www.multiwayrod.com.br
São Paulo
SP
NOVEMP
(11) 4093-5300
www.novemp.com.br
São Bernardo do Campo
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Onix Distr. de Prod. Elétricos
(44) 3233-8500
PERFIL LIDER
(11) 2412-7787
X
X
X X X
X X
SP
X
X
X
X
Sorocaba
SP
X
X
X
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
www.perfillider.com.br
Guarulhos
SP
X
X
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X
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X
X
(11) 2136-9090
SP
X
X
(11) 4191-3144
São Paulo
X
X
X
X
X
X
X
Hellermanntyton
www.megabras.com
X
X
X
X
HB Barras
(11) 3254-8111
X
X
X
X
X
X
X
Megabras
X
X
X
X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
São Paulo
X
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
(11) 2942-4500 www.beghim.com.br
X
X
Importa produtos acabados
BEGHIM
X
X
Exporta produtos acabados
SP
X
Programas na área de responsabilidade social
São Paulo
X
X
14001 (ambiental)
www.arcoir.com.br
X
9001 (qualidade)
(11) 2115-7873
X
X
Outros
Arcoir
X
X
X
Internet
SP
Telemarketing
São Paulo
Venda direta ao cliente final
www.alphamarktec.com.br
X
Revendas / varejistas
(11) 2782-3200
X
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
Alpha Marktec
X
Público
Estado SP
Comercial
São Paulo
Industrial
Cidade
www.alltexequipamentos.com.br
Fabricante e Distribuidora
Site
(11) 5562-0450
Distribuidora
Telefone
Alltex
Fabricante
Empresa
Residencial
Principal Segmento de atuação
A empresa é
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
68
X
X
X
X
X X
X
X
X
69
O Setor Elétrico / Março de 2018
SP
REAL PERFIL
(11) 2134-0002
www.realperfil.com.br
São Paulo
SP
S.P.T.F.
(11) 2065-3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
SALF
(11) 5614-7333
www.salf.com.br
São Paulo
STRATUS
(12) 2139-6550
www.stratusfrp.com
SULMINAS FIOSE CABOS LTDA
(35) 3714-2660
TIGRE
X
X
X
X
X
X
X
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
Sorocaba
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
www.proautomacao.com.br
X
Importa produtos acabados
(15) 3031-7400
Exporta produtos acabados
Proauto
Programas na área de responsabilidade social
SP
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Arujá
X
14001 (ambiental)
www.poleoduto.com.br
X
9001 (qualidade)
(11) 2413-1200
X
Outros
Poleoduto
X
X
Internet
SP
Telemarketing
Cajamar
Venda direta ao cliente final
www.plp.com.br
Revendas / varejistas
(11) 4448-8000
X
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
PLP
X
Público
Estado SP
Residencial
Cidade São Paulo
Industrial
Site www.perfilduto.com.br
Fabricante e Distribuidora
Telefone (11) 4230-1860
Distribuidora
Perfilduto
Fabricante
Empresa
Comercial
Principal Segmento de atuação
A empresa é
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
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X
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X
X
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X
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X
X
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X
X
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
São José dos Campos
SP
X
X
X
X
X
X
X
www.sulminasfioecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
0800-7074700
www.tigre.com
Joinville
SC
X
Trael Transfor. Eletricos
(65) 3611-6500
www.trael.com.br
Cuiabá
MT
X
X
Tramontina Eletrik S.A.
(54) 3461-8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
RS
X
X
Vicentinos
(44) 3232-0101
www.vicentinos.com.br
Marialva
PR
X
Wetzel
(47) 3451-4033
www.wetzel.com.br
Joinville
SC
X
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X X
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X X
X
X X
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X X
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Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas
O Setor Elétrico / Março de 2018
(11) 2942-4500 www.beghim.com.br
São Paulo
SP
CARMEHIL
(85) 4008-6666
www.carmehil.com.br
Fortaleza
CE
Cerâmica São José Ltda.
(19) 3852-9555
www.ceramicasaojose.com.br
Pedreira
SP
COGUMELO
(21) 3408-9000
www.cogumelo.com.br
Rio de Janeiro
RJ
D´LIGHT
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
DELTA CANALETAS
(11) 4705-3133
www.deltaperfilados.com.br
Santana de Parnaíba
SP
Dispan
(19) 3466-9300
www.dispan.com.br
Nova Odessa
SP
Dutoplast
(11) 2524-9055
www.dutoplast.com.br
São Paulo
SP
X
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www.dutotec.com.br
Cachoerinha
RS
(11) 2066-4100
www.elecon.com.br
Guarulhos
SP
X
Eletropoll
(47) 3375-6700
www.eletropoll.com.br
Corupá
SC
X
ELOS
(41) 3383-9290
www.elos.com.br
Sâo José dos Pinhais
PR
Embramat
(11) 2098-0371
www.embramataltatensao.com.br
São Paulo
SP
Engeduto
(21) 3325-0733
www.engeduto.com.br
Rio de Janeiro
RJ
Enmac
(11) 2489-5200
www.enmac.com.br
Arujá
SP
X
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X
X
X X
X
X
X
(11) 4267-0049
www.calhasfacilit.com.br
São Paulo
SP
Finder
(11) 4223-1550
www.finder.com.br
São Caetano do Sul
SP
FRONTEC
(51) 3201-2477
www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
General Cable Brasil
(11) 3457-0300
www.generalcablebrasil.com
São Paulo
SP
GFC Tubos
(11) 2450-3300
www.gfctubos.com.br
Itaquaquecetuba
SP
GIMI POGLIANO
(11) 4752-9900
www.gimipogliano.com.br
Suzano
SP
X
HB Barras
(11) 4191-3144
www.holecbarras.com.br
Boituva
SP
X
Hellermanntyton
(11) 2136-9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
Indel
(11) 2500 6966
www.indelflex.com.br
Itaquaquecetuba
SP
ISOLET
(11) 2118-3000
www.isolet.com.br
Itu
SP
JEA
(11) 4547-6000
www.jea.com.br
Mauá
SP
KANAFLEX
(11) 3779-1670
www.kanaflex.com.br
Cotia
SP
X
Magnani & Cia LTDA
(54) 4009-5255
www.magnani.com.br
Caxias do Sul
RS
X
Megabras
(11) 3254-8111
www.megabras.com
São Paulo
SP
MELFEX
(11) 4072-1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
MINUZZI
(19) 3272-6380
www.minuzzi.ind.br
Campinas
SP
Multiway
(11) 3437-5600
www.multiwayrod.com.br
São Paulo
SP
NOVEMP
(11) 4093-5300
www.novemp.com.br
São Bernardo do Campo
SP
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
Onix Distr. de Prod. Elétricos
(44) 3233-8500
www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR SP
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X
Facilit eletrocalhas
Guarulhos
X
X
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(51) 2117-6600
www.perfillider.com.br
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ELECON
(11) 2412-7787
X
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DUTOTEC
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Caixas de pessagem e de ligação
São Paulo
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Materiais para amarração e identificação de cabos
www.arcoir.com.br
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Prensa-cabos
(11) 2115-7873
X
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Outras Linhas
Arcoir
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Barramentos Blindados
SP
Leito (escada para cabos)
São Paulo
Bandeja (eletrocalha com tampa)
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Eletrocalha aramada
(11) 2782-3200
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Eletrocalha (sem tampa)
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Perfilado
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Duto de piso
Estado
São Paulo
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Cidade
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Eletroduto Flexível
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(11) 5562-0450
Eletroduto Rígido
Telefone
Alltex
Eletroduto Metálico
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Eletroduto isolante
Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela sua empresa
X X X X
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X X
X
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X
X
X X X
X X
X
X
X
X
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X
X
X
X X
X
X
71
O Setor Elétrico / Março de 2018
Arujá
SP
Proauto
(15) 3031-7400
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Sorocaba
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(11) 2134-0002
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São Paulo
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(11) 2065-3820
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São Paulo
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(11) 2413-1200
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Caixas de pessagem e de ligação
Poleoduto
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Materiais para amarração e identificação de cabos
SP
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Prensa-cabos
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Outras Linhas
www.plp.com.br
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Barramentos Blindados
(11) 4448-8000
Leito (escada para cabos)
PLP
Bandeja (eletrocalha com tampa)
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Eletrocalha aramada
Estado
São Paulo
Eletrocalha (sem tampa)
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Perfilado
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(11) 4230-1860
Duto de piso
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Telefone
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Canaleta de sobrepor
Eletroduto Rígido
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X
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Março de 2018
Por Normando Alves*
Porque um SPDA é um item de segurança
Algumas
pessoas
acham
que
um
trabalho em conjunto de monitoramento
Sistema de Proteção contra Descargas
de
tempestades,
reconhecido
Atmosféricas (SPDA) não é um item de
internacionalmente,
segurança e querem mudar as leis da
alertas para locais críticos com o intuito de
natureza, da eletricidade e da física.
minimizar perdas materiais e vidas;
e
podendo
gerar
provar
• Quando um raio atinge uma edificação,
exatamente que uma Proteção contra
as redes de energia ou telecomunicações
Descargas
A
ideia
deste
artigo
é
um
(serviços), ou alcança o solo diretamente,
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) e
essa descarga elétrica provoca tensões
que a instalação de um sistema de proteção
induzidas nas redes de serviços que viajam
irá preservar as edificações contra danos
para dentro das edificações, atingindo
materiais e incêndios, protegendo também
e destruindo as instalações internas e
as pessoas que estão dentro da edificação
os
e as instalações internas e equipamentos
incêndios, perdas financeiras e de vidas
eletroeletrônicos, de acordo com a norma
humanas;
ABNT NBR 5419:2015, partes 1, 2, 3 e 4.
• Muitos dos acidentes de incêndio
Atmosférica
(PDA)
é
equipamentos,
podendo
provocar
identificados como sendo causados por de
curto-circuito, na verdade, são descargas
morrem
atmosféricas que entram na edificação e
anualmente em torno de 130 pessoas
podem destruir as instalações, mas também
por acidentes provocados por descargas
os
atmosféricas, tanto fora quanto dentro
podendo também matar pessoas que
das edificações, e são milhões de dólares
estejam
próximas
de prejuízo com perdas de equipamentos,
elétricos
ou
processos e instalações;
metálicas, dentro ou fora da edificação.
• Segundo Pesquisas
o
Instituto
Espaciais
Nacional
(Inpe),
equipamentos
e
as
aos
tubulações
informações, equipamentos e
estruturas
• O Brasil é um dos países em que mais raios caem no mundo devido à sua
localização geográfica, clima, etc., sendo
a níveis toleráveis, é necessário aplicar
Para que estes riscos sejam reduzidos
em torno de 70 milhões de raios por
os requisitos estabelecidos na norma
ano. A concessionária de energia Cemig,
ABNT NBR 5419:2015, começando pelo
juntamente com outras concessionárias
gerenciamento de risco (parte 2 da
do Brasil, a Universidade Federal de
norma).
Minas Gerais (UFMG) e o Inpe fazem um
A partir do gerenciamento de risco é
73
O Setor Elétrico / Março de 2018
que serão explicitadas as medidas a serem
explosão, os quais podem também colocar
estouro e em seguida a casa começou a
adotadas para tornar essa edificação segura.
em perigo o meio ambiente. Todos os
pegar fogo.
Em alguns casos, é necessário também
tipos de perdas (L1, L2, L3 e L4) podem
preservar edificações que prestam serviços
aumentar;
Ainda conforme os bombeiros, o incêndio
públicos essenciais para a comunidade e
c) RC: componente relativo a falhas de
que teria começado em um dos quartos,
edificações ou locais em que é necessário
sistemas internos causados por LEMP.
se espalhou rapidamente pela casa e
preservar a cultura da comunidade, como
Perdas do tipo L2 e L4 podem ocorrer
destruiu móveis e paredes. Os moradores
por exemplo, as edificações tombadas pelo
em todos os casos junto com o tipo L1,
da residência conseguiram sair e ninguém
Patrimônio Histórico.
nos casos de estruturas com risco de
ficou ferido”.
explosão, e hospitais ou outras estruturas
Algumas transcrições da ABNT NBR 5419:2015-parte 2:
onde falhas de sistemas internos possam
imediatamente colocar em perigo a vida
apontar se o incêndio teria começado por
humana”.
conta de um raio ou um curto-circuito.
“3.1.36 - danos físicos Danos a uma estrutura (ou a seu conteúdo) devido aos efeitos mecânicos, térmicos, químicos ou explosivos da descarga
A perícia foi acionada e um laudo deve
São inúmeras as situações em que
Algumas notícias retiradas da mídia que comprovam acidentes provocados por raios
incêndios foram iniciados por raios. Basta digitar “incêndios em casa provocados por raios” no Google que você terá uma grande quantidade de notícias sobre esse
atmosférica”. “Raio teria causado incêndio em casa em
assunto.
“3.1.37- ferimentos a seres vivos
Alfenas, dizem bombeiros
Ferimentos, incluindo perda da vida, em
Do G1 Sul de Minas
pessoas ou animais, devido a tensões
Um raio pode ter causado um incêndio
de toque e de passo causadas pelas
em uma residência na madrugada desta
A legislação brasileira, por meio do
descargas atmosféricas”.
segunda-feira (2) na Rua Alameda das
Código de Defesa do Consumidor (CDC)
Acácias, no bairro Primavera, em Alfenas
e da NR 10, portanto, leis federais, exigem
“4.2.2. Componentes de risco para
(MG). Segundo o Corpo de Bombeiros,
que as empresas que fornecem serviços
uma estrutura devido às descargas
uma das moradoras relatou que viu um
ou produtos atendam às normas da ABNT.
atmosféricas na estrutura
clarão pela janela seguido de um forte
Assim, se existe uma norma técnica sobre
a) RA: componente relativo a ferimentos aos seres vivos causados por choque elétrico devido às tensões de toque e passo dentro da estrutura e fora nas zonas até 3 m ao redor dos condutores de descidas. Perda de tipo L1 e, no caso de estruturas contendo animais vivos, as perdas do tipo L4 com possíveis perdas de animais podem também aumentar; NOTA: Em estruturas especiais, pessoas podem estar em perigo por descargas atmosféricas diretas (por exemplo, no nível superior de estacionamentos ou estádios). Recomenda-se que estes casos também sejam considerados utilizando os princípios desta Parte da ABNT NBR 5419. b) RB: componente relativo a danos físicos causados por centelhamentos perigosos dentro da estrutura iniciando incêndio ou
Comprovação técnica e legal
74
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Março de 2018
• Quantidade de pessoas; • Tempo de permanência das pessoas nas zonas críticas; • Definição das zonas de proteção, se necessário; • Determinar se existe sistema de combate a incêndio e qual o tipo; • Analisar se existe SPDA e qual o nível de proteção; • Analisar se é edificação tombada pelo patrimônio histórico e cultural; • Analisar se edificação presta serviço públicos.
Após a aplicação desses fatores nas fórmulas
apresentadas pela norma, determina-se se a proteção é necessária ou dispensada, de acordo com o fluxograma da norma. determinado assunto, ela deverá ser seguida e, caso isso não aconteça, o responsável técnico poderá ser responsabilizado.
A norma ABNT NBR 5419:2015, que
tem quase 400 páginas e dividida em quatro parte, apresenta na parte 2 um cálculo estatístico para Gerenciamento de Risco, que determina se uma edificação precisa ou não de proteção e define como essa proteção deverá ser feita, dando opções e alternativas específicas para cada edificação. Para fazer este cálculo e determinar se a proteção é necessária ou não, alguns fatores são levados em consideração, mas não apenas estes: • Dados da edificação; • Dados da estrutura; • Analisar se existem edificações vizinhas mais altas; • Dados da vizinhança; • Topografia; • Densidade de descargas atmosféricas (raios/Km2/ano); • Cálculo da área de exposição; • Levantamento das linhas de energia (exposição, comprimento, blindagem, etc.); • Levantamento das linhas metálicas de Telecom (exposição, blindagem, etc.); • Tipo de uso da edificação (res/com); • Verificar existência de produtos perigosos (inflamáveis/químicos/radioativos/etc.);
Fluxograma ajuda a identificar a necessidade de proteção. Fonte: ABNT NBR 5419.
75
O Setor Elétrico / Março de 2018
humanas;
O resultado desse cálculo pode ser:
• NR 10: a Norma Regulamentadora nº • A edificação precisa somente de SPDA;
10 do Ministério do Trabalho (Lei Federal)
• A edificação precisa de somente de MPS;
exige o cumprimento da ABNT NBR 5410
• A edificação precisa dos dois: SPDA e
e da ABNT NBR 5419;
MPS;
• Empresas certificadoras, por exemplo, a
• A edificação não precisa de nenhuma
certificação ISO 14.001;
proteção.
• Órgãos públicos municipais ou estaduais, como o Contru de SP;
A avaliação de risco do risco da
• Código de Defesa do Consumidor
norma leva em consideração as seguintes
(DCD), que é uma lei federal.
possíveis perdas:
Em caso de acidente provocado por
a) L1: perda de vida humana (incluindo
uma descarga direta na edificação ou
ferimentos permanentes);
nas vizinhanças, a perícia poderá apontar
b) L2: perda de serviço ao público;
essa necessidade e o responsável técnico
c) L3: perda de patrimônio cultural;
poderá ser responsabilizado pela falta
d) L4: perda de valores econômicos
desse item de segurança e proteção
(estrutura,
coletiva.
conteúdo,
e
perdas
de
atividades).
Conclusão
Se a ABNT NBR 5419 leva em
consideração a (L1) perda de vida humana,
Se uma Proteção contra Descargas
a (L2) perda de serviços públicos (com
Atmosféricas (PDA) pode reduzir riscos
possibilidade de pânico), a (L3) perda
materiais e financeiros, preservar vidas,
de patrimônio cultural e as (L3) perdas
instalações e equipamentos, é óbvio que
financeiras (o menos relevante), então, é
a proteção contra descargas atmosféricas
óbvio que a proteção contra raios é, sim,
é um item de segurança importantíssimo
um item de segurança coletiva. Além
e
de preservar vidas, também preserva o
consideração.
patrimônio histórico e a coletividade.
Na
como
tal
deverá
verdade,
a
ser
levado
proteção
em
contra
descargas atmosféricas é tão séria que
Quem pode exigir a instalação do SPDA?
um SPDA bem dimensionado pode até dispensar o uso de sistema de combate a incêndio, e vice-versa, conforme define a
Diversas
entidades
e/ou
órgãos
parte 2 da norma ABNT NBR 5419:2015 -
públicos ou privados podem exigir a
Gerenciamento de risco.
instalação do SPDA, como:
Bom, se após todos estes argumentos
ainda existir alguém que acha que uma • Corpo de Bombeiros: a maioria das
PDA não é um item de segurança e
corporações do país exige, por ser um
conseguir me provar o contrário, então
item de segurança pública e coletiva;
eu rasgo meu diploma de engenheiro de
• Seguradoras: a presença de um SPDA
segurança.
dentro das normas reduz o valor da apólice do seguro, uma vez que a presença do
*Normando Virgílio Borges Alves é diretor de
sistema reduz o risco financeiro para a
engenharia da Termotécnica e membro da
seguradora, seja material, seja de vidas
comissão que revisa a norma ABNT NBR 5419.
76
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Março de 2018
Por Raquel Cristina Gregory e José Carlos de Oliveira*
Os desafios associados ao compartilhamento de responsabilidade sobre os desequilíbrios de tensão Dentre
os
encontrados
inúmeros no
problemas
contexto
do
efeitos nocivos, na forma de impactos sobre
os
conjugados
mecânicos,
planejamento e da operação dos sistemas
sobreaquecimentos e redução da vida
elétricos, os fenômenos associados com
útil de máquinas elétricas rotativas;
os indicadores de qualidade do produto,
surgimento
nos termos previstos e normatizados
característicos;
pela Aneel, mostram-se motivadores
de
e desafiadores para o setor. Destes,
como
ressaltam-se os desequilíbrios de tensão,
técnicas, isto salienta a necessidade
os quais são comumente encontrados
de
nas unidades de geração, transmissão,
a
distribuição e consumidoras. De fato,
de conformidade destes e de outros
a
distúrbios. Uma vez violados os limites
geração
distribuída,
tipicamente
de
dispositivos a
harmônicos falhas de
operacionais
proteção,
intensificação
regulamentações compatibilização
das
bem perdas
voltadas dos
para
indicadores
composta por complexos fotovoltaicos
regulamentados,
conectados de forma monofásica ou
literatura, estratégias de compensação.
bifásica aos sistemas de distribuição,
Em um contexto geral, como primeira
se
fonte
medida para a adequação do indicador de
de desbalanceamento nas redes no
desequilíbrio, pode-se utilizar a clássica
contexto atual. Na transmissão, diante
estratégia do remanejamento manual ou
do crescente número de subestações,
automático de unidades monofásicas e
a aplicação de múltiplas transposições
a transposição de condutores. Caso tais
tornou-se mais complexa acentuando
procedimentos não se mostrem efetivos,
os
compensadores
apresenta
como
desequilíbrios
contexto
da
potencial
no
sistema.
distribuição,
as
No
causas
são
não
propostas,
passivos
e
na
ativos
podem, ainda, ser empregados.
para a geração de desequilíbrios são
amplamente conhecidas, com destaque
de desequilíbrio se apresentam como
Dessarte, considerando que os níveis
para
das
uma composição de efeitos entre os
cargas. Reconhecendo que as tensões
agentes envolvidos, torna-se imperativo o
desequilibradas podem causar diversos
estabelecimento de meios que permitam
a
natureza
e
operação
77
Espaço SBQEE
atribuir as parcelas de responsabilidade
de informações do sistema antes de
se fazem existir. Estas se prendem,
sobre os desbalanceamentos presentes
sua conexão. O método do Fluxo de
sobremaneira, ao desconhecimento das
no
Potência Trifásico também foi explorado
impedâncias equivalentes de sequência
com
ponto
de
acoplamento
comum
Muito
negativa das redes à montante e a jusante
para dirimir eventuais conflitos entre
embora reconheça-se a simplicidade
do ponto de monitoração. Todavia, tais
as
(PAC).
Isto irá colaborar, certamente,
partes
uma tange
envolvidas
solução aos
e
investimentos
mesmo
propósito.
a
da aplicação dessa estratégia, ela não
dificuldades, através de um procedimento
que
permite a atribuição das parcelas de
prático e eficaz, baseado no chaveamento
necessários
responsabilidade, visto que tão apenas
de unidades capacitivas monofásicas,
níveis
conduzir
harmoniosa
o
no
indica o sentido preponderante do fluxo
são passiveis de serem contornadas
desequilíbrio existentes. Historicamente,
de potência de sequência negativa.
tornando o método factível às situações
uma
à
compatibilização das
dos
primeiras
de
pesquisas
Diante destas observações, desafios confiáveis
prática para o emprego do método da
estabelecimento
Conforme. Todavia, estudos apontaram
e práticos que conduzam a resultados
superposição,
fortes discordâncias entre os resultados
que
uma estratégia com fortes perspectivas
esperados
responsabilidades
propiciados
pela
necessários
preliminares evidenciam total viabilidade
método da Corrente Conforme e Não
os
fazem
reais. Apoiados nessa estratégia, estudos
ainda
e
se
o
relacionadas ao tema embasou-se no
de
efetivamente
meios
para
expressem
entre
os
as
agentes.
proporcionando,
assim,
para os fins aqui postos.
metodologia, sobretudo, quando da
Neste particular, horizontes promissores,
presença de cargas motrizes. Em 2008,
baseados
foi feita uma proposição pelo IEC através
superposição de efeitos, se mostram
eletricista pela UFMT, com mestrado
do relatório técnico IEC/TR 61000-3-13
atrativos, haja vista sua simplicidade
concluído e doutorado em andamento pela
empregando-se princípios envolvendo
conceitual
UFU.
medições do fator de desequilíbrio
Não obstante o estabelecimento das
José Carlos de Oliveira possui graduação
das tensões nas condições pré e pós-
formulações aplicáveis e prontamente
e mestrado em engenharia elétrica pela
conexão de um novo acesso, portanto,
estabelecidas a partir dos princípios
UNIFEI, doutorado pela Universidade
a metodologia fica restrita ao acesso de
físicos, o fato é que, desafios atrelados com
de Manchester. Atualmente, é professor
novas instalações, visto a necessidade
as informações paramétricas requeridas
aposentado pela UFU.
no
e
clássico
sólida
princípio
da
fundamentação.
*Raquel Cristina Filiagi Gregory é engenheira
78
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Março de 2018
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Proteção contra descargas atmosféricas nas telecomunicações* (continuação) EMC e proteção contra raios
acoplado.
inúmeras possibilidades para o acoplamento
Uma configuração EMC é assegurada
de perturbações eletromagnéticas de grande
(EMC
com certa facilidade em uma instalação de
intensidade
– Electromagnetic Compatibility) pode ser
telecomunicações exigindo que cada unidade
quais podem causar não somente EMI,
definida como a capacidade de um dispositivo,
de equipamento cumpra regras EMC, as
como também avarias numa dada instalação
unidade de equipamento ou sistema para
quais abordam tanto o aspecto de emissão
de telecomunicações, fazendo o cenário se
funcionar satisfatoriamente no seu ambiente
(o equipamento se constituindo numa fonte
modificar de acordo com as características da
eletromagnético sem introduzir, ele próprio,
de perturbação eletromagnética) como de
instalação e dos parâmetros da descarga.
perturbações
imunidade (o equipamento não sendo afetado
naquele ambiente.
por perturbações eletromagnéticas no ambiente).
normalmente colocada fora do domínio EMC,
Estas regras EMC (ref.: resolução da ANATEL
muito embora as mesmas técnicas se apliquem
Compatibilidade
Eletromagnética
eletromagnéticas
intoleráveis
Para se eliminar problemas de interferência
nos
circuitos
eletrônicos,
as
Por estas razões, a proteção contra raios é
Electromagnetic
nº 237 – Regulamento para certificação de
para resolver o problema.
Interference) e obter uma configuração EMC,
equipamentos de telecomunicações quanto aos
Para
temos, inicialmente, que identificar a fonte
aspectos de compatibilidade eletromagnética)
telecomunicações
de perturbação eletromagnética (o que está
permitem, assim, uma certa liberdade na
atmosféricas e seus efeitos são usadas técnicas
gerando as perturbações eletromagnéticas, que
instalação dos vários equipamentos, evitando
EMC em uma base probabilística, onde o
tanto pode ser interna como externa ao sistema),
a ocorrência de problemas de interferência
principal trabalho a ser desenvolvido reside
o mecanismo de acoplamento (como que as
eletromagnética (EMI), causados por fontes
no mecanismo de acoplamento, uma vez que
perturbações eletromagnéticas geradas são
internas (unidades de equipamento) e mesmo
normalmente não estamos aptos para modificar
acopladas ao circuito) e o receptor (o circuito
para a maior parte das fontes externas.
a fonte (as próprias descargas) nem o receptor
que está sendo afetado). Então é possível
Entretanto,
(uma unidade de equipamento).
solucionar o problema trabalhando-se em um ou
atmosféricas são consideradas como fonte de
(continua…)
mais destes componentes para se reduzir o ruído
perturbação EM para uma análise EMI, existem
*Participação de Roberto Menna Barreto
eletromagnética
(EMI
–
quando
as
descargas
a
proteção
de
sistemas
contra
de
descargas
Redes subterrâneas em foco
O Setor Elétrico / Março de 2018
79
Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa RDS Brasil | daniel.bento@rdsbrasil.com
E o mestre se foi...
“Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma
não é pequena” (Fernando Pessoa)
como seu colega em grupos de trabalho do
não poupou o uso de conceitos complexos de
Cigré.
integrais, elementos finitos, termodinâmicas,
que
Faço referência ao professor Robba
dentre
áreas
não somente pela minha admiração por
estudantes de engenharia, acreditávamos
específicas. De vez em quando surgem
todo seu trabalho, mas por ter influenciado
que somente serviam para dificultar nosso
pessoas que são mais que brilhantes e
enormemente a comunidade científica e que,
objetivo de nos tornarmos engenheiros,
influenciam diversas áreas e muitas pessoas
por esse motivo, é merecedor dessa singela
mas que ele transformou em uma aplicação
por muito tempo. O professor Ernesto João
homenagem.
prática e simples.
Robba está nesta seleta categoria. Ele nos
deixou no dia primeiro do mês das chuvas
professor emérito em 2001 pela Universidade
poderia ser aplicado a um propósito
(01/03/2018).
de São Paulo. E o que é ser um professor
específico saindo da academia e indo
emérito pela definição da própria USP?
direto
reunião de trabalho (sim, com mais de 80
“O título de Professor Emérito é a
principais fabricantes de cabos isolados
anos, ele estava trabalhando em um novo livro
mais alta honraria da carreira acadêmica.
do Brasil adotaram seu “programa” lá nos
sobre redes subterrâneas), aproveitei e pedi
É concedido pela Escola Politécnica aos
anos de 1970. Acredito que foi o primeiro
para que autografasse meu velho livro, sobre
docentes
importantes
programa de cabos desenvolvido no Brasil,
o qual me debrucei por muitas noites para
avanços na área do ensino e pelas relevantes
caso não seja, certamente, foi o mais
estudar sistemas de potência nos meus vinte
contribuições científicas e tecnológicas à
relevante para a engenharia de projetos de
e poucos anos há vinte e poucos anos.
sociedade. Ao longo de mais de cem anos,
cabos no Brasil.
O
orientador
cultivando a tradição de excelência como
de dezenas de estudantes (mestrado e
instituição de ensino superior nas áreas de
Ambiente (IEE/USP), teve atuação relevante
doutorado) durante sua vida acadêmica
Engenharia, a Escola Politécnica outorgou a
nas demandas das concessionárias de
e estes estudantes se transformaram em
honraria a 24 docentes que se destacaram
energia, com a criação do Centro de
profissionais
em suas carreiras”.
Excelência, em que, de forma pioneira, uniu
áreas dentro do sistema elétrico de potência
É comum, e chega a ser até clichê,
a universidade (USP) e as três principais
no Brasil nos últimos 40 anos, ou seja, ele
escutarmos que “a universidade no Brasil não
concessionárias de energia de São Paulo
influenciou muito a formação e manutenção
está em sintonia com as necessidades das
(Eletropaulo,
do nosso sistema elétrico. Vale destacar que
empresas”. Não vamos entrar no mérito se
soluções que hoje são adotadas por diversas
dentro do departamento de engenharia de
esta afirmação é correta ou não, o que vale
concessionárias no Brasil foram descobertas
energia da Universidade de São Paulo (USP),
destacar é que o professor Robba acreditava
e estabelecidas naquele ambiente.
19 professores (13 mestres e seis doutores)
que seu trabalho acadêmico poderia e deveria
foram orientados pelo professor Robba.
ajudar a sociedade a solucionar problemas de
sua obra ainda continuará a influenciar a
engenharia.
engenharia elétrica no Brasil com destaque
Existem influenciam
pessoas outras
brilhantes
pessoas
em
Na última vez que o encontrei para uma
distinto
professor
responsáveis
foi
por
diversas
Infelizmente, não tive a sorte de ser
O professor Robba recebeu o título de
responsáveis
“desenhou”
um
por
aluno direto dele, mas tive a oportunidade de
Ele
programa
para
trabalhar alguns anos em projetos específicos
cálculos de dimensionamento de cabos que
outros,
que,
quando
éramos
O professor Robba mostrou que isso
para
a
indústria.
Alguns
dos
Como diretor do Instituto de Energia e
CPFL
e
CESP).
Muitas
Acredito que passarão muitos anos e
para as redes subterrâneas. Professor, muito obrigado.
80
Iluminação Eficiente
O Setor Elétrico / Março de 2018
Juliana Iwashita é arquiteta, mestre em engenharia elétrica, membro do COBEI/ ABNT, ASBAI e IESNA. Especialista da Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro, professora de cursos de pós-graduação em iluminação e diretora da Exper Soluções Luminotécnicas | juliana@expersolution.com.br
Certificação Inmetro: uma realidade sem volta produtos.
Inmetro garante informações técnicas mínimas
diversas mudanças na área de iluminação,
A certificação se iniciou com o escopo de
e equiparadas para uma melhor comparação
principalmente após a entrada da tecnologia
lâmpadas Led com dispositivos incorporados
de dados, além de ser um meio para assegurar
de estado sólido. A evolução da tecnologia
à base e obrigou que todos os fabricantes e
condições
Led, a redução de preços dos componentes
importadores de lâmpadas Led certificassem
segurança dos produtos, uma vez que as
e o desejo do consumidor em economizar
seus produtos através de Organismos de
famílias dos produtos certificados devem
recursos financeiros e reduzir sua conta de
Certificação de Produtos (OCPs) acreditados
passar por ensaios anuais em laboratórios
energia elétrica motivaram o aparecimento e
pelo Inmetro.
acreditados.
crescimento de novas empresas de iluminação,
Estas OCPs, por sua vez, teriam a
A
que, aos poucos, ganharam espaço entre
missão de atestar a qualidade mínima de
impulsiona também possíveis denúncias de
marcas tradicionais de iluminação.
Na última década estamos presenciando
mínimas
de
concorrência
desempenho
entre
e
fornecedores
desempenho e segurança estabelecida pelo
equipamentos fora de padrão, resultando em
entretanto,
Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ)
uma forma de fiscalização para o mercado de
era a dificuldade de avaliar os produtos
das Portarias 389/2014 e 143/2015 e os
iluminação. Assim, a certificação propicia uma
de iluminação de forma a determinar se o
Requisitos de Avaliação da Conformidade
condição favorável e desejável ao mercado
desempenho prometido era real, visto que
(RAC) estabelecidos pela Portaria 144/2015
consumidor, tendo em vista a obrigação de que
eram muito comuns especificações de vidas
do Inmetro.
informações técnicas sejam explicitadas em
úteis de 50.000 horas e precoces problemas
de produtos danificados em obras após
para
poucas horas de uso, redução significativa de
certificassem seus produtos e prazos para os
Atualmente, encontra-se em curso a
fluxo luminoso, alteração de temperatura de cor
diferentes comercializadores se adequarem
certificação compulsória de luminárias para
ao longo do tempo, entre outros problemas.
às regras de comercialização. Desde o dia
vias públicas. Publicada oficialmente em
Uma pesquisa que a Exper Soluções
17 de janeiro de 2018, nenhuma lâmpada
fevereiro de 2017, a Portaria 20 do Inmetro
Luminotécnicas realizou entre profissionais
Led com dispositivo incorporado a base,
determina o RTQ e o RAC de luminárias Led
de iluminação em 2015 identificou que 52%
excetuando-se as lâmpadas coloridas, pode
e luminárias com lâmpadas de descarga para
dos especificadores não confiavam nas
ser comercializada sem o selo do Inmetro. Isto
Iluminação de vias públicas.
especificações dos produtos fornecidas pelas
significa que qualquer lâmpada encontrada
empresas de iluminação com tecnologia Led
hoje sem selo pode ser motivo de multas
dia 15 de agosto de 2018 para adequarem
e 58% consideravam que as informações
e apreensão de mercadorias em lojas ou
seus produtos às regras de certificação. Após
técnicas fornecidas não eram suficientes para
empresas comercializadoras.
esta data não será mais possível produzir
avaliar os produtos.
nacionalmente ou importar esses tipos de
Um
problema
recorrente,
O RAC estabeleceu os prazos máximos que
fabricantes
e
importadores
Após três anos da publicação da Portaria
suas embalagens e monitoradas anualmente por meio de organismos de terceira parte.
Os fabricantes e importadores têm até o
Uma forma que pudesse garantir condições
144 (março de 2015), podemos verificar a
luminárias sem o selo do Inmetro.
mínimas de confiabilidade, desempenho e
existência de 8442 produtos certificados,
segurança dos produtos Led era, então, uma
1115 certificados ativos e 205 empresas de
apenas uma empresa detém a certificação
necessidade do mercado. A certificação
iluminação com registros de objeto ativos
no site do Inmetro. Isso impulsiona a corrida
compulsória do Inmetro, lançada em março de
(dados obtidos em pesquisas em 31/03/2018
das outras empresas pela obtenção dos
2015, mostrou-se uma perspectiva bastante
no site do Inmetro).
certificados
aguardada para melhoria da qualidade dos
importações dentro do prazo determinado.
Para o consumidor final, a certificação
Há cinco meses do vencimento do prazo,
para
futuras
fabricações
e
NR 10
O Setor Elétrico / Março de 2018
81
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
“Quem faz o bloqueio e o desbloqueio?”
Vez ou outra sai essa pergunta em
aula, que, aliás, é excelente para que se possa provocar a reflexão da finalidade dessa ação de “impedir a energização e que é o segundo passo do procedimento de desenergização”. Alguns
princípios
devem
ser
observados com relação a este assunto e o primeiro é que não basta entregar um cadeado para o trabalhador. Bloqueio com cadeado, lacre ou outro meio é apenas uma parte de um procedimento que deve ser tratado em um programa de controle de energias perigosas (entre elas, a eletricidade) e exige treinamento e capacitação.
Mas a pergunta é se o encarregado
é quem faz o bloqueio e o desbloqueio. Objetivamente, a resposta é NÃO. Cada trabalhador suscetível de ser afetado pela
reenergização
deverá
inserir
o
seu dispositivo de bloqueio e etiqueta (pessoais) e somente ele deverá retirá-lo para liberação do dispositivo.
Ainda que a equipe de trabalho seja
composta por vários colaboradores, não é
correto que a segurança de um funcionário
seguir os princípios da norma americana
dependa apenas de seu encarregado ou
OSHA 1910.147.
Técnica 54/2018 que trata da Capacitação
Os programas de controle costumam
supervisor. É natural que a reenergização seja finalizada por um colaborador, mas
Pois bem, a situação foi atualizada: Em 23 de março foi divulgada a Nota
em Segurança e Saúde no Trabalho pela
Treinamentos a distância
não é a ele que compete retirar os lacres
modalidade de ensino a distância (EaD) e semipresencial. Com isso, houve a
ou cadeados dos demais. Essa é uma
Em tempo: na edição 142 (novembro
revogação de Notas Técnicas anteriores
tarefa pessoal e intransferível, que deve
de 2017), tratamos dos treinamentos
sobre a matéria, em razão da publicação
ser tratada em um programa de controle
a distância, que não eram aceitos pelo
da Portaria MTB n° 872, de 06 de julho de
de energias perigosas.
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
2017. Agora pode!
82
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Março de 2018
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Instalações industriais e compensação reativa Quantos kvar seriam necessários?
Apesar de o tema já ter sido tratado
harmônica que ocorre quando capacitores
instalados próximos à carga. Em outras
são inseridos em redes elétricas em
palavras, instalação de capacitores junto à
surgem questionamentos e o assunto
que
são
entrada de energia em média tensão não
merece
anteriormente
nesta
coluna,
sempre
estas
cargas
não
lineares
dada
conectadas. A ocorrência de ressonância
promove redução de perdas elétricas na
associada
harmônica gera sobretensões e amplia as
planta, mas tão somente busca evitar a
diretamente com custos, não só de
distorções de tensão comprometendo a
redução da cobrança de energia reativa,
excedentes pagos de energia reativa às
segurança e a operação confiável. Como
ainda a manobra de capacitores por
concessionárias distribuidoras de energia
os sistemas de compensação reativa
elementos eletromecânicos convencionais
elétrica, mas outros relacionados aos
devem
em média e baixa tensão causa indesejáveis
aspectos técnicos e operacionais. Outros
com cargas não lineares que produzem
custos evitados pela correta compensação
correntes harmônicas, eles devem estar
reativa
equipados
sua
ser
sempre
importância
são
lembrado
intrínseca
aqueles
associados
à
estar
preparados
com
reatores
para
de
operar
sintonia
transientes de manobra.
Cobrança de excedentes de energia reativa
redução de perdas elétricas, melhoria da
ou antirressonantes de forma a evitar
qualidade da energia e do ajuste ideal
ressonância harmônica e queima precoce
de tensão nos barramentos das plantas
de capacitores.
e sites com a redução do consumo de
A
definição
do
excedentes de energia reativa, há de se
energia principalmente nas cargas com
reator
dependerá
entre
esclarecer que, como ainda as contas de
características de impedância constante
cargas e fontes das instalações. Estes
energia não são padronizadas pela Aneel e
(veja:
https://www.osetoreletrico.com.br/
reatores dos compensadores de energia
cada distribuidora trata o assunto de forma
eficiencia-energetica-em-instalacoes-com-
reativa definirão, em função das correntes
independente, as terminologias utilizadas
o-controle-da-tensao/).
harmônicas das cargas e características
pelas mesmas no corpo da conta nem
da rede, se o fator de potência unitário,
sempre são claras que se trata de uma
100% poderá ser obtido, já que a potência
cobrança de excedentes de energia reativa,
aparente total (rms) nem sempre será
o que poderia induzir o consumidor mesmo
equivalente
da
sem conhecimento específico a procurar
Aspectos técnicos importantes
A presença de cargas não lineares
à
da da
especificação interação
potência
aparente
Voltando ao tema da cobrança dos
acionamentos
frequência fundamental. Tal condição só
soluções. A simples informação na conta
dos motores (em geral inversores de
ocorrerá quando as correntes harmônicas
de “cobrança de energia reativa” leva ao
frequência), fornos e outros sistemas
não existirem ou forem adequadamente
consumidor a falsa sensação de estar
controlados, produz nas redes elétricas
filtradas simultaneamente à compensação
pagando uma “outra energia” e não de fato
correntes e, por consequência, tensões
reativa.
uma multa por consumo inadequado que
harmônicas que, se em valores acima
coincidirão também com a potência ativa.
pode ser corrigida e eliminada.
dos limites, podem interferir na operação
Em
desejável das cargas industriais. Outro
eficaz no que se refere à redução de perdas
fins
fator a ser considerado é a ressonância
nas instalações, os capacitores devem ser
orçamento
nas
instalações,
como
Nesta
situação,
os
valores
Para que a compensação reativa seja
uma
de
avaliação
estimativa e
de
aplicações,
prática
para
investimentos, são
válidas
83
O Setor Elétrico / Março de 2018
algumas constatações interessantes e coincidentes. Considerando que a grande maioria das instalações industriais possui transformadores de baixa tensão com potência entre 1000 kVA e 1500 kVA. Esta “pseudo” padronização tem uma razão mais forte que uma porção de normas juntas, o bom senso. Transformadores nessas ordens de grandeza possuem correntes tensão
praticáveis
também
é
(a muito
definição
da
importante),
respondem por níveis de curto-circuito nos barramentos secundários em níveis também interessantes para boa regulação de tensão e podem até ser ligados em paralelo com os devidos cuidados. São
Figura 1 – Avaliação do comportamento do fator de potência para injeção de até 300 kvar.
elementos confiáveis e com dimensões também adequadas.
Neste cenário, pode-se ainda imaginar
que as cargas possuirão fatores de potência, por exemplo, entre 75%/80% e 90%, “um pouco para mais, um pouco para menos”, sendo os transformadores medianamente carregados entre 60% e 80%/90%. Desta situação pode-se definir um intervalo, em que a maioria dos bancos de capacitores será dimensionada. O dimensionamento clássico é bem conhecido, mas a ideia aqui é apresentar avaliação qualitativa em função de situações repetitivas, evitando as
indefinições
considerando
que
de os
dimensionamento, sistemas
Figura 2 – Avaliação do comportamento do fator de potência para injeção de até 420 kvar.
serão
automáticos e que a compensação será, por
e mesmo da carga futura a ser incorporado à
A
exemplo, não de 300 kvar, mas de até 300
planta.
análise de sensibilidade quanto à variação
kvar. Pode-se assumir, pelo exposto, que as
Na Figura 1, se observa que em uma
de carga e de fator de potência das
cargas na baixa tensão nas indústrias estejam
carga de até 1000 kVA, a compensação
cargas e resultados em função do sistema
instaladas em grupos de 500 kVA a 1400 kVA
com
kvar
de compensação existentes ou a serem
em transformadores independentes, local
responde bem atendendo um fator de
instalados. Também possibilita entender
onde se pretende efetuar a compensação
potência final da ordem de 92% para fator
alguns limites de expansão de carga sem
reativa, com variações de fator de potência
de potência inicial de 75%. Se o fator
intervenção na compensação reativa.
original, dependendo do tipo de carga de
de potência inicial for de 80% ou 85%,
Esta análise considerou somente o
75% a 90%. Os gráficos das Figuras 1 e
o equipamento atende a maiores blocos
atendimento ao atual limite de pagamento
2 ilustram o comportamento do fator de
de carga neste limite de 92% de fator de
do excedente de energia reativa, com fator
potência nestas situações. A constatação
potência corrigido. Na Figura 2, se observa
de potência de 92%, e pode ser estendida
serve para auxiliar em dimensionamentos
que o equipamento de 420 kvar atende,
a
prévios e visão geral do comportamento das
com tranquilidade, a cargas de até 1300
investimentos em função das constatações
variáveis com a injeção de até 300 kvar ou
kVA/1400 kVA com fator de potência
seguintes e outras provocações que a
de até 420 kvar em regime de carga variável
inicial da ordem de 85%.
análise possa sugerir.
equipamento
de
até
300
análise
outros
qualitativa
valores.
É
permite
possível
uma
avaliar
84
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Março de 2018
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
O mito da segurança proporcionada somente pelos equipamentos “Ex” certificados Parte 1/2
A indústria do petróleo no Brasil foi
daquele cenário de “gestão por espasmo”,
e de falta de segurança das instalações
efetivamente iniciada por volta da década
setores da sociedade do Brasil se mobilizaram
“Ex”, foi publicada em 16/07/1991, pelo
de 1930 com a construção da refinaria Rio
para iniciar os esforços no sentido de criar
Ministério da Justiça, a Portaria Inmetro
Grandense, na cidade de Rio Grande, no
no Brasil um regulamento para a certificação
0164/91. Aquela Portaria foi elaborada
Rio Grande do Sul. Nas décadas de 1940
compulsória de equipamentos elétricos para
“considerando
e 1950 foram construídas outras refinarias
instalação em atmosferas explosivas de gases
tanto de produtos quanto da própria marca
de petróleo em São Francisco do Conde,
inflamáveis. Este tipo de regulamento de
do fabricante, colocando em risco a vida
Capuava e Cubatão. Naquelas instalações
certificação de equipamentos elétricos “Ex” já
de cidadãos e a preservação do meio
industriais pioneiras, contendo equipamentos
existia há décadas em diversos outros países
ambiente”. A Portaria determinava que era
elétricos instalados em áreas classificadas,
do mundo, tais como EUA, Reino, Alemanha
“obrigatória a certificação de conformidade
os equipamentos “Ex” eram, na sua maioria,
e França. A expectativa das partes envolvidas
para todos os equipamentos, dispositivos e/
de procedência estrangeira, com certificação
da sociedade brasileira era de que, com
ou componentes elétricos ou eletrônicos,
emitida nos respectivos países de origem, tais
este tipo de certificação de equipamentos
destinados
como EUA, França, Reino Unido e Alemanha.
“Ex”, houvesse uma redução nos acidentes e
explosivas, fabricados no Brasil ou no exterior,
explosões envolvendo a presença de gases
conforme Regulamento aprovado por esta
com a descoberta de petróleo na Bacia de
inflamáveis em áreas classificadas.
Portaria”.
Campos, no Estado do Rio de Janeiro, houve
Aquelas
uma grande demanda por equipamentos
do Laboratório de Ensaios de Equipamentos
histórico, podem ser consideradas muito
“à prova de explosão”, o que provocou o
para Atmosferas Explosivas no Instituto de
importantes no sentido de elevar a segurança
aparecimento no mercado de produtos com
Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, em
dos equipamentos “Ex”, assegurando a
fabricação falsificada e com certificados
São Paulo, e a inauguração em 1986 do
sua conformidade desde o processo de
ou relatório de ensaios duvidosos. Naquela
Laboratório de Ensaios de Equipamentos “Ex”
fabricação até o momento em que saem de
época foram registrados também casos
do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
suas fábricas.
de incêndios e explosões, alguns deles
(Cepel) da Eletrobras, no Rio de Janeiro,
No
provocados
elétricos
representaram importantes marcos na história
dos regulamentos sobre certificação de
“Ex” de fabricação nacional indevidamente
de certificação de equipamentos “Ex” no
equipamentos
construídos, utilizados, instalados, mantidos
Brasil, uma vez que permitiu a implantação do
explosivas, pode ser verificado que os
ou reparados.
sistema nacional de certificação compulsória
equipamentos
de equipamentos elétricos “Ex”.
fabricação
possuem
Durante as décadas de 1970 e 1980,
por
equipamentos
De forma a tentar solucionar os graves
problemas existentes naquele período, dentro
Naquela época, a inauguração em 1958
Em função daquele cenário de acidentes
a
que
existem
aplicação
ações,
presente
em
sob
elétricos elétricos devida
para “Ex”,
como
atmosferas
um
momento,
nacional a
falsificações
contexto
como
fruto
atmosferas tanto
de
importados,
certificação
de
85
O Setor Elétrico / Março de 2018
Falhas de montagem e inspeção “Ex”: invólucro metálico com certificação de conformidade Ex “d” com a utilização incorreta de prensa-cabo com certificação de conformidade Ex “d” contendo vários cabos (um prensa-cabo Ex “d” deve conter somente um cabo).
conformidade emitida no Brasil, de acordo
Pode
com os regulamentos locais.
durante as inspeções que são realizadas
No entanto, pode ser verificada a
em instalações em áreas classificadas,
existência, tanto por parte dos usuários
que tal certificação de equipamentos “Ex”
como dos fabricantes de equipamentos
tem se mostrado insuficiente para garantir
elétricos “Ex”, de um certo “mito”, com base
a segurança das instalações “Ex” e das
na hipótese de que somente a aquisição de
pessoas que nelas trabalham. Isto pode ser
equipamentos certificados com certificação
verificado em função de diversos acidentes
“Inmetro”, atendendo aos requisitos legais
e explosões envolvendo instalações em
existentes, seria suficiente para garantir a
indústrias químicas, petroquímicas e de
segurança das instalações em atmosferas
petróleo (tanto em instalações terrestres
explosivas.
como em instalações marítimas).
A
certificação
de
equipamentos
ser
verificado,
no
entanto,
É apresentada a seguir um exemplo de
elétricos e mecânicos “Ex” contribui para
uma instalação de equipamento elétrico
garantir a segurança das instalações em
“Ex” devidamente certificado por Organismo
atmosferas
de
explosivas,
tanto
terrestres
Certificação
acreditado,
com
não
como marítimas, bem como das pessoas
conformidades de montagem, de manutenção
que nelas trabalham. Entretanto, pode ser
e de inspeção.
constatada a necessidade de diversas
Nestas
instalações,
ações nestas instalações, tendo como base
instalação
de
a grande quantidade de não conformidades
“Ex” certificados, em diversos casos, tais
encontradas nas atividades de montagem,
equipamentos “Ex” representaram fontes de
inspeção, manutenção ou reparo destes
ignição da atmosfera explosiva eventualmente
equipamentos com certificação “Ex”, que
existente no ambiente, a qual pode provocar
invalidam os seus tipos de proteção e podem
grandes explosões e acidentes, muitas vezes
provocar graves acidentes e explosões.
fatais.
mesmo
equipamentos
com
a
elétricos
86
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Março de 2018
Por Paulo Sérgio Pereira Júnior*
Uma nova abordagem para testes da proteção diferencial de barra As barras possuem grande importância,
de barra com entrada do relé de proteção de
todos os outros alimentadores.
uma vez que são pontos de convergência
baixa impedância é necessário que a ferramenta
Na realização dos testes foram criados
de elementos como linhas de transmissão,
de teste utilizada simule a corrente de secundário
vários casos de simulação variando diferentes
geradores, alimentadores e cargas do sistema
dos TCs conectados à barra, em quantidade e
parâmetros e investigando o comportamento da
elétrico de potência (SEP). São as responsáveis
amplitude suficientes para abranger o maior
proteção em cada caso. São eles:
por efetuar a conexão/distribuição de grandes
número de tipos de faltas possíveis. Isto significa
volumes de energia e, consequentemente,
que é necessário usar uma grande quantidade
• Curto externo sem a modelagem da curva de
possuem elevada potência nominal.
de fontes de corrente e que cada fonte tenha
magnetização;
Na ocorrência de uma falta direta ou próxima
amplitude suficiente para simular até mesmo uma
• Curto interno;
da barra, normalmente, a corrente de curto-
falta na saída da barra (maior valor de corrente de
• Curto externo com a presença da saturação;
circuito é muito alta, com valores suficientes para
curto-circuito).
• Curto externo evoluindo para um curto interno
causar danos aos equipamentos sujeitos a esta
sem a modelagem da curva de magnetização;
corrente, caso o sistema de proteção não atue
é a dificuldade quanto a analisar os algoritmos
• Curto externo evoluindo para um curto interno
em tempo hábil. Nesse contexto, a proteção
implementados nos relés para evitar operações
com a presença da saturação.
mais importante é a proteção diferencial, a qual
errôneas devido à saturação dos TCs. Muitas
apresenta diversas vantagens nos quesitos de
vezes, os testes eram realizados injetando
Isto permitiu observar o funcionamento
manutenção da estabilidade e eliminação da
apenas formas de onda senoidais puras, sem
do relé em condições sem saturação (burden
falta no menor tempo possível. Devido ao fato de
conteúdo DC e sem incluir no teste a modelagem
baixo) e, elevando gradativamente a carga de
que, na ocorrência de uma falta na saída de um
da saturação, ficando assim o teste sem avaliar
burden, situações de saturação leve e pesada
alimentador / linha, o TC deste alimentador pode
o comportamento transitório dos algoritmos de
para faltas externas. Neste loop de ensaios,
saturar, então, tradicionalmente, é aplicado à
detecção de saturação e restrição da operação
foi avaliado o comportamento com a função
proteção diferencial de barramentos um relé com
pela direcionalidade das correntes.
Add-on Stabilisation, que pode ser habilitada
entrada de alta impedância, sensibilizado pela
Uma ferramenta hardware / software capaz
com duração definida ou com duração infinita,
tensão resultante do desequilíbrio das correntes
de modelar e simular o sistema de potência e
sendo esta última a opção utilizada nos testes.
envolvidas. Na operação normal ou no caso de
injetar as correntes e tensões de falta no relé,
Com o bloqueio infinito, o IED bloqueia o sinal
uma falta externa que não provoque a saturação
desenvolvida pela Conprove, permite simular
de trip sempre que identificar uma falta externa.
de nenhum TC, a tensão resultante medida pelo
faltas internas e externas à barra, levantar a
Em todos os casos, o relé se comportou
relé é zero, não sensibilizando esta proteção.
característica de slope, variar o ponto da falta
corretamente, ou seja, não operou, visto que a
Nos últimos anos, novas tecnologias
dentro de cada alimentador e simular saturação
falha estava ocorrendo em uma região fora da
capazes de trazer à proteção diferencial de baixa
de TCs, validando o correto funcionamento
zona delimitada pela proteção. Um dos casos
impedância a sensibilidade e a estabilidade
da proteção diferencial. Para realizar os testes
simulados e mostrado nas Figuras 2 e 3 foi o
necessárias para a proteção de barramentos
utilizando o conjunto software/hardware foi
curto externo com saturação evoluindo para um
foram incorporadas aos novos relés de proteção
modelado um sistema composto de uma barra
curto interno.
por vários fabricantes, como algoritmos de
simples, com nove alimentadores conectados,
detecção de saturação de TCs, TC em curto e
todos com geração considerando-os parte de
função diferencial restrita pela direcionalidade.
um sistema interligado. Oito dos alimentadores
Teste da proteção diferencial de barra
Para testar a unidade de proteção diferencial
Outro ponto importante a ser destacado
Conclusão
possuem uma carga conectada, a qual recebe
energia de duas direções, uma fornecida pelo
de proteção e as novas exigências para ensaio
próprio alimentador e o restante pelo alimentador
de suas unidades, as ferramentas e os métodos
sem carga (entrada), que fornece energia para
tradicionais de ensaio de relés tornaram-se
Com a grande evolução dos dispositivos
87
O Setor Elétrico / Março de 2018
obsoletas por não serem capazes de testar em
plenitude
várias
particularidades
das
funções de proteção. Assim como os IEDs, as ferramentas de teste também devem evoluir. Dentre os tópicos que não eram explorados com profundidade estavam a simulação de saturação dos TCs, o controle da direcionalidade das correntes na simulação das faltas, a visualização gráfica do slope para diferenciais de barra com várias E/S, entre outras. Expandindo o modelamento do sistema aqui testado é possível simular esquemas mais complexos, envolvendo barras duplas, recomposição de barras, seccionamento de barras, aberturas mono e tripolares, etc. Os ensaios realizados mostraram que a nova Figura 1 – Imagem do sistema de testes e diagrama unifilar da simulação.
ferramenta de testes é eficiente, tanto em hardware quanto em software, realizando ensaios de relés de proteção de barra de forma adequada, profunda e rápida. Desta maneira será possível interpretar melhor o comportamento desta função de proteção e interagir com a mesma de uma forma mais segura, oferecendo recursos que auxiliam, e muito, os profissionais durante a execução dos ensaios.
Referência: (1) Pereira, P. S., Pereira Júnior, P. S., Martins, C. M., Salge, G. S., Lourenço, G. E. Requisitos, dificuldades e novas soluções para os testes de proteções diferenciais de barra; STPC 2014; Figura 2 – Formas de onda no tempo para um curto-circuito externo com saturação evoluindo para um curto circuito interno.
Brasil. Este artigo contou com a colaboração dos profissionais: Gustavo Silva Salge, Cristiano Moreira Martins, Paulo Sérgio Pereira, Gustavo Espinha Lourenço e Adriano de Carvalho Silva. *Paulo Sérgio Pereira Junior é engenheiro eletricista, administrador de empresa, especialista em gerenciamento de projetos e atualmente é diretor técnico da Conprove Indústria e Comércio Ltda. Além disto, é consultor, pesquisador e instrutor na área de proteção de sistema elétrico de potência e automação de subestações. Gustavo Silva Salge, Cristiano Moreira Martins, Paulo Sérgio Pereira, Gustavo Espinha Lourenço, Adriano de Carvalho Silva são engenheiros eletricistas da área de proteção de sistemas
Figura 3 – Trajetória instantânea e RMS da corrente no plano Idiff x Irest para um curto externo com saturação evoluindo para um curto-circuito interno.
elétricos e compõem o grupo técnico da Comprove Engenharia LTDA.
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Agenda 23 e 24 de maio
ENASE 2018
Descrição
Informações
O Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (ENASE) é um dos principais eventos político-regulatórios do setor. Reunindo representantes de governo, agência regulatória e entidades não governamentais do setor elétrico, o evento é dirigido a executivos das principais empresas do segmento e de toda a cadeia produtiva. Segundo a organização, serão cerca de 800 participantes interagindo ao longo dos dois dias de evento.
Local: Centro de Convenções SulAmérica – Rio de Janeiro (RJ) Contato: http://www.enase.com.br/
11 e 12 de junho
Eventos
O Setor Elétrico / Março de 2018
Redes Subterrâneas de Energia Elétrica
Descrição
Informações
Em sua 14ª edição, o Redes Subterrâneas de Energia Elétrica 2018 explorará temas relativos à segurança na operação e ao desempenho dos sistemas de distribuição, além de cases implementados em cidades brasileiras. O Fórum discutirá ainda aspectos de construção civil, gestão de ativos, operação, regulação, pesquisa & desenvolvimento, entre outros assuntos. Paralelamente, no segundo dia do congresso, ocorrerá o Workshop sobre cabos isolados e a exposição durante os dois dias de evento. O tema desta edição será “Conversão de redes de distribuição de energia elétrica aérea para subterrânea: uma nova perspectiva política”.
Local: Centro de Convenções Frei Caneca – São Paulo (SP) Contato: (11) 3051-3159 rpmbrasil@rpmbrasil.com.br
12 e 13 de junho
Brasil Solar Power
Descrição
Informações
Evento tradicional no setor de energias renováveis, o Brasil Solar Power debaterá as principais questões visando o desenvolvimento da geração de energia solar fotovoltaica no país, discutindo assuntos pertinentes tanto para geração centralizada quanto geração distribuída. Para isso, o evento conta com a presença de executivos do setor e autoridades, como EPE, Aneel, MME e associações setoriais. Além disso, o evento conta com uma feira de negócios, com fabricantes e prestadores de serviço em energia solar. O valor da inscrição para participar do congresso gira em torno de R$ 2.100 e para visitar a feira cerca de R$ 80.
Local: Centro de Convenções SulAmérica – Rio de Janeiro (RJ) Contato: www.brasilsolarpower.com.br
19 a 21 de junho
Negócios em energia renovável – Análise de viabilidade
Descrição
Informações
Este curso foi pensado de forma que os alunos possam compreender metodologias de análise de viabilidade econômico-financeira de projetos, identificar e mitigar riscos, conhecer fontes de financiamento, conhecer instrumentos de mercado de capitais, desenvolver estudos de caso na avaliação e estrutura de financiamento a projetos de geração e transmissão de energia. O curso está estruturado em três módulos:
Local: São Paulo (SP) Contato: (21) 3154-9400 www.ctee.com.br
Cursos
Módulo 1 - Análise de viabilidade econômico-financeira de projetos 19 de junho - carga horária: 8h Módulo 2 - Tópicos Avançados na análise de viabilidade econômico-financeira de projetos 20 de junho - carga horária: 8h Módulo 3 - Avaliação econômico-financeira sob incerteza: incorporando riscos de mercado 21 de junho - carga horária: 8h
In company
Proteção de sistemas elétricos industriais de baixa e média tensão
Descrição
Informações
O objetivo deste curso é oferecer um estudo completo dos métodos clássicos e modernos para projetos de proteção de sistemas elétricos industriais. Fornecido pela SEL, o treinamento tem o intuito de ampliar a capacidade do profissional, ao propiciar uma visão geral dos aspectos relevantes e primordiais sobre a proteção de sistemas elétricos industriais, gerando uma base sólida para a análise de ocorrências, manutenção, ajustes e projetos em sistemas elétricos deste tipo. O curso tem duração de 32 horas.
Local: in company Contato: https://selinc.com/pt/ atendimento@selinc.com (19) 3515-2000
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Ponto de vista
O Setor Elétrico / Março de 2018
Automação por meio de medidores inteligentes de energia elétrica permite adequação das distribuidoras à tarifa branca
A vigência da tarifa branca como “nova
opções para roteamento de mensagens,
obter redução de despesas ao eliminar
ao
otimizando continuamente a sua topologia com
deslocamentos desnecessários de equipes
consumo de energia elétrica no Brasil, iniciada
uma readequação rápida às falhas e mudanças
para o trabalho de inspeção de fraudes.
no dia 1º de janeiro de 2018, trouxe de volta
encontradas na rede de dados.
A adoção das Redes MESH permite
uma discussão que estava “abandonada”
Ao adotar os medidores inteligentes, a
também a redução de despesas operacionais
pela falta de urgência em se ter uma solução:
distribuidora de energia terá como primeiro
(OPEX) já que isenta as distribuidoras
qual é a forma mais adequada e eficiente de
benefício – e mais importante de todos –
de mensalidades e assinaturas pagas às
promover a medição do consumo de energia?
a eliminação da “perda de receita”, que,
operadoras
De acordo com a Agência Nacional de
geralmente, é causada pela impossibilidade de
acontece com as tecnologias de redes
Energia Elétrica (Aneel), a medida tem o
medir regularmente o consumo de energia em
celulares 3G/4G comumente empregadas
objetivo de equilibrar o consumo de energia
determinadas localidades, principalmente nas
para
em residências e pequenos comércios,
áreas rurais, nas quais há dificuldade de estar
reduzir custos é sempre ponto primordial na
principalmente no horário em que há “pico
presente todos os meses para a leitura manual
estratégia de negócios de qualquer empresa,
de consumo de energia” na rede elétrica
da medição.
este fato também é de grande importância
promovida pela entrada simultânea de grandes
As cobranças são feitas a partir de cálculo
para justificar o retorno sobre o alto valor
cargas no período de 17h30 às 20h30, por
baseado no “consumo médio” dos últimos
de investimento exigido para adoção dos
exemplo. Para isso, a agência lançou um
meses em que houve a medição. Além disso,
medidores inteligentes.
modelo de cobrança que tem preço variável,
quando a distribuidora não consegue realizar
Concluindo, assim como nos demais
de acordo com o dia e o horário da energia
a medição por três meses consecutivos,
setores da economia, no setor de energia
consumida.
a cobrança deve ser efetuada com o valor
também podemos dizer que automatizar a
Voltando à discussão inicial, a resposta
mínimo. Nestes dois cenários se configura a
medição é sinônimo de aderir ao conceito de
para a questão aberta é: a medida ideal para as
“perda de receita”. A partir da implantação de
Transformação Digital, movimento este que vem
distribuidoras se adequarem à implementação
um sistema de automação da medição, não
se tornando obrigatório para todos os tipos de
da tarifa branca é investir na automação da
existe mais perda, pois o monitoramento do
empresa que lidam com alto volume de dados de
medição de energia elétrica e a instalação dos
consumo de energia é remoto e online – algo
clientes e que amplia a eficiência, confiabilidade
medidores inteligentes em seus clientes.
impossível por meio da leitura de medição
e desempenho dos dispositivos conectados.
Em termos práticos, investir na automação
tradicional –, sem a necessidade da “presença
significa substituir a tradicional leitura manual de
física” para esta atividade. A automação da
consumo de energia por um sistema “inteligente,
medição garante que a distribuidora faça a
eletrônico e conectado” que promove o envio
cobrança correta e tenha receita sem perdas.
dos dados coletados pelos medidores em
O segundo benefício é o combate a
tempo real para os respectivos centros de
fraudes a partir dos registros minuto a minuto
medição das distribuidoras, por meio de uma
de consumo e de demanda de energia
comunicação interligando as duas “pontas”.
disponíveis
Comunicação essa que é viabilizada pela
possibilitando assim o levantamento do perfil
tecnologia de Redes MESH, que é facilmente
de consumo, a análise e comparação que
implantável, demanda pouco investimento, é
podem denotar atitudes suspeitas por parte
Por Ricardo Hayashi, responsável por Produtos
confiável, e adaptável, pois considera várias
do cliente. Consequentemente, é possível
para Conexões Inteligentes da Atech.
modalidade
de
cobrança”
referente
nos
medidores
de
medição
telecomunicações,
remota.
Inclusive,
como
como
inteligentes,
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