O Setor Elétrico (edição 151 - Ago/2018)

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Ano 13 - Edição 151 Agosto de 2018

Produtos e Sistemas de Iluminação Como está o mercado destes segmentos e o seu futuro

AULA PRÁTICA: Cálculo da perda de vida útil de capacitores em função da distorção harmônica existente nas redes de distribuição de energia elétrica RENOVÁVEIS: ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas Cobertura Brazil WindPower 2018 CINASE RS: reconhecido pelos patrocinadores como o melhor evento em termos de qualidade, conhecimento técnico e de público



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Rio Grande do Sul e Minas Gerais Ransconsult Consultoria Claudio Rancoleta – rancoleta@atitudeeditorial.com.br claudio@urkraft.com.br Tel: (11) 3872- 4404 | 99621-9305 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira

Suplemento Renováveis 51 Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas. Cobertura especial Brazil WindPower.

8

Painel de notícias Cai para 1,6% previsão de crescimento da carga de energia em 2018; Preço alto da energia elétrica estimula consumidores optarem pelo mercado livre; Schneider Electric moderniza instalações elétricas do aeroporto de Genebra; Siemens fornecerá novo sistema digital para subestações da CPFL Energia; Metaltex comemora 60 anos. Seção Produtos. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.

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Cobertura especial CINASE - Circuito Nacional do Setor Elétrico Rio Grande do Sul, Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas e Exposição

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Fascículos

44

Aula prática - Capacitores Cálculo da perda de vida útil de capacitores em função da distorção harmônica existente nas redes de distribuição de energia elétrica.

68

Pesquisa – Engenharia, consultoria, manutenção e instalação Lâmpadas leds superam expectativa na comercialização, aponta pesquisa. Confira todos os números de mercado deste segmento e seus produtos.

80

Espaço 5419 Proteger pessoas em áreas abertas é sinônimo de retirá-las destes locais.

82

Espaço SBQEE Qualidade da Energia – O “produto” e o “serviço”

Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Dante Farias, Elbia Gannoum, Flávio Resende Garcia, Geraldo R. de Almeida, José Barbosa, José Roberto Cardoso, Jose Starosta, Luciano Rosito, Luis Eduardo Caires, Luís Felipe Normandia Lourenço, Maurício Barbosa de Camargo Salles, Mateus Duarte Teixeira, Nunziante Graziano, Patrick Roberto Almeida, Renato Machado Monaro, Ricardo Barros, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Zhu difeng | Shutterstock Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

84 85 86 88 92

Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios João José Barrico de Souza – NR10 José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Ponto de vista O tempo, esse eu gostaria de gerir melhor!

3


Editorial

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O Setor Elétrico / Agosto de 2018 Capa ed 151_FINAL.pdf

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9/3/18

6:25 PM

www.osetoreletrico.com.br

Ano 13 - Edição 151 Agosto de 2018

Produtos e Sistemas de Iluminação Como está o mercado destes segmentos e o seu futuro

AULA PRÁTICA: Cálculo da perda de vida útil de capacitores em função da distorção harmônica existente nas redes de distribuição de energia elétrica O Setor Elétrico - Ano 13 - Edição 151 – Agosto de 2018

RENOVÁVEIS: ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas Cobertura Brazil WindPower 2018 CINASE RS: reconhecido pelos patrocinadores como o melhor evento em termos de qualidade, conhecimento técnico e de público

Edição 151

Navegar é preciso... E às vezes mudar também é preciso

Desde que o mundo é mundo e que nos

agora navego nos mares da engenharia elétrica. Com

entendemos como seres humanos temos observado

certeza, tenho muita lição de casa para fazer e conto

que estamos em constante mudança, seja do lado

com todos vocês - técnicos, tecnólogos e engenheiros

pessoal ou do profissional. Às vezes nem notamos

deste segmento - para que possamos manter o alto

que já vivemos quase 20 anos do século XXI e nem

nível técnico da O Setor Elétrico. Agradeço aos

percebemos que, por um fenômeno da natureza, a Terra

diretores da Atitude Editorial que me confiaram essa

está mais acelerada, com isso aquela sensação de que

missão e à Flávia que me possibilitou navegar neste

piscamos e o dia já anoiteceu. De uma certa forma, essa

Oceano da engenharia elétrica, porque segundo o

aceleração nos ajuda a não ficarmos parados, a navegar

poeta português Fernando Pessoa: navegar é preciso.

em outros mares ou retomar a mares dantes navegados.

E eu acrescento: às vezes mudar também é preciso.

Deixando as metáforas de lado e explicando ao

Em tempo: esta edição traz duas reportagens

nosso público, esta é a primeira edição que redijo

especiais: uma sobre o CINASE – Circuito Nacional

para a revista O Setor Elétrico, apesar de a conhecer

do Setor Elétrico, que aconteceu no Rio Grande do

há muito tempo, desde que comecei a trabalhar

Sul, e outra sobre BrazilWindPower, além é claro de

como assessora de imprensa nos idos dos anos 2000.

uma Aula Prática sobre Qualidade da Energia, os

Assumo o posto que foi da competentíssima jornalista

Espaços 5419 e SBQEE, os Fascículos Técnicos, um

Flávia Lima nos últimos 12 anos, pois ela decidiu

deles este mês dedicado à Iluminação Pública (nossa

navegar em outros mares e eu, 20 anos depois de ter

capa), um fascículo especial na parte de Renováveis e

deixado o posto de uma importante revista técnica

duas pesquisas: Projetistas e Produtos do segmento.

do setor de celulose e papel, volto a editar uma

Navegue conosco e boa leitura a todos!

publicação técnica.

Como pessoa e como jornalista curiosa que sou,

sempre gostei de entender processos técnicos e

Abraços,

Cristiane Pinheiro

Redes sociais

@osetoreletrico

www.facebook.com/osetoreletrico

@osetoreletrico

Revista O Setor Elétrico



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Coluna do consultor

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

A necessária profissionalização da equipe do Governo que virá

A estagnação da Economia e a falta de investimentos nos remete a um triste compasso de

espera pelas eleições. Somos expectadores das informações de reajuste de remuneração de pessoal dos três poderes que superam os dois dígitos anuais e a simples explicação é que os valores já estariam previstos no orçamento; portanto os funcionários públicos e autoridades estão protegidos e com suas remunerações garantidas, enquanto os resultados de suas gestões são de forma geral pífios. As consultorias continuam a nos abastecer com informações sombrias sobre as perdas que se acumulam nos setores de energia, transporte e outros. Os candidatos ao novo Governo são questionados não sobre a composição de suas equipes e projetos de forma especifica, quando não, apenas sugerem quem seria o chefe da equipe econômica. Por outro lado, as carências do País dependem de projetos de infraestrutura e outros transformadores como os que se seguem: • término de obras de infraestrutura de transportes ferroviários e transporte público decente nas principais cidades, muitas delas com datas de entrega para a copa de 2014; • retrofit em iluminação pública, com financiamentos diretos associados. • implantação de transporte ferroviário adequado entre as principais capitais do Brasil, evitando filas e perdas de tempo em aeroportos de custos desproporcionais; • modelo do setor elétrico que contemple iniciativas adequadas de eficiência energética (esta sim, a fonte mais barata) com projetos autossustentáveis, incluindo “retrofit” de instalações e reforma de sistemas ineficientes, integração das redes de distribuição com as fontes renováveis, incluindo aspectos de remuneração adequada das distribuidoras. Reforma do PROPEE com fim de projetos de baixa renda, energia elétrica é um bem precioso e não pode ser simplesmente “doado”. Ainda o grupo de parlamentares que estuda a venda da Eletrobrás planta novas surpresas e benesses à baixa renda em atitude eleitoreira de total irresponsabilidade. Não bastasse o esvaziamento de reservatórios, os penduricalhos das contas de energia elevam os custos e somente uma gestão integrada e competente poderá tirar os consumidores desta enrascada; • adequação do sistema de transmissão e interligação das eólicas e outras fontes sustentáveis; • infraestrutura portuária e aeroportuária com custos e prazos de operação equivalentes aos internacionais; • política de construção civil com vistas à construção de moradias para população de baixa renda das cidades e financiamentos coerentes.

Esta lista poderá ser incrementada com outros projetos necessários e autofinanciáveis,

contudo as equipes escolhidas para os ministérios devem ser empreendedoras, experientes e comprometidas com o sucesso dos projetos e só com os projetos, por favor! Escolher nossos futuros governantes sem informações e intenções das equipes técnicas (se forem técnicas) parece mais um chute no escuro. Melhor ficarmos atentos, muito atentos!



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Cai para 1,6% previsão de crescimento da carga de energia em 2018 Análise de instituições do mercado indicam que houve "reversão brusca das expectativas a partir de maio deste ano, com redução significativa das projeções"

Relatórios

da

Câmara

de

com as perdas na rede, foram reavaliadas

Elétrica

com base em uma estimativa de crescimento

Pesquisa

da economia de 1,6% neste ano, contra

Energética (EPE) e do Operador Nacional

2,6% anteriormente. Uma queda de 62,5%

do Sistema Elétrico (ONS), apontam que

na expectativa de crescimento.

a carga de energia do sistema elétrico

interligado do Brasil deverá fechar 2018

2018 a 2022 deverá somar 3,8%, frente a

com avanço de 1,6%. O resultado é uma

3,9% na previsão anterior.

reversão da projeção anterior que indicava

No acumulado de 2017 e 2022, a

um alta de 3%.

expansão deverá representar 3,4 %, ante

Comercialização (CCEE),

da

de

Energia

Empresa

de

O aumento médio da carga no período

houve

3,7 % antes da revisão. O corte nas novas

“reversão brusca das expectativas a partir

previsões representa uma redução de 914

de maio deste ano, com redução significativa

megawatts médios em carga neste ano

das projeções” para o desempenho da

frente à projeção anterior. Em 2019, o corte

economia medido pela variação do Produto

foi de 1.079 megawatts médios. No último

Interno Bruto (PIB).

ano da previsão, 2022, a carga estimada

agora é 1.277 megawatts médios abaixo do

Na

análise

das

instituições

As novas projeções para a carga, que

representa a soma do consumo de energia

visto anteriormente.



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Preço alto da energia elétrica estimula consumidores optarem pelo mercado livre Segundo pesquisa encomendada pela Abraceel para o Ibope, seis em cada dez brasileiros gostariam de poder escolher a empresa fornecedora de energia

O alto preço da energia é o principal

empresas atendidas em alta tensão.

motivo para 69% dos consumidores brasileiros

desejarem a portabilidade da conta de luz,

produtivo dar um salto em sua competitividade.

assim como ocorre no setor de telefonia. Em

A pesquisa do Ibope mostra claramente que os

relação a 2017, esse percentual aumentou em

cidadãos querem ter os mesmos direitos das

cinco pontos. A pesquisa foi encomendada

grandes empresas”, afirma Reginaldo Medeiros,

pela Abraceel – Associação Brasileira dos

presidente da Abraceel.

Comercializadores de Energia ao Ibope. Para

83% dos brasileiros entrevistados, a tarifa de

do debate o futuro de energia no Brasil,e, em

energia é cara ou muito cara.

particular, a defesa da livre escolha para os

Se tivessem a opção de escolher o

consumidores. “Quando o consumidor tem o

fornecedor de energia elétrica, 61% migrariam

poder de escolha, acaba a possibilidade de

imediatamente

Foto Divulgação:

“Com a atual crise, seria o momento do setor

Para Medeiros, é preciso colocar no centro

outras

intervenções abruptas do governo no mercado de

empresas. A pesquisa indica que quatro em

energia, afetando o direito dos consumidores”, diz.

cada dez entrevistados acreditam que, caso

houvesse livre escolha de fornecedor, o preço

que a democracia energética também é um

da energia diminuiria muito ou um pouco.

estimulo muito forte ao investimento pulverizado

Outro destaque é que moradores das capitais

de geração distribuída, colocando o Brasil

brasileiras e das regiões Norte e Centro Oeste

na nova rota da tecnologia da energia que o

têm o percentual mais elevado de disponibilidade

mundo já experimenta.

cada vez mais desejada pelos consumidores

para trocar de empresa fornecedora.

“O futuro da energia livre é a base da retomada

brasileiros. Para 12% dos entrevistados, o

A realidade é que a abertura para os

do setor de energia elétrica no Brasil. Esse

principal motivo para a troca de fornecedor de

consumidores

prevista

princípio é a agenda discutida pelo setor e está

energia é o anseio por utilizar fontes renováveis

somente daqui a dez anos, segundo o projeto de

sendo discutida no congresso e vai ao encontro

de energia, como eólica e solar.

lei de reforma do setor elétrico PL 1917/15. Até

do desejo da população”, conclui.

suas

contas

residenciais

para

está

O presidente da Associação destaca ainda

Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel

A pesquisa também destaca que nove

em cada dez entrevistados gostariam de gerar

mesmo 182 mil pequenas e médias empresas e estabelecimentos comerciais inseridas no

Metodologia Ibope

energia renovável em suas residências. Esse

Grupo A, de alta tensão, teriam acesso ao

porcentual saltou de 77% em 2014, para 89%

modelo livre em 2026. A escolha pelo mercado

Abraceel desde 2014 demostra a percepção

em 2018.

livre de energia hoje só é permitido para

do brasileiro em relação ao preço de energia

Os consumidores estariam dispostos a

grandes indústrias e comércios, com consumo

e também sua opinião sobre a escolha da

investir em painéis solares ou geradores eólicos,

acima de 500 kW. Este universo atinge apenas

prestadora de serviço. É uma pesquisa nacional,

entre outras fontes renováveis, ainda que

15 mil negócios no País, que juntos obtiveram

representativa da população brasileira com 16

apenas 1% tenha respondido que efetivamente

uma redução média de 23% nas contas de luz

anos ou mais, de ambos os sexos, de todas as

utiliza algo do tipo em suas residências.

nos últimos 15 anos.

regiões do Brasil e de todos os níveis sociais. A

pesquisa foi realizada com 2.002 pessoas em

brasileiro tem vontade de escolher o fornecedor

abril de 2018.

e também produzir sua própria energia, como

Estudo

da

Abraceel

aponta

que

distribuidoras não sentiriam nenhum impacto

A pesquisa do Ibope encomendada pela

“O resultado da pesquisa mostra que o

painéis solares fotovoltaicos. Esse é o futuro da

se o benefício fosse adiantado para 2021, possibilitando ainda uma economia de R$ 10,5

O futuro da energia limpa

energia elétrica. Ver o consumidor participando

bilhões nas contas de luz, com a migração

ativamente nas decisões de produção e

antes do prazo previsto das pequenas e médias

resultados para a chamada energia limpa,

A pesquisa da Abraceel também indicou

consumo da energia”, destaca Medeiros.



Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Tomadas e interruptores

Fotos: divulgação

www.legrand.com.br A Legrand, especialista mundial em sistemas elétricos e digitais, lançou sua mais

nova linha, PIAL | Plus+, para revolucionar o segmento de tomadas e interruptores, oferecendo soluções modernas, design inovador, tecnologia, praticidade e velocidade nas instalações para o dia a dia dos consumidores.

O lançamento da PIAL | Plus+ é o mais importante da empresa nos últimos anos,

reforçando a liderança da Legrand no segmento de interruptores e tomadas, já que a cada cinco interruptores vendidos no Brasil, mais de um é da fabricação da empresa. Fotos: divulgação

Ou seja, todos os esforços estão concentrados em manter essa posição de liderança buscando presença em todos os canais de vendas.

Soluções modernas, design inovador, tecnologia, praticidade e velocidade nas instalações para o dia a dia dos consumidores

Multímetro digital www.instrutherm.com.br

No final de agosto, a Instrutherm apresentou na Feira de Infraestrutura Elétrica, diversas opções de equipamentos de medição fundamentais para o setor elétrico. Um deles é o multímetro digital modelo MD-360, que apresenta tensão, corrente, resistência, capacitância, diodo e transistor (HFE). Além de contar com display LCD de 3 ½ dígitos, display inclinável até 90 graus, função data hold para congelamento das leituras, polaridade automática com indicação de negativo e proteção de sobrecarga.

Outro destaque lançado pela empresa no mercado recentemente é o volt-amperímetro tipo alicate True RMS, Cat IV, modelo VA-905. O equipamento atende às normas IEC 61010-1 e IEC 61010-2-203, tem dupla isolação, função NCV que detecta tensão sem contato e garra indutiva com lanterna. Entre suas diversas características está o a capacidade de realização de teste de continuidade audível e teste de diodo.

Varistores www.cromabrasil.com.br

A Brightking apresenta ao setor elétrico uma gama completa de Varistores (MOV - Metal Oxide

Varistor) para aplicações em proteção em redes de energia, de telecomunicações, circuitos de baixa frequência, fontes AC/DC, equipamentos eletrônicos de uso doméstico e industrial, eletroportáteis e de componentes semicondutores. Com faixa de tensão entre 18 V à 1800 V e surto de corrente até 70 kA, a empresa também produz modelos quadrados ou customizados conforme especificação pelo cliente. A croma é um distribuidor Autorizado da Brightking.

Varistores: para aplicações em proteção em redes de energia

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Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Schneider Electric moderniza instalações elétricas do aeroporto de Genebra diárias.

transformação digital em gestão da energia

Para cumprir com os objetivos de

elétrica e automação, trabalhou no projeto de

segurança

modernização das instalações elétricas do

Schneider Electric forneceu uma solução

aeroporto de Genebra, na Suíça. A companhia

de

atualizou toda a distribuição elétrica, sem

transformador às células de distribuição e

afetar as operações ou os passageiros,

software de supervisão. Adicionalmente,

graças à solução EcostruxureTM Power,

foram instalados quadros de baixa tensão

que fornece eletricidade de forma confiável

Smart Panel em toda a infraestrutura, o que

e eficiente à instalação. A integração do

permitiu ao pessoal do aeroporto centralizar

software EcoStruxureTM Power e a escolha

toda a informação sobre a energia e gerar

de produtos conectados, como o SM6,

informações energéticas precisas.

existentes, assim como a supervisão e o

o EasergyT200 e o RM6, permitiram à

A modernização das instalações de

controle remoto dos centros de transformação,

Schneider Electric melhorar a tecnologia e

distribuição elétrica do aeroporto melhorou

a integração do software de outros fabricantes

a experiência dos passageiros do aeroporto

a confiabilidade, com soluções inovadoras,

no centro de controle e a otimização de espaço

de Genebra, sem afetar as operações

uma modernização rentável dos produtos

com quadros elétricos interiores.

média

e

eficiência

tensão

do

projeto,

completa,

desde

Divulgação Schneider Electric

A Schneider Electric, líder global na

a o

Aeroporto de Genebra, na Suíça

Siemens fornecerá novo sistema digital para subestações da CPFL Energia Malagoli.

Jacobsen

de geração e transmissão de energia,

a

assinou um contrato com a CPFL Energia

para este projeto utiliza a tecnologia

confiabilidade da rede contra falhas, além

para o fornecimento de dois sistemas

Process

dados

de reduzir o risco de acidentes elétricos

digitais para subestações da distribuidora,

analógicos dos equipamentos de pátio da

na sala de controle. "Neste projeto, a

sendo um deles da tecnologia Process

subestação e os transmite através de redes

tecnologia

Bus. Com o valor de aproximadamente R$

Ethernet em fibra ótica para os dispositivos

implementada pela Siemens otimiza os

1,5 milhão, a solução, que será entregue

de proteção na casa de controle.

custos com operação e manutenção por

ao final de 2018, é a primeira deste tipo

De acordo com Sergio Jacobsen,

todo o ciclo de vida da subestação. Uma

desenvolvida pela gigante alemã no Brasil.

gerente da unidade de Digital Grid da

maior segurança é garantida às equipes em

O projeto será implementado na CPFL

Siemens, essa tecnologia oferecida se

intervenções e atividades de manutenção."

Paulista, responsável por distribuir energia

destaca pelo pioneirismo e segurança

As

para 4,4 milhões de clientes.

que

dos

Siemens também se destacam pela sua

com

equipamentos. "A medição da tensão e

interoperabilidade, que é a capacidade

na

corrente é necessária e fundamental para

de operação com sistemas operacionais

A Siemens, líder em soluções eficientes

O os

projeto

investimentos

está da

alinhado companhia

O modelo desenvolvido pela Siemens Bus,

oferece

que

aos

digitaliza

operadores

digitalização

também das

subestações

ressalta

subestações

digitais

que traz

da

despacho

a proteção, controle e automação de um

diferentes. No caso da solução ofertada

de equipes e telemedição. "A CPFL

sistema elétrico. Com a nossa solução,

para a CPFL Energia, ela é padronizada

Energia, como pioneira em inovação no

a medição passa a ser feita com fibra

pela norma internacional IEC 61850-9-2

setor elétrico brasileiro, em focado seus

ótica, o que reduz em pelo menos 30% os

e possui conectividade com a plataforma

investimentos em tecnologia na direção

custos com materiais e serviços utilizados,

MindSphere (sistema operacional Siemens,

da digitalização da rede elétrica", explica

principalmente na parte de cabeamento e

aberto para Internet das Coisas – IoT), que

o diretor de Engenharia do Grupo, Caius

engenharia do projeto elétrico".

atesta a automatização de subestações.

digitalização

da

operação,


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O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Foto: divulgação

Metaltex comemora 60 anos A

Metaltex,

líder

nacional

na

fabricação de relés, comemorou seus 60 anos neste mês de agosto com um evento realizado em São Paulo para mais de 200 convidados.

Nele, o fundador

da companhia, Geraldo Lewinski, hoje com 90 anos, compartilhou um pouco da história da empresa e sua emoção por dividir aquele momento com todos os presentes. Os convidados também presenciaram

a

exibição

do

vídeo

institucional da empresa e depoimentos de alguns dos principais parceiros. "O

evento

é

importante

para

marcarmos esta data tão especial para a empresa e também para encontrarmos Geraldo Lewinski, fundador da Metlatex prestigia o evento dos 60 anos da empresa

todos os parceiros que fazem parte desta história. Infelizmente, no dia a dia não é possível visitarmos todos, mas aqui é uma ótima oportunidade de reencontrarmos grandes amigos", disse Enio Lewinski, diretor comercial da Metaltex.

A companhia foi fundada em 1958,

como fabricante pioneira de relés no Brasil. Desde o início de suas atividades, dedicou-se ao desenvolvimento contínuo de novos produtos neste segmento, bem como à produção de relés especiais. O crescimento e a sua evolução seguiram

a

partir

do

aumento

das

soluções em componentes e com o desenvolvimento da divisão de automação industrial, com linhas completas para os diversos segmentos do mercado. Além dos produtos e soluções, a Metaltex fornece assistência técnica e comercial, bem como engenharia de aplicações.

No Brasil, a companhia conta com

14 filiais e ainda com uma ampla rede de distribuição nos principais países da América Latina e também está presente na Ásia, Europa e América do Norte, com distribuidores autorizados em 13 países diferentes.




Evento

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O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Por Adriana Dorante Edição Cristiane Pinheiro Fotos: Rogério Martins

Engenheiros, técnicos e tecnólogos tiveram a

oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as mais recentes tecnologias do setor elétrico durante a 31ª edição do CINASE - Circuito Nacional do Setor Elétrico, realizado nos dias 8 e 9 de agosto de 2018, em Canoas. O evento reuniu cerca de 800 profissionais do segmento de instalações elétricas do Rio Grande do Sul, que tiveram acesso a inovações e tecnologias, fizeram networking e iniciaram alguns negócios. A qualidade técnica das apresentações no Congresso foi um dos auge do evento, na opinião dos participantes com os quais a revista O Setor Elétrico conversou. Boa parte enalteceu o conteúdo mostrado pelos palestrantes e a oportunidade de ter tido acesso a tecnologias, dirigidas a um público seleto e de altíssimo nível de conhecimento. Além disso, o CINASE Rio Grande do Sul contou com o apoio de empresas da região Sul, como a Exatron, ABT Elétrica, Filippon Engenharia, universidades como ULBRA e UNISINOS, importantes associações de classe, como

CREA-RS,

SINTEC RS,

AECEEE e o GETEQ - Grupo de Estudos em Tecnologia e Qualidade do Rio Grande do Sul e as concessionárias locais, como a RGE, RGE Sul, pertencentes à CPFL Energia .

“O evento veio não só para valorizar o setor

de engenharia elétrica do Estado, mas também seus principais protagonistas, como profissionais liberais,

empresas

de

projetos,

execução,

universitários e pesquisadores, por meio do Prêmio O Setor Elétrico (OSE) de qualidade das instalações elétricas”, comentou Daniel Filippon, da Filippon Engenharia, uma das empresas que apoiaram tecnicamente o evento.

Durante os últimos meses, muitas informações

e contatos foram realizados pelas organizadores

Qualidade técnica é destaque no CINASE Rio Grande do Sul

e comissão técnica, que ajudaram a trazer uma gama de projetos para o evento. “Foi um privilégio participar da análise de todo esse material tão rico. Percebemos que o nosso Estado está bem representado, com trabalhos de muita qualidade e com inovação tecnológica. O objetivo principal era trazer conhecimento e este foi cumprido”, complemento Filippon. A cerimônia de abertura foi feita pelo idealizador e diretor da Editora Atitude, da revista O Setor Elétrico e do CINASE, Adolfo Vaiser,


19

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

que comentou o porquê da existência de um road show para o setor elétrico. “Cada região tem suas características e temos de mostrá-las ao seu público. Recentemente, realizamos um CINASE em Fortaleza e agora chegou a vez de mostrar o que acontece no Sul. Há muito tempo, o Rio Grande do Sul não tinha uma reunião de especialistas como conseguimos reunir nesses dois dias de evento.”

“A receita do bolo do CINASE é a grande

ação de divulgação do evento. Além do contato com toda a cadeia do setor, por conta do prêmio ser ainda uma novidade, também precisamos fazer um trabalho ativo de divulgação para que todos os projetos importantes para o crescimento do setor possam concorrer à premiação”, ressaltou Adolfo. Compartilha da mesma opinião Simone Vaiser, diretora responsável por toda a organização da infraestrutura do evento. “O ponto chave e o mais prazeroso é o plano de divulgação anterior ao evento. É o momento em que colocamos todo o nosso esforço para o seu sucesso. Por meio do nosso material de divulgação digital e impresso, fazemos um grande trabalho de visita aos patrocinadores e apoiadores, contatando diversas indústrias, engenheiros, técnicos e todas as entidades do setor elétrico”, afirmou Simone.

Em seguida, foi a vez de Regis Sell Haubert,

diretor regional da Abinee Sul (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e da Exatron, dar as boas-vindas e fazer um panorama desta indústria, tão importante para a economia brasileira. “Estamos vivendo a era da Internet das coisas e da Indústria 4.0, e este evento veio nos mostrar essa evolução, por meio da palestras e da idealização do Prêmio OSE”, afirmou. A Exatron foi convidada a participar do CINASE como uma indústria local e também foi patrocinadora master, possibilitando uma visibilidade maior. “O retorno do evento foi algo surpreendente, totalmente acima

das

nossas

expectativas.

Ficamos

orgulhosos de participarmos desse modelo de evento e encontramos no CINASE uma forma diferente de mostrar a Exatron. Aproveitamos o CINASE para divulgar que a companhia está de mudança para um parque tecnológico novo, em Canoas, acreditando no mercado brasileiro e na Evento reuniu cerca de 800 profissionais do segmento de instalações elétricas do Rio Grande do Sul, que tiveram acesso a inovações e tecnologias, fizeram networking e iniciaram alguns negócios

profissionalização do setor”, disse. "Além da localização privilegiada e da


Evento

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O Setor Elétrico / Agosto de 2018

organização impecável, o CINASE Rio Grande do Sul nos surpreendeu também pela quantidade e capacitação do público presente no evento. Tivemos a oportunidade de apresentar pela primeira vez na região um produto exclusivo, o BusFrame, um barramento tubular perfilado, e a reação do público foi altamente positiva, tendo demonstrado reconhecimento das vantagens técnicas e da importância trazida pela inovação”, afirmou Fabricio Gonçalves, da Kitframe.

Homenagens Um dos pontos auge da cerimônia de abertura do Prêmio OSE foram as homenagens prestadas a duas sumidades do Rio Grande do Sul, que se dedicaram anos à engenharia elétrica da região gaúcha. A primeira, a Ernani Maglia, com mais de 58 anos de profissão, membro fundador do GETEQ e da Maglia Engenharia e, a segunda, in memorian, a Guilherme Dias, referência na engenharia elétrica e de segurança do trabalho brasileira nos últimos 40 anos.

“Gostaria de agradecer aos meus ex-alunos,

familiares, parceiros e ao Adolfo, que me impressionou bastante ao me dar a oportunidade de conhecer esse trabalho maravilhoso na área de instalações. Nós engenheiros técnicos temos uma formação

Público também prestigiou a Exposição

cartesiana, que às vezes dá a impressão de sermos pessoas duras, mas não é verdade. Acredito que o

estratégia e inovação do Grupo CPFL Energia,

Luminotécnicas, com o tema Certificação em

relacionamento humano talvez seja o único luxo que o

que falaram sobre processo de unificação e

produtos de iluminação – Lâmpadas LED &

ser humano pode se dar”, comentou Maglia.

inovação no setor de energia; e Afonso Carlos

Luminárias públicas;

Aguilar, da ABEEólica, que mostrou um panorama

- Paulo Barreto, engenheiro eletricista, com

da energia eólica no País e na região gaúcha.

experiência nas áreas de ensino, projeto,

A sessão solene também anunciou os

vencedores do Prêmio O Setor Elétrico (OSE), com os melhores projetos do Rio Grande do Sul em seis categorias (veja mais

execução, manutenção, inspeção e perícia

Palestras técnicas

detalhes em Premiação).

Normalização Baixa Tensão: NBR 5410 – A

Participações especiais

em instalações elétricas, sobre Panorama

A programação do CINASE Rio Grande

revisão e o panorama da NBR 5410;

do Sul contou ainda com palestras de oito

- Nunziante Graziano, mestre em energia e

especialistas que fazem parte do road show

doutor em Business Administration. É diretor da

Além de toda a programação técnica, que

que percorre o Brasil. Foram eles:

Gimi Pogliano Blindosbarra e da Gimi Quadros

contou com diversos especialistas do setor

- Cláudio Mardegan, especialista em proteção,

Elétricos, falando sobre Conceitos modernos de

e das empresas patrocinadoras, ocorreram

membro sênior do IEEE e CEO da Engepower

especificação de painéis de média tensão e a

workshops e palestras com convidados especiais

Engenharia, que falou sobre Operação,

revisão da NBR- IEC- 62271-200;

da região Sul, como o GETEQ, que tratou sobre

Manutenção & Ensaios em Subestações;

-José Starosta, mestre em Engenharia

as tendências da engenharia elétrica no Rio

- Cláudio Rancoleta, diretor da Urkraft e

Elétrica, membro do IEEE, diretor da SBQEE

Grande do Sul; a Filippon Engenharia, com Daniel

membro da comissão do Cobei/ABNT que

e da Ação Engenharia, apresentando sobre

Filippon, que destacou as mais novas tecnologias

revisa normas sobre transformadores de

Qualidade de Energia - Compensação

e soluções BIM nas instalações elétricas prediais;

potência, abordando sobre Transformadores;

Reativa & Eficiência Energética na Indústria;

José Carlos Saciloto Tadiello, presidente da

- Juliana Iwashita, coordenadora da comissão

- Jobson Modena, coordenador da comissão

RGE e RGE Sul, e Rafael Lazzaretti, diretor de

do Cobei/ABNT e diretora da Exper Soluções

do Cobei/ABNT que revisa a norma de


21

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Os 8 especialistas que percorrem o Brasil com o CINASE apresentando os mais recentes estudos, ideias e inovações da área

proteção contra descargas atmosféricas e

Segurança do Trabalho, as NR´s;

diretor da Guismo Engenharia, destacando a NBR 5419:2015 e Proteção em áreas abertas – novidades e tendências na PDA –

Os próximos CINASEs - Circuito Nacional do Setor Elétrico serão realizados nos

Proteção de descargas atmosféricas;

dias 3 e 4 de outubro, no Novotel Center

- João Barrico, membro do GTT-10 do

Norte, em São Paulo, e nos dias 7 e 8

MTE, diretor da Engeletric e professor de engenharia de segurança, abordando sobre

de novembro, no Centro de Eventos SulAmérica, no Rio de Janeiro.


Evento

22

Premiação

Confira os vencedores do Prêmio O Setor Elétrico do CINASE Rio Grande do Sul

Os ganhadores do Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas do Rio Grande do Sul

O Setor Elétrico / Agosto de 2018


23

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

O Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade

das Instalações Elétricas teve sua segunda edição no Rio Grande do Sul, onde seis empresas da região foram premiadas. Muito trabalho foi realizado junto às companhias de engenharia para que pudessem enviar os trabalhos técnicos para avaliação. “Tivemos o auxílio da RGE e de universidades como a UNISINOS e ULBRA”, comentou Adolfo Vaiser, idealizador e diretor da Editora Atitude, da revista O Setor Elétrico e do CINASE.

Antes de apresentar os ganhadores do

Prêmio O Setor Elétrico (OSE), os presentes assistiram à palestra de João Jornada, membro titular da Academia Brasileira de

Cerimônia de abertura do Prêmio foi finalizada com um show do humorista Gury de Uruguaiana

Ciências e também da TWAS (The World Academy of Sciences), que fez um discurso sobre a “Inovação no setor”.

“Não gosto de holofote, mas realmente

o evento é muito importante. Fui aluno do professor Ernani Maglia, que me deu uma boa oportunidade de formar processos cognitivos iniciais me acompanhando por toda a vida. E com isso, vou falar de inovação e tecnologia. É mito pensar que processo de inovação e de descoberta em geral é um lampejo de genialidade. Não é assim. É interessante dizer

Regis Sell Haubert, diretor da Exatron, patrocinadora Master do CINASE RS

Daniel Filippon, da Filippon Engenharia

que, muitas vezes, processos de inovação surgem simultaneamente. Isso ocorre porque a

Os vencedores

essência do processo de inovação descoberto

portuária de fazer o upgrade dessas máquinas para gerar uma grande economia de custos. Me

é essencialmente a mesma da conexão de

ideias. Não é à toa que o surgimento do rápido

Inovação Tecnológica e Projeto do Ano, com

Jairo Kobe, diretor do Grupo Kobe.

desenvolvimento tecnológico se dá justamente

o projeto de Upgrade de Sustentabilidade e

com a conexão. É o conjunto de pessoas

Eficiência Energética na Área de Movimentação

categoria Instalações Elétricas Industriais e

dominando diferentes aspectos que por meio

de Cargas. O projeto da empresa RTG’s diesel

Comerciais, com o projeto que se diferenciou

de conexão conseguimos combinar partes.

é uma solução de eficiência energética, em

em relação aos demais por fazer um reparo

Isso é o que fazemos em instalação e temos

que se converte uma máquina alimentada por

geral no antigo Hospital Espírita de Porto Alegre

que entender esse processo em detalhes”,

um grupo gerador a diesel com um consumo

(HEPA) que estava funcionando com 65% de

destacou. E reforça que esse paradigma de

médio de 15 litros/hora de óleo diesel, para

sua capacidade de espaço físico. “Ficamos

instalação elétrica pode ser usado para atacar

uma máquina híbrida ou elétrica que conectada

felizes e surpresos, mas quando foi mencionado

uma situação de diferentes naturezas, não

à rede elétrica na tensão de 15kV, consumindo

os critérios de análise da premiação já sabíamos

formalmente analíticas.

aproximadamente 22,79kW/h.

que iríamos concorrer, porque usamos todas as

técnicas, inclusive de economia de energia. Foi

No total concorreram mais de 20 projetos

O Grupo Kobe venceu em duas categorias:

“Fiquei surpreso quanto ao prêmio, pois

sinto premiando a engenharia nacional”, afirmou A empresa Optare ganhou o prêmio na

em cada categoria dividida em: Instalações

o trabalho na área portuária é bastante difícil,

muito gratificante”, disse.

Elétricas Industriais e Comerciais, Energia

já que são máquinas e tecnologias de outros

Renovável, Pesquisa & Desenvolvimento,

países. Não temos players para fabricação

foi para Studioeffi, com o projeto desenvolvido

Projeto Luminotécnico, Inovação Tecnológica

dessas máquinas com custos em torno de

para a redução da mensalidade condominial

e Projeto do Ano.

U$ 6 milhões. Então, é uma tendência da área

dos lojistas e a sustentabilidade. Na categoria

Já na categoria Energia Renovável o prêmio


24

Evento

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Pesquisa & Desenvolvimento, a premiada foi a PPGCA – Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), com o projeto de auxílio na análise de segurança de sistemas elétricos de potência, utilizando um algoritmo desenvolvido com base na meta-heurística de Otimização por Colônia de Formigas.

A RGE venceu o prêmio na categoria

Projeto Luminotécnico, para o sistema de iluminação do Shopping Iguatemi Caxias do Sul/RS da rede BRMALLS, oferecendo um conceito moderno e inovador, com a substituição das luminárias, lâmpadas e reatores eletrônicos

e

eletromagnéticos

de

baixo

rendimento por equipamento de tecnologia LED, proporcionando a disseminação do conceito de eficiência energética e adequação

Ernani Maglia, um dos homenageados, com mais de 58 anos de profissão, membro fundador do GETEQ e da Maglia Engenharia

na distribuição da iluminância nos ambientes.

A divulgação do prêmio teve início em

janeiro de 2018. Os critérios de avaliação foram atribuídos por notas de um time formado por oito jurados: Claudio Rancoleta, diretor da Urkraft e membro da comissão do Cobei/ ABNT; Daniel Filippon, da Filippon Engenharia; João José Barrico, membro do GTT-10 do TEM e diretor da Engeletric; Jobson Modena, coordenador da comissão do Cobei/ABNT; José Starosta, mestre em Engenharia Elétrica, membro do IEEE, diretor da SBQEE e da Ação Engenharia; Nunziante Graziano, mestre em energia e doutor em Business Administration; Renato Ely Castro, Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica da Ulbra, e Sérgio Cardoso, professor do Departamento de Engenharia

Filha de Guilherme Dias, in memoriam, recebe prêmio em homenagem ao pai, uma referência na engenharia elétrica e de segurança do trabalho brasileira nos últimos 40 anos

Elétrica da UFRS.

O resultado final foi obtido através de média

ponderada devido a especificidade e aplicação de cada trabalho e a cada um dos especialistas avaliou um total de 12 itens: topologia da instalação elétrica ou sistema (distribuição e uso de energia em baixa tensão); fontes principais, complementares e de emergência; definição de linhas elétricas e circuitos de distribuição; subestações,

painéis,

transformadores,

geradores e outros; proteção elétrica; proteção contra descargas atmosféricas; atendimentos as normas 5410, 14039, 5419, NR10 Aspectos e vantagens de operação e manutenção Automação e informação Qualidade de energia e eficiência energética Sistemas de iluminação Característica de originalidade e referência.

João Jornada, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e também da TWAS (The World Academy of Sciences)


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O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Exposição / Patrocinadores

Tecnologias, inovação e momento networking

Expositores e patrocinadores do CINASE

Rio Grande do Sul consideraram a feira de negócios desta edição como a melhor de todas no sentido de qualidade, conhecimento técnico e de público. Com cerca de 800 pessoas durante os dois dias de evento, o movimento não perdeu vapor e o resultado foi de muito networking e negócios fechados. Abimael Nogueira, do grupo A. Cabine, considerou a exposição notável para o setor elétrico na região Sul, com grande perspectiva tecnológica. “É um presente da tecnologia para o pessoal da área, proporcionando conhecimento

técnico

de

interesse

do

instalador, do técnico, do eletricista e de todas as pessoas preocupadas com a qualidade e modernização das instalações elétricas em geral”, afirmou.

Em sua primeira participação no CINASE,

Edson Bonfim, gerente de vendas da Mersen do Brasil, ficou curioso para conhecer o evento. “Já vinha ouvindo falar que o CINASE é um evento diferente do convencional. A Mersen já participou muito de feiras com custos altos e, às vezes, com pouco retorno e queremos algo novo como esse”, disse.

Também estreando no evento, Manoel

Rodrigues,

engenheiro

da

Aplicaciones

Tecnológicas, considerou uma oportunidade de networking e de apresentar seu produto específico para o Brasil, que é a aplicação contra raios. “Como o Brasil adotou norma internacional de proteção preventiva contra ação de raios devido ao nível muito grande de incidência no País, apostamos na divulgação do

equipamento

através

do

CINASE”,

comentou.

Vencedor de dois prêmios no CINASE,

23 empresas expositoras tiveram a oportunidade de mostrar seus produtos, tecnologias e os mais recentes lançamentos


Evento

26

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Jairo Kobe, da empresa Kobe, o evento foi uma surpresa muito agradável. “Era o que faltava no Rio Grande do Sul, além de trazer a parte tecnológica, onde dificilmente se encontra qualidade dessa magnitude, a ideia de integração com o prêmio é algo especial. Gostaria de parabenizar a iniciativa da revista O Setor Elétrico. Não é à toa que tem grande sucesso”, destacou.

Já Eduardo Amaral Pinheiro, da Optare,

destacou a importância do evento para aproximar o conhecimento das empresas de outras regiões do País. “O Sul é distante do que acontece no Sudeste, onde o País se desenvolve mais rápido e um evento como este contribui com o desenvolvimento das empresas de engenharia e técnicos da nossa região”, afirmou. Um dos patrocinadores do CINASE, Robinson Moraes, da ABT Materiais Elétricos, a participação no evento foi muito satisfatória. “Foi muito bom participar e fortalecer a parceria

com

inúmeros

instaladores

e

divulgadores do evento.

Ainda para Fabiano da Rittal Brasil, é

importante a participação da empresa em eventos regionalizados. “Apostamos muito no Sul do País e o CINASE é um dos melhores que já participei”, contou.

Veterano na participação do evento, André

Costa Gonçalves da IFG também considerou esta edição como uma das melhores. “Muito técnica, muita procura e muito retorno”, disse. O nível de conhecimento técnico continuou surpreendendo os participantes. Para Eliane Candido, da área comercial da Clamper, a exposição trouxe bons contatos e boa divulgação dos produtos da empresa. “O resultado foi muito positivo, mais que surpreendeu”, destacou. Pela

segunda

vez

participando

da

exposição, Clayton Sousa, da empresa Cordeiro, disse que o feedback de seus convidados foi positivo. “Está ficando cada vez melhor, com a presença de marcas sérias e consolidadas, preocupadas com a ampliação do conhecimento técnico. As palestras endossaram essa excelência do evento. Para nós como fabricante e fornecedor foi um prazer participar”, afirmou.


Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

28

Nunziante Graziano e Luis Eduardo Caires Capítulo VIII - Ensaios de corrente suportável de curta duração e de elevação de temperatura - Ensaios de curta duração - Ensaios de elevação de temperatura

Iluminação pública – ABNT N BR 5101

34

Luciano Haas Rosito Capítulo VIII - Iluminação para pedestres - Definição - Classes de iluminação para cada tipo de via - Iluminação para faixa de travessia de pedestres - Iluminação de áreas com predominância de pedestres.

Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica

38

Por Geraldo R. de Almeida Capítulo I - Revisitando o conceito de EDS para cabos - Projeto clássico - Metalurgia física e mecânica - Conclusões

Fascículos

Apoio


Apoio

Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

28

Por Luis Eduardo Caires* e Nunziante Graziano

Capítulo VIII Ensaios de corrente suportável de curta duração e de elevação de temperatura

Prezado leitor, este fascículo pretende

de

Normas Brasileiras para construção de

valores nominais dos componentes que

os requisitos de projeto e construção

conjuntos de manobra e controle em alta

fazem parte do conjunto de manobra

obrigatórios

tensão, acima de 1kV até 52kV inclusive.

e

quinto

capítulo

para

os

abordamos conjuntos,

notadamente Estanqueidade ao gás e ao vácuo, Sistemas de pressão controlada

apresentamos ao leitor os objetivos

e

e

para gás, Sistemas de pressão autônomo

deste

nível de preenchimento nominal dos

para gás, Sistemas de pressão selados,

apresentação do panorama atual da

compartimentos

Sistemas de pressão controlados para

NBR-IEC-62271-200 vigente no Brasil,

fluído.

de

que

subdivisões, interesse,

definições.

suas

Neste

contemplou

principais

pontos

interpretações segundo

a

seus

invólucro

No

metálico,

trabalho,

em

nominal,

incluindo seus dispositivos de operação

No capítulo inicial deste fascículo

controle

curto-circuito

mecânico e distâncias de escoamento.

duração

suas

Fascículo

crista da corrente suportável nominal,

apresentar em detalhes o conjunto de

equipamentos

auxiliares

preenchidos

com

líquido, Sistemas autônomos de pressão a

No terceiro capítulo, mostramos as

e

principais características de operação

líquidos, Flamabilidade e compatibilidade eletromagnética.

capítulo,

normal, partes removíveis, aterramento

continuaremos a análise da NBR-IEC

do conjunto e do invólucro, fechamentos,

requisitos

62271-200, suas regras gerais, definições,

conceitos

obrigatórios

para

características nominais obrigatórias dos

conjuntos, janelas de inspeção e plaquetas

notadamente

emissões

conjuntos, além dos requisitos de projeto

de identificação.

aspectos de corrosão, Arco interno devido

e construção. No segundo capítulo, abordamos

de

compartimentação

dos

No sexto capítulo, expusemos os de

projeto

e os

construção conjuntos,

de

raios

X,

No quarto capítulo, apresentamos

à falha interna, requisitos dos invólucros,

os requisitos de projeto e construção

compartimentos de alta tensão, partes

as principais características nominais

obrigatórios

removíveis e provisões para ensaios

de um conjunto de manobra e controle

notadamente

em invólucro metálico de alta tensão,

intertravamento, indicadores de posição,

No sétimo capítulo iniciamos a

desde tensão nominal e número de

grau de proteção dos invólucros, proteção

abordagem dos ensaios de tipo, elencando

fases, nível de isolamento nominal,

de pessoas contra acesso a partes perigosas

as principais razões pelas quais são

frequência nominal, corrente nominal

e

contra

realizados cada um dos ensaios, resultados

de regime contínuo, corrente suportável

penetração de objetos sólidos estranhos,

esperados e suas características mais

nominal de curta duração para circuitos

proteção contra penetração de água,

importantes, com a participação do físico

principais e de aterramento, valor de

proteção do equipamento contra impacto

Cleber Rogério Fiori abordando ensaios

proteção

para

os

conjuntos,

dispositivos

do

equipamento

de

dielétricos em cabos.


Apoio

de tensão para conjuntos de manobra e

térmico e dinâmico.

controle em alta tensão.

magnético e um condutor percorrido

Define-se o efeito térmico, a partir

por uma corrente elétrica imerso em um

Neste capítulo, assume o comando

do efeito Joule, pelo aquecimento do

campo magnético fica submetido a ação

o Engenheiro Eletricista Luis Eduardo

condutor quando da passagem da corrente

de uma força eletromagnética.

Caires, supervisor do Serviço Técnico de

elétrica. Esse é diretamente proporcional

Altas

à

Potências

(SVALPOT-IEE/USP),

característica

física

do

Como os condutores nas instalações

condutor,

elétricas geralmente estão próximos entre

onde se especializou em ensaios de curto-

expressa por sua resistência elétrica e ao

si, há uma interação entre os campos

circuito e interrupção de altas correntes

quadrado do valor da corrente, conforme

magnéticos produzidos e as correntes

em equipamentos elétricos de potência e

a expressão clássica P=R.I².

que as produziram entre as linhas e os

atividades do laboratório para ensaios de

Como o valor da corrente de curto-

elevação de temperatura em equipamentos

circuito é muito elevado, a potência

De modo similar ao efeito térmico,

e o laboratório de vestimentas (LeVe- IEE-

resultante em aquecimento pode ser

a expressão da força eletromagnética

USP). Com a caneta então, Luisão!

extremamente elevada. Por exemplo, nos

em sua forma mais simplificada implica

respectivos retornos.

Iniciamos nossa análise pelo Ensaio

terminais de saída de um transformador

em uma constante de proporcionalidade

de corrente suportável de curta duração,

podemos considerar um valor razoável de

relacionada à montagem (parâmetros

conhecido popularmente como ensaio

vinte cinco vezes a corrente nominal, de

materiais do sistema) e a corrente também

de curto-circuito. Qual o objetivo do

modo que se pode estimar uma potência

concorre com o quadrado de seu valor.

ensaio, em outras palavras, por que

625 vezes maior de dissipação no evento

Neste caso, a expressão simplificada é

se realiza estes ensaios? Para verificar

de um curto-circuito, com consequências

F=(K.I²)/d, sendo que o valor da distância

a capacidade dos equipamentos para

nefastas para a instalação.

entre os condutores d é inversamente

suportar os esforços resultantes das correntes

de

curto-circuito.

O efeito dinâmico resulta da interação

proporcional, ou seja, quanto maior a

Esses

eletromagnética entre os condutores, pois

distância entre eles, menor o esforço a

esforços podem ser divididos em dois,

um condutor percorrido por uma corrente

ser suportado. A figura a seguir ilustra o

para classificação pelos seus efeitos,

elétrica produz em torno de si um campo

conceito.

29


Apoio

Fascículo

Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

30

• It, que é a corrente de ensaio e corresponde ao valor da corrente simétrica. Esse é o valor eficaz da corrente aplicada durante o intervalo de tempo tt. Neste caso estamos avaliando o comportamento térmico relacionado ao curto-circuito e, por isso, o tempo e a duração são indissociáveis. Os valores nominais correspondentes são o (DÚVIDA) • Ik (rated short-time current): valor da corrente suportável nominal de curta duração • tk (tated short circuit current): tempo de suportabilidade da corrente suportável A

classificação

destes

esforços

No caso da norma IEC62271-200, por

geralmente está associada à duração

exemplo, isso é verificado pelo item 6.6 (Short-

dentro do evento pelo efeito sobre as partes

time withstand current and peak withstand

submetidas a eles.

current tests) que podemos entender como

Por exemplo, o efeito térmico pode ser considerado cumulativo, pois quanto maior

ensaio de corrente suportável de curta duração e do valor de crista da corrente suportável.

a duração do evento maior o aquecimento

O valor associado à corrente suportável

produzido, lembrando que no caso do

de curta duração (Short-time withstand

curto-circuito se considera um processo

current) corresponde à corrente simétrica,

adiabático (não há tempo para se considerar

onde procuramos observar o efeito térmico da

o calor dissipado).

corrente sobre os componentes da montagem.

Assim para cada ciclo (ou submúltiplo

O efeito dinâmico geralmente está

deste) acrescentado a duração do evento,

associado ao valor da corrente de crista por

maior o aquecimento que poderá causar

ser o maior valor alcançado no processo. No

a fusão de alguns materiais ou mesmo a

entanto, durante todos os ciclos haverá um

perda nas suas propriedades mecânicas.

esforço mecânico, cujo maior valor é o pico

Do outro lado, importa o efeito

inicial, mas não se pode desprezar a ação

instantâneo da força, cujo impacto pode

mecânica que ocorre no processo como um

causar a ruptura dos isoladores. Assim, o

todo. Neste caso avaliamos o valor de crista da

efeito dinâmico (mecânico) geralmente

corrente suportável (peak withstand current).

está associado ao maior valor instantâneo

Estas observações permitem entender os

da corrente, já que esta contribui com o

elementos básicos na avaliação da corrente

quadrado de seu valor no processo.

do ensaio de curto circuito. Dentro da

Na base destas ponderações geralmente

norma IEC62271-200, os parâmetros que

se avalia o ensaio de curto-circuito através

caracterizam o ensaio associados a esses

de suas componentes associadas ao efeito

elementos são:

preponderante: térmico ou dinâmico. Essas componentes são arbitradas e distintas na forma de onda de corrente típica dos ensaios, onde há um período inicial transitório onde ocorre o maior pico de corrente, que chamamos corrente de crista, e os subsequentes ciclos, onde a onda se comporta uniformemente em regime permanente que associamos ao valor da corrente simétrica de curto. A

figura

componentes.

a

seguir

ilustra

esses

nominal de curta duração. Na impossibilidade de se aplicar o valor nominal da corrente de curta duração Ik, a norma admite que o valor da corrente aplicada associada à sua duração correspondente seja

maior

que

os

valores

nominais

correspondentes associados. Essa associação é feita pelo indicador It²tt ≥ Ik²tk que vem do cálculo da energia pelo efeito Joule E=R.I².Δt. Supondo que R seja constante, em ambos os casos, podemos dizer que a energia térmica aplicada durante o ensaio tem de ser maior ou igual ao valor especificado como nominal. Resultados obtidos nos ensaios (o que se garante com um resultado positivo). No ensaio de curto-circuito se verifica, a princípio: • se os condutores estão adequadamente dimensionados tanto do ponto de vista térmico (fusão de algum elemento) quanto do ponto de vista mecânico (deformações); • se os contatos e conexões conduzem adequadamente a corrente de ensaios sem ficarem chamuscados, o que revelaria problema com a sua pressão e sem se soltarem, o que revelaria problema com seus suportes e


Apoio

31


Apoio

Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

32

presilhas; • se os elementos isolantes suportam

A perda dada pela expressão é diretamente

Isso se traduz em uma maior complexidade

adequadamente os condutores sem se

proporcional à resistência elétrica R e ao

nas tratativas para execução dos ensaios nos

danificarem ao serem submetidos ao esforço

quadrado do valor da corrente. Em última

laboratórios e um contato mais estreito entre

dinâmico do curto.

instância, é do balanceamento desses dois

fornecedor/projetista e seu cliente final/

valores é que se define o ponto de operação

aplicador.

O item 6.6.3 da norma IEC 60694 (que

Neste aspecto, o laboratório procura

do equipamento.

complementa a norma IEC62271-200 neste

A definição desse ponto de equilíbrio é

elaborar o ensaio levando em conta a

caso) prescreve o comportamento esperado,

um fundamento importante para o projeto

aplicação, o que é recomendado pela maioria

indicando em linhas gerais que os elementos

dos equipamentos, pois o valor de R baixo

das normas e por isso existe a necessidade de

de controle e chaveamento devem ser capazes

se traduz em custos mais elevados nos

se conhecer mais detalhes do projeto e dos

de conduzir a corrente suportável de curta-

materiais e definiram o custo do produto.

componentes do equipamento.

duração e seu valor de crista correspondente

Por outro lado, se esse valor for muito

Essa integração da aplicação ao processo

sem que ocorra danos mecânicos em qualquer

elevado se traduzirá em perdas que podem

de avaliação do ensaio e sua aplicação

parte ou separação de contatos.

ser economicamente inaceitáveis, além de

nos projetos pode causar um aumento na

Assim, se garante que o corpo de prova

estresse nos componentes da isolação e nos

complexidade da execução dos testes, pois em

(no caso o cubículo de média tensão) suporta

condutores, o que reduz a durabilidade dos

equipamentos como quadros de distribuição

os esforços resultantes do curto-circuito,

equipamentos.

pode haver uma infinidade de combinações

respeitadas suas características nominais.

Ensaio de elevação de temperatura Qual o objetivo do ensaio, em outras palavras, por que se realiza estes ensaios?

Do ponto de vista do ensaio, essa função

viáveis para operação de seus componentes

simples se traduz em uma execução e análise

e mais de um fator de diversidade a ser

muito mais complexa, pois os equipamentos

considerado.

são formados por muitas partes que interagem

A norma NBR IEC 61439:2016 traz

termodinamicamente entre si e cujo cálculo,

bons exemplos de aplicação do fator de

portanto, não é tarefa simples.

diversidade e suas implicações térmicas para

O documento IEC TR 60890 contém

os equipamentos.

Ao conduzir a corrente, os equipa­

um método de verificação da elevação de

Essa norma trabalha em cima dos

mentos elétricos dissipam energia na forma

temperatura para quadros de baixa tensão

conceitos de potência dissipada P=R.I² e

de calor, fenômeno esse conhecido como

por cálculo. Embora o método seja restrito

energia dissipada E=P.Δt ou E=R.I².Δt. Isso

efeito Joule. Esse calor aumenta a temperatura

para a aplicação em baixa tensão, e somente

se observa no caso do exemplo de cálculo do

dos condutores e suas adjacências, e pode

para alguns casos, se recomenda uma leitura

efeito térmico médio encontrado na figura E.6

levar a danos nos componentes isolantes

ao menos para ter uma boa compreensão das

da norma.

de sustentação, aos condutores e risco

variáveis envolvidas nesse tipo de ensaio.

de

queimaduras

aos

operadores

dos

equipamentos.

Fascículo

elaborados e trabalhosos em suas montagens.

substância).

Neste caso, percebe-se claramente que

Mesmo havendo métodos e programas

a avaliação é feita a partir da corrente I e

para a verificação da elevação de temperatura,

dos tempos t, pois o elemento implícito R

Existem várias normas que definem

ainda há a necessidade dos ensaios para validar

foi eliminado na simplificação do processo

limites para a elevação da temperatura,

os modelos matemáticos. Como atualmente a

de cálculo (se encontra dos dois lados da

mas todas elas devem obedecer às leis da

exigência sobre a avaliação dos equipamentos

equação).

termodinâmica em suas prescrições. A

elétricos aumentou, pois, a facilidade dos

Descrever todas as configurações e

compreensão geral dos princípios que regem

computadores e programas assim o permite,

implicações dos ensaios de temperatura seria

a transmissão de calor é, portanto, útil ao

o processo se tornou mais complexo por um

uma tarefa impossível para somente em um

entendimento dos testes.

lado e mais bem controlado por outro.

artigo, considerando que o ensaio procura

Conforme indicado anteriormente, o

Atualmente é possível realizar boas

simular a condição de funcionamento normal

efeito Joule é predominante nos equipamentos

estimativas

matemáticos

do equipamento e que atualmente se busca

testados e para efeito de compreensão

computacionais, que permitem ampliar o

configurações mais próximas da aplicação

podemos utilizar a fórmula simples da

alcance dos testes em laboratório para uma

real.

potência P=R.I².

avaliação mais abrangente no espectro de

O valor que caracteriza o aparato físico

com

modelos

aplicações dos produtos.

Por conta disso, avaliações por cálculo e o conhecimento do comportamento dos

envolvido no ensaio é a resistência R que

Por isso, as normas atuais levam em conta

componentes dos equipamentos na fase

varia em função do material empregado nos

muito mais variáveis do que as suas versões

de projeto e homologação se tornou mais

condutores (tanto em dimensões como em

anteriores e os ensaios tendem a ser mais

relevante para assegurar que o processo de


Apoio

testes ocorra com menos percalços. Resultados obtidos nos ensaios (o que se garante com um resultado positivo): O resultado obtido nos ensaios garante

de como o equipamento se integrará a outros sistemas dentro do projeto, compatibilizando as perdas e evitando aquecimentos indevidos das partes.

que o produto opera dentro dos limites de

No próximo capítulo continuaremos a

segurança e desempenho estabelecidos no

abordagem dos ensaios de tipo, elencando as

projeto e pelas normas.

principais razões pelas quais são realizados

Nesse

aspecto,

é

de

fundamental

importância a definição correta da aplicação e

cada um dos ensaios, resultados esperados e suas características mais importantes. Até lá!

* Luis Eduardo Caires, engenheiro eletricista, formado pela Universidade São Judas Tadeu (1998) e mestrado em ciências pela Universidade de São Paulo (2012). Atualmente é supervisor do Serviço Técnico de Altas Potências (SVALPOT-IEE/USP) onde se especializou em ensaios de curtocircuito e interrupção de altas correntes em equipamentos elétricos de potência. Também supervisiona as atividades do laboratório para ensaios de elevação de temperatura em equipamentos e o laboratório de vestimentas (LeVe- IEE-USP) onde desenvolve atividades de estudo relacionadas a essas atividades. **Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/ USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro do ABNT/CB-003/CE 003 017 003 "Conjuntos de manobra e controle de alta tensão", Conselheiro Regional do CREA-SP da Câmara Especializada em Engenharia Elétrica e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

33


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Iluminação pública – ABNT NBR 5101

34

Por Luciano Haas Rosito*

Capítulo VIII Iluminação para pedestres

Neste artigo serão abordados os referente à iluminação para pedestres. Pela primeira vez depois de sua criação, a NBR 5101 - durante a revisão finalizada em 2012 - estabeleceu os critérios para iluminação

de

pedestres.

Durante

décadas, as versões anteriores desta norma nunca haviam estabelecido os critérios para iluminação de calçadas, calçadões,

áreas

de

ocupação

com

predominância de pedestres e faixa de pedestres para travessia de vias, deixando uma enorme lacuna e a priorização da segurança para o elo mais fraco da relação entre pedestres e veículos no período noturno. Projetistas tinham de buscar

Fascículo

Tabela 1 – Tráfego de pedestres

critérios estabelecidos na NBR 5101

referências internacionais e melhores práticas utilizadas em outros países para qualificar seu projeto luminotécnicos, e os responsáveis pela iluminação das cidades, como prefeituras e seus respectivos departamentos/setores

de

iluminação

pública, ficavam sem referência para determinar uma melhor iluminação para as calçadas, visto que não constava em norma. Nas NBR 5101:2012, já no item 4.2, a norma estabelece a forma de classificar o volume de tráfego de pedestres em vias públicas, de acordo com a tabela ao lado:

a

Classificação

Pedestres cruzando vias com tráfego motorizado

Sem (S)

Como nas vias arteriais

Leve (L)

Como nas vias residenciais médias

Médio (M)

Como nas vias comerciais secundárias

lntenso (I)

Como nas vias comerciais principais

O projetista deve levar em conta, para fins de elaboração do projeto, a Tabela 2 como orientativa

A classificação atualmente serve para

equivalentes a NBR 5101. Deve ser

a orientação do projetista, não sendo

previsto algum tipo de circulação de

tão clara quanto a uma metodologia de

pedestres em todas as áreas que forma

medição, verificação e classificação, e

projetadas para esta finalidade e de

sim usando certos exemplos de pedestres

alguma forma devem ser iluminadas

cruzando vias com tráfego motorizado

garantindo os requisitos mínimos para

que nem sempre ocorrem desta forma. A

circulação com segurança.

diversidade de vias e calçadas, bem como

A tabela 6 da NBR 5101, então, define

as diversas situações que ocorrem nas

as classes de iluminação de pedestres de

cidades atualmente, deveria ser avaliada

acordo com a descrição mais detalhada de

como atualmente são classificadas as

cada via, com exemplos de utilização para

calçadas em publicações internacionais

cada classe de iluminação, de P1 até P4.

TABELA 2 - Classes de iluminação para cada tipo de via

Descrição da via

Classe de Iluminação

Vias de uso noturno intenso por pedestres

P1

(por exemplo, calçadões, passeios de zonas comerciais) Vias de grande tráfego noturno de pedestres

P2

(por exemplo, passeios de avenidas, praças, áreas de lazer) Vias de uso noturno moderado por pedestres

P3

(por exemplo, passeios, acostamentos) Vias de pouco uso por pedestres (por exemplo, passeios de bairros residenciais)

P4


Apoio

TABELA 3 - Iluminância média e fator de uniformidade mínimo para cada classe de iluminação

Classe de

Iluminância horizontal

Fator de uniformidade mínimo

iluminação

média Emed lux

U = Emin/Emed

P1

20

0,3

P2

10

0,25

P3

5

0,2

P4

3

0,2

A tabela acima apresenta os valores mínimos

exigidos

para

garantir em todos os pontos de um vão entre postes a visualização do rosto das pessoas. Em seu item 6.2.11, a NBR 5101 determina que fontes de luz monocromáticas devem ser evitadas em áreas onde haja alto risco de ocorrência de crimes e que sejam

iluminância

média horizontal e seu respectivo fator de uniformidade mínimo. Durante a revisão da NBR 5101 devem ser discutidos e avaliados os índices atuais em relação aos níveis de iluminância, principalmente das classes de pedestre P3 e P4 que são baixos para a necessidade de visão e podem ser ajustados. Também deve ser avaliada a inclusão de critério de iluminância vertical e semicilíndrica para todas as classes de pedestres para garantir a correta visualização das pessoas entre si neste tipo de situação nas calçadas. Uma correta iluminação de pedestres deve

Foto 1 – Iluminação para via para veículos e para calçadas

sensíveis

ambientalmente,

ou

35


Apoio

Fascículo

Iluminação pública – ABNT NBR 5101

36

onde haja predominância de atividade de pedestres. Este item também deve ser melhor descrito visto que nele existem três situações distintas, sendo elas a questão da violência urbana, proteção ambiental e áreas com atividades de pedestres como fator principal. Além disto, atualmente as fontes de luz mais utilizadas em iluminação urbana não podem ser consideradas monocromáticas sendo a tecnologia vapor de sódio a que tem pior reprodução de cores, ficando o IRC em torno de 20. Devem ser recomendadas as fontes de luz com melhor reprodução de cores para este tipo de utilização, justificando esta necessidade tecnicamente.

Foto 2 – Iluminação para faixa de travessia de pedestres.

O item 6.2.12 da NBR 5101:2012

Após estas recomendações textuais da

reconhecer qualquer sinal de hostilidade e

define as travessias de pedestres. Nas

norma, na Tabela 8, são estabelecidos os níveis

tomar as ações evasivas apropriadas é de 4 m.

vias urbanas com tráfego intenso, onde

de iluminância média mínima horizontal

A esta distância, o nível de iluminância médio

existirem

para

na faixa de pedestres e a iluminância média

mínimo necessário para reconhecimento

pedestres fora das esquinas, a norma

vertical. Na revisão da norma, se faz necessária

facial é de 3 lux, sendo que sobre a superfície

indica que uma iluminação adicional

uma maior definição da malha de verificação

da via não deve haver valores inferiores a 1 lux.

pode ser utilizada, sempre em conjunto

vertical para validação dos níveis verticais

Este nível de iluminância média pode variar

à sinalização vertical e horizontal, para

de projeto. Neste ponto poderia ser incluído

até 40 lux, em função do tipo de utilização,

alertar os condutores de veículos com

o critério de ofuscamento máximo para os

característica e requisitos de segurança

suficiente antecedência da presença de

pedestres nas faixas e nas calçadas.

pública da praça ou calçadão que está sendo

travessias

sinalizadas

pedestres que cruzam a via, bem como

Outro ponto de destaque da NBR 5101

iluminado, mantendo a uniformidade segundo

permitir aos pedestres reconhecer com

é a iluminação para os espaços públicos com

tabela da norma. Estes índices e outros devem

facilidade os limites da passagem e se

predominância de pedestres. A norma cita que

ser efetivamente observados e colocados em

posicionarem dentro destes. Este ponto

de uma forma geral as praças, parques, calçadões

tabela específica para que sejam considerados

é de fundamental importância para que

e equivalentes, podem ser considerados espaços

critérios de projeto.

o pedestre também não seja ofuscado

públicos com predominância de pedestres.

Recomendação de projeto da norma é

pelo equipamento de iluminação que está

A iluminação destes espaços deve permitir

de que a disposição dos equipamentos de

instalado próximo a faixa de pedestre.

no mínimo a orientação, o reconhecimento

iluminação não deve obstruir o acesso dos

Para garantir que a passagem de

mútuo entre as pessoas, a segurança para o

veículos de emergência ou de manutenção,

pedestre esteja bem destacada na via

tráfego de pedestres, a identificação correta de

nem competir com a arquitetura local. Nas

recomenda-se que as fontes de luz

obstáculos, assim como proporcionar, a uma

praças ou espaços públicos de pedestres onde

utilizadas na iluminação da passagem

distância segura, informação visual suficiente

os acessos e saídas possuírem escadas e rampas,

tenham

cor”

a respeito do movimento das pessoas. A

a iluminação nestes pontos deve assegurar que

diferente das fontes de luz que iluminam

distância mínima necessária para uma pessoa

estas mudanças de nível sejam bem visíveis aos

uma

“temperatura

de

a pista de rolamento. Desta forma, fica destacada a faixa e o pedestres de modo que o motorista veja a maior distância o local onde está situada a faixa. Esta alternativa também pode ser utilizada em cruzamentos de centros urbanos com grande movimentação de pedestres, mas deve ser cuidadosamente estudado para não prejudicar ou gerar confusão visual com a sinalização viária.

TABELA 3 - Iluminância média e fator de uniformidade mínimo para cada classe de iluminação

Classe de

Iluminância média

iluminação mínima Emed,min Lux

Iluminância média mínima

Iluminância média

horizontal na faixa de

mínima vertical Evmed

pedestres Ehmed

30

52,5

22,5

V2

20

35

15

V3

15

26,25

11,25

V4

10

17,5

7,5

V5

5

10

4

V1


Apoio

37

pedestres. Sempre que necessário a locação dos postes deve considerar estes acessos como prioridade. Alguns espaços em função de sua concepção arquitetônica podem apresentar áreas distintas de utilização, como jardins, brinquedos, jogos de mesa, quadras etc. Nestes casos, podem ser aplicados critérios de projetos diferenciados para cada área utilizando arranjos de luminárias, iluminações decorativas ou com projetores. Na revisão da NBR 5101 durante o ano de 2018, deverão ser considerados, além de novos critérios para classificação das calçadas e áreas ocupadas por pedestres, uma melhor definição das áreas de praças e parques com os níveis de iluminação recomendados, definição mais completa da malha de medição de níveis de iluminação nas calçadas e critérios de projeto que favoreçam a qualidade de iluminação nas cidades e que tornem o pedestre uma prioridade efetiva no projeto de iluminação. Desta forma, estaremos contribuindo para cidades mais seguras, humanas e com melhor qualidade de vida para a população.

Foto 3 – Iluminação de áreas com predominância de pedestres.

Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica

38

Por Geraldo R. de Almeida *

Capítulo I Revisitando o conceito de EDS para cabos

Resumo Na metade do século XIX (1850), os engenheiros começaram

cíclica e a primeira medida para mitigar o fenômeno foi reduzir o

a fazer cálculos sobre a resistência de estruturas importantes,

EDS dos cabos, pois o encordoamento mais “frouxo” serviria de

tais como pontes. Eles calcularam a maior e provável tensão de

amortecimento (por fricção de Poisson) e assim o EDS dos cabos

solicitação na estrutura pelos métodos de então, e eles viram que

ACSR foi reduzido para 18%. Entretanto, a quebra dos fios de

tais solicitações eram menores que a tensão máxima de solicitação

alumínio teve uma melhora, mas no tempo de vida esperada (50

dos materiais. Para ter bastante certeza, eles fizeram que as mais

anos) ainda continuava incidindo numa menor frequência.

elevadas tensões de trabalho nas estruturas fossem muito menores

Várias construções novas de cabos foram aparecendo, sempre

– três, quatro, ou mesmo sete ou oito vezes – que a tensão do

explorando o conceito derivado de auto amortecimento [02]. Porém,

material conforme determinado por ruptura simples, em teste

além de trazerem novos custos para os condutores, o problema de

suave e paralelamente, executado sobre amostra. Daí determinava

ruptura por fadiga cíclica, devido a vibrações eólicas, permanecia.

o denominado “fator de segurança aplicável”. Qualquer tentativa de

Tudo indicava que o EDS não era a única variável que controlaria

economizar peso da estrutura com redução de custo com mudança

o fenômeno e nem que a solução estava na forma de acomodar os

no fator de segurança era muito provável levar ao desastre. (J.E.

materiais sobre o cabo.

Gordon, 1978, p 64) O projeto clássico [01] de um cabo suspenso entre estruturas

Fascículo

de uso, os fios de alumínio dos cabos ACSR se rompiam por fadiga

de uma linha de transmissão também usou o mesmo conceito dos

Este trabalho revisita o conceito EDS, desde o projeto clássico, até a concepção de novos materiais que foram trazidos com a nano tecnologia.

antigos projetistas de pontes. Se para uma ponte pênsil o projeto clássico recomendava uma tensão máxima de 25% (EDS – Every

O projeto clássico

Day Stress) da tensão de ruptura, os cabos com alma de aço (ACSR

Uma linha de transmissão começou a ter uma engenharia

– Aluminum Conductor Steel Reinforced) também seriam capaz de

mecânica aplicada muito mais elaborada a partir de 1920, quando os

suportar o mesmo STRESS.

condutores de alumínio substituíram definitivamente os condutores

No projeto clássico de uma linha aérea de transmissão de energia

de cobre.

elétrica, as cargas mecânicas que os cabos deveriam suportam

Na ausência de calculadoras e outras ferramentas modernas, o

seriam: (i) seu próprio peso; (ii) carga lateral do vento; (iii) sobre

projeto clássico [01] era em grande parte dependente de experiência

peso de uma camada de gelo e (iv) variação da temperatura. Estes

e muita heurística. Para definir localização de torres de suspensão

esforços comparados aos esforços mecânicos numa ponte pênsil

dos condutores construíam-se gabaritos para conformar as

seriam risíveis.

“parábolas” dos cabos suspensos entre as torres. Considerando que

Todavia, ao longo da experiência em escala real, os engenheiros

o cabo suspenso trabalhava sempre no estado mais relaxado, a busca

projetistas e construtores foram observando que, após alguns anos

da conformação da linha elástica era de determinar o estado mais


Apoio

tracionado e o estado menos tracionado para os cabos.

construção de um gabarito de parábolas para um determinado

O ESTADO mais tracionado dos cabos era construído com as

cabo e este gabarito era usado para verificar vão a vão a distância

seguintes hipóteses: temperatura ambiente extremamente FRIA;

de segurança (elétrica) entre os condutores e a terra. Além

corrente circulante nos cabos MÍNIMA; vento lateral sobre os

disso, a tabela de vão e flecha era usada para calibrar a flecha do

condutores MÁXIMO. Em países com inverno rigoroso, adicionava

cabo, num determinado vão, antes que a linha começasse a ser

ainda a camada de GELO sobre os cabos.

percorrida por corrente.

O estado mais tracionado é calculado com a equação;

A aplicação a seguir é um exemplo singelo, mas real, da construção de um vão de 400 metros de uma linha classe de tensão 138 kV, no canal de BERTIOGA, em Guarujá (SP).

f

Flecha do cabo

H

Esforço de tração longitudinal

w

Peso linear do cabo

a

Vão entre as estruturas O ESTADO mais menos tracionado dos cabos (flecha máxima)

era construído com as seguintes hipóteses: temperatura ambiente MÁXIMA, corrente circulante nos cabos MÁXIMA, vento lateral sobre os condutores mínimo (ou inexistente). O estado menos tracionado, assim como os demais estados, são calculados com a equação;

Por motivos de corrosão devido ao ambiente muito agressivo (corrosão marinha), os condutores eram 2/0 AWG de cobre, que sistematicamente eram furtados (COBRE!). Além disso, o vão anterior era de 200 metros com uma estrutura auxiliar no meio do canal, cujos materiais sofriam de intensa corrosão marinha. No projeto novo era necessário colocar um novo material que fosse não furtável e que fosse eliminada a estrutura intermediária. A solução encontrada foi usar um condutor COPPERSTEEL (aço recoberto por uma espessura de cobre aplicada por caldeamento contínuo) de seção condutora compatível com a seção de cobre anterior e com as características NÃO FURTÁVEL. Material CCS (Copper Clad Steel) garante ser não furtável, pois

Todos os demais estados dos cabos suspensos deveriam estar contidos entre estes estados extremos. Isto permitia construir uma tabela de valores de vãos e flechas que era usada para

não se consegue, com metalurgia secundária, remover o cobre do aço. Com o “approach” clássico, a solução ficou assim.

39


Apoio

Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica

40

com o joelho da curva (final do cabo completo e final da alma de aço). Neste “joelho”, na posição mais tensa do cabo, apenas o aço responde como material resistente e isto é o “approach” mais conservador num projeto. No ESTADO menos tenso, apenas o aço continua respondendo, mas neste estado a variável a ser controlada é a FLECHA MÁXIMA. Numa linha de transmissão com condutores ACSR bem dimensionado e num approach clássico [01], apenas o AÇO trabalha como material mecanicamente resistente.

Os materiais

Desde 1970 algumas linhas de transmissão têm sido

Nenhum projeto de linha de transmissão pode prescindir

construídas com cabos denominados ligas [06] (fortes) de

de materiais [03] e materiais que durem pelo menos o tempo de

alumínio. O termo forte é da lavra do autor para diferir da liga

concessão de uma linha. Numa linha de transmissão, os cabos

de alumínio EC1350, considerada MOLE (com fase elástica

são os componentes em que os materiais são mais provados

pronunciada).

mecanicamente (eletricamente estes materiais conduzem

Entre as ligas de alumínio forte merecem ser mencionadas

elétrons que não pesam: seja em AC que em DC). Mas numa

as ligas denominadas 6201 com forte contribuição de silício

linha de transmissão, os materiais sofrem esforços internos e

e as ligas 1120 com forte contribuição de cobre. A primeira

externos e estes materiais devem ser capazes de suportar estes

possui elevada tensão de ruptura, mas baixa condutividade

esforços pelo tempo esperado da concessão.

elétrica (52,5% IACS – International Annealed Copper

A despeito de todo esforço que se tem feito, o critério para

Standard). A segunda possui menor tensão de ruptura, mas

decidir sobre o carregamento dos condutores ainda continua

uma condutividade elétrica muito melhor (58% IACS).

sendo o EDS. No projeto clássico [01], apenas o ensaio de

A tabela a seguir ilustra e resume o quanto dito.

Fascículo

TENSÃO E DEFORMAÇÃO [04] é suficiente para decidir qual o valor de carregamento pode-se admitir sobre um cabo. A seguir é apresentado como decidir sobre qual EDS num cabo do tipo ACSR. Na figura a seguir está ilustrado como compatibilizar as equações anteriores com o conhecimento empírico dos ensaios tensão – deformação (AAA) [05] e que são usados desde 1950 no dimensionamento de vãos e flechas em linhas aéreas de transmissão de energia elétrica. Na figura a seguir, as curvas de ensaios (empíricas)

Para a compreensão do conceito de EDS, o melhor é apreciar

são usadas para delimitar o uso dos materiais resistentes

como os valores desta partição de tensão atuam sobre os diversos

mecanicamente. O VÃO DE VENTO, na temperatura mais

tipos de cabos em ligas de alumínio (1350, 6201 e 1120).

fria, determina um ESTADO de maior tensão no cabo (e nos

Na figura a seguir são apresentadas 4 construções de cabos,

extremos nas estruturas) que, em função da carga e ruptura do

apresentando os diâmetros do cabo completo e os diâmetros dos

cabo e da força horizontal, um EDS max que faremos coincidir

fios elementares.


Apoio

para qualquer escolha, jogando a competitividade para o preço de cada alternativa. Assim, as ligas ficam imbatíveis, devido a serem mais leves que a solução ACSR (d=2,7 g/cm³ e 3,5 g/cm³ respectivamente). Na figura anterior extraída do documento AAA [05], formação de 37 fios de um cabo com a liga 6201 (possivelmente o Greeley), a primeira vista tem a mesma conformação da curva inicial e final do cabo completo ACSR 26/7 (possivelmente o DRAKE). Isto acontece devido à subtração da fase elástica do alumínio. Do ponto de vista A escolha de formações com diâmetros equivalentes está ligada a uma avaliação de campo em que as rupturas por fadiga cíclica têm alguma correlação com estes diâmetros. Para os cabos com material homogêneo, a tensão atuante sobre a área da seção transversal é dada por;

No caso de cabos com materiais não homogêneos como o caso dos ACSR, atenção se distribui sobre os materiais conforme a área de cada material e seu respectivo modulam de elasticidade, como;

químico, o material continua sendo o ALUMÍNIO (no quadro periódico, o alumínio é o elemento do grupo 13, período (IIIA) e do bloco 3p). Mas depois da subtração da fase elástica este novo alumínio é fisicamente um novo MATERIAL. A questão que se coloca agora é se este novo material é fisicamente um contra tipo do AÇO.

A metalurgia física e mecânica A primeira análise dos dois materiais cabo Greeley e Cabo ACSR 26/7 Drake será feita no próprio resultado do ensaio tensão deformação [04]. Para facilitar esta análise, faremos a superposição dos ensaios dos cabos mencionados, conforme ilustra a figura a seguir. Nesta figura traçada a cores: Preto é a contribuição do aço, Vermelho é a contribuição da liga 1350 (alumínio com 99,5% de

Feitas estas considerações é possível calcular a tensão mecânica em cada tento dos cabos da figura anterior.

pureza, condutividade 61% IACS), estas duas referentes ao cabo 26/7 Drake. A cor Verde refere-se apenas ao comportamento do cabo Greeley 37 fios. Na figura a seguir, a curva inicial do cabo completo Drake coincide com a curva inicial do cabo Greeley. Esta é a evidência que quando tracionado os dois materiais são exatamente os mesmos (Termodinamicamente – Fisicamente). Todavia, o estado do cabo relaxado, correspondente a curva final: (i) composta no caso do cabo ACSR [Drake] e (ii) reta simples no

O EDS de 33% para os cabos ACSR de formação 26/7 é o valor que coincide com o limite de joelho da curva final cabo completo e curva final do aço. O EDS de 25% para as ligas de alumínio ALL é a forma de encontrar o melhor valor de EDS para que os vãos e flechas das duas alternativas sejam iguais. Isto permite concluir que o número de torres seja o mesmo

caso do ALL 6201 Greeley, os dois comportamento mostram dois materiais totalmente diferentes. No cabo DRAKE existe um joelho de mudança da curva que é a passagem do material alumínio para aço, enquanto no cabo GREELEY o material continua sendo simplesmente o alumínio. Se a linha de transmissão operasse continuamente sobre a curva

41


Apoio

Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica

42

inicial, os dois materiais (Drake e Greeley) poderiam ser usados

alumínio (liga), o critério de engenharia é aquele de 107 ciclos. Na

mecanicamente de modo indiferente, pois apenas o alumínio

ilustração acima, a linha de comportamento refere-se a uma média

responderia pelos esforços. Todavia, um cabo suspenso entre

de valores medidos.

estruturas de uma linha de transmissão opera continuamente sob

Na mecânica do meio contínuo, existe também uma leitura para

a conformação da curva final (Estado mais relaxado), então, neste

o fato o material alumínio mudar de comportamento quando lhe é

caso, Drake e Greely são dos materiais diferentes e como tal devem

retirada a fase elástica.

ser tratados especialmente quanto as suas diferenças. Um metalurgista experiente consegue ainda ver outras peculiaridades no gráfico anterior. A primeira está no eixo das

Na figura a seguir está apresentado um gráfico de um ensaio tensão e deformação sob corpos de prova cilíndricos construídos com aço e alumínio.

abscissas (deformação). Neste eixo pode-se verificar por simples inspeção visual, comparando a curva Greeley com a curva inicial e final do alumínio, que a deformação elástica (0,2%) do alumínio do Greeley foi subtraída. A segunda peculiaridade está no EDS dos dois cabos. Seja o Greeley seja o Drake operam com aparentemente o mesmo valor (na realidade ligeiramente diferente). A peculiaridade do EDS dos dois cabos pode ser lida da seguinte forma: (i) no cabo Drake, o EDS é estabelecido por um critério científico de materiais (transição alumínio 1350 para AÇO). No caso do cabo Greeley, o valor de EDS resulta apenas como manutenção da competitividade quanto a vão e flecha igual para os dois materiais. O mesmo metalurgista experiente continua procurando argumentos (científicos) objetivos para explicar um EDS de aço aplicado em ALUMÍNIO. Quando a análise é feita com a metalurgia física [07], as diferenças ficam muito mais relevantes. O módulo de elasticidade

A linha contínua preta representa o comportamento tensão deformação de um aço. A linha vermelha tracejada representa o alumínio. A linha azul é uma tangente a tracejada vermelha e representa o módulo de elasticidade inicial do alumínio.

dos dois materiais são 210 GPA e 70 GPa para o aço e alumínio

Quando o alumínio é trabalhado a frio, o vetor azul (tangente)

respectivamente. Este módulo é a componente fundamental

desloca sem mudar de intensidade sobre a curva vermelha. No

da viscosidade [MPa S] Unidade da viscosidade dinâmica.

caso de ligas fortes, esta deformação evolui até o valor de 0,2% de

Grosseiramente, o aço é um material com uma hiperviscosidade 3

deformação. Como a propriedade do material é invariante com a

vezes aquela do alumínio. Esta peculiaridade é aquela que explica a

transformação, tudo se apresenta como uma rotação e translação de

enorme diferença de comportamento dos dois materiais em relação

eixo, conforme ilustrado na figura a seguir, mas o material continua

à fadiga cíclica [08]. O AÇO é um material que possui no ensaio

com sua estrutura original quimicamente, apenas modificada em

S-N de Wöhller uma assíntota [t→∞] para tensões de cisalhamento

sua subestrutura de orientação.

abaixo de 300 Mpa. Por outro lado, as ligas de alumínio, o comportamento S-N, a

Fascículo

tensão decresce monotonamente com o aumento do número de ciclos para ruptura. Quando o material resistente (a fadiga) é o

A eliminação da fase elástica nas ligas de alumínio não altera o módulo de elasticidade do material (ele continua sendo alumínio), subtrai 0,2% de deformação, diminui

a evolução da fluência,

mas torna o material de comportamento frágil. Um EDS de 25%


43

Apoio

numa liga de alumínio não é sustentável nem teoricamente, nem empiricamente. O material apresenta uma fluência pronunciada pelo seu baixo modulo de elasticidade.

Conclusões O conceito de EDS para alocar esforços num cabo suspenso de uma linha de transmissão foi revisitado e resumem-se aqui as principais conclusões: 1) o EDS continua sendo o conceito mais simples para um projetista alocar esforços sobre materiais de construção mecânica em linhas de transmissão de energia elétrica; 2) o EDS sobre os materiais deve levar em conta a confiabilidade do material sobre um determinado esforço. No passado, quando ainda não havia uma teoria formal de confiabilidade aplicada a materiais em missão de engenharia era tolerado o conceito FATOR DE SEGURANÇA APLICADO. Hoje, este fator foi substituído pelo MTTF do material; 3) o EDS em materiais conjugados (como cabos ACSR) deve ser escolhido de sorte que todos os esforços sejam suportados pelo AÇO; 4) o EDS para materiais não ferrosos deve ser dimensionado pela teoria da confiabilidade com o parâmetro MTTF mais a probabilidade de falhar antes do MTTF; 5) o EDS para cabos de linhas de transmissão para conseção de 30 anos torna-se um parâmetro de suprema importância no custo anual das perdas e na disponibilidade da linha.

Agradecimentos O autor, consultor do grupo INTELLI, agradece a permissão para publicar este trabalho.

Referências

[01] “PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS AÉREAS DE TRANSMISSÃO”Paulo Roberto Labegalini , José Ayrton Labegalini , Rubens Dario Fuchs ,Márcio Tadeu de Almeida- Editora Blucher [02] Sarah Chao Sun - Joe Yung “Vibration Damping for Transmission Line Conductors” - Sun SC, A Model of Transmission Line Vibration, PhD Thesis, The University of Queensland, Australia, 1999. [03] Callister Jr W. D. Materials Science and Technology: An Introduction John Wiley and Sons 2000 [04] NBR 7306 – ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas – Condutores elétricos de alumínio – Tensão e deformação em condutores de alumínio – MÉTODO DE ENSAIO. [05] AAA (ALUMINUM ASSOCIATION OF AMERICA) – Stress-Strain-Creep curves for Aluminum Overhead Electrical Conductors. A technical report for aluminum association’s Electrical Technical Commitee. [06] J Gilbert Kalfman - Aluminum Alloys and Tempers ASM International 2000 258 pp [07] Avner S H Introduction to Physical Metallurgy Mc Graw Hill 1974. [08] Dieter G E Metalurgia Mecânica Guanabara Koogan AS

Geraldo R. de Almeida é Engenheiro Eletricista da INTELLI – Terminais e Conectores. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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Aula Prática

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Por Flávio Resende Garcia / Patrick Roberto Almeida / Mateus Duarte Teixeira*

Cálculo da perda de vida útil de capacitores em função da distorção harmônica existente nas redes de distribuição de energia elétrica 1 – Introdução

ao projetar e fabricar um determinado tipo de capacitor, leva em

Pelas considerações estabelecidas nas normas mundialmente

consideração as condições nominais e formas de onda senoidal de

reconhecidas de especificação de capacitores de potência,

tensão e corrente às quais o mesmo estará submetido, não podendo

existem restrições quanto à utilização dos mesmos em circuitos

prever de modo generalizado as possíveis condições adversas de

com condições anormais de operação (transitórios, sobretensões,

trabalho. Uma das condições anormais que afetam os capacitores

harmônicos etc.).

são as formas de onda distorcidas de tensão e corrente harmônicas.

Tais condições adversas, em muitos casos, ultrapassam os valores

Tais restrições são decorrentes do fato de que o fabricante,


45

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

normalizados de suportabilidade do equipamento, sacrificando

Basicamente,

desta forma o tempo de vida útil do mesmo.

componentes harmônicas podem ser explicados da seguinte forma:

os

efeitos

prejudiciais

causados

pelas

A Norma Brasileira NBR 5282 - 1998 pede especial atenção no

item 4.2 – Condições Especiais de Funcionamento – com relação

a) Tensão: o isolamento entre placas, além de suportar a tensão

à distorção anormal de forma de onda ou harmônicos, causando

fundamental, terá de suportar também as sobretensões causadas

tensões ou potências reativas anormais.

pelas harmônicas que forem atraídas para o capacitor. Tal efeito

Nesta mesma norma no item 5.2.1 – Tensão de Longa Duração

é significativo em frequência de 120 a 720 Hz, quando o produto

– Tabela 5 – Nota 4 diz que os capacitores projetados conforme a

da impedância do capacitor pela intensidade (amplitude) da

Norma NBR 5282 – 1998 podem operar até 12h por período de 24h

corrente na frequência considerada tende a assumir valores

com até 110% da tensão desde que a tensão de crista, incluindo

representativos.

todos os harmônicos, não exceda a 1,2 x √2 x Vn, e a potência

máxima não exceda 144% da potência nominal.

necessário que se faça a computação instantânea dos valores de

tensão de cada harmônica, em amplitude e fase.

Assim sendo, valores de distorção harmônica fora dos limites

Para a determinação do valor máximo de sobretensão, é

acima impostos, combinados com outros efeitos, tais como

sobretensões em regime permanente e a variação de capacitância

"zero", tem-se uma boa aproximação com os valores reais de

permitida por norma (-5% a +10%), serão determinantes com

sobretensão, levando em conta a própria dinâmica dos circuitos e

relação à perda vida útil dos capacitores.

das cargas geradoras.

2 – Efeitos das componentes harmônicas sobre capacitores

Entretanto, em linhas gerais, considerando as fases como

b) Corrente: uma vez que os capacitores são associação em série e/ ou paralelo de elementos capacitivos (= bobina capacitiva), existe a necessidade de fazer conexões elétricas com cabos/terminais/ cordoalhas/soldas etc. Com o acréscimo de corrente implementado

Os valores nominais de tensão e potência de operação são

utilizados para o dimensionamento dos capacitores, em sua utilização

pelas correntes harmônicas, tais ligações deverão ser reforçadas, evitando sobrecarga nos condutores e placas.

mais genérica, ou seja, funcionamento na frequência fundamental. Entretanto, em circuitos com presença de harmônicos, os valores

de suportabilidade dos capacitores ficarão prejudicados em função

valores das correntes existentes nos dará a noção apropriada da

Na prática, podemos considerar que a média quadrática dos

do acréscimo de corrente, tensão e potência introduzidos por este

corrente resultante, para o dimensionamento dos condutores e

fenômeno.

placas associados ao capacitor.


46

Aula Prática

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Eventuais

sobrecorrentes

de

frequência

e

intensidades

não previstas geram sobrecarga nos condutores e placas com conseqüente aumento das perdas devido ao aquecimento. Este processo leva ao sobreaquecimento dos materiais isolantes, traduzindo encurtamento da vida útil do capacitor. c) Efeito tensão x corrente: ao sobrepor tensões harmônicas à fundamental, estaremos criando "distorções" na forma de onda original. Tais "distorções" dependem da ordem das harmônicas, suas amplitudes e fases. Através das considerações feitas nos itens "tensão" e "corrente" acima, poderemos estabelecer, com bom critério, o sobredimensionamento necessário para a definição de capacitores condizentes com as exigências da instalação.

Entretanto existe ainda mais um fator de igual importância

a ser considerado, no que tange aos efeitos dos harmônicos no isolamento entre placas do capacitor.

Ao analisarmos a forma de onda distorcida da tensão existente

sobre um capacitor num determinado circuito, observamos que a mesma apresenta pontos de súbita variação, resultantes da interação dos valores instantâneos das harmônicas presentes. Tais "variações bruscas" podem ser entendidas como "descontinuidades" na forma de onda final. A corrente no capacitor é dada, em função de sua tensão, pela fórmula:

Mantendo o nível de descargas parciais elevado, estaremos diminuindo

a vida útil do capacitor, devido ao enfraquecimento do isolamento entre placas. Na existência de harmônicos, a alteração da forma de onda de tensão pode causar um aumento no valor de pico da mesma. Tal aumento pode levar o nível de descargas parciais a valores destrutivos. b)

Corrente: Conforme já comentado, com o acréscimo de corrente devido

aos harmônicos, haverá sobreaquecimento nos condutores e placas. Tal sobreaquecimento tenderá a se localizar nos pontos de conexão "terminais-placas", o que fisicamente representa a parte lateral (bordas) do elemento capacitivo.

Este aquecimento tenderá a criar uma instabilidade molecular

na região do dielétrico a ela adjacente, facilitando a proliferação do efeito de descargas parciais, e enfraquecendo o poder de isolamento da mesma. c)

Efeito tensão-corrente: O efeito das súbitas variações de tensão (dv/dt) causará consideráveis

elevações instantâneas de corrente, que agravarão ainda mais o efeito de aquecimento localizado mencionado no item “b” acima.

É considerável observar que tais variações de corrente causarão

esforços mecânicos, adicionais (vibrações) nas placas e dielétricos, piorando os efeitos já comentados. Para exemplificar o problema da perda de vida útil de capacitores de média tensão, mostramos a seguir os valores obtidos em uma situação real de campo. Neste caso, os capacitores instalados

Onde: C = Capacitância

no campo estavam com uma vida útil média entre 01 e 02 anos.

O banco de capacitores foi instalado pelo cliente sem nenhuma

V(t) = tensão no capacitor

preocupação com relação ao conteúdo harmônico existente e sem Observa-se que, as bruscas variações de tensão gerarão

nenhum estudo realizado. O fabricante limitou-se a fornecer as

súbitos aumentos na corrente demandada pelo capacitor e. por

unidades capacitivas conforme especificação do cliente.

conseguinte, súbitos aumentos no campo elétrico existente entre dielétrico, comprometendo a vida útil do capacitor.

4 – Medições realizadas em banco de capacitores – Case exemplo

3 – Consequência das harmônicas nos capacitores

as placas do mesmo. Tais "sobrecorrentes" gerarão danos ao

Vide a seguir o resultado das medições realizadas no banco de

capacitores com perda de vida útil: a)

Tensão: Uma das características que definem a tensão nominal de um

capacitor é seu nível de "descargas parciais" (corrente de fuga entre placas). Ao dimensionarmos a espessura do dielétrico do capacitor, na realidade estaremos impondo um isolamento entre as placas de modo a garantir uma baixa corrente de fuga. Entretanto, ao elevarmos o nível de tensão no dielétrico, estaremos elevando o nível desta corrente de fuga, estabelecendo um "caminho" propício para a sua circulação. Tal caminho, uma vez estabelecido, tenderá a manter sua característica de baixo isolamento.

Para eliminar tal efeito, após a sua ocorrência, é necessário que

o valor de tensão no dielétrico seja abaixado até que a corrente de fuga assuma novamente seu valor normal.

Figura 1 - Forma de Onda da Corrente.


O Setor Elétrico / Agosto de 2018

47

Figura 2 - Espectro Harmônico da Corrente.

Figura 3 - Forma de Onda de Tensão.

Figura 4 - Espectro Harmônico da Tensão.

Os resultados acima foram compilados a partir de uma medição realizada por um

período de 24 horas sobre o equipamento com o sistema elétrico operando em suas condições nominais. O cliente solicitou esta medição após sucessivas queimas das unidades capacitivas.

Da análise de Fourier realizada sobre as formas de onda de tensão e corrente obtem-se

as seguintes harmônicas presentes nas formas de onda distorcidas de tensão e corrente medidas.

De posse das medições de tensão e corrente acima mostradas e baseado nos ensaios

de durabilidade e sua respectiva formulação, demonstraremos a seguir a influência da distorção harmônica de tensão na perda de vida útil do capacitor.

5 – Estudo para a determinação da perda da vida útil

Para análise da perda de vida útil são avaliados três efeitos de sobretensões sustentadas:


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Tabela 1 - Espectro Harmônico - Medição

5.1– Exemplo

Corrente

Ordem

DHI = 26,83 % Amperes A

Ih / I1 %

A análise dos bancos de capacitores medidos e a queima de

unidades capacitivas em menos de 02 anos de operação levaram a realização de estudos que explicassem tal situação. Para esta análise foram considerados os valores de distorção de corrente e

1

1255

100

tensão medidos, a fórmula de perda de vida útil e as considerações

2

34,50

2,75

de projeto utilizadas pela BREE para utilização de capacitores em

3

80,54

6,42

sistemas com níveis consideráveis de conteúdo harmônico. Vide

4

28,36

2,26

procedimento de cálculo sugerido a seguir:

5

240,23

19,14

6

30,08

2,40

a) Correntes Harmônicas Medidas e Cálculo das Tensões

7

210,20

16,75

Harmônicas nos Capacitores

8

20,98

1,67

9

17,56

1,39

10

5,15

0,41

11

25,97

2,07

1

12

10,10

0,80

2

13

21,45

1,71

14

5,67

0,45

15

6,89

0,55

Xc(f)

Vc(f)

1255 1575025

3,1760

3985,88

3985,88

34,50 1190,25

1,5870

54,75

54,75

3

80,54 6486,69

1,0580

85,21

85,21

4

28,36

804,28

0,7935

22,50

22,50

5

240,2 57710,5

0,6347

152,47

152,47

6

30,08

904,80

0,5290

15,91

15,91

a) tensões harmônicas;

7

210,2 44184,0

0,4534

95,30

95,30

b) variação de capacitância;

8

20,98

440,16

0,3967

8,32

19,41

c) sobretensões na rede elétrica.

9

17,56

308,35

0,3526

6,20

12,86

Ih

Ordem

(A)

Ih2

Vc(f) ^ a Vct (**)

por fase por fase por fase por fase

(A)

4412

10

5,15

26,52

0,3174

1.63

1,98

Não estão sendo considerados nesta análise os efeitos de perda de

11

25,97

674,44

0,2885

7,49

16,76

vida útil causados por:

12

10,10

102,1

0,2645

2,67

3,95

a) frequência;

13

21,45

460,10

0,2441

5,23

10,13

b) sobretensões de manobra;

14

5,67

32,14

0,2267

1,28

1,63

c) sobretensões devido a descargas atmosféricas.

15

6,89

47,47

0,2116

1,45

2,10

1,93

Tais efeitos contribuem também para a redução da vida útil

dos capacitores. Mas neste artigo estaremos enfocando apenas a redução da vida útil dos capacitores sobre o ponto de vista de sobretensões sustentadas na frequência fundamental e harmônicas. O gráfico a seguir mostra a curva típica de perda de vida útil para um banco de capacitores em função da sobretensão em regime

19,7

Ih (total) =

336,70

Vc (total) =

4434

Sobrecorrente

26,82%

Sobretensão

11,2

Vida Útil

Sobretensões

%

Vida Útil (horas)

(Anos)

a) Harmônicos

11,25 %

28232,71

3,22

b) Var. capac.

3%

104672,88

11,95

c) Regime

5%

75482,96

8,62

Total =>

19,25%

8675,09

1,00

permanente existente. Obs:

1) Dados Efetivos do banco do Capacitor: Qc = Vc (f-f) = C=

15000

KVAr

6900

Volts

835,722

μF

2) Fórmula de Cálculo Tensão Total (Método Utilizado pela BREE)

Figura 6- Estimativa da Perda de Vida Útil

Onde:

a = 1

=> para h ≤ 7

a = 1,4

=> 8≤ h ≤ 13

a = 2

=> para h ≥ 14



50

Aula Prática

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

5.2 – Resultados

b) Efeito da ocorrência de ressonâncias harmônicas:

A análise dos resultados obtidos leva às seguintes conclusões: a) a redução da vida útil do capacitor no estudo acima é de aproximadamente

84%,

devido

apenas

as

sobretensões

harmônicas sobre o mesmo, caindo de 20 anos para 3,22 anos. Se levarmos em consideração os outros efeitos (variação da capacitância e sobretensões de regime na rede elétrica) a vida útil pode cair para algo em torno de 1 ano, o que aconteceu na prática com alguns capacitores; b) o gráfico referente à Fórmula GE demonstra que a vida útil é bastante afetada por sobretensões sustentadas na rede elétrica, sejam elas em 60 Hz ou harmônicos; c) a solução para que a vida útil do capacitor não seja afetada pelos harmônicos consiste no subtensionamento do banco de capacitores, ou seja, o aumento da tensão e da potência nominal do banco, o que aumenta suportabilidade do mesmo a estes efeitos, fazendo com os capacitores operem nas condições reais existentes como condições nominais; d) nas análises acima não estão sendo considerados os efeitos de perda de vida útil causados por outros efeitos, tais como: sobretensões de manobra, religamentos e descargas atmosféricas que também podem afetar a vida útil dos capacitores; e) efeitos mais drásticos como ressonâncias levam a uma perda de vida mais rápida e até mesmo a explosão do caixa do capacitor se a proteção não conseguir atuar a tempo de evitar tal situação. Esta situação deve ser evitada a qualquer custo através da realização de estudos de fluxo harmônico prévios que previnem a ocorrência destes fenômenos.

5.3 – Fotos de Capacitores Danificados a) Efeito da perda de vida útil por sobretensões harmônicas:

6 - Conclusão Devido

à

severidade

que

os

efeitos

comentados

poderão assumir, é inadmissível conceber que um capacitor dimensionado para funcionamento em circuitos convencionais possa

suportar

as

condições

adversas

impostas

pelas

harmônicas.

Entretanto, conhecendo os níveis e ordem das harmônicas

que o capacitor deverá suportar, é possível estabelecer um estudo para o correto dimensionamento do mesmo. Tal capacitor tenderá a ter seu projeto dimensionado a fim de suportar, além da contingência normal de funcionamento da frequência fundamental, todos os esforços adicionais causados pelas harmônicas.

Aconselha-se em função da problemática que circuitos

com harmônicos podem assumir, fazer um criterioso estudo de características dos mesmos, dando ao fabricante de capacitores os subsídios necessários para o correto dimensionamento de seu equipamento.

Referências bibliográficas [1] Life Expectance Test Procedures – NBR 5282 e IEC 60.871. [2] Procedimentos de Projeto de Capacitores e Bancos de Capacitores em Sistema com Harmônicos – Garcia, Flávio Resende – BREE S/A. BREE – Brazilian Energy Efficiency S/A


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 2 - Edição 26 / Agosto de 2018

Energia solar fotovoltaica

Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas Energia eólica: Um futuro que chega cada vez mais rápido Energia solar: Geração distribuída solar fotovoltaica, competitividade e eficiência para a matriz APOIO


Apoio

52

Fascículo Por Luís Felipe Normandia Lourenço, Renato Machado Monaro, Maurício Barbosa de Camargo Salles e José Roberto Cardoso*

Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas

Renováveis


Apoio

53

1 - Introdução

As preocupações ambientais com o aquecimento global e as mudanças climáticas resultaram

em uma abrupta mudança do setor de geração de energia elétrica. A princípio, os geradores de energia elétrica eram baseados em recursos ditos despacháveis, ou seja, que a energia elétrica injetada na rede elétrica poderia ser controlada. Porém, com a necessidade de mudança para fontes amigáveis ao meio ambiente, geradores baseados em recursos como o vento e a irradiância solar ganharam espaço em diversas matrizes energéticas ao redor do mundo.

No entanto, estes novos recursos que estão ganhando cada vez um espaço maior na matriz

energética possuem uma característica intrínseca: a sua variabilidade. Assim, estes recursos não são classificados como despacháveis, e a integração de níveis cada vez maiores de penetração destes recursos na rede elétrica apresenta um desafio para os operadores dos sistemas de transmissão. No caso das fazendas solares fotovoltaicas, o conversor fonte de tensão necessário para interface entre a geração dos módulos fotovoltaicos em corrente contínua (CC) e a rede elétrica em corrente alternada (CA) é utilizado bem abaixo de sua capacidade nominal durante o dia e, portanto, poderia ser utilizado para prover serviços ancilares à rede elétrica, auxiliando a manter a sua estabilidade.

Uma das preocupações mais recorrentes da integração de altos níveis de penetração de

fontes variáveis na rede elétrica é a estabilidade de tensão. Um equipamento bastante utilizado para auxiliar a rede a manter esta estabilidade é o Compensador Estático Síncrono ou STATCOM (Static Var Compensator, do inglês). Este equipamento possui como principal componente um conversor fonte de tensão similar ao utilizado para a interface dos painéis fotovoltaicos com a rede elétrica, e este fato levou à proposição do PV-STATCOM [1]. Assim, dadas as preocupações com a estabilidade de tensão, a tendência é o aumento da utilização dos conversores inteligentes (smart inverters) nas redes de distribuição e transmissão e a revisão dos códigos de rede para incluírem a provisão de serviços ancilares por parte de geradores fotovoltaicos.

Ao se utilizar o conversor de uma fazenda solar fotovoltaica para prover o suporte de potência

reativa, uma componente de corrente em eixo de quadratura (relacionada à potência reativa) é adicionada à componente de eixo direto, (relacionada à potência ativa) causando um aumento do uso da capacidade do conversor. Porém, como a soma dessas componentes é vetorial, o impacto nas perdas de energia dentro da fazenda solar deve ser mensurado para a correta avaliação da viabilidade econômica do suporte de reativos. Esta discussão do custo técnico de fazendas solares operando como PV-STATCOMs foi introduzida por [2-4].

O objetivo deste artigo é apresentar uma discussão da viabilidade econômica da operação de

fazendas solares fotovoltaicas como PV-STATCOMs sujeitas aos preços praticados no âmbito de serviços ancilares da ANEEL. Para isso, as origens dos custos técnicos e uma breve metodologia para avaliá-los é apresentada e discussões inerentes ao suporte de reativos por fazenda solares são conduzidas. 2 - O suporte de reativo por fazendas solares e seu custo técnico

O suporte de reativos por uma fazenda solar depende basicamente de dois fatores: capacidade

disponível no conversor CC/CA e do nível de tensão do lado DC do conversor. A capacidade disponível no conversor é determinada pela estratégia da operação da fazenda solar. Caso a prioridade seja dada à geração de potência ativa, então a capacidade remanescente pode ser obtida através de (1). Qcap =

Snom2 – p2

(1)


Apoio

Fascículo

54

Onde Qcap é a capacidade remanescente do conversor CC/CA, Snom

Renováveis

Nas figuras 1 e 2 estão representadas a conexão do Gerador

é potência aparente do inversor e P é a potência ativa gerada. Porém,

Fotovoltaico (FV) à rede elétrica por meio de conversores de um e

dependendo do nível de tensão do lado CC do conversor, a capacidade

dois estágios respectivamente. O acrônimo CFT significa conversor

Qcap pode ser reduzida conforme mostrado em [2]. No caso de uma

fonte de tensão. Nestas figuras r_r e L_r indicam a resistência e a

fazenda solar fotovoltaica de um estágio, o nível de tensão do lado CC

indutância do reator de interface; R_f, L_f e C_f a resistência, indutância

do conversor está ligado ao rastreador do ponto de máxima potência

e capacitância do filtro; P e Q indicam a potência ativa e reativa e têm

(MPPT, maximum power point tracker do inglês).

seus sentidos positivos marcados na figura; C indica a capacitância

conectada à entrada do CFT e v_pv a tensão CC aplicada ao gerador FV.

Existem quatro estratégias que podem ser adotadas para o

aumento de Qcap: superdimensionamento do conversor, independência

O transformador é conectado em estrela-triângulo como indicado. Na

do controle de tensão CC em relação ao MPPT, redução da produção

figura 2, C_pv indica o capacitor entre o gerador FV e o conversor CC/CC;

de potência ativa ou a adição de um segundo estágio ao conversor. O

v_dc indica a tensão de entrada no CFT; por fim, r_DC e L_DC indicam a

superdimensionamento do conversor em 10% de sua potência aparente

resistência e indutância utilizadas o projeto do conversor CC/CC.

nominal garante a injeção de 46% de reativos na máxima irradiância

solar, situação em que toda a capacidade do conversor estaria em uso

sua operação é devido às perdas de energia elétrica no funcionamento

para a geração de potência ativa. A adoção de controle de tensão CC

de seus componentes. Para uma fazenda solar de um estágio, as

independente do MPPT garantiria que a tensão do lado CC não seria um

principais fontes de perdas de energia são o reator de interface, o

limitante da capacidade como ocorre em casos previstos em [2], porém,

transformador, o filtro e o conversor fonte de tensão. Na fazenda solar de

como o MPPT não é seguido, há uma diminuição da potência ativa

dois estágios, além de todos os componentes mencionados há a adição

gerada, o que acarreta em uma perda de receita pela fazenda solar.

das perdas do conversor CC/CC. O custo técnico de fazendas solares de

dois estágios é discutido em detalhe em [3]. Neste artigo, o foco está na

Outra estratégia que impacta a receita da fazenda solar é a redução

O custo técnico da operação de uma fazenda fotovoltaica durante a

da produção da potência ativa. Neste caso, o operador do sistema

discussão dos custos técnicos das fazendas solares de um estágio.

definiria uma capacidade mínima do conversor para ficar disponível para

o suporte de potência reativa. Assim, esta capacidade mínima disponível

interface, filtro e transformador é a corrente elétrica. Quando há

reduziria a produção de potência ativa em algumas horas do dia. Por fim,

suporte de potência reativa por parte da fazenda solar, a soma entre a

outra alternativa seria a adição de um segundo estágio à fazenda solar. A

componente da corrente em quadratura e a componente da corrente

adição de um segundo estágio à fazenda solar consiste na inclusão de um

em eixo direto (relacionada à potência ativa) é vetorial. Assim, há um

conversor CC/CC que desacopla a tensão CC aplicada ao painel da tensão

aumento não linear nas perdas de energia comparando ao cenário onde

CC de entrada do conversor fonte de tensão. Esta alternativa possui um

apenas potência ativa é injetada na rede elétrica. Já a tensão do lado CC

investimento inicial maior (adição do segundo estágio), porém como os

do conversor fonte de tensão é o principal parâmetro que influencia as

níveis de tensão do MPPT e do conversor estão desacoplados, um controle

perdas deste equipamento.

variável da tensão CC como o sugerido em [2] poderia garantir Qcap sem

afetar a produção de potência ativa. Os esquemas simplificados de uma

notar que todas aquelas que se aplicam às fazendas solares de um

fazenda solar de um e dois estágios são mostrados nas figuras 1 e 2.

estágio possuem influência na tensão CC de entrada do conversor fonte

O principal fator que afeta as perdas de energia no reator de

Frente as quatro estratégias apresentadas anteriormente, pode-se

de tensão e /ou sobre o nível de corrente no sistema. Assim, a análise dos custos técnicos se faz importante para avaliar o impacto na receita das fazendas solares para que elas sejam adequadamente remuneradas pelo provimento do suporte de potência reativa. Quando há o suporte de potência reativa, o custo técnico dessa operação foi definido por [4] como sendo a diferença entre as perdas de energia no cenário com suporte de potência reativa e as perdas de energia no cenário sem suporte de potência reativa. Assim, pode-se determinar se o preço Figura 1 - Fazenda solar fotovoltaica de um estágio

Figura 2 - Fazenda solar fotovoltaica de dois estágios



Apoio

56

Fascículo

Renováveis

sendo pago pelo mercado de reativos viabiliza este tipo de operação

custos técnicos da operação de fazendas voltaicas provendo suporte de

por parte das fazendas solares. Nos cenários nos quais há a redução de

potência reativa para a rede elétrica.

potência ativa para o aumento da capacidade disponível ou naqueles em que a prioridade não é dada para a geração de potência ativa (tensão CC

4 - Mapas de operação e custos técnicos associados

de entrada do conversor fonte de tensão não segue o MPPT) também deve ser incluída a perda de receita da possível geração de potência ativa

para verificar se a remuneração está adequada.

operação de uma fazenda solar fotovoltaica de um estágio como

Nesta seção é apresentada a derivação dos custos técnicos da

PV-STATCOM com potência nominal de 850 kWp. A partir dos custos 3 - Levantamento dos custos técnicos no suporte de

técnicos obtidos e dos preços praticados pela energia solar e pelo

potência reativa por fazendas solares

suporte de potência reativa no mercado brasileiro, uma estimativa do

Para o levantamento dos custos técnicos é necessário, primeiramente,

lucro bruto da operação como PV-STATCOM é obtida. Vale ressaltar

identificar a sua origem. No reator de interface de núcleo de ar, as

que consideramos o lucro bruto o resultado da operação receita

principais perdas são devidas ao efeito Joule, assim como no filtro. Estas

no fornecimento de reativos subtraída dos custos técnicos para o

perdas são calculadas como produto da resistência pelo quadrado da

fornecimento dos reativos. O custo de operação e manutenção não é

corrente que passa nestes equipamentos.

considerado neste trabalho. Os parâmetros para simulação escolhidos

No transformador, as perdas são divididas em duas categorias: perdas

estão expostos em [3].

no núcleo e perdas no cobre. As perdas no núcleo são devidas à histerese magnética e também às correntes de Foucault. Elas são proporcionais

4.1 - Operação sem o suporte de potência reativa

ao quadrado da tensão aplicada nos enrolamentos do transformador. As

perdas no cobre são devidas ao efeito Joule. Elas são calculadas como

o produto entre a resistência do enrolamento e o quadrado da corrente

fazenda solar operando como PV-STATOM, é primeiramente necessário

que circula nos enrolamentos.

obter as perdas durante a operação considerando apenas a geração de

O conversor fonte de tensão é baseado em transistores bipolares

potência ativa. Os resultados obtidos são mostrados na figura 3.

Conforme mencionado, para a estimativa dos custos técnicos de uma

com porta isolada (IGBT, Insulated Gate Bipolar Transistor do inglês) com diodos em antiparalelo. Os diodos e IGBTs são dispositivos semicondutores e suas perdas podem ser divididas em duas classes: as perdas por condução e as perdas por chaveamento. As perdas por condução são devidas ao efeito Joule por haver circulação de corrente em uma junção polarizada por tensão. Já as perdas por chaveamento são devidas à incapacidade dos dispositivos semicondutores de extinguirem a corrente que passa por eles imediatamente após desligados, ou de levar a corrente para seu nível ligado imediatamente quando acionados. Esta parcela das perdas do conversor não é trivial para ser calculada precisamente através de fórmulas fechadas como as demais perdas descritas nesta seção. Uma maneira imediata de se calcular as perdas por chaveamento é a modelagem precisa da física dos dispositivos semicondutores. Porém esta abordagem é computacionalmente inviável para a análise de grandes sistemas de potência [5]. Isso ocorre, pois, a física dos semicondutores necessita de passos de simulação da ordem de nano segundos, enquanto que as simulações de interesse em sistemas de

Figura 3 - Perdas por equipamento em uma fazenda solar operando sem suporte de potência reativa

potência podem requerer que segundos sejam simulados para análise

de um fenômeno específico. Assim, uma alternativa viável para o cálculo

aproximadamente linear com a irradiância solar incidente. Além disso,

das perdas destes componentes sem sobrecarregar de forma extrema

nota-se que as perdas no conversor fonte de tensão são dominantes em

as simulações de sistemas de potência é através de look-up tables

relação aos demais equipamentos da fazenda solar. Durante a fase de

[6]. Fluxogramas detalhados de como calcular as perdas em fazendas

projeto, nota-se a importância da escolha adequada do conversor.

Analisando a figura 3 nota-se que as perdas aumentam de forma

solares fotovoltaicas de um e dois estágios são apresentados em [3]. A partir dos detalhes apresentados acima, para o cálculo dos custos

4.2 - Operação com o suporte de potência reativa

técnicos, é necessário agora levantar as perdas de energia em dois cenários: o primeiro com o suporte de reativos e o segundo sem. Assim,

subtraindo a primeira parcela da segunda, obtém-se finalmente os

de reativos para a rede elétrica é necessário avaliar um grande conjunto

Para a obtenção das perdas da fazenda solar fornecendo o suporte


Apoio

57

de cenários. Deve-se variar a referência de potência reativa de -1,0

p.u. a 1,0 p.u. (considerando como base a capacidade do conversor)

delas é que a figura não é simétrica em relação ao zero e que segue um

Na figura 4, duas características podem ser ressaltadas: a primeira

e também a irradiância solar incidente de 0 a 1000 W/m2 (ou até a

comportamento quadrático, diferentemente da figura 3 que segue

irradiância máxima do local escolhido). Assim, obtém-se uma família de

um comportamento linear. As perdas não são simétricas em relação

curvas semelhantes à figura 3, a curva para quando a irradiância solar

ao zero, pois há limitações diferentes para o suporte de reativos de

incidente é 600 W/m2 é mostrada na figura 4.

sinais diferentes quando a irradiância solar é 600 W/m2. Para valores negativos, o limite que restringe a injeção de reativos é a capacidade do conversor e, para valores positivos, o limite é o nível de tensão CC na entrada do conversor pois os cenários aqui considerados priorizam a geração de potência ativa, ou seja, a tensão CC deve seguir o MPPT. 4.3 - Mapa de custos técnicos de uma fazenda solar fornecendo suporte de potência reativa

O mapa de operação de custos técnicos pode ser obtido através da

subtração das curvas obtidas na seção 4.2 das curvas obtidas na seção 4.1. O resultado desta operação é mostrado na figura 5.

Na figura 5 estão resumidas as principais informações sobre a

operação de uma fazenda solar como PV-STATCOM: a capacidade disponível para o suporte de potência reativa e o seu custo associado para cada um dos pontos de operação definidos pela irradiância solar e pelo sinal de referência de potência reativa. Esta figura, no entanto, Figura 4 - Perdas por equipamento em uma fazenda solar operando com suporte de potência reativa.

não é suficiente para determinar a viabilidade econômica deste tipo de


Apoio

Fascículo

58

Renováveis 5 - Conclusões

Este artigo apresentou uma discussão sobre os custos técnicos da

operação de uma fazenda solar como PV-STATCOM, considerando os preços praticados no mercado brasileiro. Primeiramente, apresentou-se uma discussão sobre os limites do suporte de potência reativa e na sequência foram apresentadas às origens de perdas numa fazenda solar, bem como discutiu-se brevemente maneiras de calculá-las. A partir dos cálculos das perdas foi possível obtê-las em duas situações: com o suporte de potência reativa e sem o suporte de potência reativa. Através da subtração destes dois casos foi obtido o mapa de custos técnicos da operação de uma fazenda solar como PV-STATCOM. Além disso, foi obtido um mapa de lucro bruto (receita do serviço ancilar subtraída dos custos técnicos, sem incluir operação e manutenção) durante este tipo de operação. Notou-se a existência de alguns Figura 5 - Mapa de custos técnicos de uma fazenda solar fotovoltaica fornecendo suporte de potência reativa

pontos de operação nos quais o suporte de reativos não é economicamente vantajoso para a fazenda solar. Desta forma, a regulação do suporte de potência reativa de fazendas solares deve ser discutida, revisando as

operação da fazenda solar.

tarifas para que as fazendas solares fotovoltaicas sejam adequadamente

remuneradas pelo serviço prestado à rede elétrica.

Assim, um mapa do lucro bruto pode ser obtido baseado nas

informações disponíveis na figura 5. Considera-se como lucro bruto a receita do suporte de potência reativa subtraída dos custos técnicos

Referências

para o suporte de potência reativa. Para a obtenção da receita do suporte de potência reativa foi considerado um valor de 6,88 R$/MVArh [7]. Já para os custos técnicos, foi considerado o valor de 145,68 R$/ MWh, valor médio da energia solar negociada nos últimos leilões de energia. O resultado está mostrado na figura 6.

Figura 6 - Lucro bruto da operação de suporte de potência reativa considerando uma hora de operação por ponto

A figura 6 considera que a fazenda solar operou durante uma hora

em cada um dos pontos de operação determinados pela irradiância solar e pelo sinal de referência de potência reativa. Nota-se que existem áreas onde o lucro bruto é negativo, ou seja, para estes pontos de operação, o

1. Varma, R.K.; Khadkikar, V.; Seethapathy, R. Nighttime application of PV solar farm as STATCOM to regulate grid voltage. IEEE Trans. Energy Convers. 2009, 24, 983–985. 2. Lourenco, L. F. N., Salles, M. B., Monaro, R. M., & Queval, L. (2018). Technical Cost of Operating a Photovoltaic Installation as a STATCOM at Nighttime. IEEE Transactions on Sustainable Energy. 3. Lourenço, L. F., Monaro, R. M., Salles, M. B., Cardoso, J. R., & Quéval, L. (2018). Evaluation of the Reactive Power Support Capability and Associated Technical Costs of Photovoltaic Farms’ Operation. Energies, 11(6), 1-19. 4. Lourenço, L. F. N., de Camargo Salles, M. B., Monaro, R. M., & Quéval, L. (2017, November). Technical cost of PV-STATCOM applications. In Renewable Energy Research and Applications (ICRERA), 2017 IEEE 6th International Conference on (pp. 534-538). IEEE. 5. Rajapakse, A.; Gole, A.; Wilson, P. Electromagnetic transients simulation models for accurate representation of switching losses and thermal performance in power electronic systems. IEEE Trans. Power Deliv. 2005, 20, 319–327. 6. Munk-Nielsen, S.; Tutelea, L.N.; Jaeger, U. Simulation with ideal switch models combined with measured loss data provides a good estimate of power loss. In Proceedings of the Conference Record of the IEEE Industry Applications Conference, Rome, Italy, 8–12 October 2000; Volume 5, pp. 2915–2922. 7. Tarifas de Energia de Otimização e de Serviços Ancilares para 2018. Disponível online: http://www.aneel.gov.br/sala-de-imprensa-exibicao-2/-/asset_publisher/ zXQREz8EVlZ6/content/fixadas-as-tarifas-de-energia-de-otimizacao-e-deservicos-ancilares-para-2018/656877?inheritRedirect=false (acessado em 07/06/2018). Mauricio B. C. Salles é Professor do Laboratório de Redes Elétricas Avançadas - LGrid, Laboratório de Eletromagnetismo Aplicado - LMAG Núcleo de Pesquisa em Redes Elétricas Inteligentes - NAPREI Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação:

suporte de potência reativa não é vantajoso do ponto de vista da fazenda

Integração de Energias Renováveis em Sistemas Elétricos.

solar. Duas alternativas devem ser analisadas: a revisão da tarifa para

Graduação: Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia

estes pontos de operação ou facultar à fazenda solar de participar no

e equipe

suporte de potência reativa nestas condições.


Energia Eólica

59

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Um futuro que chega cada vez mais rápido impacto, futuro da eólica no mundo,

que novas tecnologias como os

este tema foi levado ao Congresso e

quarta revolução industrial,

novas tecnologias do setor elétrico,

veículos elétricos vão demandar

nossa intenção era questionar se há

tecnologias disruptivas, choque

entre outros temas de inovação. Como

mais energia do sistema. Além de

ou não futuro para as offshores no

de demanda de energia, carros

nos anos anteriores, a ABEEólica abriu

empresas e acadêmicos, este painel

Brasil. Sabíamos que este seria um

elétricos, baterias, parques híbridos,

o segundo dia do evento discutindo os

também contou com a presença da

painel de muito mais perguntas que

parques eólicos offshore no Brasil.

principais desafios do setor com ONS,

ANEEL, órgão fundamental neste

respostas e avalio que começamos

Estas certamente foram algumas

ANEEL, CCEE, EPE e MME, reunindo,

debate que envolve desafios de

ali um debate muito importante.

das expressões mais presentes

assim, num mesmo painel os órgãos

regulamentação.

Este painel chamou muita atenção,

durante os três dias de discussões

de governo mais importantes para o

sendo o último do evento e com

do Brazil Wind Power 2018, cuja

setor elétrico.

a fundamental discussão sobre

público relevante e bastante

grade do Congresso foi montada

Um dos painéis que mais

o papel da energia eólica neste

interessado. A certeza de que nos

com o objetivo principal de debater

chamou a atenção foi a da queda

futuro que queremos construir.

ficou da discussão de offshore

os desafios desse futuro tão

de preços das energias renováveis.

Também neste ponto temos

é que acertamos ao começá-la

inovador e que chega cada vez mais

Ricardo Gorini, da IRENA, apresentou

inúmeros desafios relacionados

neste momento, já que esta é uma

rápido. O que queríamos era ter

os principais pontos do relatório

às desigualdades sociais e

tecnologia de longo desenvolvido e

um evento que levantasse novas

“Renewable Power Generation

problemas ambientais e a fonte

que, ainda que não seja necessária

perguntas, que nos tirasse um pouco

Costs in 2017”. Na sequência, o

eólica, de presença cada vez mais

agora, pode ser uma opção

da zona de conforto. Acredito que

objetivo dos painelistas era debater

consolidada, tem uma importante

interessante no futuro.

atingimos nosso objetivo.

os porquês de esta queda de

responsabilidade e deve assumir

preços não chegar ao consumidor,

protagonismo para debater tais

ABEEólica apresentou os principais

pessoas, entre palestrantes,

especialmente no caso do Brasil

temas. Foi com muito prazer que

pontos sobre Mercado Livre

expositores, visitantes e autoridades

em que a eólica tem sido a fonte

estive neste painel dialongando

discutidos em evento anterior

do setor eólico nacional e

mais competitiva e que cresce

sobre este assunto tão essencial

realizado pela associação. Também

internacional. Foram mais de 80

cada vez mais na matriz elétrica,

com outras líderes em seus campos

estiveram presentes na grade os

empresas presentes no evento,

ocupando já a terceira posição e,

de atuação: Maristela Marques

painéis tradicionais que debatem

representando toda a cadeia

em breve, a segunda. Como todos

Baioni, do Programa do PNUD no

alternativas de financiamento e

produtiva do setor eólico nacional.

sabemos, a precificação da tarifa ao

Brasil; Marina Grossi, Presidente

desafios da cadeia produtiva.

Foi, portanto, uma oportunidade

consumidor é um tema complexo

do Conselho Empresarial Brasileiro

perfeita para analisar os desafios

e de alta relevância numa reforma

para o Desenvolvimento Sustentável

dias do Congresso do BWP 2018, são

que estão chegando numa

do setor elétrico e entendo que foi

(CEBDS), e a ministra Izabella

inúmeros os desafios que chegam

velocidade cada vez maior.

fundamental dedicar tempo para

Teixeira, Copresidente do Painel

com tantas inovações tecnológicas

discuti-lo em nosso congresso, com

Internacional de Recursos da ONU.

e precisamos que empresários,

para todas as outras discussões do

essa visão de futuro.

instituições, ONGs, acadêmicos

Congresso, já que falou de quarta

deste ano foi a discussão de

e governos trabalhem juntos: a

revolução industrial, Wind 4.0, carros

outro tema muito interessante

eólicas offshore no Brasil, com a

diversidade de saberes e de opiniões

elétricos, tendências de crescimento

para ajudar nesta visão do futuro,

apresentação de um projeto piloto

é nossa melhor estratégia diante da

das energias renováveis de baixo

já que mostrou um cenário em

da Petrobras É a primeira vez que

complexidade deste futuro.

Futuro, transição energética,

Recebemos mais de 3000

O painel de abertura deu o tom

“Choque de demanda” foi

Importante mencionar, ainda,

Uma novidade na grade

Vale, ainda, mencionar que a

Como presenciamos nos três


Energia solar fotovoltaica

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.

60

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.

Marcio Tanaka é conselheiro da Absolar

Geração distribuída solar fotovoltaica: competitividade e eficiência para a matriz

energia elétrica mais elevadas

dinamizando as oportunidades

avança rápido no Brasil. Desde

na baixa tensão.

na região.

para que mais brasileiros

2012, com a Resolução

tenham acesso à geração

Normativa ANEEL nº 482, as

investimento – de um sistema

geração distribuída solar

distribuída solar fotovoltaica?

instalações cresceram com

varia em função do tipo e do

fotovoltaica no País, uma

O setor solar fotovoltaico tem

força, atingindo mais de 30

porte da instalação, nível de

parcela ainda muito pequena

evoluído de forma relevante

mil sistemas, dos quais mais

tensão, tributação e tarifa de

de unidades consumidoras

nos últimos seis anos, com

de 99% utilizam a fonte solar

energia elétrica. Isto explica

conta com geração distribuída,

o estabelecimento da cadeia

fotovoltaica.

porque regiões com tarifas mais

participação esta inferior a

bens, fabricando localmente

elevadas, especialmente na

0,05%. Mesmo em regiões de

equipamentos, e a formação

favorecido a evolução do

baixa tensão, têm apresentado

grande desenvolvimento, como

da cadeia de serviços com

mercado solar fotovoltaico, com

elevadas taxas de crescimento,

São Paulo, responsável por

embpresas de todos os portes e

destaque para a redução dos

caso de Estados como Minas

30% do PIB nacional, o índice

perfis.

custos de bens e serviços, fruto

Gerais que adotou uma política

de participação é inferior a

do ganho de escala no mercado

tributária mais favorável,

0,04%.

curva de aprendizado e a

A geração distribuída

Diferentes fatores têm

O payback - retorno sobre o

Apesar dos avanços da

mundial e da rápida evolução das empresas integradoras que se dedicam aos serviços de vendas, engenharia e instalação, sendo mais de 4.000 empresas em todas as regiões do Brasil.

O principal fator para a

decisão de compra de um sistema solar fotovoltaico é o retorno sobre o investimento, cada vez mais atrativo para alguns perfis de consumidores, especialmente consumidores residenciais e comerciais de pequeno porte, com tarifas de

Conexões em GD – Junho/2018 Fonte: Greener - 2018

O que podemos fazer

O ganho de escala, a


Energia solar fotovoltaica

61

Principal Forma de pagamento Fonte: Greener - 2018

alta competitividade do setor estão

fotovoltaico.

proporcionando importantes reduções

de custos, o que torna mais atrativo o

a aplicação de um modelo regulatório

investimento na tecnologia. A redução nos

positivo, previsível e com segurança

custos de serviços, a chamada “integração

jurídica adequada, que contribua para o

dos sistemas”, também tem sido relevante.

crescimento da geração distribuída, tenha

Tão importante quanto a queda de preços

um papel relevante no desenvolvimento

dos equipamentos, a eficiência na captação

do País e sirva de ponto de partida para

de clientes, engenharia, instalação e pós-

a expansão da matriz elétrica brasileira,

vendas serão fundamentais para trazer

em alinhamento com os princípios de

mais ganhos à competitividade, ampliar o

descentralização, descarbonização,

mercado potencial e proporcionar condições

digitalização e democratização que

sustentáveis para o crescimento do setor.

pautam hoje o avanço das matrizes

elétricas mundiais, aliando benefícios

Ainda assim, a aceleração dos

Adicionalmente, a ABSOLAR defende

investimentos em geração distribuída

socioeconômicos, ambientais, elétricos e

solar fotovoltaica depende fortemente

estratégicos em favor da sociedade.

de linhas de financiamento com taxas

de juros e prazos de amortização

renováveis, com destaque para a

compatíveis com os diferentes perfis de

fonte solar fotovoltaica, bem como o

sistemas e consumidores existentes no

amadurecimento de novas tecnologias de

mercado. Apesar dos esforços dos agentes

armazenamento de energia, mobilidade

financeiros em compreender a natureza e as

elétrica e diversificação do perfil de

características de um sistema de geração

consumo trarão a oportunidade de

distribuída solar fotovoltaica, bem como os

incorporação no arcabouço legal e

riscos a ele associados, a disponibilidade

regulatório do País de novos conceitos

de linhas de crédito permanece aquém das

econômicos e técnicos, como sinais

necessidades dos clientes e precisa ser

locacional e horário, capazes de estimular

adequadamente trabalhada e estimulada.

a busca pela eficiência alocativa

e valorizar os atributos positivos

Para superar este gargalo, a Associação

A notória evolução das fontes

Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica

provenientes das diferentes fontes

(ABSOLAR) tem atuado fortemente junto

renováveis, especialmente gerando na

às instituições financeiras nacionais

baixa tensão. Estas mudanças já estão em

e internacionais, públicas e privadas,

curso e precisamos nos preparar para elas,

mobilizando e motivando os bancos a criar

aproveitando ao máximo o seu potencial,

novos produtos financeiros e aprimorar os

em prol da competitividade e eficiência da

existentes para acelerar o mercado solar

matriz elétrica brasileira.


Brazil Windpower

62

Por Adriana Dorante Fotos: Michele Lekan

Público na cerimônia de abertura: palestrantes, expositores, visitantes e autoridades do setor eólico nacional e internacional

Bons ventos do Brasil colaboram para um setor eólico promissor e movido a inovação tecnológica a chegada de um novo governo

mercado livre competitivo, a

pessoas, entre palestrantes,

brasileiro conseguiu manter-se

em 2019. A vantagem é que

diversificação de portfólios, o

expositores, visitantes e

durante a crise política

o Brasil tem um dos melhores

mercado offshore e os novos

autoridades do setor eólico

do País, que ainda deixa

ventos do mundo e esses bons

investimentos foram alguns

nacional e internacional.

sequelas. No momento vai se

ventos estarão presentes neste

dos temas discutidos na 9ª

revigorando com força para

futuro de desafios para o setor

edição do Brazil Windpower

abertura do BWP, Rodrigo

enfrentar grandes mudanças

eólico.

(BWP), realizado no Rio de

Ferreira, presidente do grupo

econômicas, de regulação,

Janeiro, de 07 a 09 de agosto,

Canal Energia, comentou

social e também política, com

tecnologias disruptivas, o

com um público de 3 mil

sobre as possibilidades de

O setor de energia eólica

Esses desafios e as

Durante a cerimônia de


Brazil Windpower networking e novos negócios no local, além de destacar que, no próximo ano, em que completa dez anos, o evento passará a ser realizado em São Paulo, onde se concentram os maiores players do mercado de energia eólica.

O BWP deste ano teve uma

proposta diferente, diante da modernidade e das novas tecnologias que determinam o setor. “A modernidade está no nosso DNA e é por conta disso que estamos discutindo o presente, pensando fortemente no futuro, que já está acontecendo com as tecnologias disruptivas, com a discussão das mudanças

Rodrigo Ferreira, presidente do grupo Canal Energia: “possibilidades de networking e novos negócios no local”

dentro de um contexto de economia de baixo carbono, das mudanças climáticas. Estamos numa onda de inovação. Digo que não é uma onda e sim uma nuvem global de mudanças. Teremos de estar dispostos, sair de nossa zona de conforto e nos prepararmos para as mudanças e inovações. É com este espírito que programamos o evento”, comentou Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), uma das entidades organizadoras do evento.

Renato Volponi, presidente

do Conselho de Administração da ABEEólica, ressaltou que o setor eólico não pode ceder a fácil tentação de uma competição destrutiva entre as fontes. “Não é assim que vamos construir um setor elétrico inteligente e com uma expansão voltada para servir a sociedade, com menor custo e com tributos reais

ao meio ambiente capaz de,

lista do Conselho Global

por cerca de 60% da produção

com confiabilidade, ser o

de Energia Eólica (GWEC)

de energia nacional, vem

propulsor de uma nova onda de

divulgada no final de julho

sofrendo grandes dificuldades

desenvolvimento. Precisamos

deste ano. Para o Secretário

regulatórias, muitas delas

de todas a fontes de energia

Geral do GWEC, Steve Sawyer,

relacionadas às questões

e generosamente a nossa

que também participou da

ambientais. “Esse é o ambiente

natureza para nossa matriz

abertura do BWP, a despeito da

oportuno para se debater

pode ser ousada e equilibrada,

situação econômica do Brasil, o

essas questões regulatórias,

privilegiando o menor custo e

setor eólico vem despontando.

para garantir segurança e

melhor garantia”, destacou.

“Acredito que o mercado de

sustentabilidade econômica

energia eólica no País será

para o setor eólico”, destacou.

também contou com a

muito promissor ao longo dos

O setor eólico atualmente

participação de Viveka Kailtila,

anos.”

responde por 8,4% da matriz

CEO da GE do Brasil, que

O Ministro de Minas e Energia,

energética do País, com 13,4

atua no setor há dez anos.

Wellington Moreira Franco,

GW de capacidade instalada e

“Nesses anos apoiamos o

prestigiou o evento e defendeu

mais de 530 parques eólicos.

desenvolvimento do setor.

a energia a preço justo. “É

Acredito que a história da

fundamental que o cidadão

energia eólica no País está

pague pelo que usa. Por que

apenas no começo”, destacou.

produzimos energia limpa e

Balanço e casa nova

barata e não conseguimos fazer

em novas usinas eólicas

que o consumidor usufrua

política e econômica do Brasil,

colocadas em operação no ano

desse avanço? Pela questão

a indústria mostrou que

passado, o Brasil apareceu

regulatória. Se essa questão for

continua viva e retomando

como o sexto maior em

resolvida vamos contribuir com

seu crescimento. “O BWP foi

expansão anual da capacidade

a humanidade”, ressaltou.

compatível com as outras

em todo o globo, à frente da

O ministro lembrou ainda que o

edições ou até melhor e

França, com 1,7 GW, segundo

setor hidrelétrico, responsável

percebemos que o mercado

A cerimônia de abertura

Com pouco mais de 2GW

Entrevistas exclusivas

Apesar da situação

63


64

Brazil Windpower pleito da indústria eólica e, segundo Ferreira, será atendido a partir do ano que vem. “Um dos nossos desafios foi encontrar espaço para um evento desta magnitude, por uma semana, na capital paulista. Mas conseguimos e o evento será no mês de maio, no Transamérica Expo Center. São Paulo é estratégico e esperamos um crescimento expressivo na participação das empresas e indústrias do setor, em sua maioria instaladas na capital paulista”, explicou, acrescentado que a mudança foi bem recebida pelo setor eólico, que tem seus Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica: “temos de sair de nossa zona de conforto e nos prepararmos para as mudanças e inovações”

headquarters centralizados no Estado de São Paulo.

Em relação ao Congresso,

esta edição contou com uma está esperançoso e com a

movimento, seja por preço,

de excelente BWP”, afirmou

das melhores programações.

certeza de que dias melhores

pelas características da fonte

Rodrigo Ferreira, presidente do

“Sob a liderança da ABEEólica,

virão. Retomamos um volume

renovável e pelo desempenho

Grupo Canal Energia.

coordenando o conteúdo e o

de contratações e o setor

que vem entregando ao

apoio do GWEC, nas questões

eólico tem liderado esse

sistema. Foi mais um ano

São Paulo também foi um

A mudança de sede para

internacionais discutimos a indústria que olha para o futuro, a indústria 4.0, o papel das renováveis em outros setores, do papel do consumidor no centro do negócio e um mundo mais renovável e sustentável”, concluiu Ferreira.

A presidente executiva

da ABEEólica, Elbia Gannoum reforçou que o setor ainda sofre os efeitos de curto prazo associados à economia, com baixa contratação, mas nos próximos anos é certa a retomada da economia e do setor. “Estamos construindo essa retomada e, até o final do ano, a fonte eólica deverá ocupar o posto de segunda na Moreira Franco, ministro de Minas e Energia: “se a questão regulatória for resolvida vamos contribuir com a humanidade”

matriz energética nacional”, afirmou.


Brazil Windpower Debates

Expansão do setor eólico ocorrerá pela diversidade das fontes

caminhos já são conhecidos e

ser representados nos leilões. A

consumidor devido à insuficiente

no Brasil também foram debatidos

mapeados”, explicou. “Mais cedo

tarifa é resultado de uma receita

resposta da demanda e da

no Brazil Windpower. Entre as

ou mais tarde, precisaremos de

com todos os ‘ingredientes’

provisão de serviços ancilares.

diversas questões debatidas

um canal de escoamento dessa

envolvidos”, afirmou. O desafio

“O que fizemos até agora?

e que precisa ser difundida

geração”, complementou.

da ANEEL, segundo Barros,

Nosso desafio é trabalhar para

pelo setor é a propagação da

é trabalhar para evitar a

estabelecermos mecanismos

diversidade das fontes de energia

Nacional do Sistema (ONS), Luiz

retributação do setor produtivo

de capacidades que remunerem

para a expansão do setor no País.

Eduardo Barata, ressaltou que

e definir a contratação por

as fontes, trazendo segurança e

Segundo o presidente do Conselho

a segurança energética do País

quantidade final a ser ofertada.

confiabilidade de suprimento”,

de Administração da Associação

depende diretamente do mix das

destacou

Brasileira de Energia Eólica

matrizes energéticas. “Nós do

de Administração da Câmara

(ABEEólica), Renato Volponi, não

Operador Nacional não somos

de Comercialização de Energia

segundo Dutra, só é rica de

há incompatibilidade entre as

contrários à nenhuma fonte, em

Elétrica (CCEE), Talita Porto,

recurso, mas é preciso produzir

fontes energéticas no Brasil.

especial às térmicas, que temos

ressaltou a importância do preço

riqueza com ganhos de valor

Os desafios da energia eólica

O Diretor Geral do Operador

A integrante do Conselho

A energia eólica no Brasil,

maior controle dos combustíveis

horário, que será implementado a

ao longo de toda a cadeia,

ideia de que as fontes renováveis

fósseis. O mesmo não ocorre com a

partir de janeiro de 2020, quando

remunerando investidores e

são complementares umas às

energia produzida pelas hidrelétricas,

o PLD poderá ser calculado em

assegurando competitividade

outras. Essa concepção é muito

que estão condicionadas à existência

base horária.

à indústria para que os preços

importante para o fortalecimento

de chuvas, ou às eólicas, que

cheguem ao consumidor.

e a consolidação da matriz

dependem dos ventos. Por tanto, a

Planejamento e Desenvolvimento

energética do país”, comentou.

característica de cada fonte é levada

Energético do Ministério de Minas

Christopher Vlavianos,

em conta no processo de distribuição

e Energia, Eduardo Azevedo,

exemplificou a questão do risco

Volponi, é a busca do

realizado pela ONS”, detalhou.

comentou sobre a dificuldade

do desconhecido e reconheceu

aprimoramento da contratação

enorme em avançar no mercado

que o preço horário, que será

de energia eólica por quantidade

a ocorrência de leilões a médio

livre e também reconheceu que

implementado em 2020 ainda

que vai exigir do empreendedor a

prazo. “Um plano trianual é ideal e

os processos de retributação

é desconhecido para o setor,

melhor previsão do seu recurso

positivo para o setor. O problema

precisam ser otimizados.

gerando um risco maior e por

para gerenciar sua produção.

é a quantidade a ser contratada.

“Esse contrato por quantidade

Temos de olhar com atenção

Preço da energia

do preço. “A única forma de

nos expõe ao risco da produção,

essa questão, pois dela depende

gerenciar risco é conhecer o

mas é um risco positivo que

a segurança da transmissão de

energia eólica: por que estão

risco. A tendência é que no

nos obriga a crescer em termos

energia no Brasil”, afirmou.

caindo e como podem chegar ao

começo impacte no mercado,

de gerenciamento da nossa

consumidor no Brasil, o presidente

mas conforme for usando vai

produção”, comentou.

leilões, Tiago Barros, Diretor da

da ABRADEE, Nelson Leite,

diminuindo esse impacto”,

Agência Nacional de Energia

defendeu a modicidade tributária

explicou.

crescimento do setor no Brasil,

Elétrica (ANEEL), explicou que

e redução de encargos para que

Volponi destacou que metade

a definição do preço da tarifa

o preço da energia chegue ao

a Diretora da Essec, Agnes

do problema já está resolvido,

energética é resultado de uma

consumidor

Costa, destacou que há muita

visto que só serão construídos

série de fatores envoltos a toda

irracionalidade nos encargos,

parques eólicos onde há ventos.

a cadeia de produção, geração e

Regulação em Infraestrutura do

ainda mais no momento em que

“O caminho da expansão eólica

distribuição de energia. “Existem

FGV/CERI, Joisa Dutra, explicou

passamos de restrição fiscal

no Brasil está traçado. Esses

riscos no negócio que precisam

que o preço não chega ao

enorme.

“É preciso propagarmos a

Outro desafio, segundo

Em relação aos caminhos de

Barata também defendeu

Ainda em relação aos

Já o Secretário de

O presidente da Comerc,

consequência, o aumento No painel sobre “Preços da

A Diretora do Centro de

Em relação á tributação,

65


Brazil Windpower

66

Nordeste, Rio de Janeiro e Sul do Brasil fazem parte de plano de desenvolvimento offshore

Encerrando o congresso

com chave de ouro o tema “Existe futuro para a energia eólica offshore no Brasil?” trouxe bastante indagação a respeito das oportunidades desse mercado no País. Segundo o engenheiro de equipamentos pleno da Petrobras, Ezequiel Malateaux, já estão sendo desenvolvidos estudos para a implementação de um primeiro projeto e indicam que os maiores potenciais para exploração de offshores estão nos litorais do Nordeste, Rio de Janeiro e Sul do Brasil.

A empresa desenhou um

mapa para medir a capacidade dos ventos no litoral do Rio Grande do Norte e já cumpriu três de seis etapas para a instalação

3 mil pessoas estiveram prestigiando o evento

do projeto piloto. "Já fizemos distancias de forma submarina.

O coordenador do programa

a assinatura de cooperação

quase 400 milhões de euros em

com as universidades, o projeto

duas fábricas, uma delas próxima

conceitual e solicitamos o termo

a região de Porto para colocar o

No mundo

de Produção da Universidade

de referência junto ao IBAMA.

equipamento rapidamente nas

Federal do Rio Grande do Norte,

Falta o licenciamento ambiental,

embarcações”, comentou.

geração de energia eólica

Mario González, mostrou a

construção e comissionamento,

offshore, de acordo com o

lista das empresas que lideram

além da operação em si", analisou

fundamentais para o sucesso

secretário geral do GWEC, Steve

a produção eólica offshore.

Malateaux.

da operação são: tecnologia

Sawyer, está concentrado na

A dinamarquesa Orsted é a

Segundo Ângelo, os processos

de pós-graduação em Engenharia O mercado mundial de

(turbina), integração de logística/

Europa. "Hoje há 18GW de

maior, com 17% do segmento.

Ângelo, diretor de negócios e

instalação, e balanço de potência

capacidade instalada no mundo,

Em seguida aparecem,

desenvolvimento para América

elétrica, digitalização (para

sendo 84% dos projetos em sete

respectivamente, a alemã E.ON

Latina da Siemens Gamesa

antecipar potenciais de falhas, já

países europeus, que respondem

(8%), a alemã Innogy (7%) e a

Renewable Energy, 40% dos

que não é possível a locomoção

por cerca 15GW. Os outros 16%

sueca Vatenfall (7%).

custos offshore é do aerogerador

constante até o equipamento) e

estão espalhados por Taiwan,

e 60%, de logística. Ângelo

operação e manutenção. "Essa

China, Vietnã, Japão, Estados

a divisão do mercado entre os

explicou todo o processo de

dinâmica nos possibilita colocar

Unidos e Coréia do Sul.” Ele

fabricantes de aerogeradores para

implementação dos aerogeradores

quatro unidades eólicas em 24

complementou mostrando que

offshore. A Siemens Gamesa lidera

offshore. “Para se manter líder é

horas”, explicou, complementando

o Reino Unido é o líder mundial

com quase 47% do mercado,

preciso muitos investimentos.

que outro desafio é o de levar

de produção offshore, seguido da

seguidoa pela MHI Vestas, com

No processo offshore, investimos

grandes potencias a longas

Alemanha e da China.

21% e pela Semvion com 11%.

Segundo Eduardo

González também divulgou



68

Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Lâmpadas leds superam expectativa na comercialização, aponta pesquisa


69

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

A revista O Setor Elétrico realizou pesquisa no mês de agosto,

com 67 fabricantes de produtos do segmento elétrico de todo o Brasil para fazer uma avaliação do mercado. O resultado surpreendeu no segmento de lâmpadas leds, reafirmando que o futuro dessas lâmpadas está próximo. Segundo a pesquisa, 70% das lâmpadas mais comercializadas no mercado de iluminação são de led. Apenas 34% da comercialização são de lâmpadas de vapor metálico, 30%, de fluorescentes compactas, 28%, de fluorescentes tubulares e 27%, de vapor mercúrio. Lâmpadas mais comercializadas

4% Miniaturas 6% Indução Incandescentes

9% Especiais 9% Dicróicas 15% Decorativas 19% Halógenas 21% Mistas 22% Vapor de mercúrio 27% Fluorescentes tubulares 28% Fluorescentes compactas 30% Vapor metálico 34% 70%

Leds

A pesquisa também aponta que 76% da atuação deste segmento

é na área industrial e comercial, 48% na área residencial e 46%, na pública. Consequentemente, 63% das luminárias mais comercializadas são para o setor industrial e 61%, para o comercial. Em terceiro lugar, com 60%, está o segmento de projetores, 48%, de específicos para leds e refletores, e 46%, de lâmpadas decorativas. Principais segmentos de atuação

Público

46%

Residencial

48%

Comercial

76% 76%

Industrial


70

Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Luminárias mais comercializadas

Percepção anual do mercado

Para Atmosferas Explosivas

16% 16%

De Sinalização (saídas, heliportos, aeroportos, etc.)

27%

movimente anualmente entre R$100 a R$200 milhões, juntamente com 22% que estimam um montante entre R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão.

Especiais

Percepção do tamanho anual do mercado de LÂMPADAS Led

De Emergência

36%

O nicho de lâmpadas led também lidera a movimentação do mercado

anual. A percepção para 22% dos fabricantes é que esse segmento

Públicas

43%

13%

Acima de R$ 1 bilhão

Decorativas

46%

12%

Até R$ 10 milhões Refletores

48%

Específicas para Leds

48%

60% 61% 63%

Projetores

6%

22%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

Comerciais

16%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Industriais 9%

22%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Dentre os acessórios mais vendidos estão listados os reatores

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Em segundo lugar, está o segmento de luminárias comerciais.

e ignitores, representando 36%, relés fotoelétricos e sensores para

Segundo estimativa de 25% dos entrevistados, a movimentação anual

iluminação, ambos com 34%, sistemas de controle automático de

é de R$ 200 milhões a R$ 500 milhões. Por outro lado, a mesma

iluminação, 31%, porta lâmpadas (soquetes) e outros acessórios para

porcentagem acredita que seja entre R$ 10 milhões a R$ 50 milhões.

lâmpadas e/ou luminárias, 30% e interruptores, 24%.

Para 19%, até R$10 milhões e, 13%, de R$ 50 a R$ 100 milhões.

Acessórios para iluminação mais utilizados

Percepção do tamanho anual do mercado de LUMINÁRIAS COMERCIAIS

6% 3%

19%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

Interruptores

21%

Acima de R$ 1 bilhão

Até R$ 10 milhões

Variadores de intensidade (dimmers)

24%

25%

30% 31%

Porta lâmpadas (soquetes) e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias Sistemas de controle automático de iluminação

34% 34% 36%

Sensores para iluminação Relés fotoelétricos Reatores e/ou ignitores

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

25%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 9%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

13%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

No nicho de luminárias industriais, 23% dos entrevistados acreditam que esse mercado movimente por ano até R$10 milhões. Para 20%, de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões. Para o segmento de luminárias públicas, 28% dos fabricantes estimam um montante entre R$ 500 mil a R$ 1bilhão anualmente. Para 21%, de R$ 200 milhões a R$ 500 milhões e 18%, até R$ 10 milhões.


71

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Percepção do tamanho anual do mercado de LUMINÁRIAS industriais

Percepção do tamanho anual do mercado de LUMINÁRIAS para atmosferas explosivas

3%

6%

Acima de R$ 1 bilhão

6%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

3%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

23%

Até R$ 10 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

14%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

15%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 41%

15%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões Percepção do tamanho anual do mercado de LUMINÁRIAS públicas

9%

Acima de R$ 1 bilhão

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

O faturamento anual bruto para a maioria dessas empresas (41%)

em 2017 foi de até R$ 10 milhões. Para 29% dessa fatia foi de R$ 10 18%

Até R$ 10 milhões 9%

28%

milhões a R$ 50 milhões e 14%, de R$ 50 R$ 100 milhões. Faturamento bruto anual das empresas em 2017

2%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

7% 15% 21%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

7%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 14%

Por último, 41% do entrevistados do nicho de atmosferas explosivas

responderam que esse segmento anualmente movimenta entre R$ 10 a R$ 50 milhões, seguidos de 35% até R$ 10 milhões e 14%, de R$ 50 a R$ 100 milhões.

35%

Até R$ 10 milhões

4%

15%

20%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 29%

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões

41%

Até R$ 10 milhões


72

Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação

A desaceleração da economia (20%), a crise política (19%),

17% do segmento de projetos acreditam que mercado está em franca expansão e atento às tendências internacionais, diz pesquisa

a falta de confiança dos investidores (17%) e a desaceleração do crescimento do setor de construção civil (17%) são os principais motivos para que o segmento não esteja tão otimista em relação ao crescimento do mercado em 2018. Fatores que justificam as previsões de crescimento para este mercado em 2017

A revista O Setor Elétrico realizou pesquisa no mês de agosto,

2%

com 29 empresas de destaque no segmento projetos de todo o Brasil

Programas de incentivo do governo

para fazer uma avaliação do mercado. A pesquisa faz um balanço

2%

Outros

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

de como as companhias avaliam o setor, seus principais nichos de 16%

10%

atuação, investimentos, entre outros fatores.

Desaceleração da e conomia brasileira

Retomada dos investimentos 10%

Desvalorização da moeda brasileira

Os resultados apontam que 17% dos projetistas acreditam

que o mercado está em franca expansão e atento às tendências 2%

Setor da construção civil aquecido

internacionais. Por outro lado, 17%, avaliam que o segmento apresenta produtos com pouco qualidade técnica. Já 5% acreditam que é um mercado maduro e responsável. Para outros 5%, está desatualizado e mais 5% ainda têm deficiências técnicas de assistência e suporte.

14%

14%

Setor da construção civil desaquecido

Falta de confiança de investidores

17%

Outros 5%

7%

Falta de normalização e/ou legislação

16%

5%

Projetos de infraestrutura

Crise política

2%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Classificação do mercado brasileiro de PRODUTOS E SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO

É um mercado desatualizado

17%

É um mercado em franco crescimento 17%

5%

É um mercado maduro e responsável 5%

A pesquisa aponta ainda que as empresas cresceram 12% em 2018,

um ponto porcentual a mais em reação a 2017, quando o crescimento foi de

É um mercado com deficiências técnicas (assistência e suporte) 17%

11%. A previsão de crescimento do tamanho anual total é de 7% e o volume

É um mercado que apresenta produtos com pouca qualidade técnica

de contração de 2018 pelas empresas aumentou em 6%.

Previsões de crescimento

É um mercado que apresenta produtos com pouca qualidade técnica 17%

É um mercado atento às tendências internacionais

Para 44% dos entrevistados, o tempo para os leds serem a

principal fonte luminosa do País levará de seis a dez anos, enquanto 39%, em até cinco anos e 17%, de 11 a 20 anos.

Contratação de colaboradores em 2018

6% 7%

Previsão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para o ano de 2018

11% 12%

Crescimento da sua empresa em 2017 comparado ao ano anterior Crescimento percentual para sua empresa em 2018

Tempo para os Leds serem a principal fonte luminosa do país

17%

De 11 a 20 anos 39%

Em até 5 anos

44%

De 6 a 10 anos


73

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

A pesquisa também indica que o principal nicho de atuação

Investimentos em sistemas de controle e gerenciamento de

das empresas de projetos é em escritórios, edifícios corporativos e

iluminação ainda precisam ser melhorados no segmento. Segundo

públicos (66%), seguidos pela área industrial (52%) e, empatadas,

a pesquisa, menos de 25% das empresas aplicam esses sistemas

pelas áreas residenciais e de iluminação pública (45%). Shoppings

de iluminação. Outros 34% investem entre 25% e 50%, enquanto

Centers e lojas em geral têm 24% das atuações dessas empresas.

21%, entre 50% e 75% e, 7%, entre 75% e 100%.

Principais áreas de atuação das empresas

3%

Aplicação de sistemas de controle e gerenciamento de iluminação

7%

Outros

Entre 75% e 100% dos projetos

Hospitalar

7%

21%

Entre 50% e 75% dos projetos

Hotéis

10%

38%

Menos de 25% dos projetos

Monumentos, edifícios históricos e xilares

14%

Esportiva

17%

Shopping centers e lojas em geral

24% 45% 45%

34%

Entre 25% e 50% dos projetos

Iluminação pública Residencial Industrial

52% 66%

Escritórios, Edifícios corporativos / públicos

Por último, 22% dos entrevistados, a estimativa de compras e

de especificação de produtos para 2018 será entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. Também para 22% a estimativa é de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões. Para 17%, até R$ 500 mil e, para outros 17%, entre R$ 5 milhões a R$ 10 milhões.

A maioria dos entrevistados, 78%, associa a disponibilidade

de informações técnicas como o principal fator que envolve a decisão de especificação e/ou compra de produtos e sistemas

Estimativa de compra/ especificação de produtos de iluminação para 2018

de iluminação. Para 67%, a garantia e a assistência técnica do fabricante são fundamentais para a decisão da compra, seguidos

17%

pela marca, com 61%, possuir selo do Inmetro e local de

Até R$ 500 mil

fabricação do produto, com 56% e prazo de entrega, com 50%.

22%

De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões

Avaliação dos fatores que envolvem decisão de especificação e/ou

Garantia

Assistência técnica do fabricante

Disponibilidade de informações técnicas

0%

6%

0%

0%

6% 22% 6%

5e6 7e8

O fornecedor ter ISO 9001 e/ou 14001

Preço

6%

22%

Prazo de entrega

Possuir selo do Inmetro

1a4

Treinamento oferecido pelo fabricante

Notas

Marca (fabricante)

Local de fabricação do produto (nacional ou importado)

compra de produtos e sistemas de iluminação

6%

6%

6% 17% 6% 11% 22% 6% 17% 11% 6% 28% 28% 28% 44% 22% 11% 11% 33% 28% 39% 33%

9 e 10 61% 56% 44% 67% 67% 78% 28% 56% 50% 33%

17%

De R$ 500 mil a R$ 1 milhão

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

11% 11%

Acima de R$ 50 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões


Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Blumenau Iluminação

(47) 3036-5155 www.blumenau.ind.br

Blumenau

SC

Brilia

(11) 51805570 www.brilia.com

SãoPaulo

CITELUM

(71) 2102-8900 www.citelum.com/pt/

CLARAO ILUMINAÇÃO COISARADA ELETRICIDADE

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SP

X

X

X X

Salvador

BA

X

X

(17) 3355-8800 www.clarao.ind.br

São José do Rio Preto

SP

(49) 3251-9000 www.coisarada.net

Lages

SC

X

X X X X

X

Conexled

(11) 2334-9393 www.conexled.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X X

X

Decorlux

(41 )3029-1144 www.decorlux.com.br

Curitiba

PR

X

X X X

DEMAPE

(11) 4894-8800 www.demape.com.br

Itatiba

SP

X

X X X X X X X X

X

DIALIGHT DO BRASIL

(19) 3113-4300 www.dialight.com

Indaiatuba

SP

X

X

X

ELETRO TERRIVEL

(11) 3959-6855 www.eletroterrivel.com.br

São Paulo

SP

Elgin

(11) 3383-5830 www.elgin.com.br

São Paulo

SP

Embramat

(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo

SP

Enerbras Materiais Elétricos

(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

EVERLIGHT ILUMINAÇÃO

(31) 2566-8963 www.everlight.com.br

Contagem

MG

X

Exatron

(51) 3357-5000 www.exatron.com.br

Porto Alegre

rs

X

Fernando Stemmler

(42) 3222-3500 www.ccpg.eng.br

Ponta Grossa

PR

FINDER

(11) 4223-1550 www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

FORTLIGHT

(11) 2087-6000 www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

Central Iluminação

(31) 3429-8500 www.centraliluminacao.com.br Belo Horizonte

MG

Glolani

(11) 22941133 www.glolani.com.br

São Paulo

SP

X

GUBRO

(21) 2592-0190 www.gubro.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

IDEAL INDUSTRIES

(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X X X X X X X

X

X X

X

ILUMAC

(14) 3213-1100 www.ilumac.com.br

Bauru

SP

X

X

X

X

X

IMPERIAL LUMINARIAS

(47) 3325-1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau

SC

X

X X

Intral SA

(54) 3209-1300 www.intral.com.br

Caxias do Sul

RS

X

X X X

Itaim Iluminação

(11) 3181-5223 www.itaimiluminacao.com.br

São Paulo

SP

X

X X

KABENKO

(11) 2598-8006 www.kabenko.com.br

São Paulo

SP

X

X

KDL ILUMINAÇÃO

(11) 4617-3432 www.kdliluminacao.com.br

Cotia

SP

X

X X

Kian Iluminação

(21) 2702-4500 www.kian.com.br

São Gonçalo

RJ

X

X X X

X X

Lalux

(31) 3476-6144 www.lalux.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X X

X X

LIGHTTOOL ILUMINAÇÃO

(15) 3459-8318 www.lighttool.com.br

Iperó

SP

X

Loja Goodfella

(19) 99631-1172 www.lojagoodfella.com

Pirassununga

SP

X

X X

X X

Luma Iluminação

(21) 2717-2463 www.luma.ind.br

Niterói

RJ

X

X X X

X

Lumicenter Lighting

(41) 2103-2750 www.lumicenter.com

São José dos Pinhais

PR

X

X X X

X

LUTRON

(11) 3257-6745 www.luyron.com

SãoPaulo

SP

X

X X X

Maccomevap

(21) 2687-0070 www.maccomevap.com.br

Itaguai

RJ

x

x x

Maex Engenharia

(19) 3455-5266 www.maex.com.br

Santa Bárbara D'oeste

SP

MarGirius

0800-707-3262 www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

X

X X X

MELFEX

(11) 4072-1933 www.melfex.com.br

Diadema

SP

X

X

X X

Naville Iluminação

(11) 2431-4500 www.naville.com.br

Guarulhos

SP

X

X X

X X X X

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382 www.obo.com.br

Sorocaba

SP

X

Mandaguari

PR

Piracicaba

SP

Onix Distrib. de Materiais Elétricos (44) 3233-8500 www.onixcd.com.br ONNOLED

(19) 3424-4000 www.onnoled.com.br

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De Emergência

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SP

X

X

Públicas

PR

São Paulo

X

X X

Comerciais

Curitiba

(11) 3355-2220 www.avantlux.com.br

X

X

Industriais

(41) 3018-4444 www.artiere.com.br

Avant

X X

X

Luminárias

Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação

Artiere Eng. Eletroeletrônica

X X

X x

Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação

X

X

X

X

X

X X X

Importa produtos acabados

São Bernardo do Campo

SP

Certificado ISO 14.001 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados

Alumbra

(11) 4393-9300 www.alumbra.com.br

X

Certificado ISO 9001

X

Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

Outros

SP

Internet

X X X

São Paulo

Venda direta ao cliente final Telemarketing

X

(11) 3933-7530 www.alpha-ex.com.br

Revendas/varejistas

PR

ALPHA EQUIP. ELÉTRICOS

Cidade

Canal de vendas

Distribuidores/atacadistas

São José dos Pinhais

Site

Público

Residencial

Estado

(41) 2103-2750 www.abalux.com.br

Comercial

Telefone

Abalux Iluminação

Industrial

EMPRESA

Fabricante

Distribuidora

segmento A empresa é Principal de atuação

Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

74

X

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75

PriluxdoBrasil

(19) 3116-1300 www.grupoprilux.com.br

Hortolândia

SP

Qualitrafo Industrial

(35) 3559-0000 www.qualitrafo.com.br

Guaxupé

MG

X

X X X X X X X

Renetec

(11) 4991-1999 www.renetec.com.br

Santo André

SP

X

X X

Segurimax

(47) 3703-1888 www.segurimax.com.br

Gaspar

SC

X

X X X

SOB schurter+okw

(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

Schreder

(19) 3517-9680 www.schreder.com.br

Vinhedo

SP

x

x x

STRAHL

(11) 2818-3838 www.strahl.com.br

São Paulo

SP

X

X

SULMINAS

(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br Poços de Caldas

Tasco

0800 770 3171 www.tasco.com.br

Boituva

SP

X

Tecnowatt Iluminação Ltda

(31) 3359-8200 www.tecnowatt.com.br

Contagem

MG

X

Trópico Iluminação

(19) 38856428

Indaiatuba

SP

X

UNITRON

(11) 3931-4744 www.unitron.com

São Paulo

SP

X

Walmonof

(11) 2421-0230 www.walmonof.com.br

Guarulhos

SP

X

X X X

WEG

(47) 3276-4000 www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

X

X X X X X X X

Wetzel

(47) 3451-8727 www.wetzel.com.br

Joinville

SC

X

X X

Zagonel

(49) 3366-6000 www.zagonel.com.br

Pinhalzinho

SC

X

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www.tropico.com.br

X X

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MG

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De Emergência

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Públicas

MG

X

Luminárias

Comerciais

Contagem

Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação

(31) 3361-1095 www.polimetal.com.br

X X X

X

Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

Polimetal Ligas e Metais Ltda

X X X X X X

Importa produtos acabados

X

Certificado ISO 14.001 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados

X

Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

SP

Certificado ISO 9001

Barueri

Outros

(11) 2125-0745 luz.spot@philips.com

Estado SP X

Internet

Venda direta ao cliente final Telemarketing

Revendas/varejistas

Philips Lighting

Cidade

Público

São Paulo

Site

Residencial

Distribuidora

(11) 2172-1044 www.ourolux.com.br

Comercial

Telefone

OUROLUX

Industrial

EMPRESA

Fabricante

Distribuidores/atacadistas

Canal de vendas

Industriais

segmento A empresa é Principal de atuação

Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

X

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X


Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Acessórios

Variadores de intensidade

Sistemas de controle automático de iluminação

X

(11) 3933-7530 www.alpha-ex.com.br

São Paulo

SP

Alumbra

(11) 4393-9300 www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X X

Artiere Eng. Eletroeletrônica

(41) 3018-4444 www.artiere.com.br

Curitiba

PR

X X

Avant

(11) 3355-2220 www.avantlux.com.br

São Paulo

SP

X

X X

Blumenau Iluminação

(47) 3036-5155 www.blumenau.ind.br

Blumenau

SC

X

X

Brilia

(11) 51805570 www.brilia.com

SãoPaulo

SP

X X X

CITELUM

(71) 2102-8900 www.citelum.com/pt/

Salvador

BA

X

CLARAO ILUMINAÇÃO

(17) 3355-8800 www.clarao.ind.br

São José do Rio Preto

SP

X X

COISARADA ELETRICIDADE

(49) 3251-9000 www.coisarada.net

Lages

SC

Conexled

(11) 2334-9393 www.conexled.com.br

São Bernardo do Campo

SP

Decorlux

(41 )3029-1144 www.decorlux.com.br

Curitiba

PR

DEMAPE

(11) 4894-8800 www.demape.com.br

Itatiba

SP

DIALIGHT DO BRASIL

(19) 3113-4300 www.dialight.com

Indaiatuba

SP

ELETRO TERRIVEL

(11) 3959-6855 www.eletroterrivel.com.br

São Paulo

SP

X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Elgin

(11) 3383-5830 www.elgin.com.br

São Paulo

SP

X

Embramat

(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo

SP

Enerbras Materiais Elétricos

(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

EVERLIGHT ILUMINAÇÃO

(31) 2566-8963 www.everlight.com.br

Contagem

MG

Exatron

(51) 3357-5000 www.exatron.com.br

Porto Alegre

rs

Fernando Stemmler

(42) 3222-3500 www.ccpg.eng.br

Ponta Grossa

PR

FINDER

(11) 4223-1550 www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

FORTLIGHT

(11) 2087-6000 www.fortlight.com.br

Guarulhos

SP

X X X X X

Central Iluminação

(31) 3429-8500 www.centraliluminacao.com.br Belo Horizonte

MG

X X X X

X X X X X X X

Glolani

(11) 22941133 www.glolani.com.br

São Paulo

SP

X X X X

X X X X X X X X

GUBRO

(21) 2592-0190 www.gubro.com.br

Rio de Janeiro

RJ

IDEAL INDUSTRIES

(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br

São Bernardo do Campo

SP

ILUMAC

(14) 3213-1100 www.ilumac.com.br

Bauru

SP

IMPERIAL LUMINARIAS

(47) 3325-1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau

SC

Intral SA

(54) 3209-1300 www.intral.com.br

Caxias do Sul

RS

X

Itaim Iluminação

(11) 3181-5223 www.itaimiluminacao.com.br

São Paulo

SP

X X X X X

KABENKO

(11) 2598-8006 www.kabenko.com.br

São Paulo

SP

X

KDL ILUMINAÇÃO

(11) 4617-3432 www.kdliluminacao.com.br

Cotia

SP

X X X X X

X

Kian Iluminação

(21) 2702-4500 www.kian.com.br

São Gonçalo

RJ

X X X X

X X X X X X X X

X X

Lalux

(31) 3476-6144 www.lalux.com.br

Belo Horizonte

MG

X

LIGHTTOOL ILUMINAÇÃO

(15) 3459-8318 www.lighttool.com.br

Iperó

SP

X X X X X

X X X X

X X

Loja Goodfella

(19) 99631-1172 www.lojagoodfella.com

Pirassununga

SP

X

Luma Iluminação

(21) 2717-2463 www.luma.ind.br

Niterói

RJ

X X X X X

Lumicenter Lighting

(41) 2103-2750 www.lumicenter.com

São José dos Pinhais

PR

X X X X X

LUTRON

(11) 3257-6745 www.luyron.com

SãoPaulo

SP

Maccomevap

(21) 2687-0070 www.maccomevap.com.br

Itaguai

RJ

x x

Maex Engenharia

(19) 3455-5266 www.maex.com.br

Santa Bárbara D'oeste

SP

X

MarGirius

0800-707-3262 www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

MELFEX

(11) 4072-1933 www.melfex.com.br

Diadema

SP

Naville Iluminação

(11) 2431-4500 www.naville.com.br

Guarulhos

SP

OBO BETTERMANN

(15) 3335-1382 www.obo.com.br

Sorocaba

SP

Onix Distrib. de Materiais Elétricos

(44) 3233-8500 www.onixcd.com.br

Mandaguari

PR

ONNOLED

(19) 3424-4000 www.onnoled.com.br

Piracicaba

SP

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Interruptores

X X X

PR

ALPHA EQUIP. ELÉTRICOS

Sensores para iluminação

X

São José dos Pinhais

Relés fotoelétricos

X

Telefone Site (41) 2103-2750 www.abalux.com.br

Reatores e/ou Ignitores

X X X

Especiais

X

Miniaturas

X

Decorativas

X

Leds

De Indução

Vapor metálico

Vapor de mercúrio

Halógenas

Dicróicas

Fluorescentes compactas

Fluorescente tubulares

Mistas

Especiais

Incandescentes

Refletores

Projetores

Específicas para Leds

Decorativas

Para Atmosferas Explosivas

Estado

Lâmpadas

Abalux Iluminação

EMPRESA

Cidade

De Sinalização

Luminárias

Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias

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77

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

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Polimetal Ligas e Metais Ltda

(31) 3361-1095 www.polimetal.com.br

Contagem

MG

X

PriluxdoBrasil

(19) 3116-1300 www.grupoprilux.com.br

Hortolândia

SP

X X X

Qualitrafo Industrial

(35) 3559-0000 www.qualitrafo.com.br

Guaxupé

MG

Renetec

(11) 4991-1999 www.renetec.com.br

Santo André

SP

Segurimax

(47) 3703-1888 www.segurimax.com.br

Gaspar

SC

SOB schurter+okw

(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com

São Paulo

SP

Schreder

(19) 3517-9680 www.schreder.com.br

Vinhedo

SP

x x x x

STRAHL

(11) 2818-3838 www.strahl.com.br

São Paulo

SP

X

SULMINAS

(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br Poços de Caldas

Tasco

0800 770 3171 www.tasco.com.br

Boituva

SP

Tecnowatt Iluminação Ltda

(31) 3359-8200 www.tecnowatt.com.br

Contagem

MG

X

X

Trópico Iluminação

(19) 38856428 www.tropico.com.br

Indaiatuba

SP

X

X X X

UNITRON

(11) 3931-4744 www.unitron.com

São Paulo

SP

X

Walmonof

(11) 2421-0230 www.walmonof.com.br

Guarulhos

SP

X

WEG

(47) 3276-4000 www.weg.net

Jaraguá do Sul

SC

Wetzel

(47) 3451-8727 www.wetzel.com.br

Joinville

SC

X X

X X X

Zagonel

(49) 3366-6000 www.zagonel.com.br

Pinhalzinho

SC

X

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X X X X

Sistemas de controle automático de iluminação

X X

X X X

X

Variadores de intensidade

X X

SP

Interruptores

X X X X X X

Barueri

Sensores para iluminação

X X

(11) 2125-0745 luz.spot@philips.com

Reatores e/ou Ignitores

SP

Philips Lighting

Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias

Cidade São Paulo

Especiais

Telefone Site (11) 2172-1044 www.ourolux.com.br

Miniaturas

Decorativas

Leds

De Indução

Vapor metálico

Vapor de mercúrio

Halógenas

Dicróicas

Fluorescentes compactas

Fluorescente tubulares

Mistas

Especiais

Incandescentes

Refletores

EMPRESA OUROLUX

Relés fotoelétricos

Acessórios

Lâmpadas

Projetores

Específicas para Leds

Decorativas

De Sinalização

Estado

Para Atmosferas Explosivas

Luminárias

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X


Pesquisa - Projetistas de Iluminação

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

X X

X

(31) 3547-8598

www.ceilux.com.br

Nova Lima

MG

X

(11) 4871-1888

www.celenapar.com.br

São Paulo

SP

X

Central Iluminação Ltda

(31) 3429-8500

www.centraliluminacao.com.br

Belo Horizonte

MG

Citelum

(71) 2102-8900

www.citelum.com/pt

Salvador

BA

DKF

(19) 3272-5311

dkeiti@gmail.com

Campinas

SP

Engeluz

(22) 2647-1899

www.grupoengeluz.com.br

Cabo Frio

RJ

Fox Eng. e Consultoria Ltda

(61) 2103-9555

www.foxengenharia.com.br

Brasília

DF

Franco Associados

(11) 3064-6861

www.francoassociados.com

São Paulo

SP

X

X

Intral materiais elétricos

(54) 3209-1300

www.intral.com.br

Caxias do Sul

RS

X

X

X

JSA Engenharia

(11) 5081-7799

www.jsaconsultoria.eng.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

L&G Engenharia

(31) 98817-5153 www.legengenharia.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

X

X

Lumera

(21) 99346-4108 Instagram.com/lumerario

Rio de Janeiro

Rj

X

X

LUZ URBANA

(11) 5571-2928

São Paulo

SP

Paulo Oliveira LD

(43) 99905-9503 www.paulooloveiradesigner.com

Londrina

PR

Paulo Torniziello Iluminação

(19) 99701-3773 www.paulotorniziello.com.br

Campinas

SP

Philips Lighting

(11) 2125-0745

luz.spot@philips.com

Barueri

SP

Quality Engenharia

(71) 3341-1414

www.qualityltda.com.br

Salvador

Ba

X

Reeme Iluminação

(11) 3525-3290

www.reeme.com.br

São Paulo

SP

X

SADENCO Engenharia

(48) 3028-2222

www.sadenco.com.br

Florianópolis

SC

www.save.eng.br

Rio de Janeiro

RJ

SAVE Iluminação - prod. e serviços (21) 3349-0220

www.luzurbana.com.br

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X X

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X

X

X

X

(35) 3471-7529

www.sensotron.com.br

Santa Rita do Sapucaí

MG

Senzi lighting

(11) 5052-8752

www.senzilighting.com.br

São Paulo

sp

Studioix

(11) 3872-9919

www.studioix.com.br

São Paulo

SP

SX Lighting

(12) 3527-6955

www.sxlighting.com.br

Pindamonhangaba

SP

X

Trópico Equipamentos Elétricos

(19) 3885-6428

www.tropico.com.br

Indaiatuba

SP

X

Zagonel

(49) 3366-6000

www.zagonel.com.br

Pinhalzinho

SC

X

X

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X

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X

Sensotron Eletrônica Ltda

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Não possui e não acho importante

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Celena

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CEILUX Iluminação

X

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Não possui ainda, mais acho importante

X

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Sim

RS

X X

Certificado ISO 9001

Mais de 30

Caxias do Sul

De 10 a 20

www.carinatomazzoni.com.br

Carina Tomazzoni Projetos de Iluminação (54) 9999-8741

X

Até 5

X

Outros

SP

Iluminação pública

Sarapui

Hotéis

(15) 99814-3023 www.phoenixdesign.com.br

Monumentos e edifícios históricos

SP

Atelier Phoenix Design

Hospitalar

UF

São Paulo

Shopping centers e lojas em geral

Cidade

Esportiva

Site www.alpha-ex.com.br

Industrial

Telefone (11) 3933-7530

Escritórios, Edifícios corporativos / Edifícios públicos

Residencial

EMPRESA Alpha Equip. Elétricos

De 5 a 10

Número de funcionários das empresas

Principais áreas de atuação das empresas

De 20 a 30

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O Setor Elétrico / Agosto de 2018

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www.carinatomazzoni.com.br

Caxias do Sul

RS

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X

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X

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X X

CEILUX Iluminação

(31) 3547-8598

www.ceilux.com.br

Nova Lima

MG

X

Celena

(11) 4871-1888

www.celenapar.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

Central Iluminação Ltda

(31) 3429-8500

www.centraliluminacao.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

X

X

Citelum

(71) 2102-8900

www.citelum.com/pt

Salvador

BA

X

X

X

X

DKF

(19) 3272-5311

dkeiti@gmail.com

Campinas

SP

X

X

X

Engeluz

(22) 2647-1899

www.grupoengeluz.com.br

Cabo Frio

RJ

X

X

X

Fox Eng. e Consultoria Ltda

(61) 2103-9555

www.foxengenharia.com.br

Brasília

DF

X

Franco Associados

(11) 3064-6861

www.francoassociados.com

São Paulo

SP

X

Intral materiais elétricos

(54) 3209-1300

www.intral.com.br

Caxias do Sul

RS

X

JSA Engenharia

(11) 5081-7799

www.jsaconsultoria.eng.br

São Paulo

SP

X

L&G Engenharia

(31) 98817-5153 www.legengenharia.com.br

Belo Horizonte

MG

X

Lumera

(21) 99346-4108 Instagram.com/lumerario

Rio de Janeiro

Rj

X

X

X

LUZ URBANA

(11) 5571-2928

São Paulo

SP

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Paulo Oliveira LD

(43) 99905-9503 www.paulooloveiradesigner.com

Londrina

PR

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Paulo Torniziello Iluminação

(19) 99701-3773 www.paulotorniziello.com.br

Campinas

SP

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Philips Lighting

(11) 2125-0745

luz.spot@philips.com

Barueri

SP

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Quality Engenharia

(71) 3341-1414

www.qualityltda.com.br

Salvador

Ba

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Reeme Iluminação

(11) 3525-3290

www.reeme.com.br

São Paulo

SP

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SADENCO Engenharia

(48) 3028-2222

www.sadenco.com.br

Florianópolis

SC

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SAVE Iluminação - prod. e serv.

(21) 3349-0220

www.save.eng.br

Rio de Janeiro

RJ

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Sensotron Eletrônica Ltda

(35) 3471-7529

www.sensotron.com.br

Santa Rita do Sapucaí

MG

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Senzi lighting

(11) 5052-8752

www.senzilighting.com.br

São Paulo

sp

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Studioix

(11) 3872-9919

www.studioix.com.br

São Paulo

SP

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SX Lighting

(12) 3527-6955

www.sxlighting.com.br

Pindamonhangaba

SP

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(19) 3885-6428

www.tropico.com.br

Indaiatuba

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(49) 3366-6000

www.zagonel.com.br

Pinhalzinho

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X

X


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Por José Barbosa*

Proteger pessoas em áreas abertas é sinônimo de retirá-las destes locais causados

são aqueles que envolvem a vida humana,

por descargas atmosféricas, principalmente

mas tivemos muitos que causaram a perda de

aqueles que acontecem em nosso País, é

valores econômicos e de serviços.

uma prática fundamental para quem quer se

especializar em proteção contra descargas

e pessoas feridas de toda a gravidade. Um

atmosféricas e aumentar a sensibilidade da

aspecto dos acidentes envolvendo a vida

definição das estratégias de proteção. Ao

humana é o grande número de ocorrências

perceber as características dos acidentes,

com pessoas em áreas abertas, principalmente

possibilita

Acompanhar

os

acidentes

Houve várias perdas de vidas humanas

conceitos

os fatais que geralmente acontecem nesta

estabelecidos principalmente na parte 2 da

circunstância. Outra característica é o grande

NBR5419:2015, que trata do gerenciamento

número de acidentes com trabalhadores

de risco, e a correlação da aplicação das

que exercem suas atividades em área

medidas de proteção descritas principalmente

aberta. Infelizmente não há uma prática de

na parte 3 desta norma.

proteção efetiva que permita a continuidade

Desde 2011, venho publicando em

dos trabalhos mesmo em tempo ruim, com

minhas redes sociais os acidentes que

possibilidade de ocorrência de descargas

tenho notícia. Esta prática tem o objetivo

atmosféricas. A única alternativa de proteção

de contribui na formação dos profissionais

é a retirada das pessoas destas áreas e

que atuam no mercado de proteção contra

encaminhá-las para uma estrutura segura.

compreender

os

descargas atmosféricas. Na última temporada

Esta

desse fenômeno, que aconteceu no verão

administrativamente

orientação

pode

brasileiro, entre o final de 2017 e o início de

conscientização dos riscos de se permanecer

2018, tivemos acidentes no Brasil envolvendo

em área aberta em caso de tempestades.

todo o escopo da NBR5419:2015. Os piores

Uma prática relativamente simples e barata é

por

ser

realizada

meio

Figura 1 - Descarga direta e fluxo da corrente

da


81

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

a orientação através da sinalização. A fixação de placas de advertência nas áreas, indicando a possibilidade de acidente e mostrando onde se abrigar, é uma das melhores medidas de proteção neste caso.

O que torna difícil a tomada de decisão

da melhor hora de evacuar uma determinada área aberta, principalmente em um ambiente de trabalho, onde os custos de parada de processo podem assumir valores importantes, é a percepção subjetiva da possibilidade de ocorrência de descarga atmosférica, a definição do que seria uma tempestade ou um tempo ruim. Podemos ter chuvas e não haver a possibilidade de ocorrência de descargas atmosféricas e podemos não ter chuva, mas somente nuvens carregadas e haver a possibilidade de descargas atmosféricas.

Hoje temos disponíveis no mercado

sistemas capazes de medir os campos elétricos e eletromagnéticos gerados por todas as fases de uma tempestade. Estes sistemas podem emitir alertas com precisão necessária para orientar adequadamente gestores de força de trabalho ou público em locais abertos em caso de tempestades. Quando se deseja estabelecer condição segura de trabalho em caso de tempestade, a instalação de um sistema de alerta de tempestades é a única medida segura e que permite minimizar a perda de produção por mobilização desnecessária. Não haverá perda de vida humana em área aberta se lá não houver pessoas presentes.

Não

consigo

imaginar

uma

situação ou condição que desobrigue os responsáveis a não orientar e retirar as pessoas das áreas abertas em caso de possibilidade de descargas atmosféricas. A nova temporada de descargas atmosféricas está chegando e muito provavelmente continuaremos a ter muitas mortes em áreas abertas. Desejo que consigamos aumentar a conscientização da proteção em áreas abertas e que os números de mortes possam reduzir significativamente. *Eng José Barbosa é membro da comissão que revisou a NBR 5419.


82

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Por Eng Jose Starosta*

Qualidade da Energia – O “produto” e o “serviço”

As

abordagens

das

normas

energia

conectadas

às

distribuidoras,

estão normalmente vinculadas à análise

diversos

de fenômenos que impactam a operação

cargas

normal de cargas em sua alimentação

que merecem a mesma atenção pelo

por fontes, sejam por distribuidoras

pessoal de manutenção e operação das

de energia, por fonte local (geração

plantas. O objetivo é manter as cargas

distribuída-GD) ou mesmo os impactos

operando e

decorrentes por algum fenômeno interno

de imunidade ou ainda atendendo aos

da planta ou instalação, como uma

limites operacionais das mesmas. A

sobrecarga que prejudique a operação

figura 1 ilustra o comportamento da

de outras cargas na mesma instalação por

imunidade de carga típica de Tecnologia

consequências na tensão de alimentação.

de

Desta

os

onde a zona sombreada representa

forma

indicadores

de

por

fato

onde

alimentadas

as e

respeitando suas curvas

Informação

(TI),

na

curva

ITIC,

o não atendimento às premissas de alimentação destas cargas. Os pontos

acoplamento

localizados na zona sombreada indicam

comum têm

suas

que

barramentos são

nos

devem

plantas

limites

definidos

também

ser atendidos não só nos pontos de as

e

são

mas

companhias

relacionadas à Qualidade da Energia

(PAC)

onde

entradas

de

então possíveis falhas de operação.

Figura 1 – Curva ITIC e os limites de suprimento de energia em carga TI – [CBEEMA]


83

Espaço SBQEE Assim, a norma IEEE 1159 (entre

A seção 8.1 relacionada à qualidade do

operacional de industriais, uma VTCD que

outras) trata desde variações transitórias

produto possui formatação semelhante à

ocorre em frações de segundos pode ter o

que

ciclos

apresentada pela norma IEEE 1159, com

mesmo efeito de uma interrupção de duas

as

ocorrem

em

frações

de

algumas (naturais) modificações de limites,

ou três horas, já que o período necessário

variações de tensão de curta duração-VTCDs

definições e aplicações.

para recolocação da linha de produção

(desde alguns milissegundos até um minuto)

A seção 8,2 relacionada à qualidade

pode ser até maior que estas duas ou três

e as interrupções que ocorrem a partir de

do serviço está vinculado às obrigações e

horas, além das perdas de matéria prima,

um minuto.

Também são tratados outros

sistemas de atendimento das distribuidoras

equipamentos e mão de obra parada.

distúrbios em regime permanente como as

para regularização ou recuperação de

Benefícios

tensões em situações adequadas, precárias

fornecimentos. Neste cenário são definidos

automáticos

e críticas, as subtensões, as sobretensões,

os indicadores DEC/FEC e DIC/FIC que

religamento

interrupções

deformações

medem as frequências de interrupção ou

interrupções são extremamente bem-vindos

de forma de onda de tensão ou corrente

número de ocorrências (FEC e FIC) e a

e podem até ser soluções para as multas

(distorções harmônicas e inter-harmônicas,

duração equivalente de não atendimento

aplicadas às distribuidoras, mas não são

cortes de tensão, ruídos de alta frequência

durante o período de medição (DEC e

definitivamente ferramentas de melhoria da

e presença de componentes de corrente

DIC). Ainda são tratados nesta seção outras

qualidade de energia (produto), mas sim de

continua), flutuações de tensão, desequilíbrio

obrigações, outros indicadores e mesmo os

serviço. Da mesma forma, argumentos que

de tensão e variação de frequência. A

aspectos de penalizações.

a geração distribuída favoreceria a qualidade

(nanossegundos,

microssegundos);

sustentadas,

trazidos de

por

detecção

automático

e

sistemas de

falhas,

redução

de

da energia merecem melhor análise, uma

IEEE1159 ainda trata da especificação de

vez que sistemas de GD conectados às redes

e outras importantes informações que

Desvio de entendimento e interpretação

objetivam garantir a operação confiável de

Apesar de claramente identificado e

impactos negativos (distorção de tensão,

cargas elétricas em todos os ambientes.

instrumentos,

períodos

de

monitoração

da distribuidora podem causar nas mesmas

definido no modulo 8 do PRODIST, o tema

sobretensões e ruídos de alta frequência).

um

qualidade de serviço vem sendo confundido

Fundamental se entender também que a

documento que normalizasse o fornecimento

com a definição clássica e desejável de

Potência de Curto Circuito é premissa básica

de energia das distribuidoras aos seus clientes

qualidade da energia. A qualidade de

para a boa qualidade da energia e não se

ou consumidores, definiu no modulo 8 do

serviço tem uma importante função no

obtém esta característica em sistemas isolados

Procedimento da Distribuição – PRODIST

atendimento

ou ilhados como se tem tratado atualmente.

as premissas a serem atendidas pelas

concessionárias, mas estão normalmente

distribuidoras. O documento apresenta duas

associados aos períodos de regularização

*Eng José Starosta é diretor da Ação Engenharia

grandes seções, relacionados à qualidade do

de interrupções que é um dos fenômenos

e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-

produto (8.1) e do serviço (8.2).

de qualidade de energia. Do ponto de vista

Fiesp e da SBQEE.

A

ANEEL,

buscando

elaborar

aos

consumidores

pelas


84

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Proteção preventiva

Nos dias 08 e 09 de agosto estivemos

1.2 contra a incidência direta dos raios.

graves para seres vivos do que os impactos

em Canoas – RS onde participamos

A proteção se aplica também contra

diretos.

do

oportunidade

a incidência direta dos raios sobre os

apresentamos uma palestra sobre o tema

CINASE`31.

equipamentos e pessoas que se encontrem

sobre esse assunto prevê uma proteção

proteção em áreas abertas, assunto que

no interior dessas edificações e estruturas

cara e pouco eficiente, desconsiderando

começa a entrar em voga em função da

ou no interior da proteção imposta pelo

efeitos

iminente publicação do projeto de norma

SPDA instalado”.

transmitindo falsa sensação de segurança.

baseado na IEC (Comissão Eletrotécnica

Ainda

Internacional) 62793. Esta norma aplica-se

desta Norma não garantem a proteção

Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil

ao uso de informações de sistemas

de pessoas e equipamentos elétricos ou

é

de alerta de tempestade (sistemas ou

eletrônicos situados no interior das zonas

atmosféricas, com uma incidência de 50

equipamentos que fornecem informações

protegidas contra os efeitos indiretos

milhões de raios por ano. A cada 50 mortes

em tempo real) sobre a atividade elétrica

causados pelos raios, tais como: parada

por raio no mundo, uma ocorre no Brasil.

atmosférica, a fim de monitorar medidas

cardíaca,

interferência

Além do impacto humano, há o prejuízo

preventivas.

em equipamentos ou queima dos seus

material: cada raio custa ao País mais de

componentes causadas por transferência

R$25 em equipamentos queimados que

seleto público presente ao evento foi

de

precisam ser substituídos.

surpreendentemente

eletromagnética”.

A

aceitação

Na

do

assunto

imediata,

o

pelo que

no

item

1.3:

“As

centelhamento,

potencial

devidas

prescrições

à

indução

O que temos normalizado hoje no País

secundários

Segundo recordista

o

básicos

Instituto mundial

ou

até

Nacional em

de

descargas

Embora independente ao texto da

corrobora nossa opinião de que a norma

NBR 5419, o novo texto de norma trará

brasileira ABNT NBR 5419, que trata de

Assim,

as

conceitos complementares de proteção,

projeto, instalações e proteção contra

prescrições contidas no texto normativo

inclusive com a adoção de procedimentos

descargas atmosféricas, necessita de um

que se aplicam à proteção das estruturas,

específicos

complemento que auxilie seus ditames no

pode-se

vivos

detecção de raios. Pessoas circulando ou

assunto “proteção de seres vivos em áreas

contra impactos diretos dos raios quando

presentes em locais abertos, processos

abertas”.

expostos

produtivos que geram áreas classificadas

estacionamentos, parque, clubes, campos

e

não inclui proteção das pessoas contra

de futebol, nas ruas etc.).

outros, fazem parte do objeto a ser

descargas atmosféricas quando em áreas

Após o impacto direto, acontecem

verificado e protegido.

abertas, conforme indicado a seguir:

alguns efeitos indiretos causados por

Entendemos que dessa maneira a

uma

são

engenharia nacional caminha em direção à

Item 1.1: “Esta norma fixa as condições

responsáveis pela maioria dos acidentes

segurança, trazendo benefícios tanto para

de projeto, instalação e manutenção de

ocorridos. Geralmente, os efeitos são

o setor, quanto à população, no sentido de

sistemas de proteção conta descargas

proporcionalmente

e,

proteção contra raios e também de redução

atmosféricas

por isso, produzem consequências mais

de custos, com um serviço de segurança

Para quem desconhece, a NBR 5419

(SPDA),

para

proteger

as edificações estruturas definidas em

por

similaridade

tentar em

descarga

proteger áreas

seres

abertas

atmosférica,

mais

com

(pastos,

que

numerosos

atrelados

equipamentos

aos

avisos

ultrassensíveis,

de

entre

mais adequado às necessidades do país.


NR 10

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

85

Segurança nos trabalhos com eletricidade

João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).

A visão de quem pratica - 1 Quando se trata de segurança do

no trabalho em linha viva ou sob potencial

especificação para aquisição (ou certificar

trabalhador para realizar atividades próximas

(vide [2]).

a atual) das vestimentas resistentes a arco elétrico e chama com respectiva tabela de

ou envolvendo sistemas elétricos existem diversos fatores a serem considerados, tais

Considerada como EPI, a vestimenta

exposição de risco as tensões contemplando

como uso de vestimentas, isolamento da área

deverá ser implantada mediante a realização

ainda a distância segura de trabalho, energia

onde a atividade será realizada, garantia de

da análise de risco adequada, respeitando-se

incidente, vestimenta a ser utilizada (EPI),

que as condições relativas aos equipamentos

a intensidade, as peculiaridades de cada

bem como a tabela informativa quanto ao

desenergizados foram atendidas, equipo­

atividade profissional e o conforto.

grau de exposição do trabalhador nos locais

tencialização das partes metálicas etc.

de risco (vide [4]).

Dentre os pontos destacados, o uso das

requerido para as vestimentas contra os

vestimentas resistente a arco elétrico e a

arcos voltaicos deve ser compatível com a

Referências bibliográficas:

chama para atender o Item 10.2.9.2 da NR-10

atividade visando reduzir o grau de exposição

[1] - Ministério do Trabalho e Emprego:

onde consta “As vestimentas de trabalho

às energias irradiadas provocadas pelas

Norma Regulamentadora número 10 (NR-

devem ser adequadas às atividades, devendo

correntes de curto circuito, notadamente

10), Segurança em instalações e serviços

contemplar a condutibilidade, inflamabilidade

os trifásicos cuja intensidade depende das

em eletricidade;

e influências eletromagnéticas” (vide [1]).

características das instalações elétricas.

[2] - Associação Brasileira de Normas

Além

A especificação do grau de proteção

a

Técnicas (ABNT): Trabalhos em linha viva

como sendo um Equipamento de Proteção

ocorrência

existem

- Vestimenta condutiva para uso em tensão

Individual (EPI) destinada à proteção do

outros fatores de riscos, ainda não totalmente

nominal até 800 kVc.a. e ± 600 kVd.c. (IEC

tronco e membros superiores e inferiores

abordados, que os trabalhadores ficam

60895:2002, MOO), NBR16135;

do trabalhador contra os diversos riscos

expostos, iguais ou maiores que o risco de

[3] - Ministério do Trabalho e Emprego:

elétricos e, especialmente, protegê-los dos

queimaduras pela irradiação térmica gerada

Norma Regulamentadora número 6 (NR-6),

seus efeitos:

quando da ocorrência do curto-circuito sob

Equipamento de Proteção Individual (EPI);

arco voltaico.

[4] - National Fire Protection Association:

- condutibilidade: para proteger contra os

Standard

riscos de contato as vestimentas não deverão

Engenharia de Segurança e em Medicina do

Workplace, NFPA 70E.

possuir elementos condutivos, exceto em

Trabalho (SESMT) ou à Comissão Interna

*Eng. Roberto Rennó Cogo é Sócio da GSI

trabalhos sob potencial ou em linha viva (vide

de Prevenção de Acidentes (CIPA) nas

– Engenharia e Consultoria Ltda.

[2]);

empresas desobrigadas de manter o SESMT

- inflamabilidade: para proteger contra os

recomendar ao empregador o EPI adequado

Usando da liberdade que me foi concedida, vou

efeitos térmicos do arco voltaico e seu flash,

ao risco oferecido por determinada atividade,

periodicamente trazer a esta coluna a visão de

podendo provocar a ignição das vestimentas;

atendendo ainda o que estabelece a NR-6

colegas, que coloca em prática a NR-10.

- condutivas: para proteger contra os efeitos

(vide [3]).

Neste mês contamos com a colaboração do

provocados por campos eletromagnéticos

Desta forma, nossa recomendação é

colega Roberto Rennó Cogo*, parceiro de longa

com intensidade que tenha potencial de risco,

desenvolver o Estudo de Avaliação de Arco

data, que tem a eletricidade no DNA, sobre

as vestimentas, em certas circunstâncias,

Elétrico, Energia Incidente e Distâncias

as vestimentas específicas indicadas no item

deverão ser condutivas como, por exemplo,

Afetadas (Arc Flash) que irá apresentar a

10.2.9.2.

A vestimenta de trabalho é entendida

da

energia de

irradiada

durante

curtos-circuitos,

Compete ao Serviço Especializado em

for

Electrical

Safety

in

the


86

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

VAR e var – a medição da potência reativa Parte 2

Na edição anterior ilustramos a evolução

dos conceitos, modelos e definições das

da série. Os protocolos de medição seguem as definições:

potências ativas, reativas, aparentes e de distorção em regime não senoidal. Voltamos

P = Vh1*Ih1*cos(ϕ1)+Σ Vhn*Ihn*cos(n*ϕ1+ϕn) n

à IEEE 1459 com algumas outras definições

= 2 a 50

e proposta de modelo de medição tomada em planta industrial com alto conteúdo

S = Vrms*Irms

harmônico de tensão e corrente. No anexo

Q2+P2 = S2

B da IEEE 1459 encontra-se a definição de

FP = P/S

potência ativa como: Nota: considera-se que os protocolos de P = P1+PH

medição para fins de faturamento seguem

• P1 é a Potência ativa fundamental

os critérios do INMETRO que possuem

• PH é a Potência ativa harmônica PH = Σ Ph (h≠1

formulação específica.

As medições

Uma medição em planta industrial com

alto conteúdo harmônico de corrente e As medições elétricas de correntes e

próximo do limítrofe em tensão efetuada

tensões, de onde se calculam as potências

com um instrumento classe A, conforme

ativas, reativas, aparentes, além do fator de

IEC 61000-3-40, apresentou os resultados

potência, são definidas pelas normas IEC

ilustrados nos gráficos das figuras de 1 a 6,

61000-3-40, IEC 61000-3-7 e outras normas

identificadas com as variáveis medidas:

Figura 1 – Modelo do tetraedro de potências ou de Budeanu.


87

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Figura 2 – Comportamento da distorção total de corrente por fase

Figura 3 – Comportamento da potência trifásica fundamental e total (com harmônicas) Nota: No detalhe (zoom), a potência fundamental menor que a total

Figura 4 – Comportamento da potência harmônica trifásica

Figura 5 – Comportamento da potência reativa fundamental e total Nota: potência reativa fundamental menor que a total

Figura 6 – Comportamento da potência reativa harmônica total

As conclusões dos resultados apontam

é da ordem de 8% da potência reativa total,

para a perda relativa à potência ativa harmônica

caracterizando a impossibilidade de corrigir o

da ordem de 1% da potência ativa total com

fator de potência total à 100% sem mitigação

medição no secundário do transformador.

das harmônicas. O assunto voltará a ser

Por outro lado, a potência reativa harmônica

tratado nas próximas edições.


88

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Motores elétricos “Ex”: requisitos para acionamento por conversores MOTORES ELÉTRICOS “EX” ACIONADOS

acionados por conversores são descritos nas

esforços elétricos nos motores “Ex” devido

POR

acionamento

normas específicas para os tipos de proteção

ao rápido tempo de subida de tensão

de motores “Ex” por meio de conversores

“Ex”, tais como as ABNT NBR IEC 60079-7

nos circuitos dos enrolamentos e cabos,

pode ser considerado atualmente como

(Ex “eb” e Ex “ec”), ABNT NBR IEC 60079-15

podendo representar uma fonte potencial

sendo um critério normal de projeto, em

(Ex “nA”) e ABNT NBR IEC 60079-31 (Ex “t”).

adicional de ignição. O fabricante dos

função dos benefícios obtidos, quando

As características técnicas do conversor

motores “Ex” devem considerar os efeitos

comparados com o “tradicional” sistema de

que tenha sido utilizado no laboratório de

destes esforços de acordo com o tipo de

partida e operação em plena rotação. Dentre

ensaios de motores “Ex” são especificadas

proteção “Ex”, informando as limitações

os benefícios obtidos pelo acionamento

nos respectivos certificados de conformidade

de instalação nas instruções de utilização

de motores “Ex” com conversor pode ser

dos motores “Ex” e devem ser atendidas

ao usuário. A documentação descritiva do

citada a redução do consumo de energia

pelos usuários quando da especificação,

motor “Ex” necessita incluir os parâmetros

(em função da possibilidade de operação

compra e instalação dos conversores a serem

necessários e as condições requeridas para

com uma menor potência), a melhoria da

utilizados em cada aplicação.

a especificação e instalação de motores “Ex”

confiabilidade de equipamentos rotativos

Os chaveamentos de alta frequência

a serem acionados por conversor.

(em função da operação dos motores e das

gerados pelos conversores podem levar a

CONVERSORES:

o

máquinas acionadas com rotações mais baixas, com menores níveis de vibração) e a maior simplicidade de instalações de tubulação (sem a necessidade de instalação de estações de controle por válvulas).

De acordo com os requisitos da Norma

ABNT NBR IEC 60079-0, os motores “Ex” destinados a serem acionados por conversores de frequência devem ser avaliados como um sistema em conjunto com o conversor. Esta avaliação em conjunto tem por objetivo verificar motor nos casos de operação em cargas e rotações variáveis, estabelecendo o desempenho térmico do motor “Ex”, de forma a especificar a faixa de rotação e de torque permitidos para a operação do motor, de forma a manter a sua temperatura de operação abaixo da classe de temperatura para o qual foi certificado. Os requisitos específicos para a fabricação e a certificação dos motores “Ex”

Além disto, as correntes parasitas que


89

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

podem circular pelos mancais nos motores

seu certificado de conformidade.

“Ex” acionados por conversores podem

causar centelhamentos capazes de gerar

aptos a serem acionados por conversores

ignição de gases inflamáveis, bem como

sempre

a deterioração dos mancais (buchas de

a ensaios de tipo, em conjunto com um

deslizamento ou rolamentos) e por isto

conversor,

requerem

Desta forma, apesar dos motores “Ex” serem

avaliados

nos

e

laboratórios

submetidos de

ensaio

por

de equipamentos “Ex”, o usuário possui

parte do fabricante do motor. Dentre as

a liberdade de especificar e adquirir o

possíveis soluções para equacionar este tipo

conversor em separado do motor “Ex”, desde

de problema estão a utilização de mancais

que sejam atendidos os requisitos técnicos

isolados ou a instalação de reatores na saída

especificados para o conversor, que são

do conversor para evitar a circulação destas

indicados nos respectivos certificados de

correntes parasitas.

conformidade dos motores “Ex” a serem

acionados por conversor.

considerações

especiais

A certificação de motores “Ex” acionados

por conversores inclui a sua avaliação, em

laboratório de ensaio, em conjunto com

por conversor devem possuir sensores

Todos os motores “Ex” a serem acionados

um conversor, por meio de ensaios de tipo.

de temperatura do tipo RTD (Resistance

Deve ser ressaltado, no entanto, que os

Temperature

motores “Ex” acionados por conversores não

seus

necessitam, na maioria dos casos, serem

responsabilidade dos usuários ligar estes

obrigatoriamente

Detector)

enrolamentos

do

embutidos

em

estator.

de

É

certificados

sensores de temperatura a um dispositivo

ou adquiridos em conjunto com o mesmo

que assegure a devida proteção térmica,

conversor específico que tenha sido em

de forma que o motor não ultrapasse a sua

laboratório, podendo o motor “Ex” e o

temperatura limite.

respectivo conversor serem adquiridos pelos

usuários de forma separada, a partir de

ajustado de acordo com os parâmetros

diferentes fornecedores, adequado em cada

fornecidos pelo fabricante ou no certificado

aplicação em particular de procedimento de

de conformidade do motor “Ex” e deve estar

suprimento, desde que seja possível o ajuste,

de acordo com a Norma ABNT NBR IEC

no conversor de frequência a ser instalado,

60079-14. Todos os motores “Ex” acionados

dos parâmetros do motor “Ex” informados no

por conversor devem possuir sensores

ensaiados,

Este dispositivo de proteção deve ser


90

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

de temperatura do tipo RTD embutidos nos enrolamentos do estator, de forma a possibilitar uma monitoração direta da temperatura dos enrolamentos, independente da monitoração da corrente de operação. Isto se deve ao fato de que motores “Ex” acionados por conversor podem operar, dependendo da necessidade do processo, em baixas rotações e com carga mecânica ou torque elevado.

Nestes casos de operação, apesar da

corrente de carga estar dentro da faixa de corrente nominal, a temperatura do motor pode estar muito elevada, em função da baixa rotação e da baixa ventilação proporcionada pelos

ventiladores

solidários

ao

eixo.

Nestas aplicações, a monitoração direta de temperatura tem por objetivo desligar o motor em caso de risco da temperatura dos enrolamentos ultrapassar a temperatura de ignição dos gases inflamáveis ou das poeiras combustíveis que possam estar presentes no

parado por atuação em circuitos de proteção

pelo motor, sem que a temperatura de

local da instalação. Nestes casos, a tensão

e controle do conversor, é recomendado que

seus enrolamentos excedam a classe de

para o motor pode continuar existindo (tal

o dispositivo de controle atenda aos requisitos

temperatura para a qual o motor “Ex” foi

como uma alimentação em corrente contínua),

de SIL 1, para motores “Ex” instalados em

certificado. Por exemplo, em casos de baixas

mas o motor “Ex” não opera.

locais que requeiram equipamentos “Ex” que

rotações, o torque requerido do motor pela

Um diagrama de blocos dos circuitos de

proporcionem EPL Gc ou Dc. Para locais

máquina acionada deve ser reduzido, de

força e controle de um motor “Ex” acionado

que requeiram motores “Ex” com EPL Gb ou

forma que a baixa ventilação provida para o

por conversor de frequência é apresentado

Db, a função de desligamento do dispositivo

motor neste caso, devido à baixa rotação do

na figura a seguir.

de controle deve atender pelo menos os

seu eixo, não acarrete uma elevação da sua

requisitos de SIL 2.

temperatura acima do valor de sua classe de

ser incorporado no próprio Conversor de

temperatura.

Frequência. A função do dispositivo de

termos de confiabilidade (PFD - Probability

proteção térmica pode ser realizada por

of dangerous Failures of a safety function

instalação, pode ser requerida também a

software do conversor de frequência. Este

on Demand) uma malha SIL 1 apresenta um

instalação de reatores na saída do conversor,

dispositivo deve atender os requisitos de

probabilidade média de falhar menor que 10

bem como a limitação do comprimento dos

SIL 1 (Safety Integrity Level), de acordo

% (10-1) quando for solicitada a operar em

cabos do circuito de alimentação de força

com a Série IEC 61508 (Functional Safety

uma condição de risco. De forma similar, uma

entre o conversor e o motor “Ex”. Isto se

of

O dispositivo de proteção térmica pode

Por definição da Série IEC 61508, em

Além destes requisitos de projeto e de

malha SIL 2 apresenta uma probabilidade

deve ao fato de que tanto os reatores de

Electronic Safety-related Systems).

média de falhar menor que 1 % (10-2) quando

saída, como o comprimento dos cabos de

Electrical/Electronic/Programmable

for solicitada a operar em um condição de

alimentação, afetam a tensão de entrada no

por conversor pode ser feito por meio da

risco.

motor “Ex”, podendo causar um aquecimento

atuação em um dispositivo de manobra,

adicional, com a ocorrência de temperatura

tal como um disjuntor ou um contator, ou

motores “Ex” acionados por conversor, a fim

acima da classe de temperatura.

também meio de atuação em um circuito de

de que não seja excedida a sua classe de

controle (tal como nas funções de proteção

temperatura, é de atender à curva de “torque

nesta série de artigos sobre motores elétricos

do próprio conversor), causando a parada

versus rotação” especificada pelo fabricante

para atmosferas explosivas, serão abordados

do chaveamento dos pulsos de modulação

do motor “Ex”. Esta curva apresenta os

requisitos de serviços de manutenção e

para o motor “Ex”. No caso do motor “Ex” ser

limites de torque que podem ser fornecidos

inspeção de motores elétricos “Ex”.

O desligamento do motor “Ex” acionado

Um dos requisitos para a aplicação de

Na próxima edição, dando continuidade



92

Ponto de vista

O Setor Elétrico / Agosto de 2018

O tempo, esse eu gostaria de gerir melhor! Pense no que define o valor de algo.

respectivos prazos, e este é o melhor caminho

recursos que não proporcionem benefícios

Certamente veio em sua mente o quão raro

para facilitar o seu dia a dia no mundo dos

verificáveis nos seus processos.

seria isso, e tem razão. Tudo que tem alto

negócios.

Por fim, caso possua uma empresa ou

valor agregado vem acompanhado de certa

O primeiro passo seria definir, em linhas

equipe, avalie o responsável pela execução de

exclusividade e raridade. Pois bem, partindo

gerais, quais são as ações que devem ser

cada uma das atividades. Avalie a capacidade

desse raciocínio, pense no valor do tempo,

realizadas. Por exemplo, o que precisa ser

de quem pretende delegar. Por exemplo,

quanto valeria uma hora, por exemplo, para

feito, em quanto tempo, custos envolvidos,

avalie se o responsável está capacitado, se

quem precisa dar um abraço naquela pessoa

quem será responsável e como deverá ser

já executou essa atividade antes. Considere

querida, num hospital, pessoa que infelizmente

feito. Linhas gerais, mantendo a coerência

a possibilidade de algum imprevisto ocorrer,

já não possui tanto tempo disponível assim.

com o que realmente pode ser feito, claro.

avalie se tal pessoa está apta para resolver e

No

Neste momento, definir ações incoerentes

dar a sequência.

cotidiano

profissional,

o

tempo

Portanto, gerir o tempo é uma questão

certamente se consolidou como um dos

apenas tomará tempo e recursos.

principais ativos, ele é valioso, por meio dele

Segundo

grandes

de planejamento e controle, dedicar parte do

se define quem toma a decisão correta na

objetivos em atividades menores, as quais

tempo para estabelecer um coerente plano

hora certa, o chamado “passo à frente”, mas

individualmente servirão como etapas no

de ações nos moldes apresentados agregará

também define quem fica para trás por não ter

caminho até os grandes objetivos planejados.

exclusividade e raridade em seus produtos e

priorizado o que era de fato relevante ou por

Assim, você distribui melhor suas energias

serviços, entenda que o tempo é precioso e

ter tomado a decisão correta em momento

e expectativas, além de proporcionar maior

por isso merece ser valorizado como tal.

inapropriado.

flexibilidade para corrigir ou aprimorar cada

uma das etapas que serão gradativamente

Mesmo em meio a erros, algo que faz parte

passo,

divida

do cotidiano de profissionais e empresas dos

realizadas.

mais variados portes e segmentos, restará

oportunidades em novas decisões que

uma vez que prazos demasiadamente curtos

surgirão e poderão ser até mais importantes

produzirão sensação de que o plano de

futuramente. No entanto, o fato é que o tempo

ações é algo fictício, além do sentimento de

perdido trata-se de algo que não se recupera.

incapacidade. Prazos muito longos tornam

Quando isso ocorre, cabe apenas olhar para

seu plano de ações procrastinador, o que não

frente, focado em gerir melhor, definindo o que

se traduz em benefícios. Defina prazos reais,

de fato é relevante, qualificando e valorizando

conforme a características de cada uma das

riscos e oportunidades relacionados a cada

atividades estabelecidas.

uma das ações.

A definição dos prazos é algo essencial,

Os recursos para execução de cada uma

Para isso, existe uma ferramenta chamada

das atividades que fizer constar no plano

plano de ações, algo que deve ocupar papel

de ações deve ter uma relação de custo e

Dante Farias é administrador de empresas,

de destaque para qualquer profissional e

benefício coerente. Por este motivo, avaliar

consultor e conselheiro empresarial, tendo

empresa. Essa ferramenta funciona como

quais serão os custos sob o ponto de vista de

atuado fortemente por mais de 15 anos no

roteiro para chegar ao destino desejado.

quem espera que resultados proporcionem

segmento industrial brasileiro e também nas

Uma das maiores dificuldades, sem sombras

retorno em qualidade, segurança, receita,

áreas de consultoria no Brasil e alguns países

de dúvidas, é gerenciar o que fazer e os

lucro, valorização da marca. Jamais dedique

da América do Sul.



94

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