Ano 13 - Edição 151 Agosto de 2018
Produtos e Sistemas de Iluminação Como está o mercado destes segmentos e o seu futuro
AULA PRÁTICA: Cálculo da perda de vida útil de capacitores em função da distorção harmônica existente nas redes de distribuição de energia elétrica RENOVÁVEIS: ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas Cobertura Brazil WindPower 2018 CINASE RS: reconhecido pelos patrocinadores como o melhor evento em termos de qualidade, conhecimento técnico e de público
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Rio Grande do Sul e Minas Gerais Ransconsult Consultoria Claudio Rancoleta – rancoleta@atitudeeditorial.com.br claudio@urkraft.com.br Tel: (11) 3872- 4404 | 99621-9305 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira
Suplemento Renováveis 51 Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas. Cobertura especial Brazil WindPower.
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Painel de notícias Cai para 1,6% previsão de crescimento da carga de energia em 2018; Preço alto da energia elétrica estimula consumidores optarem pelo mercado livre; Schneider Electric moderniza instalações elétricas do aeroporto de Genebra; Siemens fornecerá novo sistema digital para subestações da CPFL Energia; Metaltex comemora 60 anos. Seção Produtos. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.
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Cobertura especial CINASE - Circuito Nacional do Setor Elétrico Rio Grande do Sul, Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas e Exposição
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Fascículos
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Aula prática - Capacitores Cálculo da perda de vida útil de capacitores em função da distorção harmônica existente nas redes de distribuição de energia elétrica.
68
Pesquisa – Engenharia, consultoria, manutenção e instalação Lâmpadas leds superam expectativa na comercialização, aponta pesquisa. Confira todos os números de mercado deste segmento e seus produtos.
80
Espaço 5419 Proteger pessoas em áreas abertas é sinônimo de retirá-las destes locais.
82
Espaço SBQEE Qualidade da Energia – O “produto” e o “serviço”
Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Dante Farias, Elbia Gannoum, Flávio Resende Garcia, Geraldo R. de Almeida, José Barbosa, José Roberto Cardoso, Jose Starosta, Luciano Rosito, Luis Eduardo Caires, Luís Felipe Normandia Lourenço, Maurício Barbosa de Camargo Salles, Mateus Duarte Teixeira, Nunziante Graziano, Patrick Roberto Almeida, Renato Machado Monaro, Ricardo Barros, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Zhu difeng | Shutterstock Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
84 85 86 88 92
Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios João José Barrico de Souza – NR10 José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Ponto de vista O tempo, esse eu gostaria de gerir melhor!
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Agosto de 2018 Capa ed 151_FINAL.pdf
1
9/3/18
6:25 PM
www.osetoreletrico.com.br
Ano 13 - Edição 151 Agosto de 2018
Produtos e Sistemas de Iluminação Como está o mercado destes segmentos e o seu futuro
AULA PRÁTICA: Cálculo da perda de vida útil de capacitores em função da distorção harmônica existente nas redes de distribuição de energia elétrica O Setor Elétrico - Ano 13 - Edição 151 – Agosto de 2018
RENOVÁVEIS: ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas Cobertura Brazil WindPower 2018 CINASE RS: reconhecido pelos patrocinadores como o melhor evento em termos de qualidade, conhecimento técnico e de público
Edição 151
Navegar é preciso... E às vezes mudar também é preciso
Desde que o mundo é mundo e que nos
agora navego nos mares da engenharia elétrica. Com
entendemos como seres humanos temos observado
certeza, tenho muita lição de casa para fazer e conto
que estamos em constante mudança, seja do lado
com todos vocês - técnicos, tecnólogos e engenheiros
pessoal ou do profissional. Às vezes nem notamos
deste segmento - para que possamos manter o alto
que já vivemos quase 20 anos do século XXI e nem
nível técnico da O Setor Elétrico. Agradeço aos
percebemos que, por um fenômeno da natureza, a Terra
diretores da Atitude Editorial que me confiaram essa
está mais acelerada, com isso aquela sensação de que
missão e à Flávia que me possibilitou navegar neste
piscamos e o dia já anoiteceu. De uma certa forma, essa
Oceano da engenharia elétrica, porque segundo o
aceleração nos ajuda a não ficarmos parados, a navegar
poeta português Fernando Pessoa: navegar é preciso.
em outros mares ou retomar a mares dantes navegados.
E eu acrescento: às vezes mudar também é preciso.
Deixando as metáforas de lado e explicando ao
Em tempo: esta edição traz duas reportagens
nosso público, esta é a primeira edição que redijo
especiais: uma sobre o CINASE – Circuito Nacional
para a revista O Setor Elétrico, apesar de a conhecer
do Setor Elétrico, que aconteceu no Rio Grande do
há muito tempo, desde que comecei a trabalhar
Sul, e outra sobre BrazilWindPower, além é claro de
como assessora de imprensa nos idos dos anos 2000.
uma Aula Prática sobre Qualidade da Energia, os
Assumo o posto que foi da competentíssima jornalista
Espaços 5419 e SBQEE, os Fascículos Técnicos, um
Flávia Lima nos últimos 12 anos, pois ela decidiu
deles este mês dedicado à Iluminação Pública (nossa
navegar em outros mares e eu, 20 anos depois de ter
capa), um fascículo especial na parte de Renováveis e
deixado o posto de uma importante revista técnica
duas pesquisas: Projetistas e Produtos do segmento.
do setor de celulose e papel, volto a editar uma
Navegue conosco e boa leitura a todos!
publicação técnica.
Como pessoa e como jornalista curiosa que sou,
sempre gostei de entender processos técnicos e
Abraços,
Cristiane Pinheiro
Redes sociais
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www.facebook.com/osetoreletrico
@osetoreletrico
Revista O Setor Elétrico
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Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
A necessária profissionalização da equipe do Governo que virá
A estagnação da Economia e a falta de investimentos nos remete a um triste compasso de
espera pelas eleições. Somos expectadores das informações de reajuste de remuneração de pessoal dos três poderes que superam os dois dígitos anuais e a simples explicação é que os valores já estariam previstos no orçamento; portanto os funcionários públicos e autoridades estão protegidos e com suas remunerações garantidas, enquanto os resultados de suas gestões são de forma geral pífios. As consultorias continuam a nos abastecer com informações sombrias sobre as perdas que se acumulam nos setores de energia, transporte e outros. Os candidatos ao novo Governo são questionados não sobre a composição de suas equipes e projetos de forma especifica, quando não, apenas sugerem quem seria o chefe da equipe econômica. Por outro lado, as carências do País dependem de projetos de infraestrutura e outros transformadores como os que se seguem: • término de obras de infraestrutura de transportes ferroviários e transporte público decente nas principais cidades, muitas delas com datas de entrega para a copa de 2014; • retrofit em iluminação pública, com financiamentos diretos associados. • implantação de transporte ferroviário adequado entre as principais capitais do Brasil, evitando filas e perdas de tempo em aeroportos de custos desproporcionais; • modelo do setor elétrico que contemple iniciativas adequadas de eficiência energética (esta sim, a fonte mais barata) com projetos autossustentáveis, incluindo “retrofit” de instalações e reforma de sistemas ineficientes, integração das redes de distribuição com as fontes renováveis, incluindo aspectos de remuneração adequada das distribuidoras. Reforma do PROPEE com fim de projetos de baixa renda, energia elétrica é um bem precioso e não pode ser simplesmente “doado”. Ainda o grupo de parlamentares que estuda a venda da Eletrobrás planta novas surpresas e benesses à baixa renda em atitude eleitoreira de total irresponsabilidade. Não bastasse o esvaziamento de reservatórios, os penduricalhos das contas de energia elevam os custos e somente uma gestão integrada e competente poderá tirar os consumidores desta enrascada; • adequação do sistema de transmissão e interligação das eólicas e outras fontes sustentáveis; • infraestrutura portuária e aeroportuária com custos e prazos de operação equivalentes aos internacionais; • política de construção civil com vistas à construção de moradias para população de baixa renda das cidades e financiamentos coerentes.
Esta lista poderá ser incrementada com outros projetos necessários e autofinanciáveis,
contudo as equipes escolhidas para os ministérios devem ser empreendedoras, experientes e comprometidas com o sucesso dos projetos e só com os projetos, por favor! Escolher nossos futuros governantes sem informações e intenções das equipes técnicas (se forem técnicas) parece mais um chute no escuro. Melhor ficarmos atentos, muito atentos!
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Cai para 1,6% previsão de crescimento da carga de energia em 2018 Análise de instituições do mercado indicam que houve "reversão brusca das expectativas a partir de maio deste ano, com redução significativa das projeções"
Relatórios
da
Câmara
de
com as perdas na rede, foram reavaliadas
Elétrica
com base em uma estimativa de crescimento
Pesquisa
da economia de 1,6% neste ano, contra
Energética (EPE) e do Operador Nacional
2,6% anteriormente. Uma queda de 62,5%
do Sistema Elétrico (ONS), apontam que
na expectativa de crescimento.
a carga de energia do sistema elétrico
interligado do Brasil deverá fechar 2018
2018 a 2022 deverá somar 3,8%, frente a
com avanço de 1,6%. O resultado é uma
3,9% na previsão anterior.
reversão da projeção anterior que indicava
No acumulado de 2017 e 2022, a
um alta de 3%.
expansão deverá representar 3,4 %, ante
Comercialização (CCEE),
da
de
Energia
Empresa
de
O aumento médio da carga no período
houve
3,7 % antes da revisão. O corte nas novas
“reversão brusca das expectativas a partir
previsões representa uma redução de 914
de maio deste ano, com redução significativa
megawatts médios em carga neste ano
das projeções” para o desempenho da
frente à projeção anterior. Em 2019, o corte
economia medido pela variação do Produto
foi de 1.079 megawatts médios. No último
Interno Bruto (PIB).
ano da previsão, 2022, a carga estimada
agora é 1.277 megawatts médios abaixo do
Na
análise
das
instituições
As novas projeções para a carga, que
representa a soma do consumo de energia
visto anteriormente.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Preço alto da energia elétrica estimula consumidores optarem pelo mercado livre Segundo pesquisa encomendada pela Abraceel para o Ibope, seis em cada dez brasileiros gostariam de poder escolher a empresa fornecedora de energia
O alto preço da energia é o principal
empresas atendidas em alta tensão.
motivo para 69% dos consumidores brasileiros
desejarem a portabilidade da conta de luz,
produtivo dar um salto em sua competitividade.
assim como ocorre no setor de telefonia. Em
A pesquisa do Ibope mostra claramente que os
relação a 2017, esse percentual aumentou em
cidadãos querem ter os mesmos direitos das
cinco pontos. A pesquisa foi encomendada
grandes empresas”, afirma Reginaldo Medeiros,
pela Abraceel – Associação Brasileira dos
presidente da Abraceel.
Comercializadores de Energia ao Ibope. Para
83% dos brasileiros entrevistados, a tarifa de
do debate o futuro de energia no Brasil,e, em
energia é cara ou muito cara.
particular, a defesa da livre escolha para os
Se tivessem a opção de escolher o
consumidores. “Quando o consumidor tem o
fornecedor de energia elétrica, 61% migrariam
poder de escolha, acaba a possibilidade de
imediatamente
Foto Divulgação:
“Com a atual crise, seria o momento do setor
Para Medeiros, é preciso colocar no centro
outras
intervenções abruptas do governo no mercado de
empresas. A pesquisa indica que quatro em
energia, afetando o direito dos consumidores”, diz.
cada dez entrevistados acreditam que, caso
houvesse livre escolha de fornecedor, o preço
que a democracia energética também é um
da energia diminuiria muito ou um pouco.
estimulo muito forte ao investimento pulverizado
Outro destaque é que moradores das capitais
de geração distribuída, colocando o Brasil
brasileiras e das regiões Norte e Centro Oeste
na nova rota da tecnologia da energia que o
têm o percentual mais elevado de disponibilidade
mundo já experimenta.
cada vez mais desejada pelos consumidores
para trocar de empresa fornecedora.
“O futuro da energia livre é a base da retomada
brasileiros. Para 12% dos entrevistados, o
A realidade é que a abertura para os
do setor de energia elétrica no Brasil. Esse
principal motivo para a troca de fornecedor de
consumidores
prevista
princípio é a agenda discutida pelo setor e está
energia é o anseio por utilizar fontes renováveis
somente daqui a dez anos, segundo o projeto de
sendo discutida no congresso e vai ao encontro
de energia, como eólica e solar.
lei de reforma do setor elétrico PL 1917/15. Até
do desejo da população”, conclui.
suas
contas
residenciais
para
está
O presidente da Associação destaca ainda
Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel
A pesquisa também destaca que nove
em cada dez entrevistados gostariam de gerar
mesmo 182 mil pequenas e médias empresas e estabelecimentos comerciais inseridas no
Metodologia Ibope
energia renovável em suas residências. Esse
Grupo A, de alta tensão, teriam acesso ao
porcentual saltou de 77% em 2014, para 89%
modelo livre em 2026. A escolha pelo mercado
Abraceel desde 2014 demostra a percepção
em 2018.
livre de energia hoje só é permitido para
do brasileiro em relação ao preço de energia
Os consumidores estariam dispostos a
grandes indústrias e comércios, com consumo
e também sua opinião sobre a escolha da
investir em painéis solares ou geradores eólicos,
acima de 500 kW. Este universo atinge apenas
prestadora de serviço. É uma pesquisa nacional,
entre outras fontes renováveis, ainda que
15 mil negócios no País, que juntos obtiveram
representativa da população brasileira com 16
apenas 1% tenha respondido que efetivamente
uma redução média de 23% nas contas de luz
anos ou mais, de ambos os sexos, de todas as
utiliza algo do tipo em suas residências.
nos últimos 15 anos.
regiões do Brasil e de todos os níveis sociais. A
pesquisa foi realizada com 2.002 pessoas em
brasileiro tem vontade de escolher o fornecedor
abril de 2018.
e também produzir sua própria energia, como
Estudo
da
Abraceel
aponta
que
distribuidoras não sentiriam nenhum impacto
A pesquisa do Ibope encomendada pela
“O resultado da pesquisa mostra que o
painéis solares fotovoltaicos. Esse é o futuro da
se o benefício fosse adiantado para 2021, possibilitando ainda uma economia de R$ 10,5
O futuro da energia limpa
energia elétrica. Ver o consumidor participando
bilhões nas contas de luz, com a migração
ativamente nas decisões de produção e
antes do prazo previsto das pequenas e médias
resultados para a chamada energia limpa,
A pesquisa da Abraceel também indicou
consumo da energia”, destaca Medeiros.
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Tomadas e interruptores
Fotos: divulgação
www.legrand.com.br A Legrand, especialista mundial em sistemas elétricos e digitais, lançou sua mais
nova linha, PIAL | Plus+, para revolucionar o segmento de tomadas e interruptores, oferecendo soluções modernas, design inovador, tecnologia, praticidade e velocidade nas instalações para o dia a dia dos consumidores.
O lançamento da PIAL | Plus+ é o mais importante da empresa nos últimos anos,
reforçando a liderança da Legrand no segmento de interruptores e tomadas, já que a cada cinco interruptores vendidos no Brasil, mais de um é da fabricação da empresa. Fotos: divulgação
Ou seja, todos os esforços estão concentrados em manter essa posição de liderança buscando presença em todos os canais de vendas.
Soluções modernas, design inovador, tecnologia, praticidade e velocidade nas instalações para o dia a dia dos consumidores
Multímetro digital www.instrutherm.com.br
No final de agosto, a Instrutherm apresentou na Feira de Infraestrutura Elétrica, diversas opções de equipamentos de medição fundamentais para o setor elétrico. Um deles é o multímetro digital modelo MD-360, que apresenta tensão, corrente, resistência, capacitância, diodo e transistor (HFE). Além de contar com display LCD de 3 ½ dígitos, display inclinável até 90 graus, função data hold para congelamento das leituras, polaridade automática com indicação de negativo e proteção de sobrecarga.
Outro destaque lançado pela empresa no mercado recentemente é o volt-amperímetro tipo alicate True RMS, Cat IV, modelo VA-905. O equipamento atende às normas IEC 61010-1 e IEC 61010-2-203, tem dupla isolação, função NCV que detecta tensão sem contato e garra indutiva com lanterna. Entre suas diversas características está o a capacidade de realização de teste de continuidade audível e teste de diodo.
Varistores www.cromabrasil.com.br
A Brightking apresenta ao setor elétrico uma gama completa de Varistores (MOV - Metal Oxide
Varistor) para aplicações em proteção em redes de energia, de telecomunicações, circuitos de baixa frequência, fontes AC/DC, equipamentos eletrônicos de uso doméstico e industrial, eletroportáteis e de componentes semicondutores. Com faixa de tensão entre 18 V à 1800 V e surto de corrente até 70 kA, a empresa também produz modelos quadrados ou customizados conforme especificação pelo cliente. A croma é um distribuidor Autorizado da Brightking.
Varistores: para aplicações em proteção em redes de energia
s
to
Fo
ão
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Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Schneider Electric moderniza instalações elétricas do aeroporto de Genebra diárias.
transformação digital em gestão da energia
Para cumprir com os objetivos de
elétrica e automação, trabalhou no projeto de
segurança
modernização das instalações elétricas do
Schneider Electric forneceu uma solução
aeroporto de Genebra, na Suíça. A companhia
de
atualizou toda a distribuição elétrica, sem
transformador às células de distribuição e
afetar as operações ou os passageiros,
software de supervisão. Adicionalmente,
graças à solução EcostruxureTM Power,
foram instalados quadros de baixa tensão
que fornece eletricidade de forma confiável
Smart Panel em toda a infraestrutura, o que
e eficiente à instalação. A integração do
permitiu ao pessoal do aeroporto centralizar
software EcoStruxureTM Power e a escolha
toda a informação sobre a energia e gerar
de produtos conectados, como o SM6,
informações energéticas precisas.
existentes, assim como a supervisão e o
o EasergyT200 e o RM6, permitiram à
A modernização das instalações de
controle remoto dos centros de transformação,
Schneider Electric melhorar a tecnologia e
distribuição elétrica do aeroporto melhorou
a integração do software de outros fabricantes
a experiência dos passageiros do aeroporto
a confiabilidade, com soluções inovadoras,
no centro de controle e a otimização de espaço
de Genebra, sem afetar as operações
uma modernização rentável dos produtos
com quadros elétricos interiores.
média
e
eficiência
tensão
do
projeto,
completa,
desde
Divulgação Schneider Electric
A Schneider Electric, líder global na
a o
Aeroporto de Genebra, na Suíça
Siemens fornecerá novo sistema digital para subestações da CPFL Energia Malagoli.
Jacobsen
de geração e transmissão de energia,
a
assinou um contrato com a CPFL Energia
para este projeto utiliza a tecnologia
confiabilidade da rede contra falhas, além
para o fornecimento de dois sistemas
Process
dados
de reduzir o risco de acidentes elétricos
digitais para subestações da distribuidora,
analógicos dos equipamentos de pátio da
na sala de controle. "Neste projeto, a
sendo um deles da tecnologia Process
subestação e os transmite através de redes
tecnologia
Bus. Com o valor de aproximadamente R$
Ethernet em fibra ótica para os dispositivos
implementada pela Siemens otimiza os
1,5 milhão, a solução, que será entregue
de proteção na casa de controle.
custos com operação e manutenção por
ao final de 2018, é a primeira deste tipo
De acordo com Sergio Jacobsen,
todo o ciclo de vida da subestação. Uma
desenvolvida pela gigante alemã no Brasil.
gerente da unidade de Digital Grid da
maior segurança é garantida às equipes em
O projeto será implementado na CPFL
Siemens, essa tecnologia oferecida se
intervenções e atividades de manutenção."
Paulista, responsável por distribuir energia
destaca pelo pioneirismo e segurança
As
para 4,4 milhões de clientes.
que
dos
Siemens também se destacam pela sua
com
equipamentos. "A medição da tensão e
interoperabilidade, que é a capacidade
na
corrente é necessária e fundamental para
de operação com sistemas operacionais
A Siemens, líder em soluções eficientes
O os
projeto
investimentos
está da
alinhado companhia
O modelo desenvolvido pela Siemens Bus,
oferece
que
aos
digitaliza
operadores
digitalização
também das
subestações
ressalta
subestações
digitais
que traz
da
despacho
a proteção, controle e automação de um
diferentes. No caso da solução ofertada
de equipes e telemedição. "A CPFL
sistema elétrico. Com a nossa solução,
para a CPFL Energia, ela é padronizada
Energia, como pioneira em inovação no
a medição passa a ser feita com fibra
pela norma internacional IEC 61850-9-2
setor elétrico brasileiro, em focado seus
ótica, o que reduz em pelo menos 30% os
e possui conectividade com a plataforma
investimentos em tecnologia na direção
custos com materiais e serviços utilizados,
MindSphere (sistema operacional Siemens,
da digitalização da rede elétrica", explica
principalmente na parte de cabeamento e
aberto para Internet das Coisas – IoT), que
o diretor de Engenharia do Grupo, Caius
engenharia do projeto elétrico".
atesta a automatização de subestações.
digitalização
da
operação,
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Foto: divulgação
Metaltex comemora 60 anos A
Metaltex,
líder
nacional
na
fabricação de relés, comemorou seus 60 anos neste mês de agosto com um evento realizado em São Paulo para mais de 200 convidados.
Nele, o fundador
da companhia, Geraldo Lewinski, hoje com 90 anos, compartilhou um pouco da história da empresa e sua emoção por dividir aquele momento com todos os presentes. Os convidados também presenciaram
a
exibição
do
vídeo
institucional da empresa e depoimentos de alguns dos principais parceiros. "O
evento
é
importante
para
marcarmos esta data tão especial para a empresa e também para encontrarmos Geraldo Lewinski, fundador da Metlatex prestigia o evento dos 60 anos da empresa
todos os parceiros que fazem parte desta história. Infelizmente, no dia a dia não é possível visitarmos todos, mas aqui é uma ótima oportunidade de reencontrarmos grandes amigos", disse Enio Lewinski, diretor comercial da Metaltex.
A companhia foi fundada em 1958,
como fabricante pioneira de relés no Brasil. Desde o início de suas atividades, dedicou-se ao desenvolvimento contínuo de novos produtos neste segmento, bem como à produção de relés especiais. O crescimento e a sua evolução seguiram
a
partir
do
aumento
das
soluções em componentes e com o desenvolvimento da divisão de automação industrial, com linhas completas para os diversos segmentos do mercado. Além dos produtos e soluções, a Metaltex fornece assistência técnica e comercial, bem como engenharia de aplicações.
No Brasil, a companhia conta com
14 filiais e ainda com uma ampla rede de distribuição nos principais países da América Latina e também está presente na Ásia, Europa e América do Norte, com distribuidores autorizados em 13 países diferentes.
Evento
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Por Adriana Dorante Edição Cristiane Pinheiro Fotos: Rogério Martins
Engenheiros, técnicos e tecnólogos tiveram a
oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as mais recentes tecnologias do setor elétrico durante a 31ª edição do CINASE - Circuito Nacional do Setor Elétrico, realizado nos dias 8 e 9 de agosto de 2018, em Canoas. O evento reuniu cerca de 800 profissionais do segmento de instalações elétricas do Rio Grande do Sul, que tiveram acesso a inovações e tecnologias, fizeram networking e iniciaram alguns negócios. A qualidade técnica das apresentações no Congresso foi um dos auge do evento, na opinião dos participantes com os quais a revista O Setor Elétrico conversou. Boa parte enalteceu o conteúdo mostrado pelos palestrantes e a oportunidade de ter tido acesso a tecnologias, dirigidas a um público seleto e de altíssimo nível de conhecimento. Além disso, o CINASE Rio Grande do Sul contou com o apoio de empresas da região Sul, como a Exatron, ABT Elétrica, Filippon Engenharia, universidades como ULBRA e UNISINOS, importantes associações de classe, como
CREA-RS,
SINTEC RS,
AECEEE e o GETEQ - Grupo de Estudos em Tecnologia e Qualidade do Rio Grande do Sul e as concessionárias locais, como a RGE, RGE Sul, pertencentes à CPFL Energia .
“O evento veio não só para valorizar o setor
de engenharia elétrica do Estado, mas também seus principais protagonistas, como profissionais liberais,
empresas
de
projetos,
execução,
universitários e pesquisadores, por meio do Prêmio O Setor Elétrico (OSE) de qualidade das instalações elétricas”, comentou Daniel Filippon, da Filippon Engenharia, uma das empresas que apoiaram tecnicamente o evento.
Durante os últimos meses, muitas informações
e contatos foram realizados pelas organizadores
Qualidade técnica é destaque no CINASE Rio Grande do Sul
e comissão técnica, que ajudaram a trazer uma gama de projetos para o evento. “Foi um privilégio participar da análise de todo esse material tão rico. Percebemos que o nosso Estado está bem representado, com trabalhos de muita qualidade e com inovação tecnológica. O objetivo principal era trazer conhecimento e este foi cumprido”, complemento Filippon. A cerimônia de abertura foi feita pelo idealizador e diretor da Editora Atitude, da revista O Setor Elétrico e do CINASE, Adolfo Vaiser,
19
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
que comentou o porquê da existência de um road show para o setor elétrico. “Cada região tem suas características e temos de mostrá-las ao seu público. Recentemente, realizamos um CINASE em Fortaleza e agora chegou a vez de mostrar o que acontece no Sul. Há muito tempo, o Rio Grande do Sul não tinha uma reunião de especialistas como conseguimos reunir nesses dois dias de evento.”
“A receita do bolo do CINASE é a grande
ação de divulgação do evento. Além do contato com toda a cadeia do setor, por conta do prêmio ser ainda uma novidade, também precisamos fazer um trabalho ativo de divulgação para que todos os projetos importantes para o crescimento do setor possam concorrer à premiação”, ressaltou Adolfo. Compartilha da mesma opinião Simone Vaiser, diretora responsável por toda a organização da infraestrutura do evento. “O ponto chave e o mais prazeroso é o plano de divulgação anterior ao evento. É o momento em que colocamos todo o nosso esforço para o seu sucesso. Por meio do nosso material de divulgação digital e impresso, fazemos um grande trabalho de visita aos patrocinadores e apoiadores, contatando diversas indústrias, engenheiros, técnicos e todas as entidades do setor elétrico”, afirmou Simone.
Em seguida, foi a vez de Regis Sell Haubert,
diretor regional da Abinee Sul (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e da Exatron, dar as boas-vindas e fazer um panorama desta indústria, tão importante para a economia brasileira. “Estamos vivendo a era da Internet das coisas e da Indústria 4.0, e este evento veio nos mostrar essa evolução, por meio da palestras e da idealização do Prêmio OSE”, afirmou. A Exatron foi convidada a participar do CINASE como uma indústria local e também foi patrocinadora master, possibilitando uma visibilidade maior. “O retorno do evento foi algo surpreendente, totalmente acima
das
nossas
expectativas.
Ficamos
orgulhosos de participarmos desse modelo de evento e encontramos no CINASE uma forma diferente de mostrar a Exatron. Aproveitamos o CINASE para divulgar que a companhia está de mudança para um parque tecnológico novo, em Canoas, acreditando no mercado brasileiro e na Evento reuniu cerca de 800 profissionais do segmento de instalações elétricas do Rio Grande do Sul, que tiveram acesso a inovações e tecnologias, fizeram networking e iniciaram alguns negócios
profissionalização do setor”, disse. "Além da localização privilegiada e da
Evento
20
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
organização impecável, o CINASE Rio Grande do Sul nos surpreendeu também pela quantidade e capacitação do público presente no evento. Tivemos a oportunidade de apresentar pela primeira vez na região um produto exclusivo, o BusFrame, um barramento tubular perfilado, e a reação do público foi altamente positiva, tendo demonstrado reconhecimento das vantagens técnicas e da importância trazida pela inovação”, afirmou Fabricio Gonçalves, da Kitframe.
Homenagens Um dos pontos auge da cerimônia de abertura do Prêmio OSE foram as homenagens prestadas a duas sumidades do Rio Grande do Sul, que se dedicaram anos à engenharia elétrica da região gaúcha. A primeira, a Ernani Maglia, com mais de 58 anos de profissão, membro fundador do GETEQ e da Maglia Engenharia e, a segunda, in memorian, a Guilherme Dias, referência na engenharia elétrica e de segurança do trabalho brasileira nos últimos 40 anos.
“Gostaria de agradecer aos meus ex-alunos,
familiares, parceiros e ao Adolfo, que me impressionou bastante ao me dar a oportunidade de conhecer esse trabalho maravilhoso na área de instalações. Nós engenheiros técnicos temos uma formação
Público também prestigiou a Exposição
cartesiana, que às vezes dá a impressão de sermos pessoas duras, mas não é verdade. Acredito que o
estratégia e inovação do Grupo CPFL Energia,
Luminotécnicas, com o tema Certificação em
relacionamento humano talvez seja o único luxo que o
que falaram sobre processo de unificação e
produtos de iluminação – Lâmpadas LED &
ser humano pode se dar”, comentou Maglia.
inovação no setor de energia; e Afonso Carlos
Luminárias públicas;
Aguilar, da ABEEólica, que mostrou um panorama
- Paulo Barreto, engenheiro eletricista, com
da energia eólica no País e na região gaúcha.
experiência nas áreas de ensino, projeto,
A sessão solene também anunciou os
vencedores do Prêmio O Setor Elétrico (OSE), com os melhores projetos do Rio Grande do Sul em seis categorias (veja mais
execução, manutenção, inspeção e perícia
Palestras técnicas
detalhes em Premiação).
Normalização Baixa Tensão: NBR 5410 – A
Participações especiais
em instalações elétricas, sobre Panorama
A programação do CINASE Rio Grande
revisão e o panorama da NBR 5410;
do Sul contou ainda com palestras de oito
- Nunziante Graziano, mestre em energia e
especialistas que fazem parte do road show
doutor em Business Administration. É diretor da
Além de toda a programação técnica, que
que percorre o Brasil. Foram eles:
Gimi Pogliano Blindosbarra e da Gimi Quadros
contou com diversos especialistas do setor
- Cláudio Mardegan, especialista em proteção,
Elétricos, falando sobre Conceitos modernos de
e das empresas patrocinadoras, ocorreram
membro sênior do IEEE e CEO da Engepower
especificação de painéis de média tensão e a
workshops e palestras com convidados especiais
Engenharia, que falou sobre Operação,
revisão da NBR- IEC- 62271-200;
da região Sul, como o GETEQ, que tratou sobre
Manutenção & Ensaios em Subestações;
-José Starosta, mestre em Engenharia
as tendências da engenharia elétrica no Rio
- Cláudio Rancoleta, diretor da Urkraft e
Elétrica, membro do IEEE, diretor da SBQEE
Grande do Sul; a Filippon Engenharia, com Daniel
membro da comissão do Cobei/ABNT que
e da Ação Engenharia, apresentando sobre
Filippon, que destacou as mais novas tecnologias
revisa normas sobre transformadores de
Qualidade de Energia - Compensação
e soluções BIM nas instalações elétricas prediais;
potência, abordando sobre Transformadores;
Reativa & Eficiência Energética na Indústria;
José Carlos Saciloto Tadiello, presidente da
- Juliana Iwashita, coordenadora da comissão
- Jobson Modena, coordenador da comissão
RGE e RGE Sul, e Rafael Lazzaretti, diretor de
do Cobei/ABNT e diretora da Exper Soluções
do Cobei/ABNT que revisa a norma de
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Os 8 especialistas que percorrem o Brasil com o CINASE apresentando os mais recentes estudos, ideias e inovações da área
proteção contra descargas atmosféricas e
Segurança do Trabalho, as NR´s;
diretor da Guismo Engenharia, destacando a NBR 5419:2015 e Proteção em áreas abertas – novidades e tendências na PDA –
Os próximos CINASEs - Circuito Nacional do Setor Elétrico serão realizados nos
Proteção de descargas atmosféricas;
dias 3 e 4 de outubro, no Novotel Center
- João Barrico, membro do GTT-10 do
Norte, em São Paulo, e nos dias 7 e 8
MTE, diretor da Engeletric e professor de engenharia de segurança, abordando sobre
de novembro, no Centro de Eventos SulAmérica, no Rio de Janeiro.
Evento
22
Premiação
Confira os vencedores do Prêmio O Setor Elétrico do CINASE Rio Grande do Sul
Os ganhadores do Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas do Rio Grande do Sul
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
O Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade
das Instalações Elétricas teve sua segunda edição no Rio Grande do Sul, onde seis empresas da região foram premiadas. Muito trabalho foi realizado junto às companhias de engenharia para que pudessem enviar os trabalhos técnicos para avaliação. “Tivemos o auxílio da RGE e de universidades como a UNISINOS e ULBRA”, comentou Adolfo Vaiser, idealizador e diretor da Editora Atitude, da revista O Setor Elétrico e do CINASE.
Antes de apresentar os ganhadores do
Prêmio O Setor Elétrico (OSE), os presentes assistiram à palestra de João Jornada, membro titular da Academia Brasileira de
Cerimônia de abertura do Prêmio foi finalizada com um show do humorista Gury de Uruguaiana
Ciências e também da TWAS (The World Academy of Sciences), que fez um discurso sobre a “Inovação no setor”.
“Não gosto de holofote, mas realmente
o evento é muito importante. Fui aluno do professor Ernani Maglia, que me deu uma boa oportunidade de formar processos cognitivos iniciais me acompanhando por toda a vida. E com isso, vou falar de inovação e tecnologia. É mito pensar que processo de inovação e de descoberta em geral é um lampejo de genialidade. Não é assim. É interessante dizer
Regis Sell Haubert, diretor da Exatron, patrocinadora Master do CINASE RS
Daniel Filippon, da Filippon Engenharia
que, muitas vezes, processos de inovação surgem simultaneamente. Isso ocorre porque a
Os vencedores
essência do processo de inovação descoberto
portuária de fazer o upgrade dessas máquinas para gerar uma grande economia de custos. Me
é essencialmente a mesma da conexão de
ideias. Não é à toa que o surgimento do rápido
Inovação Tecnológica e Projeto do Ano, com
Jairo Kobe, diretor do Grupo Kobe.
desenvolvimento tecnológico se dá justamente
o projeto de Upgrade de Sustentabilidade e
com a conexão. É o conjunto de pessoas
Eficiência Energética na Área de Movimentação
categoria Instalações Elétricas Industriais e
dominando diferentes aspectos que por meio
de Cargas. O projeto da empresa RTG’s diesel
Comerciais, com o projeto que se diferenciou
de conexão conseguimos combinar partes.
é uma solução de eficiência energética, em
em relação aos demais por fazer um reparo
Isso é o que fazemos em instalação e temos
que se converte uma máquina alimentada por
geral no antigo Hospital Espírita de Porto Alegre
que entender esse processo em detalhes”,
um grupo gerador a diesel com um consumo
(HEPA) que estava funcionando com 65% de
destacou. E reforça que esse paradigma de
médio de 15 litros/hora de óleo diesel, para
sua capacidade de espaço físico. “Ficamos
instalação elétrica pode ser usado para atacar
uma máquina híbrida ou elétrica que conectada
felizes e surpresos, mas quando foi mencionado
uma situação de diferentes naturezas, não
à rede elétrica na tensão de 15kV, consumindo
os critérios de análise da premiação já sabíamos
formalmente analíticas.
aproximadamente 22,79kW/h.
que iríamos concorrer, porque usamos todas as
técnicas, inclusive de economia de energia. Foi
No total concorreram mais de 20 projetos
O Grupo Kobe venceu em duas categorias:
“Fiquei surpreso quanto ao prêmio, pois
sinto premiando a engenharia nacional”, afirmou A empresa Optare ganhou o prêmio na
em cada categoria dividida em: Instalações
o trabalho na área portuária é bastante difícil,
muito gratificante”, disse.
Elétricas Industriais e Comerciais, Energia
já que são máquinas e tecnologias de outros
Renovável, Pesquisa & Desenvolvimento,
países. Não temos players para fabricação
foi para Studioeffi, com o projeto desenvolvido
Projeto Luminotécnico, Inovação Tecnológica
dessas máquinas com custos em torno de
para a redução da mensalidade condominial
e Projeto do Ano.
U$ 6 milhões. Então, é uma tendência da área
dos lojistas e a sustentabilidade. Na categoria
Já na categoria Energia Renovável o prêmio
24
Evento
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Pesquisa & Desenvolvimento, a premiada foi a PPGCA – Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), com o projeto de auxílio na análise de segurança de sistemas elétricos de potência, utilizando um algoritmo desenvolvido com base na meta-heurística de Otimização por Colônia de Formigas.
A RGE venceu o prêmio na categoria
Projeto Luminotécnico, para o sistema de iluminação do Shopping Iguatemi Caxias do Sul/RS da rede BRMALLS, oferecendo um conceito moderno e inovador, com a substituição das luminárias, lâmpadas e reatores eletrônicos
e
eletromagnéticos
de
baixo
rendimento por equipamento de tecnologia LED, proporcionando a disseminação do conceito de eficiência energética e adequação
Ernani Maglia, um dos homenageados, com mais de 58 anos de profissão, membro fundador do GETEQ e da Maglia Engenharia
na distribuição da iluminância nos ambientes.
A divulgação do prêmio teve início em
janeiro de 2018. Os critérios de avaliação foram atribuídos por notas de um time formado por oito jurados: Claudio Rancoleta, diretor da Urkraft e membro da comissão do Cobei/ ABNT; Daniel Filippon, da Filippon Engenharia; João José Barrico, membro do GTT-10 do TEM e diretor da Engeletric; Jobson Modena, coordenador da comissão do Cobei/ABNT; José Starosta, mestre em Engenharia Elétrica, membro do IEEE, diretor da SBQEE e da Ação Engenharia; Nunziante Graziano, mestre em energia e doutor em Business Administration; Renato Ely Castro, Coordenador do Curso de Engenharia Elétrica da Ulbra, e Sérgio Cardoso, professor do Departamento de Engenharia
Filha de Guilherme Dias, in memoriam, recebe prêmio em homenagem ao pai, uma referência na engenharia elétrica e de segurança do trabalho brasileira nos últimos 40 anos
Elétrica da UFRS.
O resultado final foi obtido através de média
ponderada devido a especificidade e aplicação de cada trabalho e a cada um dos especialistas avaliou um total de 12 itens: topologia da instalação elétrica ou sistema (distribuição e uso de energia em baixa tensão); fontes principais, complementares e de emergência; definição de linhas elétricas e circuitos de distribuição; subestações,
painéis,
transformadores,
geradores e outros; proteção elétrica; proteção contra descargas atmosféricas; atendimentos as normas 5410, 14039, 5419, NR10 Aspectos e vantagens de operação e manutenção Automação e informação Qualidade de energia e eficiência energética Sistemas de iluminação Característica de originalidade e referência.
João Jornada, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e também da TWAS (The World Academy of Sciences)
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Exposição / Patrocinadores
Tecnologias, inovação e momento networking
Expositores e patrocinadores do CINASE
Rio Grande do Sul consideraram a feira de negócios desta edição como a melhor de todas no sentido de qualidade, conhecimento técnico e de público. Com cerca de 800 pessoas durante os dois dias de evento, o movimento não perdeu vapor e o resultado foi de muito networking e negócios fechados. Abimael Nogueira, do grupo A. Cabine, considerou a exposição notável para o setor elétrico na região Sul, com grande perspectiva tecnológica. “É um presente da tecnologia para o pessoal da área, proporcionando conhecimento
técnico
de
interesse
do
instalador, do técnico, do eletricista e de todas as pessoas preocupadas com a qualidade e modernização das instalações elétricas em geral”, afirmou.
Em sua primeira participação no CINASE,
Edson Bonfim, gerente de vendas da Mersen do Brasil, ficou curioso para conhecer o evento. “Já vinha ouvindo falar que o CINASE é um evento diferente do convencional. A Mersen já participou muito de feiras com custos altos e, às vezes, com pouco retorno e queremos algo novo como esse”, disse.
Também estreando no evento, Manoel
Rodrigues,
engenheiro
da
Aplicaciones
Tecnológicas, considerou uma oportunidade de networking e de apresentar seu produto específico para o Brasil, que é a aplicação contra raios. “Como o Brasil adotou norma internacional de proteção preventiva contra ação de raios devido ao nível muito grande de incidência no País, apostamos na divulgação do
equipamento
através
do
CINASE”,
comentou.
Vencedor de dois prêmios no CINASE,
23 empresas expositoras tiveram a oportunidade de mostrar seus produtos, tecnologias e os mais recentes lançamentos
Evento
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O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Jairo Kobe, da empresa Kobe, o evento foi uma surpresa muito agradável. “Era o que faltava no Rio Grande do Sul, além de trazer a parte tecnológica, onde dificilmente se encontra qualidade dessa magnitude, a ideia de integração com o prêmio é algo especial. Gostaria de parabenizar a iniciativa da revista O Setor Elétrico. Não é à toa que tem grande sucesso”, destacou.
Já Eduardo Amaral Pinheiro, da Optare,
destacou a importância do evento para aproximar o conhecimento das empresas de outras regiões do País. “O Sul é distante do que acontece no Sudeste, onde o País se desenvolve mais rápido e um evento como este contribui com o desenvolvimento das empresas de engenharia e técnicos da nossa região”, afirmou. Um dos patrocinadores do CINASE, Robinson Moraes, da ABT Materiais Elétricos, a participação no evento foi muito satisfatória. “Foi muito bom participar e fortalecer a parceria
com
inúmeros
instaladores
e
divulgadores do evento.
Ainda para Fabiano da Rittal Brasil, é
importante a participação da empresa em eventos regionalizados. “Apostamos muito no Sul do País e o CINASE é um dos melhores que já participei”, contou.
Veterano na participação do evento, André
Costa Gonçalves da IFG também considerou esta edição como uma das melhores. “Muito técnica, muita procura e muito retorno”, disse. O nível de conhecimento técnico continuou surpreendendo os participantes. Para Eliane Candido, da área comercial da Clamper, a exposição trouxe bons contatos e boa divulgação dos produtos da empresa. “O resultado foi muito positivo, mais que surpreendeu”, destacou. Pela
segunda
vez
participando
da
exposição, Clayton Sousa, da empresa Cordeiro, disse que o feedback de seus convidados foi positivo. “Está ficando cada vez melhor, com a presença de marcas sérias e consolidadas, preocupadas com a ampliação do conhecimento técnico. As palestras endossaram essa excelência do evento. Para nós como fabricante e fornecedor foi um prazer participar”, afirmou.
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
28
Nunziante Graziano e Luis Eduardo Caires Capítulo VIII - Ensaios de corrente suportável de curta duração e de elevação de temperatura - Ensaios de curta duração - Ensaios de elevação de temperatura
Iluminação pública – ABNT N BR 5101
34
Luciano Haas Rosito Capítulo VIII - Iluminação para pedestres - Definição - Classes de iluminação para cada tipo de via - Iluminação para faixa de travessia de pedestres - Iluminação de áreas com predominância de pedestres.
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
38
Por Geraldo R. de Almeida Capítulo I - Revisitando o conceito de EDS para cabos - Projeto clássico - Metalurgia física e mecânica - Conclusões
Fascículos
Apoio
Apoio
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
28
Por Luis Eduardo Caires* e Nunziante Graziano
Capítulo VIII Ensaios de corrente suportável de curta duração e de elevação de temperatura
Prezado leitor, este fascículo pretende
de
Normas Brasileiras para construção de
valores nominais dos componentes que
os requisitos de projeto e construção
conjuntos de manobra e controle em alta
fazem parte do conjunto de manobra
obrigatórios
tensão, acima de 1kV até 52kV inclusive.
e
quinto
capítulo
para
os
abordamos conjuntos,
notadamente Estanqueidade ao gás e ao vácuo, Sistemas de pressão controlada
apresentamos ao leitor os objetivos
e
e
para gás, Sistemas de pressão autônomo
deste
nível de preenchimento nominal dos
para gás, Sistemas de pressão selados,
apresentação do panorama atual da
compartimentos
Sistemas de pressão controlados para
NBR-IEC-62271-200 vigente no Brasil,
fluído.
de
que
subdivisões, interesse,
definições.
suas
Neste
contemplou
principais
pontos
interpretações segundo
a
seus
invólucro
No
metálico,
trabalho,
em
nominal,
incluindo seus dispositivos de operação
No capítulo inicial deste fascículo
controle
curto-circuito
mecânico e distâncias de escoamento.
duração
suas
Fascículo
crista da corrente suportável nominal,
apresentar em detalhes o conjunto de
equipamentos
auxiliares
preenchidos
com
líquido, Sistemas autônomos de pressão a
No terceiro capítulo, mostramos as
e
principais características de operação
líquidos, Flamabilidade e compatibilidade eletromagnética.
capítulo,
normal, partes removíveis, aterramento
continuaremos a análise da NBR-IEC
do conjunto e do invólucro, fechamentos,
requisitos
62271-200, suas regras gerais, definições,
conceitos
obrigatórios
para
características nominais obrigatórias dos
conjuntos, janelas de inspeção e plaquetas
notadamente
emissões
conjuntos, além dos requisitos de projeto
de identificação.
aspectos de corrosão, Arco interno devido
e construção. No segundo capítulo, abordamos
de
compartimentação
dos
No sexto capítulo, expusemos os de
projeto
e os
construção conjuntos,
de
raios
X,
No quarto capítulo, apresentamos
à falha interna, requisitos dos invólucros,
os requisitos de projeto e construção
compartimentos de alta tensão, partes
as principais características nominais
obrigatórios
removíveis e provisões para ensaios
de um conjunto de manobra e controle
notadamente
em invólucro metálico de alta tensão,
intertravamento, indicadores de posição,
No sétimo capítulo iniciamos a
desde tensão nominal e número de
grau de proteção dos invólucros, proteção
abordagem dos ensaios de tipo, elencando
fases, nível de isolamento nominal,
de pessoas contra acesso a partes perigosas
as principais razões pelas quais são
frequência nominal, corrente nominal
e
contra
realizados cada um dos ensaios, resultados
de regime contínuo, corrente suportável
penetração de objetos sólidos estranhos,
esperados e suas características mais
nominal de curta duração para circuitos
proteção contra penetração de água,
importantes, com a participação do físico
principais e de aterramento, valor de
proteção do equipamento contra impacto
Cleber Rogério Fiori abordando ensaios
proteção
para
os
conjuntos,
dispositivos
do
equipamento
de
dielétricos em cabos.
Apoio
de tensão para conjuntos de manobra e
térmico e dinâmico.
controle em alta tensão.
magnético e um condutor percorrido
Define-se o efeito térmico, a partir
por uma corrente elétrica imerso em um
Neste capítulo, assume o comando
do efeito Joule, pelo aquecimento do
campo magnético fica submetido a ação
o Engenheiro Eletricista Luis Eduardo
condutor quando da passagem da corrente
de uma força eletromagnética.
Caires, supervisor do Serviço Técnico de
elétrica. Esse é diretamente proporcional
Altas
à
Potências
(SVALPOT-IEE/USP),
característica
física
do
Como os condutores nas instalações
condutor,
elétricas geralmente estão próximos entre
onde se especializou em ensaios de curto-
expressa por sua resistência elétrica e ao
si, há uma interação entre os campos
circuito e interrupção de altas correntes
quadrado do valor da corrente, conforme
magnéticos produzidos e as correntes
em equipamentos elétricos de potência e
a expressão clássica P=R.I².
que as produziram entre as linhas e os
atividades do laboratório para ensaios de
Como o valor da corrente de curto-
elevação de temperatura em equipamentos
circuito é muito elevado, a potência
De modo similar ao efeito térmico,
e o laboratório de vestimentas (LeVe- IEE-
resultante em aquecimento pode ser
a expressão da força eletromagnética
USP). Com a caneta então, Luisão!
extremamente elevada. Por exemplo, nos
em sua forma mais simplificada implica
respectivos retornos.
Iniciamos nossa análise pelo Ensaio
terminais de saída de um transformador
em uma constante de proporcionalidade
de corrente suportável de curta duração,
podemos considerar um valor razoável de
relacionada à montagem (parâmetros
conhecido popularmente como ensaio
vinte cinco vezes a corrente nominal, de
materiais do sistema) e a corrente também
de curto-circuito. Qual o objetivo do
modo que se pode estimar uma potência
concorre com o quadrado de seu valor.
ensaio, em outras palavras, por que
625 vezes maior de dissipação no evento
Neste caso, a expressão simplificada é
se realiza estes ensaios? Para verificar
de um curto-circuito, com consequências
F=(K.I²)/d, sendo que o valor da distância
a capacidade dos equipamentos para
nefastas para a instalação.
entre os condutores d é inversamente
suportar os esforços resultantes das correntes
de
curto-circuito.
O efeito dinâmico resulta da interação
proporcional, ou seja, quanto maior a
Esses
eletromagnética entre os condutores, pois
distância entre eles, menor o esforço a
esforços podem ser divididos em dois,
um condutor percorrido por uma corrente
ser suportado. A figura a seguir ilustra o
para classificação pelos seus efeitos,
elétrica produz em torno de si um campo
conceito.
29
Apoio
Fascículo
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
30
• It, que é a corrente de ensaio e corresponde ao valor da corrente simétrica. Esse é o valor eficaz da corrente aplicada durante o intervalo de tempo tt. Neste caso estamos avaliando o comportamento térmico relacionado ao curto-circuito e, por isso, o tempo e a duração são indissociáveis. Os valores nominais correspondentes são o (DÚVIDA) • Ik (rated short-time current): valor da corrente suportável nominal de curta duração • tk (tated short circuit current): tempo de suportabilidade da corrente suportável A
classificação
destes
esforços
No caso da norma IEC62271-200, por
geralmente está associada à duração
exemplo, isso é verificado pelo item 6.6 (Short-
dentro do evento pelo efeito sobre as partes
time withstand current and peak withstand
submetidas a eles.
current tests) que podemos entender como
Por exemplo, o efeito térmico pode ser considerado cumulativo, pois quanto maior
ensaio de corrente suportável de curta duração e do valor de crista da corrente suportável.
a duração do evento maior o aquecimento
O valor associado à corrente suportável
produzido, lembrando que no caso do
de curta duração (Short-time withstand
curto-circuito se considera um processo
current) corresponde à corrente simétrica,
adiabático (não há tempo para se considerar
onde procuramos observar o efeito térmico da
o calor dissipado).
corrente sobre os componentes da montagem.
Assim para cada ciclo (ou submúltiplo
O efeito dinâmico geralmente está
deste) acrescentado a duração do evento,
associado ao valor da corrente de crista por
maior o aquecimento que poderá causar
ser o maior valor alcançado no processo. No
a fusão de alguns materiais ou mesmo a
entanto, durante todos os ciclos haverá um
perda nas suas propriedades mecânicas.
esforço mecânico, cujo maior valor é o pico
Do outro lado, importa o efeito
inicial, mas não se pode desprezar a ação
instantâneo da força, cujo impacto pode
mecânica que ocorre no processo como um
causar a ruptura dos isoladores. Assim, o
todo. Neste caso avaliamos o valor de crista da
efeito dinâmico (mecânico) geralmente
corrente suportável (peak withstand current).
está associado ao maior valor instantâneo
Estas observações permitem entender os
da corrente, já que esta contribui com o
elementos básicos na avaliação da corrente
quadrado de seu valor no processo.
do ensaio de curto circuito. Dentro da
Na base destas ponderações geralmente
norma IEC62271-200, os parâmetros que
se avalia o ensaio de curto-circuito através
caracterizam o ensaio associados a esses
de suas componentes associadas ao efeito
elementos são:
preponderante: térmico ou dinâmico. Essas componentes são arbitradas e distintas na forma de onda de corrente típica dos ensaios, onde há um período inicial transitório onde ocorre o maior pico de corrente, que chamamos corrente de crista, e os subsequentes ciclos, onde a onda se comporta uniformemente em regime permanente que associamos ao valor da corrente simétrica de curto. A
figura
componentes.
a
seguir
ilustra
esses
nominal de curta duração. Na impossibilidade de se aplicar o valor nominal da corrente de curta duração Ik, a norma admite que o valor da corrente aplicada associada à sua duração correspondente seja
maior
que
os
valores
nominais
correspondentes associados. Essa associação é feita pelo indicador It²tt ≥ Ik²tk que vem do cálculo da energia pelo efeito Joule E=R.I².Δt. Supondo que R seja constante, em ambos os casos, podemos dizer que a energia térmica aplicada durante o ensaio tem de ser maior ou igual ao valor especificado como nominal. Resultados obtidos nos ensaios (o que se garante com um resultado positivo). No ensaio de curto-circuito se verifica, a princípio: • se os condutores estão adequadamente dimensionados tanto do ponto de vista térmico (fusão de algum elemento) quanto do ponto de vista mecânico (deformações); • se os contatos e conexões conduzem adequadamente a corrente de ensaios sem ficarem chamuscados, o que revelaria problema com a sua pressão e sem se soltarem, o que revelaria problema com seus suportes e
Apoio
31
Apoio
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
32
presilhas; • se os elementos isolantes suportam
A perda dada pela expressão é diretamente
Isso se traduz em uma maior complexidade
adequadamente os condutores sem se
proporcional à resistência elétrica R e ao
nas tratativas para execução dos ensaios nos
danificarem ao serem submetidos ao esforço
quadrado do valor da corrente. Em última
laboratórios e um contato mais estreito entre
dinâmico do curto.
instância, é do balanceamento desses dois
fornecedor/projetista e seu cliente final/
valores é que se define o ponto de operação
aplicador.
O item 6.6.3 da norma IEC 60694 (que
Neste aspecto, o laboratório procura
do equipamento.
complementa a norma IEC62271-200 neste
A definição desse ponto de equilíbrio é
elaborar o ensaio levando em conta a
caso) prescreve o comportamento esperado,
um fundamento importante para o projeto
aplicação, o que é recomendado pela maioria
indicando em linhas gerais que os elementos
dos equipamentos, pois o valor de R baixo
das normas e por isso existe a necessidade de
de controle e chaveamento devem ser capazes
se traduz em custos mais elevados nos
se conhecer mais detalhes do projeto e dos
de conduzir a corrente suportável de curta-
materiais e definiram o custo do produto.
componentes do equipamento.
duração e seu valor de crista correspondente
Por outro lado, se esse valor for muito
Essa integração da aplicação ao processo
sem que ocorra danos mecânicos em qualquer
elevado se traduzirá em perdas que podem
de avaliação do ensaio e sua aplicação
parte ou separação de contatos.
ser economicamente inaceitáveis, além de
nos projetos pode causar um aumento na
Assim, se garante que o corpo de prova
estresse nos componentes da isolação e nos
complexidade da execução dos testes, pois em
(no caso o cubículo de média tensão) suporta
condutores, o que reduz a durabilidade dos
equipamentos como quadros de distribuição
os esforços resultantes do curto-circuito,
equipamentos.
pode haver uma infinidade de combinações
respeitadas suas características nominais.
Ensaio de elevação de temperatura Qual o objetivo do ensaio, em outras palavras, por que se realiza estes ensaios?
Do ponto de vista do ensaio, essa função
viáveis para operação de seus componentes
simples se traduz em uma execução e análise
e mais de um fator de diversidade a ser
muito mais complexa, pois os equipamentos
considerado.
são formados por muitas partes que interagem
A norma NBR IEC 61439:2016 traz
termodinamicamente entre si e cujo cálculo,
bons exemplos de aplicação do fator de
portanto, não é tarefa simples.
diversidade e suas implicações térmicas para
O documento IEC TR 60890 contém
os equipamentos.
Ao conduzir a corrente, os equipa
um método de verificação da elevação de
Essa norma trabalha em cima dos
mentos elétricos dissipam energia na forma
temperatura para quadros de baixa tensão
conceitos de potência dissipada P=R.I² e
de calor, fenômeno esse conhecido como
por cálculo. Embora o método seja restrito
energia dissipada E=P.Δt ou E=R.I².Δt. Isso
efeito Joule. Esse calor aumenta a temperatura
para a aplicação em baixa tensão, e somente
se observa no caso do exemplo de cálculo do
dos condutores e suas adjacências, e pode
para alguns casos, se recomenda uma leitura
efeito térmico médio encontrado na figura E.6
levar a danos nos componentes isolantes
ao menos para ter uma boa compreensão das
da norma.
de sustentação, aos condutores e risco
variáveis envolvidas nesse tipo de ensaio.
de
queimaduras
aos
operadores
dos
equipamentos.
Fascículo
elaborados e trabalhosos em suas montagens.
substância).
Neste caso, percebe-se claramente que
Mesmo havendo métodos e programas
a avaliação é feita a partir da corrente I e
para a verificação da elevação de temperatura,
dos tempos t, pois o elemento implícito R
Existem várias normas que definem
ainda há a necessidade dos ensaios para validar
foi eliminado na simplificação do processo
limites para a elevação da temperatura,
os modelos matemáticos. Como atualmente a
de cálculo (se encontra dos dois lados da
mas todas elas devem obedecer às leis da
exigência sobre a avaliação dos equipamentos
equação).
termodinâmica em suas prescrições. A
elétricos aumentou, pois, a facilidade dos
Descrever todas as configurações e
compreensão geral dos princípios que regem
computadores e programas assim o permite,
implicações dos ensaios de temperatura seria
a transmissão de calor é, portanto, útil ao
o processo se tornou mais complexo por um
uma tarefa impossível para somente em um
entendimento dos testes.
lado e mais bem controlado por outro.
artigo, considerando que o ensaio procura
Conforme indicado anteriormente, o
Atualmente é possível realizar boas
simular a condição de funcionamento normal
efeito Joule é predominante nos equipamentos
estimativas
matemáticos
do equipamento e que atualmente se busca
testados e para efeito de compreensão
computacionais, que permitem ampliar o
configurações mais próximas da aplicação
podemos utilizar a fórmula simples da
alcance dos testes em laboratório para uma
real.
potência P=R.I².
avaliação mais abrangente no espectro de
O valor que caracteriza o aparato físico
com
modelos
aplicações dos produtos.
Por conta disso, avaliações por cálculo e o conhecimento do comportamento dos
envolvido no ensaio é a resistência R que
Por isso, as normas atuais levam em conta
componentes dos equipamentos na fase
varia em função do material empregado nos
muito mais variáveis do que as suas versões
de projeto e homologação se tornou mais
condutores (tanto em dimensões como em
anteriores e os ensaios tendem a ser mais
relevante para assegurar que o processo de
Apoio
testes ocorra com menos percalços. Resultados obtidos nos ensaios (o que se garante com um resultado positivo): O resultado obtido nos ensaios garante
de como o equipamento se integrará a outros sistemas dentro do projeto, compatibilizando as perdas e evitando aquecimentos indevidos das partes.
que o produto opera dentro dos limites de
No próximo capítulo continuaremos a
segurança e desempenho estabelecidos no
abordagem dos ensaios de tipo, elencando as
projeto e pelas normas.
principais razões pelas quais são realizados
Nesse
aspecto,
é
de
fundamental
importância a definição correta da aplicação e
cada um dos ensaios, resultados esperados e suas características mais importantes. Até lá!
* Luis Eduardo Caires, engenheiro eletricista, formado pela Universidade São Judas Tadeu (1998) e mestrado em ciências pela Universidade de São Paulo (2012). Atualmente é supervisor do Serviço Técnico de Altas Potências (SVALPOT-IEE/USP) onde se especializou em ensaios de curtocircuito e interrupção de altas correntes em equipamentos elétricos de potência. Também supervisiona as atividades do laboratório para ensaios de elevação de temperatura em equipamentos e o laboratório de vestimentas (LeVe- IEE-USP) onde desenvolve atividades de estudo relacionadas a essas atividades. **Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/ USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro do ABNT/CB-003/CE 003 017 003 "Conjuntos de manobra e controle de alta tensão", Conselheiro Regional do CREA-SP da Câmara Especializada em Engenharia Elétrica e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
33
Apoio
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
34
Por Luciano Haas Rosito*
Capítulo VIII Iluminação para pedestres
Neste artigo serão abordados os referente à iluminação para pedestres. Pela primeira vez depois de sua criação, a NBR 5101 - durante a revisão finalizada em 2012 - estabeleceu os critérios para iluminação
de
pedestres.
Durante
décadas, as versões anteriores desta norma nunca haviam estabelecido os critérios para iluminação de calçadas, calçadões,
áreas
de
ocupação
com
predominância de pedestres e faixa de pedestres para travessia de vias, deixando uma enorme lacuna e a priorização da segurança para o elo mais fraco da relação entre pedestres e veículos no período noturno. Projetistas tinham de buscar
Fascículo
Tabela 1 – Tráfego de pedestres
critérios estabelecidos na NBR 5101
referências internacionais e melhores práticas utilizadas em outros países para qualificar seu projeto luminotécnicos, e os responsáveis pela iluminação das cidades, como prefeituras e seus respectivos departamentos/setores
de
iluminação
pública, ficavam sem referência para determinar uma melhor iluminação para as calçadas, visto que não constava em norma. Nas NBR 5101:2012, já no item 4.2, a norma estabelece a forma de classificar o volume de tráfego de pedestres em vias públicas, de acordo com a tabela ao lado:
a
Classificação
Pedestres cruzando vias com tráfego motorizado
Sem (S)
Como nas vias arteriais
Leve (L)
Como nas vias residenciais médias
Médio (M)
Como nas vias comerciais secundárias
lntenso (I)
Como nas vias comerciais principais
O projetista deve levar em conta, para fins de elaboração do projeto, a Tabela 2 como orientativa
A classificação atualmente serve para
equivalentes a NBR 5101. Deve ser
a orientação do projetista, não sendo
previsto algum tipo de circulação de
tão clara quanto a uma metodologia de
pedestres em todas as áreas que forma
medição, verificação e classificação, e
projetadas para esta finalidade e de
sim usando certos exemplos de pedestres
alguma forma devem ser iluminadas
cruzando vias com tráfego motorizado
garantindo os requisitos mínimos para
que nem sempre ocorrem desta forma. A
circulação com segurança.
diversidade de vias e calçadas, bem como
A tabela 6 da NBR 5101, então, define
as diversas situações que ocorrem nas
as classes de iluminação de pedestres de
cidades atualmente, deveria ser avaliada
acordo com a descrição mais detalhada de
como atualmente são classificadas as
cada via, com exemplos de utilização para
calçadas em publicações internacionais
cada classe de iluminação, de P1 até P4.
TABELA 2 - Classes de iluminação para cada tipo de via
Descrição da via
Classe de Iluminação
Vias de uso noturno intenso por pedestres
P1
(por exemplo, calçadões, passeios de zonas comerciais) Vias de grande tráfego noturno de pedestres
P2
(por exemplo, passeios de avenidas, praças, áreas de lazer) Vias de uso noturno moderado por pedestres
P3
(por exemplo, passeios, acostamentos) Vias de pouco uso por pedestres (por exemplo, passeios de bairros residenciais)
P4
Apoio
TABELA 3 - Iluminância média e fator de uniformidade mínimo para cada classe de iluminação
Classe de
Iluminância horizontal
Fator de uniformidade mínimo
iluminação
média Emed lux
U = Emin/Emed
P1
20
0,3
P2
10
0,25
P3
5
0,2
P4
3
0,2
A tabela acima apresenta os valores mínimos
exigidos
para
garantir em todos os pontos de um vão entre postes a visualização do rosto das pessoas. Em seu item 6.2.11, a NBR 5101 determina que fontes de luz monocromáticas devem ser evitadas em áreas onde haja alto risco de ocorrência de crimes e que sejam
iluminância
média horizontal e seu respectivo fator de uniformidade mínimo. Durante a revisão da NBR 5101 devem ser discutidos e avaliados os índices atuais em relação aos níveis de iluminância, principalmente das classes de pedestre P3 e P4 que são baixos para a necessidade de visão e podem ser ajustados. Também deve ser avaliada a inclusão de critério de iluminância vertical e semicilíndrica para todas as classes de pedestres para garantir a correta visualização das pessoas entre si neste tipo de situação nas calçadas. Uma correta iluminação de pedestres deve
Foto 1 – Iluminação para via para veículos e para calçadas
sensíveis
ambientalmente,
ou
35
Apoio
Fascículo
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
36
onde haja predominância de atividade de pedestres. Este item também deve ser melhor descrito visto que nele existem três situações distintas, sendo elas a questão da violência urbana, proteção ambiental e áreas com atividades de pedestres como fator principal. Além disto, atualmente as fontes de luz mais utilizadas em iluminação urbana não podem ser consideradas monocromáticas sendo a tecnologia vapor de sódio a que tem pior reprodução de cores, ficando o IRC em torno de 20. Devem ser recomendadas as fontes de luz com melhor reprodução de cores para este tipo de utilização, justificando esta necessidade tecnicamente.
Foto 2 – Iluminação para faixa de travessia de pedestres.
O item 6.2.12 da NBR 5101:2012
Após estas recomendações textuais da
reconhecer qualquer sinal de hostilidade e
define as travessias de pedestres. Nas
norma, na Tabela 8, são estabelecidos os níveis
tomar as ações evasivas apropriadas é de 4 m.
vias urbanas com tráfego intenso, onde
de iluminância média mínima horizontal
A esta distância, o nível de iluminância médio
existirem
para
na faixa de pedestres e a iluminância média
mínimo necessário para reconhecimento
pedestres fora das esquinas, a norma
vertical. Na revisão da norma, se faz necessária
facial é de 3 lux, sendo que sobre a superfície
indica que uma iluminação adicional
uma maior definição da malha de verificação
da via não deve haver valores inferiores a 1 lux.
pode ser utilizada, sempre em conjunto
vertical para validação dos níveis verticais
Este nível de iluminância média pode variar
à sinalização vertical e horizontal, para
de projeto. Neste ponto poderia ser incluído
até 40 lux, em função do tipo de utilização,
alertar os condutores de veículos com
o critério de ofuscamento máximo para os
característica e requisitos de segurança
suficiente antecedência da presença de
pedestres nas faixas e nas calçadas.
pública da praça ou calçadão que está sendo
travessias
sinalizadas
pedestres que cruzam a via, bem como
Outro ponto de destaque da NBR 5101
iluminado, mantendo a uniformidade segundo
permitir aos pedestres reconhecer com
é a iluminação para os espaços públicos com
tabela da norma. Estes índices e outros devem
facilidade os limites da passagem e se
predominância de pedestres. A norma cita que
ser efetivamente observados e colocados em
posicionarem dentro destes. Este ponto
de uma forma geral as praças, parques, calçadões
tabela específica para que sejam considerados
é de fundamental importância para que
e equivalentes, podem ser considerados espaços
critérios de projeto.
o pedestre também não seja ofuscado
públicos com predominância de pedestres.
Recomendação de projeto da norma é
pelo equipamento de iluminação que está
A iluminação destes espaços deve permitir
de que a disposição dos equipamentos de
instalado próximo a faixa de pedestre.
no mínimo a orientação, o reconhecimento
iluminação não deve obstruir o acesso dos
Para garantir que a passagem de
mútuo entre as pessoas, a segurança para o
veículos de emergência ou de manutenção,
pedestre esteja bem destacada na via
tráfego de pedestres, a identificação correta de
nem competir com a arquitetura local. Nas
recomenda-se que as fontes de luz
obstáculos, assim como proporcionar, a uma
praças ou espaços públicos de pedestres onde
utilizadas na iluminação da passagem
distância segura, informação visual suficiente
os acessos e saídas possuírem escadas e rampas,
tenham
cor”
a respeito do movimento das pessoas. A
a iluminação nestes pontos deve assegurar que
diferente das fontes de luz que iluminam
distância mínima necessária para uma pessoa
estas mudanças de nível sejam bem visíveis aos
uma
“temperatura
de
a pista de rolamento. Desta forma, fica destacada a faixa e o pedestres de modo que o motorista veja a maior distância o local onde está situada a faixa. Esta alternativa também pode ser utilizada em cruzamentos de centros urbanos com grande movimentação de pedestres, mas deve ser cuidadosamente estudado para não prejudicar ou gerar confusão visual com a sinalização viária.
TABELA 3 - Iluminância média e fator de uniformidade mínimo para cada classe de iluminação
Classe de
Iluminância média
iluminação mínima Emed,min Lux
Iluminância média mínima
Iluminância média
horizontal na faixa de
mínima vertical Evmed
pedestres Ehmed
30
52,5
22,5
V2
20
35
15
V3
15
26,25
11,25
V4
10
17,5
7,5
V5
5
10
4
V1
Apoio
37
pedestres. Sempre que necessário a locação dos postes deve considerar estes acessos como prioridade. Alguns espaços em função de sua concepção arquitetônica podem apresentar áreas distintas de utilização, como jardins, brinquedos, jogos de mesa, quadras etc. Nestes casos, podem ser aplicados critérios de projetos diferenciados para cada área utilizando arranjos de luminárias, iluminações decorativas ou com projetores. Na revisão da NBR 5101 durante o ano de 2018, deverão ser considerados, além de novos critérios para classificação das calçadas e áreas ocupadas por pedestres, uma melhor definição das áreas de praças e parques com os níveis de iluminação recomendados, definição mais completa da malha de medição de níveis de iluminação nas calçadas e critérios de projeto que favoreçam a qualidade de iluminação nas cidades e que tornem o pedestre uma prioridade efetiva no projeto de iluminação. Desta forma, estaremos contribuindo para cidades mais seguras, humanas e com melhor qualidade de vida para a população.
Foto 3 – Iluminação de áreas com predominância de pedestres.
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
38
Por Geraldo R. de Almeida *
Capítulo I Revisitando o conceito de EDS para cabos
Resumo Na metade do século XIX (1850), os engenheiros começaram
cíclica e a primeira medida para mitigar o fenômeno foi reduzir o
a fazer cálculos sobre a resistência de estruturas importantes,
EDS dos cabos, pois o encordoamento mais “frouxo” serviria de
tais como pontes. Eles calcularam a maior e provável tensão de
amortecimento (por fricção de Poisson) e assim o EDS dos cabos
solicitação na estrutura pelos métodos de então, e eles viram que
ACSR foi reduzido para 18%. Entretanto, a quebra dos fios de
tais solicitações eram menores que a tensão máxima de solicitação
alumínio teve uma melhora, mas no tempo de vida esperada (50
dos materiais. Para ter bastante certeza, eles fizeram que as mais
anos) ainda continuava incidindo numa menor frequência.
elevadas tensões de trabalho nas estruturas fossem muito menores
Várias construções novas de cabos foram aparecendo, sempre
– três, quatro, ou mesmo sete ou oito vezes – que a tensão do
explorando o conceito derivado de auto amortecimento [02]. Porém,
material conforme determinado por ruptura simples, em teste
além de trazerem novos custos para os condutores, o problema de
suave e paralelamente, executado sobre amostra. Daí determinava
ruptura por fadiga cíclica, devido a vibrações eólicas, permanecia.
o denominado “fator de segurança aplicável”. Qualquer tentativa de
Tudo indicava que o EDS não era a única variável que controlaria
economizar peso da estrutura com redução de custo com mudança
o fenômeno e nem que a solução estava na forma de acomodar os
no fator de segurança era muito provável levar ao desastre. (J.E.
materiais sobre o cabo.
Gordon, 1978, p 64) O projeto clássico [01] de um cabo suspenso entre estruturas
Fascículo
de uso, os fios de alumínio dos cabos ACSR se rompiam por fadiga
de uma linha de transmissão também usou o mesmo conceito dos
Este trabalho revisita o conceito EDS, desde o projeto clássico, até a concepção de novos materiais que foram trazidos com a nano tecnologia.
antigos projetistas de pontes. Se para uma ponte pênsil o projeto clássico recomendava uma tensão máxima de 25% (EDS – Every
O projeto clássico
Day Stress) da tensão de ruptura, os cabos com alma de aço (ACSR
Uma linha de transmissão começou a ter uma engenharia
– Aluminum Conductor Steel Reinforced) também seriam capaz de
mecânica aplicada muito mais elaborada a partir de 1920, quando os
suportar o mesmo STRESS.
condutores de alumínio substituíram definitivamente os condutores
No projeto clássico de uma linha aérea de transmissão de energia
de cobre.
elétrica, as cargas mecânicas que os cabos deveriam suportam
Na ausência de calculadoras e outras ferramentas modernas, o
seriam: (i) seu próprio peso; (ii) carga lateral do vento; (iii) sobre
projeto clássico [01] era em grande parte dependente de experiência
peso de uma camada de gelo e (iv) variação da temperatura. Estes
e muita heurística. Para definir localização de torres de suspensão
esforços comparados aos esforços mecânicos numa ponte pênsil
dos condutores construíam-se gabaritos para conformar as
seriam risíveis.
“parábolas” dos cabos suspensos entre as torres. Considerando que
Todavia, ao longo da experiência em escala real, os engenheiros
o cabo suspenso trabalhava sempre no estado mais relaxado, a busca
projetistas e construtores foram observando que, após alguns anos
da conformação da linha elástica era de determinar o estado mais
Apoio
tracionado e o estado menos tracionado para os cabos.
construção de um gabarito de parábolas para um determinado
O ESTADO mais tracionado dos cabos era construído com as
cabo e este gabarito era usado para verificar vão a vão a distância
seguintes hipóteses: temperatura ambiente extremamente FRIA;
de segurança (elétrica) entre os condutores e a terra. Além
corrente circulante nos cabos MÍNIMA; vento lateral sobre os
disso, a tabela de vão e flecha era usada para calibrar a flecha do
condutores MÁXIMO. Em países com inverno rigoroso, adicionava
cabo, num determinado vão, antes que a linha começasse a ser
ainda a camada de GELO sobre os cabos.
percorrida por corrente.
O estado mais tracionado é calculado com a equação;
A aplicação a seguir é um exemplo singelo, mas real, da construção de um vão de 400 metros de uma linha classe de tensão 138 kV, no canal de BERTIOGA, em Guarujá (SP).
f
Flecha do cabo
H
Esforço de tração longitudinal
w
Peso linear do cabo
a
Vão entre as estruturas O ESTADO mais menos tracionado dos cabos (flecha máxima)
era construído com as seguintes hipóteses: temperatura ambiente MÁXIMA, corrente circulante nos cabos MÁXIMA, vento lateral sobre os condutores mínimo (ou inexistente). O estado menos tracionado, assim como os demais estados, são calculados com a equação;
Por motivos de corrosão devido ao ambiente muito agressivo (corrosão marinha), os condutores eram 2/0 AWG de cobre, que sistematicamente eram furtados (COBRE!). Além disso, o vão anterior era de 200 metros com uma estrutura auxiliar no meio do canal, cujos materiais sofriam de intensa corrosão marinha. No projeto novo era necessário colocar um novo material que fosse não furtável e que fosse eliminada a estrutura intermediária. A solução encontrada foi usar um condutor COPPERSTEEL (aço recoberto por uma espessura de cobre aplicada por caldeamento contínuo) de seção condutora compatível com a seção de cobre anterior e com as características NÃO FURTÁVEL. Material CCS (Copper Clad Steel) garante ser não furtável, pois
Todos os demais estados dos cabos suspensos deveriam estar contidos entre estes estados extremos. Isto permitia construir uma tabela de valores de vãos e flechas que era usada para
não se consegue, com metalurgia secundária, remover o cobre do aço. Com o “approach” clássico, a solução ficou assim.
39
Apoio
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
40
com o joelho da curva (final do cabo completo e final da alma de aço). Neste “joelho”, na posição mais tensa do cabo, apenas o aço responde como material resistente e isto é o “approach” mais conservador num projeto. No ESTADO menos tenso, apenas o aço continua respondendo, mas neste estado a variável a ser controlada é a FLECHA MÁXIMA. Numa linha de transmissão com condutores ACSR bem dimensionado e num approach clássico [01], apenas o AÇO trabalha como material mecanicamente resistente.
Os materiais
Desde 1970 algumas linhas de transmissão têm sido
Nenhum projeto de linha de transmissão pode prescindir
construídas com cabos denominados ligas [06] (fortes) de
de materiais [03] e materiais que durem pelo menos o tempo de
alumínio. O termo forte é da lavra do autor para diferir da liga
concessão de uma linha. Numa linha de transmissão, os cabos
de alumínio EC1350, considerada MOLE (com fase elástica
são os componentes em que os materiais são mais provados
pronunciada).
mecanicamente (eletricamente estes materiais conduzem
Entre as ligas de alumínio forte merecem ser mencionadas
elétrons que não pesam: seja em AC que em DC). Mas numa
as ligas denominadas 6201 com forte contribuição de silício
linha de transmissão, os materiais sofrem esforços internos e
e as ligas 1120 com forte contribuição de cobre. A primeira
externos e estes materiais devem ser capazes de suportar estes
possui elevada tensão de ruptura, mas baixa condutividade
esforços pelo tempo esperado da concessão.
elétrica (52,5% IACS – International Annealed Copper
A despeito de todo esforço que se tem feito, o critério para
Standard). A segunda possui menor tensão de ruptura, mas
decidir sobre o carregamento dos condutores ainda continua
uma condutividade elétrica muito melhor (58% IACS).
sendo o EDS. No projeto clássico [01], apenas o ensaio de
A tabela a seguir ilustra e resume o quanto dito.
Fascículo
TENSÃO E DEFORMAÇÃO [04] é suficiente para decidir qual o valor de carregamento pode-se admitir sobre um cabo. A seguir é apresentado como decidir sobre qual EDS num cabo do tipo ACSR. Na figura a seguir está ilustrado como compatibilizar as equações anteriores com o conhecimento empírico dos ensaios tensão – deformação (AAA) [05] e que são usados desde 1950 no dimensionamento de vãos e flechas em linhas aéreas de transmissão de energia elétrica. Na figura a seguir, as curvas de ensaios (empíricas)
Para a compreensão do conceito de EDS, o melhor é apreciar
são usadas para delimitar o uso dos materiais resistentes
como os valores desta partição de tensão atuam sobre os diversos
mecanicamente. O VÃO DE VENTO, na temperatura mais
tipos de cabos em ligas de alumínio (1350, 6201 e 1120).
fria, determina um ESTADO de maior tensão no cabo (e nos
Na figura a seguir são apresentadas 4 construções de cabos,
extremos nas estruturas) que, em função da carga e ruptura do
apresentando os diâmetros do cabo completo e os diâmetros dos
cabo e da força horizontal, um EDS max que faremos coincidir
fios elementares.
Apoio
para qualquer escolha, jogando a competitividade para o preço de cada alternativa. Assim, as ligas ficam imbatíveis, devido a serem mais leves que a solução ACSR (d=2,7 g/cm³ e 3,5 g/cm³ respectivamente). Na figura anterior extraída do documento AAA [05], formação de 37 fios de um cabo com a liga 6201 (possivelmente o Greeley), a primeira vista tem a mesma conformação da curva inicial e final do cabo completo ACSR 26/7 (possivelmente o DRAKE). Isto acontece devido à subtração da fase elástica do alumínio. Do ponto de vista A escolha de formações com diâmetros equivalentes está ligada a uma avaliação de campo em que as rupturas por fadiga cíclica têm alguma correlação com estes diâmetros. Para os cabos com material homogêneo, a tensão atuante sobre a área da seção transversal é dada por;
No caso de cabos com materiais não homogêneos como o caso dos ACSR, atenção se distribui sobre os materiais conforme a área de cada material e seu respectivo modulam de elasticidade, como;
químico, o material continua sendo o ALUMÍNIO (no quadro periódico, o alumínio é o elemento do grupo 13, período (IIIA) e do bloco 3p). Mas depois da subtração da fase elástica este novo alumínio é fisicamente um novo MATERIAL. A questão que se coloca agora é se este novo material é fisicamente um contra tipo do AÇO.
A metalurgia física e mecânica A primeira análise dos dois materiais cabo Greeley e Cabo ACSR 26/7 Drake será feita no próprio resultado do ensaio tensão deformação [04]. Para facilitar esta análise, faremos a superposição dos ensaios dos cabos mencionados, conforme ilustra a figura a seguir. Nesta figura traçada a cores: Preto é a contribuição do aço, Vermelho é a contribuição da liga 1350 (alumínio com 99,5% de
Feitas estas considerações é possível calcular a tensão mecânica em cada tento dos cabos da figura anterior.
pureza, condutividade 61% IACS), estas duas referentes ao cabo 26/7 Drake. A cor Verde refere-se apenas ao comportamento do cabo Greeley 37 fios. Na figura a seguir, a curva inicial do cabo completo Drake coincide com a curva inicial do cabo Greeley. Esta é a evidência que quando tracionado os dois materiais são exatamente os mesmos (Termodinamicamente – Fisicamente). Todavia, o estado do cabo relaxado, correspondente a curva final: (i) composta no caso do cabo ACSR [Drake] e (ii) reta simples no
O EDS de 33% para os cabos ACSR de formação 26/7 é o valor que coincide com o limite de joelho da curva final cabo completo e curva final do aço. O EDS de 25% para as ligas de alumínio ALL é a forma de encontrar o melhor valor de EDS para que os vãos e flechas das duas alternativas sejam iguais. Isto permite concluir que o número de torres seja o mesmo
caso do ALL 6201 Greeley, os dois comportamento mostram dois materiais totalmente diferentes. No cabo DRAKE existe um joelho de mudança da curva que é a passagem do material alumínio para aço, enquanto no cabo GREELEY o material continua sendo simplesmente o alumínio. Se a linha de transmissão operasse continuamente sobre a curva
41
Apoio
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
42
inicial, os dois materiais (Drake e Greeley) poderiam ser usados
alumínio (liga), o critério de engenharia é aquele de 107 ciclos. Na
mecanicamente de modo indiferente, pois apenas o alumínio
ilustração acima, a linha de comportamento refere-se a uma média
responderia pelos esforços. Todavia, um cabo suspenso entre
de valores medidos.
estruturas de uma linha de transmissão opera continuamente sob
Na mecânica do meio contínuo, existe também uma leitura para
a conformação da curva final (Estado mais relaxado), então, neste
o fato o material alumínio mudar de comportamento quando lhe é
caso, Drake e Greely são dos materiais diferentes e como tal devem
retirada a fase elástica.
ser tratados especialmente quanto as suas diferenças. Um metalurgista experiente consegue ainda ver outras peculiaridades no gráfico anterior. A primeira está no eixo das
Na figura a seguir está apresentado um gráfico de um ensaio tensão e deformação sob corpos de prova cilíndricos construídos com aço e alumínio.
abscissas (deformação). Neste eixo pode-se verificar por simples inspeção visual, comparando a curva Greeley com a curva inicial e final do alumínio, que a deformação elástica (0,2%) do alumínio do Greeley foi subtraída. A segunda peculiaridade está no EDS dos dois cabos. Seja o Greeley seja o Drake operam com aparentemente o mesmo valor (na realidade ligeiramente diferente). A peculiaridade do EDS dos dois cabos pode ser lida da seguinte forma: (i) no cabo Drake, o EDS é estabelecido por um critério científico de materiais (transição alumínio 1350 para AÇO). No caso do cabo Greeley, o valor de EDS resulta apenas como manutenção da competitividade quanto a vão e flecha igual para os dois materiais. O mesmo metalurgista experiente continua procurando argumentos (científicos) objetivos para explicar um EDS de aço aplicado em ALUMÍNIO. Quando a análise é feita com a metalurgia física [07], as diferenças ficam muito mais relevantes. O módulo de elasticidade
A linha contínua preta representa o comportamento tensão deformação de um aço. A linha vermelha tracejada representa o alumínio. A linha azul é uma tangente a tracejada vermelha e representa o módulo de elasticidade inicial do alumínio.
dos dois materiais são 210 GPA e 70 GPa para o aço e alumínio
Quando o alumínio é trabalhado a frio, o vetor azul (tangente)
respectivamente. Este módulo é a componente fundamental
desloca sem mudar de intensidade sobre a curva vermelha. No
da viscosidade [MPa S] Unidade da viscosidade dinâmica.
caso de ligas fortes, esta deformação evolui até o valor de 0,2% de
Grosseiramente, o aço é um material com uma hiperviscosidade 3
deformação. Como a propriedade do material é invariante com a
vezes aquela do alumínio. Esta peculiaridade é aquela que explica a
transformação, tudo se apresenta como uma rotação e translação de
enorme diferença de comportamento dos dois materiais em relação
eixo, conforme ilustrado na figura a seguir, mas o material continua
à fadiga cíclica [08]. O AÇO é um material que possui no ensaio
com sua estrutura original quimicamente, apenas modificada em
S-N de Wöhller uma assíntota [t→∞] para tensões de cisalhamento
sua subestrutura de orientação.
abaixo de 300 Mpa. Por outro lado, as ligas de alumínio, o comportamento S-N, a
Fascículo
tensão decresce monotonamente com o aumento do número de ciclos para ruptura. Quando o material resistente (a fadiga) é o
A eliminação da fase elástica nas ligas de alumínio não altera o módulo de elasticidade do material (ele continua sendo alumínio), subtrai 0,2% de deformação, diminui
a evolução da fluência,
mas torna o material de comportamento frágil. Um EDS de 25%
43
Apoio
numa liga de alumínio não é sustentável nem teoricamente, nem empiricamente. O material apresenta uma fluência pronunciada pelo seu baixo modulo de elasticidade.
Conclusões O conceito de EDS para alocar esforços num cabo suspenso de uma linha de transmissão foi revisitado e resumem-se aqui as principais conclusões: 1) o EDS continua sendo o conceito mais simples para um projetista alocar esforços sobre materiais de construção mecânica em linhas de transmissão de energia elétrica; 2) o EDS sobre os materiais deve levar em conta a confiabilidade do material sobre um determinado esforço. No passado, quando ainda não havia uma teoria formal de confiabilidade aplicada a materiais em missão de engenharia era tolerado o conceito FATOR DE SEGURANÇA APLICADO. Hoje, este fator foi substituído pelo MTTF do material; 3) o EDS em materiais conjugados (como cabos ACSR) deve ser escolhido de sorte que todos os esforços sejam suportados pelo AÇO; 4) o EDS para materiais não ferrosos deve ser dimensionado pela teoria da confiabilidade com o parâmetro MTTF mais a probabilidade de falhar antes do MTTF; 5) o EDS para cabos de linhas de transmissão para conseção de 30 anos torna-se um parâmetro de suprema importância no custo anual das perdas e na disponibilidade da linha.
Agradecimentos O autor, consultor do grupo INTELLI, agradece a permissão para publicar este trabalho.
Referências
[01] “PROJETOS MECÂNICOS DAS LINHAS AÉREAS DE TRANSMISSÃO”Paulo Roberto Labegalini , José Ayrton Labegalini , Rubens Dario Fuchs ,Márcio Tadeu de Almeida- Editora Blucher [02] Sarah Chao Sun - Joe Yung “Vibration Damping for Transmission Line Conductors” - Sun SC, A Model of Transmission Line Vibration, PhD Thesis, The University of Queensland, Australia, 1999. [03] Callister Jr W. D. Materials Science and Technology: An Introduction John Wiley and Sons 2000 [04] NBR 7306 – ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas – Condutores elétricos de alumínio – Tensão e deformação em condutores de alumínio – MÉTODO DE ENSAIO. [05] AAA (ALUMINUM ASSOCIATION OF AMERICA) – Stress-Strain-Creep curves for Aluminum Overhead Electrical Conductors. A technical report for aluminum association’s Electrical Technical Commitee. [06] J Gilbert Kalfman - Aluminum Alloys and Tempers ASM International 2000 258 pp [07] Avner S H Introduction to Physical Metallurgy Mc Graw Hill 1974. [08] Dieter G E Metalurgia Mecânica Guanabara Koogan AS
Geraldo R. de Almeida é Engenheiro Eletricista da INTELLI – Terminais e Conectores. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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Aula Prática
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Por Flávio Resende Garcia / Patrick Roberto Almeida / Mateus Duarte Teixeira*
Cálculo da perda de vida útil de capacitores em função da distorção harmônica existente nas redes de distribuição de energia elétrica 1 – Introdução
ao projetar e fabricar um determinado tipo de capacitor, leva em
Pelas considerações estabelecidas nas normas mundialmente
consideração as condições nominais e formas de onda senoidal de
reconhecidas de especificação de capacitores de potência,
tensão e corrente às quais o mesmo estará submetido, não podendo
existem restrições quanto à utilização dos mesmos em circuitos
prever de modo generalizado as possíveis condições adversas de
com condições anormais de operação (transitórios, sobretensões,
trabalho. Uma das condições anormais que afetam os capacitores
harmônicos etc.).
são as formas de onda distorcidas de tensão e corrente harmônicas.
Tais condições adversas, em muitos casos, ultrapassam os valores
Tais restrições são decorrentes do fato de que o fabricante,
45
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
normalizados de suportabilidade do equipamento, sacrificando
Basicamente,
desta forma o tempo de vida útil do mesmo.
componentes harmônicas podem ser explicados da seguinte forma:
os
efeitos
prejudiciais
causados
pelas
A Norma Brasileira NBR 5282 - 1998 pede especial atenção no
item 4.2 – Condições Especiais de Funcionamento – com relação
a) Tensão: o isolamento entre placas, além de suportar a tensão
à distorção anormal de forma de onda ou harmônicos, causando
fundamental, terá de suportar também as sobretensões causadas
tensões ou potências reativas anormais.
pelas harmônicas que forem atraídas para o capacitor. Tal efeito
Nesta mesma norma no item 5.2.1 – Tensão de Longa Duração
é significativo em frequência de 120 a 720 Hz, quando o produto
– Tabela 5 – Nota 4 diz que os capacitores projetados conforme a
da impedância do capacitor pela intensidade (amplitude) da
Norma NBR 5282 – 1998 podem operar até 12h por período de 24h
corrente na frequência considerada tende a assumir valores
com até 110% da tensão desde que a tensão de crista, incluindo
representativos.
todos os harmônicos, não exceda a 1,2 x √2 x Vn, e a potência
máxima não exceda 144% da potência nominal.
necessário que se faça a computação instantânea dos valores de
tensão de cada harmônica, em amplitude e fase.
Assim sendo, valores de distorção harmônica fora dos limites
Para a determinação do valor máximo de sobretensão, é
acima impostos, combinados com outros efeitos, tais como
sobretensões em regime permanente e a variação de capacitância
"zero", tem-se uma boa aproximação com os valores reais de
permitida por norma (-5% a +10%), serão determinantes com
sobretensão, levando em conta a própria dinâmica dos circuitos e
relação à perda vida útil dos capacitores.
das cargas geradoras.
2 – Efeitos das componentes harmônicas sobre capacitores
Entretanto, em linhas gerais, considerando as fases como
b) Corrente: uma vez que os capacitores são associação em série e/ ou paralelo de elementos capacitivos (= bobina capacitiva), existe a necessidade de fazer conexões elétricas com cabos/terminais/ cordoalhas/soldas etc. Com o acréscimo de corrente implementado
Os valores nominais de tensão e potência de operação são
utilizados para o dimensionamento dos capacitores, em sua utilização
pelas correntes harmônicas, tais ligações deverão ser reforçadas, evitando sobrecarga nos condutores e placas.
mais genérica, ou seja, funcionamento na frequência fundamental. Entretanto, em circuitos com presença de harmônicos, os valores
de suportabilidade dos capacitores ficarão prejudicados em função
valores das correntes existentes nos dará a noção apropriada da
Na prática, podemos considerar que a média quadrática dos
do acréscimo de corrente, tensão e potência introduzidos por este
corrente resultante, para o dimensionamento dos condutores e
fenômeno.
placas associados ao capacitor.
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Eventuais
sobrecorrentes
de
frequência
e
intensidades
não previstas geram sobrecarga nos condutores e placas com conseqüente aumento das perdas devido ao aquecimento. Este processo leva ao sobreaquecimento dos materiais isolantes, traduzindo encurtamento da vida útil do capacitor. c) Efeito tensão x corrente: ao sobrepor tensões harmônicas à fundamental, estaremos criando "distorções" na forma de onda original. Tais "distorções" dependem da ordem das harmônicas, suas amplitudes e fases. Através das considerações feitas nos itens "tensão" e "corrente" acima, poderemos estabelecer, com bom critério, o sobredimensionamento necessário para a definição de capacitores condizentes com as exigências da instalação.
Entretanto existe ainda mais um fator de igual importância
a ser considerado, no que tange aos efeitos dos harmônicos no isolamento entre placas do capacitor.
Ao analisarmos a forma de onda distorcida da tensão existente
sobre um capacitor num determinado circuito, observamos que a mesma apresenta pontos de súbita variação, resultantes da interação dos valores instantâneos das harmônicas presentes. Tais "variações bruscas" podem ser entendidas como "descontinuidades" na forma de onda final. A corrente no capacitor é dada, em função de sua tensão, pela fórmula:
Mantendo o nível de descargas parciais elevado, estaremos diminuindo
a vida útil do capacitor, devido ao enfraquecimento do isolamento entre placas. Na existência de harmônicos, a alteração da forma de onda de tensão pode causar um aumento no valor de pico da mesma. Tal aumento pode levar o nível de descargas parciais a valores destrutivos. b)
Corrente: Conforme já comentado, com o acréscimo de corrente devido
aos harmônicos, haverá sobreaquecimento nos condutores e placas. Tal sobreaquecimento tenderá a se localizar nos pontos de conexão "terminais-placas", o que fisicamente representa a parte lateral (bordas) do elemento capacitivo.
Este aquecimento tenderá a criar uma instabilidade molecular
na região do dielétrico a ela adjacente, facilitando a proliferação do efeito de descargas parciais, e enfraquecendo o poder de isolamento da mesma. c)
Efeito tensão-corrente: O efeito das súbitas variações de tensão (dv/dt) causará consideráveis
elevações instantâneas de corrente, que agravarão ainda mais o efeito de aquecimento localizado mencionado no item “b” acima.
É considerável observar que tais variações de corrente causarão
esforços mecânicos, adicionais (vibrações) nas placas e dielétricos, piorando os efeitos já comentados. Para exemplificar o problema da perda de vida útil de capacitores de média tensão, mostramos a seguir os valores obtidos em uma situação real de campo. Neste caso, os capacitores instalados
Onde: C = Capacitância
no campo estavam com uma vida útil média entre 01 e 02 anos.
O banco de capacitores foi instalado pelo cliente sem nenhuma
V(t) = tensão no capacitor
preocupação com relação ao conteúdo harmônico existente e sem Observa-se que, as bruscas variações de tensão gerarão
nenhum estudo realizado. O fabricante limitou-se a fornecer as
súbitos aumentos na corrente demandada pelo capacitor e. por
unidades capacitivas conforme especificação do cliente.
conseguinte, súbitos aumentos no campo elétrico existente entre dielétrico, comprometendo a vida útil do capacitor.
4 – Medições realizadas em banco de capacitores – Case exemplo
3 – Consequência das harmônicas nos capacitores
as placas do mesmo. Tais "sobrecorrentes" gerarão danos ao
Vide a seguir o resultado das medições realizadas no banco de
capacitores com perda de vida útil: a)
Tensão: Uma das características que definem a tensão nominal de um
capacitor é seu nível de "descargas parciais" (corrente de fuga entre placas). Ao dimensionarmos a espessura do dielétrico do capacitor, na realidade estaremos impondo um isolamento entre as placas de modo a garantir uma baixa corrente de fuga. Entretanto, ao elevarmos o nível de tensão no dielétrico, estaremos elevando o nível desta corrente de fuga, estabelecendo um "caminho" propício para a sua circulação. Tal caminho, uma vez estabelecido, tenderá a manter sua característica de baixo isolamento.
Para eliminar tal efeito, após a sua ocorrência, é necessário que
o valor de tensão no dielétrico seja abaixado até que a corrente de fuga assuma novamente seu valor normal.
Figura 1 - Forma de Onda da Corrente.
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Figura 2 - Espectro Harmônico da Corrente.
Figura 3 - Forma de Onda de Tensão.
Figura 4 - Espectro Harmônico da Tensão.
Os resultados acima foram compilados a partir de uma medição realizada por um
período de 24 horas sobre o equipamento com o sistema elétrico operando em suas condições nominais. O cliente solicitou esta medição após sucessivas queimas das unidades capacitivas.
Da análise de Fourier realizada sobre as formas de onda de tensão e corrente obtem-se
as seguintes harmônicas presentes nas formas de onda distorcidas de tensão e corrente medidas.
De posse das medições de tensão e corrente acima mostradas e baseado nos ensaios
de durabilidade e sua respectiva formulação, demonstraremos a seguir a influência da distorção harmônica de tensão na perda de vida útil do capacitor.
5 – Estudo para a determinação da perda da vida útil
Para análise da perda de vida útil são avaliados três efeitos de sobretensões sustentadas:
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Tabela 1 - Espectro Harmônico - Medição
5.1– Exemplo
Corrente
Ordem
DHI = 26,83 % Amperes A
Ih / I1 %
A análise dos bancos de capacitores medidos e a queima de
unidades capacitivas em menos de 02 anos de operação levaram a realização de estudos que explicassem tal situação. Para esta análise foram considerados os valores de distorção de corrente e
1
1255
100
tensão medidos, a fórmula de perda de vida útil e as considerações
2
34,50
2,75
de projeto utilizadas pela BREE para utilização de capacitores em
3
80,54
6,42
sistemas com níveis consideráveis de conteúdo harmônico. Vide
4
28,36
2,26
procedimento de cálculo sugerido a seguir:
5
240,23
19,14
6
30,08
2,40
a) Correntes Harmônicas Medidas e Cálculo das Tensões
7
210,20
16,75
Harmônicas nos Capacitores
8
20,98
1,67
9
17,56
1,39
10
5,15
0,41
11
25,97
2,07
1
12
10,10
0,80
2
13
21,45
1,71
14
5,67
0,45
15
6,89
0,55
Xc(f)
Vc(f)
1255 1575025
3,1760
3985,88
3985,88
34,50 1190,25
1,5870
54,75
54,75
3
80,54 6486,69
1,0580
85,21
85,21
4
28,36
804,28
0,7935
22,50
22,50
5
240,2 57710,5
0,6347
152,47
152,47
6
30,08
904,80
0,5290
15,91
15,91
a) tensões harmônicas;
7
210,2 44184,0
0,4534
95,30
95,30
b) variação de capacitância;
8
20,98
440,16
0,3967
8,32
19,41
c) sobretensões na rede elétrica.
9
17,56
308,35
0,3526
6,20
12,86
Ih
Ordem
(A)
Ih2
Vc(f) ^ a Vct (**)
por fase por fase por fase por fase
(A)
4412
10
5,15
26,52
0,3174
1.63
1,98
Não estão sendo considerados nesta análise os efeitos de perda de
11
25,97
674,44
0,2885
7,49
16,76
vida útil causados por:
12
10,10
102,1
0,2645
2,67
3,95
a) frequência;
13
21,45
460,10
0,2441
5,23
10,13
b) sobretensões de manobra;
14
5,67
32,14
0,2267
1,28
1,63
c) sobretensões devido a descargas atmosféricas.
15
6,89
47,47
0,2116
1,45
2,10
1,93
Tais efeitos contribuem também para a redução da vida útil
dos capacitores. Mas neste artigo estaremos enfocando apenas a redução da vida útil dos capacitores sobre o ponto de vista de sobretensões sustentadas na frequência fundamental e harmônicas. O gráfico a seguir mostra a curva típica de perda de vida útil para um banco de capacitores em função da sobretensão em regime
19,7
Ih (total) =
336,70
Vc (total) =
4434
Sobrecorrente
26,82%
Sobretensão
11,2
Vida Útil
Sobretensões
%
Vida Útil (horas)
(Anos)
a) Harmônicos
11,25 %
28232,71
3,22
b) Var. capac.
3%
104672,88
11,95
c) Regime
5%
75482,96
8,62
Total =>
19,25%
8675,09
1,00
permanente existente. Obs:
1) Dados Efetivos do banco do Capacitor: Qc = Vc (f-f) = C=
15000
KVAr
6900
Volts
835,722
μF
2) Fórmula de Cálculo Tensão Total (Método Utilizado pela BREE)
Figura 6- Estimativa da Perda de Vida Útil
Onde:
a = 1
=> para h ≤ 7
a = 1,4
=> 8≤ h ≤ 13
a = 2
=> para h ≥ 14
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5.2 – Resultados
b) Efeito da ocorrência de ressonâncias harmônicas:
A análise dos resultados obtidos leva às seguintes conclusões: a) a redução da vida útil do capacitor no estudo acima é de aproximadamente
84%,
devido
apenas
as
sobretensões
harmônicas sobre o mesmo, caindo de 20 anos para 3,22 anos. Se levarmos em consideração os outros efeitos (variação da capacitância e sobretensões de regime na rede elétrica) a vida útil pode cair para algo em torno de 1 ano, o que aconteceu na prática com alguns capacitores; b) o gráfico referente à Fórmula GE demonstra que a vida útil é bastante afetada por sobretensões sustentadas na rede elétrica, sejam elas em 60 Hz ou harmônicos; c) a solução para que a vida útil do capacitor não seja afetada pelos harmônicos consiste no subtensionamento do banco de capacitores, ou seja, o aumento da tensão e da potência nominal do banco, o que aumenta suportabilidade do mesmo a estes efeitos, fazendo com os capacitores operem nas condições reais existentes como condições nominais; d) nas análises acima não estão sendo considerados os efeitos de perda de vida útil causados por outros efeitos, tais como: sobretensões de manobra, religamentos e descargas atmosféricas que também podem afetar a vida útil dos capacitores; e) efeitos mais drásticos como ressonâncias levam a uma perda de vida mais rápida e até mesmo a explosão do caixa do capacitor se a proteção não conseguir atuar a tempo de evitar tal situação. Esta situação deve ser evitada a qualquer custo através da realização de estudos de fluxo harmônico prévios que previnem a ocorrência destes fenômenos.
5.3 – Fotos de Capacitores Danificados a) Efeito da perda de vida útil por sobretensões harmônicas:
6 - Conclusão Devido
à
severidade
que
os
efeitos
comentados
poderão assumir, é inadmissível conceber que um capacitor dimensionado para funcionamento em circuitos convencionais possa
suportar
as
condições
adversas
impostas
pelas
harmônicas.
Entretanto, conhecendo os níveis e ordem das harmônicas
que o capacitor deverá suportar, é possível estabelecer um estudo para o correto dimensionamento do mesmo. Tal capacitor tenderá a ter seu projeto dimensionado a fim de suportar, além da contingência normal de funcionamento da frequência fundamental, todos os esforços adicionais causados pelas harmônicas.
Aconselha-se em função da problemática que circuitos
com harmônicos podem assumir, fazer um criterioso estudo de características dos mesmos, dando ao fabricante de capacitores os subsídios necessários para o correto dimensionamento de seu equipamento.
Referências bibliográficas [1] Life Expectance Test Procedures – NBR 5282 e IEC 60.871. [2] Procedimentos de Projeto de Capacitores e Bancos de Capacitores em Sistema com Harmônicos – Garcia, Flávio Resende – BREE S/A. BREE – Brazilian Energy Efficiency S/A
Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 2 - Edição 26 / Agosto de 2018
Energia solar fotovoltaica
Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas Energia eólica: Um futuro que chega cada vez mais rápido Energia solar: Geração distribuída solar fotovoltaica, competitividade e eficiência para a matriz APOIO
Apoio
52
Fascículo Por Luís Felipe Normandia Lourenço, Renato Machado Monaro, Maurício Barbosa de Camargo Salles e José Roberto Cardoso*
Análise da viabilidade econômica do suporte de potência reativa por fazendas solares fotovoltaicas
Renováveis
Apoio
53
1 - Introdução
As preocupações ambientais com o aquecimento global e as mudanças climáticas resultaram
em uma abrupta mudança do setor de geração de energia elétrica. A princípio, os geradores de energia elétrica eram baseados em recursos ditos despacháveis, ou seja, que a energia elétrica injetada na rede elétrica poderia ser controlada. Porém, com a necessidade de mudança para fontes amigáveis ao meio ambiente, geradores baseados em recursos como o vento e a irradiância solar ganharam espaço em diversas matrizes energéticas ao redor do mundo.
No entanto, estes novos recursos que estão ganhando cada vez um espaço maior na matriz
energética possuem uma característica intrínseca: a sua variabilidade. Assim, estes recursos não são classificados como despacháveis, e a integração de níveis cada vez maiores de penetração destes recursos na rede elétrica apresenta um desafio para os operadores dos sistemas de transmissão. No caso das fazendas solares fotovoltaicas, o conversor fonte de tensão necessário para interface entre a geração dos módulos fotovoltaicos em corrente contínua (CC) e a rede elétrica em corrente alternada (CA) é utilizado bem abaixo de sua capacidade nominal durante o dia e, portanto, poderia ser utilizado para prover serviços ancilares à rede elétrica, auxiliando a manter a sua estabilidade.
Uma das preocupações mais recorrentes da integração de altos níveis de penetração de
fontes variáveis na rede elétrica é a estabilidade de tensão. Um equipamento bastante utilizado para auxiliar a rede a manter esta estabilidade é o Compensador Estático Síncrono ou STATCOM (Static Var Compensator, do inglês). Este equipamento possui como principal componente um conversor fonte de tensão similar ao utilizado para a interface dos painéis fotovoltaicos com a rede elétrica, e este fato levou à proposição do PV-STATCOM [1]. Assim, dadas as preocupações com a estabilidade de tensão, a tendência é o aumento da utilização dos conversores inteligentes (smart inverters) nas redes de distribuição e transmissão e a revisão dos códigos de rede para incluírem a provisão de serviços ancilares por parte de geradores fotovoltaicos.
Ao se utilizar o conversor de uma fazenda solar fotovoltaica para prover o suporte de potência
reativa, uma componente de corrente em eixo de quadratura (relacionada à potência reativa) é adicionada à componente de eixo direto, (relacionada à potência ativa) causando um aumento do uso da capacidade do conversor. Porém, como a soma dessas componentes é vetorial, o impacto nas perdas de energia dentro da fazenda solar deve ser mensurado para a correta avaliação da viabilidade econômica do suporte de reativos. Esta discussão do custo técnico de fazendas solares operando como PV-STATCOMs foi introduzida por [2-4].
O objetivo deste artigo é apresentar uma discussão da viabilidade econômica da operação de
fazendas solares fotovoltaicas como PV-STATCOMs sujeitas aos preços praticados no âmbito de serviços ancilares da ANEEL. Para isso, as origens dos custos técnicos e uma breve metodologia para avaliá-los é apresentada e discussões inerentes ao suporte de reativos por fazenda solares são conduzidas. 2 - O suporte de reativo por fazendas solares e seu custo técnico
O suporte de reativos por uma fazenda solar depende basicamente de dois fatores: capacidade
disponível no conversor CC/CA e do nível de tensão do lado DC do conversor. A capacidade disponível no conversor é determinada pela estratégia da operação da fazenda solar. Caso a prioridade seja dada à geração de potência ativa, então a capacidade remanescente pode ser obtida através de (1). Qcap =
Snom2 – p2
(1)
Apoio
Fascículo
54
Onde Qcap é a capacidade remanescente do conversor CC/CA, Snom
Renováveis
Nas figuras 1 e 2 estão representadas a conexão do Gerador
é potência aparente do inversor e P é a potência ativa gerada. Porém,
Fotovoltaico (FV) à rede elétrica por meio de conversores de um e
dependendo do nível de tensão do lado CC do conversor, a capacidade
dois estágios respectivamente. O acrônimo CFT significa conversor
Qcap pode ser reduzida conforme mostrado em [2]. No caso de uma
fonte de tensão. Nestas figuras r_r e L_r indicam a resistência e a
fazenda solar fotovoltaica de um estágio, o nível de tensão do lado CC
indutância do reator de interface; R_f, L_f e C_f a resistência, indutância
do conversor está ligado ao rastreador do ponto de máxima potência
e capacitância do filtro; P e Q indicam a potência ativa e reativa e têm
(MPPT, maximum power point tracker do inglês).
seus sentidos positivos marcados na figura; C indica a capacitância
conectada à entrada do CFT e v_pv a tensão CC aplicada ao gerador FV.
Existem quatro estratégias que podem ser adotadas para o
aumento de Qcap: superdimensionamento do conversor, independência
O transformador é conectado em estrela-triângulo como indicado. Na
do controle de tensão CC em relação ao MPPT, redução da produção
figura 2, C_pv indica o capacitor entre o gerador FV e o conversor CC/CC;
de potência ativa ou a adição de um segundo estágio ao conversor. O
v_dc indica a tensão de entrada no CFT; por fim, r_DC e L_DC indicam a
superdimensionamento do conversor em 10% de sua potência aparente
resistência e indutância utilizadas o projeto do conversor CC/CC.
nominal garante a injeção de 46% de reativos na máxima irradiância
solar, situação em que toda a capacidade do conversor estaria em uso
sua operação é devido às perdas de energia elétrica no funcionamento
para a geração de potência ativa. A adoção de controle de tensão CC
de seus componentes. Para uma fazenda solar de um estágio, as
independente do MPPT garantiria que a tensão do lado CC não seria um
principais fontes de perdas de energia são o reator de interface, o
limitante da capacidade como ocorre em casos previstos em [2], porém,
transformador, o filtro e o conversor fonte de tensão. Na fazenda solar de
como o MPPT não é seguido, há uma diminuição da potência ativa
dois estágios, além de todos os componentes mencionados há a adição
gerada, o que acarreta em uma perda de receita pela fazenda solar.
das perdas do conversor CC/CC. O custo técnico de fazendas solares de
dois estágios é discutido em detalhe em [3]. Neste artigo, o foco está na
Outra estratégia que impacta a receita da fazenda solar é a redução
O custo técnico da operação de uma fazenda fotovoltaica durante a
da produção da potência ativa. Neste caso, o operador do sistema
discussão dos custos técnicos das fazendas solares de um estágio.
definiria uma capacidade mínima do conversor para ficar disponível para
o suporte de potência reativa. Assim, esta capacidade mínima disponível
interface, filtro e transformador é a corrente elétrica. Quando há
reduziria a produção de potência ativa em algumas horas do dia. Por fim,
suporte de potência reativa por parte da fazenda solar, a soma entre a
outra alternativa seria a adição de um segundo estágio à fazenda solar. A
componente da corrente em quadratura e a componente da corrente
adição de um segundo estágio à fazenda solar consiste na inclusão de um
em eixo direto (relacionada à potência ativa) é vetorial. Assim, há um
conversor CC/CC que desacopla a tensão CC aplicada ao painel da tensão
aumento não linear nas perdas de energia comparando ao cenário onde
CC de entrada do conversor fonte de tensão. Esta alternativa possui um
apenas potência ativa é injetada na rede elétrica. Já a tensão do lado CC
investimento inicial maior (adição do segundo estágio), porém como os
do conversor fonte de tensão é o principal parâmetro que influencia as
níveis de tensão do MPPT e do conversor estão desacoplados, um controle
perdas deste equipamento.
variável da tensão CC como o sugerido em [2] poderia garantir Qcap sem
afetar a produção de potência ativa. Os esquemas simplificados de uma
notar que todas aquelas que se aplicam às fazendas solares de um
fazenda solar de um e dois estágios são mostrados nas figuras 1 e 2.
estágio possuem influência na tensão CC de entrada do conversor fonte
O principal fator que afeta as perdas de energia no reator de
Frente as quatro estratégias apresentadas anteriormente, pode-se
de tensão e /ou sobre o nível de corrente no sistema. Assim, a análise dos custos técnicos se faz importante para avaliar o impacto na receita das fazendas solares para que elas sejam adequadamente remuneradas pelo provimento do suporte de potência reativa. Quando há o suporte de potência reativa, o custo técnico dessa operação foi definido por [4] como sendo a diferença entre as perdas de energia no cenário com suporte de potência reativa e as perdas de energia no cenário sem suporte de potência reativa. Assim, pode-se determinar se o preço Figura 1 - Fazenda solar fotovoltaica de um estágio
Figura 2 - Fazenda solar fotovoltaica de dois estágios
Apoio
56
Fascículo
Renováveis
sendo pago pelo mercado de reativos viabiliza este tipo de operação
custos técnicos da operação de fazendas voltaicas provendo suporte de
por parte das fazendas solares. Nos cenários nos quais há a redução de
potência reativa para a rede elétrica.
potência ativa para o aumento da capacidade disponível ou naqueles em que a prioridade não é dada para a geração de potência ativa (tensão CC
4 - Mapas de operação e custos técnicos associados
de entrada do conversor fonte de tensão não segue o MPPT) também deve ser incluída a perda de receita da possível geração de potência ativa
para verificar se a remuneração está adequada.
operação de uma fazenda solar fotovoltaica de um estágio como
Nesta seção é apresentada a derivação dos custos técnicos da
PV-STATCOM com potência nominal de 850 kWp. A partir dos custos 3 - Levantamento dos custos técnicos no suporte de
técnicos obtidos e dos preços praticados pela energia solar e pelo
potência reativa por fazendas solares
suporte de potência reativa no mercado brasileiro, uma estimativa do
Para o levantamento dos custos técnicos é necessário, primeiramente,
lucro bruto da operação como PV-STATCOM é obtida. Vale ressaltar
identificar a sua origem. No reator de interface de núcleo de ar, as
que consideramos o lucro bruto o resultado da operação receita
principais perdas são devidas ao efeito Joule, assim como no filtro. Estas
no fornecimento de reativos subtraída dos custos técnicos para o
perdas são calculadas como produto da resistência pelo quadrado da
fornecimento dos reativos. O custo de operação e manutenção não é
corrente que passa nestes equipamentos.
considerado neste trabalho. Os parâmetros para simulação escolhidos
No transformador, as perdas são divididas em duas categorias: perdas
estão expostos em [3].
no núcleo e perdas no cobre. As perdas no núcleo são devidas à histerese magnética e também às correntes de Foucault. Elas são proporcionais
4.1 - Operação sem o suporte de potência reativa
ao quadrado da tensão aplicada nos enrolamentos do transformador. As
perdas no cobre são devidas ao efeito Joule. Elas são calculadas como
o produto entre a resistência do enrolamento e o quadrado da corrente
fazenda solar operando como PV-STATOM, é primeiramente necessário
que circula nos enrolamentos.
obter as perdas durante a operação considerando apenas a geração de
O conversor fonte de tensão é baseado em transistores bipolares
potência ativa. Os resultados obtidos são mostrados na figura 3.
Conforme mencionado, para a estimativa dos custos técnicos de uma
com porta isolada (IGBT, Insulated Gate Bipolar Transistor do inglês) com diodos em antiparalelo. Os diodos e IGBTs são dispositivos semicondutores e suas perdas podem ser divididas em duas classes: as perdas por condução e as perdas por chaveamento. As perdas por condução são devidas ao efeito Joule por haver circulação de corrente em uma junção polarizada por tensão. Já as perdas por chaveamento são devidas à incapacidade dos dispositivos semicondutores de extinguirem a corrente que passa por eles imediatamente após desligados, ou de levar a corrente para seu nível ligado imediatamente quando acionados. Esta parcela das perdas do conversor não é trivial para ser calculada precisamente através de fórmulas fechadas como as demais perdas descritas nesta seção. Uma maneira imediata de se calcular as perdas por chaveamento é a modelagem precisa da física dos dispositivos semicondutores. Porém esta abordagem é computacionalmente inviável para a análise de grandes sistemas de potência [5]. Isso ocorre, pois, a física dos semicondutores necessita de passos de simulação da ordem de nano segundos, enquanto que as simulações de interesse em sistemas de
Figura 3 - Perdas por equipamento em uma fazenda solar operando sem suporte de potência reativa
potência podem requerer que segundos sejam simulados para análise
de um fenômeno específico. Assim, uma alternativa viável para o cálculo
aproximadamente linear com a irradiância solar incidente. Além disso,
das perdas destes componentes sem sobrecarregar de forma extrema
nota-se que as perdas no conversor fonte de tensão são dominantes em
as simulações de sistemas de potência é através de look-up tables
relação aos demais equipamentos da fazenda solar. Durante a fase de
[6]. Fluxogramas detalhados de como calcular as perdas em fazendas
projeto, nota-se a importância da escolha adequada do conversor.
Analisando a figura 3 nota-se que as perdas aumentam de forma
solares fotovoltaicas de um e dois estágios são apresentados em [3]. A partir dos detalhes apresentados acima, para o cálculo dos custos
4.2 - Operação com o suporte de potência reativa
técnicos, é necessário agora levantar as perdas de energia em dois cenários: o primeiro com o suporte de reativos e o segundo sem. Assim,
subtraindo a primeira parcela da segunda, obtém-se finalmente os
de reativos para a rede elétrica é necessário avaliar um grande conjunto
Para a obtenção das perdas da fazenda solar fornecendo o suporte
Apoio
57
de cenários. Deve-se variar a referência de potência reativa de -1,0
p.u. a 1,0 p.u. (considerando como base a capacidade do conversor)
delas é que a figura não é simétrica em relação ao zero e que segue um
Na figura 4, duas características podem ser ressaltadas: a primeira
e também a irradiância solar incidente de 0 a 1000 W/m2 (ou até a
comportamento quadrático, diferentemente da figura 3 que segue
irradiância máxima do local escolhido). Assim, obtém-se uma família de
um comportamento linear. As perdas não são simétricas em relação
curvas semelhantes à figura 3, a curva para quando a irradiância solar
ao zero, pois há limitações diferentes para o suporte de reativos de
incidente é 600 W/m2 é mostrada na figura 4.
sinais diferentes quando a irradiância solar é 600 W/m2. Para valores negativos, o limite que restringe a injeção de reativos é a capacidade do conversor e, para valores positivos, o limite é o nível de tensão CC na entrada do conversor pois os cenários aqui considerados priorizam a geração de potência ativa, ou seja, a tensão CC deve seguir o MPPT. 4.3 - Mapa de custos técnicos de uma fazenda solar fornecendo suporte de potência reativa
O mapa de operação de custos técnicos pode ser obtido através da
subtração das curvas obtidas na seção 4.2 das curvas obtidas na seção 4.1. O resultado desta operação é mostrado na figura 5.
Na figura 5 estão resumidas as principais informações sobre a
operação de uma fazenda solar como PV-STATCOM: a capacidade disponível para o suporte de potência reativa e o seu custo associado para cada um dos pontos de operação definidos pela irradiância solar e pelo sinal de referência de potência reativa. Esta figura, no entanto, Figura 4 - Perdas por equipamento em uma fazenda solar operando com suporte de potência reativa.
não é suficiente para determinar a viabilidade econômica deste tipo de
Apoio
Fascículo
58
Renováveis 5 - Conclusões
Este artigo apresentou uma discussão sobre os custos técnicos da
operação de uma fazenda solar como PV-STATCOM, considerando os preços praticados no mercado brasileiro. Primeiramente, apresentou-se uma discussão sobre os limites do suporte de potência reativa e na sequência foram apresentadas às origens de perdas numa fazenda solar, bem como discutiu-se brevemente maneiras de calculá-las. A partir dos cálculos das perdas foi possível obtê-las em duas situações: com o suporte de potência reativa e sem o suporte de potência reativa. Através da subtração destes dois casos foi obtido o mapa de custos técnicos da operação de uma fazenda solar como PV-STATCOM. Além disso, foi obtido um mapa de lucro bruto (receita do serviço ancilar subtraída dos custos técnicos, sem incluir operação e manutenção) durante este tipo de operação. Notou-se a existência de alguns Figura 5 - Mapa de custos técnicos de uma fazenda solar fotovoltaica fornecendo suporte de potência reativa
pontos de operação nos quais o suporte de reativos não é economicamente vantajoso para a fazenda solar. Desta forma, a regulação do suporte de potência reativa de fazendas solares deve ser discutida, revisando as
operação da fazenda solar.
tarifas para que as fazendas solares fotovoltaicas sejam adequadamente
remuneradas pelo serviço prestado à rede elétrica.
Assim, um mapa do lucro bruto pode ser obtido baseado nas
informações disponíveis na figura 5. Considera-se como lucro bruto a receita do suporte de potência reativa subtraída dos custos técnicos
Referências
para o suporte de potência reativa. Para a obtenção da receita do suporte de potência reativa foi considerado um valor de 6,88 R$/MVArh [7]. Já para os custos técnicos, foi considerado o valor de 145,68 R$/ MWh, valor médio da energia solar negociada nos últimos leilões de energia. O resultado está mostrado na figura 6.
Figura 6 - Lucro bruto da operação de suporte de potência reativa considerando uma hora de operação por ponto
A figura 6 considera que a fazenda solar operou durante uma hora
em cada um dos pontos de operação determinados pela irradiância solar e pelo sinal de referência de potência reativa. Nota-se que existem áreas onde o lucro bruto é negativo, ou seja, para estes pontos de operação, o
1. Varma, R.K.; Khadkikar, V.; Seethapathy, R. Nighttime application of PV solar farm as STATCOM to regulate grid voltage. IEEE Trans. Energy Convers. 2009, 24, 983–985. 2. Lourenco, L. F. N., Salles, M. B., Monaro, R. M., & Queval, L. (2018). Technical Cost of Operating a Photovoltaic Installation as a STATCOM at Nighttime. IEEE Transactions on Sustainable Energy. 3. Lourenço, L. F., Monaro, R. M., Salles, M. B., Cardoso, J. R., & Quéval, L. (2018). Evaluation of the Reactive Power Support Capability and Associated Technical Costs of Photovoltaic Farms’ Operation. Energies, 11(6), 1-19. 4. Lourenço, L. F. N., de Camargo Salles, M. B., Monaro, R. M., & Quéval, L. (2017, November). Technical cost of PV-STATCOM applications. In Renewable Energy Research and Applications (ICRERA), 2017 IEEE 6th International Conference on (pp. 534-538). IEEE. 5. Rajapakse, A.; Gole, A.; Wilson, P. Electromagnetic transients simulation models for accurate representation of switching losses and thermal performance in power electronic systems. IEEE Trans. Power Deliv. 2005, 20, 319–327. 6. Munk-Nielsen, S.; Tutelea, L.N.; Jaeger, U. Simulation with ideal switch models combined with measured loss data provides a good estimate of power loss. In Proceedings of the Conference Record of the IEEE Industry Applications Conference, Rome, Italy, 8–12 October 2000; Volume 5, pp. 2915–2922. 7. Tarifas de Energia de Otimização e de Serviços Ancilares para 2018. Disponível online: http://www.aneel.gov.br/sala-de-imprensa-exibicao-2/-/asset_publisher/ zXQREz8EVlZ6/content/fixadas-as-tarifas-de-energia-de-otimizacao-e-deservicos-ancilares-para-2018/656877?inheritRedirect=false (acessado em 07/06/2018). Mauricio B. C. Salles é Professor do Laboratório de Redes Elétricas Avançadas - LGrid, Laboratório de Eletromagnetismo Aplicado - LMAG Núcleo de Pesquisa em Redes Elétricas Inteligentes - NAPREI Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação:
suporte de potência reativa não é vantajoso do ponto de vista da fazenda
Integração de Energias Renováveis em Sistemas Elétricos.
solar. Duas alternativas devem ser analisadas: a revisão da tarifa para
Graduação: Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia
estes pontos de operação ou facultar à fazenda solar de participar no
e equipe
suporte de potência reativa nestas condições.
Energia Eólica
59
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Um futuro que chega cada vez mais rápido impacto, futuro da eólica no mundo,
que novas tecnologias como os
este tema foi levado ao Congresso e
quarta revolução industrial,
novas tecnologias do setor elétrico,
veículos elétricos vão demandar
nossa intenção era questionar se há
tecnologias disruptivas, choque
entre outros temas de inovação. Como
mais energia do sistema. Além de
ou não futuro para as offshores no
de demanda de energia, carros
nos anos anteriores, a ABEEólica abriu
empresas e acadêmicos, este painel
Brasil. Sabíamos que este seria um
elétricos, baterias, parques híbridos,
o segundo dia do evento discutindo os
também contou com a presença da
painel de muito mais perguntas que
parques eólicos offshore no Brasil.
principais desafios do setor com ONS,
ANEEL, órgão fundamental neste
respostas e avalio que começamos
Estas certamente foram algumas
ANEEL, CCEE, EPE e MME, reunindo,
debate que envolve desafios de
ali um debate muito importante.
das expressões mais presentes
assim, num mesmo painel os órgãos
regulamentação.
Este painel chamou muita atenção,
durante os três dias de discussões
de governo mais importantes para o
sendo o último do evento e com
do Brazil Wind Power 2018, cuja
setor elétrico.
a fundamental discussão sobre
público relevante e bastante
grade do Congresso foi montada
Um dos painéis que mais
o papel da energia eólica neste
interessado. A certeza de que nos
com o objetivo principal de debater
chamou a atenção foi a da queda
futuro que queremos construir.
ficou da discussão de offshore
os desafios desse futuro tão
de preços das energias renováveis.
Também neste ponto temos
é que acertamos ao começá-la
inovador e que chega cada vez mais
Ricardo Gorini, da IRENA, apresentou
inúmeros desafios relacionados
neste momento, já que esta é uma
rápido. O que queríamos era ter
os principais pontos do relatório
às desigualdades sociais e
tecnologia de longo desenvolvido e
um evento que levantasse novas
“Renewable Power Generation
problemas ambientais e a fonte
que, ainda que não seja necessária
perguntas, que nos tirasse um pouco
Costs in 2017”. Na sequência, o
eólica, de presença cada vez mais
agora, pode ser uma opção
da zona de conforto. Acredito que
objetivo dos painelistas era debater
consolidada, tem uma importante
interessante no futuro.
atingimos nosso objetivo.
os porquês de esta queda de
responsabilidade e deve assumir
preços não chegar ao consumidor,
protagonismo para debater tais
ABEEólica apresentou os principais
pessoas, entre palestrantes,
especialmente no caso do Brasil
temas. Foi com muito prazer que
pontos sobre Mercado Livre
expositores, visitantes e autoridades
em que a eólica tem sido a fonte
estive neste painel dialongando
discutidos em evento anterior
do setor eólico nacional e
mais competitiva e que cresce
sobre este assunto tão essencial
realizado pela associação. Também
internacional. Foram mais de 80
cada vez mais na matriz elétrica,
com outras líderes em seus campos
estiveram presentes na grade os
empresas presentes no evento,
ocupando já a terceira posição e,
de atuação: Maristela Marques
painéis tradicionais que debatem
representando toda a cadeia
em breve, a segunda. Como todos
Baioni, do Programa do PNUD no
alternativas de financiamento e
produtiva do setor eólico nacional.
sabemos, a precificação da tarifa ao
Brasil; Marina Grossi, Presidente
desafios da cadeia produtiva.
Foi, portanto, uma oportunidade
consumidor é um tema complexo
do Conselho Empresarial Brasileiro
perfeita para analisar os desafios
e de alta relevância numa reforma
para o Desenvolvimento Sustentável
dias do Congresso do BWP 2018, são
que estão chegando numa
do setor elétrico e entendo que foi
(CEBDS), e a ministra Izabella
inúmeros os desafios que chegam
velocidade cada vez maior.
fundamental dedicar tempo para
Teixeira, Copresidente do Painel
com tantas inovações tecnológicas
discuti-lo em nosso congresso, com
Internacional de Recursos da ONU.
e precisamos que empresários,
para todas as outras discussões do
essa visão de futuro.
instituições, ONGs, acadêmicos
Congresso, já que falou de quarta
deste ano foi a discussão de
e governos trabalhem juntos: a
revolução industrial, Wind 4.0, carros
outro tema muito interessante
eólicas offshore no Brasil, com a
diversidade de saberes e de opiniões
elétricos, tendências de crescimento
para ajudar nesta visão do futuro,
apresentação de um projeto piloto
é nossa melhor estratégia diante da
das energias renováveis de baixo
já que mostrou um cenário em
da Petrobras É a primeira vez que
complexidade deste futuro.
Futuro, transição energética,
Recebemos mais de 3000
O painel de abertura deu o tom
“Choque de demanda” foi
Importante mencionar, ainda,
Uma novidade na grade
Vale, ainda, mencionar que a
Como presenciamos nos três
Energia solar fotovoltaica
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.
60
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.
Marcio Tanaka é conselheiro da Absolar
Geração distribuída solar fotovoltaica: competitividade e eficiência para a matriz
energia elétrica mais elevadas
dinamizando as oportunidades
avança rápido no Brasil. Desde
na baixa tensão.
na região.
para que mais brasileiros
2012, com a Resolução
tenham acesso à geração
Normativa ANEEL nº 482, as
investimento – de um sistema
geração distribuída solar
distribuída solar fotovoltaica?
instalações cresceram com
varia em função do tipo e do
fotovoltaica no País, uma
O setor solar fotovoltaico tem
força, atingindo mais de 30
porte da instalação, nível de
parcela ainda muito pequena
evoluído de forma relevante
mil sistemas, dos quais mais
tensão, tributação e tarifa de
de unidades consumidoras
nos últimos seis anos, com
de 99% utilizam a fonte solar
energia elétrica. Isto explica
conta com geração distribuída,
o estabelecimento da cadeia
fotovoltaica.
porque regiões com tarifas mais
participação esta inferior a
bens, fabricando localmente
elevadas, especialmente na
0,05%. Mesmo em regiões de
equipamentos, e a formação
favorecido a evolução do
baixa tensão, têm apresentado
grande desenvolvimento, como
da cadeia de serviços com
mercado solar fotovoltaico, com
elevadas taxas de crescimento,
São Paulo, responsável por
embpresas de todos os portes e
destaque para a redução dos
caso de Estados como Minas
30% do PIB nacional, o índice
perfis.
custos de bens e serviços, fruto
Gerais que adotou uma política
de participação é inferior a
do ganho de escala no mercado
tributária mais favorável,
0,04%.
curva de aprendizado e a
A geração distribuída
Diferentes fatores têm
O payback - retorno sobre o
Apesar dos avanços da
mundial e da rápida evolução das empresas integradoras que se dedicam aos serviços de vendas, engenharia e instalação, sendo mais de 4.000 empresas em todas as regiões do Brasil.
O principal fator para a
decisão de compra de um sistema solar fotovoltaico é o retorno sobre o investimento, cada vez mais atrativo para alguns perfis de consumidores, especialmente consumidores residenciais e comerciais de pequeno porte, com tarifas de
Conexões em GD – Junho/2018 Fonte: Greener - 2018
O que podemos fazer
O ganho de escala, a
Energia solar fotovoltaica
61
Principal Forma de pagamento Fonte: Greener - 2018
alta competitividade do setor estão
fotovoltaico.
proporcionando importantes reduções
de custos, o que torna mais atrativo o
a aplicação de um modelo regulatório
investimento na tecnologia. A redução nos
positivo, previsível e com segurança
custos de serviços, a chamada “integração
jurídica adequada, que contribua para o
dos sistemas”, também tem sido relevante.
crescimento da geração distribuída, tenha
Tão importante quanto a queda de preços
um papel relevante no desenvolvimento
dos equipamentos, a eficiência na captação
do País e sirva de ponto de partida para
de clientes, engenharia, instalação e pós-
a expansão da matriz elétrica brasileira,
vendas serão fundamentais para trazer
em alinhamento com os princípios de
mais ganhos à competitividade, ampliar o
descentralização, descarbonização,
mercado potencial e proporcionar condições
digitalização e democratização que
sustentáveis para o crescimento do setor.
pautam hoje o avanço das matrizes
elétricas mundiais, aliando benefícios
Ainda assim, a aceleração dos
Adicionalmente, a ABSOLAR defende
investimentos em geração distribuída
socioeconômicos, ambientais, elétricos e
solar fotovoltaica depende fortemente
estratégicos em favor da sociedade.
de linhas de financiamento com taxas
de juros e prazos de amortização
renováveis, com destaque para a
compatíveis com os diferentes perfis de
fonte solar fotovoltaica, bem como o
sistemas e consumidores existentes no
amadurecimento de novas tecnologias de
mercado. Apesar dos esforços dos agentes
armazenamento de energia, mobilidade
financeiros em compreender a natureza e as
elétrica e diversificação do perfil de
características de um sistema de geração
consumo trarão a oportunidade de
distribuída solar fotovoltaica, bem como os
incorporação no arcabouço legal e
riscos a ele associados, a disponibilidade
regulatório do País de novos conceitos
de linhas de crédito permanece aquém das
econômicos e técnicos, como sinais
necessidades dos clientes e precisa ser
locacional e horário, capazes de estimular
adequadamente trabalhada e estimulada.
a busca pela eficiência alocativa
e valorizar os atributos positivos
Para superar este gargalo, a Associação
A notória evolução das fontes
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
provenientes das diferentes fontes
(ABSOLAR) tem atuado fortemente junto
renováveis, especialmente gerando na
às instituições financeiras nacionais
baixa tensão. Estas mudanças já estão em
e internacionais, públicas e privadas,
curso e precisamos nos preparar para elas,
mobilizando e motivando os bancos a criar
aproveitando ao máximo o seu potencial,
novos produtos financeiros e aprimorar os
em prol da competitividade e eficiência da
existentes para acelerar o mercado solar
matriz elétrica brasileira.
Brazil Windpower
62
Por Adriana Dorante Fotos: Michele Lekan
Público na cerimônia de abertura: palestrantes, expositores, visitantes e autoridades do setor eólico nacional e internacional
Bons ventos do Brasil colaboram para um setor eólico promissor e movido a inovação tecnológica a chegada de um novo governo
mercado livre competitivo, a
pessoas, entre palestrantes,
brasileiro conseguiu manter-se
em 2019. A vantagem é que
diversificação de portfólios, o
expositores, visitantes e
durante a crise política
o Brasil tem um dos melhores
mercado offshore e os novos
autoridades do setor eólico
do País, que ainda deixa
ventos do mundo e esses bons
investimentos foram alguns
nacional e internacional.
sequelas. No momento vai se
ventos estarão presentes neste
dos temas discutidos na 9ª
revigorando com força para
futuro de desafios para o setor
edição do Brazil Windpower
abertura do BWP, Rodrigo
enfrentar grandes mudanças
eólico.
(BWP), realizado no Rio de
Ferreira, presidente do grupo
econômicas, de regulação,
Janeiro, de 07 a 09 de agosto,
Canal Energia, comentou
social e também política, com
tecnologias disruptivas, o
com um público de 3 mil
sobre as possibilidades de
O setor de energia eólica
Esses desafios e as
Durante a cerimônia de
Brazil Windpower networking e novos negócios no local, além de destacar que, no próximo ano, em que completa dez anos, o evento passará a ser realizado em São Paulo, onde se concentram os maiores players do mercado de energia eólica.
O BWP deste ano teve uma
proposta diferente, diante da modernidade e das novas tecnologias que determinam o setor. “A modernidade está no nosso DNA e é por conta disso que estamos discutindo o presente, pensando fortemente no futuro, que já está acontecendo com as tecnologias disruptivas, com a discussão das mudanças
Rodrigo Ferreira, presidente do grupo Canal Energia: “possibilidades de networking e novos negócios no local”
dentro de um contexto de economia de baixo carbono, das mudanças climáticas. Estamos numa onda de inovação. Digo que não é uma onda e sim uma nuvem global de mudanças. Teremos de estar dispostos, sair de nossa zona de conforto e nos prepararmos para as mudanças e inovações. É com este espírito que programamos o evento”, comentou Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), uma das entidades organizadoras do evento.
Renato Volponi, presidente
do Conselho de Administração da ABEEólica, ressaltou que o setor eólico não pode ceder a fácil tentação de uma competição destrutiva entre as fontes. “Não é assim que vamos construir um setor elétrico inteligente e com uma expansão voltada para servir a sociedade, com menor custo e com tributos reais
ao meio ambiente capaz de,
lista do Conselho Global
por cerca de 60% da produção
com confiabilidade, ser o
de Energia Eólica (GWEC)
de energia nacional, vem
propulsor de uma nova onda de
divulgada no final de julho
sofrendo grandes dificuldades
desenvolvimento. Precisamos
deste ano. Para o Secretário
regulatórias, muitas delas
de todas a fontes de energia
Geral do GWEC, Steve Sawyer,
relacionadas às questões
e generosamente a nossa
que também participou da
ambientais. “Esse é o ambiente
natureza para nossa matriz
abertura do BWP, a despeito da
oportuno para se debater
pode ser ousada e equilibrada,
situação econômica do Brasil, o
essas questões regulatórias,
privilegiando o menor custo e
setor eólico vem despontando.
para garantir segurança e
melhor garantia”, destacou.
“Acredito que o mercado de
sustentabilidade econômica
energia eólica no País será
para o setor eólico”, destacou.
também contou com a
muito promissor ao longo dos
O setor eólico atualmente
participação de Viveka Kailtila,
anos.”
responde por 8,4% da matriz
CEO da GE do Brasil, que
O Ministro de Minas e Energia,
energética do País, com 13,4
atua no setor há dez anos.
Wellington Moreira Franco,
GW de capacidade instalada e
“Nesses anos apoiamos o
prestigiou o evento e defendeu
mais de 530 parques eólicos.
desenvolvimento do setor.
a energia a preço justo. “É
Acredito que a história da
fundamental que o cidadão
energia eólica no País está
pague pelo que usa. Por que
apenas no começo”, destacou.
produzimos energia limpa e
Balanço e casa nova
barata e não conseguimos fazer
em novas usinas eólicas
que o consumidor usufrua
política e econômica do Brasil,
colocadas em operação no ano
desse avanço? Pela questão
a indústria mostrou que
passado, o Brasil apareceu
regulatória. Se essa questão for
continua viva e retomando
como o sexto maior em
resolvida vamos contribuir com
seu crescimento. “O BWP foi
expansão anual da capacidade
a humanidade”, ressaltou.
compatível com as outras
em todo o globo, à frente da
O ministro lembrou ainda que o
edições ou até melhor e
França, com 1,7 GW, segundo
setor hidrelétrico, responsável
percebemos que o mercado
A cerimônia de abertura
Com pouco mais de 2GW
Entrevistas exclusivas
Apesar da situação
63
64
Brazil Windpower pleito da indústria eólica e, segundo Ferreira, será atendido a partir do ano que vem. “Um dos nossos desafios foi encontrar espaço para um evento desta magnitude, por uma semana, na capital paulista. Mas conseguimos e o evento será no mês de maio, no Transamérica Expo Center. São Paulo é estratégico e esperamos um crescimento expressivo na participação das empresas e indústrias do setor, em sua maioria instaladas na capital paulista”, explicou, acrescentado que a mudança foi bem recebida pelo setor eólico, que tem seus Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica: “temos de sair de nossa zona de conforto e nos prepararmos para as mudanças e inovações”
headquarters centralizados no Estado de São Paulo.
Em relação ao Congresso,
esta edição contou com uma está esperançoso e com a
movimento, seja por preço,
de excelente BWP”, afirmou
das melhores programações.
certeza de que dias melhores
pelas características da fonte
Rodrigo Ferreira, presidente do
“Sob a liderança da ABEEólica,
virão. Retomamos um volume
renovável e pelo desempenho
Grupo Canal Energia.
coordenando o conteúdo e o
de contratações e o setor
que vem entregando ao
apoio do GWEC, nas questões
eólico tem liderado esse
sistema. Foi mais um ano
São Paulo também foi um
A mudança de sede para
internacionais discutimos a indústria que olha para o futuro, a indústria 4.0, o papel das renováveis em outros setores, do papel do consumidor no centro do negócio e um mundo mais renovável e sustentável”, concluiu Ferreira.
A presidente executiva
da ABEEólica, Elbia Gannoum reforçou que o setor ainda sofre os efeitos de curto prazo associados à economia, com baixa contratação, mas nos próximos anos é certa a retomada da economia e do setor. “Estamos construindo essa retomada e, até o final do ano, a fonte eólica deverá ocupar o posto de segunda na Moreira Franco, ministro de Minas e Energia: “se a questão regulatória for resolvida vamos contribuir com a humanidade”
matriz energética nacional”, afirmou.
Brazil Windpower Debates
Expansão do setor eólico ocorrerá pela diversidade das fontes
caminhos já são conhecidos e
ser representados nos leilões. A
consumidor devido à insuficiente
no Brasil também foram debatidos
mapeados”, explicou. “Mais cedo
tarifa é resultado de uma receita
resposta da demanda e da
no Brazil Windpower. Entre as
ou mais tarde, precisaremos de
com todos os ‘ingredientes’
provisão de serviços ancilares.
diversas questões debatidas
um canal de escoamento dessa
envolvidos”, afirmou. O desafio
“O que fizemos até agora?
e que precisa ser difundida
geração”, complementou.
da ANEEL, segundo Barros,
Nosso desafio é trabalhar para
pelo setor é a propagação da
é trabalhar para evitar a
estabelecermos mecanismos
diversidade das fontes de energia
Nacional do Sistema (ONS), Luiz
retributação do setor produtivo
de capacidades que remunerem
para a expansão do setor no País.
Eduardo Barata, ressaltou que
e definir a contratação por
as fontes, trazendo segurança e
Segundo o presidente do Conselho
a segurança energética do País
quantidade final a ser ofertada.
confiabilidade de suprimento”,
de Administração da Associação
depende diretamente do mix das
destacou
Brasileira de Energia Eólica
matrizes energéticas. “Nós do
de Administração da Câmara
(ABEEólica), Renato Volponi, não
Operador Nacional não somos
de Comercialização de Energia
segundo Dutra, só é rica de
há incompatibilidade entre as
contrários à nenhuma fonte, em
Elétrica (CCEE), Talita Porto,
recurso, mas é preciso produzir
fontes energéticas no Brasil.
especial às térmicas, que temos
ressaltou a importância do preço
riqueza com ganhos de valor
Os desafios da energia eólica
O Diretor Geral do Operador
A integrante do Conselho
A energia eólica no Brasil,
maior controle dos combustíveis
horário, que será implementado a
ao longo de toda a cadeia,
ideia de que as fontes renováveis
fósseis. O mesmo não ocorre com a
partir de janeiro de 2020, quando
remunerando investidores e
são complementares umas às
energia produzida pelas hidrelétricas,
o PLD poderá ser calculado em
assegurando competitividade
outras. Essa concepção é muito
que estão condicionadas à existência
base horária.
à indústria para que os preços
importante para o fortalecimento
de chuvas, ou às eólicas, que
cheguem ao consumidor.
e a consolidação da matriz
dependem dos ventos. Por tanto, a
Planejamento e Desenvolvimento
energética do país”, comentou.
característica de cada fonte é levada
Energético do Ministério de Minas
Christopher Vlavianos,
em conta no processo de distribuição
e Energia, Eduardo Azevedo,
exemplificou a questão do risco
Volponi, é a busca do
realizado pela ONS”, detalhou.
comentou sobre a dificuldade
do desconhecido e reconheceu
aprimoramento da contratação
enorme em avançar no mercado
que o preço horário, que será
de energia eólica por quantidade
a ocorrência de leilões a médio
livre e também reconheceu que
implementado em 2020 ainda
que vai exigir do empreendedor a
prazo. “Um plano trianual é ideal e
os processos de retributação
é desconhecido para o setor,
melhor previsão do seu recurso
positivo para o setor. O problema
precisam ser otimizados.
gerando um risco maior e por
para gerenciar sua produção.
é a quantidade a ser contratada.
“Esse contrato por quantidade
Temos de olhar com atenção
Preço da energia
do preço. “A única forma de
nos expõe ao risco da produção,
essa questão, pois dela depende
gerenciar risco é conhecer o
mas é um risco positivo que
a segurança da transmissão de
energia eólica: por que estão
risco. A tendência é que no
nos obriga a crescer em termos
energia no Brasil”, afirmou.
caindo e como podem chegar ao
começo impacte no mercado,
de gerenciamento da nossa
consumidor no Brasil, o presidente
mas conforme for usando vai
produção”, comentou.
leilões, Tiago Barros, Diretor da
da ABRADEE, Nelson Leite,
diminuindo esse impacto”,
Agência Nacional de Energia
defendeu a modicidade tributária
explicou.
crescimento do setor no Brasil,
Elétrica (ANEEL), explicou que
e redução de encargos para que
Volponi destacou que metade
a definição do preço da tarifa
o preço da energia chegue ao
a Diretora da Essec, Agnes
do problema já está resolvido,
energética é resultado de uma
consumidor
Costa, destacou que há muita
visto que só serão construídos
série de fatores envoltos a toda
irracionalidade nos encargos,
parques eólicos onde há ventos.
a cadeia de produção, geração e
Regulação em Infraestrutura do
ainda mais no momento em que
“O caminho da expansão eólica
distribuição de energia. “Existem
FGV/CERI, Joisa Dutra, explicou
passamos de restrição fiscal
no Brasil está traçado. Esses
riscos no negócio que precisam
que o preço não chega ao
enorme.
“É preciso propagarmos a
Outro desafio, segundo
Em relação aos caminhos de
Barata também defendeu
Ainda em relação aos
Já o Secretário de
O presidente da Comerc,
consequência, o aumento No painel sobre “Preços da
A Diretora do Centro de
Em relação á tributação,
65
Brazil Windpower
66
Nordeste, Rio de Janeiro e Sul do Brasil fazem parte de plano de desenvolvimento offshore
Encerrando o congresso
com chave de ouro o tema “Existe futuro para a energia eólica offshore no Brasil?” trouxe bastante indagação a respeito das oportunidades desse mercado no País. Segundo o engenheiro de equipamentos pleno da Petrobras, Ezequiel Malateaux, já estão sendo desenvolvidos estudos para a implementação de um primeiro projeto e indicam que os maiores potenciais para exploração de offshores estão nos litorais do Nordeste, Rio de Janeiro e Sul do Brasil.
A empresa desenhou um
mapa para medir a capacidade dos ventos no litoral do Rio Grande do Norte e já cumpriu três de seis etapas para a instalação
3 mil pessoas estiveram prestigiando o evento
do projeto piloto. "Já fizemos distancias de forma submarina.
O coordenador do programa
a assinatura de cooperação
quase 400 milhões de euros em
com as universidades, o projeto
duas fábricas, uma delas próxima
conceitual e solicitamos o termo
a região de Porto para colocar o
No mundo
de Produção da Universidade
de referência junto ao IBAMA.
equipamento rapidamente nas
Federal do Rio Grande do Norte,
Falta o licenciamento ambiental,
embarcações”, comentou.
geração de energia eólica
Mario González, mostrou a
construção e comissionamento,
offshore, de acordo com o
lista das empresas que lideram
além da operação em si", analisou
fundamentais para o sucesso
secretário geral do GWEC, Steve
a produção eólica offshore.
Malateaux.
da operação são: tecnologia
Sawyer, está concentrado na
A dinamarquesa Orsted é a
Segundo Ângelo, os processos
de pós-graduação em Engenharia O mercado mundial de
(turbina), integração de logística/
Europa. "Hoje há 18GW de
maior, com 17% do segmento.
Ângelo, diretor de negócios e
instalação, e balanço de potência
capacidade instalada no mundo,
Em seguida aparecem,
desenvolvimento para América
elétrica, digitalização (para
sendo 84% dos projetos em sete
respectivamente, a alemã E.ON
Latina da Siemens Gamesa
antecipar potenciais de falhas, já
países europeus, que respondem
(8%), a alemã Innogy (7%) e a
Renewable Energy, 40% dos
que não é possível a locomoção
por cerca 15GW. Os outros 16%
sueca Vatenfall (7%).
custos offshore é do aerogerador
constante até o equipamento) e
estão espalhados por Taiwan,
e 60%, de logística. Ângelo
operação e manutenção. "Essa
China, Vietnã, Japão, Estados
a divisão do mercado entre os
explicou todo o processo de
dinâmica nos possibilita colocar
Unidos e Coréia do Sul.” Ele
fabricantes de aerogeradores para
implementação dos aerogeradores
quatro unidades eólicas em 24
complementou mostrando que
offshore. A Siemens Gamesa lidera
offshore. “Para se manter líder é
horas”, explicou, complementando
o Reino Unido é o líder mundial
com quase 47% do mercado,
preciso muitos investimentos.
que outro desafio é o de levar
de produção offshore, seguido da
seguidoa pela MHI Vestas, com
No processo offshore, investimos
grandes potencias a longas
Alemanha e da China.
21% e pela Semvion com 11%.
Segundo Eduardo
González também divulgou
68
Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Lâmpadas leds superam expectativa na comercialização, aponta pesquisa
69
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
A revista O Setor Elétrico realizou pesquisa no mês de agosto,
com 67 fabricantes de produtos do segmento elétrico de todo o Brasil para fazer uma avaliação do mercado. O resultado surpreendeu no segmento de lâmpadas leds, reafirmando que o futuro dessas lâmpadas está próximo. Segundo a pesquisa, 70% das lâmpadas mais comercializadas no mercado de iluminação são de led. Apenas 34% da comercialização são de lâmpadas de vapor metálico, 30%, de fluorescentes compactas, 28%, de fluorescentes tubulares e 27%, de vapor mercúrio. Lâmpadas mais comercializadas
4% Miniaturas 6% Indução Incandescentes
9% Especiais 9% Dicróicas 15% Decorativas 19% Halógenas 21% Mistas 22% Vapor de mercúrio 27% Fluorescentes tubulares 28% Fluorescentes compactas 30% Vapor metálico 34% 70%
Leds
A pesquisa também aponta que 76% da atuação deste segmento
é na área industrial e comercial, 48% na área residencial e 46%, na pública. Consequentemente, 63% das luminárias mais comercializadas são para o setor industrial e 61%, para o comercial. Em terceiro lugar, com 60%, está o segmento de projetores, 48%, de específicos para leds e refletores, e 46%, de lâmpadas decorativas. Principais segmentos de atuação
Público
46%
Residencial
48%
Comercial
76% 76%
Industrial
70
Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Luminárias mais comercializadas
Percepção anual do mercado
Para Atmosferas Explosivas
16% 16%
De Sinalização (saídas, heliportos, aeroportos, etc.)
27%
movimente anualmente entre R$100 a R$200 milhões, juntamente com 22% que estimam um montante entre R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão.
Especiais
Percepção do tamanho anual do mercado de LÂMPADAS Led
De Emergência
36%
O nicho de lâmpadas led também lidera a movimentação do mercado
anual. A percepção para 22% dos fabricantes é que esse segmento
Públicas
43%
13%
Acima de R$ 1 bilhão
Decorativas
46%
12%
Até R$ 10 milhões Refletores
48%
Específicas para Leds
48%
60% 61% 63%
Projetores
6%
22%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
Comerciais
16%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Industriais 9%
22%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Dentre os acessórios mais vendidos estão listados os reatores
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Em segundo lugar, está o segmento de luminárias comerciais.
e ignitores, representando 36%, relés fotoelétricos e sensores para
Segundo estimativa de 25% dos entrevistados, a movimentação anual
iluminação, ambos com 34%, sistemas de controle automático de
é de R$ 200 milhões a R$ 500 milhões. Por outro lado, a mesma
iluminação, 31%, porta lâmpadas (soquetes) e outros acessórios para
porcentagem acredita que seja entre R$ 10 milhões a R$ 50 milhões.
lâmpadas e/ou luminárias, 30% e interruptores, 24%.
Para 19%, até R$10 milhões e, 13%, de R$ 50 a R$ 100 milhões.
Acessórios para iluminação mais utilizados
Percepção do tamanho anual do mercado de LUMINÁRIAS COMERCIAIS
6% 3%
19%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
Interruptores
21%
Acima de R$ 1 bilhão
Até R$ 10 milhões
Variadores de intensidade (dimmers)
24%
25%
30% 31%
Porta lâmpadas (soquetes) e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias Sistemas de controle automático de iluminação
34% 34% 36%
Sensores para iluminação Relés fotoelétricos Reatores e/ou ignitores
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
25%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 9%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
13%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
No nicho de luminárias industriais, 23% dos entrevistados acreditam que esse mercado movimente por ano até R$10 milhões. Para 20%, de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões. Para o segmento de luminárias públicas, 28% dos fabricantes estimam um montante entre R$ 500 mil a R$ 1bilhão anualmente. Para 21%, de R$ 200 milhões a R$ 500 milhões e 18%, até R$ 10 milhões.
71
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Percepção do tamanho anual do mercado de LUMINÁRIAS industriais
Percepção do tamanho anual do mercado de LUMINÁRIAS para atmosferas explosivas
3%
6%
Acima de R$ 1 bilhão
6%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
3%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
23%
Até R$ 10 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
14%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
15%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões 41%
15%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões Percepção do tamanho anual do mercado de LUMINÁRIAS públicas
9%
Acima de R$ 1 bilhão
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
O faturamento anual bruto para a maioria dessas empresas (41%)
em 2017 foi de até R$ 10 milhões. Para 29% dessa fatia foi de R$ 10 18%
Até R$ 10 milhões 9%
28%
milhões a R$ 50 milhões e 14%, de R$ 50 R$ 100 milhões. Faturamento bruto anual das empresas em 2017
2%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
7% 15% 21%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
7%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 14%
Por último, 41% do entrevistados do nicho de atmosferas explosivas
responderam que esse segmento anualmente movimenta entre R$ 10 a R$ 50 milhões, seguidos de 35% até R$ 10 milhões e 14%, de R$ 50 a R$ 100 milhões.
35%
Até R$ 10 milhões
4%
15%
20%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 29%
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
41%
Até R$ 10 milhões
72
Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
A desaceleração da economia (20%), a crise política (19%),
17% do segmento de projetos acreditam que mercado está em franca expansão e atento às tendências internacionais, diz pesquisa
a falta de confiança dos investidores (17%) e a desaceleração do crescimento do setor de construção civil (17%) são os principais motivos para que o segmento não esteja tão otimista em relação ao crescimento do mercado em 2018. Fatores que justificam as previsões de crescimento para este mercado em 2017
A revista O Setor Elétrico realizou pesquisa no mês de agosto,
2%
com 29 empresas de destaque no segmento projetos de todo o Brasil
Programas de incentivo do governo
para fazer uma avaliação do mercado. A pesquisa faz um balanço
2%
Outros
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
de como as companhias avaliam o setor, seus principais nichos de 16%
10%
atuação, investimentos, entre outros fatores.
Desaceleração da e conomia brasileira
Retomada dos investimentos 10%
Desvalorização da moeda brasileira
Os resultados apontam que 17% dos projetistas acreditam
que o mercado está em franca expansão e atento às tendências 2%
Setor da construção civil aquecido
internacionais. Por outro lado, 17%, avaliam que o segmento apresenta produtos com pouco qualidade técnica. Já 5% acreditam que é um mercado maduro e responsável. Para outros 5%, está desatualizado e mais 5% ainda têm deficiências técnicas de assistência e suporte.
14%
14%
Setor da construção civil desaquecido
Falta de confiança de investidores
17%
Outros 5%
7%
Falta de normalização e/ou legislação
16%
5%
Projetos de infraestrutura
Crise política
2%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Classificação do mercado brasileiro de PRODUTOS E SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO
É um mercado desatualizado
17%
É um mercado em franco crescimento 17%
5%
É um mercado maduro e responsável 5%
A pesquisa aponta ainda que as empresas cresceram 12% em 2018,
um ponto porcentual a mais em reação a 2017, quando o crescimento foi de
É um mercado com deficiências técnicas (assistência e suporte) 17%
11%. A previsão de crescimento do tamanho anual total é de 7% e o volume
É um mercado que apresenta produtos com pouca qualidade técnica
de contração de 2018 pelas empresas aumentou em 6%.
Previsões de crescimento
É um mercado que apresenta produtos com pouca qualidade técnica 17%
É um mercado atento às tendências internacionais
Para 44% dos entrevistados, o tempo para os leds serem a
principal fonte luminosa do País levará de seis a dez anos, enquanto 39%, em até cinco anos e 17%, de 11 a 20 anos.
Contratação de colaboradores em 2018
6% 7%
Previsão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para o ano de 2018
11% 12%
Crescimento da sua empresa em 2017 comparado ao ano anterior Crescimento percentual para sua empresa em 2018
Tempo para os Leds serem a principal fonte luminosa do país
17%
De 11 a 20 anos 39%
Em até 5 anos
44%
De 6 a 10 anos
73
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
A pesquisa também indica que o principal nicho de atuação
Investimentos em sistemas de controle e gerenciamento de
das empresas de projetos é em escritórios, edifícios corporativos e
iluminação ainda precisam ser melhorados no segmento. Segundo
públicos (66%), seguidos pela área industrial (52%) e, empatadas,
a pesquisa, menos de 25% das empresas aplicam esses sistemas
pelas áreas residenciais e de iluminação pública (45%). Shoppings
de iluminação. Outros 34% investem entre 25% e 50%, enquanto
Centers e lojas em geral têm 24% das atuações dessas empresas.
21%, entre 50% e 75% e, 7%, entre 75% e 100%.
Principais áreas de atuação das empresas
3%
Aplicação de sistemas de controle e gerenciamento de iluminação
7%
Outros
Entre 75% e 100% dos projetos
Hospitalar
7%
21%
Entre 50% e 75% dos projetos
Hotéis
10%
38%
Menos de 25% dos projetos
Monumentos, edifícios históricos e xilares
14%
Esportiva
17%
Shopping centers e lojas em geral
24% 45% 45%
34%
Entre 25% e 50% dos projetos
Iluminação pública Residencial Industrial
52% 66%
Escritórios, Edifícios corporativos / públicos
Por último, 22% dos entrevistados, a estimativa de compras e
de especificação de produtos para 2018 será entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. Também para 22% a estimativa é de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões. Para 17%, até R$ 500 mil e, para outros 17%, entre R$ 5 milhões a R$ 10 milhões.
A maioria dos entrevistados, 78%, associa a disponibilidade
de informações técnicas como o principal fator que envolve a decisão de especificação e/ou compra de produtos e sistemas
Estimativa de compra/ especificação de produtos de iluminação para 2018
de iluminação. Para 67%, a garantia e a assistência técnica do fabricante são fundamentais para a decisão da compra, seguidos
17%
pela marca, com 61%, possuir selo do Inmetro e local de
Até R$ 500 mil
fabricação do produto, com 56% e prazo de entrega, com 50%.
22%
De R$ 1 milhão a R$ 5 milhões
Avaliação dos fatores que envolvem decisão de especificação e/ou
Garantia
Assistência técnica do fabricante
Disponibilidade de informações técnicas
0%
6%
0%
0%
6% 22% 6%
5e6 7e8
O fornecedor ter ISO 9001 e/ou 14001
Preço
6%
22%
Prazo de entrega
Possuir selo do Inmetro
1a4
Treinamento oferecido pelo fabricante
Notas
Marca (fabricante)
Local de fabricação do produto (nacional ou importado)
compra de produtos e sistemas de iluminação
6%
6%
6% 17% 6% 11% 22% 6% 17% 11% 6% 28% 28% 28% 44% 22% 11% 11% 33% 28% 39% 33%
9 e 10 61% 56% 44% 67% 67% 78% 28% 56% 50% 33%
17%
De R$ 500 mil a R$ 1 milhão
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
11% 11%
Acima de R$ 50 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 50 milhões
Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Blumenau Iluminação
(47) 3036-5155 www.blumenau.ind.br
Blumenau
SC
Brilia
(11) 51805570 www.brilia.com
SãoPaulo
CITELUM
(71) 2102-8900 www.citelum.com/pt/
CLARAO ILUMINAÇÃO COISARADA ELETRICIDADE
X X X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
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X X X
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X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X X
SP
X
X
X X
Salvador
BA
X
X
(17) 3355-8800 www.clarao.ind.br
São José do Rio Preto
SP
(49) 3251-9000 www.coisarada.net
Lages
SC
X
X X X X
X
Conexled
(11) 2334-9393 www.conexled.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X X
X
Decorlux
(41 )3029-1144 www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
X
X X X
DEMAPE
(11) 4894-8800 www.demape.com.br
Itatiba
SP
X
X X X X X X X X
X
DIALIGHT DO BRASIL
(19) 3113-4300 www.dialight.com
Indaiatuba
SP
X
X
X
ELETRO TERRIVEL
(11) 3959-6855 www.eletroterrivel.com.br
São Paulo
SP
Elgin
(11) 3383-5830 www.elgin.com.br
São Paulo
SP
Embramat
(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo
SP
Enerbras Materiais Elétricos
(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
EVERLIGHT ILUMINAÇÃO
(31) 2566-8963 www.everlight.com.br
Contagem
MG
X
Exatron
(51) 3357-5000 www.exatron.com.br
Porto Alegre
rs
X
Fernando Stemmler
(42) 3222-3500 www.ccpg.eng.br
Ponta Grossa
PR
FINDER
(11) 4223-1550 www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
FORTLIGHT
(11) 2087-6000 www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
Central Iluminação
(31) 3429-8500 www.centraliluminacao.com.br Belo Horizonte
MG
Glolani
(11) 22941133 www.glolani.com.br
São Paulo
SP
X
GUBRO
(21) 2592-0190 www.gubro.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
IDEAL INDUSTRIES
(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X X X X X X X
X
X X
X
ILUMAC
(14) 3213-1100 www.ilumac.com.br
Bauru
SP
X
X
X
X
X
IMPERIAL LUMINARIAS
(47) 3325-1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau
SC
X
X X
Intral SA
(54) 3209-1300 www.intral.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X X X
Itaim Iluminação
(11) 3181-5223 www.itaimiluminacao.com.br
São Paulo
SP
X
X X
KABENKO
(11) 2598-8006 www.kabenko.com.br
São Paulo
SP
X
X
KDL ILUMINAÇÃO
(11) 4617-3432 www.kdliluminacao.com.br
Cotia
SP
X
X X
Kian Iluminação
(21) 2702-4500 www.kian.com.br
São Gonçalo
RJ
X
X X X
X X
Lalux
(31) 3476-6144 www.lalux.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X X
X X
LIGHTTOOL ILUMINAÇÃO
(15) 3459-8318 www.lighttool.com.br
Iperó
SP
X
Loja Goodfella
(19) 99631-1172 www.lojagoodfella.com
Pirassununga
SP
X
X X
X X
Luma Iluminação
(21) 2717-2463 www.luma.ind.br
Niterói
RJ
X
X X X
X
Lumicenter Lighting
(41) 2103-2750 www.lumicenter.com
São José dos Pinhais
PR
X
X X X
X
LUTRON
(11) 3257-6745 www.luyron.com
SãoPaulo
SP
X
X X X
Maccomevap
(21) 2687-0070 www.maccomevap.com.br
Itaguai
RJ
x
x x
Maex Engenharia
(19) 3455-5266 www.maex.com.br
Santa Bárbara D'oeste
SP
MarGirius
0800-707-3262 www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
X
X X X
MELFEX
(11) 4072-1933 www.melfex.com.br
Diadema
SP
X
X
X X
Naville Iluminação
(11) 2431-4500 www.naville.com.br
Guarulhos
SP
X
X X
X X X X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382 www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X
Mandaguari
PR
Piracicaba
SP
Onix Distrib. de Materiais Elétricos (44) 3233-8500 www.onixcd.com.br ONNOLED
(19) 3424-4000 www.onnoled.com.br
X
X
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X
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X
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X X X X X X X X X
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X
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X
X
X
X
X
X
X
De Emergência
X
SP
X
X
Públicas
PR
São Paulo
X
X X
Comerciais
Curitiba
(11) 3355-2220 www.avantlux.com.br
X
X
Industriais
(41) 3018-4444 www.artiere.com.br
Avant
X X
X
Luminárias
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação
Artiere Eng. Eletroeletrônica
X X
X x
Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação
X
X
X
X
X
X X X
Importa produtos acabados
São Bernardo do Campo
SP
Certificado ISO 14.001 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
Alumbra
(11) 4393-9300 www.alumbra.com.br
X
Certificado ISO 9001
X
Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
Outros
SP
Internet
X X X
São Paulo
Venda direta ao cliente final Telemarketing
X
(11) 3933-7530 www.alpha-ex.com.br
Revendas/varejistas
PR
ALPHA EQUIP. ELÉTRICOS
Cidade
Canal de vendas
Distribuidores/atacadistas
São José dos Pinhais
Site
Público
Residencial
Estado
(41) 2103-2750 www.abalux.com.br
Comercial
Telefone
Abalux Iluminação
Industrial
EMPRESA
Fabricante
Distribuidora
segmento A empresa é Principal de atuação
Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
74
X
X
X
X x
x x x x X X
X X X X X X X X
X X X
75
PriluxdoBrasil
(19) 3116-1300 www.grupoprilux.com.br
Hortolândia
SP
Qualitrafo Industrial
(35) 3559-0000 www.qualitrafo.com.br
Guaxupé
MG
X
X X X X X X X
Renetec
(11) 4991-1999 www.renetec.com.br
Santo André
SP
X
X X
Segurimax
(47) 3703-1888 www.segurimax.com.br
Gaspar
SC
X
X X X
SOB schurter+okw
(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
Schreder
(19) 3517-9680 www.schreder.com.br
Vinhedo
SP
x
x x
STRAHL
(11) 2818-3838 www.strahl.com.br
São Paulo
SP
X
X
SULMINAS
(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br Poços de Caldas
Tasco
0800 770 3171 www.tasco.com.br
Boituva
SP
X
Tecnowatt Iluminação Ltda
(31) 3359-8200 www.tecnowatt.com.br
Contagem
MG
X
Trópico Iluminação
(19) 38856428
Indaiatuba
SP
X
UNITRON
(11) 3931-4744 www.unitron.com
São Paulo
SP
X
Walmonof
(11) 2421-0230 www.walmonof.com.br
Guarulhos
SP
X
X X X
WEG
(47) 3276-4000 www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X X X X X X X
Wetzel
(47) 3451-8727 www.wetzel.com.br
Joinville
SC
X
X X
Zagonel
(49) 3366-6000 www.zagonel.com.br
Pinhalzinho
SC
X
X X
www.tropico.com.br
X X
X
MG
X X X X
X
X
X
X X
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X
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X
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X X X X X
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X X X X X X X
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X X X X
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X X X X X X
X
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X X
X
X
X
X X X X X X
X
X
X
X
X
X X
De Emergência
X
X
X
Públicas
MG
X
Luminárias
Comerciais
Contagem
Oferece treinamento técnico para os clientes Fornece projetos de iluminação
(31) 3361-1095 www.polimetal.com.br
X X X
X
Corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
Polimetal Ligas e Metais Ltda
X X X X X X
Importa produtos acabados
X
Certificado ISO 14.001 Programas na área de responsabilidade social Exporta produtos acabados
X
Atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
SP
Certificado ISO 9001
Barueri
Outros
(11) 2125-0745 luz.spot@philips.com
Estado SP X
Internet
Venda direta ao cliente final Telemarketing
Revendas/varejistas
Philips Lighting
Cidade
Público
São Paulo
Site
Residencial
Distribuidora
(11) 2172-1044 www.ourolux.com.br
Comercial
Telefone
OUROLUX
Industrial
EMPRESA
Fabricante
Distribuidores/atacadistas
Canal de vendas
Industriais
segmento A empresa é Principal de atuação
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
X
X X
X X X X
X
X
X
X
X X
X X X
X
X
Pesquisa - Produtos e sistemas de iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Acessórios
Variadores de intensidade
Sistemas de controle automático de iluminação
X
(11) 3933-7530 www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
Alumbra
(11) 4393-9300 www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X X
Artiere Eng. Eletroeletrônica
(41) 3018-4444 www.artiere.com.br
Curitiba
PR
X X
Avant
(11) 3355-2220 www.avantlux.com.br
São Paulo
SP
X
X X
Blumenau Iluminação
(47) 3036-5155 www.blumenau.ind.br
Blumenau
SC
X
X
Brilia
(11) 51805570 www.brilia.com
SãoPaulo
SP
X X X
CITELUM
(71) 2102-8900 www.citelum.com/pt/
Salvador
BA
X
CLARAO ILUMINAÇÃO
(17) 3355-8800 www.clarao.ind.br
São José do Rio Preto
SP
X X
COISARADA ELETRICIDADE
(49) 3251-9000 www.coisarada.net
Lages
SC
Conexled
(11) 2334-9393 www.conexled.com.br
São Bernardo do Campo
SP
Decorlux
(41 )3029-1144 www.decorlux.com.br
Curitiba
PR
DEMAPE
(11) 4894-8800 www.demape.com.br
Itatiba
SP
DIALIGHT DO BRASIL
(19) 3113-4300 www.dialight.com
Indaiatuba
SP
ELETRO TERRIVEL
(11) 3959-6855 www.eletroterrivel.com.br
São Paulo
SP
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Elgin
(11) 3383-5830 www.elgin.com.br
São Paulo
SP
X
Embramat
(11) 2098-0371 www.embramataltatensao.com.br São Paulo
SP
Enerbras Materiais Elétricos
(41) 2111-3000 www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
EVERLIGHT ILUMINAÇÃO
(31) 2566-8963 www.everlight.com.br
Contagem
MG
Exatron
(51) 3357-5000 www.exatron.com.br
Porto Alegre
rs
Fernando Stemmler
(42) 3222-3500 www.ccpg.eng.br
Ponta Grossa
PR
FINDER
(11) 4223-1550 www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
FORTLIGHT
(11) 2087-6000 www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
X X X X X
Central Iluminação
(31) 3429-8500 www.centraliluminacao.com.br Belo Horizonte
MG
X X X X
X X X X X X X
Glolani
(11) 22941133 www.glolani.com.br
São Paulo
SP
X X X X
X X X X X X X X
GUBRO
(21) 2592-0190 www.gubro.com.br
Rio de Janeiro
RJ
IDEAL INDUSTRIES
(11) 4314-9930 www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
ILUMAC
(14) 3213-1100 www.ilumac.com.br
Bauru
SP
IMPERIAL LUMINARIAS
(47) 3325-1306 www.imperialluminarias.com.br Blumenau
SC
Intral SA
(54) 3209-1300 www.intral.com.br
Caxias do Sul
RS
X
Itaim Iluminação
(11) 3181-5223 www.itaimiluminacao.com.br
São Paulo
SP
X X X X X
KABENKO
(11) 2598-8006 www.kabenko.com.br
São Paulo
SP
X
KDL ILUMINAÇÃO
(11) 4617-3432 www.kdliluminacao.com.br
Cotia
SP
X X X X X
X
Kian Iluminação
(21) 2702-4500 www.kian.com.br
São Gonçalo
RJ
X X X X
X X X X X X X X
X X
Lalux
(31) 3476-6144 www.lalux.com.br
Belo Horizonte
MG
X
LIGHTTOOL ILUMINAÇÃO
(15) 3459-8318 www.lighttool.com.br
Iperó
SP
X X X X X
X X X X
X X
Loja Goodfella
(19) 99631-1172 www.lojagoodfella.com
Pirassununga
SP
X
Luma Iluminação
(21) 2717-2463 www.luma.ind.br
Niterói
RJ
X X X X X
Lumicenter Lighting
(41) 2103-2750 www.lumicenter.com
São José dos Pinhais
PR
X X X X X
LUTRON
(11) 3257-6745 www.luyron.com
SãoPaulo
SP
Maccomevap
(21) 2687-0070 www.maccomevap.com.br
Itaguai
RJ
x x
Maex Engenharia
(19) 3455-5266 www.maex.com.br
Santa Bárbara D'oeste
SP
X
MarGirius
0800-707-3262 www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
MELFEX
(11) 4072-1933 www.melfex.com.br
Diadema
SP
Naville Iluminação
(11) 2431-4500 www.naville.com.br
Guarulhos
SP
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382 www.obo.com.br
Sorocaba
SP
Onix Distrib. de Materiais Elétricos
(44) 3233-8500 www.onixcd.com.br
Mandaguari
PR
ONNOLED
(19) 3424-4000 www.onnoled.com.br
Piracicaba
SP
X X X X X X X
X
X X
X
X X X X X X X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
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X X X
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X X X X
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X X X X
X X X X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X X X X
X X X
Interruptores
X X X
PR
ALPHA EQUIP. ELÉTRICOS
Sensores para iluminação
X
São José dos Pinhais
Relés fotoelétricos
X
Telefone Site (41) 2103-2750 www.abalux.com.br
Reatores e/ou Ignitores
X X X
Especiais
X
Miniaturas
X
Decorativas
X
Leds
De Indução
Vapor metálico
Vapor de mercúrio
Halógenas
Dicróicas
Fluorescentes compactas
Fluorescente tubulares
Mistas
Especiais
Incandescentes
Refletores
Projetores
Específicas para Leds
Decorativas
Para Atmosferas Explosivas
Estado
Lâmpadas
Abalux Iluminação
EMPRESA
Cidade
De Sinalização
Luminárias
Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
76
X X X X
X X X
X
X X
X
X X X X
X
X X X
X
X X X X X
X X
X
X X X X X
X
X
X X
X X X X
X
X
X
X
X X X
X
x x x
X X X
X
X X
X
X
X X X X X X X X X X
X
X
X X
X
X
X
X
X X X X X
X
x
x
x
X X X X X
X
X x x
x x x x x
X X
X
X x
X
X
X X X
X X X
X
X X X X
X X
X
X
X X X X
X
X
X
X X X
X X X X X
X
X X
X
X
X X X X X X X
X
X
X X X
X
X
X X
X
X
77
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
X X X X X
X X
X X
Polimetal Ligas e Metais Ltda
(31) 3361-1095 www.polimetal.com.br
Contagem
MG
X
PriluxdoBrasil
(19) 3116-1300 www.grupoprilux.com.br
Hortolândia
SP
X X X
Qualitrafo Industrial
(35) 3559-0000 www.qualitrafo.com.br
Guaxupé
MG
Renetec
(11) 4991-1999 www.renetec.com.br
Santo André
SP
Segurimax
(47) 3703-1888 www.segurimax.com.br
Gaspar
SC
SOB schurter+okw
(11) 5090-0030 www.sob-brasil.com
São Paulo
SP
Schreder
(19) 3517-9680 www.schreder.com.br
Vinhedo
SP
x x x x
STRAHL
(11) 2818-3838 www.strahl.com.br
São Paulo
SP
X
SULMINAS
(35) 3714-2660 www.sulminasfiosecabos.com.br Poços de Caldas
Tasco
0800 770 3171 www.tasco.com.br
Boituva
SP
Tecnowatt Iluminação Ltda
(31) 3359-8200 www.tecnowatt.com.br
Contagem
MG
X
X
Trópico Iluminação
(19) 38856428 www.tropico.com.br
Indaiatuba
SP
X
X X X
UNITRON
(11) 3931-4744 www.unitron.com
São Paulo
SP
X
Walmonof
(11) 2421-0230 www.walmonof.com.br
Guarulhos
SP
X
WEG
(47) 3276-4000 www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
Wetzel
(47) 3451-8727 www.wetzel.com.br
Joinville
SC
X X
X X X
Zagonel
(49) 3366-6000 www.zagonel.com.br
Pinhalzinho
SC
X
X X X
X X
X
X
X X
X X X X
Sistemas de controle automático de iluminação
X X
X X X
X
Variadores de intensidade
X X
SP
Interruptores
X X X X X X
Barueri
Sensores para iluminação
X X
(11) 2125-0745 luz.spot@philips.com
Reatores e/ou Ignitores
SP
Philips Lighting
Porta lâmpadas e outros acessórios para lâmpadas e/ou luminárias
Cidade São Paulo
Especiais
Telefone Site (11) 2172-1044 www.ourolux.com.br
Miniaturas
Decorativas
Leds
De Indução
Vapor metálico
Vapor de mercúrio
Halógenas
Dicróicas
Fluorescentes compactas
Fluorescente tubulares
Mistas
Especiais
Incandescentes
Refletores
EMPRESA OUROLUX
Relés fotoelétricos
Acessórios
Lâmpadas
Projetores
Específicas para Leds
Decorativas
De Sinalização
Estado
Para Atmosferas Explosivas
Luminárias
X X
X X
X X
X X X X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X x
x X
MG X
X X
X
X
X X
X
X X
X X
X
X
X X X X
X
X
Pesquisa - Projetistas de Iluminação
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
X X
X
(31) 3547-8598
www.ceilux.com.br
Nova Lima
MG
X
(11) 4871-1888
www.celenapar.com.br
São Paulo
SP
X
Central Iluminação Ltda
(31) 3429-8500
www.centraliluminacao.com.br
Belo Horizonte
MG
Citelum
(71) 2102-8900
www.citelum.com/pt
Salvador
BA
DKF
(19) 3272-5311
dkeiti@gmail.com
Campinas
SP
Engeluz
(22) 2647-1899
www.grupoengeluz.com.br
Cabo Frio
RJ
Fox Eng. e Consultoria Ltda
(61) 2103-9555
www.foxengenharia.com.br
Brasília
DF
Franco Associados
(11) 3064-6861
www.francoassociados.com
São Paulo
SP
X
X
Intral materiais elétricos
(54) 3209-1300
www.intral.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
X
JSA Engenharia
(11) 5081-7799
www.jsaconsultoria.eng.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
L&G Engenharia
(31) 98817-5153 www.legengenharia.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
X
X
Lumera
(21) 99346-4108 Instagram.com/lumerario
Rio de Janeiro
Rj
X
X
LUZ URBANA
(11) 5571-2928
São Paulo
SP
Paulo Oliveira LD
(43) 99905-9503 www.paulooloveiradesigner.com
Londrina
PR
Paulo Torniziello Iluminação
(19) 99701-3773 www.paulotorniziello.com.br
Campinas
SP
Philips Lighting
(11) 2125-0745
luz.spot@philips.com
Barueri
SP
Quality Engenharia
(71) 3341-1414
www.qualityltda.com.br
Salvador
Ba
X
Reeme Iluminação
(11) 3525-3290
www.reeme.com.br
São Paulo
SP
X
SADENCO Engenharia
(48) 3028-2222
www.sadenco.com.br
Florianópolis
SC
www.save.eng.br
Rio de Janeiro
RJ
SAVE Iluminação - prod. e serviços (21) 3349-0220
www.luzurbana.com.br
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X X
X
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X
X
X X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
(35) 3471-7529
www.sensotron.com.br
Santa Rita do Sapucaí
MG
Senzi lighting
(11) 5052-8752
www.senzilighting.com.br
São Paulo
sp
Studioix
(11) 3872-9919
www.studioix.com.br
São Paulo
SP
SX Lighting
(12) 3527-6955
www.sxlighting.com.br
Pindamonhangaba
SP
X
Trópico Equipamentos Elétricos
(19) 3885-6428
www.tropico.com.br
Indaiatuba
SP
X
Zagonel
(49) 3366-6000
www.zagonel.com.br
Pinhalzinho
SC
X
X
X X
X X X
X X
X
X
X X
X
X X
X
X
Sensotron Eletrônica Ltda
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Não possui e não acho importante
X X
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Celena
X
X
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CEILUX Iluminação
X
X
Não possui ainda, mais acho importante
X
X
Sim
RS
X X
Certificado ISO 9001
Mais de 30
Caxias do Sul
De 10 a 20
www.carinatomazzoni.com.br
Carina Tomazzoni Projetos de Iluminação (54) 9999-8741
X
Até 5
X
Outros
SP
Iluminação pública
Sarapui
Hotéis
(15) 99814-3023 www.phoenixdesign.com.br
Monumentos e edifícios históricos
SP
Atelier Phoenix Design
Hospitalar
UF
São Paulo
Shopping centers e lojas em geral
Cidade
Esportiva
Site www.alpha-ex.com.br
Industrial
Telefone (11) 3933-7530
Escritórios, Edifícios corporativos / Edifícios públicos
Residencial
EMPRESA Alpha Equip. Elétricos
De 5 a 10
Número de funcionários das empresas
Principais áreas de atuação das empresas
De 20 a 30
78
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
79
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
X
X
X
www.carinatomazzoni.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
CEILUX Iluminação
(31) 3547-8598
www.ceilux.com.br
Nova Lima
MG
X
Celena
(11) 4871-1888
www.celenapar.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
Central Iluminação Ltda
(31) 3429-8500
www.centraliluminacao.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
X
X
Citelum
(71) 2102-8900
www.citelum.com/pt
Salvador
BA
X
X
X
X
DKF
(19) 3272-5311
dkeiti@gmail.com
Campinas
SP
X
X
X
Engeluz
(22) 2647-1899
www.grupoengeluz.com.br
Cabo Frio
RJ
X
X
X
Fox Eng. e Consultoria Ltda
(61) 2103-9555
www.foxengenharia.com.br
Brasília
DF
X
Franco Associados
(11) 3064-6861
www.francoassociados.com
São Paulo
SP
X
Intral materiais elétricos
(54) 3209-1300
www.intral.com.br
Caxias do Sul
RS
X
JSA Engenharia
(11) 5081-7799
www.jsaconsultoria.eng.br
São Paulo
SP
X
L&G Engenharia
(31) 98817-5153 www.legengenharia.com.br
Belo Horizonte
MG
X
Lumera
(21) 99346-4108 Instagram.com/lumerario
Rio de Janeiro
Rj
X
X
X
LUZ URBANA
(11) 5571-2928
São Paulo
SP
X
X
X
Paulo Oliveira LD
(43) 99905-9503 www.paulooloveiradesigner.com
Londrina
PR
X
X
X
Paulo Torniziello Iluminação
(19) 99701-3773 www.paulotorniziello.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
Philips Lighting
(11) 2125-0745
luz.spot@philips.com
Barueri
SP
X
X
X
X
Quality Engenharia
(71) 3341-1414
www.qualityltda.com.br
Salvador
Ba
X
X
X
X
Reeme Iluminação
(11) 3525-3290
www.reeme.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
SADENCO Engenharia
(48) 3028-2222
www.sadenco.com.br
Florianópolis
SC
X
X
X
X
SAVE Iluminação - prod. e serv.
(21) 3349-0220
www.save.eng.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
Sensotron Eletrônica Ltda
(35) 3471-7529
www.sensotron.com.br
Santa Rita do Sapucaí
MG
X
X
X
X
Senzi lighting
(11) 5052-8752
www.senzilighting.com.br
São Paulo
sp
X
X
X
X
Studioix
(11) 3872-9919
www.studioix.com.br
São Paulo
SP
X
X
SX Lighting
(12) 3527-6955
www.sxlighting.com.br
Pindamonhangaba
SP
X
Trópico Equipamentos Elétricos
(19) 3885-6428
www.tropico.com.br
Indaiatuba
SP
Zagonel
(49) 3366-6000
www.zagonel.com.br
Pinhalzinho
SC
www.luzurbana.com.br
X X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
Entre 75% e 100%
X
SP
Entre 50% e 75 %
X
Sarapui
Entre 25% e 50 %
X
(15) 99814-3023 www.phoenixdesign.com.br
Menos de 25%
SP
Atelier Phoenix Design
Entre 75% e 100%
UF
São Paulo
Entre 50% e 75 %
Cidade
www.alpha-ex.com.br
Entre 25% e 50 %
Site
(11) 3933-7530
Aplicação de sistemas de controle e gerenciamento de iluminação
Aplicação de conceitos e soluções de iluminação energeticamente eficientes
Menos de 25%
Telefone
Alpha Equip. Elétricos
Não
Sim
As vezes
Não
O uso de LEDs em projetos luminotécnicos faz parte do dia a dia de sua empresa
EMPRESA
Carina Tomazzoni Projetos de Iluminação (54) 9999-8741
Sim
As vezes
Compra produtos, equipamentos, componentes, etc
Sim
Não
Especifica produtos, equipamentos, componentes, fornecedores
X
X X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X X X X X
X
X
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Por José Barbosa*
Proteger pessoas em áreas abertas é sinônimo de retirá-las destes locais causados
são aqueles que envolvem a vida humana,
por descargas atmosféricas, principalmente
mas tivemos muitos que causaram a perda de
aqueles que acontecem em nosso País, é
valores econômicos e de serviços.
uma prática fundamental para quem quer se
especializar em proteção contra descargas
e pessoas feridas de toda a gravidade. Um
atmosféricas e aumentar a sensibilidade da
aspecto dos acidentes envolvendo a vida
definição das estratégias de proteção. Ao
humana é o grande número de ocorrências
perceber as características dos acidentes,
com pessoas em áreas abertas, principalmente
possibilita
Acompanhar
os
acidentes
Houve várias perdas de vidas humanas
conceitos
os fatais que geralmente acontecem nesta
estabelecidos principalmente na parte 2 da
circunstância. Outra característica é o grande
NBR5419:2015, que trata do gerenciamento
número de acidentes com trabalhadores
de risco, e a correlação da aplicação das
que exercem suas atividades em área
medidas de proteção descritas principalmente
aberta. Infelizmente não há uma prática de
na parte 3 desta norma.
proteção efetiva que permita a continuidade
Desde 2011, venho publicando em
dos trabalhos mesmo em tempo ruim, com
minhas redes sociais os acidentes que
possibilidade de ocorrência de descargas
tenho notícia. Esta prática tem o objetivo
atmosféricas. A única alternativa de proteção
de contribui na formação dos profissionais
é a retirada das pessoas destas áreas e
que atuam no mercado de proteção contra
encaminhá-las para uma estrutura segura.
compreender
os
descargas atmosféricas. Na última temporada
Esta
desse fenômeno, que aconteceu no verão
administrativamente
orientação
pode
brasileiro, entre o final de 2017 e o início de
conscientização dos riscos de se permanecer
2018, tivemos acidentes no Brasil envolvendo
em área aberta em caso de tempestades.
todo o escopo da NBR5419:2015. Os piores
Uma prática relativamente simples e barata é
por
ser
realizada
meio
Figura 1 - Descarga direta e fluxo da corrente
da
81
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
a orientação através da sinalização. A fixação de placas de advertência nas áreas, indicando a possibilidade de acidente e mostrando onde se abrigar, é uma das melhores medidas de proteção neste caso.
O que torna difícil a tomada de decisão
da melhor hora de evacuar uma determinada área aberta, principalmente em um ambiente de trabalho, onde os custos de parada de processo podem assumir valores importantes, é a percepção subjetiva da possibilidade de ocorrência de descarga atmosférica, a definição do que seria uma tempestade ou um tempo ruim. Podemos ter chuvas e não haver a possibilidade de ocorrência de descargas atmosféricas e podemos não ter chuva, mas somente nuvens carregadas e haver a possibilidade de descargas atmosféricas.
Hoje temos disponíveis no mercado
sistemas capazes de medir os campos elétricos e eletromagnéticos gerados por todas as fases de uma tempestade. Estes sistemas podem emitir alertas com precisão necessária para orientar adequadamente gestores de força de trabalho ou público em locais abertos em caso de tempestades. Quando se deseja estabelecer condição segura de trabalho em caso de tempestade, a instalação de um sistema de alerta de tempestades é a única medida segura e que permite minimizar a perda de produção por mobilização desnecessária. Não haverá perda de vida humana em área aberta se lá não houver pessoas presentes.
Não
consigo
imaginar
uma
situação ou condição que desobrigue os responsáveis a não orientar e retirar as pessoas das áreas abertas em caso de possibilidade de descargas atmosféricas. A nova temporada de descargas atmosféricas está chegando e muito provavelmente continuaremos a ter muitas mortes em áreas abertas. Desejo que consigamos aumentar a conscientização da proteção em áreas abertas e que os números de mortes possam reduzir significativamente. *Eng José Barbosa é membro da comissão que revisou a NBR 5419.
82
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Por Eng Jose Starosta*
Qualidade da Energia – O “produto” e o “serviço”
As
abordagens
das
normas
energia
conectadas
às
distribuidoras,
estão normalmente vinculadas à análise
diversos
de fenômenos que impactam a operação
cargas
normal de cargas em sua alimentação
que merecem a mesma atenção pelo
por fontes, sejam por distribuidoras
pessoal de manutenção e operação das
de energia, por fonte local (geração
plantas. O objetivo é manter as cargas
distribuída-GD) ou mesmo os impactos
operando e
decorrentes por algum fenômeno interno
de imunidade ou ainda atendendo aos
da planta ou instalação, como uma
limites operacionais das mesmas. A
sobrecarga que prejudique a operação
figura 1 ilustra o comportamento da
de outras cargas na mesma instalação por
imunidade de carga típica de Tecnologia
consequências na tensão de alimentação.
de
Desta
os
onde a zona sombreada representa
forma
indicadores
de
por
fato
onde
alimentadas
as e
respeitando suas curvas
Informação
(TI),
na
curva
ITIC,
o não atendimento às premissas de alimentação destas cargas. Os pontos
acoplamento
localizados na zona sombreada indicam
comum têm
suas
que
barramentos são
nos
devem
plantas
limites
definidos
também
ser atendidos não só nos pontos de as
e
são
mas
companhias
relacionadas à Qualidade da Energia
(PAC)
onde
entradas
de
então possíveis falhas de operação.
Figura 1 – Curva ITIC e os limites de suprimento de energia em carga TI – [CBEEMA]
83
Espaço SBQEE Assim, a norma IEEE 1159 (entre
A seção 8.1 relacionada à qualidade do
operacional de industriais, uma VTCD que
outras) trata desde variações transitórias
produto possui formatação semelhante à
ocorre em frações de segundos pode ter o
que
ciclos
apresentada pela norma IEEE 1159, com
mesmo efeito de uma interrupção de duas
as
ocorrem
em
frações
de
algumas (naturais) modificações de limites,
ou três horas, já que o período necessário
variações de tensão de curta duração-VTCDs
definições e aplicações.
para recolocação da linha de produção
(desde alguns milissegundos até um minuto)
A seção 8,2 relacionada à qualidade
pode ser até maior que estas duas ou três
e as interrupções que ocorrem a partir de
do serviço está vinculado às obrigações e
horas, além das perdas de matéria prima,
um minuto.
Também são tratados outros
sistemas de atendimento das distribuidoras
equipamentos e mão de obra parada.
distúrbios em regime permanente como as
para regularização ou recuperação de
Benefícios
tensões em situações adequadas, precárias
fornecimentos. Neste cenário são definidos
automáticos
e críticas, as subtensões, as sobretensões,
os indicadores DEC/FEC e DIC/FIC que
religamento
interrupções
deformações
medem as frequências de interrupção ou
interrupções são extremamente bem-vindos
de forma de onda de tensão ou corrente
número de ocorrências (FEC e FIC) e a
e podem até ser soluções para as multas
(distorções harmônicas e inter-harmônicas,
duração equivalente de não atendimento
aplicadas às distribuidoras, mas não são
cortes de tensão, ruídos de alta frequência
durante o período de medição (DEC e
definitivamente ferramentas de melhoria da
e presença de componentes de corrente
DIC). Ainda são tratados nesta seção outras
qualidade de energia (produto), mas sim de
continua), flutuações de tensão, desequilíbrio
obrigações, outros indicadores e mesmo os
serviço. Da mesma forma, argumentos que
de tensão e variação de frequência. A
aspectos de penalizações.
a geração distribuída favoreceria a qualidade
(nanossegundos,
microssegundos);
sustentadas,
trazidos de
por
detecção
automático
e
sistemas de
falhas,
redução
de
da energia merecem melhor análise, uma
IEEE1159 ainda trata da especificação de
vez que sistemas de GD conectados às redes
e outras importantes informações que
Desvio de entendimento e interpretação
objetivam garantir a operação confiável de
Apesar de claramente identificado e
impactos negativos (distorção de tensão,
cargas elétricas em todos os ambientes.
instrumentos,
períodos
de
monitoração
da distribuidora podem causar nas mesmas
definido no modulo 8 do PRODIST, o tema
sobretensões e ruídos de alta frequência).
um
qualidade de serviço vem sendo confundido
Fundamental se entender também que a
documento que normalizasse o fornecimento
com a definição clássica e desejável de
Potência de Curto Circuito é premissa básica
de energia das distribuidoras aos seus clientes
qualidade da energia. A qualidade de
para a boa qualidade da energia e não se
ou consumidores, definiu no modulo 8 do
serviço tem uma importante função no
obtém esta característica em sistemas isolados
Procedimento da Distribuição – PRODIST
atendimento
ou ilhados como se tem tratado atualmente.
as premissas a serem atendidas pelas
concessionárias, mas estão normalmente
distribuidoras. O documento apresenta duas
associados aos períodos de regularização
*Eng José Starosta é diretor da Ação Engenharia
grandes seções, relacionados à qualidade do
de interrupções que é um dos fenômenos
e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-
produto (8.1) e do serviço (8.2).
de qualidade de energia. Do ponto de vista
Fiesp e da SBQEE.
A
ANEEL,
buscando
elaborar
aos
consumidores
pelas
84
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Proteção preventiva
Nos dias 08 e 09 de agosto estivemos
1.2 contra a incidência direta dos raios.
graves para seres vivos do que os impactos
em Canoas – RS onde participamos
A proteção se aplica também contra
diretos.
do
oportunidade
a incidência direta dos raios sobre os
apresentamos uma palestra sobre o tema
CINASE`31.
equipamentos e pessoas que se encontrem
sobre esse assunto prevê uma proteção
proteção em áreas abertas, assunto que
no interior dessas edificações e estruturas
cara e pouco eficiente, desconsiderando
começa a entrar em voga em função da
ou no interior da proteção imposta pelo
efeitos
iminente publicação do projeto de norma
SPDA instalado”.
transmitindo falsa sensação de segurança.
baseado na IEC (Comissão Eletrotécnica
Ainda
Internacional) 62793. Esta norma aplica-se
desta Norma não garantem a proteção
Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil
ao uso de informações de sistemas
de pessoas e equipamentos elétricos ou
é
de alerta de tempestade (sistemas ou
eletrônicos situados no interior das zonas
atmosféricas, com uma incidência de 50
equipamentos que fornecem informações
protegidas contra os efeitos indiretos
milhões de raios por ano. A cada 50 mortes
em tempo real) sobre a atividade elétrica
causados pelos raios, tais como: parada
por raio no mundo, uma ocorre no Brasil.
atmosférica, a fim de monitorar medidas
cardíaca,
interferência
Além do impacto humano, há o prejuízo
preventivas.
em equipamentos ou queima dos seus
material: cada raio custa ao País mais de
componentes causadas por transferência
R$25 em equipamentos queimados que
seleto público presente ao evento foi
de
precisam ser substituídos.
surpreendentemente
eletromagnética”.
A
aceitação
Na
do
assunto
imediata,
o
pelo que
no
item
1.3:
“As
centelhamento,
potencial
devidas
prescrições
à
indução
O que temos normalizado hoje no País
secundários
Segundo recordista
o
básicos
Instituto mundial
ou
até
Nacional em
de
descargas
Embora independente ao texto da
corrobora nossa opinião de que a norma
NBR 5419, o novo texto de norma trará
brasileira ABNT NBR 5419, que trata de
Assim,
as
conceitos complementares de proteção,
projeto, instalações e proteção contra
prescrições contidas no texto normativo
inclusive com a adoção de procedimentos
descargas atmosféricas, necessita de um
que se aplicam à proteção das estruturas,
específicos
complemento que auxilie seus ditames no
pode-se
vivos
detecção de raios. Pessoas circulando ou
assunto “proteção de seres vivos em áreas
contra impactos diretos dos raios quando
presentes em locais abertos, processos
abertas”.
expostos
produtivos que geram áreas classificadas
estacionamentos, parque, clubes, campos
e
não inclui proteção das pessoas contra
de futebol, nas ruas etc.).
outros, fazem parte do objeto a ser
descargas atmosféricas quando em áreas
Após o impacto direto, acontecem
verificado e protegido.
abertas, conforme indicado a seguir:
alguns efeitos indiretos causados por
Entendemos que dessa maneira a
uma
são
engenharia nacional caminha em direção à
Item 1.1: “Esta norma fixa as condições
responsáveis pela maioria dos acidentes
segurança, trazendo benefícios tanto para
de projeto, instalação e manutenção de
ocorridos. Geralmente, os efeitos são
o setor, quanto à população, no sentido de
sistemas de proteção conta descargas
proporcionalmente
e,
proteção contra raios e também de redução
atmosféricas
por isso, produzem consequências mais
de custos, com um serviço de segurança
Para quem desconhece, a NBR 5419
(SPDA),
para
proteger
as edificações estruturas definidas em
por
similaridade
tentar em
descarga
proteger áreas
seres
abertas
atmosférica,
mais
com
(pastos,
que
numerosos
atrelados
equipamentos
aos
avisos
ultrassensíveis,
de
entre
mais adequado às necessidades do país.
NR 10
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
85
Segurança nos trabalhos com eletricidade
João José Barrico de Souza é engenheiro eletricista e de segurança no trabalho, consultor técnico, diretor da Engeletric, membro do GTT-10 e professor no curso de engenharia de segurança (FEI/PECE-USP/Unip).
A visão de quem pratica - 1 Quando se trata de segurança do
no trabalho em linha viva ou sob potencial
especificação para aquisição (ou certificar
trabalhador para realizar atividades próximas
(vide [2]).
a atual) das vestimentas resistentes a arco elétrico e chama com respectiva tabela de
ou envolvendo sistemas elétricos existem diversos fatores a serem considerados, tais
Considerada como EPI, a vestimenta
exposição de risco as tensões contemplando
como uso de vestimentas, isolamento da área
deverá ser implantada mediante a realização
ainda a distância segura de trabalho, energia
onde a atividade será realizada, garantia de
da análise de risco adequada, respeitando-se
incidente, vestimenta a ser utilizada (EPI),
que as condições relativas aos equipamentos
a intensidade, as peculiaridades de cada
bem como a tabela informativa quanto ao
desenergizados foram atendidas, equipo
atividade profissional e o conforto.
grau de exposição do trabalhador nos locais
tencialização das partes metálicas etc.
de risco (vide [4]).
Dentre os pontos destacados, o uso das
requerido para as vestimentas contra os
vestimentas resistente a arco elétrico e a
arcos voltaicos deve ser compatível com a
Referências bibliográficas:
chama para atender o Item 10.2.9.2 da NR-10
atividade visando reduzir o grau de exposição
[1] - Ministério do Trabalho e Emprego:
onde consta “As vestimentas de trabalho
às energias irradiadas provocadas pelas
Norma Regulamentadora número 10 (NR-
devem ser adequadas às atividades, devendo
correntes de curto circuito, notadamente
10), Segurança em instalações e serviços
contemplar a condutibilidade, inflamabilidade
os trifásicos cuja intensidade depende das
em eletricidade;
e influências eletromagnéticas” (vide [1]).
características das instalações elétricas.
[2] - Associação Brasileira de Normas
Além
A especificação do grau de proteção
a
Técnicas (ABNT): Trabalhos em linha viva
como sendo um Equipamento de Proteção
ocorrência
existem
- Vestimenta condutiva para uso em tensão
Individual (EPI) destinada à proteção do
outros fatores de riscos, ainda não totalmente
nominal até 800 kVc.a. e ± 600 kVd.c. (IEC
tronco e membros superiores e inferiores
abordados, que os trabalhadores ficam
60895:2002, MOO), NBR16135;
do trabalhador contra os diversos riscos
expostos, iguais ou maiores que o risco de
[3] - Ministério do Trabalho e Emprego:
elétricos e, especialmente, protegê-los dos
queimaduras pela irradiação térmica gerada
Norma Regulamentadora número 6 (NR-6),
seus efeitos:
quando da ocorrência do curto-circuito sob
Equipamento de Proteção Individual (EPI);
arco voltaico.
[4] - National Fire Protection Association:
- condutibilidade: para proteger contra os
Standard
riscos de contato as vestimentas não deverão
Engenharia de Segurança e em Medicina do
Workplace, NFPA 70E.
possuir elementos condutivos, exceto em
Trabalho (SESMT) ou à Comissão Interna
*Eng. Roberto Rennó Cogo é Sócio da GSI
trabalhos sob potencial ou em linha viva (vide
de Prevenção de Acidentes (CIPA) nas
– Engenharia e Consultoria Ltda.
[2]);
empresas desobrigadas de manter o SESMT
- inflamabilidade: para proteger contra os
recomendar ao empregador o EPI adequado
Usando da liberdade que me foi concedida, vou
efeitos térmicos do arco voltaico e seu flash,
ao risco oferecido por determinada atividade,
periodicamente trazer a esta coluna a visão de
podendo provocar a ignição das vestimentas;
atendendo ainda o que estabelece a NR-6
colegas, que coloca em prática a NR-10.
- condutivas: para proteger contra os efeitos
(vide [3]).
Neste mês contamos com a colaboração do
provocados por campos eletromagnéticos
Desta forma, nossa recomendação é
colega Roberto Rennó Cogo*, parceiro de longa
com intensidade que tenha potencial de risco,
desenvolver o Estudo de Avaliação de Arco
data, que tem a eletricidade no DNA, sobre
as vestimentas, em certas circunstâncias,
Elétrico, Energia Incidente e Distâncias
as vestimentas específicas indicadas no item
deverão ser condutivas como, por exemplo,
Afetadas (Arc Flash) que irá apresentar a
10.2.9.2.
A vestimenta de trabalho é entendida
da
energia de
irradiada
durante
curtos-circuitos,
Compete ao Serviço Especializado em
for
Electrical
Safety
in
the
86
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
VAR e var – a medição da potência reativa Parte 2
Na edição anterior ilustramos a evolução
dos conceitos, modelos e definições das
da série. Os protocolos de medição seguem as definições:
potências ativas, reativas, aparentes e de distorção em regime não senoidal. Voltamos
P = Vh1*Ih1*cos(ϕ1)+Σ Vhn*Ihn*cos(n*ϕ1+ϕn) n
à IEEE 1459 com algumas outras definições
= 2 a 50
e proposta de modelo de medição tomada em planta industrial com alto conteúdo
S = Vrms*Irms
harmônico de tensão e corrente. No anexo
Q2+P2 = S2
B da IEEE 1459 encontra-se a definição de
FP = P/S
potência ativa como: Nota: considera-se que os protocolos de P = P1+PH
medição para fins de faturamento seguem
• P1 é a Potência ativa fundamental
os critérios do INMETRO que possuem
• PH é a Potência ativa harmônica PH = Σ Ph (h≠1
formulação específica.
As medições
Uma medição em planta industrial com
alto conteúdo harmônico de corrente e As medições elétricas de correntes e
próximo do limítrofe em tensão efetuada
tensões, de onde se calculam as potências
com um instrumento classe A, conforme
ativas, reativas, aparentes, além do fator de
IEC 61000-3-40, apresentou os resultados
potência, são definidas pelas normas IEC
ilustrados nos gráficos das figuras de 1 a 6,
61000-3-40, IEC 61000-3-7 e outras normas
identificadas com as variáveis medidas:
Figura 1 – Modelo do tetraedro de potências ou de Budeanu.
87
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Figura 2 – Comportamento da distorção total de corrente por fase
Figura 3 – Comportamento da potência trifásica fundamental e total (com harmônicas) Nota: No detalhe (zoom), a potência fundamental menor que a total
Figura 4 – Comportamento da potência harmônica trifásica
Figura 5 – Comportamento da potência reativa fundamental e total Nota: potência reativa fundamental menor que a total
Figura 6 – Comportamento da potência reativa harmônica total
As conclusões dos resultados apontam
é da ordem de 8% da potência reativa total,
para a perda relativa à potência ativa harmônica
caracterizando a impossibilidade de corrigir o
da ordem de 1% da potência ativa total com
fator de potência total à 100% sem mitigação
medição no secundário do transformador.
das harmônicas. O assunto voltará a ser
Por outro lado, a potência reativa harmônica
tratado nas próximas edições.
88
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Motores elétricos “Ex”: requisitos para acionamento por conversores MOTORES ELÉTRICOS “EX” ACIONADOS
acionados por conversores são descritos nas
esforços elétricos nos motores “Ex” devido
POR
acionamento
normas específicas para os tipos de proteção
ao rápido tempo de subida de tensão
de motores “Ex” por meio de conversores
“Ex”, tais como as ABNT NBR IEC 60079-7
nos circuitos dos enrolamentos e cabos,
pode ser considerado atualmente como
(Ex “eb” e Ex “ec”), ABNT NBR IEC 60079-15
podendo representar uma fonte potencial
sendo um critério normal de projeto, em
(Ex “nA”) e ABNT NBR IEC 60079-31 (Ex “t”).
adicional de ignição. O fabricante dos
função dos benefícios obtidos, quando
As características técnicas do conversor
motores “Ex” devem considerar os efeitos
comparados com o “tradicional” sistema de
que tenha sido utilizado no laboratório de
destes esforços de acordo com o tipo de
partida e operação em plena rotação. Dentre
ensaios de motores “Ex” são especificadas
proteção “Ex”, informando as limitações
os benefícios obtidos pelo acionamento
nos respectivos certificados de conformidade
de instalação nas instruções de utilização
de motores “Ex” com conversor pode ser
dos motores “Ex” e devem ser atendidas
ao usuário. A documentação descritiva do
citada a redução do consumo de energia
pelos usuários quando da especificação,
motor “Ex” necessita incluir os parâmetros
(em função da possibilidade de operação
compra e instalação dos conversores a serem
necessários e as condições requeridas para
com uma menor potência), a melhoria da
utilizados em cada aplicação.
a especificação e instalação de motores “Ex”
confiabilidade de equipamentos rotativos
Os chaveamentos de alta frequência
a serem acionados por conversor.
(em função da operação dos motores e das
gerados pelos conversores podem levar a
CONVERSORES:
o
máquinas acionadas com rotações mais baixas, com menores níveis de vibração) e a maior simplicidade de instalações de tubulação (sem a necessidade de instalação de estações de controle por válvulas).
De acordo com os requisitos da Norma
ABNT NBR IEC 60079-0, os motores “Ex” destinados a serem acionados por conversores de frequência devem ser avaliados como um sistema em conjunto com o conversor. Esta avaliação em conjunto tem por objetivo verificar motor nos casos de operação em cargas e rotações variáveis, estabelecendo o desempenho térmico do motor “Ex”, de forma a especificar a faixa de rotação e de torque permitidos para a operação do motor, de forma a manter a sua temperatura de operação abaixo da classe de temperatura para o qual foi certificado. Os requisitos específicos para a fabricação e a certificação dos motores “Ex”
Além disto, as correntes parasitas que
89
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
podem circular pelos mancais nos motores
seu certificado de conformidade.
“Ex” acionados por conversores podem
causar centelhamentos capazes de gerar
aptos a serem acionados por conversores
ignição de gases inflamáveis, bem como
sempre
a deterioração dos mancais (buchas de
a ensaios de tipo, em conjunto com um
deslizamento ou rolamentos) e por isto
conversor,
requerem
Desta forma, apesar dos motores “Ex” serem
avaliados
nos
e
laboratórios
submetidos de
ensaio
por
de equipamentos “Ex”, o usuário possui
parte do fabricante do motor. Dentre as
a liberdade de especificar e adquirir o
possíveis soluções para equacionar este tipo
conversor em separado do motor “Ex”, desde
de problema estão a utilização de mancais
que sejam atendidos os requisitos técnicos
isolados ou a instalação de reatores na saída
especificados para o conversor, que são
do conversor para evitar a circulação destas
indicados nos respectivos certificados de
correntes parasitas.
conformidade dos motores “Ex” a serem
acionados por conversor.
considerações
especiais
A certificação de motores “Ex” acionados
por conversores inclui a sua avaliação, em
laboratório de ensaio, em conjunto com
por conversor devem possuir sensores
Todos os motores “Ex” a serem acionados
um conversor, por meio de ensaios de tipo.
de temperatura do tipo RTD (Resistance
Deve ser ressaltado, no entanto, que os
Temperature
motores “Ex” acionados por conversores não
seus
necessitam, na maioria dos casos, serem
responsabilidade dos usuários ligar estes
obrigatoriamente
Detector)
enrolamentos
do
embutidos
em
estator.
de
É
certificados
sensores de temperatura a um dispositivo
ou adquiridos em conjunto com o mesmo
que assegure a devida proteção térmica,
conversor específico que tenha sido em
de forma que o motor não ultrapasse a sua
laboratório, podendo o motor “Ex” e o
temperatura limite.
respectivo conversor serem adquiridos pelos
usuários de forma separada, a partir de
ajustado de acordo com os parâmetros
diferentes fornecedores, adequado em cada
fornecidos pelo fabricante ou no certificado
aplicação em particular de procedimento de
de conformidade do motor “Ex” e deve estar
suprimento, desde que seja possível o ajuste,
de acordo com a Norma ABNT NBR IEC
no conversor de frequência a ser instalado,
60079-14. Todos os motores “Ex” acionados
dos parâmetros do motor “Ex” informados no
por conversor devem possuir sensores
ensaiados,
Este dispositivo de proteção deve ser
90
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
de temperatura do tipo RTD embutidos nos enrolamentos do estator, de forma a possibilitar uma monitoração direta da temperatura dos enrolamentos, independente da monitoração da corrente de operação. Isto se deve ao fato de que motores “Ex” acionados por conversor podem operar, dependendo da necessidade do processo, em baixas rotações e com carga mecânica ou torque elevado.
Nestes casos de operação, apesar da
corrente de carga estar dentro da faixa de corrente nominal, a temperatura do motor pode estar muito elevada, em função da baixa rotação e da baixa ventilação proporcionada pelos
ventiladores
solidários
ao
eixo.
Nestas aplicações, a monitoração direta de temperatura tem por objetivo desligar o motor em caso de risco da temperatura dos enrolamentos ultrapassar a temperatura de ignição dos gases inflamáveis ou das poeiras combustíveis que possam estar presentes no
parado por atuação em circuitos de proteção
pelo motor, sem que a temperatura de
local da instalação. Nestes casos, a tensão
e controle do conversor, é recomendado que
seus enrolamentos excedam a classe de
para o motor pode continuar existindo (tal
o dispositivo de controle atenda aos requisitos
temperatura para a qual o motor “Ex” foi
como uma alimentação em corrente contínua),
de SIL 1, para motores “Ex” instalados em
certificado. Por exemplo, em casos de baixas
mas o motor “Ex” não opera.
locais que requeiram equipamentos “Ex” que
rotações, o torque requerido do motor pela
Um diagrama de blocos dos circuitos de
proporcionem EPL Gc ou Dc. Para locais
máquina acionada deve ser reduzido, de
força e controle de um motor “Ex” acionado
que requeiram motores “Ex” com EPL Gb ou
forma que a baixa ventilação provida para o
por conversor de frequência é apresentado
Db, a função de desligamento do dispositivo
motor neste caso, devido à baixa rotação do
na figura a seguir.
de controle deve atender pelo menos os
seu eixo, não acarrete uma elevação da sua
requisitos de SIL 2.
temperatura acima do valor de sua classe de
ser incorporado no próprio Conversor de
temperatura.
Frequência. A função do dispositivo de
termos de confiabilidade (PFD - Probability
proteção térmica pode ser realizada por
of dangerous Failures of a safety function
instalação, pode ser requerida também a
software do conversor de frequência. Este
on Demand) uma malha SIL 1 apresenta um
instalação de reatores na saída do conversor,
dispositivo deve atender os requisitos de
probabilidade média de falhar menor que 10
bem como a limitação do comprimento dos
SIL 1 (Safety Integrity Level), de acordo
% (10-1) quando for solicitada a operar em
cabos do circuito de alimentação de força
com a Série IEC 61508 (Functional Safety
uma condição de risco. De forma similar, uma
entre o conversor e o motor “Ex”. Isto se
of
O dispositivo de proteção térmica pode
Por definição da Série IEC 61508, em
Além destes requisitos de projeto e de
malha SIL 2 apresenta uma probabilidade
deve ao fato de que tanto os reatores de
Electronic Safety-related Systems).
média de falhar menor que 1 % (10-2) quando
saída, como o comprimento dos cabos de
Electrical/Electronic/Programmable
for solicitada a operar em um condição de
alimentação, afetam a tensão de entrada no
por conversor pode ser feito por meio da
risco.
motor “Ex”, podendo causar um aquecimento
atuação em um dispositivo de manobra,
adicional, com a ocorrência de temperatura
tal como um disjuntor ou um contator, ou
motores “Ex” acionados por conversor, a fim
acima da classe de temperatura.
também meio de atuação em um circuito de
de que não seja excedida a sua classe de
controle (tal como nas funções de proteção
temperatura, é de atender à curva de “torque
nesta série de artigos sobre motores elétricos
do próprio conversor), causando a parada
versus rotação” especificada pelo fabricante
para atmosferas explosivas, serão abordados
do chaveamento dos pulsos de modulação
do motor “Ex”. Esta curva apresenta os
requisitos de serviços de manutenção e
para o motor “Ex”. No caso do motor “Ex” ser
limites de torque que podem ser fornecidos
inspeção de motores elétricos “Ex”.
O desligamento do motor “Ex” acionado
Um dos requisitos para a aplicação de
Na próxima edição, dando continuidade
92
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Agosto de 2018
O tempo, esse eu gostaria de gerir melhor! Pense no que define o valor de algo.
respectivos prazos, e este é o melhor caminho
recursos que não proporcionem benefícios
Certamente veio em sua mente o quão raro
para facilitar o seu dia a dia no mundo dos
verificáveis nos seus processos.
seria isso, e tem razão. Tudo que tem alto
negócios.
Por fim, caso possua uma empresa ou
valor agregado vem acompanhado de certa
O primeiro passo seria definir, em linhas
equipe, avalie o responsável pela execução de
exclusividade e raridade. Pois bem, partindo
gerais, quais são as ações que devem ser
cada uma das atividades. Avalie a capacidade
desse raciocínio, pense no valor do tempo,
realizadas. Por exemplo, o que precisa ser
de quem pretende delegar. Por exemplo,
quanto valeria uma hora, por exemplo, para
feito, em quanto tempo, custos envolvidos,
avalie se o responsável está capacitado, se
quem precisa dar um abraço naquela pessoa
quem será responsável e como deverá ser
já executou essa atividade antes. Considere
querida, num hospital, pessoa que infelizmente
feito. Linhas gerais, mantendo a coerência
a possibilidade de algum imprevisto ocorrer,
já não possui tanto tempo disponível assim.
com o que realmente pode ser feito, claro.
avalie se tal pessoa está apta para resolver e
No
Neste momento, definir ações incoerentes
dar a sequência.
cotidiano
profissional,
o
tempo
Portanto, gerir o tempo é uma questão
certamente se consolidou como um dos
apenas tomará tempo e recursos.
principais ativos, ele é valioso, por meio dele
Segundo
grandes
de planejamento e controle, dedicar parte do
se define quem toma a decisão correta na
objetivos em atividades menores, as quais
tempo para estabelecer um coerente plano
hora certa, o chamado “passo à frente”, mas
individualmente servirão como etapas no
de ações nos moldes apresentados agregará
também define quem fica para trás por não ter
caminho até os grandes objetivos planejados.
exclusividade e raridade em seus produtos e
priorizado o que era de fato relevante ou por
Assim, você distribui melhor suas energias
serviços, entenda que o tempo é precioso e
ter tomado a decisão correta em momento
e expectativas, além de proporcionar maior
por isso merece ser valorizado como tal.
inapropriado.
flexibilidade para corrigir ou aprimorar cada
uma das etapas que serão gradativamente
Mesmo em meio a erros, algo que faz parte
passo,
divida
do cotidiano de profissionais e empresas dos
realizadas.
mais variados portes e segmentos, restará
oportunidades em novas decisões que
uma vez que prazos demasiadamente curtos
surgirão e poderão ser até mais importantes
produzirão sensação de que o plano de
futuramente. No entanto, o fato é que o tempo
ações é algo fictício, além do sentimento de
perdido trata-se de algo que não se recupera.
incapacidade. Prazos muito longos tornam
Quando isso ocorre, cabe apenas olhar para
seu plano de ações procrastinador, o que não
frente, focado em gerir melhor, definindo o que
se traduz em benefícios. Defina prazos reais,
de fato é relevante, qualificando e valorizando
conforme a características de cada uma das
riscos e oportunidades relacionados a cada
atividades estabelecidas.
uma das ações.
A definição dos prazos é algo essencial,
Os recursos para execução de cada uma
Para isso, existe uma ferramenta chamada
das atividades que fizer constar no plano
plano de ações, algo que deve ocupar papel
de ações deve ter uma relação de custo e
Dante Farias é administrador de empresas,
de destaque para qualquer profissional e
benefício coerente. Por este motivo, avaliar
consultor e conselheiro empresarial, tendo
empresa. Essa ferramenta funciona como
quais serão os custos sob o ponto de vista de
atuado fortemente por mais de 15 anos no
roteiro para chegar ao destino desejado.
quem espera que resultados proporcionem
segmento industrial brasileiro e também nas
Uma das maiores dificuldades, sem sombras
retorno em qualidade, segurança, receita,
áreas de consultoria no Brasil e alguns países
de dúvidas, é gerenciar o que fazer e os
lucro, valorização da marca. Jamais dedique
da América do Sul.
94
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