Ano 13 - Edição 152 Setembro de 2018
Integração de informações para o monitoramento de métricas de desempenho de uma microgrid MERCADO DE EQUIPAMENTOS PARA CONDICIONAMENTO DE ENERGIA E GRUPOS GERADORES Pesquisa revela que mercado deve crescer 11% em 2018 RENOVÁVEIS Construção de usina fotovoltaica de 72 MWP no Estado do Piauí.
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Rio Grande do Sul e Minas Gerais Ransconsult Consultoria Claudio Rancoleta – rancoleta@atitudeeditorial.com.br claudio@urkraft.com.br Tel: (11) 3872- 4404 | 99621-9305
Suplemento Renováveis 45 Construção de usina fotovoltaica de 72 MWP no Estado do Piauí. Energia eólica: Os recordes da energia eólica Energia solar: O sol nasceu para todos ou para poucos?
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Produção da indústria elétrica recua 0,5% até julho; Fusões e aquisições em energia aumentam 30% no primeiro semestre de 2018, aponta KPMG; Mercado global de iluminação pública inteligente deve
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos.
movimentar US$ 837,4 milhões em 2018, diz estudo; ConaEnd & IEV destaca norma desenvolvida pela Abendi para prevenção de explosões. Seção Produtos. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.
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Fascículos
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Aula prática – Smart Grid Integração de informações para o monitoramento de métricas de desempenho de uma microgrid
Colaboradores desta edição: Alexander Dal Molin, Barbara Rubim,Bruno Pires de Campos, Daniel Bento, Elbia Gannoum, Geraldo R. de Almeida, Jobson Modena, Jose Starosta, Luciano Haas Rosito, Luiz Edival de Sousa, Marcelo Guimarães Rodrigues, Nunziante Graziano, Paulo F. Ribeiro, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Sergio Roberto Santos,Valéria Molina.
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Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.
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Capa: LeoWolfert | Shutterstock Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Painel de notícias
Pesquisa Mercado de Equipamentos para Condicionamento de Energia e Grupos Geradores Mercado deve crescer 11% em 2018, diz pesquisa Espaço 5419 Sua majestade, o BEP
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Espaço SBQEE Análise crítica de distorção harmônica devido à conexão de parques eólicos Colunistas
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Jobson Modena – Proteção contra raios
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Ponto de vista
Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
3 questões básicas de segurança digital para seu pequeno negócio
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Setembro de 2018 Capa ed 152_FINAL.pdf
1
03/10/18
12:48
www.osetoreletrico.com.br
Ano 13 - Edição 152 Setembro de 2018
O Setor Elétrico - Ano 13 - Edição 152 – Setembro de 2018
Integração de informações para o monitoramento de métricas de desempenho de uma microgrid MERCADO DE EQUIPAMENTOS PARA CONDICIONAMENTO DE ENERGIA E GRUPOS GERADORES Pesquisa revela que mercado deve crescer 11% em 2018 RENOVÁVEIS Construção de usina fotovoltaica de 72 MWP no Estado do Piauí.
Edição 152
“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”
Após navegarmos em mares ainda desconhecidos e em
microgrid e a análise crítica de distorção harmônica devido
outros dantes navegados, fez-se necessário lançar a âncora
à conexão de parques eólicos.
para conhecer o novo mundo que nos esperava. Foi assim
com a revista de agosto, a primeira que editamos, e agora
do segmento e qual foi a nossa grata surpresa em “achar”
com esta edição de setembro, que foi pensada passo a
a construção de uma nova usina de energia fotovoltaica
passo para que você, leitor, se atualize e também guarde
sendo idealizada pela UFV Nova Olinda, do Piauí. Projeto
os fascículos técnicos que publicamos mês a mês.
que tem tudo a ver com Sustentabilidade e se trata,
segundo os estudiosos, até este momento do maior
Nesta edição de setembro, mais uma vez nos
Além destes conteúdos, queremos trazer novidades
deparamos com conteúdos altamente técnicos, enviados
projeto da América Latina de geração de energia por meio
por nossos colunistas, engenheiros e tecnólogos, alguns
fotovoltaico, 254MWP, tendo em vista nosso excelente
já conhecidos de vocês, outros que estamos encontrando
potencial de geração deste tipo de fonte de energia, bem
neste vasto mundo do setor elétrico. Entre os temas,
como de uma fonte totalmente renovável e gratuita. Vale
abordamos o BEP - Barramento de Equipotencialização
a pena conferir esse tema em nosso Fascículo Renováveis,
Principal, o fator de potência e distorção harmônica de
assunto inclusive que foi apresentado em nosso CINASE
corrente em LEDs, a primeira parte das causas, ensaios
no Rio Grande do Sul em agosto.
e fenômenos físicos de arcos internos em painéis de
distribuição de alta tensão, a análise mecânica dos
o poeta português José Saramago: “não tenhamos pressa,
materiais nos ensaios de: tensão e deformação e fluência
mas não percamos tempo”. Boa leitura a todos!
É o setor se desenvolvendo e crescendo. E como diria
dos cabos aéreos para linhas de transmissão de energia elétrica, os critérios de avaliação de projetos e medições de campo (NBR 5101), a integração de informações para
Abraços,
o monitoramento de métricas de desempenho de uma
Cristiane Pinheiro
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Revista O Setor Elétrico
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Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
A falta de gestão de infraestrutura queima nossa História
Não bastassem as notícias diárias da degradação das instituições do País, somos
premiados no fim de um domingo com as imagens que não só queimam nosso principal acervo histórico-cultural, mas nossos corações e inteligências. Como é possível? Perguntam os mais incrédulos. Deixando a simbologia do fogo de lado, não é difícil projetar o que se passaria nas instalações deste e de outros “próprios públicos” como são chamadas as edificações pertencentes às Prefeituras, Estados e União.
Com raras exceções, as instalações elétricas, hidráulicas, de proteção e combate a
incêndio, proteção atmosférica, além da construção civil com patologias nos telhados e suas estruturas, infiltrações, rachaduras e outras estão em estado de abandono, comprometendo não só a segurança de quem ocupa e visita estes prédios, mas a integridade dos bens materiais do interior.
As justificativas são das mais variadas e criativas, mas a competência dos gestores
deixa a desejar e o dinheiro dos impostos cobrados não chega ao destino. Outro museu importante, o Museu Paulista, conhecido como Museu do Ipiranga, amarga um fechamento ao público desde antes da Copa de 2014, com reabertura prevista para o bicentenário da independência em 2022! Tomem suas próprias conclusões!
Fato é que os nobres administradores indicados não são sensíveis aos aspectos
técnicos e talvez nem saibam o que é isso! Será que o esguicho impotente que tentava em vão conter as chamas do Museu Nacional estava sendo bem aplicado? Combate a incêndio em local com obras de arte seria mesmo com água?
Senhores! Por favor, as leis físicas e a boa engenharia devem ser respeitadas e as
ações de manutenção e gestão das instalações são cruciais e devem ser levadas a sério! Isso é coisa para profissionais.
Boas notícias vêm do Sul. O CINASE realizado em Canoas foi denso e com um
público com muito conteúdo técnico. A sensação é que os dois dias foram poucos para tamanho o interesse da turma. A premiação foi magistral com belos projetos e palestra magna impecável proferida pelo incrível Dr. João Jornada.
Vamos ao CINASE de São Paulo, que ocorre na semana em que daremos novos
destinos ao nosso País. Que ao menos as chamas do museu iluminem nossas mentes nesta semana e que o País seja de fato reconstruído.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Foto: divulgação
ConaEnd & IEV destaca norma desenvolvida pela Abendi para prevenção de explosões
A Abendi – Associação Brasileira de
essa atividade e assegurar que as instalações e
visitantes, 95 sessões técnicas e 77 trabalhos
Ensaios Não Destrutivos e Inspeção realizou
equipamentos estão em condições seguras de
técnicos. Além do Congresso, o ConaEnd
a 36ª edição do ConaEnd & IEV - Congresso
funcionamento”, explica Conte.
& IEV incluiu sessões técnicas e especiais,
Anual de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção,
A Abendi criou um comitê instalado na
como Campeonato de END e Inspeção,
entre os dias 27 a 29 de agosto de 2018,
Associação, formado por especialistas e
prêmios e exposição. O evento foi direcionado
em São Paulo. O destaque desta edição foi
representantes de diversas áreas, que vem
a empresas, profissionais, universidades e
relacionado à segurança. A Associação está
desenvolvendo todas essas temáticas de
centros de pesquisas envolvidos com END e
desenvolvendo uma norma de qualificação
qualificações. “Estamos em fase bastante
inspeção de equipamentos e materiais, e na
e certificação de pessoas para proteção e
avançada onde já foram reconhecidas as
prestação de serviços.
controle de explosões.
competências de diversos profissionais e agora
Segundo João Antônio Conte, diretor
estamos instalando centros para os exames
a Ensaios Não Destrutivos e Inspeção na
executivo da Abendi, a previsão é a de que a
práticos, destacando que existem unidades dos
indústria
norma seja finalizada entre 12 a 18 meses
Senais interessados em serem esses centros,
eólica, atmosferas explosivas em ambientes
para depois passar pelo crivo da ABNT –
tanto em Santos quando no Rio de Janeiro”,
confinados, além do futuro da indústria 4.0.
Associação Brasileira de Normas Técnicas e se
ressalta.
tornar NBR (Norma Brasileira).
Toda a sistemática para a criação da norma
juntamente à exposição técnica foi realizado
é desenvolvida em conformidade com os
num momento difícil em termos de economia,
requisitos internacionais.
mas os resultados foram positivos. “Estamos
Há alguns anos foi decidido por um grupo
de empresas a necessidade de estabelecer um sistema nacional de qualificação e certificação de pessoas na área de atmosfera explosiva.
Os temas debatidos foram relacionados metroferroviária,
aeroespacial,
De acordo com Conte, o evento deste ano,
bastantes satisfeitos com o retorno, tivemos um
ConaEnd & IEV
Por meio de um sistema de exames teóricos
número acima do esperado de inscritos e uma visitação muito grande na feira, principalmente
e práticos será verificado a habilidade e o
conhecimento do profissional para executar
participantes de mais de dez países, mais de 350
O evento contou com a participação de mil
de pessoas que vieram para buscar informações e conhecimento”, destaca.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Mercado global de iluminação pública inteligente deve movimentar US$ 837,4 milhões em 2018, diz estudo iluminação
aponta Daniel Tatini, Presidente da Signify
inteligente.
pública inteligente deve movimentar US$
Brasil. “O intuito de implantar a iluminação
experiência da companhia como empresa de
837,4 milhões em 2018, segundo estudo da
conectada é oferecer aos cidadãos uma
iluminação que oferece sistemas de ponta a
empresa de análise da indústria, Navigant
vida mais sustentável, fácil, segura e
ponta lhe dá uma vantagem sobre a maioria
Research
O
mercado
global
de
Segundo
o
relatório,
"a
Street
moderna. E essa pesquisa mostra que
de seus concorrentes". Também observou o
Lighting. A receita anual de iluminação
estamos atingindo um resultado positivo
sucesso do sistema de iluminação pública
inteligente deverá crescer para quase
nesse quesito”, acrescenta.
e software de gerenciamento Interact City
US$ 8,3 bilhões globalmente até 2027,
A Signify foi avaliada altamente em
LED, que foi implantado em mais de 1 mil
representando uma taxa composta de
todos os critérios para iluminação pública
projetos em 37 países.
Leaderboard:
Smart
crescimento anual (CAGR) de 28,9%.
O relatório da Smart Street Lighting
Leaderboard da Navigant avalia globalmente 14 fornecedores de iluminação de rua conectada em critérios como estratégia de
entrada
no
mercado,
parceiros,
estratégia de produto, alcance geográfico, presença no mercado, vendas, marketing e distribuição, características e portfólio de produtos, integração de produtos e poder. A empresa Signify, que lidera o ranking mundial de iluminação, foi classificada como líder global em Smart Street Lighting. “Fico muito honrado em trabalhar em uma empresa que foi consagrada no topo de uma lista tão importante. O Brasil é um dos principais países da América Latina e, portanto, seria muito beneficiado com projetos de iluminação inteligente e uma maior conectividade entre os dispositivos”,
Produção da indústria elétrica recua 0,5% até julho
A produção da área elétrica recuou 0,5% no acumulado de janeiro a julho de 2018, em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado negativo foi influenciado pelas quedas na produção de lâmpadas (-8,7%) e de geradores, transformadores e motores elétricos (-5,1%). Em relação a julho do ano passado, a produção industrial do setor elétrico e eletrônico recuou 1,9%. Os dados foram divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e agregados pela Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.
“Na primeira parte do ano, o desempenho positivo dos bens de consumo eletrônicos contou com a realização da Copa do Mundo de
Futebol. Passado esse período, já se observou um arrefecimento no crescimento, entretanto contamos com a reversão desse quadro no segundo semestre em face da natural sazonalidade existente”, diz o presidente da Abinee, Humberto Barbato.
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O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Fusões e aquisições em energia aumentam 30% no primeiro semestre de 2018, aponta KPMG
O número de fusões e aquisições entre
Ainda foram realizadas uma do tipo CB2
companhias de energia elétrica aumentou
(empresa de capital majoritário brasileiro
cerca de 30% nos primeiros seis meses
adquirindo, de estrangeiros, capital de
de 2018, em comparação com o mesmo
empresa estabelecida no exterior), duas
período do ano anterior, representando um
CB3
aumento de quatro negócios concretizados
brasileiro
no período. Os dados são da pesquisa da
capital de empresa estabelecida no Brasil),
KPMG (rede global de firmas independentes
três CB4 (empresa de capital majoritário
que prestam serviços profissionais de Audit,
estrangeiro adquirindo, de estrangeiros,
Tax e Advisory) realizada com 43 setores da
capital de empresa estabelecida no Brasil)
economia brasileira.
e uma CB5 (empresa de capital majoritário
Entre as 17 transações realizadas
estrangeiro adquirindo, de brasileiros, capital
por companhias energéticas no primeiro
de empresa estabelecida no exterior).
semestre deste ano, seis delas foram
domésticas (entre empresas de capital
que houve um aumento em fusões e
brasileiro),
aquisições
enquanto
quatro
foram
do
(empresa
de
adquirindo,
capital de
majoritário estrangeiros,
"Os dados do levantamento indicam em
comparação
ao
ano
tipo CB1 (empresa de capital majoritário
passado. Isso é reflexo dos leilões que
estrangeiro
adquirindo,
vêm sendo realizados pelo Governo nos
capital
empresa
de
brasileiros, no
últimos meses. A tendência é que esse
Brasil), em que empresas estrangeiras
número aumente já que há novas licitações
adquirem empreendimentos de brasileiros
para serem realizadas", analisa o sócio da
estabelecidos no Brasil.
KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.
de
estabelecida
Painel de produtos
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O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Fotos: divulgação
Weg lança linha de barramentos blindados para uso abrigado www.weg.net
A WEG lançou a linha de barramentos blindados de baixa tensão BWW, com
eficiência em transmissão e distribuição de energia elétrica, projetada para uso abrigado. Por ser um sistema em que a garantia de desempenho é fundamental, seus elementos são fabricados conforme as normas NBR IEC 60439-2 e IEC 61439-6, atendendo todos os requisitos de ensaios exigidos.
Seus principais benefícios são: economia de espaço na instalação: é compacto,
elimina prumadas com grande volume de cabos elétricos; redução do tempo de instalação: comparando com uma prumada de cabos, reduz em até 80% o tempo de instalação na obra; melhoria na qualidade da energia elétrica com diminuição das perdas e da queda de tensão; maior flexibilidade na expansão das instalações devido a modularidade do sistema; desperdício zero: projetado e fabricado sob medida, não tem perdas durante sua montagem; longa vida útil.
Interruptor da Soprano evita choques durante instalação www.soprano.com.br
A Soprano apresenta o seu Interruptor Diferencial Residual - DR-H, utilizado para proteger
as pessoas contra choque durante instalação elétrica. Além desta funcionalidade, pode também indicar alguma fuga de energia da instalação ou de algum equipamento (dispositivo atua com fuga de energia acima de 30mA), evitando que o consumidor tenha alguma surpresa na conta de energia.
O interruptor é fabricado em termoplástico de engenharia, com capacidade de interrupção
de 6kA, compatível com trilho DIN, altura dos conectores compatível com a maioria dos disjuntores IEC (possibilita a instalação de barramento fase), conector neutro posicionado à esquerda. Sua corrente de fuga é para atuação de 30mA, configuração de correntes de 25, 40, 63, 80 e 100A com opção de 2 e 4 polos.
Este produto tem o uso obrigatório nas instalações elétricas (cozinhas, copas, lavanderias e locais que possuem chuveiro ou banheira),
desde 1997 pela norma NBR 5410.
Exatron oferece sensor de presença que gera até 75% de economia de energia www.exatron.com.br
A Exatron conta com o Sensor de Presença Soquete E27, indicado para o controle de
o
çã
a lg
u iv
:d
a necessidade do consumidor, controlando tempo, fotocélula e sensibilidade do sensor.
s to
energia. Além da comodidade e segurança, o dispositivo pode ser configurado de acordo com
Fo
iluminação de ambientes internos e externos, proporcionando uma redução de até 75% de
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Setembro de 2018
SEL doa relés de proteção para universidades Iniciativa visa contribuir com a formação de novos profissionais para o setor elétrico
de transmissão no domínio do tempo; uma
equipamentos para universidades brasileiras,
plataforma computacional SEL-3355 e um
com o objetivo de contribuir com a formação
testador SEL-T4287 (sistema de teste de
de novos profissionais para o setor elétrico. A
ondas viajantes).
Universidade de Brasília (UnB), por exemplo,
Segundo
recebeu oito equipamentos que estão sendo
Kleber Melo e Silva e Felipe Vigolvino
empregados em pesquisas pelos alunos da
Lopes, o uso desses relés proporciona aos
universidade e em aulas demonstrativas da
alunos a oportunidade de ter contato com
comparação com o desempenho de novas
graduação e da pós-graduação.
equipamentos de proteção modernos e que,
funções de proteção desenvolvidas em
os
professores
da
Foto: divulgação
A SEL fez a doação de diversos
UnB,
certamente, vão se deparar em sua atuação
nosso laboratório”, afirmou Melo e Silva.
inclusive em pesquisas sobre proteção
profissional.
De
de linhas no domínio do tempo. Entre eles
“Eles aprendem desde o cálculo de
Universidade está desenvolvendo novas
estão:
SEL-411L (proteção
ajustes e a parametrização dos relés, até
funções de proteção e algoritmos de
diferencial de linhas de transmissão); um
o uso de malas de testes e de estratégias
localização de faltas baseados em grandezas
relé SEL-411L (proteção diferencial de
automatizadas de avaliação do desempenho
incrementais e em ondas viajantes. Os relés
linhas de transmissão); um relé SEL-487E
desses equipamentos. Além disso, no que
SEL-T400Lsão usados como um parâmetro
de proteção de transformadores; dois
diz respeito à pesquisa, esses equipamentos
de comparação na análise de desempenho
relés SEL-T400L de proteção de linhas
têm
desses algoritmos.
Os equipamentos estão sendo aplicados
dois
relés
servido
como
referência
para
a
acordo
com
os
docentes,
a
GE fornece motogeradores para planta inovadora de biogás no Brasil Essa será a primeira planta no mundo em escala comercial a utilizar a tecnologia de conversão da torta de filtro Foto: divulgação
A GE fornecerá sete motogeradores Jenbacher modelo J620 para a unidade de biogás Bonfim da Raízen, localizada em Guariba, no interior do Estado de São Paulo. A planta será a primeira do mundo em escala comercial a utilizar a tecnologia de conversão da torta de filtro (nome dado às impurezas restantes da filtração do caldo extraído da cana de açúcar) e a vinhaça em biogás (resíduo da destilação do caldo de cana de açúcar fermentado para a obtenção do etanol).
Os motogeradores da Jenbacher serão
responsáveis por transformar o biogás em 21 MW de energia elétrica. “Estamos muito felizes e orgulhosos em ter os motogeradores
mais limpa”, explica Rickard Schäfer, líder
Energética mostra como a tecnologia e a
Jenbacher
uma
de vendas da divisão de Distributed Power
inovação podem contribuir para soluções
planta de energia elétrica que usa resíduos
da GE Power para o Brasil. “Sem dúvida,
mais sustentáveis e renováveis no setor
industriais para criar uma matriz energética
essa projeto pioneiro com a Raízen e a Geo
energético”, completa.
escolhidos
para
mais
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O Setor Elétrico / Setembro de 2018
GE Power e Quebec Engenharia firmam parceria para construção de usina de energia no Brasil Verde III, a solução solar altamente eficiente da GE garante um projeto que reduzirá o investimento e os custos operacionais, permitindo que criemos valor real para o desempenho de longo prazo da planta”, afirma Scott Wells, CEO da Construtora Quebec.
“Estou animado com o relacionamento
próximo que nutrimos com clientes como Quebec e o mercado brasileiro de Energias Renováveis. Atualmente, somos responsáveis por mais de 1 GW em inversores, o que mantém nosso compromisso de reduzir o custo A GE Power foi escolhida pela Construtora
tecnologia também pode reduzir custos de
nivelado de eletricidade no Brasil, fornecendo
Quebec, empresa brasileira de Engenharia,
sistema, bem como em despesas operacionais
energia limpa e eficiente para a comunidade
para fornecer inversores e skids solares
e é credenciada pelo BNDES, atendendo às
local”, diz Patrick Fetzer, CEO da área Solar da
de 1.500 volts LV5 de 4.4MW e 2.2MW,
exigências locais.
divisão de Power Conversion da GE.
para a usina de energia de 14MW Verde
A GE fornecerá o serviço com pleto à
“Energia solar está em destaque na
Vale III em Guanambi, localizado na Bahia.
Construtora Quebec, gerenciando a monta
América Latina. Como o principal mercado
Este projeto é de propriedade da Vientos
gem, o comissionamento e a manu ten ção
do continente, o Brasil acabou de alcançar 1
Solutions, proprietária e operadora de ativos
necessários para garantir o desempenho ideal
GW de capacidade solar instalada no início
de infraestrutura de energia em mercados
e a durabilidade de todo o escopo elétrico
do ano, demonstrando forte interesse pelo
emergentes.
da usina, incluindo as estações conversoras,
desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica
Em comparação com seus pares de
transformadores e subestações de alta tensão,
para diversificar a matriz energética. Estamos
1.000 volts, a tecnologia do inversor LV5 de
bem como a conexão com o Sistema Integrado
comprometidos em continuar a nossa busca
1.500 volts da divisão Power Conversion da
Nacional.
por moldar um cenário global de energia
GE possui uma tensão mais alta, permitindo
“Ter o parceiro certo e confiável é essencial
mais sustentável e limpa”, declara Azeez
uma infraestrutura mais simples e eficiente,
na indústria solar, que está cada vez mais
Mohammed, presidente e CEO da divisão de
com a mesma produção energética. Essa
competitiva nos dias de hoje. No projeto Vale
Power Conversion da GE.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Senai de Indaiatuba discute reparo de motores como desafio para alcançar eficiência energética Durante um longo período, o mercado de
Foto: divulgação
motores elétricos foi levado ao esquecimento, desconsiderando o fato de ser responsável por cerca de um quarto do uso de energia elétrica
do
País.
Na
indústria,
esses
equipamentos podem processar mais que a metade de toda a energia consumida nas instalações e processos. Entretanto, o reparo ou o recondicionamento ineficiente do motor pode gerar perdas significativas de energia, impactando na competitividade das empresas. No País, as perdas adicionais podem alcançar patamares superiores a 7TWh por ano, quase 1,5%de toda a energia gerada.
Para resgatar e estimular o setor, trazendo
eficiência energética e consequentemente competitividade à Indústria, o Ministério de
muito maior de energia do que um motor novo,
37% da fatia de mercado, enquanto motores
Minas e Energia (MME) criou um grupo de
gerando perda de energia para o País. O setor
novos nacionais, 51% e importados, 12%.
trabalho composto por diversas instituições,
estava desprovido de políticas públicas e por meio
estruturando ações que minimizem esse
de MME criamos um grupo de trabalho, atuando
no quesito de qualidade de reparo no motores,
desperdício. Essas primeiras ações foram
em seis linhas fundamentais: identificação do
a pesquisa apontou a falta de conhecimento
apresentadas no workshop de Reparos de
setor, capacitação, regulamentação, criação
dos consumidores em geral e principalmente
Motores, realizado no Senai de Indaiatuba,
de entidade representativas, atualização de
das indústrias sobre a importância técnica de
no dia 12 de setembro, para um público de
pesquisas e formação de cursos”, explica.
um reparo adequado aos motores. Em 2016, a
mais de 90 pessoas, entre técnicos, donos de
“Além da capacitação e da conscientização
indústria já perdeu 2,86 TWh, o equivalente a
oficinas e fabricantes de motores.
da empresa de reparos e do consumidor sobre
R$ 1,5 bilhão por recondicionamento de forma
Para Luis Oliveira, diretor de relacionamento
a importância da qualidade do equipamento,
ineficaz.
com a indústria do Senai, é muito importante
é fundamental a criação de uma entidade
O
discutir sobre o mercado que ainda sobrevive
representativa
recondicionamento,
e é significativo na área eletrotécnica. “O reparo
comunicação entre órgãos e saber de fato
torno de 2% do rendimento. Se o motor for
bem feito do motor elétrico é fundamental
a necessidade desse segmento, acrescenta
recondicionado cinco vezes perde 10% do
para a economia de energia. Se os motores
Soares.
rendimento.
do
setor
para
facilitar
a
tiverem com uma “saúde” boa haverá eficiência
Em relação à consciência dos consumidores
estudo
indica o
que, motor
a perde
cada em
“Melhorando a qualidade do reparo com
Pesquisa sobre perdas no mercado de motores recondicionados
treinamento e investimento poderemos de fato
grupo de trabalho de motores recondicionados
Na ocasião, a PUC Rio de janeiro,
produto final tanto para venda desses motores
do Cepel - Centro de Pesquisas de Energia
patrocinada
Cooper
recondicionados, quanto para reparo”, afirma
Elétrica, o workshop marca uma série de
Association – ICA/Procobre, divulgou dados
Rodrigo Calili, responsável pela pesquisa da
atividades que estão sendo realizadas na área
sobre
PUC RJ.
de motor, responsável por cerca de 25% de
recondicionados. Segundo a pesquisa, o
todo consumo de energia elétrica do País,
número estimado de empresas que fazem
está em andamento a criação de uma nova
sendo que dois terços desses motores ou mais
o recondicionamento de motores no País
norma nacional de reparos de motores,
já foram recondicionados.
equivale a 6,5 mil empresas, empregando cerca
utilizando como referência o IEC 66034-23.
“Esse trabalho mostra o cuidado que se deve
de 24 mil funcionários. Desse total, 86% são
A norma está prevista para ser finalizada e
ter no reparo de motores. Existem técnicas
compostas por micro e pequenas empresas.
divulgada no final deste ano.
desapropriadas que podem levar o consumo
Os motores recondicionados representam
Dorante)
energética e maior competitividade”, destaca.
Segundo George Soares, coordenador do
perdas
pelo no
Internacional mercado
de
motores
alcançar a melhor eficiência e qualidade do
Segundo Fernando Rodrigues, do Cepel,
(por Adriana
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
18
Nunziante Graziano e Marcelo Guimarães Rodrigues Capítulo IX – Causas, ensaios e fenômenos físicos de arcos internos em painéis de distribuição de alta tensão – Primeira parte - Os mecanismos de formação de arcos internos - Possíveis causas de falhas internas e exemplos de medidas preventivas - Principais detalhes do ensaio de arco elétrico devido a falhas interna em painéis
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
22
Luciano Haas Rosito Capítulo IX - Critérios de avaliação de projetos e medições de campo - Critérios de avaliação dos projetos luminotécnicos - Medições de campo
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
26
Geraldo R. de Almeida Capítulo II - Análise Mecânica dos Materiais nos Ensaios de: Tensão e Deformação e Fluência - Modelo (S&S) e parâmetros - Tratamento analítico - Interpretação dos resultados
Fascículos
Apoio
Apoio
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
18
Por Marcelo Guimarães Rodrigues*e Nunziante Graziano*
Capítulo IX Causas, ensaios e fenômenos físicos de arcos internos em painéis de distribuição de alta tensão – primeira parte
crista da corrente suportável nominal,
contra impacto mecânico e distâncias de
apresentar em detalhes o conjunto de
Prezado leitor, este fascículo pretende
duração
escoamento.
normas Brasileiras para construção de
valores nominais dos componentes que
conjuntos de manobra e controle em alta
fazem parte do conjunto de manobra
os requisitos de projeto e construção
tensão, acima de 1kV até 52kV inclusive.
e
obrigatórios
No capítulo inicial deste fascículo
controle
curto-circuito
em
invólucro
nominal,
metálico,
No
quinto
capítulo para
abordamos
os
conjuntos,
incluindo seus dispositivos de operação
notadamente Estanqueidade ao gás e ao
apresentamos ao leitor os objetivos
e
e
vácuo, Sistemas de pressão controlada
deste
nível de preenchimento nominal dos
para gás, Sistemas de pressão autônomo
apresentação do panorama atual da
compartimentos
para gás, sistemas de pressão selados,
NBR-IEC-62271-200 vigente no Brasil,
fluído.
suas de
trabalho,
que
subdivisões, interesse,
definições.
Fascículo
de
suas
Neste
contemplou
principais
pontos
interpretações segundo
a
seus
equipamentos
auxiliares
preenchidos
com
Sistemas
de
pressão
controlados
No terceiro capítulo, abordamos as
para líquido, Sistemas autônomos de
e
principais características de operação
pressão a líquidos, Flamabilidade e compatibilidade eletromagnética.
capítulo,
normal, partes removíveis, aterramento
continuaremos a análise da NBR-IEC
do conjunto e do invólucro, fechamentos,
62271-200, suas regras gerais, definições,
conceitos de compartimentação dos
requisitos
características nominais obrigatórias dos
conjuntos,
obrigatórios
para
conjuntos, além dos requisitos de projeto
plaquetas de identificação.
notadamente
emissões
e construção. No segundo capítulo, abordamos
No
janelas
quarto
de
capítulo,
inspeção
e
No sexto capítulo, abordamos os de
projeto
e os
construção conjuntos,
de
raios
X,
abordamos
aspectos de corrosão, Arco interno
os requisitos de projeto e construção
devido a falha interna, requisitos dos
as principais características nominais
obrigatórios
invólucros, Compartimentos de alta
de um conjunto de manobra e controle
notadamente
em invólucro metálico de alta tensão,
intertravamento, indicadores de posição,
desde tensão nominal e número de
grau de proteção dos invólucros, proteção
fases, nível de isolamento nominal,
de pessoas contra acesso a partes
a abordagem dos ensaios de tipo,
freqüência nominal, corrente nominal
perigosas e proteção do equipamento
elencando as principais razões pelas
de regime contínuo, corrente suportável
contra penetração de objetos sólidos
quais são realizados cada um dos
nominal de curta duração para circuitos
estranhos, proteção contra penetração
ensaios, resultados esperados e suas
principais e de aterramento, valor de
de água, proteção do equipamento
características mais importantes, com
para
os
conjuntos,
dispositivos
de
tensão, partes removíveis e provisões para ensaios dielétricos em cabos. No
sétimo
capítulo,
iniciamos
Apoio
a participação do físico Cleber Rogério
arco elétrico devido a falhas internas.
Fiori abordando ensaios de tensão para
Com a caneta então, Dr. Marcelo!
conjuntos de manobra e controle em alta tensão.
Falhas
internas
em
painéis
19
devido a falhas internas em painéis.
Introdução
representam sérios riscos para o sistema ocorrências
A probabilidade de ocorrer falhas
a abordagem dos ensaios de tipo,
podem ser minimizadas com a adoção de
internas em painéis é cada vez menor em
elencando as principais razões pelas
boas práticas e tecnologias de segurança,
instalações modernas, com a adoção das
quais são realizados cada um dos
mas não podem ser totalmente evitadas.
boas práticas e tecnologias de segurança,
ensaios, resultados esperados e suas
A
resistentes
entretanto tais ocorrências não podem
características mais importantes, com a
ao arco é uma medida crucial para
ser totalmente evitadas. As causas de
participação do Engenheiro Eletricista
garantir alto nível de segurança de
falhas são de diversos tipos e de difícil
Luis Eduardo Caires abordando ensaios
pessoas e instalações na proximidade do
controle, como falha de equipamentos
de
equipamento.
de manobra, falha de isolamento ou de
No oitavo capítulo continuamos
Corrente
suportável
de
Curta
de
distribuição.
utilização
de
Essas
painéis
Duração e de Elevação de Temperatura
Devido à complexidade do fenômeno
contatos devido ao envelhecimento,
para conjuntos de manobra e controle
físico envolvido e aos vários fatores
falha devido a sobretensões no sistema
em alta tensão.
que têm influência no desempenho do
provenientes
Neste capítulo, assume o comando
painel, a adequação do projeto deve
incidências de descargas atmosféricas,
o Dr. Marcelo Guimarães Rodrigues,
ser verificada através de simulações
poluição devido a condições ambientais,
pesquisador
experimentais em laboratórios. Este
manutenção ineficiente e erros humanos.
no
CEPEL
-
Centro
de
manobra
ou
de
o
Das medidas praticadas para reduzir
de
fenômeno físico de formação de arco
as consequências de falha interna em
Adrianópolis – Laboratório de Alta
elétrico, exemplifica algumas de suas
painel, é essencial a utilização de painéis
Potência,
em
causas e destaca os principais pontos
resistentes ao arco, isto é, que garantam
ensaios de alta potência, incluindo o de
referentes ao ensaio de arco elétrico
a segurança de pessoas e instalações na
de
Pesquisas
de
Energia
Departamento
de
Laboratórios
onde
se
Elétrica,
especializou
trabalho
descreve
brevemente
Apoio
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
20
Figura 1 - Ensaio de arco elétrico devido a falhas interna em um painel.
proximidade, no caso de uma ocorrência
painéis de alta tensão e as conclusões
dois fenômenos físicos que impõem
de arco interno. O desenvolvimento de
alcançadas.
esforços distintos sobre o painel e que
tais equipamentos envolve um projeto específico, que considera a alocação adequada de equipamentos, escolha de
Os mecanismos de formação de arcos internos.
materiais, disposição de caminhos de Já faz parte dos procedimentos de aquisição de equipamentos de grandes empresas a exigência da verificação experimental de projetos, geralmente, baseado
em
normas
nacionais
e
internacionais. No caso da avaliação de projetos de painéis resistentes a arco, esta exigência tem importância particular, devido
às
consequências
danosas
Fascículo
dessa ocorrência e à complexidade do fenômeno envolvido. A norma ABNT NBR 62271-200:2007 [1] é a norma nacional vigente que trata de painéis de alta tensão e que descreve o ensaio de arco elétrico devido à falha interna. A Figura 1 apresenta a foto da realização deste ensaio. O objetivo deste trabalho é descrever os mecanismos de formação de arcos internos, algumas causas de falhas internas e medidas preventivas, os principais pontos do ensaio de arco elétrico devido à falhas interna em
projeto: elevação de pressão e elevação de temperatura. Veja a Figura 2. Elevação de pressão: responsável
Na formação do arco elétrico, há
condução do arco, entre outros pontos.
exigem preocupações específicas em seu
Figura 2 – Fases da formação do arco elétrico.
pelos danos mecânicos e com duas fases
Apoio
tratados em maiores detalhes em [2].
características a serem observadas, quais
isolantes fundidos através de válvulas de
sejam: compressão e expansão. A fase de
alívio ou vãos de paredes/portas que se
compressão (5 a 10 ms) começa com a
deformarem. A fase térmica dura até a
ignição do arco e termina após atingir
extinção do arco e pode atingir níveis de
a pressão máxima no compartimento
incêndio devido ao lançamento de gases
correspondente. Na fase de expansão
quentes e partículas incandescentes em
(10 a 20 ms), a pressão alcança valores
contato com o arco. Isso resulta em fusão
Este item apresenta os principais
máximos (0.1 a 0.4 Bar), havendo uma
e vaporização de partes metálicas e dos
aspectos relacionados ao ensaio de
maior solicitação mecânica. O aumento
materiais plásticos e isolantes.
arco elétrico devido a falhas interna
súbito da pressão faz com que o sistema de alívio de pressão atue, porém, causando avarias ao painel. Elevação de temperatura: responsável
Possíveis causas de falhas internas e exemplos de medidas preventivas
Principais detalhes do ensaio de arco elétrico devido a falhas interna em painéis
em painéis, sem considerar todos os detalhes, que estão descritos na norma ABNT NBR 62271-200:2007. Têm-se como foco alguns pontos a que o usuário final deve se atentar ao especificar o
pelos danos térmicos e com duas fases observadas,
Existem várias possíveis causas de
quais sejam: emissão e térmica. A
falha interna em painéis e providências
No próximo capítulo continuaremos
fase de emissão (30 a 50 ms) causa a
para mitigar suas consequências. A
a abordagem dos ensaios de tipo,
emissão de vapores de metal e materiais
Tabela 1 apresenta alguns exemplos
elencando os principais detalhes do
características
a
serem
ensaio e ao inspecioná-lo.
ensaio de arco elétrico devido a falha Possíveis causas de falhas internas e exemplos de medidas preventivas
Possíveis causas de falhas internas
Possíveis medidas preventivas -Portas e coberturas adequadas para suportar esforços mecânicos severos. - Aletas de alívio de sobrepressão projetadas de
Projeto inadequado
modo a permitir o alívio rápido da sobrepressão. - Inclusão de janelas de inspeção para permitir um controle visual de partes extraíveis e da posição da chave de aterramento.
Sobretensões e falhas
- Coordenação de isolamento adequada.
de isolamento
- Escolha de materiais isolantes resistentes à chama e que não gerem gases tóxicos sob chama.
Falha de operação de
- Utilização de intertravamentos de segurança.
equipamentos de manobra, como
- Utilização de chaves de abertura sob carga.
disjuntores e seccionadores.
- Manutenções preventivas programadas.
Corrosão e montagem
- Uso de revestimentos anticorrosivos e/ou graxa.
defeituosa em conexões
- Uso de galvanização e encapsulamento, onde
aparafusadas e contatos.
possível. - Aplicação de torque correto
Erros humanos:
- Limitação de acesso por compartimentação.
a) esquecimento de ferramentas e/
- Cobertura isolante de partes vivas, quando
ou materiais dentro dos painéis;
possível.
b) contato direto com partes
- Utilização de intertravamentos de segurança.
energizadas;
- Treinamentos periódicos.
c) realização de manobras indevidas. Poluição, umidade, penetração de
- Escolha de grau de proteção adequado para a
poeira, insetos, ...
utilização do painel, considerando o ambiente em que este será instalado.
interna em painéis. Até lá! *Marcelo Guimarães Rodrigues possui graduação em Engenharia Elétrica Ênfase em Sistema de Potência pela Universidade Federal Fluminense, mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é pesquisador do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica com ênfase em ensaios em equipamentos de alta tensão e em modelagem de sistema de aterramento. **Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP),Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro doABNT/CB-003/ CE 003 017 003 "Conjuntos de manobra e controle de alta tensão", Conselheiro Regional do CREA-SPda Câmara Especializada em Engenharia Elétrica ediretor da GimiPoglianoBlindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos.
Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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Apoio
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
22
Por Luciano Haas Rosito*
Capítulo IX Critérios de avaliação de projetos e medições de campo entre as duas luminárias;
projeto e sua avaliação para não haver mais
critérios estabelecidos na NBR 5101
c) uma linha longitudinal no eixo de cada
dúvidas.
referente aos critérios de avaliação dos
faixa;
projetos luminotécnicos e suas respectivas
d) uma linha longitudinal no eixo de cada
malha são definidos como segue:
medições de campo. Nos últimos anos,
calçada;
• Espaçamento longitudinal: sgl = s/16
Neste artigo serão abordados os
Os espaçamentos entre os pontos da
sendo:
saímos de uma situação de avaliação de O que está ainda em fase de avaliação
demais informações, para a utilização de
e estudo é a malha de verificação de
os pontos extremos de cada fileira
software de cálculo luminoténico a partir
luminâncias,
pertencem às linhas transversais que
das informações coletadas em campo
ser a mesma de iluminâncias, mas há
e arquivos. ies disponibilizados pelos
muitas dúvidas quanto sua aplicação
fabricantes e/ou obtidos em laboratórios
principalmente na verificação em campo.
• Espaçamento transversal: sgt = 0,2*fr
de terceira parte. A NBR 5101, em sua
Desta forma, deve ser descrito o critério de
sendo:
que
a
princípio
deve
revisão finalizada em 2012, estabeleceu os critérios para estas avaliações e medições, simplificando a malha de medições, sem perder a referência dos pontos importantes
Fascículo
s = espaçamento entre postes
curvas fotométricas, diagramas, tabelas e
de serem medidos. Em seu capítulo 7, a NBR 5101 estabelece os critérios de inspeção de projetos através de uma malha para verificação detalhada. Esta malha deve ser usada para as medições ou cálculos de iluminância. Os pontos da grade serão definidos pelas intersecções das linhas transversais e longitudinais à pista de rolamento e às calçadas, considerando-se a existência de: a) uma linha transversal alinhada com cada luminária; b) uma linha transversal no ponto médio
Figura 1 - Malha para verificação detalhada.
passam pelas luminárias do vão
Apoio
fr = largura da faixa de rolamento
para o vão considerado:
os pontos extremos de cada coluna de
indica as quantidades de pontos das malhas de Cálculo e de Medição em função no
pontos estão afastados de uma distância
• Linhas transversais
número de faixas de rolamento da via.
igual a 0,1*fr (ou 0,5*sgt) em relação às
a - Linhas que passam pelas luminárias
linhas longitudinais do meio-fio. Como a
(extremidades do vão);
largura típica da faixa de rolamento é da
b - Linhas que dividem o vão em 4 partes
malha de referência a fim de comparar
ordem de 3m, esse espaçamento terá um
iguais (inclui a linha que divide o vão ao
diferentes equipamentos dentro da mesma
valor em torno de 30cm.
meio)
configuração. Atualmente, há dúvidas
A NBR 5101 também estabelece uma
quanto a este tipo de classificação, pois não A matriz da malha de cálculo é
• Linhas longitudinais
deve ser entendido como uma configuração
composta por 17 colunas de pontos
a - Linhas de centro das faixas de rolamento;
padrão de uma via, determinando que se
igualmente
direção
b - Linhas com afastamento igual a 0,1*fr
algum equipamento atente os níveis nesta
longitudinal e 5 fileiras de pontos para em
distribuídas
na
em relação às linhas limítrofes das faixas de
referência de classe de via deve ser aprovado
cada faixa de rolamento. Como a primeira
rolamento.
ou não. E sim, como já dito, deve ser um
e última coluna coincidem com a posição
O quadro apresentado na figura 2
instrumento comparativo. É comum que
dos postes, as colunas de pontos coincidirão com as linhas transversais que dividem o vão em 2, 4, 8 e 16 partes iguais. A malha de medição em campo é composta por um subconjunto dos pontos da malha de verificação detalhada. Os pontos da malha de medição em campo serão definidos pelas intersecções das seguintes linhas longitudinais e transversais
Figura 2 - Malha para medições em campo.
23
Apoio
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
24
Tabela 1 - Configuração da grade de referência de acordo com a classe de iluminação da via
Classe de
Vão médio
Altura de
Número de
Largura por
Largura total
Avanço*
Número
Número
iluminação
m
montagem
faixas de
faixa da via
da via/calha
m
de pontos
de pontos
m
trânsito da via
m
m
projeto
medição
V5
35
7,00
3
2,7
8,10
1,50
255
45
V4
35
8,00
3
3,0
9,00
1,50
255
45
V3
35
8,00
3
3,0
9,00
1,50
255
45
V2
35
9,00
4
2,7
10,80
2,50
340
60
V1
40
12,00
4
3,0
12,00
3,00
340
60
da via
* O avanço corresponde à distância entre o início da grade sob a luminária (do meio-fio) até a extremidade do braço onde é montada a luminária.
diversos órgãos, tais como departamentos
3) pontos adjacentes (a ser aplicada
discutidas e avaliadas através de testes
de iluminação pública, concessionárias de
basicamente quando da aprovação da
em software e em campo. Se por um lado
energia, empresas especializadas em IP,
luminária).
é melhor simplificar as malhas e reduzir
definam suas grades de referência. Esta
tempos de cálculos e medição, por outro
grade seria um padrão entre todos para
A malha apresentada é a mesma para
lado não se pode abrir mão de confiabilidade
facilitar a interpretação e comparação entre
iluminância e luminância. A diferença
dos resultados e medições, assim como estas
resultados. Desta forma, os parâmetros
básica está na definição de luminárias
sejam representativas a ponto de avaliar
adotados para estas grades representam
consecutivas:
valores
considerada
é
diversas situações existentes em campo. A
próxima
melhoria do detalhamento da medição de
utilizados pelas diversas concessionárias
luminária independentemente do lado que
calçadas é fundamental e deve ser feita na
e prefeituras brasileiras. Para as grades de
está instalada; para luminância a próxima
revisão, assim como comentado o maior
referência deve-se considerar o seguinte:
luminária está do mesmo lado.
bem
próximos
aos
padrões
para
iluminância
consecutiva
a
Esta
detalhamento do cálculo e medição de
definição acima deve ser melhor detalhada
luminância nas vias. A inclusão do critérios
– são válidas para avaliação de produto e
não somente na malha de verificação, mas
de medição vertical em calçadas e faixas de
contemplam apenas o efeito da luminária
na malha completa ou malha de verificação
pedestres deve criar também a malha de
na pista de rolamento. Não levam em conta
detalhada. Assim, os valores devem ser
medição e verificação destes pontos neste
as grades das calçadas;
validados de acordo com a tabela 3 da
capítulo. A medição e verificação de pontos
– adotam-se lâmpadas da vapor de sódio
normas que estabelece os requisitos de
de cruzamentos, condições específicas,
nas potências de 70 W, 100 W, 150 W e
luminância e uniformidade.
praças e parques também deve ser levada
250 W, por serem consideradas padrão de
Para a calçada aplica-se a seguinte
em conta. Da mesma forma, a medição
mercado. Não participam as de 400 W por
regra:
e projeto de vias irregulares, em curva,
serem utilizadas em projetos especiais ou específicos
Fascículo
A NBR 5101 estabelece a malha para
com elevações (aclive e declive) devem ter Largura < 3 m:
maior detalhamento na próxima revisão da
– uma linha longitudinal no centro da
norma.
calçada;
verificações periódicas ou malha para
– as linhas transversais em número igual e
constatação de valores de projeto. Esta
coincidentes com as do leito carroçável.
malha, definida como grade de medição, é formada pelos pontos da malha completa
Largura ≥ 3 m:
definida anteriormente, sendo a iluminância
– duas linhas longitudinais espaçadas entre
média Emed dada pela seguinte expressão:
elas de d e entre uma linha e a extremidade da calçada adjacente espaçada de d/2; – as linhas transversais em número igual e coincidentes com as do leito carroçável.
Sugestão para a malha fotométrica (grade) a ser aplicada para:
Durante a revisão da NBR 5101 que
está sendo realizada durante o ano de 1) projeto;
2018, várias alternativas de novas malhas
2) recebimento e verificação periódica;
e novas quantidades de pontos estão sendo
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
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Apoio
Fascículo
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
26
Por Geraldo R. de Almeida *
Capítulo II Análise mecânica dos materiais nos ensaios de: Tensão e Deformação e Fluência
RESUMO
INTRODUÇÃO
Durante os últimos 100 anos, os ensaios de tensão e deformação
No artigo anterior [01], publicado na edição de agosto da O
com o ensaio de fluência em condutores aéreos, Homogêneos
Setor Elétrico, foi apresentada uma exaustiva análise do conceito
ou Compostos, têm sido usados para classificar o desempenho
EDS aplicado no projeto clássico de uma linha aérea de transmissão.
durante o trabalho destes condutores. O ensaio de TENSÃO E
Para um bom entendimento deste artigo, o autor recomenda uma
DEFORMAÇÃO provê uma visão completa de como os materiais
releitura do anterior.
respondem a um esforço longitudinal, aplicado desde solicitações
A seguir é mostrado na figura (01) um diagrama típico do
muito baixas até valores próximos ao limiar da tensão de ruptura.
ensaio tensão deformação desenvolvido pelos AMERICANOS [02]
O gráfico de resposta deste ensaio fornece informações essenciais
na década de 20 do século passado. Nesta figura, reporta a uma
como: Módulo de Elasticidade, Tensão máxima para ruptura do
construção típica de um ACSR (26/7) muito usada neste país.
conjunto e possibilidade de derivar outros valores de Mecânica do Meio Contínuo, principalmente aqueles referentes às equações
Nesta figura, apresentaremos o significado das diversas linhas (curvas ou retas).
constitutivas. Por outro lado, o ensaio de FLUÊNCIA provê uma
A curva inicial composta é a envoltória das diversas curvas de
estimativa de como o condutor alonga com o tempo em função
tracionamento durante o ensaio TRAÇÃO E DEFORMAÇÃO [03]
de uma solicitação mecânica constante. Os dois ensaios têm
(15%, 25%, 50%, 75% e 85% da carga de ruptura) conduzido sobre o
sido considerados necessários para uma predição aceitável do
cabo completo (condutor e alma).
desempenho no longo prazo destes condutores aéreos. Neste trabalho são enfatizados os conceitos de resistência dos materiais, dos parâmetros usados num projeto clássico de linhas de transmissão de energia elétrica, sem uso dos conhecimentos da engenharia dos materiais. Materiais avançados e Nano materiais são também revisitados, especialmente naquilo que poderia ser classificado como melhoria de desempenho. A parte nova desenvolvida neste trabalho está relacionada ao uso ulterior de informações dos ensaios da ALUMINUM ASSOCIATION OF AMERICA numa aplicação analítica dos resultados. Usando geometria analítica com cálculo diferencial e integral nos diagramas resultantes, com extensão para o equilíbrio termodinâmico dos materiais. O enfoque permite avançar estimativas de como envelhecem os materiais ao longo do tempo sob esforços longitudinais constantes.
Figura 1 – Diagrama aaa [02] de um ensaio tensão-deformação em cabo acsr (26/7)
Apoio
A linha composta final corresponde ao resultado da relaxação
um determinado cabo aéreo. Nesta figura está caracterizado que
do último esforço (85% da carga de ruptura) e, neste caso, específico
o ensaio foi feito em 4 solicitações de tensão mecânica diferentes.
apresenta um “joelho”. Este joelho é o ponto de transição onde os
Todavia, os acréscimos de alongamento nas 4 solicitações são
materiais aço e alumínio agem na relaxação e apenas o material o
iguais, apenas diferidos no tempo. Esta conclusão é lícita para o
aço continua agindo sendo o esforço de tração progressivamente
intervalo de solicitações deste ensaio, mas deve ser reconsiderada
relaxado. Este joelho tem sido usado no projeto clássico [01], como
se as solicitações estiverem mais próximas à tensão de ruptura do
limite de aplicação de tensão no condutor.
material, especialmente se o material for elástico (alumínio).
As linhas inicial aço e final aço descrevem o resultado da
As retas do gráfico (02) devido ao desempenho da fluência são
aplicação e relaxação de tração sobre apenas a alma do aço do cabo,
construídas com os resultados do ensaio, bem caracterizado na
respectivamente. A leitura direta permite verificar que o aço está na
norma brasileira [04].
sua fase elástica de uso.
Na figura (03), extraída do documento [06] da AAA, está
Na terceira curva, observa-se uma linha inicial do alumínio e uma reta final do alumínio. Estas duas respostas correspondem a: (i) aplicação dos esforços de tração (curva inicial) e relaxação de tração (reta final) e são construídas com a subtração ponto a ponto das duas anteriores. A norma brasileira [03] estabelece as condições necessárias para a realização deste ensaio e posterior tratamento dos dados. Além das curvas e retas já declaradas, existem três outras retas derivadas do ensaio de fluência [04] (descrito mais adiante). Estas três retas descreve o desempenho do cabo em fluência com os tempos de: 6 meses, 1 ano e 10 anos. Na figura (02) é reproduzida do documento [02] da AAA e está apresentando um resultado típico do ensaio de fluência sobre
Figura 1 – Diagrama aaa [02] de um ensaio de fluência em cabo acsr (26/7)
27
Apoio
Fascículo
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
28
ilustrado como fazer a transferência dos resultados do ensaio de fluência para o ensaio de tensão deformação.
Figura 4 – Particionamento de áreas no diagrama aaa [02] de um ensaio tensão-deformação em cabo acsr (26/7) Figura 3 – Diagrama aaa [06] de acoplamento dos resultados de fluência no diagrama tensão deformação
O presente artigo expande a leitura dos gráficos da AAA, com análise mecânica, suportada por geometria analítica, cálculo e extrai uma leitura direta do comportamento termodinâmico dos
modelo que pretende ser uma ferramenta “expedita” e útil para os engenheiros de projeto de linhas e os técnicos de campo. Este modelo propõe um tratamento direto sobre o gráfico ou no máximo um tratamento com geometria analítica (plana) simples sobre os diversos pontos característicos do modelo.
materiais em estado de tração. Com uma nova leitura dos ensaios, pode-se correlacionar o decaimento das propriedades dos materiais constitutivos dos cabos com o tempo de tração dos cabos suspensos.
MODELO (S&S) E PARAMETROS O gráfico (01) anterior será a partir de agora dividido em várias áreas, cada uma com seu significado específico: 1- a área do polígono fechado em linha na cor vermelha significa toda a ENERGIA mecânica: Elástica e Plástica, que o material (alumínio) consumiu durante o trabalho de tensão e alongamento no ensaio;
Figura 5 – Evolução do particionamento (04)
2 - a área do polígono formado entre as linhas azuis e a parte
O tratamento rápido poderia ser aquele de simples inspeção
superior acima da partição das linhas vermelhas significa a parte do
visual, onde o projetista veria quanto de energia mecânica o cabo
trabalho mecânico consumido pela fluência em: 6 meses, 1 ano e 10
consumiu durante um determinado tempo. Para exemplificar e
anos respectivamente;
antecipando já alguns possíveis resultados do MODELO, na figura
3 - poderiam ter mais linhas azuis, mas o ensaio “Stress-Strain” (S&S) da AAA informa curvas somente até 10 anos. Mais adiante será fornecida uma explicação para o fato.
(06) está mostrada, como após 10 anos de fluência, a redução de área, devido ao trabalho seria vista no gráfico. Por inspeção visual estima-se que a redução do trabalho
4 - A relação entre as áreas azuis+vermelha e a área total vermelha
mecânico (elástico e plástico) do material (no caso alumínio) ficou
é uma informação (científica) de quanto trabalho mecânico o
reduzido pela metade (50%). Em termos de CONFIABILIDADE e
material teve de consumir na sua estrutura para tracionado, durante
em 10 anos estaríamos no MTTF (Mean Time To Failure) para o
este período e manter o cabo suspenso.
cabo suspenso.
A figura (05) ilustra de modo visual a assertiva (4) anterior.
Tratamento Analítico
O gráfico (01) da AAA informa todas as equações das retas e curvas obtidas numa coleção ampla de ensaios, mas neste trabalho e
O documento [05] da AAA traz uma coleção de ensaios de
nesta modelagem estas equações não serão usadas. A dispensa desta
tensão e deformação, apresentados em gráficos, onde as abscissas
informação (muito boa!) está ligada ao desenvolvimento e uso do
são deformações percentuais e as ordenadas são as tensões dos
Apoio
29
Apoio
Fascículo
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
30
2 - os pontos marcados por círculos vermelhos [A1, A3 e B2] representam pontos obtidos na extrapolação dos resultados obtidos, com estrita observância da mecânica do meio contínuo que trata das equações constitutivas dos materiais; 3 - as linhas retas tracejadas (R1 e R2) são extrapolações lícitas dentro da mecânica dos materiais aplicadas às equações constitutivas; 4 - na figura (07): R1, R2, R3 são retas paralelas, corresponde em termo de equação constitutiva. O MÓDULO DE ELASTICIDADE COMPLEXO (dos materiais conjugados Alumínio e Aço) apreciado na linha final composta do ensaio; 5 - os pontos de análise mecânica são assim interpretados: Figura 6 – Trabalho (energia) mecânico e fluência em 10 anos de exercício
componentes dos cabos, obtidas através de esforços longitudinais aplicados nos corpos de prova (cabos). A despeito dos dados da AAA terem sido tratados e todas as curvas ajustadas com modelos lineares ou polinomiais, neste trabalho a MODELAGEM dos resultados serão feitas apenas com modelos lineares. Este tipo de enfoque traz algum erro NUMÉRICO, mas possibilitam: técnicos e engenheiros trabalharem com ele diretamente sobre os dados gráficos da AAA. Todavia, quando estes mesmos dados emergirem de um ensaio, bem conduzido, e
O - É a origem do sistema de eixos coordenados; A1 - Intercessão das retas R1 e da curva final do aço; A2 - Intercessão entre a curva final composta (R3) e a curva final do aço; B1 - Ponto extremo da curva de fluência com 10 anos; B2 - Ponto extremo do ensaio de fluência com 10 anos, até o alongamento máximo do ensaio tensão deformação; C1 - Ponto extremo do ensaio tensão deformação para o cabo completo; A3 - Ponto de intercessão da reta R2 e a reta final do aço; A4 - Ponto extremo da curva final do aço.
os resultados colhidos com algum sistema automático de aquisição de dados, a avaliação deve ser conduzida com os MÉTODOS NUMÉRICOS mais avançados. Usando apenas aproximações lineares, o diagrama (01) transformado adquire a forma mostra na figura (06).
Figura 8 – Modelamento particionado com retas preparado para geometria analítica.
Como a modelagem é linear: Considerando o conhecimento dos pontos no gráfico: Figura 7 – Modelamento particionado com retas
No enfoque linear da figura (06), o limite superior corresponde uma vizinhança da reta de 6 meses de fluência. A figura (07) é a reedição da figura (06) com as seguintes caracterizações adicionais: 1 - os pontos marcados por círculos pretos [O,A2,A4,B1,C1] representam pontos obtidos por leitura direta no gráfico de resultados do ensaio tensão deformação;
A1
A2
Y
7213
X
0,2037
A3
A4
B1
B2
C1
9000
12060
16500
15000
23402
30500
0,25
0,3293
0,45
0,28
0,45
0,45
A seguir são apresentados os cálculos em geometria analítica plana que foram usados para a obtenção dos dados (em vermelho) da tabela anterior. Curva Inicial composta linear (O – C1) Y Y-30500 = X X-0,45
Y=67777,78X
31
Apoio
RETA R3 Reta Final alumínio Y=(68,95X-17,00)103 Fornecida pela AAA RETA R1 Y-15000 =107,55 X-0,28
Y=(107,55X-14,696)103
PONTO B2 Reta Para Fluência 1 ano Y=53,45 x103 X
X=0,45
Y=23402
RETA R2 Y-23402 =107,55 X-0,45
Y=(107,55X-23,354) 103
PONTO A1 Intercessão da reta R1 com a reta final do aço
[
Y=(107,55X-14,696)103 Y=(38,60X-0,65)x103 X=0,2037
Y=7213
PONTO A3 Intercessão da reta R2 com a reta final do aço
[
Y=(107,55X-23,354)103 Y=(38,60X-0,65)x103 X X=0,3293
Y=12060
Reta Final aço Y=(38,60X)-0,65103 X Reta Para Fluência 10 anos Y=53,45 x103 X Para completar a tabela anterior com 5 cálculos, foi necessário algum esforço algébrico. Todavia, em situação de mesa, os números calculados podem ser obtidos com: Lápis, Papel, Esquadro e Compasso, de modo expedito com se fazia no passado. Hoje, estes mesmo dados podem ser calculados automaticamente nos DATA STATION acoplados às máquinas de ensaios.
Interpretação dos resultados Os dados da tabela abaixo (replicada) fornecem sobre o gráfico (07) uma leitura muito interessante; A1
A2
A3
A4
B1
B2
C1
Y
7213
9000
12060
16500
15000
23402
30500
X
0,2037
0,25
0,3293
0,45
0,28
0,45
0,45
A abscissa A1 é superior ao limite ∆ϵ=0,2 que é o limite de
Apoio
32
escoamento para materiais não ferrosos (alumínio, por exemplo).
CÁLCULO DAS ÁREAS DOS TRIÂNGULOS
A diferença das abscissas A2 e A1 ∆ϵ A2 A1
= 0,25 - 0,2037 = 0,0463
{O,A4,C1}
S=
1 det 2
30500 16500 0
045 0,45 0
1 1 1
= 3150,00
{O, B2,C1}
S=
1 det 2
30500 23402 0
045 0,45 0
1 1 1
=1597,05
Corresponde já ao consumo de trabalho da fase plástica após o exaurimento da fase elástica. A diferença entre as abscissas A3 e A2
O quociente entre as duas áreas é de 50%, informando que,
∆ϵ A3 A2 = 0,3293 - 0,25 = 0,0793
após 10 anos de fluência, foi consumido cerca da metade da vida
Corresponde ao consumo de trabalho na fase plástica, desde o fim do exaurimento da fluência em 10 anos e o limite de exaurimento de deformação de um ensaio completo sobre o cabo.
mecânica disponível do material (10 anos é o MTTF do material) ALUMÍNIO neste nível de solicitação mecânica. análise do ensaio de fluência
A diferença entre as abscissas A4 e A3
O ensaio de fluência conduzido pela norma brasileira [04], que é uma aplicação local do ensaio desenvolvido pela AAA [06], está
∆ϵ A4 A3 = 0,45 - 0,3293 = 0,1207
incorporado nos diagramas. Neste trabalho esta incorporação está
Corresponde ao consumo de trabalho na fase plástica, desde o
apresentada na figura [08].
exaurimento do alongamento (extremo) do cabo completo (0,45)
Os valores assinalados nesta figura são aqueles lidos diretamente.
e o limite de exaurimento (com retração) de deformação de um
Todavia, os valores obtidos no ensaio de fluência correspondem às
ensaio completo sobre o cabo. Esta informação tem o significado
diferenças de leitura do gráfico, ou seja;
do consumo de alongamento do cabo durante o ensaio do mesmo. Desta tabela, as principais inferências são: (i) após 10 anos de fluência mecânica, está exaurida toda a fase elástica do alumínio; (ii) em A1 consumiu 45,27% do alongamento final por fluência, após 10 anos de funcionamento do cabo sob tração mecânica. O-A1
O-A2
O-A3
O-A4
0,2037
0,25
0,3293
0,45
RESID%
54,73
44,44
26,82
0
CONS%
45,27
55,56
73,18
100
Se após 10 anos de fluência, o cabo for ensaiado na modalidade tensão e deformação [03], o alongamento final do cabo ensaiado terá consumido (A3) 73,18% do alongamento final (referencia cabo novo). Ainda no gráfico (07) a diferença entre as ordenada C1 e B2, é uma indicação da perda de carga de ruptura entre o cabo NOVO e
Fascículo
um cabo sob fluência (Em USO) em 10 anos. NOVO
∆τ 10 ANOS =30500-23402
NOVO
∆τ 10 ANOS = 76,72
Esta leitura indica que, em 10 anos, o cabo perde cerca de 24% da carga de ruptura, mas o alumínio perde 80% do seu alongamento a ruptura. Finalmente resta uma leitura sob a energia consumida durante o trabalho de tração mecânica do condutor. O triângulo {O, A4,C1} tem sua área correlacionada com a quantidade de trabalho mecânico total durante o ensaio de tensão e deformação do cabo novo. Já {O, B2, C1} é o triangulo que mede, no mesmo ensaio, a energia devido ao trabalho mecânico de tração durante 10 anos de fluência. A relação entre as duas áreas é uma medida de quanta energia foi consumida em 10 anos de fluência.
Figura 9 – Construção do acoplamento dos resultados do ensaio de fluência.
Os valores da linha Δcreep são aqueles efetivamente medidos no ensaio de fluência que serão usados no modelamento LOG – LOG das escalas na apresentação dos resultados. log∆ϵ = log t + log k Onde o parâmetro k mede a “saúde” do material (Quanto maior, maior a Saúde). Assim, 6 m
0,056
1 a
0,071
10 a
0,105
Como no ensaio de fluência, o andamento das deformações é linear em escalas log. Transformando em horas o tempo e fazendo a regressão linear, vem;
Apoio
INCLIN
INTERC
0,199814
-1,95958
discernimento termodinâmico A termodinâmica se interessa pelo denominado “Equilíbrio Termodinâmico” [07]. Este equilíbrio é equacionado e resolvido em termos de Matéria e Energia envolvida durante
Y = 0,199814X - 1,95958
uma transformação. Na termodinâmica, o TEMPO não é
LOG∆ϵ = 0,19981LOG (t) - 1,95958
uma variável de estado. Todavia, nos diagramas de tensão
5,004662xLOG∆ϵ = LOG(t) -9,80703
e deformação da AAA estão os acoplamentos das curvas de
5,004662xLOG∆ϵ = LOG(t)-LOG(6,41x109) 6,41x10 LOG(∆ϵ) 9
5,004662
CREEP: com 9 meses, 1 ano e 10 anos. Estes acoplamentos serão
= LOG (t)
usados numa leitura ulterior de discernimento (“insight”), com
6,41x109 [∆ϵ]5,004662 = t
a ajuda da equação geral do equilíbrio termodinâmico.
Gráfico
Gráfico
Cálculo
PV=nRT
∆ϵ
t
t
Em um cabo suspenso usado em linha de transmissão
0,056
4320
3530
(Distribuição também) P pode ser aproximado por F ⁄ S e o
0,0716
8640
11565
volume V pode ser aproximado por V=S * l. Onde S é a seção
0,105
86400
81810
transversal do cabo e l é o seu comprimento.
A equação anterior é uma boa interpolação dos dados do gráfico.
Para 30 anos de fluência sob tração, os valores no modelo em
= 0,307. análise seria ∆ϵ 30a 0 = 0,132 e ϵ30 a 0,132477
259200
0,307 Se o único esforço sobre o cabo for aquele de tração, o material teria consumido %C=68 do alongamento permitido. No entanto já teria ultrapassado o MTTF de 10 anos.
Para que o approach termodinâmico fique bem formalizado; ∂F * ∂S∂l = nRT ou ainda ∂F∂l=nRT ∂S Como a temperatura T ao longo tempo é CONSTANTE e R é a CONSTANTE dos gases perfeitos. A equação ∂F∂l=nRT é o trabalho (energia) produzida pelo “ensemble” [08] n, variando ao longo do tempo. Daqui em diante aproximaremos ∂F∂l=∂E como a energia envolvida na transformação termodinâmica do material ao longo da fluência mecânica. Então,
33
Apoio
34
∂Finicial = Ninicial RT
Com o algoritmo desenvolvido neste trabalho é possível
∂S10 anos =n10 anos RT
delimitar as área (EM OCRE) correlatas à energia inicial e energia
Deste modo, a relação entre as energias disponíveis (Inicial e Final) para manter o cabo suspenso em tração é igual á relação entre os “ENSEMBLES” iniciais e finais disponíveis da estrutura do material. A relação entre as energias disponíveis será aproximada pelas áreas correlatas a elas no diagrama tensão e deformação apresentado na figura [09].
após 10 anos de fluência. Na figura [10], estas áreas estão bem caracterizadas pelas coordenadas cartesianas obtidas: ou diretamente ou calculadas. Nesta figura aparecem dois triângulos: o maior refere-se a energia inicial, que na realidade pode ser obtida no gráfico do ensaio de tensão e deformação, O menor é obtido, com o algoritmo deste trabalho e corresponde a energia após 10 Anos de fluência no cabo apenas suspenso. A relação entre as áreas destes dois triângulos é um estimador BOM de quanta energia ainda dispõem os ENSEMBLES para sustentar o cabo tracionado. A relação entre as áreas pode ser calculada como; Sinicial =
1 det 2
30500 16500 9000
045 0,45 0,25
1 1 1
= 1400,00
S10 anos =
1 det 2
22000 16500 12060
045 0,45 0,34
1 1 1
=331,93
Figura 10 – Energias correlatas no cabo acsr (26/7) durante o tracionamento e simplesmente suspenção.
A fronteira limite circundada em vermelho corresponde a toda energia envolvida no ensaio de tensão e deformação. A área cinzenta dentro desta fronteira corresponde a energia usado durante o tracionamento. A área ocre corresponde a energia envolvida durante o RELAXAMENTO (cabo apenas suspenso). A região OCRE é de supremo interesse termodinâmico, pois é assim que o cabo desempenha sua MISSÃO ao longo do tempo.
Resultando apenas 24% de energia disponível para os ENSEMBLES manterem suspenso o cabo.
Conclusões Foi apresentado um breve estudo com análise dos diagramas
Fascículo
dos resultados TENSÃO E DEFORMAÇÃO e FLUÊNCIA, desenvolvidos pelos americanos
na década de 20 do século
passado, mas que continuam sendo usados por projetistas de linhas de transmissão e engenheiros de campo. Dentro das limitações dos diagramas foram acrescidas algumas leituras fáceis de observação, concentradas na variação do alongamento à ruptura, Variação da tensão de ruptura, mas a mais importante na energia consumida pelo material enquanto deforma. A importância dessa variação (energia-matéria) está no fato que no “STRICTO SENSU” termodinâmico, o dualismo existe na equação de equilíbrio; PV=nRT Ou seja, o momento mecânico PV é equilibrado por certa Figura 11 – Energias relaxação (inicial e após 10 anos) em um cabo acsr (26/7) supenso.
quantidade de matéria (material). Daí sua força nas assertivas destas conclusões:
Apoio
7 - 10 anos de fluência representa em termos de balanço 1 - os ensaios: Tensão-Deformação [03] e Fluência [04] em cabos
termodinâmico do Esforço Mecânico no Material, ao MTTF da
aéreos usados nas linhas de TRANSMISSÃO DE ENERGIA
confiabilidade (Mean Time To Failure) do material (alumínio) em
ELÉTRICA são MANDATÓRIOS;
qualquer formação ACSR;
2 - todos os cabos de transmissão incluindo aqueles com novos
8 - em 30 anos de conseção para exploração de uma linha de
materiais (por exemplo: Nanos Materiais) devem ser ensaiados
transmissão, a probabilidade de falha mecânica dos condutores,
na modalidade recomendada pela AAA e reforçada pela Norma
apenas por CREEP, no approach termodinâmico deste trabalho,
Brasileira [03] e [04]. Todas as curvas devem ser interpoladas com
é de 60%;
regressão linear e/ou regressão polinomial;
9 – além do esforço de tração mecânica e o CREEP decorrente
3 - para usar a extensão desta análise, o leitor pode optar por
a ele, os cabos de linhas de transmissão estão recorrentemente
um enfoque apenas gráfico ou analítico, este último quando de
submetidos à fadiga aperiódica de origem térmica (devido à
necessidade documental. Assim, que a comunidade técnica revisar
variação de corrente e condições ambientais) e eólica (ventos
e aceitar este documento, possivelmente as novas máquinas de
aperiódicos e recorrente durante o exercício da linha). Estes
ensaio também poderiam melhorar o tratamento dos dados
efeitos não foram computados neste trabalho, mas serão
com sistema de aquisição e tratamento dos dados com métodos
computados nos próximos;
avançados;
10 - em concessões de operação com 30 anos de duração é
4 - além das leituras já disponíveis o trabalho inseriu mais as
mandatório recondutorar a linha antes de sua devolução.
seguintes: (i) variação do alongamento à ruptura ao longo do ensaio
AGRADECIMENTOS
Tensão deformação;
O autor, consultor do grupo INTELLI, agradece a permissão
(ii) variação do alongamento à ruptura devido aos diversos
para publicar este trabalho.
tempos de fluência, declarados no diagrama tensão deformação;
REFERENCIAS
(iii) variação da tensão de ruptura extrapolada para 10 anos
[01]
de fluência;
Transmissão de Energia Elétrica “Revisitando o Conceito de EDS
(iv) variação do trabalho de deformação do material em
para Cabos ”
função do ensaio inicial e a deformação durante 10 anos.
[02] AAA- ALUMINUM ASSOCIATION OF AMERICA
G. R. de ALMEIDA - Cabos Aéreos Para Linhas de
5 - em 10 anos de fluência é consumida toda a fase elástica do
[03] NBR 7306 – ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
alumínio, no cabo ACSR 26/7. Em todas as ligas de alumínio, a
– Condutores elétricos de alumínio – Tensão e deformação em
fase plástica é consumida no processo de conformação metálica;
condutores de alumínio – MÉTODO DE ENSAIO.
6 - em 10 anos de fluência, se ensaiado novamente um cabo ACSR
[04] NBR 7303 - ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
revelaria o consumo de cerca de 80% do alongamento a ruptura
– Condutores elétricos de alumínio – Fluência em condutores de
do alumínio. Esta assertiva tem implicações notáveis nos cabos
alumínio – MÉTODO DE ENSAIO
retensionados, depois de muito tempo.
[05] Stress-Strain-Creep curves for ALUMINUM OVERHEAD ELECTRICAL CONDUCTORS [AAA] [06] A Method of Stress-Strain Testing of Aluminum Conductor and ACSR (and) A Test Method for Determining the Long Time Tensile CREEP of Aluminum Conductors in Overhead Line. [AAA}] [07] Robert P. Bauman – Introdução ao equilíbrio Termodinâmico – Ed Edgard Blucher 1972 126p [08] J. W. GIBBS – Elementary principles in statistical mechanics – NY : Charles Scribners – London : Edward Arnold -1902
Geraldo R. de Almeida é Engenheiro Eletricista da INTELLI – Terminais e Conectores. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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36
Aula Prática
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Por Bruno Pires de Campos, Luiz Edival de Sousa e Paulo F. Ribeiro*
Integração de informações para o monitoramento de métricas de desempenho de uma micRogrid
37
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Resumo
é fundamental. [2] Nos últimos anos tem havido um
Este trabalho implementa a integração
crescente interesse sobre o monitoramento
uma
da qualidade da energia e maior pressão
microgrid fotovoltaica em uma plataforma
por parte dos consumidores e órgãos
única
sistema
reguladores para a disponibilização de
monitora a planta do Centro de Excelência
informações sobre o atual estado da
em Redes Elétricas Inteligentes (CERIn)
qualidade da energia elétrica [2].
da Universidade Federal de Itajubá, que
conta com uma capacidade instalada de 27
renovável e distribuída, o consumidor
kWp, um sistema ininterrupto de energia
de energia também se torna produtor. O
e uma minicentral meteorológica. As
gerenciamento do fluxo bidirecional de
medições elétricas são exibidas em tempo
potência se torna muito mais complexo e
real e armazenadas em banco de dados,
passa a ser necessário o monitoramento
possibilitando
processamento
de um número bem maior de pontos
e correlação de informações. O trabalho
da rede. O interesse é saber o quanto o
conclui que uma planta fotovoltaica de
consumidor está consumindo de energia,
27 kWp pode trazer impactos no que
gerando e com que qualidade faz ambos.
diz respeito à geração de distorções
Isso provoca um aumento exponencial na
harmônicas de corrente, com picos de
necessidade de processamento de dados
tensão e frequência em virtude da ativação
e exige um sistema de monitoramento
do sistema ininterrupto de energia.
e gerenciamento da rede muito mais
dos
diversos de
componentes
monitoramento.
posterior
de O
Em um contexto de difusão de energia
eficiente do que nos padrões atuais.
I – Introdução
Um ponto de interesse é o impacto que
um sistema elétrico altamente conectado O constante e rápido crescimento
a gerações distribuídas teria na qualidade
de demanda de energia elétrica e a
da energia de fornecimento. Em especial
necessidade
sistemas
na geração fotovoltaica que é intermitente
sustentáveis estão estimulando grandes
e envolve transformação de corrente
mudanças no sistema elétrico de potência
contínua em alternada.
tradicional. Em muitas partes do mundo,
a rede elétrica de potência se baseia em
integração de medições dos diversos
um sistema planejado nos anos 50, em
sistemas envolvidos na geração fotovoltaica
uma estrutura que atualmente necessita
em uma plataforma única, facilitando a
de reformas e ampliações. Essa se torna
correlação dos dados. Esses dados podem
uma grande oportunidade de reinvenção
se transformar em informações úteis acerca
da
das consequências desse tipo de geração.
rede,
mundial
por
aproveitando
as
novas
De modo que se torna relevante a
tecnologias de geração, monitoramento e
Um dos fundamentos de uma aplicação
comunicação [1].
Smart Grid é interoperabilidade entre do
seus sistemas, pois sem essa os custos
mercado da energia, os operadores estão
para integrar os diversos componentes de
cada vez mais preparados para reportar, a
diversos fabricantes e as variadas aplicações
usuários e órgãos reguladores, informações
iriam aumentar enormemente em função
relacionadas ao fornecimento de energia.
do grande número de novas interfaces e
No passado, qualidade de energia era vista
processos envolvidos [3]. Dessa forma, os
como um dever implícito aos operadores
projetos de Smart Grid devem estar em
do sistema, mas hoje qualidade de energia
conformidade com as recomendações mais
tem objetivos cada vez mais claros.
atuais das agências reguladoras do sistema
Atingir metas de qualidade de energia
elétrico (IEEE, IEC etc.).
é
Como
resultado
extremamente
da
abertura
importante
e
como
integrar e apresentar dados de qualidade
Esse trabalho objetiva a implementação
de uma plataforma de monitoramento
38
Aula Prática
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
e gerenciamento da qualidade da energia em uma aplicação de
o manual e o automático. No controle manual, a ação (abertura
Smart MicroGrid no prédio do Centro de Excelência em Redes
de uma chave, por exemplo) pode ser realizada remotamente
Elétricas Inteligentes (CERIn) no campus da UNIFEI. O CERIn
através de comando único ao dispositivo controlado. No controle
conta com geração fotovoltaica de 27 kWp. A micro rede envolve
automático, as ações são disparadas automaticamente via software
3 inversores de frequência, um medidor de qualidade de energia,
seguindo uma sequência lógica pré-programada. Em funções como
um sistema ininterrupto de energia e um sistema de meteorologia.
auto reconfiguração (self-healling), o sistema executa uma sequência
Cada sistema é monitorado isoladamente por software proprietário.
automática de fechamento e abertura de chaves e disjuntores para
Esse trabalho visa integrar todos esses sistemas em uma plataforma
isolar um ponto de falha e reestabelecer o fornecimento de energia
única de monitoramento com visualização em tempo real de
ao maior número possível de consumidores [4];
medições elétricas, bem como armazenamento em banco de
4) armazenamento: as medições de tempo real são armazenadas
dados. Posteriormente será feita uma análise e correlação de
em banco de dados do SCADA de acordo com um período pré-
informações acerca das intermitências desse tipo de geração e dos
definido (a cada minuto por exemplo). Através desses dados podem
possíveis impactos na qualidade da energia.
ser gerados relatórios para futura análise e conclusões a respeito das tendências e correlações dos dados. Como por exemplo no
II – Sistema de gerenciamento de energia
caso de previsão de demanda usado no planejamento da geração em que a curva do consumo histórico de energia é descrita em
Um sistema de gerenciamento da energia é uma ferramenta
formulações através de técnicas de identificação de sistema. Com o
de software destinada ao monitoramento e gerenciamento de
padrão de consumo descrito em um modelo matemático é possível
tempo real da rede elétrica. O software depende de um sistema
gerar previsões de consumo [5].
de comunicação de dados entre os IED’s de campo (Intelligent Eletronic Devices), que coletam informações sobre o estado da
III – Qualidade da energia elétrica
rede, e um servidor central que disponibiliza as informações em uma Interface Homem-Máquina (IHM).
A performance na planta fotovoltaica em termos de qualidade
O termo SCADA vem do inglês “Supervisory Control and Data
de energia depende da estrutura do inversor, condições externas
Aquisition”, ou seja, se refere ao software de controle supervisório
(como irradiação solar), tipo e quantidade das cargas e características
e aquisição de dados que fornece informações de tempo real do
do sistema de fornecimento.
sistema através de ferramentas de análise e modelagem gráfica. Os
dados são geralmente armazenados para posterior análise, geração
na qualidade da energia do sistema elétrico de potência estão
de relatórios, etc. De modo que a integridade e expansibilidade
apresentadas a seguir.
As possíveis consequências da difusão de plantas fotovoltaicas
do banco de dados SCADA são de extrema importância e independente de aplicação [1].
A - Distorções harmônicas
As principais funções do sistema SCADA são:
Instalações fotovoltaicas dependem de inversores de frequência
para gerar energia elétrica. Em geral, esses inversores usam 1) aquisição de dados: As Unidades Terminais Remotas (UTR’s)
tecnologias auto comutativas que operaram em frequências da
concentram as informações de campo sobre o estado dos
ordem de kHz [2]. No caso de ondas senoidais de tensão, a emissão
equipamentos (como abertura ou fechamento de disjuntores),
harmônica desses inversores é desprezível. Mas por causa de seus
alarmes de sobre tensão, temperaturas etc. Todos esses dados são
algoritmos internos de controle, eles podem produzir harmônicos
enviados a um centro de control;
consideráveis no caso de serem alimentados com tensões
2) monitoramento e processamento de eventos e alarmes: uma
desbalanceadas (mesmo no nível de desbalanceamento comum na
das funções do SCADA é comparar constantemente as medições
rede elétrica). Correntes harmônicas em inversores para geração
reais com valores determinados em normas e limites de segurança.
fotovoltaica dependem do conteúdo harmônico da voltagem do
Por exemplo, a frequência de fornecimento de tensão deve ser
sistema CA. O desempenho da conversão está ligado ainda às
bem próxima da nominal, pequenas variações podem causar o
condições de operação nas variáveis climáticas (temperatura,
mal funcionamento de equipamentos. Logo se essa medida sai
irradiação solar etc.) que limitam o intervalo de operação durante o
dos limites especificados, um alarme é disparado para chamar
dia e impactam significativamente a forma das ondas de tensão e
atenção do operador para o problema. O sistema ainda conta com
corrente. [6].
uma estampagem de tempo em cada medida armazenada. Isso é
Sistemas fotovoltaicos têm baixo impacto em distorções
importante para que, no caso de uma perturbação do sistema, seja
harmônicas de tensão por causa da baixa potência de curto circuito
feita uma análise sequencial dos eventos para o entendimento das
no PAC. Geralmente, a distorção harmônica total (DHT) de tensão
causas do problema;
fica abaixo do nível de distorção limite definido por normas.
3) controle: no sistema SCADA existem dois tipos de controle;
Distorções de correntes são causadas pela demanda de cargas não
39
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
lineares e pela injeção de corrente do inversor de frequência da
voltagem, sub e sobre tensão (com a desconexão e conexão
planta. De acordo com [7], o cenário mais propício a altas emissões
dos inversores). Nos períodos de geração nominal, a tensão
harmônicas de corrente é em um sistema de alta penetração de
pode se elevar além dos limites da norma por falta de cargas
energia fotovoltaica (várias conexões), carga baixa, barramento
consumidoras [10]. E o contrário pode acontecer ao anoitecer
de conexão com baixa relação de curto circuito e operação com
quando não há geração fotovoltaica e as pessoas chegam de
fator de potência capacitivo. Altos valores de DHT de corrente
seus trabalhos e ligam diversas cargas simultaneamente, o que
geralmente ocorrem quando o inversor de frequência trabalha em
leva a problemas de subtensão. Quedas de tensão também
baixa potência (15% a 20 % da potência nominal) nos períodos de
podem acontecer com sombreamentos ou desligamentos
baixa irradiância [8].
repentinos do sistema fotovoltaico [11]. Na maioria dos casos,
A DHT é um indicador de QEE que quantifica a medida de
o sistema fotovoltaico é projetado para operar próximo ao fator
proximidade entre a forma de onda original e sua componente
de potência unitário para se fazer uso total da energia solar
fundamental. Ela é definida para corrente na equação 1:
gerada. Nesse caso, o sistema injeta apenas potência ativa, o que pode alterar o fator de potência do sistema e elevar as tensões de barramentos próximos por conta da falta de (1)
Em que I1 é a componente fundamental da corrente e Ih é a
componente harmônica de corrente de ordem h.
Já a distorção harmônica individual (DHI) de corrente é expressa
pela equação 2.
C - Corrente de partida (Inrush)
Uma pequena diferença de tensão entre o sistema fotovoltaico
e a rede pode gerar um pico de corrente de partida que flui entre o sistema e a rede no momento de conexão e decai a zero a uma
(2)
B - Sobre e sub tensão
potência reativa [12].
taxa exponencial. Essa corrente de partida pode causar abertura indevida de relés de proteção, estresse térmico em isolamentos etc. [12].
Esse pode ser o principal problema relacionado à difusão
de sistemas fotovoltaicos [9]. Individualmente, instalações
D - Desbalanceamento
fotovoltaicas
têm
impacto
mínimo
no
sistema
elétrico,
Condições de desbalanceamento ocorrem nos momentos de
porém se forem amplamente adotadas podem influenciar
conexão e desconexão quando a corrente fundamental é baixa.
significantemente os padrões de fornecimento do atual
Flutuações da potência ativa também afetam o desbalanceamento
sistema. Uma das consequências é a elevação de tensão no
de corrente. Problemas de desbalanceamento podem ocorrer no
PAC (ponto de acoplamento comum). Medições mostram que
baixo nível de tensão na topologia de 1 inversor por fase (1 inversor
o chaveamento do inversor sob certas condições pode causar
monofásico para cada uma das três fases), quando o sombreamento
esse tipo de problema. O principal ponto é a flutuação da
desigual leva a níveis de tensão diferentes em cada inversor. Mas o
40
Aula Prática
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
problema não se repete na alta tensão por causa da compensação
próprio para medições meteorológicas no qual estão ligados
CC gerada entre as fases [13].
um anemômetro da Carlos Gavazzi para medição da velocidade do vento, um sensor de irradiação solar da TRITEC e dois
E - Flutuações
sensores de temperatura Pt1000 para medições de temperatura
ambiente e temperaturas de placa de um módulo fotovoltaico.
Flutuações da potência de saída de sistemas fotovoltaicos são
causa de problemas operacionais na rede elétrica. O fenômeno da flutuação de potência ocorre por conta da variação da irradiação
B - Medição
solar causada pela passagem de nuvens e pode continuar por
minutos ou horas dependendo da velocidade do vento, do tipo e
instalado um medidor inteligente da KRON. Esse analisador
tamanho das nuvens passantes, da área coberta e da topologia do
de Qualidade da Energia Mult-K NG realiza as medições
sistema fotovoltaico [12].
trifásicas conforme normas IEC 61000 4-30 Classe S, IEC
da qualidade
No PAC da micro rede do CERin com a rede elétrica foi
61000 4-7 e classifica os eventos em conformidade ao
F - Segurança
PRODIST. Este medidor permite a medição de mais de 100
Problema relacionado ao momento em que o sistema
parâmetros elétricos em sistema de corrente alternada (CA),
fotovoltaico trabalha isolado da rede em momentos de falta. Nessa
incluindo flicker, harmônicos de tensão e de corrente até a 40ª
situação, o sistema fotovoltaico continua a alimentar as cargas
ordem, desequilíbrio de tensão, fator de potência real e de
mesmo depois que a rede foi desconectada, o que pode causar
deslocamento. Esse medidor pode enviar as leituras através do
choques elétricos a trabalhadores desavisados.
protocolo Modbus TCP.
IV - Metodologia
C - Sistema UPS
A micro rede do CERIn conta ainda com um sistema UPS
Foi proposto neste trabalho a integração de informações para
(Uninterruptable Power System) de fabricante ABB-Newave
o monitoramento de métricas de desempenho de uma Smart
com 320 baterias RITAR do tipo chumbo-ácido selada de 12 V e
Microgrid tendo como base a microgrid de geração fotovoltaica
9 Ah distribuídas em 8 bancos de 40 baterias em dois módulos
instalada no prédio do CERIn da UNIFEI. A microgrid do CERIn
UPS de 20 kVA resultando em uma potência total de 40 kVA
conta com uma capacidade de geração fotovoltaica de 26,95 kWp
/ 32 kW. O sistema oferece uma autonomia de 17 minutos
através de 112 módulos fotovoltaicos de potência nominal de 0,25
de fornecimento a plena carga do CERin no caso de falta de
kW da Yingli Solar, modelo YL245P-29P e três inversores Fronius (2
fornecimento da rede elétrica. O sistema opera com entrada e
de 8 kVA e 1 de 12,5 kVA) A representação unifilar desse circuito
saída trifásica de 380 V com dois autotransformadores, um de
está descrita na figura 1.
40 kVA para a entrada (220 V/ 380 V) e outro de 50 kVA para a
saída de energia (380 V/ 220V). Esse sistema também é capaz de fornecer dados no protocolo Modbus TCP.
D - EMS
Foi desenvolvido neste trabalho um sistema EMS (Energy
Management System) para integrar as informações da microgrid do CERIn em uma plataforma única de monitoramento. O software de desenvolvimento utilizado foi o Elipse Power. Através dessa plataforma é possível acompanhar em tempo real as medições elétricas de todos os sistemas descritos acima. O armazenamento dos dados de aquisição do sistema de monitoramento é gerenciado por outro software, o Elipse Plant Manager (EPM). O EPM se conecta ao Elipse Power através de um protocolo proprietário da Elipse e concentra todos os dados em um só local, facilitando sua contextualização. Uma Figura 1: Circuito unifilar da rede fotovoltaica do CERIn
vez que estabelecida a comunicação com o monitoramento, o
EPM inicia o processo de armazenamento no banco de dados.
A seguir serão descritos os outros componentes da micro
rede do CERIn.
O EPM é compatível com Microsoft SQL, por isso esse foi o software de banco de dados escolhido para esse projeto. A
A - Meteorologia
estrutura completa do sistema de monitoramento pode ser
observada na figura 2.
O CERIn conta com um sensor box da Fronius, um dispositivo
42
Aula Prática
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
O DHT de corrente mostra forte dependência do nível da
geração, porém PRODIST não define limites para essa distorção. Pela figura 4 se vê que os harmônicos das três fases chegam a atingir o nível de 60% de distorção.
Figura 2: Estrutura do sistema de monitoramento
A rede dos equipamentos Fronius (ligação verde) é composta
pelos 3 inversores de frequência e a sensor box, o protocolo nesse caso é o Solar Net. Essa rede está integrada à rede modbus tcp (ligação azul) através de uma conversão entre os protocolos. O Medidor Kron e o sistema UPS completam os dispositivos da rede modbus tcp. Todos esses pontos são ligados a um switch ethernet, onde também está conectado o computador central de monitoramento. Esse computador é um desktop Dell, modelo Precision T5810, sistema operacional Windows 7 professional 64 Bits, processador Intel® Xenon® CPU E5-1620 v3 com dois núcleos de 3,5 GHz, memória (RAM) de 16 GB e 400 GB de memória em HD. Neste computador estão instalados o Elipse Power, o EPM e o Microsoft SQL. O Elipse Power é o cliente Modbus da aplicação
Figura 4: DHT de corrente em dia ensolarado
As tensões de fase do CERIn também se mostram bem
comportadas, geralmente variando entre os limites aceitos em [14]. No período das 18h do dia 25 de outubro até as 14h09 do dia 27 de outubro, a UPS foi desativada. Na figura 5 se observa o pico de tensão que ocorreu no instante da reativação da UPS.
que faz requisição aos servidores e envia os dados ao EPM (ligação vermelha) através de protocolo proprietário da Elipse, que por sua vez os armazena no banco MS SQL (ligação marrom) via linguagem SQL.
Usando a estrutura apresentada foram coletados dados de 4
meses de aquisição, de agosto a novembro de 2016.
V - Resultados
A figura 3 deixa evidente a correlação direta da geração
fotovoltaica com os níveis de irradiação, temperatura ambiente e temperatura de placa.
Figura 5: Pico de tensão na ativação da UPS
Como visto anteriormente, a corrente varia proporcio nalmente ao nível de geração solar, próximo das 12h geralmente se observa o pico de corrente. Outro ponto que se observa na figura 6 é a influência que o sistema UPS desativado tem no nível da corrente, nota-se uma elevação da corrente neste período (18h do dia 25 de outubro até as 14h09 do dia 27 de Figura 3: Dia ensolarado de geração
outubro).
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
43
Figura 6: Mudança no nível de corrente com desativação da UPS
Como se vê na figura 7, a frequência do CERIn se mostra bem-comportada, geralmente
variando entre os limites do PRODIST (ANEEL, 2009), de 59,9 Hz até 60,1 (Hz). Porém no caso do dia 26 de outubro houve alguns pontos fora dos limites. Um ponto abaixo da norma às 7h09, um ponto acima da norma às 14h07 e outro ponto acima da norma às 17h49. O ponto de pico das 14h09 ocorreu concomitantemente com o horário que a UPS foi reativada como dito acima.
Figura 7: Pico de frequência com ativação da UPS
No período de desativação da UPS houve uma diminuição significativa de quase toda a
faixa de harmônicos do CERIn, inclusive nas ordens superiores como visto na figura 8 e na figura 9.
Figura 8: Nível de DHI de corrente de 40ª ordem
44
Aula Prática
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
contribuição financeira ao projeto Smart Grid da UNIFEI .
Referências [1] et all Rogério dos Santos Alves; Alex Soares de Souza, Smart Grid - Technology and applications, no. 1. 2014. [2] A. Testa and R. Langella, “Harmonic pollution in Italian distribution networks in coincidence with important sport events,” 2007 IEEE Power Eng. Soc. Gen. Meet. PES, pp. 1–7, 2007. [3] M. Uslar and J. Trefke, “Applying the Smart Grid Architecture Model SGAM to the EV Domain,” 28th EnviroInfo 2014 Conf., 2014. [4] H. Nouredine and S. Jean-Clause, SmartGrids. 2012. [5] B. P. Campos and M. R. Silva, “Demand Forecasting in Figura 9: Nível de DHT de corrente sem e com UPS
VI - Conclusões
Pode-se concluir deste trabalho que uma planta fotovoltaica
Residential Distribution Feeders in the Context of Smart Grids,” in INDUSCON, 2016. [6] G. Chicco, J. Schlabbach, and F. Spertino, “Characterisation and assessment of the harmonic emission of grid-connected photovoltaic systems,” 2005 IEEE Russ. Power Tech, PowerTech, pp. 1–7, 2005.
de 27 kWp de geração por si só não traz impactos significativos
[7] R. Torquato, F. C. L. Trindade, and W. Freitas, “Analysis of the
na qualidade da energia elétrica da rede em relação a distorções
harmonic distortion impact of photovoltaic generation in Brazilian
de tensão. A DHT de tensão ficou a níveis mínimos (2%) em
residential networks,” Proc. Int. Conf. Harmon. Qual. Power,
todo o período de 4 meses de medição. O desbalanceamento
ICHQP, pp. 239–243, 2014.
de tensão também não ultrapassou 0,5%, sendo que o limite do
[8] F. Batrinu, G. Chicco, J. Schlabbach, and F. Spertino, “Impacts
Prodist é de 2%.
of grid-connected photovoltaic plant operation on the harmonic
distortion,” MELECON 2006 - 2006 IEEE Mediterr. Electrotech.
Os principais pontos observados foram que a distorção
harmônica de corrente é inversamente proporcional ao nível de potência ativa da geração. Observou-se níveis superiores a 60% de DHT de corrente nos períodos da manhã e do entardecer. Porém não há motivos para preocupação, porque a fórmula do DHT (1) leva em conta a distorção total em relação ao nível da corrente fundamental. Por isso, quando no início e final do dia a corrente fundamental é baixa (baixa irradiação), resulta-se em maiores distorções. No meio do dia, essa corrente é alta e o
Conf., pp. 861–864, 2006. [9] D. Geibel, T. Degner, C. Hardt, M. Antchev, and A. Krusteva, “Improvement of Power Quality and Reliability with multifunctional PV-inverters in distributed energy systems,” 2009 10th Int. Conf. Electr. Power Qual. Util., vol. 1, no. 1, pp. 1–6, 2009. [10] R . J. C. Pinto, M. R. A. Calado, S. J. P. S. Mariano, and A. E. V Espirito-Santo, “Micro-generation with solar energy: Power qualtity and impact on a rural low-voltage grid,” Proc. - 2015 9th Int. Conf. Compat. Power Electron. CPE 2015, pp. 87–92, 2015.
DHT de corrente cai (figura 4).
[11] W. M. Grady, H. Thomas, and A. Razon, “An Evaluation
Outro ponto que chamou a atenção foi a forte influência
Procedure for Estimating Voltage Ripple Caused by Cloud Shadows
do UPS ativo no sistema quanto a geração de harmônicos
Moving Over High- Penetration PV Distribution Networks,” pp.
de corrente. O nível máximo da DHT de corrente com o
249–252, 2014.
UPS desligado não passava de 60%, porém com ele ativo
[12] M . Farhoodnea, a Mohamed, H. Shareef, and H. Zayandehroodi,
observou-se níveis acima de 75% (figura 9). Inclusive com
“Power quality impact of grid-connected photovoltaic generation
alterações no padrão da forma de onda de corrente (figura 6).
system in distribution networks,” SCOReD 2012 - 2012 IEEE
Em virtude da ativação do UPS ocorreram picos de tensão
(figura 5) e frequência (figura 7). O que mostra que a frequência também deve ser levada em conta como parâmetro de qualidade, apesar de ser considerada bem-comportada pela maioria das normas. O objetivo de integração de informações de métricas de desempenho de uma micro rede fotovoltaica em uma plataforma única de monitoramento foi cumprido.
Student Conf. Res. Dev., pp. 1–6, 2012. [13] P. González, E. Romero, V. M. Miñambres, M. A. Guerrero, and E. González, “Grid-connected PV plants. Power quality and technical requirements,” 9th Int. 2014 Electr. Power Qual. Supply Reliab. Conf. PQ 2014 - Proc., pp. 169–176, 2014. [14] A NEEL,
“AGENCIA
NACIONAL
DE
ENERGIA
ELÉTRICA
(ANEEL). Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST M{ó}dulo 8 – Qualidade da Energia El{é}trica,” p. 76, 2009.
Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer a Elipse Software pela
doação das licenças do Elipse Power e do EPM, ao CNPq pela
Bruno Pires de Campos, Luiz Edival de Sousa e Paulo F. Ribeiro, IEEE Fellow Member Federal University of Itajubá, UNIFEI Itajubá, Brazil
Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES
Energia solar fotovoltaica
Construção de usina fotovoltaica de 72 MWP no Estado do Piauí. Energia eólica: Os recordes da energia eólica Energia solar: O sol nasceu para todos ou para poucos? APOIO
Ano 2 - Edição 27 / Setembro de 2018
Apoio
46
Fascículo Por Eng. Alexander Dal Molin, DMS Engenharia*
Construção de usina Fotovoltaica de 72 MWP no Estado do Piauí
Renováveis
Apoio
47
Descrição do projeto: construção de obras civis/mecânica e elétrica da UFV Nova Olinda-PI
Característica da edificação: 700 hectares de área onde está instalada a usina, sendo o local
arrendado para o investidor que utiliza a usina para venda de energia de reserva do 7º Leilão de reserva realizado em 2015.
Características do projeto com destaque para os pontos que o diferenciam de projetos
clássicos e convencionais de mesma aplicação: ▶
usina com utilização de sistema de rastreamento do Sol, para aumento de eficiência de
geração de energia; ▶
utilização de cabos de 34,5KV / automação e comunicação diretamente ao solo sem uso de
tubulações; ▶
sistema de monitoramento e controle por meio de estações meteorológicas descentralizadas
ao processo; ▶
utilização de inversores de CC para CA autônomos e descentralizados ao sistema elétrico da
UFV. Principais componentes: ▶
Obra onde agrega ao resultado da geração elétrica fatores como topografia, tipo de solo,
sistema de alimentação CA e CC, sistema on grid com transformação de 1000VCC para 500KVCA no mesmo sistema elétrico, sendo que a principal carga elétrica neste sistema é o sistema interligado da Aneel. Atendimento às principais Normas técnicas e regulamentos: Algumas das normas aplicadas e este projeto são: ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão - ABNT NBR 14.039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0kV a 36,2kV - ABNT NBR IEC 60439-1 - Conjunto de Manobra e Controle de Baixa Tensão - ABNT NBR 5419 - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas - ABNT NBR 16150 - Sistemas de Fotovoltaicos Regulamentação conectado à rede de distribuição - ABNT NBR IEC 62116 – Procedimento de ensaio anti-ilhamento para inversores SFCR - ABNT NBR 16274 – Requisitos mínimos para ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação - ANEEL PRODIST – Acesso ao Sistema de Distribuição - IEC 61724 – Monitoramento de desempenho de SF - Inmetro Portaria 004/11 – Requisitos de avaliação de conformidade para os equipamentos SFCR - RN nº687 – Resolução Normativa ANEEL Sistema de compensação de energia elétrica
No projeto executado, foi de extrema relevância a utilização e aplicação das normas acima
citadas, tendo em vista que como são projetos novos no Brasil, não existe ainda histórico de grandes instalações deste porte onde acreditamos que deveram sofrer rapidamente novas revisões.
Apoio
Fascículo
48
Renováveis
Vantagens para as equipes de manutenção que o projeto proporciona: ▶
Manutenção 100% remota não necessitando pessoal no site para
manutenção, bem como operação dos sistema Em que o projeto pode ser tornar uma referência: ▶
Com certeza em projetos de geração distribuída regida pelas NR 482
e 687 para auto consumidores locais e, principalmente, remotos. Quais as dificuldades e barreiras para a execução do projeto: ▶
incentivos fiscais (ICM em especial de geração, bem como de alguns
produtos); ▶
falta de infraestrutura de ligações elétricas aos sistema interligado;
▶
falta de linhas de créditos específicos para a indústria.
Características e aspectos de Sustentabilidade, eficiência energética, qualidade de energia ▶
Este projeto tem tudo a ver com Sustentabilidade tratando de ser
até este momento o maior projeto da América Latina de geração de
Eletrocentros para instalação dos inversores
energia por meio fotovoltaico, 254MWP, tendo em vista nosso excelente potencial de geração deste tipo de fonte de energia, bem como de uma fonte totalmente renovável e gratuita ▶
Em termo de eficiência energética de geração é a utilização dos
sistema de tracker, e em termos de qualidade de energia é de extrema relevância, pois como o potencial de geração está diretamente interligada com a capacidade diária de geração, temos vários processos de controle e monitoramento da qualidade da energia no sistema elétrico interligado. Características importantes do sistema de iluminação, de automação e distribuição de circuitos que o diferenciem das soluções convencionais ▶
O sistema de iluminação deste projeto é simples, porém com
lâmpadas LED de alta eficiência e apenas utilizado para o sistema de segurança do site; ▶
A automação de muito relevante, pois sem a automação de geração
o sistema simplesmente não funciona, o mesmo está interligado ao sistema elétrico interligado, este é o grande diferencial de sistemas convencionais.
Utilização de caixas de passagem de cabos de BT em PVC
Algumas fotos da obra:
Construção de vala para lançamentos dos cabos
Subestação de 500 KV com 2 transformadores de 245MVA cada
Apoio
50
Fascículo
Renováveis
Sistema de motor elétrico para movimentação dos módulos de geração
Montagem dos módulos
Movimentação do sistema por meio dos motores
Foto aérea de local onde trabalhamos 72 Mwp
Energia Eólica
51
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Os recordes da energia eólica
No domingo, 19 de agosto,
o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) registrou um novo recorde horário de geração eólica, com máxima diária de 8.247 MW às 9h28, atendendo 98% da demanda do Nordeste. No período de 8h às 10h, a energia eólica atendeu a praticamente 100% da demanda da região. Mesmo considerando que aos domingos a demanda por energia é mais baixa, esses percentuais de atendimento são muito significativos.
Pouco mais de um mês antes,
em 23 de julho, uma segundafeira, o recorde de geração batido foi o de média diária: naquele O sucesso da eólica no Brasil
dados de 2017 do Climatescope
dia as eólicas abasteceram 72%
mudanças bruscas de velocidade
da demanda do Nordeste, com
ou de direção. O Brasil tem a
também pode ser explicado
da BNEF, o Brasil é o 2º país
uma geração de 7.062Mwmed.
sorte de ter uma quantidade
pelo rápido desenvolvimento
mais atrativo mundialmente e o
O cenário, portanto, mostra que
enorme deste tipo de vento, o
de uma cadeia produtiva local
1º colocado neste ranking para
estamos acumulando recordes
que explica em grande medida
e eficiente, que começou com
a América Latina e Caribe para
de forma consistente, tanto
o sucesso da eólica no Brasil
índice de nacionalização próximo
atratividade de investimentos em
aos finais de semana como
nos últimos anos: saímos de
de 60% e alcançou a fabricação
energias renováveis.
nos dias de semana, tanto em
menos de 1GW de capacidade
em território nacional de 80%
médias diárias como em horários
instalada em 2010 para 13,4
de um aerogerador, conforme
nosso enorme potencial, uma
específicos. Todos estes recordes,
GW em agosto de 2018. Já são
regras de financiamento do
eficiente cadeia produtiva,
juntos, demonstram a força da
mais de 500 parques eólicos
Programa FINAME do Banco
atração de investimentos
energia eólica no Brasil.
em funcionamento, com mais
Nacional de Desenvolvimento
e a consolidação de leilões
A qualidade do nosso vento,
de 6.600 aerogeradores em 12
Econômico e Social (BNDES).
competitivos colocam, portanto,
da eólica brasileira? Bom, em
Estados. Outro fator que explica
O desenvolvimento da eólica
o Brasil em posição de destaque
primeiro lugar, pelos nossos
o eficiente desenvolvimento da
no Brasil já acumula um
no cenário mundial de geração
bons ventos. Para produzir
energia eólica no Brasil é o seu
investimento de mais de US$ 32
de energia eólica. São estes os
energia eólica, são necessários
grande potencial. Estimamos
bilhões nos últimos sete anos,
fatores que explicam porque a
bons ventos: estáveis, com
que o Brasil tenha, em terra, um
segundo dados Bloomberg New
energia eólica cresceu tanto e
a intensidade certa e sem
potencial de mais de 500 GW.
Energy Finance (BNEF). Segundo
seguirá crescendo no Brasil.
E como explicar a força
Energia solar fotovoltaica
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.
52
Barbara Rubim é VicePresidente do Conselho de Administração da ABSOLAR para geração distribuída e diretora na Bright Strategies.
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.
O sol nasceu para todos ou para poucos? alterações referentes a este ponto
dos brasileiros quer gerar energia
crescendo exponencialmente nos
processos de revisão mais ampla
para o próximo ciclo de revisão - ou
renovável em casa e, de acordo com
últimos anos no Brasil e projeções
– que deram origem às alterações
seja, este de 2018/2019 -, com
pesquisa realizada pelo DataSenado
oficiais e de mercado mostram que
trazidas pela REN 687 e REN 786,
especial foco no aspecto econômico
em 2015, 85% da sociedade
estamos apenas começando o ciclo de
de 2015 e 2017, respectivamente,
do marco regulatório;
apoiam mais investimentos públicos
desenvolvimento desta fonte renovável
nenhum deles foi alvo de tanto
e limpa na matriz elétrica brasileira.
debate e causa de tantos receios ao
•
Hoje, a fonte solar fotovoltaica
setor quanto o processo de revisão
pela revisão atual não serão
representa menos de 1% da matriz
atualmente em debate.
retroativas: em diversas ocasiões,
respeito à estabilidade regulatória,
elétrica como um todo. Projeções do
inclusive reuniões gravadas de
ampla participação da sociedade
governo apontam que, até 2030, a
por meio da abertura da Consulta
Diretoria e documentos registrados
civil e soberania do interesse público.
fonte representará pelo menos 10%
Pública 010 da ANEEL (CP
- como a própria CP 010/2018 -,
Este é o conjunto de princípios e
da matriz, enquanto a Bloomberg New
010/2018), e com conclusão
já manifestou a ANEEL que haveria
valores que se traduzem dos pontos
Energy Finance sinaliza que, até 2040,
prevista para o segundo semestre
o respeito aos consumidores
elencados acima e que devem,
ela será 32% da matriz, momento em
de 2019, esta revisão tem por
que se conectem à rede antes de
necessariamente, orientar o poder
que ultrapassaremos a fonte hídrica,
finalidade principal discutir
eventuais alterações vindouras, de
público, tanto no executivo quanto
assumindo a primeira colocação dentre
se a forma como ocorre hoje a
tal forma que continuariam eles a
no legislativo, bem como na Agência
todas as fontes em potência instalada.
compensação de créditos de
ser faturados no modelo atual, ao
Regulatória, em suas propostas,
energia - ou seja, integralmente,
menos por um período de tempo
deliberações e ações.
perspectiva vem acompanhada por
abatendo-se todos os componentes
previamente alinhado e divulgado;
uma boa dose de incerteza jurídica e
da tarifa - deve permanecer como
regulatória.
está ou não.
• o setor terá ao menos duas
Brasileira de Energia Solar
A energia solar fotovoltaica vem
Infelizmente, tamanha
Apesar de já ter passado por dois
Iniciado em maio de 2018,
em fontes renováveis de energia. eventuais alterações trazidas Previsibilidade e transparência,
É sob esta ótica e com base
nestas diretrizes que a Associação
Em situações como essa, que
audiências públicas para debater as
Fotovoltaica (ABSOLAR) elaborará
autorizada aos brasileiros a
parecem trazer apenas incertezas
alterações com a ANEEL: de acordo
e defenderá propostas construtivas
possibilidade de gerar sua própria
e nas quais as comunicações
com o rito de revisão, teremos
para o avanço da geração distribuída
energia a partir de fontes renováveis
públicas são divergentes, se faz
uma audiência ainda no segundo
solar fotovoltaica no Brasil. Com tais
e, a partir da conexão de sua micro
necessário resgatar os pontos deste
semestre de 2018, para discutir
pontos em mente, é essencial que o
ou mini usina distribuída à rede
processo que já são conhecidos e as
os impactos trazidos em cada
setor se una, se prepare e participe
elétrica, utilizar a energia produzida
importantes mensagens que eles
cenário de possível alteração da REN
ativamente dessa discussão, que
por tais sistemas, simultaneamente
nos trazem.
482, e outra no primeiro semestre
moldará o futuro da REN 482 e
Desde abril de 2012, foi
de 2019, já para contribuir na
determinará não só o ritmo do
posteriormente abatidos de suas
• a revisão já estava prevista: já em
construção de uma minuta de texto
desenvolvimento da geração
contas de luz. Conhecido como
2015 entendia a ANEEL que, em
de aprimoramento da resolução
distribuída solar fotovoltaica, mas
Sistema de Compensação de Energia
algum momento, seria oportuno
vigente; e
também se o Brasil continuará
Elétrica (SCEE), este mecanismo é
avaliar a forma pela qual ocorre a
regulado pela Resolução Normativa
compensação de créditos de energia
• a geração distribuída possui amplo
mais relevante no movimento e
482 (REN 482), de autoria da
elétrica. Contudo, após forte reação
apoio da população: pesquisas do
tendência mundial de empoderar e
Agência Nacional de Energia Elétrica
do setor e da sociedade, a Diretoria
Ibope Inteligência realizadas em
dar autonomia ao seu consumidor e
(ANEEL).
da Agência entendeu por bem adiar
2017 e 2018 mostraram que 89%
cidadão.
ou na forma de créditos a serem
ou não a ter um papel cada vez
54
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
Mercado de nobreaks, baterias e grupos geradores deve crescer 11% em 2018, diz pesquisa Pesquisa da revista O Setor ElĂŠtrico aponta que o segmento deve crescer um ponto percentual a menos do que o registrado em 2017
55
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
A pesquisa ainda aponta que a previsão de crescimento do
tamanho anual total do mercado para o ano de 2018 é de 5% e a contratação de funcionários deve ter um acréscimo de 6% neste ano.
Para 27% das empresas, a desaceleração da economia brasileira
deve influenciar o desempenho do mercado em 2018. Por outro lado, 22% acreditam que projetos de infraestrutura mantiveram o mercado este ano. Outros fatores que devem influenciar nos resultados em 2018, segundo a pesquisa, é a falta de confiança dos investidores na economia do País (15%) e a desaceleração do setor da construção civil (6%). Fatores que devem influenciar o mercado em 2018
8 %
2%
Outros
Programas de incentivo do governo
2%
2%
Desvalorização da moeda brasileira
Bom momento econômico do país
15%
27%
Desaceleração da economia brasileira
Falta de confiança de investidores
2%
Setor da construção civil aquecido 6%
22%
Setor da construção civil desaquecido
Projetos de infraestrutura
O mercado de equipamentos para condicionamento de energia
e grupos geradores deverá registrar um crescimento menor em 2018, na comparação com o ano anterior. Essa previsão foi baseada na pesquisa setorial realizada pela Revista O Setor Elétrico, com cerca de 50 empresas do segmento. Os resultados apontam que as empresas devem crescer 11% neste ano, enquanto, em 2017, o
A pesquisa constatou ainda que a indústria é o principal segmento
de atuação do mercado de equipamentos de geração de energia, com 94% da fatia, seguido pelo setor comercial, 83%, público, 44% e residencial, 21%. Principais segmentos de atuação
crescimento foi de 12%. Previsoes de crescimento
Residencial
21% 5%
Previsão de crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2018
6%
Acréscimo ao quadro de funcionários da empresa Crescimento para sua empresa em 2018
11%
12%
Crescimento da sua empresa em 2017 comparado ao ano anterior
Público
44%
Comercial
83% 94%
Industrial
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
56
A maioria das vendas desta categoria é realizada diretamente aos consumidores finais
(94%). Revendas e varejistas representam 52% do canal de venda, distribuidores e atacadistas, 50%, Internet, 21% e telemarketing, 17%. Principais canais de vendas
Outros
15%
Telemarketing
17%
Internet
21%
Distribuidores / atacadistas
50%
Revendas / varejistas
52%
Venda direta ao cliente final
94%
Os resultados também apontam que os sete produtos mais comercializados pelo segmento
são: baterias (50%), nobreaks estáticos acima de 3kVA (44%), chaves de transferência (44%), nobreaks estáticos até 3kVA (38%), estabilizadores acima de 3kVA (29%), retificadores (29%) e softwares de gerenciamento de energia (29%). Principais produtos comercializados
2% Grupos geradores a gasolina
Grupos geradores a biogás
10% 13% 13% 13%
Grupos geradores a gás natural Nobreaks rotativos Filtros de harmônicos
19% 21%
Grupos geradores a diesel Estabilizadores até de 3 kVA
29% 29% 29%
Softwares de gerenciamento de energia Retificadores Estabilizadores acima de 3 kVA
38%
Nobreaks estáticos de até 3 kVA
44% 44%
Chaves de tranferência Nobreaks estáticos acima de 3 kVA
50%
Baterias
57
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
A pesquisa mostra ainda que a maioria das empresas, 27%, registrou um faturamento bruto
em 2017 de até R$ 5 milhões. Enquanto 18% faturaram entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, 18%, de R$10 milhões a R$ 30 milhões e 14%, entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões. Outros 14% tiveram um faturamento entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões e 9%, de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões. Faturamento Bruto anual em milhões R$ no ano passado
9%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 27%
Até R$ 5 milhões
14%
De R$ 70 milhões a R$ 100 milhões
14%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
18%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
18%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Percepção sobre o tamanho anual do mercado em 2017
As baterias lideraram o faturamento entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão das empresas no
ano passado, respondendo por 25% do montante vendido no período. Nobreaks de até 3 kVA foram responsáveis pela maior fatia do faturamento entre R$ 200 milhões e R$ 500 milhões em 2017, respondendo por 18% do total vendido no ano passado.
Já estabilizadores de até 3 kVA foram os maiores responsáveis pelo faturamento das empresas
entre R$ 200 milhões e R$ 200 milhões, respondendo por 30% do total comercializado em 2017.
Os estabilizadores acima de 3 kVA (31%) lideraram o faturamento de R$ 50 milhões e R$
100 milhões, filtros de harmônicos (21%), de R$ 20 milhões e R$ 50 milhões, e por último filtros de harmônicos (57%) e softwares de gerenciamento de energia (57%), com o faturamento de até R$ 20 milhões.
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
Acima de R$ 1 bilhão
Nobreaks de até 3 kVA
35%
6%
12%
29%
18%
0%
0%
Nobreaks acima de 3 kVA
24%
12%
24%
24%
10%
6%
0%
Estabilizadores de até 3 kVA
38%
13%
13%
30%
6%
0%
0%
Estabilizadores acima de 3 kVA
25%
19%
31%
13%
12%
0%
0%
Baterias
25%
13%
13%
12%
13%
25%
0%
Retificadores
38%
11%
13%
13%
6%
19%
0%
Chaves de transferência
50%
6%
19%
25%
0%
0%
0%
Filtros de harmônicos
57%
21%
8%
7%
0%
7%
0%
Softwares de gerenciamento de
57%
14%
14%
15%
0%
0%
0%
Até R$ 20 milhões
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
Percepção sobre o tamanho anual do mercado no ano passado
energia
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
Certificado ISO 9001 (qualidade)
Certificado ISO 14.001 (ambiental)
Programas na área de responsabilidade social
Exporta produtos acabados
Importa produtos acabados
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
Venda direta ao cliente final
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Estado SP X
Acumuladores Moura S.A.
(81) 3411-2999
www.moura.com.br
Belo Jardim
PE
AÇÃO ENGENHARIA
(11) 3883-6050
www.acaoenge.com.br
São Paulo
SP
ADELCO
(11) 4199-7500
www.adelco.com.br
Barueri
SP
X
ALSET ENERGIA
(62) 3945-5047
www.alset.com.br
Goiânia
GO
X
X
X
ATA SISTEMAS DE ENERGIA
(11) 2024-4689
www.ataups.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
CABELAUTO CABOS ELETRICOS
(35) 3629-2500
www.cabelauto.com.br
Itajubá
MG
X
X
X
CM Comandos Lineares
(11) 5696-5052
www.cmcomandos.com.br
São Paulo
SP
X
X
CONIMEL
(16) 3951-9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X
X
Eaton
(11) 3616-8515
www.eaton.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
ETELBRA ENGENHARIA
(21) 3392-8106
www.etelbra.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
X
X
X
GERAFORTE
(31) 3396-9694
www.geraforte.com.br
Contagem
MG
X
X
X
GUARDIAN
(21) 2501-6458
www.guardian.ind.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
HDS Sistemas de Energia
(41) 2109-8800
www.hdspr.com.br
Pinhais
PR
X
X
X
HEIMER GRUPOS GERADORES
(81) 99207-4665
www.heimer.com.br
Paulista
PE
X
X
X
X
Integgral
(11) 4941-5520
www.integgral.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
X
INTELLI STORM
(16) 3826-1411
www.intellistorm.com.br
Orlândia
SP
JNG materiais elétricos
(11) 2090-0550
www.jng.com.br
São Paulo
SP
X
X
KRJ
(11) 2971-2300
www.krj.com.br
São Paulo
SP
X
X
Kron Medidores
(11) 5525-2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
X
X
Lacerda Sistemas de Energia
(11) 2147-9777
www.lacerdasistemas.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
Leão Energia
(43) 3294-6429
www.leaoenergia.com.br
Londrina
PR
X
X
X
Leistung
(35) 3622-5010
leistung@leistung.ind.br
Itajubá
MG
X
X
X
X
LOGMASTER
(51) 2104-9005
www.logmaster.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
X
MÉDIA TENSÃO
(11) 99273-1154
www.mediatensao.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
Metaltex
(11) 5683-5700
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
MGM Diagnósticos Ltda.
(19) 3243-4814
www.mgmdiag.com.br
Campinas
SP
X
X
Motormac
(51) 3349-3200
www.motormac.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
X
MTU
(11) 3915-8982
www.mtu-online.com/brasil
São Paulo
SP
X
X
X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X
X
São Paulo
SP
X
X
X X
X
X
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X X
X
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X
X
X
X
X
X
X
(11) 98609-7504
São Caetano do Sul
SP
Power Solutions Brasil
(11) 3181-5157
www.psolutionsbrasil.com.br
São Paulo
SP
Powersafe Baterias Especiais
(11) 98609-7504
www.powersafe.com.br
São Caetano do Sul
SP
Proauto
(15) 3031-7400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
SP
X
Provolt
(47) 3036-9666
www.provolt.com.br
Blumenau
SC
X
X
Renz
(11) 4034-3655
www.renzbr.com
Bragança Paulista
SP
X
X
RMS
(51) 3337-9500
rms@rms.ind.br
Porto Alegre
RS
X
RTA
(11) 2171-3244
www.rta.com.br
São Paulo
SP
X
SEC POWER
(11) 5541-5120
www.secpower.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
SET Geradores
(11) 2925-0191
www.setgeradores.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
STEMAC
(51) 2131.3800
stemac.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
Tese Projetos
(31) 3254-8000
www.teseprojetos.com.br
Belo Horizonte
MG
TRANSFER SISTEMAS
(11) 98211-3274
www.transfersistemas.com.br
Carapicuiba
SP
TRANSFORMADORES MINUZZI
(19) 3272-6380
www.transformadoresminuzzi.com.br Campinas
SP
UNION
(11) 35128900
www.unionsistemas.com.br
São Paulo
SP
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
Zael Sistemas de Energia
(11) 2577-2233
www.zael.com.br
Sao Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
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X X X X
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X X
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X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
www.phdonline.com.br
X
X
X X
X
X
(11) 99105-5014
X
X
X
X
X
PhD On Line - Nobreaks
X
X
X X
X
X X
X
X
www.pextron.com.br
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X X
X X
Outros
X
X
Cidade São Paulo
Internet
X
X
Site www.abb.com.br
Telemarketing
X
X
Telefone 0800 0149 111
Revendas / varejistas
Distribuidores / atacadista
X
X
Público
X
X
Comercial
X
X
Industrial
X
X
X
ABB
Pextron
Principal canal de vendas
Distribuidora
EMPRESA
Principal segmento de atuação
Fabricante
A empresa é
Residencial
58
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
Site www.abb.com.br
Cidade São Paulo
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos produtos/equipamentos
No break estático até 3 kVA
X
X
X
Acumuladores Moura S.A.
(81) 3411-2999
www.moura.com.br
Belo Jardim
PE
X
X
X
X
AÇÃO ENGENHARIA
(11) 3883-6050
www.acaoenge.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
ADELCO
(11) 4199-7500
www.adelco.com.br
Barueri
SP
X
X
X
X
X
X
ALSET ENERGIA
(62) 3945-5047
www.alset.com.br
Goiânia
GO
X
X
X
X
X
X
ATA SISTEMAS DE ENERGIA
(11) 2024-4689
www.ataups.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
CABELAUTO CABOS ELETRICOS
(35) 3629-2500
www.cabelauto.com.br
Itajubá
MG
X
X
CM Comandos Lineares
(11) 5696-5052
www.cmcomandos.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
CONIMEL
(16) 3951-9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X
Eaton
(11) 3616-8515
www.eaton.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
ETELBRA ENGENHARIA
(21) 3392-8106
www.etelbra.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
X
FINDER
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
X
X
GERAFORTE
(31) 3396-9694
www.geraforte.com.br
Contagem
MG
X
X
X
X
GUARDIAN
(21) 2501-6458
www.guardian.ind.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
HDS Sistemas de Energia
(41) 2109-8800
www.hdspr.com.br
Pinhais
PR
X
X
X
X
HEIMER GRUPOS GERADORES
(81) 99207-4665
www.heimer.com.br
Paulista
PE
X
X
X
X
X
Integgral
(11) 4941-5520
www.integgral.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
X
X
INTELLI STORM
(16) 3826-1411
www.intellistorm.com.br
Orlândia
SP
X
X
X
(11) 2090-0550
www.jng.com.br
São Paulo
SP
X
X
KRJ
(11) 2971-2300
www.krj.com.br
São Paulo
SP
X
X
Kron Medidores
(11) 5525-2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
X
X
SP
X
X
X
X
PR
X
X
X
X
MG
X
X
X
X
JNG materiais elétricos
Lacerda Sistemas de Energia
(11) 2147-9777
www.lacerdasistemas.com.br
São Bernardo do Campo
Leão Energia
(43) 3294-6429
www.leaoenergia.com.br
Londrina
(35) 3622-5010
leistung@leistung.ind.br
LOGMASTER
(51) 2104-9005
www.logmaster.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
X
MÉDIA TENSÃO
(11) 99273-1154
www.mediatensao.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
Metaltex
(11) 5683-5700
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
X
X
MGM Diagnósticos Ltda.
(19) 3243-4814
www.mgmdiag.com.br
Campinas
SP
X
X
Motormac
(51) 3349-3200
www.motormac.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
MTU
(11) 3915-8982
www.mtu-online.com/brasil
São Paulo
SP
X
X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X
X
Pextron
(11) 99105-5014
www.pextron.com.br
São Paulo
SP
X
X
PhD On Line - Nobreaks
(11) 98609-7504
www.phdonline.com.br
São Caetano do Sul
SP
X
Power Solutions Brasil
(11) 3181-5157
www.psolutionsbrasil.com.br
São Paulo
SP
X
Powersafe Baterias Especiais
(11) 98609-7504
www.powersafe.com.br
São Caetano do Sul
SP
Proauto
(15) 3031-7400
www.proautomacao.com.br
Sorocaba
Provolt
(47) 3036-9666
www.provolt.com.br
Blumenau
Renz
(11) 4034-3655
www.renzbr.com
RMS
(51) 3337-9500
rms@rms.ind.br
RTA
(11) 2171-3244
SEC POWER
(11) 5541-5120
SET Geradores STEMAC
Outros produtos para condicionamento de energia
Outros tipos de grupos geradores
X
Grupos geradores a gasolina
Grupos geradores a diesel
X
X
X
Grupos geradores a biogás
Softwares de Gerenciamento de energia
X X
Grupos geradores a gás natural
Filtros de harmônicas
X
X
X
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X
X
X
X X
X
X
X
X
X
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X X
X X
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X
Chaves de transferência
Retificadores
Baterias
Estabilizadores acima de 3 kVA
Estabilizadores até 3 kVA
No breaks rotativos
Estado X SP
Principais produtos comercializados pela empresa No breaks estático acima de 3 kVA
EMPRESA
Oferece treinamento técnico para os clientes
ABB
Telefone 0800 0149 111
Fornece projetos de instalação dos produtos/equipamentos
60
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X
X
X
X
Bragança Paulista
SP
X
X
Porto Alegre
RS
X
X
www.rta.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
www.secpower.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
(11) 2925-0191
www.setgeradores.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
(51) 2131.3800
stemac.com.br
Porto Alegre
RS
X
X
X
X
Tese Projetos
(31) 3254-8000
www.teseprojetos.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
X
X
X
TRANSFER SISTEMAS
(11) 98211-3274
www.transfersistemas.com.br
Carapicuiba
SP
X
X
X
X
X
X
TRANSFORMADORES MINUZZI
(19) 3272-6380
www.transformadoresminuzzi.com.br Campinas
SP
X
X
UNION
(11) 35128900
www.unionsistemas.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
X
X
X
X
X
X
X
Zael Sistemas de Energia
(11) 2577-2233
www.zael.com.br
Sao Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Sergio Roberto Santos*
Sua majestade, o BEP
A equipotencialização é o conjunto
O
Barramento
de
Equipoten
de medidas utilizadas na proteção contra
cialização Principal (BEP) tem o objetivo
descargas atmosféricas com o objetivo
de possibilitar a interligação de todos
de reduzir as tensões causadas por elas,
os elementos da edificação que possam
não a zero, mas a níveis que possam ser
ser incluídos na equipotencialização
suportados para as instalações e seus
principal. Ele é definido no item 3.24 da
equipamentos. Ela é realizada através
parte 3 da norma ABNT NBR 5419:2015,
da interligação entre as partes metálicas
Proteção contra descargas atmosféricas,
da edificação e destas ao Sistema de
e será o ponto de interligação dos
Proteção contra Descargas Atmosféricas
elementos
(SPDA),
de
equipotencialização
de
ao subsistema de aterramento. Esta
condutores, ou indiretamente através de
interligação deverá ser realizada por
Dispositivos de Proteção contra Surtos
condutores de baixa impedância através
(DPS).
de ligações as mais curtas e retilíneas
diretamente
através
Os elementos envolvidos na
equipotencialização serão, por exemplo,
possíveis.
as massas metálicas de equipamentos,
Embora
condutores de proteção, malhas de
barramento,
condutores instaladas sobre ou sob os
fisicamente
equipamentos sensíveis, blindagens de
ser dimensionado para suportar as
cabos, condutos metálicos, elementos
solicitações mecânicas e elétricas a que
metálicos
será submetido.
estruturais
e
tubulações
metálicas.
Barra de Equipotencialização Principal (BEP)
seja ele esta
chamado não
precisa
forma,
mas
de ter deve
O BEP deve ser o primeiro elemento
63
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
de coordenação entre os vários possíveis barramentos
de
equipotencialização
que venham a existir na estrutura. Mesmo que uma edificação possa ter várias barras de equipotencialização local, ela possuirá apenas uma principal, chamada por isso de BEP. Não basta darmos a um elemento da edificação o nome de BEP que ele assumirá esta função. Uma descarga atmosférica não reconhece nomes e a sua corrente seguirá sempre os caminhos de menor impedância. Devido
à
importância
da
sua
localização na edificação, é necessário que o posicionamento do BEP seja definido
em
possível.
O
projeto
o
conceito
mais de
cedo
BEP
é
simples e fácil de ser compreendido, mas é comum vermos ele não ser instalado
corretamente
porque
não
se atentou para a importância do seu posicionamento, achando-se que qualquer seja o lugar em que esteja o BEP ele cumprirá a sua função, o que não é verdade. E, por último, mas não menos importante, o BEP também aparece no item 3.3.2 da norma ABNT NBR 5410:2014,
versão
corrigida
2008,
Instalações elétricas de baixa tensão. Obviamente em uma mesma instalação será o mesmo BEP para a “5419” e a “5410”, mesmo que o projetista da proteção contra descargas atmosféricas não seja o responsável pelo projeto das instalações elétricas de baixa tensão. As recomendações existentes em ambas as normas seguem os mesmíssimos princípios e são complementares. *Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista e membro da Comissão de Estudos CE 03:64.10 do CB-3 da ABNT.
64
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Por Eng Jose Starosta*
Análise crítica de distorção harmônica devido à conexão de parques eólicos
Nas últimas décadas, o desenvolvimento
recomendados, dispostos em [3]. No que
de estudos no contexto da qualidade de
tange ao ponto M2 não há violação.
energia para avaliar os impactos causados pela
conexão de parques eólicos na rede elétrica
apresenta o valor rms e as distorções
tem-se tornado essencial, especialmente no
harmônicas
que tange à análise de distorções harmônicas
relacionadas à fase A em M1, tem-se que a
[1], [2]. Neste contexto, segue a seguir
harmônica de 5ª ordem apresenta a maior
um estudo de caso, indicando que não se
amplitude.
pode negligenciar as pré-distorções nos
barramentos de acesso. Assim, destaca-se a
parcelas
possibilidade de falha por sobrecarga do filtro
harmônica, aplicou-se uma técnica baseada
harmônico passivo.
na operação do banco de capacitor (BC)
Do perfil diário de corrente, o qual individuais
de
corrente
A fim de obter informação sobre as de
contribuição
da
distorção
O sistema analisado é apresentado de
existente. Aproveitando-se da ausência do
forma simplificada pela figura 1. Medições
filtro passivo, o qual foi retirado para reparo,
foram realizadas nos pontos identificados por
foi possível analisar a influência do banco.
M1 e M2.
A figura 2 mostra os resultados de corrente
Dos resultados, é importante destacar
RMS, potência reativa e distorções individuais
que as distorções individuais de 5ª e 7ª ordem,
de corrente derivados da medição em M2.
2,75% e 0,9%, bem como a distorção total
Os resultados mostram que há um aumento
de tensão no ponto M1 superam os limites
considerável da 5ª ordem de corrente
Figura 1 – Representação da rede elétrica
Espaço SBQEE
65
quando o banco se encontra conectado. Tal fato demonstra que o capacitor oferece um caminho de baixa impedância para esta harmônica e, consequentemente, identifica-se que há uma parcela de contribuição da rede. Assim, uma vez conectando o filtro passivo, a corrente que flui pelos seus componentes possui uma parcela derivada do parque eólico e outra do sistema, a qual não pode ser desprezada. Diante
deste
contexto,
estudos
computacionais foram desenvolvidos para obter as perdas elétricas correspondentes do filtro instalado, considerando a conexão e ausência do banco de capacitor, tomando-se dois cenários: Caso 1: Sistema com contribuição harmônica apenas do parque eólico; Caso 2: Sistema com contribuição harmônica do parque eólico e da rede.
O parque eólico foi modelado como fonte
de corrente harmônica, cujas componentes
Figura 2 – Corrente RMS, potência reativa e distorção harmônica de corrente em M2 com instalação apenas do banco de capacitor
foram baseadas nos maiores valores obtidos das medições. Para determinar a impedância harmônica equivalente da rede, utilizou-se
Portanto, este estudo mostrou o quão é
Isaque Nogueira Gondim, Dr., atualmente
o programa HARMZS tomando-se dados
importante considerar os níveis de pré-
é professor na Universidade Federal de
importados do ONS e EPE. A pré-distorção
distorção harmônica na barra de acesso do
Uberlândia, Faculdade de Engenharia Elétrica.
do lado da rede foi estimada baseando-se
parque eólico, visto que sua negligência pode
Sua principal área de interesse é sistemas
nos resultados de medição. Foi analisada a
comprometer a suportabilidade térmica da
elétricos de potência e qualidade da energia.
potência ativa no resistor do filtro harmônico
resistência do filtro harmônico passivo.
Arnaldo José Pereira Rosentino Junior, Dr.,
para os casos 1 e 2, respectivamente.
atualmente é professor na Universidade Federal do
Referências
Triângulo Mineiro, Instituto de Ciências Tecnológicas
comprovaram a influência do banco de
[1] M. P. de Carli, “Análise da metodologia e
e Exatas, Departamento de Engenharia Elétrica.
capacitor em relação à componente de ordem
do processo de avaliação do desempenho
Sua principal área de interesse é sistemas elétricos
5. No cenário, onde há contribuição apenas
harmônico de parques eólicos,” XII CBQEE
de potência e qualidade da energia.
do parque, nota-se que com a ausência do
Conferência Brasileira Sobre Qualidade de
Alex Reis, Dr., atualmente é professor na
banco, tem-se uma perda no resistor do filtro
Energia Elétrica, 2017.
Universidade de Brasília, Departamento de
de 0,67 p.u, enquanto que com a conexão
[2] F. A. de Oliveira, J. R. Medeiros, and S. K.
Engenharia Elétrica. Sua principal área de
do mesmo, as perdas reduzem para 0,33 p.u.
Yamamoto, “Discussões e proposições do
interesse é sistemas elétricos de potência e
Em um cenário, onde considera-se a injeção
processo de gerenciamento do conteúdo
qualidade da energia.
de distorção harmônica de ambos os lados,
harmônico gerado pelos parques eólicos
José Carlos de Oliveira, Dr., graduação e
as perdas aumentam consideravelmente.
conectados à rede básica,”
XXIII SNPTEE
mestrado pela Universidade Federal de
Neste caso, tem-se uma perda de 0,97 p.u
Seminário
Produção
Itajubá em 1970 e 1974, respectivamente.
com a ausência do banco, enquanto que
Transmissão de Energia Elétrica, 2015.
com a sua instalação, as perdas reduzem para
[3]
0,57 p.u. Nestas condições, considerando
“Submódulo
ainda temperatura local e outros fatores, o
indicadores de desempenho da rede básica
na Universidade Federal de Uberlândia. Sua
resistor pode ser submetido à condição de
e dos barramentos dos transformadores de
principal área de interesse é sistemas elétricos
sobrecarga, levando-o a falha.
fronteira, e de seus componentes,” 2016.
de potência e qualidade da energia.
Observou-se
que
os
resultados
Nacional
Procedimentos 2.8
-
de de
Rede
e
Ph.D. em engenharia Elétrica pela University
ONS,
Gerenciamento
dos
Of Manchester, Institute Of Science And Technology, em 1978. Atualmente, é pesquisador
66
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Situações eternizadas
Uma pergunta que me acompanha há
física,
nossa opinião, atrapalha mais que ajuda.
muitos anos é: de onde tiraram a idéia de
da quantidade ou do tipo de condutor
Dependendo das condições do local,
que para se fazer o aterramento de uma
empregado, mas também de como esse
um eletrodo de aterramento cujo ensaio
instalação elétrica basta enterrar uma
material estiver disposto no solo, das
apresente um valor de 50 Ω não está
haste no solo ou pior: enfiar um prego na
conexões envolvidas e, principalmente, das
“condenado” como muitos afirmam. Para
parede?
características desse solo, ou seja, sem o
determinadas condições específicas esse
conhecimento desses parâmetros não há
valor pode ser considerado muito bom.
do
como exigir qualquer valor! E notem que
solo, os fabricantes de equipamentos
o assunto “metodologia do ensaio” não foi
internacional que o bom aterramento é
eletrônicos determinam um valor mínimo
abordado, pois esta é outra questão que o
aquele capaz de dissipar as correntes
para a resistência ôhmica do eletrodo
dia-a-dia nos mostra quantos profissionais
indesejáveis de uma instalação elétrica
de aterramento a ser conectado em
simplesmente
ao
para o solo de forma rápida e que cause
seus aparelhos alegando que sem isso
invés de medir e interpretar os resultados.
a menor perturbação possível relativa às
não podem garantir a integridade e o
Em
há
tensões superficiais. Isto significa que
funcionamento do mesmo?
exigência de valor mínimo de resistência
o bom eletrodo de aterramento deve
Essas situações instigam à seguinte
ôhmica do eletrodo. A NBR 14039 –
ser como juiz de futebol: trabalhar sem
analogia: na idade média, os médicos
Instalações elétricas de média tensão e a
aparecer, fazer seu trabalho provendo
sangravam
Outra sem
questão
conhecer
as
intrigante:
como,
características
indiscriminadamente
exclusivamente
da
integridade
usam
nenhuma
equipamentos
norma
nacional
É consenso na comunidade técnica
seus
versão 2005 da NBR 5419 – Proteção de
condições para a dissipação de calor e
pacientes na tentativa de curar muitas
estruturas contra descargas atmosféricas,
minimização das tensões de toque e de
doenças, conhecidas ou não.
em seu texto, mencionam 10 Ω como
passo, tornando-as suportáveis para as
Com o passar do tempo, tanto a
valor de referência para minimizar tensões
pessoas, instalações e equipamentos que
medicina quanto a engenharia evoluíram,
de toque e passo, mas afirmam que a
dele se servirem.
mas temos visto que alguns profissionais
configuração e a topologia da instalação
Sem
da engenharia ainda mantêm o raciocínio
do eletrodo são muito mais importantes.
à medição de grandezas elétricas em
medieval e insistem em aplicar a mesma
A 5419 foi revisada e no texto da versão
eletrodos de aterramento não adianta ficar
solução - quase sempre errada - para
2015 esse valor foi retirado. Gostaríamos
exigindo valores ou pressionando com
situações diferentes.
que os integrantes da CE 64.11 que revisa
exigências esdrúxulas. Há de se aprender
Valores de resistência ôhmica do
a 14039 fossem sensíveis ao apelo para
conceitos, caso contrário continuaremos
eletrodo de aterramento não dependem
a retirada desse valor do texto que, em
escravos, quiçá órfãos, de 10 Ω.
o
conhecimento
em
relação
Redes subterrâneas em foco
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
67
Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa Baur do Brasil | daniel.bento@baurdobrasil.com.br
“Je vous ai compris” Como prometido na última coluna, vamos
necessárias para diagnosticar as
falar dos aspectos mais relevantes do que
condições de conservação dos
aconteceu na CIGRE Session 47 – Paris, do
cabos elétricos em operação.
ponto de vista deste colunista!
Este grupo de trabalho está em
Essa conferência, realizada no final do mês
desenvolvimento e futuramente
de agosto, reuniu cerca de 4 mil profissionais
poderei trazer mais informações
oriundos de 93 países que compareceram ao
para vocês sobre os resultados
evento para apresentar resultados de pesquisas,
alcançados. O grupo de trabalho
estudos de caso e projetos relacionados ao
de Localização de Falhas, no
setor elétrico.
qual também represento o Brasil,
Para comportar todo esse público e abrir
realizou um excelente treinamento
espaço para a apresentação de centenas de
e brevemente teremos o manual
A construção de redes subterrâneas em
trabalhos, o evento foi distribuído em cinco dias,
técnico publicado.
grande escala ajudaria a diminuir o desemprego
que contemplou ainda treinamentos sobre temas
Agora vou dedicar o restante desta coluna
e melhorar a economia, pois geraria uma alta
específicos.
para colaborar no processo democrático do
demanda para a indústria com o fornecimento dos
O Brasil esteve em destaque nesse evento
Brasil. Já algum tempo venho destacando o
equipamentos, acessórios e cabos elétricos, bem
francês com a participação de 134 especialistas
quanto as redes subterrâneas podem ajudar a
como demandaria um uso intensivo de mão de obra
do
diversos
melhorar nosso País. Essa contribuição pode
(eletricistas, pedreiros, técnicos e engenheiros).
trabalhos e com alguns deles premiados,
vir do aumento da confiabilidade da rede, com
E como fazer isso onde falta recursos
inclusive com destaque para a premiação do Dr.
consequente
para outras necessidades, tais como saúde,
Iony Patriota de Siqueira com o título de Membro
no fornecimento de energia que impactam
segurança
Honorário. Outro destaque é da minha colega
diretamente
nossas
alternativas. Uma delas seria o Governo adotar
Eng. Carla Damasceno que representou o Brasil,
empresas e a qualidade de vida do cidadão,
a isenção de impostos, assim como foi feito para
entre as palestrantes do CIGRE Women in
ou ainda pela diminuição das mortes causadas
a construção dos estádios da Copa do Mundo e
Engineering Forum 2018.
pelas redes elétricas não isoladas que, conforme
Olimpíada. O principal ponto com a isenção é:
Eu estive presente no evento como
dados da FUNDACENTRO, são quase uma
se não houvesse obras de redes subterrâneas
representante do Brasil em dois grupos de
morte por dia.
de energia, não haveria impostos, logo, aplicar a
trabalhos no Comitê de Estudo de Cabos
Considerando todo este cenário, seria
isenção a obras específicas não geraria perdas
Isolados de Média e Alta Tensão. Participei com
importante o “candidato” explicar qual é o
ao Estado, tendo em vista que este recurso
representantes de 10 outros países da reunião
seu compromisso para mudar esta situação.
(dinheiro) não existia. Contudo, desonerar os
do grupo de trabalho que trata da realização de
Lembrando que hoje, conforme dados da
custos e incentivar as redes subterrâneas, traria
diagnóstico em cabos isolados de média tensão.
ANEEL, as redes subterrâneas correspondem
ganhos efetivos para todo o País. Pergunte ao
Este grupo está construindo um documento
a menos de 2% das redes elétricas no Brasil,
seu candidato o que ele pensa sobre isso!
que congrega as melhores práticas em gestão de
sendo que, em países desenvolvidos, este índice
cabos isolados, contemplando toda a estratégia
chega a 100% como no caso da Holanda ou
entendi vocês’. Frase ícone de Charles de Gaulle,
e operacionalização das análises que são
80% como na Alemanha.
Estadista Francês.
setor
elétrico,
apresentando
diminuição a
das
produtividade
interrupções das
e
educação?
Existem
várias
“Je vous ai compris” - Tradução livre ‘Eu
68
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Fator de Potência e distorção harmônica de corrente em LEDs
Nas colunas de março e abril de 2017(https://www.osetoreletrico.
Amostra 1: Luminária publica: LED 120W
com.br/os-cuidados-com-qualidade-de-energia-e-os-leds-parte-i/) e
(https://www.osetoreletrico.com.br/os-cuidados-com-qualidade-
de-energia-e-os-leds-parte-2/), apresentávamos a preocupação dos impactos na qualidade de energia devido ao uso e aplicação dos LEDs em sistemas de iluminação. Baseado em aspectos históricos, foram então apresentados alguns paralelos comuns da implantação dos LEDs com a incorporação de novas tecnologias de sistemas de iluminação em épocas anteriores. Considerando a necessidade de complemento das matérias citadas, seguem comentários adicionais, baseado em análise de medições efetuadas em sistemas de iluminação com uso de LEDs.
Figura1- Medições de Potência Ativa e Fator de Potência – Amostra 1
Do ponto de vista ideal, instalações elétricas tendem a operar e
fornecer alimentação com qualidade às cargas e o que se espera é a reciprocidade das cargas alimentadas em relação à fonte, uma vez que cargas distorcidas causam distorção de tensão na rede de alimentação, alterando as condições inicias. O objetivo desta avaliação considerou a avaliação do comportamento do fator de potência e da distorção harmônica em sistemas de iluminação com aplicação de LEDs. As razões para esta avaliação consideram fundamentalmente o impacto de cargas com baixa qualidade de energia nas redes elétricas. Medições efetuadas e analises
Foram efetuadas medições das variáveis elétricas envolvendo
o fator de potência e a distorção harmônica de corrente. O fator
Figura2- Medições de Distorção total harmônica de corrente (THDI) e corrente eficaz (Irms) – Amostra 1
de potência pode ser definido na frequência fundamental, também conhecido como DPF (“displacement power fator”), e como fator de potência total incluindo as harmônicas.
Foram tomados três sistemas de iluminação sendo:
• Amostra 1: luminária pública LED 120 W com driver interno, instalado no corpo da luminária. • Amostras 2 e 3: Lâmpadas Tubulares LED 18 W e driver interno às lâmpadas • O instrumento utilizado é classe A (IEC 61000-3-40), com 512 amostras por ciclo com integração a cada ½ ciclo.
Figura 3- Espectro de harmônicas - Amostra 1
69
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Figura 4 – Forma de onda de corrente – Amostra 1
Amostra 2: Lâmpada tubular: LED 18W
Figura 5- Medições de Fator de Potência, Distorção harmônica total de corrente (THDI) e Potencia Ativa (W) – Amostra 2
Figura 6 - Espectro de harmônicas corrente - Amostra 2
Figura 7 - Forma de onda de corrente – Amostra 2
70
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Tabela 1 – Valores típicos das medições
Amostra 3: Lâmpada tubular: LED 18W
Amostras Figuras
Tipo
Pot (W)
DPF
PF
THDI
1
1a4
Pública
120
2
5a7
Tubular
18
0,984C 0,976C 13,50% 0,96C
0,96C
7,50%
3
8 a 10
Tubular
18
0,97C
0,6C
130%
Conclusões: Pode-se observar nas figuras 1 a 10 e tabela 1 que: 1- Os sistemas de iluminação com LEDs medidos possuem fator de potência capacitivo e isso deve estar claro nas informações técnicas, etiquetas e especificações, uma vez que esta característica poderá impactar na alimentação elétrica, principalmente quando efetuado por Figura 8 - Medições de Fator de Potência, Distorção harmônica total de corrente (THDI) e Potencia Ativa (W) – Amostra 3
geradores. As normas do INMETRO e outras devem estabelecer estes limites indicando as características, se indutivo ou capacitivo, deixando a situação explícita. 2- A definição dos limites de distorção harmônica de corrente dos sistemas de iluminação é fundamental seja ele qual for. Notar que as lâmpadas tubulares testadas se prestam ao retrofit de tubulares fluorescentes que possuem distorções de corrente da ordem de 20% a 30% e fator de potência próximo da unidade. A IEC 61000-3-2 é uma boa referência para limites de distorções harmônicas de corrente. 3- Sistemas de iluminação sem filtros e de baixa qualidade fazem circular nas redes elétricas correntes harmônicas de diversas frequências com formas de onda extremamente distorcidas e comprometedoras (figuras 9 e 10). Se estes sistemas estão instalados em áreas com grande concentração de cargas de tecnologia de informação (data-center; hospitais e outras), estas cargas podem
Figura 9 - Espectro de harmônicas corrente - Amostra 3
sofrer interferências. 4- Deve-se deixar claro nas especificações se o fator de potência apresentado em sistemas de iluminação está relacionado somente à frequência fundamental (tratado por DPF), ou se o fator de potência indicado é o total que contempla as harmônicas. 5- Em se tratando de especificação isolada de fator de potência (DPF ou total), esta deve ser complementada pela especificação da distorção harmônica de corrente. A simples indicação do DPF não pode ser aceita. 6- As cargas distorcidas de uma forma geral possuem conhecida relação entre fator de potência e distorção harmônica de forma que cargas com alta distorção de corrente possuem baixo fator de potência (indutivo). Esta situação é análoga nos LEDs, porém com a inversão
Figura 10 - Forma de onda de corrente–Amostra 3
da característica do fator de potência de indutivo para capacitivo, ver figura 8. Quanto maior for a distorção de corrente no LED, menor será o fator de potência, ou mais capacitiva será a carga, piorando a
A tabela 1 apresenta valores típicos das medições efetuadas
situação significativamente.
72
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Motores elétricos “Ex”: requisitos para serviços de manutenção e inspeção Serviços de manutenção de motores
de enrolamentos de máquinas elétricas
o tempo tE indicado na placa de marcação
elétricos “Ex”: a execução dos necessários
girantes;
do motor Ex “e”, com uma tolerância máxima
serviços periódicos de manutenção dos
•
contra
de + 20 %, quando da injeção da corrente
motores “Ex” asseguram a correta instalação
sobrecarga, curto-circuito e de monitoração
inicial de partida (IA/IN) do motor Ex “e” a
e
operação
destes
dispositivos
de
proteção
em
de temperatura dos enrolamentos do estator
ser protegido;
atmosferas explosivas. São indicados a
e dos mancais dos motores “Ex” devem
• as conexões de aterramento da carcaça e
seguir algumas verificações que devem ser
estar devidamente calibrados, testados e
das caixas de terminais de força e de controle
feitas durantes as atividades rotineiras de
operacionais;
devem estar devidamente apertadas;
manutenção dos motores “Ex”, de acordo
• para motores com tipo de proteção Ex “e”
• as temperaturas permitidas nos mancais e
com a Norma ABNT NBR IEC 60079-17:
(segurança aumentada) deve ser verificado
dos enrolamentos do estator não devem ser
A
pelos
se o dispositivo de proteção térmica atua de
excedidas;
fabricantes dos motores “Ex” deve ser
forma que o tempo de desligamento (trip)
• os parafusos de fixação das tampas, da
consultada com relação aos requisitos
a partir do estado a frio, obtido das curvas
carcaça e das caixas de terminais do motor
das atividades de inspeções periódicas e
características tempo versus corrente do
devem ser reapertados com o torque correto,
de manutenção preditiva ou preventiva a
dispositivo de proteção não exceda o que
após a execução dos serviços de abertura e
documentação
equipamentos
os
fornecida
serem aplicados. Os exemplos de atividades indicadas a seguir são apresentados para complementar os requisitos dos fabricantes, de forma a evitar que a ocorrência de falhas em motores “Ex” possa originar uma fonte de ignição para uma atmosfera explosiva de gases inflamáveis ou poeiras combustíveis que pode estar presente no local da instalação: • os níveis de resistência de isolamento dos motores “Ex” devem ser periodicamente medidos e registrados, de acordo com os requisitos indicados na Norma IEC 6003427-4 - Máquinas elétricas girantes - Parte 27-4: Medição da resistência de isolamento e do índice de polarização de isolamento
73
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
fechamento para atividades de manutenção
invólucros Ex “d”, a Norma ABNT NBR
preventiva, reparo, revisão ou recuperação;
IEC 60079-19 especifica que sejam
• a lubrificação dos mancais ou a vazão
efetuados
de óleo para os alojamentos dos mancais
diâmetro sobre estas roscas espanadas e
devem ser feitos de forma adequada, de
que sejam feitas novas roscas sobre estes
acordo com as instruções do fabricante para
furos “cegos”. No interior destas novas
o usuário;
roscas devem ser instalados insertos
• o nível e as condições do líquido lubrificante
metálicos helicoidais, fabricados em aço
dos mancais de deslizamento devem estar
inoxidável, de forma que a rosca interna
adequados;
destes insertos metálicos sejam idênticas
•
às roscas originais.
em motores “Ex” acionados por conversor
furos
“cegos”
com
maior
de frequência, as condições do isolamento
dos mancais e das pistas internas e externas
as atividades de inspeção inicial detalhada e
dos rolamentos devem estar adequadas;
as inspeções periódicas visuais ou apuradas
•
os filtros de ar, de óleo ou de água dos
em motores elétricos “Ex” são apresentados
sistemas de aquecimento, resfriamento ou
nos programas de inspeção especificados
lubrificação devem estar limpos;
na Norma ABNT NBR IEC 60079-17,
•
dependendo do tipo de proteção “Ex”
devem ser registadas as medições de
Os itens a serem inspecionados durante
dispositivos de monitoração de temperatura
aplicável ao motor.
dos mancais e dos enrolamentos do estator,
Itens de inspeções sob o ponto de vista de “equipamento” para os motores “Ex”:
bem como as medições de vibração dos mancais e carcaça.
Sob o ponto de vista de manutenção
dos motores “Ex”, para evitar o ingresso
•
o
motor
de água em juntas de invólucros metálicos
os
à prova de explosão, bem como evitar a
equipamento (Gb, Gc, Db, Dc) ou Zona
corrosão destas juntas metal/metal, as
(Zonas 1, 2, 21 ou 22) do local da instalação;
Normas Técnicas Brasileiras adotadas
• o grupo do motor “Ex” (IIA, IIB, IIC, IIIA,
ABNT NBR IEC 60079-14 (Instalações
IIIB ou IIIC) está adequado para o local da
elétricas em atmosferas explosivas) e
instalação;
ABNT NBR IEC 61892-7 (Instalações
• a classe de temperatura do motor “Ex”
elétricas marítimas em áreas classificadas)
(T1 a T6) atende aos requisitos do local
recomendam que sejam aplicadas vaselina
da instalação (para áreas classificadas
industrial ou graxa à base de silicone.
contendo gases inflamáveis);
Para os invólucros metálicos à prova de
• a temperatura máxima de temperatura
explosão com juntas planas flangeadas,
do equipamento “Ex” está correta (para
aquelas normas indicam a instalação de
áreas
fitas de papel impregnadas com graxa,
combustíveis);
ao longo da extensão externa das juntas
• o grau de proteção (Código IP – ABNT
metálicas.
NBR IEC 60034-5) do motor “Ex” é
No caso de ocorrência de roscas
adequado para o nível de proteção requerido
de fixação espanadas em tampas em
do equipamento ou grupo ou condutividade
requisitos
“Ex”
está
adequado
para
de
EPL
requerido
pelo
classificadas
contendo
poeiras
74
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
do local da instalação;
de trincas;
• não existem danos ou modificações não
• a circulação de ar de ventilação não está
autorizadas;
impedida;
• as tampas roscadas dos invólucros são do
•
tipo correto, estão apertadas e fixadas (para
enrolamentos do motor “Ex” está satisfatória.
a
resistência
de
isolamento
dos
motores Ex “d”); • as faces dos flanges estão limpas e não danificadas e as vedações, se existentes,
Itens de inspeções sob o ponto de vista da “instalação” dos motores “Ex”:
estão satisfatórias (para motores Ex “d”); • a condição das juntas de vedação do
• o tipo do cabo está apropriado;
invólucro está satisfatória;
• não existem danos evidentes nos cabos;
• as dimensões dos interstícios das juntas
• os dispositivos de proteção elétrica
flangeadas estão dentro dos limites, de
automáticos
acordo com a documentação do fabricante
corretamente
ou estão dentro dos valores máximos
rearme automático);
permitidos
• os dispositivos automáticos de proteção
pela
norma
aplicável
de
estão (sem
possibilidade
elétrica
dentro dos valores máximos permitidos pelo
permitidos;
prontuário das instalações (para motores Ex
• as condições específicas de utilização,
“d”);
indicados nos Certificados de Conformidade
• as conexões elétricas estão apertadas
“Ex” com sufixo “X”, se aplicáveis, estão
(para motores Ex “eb”, Ex “ec” ou Ex “t”);
atendidas;
• os ventiladores do motor “Ex” possuem
• a instalação dos conversores com tensão
distâncias
adequadas
ou frequência variável, se aplicável, está de
para o invólucro ou tampas, sistemas
acordo com a documentação da certificação
de resfriamento não estão danificados,
de conformidade do motor “Ex”;
fundações do motor não possuem indícios
• as obstruções adjacentes às juntas
afastamento
dentro
dos
de
fabricação, na época da instalação ou estão
de
operam
calibrados
limites
75
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
flangeadas à prova de explosão estão de acordo com a ABNT NBR IEC 60079-14 (para motores Ex “d”); • para motores Ex “e”, os dispositivos de proteção operam dentro dos limites permitidos de tE (tempo de rotor bloqueado a quente até alcançar a temperatura limite da classe de temperatura) ou tA (tempo de partida do conjunto motor e máquina acionada, desde o momento da partida até a rotação de operação); • a temperatura de entrada do gás de proteção está abaixo da máxima especificada (para motores Ex “p”); • os dutos, tubos e invólucros estão em boas condições (para motores Ex “p”); • o gás de proteção está substancialmente livre de contaminantes (para motores Ex “p”); • a pressão ou vazão do gás de proteção está adequada (para motores Ex “p”); • os indicadores de pressão ou vazão, alarmes
e
intertravamentos
funcionam
corretamente (para motores Ex “p”).
Itens de inspeções sob o ponto de vista do “meio ambiente” dos motores “Ex”: • o motor “Ex” está adequadamente protegido contra corrosão, intempéries, vibração e outras influências externas adversas; • não existe acúmulo indevido de poeira ou sujeira sobre o motor “Ex” que prejudique seu desempenho e operação; • o isolamento elétrico dos enrolamentos do motor “Ex” está limpo e seco (para motores Ex “eb”, Ex “ec”, Ex “tb” ou Ex “tc”).
Na próxima edição, dando continuidade
nesta série de artigos sobre motores elétricos para atmosferas explosivas, serão abordados requisitos sobre serviços de reparo, revisão e recuperação de motores elétricos “Ex”.
76
Ponto de vista
O Setor Elétrico / Setembro de 2018
3 questões básicas de segurança digital para seu pequeno negócio
Com as ameaças virtuais e vazamentos
pequenas empresas, de acordo com o Deseg
Accenture, houve um aumento de 27% na
de informações pessoais, é importante
(Departamento de Segurança), órgão da
média de violações de segurança digital
considerar
Fiesp - Federação das Indústrias do Estado
em 2017, além de 45% dos consumidores
criação e manutenção da presença online da
de São Paulo.
já terem sofrido algum tipo de ataque
sua marca.
Sabendo
empresas
cibernético, segundo o MarkMonitor Online
segurança
digital
durante
a
que
pequenas
Para o micro e pequeno empreendedor,
podem ser alvos comuns de hackers, e que o
Fraud Barometer. Tendo esses dados em
criar um site para sua marca é o primeiro passo
principal motivo é a facilidade de entrada, vale
vista, o pequeno empreendedor pode munir
para o avanço dos negócios. A preocupação
se preocupar em assegurar que seu site não
seu site com ferramentas de segurança digital
de estar online, de investir em design e
poderá ser facilmente invadido. Para ajudar a
e estar mais preparado para se defender caso
publicidade, demonstra compromisso com os
estabelecer quais estratégias de segurança
vire alvo de hackers no futuro.
clientes. Criar um site profissional, eficiente
digital devem ser aplicadas ao seu negócio
e atrativo é, no entanto, um processo de
online, pode ser útil considerar alguns pontos
física quando se tem uma locação física, mas
várias etapas. Em meio a preocupações
básicos que podem ajudar na decisão e
é igualmente importante dar atenção e se
como elaboração do layout, comunicação
elaboração de medidas de segurança para
planejar para aplicar segurança e proteção à
com a loja física, organização do catálogo e
seu novo site:
sua presença online.
outras propriedades do negócio, a segurança
É natural prestar atenção em segurança
Dar atenção contínua a isso pode ajudar
a garantir que seu site esteja protegido das
um erro, pois, cerca de 65% dos ataques
Por que segurança digital é tão importante?
cibernéticos com foco financeiro foram a
De acordo com o levantamento da
Focar nessa parte da sua presença digital
pode passar desapercebida, o que pode ser
mais recentes vulnerabilidades e ataques.
77 pode ajudar a construir credibilidade perante
de wifi públicas e faça backup constante de
para não perder a credibilidade e a fidelidade
seus clientes.
suas informações, seja no computador ou
de seus clientes. Portanto, vale deixar claro
dispositivos móveis.
que as informações contidas no seu site,
Proteja seu site, sistema e dados
Você pode considerar trabalhar com
inclusive os próprios dados do seu negócio,
Ter um software de antivírus e anti-
profissionais
são consideradas confidenciais e para uso
malware e aplicativos atualizados pode ajudar
segurança digital, ou ainda ferramentas
restrito de alguns funcionários.
a reduzir o risco de ataques, pois muitos
existentes no mercado voltadas à prevenção
hackers utilizam
de invasões. Eles podem analisar sua presença
com sua presença online mais protegida, será
ferramentas
online e sugerir ações para você tomar.
mais difícil para os hackers atacarem seu sistema.
automatizadas
para
checar
de
TI,
especializados
em
vulnerabilidades em sites. Com o software e o
Com essas medidas em vigor e, portanto,
Desenhar essas medidas de segurança
sistema em dia, o risco de você se tornar uma
Proteja os dados em toda sua empresa
na presença online do seu empreendimento
vítima pode diminuir. Além disso, vale trocar
A
ataques
pode te ajudar a manter essa proteção no
suas senhas de tempos em tempos e não as
cibernéticos costuma ser financeira. Porém,
futuro. E você poderá focar no crescimento e
repetir em diferentes contas.
também existe a possibilidade de o alvo ser
expansão da sua marca.
motivação
principal
de
Escolher um serviço de segurança de
informações críticas de sua empresa. Existem
sites pode te ajudar a fazer um monitoramento
outros dados delicados armazenados que
contínuo do seu site para ajudar a te proteger
podem sofrer ataques, como as fichas
contra invasões de malware. Um Certificado
de funcionários, valores de faturamento e
SSL (Secure Socket Layer), por exemplo,
salários, projetos confidenciais e até mesmo
pode ajudar a proteger suas informações
roubo do nome de seu domínio, para ser
e as dos clientes, pois ele criptografa a
usado para atividades ilegais.
transmissão de dados, tornando seu site mais
Por
seguro e confiável para seus clientes.
algumas regras de segurança que todos na
empresa devem estar treinados e obedecer,
Em adição a isso, existem algumas outras
isso,
é
importante
estabelecer
medidas que você pode adotar, como: eliminar
além de estipular quem pode acessar o quê.
plug-ins que não estão sendo utilizados,
Além disso, seus clientes devem se
sempre ficar atento às fontes de outros sites
sentir seguros para passar dados pessoais
e ferramentas, para apenas se conectar
para o seu site, inclusive e-mail para receber
aos confiáveis, abrir anexos de e-mails ou
newsletter e interagir com você em seus
clicar em links apenas de pessoas que você
canais de mídias sociais. Para isso, as
conhece ou consegue identificar a fonte,
políticas de segurança da sua presença online
*Valéria Molina é diretora de marketing para a
tenha cuidado com o que acessa em redes
já devem estar claras e fluindo naturalmente,
GoDaddy no Brasil
78
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