O Setor Elétrico (edição 153 - Out/2018)

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Ano 13 - Edição 153 Outubro de 2018

Edição especial para distribuição CINASE - RJ e SENDI

Ensaios em laboratório para Quadros Elétricos conforme IEC 61439-1/2 PESQUISA COM DISTRIBUIDORES DE MATERIAIS ELÉTRICOS Previsão de crescimento é de 13% em 2018 COBERTURA ESPECIAL CINASE SP Destaque para assuntos técnicos de altíssima qualidade



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Rio Grande do Sul e Minas Gerais Ransconsult Consultoria Claudio Rancoleta – rancoleta@atitudeeditorial.com.br claudio@urkraft.com.br Tel: (11) 3872- 4404 | 99621-9305

Suplemento Renováveis 57 Evolução e análise de sistemas fotovoltaicos no Brasil e Chile Energia eólica: Maturidade das fontes renováveis Energia solar: Por que o Brasil exporta empregos para a Ásia?

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Painel de notícias Mudanças na resolução 482 estão previstas para entrar em vigor em 2020; Setor de energia brasileiro recebe investimento de US$ 38 bilhões no segundo trimestre; Fundação Energia e Saneamento disponibiliza digitalização de mais de 3 mil documentos textuais de seu acervo histórico; Engemon e Alpha Equipamentos Elétricos discutem segurança em atmosferas explosivas em Santos e Seção Produtos. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.

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CINASE SP

Colaborador técnico de normas Jobson Modena

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Fascículos

Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos.

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Aula prática – Quadros Elétricos Ensaios em laboratório para Quadros Elétricos conforme IEC 61439-1/2

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Pesquisa – Distribuidores elétricos Previsão de crescimento para distribuidoras de materiais elétricos é de 13% em 2018, aponta pesquisa

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Espaço 5419 Eletrodo de aterramento de PDA

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Espaço SBQEE Uma forma de onda cada vez mais distorcida

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Ponto de vista 01 Dados abertos: passaporte do setor elétrico brasileiro para a quarta revolução industrial

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta

Colaboradores desta edição: Andréia Crico dos Santos, Erick Azevedo, Elbia Gannoum, Fabricio Gonçalves Costa Pinto, Geraldo Martins Tavares, Geraldo R. de Almeida, Ivan Nunes Santos, Jose Starosta, Jobson Modena, Juliana Iwashita, Luciano Haas Rosito, Nelson Falcão, Normando V.B. Alves, Nunziante Graziano, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: LeoWolfert | Shutterstock Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

90 91 92 94 96 97

Colunistas Nunziante Graziano - Quadros e painéis Jobson Modena – Proteção contra raios José Starosta – Energia com Qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Juliana Iwashita – Iluminação Ponto de vista 02 O resgate das fontes limpas e competitivas

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Editorial

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O Setor Elétrico / Outubro de 2018 Capa ed 153_FINAL.pdf

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26/10/18

09:54

www.osetoreletrico.com.br

Ano 13 - Edição 153 Outubro de 2018

Edição especial para distribuição CINASE - RJ e SENDI

O Setor Elétrico - Ano 13 - Edição 153 – Outubro de 2018

Ensaios em laboratório para Quadros Elétricos conforme IEC 61439-1/2 PESQUISA COM DISTRIBUIDORES DE MATERIAIS ELÉTRICOS Previsão de crescimento é de 13% em 2018 COBERTURA ESPECIAL CINASE SP Destaque para assuntos técnicos de altíssima qualidade

Edição 153

Estamos vivendo uma nova “breve história do tempo”?

Estamos em 1988. Um jovem físico teórico e cosmólogo

virão automatizados de fábrica. Também já se fala do uso do

britânico, professor na Universidade de Cambridge, posto que foi

BIM - Building Information Model (Modelagem da Informação da

ocupado por Isaac Newton, lança um livro com informações sobre

Construção) nos projetos de instalações elétricas, processo este

o surgimento do mundo, a chamada Teoria do Big Bang ou os

que simula virtualmente uma edificação real, fornecendo todos

buracos negros. Na época, um estudo considerado uma revolução

os detalhes de cada elemento, incluindo as instalações elétricas

para os padrões da academia científica e para tudo o que já

antes do projeto ser iniciado. Seria este um mundo novo? Pena

havia sido estudado. Stephen Hawking nunca foi considerado

Hawking não estar mais vivo para conhecer toda essa evolução,

um “cientista maluco”, muito pelo contrário: obteve um enorme

com certeza ele indicaria outras teorias. Mas como estamos em

respeito pela classe científica mundial, tornando-se um dos

um mundo que não temos volta, melhor caminharmos em busca

maiores cientistas do século passado e até hoje a Teoria do Big

dessas revoluções, que nos ajudam a melhorar processos, a

Bang é a explicação mais plausível que temos para o surgimento

movimentar o nosso setor, a fazer as pessoas evoluíram achando

do mundo e de tudo o que há vida, incluindo nós seres humanos.

saídas reais - ou virtuais - em seus projetos e aprendendo a lidar

com essa convergência que a indústria 4.0 está trazendo para o

Estamos em 2018, 30 anos depois da revolução que Hawking

causou no mundo científico. Passamos por diversas mudanças,

setor elétrico.

mas agora cientistas, engenheiros, estudiosos, professores,

tecnólogos e até a humanidade estão passando por uma nova

sobre o Cinase São Paulo, destacando temas técnicos de altíssima

revolução: a chamada Indústria 4.0 ou Internet das Coisas, Internet

qualidade, onde tivemos 40 apresentações simultâneas de

of Things, em inglês, em que é possível tornar qualquer situação

especialistas e outras realizadas em duas arenas, e a exposição

passível de registro, gerenciamento e controle por meio da

técnica de produtos e serviços de cerca de 30 empresas

Internet e que vem mudando completamente a forma de ver o

participantes.

mundo. Assunto este que também está chegando ao setor elétrico

e já é uma tendência, trazendo algumas ferramentas que vão

fascículos, a sessão Renováveis, um artigo atualizadíssimo sobre

revolucionar este mercado.

os novos critérios a serem avaliados na revisão da NBR 5101,

uma aula prática sobre Ensaios em laboratório para Quadros

Este foi um dos temas abordados recentemente no Cinase

Em tempo: esta edição de outubro traz cobertura completa

Na parte técnica, um vasto conteúdo distribuído em nossos

São Paulo, que aconteceu no início de outubro, e mostrou

Elétricos conforme IEC 61439-1/2 e outro texto sobre Eletrodo de

que por meio dessa revolução vamos aumentar o acesso a

aterramento de PDA, publicado no Espaço NBR 5419. Boa leitura!

serviços altamente especializados, remotamente e com custo compartilhado com outros usuários. Além disso, será possível

Abraços,

tornar processos mais simples, como quadros elétricos que

Cristiane Pinheiro

Redes sociais

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@osetoreletrico

Revista O Setor Elétrico



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Coluna do consultor

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

Quem terá a capacidade de nos levar adiante?

A polarização toma conta de todos e os incautos de plantão se locupletam! Por raras

vezes nossa sociedade ouviu tantos absurdos com severa amplificação pelas redes sociais. Quanto desserviço!

Por outro lado, aqueles que pensam e buscam se planejar tentando vislumbrar

cenários para as devidas tomadas de decisão não conseguem evoluir mais do que alguns passos, muita especulação e pouca certeza. De um lado uma turma desacreditada que tenta passar a borracha em ações ilícitas cometidas pelos seus pares nos governos anteriores, sem a capacidade e humildade em assumir o “mea culpa”; uma proposta de economia estatizada e com possível governo montado com figuras bem conhecidas. Do outro lado, pessoas desconhecidas no poder executivo com discurso que prega um estado enxuto e economia de mercado.

A equipe que for escolhida terá de encarar diversos desafios relacionados não só aos

aspectos da reforma da quebrada previdência social, mas por para funcionar a reforma trabalhista, reconstruir a combalida educação, organizar o setor de energia com definição de caminhos para a Petrobrás e Eletrobrás (que por enquanto continuará no colo do Estado) e projetos sustentáveis sob o ponto de vista de viabilidade técnica, financeira e que reduza a emissão de gases, cuidados com meio ambiente e saneamento, replanejar nosso modelo de logística, aplicar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em projetos de mobilidade urbana e outros, implantar rede ferroviária decente interligando os principais polos do País.

Ainda, investimentos pesados na área da segurança e eliminação do crime organizado,

além da sofrida área da saúde que deverá prover no mínimo dignidade ao cidadão comum. Definitivamente não é tarefa para amadores nem para filósofos de plantão, o que se espera é que as equipes sejam muito bem escolhidas e trabalhem pra valer e que nosso País seja reconstruído. Merecemos! E mais: não temos para onde fugir!

No nosso quintal elétrico, o CINASE realizado no início de outubro abordou boa

temática com competência na coordenação e muito boas apresentações em duas salas simultâneas. Na área de exposições, as duas arenas apresentavam os cases dos patrocinadores. Um modelo interessante que privilegiou a disseminação do conhecimento. Obrigado àqueles que participaram e construíram junto com a organização mais um evento técnico de sucesso. Vamos ao Rio de Janeiro, no início de novembro! Até lá!





Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Setor de energia brasileiro recebe investimento de US$ 38 bilhões no segundo trimestre Levantamento realizado pela EY destaca que mais de 60% dos investimentos no País deve ser direcionado ao setor de transmissão

Estudo global “Power transactions and

concluídos até 2022 e devem gerar 1.024,5

pelo acordo da União Europeia que se

trends”, elaborado pela EY, líder global em

MW de capacidade. Outro fator que contribui

comprometeu a consumir 32% desse tipo

serviços de Auditoria, Impostos, Transações

com o atual momento do País no segmento

de eletricidade até 2030 e também pela

Corporativas

apontou

é a licitação da ANEEL (Agência Nacional

conclusão de três grandes deals realizados

que o setor global de energia registrou

de Energia Elétrica) para a construção,

nos EUA.

uma movimentação histórica no segundo

operação e manutenção de 2.600 km de

Além disso, o levantamento também

trimestre. De acordo com o conteúdo, o

linhas de transmissão e 23 subestações em

aponta o interesse das empresas em novas

segmento atingiu a marca de US$ 26,9

16 Estados, totalizando US$ 1,6 bilhão.

tecnologias,

e

Consultoria,

incluindo

armazenamento

de baterias, desenvolvimento de veículos

bilhões nas Américas do Sul e do Norte, graças às operações de M&A no período.

Energia no mundo

elétricos

O levantamento ressalta que o Brasil deve

contribuir para a adoção de energia limpa e

atrair mais investimentos nos próximos

global de energia atingiu o recorde de

o surgimento de novos players.

anos, principalmente depois do anúncio do

US$180 bilhões no primeiro semestre,

Segundo os resultados do estudo, os

aporte nacional de U$ 38 bilhões da State

embora

tenha

maiores investidores de energia foram a

Grid Corporation of China, no qual mais

apresentado uma queda de 14% em relação

China (69%), Suíça (12%), Bermuda (5%),

de 60% deve ser destinado ao setor de

aos primeiros meses do ano. Quase metade

Itália (5%) e Canadá (5%). Já os destinos

transmissão.

dos negócios (46%) de maio, junho e julho

de investimentos mais procurados são

De acordo com o estudo, o mercado

no

último

trimestre

e

redes

digitais

que

devem

A pesquisa ainda ressalta que o Brasil

se refere à energia renovável, apontando

liderados por Portugal (33%), EUA (24%),

deve começar a trabalhar em 33 projetos

uma tendência de investimento que deve

Tailândia, Alemanha e Espanha (6% cada

focados em energia renovável que serão

continuar até o fim de 2018; impulsionado

uma), França, Índia, Canadá (4% cada uma).



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Mudanças na resolução 482 estão previstas para entrar em vigor em 2020 Principal preocupação do setor de energia solar é uma eventual mudança na geração distribuída (GD) no sistema de compensação de energia

Em 2020 estão previstas entrar em vigor

fotovoltaica. Mas na contramão do mundo,

distribuída no País”, defendeu.

as mudanças da Resolução Normativa 482,

existem iniciativas no País que cogitam retirar

criada em 2012 pela Agência Nacional de

incentivos de geração distribuída para a

introdução da tarifa binômia, em que as

Energia Elétrica (Aneel), que estabelece

geração solar. “A gente está falando em retirar

unidades com geração distribuída passarão a

condições para o acesso de microgeração

incentivo enquanto o mundo está incentivando

pagar pelo uso do fio. Da forma como a regra

e minigeração distribuída aos sistemas de

a energia solar fotovoltaica”, disse presidente

está hoje, o consumidor só paga a diferença

distribuição de energia elétrica e compensação

da Absolar, Ronaldo Koloszuk.

entre a energia que ele injetou na rede e a que

de energia. A norma está em fase de revisão e

O presidente exemplificou o caso da

ele consumiu. Por exemplo, se ele gerou 500

a principal preocupação do setor de energia

Califórnia, com o quinto PIB do mundo, onde

kWh e consumiu 300 kWh, o consumidor

solar é uma eventual mudança na geração

acaba de aprovar o projeto que, a partir de

com GD pagará a tarifa referente a 200 kWh.

distribuída (GD) no sistema de compensação

2020, todas novas residências terão sistemas

“Se a tarifa binômia tiver preço fixo

de energia, discutida no evento “O futuro

fotovoltaico e que, a partir de 2045, o Estado

pode levar um aumento do que será pago

da Geração Distribuída”, organizado pela a

não poderá mais gerar energia elétrica com

pelo

Absolar - Associação Brasileira de Energia

fósseis.

investimento

Solar Fotovoltaica, na sede da Federação das

A

Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no

Absolar, questiona o porquê do consumidor

modalidade da geração compartilhada que

dia 27 de setembro, para um público de 200

de GD pagar o mesmo preço daqueles

efetivamente tem poder de democratizar o

pessoas.

que não a utilizam, mesmo que GD traga

acesso a energias renováveis”, complementa.

A energia fotovoltaica é um dos principais

benefícios à rede e à sociedade. “Tratar de

No primeiro semestre deste ano, a

pilares da geração distribuída no Brasil.

GD não é meramente regulatório, é uma

Agência

Do total de mais de 479 MW de potência

política pública que deve compreender outras

abriu consulta pública nº 10 para discutir

em operação, 383,7 MW são da fonte

esferas do Governo para orientar a geração

uma revisão da REN 482/12. De acordo

Bárbara Rubim, vice-presidente GD da

Outra preocupação do setor é com a

consumidor

Absolar

em

final,

eficiência

defende

Nacional

desestimulando

a

de

energética.

flexibilização

Energia

da

Elétrica


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O Setor Elétrico / Outubro de 2018

com o superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição de Energia (SRD) da Aneel, Carlos Mattar, o direito adquirido dos consumidores será respeitado, ou seja, quem instalou um sistema de GD com uma determinada regra não sofrerá alteração, caso haja uma eventual mudança no regulamento. Mattar acredita que a regulação é o principal incentivador do mercado, fornecendo regras claras, estabilidade regulatória sem causar incerteza no mercado, incentivando investimentos.

“Em

novembro,

vamos

abrir uma consulta pública para oferecer a sociedade a oportunidade de contribuir com a análise de impacto regulatório”, disse. A previsão, segundo ele, é que as novas regras sejam aprovadas até o segundo semestre do próximo ano e a resolução entre em vigor em 2020. Um estudo de caso apresentado por Rodrigo Marcolino, diretor geral da Axis Renováveis e conselheiro da Absolar, constatou a inviabilidade de investimentos numa eventual mudança no modelo de compensação da GD. Principalmente porque não há compensação de investimento para clientes do fio b (consumidores de baixa tensão) por não haver incentivo fiscal. “Qualquer alteração no sistema de compensação terá um impacto muito relevante, podendo aumentar o payback de um projeto fotovoltaico em 3,3 anos, tempo suficiente para inviabilizar um investimento”, afirma.

O estudo foi baseado em premissas de

um sistema de 3 kWp, com investimento estimado entre R$ 17 mil e 22 mil e custo de operação de manutenção entre R$ 300 e R$ 500 ano, para uma tarifa b1 de R$ 531/kWh. Marcolino excluiu a possibilidade de simular outros cenários, uma vez que o primeiro já revelou que qualquer cobrança pelo uso do fio, como está sendo pensado na Consulta Pública Aneel 10/18, pode comprometer diretamente o desenvolvimento do mercado de geração distribuída no Brasil. (Adriana Dorante)v


Painel de produtos

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O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Fluke lança no Brasil analisadores de acionamento de motor www.fluke.com/pt-br

Os novos analisadores de acionamento de motor Fluke MDA-510 e MDA-550

simplificam a solução de problemas em sistemas de acionamento de motor monofásico e trifásico, oferecendo testes guiados que permitem aos técnicos capturar rapidamente as medições mais importantes. Os modelos, que fazem parte da série MDA-500, eliminam a inconveniência de configurar medições complexas, simplificando o processo de solução de problemas e fornecendo resultados de testes confiáveis e repetitivos.

Os equipamentos permitem que os técnicos selecionem um teste e as instruções passo

a passo, mostrando exatamente onde fazer as conexões de tensão e corrente, enquanto o perfil de medição predefinido assegura que todos os dados necessários sejam capturados para cada motor.

Os usuários também podem realizar medições dos principais parâmetros do acionamento motorizado, medições harmônicas estendidas,

medições guiadas ou simplificadas, além de medições de parâmetros elétricos adicionais.

A série MDA-500 simplifica o processo de coleta de dados e compilação de relatórios de testes por meio de um gerador de relatórios

integrado. Basta pressionar "salvar para reportar" em qualquer ponto de teste ou medição e o analisador o armazena para criar relatórios abrangentes que documentam todo o processo de solução de problemas.

Engerey lança painéis elétricos Smartlink para controle de iluminação www.engerey.com.br

A Engerey apresenta ao mercado os Painéis Elétricos Smartlink para controle de

iluminação. O produto permite o gerenciamento do sistema de iluminação de diferentes estabelecimentos a partir de um só lugar. A leitura e o controle do painel são realizados por meio de um software online. Remotamente, por meio do celular ou de um computador, é possível monitorar, ligar e desligar as lâmpadas de modo sincronizado.

Entre os principais benefícios da tecnologia estão a praticidade, otimização do tempo

(causada pela diminuição das tarefas rotineiras), possibilidade de programar diferentes cenas de iluminação, além da grande economia de energia com o desligamento programado. Os painéis são fabricados de acordo com a necessidade do cliente e possuem acabamento metálico.

Reymaster passa a comercializar novas tomadas e interruptores da Orion www.reymaster.com.br

A Reymaster Materiais Elétricos passou a comercializar as novas tomadas e interruptores da Orion

(Schneider). As tomadas personalizáveis (Orion You) são modulares, com possibilidade de combinações por meio da troca de placas. É possível, inclusive, que a tomada contenha desenhos feitos pelas crianças ou figuras que o usuário desejar. Estes produtos estão disponíveis em 10 ou 20 Amperes e em diferentes acabamentos.

A linha antibacteriana conta com a proteção Microban, que inibe a proliferação de bactérias e fungos e

diminui o risco de contaminação através do produto por toda sua vida útil.

Além disso, a distribuidora anunciou a chegada dos receptores bluetooth da Orion, que reproduzem música de

qualquer fonte como a internet, serviços de rádio ou streaming como o Spotify ou Deezer. Basta que o receptor seja emparelhado com qualquer dispositivo que contenha a tecnologia, como tablets, laptops, telefones celulares etc.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Por Adriana Dorante

Engemon e Alpha Equipamentos Elétricos discutem segurança em atmosferas explosivas em Santos Cidade foi palco do evento, visando em especial a segurança do Porto

Pensando na segurança da cidade que

reconhecimento internacional IEC 1906 Award.

abriga o maior Porto da América Latina, a

“É preciso a adoção de uma abordagem de

Engemon,

empresa

brasileira

focada

segurança ao longo ciclo total de vida das instalações “EX”, desde a atividade do projeto,

Elétricos realizaram, no dia 10 de outubro, o 1º

até as atividades rotineiras de manutenção,

Fórum de Segurança em Atmosferas Explosivas,

reparo e, principalmente, de inspeção”, explicou.

no Parque Balneário Hotel, em Santos.

“O Porto de Santos é a maior fonte de

ser feitas de acordo com as Normas Técnicas

renda de Santos e região ao realizar um terço

Brasileiras adotadas da série ABNT NBRIEC

das trocas comerciais brasileiras e gerar 33 mil

60079 Atmosferas Explosivas, elaboradas pelas

empregos. Para armazenamento de líquidos,

Comissões de Estudos do Subcomitê SC-31 do

conta com uma capacidade de 700 mil m³ e, para

Cobei.

granéis sólidos, instalações para acondicionar

mais de 2,5 milhões de toneladas. Com essa alta

do IECx – Sistema Internacional de Certificação

quantidade de produtos, é necessária cautela

“Ex”, certificação de competências pessoais “Ex”,

na hora de transportar produtos inflamáveis

de empresas de prestação de serviços “EX” e

que podem prejudicar a segurança portuária”

de equipamentos elétricos e mecânicos “EX,”

explicou Salma Appes Scaramuzzino, diretora-

apoiados pelas Nações Unidas. “O objetivo do

geral da Alpha Equipamentos Elétricos.

IECx é a aceitação mundial da normalização.”

ambientes.

Para Marco Silva, presidente da Engemon,

Fotos: divulgação

em

engenharia e tecnologia, e a Alpha Equipamentos

Segundo Bulgarelli, as certificações devem

Ele também reforçou que o Brasil faz parte

O evento ainda contou com a participação

As áreas classificadas são as que contêm

a área portuária de Santos é fundamental para

de Heleno Ferreira, coordenador de certificação

gás, vapor, poeira combustível, fibras ou

o escoamento e armazenamento de cargas

Ex, na DNV GL, destacando o processo de

partículas suspensas. “Se numa área há

que chegam ao Brasil, além de acomodar

certificação de produtos destinados ao uso em

substância inflamável e oxigênio é considerada

diversas indústrias com um perfil de atmosferas

atmosferas explosivas de acordo com a Norma

uma área de risco”, reforçou. Ela deu alguns

explosivas, área com risco de acidentes por

administrativa nº 179 do INMETRO, baseada no

exemplos de fontes de risco, como tanque de

excesso de produtos inflamáveis. “A ideia do

parâmetros do IEC.

armazenamento interno de açúcar e álcool de

evento surgiu justamente para aculturar os

A palestra também abordou sobre os

medição manual. Ao abrir a tampa e colocar a

profissionais que trabalham na região sobre a

três tipos de certificação compulsória para

régua de medição é uma fonte de risco, já que

importância de investimentos em segurança que

equipamentos elétricos e eletrônicos para

tem vapor presente.

podem salvar vidas e negócios.”

atmosferas explosivas de gases, vapores

Outros exemplos são carregamento e

Segundo o engenheiro e consultor técnico

inflamáveis e poeira combustíveis, tais como:

descarregamento de caminhões, torres de

da Petrobrás, Roberval Bulgarelli, as atividades

certificação de linha, certificação de lote e de

destilação internas das usinas, selo mecânico

diárias de manutenção das instalações “Ex”,

situações especiais para produtos importados,

de bombas, que pode ocorrer vazamento em

como preditiva e preventiva, ainda não são as

utilizada principalmente para regularização de

condição anormal, entre outros.

ideias e a segurança depende mais das pessoas

Skids (unidade modular de processos).

do que dos equipamentos. “Devemos tirar da

Alessandra Renata Junk, sócia proprietária

risco o descarregamento de grãos, ensacamento

cabeça esse mito do Brasil de que basta ter

da Maex, falou sobre a importância da

de leite em pó, amido de milho e a açúcar, entre

equipamento certificado que já é suficiente. É

classificação de risco e suas etapas básicas.

outros. “Existem graus de riscos que podem ser

preciso que as pessoas envolvidas (executantes,

“Tudo começa com a classificação de riscos,

contínuos ou não esperados para cada tipo de

supervisores,

como a determinação dos produtos inflamáveis,

componente e de situação”, apontou

das fontes de riscos e suas taxas de liberação e

Maikel Murpf, gerente do departamento

montagem) conheçam as Normas e o processo

dos tipos de zonas e sua extensão”, explicou

técnico da Alpha, falou da importância do

de instalação dos equipamentos”, ressaltou.

A classificação de área é um método de

produto “Ex” para atmosferas explosivas,

Bulgarelli é coordenador do Subcomitê

análise e classificação do ambiente onde uma

trazendo segurança à instalação desde que seja

SC-31 do Cobei, representa o Brasil no Comitê

atmosfera explosiva de gás, poeiras e camadas

corretamente instalado. “A Alpha conta com uma

Técnico TC 31 (Atmosferas explosivas) e TC 95

de

ocorrer,

diversidade de produtos específicos certificados

(Dispositivos de proteção) da IEC e no IECEx.

facilitando a adequada seleção e instalação de

para esse tipo de instalação, desde painéis,

Foi o primeiro brasileiro a receber o Prêmio de

equipamentos utilizados com segurança nesses

luminárias, motores elétricos, entre outros”, disse.

supervisores,

Instaladores, técnicos

e

executantes,

engenheiros

de

poeiras

combustíveis

possa

Em relação à liberação de poeira é fonte de



Evento

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O Setor Elétrico / outubro de 2018

Por Adriana Dorante Edição Cristiane Pinheiro Fotos: Cesar Cinato

A edição especial do Cinase - Circuito

Nacional do Setor Elétrico, ocorrida em São Paulo nos dias 3 e 4 de outubro, se destacou pela abordagem de assuntos técnicos de altíssima qualidade, de acordo com o público presente e consultores da revista O Setor

Edição especial do Cinase em São Paulo destaca assuntos técnicos de altíssima qualidade Evento itinerante contou com apresentações simultâneas de especialistas e em arenas com exposições técnicas de produtos e serviços das empresas participantes

Elétrico. O evento teve caráter interativo, com a apresentação de mais de 30 palestras em dois auditórios simultâneos ministradas por especialistas do mais alto nível da engenharia elétrica nacional em oito módulos divididos em: Painéis de Média Tensão, Cabines de Média Tensão, Painéis de Baixa Tensão – IEC 61439, Distribuição de Energia & Subestações, Qualidade de Energia & Eficiência Energética, Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Evolução & Tendências, Geração Distribuída & Energia Fotovoltaica e Iluminação, Aterramento & PDA. Ao final das apresentações, os


O Setor Elétrico / Outubro de 2018

especialistas participaram de um debate com o público presente. Outro diferencial foi a disposição de duas arenas próximas aos estandes, onde os expositores apresentaram as características técnicas de seus produtos e serviços. No total foram 31 expositores e mais de 40 marcas presentes, sendo patrocinador máster do Cinase a Alubar Metais e Cabos.

Segundo Adolfo Vaiser, diretor da revista O

Setor Elétrico e organizador do Cinase, o evento em São Paulo foi totalmente diferenciado dos outros modelos itinerantes. “O Cinase é um roadshow que circula o País, com o intuito de preencher uma carência técnica que existe Brasil afora. Aqui, preparamos um evento com o jeito que São Paulo merece ter, oferecendo debates com maior profundidade sobre os temas importantes ao setor. Essa foi a primeira vez que o evento tratou de cada assunto com mais de um especialista.”, destacou. “Para realizar o Cinase fazemos contato com entidades e empresas da região, envolvendo toda cadeia elétrica, desde concessionárias, Senais e indústrias. Agradeço a todos o patrocinadores e apoiadores que nos ajudaram a esse evento acontecer”, completou.

A abertura também contou com a palestra

magna sobre o Novo Marco Regulatório do Setor Elétrico – Impacto para as Fontes Renováveis,

19


Evento

20

O Setor Elétrico / outubro de 2018

apresentada por Antônio Celso de Abreu Junior, subsecretário de Energias Renováveis da Secretaria de Energia e Mineração do Governo do Estado de São Paulo.

Para o subsecretário, a evolução tecnológica

hoje cresce a uma velocidade muito maior do que nos anos 60. “Em 2009 começamos a perder capacidade de armazenamento de água nos reservatórios. Essa técnica para geração de energia dava muito certo nos anos 60. Hoje, nossa demanda por energia é muito maior do que os nossos reservatórios podem oferecer e para compensar esse risco geramos energia térmica ou por biomassa, mas tudo tem um preço. Esse risco também é precificado nas nossas tarifas”, explicou. Segundo

Abreu

Junior

é

preciso

repensar o novo marco regulatório do setor elétrico para o País não perder ainda mais competitividade. Entre os compromissos do setor elétrico, segundo o secretário, é garantir a autoprodução e o acesso ao mercado livre, a desjudicialização, a alocação de custos e medidas de destravamento como mudanças de

obrigação

de

contrato,

possibilidade

de redução de custos de transação na transmissão, de redução na transação na geração, possibilidade de separação de lastro e energia, estabelecer regras comerciais para máximo acoplamento entre formação de preço e operação e modernização do sistema de distribuição. Outra medida estudada é a forma de incentivo às renováveis (energia solar e eólica) devido a sua importância na matriz energética. “Essa medida está sendo discutida no Congresso e é fundamental para que possamos construir um setor elétrico estável e competitivo, pois é assim que garantiremos nossos empregos. As renováveis entraram na nossa vida a uma velocidade muito maior do que ocorria antigamente e temos de aprender a lidar com elas na mesma velocidade”, conclui.

Confira as seguir alguns dos principais

assuntos abordados nesses dois dias do Cinase SP.

Confira a seguir um resumo dos principais

assuntos abordados nesses dois dias do Cinase SP. A íntegra dessas informações você encontra em nosso portal www.osetoreletrico.com.br


21

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Padronização de subestações blindadas

Blindosbarra, para falar de sua experiência

Um pleito do setor elétrico nacional é a

no projeto de fornecimento de barramentos

padronização de subestações blindadas.

blindados para o arranha-céu mais alto do

A medida reduziria o tempo de aprovação

mundo no Oriente Médio, em Dubai: The Al

de projetos, de instalação e de entrega ao

Wasl Tower.

cliente. O assunto foi discutido no painel

Padronização nacional de subestações de

longas linhas de barramentos blindados para

entrada de energia com conjuntos blindados,

trafegarem em um ambiente extremamente

no módulo Painéis de média tensão, cabines

quente, o que requer profundas análises de

de média tensão, no primeiro dia do evento.

adequação do barramento da companhia

para temperatura ambiente de 50ºC, queda

Segundo Leandro Alves Ferreira, gerente

de Padrões, P&D e Eficiência Energética

Pogliano explicou que a torre necessita de

de tensão e expansão térmica.

da Eletropaulo, a ideia foi falar do modelo utilizado pela distribuidora, pensando numa

Estudos no campo

padronização nacional, já que existe muita

O módulo Qualidade de Energia &

diferença entre as concessionárias.

Eficiência Energética apresentou pesquisas

que

O grupo EDP também apresentou um

impactam

no

desempenho

de

novo cenário em 2018 de padrão técnico do

distribuidoras e empresas de energia. Entre

fornecimento de energia em média tensão.

elas, o estudo recente sobre medições de

Dentro desse panorama, a EDP decidiu

consumo em cargas distorcidas, da UFU -

padronizar a utilização de conjuntos blindados

Universidade Federal de Uberlândia, com 106

em subestações convencionais.

medidores calibrados a 0,1% de faixa de erro,

Ainda no módulo Painéis de Média

constatando-se que a energia ativa também

Tensão, Claudio Mardegan, da Engepower,

causa distorções harmônicas do barramento

falou sobre a NR10 e a Compartimentação

para a carga e este impacto está onerando

de Painéis Elétricos, especificamente de

exclusivamente as distribuidoras.

painel arco resistente.

No último painel do módulo, Mateus Duarte, presidente da SBQEE - Sociedade

Redes subterrâneas

Brasileira de Qualidade de Energia Elétrica,

As redes subterrâneas estão presentes

abordou os Aspectos Gerais de Medição

nas melhores cidades, indústrias e comércios

de Qualidade de Energia, mostrando casos

do mundo, oferecendo maior produtividade,

práticos.

segurança e turismo. O diretor executivo da Baur do Brasil, Daniel Bento, explicou

Convergência para a indústria 4.0

o motivo dessas vantagens no módulo

Estamos cada vez mais próximos da

Distribuição de Energia & Subestações, no

Indústria 4.0 e, no setor elétrico, essa

Cinase São Paulo.

tendência já pode ser vista em algumas

As indústrias que optam por redes

ferramentas que chegam para revolucionar

subterrâneas, segundo Bento, ganham em

o mercado. A Internet das coisas (IoT) -

confiabilidade, qualidade e vários benefícios

Internet of Things, em inglês, onde é possível

em relação a uma rede não isolada. Um

tornar qualquer coisa passível de registro,

benefício é a maior vida útil do cabo.

gerenciamento e controle por meio da Internet, mudou completamente a forma de

Cálculo da dilatação térmica em barramentos blindados em altos de edifícios

ver o mundo. O tema foi discutido no painel

O Cinase trouxe ainda o especialista

Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Evolução & Tendências. Entre os destaques neste módulo foi

italiano, fundador do primeiro barramento

o uso do BIM - Building Information Model

blindado da Europa, em 1942, Giorgio

(Modelagem da Informação da Construção)

Pogliano, diretor de negócios da Pogliano

nos projetos de instalações elétricas. O


Evento

22

O Setor Elétrico / outubro de 2018

BIM simula virtualmente uma edificação real, fornecendo todas os detalhes de cada elemento, incluindo das instalações elétricas antes do projeto ser iniciado.

A iluminação e a evolução tecnológica

Nos últimos três anos, o mercado de

iluminação passou por algumas mudanças positivas que apontam evolução em relação às lâmpadas LED. Essa percepção foi apresentada na pesquisa da arquiteta Juliana Iwashita, diretora da Exper, sobre a visão do projetista de iluminação em relação ao mercado nacional em 2018 em comparação com a mesma pesquisa realizada em 2015, durante o módulo Iluminação, no Cinase. Ainda no módulo Iluminação, Paula Carnelós, presidente da ASBAI - Associação de Arquitetos de iluminação, apresentou as principais características num projeto de iluminação e reforçou que é utopia dizer que o melhor projeto é o que oferece menor preço em menor tempo.

Já Mauro Kusznir falou

sobre controle de iluminação e IoT: além da eficiência energética. Segundo ele, o controle de iluminação vem para trazer conforto, segurança e economia.

Geração distribuída e energia fotovoltaica

Este módulo tratou sobre as oportunidades

e desafios da geração distribuída solar fotovoltaica no Brasil, painel apresentado por Ronaldo Koloszuk, presidente da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.

Outro painel que chamou

a atenção foi sobre o papel da geração distribuída

no

planejamento

energético

brasileiro, por Thiago Toneli Chagas, da EPE – Empresa de Pesquisa Energética. Aspectos regulatórios e modelos de negócios foram outros temas deste módulo, desenvolvido por Rodrigo Marcolino, do Conselho de Administração da Absolar.

Para finalizar os debates deste módulo,

desafios e experiências aprendidas, por Rodolfo Molinari Filho, que mostrou casos reais de sucesso. Leia essa e outras matérias sobre o Cinase São Paulo em nosso portal www.osetoreletrico.com.br



Evento

24

O Setor Elétrico / outubro de 2018

Por Adriana Dorante

Cinase SP é palco de lançamentos de produtos voltados à indústria 4.0

A exposição da 32ª edição especial do

Cinase, em São Paulo, trouxe as últimas novidades em tecnologias de grandes empresas do setor elétrico, todos na direção da indústria 4.0. A Schneider Electric, por exemplo, participou neste ano pela terceira vez do evento itinerante, apresentando o novo relé de proteção conectado a plataforma IoT (do inglês, Internet of Things, IoT) e palestra em uma das arenas disponibilizadas no local da exposição sobre tecnologias IoT para painéis de média tensão. Segundo Simone Yoshida, chefe de produção de relés de proteção e componentes de média tensão da Schneider Electric, uma das novidades de IoT é a tecnologia wireless para monitoramento de temperatura 24 horas por dia, facilitando o controle do que ocorre nos intervalos de manutenção e inspeção de termografia.

Assim como nas edições anteriores, a

Vicentinos participa do evento em parceria com a DLight, sua maior distribuidora no Brasil de rede compacta aérea de 15kV/35kV para divulgar as novidades no mercado, como o isolador de pino auto travante e o espaçador losangular polimérico auto travante.

A ABB lançou uma série de produtos,

como a chave especial americana Elastimold para aplicação e distribuição de energia em média tensão até 35kV e 630A, com aplicação industrial e de utilities. O diferencial é que essa chave pode ser aplicada em qualquer ambiente crítico, de alta poeira,

trabalhar em plataforma de automação local,

sistemas

alta concentração de umidade e até mesmo

industrial, elétrica e em nuvem, protegendo a

hospital. O equipamento faz a transferência

submerso até três metros de água.

planta e a unidade fabril. O Max 2 faz a gestão

automática para o gerador rapidamente de

completa de energia, desde gerenciamento

modo que esses sistemas não fiquem sem

de

Outro lançamento foi o Max 2 disjuntor caixa

aberta

voltado

ao

mercado

críticos,

como

datacenter

e

de falhas, até descarte de cargas em caso

energia.

de distribuição e indústrias. O produto

de emergência.

inteligente suporta até quatro protocolos de

A ABB também apresentou a chave

novidades na linha de relés de proteção e

comunicações distintos no disjuntor para

de transferência automática voltada para

controle do sistema de energia e sistema

Além disso, a companhia também trouxe


25

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Por Adriana Dorante

elétrico, tanto para controle e demanda,

display integrado, possibilitando a leitura

quanto para controle de emergências.

de corrente, tensão potência e fator de

A ABB também vem desenvolvendo o

potência. Esse produto se comunica ao

ABB Ability, solução para atender a indústria

portfólio da empresa via rede, conseguindo

4.0, a Internet das coisas compostas por

acoplar até oito disjuntores no concentrador

dispositivos que medem em campo e

de dados passando informações de forma

fazem automatização dessas informações

clara ao cliente, antecipando problemas.

interligados por meio de plataformas em

nuvem. A solução consegue a distância de

proteção para sistema de média tensão

qualquer equipamento com acesso à Internet,

criada na Inglaterra há mais de 100 anos

entender se o consumo aumentou ou reduziu,

e a agora integra o portfólio da Siemens.

fazer a gestão do disjuntor, além de extrair

Hoje, a companhia tem o portfólio completo

relatórios dos últimos três anos de gestão.

para proteção de sistema elétrico de média

A Siemens também divulgou seu novo

tensão, desde cabines primárias, motores,

disjuntor em caixa moldada linha 3VA, com

geradores e soluções contra arco elétrico

Outra novidade é a família de relés de


Evento

26

O Setor Elétrico / outubro de 2018

com painéis de media tensão.

Também conta com relés para cabines

primárias e sistemas de geração, tanto para máquinas rotativas, quanto para painéis solares e geração eólica, além das soluções básicas de proteção com funções avançadas para sistemas de proteção controle e automação e funções de manutenção preventiva.

Um dos destaques do Cinase é um

projeto inovador desenvolvido pela empresa AltoQi de sistema BIM - Building Information Modeling. Segundo Francisco Gonçalves Júnior, o BIM é uma solução para projetos e instalações elétricas com cabeamento estruturado SPDA de acordo com as Normas técnicas brasileiras. Essa metodologia está revolucionado o mercado de construção civil e já está consolidado na Europa e nos Estados Unidos.

A ferramenta faz todo o trabalho da

informação, ajudando o projetista a modelar a informação da edificação, a partir da possibilidade de construção de um prédio virtual antes mesmo de ser construído. Cerca de 99% das tecnologias BIM para projetos prediais são estrangeiras. “A AltoQi, localizada em Florianópolis, desenvolveu essa

solução

nos

padrões

e

normas

nacionais e chega para se posicionar e se consolidar no mercado, trazendo maior produtividade aos projetos de construção civil”, disse Gonçalvez Júnior.


Conjuntos de manobra e controle em alta tensão – Acima de 1kV até 52kV

28

Marcelo Guimarães Rodrigues e Nunziante Graziano Capítulo X – Causas, ensaios e fenômenos físicos de arcos internos em painéis de distribuição de alta tensão – Segunda parte - Principais detalhes do ensaio de arco elétrico devido a falhas internas em painéis - Definição de parâmetros para a realização do ensaio - Principais pontos a serem inspecionados durante o ensaio - Critérios de aceitação - Conclusões

Iluminação pública – ABNT NBR 5101

34

Luciano Haas Rosito Capítulo X – Novos critérios a serem avaliados na revisão da NBR5101 - Adequação das classificações de distribuição luminosa como requisito informativo - Inclusão de novo sistema como o BUG rating - Avaliação da malha de verificação de projetos e medições - Melhoria das definições da avaliação e medição de luminância

Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica

38

Geraldo R. de Almeida

Fascículos

Apoio

Capítulo III - Modelos estatísticos, modelos empíricos e modelos de mecânica do meio contínuo “MTTF de Cabos ACSR em: Modelos Estatísticos, Modelos Empíricos e Modelos de Mecânica do Meio Contínuo - MTTF nos modelos - O Estado atual da arte


Apoio

Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

28

Por Marcelo Guimarães Rodrigues e Nunziante Graziano*

Capítulo X Causas, ensaios e fenômenos físicos de arcos internos em painéis de distribuição de alta tensão – Segunda parte

crista da corrente suportável nominal,

contra impacto mecânico e distâncias de

apresentar em detalhes o conjunto de

Prezado leitor, este fascículo pretende

duração

escoamento.

Normas Brasileiras para construção de

valores nominais dos componentes que

conjuntos de manobra e controle em alta

fazem parte do conjunto de manobra

os requisitos de projeto e construção

tensão, acima de 1kV até 52kV inclusive.

e

obrigatórios

No capítulo inicial deste fascículo

controle

curto-circuito

em

invólucro

nominal,

metálico,

No

quinto

capítulo, para

abordamos

os

conjuntos,

incluindo seus dispositivos de operação

notadamente Estanqueidade ao gás e ao

apresentamos ao leitor os objetivos

e

e

vácuo, Sistemas de pressão controlada

deste

nível de preenchimento nominal dos

para gás, Sistemas de pressão autônomo

apresentação do panorama atual da

compartimentos

para gás, Sistemas de pressão selados,

NBR-IEC-62271-200 vigente no Brasil,

fluído.

suas de

trabalho,

que

subdivisões, interesse,

definições.

Fascículo

de

suas

Neste

contemplou

principais

pontos

interpretações segundo

a

seus

equipamentos

auxiliares

preenchidos

com

Sistemas

de

pressão

controlados

No terceiro capítulo, falamos sobre

para líquido, Sistemas autônomos de

e

as principais características de operação

pressão a líquidos, Flamabilidade e Compatibilidade eletromagnética.

capítulo,

normal, partes removíveis, aterramento

continuaremos a análise da NBR-IEC

do conjunto e do invólucro, fechamentos,

No sexto capítulo, falamos sobre

62271-200, suas regras gerais, definições,

conceitos de compartimentação dos

os requisitos de projeto e construção

características nominais obrigatórias dos

conjuntos,

obrigatórios

para

conjuntos, além dos requisitos de projeto

plaquetas de identificação.

notadamente

emissões

e construção. No segundo capítulo, abordamos

No

janelas

quarto

de

capítulo,

inspeção

e

os

conjuntos, de

raios

X,

mostramos

aspectos de corrosão, arco interno

os requisitos de projeto e construção

devido à falha interna, requisitos dos

as principais características nominais

obrigatórios

invólucros,

de um conjunto de manobra e controle

notadamente

em invólucro metálico de alta tensão,

intertravamento, indicadores de posição,

desde tensão nominal e número de

grau de proteção dos invólucros, proteção

fases, nível de isolamento nominal,

de pessoas contra acesso a partes

a abordagem dos ensaios de tipo,

frequência nominal, corrente nominal

perigosas e proteção do equipamento

elencando as principais razões pelas

de regime contínuo, corrente suportável

contra penetração de objetos sólidos

quais são realizados cada um dos

nominal de curta duração para circuitos

estranhos, proteção contra penetração

ensaios, resultados esperados e suas

principais e de aterramento, valor de

de água, proteção do equipamento

características mais importantes, com

para

os

conjuntos,

dispositivos

de

compartimentos

de

alta

tensão, partes removíveis e provisões para ensaios dielétricos em cabos. No

sétimo

capítulo,

iniciamos


Apoio

a participação do físico Cleber Rogério

arco elétrico devido a falhas internas.

definidos são: o tipo de acessibilidade

Fiori, abordando ensaios de tensão para

Com a caneta, então, Dr. Marcelo!

do painel, os valores da corrente e da

conjuntos de manobra e controle em alta

duração do ensaio. A norma define

a abordagem dos ensaios de tipo,

Principais detalhes do ensaio de arco elétrico devido a falhas internas em painéis

elencando as principais razões pelas

Este item apresenta os principais

não sejam representativas das aplicadas

quais são realizados cada um dos

aspectos relacionados ao ensaio de

na instalação, deve-se especificar outro

ensaios, resultados esperados e suas

arco elétrico devido a falhas interna

arranjo de ensaio.

características mais importantes, com a

em painéis, sem considerar todos os

participação do Engenheiro Eletricista

detalhes, que estão descritos na norma

Luis

tensão. No oitavo capítulo, continuamos

as distâncias entre o equipamento e as paredes e o teto da sala em que este será instalado. Caso essas distâncias

a) Tipos de acessibilidade

abordando

ABNT NBR 62271-200:2007. Têm-se

A representação da acessibilidade

ensaios de Corrente suportável de Curta

como foco alguns pontos a que o usuário

ao painel é essencial para avaliar o nível

Duração e de Elevação de Temperatura

final deve se atentar ao especificar o

de proteção das pessoas na proximidade

para conjuntos de manobra e controle

ensaio e ao inspecioná-lo.

do equipamento em condições normais

Eduardo

Caires,

em alta tensão. Neste capítulo, assume o comando o Dr. Marcelo Guimarães Rodrigues, pesquisador

no

CEPEL

-

Definição de parâmetros para a realização do ensaio

de operação e com o painel na posição normal de serviço, no caso da ocorrência do arco interno.

Centro

O princípio básico para a realização

Em painéis que não são montados em

Elétrica,

de um ensaio é garantir que este seja

postes, a distinção é feita entre dois tipos

de

representativo do fenômeno físico ao

de acessibilidade: tipo de acessibilidade A

Adrianópolis – Laboratório de Alta

qual o equipamento pode ser submetido.

- Restrito somente ao pessoal autorizado,

Potência,

em

Para isso, quanto à especificação do

e tipo de acessibilidade B, acessibilidade

ensaios de alta potência, incluindo o de

ensaio, os principais pontos a serem

irrestrita, incluindo público geral.

de

Pesquisas

de

Energia

Departamento

de

Laboratórios

onde

se

especializou

29


Apoio

Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

30

O tipo de acessibilidade não precisa ser, necessariamente, o mesmo em todos

consistem em unidades independentes

os lados do equipamento. A identificação

- Classificação IAC BF-ALR - arco interno

extensíveis (modulares). Neste caso, a

de cada lado é feita através de códigos: F

25 kA 0,5 s: ensaiado para uma corrente

amostra de ensaio deve consistir em duas

(frontal), L (lateral) e R (posterior).

de falta (eficaz) de 25 kA, durante 0,5 s,

unidades conectadas como em serviço e

Em painéis montados em poste,

previsto para ser instalado nas condições

o ensaio deve ser realizado, pelo menos,

a acessibilidade é sempre restrita por

de acessibilidade pública no lado frontal

em todos os compartimentos do painel

instalação fora de alcance, acessibilidade

e restrita aos operadores no lado lateral

adjacente aos indicadores. Outras situações

tipo C. A altura admissível mínima

e posterior.

são indicadas na norma.

da instalação deve ser declarada pelo fabricante. b) Corrente aplicada

- A sala em que o painel é instalado deve

Principais pontos a serem inspecionados durante o ensaio

ser simulada, considerando as distâncias do equipamento às paredes e ao teto indicadas em norma. Distâncias diferentes são

O valor da corrente de falha está

O acompanhamento do ensaio pelo

associado aos efeitos térmicos e dinâmicos

usuário final do equipamento, quando

- São colocados em torno do painel

do arco elétrico. Portanto, a definição do

possível, tem grande importância para que

pedaços de tecido de algodão preto

valor de corrente nominal de arco interno

este tome ciência de alguns detalhes do

de

do painel não deve ser inferior ao valor

ensaio e para que presencie diretamente

(indicadores), cobrindo 40-50% da área

da corrente de falta da planta em que o

a ocorrência da falha interna e as suas

de exposição a pessoas, que têm a função

equipamento será instalado.

consequências. Dos pontos detalhados

de simular se pessoas próximas seriam

sobre ensaio na norma, há alguns que,

atingidas pelas consequências do arco. As

usualmente, o inspetor deve focar atenção

posições de colocação dos indicadores

especial, que estão descritos neste item.

são função da sua classificação quanto à

c) Duração do ensaio Os valores-padrão de duração de ensaio recomendados em norma são

adotadas em casos específicos.

aproximadamente

150x150mm

acessibilidade (tabela 2).

1 s, 0,5 s e 0,1 s. Embora a escolha de

a) Arranjo de ensaios

duração de 0,1 s possa abranger as quatro

-

ser

A tensão aplicada ao circuito de ensaio deve

fases da formação do arco elétrico,

completamente equipada de modo a

ser igual à tensão nominal do painel e à

descritas anteriormente, a fase térmica

representar a instalação real, podendo-se

frequência industrial. Um valor inferior de

é limitada em um período muito curto.

representar os elementos internos do

tensão pode ser aplicado desde que o valor

Como o disjuntor de proteção interno

painel por modelos, desde que estes

da corrente eficaz atenda aos requisitos

ao painel, geralmente, está inoperante

tenham o mesmo volume e material

em norma e que o arco não se extingua

para interromper a corrente de falha e,

externo aos dos originais e que não afetem

prematuramente.

mesmo que este fisicamente abra, o arco

os circuitos principal e de aterramento.

tende a curtocircuitá-lo pelo ar ionizado,

- Cada compartimento de uma unidade

a proteção de retaguarda, na maior parte

funcional,

componente

deve ser igual ao da de curto-circuito

dos casos, eliminará a falta. Portanto, a

do circuito principal, deve ser ensaiado.

para o qual o painel é especificado com

duração do arco será consideravelmente

Fascículo

Geralmente, são ensaiados painéis, que

Como exemplo:

longa e, por isso, a duração de ensaio escolhida é, usualmente, 1 s.

do painel em ensaio de arco elétrico devido a falhas internas, este pode ser a

classificação

de

ensaio

contendo

um

deve

O valor eficaz da corrente de ensaio

Tabela 2 – Tipo e posicionamento dos indicadores em função do tipo de acessibilidade do painel

Distância dos

Tecido utilizado

indicadores ao painel

Após a verificação do desempenho

com

amostra

Tipo de acessibilidade

d) Designação de classificação IAC

designado

A

- Corrente, tensão e duração do ensaio

IAC

(iniciais de Internal Arc Classified - Arco Interno Classificado), explicitando sua acessibilidade (A, B ou C) e os valores de corrente em quiloampères (kA) e de duração em segundos (s) do ensaio.

Cretone preto (tecido

Acessibilidade tipo A

300 mm ± 15 mm

Acessibilidade tipo B

de algodão de aproximadamente 150 gm2)

(pessoal autorizado) 100 mm ± 5 mm

(público em geral)

Cambraia de linho preto com entretela

Acessibilidade tipo C -

Dispostos horizontalmente, a

Equipamento montado

uma altura de 2 m, cobrindo (aproximadamente 40 g/m2)

em poste

toda área de 3 x 3 m2,e centrados ao redor do poste

de algodão


Apoio

31


Apoio

Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão

32

respeito à formação de arco interno. O instante de estabelecimento de corrente deve ser escolhido de maneira que o valor de crista em uma das fases externas seja 2,5 vezes (para 50 Hz) ou 2,6 vezes (para 60 Hz) o valor eficaz da corrente e que a segunda maior crista também ocorra na outra fase externa. A tolerância dos valores eficaz e de crista da corrente de ensaio deve estar dentro de 0 a 5%. Se a tensão utilizada para alimentar o ensaio for inferior à tensão nominal, a norma faz concessões relativas a essas tolerâncias. Neste caso, o ensaio deve ser estendido até que a integral da corrente se iguale ao valor especificado dentro de uma tolerância de 0 a 10%. A corrente deve ser igual ao valor especificado, pelo menos, durante os três primeiros meiociclos e não deve ser menor que 50% do valor especificado ao término do ensaio. Geralmente, mesmo aplicando-se um valor reduzido de tensão, o valor eficaz de corrente é atingido e o que ocorre com mais frequência é a redução do valor de crista da corrente de curto-circuito, que

Figura 4 – Defeitos mais frequentes em ensaios de arco elétrico devido à falha interna em painéis realizados no laboratório de alta potência do Cepel, considerando um período de análise de 23 anos: falha 1 – arremesso de portas e tampas, falha 2 – queima de indicadores horizontais ou verticais, falha 3 – abertura de portas e lados acessíveis, falha 4 – desconexão do cabo de aterramento.

não deve ser inferior a 90% do valor de Critério nº 4 - As telas de tecido de algodão

um período de análise de 23 anos. A

A duração do arco é escolhida baseado

(indicadores) dispostas horizontal e

experiência do laboratório indica que

no tempo provável de atuação da proteção

verticalmente não devem se inflamar.

há uma tendência de que quanto maior

de retaguarda do painel. Usualmente,

Indicadores inflamados pela queima de

o número de ensaios realizados pelos

a duração adotada é 1 s para considerar

tinta ou etiquetas estão excluídos desta

fabricantes maior a taxa de aprovação

esse tempo e simular plenamente a fase

avaliação. Caso a ignição seja causada

nestes.

térmica do fenômeno do arco.

por partículas incandescentes e não

crista presumido.

por gases superaquecidos (o que deve

Critérios de aceitação

Conclusões

ser comprovado através de filmagem

A ocorrência de uma falha interna em

em alta velocidade), este critério será

um painel não devidamente projetado

considerado satisfatório se este atender

considerado atendido.

para este fim é um dos que provocam

aos seguintes critérios:

Critério nº 5 - A eficácia das conexões de

maiores prejuízos em um sistema de

aterramento não deve ser prejudicada.

distribuição, podendo causar graves

O desempenho do equipamento é

Fascículo

Figura 3 – Arranjo do ensaio de arco elétrico devido à falha interna de um painel com classificação IAC BF-ALR. Distâncias em mm.

Critério nº 1 - Portas

e

tampas

corretamente fechadas não devem se

consequências,

como:

danos

físicos

A figura 3 mostra o arranjo do ensaio

ou a morte de pessoas, interrupção do

abrir.

de um painel com classificação IAC

sistema, destruição dos equipamentos,

Critério nº 2 - Partes metálicas ou

BF-ALR.

reações

desfavoráveis

da

opinião

isolantes do painel (visores de inspeção,

A figura 4 mostra os defeitos mais

pública, etc. Para minimizar riscos às

aletas de alívio etc.), não devem ser

frequentes em ensaios de arco elétrico

pessoas próximas ao equipamento no

arremessadas.

devido à falha interna em painéis

caso desta ocorrência, a tecnologia

Critério nº 3 - Partes externas acessíveis

realizados

de

não devem ser perfuradas por ação direta

potência do Centro de Pesquisas de

resistentes a arco elétrico tem avançado

do arco nem por outros efeitos.

Energia Elétrica (Cepel), considerando

significativamente nas últimas décadas.

no

laboratório

de

alta

desenvolvimento

de

painéis


Apoio

Devido à complexidade do fenômeno

[2] N. Deb; T. Tricot ; P. Bailly ; L.T.

alta potência no cepel. In: XXIV SNPTEE -

físico, envolvendo plasma de alta energia,

Falkingham. Design of a new generation

SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO

altas temperaturas e altos esforços

of internal arc resistant switchgear. In:

ETRANSMISSÃO

mecânicos, aos diversos detalhes do

IEEE-IAS/PCA 2004 Cement Industry

ELÉTRICA, 2017, Curitiba – PR.

equipamento que têm influência em seu

Technical Conference, 2004, Chattanooga,

desempenho, uma abordagem teórica,

TN, USA.

DE

ENERGIA

No próximo capítulo continuaremos

através de modelos físicos, contribui

[3] M.G. Rodrigues, T.P. Amorim, C.S.

a abordagem dos ensaios de tipo,

parcialmente para o desenvolvimento

Xavier,C.C. Siqueira, M.F.C. Silva, M.M.

elencando os principais detalhes dos

do produto, juntamente à experiência

Gonçalves, R.Bianchi. Análise estatística

ensaios mecânicos em painéis.

empírica do projetista. A realização

dos ensaios realizados no laboratório de

de ensaios normatizados verifica se o projeto de um painel é adequado, considerando todos esses fatores, e contribui para mitigar as consequências das falhas internas em painel.

Bibliografia [1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 62271200: Conjunto de manobra e controle de alta tensão – Parte 200: conjunto de manobra e controle de alta tensão em invólucro metálico para tensões de 1 kV até e inclusive 52 kV. Rio de Janeiro, 2007.

Até lá!

*Marcelo Guimarães Rodrigues possui graduação em Engenharia Elétrica Ênfase em Sistema de Potência pela Universidade Federal Fluminense, mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é pesquisador do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica com ênfase em ensaios em equipamentos de alta tensão e em modelagem de sistema de aterramento. **Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/ USP),Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro doABNT/CB-003/CE 003 017 003 "Conjuntos de manobra e controle de alta tensão", Conselheiro Regional do CREA-SPda Câmara Especializada em Engenharia Elétrica ediretor da GimiPoglianoBlindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br

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Apoio

Fascículo

Iluminação pública – ABNT NBR 5101

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Por Luciano Haas Rosito*

Capítulo X Novos critérios a serem avaliados na revisão da NBR5101

abordados

emenda que ajuste este item e permita

classificação

os novos critérios que devem ser

Neste

artigo

serão

a classificação das luminárias nas quais

fotométricas que agreguem informações

avaliados e posteriormente poderão ser

a linha de meia intensidade máxima

relevantes para a avaliação da fotometria

estabelecidos na revisão da NBR 5101 que

ultrapasse a linha de referência. Em

de uma luminária. A classificação BUG

está ocorrendo durante o ano de 2018 e

função disto questionamos se realmente

é uma delas que poderá ser considerada.

deverá ser concluída em 2019. Após seis

existe

de

Sendo B “Backlight”, U “Uplight” e G

anos da sua última revisão, a NBR 5101

classificação e se esta informação traz

“Glare”, esta classificação define o quanto

novamente passa por uma atualização e

algum benefício para quem vai realizar

do percentual da luz é direcionada para

por meio de reuniões periódicas durante

um projeto de iluminação pública.

trás, o quanto vai para cima e qual o

este ano, estão sendo feitos estudos e

Da mesma forma, se a exigência uma

grau de ofuscamento gerado. Neste

análises para que tenhamos uma revisão

determinada

um

ponto, a preferência por equipamentos

dos itens já estabelecidos e a inclusão de

Edital para aquisição de luminária traz

que diminuam a poluição luminosa é

novos critérios.

algum benefício para quem irá aplicar

uma busca a ser levada em conta no

esta luminária em qualquer tipo de via

projeto e esta classificação pode ajudar

pública, ou se a exigência de algum tipo

ao projetista a especificar equipamentos

específico de classificação longitudinal

que não direcionem luz para cima. Assim

ou transversal está servindo somente

como a prevenção ao ofuscamento de

para direcionar alguma especificação

motoristas e pedestres em um projeto de

para

este

iluminação pública apresenta qualidade

tipo de classificação tem origem em

da iluminação e melhor aproveitamento

luminárias com tecnologia de descarga,

da luz. O projeto correto também leva em

do

que utilizam uma lâmpada e um

conta a quantidade de luz que é distribuída

tipo II que trata da linha de meia

refletor e geram um determinado tipo

para parte que fica atrás da luminária,

intensidade

a

de distribuição fotométrica, diferente

iluminando a pista e as calçadas de forma

linha de referência, nos últimos meses

das fontes de luz LED com uma lente

adequada. Para cada configuração de via

houve uma intensa discussão sobre

e outra característica para emissão e

em relação a disposição dos postes, largura

a impossibilidade de classificar as

distribuição da luz.

da pista e calçadas, pode ser levado em

Adequação das classificações de distribuição luminosa como requisito informativo e inclusão de novo sistema como o BUG rating Em função da falta de um trecho da

tradução

da

classificação

máxima

ultrapassar

luminárias públicas de acordo com a NBR 5101:2012 e a elaboração de uma

a

função

algum

para

este

classificação

produto.

tipo

em

Ainda,

das

distribuições

Com estas questões, é necessária

conta um tipo de distribuição da luz que

avaliação

vai para trás.

de

outras

formas

de


Apoio

a serem recomendados para cada área de cada cidade. Desta forma, a NBR 5101 servirá como uma base sólida para o desenvolvimento de critérios claros de iluminação para um plano diretor de iluminação pública para cada cidade sendo um limitador da importante da progressão da poluição luminosa.

Avaliação da malha de verificação de projetos e medições Outro

critério

que

está

sendo

avaliado é a revisão da malha de projeto e medições de campo a fim de torná-la mais precisa e com a quantidade de Figura 1 – Sistema de classificação “BUG” – TM-15-11 da IES

pontos

adequada,

facilitando

a

avaliação sem a perda da qualidade das informações obtidas em projeto e em

A compatibilidade entre o sistema

real aplicação e funcionalidade para os

campo. As alternativas de novas malhas

atual e a classificação “BUG” deverá ser

projetistas e usuários, sendo importante

e novas quantidades de pontos seguem

avaliada através de análises de fotometrias

também a classificação dos tipos de

sendo discutidas e avaliadas por meio de

reais comparando os resultados e sua

zonas e seus limites máximos permitidos

testes em software e em campo. Houve

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Fascículo

Iluminação pública – ABNT NBR 5101

36 um avanço significativo nesta análise

reconhecimento de pessoas tornando

públicos e privados e estudos de PPPs

no sentido de não alterar a quantidade

mais segura a circulação dos usuários

e outros projetos utilizem este critério

de pontos significativamente, mesmo

destas praças e parques. Estes temas

como

para a verificação de campo, sendo

estão sendo avaliados e foram tema da

os níveis mínimos exigidos para a

importante

reunião da comissão de estudos no dia

luminância. Critérios de classificação

23 de outubro.

das vias e de que maneira podem ser

manter

a

precisão

dos

resultados. Ao mesmo tempo que seria

referência

para

determinar

melhor simplificar as malhas e reduzir

Da mesma forma, a medição e projeto

reclassificadas durante a noite e de que

tempos de cálculos e medição, não se

de vias irregulares, em curva, com

maneira seria possível a dimerização

pode abrir mão de confiabilidade dos

elevações (aclive e declive) devem ter

e adaptação dos níveis também estão

resultados e medições, a malha e seus

maior detalhamento e uma padronização

sendo

pontos devem representar a maior parte

nos procedimentos de medição. Quais

revisão da NBR 5101 é compatibilizar

das diversas situações existentes em

as recomendações para a instalação

as referências internacionais que estão

campo. A melhoria do detalhamento

dos equipamentos nesta situação, a fim

sendo consideradas com a Norma atual

da medição de calçadas, assim como os

de evitar o ofuscamento e manter a

e, principalmente, com a necessidade

critérios de luminância, deverão utilizar

uniformidade da iluminação das vias.

de iluminação no Brasil em termos de

como

referência

alguma

publicação

internacional, com a quantidade e localização dos pontos de cálculo e medição de iluminância. A inclusão

Melhoria das definições da avaliação e medição de luminância

desafio

na

É necessária inclusão das condições de projeto e medição de luminância como nas recomendações internacionais que estabelecem a padronização do

As

condições

de

observador a uma distância média

estão

estabelecidas

de 83,07 metros e uma altura do olho

somente no item 5.1.2

luminância

também está sendo discutida.

O

visibilidade e qualidade da iluminação.

dos critérios e da malha de medição vertical em calçadas e faixas de pedestres

considerados.

que

específicas

- Requisitos

do observador a 1,45 m em direção

A medição e verificação de pontos

de iluminância e uniformidade na

ao ponto de visualização. A malha de

de cruzamentos, condições específicas,

NBR 5101 devem ser melhoradas em

medição de luminâncias deve ser criada

praças e parques também deve ser levada

ampliadas a fim de facilitar a utilização

de acordo com estes preceitos e devem

em conta. Não está ainda bem definida

do conceito da luminância. A tabela 3

ser detalhados os instrumentos de

a questão dos critérios de projeto

deste item que estabelece os requisitos

medição, bem como os procedimentos

para cruzamentos e suas variações de

de luminância e uniformidade, deveria

para realização desta medição. Critérios

configurações, correta disposição das

estar

como

luminárias a fim de evitar conflito

projetos de iluminação pública sendo

Visibility)

com semáforos e outros equipamentos

as vias classificadas como V1, V2 e

avaliados, assim como a criação de um

de sinalização e outros aspectos que

V3 obrigatórias para os requisitos de

capítulo específico sobre ofuscamento e

ajudariam a tornar esta zona de conflito

luminância e as demais orientativas. Vale

de que maneira interfere na capacidade

de tráfego mais segura, incluindo a

lembrar que os critérios de iluminância,

de visão do usuário.

sinalização correta e iluminação vertical

luminância

na faixa de pedestres.

uniformidades devem ser atendidos

sendo

considerada

e

suas

em

todos

sempre simultaneamente para o projeto.

pista molhada, que atualmente são

Para consolidar esta tabela e ressaltar

tema

internacionais

a importância da luminância para um

com Normas específicas como a CIE

projeto de qualidade, deveria ser criado

047, também estão sendo discutidas

um capítulo específico para este tema

para ter critérios na Norma. Para as

onde poderiam estar detalhados os itens

praças, os critérios de projeto deverão

relativos à aplicação do conceito. A

definir a necessidade de iluminação

luminância deveria ser a mais importante

de caminhos e demais condições de

forma de definição de um projeto de

instalação

publicações

áreas,

iluminação pública. Infelizmente ainda é

deixando a também a recomendação de

raro que Editais de licitação de compra de

iluminação do entorno para facilitar o

equipamentos, projetos luminotécnicos

e

medição

destas

STV

também

(Small

Target

poderiam

ser

respectivas

As condições de visibilidade em de

método

Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica

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Por Geraldo R. de Almeida *

Capítulo III Modelos estatísticos, modelos empíricos e modelos de mecânica do meio contínuo

Resumo

Introdução

A confiabilidade é um ramo da matemática dentro da teoria das

O Modelo Especulativo, também denominado de “observação

probabilidades. A teoria das probabilidades foi formalizada com a

direta”, é o mais antigo e talvez o mais belo de todos os modelos: Ele

plataforma da teoria dos conjuntos por ANDREI KOLMOGOROV.

nasce na Grécia, no começo da História (início da era da palavra

A teoria das probabilidades é o suporte essencial para as funções

escrita), na forma de Mito [01] (Narrativa bem conformada) e a

de densidade de probabilidade usadas na estatística. As funções de

despeito de todo desenvolvimento humano, usamos este modelo

densidade de probabilidade operam no domínio fechado [0,1].

até hoje, principalmente na Política e nas Religiões. No caso de

A confiabilidade é a capacidade de um sistema cumprir sua

materiais, este modelo tem sido implementado da seguinte maneira:

missão, dentro de condições previamente especificadas, num

(i) Instala-se um engenho, dispositivo, sistema em determinadas

intervalo do tempo pré-estabelecido, conhecendo-se o tempo

condições e passa-se a observar seu desempenho ao longo do tempo;

médio para a primeira falha, e a probabilidade do sistema falhar,

(ii) Descobre-se que existe alguma experiência bem sucedida com

antes do tempo médio previsto.

algum engenho, dispositivo ou sistema instalado e funcionando há

A confiabilidade pode ser construída por meio de: observação

algum tempo e vamos visitá-lo e ouvir as narrativas de desempenho

direta (modelos empíricos), observações de laboratórios (modelos

de quem está operando; (iii) Coleta-se informações difusas de

experimentais) e com hipóteses e conjecturas (modelos matemáticos

sistemas similares e busca-se um modelo que seja melhor para as

– topológicos).

conveniências. Religião, Política e Mercado aplicam muito este

A confiabilidade pode ser resumida do ponto de vista pragmático

último enfoque.

em dois parâmetros: MTTF e MTBF. O MTTF (Mean Time To Failure)

O Modelo Cosmológico é um modelo universal, pois por onde

é aplicável aos componentes não reparáveis, enquanto o MTBF (Mean

se observa ele está presente [02] e ainda mais atual e seu crédito é

Time Between Failure) é aplicável a componentes reparáveis.

concedido a Gauss.

A confiabilidade dos materiais é guiada pelo parâmetro MTTF

Para Gauss, a taxa de transformação de qualquer evento no

– Tempo médio para a primeira falha e pela função de densidade de

cosmo era diretamente proporcional ao resíduo do evento, pelo

probabilidade do sistema falhar antes do MTTF. Os materiais são

tempo decorrido para ter acontecido aquele evento:

considerados componentes “não reparáveis”. Por isso, devem ser substituídos toda vez que for atingido o MTTF. Para componentes reparáveis, a substituição segue o mesmo princípio. Neste artigo serão apreciados os modelos já disponíveis para

Não necessita muito esforço para concluir que

avaliar o MTTF dos materiais usados em cabos ACSR e como usálos em projeto e administração de uma linha de transmissão de energia elétrica.

O Modelo Cosmológico para sua utilização requer quase sempre o acoplamento de algum modelo físico (p.e. a difusão física).


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Apoio

Mas é muito explorado na Engenharia, na resolução de equações diferenciais parabólicas, e muito útil na formulação de fenômenos que utilizam a hipótese ergódica [03]. Neste trabalho será invocado no dimensionamento do tempo médio para a primeira falha, que com auxílio da teoria formal da confiabilidade que permite determinar que o MTTF. Com a distribuição de Gauss, ocorre em t=δ (desvio padrão). O Modelo Empírico, [04] também de observação direta, mas avaliado com o método científico, é um modelo que requer muito esforço físico e intelectual, sobretudo para interpretar os resultados dos experimentos. Hoje em dia, a estatística tem vindo em socorro deste modelo e, a despeito do grande número de experimentos necessários para uma boa conclusão, este modelo é muito usado em Ciências Naturais e Economia. No inicio (1920) do uso de cabos de alumínio reforçado com alma de aço, a Alcoa e outros fabricantes americanos de cabos ACSR desenvolveram este modelo para garantir um tempo adequado de desempenho de um cabo composto antes da primeira falha. O ensaio de tração e deformação em um cabo completo está apresentado na figura 1. Nesta figura, no eixo das abcissas são as deformações unitárias e nos eixos da ordenadas estão as tensões (força pela área da seção transversal). Este ensaio, a despeito da idade (1950), é usado no mundo em vários países. Neste País, ele é usado com a denominação NBR 7302 [05].

Figura 1 - Ensaio tensão e deformação

Figura 2 - Ensaio de fluência mecânica


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Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica

40

Na complementaridade do ensaio de tensão e deformação, vem

O Modelo da Mecânica do Meio Continuo é creditado ao

o ensaio de fluência (creep na literatura de língua inglesa). A figura

Prof. Michael Ashby [09] da Universidade de Cambridge (UK). A

2 mapeia o resultado do ensaio. Neste País ele é adotado com o

motivação dos trabalhos de Ashby foram os acidentes catastróficos

rótulo de NBR 7303.

dos aviões da BOAC em meados dos anos 50.

Devido sua importância para metais não ferrosos (dúcteis), o

Ashby conseguiu medir e mapear a taxa de cisalhamento dos

resultado do ensaio de fluência é sobreposto ao ensaio de tensão

materiais em função da temperatura e do tensor de cisalhamento.

e deformação, para facilitar a análise dos projetistas de linhas de

A temperatura foi admensionalizada em função da temperatura de

transmissão. De modo geral no mapa consolidado dos dois ensaios,

fusão do material e o zero absoluto. A ação do tensor de cisalhamento

o ensaio de fluência termina com o tempo de 10 anos. Este tempo

foi admensionalizada em função do tensor ortogonal, módulo de

é mandatório porque neste período ocorre o exaurimento da fase

elasticidade e coeficiente de Poisson do material. O modelo Ashby

elástica dos materiais dúcteis (0,2% de deformação unitária).

é um modelo Lagrangeano de imensa utilidade na modelagem de

O exaurimento da fase elástica significa que o material condutor por fadiga cíclica, mesmo tendo uma taxa de cisalhamento muito menor que aquela da fase plástica (pois a tensão de deformação não pode mais ser aumentada). Apesar da grande fragilidade do alumínio em fadiga cíclica os cabos ACSR não se rompem por causa do aço na alma, deste modo eles podem ser reparados nas falhas do alumínio e duram por cerca de 50 anos ou mais. O modelo de cinética química teve seu início com trabalhos pioneiros de laboratório do Dr. T. W. Dakin [07]. Ulteriormente foi sistematizado pelo Dr. Stanley E. Kiersztyn [08], que desenvolveu um elegante modelo para estudo de rigidez dielétrica dos materiais isolantes elétricos, que complementou as observações do Prof. Dakin.

Figura 4 - Modelo Ashby

O modelo da cinética química, resumido por Kiersztyn na

O modelo matemático (topológico) está em desenvolvimentos

equação a seguir é em tudo análogo ao modelo cosmológico, apenas

nas comunidades científicas mais avançadas [10], [11] e [12].

com a dimensão do tempo muito mais acelerada.

Este modelo parte da hipótese ergódica, incorpora a mecânica Lagrangeana, alargam o conceito de cadeia de Markov e usam o amostrador de Gibbs (GIBBS SAMPLER) para simular o

Se N → 1 e muito antes da primeira falha (1)

funcionamento de uma linha de transmissão com assinatura ambiental, mas este modelo está fora do escopo deste trabalho. Neste trabalho serão abordados e analisados dados de MTTF obtidos em modelos especulativos, modelos empíricos observáveis

Que é o original modelo cosmológico Esta analogia é de suprema importância para limitar o horizonte

Fascículo

peças (hélices e rotores) em alta temperatura.

foi para a fase plástica e nesta fase ele é muito mais susceptível à falha

da primeira falha. Na apreciação física desse modelo é comum identificar o expoente N como parâmetro de saúde do material.

e modelo de mecânica do meio contínuo.

MTTF nos modelos Na literatura mais difundida, os melhores dados de falha estão no documento Cigre [13], onde uma estatística com mais de 40 anos resume o desempenho de linhas declarando as falhas de rompimento de fios dos cabos ao longo de 40 anos. No painel de discussão denominado “EDS Panel”, os dados foram recolhidos de diversas linhas de transmissão em concessionárias européias. Nos dados da tabela 1, cabos ACSR são os tradicionais comercializados desde 1920, Aluminum Conductors são os tradicionais cabos CA construídos com ligas EC1350 (99,5% de pureza e 61 % de condutividade IACS – International Annealed Copper Standard), Aldrey conductors são cabos construídos com

Figura 3 - A saúde dos materiais

liga de alumínio 6201, Steel conductors são os cabos guarda.


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alongamento são medidos em tempo real. De modo geral, o ensaio tem a duração de 1000 horas (~45 dias). Como o andamento da fluência é quase linear, a correlação é extrapolada para 100 000 horas (~ 10 anos). O tempo de extrapolação foi arbitrado em função do alongamento medido após esta duração. Geralmente, o alongamento do alumínio no tempo de 10 anos é da ordem de 0,2% que, de modo geral, é o alongamento da fase elástica dos metais não ferrosos, sob Tabela 1 - Panel EDS Cigre - 273

fluência, na temperatura ambiente neste período. Deste modo, a AAA considera que, exaurida a fase elástica, o material torna-se frágil e isto coincide com a sequência de falhas enunciada com observação do Cigre. O modelo da mecânica do meio contínuo é creditado ao Prof. Michael Ashby da Universidade de Cambridge (UK). A motivação dos trabalhos de Ashby foram os acidentes catastróficos dos aviões

Tabela 2 - Panel EDS Cigre – 273 - Statistics

da BOAC em meados dos anos 50. Ashby conseguiu medir e mapear a taxa de cisalhamento dos

Nos dados da tabela de danos, a publicação deixa presumir que

materiais em função da temperatura e do tensor de cisalhamento.

a estatística pode conter: Cabos ACSR, Cabos Aldrey e Cabos de

A temperatura foi admensionalizada em função da temperatura

Alumínio puro (EC1350). Todavia, a terminologia EDS é muito

de fusão do material e o zero absoluto. A ação do tensor de

mais usada quando se refere a cabos do tipo ACSR.

cisalhamento foi admensionalizada em função do tensor ortogonal,

Na tabela de danos, para linhas com mais de 20 anos de uso,

módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson do material.

100% delas apresentaram algum dano quando o EDS > 18 %.

O mapa mostrado na figura abaixo corresponde ao do alumínio

Assim, o primeiro MTTF (Mean Time To Failure) para cabos desta

puro, ensaiado desde uma temperatura muito baixa (-200ºC) até a

estatística (ACSR – AAC – AAAC) é de 10 anos (metade do valor

temperatura de fusão (660 ºC). Para calcular as coordenadas de Ashby

de 20 anos para que todas as linhas apresentassem alguma falha).

foram usados os dados do cabo Coreopsis resultando a tabela 3.

No método empírico controlado, os ensaios de tensão e deformação [05] associado ao ensaio de fluência [06] fornecem uma informação experimental de suprema importância para dimensionamento do MTTF de cabos do tipo ACSR, AAC e AAAC. O ensaio de tensão e deformação é realizado em três estágios com amostras de 10 metros de comprimento: (i) No primeiro estágio com subida de carregamento em degrau, determina-se a carga de ruptura do cabo completo, (ii) De posse da carga de ruptura do cabo completo, realiza-se o ensaio em degraus de 15%,

Fascículo

25% 50% 75% e 85% da carga de ruptura, anotando-se os respectivos alongamentos, (iii) no terceiro estágio realiza-se o ensaio apenas sobre a alma (aço) do cabo, com o mesmo procedimento anterior. As duas curvas obtidas com as coordenadas dos pontos de alongamento e as respectivas tensões de alongamento são subtraídas e a curva resultante é uma aproximação do desempenho apenas do alumínio. O ensaio de fluência (creep na língua inglesa) é também um ensaio conduzido sobre um cabo de 10 metros de comprimento, no qual é aplicada uma carga da ordem de 25% da tensão de ruptura do cabo completo. Algumas vezes, alguns compradores pedem também ensaios de fluência com 15%, 20%, 30% e até 35% da carga de ruptura. À carga aplicada o alongamento é anotado ao longo do tempo. Modernamente, os ensaios são assistidos por “strain gages” e o

Levando as coordenadas [50ºC,1,53E-03] no Mapa de Ashby . mostrado abaixo verifica-se que o cisalhamento devido ao creep está ϵcreep≥ 10-8 s-1 que é inferior aos 10 anos para o alumínio puro.

Confiabilidade e “MTTF”

Se a probabilidade de um material de engenharia falhar for descrita por uma função de densidade de probabilidade qualquer f(x). Então, a certeza de que falha do material descrito por esta função será;


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43 Cabos tracionados seguem uma distribuição estatística de probabilidade denominada Weibull [14]. Entretanto, se a amostra ensaiada for muito grande, vale o teorema do limite central e a distribuição estatística de Gauss é este limite. Se a função que descreve as falhas forem f(x)

e F(x), a

confiabilidade do material sobreviver é definida por R(x). Deste modo, podemos aceitar que a probabilidade instantânea [14] de falha durante qualquer tempo pode ser estimada com uma função denominada Hazard Rate, assim;

Figura 5 - Taxa de falhas para os materiais

mecânica do meio contínuo de ASHBY. Em um tempo de 20 anos, a Se a função de Gauss (Normal) descreve a probabilidade do

probabilidade do cabo falhar é quase 100% nos fios de alumínio. A

material falhar, A primeira falha h(1) ocorrerá quando h(1)=σ , ou

falha mecânica ocorre nos fios de alumínio, geralmente da camada

seja, o primeiro desvio padrão (~68%).

externa e de forma preferencial quando o cabo possui diâmetro

Se a função de densidade de probabilidade for a de Weibull, a hazard rate será uma função do tempo, muitas vezes denominada simplesmente de curva da banheira.

O Estado atual da arte

superior a 1´´ (25 mm). Na figura 6 são apresentadas a construção Drake do ACSR e alguns cabos de diâmetro equivalentes, onde os fios elementares externos são de liga de alumínio. Usar cabos com diâmetros inferiores a 25 mm é de grande ajuda

Os cabos ACSR de uso generalizado em linhas de transmissão

para mitigar os efeitos de fadiga cíclica devido a vibrações eólicas, mas

possui um tempo médio para a primeira falha mecânica, MTTF, de

isto quase sempre significa uso de condutores em “bundle” que eleva

10 anos nos fios de alumínio e 300 anos nos fios de aço no modelo da

os custos da transmissão e deve ser considerada para linhas em AC.


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44

[02] Carl Friedich Gauss - 1821, 1823 and 1826: Theoria combinationis observationum erroribus minimis obnoxiae. Drei Abhandlungen betreffend die Wahrscheinlichkeitsrechnung als Grundlage des Gauß'schen Fehlerfortpflanzungsgesetzes. (Three essays concerning the calculation of probabilities as the basis of the Gaussian law of error propagation) English translation by G. W. Stewart, 1987, Society for Industrial Mathematics. [03] Ya. G. Sinai, On the Foundation of Ergodic Hypothesis for Figura 6 - Cabos aéreos para transmissão

Em HVDC, o campo elétrico é muito intenso e nestas tecnologias exigem-se diâmetros de condutores superiores, da ordem de 40 mm, mesmo em formação em “bundle”. Isto pode significar que o MTTF de 10 anos para os fios de alumínio liga (qualquer que seja a composição) é um fato que deve ser considerado nos projetos e

(1963), 1261-1264 [04] Francis Bacon Novum Organum (English), Thomas Fowler (ed., notes, etc.) McMillan and Co., Clarendon Press, Oxford (1878), public domain. [05] NBR 7302 – ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas – Condutores elétricos de alumínio – Tensão e deformação

gestão dos ativos numa linha de transmissão.

em condutores de alumínio – MÉTODO DE ENSAIO.

Conclusões

Técnicas – Condutores elétricos de alumínio – Fluência em

O artigo apresentou de modo amplo o conceito do MTTF, parâmetro de confiabilidade de elementos não reparáveis, como o exemplo de materiais usados como condutores de cabos de linha de transmissão de energia elétrica. Na teoria geral da confiabilidade existem ferramentas matemáticas formalizadas para uso na determinação do MTTF dos materiais. Para obtenção do MTTF dos materiais, existem modelos físicos que vão desde os modelos de observação direta até os modelos matemáticos topológicos, passando pelos modelos empíricos e experimentais. Com base nos conhecimentos disponíveis e de alguns dados colhidos em diversos trabalhos, avançamos as seguintes assertivas e recomendações: 1- o MTTF para o alumínio ligas é de 10 anos (ASHBY); 2 - o MTTF para o cobre é de 30 anos (ASHBY); 3 - o MTTF para o aço é de 300 anos (ASHBY);

Fascículo

a Dynamical System of Statistica Mechanics, Dokl. Akad SSSR 153

4 - cabos ACSR não se rompem porque tem aço na alma; 5 - cabos de ALL tem vida de 20 anos. (Cigre 273); 6 - o MTTF é um parâmetro de administração de ativos; 7 - em conseção de 30 anos o concessionário se obriga a recondutorar a linha antes de devolvê-la.

Agradecimentos O autor, consultor do grupo Intelli, agradece a permissão para

[06] NBR 7303 - ABNT Associação Brasileira de Normas condutores de alumínio – MÉTODO DE ENSAIO [07] T.W. Dakin – Electrical Insulation Deterioration Treated as a Chemical Rate Phenomenon – AIEE Trans Vol 67, 1948 pp 113-122. [08] Stanley E. Kiersztyn – Formal theoretical Foundation of Electrical Aging of Dielectrics – PAS IEEE 100 Issue 11 NOV 1981. [09] ASHBY, M.F. Materials Selection and Process in Mechanical Design. Butterworth Heinemann, Oxford, 1999 ISBN 0-7506-4357-9 [10] Gelfand, Alan E.; Smith, Adrian F. M. (1990), "SamplingBased Approaches to Calculating Marginal Densities", Journal of the American Statistical Association, 85 (410): 398–409, doi:10.2307/2289776, JSTOR 2289776, MR 1141740 [11] Casella, G.; George, E. I. (1992). "Explaining the Gibbs Sampler". The American Statistician. 46 (3): 167. doi:10.2307/2685208. JSTOR 2685208. (Contains a basic summary and many references.) [12] Levin, David A.; Peres, Yuval; Wilmer, Elizabeth L. (2008), "Markov Chains and Mixing Times", American Mathematical Society. [13] CIGRE 273 – Overhead Conductor Safe Design Tension With Respect To Aeolian Vibration – JUN 2005 [14] Kailash C.Kapur, Lonard R. Lamberson – RELIABILITY IN ENGINEERING DESIGN – WILEY pp 608 [15] AAA (ALUMINUM ASSOCIATION OF AMERICA) – Stress-Strain-Creep curves for Aluminum Overhead Electrical Conductors. A technical report for aluminum association’s Electrical Technical Commitee.

publicar este trabalho.

Referências [01] HESIODI - Theogonia Opera et dies Scutum. Edidit Friedrich Solmsen. Fragmenta selecta ediderunt. R. Merkelbach et M. L. West. Oxford, Clarendon Press, 1966.

Geraldo R. de Almeida é Engenheiro Eletricista da INTELLI – Terminais e Conectores. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

45




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Aula Prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Por Fabricio Gonçalves Costa Pinto

Conjunto Sieltt submetido ao teste de elevação de temperatura no barramento principal

Ensaios em laboratório para Quadros Elétricos conforme IEC 61439-1/2


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O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Desde a publicação da NBR IEC

ensaios de rotina e a documentação que

60439-1 em 2003, a obrigatoriedade da

deve ser apresentada junto ao Conjunto

realização de Ensaios de Tipo em Quadros

também sofreram alterações e se tornaram

Elétricos é objeto de discussão em todos

mais criteriosos, bem como a seleção e

os segmentos da indústria. De início, a

instalação de componentes no Conjunto.

discussão se dava em torno das diferenças

Nota-se, portanto, que um produto testado

entre os conceitos de Conjunto Totalmente

conforme a IEC 60439-1 não deverá sofrer

Testado (TTA) e Conjunto Parcialmente

alteração alguma para atender a norma

Testado (PTTA). Com a publicação da revisão

IEC 61439-1/2. A grande mudança está

da norma em 2016 sob a identificação de

muito mais na conscientização em torno da

NBR IEC 61439, publicada em duas partes,

aplicação do Conjunto no mundo real, indo

os conceitos TTA e PTTA foram extintos e

desde o método de comercialização em kits

uma série de pontos obscuros da versão

até o fator de utilização e simultaneidade

anterior foram esclarecidos.

das

temperatura).

No entanto, para permitir um tempo

unidades

funcionais

(elevação

de

de adequação aos usuários, a IEC 60439-1 continuará válida até dezembro de 2021, o

A solução testada

que não impede a adequação e atendimento à versão mais atual, que também é válida.

Mas quais são as diferenças entre as duas

ensaios de tipo abordados nesse artigo

versões? Exceto pela série de ensaios

é o SIELTT, um Conjunto de Manobra e

de resistência dos materiais e das partes

Comando de Potência, cuja definição dada

(10.2), que já eram tratados na NBR IEC

pela norma IEC 61439-2 é a seguinte:

O produto objeto das verificações e

62208 – Invólucros vazios destinados a conjunto de manobra e controle de baixa

"3.1.101 conjunto de manobra e comando

tensão, publicada em 2013 (considerado

de potência

este tempo transcorrido, já deveria ser

CONJUNTO MCP

prática habitual do mercado o cumprimento

Conjunto de manobra e comando de

desta norma) nenhum novo ensaio de

baixa tensão utilizado para distribuir e

laboratório foi acrescentado. Os ensaios

comandar a energia para todos os tipos de

dos limites de elevação de temperatura

cargas e destinado a aplicações industriais,

(10.10) se tornaram mais complexos não

comerciais e similares, onde a operação

pela mudança na forma como o teste é

por pessoas comuns não é prevista"

realizado ou nos parâmetros que devem ser atendidos, mas sim pelas variantes possíveis

de montagem e a consideração de fatores

“organização que realizou o projeto original

relacionados à situação real em que um

e a verificação associada de um CONJUNTO

Quadro Elétrico é posto em funcionamento,

conforme a norma pertinente” (definição

antes parcialmente ignorados. A verificação

de fabricante original dada em 3.10.1).

da compatibilidade eletromagnética (EMC),

No entanto, apesar de fazer as vezes de

por exemplo, apesar de não aparecer na IEC

fabricante original e também de montador

60439-1 Tabela 7 - Lista de verificações e de

ao conceber e testar o Conjunto, a KitFrame

ensaios a serem realizados em TTA e PTTA,

comercializa somente o que a norma define

é abordada em 7.10 tendo os mesmos

como Sistema do Conjunto (Assembly

critérios apresentados na parte 10.12 da IEC

System): “gama completa de componentes

61439. Porém, os critérios de extrapolação

elétricos

(verificação por comparação ou avaliação),

barramentos, unidades funcionais etc.),

são muito melhor abordados na norma

conforme definido pelo fabricante original,

revisada, bem como algumas nomenclaturas

que podem ser montados de acordo com

e atribuições de responsabilidades das

as instruções do fabricante original para

partes envolvidas no fornecimento. Os

produzir diferentes CONJUNTOS" (3.1.2)

O Sieltt é um produto da KitFrame,

e

mecânicos

(invólucros,


50

Aula Prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Esse tipo de negócio, onde o fabricante

que além de surgir na definição dada na

na norma, bem como os ensaios realizados,

original disponibiliza soluções em Kits

parte 1, também ganhou um guia específico

iremos mostrar, a seguir, cada uma das

para uma segunda parte, já é uma prática

na parte 0 da série 61439, publicado

verificações realizadas na sequência em

usual desde a versão anterior da norma,

em 2017, "Diretrizes para especificação

que são apresentadas no anexo D, com a

que apesar de prever essa possibilidade

dos conjuntos”. Cabe ao usuário definir

referência entre parênteses da seção ou

(IEC 60439-1, 2.1.1: "certas operações de

requisitos básicos do CONJUNTO, pois

subseção onde aparece na norma.

montagem podem ocorrer fora da fábrica

não existe um “padrão" para quaisquer

do produtor do TTA”), não atribuía as

dos itens abordados na norma, como

diferenças e responsabilidades com clareza,

muitas vezes é solicitado no momento do

e tratava o assunto em pontos dispersos na

orçamento de um Conjunto.

norma como na especificação da placa de identificação. "O fabricante é considerado

Se

A verificação de projeto

responsabilidade

pelo

CONJUNTO

a

revisão

da

norma

buscou

esclarecer partes obscuras e denominações

como sendo a organização que tem a

1 - Resistência dos materiais e das partes (10.2)

confusas utilizadas na versão anterior, A IEC 61439-1 traz em seu anexo D

podemos dizer que uma novidade, de fato,

completo” (IEC 60439-1 - 5.1a). Na norma

uma tabela com treze verificações de

é apresentada logo na primeira série de

revisada, além do fabricante original, as

projeto a realizar. Para cada uma destas

verificações a ser realizada no Conjunto,

partes são muito bem definidas, refletindo

verificações podem existir até três métodos

parte dos Requisitos de Construção, e

as diversas formas como o mercado

equivalentes, e a escolha do método é

que assegura as capacidades mecânicas,

trabalha:

realizada pelo fabricante original. Vale

elétricas e térmicas dos materiais utilizados

ressaltar,

na montagem do Conjunto

no

entanto,

que

das

treze

3.10.2 montador do CONJUNTO

verificações, somente para três delas não

organização que assume a responsabilidade

é prevista a possibilidade de Ensaios de

10.2.2 - Resistência à corrosão

pelo CONJUNTO completo

Verificação (ensaios de tipo). Para as outras

10.2.3

NOTA - O montador do CONJUNTO

dez verificações é prevista a realização

isolantes

pode ser uma organização diferente do

de ensaios, sendo que a verificação por

10.2.3.1 - Estabilidade Térmica

fabricante original

comparação ou avaliação, quando possível,

10.2.3.2

é feita a partir de um projeto ensaiado. Em

isolantes ao calor anormal e ao fogo devido

3.10.3 usuário

algumas situações, a norma também define

aos efeitos elétricos internos

Parte que especifica, compra, utiliza e/ou

os valores para os quais é dispensada a

10.2.4 - Resistência à radiação ultravioleta

manuseia o CONJUNTO, ou toda pessoa

realização de ensaios (circuitos com menos

(UV)

agindo em seu nome

de 10 kA, por exemplo, previsto na parte

10.2.5 - Içamento

10.11.2). No entanto, como o objetivo deste

10.2.6 - Impacto Mecânico

artigo é apresentar as verificações previstas

10.2.7 - Marcações

Importante ressaltar o papel do usuário,

-

Propriedades

-

dos

Resistência

dos

materiais

materiais

São previstos ensaios específicos para

cada uma destas verificações, sendo que duas delas podem ser feitas também por avaliação, que consiste no fornecimento das informações provenientes do fabricante dos materiais isolantes nos termos do item 10.2.3.2 e, caso o fabricante original declare que o painel não é destinado para uso ao tempo, é dispensado o ensaio de verificação da Resistência à radiação ultravioleta. Todos os demais itens devem, obrigatoriamente,

ser

verificados

por

ensaios.

No caso da utilização de um invólucro

vazio (Sistema de Armários) fabricado e testado conforme a ABNT NBR IEC 62208, os ensaios de tipo realizados de acordo



52

Aula Prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

com esta norma também atendem aos

dos testes, até que estas modificações

limite da grande maioria dos fabricantes

exigidos em 10.2.

fossem implementadas.

de disjuntor-motor (MPCB) é de 6 kV. Por

2 - Grau de Proteção dos Conjuntos (10.3)

No relatório de testes final consta

isso, no relatório de teste foi apresentada

forma de separação 4B (IPXXB) e grau de

uma tabela com valores diferentes para

proteção IP42.

barramentos e tipos de gaveta, conforme mostrado na Tabela abaixo:

A classificação e a metodologia de

testes que definem o grau de proteção

Distância de escoamento

de um Conjunto são dadas pela norma

As distâncias de escoamento foram

IEC 60529 e tem por objetivo verificar a

verificadas

“proteção contra contato com partes vivas,

isolamento Ui, grau de poluição 3 e

contra a penetração de corpos sólidos

grupo de material IIIa, este último valor

estranhos e água (NBR IEC 61439-1:

classificado conforme índice de resistência

8.2.2)”.

O menor grau de proteção exigido

para o invólucro de um Conjunto fechado

3 - Distâncias de Isolamento no ar e distâncias de escoamento (10.4)

com

base

na

tensão

de

a trilhamento (CTI) dos materiais utilizados nos componentes e isoladores.

é IP2X, ou seja, protegido contra ingresso

Da mesma forma como ocorreu com

valores diferentes de Uimp de acordo com

de objetos sólidos de até 12,5 mm, contra

Isolamento no Ar

contato direto (dedo) de uma pessoa e não

protegido contra água.

assegurar a coordenação

As separações internas são consideradas

parte do invólucro e devem possuir grau de

nominal de impulso suportável (Uimp) seja

os barramentos, Ui = 690 para disjuntores

proteção mínimo IPXXB. Essa letra adicional

alcançada.

caixa moldada (MCCB) e Ui = 500 V para

se refere ao acesso às partes perigosas e

tem o mesmo método de testes com o dedo

exemplos

de prova para IP2X, mostrado na figura 1.

as

Ou seja, “o grau de proteção IP2X abrange

alimentação e a correspondente tensão

o grau de proteção IPXXB (IEC 61439-2:

suportável nominal de impulso. O Conjunto

8.101)”. Uma letra adicional se faz necessária

Testado possui tensão nominal de 480 V;

quando a proteção real contra o acesso

com isso, para categoria de sobretensão

às partes perigosas for superior à indicada

IV o valor de Uimp é 8 kV, que exige uma

pelo primeiro numeral característico ou

distância mínima de isolamento no ar de

se somente a proteção contra o acesso

8 mm (valor definido na tabela 1 da IEC

- 10.5.2 - Continuidade efetiva do circuito

às partes perigosas for indicada, então o

61439-1)

de aterramento entre as partes condutivas

primeiro numeral característico é substituído

Interessante notar que devem ser

expostas do CONJUNTO e o circuito de

por um “X” (IEC 60529: 7c e d).

observados os valores dos componentes

proteção

instalados. No caso testado, apesar de

De fato, estas foram as primeiras

verificações feitas no Conjunto testado pela KitFrame, onde foram necessárias duas modificações: criação de barreiras na alimentação do disjuntor caixa aberta, de maneira a separar as barras de entrada e saída do disjuntor, caracterizando a forma de separação 4B, e substituição de uma bandeja divisória com abertura de 14 mm na parte traseira (maior que os 12 mm previstos em IPXXB). Caso fossem iniciados os testes sem realizar tais modificações, o painel seria considerado forma de separação 1; isso demandou um tempo adicional de quase duas semanas para início

Esta

verificação

os é

destinada

componentes

utilizados,

diferentes

a

valores de Ui foram considerados tendo

do isolamento

por referência os limites dos componentes.

na instalação, garantindo que a tensão

Neste caso, foi adotado Ui = 1000 V para

O anexo G da IEC 61439-1 fornece tensões

obedecidas

de

correspondência

nominais

as

do

distâncias

disjuntores motor (MPCB).

entre

sistema

exigidas,

de

o

5- Proteção contra choque elétrico e integridade dos circuitos de proteção (10.5)

São duas as verificações para este item:

De maneira bastante objetiva, este


53

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

ensaio serve para verificar se o aterramento

entanto, após o teste realizado foi verificado

das

expostas

que a barra continua bem fixada ao longo

(fechamentos do Invólucro: portas, teto,

do Conjunto, e o teste de continuidade

tampas laterais etc.) estão bem realizados.

realizado foi considerado aprovado com

O ensaio é feito injetando uma corrente de

resistência medida de 185 μΩ. Para evitar

10 A (c.a. ou c.c.). Essa corrente é passada

este tipo de situação, as demais montagens

entre as partes condutivas expostas e um

do Conjunto Sieltt serão feitas com mais

ponto de aterramento (borne para condutor

pontos de fixação e utilização de porcas

de proteção externo). A resistência não

gaiola, caracterizando, desta forma, uma

pode exceder 0,1 ohm.

verificação feita por comparação com um

partes

condutivas

Conjunto testado. - 10.5.3 - Suportabilidade aos curtoscircuitos do circuito de proteção

Os

três

métodos

de

verificação

são admitidos para este item: ensaio, comparação e avaliação. No entanto, o mesmo critério utilizado quando se falava em "parcialmente testado" na versão anterior da norma é válido para esta verificação: a comparação deve ser feita com um projeto ensaiado, e atender todos os itens da lista de controle da tabela 13, que, de maneira resumida, estipula que: - As características verificadas devem ser inferiores ou iguais àquelas ensaiadas - As dimensões e distâncias dos condutores devem ser maiores ou iguais -

Devem

ser

mantidas

as

demais

características mecânicas.

A verificação por avaliação é feita

com base em cálculos e deve obedecer às orientações dadas no anexo P, também

6 - Integração dos dispositivos de manobra e dos componentes (10.6)

com base nas disposições de um Conjunto ensaiado e calculado conforme IEC 60865.

No caso do Conjunto testado pela

itens a seguir, são verificados somente

KitFrame, a verificação foi feita por ensaio

por avaliação e devem ser confirmados

conforme 10.11.5.6, tendo atingido 80 kA de

pelo fabricante original por inspeção.

pico durante 0,1s e considerado aprovado.

Logo, não é uma verificação por ensaio

Este teste apontou uma ocorrência, devido

de tipo. Todos os componentes montados

a uma falha em dois parafusos M6 utilizados

no Conjunto devem ser selecionados

para fixação da barra terra na estrutura do

conforme instruções do fabricante original

armário. Este tipo de fixação é feita com

e devem ser observadas as características

parafuso auto-atarraxante, e como foram

construtivas bem como as instruções de

desparafusados

montagem do fabricante dos componentes.

para

conexão

com

o

Este item, bem como os outros dois

transformador do laboratório, ao parafusar novamente a rosca havia sido danificada e a conexão não foi bem realizada. Com

7 - Circuitos elétricos internos e conexões (10.7)

isso, os parafusos queimaram e danificaram a estrutura e fechamentos próximos. No

Apesar de não ser objeto de ensaio,


54

Aula Prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

8 - Bornes para condutores externos (10.8)

nesta verificação é tratada a seleção e

está aprovado), o órgão certificador faz

instalação de cabos e barramentos dentro

também o papel de fabricante original,

do Conjunto. Neste item, assim como

pois cabe a ele validar se as verificações

no grau de proteção, foram realizadas

feitas por avaliação foram cumpridas. Isso

alterações prévias ao início da realização

não é uma exigência da norma, mas serve

que a instalação do Conjunto (entrada e

dos testes em si. Mas, antes de falar nisso,

para garantir a qualidade do produto final.

saída de cabos) seja feita de forma que se

cabe aqui uma reflexão sobre a relação

É neste ponto que entra a avaliação dos

mantenham as proteções contra contato

entre o fabricante original e o laboratório

circuitos elétricos.

e grau de proteção do CONJUNTO. Para

que realiza os ensaios. Não é dada na

Conforme dito no início, a verificação

isso, o Anexo A da norma, que possui

Norma definição alguma sobre a empresa

acerca dos circuitos elétricos não é feita por

caráter normativo, apresenta uma tabela

que realiza os Ensaios de Verificação. A

ensaio. Assim sendo, o fabricante original

com bitolas mínimas e máximas para

única atribuição é que a responsabilidade

avalia se as exigências estão cumpridas

condutores de acordo com a corrente

pelo projeto e pela verificação associada

e então o produto pode ser entregue ao

nominal declarada. Isso serve para evitar

(ensaios) do Conjunto é de responsabilidade

usuário ou montador. Esta avaliação deve

aquela

do fabricante original. No entanto, quais

ser feita conforme critérios da norma, para

prevalece a preocupação com a instalação

as exigências para um laboratório realizar

isso, na seção 8.6.4, é indicada a tabela 4

dos componentes dentro do Conjunto,

os ensaios? Que tipo de documento o

com os “requisitos para seleção e instalação

sendo

laboratório deve entregar? No que consiste

de condutor”. Para “Condutores nus ou

instalação do Conjunto (entrada e saída de

um relatório de testes?

condutores de único núcleo com isolação

condutores no compartimento de cabos,

por exemplo).

O objetivo dessa verificação é garantir

situação

bastante

ignoradas

as

usual

onde

necessidades

de

Quando da contratação do laboratório,

básica, por exemplo, cabos conforme a IEC

o critério da KitFrame foi encontrar um

60227-3” é exigido como requisito que “o

laboratório realmente especializado em

contato mútuo ou o contato com as partes

Quadros Elétricos, que pudesse realizar a

condutoras deve ser evitado, por exemplo,

verificação completa do Conjunto e que

pelo uso de espaçadores”.

tivesse também a possibilidade de, além

O

do Relatório de Testes, ser auditado para

Drawex,

uma certificação de terceira parte; no

regularmente

utilizado

transitórias. Nenhuma descarga disruptiva

caso aqui abordado, essa terceira parte

no conjunto Sieltt, possui, como grande

pode ocorrer (formação de arco, perfuração

seria a ASTA, parte do grupo Intertek.

vantagem e diferencial, um sistema de

de dialétrico sólido etc. Ver 3.6.17 da IEC

Desta forma, obedecidos os critérios da

garras deslizantes onde a conexão com

61439).

norma, receberíamos um documento com

o barramento de distribuição (posição

“aprovação” do produto, e não somente

conectada) é feita sem movimentação da

10.9.2 - Tensão suportável à frequência

dizendo que os testes foram realizados.

gaveta, permitindo o uso de barras de

industrial

Isso pode parecer estranho num primeiro

cobre para ligação entre o disjuntor e a

A verificação da tensão suportável

momento, mas fato é que muitas empresas

garra. Numa das montagens realizadas, por

à

frequência

simplesmente submetem os produtos aos

ser um trecho muito curto, não foi utilizado

submetendo-se o Conjunto durante cinco

ensaios, recebem um relatório com valores

espaçador entre as barras, o que não

segundos a um teste de alta voltagem

obtidos e nem sempre estes valores estão

cumpria os requisitos da norma. Assim que

com uma tensão máxima de teste de

de acordo com a norma, ou mesmo as

essa avaliação foi feita, o laboratório nos

2200 Vac para Ui = 1000 Vac (barramentos

exigências da norma foram obedecidas.

orientou a instalar os espaçadores para que

principais), e 1890 para Ui = 690 Vac

Isso não quer dizer que o relatório está

fosse cumprido o exigido na tabela 4, para

(unidades funcionais).

incorreto ou que a empresa esteja agindo

cumprimento da norma. Não se tratava de

de má-fé. O que acontece é que, conforme

um ensaio de tipo, mas como o objetivo

10.9.3 - Tensão de suportabilidade aos

definição da norma, o fabricante original é

era obter aprovação de acordo com a

impulsos

o responsável pelas verificações.

norma, o laboratório fez tal exigência. Após

Quando evidenciamos, ali no início

instalados os espaçadores, este item foi

de suportabilidade aos impulsos nominal

deste tópico, que uma reflexão sobre a

considerado aprovado. Obviamente, todas

de até 8 kV. A tensão de teste foi de até 9,8

relação do laboratório com o fabricante

as verificações de elevação de temperatura

kV 1,2/50 μs ao nível do mar. A tensão de

original seria importante, é justamente

e

curtos-circuitos

impulso de teste foi aplicada cinco vezes

neste sentido: num processo de certificação

foram feitas por ensaios nestes mesmos

para cada polaridade em intervalos de um

(uma terceira parte dizer que o produto

barramentos.

segundo nas conexões prescritas.

sistema

de pela

suportabilidade

gavetas

desenvolvido

e

KitFrame,

aos

9 - Propriedades Dielétricas (10.9)

extraíveis produzido

Esta

verificação

tem

por

objetivo

garantir a integridade da isolação sólida e

suportabilidade

às

industrial

sobretensões

é

realizada

O conjunto foi testado para uma tensão


55

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

10 - Verificação da Elevação de Temperatura (10.10)

acrescentado como nota de rodapé na tabela

da versão mais atual.

A verificação dos limites de elevação

Os três métodos de verificação são

de temperatura foi o item que mais

admitidos para esta verificação: ensaio,

sofreu

comparação

incrementos

e

esclarecimentos,

e

avaliação,

porém

as

quando comparado com a versão anterior.

possibilidades e limites de cada uma das

Basicamente, o teste ainda é feito da mesma

verificações são muito bem explicadas e

forma: fazer circular corrente e verificar

demonstradas através da figura O.1. Não é

os limites de temperatura apresentados

objetivo deste artigo explorar todas estas

pela norma e/ou limitados pelos materiais

possibilidades de verificações mas, sim,

utilizados. Os valores apresentados como

descrever como foram realizados os testes

limites na tabela 6 da IEC 61439-1 são

do Conjunto aqui abordado, como segue:

basicamente os mesmos da tabela 2 da IEC 60439-1. No entanto, na norma revisada

- 10.10.2.3.7 - Verificação separada de

aparece uma série de notas e observações

cada unidade funcional individual do

no rodapé da tabela 6, esclarecendo pontos

barramento principal, do barramento

obscuros da versão anterior. Para Barramentos

de distribuição e do

e Condutores, por exemplo, ambas as tabelas

completo

indicam os mesmos 5 pontos que devem

ser considerados ao estabelecer o valor da

o Conjunto SIELTT com o novo sistema de

elevação da temperatura, que devem ser

barramento BusFrame da KitFrame e com

limitados:

componentes ABB de acordo com a IEC

CONJUNTO

Quando foi tomada a decisão de testar

61439 (anteriormente os ensaios foram – pela resistência mecânica do material

realizados com componentes Schneider e

condutor;

Siemens e conforme IEC 60439), a primeira

– por possível efeito sobre o equipamento

dificuldade foi em encontrar um laboratório

adjacente;

no Brasil capaz de realizar os ensaios. A

– pela temperatura limite admissível dos

norma havia acabado de ser publicada no

materiais isolantes em contato com o

Brasil e os laboratórios contatados apontaram

condutor;

como dificuldade a realização dos ensaios de

– pelo efeito da temperatura do condutor

temperatura em função da necessidade de

sobre os dispositivos conectados a ele;

diversas fontes de alimentação.

– pelos contatos de encaixe, pela natureza e

Ao orçar em laboratórios de outros

pelo tratamento da superfície do material de

países, foi percebida uma grande diferença

contato

de valores entre os que consideravam os ensaios conforme 10.10.2.3.5 (verificação do

(Obs.: há pequena variações de textos

Conjunto Completo) e 10.10.2.3.7 (verificação

entre as diferentes versões da norma em

das unidades funcionais, barras e conjunto).

português, mas o sentido é o mesmo e

Na IEC 60439 essa diferenciação não existia,

optamos por seguir o texto da IEC 61439)

e geralmente era feita somente a verificação é

do Conjunto completo, com uma fonte de

acrescentada uma nota para “resistência

alimentação e resistências de dissipação

mecânica do material condutor”:

equivalente em cada unidade funcional. No

No

entanto,

na

versão

atual

outros

ensaio realizado, é necessária a verificação

critérios listados são satisfeitos, a elevação

individual de cada unidade funcional com

de temperatura máxima de 105K para

os barramentos carregados com corrente

barramentos e condutores de cobre nus não

nominal, dos barramentos individualmente

pode ser excedida.

e do Conjunto completo, o que demanda

O texto das duas normas permaneceu

tempo e trabalho consideráveis. Este não

o mesmo, porém o valor de 105K foi

chega a ser um teste que apresente grandes

g)

Assumindo

que

todos

os


56

Aula Prática surpresas (exceto no que se refere a campo eletromagnético) mas é o que toma mais

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

11 - Suportabilidade aos curtoscircuitos (10.11)

tempo de laboratório - no caso apresentado,

No caso testado, o BusFrame, um barramento principal do Conjunto, consiste num design totalmente inovador. Trata-se

este tempo é de mais de dois meses em

Durante muito tempo se falava que

de um barramento tubular perfilado e

laboratório. Em um dos testes realizados,

“TTA” era um painel que passou por

com aba de montagem. O processo de

o de Conjunto completo com 1 coluna de

um ensaio destrutivo. Na verdade, tudo

perfilamento consiste numa sequência

gavetas extraíveis totalmente carregadas e

estando aprovado, nenhum dos ensaios

de dobras de uma chapa com espessura

alimentadas pelo disjuntor de entrada, foi

é de fato destrutivo, mas uma falha

de 2 mm, que possui uma configuração

necessária a instalação de 160 termopares

apresentada no ensaio de curto circuito

geométrica que o torna extremamente

em diversas partes do Conjunto.

pode, sim, destruir todo o Conjunto.

rígido, com um perímetro maior e, com

Note-se, ademais,que também foram

Assim que o painel entra para fazer este

isso, melhor aproveitamento do efeito

realizados testes de gavetas extraíveis com

ensaio, literalmente é iniciada a contagem

pelicular (densidade de corrente) e térmico

Drives, que apesar da corrente baixa, exigem

de um tempo contratado para a realização

(troca de calor).

muito mais cuidados com dissipação de calor

do ensaio. Geralmente não se trata de um

do que um disjuntor de 5000 A.

teste investigativo, onde é possível ajustar valores com facilidade, como no caso da verificação da elevação de temperatura. Se no primeiro “tiro" de curto-circuito seu Conjunto falhar drasticamente, você irá pagar pelo teste completo e irá para casa sem a aprovação. É possível que ocorram falhas, mas elas precisam ser corrigidas dentro do tempo contratado e os testes deverão ser repetidos.

O objetivo deste ensaio é garantir que

na ocorrência de um curto-circuito, as barras e isoladores não sofram nenhum dano

BusFrame

Por se tratar de um produto inovador,

mesmo

durante

os

testes

de

curto-

circuito tivemos que fazer alguns testes investigativos, que servirão para ilustrar o que ocorre durante o ensaio, e a importância de uma solução testada:

permanente e com isso não provoquem a formação de um arco elétrico. Durante o Barra de distribuição da Coluna B

ensaio, o fluxo de corrente tende a infinito, gerando um campo eletromagnético que causa um esforço nas barras de acordo com o sentido do fluxo da corrente (atração e repulsão). Esta tendência a se movimentar, numa situação de falha, faz com que as barras se aproximem de tal forma que permita a formação de um arco elétrico. Apesar de diretamente relacionados, curtocircuito e arco elétrico são fenômenos distintos. Pode-se dizer que todo o objetivo

Gaveta extraível (unidade funcional individual)

da IEC 61439 consiste em evitar a formação e a propagação de um arco elétrico (se uma falha ocorre na isolação de um condutor 10.9 -, ou no estresse causado por elevação de temperatura - 10.10 -, por exemplo, também pode permitir a formação de um arco elétrico). A suportabilidade aos esforços do curto-circuito entre fases é somente a situação mais emblemática da possibilidade da formação de um arco

Conjunto completo, Entrada + coluna C

elétrico.

Situação reprovada – isolador quebrado durante os testes



58

Aula Prática

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Esta situação de uma falha causada por

dispositivos (exemplo: disjuntor extraível), que

arco elétrico é objeto de outra norma, a IEC

devem ser submetidos aos ensaios conforme

61641, cujos testes serão realizados pela

norma pertinente. As partes que precisam

KitFrame brevemente e tem por objetivo

de verificação (gavetas extraíveis, portas,

verificar critérios de segurança das pessoas

intertravamentos etc.) devem ser submetidas

(isto é, que os efeitos do arco não tragam

a 200 ciclos de manobra, e após o ensaios

risco para quem está próximo ao Conjunto)

devem permanecer funcionais e operadas com

e continuidade de serviço (o arco não se

o mesmo esforço aplicado no início dos testes.

“espalha” pelo Conjunto, limitando-se ao

Na versão anterior da norma eram

Situação aprovada – instalação de mais dois isoladores flutuantes travados com trilho C em inox, sem danos aos isoladores ou suportes

local onde foi formado). Outra abordagem do

exigidos 50 ciclos.

interrompendo o arco ainda no início da

A primeira situação tinha sido submetida

a um teste de 50 kA/1s, tendo sido aprovada,

problema do arco também é feita na atuação de sistemas de proteção (detecção do arco), corrente de pico, conforme fizemos no teste.

Tomadas as medidas corretivas, a segunda

Ao obter a aprovação de acordo com

a norma mais atual, a KitFrame abre novas

porém não passou no segundo teste de 65 kA (isolador estourado, mostrado no detalhe).

Conclusão

12 - Compatibilidade Eletromagnética (10.12)

possibilidades de negócios também fora do país, onde a IEC 61439 foi publicada em 2011, estabelecendo um novo patamar de

situação foi aprovada com 80 kA. Como se vê na situação reprovada,

Por não incorporar circuitos eletrônicos,

qualidade e avanço tecnológico para uma

não houve danos maiores (arco elétrico de

a verificação por ensaio não é requerida para

empresa 100% brasileira, pois o novo sistema

grandes proporções), pois a falha ocorreu com

esta verificação. O Conjunto é para ambiente

de barramento testado, além de totalmente

a aplicação da metade da corrente de pico

A (área industrial), os componentes instalados

inovador, apresenta uma série de vantagens

Ipk; ou seja, o teste foi “programado” para ter

estão de acordo com as normas pertinentes e

com relação ao uso de material e facilidade

um tempo e energia menores, de modo que

a instalação dos mesmos segue a orientação

de montagem. Testado e certificado fora

se pudesse justamente verificar a resistência

dos fabricantes para este ambiente.

do país, o Conjunto

mecânica do sistema de barramento. Se o

Na versão anterior da norma, esse tópico

lado de soluções de grandes multinacionais

teste continuasse e fosse realizado com 1s,

é abordado na seção 7.10, cujos critérios e

fabricantes de componentes, apresentando

depois de “estourado” o isolador, esta barra

nomenclaturas foram mantidos na versão

aos montadores de painéis uma solução de

iria se aproximar da outra e formaria um arco

atual.

nível internacional, com vantagens técnicas e econômicas inigualáveis.

elétrico de proporções gigantescas, muito provavelmente inutilizando todo o Conjunto.

13 - Funcionamento Mecânico (10.13) Fabricio Gonçalves Costa Pinto é gerente de

Ocorrida a falha, as barras e isoladores foram substituídos e testados novamente.

SIELTT se coloca ao

Esta verificação não deve ser realizada em

produtos na KitFrame


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Energia solar fotovoltaica

Evolução e análise de sistemas fotovoltaicos no Brasil e Chile Energia eólica: Maturidade das fontes renováveis Energia solar: Por que o Brasil exporta empregos para a Ásia? APOIO

Ano 2 - Edição 28 / Outubro de 2018


Apoio

60

Fascículo

Renováveis

Por Nadine Demacena de Araujo, Izete Zanesco, Ramon Lagos Fuentes, Adriano Moehlecke, Sérgio Boscato Garcia e Guilherme Pereira Araújo*

EVOLUÇÃO E ANÁLISE DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS NO BRASIL E CHILE


Apoio

61 Resumo

O Brasil e o Chile são os países da América do Sul com o maior crescimento de instalações

de sistemas e centrais fotovoltaicas e são caracterizados por climas com elevadas variações de temperatura no ano. O objetivo deste trabalho é apresentar a evolução da tecnologia em cada país e comparar o desempenho de sistemas fotovoltaicos em localidades caracterizadas por diferentes climas. Especificamente, comparou-se a variação da irradiação solar, a temperatura efetiva dos módulos fotovoltaicos a partir de resultados simulados e experimentais, a energia elétrica produzida e a produtividade. No Brasil, a partir de 2016, ocorreu um crescimento exponencial da potência instalada. Até outubro de 2017 haviam sido instalados 129 MW em sistemas de geração distribuída e 311 MW em centrais fotovoltaicas. No Chile, em janeiro 2017, a potência instalada em sistemas e centrais fotovoltaicas atingiu o valor de 1,6 GW e em setembro de 2017 a potência instalada foi de 2,18 GW. A partir da simulação de um sistema de 4 kWp selecionou-se o melhor ângulo de inclinação considerando a energia elétrica produzida no ano. Verificou-se que a base de dados da NASA resultou em um valor da irradiação solar anual 40 % maior que a obtida com as outras bases de dados. A maior diferença entre a temperatura efetiva dos módulos fotovoltaicos e a ambiente (ΔTEF) ocorreu em Calama, pois é a localidade com maior irradiação solar. Os menores valores de ΔTEF, de 12 °C, ocorreram para Valparaíso. A partir da temperatura efetiva em Porto Alegre constatou-se que a maior diferença entre os valores experimentais e simulados ocorreu nos meses de inverno e foi de aproximadamente 10 °C. Valparaíso apresentou a maior variação na produção de energia elétrica durante o ano. A maior produtividade anual, de 2170 kWh/kW, ocorreu em Calama. 1 - INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

Nos últimos 10 anos, a potência instalada em centrais e sistemas fotovoltaicos no mundo

tem crescido de forma significativa. Além da redução do custo de produção dos módulos fotovoltaicos e dos inversores, os avanços tecnológicos também contribuíram com este resultado. Em 2016, a potência mundial instalada atingiu o valor de 303 GW (IEA, 2017). Na América do Sul, o Brasil e o Chile têm se destacado em relação ao crescimento de instalações de sistemas e centrais fotovoltaicas. No Brasil, a partir de 2016, ocorreu um crescimento exponencial da potência instalada. Até o final outubro de 2017 haviam sido instalados 129 MW em sistemas de geração distribuída e 311 MW em centrais fotovoltaicas. No Chile, em 2016, a potência instalada era de 938,4 MW, e a previsão é que até o final de 2017 este valor seja de 1,47 GW (Palma et al., 2011). Este crescimento está relacionado com as características da matriz energética. Enquanto o Brasil possui uma matriz energética baseada em fontes de energias renováveis, com 68,1 % da energia elétrica produzida por centrais hidroelétricas (EPE, 2017), o Chile possui uma matriz elétrica em que 49,3 % da energia é produzida a partir de fontes de energia térmica (Veliz et al., 2017).

Em relação à tecnologia fotovoltaica, uma das áreas de estudo é o dimensionamento,

monitoramento e avaliação de sistemas e centrais fotovoltaicas, pois a potência instalada é variável, desde alguns kW até vários MW. Por exemplo, a primeira central fotovoltaica na Mauritânia foi de 15 MWp e foi instalada em Nouakchott (Sidi et al., 2016). Está composta por 17 painéis conectados à inversores e foi constatado que o desempenho dos painéis fotovoltaicos é diferente. Kumi e Brew-Hammond (2016) apresentaram o dimensionamento e análise de uma central fotovoltaica de 1 MW na Universidade Kwame Nkrumah de Ciência e Tecnologia na Gana. Concluíram que a produção anual de energia elétrica é de 1.159 MWh/ano, correspondendo a aproximadamente 12 % do consumo da universidade.

Em relação à sistemas fotovoltaicos, Raturi et al. (2016) apresentaram a análise de

um sistema fotovoltaico de 45 kWp instalado no campus da Universidade do Pacífico Sul da República das Ilhas Fiji. A produção anual de energia elétrica foi de 54 MWh/ano e supre aproximadamente 10 % da energia elétrica do campus da universidade. Adaramola (2014)


Apoio

Fascículo

62

Renováveis

apresentou a simulação e análise técnico-econômica de sistemas

dos módulos, a energia produzida por sistemas fotovoltaicos de 4 kWp

fotovoltaicos de 80 kW conectados à rede elétrica no norte da Nigéria.

e a produtividade. Foi selecionada a potência de 4 kWp, pois, 66,5 %

O estudo demonstrou que está tecnologia pode ser economicamente

dos sistemas de produção de energia elétrica distribuída no Brasil com

viável, considerando o preço de US$2400/kW e a irradiação solar global

sistemas FV possuem potência entre de 3 kWp e 5 kWp (ANEEL, 2017).

de 6 kWh/m² por dia. O valor máximo da energia elétrica média mensal

Foram selecionadas as localidades apresentadas na Tab. 1. Duas

corresponde ao mês de novembro e o mínimo a agosto.

localidades no Brasil e duas localidades no Chile. A latitude dos locais

no Brasil é próxima àquela das cidades no Chile. Consideraram-se

O desempenho técnico e econômico de sistemas fotovoltaicos

depende das condições climáticas locais. Um estudo de caso de

sistemas fotovoltaicos de 4 kWp, constituídos de módulos

um sistema autônomos de 7 kWp instalado no Sahara argelino foi

fotovoltaicos de 200 W e um inversor de 4,2 kW de potência, ambos

realizado por Tebibel e Labed (2013). Para um período de 9 meses,

dispositivos comercializados no Brasil. Neste caso, a razão entre a

sendo a maioria (95 %) em condições ensolaradas com valor médio de

potência nominal do inversor (CA) e a potência instalada do arranjo

irradiação solar no plano inclinado de 5,6 kWh por dia, foi verificado que

fotovoltaico, denominada de FDI (fator de dimensionamento do

o desempenho do arranjo fotovoltaico foi significativamente afetado

inversor), foi de 1,05.

pela temperatura ambiente no verão, com queda da eficiência da ordem

Tabela 1 - Características das cidades selecionadas para a comparação da irradiação solar, temperatura efetiva dos módulos fotovoltaicos, energia elétrica produzida e produtividade de sistemas fotovoltaicos de 4 kWp.

de 10 %.

Foi realizado um estudo de telhados fotovoltaicos na Austrália

com base na mudança da irradiação solar causada pelas mudanças

País

Cidade

climáticas (Ma et al., 2016). A partir de simulações com dados atuais

Brasil

Barreiras

-12,15

-44,99

Tropical

Porto Alegre

-30,03

-51,22

Subtropical úmido

Calama

-22,45

-68,93

Desértico frio

Valparaíso

-33,05

-71,61

Subtropical

e futuros de irradiação solar para a capital de cada estado da Austrália foi demonstrado haver uma correlação linear entre o aumento da

Chile

temperatura ambiente e a irradiação solar de 2030 a 2070, que resulta

Clima

Latitude (°) Longitude (°)

em um acréscimo no custo de 10 % a 20 % para a maioria das cidades. Miranda et al. (2015) apresentaram um estudo técnico e econômico

do potencial de sistemas fotovoltaicos no setor residencial brasileiro.

utilizando o programa computacional PV*Sol Premium para

Comprovaram a viabilidade desta tecnologia na área urbana e rural e

dimensionamento de sistemas FVs, a partir da avaliação do maior

estimaram que para 2026, cerca de 29 milhões residências estariam

valor da irradiação solar anual incidente nos módulos FVs e da energia

preparadas para instalar sistemas fotovoltaicos no país.

elétrica produzida no ano. A seguir, comparou-se a irradiação média

mensal das localidades selecionadas e a obtida com quatro diferentes

Conforme estudos anteriores, sabe-se que para o dimensionamento

Inicialmente determinou-se o melhor ângulo de inclinação

e a performance de um sistema fotovoltaico são parâmetros

bases de dados para a localidade de Valparaíso. Também se comparou

importantes a irradiação solar e a temperatura ambiente local, entre

a temperatura efetiva dos módulos FVs obtidas de simulações com os

outros fatores. No Brasil e no Chile há elevados valores de irradiação

resultados experimentais para Porto Alegre. A temperatura efetiva é

solar na maior parte do território e o clima é caracterizado por elevadas

definida como a temperatura ponderada com a irradiação solar incidente

variações de temperatura durante parte do ano. Por exemplo, no Brasil,

nos módulos fotovoltaicos, como segue (Lorenzo, 2014):

a região Nordeste possui a maior média de irradiação solar diária no Brasil, com 5,9 kWh/m2 por dia. No norte do Chile, em algumas regiões a irradiação solar é maior que 8,0 kWh/m2 por dia. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar a evolução da tecnologia em cada

Onde HT(β,t) é a irradiação solar incidente nos módulos fotovoltaicos e

país e comparar o desempenho de sistemas fotovoltaicos em diferentes

TM(t) é a temperatura dos módulos fotovoltaicos.

localidades, caracterizadas por diferentes climas, no Brasil e no Chile.

Especificamente, comparou-se a irradiação solar, a temperatura

(performance ratio) anual e a energia elétrica produzida mensal e anual

efetiva dos módulos fotovoltaicos a partir de resultados simulados e

bem como a influência da irradiação solar e da temperatura efetiva.

Para as quatro localidades comparou-se a produtividade

experimentais, a energia elétrica produzida e a produtividade. 3 - TÓPICOS DA HISTÓRIA DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA 2 - METODOLOGIA 3.1 No Brasil

Na primeira parte do trabalho apresentam-se tópicos da evolução

De acordo com Dhere et al. (2005), estudos das aplicações e

da tecnologia fotovoltaica (FV) no Brasil e no Chile, visando comparar

tecnologias de conversão da energia solar no Brasil iniciaram-se

dois casos de crescimento das aplicações na América Latina. A seguir,

na década de 50. Alguns períodos foram marcados pela elevada

selecionaram-se as localidades com diferentes climas em ambos os

produtividade científica, associada à disponibilidade de recursos

países e determinou-se o melhor ângulo de inclinação por diferentes

financeiros e outros períodos foram de baixa produtividade por falta

métodos. Então, comparou-se a irradiação solar, a temperatura efetiva

de investimentos. Nos anos 70, o foco foi em estudos fundamentais.


Apoio

63

Os primeiros módulos fotovoltaicos foram desenvolvidos em 1955 no Instituto Nacional de Tecnologia e no Centro Tecnológico de Aeronáutica (Dhere et al., 2005). Células solares de silício foram desenvolvidas na Universidade de São Paulo (USP), a partir do crescimento de lingotes de silício cristalino pelo método Czochralski. Módulos fotovoltaicos de filmes finos, tais como Cu2S/CdS, CdS/CdTe entre outros, foram produzidos no Instituto Militar de Engenharia (IME) (Ferreira, 1993). Nos anos 80, na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), foram estudadas células solares de silício amorfo hidrogenado (Alvarez e Williams, 1982). No período entre 1986 a 1994 ocorreu uma significativa redução da subvenção nesta área e vários grupos de pesquisa foram extintos. Nos anos 90, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foram realizados estudos de módulos fotovoltaicos. Em 2003, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) foi estabelecido um centro de pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias de células solares de silício cristalino e módulos fotovoltaicos. Foi realizada uma produção piloto de células solares e módulos fotovoltaicos (Moehlecke e Zanesco, 2007). A célula solar produzida no Brasil com maior eficiência, de 17,3 %, foi produzida em lâminas de Si-Cz, grau solar. Hoje em dia, várias universidades e entidades estão atuando no desenvolvimento de células solares de diferentes tecnologias, desde as convencionais até as de terceira geração. Cabe ressaltar que, em 2000, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico foram impulsionados pelo programa governamental CT-Energ.

A instalação de sistemas isolados foi impulsionada principalmente

por programas governamentais, tais como o PRODEEM (Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios) e o Progr ama Luz para Todos. O primeiro sistema fotovoltaico interligado à rede elétrica foi instalado em 1995 na CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco). Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os primeiros sistemas fotovoltaicos foram implementados com módulos fotovoltaicos de filmes finos em 1997 (Rüther et al., 2004). Na USP e na UFRGS, os estudos iniciaram com sistemas e módulos fotovoltaicos constituídos de células solares de silício cristalino. Atualmente, há várias universidades, centros de pesquisa e empresas do setor de energia atuando na implementação e avaliação de sistemas e módulos fotovoltaicos (Energy Green, 2015). Hoje em dia, na maioria dos estados brasileiros há a isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) sobre a energia compensada.

Em 1978 foi fundada a Associação Brasileira de Energia Solar.

Depois de permanecer desativada por um período, em 2005-2006 foi reativada, e em 2007 foi realizado o 1º Congresso Brasileiro de Energia Solar. O Atlas Solarimétrico do Brasil foi publicado em 1997 e foi reeditado em 2017. Em 2002, o INMETRO (Instituto Brasileiro de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) estruturou o Grupo de Trabalho de Sistemas Fotovoltaicos, com o objetivo de estabelecer as normas para a etiquetagem/certificação dos componentes de um sistema fotovoltaico (Galdino et al., 2005).

Em 2004, a Resolução Normativa nº 83 da ANEEL (Agência

Nacional de Energia Elétrica), especificava as condições para a


Apoio

Fascículo

64

Renováveis

instalação de Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica

ou centrais fotovoltaicas atingiu o valor de 1,6 GW e em setembro de

com Fontes Intermitentes (SIGFI) e somente em 2012, os sistemas

2017 a potência instalada era de 2,18 GW, sendo 1434 MW no SIC e

fotovoltaicos de pequeno porte foram regulamentados no Brasil pela

744 MW no SING (Palma et al., 2011), embora a projeção para 2017

ANEEL, conforme resolução normativa ANEEL RN 482/2012. Esta

fosse inferior a este valor, como mostra a Tab. 2.

normativa foi atualizada em 2015, com a resolução nº 687.

com a maior capacidade instalada de centrais e sistemas fotovoltaicos.

As duas primeiras fábricas de células solares de silício cristalino e/

Até o momento, o Chile se destaca como o país latino-americano

ou módulos fotovoltaicos foram estabelecidas no Brasil nos anos 80.

A evolução e o rápido crescimento das aplicações em energia solar

Depois de algumas décadas, a produção foi descontinuada. Somente

fotovoltaica resultam no crescente número de projetos de centrais

a partir de 2015 novas fábricas começaram a produzir módulos

fotovoltaicas de grande porte no norte do Chile. Por exemplo, a maior

fotovoltaicos, usando células solares e outros insumos importados.

central fotovoltaica possui a potência de 196 MW. Não se pode deixar

Atualmente, há nove fábricas destes dispositivos e várias que produzem

de comentar que este rápido crescimento no norte do Chile não foi

inversores.

isento de alguns problemas (Electricidad: La Revista Energética de Chile, 2013). Conforme projeções apresentadas pelo Coordenador Elétrico

3.2 No Chile

Nacional e mostradas na Tab. 2 (Veliz et al., 2017), no final de 2017,

40 % dos projetos com fontes de ERNC correspondem à tecnologia

O uso da energia solar no Chile começou em 1874 com a instalação

de um destilador solar em Las Salinas, como resultado das atividades do

fotovoltaica. No entanto, parte desta energia está sendo perdida, pois

engenheiro sueco Charles Wilson que fez a primeira planta de destilação

não há linhas para transmiti-la para o centro e sul do país. A segunda

solar em 1872 (Mundo Solar, 2017), (Historia del Agua, 2017),

fonte de energia mais utilizada é a eólica com 35,8 % da potência

(Ortega et al., 2010). O Chile começou a usar seu grande potencial de

instalada, seguida das mini-hidroelétricas com 14,2 %.

energia solar para produção de energia elétrica após aproximadamente

Tabela 2 - Capacidade instalada (PInst) para produção de energia elétrica

140 anos. Na última década, houve um aumento substancial de

e percentual correspondente à diferentes fontes de energias renováveis e não convencionais no

projetos nesta área. Os elevados valores de irradiação solar no deserto de Atacama são uma característica que torna esta região como uma

Ano

das áreas mais favoráveis do mundo para aplicações de conversão de

Fonte de Energia

energia solar (Escobar et al., 2015), (Aprende con Energía, 2017). Em 1994 foi criado o programa nacional de eletrificação rural e

Mini hidroelétricas

em 2005 iniciou o programa “País de Eficiência Energética”. Em 2012,

< 40 MW

Chile (Adaptado de Veliz et al., 2017).

2016

2017 Projeção

PInst

Perc.

PInst

(MW)

(%)

(MW)

(%)

441,6

16,3

529,4

14,2

Perc.

o esforço conjunto de várias universidades e órgãos governamentais

Solar

938,4

34,7

1.468,9

39,5

resultou na criação do “Chilean Solar Energy Research Center” (SERC

Eólica

940,3

34,8

1.333,2

35,8

Outras ERNC

383,1

14,2

389,6

10,5

Chile), visando impulsionar o desenvolvimento da indústria, ser um líder mundial em pesquisas científicas na área de energia solar e desenvolver o potencial no deserto do Atacama.

4 - COMPARAÇÃO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS NO BRASIL E CHILE

Durante a primeira década do século XXI, uma grande quantidade

de módulos fotovoltaicos já tinha sido instalada em casas (urbanas

4.1 Otimização do ângulo de inclinação

e rurais) em todo o país e em sistemas de irrigação de comunidades

agrícolas nas áreas central e norte. Atualmente, pretende-se que até

fotovoltaicos a partir da irradiação solar anual incidente e da energia

2035, 60 % da energia produzida no país seja de fontes renováveis e

elétrica anual produzida pelo sistema fotovoltaico para cada localidade.

até 2050, este percentual cresça para 70 %. Também foi estabelecido

Observa-se que para os locais com latitude (Φ) de -12 º e -22 °, o

que em todos os planos de educação formal, o tema seja incorporado à

melhor ângulo de inclinação, obtido pela comparação da irradiação solar

educação pré-escolar e básica.

e da energia elétrica produzida (CA), é o mesmo. Porém, para os locais

com maior latitude, de aproximadamente - 30 º, o melhor ângulo de

Em 2015, a potência instalada com fontes de energia renovável e

não convencional (ERNC) representou 11,4 % da produção de energia

Na Fig. 1 compara-se o melhor ângulo de inclinação (β) dos módulos

inclinação considerando a irradiação solar anual, é um pouco menor que

elétrica do país. Em relação à energia solar fotovoltaica, em 2014, foi

o melhor β obtido a partir da energia elétrica produzida. Esta diferença é

inaugurada a central “Amanecer Solar CAP” na região do Atacama com

pequena, da ordem de 1 °. Provavelmente, este resultado está associado

uma área de 280 hectares, potência instalada de 100 MW e conectada

à variação da temperatura. Portanto, para as quatro localidades,

ao sistema interconectado central (SIC). Um ano depois, a capacidade

selecionou-se o melhor ângulo de inclinação considerando a energia

instalada no SIC e no sistema interconectado do grande norte (SING)

elétrica produzida no ano. Na Tab. 3 resumem-se os valores do melhor

correspondeu a 3 % e 4 %, respectivamente. Desde a promulgação da

β para cada localidade. Para as duas cidades com a menor latitude,

Lei 20257, a produção de energia elétrica a partir de fontes de ERNC

o ângulo de inclinação foi similar à latitude. Porém, para Porto Alegre

evoluiu da seguinte forma: 1031 GWh (2005), 4620 GWh (2014) e

e Valparaíso, o melhor ângulo de inclinação é menor que a latitude. A

6126 GWh (2015). Em janeiro 2017, a potência instalada em sistemas

diferença entre β e Φ aumenta com o aumento da latitude.


Apoio

65

Tabela 3 - Ângulo de inclinação selecionado para cada localidade.

Cidade

Latitude (°)

Ângulo de inclinação

Barreiras

12 º

15 °

Porto Alegre

22 º

21 °

Calama

30 º

23 °

Valparaíso

33 º

20 °

mostra a irradiação solar anual incidente nos módulos considerando as diferentes bases de dados e a variação percentual deste parâmetro em relação à base de dados Meteonorm. Nota-se que, com os dados da NASA, a irradiação anual é aproximadamente 40 % maior que a obtida com as outras bases de dados. Simulações com estes dados resultam em uma estimativa da energia elétrica produzida bastante superior àquela que será medida. Por outro lado, as outras três bases de dados apresentaram a distribuição ao longo do ano e o valor anual da irradiação solar muito próximos. É importante

Na Fig. 2(a) apresenta-se a irradiação solar diária média mensal incidente

selecionar uma base de dados adequada, pois a irradiação solar afeta o valor

nos módulos fotovoltaicos considerando o melhor ângulo de inclinação para

de energia elétrica estimada por simulações. Em geral, para que a base de

Valparaíso, calculada com o programa computacional PV*Sol Premium

dados tenha significado estatístico, são necessários mais de 10 anos de

e utilizando quatro diferentes bases de dados: Internacional H-WORLD

medição da irradiação solar. Para este trabalho, selecionou-se a base de

(H-World, 1993), Registro Solarimétrico, NASA e Meteonorm. A Tab. 4

dados Internacional H-WORLD.

Figura 1 - Irradiação solar anual e energia elétrica produzida em um ano pelo sistema fotovoltaico na localidade de (a) Barreiras (Brasil), (b) Calama (Chile), (c) Porto Alegre (Brasil) e (d) Valparaíso (Chile) em função do ângulo de inclinação dos módulos fotovoltaicos.

Figura 2 - (a) Irradiação solar mensal incidente nos módulos fotovoltaicos para o ângulo de inclinação otimizado em Valparaíso obtida a partir de diferentes bases de dados e (b) irradiação solar mensal incidente nos módulos fotovoltaicos considerando o melhor ângulo de inclinação para as quatro localidades com a base de dados H-WORLD.


Apoio

Fascículo

66

Renováveis

Tabela 4 - Irradiação solar anual incidente nos módulos fotovoltaicos Valparaíso (Chile) e variação percentual em relação a base de dados Meteonorm.

com o ângulo de inclinação otimizado para

mensal efetiva dos módulos fotovoltaicos e a ambiente (ΔTEF).

A maior diferença entre as temperaturas ocorre em Calama, pois é

Irradiação Solar

Variação Percentual

Anual (kWh/m2)

(%)

vez que a TA é menor que a de Barreiras. Para Barreiras, observa-se

1396

-3

que a maior ΔTEF ocorre no mês de agosto, devido a maior incidência de

1438

+ 0,6

NASA

2037

+ 42

Meteonorm

1437

-

Base de Dados Internacional H-WORLD Registro Solarimétrico

Na Fig. 3(a) compara-se a diferença entre a temperatura diária média

a localidade com maior irradiação solar, como ilustra a Fig. 2(b), uma

irradiação solar, conforme especifica a Fig. 2(b). Para Calama, a ΔTEF varia entre 20 °C (abril) e 24 °C (outubro) e para Barreiras a variação é de 17 °C (dezembro) a 22 °C (agosto). Para esta última localidade

A irradiação solar média mensal [MT(β)] nos módulos fotovoltaicos

para as quatro localidades é comparada na Fig. 2(b). Conforme esperado, nota-se que, para as duas localidades com menor latitude,

há uma variação de ΔTEF um pouco maior, apesar da temperatura ambiente ser mais uniforme ao longo do ano, devido à maior variação da irradiação solar. Os menores valores de ΔTEF ocorrem para Valparaíso. A menor diferença é inferior a 12 °C e ocorre no mês de junho, indicando que ocorrem as menores perdas devido a temperatura dos módulos FV. Para Porto Alegre, o menor valor de ΔTEF, de 15

a irradiação solar é mais uniforme ao longo do ano. Comparando a

°C, também ocorre no mês do solstício de inverno. Para estas duas

irradiação de Barreiras com a de Calama, observa-se que em Calama a

localidades, os maiores valores de ΔTEF, de aproximadamente de 20

irradiação é menor nos meses de inverno, enquanto que, em Barreiras

°C ocorrem nos meses de verão. Estes resultados demonstram que as

a maior incidência ocorre próximo ao equinócio de primavera e os

maiores perdas de energia pelo aumento da temperatura dos módulos

menores valores de irradiação ocorrem no verão. Este comportamento

ocorrem em Calama. Por outro lado, as menores perdas de energia

pode estar associad o à época de chuva. O local com maior irradiação

acontecem em Valparaíso, principalmente no inverno.

solar anual é Calama, devido ao clima desértico. Valparaíso apresenta a

maior variação ao longo do ano. Por exemplo, o menor valor de MT(β) é

em Porto Alegre simulada com o programa computacional e obtida a

de 58,6 kWh/m2, 66,7 % menor que o maior valor que ocorre no verão.

partir de valores experimentais. Neste caso, a temperatura dos módulos

A localidade com maior irradiação solar anual incidente nos módulos

foi medida com um PT100 calibrado e instalado na parte posterior

fotovoltaicos é Calama (2490 kWh/m2) e a menor é Valparaíso (1437

de um módulo fotovoltaico e a irradiância solar foi medida com um

kWh/m2).

piranômetro da marca Eppley durante 3 anos, de janeiro de 2013 a

Na Fig. 3(b) compara-se a temperatura efetiva média diária mensal

dezembro de 2015. Nota-se que os valores experimentais são maiores 4.3 Comparação de valores simulados e experimentais da

que os simulados. Este resultado indica que a energia elétrica obtida

temperatura dos módulos fotovoltaicos

com o programa computacional PV*Sol Premium é maior que o valor que será produzido pelo sistema FV, pois as perdas de energia pelo aumento

Para determinar a temperatura ambiente média referente a

da temperatura são maiores. Da Fig. 3(b) observa-se que a maior

cada mês para as quatro localidades consideraram-se somente os

diferença entre os valores experimentais e simulados ocorre nos meses

valores com irradiância solar maior que 40 W/m2. A base de dados da

de inverno e é de aproximadamente 10 °C. Portanto, novos métodos

temperatura ambiente é do programa computacional PV*Sol Premium.

para estimar a temperatura dos módulos a partir da temperatura

Figura 3 - (a) Diferença entre a temperatura efetiva dos módulos fotovoltaicos (TEF) e a ambiente para as quatro localidades e (b) comparação entre os resultados simulados e experimentais da TEF em Porto Alegre.


Apoio

67

ambiente deveriam ser introduzidos no programa computacional (Koehl

1,6 GW e em setembro de 2017 a potência instalada foi de 2,18

et al., 2011).

GW. Em ambos países, esforços para o desenvolvimento da indústria de componentes de sistemas FVs foram realizados, envolvendo

4.4 Comparação da energia elétrica e produtividade

universidades, centros de pesquisa e entidades governamentais.

Este crescimento está relacionado com as características da matriz

Na Fig. 4 mostra-se a energia elétrica mensal produzida pelo

sistema fotovoltaico em cada uma das quatro localidades. O sistema

energética de cada país. Enquanto o Brasil possui uma matriz energética

em Calama produz mais energia elétrica que nas outras localidades

baseada em fontes de energia renováveis, co m 68,1 % da energia

em todos os meses do ano. Em Barreiras a menor produção ocorre nos

elétrica produzida por centrais hidroelétricas, o Chile possui uma matriz

meses de verão. Valparaíso apresenta a maior variação na produção de

elétrica em que 49,3 % da energia é produzida a partir de fontes de

energia elétrica durante o ano. No mês de junho a produção é de 217

energia térmica.

kWh, enquanto que em Barreiras e Calama a energia elétrica é de 600

kWh e 605 kWh, quase três vezes maior.

diferentes localidades, selecionou-se o melhor ângulo de inclinação

considerando a energia elétrica produzida no ano. Para as duas

Conforme mostra a Tab. 5, a produtividade anual em Calama é de

Para comparar os sistemas fotovoltaicos simulados nas quatro

2170 kWh/kW, enquanto que em Barreiras é de 1730 kWh/kW. A maior

cidades com a menor latitude, o ângulo de inclinação foi similar ao

produtividade em Calama deve-se a maior incidência de irradiação

módulo da latitude. Porém, para Porto Alegre e Valparaíso, o melhor

solar. A produtividade em Valparaíso é de 1260 kWh/kW, menor que a

ângulo de inclinação é menor que a latitude. Também se observou que a diferença entre β e Φ aumenta com o aumento da latitude. Da

produtividade em Porto Alegre, que é de 1520 kWh/kW.

avaliação de diferentes bases de dados de irradiação solar global, verificou-se que com os dados da NASA a irradiação solar anual é aproximadamente 40 % maior que a obtida com as outras três bases de dados. O local com maior irradiação solar anual é Calama, devido ao clima desértico e Valparaíso apresenta a maior variação ao longo do ano.

A maior diferença entre a temperatura efetiva dos módulos

fotovoltaicos e a ambiente ocorreu em Calama, pois é a localidade com maior irradiação solar. Para Calama a ΔTEF varia entre 20 °C e 24 °C e, para Barreiras, a variação foi de 17 °C a 22 °C. Os menores valores de ΔTEF ocorreram para Valparaíso e a menor diferença foi inferior a 12 °C. Para Porto Alegre, o menor valor de ΔTEF foi de 15 °C. Para estas duas localidades os maiores valores de ΔTEF foram de aproximadamente Figura 4 - Energia elétrica mensal produzida pelo sistema fotovoltaico de 4 kWp nas quatro localidades.

20 °C. Da comparação entre os valores experimentais e simulados da temperatura efetiva dos módulos FV em Porto Alegre constatou-se que a maior diferença ocorreu os meses de inverno e foi de

Tabela 5 - Irradiação solar anual, energia elétrica anual e produtividade anual para as quatro localidades.

aproximadamente 10 °C.

Valparaíso apresentou a maior variação na produção de energia

Irradiação Solar

Energia Elétrica

Produtividade

Anual (kwh/m2)

Anual (kWh)

Anual(kWh/kW)

enquanto que em Barreiras e Calama a energia elétrica foi de 600 kWh

Barreiras

2051

6907

1730

e 605 kWh, quase três vezes maior. A produtividade anual em Calama

Porto Alegre

2490

8676

2170

foi de 2170 kWh/kW, enquanto que em Barreiras foi de 1730 kWh/

Calama

1756

6062

1520

kW. A produtividade em Valparaíso foi de 1260 kWh/kW, menor que a

Valparaíso

1437

5016

1260

produtividade em Porto Alegre, que foi de 1520 kWh/kW.

Cidade

elétrica durante o ano. No mês de junho a produção foi de 217 kWh,

4 - CONCLUSÃO

Agradecimentos

Na América do Sul, o Brasil e o Chile têm se destacado em relação

Os autores agradecem à ITAIPU Binacional, LAR, C.VALE, COPACOL,

ao crescimento de instalações de sistemas e centrais fotovoltaicas.

SEBRAE/PR e OCEPAR pela subvenção do projeto de P&D intitulado

No Brasil, a partir de 2016, ocorreu um crescimento exponencial da

“Implantação de Unidades de Geração Distribuída de Energia Elétrica a

potência instalada. Até o final outubro de 2017 haviam sido instalados

Partir de Sistemas Fotovoltaicos em Propriedades Rurais”, Convênio n°

129 MW em sistemas de geração distribuída e 311 MW em centrais

4500040746, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

fotovoltaicas. No Chile, em janeiro 2017, a potência instalada em

Tecnológico (CNPq) e à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande

sistemas ou centrais fotovoltaicas atingiu o valor de

do Sul.


Apoio

68

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* Adriano Moehlecke, Sérgio Boscato Garcia e Guilherme Pereira Araújo são da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Escola de Ciências, Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar), Porto Alegre, Brasil


Energia Eólica

69

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Maturidade das fontes renováveis

Existe uma importante

envolvendo empresas,

renováveis não convencionais,

na discussão sobre a retirada

discussão a ser feita pelo setor

consumidores, agentes

chamadas de incentivadas,

dos subsídios para as fontes

elétrico e que, num primeiro

setoriais e poder público num

cresceram exponencialmente

renováveis incentivadas. É

momento, pode parecer um

diálogo transparente e, claro,

nos últimos cinco anos, graças

fundamental que este debate

contrassenso: a possibilidade

estabelecendo uma fase de

ao desconto na TUSD/TUST.

aconteça sem receios, em

de redução dos subsídios para a

transição. Outro passo que

Outro ponto importante a ser

particular por parte dos que

fontes renováveis incentivadas,

precisa ser seguido é que sejam

analisado é o quanto, de fato,

defendem as renováveis

no caso eólica, solar, biomassa

estabelecidos legalmente,

os descontos impactaram no

incentivadas. Considerando o

e PCH (Pequenas Centrais

como política de Estado,

crescimento das tarifas de

avanço das novas tecnologias

Hidrelétricas). As subvenções

mecanismos de valorização

energia elétrica. Não se deve

que provocaram uma redução

para fontes incentivadas - no

dos atributos ambientais

considerar apenas os índices

no preço e, consequentemente,

caso o desconto de 50% das

das fontes incentivadas,

de inflação, mas também todos

uma maior competitividade

tarifas de uso dos sistemas

em consonância com o que

os acionamentos de bandeira

de tais fontes, a retirada dos

elétricos de transmissão e de

já é feito em outros países.

vermelha devido ao baixo

subsídios, de forma igualitária

distribuição (TUST e TUSD) -

A importância deste passo

volume dos reservatórios das

para todas as renováveis,

tiveram um papel importante

reside no fato de que tais

hidrelétricas e necessidade

poderá representar uma nova

no crescimento da participação

atributos são fundamentais

de acionamento de térmicas.

fase de amadurecimento

destas fontes na matriz de

para manutenção da

Neste tema, vale pontuar

destes setores. Este debate

energia e ainda têm um peso

competitividade das fontes

que, ainda que a retirada do

também é importante porque

considerável. A lei, no entanto,

incentivadas frente às demais

desconto da TUST e TUSD

pode mostrar a necessidade

já tem mais de 20 anos e muita

fontes geradoras de energia.

possa significar queda de tarifa

de diferentes incentivos

coisa mudou no Brasil e no

para o consumidor, só com

para, por exemplo, a geração

mundo.

é fundamental fazer uma

uma reforma setorial ampla

distribuída tendo como fonte

Acreditamos que a retirada

No decorrer desse processo,

análise profunda e transparente

poderemos ver uma mudança

estas mesmas renováveis

dos descontos da TUSD e da

dos reais impactos da retirada

consistente com redução

incentivadas.

TUST é possível desde que

de tais subvenções. Decisões

significativa para o consumidor.

seja feita de forma igualitária

repentinas podem acabar sendo

Como se nota, ainda há

discussão necessária, inclusive

entre todas as fontes

um tiro no pé. É imprescindível,

pontos que precisam ser mais

como forma de entrar num novo

renováveis incentivadas. O

por exemplo, ter uma ideia

bem estudados e esclarecidos,

momento de maturidade e que

primeiro passo, no entanto,

muito clara do impacto

mas isso não deve ser um

possibilite um crescimento

seria promover discussões

no Mercado Livre, onde as

impedimento para se engajar

ainda maior destas fontes.

Acredito que esta é uma


Energia solar fotovoltaica

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.

70

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.

Nelson Falcão é Diretor Sênior de Desenvolvimento de Negócios da FLEX

Por que o Brasil exporta empregos para a Ásia? demanda extremamente baixa.

a apenas 12% para grandes

no Brasil está aquecido e

Na indústria, a conta é muito

projetos, enquanto as matérias

Comércio Exterior e Serviços

possui um futuro promissor.

simples: se não há pedidos, não

primas para a fabricação dos

(MDIC) e o Ministério da

Em 2017, atingimos 1.145

há produção e, sem produção, não

mesmos no Brasil pagam até

Ciência, Tecnologia, Inovações

MW de potência instalada

há empregos. Sem encomendas,

40% de impostos, uma injustiça

e Comunicações (MCTIC)

da fonte solar fotovoltaica

algumas das fábricas fecharam

tributária gritante, que encarece

apontaram o Programa de

na matriz elétrica nacional e

e outras estão com as atividades

e desincentiva a fabricação

Apoio ao Desenvolvimento

em 2018 ultrapassaremos

reduzidas ou paralisadas, lutando

nacional.

Tecnológico da Indústria de

a marca histórica de 2.000

para sobreviver. O que levou a esta

Semicondutores e Displays

MW provenientes desta fonte

situação?

a Associação Brasileira de Energia

(PADIS) como o programa que

renovável, limpa, competitiva e

Solar Fotovoltaica (ABSOLAR),

poderia ser adaptado para corrigir

sustentável.

crítico entre os impostos sobre

em conjunto com os fabricantes

esta perversa distorção: basta a

insumos produtivos dos módulos

nacionais, recomendou ao

inclusão dos insumos na lista de

crescimento à visão de novas

fotovoltaicos (células solares,

Governo uma ação de isonomia

produtos abrangidos pelo PADIS.

fábricas com importante geração

vidro, encapsulantes, molduras

tributária, reduzindo os impostos

Tal inclusão é urgente, sob o risco

de empregos para a população.

etc.) e os impostos sobre os

sobre insumos produtivos, para

de encerramento permanente das

Muitas empresas apostaram no

módulos fotovoltaicos acabados.

baratear os módulos fotovoltaicos

operações das fábricas do Brasil.

desenvolvimento desta indústria

Os módulos fotovoltaicos

fabricados no Brasil, aumentando

estratégica no País: são mais

prontos são importados com

a competitividade da cadeia

dependem de uma demanda

de 40 fabricantes nacionais

baixos impostos, chegando

produtiva nacional.

estável e previsível, principalmente

O mercado solar fotovoltaico

Seria natural associar este

cadastrados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sendo 10 indústrias de módulos fotovoltaicos, principal equipamento do setor. Foram investidos mais de meio bilhão de reais para a construção de fábricas de alta tecnologia, capazes de produzir 1.000 MW por ano em módulos fotovoltaicos nacionais de alta qualidade, gerando mais de 15.000 empregos diretos e indiretos aos brasileiros.

Apesar do forte investimento,

acreditando no potencial do País, as fábricas de módulos fotovoltaicos estão com

Primeiro, há um desbalanço

Para corrigir esta disparidade,

O Ministério da Indústria,

Segundo, as fábricas


Energia solar fotovoltaica

71

dos leilões de energia, chamados

aos de bancos comerciais, mas

de projetos de geração centralizada

terá o efeito colateral de reduzir

solar fotovoltaica. Nos leilões,

a competitividade do BNDES.

o Governo Federal compra

Como o BNDES é um dos poucos

energia elétrica para atender à

bancos que incentiva o uso de

demanda dos consumidores ao

equipamentos fotovoltaicos

redor do Brasil. Empreendedores

fabricados no Brasil, o efeito

apresentam projetos de usinas

indireto será um desestímulo ao

solares fotovoltaicas para fornecer

uso e à fabricação de módulos

eletricidade por contratos de 20

fotovoltaicos nacionais.

anos. Os ganhadores dos leilões

terão prazos de 3 a 6 anos para

recomenda a criação de novas

construir suas usinas e começar a

linhas de crédito para a fonte

entregar a eletricidade produzida

solar fotovoltaica, com condições

ao País.

especiais para sistemas com

equipamentos nacionais, que

Em 2014, foi realizado

Por isso, a ABSOLAR

o primeiro leilão nacional de

geram mais empregos, renda, valor

energia para a fonte solar. Em

agregado e arrecadação ao Brasil.

2015, foram dois leilões para

a fonte. Em 2016, no entanto,

ambiente, a falta de sincronia,

os leilões solares do ano foram

articulação, coordenação e

cancelados pelo Governo Federal,

planejamento do Governo

deixando uma lacuna de entrega

Federal ameaça provocar a

de projetos nos anos de 2019

substituição dos empregos

e 2020. A descontinuidade

gerados pela emergente indústria

na contratação provocou

solar fotovoltaica brasileira por

insegurança e percepção de risco

empregos industriais no exterior,

ao setor, tanto para investidores

especialmente na Ásia.

quanto para fabricantes,

causando profundo impacto

desequilíbrios e alavancar

negativo e o cancelamento

a cadeia produtiva solar

de novas fábricas no País. Os

fotovoltaica brasileira precisamos

leilões foram retomados apenas

de um programa industrial

no final de 2017 e, em abril de

transversal e coordenado para o

2018, quando o estrago já era

setor, com isonomia tributária,

irreversível.

expansão planejada da demanda e

financiamento de qualidade para

Terceiro, é necessário

Sem melhorias a este

Para corrigir estes

financiamento competitivo para

equipamentos nacionais. Com

dinamizar o mercado e tornar

este tripé, teremos condições de

a tecnologia mais acessível à

consolidar a indústria nacional,

sociedade. Neste sentido, a

tornando-a competitiva tanto

substituição da Taxa de Juros de

para o País, quanto para a

Longo Prazo (TJLP), referência nos

exportação de produtos,

financiamentos do Banco BNDES,

gerando empregos de qualidade

pela Taxa de Longo Prazo (TLP),

aos brasileiros e contribuindo

representa novo desafio à cadeia

para o desenvolvimento

produtiva nacional. A TLP busca

socioeconômico, ambiental e

aproximar os juros do BNDES

estratégico do Brasil.


72

Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Previsão de crescimento para distribuidoras de materiais elétricos é de 13% em 2018, aponta pesquisa Setor apresenta sinais de leve recuperação, mas retomada depende da prosperidade econômica e melhoria da construção civil


73

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

A revista O Setor Elétrico realizou desta vez pesquisa com 160 distribuidoras de materiais elétricos.

O levantamento mostrou que a previsão de crescimento para as distribuidoras neste ano é de 13%. Se comparado a 2017, esse crescimento é de 8%. A contratação de funcionários em 2018 cresceu 7% e a previsão de crescimento do tamanho anual do total do mercado para este ano é de 6%. Previsões de crescimento

Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2018

6% 7% 8%

Crescimento da sua empresa em 2017 comparado ao ano anterior Contratação de funcionários em 2018

13%

Previsão de crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2018

Para 18% dos entrevistados, o crescimento do mercado de materiais elétricos neste ano

não foi maior devido à desaceleração da economia brasileira. Para 15%, o crescimento foi influenciado pela desvalorização da moeda brasileira e para 14%, pelo desaquecimento do setor de construção civil. Para 13%, a falta de confiança dos inversores influenciaram no crescimento do mercado e para 11%, a redução de projetos de infraestrutura.

Fatores que devem influenciar o mercado de materiais elétricos em 2017

2%

11%

Bom momento econômico do país

Outros

15%

18%

Desvalorização da moeda brasileira

Desaceleração da economia brasileira

5%

Setor da construção civil aquecido

13%

Falta de confiança de investidores

14%

Setor da construção civil desaquecido 6%

Falta de normalização e/ou legislação

11%

Projetos de infraestrutura 2%

Incentivos por força de legislação ou normalização

3%

Crise internacional


Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

74

Os materiais elétricos de baixa tensão (81%) são os produtos

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Principais segmentos de atuação

mais comercializados, seguidos por quadros e painéis (77%), produtos como automação industrial (69%), iluminação (68%), material elétrico de média tensão (65%), automação comercial (57%),

ferramentas

(56%),

automação

residencial

Residencial

(43%)

35%

empatado com equipamentos de proteção industrial e coletiva

Comercial

71%

(43%), e material elétrico de alta tensão (36%).

Industrial

79%

Produtos mais comercializados

Outros

Deste modo, a indústria está na liderança de clientes (88%). Na

sequência estão empresas de engenharia (83%), instaladoras (81%),

21%

empresas de manutenção (77%), construtoras (745%, consumidor

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

final (68%), concessionárias de energia elétrica (45%) e empresas públicas (25%).

36%

Equipamentos de proteção individual e coletiva

43%

Principais clientes

Automação residencial

43% Ferramentas

Outros

25%

56%

Empresas públicas

Automação comercial

57%

Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

65%

Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

68%

45%

Concessionárias de energia elétrica

51%

Consumidor final

68% Construtoras

Automação industrial

74%

69% Quadros e painéis

77%

Material elétrico de baixa tensão

81%

Empresas de manutenção

77% 81% 83% 88%

O principal segmento de atuação dos revendedores é o industrial

(79%). O comercial detém 71% da fatia e o residencial, 35%.

Instaladoras

Empresas de engenharia

Indústrias em geral


75

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

A pesquisa ainda mostra que 69% da captação de clientes é realizada por telemarketing,

empatado com indicação e especialização de mercado (69%). Na sequência, 60% são realizadas por vendedores externos e 57% por rede de relacionamento. O balcão é responsável por 56% da captação de clientes, seguido por administração de contratos 43% e por loja virtual 19%. Formato de captação de clientes

Loja virtual

19%

Administração de contatos

43%

Balcão

56% 57%

Rede de relacionamentos Vendedores externos

60% 69%

Indicação / especialização de mercado Telemarketing

69%

Faturamento bruto em 2017

A pesquisa aponta ainda que 19% das distribuidoras tiveram faturamento bruto anual em

2017 entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões. Outros 19% tiveram faturamento de até R$ 3 milhões. Na sequência, empatados com 11%, estão as revendedoras que atingiram faturamento entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões, entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões, entre R$ 40 milhões e R$ 60 milhões e entre R$ 60 milhões e R$ 80 milhões. Por fim, 8% alcançaram faturamento acima de R$ 100 milhões e 2%, entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões. Faturamento bruto anual das empresas em 2016

8%

Acima de R$ 100 milhões

2%

De R$ 80 milhões a R$ 100 milhões

19%

Até R$ 3 milhões

11%

De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões

11%

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões

11%

De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões 8%

De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões 11%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

19%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões


Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Certificado ISO 9001

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

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Principais produtos que comercializa

Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

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Administração de contratos

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Indicação/especialização de mercado

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Possui loja(s) in-company

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O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Possui filiais

Cidade Angra dos Reis Bauru Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Bento Gonçalves Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Campinas Campinas Campinas Campinas Canoas Canoas Cascavel Caxias do Sul Caxias do Sul Chapeco Cornelio Procópio Cruzeiro do Sul Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Diadema Florianópolis Florianópolis Florianópolis Formosa Fortaleza Goiania Goiânia Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Ipatinga Jaboatão dos Guararapes João Pinheiro Joinville Joinville Joinville

Residencial

Site www.onixcd.com.br www.eletropainel.com.br www.eletrotransol.com.br www.alphamarktec.com.br www.ceibe.com.br www.dimexbr.com www.exponencialmg.com.br www.legrand.com.br www.lojaeletrica.com.br www.othondecarvalho.com.br www.realcenter.com.br www.eletricadw.com.br WWW.PROVOLT.COM.BR www.sobretensao.com.br www.womatel.com.br www.dimensional.com.br www.everestnet.com.br www.nortel.com.br www.peu.com.br www.eletricadw.com.br www.eletronor.com www.eletricadz.com.br www.eletronor.com www.realcenter.com.br www.eletricadz.com.br www.eletrotrafo.com.br www.onixcd.com.br www.eletrotartari.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.neblina.com.br www.eletronor.com www.everestnet.com.br www.grupopolicom.com.br www.irmaosabage.com.br www.onixcd.com.br www.reymaster.com.br www.legrand.com.br WWW.EUROCABOS.COM.BR www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.carmehil.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.acabine.com.br www.eletricadw.com.br www.dlight.com.br www.fortlight.com.br www.mediatensao.com.br www.lojaeletrica.com.br www.centelhario.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.santarita.com.br

Comercial

Telefone (24) 3365-2793 (44) 9991-1360 (91) 3204-7711 (31) 3477-7004 (31) 3292-9522 (31) 3448-0300 (31) 3317-5150 (11) 5644-2439 (31) 3218-8000 (31) 2103-3000 (54) 3449-5000 (47) 3321-7500 (47) 3036-9666 (47) 3338-4484 (47) 3322-4966 (19) 3322-0000 (19) 3772-4500 (19) 3234-3616 (19) 3709.2171 (51) 3326-4000 (51) 3314-8000 (45) 3220-9498 (54) 3220-3800 (54) 3534-4400 (49) 3027-9500 (43) 3520-5000 (68) 3224-8971 (65) 3637-8000 (41) 3778-7000 (41) 3316-5000 (41) 2104-8203 (41) 3015-9999 (41) 3217-1900 (41) 3071-7100 (41) 99976.1011 (41) 3371-5707 (41) 3328-0139 (41) 3021-5049 (11) 5644-2439 (11) 4092-9292 (48) 3225-1600 (48) 3271-5000 (48) 3343-4000 (62) 3097-6991 (85) 4008-6666 (11) 5644-2439 (62) 3531-2200 (11) 2842-5252 (11) 3393-2500 (11) 2937-4650 (11) 99670-0804 (11) 99273-1154 (31) 3828-1800 (81) 3087-3450 (38) 3561-4522 (47) 3419-7000 (47) 3177-2000 (47) 3431-2800

Industrial

EMPRESA Onix Distribuidora EletroPainel Eletro Transol Alpha Marktec Materiais Elétricos Ceibe Automação DIMEX Exponencial Legrand LOJA ELÉTRICA LTDA OTHON DE CARVALHO Realcenter Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW PROVOLT SOBRETENSÃO WOMATEL DIMENSIONAL EVEREST ELETRICIDADE NORTEL PEU COMERCIAL ELETRICA DW ELETRONOR Eletrica DZ ELETRONOR Realcenter Materiais Elétricos Eletrica DZ ELETROTRAFO Onix Distribuidora Tartari Engenharia e Tecnologia Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW DIMENSIONAL Grupo Mater ELETRONOR EVEREST ELETRICIDADE GRUPO POLICOM Irmãos Abage Onix Distribuidora Reymaster Legrand EUROCABOS SANTA RITA SANTA RITA SANTA RITA Onix Distribuidora CARMEHIL Legrand Eletro Transol A CABINE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA COMERCIAL ELETRICA DW D´LIGHT FORTLIGHT ILUMINAÇÃO INDUSTRIA LTDA MÉDIA TENSÃO LOJA ELÉTRICA LTDA CENTELHA Albernaz Electric Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW SANTA RITA

Revendedora (varejista)

A empresa é Principal segmento de atuação

Distribuidora (atacadista)

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

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Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

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Material elétrico de Baixa Tensão

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Principais produtos que comercializa

Loja Virtual

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Balcão

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Indicação/especialização de mercado

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Possui loja(s) in-company

UF MG SP SP SP SC BA SP SP SP ES PR RJ AM AM PR PR PR PR RS RJ

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Possui filiais

Cidade Juiz de Fora Jundiaí Jundiaí Jundiaí Lages Lauro de Freitas Leme Limeira Limeira Linhares Londrina Macaé Manaus Manaus Maringá Maringá Maringá Maringá Natal Nova Iguaçu Outras regiões

Residencial

Site WWW.REIMATEL.COM.BR www.cetti.com.br www.cobrace.com.br www.comesp.com.br www.coisarada.net www.centelhario.com.br www.darozeletricidade.com.br www.dimensional.com.br www.peu.com.br www.onixcd.com.br www.eletrotrafo.com.br www.polarb2b.com www.baeletrica.com.br www.legrand.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.onixcd.com.br www.onixcd.com.br www.eletroforconecta.com.br www.apscomponentes.com.br

Industrial

Telefone (32) 3215-6292 (11) 4527-4500 (11) 95405-4500 (11) 3379-5500 (49) 3251-9000 (71) 3186-3666 (19) 3573-6900 (19) 3446-7400 (19) 3404.3660 (27) 3371-0727 (43) 3520-5000 (22) 2105-7755 (92) 2125-8000 (11) 5644-2439 (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3233-8557 (84) 3311-3000 (21) 2667-1443 (11) 5645-0800

Comercial

REI MATERIAIS ELETRICO LTDA CETTI COBRACE Comesp Comercial Elétrica Ltda COISARADA ELETRICIDADE LTDA CENTELHA DA ROZ DIMENSIONAL PEU Onix Distribuidora ELETROTRAFO Polar Materiais Elétricos BA ELETRICA LTDA Legrand Eletropainel EletroPainel EletroPainel Onix Distribuidora Onix Distribuidora ELETROFOR CONECTA APS

Revendedora (varejista)

EMPRESA

Distribuidora (atacadista)

A empresa é Principal segmento de atuação

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Material elétrico de Baixa Tensão

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

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Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

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Principais produtos que comercializa

Loja Virtual

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Rede de Relacionamento

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Balcão

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Indicação/especialização de mercado

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Vendedores externos

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Administração de contratos

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Telemarketing

UF SC SC PR PA SP MG RS RS RS RS RS RS RS RS SC PE PE PE PE SP RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ BA BA BA PR SP SP SC SP PR SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP

Possui loja(s) in-company

Cidade Palhoça Palhoça Paranavaí Parauapebas Piracicaba Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Belo Recife Recife Recife Recife Ribeirão Preto Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Salvador Salvador Santa Catarina Santos São Bernardo do Campo São José São José do Rio Preto São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo

Possui filiais

Site www.onixcd.com.br www.santarita.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimexbr.com www.peu.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimensional.com.br www.grupopolicom.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.legrand.com.br www.onixcd.com.br www.plenobras.com.br www.realcenter.com.br www.santarita.com.br www.womatel.com.br www.dimexbr.com www.neblina.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.centelhario.com.br www.coloniallustres.com www.neblina.com.br www.grupopolicom.com.br www.legrand.com.br www.polarb2b.com www.suldistribuidora.com.br www.everestnet.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.andra.com.br www.berteleletrica.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.elos.com.br www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.neblina.com.br www.embramataltatensao.com.br www.grupopolicom.com.br www.histeccomercial.com.br www.salfatis.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.legrand.com.br www.megabras.com www.nofercoex.com.br www.omicronservice.com.br www.pandaeletrica.com.br www.polarb2b.com www.safebysafe.com.br

Residencial

Telefone (48) 3259-8468 (48) 3342-8100 (44) 3424-7327 (94) 3356-1278 (19) 3437.3030 (35) 3714-2660 (51) 3271-1404 (51) 99129.9215 (51) 3094-5407 (11) 5644-2439 (51) 3395-5235 (51) 2101-6800 (51) 3363-4700 (51) 3337-6400 (47) 3369-6393 (81) 2123-2300 (81) 3479-7100 (81) 3037-0727 (11) 5644-2439 (16) 2102-5444 (21) 2195-7658 (21) 3860-2688 (21) 3534-8600 (21) 3888-3727 (11) 5644-2439 (21) 3570-4944 (21) 3866-0055 (71) 3311-4500 (71) 3347-1545 (11) 5644-2439 (47) 99196-7759 (13) 3040-7000 (11) 2198-0825 (48) 3241-9100 (17) 3224-3471 (41) 3383-9290 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3229-4044 (11) 2137-7500 (11) 2902-1070 (11) 3643-6953 (11) 3619-1600 (11) 2098.0371 (11) 2065-0800 (11) 3018-0500 (11) 3312-8544 (11) 3358-8000 (11) 2249-9606 (11) 5644-2439 (11) 3254-8111 (11) 3473-3913 (11) 5061-8566 (11) 5525-3320 (11) 3181-8545 (11) 2609-0600

Comercial

Onix Distribuidora SANTA RITA SULMINAS FIOS E CABOS DIMEX PEU SULMINAS FIOS E CABOS DIMENSIONAL GRUPO POLICOM Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Legrand Onix Distribuidora Plenobras Realcenter Materiais Elétricos SANTA RITA WOMATEL DIMEX Grupo Mater Onix Distribuidora Legrand Eletro Transol CENTELHA COLONIAL LUSTRES Grupo Mater GRUPO POLICOM Legrand Polar Materiais Elétricos Sul Distribuidora EVEREST ELETRICIDADE Onix Distribuidora Legrand Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos Bertel SANTA RITA Onix Distribuidora ELOS Alpha Marktec Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos APS CASA FERREIRA Comercial Dimel Ltda COMERCIAL GONCALVES EQUIP. MEDICAO LTDA Comesp Comercial Elétrica Ltda Crossfoxeletrica DIMENSIONAL Grupo Mater Embramat GRUPO POLICOM Histec Comercial IRMÃOS SALFATIS JMC Comercial Elétrica LTDA Kienzle Controls Legrand MEGABRÁS Noferco Omicron Service PANDA Polar Materiais Elétricos SAFEBYSAFE EQUIPAMENTOS

Industrial

EMPRESA

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Principal formato na captação de clientes/atendimento

Revendedora (varejista)

A empresa é Principal segmento de atuação

Distribuidora (atacadista)

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Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)

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Certificado ISO 9001

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Rede de Relacionamento

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Balcão

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Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores

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Quadros & Painéis

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Principais produtos que comercializa Material elétrico de Baixa Tensão

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Principal formato na captação de clientes/atendimento

Possui filiais

Cidade São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Serra Sorocaba Sorocaba Taubaté Terra Preta Tijucas Toledo Uberlândia Uberlândia Uberlândia Vitória Vitória

Residencial

Site www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br www.supereletrica.com.br www.sensorestenet.com.br www.unionsistemas.com.br www.dimexbr.com www.everestnet.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.dimexbr.com www.omicronenergy.com www.proautomacao.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.lugo.com.br www.santarita.com.br www.eletricadz.com.br www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.lojaeletrica.com.br www.neblina.com.br www.eletromil.com.br

Comercial

Telefone (11) 2165-8244 (11) 5641-7288 (11) 3931-0522 (11) 2098-4500 (11) 3512-8910 (11) 5018-1030 (11) 2902-4700 (27) 3064-8100 (27) 2123-5700 (27) 3421-1000 (15) 99740-1333 (15) 3031-7400 (12) 3602-1196 (11) 4486.8400 (48) 3263-0352 (45) 3125-9400 (34) 4009-3800 (34) 3256-4944 (34) 3293-8800 (27) 2104-0812 (27) 3357-1000

Industrial

Sonepar Brasil Sul Distribuidora SUPERELETRICA Tenet do brasil UNION DIMEX EVEREST ELETRICIDADE Alpha Marktec Materiais Elétricos CENTELHA DIMEX OMICRON Proauto SULMINAS FIOS E CABOS LUGO SANTA RITA Eletrica DZ COMERCIAL ELETRICA DW Elétrica Cidade Ltda LOJA ELÉTRICA LTDA Grupo Mater Eletromil

Revendedora (varejista)

EMPRESA

Distribuidora (atacadista)

A empresa é Principal segmento de atuação

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Outros

Consumidor final

Empresas públicas

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Empresas de manutenção

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Empresas de engenharia

Indústria em geral

Concessionárias de energia elétrica

Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

Importações diretas de produtos

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Instaladoras

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Principais clientes

Construtoras

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Outros

Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF RJ SP PA MG MG MG MG MG MG MG RS SC SC SC SC SP SP SP SP RS RS PR RS RS SC PR AC MT PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR SP SC SC SC GO CE GO GO SP SP SP SP SP MG PE MG SC SC SC MG

Ferramentas

Cidade Angra dos Reis Bauru Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Bento Gonçalves Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Campinas Campinas Campinas Campinas Canoas Canoas Cascavel Caxias do Sul Caxias do Sul Chapeco Cornelio Procópio Cruzeiro do Sul Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Diadema Florianópolis Florianópolis Florianópolis Formosa Fortaleza Goiania Goiânia Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Ipatinga Jaboatão dos Guararapes João Pinheiro Joinville Joinville Joinville Juiz de Fora

Automação industrial

Site www.onixcd.com.br www.eletropainel.com.br www.eletrotransol.com.br www.alphamarktec.com.br www.ceibe.com.br www.dimexbr.com www.exponencialmg.com.br www.legrand.com.br www.lojaeletrica.com.br www.othondecarvalho.com.br www.realcenter.com.br www.eletricadw.com.br WWW.PROVOLT.COM.BR www.sobretensao.com.br www.womatel.com.br www.dimensional.com.br www.everestnet.com.br www.nortel.com.br www.peu.com.br www.eletricadw.com.br www.eletronor.com www.eletricadz.com.br www.eletronor.com www.realcenter.com.br www.eletricadz.com.br www.eletrotrafo.com.br www.onixcd.com.br www.eletrotartari.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.neblina.com.br www.eletronor.com www.everestnet.com.br www.grupopolicom.com.br www.irmaosabage.com.br www.onixcd.com.br www.reymaster.com.br www.legrand.com.br WWW.EUROCABOS.COM.BR www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.carmehil.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.acabine.com.br www.eletricadw.com.br www.dlight.com.br www.fortlight.com.br www.mediatensao.com.br www.lojaeletrica.com.br www.centelhario.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.santarita.com.br WWW.REIMATEL.COM.BR

Automação comercial

Telefone (24) 3365-2793 (44) 9991-1360 (91) 3204-7711 (31) 3477-7004 (31) 3292-9522 (31) 3448-0300 (31) 3317-5150 (11) 5644-2439 (31) 3218-8000 (31) 2103-3000 (54) 3449-5000 (47) 3321-7500 (47) 3036-9666 (47) 3338-4484 (47) 3322-4966 (19) 3322-0000 (19) 3772-4500 (19) 3234-3616 (19) 3709.2171 (51) 3326-4000 (51) 3314-8000 (45) 3220-9498 (54) 3220-3800 (54) 3534-4400 (49) 3027-9500 (43) 3520-5000 (68) 3224-8971 (65) 3637-8000 (41) 3778-7000 (41) 3316-5000 (41) 2104-8203 (41) 3015-9999 (41) 3217-1900 (41) 3071-7100 (41) 99976.1011 (41) 3371-5707 (41) 3328-0139 (41) 3021-5049 (11) 5644-2439 (11) 4092-9292 (48) 3225-1600 (48) 3271-5000 (48) 3343-4000 (62) 3097-6991 (85) 4008-6666 (11) 5644-2439 (62) 3531-2200 (11) 2842-5252 (11) 3393-2500 (11) 2937-4650 (11) 99670-0804 (11) 99273-1154 (31) 3828-1800 (81) 3087-3450 (38) 3561-4522 (47) 3419-7000 (47) 3177-2000 (47) 3431-2800 (32) 3215-6292

Automação residencial

Empresa Onix Distribuidora EletroPainel Eletro Transol Alpha Marktec Materiais Elétricos Ceibe Automação DIMEX Exponencial Legrand LOJA ELÉTRICA LTDA OTHON DE CARVALHO Realcenter Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW PROVOLT SOBRETENSÃO WOMATEL DIMENSIONAL EVEREST ELETRICIDADE NORTEL PEU COMERCIAL ELETRICA DW ELETRONOR Eletrica DZ ELETRONOR Realcenter Materiais Elétricos Eletrica DZ ELETROTRAFO Onix Distribuidora Tartari Engenharia e Tecnologia Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW DIMENSIONAL Grupo Mater ELETRONOR EVEREST ELETRICIDADE GRUPO POLICOM Irmãos Abage Onix Distribuidora Reymaster Legrand EUROCABOS SANTA RITA SANTA RITA SANTA RITA Onix Distribuidora CARMEHIL Legrand Eletro Transol A CABINE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA COMERCIAL ELETRICA DW D´LIGHT FORTLIGHT ILUMINAÇÃO INDUSTRIA LTDA MÉDIA TENSÃO LOJA ELÉTRICA LTDA CENTELHA Albernaz Electric Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW SANTA RITA REI MATERIAIS ELETRICO LTDA

Treinamento técnico para os clientes

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Principais produtos que comercializa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

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Outros

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Consumidor final

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Empresas públicas

Instaladoras

Construtoras

Indústria em geral

Concessionárias de energia elétrica

Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

Importações diretas de produtos

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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

Outros

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Empresas de manutenção

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Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF SP SP SP SC BA SP SP SP ES PR RJ AM AM PR PR PR PR RS RJ

Ferramentas

Cidade Jundiaí Jundiaí Jundiaí Lages Lauro de Freitas Leme Limeira Limeira Linhares Londrina Macaé Manaus Manaus Maringá Maringá Maringá Maringá Natal Nova Iguaçu Outras regiões

Automação industrial

Site www.cetti.com.br www.cobrace.com.br www.comesp.com.br www.coisarada.net www.centelhario.com.br www.darozeletricidade.com.br www.dimensional.com.br www.peu.com.br www.onixcd.com.br www.eletrotrafo.com.br www.polarb2b.com www.baeletrica.com.br www.legrand.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.onixcd.com.br www.onixcd.com.br www.eletroforconecta.com.br www.apscomponentes.com.br

Automação comercial

Telefone (11) 4527-4500 (11) 95405-4500 (11) 3379-5500 (49) 3251-9000 (71) 3186-3666 (19) 3573-6900 (19) 3446-7400 (19) 3404.3660 (27) 3371-0727 (43) 3520-5000 (22) 2105-7755 (92) 2125-8000 (11) 5644-2439 (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3233-8557 (84) 3311-3000 (21) 2667-1443 (11) 5645-0800

Principais clientes

Empresas de engenharia

CETTI COBRACE Comesp Comercial Elétrica Ltda COISARADA ELETRICIDADE LTDA CENTELHA DA ROZ DIMENSIONAL PEU Onix Distribuidora ELETROTRAFO Polar Materiais Elétricos BA ELETRICA LTDA Legrand Eletropainel EletroPainel EletroPainel Onix Distribuidora Onix Distribuidora ELETROFOR CONECTA APS

Automação residencial

Empresa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

Principais produtos que comercializa

Treinamento técnico para os clientes

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos

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Outros

Consumidor final

Empresas públicas

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Empresas de manutenção

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Empresas de engenharia

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Instaladoras

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Construtoras

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Indústria em geral

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Concessionárias de energia elétrica

Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

Importações diretas de produtos

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Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

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Outros

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Principais clientes

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

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Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF SC SC PR PA SP MG RS RS RS RS RS RS RS RS SC PE PE PE PE SP RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ BA BA BA PR SP SP SC SP PR SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP

Ferramentas

Cidade Palhoça Palhoça Paranavaí Parauapebas Piracicaba Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Belo Recife Recife Recife Recife Ribeirão Preto Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Salvador Salvador Santa Catarina Santos São Bernardo do Campo São José São José do Rio Preto São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo

Automação industrial

Site www.onixcd.com.br www.santarita.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimexbr.com www.peu.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimensional.com.br www.grupopolicom.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.legrand.com.br www.onixcd.com.br www.plenobras.com.br www.realcenter.com.br www.santarita.com.br www.womatel.com.br www.dimexbr.com www.neblina.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.centelhario.com.br www.coloniallustres.com www.neblina.com.br www.grupopolicom.com.br www.legrand.com.br www.polarb2b.com www.suldistribuidora.com.br www.everestnet.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.andra.com.br www.berteleletrica.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.elos.com.br www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.neblina.com.br www.embramataltatensao.com.br www.grupopolicom.com.br www.histeccomercial.com.br www.salfatis.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.legrand.com.br www.megabras.com www.nofercoex.com.br www.omicronservice.com.br www.pandaeletrica.com.br www.polarb2b.com www.safebysafe.com.br

Automação comercial

Telefone (48) 3259-8468 (48) 3342-8100 (44) 3424-7327 (94) 3356-1278 (19) 3437.3030 (35) 3714-2660 (51) 3271-1404 (51) 99129.9215 (51) 3094-5407 (11) 5644-2439 (51) 3395-5235 (51) 2101-6800 (51) 3363-4700 (51) 3337-6400 (47) 3369-6393 (81) 2123-2300 (81) 3479-7100 (81) 3037-0727 (11) 5644-2439 (16) 2102-5444 (21) 2195-7658 (21) 3860-2688 (21) 3534-8600 (21) 3888-3727 (11) 5644-2439 (21) 3570-4944 (21) 3866-0055 (71) 3311-4500 (71) 3347-1545 (11) 5644-2439 (47) 99196-7759 (13) 3040-7000 (11) 2198-0825 (48) 3241-9100 (17) 3224-3471 (41) 3383-9290 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3229-4044 (11) 2137-7500 (11) 2902-1070 (11) 3643-6953 (11) 3619-1600 (11) 2098.0371 (11) 2065-0800 (11) 3018-0500 (11) 3312-8544 (11) 3358-8000 (11) 2249-9606 (11) 5644-2439 (11) 3254-8111 (11) 3473-3913 (11) 5061-8566 (11) 5525-3320 (11) 3181-8545 (11) 2609-0600

Automação residencial

Empresa Onix Distribuidora SANTA RITA SULMINAS FIOS E CABOS DIMEX PEU SULMINAS FIOS E CABOS DIMENSIONAL GRUPO POLICOM Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Legrand Onix Distribuidora Plenobras Realcenter Materiais Elétricos SANTA RITA WOMATEL DIMEX Grupo Mater Onix Distribuidora Legrand Eletro Transol CENTELHA COLONIAL LUSTRES Grupo Mater GRUPO POLICOM Legrand Polar Materiais Elétricos Sul Distribuidora EVEREST ELETRICIDADE Onix Distribuidora Legrand Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos Bertel SANTA RITA Onix Distribuidora ELOS Alpha Marktec Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos APS CASA FERREIRA Comercial Dimel Ltda COMERCIAL GONCALVES EQUIP. MEDICAO LTDA Comesp Comercial Elétrica Ltda Crossfoxeletrica DIMENSIONAL Grupo Mater Embramat GRUPO POLICOM Histec Comercial IRMÃOS SALFATIS JMC Comercial Elétrica LTDA Kienzle Controls Legrand MEGABRÁS Noferco Omicron Service PANDA Polar Materiais Elétricos SAFEBYSAFE EQUIPAMENTOS

Treinamento técnico para os clientes

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Principais produtos que comercializa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

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O Setor Elétrico / Outubro de 2018

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Outros

Consumidor final

Empresas públicas

Empresas de manutenção

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Empresas de engenharia

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Instaladoras

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Construtoras

X

Indústria em geral

X

Concessionárias de energia elétrica

X X

Treinamento técnico para os clientes

Corpo técnico especializado para suporte ao cliente

Importações diretas de produtos

X X X

Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

X X

X X X X X X X

Principais clientes

Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc

X X X X X

Outros

SP SP SP SP SP SP SP ES ES ES SP SP SP SP SC PR MG MG MG ES ES

Equipamentos de proteção individual e coletiva

UF

São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Serra Sorocaba Sorocaba Taubaté Terra Preta Tijucas Toledo Uberlândia Uberlândia Uberlândia Vitória Vitória

Ferramentas

Cidade

www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br www.supereletrica.com.br www.sensorestenet.com.br www.unionsistemas.com.br www.dimexbr.com www.everestnet.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.dimexbr.com www.omicronenergy.com www.proautomacao.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.lugo.com.br www.santarita.com.br www.eletricadz.com.br www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.lojaeletrica.com.br www.neblina.com.br www.eletromil.com.br

Automação industrial

Site

(11) 2165-8244 (11) 5641-7288 (11) 3931-0522 (11) 2098-4500 (11) 3512-8910 (11) 5018-1030 (11) 2902-4700 (27) 3064-8100 (27) 2123-5700 (27) 3421-1000 (15) 99740-1333 (15) 3031-7400 (12) 3602-1196 (11) 4486.8400 (48) 3263-0352 (45) 3125-9400 (34) 4009-3800 (34) 3256-4944 (34) 3293-8800 (27) 2104-0812 (27) 3357-1000

Automação comercial

Telefone

Sonepar Brasil Sul Distribuidora SUPERELETRICA Tenet do brasil UNION DIMEX EVEREST ELETRICIDADE Alpha Marktec Materiais Elétricos CENTELHA DIMEX OMICRON Proauto SULMINAS FIOS E CABOS LUGO SANTA RITA Eletrica DZ COMERCIAL ELETRICA DW Elétrica Cidade Ltda LOJA ELÉTRICA LTDA Grupo Mater Eletromil

Automação residencial

Empresa

Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)

Principais produtos que comercializa

X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Por Eng. Normando V.B. Alves*

Eletrodo de aterramento de PDA Parte 1 Apresentação

Quando

se

finalidade. fala

em

aterramento,

De acordo com o caso você terá de

normalmente os profissionais da área

atender a uma ou mais normas técnicas para

arrepiam, pois existem tantas crenças e

verificar a necessidade desse aterramento.

tabus nessa área que chega a ser hilário. A

Como o leque de opções ficou muito

ideia deste artigo é falar sobre aterramento,

amplo, iremos fechá-lo um pouco e focar

focado em PDA - Proteção contra Descargas

mais na PDA.

Atmosféricas, mas a maioria dos conceitos podem ser estendidos para outras áreas,

Aterramento de PDA

mas não obrigatoriamente.

Quando

precisamos

desenvolver

A

teve

nova

norma

algumas

NBR

alterações

5419/2015 em

relação

um projeto de aterramento, a primeira

á versão anterior de 2005 no item

informação a saber é qual a finalidade

de dimensionamento do eletrodo de

desse aterramento. Ele poderá ser para

aterramento

PDA,

definição deste.

Instalações

elétricas

de

Baixa,

e

vamos

começar

pela

Subestações,

Apenas gostaria de lembrar que uma PDA

linhas de transmissão, drenar estática etc.

- Proteção contra Descargas atmosféricas

Para cada uma dessas situações existem

é subdividida em SPDA - Sistema de

particularidades que têm de ser levadas

Proteção contra Descargas Atmosféricas

em consideração, para garantir que o

e MPS - Medidas de Proteção de Surtos,

aterramento projetado irá atender a essa

conforme esquema da norma abaixo.

Média ou Alta Tensão,


85

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Definições retiradas da Norma NBR5419/2015-3

Nesse artigo iremos falar sobre o subsistema

de

aterramento

e

vamos

começar pelas principais funções deste subsistema dentro do SPDA. Vejamos algumas definições da norma:

Introdução

“A finalidade de um eletrodo de

aterramento é dispersar a corrente da descarga atmosférica na terra, por meio do subsistema de aterramento.”

“Uma vez iniciada uma construção em

um determinado local, o acesso restrito ao solo e á armadura de aço das estruturas dificulta o aproveitamento desses elementos como componentes naturais do SPDA, notadamente o subsistema de aterramento.”

“Por esta razão, a resistividade e tipo do

solo devem sempre ser considerados nos estágios iniciais, sendo estas informações fundamentais para o projeto do sistema de aterramento e que podem exigir adequações no projeto da estrutura da fundação.” *Eng. Normando V.B. Alves é Diretor de Engenharia da Termotécnica Continua na próxima edição


86

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Por Ivan Nunes Santos e Andréia Crico dos Santos*

Uma forma de onda cada vez mais distorcida Na

contemporaneidade,

o

setor

de fornecimento, quanto do produto

elétrico mundial se depara com constantes

energia elétrica.

desafios, os quais são provenientes, em

suma, das seguintes questões: necessidade

percebe-se

de substituição do uso de fontes de

de

energia

Quando da avaliação deste cenário, que

normas

apesar

voltadas

à

da

existência

garantia

do

combustíveis

fornecimento de energia com qualidade,

fósseis por fontes renováveis, inserção

não necessariamente a forma de onda

de novas tecnologias ou melhoramentos

é

tecnológicos

do

considerando tais mudanças, na sequência

sistema elétrico (geração, transmissão e

são enumerados os principais fatores

distribuição) e obrigação de garantir o

que contribuem para a perda do formato

fornecimento de energia elétrica de forma

senoidal da onda elétrica de corrente e

contínua e com coeficientes aceitáveis de

tensão.

provenientes

nos

de

distintos

níveis

a

preocupação

primária.

Assim,

qualidade.

No que se refere à substituição de

Geração

fontes poluentes por renováveis, esta

meta está alinhada com o compromisso

vertiginoso da geração eólica de energia

assumido

do

elétrica, sendo, no Brasil, representado

mundo, incluindo o Brasil, para diminuição

por uma verdadeira explosão de novas

da emissão de gases que contribuem

conexões na região Nordeste. Em sentido

para o efeito estufa. Já sobre o segundo

ascendente também está a geração de

elemento ressaltado, qual seja, inserção de

energia a partir de fazendas fotovoltaicas.

novas tecnologias, pode-se mencionar o

Segundo a Agência Nacional de Energia

surgimento e a difusão das chamadas redes

Elétrica, a geração eólica já representa

elétricas inteligentes (Smart Grids), além do

mais de 8% da matriz energética nacional.

barateamento de tecnologias já existentes

Estas duas formas de geração renováveis

empregadas em nível de transmissão,

possuem interfaceamento com a rede via

tais como sistema HVDC’s (High Voltage

conversores de potência e representam

Direct Current) e FACT’s (Flexible AC

importantes potenciais de geração de

Transmission Systems). Com relação ao

correntes não lineares, o que exige especial

terceiro aspecto mencionado, é simples

atenção, por parte do Operador Nacional

perceber que a necessidade de garantir o

do Sistema Elétrico Brasileiro, quando de

suprimento de energia elétrica advém da

suas conexões.

pelas

principais

nações

Neste quesito verifica-se o crescimento

correlata dependência de praticamente todos os setores da sociedade para com

Transmissão

esta, fato que leva ao estabelecimento de

regulamentações cada vez mais severas

conforme já mencionado, o crescimento

associadas tanto à qualidade dos serviços

do número de elos de HVDC’s no Sistema

No sistema de transmissão tem-se,


Espaço SBQEE

87

Interligado Nacional (SIN). Neste tocante,

sintetizadores de energia de uma forma

geração distribuída no Brasil, promovida

destacam-se as linhas do Complexo Rio

geral.

principalmente por sistemas fotovoltaicos interfaceados via conversores eletrônicos.

Madeira à Araraquara e também as redes provenientes de Belo Monte até a região

Distribuição

Sudeste. Verifica-se também o surgimento

Esta é, sem dúvidas, a área do sistema

sistemas armazenadores de energia, os

de novas estações back-to-back, a exemplo

elétrico

as

quais são esperados em todos níveis do

das instaladas em Porto Velho para conexão

principais mudanças. Assim, pode-se citar

sistema elétrico, atuando também de

de geração à região Norte. Tais dispositivos

a automação industrial que traz consigo

modo não linear.

possuem características não lineares, sendo

o emprego massivo de ASD’s (Adjustable

potenciais geradoras de distorções.

Speed Drives) para controle de velocidade

afirmar que a manutenção da forma de onda

e

senoidal em nosso sistema elétrico de potência

Outros elementos estão sendo inseridos

onde

torque

de

estão

ocorrendo

motores

empregados

Salienta-se, ainda, o surgimento de

Portanto, diante do exposto, podemos

à rede básica com o objetivo de otimizar

em sistemas de esteiras, ventilação e

demandará

a operação, aumentar a confiabilidade

bombeamento, os quais provêm, via de

dos agentes reguladores, concessionárias,

e estabilidade, mas, ao mesmo tempo,

regra, correntes harmônicas. Percebe-se

consumidores e pesquisadores da área.

podem causar distorções harmônicas por

também o advento do veículo elétrico

terem operação caracterizada pela não

que possui carregamento com potencial

*Ivan Nunes Santos é professor e pesquisador na

linearidade. Dentre estes dispositivos estão

geração de distorções harmônicas nas

Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade

FACT’s, que flexibilizam a transferência

redes de distribuição, além da substituição

Federal de Uberlândia (FEELT/UFU) - Núcleo de

de energia, e equipamentos que visam a

de sistemas de iluminação e uso cada

Qualidade da Energia Elétrica - www.nqee.com.br

melhoria dos níveis de tensão com controle

vez maior de produtos com alto grau de

Andréia Crico dos Santos é professora no

eletrônico de reativo, tal como os DVR’s

eficiência em ambientes residenciais e

Instituto Federal de Educação, Ciência e

(Dynamic Voltage Regulator), Statcom’s

comerciais. Outra importante questão é

Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) e

(Static

o crescimento quase que exponencial da

estudante de doutorado na FEELT/UFU

Synchronous

Compensator)

e

esforços

cada

vez

maiores


88

Ponto de vista 1

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Dados abertos: passaporte do setor elétrico brasileiro para a quarta revolução industrial A

aceleração

dos

acontecimentos

Todas estas tecnologias precisam de

políticos, sociais, militares e tecnológicos

Terabytes de dados para funcionar em

das últimas três décadas está conduzindo ao

sua plenitude, transformando “dados”

surgimento de uma nova fase da revolução

na nova matéria prima do Século 21.

industrial, a chamada 4ª Revolução Industrial

Tecnologias como as de redes wireless

ou Indústria 4.0. A escala, o escopo e a

de sensores baratos das mais diversas

complexidade dessa nova revolução serão

grandezas

diferentes de tudo aquilo que a humanidade

nuvem de dados permitem a produção e o

conheceu até o momento, transformando

armazenamento de dados na quantidade

profundamente os atuais modos de vida,

e velocidade necessárias às tecnologias

trabalho e relacionamento da sociedade

da 4ª revolução.

(Schwab, K., 2016).

Para

e

de

que

a

armazenamento

sociedade

em

possa

se

O setor elétrico é um dos melhores

beneficiar de novos produtos e serviços

exemplos das transformações decorrentes

desenvolvidos a partir desta massa de

dessa Revolução. Os principais motores das

dados enorme é fundamental possibilitar o

transformações radicais por que este setor

acesso por todos os atores da sociedade

passa são: a preocupação da sociedade

aos

com as consequências do aquecimento

produzidos.

global; a diminuição exponencial dos custos

A

e a melhoria contínua do desempenho

International”

das tecnologias de energia distribuída; a

“Dados Abertos”, segundo o qual “os

mudança do papel do consumidor de um

dados

ator passivo para outro ativo, possibilitando

pessoa pode livremente acessá-los, utilizá-

a criação de novos negócios criativos no

los, modificá-los e compartilhá-los para

setor e; o envelhecimento das instalações

qualquer finalidade, estando sujeito, no

do atual sistema elétrico.

máximo, a exigências que visem preservar

Estas

mudanças

impulsionadas

pelo

estão

sendo

surgimento

e

Terabytes

de

organização

são

lançou abertos

dados

atualmente

“Open

Knowledge

o

conceito

quando

de

qualquer

sua proveniência e sua abertura” (Portal Brasileiro de Dados Abertos).

maturação de tecnologias disruptivas, tais

como: “Smart grid”; Cidades inteligentes;

para os dados produzidos pelos governos,

Internet das coisas; Inteligência artificial

de modo que a sociedade e as empresas

e

Data”;

possam criar valor com os mesmos. Isto

Aprendizado por máquina; “Deep learning”;

é aceito pelas sociedades da maioria dos

Supercomputadores de bolso e “Digital

países democráticos, tais como os Estados

twin”.

Unidos, os da União Europeia e o Brasil.

computação

cognitiva;

“Big

Tal conceito foi pensado inicialmente


89

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

O conceito de Dados Abertos também

eólicos brasileiros, que enviam os dados

conscientes de deter 100% do mercado

se aplica àqueles de propriedade de

das máquinas, adquiridos on-line, para

promoveram um loteamento do mesmo e

empresas, mas elas relutam em compartilhar

centros de controle no exterior, sendo que

quase nada investiram em tecnologia da

seus dados com o governo e o público em

muitas vezes ou os próprios proprietários

inovação, sob as bênçãos do Estado.

geral, não somente por razões legítimas

dos parques não têm acesso a tais dados

de fornecer dados sensíveis das áreas

ou são impedidos por contrato de divulgá-

Industrial, é fundamental que a sociedade

comerciais e tecnológicas, mas também

los.

brasileira perceba que Dados Abertos são

de possíveis riscos com problemas de

Em geral, a razão alegada para a não

as novas “matérias primas” desta nova

privacidade dos dados e com os custos de

disponibilização de tais dados é que,

Revolução. Como os responsáveis pelo

tornarem os seus dados brutos em Dados

mesmo que eles sejam fundamentais para

bem estar da sociedade brasileira são

Abertos.

a sociedade, eles são protegidos por lei,

os brasileiros e o fracasso do Brasil em

Atualmente, no limiar da 4ª Revolução

Uma grande barreira a ser transposta

visto que são produzidos por empresas

aproveitar esta nova janela de oportunidade,

nessa área de Dados Abertos é a cultura

particulares. Tal argumento é, no mínimo,

é fundamental que atores representantes de

da sociedade brasileira, tanto dos governos

duvidoso, visto que praticamente toda usina

todos os setores da sociedade brasileira,

quanto das empresas de “dados só meus”.

no Brasil é construída com financiamento

tais como os setores público e privado,

Para exemplificar esta cultura no setor

do Banco Nacional de Desenvolvimento

a sociedade civil, o setor produtivo e a

elétrico podemos citar: concessionárias

Econômico e Social, que é extremamente

universidade, participem de maneira crítica,

de distribuição que não fornecem para o

subsidiado pela sociedade brasileira. Além

criativa e colaborativa para garantir que os

público em geral os dados do seu sistema

disso, se uma lei prejudica a sociedade,

dados produzidos no Brasil sejam Dados

elétrico; o banco de dados de vento dos

que se modifique a lei.

Abertos.

parques eólicos brasileiros que a Empresa

de Pesquisa Elétrica – EPE – mantém com

da Terceira Revolução Industrial e, quando

Referências

dados, entre outros, de médias de vento

decidiu participar dela, o fez com estratégias

– (Portal Brasileiro de Dados Abertos).

que a cada 15 min só disponibiliza para

que não alcançaram, nem de longe, os

O que são dados abertos?. Disponível

o público um dado agregado de ventos

resultados esperados. Apenas para ilustrar

em

mensais por Estado, que é praticamente

podemos citar a “Reserva de Mercado

abertos>. Acesso em 23/10/2018.

inútil para os estudos e pesquisas; o mesmo

de Informática” e a “Nacionalização” de

– (Schwab, K., 2016). A Quarta Revolução

ocorre com bases de dados mantidas pelo

praticamente todos os produtos utilizados

Industrial. São Paulo, SP – Edipro 2016.

Operador Nacional do Sistema (ONS)

no Brasil. Como consequência, nosso País

sobre unifilares, dados operativos etc. de

não conseguiu obter os ganhos sociais e

Prof. Geraldo Martins Tavares, D.Sc.

usinas, aos quais o público em geral não

econômicos que seriam possíveis com sua

é Professor Titular do Departamento

tem acesso, e empresas fabricantes dos

inserção plena nesta revolução. Na prática,

de Engenharia Elétrica da UFF. E-mail:

aerogeradores implantados em parques

o que se viu foram empresas brasileiras que

geraldotavares@id.uff.br

O Brasil demorou a perceber o início

<http://dados.gov.br/pagina/dados-


90

Quadros e painéis

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos |nunziante@gimi.com.br

A cor do meu painel interfere na sua performance?

Muitas vezes, leitores perguntam: em

ele foi concebido para trocar ar para sua

um conjunto de manobra e controle, tanto

refrigeração, não somente emissão de

de baixa como de alta tensão, o que inclui

infravermelho por seu invólucro.

barramentos blindados, o grau de proteção

do invólucro interfere na performance e no

serem resfriados pelo fluxo contínuo de

funcionamento do equipamento? Vejamos...

ar,

Capacidade de troca de calor de um

como por exemplo os produtos com grau

equipamento elétrico, grande parte das

de proteção IP-31, quando submetidos

vezes, é função da quantidade de ar que

aos ensaios na posição horizontal, devem

este equipamento troca com o meio ao seu

ser reclassificados quanto à capacidade

redor, certo? Assim sendo, se um quadro,

de condução de corrente se instalados

cubículo ou barramento blindado tiver grau

na

NBR-16019

elaborado para os barramentos blindados

de proteção menor, em tese ele terá uma

de 05/12/2011, os barramentos desta

no parágrafo acima, um painel ou cubículo

ventilação melhor que outro com grau de

situação

desclassificados

dimensionado para resfriar-se por meio de

proteção maior, o que pode significar que

a 80% de sua capacidade nominal. É

fluxo de ar contínuo, forçado ou natural,

ele tem uma performance térmica mais

compreensível

a

com o meio externo é substancialmente

adequada e portanto, funcionaria mais “frio”.

ventilação com o produto na vertical é

mais barato do que um quadro ou cubículo

absolutamente

o

que troca calor com o meio externo por

esclarecer melhor. Se um equipamento

fluxo de ar é significativamente menor

meio de radiação infravermelho de seu

for dimensionado para manter seu nível

em comparação com o fluxo quando a

invólucro.

de performance dentro dos parâmetros

peça está na horizontal. Barramentos

de temperatura previstos nas Normas

blindados não ventilados não devem ser

é o leitor definir com precisão o grau de

do equipamento, por exemplo a NBR-

desclassificados

na

proteção do invólucro que sua instalação

IEC-61439-1 para quadros e barramentos

vertical pois independem de fluxo de ar

realmente necessita; e a segunda é que,

blindados

para refrigeração.

determinado esse grau de proteção IP,

IEC-62271-200 para cubículos de média

No tocante a quadros e cubículos, é

busque

tensão, dependente de ventilação com

necessário especificar adequadamente o

produto

troca de ar com o meio externo, então

grau de proteção requerido na instalação

ensaios pertinentes neste grau de proteção

significa que se interrompermos este

pois a diferença de preços entre um

IP desejado, não aceitando extrapolação

fluxo de ar seguramente interferiremos

painel IP-3x com um IP-54 pode chegar

pois, como vimos, uma coisa é uma coisa

diretamente em sua performance, porque

a 100%! Seguindo o mesmo raciocínio

e outra coisa é outra coisa!!! Boa leitura!

Vamos esmiuçar um pouco mais para

de

baixa

tensão

e

NBR-

Ainda nos produtos concebidos para barramentos

vertical.

blindados

Segundo

devem

ser

esta

a

ventilados,

exigência

comprometida

quando

pois pois

aplicados

Então, ficam duas dicas: a primeira

fabricantes efetivamente

que

tenham

seu

submetido

aos


Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

91

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

“JUNTA, SEPARA...”

Não é por acaso que “aterramento

exclusivo para cada tomada...”, como se

A

elétrico” é um tema recorrente. Após

todos os formatos existentes até hoje que já

convenientemente conectados todos os

terminar um curso para aproximadamente

possuem três pinos tivessem nesse terceiro

componentes

30 engenheiros constatei que muitos deles

pino um objeto de adorno ou um “pino guia”

(energia, voz, dados, TV etc.), elementos

continuavam a ter como referência, quase

para facilitar o encaixe dos demais.

metálicos

que tatuada em suas mentes, o conceito da

(blindagens, tubos metálicos etc.) e as

separação dos eletrodos de aterramento das

uma parte da instalação elétrica que fica

descidas do SPDA.

instalações de energia, de sinal e do SPDA

enterrada e, portanto, não tem relação direta

O segredo não está na separação

– Sistema de Proteção contra Descargas

no terceiro pino da tomada, seja qual for o

dos eletrodos para o aterramento de cada

Atmosféricas, em uma mesma edificação.

padrão utilizado.

componente, mas na forma como todos os

Seja por exigência absurda de um

As Normas da ABNT - as NBRs

componentes devem ser conectados a esse

fabricante que alega não dar garantia ao

5410, 5419, 14039 e 15751 - definem

eletrodo único. O ponto principal de conexão

equipamento fornecido se o mesmo não

os

deve ser, em primeira instância, o Barramento

possuir o seu eletrodo exclusivo, com “x”

sistema

de

de Equipotencialização Principal – BEP, ou

Ohms de resistência elétrica, ou por falta

proteção (PE), condutor e barramento de

demais denominações dadas a essa peça,

de acesso à informação, a idéia de que

equipotencialização, bem como a forma

cuja correta forma de localização e utilização

eletrodo de aterramento deve ser único para

correta de suas aplicações.

podem ser encontradas nas Normas já

a edificação e servir a todas as instalações

Conhecendo as informações contidas

citadas.

elétricas (energia, sinal e SPDA) existentes

nessas Normas, consideremos como exemplo

Desta maneira podemos afirmar que

continua de certa forma obscura perante

um eletrodo de aterramento de um prédio

é tão absurda a separação do eletrodo de

grande parte da comunidade técnica nacional.

comercial de 15 andares, com 20 metros de

aterramento em uma mesma edificação

O

Eletrodo de aterramento é por definição

termos: de

eletrodo

de

aterramento,

aterramento, condutor

este

eletrodo das

que

devem

instalações adentrem

o

estar elétricas prédio

e

largura e 50 de comprimento. Se o eletrodo

quanto à interligação direta entre a armadura

mal interpretado que basta surgir algum

de aterramento projetado for constituído por

estrutural do pilar e o terceiro pino da tomada

evento que movimente a mídia, ainda que

um condutor de cobre, o mesmo deve seguir

de energia, por exemplo, no décimo andar

sem relação direta com o assunto, para

as seguintes especificações mínimas:

da mesma, afinal acredita-se que ninguém

problema

é

tão

contundente

em sã consciência queira seu equipamento

começarem as especulações. Com relação ao padrão brasileiro de tomadas que consta

- ter seção transversal igual a 50 mm²;

energizado com correntes impulsivas quando

da ABNT NBR 14136 - Plugues e tomadas

- circundar toda a edificação na forma de

da ocorrência uma descarga atmosférica,

para uso doméstico e análogo até 20 A/250

um anel fechado, preferencialmente se

correto? A maior certeza nisso tudo é que,

V em corrente alternada – Padronização,

distanciado da mesma de 1 m;

de formas diferentes, acontecerá exatamente

cheguei a ouvir o seguinte disparate: “... tá

- estar enterrado, no mínimo, a 0,5m de

isso nos dois casos!

vendo, agora é obrigatório ter um aterramento

profundidade.

O maior risco é o da desinformação!


92

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

A importância do ponto de conexão – parte 2 2017

e medidores nos pavimentos conectados

ponderações

em rede de comunicação que evitam a

sobre a importância do ponto de conexão

função de leitura manual, além da própria

A necessária integração das instalações e informações entre as distribuidoras e os consumidores

ou ponto de acoplamento comum entre as

viabilidade com vistas às

instalações

Os requisitos de controle do sistema,

distribuidoras e os consumidores, sejam

elétricas. Os “segmentos” da instalação em

aspectos de gestão das cargas e da

eles quais forem, desde residências até

que são instaladas as linhas elétricas e outros

monitoração da qualidade de energia dependem

grandes indústrias, cada qual com as suas

componentes antes da medição são também

de uma integração mais próxima entre as

particularidades. O artigo está disponível no

tratados por “correntes não medidas” e

distribuidoras e consumidores. Esta integração

link:

outras terminologias assemelhadas.

depende do atendimento das necessidades

Na

edição

apresentávamos

de

outubro

algumas

de

https://www.osetoreletrico.com.br/

importancia-do-ponto-de-conexao/. Um ano

das duas partes e a conveniente troca de serviços,

além daqueles tratados no cumprimento dos

Os desafios dos novos usos da eletricidade, automação, smart-grid e IoT

limites e desafios com a geração distribuída

Os novos modelos de fornecimento e uso

alimentar seus instrumentos de monitoração

na oportunidade desenvolvidos.

da eletricidade têm uma natural relação com

e controle, gerenciar suas cargas, garantir

os modelos de instalações a serem aplicados,

que a demanda está conforme a previsão e

Medições elétricas e instrumentação

pontos de conexão, medição de energia e

mesmo acionar os seus filtros junto ao ponto de

Os modelos clássicos de alimentação

outros, assim como a geração distribuída

conexão, a distribuidora certamente faria bom

das instalações por parte das distribuidoras

prescinde da medição “bidirecional” que

uso da informação disponível nestes sistemas

possuem logo após o ponto de conexão ou

possibilita a leitura da energia consumida

implantados pelos clientes por meio do acesso

de acoplamento um sistema de medição

pela carga e gerada pela fonte do mesmo

ao comportamento das variáveis elétricas em

relacionado ao faturamento da energia. Este

consumidor, mantendo-se a inviolabilidade de

tempo real e histórico no ponto de conexão,

sistema deve ser inviolável e de acesso

acesso às “correntes não medidas”.

aspectos de qualidade de energia e interrupções

permitido somente à própria distribuidora

Novos desafios estão chegando ao

de fornecimento (DIC, FIC, FI), atendimento as

que ainda fornece ou afere os TC´s e outros

mercado e as novas instalações deverão

normas, forma de uso de sua infraestrutura e

acessórios se aplicáveis. Naturalmente, os

estar prontas não só para serem conectadas

outros pontos que possam ser disponibilizados.

sistemas de conexão, medição e distribuição

a sistemas próprios de GD, mas a sistemas

O paradigma da inviolabilidade deve ser

da energia variam em função das distintas

de armazenamento de energia (storage),

repensado, mantendo naturalmente a qualidade

tipologias da alimentação, níveis de tensão

como também para alimentar e se conectar,

e confiabilidade da instalação, porém de forma

de alimentação, existências de subestações

por exemplo, a estações de carregamento de

que busque uma gestão mais integrada. Os

próprias e mesmo o desenvolvimento de

baterias para carros elétricos que também

recursos atuais permitem tal avanço. Basta

outros modelos mais novos que são adotados

poderão ser aplicados na alimentação das

coragem e disposição! Em tempo: operação

em função da disponibilização e maturação

cargas da instalação (agora fonte e não mais

ilhada sem distribuidora, pense antes na potência

das tecnologias, como os sistemas prediais

carga). Um grande “troca-troca” de energias,

de curto circuito, instrumento fundamental para a

em baixa tensão com barramentos blindados

tarifas e regulações.

regulação da tensão adequada.

depois, vale a pena revisitar o assunto, uma vez que outros pontos devem ser reavaliados,

disponibilidades

e

informações

técnicas. Enquanto o consumidor precisa de sinais de TC´s e TP´s das distribuidoras para



94

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Motores elétricos “Ex”: Requisitos sobre serviços de reparo, revisão e recuperação paquímetros;

do motor; medições de níveis de vibração em

prestação de serviços certificadas para a

• Sistema de Gestão da Qualidade, com base

motores; soldagem; usinagem; metalização;

execução de reparo e recuperação de motores

nos requisitos da Norma ABNT NBR ISO 9001;

embuchamento

“Ex”

que

• análise crítica de contratos de clientes para

térmicos; ensaios não destrutivos; tratamentos

possuem os necessários recursos, experiências,

prestação de serviços de reparo e recuperação

superficiais em eixos e mancais de buchas de

conhecimentos e habilidades para realizar tais

de motores “Ex”;

deslizamento; sistemas de pintura de invólucros

serviços de forma competente e segura.

• sistema de arquivamento e rastreabilidade dos

e de carcaças, de acordo com os requisitos

relatórios dos trabalhos executados de reparos e

do local de instalação, tais como ambientes

motores “Ex” certificadas devem possuir pessoal

recuperação;

industriais agressivos e instalações marítimas

devidamente treinado, qualificado e certificados,

• controle de matérias primas (vernizes, tintas,

(“offshore”).

de forma a possuírem os conhecimentos,

materiais consumíveis para soldagem, fios para

habilidades e competências necessárias para a

reenrolamento de motores);

recuperação é particularmente aplicável em

execução das atividades de recuperação para

• procedimento de obtenção de sobressalentes

máquinas elétricas girantes “Ex”, em função

as quais são responsáveis. Além dos devidos

dos fabricantes originais dos motores “Ex”,

de seu elevado custo, o que torna técnica

recursos humanos necessários (técnicos e

quando disponíveis;

e economicamente viável a recuperação de

engenheiros executantes e supervisores), as

• requisitos de subcontratação de serviços

um motor ou de um gerador “Ex” que tenha

oficinas de reparo e recuperação de motores

específicos, tais como soldagem, metalização,

apresentado um defeito. Um motor “Ex” de

“Ex” devem também possuir os recursos físicos

balanceamento e ensaios com carga. As

pequeno porte, com potência da ordem de 5 kW,

requeridos, tais como ferramental, autoclaves

empresas subcontratadas devem ser avaliadas

por exemplo, pode ser facilmente substituído,

para impregnação de verniz a vácuo, máquinas

com relação ao seu Sistema de Gestão da

a um custo viável, em caso de ocorrência de

de balanceamento, sistemas de soldagem,

Qualidade;

uma falha. No entanto, um motor de grande

tornos de usinagem e instrumentos de medição.

• sistema de gerenciamento de documentação

porte, com potência da ordem de 1.000 kW,

Existem

no

mercado

independentes

e

empresas

competentes,

de

As oficinas para reparo e recuperação de

de

tampas;

tratamentos

A execução de serviços de reparo e de

técnica dos motores e arquivamento por um

por exemplo, certamente deve ser reparado ou

competências pessoais dos empregados e

período mínimo de 10 anos;

recuperado, em função de seu elevado custo de

de Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)

• existência de procedimentos de execução de

aquisição e do seu elevado tempo de fabricação.

indicados na Norma ABNT NBR IEC 60079-19,

trabalhos de reparo e recuperação, tanto para

Os

os principais pontos auditados por Organismos

execução no interior da oficina (serviços “on-site”)

recuperação aplicáveis a motores elétricos para

de Certificação “Ex” para assegurar a capacidade

como para os serviços a serem executados fora

atmosferas explosivas estão especificados na

de uma oficina em realizar adequadamente os

da oficina, em campo (serviços “off-site”)

Norma ABNT NBR IEC 60079-19. Podem

Com relação aos requisitos técnicos, de

procedimentos

de

reparo

e

de

ser citadas como exemplos de técnicas e de

serviços de reparo e recuperação de motores “Ex” são os seguintes:

Podem ser citados como exemplos de

processos de reparo e recuperação aplicáveis

• existência de procedimentos de recuperação

procedimentos de reparo e recuperação de

a motores e geradores com tipos de proteção

de partes dos motores “Ex”, tais como tampas de

motores “Ex” requeridos pela empresa de

Ex “pxb”, Ex “pzc”, Ex “eb”, Ex “ec”, Ex “nA”, Ex

invólucros, tampas dos mancais, resistências de

prestação de serviços “Ex” certificada: medições

“tb” ou Ex “tc” ou Ex “db eb”: metalização,

aquecimento e de instrumentos para mancais;

de índices de isolamento e de polarização de

eletrodeposição, embuchamento, brasagem,

• sistema rastreável de calibração de máquinas,

motores; reenrolamento de motores (tal como

soldagem (MMA, MIG, TIG, arco submerso

instrumentos de medição e de testes, calibres e

cópia de enrolamento); balanceamento do rotor

ou fio de adição), costura metálica, usinagem,


O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Após a execução dos serviços de reparo

e recuperação de motores “Ex”, atendendo aos requisitos especificados na Norma ABNT NBR IEC 60079-19, deve ser obrigatoriamente fixada na carcaça dos motores “Ex” as devidas plaquetas complementares de marcação de reparo ou recuperação, as quais têm o objetivo de apresentar as informações necessárias para os serviços posteriores de reparo ou recuperação. Estas plaquetas de marcação furação roscada e reenrolamento do estator.

Deve ser ressaltado que existem instalados

de serviços de reparo ou recuperação

Para que os motores “Ex” reparados

em áreas classificadas de diversas empresas

devem indicar uma LETRA “R” no interior de

ou recuperados mantenham a integridade

no Brasil e em outros países do mundo uma

QUADRADO quando os serviços de reparo

dos tipos de proteção “Ex” utilizados no seu

grande quantidade de motores elétricos “Ex”

ou recuperação terem sido executados de

projeto e fabricação, podem ser necessários

para os quais não são mais disponíveis peças

acordo com a documentação de certificação

conhecimentos detalhados do projeto original

sobressalentes, muitas vezes decorrentes do

ou com uma letra “R” no interior de um

do fabricante, os quais podem ser obtidos a

fato de que os fabricantes destes motores não

TRIÂNGULO (com vértice voltado para baixo)

partir de desenhos de projeto e de fabricação

mais se encontram no mercado. Nestes casos,

quando os serviços de reparo ou recuperação

e da documentação de certificação. Quando

a Norma ABNT NBR IEC 60079-19 orienta

não terem sido executados de acordo com a

o motor “Ex” não é enviado para o fabricante

que os serviços de reparo e recuperação sejam

documentação de certificação (nos casos em

original para a execução dos serviços de reparo

efetuados de acordo com as técnicas e os

que tais documentos não sejam disponíveis),

ou recuperação, como ocorre frequentemente

procedimentos especificados naquela Norma,

mas tiverem sido executados de acordo com os

na prática, devem ser atendidos os requisitos

bem como nos requisitos de avaliação e de

requisitos especificados nas Normas da Série

especificados nas Normas específicas sobre

fabricação indicados nas respectivas Normas

ABNT NBR IEC 60079 aplicáveis para os tipos

os tipos de proteção “Ex” aplicáveis ao motor

Técnicas da Série ABNT NBR IEC 60079

de proteção existentes no motor “Ex”, tais como

e quando disponível da documentação de

relacionados com os tipos de proteção “Ex”

ABNT NBR IEC 60079-2 (motores Ex “pyb” ou

certificação do motor “Ex”. Ao completar

aplicáveis ao motor a ser recuperado, levando

Ex “pzc”), ABNT NBR IEC 60079-7 (motores

os serviços de recuperação, a empresa de

em consideração, inclusive, a Edição aplicável à

Ex “eb” ou Ex “ec”) ou ABNT NBR IEC 60079-

prestação de serviços “Ex” deve estar segura

data em que o motor foi fabricado.

31 (motores Ex “tb” ou Ex “tc”).

de que o motor “Ex” está em condições plenas

de serviço e está de acordo com os requisitos

de serviços de reparo e recuperação de

recuperação de motores “Ex” são executados

aplicáveis das normas para os tipos de proteção

motores com tipos de proteção “Ex”, realizados

de acordo com os requisitos especificados

“Ex” incorporados ao motor. Tal conformidade

por oficinas certificadas de acordo com a

na Norma ABNT NBR IEC 60079-19 e

deve ser registrada pelo reparador e mantida

Norma ABNT NBR IEC 60079-19 e com os

nas respectivas Normas adotadas da Série

nos arquivos de serviços e no prontuário das

Documentos Operacionais aplicáveis do IECEx

ABNT NBR IEC 60079 relacionadas com os

instalações, pelos usuários.

(IECEx OD 314-5 e IECEx OD 315-5).

tipos de proteção “Ex” aplicáveis ao motor,

São apresentados a seguir alguns exemplos

Sempre que os serviços de reparo ou

os motores “Ex” são considerados seguros para serem novamente instalados em áreas classificadas, após terem sido reparados ou recuperados. Nestes casos, os respectivos certificados de conformidade dos motores “Ex” permanecem válidos, sem a perda da Plaqueta de marcação complementar aplicada quando os serviços de reparo ou recuperação do motor “Ex” encontram-se em conformidade com os documentos da certificação ou as especificações do fabricante

certificação e sem a necessidade de serem novamente certificados por um Organismo de Certificação, nos casos gerais de serviços de recuperação. Na próxima edição, dando continuidade nesta série de artigos sobre motores elétricos

Plaqueta de marcação complementar aplicada quando os serviços de reparo ou recuperação do motor “Ex” encontram-se em conformidade com os requisitos das Normas ABNT NBR IEC 60079, mas não com os documentos da certificação

para atmosferas explosivas, serão abordados os efeitos dos serviços de reenrolamento na eficiência energética nos motores elétricos “Ex”.


96

Iluminação Eficiente

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

Juliana Iwashita é arquiteta, mestre em engenharia elétrica, membro do COBEI/ABNT, ASBAI e IESNA. Especialista da Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO. Professora de cursos de pós-graduação em iluminação e diretora da EXPER Soluções Luminotécnicas juliana@expersolution.com.br

Certificações INMETRO: novos prazos e discussões para certificação de luminárias públicas

Em agosto expirou o prazo inicial estabelecido

pela Portaria no20 do INMETRO -

produtos é 17 de fevereiro de 2019 e a data limite

eficientização da Iluminação pública para as

Instituto

que estes possuem para comercializar luminárias

prefeituras brasileiras.

Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia,

públicas não certificadas é 17 de agosto de 2019.

Estiveram presentes ainda representantes

que determinava as regras para certificação

Até o momento nota-se que poucas empresas

do COBEI/ABNT, Eng. Luciano Haas Rosito,

compulsória de luminárias com tecnologia led e

conseguiram a certificação. Em outubro estavam

apresentando

com lâmpadas de descarga para Iluminação de

cadastrados no site do INMETRO apenas 8

e de desempenho de luminárias públicas;

vias públicas. Os fabricantes e importadores de

empresas e 73 produtos certificados.

representantes de laboratórios acreditados pelo

luminárias públicas ganharam seis meses para

Visando melhorar aspectos de compreensão

INMETRO que estão realizando ensaios da

certificarem seus produtos após a publicação da

da Portaria INMETRO no 20/2017, as associações

Portaria 20, Eng. Alessandra Barbosa do CEPEL,

Portaria no 404 do INMETRO de 23 agosto de

ABRAC, de Organismos de Certificação de

e Eng. Gustavo Iervolino, do Instituto Eldorado,

2018.

Produtos e laboratórios, e a ABILUX, associação

que apresentaram os ensaios aplicados nos

A extensão do prazo, segundo a nova Portaria,

dos fabricantes nacionais de luminárias, se

processos de certificação de luminárias públicas e

se deu em função da manifestação da Associação

juntaram e preparam uma proposta para alteração

lâmpadas led e resultados obtidos em ensaios de

Brasileira da Indústria de Iluminação (ABILUX),

do texto da Portaria. Estas sugestões foram

equipamentos coletados para acompanhamento

sobre a existência de lacunas na regulamentação

apresentas em agosto ao INMETRO e visam,

de mercado.

aprovada pela Portaria INMETRO no 20/2017, que

sobretudo, clarificar alguns requisitos de avaliação

O

estão acarretando divergências de interpretação

da conformidade à luz das experiências ocorridas

apresentação

por parte dos Organismos de Certificação de

nos processos de certificação de lâmpadas led,

para avaliação técnica de produtos LED, com

Produtos acreditados quando da aplicação dos

assim como novas sugestões que acarretariam em

uma visão de especialista do mercado e da

requisitos e regras de certificação para o produto,

mudanças nos processos de formação de família e

Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO

culminando na impossibilidade de conclusão dos

execução de ensaios.

nos processos de avaliação da conformidade dos

processos de certificação de luminárias para

Visando apresentar tais pontos ao mercado,

organismos de certificação, e do Eng. Roberto

iluminação pública viária.

assim como contribuir com pontos relevantes

Mendonça, presidente do Comitê de Iluminação da

Tal lacuna estaria relacionada à classificação

nos processos de certificação do INMETRO, a

ABRAC, que apresentou as propostas da ABRAC

fotométrica tipo II, cuja definição está sendo

Exper Soluções Luminotécnicas promoveu no

e ABILUX para revisão da Portaria INMETRO no

alvo de alteração na Norma técnica ABNT NBR

dia 05 de outubro o Workshop de Certificação

20/2017.

5101:2012, uma das Normas técnicas que servem

e Etiquetagem de Lâmpadas LED e Luminárias

de base para a regulamentação do INMETRO e

Públicas. Neste evento estiveram presentes

OCPs, laboratórios, fabricantes e importadores de

encontra-se atualmente em processo de revisão

representantes dos principais agentes envolvidos

produtos LED, puderam discutir e contribuir nos

pela Associação Brasileira de Normas Técnicas

em processos de certificação.

diversos temas diretamente com os especialistas

(ABNT).

Representando a Diretoria de Avaliação da

e regulamentadores e se antecipar com os novos

Considerando que a manutenção dos prazos

Conformidade do INMETRO, o Eng. Leonardo

pontos que serão apresentados em consulta

previstos na Portaria INMETRO no 20/2017

Rocha expôs aos presentes as regras e processos

pública para revisão dos requisitos técnicos e

poderia acarretar desabastecimento do mercado,

da certificação, assim como deveres e papéis de

de avaliação da conformidade. Após a consulta

prejuízos tanto aos fornecedores, quanto aos

cada organismo envolvido. Além dele, o Arq. Daniel

pública deste documento, espera-se a publicação

usuários, foi estabelecido a prorrogação do prazo

Bouts da Eletrobras apresentou os requisitos

de nova Portaria e possíveis mudanças nos

para certificação das luminárias públicas.

para obtenção do Selo Procel e as regras para

processos. Até lá permanecem os prazos e regras

participação do Programa Reluz que retomou,

estabelecidas na Portaria no 404 de agosto de

no final de 2017, os programas de incentivo para

2018.

A nova data limite para que os fabricantes

nacionais

e

importadores

certifiquem

seus

as

workshop

características

contou

minha

ainda

sobre

construtivas

com

boas

uma

práticas

Os participantes do evento, formado por


Ponto de vista 2

O Setor Elétrico / Outubro de 2018

97

O resgate das fontes limpas e competitivas

período,

podem

boa viabilidade de migração para o mercado

período úmido atrasou consideravelmente.

comemorar agora em outubro o resgate de

livre de energia são: Tocantins (0,674),

sua competitividade no mercado livre de

Pará (0,663), Espírito Santo (0,650), Goiás

nas bacias do Sudeste e principalmente do

energia. Uma comparação entre os preços

(0,648), Rio de Janeiro (0,647), Amazonas

Sul possa se intensificar com o início da

praticados nos contratos em relação às tarifas

(0,646), Santa Catarina (0,633), Mato Grosso

influência do fenômeno El Niño sobre o Brasil

das distribuidoras mostra que dez Estados

(0,632), Paraná (0,609) e Piauí (0,601).

nos últimos meses deste ano.

têm boa viabilidade de migração de empresas

O

para o Ambiente de Livre Contratação (ACL).

considerada moderada para a saída do mercado

Meteorology, que é referência mundial na

O

pelos

cativo. O destaque foi o Amapá (0,403), que

análise do fenômeno, emitiu pela primeira

especialistas da FDR, tal qual o modelo do

continua na lanterna do ranking, mas desde

vez no dia 9 de outubro um alerta mundial

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),

abril apresentava baixa atratividade. Roraima

com 70% de probabilidade para o início de

da Organização das Nações Unidas (ONU),

não participa da classificação, pois está fora do

ocorrência do El Niño ainda em 2018. O

é calculado em um intervalo de “0,000” (para

Sistema Interligado de Energia.

International Research Institute for Climate

a menor atratividade) e “1,000” para a maior

De

atratividade.

primeiros dez dias de outubro foi observado

com o mesmo nível de probabilidade.

as

fontes

levantamento,

limpas

elaborado

Os Estados com médias que indicam

adiantamento. Vale ressaltar que, em 2017, o

Depois de um longo e dispendioso

Os demais Estados obtiveram classificação

meados

de

setembro

até

os

A expectativa que o regime de chuvas

centro

australiano

Bureau

of

and Society da Inglaterra, IRI, ratifica o alerta

No Índice Nacional de Atratividade do

um aumento considerável no regime de

Mercado Livre para Fontes Limpas de Energia,

chuvas nas principais bacias responsáveis

seja um ano com preços de energia no

pode-se considerar que valores abaixo de

pela geração de energia elétrica no Brasil.

mercado livre mais moderados, de maneira a

0,4 são tidos como inviáveis financeiramente

O reflexo nos preços foi imediato, como

dar viabilidade a muitas migrações que não

para migração para o ACL. Entre 0,4 e 0,6

exemplo os contratos futuros para novembro

ocorreram em 2018.

como viabilidade moderada, entre 0,6 e 0,8,

e dezembro deste ano já até agora caíram

de boa viabilidade e acima de 0,8, com alta

mais de 25% e 15% neste período.

viabilidade.

No último Programa Mensal da Operação

O índice é calculado com base no preço

(PMO) foi apresentado um slide pelo

médio comercializado no mercado livre entre

departamento de Hidrologia/Meteorologia

as fontes incentivadas (energia proveniente

do Operador Nacional do Sistema (ONS)

de Pequenas Centrais Hidrelétricas e usinas

onde se observa uma métrica de um critério

eólicas, solares e de biomassa) comparadas

para definir o atraso, o adiantamento ou a

com as tarifas de distribuidoras que representam

regularidade do período úmido com base na

98% do mercado cativo brasileiro.

média de chuva de cinco dias consecutivos

acumulados em milímetros em determinadas

Na comparação de outubro, o resultado

Desta forma, há indícios de que 2019

foi o segundo melhor do ano, com média

datas e regiões do País.

*Erick Azevedo é CEO FDR Energia, é doutor

“0,578”, atrás apenas do mês de fevereiro,

Pelo que se observa dos dados de

em Planejamento e Sistemas Energéticos pela

quando a nota foi de “0,601”. Além disso, o

precipitação

Universidade de Campinas (Unicamp) e mestre

índice apresentou um aumento de 8% em

que o início da estação chuvosa está se

em Sistemas de Potência pela Universidade

relação a setembro, que registrou “0,535”.

desenvolvendo regularmente sem atraso ou

Federal de Itajubá

realizados,

foi

constatado


98

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