Ano 13 - Edição 153 Outubro de 2018
Edição especial para distribuição CINASE - RJ e SENDI
Ensaios em laboratório para Quadros Elétricos conforme IEC 61439-1/2 PESQUISA COM DISTRIBUIDORES DE MATERIAIS ELÉTRICOS Previsão de crescimento é de 13% em 2018 COBERTURA ESPECIAL CINASE SP Destaque para assuntos técnicos de altíssima qualidade
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Rio Grande do Sul e Minas Gerais Ransconsult Consultoria Claudio Rancoleta – rancoleta@atitudeeditorial.com.br claudio@urkraft.com.br Tel: (11) 3872- 4404 | 99621-9305
Suplemento Renováveis 57 Evolução e análise de sistemas fotovoltaicos no Brasil e Chile Energia eólica: Maturidade das fontes renováveis Energia solar: Por que o Brasil exporta empregos para a Ásia?
10
Painel de notícias Mudanças na resolução 482 estão previstas para entrar em vigor em 2020; Setor de energia brasileiro recebe investimento de US$ 38 bilhões no segundo trimestre; Fundação Energia e Saneamento disponibiliza digitalização de mais de 3 mil documentos textuais de seu acervo histórico; Engemon e Alpha Equipamentos Elétricos discutem segurança em atmosferas explosivas em Santos e Seção Produtos. Estas e outras notícias do setor elétrico brasileiro.
18
CINASE SP
Colaborador técnico de normas Jobson Modena
27
Fascículos
Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos.
46
Aula prática – Quadros Elétricos Ensaios em laboratório para Quadros Elétricos conforme IEC 61439-1/2
72
Pesquisa – Distribuidores elétricos Previsão de crescimento para distribuidoras de materiais elétricos é de 13% em 2018, aponta pesquisa
84
Espaço 5419 Eletrodo de aterramento de PDA
86
Espaço SBQEE Uma forma de onda cada vez mais distorcida
88
Ponto de vista 01 Dados abertos: passaporte do setor elétrico brasileiro para a quarta revolução industrial
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta
Colaboradores desta edição: Andréia Crico dos Santos, Erick Azevedo, Elbia Gannoum, Fabricio Gonçalves Costa Pinto, Geraldo Martins Tavares, Geraldo R. de Almeida, Ivan Nunes Santos, Jose Starosta, Jobson Modena, Juliana Iwashita, Luciano Haas Rosito, Nelson Falcão, Normando V.B. Alves, Nunziante Graziano, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: LeoWolfert | Shutterstock Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
90 91 92 94 96 97
Colunistas Nunziante Graziano - Quadros e painéis Jobson Modena – Proteção contra raios José Starosta – Energia com Qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Juliana Iwashita – Iluminação Ponto de vista 02 O resgate das fontes limpas e competitivas
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Outubro de 2018 Capa ed 153_FINAL.pdf
1
26/10/18
09:54
www.osetoreletrico.com.br
Ano 13 - Edição 153 Outubro de 2018
Edição especial para distribuição CINASE - RJ e SENDI
O Setor Elétrico - Ano 13 - Edição 153 – Outubro de 2018
Ensaios em laboratório para Quadros Elétricos conforme IEC 61439-1/2 PESQUISA COM DISTRIBUIDORES DE MATERIAIS ELÉTRICOS Previsão de crescimento é de 13% em 2018 COBERTURA ESPECIAL CINASE SP Destaque para assuntos técnicos de altíssima qualidade
Edição 153
Estamos vivendo uma nova “breve história do tempo”?
Estamos em 1988. Um jovem físico teórico e cosmólogo
virão automatizados de fábrica. Também já se fala do uso do
britânico, professor na Universidade de Cambridge, posto que foi
BIM - Building Information Model (Modelagem da Informação da
ocupado por Isaac Newton, lança um livro com informações sobre
Construção) nos projetos de instalações elétricas, processo este
o surgimento do mundo, a chamada Teoria do Big Bang ou os
que simula virtualmente uma edificação real, fornecendo todos
buracos negros. Na época, um estudo considerado uma revolução
os detalhes de cada elemento, incluindo as instalações elétricas
para os padrões da academia científica e para tudo o que já
antes do projeto ser iniciado. Seria este um mundo novo? Pena
havia sido estudado. Stephen Hawking nunca foi considerado
Hawking não estar mais vivo para conhecer toda essa evolução,
um “cientista maluco”, muito pelo contrário: obteve um enorme
com certeza ele indicaria outras teorias. Mas como estamos em
respeito pela classe científica mundial, tornando-se um dos
um mundo que não temos volta, melhor caminharmos em busca
maiores cientistas do século passado e até hoje a Teoria do Big
dessas revoluções, que nos ajudam a melhorar processos, a
Bang é a explicação mais plausível que temos para o surgimento
movimentar o nosso setor, a fazer as pessoas evoluíram achando
do mundo e de tudo o que há vida, incluindo nós seres humanos.
saídas reais - ou virtuais - em seus projetos e aprendendo a lidar
com essa convergência que a indústria 4.0 está trazendo para o
Estamos em 2018, 30 anos depois da revolução que Hawking
causou no mundo científico. Passamos por diversas mudanças,
setor elétrico.
mas agora cientistas, engenheiros, estudiosos, professores,
tecnólogos e até a humanidade estão passando por uma nova
sobre o Cinase São Paulo, destacando temas técnicos de altíssima
revolução: a chamada Indústria 4.0 ou Internet das Coisas, Internet
qualidade, onde tivemos 40 apresentações simultâneas de
of Things, em inglês, em que é possível tornar qualquer situação
especialistas e outras realizadas em duas arenas, e a exposição
passível de registro, gerenciamento e controle por meio da
técnica de produtos e serviços de cerca de 30 empresas
Internet e que vem mudando completamente a forma de ver o
participantes.
mundo. Assunto este que também está chegando ao setor elétrico
e já é uma tendência, trazendo algumas ferramentas que vão
fascículos, a sessão Renováveis, um artigo atualizadíssimo sobre
revolucionar este mercado.
os novos critérios a serem avaliados na revisão da NBR 5101,
uma aula prática sobre Ensaios em laboratório para Quadros
Este foi um dos temas abordados recentemente no Cinase
Em tempo: esta edição de outubro traz cobertura completa
Na parte técnica, um vasto conteúdo distribuído em nossos
São Paulo, que aconteceu no início de outubro, e mostrou
Elétricos conforme IEC 61439-1/2 e outro texto sobre Eletrodo de
que por meio dessa revolução vamos aumentar o acesso a
aterramento de PDA, publicado no Espaço NBR 5419. Boa leitura!
serviços altamente especializados, remotamente e com custo compartilhado com outros usuários. Além disso, será possível
Abraços,
tornar processos mais simples, como quadros elétricos que
Cristiane Pinheiro
Redes sociais
@osetoreletrico
www.facebook.com/osetoreletrico
@osetoreletrico
Revista O Setor Elétrico
6
Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
Quem terá a capacidade de nos levar adiante?
A polarização toma conta de todos e os incautos de plantão se locupletam! Por raras
vezes nossa sociedade ouviu tantos absurdos com severa amplificação pelas redes sociais. Quanto desserviço!
Por outro lado, aqueles que pensam e buscam se planejar tentando vislumbrar
cenários para as devidas tomadas de decisão não conseguem evoluir mais do que alguns passos, muita especulação e pouca certeza. De um lado uma turma desacreditada que tenta passar a borracha em ações ilícitas cometidas pelos seus pares nos governos anteriores, sem a capacidade e humildade em assumir o “mea culpa”; uma proposta de economia estatizada e com possível governo montado com figuras bem conhecidas. Do outro lado, pessoas desconhecidas no poder executivo com discurso que prega um estado enxuto e economia de mercado.
A equipe que for escolhida terá de encarar diversos desafios relacionados não só aos
aspectos da reforma da quebrada previdência social, mas por para funcionar a reforma trabalhista, reconstruir a combalida educação, organizar o setor de energia com definição de caminhos para a Petrobrás e Eletrobrás (que por enquanto continuará no colo do Estado) e projetos sustentáveis sob o ponto de vista de viabilidade técnica, financeira e que reduza a emissão de gases, cuidados com meio ambiente e saneamento, replanejar nosso modelo de logística, aplicar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em projetos de mobilidade urbana e outros, implantar rede ferroviária decente interligando os principais polos do País.
Ainda, investimentos pesados na área da segurança e eliminação do crime organizado,
além da sofrida área da saúde que deverá prover no mínimo dignidade ao cidadão comum. Definitivamente não é tarefa para amadores nem para filósofos de plantão, o que se espera é que as equipes sejam muito bem escolhidas e trabalhem pra valer e que nosso País seja reconstruído. Merecemos! E mais: não temos para onde fugir!
No nosso quintal elétrico, o CINASE realizado no início de outubro abordou boa
temática com competência na coordenação e muito boas apresentações em duas salas simultâneas. Na área de exposições, as duas arenas apresentavam os cases dos patrocinadores. Um modelo interessante que privilegiou a disseminação do conhecimento. Obrigado àqueles que participaram e construíram junto com a organização mais um evento técnico de sucesso. Vamos ao Rio de Janeiro, no início de novembro! Até lá!
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Setor de energia brasileiro recebe investimento de US$ 38 bilhões no segundo trimestre Levantamento realizado pela EY destaca que mais de 60% dos investimentos no País deve ser direcionado ao setor de transmissão
Estudo global “Power transactions and
concluídos até 2022 e devem gerar 1.024,5
pelo acordo da União Europeia que se
trends”, elaborado pela EY, líder global em
MW de capacidade. Outro fator que contribui
comprometeu a consumir 32% desse tipo
serviços de Auditoria, Impostos, Transações
com o atual momento do País no segmento
de eletricidade até 2030 e também pela
Corporativas
apontou
é a licitação da ANEEL (Agência Nacional
conclusão de três grandes deals realizados
que o setor global de energia registrou
de Energia Elétrica) para a construção,
nos EUA.
uma movimentação histórica no segundo
operação e manutenção de 2.600 km de
Além disso, o levantamento também
trimestre. De acordo com o conteúdo, o
linhas de transmissão e 23 subestações em
aponta o interesse das empresas em novas
segmento atingiu a marca de US$ 26,9
16 Estados, totalizando US$ 1,6 bilhão.
tecnologias,
e
Consultoria,
incluindo
armazenamento
de baterias, desenvolvimento de veículos
bilhões nas Américas do Sul e do Norte, graças às operações de M&A no período.
Energia no mundo
elétricos
O levantamento ressalta que o Brasil deve
contribuir para a adoção de energia limpa e
atrair mais investimentos nos próximos
global de energia atingiu o recorde de
o surgimento de novos players.
anos, principalmente depois do anúncio do
US$180 bilhões no primeiro semestre,
Segundo os resultados do estudo, os
aporte nacional de U$ 38 bilhões da State
embora
tenha
maiores investidores de energia foram a
Grid Corporation of China, no qual mais
apresentado uma queda de 14% em relação
China (69%), Suíça (12%), Bermuda (5%),
de 60% deve ser destinado ao setor de
aos primeiros meses do ano. Quase metade
Itália (5%) e Canadá (5%). Já os destinos
transmissão.
dos negócios (46%) de maio, junho e julho
de investimentos mais procurados são
De acordo com o estudo, o mercado
no
último
trimestre
e
redes
digitais
que
devem
A pesquisa ainda ressalta que o Brasil
se refere à energia renovável, apontando
liderados por Portugal (33%), EUA (24%),
deve começar a trabalhar em 33 projetos
uma tendência de investimento que deve
Tailândia, Alemanha e Espanha (6% cada
focados em energia renovável que serão
continuar até o fim de 2018; impulsionado
uma), França, Índia, Canadá (4% cada uma).
Painel de mercado
12
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Mudanças na resolução 482 estão previstas para entrar em vigor em 2020 Principal preocupação do setor de energia solar é uma eventual mudança na geração distribuída (GD) no sistema de compensação de energia
Em 2020 estão previstas entrar em vigor
fotovoltaica. Mas na contramão do mundo,
distribuída no País”, defendeu.
as mudanças da Resolução Normativa 482,
existem iniciativas no País que cogitam retirar
criada em 2012 pela Agência Nacional de
incentivos de geração distribuída para a
introdução da tarifa binômia, em que as
Energia Elétrica (Aneel), que estabelece
geração solar. “A gente está falando em retirar
unidades com geração distribuída passarão a
condições para o acesso de microgeração
incentivo enquanto o mundo está incentivando
pagar pelo uso do fio. Da forma como a regra
e minigeração distribuída aos sistemas de
a energia solar fotovoltaica”, disse presidente
está hoje, o consumidor só paga a diferença
distribuição de energia elétrica e compensação
da Absolar, Ronaldo Koloszuk.
entre a energia que ele injetou na rede e a que
de energia. A norma está em fase de revisão e
O presidente exemplificou o caso da
ele consumiu. Por exemplo, se ele gerou 500
a principal preocupação do setor de energia
Califórnia, com o quinto PIB do mundo, onde
kWh e consumiu 300 kWh, o consumidor
solar é uma eventual mudança na geração
acaba de aprovar o projeto que, a partir de
com GD pagará a tarifa referente a 200 kWh.
distribuída (GD) no sistema de compensação
2020, todas novas residências terão sistemas
“Se a tarifa binômia tiver preço fixo
de energia, discutida no evento “O futuro
fotovoltaico e que, a partir de 2045, o Estado
pode levar um aumento do que será pago
da Geração Distribuída”, organizado pela a
não poderá mais gerar energia elétrica com
pelo
Absolar - Associação Brasileira de Energia
fósseis.
investimento
Solar Fotovoltaica, na sede da Federação das
A
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no
Absolar, questiona o porquê do consumidor
modalidade da geração compartilhada que
dia 27 de setembro, para um público de 200
de GD pagar o mesmo preço daqueles
efetivamente tem poder de democratizar o
pessoas.
que não a utilizam, mesmo que GD traga
acesso a energias renováveis”, complementa.
A energia fotovoltaica é um dos principais
benefícios à rede e à sociedade. “Tratar de
No primeiro semestre deste ano, a
pilares da geração distribuída no Brasil.
GD não é meramente regulatório, é uma
Agência
Do total de mais de 479 MW de potência
política pública que deve compreender outras
abriu consulta pública nº 10 para discutir
em operação, 383,7 MW são da fonte
esferas do Governo para orientar a geração
uma revisão da REN 482/12. De acordo
Bárbara Rubim, vice-presidente GD da
Outra preocupação do setor é com a
consumidor
Absolar
em
final,
eficiência
defende
Nacional
desestimulando
a
de
energética.
flexibilização
Energia
da
Elétrica
13
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
com o superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição de Energia (SRD) da Aneel, Carlos Mattar, o direito adquirido dos consumidores será respeitado, ou seja, quem instalou um sistema de GD com uma determinada regra não sofrerá alteração, caso haja uma eventual mudança no regulamento. Mattar acredita que a regulação é o principal incentivador do mercado, fornecendo regras claras, estabilidade regulatória sem causar incerteza no mercado, incentivando investimentos.
“Em
novembro,
vamos
abrir uma consulta pública para oferecer a sociedade a oportunidade de contribuir com a análise de impacto regulatório”, disse. A previsão, segundo ele, é que as novas regras sejam aprovadas até o segundo semestre do próximo ano e a resolução entre em vigor em 2020. Um estudo de caso apresentado por Rodrigo Marcolino, diretor geral da Axis Renováveis e conselheiro da Absolar, constatou a inviabilidade de investimentos numa eventual mudança no modelo de compensação da GD. Principalmente porque não há compensação de investimento para clientes do fio b (consumidores de baixa tensão) por não haver incentivo fiscal. “Qualquer alteração no sistema de compensação terá um impacto muito relevante, podendo aumentar o payback de um projeto fotovoltaico em 3,3 anos, tempo suficiente para inviabilizar um investimento”, afirma.
O estudo foi baseado em premissas de
um sistema de 3 kWp, com investimento estimado entre R$ 17 mil e 22 mil e custo de operação de manutenção entre R$ 300 e R$ 500 ano, para uma tarifa b1 de R$ 531/kWh. Marcolino excluiu a possibilidade de simular outros cenários, uma vez que o primeiro já revelou que qualquer cobrança pelo uso do fio, como está sendo pensado na Consulta Pública Aneel 10/18, pode comprometer diretamente o desenvolvimento do mercado de geração distribuída no Brasil. (Adriana Dorante)v
Painel de produtos
14
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Fluke lança no Brasil analisadores de acionamento de motor www.fluke.com/pt-br
Os novos analisadores de acionamento de motor Fluke MDA-510 e MDA-550
simplificam a solução de problemas em sistemas de acionamento de motor monofásico e trifásico, oferecendo testes guiados que permitem aos técnicos capturar rapidamente as medições mais importantes. Os modelos, que fazem parte da série MDA-500, eliminam a inconveniência de configurar medições complexas, simplificando o processo de solução de problemas e fornecendo resultados de testes confiáveis e repetitivos.
Os equipamentos permitem que os técnicos selecionem um teste e as instruções passo
a passo, mostrando exatamente onde fazer as conexões de tensão e corrente, enquanto o perfil de medição predefinido assegura que todos os dados necessários sejam capturados para cada motor.
Os usuários também podem realizar medições dos principais parâmetros do acionamento motorizado, medições harmônicas estendidas,
medições guiadas ou simplificadas, além de medições de parâmetros elétricos adicionais.
A série MDA-500 simplifica o processo de coleta de dados e compilação de relatórios de testes por meio de um gerador de relatórios
integrado. Basta pressionar "salvar para reportar" em qualquer ponto de teste ou medição e o analisador o armazena para criar relatórios abrangentes que documentam todo o processo de solução de problemas.
Engerey lança painéis elétricos Smartlink para controle de iluminação www.engerey.com.br
A Engerey apresenta ao mercado os Painéis Elétricos Smartlink para controle de
iluminação. O produto permite o gerenciamento do sistema de iluminação de diferentes estabelecimentos a partir de um só lugar. A leitura e o controle do painel são realizados por meio de um software online. Remotamente, por meio do celular ou de um computador, é possível monitorar, ligar e desligar as lâmpadas de modo sincronizado.
Entre os principais benefícios da tecnologia estão a praticidade, otimização do tempo
(causada pela diminuição das tarefas rotineiras), possibilidade de programar diferentes cenas de iluminação, além da grande economia de energia com o desligamento programado. Os painéis são fabricados de acordo com a necessidade do cliente e possuem acabamento metálico.
Reymaster passa a comercializar novas tomadas e interruptores da Orion www.reymaster.com.br
A Reymaster Materiais Elétricos passou a comercializar as novas tomadas e interruptores da Orion
(Schneider). As tomadas personalizáveis (Orion You) são modulares, com possibilidade de combinações por meio da troca de placas. É possível, inclusive, que a tomada contenha desenhos feitos pelas crianças ou figuras que o usuário desejar. Estes produtos estão disponíveis em 10 ou 20 Amperes e em diferentes acabamentos.
A linha antibacteriana conta com a proteção Microban, que inibe a proliferação de bactérias e fungos e
diminui o risco de contaminação através do produto por toda sua vida útil.
Além disso, a distribuidora anunciou a chegada dos receptores bluetooth da Orion, que reproduzem música de
qualquer fonte como a internet, serviços de rádio ou streaming como o Spotify ou Deezer. Basta que o receptor seja emparelhado com qualquer dispositivo que contenha a tecnologia, como tablets, laptops, telefones celulares etc.
Painel de empresas
16
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Por Adriana Dorante
Engemon e Alpha Equipamentos Elétricos discutem segurança em atmosferas explosivas em Santos Cidade foi palco do evento, visando em especial a segurança do Porto
Pensando na segurança da cidade que
reconhecimento internacional IEC 1906 Award.
abriga o maior Porto da América Latina, a
“É preciso a adoção de uma abordagem de
Engemon,
empresa
brasileira
focada
segurança ao longo ciclo total de vida das instalações “EX”, desde a atividade do projeto,
Elétricos realizaram, no dia 10 de outubro, o 1º
até as atividades rotineiras de manutenção,
Fórum de Segurança em Atmosferas Explosivas,
reparo e, principalmente, de inspeção”, explicou.
no Parque Balneário Hotel, em Santos.
“O Porto de Santos é a maior fonte de
ser feitas de acordo com as Normas Técnicas
renda de Santos e região ao realizar um terço
Brasileiras adotadas da série ABNT NBRIEC
das trocas comerciais brasileiras e gerar 33 mil
60079 Atmosferas Explosivas, elaboradas pelas
empregos. Para armazenamento de líquidos,
Comissões de Estudos do Subcomitê SC-31 do
conta com uma capacidade de 700 mil m³ e, para
Cobei.
granéis sólidos, instalações para acondicionar
mais de 2,5 milhões de toneladas. Com essa alta
do IECx – Sistema Internacional de Certificação
quantidade de produtos, é necessária cautela
“Ex”, certificação de competências pessoais “Ex”,
na hora de transportar produtos inflamáveis
de empresas de prestação de serviços “EX” e
que podem prejudicar a segurança portuária”
de equipamentos elétricos e mecânicos “EX,”
explicou Salma Appes Scaramuzzino, diretora-
apoiados pelas Nações Unidas. “O objetivo do
geral da Alpha Equipamentos Elétricos.
IECx é a aceitação mundial da normalização.”
ambientes.
Para Marco Silva, presidente da Engemon,
Fotos: divulgação
em
engenharia e tecnologia, e a Alpha Equipamentos
Segundo Bulgarelli, as certificações devem
Ele também reforçou que o Brasil faz parte
O evento ainda contou com a participação
As áreas classificadas são as que contêm
a área portuária de Santos é fundamental para
de Heleno Ferreira, coordenador de certificação
gás, vapor, poeira combustível, fibras ou
o escoamento e armazenamento de cargas
Ex, na DNV GL, destacando o processo de
partículas suspensas. “Se numa área há
que chegam ao Brasil, além de acomodar
certificação de produtos destinados ao uso em
substância inflamável e oxigênio é considerada
diversas indústrias com um perfil de atmosferas
atmosferas explosivas de acordo com a Norma
uma área de risco”, reforçou. Ela deu alguns
explosivas, área com risco de acidentes por
administrativa nº 179 do INMETRO, baseada no
exemplos de fontes de risco, como tanque de
excesso de produtos inflamáveis. “A ideia do
parâmetros do IEC.
armazenamento interno de açúcar e álcool de
evento surgiu justamente para aculturar os
A palestra também abordou sobre os
medição manual. Ao abrir a tampa e colocar a
profissionais que trabalham na região sobre a
três tipos de certificação compulsória para
régua de medição é uma fonte de risco, já que
importância de investimentos em segurança que
equipamentos elétricos e eletrônicos para
tem vapor presente.
podem salvar vidas e negócios.”
atmosferas explosivas de gases, vapores
Outros exemplos são carregamento e
Segundo o engenheiro e consultor técnico
inflamáveis e poeira combustíveis, tais como:
descarregamento de caminhões, torres de
da Petrobrás, Roberval Bulgarelli, as atividades
certificação de linha, certificação de lote e de
destilação internas das usinas, selo mecânico
diárias de manutenção das instalações “Ex”,
situações especiais para produtos importados,
de bombas, que pode ocorrer vazamento em
como preditiva e preventiva, ainda não são as
utilizada principalmente para regularização de
condição anormal, entre outros.
ideias e a segurança depende mais das pessoas
Skids (unidade modular de processos).
do que dos equipamentos. “Devemos tirar da
Alessandra Renata Junk, sócia proprietária
risco o descarregamento de grãos, ensacamento
cabeça esse mito do Brasil de que basta ter
da Maex, falou sobre a importância da
de leite em pó, amido de milho e a açúcar, entre
equipamento certificado que já é suficiente. É
classificação de risco e suas etapas básicas.
outros. “Existem graus de riscos que podem ser
preciso que as pessoas envolvidas (executantes,
“Tudo começa com a classificação de riscos,
contínuos ou não esperados para cada tipo de
supervisores,
como a determinação dos produtos inflamáveis,
componente e de situação”, apontou
das fontes de riscos e suas taxas de liberação e
Maikel Murpf, gerente do departamento
montagem) conheçam as Normas e o processo
dos tipos de zonas e sua extensão”, explicou
técnico da Alpha, falou da importância do
de instalação dos equipamentos”, ressaltou.
A classificação de área é um método de
produto “Ex” para atmosferas explosivas,
Bulgarelli é coordenador do Subcomitê
análise e classificação do ambiente onde uma
trazendo segurança à instalação desde que seja
SC-31 do Cobei, representa o Brasil no Comitê
atmosfera explosiva de gás, poeiras e camadas
corretamente instalado. “A Alpha conta com uma
Técnico TC 31 (Atmosferas explosivas) e TC 95
de
ocorrer,
diversidade de produtos específicos certificados
(Dispositivos de proteção) da IEC e no IECEx.
facilitando a adequada seleção e instalação de
para esse tipo de instalação, desde painéis,
Foi o primeiro brasileiro a receber o Prêmio de
equipamentos utilizados com segurança nesses
luminárias, motores elétricos, entre outros”, disse.
supervisores,
Instaladores, técnicos
e
executantes,
engenheiros
de
poeiras
combustíveis
possa
Em relação à liberação de poeira é fonte de
Evento
18
O Setor Elétrico / outubro de 2018
Por Adriana Dorante Edição Cristiane Pinheiro Fotos: Cesar Cinato
A edição especial do Cinase - Circuito
Nacional do Setor Elétrico, ocorrida em São Paulo nos dias 3 e 4 de outubro, se destacou pela abordagem de assuntos técnicos de altíssima qualidade, de acordo com o público presente e consultores da revista O Setor
Edição especial do Cinase em São Paulo destaca assuntos técnicos de altíssima qualidade Evento itinerante contou com apresentações simultâneas de especialistas e em arenas com exposições técnicas de produtos e serviços das empresas participantes
Elétrico. O evento teve caráter interativo, com a apresentação de mais de 30 palestras em dois auditórios simultâneos ministradas por especialistas do mais alto nível da engenharia elétrica nacional em oito módulos divididos em: Painéis de Média Tensão, Cabines de Média Tensão, Painéis de Baixa Tensão – IEC 61439, Distribuição de Energia & Subestações, Qualidade de Energia & Eficiência Energética, Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Evolução & Tendências, Geração Distribuída & Energia Fotovoltaica e Iluminação, Aterramento & PDA. Ao final das apresentações, os
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
especialistas participaram de um debate com o público presente. Outro diferencial foi a disposição de duas arenas próximas aos estandes, onde os expositores apresentaram as características técnicas de seus produtos e serviços. No total foram 31 expositores e mais de 40 marcas presentes, sendo patrocinador máster do Cinase a Alubar Metais e Cabos.
Segundo Adolfo Vaiser, diretor da revista O
Setor Elétrico e organizador do Cinase, o evento em São Paulo foi totalmente diferenciado dos outros modelos itinerantes. “O Cinase é um roadshow que circula o País, com o intuito de preencher uma carência técnica que existe Brasil afora. Aqui, preparamos um evento com o jeito que São Paulo merece ter, oferecendo debates com maior profundidade sobre os temas importantes ao setor. Essa foi a primeira vez que o evento tratou de cada assunto com mais de um especialista.”, destacou. “Para realizar o Cinase fazemos contato com entidades e empresas da região, envolvendo toda cadeia elétrica, desde concessionárias, Senais e indústrias. Agradeço a todos o patrocinadores e apoiadores que nos ajudaram a esse evento acontecer”, completou.
A abertura também contou com a palestra
magna sobre o Novo Marco Regulatório do Setor Elétrico – Impacto para as Fontes Renováveis,
19
Evento
20
O Setor Elétrico / outubro de 2018
apresentada por Antônio Celso de Abreu Junior, subsecretário de Energias Renováveis da Secretaria de Energia e Mineração do Governo do Estado de São Paulo.
Para o subsecretário, a evolução tecnológica
hoje cresce a uma velocidade muito maior do que nos anos 60. “Em 2009 começamos a perder capacidade de armazenamento de água nos reservatórios. Essa técnica para geração de energia dava muito certo nos anos 60. Hoje, nossa demanda por energia é muito maior do que os nossos reservatórios podem oferecer e para compensar esse risco geramos energia térmica ou por biomassa, mas tudo tem um preço. Esse risco também é precificado nas nossas tarifas”, explicou. Segundo
Abreu
Junior
é
preciso
repensar o novo marco regulatório do setor elétrico para o País não perder ainda mais competitividade. Entre os compromissos do setor elétrico, segundo o secretário, é garantir a autoprodução e o acesso ao mercado livre, a desjudicialização, a alocação de custos e medidas de destravamento como mudanças de
obrigação
de
contrato,
possibilidade
de redução de custos de transação na transmissão, de redução na transação na geração, possibilidade de separação de lastro e energia, estabelecer regras comerciais para máximo acoplamento entre formação de preço e operação e modernização do sistema de distribuição. Outra medida estudada é a forma de incentivo às renováveis (energia solar e eólica) devido a sua importância na matriz energética. “Essa medida está sendo discutida no Congresso e é fundamental para que possamos construir um setor elétrico estável e competitivo, pois é assim que garantiremos nossos empregos. As renováveis entraram na nossa vida a uma velocidade muito maior do que ocorria antigamente e temos de aprender a lidar com elas na mesma velocidade”, conclui.
Confira as seguir alguns dos principais
assuntos abordados nesses dois dias do Cinase SP.
Confira a seguir um resumo dos principais
assuntos abordados nesses dois dias do Cinase SP. A íntegra dessas informações você encontra em nosso portal www.osetoreletrico.com.br
21
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Padronização de subestações blindadas
Blindosbarra, para falar de sua experiência
Um pleito do setor elétrico nacional é a
no projeto de fornecimento de barramentos
padronização de subestações blindadas.
blindados para o arranha-céu mais alto do
A medida reduziria o tempo de aprovação
mundo no Oriente Médio, em Dubai: The Al
de projetos, de instalação e de entrega ao
Wasl Tower.
cliente. O assunto foi discutido no painel
Padronização nacional de subestações de
longas linhas de barramentos blindados para
entrada de energia com conjuntos blindados,
trafegarem em um ambiente extremamente
no módulo Painéis de média tensão, cabines
quente, o que requer profundas análises de
de média tensão, no primeiro dia do evento.
adequação do barramento da companhia
para temperatura ambiente de 50ºC, queda
Segundo Leandro Alves Ferreira, gerente
de Padrões, P&D e Eficiência Energética
Pogliano explicou que a torre necessita de
de tensão e expansão térmica.
da Eletropaulo, a ideia foi falar do modelo utilizado pela distribuidora, pensando numa
Estudos no campo
padronização nacional, já que existe muita
O módulo Qualidade de Energia &
diferença entre as concessionárias.
Eficiência Energética apresentou pesquisas
que
O grupo EDP também apresentou um
impactam
no
desempenho
de
novo cenário em 2018 de padrão técnico do
distribuidoras e empresas de energia. Entre
fornecimento de energia em média tensão.
elas, o estudo recente sobre medições de
Dentro desse panorama, a EDP decidiu
consumo em cargas distorcidas, da UFU -
padronizar a utilização de conjuntos blindados
Universidade Federal de Uberlândia, com 106
em subestações convencionais.
medidores calibrados a 0,1% de faixa de erro,
Ainda no módulo Painéis de Média
constatando-se que a energia ativa também
Tensão, Claudio Mardegan, da Engepower,
causa distorções harmônicas do barramento
falou sobre a NR10 e a Compartimentação
para a carga e este impacto está onerando
de Painéis Elétricos, especificamente de
exclusivamente as distribuidoras.
painel arco resistente.
No último painel do módulo, Mateus Duarte, presidente da SBQEE - Sociedade
Redes subterrâneas
Brasileira de Qualidade de Energia Elétrica,
As redes subterrâneas estão presentes
abordou os Aspectos Gerais de Medição
nas melhores cidades, indústrias e comércios
de Qualidade de Energia, mostrando casos
do mundo, oferecendo maior produtividade,
práticos.
segurança e turismo. O diretor executivo da Baur do Brasil, Daniel Bento, explicou
Convergência para a indústria 4.0
o motivo dessas vantagens no módulo
Estamos cada vez mais próximos da
Distribuição de Energia & Subestações, no
Indústria 4.0 e, no setor elétrico, essa
Cinase São Paulo.
tendência já pode ser vista em algumas
As indústrias que optam por redes
ferramentas que chegam para revolucionar
subterrâneas, segundo Bento, ganham em
o mercado. A Internet das coisas (IoT) -
confiabilidade, qualidade e vários benefícios
Internet of Things, em inglês, onde é possível
em relação a uma rede não isolada. Um
tornar qualquer coisa passível de registro,
benefício é a maior vida útil do cabo.
gerenciamento e controle por meio da Internet, mudou completamente a forma de
Cálculo da dilatação térmica em barramentos blindados em altos de edifícios
ver o mundo. O tema foi discutido no painel
O Cinase trouxe ainda o especialista
Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Evolução & Tendências. Entre os destaques neste módulo foi
italiano, fundador do primeiro barramento
o uso do BIM - Building Information Model
blindado da Europa, em 1942, Giorgio
(Modelagem da Informação da Construção)
Pogliano, diretor de negócios da Pogliano
nos projetos de instalações elétricas. O
Evento
22
O Setor Elétrico / outubro de 2018
BIM simula virtualmente uma edificação real, fornecendo todas os detalhes de cada elemento, incluindo das instalações elétricas antes do projeto ser iniciado.
A iluminação e a evolução tecnológica
Nos últimos três anos, o mercado de
iluminação passou por algumas mudanças positivas que apontam evolução em relação às lâmpadas LED. Essa percepção foi apresentada na pesquisa da arquiteta Juliana Iwashita, diretora da Exper, sobre a visão do projetista de iluminação em relação ao mercado nacional em 2018 em comparação com a mesma pesquisa realizada em 2015, durante o módulo Iluminação, no Cinase. Ainda no módulo Iluminação, Paula Carnelós, presidente da ASBAI - Associação de Arquitetos de iluminação, apresentou as principais características num projeto de iluminação e reforçou que é utopia dizer que o melhor projeto é o que oferece menor preço em menor tempo.
Já Mauro Kusznir falou
sobre controle de iluminação e IoT: além da eficiência energética. Segundo ele, o controle de iluminação vem para trazer conforto, segurança e economia.
Geração distribuída e energia fotovoltaica
Este módulo tratou sobre as oportunidades
e desafios da geração distribuída solar fotovoltaica no Brasil, painel apresentado por Ronaldo Koloszuk, presidente da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.
Outro painel que chamou
a atenção foi sobre o papel da geração distribuída
no
planejamento
energético
brasileiro, por Thiago Toneli Chagas, da EPE – Empresa de Pesquisa Energética. Aspectos regulatórios e modelos de negócios foram outros temas deste módulo, desenvolvido por Rodrigo Marcolino, do Conselho de Administração da Absolar.
Para finalizar os debates deste módulo,
desafios e experiências aprendidas, por Rodolfo Molinari Filho, que mostrou casos reais de sucesso. Leia essa e outras matérias sobre o Cinase São Paulo em nosso portal www.osetoreletrico.com.br
Evento
24
O Setor Elétrico / outubro de 2018
Por Adriana Dorante
Cinase SP é palco de lançamentos de produtos voltados à indústria 4.0
A exposição da 32ª edição especial do
Cinase, em São Paulo, trouxe as últimas novidades em tecnologias de grandes empresas do setor elétrico, todos na direção da indústria 4.0. A Schneider Electric, por exemplo, participou neste ano pela terceira vez do evento itinerante, apresentando o novo relé de proteção conectado a plataforma IoT (do inglês, Internet of Things, IoT) e palestra em uma das arenas disponibilizadas no local da exposição sobre tecnologias IoT para painéis de média tensão. Segundo Simone Yoshida, chefe de produção de relés de proteção e componentes de média tensão da Schneider Electric, uma das novidades de IoT é a tecnologia wireless para monitoramento de temperatura 24 horas por dia, facilitando o controle do que ocorre nos intervalos de manutenção e inspeção de termografia.
Assim como nas edições anteriores, a
Vicentinos participa do evento em parceria com a DLight, sua maior distribuidora no Brasil de rede compacta aérea de 15kV/35kV para divulgar as novidades no mercado, como o isolador de pino auto travante e o espaçador losangular polimérico auto travante.
A ABB lançou uma série de produtos,
como a chave especial americana Elastimold para aplicação e distribuição de energia em média tensão até 35kV e 630A, com aplicação industrial e de utilities. O diferencial é que essa chave pode ser aplicada em qualquer ambiente crítico, de alta poeira,
trabalhar em plataforma de automação local,
sistemas
alta concentração de umidade e até mesmo
industrial, elétrica e em nuvem, protegendo a
hospital. O equipamento faz a transferência
submerso até três metros de água.
planta e a unidade fabril. O Max 2 faz a gestão
automática para o gerador rapidamente de
completa de energia, desde gerenciamento
modo que esses sistemas não fiquem sem
de
Outro lançamento foi o Max 2 disjuntor caixa
aberta
voltado
ao
mercado
críticos,
como
datacenter
e
de falhas, até descarte de cargas em caso
energia.
de distribuição e indústrias. O produto
de emergência.
inteligente suporta até quatro protocolos de
A ABB também apresentou a chave
novidades na linha de relés de proteção e
comunicações distintos no disjuntor para
de transferência automática voltada para
controle do sistema de energia e sistema
Além disso, a companhia também trouxe
25
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Por Adriana Dorante
elétrico, tanto para controle e demanda,
display integrado, possibilitando a leitura
quanto para controle de emergências.
de corrente, tensão potência e fator de
A ABB também vem desenvolvendo o
potência. Esse produto se comunica ao
ABB Ability, solução para atender a indústria
portfólio da empresa via rede, conseguindo
4.0, a Internet das coisas compostas por
acoplar até oito disjuntores no concentrador
dispositivos que medem em campo e
de dados passando informações de forma
fazem automatização dessas informações
clara ao cliente, antecipando problemas.
interligados por meio de plataformas em
nuvem. A solução consegue a distância de
proteção para sistema de média tensão
qualquer equipamento com acesso à Internet,
criada na Inglaterra há mais de 100 anos
entender se o consumo aumentou ou reduziu,
e a agora integra o portfólio da Siemens.
fazer a gestão do disjuntor, além de extrair
Hoje, a companhia tem o portfólio completo
relatórios dos últimos três anos de gestão.
para proteção de sistema elétrico de média
A Siemens também divulgou seu novo
tensão, desde cabines primárias, motores,
disjuntor em caixa moldada linha 3VA, com
geradores e soluções contra arco elétrico
Outra novidade é a família de relés de
Evento
26
O Setor Elétrico / outubro de 2018
com painéis de media tensão.
Também conta com relés para cabines
primárias e sistemas de geração, tanto para máquinas rotativas, quanto para painéis solares e geração eólica, além das soluções básicas de proteção com funções avançadas para sistemas de proteção controle e automação e funções de manutenção preventiva.
Um dos destaques do Cinase é um
projeto inovador desenvolvido pela empresa AltoQi de sistema BIM - Building Information Modeling. Segundo Francisco Gonçalves Júnior, o BIM é uma solução para projetos e instalações elétricas com cabeamento estruturado SPDA de acordo com as Normas técnicas brasileiras. Essa metodologia está revolucionado o mercado de construção civil e já está consolidado na Europa e nos Estados Unidos.
A ferramenta faz todo o trabalho da
informação, ajudando o projetista a modelar a informação da edificação, a partir da possibilidade de construção de um prédio virtual antes mesmo de ser construído. Cerca de 99% das tecnologias BIM para projetos prediais são estrangeiras. “A AltoQi, localizada em Florianópolis, desenvolveu essa
solução
nos
padrões
e
normas
nacionais e chega para se posicionar e se consolidar no mercado, trazendo maior produtividade aos projetos de construção civil”, disse Gonçalvez Júnior.
Conjuntos de manobra e controle em alta tensão – Acima de 1kV até 52kV
28
Marcelo Guimarães Rodrigues e Nunziante Graziano Capítulo X – Causas, ensaios e fenômenos físicos de arcos internos em painéis de distribuição de alta tensão – Segunda parte - Principais detalhes do ensaio de arco elétrico devido a falhas internas em painéis - Definição de parâmetros para a realização do ensaio - Principais pontos a serem inspecionados durante o ensaio - Critérios de aceitação - Conclusões
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
34
Luciano Haas Rosito Capítulo X – Novos critérios a serem avaliados na revisão da NBR5101 - Adequação das classificações de distribuição luminosa como requisito informativo - Inclusão de novo sistema como o BUG rating - Avaliação da malha de verificação de projetos e medições - Melhoria das definições da avaliação e medição de luminância
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
38
Geraldo R. de Almeida
Fascículos
Apoio
Capítulo III - Modelos estatísticos, modelos empíricos e modelos de mecânica do meio contínuo “MTTF de Cabos ACSR em: Modelos Estatísticos, Modelos Empíricos e Modelos de Mecânica do Meio Contínuo - MTTF nos modelos - O Estado atual da arte
Apoio
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
28
Por Marcelo Guimarães Rodrigues e Nunziante Graziano*
Capítulo X Causas, ensaios e fenômenos físicos de arcos internos em painéis de distribuição de alta tensão – Segunda parte
crista da corrente suportável nominal,
contra impacto mecânico e distâncias de
apresentar em detalhes o conjunto de
Prezado leitor, este fascículo pretende
duração
escoamento.
Normas Brasileiras para construção de
valores nominais dos componentes que
conjuntos de manobra e controle em alta
fazem parte do conjunto de manobra
os requisitos de projeto e construção
tensão, acima de 1kV até 52kV inclusive.
e
obrigatórios
No capítulo inicial deste fascículo
controle
curto-circuito
em
invólucro
nominal,
metálico,
No
quinto
capítulo, para
abordamos
os
conjuntos,
incluindo seus dispositivos de operação
notadamente Estanqueidade ao gás e ao
apresentamos ao leitor os objetivos
e
e
vácuo, Sistemas de pressão controlada
deste
nível de preenchimento nominal dos
para gás, Sistemas de pressão autônomo
apresentação do panorama atual da
compartimentos
para gás, Sistemas de pressão selados,
NBR-IEC-62271-200 vigente no Brasil,
fluído.
suas de
trabalho,
que
subdivisões, interesse,
definições.
Fascículo
de
suas
Neste
contemplou
principais
pontos
interpretações segundo
a
seus
equipamentos
auxiliares
preenchidos
com
Sistemas
de
pressão
controlados
No terceiro capítulo, falamos sobre
para líquido, Sistemas autônomos de
e
as principais características de operação
pressão a líquidos, Flamabilidade e Compatibilidade eletromagnética.
capítulo,
normal, partes removíveis, aterramento
continuaremos a análise da NBR-IEC
do conjunto e do invólucro, fechamentos,
No sexto capítulo, falamos sobre
62271-200, suas regras gerais, definições,
conceitos de compartimentação dos
os requisitos de projeto e construção
características nominais obrigatórias dos
conjuntos,
obrigatórios
para
conjuntos, além dos requisitos de projeto
plaquetas de identificação.
notadamente
emissões
e construção. No segundo capítulo, abordamos
No
janelas
quarto
de
capítulo,
inspeção
e
os
conjuntos, de
raios
X,
mostramos
aspectos de corrosão, arco interno
os requisitos de projeto e construção
devido à falha interna, requisitos dos
as principais características nominais
obrigatórios
invólucros,
de um conjunto de manobra e controle
notadamente
em invólucro metálico de alta tensão,
intertravamento, indicadores de posição,
desde tensão nominal e número de
grau de proteção dos invólucros, proteção
fases, nível de isolamento nominal,
de pessoas contra acesso a partes
a abordagem dos ensaios de tipo,
frequência nominal, corrente nominal
perigosas e proteção do equipamento
elencando as principais razões pelas
de regime contínuo, corrente suportável
contra penetração de objetos sólidos
quais são realizados cada um dos
nominal de curta duração para circuitos
estranhos, proteção contra penetração
ensaios, resultados esperados e suas
principais e de aterramento, valor de
de água, proteção do equipamento
características mais importantes, com
para
os
conjuntos,
dispositivos
de
compartimentos
de
alta
tensão, partes removíveis e provisões para ensaios dielétricos em cabos. No
sétimo
capítulo,
iniciamos
Apoio
a participação do físico Cleber Rogério
arco elétrico devido a falhas internas.
definidos são: o tipo de acessibilidade
Fiori, abordando ensaios de tensão para
Com a caneta, então, Dr. Marcelo!
do painel, os valores da corrente e da
conjuntos de manobra e controle em alta
duração do ensaio. A norma define
a abordagem dos ensaios de tipo,
Principais detalhes do ensaio de arco elétrico devido a falhas internas em painéis
elencando as principais razões pelas
Este item apresenta os principais
não sejam representativas das aplicadas
quais são realizados cada um dos
aspectos relacionados ao ensaio de
na instalação, deve-se especificar outro
ensaios, resultados esperados e suas
arco elétrico devido a falhas interna
arranjo de ensaio.
características mais importantes, com a
em painéis, sem considerar todos os
participação do Engenheiro Eletricista
detalhes, que estão descritos na norma
Luis
tensão. No oitavo capítulo, continuamos
as distâncias entre o equipamento e as paredes e o teto da sala em que este será instalado. Caso essas distâncias
a) Tipos de acessibilidade
abordando
ABNT NBR 62271-200:2007. Têm-se
A representação da acessibilidade
ensaios de Corrente suportável de Curta
como foco alguns pontos a que o usuário
ao painel é essencial para avaliar o nível
Duração e de Elevação de Temperatura
final deve se atentar ao especificar o
de proteção das pessoas na proximidade
para conjuntos de manobra e controle
ensaio e ao inspecioná-lo.
do equipamento em condições normais
Eduardo
Caires,
em alta tensão. Neste capítulo, assume o comando o Dr. Marcelo Guimarães Rodrigues, pesquisador
no
CEPEL
-
Definição de parâmetros para a realização do ensaio
de operação e com o painel na posição normal de serviço, no caso da ocorrência do arco interno.
Centro
O princípio básico para a realização
Em painéis que não são montados em
Elétrica,
de um ensaio é garantir que este seja
postes, a distinção é feita entre dois tipos
de
representativo do fenômeno físico ao
de acessibilidade: tipo de acessibilidade A
Adrianópolis – Laboratório de Alta
qual o equipamento pode ser submetido.
- Restrito somente ao pessoal autorizado,
Potência,
em
Para isso, quanto à especificação do
e tipo de acessibilidade B, acessibilidade
ensaios de alta potência, incluindo o de
ensaio, os principais pontos a serem
irrestrita, incluindo público geral.
de
Pesquisas
de
Energia
Departamento
de
Laboratórios
onde
se
especializou
29
Apoio
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
30
O tipo de acessibilidade não precisa ser, necessariamente, o mesmo em todos
consistem em unidades independentes
os lados do equipamento. A identificação
- Classificação IAC BF-ALR - arco interno
extensíveis (modulares). Neste caso, a
de cada lado é feita através de códigos: F
25 kA 0,5 s: ensaiado para uma corrente
amostra de ensaio deve consistir em duas
(frontal), L (lateral) e R (posterior).
de falta (eficaz) de 25 kA, durante 0,5 s,
unidades conectadas como em serviço e
Em painéis montados em poste,
previsto para ser instalado nas condições
o ensaio deve ser realizado, pelo menos,
a acessibilidade é sempre restrita por
de acessibilidade pública no lado frontal
em todos os compartimentos do painel
instalação fora de alcance, acessibilidade
e restrita aos operadores no lado lateral
adjacente aos indicadores. Outras situações
tipo C. A altura admissível mínima
e posterior.
são indicadas na norma.
da instalação deve ser declarada pelo fabricante. b) Corrente aplicada
- A sala em que o painel é instalado deve
Principais pontos a serem inspecionados durante o ensaio
ser simulada, considerando as distâncias do equipamento às paredes e ao teto indicadas em norma. Distâncias diferentes são
O valor da corrente de falha está
O acompanhamento do ensaio pelo
associado aos efeitos térmicos e dinâmicos
usuário final do equipamento, quando
- São colocados em torno do painel
do arco elétrico. Portanto, a definição do
possível, tem grande importância para que
pedaços de tecido de algodão preto
valor de corrente nominal de arco interno
este tome ciência de alguns detalhes do
de
do painel não deve ser inferior ao valor
ensaio e para que presencie diretamente
(indicadores), cobrindo 40-50% da área
da corrente de falta da planta em que o
a ocorrência da falha interna e as suas
de exposição a pessoas, que têm a função
equipamento será instalado.
consequências. Dos pontos detalhados
de simular se pessoas próximas seriam
sobre ensaio na norma, há alguns que,
atingidas pelas consequências do arco. As
usualmente, o inspetor deve focar atenção
posições de colocação dos indicadores
especial, que estão descritos neste item.
são função da sua classificação quanto à
c) Duração do ensaio Os valores-padrão de duração de ensaio recomendados em norma são
adotadas em casos específicos.
aproximadamente
150x150mm
acessibilidade (tabela 2).
1 s, 0,5 s e 0,1 s. Embora a escolha de
a) Arranjo de ensaios
duração de 0,1 s possa abranger as quatro
-
ser
A tensão aplicada ao circuito de ensaio deve
fases da formação do arco elétrico,
completamente equipada de modo a
ser igual à tensão nominal do painel e à
descritas anteriormente, a fase térmica
representar a instalação real, podendo-se
frequência industrial. Um valor inferior de
é limitada em um período muito curto.
representar os elementos internos do
tensão pode ser aplicado desde que o valor
Como o disjuntor de proteção interno
painel por modelos, desde que estes
da corrente eficaz atenda aos requisitos
ao painel, geralmente, está inoperante
tenham o mesmo volume e material
em norma e que o arco não se extingua
para interromper a corrente de falha e,
externo aos dos originais e que não afetem
prematuramente.
mesmo que este fisicamente abra, o arco
os circuitos principal e de aterramento.
tende a curtocircuitá-lo pelo ar ionizado,
- Cada compartimento de uma unidade
a proteção de retaguarda, na maior parte
funcional,
componente
deve ser igual ao da de curto-circuito
dos casos, eliminará a falta. Portanto, a
do circuito principal, deve ser ensaiado.
para o qual o painel é especificado com
duração do arco será consideravelmente
Fascículo
Geralmente, são ensaiados painéis, que
Como exemplo:
longa e, por isso, a duração de ensaio escolhida é, usualmente, 1 s.
do painel em ensaio de arco elétrico devido a falhas internas, este pode ser a
classificação
de
ensaio
contendo
um
deve
O valor eficaz da corrente de ensaio
Tabela 2 – Tipo e posicionamento dos indicadores em função do tipo de acessibilidade do painel
Distância dos
Tecido utilizado
indicadores ao painel
Após a verificação do desempenho
com
amostra
Tipo de acessibilidade
d) Designação de classificação IAC
designado
A
- Corrente, tensão e duração do ensaio
IAC
(iniciais de Internal Arc Classified - Arco Interno Classificado), explicitando sua acessibilidade (A, B ou C) e os valores de corrente em quiloampères (kA) e de duração em segundos (s) do ensaio.
Cretone preto (tecido
Acessibilidade tipo A
300 mm ± 15 mm
Acessibilidade tipo B
de algodão de aproximadamente 150 gm2)
(pessoal autorizado) 100 mm ± 5 mm
(público em geral)
Cambraia de linho preto com entretela
Acessibilidade tipo C -
Dispostos horizontalmente, a
Equipamento montado
uma altura de 2 m, cobrindo (aproximadamente 40 g/m2)
em poste
toda área de 3 x 3 m2,e centrados ao redor do poste
de algodão
Apoio
31
Apoio
Conjuntos de manobra e controle em alta-tensão
32
respeito à formação de arco interno. O instante de estabelecimento de corrente deve ser escolhido de maneira que o valor de crista em uma das fases externas seja 2,5 vezes (para 50 Hz) ou 2,6 vezes (para 60 Hz) o valor eficaz da corrente e que a segunda maior crista também ocorra na outra fase externa. A tolerância dos valores eficaz e de crista da corrente de ensaio deve estar dentro de 0 a 5%. Se a tensão utilizada para alimentar o ensaio for inferior à tensão nominal, a norma faz concessões relativas a essas tolerâncias. Neste caso, o ensaio deve ser estendido até que a integral da corrente se iguale ao valor especificado dentro de uma tolerância de 0 a 10%. A corrente deve ser igual ao valor especificado, pelo menos, durante os três primeiros meiociclos e não deve ser menor que 50% do valor especificado ao término do ensaio. Geralmente, mesmo aplicando-se um valor reduzido de tensão, o valor eficaz de corrente é atingido e o que ocorre com mais frequência é a redução do valor de crista da corrente de curto-circuito, que
Figura 4 – Defeitos mais frequentes em ensaios de arco elétrico devido à falha interna em painéis realizados no laboratório de alta potência do Cepel, considerando um período de análise de 23 anos: falha 1 – arremesso de portas e tampas, falha 2 – queima de indicadores horizontais ou verticais, falha 3 – abertura de portas e lados acessíveis, falha 4 – desconexão do cabo de aterramento.
não deve ser inferior a 90% do valor de Critério nº 4 - As telas de tecido de algodão
um período de análise de 23 anos. A
A duração do arco é escolhida baseado
(indicadores) dispostas horizontal e
experiência do laboratório indica que
no tempo provável de atuação da proteção
verticalmente não devem se inflamar.
há uma tendência de que quanto maior
de retaguarda do painel. Usualmente,
Indicadores inflamados pela queima de
o número de ensaios realizados pelos
a duração adotada é 1 s para considerar
tinta ou etiquetas estão excluídos desta
fabricantes maior a taxa de aprovação
esse tempo e simular plenamente a fase
avaliação. Caso a ignição seja causada
nestes.
térmica do fenômeno do arco.
por partículas incandescentes e não
crista presumido.
por gases superaquecidos (o que deve
Critérios de aceitação
Conclusões
ser comprovado através de filmagem
A ocorrência de uma falha interna em
em alta velocidade), este critério será
um painel não devidamente projetado
considerado satisfatório se este atender
considerado atendido.
para este fim é um dos que provocam
aos seguintes critérios:
Critério nº 5 - A eficácia das conexões de
maiores prejuízos em um sistema de
aterramento não deve ser prejudicada.
distribuição, podendo causar graves
O desempenho do equipamento é
Fascículo
Figura 3 – Arranjo do ensaio de arco elétrico devido à falha interna de um painel com classificação IAC BF-ALR. Distâncias em mm.
Critério nº 1 - Portas
e
tampas
corretamente fechadas não devem se
consequências,
como:
danos
físicos
A figura 3 mostra o arranjo do ensaio
ou a morte de pessoas, interrupção do
abrir.
de um painel com classificação IAC
sistema, destruição dos equipamentos,
Critério nº 2 - Partes metálicas ou
BF-ALR.
reações
desfavoráveis
da
opinião
isolantes do painel (visores de inspeção,
A figura 4 mostra os defeitos mais
pública, etc. Para minimizar riscos às
aletas de alívio etc.), não devem ser
frequentes em ensaios de arco elétrico
pessoas próximas ao equipamento no
arremessadas.
devido à falha interna em painéis
caso desta ocorrência, a tecnologia
Critério nº 3 - Partes externas acessíveis
realizados
de
não devem ser perfuradas por ação direta
potência do Centro de Pesquisas de
resistentes a arco elétrico tem avançado
do arco nem por outros efeitos.
Energia Elétrica (Cepel), considerando
significativamente nas últimas décadas.
no
laboratório
de
alta
desenvolvimento
de
painéis
Apoio
Devido à complexidade do fenômeno
[2] N. Deb; T. Tricot ; P. Bailly ; L.T.
alta potência no cepel. In: XXIV SNPTEE -
físico, envolvendo plasma de alta energia,
Falkingham. Design of a new generation
SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO
altas temperaturas e altos esforços
of internal arc resistant switchgear. In:
ETRANSMISSÃO
mecânicos, aos diversos detalhes do
IEEE-IAS/PCA 2004 Cement Industry
ELÉTRICA, 2017, Curitiba – PR.
equipamento que têm influência em seu
Technical Conference, 2004, Chattanooga,
desempenho, uma abordagem teórica,
TN, USA.
DE
ENERGIA
No próximo capítulo continuaremos
através de modelos físicos, contribui
[3] M.G. Rodrigues, T.P. Amorim, C.S.
a abordagem dos ensaios de tipo,
parcialmente para o desenvolvimento
Xavier,C.C. Siqueira, M.F.C. Silva, M.M.
elencando os principais detalhes dos
do produto, juntamente à experiência
Gonçalves, R.Bianchi. Análise estatística
ensaios mecânicos em painéis.
empírica do projetista. A realização
dos ensaios realizados no laboratório de
de ensaios normatizados verifica se o projeto de um painel é adequado, considerando todos esses fatores, e contribui para mitigar as consequências das falhas internas em painel.
Bibliografia [1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 62271200: Conjunto de manobra e controle de alta tensão – Parte 200: conjunto de manobra e controle de alta tensão em invólucro metálico para tensões de 1 kV até e inclusive 52 kV. Rio de Janeiro, 2007.
Até lá!
*Marcelo Guimarães Rodrigues possui graduação em Engenharia Elétrica Ênfase em Sistema de Potência pela Universidade Federal Fluminense, mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é pesquisador do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica com ênfase em ensaios em equipamentos de alta tensão e em modelagem de sistema de aterramento. **Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/ USP),Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro doABNT/CB-003/CE 003 017 003 "Conjuntos de manobra e controle de alta tensão", Conselheiro Regional do CREA-SPda Câmara Especializada em Engenharia Elétrica ediretor da GimiPoglianoBlindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
33
Apoio
Fascículo
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
34
Por Luciano Haas Rosito*
Capítulo X Novos critérios a serem avaliados na revisão da NBR5101
abordados
emenda que ajuste este item e permita
classificação
os novos critérios que devem ser
Neste
artigo
serão
a classificação das luminárias nas quais
fotométricas que agreguem informações
avaliados e posteriormente poderão ser
a linha de meia intensidade máxima
relevantes para a avaliação da fotometria
estabelecidos na revisão da NBR 5101 que
ultrapasse a linha de referência. Em
de uma luminária. A classificação BUG
está ocorrendo durante o ano de 2018 e
função disto questionamos se realmente
é uma delas que poderá ser considerada.
deverá ser concluída em 2019. Após seis
existe
de
Sendo B “Backlight”, U “Uplight” e G
anos da sua última revisão, a NBR 5101
classificação e se esta informação traz
“Glare”, esta classificação define o quanto
novamente passa por uma atualização e
algum benefício para quem vai realizar
do percentual da luz é direcionada para
por meio de reuniões periódicas durante
um projeto de iluminação pública.
trás, o quanto vai para cima e qual o
este ano, estão sendo feitos estudos e
Da mesma forma, se a exigência uma
grau de ofuscamento gerado. Neste
análises para que tenhamos uma revisão
determinada
um
ponto, a preferência por equipamentos
dos itens já estabelecidos e a inclusão de
Edital para aquisição de luminária traz
que diminuam a poluição luminosa é
novos critérios.
algum benefício para quem irá aplicar
uma busca a ser levada em conta no
esta luminária em qualquer tipo de via
projeto e esta classificação pode ajudar
pública, ou se a exigência de algum tipo
ao projetista a especificar equipamentos
específico de classificação longitudinal
que não direcionem luz para cima. Assim
ou transversal está servindo somente
como a prevenção ao ofuscamento de
para direcionar alguma especificação
motoristas e pedestres em um projeto de
para
este
iluminação pública apresenta qualidade
tipo de classificação tem origem em
da iluminação e melhor aproveitamento
luminárias com tecnologia de descarga,
da luz. O projeto correto também leva em
do
que utilizam uma lâmpada e um
conta a quantidade de luz que é distribuída
tipo II que trata da linha de meia
refletor e geram um determinado tipo
para parte que fica atrás da luminária,
intensidade
a
de distribuição fotométrica, diferente
iluminando a pista e as calçadas de forma
linha de referência, nos últimos meses
das fontes de luz LED com uma lente
adequada. Para cada configuração de via
houve uma intensa discussão sobre
e outra característica para emissão e
em relação a disposição dos postes, largura
a impossibilidade de classificar as
distribuição da luz.
da pista e calçadas, pode ser levado em
Adequação das classificações de distribuição luminosa como requisito informativo e inclusão de novo sistema como o BUG rating Em função da falta de um trecho da
tradução
da
classificação
máxima
ultrapassar
luminárias públicas de acordo com a NBR 5101:2012 e a elaboração de uma
a
função
algum
para
este
classificação
produto.
tipo
em
Ainda,
das
distribuições
Com estas questões, é necessária
conta um tipo de distribuição da luz que
avaliação
vai para trás.
de
outras
formas
de
Apoio
a serem recomendados para cada área de cada cidade. Desta forma, a NBR 5101 servirá como uma base sólida para o desenvolvimento de critérios claros de iluminação para um plano diretor de iluminação pública para cada cidade sendo um limitador da importante da progressão da poluição luminosa.
Avaliação da malha de verificação de projetos e medições Outro
critério
que
está
sendo
avaliado é a revisão da malha de projeto e medições de campo a fim de torná-la mais precisa e com a quantidade de Figura 1 – Sistema de classificação “BUG” – TM-15-11 da IES
pontos
adequada,
facilitando
a
avaliação sem a perda da qualidade das informações obtidas em projeto e em
A compatibilidade entre o sistema
real aplicação e funcionalidade para os
campo. As alternativas de novas malhas
atual e a classificação “BUG” deverá ser
projetistas e usuários, sendo importante
e novas quantidades de pontos seguem
avaliada através de análises de fotometrias
também a classificação dos tipos de
sendo discutidas e avaliadas por meio de
reais comparando os resultados e sua
zonas e seus limites máximos permitidos
testes em software e em campo. Houve
35
Apoio
Fascículo
Iluminação pública – ABNT NBR 5101
36 um avanço significativo nesta análise
reconhecimento de pessoas tornando
públicos e privados e estudos de PPPs
no sentido de não alterar a quantidade
mais segura a circulação dos usuários
e outros projetos utilizem este critério
de pontos significativamente, mesmo
destas praças e parques. Estes temas
como
para a verificação de campo, sendo
estão sendo avaliados e foram tema da
os níveis mínimos exigidos para a
importante
reunião da comissão de estudos no dia
luminância. Critérios de classificação
23 de outubro.
das vias e de que maneira podem ser
manter
a
precisão
dos
resultados. Ao mesmo tempo que seria
referência
para
determinar
melhor simplificar as malhas e reduzir
Da mesma forma, a medição e projeto
reclassificadas durante a noite e de que
tempos de cálculos e medição, não se
de vias irregulares, em curva, com
maneira seria possível a dimerização
pode abrir mão de confiabilidade dos
elevações (aclive e declive) devem ter
e adaptação dos níveis também estão
resultados e medições, a malha e seus
maior detalhamento e uma padronização
sendo
pontos devem representar a maior parte
nos procedimentos de medição. Quais
revisão da NBR 5101 é compatibilizar
das diversas situações existentes em
as recomendações para a instalação
as referências internacionais que estão
campo. A melhoria do detalhamento
dos equipamentos nesta situação, a fim
sendo consideradas com a Norma atual
da medição de calçadas, assim como os
de evitar o ofuscamento e manter a
e, principalmente, com a necessidade
critérios de luminância, deverão utilizar
uniformidade da iluminação das vias.
de iluminação no Brasil em termos de
como
referência
alguma
publicação
internacional, com a quantidade e localização dos pontos de cálculo e medição de iluminância. A inclusão
Melhoria das definições da avaliação e medição de luminância
desafio
na
É necessária inclusão das condições de projeto e medição de luminância como nas recomendações internacionais que estabelecem a padronização do
As
condições
de
observador a uma distância média
estão
estabelecidas
de 83,07 metros e uma altura do olho
somente no item 5.1.2
luminância
também está sendo discutida.
O
visibilidade e qualidade da iluminação.
dos critérios e da malha de medição vertical em calçadas e faixas de pedestres
considerados.
que
específicas
- Requisitos
do observador a 1,45 m em direção
A medição e verificação de pontos
de iluminância e uniformidade na
ao ponto de visualização. A malha de
de cruzamentos, condições específicas,
NBR 5101 devem ser melhoradas em
medição de luminâncias deve ser criada
praças e parques também deve ser levada
ampliadas a fim de facilitar a utilização
de acordo com estes preceitos e devem
em conta. Não está ainda bem definida
do conceito da luminância. A tabela 3
ser detalhados os instrumentos de
a questão dos critérios de projeto
deste item que estabelece os requisitos
medição, bem como os procedimentos
para cruzamentos e suas variações de
de luminância e uniformidade, deveria
para realização desta medição. Critérios
configurações, correta disposição das
estar
como
luminárias a fim de evitar conflito
projetos de iluminação pública sendo
Visibility)
com semáforos e outros equipamentos
as vias classificadas como V1, V2 e
avaliados, assim como a criação de um
de sinalização e outros aspectos que
V3 obrigatórias para os requisitos de
capítulo específico sobre ofuscamento e
ajudariam a tornar esta zona de conflito
luminância e as demais orientativas. Vale
de que maneira interfere na capacidade
de tráfego mais segura, incluindo a
lembrar que os critérios de iluminância,
de visão do usuário.
sinalização correta e iluminação vertical
luminância
na faixa de pedestres.
uniformidades devem ser atendidos
sendo
considerada
e
suas
em
todos
sempre simultaneamente para o projeto.
pista molhada, que atualmente são
Para consolidar esta tabela e ressaltar
tema
internacionais
a importância da luminância para um
com Normas específicas como a CIE
projeto de qualidade, deveria ser criado
047, também estão sendo discutidas
um capítulo específico para este tema
para ter critérios na Norma. Para as
onde poderiam estar detalhados os itens
praças, os critérios de projeto deverão
relativos à aplicação do conceito. A
definir a necessidade de iluminação
luminância deveria ser a mais importante
de caminhos e demais condições de
forma de definição de um projeto de
instalação
publicações
áreas,
iluminação pública. Infelizmente ainda é
deixando a também a recomendação de
raro que Editais de licitação de compra de
iluminação do entorno para facilitar o
equipamentos, projetos luminotécnicos
e
medição
destas
STV
também
(Small
Target
poderiam
ser
respectivas
As condições de visibilidade em de
método
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
37
Apoio
Fascículo
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
38
Por Geraldo R. de Almeida *
Capítulo III Modelos estatísticos, modelos empíricos e modelos de mecânica do meio contínuo
Resumo
Introdução
A confiabilidade é um ramo da matemática dentro da teoria das
O Modelo Especulativo, também denominado de “observação
probabilidades. A teoria das probabilidades foi formalizada com a
direta”, é o mais antigo e talvez o mais belo de todos os modelos: Ele
plataforma da teoria dos conjuntos por ANDREI KOLMOGOROV.
nasce na Grécia, no começo da História (início da era da palavra
A teoria das probabilidades é o suporte essencial para as funções
escrita), na forma de Mito [01] (Narrativa bem conformada) e a
de densidade de probabilidade usadas na estatística. As funções de
despeito de todo desenvolvimento humano, usamos este modelo
densidade de probabilidade operam no domínio fechado [0,1].
até hoje, principalmente na Política e nas Religiões. No caso de
A confiabilidade é a capacidade de um sistema cumprir sua
materiais, este modelo tem sido implementado da seguinte maneira:
missão, dentro de condições previamente especificadas, num
(i) Instala-se um engenho, dispositivo, sistema em determinadas
intervalo do tempo pré-estabelecido, conhecendo-se o tempo
condições e passa-se a observar seu desempenho ao longo do tempo;
médio para a primeira falha, e a probabilidade do sistema falhar,
(ii) Descobre-se que existe alguma experiência bem sucedida com
antes do tempo médio previsto.
algum engenho, dispositivo ou sistema instalado e funcionando há
A confiabilidade pode ser construída por meio de: observação
algum tempo e vamos visitá-lo e ouvir as narrativas de desempenho
direta (modelos empíricos), observações de laboratórios (modelos
de quem está operando; (iii) Coleta-se informações difusas de
experimentais) e com hipóteses e conjecturas (modelos matemáticos
sistemas similares e busca-se um modelo que seja melhor para as
– topológicos).
conveniências. Religião, Política e Mercado aplicam muito este
A confiabilidade pode ser resumida do ponto de vista pragmático
último enfoque.
em dois parâmetros: MTTF e MTBF. O MTTF (Mean Time To Failure)
O Modelo Cosmológico é um modelo universal, pois por onde
é aplicável aos componentes não reparáveis, enquanto o MTBF (Mean
se observa ele está presente [02] e ainda mais atual e seu crédito é
Time Between Failure) é aplicável a componentes reparáveis.
concedido a Gauss.
A confiabilidade dos materiais é guiada pelo parâmetro MTTF
Para Gauss, a taxa de transformação de qualquer evento no
– Tempo médio para a primeira falha e pela função de densidade de
cosmo era diretamente proporcional ao resíduo do evento, pelo
probabilidade do sistema falhar antes do MTTF. Os materiais são
tempo decorrido para ter acontecido aquele evento:
considerados componentes “não reparáveis”. Por isso, devem ser substituídos toda vez que for atingido o MTTF. Para componentes reparáveis, a substituição segue o mesmo princípio. Neste artigo serão apreciados os modelos já disponíveis para
Não necessita muito esforço para concluir que
avaliar o MTTF dos materiais usados em cabos ACSR e como usálos em projeto e administração de uma linha de transmissão de energia elétrica.
O Modelo Cosmológico para sua utilização requer quase sempre o acoplamento de algum modelo físico (p.e. a difusão física).
39
Apoio
Mas é muito explorado na Engenharia, na resolução de equações diferenciais parabólicas, e muito útil na formulação de fenômenos que utilizam a hipótese ergódica [03]. Neste trabalho será invocado no dimensionamento do tempo médio para a primeira falha, que com auxílio da teoria formal da confiabilidade que permite determinar que o MTTF. Com a distribuição de Gauss, ocorre em t=δ (desvio padrão). O Modelo Empírico, [04] também de observação direta, mas avaliado com o método científico, é um modelo que requer muito esforço físico e intelectual, sobretudo para interpretar os resultados dos experimentos. Hoje em dia, a estatística tem vindo em socorro deste modelo e, a despeito do grande número de experimentos necessários para uma boa conclusão, este modelo é muito usado em Ciências Naturais e Economia. No inicio (1920) do uso de cabos de alumínio reforçado com alma de aço, a Alcoa e outros fabricantes americanos de cabos ACSR desenvolveram este modelo para garantir um tempo adequado de desempenho de um cabo composto antes da primeira falha. O ensaio de tração e deformação em um cabo completo está apresentado na figura 1. Nesta figura, no eixo das abcissas são as deformações unitárias e nos eixos da ordenadas estão as tensões (força pela área da seção transversal). Este ensaio, a despeito da idade (1950), é usado no mundo em vários países. Neste País, ele é usado com a denominação NBR 7302 [05].
Figura 1 - Ensaio tensão e deformação
Figura 2 - Ensaio de fluência mecânica
Apoio
Cabos para linhas de transmissão de energia elétrica
40
Na complementaridade do ensaio de tensão e deformação, vem
O Modelo da Mecânica do Meio Continuo é creditado ao
o ensaio de fluência (creep na literatura de língua inglesa). A figura
Prof. Michael Ashby [09] da Universidade de Cambridge (UK). A
2 mapeia o resultado do ensaio. Neste País ele é adotado com o
motivação dos trabalhos de Ashby foram os acidentes catastróficos
rótulo de NBR 7303.
dos aviões da BOAC em meados dos anos 50.
Devido sua importância para metais não ferrosos (dúcteis), o
Ashby conseguiu medir e mapear a taxa de cisalhamento dos
resultado do ensaio de fluência é sobreposto ao ensaio de tensão
materiais em função da temperatura e do tensor de cisalhamento.
e deformação, para facilitar a análise dos projetistas de linhas de
A temperatura foi admensionalizada em função da temperatura de
transmissão. De modo geral no mapa consolidado dos dois ensaios,
fusão do material e o zero absoluto. A ação do tensor de cisalhamento
o ensaio de fluência termina com o tempo de 10 anos. Este tempo
foi admensionalizada em função do tensor ortogonal, módulo de
é mandatório porque neste período ocorre o exaurimento da fase
elasticidade e coeficiente de Poisson do material. O modelo Ashby
elástica dos materiais dúcteis (0,2% de deformação unitária).
é um modelo Lagrangeano de imensa utilidade na modelagem de
O exaurimento da fase elástica significa que o material condutor por fadiga cíclica, mesmo tendo uma taxa de cisalhamento muito menor que aquela da fase plástica (pois a tensão de deformação não pode mais ser aumentada). Apesar da grande fragilidade do alumínio em fadiga cíclica os cabos ACSR não se rompem por causa do aço na alma, deste modo eles podem ser reparados nas falhas do alumínio e duram por cerca de 50 anos ou mais. O modelo de cinética química teve seu início com trabalhos pioneiros de laboratório do Dr. T. W. Dakin [07]. Ulteriormente foi sistematizado pelo Dr. Stanley E. Kiersztyn [08], que desenvolveu um elegante modelo para estudo de rigidez dielétrica dos materiais isolantes elétricos, que complementou as observações do Prof. Dakin.
Figura 4 - Modelo Ashby
O modelo da cinética química, resumido por Kiersztyn na
O modelo matemático (topológico) está em desenvolvimentos
equação a seguir é em tudo análogo ao modelo cosmológico, apenas
nas comunidades científicas mais avançadas [10], [11] e [12].
com a dimensão do tempo muito mais acelerada.
Este modelo parte da hipótese ergódica, incorpora a mecânica Lagrangeana, alargam o conceito de cadeia de Markov e usam o amostrador de Gibbs (GIBBS SAMPLER) para simular o
Se N → 1 e muito antes da primeira falha (1)
funcionamento de uma linha de transmissão com assinatura ambiental, mas este modelo está fora do escopo deste trabalho. Neste trabalho serão abordados e analisados dados de MTTF obtidos em modelos especulativos, modelos empíricos observáveis
Que é o original modelo cosmológico Esta analogia é de suprema importância para limitar o horizonte
Fascículo
peças (hélices e rotores) em alta temperatura.
foi para a fase plástica e nesta fase ele é muito mais susceptível à falha
da primeira falha. Na apreciação física desse modelo é comum identificar o expoente N como parâmetro de saúde do material.
e modelo de mecânica do meio contínuo.
MTTF nos modelos Na literatura mais difundida, os melhores dados de falha estão no documento Cigre [13], onde uma estatística com mais de 40 anos resume o desempenho de linhas declarando as falhas de rompimento de fios dos cabos ao longo de 40 anos. No painel de discussão denominado “EDS Panel”, os dados foram recolhidos de diversas linhas de transmissão em concessionárias européias. Nos dados da tabela 1, cabos ACSR são os tradicionais comercializados desde 1920, Aluminum Conductors são os tradicionais cabos CA construídos com ligas EC1350 (99,5% de pureza e 61 % de condutividade IACS – International Annealed Copper Standard), Aldrey conductors são cabos construídos com
Figura 3 - A saúde dos materiais
liga de alumínio 6201, Steel conductors são os cabos guarda.
Apoio
41
Apoio
42
alongamento são medidos em tempo real. De modo geral, o ensaio tem a duração de 1000 horas (~45 dias). Como o andamento da fluência é quase linear, a correlação é extrapolada para 100 000 horas (~ 10 anos). O tempo de extrapolação foi arbitrado em função do alongamento medido após esta duração. Geralmente, o alongamento do alumínio no tempo de 10 anos é da ordem de 0,2% que, de modo geral, é o alongamento da fase elástica dos metais não ferrosos, sob Tabela 1 - Panel EDS Cigre - 273
fluência, na temperatura ambiente neste período. Deste modo, a AAA considera que, exaurida a fase elástica, o material torna-se frágil e isto coincide com a sequência de falhas enunciada com observação do Cigre. O modelo da mecânica do meio contínuo é creditado ao Prof. Michael Ashby da Universidade de Cambridge (UK). A motivação dos trabalhos de Ashby foram os acidentes catastróficos dos aviões
Tabela 2 - Panel EDS Cigre – 273 - Statistics
da BOAC em meados dos anos 50. Ashby conseguiu medir e mapear a taxa de cisalhamento dos
Nos dados da tabela de danos, a publicação deixa presumir que
materiais em função da temperatura e do tensor de cisalhamento.
a estatística pode conter: Cabos ACSR, Cabos Aldrey e Cabos de
A temperatura foi admensionalizada em função da temperatura
Alumínio puro (EC1350). Todavia, a terminologia EDS é muito
de fusão do material e o zero absoluto. A ação do tensor de
mais usada quando se refere a cabos do tipo ACSR.
cisalhamento foi admensionalizada em função do tensor ortogonal,
Na tabela de danos, para linhas com mais de 20 anos de uso,
módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson do material.
100% delas apresentaram algum dano quando o EDS > 18 %.
O mapa mostrado na figura abaixo corresponde ao do alumínio
Assim, o primeiro MTTF (Mean Time To Failure) para cabos desta
puro, ensaiado desde uma temperatura muito baixa (-200ºC) até a
estatística (ACSR – AAC – AAAC) é de 10 anos (metade do valor
temperatura de fusão (660 ºC). Para calcular as coordenadas de Ashby
de 20 anos para que todas as linhas apresentassem alguma falha).
foram usados os dados do cabo Coreopsis resultando a tabela 3.
No método empírico controlado, os ensaios de tensão e deformação [05] associado ao ensaio de fluência [06] fornecem uma informação experimental de suprema importância para dimensionamento do MTTF de cabos do tipo ACSR, AAC e AAAC. O ensaio de tensão e deformação é realizado em três estágios com amostras de 10 metros de comprimento: (i) No primeiro estágio com subida de carregamento em degrau, determina-se a carga de ruptura do cabo completo, (ii) De posse da carga de ruptura do cabo completo, realiza-se o ensaio em degraus de 15%,
Fascículo
25% 50% 75% e 85% da carga de ruptura, anotando-se os respectivos alongamentos, (iii) no terceiro estágio realiza-se o ensaio apenas sobre a alma (aço) do cabo, com o mesmo procedimento anterior. As duas curvas obtidas com as coordenadas dos pontos de alongamento e as respectivas tensões de alongamento são subtraídas e a curva resultante é uma aproximação do desempenho apenas do alumínio. O ensaio de fluência (creep na língua inglesa) é também um ensaio conduzido sobre um cabo de 10 metros de comprimento, no qual é aplicada uma carga da ordem de 25% da tensão de ruptura do cabo completo. Algumas vezes, alguns compradores pedem também ensaios de fluência com 15%, 20%, 30% e até 35% da carga de ruptura. À carga aplicada o alongamento é anotado ao longo do tempo. Modernamente, os ensaios são assistidos por “strain gages” e o
Levando as coordenadas [50ºC,1,53E-03] no Mapa de Ashby . mostrado abaixo verifica-se que o cisalhamento devido ao creep está ϵcreep≥ 10-8 s-1 que é inferior aos 10 anos para o alumínio puro.
Confiabilidade e “MTTF”
Se a probabilidade de um material de engenharia falhar for descrita por uma função de densidade de probabilidade qualquer f(x). Então, a certeza de que falha do material descrito por esta função será;
Apoio
43 Cabos tracionados seguem uma distribuição estatística de probabilidade denominada Weibull [14]. Entretanto, se a amostra ensaiada for muito grande, vale o teorema do limite central e a distribuição estatística de Gauss é este limite. Se a função que descreve as falhas forem f(x)
e F(x), a
confiabilidade do material sobreviver é definida por R(x). Deste modo, podemos aceitar que a probabilidade instantânea [14] de falha durante qualquer tempo pode ser estimada com uma função denominada Hazard Rate, assim;
Figura 5 - Taxa de falhas para os materiais
mecânica do meio contínuo de ASHBY. Em um tempo de 20 anos, a Se a função de Gauss (Normal) descreve a probabilidade do
probabilidade do cabo falhar é quase 100% nos fios de alumínio. A
material falhar, A primeira falha h(1) ocorrerá quando h(1)=σ , ou
falha mecânica ocorre nos fios de alumínio, geralmente da camada
seja, o primeiro desvio padrão (~68%).
externa e de forma preferencial quando o cabo possui diâmetro
Se a função de densidade de probabilidade for a de Weibull, a hazard rate será uma função do tempo, muitas vezes denominada simplesmente de curva da banheira.
O Estado atual da arte
superior a 1´´ (25 mm). Na figura 6 são apresentadas a construção Drake do ACSR e alguns cabos de diâmetro equivalentes, onde os fios elementares externos são de liga de alumínio. Usar cabos com diâmetros inferiores a 25 mm é de grande ajuda
Os cabos ACSR de uso generalizado em linhas de transmissão
para mitigar os efeitos de fadiga cíclica devido a vibrações eólicas, mas
possui um tempo médio para a primeira falha mecânica, MTTF, de
isto quase sempre significa uso de condutores em “bundle” que eleva
10 anos nos fios de alumínio e 300 anos nos fios de aço no modelo da
os custos da transmissão e deve ser considerada para linhas em AC.
Apoio
44
[02] Carl Friedich Gauss - 1821, 1823 and 1826: Theoria combinationis observationum erroribus minimis obnoxiae. Drei Abhandlungen betreffend die Wahrscheinlichkeitsrechnung als Grundlage des Gauß'schen Fehlerfortpflanzungsgesetzes. (Three essays concerning the calculation of probabilities as the basis of the Gaussian law of error propagation) English translation by G. W. Stewart, 1987, Society for Industrial Mathematics. [03] Ya. G. Sinai, On the Foundation of Ergodic Hypothesis for Figura 6 - Cabos aéreos para transmissão
Em HVDC, o campo elétrico é muito intenso e nestas tecnologias exigem-se diâmetros de condutores superiores, da ordem de 40 mm, mesmo em formação em “bundle”. Isto pode significar que o MTTF de 10 anos para os fios de alumínio liga (qualquer que seja a composição) é um fato que deve ser considerado nos projetos e
(1963), 1261-1264 [04] Francis Bacon Novum Organum (English), Thomas Fowler (ed., notes, etc.) McMillan and Co., Clarendon Press, Oxford (1878), public domain. [05] NBR 7302 – ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas – Condutores elétricos de alumínio – Tensão e deformação
gestão dos ativos numa linha de transmissão.
em condutores de alumínio – MÉTODO DE ENSAIO.
Conclusões
Técnicas – Condutores elétricos de alumínio – Fluência em
O artigo apresentou de modo amplo o conceito do MTTF, parâmetro de confiabilidade de elementos não reparáveis, como o exemplo de materiais usados como condutores de cabos de linha de transmissão de energia elétrica. Na teoria geral da confiabilidade existem ferramentas matemáticas formalizadas para uso na determinação do MTTF dos materiais. Para obtenção do MTTF dos materiais, existem modelos físicos que vão desde os modelos de observação direta até os modelos matemáticos topológicos, passando pelos modelos empíricos e experimentais. Com base nos conhecimentos disponíveis e de alguns dados colhidos em diversos trabalhos, avançamos as seguintes assertivas e recomendações: 1- o MTTF para o alumínio ligas é de 10 anos (ASHBY); 2 - o MTTF para o cobre é de 30 anos (ASHBY); 3 - o MTTF para o aço é de 300 anos (ASHBY);
Fascículo
a Dynamical System of Statistica Mechanics, Dokl. Akad SSSR 153
4 - cabos ACSR não se rompem porque tem aço na alma; 5 - cabos de ALL tem vida de 20 anos. (Cigre 273); 6 - o MTTF é um parâmetro de administração de ativos; 7 - em conseção de 30 anos o concessionário se obriga a recondutorar a linha antes de devolvê-la.
Agradecimentos O autor, consultor do grupo Intelli, agradece a permissão para
[06] NBR 7303 - ABNT Associação Brasileira de Normas condutores de alumínio – MÉTODO DE ENSAIO [07] T.W. Dakin – Electrical Insulation Deterioration Treated as a Chemical Rate Phenomenon – AIEE Trans Vol 67, 1948 pp 113-122. [08] Stanley E. Kiersztyn – Formal theoretical Foundation of Electrical Aging of Dielectrics – PAS IEEE 100 Issue 11 NOV 1981. [09] ASHBY, M.F. Materials Selection and Process in Mechanical Design. Butterworth Heinemann, Oxford, 1999 ISBN 0-7506-4357-9 [10] Gelfand, Alan E.; Smith, Adrian F. M. (1990), "SamplingBased Approaches to Calculating Marginal Densities", Journal of the American Statistical Association, 85 (410): 398–409, doi:10.2307/2289776, JSTOR 2289776, MR 1141740 [11] Casella, G.; George, E. I. (1992). "Explaining the Gibbs Sampler". The American Statistician. 46 (3): 167. doi:10.2307/2685208. JSTOR 2685208. (Contains a basic summary and many references.) [12] Levin, David A.; Peres, Yuval; Wilmer, Elizabeth L. (2008), "Markov Chains and Mixing Times", American Mathematical Society. [13] CIGRE 273 – Overhead Conductor Safe Design Tension With Respect To Aeolian Vibration – JUN 2005 [14] Kailash C.Kapur, Lonard R. Lamberson – RELIABILITY IN ENGINEERING DESIGN – WILEY pp 608 [15] AAA (ALUMINUM ASSOCIATION OF AMERICA) – Stress-Strain-Creep curves for Aluminum Overhead Electrical Conductors. A technical report for aluminum association’s Electrical Technical Commitee.
publicar este trabalho.
Referências [01] HESIODI - Theogonia Opera et dies Scutum. Edidit Friedrich Solmsen. Fragmenta selecta ediderunt. R. Merkelbach et M. L. West. Oxford, Clarendon Press, 1966.
Geraldo R. de Almeida é Engenheiro Eletricista da INTELLI – Terminais e Conectores. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
45
48
Aula Prática
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Por Fabricio Gonçalves Costa Pinto
Conjunto Sieltt submetido ao teste de elevação de temperatura no barramento principal
Ensaios em laboratório para Quadros Elétricos conforme IEC 61439-1/2
49
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Desde a publicação da NBR IEC
ensaios de rotina e a documentação que
60439-1 em 2003, a obrigatoriedade da
deve ser apresentada junto ao Conjunto
realização de Ensaios de Tipo em Quadros
também sofreram alterações e se tornaram
Elétricos é objeto de discussão em todos
mais criteriosos, bem como a seleção e
os segmentos da indústria. De início, a
instalação de componentes no Conjunto.
discussão se dava em torno das diferenças
Nota-se, portanto, que um produto testado
entre os conceitos de Conjunto Totalmente
conforme a IEC 60439-1 não deverá sofrer
Testado (TTA) e Conjunto Parcialmente
alteração alguma para atender a norma
Testado (PTTA). Com a publicação da revisão
IEC 61439-1/2. A grande mudança está
da norma em 2016 sob a identificação de
muito mais na conscientização em torno da
NBR IEC 61439, publicada em duas partes,
aplicação do Conjunto no mundo real, indo
os conceitos TTA e PTTA foram extintos e
desde o método de comercialização em kits
uma série de pontos obscuros da versão
até o fator de utilização e simultaneidade
anterior foram esclarecidos.
das
temperatura).
No entanto, para permitir um tempo
unidades
funcionais
(elevação
de
de adequação aos usuários, a IEC 60439-1 continuará válida até dezembro de 2021, o
A solução testada
que não impede a adequação e atendimento à versão mais atual, que também é válida.
Mas quais são as diferenças entre as duas
ensaios de tipo abordados nesse artigo
versões? Exceto pela série de ensaios
é o SIELTT, um Conjunto de Manobra e
de resistência dos materiais e das partes
Comando de Potência, cuja definição dada
(10.2), que já eram tratados na NBR IEC
pela norma IEC 61439-2 é a seguinte:
O produto objeto das verificações e
62208 – Invólucros vazios destinados a conjunto de manobra e controle de baixa
"3.1.101 conjunto de manobra e comando
tensão, publicada em 2013 (considerado
de potência
este tempo transcorrido, já deveria ser
CONJUNTO MCP
prática habitual do mercado o cumprimento
Conjunto de manobra e comando de
desta norma) nenhum novo ensaio de
baixa tensão utilizado para distribuir e
laboratório foi acrescentado. Os ensaios
comandar a energia para todos os tipos de
dos limites de elevação de temperatura
cargas e destinado a aplicações industriais,
(10.10) se tornaram mais complexos não
comerciais e similares, onde a operação
pela mudança na forma como o teste é
por pessoas comuns não é prevista"
realizado ou nos parâmetros que devem ser atendidos, mas sim pelas variantes possíveis
de montagem e a consideração de fatores
“organização que realizou o projeto original
relacionados à situação real em que um
e a verificação associada de um CONJUNTO
Quadro Elétrico é posto em funcionamento,
conforme a norma pertinente” (definição
antes parcialmente ignorados. A verificação
de fabricante original dada em 3.10.1).
da compatibilidade eletromagnética (EMC),
No entanto, apesar de fazer as vezes de
por exemplo, apesar de não aparecer na IEC
fabricante original e também de montador
60439-1 Tabela 7 - Lista de verificações e de
ao conceber e testar o Conjunto, a KitFrame
ensaios a serem realizados em TTA e PTTA,
comercializa somente o que a norma define
é abordada em 7.10 tendo os mesmos
como Sistema do Conjunto (Assembly
critérios apresentados na parte 10.12 da IEC
System): “gama completa de componentes
61439. Porém, os critérios de extrapolação
elétricos
(verificação por comparação ou avaliação),
barramentos, unidades funcionais etc.),
são muito melhor abordados na norma
conforme definido pelo fabricante original,
revisada, bem como algumas nomenclaturas
que podem ser montados de acordo com
e atribuições de responsabilidades das
as instruções do fabricante original para
partes envolvidas no fornecimento. Os
produzir diferentes CONJUNTOS" (3.1.2)
O Sieltt é um produto da KitFrame,
e
mecânicos
(invólucros,
50
Aula Prática
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Esse tipo de negócio, onde o fabricante
que além de surgir na definição dada na
na norma, bem como os ensaios realizados,
original disponibiliza soluções em Kits
parte 1, também ganhou um guia específico
iremos mostrar, a seguir, cada uma das
para uma segunda parte, já é uma prática
na parte 0 da série 61439, publicado
verificações realizadas na sequência em
usual desde a versão anterior da norma,
em 2017, "Diretrizes para especificação
que são apresentadas no anexo D, com a
que apesar de prever essa possibilidade
dos conjuntos”. Cabe ao usuário definir
referência entre parênteses da seção ou
(IEC 60439-1, 2.1.1: "certas operações de
requisitos básicos do CONJUNTO, pois
subseção onde aparece na norma.
montagem podem ocorrer fora da fábrica
não existe um “padrão" para quaisquer
do produtor do TTA”), não atribuía as
dos itens abordados na norma, como
diferenças e responsabilidades com clareza,
muitas vezes é solicitado no momento do
e tratava o assunto em pontos dispersos na
orçamento de um Conjunto.
norma como na especificação da placa de identificação. "O fabricante é considerado
Se
A verificação de projeto
responsabilidade
pelo
CONJUNTO
a
revisão
da
norma
buscou
esclarecer partes obscuras e denominações
como sendo a organização que tem a
1 - Resistência dos materiais e das partes (10.2)
confusas utilizadas na versão anterior, A IEC 61439-1 traz em seu anexo D
podemos dizer que uma novidade, de fato,
completo” (IEC 60439-1 - 5.1a). Na norma
uma tabela com treze verificações de
é apresentada logo na primeira série de
revisada, além do fabricante original, as
projeto a realizar. Para cada uma destas
verificações a ser realizada no Conjunto,
partes são muito bem definidas, refletindo
verificações podem existir até três métodos
parte dos Requisitos de Construção, e
as diversas formas como o mercado
equivalentes, e a escolha do método é
que assegura as capacidades mecânicas,
trabalha:
realizada pelo fabricante original. Vale
elétricas e térmicas dos materiais utilizados
ressaltar,
na montagem do Conjunto
no
entanto,
que
das
treze
3.10.2 montador do CONJUNTO
verificações, somente para três delas não
organização que assume a responsabilidade
é prevista a possibilidade de Ensaios de
10.2.2 - Resistência à corrosão
pelo CONJUNTO completo
Verificação (ensaios de tipo). Para as outras
10.2.3
NOTA - O montador do CONJUNTO
dez verificações é prevista a realização
isolantes
pode ser uma organização diferente do
de ensaios, sendo que a verificação por
10.2.3.1 - Estabilidade Térmica
fabricante original
comparação ou avaliação, quando possível,
10.2.3.2
é feita a partir de um projeto ensaiado. Em
isolantes ao calor anormal e ao fogo devido
3.10.3 usuário
algumas situações, a norma também define
aos efeitos elétricos internos
Parte que especifica, compra, utiliza e/ou
os valores para os quais é dispensada a
10.2.4 - Resistência à radiação ultravioleta
manuseia o CONJUNTO, ou toda pessoa
realização de ensaios (circuitos com menos
(UV)
agindo em seu nome
de 10 kA, por exemplo, previsto na parte
10.2.5 - Içamento
10.11.2). No entanto, como o objetivo deste
10.2.6 - Impacto Mecânico
artigo é apresentar as verificações previstas
10.2.7 - Marcações
Importante ressaltar o papel do usuário,
-
Propriedades
-
dos
Resistência
dos
materiais
materiais
São previstos ensaios específicos para
cada uma destas verificações, sendo que duas delas podem ser feitas também por avaliação, que consiste no fornecimento das informações provenientes do fabricante dos materiais isolantes nos termos do item 10.2.3.2 e, caso o fabricante original declare que o painel não é destinado para uso ao tempo, é dispensado o ensaio de verificação da Resistência à radiação ultravioleta. Todos os demais itens devem, obrigatoriamente,
ser
verificados
por
ensaios.
No caso da utilização de um invólucro
vazio (Sistema de Armários) fabricado e testado conforme a ABNT NBR IEC 62208, os ensaios de tipo realizados de acordo
52
Aula Prática
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
com esta norma também atendem aos
dos testes, até que estas modificações
limite da grande maioria dos fabricantes
exigidos em 10.2.
fossem implementadas.
de disjuntor-motor (MPCB) é de 6 kV. Por
2 - Grau de Proteção dos Conjuntos (10.3)
No relatório de testes final consta
isso, no relatório de teste foi apresentada
forma de separação 4B (IPXXB) e grau de
uma tabela com valores diferentes para
proteção IP42.
barramentos e tipos de gaveta, conforme mostrado na Tabela abaixo:
A classificação e a metodologia de
testes que definem o grau de proteção
Distância de escoamento
de um Conjunto são dadas pela norma
As distâncias de escoamento foram
IEC 60529 e tem por objetivo verificar a
verificadas
“proteção contra contato com partes vivas,
isolamento Ui, grau de poluição 3 e
contra a penetração de corpos sólidos
grupo de material IIIa, este último valor
estranhos e água (NBR IEC 61439-1:
classificado conforme índice de resistência
8.2.2)”.
O menor grau de proteção exigido
para o invólucro de um Conjunto fechado
3 - Distâncias de Isolamento no ar e distâncias de escoamento (10.4)
com
base
na
tensão
de
a trilhamento (CTI) dos materiais utilizados nos componentes e isoladores.
é IP2X, ou seja, protegido contra ingresso
Da mesma forma como ocorreu com
valores diferentes de Uimp de acordo com
de objetos sólidos de até 12,5 mm, contra
Isolamento no Ar
contato direto (dedo) de uma pessoa e não
protegido contra água.
assegurar a coordenação
As separações internas são consideradas
parte do invólucro e devem possuir grau de
nominal de impulso suportável (Uimp) seja
os barramentos, Ui = 690 para disjuntores
proteção mínimo IPXXB. Essa letra adicional
alcançada.
caixa moldada (MCCB) e Ui = 500 V para
se refere ao acesso às partes perigosas e
tem o mesmo método de testes com o dedo
exemplos
de prova para IP2X, mostrado na figura 1.
as
Ou seja, “o grau de proteção IP2X abrange
alimentação e a correspondente tensão
o grau de proteção IPXXB (IEC 61439-2:
suportável nominal de impulso. O Conjunto
8.101)”. Uma letra adicional se faz necessária
Testado possui tensão nominal de 480 V;
quando a proteção real contra o acesso
com isso, para categoria de sobretensão
às partes perigosas for superior à indicada
IV o valor de Uimp é 8 kV, que exige uma
pelo primeiro numeral característico ou
distância mínima de isolamento no ar de
se somente a proteção contra o acesso
8 mm (valor definido na tabela 1 da IEC
- 10.5.2 - Continuidade efetiva do circuito
às partes perigosas for indicada, então o
61439-1)
de aterramento entre as partes condutivas
primeiro numeral característico é substituído
Interessante notar que devem ser
expostas do CONJUNTO e o circuito de
por um “X” (IEC 60529: 7c e d).
observados os valores dos componentes
proteção
instalados. No caso testado, apesar de
De fato, estas foram as primeiras
verificações feitas no Conjunto testado pela KitFrame, onde foram necessárias duas modificações: criação de barreiras na alimentação do disjuntor caixa aberta, de maneira a separar as barras de entrada e saída do disjuntor, caracterizando a forma de separação 4B, e substituição de uma bandeja divisória com abertura de 14 mm na parte traseira (maior que os 12 mm previstos em IPXXB). Caso fossem iniciados os testes sem realizar tais modificações, o painel seria considerado forma de separação 1; isso demandou um tempo adicional de quase duas semanas para início
Esta
verificação
os é
destinada
componentes
utilizados,
diferentes
a
valores de Ui foram considerados tendo
do isolamento
por referência os limites dos componentes.
na instalação, garantindo que a tensão
Neste caso, foi adotado Ui = 1000 V para
O anexo G da IEC 61439-1 fornece tensões
obedecidas
de
correspondência
nominais
as
do
distâncias
disjuntores motor (MPCB).
entre
sistema
exigidas,
de
o
5- Proteção contra choque elétrico e integridade dos circuitos de proteção (10.5)
São duas as verificações para este item:
De maneira bastante objetiva, este
53
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
ensaio serve para verificar se o aterramento
entanto, após o teste realizado foi verificado
das
expostas
que a barra continua bem fixada ao longo
(fechamentos do Invólucro: portas, teto,
do Conjunto, e o teste de continuidade
tampas laterais etc.) estão bem realizados.
realizado foi considerado aprovado com
O ensaio é feito injetando uma corrente de
resistência medida de 185 μΩ. Para evitar
10 A (c.a. ou c.c.). Essa corrente é passada
este tipo de situação, as demais montagens
entre as partes condutivas expostas e um
do Conjunto Sieltt serão feitas com mais
ponto de aterramento (borne para condutor
pontos de fixação e utilização de porcas
de proteção externo). A resistência não
gaiola, caracterizando, desta forma, uma
pode exceder 0,1 ohm.
verificação feita por comparação com um
partes
condutivas
Conjunto testado. - 10.5.3 - Suportabilidade aos curtoscircuitos do circuito de proteção
Os
três
métodos
de
verificação
são admitidos para este item: ensaio, comparação e avaliação. No entanto, o mesmo critério utilizado quando se falava em "parcialmente testado" na versão anterior da norma é válido para esta verificação: a comparação deve ser feita com um projeto ensaiado, e atender todos os itens da lista de controle da tabela 13, que, de maneira resumida, estipula que: - As características verificadas devem ser inferiores ou iguais àquelas ensaiadas - As dimensões e distâncias dos condutores devem ser maiores ou iguais -
Devem
ser
mantidas
as
demais
características mecânicas.
A verificação por avaliação é feita
com base em cálculos e deve obedecer às orientações dadas no anexo P, também
6 - Integração dos dispositivos de manobra e dos componentes (10.6)
com base nas disposições de um Conjunto ensaiado e calculado conforme IEC 60865.
No caso do Conjunto testado pela
itens a seguir, são verificados somente
KitFrame, a verificação foi feita por ensaio
por avaliação e devem ser confirmados
conforme 10.11.5.6, tendo atingido 80 kA de
pelo fabricante original por inspeção.
pico durante 0,1s e considerado aprovado.
Logo, não é uma verificação por ensaio
Este teste apontou uma ocorrência, devido
de tipo. Todos os componentes montados
a uma falha em dois parafusos M6 utilizados
no Conjunto devem ser selecionados
para fixação da barra terra na estrutura do
conforme instruções do fabricante original
armário. Este tipo de fixação é feita com
e devem ser observadas as características
parafuso auto-atarraxante, e como foram
construtivas bem como as instruções de
desparafusados
montagem do fabricante dos componentes.
para
conexão
com
o
Este item, bem como os outros dois
transformador do laboratório, ao parafusar novamente a rosca havia sido danificada e a conexão não foi bem realizada. Com
7 - Circuitos elétricos internos e conexões (10.7)
isso, os parafusos queimaram e danificaram a estrutura e fechamentos próximos. No
Apesar de não ser objeto de ensaio,
54
Aula Prática
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
8 - Bornes para condutores externos (10.8)
nesta verificação é tratada a seleção e
está aprovado), o órgão certificador faz
instalação de cabos e barramentos dentro
também o papel de fabricante original,
do Conjunto. Neste item, assim como
pois cabe a ele validar se as verificações
no grau de proteção, foram realizadas
feitas por avaliação foram cumpridas. Isso
alterações prévias ao início da realização
não é uma exigência da norma, mas serve
que a instalação do Conjunto (entrada e
dos testes em si. Mas, antes de falar nisso,
para garantir a qualidade do produto final.
saída de cabos) seja feita de forma que se
cabe aqui uma reflexão sobre a relação
É neste ponto que entra a avaliação dos
mantenham as proteções contra contato
entre o fabricante original e o laboratório
circuitos elétricos.
e grau de proteção do CONJUNTO. Para
que realiza os ensaios. Não é dada na
Conforme dito no início, a verificação
isso, o Anexo A da norma, que possui
Norma definição alguma sobre a empresa
acerca dos circuitos elétricos não é feita por
caráter normativo, apresenta uma tabela
que realiza os Ensaios de Verificação. A
ensaio. Assim sendo, o fabricante original
com bitolas mínimas e máximas para
única atribuição é que a responsabilidade
avalia se as exigências estão cumpridas
condutores de acordo com a corrente
pelo projeto e pela verificação associada
e então o produto pode ser entregue ao
nominal declarada. Isso serve para evitar
(ensaios) do Conjunto é de responsabilidade
usuário ou montador. Esta avaliação deve
aquela
do fabricante original. No entanto, quais
ser feita conforme critérios da norma, para
prevalece a preocupação com a instalação
as exigências para um laboratório realizar
isso, na seção 8.6.4, é indicada a tabela 4
dos componentes dentro do Conjunto,
os ensaios? Que tipo de documento o
com os “requisitos para seleção e instalação
sendo
laboratório deve entregar? No que consiste
de condutor”. Para “Condutores nus ou
instalação do Conjunto (entrada e saída de
um relatório de testes?
condutores de único núcleo com isolação
condutores no compartimento de cabos,
por exemplo).
O objetivo dessa verificação é garantir
situação
bastante
ignoradas
as
usual
onde
necessidades
de
Quando da contratação do laboratório,
básica, por exemplo, cabos conforme a IEC
o critério da KitFrame foi encontrar um
60227-3” é exigido como requisito que “o
laboratório realmente especializado em
contato mútuo ou o contato com as partes
Quadros Elétricos, que pudesse realizar a
condutoras deve ser evitado, por exemplo,
verificação completa do Conjunto e que
pelo uso de espaçadores”.
tivesse também a possibilidade de, além
O
do Relatório de Testes, ser auditado para
Drawex,
uma certificação de terceira parte; no
regularmente
utilizado
transitórias. Nenhuma descarga disruptiva
caso aqui abordado, essa terceira parte
no conjunto Sieltt, possui, como grande
pode ocorrer (formação de arco, perfuração
seria a ASTA, parte do grupo Intertek.
vantagem e diferencial, um sistema de
de dialétrico sólido etc. Ver 3.6.17 da IEC
Desta forma, obedecidos os critérios da
garras deslizantes onde a conexão com
61439).
norma, receberíamos um documento com
o barramento de distribuição (posição
“aprovação” do produto, e não somente
conectada) é feita sem movimentação da
10.9.2 - Tensão suportável à frequência
dizendo que os testes foram realizados.
gaveta, permitindo o uso de barras de
industrial
Isso pode parecer estranho num primeiro
cobre para ligação entre o disjuntor e a
A verificação da tensão suportável
momento, mas fato é que muitas empresas
garra. Numa das montagens realizadas, por
à
frequência
simplesmente submetem os produtos aos
ser um trecho muito curto, não foi utilizado
submetendo-se o Conjunto durante cinco
ensaios, recebem um relatório com valores
espaçador entre as barras, o que não
segundos a um teste de alta voltagem
obtidos e nem sempre estes valores estão
cumpria os requisitos da norma. Assim que
com uma tensão máxima de teste de
de acordo com a norma, ou mesmo as
essa avaliação foi feita, o laboratório nos
2200 Vac para Ui = 1000 Vac (barramentos
exigências da norma foram obedecidas.
orientou a instalar os espaçadores para que
principais), e 1890 para Ui = 690 Vac
Isso não quer dizer que o relatório está
fosse cumprido o exigido na tabela 4, para
(unidades funcionais).
incorreto ou que a empresa esteja agindo
cumprimento da norma. Não se tratava de
de má-fé. O que acontece é que, conforme
um ensaio de tipo, mas como o objetivo
10.9.3 - Tensão de suportabilidade aos
definição da norma, o fabricante original é
era obter aprovação de acordo com a
impulsos
o responsável pelas verificações.
norma, o laboratório fez tal exigência. Após
Quando evidenciamos, ali no início
instalados os espaçadores, este item foi
de suportabilidade aos impulsos nominal
deste tópico, que uma reflexão sobre a
considerado aprovado. Obviamente, todas
de até 8 kV. A tensão de teste foi de até 9,8
relação do laboratório com o fabricante
as verificações de elevação de temperatura
kV 1,2/50 μs ao nível do mar. A tensão de
original seria importante, é justamente
e
curtos-circuitos
impulso de teste foi aplicada cinco vezes
neste sentido: num processo de certificação
foram feitas por ensaios nestes mesmos
para cada polaridade em intervalos de um
(uma terceira parte dizer que o produto
barramentos.
segundo nas conexões prescritas.
sistema
de pela
suportabilidade
gavetas
desenvolvido
e
KitFrame,
aos
9 - Propriedades Dielétricas (10.9)
extraíveis produzido
Esta
verificação
tem
por
objetivo
garantir a integridade da isolação sólida e
suportabilidade
às
industrial
sobretensões
é
realizada
O conjunto foi testado para uma tensão
55
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
10 - Verificação da Elevação de Temperatura (10.10)
acrescentado como nota de rodapé na tabela
da versão mais atual.
A verificação dos limites de elevação
Os três métodos de verificação são
de temperatura foi o item que mais
admitidos para esta verificação: ensaio,
sofreu
comparação
incrementos
e
esclarecimentos,
e
avaliação,
porém
as
quando comparado com a versão anterior.
possibilidades e limites de cada uma das
Basicamente, o teste ainda é feito da mesma
verificações são muito bem explicadas e
forma: fazer circular corrente e verificar
demonstradas através da figura O.1. Não é
os limites de temperatura apresentados
objetivo deste artigo explorar todas estas
pela norma e/ou limitados pelos materiais
possibilidades de verificações mas, sim,
utilizados. Os valores apresentados como
descrever como foram realizados os testes
limites na tabela 6 da IEC 61439-1 são
do Conjunto aqui abordado, como segue:
basicamente os mesmos da tabela 2 da IEC 60439-1. No entanto, na norma revisada
- 10.10.2.3.7 - Verificação separada de
aparece uma série de notas e observações
cada unidade funcional individual do
no rodapé da tabela 6, esclarecendo pontos
barramento principal, do barramento
obscuros da versão anterior. Para Barramentos
de distribuição e do
e Condutores, por exemplo, ambas as tabelas
completo
indicam os mesmos 5 pontos que devem
ser considerados ao estabelecer o valor da
o Conjunto SIELTT com o novo sistema de
elevação da temperatura, que devem ser
barramento BusFrame da KitFrame e com
limitados:
componentes ABB de acordo com a IEC
CONJUNTO
Quando foi tomada a decisão de testar
61439 (anteriormente os ensaios foram – pela resistência mecânica do material
realizados com componentes Schneider e
condutor;
Siemens e conforme IEC 60439), a primeira
– por possível efeito sobre o equipamento
dificuldade foi em encontrar um laboratório
adjacente;
no Brasil capaz de realizar os ensaios. A
– pela temperatura limite admissível dos
norma havia acabado de ser publicada no
materiais isolantes em contato com o
Brasil e os laboratórios contatados apontaram
condutor;
como dificuldade a realização dos ensaios de
– pelo efeito da temperatura do condutor
temperatura em função da necessidade de
sobre os dispositivos conectados a ele;
diversas fontes de alimentação.
– pelos contatos de encaixe, pela natureza e
Ao orçar em laboratórios de outros
pelo tratamento da superfície do material de
países, foi percebida uma grande diferença
contato
de valores entre os que consideravam os ensaios conforme 10.10.2.3.5 (verificação do
(Obs.: há pequena variações de textos
Conjunto Completo) e 10.10.2.3.7 (verificação
entre as diferentes versões da norma em
das unidades funcionais, barras e conjunto).
português, mas o sentido é o mesmo e
Na IEC 60439 essa diferenciação não existia,
optamos por seguir o texto da IEC 61439)
e geralmente era feita somente a verificação é
do Conjunto completo, com uma fonte de
acrescentada uma nota para “resistência
alimentação e resistências de dissipação
mecânica do material condutor”:
equivalente em cada unidade funcional. No
No
entanto,
na
versão
atual
outros
ensaio realizado, é necessária a verificação
critérios listados são satisfeitos, a elevação
individual de cada unidade funcional com
de temperatura máxima de 105K para
os barramentos carregados com corrente
barramentos e condutores de cobre nus não
nominal, dos barramentos individualmente
pode ser excedida.
e do Conjunto completo, o que demanda
O texto das duas normas permaneceu
tempo e trabalho consideráveis. Este não
o mesmo, porém o valor de 105K foi
chega a ser um teste que apresente grandes
g)
Assumindo
que
todos
os
56
Aula Prática surpresas (exceto no que se refere a campo eletromagnético) mas é o que toma mais
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
11 - Suportabilidade aos curtoscircuitos (10.11)
tempo de laboratório - no caso apresentado,
No caso testado, o BusFrame, um barramento principal do Conjunto, consiste num design totalmente inovador. Trata-se
este tempo é de mais de dois meses em
Durante muito tempo se falava que
de um barramento tubular perfilado e
laboratório. Em um dos testes realizados,
“TTA” era um painel que passou por
com aba de montagem. O processo de
o de Conjunto completo com 1 coluna de
um ensaio destrutivo. Na verdade, tudo
perfilamento consiste numa sequência
gavetas extraíveis totalmente carregadas e
estando aprovado, nenhum dos ensaios
de dobras de uma chapa com espessura
alimentadas pelo disjuntor de entrada, foi
é de fato destrutivo, mas uma falha
de 2 mm, que possui uma configuração
necessária a instalação de 160 termopares
apresentada no ensaio de curto circuito
geométrica que o torna extremamente
em diversas partes do Conjunto.
pode, sim, destruir todo o Conjunto.
rígido, com um perímetro maior e, com
Note-se, ademais,que também foram
Assim que o painel entra para fazer este
isso, melhor aproveitamento do efeito
realizados testes de gavetas extraíveis com
ensaio, literalmente é iniciada a contagem
pelicular (densidade de corrente) e térmico
Drives, que apesar da corrente baixa, exigem
de um tempo contratado para a realização
(troca de calor).
muito mais cuidados com dissipação de calor
do ensaio. Geralmente não se trata de um
do que um disjuntor de 5000 A.
teste investigativo, onde é possível ajustar valores com facilidade, como no caso da verificação da elevação de temperatura. Se no primeiro “tiro" de curto-circuito seu Conjunto falhar drasticamente, você irá pagar pelo teste completo e irá para casa sem a aprovação. É possível que ocorram falhas, mas elas precisam ser corrigidas dentro do tempo contratado e os testes deverão ser repetidos.
O objetivo deste ensaio é garantir que
na ocorrência de um curto-circuito, as barras e isoladores não sofram nenhum dano
BusFrame
Por se tratar de um produto inovador,
mesmo
durante
os
testes
de
curto-
circuito tivemos que fazer alguns testes investigativos, que servirão para ilustrar o que ocorre durante o ensaio, e a importância de uma solução testada:
permanente e com isso não provoquem a formação de um arco elétrico. Durante o Barra de distribuição da Coluna B
ensaio, o fluxo de corrente tende a infinito, gerando um campo eletromagnético que causa um esforço nas barras de acordo com o sentido do fluxo da corrente (atração e repulsão). Esta tendência a se movimentar, numa situação de falha, faz com que as barras se aproximem de tal forma que permita a formação de um arco elétrico. Apesar de diretamente relacionados, curtocircuito e arco elétrico são fenômenos distintos. Pode-se dizer que todo o objetivo
Gaveta extraível (unidade funcional individual)
da IEC 61439 consiste em evitar a formação e a propagação de um arco elétrico (se uma falha ocorre na isolação de um condutor 10.9 -, ou no estresse causado por elevação de temperatura - 10.10 -, por exemplo, também pode permitir a formação de um arco elétrico). A suportabilidade aos esforços do curto-circuito entre fases é somente a situação mais emblemática da possibilidade da formação de um arco
Conjunto completo, Entrada + coluna C
elétrico.
Situação reprovada – isolador quebrado durante os testes
58
Aula Prática
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Esta situação de uma falha causada por
dispositivos (exemplo: disjuntor extraível), que
arco elétrico é objeto de outra norma, a IEC
devem ser submetidos aos ensaios conforme
61641, cujos testes serão realizados pela
norma pertinente. As partes que precisam
KitFrame brevemente e tem por objetivo
de verificação (gavetas extraíveis, portas,
verificar critérios de segurança das pessoas
intertravamentos etc.) devem ser submetidas
(isto é, que os efeitos do arco não tragam
a 200 ciclos de manobra, e após o ensaios
risco para quem está próximo ao Conjunto)
devem permanecer funcionais e operadas com
e continuidade de serviço (o arco não se
o mesmo esforço aplicado no início dos testes.
“espalha” pelo Conjunto, limitando-se ao
Na versão anterior da norma eram
Situação aprovada – instalação de mais dois isoladores flutuantes travados com trilho C em inox, sem danos aos isoladores ou suportes
local onde foi formado). Outra abordagem do
exigidos 50 ciclos.
interrompendo o arco ainda no início da
A primeira situação tinha sido submetida
a um teste de 50 kA/1s, tendo sido aprovada,
problema do arco também é feita na atuação de sistemas de proteção (detecção do arco), corrente de pico, conforme fizemos no teste.
Tomadas as medidas corretivas, a segunda
Ao obter a aprovação de acordo com
a norma mais atual, a KitFrame abre novas
porém não passou no segundo teste de 65 kA (isolador estourado, mostrado no detalhe).
Conclusão
12 - Compatibilidade Eletromagnética (10.12)
possibilidades de negócios também fora do país, onde a IEC 61439 foi publicada em 2011, estabelecendo um novo patamar de
situação foi aprovada com 80 kA. Como se vê na situação reprovada,
Por não incorporar circuitos eletrônicos,
qualidade e avanço tecnológico para uma
não houve danos maiores (arco elétrico de
a verificação por ensaio não é requerida para
empresa 100% brasileira, pois o novo sistema
grandes proporções), pois a falha ocorreu com
esta verificação. O Conjunto é para ambiente
de barramento testado, além de totalmente
a aplicação da metade da corrente de pico
A (área industrial), os componentes instalados
inovador, apresenta uma série de vantagens
Ipk; ou seja, o teste foi “programado” para ter
estão de acordo com as normas pertinentes e
com relação ao uso de material e facilidade
um tempo e energia menores, de modo que
a instalação dos mesmos segue a orientação
de montagem. Testado e certificado fora
se pudesse justamente verificar a resistência
dos fabricantes para este ambiente.
do país, o Conjunto
mecânica do sistema de barramento. Se o
Na versão anterior da norma, esse tópico
lado de soluções de grandes multinacionais
teste continuasse e fosse realizado com 1s,
é abordado na seção 7.10, cujos critérios e
fabricantes de componentes, apresentando
depois de “estourado” o isolador, esta barra
nomenclaturas foram mantidos na versão
aos montadores de painéis uma solução de
iria se aproximar da outra e formaria um arco
atual.
nível internacional, com vantagens técnicas e econômicas inigualáveis.
elétrico de proporções gigantescas, muito provavelmente inutilizando todo o Conjunto.
13 - Funcionamento Mecânico (10.13) Fabricio Gonçalves Costa Pinto é gerente de
Ocorrida a falha, as barras e isoladores foram substituídos e testados novamente.
SIELTT se coloca ao
Esta verificação não deve ser realizada em
produtos na KitFrame
Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES
Energia solar fotovoltaica
Evolução e análise de sistemas fotovoltaicos no Brasil e Chile Energia eólica: Maturidade das fontes renováveis Energia solar: Por que o Brasil exporta empregos para a Ásia? APOIO
Ano 2 - Edição 28 / Outubro de 2018
Apoio
60
Fascículo
Renováveis
Por Nadine Demacena de Araujo, Izete Zanesco, Ramon Lagos Fuentes, Adriano Moehlecke, Sérgio Boscato Garcia e Guilherme Pereira Araújo*
EVOLUÇÃO E ANÁLISE DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS NO BRASIL E CHILE
Apoio
61 Resumo
O Brasil e o Chile são os países da América do Sul com o maior crescimento de instalações
de sistemas e centrais fotovoltaicas e são caracterizados por climas com elevadas variações de temperatura no ano. O objetivo deste trabalho é apresentar a evolução da tecnologia em cada país e comparar o desempenho de sistemas fotovoltaicos em localidades caracterizadas por diferentes climas. Especificamente, comparou-se a variação da irradiação solar, a temperatura efetiva dos módulos fotovoltaicos a partir de resultados simulados e experimentais, a energia elétrica produzida e a produtividade. No Brasil, a partir de 2016, ocorreu um crescimento exponencial da potência instalada. Até outubro de 2017 haviam sido instalados 129 MW em sistemas de geração distribuída e 311 MW em centrais fotovoltaicas. No Chile, em janeiro 2017, a potência instalada em sistemas e centrais fotovoltaicas atingiu o valor de 1,6 GW e em setembro de 2017 a potência instalada foi de 2,18 GW. A partir da simulação de um sistema de 4 kWp selecionou-se o melhor ângulo de inclinação considerando a energia elétrica produzida no ano. Verificou-se que a base de dados da NASA resultou em um valor da irradiação solar anual 40 % maior que a obtida com as outras bases de dados. A maior diferença entre a temperatura efetiva dos módulos fotovoltaicos e a ambiente (ΔTEF) ocorreu em Calama, pois é a localidade com maior irradiação solar. Os menores valores de ΔTEF, de 12 °C, ocorreram para Valparaíso. A partir da temperatura efetiva em Porto Alegre constatou-se que a maior diferença entre os valores experimentais e simulados ocorreu nos meses de inverno e foi de aproximadamente 10 °C. Valparaíso apresentou a maior variação na produção de energia elétrica durante o ano. A maior produtividade anual, de 2170 kWh/kW, ocorreu em Calama. 1 - INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Nos últimos 10 anos, a potência instalada em centrais e sistemas fotovoltaicos no mundo
tem crescido de forma significativa. Além da redução do custo de produção dos módulos fotovoltaicos e dos inversores, os avanços tecnológicos também contribuíram com este resultado. Em 2016, a potência mundial instalada atingiu o valor de 303 GW (IEA, 2017). Na América do Sul, o Brasil e o Chile têm se destacado em relação ao crescimento de instalações de sistemas e centrais fotovoltaicas. No Brasil, a partir de 2016, ocorreu um crescimento exponencial da potência instalada. Até o final outubro de 2017 haviam sido instalados 129 MW em sistemas de geração distribuída e 311 MW em centrais fotovoltaicas. No Chile, em 2016, a potência instalada era de 938,4 MW, e a previsão é que até o final de 2017 este valor seja de 1,47 GW (Palma et al., 2011). Este crescimento está relacionado com as características da matriz energética. Enquanto o Brasil possui uma matriz energética baseada em fontes de energias renováveis, com 68,1 % da energia elétrica produzida por centrais hidroelétricas (EPE, 2017), o Chile possui uma matriz elétrica em que 49,3 % da energia é produzida a partir de fontes de energia térmica (Veliz et al., 2017).
Em relação à tecnologia fotovoltaica, uma das áreas de estudo é o dimensionamento,
monitoramento e avaliação de sistemas e centrais fotovoltaicas, pois a potência instalada é variável, desde alguns kW até vários MW. Por exemplo, a primeira central fotovoltaica na Mauritânia foi de 15 MWp e foi instalada em Nouakchott (Sidi et al., 2016). Está composta por 17 painéis conectados à inversores e foi constatado que o desempenho dos painéis fotovoltaicos é diferente. Kumi e Brew-Hammond (2016) apresentaram o dimensionamento e análise de uma central fotovoltaica de 1 MW na Universidade Kwame Nkrumah de Ciência e Tecnologia na Gana. Concluíram que a produção anual de energia elétrica é de 1.159 MWh/ano, correspondendo a aproximadamente 12 % do consumo da universidade.
Em relação à sistemas fotovoltaicos, Raturi et al. (2016) apresentaram a análise de
um sistema fotovoltaico de 45 kWp instalado no campus da Universidade do Pacífico Sul da República das Ilhas Fiji. A produção anual de energia elétrica foi de 54 MWh/ano e supre aproximadamente 10 % da energia elétrica do campus da universidade. Adaramola (2014)
Apoio
Fascículo
62
Renováveis
apresentou a simulação e análise técnico-econômica de sistemas
dos módulos, a energia produzida por sistemas fotovoltaicos de 4 kWp
fotovoltaicos de 80 kW conectados à rede elétrica no norte da Nigéria.
e a produtividade. Foi selecionada a potência de 4 kWp, pois, 66,5 %
O estudo demonstrou que está tecnologia pode ser economicamente
dos sistemas de produção de energia elétrica distribuída no Brasil com
viável, considerando o preço de US$2400/kW e a irradiação solar global
sistemas FV possuem potência entre de 3 kWp e 5 kWp (ANEEL, 2017).
de 6 kWh/m² por dia. O valor máximo da energia elétrica média mensal
Foram selecionadas as localidades apresentadas na Tab. 1. Duas
corresponde ao mês de novembro e o mínimo a agosto.
localidades no Brasil e duas localidades no Chile. A latitude dos locais
no Brasil é próxima àquela das cidades no Chile. Consideraram-se
O desempenho técnico e econômico de sistemas fotovoltaicos
depende das condições climáticas locais. Um estudo de caso de
sistemas fotovoltaicos de 4 kWp, constituídos de módulos
um sistema autônomos de 7 kWp instalado no Sahara argelino foi
fotovoltaicos de 200 W e um inversor de 4,2 kW de potência, ambos
realizado por Tebibel e Labed (2013). Para um período de 9 meses,
dispositivos comercializados no Brasil. Neste caso, a razão entre a
sendo a maioria (95 %) em condições ensolaradas com valor médio de
potência nominal do inversor (CA) e a potência instalada do arranjo
irradiação solar no plano inclinado de 5,6 kWh por dia, foi verificado que
fotovoltaico, denominada de FDI (fator de dimensionamento do
o desempenho do arranjo fotovoltaico foi significativamente afetado
inversor), foi de 1,05.
pela temperatura ambiente no verão, com queda da eficiência da ordem
Tabela 1 - Características das cidades selecionadas para a comparação da irradiação solar, temperatura efetiva dos módulos fotovoltaicos, energia elétrica produzida e produtividade de sistemas fotovoltaicos de 4 kWp.
de 10 %.
Foi realizado um estudo de telhados fotovoltaicos na Austrália
com base na mudança da irradiação solar causada pelas mudanças
País
Cidade
climáticas (Ma et al., 2016). A partir de simulações com dados atuais
Brasil
Barreiras
-12,15
-44,99
Tropical
Porto Alegre
-30,03
-51,22
Subtropical úmido
Calama
-22,45
-68,93
Desértico frio
Valparaíso
-33,05
-71,61
Subtropical
e futuros de irradiação solar para a capital de cada estado da Austrália foi demonstrado haver uma correlação linear entre o aumento da
Chile
temperatura ambiente e a irradiação solar de 2030 a 2070, que resulta
Clima
Latitude (°) Longitude (°)
em um acréscimo no custo de 10 % a 20 % para a maioria das cidades. Miranda et al. (2015) apresentaram um estudo técnico e econômico
do potencial de sistemas fotovoltaicos no setor residencial brasileiro.
utilizando o programa computacional PV*Sol Premium para
Comprovaram a viabilidade desta tecnologia na área urbana e rural e
dimensionamento de sistemas FVs, a partir da avaliação do maior
estimaram que para 2026, cerca de 29 milhões residências estariam
valor da irradiação solar anual incidente nos módulos FVs e da energia
preparadas para instalar sistemas fotovoltaicos no país.
elétrica produzida no ano. A seguir, comparou-se a irradiação média
mensal das localidades selecionadas e a obtida com quatro diferentes
Conforme estudos anteriores, sabe-se que para o dimensionamento
Inicialmente determinou-se o melhor ângulo de inclinação
e a performance de um sistema fotovoltaico são parâmetros
bases de dados para a localidade de Valparaíso. Também se comparou
importantes a irradiação solar e a temperatura ambiente local, entre
a temperatura efetiva dos módulos FVs obtidas de simulações com os
outros fatores. No Brasil e no Chile há elevados valores de irradiação
resultados experimentais para Porto Alegre. A temperatura efetiva é
solar na maior parte do território e o clima é caracterizado por elevadas
definida como a temperatura ponderada com a irradiação solar incidente
variações de temperatura durante parte do ano. Por exemplo, no Brasil,
nos módulos fotovoltaicos, como segue (Lorenzo, 2014):
a região Nordeste possui a maior média de irradiação solar diária no Brasil, com 5,9 kWh/m2 por dia. No norte do Chile, em algumas regiões a irradiação solar é maior que 8,0 kWh/m2 por dia. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar a evolução da tecnologia em cada
Onde HT(β,t) é a irradiação solar incidente nos módulos fotovoltaicos e
país e comparar o desempenho de sistemas fotovoltaicos em diferentes
TM(t) é a temperatura dos módulos fotovoltaicos.
localidades, caracterizadas por diferentes climas, no Brasil e no Chile.
Especificamente, comparou-se a irradiação solar, a temperatura
(performance ratio) anual e a energia elétrica produzida mensal e anual
efetiva dos módulos fotovoltaicos a partir de resultados simulados e
bem como a influência da irradiação solar e da temperatura efetiva.
Para as quatro localidades comparou-se a produtividade
experimentais, a energia elétrica produzida e a produtividade. 3 - TÓPICOS DA HISTÓRIA DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA 2 - METODOLOGIA 3.1 No Brasil
Na primeira parte do trabalho apresentam-se tópicos da evolução
De acordo com Dhere et al. (2005), estudos das aplicações e
da tecnologia fotovoltaica (FV) no Brasil e no Chile, visando comparar
tecnologias de conversão da energia solar no Brasil iniciaram-se
dois casos de crescimento das aplicações na América Latina. A seguir,
na década de 50. Alguns períodos foram marcados pela elevada
selecionaram-se as localidades com diferentes climas em ambos os
produtividade científica, associada à disponibilidade de recursos
países e determinou-se o melhor ângulo de inclinação por diferentes
financeiros e outros períodos foram de baixa produtividade por falta
métodos. Então, comparou-se a irradiação solar, a temperatura efetiva
de investimentos. Nos anos 70, o foco foi em estudos fundamentais.
Apoio
63
Os primeiros módulos fotovoltaicos foram desenvolvidos em 1955 no Instituto Nacional de Tecnologia e no Centro Tecnológico de Aeronáutica (Dhere et al., 2005). Células solares de silício foram desenvolvidas na Universidade de São Paulo (USP), a partir do crescimento de lingotes de silício cristalino pelo método Czochralski. Módulos fotovoltaicos de filmes finos, tais como Cu2S/CdS, CdS/CdTe entre outros, foram produzidos no Instituto Militar de Engenharia (IME) (Ferreira, 1993). Nos anos 80, na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), foram estudadas células solares de silício amorfo hidrogenado (Alvarez e Williams, 1982). No período entre 1986 a 1994 ocorreu uma significativa redução da subvenção nesta área e vários grupos de pesquisa foram extintos. Nos anos 90, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foram realizados estudos de módulos fotovoltaicos. Em 2003, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) foi estabelecido um centro de pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias de células solares de silício cristalino e módulos fotovoltaicos. Foi realizada uma produção piloto de células solares e módulos fotovoltaicos (Moehlecke e Zanesco, 2007). A célula solar produzida no Brasil com maior eficiência, de 17,3 %, foi produzida em lâminas de Si-Cz, grau solar. Hoje em dia, várias universidades e entidades estão atuando no desenvolvimento de células solares de diferentes tecnologias, desde as convencionais até as de terceira geração. Cabe ressaltar que, em 2000, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico foram impulsionados pelo programa governamental CT-Energ.
A instalação de sistemas isolados foi impulsionada principalmente
por programas governamentais, tais como o PRODEEM (Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios) e o Progr ama Luz para Todos. O primeiro sistema fotovoltaico interligado à rede elétrica foi instalado em 1995 na CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco). Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os primeiros sistemas fotovoltaicos foram implementados com módulos fotovoltaicos de filmes finos em 1997 (Rüther et al., 2004). Na USP e na UFRGS, os estudos iniciaram com sistemas e módulos fotovoltaicos constituídos de células solares de silício cristalino. Atualmente, há várias universidades, centros de pesquisa e empresas do setor de energia atuando na implementação e avaliação de sistemas e módulos fotovoltaicos (Energy Green, 2015). Hoje em dia, na maioria dos estados brasileiros há a isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) sobre a energia compensada.
Em 1978 foi fundada a Associação Brasileira de Energia Solar.
Depois de permanecer desativada por um período, em 2005-2006 foi reativada, e em 2007 foi realizado o 1º Congresso Brasileiro de Energia Solar. O Atlas Solarimétrico do Brasil foi publicado em 1997 e foi reeditado em 2017. Em 2002, o INMETRO (Instituto Brasileiro de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) estruturou o Grupo de Trabalho de Sistemas Fotovoltaicos, com o objetivo de estabelecer as normas para a etiquetagem/certificação dos componentes de um sistema fotovoltaico (Galdino et al., 2005).
Em 2004, a Resolução Normativa nº 83 da ANEEL (Agência
Nacional de Energia Elétrica), especificava as condições para a
Apoio
Fascículo
64
Renováveis
instalação de Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica
ou centrais fotovoltaicas atingiu o valor de 1,6 GW e em setembro de
com Fontes Intermitentes (SIGFI) e somente em 2012, os sistemas
2017 a potência instalada era de 2,18 GW, sendo 1434 MW no SIC e
fotovoltaicos de pequeno porte foram regulamentados no Brasil pela
744 MW no SING (Palma et al., 2011), embora a projeção para 2017
ANEEL, conforme resolução normativa ANEEL RN 482/2012. Esta
fosse inferior a este valor, como mostra a Tab. 2.
normativa foi atualizada em 2015, com a resolução nº 687.
com a maior capacidade instalada de centrais e sistemas fotovoltaicos.
As duas primeiras fábricas de células solares de silício cristalino e/
Até o momento, o Chile se destaca como o país latino-americano
ou módulos fotovoltaicos foram estabelecidas no Brasil nos anos 80.
A evolução e o rápido crescimento das aplicações em energia solar
Depois de algumas décadas, a produção foi descontinuada. Somente
fotovoltaica resultam no crescente número de projetos de centrais
a partir de 2015 novas fábricas começaram a produzir módulos
fotovoltaicas de grande porte no norte do Chile. Por exemplo, a maior
fotovoltaicos, usando células solares e outros insumos importados.
central fotovoltaica possui a potência de 196 MW. Não se pode deixar
Atualmente, há nove fábricas destes dispositivos e várias que produzem
de comentar que este rápido crescimento no norte do Chile não foi
inversores.
isento de alguns problemas (Electricidad: La Revista Energética de Chile, 2013). Conforme projeções apresentadas pelo Coordenador Elétrico
3.2 No Chile
Nacional e mostradas na Tab. 2 (Veliz et al., 2017), no final de 2017,
40 % dos projetos com fontes de ERNC correspondem à tecnologia
O uso da energia solar no Chile começou em 1874 com a instalação
de um destilador solar em Las Salinas, como resultado das atividades do
fotovoltaica. No entanto, parte desta energia está sendo perdida, pois
engenheiro sueco Charles Wilson que fez a primeira planta de destilação
não há linhas para transmiti-la para o centro e sul do país. A segunda
solar em 1872 (Mundo Solar, 2017), (Historia del Agua, 2017),
fonte de energia mais utilizada é a eólica com 35,8 % da potência
(Ortega et al., 2010). O Chile começou a usar seu grande potencial de
instalada, seguida das mini-hidroelétricas com 14,2 %.
energia solar para produção de energia elétrica após aproximadamente
Tabela 2 - Capacidade instalada (PInst) para produção de energia elétrica
140 anos. Na última década, houve um aumento substancial de
e percentual correspondente à diferentes fontes de energias renováveis e não convencionais no
projetos nesta área. Os elevados valores de irradiação solar no deserto de Atacama são uma característica que torna esta região como uma
Ano
das áreas mais favoráveis do mundo para aplicações de conversão de
Fonte de Energia
energia solar (Escobar et al., 2015), (Aprende con Energía, 2017). Em 1994 foi criado o programa nacional de eletrificação rural e
Mini hidroelétricas
em 2005 iniciou o programa “País de Eficiência Energética”. Em 2012,
< 40 MW
Chile (Adaptado de Veliz et al., 2017).
2016
2017 Projeção
PInst
Perc.
PInst
(MW)
(%)
(MW)
(%)
441,6
16,3
529,4
14,2
Perc.
o esforço conjunto de várias universidades e órgãos governamentais
Solar
938,4
34,7
1.468,9
39,5
resultou na criação do “Chilean Solar Energy Research Center” (SERC
Eólica
940,3
34,8
1.333,2
35,8
Outras ERNC
383,1
14,2
389,6
10,5
Chile), visando impulsionar o desenvolvimento da indústria, ser um líder mundial em pesquisas científicas na área de energia solar e desenvolver o potencial no deserto do Atacama.
4 - COMPARAÇÃO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS NO BRASIL E CHILE
Durante a primeira década do século XXI, uma grande quantidade
de módulos fotovoltaicos já tinha sido instalada em casas (urbanas
4.1 Otimização do ângulo de inclinação
e rurais) em todo o país e em sistemas de irrigação de comunidades
agrícolas nas áreas central e norte. Atualmente, pretende-se que até
fotovoltaicos a partir da irradiação solar anual incidente e da energia
2035, 60 % da energia produzida no país seja de fontes renováveis e
elétrica anual produzida pelo sistema fotovoltaico para cada localidade.
até 2050, este percentual cresça para 70 %. Também foi estabelecido
Observa-se que para os locais com latitude (Φ) de -12 º e -22 °, o
que em todos os planos de educação formal, o tema seja incorporado à
melhor ângulo de inclinação, obtido pela comparação da irradiação solar
educação pré-escolar e básica.
e da energia elétrica produzida (CA), é o mesmo. Porém, para os locais
com maior latitude, de aproximadamente - 30 º, o melhor ângulo de
Em 2015, a potência instalada com fontes de energia renovável e
não convencional (ERNC) representou 11,4 % da produção de energia
Na Fig. 1 compara-se o melhor ângulo de inclinação (β) dos módulos
inclinação considerando a irradiação solar anual, é um pouco menor que
elétrica do país. Em relação à energia solar fotovoltaica, em 2014, foi
o melhor β obtido a partir da energia elétrica produzida. Esta diferença é
inaugurada a central “Amanecer Solar CAP” na região do Atacama com
pequena, da ordem de 1 °. Provavelmente, este resultado está associado
uma área de 280 hectares, potência instalada de 100 MW e conectada
à variação da temperatura. Portanto, para as quatro localidades,
ao sistema interconectado central (SIC). Um ano depois, a capacidade
selecionou-se o melhor ângulo de inclinação considerando a energia
instalada no SIC e no sistema interconectado do grande norte (SING)
elétrica produzida no ano. Na Tab. 3 resumem-se os valores do melhor
correspondeu a 3 % e 4 %, respectivamente. Desde a promulgação da
β para cada localidade. Para as duas cidades com a menor latitude,
Lei 20257, a produção de energia elétrica a partir de fontes de ERNC
o ângulo de inclinação foi similar à latitude. Porém, para Porto Alegre
evoluiu da seguinte forma: 1031 GWh (2005), 4620 GWh (2014) e
e Valparaíso, o melhor ângulo de inclinação é menor que a latitude. A
6126 GWh (2015). Em janeiro 2017, a potência instalada em sistemas
diferença entre β e Φ aumenta com o aumento da latitude.
Apoio
65
Tabela 3 - Ângulo de inclinação selecionado para cada localidade.
Cidade
Latitude (°)
Ângulo de inclinação
Barreiras
12 º
15 °
Porto Alegre
22 º
21 °
Calama
30 º
23 °
Valparaíso
33 º
20 °
mostra a irradiação solar anual incidente nos módulos considerando as diferentes bases de dados e a variação percentual deste parâmetro em relação à base de dados Meteonorm. Nota-se que, com os dados da NASA, a irradiação anual é aproximadamente 40 % maior que a obtida com as outras bases de dados. Simulações com estes dados resultam em uma estimativa da energia elétrica produzida bastante superior àquela que será medida. Por outro lado, as outras três bases de dados apresentaram a distribuição ao longo do ano e o valor anual da irradiação solar muito próximos. É importante
Na Fig. 2(a) apresenta-se a irradiação solar diária média mensal incidente
selecionar uma base de dados adequada, pois a irradiação solar afeta o valor
nos módulos fotovoltaicos considerando o melhor ângulo de inclinação para
de energia elétrica estimada por simulações. Em geral, para que a base de
Valparaíso, calculada com o programa computacional PV*Sol Premium
dados tenha significado estatístico, são necessários mais de 10 anos de
e utilizando quatro diferentes bases de dados: Internacional H-WORLD
medição da irradiação solar. Para este trabalho, selecionou-se a base de
(H-World, 1993), Registro Solarimétrico, NASA e Meteonorm. A Tab. 4
dados Internacional H-WORLD.
Figura 1 - Irradiação solar anual e energia elétrica produzida em um ano pelo sistema fotovoltaico na localidade de (a) Barreiras (Brasil), (b) Calama (Chile), (c) Porto Alegre (Brasil) e (d) Valparaíso (Chile) em função do ângulo de inclinação dos módulos fotovoltaicos.
Figura 2 - (a) Irradiação solar mensal incidente nos módulos fotovoltaicos para o ângulo de inclinação otimizado em Valparaíso obtida a partir de diferentes bases de dados e (b) irradiação solar mensal incidente nos módulos fotovoltaicos considerando o melhor ângulo de inclinação para as quatro localidades com a base de dados H-WORLD.
Apoio
Fascículo
66
Renováveis
Tabela 4 - Irradiação solar anual incidente nos módulos fotovoltaicos Valparaíso (Chile) e variação percentual em relação a base de dados Meteonorm.
com o ângulo de inclinação otimizado para
mensal efetiva dos módulos fotovoltaicos e a ambiente (ΔTEF).
A maior diferença entre as temperaturas ocorre em Calama, pois é
Irradiação Solar
Variação Percentual
Anual (kWh/m2)
(%)
vez que a TA é menor que a de Barreiras. Para Barreiras, observa-se
1396
-3
que a maior ΔTEF ocorre no mês de agosto, devido a maior incidência de
1438
+ 0,6
NASA
2037
+ 42
Meteonorm
1437
-
Base de Dados Internacional H-WORLD Registro Solarimétrico
Na Fig. 3(a) compara-se a diferença entre a temperatura diária média
a localidade com maior irradiação solar, como ilustra a Fig. 2(b), uma
irradiação solar, conforme especifica a Fig. 2(b). Para Calama, a ΔTEF varia entre 20 °C (abril) e 24 °C (outubro) e para Barreiras a variação é de 17 °C (dezembro) a 22 °C (agosto). Para esta última localidade
A irradiação solar média mensal [MT(β)] nos módulos fotovoltaicos
para as quatro localidades é comparada na Fig. 2(b). Conforme esperado, nota-se que, para as duas localidades com menor latitude,
há uma variação de ΔTEF um pouco maior, apesar da temperatura ambiente ser mais uniforme ao longo do ano, devido à maior variação da irradiação solar. Os menores valores de ΔTEF ocorrem para Valparaíso. A menor diferença é inferior a 12 °C e ocorre no mês de junho, indicando que ocorrem as menores perdas devido a temperatura dos módulos FV. Para Porto Alegre, o menor valor de ΔTEF, de 15
a irradiação solar é mais uniforme ao longo do ano. Comparando a
°C, também ocorre no mês do solstício de inverno. Para estas duas
irradiação de Barreiras com a de Calama, observa-se que em Calama a
localidades, os maiores valores de ΔTEF, de aproximadamente de 20
irradiação é menor nos meses de inverno, enquanto que, em Barreiras
°C ocorrem nos meses de verão. Estes resultados demonstram que as
a maior incidência ocorre próximo ao equinócio de primavera e os
maiores perdas de energia pelo aumento da temperatura dos módulos
menores valores de irradiação ocorrem no verão. Este comportamento
ocorrem em Calama. Por outro lado, as menores perdas de energia
pode estar associad o à época de chuva. O local com maior irradiação
acontecem em Valparaíso, principalmente no inverno.
solar anual é Calama, devido ao clima desértico. Valparaíso apresenta a
maior variação ao longo do ano. Por exemplo, o menor valor de MT(β) é
em Porto Alegre simulada com o programa computacional e obtida a
de 58,6 kWh/m2, 66,7 % menor que o maior valor que ocorre no verão.
partir de valores experimentais. Neste caso, a temperatura dos módulos
A localidade com maior irradiação solar anual incidente nos módulos
foi medida com um PT100 calibrado e instalado na parte posterior
fotovoltaicos é Calama (2490 kWh/m2) e a menor é Valparaíso (1437
de um módulo fotovoltaico e a irradiância solar foi medida com um
kWh/m2).
piranômetro da marca Eppley durante 3 anos, de janeiro de 2013 a
Na Fig. 3(b) compara-se a temperatura efetiva média diária mensal
dezembro de 2015. Nota-se que os valores experimentais são maiores 4.3 Comparação de valores simulados e experimentais da
que os simulados. Este resultado indica que a energia elétrica obtida
temperatura dos módulos fotovoltaicos
com o programa computacional PV*Sol Premium é maior que o valor que será produzido pelo sistema FV, pois as perdas de energia pelo aumento
Para determinar a temperatura ambiente média referente a
da temperatura são maiores. Da Fig. 3(b) observa-se que a maior
cada mês para as quatro localidades consideraram-se somente os
diferença entre os valores experimentais e simulados ocorre nos meses
valores com irradiância solar maior que 40 W/m2. A base de dados da
de inverno e é de aproximadamente 10 °C. Portanto, novos métodos
temperatura ambiente é do programa computacional PV*Sol Premium.
para estimar a temperatura dos módulos a partir da temperatura
Figura 3 - (a) Diferença entre a temperatura efetiva dos módulos fotovoltaicos (TEF) e a ambiente para as quatro localidades e (b) comparação entre os resultados simulados e experimentais da TEF em Porto Alegre.
Apoio
67
ambiente deveriam ser introduzidos no programa computacional (Koehl
1,6 GW e em setembro de 2017 a potência instalada foi de 2,18
et al., 2011).
GW. Em ambos países, esforços para o desenvolvimento da indústria de componentes de sistemas FVs foram realizados, envolvendo
4.4 Comparação da energia elétrica e produtividade
universidades, centros de pesquisa e entidades governamentais.
Este crescimento está relacionado com as características da matriz
Na Fig. 4 mostra-se a energia elétrica mensal produzida pelo
sistema fotovoltaico em cada uma das quatro localidades. O sistema
energética de cada país. Enquanto o Brasil possui uma matriz energética
em Calama produz mais energia elétrica que nas outras localidades
baseada em fontes de energia renováveis, co m 68,1 % da energia
em todos os meses do ano. Em Barreiras a menor produção ocorre nos
elétrica produzida por centrais hidroelétricas, o Chile possui uma matriz
meses de verão. Valparaíso apresenta a maior variação na produção de
elétrica em que 49,3 % da energia é produzida a partir de fontes de
energia elétrica durante o ano. No mês de junho a produção é de 217
energia térmica.
kWh, enquanto que em Barreiras e Calama a energia elétrica é de 600
kWh e 605 kWh, quase três vezes maior.
diferentes localidades, selecionou-se o melhor ângulo de inclinação
considerando a energia elétrica produzida no ano. Para as duas
Conforme mostra a Tab. 5, a produtividade anual em Calama é de
Para comparar os sistemas fotovoltaicos simulados nas quatro
2170 kWh/kW, enquanto que em Barreiras é de 1730 kWh/kW. A maior
cidades com a menor latitude, o ângulo de inclinação foi similar ao
produtividade em Calama deve-se a maior incidência de irradiação
módulo da latitude. Porém, para Porto Alegre e Valparaíso, o melhor
solar. A produtividade em Valparaíso é de 1260 kWh/kW, menor que a
ângulo de inclinação é menor que a latitude. Também se observou que a diferença entre β e Φ aumenta com o aumento da latitude. Da
produtividade em Porto Alegre, que é de 1520 kWh/kW.
avaliação de diferentes bases de dados de irradiação solar global, verificou-se que com os dados da NASA a irradiação solar anual é aproximadamente 40 % maior que a obtida com as outras três bases de dados. O local com maior irradiação solar anual é Calama, devido ao clima desértico e Valparaíso apresenta a maior variação ao longo do ano.
A maior diferença entre a temperatura efetiva dos módulos
fotovoltaicos e a ambiente ocorreu em Calama, pois é a localidade com maior irradiação solar. Para Calama a ΔTEF varia entre 20 °C e 24 °C e, para Barreiras, a variação foi de 17 °C a 22 °C. Os menores valores de ΔTEF ocorreram para Valparaíso e a menor diferença foi inferior a 12 °C. Para Porto Alegre, o menor valor de ΔTEF foi de 15 °C. Para estas duas localidades os maiores valores de ΔTEF foram de aproximadamente Figura 4 - Energia elétrica mensal produzida pelo sistema fotovoltaico de 4 kWp nas quatro localidades.
20 °C. Da comparação entre os valores experimentais e simulados da temperatura efetiva dos módulos FV em Porto Alegre constatou-se que a maior diferença ocorreu os meses de inverno e foi de
Tabela 5 - Irradiação solar anual, energia elétrica anual e produtividade anual para as quatro localidades.
aproximadamente 10 °C.
Valparaíso apresentou a maior variação na produção de energia
Irradiação Solar
Energia Elétrica
Produtividade
Anual (kwh/m2)
Anual (kWh)
Anual(kWh/kW)
enquanto que em Barreiras e Calama a energia elétrica foi de 600 kWh
Barreiras
2051
6907
1730
e 605 kWh, quase três vezes maior. A produtividade anual em Calama
Porto Alegre
2490
8676
2170
foi de 2170 kWh/kW, enquanto que em Barreiras foi de 1730 kWh/
Calama
1756
6062
1520
kW. A produtividade em Valparaíso foi de 1260 kWh/kW, menor que a
Valparaíso
1437
5016
1260
produtividade em Porto Alegre, que foi de 1520 kWh/kW.
Cidade
elétrica durante o ano. No mês de junho a produção foi de 217 kWh,
4 - CONCLUSÃO
Agradecimentos
Na América do Sul, o Brasil e o Chile têm se destacado em relação
Os autores agradecem à ITAIPU Binacional, LAR, C.VALE, COPACOL,
ao crescimento de instalações de sistemas e centrais fotovoltaicas.
SEBRAE/PR e OCEPAR pela subvenção do projeto de P&D intitulado
No Brasil, a partir de 2016, ocorreu um crescimento exponencial da
“Implantação de Unidades de Geração Distribuída de Energia Elétrica a
potência instalada. Até o final outubro de 2017 haviam sido instalados
Partir de Sistemas Fotovoltaicos em Propriedades Rurais”, Convênio n°
129 MW em sistemas de geração distribuída e 311 MW em centrais
4500040746, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
fotovoltaicas. No Chile, em janeiro 2017, a potência instalada em
Tecnológico (CNPq) e à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
sistemas ou centrais fotovoltaicas atingiu o valor de
do Sul.
Apoio
68
Fascículo REFERÊNCIAS
Renováveis Energy Materials & Solar Cells, vol. 95, pp. 1638-1646. – Kumi, E. N., Brew-Hammond, A., 2013. Design and analysis of a 1 MW
– Adaramola, M. S., 2014. Viability of grid-connected solar PV energy
grid-connected solar PV system in Ghana, ATPS (African Technology
system in Jos, Nigeria, Electrical Power and Energy Systems, vol. 61, pp.
Policy Studies Network): Working Paper Series, vol. 78, 24 p.
64–69.
– Lorenzo, E., 2014. Ingeniería fotovoltaica, ed. Progensa, 275 p.
– Alvarez, F., Williams, F., 1982. Photoluminescence in hydrogenated
– Ma, W.W., Rasul, M.G., Liu, G., Li, M., Tan, X. H., 2016. Climate change
amorphous silicon. J Non Cryst Sol, v. 50, pp. 1-6. ANEEL - Agência
impacts on techno-economic performance of roof PV solar system in
Nacional de Energia Elétrica. Nota técnica nº 0056/2017-SRD/
Australia, Renewable Energy, vol. 88, pp. 430-438.
ANEEL, 26 p. Disponível em:<http://www.aneel.gov.br>. Acesso em: 16
– Miranda, R. F.C., Szklo, A., Schaeffer, R., 2015. Technical-economic
Outubro 2017.
potential of PV systems on Brazilian rooftops, Renewable Energy, vol. 75,
– Aprende com Energía. Disponível em: <http://www.aprendeconenergia.
pp. 694-713.
cl/uso-de-energia-solar-en-chile/>. Acesso em: 06 Novembro 2017.
– Moehlecke, A., Zanesco, I., 2007. Pilot plant to develop cost
– Base de datos internacional H-WORLD, CENSOLAR - Centro de estudios
effective photovoltaic modules, 22th European Photovoltaic Solar
de la energía solar, 1993, p. 106.
Energy Conference and Exhibition, Milão.
– Dhere, N. G., Cruz, L. R., Lobo, P. C., Branco, J. R. T., Ruther, R., Lima,
– Mundo Solar. Disponível em: <http://www.dforcesolar.com/energia-
J. H. G., Zanesco, I., 2005. History of solar energy research in Brazil,
solar/historia-de-la-energia-solar/>. Acesso em: 06 Novembro 2017.
Proceedings of the ISES 2005 Solar World Congress, vol. 1, pp. 1-6.
– Ortega, A., Escobar, R., Colle, S., Abreu, S. L., 2010. The state of solar
– Electricidad: La Revista Energética de Chile, 2013. Disponível em:
energy resource assessment in Chile, Renewable Energy, vol. 35, pp.
<http://www.revistaei.cl/2016/07/20/pierde-fuerza- auge-las-
2514-2524.
grandes-plantas-fotovoltaicas/>. Acesso em: 06 Novembro 2017.
– Palma, R., Morán, L., Cornejo, L., Galleguillos, H. R., Kouro, S., Agostini,
– Energy Green – Soluções em Energias Renováveis, 2015. Estudo:
C., 2011. Chilean Solar Energy Research Center (SERC Chile). Disponível
“Cadeia de Valor da Energia Solar. Fotovoltaica no Brasil”. Disponível
em: <http://sercchile.cl/historia/>. Acesso em: 06 Novembro 2017.
em: <energygreenbrasil.com.br/wp-content/uploads/2017/06/
– Raturi, A., Singh, A., Prasad, R. D., 2016. Grid-connected PV systems in
apresentacao-estudo.pdf>. Acesso em: 06 Novembro 2017.
the pacific island countries, Renewable and Sustainable Energy Reviews,
– EPE - Empresa de Pesquisa Energética e MME - Ministério de Minas e
vol. 58, pp. 419–428.
Energia. Balanço energético nacional 2017, ano base 2016. Disponível
– Rüther, R., Beyer, H. G., Montenegro, A. A., Dacoregio, M. M., Salamoni,
em: < https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2017.
I. T., Knob, P., 2004. Performance results of the first grid connected,
pdf>. Acesso em: 16 Outubro 2017.
thin film pv installation in brazil: high performance ratios over six years
– Escobar, R. A., Cortés C., Pino, A., Salgado, M., Pereira, E. B., Martins, F.
of continuous operation, 19th European Photovoltaic Solar Energy
R., Boland, J., Cardemil, J. M., 2015.
Conference, pp. 3091-3094, Paris.
Estimating the potential for solar energy utilization in Chile by
– Sidi, C. E. B. E., Ndiaye, M. L., Bah, M. E., Mbodji, A., 2016. Performance
satellite-derived data and ground station measurements, Solar Energy,
analysis of the first large -scale (15 MWp) grid-connected photovoltaic
vol. 121, pp. 139-151.
plant in Mauritania, Energy Conversion and Management, vol. 119,
– Ferreira, M. J. G., 1993. Inserção da energia solar fotovoltaica no
pp. 411–421. Tebibel, H., Labed, S., 2013. Performance results and
Brasil, Dissertação (Mestrado), Programa Interunidades de Pós-
analysis of self-regulated PV system in Algerian Sahara, Renewable
Graduação em Energia da Universidade de São Paulo, IEE/EP/FEA/IF,
Energy, vol. 60, pp. 691-700.
São Paulo, 155 p. Galdino, M. A., Lima, J. H., Novgorodcev, A., Zilles,
– Veliz, G. H., Rivera, P. V., Rivas, A. A., Rodriguez, J. P., Moraga, C.
R.., Zanesco, I., Moehlecke, A., Krenzinger, A., Orlando, A. F., 2005. The
E. Capacidad Instalada. Coordinador Eléctrico Nacional. Disponível
Brazilian programme for labelling photovoltaic systems, 20th European
em: <https://sic.coordinadorelectrico.cl/informes-y-documentos/
Photovoltaic Solar Energy Conference and Exhibition, vol. 1, pp. 3199-
graficos-y- estadisticas/capacidad-instalada/>. Acesso em: 06
3202, Barcelona.
Novembro 2017.
– Historia del Agua en el Desierto Más Árido del Mundo. Disponível em: <https://historiadelagua.wordpress.com/el- primer-destilador-solar-
* Nadine Demacena de Araujo e Izete Zanesco são daPontifícia
de-charles-wilson/>. Acesso em: 06 Novembro 2017.
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Escola de Ciências,
– IEA International Energy Agency. Snapshot of global photovoltaic
Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar), Porto Alegre, Brasil
markets. Report IEA PVPS T1-31:2017. Disponível em: <http://www.
* Ramon Lagos Fuentes (rlagos@upla.cl) é da Universidad de Playa Ancha,
iea-pvps.org/fileadmin/dam/public/report/statistics/IEA-PVPS_-_A_
Facultad de Ciencias Naturales y Exactas, Valparaíso, Chile
Snapshot_of_Global_PV_ _1992-2016 1_.pdf>. Acesso em: 16 Outubro 2017. – Koehl, M., Heck, M., Wiesmeier, S., Wirth, J., 2011. Modeling of the nominal operating cell temperature based on outdoor weathering, Solar
* Adriano Moehlecke, Sérgio Boscato Garcia e Guilherme Pereira Araújo são da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Escola de Ciências, Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar), Porto Alegre, Brasil
Energia Eólica
69
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Maturidade das fontes renováveis
Existe uma importante
envolvendo empresas,
renováveis não convencionais,
na discussão sobre a retirada
discussão a ser feita pelo setor
consumidores, agentes
chamadas de incentivadas,
dos subsídios para as fontes
elétrico e que, num primeiro
setoriais e poder público num
cresceram exponencialmente
renováveis incentivadas. É
momento, pode parecer um
diálogo transparente e, claro,
nos últimos cinco anos, graças
fundamental que este debate
contrassenso: a possibilidade
estabelecendo uma fase de
ao desconto na TUSD/TUST.
aconteça sem receios, em
de redução dos subsídios para a
transição. Outro passo que
Outro ponto importante a ser
particular por parte dos que
fontes renováveis incentivadas,
precisa ser seguido é que sejam
analisado é o quanto, de fato,
defendem as renováveis
no caso eólica, solar, biomassa
estabelecidos legalmente,
os descontos impactaram no
incentivadas. Considerando o
e PCH (Pequenas Centrais
como política de Estado,
crescimento das tarifas de
avanço das novas tecnologias
Hidrelétricas). As subvenções
mecanismos de valorização
energia elétrica. Não se deve
que provocaram uma redução
para fontes incentivadas - no
dos atributos ambientais
considerar apenas os índices
no preço e, consequentemente,
caso o desconto de 50% das
das fontes incentivadas,
de inflação, mas também todos
uma maior competitividade
tarifas de uso dos sistemas
em consonância com o que
os acionamentos de bandeira
de tais fontes, a retirada dos
elétricos de transmissão e de
já é feito em outros países.
vermelha devido ao baixo
subsídios, de forma igualitária
distribuição (TUST e TUSD) -
A importância deste passo
volume dos reservatórios das
para todas as renováveis,
tiveram um papel importante
reside no fato de que tais
hidrelétricas e necessidade
poderá representar uma nova
no crescimento da participação
atributos são fundamentais
de acionamento de térmicas.
fase de amadurecimento
destas fontes na matriz de
para manutenção da
Neste tema, vale pontuar
destes setores. Este debate
energia e ainda têm um peso
competitividade das fontes
que, ainda que a retirada do
também é importante porque
considerável. A lei, no entanto,
incentivadas frente às demais
desconto da TUST e TUSD
pode mostrar a necessidade
já tem mais de 20 anos e muita
fontes geradoras de energia.
possa significar queda de tarifa
de diferentes incentivos
coisa mudou no Brasil e no
para o consumidor, só com
para, por exemplo, a geração
mundo.
é fundamental fazer uma
uma reforma setorial ampla
distribuída tendo como fonte
Acreditamos que a retirada
No decorrer desse processo,
análise profunda e transparente
poderemos ver uma mudança
estas mesmas renováveis
dos descontos da TUSD e da
dos reais impactos da retirada
consistente com redução
incentivadas.
TUST é possível desde que
de tais subvenções. Decisões
significativa para o consumidor.
seja feita de forma igualitária
repentinas podem acabar sendo
Como se nota, ainda há
discussão necessária, inclusive
entre todas as fontes
um tiro no pé. É imprescindível,
pontos que precisam ser mais
como forma de entrar num novo
renováveis incentivadas. O
por exemplo, ter uma ideia
bem estudados e esclarecidos,
momento de maturidade e que
primeiro passo, no entanto,
muito clara do impacto
mas isso não deve ser um
possibilite um crescimento
seria promover discussões
no Mercado Livre, onde as
impedimento para se engajar
ainda maior destas fontes.
Acredito que esta é uma
Energia solar fotovoltaica
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.
70
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.
Nelson Falcão é Diretor Sênior de Desenvolvimento de Negócios da FLEX
Por que o Brasil exporta empregos para a Ásia? demanda extremamente baixa.
a apenas 12% para grandes
no Brasil está aquecido e
Na indústria, a conta é muito
projetos, enquanto as matérias
Comércio Exterior e Serviços
possui um futuro promissor.
simples: se não há pedidos, não
primas para a fabricação dos
(MDIC) e o Ministério da
Em 2017, atingimos 1.145
há produção e, sem produção, não
mesmos no Brasil pagam até
Ciência, Tecnologia, Inovações
MW de potência instalada
há empregos. Sem encomendas,
40% de impostos, uma injustiça
e Comunicações (MCTIC)
da fonte solar fotovoltaica
algumas das fábricas fecharam
tributária gritante, que encarece
apontaram o Programa de
na matriz elétrica nacional e
e outras estão com as atividades
e desincentiva a fabricação
Apoio ao Desenvolvimento
em 2018 ultrapassaremos
reduzidas ou paralisadas, lutando
nacional.
Tecnológico da Indústria de
a marca histórica de 2.000
para sobreviver. O que levou a esta
Semicondutores e Displays
MW provenientes desta fonte
situação?
a Associação Brasileira de Energia
(PADIS) como o programa que
renovável, limpa, competitiva e
Solar Fotovoltaica (ABSOLAR),
poderia ser adaptado para corrigir
sustentável.
crítico entre os impostos sobre
em conjunto com os fabricantes
esta perversa distorção: basta a
insumos produtivos dos módulos
nacionais, recomendou ao
inclusão dos insumos na lista de
crescimento à visão de novas
fotovoltaicos (células solares,
Governo uma ação de isonomia
produtos abrangidos pelo PADIS.
fábricas com importante geração
vidro, encapsulantes, molduras
tributária, reduzindo os impostos
Tal inclusão é urgente, sob o risco
de empregos para a população.
etc.) e os impostos sobre os
sobre insumos produtivos, para
de encerramento permanente das
Muitas empresas apostaram no
módulos fotovoltaicos acabados.
baratear os módulos fotovoltaicos
operações das fábricas do Brasil.
desenvolvimento desta indústria
Os módulos fotovoltaicos
fabricados no Brasil, aumentando
estratégica no País: são mais
prontos são importados com
a competitividade da cadeia
dependem de uma demanda
de 40 fabricantes nacionais
baixos impostos, chegando
produtiva nacional.
estável e previsível, principalmente
O mercado solar fotovoltaico
Seria natural associar este
cadastrados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sendo 10 indústrias de módulos fotovoltaicos, principal equipamento do setor. Foram investidos mais de meio bilhão de reais para a construção de fábricas de alta tecnologia, capazes de produzir 1.000 MW por ano em módulos fotovoltaicos nacionais de alta qualidade, gerando mais de 15.000 empregos diretos e indiretos aos brasileiros.
Apesar do forte investimento,
acreditando no potencial do País, as fábricas de módulos fotovoltaicos estão com
Primeiro, há um desbalanço
Para corrigir esta disparidade,
O Ministério da Indústria,
Segundo, as fábricas
Energia solar fotovoltaica
71
dos leilões de energia, chamados
aos de bancos comerciais, mas
de projetos de geração centralizada
terá o efeito colateral de reduzir
solar fotovoltaica. Nos leilões,
a competitividade do BNDES.
o Governo Federal compra
Como o BNDES é um dos poucos
energia elétrica para atender à
bancos que incentiva o uso de
demanda dos consumidores ao
equipamentos fotovoltaicos
redor do Brasil. Empreendedores
fabricados no Brasil, o efeito
apresentam projetos de usinas
indireto será um desestímulo ao
solares fotovoltaicas para fornecer
uso e à fabricação de módulos
eletricidade por contratos de 20
fotovoltaicos nacionais.
anos. Os ganhadores dos leilões
terão prazos de 3 a 6 anos para
recomenda a criação de novas
construir suas usinas e começar a
linhas de crédito para a fonte
entregar a eletricidade produzida
solar fotovoltaica, com condições
ao País.
especiais para sistemas com
equipamentos nacionais, que
Em 2014, foi realizado
Por isso, a ABSOLAR
o primeiro leilão nacional de
geram mais empregos, renda, valor
energia para a fonte solar. Em
agregado e arrecadação ao Brasil.
2015, foram dois leilões para
a fonte. Em 2016, no entanto,
ambiente, a falta de sincronia,
os leilões solares do ano foram
articulação, coordenação e
cancelados pelo Governo Federal,
planejamento do Governo
deixando uma lacuna de entrega
Federal ameaça provocar a
de projetos nos anos de 2019
substituição dos empregos
e 2020. A descontinuidade
gerados pela emergente indústria
na contratação provocou
solar fotovoltaica brasileira por
insegurança e percepção de risco
empregos industriais no exterior,
ao setor, tanto para investidores
especialmente na Ásia.
quanto para fabricantes,
causando profundo impacto
desequilíbrios e alavancar
negativo e o cancelamento
a cadeia produtiva solar
de novas fábricas no País. Os
fotovoltaica brasileira precisamos
leilões foram retomados apenas
de um programa industrial
no final de 2017 e, em abril de
transversal e coordenado para o
2018, quando o estrago já era
setor, com isonomia tributária,
irreversível.
expansão planejada da demanda e
financiamento de qualidade para
Terceiro, é necessário
Sem melhorias a este
Para corrigir estes
financiamento competitivo para
equipamentos nacionais. Com
dinamizar o mercado e tornar
este tripé, teremos condições de
a tecnologia mais acessível à
consolidar a indústria nacional,
sociedade. Neste sentido, a
tornando-a competitiva tanto
substituição da Taxa de Juros de
para o País, quanto para a
Longo Prazo (TJLP), referência nos
exportação de produtos,
financiamentos do Banco BNDES,
gerando empregos de qualidade
pela Taxa de Longo Prazo (TLP),
aos brasileiros e contribuindo
representa novo desafio à cadeia
para o desenvolvimento
produtiva nacional. A TLP busca
socioeconômico, ambiental e
aproximar os juros do BNDES
estratégico do Brasil.
72
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Previsão de crescimento para distribuidoras de materiais elétricos é de 13% em 2018, aponta pesquisa Setor apresenta sinais de leve recuperação, mas retomada depende da prosperidade econômica e melhoria da construção civil
73
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
A revista O Setor Elétrico realizou desta vez pesquisa com 160 distribuidoras de materiais elétricos.
O levantamento mostrou que a previsão de crescimento para as distribuidoras neste ano é de 13%. Se comparado a 2017, esse crescimento é de 8%. A contratação de funcionários em 2018 cresceu 7% e a previsão de crescimento do tamanho anual do total do mercado para este ano é de 6%. Previsões de crescimento
Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2018
6% 7% 8%
Crescimento da sua empresa em 2017 comparado ao ano anterior Contratação de funcionários em 2018
13%
Previsão de crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2018
Para 18% dos entrevistados, o crescimento do mercado de materiais elétricos neste ano
não foi maior devido à desaceleração da economia brasileira. Para 15%, o crescimento foi influenciado pela desvalorização da moeda brasileira e para 14%, pelo desaquecimento do setor de construção civil. Para 13%, a falta de confiança dos inversores influenciaram no crescimento do mercado e para 11%, a redução de projetos de infraestrutura.
Fatores que devem influenciar o mercado de materiais elétricos em 2017
2%
11%
Bom momento econômico do país
Outros
15%
18%
Desvalorização da moeda brasileira
Desaceleração da economia brasileira
5%
Setor da construção civil aquecido
13%
Falta de confiança de investidores
14%
Setor da construção civil desaquecido 6%
Falta de normalização e/ou legislação
11%
Projetos de infraestrutura 2%
Incentivos por força de legislação ou normalização
3%
Crise internacional
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
74
Os materiais elétricos de baixa tensão (81%) são os produtos
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Principais segmentos de atuação
mais comercializados, seguidos por quadros e painéis (77%), produtos como automação industrial (69%), iluminação (68%), material elétrico de média tensão (65%), automação comercial (57%),
ferramentas
(56%),
automação
residencial
Residencial
(43%)
35%
empatado com equipamentos de proteção industrial e coletiva
Comercial
71%
(43%), e material elétrico de alta tensão (36%).
Industrial
79%
Produtos mais comercializados
Outros
Deste modo, a indústria está na liderança de clientes (88%). Na
sequência estão empresas de engenharia (83%), instaladoras (81%),
21%
empresas de manutenção (77%), construtoras (745%, consumidor
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
final (68%), concessionárias de energia elétrica (45%) e empresas públicas (25%).
36%
Equipamentos de proteção individual e coletiva
43%
Principais clientes
Automação residencial
43% Ferramentas
Outros
25%
56%
Empresas públicas
Automação comercial
57%
Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
65%
Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
68%
45%
Concessionárias de energia elétrica
51%
Consumidor final
68% Construtoras
Automação industrial
74%
69% Quadros e painéis
77%
Material elétrico de baixa tensão
81%
Empresas de manutenção
77% 81% 83% 88%
O principal segmento de atuação dos revendedores é o industrial
(79%). O comercial detém 71% da fatia e o residencial, 35%.
Instaladoras
Empresas de engenharia
Indústrias em geral
75
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
A pesquisa ainda mostra que 69% da captação de clientes é realizada por telemarketing,
empatado com indicação e especialização de mercado (69%). Na sequência, 60% são realizadas por vendedores externos e 57% por rede de relacionamento. O balcão é responsável por 56% da captação de clientes, seguido por administração de contratos 43% e por loja virtual 19%. Formato de captação de clientes
Loja virtual
19%
Administração de contatos
43%
Balcão
56% 57%
Rede de relacionamentos Vendedores externos
60% 69%
Indicação / especialização de mercado Telemarketing
69%
Faturamento bruto em 2017
A pesquisa aponta ainda que 19% das distribuidoras tiveram faturamento bruto anual em
2017 entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões. Outros 19% tiveram faturamento de até R$ 3 milhões. Na sequência, empatados com 11%, estão as revendedoras que atingiram faturamento entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões, entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões, entre R$ 40 milhões e R$ 60 milhões e entre R$ 60 milhões e R$ 80 milhões. Por fim, 8% alcançaram faturamento acima de R$ 100 milhões e 2%, entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões. Faturamento bruto anual das empresas em 2016
8%
Acima de R$ 100 milhões
2%
De R$ 80 milhões a R$ 100 milhões
19%
Até R$ 3 milhões
11%
De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões
11%
De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões
11%
De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões 8%
De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões 11%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
19%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
X X
X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X
X X X X
X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X
X X
X X X X
X
X X X
X X
X
X
X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X X X
X
X X X X X X X X X X X X
X X X X
X X X X X X X
X X X
X X X X X X
X
X
X X X X X X X X X X X X
X
X X
X X X X X X X
X X X X X X X
X X
X
X X X
X X X
X
X X X
X X X X
X X X
X X X X X X X X X
X X X
X X X X X
X X
X
X
X X
X X X X X
X X X X X
X X
X X
X X
X X
X
X
X
X X
X X X
X X
X
X X
X
X
X X X
X X X X X
X
X X
X
X X
X X X
X
X
X X X
X
X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X
X X X X
X
X X
X X X
X X
X X X
X X
X X
X X
X X
X X X
X X X X X X X
X X X
X X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X
X X
X X X
X X X
X X X X X
X
X
X X X X X
X X X X X X X
X X
X X
X X X X X X
X
X X X X X X X X
X X X X X
X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Quadros & Painéis
X X
Material elétrico de Baixa Tensão
X X X X
Certificado ISO 9001
X X
Loja Virtual
X
X
X
X
X X X
X X X X
X X X
X X X X X X X X
X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
X X X
X X
Principais produtos que comercializa
Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
X X X
X X X
Administração de contratos
X X
Rede de Relacionamento
X X X X X X X X
X X X X
X X X X X X
X
X X X
Telemarketing
X
Balcão
X X X X X X X
X X X
Indicação/especialização de mercado
X
Vendedores externos
X
Possui loja(s) in-company
UF RJ SP PA MG MG MG MG MG MG MG RS SC SC SC SC SP SP SP SP RS RS PR RS RS SC PR AC MT PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR SP SC SC SC GO CE GO GO SP SP SP SP SP MG PE MG SC SC SC
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Possui filiais
Cidade Angra dos Reis Bauru Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Bento Gonçalves Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Campinas Campinas Campinas Campinas Canoas Canoas Cascavel Caxias do Sul Caxias do Sul Chapeco Cornelio Procópio Cruzeiro do Sul Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Diadema Florianópolis Florianópolis Florianópolis Formosa Fortaleza Goiania Goiânia Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Ipatinga Jaboatão dos Guararapes João Pinheiro Joinville Joinville Joinville
Residencial
Site www.onixcd.com.br www.eletropainel.com.br www.eletrotransol.com.br www.alphamarktec.com.br www.ceibe.com.br www.dimexbr.com www.exponencialmg.com.br www.legrand.com.br www.lojaeletrica.com.br www.othondecarvalho.com.br www.realcenter.com.br www.eletricadw.com.br WWW.PROVOLT.COM.BR www.sobretensao.com.br www.womatel.com.br www.dimensional.com.br www.everestnet.com.br www.nortel.com.br www.peu.com.br www.eletricadw.com.br www.eletronor.com www.eletricadz.com.br www.eletronor.com www.realcenter.com.br www.eletricadz.com.br www.eletrotrafo.com.br www.onixcd.com.br www.eletrotartari.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.neblina.com.br www.eletronor.com www.everestnet.com.br www.grupopolicom.com.br www.irmaosabage.com.br www.onixcd.com.br www.reymaster.com.br www.legrand.com.br WWW.EUROCABOS.COM.BR www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.carmehil.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.acabine.com.br www.eletricadw.com.br www.dlight.com.br www.fortlight.com.br www.mediatensao.com.br www.lojaeletrica.com.br www.centelhario.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.santarita.com.br
Comercial
Telefone (24) 3365-2793 (44) 9991-1360 (91) 3204-7711 (31) 3477-7004 (31) 3292-9522 (31) 3448-0300 (31) 3317-5150 (11) 5644-2439 (31) 3218-8000 (31) 2103-3000 (54) 3449-5000 (47) 3321-7500 (47) 3036-9666 (47) 3338-4484 (47) 3322-4966 (19) 3322-0000 (19) 3772-4500 (19) 3234-3616 (19) 3709.2171 (51) 3326-4000 (51) 3314-8000 (45) 3220-9498 (54) 3220-3800 (54) 3534-4400 (49) 3027-9500 (43) 3520-5000 (68) 3224-8971 (65) 3637-8000 (41) 3778-7000 (41) 3316-5000 (41) 2104-8203 (41) 3015-9999 (41) 3217-1900 (41) 3071-7100 (41) 99976.1011 (41) 3371-5707 (41) 3328-0139 (41) 3021-5049 (11) 5644-2439 (11) 4092-9292 (48) 3225-1600 (48) 3271-5000 (48) 3343-4000 (62) 3097-6991 (85) 4008-6666 (11) 5644-2439 (62) 3531-2200 (11) 2842-5252 (11) 3393-2500 (11) 2937-4650 (11) 99670-0804 (11) 99273-1154 (31) 3828-1800 (81) 3087-3450 (38) 3561-4522 (47) 3419-7000 (47) 3177-2000 (47) 3431-2800
Industrial
EMPRESA Onix Distribuidora EletroPainel Eletro Transol Alpha Marktec Materiais Elétricos Ceibe Automação DIMEX Exponencial Legrand LOJA ELÉTRICA LTDA OTHON DE CARVALHO Realcenter Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW PROVOLT SOBRETENSÃO WOMATEL DIMENSIONAL EVEREST ELETRICIDADE NORTEL PEU COMERCIAL ELETRICA DW ELETRONOR Eletrica DZ ELETRONOR Realcenter Materiais Elétricos Eletrica DZ ELETROTRAFO Onix Distribuidora Tartari Engenharia e Tecnologia Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW DIMENSIONAL Grupo Mater ELETRONOR EVEREST ELETRICIDADE GRUPO POLICOM Irmãos Abage Onix Distribuidora Reymaster Legrand EUROCABOS SANTA RITA SANTA RITA SANTA RITA Onix Distribuidora CARMEHIL Legrand Eletro Transol A CABINE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA COMERCIAL ELETRICA DW D´LIGHT FORTLIGHT ILUMINAÇÃO INDUSTRIA LTDA MÉDIA TENSÃO LOJA ELÉTRICA LTDA CENTELHA Albernaz Electric Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW SANTA RITA
Revendedora (varejista)
A empresa é Principal segmento de atuação
Distribuidora (atacadista)
76
X X X X
X X X X X X
X X X X
X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X
X
X X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
77
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
X X X X X X x
X x
x
X
X X
X X
X
X
X X
X
X X
X X X
X X X
X
X X
X X X X X X
X X x
X x
X X X X X X X X X X X X
X x
X X X X X
X X X X X X X x
X X X X X X
X x
Rede de Relacionamento
Vendedores externos
Administração de contratos
Telemarketing
X
X X X X X X
X
X
X X X
X
X X
X X X X X X X X X X X
X
X x
x
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x
Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
X X X X X X X
X
X
X
X X X X
X X X
Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
X X X
X X X X X X
X X
X X
Quadros & Painéis
X
X X X X
X X
X X
Material elétrico de Baixa Tensão
X X
X X X X
X
Certificado ISO 9001
X X
X X
Principais produtos que comercializa
Loja Virtual
X X
X X
X X
Balcão
X
X X X X X
Indicação/especialização de mercado
X X
Possui loja(s) in-company
UF MG SP SP SP SC BA SP SP SP ES PR RJ AM AM PR PR PR PR RS RJ
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Possui filiais
Cidade Juiz de Fora Jundiaí Jundiaí Jundiaí Lages Lauro de Freitas Leme Limeira Limeira Linhares Londrina Macaé Manaus Manaus Maringá Maringá Maringá Maringá Natal Nova Iguaçu Outras regiões
Residencial
Site WWW.REIMATEL.COM.BR www.cetti.com.br www.cobrace.com.br www.comesp.com.br www.coisarada.net www.centelhario.com.br www.darozeletricidade.com.br www.dimensional.com.br www.peu.com.br www.onixcd.com.br www.eletrotrafo.com.br www.polarb2b.com www.baeletrica.com.br www.legrand.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.onixcd.com.br www.onixcd.com.br www.eletroforconecta.com.br www.apscomponentes.com.br
Industrial
Telefone (32) 3215-6292 (11) 4527-4500 (11) 95405-4500 (11) 3379-5500 (49) 3251-9000 (71) 3186-3666 (19) 3573-6900 (19) 3446-7400 (19) 3404.3660 (27) 3371-0727 (43) 3520-5000 (22) 2105-7755 (92) 2125-8000 (11) 5644-2439 (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3233-8557 (84) 3311-3000 (21) 2667-1443 (11) 5645-0800
Comercial
REI MATERIAIS ELETRICO LTDA CETTI COBRACE Comesp Comercial Elétrica Ltda COISARADA ELETRICIDADE LTDA CENTELHA DA ROZ DIMENSIONAL PEU Onix Distribuidora ELETROTRAFO Polar Materiais Elétricos BA ELETRICA LTDA Legrand Eletropainel EletroPainel EletroPainel Onix Distribuidora Onix Distribuidora ELETROFOR CONECTA APS
Revendedora (varejista)
EMPRESA
Distribuidora (atacadista)
A empresa é Principal segmento de atuação
X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X X x
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x
X
X X X X X
X
X X X X X X
X x X X X X X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X
X
X X X X X X X X X X
X X
X X X
X X X X X X
X X X
x X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X
X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X x X X X X
X X
X
X X X X X
X X X
X
X X X
X
X X X
X
X
X
X
X
X x X
X X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X X
X X
X X X X
X
X X
X
X
X X X X X X X X X X X X
X
X X
X X
X X
X
X
X
X X X X X X X X
X
X
X X X X
X X
X
X
X X
X X X
X
X X
x X X X X X
X X X
X X X X X
X x X X
X X X X
X
X X
X X X X X
X
X
X X X X
x X X X
X
X
X
X X x
X X X
X X
X X X
X X X
X X
X X
X
X X
X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X
Quadros & Painéis
Material elétrico de Baixa Tensão
X X X X
X X X X X
X X X X X X X X X X X
X X X
X X X X X X X X X
X X X
X X X X X
X X X X X
X
X
X X X
X X
X X
X X
X X X X X X
X X X X X X X x X X
X X X X X X X x X X
X X X X
X X X X
X X X X
X X X
X X X
X
X X
X X X
X X X X
X X X X X
Certificado ISO 9001
X
X
X X X X
X X X X X X X
X
X X X
X
X X X X
X X X X X X
X X X
X X X X X
X
x
X
X
X
X
X X X X X
X X
X X
X X
X X X
X X X
X
X
X X
X X X
X X X X X
X
X
X X
X
X
X X X X
X X
X X X
X X
X X X
X X
X
X
X X X X X
X
X X X X X X
X
X X X X X X X X
X
X X X X
X
X X
X X X X X X X X
Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
X X X X X
X X
X X X X X X X X
Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
X
X
Principais produtos que comercializa
Loja Virtual
X X X X X X X
Rede de Relacionamento
X
Balcão
X X X
Indicação/especialização de mercado
X X
Vendedores externos
X
Administração de contratos
X X X X X X
Telemarketing
UF SC SC PR PA SP MG RS RS RS RS RS RS RS RS SC PE PE PE PE SP RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ BA BA BA PR SP SP SC SP PR SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP
Possui loja(s) in-company
Cidade Palhoça Palhoça Paranavaí Parauapebas Piracicaba Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Belo Recife Recife Recife Recife Ribeirão Preto Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Salvador Salvador Santa Catarina Santos São Bernardo do Campo São José São José do Rio Preto São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo
Possui filiais
Site www.onixcd.com.br www.santarita.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimexbr.com www.peu.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimensional.com.br www.grupopolicom.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.legrand.com.br www.onixcd.com.br www.plenobras.com.br www.realcenter.com.br www.santarita.com.br www.womatel.com.br www.dimexbr.com www.neblina.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.centelhario.com.br www.coloniallustres.com www.neblina.com.br www.grupopolicom.com.br www.legrand.com.br www.polarb2b.com www.suldistribuidora.com.br www.everestnet.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.andra.com.br www.berteleletrica.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.elos.com.br www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.neblina.com.br www.embramataltatensao.com.br www.grupopolicom.com.br www.histeccomercial.com.br www.salfatis.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.legrand.com.br www.megabras.com www.nofercoex.com.br www.omicronservice.com.br www.pandaeletrica.com.br www.polarb2b.com www.safebysafe.com.br
Residencial
Telefone (48) 3259-8468 (48) 3342-8100 (44) 3424-7327 (94) 3356-1278 (19) 3437.3030 (35) 3714-2660 (51) 3271-1404 (51) 99129.9215 (51) 3094-5407 (11) 5644-2439 (51) 3395-5235 (51) 2101-6800 (51) 3363-4700 (51) 3337-6400 (47) 3369-6393 (81) 2123-2300 (81) 3479-7100 (81) 3037-0727 (11) 5644-2439 (16) 2102-5444 (21) 2195-7658 (21) 3860-2688 (21) 3534-8600 (21) 3888-3727 (11) 5644-2439 (21) 3570-4944 (21) 3866-0055 (71) 3311-4500 (71) 3347-1545 (11) 5644-2439 (47) 99196-7759 (13) 3040-7000 (11) 2198-0825 (48) 3241-9100 (17) 3224-3471 (41) 3383-9290 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3229-4044 (11) 2137-7500 (11) 2902-1070 (11) 3643-6953 (11) 3619-1600 (11) 2098.0371 (11) 2065-0800 (11) 3018-0500 (11) 3312-8544 (11) 3358-8000 (11) 2249-9606 (11) 5644-2439 (11) 3254-8111 (11) 3473-3913 (11) 5061-8566 (11) 5525-3320 (11) 3181-8545 (11) 2609-0600
Comercial
Onix Distribuidora SANTA RITA SULMINAS FIOS E CABOS DIMEX PEU SULMINAS FIOS E CABOS DIMENSIONAL GRUPO POLICOM Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Legrand Onix Distribuidora Plenobras Realcenter Materiais Elétricos SANTA RITA WOMATEL DIMEX Grupo Mater Onix Distribuidora Legrand Eletro Transol CENTELHA COLONIAL LUSTRES Grupo Mater GRUPO POLICOM Legrand Polar Materiais Elétricos Sul Distribuidora EVEREST ELETRICIDADE Onix Distribuidora Legrand Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos Bertel SANTA RITA Onix Distribuidora ELOS Alpha Marktec Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos APS CASA FERREIRA Comercial Dimel Ltda COMERCIAL GONCALVES EQUIP. MEDICAO LTDA Comesp Comercial Elétrica Ltda Crossfoxeletrica DIMENSIONAL Grupo Mater Embramat GRUPO POLICOM Histec Comercial IRMÃOS SALFATIS JMC Comercial Elétrica LTDA Kienzle Controls Legrand MEGABRÁS Noferco Omicron Service PANDA Polar Materiais Elétricos SAFEBYSAFE EQUIPAMENTOS
Industrial
EMPRESA
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Revendedora (varejista)
A empresa é Principal segmento de atuação
Distribuidora (atacadista)
78
X
X X X X X X X X X X
X X
X X X X x
X X
X
X
X
X
X
X X X X
X X X X X
X X X X X
79
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X
X X X X X X X
X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X
X X X X X X X
X X X X
X X X X X X X X
X X X X X X X X
X X X X X
X
X X X X X
X
X
X
X X X X
X X X X
X X X X
X
X X
X X X X X X
X X X
X
X X
Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
X X X X X
X X
Certificado ISO 9001
X
X
X X X
X X X
Loja Virtual
X
Rede de Relacionamento
X X
Balcão
X X
X X
X X X
X
Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
X
X X X X
Quadros & Painéis
X X X X
X
Principais produtos que comercializa Material elétrico de Baixa Tensão
X X
X X
Administração de contratos
X X X X
Telemarketing
X X
Indicação/especialização de mercado
X
Vendedores externos
X X
Possui loja(s) in-company
UF SP SP SP SP SP SP SP ES ES ES SP SP SP SP SC PR MG MG MG ES ES
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Possui filiais
Cidade São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Serra Sorocaba Sorocaba Taubaté Terra Preta Tijucas Toledo Uberlândia Uberlândia Uberlândia Vitória Vitória
Residencial
Site www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br www.supereletrica.com.br www.sensorestenet.com.br www.unionsistemas.com.br www.dimexbr.com www.everestnet.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.dimexbr.com www.omicronenergy.com www.proautomacao.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.lugo.com.br www.santarita.com.br www.eletricadz.com.br www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.lojaeletrica.com.br www.neblina.com.br www.eletromil.com.br
Comercial
Telefone (11) 2165-8244 (11) 5641-7288 (11) 3931-0522 (11) 2098-4500 (11) 3512-8910 (11) 5018-1030 (11) 2902-4700 (27) 3064-8100 (27) 2123-5700 (27) 3421-1000 (15) 99740-1333 (15) 3031-7400 (12) 3602-1196 (11) 4486.8400 (48) 3263-0352 (45) 3125-9400 (34) 4009-3800 (34) 3256-4944 (34) 3293-8800 (27) 2104-0812 (27) 3357-1000
Industrial
Sonepar Brasil Sul Distribuidora SUPERELETRICA Tenet do brasil UNION DIMEX EVEREST ELETRICIDADE Alpha Marktec Materiais Elétricos CENTELHA DIMEX OMICRON Proauto SULMINAS FIOS E CABOS LUGO SANTA RITA Eletrica DZ COMERCIAL ELETRICA DW Elétrica Cidade Ltda LOJA ELÉTRICA LTDA Grupo Mater Eletromil
Revendedora (varejista)
EMPRESA
Distribuidora (atacadista)
A empresa é Principal segmento de atuação
X X
X X X X X X X
X X X X
X X X X X X X
X X
X X X X X
X X X
X X X
X X
X X X X X
X X X X X X X X X
X X
X X X X X X X X
X X X X X X X X
X X X X X
X X X
X
X
X
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
X X X X X X
X X X X X X X X X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X
X X X X X
X X
X
X X X X X X X
X
X
X X X
X X X X
X X X X
X X X X X
X X X X
X X X X X
X X
X X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X X X X
X
X
X X X X
X X
X
X X X X X X X X X X X X X X
X X X
X X X
X
X X X X X X
X
X X
X
X X X X X X
X X X X
X X X X X X X
X X
X X
X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X
X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X
X X X X
X
X
X
X X
X X X X
X X
X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X
X
X X
X X
X X X X X X
X
X X X
X X X X X
X X X X X X X X X X
X
X
X
X X X
X X X
X X X X X X X X X X X X
X
X
X
X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Outros
Consumidor final
Empresas públicas
X X X X X
Empresas de manutenção
X X X X X
Empresas de engenharia
Indústria em geral
Concessionárias de energia elétrica
Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
Importações diretas de produtos
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Instaladoras
X
X X X X X X X X X X X X X X X X
Principais clientes
Construtoras
X
Outros
Equipamentos de proteção individual e coletiva
UF RJ SP PA MG MG MG MG MG MG MG RS SC SC SC SC SP SP SP SP RS RS PR RS RS SC PR AC MT PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR SP SC SC SC GO CE GO GO SP SP SP SP SP MG PE MG SC SC SC MG
Ferramentas
Cidade Angra dos Reis Bauru Belém Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Bento Gonçalves Blumenau Blumenau Blumenau Blumenau Campinas Campinas Campinas Campinas Canoas Canoas Cascavel Caxias do Sul Caxias do Sul Chapeco Cornelio Procópio Cruzeiro do Sul Cuiabá Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Diadema Florianópolis Florianópolis Florianópolis Formosa Fortaleza Goiania Goiânia Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos Ipatinga Jaboatão dos Guararapes João Pinheiro Joinville Joinville Joinville Juiz de Fora
Automação industrial
Site www.onixcd.com.br www.eletropainel.com.br www.eletrotransol.com.br www.alphamarktec.com.br www.ceibe.com.br www.dimexbr.com www.exponencialmg.com.br www.legrand.com.br www.lojaeletrica.com.br www.othondecarvalho.com.br www.realcenter.com.br www.eletricadw.com.br WWW.PROVOLT.COM.BR www.sobretensao.com.br www.womatel.com.br www.dimensional.com.br www.everestnet.com.br www.nortel.com.br www.peu.com.br www.eletricadw.com.br www.eletronor.com www.eletricadz.com.br www.eletronor.com www.realcenter.com.br www.eletricadz.com.br www.eletrotrafo.com.br www.onixcd.com.br www.eletrotartari.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.dimensional.com.br www.neblina.com.br www.eletronor.com www.everestnet.com.br www.grupopolicom.com.br www.irmaosabage.com.br www.onixcd.com.br www.reymaster.com.br www.legrand.com.br WWW.EUROCABOS.COM.BR www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.carmehil.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.acabine.com.br www.eletricadw.com.br www.dlight.com.br www.fortlight.com.br www.mediatensao.com.br www.lojaeletrica.com.br www.centelhario.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.santarita.com.br WWW.REIMATEL.COM.BR
Automação comercial
Telefone (24) 3365-2793 (44) 9991-1360 (91) 3204-7711 (31) 3477-7004 (31) 3292-9522 (31) 3448-0300 (31) 3317-5150 (11) 5644-2439 (31) 3218-8000 (31) 2103-3000 (54) 3449-5000 (47) 3321-7500 (47) 3036-9666 (47) 3338-4484 (47) 3322-4966 (19) 3322-0000 (19) 3772-4500 (19) 3234-3616 (19) 3709.2171 (51) 3326-4000 (51) 3314-8000 (45) 3220-9498 (54) 3220-3800 (54) 3534-4400 (49) 3027-9500 (43) 3520-5000 (68) 3224-8971 (65) 3637-8000 (41) 3778-7000 (41) 3316-5000 (41) 2104-8203 (41) 3015-9999 (41) 3217-1900 (41) 3071-7100 (41) 99976.1011 (41) 3371-5707 (41) 3328-0139 (41) 3021-5049 (11) 5644-2439 (11) 4092-9292 (48) 3225-1600 (48) 3271-5000 (48) 3343-4000 (62) 3097-6991 (85) 4008-6666 (11) 5644-2439 (62) 3531-2200 (11) 2842-5252 (11) 3393-2500 (11) 2937-4650 (11) 99670-0804 (11) 99273-1154 (31) 3828-1800 (81) 3087-3450 (38) 3561-4522 (47) 3419-7000 (47) 3177-2000 (47) 3431-2800 (32) 3215-6292
Automação residencial
Empresa Onix Distribuidora EletroPainel Eletro Transol Alpha Marktec Materiais Elétricos Ceibe Automação DIMEX Exponencial Legrand LOJA ELÉTRICA LTDA OTHON DE CARVALHO Realcenter Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW PROVOLT SOBRETENSÃO WOMATEL DIMENSIONAL EVEREST ELETRICIDADE NORTEL PEU COMERCIAL ELETRICA DW ELETRONOR Eletrica DZ ELETRONOR Realcenter Materiais Elétricos Eletrica DZ ELETROTRAFO Onix Distribuidora Tartari Engenharia e Tecnologia Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW DIMENSIONAL Grupo Mater ELETRONOR EVEREST ELETRICIDADE GRUPO POLICOM Irmãos Abage Onix Distribuidora Reymaster Legrand EUROCABOS SANTA RITA SANTA RITA SANTA RITA Onix Distribuidora CARMEHIL Legrand Eletro Transol A CABINE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA COMERCIAL ELETRICA DW D´LIGHT FORTLIGHT ILUMINAÇÃO INDUSTRIA LTDA MÉDIA TENSÃO LOJA ELÉTRICA LTDA CENTELHA Albernaz Electric Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW SANTA RITA REI MATERIAIS ELETRICO LTDA
Treinamento técnico para os clientes
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Principais produtos que comercializa
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
80
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X X X X X X X
X X X X X
X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
81
X
X X X X
X X X X X X X X X
X X X X X X X X
X X
X X X X X X X X X X X X
X X
X X
X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X
X X X X x x x
X x
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x
X X X X X X X X X X X X X X X X X X x
X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X
X X x
x
x
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x
X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x x x x
Outros
X X X X X X X X X X X X
Consumidor final
X X X X X X
Empresas públicas
Instaladoras
Construtoras
Indústria em geral
Concessionárias de energia elétrica
Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
Importações diretas de produtos
X X X
Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
Outros
X X
Empresas de manutenção
X
Equipamentos de proteção individual e coletiva
UF SP SP SP SC BA SP SP SP ES PR RJ AM AM PR PR PR PR RS RJ
Ferramentas
Cidade Jundiaí Jundiaí Jundiaí Lages Lauro de Freitas Leme Limeira Limeira Linhares Londrina Macaé Manaus Manaus Maringá Maringá Maringá Maringá Natal Nova Iguaçu Outras regiões
Automação industrial
Site www.cetti.com.br www.cobrace.com.br www.comesp.com.br www.coisarada.net www.centelhario.com.br www.darozeletricidade.com.br www.dimensional.com.br www.peu.com.br www.onixcd.com.br www.eletrotrafo.com.br www.polarb2b.com www.baeletrica.com.br www.legrand.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.eletropainel.com.br www.onixcd.com.br www.onixcd.com.br www.eletroforconecta.com.br www.apscomponentes.com.br
Automação comercial
Telefone (11) 4527-4500 (11) 95405-4500 (11) 3379-5500 (49) 3251-9000 (71) 3186-3666 (19) 3573-6900 (19) 3446-7400 (19) 3404.3660 (27) 3371-0727 (43) 3520-5000 (22) 2105-7755 (92) 2125-8000 (11) 5644-2439 (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3027-9868 (44) 3233-8557 (84) 3311-3000 (21) 2667-1443 (11) 5645-0800
Principais clientes
Empresas de engenharia
CETTI COBRACE Comesp Comercial Elétrica Ltda COISARADA ELETRICIDADE LTDA CENTELHA DA ROZ DIMENSIONAL PEU Onix Distribuidora ELETROTRAFO Polar Materiais Elétricos BA ELETRICA LTDA Legrand Eletropainel EletroPainel EletroPainel Onix Distribuidora Onix Distribuidora ELETROFOR CONECTA APS
Automação residencial
Empresa
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
Principais produtos que comercializa
Treinamento técnico para os clientes
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
X X X X X X X X X X X X X X X X X X x x
X X X
x
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
X X X X X X
X
X X X X X X
X
X
X
X X X X
X X X X
X X X X X X X
X X
X X X X X X X
X
X X X X
X X X X
X X X X X X
X X X
X X X
X X X
X
X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X x x x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X
X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X
X X
X X X X x X X X X
X X X X
X X X X
X X X X X X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X
X X
X X
X X X X
X
X X X X
X
X X X X X x
X
X X X
X
X X
X X
X x
X
x X X
X X X
X X
X
X
X X X X X X X
X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x x x x x x x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Outros
Consumidor final
Empresas públicas
X
Empresas de manutenção
X
Empresas de engenharia
X X
Instaladoras
X X
Construtoras
X
Indústria em geral
X
Concessionárias de energia elétrica
Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
Importações diretas de produtos
X X X X X X X X X X X X X X X X X
X
X X X
X
X X X X X X
X
X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x X X X X X X X X X X X X X X X X X
Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
X
X
X X
Outros
X X X X X
Principais clientes
Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
X X X X
Equipamentos de proteção individual e coletiva
UF SC SC PR PA SP MG RS RS RS RS RS RS RS RS SC PE PE PE PE SP RJ RJ RJ RJ RJ RJ RJ BA BA BA PR SP SP SC SP PR SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP
Ferramentas
Cidade Palhoça Palhoça Paranavaí Parauapebas Piracicaba Poços de Caldas Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Belo Recife Recife Recife Recife Ribeirão Preto Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Salvador Salvador Santa Catarina Santos São Bernardo do Campo São José São José do Rio Preto São José dos Pinhais São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo
Automação industrial
Site www.onixcd.com.br www.santarita.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimexbr.com www.peu.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.dimensional.com.br www.grupopolicom.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.legrand.com.br www.onixcd.com.br www.plenobras.com.br www.realcenter.com.br www.santarita.com.br www.womatel.com.br www.dimexbr.com www.neblina.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.centelhario.com.br www.coloniallustres.com www.neblina.com.br www.grupopolicom.com.br www.legrand.com.br www.polarb2b.com www.suldistribuidora.com.br www.everestnet.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.andra.com.br www.berteleletrica.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.elos.com.br www.alphamarktec.com.br www.andra.com.br www.apscomponentes.com.br www.casaferreira.com.br www.dimel.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dimensional.com.br www.neblina.com.br www.embramataltatensao.com.br www.grupopolicom.com.br www.histeccomercial.com.br www.salfatis.com.br www.jmc.com.br www.kienzle-haller.com.br www.legrand.com.br www.megabras.com www.nofercoex.com.br www.omicronservice.com.br www.pandaeletrica.com.br www.polarb2b.com www.safebysafe.com.br
Automação comercial
Telefone (48) 3259-8468 (48) 3342-8100 (44) 3424-7327 (94) 3356-1278 (19) 3437.3030 (35) 3714-2660 (51) 3271-1404 (51) 99129.9215 (51) 3094-5407 (11) 5644-2439 (51) 3395-5235 (51) 2101-6800 (51) 3363-4700 (51) 3337-6400 (47) 3369-6393 (81) 2123-2300 (81) 3479-7100 (81) 3037-0727 (11) 5644-2439 (16) 2102-5444 (21) 2195-7658 (21) 3860-2688 (21) 3534-8600 (21) 3888-3727 (11) 5644-2439 (21) 3570-4944 (21) 3866-0055 (71) 3311-4500 (71) 3347-1545 (11) 5644-2439 (47) 99196-7759 (13) 3040-7000 (11) 2198-0825 (48) 3241-9100 (17) 3224-3471 (41) 3383-9290 (11) 2782-3200 (11) 3855-7000 (11) 5645-0800 (11) 3324-3099 (11) 2884-3883 (11) 3229-4044 (11) 2137-7500 (11) 2902-1070 (11) 3643-6953 (11) 3619-1600 (11) 2098.0371 (11) 2065-0800 (11) 3018-0500 (11) 3312-8544 (11) 3358-8000 (11) 2249-9606 (11) 5644-2439 (11) 3254-8111 (11) 3473-3913 (11) 5061-8566 (11) 5525-3320 (11) 3181-8545 (11) 2609-0600
Automação residencial
Empresa Onix Distribuidora SANTA RITA SULMINAS FIOS E CABOS DIMEX PEU SULMINAS FIOS E CABOS DIMENSIONAL GRUPO POLICOM Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Legrand Onix Distribuidora Plenobras Realcenter Materiais Elétricos SANTA RITA WOMATEL DIMEX Grupo Mater Onix Distribuidora Legrand Eletro Transol CENTELHA COLONIAL LUSTRES Grupo Mater GRUPO POLICOM Legrand Polar Materiais Elétricos Sul Distribuidora EVEREST ELETRICIDADE Onix Distribuidora Legrand Grupo Santa Clara Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos Bertel SANTA RITA Onix Distribuidora ELOS Alpha Marktec Materiais Elétricos Andra Materiais Elétricos APS CASA FERREIRA Comercial Dimel Ltda COMERCIAL GONCALVES EQUIP. MEDICAO LTDA Comesp Comercial Elétrica Ltda Crossfoxeletrica DIMENSIONAL Grupo Mater Embramat GRUPO POLICOM Histec Comercial IRMÃOS SALFATIS JMC Comercial Elétrica LTDA Kienzle Controls Legrand MEGABRÁS Noferco Omicron Service PANDA Polar Materiais Elétricos SAFEBYSAFE EQUIPAMENTOS
Treinamento técnico para os clientes
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Principais produtos que comercializa
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
82
X X X X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x x X X X X X X X X X X X X X X X X
83
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
X X X X X X X X X
X X X X X X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X
X X X
X X
X X X
X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X
X
X X
X
X
X
X X X
X X
X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Outros
Consumidor final
Empresas públicas
Empresas de manutenção
X X X X
Empresas de engenharia
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Instaladoras
X X X
Construtoras
X
Indústria em geral
X
Concessionárias de energia elétrica
X X
Treinamento técnico para os clientes
Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
Importações diretas de produtos
X X X
Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
X X
X X X X X X X
Principais clientes
Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
X X X X X
Outros
SP SP SP SP SP SP SP ES ES ES SP SP SP SP SC PR MG MG MG ES ES
Equipamentos de proteção individual e coletiva
UF
São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Serra Sorocaba Sorocaba Taubaté Terra Preta Tijucas Toledo Uberlândia Uberlândia Uberlândia Vitória Vitória
Ferramentas
Cidade
www.sonepar.com.br www.suldistribuidora.com.br www.supereletrica.com.br www.sensorestenet.com.br www.unionsistemas.com.br www.dimexbr.com www.everestnet.com.br www.alphamarktec.com.br www.centelhario.com.br www.dimexbr.com www.omicronenergy.com www.proautomacao.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.lugo.com.br www.santarita.com.br www.eletricadz.com.br www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.lojaeletrica.com.br www.neblina.com.br www.eletromil.com.br
Automação industrial
Site
(11) 2165-8244 (11) 5641-7288 (11) 3931-0522 (11) 2098-4500 (11) 3512-8910 (11) 5018-1030 (11) 2902-4700 (27) 3064-8100 (27) 2123-5700 (27) 3421-1000 (15) 99740-1333 (15) 3031-7400 (12) 3602-1196 (11) 4486.8400 (48) 3263-0352 (45) 3125-9400 (34) 4009-3800 (34) 3256-4944 (34) 3293-8800 (27) 2104-0812 (27) 3357-1000
Automação comercial
Telefone
Sonepar Brasil Sul Distribuidora SUPERELETRICA Tenet do brasil UNION DIMEX EVEREST ELETRICIDADE Alpha Marktec Materiais Elétricos CENTELHA DIMEX OMICRON Proauto SULMINAS FIOS E CABOS LUGO SANTA RITA Eletrica DZ COMERCIAL ELETRICA DW Elétrica Cidade Ltda LOJA ELÉTRICA LTDA Grupo Mater Eletromil
Automação residencial
Empresa
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
Principais produtos que comercializa
X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Por Eng. Normando V.B. Alves*
Eletrodo de aterramento de PDA Parte 1 Apresentação
Quando
se
finalidade. fala
em
aterramento,
De acordo com o caso você terá de
normalmente os profissionais da área
atender a uma ou mais normas técnicas para
arrepiam, pois existem tantas crenças e
verificar a necessidade desse aterramento.
tabus nessa área que chega a ser hilário. A
Como o leque de opções ficou muito
ideia deste artigo é falar sobre aterramento,
amplo, iremos fechá-lo um pouco e focar
focado em PDA - Proteção contra Descargas
mais na PDA.
Atmosféricas, mas a maioria dos conceitos podem ser estendidos para outras áreas,
Aterramento de PDA
mas não obrigatoriamente.
Quando
precisamos
desenvolver
A
teve
nova
norma
algumas
NBR
alterações
5419/2015 em
relação
um projeto de aterramento, a primeira
á versão anterior de 2005 no item
informação a saber é qual a finalidade
de dimensionamento do eletrodo de
desse aterramento. Ele poderá ser para
aterramento
PDA,
definição deste.
Instalações
elétricas
de
Baixa,
e
vamos
começar
pela
Subestações,
Apenas gostaria de lembrar que uma PDA
linhas de transmissão, drenar estática etc.
- Proteção contra Descargas atmosféricas
Para cada uma dessas situações existem
é subdividida em SPDA - Sistema de
particularidades que têm de ser levadas
Proteção contra Descargas Atmosféricas
em consideração, para garantir que o
e MPS - Medidas de Proteção de Surtos,
aterramento projetado irá atender a essa
conforme esquema da norma abaixo.
Média ou Alta Tensão,
85
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Definições retiradas da Norma NBR5419/2015-3
Nesse artigo iremos falar sobre o subsistema
de
aterramento
e
vamos
começar pelas principais funções deste subsistema dentro do SPDA. Vejamos algumas definições da norma:
Introdução
“A finalidade de um eletrodo de
aterramento é dispersar a corrente da descarga atmosférica na terra, por meio do subsistema de aterramento.”
“Uma vez iniciada uma construção em
um determinado local, o acesso restrito ao solo e á armadura de aço das estruturas dificulta o aproveitamento desses elementos como componentes naturais do SPDA, notadamente o subsistema de aterramento.”
“Por esta razão, a resistividade e tipo do
solo devem sempre ser considerados nos estágios iniciais, sendo estas informações fundamentais para o projeto do sistema de aterramento e que podem exigir adequações no projeto da estrutura da fundação.” *Eng. Normando V.B. Alves é Diretor de Engenharia da Termotécnica Continua na próxima edição
86
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Por Ivan Nunes Santos e Andréia Crico dos Santos*
Uma forma de onda cada vez mais distorcida Na
contemporaneidade,
o
setor
de fornecimento, quanto do produto
elétrico mundial se depara com constantes
energia elétrica.
desafios, os quais são provenientes, em
suma, das seguintes questões: necessidade
percebe-se
de substituição do uso de fontes de
de
energia
Quando da avaliação deste cenário, que
normas
apesar
voltadas
à
da
existência
garantia
do
combustíveis
fornecimento de energia com qualidade,
fósseis por fontes renováveis, inserção
não necessariamente a forma de onda
de novas tecnologias ou melhoramentos
é
tecnológicos
do
considerando tais mudanças, na sequência
sistema elétrico (geração, transmissão e
são enumerados os principais fatores
distribuição) e obrigação de garantir o
que contribuem para a perda do formato
fornecimento de energia elétrica de forma
senoidal da onda elétrica de corrente e
contínua e com coeficientes aceitáveis de
tensão.
provenientes
nos
de
distintos
níveis
a
preocupação
primária.
Assim,
qualidade.
No que se refere à substituição de
Geração
fontes poluentes por renováveis, esta
meta está alinhada com o compromisso
vertiginoso da geração eólica de energia
assumido
do
elétrica, sendo, no Brasil, representado
mundo, incluindo o Brasil, para diminuição
por uma verdadeira explosão de novas
da emissão de gases que contribuem
conexões na região Nordeste. Em sentido
para o efeito estufa. Já sobre o segundo
ascendente também está a geração de
elemento ressaltado, qual seja, inserção de
energia a partir de fazendas fotovoltaicas.
novas tecnologias, pode-se mencionar o
Segundo a Agência Nacional de Energia
surgimento e a difusão das chamadas redes
Elétrica, a geração eólica já representa
elétricas inteligentes (Smart Grids), além do
mais de 8% da matriz energética nacional.
barateamento de tecnologias já existentes
Estas duas formas de geração renováveis
empregadas em nível de transmissão,
possuem interfaceamento com a rede via
tais como sistema HVDC’s (High Voltage
conversores de potência e representam
Direct Current) e FACT’s (Flexible AC
importantes potenciais de geração de
Transmission Systems). Com relação ao
correntes não lineares, o que exige especial
terceiro aspecto mencionado, é simples
atenção, por parte do Operador Nacional
perceber que a necessidade de garantir o
do Sistema Elétrico Brasileiro, quando de
suprimento de energia elétrica advém da
suas conexões.
pelas
principais
nações
Neste quesito verifica-se o crescimento
correlata dependência de praticamente todos os setores da sociedade para com
Transmissão
esta, fato que leva ao estabelecimento de
regulamentações cada vez mais severas
conforme já mencionado, o crescimento
associadas tanto à qualidade dos serviços
do número de elos de HVDC’s no Sistema
No sistema de transmissão tem-se,
Espaço SBQEE
87
Interligado Nacional (SIN). Neste tocante,
sintetizadores de energia de uma forma
geração distribuída no Brasil, promovida
destacam-se as linhas do Complexo Rio
geral.
principalmente por sistemas fotovoltaicos interfaceados via conversores eletrônicos.
Madeira à Araraquara e também as redes provenientes de Belo Monte até a região
Distribuição
Sudeste. Verifica-se também o surgimento
Esta é, sem dúvidas, a área do sistema
sistemas armazenadores de energia, os
de novas estações back-to-back, a exemplo
elétrico
as
quais são esperados em todos níveis do
das instaladas em Porto Velho para conexão
principais mudanças. Assim, pode-se citar
sistema elétrico, atuando também de
de geração à região Norte. Tais dispositivos
a automação industrial que traz consigo
modo não linear.
possuem características não lineares, sendo
o emprego massivo de ASD’s (Adjustable
potenciais geradoras de distorções.
Speed Drives) para controle de velocidade
afirmar que a manutenção da forma de onda
e
senoidal em nosso sistema elétrico de potência
Outros elementos estão sendo inseridos
onde
torque
de
estão
ocorrendo
motores
empregados
Salienta-se, ainda, o surgimento de
Portanto, diante do exposto, podemos
à rede básica com o objetivo de otimizar
em sistemas de esteiras, ventilação e
demandará
a operação, aumentar a confiabilidade
bombeamento, os quais provêm, via de
dos agentes reguladores, concessionárias,
e estabilidade, mas, ao mesmo tempo,
regra, correntes harmônicas. Percebe-se
consumidores e pesquisadores da área.
podem causar distorções harmônicas por
também o advento do veículo elétrico
terem operação caracterizada pela não
que possui carregamento com potencial
*Ivan Nunes Santos é professor e pesquisador na
linearidade. Dentre estes dispositivos estão
geração de distorções harmônicas nas
Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade
FACT’s, que flexibilizam a transferência
redes de distribuição, além da substituição
Federal de Uberlândia (FEELT/UFU) - Núcleo de
de energia, e equipamentos que visam a
de sistemas de iluminação e uso cada
Qualidade da Energia Elétrica - www.nqee.com.br
melhoria dos níveis de tensão com controle
vez maior de produtos com alto grau de
Andréia Crico dos Santos é professora no
eletrônico de reativo, tal como os DVR’s
eficiência em ambientes residenciais e
Instituto Federal de Educação, Ciência e
(Dynamic Voltage Regulator), Statcom’s
comerciais. Outra importante questão é
Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) e
(Static
o crescimento quase que exponencial da
estudante de doutorado na FEELT/UFU
Synchronous
Compensator)
e
esforços
cada
vez
maiores
88
Ponto de vista 1
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Dados abertos: passaporte do setor elétrico brasileiro para a quarta revolução industrial A
aceleração
dos
acontecimentos
Todas estas tecnologias precisam de
políticos, sociais, militares e tecnológicos
Terabytes de dados para funcionar em
das últimas três décadas está conduzindo ao
sua plenitude, transformando “dados”
surgimento de uma nova fase da revolução
na nova matéria prima do Século 21.
industrial, a chamada 4ª Revolução Industrial
Tecnologias como as de redes wireless
ou Indústria 4.0. A escala, o escopo e a
de sensores baratos das mais diversas
complexidade dessa nova revolução serão
grandezas
diferentes de tudo aquilo que a humanidade
nuvem de dados permitem a produção e o
conheceu até o momento, transformando
armazenamento de dados na quantidade
profundamente os atuais modos de vida,
e velocidade necessárias às tecnologias
trabalho e relacionamento da sociedade
da 4ª revolução.
(Schwab, K., 2016).
Para
e
de
que
a
armazenamento
sociedade
em
possa
se
O setor elétrico é um dos melhores
beneficiar de novos produtos e serviços
exemplos das transformações decorrentes
desenvolvidos a partir desta massa de
dessa Revolução. Os principais motores das
dados enorme é fundamental possibilitar o
transformações radicais por que este setor
acesso por todos os atores da sociedade
passa são: a preocupação da sociedade
aos
com as consequências do aquecimento
produzidos.
global; a diminuição exponencial dos custos
A
e a melhoria contínua do desempenho
International”
das tecnologias de energia distribuída; a
“Dados Abertos”, segundo o qual “os
mudança do papel do consumidor de um
dados
ator passivo para outro ativo, possibilitando
pessoa pode livremente acessá-los, utilizá-
a criação de novos negócios criativos no
los, modificá-los e compartilhá-los para
setor e; o envelhecimento das instalações
qualquer finalidade, estando sujeito, no
do atual sistema elétrico.
máximo, a exigências que visem preservar
Estas
mudanças
impulsionadas
pelo
estão
sendo
surgimento
e
Terabytes
de
organização
são
lançou abertos
dados
atualmente
“Open
Knowledge
o
conceito
quando
de
qualquer
sua proveniência e sua abertura” (Portal Brasileiro de Dados Abertos).
maturação de tecnologias disruptivas, tais
como: “Smart grid”; Cidades inteligentes;
para os dados produzidos pelos governos,
Internet das coisas; Inteligência artificial
de modo que a sociedade e as empresas
e
Data”;
possam criar valor com os mesmos. Isto
Aprendizado por máquina; “Deep learning”;
é aceito pelas sociedades da maioria dos
Supercomputadores de bolso e “Digital
países democráticos, tais como os Estados
twin”.
Unidos, os da União Europeia e o Brasil.
computação
cognitiva;
“Big
Tal conceito foi pensado inicialmente
89
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
O conceito de Dados Abertos também
eólicos brasileiros, que enviam os dados
conscientes de deter 100% do mercado
se aplica àqueles de propriedade de
das máquinas, adquiridos on-line, para
promoveram um loteamento do mesmo e
empresas, mas elas relutam em compartilhar
centros de controle no exterior, sendo que
quase nada investiram em tecnologia da
seus dados com o governo e o público em
muitas vezes ou os próprios proprietários
inovação, sob as bênçãos do Estado.
geral, não somente por razões legítimas
dos parques não têm acesso a tais dados
de fornecer dados sensíveis das áreas
ou são impedidos por contrato de divulgá-
Industrial, é fundamental que a sociedade
comerciais e tecnológicas, mas também
los.
brasileira perceba que Dados Abertos são
de possíveis riscos com problemas de
Em geral, a razão alegada para a não
as novas “matérias primas” desta nova
privacidade dos dados e com os custos de
disponibilização de tais dados é que,
Revolução. Como os responsáveis pelo
tornarem os seus dados brutos em Dados
mesmo que eles sejam fundamentais para
bem estar da sociedade brasileira são
Abertos.
a sociedade, eles são protegidos por lei,
os brasileiros e o fracasso do Brasil em
Atualmente, no limiar da 4ª Revolução
Uma grande barreira a ser transposta
visto que são produzidos por empresas
aproveitar esta nova janela de oportunidade,
nessa área de Dados Abertos é a cultura
particulares. Tal argumento é, no mínimo,
é fundamental que atores representantes de
da sociedade brasileira, tanto dos governos
duvidoso, visto que praticamente toda usina
todos os setores da sociedade brasileira,
quanto das empresas de “dados só meus”.
no Brasil é construída com financiamento
tais como os setores público e privado,
Para exemplificar esta cultura no setor
do Banco Nacional de Desenvolvimento
a sociedade civil, o setor produtivo e a
elétrico podemos citar: concessionárias
Econômico e Social, que é extremamente
universidade, participem de maneira crítica,
de distribuição que não fornecem para o
subsidiado pela sociedade brasileira. Além
criativa e colaborativa para garantir que os
público em geral os dados do seu sistema
disso, se uma lei prejudica a sociedade,
dados produzidos no Brasil sejam Dados
elétrico; o banco de dados de vento dos
que se modifique a lei.
Abertos.
parques eólicos brasileiros que a Empresa
de Pesquisa Elétrica – EPE – mantém com
da Terceira Revolução Industrial e, quando
Referências
dados, entre outros, de médias de vento
decidiu participar dela, o fez com estratégias
– (Portal Brasileiro de Dados Abertos).
que a cada 15 min só disponibiliza para
que não alcançaram, nem de longe, os
O que são dados abertos?. Disponível
o público um dado agregado de ventos
resultados esperados. Apenas para ilustrar
em
mensais por Estado, que é praticamente
podemos citar a “Reserva de Mercado
abertos>. Acesso em 23/10/2018.
inútil para os estudos e pesquisas; o mesmo
de Informática” e a “Nacionalização” de
– (Schwab, K., 2016). A Quarta Revolução
ocorre com bases de dados mantidas pelo
praticamente todos os produtos utilizados
Industrial. São Paulo, SP – Edipro 2016.
Operador Nacional do Sistema (ONS)
no Brasil. Como consequência, nosso País
sobre unifilares, dados operativos etc. de
não conseguiu obter os ganhos sociais e
Prof. Geraldo Martins Tavares, D.Sc.
usinas, aos quais o público em geral não
econômicos que seriam possíveis com sua
é Professor Titular do Departamento
tem acesso, e empresas fabricantes dos
inserção plena nesta revolução. Na prática,
de Engenharia Elétrica da UFF. E-mail:
aerogeradores implantados em parques
o que se viu foram empresas brasileiras que
geraldotavares@id.uff.br
O Brasil demorou a perceber o início
<http://dados.gov.br/pagina/dados-
90
Quadros e painéis
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos |nunziante@gimi.com.br
A cor do meu painel interfere na sua performance?
Muitas vezes, leitores perguntam: em
ele foi concebido para trocar ar para sua
um conjunto de manobra e controle, tanto
refrigeração, não somente emissão de
de baixa como de alta tensão, o que inclui
infravermelho por seu invólucro.
barramentos blindados, o grau de proteção
do invólucro interfere na performance e no
serem resfriados pelo fluxo contínuo de
funcionamento do equipamento? Vejamos...
ar,
Capacidade de troca de calor de um
como por exemplo os produtos com grau
equipamento elétrico, grande parte das
de proteção IP-31, quando submetidos
vezes, é função da quantidade de ar que
aos ensaios na posição horizontal, devem
este equipamento troca com o meio ao seu
ser reclassificados quanto à capacidade
redor, certo? Assim sendo, se um quadro,
de condução de corrente se instalados
cubículo ou barramento blindado tiver grau
na
NBR-16019
elaborado para os barramentos blindados
de proteção menor, em tese ele terá uma
de 05/12/2011, os barramentos desta
no parágrafo acima, um painel ou cubículo
ventilação melhor que outro com grau de
situação
desclassificados
dimensionado para resfriar-se por meio de
proteção maior, o que pode significar que
a 80% de sua capacidade nominal. É
fluxo de ar contínuo, forçado ou natural,
ele tem uma performance térmica mais
compreensível
a
com o meio externo é substancialmente
adequada e portanto, funcionaria mais “frio”.
ventilação com o produto na vertical é
mais barato do que um quadro ou cubículo
absolutamente
o
que troca calor com o meio externo por
esclarecer melhor. Se um equipamento
fluxo de ar é significativamente menor
meio de radiação infravermelho de seu
for dimensionado para manter seu nível
em comparação com o fluxo quando a
invólucro.
de performance dentro dos parâmetros
peça está na horizontal. Barramentos
de temperatura previstos nas Normas
blindados não ventilados não devem ser
é o leitor definir com precisão o grau de
do equipamento, por exemplo a NBR-
desclassificados
na
proteção do invólucro que sua instalação
IEC-61439-1 para quadros e barramentos
vertical pois independem de fluxo de ar
realmente necessita; e a segunda é que,
blindados
para refrigeração.
determinado esse grau de proteção IP,
IEC-62271-200 para cubículos de média
No tocante a quadros e cubículos, é
busque
tensão, dependente de ventilação com
necessário especificar adequadamente o
produto
troca de ar com o meio externo, então
grau de proteção requerido na instalação
ensaios pertinentes neste grau de proteção
significa que se interrompermos este
pois a diferença de preços entre um
IP desejado, não aceitando extrapolação
fluxo de ar seguramente interferiremos
painel IP-3x com um IP-54 pode chegar
pois, como vimos, uma coisa é uma coisa
diretamente em sua performance, porque
a 100%! Seguindo o mesmo raciocínio
e outra coisa é outra coisa!!! Boa leitura!
Vamos esmiuçar um pouco mais para
de
baixa
tensão
e
NBR-
Ainda nos produtos concebidos para barramentos
vertical.
blindados
Segundo
devem
ser
esta
a
ventilados,
exigência
comprometida
quando
pois pois
aplicados
Então, ficam duas dicas: a primeira
fabricantes efetivamente
que
tenham
seu
submetido
aos
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
91
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
“JUNTA, SEPARA...”
Não é por acaso que “aterramento
exclusivo para cada tomada...”, como se
A
elétrico” é um tema recorrente. Após
todos os formatos existentes até hoje que já
convenientemente conectados todos os
terminar um curso para aproximadamente
possuem três pinos tivessem nesse terceiro
componentes
30 engenheiros constatei que muitos deles
pino um objeto de adorno ou um “pino guia”
(energia, voz, dados, TV etc.), elementos
continuavam a ter como referência, quase
para facilitar o encaixe dos demais.
metálicos
que tatuada em suas mentes, o conceito da
(blindagens, tubos metálicos etc.) e as
separação dos eletrodos de aterramento das
uma parte da instalação elétrica que fica
descidas do SPDA.
instalações de energia, de sinal e do SPDA
enterrada e, portanto, não tem relação direta
O segredo não está na separação
– Sistema de Proteção contra Descargas
no terceiro pino da tomada, seja qual for o
dos eletrodos para o aterramento de cada
Atmosféricas, em uma mesma edificação.
padrão utilizado.
componente, mas na forma como todos os
Seja por exigência absurda de um
As Normas da ABNT - as NBRs
componentes devem ser conectados a esse
fabricante que alega não dar garantia ao
5410, 5419, 14039 e 15751 - definem
eletrodo único. O ponto principal de conexão
equipamento fornecido se o mesmo não
os
deve ser, em primeira instância, o Barramento
possuir o seu eletrodo exclusivo, com “x”
sistema
de
de Equipotencialização Principal – BEP, ou
Ohms de resistência elétrica, ou por falta
proteção (PE), condutor e barramento de
demais denominações dadas a essa peça,
de acesso à informação, a idéia de que
equipotencialização, bem como a forma
cuja correta forma de localização e utilização
eletrodo de aterramento deve ser único para
correta de suas aplicações.
podem ser encontradas nas Normas já
a edificação e servir a todas as instalações
Conhecendo as informações contidas
citadas.
elétricas (energia, sinal e SPDA) existentes
nessas Normas, consideremos como exemplo
Desta maneira podemos afirmar que
continua de certa forma obscura perante
um eletrodo de aterramento de um prédio
é tão absurda a separação do eletrodo de
grande parte da comunidade técnica nacional.
comercial de 15 andares, com 20 metros de
aterramento em uma mesma edificação
O
Eletrodo de aterramento é por definição
termos: de
eletrodo
de
aterramento,
aterramento, condutor
este
eletrodo das
que
devem
instalações adentrem
o
estar elétricas prédio
e
largura e 50 de comprimento. Se o eletrodo
quanto à interligação direta entre a armadura
mal interpretado que basta surgir algum
de aterramento projetado for constituído por
estrutural do pilar e o terceiro pino da tomada
evento que movimente a mídia, ainda que
um condutor de cobre, o mesmo deve seguir
de energia, por exemplo, no décimo andar
sem relação direta com o assunto, para
as seguintes especificações mínimas:
da mesma, afinal acredita-se que ninguém
problema
é
tão
contundente
em sã consciência queira seu equipamento
começarem as especulações. Com relação ao padrão brasileiro de tomadas que consta
- ter seção transversal igual a 50 mm²;
energizado com correntes impulsivas quando
da ABNT NBR 14136 - Plugues e tomadas
- circundar toda a edificação na forma de
da ocorrência uma descarga atmosférica,
para uso doméstico e análogo até 20 A/250
um anel fechado, preferencialmente se
correto? A maior certeza nisso tudo é que,
V em corrente alternada – Padronização,
distanciado da mesma de 1 m;
de formas diferentes, acontecerá exatamente
cheguei a ouvir o seguinte disparate: “... tá
- estar enterrado, no mínimo, a 0,5m de
isso nos dois casos!
vendo, agora é obrigatório ter um aterramento
profundidade.
O maior risco é o da desinformação!
92
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
A importância do ponto de conexão – parte 2 2017
e medidores nos pavimentos conectados
ponderações
em rede de comunicação que evitam a
sobre a importância do ponto de conexão
função de leitura manual, além da própria
A necessária integração das instalações e informações entre as distribuidoras e os consumidores
ou ponto de acoplamento comum entre as
viabilidade com vistas às
instalações
Os requisitos de controle do sistema,
distribuidoras e os consumidores, sejam
elétricas. Os “segmentos” da instalação em
aspectos de gestão das cargas e da
eles quais forem, desde residências até
que são instaladas as linhas elétricas e outros
monitoração da qualidade de energia dependem
grandes indústrias, cada qual com as suas
componentes antes da medição são também
de uma integração mais próxima entre as
particularidades. O artigo está disponível no
tratados por “correntes não medidas” e
distribuidoras e consumidores. Esta integração
link:
outras terminologias assemelhadas.
depende do atendimento das necessidades
Na
edição
apresentávamos
de
outubro
algumas
de
https://www.osetoreletrico.com.br/
importancia-do-ponto-de-conexao/. Um ano
das duas partes e a conveniente troca de serviços,
além daqueles tratados no cumprimento dos
Os desafios dos novos usos da eletricidade, automação, smart-grid e IoT
limites e desafios com a geração distribuída
Os novos modelos de fornecimento e uso
alimentar seus instrumentos de monitoração
na oportunidade desenvolvidos.
da eletricidade têm uma natural relação com
e controle, gerenciar suas cargas, garantir
os modelos de instalações a serem aplicados,
que a demanda está conforme a previsão e
Medições elétricas e instrumentação
pontos de conexão, medição de energia e
mesmo acionar os seus filtros junto ao ponto de
Os modelos clássicos de alimentação
outros, assim como a geração distribuída
conexão, a distribuidora certamente faria bom
das instalações por parte das distribuidoras
prescinde da medição “bidirecional” que
uso da informação disponível nestes sistemas
possuem logo após o ponto de conexão ou
possibilita a leitura da energia consumida
implantados pelos clientes por meio do acesso
de acoplamento um sistema de medição
pela carga e gerada pela fonte do mesmo
ao comportamento das variáveis elétricas em
relacionado ao faturamento da energia. Este
consumidor, mantendo-se a inviolabilidade de
tempo real e histórico no ponto de conexão,
sistema deve ser inviolável e de acesso
acesso às “correntes não medidas”.
aspectos de qualidade de energia e interrupções
permitido somente à própria distribuidora
Novos desafios estão chegando ao
de fornecimento (DIC, FIC, FI), atendimento as
que ainda fornece ou afere os TC´s e outros
mercado e as novas instalações deverão
normas, forma de uso de sua infraestrutura e
acessórios se aplicáveis. Naturalmente, os
estar prontas não só para serem conectadas
outros pontos que possam ser disponibilizados.
sistemas de conexão, medição e distribuição
a sistemas próprios de GD, mas a sistemas
O paradigma da inviolabilidade deve ser
da energia variam em função das distintas
de armazenamento de energia (storage),
repensado, mantendo naturalmente a qualidade
tipologias da alimentação, níveis de tensão
como também para alimentar e se conectar,
e confiabilidade da instalação, porém de forma
de alimentação, existências de subestações
por exemplo, a estações de carregamento de
que busque uma gestão mais integrada. Os
próprias e mesmo o desenvolvimento de
baterias para carros elétricos que também
recursos atuais permitem tal avanço. Basta
outros modelos mais novos que são adotados
poderão ser aplicados na alimentação das
coragem e disposição! Em tempo: operação
em função da disponibilização e maturação
cargas da instalação (agora fonte e não mais
ilhada sem distribuidora, pense antes na potência
das tecnologias, como os sistemas prediais
carga). Um grande “troca-troca” de energias,
de curto circuito, instrumento fundamental para a
em baixa tensão com barramentos blindados
tarifas e regulações.
regulação da tensão adequada.
depois, vale a pena revisitar o assunto, uma vez que outros pontos devem ser reavaliados,
disponibilidades
e
informações
técnicas. Enquanto o consumidor precisa de sinais de TC´s e TP´s das distribuidoras para
94
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Motores elétricos “Ex”: Requisitos sobre serviços de reparo, revisão e recuperação paquímetros;
do motor; medições de níveis de vibração em
prestação de serviços certificadas para a
• Sistema de Gestão da Qualidade, com base
motores; soldagem; usinagem; metalização;
execução de reparo e recuperação de motores
nos requisitos da Norma ABNT NBR ISO 9001;
embuchamento
“Ex”
que
• análise crítica de contratos de clientes para
térmicos; ensaios não destrutivos; tratamentos
possuem os necessários recursos, experiências,
prestação de serviços de reparo e recuperação
superficiais em eixos e mancais de buchas de
conhecimentos e habilidades para realizar tais
de motores “Ex”;
deslizamento; sistemas de pintura de invólucros
serviços de forma competente e segura.
• sistema de arquivamento e rastreabilidade dos
e de carcaças, de acordo com os requisitos
relatórios dos trabalhos executados de reparos e
do local de instalação, tais como ambientes
motores “Ex” certificadas devem possuir pessoal
recuperação;
industriais agressivos e instalações marítimas
devidamente treinado, qualificado e certificados,
• controle de matérias primas (vernizes, tintas,
(“offshore”).
de forma a possuírem os conhecimentos,
materiais consumíveis para soldagem, fios para
habilidades e competências necessárias para a
reenrolamento de motores);
recuperação é particularmente aplicável em
execução das atividades de recuperação para
• procedimento de obtenção de sobressalentes
máquinas elétricas girantes “Ex”, em função
as quais são responsáveis. Além dos devidos
dos fabricantes originais dos motores “Ex”,
de seu elevado custo, o que torna técnica
recursos humanos necessários (técnicos e
quando disponíveis;
e economicamente viável a recuperação de
engenheiros executantes e supervisores), as
• requisitos de subcontratação de serviços
um motor ou de um gerador “Ex” que tenha
oficinas de reparo e recuperação de motores
específicos, tais como soldagem, metalização,
apresentado um defeito. Um motor “Ex” de
“Ex” devem também possuir os recursos físicos
balanceamento e ensaios com carga. As
pequeno porte, com potência da ordem de 5 kW,
requeridos, tais como ferramental, autoclaves
empresas subcontratadas devem ser avaliadas
por exemplo, pode ser facilmente substituído,
para impregnação de verniz a vácuo, máquinas
com relação ao seu Sistema de Gestão da
a um custo viável, em caso de ocorrência de
de balanceamento, sistemas de soldagem,
Qualidade;
uma falha. No entanto, um motor de grande
tornos de usinagem e instrumentos de medição.
• sistema de gerenciamento de documentação
porte, com potência da ordem de 1.000 kW,
Existem
no
mercado
independentes
e
empresas
competentes,
de
As oficinas para reparo e recuperação de
de
tampas;
tratamentos
A execução de serviços de reparo e de
técnica dos motores e arquivamento por um
por exemplo, certamente deve ser reparado ou
competências pessoais dos empregados e
período mínimo de 10 anos;
recuperado, em função de seu elevado custo de
de Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)
• existência de procedimentos de execução de
aquisição e do seu elevado tempo de fabricação.
indicados na Norma ABNT NBR IEC 60079-19,
trabalhos de reparo e recuperação, tanto para
Os
os principais pontos auditados por Organismos
execução no interior da oficina (serviços “on-site”)
recuperação aplicáveis a motores elétricos para
de Certificação “Ex” para assegurar a capacidade
como para os serviços a serem executados fora
atmosferas explosivas estão especificados na
de uma oficina em realizar adequadamente os
da oficina, em campo (serviços “off-site”)
Norma ABNT NBR IEC 60079-19. Podem
Com relação aos requisitos técnicos, de
procedimentos
de
reparo
e
de
ser citadas como exemplos de técnicas e de
serviços de reparo e recuperação de motores “Ex” são os seguintes:
Podem ser citados como exemplos de
processos de reparo e recuperação aplicáveis
• existência de procedimentos de recuperação
procedimentos de reparo e recuperação de
a motores e geradores com tipos de proteção
de partes dos motores “Ex”, tais como tampas de
motores “Ex” requeridos pela empresa de
Ex “pxb”, Ex “pzc”, Ex “eb”, Ex “ec”, Ex “nA”, Ex
invólucros, tampas dos mancais, resistências de
prestação de serviços “Ex” certificada: medições
“tb” ou Ex “tc” ou Ex “db eb”: metalização,
aquecimento e de instrumentos para mancais;
de índices de isolamento e de polarização de
eletrodeposição, embuchamento, brasagem,
• sistema rastreável de calibração de máquinas,
motores; reenrolamento de motores (tal como
soldagem (MMA, MIG, TIG, arco submerso
instrumentos de medição e de testes, calibres e
cópia de enrolamento); balanceamento do rotor
ou fio de adição), costura metálica, usinagem,
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Após a execução dos serviços de reparo
e recuperação de motores “Ex”, atendendo aos requisitos especificados na Norma ABNT NBR IEC 60079-19, deve ser obrigatoriamente fixada na carcaça dos motores “Ex” as devidas plaquetas complementares de marcação de reparo ou recuperação, as quais têm o objetivo de apresentar as informações necessárias para os serviços posteriores de reparo ou recuperação. Estas plaquetas de marcação furação roscada e reenrolamento do estator.
Deve ser ressaltado que existem instalados
de serviços de reparo ou recuperação
Para que os motores “Ex” reparados
em áreas classificadas de diversas empresas
devem indicar uma LETRA “R” no interior de
ou recuperados mantenham a integridade
no Brasil e em outros países do mundo uma
QUADRADO quando os serviços de reparo
dos tipos de proteção “Ex” utilizados no seu
grande quantidade de motores elétricos “Ex”
ou recuperação terem sido executados de
projeto e fabricação, podem ser necessários
para os quais não são mais disponíveis peças
acordo com a documentação de certificação
conhecimentos detalhados do projeto original
sobressalentes, muitas vezes decorrentes do
ou com uma letra “R” no interior de um
do fabricante, os quais podem ser obtidos a
fato de que os fabricantes destes motores não
TRIÂNGULO (com vértice voltado para baixo)
partir de desenhos de projeto e de fabricação
mais se encontram no mercado. Nestes casos,
quando os serviços de reparo ou recuperação
e da documentação de certificação. Quando
a Norma ABNT NBR IEC 60079-19 orienta
não terem sido executados de acordo com a
o motor “Ex” não é enviado para o fabricante
que os serviços de reparo e recuperação sejam
documentação de certificação (nos casos em
original para a execução dos serviços de reparo
efetuados de acordo com as técnicas e os
que tais documentos não sejam disponíveis),
ou recuperação, como ocorre frequentemente
procedimentos especificados naquela Norma,
mas tiverem sido executados de acordo com os
na prática, devem ser atendidos os requisitos
bem como nos requisitos de avaliação e de
requisitos especificados nas Normas da Série
especificados nas Normas específicas sobre
fabricação indicados nas respectivas Normas
ABNT NBR IEC 60079 aplicáveis para os tipos
os tipos de proteção “Ex” aplicáveis ao motor
Técnicas da Série ABNT NBR IEC 60079
de proteção existentes no motor “Ex”, tais como
e quando disponível da documentação de
relacionados com os tipos de proteção “Ex”
ABNT NBR IEC 60079-2 (motores Ex “pyb” ou
certificação do motor “Ex”. Ao completar
aplicáveis ao motor a ser recuperado, levando
Ex “pzc”), ABNT NBR IEC 60079-7 (motores
os serviços de recuperação, a empresa de
em consideração, inclusive, a Edição aplicável à
Ex “eb” ou Ex “ec”) ou ABNT NBR IEC 60079-
prestação de serviços “Ex” deve estar segura
data em que o motor foi fabricado.
31 (motores Ex “tb” ou Ex “tc”).
de que o motor “Ex” está em condições plenas
de serviço e está de acordo com os requisitos
de serviços de reparo e recuperação de
recuperação de motores “Ex” são executados
aplicáveis das normas para os tipos de proteção
motores com tipos de proteção “Ex”, realizados
de acordo com os requisitos especificados
“Ex” incorporados ao motor. Tal conformidade
por oficinas certificadas de acordo com a
na Norma ABNT NBR IEC 60079-19 e
deve ser registrada pelo reparador e mantida
Norma ABNT NBR IEC 60079-19 e com os
nas respectivas Normas adotadas da Série
nos arquivos de serviços e no prontuário das
Documentos Operacionais aplicáveis do IECEx
ABNT NBR IEC 60079 relacionadas com os
instalações, pelos usuários.
(IECEx OD 314-5 e IECEx OD 315-5).
tipos de proteção “Ex” aplicáveis ao motor,
São apresentados a seguir alguns exemplos
Sempre que os serviços de reparo ou
os motores “Ex” são considerados seguros para serem novamente instalados em áreas classificadas, após terem sido reparados ou recuperados. Nestes casos, os respectivos certificados de conformidade dos motores “Ex” permanecem válidos, sem a perda da Plaqueta de marcação complementar aplicada quando os serviços de reparo ou recuperação do motor “Ex” encontram-se em conformidade com os documentos da certificação ou as especificações do fabricante
certificação e sem a necessidade de serem novamente certificados por um Organismo de Certificação, nos casos gerais de serviços de recuperação. Na próxima edição, dando continuidade nesta série de artigos sobre motores elétricos
Plaqueta de marcação complementar aplicada quando os serviços de reparo ou recuperação do motor “Ex” encontram-se em conformidade com os requisitos das Normas ABNT NBR IEC 60079, mas não com os documentos da certificação
para atmosferas explosivas, serão abordados os efeitos dos serviços de reenrolamento na eficiência energética nos motores elétricos “Ex”.
96
Iluminação Eficiente
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Juliana Iwashita é arquiteta, mestre em engenharia elétrica, membro do COBEI/ABNT, ASBAI e IESNA. Especialista da Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO. Professora de cursos de pós-graduação em iluminação e diretora da EXPER Soluções Luminotécnicas juliana@expersolution.com.br
Certificações INMETRO: novos prazos e discussões para certificação de luminárias públicas
Em agosto expirou o prazo inicial estabelecido
pela Portaria no20 do INMETRO -
produtos é 17 de fevereiro de 2019 e a data limite
eficientização da Iluminação pública para as
Instituto
que estes possuem para comercializar luminárias
prefeituras brasileiras.
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia,
públicas não certificadas é 17 de agosto de 2019.
Estiveram presentes ainda representantes
que determinava as regras para certificação
Até o momento nota-se que poucas empresas
do COBEI/ABNT, Eng. Luciano Haas Rosito,
compulsória de luminárias com tecnologia led e
conseguiram a certificação. Em outubro estavam
apresentando
com lâmpadas de descarga para Iluminação de
cadastrados no site do INMETRO apenas 8
e de desempenho de luminárias públicas;
vias públicas. Os fabricantes e importadores de
empresas e 73 produtos certificados.
representantes de laboratórios acreditados pelo
luminárias públicas ganharam seis meses para
Visando melhorar aspectos de compreensão
INMETRO que estão realizando ensaios da
certificarem seus produtos após a publicação da
da Portaria INMETRO no 20/2017, as associações
Portaria 20, Eng. Alessandra Barbosa do CEPEL,
Portaria no 404 do INMETRO de 23 agosto de
ABRAC, de Organismos de Certificação de
e Eng. Gustavo Iervolino, do Instituto Eldorado,
2018.
Produtos e laboratórios, e a ABILUX, associação
que apresentaram os ensaios aplicados nos
A extensão do prazo, segundo a nova Portaria,
dos fabricantes nacionais de luminárias, se
processos de certificação de luminárias públicas e
se deu em função da manifestação da Associação
juntaram e preparam uma proposta para alteração
lâmpadas led e resultados obtidos em ensaios de
Brasileira da Indústria de Iluminação (ABILUX),
do texto da Portaria. Estas sugestões foram
equipamentos coletados para acompanhamento
sobre a existência de lacunas na regulamentação
apresentas em agosto ao INMETRO e visam,
de mercado.
aprovada pela Portaria INMETRO no 20/2017, que
sobretudo, clarificar alguns requisitos de avaliação
O
estão acarretando divergências de interpretação
da conformidade à luz das experiências ocorridas
apresentação
por parte dos Organismos de Certificação de
nos processos de certificação de lâmpadas led,
para avaliação técnica de produtos LED, com
Produtos acreditados quando da aplicação dos
assim como novas sugestões que acarretariam em
uma visão de especialista do mercado e da
requisitos e regras de certificação para o produto,
mudanças nos processos de formação de família e
Coordenação Geral de Acreditação do INMETRO
culminando na impossibilidade de conclusão dos
execução de ensaios.
nos processos de avaliação da conformidade dos
processos de certificação de luminárias para
Visando apresentar tais pontos ao mercado,
organismos de certificação, e do Eng. Roberto
iluminação pública viária.
assim como contribuir com pontos relevantes
Mendonça, presidente do Comitê de Iluminação da
Tal lacuna estaria relacionada à classificação
nos processos de certificação do INMETRO, a
ABRAC, que apresentou as propostas da ABRAC
fotométrica tipo II, cuja definição está sendo
Exper Soluções Luminotécnicas promoveu no
e ABILUX para revisão da Portaria INMETRO no
alvo de alteração na Norma técnica ABNT NBR
dia 05 de outubro o Workshop de Certificação
20/2017.
5101:2012, uma das Normas técnicas que servem
e Etiquetagem de Lâmpadas LED e Luminárias
de base para a regulamentação do INMETRO e
Públicas. Neste evento estiveram presentes
OCPs, laboratórios, fabricantes e importadores de
encontra-se atualmente em processo de revisão
representantes dos principais agentes envolvidos
produtos LED, puderam discutir e contribuir nos
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
em processos de certificação.
diversos temas diretamente com os especialistas
(ABNT).
Representando a Diretoria de Avaliação da
e regulamentadores e se antecipar com os novos
Considerando que a manutenção dos prazos
Conformidade do INMETRO, o Eng. Leonardo
pontos que serão apresentados em consulta
previstos na Portaria INMETRO no 20/2017
Rocha expôs aos presentes as regras e processos
pública para revisão dos requisitos técnicos e
poderia acarretar desabastecimento do mercado,
da certificação, assim como deveres e papéis de
de avaliação da conformidade. Após a consulta
prejuízos tanto aos fornecedores, quanto aos
cada organismo envolvido. Além dele, o Arq. Daniel
pública deste documento, espera-se a publicação
usuários, foi estabelecido a prorrogação do prazo
Bouts da Eletrobras apresentou os requisitos
de nova Portaria e possíveis mudanças nos
para certificação das luminárias públicas.
para obtenção do Selo Procel e as regras para
processos. Até lá permanecem os prazos e regras
participação do Programa Reluz que retomou,
estabelecidas na Portaria no 404 de agosto de
no final de 2017, os programas de incentivo para
2018.
A nova data limite para que os fabricantes
nacionais
e
importadores
certifiquem
seus
as
workshop
características
contou
minha
ainda
sobre
construtivas
com
boas
uma
práticas
Os participantes do evento, formado por
Ponto de vista 2
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
97
O resgate das fontes limpas e competitivas
período,
podem
boa viabilidade de migração para o mercado
período úmido atrasou consideravelmente.
comemorar agora em outubro o resgate de
livre de energia são: Tocantins (0,674),
sua competitividade no mercado livre de
Pará (0,663), Espírito Santo (0,650), Goiás
nas bacias do Sudeste e principalmente do
energia. Uma comparação entre os preços
(0,648), Rio de Janeiro (0,647), Amazonas
Sul possa se intensificar com o início da
praticados nos contratos em relação às tarifas
(0,646), Santa Catarina (0,633), Mato Grosso
influência do fenômeno El Niño sobre o Brasil
das distribuidoras mostra que dez Estados
(0,632), Paraná (0,609) e Piauí (0,601).
nos últimos meses deste ano.
têm boa viabilidade de migração de empresas
O
para o Ambiente de Livre Contratação (ACL).
considerada moderada para a saída do mercado
Meteorology, que é referência mundial na
O
pelos
cativo. O destaque foi o Amapá (0,403), que
análise do fenômeno, emitiu pela primeira
especialistas da FDR, tal qual o modelo do
continua na lanterna do ranking, mas desde
vez no dia 9 de outubro um alerta mundial
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
abril apresentava baixa atratividade. Roraima
com 70% de probabilidade para o início de
da Organização das Nações Unidas (ONU),
não participa da classificação, pois está fora do
ocorrência do El Niño ainda em 2018. O
é calculado em um intervalo de “0,000” (para
Sistema Interligado de Energia.
International Research Institute for Climate
a menor atratividade) e “1,000” para a maior
De
atratividade.
primeiros dez dias de outubro foi observado
com o mesmo nível de probabilidade.
as
fontes
levantamento,
limpas
já
elaborado
Os Estados com médias que indicam
adiantamento. Vale ressaltar que, em 2017, o
Depois de um longo e dispendioso
Os demais Estados obtiveram classificação
meados
de
setembro
até
os
A expectativa que o regime de chuvas
centro
australiano
Bureau
of
and Society da Inglaterra, IRI, ratifica o alerta
No Índice Nacional de Atratividade do
um aumento considerável no regime de
Mercado Livre para Fontes Limpas de Energia,
chuvas nas principais bacias responsáveis
seja um ano com preços de energia no
pode-se considerar que valores abaixo de
pela geração de energia elétrica no Brasil.
mercado livre mais moderados, de maneira a
0,4 são tidos como inviáveis financeiramente
O reflexo nos preços foi imediato, como
dar viabilidade a muitas migrações que não
para migração para o ACL. Entre 0,4 e 0,6
exemplo os contratos futuros para novembro
ocorreram em 2018.
como viabilidade moderada, entre 0,6 e 0,8,
e dezembro deste ano já até agora caíram
de boa viabilidade e acima de 0,8, com alta
mais de 25% e 15% neste período.
viabilidade.
No último Programa Mensal da Operação
O índice é calculado com base no preço
(PMO) foi apresentado um slide pelo
médio comercializado no mercado livre entre
departamento de Hidrologia/Meteorologia
as fontes incentivadas (energia proveniente
do Operador Nacional do Sistema (ONS)
de Pequenas Centrais Hidrelétricas e usinas
onde se observa uma métrica de um critério
eólicas, solares e de biomassa) comparadas
para definir o atraso, o adiantamento ou a
com as tarifas de distribuidoras que representam
regularidade do período úmido com base na
98% do mercado cativo brasileiro.
média de chuva de cinco dias consecutivos
acumulados em milímetros em determinadas
Na comparação de outubro, o resultado
Desta forma, há indícios de que 2019
foi o segundo melhor do ano, com média
datas e regiões do País.
*Erick Azevedo é CEO FDR Energia, é doutor
“0,578”, atrás apenas do mês de fevereiro,
Pelo que se observa dos dados de
em Planejamento e Sistemas Energéticos pela
quando a nota foi de “0,601”. Além disso, o
precipitação
Universidade de Campinas (Unicamp) e mestre
índice apresentou um aumento de 8% em
que o início da estação chuvosa está se
em Sistemas de Potência pela Universidade
relação a setembro, que registrou “0,535”.
desenvolvendo regularmente sem atraso ou
Federal de Itajubá
realizados,
foi
constatado
98
Índice de anunciantes Acabine 85 (11) 2842-5252 vendas@acabine.com.br www.acabine.com.br Ação Engenharia 58 (11) 3883-6050 orcamentos@acaoenge.com.br www.acaoenge.com.br Alpha 73 (11) 3933 7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br Encarte
Alubar (91) 3754-7155 comercial.cabos@alubar.net www.alubar.net.br Andaluz 89 (27) 3041-6766 andaluz@andaluz.ind.com www.andaluz.ind.br Beghim 8 e 9 (11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br 46 e 47
BRVAL (21) 3812-3100 vendas@brval.com.br www.brval.com.br 13
Cablena (11) 2175-9223 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br 49
Cablie (41) 3672-6882 www.cablie.com.br Centelha 17 Centelha (21) 2195-9200 riodejaneiro@centelhabrasil.com.br www.centelhabrasil.com.br Chardon Group 53 (21) 99351-9765 rafael.costa@chardongroup.com www.chardongroup.com.br 5
Cinase (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br Fascículos e 81
Clamper (31) 3689-9500 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br 31
Cobrecom (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br
O Setor Elétrico / Outubro de 2018
Cordeiro 77 (11) 4674-7400 www.cordeiro.com.br 11
CPFL www.cpflsolucoes.com.br 3ª capa e Fascículos
D’Light (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br 25
Eaton 0800 00 32866 vendaschbrasil@eaton.com www.blinda.com.br | www.eaton.com.br Elos 79 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br
Fascículos e 39
Novemp (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br
Omicron 45 www.omicronenergy.com/newarco400 info.latam@omicronenergy.com Paratec 88 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br 19
Rittal (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br 63
21
Embrastec (16) 3103-2021 embrastec@embrastec.com.br www.embrastec.com.br Gimi Pogliano 51 (11) 4752-9900 atendimento@gimipogliano.com.br www.gimipogliano.com.br 33
Hellerman Tyton (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br 87
IFG (51) 3431-3855 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br
Romagnole (41) 3233-8500 comercial@romagnole.com.br www.romagnole.com.br Sel 43 (19) 3518-2010 marketing_br@selinc.com www.selinc.com.br Sil 83 (11) 3377-3333 vendas@sil.com.br www.sil.com.br 37
Taf (47) 3441-9100 tafplasticas@taf.ind.br www.taf.ind.br
41
Intelli (16) 3820-1500 ricardo@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaipu Transformadores 57 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br KitFrame 23 (11) 4613-4555 kitframe@kitframe.com.br www.kitframe.com.br Lufetec 29 (21) 3194-6350 www.lufetec.com.br Lukma Electric 15 (17) 2138-5050 vendas@lukma.com.br www.lukma.com 6
Condumax 71 0800 701 3701 www.condumax.com.br
Megabrás (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com
Conexled 4ª capa (11) 2334-9393 www.conexled.com.br
Mitsubishi 7 (11) 4689-3000 mitsubishielectric.com.br/ia
75
Te Connectivity (11) 2103-6095 te.energia@te.com www.te.com/energy 26
THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br 55
Thytronic/Engepoli (11) 4335-5139/ 96309-8393 engepoli@engenhariaengepoli.com.br www.engenhariaengepoli.com.br 93
Trael (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br 35
Tramontina (54) 3461-8200 ex.elt@tramontina.net www.tramontina.net Unitron 2ª capa e 61 (11) 3931-4744 vendas@unitron.com.br www.unitron.com.br