Ano 13 - Edição 156 Janeiro de 2019
Reportagem de capa
DISTRIBUIDORAS TERÃO DE SE REINVENTAR PARA ACOMPANHAR MUDANÇAS NO MERCADO DE ENERGIA PESQUISA Segmento de Fios e Cabos espera crescer 20% e o de Acessórios deste setor 7% em 2019 NOVOS FASCÍCULOS - BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção - Equipamentos para ensaios em campo - Linhas elétricas para baixa tensão NOVAS SEÇÕES - CinaseTec - Destaque Prêmio OSE
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Bruna Leite – bruna@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Rio Grande do Sul e Minas Gerais Ransconsult Consultoria Claudio Rancoleta – rancoleta@atitudeeditorial.com.br claudio@urkraft.com.br Tel: (11) 3872- 4404 | 99621-9305
Suplemento Renováveis 39 Notícias de Mercado Cientistas criam molécula que armazena energia solar durante 18 anos Coluna solar: Geração distribuída: o consumidor no centro das decisões Coluna eólica: Reestruturação do setor elétrico
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Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena
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Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Allay Magalhães, Daniel Bento, Diretoria da SBQEE, Eduardo Alonso Brandão, Elbia Gannoum, Fábio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr., Hans Rauschmayer, Hélio Eiji Sueta, Jobson Modena, José Starosta, Paulo E. Q. M. Barreto, Pedro Antônio, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Roberval Bulgarelli, Sérgio Correa. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Cristal Crocker Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Painel de notícias Consumo de energia cresce 1,8% em dezembro Governo reduz exigência para participantes do mercado livre de energia Baur do Brasil forma joint venture com RDS Brasil para oferecer soluções eficientes às redes elétricas Itaipu mantém recorde mundial de geração, mesmo com produção excepcional de Três Gargantas EDP antecipa em 20 meses entrega de Linha de Transmissão no Espírito Santo Seção Produtos Fascículos BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão
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Reportagem Distribuidoras terão de se reinventar para acompanhar mudanças no mercado de energia
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Pesquisa Segmento de Fios e Cabos espera crescer 20% e o de Acessórios deste setor 7% em 2019
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CinaseTec Conectividade em painéis elétricos
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Destaque Prêmio OSE As instalações elétricas aplicadas em uma “obra de arte”
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Espaço 5419 Quais as diferenças entre Nível de Proteção, Classe do SPDA, Nível de Proteção para o qual os DPS foram projetados, Classe dos DPS, Tipos de DPS?
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Espaço SBQEE Os desafios de 2018 e as promessas de 2019 Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco José Starosta – Energia com Qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Dicas de instalação Memórias do setor
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Editorial
4
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019 Capa ed 156.pdf
1
07/02/19
23:19
www.osetoreletrico.com.br
Ano 13 - Edição 156 Janeiro de 2019
Reportagem de capa
DISTRIBUIDORAS TERÃO DE SE REINVENTAR PARA ACOMPANHAR MUDANÇAS NO MERCADO DE ENERGIA
O Setor Elétrico - Ano 13 - Edição 156 – Janeiro de 2019
PESQUISA Segmento de Fios e Cabos espera crescer 20% e o de Acessórios deste setor 7% em 2019 NOVOS FASCÍCULOS - BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção - Equipamentos para ensaios em campo - Linhas elétricas para baixa tensão NOVAS SEÇÕES - CinaseTec - Destaque Prêmio OSE
Edição 156
Economia se aquecendo, e a revista OSE também!
Mais um ano se inicia e já estamos com nossas turbinas
setor, que adiantaram para os leitores da revista OSE seus
aquecidas para trazer o melhor conteúdo técnico para
investimentos e atualizações necessárias para se manterem
nossos leitores e para toda a cadeia da Engenharia Elétrica.
competitivos frente a um mercado que cresce devido às
Preparamos uma edição mais do que especial. Como
novas tendências, como descentralização dos sistemas
adiantamos no Editorial do mês passado, publicaremos
de geração de energia, digitalização das redes de modo
três novos temas em Fascículos neste mês: BIM (Building
que a energia seja produzida, transmitida e consumida de
Information Modeling / Modelagem das Informações da
maneira mais inteligente, mobilidade elétrica, entre outras,
Construção), equipamentos para ensaios em campo e
todas aliadas às fontes renováveis de energia que estão
linhas elétricas para baixa tensão. Serão 12 textos de cada
remodelando o setor elétrico nacional.
assunto, totalizando 36 novos artigos técnicos para você se
atualizar.
com os segmentos de Fios e Cabos e o de Acessórios,
que indicam a expectativa de crescimento de 20% e 7%
Além desse conteúdo inédito, criamos duas novas
Trazemos também duas pesquisas inéditas, realizadas
seções na revista: o Cinase TEC e o Destaque Prêmio OSE,
respectivamente nesses setores.
onde publicaremos assuntos que obtiveram destaque
durante a realização do CINASE – Circuito Nacional do
mensais, sempre atualizados com o que acontece no
Setor Elétrico no ano passado.
mercado da Engenharia Elétrica, o Espaço 5419, coluna
da SBQEE, seções Qualidade com Energia e Dicas de
A revista deste mês traz ainda uma reportagem
E ainda publicamos os textos de nossos colunistas
especial sobre o mercado das empresas Distribuidoras
Instalação, novo fascículo no caderno Renováveis e uma
de energia elétrica brasileira, com base no que foi
homenagem a Duílio Moreira Leite, o pai dos raios no Brasil,
apresentado no Sendi 2018. Segundo os especialistas, as
na seção Memórias do Setor. Boa leitura!
distribuidoras terão de ser reinventar para acompanhar as mudanças no mercado de energia. E pudemos constatar
Abraços,
essa situação entrevistando os principais players deste
Cristiane Pinheiro
Redes sociais
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@osetoreletrico
Revista O Setor Elétrico
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Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
Equalizando os potenciais
A estruturação de nossa Economia depende do cumprimento dos conhecidos
fundamentos desta ciência que nos governa e possibilita nos mantermos vivos e ativos. Se alguém acha que dinheiro aceita desaforo, e ainda não quebrou a cara, com certeza irá quebrar.
As equações podem parecer complicadas, mas uma simples operação primária
explica tudo isso. Se o que se gasta não for menor daquilo que se arrecada teremos problemas. O não atendimento a este preceito milenar da Economia nos colocou nesta situação e a falta de coragem para agir compromete nosso futuro. A dependência política e dos políticos para manter de pé nossa economia, requer coragem e transparência destes últimos.
As cartas estão na mesa, a previdência está quebrada, servidores dos setores
privados, públicos e militares deverão abrir mão do que seriam seus direitos. A máquina pública está inchada e deve ser modernizada da mesma forma que as empresas privadas o fazem ininterruptamente. Se o equilíbrio não ocorrer, perderemos confiabilidade e segurança jurídica para novos investimentos, estes mesmos investimentos que alavancam nosso mercado e o sucesso de novas atividades.
É necessário que as forças da sociedade estejam em fase, com os mesmos
propósitos e com seus potenciais equalizados. Esta condição de equilíbrio parece ser uma condição básica para passarmos desta etapa de estruturação ou reestruturação. É necessário coragem, determinação, colaboração, trabalho e bons propósitos.
Se o antagonismo das forças políticas prevalecer em relação à necessidade de
ajustes dos aspectos econômicos e outros relacionados ao desenvolvimento não haverá o que fazer e a turma do “quanto pior melhor” vai ficar rindo à toa. Rindo de que? Não só na Economia, mas meio ambiente, segurança, infraestrutura, educação e saúde aguardam soluções, ainda fundamentalmente sustentáveis.
Jogar “contra” causará transientes, distorções, desequilíbrios e afundamentos
e não teremos filtros para estes distúrbios. Quem não quiser ajudar, por favor não atrapalhe, desconecte! Esperamos juízo, competência, transparência e muito trabalho. Boa sorte a todos e uma boa regulação de tensão!
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Consumo de energia cresce 1,8% em dezembro
O consumo de energia elétrica no País
mesmo período de 2017.
aumentou 1,8% em dezembro de 2018,
No Ambiente de Contratação Livre
quando comparado ao mesmo período
– ACL, no qual as empresas compram
de 2017. As informações são do boletim
energia
InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara
(com consumidores de atividade industrial/
de Comercialização de Energia Elétrica –
comercial/serviços), o consumo cresceu
CCEE, que traz dados prévios de geração
3,3% quando a migração é incluída na análise.
e consumo de energia, além da posição
Sem a inclusão das novas cargas oriundas do
contratual líquida atual dos consumidores
ACR, o consumo teria aumento de 0,4%.
livres e especiais.
O consumo de energia ao longo do último
CCEE, incluindo dados de autoprodutores,
mês de 2018 no Sistema Interligado Nacional
varejistas, consumidores livres e especiais, os
– SIN alcançou 63.165 MW médios, frente
setores têxteis (+12,6%), de bebidas (+7%)
aos 62.041 MW médios consumidos ao
e de minerais não metálicos (+6%) foram os
longo de dezembro do ano anterior.
segmentos com maior evolução no consumo,
diretamente
dos
fornecedores
Dentre os ramos da indústria avaliados pela
O Ambiente de Contratação Regulado –
quando a migração não é considerada na
ACR (cativo), no qual os consumidores são
análise. Por outro lado, os ramos de veículos
atendidos pelas distribuidoras (onde estão
(-8,5%), metalurgia (-3,7%) e de comércio
inseridos
(-2,1%) apresentaram retração no consumo
os
comerciais,
consumidores industriais,
residenciais,
rurais,
serviços,
dentro do mesmo cenário sem migração.
iluminação pública e outros), teve aumento de
O InfoMercado Semanal Dinâmico também
1,2% no consumo, número que leva em conta
apresenta estimativa da produção das usinas
na análise a migração de consumidores para
hidrelétricas
o mercado livre (ACL). Caso esse movimento
de Realocação de Energia – MRE, em
dos
o
dezembro, equivalente a 97,45% de suas
consumo seria 2,4% maior, índice com
garantias físicas, ou 49.828 MW médios em
impacto
temperaturas
energia elétrica. Para fins de repactuação do
registradas em 2018, na comparação com o
risco hidrológico, o percentual é de 90,69%.
agentes direto
fosse das
desconsiderado, altas
integrantes
do
Mecanismo
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Governo reduz exigência para participantes do mercado livre de energia
O MME - Ministério de Minas e Energia,
com apoio da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, publicou no dia 28 de dezembro a portaria nº 514/2018, que amplia o acesso ao mercado livre (ou ACL - Ambiente de Contratação Livre) para consumidores empresariais a partir da redução dos limites exigidos de carga para contratação de energia elétrica.
De acordo com o texto da portaria,
a partir do dia 1º de julho de 2019, os consumidores com carga igual ou superior a 2.500 kW (kilowatts), atendidos em qualquer
tensão,
poderão
optar
pela
compra de energia elétrica de qualquer concessionário,
permissionário
ou
comercializadora autorizada de energia elétrica vinculados ao SIN - Sistema Interligado Nacional. Além disso, a norma regulatória estabelece que esse limite de carga será reduzido para 2.000 kW a partir de 1º de janeiro de 2020. Atualmente, podem ter acesso ao mercado
livre
empresas
que
tenham
carga mínima de 3.000 kW e tensão mínima igual ou superior a 69 kV (kilovolts, para
consumidores
conectados
até
08/07/1995) e de 2,3 kV (para conexões posteriores àquela data). Há também os chamados consumidores especiais, cuja carga mínima deve ser de 500 kW e tensão de 2,3 kV. Estes devem adquirir somente a chamada energia incentivada, advinda de fontes renováveis de geração elétrica, como PCHs (pequenas centrais hidrelétricas), usinas solares ou eólicas.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Por Adriana Dorante
Baur do Brasil forma joint venture com RDS Brasil para oferecer soluções eficientes às redes elétricas Tecnologia para identificação precisa de falhas e desgastes em redes elétricas será o foco da parceria
e após a contratação do serviço e compra do equipamentos”, explica Daniel Bento, diretor executivo da Baur do Brasil. Nova ferramenta
A tecnologia Protrac® de localização de
falha da Baur é a mais nova ferramenta em seu portfólio que auxilia as empresas a reestabelecer rapidamente a sua condição operacional, no caso de uma falha em cabos elétricos de média tensão. O sistema permite a localização exata de falhas em cabos, podendo utilizar o método acústico, magnético e de tensão de passo. O equipamento pode ser conectado via Bluetooth entre os equipamentos do sistema e ao painel de controle com gráficos em 3D na tela que é sensível ao toque. Para o cliente significa economia de tempo e de recursos financeiros.
A Baur do Brasil, filial austríaca da Baur,
“O Brasil é um mercado muito impor
empresa de tecnologia de diagnóstico de
tante, onde os clientes valorizam o suporte
redes elétricas e componentes, formou uma
especializado
joint venture com a RDS Brasil, companhia
produtos que não comprometam a precisão
de engenharia com o propósito de prover
e a qualidade. Estamos engajados nos
soluções mais confiáveis e eficientes para
país porque a expertise técnica apresenta
redes
maturidade e alto nível”, declara o CEO da
elétricas
e,
consequentemente,
e
querem
trabalhar
com
aumentar seu reconhecimento no País, onde
Baur Global, Markus Baur.
atua desde 2006. Aliada à RDS, com know-
how em engenharia e serviços de campo,
investe no aperfeiçoamento de software e
a Baur vai oferecer sua especialidade em
equipamentos capazes de identificar falhas e
soluções completas de diagnóstico de falhas
desgastes em cabos isolados de média tensão.
e desgastes em redes elétricas. A companhia
“A rede de distribuição é a espinha dorsal da
também quer expandir sua capacidade em
transição energética, um grande desafio para
novos segmentos, principalmente no mercado
empresas de distribuição e gestores de ativos.
de energia renováveis, como eólica e solar.
A questão principal será: como podemos
Para ajudar os clientes, a matriz Bauer
A parceria surgiu no segundo semestre de
garantir a do fornecimento? É aqui que a Baur
2018 num momento estratégico em que o Brasil
do Brasil e sua equipe podem ajudar”, endossa
mostrava-se cada vez mais preocupado com a
Markus Baur.
diversidade de sua matriz energética e as fontes
renováveis, conquistando gradativamente mais
elétricas de geração de energia, operadores de
espaço nela. Dessa maneira, a Baur visa a
redes elétricas e grandes empresas industriais
ajudar as empresas de distribuição e gestores
e comerciais. “Com a nova companhia, nossos
ativos a aumentarem a sua produtividade e
clientes serão beneficiados com tecnologia de
melhorarem a confiabilidade de suas redes.
última geração e assistência técnica durante
Também são clientes da companhia centrais
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Itaipu mantém recorde mundial de geração, mesmo com produção excepcional de Três Gargantas
instalada
suficiente para iluminar o mundo inteiro por
mais de 60% maior do que a de Itaipu,
42 dias com eletricidade limpa e renovável
a usina chinesa de Três Gargantas não
e mais barata que a termoelétrica. Já Três
superou a hidrelétrica brasileiro-paraguaia
Gargantas acumula produção de 1,2 bilhão
em geração de energia. A hidrelétrica
de MWh, menos da metade do acumulado
asiática fechou 2018 com 101 milhões
de Itaipu.
megawatts-hora
Mesmo
com
capacidade
(MWh)
ainda
inferior
A capacidade instalada da usina de
ao recorde mundial da Itaipu de 103,1
Três Gargantas é de 22,4 mil MW, 60%
milhões de MWh gerados em 2016. As
maior que os 14 mil MW de Itaipu. Isto é,
duas megausinas são as únicas do planeta
Três Gargantas corresponde a 1,6 Itaipu.
a ultrapassar a barreira dos 100 milhões
Mas, na comparação de produtividade,
de megawatts-hora (MWh), num único ano.
a binacional mantém, além da produção
Desde o começo de sua operação, em
anual recorde de 2016, de 103,1 milhões
maio de 1984, há exatamente 34 anos e
de MWh, a melhor média dos cinco anos –
sete meses do início do acionamento de
98,5 milhões de MWh. A média dos cinco
suas primeiras unidades geradoras, Itaipu
melhores anos da usina chinesa é de 97,9
acumula 2,6 bilhões de MWh, energia
milhões de MWh.
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
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EDP antecipa em 20 meses entrega de Linha de Transmissão no Espírito Santo
A EDP, empresa que atua em todos
os segmentos da cadeia elétrica no País, está pronta para dar início à operação de sua linha de transmissão no Espírito Santo. A obra foi concluída e já recebeu a Licença de Operação (LO) do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado e a autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Com isso, o empreendimento entrará em operação com 20 meses de antecipação frente ao cronograma estabelecido no contrato de concessão com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
O chamado lote 24, arrematado em
leilão realizado em 2016, compreende 113 quilômetros de linha de 230 kV entre os municípios de Linhares e São Mateus, no norte capixaba, além da subestação São Mateus II, construída pela EDP como parte do empreendimento. O investimento para a implantação dos ativos foi de R$ 116 milhões. Trata-se da primeira entrega dos projetos de Transmissão adquiridos pela EDP até 2017. Ao todo, a Companhia assumiu o compromisso de investir cerca de R$ 3 bilhões, em um período de cinco anos, em novos empreendimentos de transmissão de energia que irão adicionar aproximadamente 1.200 quilômetros de redes ao sistema elétrico nacional, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Maranhão.
Painel de produtos
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Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Cummins Brasil lança solução de monitoramento remoto para geradores www.cummins.com.br
A Cummins Brasil lança no mercado o PowerCommand Cloud™, solução de monitoramento
remoto para grupo geradores. Trata-se de um sistema que monitora as principais variáveis do grupo gerador além de apresentar um histórico destes dados e alertas de falhas e eventos, possibilitando que o usuário acompanhe todos os geradores em operação com notificações em tempo real. A novidade também permite partidas e paradas remotas, além de programações de avisos de manutenção. O novo sistema permite ainda a verificação do seu status, a identificação de falhas e o acesso a notificações importantes, reduzindo os custos de operação e manutenção, além do tempo de inatividade das máquinas em operação.
DELTATRON apresenta equipamento para ensaios em cabos isolados www.deltraton.com.br
A DELTATRON - Equipamentos e Serviços destaca-se ao apresentar o mais moderno equipamento
para ensaios em cabos isolados com VLF (Very Low Frequency) - Modelo: VLF-65E - Fabricante: HIGH VOLTAGE, Inc. Robusto e portátil, foi desenvolvido para suportar as condições de campo oferecendo operação fácil e intuitiva.
Com uma tensão de saída senoidal de até 46 kV AC rms e frequência variável de 0,1 a 0,01
Hz, atende integralmente às normas para ensaios em cabos isolados de até 35 kV, incluindo a IEEE 400.2-2013. Quando utilizado com a unidade TD-65E, realiza medições da tangente de delta (fator de dissipação) permitindo, assim, a análise do grau de degradação da isolação. Neste caso, é possível verificar tendências e reduzir a incidência de falhas inesperadas. O VLF-65E pode ainda ser utilizado com sistemas de medições de descargas parciais (PD).
Festo lança produtos para tarefas de posicionamento e controle www.festo.com.br
A Festo apresenta novos produtos para tarefas de posicionamento e controle. Entre eles o
servomotores EMMT-AS - ideais para tarefas de posicionamento e controle, os cabos conectores NEBB - resistentes à hidrólise, ácidos, bases e desinfetantes e o novo atuador compacto flat design DPDM - aplicável a cargas pequenas e espaço físico limitado.
Com um único cabo entre o motor e o driver, minimiza os esforços e custos de instalação e o grau
de proteção IP67 permite que sejam aplicados em ambientes mais agressivos. Além disso, conta com uma etiqueta digital que contém todas as informações relevantes do produto para que sejam lidas pelo driver CMMT-AS.
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Fascículos
Apoio
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
16
Francisco Gonçalves Jr. Capítulo I – O que é BIM? - O “i” do BIM - Onde se aplica o BIM? - O que é OPEN BIM e o que são arquivos de formato .IFC? O que ainda dificulta a adoção do BIM?
Equipamentos para ensaios em campo
20
Fábio Henrique Dér Carrião Capítulo I – Ensaios de campo Transformadores - Introdução - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios
- Linhas elétricas para baixa tensão
26
Paulo E. Q. M. Barreto* Capítulo I – Terminologia - Uso adequado da terminologia - Principais conceitos - Características - Aplicações - Dimensionamentos - Especificações - Requisitos normativos para condutos e condutores
Apoio
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
16
Por Francisco Gonçalves Jr.*
Capítulo I O que é BIM?
O conceito já é realidade de mercado e faz parte da vida de todo profissional envolvido na construção civil, mesmo que em
e gerenciamento de um projeto.
diferentes proporções. Porém, muitas pessoas já ouviram falar
O BIM se apresenta, então, como um modelo com diversas
do BIM, julgam BIM importante, conversam sobre BIM, mas
camadas de informação, organizadas de forma sistemática, de
não sabem efetivamente do que se trata.
modo que possam ser acessadas no tempo certo e da forma
O engano mais frequente é definir BIM como um sistema ou ferramenta de modelação tridimensional. Que fique claro: BIM não é um software.
correta, desde a concepção até o retrofit ou demolição. Vale lembrar que o conceito BIM para as áreas de Arquitetura, Engenharias e Construção (AEC), serve de embasamento não
Embora a representação tridimensional seja importante, é a
apenas para uma construção específica, mas sim para simular o
capacidade de gerar objetos paramétricos que caracteriza uma
desenvolvimento do empreendimento em um bairro ou cidade,
ferramenta como BIM. A parametricidade garante a geração de
o comportamento da estrutura frente às questões climáticas, de
objetos editáveis, que podem ser alterados automaticamente,
conforto e segurança, eficiência energética e de consumo de
dando suporte a uma plataforma BIM.
materiais. Essas informações permitem perceber os impactos,
De forma bem resumida, o termo pode ser definido como a representação de uma edificação, com as devidas informações de construção e características físicas precisas.
Fascículo
concepção, mas também a execução, implantação, manutenção
interferências e ganhos sociais da edificação em todo seu ciclo de vida. Por isso, o BIM é muito mais amplo que a visualização
Dessa forma, o BIM garante uma percepção antecipada das
3D ou um software. Ele é um novo conceito para construção
possíveis interferências e situações de manutenção comuns
civil, que agrega empoderamento ao projeto e facilita todo o
durante o ciclo de vida da obra, ampliando a importância e
fluxo de execução e gestão da obra. O BIM é uma construção
usabilidade do projeto e, consequentemente, reduzindo as
virtual da obra, feita de forma integrada e colaborativa com as
chances de improvisação e o tempo gasto na execução da obra, melhorando o desempenho e garantindo que o cronograma e orçamento previstos sejam respeitados.
O “i” do BIM No conceito BIM, as características físicas da construção são representadas na sua geometria, enquanto as demais informações funcionais são agregadas a essa edificação. Essas informações têm por propósito integrar todos os agentes e disciplinas envolvidas no desenvolvimento de um projeto em todas as suas fases, impactando não só a parte de
Figura 1 – Atores que compõem a concepção de uma obra e o BIM.
17 informações pertinentes à construção, durante todo seu ciclo de vida.
Onde se aplica o BIM? Em todas as disciplinas e para todos os profissionais envolvidos no desenvolvimento de um projeto. Como sabemos, o foco do conceito BIM é a informação ou a modelagem da informação. Por isso, todos os atores que compõem a concepção de uma obra, seja ela nova ou reforma, devem estar inseridos no conceito BIM. O BIM abrange não apenas os projetistas ou demais envolvidos na fase do projeto, como também os profissionais que atuam no processo de planejamento, execução e gerenciamento, além dos investidores
do
empreendimento,
público ainda não frequente nas palestras e eventos sobre BIM. Um cenário em que todas as obras são pensadas a partir do conceito BIM é mais iminente do que se imagina. Países como: Reino Unido, Holanda, Dinamarca,
Finlândia,
Noruega
e
Estados Unidos já exigem o uso do BIM em projetos custeados pelo governo.
Figura 2 – BIM no mundo.
No
Brasil,
o
Governo
sancionou, recentemente,
Federal
o DECRETO
9.377, que instituiu a estratégia nacional para disseminação do BIM no País.
Figura 3 – BIM no Brasil.
Apoio
BIM - Building Information Modeling
18
No Estado de Santa Catarina já existem licitações de obras públicas que exigem projetos segundo o conceito BIM. Já no
Os principais motivos para começar a utilizar o BIM em seus projetos a partir de agora
ano de 2015, a secretaria do Estado do Planejamento produziu o “Caderno de Projetos em BIM orienta uso da tecnologia em
1 - Fluxo de trabalho transparente e aberto: possibilita a
obras públicas”, que reforça a iminência da obrigatoriedade do
participação dos membros do projeto, independentemente dos
BIM nos projetos públicos
softwares que utilizam.
Na esfera privada, as empresas envolvidas no ciclo da
2 - Linguagem comum para os processos utilizados: indústrias
construção civil, como escritórios de projetos e construtoras,
e órgãos governamentais recebem projetos comercialmente
já consideram o BIM uma excelente oportunidade de
transparentes, com uma melhor avaliação comparativa entre os
diferenciação no mercado, que resulta em assertividade
serviços e com qualidade dos dados assegurada.
nos prazos, cronogramas, redução de custos e desperdícios
3 - Dados pertinentes para uso durante todo o ciclo de vida do
de materiais, além de agregar qualidade à mão de obra e no
projeto: evita entradas múltiplas dos mesmos dados e possíveis
produto final.
erros.
Nas universidades, o uso do BIM vem sendo inserido em
4 - Desenhos inteligentes com informações do projeto: dados
níveis de graduação e de especialização. Também são frequentes
como: potência, rendimento e fator de potência fazem parte
as publicações de Normas e cadernos técnicos, com intuito de
dos projetos elétricos, por exemplo. Assim, os cálculos podem
padronizar, regularizar e difundir os conceitos referentes ao
ser efetuados de forma automática e simultânea ao lançamento
novo conceito.
gráfico do projeto.
O que é OPEN BIM e o que são arquivos de formato .IFC?
5 - Desenhos e cálculos integrados: com as informações técnicas agregadas aos elementos de desenho, é possível obter rotinas de cálculo automatizadas e sem necessidade do uso de planilhas externas, integrando o ambiente de CAD 2D e 3D
Em 2008, a Building Smart, organização neutra e sem fins
aos cálculos.
lucrativos, criou o padrão de arquivo da Classe de Fundação da
6 - Atualização automática dos desenho e detalhes: o projeto
Indústria, o IFC, cujo objetivo era compartilhar e trocar dados
precisa ser alterado? Sem problemas, o BIM possibilita atualizar
BIM em diferentes softwares.
os desenhos e detalhes integrados com as rotinas de cálculo. Além disso, simula novas soluções de forma rápida, segura e automatizada. 7 - Quantitativos automáticos: custos mais controlados e precisos, com elementos que possuem dados capazes de conceber composições de itens e insumos. 8 - Análise da localização ideal do projeto: o BIM pode ser usado para avaliar as propriedades de uma determinada área, os impactos geográficos e sociais da estrutura para determinar a localização ideal para um projeto futuro.
Fascículo
9 - Execução mais precisa: o BIM é usado para representar graficamente as instalações permanentes e temporárias no canteiro de obras, durante as várias fases do processo de construção. Ao Figura 4 – Building Smart.
ser associado com o cronograma de atividades de construção, possibilita transmitir os requisitos de espaço e sequenciamento, recursos de trabalho, materiais com entregas associadas e
Portanto, falar em OPEN BIM é tratar de uma abordagem
localização de equipamentos.
universal para projetos realizados em colaboração, sendo
10 - Cronograma acertado: maior assertividade na manutenção,
elaborados e gerenciados por padrões e fluxos de trabalhos abertos.
além de novas possibilidades, para efetuar simulações de avaliação
O IFC, por sua vez, é a extensão do arquivo que permite essa interoperabilidade. Ambos são uma iniciativa da própria Building Smart e as desenvolvedoras de software específicos para projetos
da eficiência energética, sustentabilidade e retrofit.
O que ainda dificulta a adoção do BIM?
que são líderes de mercado e utilizam esse modelo de dados abertos.
Embora o avanço e a disseminação do BIM no Brasil seja
19
Apoio
crescente, como todo novo conceito, o BIM passa por desafios e
projetos BIM, com conteúdos distintos e tempos de estudo variados.
barreiras para conseguir atender aos anseios e se consolidar ante
Recentemente, a AltoQi lançou um programa de capacitação
todos envolvidos na construção civil. Ainda existem entraves para
profissional em projetos de edificações com uma abordagem mais
que o BIM torne-se popular e viável a todos os profissionais da
aplicada ao mercado de trabalho.
cadeia produtiva. Como por exemplo: - Revisão nos processos de trabalho: novo workflow - Mão e mente de obra com habilidades diferenciadas
Figura 6 – Investimento em estrutura e tempo. Figura 5 – Mão – e mente- de obra com habilidades diferenciadas.
Os projetos tradicionais são pautados por entregas de desenhos CAD 2D, elaborados de forma sequencial e morosa,
Implementar o BIM requer um investimento para novas habilidades e aptidões de mão e mente de obra, isto é, de toda a cadeia de profissionais envolvida em um empreendimento.
e que podem ter diversas inconsistências, desde ineficiência de compatibilização, até a geração de quantitativos imprecisos. Com a aplicação do BIM, se faz necessário uma revisão
O uso do BIM demanda projetar com diversas informações
profunda nesse workflow, uma vez que a entrega se torna um
extraídas a partir de modelos em 3D. São informações pertinentes a
produto integrado e com informações para as mais diversas áreas,
diferentes setores, inclusive os gerenciais. Como a proposta do BIM
onde há uma colaboração plena de diferentes profissionais em todas
é ter tudo conectado e compatibilizado, se faz necessário planejar,
as etapas da obra, proporcionando maior assertividade nas tomadas
em conjunto, um trabalho integrado. Assim, toda a cadeia de
de decisão e solução de problemas antecipados na fase de projeto.
profissionais precisa se adaptar ao novo método.
Nos próximos fascículos, vamos falar mais sobre o potencial inovador do BIM, suas oportunidades e limitações
- Investimento em estrutura e tempo
de aplicação no País. Como toda inovação, o conceito de modelagem das informações da construção ainda gera dúvidas, pois os profissionais não reconhecem de maneira profunda os benefícios desse conceito. Porém, o caminho que se apresenta é o de comprovação do maior legado do BIM, que é acompanhar o ciclo de vida da edificação com precisão, reduzindo o retrabalho, que gera atrasos no cronograma e consomem recursos. *Francisco de Assis Araujo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade
Figura 6 – Investimento em estrutura e tempo.
BIM requer também o investimento em softwares e computadores de alto desempenho. Mas também exige um tempo de adaptação para trabalhar com o grande volume de informações integradas e obter os benefícios desse novo conceito de trabalho. A dica aqui é investir em capacitação. Existe no mercado uma grande variedade de especialização em
do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM - Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
20
Por Fábio Henrique Dér Carrião*
Capítulo I Transformadores 1 - Introdução Os transformadores, por serem equipamentos estáticos, não estão expostos aos desgastes mecânicos que ocorrem a motores e
e dos enrolamentos; • deve ser verificado o nível de óleo do transformador; • deve ser verificada a coloração da sílica gel do desumidificador do transformador.
geradores, por exemplo, e portanto, requerem um nível de atenção um pouco menor que esses. Porém, devido às grandes correntes
A periodicidade dessas inspeções pode variar de acordo com
de curto circuito que podem ocorrer em um sistema a que estão
diversos fatores, tais como: criticidade do equipamento, potência
expostos, podem ocorrer nos bobinados do equipamento grandes
do transformador, custo do equipamento etc. Para equipamentos
esforços que podem causar deslocamentos nos mesmos. As
críticos, as inspeções devem ser realizadas no mínimo a cada
vibrações eletromagnéticas promovem desgastes na isolação e
semana.
folga dos bobinados. Outro agente de desgaste da isolação dos transformadores é a umidade absorvida do exterior. Isso pode provocar o envelhecimento prematuro da isolação e descargas internas. O comutador de tapes também é uma das principais fontes de
2.2 - Ensaios Além das inspeções, também devem entrar no programa de manutenção do transformador os testes dielétricos, sendo que os seguintes testes são os mais recomendados:
falhas em transformadores.
Fascículo
A manutenção preventiva e preditiva do transformador deverá
• medição da relação de transformação;
ser capaz de detectar alterações nas características originais do
• medição da resistência ôhmica dos enrolamentos;
equipamento. A seguir, serão demonstrados os ensaios que devem
• medição da resistência ôhmica de isolamento dos enrolamentos;
ser realizados em transformadores para que possíveis problemas
• medição do fator de potência do isolamento.
possam ser detectados antes que ocorra um problema mais grave que pode levar a perda do equipamento.
A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio.
2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios
a) Medição da Resistencia Ôhmica dos Enrolamentos
2.1 - Inspeções periódicas Periodicamente, devem ser realizadas algumas inspeções no transformador:
Para se medir a resistência dos enrolamentos do transformador em ohms deve se utilizar uma Ponte Kelvin, Ponte de Wheatstone ou ainda um Microhmimetro (Ducter) com escala adequada.
• deve ser verificado periodicamente a existência de vazamento de
Essa medição permite conhecer o valor da resistência do cobre
óleo, limpeza das buchas, estado dos conectores e funcionamento
acrescentado da resistência do contato do comutador de tapes do
da ventilação forçada;
transformador, e assim pode-se avaliar se ocorreram alterações
• devem ser realizados registros da carga e da temperatura do óleo
nesses valores que podem indicar defeitos internos nos enrolamentos
21
Apoio
e contatos do comutador. Na figura 1 é mostrada a conexão padrão
Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores
do equipamento de testes, nesse caso, o Microhmimetro ou Ducter,
em ohms obtidos para a temperatura de referência de 75oC utilizada
para o enrolamento de alta tensão do transformador. Obviamente,
para enrolamentos de cobre pela fórmula:
essa medição deve ser repetida para as demais fases do lado da alta Rt = Rm (T + Tr / T + Tm)
e ser realizada também nas três fases do lado da baixa tensão do equipamento. É recomendável medir em todos as posições de tapes.
Onde: Rt = resistência a temperatura de referência; Rm = resistência medida; T = 235oC para enrolamento de cobre, conforme ABNT; Tt = temperatura de referência; Tm = temperatura do teste. Os valores devem ser comparados com os testes de fábrica do transformador ou em caso da ausência dos mesmos, com histórico de medições anteriores do transformador. Podemos dar como exemplo os resultados de um transformador de 138/13.8 kV em que foram realizados os
Figura 1: Conexão padrão do equipamento de testes para enrolamento de alta tensão do transformador.
ensaios em todas as fases e todas as suas posições de tape dados pela tabela 1.
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
22
Tabela 1: Resultados de um transformador de 138/13.8 kV
b) Medição da Relação de Transformação A medida da relação de transformação pode ser considerada complementar à medida da resistência dos enrolamentos, já que também avalia o estado dos enrolamentos do transformador, bem como dos contatos do comutador de tapes. Podem ser utilizados vários métodos para a medição da relação de transformação, sendo que o mais comum, devido a sua praticidade, é o método do potenciômetro, ou o método em que se utiliza o TTR para realizar a medição (Transformer Turn Ratio Test). Na figura 2 é mostrada a conexão padrão de um equipamento de testes tipo TTR trifásico. Este ensaio também pode ser realizado com equipamentos monofásicos e, assim, basta repetir a medição
Fascículo
para todas as fases. Aqui, também é recomendável medir em todos as posições de tapes. Para se avaliar os resultados deve ser feito o cálculo do erro de relação de transformação conforme fórmula abaixo: E (%) = Rm – Rp / Rp x 100%
Figura 2: Conexão padrão de um equipamento de testes tipo TTR trifásico
Onde: c) Medição do Fator de Potência do Isolamento E (%) = erro porcentual; Rm = relação medida; Rp = relação placa.
A medição do Fator de Potência do Isolamento dos transformadores é realizada por equipamento específico para este fim (Medidor de Fator de Potência) e visa avaliar o estado do
O máximo valor de erro permitido é de 0.50%, conforme ABNT NBR 5356-:2017.
isolamento do transformador. No mercado, existem dois padrões de tensão nominal para os
Apoio
23
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
24
equipamentos de teste: 2.500 Vca e 10.000 Vca. Para transformadores
Os valores devem ser comparados com os testes de fábrica do
com enrolamentos de tensão nominal até 69 kV podem ser utilizados
transformador ou, em caso da ausência dos mesmos, com histórico de
ambos os valores de teste. Para transformadores de tensão nominal
medições anteriores realizadas no transformador. Como critério geral,
superior a 69 kV e equipamentos próximos a linhas energizadas
considera-se o valor de fator de potência de até 0.5% como satisfatório. O
deve ser utilizado o equipamento de 10 kV.
valor do fator de potência é bastante influenciado pela umidade contida
Na figura 3 é mostrada a conexão padrão de um equipamento de testes.
nos materiais sólidos presentes no transformador. Se os valores medidos estiverem acima do esperado deve ser verificado também o resultado da análise físico química do óleo do transformador (teor de água, rigidez dielétrica e fator de potência). Em caso de detecção de umidade elevado deverá ser realizado o tratamento do óleo. Também devem ser medidas de forma separada o fator de potência e a capacitância das buchas condensivas de alta tensão, normalmente aplicável para transformadores com tensão nominal a partir de138 kV. Nesse caso, a medição é realizada na conexão tipo UST do equipamento de medição utilizando-se o tape capacitivo da bucha como ponto de conexão para a medição. No método de avaliação do resultado compara-se o valor de capacitância medido com o valor de placa da bucha em análise.
Figura 3: Conexão padrão de um equipamento de testes.
Na medição devem ser curto circuitados os três terminais das fases do lado primário e do lado secundário. As medições devem medir o fator de potência e a capacitância dos isolamentos da Alta para a Baixa, da Alta para a Terra e da Baixa para a Terra. O equipamento possui três formas de medição (conexões internas): Ground, Guard e UST e, em cada uma dessas posições, é medida uma ou duas grandezas de isolamento do transformador.
d) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento dos transformadores é realizada através do uso de um Megôhmetro e também tem como finalidade avaliar o estado do isolamento do transformador. O valor da tensão de teste a ser aplicada no transformador depende da tensão nominal do enrolamento em que se está realizando o ensaio. Como pode ser verificado na tabela a seguir.
Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de 20 oC pela fórmula: FPc = FPm x F Onde: FPc = fator de potência corrigido; FPm = fator de potência medido;
Fascículo
F = fator de correção, de acordo com a temperatura ambiente no local do teste. A tabela de correção de acordo com a temperatura é mostrada a seguir:
Após a conexão do equipamento ao transformador (figura 4) são realizados três registros de isolamento: um após 30 segundos do início da medição, outro após um minuto e por último um após dez minutos do início do teste. Em termos de valor medido de isolamento considera-se o valor medido após um minuto, os outros valores são utilizados para o cálculo dos índices de polarização e absorção. Na medição devem ser curto circuitados os três terminais das fases do lado primário e do lado secundário. As medições devem medir o isolamento da Alta para a Baixa, da Alta para a Terra e da Baixa para a Terra do transformador. Na figura 4 é mostrada a conexão do transformador para medição do isolamento entre o enrolamento de alta tensão e o terra. Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de 75oC pela fórmula: R75 = Rmed / 2a
25
Apoio
R30 = resistência ôhmica de isolamento após 30 segundos de teste; R60 = resistência ôhmica de isolamento após 60 segundos de teste; R1 = resistência ôhmica de isolamento após um minuto de teste; R10 = resistência ôhmica de isolamento após dez minutos de teste. Fonte: Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran Os índices de polarização e absorção apresentam grande variação de acordo com a presença de umidade no transformador e devem ser avaliados juntamente a outros indicadores da qualidade do óleo (análise do óleo). Em alguns casos, pode ser necessária a secagem do transformador. Variações grandes (maiores que 50%) entre medições realizadas no mesmo transformador em anos ou manutenções diferentes Figura 4: Conexão do equipamento ao transformador.
são indicativos de alguma deficiência no isolamento do transformador. De forma geral pode-se considerar a faixa de 1.25 a 1.80 como
Onde:
satisfatória para o índice de absorção e de 3 a 5 para o índice de polarização.
R75 = resistência ôhmica de isolamento corrigida para 75oC; Rmed = resistência ôhmica de isolamento medida no ensaio; a = 75 – t/10; t = temperatura ambiente no momento do ensaio. Para transformadores a seco, pode se considerar a seguinte fórmula para o cálculo do valor mínimo aceitável em MΩ: Rmin = kV + 1 Como exemplo podemos tomar um transformador com tensão nominal de 13.8 kV em seu enrolamento primário, o que deverá resultar em uma isolação mínima de 13.8 + 1 = 14.8 MΩ a 75oC. Para transformadores a óleo pode ser considerado o cálculo abaixo para transformadores trifásicos.
Rmin = resistência ôhmica de isolamento mínima a 75oC em MΩ; V = tensão nominal do enrolamento em Volts; P = potência nominal do transformador em KVA; f = frequência nominal do transformador. Também pode-se calcular os índices de polarização e absorção conforme:
• teste do relé medidor de temperatura do óleo; • teste do relé de gás; • teste do Dispositivo de Alívio de Pressão (DAP) e do Relé de Pressão Súbita (RPS); • teste do indicador de nível de óleo; • teste do comutador de tapes; • teste do sistema de ventilação forçada; verificação das válvulas; • análise Físico Química e Cromatográfica do óleo isolante. Existem mais testes específicos que podem ser aplicados de acordo em oportunidade futura.
Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran. Electrical Power Equipment Maintenance and Testing Second Edition – Paul Gill. Curso de Transformadores Weg DT-11. *Fábio Henrique Dér Carrião é engenheiro de Energia e Automação Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Profissional com 13 anos de experiência no setor, sendo responsável pela gestão de equipes de engenharia, comissionamento e montagem em projetos de subestações de
Ia = R60 / R30; E Ip = R10 / R1;
Ip = índice de Polarização;
• teste do relé medidor de temperatura do enrolamento, imagem térmica;
Fontes:
Onde:
Ia = índice de Absorção;
No plano de manutenção do transformador também podem constar outros testes e verificações:
com a necessidade de cada instalação. Estes testes serão aqui abordados
Rmin = 2.65 x V / (P/f) / 1.732
Onde:
e) Outros Testes de Verificações
alta, média e baixa tensão. Atuando em indústrias de diversos segmentos, usinas de geração e concessionárias de energia. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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Linhas elétricas para baixa tensão
26
Por Paulo E. Q. M. Barreto*
Capítulo I Terminologia (I)
A partir desta edição, serão abordados diversos aspectos relativos a linhas elétricas, iniciando pelo conhecimento e uso adequado
Bandeja Suporte de cabos constituído por uma base contínua, com rebordos
da terminologia pertinente e passando pelos principais conceitos,
e sem cobertura. Por não possuir tampa, a bandeja é considerada um
características, aplicações, dimensionamentos, especificações e
conduto aberto, fato este que influencia a escolha dos condutores
requisitos normativos para condutos e condutores.
permitidos de serem instalados em seu interior (tipo e capacidade de
Optou-se por iniciar esta série de artigos com a apresentação dos
condução de corrente).
principais termos que serão utilizados no decorrer da exposição do
Observe-se que a peça conhecida como “eletrocalha” no mercado,
tema linhas elétricas e, também, para auxiliar os profissionais a utilizar
quando instalada com tampa, recebe a designação técnica de eletrocalha,
e aplicar corretamente esses termos técnicos.
e quando instalada sem tampa, recebe a designação técnica de bandeja.
É de suma importância que os profissionais da área tecnológica
Esses detalhes são importantes não só para efeitos da terminologia oficial,
conheçam e saibam aplicar a terminologia técnica da forma correta.
mas fundamentalmente para as suas implicações no dimensionamento
Além de se expressar bem, isso será de grande valia nas especificações
(já que, em função do método de instalação dos condutores, haverá
de componentes (fio, cabo, barra, classe de condutor, galvanizado),
alteração da sua capacidade de condução de corrente) e na seleção do
no entendimento de determinados fenômenos (sobrecarga, curto-
tipo de condutor (com isolação e/ou com cobertura).
circuito), na apuração das causas de certos acidentes (incêndios) e identificação de efeitos patológicos (corrosão, oxidação, aquecimento). Alguns descuidos na comunicação técnica até chegam a ser considerados sem muita importância, porém, dependendo do contexto, o uso inadequado de determinado termo pode causar interpretação
Fascículo
equivocada, constrangimentos, discussões intermináveis, prejuízo financeiro, além da desvalorização do trabalho realizado e da própria Engenharia. Assim como se espera que nenhum profissional saia por aí falando “nóis vai” e “nóis fica”, também se deve zelar pela utilização correta
Exemplo de bandeja.
da terminologia técnica. Principalmente em documentos técnicos (projetos, pareceres, relatórios, laudos etc.). Os termos escolhidos para os objetivos desta série de artigos são apresentados a seguir, em ordem alfabética, e, quando conveniente, acrescidos de explicações e comentários que complementam o adequado entendimento do termo. As fontes utilizadas como referência foram diversas Normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e a experiência do autor, tanto nas explicações quanto na ausência de Norma específica.
Exemplo de eletrocalha.
27
Apoio
Barramento blindado (ou busway, ou busduct) Ver a definição de linha pré-fabricada (edição futura).
- cabo unipolar: cabo constituído por um único condutor isolado, e dotado no mínimo de cobertura;
Barramento de equipotencialização principal (BEP) É o barramento destinado a servir de via de interligação de todos os elementos que são incluídos na equipotencialização principal. A Exemplo de cabo unipolar.
designação “barramento” está associada à função de via de interligação e não a qualquer configuração particular do elemento. Portanto, em princípio, o BEP pode ser uma barra, uma chapa, um cabo etc. É importante salientar que cada edificação deve possuir o seu BEP.
Barramento de equipotencialização suplementar ou barramento de equipotencialização local (BEL) É o barramento destinado a servir de via de interligação de todos os elementos que são incluídos em uma equipotencialização suplementar
- cabo flexível: cabo capaz de assegurar uma ligação que pode ser flexionada em serviço.
Caixa de passagem e/ou derivação Caixa utilizada para passagem e/ou ligação de condutores, entre si e/ou a dispositivos nela instalados.
ou equipotencialização local.
Bloco alveolado Bloco de construção com um ou mais furos que, por justaposição, formam um ou mais condutos.
Canaleta Elemento de linha elétrica instalado ou construído no solo ou no piso, ou acima do solo ou do piso, aberto, ventilado ou fechado, com dimensões insuficientes para a entrada de pessoas, mas que permitem o acesso aos condutores ou
Borne
eletrodutos nele instalados, em toda a sua extensão, durante
Parte condutora de um polo de um dispositivo para a conexão elétrica para circuito externo, composto de uma ou mais unidades de
e após a instalação. Uma canaleta pode ser parte, ou não, da construção da edificação.
aperto e isoladas, se necessário.
Capacidade de condução de corrente de um condutor
Cabo
Corrente máxima que pode ser conduzida continuamente
Conjunto de fios encordoados, isolados ou não entre si, podendo
por um condutor, em condições especificadas, sem que a
o conjunto ser isolado ou não. Os termos derivados a seguir também
sua temperatura em regime permanente ultrapasse um valor
são utilizados:
especificado. O símbolo utilizado para expressar essa grandeza é
- cabo isolado: cabo constituído de uma ou mais veias e, se existentes, o
(IZ). Em edição futura desta série serão apresentados os critérios
envoltório individual de cada veia, o envoltório do conjunto das veias e
para a determinação desta corrente, que influencia a escolha dos
os envoltórios de proteção do cabo, podendo ter também um ou mais
condutores e dos dispositivos de proteção correspondentes.
condutores não isolados;
Circuito de distribuição (de uma edificação) Circuito que alimenta um ou mais quadros de distribuição. Deve ser observada a diferença de terminologia entre quadro Exemplo de cabo isolado.
- cabo multipolar: cabo constituído por dois ou mais condutores isolados, e dotado no mínimo de cobertura;
de distribuição e quadro de distribuição terminal (ver próximas edições).
Circuito terminal (de uma edificação) Circuito ligado diretamente a equipamentos de utilização e/ ou a tomadas de corrente.
Classe de condutor
A classe de um condutor indica a quantidade de fios que ele possui. Os condutores de baixa tensão podem ser das classes 1, 2, 4, 5 ou 6. A classe 1 é a do condutor sólido (fio). A classe 2 é a dos cabos com quantidade mínima de fios no encordoamento (erroneamente, o mercado denomina esse tipo de cabo por “cabo Exemplo de cabo multipolar.
rígido”). Já as classes 4, 5 e 6 correspondem ao cabo flexível. A
Apoio
Linhas elétricas para baixa tensão
28
classe 3 não existe mais. Pela Norma NBR NM 280, a classe 4
barra de aterramento de um quadro de distribuição (que é o
permanece apenas no âmbito do Mercosul. Quanto maior for o
condutor de proteção – PE), ou do condutor que faz a ligação
número da classe, maior será o grau de flexibilidade do condutor.
equipotencial de massas condutivas (que é o condutor de ligação
Na prática, o mercado trabalha com as classes 1, 2 e 5. Alguns
equipotencial), conforme definições específicas.
tipos de cabos são fabricados na classe 6 (quando se deseja maior grau de flexibilidade). Portanto, a correta especificação de um
Condutor de equipotencialização
condutor inclui a citação da sua classe. Por exemplo: cabo de
Condutor que assegura uma ligação equipotencial, ou seja,
cobre com isolação de ..., classe 5, ... (no cabo virá a marcação
que interliga partes condutivas entre si, podendo ou não ser
C5).
aterrado, em função da medida de proteção contra choques
Cobertura (de um cabo) Invólucro externo não metálico e contínuo, sem função de isolação. Sua finalidade é proteger o cabo contra influências externas.
Condulete Caixa de derivação para linhas aparentes, dotada de tampa própria.
Conduto (elétrico)
elétricos adotada (ligação equipotencial aterrada ou não).
Condutor de Proteção (PE) Condutor destinado a interligar eletricamente massas, elementos condutivos e o BEP. Deve estar sempre posicionado o mais próximo possível dos correspondentes condutores vivos dos circuitos. Nunca se deve utilizar como condutor de proteção as ferragens estruturais ou outros elementos metálicos “estranhos” à instalação elétrica. As Normas NBR 5410 e NBR 5419 reconhecem as ferragens estruturais de uma edificação como “eletrodo de aterramento”, mas jamais como condutor PE.
Elemento de linha elétrica destinado a conter condutores
Esse tipo de confusão, ou de utilização, poderá comprometer
elétricos. Compreende eletrodutos, bandejas, eletrocalhas, leitos,
seriamente a proteção contra faltas para terra e a proteção contra
perfilados, canaletas etc.
choques elétricos. É também conhecido como “fio terra” (termo
Condutor Produto metálico de seção transversal invariável e de
popular).
Condutor de proteção principal
comprimento muito maior do que a maior dimensão transversal,
Condutor de proteção que interliga o barramento de
utilizado para transportar energia elétrica ou transmitir sinais
equipotencialização principal (BEP), a uma ou mais barras de
elétricos. Um condutor pode ter a forma de fio, cabo ou barra.
aterramento.
Condutor carregado
Condutor PEN
É o condutor efetivamente percorrido por corrente elétrica,
Condutor aterrado que combina as funções de condutor
nas condições normais de funcionamento de um circuito elétrico.
de proteção (PE) e de condutor neutro (N). A designação PEN
Nos circuitos trifásicos com neutro, quando as cargas estiverem
resulta da combinação dos símbolos PE+N.
Fascículo
equilibradas entre as fases e não for prevista a circulação de correntes harmônicas no condutor neutro, em quantidade
*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado
apreciável (harmônicas de ordem 3 e suas múltiplas, superior
em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto,
a 15%), este não precisa ser computado, considerando-se então
execução, manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas.
esses circuitos como sendo de três condutores carregados. Por
É membro da Comissão que revisa a Norma ABNT NBR 5410
sua vez, condutor de proteção (PE) é considerado não carregado e
desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador
condutor PEN (proteção+neutro) é considerado como condutor
da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia.
neutro, para esse efeito.
Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do
Condutor de aterramento Condutor que liga o barramento de equipotencialização principal (BEP) ao eletrodo de aterramento. Ou ainda, o condutor ou elemento metálico que faz a ligação elétrica entre a instalação que deve ser aterrada e o eletrodo de aterramento. Não se deve utilizar esse termo para designar, por exemplo, o condutor que faz a ligação da massa de um equipamento à
INMETRO, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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30
Reportagem de capa Por Adriana Dorante Edição: Cristiane Pinheiro
Distribuidoras terão de se reinventar para acompanhar mudanças no mercado de energia Energia limpa e tecnologias disruptivas vão impulsionar novos caminhos de investimentos no setor
As tecnologias disruptivas - aquelas que
provocam
mudanças
e
avanços
significativos, formando novas tendências, como descentralização dos sistemas de geração de energia, digitalização das redes de modo que a energia seja produzida, transmitida e consumida de maneira mais inteligente,
mobilidade
elétrica,
entre
outras - aliadas às fontes renováveis de energia estão remodelando o setor elétrico nacional.
Essa mudança já pode ser percebida
pelas distribuidoras, que discutiram o tema no XXIII Sendi - Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica realizado pela primeira vez em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará, entre os dias 20 e 23 de novembro. O evento foi organizado pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), sob a coordenação da Enel Distribuição Ceará. Segundo Nelson Leite, presidente da Abradee, nos próximos anos, o mercado de
distribuição
passará
por
grandes
emoções. Ele explica que o setor elétrico
31 mundial atravessa fase de mudanças com
E por último, comentou Leite, na
pessoas
as tecnologias disruptivas que vieram para
descarbonização,
ficar guiadas por três tendências com a
termelétricas por fontes renováveis, com
o XXIII Sendi - Seminário Nacional de
letra D: descentralização, digitalização e
a
digitalização,
Distribuição de Energia foi, sem dúvidas,
descarbonização.
possibilitará a redução da modicidade
o maior de todos desde o seu início em
Na descentralização, o consumidor
tarifária.
1962. Cerca de 5 mil pessoas passaram
também é gerador de energia, com o poder
“A partir do momento em que se dá
pelo evento organizado pela Abradee, sob
de tomar decisão de consumo em tempo
mais poder ao consumidor, o mercado
a coordenação da Enel Distribuição Ceará,
real. Pela parte das distribuidoras haverá
livre é ampliado e as distribuidoras terão
oferecendo novidades que surpreenderam
uma remodelagem do uso das redes de
de fazer a integração de tudo, mudando
e agradaram ao público.
distribuição elétrica que, atualmente, flui
seu papel de operadora de rede apenas,
no sentido de geração - rede - consumidor.
para orquestradora de rede, controlando
apresentaram tendências do segmento,
“A tendência é a utilização de recursos
frequência e tensão de milhares de
como a digitalização, e-mobility, relação
energéticos distribuídos, como geração
microgeradores distribuídos”, completou
com os clientes e modelo regulatório, o
distribuída, armazenamento distribuído,
Leite.
Sendi contou com demonstração de carros
eficiência
descentralização
a
substituição e
a
de
Após mais de um ano de planejamento,
Além dos trabalhos técnicos, que
P ara Glauco Valério, secretário geral
elétricos, parcerias entre startups que
destacou Leite.
do Sendi e engenheiro responsável pela
apresentaram suas soluções inovadoras
energética,
entre
outros”,
Já a digitalização, segundo Leite, vai
área de planejamento de obras da Enel
para as maiores distribuidoras do setor
permitir o maior controle de dados em
Distribuição Ceará, a geração distribuída
elétrico entre os intervalos das palestras
tempo real tanto para a distribuidora
está transformando o setor, impulsionando
técnicas
e
os
a mobilidade elétrica e a digitalização com
desenvolvimento de programação de rede
consumidores. Compartilha da mesma
diversas fontes geradoras em locais não
(hackathon), com a participação de 200
opinião Roberto Gentil, coordenador da
específicos. Para isso, as distribuidoras
eletricistas, e competição entre eletricistas
comissão técnica do Sendi e gestor de
terão de se adequar com o aumento de
e técnicos com o objetivo de promover
obras de alta tensão da Enel. Para ele, a
potência e das redes para suportar essa
boas práticas de segurança do trabalho
bola da vez do setor de distribuição é a
geração.
e a inovação (o VII Rodeio Nacional de
digitalização e a mobilidade elétrica. “Vejo
Eletricistas – Melhores Práticas).
as distribuidoras partindo para outros
cidade inteligente. Só assim teremos mais
tipos de serviços. É preciso se reinventar.
eficiência com mobilidade elétrica, geração
Seminário Jurídico integrado pela primeira
As empresas estão deixando o luxo da
distribuída e consumidores inteligentes”,
vez ao evento, abordando importantes
distribuição
contou.
aspectos legais no setor de distribuição de
energia, com oportunidade de networking
comercializadoras,
e
quanto
passando
investimentos”, afirmou.
para
para
outros
“Estamos trabalhando para trazer uma
Sendi 2018 inova e atrai cerca de 5 mil
(demoday),
maratona
de
Outra inovação foi a realização do XIV
32
Reportagem de capa e disseminação da literatura especializada no setor elétrico.
A plenária foi dividida em 14 salas,
onde aconteceram as palestras técnicas, com transmissão única e com o uso da tecnologia via receptor RF ou smartphones (sistema arena silenciosa) para proporcionar a integração à feira de exposição, que contou com mais de 150 expositores nacionais e internacionais.
“Neste ano tivemos de aumentar o
número de salas porque recebemos quase mil trabalhos técnicos para serem avaliados.
Nelson Leite, presidente da Abradee
Foram 972 trabalhos aprovados e desses
está começando a reagir. Percebemos um
estar estático para assistir às palestras”,
234 temas foram selecionados, além de 40
certo otimismo do setor em relação ao
complementou.
pôsteres, ou seja, tivemos 18 trabalhos por
futuro”, disse.
sala durante três dias”, explicou Gentil. A
Segundo
do
geral do Sendi e diretor institucional da
grandiosidade do evento atraiu também
evento foi um grande desafio. “Em junho
Enel Ceará, os patrocinadores e expositores
a participação de muitas universidades e
de 2017 levamos 36 horas para formar uma
ficaram muito satisfeitos com esse modelo do
empresas prestadoras de serviços.
Valério,
a
realização
Segundo Osvaldo Ferrer, coordenador
equipe multidisciplinar na sede da Abradee
Sendi. “Traçamos o desafio de fazer o melhor
técnica
e definimos o propósito do Sendi 2018
Sendi de todos os tempos. Queríamos deixar
foram recebidos 578 trabalhos, na área
de fazer o melhor e o maior de todos os
um legado e deu certo”, disse.
institucional,
tempos”, destacou.
O evento contou também com a
inovação, 117. A seleção dos trabalhos
“Trabalhamos fortemente, principal
presença
passou por 300 avaliações de empresas do
mente na comercialização para trazer
principalmente do Canadá, Europa e
setor, além da aprovação do presidente e
os patrocinadores para que o evento se
América Latina.
do público.
tornasse atrativo para eles. Inovamos com
Segundo Ferrer, o Sendi debateu
Segundo
Gentil, 172,
na
área
comercial,
105
e
de
empresas
internacionais,
Já Leite destacou que o Sendi 2018
as salas integradas à feira, quebrando as
quatro pilares importantes para o setor:
foi a maior edição já realizada. “A grande
barreiras de parede e chamamos de arenas
mobilidade elétrica, regulação, digitalização
vantagem é que cada distribuidora que
silenciosas com 14 palcos debatendo
e sustentabilidade. “A mobilidade elétrica
participa quer fazer sempre melhor. Estou
temas técnicos e inovadores ao mesmo
e o uso do carro elétrico já são uma
muito satisfeito de ver o sucesso desse
tempo. Essa integração trouxe flexibilidade
realidade e um novo modelo regulatório
evento e o fato de conseguir tantos
para quem assistiu as palestras. Quebramos
está sendo tratado para nos dizer como
expositores indica que a economia brasileira
paradigmas, um deles é não precisar
será o comportamento do setor”, explicou.
33
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Panorama do mercado de distribuição de energia elétrica no Brasil
Panorama do setor de distribuição de energia elétrica 541 Concessionárias - Ano base 2017
O Brasil tem 54 concessionárias
de distribuição de energia, atendendo 82,5 milhões de consumidores, segundo dados da Abradee, ano base 2017. A receita bruta dessas empresas naquele ano totalizou R$ 243 bilhões, representando 3,7% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) e empregando 196,3 mil funcionários.
Os dados da Abradee também
Esse número já contempla a consolidação de 5 empresasndo Grupo CPFL na CPFL Santa Cruz - ocorrida em 2018
apontam que, a cada ano, ocorrem 1,8 milhão de novas ligações de energia pelas distribuidoras. A carga de energia elétrica gerada no mercado cativo e livre em 2017 totalizou 421,1 mil GWh, sendo 310,5 mil GWh gerada somente pelo mercado cativo. Os investimentos das distribuidoras em 2017 foi de R$ 16,1 bilhões na compra de novos equipamentos para melhoria da qualidade na expansão das redes, em sistemas de atendimento aos consumidores, no combate a furtos e fraudes no sistema de forma geral, bem como no treinamento de pessoal e na conscientização da população sobre cuidados com a rede elétrica e com uso eficiente da energia.
Em relação a 2016, o total de
investimentos cresceu 16,67% e, na comparação com os últimos dez anos, o crescimento foi de 85%. O setor de distribuição de energia elétrica está muito próximo de alcançar a meta da universalização, atendendo 99,8% dos domicílios brasileiros.
Investimento em distribuição de energia elétrica Investimento (moeda corrente) | R$ Bilhões
34
Reportagem de capa
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Distribuidoras preparam-se para grandes investimentos em tecnologias disruptivas
Santo. E, como anfitriã, mostrará toda
tange a automação, monitoramento e
brasileiro está em expansão e promete
a sua expertise nas áreas em que se
inteligência da rede, têm sido fundamental
receber ainda mais investimentos a partir
destaca, como inovação, robotização e
para atingir esses objetivos e será parte
deste ano, principalmente devido à
mobilidade elétrica. Tendo em mente o
importante dos investimentos da empresa
retomada da economia. A atenção das
princípio número 1 da Cultura EDP: A vida
neste e nos próximos anos”, disse Thiago
distribuidoras está voltada a inovações
sempre em primeiro lugar, a temática da
Bigi, superintendente de estratégia e
como robotização, redes inteligentes,
segurança também deve permear todo o
planejamento energético do Grupo
mobilidade elétrica, geração distribuída,
evento.
Neoenergia.
entre outras que estão transformando a
visão e atuação do setor.
transformação do setor e, com base
serviços prestados ao cliente também é
nos investimentos já realizados pela
um foco importante da Coelba e do grupo
de operação e de gestão das redes
companhia no Brasil, a expectativa é
Neoenergia. A empresa aposta cada vez
elétricas e vêm impulsionando novidades
dobrar sua escala em um horizonte de
mais em tecnologias que permitam o
do setor”, disse Vilmar Teixeira, gestor
três a cinco anos. Em distribuição, estão
restabelecimento automático das redes e
executivo de excelência ao cliente da EDP.
previstos cerca de R$ 600 milhões anuais
seu monitoramento, permitindo por um
A EDP irá sediar a próxima edição
para a expansão e melhoria das redes das
lado que o restabelecimento de energia
do Sendi, que acontecerá no Espírito
distribuidoras”, comentou Teixeira.
em situações críticas seja cada vez mais
O mercado de distribuição de energia
“Essas inovações otimizam processos
“Acreditamos em uma agenda de
A digitalização tanto da rede como dos
A empresa também possui um
investimento anual de mais de R$ 25 milhões em inovação e novos projetos em diferentes áreas de atuação. Na visão da EDP, as tecnologias disruptivas, como descentralização, digitalização e descarbonização, estão sendo naturalmente incorporadas nos processos de criação do setor elétrico do futuro.
Também atentos na qualidade dos
serviços prestados, a Coelba e o Grupo Neoenergia - controlador da empresa no Brasil - investem em tecnologia e modernização e estão se preparando para um avanço importante na qualidade do fornecimento. Vilmar Teixeira, gestor executivo de excelência ao cliente da EDP.
“O avanço e o desenvolvimento de
novas tecnologias, principalmente no que
Thiago Bigi, superintendente de estratégia e planejamento energético do Grupo Neoenergia.
35
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
rápido, e por outro garantindo informação
recursos energéticos distribuídos de forma
plataforma que vai conectar todas essas
precisa e confiável aos clientes, por meio
a integrá-los na rede elétrica e garantir o
tecnologias diferentes, tornando o
de canais de atendimento mais simples e
seu melhor aproveitamento e uso. Com
futuro do setor promissor”, disse Rafael
com o maior número possível de serviços
relação à descarbonização, acreditamos
Lazzaretti, diretor de estratégia e inovação
oferecidos em plataformas digitais.
que a melhor forma de atingirmos os
da CPFL Energia.
objetivos globais de redução da emissão
a empresa acredita no potencial e
de CO2 passa invariavelmente pela
opinião da Coelba e o Grupo Neoenergia,
crescimento do número de veículos
eletrificação da economia, já que o setor
acreditando que, de todas as tendências,
elétricos no Brasil nos próximos anos e
elétrico desenvolveu ao longo do tempo
a que está em maior evidência é a geração
tem contado com a expertise global do
a capacidade de gerar energia limpa e
distribuída. Neste segmento, a CPFL
grupo Iberdrola, principal acionista da
segura por meio de fontes renováveis
investiu na instalação de 231 sistemas
Neoenergia, de forma a contribuir com a
como, por exemplo, a eólica e solar”,
geradores fotovoltaicos em diferentes
evolução da regulação do tema e também
comentou.
perfis de consumidores (residencial,
na avaliação de tecnologias para aplicação
comercial e industrial) no Distrito de Barão
no Brasil.
necessidades dos clientes diante das
Geraldo, em Campinas, para analisar
Com relação à mobilidade elétrica,
Também se antecipando às
A companhia compartilha da mesma
novas tendências, a CPFL Energia vai
os impactos causados pela geração
geração distribuída terá um papel cada
investir, em 2019, R$ 1,9 bilhão em
distribuída fotovoltaica na rede elétrica.
vez mais importante para o suprimento
distribuição, incluindo investimentos
Além disso, a companhia conta com o
da rede e estará cada vez mais acessível
em digitalização, automação, geração
projeto P&D para construir a primeira
para o público em geral. “Entendemos
distribuída, carro elétrico, painéis
usina solar do Estado de São Paulo, na
que as distribuidoras de energia têm um
fotovoltaicos, armazenamento, entre
subestação Tanquinho, em Campinas.
papel fundamental neste processo por
outros.
sua capacidade de conectar e gerir estes
telemedição com a adoção de sistemas
O Grupo também acredita que a
“A rede de distribuição será a grande
Outro projeto em andamento é o de
36
Reportagem de capa
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
e na prospecção de novos produtos e serviços voltados para o mercado de energia elétrica. “Foi bem bacana para entendermos as tendências e acabou viabilizando diversos projetos”, comentou Lazzaretti.
“Neste momento de saída de
crise, o segmento tem atraído novos investimentos, tornando o setor ainda mais competitivo. Esse movimento tem sido percebido desde o ano passado, com a privatização de grandes empresas”, disse. Em relação à regulação, Lazzaretti afirmou que sempre há alguns pontos para serem ajustados na medida em que o setor vai evoluindo com as novas tecnologias e o Rafael Lazzaretti, diretor de estratégia e inovação da CPFL Energia.
avanço das fontes renováveis de energia.
que permitem a coleta remota de
inovação, a Copel também já tem diversos
informações relacionadas ao consumo
projetos em andamento. Dentro do
de energia dos clientes da distribuição,
conceito de digitalização e smart grid, a
implantado primeiramente em clientes do
empresa concluiu em dezembro de 2018
Grupo A (grandes clientes que recebem
o projeto de automatização das redes
energia em média e alta tensão como
de distribuição da cidade de Ipiranga,
shoppings centers e indústrias, por
a 70 km de Ponta Grossa. Trata-se da
exemplo).
primeira cidade do Brasil a ser totalmente
automatizada, incluindo 5,1 mil pontos
Em relação à mobilidade elétrica, a
Na questão de investimentos em
companhia tem o projeto Emotive, como
urbanos e rurais. A iniciativa abre campo
objetivo de constituir um Laboratório
para explorar também projetos de Smart
Real de Mobilidade Elétrica na Região
City.
Metropolitana de Campinas para
aprofundar os impactos reais dos veículos
pesquisa, desenvolvimento e inovação
elétricos para o setor.
para preparar seu sistema elétrico para
esta grande revolução, que certamente
A companhia também desenvolve
“A Copel investe em projetos de
pesquisa para analisar os impactos
refletirá em aumento de demanda sobre
da inserção e utilização de sistemas
o sistema de distribuição”, disse Antonio
de armazenamento de energia (como
Sergio Guetter, diretor de distribuição da
baterias) em toda a cadeia do sistema
Copel.
elétrico, da geração até o cliente final.
se firma como uma forte tendência,
Neste ano, a CPFL Energia também
Segundo Guetter, a digitalização
pretende fazer uma nova rodada do
em decorrência da aplicação em escala
programa de aceleração de startups
do conceito de "Smart Grid", e da
que estreou no ano passado e gerou
necessidade de melhoria da eficiência
negócios ao redor de R$ 6 milhões em
operacional. Sua regulação também
desenvolvimento de projetos com as
está madura, bem como a cadeia de
empresas selecionadas. A iniciativa,
fornecedores de equipamentos e sistemas.
realizada em parceria com a Endeavor,
faz parte da estratégia de criação de uma
o projeto Smart Copel, um novo conceito
plataforma de inovação aberta com foco
de centro de controle da distribuição,
na aproximação de startups e scale-ups
integrado com os serviços de despacho
Outro destaque, segundo Guetter, é
38
Reportagem de capa
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
a prioridade é a modernização da rede elétrica, com foco em tecnologias de digitalização.
Com a aquisição da distribuidora
em São Paulo, a Enel se tornou a maior operadora de distribuição do País, com 17 milhões de clientes, e uma participação de mercado de mais de 20% no segmento. Atualmente, o Brasil é o segundo maior mercado de distribuição da Enel no mundo – o primeiro é a Itália.
“Nossa expectativa é que o País siga
avançando em discussões importantes para aperfeiçoar algumas questões, como o reconhecimento dos investimentos das distribuidoras em digitalização Antonio Sergio Guetter, diretor de distribuição da Copel.
(smart meters) e um entendimento mais profundo das diferenças regionais entre
Segundo Nicola Cotugno, country manager da Enel do Brasil.
as concessões, que causam impacto na e gestão da medição, que capacitará a
operação das empresas, como é o caso,
em larga escala é um dos exemplos do
Copel Distribuição a ações de refinamento
no Estado do Rio, do aumento expressivo
que podem fazer com estes avanços
da manutenção preditiva, gestão dos
de áreas em que as concessionárias não
regulatórios. “No caso da mobilidade
recursos energéticos distribuídos e
conseguem atuar plenamente em razão da
elétrica, atuamos neste mercado por meio
gerenciamento pelo lado da demanda.
violência”, destacou Cotugno.
da Enel X, linha de negócios global da
Enel dedicada ao desenvolvimento de
Guetter ainda destaca avanços no
Cotugno acredita que a automação
segmento com a aproximação e diálogo
das redes talvez seja o que há de mais
produtos inovadores e soluções digitais,
dos agentes do setor com o governo
relevante e concreto no momento. “Na
ajudando a fomentar a mobilidade elétrica
através do Ministério de Minas e Energia.
Enel, temos investindo para melhorar a
nas grandes metrópoles”, disse.
“Merecem destaque iniciativas do órgão
qualidade do serviço com a instalação
regulador para resolver a sobrecontratação
de equipamentos de telecontrole. O
no Estado de São Paulo, sua linha
de energia decorrente da forte onda
telecontrole permite que a distribuidora
de negócios de Trading, com a
de migrações de consumidores para o
identifique e isole, mais agilmente e de
comercialização de energia no mercado
mercado livre nos últimos anos, uma
forma remota, falhas ocorridas na rede. Em
livre. “Em 2018, nosso volume de
questão sensível para as distribuidoras de
casos de interrupção no fornecimento, é
energia comercializada quadruplicou e
energia. Um avanço neste sentido pode
possível minimizar os impactos, reduzindo
nossa carteira de clientes no mercado
ser ilustrado pela recente regulamentação
o número de clientes afetados graças a
livre dobrou, em comparação com o
do Mecanismo de Venda de Excedentes
uma maior seletividade da rede”, explicou
ano anterior. Por isso, continuaremos
de Energia pelas distribuidoras”, ressaltou.
atuando fortemente neste mercado,
Também preparada para as mudanças do
enfoques estratégicos e operacionais da
também em São Paulo, focando cada
setor, a Enel no Brasil tem programado
Enel e o caminho que tem possibilitado
vez mais em contratos de longo prazo”,
para o período 2019 a 2021, o
ao Grupo liderar mundialmente este
comentou.
investimento de EU 4 bilhões no Brasil,
processo de transição energética. No
dos quais 2,2 bilhões serão destinados à
Brasil, a Enel investe em digitalização das
no Estado do Piauí do maior parque solar
distribuição.
redes de distribuição para melhorar a
atualmente em construção na América
confiabilidade e a estabilidade do serviço.
do Sul, um projeto que representa como
manager da Enel do Brasil, a companhia
Tem participado de discussões com o
a Enel atua em diferentes segmentos do
vai seguir consolidando sua atuação nos
órgão regulador do setor e contribuído,
setor elétrico, contribuindo para tornar o
Estados do Rio, Ceará e Goiás, e integrar
junto com outros agentes, para aperfeiçoar
mix de geração de energia no Brasil ainda
a nova empresa (a Enel Distribuição São
a regulação e avançar ainda mais na
mais limpo e diversificado, por meio da
Paulo) ao Grupo Enel. Em ambos os casos,
digitalização. O uso de smart meters
expansão da energia solar e eólica.
Segundo Nicola Cotugno, country
A inovação é um dos principais
A companhia também vai reforçar,
Outro grande projeto é a construção
Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES
FASCÍCULO
Aproveitamento da energia solar COLUNA EÓLICA: Reestruturação do setor elétrico COLUNA SOLAR: Geração distribuída: o consumidor no centro das decisões APOIO
Ano 3 - Edição 31 / Janeiro de 2019
Apoio
40
FascĂculo Por Hans Rauschmayer*
Aproveitamento da energia solar
RenovĂĄveis
Apoio
41
1 - Introdução
Com esta edição da revista O Setor Elétrico começamos um novo fascículo sobre energia
solar. Ele tem como objetivo ensinar as etapas para projetar um sistema fotovoltaico conectado à rede (SFCR). Iniciamos hoje com uma introdução, situando este tipo de sistema dentro das formas de aproveitamento da energia solar para, então, abordar uma visão geral dele.
O detalhamento das matérias segue o espaço disponível na revista. Se pretender
empreender nesta área, recomendamos fortemente participar de um curso reconhecido que entra em muito mais detalhes e oferece treinamento prático.
A estrutura dos fascículos segue aquela que se mostrou eficaz nos cursos ministrados
desde 2012 na nossa empresa Solarize. 2 - Aproveitamento da energia solar
Figura 1: Formas de aproveitar a energia solar
Existem, basicamente, duas formas de se aproveitar a energia solar (figura 1):
aquecimento solar e energia fotovoltaica. O aquecimento solar aproveita a energia térmica em que se transforma a irradiação solar quando atinge um corpo.
O corpo pode ser um coletor solar, onde o calor do sol é transferido para a água que
percorre o coletor e é encaminhada para o reservatório. O uso final é água quente para tomar banho, para uso em cozinhas ou em processos industriais.
Aquecimento de ar é outra tecnologia simples e empregada em regiões com clima
moderado, mas nunca ganhou grande escala. Resfriamento solar transforma o calor em frio, usando máquinas de gelo. Como é uma tecnologia bem mais complexa do que a combinação de energia fotovoltaica com aparelhos de ar condicionado comuns, ela perdeu viabilidade na medida em que os painéis fotovoltaicos caíram de preço.
Usinas termossolares concentram a irradiação mediante espelhos para aquecer um fluído
e gerar energia numa turbina. A vantagem é o armazenamento da energia térmica por algumas horas após o pôr do sol e a consequente geração de eletricidade no horário de pico.
Apoio
Fascículo
42
3 - Tipos de sistemas fotovoltaicos
Renováveis denominada de Geração Centralizada (GC).
A Geração Distribuída (GD) ocorre em locais onde há consumo
próprio, como residências, prédios ou empresas. A energia gerada é aproveitada em primeiro lugar na instalação local, e apenas o excedente é injetado na rede da concessionária. No Brasil, a legislação determina que a concessionária devolva a energia injetada em outro horário, como se fosse uma bateria (compensação em net-metering).
Há duas situações distintas onde a combinação com baterias em
sistemas híbridos pode ser interessante: no nobreak solar, a energia armazenada é revertida quando a rede da concessionária falha. Neste caso, a potência e a autonomia do nobreak devem ser dimensionados conforme carga a ser alimentada, similarmente a sistemas autônomos. Figura 2: Tipos de sistemas fotovoltaicos
Podemos dividir os sistemas fotovoltaicos em três grupos (figura
Já o gerenciamento de energia por baterias é usado na Europa e nos
Estados Unidos: durante o dia armazena-se a energia para convertê-la à noite, durante o horário da ponta. No Brasil, esta opção começa a ficar viável em regiões com grande diferença entre as tarifas da ponta e fora
2). O primeiro é representado por bombas solares, única aplicação onde
da ponta.
os módulos fotovoltaicos são conectados diretamente a um aparelho.
Estas bombas adaptam sua velocidade à energia disponível e são
sistemas de Geração Distribuída.
Os fascículos que publicaremos ao longo deste ano focarão em
indicadas em locais sem rede elétrica, como fazendas. 4 - Conexão do sistema solar à instalação predial 3.1 - Sistemas autônomos (off-grid)
A característica principal de sistemas autônomos é o
armazenamento da energia em baterias, para uso à noite ou em dias chuvosos. Essa tecnologia já é empregada há muitas décadas em localidades sem acesso à rede elétrica, aplicações automatizadas, como pontos de transmissão telefônica ou estações meteorológicas. Aplicações novas incluem pontos de aluguel de bicicletas, para os quais uma instalação elétrica fixa seria muito onerosa frente ao baixo consumo de energia.
O custo das baterias e a capacidade limitada delas torna sistemas
autônomos desinteressantes onde há opção para usar a rede da concessionária.
Postes solares também ganham na simplicidade da instalação,
porém devem ser avaliados financeiramente em longo prazo por causa
Figura 3: Esquema da instalação predial com sistema solar
da troca das baterias no final da vida útil.
unidade de consumo que é formada por consumidores (iluminação,
Localidades afastadas, como sítios ou aldeias na região amazônica,
Na Geração Distribuída, o sistema solar é introduzido em uma
frequentemente contam com mais do que uma fonte de energia: solar,
motores, refrigeração etc.), conectados a um quadro de distribuição,
eólica e gerador a diesel. Neste caso, o gerador é ligado somente em
que recebe energia da rede da concessionária com medição unidirecional
última necessidade, por causa do custo de combustíveis e manutenção.
do consumo.
A combinação requer um controle automatizado que atenda às
O sistema solar é composto por um:
características de cada fonte.
O termo “sistema híbrido” pode gerar confusão, porque é usado
• arranjo fotovoltaico, um conjunto de módulos fotovoltaicos
tanto para sistemas que usam fontes diferentes, explicados acima,
interligados, que gera a energia em corrente contínua,
quanto para inversores conectados à rede com baterias, que serão
• e inversor(es) que transformam a energia gerada para corrente
abordados em seguida.
alternada em sincronismo com a rede.
3.2 - Sistemas conectados à rede (on-grid)
de distribuição adequado (figura 3), não necessariamente o quadro
Usinas representam o tipo clássico de sistemas conectados
O sistema solar é conectado à instalação predial em algum quadro
à rede: toda a energia gerada é escoada instantaneamente à rede
do ponto de conexão. Após aprovação da instalação, a concessionária
da concessionária, sem armazenamento local. Essa modalidade é
substitui o medidor por um modelo bidirecional que mede a energia
Apoio
Fascículo
44
Renováveis
consumida e a energia injetada, de forma independente. As duas leituras
• quando o consumo supera a geração, mesmo em dias ensolarados;
são usadas para emitir a conta de energia a cada mês (abordaremos
• na ocasião de defeitos do sistema solar.
detalhes em outro fascículo). 5 - Funcionamento dinâmico ao longo do dia
Observamos um ponto muito importante: o funcionamento dos aparelhos
não depende do sol ou do sistema solar. Os moradores ou funcionários da empresa não precisam mudar sua rotina conforme o tempo – é a concessionária que garante a alimentação da unidade.
Figura 4: Fluxo de energia em geração solar superior ao consumo
A figura 4 mostra o fluxo de energia em momentos com geração
superior ao consumo: do inversor, a energia flui em direção ao quadro de distribuição. Dali, ela alimenta os consumidores. O excedente é injetado na rede da concessionária e contabilizado pelo medidor de injeção.
Figura 6: Fluxo de energia à noite
À noite (figura 6) não ocorre mais geração solar (aliás, é um mito
que a lua consiga gerar energia) e toda a energia é suprida pela rede da concessionária.
Figura 7: A falha da rede causa desligamento do inversor
A figura 7 mostra a situação da falta de energia. O inversor desliga
Figura 5: Fluxo de energia com geração inferior ao consumo
automaticamente por duas razões. Primeiramente, para evitar um choque
consegue garantir a potência necessária para alimentar qualquer aparelho.
Na figura 5 observamos o momento de passagem de uma nuvem. A
energia gerada cai instantaneamente e não supre mais a demanda total dos consumidores. A energia da concessionária complementa a energia solar.
A alimentação oscilante entre inversor e concessionária funciona em fluxo
natural, sem chaveamento. O inversor simplesmente gera energia em uma tensão levemente superior à da rede, o que garante o escoamento preferencial.
A situação descrita acima ocorre em diversas ocasiões, não somente numa
passagem de nuvens: • no início e no final do dia, quando a irradiação é baixa; • em dias nublados ou chuvosos;
no técnico da concessionária. Segundo, o sistema solar sem baterias não O desligamento automático é chamado de proteção “anti-ilhamento” (mais detalhes no fascículo sobre inversores) e a reconexão é automática. 6 - Características do sistema fotovoltaico
A instalação elétrica em uma residência ou uma empresa é simples,
já que dispensa modificações na instalação existente. Apenas no quadro da conexão é inserido mais um disjuntor (vemos detalhes da instalação elétrica mais adiante).
Apoio
45
Figura 8: Arranjo fotovoltaico na residência do autor, potência: 4,1 kWp
O sistema solar traz as seguintes vantagens:
• redução do custo de energia; • maior autonomia: para muitas pessoas é importante saber que grande parte do consumo é gerado no próprio telhado; • silencioso: na maioria dos inversores só se escutam os relês na hora de ligar. Alguns poucos têm um cooler de resfriamento que liga automaticamente quando o inversor esquenta; • reduz carga térmica no prédio: a cobertura recebe muito menos sol, o que diminui a demanda por ar condicionado na edificação.
Figura 9: Inversor com quadros de proteção
Um sistema de alta qualidade requer como manutenção constante
somente a limpeza dos módulos, duas vezes ao ano, que é efetuada com água e um pano macio. Apenas em locais com elevada carga de sujeira atmosférica recomenda-se uma limpeza mais frequente.
Além disso, uma revisão periódica da instalação física e elétrica garante
a longevidade com os benefícios previstos. 7 - Previsão
No fascículo do próximo mês conheceremos as etapas da elaboração de
um projeto fotovoltaico na visão macro. *Hans Rauschmayer é sócio-gerente da Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize. com.br]. Reconhecido especialista em energia solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.
46
Notícias
renováveis
Cientistas criam molécula que armazena energia solar durante 18 anos carbono, hidrogénio e nitrogénio
processo no qual existe liberação
uma antena parabólica com vida.
desenvolver um fluido especial,
e quando é atingida pela luz
de energia na forma de calor.
chamado de “combustível
do Sol, as ligações entre os
luz solar, o fluido, que fica em
solar térmico”, que é capaz de
seus átomos são rearranjadas,
para a usar, conseguimos um
tubos transparentes, transforma
armazenar energia solar durante
transformando-se numa nova
aumento de calor que é maior
a molécula no seu isómero,
18 anos.
versão energizada de isómero.
do que ousamos esperar”, disse
aprisionando o calor.
Desta forma, a energia do
Kasper Moth-Poulse, cientista
é como uma bateria recarregável,
Sol é então capturada pelas
que participou no estudo,
promissores e até já chamaram a
mas, em vez de eletricidade, a
ligações químicas do isómero,
recentemente publicado na
atenção, tanto pela sua eficiência
luz solar aquece e é acionada
permanecendo ali mesmo após
revista Energy & Environmental
como também pelo fato deste
sob demanda”, explica Jeffrey
o resfriamento da molécula à
Science.
processo ser livre de emissões
Grossman, engenheiro do MIT.
temperatura ambiente, explica o
prejudiciais ao meio ambiente.
Cientistas suecos acabam de
“Um combustível térmico solar
“Quando extraímos energia
Durante a experiência, a
Quando é aquecido pela
Os resultados são muito
CanalTech.
equipe de investigadores colocou
molécula na sua forma líquida na
um protótipo deste sistema no
tecnologia em sistemas
qual os cientistas da Chalmers
energia elétrica para um
telhado do prédio da universidade
domésticos de aquecimento,
University of Technology, na
aquecedor doméstico, por
sueca, um
ainda que a equipe acredite, no
Suécia, analisam e trabalham para
exemplo, o fluido é extraído de
que é composto por um refletor
entanto, que este sistema pode
aprimorar há mais de um ano.
um catalisador que retorna a
côncavo com um tubo no meio,
também ser disponibilizado, no
molécula à sua forma original,
que procura o Sol como se fosse
futuro, para uso comercial.
Este fluido é, na verdade, uma
Esta molécula é composta de
Diante disso, para gerar
aparelho
O objetivo é adotar esta
Energia solar fotovoltaica
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.
48
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.
Geração distribuída: o consumidor no centro das decisões
investimentos acumulados desde
Agência Nacional de Energia Elétrica
das distribuidoras, conforme
além dos inúmeros benefícios
2012, distribuídos ao redor de todas
(Aneel) indicam que a redução de
regulamenta a Aneel. O pagamento
socioeconômicos, ambientais
as regiões brasileiras.
receita média para as distribuidoras,
também é feito para projetos
e estratégicos, cada vez mais
com o crescimento da geração
de médio porte, conectados em
importantes à nossa sociedade, a
distribuída solar fotovoltaica
distribuída para 150 mil unidades
média tensão, via pesados custos
fonte é atualmente a opção mais
começa a incomodar grandes
consumidoras até 2020, seria inferior
de demanda sobre as usinas de
utilizada pelos brasileiros para
grupos econômicos, tradicionais
a 0,1%. Já o impacto médio nas tarifas
geração distribuída. Por vezes,
enfrentar os pesados aumentos nas
e conservadores no setor elétrico.
dos consumidores seria de menos de
os empreendedores de geração
tarifas de energia elétrica.
Um forte lobby, encampado por
1%, considerando todo o acumulado
distribuída arcam, inclusive, com
A geração distribuída solar
entidades que representam as
no período de 2015 a 2020.
uma parte dos custos de reforço
fotovoltaica se destaca como uma
distribuidoras, tem pressionado
da rede, doando posteriormente
solução competitiva e sustentável:
autoridades para alterar importantes
comparados aos reajustes tarifários
estes investimentos para as
segundo dados da Bloomberg
regulamentações que recentemente
cobrados pelas distribuidoras
distribuidoras.
New Energy Finance, o preço dos
dinamizaram o mercado. Em
dos consumidores. Apenas em
equipamentos caiu 83% desde
especial, o bem-sucedido sistema
2017, o reajuste médio anual
os sistemas de geração distribuída
2010, sendo este o principal
de compensação de energia elétrica,
das tarifas de energia elétrica foi
solar fotovoltaica equivalem a irrisórios
fator na diminuição no tempo
usado por décadas em diversos
superior a 10%, frente a uma
0,05% das mais de 84 milhões de
de retorno sobre o investimento,
países do mundo, tem sido alvo
inflação de 2,95%. Com isso, a
unidades consumidoras atendidas
proporcionando reduções de
desse lobby no Brasil.
receita bruta das distribuidoras
pelas distribuidoras de energia elétrica,
até 90% nas contas de energia
O motivo é financeiro: ao
saltou para nada menos que R$
o que demonstra que a fonte ainda
elétrica e trazendo economia e
empoderar os consumidores,
243 bilhões em 2017, segundo
engatinha.
sustentabilidade ambiental a
tornando-os produtores ativos
dados da Associação Brasileira de
residências, comércios, indústrias,
de sua própria energia renovável
Distribuidoras de Energia Elétrica
os fatos e dados concretos, fica
produtores rurais e prédios públicos,
e mais independentes, a geração
(ABRADEE), tendo muitas delas
visível que é muito cedo para
como escolas e hospitais.
distribuída solar fotovoltaica
batido recordes de faturamento
qualquer alteração no sistema de
ameaça as receitas e lucros de
no período, para desespero dos
compensação de energia elétrica da
acaba de atingir a marca histórica
distribuidoras que não se adaptarem
consumidores, que pagam esta
geração distribuída. Faltam estudos
de 500 megawatts (MW) de
à nova realidade do mercado e às
salgada conta. Para 2018, a
técnicos da Aneel, transversais,
potência instalada em sistemas
demandas dos consumidores.
situação foi ainda pior: o aumento
quantitativos, qualificados,
de microgeração e minigeração
das distribuidoras ficou entre 10%
aprofundados e isentos, avaliando
distribuída solar fotovoltaica,
as regras, para que consumidores
e 15% em média, pesando mais
os benefícios (ambientais,
respondendo por mais de 99,5%
com geração distribuída paguem
uma vez no bolso dos consumidores
econômicos, sociais, elétricos e
das instalações no País. São
mais pelas redes de distribuição, sob
e da sociedade brasileira. Em 2019,
estratégicos) e eventuais custos da
atualmente 49.177 sistemas
a alegação de que o impacto tarifário
infelizmente, não será diferente.
geração distribuída para a sociedade
solares fotovoltaicos conectados
de supostos subsídios cruzados seria
brasileira. Só a partir desta análise
à rede, trazendo economia e
de 0,1% para cada 50 mil unidades
geração distribuída já paga pelo
teremos elementos para propor
sustentabilidade ambiental a
consumidoras. Os números, no
custo de disponibilidade da rede
aprimoramentos regulatórios com a
60.090 unidades consumidoras,
entanto, não se sustentam.
de distribuição, responsável pelo
devida propriedade.
A energia solar fotovoltaica
Neste mês de janeiro, o Brasil
Com seu avanço, a geração
A intenção do lobby é de mudar
Os dados das notas técnicas da
rateio de custos da infraestrutura
somando mais de R$ 2,6 bilhões em
chegou para ficar. No caso brasileiro,
Os valores são irrisórios quando
Todo consumidor com
Conforme dados oficiais da Aneel,
Assim, quando analisamos
Energia Eólica
49
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Reestruturação do setor elétrico
2019 chega com uma
da reforma do setor abandonando
da demanda por eletricidade
significa planejar com
nova possibilidade para o
nossos automatismos do pensar e
para abastecer os carros e
mais segurança. Uma outra
setor elétrico discutir algo
ousando questionar o que poderia
o crescimento do gás, cuja
discussão recorrente no setor
profundamente necessário:
ser feito de maneira diferente.
regulação precisa de ajustes,
é o chamado pêndulo da sobra
uma ampla e profunda reforma.
Aliás, seria interessante parar
e suas variadas possibilidades
e da escassez, somado à falta
Este é um tema que vem sendo
de utilizar a palavra “reforma”
são apenas dois dos motivos
de planejamento. Uma busca
debatido, há muito tempo, em
e passar a enfrentar isso como
que justificam a necessidade de
rápida em históricos de notícias
inúmeras feiras, congressos,
uma “reestruturação de bases”.
um trabalho conjunto.
mostra a situação: em pouco
palestras, grupos de trabalho
Reforma pode ter puxadinho.
tempo, vamos de manchetes
e tantos outros espaços de
Reestruturação de bases não.
energética, ainda que já seja
sobre possibilidade de
debates do setor. A discussão
bastante renovável, precisa
racionamento para situação de
se desgastou de tal forma que
um debate qualificado e sério,
desenvolver muito mais as
cancelamento de leilão porque
há um sentimento de palavras
uma confrontação de ideias
chamadas renováveis de baixo
temos sobra de energia.
vazias e que todos sabem
com um esforço coletivo em
impacto, como eólica e solar.
de tudo. Começar a falar de
torno de um objetivo comum.
Se olharmos apenas o setor
brilhantes e, certamente,
reforma do setor parece uma
No caso do setor elétrico,
elétrico podemos ter a falsa
tivemos muitos acertos ao
“deixa” quase certa para que
acreditamos que esse objetivo
impressão de estarmos muito
longo do tempo. Não se trata,
seu interlocutor assuma a
em comum é a necessidade de
tranquilos em relação às metas
portanto, de afirmar que é
postura de quem já conhece
termos uma energia que chegue
do Acordo do Clima, porque,
necessário reconstruir tudo
tudo sobre o assunto e que só
ao consumidor sem tantos
afinal de contas, temos uma
do zero, mas é o caso, sim,
deve manter seu ponto de vista
penduricalhos e subsídios.
matriz elétrica altamente
de argumentar que é preciso
na discussão.
Um setor preparado para
renovável e com a eólica
adotar uma nova postura
Muitos argumentam que a
acolher a enorme quantidade
ampliando significativamente
olhando o setor de forma mais
reforma tem sido feita sim, em
de mudanças tecnológicas de
sua participação na geração
integrada. O desafio não é
partes, resolvendo os problemas
forma integrada.
elétrica. Quando olhamos
pequeno. Precisamos encontrar
com uma portaria aqui e outra
O pensar integrado que
a matriz energética como
maneiras de promover diálogos
acolá, por meio de emendas,
essa reestruturação de bases
um todo podemos ver que
de profissionais com visões
medidas provisórias. São os
exigirá significa, por exemplo,
a situação é diferente e
diversas, mas que estejam
puxadinhos do setor elétrico. E
que o setor elétrico entenda que
ainda existe muito trabalho
todos de acordo em direcionar
ele tem vários, como sabemos. O
é necessário estar muito mais
pela frente para expandir as
suas energias em nome de
que precisamos é de outra ordem.
unido com o setor energético
renováveis.
um bem comum, que é o setor
Precisamos entrar na discussão
como um todo. O crescimento
energético do futuro.
Uma reestruturação exige
Outro ponto é que a matriz
Pensar integrado também
O setor elétrico tem mentes
50
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Segmento de Fios e Cabos espera crescer 20% em 2019 Expectativa otimista também refletirá na contratação de 10% a mais de funcionários em relação ao ano passado O segmento de Fios e Cabos está
Previsões de crescimento
otimista para este ano. A previsão de crescimento percentual do segmento para
Previsão de contratação para 2019
2019 é de 20%, segundo pesquisa da revista O Setor Elétrico (OSE) com 50 empresas. Já em relação ao crescimento do tamanho anual total do mercado para este ano, a expectativa de crescimento é de 14%. Com esta perceptiva, a previsão de contratação de funcionários este ano é de 10% a mais do que em 2018. No ano passado, o segmento cresceu 13% em relação a 2017.
10% 13% 14%
Crescimento médio em 2018 comparado ao ano 2017 Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2019
20%
Previsão de crescimento percentual para 2019
51
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
O segmento de Fios e Cabos está otimista para este ano. A previsão de crescimento
percentual do segmento para 2019 é de 20%, segundo pesquisa da revista O Setor Elétrico (OSE) com 50 empresas. Já em relação ao crescimento do tamanho anual total do mercado para este ano, a expectativa de crescimento é de 14%. Com esta perceptiva, a previsão de contratação de funcionários este ano é de 10% a mais do que em 2018. No ano passado, o segmento cresceu 13% em relação a 2017. Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos
29%
18%
Acima de R$ 200 milhões
Até R$ 3 milhões
18%
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
6%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 6%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
23%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
Para 21% dos entrevistados, a retomada do crescimento e a retomada da economia
brasileira (também 21%) são fatores fundamentais para impulsionarem essas perspectivas otimistas de expansão do segmento. Empatados com 14%, o bom momento econômico do País e os projetos de infraestrutura colaboram com esse cenário. Para 8%, o setor da construção civil aquecido também estimula o segmento. Fatores que devem influenciar o mercado de Fios e Cabos em 2019
3%
Outros 21%
5%
Programas de incentivo do governo 14%
Retomada da Economia
Bom momento econômico do país 1%
Desaceleração da economia brasileira 8%
21%
Setor da construção civil aquecido
Retomada do crescimento
2%
Setor da construção civil desaquecido 14%
2%
Projetos de infraestrutura
Crise Política 5%
Falta de normalização e/ou legislação 2%
Incentivos por força de legislação ou normalização
2%
Crise internacional
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
52
O perfil do segmento é formado pelo setor industrial (94%), setor
comercial (79%), de transmissão e distribuição (64%) e residencial
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Fatores que devem influenciar o mercado de acessórios para fios e cabos em 2019
(48%). Principais segmentos de atuação
8%
2%
Residencial
48%
Programas de incentivo do governo
Outros
24%
Transmissão e distribuição
64%
Retomada da economia
1%
Comercial
79%
8%
Bom momento econômico do país Desaceleração da economia brasileira 8%
Industrial
94%
Setor da construção civil aquecido
29%
1%
Retomada do crescimento
Setor da construção civil desaquecido 13%
Projetos de infraestrutura
2%
Os dados da pesquisa mostram que a venda direta ao cliente
Crise Política
2%
final domina o mercado do segmento, com 91% da fatia, seguido
2%
por distribuidores e atacadistas (67%), revendas e varejistas (64%),
Falta de normalização e/ou legislação
telemarketing (33%) e Internet (24%).
Incentivos por força de legislação ou normalização
Canais de vendas
Outros
12% 24%
Com
Internet
33%
Telemarketing Revendas / varejistas
64% 67%
perspectiva,
o
crescimento
esperado
pelo
Distribuidores / atacadistas Venda direta ao 91% cliente final
comparação ao ano de 2018, essa estimativa de crescimento é 14% maior. A previsão de contratação é de 5% a mais em relação ao ano passado.
Previsões de crescimento
Otimista, segmento de Acessórios
Previsão de contratação em 2019
5%
para Fios e Cabos prevê
7%
crescimento de 7% em 2019
9%
Previsão baseia-se na expectativa de crescimento e na retomada da economia brasileira
essa
segmento de Acessórios para Fios e Cabos em 2019 é de 7%. Em
Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2019 Crescimento médio em 2018 comparado ao ano anterior Previsão de crescimento em 2019
14%
Assim como o segmento de Fios e Cabos, a expectativa de
crescimento e a retomada da economia brasileira devem estimular o segmento de Acessórios para Fios e Cabos em 2019. Segundo pesquisa da Revista O Setor Elétrico (OSE) com 35 empresas do setor, 29% dos entrevistados esperam crescimento do mercado
e 24% acreditam na retomada da economia. Para 13% projetos de
e Cabos atendem a Indústria (88%), a Distribuição e Transmissão
Segundo a pesquisa do OSE, as empresas de acessórios de Fios
infraestrutura também devem impulsionar o mercado.
(71%), o Comercial (65%) e Residencial (35%).
53
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Principais segmentos de atuação
Residencial
35%
Comercial
65%
Transmissão e distribuição
71%
Industrial
88%
O canal de vendas do segmento é bastante pulverizado, distribuindo-se em: distribuidores e
atacadistas (79%), venda direta ao cliente final (76%) e revendas e varejistas (74%). As vendas por telemarketing representam 35%, e pela Internet, 26%. Canais de vendas
Outros
24%
Internet
26% 35%
Telemarketing Revendas / varejistas
74% 76% 79%
Venda direta ao cliente final Distribuidores / atacadistas
Os dados da pesquisa ainda apontam que 32% do segmento faturam entre R$ 3 milhões
e 10 milhões. Empatados com 21%, faturam até R$ 3 milhões e entre R$ 20 e R$ 50 milhões. A fatia de 16% das empresas faturam de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões e 5%, acima de R$ 200 milhões. Faturamento bruto anual das empresas de acessórios para fios e cabos
5%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
21%
Até R$ 3 milhões
16%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
21%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões 32% 5%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
Pesquisa - Fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
SP PA SP SP PE MG SP PR SP SP SP SP PR SP SP SP SP
X X X X X X X X X X X X X X
X SP SP SP SP MG SP SP RS SP SP SP MG SC SP
X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X X
X X X X X
X X X X X
X
X X X X X
X X X X X X X X X X
X
X
X
X
X X X X X X X X X
X X X X X X X X
X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X
X X X
X X X X X X
X
X X X
X X X X X X X X X X X X
X X X
X
X X
X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Fios e cabos Nus
Oferece treinamento técnico para os clientes
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
Importa produtos acabados
Exporta produtos acabados
Programas na área de responsabilidade social
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
14001 (ambiental)
9001 (qualidade)
Outros
Internet
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Revendas / varejistas
Estado
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
Guarulhos Barcarena São Paulo São Paulo Catende Itajubá São Paulo Quatro Barras Itu Santana de Parnaiba Carapicuiba Olímpia São José dos Pinhais Ferraz de Vasconcelos São Paulo Guarulhos São Paulo Cairo São Paulo São Paulo Poá Jundiaí Belo Horizonte São Paulo São Paulo Bento Gonçalves Sorocaba Sorocaba Guarulhos Poços de Calda Timbó Santa Branca
Transmissão e distribuição
Cidade
www.acabine.com.br www.alubar.net www.bancor.com.br www.bancor.com.br www.brasfio.com.br www.cabelauto.com.br www.cablena.com.br www.cablie.com.br www.cobrecom.com.br www.cobremack.com.br www.cofibam.com.br www.condumax.com.br www.conduspar.com.br www.cordeiro.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dlight.com.br www.disnacon.com.br www.elsewedyelectric.com www.embramataltatensao.com;br www.exosolda.com.br www.induscabos.com.br www.igus.com.br www.lojaeletrica.com.br www.nambei.com.br www.nexans.com.br www.pan.com.br www.proautomacao.com.br br.prysmiangroup.com www.sil.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.thorcondutores.com.br www.wirex.com.br
Residencial
Site
(11) 2842-5252 (91) 3754-7159 (11) 98383-5168 (11) 2959-8228 (11) 3641-5886 (35) 3629-2500 (11) 3587-9590 (41) 3672-6882 (11) 2118-3200 (11) 4156-5531 (11) 4182-8524 0800 701 3701 (41) 2109-6000 (11) 4674-7400 (11) 2902-1070 (11) 2937-4650 (11) 2061-8461 (11) 96576-1900 (11) 2098.0371 (11) 3951-7120 (11) 4634-9000 (11) 98397-7905 (31) 3218-8000 (11) 5056-8900 (11) 3084-1600 (54) 2102-3333 (15) 3031-7400 (15) 3500-0530 (11) 3377-3333 (35) 3714-2660 (47) 3382-6160 (12) 3972-6000
Comercial
Telefone
A.Cabine Materiais Elétricos Alubar BANCOR - COPPRAL BANCOR CHK Brasfio CABELAUTO CABOS ELETRICOS Cablena CABLIE CONDUTORES ELÉTRICOS COBRECOM Cobremack Cofibam Fios e Cabos LTDA Condumax Fios e Cabos Elétricos Conduspar Cond. Elétricos Ltda. Cordeiro Cabos Elétricos S.A CROSSFOX ELETRICA D´LIGHT DISNACON CONDUTORES ELÉTRICOS El Sewedy Embramat EXOSOLDA Induscabos Condutores Elétricos Jones pedreti cansi Loja Elétrica NAMBEI FIOS E CABOS Nexans Brasil Pan Electric Proauto Prysmian Group SIL Fios e Cabos Elétricos SULMINAS FIOS E CABOS LTDA THOR CONDUTORES ELETRICOS LTDA Wirex
Principal segmento de atuação
Industrial
Empresa
Distribuidora
A empresa é
Fabricante
54
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X
55
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Guarulhos Barcarena São Paulo São Paulo Catende Itajubá São Paulo Quatro Barras Itu Santana de Parnaiba Carapicuiba Olímpia São José dos Pinhais Ferraz de Vasconcelos São Paulo Guarulhos São Paulo Cairo São Paulo São Paulo Poá Jundiaí Belo Horizonte São Paulo São Paulo Bento Gonçalves Sorocaba Sorocaba Guarulhos Poços de Calda Timbó Santa Branca
SP PA SP SP PE MG SP PR SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP RS SP SP SP MG SC SP
X X
X X X X X
X X X X X X X X X X X X
X X X X
X X X X X X
X X X
X X X
X X X
X
X
X
X X X
X X X X X X X X X X
X
X X
X
X X
X X X
X X
X
X X X X
X
X
X X X X X X X
X X X
X X X
X
X
X
X X X
X
X
X X X
X X
X X
X
X X X
X X
X X
X X X X X X
X X X
X
X X X X X X X
X X
X X
X X
X X
X
X
X X X
X X X X X X X
X X X X X X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X X X
X X X X
X
X X
X
X X
Outros
Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)
X X
X X X X X X X
X X X X X X X
Cabos cobertos (revestidos, não isolados)
X X X X X X X X X X
Cabos para média tensão
Outros
X X X X X X X
X X
X X X
Cabos para cabeamento estruturado
X X X X X X X X X
X X X X
X X
Cabos para comunicações e dados: [Cabos ópticos]
X
Cabos coaxiais
X X X X X X
Fios e cabos telefônicos metálicos
X X X X X X
Outros
Estado
Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle
Cidade
Cabos para comunicações e dados
Cabo para ligação de equipamentos
Site www.acabine.com.br www.alubar.net www.bancor.com.br www.bancor.com.br www.brasfio.com.br www.cabelauto.com.br www.cablena.com.br www.cablie.com.br www.cobrecom.com.br www.cobremack.com.br www.cofibam.com.br www.condumax.com.br www.conduspar.com.br www.cordeiro.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dlight.com.br www.disnacon.com.br www.elsewedyelectric.com www.embramataltatensao.com;br www.exosolda.com.br www.induscabos.com.br www.igus.com.br www.lojaeletrica.com.br www.nambei.com.br www.nexans.com.br www.pan.com.br www.proautomacao.com.br br.prysmiangroup.com www.sil.com.br www.sulminasfiosecabos.com.br www.thorcondutores.com.br www.wirex.com.br
Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança
Telefone (11) 2842-5252 (91) 3754-7159 (11) 98383-5168 (11) 2959-8228 (11) 3641-5886 (35) 3629-2500 (11) 3587-9590 (41) 3672-6882 (11) 2118-3200 (11) 4156-5531 (11) 4182-8524 0800 701 3701 (41) 2109-6000 (11) 4674-7400 (11) 2902-1070 (11) 2937-4650 (11) 2061-8461 (11) 96576-1900 (11) 2098.0371 (11) 3951-7120 (11) 4634-9000 (11) 98397-7905 (31) 3218-8000 (11) 5056-8900 (11) 3084-1600 (54) 2102-3333 (15) 3031-7400 (15) 3500-0530 (11) 3377-3333 (35) 3714-2660 (47) 3382-6160 (12) 3972-6000
Cabo com isolação termofixa
A.Cabine Materiais Elétricos Alubar BANCOR - COPPRAL BANCOR CHK Brasfio CABELAUTO CABOS ELETRICOS Cablena CABLIE CONDUTORES ELÉTRICOS COBRECOM Cobremack Cofibam Fios e Cabos LTDA Condumax Fios e Cabos Elétricos Conduspar Cond. Elétricos Ltda. Cordeiro Cabos Elétricos S.A CROSSFOX ELETRICA D´LIGHT DISNACON CONDUTORES ELÉTRICOS El Sewedy Embramat EXOSOLDA Induscabos Condutores Elétricos Jones pedreti cansi Loja Elétrica NAMBEI FIOS E CABOS Nexans Brasil Pan Electric Proauto Prysmian Group SIL Fios e Cabos Elétricos SULMINAS FIOS E CABOS LTDA THOR CONDUTORES ELETRICOS LTDA Wirex
Cabo com isolação termoplástica
Empresa
Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos
Fios e cabos isolados para baixa tensão (até 1000 V)
X
X
Pesquisa - Acessórios para Fios e Cabos
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
X X
X X X X X X X X X X X
X
X X X X X X
X X X X X X X X X X X
X X X X X
X X X
X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X
X X
X X X X X X X X X
X X X
X X
X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X
X X
X X
X
X X
X
X X X X
X
X
X
X X X
X X X X X X
X X
X X X
X
X X
X
X
X X X X X X X X
X
X
X X
X X X X X X X
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X X X X
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X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X
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X X X X X X X X
X X X X X
X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X X
X X X X X
X
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X X X X
X X X
X
X
X
X X X X X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
Programas na área de responsabilidade social
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
14001 (ambiental)
X
X X X X X
9001 (qualidade)
Outros
Internet
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
X X X X
Revendas / varejistas
X X X X X X
Importa produtos acabados
X X
X X X X X X X
Exporta produtos acabados
X
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
Cidade Estado Guarulhos SP X São Paulo SP X Itajubá MG X Sâo Paulo SP Guarulhos SP X Cairo Curitiba PR São Paulo SP X Guarulhos SP X São Leopoldo RS X Orlândia SP X Jundiaí SP X Olimpia SP X São Bernardo do Campo SP X Bauru SP X Rio de Janeiro RJ Araquari SC Belo Horizonte MG X São Bernardo do Campo SP Guarulhos SP X São Paulo SP X Sorocaba SP X São Paulo SP X Cajamar SP X Sorocaba SP X Sorocaba SP X Caieiras SP X São Paulo SP sao paulo SP Poços de Caldas MG X Sao Paulo SP X São Paulo SP X Timbó SC X Diadema SP
Transmissão e distribuição
Site www.acabine.com.br www.automatus.com.br www.cabelauto.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dlight.com.br www.elsewedyelectric.com www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.fastweld.com.br www.frontec.com.br www.grupointelli.com.br www.hellermanntyton.com.br www.incesa.com.br www.idealindustries.com.br www.indelbauru.com.br www.kitacessorios.com.br www.linkofamericas.com www.lojaeletrica.com.br www.mmmagnet.com.br www.mediatensao.com.br www.nexans.com.br www.obo.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.proautomacao.com.br br.prysmiangroup.com www.reimold.com.br www.sindal.com.br www.sob-brasil.com www.sulminasfiosecabos.com.br www.te.com www.tflx.com.br www.thorcondutores.com.br www.weidmueller.com.br
Residencial
Telefone (11) 2842-5252 (11) 3368-6869 (35) 3629-2500 (11) 2902-1070 (11) 2937-4650 (11) 96576-1900 (41) 3383-9290 (11) 2098.0371 (11) 2425-7180 (51) 3201-2477 (16) 3820-1500 (11) 2136-9036 (17) 3279-2600 (11) 4314-9930 (14) 3281-7070 0800 025 1588 (21) 2585-3530 (31) 3218-8000 (11) 4176-7878 (11) 2384-0155 (11) 3084-1600 (15) 3335-1382 (11) 3871-6400 (11) 4448-8000 (15) 3031-7400 (15) 3500-0530 (11) 3904-3554 (11) 3326-3144 (11) 5090-0030 (35) 3714-2660 (11) 2103-6000 (11) 5181-4500 (47) 3382-6160 (11) 4366-9600
Comercial
A.Cabine Materiais Elétricos Automatus CABELAUTO CABOS ELETRICOS CROSSFOX ELETRICA D´LIGHT El Sewedy ELOS Embramat FASTWELD FRONTEC GRUPO INTELLI HELLERMANNTYTON INCESA Ideal Industries INDEL BAURU KIT ACESSÓRIOS LINK OF AMERICAS Loja Elétrica MAGNET Média Tensão Nexans Brasil OBO BETTERMANN Phoenix Contact PLP Proauto Prysmian Group REIMOLD SINDAL S.A Sob schurter Brasil SULMINAS TE Connectivity TECNO-FLEX THOR COND. ELETRICOS LTDA Weidmüller Conexel
Principal segmento de atuação
Industrial
Empresa
Distribuidora
A empresa é
Fabricante
56
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X
57
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
X X
X X
X X
X X X
X X
X
X
X
X X X
X
X
X X
X X X X X X X X
X X
X
Outros
Fitas Isolantes
Ferramentas para aplicação de conectores
Conectores
X X X X X
X
X X X
X
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X
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X
X X
X X
X X
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X X
X
X
X X
X X X X X X X
X X
X X X X X X X X X X
X X
X X
X X
X
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X
X
X X
X X
X X X X X X X
X X X X X
X X X
X X X X X X X X
Emendas
PR SP SP RS SP SP SP SP SP RJ SC MG SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP MG SP SP SC SP
X
Terminações
SP SP MG SP SP
Outros
Estado
Materiais para identificação de cabos
Guarulhos São Paulo Itajubá Sâo Paulo Guarulhos Cairo Curitiba São Paulo Guarulhos São Leopoldo Orlândia Jundiaí Olimpia São Bernardo do Campo Bauru Rio de Janeiro Araquari Belo Horizonte São Bernardo do Campo Guarulhos São Paulo Sorocaba São Paulo Cajamar Sorocaba Sorocaba Caieiras São Paulo sao paulo Poços de Caldas Sao Paulo São Paulo Timbó Diadema
MÉDIA TENSÃO
Materiais para amarração de cabos
Cidade
www.acabine.com.br www.automatus.com.br www.cabelauto.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.dlight.com.br www.elsewedyelectric.com www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.fastweld.com.br www.frontec.com.br www.grupointelli.com.br www.hellermanntyton.com.br www.incesa.com.br www.idealindustries.com.br www.indelbauru.com.br www.kitacessorios.com.br www.linkofamericas.com www.lojaeletrica.com.br www.mmmagnet.com.br www.mediatensao.com.br www.nexans.com.br www.obo.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.proautomacao.com.br br.prysmiangroup.com www.reimold.com.br www.sindal.com.br www.sob-brasil.com www.sulminasfiosecabos.com.br www.te.com www.tflx.com.br www.thorcondutores.com.br www.weidmueller.com.br
Fitas Isolantes (Autofusão)
Site
(11) 2842-5252 (11) 3368-6869 (35) 3629-2500 (11) 2902-1070 (11) 2937-4650 (11) 96576-1900 (41) 3383-9290 (11) 2098.0371 (11) 2425-7180 (51) 3201-2477 (16) 3820-1500 (11) 2136-9036 (17) 3279-2600 (11) 4314-9930 (14) 3281-7070 0800 025 1588 (21) 2585-3530 (31) 3218-8000 (11) 4176-7878 (11) 2384-0155 (11) 3084-1600 (15) 3335-1382 (11) 3871-6400 (11) 4448-8000 (15) 3031-7400 (15) 3500-0530 (11) 3904-3554 (11) 3326-3144 (11) 5090-0030 (35) 3714-2660 (11) 2103-6000 (11) 5181-4500 (47) 3382-6160 (11) 4366-9600
Fitas Isolantes (Plástica)
Telefone
A.Cabine Materiais Elétricos Automatus CABELAUTO CABOS ELETRICOS CROSSFOX ELETRICA D´LIGHT El Sewedy ELOS Embramat FASTWELD FRONTEC GRUPO INTELLI HELLERMANNTYTON INCESA Ideal Industries INDEL BAURU KIT ACESSÓRIOS LINK OF AMERICAS Loja Elétrica MAGNET Média Tensão Nexans Brasil OBO BETTERMANN Phoenix Contact PLP Proauto Prysmian Group REIMOLD SINDAL S.A Sob schurter Brasil SULMINAS TE Connectivity TECNO-FLEX THOR COND. ELETRICOS LTDA Weidmüller Conexel
Ferramentas para aplicação de conectores
Empresa
Conectores
BAIXA TENSÃO
X
X X X X X
X X
X X X X X X
X X
X X X
X X
X X X
X
X X X
X X
X X X X
X X X X X X X
X X
X X X X X
X X
X
X X X
X
X X
X X X
X X
X
X
X
X X
X
58
Tec
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Por Eduardo Alonso Brandão*
Caro(a) leitor(a), a partir deste mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque durante realização do CINASE – Circuito Nacional do Setor Elétrico no ano passado.
Conectividade em painéis elétricos Utilizando a Internet das coisas (IoT) para oferecer instalações mais seguras e confiáveis
Introdução Embora muitas vezes não encarado com a devida importância, os equipamentos elétricos dentro de uma subestação funcionam como o coração de toda instalação, sendo parte integrante de qualquer tipo de negócio. Segurança e disponibilidade de energia são os maiores objetivos de qualquer gerente de planta, que por sua vez procura uma condição ininterrupta e contínua de operação. Segundo estudo publicado pela “Source Hartford Steam Boiler Insurance” e “Schneider Electric”, o impacto de uma hora parada para um banco pode custar até 2,6 milhões de Euros. Quando olhamos para
Segundo estudo publicado pela “Source Hartford Steam Boiler Insurance” e “Schneider Electric”, o impacto de uma hora parada para um banco pode custar até 2,6 milhões de Euros. Quando olhamos para a indústria, o
a indústria, o impacto chega a ser de 300 mil a 2 milhões de Euros por hora parada, dependendo do segmento de mercado.
Causas comuns de falhas É natural, seja na indústria, em um simples prédio comercial ou até mesmo em nossas casas, que em algum momento do dia, tenhamos um aumento na demanda por energia. Infelizmente, os equipamentos instalados, muitas vezes, não estão
impacto chega a ser de 300 mil a 2 milhões
preparados para suportar tal sobrecarga. Em
de Euros por hora parada, dependendo do
esse aumento de demanda pode ser
segmento de mercado.
alguns períodos e em algumas empresas, contínuo e perdurar por meses e até anos. Além da situação crítica de sobrecarga, outro fator muito importante que contribui para o aumento nas falhas elétricas é a falta de manutenção. Estudos apontam que as
Tec 59
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
controle, como no caso da Schneider Electric.
Monitoramento do disjuntor
EcoStruxure ™
a inteligência dos novos relés de
Trata-se de uma plataforma e arquitetura
Fonte: Source Hartford Steam Boiler Insurance and Schneider Electric
falhas em equipamentos elétricos são 3 vezes maior em componentes que não estão dentro do programa de manutenção, por
Outra função interessante é proteção. Atualmente, é possível fazer o
interoperável, aberta, plug-and-play e
monitoramento do disjuntor por meio do
preparada para IoT.
relé de proteção.
Sua arquitetura baseia-se em três
O usuário pode monitorar a vida útil do
camadas: a primeira para os produtos
disjuntor, desgaste mecânico e dos contatos
conectados, a segunda para a camada
principais de média tensão. Dessa forma, é
de controle e a última para aplicativos
possível planejar com precisão a manutenção
e serviços, com o mais alto nível de
ou substituição desse equipamento.
conectividade e inteligência.
Sensores Wirelless Para fazer o monitoramento da
Ainda é possível contar com a conectividade nos novos relés de proteção, mostrando os dados remotamente pelo smartphone, sem a necessidade de expor
exemplo, disjuntores, transformadores, entre
temperatura nas conexões elétricas, bem
o operador a qualquer risco inerente à
outros. Nesses casos, a grande questão a ser
como o monitoramento ambiental de
proximidade física ao equipamento.
respondida não é se a falha irá ocorrer, mas
umidade, é possível contar com sensores
quando ocorrerá.
de temperatura wirelles, o que facilita a
No gráfico, fica claro que ao menos
instalação, aumenta a confiança - pois
84% das causas de falhas em equipamentos
não existe necessidade de fiação - e o
elétricos podem ser atribuídas à falta de
mais importante, oferece a informação na
manutenção.
palma da mão cem porcento do tempo.
Dentre as principais causas apresentadas
O grande valor para quem utiliza é ter,
acima, é possível mitigar grande parte
além da informação em tempo real,
desses problemas de campo com as novas
a inteligência do sistema para avisar
tecnologias.
caso algo esteja anormal, permitindo
A IoT (Internet das coisas) está cada
uma atuação antecipada à falha, o que,
vez mais sendo utilizada em equipamentos
consequentemente, sobra mais tempo para
elétricos. Atualmente, há condições de ter um
outras atividades.
painel elétrico 100% conectado a qualquer rede, coletando dados, monitorando e tomando ações quando necessário. É como se o equipamento tivesse uma “voz”, que permite uma comunicação direta com a equipe de manutenção. É mais do que
Conclusão É um novo conceito em equipamentos
uma manutenção preditiva e preventiva,
elétricos, que permite a gestão eficiente dos
é possível fazer a manutenção baseada na
ativos, conectividade 24/7 e segurança íntrinseca
condição do equipamento.
ao sistema, minimizando as falhas elétricas e se
Novidades e tendências Para auxiliar na tomada de decisão, os
antecipando aos possíveis problemas. *Eduardo Alonso Brandão é chefe de produtos
grandes fabricantes estão desenvolvendo
de painéis primários de média tensão na
plataformas inteligentes de monitoramento e
Schneider Electric Brasil.
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Por Eng. Pedro Antônio*
60 Caro(a) leitor(a), a partir deste
As instalações elétricas aplicadas em uma
mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque no Prêmio OSE, idealizado ano passado e entregue durante o Cinase.
“obra de arte”
A RD3 Engenharia foi convidada a
da arquitetura alinhando com as novas
participar da revitalização do ícone da
tecnologias em projetos.
arquitetura do Rio de Janeiro, o “Hotel
Nacional”, em seus 34 andares, da renomada
alguns andares, suítes serão ampliadas,
arquitetura de Oscar Niemeyer. O hotel,
com sua modernidade, atendendo às novas
inaugurado em 1972, foi tombado pelo
exigências do corpo de bombeiro e do setor
patrimônio municipal em 1998 e, em 1999,
hoteleiro.
foi fechado.
foram iniciados em março de 2015 e o hotel
Em 2015 iniciou-se a reforma desta obra
Ao total, temos 468 quartos e, em
Os projetos de instalações elétricas
de arte, desafiando todos os envolvidos,
foi inaugurado em dezembro 2016.
onde os projetos devem manter os traços
A RD3 Engenharia (www.rd3engenharia.
61
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
com.br) foi criada em 2010 com o sonho e
implementação das prumadas elétricas.
experiência de mais de 20 anos na área de projetos de instalações dos engenheiros e
Centro de medição lojas
irmãos Paulo Marcelo e Pedro Antônio. A
empresa nasce para colocar em prática o
disponibilizados pontos de entrega para
desejo em comum dos fundadores: fazer
lojas que serão atendidas com centro de
projetos com excelência e preocupação
medição exclusivo permitindo assim medição
sempre em atender cada cliente com
do consumo unitário de cada unidade e,
excelência.
desta forma, disponibilizar rateio conforme o
consumo “kwh” e não através de rateio por
A RD3 vem a cada dia se consolidando
mais no mercado e firmando parcerias
No pavimento de acesso ao hotel, foram
m2.
com clientes fiéis e comprometidos com a filosofia, sempre olhando para frente,
Grupo geradores
buscando melhorias e aperfeiçoamentos
para que possamos continuar nesse
considerou a utilização de uma “Usina
caminho.
Elétrica”, formada por grupos geradores a
A RD3, em seu projeto elétrico,
diesel que irão disponibilizar atendimento
Uma nova distribuição elétrica para a “obra de arte”
elétrico em média tensão no horário de ponta ou em caso de falta de energia da concessionária.
Entrada de energia
Uma nova entrada de energia foi
Atendimento da concessionária
projetada com a modernidade das novas
Neste projeto foi solicitado a concessória
tecnologias aliadas às preconizações de
LIGHT o atendimento com dupla
operação e manobra da regulamentação
alimentação, ou seja, um ramal principal e um
da concessionária LIGHT, que promoverão
ramal reserva.
o aumento da segurança das instalações elétricas.
Subestação da entrada de energia
Nesta subestação, temos o painel de
Distribuição elétrica
entrada de energia de média tensão, que vai
receber da concessionaria os dois ramais em
Desenvolvemos o projeto elétrico com a
tecnologia de projeto utilizada em grandes
média tensão.
centros comerciais, onde preconizamos a
execução de subestações secundárias junto
ramais foi projetado para ser automático,
aos pontos de grande consumo elétrico
seguindo as preconizações da LIGHT
“centro de carga”.
quanto ao tempo para efetuar a transferência
entre o ramal principal e o ramal reserva.
Ao total temos quatro subestações
O sistema de transferência entre estes
secundárias distribuídas no empreendi
mento.
falta de energia no ramal principal.
Busway
Subestação principal
O atendimento elétrico para a torre do
A transferência só ocorre quando temos
Na subestação principal, é local
hotel contará com a distribuição elétrica
onde temos o painel geral de média
através de barramentos blindados “busway”,
tensão “PGMT”, responsável em prover
garantindo neste cenário redução nos
o atendimento em média tensão para as
custos de execução elétrica e rapidez na
subestações secundarias.
Em 2015 iniciou-se a reforma desta obra de arte, desafiando todos os envolvidos, onde os projetos devem manter os traços da arquitetura alinhando com as novas tecnologias em projetos.
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
centro de convenção e das casas de mánas
fabricados com grau de proteção IP31,
transferência entre a energia proveniente
dos elevadores, desta forma reduzimos os
seguindo as preconizações da NBR
do painel de media tensão da entrada de
encaminhamentos de condutores elétricos
60439-1 60439-3.
energia e da energia proveniente da “USINA”
ao longo da distribuição horizontal.
Responsável também pelo sistema de
Painéis elétricos de média tensão
de grupos geradores. Tensão de distribuição
Subestações secundárias
fabricados com grau de proteção IP30.
da tensão de distribuição em baixa tensão
Neste projeto foram disponibilizadas
Neste projeto foi preconizado o uso
Os painéis de média tensão foram
subestações secundárias próximas às
em 380 / 220 volts, garantindo assim
Transformadores
grandes cargas. Teremos desta forma:
redução da corrente nominal nos pontos
Transformador a seco onde as bobinas
de distribuição das utilidades em relação
de alta tensão são encapsuladas a vácuo ,
- subestação localizada junto à central de ar
ao nível 220/127 volts. Consequentemente
utilizando resina epóxi. Núcleo de silício em
condicionado;
redução na seção dos condutores elétricos.
grão orientado com grau de proteção IP 00.
Principais componentes utilizados em projeto
Ilumicação com tecnologia em LED
- subestação dedicada para o futuro centro de convenções; - subestação localizada no telhado para
Foi praticada a utilização de lâmpadas com
tecnologia em LED e Drive´s com alto fator de
atendimento à casa de máquina dos elevadores, serviço condominial e as
Condutores livres de gases halogenos
potência (0,99) com controle ativo de PFC.
unidades de hotelaria “quartos” referente à “Zona Alta”;
- subestação secundária integrada à
utilização de condutores livres de gases
subestação principal onde teremos os
halogêneos, conforme NBR 5410.
Em projeto foram preconizados a
atendimentos às operações da cozinha industrial, administração e as unidades de
Busway
hotelaria “quartos” da “Zona Baixa”.
Foi praticado a utilização de barramento
blindado na distribuição elétrica vertical
A distribuição das subestações
para os 34 pavimentos do hotel, garantimos
secundárias foi estratégica, visando
a eliminação de desperdícios de materiais
aproximar a subestação secundária dos
em comparação à utilização de condutores
equipamentos elétricos com valores
elétricos, aumento na eficiência energética,
elevados de potência elétrica, como por
rapidez na execução e de eventuais
exemplo a central de ar condicionado,
manutenções.
A utilização de Busway tem atributos
que garantem junto ao LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) notas para eficiência energética e também quanto a políticas de reciclagem.
Aspectos de proteção elétrica considerados
O barramento blindado de baixa tensão
é praticado com invólucro de chapa de
Proteções elétricas
aço com grau de proteção IP-31 de baixa
impedância para a redução de perdas no
elétricas em seus diversos níveis de corrente,
transporte de energia.
seja no lado de média tensão e de baixa
tensão em todos os painéis elétricos.
Construído de forma a ser um sistema
Foram preconizadas as proteções
modular para fácil instalação e manutenção. Configuração para barras internas: 3F + N
Proteção especifica de terra “GFP”
(PE carcaça).
Nos disjuntores principais dos painéis
elétricos das subestações, foi preconizado Painéis elétricos de baixa tensão
a proteção GFP seguindo a NEC em sua
seção 230-95.
Os painéis de baixa tensão foram
63
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Aspectos de outras fontes de energia considerados Entrada de energia
Para atendimento ao hotel, a
concessionária disponibilizou dois circuitos de média tensão, sendo um efetivo e um Corrente de fuga da instalação
reserva. O painel de entrada de energia
em média tensão possui sistema de
Foram também incluídos o sistema de
monitoramento da corrente de fuga em
transferência automática entre estes dois
painéis elétricos específicos, como medida
circuitos.
de prevenção de princípio de incêndio e de certa forma também “escutando” a
Grupo Geradores “Usina”
integridade da isolação dos condutores
elétricos envolvidos.
utilização de grupos geradores para
O Projeto da RD3 preconizou a
prover energia nos momentos de falta da Proteção contra surtos
concessionária e também para permitir a
operação em horário de ponta.
Foi praticada a utilização de protetores
contra surtos específicos nos painéis gerais de baixa tensão.
Sistema de transferência
A “Usina” possui sistema de
Proteção de falta de fase
transferência automático para entrada em
operação em horário de ponta e nos eventos
Nos painéis elétricos para atendimento
a motores / bombas, foram implementadas,
de falta de energia da concessionária em
proteções de falta de fase conforme
ambos os circuitos de atendimento.
preconizada pela NBR 5410. Operação em horário de ponta Projeto de Proteção contra Descarca
Atmosférica “PDA”
horário de ponta com o uso da “Usina”
que pode prover vantagem econômica e,
Foram implementados os subsistemas
O sistema permite a operação em
de “Captação”, “Descida” Subsistema de
em alguns casos, abrir a possibilidade de
“Aterramento”, conforme NBR 5419, uso de
negociação da tarifa junto a concessionária.
protetores contra surtos nos painéis elétricos e da equipotencialização no BEP de todas as barras locais “BEL” das subestações secundárias.
Sistema de iluminação Atendimento aos pontos de iluminação em área condominial de convivência
O projeto elétrico realizou o atendimento
a todos os pontos de luminárias indicados nos projetos de arquitetura e projeto luminotécnico.
Em áreas de convivência do hotel, como
por exemplo salão do restaurant, o projeto
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
o acionamento dos pontos de iluminação
proteção secundária. A saída deste painel
através de interruptores convencionais.
atende ao painel geral de média tensão.
Como se trata de “quarto” para
hospedes, temos a utilização de cartão
PGMT (Painel Geral de Média Tensão)
para o acesso à unidade. O projeto da RD3
disponibilizou um “porta cartão” no interior
onde possui os módulos para a energia
do quarto próximo á entrada.
proveniente da concessionária e módulos
para a energia proveniente da “Usina”, sendo
O hospede, ao depositar o cartão,
Na subestação principal temos o PGMT,
habilita o acionamento da iluminação,
assim o sistema pode operar em horário de
tomadas de uso geral e ar condicionado.
ponta com a energia proveniente da “Usina” e o sistema de transferência é em “rampa”,
Automação das instalações e do projeto
desta forma a transição é imperceptível para o usuário.
luminotécnico preconizou o acionamento e comando dos pontos através do uso de “Driver´s dimerizados”. Driver´s dimerizados digitais
Estes driver´s possuem tecnologia para
acionamento dos led´s com o uso de sinal digital, como por exemplo.
No salão do restaurant, a “forma da luz”
Painéis elétricos
distribuição de média tensão para as quarto
Nos painéis elétricos foram disponi
bilizados, para os circuitos de iluminação
Subestações Secundárias distribuídas no
condominial, a possibilidade de acionamento
empreendimento.
remoto via automação predial.
Painel de média tensão nas
Os medidores de grandeza elétricas
no interior dos painéis elétricos possuem
subestações secundárias
saída para monitoramento a distância via
automação predial.
tensão em cada subestação secundária
Armário para “chave a gás” da conces
ou algum evento especial.
sionária LIGHT
Armário destinado para a concessionária
Atendimento aos pontos de iluminação
instalar as “chaves a gás”.
em área condominial de serviço
média tensão com chaves seccionadoras
“Chave a gás” trata-se de painel de
nos painéis elétricos de atendimento,
compactas com isolamento a gás SF6 para
a iluminação do serviço condominial, a
possibilitar manobras dos dois ramais de
utilização de contatoras associadas a estes
média tensão.
circuitos para permitir a operação manual ou
automática.
manutenções são de responsabilidade da
concessionária LIGHT. As saídas desta
Estas manobras, operações e
supervisão predial do hotel que poderá
chave atendem ao painel de média tensão da
definir o acendimento da iluminação em
entrada de energia
função de: PMT (Painel de Entrada de Energia de • horário de operação do hotel;
Média Tensão)
• taxa de ocupação do hotel;
• eventos especiais.
painel de entrada de energia em média
Na subestação de entrada, temos o
tensão com dupla alimentação e seu sistema
Atendimento aos pontos de iluminação
atendimento aos transformadores, provendo assim aumento na segurança nas operações de manutenção.
ali realizados, café da manhã, almoço, jantar
A operação automática é através da
Foi praticado o uso de painéis de média
com módulos de entrada e saídas para
Descrição da distribuição de energia e circuitos terminais
poderá ser alterada em função dos eventos
O projeto elétrico da RD3 disponibilizou,
Tambem possui módulos para a
de transferência automática, módulos para
no interior das unidades “quartos” da
medição da concessionária, medição de
hotelaria No projeto da RD3, foi projetado
qualidade, disjuntor de média tensão e sua
PGBT (Painel Geral de Baixa Tensão)
Em cada subestação secundária, temos
o PGBT, que é o provedor da distribuição de
65
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
de utilidades em baixa tensão, como por exemplo: luminárias, tomadas, pontos de força de motores, bombas etc.
Infraestrutura Distribuição elétrica horizontal
A distribuição elétrica horizontal é
realizada através de condutos (eletrocalhas, eletrodutos e perfilados). Distribuição elétrica vertical
A distribuição elétrica vertical é realizada
através de barramentos blindados “Busway”.
Vantagens obtidas pelas equips de manutenção decorrentes das definições de projeto baixa tensão para os painéis de distribuição
integridade das instalações.
elétrica “PDE” estrategicamente distribuídos
Monitoramento da corrente de fuga
pelo empreendimento em função do “centro
de carga”
utilização de supervisores da corrente de
Em projeto foram preconizados a
Busway Foi praticado a utilização de barramento
fuga em determinados painéis elétricos
blindado na distribuição elétrica vertical
PDE (Painel de Distribuição Elétrica)
para o monitoramento “On-time”, permitindo
para os 34 pavimentos do hotel, garantimos
a equipe de manutenção na antecipação
rapidez e facilidade em eventuais
de eventos que podem colocar em risco a
manutenções.
O PDE é o provedor dos circuitos
terminais de atendimento aos pontos
Por Eng. Pedro Antônio é
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Por Hélio Sueta*
Quais as diferenças entre Nível de Proteção, Classe do SPDA, Nível de Proteção para o qual os DPS foram projetados, Classe dos DPS, Tipos de DPS? Estes termos costumam provocar confusões aos usuários da ABNT NBR 5419: 2015.
Iniciando pelas definições descritas
e dos efeitos das descargas atmosféricas.
na Norma, “Nível de Proteção contra
Descargas Atmosféricas – NP – (Lightning
é obtido na análise de risco conforme a
Já na versão 2015, o Nível de Proteção
Protection Level – LPL) é o número
parte 2 da ABNT NBR 5419. Nesta mesma
associado a um conjunto de parâmetros
análise de risco pode-se definir o “Nível
da corrente elétrica para garantir que os
de Proteção para o qual os DPS foram
valores especificados em projeto não estão
projetados” (Tabelas B.3 e B.7 da parte
superdimensionados ou subdimensionados
2). Inicia-se aí uma pequena confusão que
quando da ocorrência de uma descarga
se agrava quando pensamos nos ensaios
atmosférica”. Esta definição aparece nas
realizados nos DPS nas classes 1, 2 ou 3
partes 1, 2 e 4 da Norma. Já na parte 3, a
(que muitos chamam de DPS tipo I, II ou III,
definição que aparece é a “Classe do SPDA
ou ainda DPS classe 1, 2 ou 3 ou classe I, II
que é o número que denota a classificação
ou III conforme a ABNT NBR IEC 61643-1:
de um SPDA de acordo com o Nível de
2007).
Proteção para o qual ele é projetado”. Logo
em seguida, a parte 3, mostra a Tabela
“DPS ensaiado com Iimp como o DPS que
1 – relação entre Níveis de Proteção para
em ensaios suporta correntes impulsivas
descargas atmosféricas e classe de SPDA,
parciais das descargas atmosféricas Iimp
onde mostra que o Nível de Proteção I
com forma de onda típica 10/350µs” e
é igual a Classe de SPDA I; o II é igual a
complementa com uma nota: “Para linhas
Classe de SPDA II e assim por diante.
elétricas de energia, uma corrente de
Na versão 2005 da Norma, estes
ensaio adequada Iimp é definida para
conceitos já apareciam com a seguinte
ensaio na classe I segundo procedimento
definição: “Nível de Proteção - termo de
descrito na ABNT NBR IEC 61643-1”.
classificação de um SPDA que denota
sua eficiência. Este termo expressa a
que suporta correntes induzidas de surto
probabilidade com a qual um SPDA protege
com forma de onda típica 8/20µs. No
um volume contra os efeitos das descargas
ensaio exige-se uma corrente impulsiva
atmosféricas”. Nesta versão, este nível era
correspondente a In”. Complementa com
obtido no anexo B (Método de deleção
a nota: “Para linhas elétricas de energia,
do Nível de Proteção) onde, na prática, a
uma corrente de ensaio adequada In é
maioria dos projetistas utilizavam a Tabela
definida para ensaio na classe 2, segundo
B.6 para obter o Nível de Proteção, em
procedimento descrito na ABNT NBR IEC
função da classificação da estrutura, do tipo
61643-1”.
A parte 4 da Norma NBR 5419 define
Já o DPS ensaiado com In é: “DPS
67
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
O DPS ensaiado com uma onda
energia, de telecomunicação, blindagens
com bastante critério, com conhecimento
combinada é: “DPS que suporta correntes
de cabos de TV a cabo, tubulações
pleno das quatro partes da ABNT NBR
induzidas de surto com forma de onda
metálicas equipotencializadas etc). Para
5419: 2015. Deve ser sempre checada ao
típica 8/20µs. No ensaio exige-se uma
definir a corrente de impulso dos DPS dos
se mudar algum parâmetro. Em relação
corrente impulsiva correspondente a Isc”.
cabos de energia, por exemplo, deve-se
ao Nível de Proteção (NP), o DPS deve
Complementa com a nota: “Para linhas
estimar a parcela da corrente da descarga
sempre ser calculado considerando o NP
elétricas de energia, uma combinação
atmosférica que irá percorrer cada fase e o
do SPDA, podendo ser igual ou melhor
adequada de ondas é definida para ensaio
neutro da instalação (em alguns casos esta
(de preferência) ao NP do SPDA, devido à
na classe 3 segundo procedimento descrito
pode ser maior que nas fases).
corrente da descarga atmosférica que se
na ABNT NBR IEC 61643-1 definindo a
As tabelas E.2 e E.3 estimam os surtos de
espera para a estrutura em questão. Além
tensão de circuito aberto UOC 1,2/50 µs e a
corrente devido às descargas atmosféricas
disto, outras Normas, por exemplo, a ABNT
corrente de curto-circuito ISC 8/20 µs de um
previstos em sistemas de baixa tensão (E.2)
NBR 5410 devem ser observadas, além das
gerador de ondas combinadas com relação-
e de sinais (E.3). Estes surtos são estimados
Normas específicas de DPS.
limite entre estes parâmetros de 2Ω”.
em função do NP e também das fontes
Voltando à questão da análise de risco da
dos danos: S3 (descarga direta na linha)
parâmetros devem ser verificados, tais
parte 2 da NBR 5419, quando definimos que
que fornece uma estimativa da corrente de
como o nível de proteção de tensão (UP);
o Nível de Proteção para o qual os DPS foram
impulso (10/ 350 µs); S4 (descarga induzida
corrente de descarga máxima (IMAX);
projetados é I, II ou III-IV estamos falando da
na linha); S2 (corrente induzida devido
máxima tensão de operação contínua
forma como foram especificados estes DPS.
às descargas perto da estrutura) e S1
(UC);
O Anexo E da parte 1 da ABNT NBR 5419:
(corrente induzida devido às descargas na
temporárias e à corrente de curto-circuito,
2015 mostra como se calcula os surtos devido
estrutura ao percorrer o SPDA), todas estas
além das correntes de impulso e nominal
às descargas atmosféricas em diferentes
fornecendo uma estimativa para a corrente
de descarga. Aqui aparece mais um
pontos da instalação. Por este anexo, se o
nominal de descarga (8/20 µs).
parâmetro que não deve ser confundido
Nível de Proteção é I, devemos considerar
Voltando à análise de risco, parte
com os demais.
uma corrente da descarga atmosférica igual
2 da NBR 5419, podemos considerar
a 200 kA, no caso de NP II, uma corrente de
separadamente o NP do SPDA e o NP para
31 que trata da suportabilidade a impulso
150 kA e no caso de NP III-IV, uma corrente
o qual os DPS foram projetados? Em outras
exigível dos componentes da instalação.
de 100 kA. Além disto, as tabelas E.1, E.2 e
palavras, posso considerar NP diferentes
Esta tabela apresenta a “Categoria de
E.3 fornecem parâmetros para os cálculos
para o SPDA e para o DPS?
suportabilidade a impulsos” onde esta é
em função destes NP I, II ou III-IV. Desta
A parte 2 da Norma não deixa claro este
IV para os produtos a serem utilizados na
forma, o DPS definido pela análise de risco
ponto, porém se estamos considerando que
entrada da instalação; Categoria III para os
com um determinado NP não corresponde
o SPDA tenha de ter um determinado Nível
produtos a serem utilizados em circuitos de
necessariamente ao DPS ensaiado, conforme
de Proteção, por exemplo II, estaremos
distribuição e circuitos terminais; Categoria
uma determinada classe.
considerando que a corrente da descarga
II para equipamentos de utilização e
Ao se especificar os DPS, outros
suportabilidade
a
sobretensões
A ABNT NBR 5410 apresenta a tabela
A tabela E.1 da ABNT NBR 5419-2:
atmosférica que pode atingir o SPDA tenha
Categoria I para produtos especialmente
2015 apresenta os valores de impedâncias
até 150 kA e, portanto, que os DPS sejam
protegidos.
convencionais de aterramento Z e Z1 de
especificados considerando uma parcela
Esta tabela apresenta a tensão de
acordo com a resistividade do solo. Os
desta corrente. Desta forma, se a análise
impulso suportável requerida em função
valores de Z são escolhidos em função do
de risco indicar que os DPS devem ser
destas categorias e também da tensão
Nível de Proteção (NP) a ser utilizado e
projetados para um NP, por exemplo, III-
nominal da instalação.
também em função da resistividade do solo
IV, não poderia ser aceito, pois deveria ser
do local da instalação. Com estes valores de
no mínimo NP II neste caso. Se o Nível de
ao utilizar estes parâmetros da proteção
impedâncias é possível estimar as parcelas
Proteção do SPDA for, por exemplo, IV, os
contra descargas atmosféricas pois, pela
da corrente da descarga atmosférica que
DPS poderiam ser calculados com um NP
semelhança dos termos e suas numerações,
atingiu o SPDA, pois uma parte vai para
maior (neste caso I, II ou III) ou igual a IV,
fica muito fácil cometer erros.
o aterramento e outra para o BEP onde
desde que o risco calculado fique dentro
se divide em várias parcelas devido aos
do tolerável.
*Hélio Sueta é doutor em Engenharia Elétrica e
diversos caminhos possíveis (cabos de
Resumindo: a análise de risco deve ser feita
secretário da CE-003.064-10.
Enfim, deve-se ter muito cuidado
68
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Por Diretoria da SBQEE
Os desafios de 2018 e as promessas de 2019 Em 2018, a Sociedade Brasileira de
elétrica, com contribuições de diversas
Qualidade de Energia Elétrica, SBQEE,
entidades e empresas do setor.
entrou na adolescência. Completamos 13
anos, mas podemos dizer que já estamos
esteve participando ativamente da Comissão
maduros
Ainda no primeiro semestre, a SBQEE
contribuir
Técnica de Equipamentos para Sistemas
decisivamente em questões relevantes do
Fotovoltaicos, encabeçada pelo INMETRO,
cenário energético brasileiro.
que
esta
suficientes
para
Muito embora o ano tenha sido de
tem
como
entidade
objetivo no
grandes incertezas nos cenários político e
implementação
econômico, com piora das crises financeira
regulamentação técnica dos equipamentos
e fiscal do País, especialmente de Estados
destinados à implantação de sistemas
importantes para a economia nacional,
fotovoltaicos. Como fruto de tal comissão
como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio
será emitido um regulamento contendo os
Grande do Sul, a SBQEE começou 2018
requisitos mínimos de desempenho que
com o pé direito, estreamos esta coluna
todo e qualquer equipamento, voltado para
logo em fevereiro. Através dela, grandes
micro e minigeração através de sistemas
especialistas da área de qualidade de
fotovoltaicos, que deverá atender para ser
energia trouxeram importantes reflexões e
comercializado no Brasil. As contribuições
temas de preocupação internacional como
da SBQEE, por sua vez, estão focadas nas
o compartilhamento de responsabilidade de
questões relacionadas à conexão com a
problemas de QEE, a preocupação com as
rede elétrica.
emissões harmônicas em parques eólicos,
Já no segundo semestre a SBQEE
resposta em frequência de sensores de
esteve a frente da organização do Painel
tensão etc.
sobre Qualidade de Energia Elétrica do
No que diz respeito à regulamentação
CINASE São Paulo que aconteceu no
do setor, o ano começou com a publicação
dia 3 de outubro e tratou de temas como
da Revisão 10, o qual trouxe mais novidades
medições de consumo de cargas com alta
sobre a apuração dos indicadores sobre
distorção harmônica, aspectos de qualidade
variação de tensão de curta duração, VTCDs,
de energia ligados à geração distribuída,
os quais seguem sendo a principal dor de
processos
cabeça para concessionárias de energia,
elétricos e aspectos gerais sobre medição e
especialmente pelo elevado número de
soluções para QEE.
reclamações de clientes industriais.
de
e
assessorar
desenvolvimento,
aperfeiçoamento
indenização
por
da
danos
Ainda em 2018, membros da diretoria da
Também tivemos a audiência pública da
SBQEE estiveram representando a entidade
ANEEL AP 46/2018 que visou obter subsídios
em seminários como SBSE e Induscon, onde
para o aprimoramento da proposta de
houve grande troca de experiências com
revisão da regulamentação da continuidade
entidades como SBA e IEEE, que deverão
do fornecimento na distribuição de energia
trazer reflexos futuros para os participantes
Espaço SBQEE
69
e com o bônus de estar próxima aos grandes empreendimentos do setor. Como sempre, a audiência qualificada deverá fazer a diferença.
Na sequência, acontecerá a XIII CBQEE.
Há muito tempo, a maior conferência da América Latina sobre o tema “Qualidade de Energia Elétrica”, uma das mais importantes do mundo. A realização será do Instituto Mauá de Tecnologia, IMT, com promoção da SBQEE. A conferência ocorrerá na cidade de São Caetano do Sul entre os dias 01 e 04 de setembro e, como sempre, deverá reunir mais de 300 profissionais, estudantes e professores em plenárias, seções técnicas e seções pôsteres. Mais informações já estão disponíveis em www.sbqee.org.br/cbqee. A chamada de trabalho já se encontra aberta.
Por fim, a melhora nos indicadores
econômicos e do otimismo empresarial deve aumentar, além do consumo de energia, os investimentos em expansão da da Conferência Brasileira sobre Qualidade
uma edição do já tradicional workshop da
oferta de energia e de plantas industriais,
de Energia Elétrica (CBQEE).
SBQEE, que tratará mais uma vez do tema
trazendo com isso melhores perspectivas
Se 2018, mesmo com todas as incertezas
sobre os problemas de qualidade de energia
para os profissionais e empresas ligadas ao
já comentadas, foi um ano de realizações
ligados a parques eólicos e solares. O evento
fornecimento de estudos e equipamentos
importantes para a SBQEE, 2019 promete
acontecerá em maio, com data ainda a definir,
para eficiência energética e qualidade de
ainda mais.
e acontecerá em Recife (PE), cidade onde se
energia.
encontram grandes especialistas no assunto
Já no primeiro semestre teremos mais
Feliz 2019!
70
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Correntes e tensões induzidas interna e externamente em prédios atingidos por raios – parte 3 Trazemos nessa edição a terceira e última parte do artigo do professor Antônio R. Panicali, da Proelco, e colaboradores* sobre correntes e tensões induzidas interna e externamente em prédios atingidos por raios. O trabalho foi originalmente apresentado no evento ENIE-2018.
Efeitos das ferragens dos tetos e contrapisos nas tensões internas
Figura 14
A figura 13 mostra alguns exemplos de ferragens comumente usadas como reforço de contra pisos e, como indicado, algumas dessas estruturas não apresentam continuidade
elétrica
com
as
Figura 16
eletricamente aberto (na realidade, terminado
demais
ferragens estruturais. Como veremos, quando devidamente conectadas, tais estruturas podem reduzir significativamente as tensões nas instalações internas em edificações atingidas por raios.
por um resistor de 20kOhm) na outra.
Como descrito na seção anterior, o canal
do raio foi simulado por resistores e indutores distribuídos ao longo do mesmo. Foram consideradas duas formas de onda das correntes das descargas atingindo o prédio, correspondendo a um impulso positivo e a um subsequente negativo, ambos descritos pela equação e parâmetros
Figura 17
mostrados na figura 15, correspondendo ao nível 1 de proteção.
Figura 18 Figura 15
os casos analisados:
Figura 13
As figuras 16 a 21 mostram os efeitos de
A figura 14 mostra a configuração
diferentes configurações estruturais de contra
-
das ferragens estruturais de uma pequena
pisos, nas tensões induzidas no loop de teste,
um espectro mais amplo, chegando até
edificação, 18m x 18m x 21m, assim como a
com a edificação atingida por uma descarga
frequências mais altas, foi capaz de excitar
localização de um loop condutor, conectado
positiva e por uma subsequente negativa.
modos de ressonância próprios do loop;
às ferragens estruturais em uma ponta e
Algumas características são comuns a todos
-
a
subsequente
tensões
negativa,
induzidas
pelas
por
conter
descargas
71
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Figura 19
Figura 22
- em cada andar, o efeito de blindagem com a presença de ferragens de contrapiso abaixo e acima dos circuitos a serem protegidos; - em todos os casos, os andares superiores
Figura 20
tendem a ser mais agressivos, do ponto de vista da indução de espúrios nas instalações elétricas internas.
Tensões entre SPDA externo e ferragens estruturais Nessa
seção
são
analisados
os
comportamentos de edificações dotadas de SPDAs externos. Os detalhes de modelagem Figura 21
foram os mesmos já descritos na seções
positivas, embora envolvendo correntes de
anteriores.
pico bem maiores (ver figura 15), resultaram,
em todos os casos, em tensões induzidas
ferragens estruturais de prédios com 10 e
significativamente
evidenciando
20 pavimentos, respectivamente com 30m
a predominância do acoplamento indutivo
e 60m de altura total. Apenas as ferragens
dependente, não do pico de corrente em si,
externas foram consideradas uma vez que a
mas sim de sua derivada temporal.
tendência das correntes injetadas pelos raios
menores,
A figura 23 ilustra as configurações das
na estrutura é de circularem na periferia dos
Outras conclusões relevantes são:
condutores.
- importância da continuidade entre ferragens de contrapiso e ferragens estruturais; sem essa continuidade o efeito de blindagem é praticamente nulo; - ferragens de contrapiso ortogonais ao circuito a ser protegido têm efeito de blindagem reduzido; - importância do paralelismo entre ferragens do contrapiso e circuitos a serem protegidos.
Figura 23
No caso geral, isso indica, como melhor
solução, o uso de contrapisos na forma de
captores: anel simples na borda superior do
malhas (figura 22);
prédio e captores em malha (figuras 24 e 25).
Foram analisadas duas configurações de
72
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
- o uso de ferragens, preferencialmente em malha, nos tetos/contrapisos, pode reduzir significativamente tais efeitos, se conectadas às ferragens estruturais; - de forma análoga, o uso de prumadas metálicas,
interligando
os
andares,
eletrodutos e bandejas metálicas, assim como reticulados metálicos nos pisos, podem reduzir significativamente as tensões nas Figura 24
Figura 28
cablagens; - portanto, quando permitido pela Norma aplicável, o uso da estrutura metálica do edifício como parte do SPDA é um procedimento recomendado em termos de segurança, aspectos econômicos e estéticos; -
impacto
relativo
dos
eletromagnéticos
o
deverá
ser
efeitos avaliado
mediante uma análise de risco, levando-se em conta fatores relevantes, tais como: Figura 25
Figura 29
localização
(Ng,
topografia,
vizinhança),
ocupação e finalidade etc. Para cada combinação de altura e tipo de captores, foram consideradas a incidência de dois tipos de descargas: primeira descarga e descarga subsequente, cujos parâmetros estão mostrados na figura 26.
Figura 30
Nas figuras 27 a 30 as diversas formas de
Figura 31
onda de tensão entre captores de ferragens estruturais no topo dos prédios, para diversas configurações Figura 26
ferragens
x
captores
e
diferentes formas de onda. Como
indicado,
praticamente
em
todos os casos analisados, as simulações feitas indicam o surgimento de tensões extremamente elevadas, acima 1MV de pico! O caráter oscilatório dessas tensões aumenta consideravelmente a possibilidade de surgimento de centelhamentos entre
Figura 27
Figura 32
SPDAs e ferragens estruturais, verificados na
* Antônio R. Panicali, Proelco; C.F. Barbosa
prática, como ilustrado nas figuras 31 e 32.
, CPqD; J.C.O.Silva, APTEMC; e N.V.B Alves,
Termotécnica
Conclui-se desses estudos que:
73
Redes subterrâneas em foco
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa Baur do Brasil | daniel.bento@baurdobrasil.com.br
Almirante em terra firme
O ano começa e o Brasil tem à sua
do serviço público de distribuição de
equipe do Presidente Bolsonaro estão se
frente um novo comando. Neste momento,
energia elétrica, viabilizando o emprego de
utilizando de experiências bem-sucedidas
não importa de qual lado você estava na
redes instaladas de forma subterrânea?
em outros Países do mundo, no padrão
última eleição, se você ajudou ou não a
de redes de energia poderia-se utilizar do
eleger o atual presidente. O importante
um forte apelo de desenvolvimento de
mesmo procedimento.
agora é que o atual Governo e seus
infraestrutura robusta, tão robusta que
ministérios, com ou sem militares à frente,
seja capaz de suportar guerras. E qual tipo
de padrão de redes, mas sim um modelo
apliquem políticas que sejam efetivas e
de guerra devemos combater?
de cidade que é mais segura para a
que viabilizem o desenvolvimento do nosso
Talvez a do atraso em conviver com
população, que é mais atrativa para o
Brasil.
baixa confiabilidade no fornecimento de
comércio e que desperta mais interesse do
é
energia elétrica, ou quem sabe a guerra do
turismo. E quando falamos deste modelo
preciso"*. Fernando Pessoa lembra em
risco de acidente que as redes elétricas
de cidade, está intrínseca a utilização de
um dos seus poemas a gloriosa frase dos
expostas oferecem para a população!
redes subterrâneas de energia.
antigos navegadores. Agora, no Ministério
Neste sentido, não há dúvida que
de Minas e Energia, temos um Almirante,
as redes subterrâneas se caracterizam
expectativa de mudanças positivas, afinal,
um
Marinha,
como sendo uma infraestrutura muito
se quisermos ter resultados diferentes,
acostumado com mares revoltos, mas que
mais robusta e confiável do que as redes
precisamos fazer as coisas de forma
terá seu grande desafio atuando em terra
aéreas, contudo para sair desta concepção
diferente.
firme.
e chegar a aplicação de forma prática é
E o jeito militar de fazer geralmente prima
Seu currículo apresenta uma boa
preciso materializar esse desejo.
por execuções bem-feitas, robustas e
formação técnica e também experiência
eficientes, afinal, missão dada é missão
em assuntos políticos, que certamente
ao segundo escalão do Governo, onde as
será de muita valia para a sua nova função.
secretarias e departamentos devem ser
Então, o que esperar do novo Ministro
capaz que traduzir essa expectativa em
*
no setor de energia? Mais especificamente,
ação, apontando a proa desse grande barco
necesse" - latim, frase de Pompeu, general
no tema que é objeto desta coluna, quais
na direção correta do desenvolvimento.
romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros,
seriam as expectativas em estabelecer uma
amedrontados, que recusavam viajar durante
diretriz que permita a melhora na qualidade
que as diretrizes adotadas pela nova
"Navegar
é
navegador,
preciso;
militar
viver
da
não
Os militares têm em sua concepção
Esta função deve ficar mais associado
Assim como na área econômica, em
Aliás não seria apenas uma questão
Com este novo comando que temos, há
cumprida. Certo zero um? "Navigare
necesse;
vivere
non
est
a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu.
74
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Compensação de energia reativa, correção do fator de potência em instalações elétricas e mitigação das harmônicas – Parte 02/04 III - Configurações típicas de capacitores em instalações elétricas
independe da operação da carga, tendo como
pouco diferente da anterior e possui custo pouco
principal característica o baixo custo, porém,
maior devido à associação de grupos de cargas
devido à impossibilidade de controle, o sistema
a grupo de capacitores e automação específica,
Independente do objetivo principal da
possui efeitos negativos como sobre tensões
além de (ainda) limitações técnicas semelhantes
compensação reativa, as formas clássicas de
devido à sobre compensações em período de
às do item anterior.
compensação e injeção de reativos na rede
baixa carga. Ainda podem resultar em pagamento
elétrica por capacitores podem ser encontradas
de excedentes de energia reativa nos períodos
c) Banco automático
de forma bastante completa na IEEE 141-
capacitivos (em geral na madrugada).
O sistema se propõe ao atendimento de grupo
de cargas variáveis normalmente associadas aos
1993 [5] e Cotrim [13]. De uma forma geral, os sistemas podem ser definidos conforme segue e
b) Banco de capacitores
transformadores. Cada transformador possui
ilustrados na figura 1.
semiautomáticos
um banco automático para compensação das
Os capacitores são instalados e conectados
cargas a ele associadas (posição 4 da figura
a) Bancos de capacitores fixos:
no sistema simultaneamente à carga (posições
1). Os capacitores são montados em grupos
1 e 2 da figura 1), podendo ser ligados (e
sendo manobrados por elementos de manobra
específicos da instalação (posições 3 e 6 da
alimentados)
de
distintos, sendo controlados por dispositivo que
figura 1) com injeção de energia reativa fixa e
manobra da carga. Esta configuração é um
associa a conexão dos grupos à operação das
Os capacitores são instalados em pontos
pelo
mesmo
dispositivo
cargas. O acionamento destes contatores é feito através de um controlador eletrônico dedicado que recebe informações da corrente da carga através de TC ou grupo de TCs instalado(s) no QGBT associado ao transformador. Esta concepção possui melhor comportamento que as anteriores, pois a injeção de potência reativa é relativamente proporcional à operação das cargas.
Ainda assim alguns cuidados devem ser
considerados: • existência de transientes de tensão causados pela manobra dos capacitores, se efetuados por elementos mecânicos, podendo causar interferências em outras cargas e redução da Figura 1 – Posições típicas de localização de capacitores em instalações elétricas industriais. [13]
vida dos próprios capacitores;
75
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
• efeito de sobretensão, devido à sobre
controle e acionamento, especificamente as
um capacitor de 350 kvar. A frequência de
compensação de reativo, uma vez que a resposta
cargas industriais acionadas por conversores de
ressonância desta combinação será (de (3))
do sistema pode ser lenta. Os capacitores
6 pulsos possuem componentes de correntes
hr=√(1000/6%)/350 = 6,9, isto é, a frequência
podem levar dezenas de segundos até serem
harmônicas nas harmônicas 5ª, 7ª, 11ª, 13ª
de ressonância será próxima da 7ª harmônica.
desligados, após o desligamento da carga.
e outras com menores intensidades.
Se a
Nesta situação de ressonância não só as
Neste período, a sobre compensação pode
frequência de ressonância da rede (circuito LC)
correntes de 7ª harmônica serão amplificadas
comprometer as outras cargas que continuam
ficar próxima da frequência de uma das correntes
como também as de 5ª e 11ª causando sobre
operando no sistema;
típicas do espectro harmônico da carga, haverá
correntes nos capacitores e na rede e sobre
• cuidados quando aplicados em conjunto
o fenômeno da ressonância nesta frequência. [8]
tensões associadas. A referência [14] disponível
a dispositivos de acionamentos estáticos
no link: http://www.acaoenge.com.br/controle/
Calculo da frequência de ressonância
(inversores de frequência e soft- starters).
upd/downloads/197.pdf discorre sobre o tema da circulação de correntes harmônicas em
d) Compensação estática de energia
onde:
situação de ressonância harmônica.
reativa – tempo real
• é a frequência de ressonância
Esta concepção possui as vantagens
• L é a indutância típica da rede
indústria onde se pode observar que, no instante
da solução anterior e devido à característica
• C é a capacitância total dos capacitores
do desligamento dos capacitores, os efeitos da
do acionamento por elementos estáticos
• hr é a ordem harmônica
ressonância harmônica foram sensivelmente
dos capacitores (posição 5 da figura 1), os
• Pcc é a potência de curto circuito trifásico na
reduzidos devido à eliminação da ressonância
transientes não ocorrem e o tempo de resposta
barra em que os capacitores são instalados
que ocorria nas 7ª; 11ª e 13ª
pode ser da ordem de 1 ciclo, impossibilitando
• KVAr é a potência dos capacitores em operação
A figura 3 apresenta o comportamento das
A figura 2 ilustra uma medição real em uma
harmônicas,
correntes nestas frequências, onde se observa
sobretensão quando do desligamento da carga. Esta solução aplica-se na compensação reativa
de cargas “rápidas” [9] como prensas, sistemas
um transformador de 1000 kVA/z=6% e por
Exemplificando em circuito composto por
a mudança de comportamento no desligamento dos capacitores.
de solda a ponto, fornos a arco, guindastes, trens, elevadores, sistemas de geração eólica, injetoras, equipamentos para indústria gráfica e papeleira, eletro médicos, centrífugas para indústria de açúcar, sistemas de compressão de gases e outras cargas que apesar de tratadas por “especiais”, estão cada vez mais presentes em todos os processos. Esta solução também é a única que pode ser bem aplicada quando a instalação seja dotada de geradores operando em regime de “back-up”, auxiliando ainda na regulação da tensão dos geradores. Figura 2 – Comportamento da distorção de tensão na desconexão dos capacitores
IV - Compensação de energia reativa na presença de cargas não lineares / ressonância harmônica e cuidados adicionais
Redes elétricas industriais onde capacitores
são conectados podem ser modeladas com boa aproximação em um circuito LC; L relativo à impedância da rede (com forte característica reativa indutiva) e C dos capacitores. Nesta situação, define-se a frequência de ressonância que é abaixo representada matematicamente em (3) e (4). Por outro lado, as cargas não lineares presentes nas instalações possuem
Figura 3 – Comportamento das correntes harmônicas no transformador após a desconexão dos capacitores [10]
espectro harmônico típico devido ao seu
(Continua na próxima edição)
76
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Proteção de equipamentos por segurança aumentada - Tipo de proteção Ex “e” – Parte 2 Requisitos específicos de resis
Quando comparada com as distâncias
condição da superfície das partes isolantes
de isolação e de escoamento requeridas
(grau de poluição do local da instalação)
tência mecânica em equipamentos
para
industriais
e do índice de trilhamento comparativo
Ex “e”: durante os ensaios de tipo, todos
“comuns” (para instalação em áreas não
superficial (CTI - Comparative Tracking
os invólucros são submetidos a ensaios de
classificadas), as quais são determinadas
Index) do material de isolamento.
impacto. Nos casos de invólucros feitos de
equipamentos
elétricos
materiais plásticos, são também realizados
na Norma da Série IEC 60664 (Insulation coordination for equipment within low-
Grau de proteção do invólucro (Índice
ensaios de envelhecimento térmico (de
voltage systems) para utilização em áreas
IP) para equipamentos Ex “eb” / “ec”:
acordo com os procedimentos indicados na
ao tempo, para que sejam atendidos os
os invólucros contendo partes condutivas
Norma ABNT NBR IEC 60079-0). Ensaios
requisitos de “segurança aumentada” e para
energizadas expostas devem proporcionar
suplementares são aplicáveis, em particular,
impedir a ocorrência de arcos, as distâncias
um grau de proteção mínimo de IP54 (Norma
para motores elétricos, luminárias, baterias e
de isolação e de escoamento indicadas na
ABNT NBR IEC 60529 ou ABNT NBR IEC
caixas de terminais Ex “eb”.
Norma ABNT NBR IEC 60079-7, para cada
60034-5). Para invólucros que contenham
nível de tensão nominal do equipamento,
somente partes condutivas isoladas, o grau
Requisitos especiais para motores
são
de proteção IP44 pode ser considerado
elétricos Ex “eb”: todos os materiais
suficiente.
isolantes são submetidos ao ensaio de
consideravelmente
mais
elevadas,
em geral por meio da aplicação de um
envelhecimento
fator de segurança, o qual foi inicialmente
térmico.
De
forma
a
considerado como sendo de 1.5.
Temperaturas de superfície: neste tipo
prolongar o tempo de vida em serviço, os
Como pode ser verificado, os conceitos
de proteção Ex “eb” ou “ec”, o ingresso de
materiais isolantes dos enrolamentos são
“aumento” das distâncias de escoamento
uma atmosfera explosiva para o interior do
comparados com os enrolamentos dos
e das distâncias de isolação foram a base
invólucro não é evitado. Por este motivo,
equipamentos industriais “comuns” (para
para o conceito de proteção por segurança
as temperaturas permissíveis também são
instalação em áreas não classificadas), o
“aumentada”.
aplicáveis para todas as superfícies internas
valor da temperatura limite é reduzido.
dos invólucros.
Isto diminui o risco de danos aos
Estes
conceitos
são
apresentados a seguir:
enrolamentos,
desta
forma
reduzindo
• distância de escoamento (Creepage
também o risco de ocorrência de arcos e
distance): a menor distância ao longo da
centelhas devido a correntes de fuga à terra
superfície de um material isolante sólido,
ou a falhas de isolamento entre espiras, as
entre duas partes condutivas;
quais podem evoluir para correntes de curto-
• distância de isolação (Clearance distance):
circuito.
a menor distância, no ar, entre duas partes condutivas.
Para proteger os enrolamentos e para
assegurar uma aderência à temperatura
No tipo de proteção Ex “e”, o valor das
máxima
de
superfície
permissível,
os
distâncias de escoamento depende da
motores Ex “eb” são normalmente utilizados
tensão de trabalho do equipamento, da
protegidos por dispositivos de proteção
77
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
térmica, com base na medição de corrente
local da instalação seja atingida.
de carga do motor, o que opera no evento
de uma condição de partida prolongada em
tempos para aquecimento, o menor tempo
uma falha do motor.
deve ser considerado para o desligamento
Se o rotor e o estator possuem diferentes
Ensaios típicos para equipamentos com tipo de proteção por segurança aumentada (ABNT NBR IEC 60079-7)
de
do motor. Os valores do tempo tE e da
• Ensaio de envelhecimento térmico
proteção térmico é a de assegurar que, uma
razão entre a corrente inicial de partida IA
• Resistência de impacto mecânico
vez que a temperatura contínua de operação
e a corrente nominal do motor IN devem ser
• Grau de proteção de invólucros (Código
tenha sido alcançada, após o motor estar em
indicados na placa de dados e no certificado
IP)
operação com corrente nominal por várias
de conformidade do motor. O dispositivo
• Elevação de temperatura
horas, que um motor seja desligado com
de proteção térmica deve ser capaz de
• Rigidez dielétrica
segurança, antes de atingir a temperatura
atuar no tempo especificado dentro de uma
•
limite permissível para o local da instalação
tolerância de +/- 20 %.
isolantes
(por exemplo T4, T3 ou T2), no evento do
• Verificação dimensional do entreferro para
motor ficar com o rotor bloqueado devido a
também desligar o motor no evento de
máquinas elétricas girantes
uma falha do motor ou da máquina acionada,
falta de fase, como por exemplo, no caso
• Medição do tempo “tE” para motores
caso este que fará circular no motor uma
de queima de um fusível de uma das fases
elétricos,
corrente
um
do circuito de alimentação do motor Ex
bloqueado
aumento de temperatura rápido e acentuado.
“eb”. Nestes casos, devem ser utilizados
• Avaliação de CTI para materiais isolantes
dispositivos
• Avaliação de terminais com geometria que
A
finalidade
muito
deste
elevada,
dispositivo
causando
Em motores elétricos Ex “eb”, o tempo
O dispositivo de proteção térmica deve
de
proteção
térmica
ou
Estabilidade
em
térmica
para
condição
materiais
de
rotor
“tE” é aquele necessário para que seus
disjuntores que possuam a característica de
enrolamentos de corrente alternada, quando
proteção contra falta de fase.
percorridos pela sua corrente de partida (IA),
atinja a sua temperatura limite, partindo da
de proteção Ex “e” podem ser utilizados
temperatura atingida em regime nominal,
somente em regimes de carga com operação
Exemplos de equipamentos com tipo de proteção por segurança aumentada Ex “eb” / Ex “ec”
considerando a temperatura ambiente em
contínua (regime S1 de acordo com a Norma
seu máximo.
IEC 60034-1) e para casos de partidas não
em gaiola de esquilo:
A duração do tempo tE deve ser tal
frequentes, de forma a evitar a elevação de
que, quando o rotor estiver bloqueado,
temperatura durante os períodos de partida
• Transformadores de potência
o motor possa ser desligado através de
a valores que excedam as temperaturas
• Transformadores de corrente (eletro
um dispositivo de proteção dependente
limites permissíveis.
magnéticos e com bobina de Rogowski) e
de corrente, antes que o tempo tE tenha
A seguir são indicadas algumas das
transformadores de tensão
transcorrido. O dispositivo de proteção
principais características de motores com o
• Instrumentos de medição
térmica para motores Ex “e” deve ser ajustado
tipo de proteção Ex “eb”
• Luminárias
Em geral, motores elétricos com tipo
de tal modo que seja evitado, sob todas as
evite o auto afrouxamento
Motores de indução trifásicos com rotor
• Caixas de junção e de conexão
condições de operação, que a temperatura
• sem ocorrência de centelhas ou arcos em
• Caixas de compartimento de terminais
limite dos gases inflamáveis presentes no
operação normal ou anormal especificada;
para todos os equipamentos elétricos
• componentes condutores dimensionados
• Invólucros de equipamentos e painéis
para não apresentar pontos quentes que
elétricos, eletrônicos e de instrumentação
excedam as classes de temperatura (“T” Ratings); • maiores distâncias de isolação e de escoamento, quando comparados com os equipamentos industriais “comuns” (para instalação em áreas não classificadas); • projeto especial dos terminais, provendo proteção
contra
afrouxamento
próprio
e pressão de contato adequada ao fio condutor; • Distâncias mínimas de entreferro para evitar roçamento entre estator e rotor, em caso de falha do mancal.
78
Dicas de instalação
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Por Allay Magalhães e Sérgio Correa*
Fusesaver® - Novas características Apresentamos novo módulo de comunicação incluindo bateria recarregável e novo conjunto de características
Importante ressaltar que o novo módulo de
o Fusesaver® abrirá. Caso a falta tenha sido
comunicação com a bateria recarregável é
temporária, o equipamento manterá fechado.
compatível com as versões mais antigas do
O restabelecimento da rede em caso de falta
Fusesaver .
permanente poderá ser via comando remoto
SCADA, não sendo necessário uma equipe
®
Junto com a novidade do módulo de
comunicação com bateria recarregável temos também uma nova versão do firmware com os seguintes recursos: •
proteção CLP (Cold Load Pickup):
introduzida para garantir que o Fusesaver® mantenha a carga sem disparar depois da perda de diversidade na rede elétrica; •
opções
de
configuração
para
os
elementos de tempo mínimo e máximo: permitem
agora
maior
refinamento
da
proteção. Menores incrementos permitem uma graduação mais precisa;
O Fusesaver® evoluiu! Além de ser um
•
indicação de passagem de falta: com
disjuntor monofásico inteligente compacto
a nova versão pode ser configurada para
e de baixo custo, instalado em série com o
disparar por tipo de falta;
fusível ou na substituição do mesmo, agora
•
retardo de disparo manual configurável;
ele possui o módulo de comunicação com
•
exibição dos dados do registro de faltas:
bateria de íons de lítio recarregável para uma
mais precisa e com apresentação mais fácil
melhor performance.
de usar.
Para auto alimentar o Fusesaver® é necessário apenas corrente nominal mínima
de 0,15 A. Se a linha não tiver essa corrente
o Fusesaver®: ao detectar uma falta, ele
mínima, a bateria faz o papel de back-up e
automaticamente abre e permanece assim por
fornece energia até 10 dias, lembrando que
um tempo predeterminado (2s a 30s). Após
a bateria é auto recarregável e se energiza,
esse período, ele fecha e verifica se a falta
também, por meio da corrente nominal.
ainda está na rede, caso a falta se mantenha
É importante deixar claro como funciona
79
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Dados técnicos Nominal
Baixo alcance
Alcance padrão
Alto alcance
27
27
27
Tensão nominal kV Tensão suportável nominal de impulso atmosférico Up
kV
125
125
125
Tensão suportável nominal à frequência da industrial Ud (60s)
kV
60
60
60
Corrente mínima da linha para operação
A
0,15
0,5
1
Classificação de fusível
A
2 a 16
5 a 50
5 a 100
Corrente nominal
A
32
100
200
Corrente nominal de interrupção de curto-circuito
kA
1
4
6,3
Corrente de composição de curto-circuito nominal
kA
2,5
10
10
Corrente nominal de curta duração
kA
1
4
4
s
0,2
0,2
1
Consumidor)
e
Duração da corrente nominal de curta duração
in loco. Todos os eventos e perfis de carga
Equivalente
FEC
das quedas de energia. Ele é capaz de
são armazenados em banco de dados interno
(Frequência Média por Consumidor). Ou seja,
remover os impactos de faltas transitórias
do Fusesaver® com capacidade de até 3000
a sua eficiência é visível para os usuários.
nas linhas de distribuição. Em média, essas
eventos.
Devido
faltas representam 80% das interrupções de
por
às
exigências
do
mercado
energia.
o
elétrico competitivo brasileiro, melhorar a
Fusesaver® agrega para a rede, para
qualidade da energia é uma das tarefas mais
as concessionárias de energia e para o
difíceis para as concessionárias de energia,
*Allay Magalhães (allay.magalhaes@siemens.
usuário final. Um dos maiores é que ele atua
e o Fusesaver® é a solução perfeita para
com) e Sérgio Correa (sergio.correa@siemens.
diretamente na redução de DEC (Duração
garantir a redução do número e da duração
com) são especialistas em Fusesaver®.
São
muitos
os
benefícios
que
80
Memórias do Setor
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
Por Hélio Eiji Sueta*
Homenagem ao Duílio Moreira Leite, o pai dos raios no Brasil
O Prof. Duílio foi um dos primeiros brasileiros a participar em reuniões e
Geralmente são feitas homenagens às
ABEE (Associação Brasileira de Engenheiros
pessoas ilustres após as suas mortes, mas esta
Eletricistas) e em diversas empresas e entidades.
resolvi fazer com ele ainda em vida. O Prof.
Duílio Moreira Leite é o precursor das técnicas
aluno-assistente da Seção de Alta Tensão,
Ainda como aluno da EPUSP, foi
de proteção contra descargas atmosféricas
na época, Instituto de Eletrotécnica (IE) da
congressos internacionais
e de ensaios em equipamentos elétricos de
USP de 1956 a 1957. Nesta época ajudou a
nas áreas de alta tensão e
alta e baixa tensão no Brasil. Foi um dos
desenvolver os primeiros varistores de SiC
primeiros brasileiros a participar em encontros
junto ao IPT e IE USP.
internacionais sobre estes assuntos e disseminar
atmosféricas. Neste assunto,
com maestria estes conhecimentos.
engenheiro na fábrica Alcace de Aparelhos
escreveu diversos livros
Elétricos de 1957 a 1961, onde montou o
proteção contra descargas
O objetivo deste artigo é o de descrever
Trabalhou como estagiário e depois como
algumas atividades realizadas pelo Duílio e suas
Laboratório de Alta Tensão com gerador de
contribuições mais importantes para a ciência,
impulso de 1000 kV e transformador para
principalmente na área de eletrotécnica.
ensaios dielétricos de até 100 kV em 60 Hz.
maior referência técnica
Desenvolveu e executou diversos ensaios em
brasileira, tendo sido por
Bauru em 16 de outubro de 1930, filho de
equipamentos elétricos.
Alcides Moreira Leite e Claudina Pietrovoia
e trabalhos técnicos e sempre foi considerado a
anos o coordenador da
O Prof. Duílio Moreira Leite nasceu em
Trabalhou na Fábrica de Equipamentos
Moreira, é engenheiro mecânico e eletricista
Elétricos Pesados da General Eletric S.A em
Comissão Técnica do COBEI
pela Escola Politécnica da Universidade de São
Campinas de 1961 a 1963 onde ajudou a
(ABNT). Criou o SIPDA
Paulo da turma de 1957.
desenvolver disjuntores de força em grande
volume de óleo de 34,5 kV e 69 kV, disjuntores
(Simpósio Internacional de
Foi professor adjunto na Faculdade de
Engenharia Industrial (FEI) de 1967 a 1987,
a ar comprimido para alta tensão e para-raios
Proteção contra Descargas
professor adjunto colaborador na Faculdade de
de distribuição tipo Pellet e outras tecnologias.
Atmosféricas) em 1988 e até
Engenharia de Guaratinguetá (FEG) da UNESP
de 1990 a 1993, ministrou diversas disciplinas
de 1964 e 1965 onde desenvolveu linhas de
de pós-graduação na Escola Politécnica da
isoladores para para-raios, chaves fusíveis e
USP (EPUSP) e na Faculdade de Engenharia
chaves secionadoras; desenvolveu projetos de
internacional que traz a
da Universidade Federal de Pernambuco, além
chaves fusíveis e secionadoras para até 138
cada dois anos as maiores
de ter ministrado diversos cursos de extensão
kV e chaves compensadoras de partida de
e aperfeiçoamento na EPUSP, no Instituto de
motores para algumas empresas de São Paulo
Energia e Ambiente (IEE-USP), no Instituto
e Santo André.
de Engenharia de São Paulo, na Universidade
Federal da Bahia, no COBEI (ABNT), na
Laboratório de Alta Tensão e do Escritório
hoje é o presidente honorário deste importante simpósio
autoridades técnicas do assunto para o Brasil.
Partiu para uma “carreira solo” nos anos
Em 1966 foi convidado a chefiar o
81
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
licenciou-se na USP para exercer a função de professor adjunto-colaborador na Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá da UNESP.
Em janeiro de 1994 retornou ao IEE-USP,
hoje Instituto de Energia e Ambiente da USP, como diretor de serviços de desenvolvimento, ficando até 1996, quando se aposentou e ficou cuidando da empresa que havia fundado em 1988, a ENCONTRE Engenharia, Consultoria e Treinamento S/C Ltda.
O Prof. Duílio foi um dos primeiros
brasileiros a participar em reuniões e congressos internacionais nas áreas de alta tensão e proteção contra descargas atmosféricas. Neste assunto, escreveu diversos livros e trabalhos técnicos e sempre foi considerado a maior referência técnica brasileira, tendo sido por anos o coordenador da Comissão Técnica do COBEI (ABNT). Criou Técnico da Sprecher & Schuh do Brasil onde
e equipamentos de até 500 kV; foi um dos
o SIPDA (Simpósio Internacional de Proteção
ajudou na montagem do Laboratório de Alta
pioneiros em ensaios de descargas parciais no
contra Descargas Atmosféricas) em 1988 e até
Tensão com gerador de Impulso de 1800 kV e
Brasil; desenvolveu ensaios de alta tensão em
hoje é o presidente honorário deste importante
transformador para ensaios dielétricos em 60
corrente contínua para testes nas linhas de
simpósio internacional que traz a cada dois
Hz para até 600 kV. Na época, a Sprecher foi a
Itaipú, além de orientar e coordenar diversos
anos as maiores autoridades técnicas do
primeira a produzir disjuntores de AT de 69 kV
trabalhos de pesquisas e desenvolvimento na
assunto para o Brasil.
a 345 kV. Trabalhou nesta empresa até 1968.
área de Alta Tensão.
da Associação Brasileira de Engenheiros
De 1969 a 1973 trabalhou nas
Em 1986 passou a ser o Diretor da área de
Foi presidente da Seção de São Paulo
Indústrias Brasileiras Eletrometalúrgicas
Potência, na época, do Instituto de Eletrotécnica
Eletricistas (ABEE-SP), conselheiro do CREA-SP,
S.A, depois chamada de Lorenzetti S.A,
e Energia da USP, coordenando as atividades
presidente de diversas Comissões Técnicas do
como engenheiro-chefe da seção de alta
de ensaios, pesquisas e desenvolvimentos
COBEI, representando o IEE USP no CIGRÉ e
tensão, onde trabalhou e desenvolveu chaves
nas seções de Alta Tensão, Para-Raios, Altas
membro do IEEE.
secionadoras para até 138 kV.
Correntes, Materiais Isolantes e Condutores,
Materiais à Prova de Explosão, Máquinas
do Prof. Duílio Moreira Leite, meu primeiro
Eletrotécnica da USP, agora como chefe
Elétricas e Radiologia. Participou de diversos
chefe no Instituto de Eletrotécnica da USP, a
da Seção de Alta Tensão. Como principais
projetos de pesquisas, tais como o estudo dos
quem tenho muita admiração e respeito por
trabalhos realizados podemos citar o
efeitos da poluição em isoladores em linhas de
tudo que me ensinou não somente na área
desenvolvimento da técnica de ensaios de
transmissão, de distribuição e equipamentos
técnica, mas na vida, em geral.
corona visual em equipamentos, cabos e
na orla marítima; estudo do efeito dos campos
complementos de linhas de transmissão e
elétricos e medição da blindagem em roupas
lado da Dona Cida, sua esposa e companheira
subestações; a construção de uma gaiola
condutivas para uso de operadores em linhas
de muitos anos, um pouco debilitado
para ensaios de corona em condutores nus
viva; estudo de elos magnéticos para medição
fisicamente por causa da idade, mas com muito
com determinação do gradiente superficial; o
de correntes de descargas atmosféricas;
conhecimento técnico e de vida, escrevendo seu
desenvolvimento da técnica de ensaios de rádio
estudo do comportamento da resistência de
livro de memórias.
interferência em equipamentos de Alta Tensão;
aterramento de hastes verticais sob impulsos,
desenvolveu um anteprojeto de um laboratório
enfim confirmando a sua condição de ser
*Hélio Eiji Sueta é chefe substituto da
externo de extra alta tensão; coordenou
referência na área de alta tensão e descargas
Divisão Científica de Planejamento, Análise e
a execução de estruturas para ensaios de
atmosféricas.
Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia
surto de manobra em cadeias de isoladores
e Ambiente da Universidade de São Paulo.
Em 1973 voltou ao Instituto de
Em junho de 1990 a dezembro de 1993,
Este é um pequeno resumo do curriculum
O Prof. Duílio está hoje com 88 anos, a
82
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