Ano 14 - Edição 157 Fevereiro de 2019
“Cidade inteligente” e a iluminação A ILUMINAÇÃO “INTELIGENTE”, CONECTADA A UM SISTEMA DE TELEGESTÃO E À INTERNET DAS COISAS, FUNCIONARÁ COMO UMA PLATAFORMA PARA UMA SÉRIE DE TECNOLOGIAS DE GESTÃO PESQUISA SETORIAL Mercado de equipamentos para Atmosferas Explosivas espera crescer 22% em 2019 NOVOS FASCÍCULOS - BIM - Building Information Modeling - Equipamentos para ensaios em campo - Linhas elétricas para baixa tensão NOVAS SEÇÕES - CinaseTec - Destaque Prêmio OSE
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Denise Ferreira Consultor técnico José Starosta
Suplemento Renováveis 27 O projeto do sistema fotovoltaico conectado à rede Notícias de Mercado Elektsolar ultrapassa 4MW em projetos de energia fotovoltaica no Brasil Sunew anuncia a maior instalação de energia solar de próxima geração do mundo Renovigi cresce 14% em 2018 na distribuição de equipamentos Coluna solar: Revisão da REN 482/2012: proposta da ANEEL precisa melhorar Coluna eólica: O balanço dos ventos em 2018
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Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Barbara Rubim, Elbia Gannoum, Francisco Gonçalves Jr., Fábio Henrique Dér Carrião, Felipe Pais, Fundação Energia e Saneamento, Hans Rauschmayer, Isaque Nogueira Gondim, Jobson Modena, Sergio Roberto Santos, José Rubens Macedo Jr., José Starosta, Marcia Antonio, Paulo E. Q. M. Barreto, Paulo Henrique Oliveira Rezende, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Roberval Bulgarelli. Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Cristal Crocker Impressão - Ipsis Gráfica e Editora Distribuição - Correio
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Fascículos BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão
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Pesquisa Mercado de equipamentos para Atmosferas Explosivas espera crescer 22% em 2019
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CinaseTec “Cidade inteligente” e a iluminação
50
Destaque Prêmio OSE Projeto de fabricação e instalação de usinas termoelétricas para geração própria com potência nominal de 2,78 MW
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Espaço 5419 O risco de perda de serviços ao público (R2)
58
Espaço SBQEE Aparelhos de ar-condicionado não são assassinos em série – Parte 01/02
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Painel de notícias 76% da geração de biomassa está no mercado livre Carga de energia para o SIN - Sistema Interligado Nacional deve crescer 3,6% em 2019, diz EPE Comercializadoras de energia podem receber Selo Verde CCEE lança livro em comemoração aos seus 20 anos Cummins comemora 100 anos Seção Produtos
60 62 64
Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios José Starosta – Energia com Qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
66
Memórias do Setor – Parte 01/02
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Capa ed 157.pdf
1
27/02/19
22:33
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Ano 14 - Edição 157 Fevereiro de 2019
“Cidade inteligente” e a iluminação A ILUMINAÇÃO “INTELIGENTE”, CONECTADA A UM SISTEMA DE TELEGESTÃO E À INTERNET DAS COISAS, FUNCIONARÁ COMO UMA PLATAFORMA PARA UMA SÉRIE DE TECNOLOGIAS DE GESTÃO PESQUISA SETORIAL Mercado de equipamentos para Atmosferas Explosivas espera crescer 22% em 2019 NOVOS FASCÍCULOS - BIM - Building Information Modeling - Equipamentos para ensaios em campo - Linhas elétricas para baixa tensão NOVAS SEÇÕES - CinaseTec - Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 157 – Fevereiro de 2019
Edição 157
Prestemos mais atenção às ligações elétricas
Infelizmente começo este Editorial lembrando a tragédia
que causam a chamada astrofobia. O assunto é tratado na
que aconteceu no mês de fevereiro e que por algum motivo
seção Proteção contra Raios, escrita pelo especialista Jobson
– investigações ainda estão em curso – pode passar por uma
Modena.
questão elétrica mal feita: a situação registrada na madrugada
do dia 8, no Centro de Treinamento do Clube de Regatas do
o setor elétrico está passando. Um deles são as chamadas
Flamengo, no Rio de Janeiro, onde 10 jovens perderam a vida.
smart cities ou cidades inteligentes, em que, na iluminação
Na ocasião, aparelhos - particularmente os condicionadores
pública, a tendência mundial está nas cidades substituindo
de ar de uso doméstico - apareceram como sendo a causa do
as luminárias de descarga adotadas, por tecnologia mais
incêndio.
eficiente – LED, que consomem menos energia, possuem vida
longa, maior reprodução de cores, menor manutenção, maior
Como um veículo de Comunicação técnico do segmento
Por outro lado, temos alguns bons movimentos ao qual
elétrico, fomos ouvir alguns especialistas para entender se
respeito ao meio ambiente reduzindo o descarte e poluição
esses equipamentos podem ser considerados os verdadeiros
com metais pesados. O tema, que é o destaque da capa desta
vilões. E a conclusão foi: pelo menos do ponto de vista
edição, encontra-se na seção Cinase TEC.
elétrico não. Aparelhos de ar-condicionado não são assassinos
em série. Esse é um dos aspectos que três importantes
de equipamentos para Atmosferas Explosivas, que indica um
professores doutores do setor abordaram no Espaço SBQEE.
crescimento de 22% este ano, além de nossas seções Espaço
O assunto foi tão bem explicado que achamos melhor dividi-lo
5419, Qualidade com Energia, novos fascículos, Prêmio OSE
em duas partes, a primeira publicada nesta edição. O tema
e Memórias do Setor, que traz um pouco de História: do
também foi abordado pelo nosso consultor técnico, José
lampião à eletricidade, o desenvolvimento da iluminação
Starosta, em seu Editorial. Vale a pena a leitura de ambas as
pública em São Paulo, informações e fotos cedidas pela
seções!
Fundação Energia e Saneamento. Boa leitura!
Trazemos também uma pesquisa setorial sobre o mercado
Um outro aspecto que trazemos nesta edição, já que
estamos em um período de muitas chuvas, trovões e raios,
Abraços,
é a explicação de como esses fenômenos ocorrem e por
Cristiane Pinheiro
Redes sociais
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Revista O Setor Elétrico
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Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
As lamentáveis recorrências
Um trágico início de ano? De novo? Já
o serviço? E se isso fosse verdade, seria razão
ouvimos certamente antes, “todos os janeiros
para facilitar a propagação das chamas?
no Brasil o são”. Como “caçapa cantada”,
Não bastasse as possíveis bobagens e
lembrando o saudoso Joelmir Betting, vivemos
irresponsabilidades técnicas, as informações
mais estes tristes momentos! Seria destino?
que nos chegam dificultam ainda mais o
Alguma bruxaria? Promessas não pagas?
entendimento.
De todo aquele enxame de informações
permeados por clássicas ou elaboradas
de capricórnio e as centenas de trágicos relatos
bobagens, vivenciamos mais um período de
a eles relacionados. Trata-se do mês que mais
comprovada falta de aplicação da verdadeira
chove e também o mais quente desta parte
engenharia em um tenebroso “mix” de falta
do Brasil, caracterizando assim as situações
de responsabilidade de autoridades públicas
críticas, de maior solicitação e que, certamente,
e, dependendo do que for apurado, também
deveriam ser previstas nos projetos estruturais,
daquelas privadas. Cita-se ainda o grande
de drenagem, dos sistemas de ar-condicionado
volume de informações desencontradas e
e das cargas elétricas associadas a estes
falsas, como que em uma grande e orquestrada
equipamentos. Ainda, nos casos de instalações
campanha de desinformação, recheado pelo
elétricas, a “nossa” NBR5410 é clara no que se
despreparo daqueles que deveriam informar e
refere as características das influências externas
publicam tudo o que ouviram falar.
e os materiais da construção dos ambientes
Voltando aos temíveis janeiros do trópico
No caso específico da tragédia do CT
destas instalações. A tragédia de Brumadinho
do Flamengo, uma revista semanal informa
que, apesar de não se relacionar ao nosso campo
que “somente um circuito alimentava todos
da eletricidade, possui uma importante analogia
os aparelhos de ar-condicionado de todos os
com o nosso “mundo elétrico”: a necessidade da
contêineres, o que teria facilitado a propagação
monitoração em tempo real das variáveis, sejam
das chamas”, ou ainda que “os aparelhos
elas tensão e corrente ou pressões e outras
de ar-condicionado passaram a operar “no
variáveis hidráulicas. Se estivessem disponíveis
limite” com o calor das chamas”. Será que
na condição citada tudo seria mais fácil de
algum técnico de conhecimento mediano
monitorar e concluir sobre o que fazer. Existem
em instalações teria sido consultado para a
ainda outras questões relacionadas a critérios
execução desta instalação? Será que estas
de gestão e fiscalização, dos verdadeiros papéis
informações são verdadeiras? Como poderia
dos conselhos regionais, das responsabilidades
um único circuito elétrico alimentar os diversos
profissionais e relação trabalhista, punição dos
aparelhos, por pior que fosse o “pedreirista”
verdadeiramente culpados e outras. Isso fica pra
(como diz o nosso Barrico) que teria executado
depois.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
76% da geração de biomassa está no mercado livre O
Boletim
da
Energia
Livre
da
ABRACEEL - Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, publicado em fevereiro de 2019, apontou que 76% da geração de biomassa está no mercado livre, sendo um grande incentivador das energias renováveis. O estudo aponta que quase 60% da geração de energia limpa é pelo mercado livre, que também é responsável pela venda de 45% de energia eólica e 65%, de PCH. Segundo
o
boletim
da
ABRACEEL,
no mercado livre hoje estão com 5.189 consumidores. Isso representa um aumento de 12% no número de consumidores nos últimos 12 meses, ou seja, 627 consumidores migraram para o mercado livre. Esses resultados influenciaram no consumo de energia no mercado livre, que atingiu 18,406 MWmed, representando 29% de toda a energia consumida no País, um aumento
de 2019 foi o aumento da participação do
volume transacionado no País.
de 1,1% nos últimos 12 meses.
comércio (9%) e telecomunicações (9,3%) no
Na questão de preços, a economia
O volume de energia transacionada no
mercado livre. O boletim também destacou o
na compra de energia no mercado livre é
mercado livre totalizou 104.058 MWmed,
papel fundamental dos comercializadores no
de 40%, uma vez que o preço da tarifa de
representando 68% de toda a energia
funcionamento do mercado livre, responsáveis
energia média das distribuidoras é de R$
transacionada no País, uma aumento de 23%
por
Esse
275MWh, enquanto o preço de longo prazo
no volume nos últimos 12 meses.
volume representa 60% de toda a energia
no mercado livre é de R$ 166MWh, segundo
transacionada nesse mercado e 41%, do
dados do Dcide.
Um dos destaques no boletim de fevereiro
transacionar
69.341MWmed.
Carga de energia para o SIN - Sistema Interligado Nacional deve crescer 3,6% em 2019, diz EPE 2.687 MWmédios. Em 2023, a projeção de
De acordo com a publicação, esses
Interligado Nacional deve crescer 3,6%
carga do SIN é de 79.944 MWmédios.
resultados foram atualizados tomando como
em 2019, segundo dados da Previsão
Ainda segundo as projeções, em 2023,
base a avaliação da conjuntura econômica
de Carga para o Planejamento Anual da
estima-se que o consumo no SIN cresça à
e o monitoramento do consumo e da carga,
Operação Energética - Ciclo 2019 (2019-
taxa média de 3,8% anuais. Em relação ao
ao longo do ano de 2018, por meio das
2023), elaborado pela EPE - Empresa de
consumo industrial no SIN nesse período a
Resenhas Mensais de Energia Elétrica da
Pesquisa Energética, em conjunto com a
taxa média de crescimento deverá ser de 3,4%
EPE, dos Boletins de Carga Mensais do ONS
ONS - Operador Nacional do Setor Elétrico
ao ano, influenciado pela retomada gradual
e dos InfoMercados Mensais da CCEE, bem
e a CCEE - Câmara de Comercialização de
de alguns setores intensivos em energia,
como dos desvios observados entre a carga
Energia Elétrica. Para o período 2019 a 2023,
em especial, do setor produtor de alumínio
verificada e as projeções elaboradas para o
a previsão é de um crescimento médio anual
primário. Analisando as classes residencial e
Ciclo de Planejamento Anual da Operação
da carga de energia do SIN de 3,7% ao ano,
comercial, a taxa de crescimento anual deve
Energética 2018-2022 e suas revisões
representando uma expansão média anual de
registrar 3,8% e 4%, respectivamente.
quadrimestrais.
A carga de energia para o SIN - Sistema
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Comercializadoras de energia podem receber Selo Verde
A partir deste ano, as comercializadoras
médio/ano e com prazo de validade de 6
de energia elétrica poderão receber o Selo
meses.
Energia Verde, concedido pela UNICA -
União da Indústria de Cana-de-Açúcar,
de aquisição mínima de 0,3 MW médio/ano,
referente ao Programa de Certificação
poderá ser considerada a soma de mais
da Bioeletricidade. O projeto é uma
de um contrato de unidades produtoras,
iniciativa da UNICA em cooperação com
registrados
a CCEE - Câmara de Comercialização
apresentados
de
da
desde que cada contrato apresente, no
ABRACEEL - Associação Brasileira dos
mínimo, um prazo de validade de 6 meses.
Comercializadores de Energia.
Energia
O
Elétrica
certificado
e
é
apoio
concedido,
No cumprimento do requisito do volume
na
CCEE, pela
adquiridos
e
comercializadora,
Para o gerente em bioeletricidade da
UNICA, Zilmar de Souza, a iniciativa da
desde 2015, a usinas produtoras de
certificação
bioeletricidade, que cumprem quesitos
junto
ambientais e de eficiência energética, e
de sustentabilidade que essa energia
também para consumidores de energia
renovável apresenta e também representa
no mercado livre. O Selo Energia Verde
uma oportunidade para os consumidores,
é a primeira certificação no Brasil para a
e agora as comercializadoras de energia,
energia produzida a partir da biomassa da
demonstrarem a preocupação cada vez
cana-de-açúcar.
mais crescente com o consumo responsável
de energia na matriz elétrica brasileira.
Para ter direito ao Selo Energia Verde
à
da
bioeletricidade
sociedade,
a
reforça,
característica
a comercializadora precisa ser associada
à ABRACEEL e agente da CCEE, além
sucroenergéticas
de ter adquirido energia elétrica de
com o Selo Energia Verde. Acesse aqui a
unidades produtoras com Certificado de
lista atualizada das unidades produtoras
Bioeletricidade. O contrato de aquisição
participantes do Programa de Certificação
tem que estar registrado na CCEE e
da
corresponder a, no mínimo, 0,3 MW
ABRACEEL.
De acordo com a ÚNICA, 39 usinas já
Bioeletricidade
estão
certificadas
UNICA/CCEE/
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Por Adriana Dorante
CCEE lança livro em comemoração aos seus 20 anos
No ano em que comemora duas décadas
de existência, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE lançou o livro “20 anos do mercado brasileiro de energia elétrica” para relembrar sua trajetória no mercado. A publicação reúne artigos de 23 especialistas de renome do setor elétrico, que analisam em retrospectiva episódios decisivos para o desenvolvimento do setor elétrico nacional, além de debater desafios e oportunidades o setor.
Durante o lançamento, ocorrido no dia 7
de fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ressaltou a importância da CCEE para o mercado ao longo dos últimos 20 anos. “A organização tem demonstrado um histórico vencedor e desempenhado um
protagonismo
fundamental
para
o
desenvolvimento do setor de energia elétrica, seguindo os padrões de ética, transparência, inovação e segurança de informação”.
Um dos desafios pela frente é a luta
pela regulamentação do GSF. Segundo diretor-geral da Aneel, André Pepitone, essa regulamentação busca o equilíbrio estrutural do MRE e do PLD Horário que irá conferir modernidade ao mercado de energia. “A CCEE será um parceiro fundamental na implementação desses temas”, disse.
O diretor-geral do NOS, Luiz Eduardo
Barata
Ferreira,
destacou
seu
orgulho
de ter feito parte da história da CCEE e presenciado a organização se transformar em uma instituição sólida e madura. “Estou convencido de que conseguimos com que CCEE e ONS trabalhem de forma integrada
desenvolvimento de diversas metodologias
ampliar o valor agregado e novos serviços
pelo bem do sistema integrado nacional”.
novas”.
nas plataformas que operam transações de
A força da CCEE foi enfatizada por
mercado”.
Thiago Barral, presidente da Empresa de
o presidente do Conselho de Administração
Pesquisas Energéticas – EPE, presente e
da CCEE, Rui Altieri, observou que “a
Administradora do Mercado Atacadista de
ouvida nos debates estratégicos e a relação
CCEE tem investido bastante em tecnologia
Energia – Asmae e, junto com ela, o mercado
de colaboração da EPE com a CCEE nesses
visando modernizar sistemas essenciais para
brasileiro de energia elétrica. Em 2002, a
20 anos de parceria. “Para bastante além dos
viabilização da comercialização de energia.
Asmae é substituída pelo Mercado Atacadista
limites do nosso acordo operacional, podemos
Nesse olhar de futuro, incluímos a adoção de
de Energia – MAE. Em 2004, o MAE é extinto
trabalhar conjuntamente no aperfeiçoamento
um novo modelo de gestão de relacionamento
e dá lugar à Câmara de Comercialização de
dos leilões, em vários treinamentos e no
e atendimento orientado aos clientes, visando
Energia Elétrica – CCEE.
Sobre os rumos para os próximos anos,
A instituição nasceu em 1999, como
11
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Cummins comemora 100 anos A Cummins comemora seu centésimo aniversário ao longo do ano de 2019 consolidando sua presença no mercado de motores a Diesel e a gás natural, plataformas híbridas e elétricas, além de peças para sistemas de motores e sistemas de controle. Hoje, a empresa, que figura na lista das 150 companhias mais bem sucedidas da revista Fortune, emprega cerca de 60 mil pessoas no mundo todo e atende clientes em praticamente todos os países do planeta.
As raízes da empresa datam de 1919,
quando Clessie Cummins e seu sócio, William G. Irwin, criaram uma companhia que foi uma das primeiras a tirar proveito da revolucionária tecnologia
desenvolvida
pelo
engenheiro
alemão Rudolf Diesel, no final do século 19.
“A inovação tecnológica está no coração
do que fazemos. A Cummins é líder global em
crescendo no futuro. Além disso, a empresa
é certo. Este compromisso tem sido positivo
tecnologia com um amplo portfólio de soluções
ainda desenvolve tecnologias e controles
para todos os investidores da Cummins e
de potência. Continuaremos inovando para
integrados de sistemas de motores e vem
continuará guiando nossas decisões pelos
garantir o sucesso de nossos clientes”, afirmou
trabalhando com diversos parceiros para
próximos 100 anos.
Tom Linebarger, CEO da Cummins Inc.
integrar seus produtos e serviços aos veículos
A Cummins continuará desenvolvendo
autônomos do futuro.
ser bem sucedida se este sucesso também
tecnologia de motores a Diesel e gás natural
Hoje, quando a maioria dos fabricantes
acontecer nas comunidades em que atuamos.
e levando novas soluções ao mercado. Investindo
em
“Entendemos que nossa empresa só pode
independentes de motores deixou de existir, a
E estamos comprometidos com a construção
de
transmissão
liderança da Cummins atribui sua longevidade
de comunidades mais prósperas no mundo
desenvolvendo
sistemas
tecnologias
a 100 anos de compromisso com sua missão,
inteiro”, afirma Mary Chandler, vice-presidente
alternativas como células de hidrogênio e
visão e valores, sem nunca perder de vista seus
de Responsabilidade Empresarial e diretora da
explorando novas tecnologias para continuar
objetivos de longo prazo e defendendo o que
Fundação Cummins.
elétricos
e
Schneider Electric lança nova edição do Go Green in the City
A Schneider Electric, líder global na transformação digital em gestão da energia elétrica e automação, lança o Go Green in the City 2019,
seu concurso universitário anual para encontrar grandes ideias e soluções inovadoras capazes de tornar as cidades mais inteligentes, mais eficientes em energia e mais sustentáveis.
Agora em sua nona edição, o Go Green in the City tem sido um acontecimento importante para estudantes principalmente de Engenharia
e Negócios ao redor do mundo. Em 2018, mais de 24 mil jovens de mais de 3 mil universidades de 163 países participaram, sendo 58% deles mulheres. Os competidores não só terão a chance de causar impacto na economia digital, como também de participar das finais globais durante o Innovation Summit 2019 da Schneider Electric, que será realizado nos dias 2 e 3 de outubro em Barcelona, na Espanha.
O evento reunirá especialistas da empresa e líderes de indústrias mundiais para compartilhar insights e grandes ideias sobre os desafios
e as oportunidades da economia digital. Os estudantes poderão conhecer especialistas do setor e em última instância, trabalhar na Schneider Electric e ainda ganhar uma viagem com tudo pago para duas cidades em qualquer lugar do mundo onde exista um escritório da Schneider.
Painel de produtos
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Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Inversor de frequência GA800 Yaskawa www.yaskawa.com.br
Inversor ultramoderno ECO www.fronius.com.br
A Fronius apresenta ao mercado de energia
fotovoltaica o inversor ultramoderno ECO, uma das unidades da linha SnapINverter. Sua potência de captação de
A Yaskawa Elétrico do Brasil acaba
energia está em torno de 1,5 a 27 kw. Este produto não necessita de
de lançar no País o inversor de frequência
manutenção preventiva e nem de limpeza constante. Sua instalação é
GA800 destinado a aplicações industriais,
rápida e simples, além de dispensar a instalação do transformador tanto
desde o uso em ventiladores até processos
em áreas internas como externas. Indicado para residências, edifícios
siderúrgicos, o inversor de frequência GA800, além da diversidade
públicos, armazéns e complexos industriais, entre outros.
de uso, também é dotado de alto grau de robustez, confiabilidade, sustentabilidade e flexibilidade.
Festo lança DPDM
www.festo.com.br
Construído de acordo com o certificado RoHS 2 e restrito à
quantidade de substâncias contaminantes, o inversor de frequência GA800 foi desenvolvido atendendo os padrões de normas internacionais. Possui placas de circuito impresso envernizadas, para aplicações em ambientes contaminados, que aumentam sua vida útil; gestão amigável de energia que controla com eficiência os motores em modo de economia de energia inteligente, capaz de diminuir o consumo.
O DPDM é atuador compacto flat
design, aplicável a cargas pequenas e espaço físico limitado. Está disponível nos tamanhos 6 a 32 mm, podendo ser fabricado com haste quadrada, haste passante e variantes para altas temperaturas. Além disso, o DPDM vem com até quatro tipos de interface de montagem.
Fascículos
Apoio
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
14
Francisco Gonçalves Jr. Capítulo II – Dimensões do BIM e seus níveis de desenvolvimento de um modelo LOD - BIM 2D – Representação ou documentação - BIM 3D – Modelo paramétrico - BIM 4D – Tempo e planejamento de execução da Obra - BIM 5D – Orçamento - BIM 6D – Sustentabilidade - BIM 7D – Manutenção e operação
Equipamentos para ensaios em campo
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Fábio Henrique Dér Carrião Capítulo II - Testes em campo de disjuntores - Introdução - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios
Linhas elétricas para baixa tensão
24
Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo I – Terminologia (II) - Uso adequado da terminologia - Principais conceitos - Características - Aplicações
Apoio
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
14
Por Francisco Gonçalves Jr.*
Capítulo II Dimensões do BIM e seus níveis de desenvolvimento de um modelo LOD
Ao longo deste artigo, pretende-se resolver algumas questões relacionadas às dimensões nD’S do BIM e quais os
BIM 2D – Representação ou documentação
momentos do ciclo de vida de uma edificação em que o BIM interfere. A esta altura do desenvolvimento integrado de projetos, você já entende que o BIM possui uma aplicação em todo o ciclo de vida da edificação, indo além da construção 3D da edificação. Sua aplicação, gestão e uso das informações do modelo proporcionam diversas aplicabilidades além do projeto, como: planejamento, orçamento, sustentabilidade e operação das edificações.
Fascículo
Figura 2 - BIM 2D
É o detalhamento usado para representar desenhos tradicionais em duas dimensões, em pranchas e detalhes.
BIM 3D – Modelo paramétrico É protótipo virtual da edificação. Aqui, todos os projetos estão representados em três dimensões, e seus elementos possuem informações que poderão ser utilizadas nas próximas etapas da Figura 1 – Ciclo BIM.
Mas, já que o BIM vai além do 3D, quais são, então, os outros “D’s” desse conceito? Entenderemos cada um adiante.
concepção da edificação, como: planejamento, orçamento, gestão, operação, entre outros. Nessa etapa, já é possível efetuar uma análise de interferência entres os elementos das diversas disciplinas de projeto, antecipar
15
Apoio
imperfeições e buscar a melhor solução para uma execução de projeto mais assertiva. É importante salientar que já existem no mercado ferramentas que automatizam a detecção de conflitos e geram relatórios ricos em informações, como é o caso das plataformas QiBuilder 2019, Tekla Bimsight e Solibri.
Figura 3 - BIM 3D.
BIM 4D – Tempo e planejamento de execução da obra É possível associar o modelo elaborado ao cronograma da obra, vincular tarefas, tempos e gerar um planejamento visual de andamento da obra, proporcionando ao engenheiro de execução, ou gerente de projeto acompanhar o avanço físico de cada etapa. Tudo na tela do computador, com riqueza de informações em tempo real. Desta forma, esta etapa possibilita efetuar simulações de arranjo físico e deslocamento em canteiro de obras, prever situações críticas e minimizar riscos com relação a equipamentos e caminhões no transporte de materiais.
Figura 4 - BIM 4D.
BIM 5D – Orçamento Após vincular o modelo ao planejamento, com sequenciamento de tarefas e tempos, a próxima etapa é efetuar composições utilizando códigos dos sistemas de orçamentos, como: o TCPO e o SINAPI, tendo como base os quantitativos extraídos do modelo.
Apoio
BIM - Building Information Modeling
16
Essa ação permite adicionar informações dos custos da obra aos elementos modelados. Assim, o orçamentista ou gestor financeiro pode acompanhar e simular diversos cenários financeiros dos gastos da obra completa ou de etapas específicas, tendo uma previsibilidade assertiva dos gastos envolvidos no empreendimento. Desta forma, ele evita surpresas e conta com informações pertinentes para auxiliar na tomada de decisão. A vantagem é que como as informações estão integradas, caso haja alteração de um elemento do modelo, o orçamento pode ser atualizado.
Figura 6 – BIM 7D.
BIM 6D – Sustentabilidade
Demais definições
Com o modelo rico em informações dos elementos constituintes, chegou a etapa de análise da eficiência energética da edificação, que
É possível que você encontre diferentes linhas de pesquisa
auxilia na tomada de decisão durante o processo de concepção de
que discorrem sobre a definição das nomenclaturas 6 e 7D, sendo
um edifício, para que seu resultado seja o mais sustentável possível.
a primeira designada como “Manutenção” e a segunda tratada
Diversas ferramentas possibilitam essa ação, e o projetista
como “Sustentabilidade”. Ainda podem existir novas dimensões de
pode simular distintos cenários para avaliar os resultados das
linhas de pesquisa que definem, por exemplo, o 8D como vertente
suas definições e o impacto técnico e financeiro de forma rápida e
de “Segurança”, ainda segundo o artigo do doutor e professor da
econômica.
UNSW Sydney – Australia’s Global University, Imriyas Kamardeen, relaciona o modelo BIM no que diz respeito à segurança e prevenção de acidentes.
O que são os Lod’s? É a definição do nível de desenvolvimento do modelo, ou em inglês Level of Development. Uma classificação criada pela AIA (Instituto Americano de Arquitetura) para organizar as etapas do desenvolvimento de um projeto e suas fases em BIM. Essa é uma característica peculiar e de Figura 5 - BIM 6D.
extrema importância da metodologia BIM, que deve ser definida e acordada entre o contratante e o projetista, antes mesmo de dar início ao fluxo de projeto, tendo em vista que as definições impactam
Fascículo
BIM 7D – Manutenção e operação O modelo com informações de término da obra com os elementos de projeto pode ser utilizado para operação da edificação, com a possibilidade de gerar planos de manutenção, verificar informações de equipamentos, garantia de fabricantes, especificações técnicas e ainda acrescentar mais informações pertinentes à gestão da edificação no seu ciclo de vida. Com isso, os responsáveis podem compartilhar informações com empresas que prestam serviços, e ao identificar algum problema ou plano de manutenção, disparar uma ordem de serviço eletrônica, com todas as informações necessárias para a empresa que irá prestar o serviço, como a localização exata do equipamento com problema. Todas as definições e dimensões do BIM que foram apresentadas servem para compreender, de forma didática, a amplitude do BIM na cadeia da indústria da construção em todo seu ciclo.
diretamente nos prazos e custos do projeto. Como regra geral, quanto mais avançado o LOD, maior o número de informações envolvidas no modelo da obra. Por isso, e para evitar imprevistos ou situações de insatisfação do contratante com as informações presentes no projeto, o ideal é que o LOD seja definido ainda na contratação. De acordo com a especificação da AIA, os níveis são divididos em: - ND 100: o elemento do modelo pode ser graficamente representado como um símbolo ou outra representação genérica, mas não satisfaz os requerimentos para o ND 200. Informações relacionadas a outro elemento do modelo como o custo por metro quadrado, pode ser derivada; - ND 200: o elemento de modelo é graficamente representado como um sistema genérico, objeto, ou montagem com quantidades
Apoio
17
Apoio
Fascículo
BIM - Building Information Modeling
18
Figura 7 – Lods Fonte: Caderno de apresentação de projetos em BIM de Santa Catarina.
aproximadas, tamanho, forma, localização e orientação. Informações
- ND 350: o elemento do modelo é graficamente representado
não-gráficas também podem ser anexadas ao elemento do modelo;
como um sistema específico, objeto ou montagem em termos de
- ND 300: o elemento do modelo é graficamente representado
quantidade, tamanho, forma, localização, orientação e interfaces
como um sistema específico, objeto ou montagem em termos de
com outros sistemas construtivos. Informações não-gráficas
quantidade, tamanho, forma, localização e orientação. Informações
também podem ser anexadas ao elemento do modelo;
não-gráficas também podem ser anexadas ao elemento do modelo;
- ND 400: o elemento do modelo é graficamente representado como
Figura 8 – LOD aplicado a um quadro de distribuição (adaptado): Fonte: (McPhee, 2013).
19
Apoio
um sistema específico em termos de tamanho, forma, localização,
Softwere. Disponível em: < http://blog.synchroltd.com/10-points-
quantidade e orientação, com detalhamento, informações para
and-the-benefits-of-bim> Acesso em 11 de fevereiro 2019.
pré-fabricação e detalhes de instalação. Informações não-gráficas
EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM: um guia de modelagem
também podem estar ligadas aos elementos do modelo;
da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes,
- ND 500: o elemento do modelo é uma representação de campo,
construtores e incorporadores. Bookman Editora, 2014.
verificada em termos de tamanho, forma, localização, quantidade e
GOVERVO DE SANTA CATARINA. Caderno de apresentação
orientação. Informações não-gráficas também podem estar ligadas
de projetos em BIM. Disponível em: < http://www.spg.sc.gov.
aos elementos do modelo.
br/visualizar-biblioteca/acoes/comite-de-obras-publicas/427caderno-de-projetos-bim/file >. Acesso em 11 de fevereiro 2019.
Por fim, vale ressaltar que ao conhecer as dimensões do BIM e os níveis de desenvolvimento dos modelos é possível explorar mais as ferramentas de projetos, mudanças de processos e todos os benefícios que essa tecnologia inovadora pode trazer para a indústria
KAMARDEEN, Imriyas. 8D BIM Modelling tool for accident prevention through design. Faculty of Build Environment, University of New South Wales, Australia, 2010.
da construção civil, em todo ciclo de vida do empreendimento. Por fim, vale ressaltar que ao conhecer as dimensões do BIM
*Francisco de Assis Araujo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e
e os níveis de desenvolvimento dos modelos é possível explorar
serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela
mais as ferramentas de projetos, mudanças de processos e todos os
Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações
benefícios que essa tecnologia inovadora pode trazer para a indústria
Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade
da construção civil, em todo ciclo de vida do empreendimento. Com
do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM - Modelagem,
esse conhecimento podemos avançar nesses temas nos próximos
Planejamento e Orçamento pelo INBEC.
fascículos.
Referências bibliográficas CALVERT,N. 10 points and the benefits of bim. Synchro
Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Fascículo
Equipamentos para ensaios em campo
20
Por Fábio Henrique Dér Carrião*
Capítulo II Testes em campo de disjuntores
1 - Introdução
• Em casos de disjuntor a óleo, deve ser verificado o nível de óleo dos polos. Também deve ser levada em consideração
Os disjuntores, por serem os equipamentos que efetivamente
na verificação do nível a temperatura do equipamento. Em
realizam a abertura e fechamento dos circuitos, são os elementos
temperaturas mais baixas, o óleo poderá ficar abaixo da marca
básicos de proteção do sistema, juntamente com os relés,
de nível mínimo e com temperaturas muito altas poderá ficar
transformadores de corrente e de potencial e banco de baterias.
acima, o que normalmente não trará maiores consequências;
Esporadicamente, estes equipamentos são solicitados a interromper
• Deve ser verificada a densidade do gás nos polos em
correntes de curto circuito elevadas onde são envolvidos esforços
disjuntores a SF6;
térmicos e eletromagnéticos elevados. Devido a essas possíveis
• A verificação do sistema de proteção com injeção de corrente
condições operacionais devem ser previstos procedimentos de
nos transformadores de corrente para atuar a proteção e
manutenção cuidadosos com estes equipamentos. A frequência de
desligar o disjuntor deve ser realizada nas manutenções anuais
cada inspeção e/ou procedimento (periodicidade) depende de uma
do equipamentos. O tempo de atuação da proteção deve ser
série de fatores, tais como: tipo de instalação, número de operações,
comparado com os tempos previstos no estudo de seletividade
posição estratégica na instalação etc. No entanto, é recomendável se
do sistema;
proceder com uma inspeção a cada ano ao menos. Após a interrupção
• Simulação do bloqueio do religamento do disjuntor pela
de grandes correntes de curto circuito, recomenda-se medir a
atuação da proteção (anualmente);
resistência de contato antes da recolocação em serviço no mínimo.
• A inspeção visual visa verificar a existência de vazamentos
Somando-se a isso, deve-se sempre seguir as recomendações de
(gaxetas ressecadas, buchas rachadas);
cada fabricante com relação aos seus equipamentos.
• A lubrificação do mecanismo deve ser feita de acordo com as
Em caso de grandes períodos de in-operação, por falta de
recomendações do fabricante do disjuntor;
solicitação, é necessário que, ao menos a cada seis meses, sejam
• Verificação do sistema hidráulico e pneumático de aciona
realizados testes de abertura e fechamento. Isso ajudará a manter as
mento;
partes em condições de operação.
• Verificação do relé de pressão de gás nos polos, com simulação do bloqueio de operação do disjuntor e sinalização pela atuação
2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios
do relé.
2.1 - Inspeções periódicas
2.2 - Ensaios
Periodicamente, devem ser realizadas algumas inspeções no disjuntor:
Além das inspeções, também devem entrar no programa de manutenção do disjuntor testes e ensaios, sendo que os
21
Apoio
seguintes testes são os mais recomendados: • medição da resistência ôhmica dos contatos; • medição dos tempos de abertura e fechamento e verificação da simultaneidade dos contatos; • medição do fator de potência do isolamento; • medição da resistência ôhmica de isolamento das hastes de acionamento, câmaras e isoladores, contra a terra. A seguir são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio.
Retirado de curso de ensaios elétricos de equipamentos e usinas - Lactec
a) Medição da resistência ôhmica dos contatos Os disjuntores possuem dois jogos de contato, o auxiliar e o principal, a rugosidade e a qualidade dos contatos é medida pela queda de tensão entre as superfícies. Existem valores normativos para os limites de queda de tensão a serem considerados para os
Para se avaliar os resultados deve ser feito o cálculo do valor da queda de tensão, já que os valores são medidos em ohms, e serem comparados com a tabela abaixo.
disjuntores de acordo com sua corrente nominal. Para se medir a resistência dos contatos do disjuntor em ohms tradicionalmente se utiliza um Microhmimetro (Ducter) com escala adequada. Na figura a seguir é mostrada a conexão padrão do equipamento de testes, nesse caso, o Microhmimetro ou Ducter.
Valores máximos de queda de tensão nos contatos
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
22
Outro critério importante a ser considerado é o valor de resistência informado pelo próprio fabricante do equipamento.
Para se avaliar os resultados, os tempos devem ser comparados com os dados pelo fabricante do disjuntor. De forma geral, não é recomendado que a discordância entre os polos seja maior do que
b) Medição dos tempos de operação – Oscilografia
10% do tempo total.
A medida dos tempos de abertura e fechamento dos contatos principais é importante, quando comparados aos tempos originais de fábrica, pois fornecem uma visão do estado das molas, juntas, ajustes do núcleo das bobinas, válvulas, lubrificação etc.
c) Medição do fator de potência do isolamento Os disjuntores são equipamentos compostos de diversos materiais isolantes, tais como óleo mineral, gás SF6, peças de fibra
O tempo de abertura é medido a partir do início da operação
de vidro impregnadas com resinas sintéticas, buchas de porcelana
de abertura e o instante da separação dos contatos. O tempo de
etc., com características dielétricas diferentes, porém, formando
fechamento é medido a partir do início da operação de fechamento
um conjunto único. A variação de cada isolante influencia
e o instante em que os contatos se tocam em todos os polos.
diretamente no resultado final do teste.
A simultaneidade de abertura e fechamento dos contatos é
Uma das formas de se avaliar o isolamento do disjuntor
indicada pela discordância nos polos, ou seja, a diferença de tempo
é proceder com o ensaio de fator de potência do isolamento,
entre o polo mais rápido e o mais lento tanto na abertura quanto no
normalmente aplicável a disjuntores a partir de 69 kV. A medição
fechamento.
do Fator de Potência do Isolamento dos disjuntores é realizada
Estes tempos podem ser representados graficamente conforme:
por equipamento especifico para este fim (Medidor de Fator de Potência). Para se realizar a medição antes deve ser realizada limpeza nas buchas com um pano seco ou com substâncias de limpeza não contaminantes deve-se também desconectar todos os cabos do disjuntor. As conexões podem ser realizadas conforme tabela abaixo. As partes medidas representam: • Ccs: Capacitância da Câmara Superior;
Retirado de curso de ensaios elétricos de equipamentos e usinas – Lactec
O método tradicionalmente aplicado para a medição desses tempos é o do registro oscilográfico em papel fotossensível ou
• Cci: Capacitância da Câmara Inferior; • Rcs: Resistência da Câmara Superior; • Rci: Resistência da Câmara Inferior; • Rh: Resistencia da Haste de Acionamento.
através de equipamentos digitais que realizam registros similares dos tempos.
Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos
Na figura a seguir é mostrado um esquema resumido com a conexão padrão de um equipamento de testes para a realização da
valores obtidos para a temperatura de referência de 20oC pela fórmula:
oscilografia.
Fascículo
FPc = FPm x F
Onde: FPc = fator de potência corrigido FPm = fator de potência medido F = fator de correção, de acordo com a temperatura ambiente no Retirado de curso de ensaios elétricos de equipamentos e usinas - Lactec
local do teste
Conexões Ensaio de Fator de Potencia em Disjuntor
23
Apoio
A tabela de correção de acordo com a temperatura é mostrada
As partes medidas representam:
a seguir: • Rcs: Resistência da Câmara Superior • Rci: Resistência da Câmara Inferior • Rh: Resistencia da Haste de Acionamento Para se avaliar os resultados pode ser feita a correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de 75oC pela fórmula: R75 = Rmed / 2a Onde: R75 = resistência ôhmica de isolamento corrigida para 75oC
Norma ABNT NBR IEC 60060 2013
Os valores devem ser comparados com os testes de fábrica do disjuntor ou, em caso da ausência dos mesmos, com histórico de medições anteriores realizadas no equipamento. Para disjuntores com este tipo de isolante, o valor do fator de potência é bastante alterado em caso de condições desfavoráveis no óleo. Para disjuntores a SF6 qualquer anormalidade encontrada deve ser atribuída a umidade interna, sujeira na superfície externa ou defeitos na porcelana ou suportes de fibra.
Rmed = resistência ôhmica de isolamento medida no ensaio a = 75 – t/10 t = temperatura ambiente no momento do ensaio Os resultados devem ser comparados com histórico do equipamento. De forma geral, valores acima de 2000 MΩ podem ser considerados aceitáveis. e) Outros testes de verificações
d) Medição da resistência ôhmica do isolamento A medição da resistência ôhmica do isolamento dos disjuntores é realizada através do uso de um Megôhmetro e também tem como finalidade avaliar o estado do isolamento do equipamento. A desconexão dos cabos do disjuntor e a limpeza externa do mesmo também deve ser realizada antes da realização deste teste. A tensão de ensaio pode ser verificada a seguir:
No plano de manutenção do disjuntor também podem constar outros testes e verificações: • teste tensão aplicada (Hipot); • testes específicos para disjuntores a vácuo; • medição da rigidez dielétrica do óleo; • substituição do óleo isolante e das vedações em disjuntores de média tensão; • medição da resistência dinâmica de contato. Fontes Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran Electrical Power Equipment Maintenance and Testing Second Edition –
Tensão de ensaio para disjuntores
As conexões podem ser realizadas conforme tabela a seguir.
Paul Gill
Conexões ensaio de resistência de isolamento em disjuntor
*Fábio Henrique Dér Carrião é engenheiro de Energia e Automação Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Profissional com 13 anos de experiência no setor, sendo responsável pela gestão de equipes de engenharia, comissionamento e montagem em projetos de subestações de alta, média e baixa tensão. Atuando em indústrias de diversos segmentos, usinas de geração e concessionárias de energia. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
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Linhas elétricas para baixa tensão
24
Por Paulo E. Q. M. Barreto*
Capítulo II Terminologia (II)
Conector Dispositivo eletromecânico que faz ligação elétrica de condutores, entre si e/ou a uma parte condutora de um equipamento, transmitindo ou não força mecânica e conduzindo corrente elétrica.
Conjunto de manobra e comando
trifásico, bifásico e fase-terra, no mínimo, em todos os quadros de distribuição. O símbolo utilizado para expressar essa grandeza é (IK).
Corrente de projeto Corrente prevista para ser transportada por um circuito
Combinação de um ou mais dispositivos e equipamentos de
durante seu funcionamento normal. Corrente esta que deve
manobra, comando, medição, sinalização, proteção, regulação, em
ser calculada em todos os circuitos elétricos de uma instalação,
baixa tensão, completamente montados, com todas as interconexões
levando-se em conta a potência instalada, fator de demanda, fator
internas elétricas e mecânicas e partes estruturais (ver também
de diversidade, fator de potência e a presença de componentes
quadros de distribuição).
harmônicas. É por meio desta corrente que se determinam os condutores do circuito, o correspondente dispositivo de proteção
Corrente (elétrica) Grandeza escalar igual ao fluxo do vetor densidade de corrente
Fascículo
(de condução), através da superfície considerada. Sua unidade de medida é o ampère (A) e seu símbolo é (I). Não se deve utilizar o termo amperagem.
e a queda de tensão. O símbolo utilizado para expressar essa grandeza é (IB).
Corrente de sobrecarga Sobrecorrente em um circuito, sem que haja falta elétrica. (para definição de sobrecorrente, ver próxima edição).
Corrente de curto-circuito É uma sobrecorrente resultante de um curto-circuito. (para definição de sobrecorrente, ver próxima edição).
Corrente para terra É o total das correntes de fuga e das correntes capacitivas entre um condutor e a terra.
Corrente de curto-circuito presumida Valor da corrente de curto-circuito calculada em projeto. É
Curto-circuito
fundamental para a determinação dos esforços eletrodinâmicos
Ligação intencional ou acidental entre dois ou mais pontos de
que surgirão quando da ocorrência de um curto-circuito e para
um circuito através de impedância desprezível. Por extensão, este
a especificação dos condutores e correspondente dispositivo
termo designa também o conjunto dos fenômenos que decorrem de
de proteção. Usualmente é informado no projeto o valor eficaz
um curto-circuito, entre dois ou mais pontos que se encontram sob
e simétrico desta corrente, calculada para os curtos-circuitos
diferença de potencial.
25
Apoio
Diagrama
extensão, de modo que os condutores só possam ser instalados
Representação gráfica de relações funcionais entre grandezas
e/ou retirados por puxamento e não por inserção lateral. Não
que intervêm no estudo de um sistema ou equipamento elétrico.
devem ser utilizados os termos conduite (que não existe na
Quando se está representando esquematicamente os componentes
terminologia oficial), nem tubo ou mangueira (utilizados na
e as ligações de um circuito de comando elétrico ou o unifilar de
hidráulica e na mecânica) para se referir ao eletroduto. Outro
um quadro de distribuição, por exemplo, não se deve usar o termo
erro grosseiro e irregular é designar eletrodutos metálicos por:
diagrama elétrico e, sim, esquema elétrico. Por outro lado, pode-se
leve, médio, semileve, leve 1, leve 2, entre outros apelidos, que
utilizar, por exemplo, a expressão diagrama de blocos do sistema de
apenas significam eletroduto “fora de norma”, conforme será
controle da subestação. Que será diferente do esquema unifilar do
explicado em outra edição desta série.
mesmo sistema de controle da subestação. Este é mais um exemplo de um termo largamente utilizado de forma equivocada. (ver a definição de esquema mais adiante).
Emenda (de condutores) Ligação de uma das extremidades de dois ou mais condutores. Também pode ser o acessório que possui a função de emendar
Elemento condutivo ou parte condutiva
dois ou mais cabos através da conexão de seus condutores, de
Elemento ou parte constituída de material condutor, pertencente
reconstituir o isolamento, dar continuidade às eventuais blindagens
ou não à instalação elétrica, mas que não é destinada normalmente
ou capas metálicas, proporcionar o controle do campo elétrico e dar
a conduzir corrente elétrica.
proteção contra agentes externos.
Eletrocalha
Escada (para cabos)
Elemento de linha elétrica fechada e aparente, constituído por uma base com cobertura desmontável, destinado a envolver por completo condutores elétricos providos de isolação, permitindo
Ver a definição de leito na próxima edição.
Espaço de construção
também a acomodação de certos equipamentos elétricos. A
Espaço existente na estrutura ou nos componentes de uma
eletrocalha, por possuir tampa, é considerada um conduto fechado,
edificação, acessível apenas em determinados pontos. É importante
fato este que influencia a escolha dos condutores possíveis de serem
salientar que um espaço de construção não é um conduto. No
instalados em seu interior (tipo e capacidade de condução de
interior do espaço de construção pode haver vários tipos de linhas
corrente), assim como no caso da bandeja. (ver também a definição
elétricas. Exemplos de espaço de construção: shaft, piso elevado,
de bandeja).
forro rebaixado.
Esquema Representação gráfica das partes componentes e das ligações de um sistema, instalação ou equipamento elétrico. Seguem-se ainda alguns termos derivados: - esquema multifilar: esquema elétrico no qual são representados separadamente todos os condutores de cada circuito; - esquema unifilar: esquema elétrico no qual os diversos condutores de cada circuito são representados como se fossem um único; - esquema simplificado: esquema unifilar no qual são representadas apenas as partes essenciais. Portanto, assim como indicado no termo diagrama, quando se está representando esquematicamente os componentes e as ligações de um circuito de comando elétrico ou o unifilar de um quadro
Eletroduto Elemento de linha elétrica fechada, de seção circular ou não, destinado a conter condutores elétricos providos de isolação, permitindo tanto a enfiação como a retirada destes. Os eletrodutos devem ser suficientemente fechados em toda a sua
de distribuição, por exemplo, não se deve usar o termo diagrama elétrico e, sim, esquema elétrico.
Falta para terra Falta devida à perda acidental e súbita de isolamento entre partes energizadas e a terra.
Apoio
Linhas elétricas para baixa tensão
26
Fator de potência Razão da potência ativa para a potência aparente.
Galeria (de uma instalação elétrica) Corredor cujas dimensões permitem que pessoas transitem
Deve-se ter o cuidado de não confundir fator de potência com
livremente por ele em toda a sua extensão, contendo estruturas
cos Ø. Eles terão o mesmo valor apenas quando a forma de onda
de suporte para os condutores e suas junções e/ou outros
da tensão e da corrente, consideradas, forem puramente senoidais
elementos de linhas elétricas.
(sem a presença de harmônicos). Nesse caso, pode-se dizer que, do conhecido triângulo de potências, o ângulo “Ø” considerado é aquele do vértice da potência ativa com a potência aparente.
Fator de demanda
Galvanização a fogo e galvanização eletrolítica Os termos galvanização a fogo (ou galvanizado a fogo) e galvanização eletrolítica (ou galvanizado eletroliticamente) são incorretos e vêm sendo utilizados há muito tempo. Não
Para efeitos dessa série de artigos, pode ser definido como sendo
faz sentido utilizar o termo “galvanização a fogo”, visto que tal
a razão entre a potência de alimentação, ou da parte considerada da
designação poderia sugerir um processo de “corrente galvânica
instalação, e a respectiva potência instalada.
pelo fogo”!! Ou ainda, que alguma coisa seria aplicada no
Fator de diversidade
eletroduto, por meio do fogo!! Na verdade, esse tipo de processo de proteção de superfícies é feito colocando a peça
Razão da soma das demandas máximas individuais de um
(no caso o eletroduto) em uma sequência de banhos químicos
conjunto de equipamentos ou instalações elétricas, para a demanda
(alguns deles com temperatura elevada). Portanto, o correto é
simultânea máxima, ocorridas no mesmo intervalo de tempo
mencionar que o revestimento (ou tratamento superficial) é
especificado.
feito por “imersão a quente”. Se for utilizado o zinco, pode-se
Fator de simultaneidade
dizer zincado a quente, ou deposição de zinco por imersão a quente (não confundir com eletrodeposição).
Razão da demanda simultânea máxima de um conjunto de
Por outro lado, o termo “galvanização eletrolítica” sugere
equipamentos ou instalações elétricas, para a soma das demandas
uma redundância: corrente galvânica e eletrólise! Como esse
máximas individuais, ocorridas no mesmo intervalo de tempo
tipo de processo é feito por eletrodeposição de íons na superfície
especificado. Como se vê, ele é o inverso do fator de diversidade.
de um produto, por meio de corrente galvânica, pode-se utilizar, por exemplo, no caso de deposição de zinco (mais
Fio
utilizado), as expressões: deposição de zinco por galvanização, Produto metálico maciço e flexível, de seção transversal
invariável e de comprimento muito maior do que a maior dimensão
eletrodeposição de zinco, ou zincagem eletrolítica (ou ainda zincado eletroliticamente).
transversal. Na tecnologia elétrica, os fios são geralmente utilizados
Além do conhecimento correto desses termos é importante
como condutores elétricos, por si mesmos ou como componentes
conhecer a aplicação de cada um desses tratamentos superficiais
de cabos. Os seguintes termos derivados também são utilizados:
para a correta especificação do elemento de linha elétrica (eletroduto, eletrocalha, bandeja, suportes, abraçadeiras, caixas
- fio coberto: fio com ou sem revestimento, dotado de cobertura;
etc.).
Fascículo
- fio isolado: fio com ou sem revestimento, dotado de isolação; - fio nu: fio sem revestimento, isolação ou cobertura;
*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado
- fio revestido: fio dotado de revestimento. Essa definição pode
em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto,
ser particularizada de acordo com o metal de revestimento: fio
execução, manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas.
estanhado, fio cadmiado, fio cobreado, fio prateado, fio zincado etc.
É membro da Comissão que revisa a Norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do INMETRO, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Renováveis Apoio
ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 3 - Edição 32 / Fevereiro de 2019
FASCÍCULO
O projeto do sistema fotovoltaico conectado à rede NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA EÓLICA: O balanço dos ventos em 2018 COLUNA SOLAR: Revisão da REN 482/2012: proposta da ANEEL precisa melhorar APOIO
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Apoio
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Fascículo
Renováveis
Por Hans Rauschmayer*
O projeto do sistema fotovoltaico conectado à rede
Apoio
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1 - Introdução
No mês passado apresentamos as diferentes formas de aproveitamento da energia solar.
Delas, selecionamos a geração distribuída com sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCR) como tema dos fascículos e explicamos como este tipo de sistema é conectado numa rede predial e como ele se comporta ao longo do dia. Neste mês abordaremos as etapas da elaboração de um projeto desta modalidade. 2 - As etapas do projeto
Figura 1: As etapas da elaboração do projeto fotovoltaico
A figura 1 apresenta as etapas de um projeto fotovoltaico conectado à rede. Em primeiro lugar,
percebemos três áreas de atuação: 1 - a fase da análise das informações; 2 - a fase do projeto técnico; 3 - a fase do cálculo do retorno energético e financeiro. As etapas serão descritas em seguida, seguindo a numeração do gráfico. (1) Análise do consumo e dimensionamento do sistema
No Brasil, a regulamentação da geração distribuída foi publicada pela Aneel na REN
482/2012. Ela impõe o conceito chamado de Net-Metering: o usuário é permitido a compensar seu consumo, mas ele não poderá vender energia.
Queremos, nesta etapa, estabelecer a meta do futuro sistema solar. Usamos o consumo dos
últimos 12 meses, eventualmente corrigido por previsões sobre aumento ou redução no futuro. Aliás, a implantação de medidas de eficiência energética antes ou em paralelo à instalação do sistema solar aumenta drasticamente o retorno financeiro do conjunto.
Para obter a estimativa correta é imprescindível conhecer a tarifação do cliente:
• de consumidores classe B, que recebem energia em baixa tensão, é cobrada uma taxa mínima
Apoio
Fascículo
30
Renováveis
mensal (custo de disponibilidade);
recebem no máximo 50% da radiação que incide sobre as coberturas.
• as contas de clientes classe A separam a demanda contratada do
Tais projetos dificilmente se pagam pelo retorno energético, mas podem
consumo e são calculadas em tarifas horo-sazonais. Dependendo do
ser bastante interessantes pelo foco arquitetônico ou de marketing
negócio, o cliente ainda pode compensar impostos aplicados na tarifa, o
verde, que ainda geram alguma energia.
que reduz drasticamente a viabilidade do projeto;
• a potência da ligação do cliente à rede da concessionária limita a
sistema solar com classificação conforme a qualidade da captação da
potência do sistema solar.
energia solar.
(3) Projeto físico
Uma vez estabelecida a meta de geração, usamos os dados
O resultado desta etapa é a demarcação de áreas utilizáveis para o
climáticos do local para estipular a potência do sistema que, supostamente, será necessário para obter tal geração.
O dimensionamento será abordado em detalhe num dos fascículos
finais, pois requer o entendimento da tecnologia fotovoltaica. Se quiser se antecipar, então procure o assunto na coletânea de palestras no nosso site www.solarize.com.br. (2) Análise das áreas disponíveis
Figura 3: Cobertura com distribuição dos módulos.
Chegou a hora de distribuir módulos fotovoltaicos na área
disponível com objetivo de tentar alcançar a potência estipulada durante a primeira etapa. A figura 3 apresenta a distribuição de módulos na área classificada com A da etapa anterior, na residência do autor.
O tipo de módulo é escolhido conforme os seguintes critérios:
• há, basicamente, dois formatos de módulos no mercado, com Figura 2: Classificação de áreas da cobertura de uma residência.
Na segunda etapa procuramos áreas adequadas para gerar energia
dimensões de aproximadamente 1,00m x 1,65m ou 1,00m x 2,00m. Ambos podem ser montados na posição retrato ou paisagem; • o desenho técnico mostra qual formato e qual posição melhor se
solar no terreno do cliente, geralmente parte da cobertura ou do terreno.
encaixa na área disponível;
• a eficiência do módulo se traduz na quantidade de área ocupada.
A procura pelas áreas disponíveis costuma começar com estudo
de imagens de satélite. Ferramentas como Google Earth permitem
Portanto, é um critério mais importante em casos de área insuficiente;
tomar as dimensões de forma aproximada e ajudam a ver obstáculos
• somente em casos muito específicos misturam-se diferentes
na superfície e ao redor. Posteriormente será necessário visitar o local e
modelos na mesma instalação.
efetuar medições exatas.
A melhor captação da energia solar se faz quando os módulos são
A fixação dos módulos na cobertura requer um cuidado adicional,
orientados em direção ao equador, portanto ao norte na maior parte do
porque traz riscos estruturais e/ou de infiltração, com possíveis danos
Brasil. Por isso, escolhemos primeiramente a face norte de um telhado e,
de alto valor. Geralmente, as soluções desenvolvidas prontas pela
em seguida, as faces leste e/ou oeste.
indústria são muito práticas e permitem um trabalho eficiente.
Analisamos sombreamento pela própria edificação, por prédios
Esta etapa requer um cuidado adicional em relação à estética
vizinhos, por árvores ou morros e classificamos as áreas conforme sua
do conjunto. O cliente pode, inclusive, optar por uma solução
qualidade, como mostrado na figura 2.
tecnicamente inferior.
Qual é a área necessária? Cada kW de potência, estipulada na
primeira etapa, necessita aproximadamente 6 m² em módulos.
(4) Projeto fotovoltaico
Há acréscimos para compensar má distribuição dos painéis,
sombreamento, desvios da orientação ideal, e instalação em laje ou
fascículos. Escolhemos um ou mais inversores que funcionem bem
terreno (por causa dos corredores entre as fileiras).
com os módulos escolhidos na situação encontrada.
Outras opções, mais complexas, seriam ainda um estacionamento
Esta etapa é o coração do projeto e será detalhada nos próximos
A configuração deve preencher critérios de:
solar, que requer um projeto físico detalhado em paralelo ao estudo
• relação da potência entre arranjo fotovoltaico e inversores;
solar, e fachadas. No nosso País, cruzado pelo equador, as fachadas
• compatibilidade das grandezas elétricas nas diferentes condições
Apoio
31
climáticas do local da instalação;
A escolha do local para instalação do inversor é outra questão estética,
• configuração da ligação série-paralelo conforme sombreamento
portanto é um assunto a ser estabelecido com o cliente.
encontrado; • compatibilidade com a rede elétrica que recebe a energia.
(5) Projeto elétrico
Figura 4: O diagrama unifilar de um projeto fotovoltaico.
Apoio
Fascículo
32
O projeto elétrico é formado por duas partes: o lado em
Renováveis se percam efeitos de dias ensolarados, parcialmente nublados
corrente contínua, entre o arranjo fotovoltaico e o(s) inversore(s),
ou chuvosos. Dados gerados em intervalos de minuto (softwares
e a ligação do inversor à rede predial, em corrente alternada.
como PVSYST ou PV*SOL oferecem esta função) conseguem até
Ambas partes incluem:
simular a passagem de nuvens e situações de sombreamento mais complexos.
• a definição dos dispositivos de proteção e seccionamento;
Haverá outro fascículo sobre softwares fotovoltaicos.
• a definição dos cabos e da condução física deles pela edificação; • o aterramento com ligação equipotencial e interligação,
(7) Retorno financeiro
se necessária, com o sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).
Como o inversor injeta energia na rede da concessionária,
é necessário respeitar a Norma dela e solicitar a aprovação do projeto. (6) Geração de energia
Figura 6: Gráfico de fluxo de caixa
Para se chegar ao retorno financeiro, deve-se simular a conta de
energia do cliente a partir do resultado da etapa anterior, da energia gerada a cada mês. Aqui entram vários parâmetros, como faixa de Figura 5: Gráfico da geração de energia com consumo no software PV*SOL.
ICMS aplicada na tarifa, taxa mínima e contabilidade de créditos entre meses.
Do lado do custo, são contabilizados o equipamento instalado,
a mão de obra, custos bancários em caso de financiamento e a
A energia gerada representa o benefício do sistema solar para
previsão de operação e manutenção (O & M).
o cliente. Ela pode ser estimada por uma simulação que usa os
seguintes dados de entrada:
caixa, de onde os seguintes indicadores são extraídos:
• os dados climáticos do local da instalação;
• o prazo de retorno simples, quando os benefícios superam os
• o sombreamento a partir de uma modelagem 3D do projeto físico,
investimentos;
dos obstáculos e da posição do sol ao longo do ano;
• o prazo de retorno descontado, que informa quando o
• a geração de cada módulo e considerando o sombreamento
investimento no sistema solar chega a render mais do que um
individual;
investimento de comparação (ex. CDB);
• a interligação dos módulos com os devidos efeitos elétricos;
• a Taxa Interna de Retorno (TIR) que informa os juros que o sistema
• a conversão da energia gerada pelo inversor a cada instante,
solar paga sobre o investimento;
conforme curva de eficiência dele;
• o custo da energia ao longo da vida do projeto, um comparativo
• as perdas dentro da instalação elétrica.
com a tarifa paga à concessionária (LCOE = levelized cost of
Benefício e custo são organizados em uma tabela de fluxo de
Energy).
A resolução dos dados climáticos merece atenção especial,
Empresas eletro intensivas sofrem com oscilações nas tarifas e
já que a oscilação dos parâmetros climáticos se propaga em todo
priorizam a proteção contra aumentos da tarifa: uma vez instalado
o sistema fotovoltaico. Dados em intervalos horários (formato
o sistema solar, o custo desta energia é conhecido e reduz o risco
TMY = typical meteorológical year) são necessárias para que não
tarifário.
Apoio
33
sem visita no local. Na medida em que a negociação avança são definidos os detalhes.
Nestas interações, softwares profissionais mostram seu valor:
a integração com mapas de satélites permite estudar uma maquete com poucos cliques, inserir módulos e configurar inversores. Onde o detalhamento do projeto pode ser postergado, são aplicados valores padrão. Modificações ocorrem de forma pontual e as simulações apresentam os resultados de forma imediata. Figura 7: Modelagem 3D no software PV*SOL premium
3 - Previsão
fotovoltaico, começando com módulos e inversores. As questões
Elaboramos o projeto, desde a primeira etapa, partindo de
certas premissas: estipulamos a potência ideal conforme as condições climáticas e a aumentamos em decorrência de defeitos
Os próximos fascículos explanarão o projeto técnico do sistema
legais ficarão para o final de 2019, quando uma nova revisão normativa está prevista para ser publicada.
da área disponível. Depois da simulação do projeto completo, precisamos agora comparar o resultado com a meta estabelecida e
*Hans Rauschmayer é sócio-gerente da Solarize Treinamentos
ajustar todos os parâmetros para melhorar o resultado.
Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação
[visite www.solarize. com.br]. Reconhecido especialista em energia
Aspectos estéticos ou a disposição financeira do cliente podem
também exigir modificações do projeto.
solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades,
instituições, congressos nacionais e internacionais e vários programas
É comum elaborar o projeto fotovoltaico de forma evolutiva: a
primeira proposta é emitida com premissas simplificadas, ainda
de TV.
34
Notícias
renováveis
Elektsolar ultrapassa 4MW em projetos de energia fotovoltaica no Brasil
A Elektsolar, empresa de
com o objetivo de transmitir o
engenharia que atua com projetos
conhecimento sobre a energia
e educação na área de energia
solar fotovoltaica”, diz Siqueira
solar no Brasil, fechou o ano de
Neto, CEO da Elektsolar.
2018 com a participação em
mais de 60 empreendimentos
cinco módulos de cursos –
de geração fotovoltaica no País,
fundamentos e aplicações,
ultrapassando a marca de 4MW
vendas, instalação, projetos e
instalados e em operação. A
usinas, conseguimos apresentar
estrutura de treinamentos da
de forma sólida e detalhada
empresa é hoje a maior do País,
grande parte do conhecimento
instalações mal projetas e mal
módulos, inversores e painéis
com 20 centros de estudos
relevante para a aplicação da
realizadas, de forma geral, temos
elétricos, testes de performance,
espalhados nas principais
tecnologia fotovoltaica”, informa.
percebido uma evolução da
eficiência de inversores e
cidades e mais de 3,5 mil pessoas
capacidade técnica das empresas
análise de curvas I x V, além da
treinadas.
impulsionaram os negócios
ao longo dos anos”, aponta
análise dos respectivos dados
da Elektsolar foi o maior
Siqueira.
e da emissão de relatórios.
portanto, fomentar o mercado
amadurecimento das empresas
“Também realizamos consultorias
de geração de energia solar
que atuam com energia
prestados pela Elektsolar,
em viabilidade técnica,
fotovoltaica por meio da criação
fotovoltaica no Brasil. “Sabemos
destacam-se os relacionados
econômico-financeira, análise
de conhecimento e da execução
isso, pois a Elektsolar foi uma das
a pós-comissionamento de
de sombreamento, cálculos de
de projetos de alto valor agregado.
primeiras empresas no Brasil a
sistemas fotovoltaicos conforme
geração e de Performance Ratio
“Nosso negócio é a realização de
ministrar treinamentos na área
a ABNT NBR 16274:2014,
(utilizando softwares) e projetos
cursos, treinamentos, workshops,
fotovoltaica. Por mais que às
que consistem na realização
de usinas acima de 1MW”, conclui
palestras e eventos, sempre
vezes ocorram problemas com
de testes como termografia de
o executivo.
A missão da Elektsolar é,
“Por meio de nossos
Um dos fatores que
Dentre os principais serviços
Sunew anuncia a maior instalação de energia solar de próxima geração do mundo industrial sustentável, se
Tais características tornam
cada vez maiores, confirmando
produção de Filmes Fotovoltaicos
diferencia do tradicional com o
sua aplicação mais simples e
nossa visão de transformar o
Orgânicos (OPV), fará a maior
objetivo principal de demonstrar
versátil em relação às tecnologias
segmento com soluções cada
instalação de energia solar de
o renomado espírito de inovação
anteriores de geração solar.
vez mais integradas em nossas
próxima geração do mundo. A
e sustentabilidade da Natura
vidas, nossas cidades e nossas
empresa aplicará filmes orgânicos
- multinacional no ramo de
aliar a tecnologia solar mais limpa
edificações. O OPV representa
e impressos, considerados
cosméticos presente em mais de
do mundo com design, inovação
uma solução energética e ao
uma grande tendência na
70 países.
e o máximo de sustentabilidade
mesmo tempo mais humanizada.
integração entre arquitetura,
possível. Até então, uma
Ter a Natura como cliente nos
sustentabilidade e energia, no
Sunew, chamados OPV Slim,
instalação localizada em La
faz muito felizes, sobretudo
Núcleo de Aprendizado Natura
serão aplicados em uma área de
Rochelle, na França, liderava o
pelo o que a empresa representa
(NAN), localizado em Cajamar
2.020 m² no telhado do Núcleo
ranking das instalações desse tipo
em termos de responsabilidade
(SP).
de Aprendizado Natura. Se trata
no mundo, com 500 m².
social, inovação e preocupação
de um material orgânico, leve,
com o meio ambiente.", avalia
semitransparente e flexível.
com instalações comerciais
A Sunew, líder mundial na
O prédio do NAN é uma
referência de arquitetura
Os filmes fotovoltaicos da
Nesse projeto, a Natura busca
"A Sunew tem acelerado
Tiago Alves, CEO da Sunew.
Notícias
renováveis
Renovigi cresce 14% em 2018 na distribuição de equipamentos A Renovigi Energia Solar cresceu
observamos que no último ano
14% em 2018 na distribuição
a nossa consolidação deve-se
de equipamentos, confirmando
também ao fato de termos
a premiação dada pela Revista
conquistado novos espaços
Exame e Deloitte como a empresa
de mercado. Entregamos uma
de porte médio que mais cresce
solução completa aos nossos
no Brasil. A marca finalizou
credenciados, e estamos sempre
o ano passado, atendendo
muito próximos aos clientes,
a 35,9% das empresas que
oferecendo toda a assistência de
revendem equipamentos
pós-venda necessária. Até final
fotovoltaicos no País, segundo
de 2017 tínhamos cerca de 60
dados apresentados no último
mil painéis solares instaladas em
levantamento feito pela
todo o território nacional, hoje
percebendo, dia após dia, as
empresas instaladoras, quanto
Greener, empresa de pesquisa
já ultrapassamos 220 mil. Se
vantagens de produzir a sua
por parte do consumidor final.
e consultoria especializada no
considerarmos o consumo médio
própria energia a partir de uma
Mostra que o nosso trabalho de
setor, publicado no mês de janeiro
no Brasil, isso significa energia
fonte gratuita e disponível a
conscientização está dando certo.
deste ano.
para mais de 50 mil residências",
todos, que é o sol. Estes números
É preciso enxergar a geração de
comemora Alcione Belache.
que demonstram o aumento
energia fotovoltaica como um
da procura, tanto por parte das
investimento”, finaliza Alcione.
“O segmento como um
todo está crescendo, porém
“As pessoas estão
35
Energia solar fotovoltaica
36
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.
Barbara Rubim – CEO da Bright Strategies
Revisão da REN 482/2012: proposta da ANEEL precisa melhorar há alterações frente ao modelo atual –
de forma gradual e previsível. Dessa
ainda deixou de fora de sua avaliação
tratamos do tema da revisão pela
ou seja, mantém-se o sistema vigente,
forma, ainda que a nova resolução
uma série de atributos relevantes
qual passa a Resolução Normativa
considerado como uma relevante
venha a ser publicada ao final de
que são entregues pela geração
482, promulgada em abril de 2012
referência pelo setor solar fotovoltaico
2019, as alterações ao mecanismo
distribuída à sociedade – incluindo,
pela Agência Nacional de Energia
e por reguladores de diversos países.
de compensação não aconteceriam
por exemplo: a geração de empregos
Elétrica (ANEEL). À época, o processo
de forma imediata – seriam ativadas
locais de qualidade que chegam até
estava ainda em sua primeira etapa
alternativas, perde-se uma
quando gatilhos específicos, medidos
a pequenas cidades interioranas e
– a de consulta pública – e pouco se
combinação de componentes
em potência acumulada, fossem
áreas longínquas de baixo IDH do País,
sabia sobre as propostas que seriam
tarifários na compensação, reduzindo
atingidos. Para a geração junto à carga,
a ativação da economia nacional,
efetivamente apresentadas pela
a competitividade da geração própria.
o gatilho inicialmente proposto seria
regional e local, o empoderamento do
ANEEL para uma discussão mais
Assim, enquanto na Alternativa 1
de 3,36 GW. Já para a remota, dois
consumidor e do cidadão, a redução
aprofundada junto à sociedade.
deixaria de ser compensada a parcela
gatilhos foram sugeridos: o primeiro,
de impactos ambientais e à saúde da
Em artigo anterior desta coluna,
Em cada uma das demais
referente à distribuição (“fio B”,
de 1,25 GW, acionaria a alteração da
população, entre outros.
revisão evoluiu e agora o setor e a
correspondente em média a 28%
compensação para a Alternativa 1;
sociedade precisam se preparar para
da tarifa dos consumidores), na
e o segundo, de 2,13 GW, acionaria
variáveis parecerem ser de difícil
discutir a chamada Análise de Impacto
Alternativa 5 somente a parcela da
uma mudança da Alternativa 1 para a
valoração em cifras, há diversas
Regulatório (AIR). Publicada no último
energia elétrica (equivalente a cerca
Alternativa 3;
metodologias que permitem a sua
dia 22 de janeiro, seu objetivo é o de
de 40% da tarifa) continuaria sendo
2 - haverá uma regra de transição
incorporação no debate, sendo a sua
propor uma metodologia e variáveis a
compensada pelo consumidor.
para estas alterações. Por meio
consideração é essencial, dada a
serem utilizadas nas análises feitas pela
dela, os sistemas de micro e
missão maior da ANEEL de promover
ANEEL, embasando suas propostas de
um primeiro afunilamento dessas
minigeração distribuída operacionais
o equilíbrio regulatório e setorial não
revisão do marco regulatório.
propostas pela ANEEL. Para a geração
até a publicação da nova resolução
pela ótica de agentes específicos, mas
De lá para cá, o processo de
Com a publicação da AIR, houve
Apesar de, muitas vezes, essas
junto à carga, propôs-se inicialmente
normativa da ANEEL continuarão
pela ótica e para o bem da sociedade
os detalhes da AIR, é importante
a adoção da Alternativa 1. Já para a
tendo seus créditos de energia elétrica
brasileira como um todo.
relembrar que o principal ponto sendo
geração remota, a proposta é de uma
compensados conforme o modelo
analisado é a possível alteração da
transição para a Alternativa 1 e depois
atual, por um período de 25 anos,
em curso, a ABSOLAR tem trabalhado
forma como ocorre a compensação
para a Alternativa 3 – na qual não
estando posteriormente sujeitos à
intensamente com seus associados
dos créditos de energia elétrica. Ou
haveria a compensação das parcelas
nova regra. Já aqueles conectados
na elaboração de recomendações
seja, quantos dos seis componentes
da distribuição, da transmissão (“fio
entre a publicação da regra atualizada
construtivas e tecnicamente robustas
tarifários cada kWh produzido pelo
A”) e de parte dos encargos tarifários
e o acionamento do primeiro gatilho,
à ANEEL, em alinhamento com as
cidadão a partir de seu sistema de
– juntos, estes três elementos
compensariam créditos pelo modelo
melhores práticas internacionais
micro ou minigeração distribuída
correspondem a cerca de 40% do valor
atual por um período de 10 anos.
aplicadas ao setor solar fotovoltaico
e injetado na rede elétrica serão
pago pelo consumidor por cada kWh
compensados do seu consumo.
consumido da rede.
ANEEL para chegar às propostas
mundo. Convidamos a todos para que
Antes de falarmos mais sobre
Nesse sentido, a ANEEL
Adicionalmente, é importante
Para contribuir com os debates
por países que seguem na vanguarda A análise preliminar feita pela
e liderança da geração distribuída no
apresentou, na primeira fase do
termos em mente sempre dois
aqui brevemente resumidas levou
se unam a estes esforços e nos ajudem
processo, seis possíveis cenários,
princípios apresentados pela Agência
em consideração parte dos custos e
a garantir a continuidade do processo
chamados de “Alternativas”, de
em suas propostas na AIR:
benefícios da geração distribuída ao
de democratização da geração
números “0” a “5”. Na Alternativa 0 não
1 - eventuais alterações acontecerão
setor elétrico. No entanto, a Agência
distribuída no Brasil.
Energia Eólica
37
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
O balanço dos ventos em 2018
Dentro de pouco tempo, a
Em 2018 foram realizados
eólica passará a ser segunda
dois leilões de energia nova,
fonte da matriz elétrica
denominados A-4 e A-6. Ambos
brasileira, um feito realmente
os leilões contaram com a
histórico para uma fonte que se
participação da fonte eólica.
desenvolveu de maneira mais
No leilão A-4, realizado em 04
intensa há pouco menos de dez
de abril, foram viabilizados 4
anos. Quando começamos o
projetos (114,4 MW de potência
ano de 2011, tínhamos menos
e 33,4 MW médios de garantia
de 1 GW. Em 2012, estávamos
física contratada), que deverão
no 15º lugar no Ranking de
iniciar o fornecimento de
Capacidade Instalada do Global
energia elétrica a partir de 1º
Wind Energy Council. Agora,
de janeiro de 2022. Já o leilão
já estamos a caminho de
A-6, realizado em 31 de agosto,
completar 15 GW e ocupamos a
teve uma contratação mais
8ª posição no ranking.
expressiva e foram 48 projetos
renováveis. Embora os números
Brasil, gosto de reiterar um
eólicos (1.136,30 MW de
dessas operações não tenha
conceito muito importante:
com a marca de 14,71 GW
potência e 420,10 MW médios
sido divulgado por fontes,
nossa matriz elétrica tem a
de capacidade instalada
de garantia física contratada).
estimamos que, de uma forma
admirável qualidade de ser
de energia eólica, em 583
Neste certame, as usinas devem
geral, as empresas de energia
diversificada e assim deve
parques eólicos e mais de
iniciar a operação comercial a
eólica venderam cerca de 2
continuar. Cada fonte tem
7.000 aerogeradores em 12
partir de 1º de janeiro de 2024.
GW de capacidade instalada
seus méritos e precisamos
Estados. Se considerarmos a
Ao todo, foram contratados
para o mercado livre em 2018,
de todas, especialmente
geração eólica produzida de
1,25 GW de capacidade
o que demonstra que este
se considerarmos que a
janeiro a novembro de 2018,
instalada, em 48 parques[1],
mercado vem se expandindo
expansão da matriz deve se
que são os dados disponíveis
nos leilões regulados de 2018.
consideravelmente para o setor
dar majoritariamente por
até o momento, de 44,62 TWh,
eólico. Considerando, portanto,
fontes renováveis. Do lado da
temos que o parque gerador
também tivemos um bom ano
os contratos de leilão e a
energia eólica, o que podemos
instalado disponibilizou ao
no mercado livre, considerando
estimativa de venda no mercado
dizer é que a escolha de sua
sistema o equivalente ao
que foram realizados ao menos
livre, temos uma contratação
contratação faz sentido dos
consumo residencial médio
três grandes leilões promovidos
estimada de 3,2 GW em 2018.
pontos de vista técnico, social,
mensal de mais de 23 milhões
pela CEMIG (2 certames) e
ambiental e econômico, já que
de habitações, cerca de 70
Casa dos Ventos destinados à
de contratações e do
tem sido a mais competitiva
milhões de pessoas.
comercialização de energias
futuro da fonte eólica no
nos últimos leilões.
O Brasil terminou 2018
Vale mencionar, ainda, que
Sempre que falamos
38
Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Mercado de equipamentos para Atmosferas Explosivas espera crescer 22% em 2019 Setor está otimista com a aceleração da economia brasileira, projetos de infraestrutura e o bom momento econômico do País
39
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Uma pesquisa da revista O Setor Elétrico (OSE) com cerca de 30 empresas do mercado
de equipamentos para Atmosferas Explosivas – “Ex” apontou que o segmento espera crescer 22% em 2019, quatro pontos percentuais a mais do que o crescimento alcançado na comparação entre 2017 e 2018. Já a previsão de crescimento do tamanho total do mercado de produtos para este setor é de 17%. Com isso, o acréscimo de funcionários esperado para 2019 é de 12%. Previsões de crescimento
Acréscimo ao quadro de funcionários da empresa
12% 17% 18%
Previsão de crescimento do tamanho total do mercado de produtos para atmosferas explosivas Crescimento da sua empresa em 2018 comparado ao ano anterior (2017)
22%
Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2019
Segundo a pesquisa da revista OSE, a aceleração da economia brasileira (23%), projetos
de infraestrutura (14%) e o bom momento econômico do País (13%) são fatores chaves para o crescimento do segmento neste ano. Para 7% das empresas participantes da pesquisa, o início ou aumento da exportação de produtos ou equipamentos elétricos ou mecânicos "Ex" e o incentivos por força de legislação ou normalização também são fundamentais para o estímulo do mercado. Fatores que influenciam o mercado de equipamentos para atmosferas explosivas
1%
Falta de confiança de investidores
4%
2%
Desvalorização da moeda brasileira
Maiores facilidades no Brasil de certificação internacional de equipamentos "Ex" 2%
4%
Outros 6%
Programas de incentivo do governo
Maiores facilidades no Brasil de ensaios de equipamentos "Ex"
13%
Bom momento econômico do país
2%
Normalização nacional "Ex" atualizada
1%
7%
Desaceleração da economia brasileira
Incentivos por força de legislação ou normalização 7%
Início ou aumento da exportação de produtos ou equipamentos elétri cos ou mecânicos "Ex"
23%
Aceleração da economia brasileira 5%
6%
Setor da construção civil aquecido
Mercado internacional aquecido 1%
Crise internacional
1% 14%
Projetos de insfraestrutura
Setor da construção civil desaquecido
Dentre os principais segmentos de atuação, o industrial lidera este mercado com 93%,
seguido pelo marítimo offshore (56%), comercial (26%) e público, 15%.
40
Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas
Principais segmentos de atuação
Público
15%
Comercial
26%
Marítimo (offshore)
56%
Industrial (terrestre)
93%
Quase o total do canal de venda (96%) é realizado pela venda direta ao cliente final.
Em seguida (48%), por revendas e varejistas, e (44%) por distribuidores e atacadistas. Telemarketing e Internet ficam empatados com 22%. Principais canais de vendas
22% 22%
Internet Telemarketing
44% 48%
Distribuidores / atacadistas Revendas / varejistas
96%
Venda direta ao cliente final
Os principais produtos comercializados pelo segmento (78%) são dispositivos ou
equipamentos para sistemas “Ex” de comando, controle, sinalização ou alarme. Na segunda posição estão caixas de terminais “Ex”, com 74%. Em seguida (59%) estão componentes certificados para equipamentos Ex "d" (sinaleiros, atuadores, botões de comando). Empatados com 56% estão luminárias fixas ou projetores "Ex", botoeiras “Ex” e painéis de distribuição "Ex" (segurança aumentada, pressurizados, à prova de explosão). Produtos mais comercializados
56% 56% 56% 59%
Painéis de distribuição "Ex" (segurança aumentada, pressurizados, à prova de explosão) Luminárias fixas ou projetores "Ex" Botoeiras "Ex" Componentes certificados para equipamentos Ex "d" (sinaleiros, atuadores, botões de comando) Caixas de terminais "Ex"
74% 78%
Produtos, dispositivos ou equipamentos para sistemas "Ex" de comando, controle, sinalização ou alarme)
Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas
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(11) 3933-7533
www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
X
BKNAV
(21) 4063-9100
www.bknav.com.br
Duque de Caxias
RJ
X
X
BS&B Safety Systems
(11) 2084-4800
www.bsbbrasil.com
São Paulo
SP
X
X
CONEX
(11) 2334-9393
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
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CONNECTWELL
(11) 5844-2010
www.connectwell.com.br
Taboão da Serra
SP
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Dialight do Brasil
(19) 3113-4300
www.dialight.com
Indaiatuba
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Eaton Crouse-Hinds Series
0800-003-2866
www.blinda.com.br
Porto Feliz
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Finder Componentes
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
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www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
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FORTLIGHT
(11) 2087-6000
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FT AUTOMAÇAO
(11) 3231-4333
www.ft.com.br
São Paulo
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Maccomevap
(21) 2688-1216
www.maccomevap.com.br
Itaguai
RJ
Maex Engenharia
(19) 3455-5266
www.maex.com.br
Santa Barbara D'Oeste
SP
MELFEX
(11) 4072-1933
www.melfex.com.br
Diadema
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X
Naville Iluminação
(11) 2431.4500
www.naville.com.br
Guarulhos
SP
X
Polar Comp. e Sistemas Offshore (22) 2105-7777
www.polarb2b.com
Macaé
RJ
Poleoduto Ind. e Com.
www.poleoduto.com.br
Arujá
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(11) 2413-1200
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Renetec
(11) 4991-1999
www.renetec.com.br
Santo André
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S.P.T.F.
(11) 2065-3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
X
Sense
(11) 2145-0400
www.sense.com.br
São Paulo
SP
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Sermatex Grün
(11) 3933-7100
www.sermatex.com.br
Mococa
SP
X
X
Telbra Ex
(11) 2946-4646
www.telbra.com.br
São Paulo
SP
X
Tramontina Eletrik S.A.
(54) 3461-8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
RS
X
VEXTROM
(11) 3672-0506
www.vextrom.com.br
São Paulo
SP
Weidmuller Conexel
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
X
WETZEL S.A.
(47) 3451-4033
www.wetzel.com.br
Joinville
SC
X
X
X X X
X
X
X
X X
X X
X
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X X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
ALPHA EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Indústria de cosméticos
X
X
Silos de grãos e fertilizantes
X X
Aeroportos
X
Naval
X
Indústria farmacêutica
X
Terminais de combustíveis
SP
Portuária
Barueri
Indústria alimentícia
X
www.adelco.com.br
Indústria química
X
(11) 4199-7500
Indústria petroquímica
SP
ADELCO
Plataformas de petróleo e FPSO
Estado
Boituva
Principal área de aplicação é
Refinarias de petróleo
Cidade
www.schmersal.com.br
Marítimo (offshore)
Site
(15) 3263-9800
Público
Telefone
ACE SCHMERSAL
Comercial
Representante comercial
Representante técnico
Empresa
Fabricante
Industrial (terrestre)
Principal segmento de atuação
A empresa é
Distribuidora
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Indústria sucroalcooleira
42
X
X
X
X
X
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X X
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X X X X X X
X X X X X X
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X X X
X X X X
X X X X
X
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X
X X
X X
X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X X
X X X X X X X
X X X X X
X X X X
X X X X X
X X
X X X X X
X X X X X
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X X X
X X X X
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X X X X X X X
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X X X X X X X
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X X X X
X X
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X X
X
X X X X
X X X X
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X
X
X X X X
X X X X X
X X X
X
X
X X
X X
X
X X
X X
X X
X X X
X
X
X
X X
X X
X
Rádios de comunicação (“walkietalkies”) “Ex”
Caixas de terminais “Ex”
X
X
Botoeiras “Ex”
X
MCT “Ex”
Prensa-cabos “Ex”
Plugues e Tomadas “Ex”
Lanternas “Ex”
Luminárias manuais “Ex”
Luminárias fixas ou projetores “Ex”
Invólucros de painéis e estações de controle “Ex”
Componentes certificados para equipamentos Ex “de”
X
Componentes certificados para equipamentos Ex “d” (sinaleiros, atuadores, botões de comando)
Motores ou geradores elétricos “Ex” de alta tensão ( > 1,0 kV)
Motores ou geradores elétricos “Ex” de baixa tensão ( < 1,0 kV)
Barreiras de segurança intrínseca Ex “i”
Instrumentos “Ex” (sensores, atuadores, posicionadores, detectores, analisadores)
Painéis de distribuição “Ex” (segurança aumentada, pressurizados, à prova de explosão)
Produtos, dispositivos ou equipamentos para sistemas “Ex” de comando, controle, sinalização ou alarme
X
Oferece treinamento técnico para os clientes sobre instalação e especificação de produtos elétricos ou mecânicos “Ex”
X
Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente sobre produtos elétricos ou mecânicos “Ex”
Principal canal de vendas
Importa produtos “Ex” elétricos ou mecânicos acabados
Internet
Telemarketing
Exporta produtos “Ex” elétricos ou mecânicos acabados
Venda direta ao cliente final
X Possui programas na área de responsabilidade social
Revendas / varejistas
X Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone ou Internet?
Distribuidores / atacadistas O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
43
Principais produtos elétricos ou mecânicos “Ex”
44
Pesquisa - Equipamentos para atmosferas explosivas
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Outros equipamentos ou componentes elétricos ou mecânicos “Ex”
Sistemas de CFTV ou Sistemas de intercomunicação industrial “Ex”
Detectores “Ex” para gases inflamáveis (portáteis ou fixos)
Aquecedores industriais “Ex” (traço elétrico resistivo ou trocadores de calor)
Equipamentos mecânicos “Ex” (bombas, ventiladores, redutores de velocidade, esteiras rolantes, elevadores, etc.)
Equipamentos digitais “Ex” para automação industrial (switches ópticos, IHM, roteadores de Wi-Fi, conversores eletro-ópticos, dispositivos de comunicação wireless, unidades terminais remotas ou dispositivos de I/O)
Instrumentos de medição e testes “Ex”
Tablets ou PDA “Ex”
Câmeras fotográficas “Ex”
Telefones celulares “Ex”
Principais produtos elétricos ou mecânicos “Ex”
Empresa
Telefone
Site
Cidade
ACE SCHMERSAL
(15) 3263-9800
www.schmersal.com.br
Boituva
SP
ADELCO
(11) 4199-7500
www.adelco.com.br
Barueri
SP
ALPHA EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
(11) 3933-7533
www.alpha-ex.com.br
São Paulo
SP
BKNAV
(21) 4063-9100
www.bknav.com.br
Duque de Caxias
RJ
BS&B Safety Systems
(11) 2084-4800
www.bsbbrasil.com
São Paulo
SP
CONEX
(11) 2334-9393
www.conex.ind.br
São Bernardo do Campo
SP
CONNECTWELL
(11) 5844-2010
www.connectwell.com.br
Taboão da Serra
SP
Dialight do Brasil
(19) 3113-4300
www.dialight.com
Indaiatuba
SP
Eaton Crouse-Hinds Series
0800-003-2866
www.blinda.com.br
Porto Feliz
SP
Finder Componentes
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
FORTLIGHT
(11) 2087-6000
www.fortlight.com.br
Guarulhos
SP
FT AUTOMAÇAO
(11) 3231-4333
www.ft.com.br
São Paulo
SP
Maccomevap
(21) 2688-1216
www.maccomevap.com.br
Itaguai
RJ
Maex Engenharia
(19) 3455-5266
www.maex.com.br
Santa Barbara D'Oeste
SP
MELFEX
(11) 4072-1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
Naville Iluminação
(11) 2431.4500
www.naville.com.br
Guarulhos
SP
Polar Comp. e Sistemas Offshore (22) 2105-7777
www.polarb2b.com
Macaé
RJ
Poleoduto Ind. e Com.
(11) 2413-1200
www.poleoduto.com.br
Arujá
SP
X
Renetec
(11) 4991-1999
www.renetec.com.br
Santo André
SP
X
S.P.T.F.
(11) 2065-3820
www.sptf.com.br
São Paulo
SP
X
Sense
(11) 2145-0400
www.sense.com.br
São Paulo
SP
Sermatex Grün
(11) 3933-7100
www.sermatex.com.br
Mococa
SP
Telbra Ex
(11) 2946-4646
www.telbra.com.br
São Paulo
SP
Tramontina Eletrik S.A.
(54) 3461-8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
RS
VEXTROM
(11) 3672-0506
www.vextrom.com.br
São Paulo
SP
X
Weidmuller Conexel
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com.br
Diadema
SP
X
WETZEL S.A.
(47) 3451-4033
www.wetzel.com.br
Joinville
SC
Estado
X X X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X X X
Segurança aumentada (Ex “ec”) Segurança intrínseca (Ex “i”)
X X X
X X X
X X X
X
X
X
X X
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X X X
X X X
X X X
X X
X X
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X X X X
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X X X X X X
X X X X X X X
X X X X X X X X
X X X
X X
X
X
X X
X X
X
X
X
X X
X X
X X
X
X
X
Injeção em plástico (invólucros plásticos e componentes centelhantes “Ex” com invólucro plástico) Injeção de alumínio Usinagem metálica (aço inoxidável, alumínio, aço carbono, aço liga) Fundição de alumínio Fundição de aço (ferro fundido)
Tipos de proteção utilizados na fabricação de equipamentos elétricos ou mecânicos “Ex”
X X X X X X
X
X
X X
X X X
X X X
X X
X X X X
X X X
X X X
X
X
X X X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X X X X
X X X X
X
X X
X
X X
X X X X
X X X
X
X
X
Outras
Invólucros metálicos com tampas roscadas com entradas indiretas (Ex “de”)
Invólucros metálicos com tampas flangeadas aparafusadas com entradas indiretas (Ex “de”)
Invólucros metálicos com tampas roscadas com entradas diretas (Ex “d”)
Invólucros metálicos com tampas flangeadas aparafusadas com entradas diretas (Ex “d”)
Equipamentos mecânicos com imersão em líquido (Ex “k”)
Equipamentos mecânicos com controle de fontes de ignição (Ex “b”)
Equipamentos mecânicos com segurança construtiva (Ex “c”)
Proteção de equipamentos mecânicos (Ex “h”)
Imersão em areia (Ex “q”)
Imersão em óleo (Ex “o”)
X
Centelhante (Ex “n”)
Proteção por invólucro para poeiras combustíveis (Ex “t”)
Invólucros pressurizados (Ex “p”)
Proteção por radiação óptica (Ex “op”)
Segurança aumentada (Ex “eb”)
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
45
Técnicas de fabricação utilizadas na produção de equipamentos “Ex”
X
X
X
X X
X
X
X
46
Tec
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Por Marcia Antonio*
Caro(a) leitor(a), a partir deste mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque durante realização do CINASE – Circuito Nacional do Setor Elétrico no ano passado.
"Cidade inteligente” e a iluminação As cidades se formam e se transformam através dos séculos buscando, a partir das suas
As cidades, ainda que diferentes entre
necessidades, se tornarem melhor habitadas,
si em suas múltiplas vertentes, buscam
organismo vivo, com personalidade própria, e
continuamente soluções para os seus
a organização urbana nas mais diversas áreas
problemas específicos, mitigando desequilíbrios estruturais que representem ameaças para a sua organização. Nesse processo resolutivo, a rápida urbanização tem provocado um
governadas e sustentadas. Uma cidade é um que desde o princípio teve dentre seus objetivos da atividade humana. Nesse espaço social, os indivíduos assumem suas características peculiares, mesmo que movidos por objetivos distintos, pois têm na cidade uma significativa forma de representação, produzindo uma identidade coletiva que busca, a partir de seus valores compartilhados, uma consciência coletiva e integrada. As
cidades,
ainda
que
diferentes
entre si em suas múltiplas vertentes,
descompasso entre a infraestrutura existente
buscam continuamente soluções para os
e a necessária para afetar positivamente suas
desequilíbrios estruturais que representem
áreas vitais como saúde, educação, segurança,
processo resolutivo, a rápida urbanização
transporte, meio ambiente.
seus
problemas
específicos,
mitigando
ameaças para a sua organização. Nesse tem provocado um descompasso entre a infraestrutura existente e a necessária para afetar positivamente suas áreas vitais como saúde, educação, segurança, transporte, meio ambiente.
Tec 47
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Na iluminação pública, a tendência mundial é que as cidades substituam as luminárias de descarga adotadas, por tecnologia mais eficiente – LED, que consomem menos energia, possuem vida longa, maior reprodução de cores, menor manutenção, maior respeito ao meio ambiente reduzindo o descarte e poluição com metais pesados.
É nesse ponto que ocorre a confluência da cidade com a
Estas perspectivas globais sobre a aglomeração urbana
tecnologia, duas correntes distintas que se juntam e convergem para
representam importantes desafios para a gestão pública que, sob
o objetivo inteligente de enfrentar os desafios atuais das cidades
pressão de efetividade no atendimento às demandas sociais, exigem
em um novo ecossistema, que ao fazer uso intensivo de tecnologia
novas abordagens no planejamento, projeto, financiamento,
da informação e da comunicação, muda a forma de interação
controle, execução e operação das cidades.
com o mundo e traz novas possibilidades de melhoria para as
De acordo com o Cities in Motion do IEEE Business School,
cidades. Este novo cenário inteligente torna possível mudanças
os parâmetros de inteligência de uma cidade são: governança,
fundamentais e rápidas na experiência de gestão e solução de
administração pública, planejamento urbano, tecnologia, meio
problemas, provendo transformação e a interação com um novo
ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano
ambiente, altamente conectado, que favorece o desenvolvimento
e economia.
integrado e sustentável, com maior envolvimento e satisfação de seus indivíduos. Projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que a população mundial crescerá em mais de 2 bilhões de pessoas nos próximos 40 anos. Mais de 65% da população mundial viverá nas cidades. O gráfico abaixo demonstra a evolução da população urbana no mundo.
Iniciativas têm sido realizadas no mundo para transformação de cidades convencionais em cidades inteligentes e a incorporação de aspectos relativos à melhoria da habitabilidade, governança, mobilidade,
segurança
e
sustentabilidade
pela
integração
Tec
48
tecnológica de diferentes áreas de atuação, como energia,
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
ponto de luz, da manutenção do parque, do prumo do poste etc.
agricultura, água, saneamento, habitação, iluminação, transporte,
Esta nova tecnologia será um agente otimizador e redutor de
educação, saúde, segurança, meio ambiente e acesso/intercâmbio
custos no consumo de energia, na manutenção da iluminação
de informações.
pública, na segurança publica, no fluxo e estacionamento de
Nas cidades, a iluminação dos espaços públicos tem um
veículos, no descarte de resíduos, na comunicação entre cidadão
papel fundamental na sensação de segurança, na mobilidade e
e agentes públicos/privados, na geração de métricas para negócios
na valorização do espaço urbano, atuando como instrumento de
e marketing através dos dados sobre a cidade etc. Este efeito rede
cidadania ao criar um ambiente convidativo para o uso dos espaços
de reunir pessoas, processos, dados e coisas, criará melhores
e para a atração de negócios e turismo.
resultados sociais, ambientais e econômicos nas empresas, nas
Na iluminação pública, a tendência mundial é que as cidades
comunidades, nas cidades.
substituam as luminárias de descarga adotadas, por tecnologia
Sobre a conectividade, há trinta anos havia apenas 1.000
mais eficiente – LED, que consomem menos energia, possuem
conexões à Internet em todo o mundo. Hoje, estima-se que haja
vida longa, maior reprodução de cores, menor manutenção, maior
cerca de 13 bilhões de conexões, e isso representa apenas 1% do
respeito ao meio ambiente reduzindo o descarte e poluição com
que seja possível. A oportunidade econômica para conectar “os
metais pesados.
desconectados” equivale a 19 trilhões de dólares, sendo 4,6 trilhões
Esta transição global é uma oportunidade muito maior do que
para o setor público, dois terços dos quais nas cidades.
uma simples substituição da tecnologia de iluminação: é a porta de entrada para que as cidades adotem uma plataforma comum, com uma série de soluções “inteligentes”. A iluminação pública, pela sua abrangência, modulação e posição estratégica, passa a ser um “ativo vivo” que pode prover para a cidade novas soluções. Neste conceito, a iluminação “inteligente”, conectada a um sistema de telegestão e à Internet das Coisas, funcionará como uma plataforma para uma série de tecnologias de gestão, de captação de imagens e sensoriamento que coletam dados sobre o status/material/localização exata do ponto de luz, movimento de tráfego e de pessoas, segurança pública, estacionamento, qualidade do ar, clima, poluição sonora, índice pluviométrico, condições da via, eventuais sinistros (abalroamento, atropelamentos etc.), com possibilidade de linkar polícia/bombeiro/hospital, controle do
Há de se refletir sobre as questões ligadas ao fenômeno da
tráfego em tempo real revisando os tempos dos sinais e muitas
urbanização – seus desafios e oportunidades. O conceito “Smart
outras coisas.
City” baseado na TIC, se bem aplicada, viabiliza que a iniciativa
Uma vez conectados a uma rede, é possível saber o que está
privada, governos, universidades e entidades não governamentais
acontecendo na cidade, fornecendo soluções inovadoras em varias
possam obter solução para toda a problemática advinda da intensa
áreas, podendo por exemplo definir remotamente a intensidade
urbanização global, oferecendo uma melhor qualidade de vida ao
luminosa da via e gerar relatórios sobre a economia, o status do
usuário da cidade, garantindo segurança, rapidez e privacidade às informações coletadas. *Márcia Antonio é engenheira eletricista, graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com mestrado e doutorado com o tema: O impacto da iluminação/iluminante (sódio/metálico e LED) sobre a construção da imagem no cérebro. Atua como assessora técnica nas áreas de meio ambiente - iluminação adequada a áreas de proteção ambiental de forma a preservar a flora e fauna, projetos de iluminação em geral, avaliação de fabricantes e produtos para iluminação.
O Setor ElĂŠtrico / Janeiro de 2019
Tec 49
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Por Felipe Pais*
50
Caro(a) leitor(a), a partir deste mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque no Prêmio OSE, idealizado ano passado e entregue durante o Cinase.
Projeto de fabricação e instalação de usinas termoelétricas para geração própria com potência nominal de 2,78 MW
1 - Uso da instalação antiga
ocasionados pela falta de fornecimento de
longos períodos sem energia, hipótese em
energia elétrica pela rede convencional.
que poderíamos chegar a um panorama
1.1 - Introdução
Apesar de já possuir quatro grupos
incalculável de prejuízos.
geradores alimentando cargas pontuais, a
equipamentos eletroeletrônicos e
potência das máquinas instaladas não era
pela falta de energia, a CARL ZEISS
tecnologias digitais, nossa dependência
o suficiente para atender à demanda total.
VISION possuía um tarifário elevado
pelo uso de energia elétrica vem
para consumo elétrico no horário de
constantemente se ampliando. No setor
de geração de emergência bastava
ponta (18h às 21h), sendo esse um
industrial não é diferente.
apenas uma falha no fornecimento de
dos principais fatores justificativos à
Com a ampliação do uso de
Antes da instalação da usina própria
Além dos dispêndios causados
energia, ainda que por um curto período
instalação de mais grupos geradores
grande parte dos processos produtivos,
de tempo, para causar uma série de
com a capacidade de cobertura total da
devemos considerar crucial o fornecimento
transtornos como:
demanda em horário de ponta.
de energia elétrica em uma indústria.
estações de trabalho inativas,
Por se tratar do principal insumo em
perdas em processos contínuos, 1.2 - Histórico do problema
atrasos generalizados de produção,
2 - Solução
impossibilidade de expedição, entre
unidade instalada na cidade de Petrópolis,
outros. Mesmo em pequenos períodos
CARL ZEISS VISION foi constituída
interior do Estado do Rio de Janeiro - a
de interrupção, a indústria já ficava à
em, basicamente, duas ações que
CARL ZEISS VISION veio ao longo dos
mercê de défices produtivos. O cenário
desencadearam uma série de eventos. As
anos enfrentando inúmeros problemas
era ainda pior se contabilizássemos
ações foram:
Com a expansão de seu parque fabril -
A proposta da LUFETEC para
51
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
1 - troca do GMG 569 kVA CAT 3412
motor Diesel o qual representa cerca de
grupo gerador. Apenas com essa ação
(máquina mais antiga com elevado número
65% do gasto total para fabricação do
conseguimos reduzir em aproximadamente
de horas de operação) pelo GMG 625
referido equipamento. Por meio de uma
25% o custo do projeto inicial.
kVA CAT C18 (adquirido recentemente)
parceria exclusiva com a Volvo Penta
que estava instalado fora da sala de
fornecedora dos motores, e uma sólida
Características da instalação antes
máquinas em uma carenagem acústica,
relação de confiança construída entre a
da implementação do projeto
formando assim, a UTE 1 com 1,10 MW;
CARL ZEISS VISION e a nossa empresa,
2 - construção de uma nova Usina
realizamos o faturamento dos motores
2.3 - Descritivo da localização das
Termoelétrica a Diesel - a UTE 2 - com
diretamente ao cliente final, atendendo a
máquinas antes da implementação
potência nominal de 1,68 MW para
todos os critérios de garantia para ambos
do projeto.
geração de energia em horário de ponta e
os lados.
uso de emergência nos períodos de falha
para geração de energia em emergência
da rede convencional.
considerável parcela de tributos que
e horário de ponta. Duas delas
Com essa ação suprimimos uma
Parque fabril contava com 3 máquinas
decorreria da compra do motor Diesel
encontravam-se instaladas em sala de
A negociação foi iniciada em 23 de
pela Lufetec e posterior revenda à
máquinas e uma em outra extremidade da
abril de 2017 e a conclusão da instalação
CARL ZEISS VISION em forma de
fábrica em uma instalação externa.
foi no dia 24 de janeiro de 2018. 2.1 - Conteúdo da proposta • Medição e previsão de carga para dimensionamento da potência de geração necessária • Projeto de fabricação especial para 3 grupos geradores de potência 700 kVA super silenciados • Fabricação especial de 3 grupos geradores de potência 700 kVA super silenciados • Projeto de automação para operação de 3 grupos geradores em paralelismo • Instalação de automação para grupos geradores em paralelismo • Retrofit em transferência 3200 A para comutação entre a alimentação da rede e grupos geradores em paralelo, à carga • Descomissionamento e aquisição do GMG CAT 3412 569 kVA • Remanejamento de um grupo motor gerador 625 kVA com retirada de carenagem e instalação em sala de máquinas 2.2 - Diferencial de nossa proposta e fabricação
Em um Grupo Motor Gerador, o
componente de valor mais elevado é o
UTE 1 GMG 1 – CAT 3412 569 kVA 380 V GMG 2 – Lufetec LFP 750 kVA 380 V
Abrigado em sala de máquinas. Abrigado em sala de máquinas.
Instalação externa GMG 3 – CAT C18 625 kVA 380 V
Ao tempo em carenagem de proteção.
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
2.4 - Fotos da instalação antiga. 2.4.1 - UTE 1
Imagem 1: GMG 1 – CAT 3412 569 kVA 380 V - Abrigado em sala de máquinas.
Apesar de já possuir quatro grupos geradores alimentando cargas pontuais, a potência das máquinas instaladas não era o suficiente para atender à demanda total.
Imagem 2: GMG 2 – Lufetec LFP 750 kVA 380 V - Abrigado em sala de máquinas.
Imagem 3 GMG 3 – CAT C18 625 kVA 380 V - Ao tempo em carenagem de proteção.
53
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
3 - Características da instalação após a implementação do projeto 3.1 - Descritivo da localização das máquinas antes da implementação do projeto
Parque fabril atualmente conta com 5 máquinas para geração de energia em emergência e
horário de ponta.
UTE 1 GMG 3 – CAT C18 625 kVA 380 V GMG 2 – Lufetec LFP 750 kVA 380 V
Abrigado em sala de máquinas Abrigado em sala de máquinas
UTE 2 GMG 1 – Lufetec LFV 700 700 kVA 380 V GMG 2 – Lufetec LFV 700 700 kVA 380 V GMG 3 – Lufetec LFV 700 700 kVA 380 V
3.2.
Fotos da instalação atual
3.2.1.
UTE 1
Imagem 4: GMG 2 – Lufetec LFP 750 kVA 380 V - Abrigado em sala de máquinas.
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Imagem 5: GMG 3 – CAT C18 625 kVA 380 V - Abrigado em sala de máquinas.
3.2.2.
UTE 2
Imagem 6: GMG 1, 2 e 3 – Lufetec LFV 700 700 kVA 380 V.
Parque fabril atualmente conta com 5 máquinas para geração de energia em emergência e horário de ponta. Imagem 7: GMG 1, 2 e 3 – Lufetec LFV 700 700 kVA 380 V.
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
55
4 - Descrição dos pontos de interesse que diferenciam o projeto em relação aos demais e as dificuldades e as vantagens em realizar da forma como proposta
Com a utilização de todo o portfólio de
nossa empresa aplicamos nesse contrato todo o nosso mix de produtos e serviços, conseguimos achar um comprador para o Grupo Gerador CAT 3412 569 kVA, retirar o Grupo Gerador C-18 de sua carenagem original e adequá-lo para uma sala de máquinas, projetar uma nova UTE, fabricá-la, e acima de tudo convencer o cliente de que era possível executar tudo isso cumprindo a data estipulada e atendendo todas as necessidades sem terceirizações.
O projeto tem uma vantagem que
se sobressai dentre todas as outras: a nossa maleabilidade de negociação, onde realizamos a interface entre o fornecedor principal do motor Diesel e o cliente final, assim conseguimos economizar uma razoável quantia, evitando, e sem abrir mão das garantias solicitadas por ambos os lados.
5 - Conclusão
A realização de um projeto desse porte
composto por equipamentos completamente fabricados no Brasil fortalece nosso apoio as indústrias nacionais fornecedoras, nos propicia realizar avanços sociais significativos em nossa região, gerando empregos e desenvolvimento para cidade de Três Rios no interior do estado do Rio de Janeiro aonde os três equipamentos foram desenvolvidos e fabricados.
Nosso know-how, comprometimento e
maleabilidade nos permitiu atender a uma demanda especial, cortar custos para nosso cliente, desenvolver pessoas e processos. Entregamos soluções de engenharia de ponta assegurando a qualidade, eficiência e segurança. *Felipe Pais é diretor de projetos na Lufetec
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Sergio Roberto Santos*
O risco de perda de serviços ao público (R2) A
importância
descargas
da
proteção
atmosféricas
no
contra
Brasil
é
outro artigo, e tem características totalmente diferentes de R2.
proporcional ao elevado número de raios que
atingem o País, cerca de 50 milhões por ano¹,
que um determinado provedor de serviços
Especificamente R2 existe para evitar
nos posicionando como campeões mundiais
públicos, principalmente no caso de um
nesta área. Por este motivo foi criada esta
monopólio natural, tome a decisão de
seção na revista O Setor Elétrico, para que
não investir na proteção contra descargas
este tema seja discutido em seus diferentes
atmosféricas baseado nos riscos à vida e na
aspectos, técnicos e econômicos, teóricos e
perda de valor econômico. Utilizando apenas
práticos.
os critérios de R1 e R4, poderia ser mais
Desde 2015 quando foi publicada a
interessante para uma empresa prestadora
edição atual da Norma ABNT NBR 5419,
de serviços públicos não proteger as suas
Proteção contra Descargas Atmosféricas,
instalações porque ninguém seria ferido
um dos temas mais controversos tem sido
caso uma descarga atmosférica a atingisse,
o do gerenciamento de risco. A parte 2 da
e os prejuízos causados pela perda dos
Norma é de extrema importância, pois ela
equipamentos e a consequente interrupção
define a necessidade, ou não, da existência
dos serviços fossem menores do que o custo
de um Sistema de Proteção contra Descargas
da Proteção contra Descargas Atmosféricas
Atmosféricas (SPDA) e das Medidas de
(PDA). Com a necessidade da avaliação da
Proteção contra Surtos (MPS).
perda de serviços ao público, a proteção
Entre os riscos que devem ser calculados
contra descargas atmosféricas também deve
através do gerenciamento de risco encontra-se
levar em consideração os interesses de um
o risco número 2, relacionado à perda
grupo maior de pessoas, que podem ser
de serviços ao público em uma estrutura.
afetadas caso uma prestadora de serviços
Estas perdas referem-se à possibilidade da
não considere a proteção contra descargas
interrupção do fornecimento de gás, água,
atmosféricas em todos os seus aspectos.
energia e sinais, televisão, telefonia e internet,
Como exemplo concreto do exposto
a uma comunidade devido a uma descarga
anteriormente temos o caso acontecido na
atmosférica em uma determinada estrutura.
cidade norte americana de Lincoln, quando
O primeiro ponto que deve ser esclarecido
uma descarga atmosférica atingiu uma estação
é a não aplicabilidade do conceito de R2
de tratamento de água, interrompendo
a todo e qualquer fornecimento de bens e
o abastecimento da cidade que teve de
serviços por determinada empresa, como por
declarar estado de emergência². Obviamente,
exemplo um supermercado ou um shopping
houve perdas econômicas, mas a natureza
center. As consequências de deixar de vender
da interrupção do fornecimento de água,
devem ser avaliadas pelo cálculo da perda de
inclusive a utilizada pelo corpo de bombeiros
valor econômico, R4, que já foi discutida em
da cidade, tornou as consequências destas
57
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
descargas atmosféricas muito mais graves, afetando a vida daquela população de forma muito mais intensa. Um
outro
exemplo
que
deve
ser
considerado, mas sobre a qual devemos refletir de forma mais profunda, aconteceu na cidade boliviana de Tarija, quando os semáforos da cidade deixaram de funcionar devido às descargas atmosféricas³, fato comum em muitas cidades brasileiras. Neste caso, seria interessante uma reflexão de todos aqueles que se dedicam a esta área sobre se as empresas que administram o trânsito em nossas cidades deveriam ser obrigadas a considerar os critérios de R2 em seus sistemas e, caso sejam, como estes sistemas poderiam ser enquadrados. Deveríamos pensar na PDA de cada semáforo ou na PDA do sistema de sinalização de trânsito como um todo? Vale a pena pensarmos sobre isso.
A proteção contra descargas atmosféricas
é um assunto complexo, mas do ponto de vista técnico temos conhecimento suficiente para reduzirmos os riscos de perda a níveis bastante baixos. O que precisamos fazer é continuar investindo na conscientização da sociedade sobre a importância desta proteção, para a nossa segurança e qualidade de vida. 1 – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE); http://www.inpe.br/ webelat/homepage/menu/el.atm/ perguntas.e.respostas.php; 2 – The Pantagraph; https://www. pantagraph.com/news/local/ lincoln-residents-told-to-use-watersparingly-after-lightning-hits/article_2527b55c918b-5de7-8fc6-d65a5fb35727. html?utm_medium=social&utm_ source=twitter&utm_campaign=user-share; 3 - El Deber; https://www.eldeber.com. bo/bolivia/Semaforos-de-Tarija-dejan-defuncionar-por-tormenta--20180926-9595.html. *Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista e membro da Comissão de Estudos CE 03:64.10 do CB-3 da ABNT.
58
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Prof. Dr. Paulo Henrique Oliveira Rezende Prof. Dr. Isaque Nogueira Gondim Prof. Dr. José Rubens Macedo Jr.
Aparelhos de ar-condicionado não são assassinos em série Parte 1
1 - Introdução
Com o propósito de subsidiar essa
última Os
aparelhos
de
ar-condicionado
tem
afirmativa, como
o
presente
objetivo
artigo
fundamental
a
ganharam escala industrial a partir do
apresentação de argumentos técnicos
início do século XX, quando a primeira
visando não somente desmistificar a
unidade moderna deste equipamento foi
imagem injusta frequentemente atribuída
inventada em 1902 por Willis Carrier, em
aos aparelhos de ar-condicionado, como
Buffalo, nos Estados Unidos. Atualmente,
também
segundo
físico-elétricas
dados
da
International
apresentar
as
desses
características equipamentos,
Energy Agency [1], estes aparelhos são
incluindo-se suas respectivas curvas de
responsáveis por 10% do consumo global
suportabilidade
de energia elétrica, com previsão de
assim como apontar as possíveis (e
que este percentual possa ser triplicado
mais prováveis) causas para os diversos
até o ano de 2050. No Brasil, segundo
incidentes comumente relacionados pela
dados publicados pela mesma Agência,
mídia a este tipo de equipamento.
térmica
e
dielétrica,
existem hoje aproximadamente cinco aparelhos de ar-condicionado para cada mil habitantes.
2 - Causas externas x causas internas
Esses aparelhos, particularmente os condicionadores de ar de uso doméstico,
Inicialmente,
figuram frequentemente nos noticiários
destacar que existem apenas duas formas
como sendo a causa de incêndios, muitos
possíveis de dano elétrico em qualquer
deles com consequências fatais, a exemplo
tipo de equipamento. A primeira delas
da tragédia registrada na madrugada do
refere-se à violação da suportabilidade
dia 8 de fevereiro de 2019, no Centro
dielétrica
de Treinamento do Clube de Regatas
equipamento conectado à rede elétrica, em
do Flamengo, popularmente conhecido
decorrência de sobretensões transitórias
como
Ninho
do
Urubu.
de
torna-se
um
necessário
determinado
Contudo,
ou permanentes. A outra possibilidade
poderiam mesmo esses equipamentos
é a violação da suportabilidade térmica
serem considerados verdadeiros serial
desses equipamentos em decorrência
killers? Bom, pelo menos sob o ponto de
de sobrecorrentes, também de forma
vista elétrico, certamente não.
transitória ou permanente.
59
Espaço SBQEE
invariavelmente,
durante o curto-circuito que ocasionou
pelos aparelhos de ar-condicionado. O
apresentadas,
a interrupção do fornecimento. Apesar
uso de tomadas inadequadas, ou mesmo
até mesmo por profissionais da área
de nenhum equipamento elétrico ser
de
de engenharia elétrica, diz respeito a
passível de dano em função da ocorrência
adaptadores de tomada em T, ou ainda
possibilidade de causas externas às
de subtensões, sabe-se que, devido às
os adaptadores de padrão de tomada,
instalações dos consumidores serem
características de potência constante de
representa grandes riscos à segurança
as
incidentes
alguns equipamentos, a exemplo dos
das
significaria,
aparelhos de ar-condicionado, poderão
utilizados para a ligação de equipamentos
Nesse
contexto,
uma
explicações
das
responsáveis
pelos
registrados,
o
que
em
práticos,
dispositivos
pessoas,
como
os
populares
notadamente
quando
a
ocorrer sobrecorrentes associadas às
de potência elevada como aparelhos
responsabilidade dos acontecimentos
essas subtensões, porém com amplitudes
de ar-condicionado e, principalmente,
para as distribuidoras de energia elétrica.
e durações que dificilmente resultariam
chuveiros
Nesse contexto, diferentes termos não
na violação da suportabilidade térmica
comumente encontrado nas instalações,
técnicos são utilizados para apontar a
desses equipamentos.
principalmente
origem externa do incidente, a exemplo
Eventualmente,
equipamentos
domésticas, é o mal dimensionamento
de “picos de luz”, “picos de energia”,
conectados nas fases sãs do sistema
(ou mesmo inexistência) dos dispositivos
“disparos de tensão”, dentre outros.
em falta, em função do deslocamento
de
termos
Sob
a
direcionar
os
elétricos.
proteção
Outro nas
contra
agravante instalações
sobrecorrentes
do
sistema
de neutro verificado durante o curto-
(como disjuntores) na ligação de cargas
energia
elétrica,
circuito,
perspectiva
a
como aparelhos de ar-condicionado.
ocorrência
pequenas sobretensões até que ocorra
Sem esses dispositivos de proteção, não
podem ser classificados em dois tipos
a atuação do dispositivo de proteção
há nada que possibilite a interrupção
principais: interrupções do fornecimento
contra
da
da corrente elétrica durante um curto-
e distúrbios de tensão. O módulo 8
distribuidora local. De qualquer forma,
circuito, resultando em incêndios nas
dos Procedimentos de Distribuição [2],
conforme poderá ser verificado nas
respectivas edificações em decorrência
publicado pela Agência Nacional de
curvas de suportabilidade térmica e
da superação da suportabilidade térmica
Energia Elétrica, estabelece critérios,
dielétrica apresentadas mais adiante
de equipamentos, fios condutores ou
indicadores e limites para esses dois
[3], é muito pouco provável a ocorrência
outros
tipos de eventos, ambos relacionados
de incêndios, originados em aparelhos
circuito. Outro aspecto relevante é que
com a qualidade da energia elétrica.
de ar- condicionado, em decorrência
muitas (senão a maioria) das instalações
Sob o aspecto das interrupções
de
elétricas domésticas em nosso País são
do
de
distribuição
os
eventos
de
passíveis
de
podem
ser
submetidos
sobrecorrente
eventos
na
na
rede
rede
elétrica
das
dispositivos
constituintes
do
distribuidoras.
realizadas por pessoas com pouca ou
ressalta-se que, por mais esmerados que
Por fim, ressalta-se que eventos com
nenhuma capacitação técnica para o
sejam os esforços de manutenção da
origem na rede das concessionárias
assunto. Inclusive, não são raros os casos
rede elétrica, tais interrupções sempre
de distribuição atingem consumidores
de eletricistas prestando seus serviços
irão ocorrer, uma vez que muitas das
em
de casa em casa, sem nem ao menos
causas associadas às mesmas não podem
ponto em falta (com até quilômetros
terem concluído o ensino fundamental.
ser
de
um
Algumas matérias, veiculadas em
de energia elétrica, a exemplo de
consumidor específico. Esse fato reforça
grandes redes de televisão, apontaram
vendavais,
atmosféricas,
ainda mais a suposição de que a maioria
ainda a inexistência de dispositivos
vandalismos, abalroamento de postes
dos incidentes elétricos, envolvendo
de proteção contra surtos (DPS) como
etc. De qualquer forma, eventos de
aparelhos de ar-condicionado, possuem
sendo uma das prováveis causas de
interrupção do fornecimento de energia
origem
incêndios com origem em aparelhos de
elétrica dificilmente provocam danos
próprios consumidores.
ar-condicionado. Será?
em
fornecimento,
gerenciadas
particularmente,
pelas
distribuidoras
descargas
aparelhos
de
ar-
condicionado.
toda
a
adjacência
distância),
interna
e
não
às
elétrica somente
instalações
do
dos
Dentre as possíveis causas internas,
Na próxima edição vamos abordar
Na maioria das vezes, esses eventos
tem-se a utilização de fiação ou conexões
como esses dispositivos funcionam e a
são
incompatíveis com a carga demandada
sua importância no processo.
acompanhados
de
subtensões
60
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Por que o medo?
Ao medo irracional de raios e trovões
com suas inseguranças e fragilidades.
denomina-se astrofobia. Segundo pesquisas
Meu corpo, meu eu, tudo vai ao chão.
da Organização Mundial de Saúde (OMS),
Poucas vezes sinto a compreensão no
a astrofobia afeta aproximadamente 5% da
silêncio de quem está ao lado (quando
população mundial.
há). Respeito? Não, seria exigir demais.
Na maioria das vezes, as pessoas
Segundo referências do escritor romano
Gaio Suetônio, o imperador Augusto César
esboçam sorrisos pela infantilidade que
tinha medo dos raios e trovões. Os amigos
meu comportamento expõe. Geralmente
da cantora Madonna garantem que, embora
vomitam inúmeros conselhos e lições,
a mesma tente ocultar, ela sofre certo
pareceres e explicações. Falam de
grau de astrofobia. Relatos da biografia
“Coisas da Natureza”, “Pára-Raios”,
do escritor Ernest Hemingway dão conta
“Nuvens negativas, positivas” etc., como
que o mesmo dormiu durante anos com a
se conselhos, palavras, afirmações,
luz acesa por ter medo da escuridão, das
fossem o suficiente para me livrar da crise,
tempestades e de trovoadas.
do transe, como se ao ouvir eu ingerisse
quilos de coragem, como se a presença
Eis a seguir, o testemunho de uma
pessoa com astrofobia:
deles me trouxesse a cura. Não sei em que parte de minha história isso começou,
“... Sofro de síndrome de pânico, mais
sei que já são exatos 16 anos travando
precisamente de astrofobia, sentimento
uma luta do prazer pela vida contra o
de pavor aos trovões e relâmpagos. O
desprazer dos momentos chuvosos....”
medo está enraizado em mim, ocupa um lugar de destaque em minhas fraquezas.
Não há como imaginá-lo e ainda que
de uma fobia, teríamos de procurá-la na
alguém tente com o único intuito de me
infância. Segundo os psicólogos, é nesse
ajudar, jamais chegará perto em sua
período que ocorrem todos os conflitos que
imaginação. Hoje, ao escrever sobre o
irão modelar o comportamento e a estrutura
que me acomete, sinto-me apática, sinto
do adulto.
que ele está muito acima do seu nível
normal, acho que por isso é denominado
barulho de um trovão? Para a maioria das
pânico. Basta um clarão no céu e todo
pessoas, raio, relâmpago ou trovão são
o meu ser cai como num passe de
termos de mesmo significado, mas existem
mágica. Tremor, pavor, suor, descontrole
diferenças entre eles:
e 46 anos de determinação e coragem, são transportados aos 5 anos de idade
Para encontrarmos a verdadeira origem
Quem nunca levou um susto com o
61
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
- raios ou descargas atmosféricas são as
metros. O barulho denominado trovão
fazer é ficar de cócoras (apoiado nos dois pés
descargas elétricas que acontecem dentro
também pode ser associado ao barulho
e com os joelhos bem dobrados, agachado,
da mesma nuvem, entre as nuvens, ou entre
ouvido quando se estoura uma bexiga de
sentado sobre os próprios calcanhares), com
a(s) nuven(s) e a terra;
aniversário. Só ouvimos o barulho porque
os pés juntos.
- relâmpago é o clarão (luz) resultante das
o ar sai muito rápido da bola provocando
descargas atmosféricas;
um deslocamento de ar que, por sua vez,
raios é dentro de um automóvel com capota
- trovão é o resultado da expansão do ar no
impulsiona as ondas sonoras que chegam
metálica (não conversível), isso mesmo,
entorno do canal do raio. Quando acontece
aos nossos ouvidos.
dentro daquela armadura de aço. O carro
o
raio,
a
corrente
elétrica
Outro bom lugar para se abrigar dos
funciona com um escudo, que produz uma
existente Assim, não há por que ter medo do
blindagem, mantendo-o a salvo dos efeitos
desprende uma grande quantidade de
energia aquecendo o ar ao seu redor de
trovão, visto que o som é mais lento que
dos raios.
forma extremamente rápida. Normalmente,
a luz, então, se você está ouvindo o som
quando se aquece algo, ocorre dilatação,
proveniente de um raio é porque o mesmo
chacota, na verdade, perturba a vida de
então, esse aquecimento muito rápido em
já ocorreu, e você continua vivo...
milhares de pessoas em todo o mundo.
volta do raio provoca um grande e rápido
Já para os raios e relâmpagos é prudente
Superar o medo do trovão é uma árdua
deslocamento do ar, por isso temos esse
e extremamente recomendável que durante as
tarefa que pode levar anos para se realizar.
barulho conhecido como trovão. É como
tempestades você não fique em áreas abertas,
se fosse um bater de palmas. Se você
abrigue-se em locais fechados e nunca,
informar-se
bater palmas bem lenta e calmamente elas
nunca fique embaixo de árvores ou próximo
fenômenos atmosféricos. Dessa maneira
serão pouco ouvidas, pois não deslocam
a postes. Os raios, com seus consequentes
compreenderá melhor porque eles ocorrem
o ar com a velocidade suficiente para
relâmpagos, têm maior probabilidade de
e,
se ouvir o barulho, mas se você aplaudir
incidência em pontos mais altos em relação ao
preconceitos e superstições. Através da
com força e velocidade, terá sempre
plano de origem, que nesta situação é a terra.
compreensão é mais fácil perder o medo e
uma salva de palmas ouvida a muitos
Caso você esteja em campo aberto, o melhor a
obter a cura.
Astrofobia não é motivo de riso ou de
Se você sofre desse distúrbio procure profundamente
principalmente,
vai
sobre
quebrar
esses
certos
62
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Compensação de energia reativa, correção do fator de potência em instalações elétricas e mitigação das harmônicas – Parte 03/04
V - Solução com a instalação de filtros
adequados de capacitores e indutores cuja associação define uma frequência
A instalação de filtros de correntes harmônicas, ou simplesmente filtros
de ressonância ou de sintonia. A frequência desta sintonia dependerá da
de harmônicas, é uma solução aplicada não só para evitar as ressonâncias
estratégia do projeto, e os filtros poderão ter características sintonizadas,
harmônicas, como também para reduzir a circulação de correntes harmônicas
promovendo um caminho e fazendo circular as harmônicas em seu interior,
da carga nas fontes. Como consequência, as distorções de tensão são
evitando que parte das mesmas sejam conduzidas à rede, podem ser ainda
reduzidas e readequadas, por conta do controle das correntes harmônicas.
sintonizados em uma (ou duas) frequências de ressonância. Já os filtros
De uma forma geral, os filtros evitam que as harmônicas circulem pelas
antirressonantes que simplesmente evitam que as correntes harmônicas
fontes, reduzindo, portanto, as tensões harmônicas a montante e por
circulem pelos capacitores (aumentando a impedância do ramo) e sejam,
consequência reduzindo também as distorções de tensão nos barramentos
neste contexto, “dirigidas” diretamente para a rede em sua maior parte. Em
de baixa tensão.
função das condições da instalação, estes filtros antirressonantes têm muito
boa aplicação.
Os reatores que são inseridos em série com os capacitores do sistema
de compensação reativa são especificados de forma a permitir que estes
Devido à sua própria construção, também injetam energia reativa na
sistemas de compensação reativa (LC), em conjunto com a rede de
rede, enquanto as harmônicas são mitigadas em função das características
alimentação e carga não linear, operem adequadamente sem a ocorrência
da rede (esta mitigação definirá o percentual de harmônicas que circularão
da ressonância harmônica. Se não assim fosse, a ressonância harmônica
pelo próprio filtro com absorção de parte destas correntes, sendo a outra
provocaria a circulação de correntes harmônicas nos capacitores e na rede
parte aquela que circulará pelo transformador e rede). Caso a carga seja
muito acima do esperado, causando sobre tensões em todo o sistema
variável, a construção dos filtros deve prever o arranjo em grupos de filtros
(transformador, carga e capacitores) com valores típicos de sobretensão que
menores de forma a também adequar a operação dos mesmos à variação da
podem ultrapassar os 10%. Portanto, registros de tensões de operação em
carga e injeção de potência reativa, evitando fenômenos indesejáveis como
regime muito acima das nominais, além de aumento da distorção de tensão,
a sobre compensação de energia reativa e sobretensões, velocidade de
após a inserção de capacitores nas redes, são um sinal importante da
manobra, transientes e outros.
ocorrência de ressonância. Os reatores têm também o objetivo de controlar
a circulação de correntes harmônicas tanto nos capacitores como na rede
uma carga com conteúdo harmônico. A figura 5 apresenta a inserção de
e são definidos em função das características dos próprios capacitores que
capacitores no ponto B no circuito da figura 4 e as figuras 7a e 7b indicam os
irão injetar a potência reativa, definindo-se então a frequência de ressonância
aspectos da ressonância na 5ª harmônica que poderá ocorrer com a inserção
desejável para o sistema e o volume de potência reativa a ser injetado. Estes
dos capacitores. Neste contexto, a figura 7a indica o comportamento da
conjuntos são inseridos e desconectados da rede de forma automática,
impedância do sistema (rede e capacitor) em função das frequências
normalmente em função da demanda de potência reativa pela carga e do
harmônicas. Observa-se que a ressonância ocorre neste caso na 5ª ordem.
fator de potência desejado.
A inserção de reator em série com o capacitor, como apresentado nas
Os filtros mais comumente aplicáveis em instalações industriais e
figuras 6 e 8b, tem como resultado a mudança da frequência de ressonância
equivalentes são os filtros passivos que são constituídos por conjuntos
ilustrada na figura 8a. Neste caso, a frequência de ressonância harmônica
A figura 4 apresenta a representação de rede elétrica alimentando
63
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
é menor que a 5ª harmônica e o objetivo foi o de não permitir a ocorrência da ressonância nas frequências de 5ª ordem e superiores (típicos de cargas trifásicas em conversores de 6 pulsos). Este arranjo é conhecido como sistema antirressonante. O ramo do gráfico da figura 8C à direita do ponto de ressonância tem o comportamento muito semelhante ao da impedância da rede (Z=ωL) sem os capacitores, esperando-se, portanto, um comportamento adequado. Este equilíbrio é obtido com dimensionamento adequado da reatância do reator XL1 que será associado ao capacitor e que depende da reatância deste capacitor Xc, Ver figura 8b.
Figura 8 C – Representação de sistema antirressonantes (Ztot) e da rede (ZL1) Figura 4 – Representação de rede elétrica com carga distorcida.
Figura 5 - Representação de rede elétrica com carga distorcida e capacitores inseridos no ponto B.
A figura 9a ilustra o comportamento da possibilidade de ressonância
com o uso de bancos automáticos sem filtro. Em função do estágio Figura 5 - Representação de rede elétrica com carga distorcida e capacitores inseridos no ponto B.
(volume de reativo) inserido na rede, ocorrerão distintas frequências de ressonância. Já a figura 9b ilustra um sistema antirressonante operando adequadamente em qualquer situação de configuração. VI - O Fator “p%”
Os filtros passivos possuem os fatores “p%” que definem suas
frequências de ressonância em função da aplicação. A definição do fator “p%” é a relação entre a impedância do reator e do capacitor a ele associado em 60 Hz. A tabela 1 apresenta o comportamento de filtros de distintos valores de p%. Figura 6 - Representação de rede elétrica com carga distorcida e filtro inserido no ponto B.
O uso adequado do “fator p” definirá a interação do filtro com a instalação
e os resultados esperados como a distorção de tensão final esperada. Continua na próxima edição.
64
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Proteção de equipamentos contra ignição de poeiras combustíveis por invólucro - Ex “t” – Parte 01/02
Existem registros históricos de grandes
montagem, inspeção, manutenção e reparos
automação
protegidos
por
invólucros
e
de equipamentos “Ex”.
com limitação de temperatura de superfície
poeiras
Até o presente momento tais normas
para utilização em atmosferas de poeiras
combustíveis desde o final do século 19.
técnicas continuam evoluindo, incorporando
combustíveis.
Em 1878 ocorreu uma explosão envolvendo
requisitos para as competências pessoais
um moinho contendo farinha de trigo, em
dos profissionais que executam atividades
com tipos de proteção Ex “t” são os seguintes:
Minneapolis
de
seleção,
Motores trifásicos de baixa e de alta tensão, de
Unidos. Este acidente destruiu o maior silo
montagem, inspeção, manutenção e reparos
indução ou síncronos, Luminárias industriais
de grãos existente no mundo até então, bem
de
atmosferas
LED lineares e não lineares, Plugues e
como outros cinco moinhos nos arredores,
explosivas de gases inflamáveis e de poeiras
tomadas industriais, Instrumentos sensores
resultando na morte de 22 pessoas. Como
combustíveis, bem como de requisitos de
e transmissores, Invólucros para câmeras
decorrência deste acidente, os moinhos foram
certificação de empresas de prestação de
e “pan-tilt” de circuitos fechados de TV
requeridos a instalar melhores sistemas de
serviços destas atividades “Ex”.
(CFTV), Invólucros para painéis elétricos de
ventilação, de forma a evitar a formação de
A Norma ABNT NBR IEC 60079-31 -
distribuição de força, Invólucros para botoeiras
nuvens de poeira.
Atmosferas Explosivas – Parte 31: Proteção
de comando locais e caixas de junção,
Em 1921, uma explosão de poeira
de equipamentos contra ignição de poeira
Invólucros para painéis de instrumentação e
combustível em uma mina subterrânea de
por invólucros “t” estabelece os requisitos
de automação e Roteadores de Wi-Fi para
carvão em Mount Mulligan / Queensland, na
de projeto, fabricação, ensaios, avaliação
áreas classificadas de poeiras combustíveis.
Austrália, resultou na morte de 75 pessoas.
e certificação de equipamentos com o tipo
Em 1942, uma explosão de poeira combustível
de proteção Ex “t”. Esta Norma é aplicável a
Ex “t”, como motores elétricos, botoeiras de
em uma mina de carvão em Benxi / Liaoning,
equipamentos elétricos, de instrumentação,
comando local, luminárias, caixas de junção,
na China, causou a morte de 1.549 pessoas,
de automação, de telecomunicações e de
instrumentos e painéis elétricos, devem ser
acidentes instalações
envolvendo industriais
/
a
explosão
contendo
Minnesota,
nos
de
Estados
sendo considerado o pior acidente envolvendo poeiras combustíveis do mundo. Desde a época destes acidentes, as normas técnicas sobre atmosferas explosivas têm sido revisadas e atualizadas, de forma a incorporar requisitos para a fabricação de equipamentos que sejam seguros para a instalação em locais contendo poeiras combustíveis, bem como de normas técnicas sobre os procedimentos corretos de seleção,
classificação equipamentos
de “Ex”,
áreas, em
Os tipos mais comuns de equipamentos
Os equipamentos com tipo de proteção
65
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
instalados no interior de silos e de armazéns
terços da temperatura mínima de ignição, em
proteção “ta” (EPL “Da”), Nível de proteção
portuários onde exista a presença de farinha
graus Celsius, da mistura poeira com o ar
“tb” (EPL “Db”) e Nível de proteção “tc”
de trigo, soja, milho, cevada, café, açúcar,
considerada, ou seja, T MAX = 2/3 TNUVEM,
(EPL “Dc”).
adubo ou fertilizantes. Estes equipamentos
onde T NUVEM é a temperatura mínima de
para poeiras combustíveis são também
ignição da poeira em forma de nuvem.
Ex “t” se caracterizam por possuírem um grau
instalados em locais onde são instaladas
Limitações de temperatura devido à
de proteção mínimo IP55 ou IP65, de acordo
correias transportadoras de grãos, farinha,
presença de poeira em forma de camada:
com a Norma ABNT NBR IEC 60529 (grau
farelo ou adubo, por exemplo, entre os silos
quando o equipamento não é marcado com a
de proteção para invólucro de equipamentos
ou armazéns portuários para o interior de
espessura da camada de poeira, como parte
elétricos) ou Norma ABNT NBR IEC 60034-5
navios de carga.
da marcação de temperatura “T”, um fator de
(grau de proteção para máquinas elétricas
Os equipamentos com proteção Ex “t” se
segurança deve ser aplicado, levando em
girantes).
caracterizam por possuir um tipo de proteção
consideração a espessura da camada de
Estes graus de proteção indicam que
para atmosferas com poeiras combustíveis,
poeira, da seguinte forma: para camadas de
o invólucro do equipamento elétrico Ex “t”
onde o equipamento possui um invólucro que
poeira combustível até 5 mm de espessura,
possui vedações, gaxetas ou juntas bastante
provê proteção contra ingresso de poeira
a temperatura máxima de superfície dos
eficientes, fabricadas de tal forma que evitam
ao seu interior, bem como possui meios de
equipamentos, de acordo com a ABNT NBR
o ingresso da poeira que possa estar presente
limitar a temperatura de superfície, que seja
IEC 60079-14 sem a presença de poeira,
no local de instalação para o seu interior,
inferior à temperatura de ignição da poeira
não pode exceder o valor de 75 °C abaixo
evitando, desta forma, os riscos de ocorrência
combustível que possa estar presente no
da temperatura mínima de ignição para a
de baixa isolação ou de correntes de fuga.
local da instalação.
espessura de camada de 5 mm da poeira
A Norma ABNT NBR IEC 60079-14
específica T MAX < T 5 mm – 75 ºC, onde
de proteção, outra característica fundamental
(Projeto, seleção e montagem de instalações
T 5 mm é a temperatura mínima de ignição
dos equipamentos Ex “t” é terem a sua
elétricas
(incandescência) de poeira combustível em
temperatura máxima de superfície determinada
especifica que tipos de proteção “Ex” podem
forma de camada de 5 mm.
por projeto. De forma que os equipamentos
ser aplicados em cada local de classificação
Os métodos e procedimentos para a
Ex “t” não representem uma fonte de ignição
de áreas, em função do nível de proteção de
determinação da temperatura de ignição
para as camadas de poeiras combustíveis que
equipamento (EPL) proporcionado por estes
das poeiras combustíveis são indicados na
podem se acumular sobre seus invólucros,
equipamentos “Ex”. Aquela Norma Técnica
Norma Técnica Brasileira adotada ABNT
esta temperatura máxima de superfície deve
Brasileira adotada indica os requisitos de
NBR ISO/IEC 80079-20-2 - Atmosferas
ser menor do que a temperatura de ignição da
especificação técnica, seleção, montagem
explosivas - Parte 20-2: Características dos
poeira combustível que pode estar presente
e inspeção inicial detalhada de todos os
materiais – Procedimentos de ensaios de
no local da instalação.
equipamentos
poeiras combustíveis, publicada pela ABNT
em 2018.
de proteção destinado a ser aplicada em
em
atmosferas
“Ex”
para
atmosferas
explosivas
inflamáveis
ou
explosivas)
instalação
contendo
em
gases
Os equipamentos com tipo de proteção
Além da característica de elevado grau
O tipo de proteção Ex “t” é um tipo
combustíveis,
Com relação ao nível de proteção
equipamentos que se destinam a instalação
incluindo os equipamentos elétricos, de
provido pelo equipamento “Ex”, denominado
em áreas classificadas contendo poeiras
automação ou de telecomunicações com
de EPL (Equipment Protection Level), o
combustíveis, dos tipos Zonas 20, 21 ou 22,
tipo de proteção Ex “t”. São apresentados os
tipo de proteção Ex “t” é dividido em três
com a presença de substâncias dos Grupos
requisitos para a seleção de equipamentos Ex
níveis de proteção, com base no risco do
IIIA, IIIB ou IIIC.
“t”, com base na temperatura de ignição das
equipamento elétrico se tornar uma fonte
A relação entre nível de proteção do
poeiras combustíveis presentes no local da
de ignição em uma atmosfera explosiva de
equipamento Ex “t” (EPL), zona de classificação
instalação.
poeira. Equipamentos com proteção contra
de áreas contendo poeiras combustíveis,
devido
ignição por poeira Ex “t” podem proporcionar
grupo de equipamento e grau de proteção (IP)
à presença de nuvens de poeira: os
os seguintes níveis de proteção: Nível de
são indicadas na tabela a seguir.
Limitações
poeiras
de
temperatura
equipamentos com tipo de proteção Ex “t” devem ser selecionados de forma que sua temperatura máxima de superfície não atinja a temperatura de ignição de qualquer poeira combustível que possa estar presente no ambiente. A temperatura máxima de superfície do equipamento Ex “t”, de acordo com a ABNT NBR IEC 60079-14, não pode exceder dois
Continua na próxima edição.
66
Memórias do Setor
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Por Fundação Energia e Saneamento
Do lampião à eletricidade: o desenvolvimento da iluminação pública em São Paulo
Na última década do século XIX, São Paulo passou por uma transformação radical. A expansão constante
O uso das tecnologias da informação na
do século XIX, por meio do uso de lampiões
organização das cidades é uma tendência
à base de azeite de mamona, de peixe ou
que vem para ficar, e a questão das redes
baleia. Os suportes eram pregados por longos
inteligentes de energia e sua utilização na
braços de ferro às paredes das casas das ruas
iluminação pública estão no bojo destas
principais. Em 1829, havia 24 lampiões a
transformações. Mas ao olhar para as
azeite iluminando a cidade, época em que a
da área da cidade, a sua
cidades do futuro, não seria interessante nos
população era em torno de 20 mil pessoas.
urbanização e o salto
voltarmos para a história do desenvolvimento
deste setor?
de forma precária, as ruas passaram
a ser iluminadas com a utilização e
populacional aumentaram a
Em parceria com O Setor Elétrico, a
Nas décadas seguintes, ainda que
demanda por energia, fazendo
Fundação Energia e Saneamento, instituição
experimentação de compostos como o gás de
despontar uma incipiente
sem fins lucrativos detentora de um vasto
hulha, o hidrogênio líquido e o querosene.
acervo histórico sobre a energia no Brasil,
Em 1869, foi fundada, em Londres, a The
relembra a trajetória da iluminação pública
San Paulo Gas Company, Ltd, que passou a
na capital paulista e as informações que o
ser responsável pela exploração dos serviços
implementação da iluminação
seu desenvolvimento de mais de 100 anos
de iluminação pública a gás em São Paulo.
elétrica, a partir da chegada
tem para oferecer.
Em 1870, a Várzea do Carmo, no Brás,
foi escolhida como o local ideal para a
competição entre os lampiões a gás e a possibilidade de
da companhia Light em São Paulo, em 1899.
Assim como outras cidades brasileiras,
São Paulo teve suas primeiras experiências
construção da fábrica de gás, que se tornaria
de iluminação pública nas décadas iniciais
a Casa das Retortas, hoje tombada pelos
67 Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Foto 1 - Construção do tanque de água do balão número 1 do Gasômetro, no Brás, responsável pela produção do gás que abastecia as luminárias da cidade. À direita, a árvore que deu nome à Rua da Figueira. 1890. Acervo Fundação Energia e Saneamento.
órgãos de patrimônio.
implementação da iluminação elétrica, a
Direita, 15 de Novembro e São Bento
partir da chegada da companhia Light em
realizaram um abaixo-assinado para que o
inaugurou seus serviços. A cerimônia,
São Paulo, em 1899.
Governo mantivesse a iluminação elétrica
realizada em 31 de março com a presença
então instalada durante as festividades
de D. Pedro II, contou com a iluminação, em
transformado, passando da tradicional
da Proclamação da República, o que foi
arcos festivos, da fachada da antiga Catedral
chama de ar livre para o da luz de gás
autorizado.
da Sé e do Palácio do Governo, no Pátio do
incandescente. Venceu-se, mesmo que
Colégio. As luminárias eram acesas ao final
temporariamente, a concorrência da
firmar o primeiro contrato com a Capital,
da tarde e apagadas na manhã seguinte por
iluminação elétrica, uma vez que crescia,
para implantar a iluminação por eletricidade
trabalhadores conhecidos como “vagalumes”.
progressivamente, o número de lampiões a
das avenidas Brigadeiro Luís Antônio e
As ruas, antes desertas à noite, passaram a
gás.
Higienópolis, na Estrada da Penha (atual
ser transitáveis, um marco na mudança do
cotidiano da cidade.
pública ocorreu em 1906, quando a
Penha e Lapa, além do reforço na Avenida
companhia conseguiu firmar um contrato
Paulista, então um bairro residencial de elite
Paulo passou por uma transformação radical.
particular com negociantes da Rua Barão de
abastecido por luminárias a gás.
A expansão constante da área da cidade,
Itapetininga, no Centro. O grupo desejava
a sua urbanização e o salto populacional
aumentar suas vendas e atrair clientes
companhia de gás: o grupo Light assumiu
aumentaram a demanda por energia, fazendo
à noite. No ano seguinte, comerciantes,
o controle acionário da San Paulo Gas
despontar uma incipiente competição entre
industriais e bancos estabelecidos no
Company e grandes mudanças foram
os lampiões a gás e a possibilidade de
triângulo histórico formado pelas ruas
efetuadas, com a adoção de equipamentos
Em 1872, a The San Paulo Gas Company
Na última década do século XIX, São
Em 1902, o sistema a gás foi
O primeiro êxito da Light na iluminação
Em 1911, a Light finalmente conseguiu
Celso Garcia), de ruas nos bairros da
Em 1912, veio o primeiro impacto à
Memórias do Setor
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
elétricos automatizados. Com a chegada
Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
68
da Primeira Guerra Mundial, ocorre mais um revés à San Paulo Gas Company, pois o conflito dificultava a importação do carvão mineral. A Greve Geral dos Trabalhadores, em 1917, e o número de operários mortos pela epidemia de gripe espanhola também afetaram a produção do gás. Além disso, a Light, como acionária, preferia investir forças na iluminação pública por eletricidade.
Os lampiões a gás expandiram-se até
1929, quando o Governo transferiu para a Light o serviço de iluminação pública da cidade, deixando para a San Paulo Gas Company o fornecimento a particulares. É desse período o desenvolvimento, pela Light, de diversos modelos de postes que viriam a ser instalados na Capital, sendo alguns destes presentes, até hoje, no Centro de São Paulo. Confeccionados com ferro fundido, alguns com um brasão de armas na base, em homenagem à República, possuíam diferentes braços e suspensões e chamavam a atenção dos paulistanos, constituindo-se como uma marca dos novos tempos, associados à vida moderna e à industrialização da cidade.
Estes novos elementos na paisagem
paulistana dariam título a uma série de 22 poemas de Oswald de Andrade, um dos mais originais autores da literatura brasileira, nascido e criado em São Paulo. Em “Postes da Light”, o poeta apresenta uma crônica da Capital, e que tem como grande metáfora os Foto 2 - Caminhão Ford equipado com escada de mão para serviço de manutenção de poste com iluminação elétrica da Light em São Paulo. 1930. Acervo Fundação Energia e Saneamento.
suportes de luz e o que estes simbolizavam à uma cidade em plena transformação, dividida entre o provinciano e o moderno.
Em 1930, começaram a ser desligados
os primeiros lampiões a gás. Com isso, extinguiu-se também a profissão do
Os lampiões a gás expandiram-se até 1929, quando o Governo transferiu para a Light o serviço de iluminação pública da cidade, deixando para a San Paulo Gas
“vagalume”, uma função praticada como “bico” por muitos trabalhadores como forma de suplementar o salário. Havia, entre eles, padeiros, quitandeiros, amoladores,
Company o fornecimento a particulares. É desse período
funileiros, vendedores de carvão, chacareiros,
o desenvolvimento, pela Light, de diversos modelos de
encanadores e até pequenos comerciantes.
postes que viriam a ser instalados na Capital, sendo alguns destes presentes, até hoje, no Centro de São Paulo.
Os acendedores eram pessoas familiares nos bairros, e o encerramento dessa função marcaria o fim de uma era.
69
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Na década de 30, o Governo do Estado
Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
transfere para a prefeitura a responsabilidade pela iluminação pública. Em 1935, passados apenas seis anos da Light assumir os serviços, o número de lâmpadas elétricas nas vias de São Paulo chega a quase 15 mil. No dia 8 de dezembro de 1938, o último lampião a gás da Capital foi suprido, restando, ainda, algumas unidades no jardim interno do Palácio do Governo.
Durante a gestão de Prestes Maia (1938 -
1945), o parque de iluminação sofreu intensa ampliação com a reforma e abertura de novas avenidas e planejamento de sistemas básicos de irradiação da cidade. Décadas mais tarde, em 1966, o prefeito Brigadeiro Faria Lima firmou novo contrato com a empresa canadense, agora com nova razão social: Light - Serviços de Eletricidade S.A., tanto
Foto 3 - Homens executam o segundo passo para o erguimento de poste de concreto de trinta polegadas, instalado para a iluminação elétrica em São Paulo. 1930. Acervo Fundação Energia e Saneamento. Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
para o fornecimento de energia elétrica como para execução dos serviços de manutenção da rede da cidade.
No início da década de 70, com
a população paulistana já beirando os 6 milhões, havia cerca de 115 mil lâmpadas elétricas iluminando a cidade, o que corresponderia a mais de dois mil quilômetros de vias públicas. Em 1979, a estatal Eletrobrás adquiriu o controle acionário da Light e, uma década mais tarde, em 1981, os serviços prestados pela antiga companhia canadense foram assumidos pelo governo paulista, que criou a Eletropaulo Eletricidade de São Paulo S.A. A estatal seria privatizada na década de 1990.
A partir da Constituição Federal
de 1988, ficaria estabelecido que a municipalidade deveria prestar os serviços referentes à iluminação pública,
Foto 4 - Trabalhadores da The San Paulo Gas Company_ instalando postes de iluminação à gás no Centro da Capital. 1929. Acervo Fundação Energia e Saneamento.
competindo aos municípios, em seu artigo 30º, “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
a manutenção, conservação e ampliação
600 mil lâmpadas, distribuídas por meio de
os serviços públicos de interesse local”.
do sistema de iluminação pública, o que
uma rede exclusiva que cobre uma extensão
Em 2000, com vistas a atender a uma
deixou a cargo da antiga Eletropaulo -
de aproximadamente 17 mil quilômetros. A
nova resolução da Agência Nacional de
atual Enel - apenas o fornecimento da
soma equivale à distância do Brasil ao Japão
Energia Elétrica – ANEEL, a municipalidade
energia utilizada.
e a um consumo mensal de aproximadamente
paulistana passou a contratar, diretamente,
49 GWh, igual a 10% da produção de uma
todos os seus prestadores de serviço para
rede de iluminação pública com mais de
Hoje, a cidade de São Paulo possui uma
turbina de Itaipu.
70
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