Ano 14 - Edição 158 Março de 2019
PAINÉIS MÉDIA TENSÃO E A INDÚSTRIA 4.0
A combinação da tecnologia do microprocessador, comunicações avançadas, IEC 61850 e sensores de corrente e tensão permite direcionar os painéis de média tensão para a era do Smart Grid e a Indústria 4.0 REPORTAGEM ESPECIAL CINASE abre 2019 em Santa Catarina com novidades no formato PESQUISAS SETORIAIS Mercado de linhas elétricas e o segmento de interruptores e tomadas esperam crescer 17% em 2019
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Camila Ramos, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr., Fundação Energia e Saneamento, Grupo Köbe Engenharia, Hans Rauschmayer, Henrique Santos, Isaque Nogueira Gondim, Jobson Modena, José Carlos Procópio, José Rubens Macedo Jr., José Starosta, Luciano Rosito, Nunziante Graziano, Paulo E. Q. M. Barreto, Paulo Henrique Oliveira Rezende, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Roberval Bulgarelli, Sergio Roberto Santos Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Cristal Crocker Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Suplemento Renováveis 31 Fascículo: Tecnologia fotovoltaica e módulos Notícias de Mercado Coluna solar: Financiamento para energia solar fotovoltaica: informação é ferramenta indispensável Coluna eólica: Crescem os números das eólicas no mundo
10
Reportagem especial CINASE abre 2019 em Santa Catarina com novidades no formato
12
Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos
17
Fascículos BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão
42
Pesquisas Mercado de linhas elétricas e o segmento de interruptores e tomadas esperam crescer 17% em 2019
52
CinaseTec O painel que enxerga todas as coisas
60
Destaque Prêmio OSE Projeto upgrade – RTG diesel para elétrico
66
Espaço 5419 Acidentes com descargas atmosféricas
68
Espaço SBQEE Aparelhos de ar-condicionado não são assassinos em série - Parte 02/02
70 72 73 74 76 78
Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Nunziante Graziano – Quadros e painéis Luciano Rosito - Iluminação José Starosta – Energia com Qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Memórias do Setor Por que preservar a memória da energia?
3
Editorial
6
O Setor Elétrico / Março de 2019 Capa ed 158.pdf
1
29/03/19
17:46
www.osetoreletrico.com.br
Ano 14 - Edição 158 Março de 2019
PAINÉIS MÉDIA TENSÃO E A INDÚSTRIA 4.0
Nos últimos tempos, muito se tem discutido a respeito da indústria
O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 158 – Março de 2019
A indústria 4.0 e o setor de energia
A combinação da tecnologia do microprocessador, comunicações avançadas, IEC 61850 e sensores de corrente e tensão permite direcionar os painéis de média tensão para a era do Smart Grid e a Indústria 4.0 REPORTAGEM ESPECIAL CINASE abre 2019 em Santa Catarina com novidades no formato PESQUISAS SETORIAIS Mercado de linhas elétricas e o segmento de interruptores e tomadas esperam crescer 17% em 2019
Edição 158
Sistemas modernos de gestão de energia devem ser capazes
4.0 (ou a Quarta Revolução Industrial), termo de origem alemã,
de explorar um grande volume de dados coletados por diferentes
utilizado pela primeira vez durante a feira Hannover Messe. As três
tipos de medidores sobre diversas variáveis de interesse para uma
primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as
determinada operação industrial, congregando os conceitos acima –
linhas de montagem e a tecnologia da informação, elevando a renda
monitoramento extensivo, Internet Industrial das Coisas, análises de
dos trabalhadores e fazendo da competição tecnológica o cerne do
grandes volumes de dados e eficiência e sustentabilidade – em torno
desenvolvimento econômico. A Quarta Revolução Industrial terá,
de um objetivo comum, integrado e robusto. Estaremos vivendo em
segundo especialistas, um impacto ainda mais profundo e exponencial,
um mundo como no filme Matrix?
pois teremos um conjunto de tecnologias que permitirão a fusão dos
mundos físico, digital e biológico, com o surgimento da Manufatura
esse avanço. Em nossa sessão CinaseTec trazemos um artigo que
Aditiva, da Inteligência Artificial, da Internet das Coisas, da Biologia
trata sobre a correlação de toda essa tecnologia com a utilização
Sintética e dos Sistemas Cyber Físicos (CPS).
de painéis de média tensão. Segundo os autores, a combinação
da tecnologia do microprocessador, comunicações avançadas, IEC
O leitor da revista O Setor Elétrico deve estar se perguntando:
E a revista O Setor Elétrico não pode ficar de fora de todo
por que estamos tratando deste assunto? E mais: o que ele tem a ver
61850 e sensores de corrente e tensão permite direcionar os painéis
e o que muda com o nosso segmento? A resposta é: tudo!
de média tensão para a era do Smart Grid e a Indústria 4.0.
Os impactos da Indústria 4.0 sobre a produtividade, a redução
Todos esses avanços serão também destaques do CINASE, que
de custos, o controle sobre o processo produtivo, a customização da
acontece nos dias 8 e 9 de meio em Florianópolis, Santa Catarina
produção, dentre outros, apontam para uma transformação profunda
(leia mais informações em nossa reportagem especial nesta edição).
nas plantas fabris. Segundo levantamento da Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI), a estimativa anual de redução de
ainda o BIM, que a cada dia ganha mais espaço na cadeia de
custos industriais no Brasil, a partir da migração da indústria para o
construção civil como ferramenta de inovação para todo o ciclo de
conceito 4.0, será de, no mínimo, R$ 73 bilhões/ano. Essa economia
vida da edificação: projeto, construção, manutenção e demolição.
envolve ganhos de eficiência, redução nos custos de manutenção de
Essa consolidação tem ocorrido não apenas no Brasil, mas também
máquinas e consumo de energia.
ao redor do mundo. Leia em um de nossos fascículos a relação dessa
tecnologia com os projetos elétricos.
Eis o ponto. Teremos uma melhor gestão da energia, pelo
E seguindo ainda nessa toada das novas tecnologias, destacamos
menos é o que se espera. A gestão de energia é um dos principais
pilares desta nova revolução industrial. A motivação vem de uma
mostra adiante. Por hora vou me ater a esse grande tema de nossa
combinação de aspectos ambientais, pressões de custos, regulações
capa mensal, a nova revolução industrial. Mas claro ainda temos
e mesmo da proatividade de organizações na direção do consumo
as nossas pesquisas setoriais, nesta edição sobre linhas elétricas e
eficiente de energia.
interruptores e tomadas, as seções Espaço 5419, Qualidade com
Energia, Prêmio OSE, os fascículos, os Pontos de vista setoriais, nossa
Além disso, a integração de diferentes fontes de geração de
Assuntos não faltam para abordamos esse novo mundo que se
energia em um mercado cada vez mais exigente e distribuído,
seção Renováveis, artigos de nossos colaboradores e por aí vai.
necessariamente contará com tecnologias de gerenciamento capazes
Convido você a essa leitura!
de reconhecer, predizer e atuar de forma a garantir qualidade,
Abraços,
sustentação e eficiência, inclusive de custos, ao consumo energético.
Cristiane Pinheiro
Redes sociais
@osetoreletrico
www.facebook.com/osetoreletrico
@osetoreletrico
Revista O Setor Elétrico
8
Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Março de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
O alto custo do saneamento
O tema merece relevância se tratado do ponto de
vista clássico, relacionado ao saneamento básico das nossas cidades que emporcalham os rios que as cruzam e os inúmeros aspectos ambientais não cumpridos, mas o tema abordado é um tanto quanto pior. Nos referimos ao saneamento de pessoas, que eleitas ou indicadas para gerir os negócios de um País sedento por ordem e progresso, teimam em olhar para seus próprios umbigos.
Como uma pororoca gigante surgem novos escândalos,
negociatas e pesados esquemas que lembram um mar de ......... ”lama”. Estes danosos mecanismos de desvios do curso natural elevam os nossos custos operacionais, dos equipamentos que precisamos comprar, de importação e exportação, de infraestrutura e modernização das cidades e até mesmo da comida das nossas mesas.
Enquanto cartas marcadas de todas épocas que ocuparam
e ocupam altos escalões dos poderes executivo, legislativo e judiciário se locupletam e defendem seus interesses, os simples mortais que buscam manter seus empregos e suas empresas de pé seguem uma enfadonha rotina de acompanhamento passivo dos próximos acontecimentos, quem será o próximo a ser tirado de circulação?
Sobe o dólar, cai a Bolsa, prende um, solta o outro,
e assim vamos apenas torcendo como em um FLA-FLU interminável. Enquanto isso, os negócios param, taxa de desemprego sobe e os impostos, ahhh estes sim! continuam com plena força e vigor. Quanto de esgoto a céu aberto ainda estariam sujando os nossos afluentes? Quando teremos rios cristalinos? O que fizeram e o que estão fazendo com o Brasil?
Evento
10
O Setor Elétrico / Março de 2019
Por Adriana Dorante Edição Cristiane Pinheiro
CINASE abre 2019 em Santa Catarina com novidades no formato
Florianópolis sediará pela primeira vez o evento nos dias 8 e 9 de maio
O CINASE - Circuito Nacional do Setor
técnico itinerante. O Congresso tem um
Santa Catarina, a expectativa é grande
Elétrico começará sua jornada este ano nos
propósito muito bem definido, misturando
em relação ao CINASE Florianópolis. “Os
dias 8 e 9 de maio pelo Estado de Santa
profundidade dos temas técnicos, visibilidade
temas abordados, como inovação, eficiência
Catarina com novo formato, comemorando
e trabalho de divulgação total e diferenciado
energética
seu décimo ano de existência consolidado
nas regiões por onde passa. Desde o ano
alinhados com as novidades como foco da
como
e
projetos
elétricos
estão
do
passado também levamos ao evento o
nossa universidade. Desejo muito sucesso
segmento. A capital Florianópolis sediará
Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das
ao CINASE Florianópolis e à toda Santa
o evento pela primeira vez, como um dos
Instalações Elétricas, que agrega cada vez
Catarina”, comentou.
polos industriais, marcado por importantes
mais participantes. Tudo isso é o CINASE”,
universidades e entidades ligadas ao setor
destacou Adolfo Vaiser, diretor da revista O
elétrico, além de ser um ponto turístico,
Setor Elétrico e organizador do evento.
facilitando a participação de toda a região.
Uma novidade deste CINASE é o
programação
com
Cupani Carena, diretor de GTD - Geração,
conteúdo programático com novos temas.
a presença confirmada da distribuidora
Transmissão e Distribuição de Energia e
Anteriormente,
só
Celesc, a transmissora Eletrosul, o Senge
novos negócios da concessionária Celesc,
participava da abertura do evento, mostrando
–SC – Sindicato dos Engenheiros de Santa
falando sobre novo marco do setor elétrico
um panorama do setor na região. Agora,
Catarina, a Associação Catarinense de
inovação e investimentos em GTD. Também
estará
Engenheiros,
o
melhor
a
evento
itinerante
concessionária
A edição de Florianópolis prepara uma extremamente
engenharia
haverá a presença de Rogério Bonini
locais, como a Quantum Engenharia e todas
Ruiz, diretor de operações da Eletrosul
tornando os temas do Congresso ainda mais
as grandes universidades, entre elas a Udesc
(Grupo Eletrobrás), que falará sobre novas
dinâmicos.
- Universidade do Estado de Santa Catarina,
tendências da transmissão de energia.
em
diversos
painéis,
de
O evento abrirá com o diretor Pablo
se aproximando ainda mais do público,
presente
empresas
rica
Programação
“O CINASE chega ao seu décimo ano
entre outras.
existência no auge do reconhecimento da
Segundo
indústria, que nos acompanha e que hoje
Nonato
enxerga esse modelo como um sucesso não só por ser o maior, mas o melhor evento
que está presente em todo o Estado de
Passos, do Instituto Ideal, que trabalha no
o
Como parte do novo formato deste ano,
Raimundo
o evento colocará em evidência o tema
coordenador
energias renováveis nos painéis. O assunto
de engenharia, projetos e obras da Udesc,
será destacado durante a abertura por Mauro
Gonçalves
professor Robert,
11
O Setor Elétrico / Março de 2019
desenvolvimento de energias alternativas
destaque é Geração Distribuída e Energia
para a América Latina, e Ricardo Ruther, diretor
Fotovoltaica, que serão abordados por Juarez
tanto do Instituto Ideal, quanto do Laboratório
Guerra, membro da Comissão da Abinee, e
Fotovoltaico da Universidade Federal de
casos de aplicação de projeto em fotovoltaica
Santa Catarina. Ambos apresentarão um
por Patrício Pavez, gerente comercial da
panorama do setor elétrico no Brasil e na
Quantum Solar, empresa local.
região, com foco em energia renovável.
Outros assuntos em evidência serão:
O CINASE é conhecido também pelas
revisão da NBR 5410 (pelo especialista
palestras com especialistas que participam do
Paulo Barreto), novas tecnologias e soluções
evento desde as primeiras edições e trazem
BIM nas instalações elétricas prediais
bastante atualizações. Entre os principais
(Elton Nascimento Pivato, da Franzmann
temas do Congresso estão Smart Grids e
Engenharia, e Francisco de Assis Araujo
redes subterrâneas (Daniel Bento), proteção
Goncalves Junior, da ALTO QI), painéis
e
elétricos
elétricos, arco elétrico e EPI (engenheiros
(Cláudio Rancoleta), eficiência energética
especialistas Nunziante Graziano e Claudio
(José Starosta, um dos coordenadores do
Mardegan) e IOT (arquiteta Juliana Iwashita).
evento), aterramento e proteção de áreas
“Para enriquecer ainda mais o conteúdo
aberta com nova Norma deste setor (Jobson
técnico há um alinhamento lógico na
Modena, outro coordenador do evento), entre
programação. Por exemplo, o assunto que é
outros destaques.
definido na parte da manhã poderá continuar
O Congresso também prepara um
na parte da tarde com mais profundidade”,
grande painel de quase duas horas para
destacou Jobson Modena, coordenador do
tratar sobre a indústria 4.0. Outro tema de
CINASE.
manutenção
dos
sistemas
Divulgação
O evento itinerante conta ainda com uma divulgação estratégia forte para alcançar
todo o Estado de Santa Catarina. O trabalho de divulgação, além de Florianópolis, engloba Joinville e Jaraguá do Sul, região Oeste, como Chapecó e Sul, e Criciúma.
“O processo continua sendo a mesma receita dos anos anteriores, porém cada
vez mais aperfeiçoado. Vamos no mínimo cinco vezes em reuniões com entidades ligadas ao setor elétrico, universidades e empresas para estreitar a comunicação em relação ao conceito do evento. Sempre defendi a ideia de estar presente na região para a divulgação. Nem todas respondem de forma tão positiva, mas a parte do Sul tem respondido muito bem”, afirmou Simone Vaiser, diretora da revista O Setor Elétrico e do CINASE.
“A cada edição aprimoramos mais a troca de informações com os apoiadores e
entidades locais. Aprendemos que cada Estado tem o seu “modus operandi” e vamos seguindo com eles. Estamos cada vez mais próximos dos clientes regionais, atendendo ás necessidades deles, o que gera um público maior e mais focado nos interesses da região”, complementou.
Além do Congresso que contará com mais de 40 palestrantes, o evento
disponibilizará uma área de exposição com cerca de 30 empresas. As informações estão disponíveis no site do evento (www.cinase.com.br), que passou por uma reformulação e ficou mais prático e dinâmico, integrando também as informações sobre o Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas.
“Estamos aprimorando algumas questões relacionadas ao prêmio, que ainda está no
seu segundo ano. Umas das mudanças é no questionário anteriormente único para todas as categorias concorrentes. Agora, ele é direcionado a cada uma, facilitando o foco de cada tema”, explicou Adolfo.
Painel de mercado
12
O Setor Elétrico / Março de 2019
Liquidação financeira do mercado de curto prazo de energia elétrica movimenta R$ 910 milhões em dezembro Operação referente a dezembro de 2018 possui 81% dos valores em aberto por conta de liminares do GSF vigentes A liquidação financeira do mercado de
a operacionalização dessas decisões judiciais,
curto prazo de energia elétrica movimentou em
os credores que não possuem liminares
dezembro de 2018 R$ 910 milhões, dos R$
relacionadas
8,63 bilhões contabilizados no ano. Do valor não
perceberam adimplência de 3%.
pago, R$ 6,97 bilhões estão relacionados com
Na liquidação de dezembro de 2018,
liminares de GSF (Generation Scaling Factor -
houve o pagamento integral dos débitos da
risco hidrológico) no ACL - mercado livre e R$
distribuidora Amazonas Energia, no valor de R$
750 milhões representam outros valores em
51 milhões. A operação, realizada pela CCEE,
aberto da liquidação. Os dados foram divulgados
envolveu 7.379 agentes, sendo 2.834 devedores
pela CCEE - Câmara de Comercialização de
e 4.545 credores.
ao
rateio
de
inadimplência
Energia em fevereiro de 2019.
A liquidação financeira do mercado de
Segundo a CCEE, é importante ressaltar
curto prazo representa o acerto de eventuais
que os agentes credores amparados por
diferenças entre a energia medida e a contratada
decisões judiciais vigentes para não participar
pelos agentes que operam no âmbito da CCEE.
do rateio da inadimplência oriunda de liminares
Os débitos e créditos, apurados pelo processo
do GSF perceberam adimplência próxima de
de contabilização das operações do mercado
91% e os agentes amparados por decisões
pela Câmara de Comercialização, são valorados
que determinam a incidência regular das
ao PLD - Preço de Liquidação das Diferenças,
normas perceberam adimplência de 8%. Após
calculado semanalmente.
Empresário da indústria eletroeletrônica mantêm confiança em fevereiro Segundo a Abinee, Índice, de 63,6 pontos supera o do mesmo período do ano passado (60,7 pontos)
O ICEI - Índice de Confiança do Empresário
Industrial do Setor Eletroeletrônico atingiu 63,6
mais confiante do que estava no começo de 2018.
pontos no mês de fevereiro de 2019, de acordo
com dados da CNI - Confederação Nacional da
que medidas importantes para destravar a
“Apesar desse otimismo inicial, precisamos
Indústria, agregados pela Abinee – Associação
economia sejam tomadas rapidamente. Do
Brasileira da Industria Elétrica e Eletrônica Na
contrário, veremos mês a mês esse índice
área elétrica, o índice alcançou 63,5 pontos, e
arrefecer”, avalia o presidente da Abinee,
na eletrônica, 63,7 pontos.
Humberto Barbato.
Embora o resultado tenha sido inferior
ao registrado em janeiro (65,1 pontos), o
acima da linha dos 50 pontos pelo sétimo mês
Desta forma, o ICEI do setor permaneceu
ICEI permanece acima do observado em
consecutivo. O Índice varia de 0 a 100 pontos,
igual período do ano passado (60,7 pontos),
sendo que valores acima de 50 pontos indicam
indicando que o empresário industrial do
confiança do empresário industrial e abaixo de
setor eletroeletrônico iniciou o ano de 2019
50 pontos mostram falta de confiança.
Painel de empresas
14
O Setor Elétrico / Março de 2019
Por Adriana Dorante
MWM investirá em geradores de energia no Brasil Novo nicho de mercado reforça ainda mais a presença da MWM no País, com investimento de cerca de R$ 20 milhões em toda cadeia de produção
A MWM, fabricante independente de motores
diesel, lança sua linha própria de geradores de energia. Produzidos com a mesma qualidade e tradição dos seus motores, na fábrica da empresa em Santo Amaro, bairro da zona sul de São Paulo, os equipamentos devem gerar investimento de cerca de R$ 20 milhões em toda cadeia de produção instalada no Brasil.
O lançamento da linha de geradores reforça
ainda mais a presença da MWM no mercado
por ano, ou seja, mais de 330 por mês. A MWM
brasileiro, em um contexto em que a geração de
prevê a produção de 600 unidades em 2019. Para
energia registra aumento da demanda de consumo.
2020, o planejamento conservador é fabricar 1,2
A estimativa é de que sejam vendidos cerca de 10
mil equipamentos para o mercado local e 200 para
mil geradores de energia por ano no Brasil.
exportação, totalizando 120 unidades por mês.
Além disso, a previsão é de que alavanquem
"Toda a tecnologia e tradição da fabricação
um faturamento de R$ 2,7 bilhões, em um prazo de
dos motores MWM agora também será utilizada
dez anos. Também é esperada a contratação de
na produção da linha de geradores de alta
cerca de 1 mil colaboradores em toda a cadeia nas
eficiência para o público final. É uma conquista
áreas de tecnologia, produção, fornecedores, rede
muito importante tanto para a MWM quanto
de distribuição e serviços.
para o mercado, que espera ansioso por essa
O presidente e CEO da MWM Motores,
novidade", destaca o presidente e CEO da MWM
José Eduardo Luzzi, destaca que a empresa
Motores. Segundo o executivo, as empresas da
enxerga grandes oportunidades para a economia
cadeia produtiva já estão contratando profissionais
brasileira nos próximos anos. "O Fundo Monetário
para suprir essa nova oferta de equipamentos.
Internacional (FMI), recentemente, elevou sua
"Como a marca MWM tem tradição de 65 anos
projeção para o crescimento econômico do
e é muito respeitada no segmento de energia, já
Brasil de 2,4% para 2,5% em 2019. O melhor
estamos recebendo uma série de pedidos desses
desempenho da economia deve gerar uma alta
equipamentos de diversos setores. Existe uma
da demanda de energia, que, somada à falta
grande expectativa no mercado", completou o
investimentos em infraestrutura no País nos últimos
presidente e CEO da MWM Motores.
anos, deve impulsionar o aquecimento do mercado
de geradores", disse Luzzi.
ao mercado local e também para exportação. Os
O executivo ressalta ainda que os geradores
principais mercados externos são os países da
representam uma importante alternativa para
América Latina, com destaque para Colômbia,
o fornecimento de energia para uma série
Chile, Equador e Paraguai, além dos mais de 45
de setores da economia. "O investimento da
países que a companhia já exporta seus produtos.
MWM na nova linha de produção oferecerá uma
solução para suprir o crescimento do País neste
pelas empresas BRG (região Centro-Norte) e
momento, além de gerar empregos, movimentar
CURITEK (região Sul). Em São Paulo, Rio de
a economia e impactar positivamente toda a
Janeiro, Espírito Santo e região Nordeste, os
cadeia produtiva", disse.
equipamentos serão distribuídos pela própria
MWM, que conta com mais de 500 pontos de
A capacidade inicial de produção da nova linha,
em regime de três turnos, será de 4 mil unidades
A nova linha de geradores será destinada
A rede de distribuição no Brasil é composta
distribuição e serviços em todo o Brasil.
15
O Setor Elétrico / Março de 2019
Siemens é líder na avaliação do Quadrante Mágico da Gartner pelo quinto ano consecutivo
A Siemens, uma das líderes mundiais em
soluções de energia, foi avaliada pela Gartner, referência mundial em pesquisa e consultoria de TI, como a melhor empresa do "Quadrante Mágico de 2018" na categoria Produtos para Gerenciamento de Dados da Medição pelo quinto ano consecutivo. Nesse relatório, empresas fornecedoras de tecnologia são avaliadas com base nas funcionalidades técnicas do produto e na capacidade da equipe na implementação e execução dos projetos. Nesta edição, a Siemens conquistou a posição mais elevada por atingir ambos objetivos com o software EnergyIP. "Estamos
muito
contentes
por
sermos
reconhecidos pela Gartner em cinco anos consecutivos de avaliação de mercado com a mais alta posição entre os líderes da indústria." disse o executivo Sergio Jacobsen, diretor da unidade Digital Grid no Brasil. "A Siemens tem dois centros de desenvolvimento de software (P&D) no Brasil voltados para as soluções do software Energy IP, que já tem instalações implementadas em cerca de 10 distribuidoras brasileiras.", completou.
O software Energy IP é altamente escalável
e vem embutido em uma arquitetura única de IoT (Internet das Coisas), com uma ampla gama de aplicações para suporte de processos e casos de uso complexos na indústria energética. "Nossa solução consegue processar dados de milhões de ativos distribuídos e de dispositivos inteligentes quase que em tempo real, potencializando novas abordagens
para
gerenciamento
de
dados
de medidores, otimização e análise de redes, gerenciamento de energia distribuída e participação no mercado de energia", explica Sergio Jacobsen, ao complementar que as concessionárias de energia, água e gás podem obter valor além de um maior controle de receitas e prevenção de perdas, através da implementação um modelo tradicional baseado em CAPEX ou de "MDM como serviço" através de uma solução baseada em nuvem.
Painel de produtos
16
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
MWM lança linha de geradores www.mwm.com.br
Os novos produtos da MWM Geradores estão disponíveis nas potências de 30 kVA a 770 kVA em 50 Hz
e 40 kVA a 800 kVA em 60hz e são projetados para aplicações de emergência, horário de ponta ou fonte única de energia, disponíveis nas versões aberto e silenciados, manual ou automático, com ou sem paralelismo.
Com alta eficiência e tecnologia de ponta, a nova linha de geradores MWM garante maior durabilidade
e confiabilidade para as mais diversas aplicações em geração de energia.
Schneider Electric lança novo inversor vde frequência Altivar™ Process Modular www.se.com/br/pt
O novo inversor de frequência da Schneider Electric Altivar™ Process Modular é projetado para melhorar
o desempenho de processo, reduzindo custos operacionais. O inversor atende a uma faixa de potência de 110 kW até 1200kW e tensão de 380 até 690V.
Seu uso permite otimização do gerenciamento do estoque, manutenção e entrega dos inversores de alta
potência. O mesmo módulo permite atingir potências diferentes com um tamanho muito menor do que os inversores padrões de mercado. Um único módulo atenderá às potências de 110kW até 800kW em 380/480V, ou até 1200 kW em 690V.
Quadro de distribuição da Astra www.astra.com.br
Utilizados para organização de disjuntores, os quadros de distribuição são fabricados em material
antichamas e são compatíveis com disjuntores DIN e/ou NEMA. Com acabamento discreto, estão disponíveis em cinco tamanhos e versões com abertura inteira ou centralizada, conforme a necessidade de disjuntores e DRs de cada local. Todos os modelos estão em conformidade com as Normas da ABNT NBR IEC 60670-1.
Fascículos
Apoio
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
18
Francisco Gonçalves Jr. Capítulo III - Projetos elétricos em BIM, e agora? - BIM e o mercado de projetos elétricos - Os desafios para implantação do modelo BIM em projetos elétricos - Quais benefícios as ferramentas BIM geram em seu projeto elétrico? - Softwares BIM para projetos elétricos
Equipamentos para ensaios em campo
24
Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta Capítulo III - Testes em campo de relés de proteção - Introdução - Manutenção preventiva: serviços e ensaios
Linhas elétricas para baixa tensão
28
Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo IIII – Terminologia (III) - Uso adequado da terminologia - Principais conceitos - Características - Aplicações
Apoio
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
18
Por Francisco Gonçalves Jr.*
Capítulo III Projetos elétricos em BIM, e agora?
O BIM a cada dia ganha mais espaço na cadeia de construção
planejamentos e custos mais controlados e precisos.
civil como ferramenta de inovação para todo o ciclo de vida da
É nessa hora que encontramos vários profissionais experientes
edificação: projeto, construção, manutenção e demolição. Essa
se deparando com um grande ponto de interrogação: “Projetos
consolidação tem ocorrido não apenas no Brasil, mas também ao
elétricos em BIM, e agora?”. Isso acontece porque o BIM não é
redor do mundo. Aqui nos nossos fascículos, já abordamos o que é
apenas um software que gera desenhos em 3D, ele é bem mais do
BIM e as suas dimensões. eNeste fascículo vamos explicar a relação
que isso. Representa uma mudança de paradigma que impacta todo
dessa tecnologia com os projetos elétricos.
workflow do projeto, já que existem empresas que contam com um
BIM e o mercado de projetos elétricos
fluxo de trabalho enraizado. Nelas, os profissionais estão habituados a entregar projetos somente com desenhos em CAD 2D e, portanto, necessitam de uma revisão nos processos de trabalho do escritório. Diante desse cenário, não basta apenas comprar um software de modelagem BIM e achar que o problema estará resolvido. A área de instalações elétricas, por exemplo, é a menos desenvolvida em termos de soluções disponíveis no mercado. A maioria delas é de empresas internacionais e não estão adaptadas às nossas Normas técnicas, nossos padrões de representação gráfica de projetos e
Fascículo
ainda contam com traduções de termos técnicos muito deficientes.
Os desafios para implantação do modelo BIM em projetos elétricos Figura 1 – Mercado de projetos elétricos
Construir com as várias áreas alinhadas desde o início da obra é um fator decisivo de sucesso para todo o ciclo do empreendimento.
Com a chegada deste novo método de trabalho, os projetistas de
Nos próximos tópicos, podemos conferir os principais desafios na
instalações elétricas estão sendo demandados para desenvolverem
elaboração de projetos de instalações elétricas baseadas no modelo
projetos elétricos em BIM. O objetivo da contratação desses
BIM.
profissionais é integrar as exigências da área com as demais disciplinas e contribuir com a simulação de toda edificação em um
1. Mudança no processo baseado em desenhos 2D e planilhas de
modelo virtual. Nessa espécie de protótipo é possível efetuar diversas
cálculo
análises e, com isso, antecipar problemas de compatibilidade, obter
Nos escritórios especializados em projetos de instalações
19
Apoio
elétricas é muito comum o uso de ferramentas CAD para as representações gráficas dos desenhos. Nesses locais onde os projetos ainda são executados em 2D, a atividade é extremamente trabalhosa, manual e improdutiva. Isso porque os desenhos não possuem nenhuma informação, são apenas linhas, textos e blocos representativos. Todos os cálculos são efetuados em ferramentas externas e sem nenhuma integração com as ferramentas de desenho. Além disso, as planilhas com as informações sobre os circuitos de projetos, tabelas normativas e catálogos dos fabricantes são atualizadas de forma manual. Sem integração entre os sistemas, o projetista atualiza os dados calculados no desenho manualmente gerando trabalho e possibilidade de erros. 2. Mão de obra especializada com novas habilidades É sempre um desafio propor novos fluxos de trabalho, principalmente pelo fato do processo estar bem definido. Na mudança, é necessário aprender novas ferramentas baseadas em elementos 3D paramétricos que possuem informações de projeto. Parece trabalhoso, mas a grande verdade é que projetar segundo o modelo BIM permite que o novo workflow seja totalmente colaborativo, com definições e soluções muito mais precisas nas fases iniciais do processo e que deverão estar em compatibilidade com as demais disciplinas. As atividades se tornam multidisciplinares, os conhecimentos do projeto mais sólido e o trabalho em equipe é priorizado. 3. Ferramentas de produtividade paramétrica para elaboração dos projetos adequadas às Normas brasileiras Para implementar o modelo BIM nos projetos elétricos é necessário investimento em softwares que estejam alinhados ao conceito. Nesses sistemas, os elementos são paramétricos, contendo diversas informações de cálculo e desenho e quantitativos. Nesse momento, deve-se ter cautela para que a migração seja segura e com poucos riscos, pois a grande maioria das soluções disponíveis no mercado para a modelagem dos projetos elétricos é estrangeira e possuem um custo elevado para aquisição, capacitação e infraestrutura compatível. Elas apresentam projetos ricos e detalhamentos 3D que impressionam, mas ainda pecam em questões importantes no que diz respeito ao dimensionamento dos projetos elétricos, pois não estão adaptadas às Normas nacionais ABNT. A NBR 5410 e as Normas das concessionárias locais são muito utilizadas e, caso a ferramenta contratada seja importada, o projetista precisa elaborar vários ajustes. Se isso não for feito, vai continuar efetuando os cálculos manuais de forma paralela. Além disso, essas soluções também contam com problemas graves de tradução dos termos técnicos, causando grande confusão.
Apoio
BIM - Building Information Modeling
20
As representações gráficas muitas vezes não estão de acordo
balancear os circuitos com base em tabelas e Normas que já estão
com o padrão brasileiro. Assim, é necessário um empenho extra
internalizadas nas ferramentas BIM. O projetista pode gerenciar
para adequação dos projetos elétricos elaborados no Brasil. Um
todos os circuitos e quadros da instalação e atualizar os dados de
exemplo disso é o detalhamento da indicação do condutor de
cálculo no desenho de forma automática, podendo ainda gerar
“Retorno” pelos projetistas nos esquemas elétricos de ligação dos
detalhes como: quadro de cargas, legenda de símbolos, diagrama
pontos de iluminação. Nessas ferramentas, não são consideradas
unifilar e multifilar com os dados do projeto.
essa indicação, por seguirem padrões internacionais de projeto. Portanto, com essa diferença é possível que haja erros no
3. Alterações do projeto otimizadas
levantamento preciso do quantitativo da fiação de um projeto.
As alterações de projeto são uma das grandes dores dos
Essas soluções também necessitam de computadores de última
profissionais de instalações elétricas que trabalham com desenhos
geração com alto desempenho. Desta maneira, a migração deve ser
2D. Essa metodologia exige muito trabalho braçal que pode
feita da forma mais planejada possível para minimizar possíveis
gerar erros, como: a atualização de informações nos quadros de
problemas na produtividade do escritório e evitar dificuldades de
cargas, diagramas unifilares, indicação de circuitos e comandos.
adaptação dos profissionais envolvidos no processo, além de custos
Já as ferramentas BIM possibilitam a atualização automática dos
elevados com softwares, treinamento e infraestrutura.
desenhos e detalhes, integrado às rotinas de cálculo. Além disso,
Quais benefícios as ferramentas BIM geram em seu projeto elétrico?
ainda faz simulação de novas soluções de forma rápida, segura e automatizada. 4. Quantitativos automáticos Os elementos possuem dados capazes de conceber composições de itens e insumos. Eles são construídos a partir de várias regras e são quantificados de forma automática após o lançamento do projeto. As listas de materiais também são geradas de forma instantânea, com rapidez e precisão. Isso aumenta a produtividade do projeto, pois não é necessário fazer levantamentos manuais, demorados e imprecisos como os realizados com base apenas em desenhos CAD 2D.
Figura 2 - Benefícios das ferramentas BIM
1. Geração de desenhos inteligentes com informação – Softwares paramétricos Como é sabido, o termo BIM é derivado do inglês: “Building Information Modeling”, que significa Modelagem da Informação da Construção. Esse primeiro tópico está ligado, portanto, a letra
Fascículo
I da abreviação, o “I” de informação. Isso porque nessa filosofia de trabalho, os processos ocorrem de forma diferente. Os elementos
5. Visualização 3D As ferramentas BIM viabilizam a geração automática de modelos tridimensionais para visualização de pontos, eletrodutos, caixas de passagem, quadros e demais elementos do projeto. Os objetivos são promover um melhor entendimento da instalação, facilitar a verificação do lançamento efetuado como um todo e evitar erros na elaboração dos projetos elétricos. 6. Interoperabilidade – IFC
possuem várias informações de projeto como potência, rendimento, fator de potência, fluxo luminoso e taxa de ocupação. Trabalhando dessa forma, utilizando objetos com informação, os cálculos podem ser efetuados de forma automática e simultânea ao lançamento gráfico do projeto. Isso evita que o projeto seja apenas uma representação simples de desenhos CAD 2D sem nenhuma informação sobre a instalação elétrica. 2. Ambiente de CAD 2D e 3D integrado aos cálculos Como os elementos de desenho possuem informações técnicas, é possível obter rotinas de cálculo automatizadas e sem necessidade do uso de planilhas externas. Assim, pode-se dimensionar e
Figura 3 – Interoperabilidade IFC
Apoio
21
Apoio
BIM - Building Information Modeling
22
Um dos pilares do conceito das ferramentas BIM é propiciar
a necessidade de uso de planilhas externas.
a interoperabilidade e a colaboração entre os projetistas das
Desta forma, o programa possibilita o detalhamento do
diversas disciplinas envolvidas na construção de uma edificação.
projeto com a geração automática dos quadros de cargas,
Investir nesse modelo garante a troca de informações de forma
demanda, diagramas unifilares, cortes, prumadas e detalhes
eficiente e eficaz entre as várias áreas do empreendimento.
isométricos. A atualização é automática sempre que qualquer
Uma das formas mais utilizadas para essa troca de informação
item do projeto for modificado.
é a exportação/importação dos projetos por meio de arquivos
O QiElétrico faz parte da plataforma QiBuilder, que
no formato IFC (Industry Foundation Classes). Esse formato é
permite a integração e colaboração com as demais disciplinas
aberto (OpenBim) e possui diversos dados além da geometria
de instalações prediais, como: SPDA, cabeamento estruturado,
dos elementos lançados. Isso proporciona diferentes usos do
hidrossanitário, incêndio, gás e alvenaria estrutural.
modelo BIM, tais como: a compatibilização tridimensional com análise de interferências, planejamento, orçamento, gerenciamento da manutenção e análises de sustentabilidade.
Softwares BIM para projetos elétricos
2. Revit MEP Uma das ferramentas mais conhecidas para modelagem paramétrica de sistemas mecânicos, elétricos e hidráulicos é a ferramenta da empresa AutoDesk, chamada de Revit MEP. Nele,
o
projetista
“modela”
a
instalação
elétrica,
Dentre as soluções existentes no mercado, podemos
representando todos os objetos com base no conceito de
mencionar alguns softwares BIM que contribuem para que
famílias e seus diversos parâmetros. O software permite gerar
essas vantagens cheguem aos projetos elétricos e possam
alguns cálculos automatizados, quantitativos e detalhes, em
assegurar a qualidade de um empreendimento.
função da sua característica paramétrica. Além disso, permite interoperabilidade eficiente, por possuir aplicações para
1. QiElétrico
projetos de outras disciplinas, como arquitetura e estrutura. Uma das características que mais se destaca é seu poderoso ambiente CAD para modelagem dos elementos da instalação elétrica em 3D, mas como os demais softwares BIM internacionais o projetista encontrará dificuldade para se adaptar ao padrão brasileiros e às Normas da ABNT. Para elaboração de um projeto elétrico é necessário uma boa customização e criação de novas famílias adequadas aos padrões nacionais. Isso exige conhecimento avançado e tempo. Apesar disso, os resultados podem ficar restritos às limitações
Figura 4 – QiElétrico
da ferramenta. Daí a necessidade de planilhas externas
Fascículo
auxiliares. O software BIM QiElétrico é um sistema brasileiro para projetos de instalações elétricas prediais de baixa tensão. A empresa desenvolvedora, AltoQi, criou o programa baseado em um fluxo de trabalho voltado à concepção do projeto completo. O principal diferencial do QiElétrico é ser um sistema nacional, que garante maior produtividade, devido aos comandos para definição automática de tomadas, condutos, fiação, balanceamento de fases, cálculos luminotécnicos e geração de lista de materiais. Além disso, possui uma base sólida de cálculos integrados
*Francisco de Assis Araujo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM - Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
com os desenhos de acordo com as Normas brasileiras,
Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para
principalmente a NBR5410, e as concessionárias regionais, sem
redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
23
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
24
Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*
Capítulo III Testes em campo de relés de proteção
concessionárias e, dessa forma, serão discutidos os aspectos básicos
1 - Introdução
da realização da manutenção nesses dois tipos de equipamentos.
A principal função dos relés de proteção em um sistema elétrico
2 - Manutenção preventiva: serviços e ensaios
é a de monitorar e eliminar de forma mais rápida possível e seletiva qualquer anormalidade (falta) que ocorra no sistema através de
Para se efetuar a manutenção em qualquer relé de proteção deve-se ter mãos o estudo de seletividade do sistema, onde são
atuação direta ou em um dispositivo externo. Existem vários tipos de relés de proteção, quanto a forma de atuação principal, que podem ser aplicados à proteção de diversos equipamentos, dentre eles podemos destacar, entre vários outros:
definidos os valores a serem ajustados nos relés. O instrumento básico para se realizar os testes em relés de proteção é a caixa de calibração. Trata-se basicamente de uma fonte de corrente e tensão, que pode ser monofásica ou trifásica e que
• relés bimetálicos;
conta com um sistema de contagem e registro do tempo de atuação
• relés térmicos;
dos relés sob teste. No caso dos relés modernos deve ser também
• relés detectores de temperatura (RTD);
utilizado um note ook com portas de comunicação adequadas para
• relés dos tipo termopar;
cada tipo de relé de proteção para se efetuar a comunicação com o
• relés de imagem térmica;
mesmo e mudança e verificação de parâmetros.
• relés eletromagnéticos;
2.1- Serviços e ensaios periódicos em relés eletromecânicos
• relés de sobrecorrente;
Fascículo
• relés de tensão. Aqui
destacaremos
os
procedimentos
de
manutenção
Periodicamente, devem ser realizados:
normalmente aplicáveis a relés de proteção de alimentadores de cargas elétricas em geral, destacadamente relés de sobrecorrente e
• limpeza geral: para relés eletromecânicos, devido a sua
de tensão em geral. Quanto ao seu aspecto construtivo, podemos
característica construtiva que envolve a movimentação de peças
destacar basicamente como tipos de proteção secundária (leitura
quando de sua atuação, é essencial se realizar uma limpeza detalhada
de corrente e tensão indireta, por transformadores de corrente e
com materiais e ferramentas adequadas para cada tipo de relé antes
de potencial, respectivamente) os relés eletromecânicos a disco de
de se iniciarem os testes;
indução e eletrônicos, também conhecidos como microprocessados,
• ajuste da corrente de atuação da função temporizada de
no caso dos fabricados atualmente. Apesar de, na atualidade, os relés
sobrecorrente (pick-up): em relés eletromecânicos, para se
eletrônicos dominarem completamente o mercado com tecnologia
atingir corretamente o ajuste de corrente indicado pelo estudo de
digital, ainda existem muitos relés eletromecânicos instalados
seletividade, deve ser realizada verificação com injeção de corrente
no sistema elétrico brasileiro, tanto em indústrias quanto em
e registro dos tempos de atuação. Os erros de tempo de atuação
25
Apoio
não podem ser superiores a ±10%, caso isso ocorra; deverá ser tentado um novo ajuste com posterior novo teste até se chegar a tempos de atuação aceitáveis. Nesse caso, para se levantar a curva de atuação de tempo inverso (Corrente x Tempo - Figura) deve-se fazer ao menos três atuações com valores diferentes de corrente de teste. Após o ajuste final, deve ser realizado um teste da corrente de partida (pick-up), corrente em que o disco começa efetivamente a girar; • ajuste da corrente de atuação da função instantânea de sobrecorrente: após ajustar o relé conforme estudo de seletividade, deve ser injetada uma corrente de 90% do ajuste dado e, nesse caso, o relé não poderá atuar, após isso, deve ser injetado 110% do valor de ajuste e agora o relé deverá atuar. Em caso de atuação incorreta, deve ser refeito o ajuste; • unidade de sinalização: os relés eletromecânicos possuem sinalizações básicas das atuações de suas proteções (bandeirolas), as mesmas devem ser verificadas quando da realização dos testes já mencionados; • relés de sub e sobretensão: os mesmos princípios indicado nos itens anteriores para relés de sobrecorrente, podem ser aplicados a relés de tensão, bastando substituir uma fonte de corrente por uma fonte de tensão com contagem de tempo; • atuação do dispositivo de abertura do circuito: em conjunto com o teste do relé de proteção deve ser realizada a abertura do
Curva de Tempo Inverso
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
26
disjuntor pela atuação do relé de proteção (trip test), bem como a
• configuração dos parâmetros gerais de leitura de grandezas
atuação do relé de bloqueio de religamento;
elétricas, tais como relação de transformação dos TC’s e TP’s,
• injeção de corrente nos TC’s e TP’s: também é recomendável
frequência, forma de medição das correntes e/ou tensões de
fazer injeção de corrente nos TC’s e tensão nos TP’s que enviam
faltas para a terra etc.;
sinais aos relés para se verificar se a fiação dos secundários dos
• configuração das entradas e saídas digitais conforme projeto
instrumentos de medição está corretamente conectada aos relés.
elétrico do painel; • configuração da lógica interna de operação dos relés,
Deve-se atentar para a periodicidade das intervenções de
conforme projeto lógico da subestação;
manutenção em relés eletromecânicos, não é incomum ocorrer o
• verificação do funcionamento das teclas frontais, display, led’s
“travamento” de partes móveis internas devido à falta de limpeza
e portas de comunicação;
dos relés por longos períodos. Lembra-se que estes equipamentos
• verificação da comunicação dos relés com redes de supervisão.
em situações normais do sistema que protegem ficam com todas as suas peças praticamente imóveis e pode haver acúmulo de poeira e outros contaminantes em suas peças.
Para se realizar os ensaios completos nos relés eletrônicos, é recomendável se utilizar uma caixa de calibração trifásica (ou ainda hexafásica para relés diferenciais de transformador), onde se pode realizar a maior parte das verificações de forma automática, trazendo uma grande praticidade tanto na realização dos ensaios como na apresentação dos resultados, já que as caixas atuais contam com softwares onde se é possível programar rotinas de teste especificas para cada aplicação, apresentando resultados detalhados em padrões de relatórios previamente definidos.
Fontes Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran Electrical Power Equipment Maintenance and Testing
Fascículo
Second Edition – Paul Gill
Relé a Disco de Indução Típico
*Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista
2.2 - Serviços e ensaios periódicos em relés eletrônicos
(engenharia, comissionamentos, montagens) em subestações de
Os relés eletrônicos modernos desempenham uma série de funções, além das de proteção primordiais, entre elas: medição de grandezas elétricas em geral, sinalização, intertravamentos e comandos de subestações, comunicação em rede, registros oscilográficos de eventos, dentre outras. Com isso, além dos testes de suas funções de proteção, deve ser previsto um programa de manutenção mais completo nesses equipamentos.
em energia e automação (USP), gestor de equipes de campo alta, média e baixa tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenheira na ENGEPOWER *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER. *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas.
Para os relés eletrônicos podemos destacar os seguintes serviços e ensaios:
Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
• ajustes dos parâmetros de proteção conforme estudo de seletividade;
Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
27
Apoio
Linhas elétricas para baixa tensão
28
Por Paulo E. Q. M. Barreto*
Capítulo III Terminologia (III) Isolação Conjunto dos materiais isolantes utilizados para isolar eletricamente. Por extensão, é a ação ou técnica de isolar eletricamente, em sentido estritamente qualitativo. Apesar de constar (por equívoco) até mesmo em Normas técnicas, salienta-se que não é correto utilizar os termos nível de isolação, resistência de isolação, distância de isolação, coordenação de isolação, entre outros assemelhados. O termo isolação está associado a aspectos qualitativos e não quantitativos (ver também
Exemplo de leito
isolamento).
Linha elétrica
Isolamento
elementos de sua fixação e suporte e, se for o caso, de proteção
Conjunto constituído por um ou mais condutores, com os
Conjunto das propriedades adquiridas por um corpo condutor,
mecânica, destinado a transportar energia elétrica ou a transmitir
decorrentes de sua isolação. Este termo tem sentido estritamente
sinais elétricos. Ou ainda, simplificadamente, como sendo o
quantitativo, e o seu emprego é sempre associado à ideia de valor,
conjunto compreendido por condutos, condutores e seus acessórios.
que pode ser dado, ou explicitamente (isolamento para baixa tensão,
Alguns termos derivados:
isolamento para 69 kV etc.), ou implicitamente (coordenação do isolamento, distância de isolamento, nível de isolamento, resistência
- linha aberta: linha elétrica em que os condutores são circundados
de isolamento etc.).
por ar ambiente não confinado;
Isolante
Fascículo
Propriedade do material, com característica de elevada
- linha aérea: linha elétrica em que os condutores ficam elevados em relação ao solo e afastados de outras superfícies, que não os respectivos suportes;
resistividade. Também pode ser definido como o material no qual a
- linha aparente: linha elétrica em que os condutos ou os condutores
banda de valência é uma banda cheia, separada da primeira banda
não são embutidos;
de excitação por uma banda proibida, de largura tal que, para
- linha em parede: linha elétrica aparente em que os condutores
passar elétrons da banda de valência para a banda de condução, é
ficam na superfície de uma parede ou em sua proximidade imediata,
necessária uma energia tão grande que é capaz de causar a ruptura
dentro ou fora de condutos;
do material.
- linha embutida: linha elétrica em que os condutos ou os condutores
Leito (para cabos)
são encerrados nas paredes ou na estrutura da edificação e acessível apenas em pontos determinados;
Suporte de cabos constituído por uma base descontínua,
- linha fechada: apesar deste termo não estar definido nas Normas
formada por travessas ligadas rigidamente a duas longarinas
pertinentes, pode ser entendido como o contrário de linha aberta,
longitudinais, sem cobertura. O leito é considerado um conduto
ou seja, os condutores não ficam expostos (aparentes), sendo
aberto, para efeito de escolha dos tipos de condutores permitidos
circundados por ar ambiente confinado. É o caso de cabos em
e de sua capacidade de condução de corrente. É também designado
eletrodutos e eletrocalhas;
por escada (para cabos).
- linha pré-fabricada (ou barramento blindado): sistema completo, com
29
Apoio
barras, seus suportes e isolação, invólucro externo, bem como eventuais meios de fixação e de conexão a outros elementos, com ou sem recurso
Potência (elétrica) Derivada em relação ao tempo de uma energia transferida ou
de derivação, destinada a alimentar e distribuir energia elétrica
convertida ou de um trabalho realizado. Sua unidade de medida
em edificações para uso residencial, comercial, público, agrícola e
dependerá do tipo de potência considerada (ver adiante os tipos de
industrial. É também designado pelo mercado por busway ou busduct;
potência). Não se de utilizar o termo wattagem.
- linha subterrânea: linha elétrica construída com cabos enterrados diretamente no solo ou instalados em condutos enterrados no solo.
Potência aparente Produto dos valores eficazes da tensão e da corrente, em um acesso. Em regime permanente senoidal, é o módulo da potência complexa. Sua unidade de medida é o volt-ampère (VA) e o seu símbolo (S). Do conhecido triângulo de potências, a potência aparente é a hipotenusa do triângulo retângulo. Um erro conceitual largamente encontrado em projetos de instalações elétricas é somar aritmeticamente as diversas potências aparentes para se chegar ao valor total da potência aparente de um conjunto de circuitos. Tendo em vista que a potência aparente é uma potência complexa, tal soma não tem qualquer significado.
Material condutor Material no qual portadores de carga livres podem se movimentar, sob a ação de um campo elétrico.
Potência ativa Valor médio da potência instantânea, durante um período. Para tensão e corrente senoidais, a potência ativa é a parte real da potência
Material isolante Material, em geral um dielétrico, utilizado para impedir a
complexa. Para tensão e corrente periódicas não senoidais, a potência
passagem de correntes de condução.
ativa é a soma das potências dos componentes contínuos, e das potências
Molduras
ativa é a potência que efetivamente gera trabalho. Sua unidade de medida
Conduto
aparente,
fixado
ativas dos componentes fundamentais e dos harmônicos. A potência ao
longo
de
superfícies,
compreendendo uma base fixa, com ranhuras para colocação de condutores e uma tampa desmontável. Quando é fixada junto ao ângulo parede/piso, a moldura é também denominada rodapé.
é o watt (W) e seu símbolo (P). Do conhecido triângulo de potências, a potência ativa é a base do triângulo retângulo.
Potência reativa Em regime permanente senoidal, é a parte imaginária da potência complexa. Ela pode ser indutiva ou capacitiva. A potência reativa
Nível de isolamento Três Normas da ABNT apresentam definições para este termo. Segundo a NBR 5456 é a tensão de ensaio que a isolação de um dispositivo elétrico deve ser capaz de suportar, em condições especificadas. Segundo a NBR 5458 é o conjunto de valores de tensões suportáveis nominais. E segundo a NBR 5460 é o conjunto das tensões suportáveis nominais atribuídas a um equipamento ou a outros elementos de um sistema elétrico. O uso do termo isolamento tem sentido estritamente quantitativo, e o seu emprego é sempre associado à ideia de valor. Portanto, não é correto se referir a essa característica como nível de isolação. (ver também: isolação e isolamento)
Perfilado Eletrocalha ou bandeja de dimensões transversais reduzidas. Pode ou não ter tampa.
transmitida para uma indutância é positiva. Sua unidade de medida é o var (var) e seu símbolo (Q). Do conhecido triângulo de potências, a potência reativa é a altura do triângulo retângulo.
Quadro de distribuição Conjunto contendo dispositivos de manobra ou de proteção (por exemplo, dispositivo-fusível ou minidisjuntor) associados a um ou mais circuitos de saída, alimentados por um ou mais circuitos de entrada, juntamente com os bornes para os condutores neutro e os condutores do circuito de proteção. Pode incluir também dispositivos de sinalização e outros dispositivos de controle. Os dispositivos de seccionamento podem ser incluídos no quadro de distribuição ou podem ser fornecidos separadamente. Por incrível que possa parecer, o termo mais utilizado pelo mercado (“painel”, ou “painel elétrico”) para designar os quadros de distribuição ou os conjuntos de manobra, é inadequado, já que painel elétrico tem outra definição e aplicação: “é uma estrutura com uma face plana vertical, na qual são instalados os dispositivos necessários ao controle e/ou supervisão de um sistema elétrico (subestação, usina, etc.)”. (ver também:
Exemplo de perfilado sem tampa
conjunto de manobra e comando)
Apoio
Linhas elétricas para baixa tensão
30
serem fenômenos distintos, as formas de proteção também são distintas. Como se vê, o uso correto da terminologia não é apenas uma questão ortográfica, mas sim, técnica, de compreensão de cada fenômeno físico, para a correta identificação, por exemplo, de efeitos patológicos e das proteções necessárias. Exemplo de quadro de distribuição
Quadro de distribuição principal (QDP) Primeiro quadro de distribuição após a entrada da linha elétrica na edificação. Destaque-se que não é necessário que o referido quadro receba esta designação no projeto (pode continuar designando por QGBT, QDG, QG etc.), mas sim que, para efeitos de aplicação de certos requisitos da Norma ABNT NBR 5410, esse quadro será considerado o QDP.
Temperatura ambiente Temperatura do ar ou de outro meio no qual um componente da instalação elétrica é previsto para ser instalado. Essa temperatura é de suma importância na determinação da capacidade de condução de corrente de qualquer componente elétrico e não deve ser confundida com a temperatura do serviço de meteorologia.
Tensão (elétrica)
Por exemplo, em edifícios residenciais, o QDP é a primeira caixa,
Grandeza escalar igual à integral de linha do vetor campo elétrico,
normalmente no centro de medição, que recebe os condutores que vêm
de um ponto a outro ao longo de um percurso dado. Num campo
da entrada de energia elétrica.
irrotacional, a tensão é independente do percurso considerado e é igual à diferença de potencial entre os dois pontos dados. Sua unidade
Quadro de distribuição terminal Quadro de distribuição destinado a alimentar exclusivamente circuitos terminais. Também pode ser designado simplesmente por quadro terminal.
de medida é o volt (V) e seu símbolo pode ser (V) ou (U). Não se deve utilizar o termo voltagem.
Terminal Parte condutora de um dispositivo elétrico, na qual se liga o condutor
SELV É a sigla em inglês de safety extra-low voltage, que é um sistema de extrabaixa tensão, eletricamente separado da terra, de outros sistemas e de tal modo que a ocorrência de uma única falta não resulta em risco de choque elétrico. O elemento que merece destaque nesse tipo de sistema é a fonte. Não
correspondente do circuito externo. Também pode ser o conector que se fixa na extremidade de um fio ou cabo, para fazer a ligação deste a um terminal de equipamento ou a um outro conector. Como nesta série de artigos serão feitas menções a alguns organismos, entidades e órgãos públicos, segue também o significado das diversas siglas que serão utilizadas:
pode ser qualquer tipo de fonte. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
Sobrecorrente Corrente cujo valor excede o valor nominal. Para condutores, o valor
Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica
nominal é a sua capacidade de condução de corrente (IZ). Uma sobrecorrente
CFT – Conselho Federal dos Técnicos Industriais
pode ser causada por uma sobrecarga ou por um curto-circuito.
Crea – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
Deve-se ter muito cuidado no uso dos termos sobrecorrente
Fascículo
AMN – Asociación Mercosur de Normalización
IEC – International Electrotechnical Commission
e sobrecarga, pois costumam ser aplicados de forma equivocada,
ISO – International Organization for Standardization
como sendo sinônimos, ou ainda, não caracterizando corretamente o
*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica.
fenômeno físico.
Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção
Por outro lado é muito comum em notícias de incêndio de origem
e perícia de instalações elétricas. É membro da Comissão que revisa a Norma
elétrica, atribuir a causa provável, a um curto-circuito. Ora, como o
ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação.
curto-circuito é um caso particular de sobrecorrente, e, ainda, se a causa é
Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia.
“provável”, então o correto seria citar a sobrecorrente e não o curto-circuito,
Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma
como causa provável do incêndio. Afinal, uma corrente de sobrecarga,
instalação elétrica no Brasil, no âmbito do INMETRO, em 2001. Consultor e
seguida ou não de curto-circuito, também pode provocar incêndio.
diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br
É importante que o profissional, principalmente na função de perito, esteja atento a essas importantes diferenças para não se deixar levar por certas declarações ou laudos equivocados emitidos por autoridade e, com isso, ter o seu raciocínio “contaminado”. Outro detalhe importante é que, pelo fato da sobrecarga e do curto-circuito
Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Renováveis Apoio
ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 3 - Edição 33 / Março de 2019
FASCÍCULO
Tecnologia fotovoltaica e módulos NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA EÓLICA: Crescem os números das eólicas no mundo COLUNA SOLAR: Financiamento para energia solar fotovoltaica: informação é ferramenta indispensável APOIO
31
Apoio
32
Fascículo
Renováveis
Por Hans Rauschmayer*
Tecnologia fotovoltaica e módulos
Apoio
33
1 - ntrodução
No primeiro fascículo aprendemos as características de sistemas fotovoltaicos conectados
à rede (SFCR), instalados em geração distribuída (GD). O segundo fascículo explanou o passoa-passo para elaborar um projeto deste tipo, abrangendo questões legais brasileiras e questões técnicas, que independem do país da instalação, e questões estéticas, individuais para cada cliente. Concluímos com a visão do cálculo do retorno de investimento do projeto.
No presente fascículo abordaremos a tecnologia fotovoltaica, que transforma a luz em
energia, e as características dos módulos fotovoltaicos. 2 - A composição da irradiação
Figura 1: A composição da irradiação
Antes de nos debruçarmos sobre a tecnologia em si precisamos entender melhor nossa fonte
energética, a radiação solar. Ela chega aos módulos fotovoltaicos por três caminhos: • a irradiação direta chega em linha reta e é reduzida pela atmosfera e eventuais nuvens; • a irradiação difusa é aquela refletida por partículas na atmosfera; • o albedo é a radiação refletida pelos arredores da instalação; • os módulos aproveitam a irradiação total, que é a soma da irradiação direta, difusa e do albedo
A Norma NBR 10899:2006 define a terminologia da energia solar fotovoltaica. Importante é
diferenciar entre os seguintes termos: • a Irradiância solar G é a potência incidente em uma área num determinado instante, medida em W/m²; • a Irradiação I ou H é o integral da irradiância, portanto é a energia que incide num certo intervalo, acumulado por hora, dia, mês ou ano [Wh/m²].
Apoio
Fascículo
34
3 - A tecnologia fotovoltaica
Renováveis
da energia. Ele é produzido em paralelepípedos que permitem, depois de cortados, preencher o módulo sem buracos entre as células. Essa diferença permite distinguir visualmente as duas tecnologias (figura 3). Qual tecnologia escolher? • Silício monocristalino é mais eficiente (até 24%) do que o policristalino (até 19%). A maior eficiência reduz a área ocupada e o custo com suporte, cabeamento e mão de obra durante a instalação. Por si só, a eficiência não representa uma vantagem para o cliente, mas deve ser avaliada no contexto do projeto inteiro. • Perdas relacionadas à temperatura são significativas (veremos a seguir), especialmente no nosso país tropical, e geralmente menor na tecnologia monocristalina.
Figura 2: A geração de energia numa célula fotovoltaica
Base da tecnologia fotovoltaica é um material semicondutor (figura
Há várias tecnologias adicionais (ex. PERC) que aumentam a
eficiência, mas podem ter efeitos adversos em clima tropical. É importante acompanhar as notícias a respeito.
Além do silício cristalino há outros materiais, como filme fino ou
2: massa azul) que contém elétrons com baixa ligação aos átomos.
orgânicos, sendo que silício cristalino corresponde por 94% do mercado
Quando um raio de luz, na forma de um fóton (raio amarelo na figura),
mundial. Por causa dessa predominância, que deve ser ainda maior no
alcança um desses elétrons (bolinha laranja), este consegue se liberar e
Brasil, os fascículos a seguir se concentram em módulos cristalinos.
escapar aos condutores (trilhos cinzas na superfície).
Um fio elétrico conduz o elétron a uma carga (a lâmpada, na figura),
5 - Combinação de células fotovoltaicos
de onde um segundo fio o leva de volta até o condutor inferior da célula fotovoltaica, fechando assim o circuito elétrico. As bolinhas azuis na imagem representam “buracos”, cargas positivas à espera de elétrons. Durante o processo ocorrem diversas perdas, cujo detalhamento extrapola o presente fascículo.
Tradicionalmente, as células são captam luz somente pelo lado
frontal. Em instalações de grande porte, a tendência é o uso de células bifaciais, onde a radiação refletida pelo ambiente também é aproveitada. 4 - Materiais fotovoltaicos
Figura 4: Composição de células fotovoltaicas em módulos e arranjos
A dimensão mais comum das células fotovoltaicas é de 156 mm
x 156 mm. Cada célula produz uma tensão de aproximadamente 0,5 Figura 3: Comparação entre módulo monocristalino (esq.) e policristalino
O material mais usado na fabricação de células fotovoltaicas é silício
cristalino ultra purificado. Há dois processos distintos de fabricação: • o silício monocristalino é produzido em cristais uniformes, no formato de cilindros, que são cortados em lâminas quadradas (wafer) com pontas chanfradas; • o silício policristalino (também chamado de multicristalino) não apresenta a uniformidade cristalina, o que causa perdas na geração
V. Para formar um módulo, as células são combinadas por ligação em série. Os formatos mais comuns para sistemas conectados à rede são módulos de 60 células (tensão na faixa de 30 V) e 72 células (tensão na faixa de 36 V).
O tamanho dos módulos é muito similar entre os diferentes
fabricantes: módulos de 60 células têm 1m de largura por 1,65m de comprimento, enquanto os de 72 células tem dimensão de 1 m x 2 m. Ambos podem ser instalados na posição retrato ou paisagem.
Módulos destinados a sistemas com baterias costumam ser
compostos de 36 células e são fabricados em diversos formatos.
Apoio
35
A combinação de módulos numa instalação real é denominada
• I sc determina a corrente de curto circuito (do inglês short circuit
de “painel fotovoltaico”, conforme NBR 10899, o que pode causar
= SC). Ela ocorre quando os conectores do módulo são interligados
equívocos, já que o próprio módulo também costuma ser chamado de
diretamente. Vale observar que o módulo, sob curto circuito,
painel (de inglês panel). O termo arranjo fotovoltaico evita este equívoco,
não é danificado. Ele simplesmente mantém uma certa corrente
mas se refere mais à conexão elétrica do que à montagem física dos
passando pelos condutores enquanto há incidência de luz.
módulos.
• Voc determina a tensão de circuito aberto (do inglês open circuit =
OC) que ocorre quando o módulo está desconectado.
Normas aplicáveis:
• Na faixa inferior da tensão observamos um longo trecho quase • ABNT NBR 10899:2006 — Energia solar fotovoltaica – Terminologia
constante e uma brusca queda após o ponto V PMP, que é deduzido da
• ABNT NBR 11876:2010 — Módulos fotovoltaicos — Especificação
segunda curva.
• IEC 61215 — Módulos fotovoltaicos em silício cristalino para
• O módulo, portanto, é um gerador de corrente.
aplicações terrestres - qualificação do design e aprovação do tipo.
A segunda curva apresenta a potência P do módulo sobre a tensão
• IEC 61646 — o mesmo para módulos de Filme Fino
V. Vejamos as características:
• IEC 61730 — qualificação de segurança de módulos fotovoltaicos
• como a potência é o produto de tensão com corrente P = I x V, e
• EN 50380 — Informação de folha de dados e dados de placa para
a corrente é praticamente constante em grande parte da faixa, a
módulos fotovoltaicos
curva ascende de forma quase linear;
• Inmetro portaria 004/2011 e 357/2014
• ela alcança o Ponto de Máxima Potência PPMP (em inglês seria PMPP = máximum power point) para depois cair fortemente. A potência
6 - Características elétricas de módulos fotovoltaicos
nominal do módulo é aquela determinada no ponto PPMP; • a tensão V PMP e a corrente IPMP são deduzidos do ponto PPMP. 7 - Características elétricas sob influências climáticas
As curvas apresentadas no item anterior e as características
informadas na ficha técnica do produto são obtidas em laboratório, sobre as seguintes condições padrão de teste (STC = standard test conditions): • irradiância de 1000 W/m², o que corresponde ao valor máximo possível em radiação direta sobre a superfície da terra; • temperatura de 25° C (na célula); • espectro solar conforme AM = 1,5 (Air mass factor)
Numa instalação real, essa combinação de condições raramente
é alcançada. As condições climáticas variam constantemente e, com elas, as características elétricas do módulo. 7.1 - A influência da irradiância Figura 5: Curvas características de módulos fotovoltaicos
A célula fotovoltaica gera energia em corrente contínua (c.c.),
A figura 6 mostra a influência da irradiância sobre as
características elétricas: • a irradiância determina a corrente, já que a quantidade de fótons
com um polo positivo e um negativo. Outras fontes em c.c. que
determina a quantidade de elétrons, responsáveis pelo fluxo
conhecemos são baterias, mas com características completamente
elétrico;
diferentes, como veremos a seguir.
• a tensão é pouco afetada e alcança 30 V já com uma luz
crepuscular;
Na figura 5, a curva roxa apresenta a corrente I gerada pelo
módulo em determinação da tensão V de saída, com as seguintes
• a potência, sendo o produto de tensão e corrente, segue a
características:
irradiância.
Apoio
Fascículo
36
Renováveis • com a tensão, a potência é reduzida também, numa proporção de aproximadamente 0,4% / °C
O resultado é uma perda que pode chegar a 20% em relação à
potência nominal, quando o módulo alcança 75°C (no sistema da empresa Solarize, isso acontece em alguns momentos do ano). O efeito inverso ocorre, quando a temperatura do módulo cai abaixo de 25°C: a tensão aumenta acima dos valores informados na ficha técnica, e este aumento precisa ser levado em consideração na hora de compor módulos com um inversor, como veremos em outro fascículo. 7.3 - A variação climática e o seguidor do ponto de máxima potência
Figura 6: A influência da irradiância
7.2 - A influência da temperatura
Figura 8: Curvas de geração em dias com clima diferente
Em dias de céu aberto, as condições climáticas mudam de forma
gradativa, como mostra a curva vermelha na figura 8, obtida através de um monitoramento de um sistema solar ao longo de um dia. Já com a passagem de nuvens (curva azul, gravada em outro dia), as mudanças são abruptas. A irradiância chega a superar o máximo teórico de 1000 W/m² quando a irradiação direta se soma com irradiação refletida por nuvens.
Com as condições climáticas oscilam também os parâmetros
elétricos dos módulos. É tarefa do inversor assegurar que a potência máxima seja extraída dos módulos a qualquer instante, e ele conta com um elemento chamado seguidor do ponto de máxima potência (SPMP, em inglês MPP tracker = MPPT). O SPMP varia a tensão continuamente e observa a potência fornecida pelos módulos. 8 - A estrutura física do módulo
A figura 9 mostra a estrutura física do módulo:
Figura 7: A Influência da Temperatura
O impacto da temperatura é apresentada em figura 7:
• a corrente aumenta ligeiramente; • a tensão cai de forma significativa. A ficha técnica do módulo informa o coeficiente, na faixa de 0,3% / °C;
• a célula é envolvida entre dois filmes transparentes de EVA; • por cima, ela é protegida por um vidro especial, de baixo teor de ferro, o que garante maior transparência; • por baixo, um filme Tedlar (backsheet) protege o conjunto. • as camadas são laminadas em forno, para garantir a proteção contra
Apoio
37
Figura 9: A estrutura física de um módulo com moldura
Figura 10: A estrutura de um módulo vidro-vidro
umidade e oxigênio;
é extrair o máximo de energia dos módulos, o que ocorre em corrente
• a moldura em alumínio anodizado, que permite fixação e aterramento,
contínua, e transformá-la em corrente alternada.
contém outra vedação de silicone.
Opcionalmente, os módulos são fornecidos com moldura e filme
Tedlar pretos, para formar uma superfície de cor uniforme.
*Hans Rauschmayer é sócio-gerente da Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize. com.br]. Reconhecido especialista em energia
9 - Previsão
solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e vários
No próximo fascículo conheceremos o inversor, cuja tarefa principal
programas de TV.
38
Notícias
renováveis
Geração de energia eólica cresce 15% em 2018 Representatividade da fonte chega a 8,4% de toda energia produzida no SIN - Sistema Interligado Nacional
Ranking Consolidado – 10 maiores produtores de energia eólica Posição
Estado
2018 (MW médios)
2017 (MW médios)
Diferença
1º
Rio Grande do Norte
1.505,4
1.455,3
+ 3,4%
2º
Bahia
1.255,9
889,9
+ 41,1%
3º
Ceará
772,3
718,6
+ 7,5%
4º
Piauí
638,0
524,1
+ 21,7%
5º
Rio Grande do Sul
634,1
637,4
- 0,5%
6º
Pernambuco
284,4
255,3
+ 11,4%
7º
Maranhão
112,5
62,1
+ 81,1%
8º
Paraíba
64,9
28,6
+ 126,8%
9º
Santa Catarina
19,5
26,7
- 26,7%
10º
Sergipe
9,1
8,4
+ 8,7%
MW em capacidade instalada,
maior produtor de energia
do boletim InfoMercado
número 15,5% superior
eólica no país com 1.505,4 MW
da CCEE, ao final de 2018,
mensal da CCEE - Câmara de
frente aos 12.589,7 MW de
médios de energia entregues
confirmam ainda o estado do
Comercialização de Energia
capacidade das 494 unidades
no período analisado. Na
Rio Grande do Norte com a
Elétrica indicam que a geração
geradoras existentes em
sequência, aparecem a Bahia
maior capacidade instalada,
de energia eólica em operação
dezembro de 2017.
com 1.255,9 MW médios
somando 3.849,8 MW. Em
produzidos e o Ceará com
seguida aparece a Bahia com
772,3 MW médios. Em quarto
3.550 MW, o Ceará com
lugar aparece o Piauí com 638
2.347,8 MW, o Rio Grande
MW médios, ultrapassando o
do Sul com 1.777,9 MW e o
Dados consolidados
comercial no país cresceu 15% em 2018. As usinas movidas
Geração Eólica por Estado
pela força do vento produziram Quando a análise foca
Os dados consolidados
5.304,4 MW médios frente aos
4.618,9 MW médios entregues
na geração por estado, o Rio
Rio Grande do Sul que ficou com
Piauí com 1.638,1 MW de
ao SIN - Sistema Interligado
Grande do Norte segue como
634,1 MW médios.
capacidade.
Nacional em 2017.
A representatividade da
fonte eólica em relação a toda energia gerada no período pelas
Ranking – Os 10 maiores estados em capacidade instalada de energia eólica Posição
Estado
2018 (MW)
2017 (MW)
Diferença
8,4%. A fonte hidráulica
1º
Rio Grande do Norte
3.849,8
3.548,6
+ 8,5%
(incluindo as Pequenas
2º
Bahia
3.550,0
2.414,9
+ 47%
Centrais Hidrelétricas – PCHs)
3º
Ceará
2.347,8
2.134,9
+ 10%
foi responsável por 72,6%
4º
Rio Grande do Sul
1.777,9
1.777,9
0%
do total e as usinas térmicas
5º
Piauí
1.638,1
1.443,1
+ 13,5%
responderam por 19% incluindo
6º
Pernambuco
597,3
597,3
0%
as usinas solares.
7º
Maranhão
328,8
220,8
+ 48,9%
8º
Santa Catarina
224,1
224,1
0%
9º
Paraíba
154,0
154,0
0%
10º
Sergipe
34,5
34,5
0%
usinas do Sistema alcançou
Ao final de dezembro, a
CCEE contabilizou 570 usinas eólicas em operação comercial no país que somavam 14.541,7
Notícias
renováveis
Mundo investe US$ 332,1 bilhões em fontes renováveis de geração elétrica em 2018 interessados em tudo sobre a
A energia eólica ficou em
por combustíveis fósseis, subiram
Bloomberg New Energy Finance
energia solar.
segundo lugar nos investimentos,
12% e ficaram em segundo, com
mostrou que os investimentos
com US$ 128,6 bilhões, seguida
U$ 64,2 bilhões aplicados em
em fontes renováveis de geração
entretanto, esse total representa
pela Biomassa, com U$ 6,3
energias limpas. Mas o maior
elétrica em 2018 totalizaram
uma queda de 24% em relação
bilhões, e biocombustível, com
crescimento foi registrado pela
US$ 332,1 bilhões. Isso marca o
a 2017, o que, de acordo com
US$ 3 bilhões.
Europa, que ficou 27% acima de
quinto ano consecutivo em que os
os responsáveis pela pesquisa,
2017 e fechou 2018 em terceiro
investimentos em fontes limpas
se deve à mudança abrupta do
investimentos destacados foram a
lugar, com US$ 74,5 bilhões
passam dos US$ 300 bilhões,
governo da China, líder mundial,
Geotérmica, com US$ 1,8 bilhões,
investidos nas renováveis.
embora o volume deste ano
nos investimentos na solar no
Hídrica de pequeno porte, com
tenha ficado 8% abaixo do total
meio do ano passado.
US$1,7 bilhões e Marítima, com
tecnologias de geração limpa
investido em 2017.
US$ 180 milhões. Entre os países
atingindo valores competitivos
pesquisadores da Bloomberg
que mais investiram, a China mais
em relação aos combustíveis
investimento, a solar fotovoltaica
estima que a capacidade
uma vez ficou em primeiro, com
fósseis, é esperado que as
foi a primeira, com US$ 130,8
instalada da energia solar
US$ 100,1 bilhões, uma queda de
renováveis sigam essa linha de
bilhões acumulados em 2018, o
em 2018 tenha sido de 109
32% em relação a 2017.
crescimento e se tornem líderes
que mostra que os países, assim
gigawatts, mais que os 99 GW de
na geração elétrica mundial nos
como os consumidores, estão
2017.
com um governo ligado à geração
O relatório anual da
Entre as fontes com maior
Segundo o relatório,
Contudo, o time de
Outras fontes com
Os Estados Unidos, mesmo
Com os preços das
próximos anos.
39
Energia solar fotovoltaica
40
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.
Camila Ramos é Diretora da CELA Clean Energy Latin America
Financiamento para energia solar fotovoltaica: informação é ferramenta indispensável financeiras do Brasil estão ganhando
empresas (PJ) e cidadãos (PF) que
disponíveis, ainda existem
tem apresentado taxas de
mais experiência com projetos da
buscam reduzir seus gastos com
importantes barreiras a serem
crescimento expressivas no Brasil,
fonte. Alinhadas às recomendações
energia elétrica por meio da energia
superadas: (i) o acesso à informação
ultrapassando a marca 2,5 GW de
trazidas pela Associação Brasileira
solar fotovoltaica.
sobre financiamento; (ii) a curva
capacidade instalada em fevereiro
de Energia Solar Fotovoltaica
de aprendizado das instituições
de 2019. Mais da metade dos novos
(ABSOLAR), muitas instituições
financiamento são destinadas
financeiras sobre os baixos riscos
projetos entraram em operação
financeiras atuantes no País têm
a projetos de pequeno e médio
da tecnologia; (iii) a agilidade na
em 2018. Apesar de ainda ser a
desenvolvido novos produtos
portes (até 5 MW). O motivo está
aprovação do crédito com base em
7ª fonte em potência instalada
financeiros, bem como aprimorado
no crescente número de projetos
critérios padronizados de projetos
na matriz elétrica do País, o setor
produtos já existentes, uma
– já são mais de 60 mil sistemas
e contratos (inclusive no ACL); (iv)
movimentou impressionantes R$
excelente notícia para o mercado.
de geração distribuída solar
a dificuldade das empresas em
9 bilhões só em 2018, de acordo
Esta é uma das principais conclusões
fotovoltaica em operação no Brasil.
escolher linhas mais adequadas a
com levantamento da CELA. Este
do recente mapeamento de linhas de
Em termos de montantes financeiros
seus projetos; e (v) a necessidade
valor sinaliza a oportunidade que
financiamento para projetos solares
disponíveis, no entanto, os maiores
de apresentação de garantias para a
a tecnologia representa para a
fotovoltaicos no Brasil, realizado
financiamentos são voltados a
concessão do crédito são alguns dos
sociedade brasileira, especialmente
pela ABSOLAR em parceria com a
projetos de grande escala. Do total,
desafios enfrentados.
aos consumidores e ao setor, mas
Clean Energy Latin America (CELA),
44% das linhas de financiamento
também aponta um desafio em
lançado em fevereiro de 2019.
podem ser acessadas por PJs e
para superar essas barreiras. Por
termos de financiamento para seu
PFs, outros 44% estão disponíveis
meio de seu Grupo de Trabalho de
crescimento continuado.
auxiliar o mercado na busca,
somente para PJs, e 12% são
Financiamento, a ABSOLAR, em
A energia solar fotovoltaica
O estudo foi elaborado para
A maioria das linhas de
Há diversas iniciativas possíveis
análise e seleção de opções de
exclusivas para PFs.
conjunto com seus associados
desenvolvimento do Brasil financiaram
financiamento (dívida) apropriadas
e instituições financeiras, tem
R$ 5,1 bilhões em projetos da fonte
para projetos de energia solar
e a continuada redução no preço
atuado ativamente na superação
solar fotovoltaica. Outros R$ 485
fotovoltaica. As informações,
da energia solar fotovoltaica são
desses obstáculos. A divulgação de
milhões foram viabilizados por meio
atualizadas periodicamente, já
fundamentais para democratizar
informações sobre os instrumentos
da emissão de debêntures, cada vez
estão disponíveis gratuitamente
o acesso à tecnologia aos
financeiros disponíveis para a
mais competitivas. O restante dos R$
por meio do website da Associação,
consumidores públicos e privados.
energia solar fotovoltaica é exemplo
9 bilhões movimentados pelo setor
disponível em: www.absolar.org.br/
Com a geração distribuída solar
deste empenho setorial. Com o
naquele ano foi obtido por meio de
financiamento.
fotovoltaica, os brasileiros ganham
amadurecimento do mercado,
capital do próprio investidor (equity),
De acordo com o levantamento,
mais liberdade, poder de escolha e
teremos um aumento cada vez maior
bem como das demais opções
as opções disponíveis são inúmeras
controle na gestão da sua conta de
na experiência das instituições
de financiamento disponíveis no
e diversificadas, com 70 produtos de
energia elétrica. Por sua vez, com a
financeiras na análise de crédito ao
mercado.
crédito de 26 instituições financeiras
geração centralizada, o País conta
setor, contribuindo para acelerar
Em 2018, os principais bancos de
A ampliação da oferta de crédito
distintas, tanto públicas quanto
com energia limpa, competitiva
o acesso à tecnologia. Assim, os
países com mercados mais maduros,
privadas, confirmando a abrangência
e previsível. Graças às linhas de
consumidores brasileiros poderão
como os Estados Unidos, onde
e o interesse dos agentes financeiros
financiamento, mesmo quem não
aproveitar cada vez mais os
há oferta de inúmeros produtos
neste mercado promissor e com
tiver recursos próprios pode se tornar
benefícios provenientes da fonte
financeiros para a energia solar
forte crescimento. Há linhas de
um gerador de energia renovável.
solar fotovoltaica e aliviar seus
fotovoltaica, as instituições
financiamento disponíveis para
orçamentos com o poder do sol.
Em linha com o histórico de
Apesar das diversas linhas
Energia Eólica
41
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Crescem os números das eólicas no mundo
A cada ano que passa, os
dados globais divulgados pelo GWEC (Global Wind Energy Council), o Conselho Global de Energia Eólica, mostram que a energia eólica é um negócio cada vez mais robusto, firme e que cresce impactando positivamente as regiões onde chega, contribuindo para um futuro mais sustentável. Os dados de 2018 divulgados no final de fevereiro revelaram que o setor de energia eólica instalou 51,3 GW de nova capacidade eólica em 2018 no mundo.
década e depois, como parte da
e quarto lugares estão China,
agora para nós, estivemos em
Desde 2014, o mercado global
contínua mudança da Europa
Estados Unidos, Alemanha e
quarto lugar. Em 2017, quando
de energia eólica vem instalando
para a Ásia como a região
Índia, que instalaram, no ano
instalamos 2 GW, até um
acima de 50 GW de nova
propulsora do desenvolvimento
passado, 21,20 GW, 7,58
pouco mais que o ano passado,
capacidade a cada ano.
eólico. Por fim, o GWEC analisa,
GW, 2,40 GW e 2,19 GW
ficamos em 6º lugar porque
no entanto, o apoio e a política
respectivamente.
Reino Unido e Índia tiveram uma
instalada no mundo atingiu
do governo são fundamentais
grande instalação naquele ano.
591 GW no final de 2018, um
para permitir um crescimento
para o Brasil, já que nos
Nossa expectativa agora é pelo
crescimento de 9,6% em relação
mais rápido do mercado em
mantém entre os países que
Ranking de Capacidade Eólica
ao final de 2017. No relatório
regiões importantes como o
se destacam no crescimento
Acumulada, que soma tudo
divulgado, Bem Backwell, CEO
Sudeste Asiático.
do mercado de energia eólica.
de eólica que os países têm
do GWEC, explicou que 2018
Importante contextualizar, no
instalado e que será divulgado
foi um ano positivo para a
conseguimos um bom resultado.
entanto, que, neste ranking,
pelo GWEC no início de abril.
energia eólica em todos os
No ano passado, o País instalou
o que conta é o resultado
No Ranking de Capacidade
principais mercados, com a
1,9 GW em 2018, ficando
específico do ano, então há
Acumulada, a energia eólica
China liderando o crescimento
em quinto lugar no Ranking
oscilações frequentes. Em
vem ganhando novas posições
onshore e offshore. Ele avaliou
de capacidade eólica nova
2012, por exemplo, estivemos
de forma constante, saindo do
ainda que é esperado um enorme
onshore instalada em 2018.
em oitavo lugar e, em 2015,
15º lugar em 2012 para 8º
crescimento na Ásia na próxima
Em primeiro, segundo, terceiro
ano de instalação recorde até
lugar em 2017.
A capacidade eólica total
No caso do Brasil,
Este é um ótimo resultado
42
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas, Tomadas e Interruptores
O Setor Elétrico / Março de 2018 2019
Mercados de linhas elétricas e de interruptores e tomadas esperam crescer 17% em 2019 O aumento de projetos de infraestrutura impulsiona o segmento neste ano
O segmento de linhas elétricas (fabricantes e distribuidoras)
Previsões de crescimento
espera crescer 17% em 2019. Os dados são da pesquisa realizada pela Revista O Setor Elétrico (OSE) com cerca de 40 empresas do setor. Em 2018, o crescimento foi de 11% em comparação ao ano anterior. Já em relação ao tamanho anual total do mercado para este ano, a expectativa de crescimento é 14%, com aumento de cerca de 5% na contratação de funcionários. de
Para 22% dos entrevistados pela revista OSE, projetos infraestrutura
foram
os
principais
responsáveis
pelo
crescimento do setor. Programas de incentivo do governo (12%), bom momento econômico do País (12%) e aquecimento
Contratação de funcionários em 2019
5% 11%
Crescimento em 2018 comparado ao ano anterior
14%
Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2019
17%
Crescimento percentual para sua empresa em 2019
43
O Setor Elétrico / Março de 2018 2019
do setor da construção civil (12%) também são fatores que
contribuíram para impulsionar o resultado do setor, de acordo
de linhas elétricas (88%), seguido pela área comercial (61%),
com os entrevistados.
residencial (33%) e público (27%).
Fatores que influenciam o mercado brasileiro de linhas elétricas
Principais segmentos de atuação
20%
A indústria é o principal segmento de atuação do mercado
12%
Outros
Programas de incentivo da governo
1%
Público
27%
Crise Política 12% 3%
Desvalorização da moeda brasileira
Bom momento econômico do país
33%
3%
Falta de normalização e/ou legislação
Comercial
61%
3%
Falta de confiança dos investidores
Residencial
5%
Industrial
88%
Desaceleração da economia brasileira 12%
Setor da construção civil aquecido
3%
Incentivos por força de legislação ou normalização 22%
Projetos de infraestrutura
A pesquisa do OSE também aponta que a venda direta ao
2%
consumidor lidera o canal de venda do segmento de linhas
Setor da construção civil desaquecido
elétricas, com 82%. Revendas e varejistas respondem por 75% do canal de venda, distribuidores e atacadistas (52%), telemarketing (24%), Internet (12%) e outros (12%).
44
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas, Tomadas e Interruptores Principais canais de vendas
12% 12%
Faturamento médio anual das empresas fabricantes e distribuidoras de linhas elétricas
6%
12%
Outros
Até R$ 5 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Internet
24%
O Setor Elétrico / Março de 2018
18%
52%
23%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
Telemarketing
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
Distribuidores / atacadistas Revendas / varejistas
75%
Venda direta ao cliente final
82%
12%
29%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
Em relação aos materiais mais vendidos, o segmento mostra-se bastante pulverizado. Em primeiro lugar no ranking está o eletroduto flexível (33%). Em seguida, empatados com 30%, estão o eletroduto metálico e o rígido. Também empatados com 24% encontram-se as canaletas de sobrepor e
os barramentos blindados.
mais comercializado, o duto de piso é o mais vendido para as
Produtos mais comercializados
empresas que faturam até R$ 10 milhões. Já os eletrodutos flexíveis
Em relação ao tamanho anual total de acordo com cada produto
são responsáveis pela maioria das vendas das empresas que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões.
Eletroduto Flexível
21% 21%
Eletroduto Metálico Eletroduto Rígido Canaleta de Sobrepor
21% 24%
com tampa (43%) e eletrocalha sem tampa (42%) são os produtos que impulsionam as empresas com faturamento entre R$ 30 milhões a R$ 50 milhões.
21% 21%
Perfilados (43%), eletrocalha armada (43%), bandeja - eletrocalha
Barramentos Blindados Duto de Piso
das empresas entre R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, as canaletas de sobrepor para as que faturam entre de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões e os eletrodutos metálicos para as que faturam entre R$ 200 milhões a R$ 500 milhões.
Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de linhas elétricas
Perfilado
24%
Os barramentos blindados são os responsáveis pelo faturamento
Até R$ 10 milhões
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
Eletrocalha (sem tampa)
Eletroduto Metálico
40%
30%
10%
0%
0%
20%
Eletroduto Rígido
30%
30%
20%
0%
10%
10%
Eletroduto Flexível
45%
36%
9%
0%
0%
10%
Canaleta de Sobrepor
50%
25%
12%
0%
13%
0%
Duto de Piso
57%
15%
14%
14%
0%
0%
e distribuidoras de linhas elétricas (29%) têm o faturamento
Perfilado
28%
29%
43%
0%
0%
0%
médio anual na casa entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões. A
Eletrocalha
29%
14%
42%
0%
0%
15%
30%
Eletrocalha Aramada
30% 33%
Bandeja (eletrocalha com tampa)
Segundo a pesquisa, a maioria das empresas fabricantes
fatia de 23% fatura entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões e 18%,
(sem tampa)
entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões. Empatados com 12%
Eletrocalha Aramada
28%
29%
43%
0%
0%
0%
estão as companhias que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 20
Bandeja
29%
28%
43%
0%
0%
0%
milhões e de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões. Por último, com
(eletrocalha com tampa)
37%
0%
13%
38%
12%
0%
5% estão as que faturam até R$ 5 milhões.
Barramentos Blindados
45
O Setor Elétrico / Março de 2018
Expectativas das empresas de interruptores e tomadas é crescer 17% em 2019
governo (17%), bom momento econômico do País (10%), setor da
Contratação de funcionários deve aumentar 12% neste ano, principalmente devido a programas de incentivo do governo
(10%).
construção civil aquecido, projetos de infraestrutura (10%) e incentivos por força de legislação ou normalização (10%). Por outro lado, algumas empresas acreditam que a economia e o setor da construção civil ainda estão desaquecidos (10%) e ainda a falta de normalização e legislação
A pesquisa ainda aponta que metade das empresas de tomadas e
interruptores (50%) faturam entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões por As empresas de interruptores e tomadas devem crescer 17% em 2019,
ano. Empatadas com 17% são as que faturam entre R$ 50 milhões a
segundo pesquisa da revista O Setor Elétrico (OSE) com empresas do
R$ 100 milhões e entre R$ 100 a R$ 200 milhões. Por último, 16%
segmento, perspectiva menor em relação a 2018, quando os entrevistados
faturam entre R$ 5 milhões a R$ 10 milhões.
avaliaram que o crescimento foi de 19% em relação a 2017.Já a previsão de aumento para o tamanho anual total desse mercado em 2019 é de 12%, com expectativa também de aumento de 12% na contratação de funcionários.
Faturamento Bruto anual em milhões R$ no ano passado
Previsões de crescimento
17%
Contratação de funcionários em 2019
12% 12%
16%
De 100 milhões a 200 milhões
Crescimento do tamanho anual total do mercado de tomadas e interruptores para o ano de 2019 Crescimento percentual para sua 17% empresa em 2019 Crescimento da sua empresa 2018 comparado ao ano 19% em anterior.
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
17%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 50%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
Segundo a pesquisa da revista OSE, os fatores que devem
impulsionar o crescimento neste ano são programas de incentivo do Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado
3%
Outros
(82%) seguido pelo comercial (73%) e pelo industrial (55%).
17%
3%
Crise Política 3%
Programas de incentivo do governo Principais segmentos de atuação
Desvalorização da moeda brasileira 4%
Falta de confiança dos investidores
O principal setor de atuação desse segmento é o residencial
10%
Bom momento econômico do país
Residencial
82%
10%
Falta de normalização e/ ou legislação 10%
Incentivos por força de legislação ou normalização 10%
Projetos de infraestrutura
73%
10%
Desaceleração da economia brasileira
55%
Comercial
Industrial
10%
Setor da construção civil aquecido 10%
Setor da construção civil desaquecido
De acordo com a pesquisa, distribuidores e atacadistas (86%)
lideram o canal de venda desse segmento. Em segundo lugar estão revendas e varejistas (73%), seguido por venda direta ao cliente final (32%), telemarketing (20%), Internet (19%) e outros (18).
46
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas, Tomadas e Interruptores
O Setor Elétrico / Março de 2018
interruptores e tomadas (55%), caixas interruptoras e tomadas (50%),
Principais canais de vendas
multitomadas (41%), para uso industrial - NBR IEC 60309-1 - (41%) e tomada USB (36%).
Outros
18% 19%
que o dimmer, minuterias e sensores de presença estão empatados
Telemarketing
com 73%. Na sequência vem interruptores para uso residencial e
20%
análogo - uso interno (59%), variadores de luminosidade (dimmer),
Venda direta ao cliente final
32%
também 59%, controles para ventilador (50%), pulsadores para uso
Revendas / varejistas
73% 86%
Já em relação aos interruptores mais vendidos, a pesquisa mostra
Internet
feral (50% e, temporizadores (41%).
Distribuidores / atacadistas Interruptores e outros dispositivos mais comercializados
No ranking das tomadas mais comercializadas estão: para sinal
em geral (dados, Internet, entre outros), com 73% do mercado, para telefonia (68%), para uso residencial e análogo (59%), placas Tomadas e outros dispositivos mais comercializados
Temporizadores
41%
Pulsadores para uso geral
50% 36% 41% 41%
Para uso industrial (NBR IEC 60309-1) Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136) Caixas para interruptores e tomadas
50%
Placas para interruptores e tomadas
55% 59%
Controles para ventilador
50%
Tomada USB
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno Para telefonia
68%
73%
Para sinal em geral (dados, internet, etc.)
59% 59%
Variadores de luminosidade (dimmer) Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno Sensores de presença
73% Minuterias
73% 73%
Dimer
48
Pesquisa - Tomadas e Interruptores
O Setor Elétrico / Março de 2018
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
São Paulo
SP
X
X
www.alumbra.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
Apoio
(11) 3386-7402
www.apoio.ind.br
Sao Paulo
SP
X
X
DNI- KEY WEST
(11) 3933-2120
www.dni.com.br
São Paulo
SP
X
ENERBRAS MATERIAIS ELÉTRICOS
(41) 21113000
www.enerbras.com.br
Campo Largo
PR
X
Exatron
0800 541 3310
www.exatron.com.br
Porto Alegre
RS
X
Finder
(11) 4223-1550
www.finder.com.br
São Caetano do Sul
SP
X
LOJÃO A ELETRICIDADE
(79) 2107-2600
www.lojaoaeletricidade.com.br Aracajú
MarGirius
0800 707 3262
www.margirius.com.br
Porto Ferreira
SP
X
www.mectronic.com.br
São lourenço da Mata
PE
X
Mec-tronic / Eletromar
(81) 2138-7200
Industrial
www.alpha-ex.com.br
(11) 4393-9300
X
X
X
X
(11) 4072-1933
www.melfex.com.br
Diadema
SP
X
PEESA
(11) 3313-4455
www.peesa.com.br
São Paulo
SP
X
PLUZIE MAT. ELETRICOS
(19) 3572-9100
www.pluzie.com.br
Leme
SP
X
Poleoduto
(11) 2413-1200
www.poleoduto.com.br
São Paulo
SP
X
Radial Materiais Elétricos
(11) 3571-2970
www.radial.ind.br
São Paulo
SP
X
X
X
Siemens Iriel
(51) 3478-9000
www.iriel.com.br
Canoas
RS
X
X
X
X
X
Simon Brasil
(11) 3437-8100
www.simonbrasil.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
Soprano
(54) 2101-7070
www.soprano.com.br
Caxias do Sul
RS
X
X
X
X
X
STRAHL
(11) 2818-3838
www.strahl.com
São Paulo
SP
X
X
Tramontina Eletrik S.A.
(54) 3461-8200
www.tramontina.com
Carlos Barbosa
RS
X
X
X
X
X
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net/tomadas
Jaraguá do Sul
SC
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
MELFEX
X
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X
(11) 3933-7533
ALUMBRA
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
X
Alpha Equipamentos Elétricos
Importa produtos acabados
X
X
Exporta produtos acabados
X
X
Programas na área de responsabilidade social
X
SP
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
São Paulo
14001 (ambiental)
X
www.new.abb.com/br
Outros
X
Estado
0800 0149 111
Internet
Revendas / varejistas
X
Cidade
ABB
Telemarketing
Distribuidores / atacadistas
X
Site
SE
Venda direta ao cliente final
Residencial
X
Telefone
Comercial
X
Empresa
Certificado ISO
Principal canal de vendas
9001 (qualidade)
Principal Segmento de atuação
Fabricante
Distribuidora
A empresa é
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X X X X
X X X
X X X
X X X
X X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X X X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X X
X
X
X X
X X
X X
X
X
X
X Dimer Relés de Nível Foot Switches
Tampa para interruptores Relés de temperatura Interruptores com timer
X X X X X X X X
X X X X
X X X X
X X X
X X X X
X X
X X X X X
X X X X X X X X
X X X X X X X
X X X X
X
X
X
X X
X
X
X X X
X X X X
X
X
X X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X X
X
X
X
X
X X X X
x x x x
X
X
X X
X X
X
X X
X X
X
X X
X X X
X X X X
x x x x
X X X X
X X
X X X X X X X
X X X X X X X X
X X X X X X X
X X
X X X X X X
X X
X
X
X
X
X
x
X
X X
X X
X
X X
X
X X X X
X X X
X X
X X X X X X
X X X X X X
X
X
Filtro de linha
Adaptadores
Tomada USB
X X X
X X X
X X X
X X
X
X
X X
X
X X X X
X X X X
Outros
Tomadas para condulete
Tomadas de painel
X
Tomadas de sobrepor
X
Carregadores USB
X
Placas para interruptores e tomadas
Interruptores e outros dispositivos de comando e controle Caixas para interruptores e tomadas
Para áreas classificadas
Para uso industrial (NBR IEC 60309-1)
Para sinal em geral (dados, internet, etc.)
X
Para telefonia
X
Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)
Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno
Outros
Gerenciador de iluminação
Relés foto eletrônicos
Interruptores com sensor de presença
Interruptores alto relevo
Pulsadores de sobrepor
Temporizadores
X
Sensores de presença
X Controles para ventilador
Pulsadores para uso geral
X Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis)
Interruptores para áreas classificadas
Interruptores para uso industrial
Variadores de luminosidade (dimmer)
X Minuterias
Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)
X Pulsadores para uso hospitalar
Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno O Setor Elétrico / Março de 2018
49
Tomadas
X x
X
X
X
X
X X
X
X
Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas
O Setor Elétrico / Março de 2018
X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X
X
X X
X X
X X
X X X X X X
X X
X X
X X
X X X
X X X X X X X
X
X
X
X X
X X
X X X X X X
X X
X
X X
X X X X
X X
X
X X
X
X X X
X
X X
X X X
X
X X
X X
X
X X
X
X X X X X X X X X
X X
X X X X X X X X X X X X
X
X X
X X
X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Programas na área de responsabilidade social
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
14001 (ambiental)
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X
9001 (qualidade)
Outros
Telemarketing
Venda direta ao cliente final
Internet
X X
X
X X
X
X
X
X
X X X X X X X X X X X X X
X
X
X X X X
X
X
X X
X X X
X X X X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X
X X
X X
X
X X X X X X X X
X X X
X X
X
X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X X X X X X X
X
X X X X X X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
X X
X
Importa produtos acabados
X
X X X X X X X X X X X X X X
Revendas / varejistas
X X X
Exporta produtos acabados
X X
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
SP SP SP SP SP CE SP SP SP RS SP SC PR SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SC RS SP SC SC
Público
UF
Guarulhos Mogi Mirim São Paulo São Bernardo do Campo São Paulo Fortaleza Santana de Parnaíba Nova Odessa São Paulo Cachoerinha Guarulhos Corupá Curitiba São Paulo Itaquaquecetuba Suzano Jundiaí Vargen Grande Paulista Mauá Cotia São Paulo Sao Bernardo do Campo Sorocaba Guarulhos Arujá São Paulo São Paulo São Paulo Joinville Carlos Barbosa São Caetano do Sul Jaraguá do Sul Joinville
Residencial
Cidade
www.acabine.com.br www.adsdisjuntores.com.br www.alphamarktec.com.br www.alumbra.com.br www.beghim.com.br www.carmehil.com.br www.deltaperfilados.com.br www.dispan.com.br www.dutoplast.com.br www.dutotec.com.br www.elecon.com.br www.eletropoll.com.br www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.gfctubos.com.br www.gimipogliano.com.br www.hellermanntyton.com.br www.tpcpaineis.com.br www.jea.com.br www.kanaflex.com.br www.multiwayrod.com.br www.novemp.com.br www.obo.com.br www.perfillider.com.br www.poleoduto.com.br www.realperfil.com.br www.salf.com.br www.sptf.com.br www.tigre.com www.tramontina.com www.valemam.com.br www.weg.net www.wetzel.com.br
Comercial
Site
(11) 2842-5252 (19) 3804-1119 (11) 2782-3200 (11) 4393-9300 (11) 2942-4500 (85) 4008-6687 (11) 4705-3133 (19) 3466-9300 (11) 2524-9055 (51) 2117-6600 (11) 2066-4100 (47) 3375-6700 (41) 3383-9290 (11) 2098.0371 (11) 2450-3300 (11) 4752-9900 (11) 2136-9036 (11) 4158-8440 (11) 4547-6000 (11) 37791670 (11) 3437-5600 (11) 4093-5300 (15) 3335-1382 (11) 2412-7787 (11) 2413-1200 (11) 2134-0002 (11) 5614-7333 (11) 2065-3820 0800-7074700 (54) 3461-8200 (11) 3382-8222 (47) 3276-4000 (47) 3451-4033
Fabricante e Distribuidora
Telefone
A.Cabine Materiais Elétricos ADS DISJUNTORES IND. E COM. LTDA Alpha Marktec ALUMBRA BEGHIM CARMEHIL DELTA CANALETAS Dispan Dutoplast DUTOTEC ELECON Eletropoll ELOS Embramat GFC Tubos e Conexões Gimi Pogliano Bar. Blindados HELLERMANN TYTON Indústria Eletromecanica Mrosler JEA KANAFLEX Multiway Novemp OBO BETTERMANN PERFIL LIDER Poleoduto REAL PERFIL SALF S.P.T.F. TIGRE Tramontina Eletrik S.A. Valemam WEG Wetzel
Distribuidora
Empresa
Industrial
Principal Segmento de atuação
A empresa é
Fabricante
50
X X
X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X
X
X
X
X X
X X X
X X X X
X
X X
X
X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X
X X X X X X X X X X X X
X
X X X X
X X
X X X
X
X
X X X
X X X
X X
X X X X
X
X X X X X X
X X X X X X X
X
X X X X X X X
X
X
X X X X X
X
X X X X X
X X X X
X
Material rede compacta Dutos corrugados Emenda de cabos Conexões Caixas de telefonia
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X X
X
X
X X
X
X
X
X X
X X
X X X
X X X X
X
X
X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X X
X X
X X
X X
X X X X X X X X X
X
X X
Outros produtos
Conectores e terminais
Caixa de sobrepor
Caixa de embutir
Conduletes
Caixas de pessagem e de ligação
Materiais para amarração e identificação de cabos
Isoladores
X
Canaletas de alumínio
X
Espaçadores
X
Acessórios preformados
Prensa-cabos
Outras Linhas
Barramentos Blindados
Leito (escada para cabos)
Bandeja (eletrocalha com tampa)
Eletrocalha aramada
Eletrocalha (sem tampa)
Perfilado
Duto de piso
Canaleta de sobrepor
Eletroduto Flexível
Eletroduto Rígido
Eletroduto Metálico
Eletroduto isolante O Setor Elétrico / Março de 2018
51
Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela sua empresa
X
X
X
X X
X X
X
X
X X
52
Tec
O Setor Elétrico / Março de 2019
Por José Carlos Procópio e Henrique Santos*
Caro(a) leitor(a), a partir deste mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque durante realização do CINASE – Circuito Nacional do Setor Elétrico no ano passado.
O painel que enxerga todas as coisas
É notável, ao longo de 120 anos de trajetória, que de tempos em tempos surgem
O setor de energia tem desenvolvido e
evoluções significativas nas soluções para
implementado o conceito de Smart Grids e
Toda essa evolução no faz refletir e revisar
Indústria 4.0 já há algum tempo, baseado
relevantes para épocas passadas, frente à
em avanços das tecnologias da computação e comunicações, para atender a requisitos de melhoria da confiabilidade, segurança e
distribuição elétrica em média tensão. conceitos e hábitos. Soluções consideradas evolução tecnológica, não se mantém hoje tão relevantes. O setor elétrico vem vivendo um momento de transformação digital, impulsionado por projetos de redes inteligentes (smart grids), colocando-se na linha de frente da Internet das Coisas (IoT). Neste contexto, a IoT pode, por exemplo,
eficiência do sistema elétrico. No entanto,
potencializar os resultados de modelos
cumprir esses objetivos não é possível usando
criar sistemas de iluminação inteligentes por
apenas microprocessadores baseados em
entre inúmeras outras.
dispositivos multifuncionais eletrônicos
como também ambientais, através de uma
inteligentes (IEDs) e comunicações.
analíticos para prevenção de falhas técnicas, sensores, prover conexões para medição, Não somente nestes quesitos técnicos, sensível redução na emissão de CO2 e economia de energia. Em uma subestação de 14 linhas por exemplo, é possível economizar energia equivalente a 150 toneladas de CO2 por 30 anos de operação do sistema.
Tec 53
O Setor Elétrico / Março de 2019
Isso corresponde a emissões geradas por
baseadas na combinação de produtos bem
Flexibilidade contra fluxos de carga
um veículo europeu de médio porte, numa
estabelecidos e aceitos no mercado, com as
variável: oferece flexibilidade para
quilometragem de 1.250.000km.
últimas tecnologias e padrões disponíveis,
alterar cargas, fornecida pela energia
para responder a novas aplicações e desafios.
através do disjuntor do alimentador
O setor de energia tem desenvolvido e implementado o conceito de Smart Grids
O resultado é uma nova solução digital
(transformador de corrente). Os sensores
e Indústria 4.0 já há algum tempo, baseado
inovadora para painéis de média tensão que
de corrente e tensão, sucessores dos
em avanços das tecnologias da computação
oferece melhorias significativas aos clientes,
transformadores de corrente e tensão
e comunicações, para atender a requisitos
fornecendo respostas aos mais recentes e
convencional, apresentam características
de melhoria da confiabilidade, segurança e
exigentes requisitos.
lineares, isto é, podem trabalhar com
eficiência do sistema elétrico. No entanto,
A digitalização do painel de média tensão
uma ampla gama de correntes primárias,
cumprir esses objetivos não é possível
baseia-se em uma integração otimizada de
que permite diferentes correntes de carga
usando apenas microprocessadores baseados
sensores de corrente e tensão combinada ao
e modificação dos parâmetros do relé
em dispositivos multifuncionais eletrônicos
mais recente projeto de relés de proteção,
de proteção de uma solução digital de
inteligentes (IEDs) e comunicações. Para a
bem como com a utilização eficiente dos
média tensão. Isso assegura economia
melhoria do retorno sobre o investimento,
meios de comunicação IEC 61850 para
de custos na aquisição e instalação do
inclui-se a redução dos custos de capital
distribuição de sinais internos e externos do
transformador atual, bem como os custos
em equipamentos, bem como o custo de
equipamento.
derivados do tempo de inatividade do
transporte, instalação e manutenção. Um painel de média tensão
Com os novos requisitos e desafios que as
painel de distribuição.
redes de distribuição enfrentam, o painel de
precisa atender a muitos requisitos de
média tensão assume um papel cada vez mais
Entrega rápida: seus sensores evitam a
diferentes tipos de aplicações. Embora
importante neste contexto.
necessidade de especificar todos os detalhes
seja predominantemente utilizado em
A evolução das redes exige, então, um
técnicos necessários para transformadores
subestações de distribuição, também
equipamento ainda mais eficiente, seguro,
de corrente convencionais. Isso impacta
é utilizado em indústrias, instalações
inteligente, confiável, ecológico, fácil de
diretamente nos prazos de início da operação
comerciais, campus universitários,
projetar, instalar e operar.
em até 30% em relação a solução padrão.
assim como na interconexão de recursos energéticos distribuídos. O que significa que o painel precisa ser flexível e preciso em uma ampla faixa de correntes e tensões, ao mesmo
Customizações, mudanças e vantagens do painel digital de média tensão
Para ilustrar, só é necessário especificar dois tipos de sensores de corrente e um tipo de
tempo em que deve ser seguro e confiável, com requisitos mínimos de manutenção. A combinação da tecnologia do
Preparado para atender aos requisitos da rede: o painel digital de média tensão
A evolução das redes
microprocessador, comunicações avançadas,
adapta-se perfeitamente às necessidades,
exige, então, um
IEC 61850 e sensores de corrente e tensão
mesmo na fase final de produção do painel.
permite direcionar os painéis de média tensão
Da mesma forma que ele é preparado para
equipamento ainda
para a era do Smart Grid e a Indústria 4.0.
adaptar-se a todos os eventos de mudanças
mais eficiente, seguro,
na rede. O uso de comunicações de
inteligente, confiável,
O Painel digital de média tensão Considerando o quão conservador
dispositivos digitais e sensores torna possível aproveitar a flexibilidade para implementar
ecológico, fácil de
alterações de última hora nos parâmetros,
projetar, instalar e operar.
o setor de energia elétrica pode ser, é
como corrente nominal, ou modificar os
importante desenvolver soluções inovadoras
esquemas lógicos do projeto elétrico.
54
Tec
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
sensor de tensão para atender a todos os
transformadores de corrente e tensão para
evoluindo significativamente nos últimos
parâmetros de aplicação de um painel de 7,2
outros fins, o painel digital permite a sua
20 anos.
– 17,5kV, 630 – 4000 A, 16 – 50kA.
instalação junto a estes sensores (figura 2).
Os novos relés de proteção colocam requisitos diferentes em equipamentos de
Minimização de custos durante a vida útil: a
medição primária (transformadores de
solução digital em média tensão usa a energia
corrente e tensão) em comparação com relés
de maneira eficiente, sem perdas durante o
eletromecânicos clássicos.
funcionamento do painel. O risco de cortes
Esses novos requisitos também abrem a
de energia pode ser minimizado graças à sua
oportunidade para a utilização de princípios
alta confiabilidade. Os sensores de corrente
de medições avançadas, que oferecem uma
e tensão apresentam consumo irrelevante
ampla gama de benefícios adicionais.
e, por isso, menos energia é necessária para
Os sensores abrem um caminho para
operar o painel. Uma subestação típica com
sinais de corrente e tensão necessários para
14 unidades funcionais de alimentadores
a proteção e monitoramento de sistemas de
de distribuição, por exemplo, permite
energia de média tensão. Essas vantagens
economizar até 250 MWh durante 30 anos de operação em comparação a um painel convencional. Isso representa uma economia de cerca de 13.000 euros. Tudo isso só se torna possível através
Figura 2 – Componentes de painel de média tensão
Os sensores baseados em princípios de
podem ser totalmente utilizadas em conexão com modernos relés de proteção (figura 1). Os sensores de corrente e tensão
medições avançadas foram desenvolvidos
utilizados no Painel Digital MV são
do uso de componentes certificados, como
como sucessores dos transformadores de
projetados sem o uso de um núcleo
sensores de corrente e tensão, IEDs de
medições e proteções convencionais, a
ferromagnético. O sensor atual é baseado
proteção multifuncional e comunicação
fim de alcançar uma redução significativa
no princípio da bobina de Rogowski,
digital IEC 61850.
nas dimensões, aumentando a segurança
enquanto o sensor de tensão usa o princípio
e fornecendo maior padronização
do divisor de tensão resistiva. Esse tipo de
de classificação, com uma faixa de
tecnologia de sensores traz vários benefícios
funcionalidade mais ampla.
importantes para o usuário e o aplicativo.
Por dentro do painel digital de média tensão
Os transformadores de corrente
O principal benefício é que o
convencionais com núcleos magnéticos
comportamento do sensor não é
são baseados em princípios bem
influenciado por uma curva de
conhecidos e foram utilizados com
magnetização, portanto o resultado é
todas as suas limitações por mais de 120
uma resposta linear altamente precisa em
anos. Diferentemente dos equipamentos
uma ampla faixa dinâmica de grandezas
conectados (relés de proteção) que vem
(figura 3).
Figura 1 - Sensores de corrente e tensão
Os sensores de corrente possuem design altamente compacto e otimizado para uso em painel digital de média tensão. Cada compartimento pode acomodar até dois conjuntos de sensores de corrente, instalados no compartimento de cabos ou diretamente no compartimento dos barramentos. Os sensores de corrente e tensão são de alta precisão (classe 0,5), no entanto, quando a medição de faturamento exigir classes de precisão mais altas ou a instalação de
Figura 3 – Comparativo de desempenho entre transformador de corrente convencional e sensor de corrente
O Setor ElĂŠtrico / Janeiro de 2019
Tec 55
Tec
56
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
A curva característica linear e altamente precisa do sensor em toda a faixa operacional permite que várias classes de medição e proteção possam ser combinadas em um dispositivo específico. A tecnologia do sensor significa que não há transferência de energia do lado primário para o secundário, sendo assim as perdas insignificantes. Desta maneira, os sensores exibem consumo de energia
Figura 4 – Sensores com saídas RJ-45
extremamente baixo, cujo valor é apenas uma fração do que é convertido em
Os sensores são conectados diretamente
Barramento de Estação (Station Bus) e o
calor, em um transformador de corrente
ao relé de proteção através de cabos com
Barramento de Processo (Process Bus). O
convencional.
conectores RJ-45. Caso os sensores de corrente
Barramento de Estação, IEC 61850-8-1,
e tensão estejam conectados no mesmo
determina como deve ocorrer a comunicação
significativa de energia durante toda a vida
IED, um adaptador é usado. Os cabos são
entre dispositivos (comunicação horizontal) e
útil do sistema, colaborando com os esforços
conectados a acopladores e estes conectados
destes com o sistema (comunicação vertical).
mundiais para reduzir o seu consumo.
diretamente a um relé de proteção via cabo
Essa comunicação vertical é feita com base
RJ-45, como mostrado na figura 4.
no padrão MMS (Manufacturing Message
Este fato contribui para uma economia
Como os elementos do sensor são particularmente pequenos e os mesmos elementos são usados para medição e
Comunicação IEC 61850
um padrão de mensagens exclusivo da IEC 61850: o GOOSE (Generic Object
proteção, os sensores de corrente e tensão podem ser facilmente integrados no painel.
Specification), enquanto a horizontal, em
A Norma IEC 61850 foi lançada em
Oriented Substation Event) que padroniza
2004 com o objetivo de definir um padrão
a comunicação em tempo real entre os
Rogowski Coil fornecem alguns benefícios
internacional para as arquiteturas de redes
dispositivos de proteção e controle. Já o
adicionais, como:
de comunicação e sistemas para automação
Barramento de Processo, IEC 61850-9-2,
de energia elétrica. Ela é responsável pela
define a transmissão de Valores Medidos
• devido à sua baixa indutância, eles podem
simplificação e potencialização dos controles
Amostrados (SMV – Sample Measured
responder a correntes de mudança rápida;
dos sistemas elétricos atuais. A Norma inclui
Values) obtidos por instrumentos de medição.
• devido à sua linearidade, as bobinas
os requisitos relacionados ao sistema elétrico
de Rogowski de alta corrente podem ser
e o modelo de dados das funções de proteção
a comunicação de uma subestação de Média
calibradas ou testadas usando correntes de
e controle. Essa modelagem padronizada
Tensão seja projetada de maneira inovadora
referência muito menores;
dos dados das funções de uma subestação,
e flexível para tornar os dados do processo
• eles são muito mais seguros que os
incluindo as interfaces de comunicação, abre
dos relés de proteção disponíveis para todos
transformadores de corrente convencionais,
caminho para a utilização em conjunto dos
os outros relés e dispositivos na rede local em
porque não há perigo de abrir o enrolamento
mais variados equipamentos, com garantia
tempo real.
secundário;
de desempenho satisfatório do sistema. Esse
• os custos de construção são mais baixos;
é o conceito da interoperabilidade, muito
Devices) de proteção e controle geram sinais
• a compensação de temperatura é
difundido pelo advento da IEC 61850, e que
para intertravamento, bloqueio, seletividade
simplificada.
traz grandes benefícios aos usuários finais,
lógica e trip entre os diversos cubículos de
pois permite que equipamentos de fabricantes
um painel de Média Tensão, via mensagens
e tecnologias diferentes sejam conectados
GOOSE. Atualmente, o uso de mensagens
sejam projetados de uma maneira altamente
a uma mesma rede de comunicação e a um
GOOSE está aumentando em aplicações de
otimizada, o que contribui para um alto nível
mesmo sistema de monitoramento e controle,
subestações e oferece vantagens adicionais,
de simplificação do painel de média tensão e,
com confiabilidade assegurada na troca de
como simplicidade, flexibilidade funcional,
portanto, padronização, ao mesmo tempo em
informações e desempenho das funções.
fácil escalabilidade, diagnósticos aprimorados
Os sensores atuais baseados no princípio
Esses fatos permitem que os sensores
que reduz o seu tamanho.
A IEC 61850 define os chamados
Os perfis GOOSE e SMV possibilitam que
Os relés ou IEDs (Intelligent Electronic
e desempenho mais rápido em comparação
Tec 57
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
com a conexão de cabeamento convencional
convencionais (TPs) em um painel de Média
de medição dedicado. O compartilhamento
(hardwire) entre cubículos.
Tensão, estes geralmente são instalados nos
da tensão do barramento é feito por cabos de
alimentadores de entrada, com a tensão do
interconexão entre os TPs do barramento e os
Tensão (por exemplo, Sensores de Tensão
barramento medida em qualquer um dos
relés de proteção em todos os alimentadores
ou Transformadores de Potencial) estão no
alimentadores de saída ou em um cubículo
de saída.
As interfaces de um equipamento de Média
nível de Processo. Além da fiação de sinal convencional entre a Interface de Processo e os Relés de Proteção, a IEC 61850 introduziu um conceito que possibilita o intercâmbio desses sinais de processo entre os dispositivos de proteção, controle e monitoramento. Esta comunicação se dá através do Barramento de Processo, conforme IEC 61850-9-2. Em aplicações de painéis de Média Tensão, os Barramentos de Estação e de Processo podem ser construídos em conjunto, com configurações adequadas, tendo como objetivo a otimização da instalação e a redução do custo. Ao usar Transformadores de Potencial
Figura 5
Tec
58
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
O uso de sensores e do conceito da IEC 61850-9-2 tem um efeito significativo no design do painel de Média Tensão. O sinal do sensor que mede a tensão no barramento e está conectado a um dos IEDs de proteção é, então, digitalizado por um elemento integrado no IED, chamado de Merging Unit, e transformado em um valor amostrado (SMV) para ser compartilhado através da rede Ethernet. Este sinal é publicado 80 vezes por ciclo com base na definição de implementação do IEC 618509-2 LE. A fiação de interconexão no painel é simplificada, pois são necessários menos cabos para interligação analógica e digital entre os diferentes cubículos. A transmissão
Figura 6
das medições de tensão no Barramento de Processo permite uma maior detecção de erros, pois a transmissão do sinal é continuamente supervisionada. E ainda maior disponibilidade é possível usando rede Ethernet redundante sobre a qual os sinais GOOSE e SMV são transmitidos (figura 5). Redundância de rede Ethernet A IEC 61850 especifica redundância de rede que melhora a disponibilidade do sistema de comunicação da subestação. Baseia-se em dois protocolos complementares definidos na Norma IEC 62439-3: o Protocolo de Redundância Paralela (PRP - Parallel Redundancy Protocol) e o Protocolo de Redundância Contínua de
Figura 7
Alta Disponibilidade (HSR - High Availability
GOOSE e SMV, apenas as redundâncias PRP e
Seamless Redundancy).
HSR são aceitas. Outros tipos de redundância
Ambos os protocolos são capazes de superar
de rede existentes no mercado (RSTP, bounding
Sincronização de tempo Quando se utiliza o conceito de Valores
uma falha de um link sem perda de sinal e com
etc.) possuem um tempo de recuperação da
Medidos Amostrados (SMV), todos IEDs
tempo de restabelecimento (switchover) igual
rede maior do que zero em caso de falha e,
envolvidos, seja na publicação ou na recepção
a zero. Nos dois protocolos, cada nó (ou IED)
com isso, pode haver perda de sinal durante o
dos sinais, devem ter seus relógios internos
contém duas portas Ethernet idênticas para a
restabelecimento da mesma. Essa perda de sinal
sincronizados. Essa sincronização é feita
conexão na rede de automação. Eles contam
pode significar a falha em um intertravamento
baseada no Protocolo de Tempo de Precisão
com a duplicação de todas as informações
ou trip (quando usadas mensagens GOOSE) ou
(PTP – Precision Time Protocol, conforme
transmitidas e fornecem tempo de recuperação
até mesmo a falha em uma proteção (quando
definido na Norma IEEE 1588), com precisão de
da rede igual a zero, em caso de falha na rede
usado o SMV).
microssegundos.
de comunicação, cumprindo assim com
A redundância em PRP e HSR é
O método de sincronização PTP permite
todos os requisitos rigorosos da automação de
suportada pelos relés de proteção da ABB e
o uso da rede Ethernet existente para propagar
subestações, como por exemplo comunicação
outros fabricantes e a escolha entre esses dois
mensagens de sincronização pela rede, o que
em tempo real para mensagens GOOSE e
protocolos depende da aplicação específica e da
elimina a necessidade de cabeamento extra na
intercâmbio de sinais amostrados, SMV.
funcionalidade necessária em cada subestação
subestação, corroborando com a otimização
ou planta.
de instalações e cabeamentos, promovida pela
Para este tipo de implementação com
Tec 59
O Setor Elétrico / Janeiro de 2019
digitalização da rede e uso dos conceitos da Norma IEC 61850 (figuras 6 e 7).
IEDs de proteção multifuncional Os IEDs de proteção multifuncional
com os padrões IEC mencionados acima. Além disso, foram conduzidos também
comunicação digital entre painéis, ao invés de usar sinais tradicionais com fio.
testes simulando o arco nos contatos do carrinho
Com suas características lineares, os
do disjuntor durante as operações de comutação,
sensores devem operar em uma ampla faixa
bem como testes na comutação de uma carga do
de correntes primárias, e havendo uma
reator com re-ignições. Ambos os testes foram
mudança na corrente de carga da aplicação, o
são uma solução compacta e versátil para
aprovados sem descobertas de arco no ambiente
equipamento permanece o mesmo.
distribuição de energia em aplicações
de comutação.
industriais e de concessionárias. Eles fornecem
Durante todos esses testes, o tráfego do
O painel digital de média tensão fornece uma solução confiável que minimiza o risco
configurações padrão para aplicações
barramento de processo foi monitorado sem
de interrupções e aumenta a disponibilidade
específicos, o que permite ao usuário adaptá-los
nenhum efeito negativo registrado. Também
dos disjuntores alimentadores, pois os
e configurá-los facilmente.
foi realizado um teste de robustez específico
sensores não usam núcleo de ferro e, por isso,
Um IED de proteção de alimentador,
do tráfego Ethernet transmitido pelos fios
são imunes a perturbações na rede, como a
por exemplo, é projetado para a proteção,
metálicos, durante o teste de arco interno
ferro-ressonância. Suas dimensões reduzidas
controle, medição e supervisão de sistemas de
do painel nos laboratórios do CESI. Sendo
fazem com que os sensores tenham menos
distribuição de energia elétrica e industrial,
que, nenhuma influência no tráfego GOOSE
material de isolamento, o que reduz o risco de
incluindo redes radiais, em loop e em malha,
Ethernet foi registrada.
degradação no painel. Além disso, aumenta
também envolvendo possível geração de energia distribuída. Eles suportam comunicações peer-to-peer baseadas no IEC 61850 e podem
Os benefícios do painel digital de média tensão
publicar ou receber mensagens GOOSE e SMV. Os IEDs atualmente representam o centro
também a segurança do pessoal de operação por suas conexões de baixa tensão, mitigando erros entre o sensor e o relé de proteção, sendo detectados e acionados esquemas de backup
O painel digital de média tensão representa
de controle de um painel de Média Tensão e são
uma solução inovadora que atende a
responsáveis por todo o funcionamento lógico
importantes requisitos do futuro:
imediatamente.
Painéis elétricos e a Indústria 4.0
dos cubículos. Além de sua função principal de A transformação digital é um caminho sem
proteção, os IEDs permitem o monitoramento
• flexibilidade;
e controle remoto dos cubículos e seus
• maior eficiência do processo;
volta e afeta a todos os setores sem exceção.
componentes.
• menor custo de operação;
Todos esses movimentos trazem grandes
• integração maximizada;
desafios para que as empresas se transformem
• confiabilidade e segurança.
da mesma maneira, investindo fortemente em
Testando o painel digital de média tensão
seus negócios. É um cenário que incentiva a Com essa tecnologia avançada, o usuário
Para garantir que o painel digital de média
ruptura do modelo tradicional, promovendo
não precisa enfrentar muitos dos desafios
o aumento de sua eficiência operacional, do
tensão funcione com sucesso sob condições
comuns nas aplicações mais complexas de
seu valor agregado e contribui para novas
ambientais desafiadoras, é necessário realizar
hoje, podendo se concentrar em atender aos
possibilidades baseadas em tecnologia e
testes de EMC para os sensores de corrente e
requisitos de aplicativos e criar uma rede
serviço.
de tensão. Os testes precisam ser realizados em
elétrica confiável e eficiente, devido ao uso de
um laboratório de testes EMC credenciado, de
componentes certificados: sensores de corrente
sensoriamento de ativos, redes, equipamentos
acordo com os padrões IEC 60044-8 (sensores
e tensão, proteção e relés de controle com
e subestações pode trazer ao negócio
de corrente) e IEC 60044-7 (sensores de tensão).
comunicação digital IEC 61850.
informações antes desconhecidas e prover
Exemplo disto, o Painel Unigear Digital da
O uso da IoT para a conectividade e
O painel deve ser facilmente adaptado às
melhorias significativas. É o antever-se com
ABB que comprovou o desempenho superior de
mudanças implementadas em sua aplicação,
propriedade. É o enxergar todas as coisas de
EMC do painel, realizando testes específicos em
não havendo a necessidade de substituir
fato.
tempo real da EMC, conduzidos no laboratório
equipamentos de potência do painel, mas
de alta tensão da Universidade de Stuttgart. Esses
apenas atualizando os parâmetros ou lógicas do
*José Carlos Procópio e Henrique Santos
testes são ainda mais exigentes em comparação
relé de proteção. Isso só será possível através da
são da ABB.
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Março de 2019
Por Grupo Köbe Engenharia*
60 Caro(a) leitor(a), a partir deste mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque no Prêmio OSE, idealizado ano passado e entregue durante o Cinase.
Projeto upgrade RTG diesel para elétrico
Upgrade de equipamentos de movimentação de cargas diesel x elétrico
totalmente
nacional
para
transformar
máquinas RTG’s diesel em elétricos.
um grupo gerador a diesel com um consumo médio de 15 litros/hora de óleo diesel, para uma máquina híbrida ou elétrica que conectada
Procedimentos adotados
à rede elétrica na tensão de 15kV consumindo aproximadamente 22,79kW/h.
A movimentação dos contêineres em um porto acontece em sua grande maioria
Viabilidade econômica: traçamos um
por meio dos RTG’s (Rubber Tyred Gantry
plano de aprovação dos custos envolvidos
em reduções significativas de custos além
Cranes).
(figura 1).
de ganhos na produtividade, disponibilidade
No
Brasil,
a
maior
parte
A implementação deste projeto implica
de máquina e aumento de aproximadamente
destes
equipamentos utiliza geradores acoplados a
30% na vida útil da máquina.
motores diesel que trabalham em três turnos
As reduções de custo podem ser
diários.
verificadas na figura 2.
O nível de poluição sonora e ambiental,
bem como o consumo de diesel, e o alto custo de manutenção são simplesmente absurdos.
Em 2010, fizemos os primeiros estudos
de viabilidade econômica e técnica para as primeiras máquinas e RTG’s (Electrifield Rubber Tyred Gantry Cranes) na classe de
Figura 1 - Imagem do RTG em operação
Figura 2 - Gráfico de custo RTG vs eRTG
1 - Introdução
Percentual de redução do gráfico da
tensão de 15kV para o Porto no Nordeste. Foram fabricadas as primeiras seis máquinas em 15kV com sistema Cable Reel,
figura 2 representa o ganho do sistema
instaladas e comprovado o sucesso desse
sistema de upgrade.
elétrico desenvolvido pelo Grupo Kobe consiste
Hoje, apresentamos um projeto de
em uma solução de eficiência energética, onde
a) emissão de CO² = 87,82%
upgrade com engenharia e equipamentos
se converte uma máquina alimentada por
b) produtividade = 95,80%
O projeto de upgrade de RTG’s diesel para
elétrico em relação ao diesel:
61
O Setor Elétrico / Março de 2019
c) manutenção = 97,03%
relação ao equipamento com alimentação por
d) energia (óleo diesel versos energia
grupo gerador a diesel.
elétrica) = 76,55%
Ou seja, é possível alcançar uma economia de 92,78% por máquina após o
Os diferenciais deste projeto é que
upgrade.
aplicamos engenharia nas disciplinas elétrica,
automação e mecânica no desenvolvimento
payback do investimento, que está estimado
dessa solução totalmente nacional, bem como
em torno de 30 meses.
Outro dado importante é o tempo de
na aplicação de materiais e equipamentos, diminuindo o custo de implementação,
3 - Desenvolvimento
reduzido o tempo de aquisição e recebimento de peças de reposição, agilizando os
procedimentos de manutenção, formando
de duas formas:
O upgrade de um RTG pode ser realizado
profissionais com pleno domínio nas técnicas desenvolvidas (não depende de mão de obra
- máquina híbrida, onde mantém-se o grupo
externa de multinacionais).
gerador da máquina e instalam-se os demais equipamentos necessários para alimentação
2 - Economia gerada pelo upgrade de um RTG
em 15kV através da rede energia elétrica. Essa solução possibilita a alimentação da
Figura 4 - Imagem do sistema Cable Reel montado no RTG
4.2 - Detalhamento do sistema Cable Reel Na figura 5 detalhamos os principais
máquina através de duas fontes de energia
equipamentos que compõe o sistema Cable
Para comprovar a economia de uma
(esta opção permite a continuidade de
Reel.
máquina elétrica em relação à máquina com
serviço na falta de energia);
grupo gerador a diesel, o Grupo Kobe realizou
- máquina elétrica: consiste em retirar o grupo
um estudo comparando estes equipamentos
gerador e utilizar a sala do mesmo para alocar
em um período de 10.000 horas (indicação
os quadros elétricos e transformador, deixando
do fabricante para revisão geral da máquina),
a máquina somente com opção de alimentação
onde ficaram muito claro as inúmeras
elétrica em 15 kV. Neste artigo trataremos
vantagens do upgrade, tais como:
somete da versão do projeto híbrido.
a) redução no custo de energia (diesel vs
4 - Upgrade para os sistemas híbrido
energia elétrica); b) redução no custo com manutenção
Figura 5 - Detalhamento do Sistema Cable Reel
c) redução no custo com produtividade;
4.1 - Alterações mecânicas do upgrade para o sistema híbrido
d) redução na emissão de CO².
As alterações mecânicas necessárias
Na figura 3 é mostrada a economia total
para atender ao processo de upgrade do
a) enrolador;
que proporcionada pelo upgrade de uma
RTG para o sistema híbrido são:
b) motoredutor;
(preventiva e preditiva);
Descrição dos equipamentos:
c) coletor de anéis 15kV;
máquina: a) instalação do enrolador de cabos (Cable
d) sino (desliga a máquina em caso de cabo
Reel) e sistema de controle;
frouxo ou esticado).
b) instalação do sino e sensores; d) instalação quadro MT com proteção;
4.3 - Alterações elétricas do upgrade para o sistema híbrido
e) instalação quadro BT proteção/comutação.
c) instalação do Transformador a seco;
Figura 3 - Economia RTG vs ERTG durante campanha 10.000h
As alterações elétricas necessárias para
atender ao processo de upgrade do RTG
Segue a figura 4 indicando o local de
para o sistema híbrido são:
Como pode ser visto no gráfico da
instalação de cada um dos equipamentos
figura 3, um ERTG ou RTG após o upgrade
que fazem parte das alterações mecânicas na
a) instalação do Quadro de Média Tensão;
apresenta um custo de apenas 7,22% em
máquina.
b) instalação do Transformador 13,8kV –
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Março de 2019
possiblidade de funcionamento tanto pela rede
c) instalação dos Quadros de Transferência
4.4 - Alterações de automação do upgrade para o sistema híbrido
Automática em baixa tensão;
No projeto de upgrade do RTG para
original do RTG, sendo que a utilização do
d) instalação do cabo de média tensão no
o sistema hibrido, desenvolvemos uma
grupo gerador se torna necessária somente
sistema Cable Reel e montagem do plug
lógica de automação integrando os sinais
em casos de falta de energia elétrica ou nas
macho 15kV.
e sistemas existentes aos novos sinais e
manobras para mudança de fila no pátio.
sistema responsável pelo funcionamento e
Na figura 6 indicamos o local de
segurança total na operação da máquina, seja
Cable Reel é fornecida através de uma tomada
instalação de cada um dos equipamentos
qual for acionamento pelo operador no RTG.
classe 15kV que fica fixa na cabeceira ou
que fazem parte das alterações elétricas da
Para isso, o sistema de automação contará
centro da fila de contêineres. De acordo com
máquina.
com um novo PLC dedicado para essa função o
o layout operacional do terminal, a tomada
qual interagirá com os outros equipamentos através
está protegida por sistema de bloqueio
de contatos passivos, e sem a necessidade de
eletromecânico, o que impede a retirada do
alterar a configuração de fábrica da máquina.
plug de 15kV, garantindo a segurança na
operação.
440/254V 500kVA;
Os sinais recebidos serão analisados pelo
de energia elétrica, como pelo grupo gerador
A alimentação do RTG pelo sistema do
programa de maneira que seja possível tomar
as decisões adequadas e enviar os sinais de
de conexão manual plug e tomada 15kV.
Na figura 5 temos a imagem do sistema
comando e intertravamento necessários para o PLC principal do RTG, assim como também serão inseridos os novos sinais de alarmes e falhas do sistema possibilitando um melhor acompanhamento por parte da equipe de manutenção do terminal, atendendo sistema industrial 4.0.
5 - Descrição de funcionamento Figura 6 - Vista lateral layout de instalação dos equipamentos elétricos
5.1 - Funcionamento do sistema híbrido
No sistema híbrido, a máquina tem a
Figura 7 - Sistema de conexão manual
63
O Setor Elétrico / Março de 2019
Para que a manobra de troca de fila do
Nos casos de falta de energia elétrica, o
RTG seja o mais breve possível, o sistema que
sistema de comando do RTG se mantém
desenvolvemos entra com o grupo gerador
energizado através da UPS, assim o sistema
em paralelo com a rede, que transfere o
de comando identifica a falta de energia,
sistema de alimentação via rede elétrica para
verifica se não houve atuação do sistema de
o grupo gerador automaticamente sem que a
proteção de média e baixa tensão e dá partida
energia seja desligada.
no grupo gerador, colocando a máquina em
Com objetivo de otimizar ainda mais o
funcionamento normal.
procedimento de troca de fila, estamos finalizando
de comando identifica que a rede de energia já
o desenvolvimento do projeto do nosso sistema de conexão/desconexão automática.
Nas as figuras 8, 9 e 10, imagens do
sistema de conexão automático.
Após o retorno da energia elétrica, o sistema
foi reestabelecida, sincroniza o gerador com a Figura 9 - Conexão do plug 15kV
A imagem da figura 9 ilustra o momento
em que a máquina “RTG” está se conectando ao ponto fixo de alimentação.
rede, faz a transferência do grupo gerador para a rede desligando-o em seguida, sendo que este procedimento de retorno da energia elétrica ocorre com a máquina em funcionamento sem paradas na operação. O controle de paralelismo entre rede e grupo gerador será realizado através de controlador especifico para este fim, o qual irá garantir a proteção do motor e gerador através das seguintes funções:
Motor: • Dispositivo de sobrevelocidade (12) • Temperatura água motor (alarme e bloqueio) Figura 8 - Magazine de conexão 15kV
A imagem da figura 8 trata-se do ponto de
Figura 10 - Máquina conectada no sistema elétrico
conexão fixo, localizado em local estratégico
A imagem da figura 10 ilustra o RTG
no pátio do terminal.
conectado e funcionando pela rede elétrica.
• Pressão Óleo (alarme e bloqueio) • Nível combustível (alarme e bloqueio) • Ruptura correia • Máxima potência
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Março de 2019
• Falha arranque
forma que seja possível varrer uma área no piso entre o pneu da máquina e cabo de média tensão.
Gerador 5.1 Vantagens
Para comprovar a economia de uma máquina elétrica em relação à máquina com grupo gerador a diesel, o Grupo Kobe realizou um estudo comparando estes equipamentos em um período de 10.000 horas (indicação do fabricante para revisão geral da máquina), onde ficaram muito claro as inúmeras vantagens do upgrade.
• Relé de subfrequência (81U)
• Menor nível de ruído
• Relé de sobrefrequência (81O)
• Totalmente automatizado
• Relé de subtensão (27)
• Redução de 95% no consumo de diesel
• Relé de sobretensão (59)
• Menor tempo de parada para manutenção
• Relé direcional de potência (32)
• Manutenção simples, com disponibilidade de
• Perda de excitação (Inversão de energia 32Q)
peças nacionais para reposição
• Relé de sobrecorrente de temporizado de fase (51)
• Aumento da quantidade de movimentações/
• Relé de sobrecorrente instantâneo de fase (50)
hora
• Relé de verificação de sincronismo ou sincro
• Controle total de alinhamento do RTG através
nização (25)
de sensores
• Relé de reversão ou desbalanço de corrente (46)
• Mínima interferência estrutura da retroaria (Civil/
• Relé de reversão ou desbalanço de tensão (47)
Mecânica)
• Relé de sobrecorrente temporizada de neutro (51N)
• Redução de infraestrutura civil (eletrovias e
• Relé de sobrecorrente com restrição de tensão
caixas de passagens)
(51V)
• Redução de infraestrutura elétrica (cabos de baixa tensão e painéis 400V)
Com objetivo de aumentar a confiabilidade
• Mobilidade na operação com Reachstackers
do sistema de proteção adotado, o IED
(sem interferência física)
(intelligent electronic device) do disjuntor da
• Permanência do espaço atual entre filas para
entrada de média tensão do RTG, será provido
trânsito de caminhões
das seguintes funções de proteção:
• Menor manutenção elétrica comparado com Busbar
• Relé de subtensão (27)
• Proteção humana
• Relé de sobretensão (59)
• Proteção do cabo enrolador = Não Acidentes
• Relé de reversão ou desbalanço de tensão (47) • Relé direcional de potência (32)
6 - Conclusão
• Relé de sobrecorrente direcional (67) • Relé de medição de ângulo de fase / proteção
contra falta de sincronismo (78)
no presente documento pode-se concluir que
• Relé térmico (49)
o upgrade de um RTG, seja para o sistema
• Relé de sobrecorrente de temporizado de fase
híbrido ou para sistema elétrico, somente trará
(51)
benefícios ao terminal portuário implantado uma
• Relé de sobrecorrente instantâneo de fase (50)
solução eficiente e sustentável.
• Relé de sobrecorrente de temporizado de
neutro (51N)
os custos de movimentação do terminal,
• Relé de sobrecorrente instantâneo de neutro
tornando-o mais competitivo no mercado e
(50N)
contribuindo de forma expressiva com o meio
De acordo com os dados apresentados
Uma solução que diminui significativamente
ambiente e com a redução na emissão de gases Como o sistema Cable Reel trabalha
poluentes na atmosfera.
enrolando e desenrolando o cabo de 15kV que
está solto no piso do terminal e o sistema de
sistema Cable Reel que exige um custo bem menor
GPS que mantém alinhamento do RTG na fila
com obras de infraestrutura civil e elétrica no pátio
de contêineres pode vir a falhar implementamos
em relação aos outros sistemas de eletrificação.
ao projeto, uma proteção adicional para evitar
que o RTG passe por cima do cabo em casos
diferente de outros sistemas que impossibilitam
de desalinhamento por falha do GPS.
o livre acesso de máquinas e caminhões devido
às interferências físicas do ocasionadas pelo
Este sistema consiste em um sensor laser
instalado em um braço mecânico posicionado de
Além da facilidade de instalação devido ao
Mantém a mobilidade operacional do pátio
sistema de alimentação.
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Março de 2019
Por Eng. Normando V.B. Alves*
Acidentes com descargas atmosféricas O assunto “raios" é cercado pelos leigos
e agora serão publicamente mostrados.
por um incrível repertório de crendices,
Juntamente com algumas das fotos serão
misticismo, fantasias e suposições de
feitas observações tentando, dentro do
extrema criatividade que chegam a ser
possível, apresentar algumas justificativas
engraçados. Onde começam ou quem as
técnica para explicar esses eventos.
inventa, ninguém sabe, mas tudo leva a crer
É
que a maioria são heranças hereditárias,
desenvolvido na área de pesquisas pelo
principalmente das regiões interioranas.
consórcio formado pela Cemig, Furnas,
Quem nunca ouviu dizer que, para-raios,
Simepar e Inpe, chamado de RINDAT
árvores, chifre de boi, espelhos e utensílios
(www.rindat.com.br), através do sistema
atraem raios? Que um raio não cai duas
nacional integrado de monitoramento de
vezes no mesmo local ou que o pára-
tempestades, o qual faz o monitoramento
raios não funciona pois os equipamentos
das tempestades possibilitando o aviso
eletrônicos foram queimados? Crendices
antecipado de áreas de risco como
à parte é importante lembrar que o
refinarias,
Brasil é campeão mundial em descargas
associações de agricultores etc.
atmosféricas com aproximadamente 200
Na foto abaixo vemos a densidade
milhões de raios por ano e em torno de 130
de ocorrência de descargas atmosféricos,
pessoas morrem anualmente em acidentes
por exemplo no dia 12/03/2019, com
provocados por raios.
atualizações a cada 15m. Não é uma visão
importante
realçar
empresas
o
de
trabalho
explosivos,
O objetivo deste trabalho é relatar e
precisa, mas dá uma ideia aproximada
mostrar alguns acidentes que vêm sendo
do que está acontecendo em termos de
colecionados pelo autor ao longo dos anos
descargas atmosféricas.
67
O Setor Elétrico / Março de 2019
Por se tratar de um evento da natureza, nenhum sistema de
cada situação e verificar se ao final do gerenciamento os riscos
proteção é 100% eficiente, variando essa eficiência entre 80% a
toleráveis máximos de R1, R2, R3 ou R4 foram atendidos. Em
98%, dependendo do nível de proteção adotado. A Norma técnica
caso negativo, medidas adicionais devem ser tomadas para que
da ABNT que regulamenta este tipo de proteção é a Norma
estes fiquem dentro dos limites aceitos como toleráveis (tabelas
NBR5419/2015, partes 1 a 4.
1 e 2).
Esta Norma é destinada à proteção patrimonial, de pessoas
e instalações mas é bom lembrar que o melhor local seguro em
As descargas do tipo S1 e S3 podem provocar choque
elétrico, incêndio na edificação e danos nos equipamentos,
época de tempestades é dentro das edificações, preferencialmente
através dos riscos RA, RB, RC,RU, RV E R W.
edificações com proteção dentro das Normas. Não existe proteção
As descargas do tipo S2 e S4 só provocam danos nos
para áreas abertas, uma vez que o risco de acidente fatal é muito
equipamentos através dos riscos RZ e RM, por se tratarem dos
alto. Cuidado com sistemas não normalizados que prometem
efeitos indiretos dos raios sobre os serviços/instalações.
proteção em áreas abertas, pois são ilegais e ineficientes.
R1, R2, R3, R4 para cada caso, e focar na redução dos mesmos.
A imagem abaixo, retirada do site do RINDAT, mostra a rede de
torres de monitoramento das descargas atmosféricas.
Em cada projeto, é necessário analisar quais riscos existem,
A tabela 2 dá essa diretriz. 1 – Tabela de relação entre as fontes de danos e os riscos
2 – Tabela que relaciona riscos com medidas para reduzir riscos
A NBR 5419/2015 aborda quatro situações possíveis de uma
descarga atmosférica causar danos a uma edificação ou aos serviços que entram ou saem desta, que são as descargas tipo S1, S2, S3 e S4.
Para fazer o gerenciamento de risco (parte 2 da NBR
5419/2015) da edificação é necessário levar em consideração essas quatro possibilidades e somar os riscos parciais para
3 – Tabela dos riscos toleráveis
Para R4, caso não haja um número determinado por um órgão
competente, a Norma sugere 10-3.
No portal OSE (www.osetoreletrico.com.br) você encontra
alguns acidentes reais ocorridos e tentamos descobrir as fontes de danos.
68
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Março de 2019
Prof. Dr. Paulo Henrique Oliveira Rezende Prof. Dr. Isaque Nogueira Gondim Prof. Dr. José Rubens Macedo Jr.
Aparelhos de ar-condicionado não são assassinos em série Parte 2 2 - Causas externas x causas internas - continuação
Não obstante a importância e a relevância
desses dispositivos para a preservação da integridade dielétrica dos diversos aparelhos e equipamentos elétricos quando da ocorrência de sobretensões transitórias nas redes de energia elétrica, seja em decorrência de descargas atmosféricas ou manobras em equipamentos de rede, como bancos de capacitores, os mesmos não teriam efeito prático quando da ocorrência de curtoscircuitos em função de deficiências nas instalações dos próprios consumidores.
No que tange ao seu funcionamento,
os dispositivos de proteção contra surtos
Figura 1 – Tensão no equipamento, (a) sem DPS e (b) com DPS
elétricos (DPS) são componentes não lineares que entram em condução quando há um
(normalmente da ordem de μs), os aparelhos
pico de tensão acima do seu nível de tensão
de ar-condicionado podem suportar tensões
de proteção. Na sua composição existe um
de até várias vezes a amplitude de sua tensão
varistor de óxido de zinco que se encontra
nominal de operação, como será mostrado no
associado a um dispositivo de segurança.
próximo tópico.
Este varistor permite a passagem de corrente quando a tensão em seus terminais ultrapassa a tensão limite. Esta passagem de corrente é proporcional à tensão que o atinge,
3 - Curvas de suportabilidade térmica e dielétrica para aparelhos de ar- condicionado
garantindo, desta forma, uma tensão de saída de valor inferior ao nível de tensão de
proteção do dispositivo. A figura 1 ilustra o
em equipamentos eletroeletrônicos, quando
princípio operativo de um DPS típico.
da ocorrência de fenômenos elétricos nas
Como pode ser observado no exemplo
redes de distribuição, utiliza-se comumente
da figura 1, para um transitório impulsivo de
o princípio da correlação entre causa e efeito,
4 kV de pico, o dispositivo (DPS) entra em
isto é, a comparação da intensidade dos
operação limitando a tensão em 800 volts
distúrbios originados nas redes elétricas com
na entrada de alimentação do equipamento
os respectivos padrões dielétricos e térmicos
protegido, evitando-se danos dielétricos
dos equipamentos [3-7].
ao mesmo, uma vez que para o tempo
de
dielétrica e térmica, assim como a duração dos
duração
da
sobretensão
transitória
A fim de avaliar a consistência dos danos
Neste contexto, os níveis de suportabilidade
Espaço SBQEE
fenômenos incidentes sobre os mais distintos
Ao mesmo tempo, as curvas de
equipamentos empregados nas instalações
suportabilidade dielétrica dos aparelhos
residenciais, comerciais e industriais, se apoiam
de ar-condicionado foram obtidas através
em relações matemáticas que resultam em
da aplicação de tensões considerando-se
curvas similares às indicadas nas figuras 2 e 3.
várias
Nessas figuras, o eixo vertical denota a grandeza
até elevações de tensão na frequência
de interesse (tensão ou corrente), enquanto
industrial.
que o eixo horizontal está intimamente
dos
vinculado com os tempos de duração dos
experimentais, a figura 3 apresenta a
correspondentes valores de tensão ou corrente.
relação tensão x tempo para os aparelhos
Estes desempenhos físicos, representados na
de ar-condicionado testados.
situações, Para
resultados
desde
transitórios
exemplificação advindos
dos
gráfica ensaios
(descargas
atmosféricas),
transitórios
oscilatórios (chaveamento de banco de capacitores) a fenômenos na frequência industrial (como curtos-circuitos e variações de tensão de curta duração).
Para
a
obtenção
da
curva
de
suportabilidade térmica dos condicionadores de ar foram aplicados impulsos de corrente, no padrão 8 x 20 μs, em dois modelos distintos de equipamentos, sendo um deles um ar-condicionado convencional e o outro com a tecnologia inverter. Os resultados obtidos nesses testes estão apresentados na figura 2.
O presente artigo mostra, pelo menos sob
o ponto de vista elétrico, que os aparelhos de ar- condicionado continuam sendo uma das maiores invenções da humanidade visando
instalações
elétricas
das
próprias
ou dielétrica desses equipamentos. Figura 3 – Curvas de suportabilidade dielétrica
Conforme observado nas figuras 2
e 3, os aparelhos de ar-condicionado mostraram-se bastante robustos em termos de suportabilidade dielétrica (comumente comprometida por eventos de origem externa às instalações), suportando amplitudes de até várias vezes a sua tensão nominal por alguns microssegundos, ou até duas vezes a sua tensão nominal por até alguns segundos. Já em relação à suportabilidade térmica (comumente comprometida por eventos de origem interna às instalações dos próprios consumidores), esses mesmos equipamentos se mostraram relativamente mais sensíveis, resultando, inclusive, na atuação de sua proteção térmica ou mesmo danos em seus componentes eletrônicos. Ressalta-se que essas possíveis causas internas, como já mencionado, estão associadas a falhas e
inadequações
dos
circuitos
elétricos
das edificações, e não propriamente dos aparelhos de ar-condicionado. Nesse sentido, outros elementos do circuito, a exemplo da própria fiação elétrica da instalação, podem ter sua suportabilidade térmica comprometida antes mesmo do comprometimento da Figura 2 – Curvas de suportabilidade térmica
4. Conclusões
edificações, e não à suportabilidade térmica
No que tange ao levantamento das
de distribuição, desde transitórios impulsivos
instalações.
nas
físicos e/ou operacionais sobre o equipamento.
situações possíveis de ocorrência nas redes
mal
relacionada com problemas ou deficiências
probabilisticamente, ser responsável por danos
mercado. Estes testes são definidos conforme
de
a operação destes equipamentos, está
conduza a valores acima dos delimitados irá,
em vários modelos e marcas existentes no
caso
incidentes com vítimas fatais, associados
equipamento. Um determinado distúrbio que
necessários testes de natureza destrutiva
no
A grande maioria (senão a totalidade) dos
e corrente considerados como admissíveis pelo
condicionadores de ar, particularmente, são
ar-condicionado,
dimensionamento ou precariedade dessas
um maior conforto para a vida das pessoas.
forma de gráficos, traduzem os níveis de tensão
curvas de suportabilidade dos aparelhos
de
69
suportabilidade térmica do próprio aparelho
5. Referências bibliográficas [1] IEA, International Energy Agency. The Future of Cooling - Opportunities for energy- efficient air conditioning. OECD/IEA, 2018. [2] ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica. Procedimentos de Distribuição Módulo 8 - Qualidade da Energia Elétrica. Revisão 8, 2018. [3] P. H. O. Rezende. Contribuições para os estudos computacionais de ressarcimento por danos elétricos: limites de suportabilidade e induções eletromagnéticas. Tese de doutorado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2016. [4] I. N. Gondim. Contribuições para o Aplicativo APR: Novos Limites de Suportabilidade, Perturbações via Medições e Sistematização no Processo da Configuração da Rede Elétrica. Tese de doutorado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2012. [5] I. N. Gondim, J. A. Barbosa, J. C. Oliveira, C. E. Tavares, and A. C. Delaiba. Uma Estratégia para Obtenção dos Limites de Suportabilidade Dielétrica e Térmica de Equipamentos com Foco aos Pedidos de Indenização por Danos. Revista Eletrônica Potência – SOBRAEP, vol. 17, pp. 651– 659, 2012. [6] Technical Committee 3 (TC3) of the Information and T. I. Council. ITIC (CBEMA) curve Application Note. [7] M. D. Teixeira et al. Acceptable power quality limits to avoid damages in appliances. WSEAS Trans. Circuits Syst., vol. 4, pp. 479–485, 2005.
70
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Março de 2019
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
A efetividade (limitada!) dos eletrodos de aterramento para as correntes dos raios. Ou você ainda acredita em equalização de potencial? – Parte 01/04 Trazemos
nesta
edição
a
primeira
metálicas
(hastes,
cordoalhas,
canos
de quarto partes do artigo do professor
metálicos, radiador de carro, trilhos etc.) em
Antônio Roberto Panicali, da Proelco, sobre
contato elétrico direto com o solo ou imersas
aterramento e equipotencialização, trabalho
em materiais pouco resistivos, como bentonita
originalmente apresentado no CINASE-SP
ou ainda encapsuladas em concreto como
em 2018.
nas estacas de fundações e vigas baldrames.
Resumo:
é
comum
pensarmos
que
malhas de aterramento visem, sobretudo, à
Historicamente, eletrodos de aterramento estão ligados a três áreas de aplicação:
equalização de potenciais, mesmo quando submetidas à ação dos mais variados tipos
a) desde fins do século XIX, na proteção
de sinais e/ou perturbações: curto-circuito,
contra falhas de isolação nas redes de
descargas atmosféricas etc. Nesse trabalho,
distribuição de energia elétrica, envolvendo
procuraremos descrever, com base em
baixas frequências (em corrente contínua
modelos simplificados, como malhas de
ou
terra se comportam, particularmente sob a
modernamente, transitórios de alta frequência
ação de sinais impulsivos (como raios) ou de
decorrentes de manobras de chaveamento e
alta frequência (>>60 Hz como transitórios
curtos nas linhas de distribuição);
de manobras de chaveamento em redes
b) escoamento das descargas atmosféricas
de distribuição etc.). Como será mostrado,
(raios) para a Terra: nesse caso, as frequências
a função de equalização de potencial de
envolvidas abrangem desde praticamente
uma malha de terra, por menor que seja sua
0 Hz até 10 MHz (na realidade, o espectro
resistência, fica restrita à frequências (60Hz e
dos raios se estende muito além, envolvendo
poucas harmônicas).
inclusive a emissão de raios-X e até mesmo
Observação importante: os resultados
de raios gama, porém sem efeito significativo
apresentados nesse trabalho se baseiam em
sobre os aterramentos!);
modelos simplificados embora traduzam com
c) embora não sendo tema do presente
razoável fidelidade os fenômenos físicos mais
trabalho, malhas de terra com configurações
relevantes; para um tratamento mais rigoroso
especiais são também empregadas para
sugerimos, por exemplo as referências [3 e 4].
melhorar o desempenho de antenas nas
50/60
Hz
e
harmônicas
e,
mais
faixas de AM, OC e VHF.
Introdução
Eletrodos de aterramento são estruturas
Como descrito nas seções seguintes,
71
O Setor Elétrico / Março de 2019
devido às diferentes faixas de frequências envolvidas de
em
cada
aterramento
comportamentos
caso,
malhas
podem
apresentar
elétricos
totalmente
diferentes, seja em termos de impedância, seja na distribuição de potenciais, resultante na superfície do solo. Nesse trabalho apresentamos alguns modelos
simplificados
que
permitem
entender o comportamento elétrico de malhas aterramento em função de sua geometria, tipo de solo e pontos de conexão com elementos do SPDA (Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas) e das instalações elétricas (BEP: Barramento de Equipotencialização Principal).
Raios: características gerais
Raios ascendentes (geralmente partem
de estruturas altas e/ou topo de morros em direção às nuvens carregadas) ou descendentes (começam em nuvens tipo cumulonimbus ou Cb´s) os quais, com ou sem a presença de eletrodos de aterramento, se conectam com o solo onde podem depositar grandes quantidades de cargas elétricas (tipicamente<200 C ultrapassando, em alguns casos, 500 C!!). Quando
presentes
e
devidamente
dimensionados, eletrodos de aterramento possibilitam que o escoamento das cargas dos raios se dê de forma controlada, minimizando efeitos danosos tais como: -
aquecimento
excessivo
e
possível
vitrificação do solo, o qual se torna isolante após o resfriamento; - redução das tensões de passo e de toque a níveis seguros para seres vivos; - escoamento para o solo, através de DPSs (Dispositivos Protetores de Surtos), de descargas incidentes em cabos de energia e/ou de sinais (telecomunicações, controle, sinais, etc.) ou na própria instalação. Continua na próxima edição.
72
Quadros e painéis
O Setor Elétrico / Março de 2019
Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos |nunziante@gimi.com.br
O painel não precisa ser TTA, pode ser normal mesmo....... Será que pode?
Nas andanças pelo Brasil, notadamente
possível deveria ser: “Só fazemos TTA ou
mantidos e aprimorados. Os ensaios foram
nas etapas do CINASE, uma questão tem
PTTA. Nossa linha é certificada e desses
estabelecidos em duas categorias, sendo
sido recorrente entre os participantes
produtos submetidos a ensaios, fazemos
divididos em ensaios de construção e
desse
extrapolações e variações dentro dos
ensaios de performance. Todas essas
popularização dos conceitos de TTA e
limites aceitos pela Norma”.
certificações
PTTA. Sempre escuto a pergunta relativa
Segundo
NBR-
para a construção dos quadros e painéis
aos quadros ditos “mais simples”: precisa
IEC-60439-1, temos de conceber um tipo
de baixa tensão, ou seja, não se pode
ser TTA?
construtivo de quadro ou painel, submetê-lo
construir e instalar um conjunto de
Bom, segundo a minha interpretação
aos ensaios que o configurem como TTA,
manobra e controle de baixa tensão sem
das Normas NBR-IEC-60439-1 e de sua
ou seja, ensaios de tensão suportável de
que seu tipo construtivo tenha submetido
sucessora NBR-IEC-61439, um quadro ou
impulso atmosférico e frequência industrial,
a ensaios de construção e performance.
conjunto de manobra em invólucro metálico
elevação de temperatura, grau de proteção,
Variações são aceitáveis dentro dos limites
de baixa tensão DEVE ser submetido aos
funcionamento
estabelecidos na Norma.
ensaios pertinentes às suas características
suportável nominal de curta-duração e
técnicas e capacidades nominais, por mais
eficácia de circuito de proteção. Com
à pergunta título desta coluna: O painel
simples que ele seja, pois a prescrição
base nesses resultados, podemos realizar
não precisa ser TTA, pode ser normal
nas Normas de ensaios obrigatórios em
modificações e extrapolações dentro dos
mesmo....... Será que pode?
cada uma das condições para garantia
limites da boa técnica e das prescrições
de performance e segurança operacional
da Norma, sem que haja desconfiguração
PODE.
já considerou as premissas de risco e
do projeto original e dentro dos limites
necessidades de avaliação.
de aceitação dos clientes. Assim sendo,
minha consternação e profundo pesar
Trocando em miúdos: onde existe
não é possível admitir que um quadro seja
pelas vítimas e pelo lamentável evento
prescrição de se submeter um tipo
construído sem que um quadro semelhante
ocorrido em Suzano no colégio Raul Brasil,
construtivo a ensaios, é porque realmente
tenha
a 50 metros da minha casa, na cidade que
precisa!
pertinentes. Essa é a regra estabelecida.
escolhi para morar há 15 anos. Os fatos
evento,
Assim
em
sendo,
decorrência
sido
a
ainda
vigente
mecânico,
previamente
aos
corrente
ensaios
permanecem
obrigatórias
Sendo assim e, portanto, respondendo
A resposta, salvo melhor juízo, é NÃO Aproveito este espaço para manifestar
responder
Analisando-se a NBR-IEC-61439-2,
terríveis demonstram quão doente está
à pergunta mais frequente feita aos
que é a atualização da citada acima,
nossa sociedade, a inexistência de amor
fabricantes:
quadros
os termos ou siglas TTA/PTTA foram
ao próximo. Que o Grande Arquiteto do
normais, sem ser TTA? A única resposta
suprimidos, mas seus conceitos foram
Universo nos ilumine e guarde.
vocês
como
da
fazem
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Março de 2019
73
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética.
Iluminação pública e qualidade de iluminação
Iniciando esta série de artigos sobre o
onde circulamos e da tridimensionalidade do
pelo excesso de luz. Fato este ainda é agravado
tema iluminação, decidi falar um pouco sobre
meio em que vivemos. Iluminar as fachadas,
pela disponibilidade de colocação dos pontos
as transformações da iluminação pública e a
com o devido respeito que devemos ter para
de iluminação nos postes da distribuidora
maneira como, atualmente, desenvolvemos os
evitar a luz intrusa e a poluição luminosa, é
de energia, com grande espaçamento, baixa
projetos no Brasil, fazendo um paralelo com
propiciar a quem circula a pé por uma cidade
altura de instalação, gerando alto ofuscamento
os resultados que percebemos em outros
uma melhor experiência visual, interagindo
e descontinuidade (baixa uniformidade). Já
locais. Como tive oportunidade de vivenciar
com o local e vivenciando a cidade por mais
evoluímos com a necessidade de iluminar
recentemente, como usuário, da iluminação
tempo. Não somente fachadas, mas outras
as calçadas e não somente das vias para os
de algumas cidades na Europa, percebo o
superfícies verticais como muros, paredes,
veículos, bem como levando em conta outros
quanto ainda existe diferença na concepção
paredões, jardins verticais, guarda corpos
critérios de qualidade de projeto, mas ainda
de um projeto luminotécnico.
em passarelas, passagens e escadarias,
temos muito a evoluir com a necessidade de
Mesmo com a atualização da NBR 5101
são importantes de serem iluminados para
projetos que levem em conta não somente o
– Iluminação pública – procedimento em
compor o ambiente com a iluminação pública
atingimento de índices normativos, mas que
2012 e sua fase de revisão iniciada em 2018,
convencional que vai para o piso, gerando
tragam novos conceitos e sejam adequados
na prática temos visto a aplicação sem critério
inclusive mais conforto visual devido à
à qualidade de luz que esperamos propiciar
de projeto de luminária de LED na maior parte
uniformidade visual e luz mais difusa com
para as pessoas, sejam elas residentes ou
das cidades do Brasil. O processo se inicia
baixo ofuscamento.
visitantes das cidades.
com um simples “de”/”para” que, em raras
vezes, vem acompanhado de um estudo
pensar em iluminar sua residência somente
na criação de cenários noturnos, de acordo
luminotécnico para embasar uma substituição
iluminando o piso, com lâmpadas soltas em
com a sua ocupação, seja pela quantidade
ou um novo projeto.
pontos no teto da casa, “jogando” luz para o
de pessoas a cada horário, eventos, estações
O que acontece é que temos ruas e
ambiente e ofuscando o usuário. Um projeto
do ano ou outra necessidade específica. A
avenidas com luz, mas muitas delas sem
residencial de qualidade leva em conta
qualidade da iluminação vai muito além do uso
qualidade na necessidade visual das pessoas.
diversos outros aspectos de qualidade da
da tecnologia LED, da eficiência energética
Esta necessidade está ligada intrinsecamente
luz para as pessoas, valorizando o ambiente
e da qualidade dos equipamentos utilizados
à luz refletida no campo de visão do usuário.
e tornando as pessoas mais felizes em
que são de grande importância. A iluminação
Iluminar as cidades é pensar em luminância e
diferentes cenários do ambiente residencial e
pública deve ser pensada do ponto de vista
não somente em luminância horizontal, como
em diferentes espaços de acordo com o uso
da qualidade da iluminação e da necessidade
já temos definido em Norma.
de cada um.
das pessoas, de acordo com a criatividade
A luminância vertical que, em muitas
Infelizmente, muitas vezes o que está
do projetista, a luz como forma de interação
vezes indiretamente acaba contribuindo para
sendo feito em nossas cidades é jogar luz no
social, convivência e sempre tendo em conta
a luminância horizontal, é fundamental para a
chão com o objetivo de “iluminar” tudo em prol
as imagens que levaremos dos locais que
percepção do ambiente urbano, do espaço
de uma falsa sensação de segurança criada
circularemos e visitaremos à noite.
Para ficar mais claro, ninguém deveria
Precisamos pensar em certos ambientes,
74
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Março de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Compensação de energia reativa, correção do fator de potência em instalações elétricas e mitigação das harmônicas – Parte 04/04 VII – Cuidados com a operação e manutenção
frequências superiores a 5ª harmônica. Ou ainda, um filtro p7% não irá
A operação confiável de sistemas de compensação reativa
permitir situação de ressonância harmônica se as correntes harmônicas
deve prever a contínua observação dos valores de potência reativa
da carga forem iguais ou superiores a 5ª harmônica, por exemplo: I5, I7,
de cada um dos grupos (degraus) dos bancos de capacitores e a
I11, I13 e assim por diante.
imediata intervenção em caso de perda de capacidade, evitando que
•
o problema se alastre para as outras células vivas. Também deve-se
antirressonantes quando as correntes harmônicas da carga possuem
Da mesma forma, o filtro p14% é aplicado, também em sistema
pesquisar as causas que teriam ocasionado defeito de operação. Ainda,
frequências harmônicas iguais ou superiores a 3ª harmônica (I3, I5, I7,
deve-se estar atento a fatores que podem induzir má operação, já que
I11, I13) e assim por diante ou quando a potência de curto circuito
construtivamente o capacitor (equivalente) com reatância Xc é obtido
é menor que de valores típicos. Nesta situação, o comportamento da
por grupos de capacitores ligados a um único reator. A falta (queima)
tensão é comprometido, notando-se sensibilidade acima do normal às
de um dos capacitores (do grupo) altera esta impedância total (L+C)
VTCD´s durante a partida de motores, por exemplo.
desejada e projetada, fazendo com que a frequência de ressonância também seja modificada pela expressão geral da frequência de
ressonância, expressada em (2). A redução da capacitância equivalente
um filtro de 5ª harmônica poderá possuir impedância menor que a da
Dependendo da combinação de impedâncias da rede e do filtro,
do grupo ligado a um único indutor eleva a frequência de ressonância,
rede, mesmo em outras frequências como as 7ª e 11ª. Nestes casos,
modificando o cálculo inicial, aumentando a circulação de corrente
circularão correntes de outras frequências em filtros que, em princípio,
harmônica, podendo culminar com uma ressonância harmônica
seriam unicamente para uma única frequência.
indesejada. Portanto, a perda de um capacitor de um grupo, por razões não necessariamente relacionadas às correntes harmônicas (por
•
exemplo alta temperatura ambiente ou sobretensão), poderá causar a
uma das frequências harmônicas das correntes.
A impedância do ramo LC responde de forma específica para cada
ressonância.
•
Os resultados devem ser avaliados com o comportamento da
distorção de tensão no ponto de conexão do filtro e outros da instalação, I - Notas e aspectos gerais para especificação e
utilizando-se de preferência o modelo de fluxo de carga das harmônicas,
dimensionamento
avaliando as distorções de tensão em cada ponto.
•
A análise de instalação de filtros deve considerar todas as opções
de operação da instalação e aspectos de ressonância. Por exemplo,
II – Exemplo de aplicação
um banco automático deve ter toda sua gama de potências reativas
parciais injetadas avaliadas em comparação ao comportamento da
estática, com tempo de resposta de 16 milissegundos com sintonia
carga e seu perfil.
próxima da 5ª harmônica, aplicado na compensação reativa de um
•
De uma forma geral, o filtro p7% é aplicado em sistemas
guindaste portuário. A foto do equipamento com objetivo ilustrativo foi
antirressonantes quando as correntes harmônicas da carga possuem
tomada durante o ensaio em laboratório. Nota-se, nesta figura 10, a
A figura 10 apresenta um filtro passivo, de 600 kvar, manobra
75
O Setor Elétrico / Março de 2019
VIII - Conclusões
presença de 6 grupos de 100 kvar, compostos por grupos adequados de capacitores associados aos reatores.
A figura 11 apresenta o registro da distorção harmônica de tensão
A compensação de energia reativa das cargas não lineares atualmente
no barramento onde este filtro foi instalado nas situações anteriores
empregadas em processos industriais e complexos comerciais, como
e posteriores a inserção. A figura 12 apresenta o comportamento
grandes prédios corporativos, hospitais, shoppings e outros não pode
da corrente de 5ª harmônica na rede antes e depois da inserção do
ser feita sem a consideração da inserção de filtros, sob pena de queima
filtro passivo. Há uma relação de compromisso muito importante na
precoce, além de outras anomalias citadas. A análise cuidadosa de cada
construção deste filtro com módulos operando conforme a demanda de
um dos pontos relacionados merece especial atenção. De outra forma, a
potência reativa da carga e filtrando a 5ª harmônica simultaneamente. A
queima dos capacitores e destruição de equipamentos associados será
distorção de tensão total (THDV) é reduzida de valores médios de 8%
inevitável. Note-se que capacitores operando sob as condições nominais
para 5%.
podem sobreviver mais de 15 anos. Aliás, uma compensação reativa bem Fonte: ELSPEC
projetada e especificada mantém a instalação elétrica em que a mesma é inserida livre de perdas desnecessárias, sem afundamentos de tensão por razões internas, otimização no uso de transformadores, distorções de tensão e formas de onda em níveis adequados, livre de queima de capacitores por causas “desconhecidas” e outros fenômenos sem explicações aparentes.
Outras informações sobre aplicação de capacitores com geradores,
queima de capacitores e outros fenômenos, que contém as principais causas de queima de capacitores e aspectos limites da normalização de fabricantes, podem ser obtidas nos links: • Mas afinal para que servem os capacitores em instalações elétricas de baixa tensão ? [15] http://www.acaoenge.com.br/controle/upd/downloads/107.pdf • Por que explodem os capacitores em instalações elétricas?[16] http://www.acaoenge.com.br/controle/upd/downloads/126.pdf • Comportamento dos geradores na presença de capacitores [17]
Figura 10 – Filtro passivo com manobra estática de 6 estágios. Fonte: Ação Engenharia e Instalações
http://www.acaoenge.com.br/controle/upd/downloads/182.pdf
Estes documentos indicam outras causas que aceleram o fim da vida
dos capacitores provocando a queima dos mesmos como a temperatura de operação e temperatura ambiente, tensão de operação, incluindo sobretensões e fontes previamente distorcidas, correntes de operação, incluindo as harmônicas, condições de manobra e transientes e outros efeitos externos.
Bibliografia:
Fonte: Ação Engenharia e Instalações
Figura 11 – Comportamento da distorção total da tensão
Figura12 – Atenuação da corrente de 5ª harmônica com o uso de filtro passivo com manobra estática
1] ANEEL resolução 414/2012- Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica. [2] ANEEL-Procedimento da Distribuição – Prodist – modulo 8 – revisão 12/2018 [3] ABNT NBR IEC 60831-1 -Capacitores de potência auto-regenerativos para sistemas CA, com tensão máxima de 1 000 V [4] NBR5410/2004- Instalações Elétricas BT [5] IEEE 141/1993-IEEE Recommended Practice for Electric Power Distribution for Industrial Plants [6] IEEE 519/2014-IEEE Recommended Practice and Requirements for Harmonic Control in Electric Power Systems [7] IEEE 1159/2009-IEEE Recommended Practice for Monitoring Electric Power Quality [8] Elspec Ltd - Technical Report [9] Elspec Ltd- Catalogo técnico [10] Ação Engenharia e Instalações – Relatórios técnicos [11] Starosta, Jose - matérias técnicas nas revistas O Setor Elétrico, Eletricidade Moderna, e Lumiére. [12] Catálogo técnico: Ducatti capacitores [13] Cotrim – Instalações Elétricas – 5ª edição [14] www.acaoenge.com.br - Site da Ação Engenharia e instalações: O milagre da multiplicação dos amperes [15] www.acaoenge.com.br – Site da Ação Engenharia e Instalações: Mas afinal para que servem os capacitores em instalações elétricas de baixa tensão. [16] www.acaoenge.com.br – Site da Ação Engenharia e Instalações: Por que explodem capacitores em instalações elétricas? [17] www.acaoenge.com.br–Site da Ação Engenharia e Instalações: Comportamento dos geradores na presença de capacitores [18] www.acaoenge.com.br – Site da Ação Engenharia e Instalações: Medições em Instalações Elétricas: Quantidade x Qualidade
76
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Março de 2019
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Proteção de equipamentos contra ignição de poeiras combustíveis por invólucro - Ex “t” – Parte 02/02 Equipamentos para instalação em áreas
o erro primário de se considerar que os
dos dispositivos de fixação;
classificadas com os “tradicionais” tipos de
equipamentos vulgarmente chamados de “à
5) se requerido para juntas e vedações: os
proteção “Ex”, tais como a segurança aumentada
prova de explosão” como sendo equipamentos
tamanhos, tipos, encaixes de roscas, flanges e
(Ex “e”) e os “antigos” equipamentos com
que podem ser instalados em todos os locais
juntas de encaixe;
invólucros metálicos à prova de explosão (Ex “d”),
contendo áreas classificadas. Este conceito
6) detalhes das plaquetas de advertência;
são destinados a serem aplicados com restrição
não é correto, uma vez que a aplicação deste
7) desenhos que mostrem todos os furos nos
somente a equipamentos para instalação em
antigo tipo de proteção, baseado em invólucros
invólucros, entradas roscadas e comprimento
áreas classificadas contendo gases inflamáveis,
metálicos à prova de explosão, é restrito somente
das roscas;
com a presença de substâncias dos Grupos
para instalação em atmosferas explosivas de
8) detalhes dos materiais dos invólucros,
IIA, IIB ou IIC. Os tipos de proteção para gases
gases inflamáveis e não de poeiras combustíveis.
materiais das janelas, espessuras e das juntas e
inflamáveis se baseiam, por exemplo, nos
vedações;
requisitos de contenção da explosão no interior
- Orientação sobre desenhos e documentação
9) informações sobre as partes internas dos
do invólucro ou do aumento das distâncias de
para a certificação IECEx é normalmente
equipamentos elétricos, arranjo geral, valores
isolamento e de escoamento, de forma a evitar
utilizado pelos fabricantes, Organismos de
nominais de potência;
o risco de ocorrência de correntes de fuga e de
Certificação e de Laboratórios de Ensaios de
10) quando for pretendido que o certificado
curtos circuitos.
equipamentos “Ex” para estabelecer os detalhes
inclua variações no conteúdo do invólucro,
O tipo de proteção Ex “t”, por sua vez, se
de documentação e informações mínimas que
detalhes suficientes da faixa de variação, de
baseia nos requisitos de elevado grau de proteção
necessitam ser apresentadas pelos fabricantes
forma que os limites de projeto para cada
contra o ingresso de poeira para o interior do
nos desenhos e documentos para certificação
variação estejam totalmente esclarecidos.
equipamento elétrico e na determinação da
de equipamentos “Ex”. Os seguintes detalhes e
temperatura de superfície, de forma que esta
informações necessitam ser apresentados nos
Deve ser ressaltado, no entanto, que
seja inferior à temperatura de ignição da poeira
desenhos e documentos para equipamentos Ex
o
combustível existente no local de sua instalação.
“t”, quando aplicável:
equipamentos “Ex” já disponibiliza uma ampla
O Documento Operacional IECEx OD 017
Deve ser ressaltado que os equipamentos “Ex” certificados de acordo com o tipo de proteção
1) desenho do arranjo geral do invólucro e do
por invólucro à prova de explosão (Ex “d”)
equipamento;
não são adequados para instalação em áreas
2) os métodos de vedação e arranjos de
classificadas contendo poeiras combustíveis,
montagem de eixos, hastes e foles;
em função deste tipo de proteção ser aplicável
3) com relação às juntas e vedações: detalhes
somente para locais contendo gases inflamáveis.
de fabricação, dependendo do EPL pretendido;
Neste sentido, é necessário esclarecer que,
4) os espaçamentos entre furos para os
em muitos casos, ainda se verifica, infelizmente,
dispositivos de fixação. Especificação dos tipos
mercado
nacional
e
internacional
de
77
O Setor Elétrico / Março de 2019
e completa gama de equipamentos, produtos,
atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou
no “ciclo total de vida” das instalações
materiais e sistemas “Ex”, tantos elétricos como
de poeiras combustíveis.
“Ex” reconhece o fato de que somente a
mecânicos, com uma certificação de terceira
“tradicional” certificação de equipamentos “Ex”
parte, emitida por um Organismo de Certificação
diversas
projeto,
não é suficiente para garantir a segurança das
de Produtos acreditado pelo INMETRO no
montagem, inspeção, manutenção e reparos que
instalações em atmosferas explosivas e nem das
âmbito nacional, seja reconhecido no âmbito
são frequentemente verificadas nas instalações
pessoas que nelas trabalham.
internacional pelo IECEx - Sistema da IEC para
em áreas classificadas de diversas indústrias
certificação abrangendo o todo o ciclo de vida
das áreas do petróleo, petroquímica, química,
instalações elétricas em atmosferas explosivas,
“Ex”.
silos de grãos, sucroalcooleira e de alimentos.
os equipamentos elétricos “Ex” necessitam
Isto pode ser verificado em função das não
conformidades
de
Sob o ponto de vista do ciclo total de vida das
Desta forma, pode ser verificado que o
Tais não conformidades podem invalidar as
estar seguros durante todo o tempo em que
sistema de certificação de equipamentos “Ex”
proteções proporcionadas pelos equipamentos
permanecem instalados em áreas classificadas,
se encontra esgotado e saturado, em termos
“Ex” certificados e colocar em risco as
ao longo de décadas, e não somente quando
de atender aos seus objetivos de elevação dos
instalações em atmosferas explosivas nas quais
estes
atuais níveis de segurança e das pessoas que
tais equipamentos foram instalados.
Neste sentido, existe a necessidade básica
trabalham em instalações contendo atmosferas
Para que estes níveis de segurança possam
de certificação também das competências
explosivas.
ser elevados há a necessidade de uma nova
das pessoas que realizam atividades em áreas
Tendo como base a grande quantidade
postura com relação a este problema, com a
classificadas, bem como das empresas de
de não conformidades de projeto, montagem,
adoção de um ponto de vista de certificação
prestação de serviços, tais como empresas
inspeção,
dos
que não fique limitado somente à certificação
projetistas, de montagem, de inspeção, de
equipamentos e instalações elétricas “Ex” que
dos equipamentos “Ex”, mas incluindo também
manutenção e oficinas de serviços de reparo,
podem ser verificadas em diversas plantas
a certificação das pessoas e das empresas que
revisão e recuperação de equipamentos “Ex”.
industriais no Brasil, é reconhecido que a
realizam serviços em áreas classificadas.
simples certificação de equipamentos elétricos
As deficiências e não conformidades
de equipamentos “Ex”, é na certificação prioritária
“Ex” não é suficiente para garantir a segurança
que são introduzidas durante a realização das
das empresas de serviços “Ex” e na certificação
das instalações e pessoas envolvidas em áreas
atividades de instalação, manutenção ou reparos,
prioritária das competências pessoais “Ex” das
classificadas.
fazem com que os equipamentos “Ex” percam
pessoas envolvidas com as diversas atividades
Sob o ponto de vista de segurança industrial
as suas características originais de proteção
envolvendo equipamentos e instalações “Ex”
pode ser verificado que de pouco adianta que
contra a ignição de atmosferas explosivas que
que reside grande parte da segurança e da
os equipamentos elétricos “Ex” tenham sido
podem estar presentes em seus locais de
conformidade das instalações industriais que
certificados de terceira parte, por Organismos
instalação. Estas deficiências são, na maioria
processam substâncias inflamáveis e poeiras
de Certificação de Produtos, acreditados, se os
das vezes, decorrentes de falta de treinamentos,
combustíveis, tal como a indústria do petróleo,
mesmos não são devidamente especificados,
conhecimentos,
habilidades,
petroquímica, química, silos de grãos, farelos,
instalados,
ou
qualificações e certificação das competências
adubo e fertilizantes, farmacêutica, de alimentos
reparados, ao longo das décadas em que
das pessoas responsáveis e dos executantes
e sucroalcooleira.
normalmente
destes tipos de serviços.
manutenção
inspecionados, permanecem
e
reparo
mantidos instalados
em
locais de elevado riscos de explosão, contendo
experiências,
A abordagem de certificação com base
equipamentos
saem
das
fábricas.
Muito mais do que na simples certificação
Referências bibliográficas: •
ABNT NBR IEC 60079-14 - Atmosferas
explosivas - Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas •
ABNT NBR IEC 60079-17 - Atmosferas
explosivas - Parte 17: Inspeção e manutenção de instalações elétricas •
ABNT NBR IEC 60079-31 - Atmosferas
explosivas - Parte 31: Proteção de equipamentos contra ignição de poeira por invólucros “t” •
IECEx OD 017, Documento Operacional -
Orientação sobre desenhos e documentação para a certificação IECEx •
O ciclo total de vida das instalações em
atmosferas explosivas, organizado por Roberval Bulgarelli (Paco Editorial)
Memórias do Setor
78
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Por Fundação Energia e Saneamento
Por que preservar a memória da energia? As histórias de um setor que reflete o desenvolvimento da sociedade paulista
Em um mundo de trocas rápidas e de
a construção ou deterioramento do
passos dados por pessoas antes de nós;
acontecimentos cada vez mais efêmeros, é
imaginário, e a memória, registrada em
é entender que, para desenvolver algo
um desafio falar da memória de empresas,
documentos ou na cabeça das pessoas, é
original, é necessário, realmente, conhecer
ainda mais de um setor, como é o caso
o que consolida a reputação institucional.
tudo o que foi feito antes.
da Fundação Energia e Saneamento.
Então, quando falamos da memória
A memória do setor energético é
acumulada pelas empresas e da narrativa
tem seu início em meados do século
fundamental para a compreensão da
histórica daí resultante, podemos falar da
XX, em empresas europeias que criaram
história do desenvolvimento do Estado
história da empresa, do seu discurso de
os primeiros relatórios com conteúdo
de São Paulo, sendo um case de valor
apresentação e da relação de quem recebe
referente à formação de seus negócios,
mundial quando analisamos o processo de
esse discurso. Temos, então, a noção de
um modo de registrar a sua trajetória
urbanização e crescimento da cidade.
que a história da empresa não pertence
e explicar o porquê de determinadas
Para entender o que é memória de uma
Na prática, a memória empresarial
a ela somente, mas também a todos seus
decisões. Já nos anos de 1920, as escolas
empresa, é necessário perceber que cada
públicos de interesse.
de negócios implantaram cursos sobre
companhia possui suas lembranças, como
história empresarial, visando destacar
uma pessoa. A memória, entendida no
todas as empresas podem ir, mas o que
o aspecto empreendedor de muitos
sentido original do termo, é tudo aquilo
legitima a capacidade de sobrevivência
fundadores (personalização da história).
que uma pessoa retém em sua mente,
em terrenos conflituosos e incertos e o
resultado de suas vivências. Ela é seletiva,
que evidencia um poderoso diferencial
pesquisadores começam a ligar a memória
pois, consciente ou inconscientemente,
narrativo e postural de uma empresa é
empresarial às mudanças organizacionais,
escolhe o que lembra, não guardando
a sua história, o seu legado ao longo do
usando da trajetória das empresas como
tudo que acontece ao indivíduo,
tempo e a possibilidade de comparação
um significativo dado para compreender o
configurando-se como um acervo de
com eventos já vividos. Entretanto, não
contexto sócio financeiro e as tomadas de
situações marcantes. A história, então,
se trata de definir o futuro apenas a partir
decisões no mundo empresarial como um
seria a narrativa que articulamos a partir
do passado, em uma equivocada visão
todo. Na década seguinte, a História passa
dos registros presentes em nossa memória,
pragmática da história, mas evitar apostar
a ser interpretada de novas formas e o
sobre alguém ou algum acontecimento.
tudo somente em uma determinada
simbólico ganha força como compreensão
No caso das empresas, a memória
Temos a percepção que, ao futuro,
Na década de 1960, alguns
perspectiva, rompendo com todas as raízes
para a formação de grupos e comunidades,
também está ligada a sua reputação,
e identidades construídas ao longo do
lugar em que se insere a memória
já que a experiência contribui para
tempo. Conhecer o passado é conhecer os
empresarial.
79
Entre os anos de 1980 e 1990
deram origem aos acervos arquivísticos
surgem nos Estados Unidos e no Brasil
e museológicos da Fundação Energia e
as primeiras agências formadas por
Saneamento.
pesquisadores, profissionais das áreas de
Ciências Humanas, em especial História
organização privada sem fins lucrativos,
e Arquivística, dedicados a cuidar dos
foi criada em 1998 pelo governo estadual
documentos acumulados por empresas,
paulista, com o objetivo de preservar a
interpretando-os como acervos históricos,
memória e o patrimônio histórico do setor
tratando-os e disponibilizando-os como
energético no Estado de São Paulo, frente
fontes de pesquisa para a sociedade, além
às grandes privatizações de empresas
de utilizá-los em produtos como livros
desse setor na época, uma ação inovadora
institucionais comemorativos.
e original. Os acervos iniciais da Fundação
foram, então, os acumulados pela
As empresas, então, passam a ter
Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
A Fundação Energia e Saneamento,
“lugares de memória”, espaços com
Eletropaulo, Cesp e Comgás, que foram
políticas bem definidas de preservação
entendidos em toda a sua importância
de seus acervos históricos, como foi o
histórica.
caso de empresas como a Klabin, o Grupo
Ultra, a Unilever, a Natura, a Nestlé, a
em extenso acervo documental, composto
Bunge, a Eletropaulo, a Cesp e a Comgás,
por mais de 1.600 metros lineares de
com destaque especial as três últimas, que
documentos técnicos e gerenciais, 260 mil
Essa memória preservada é refletida
Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
Lampião a gás em modelo vitoriano, específico para fachadas de edifícios.
Para entender o que é memória de uma empresa, é necessário perceber que cada companhia possui suas lembranças, como uma pessoa. A memória, entendida no sentido original do termo, é tudo aquilo que uma pessoa retém em sua mente, resultado de suas vivências. Ela é seletiva, pois, consciente ou inconscientemente, escolhe o que lembra, não guardando tudo que acontece ao indivíduo, configurando-se como um acervo Em abril de 1899 a Rainha Vitória, do Reino Unido, concedeu a carta-patente para a incorporação da The São Paulo Railway, Light and Power Company Limited. O que confere autenticidade ao documento é o selo de cera com o brasão de armas de Ontário, que seria equivalente à uma assinatura da Rainha.
de situações marcantes.
Memórias do Setor
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
80
Vista do Parque Anhangabaú, a partir do Palacete do Conde Prates. Da esquerda para a direita estão o Viaduto do Chá, o Teatro São José e o Theatro Municipal. 1924.
Vista noturna do centro de São Paulo.
Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
documentos fotográficos, cerca de 3.500 objetos museológicos, 50 mil títulos na biblioteca, além de documentos cartográficos, audiovisuais e sonoros, reunidos a partir de meados do século XIX, além de patrimônio arquitetônico e ambiental, composto por quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), as Usinas-Parque de Salesópolis, Rio Claro, Brotas e Santa Rita do Passa Quatro e dois imóveis urbanos em Itu e Jundiaí.
A importância do trabalho de preservação da memória do
setor energético da Fundação é essencial, tendo em vista os diferentes momentos pelos quais passaram as empresas de energia ao longo do processo de desenvolvimento das cidades, modos de vida e o próprio uso da energia no cotidiano das cidades. O acervo arquivístico da Fundação, sob a guarda do Núcleo Estação de Luz. Nesta tomada, em direção a oeste, destaca-se a Praça da Luz, vendo-se obras no leito da linha de bonde, que passa pelos pontilhões (passagem da atual Avenida Tiradentes, em sua conexão com rua Florêncio de Abreu). À direita, em primeiro plano, o Liceu de Artes e Ofícios (prédio ocupado hoje pela Pinacoteca do Estado). Ao fundo, a torre do Liceu Coração de Jesus. 12/4/1902.
de Documentação e Pesquisa, é focado na memória do setor energético, que abrange a memória das empresas, públicas e privadas, que deram origem ao que conhecemos como empresas de energia, possuindo desde documentos sobre geração, transmissão e distribuição de energia, projetos de construção de usinas, processo de eletrificação de meios de transporte público e instalação de
Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
iluminação pública a gás, entre outros temas.
Os documentos acumulados pelas empresas do setor
energético, além de contarem suas memórias, dão importantes subsídios para pesquisas acadêmicas e até mesmo para as novas ações das empresas que atuam nesse setor atualmente, explicando como o setor foi iniciado nas terras paulistas, que técnicas empregadas tiveram retorno positivo ou negativo e o contexto da tomada de decisões. Esse acervo é hoje um dos mais importantes dentro das linhas de pesquisa de história da energia e da urbanização da cidade de São Paulo.
Atualmente, as discussões sobre memória das empresas,
no contexto do branding, indicam como valiosa ferramenta de comunicação institucional, gestão da marca e engajamento de Imagem noturna do centro da cidade de São Paulo, registrada a partir do Teatro Municipal. À direita pode-se ver o Edifício Matarazzo; ao centro, o Viaduto do Chá e à esquerda, o Palacete Conde Prates e o Vale do Anhangabaú. Década de 1940.
seus públicos, sendo vista para além de uma simples linha do tempo, com grandes marcos de sua trajetória, mas uma construção relacionada com a percepção de si mesma para dentro e para fora
81 Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento
O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019
da instituição.
É interessante entender que as relações
das pessoas com as histórias das empresas transcendem os limites de empresa e consumidor. O acervo do setor energético é consultado também como fonte para procura de entes queridos que trabalharam em empresas, como a Light, para estudo da composição étnica dos trabalhadores do setor, entre outros. Então, os documentos criados para uma determinada função no passado são ressignificados, pois passam não apenas a documentar para fins legais
o dia a dia das empresas, de seu quadro
Vista geral do Parque do Anhangabaú, no centro de São Paulo. À esquerda é possível visualizar o edifício Alexandre Mackenzie, antiga sede dos escritórios da Light e atualmente o Shopping Light; ao centro, em destaque, está o Theatro Municipal. O projeto de urbanização da região e a abertura do parque datam da década de 1910.
de funcionários, o contexto sócio
continua em construção, já que as
econômico e político no qual a empresa
empresas continuam em constante atuação
estava inserida, além de entender os
e desenvolvendo o que será memória no
*Danieli Giovanini é historiadora e
investimentos e técnicas utilizados para
futuro. A Fundação Energia e Saneamento
assistente de Documentação e Pesquisa
a produção de energia em determinado
continuará a cumprir a sua missão e a sua
do Núcleo de Documentação e Pesquisa da
período.
meta de preservar e disponibilizar cada
Fundação Energia e Saneamento – http://
vez mais e melhor os acervos que estão
energiaesaneamento.org.br
e administrativos os acontecimentos das instituições, mas também a contar
A memória do setor energético
sob sua responsabilidade.
82
Índice de anunciantes
48
Alpha (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br Alubar 23 (91) 3754-7155 comercial.cabos@alubar.net www.alubar.net.br 4e5
Beghim (11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br 65
Brazil WindPower www.brazilwindpower.com.br 71
Cablena (11) 2175-9223 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Chardon Group 62 (21) 99351-9765 rafael.costa@chardongroup.com www.chardongroup.com.br
O Setor Elétrico / Março de 2019
11
Embrastec (16) 3103-2021 embrastec@embrastec.com.br www.embrastec.com.br 81
Energy Solutions Show www.energysolutionsshow.com.br 12
Exponencial (31) 3317-5150 comercial@exponencial.com.br www.exponencialmg.com.br
Clamper Fascículos e 37 (31) 3689-9500 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br 13
Cobrecom (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Conexled 4ª capa (11) 2334-9393 www.conexled.com.br Dutotec 49 (51) 2117-6600 www.dutotec.com.br Elos 33 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br
Megabrás 8 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com 7
Mitsubishi Electric (11) 4689-3000 www.mitsubishielectric.com.br/ia Novemp 19 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br
47
FIEE (11) 3060-4724 comercial@fiee.com.br www.fiee.com.br 21
Flir (15) 3238-807 www.flir.com.br/setoreletric Gimi Pogliano 27 (11) 4752-9900 atendimento@gimipogliano.com.br www.gimipogliano.com.br
9
Cinase (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br
16
Maccomevap (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br
46
Hellerman Tyton 11 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br
Novus 25 51 3323-3600 www.novus.com.br Onix Distribuidora (44) 3233-8500 www.onixcd.com.br
14
70
Paratec (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br 2ª capa
Prysmian (15) 3500-0530 https://br.prysmiangroup.com Reymaster 43 (41) 3021-5000 www.reymaster.com.br
51
IFG (51) 3431-3855 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br
39
Sel (19) 3518-2110 vendas@selinc.com.br www.selinc.com.br
3ª capa
Intelli (16) 3820-1500 intelli@intelli.com.br www.grupointelli.com.br
50
15
Itaipu Transformadores (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br 57
KitFrame do Brasil (11) 4613-4555 kitframe@kitframe.com.br www.kitframe.com
THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br Trael 63 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Weg 55 (47) 3276-4000 www.weg.net