O Setor Elétrico (edição 158 - Mar/2019)

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Ano 14 - Edição 158 Março de 2019

PAINÉIS MÉDIA TENSÃO E A INDÚSTRIA 4.0

A combinação da tecnologia do microprocessador, comunicações avançadas, IEC 61850 e sensores de corrente e tensão permite direcionar os painéis de média tensão para a era do Smart Grid e a Indústria 4.0 REPORTAGEM ESPECIAL CINASE abre 2019 em Santa Catarina com novidades no formato PESQUISAS SETORIAIS Mercado de linhas elétricas e o segmento de interruptores e tomadas esperam crescer 17% em 2019



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Camila Ramos, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr., Fundação Energia e Saneamento, Grupo Köbe Engenharia, Hans Rauschmayer, Henrique Santos, Isaque Nogueira Gondim, Jobson Modena, José Carlos Procópio, José Rubens Macedo Jr., José Starosta, Luciano Rosito, Nunziante Graziano, Paulo E. Q. M. Barreto, Paulo Henrique Oliveira Rezende, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Roberval Bulgarelli, Sergio Roberto Santos Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Cristal Crocker Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Suplemento Renováveis 31 Fascículo: Tecnologia fotovoltaica e módulos Notícias de Mercado Coluna solar: Financiamento para energia solar fotovoltaica: informação é ferramenta indispensável Coluna eólica: Crescem os números das eólicas no mundo

10

Reportagem especial CINASE abre 2019 em Santa Catarina com novidades no formato

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Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos

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Fascículos BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão

42

Pesquisas Mercado de linhas elétricas e o segmento de interruptores e tomadas esperam crescer 17% em 2019

52

CinaseTec O painel que enxerga todas as coisas

60

Destaque Prêmio OSE Projeto upgrade – RTG diesel para elétrico

66

Espaço 5419 Acidentes com descargas atmosféricas

68

Espaço SBQEE Aparelhos de ar-condicionado não são assassinos em série - Parte 02/02

70 72 73 74 76 78

Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Nunziante Graziano – Quadros e painéis Luciano Rosito - Iluminação José Starosta – Energia com Qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Memórias do Setor Por que preservar a memória da energia?

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Editorial

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O Setor Elétrico / Março de 2019 Capa ed 158.pdf

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29/03/19

17:46

www.osetoreletrico.com.br

Ano 14 - Edição 158 Março de 2019

PAINÉIS MÉDIA TENSÃO E A INDÚSTRIA 4.0

Nos últimos tempos, muito se tem discutido a respeito da indústria

O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 158 – Março de 2019

A indústria 4.0 e o setor de energia

A combinação da tecnologia do microprocessador, comunicações avançadas, IEC 61850 e sensores de corrente e tensão permite direcionar os painéis de média tensão para a era do Smart Grid e a Indústria 4.0 REPORTAGEM ESPECIAL CINASE abre 2019 em Santa Catarina com novidades no formato PESQUISAS SETORIAIS Mercado de linhas elétricas e o segmento de interruptores e tomadas esperam crescer 17% em 2019

Edição 158

Sistemas modernos de gestão de energia devem ser capazes

4.0 (ou a Quarta Revolução Industrial), termo de origem alemã,

de explorar um grande volume de dados coletados por diferentes

utilizado pela primeira vez durante a feira Hannover Messe. As três

tipos de medidores sobre diversas variáveis de interesse para uma

primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as

determinada operação industrial, congregando os conceitos acima –

linhas de montagem e a tecnologia da informação, elevando a renda

monitoramento extensivo, Internet Industrial das Coisas, análises de

dos trabalhadores e fazendo da competição tecnológica o cerne do

grandes volumes de dados e eficiência e sustentabilidade – em torno

desenvolvimento econômico. A Quarta Revolução Industrial terá,

de um objetivo comum, integrado e robusto. Estaremos vivendo em

segundo especialistas, um impacto ainda mais profundo e exponencial,

um mundo como no filme Matrix?

pois teremos um conjunto de tecnologias que permitirão a fusão dos

mundos físico, digital e biológico, com o surgimento da Manufatura

esse avanço. Em nossa sessão CinaseTec trazemos um artigo que

Aditiva, da Inteligência Artificial, da Internet das Coisas, da Biologia

trata sobre a correlação de toda essa tecnologia com a utilização

Sintética e dos Sistemas Cyber Físicos (CPS).

de painéis de média tensão. Segundo os autores, a combinação

da tecnologia do microprocessador, comunicações avançadas, IEC

O leitor da revista O Setor Elétrico deve estar se perguntando:

E a revista O Setor Elétrico não pode ficar de fora de todo

por que estamos tratando deste assunto? E mais: o que ele tem a ver

61850 e sensores de corrente e tensão permite direcionar os painéis

e o que muda com o nosso segmento? A resposta é: tudo!

de média tensão para a era do Smart Grid e a Indústria 4.0.

Os impactos da Indústria 4.0 sobre a produtividade, a redução

Todos esses avanços serão também destaques do CINASE, que

de custos, o controle sobre o processo produtivo, a customização da

acontece nos dias 8 e 9 de meio em Florianópolis, Santa Catarina

produção, dentre outros, apontam para uma transformação profunda

(leia mais informações em nossa reportagem especial nesta edição).

nas plantas fabris. Segundo levantamento da Agência Brasileira de

Desenvolvimento Industrial (ABDI), a estimativa anual de redução de

ainda o BIM, que a cada dia ganha mais espaço na cadeia de

custos industriais no Brasil, a partir da migração da indústria para o

construção civil como ferramenta de inovação para todo o ciclo de

conceito 4.0, será de, no mínimo, R$ 73 bilhões/ano. Essa economia

vida da edificação: projeto, construção, manutenção e demolição.

envolve ganhos de eficiência, redução nos custos de manutenção de

Essa consolidação tem ocorrido não apenas no Brasil, mas também

máquinas e consumo de energia.

ao redor do mundo. Leia em um de nossos fascículos a relação dessa

tecnologia com os projetos elétricos.

Eis o ponto. Teremos uma melhor gestão da energia, pelo

E seguindo ainda nessa toada das novas tecnologias, destacamos

menos é o que se espera. A gestão de energia é um dos principais

pilares desta nova revolução industrial. A motivação vem de uma

mostra adiante. Por hora vou me ater a esse grande tema de nossa

combinação de aspectos ambientais, pressões de custos, regulações

capa mensal, a nova revolução industrial. Mas claro ainda temos

e mesmo da proatividade de organizações na direção do consumo

as nossas pesquisas setoriais, nesta edição sobre linhas elétricas e

eficiente de energia.

interruptores e tomadas, as seções Espaço 5419, Qualidade com

Energia, Prêmio OSE, os fascículos, os Pontos de vista setoriais, nossa

Além disso, a integração de diferentes fontes de geração de

Assuntos não faltam para abordamos esse novo mundo que se

energia em um mercado cada vez mais exigente e distribuído,

seção Renováveis, artigos de nossos colaboradores e por aí vai.

necessariamente contará com tecnologias de gerenciamento capazes

Convido você a essa leitura!

de reconhecer, predizer e atuar de forma a garantir qualidade,

Abraços,

sustentação e eficiência, inclusive de custos, ao consumo energético.

Cristiane Pinheiro

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Revista O Setor Elétrico



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Coluna do consultor

O Setor Elétrico / Março de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

O alto custo do saneamento

O tema merece relevância se tratado do ponto de

vista clássico, relacionado ao saneamento básico das nossas cidades que emporcalham os rios que as cruzam e os inúmeros aspectos ambientais não cumpridos, mas o tema abordado é um tanto quanto pior. Nos referimos ao saneamento de pessoas, que eleitas ou indicadas para gerir os negócios de um País sedento por ordem e progresso, teimam em olhar para seus próprios umbigos.

Como uma pororoca gigante surgem novos escândalos,

negociatas e pesados esquemas que lembram um mar de ......... ”lama”. Estes danosos mecanismos de desvios do curso natural elevam os nossos custos operacionais, dos equipamentos que precisamos comprar, de importação e exportação, de infraestrutura e modernização das cidades e até mesmo da comida das nossas mesas.

Enquanto cartas marcadas de todas épocas que ocuparam

e ocupam altos escalões dos poderes executivo, legislativo e judiciário se locupletam e defendem seus interesses, os simples mortais que buscam manter seus empregos e suas empresas de pé seguem uma enfadonha rotina de acompanhamento passivo dos próximos acontecimentos, quem será o próximo a ser tirado de circulação?

Sobe o dólar, cai a Bolsa, prende um, solta o outro,

e assim vamos apenas torcendo como em um FLA-FLU interminável. Enquanto isso, os negócios param, taxa de desemprego sobe e os impostos, ahhh estes sim! continuam com plena força e vigor. Quanto de esgoto a céu aberto ainda estariam sujando os nossos afluentes? Quando teremos rios cristalinos? O que fizeram e o que estão fazendo com o Brasil?



Evento

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O Setor Elétrico / Março de 2019

Por Adriana Dorante Edição Cristiane Pinheiro

CINASE abre 2019 em Santa Catarina com novidades no formato

Florianópolis sediará pela primeira vez o evento nos dias 8 e 9 de maio

O CINASE - Circuito Nacional do Setor

técnico itinerante. O Congresso tem um

Santa Catarina, a expectativa é grande

Elétrico começará sua jornada este ano nos

propósito muito bem definido, misturando

em relação ao CINASE Florianópolis. “Os

dias 8 e 9 de maio pelo Estado de Santa

profundidade dos temas técnicos, visibilidade

temas abordados, como inovação, eficiência

Catarina com novo formato, comemorando

e trabalho de divulgação total e diferenciado

energética

seu décimo ano de existência consolidado

nas regiões por onde passa. Desde o ano

alinhados com as novidades como foco da

como

e

projetos

elétricos

estão

do

passado também levamos ao evento o

nossa universidade. Desejo muito sucesso

segmento. A capital Florianópolis sediará

Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das

ao CINASE Florianópolis e à toda Santa

o evento pela primeira vez, como um dos

Instalações Elétricas, que agrega cada vez

Catarina”, comentou.

polos industriais, marcado por importantes

mais participantes. Tudo isso é o CINASE”,

universidades e entidades ligadas ao setor

destacou Adolfo Vaiser, diretor da revista O

elétrico, além de ser um ponto turístico,

Setor Elétrico e organizador do evento.

facilitando a participação de toda a região.

Uma novidade deste CINASE é o

programação

com

Cupani Carena, diretor de GTD - Geração,

conteúdo programático com novos temas.

a presença confirmada da distribuidora

Transmissão e Distribuição de Energia e

Anteriormente,

Celesc, a transmissora Eletrosul, o Senge

novos negócios da concessionária Celesc,

participava da abertura do evento, mostrando

–SC – Sindicato dos Engenheiros de Santa

falando sobre novo marco do setor elétrico

um panorama do setor na região. Agora,

Catarina, a Associação Catarinense de

inovação e investimentos em GTD. Também

estará

Engenheiros,

o

melhor

a

evento

itinerante

concessionária

A edição de Florianópolis prepara uma extremamente

engenharia

haverá a presença de Rogério Bonini

locais, como a Quantum Engenharia e todas

Ruiz, diretor de operações da Eletrosul

tornando os temas do Congresso ainda mais

as grandes universidades, entre elas a Udesc

(Grupo Eletrobrás), que falará sobre novas

dinâmicos.

- Universidade do Estado de Santa Catarina,

tendências da transmissão de energia.

em

diversos

painéis,

de

O evento abrirá com o diretor Pablo

se aproximando ainda mais do público,

presente

empresas

rica

Programação

“O CINASE chega ao seu décimo ano

entre outras.

existência no auge do reconhecimento da

Segundo

indústria, que nos acompanha e que hoje

Nonato

enxerga esse modelo como um sucesso não só por ser o maior, mas o melhor evento

que está presente em todo o Estado de

Passos, do Instituto Ideal, que trabalha no

o

Como parte do novo formato deste ano,

Raimundo

o evento colocará em evidência o tema

coordenador

energias renováveis nos painéis. O assunto

de engenharia, projetos e obras da Udesc,

será destacado durante a abertura por Mauro

Gonçalves

professor Robert,


11

O Setor Elétrico / Março de 2019

desenvolvimento de energias alternativas

destaque é Geração Distribuída e Energia

para a América Latina, e Ricardo Ruther, diretor

Fotovoltaica, que serão abordados por Juarez

tanto do Instituto Ideal, quanto do Laboratório

Guerra, membro da Comissão da Abinee, e

Fotovoltaico da Universidade Federal de

casos de aplicação de projeto em fotovoltaica

Santa Catarina. Ambos apresentarão um

por Patrício Pavez, gerente comercial da

panorama do setor elétrico no Brasil e na

Quantum Solar, empresa local.

região, com foco em energia renovável.

Outros assuntos em evidência serão:

O CINASE é conhecido também pelas

revisão da NBR 5410 (pelo especialista

palestras com especialistas que participam do

Paulo Barreto), novas tecnologias e soluções

evento desde as primeiras edições e trazem

BIM nas instalações elétricas prediais

bastante atualizações. Entre os principais

(Elton Nascimento Pivato, da Franzmann

temas do Congresso estão Smart Grids e

Engenharia, e Francisco de Assis Araujo

redes subterrâneas (Daniel Bento), proteção

Goncalves Junior, da ALTO QI), painéis

e

elétricos

elétricos, arco elétrico e EPI (engenheiros

(Cláudio Rancoleta), eficiência energética

especialistas Nunziante Graziano e Claudio

(José Starosta, um dos coordenadores do

Mardegan) e IOT (arquiteta Juliana Iwashita).

evento), aterramento e proteção de áreas

“Para enriquecer ainda mais o conteúdo

aberta com nova Norma deste setor (Jobson

técnico há um alinhamento lógico na

Modena, outro coordenador do evento), entre

programação. Por exemplo, o assunto que é

outros destaques.

definido na parte da manhã poderá continuar

O Congresso também prepara um

na parte da tarde com mais profundidade”,

grande painel de quase duas horas para

destacou Jobson Modena, coordenador do

tratar sobre a indústria 4.0. Outro tema de

CINASE.

manutenção

dos

sistemas

Divulgação

O evento itinerante conta ainda com uma divulgação estratégia forte para alcançar

todo o Estado de Santa Catarina. O trabalho de divulgação, além de Florianópolis, engloba Joinville e Jaraguá do Sul, região Oeste, como Chapecó e Sul, e Criciúma.

“O processo continua sendo a mesma receita dos anos anteriores, porém cada

vez mais aperfeiçoado. Vamos no mínimo cinco vezes em reuniões com entidades ligadas ao setor elétrico, universidades e empresas para estreitar a comunicação em relação ao conceito do evento. Sempre defendi a ideia de estar presente na região para a divulgação. Nem todas respondem de forma tão positiva, mas a parte do Sul tem respondido muito bem”, afirmou Simone Vaiser, diretora da revista O Setor Elétrico e do CINASE.

“A cada edição aprimoramos mais a troca de informações com os apoiadores e

entidades locais. Aprendemos que cada Estado tem o seu “modus operandi” e vamos seguindo com eles. Estamos cada vez mais próximos dos clientes regionais, atendendo ás necessidades deles, o que gera um público maior e mais focado nos interesses da região”, complementou.

Além do Congresso que contará com mais de 40 palestrantes, o evento

disponibilizará uma área de exposição com cerca de 30 empresas. As informações estão disponíveis no site do evento (www.cinase.com.br), que passou por uma reformulação e ficou mais prático e dinâmico, integrando também as informações sobre o Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas.

“Estamos aprimorando algumas questões relacionadas ao prêmio, que ainda está no

seu segundo ano. Umas das mudanças é no questionário anteriormente único para todas as categorias concorrentes. Agora, ele é direcionado a cada uma, facilitando o foco de cada tema”, explicou Adolfo.


Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Março de 2019

Liquidação financeira do mercado de curto prazo de energia elétrica movimenta R$ 910 milhões em dezembro Operação referente a dezembro de 2018 possui 81% dos valores em aberto por conta de liminares do GSF vigentes A liquidação financeira do mercado de

a operacionalização dessas decisões judiciais,

curto prazo de energia elétrica movimentou em

os credores que não possuem liminares

dezembro de 2018 R$ 910 milhões, dos R$

relacionadas

8,63 bilhões contabilizados no ano. Do valor não

perceberam adimplência de 3%.

pago, R$ 6,97 bilhões estão relacionados com

Na liquidação de dezembro de 2018,

liminares de GSF (Generation Scaling Factor -

houve o pagamento integral dos débitos da

risco hidrológico) no ACL - mercado livre e R$

distribuidora Amazonas Energia, no valor de R$

750 milhões representam outros valores em

51 milhões. A operação, realizada pela CCEE,

aberto da liquidação. Os dados foram divulgados

envolveu 7.379 agentes, sendo 2.834 devedores

pela CCEE - Câmara de Comercialização de

e 4.545 credores.

ao

rateio

de

inadimplência

Energia em fevereiro de 2019.

A liquidação financeira do mercado de

Segundo a CCEE, é importante ressaltar

curto prazo representa o acerto de eventuais

que os agentes credores amparados por

diferenças entre a energia medida e a contratada

decisões judiciais vigentes para não participar

pelos agentes que operam no âmbito da CCEE.

do rateio da inadimplência oriunda de liminares

Os débitos e créditos, apurados pelo processo

do GSF perceberam adimplência próxima de

de contabilização das operações do mercado

91% e os agentes amparados por decisões

pela Câmara de Comercialização, são valorados

que determinam a incidência regular das

ao PLD - Preço de Liquidação das Diferenças,

normas perceberam adimplência de 8%. Após

calculado semanalmente.

Empresário da indústria eletroeletrônica mantêm confiança em fevereiro Segundo a Abinee, Índice, de 63,6 pontos supera o do mesmo período do ano passado (60,7 pontos)

O ICEI - Índice de Confiança do Empresário

Industrial do Setor Eletroeletrônico atingiu 63,6

mais confiante do que estava no começo de 2018.

pontos no mês de fevereiro de 2019, de acordo

com dados da CNI - Confederação Nacional da

que medidas importantes para destravar a

“Apesar desse otimismo inicial, precisamos

Indústria, agregados pela Abinee – Associação

economia sejam tomadas rapidamente. Do

Brasileira da Industria Elétrica e Eletrônica Na

contrário, veremos mês a mês esse índice

área elétrica, o índice alcançou 63,5 pontos, e

arrefecer”, avalia o presidente da Abinee,

na eletrônica, 63,7 pontos.

Humberto Barbato.

Embora o resultado tenha sido inferior

ao registrado em janeiro (65,1 pontos), o

acima da linha dos 50 pontos pelo sétimo mês

Desta forma, o ICEI do setor permaneceu

ICEI permanece acima do observado em

consecutivo. O Índice varia de 0 a 100 pontos,

igual período do ano passado (60,7 pontos),

sendo que valores acima de 50 pontos indicam

indicando que o empresário industrial do

confiança do empresário industrial e abaixo de

setor eletroeletrônico iniciou o ano de 2019

50 pontos mostram falta de confiança.



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Março de 2019

Por Adriana Dorante

MWM investirá em geradores de energia no Brasil Novo nicho de mercado reforça ainda mais a presença da MWM no País, com investimento de cerca de R$ 20 milhões em toda cadeia de produção

A MWM, fabricante independente de motores

diesel, lança sua linha própria de geradores de energia. Produzidos com a mesma qualidade e tradição dos seus motores, na fábrica da empresa em Santo Amaro, bairro da zona sul de São Paulo, os equipamentos devem gerar investimento de cerca de R$ 20 milhões em toda cadeia de produção instalada no Brasil.

O lançamento da linha de geradores reforça

ainda mais a presença da MWM no mercado

por ano, ou seja, mais de 330 por mês. A MWM

brasileiro, em um contexto em que a geração de

prevê a produção de 600 unidades em 2019. Para

energia registra aumento da demanda de consumo.

2020, o planejamento conservador é fabricar 1,2

A estimativa é de que sejam vendidos cerca de 10

mil equipamentos para o mercado local e 200 para

mil geradores de energia por ano no Brasil.

exportação, totalizando 120 unidades por mês.

Além disso, a previsão é de que alavanquem

"Toda a tecnologia e tradição da fabricação

um faturamento de R$ 2,7 bilhões, em um prazo de

dos motores MWM agora também será utilizada

dez anos. Também é esperada a contratação de

na produção da linha de geradores de alta

cerca de 1 mil colaboradores em toda a cadeia nas

eficiência para o público final. É uma conquista

áreas de tecnologia, produção, fornecedores, rede

muito importante tanto para a MWM quanto

de distribuição e serviços.

para o mercado, que espera ansioso por essa

O presidente e CEO da MWM Motores,

novidade", destaca o presidente e CEO da MWM

José Eduardo Luzzi, destaca que a empresa

Motores. Segundo o executivo, as empresas da

enxerga grandes oportunidades para a economia

cadeia produtiva já estão contratando profissionais

brasileira nos próximos anos. "O Fundo Monetário

para suprir essa nova oferta de equipamentos.

Internacional (FMI), recentemente, elevou sua

"Como a marca MWM tem tradição de 65 anos

projeção para o crescimento econômico do

e é muito respeitada no segmento de energia, já

Brasil de 2,4% para 2,5% em 2019. O melhor

estamos recebendo uma série de pedidos desses

desempenho da economia deve gerar uma alta

equipamentos de diversos setores. Existe uma

da demanda de energia, que, somada à falta

grande expectativa no mercado", completou o

investimentos em infraestrutura no País nos últimos

presidente e CEO da MWM Motores.

anos, deve impulsionar o aquecimento do mercado

de geradores", disse Luzzi.

ao mercado local e também para exportação. Os

O executivo ressalta ainda que os geradores

principais mercados externos são os países da

representam uma importante alternativa para

América Latina, com destaque para Colômbia,

o fornecimento de energia para uma série

Chile, Equador e Paraguai, além dos mais de 45

de setores da economia. "O investimento da

países que a companhia já exporta seus produtos.

MWM na nova linha de produção oferecerá uma

solução para suprir o crescimento do País neste

pelas empresas BRG (região Centro-Norte) e

momento, além de gerar empregos, movimentar

CURITEK (região Sul). Em São Paulo, Rio de

a economia e impactar positivamente toda a

Janeiro, Espírito Santo e região Nordeste, os

cadeia produtiva", disse.

equipamentos serão distribuídos pela própria

MWM, que conta com mais de 500 pontos de

A capacidade inicial de produção da nova linha,

em regime de três turnos, será de 4 mil unidades

A nova linha de geradores será destinada

A rede de distribuição no Brasil é composta

distribuição e serviços em todo o Brasil.


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O Setor Elétrico / Março de 2019

Siemens é líder na avaliação do Quadrante Mágico da Gartner pelo quinto ano consecutivo

A Siemens, uma das líderes mundiais em

soluções de energia, foi avaliada pela Gartner, referência mundial em pesquisa e consultoria de TI, como a melhor empresa do "Quadrante Mágico de 2018" na categoria Produtos para Gerenciamento de Dados da Medição pelo quinto ano consecutivo. Nesse relatório, empresas fornecedoras de tecnologia são avaliadas com base nas funcionalidades técnicas do produto e na capacidade da equipe na implementação e execução dos projetos. Nesta edição, a Siemens conquistou a posição mais elevada por atingir ambos objetivos com o software EnergyIP. "Estamos

muito

contentes

por

sermos

reconhecidos pela Gartner em cinco anos consecutivos de avaliação de mercado com a mais alta posição entre os líderes da indústria." disse o executivo Sergio Jacobsen, diretor da unidade Digital Grid no Brasil. "A Siemens tem dois centros de desenvolvimento de software (P&D) no Brasil voltados para as soluções do software Energy IP, que já tem instalações implementadas em cerca de 10 distribuidoras brasileiras.", completou.

O software Energy IP é altamente escalável

e vem embutido em uma arquitetura única de IoT (Internet das Coisas), com uma ampla gama de aplicações para suporte de processos e casos de uso complexos na indústria energética. "Nossa solução consegue processar dados de milhões de ativos distribuídos e de dispositivos inteligentes quase que em tempo real, potencializando novas abordagens

para

gerenciamento

de

dados

de medidores, otimização e análise de redes, gerenciamento de energia distribuída e participação no mercado de energia", explica Sergio Jacobsen, ao complementar que as concessionárias de energia, água e gás podem obter valor além de um maior controle de receitas e prevenção de perdas, através da implementação um modelo tradicional baseado em CAPEX ou de "MDM como serviço" através de uma solução baseada em nuvem.


Painel de produtos

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Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

MWM lança linha de geradores www.mwm.com.br

Os novos produtos da MWM Geradores estão disponíveis nas potências de 30 kVA a 770 kVA em 50 Hz

e 40 kVA a 800 kVA em 60hz e são projetados para aplicações de emergência, horário de ponta ou fonte única de energia, disponíveis nas versões aberto e silenciados, manual ou automático, com ou sem paralelismo.

Com alta eficiência e tecnologia de ponta, a nova linha de geradores MWM garante maior durabilidade

e confiabilidade para as mais diversas aplicações em geração de energia.

Schneider Electric lança novo inversor vde frequência Altivar™ Process Modular www.se.com/br/pt

O novo inversor de frequência da Schneider Electric Altivar™ Process Modular é projetado para melhorar

o desempenho de processo, reduzindo custos operacionais. O inversor atende a uma faixa de potência de 110 kW até 1200kW e tensão de 380 até 690V.

Seu uso permite otimização do gerenciamento do estoque, manutenção e entrega dos inversores de alta

potência. O mesmo módulo permite atingir potências diferentes com um tamanho muito menor do que os inversores padrões de mercado. Um único módulo atenderá às potências de 110kW até 800kW em 380/480V, ou até 1200 kW em 690V.

Quadro de distribuição da Astra www.astra.com.br

Utilizados para organização de disjuntores, os quadros de distribuição são fabricados em material

antichamas e são compatíveis com disjuntores DIN e/ou NEMA. Com acabamento discreto, estão disponíveis em cinco tamanhos e versões com abertura inteira ou centralizada, conforme a necessidade de disjuntores e DRs de cada local. Todos os modelos estão em conformidade com as Normas da ABNT NBR IEC 60670-1.


Fascículos

Apoio

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

18

Francisco Gonçalves Jr. Capítulo III - Projetos elétricos em BIM, e agora? - BIM e o mercado de projetos elétricos - Os desafios para implantação do modelo BIM em projetos elétricos - Quais benefícios as ferramentas BIM geram em seu projeto elétrico? - Softwares BIM para projetos elétricos

Equipamentos para ensaios em campo

24

Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta Capítulo III - Testes em campo de relés de proteção - Introdução - Manutenção preventiva: serviços e ensaios

Linhas elétricas para baixa tensão

28

Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo IIII – Terminologia (III) - Uso adequado da terminologia - Principais conceitos - Características - Aplicações


Apoio

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

18

Por Francisco Gonçalves Jr.*

Capítulo III Projetos elétricos em BIM, e agora?

O BIM a cada dia ganha mais espaço na cadeia de construção

planejamentos e custos mais controlados e precisos.

civil como ferramenta de inovação para todo o ciclo de vida da

É nessa hora que encontramos vários profissionais experientes

edificação: projeto, construção, manutenção e demolição. Essa

se deparando com um grande ponto de interrogação: “Projetos

consolidação tem ocorrido não apenas no Brasil, mas também ao

elétricos em BIM, e agora?”. Isso acontece porque o BIM não é

redor do mundo. Aqui nos nossos fascículos, já abordamos o que é

apenas um software que gera desenhos em 3D, ele é bem mais do

BIM e as suas dimensões. eNeste fascículo vamos explicar a relação

que isso. Representa uma mudança de paradigma que impacta todo

dessa tecnologia com os projetos elétricos.

workflow do projeto, já que existem empresas que contam com um

BIM e o mercado de projetos elétricos

fluxo de trabalho enraizado. Nelas, os profissionais estão habituados a entregar projetos somente com desenhos em CAD 2D e, portanto, necessitam de uma revisão nos processos de trabalho do escritório. Diante desse cenário, não basta apenas comprar um software de modelagem BIM e achar que o problema estará resolvido. A área de instalações elétricas, por exemplo, é a menos desenvolvida em termos de soluções disponíveis no mercado. A maioria delas é de empresas internacionais e não estão adaptadas às nossas Normas técnicas, nossos padrões de representação gráfica de projetos e

Fascículo

ainda contam com traduções de termos técnicos muito deficientes.

Os desafios para implantação do modelo BIM em projetos elétricos Figura 1 – Mercado de projetos elétricos

Construir com as várias áreas alinhadas desde o início da obra é um fator decisivo de sucesso para todo o ciclo do empreendimento.

Com a chegada deste novo método de trabalho, os projetistas de

Nos próximos tópicos, podemos conferir os principais desafios na

instalações elétricas estão sendo demandados para desenvolverem

elaboração de projetos de instalações elétricas baseadas no modelo

projetos elétricos em BIM. O objetivo da contratação desses

BIM.

profissionais é integrar as exigências da área com as demais disciplinas e contribuir com a simulação de toda edificação em um

1. Mudança no processo baseado em desenhos 2D e planilhas de

modelo virtual. Nessa espécie de protótipo é possível efetuar diversas

cálculo

análises e, com isso, antecipar problemas de compatibilidade, obter

Nos escritórios especializados em projetos de instalações


19

Apoio

elétricas é muito comum o uso de ferramentas CAD para as representações gráficas dos desenhos. Nesses locais onde os projetos ainda são executados em 2D, a atividade é extremamente trabalhosa, manual e improdutiva. Isso porque os desenhos não possuem nenhuma informação, são apenas linhas, textos e blocos representativos. Todos os cálculos são efetuados em ferramentas externas e sem nenhuma integração com as ferramentas de desenho. Além disso, as planilhas com as informações sobre os circuitos de projetos, tabelas normativas e catálogos dos fabricantes são atualizadas de forma manual. Sem integração entre os sistemas, o projetista atualiza os dados calculados no desenho manualmente gerando trabalho e possibilidade de erros. 2. Mão de obra especializada com novas habilidades É sempre um desafio propor novos fluxos de trabalho, principalmente pelo fato do processo estar bem definido. Na mudança, é necessário aprender novas ferramentas baseadas em elementos 3D paramétricos que possuem informações de projeto. Parece trabalhoso, mas a grande verdade é que projetar segundo o modelo BIM permite que o novo workflow seja totalmente colaborativo, com definições e soluções muito mais precisas nas fases iniciais do processo e que deverão estar em compatibilidade com as demais disciplinas. As atividades se tornam multidisciplinares, os conhecimentos do projeto mais sólido e o trabalho em equipe é priorizado. 3. Ferramentas de produtividade paramétrica para elaboração dos projetos adequadas às Normas brasileiras Para implementar o modelo BIM nos projetos elétricos é necessário investimento em softwares que estejam alinhados ao conceito. Nesses sistemas, os elementos são paramétricos, contendo diversas informações de cálculo e desenho e quantitativos. Nesse momento, deve-se ter cautela para que a migração seja segura e com poucos riscos, pois a grande maioria das soluções disponíveis no mercado para a modelagem dos projetos elétricos é estrangeira e possuem um custo elevado para aquisição, capacitação e infraestrutura compatível. Elas apresentam projetos ricos e detalhamentos 3D que impressionam, mas ainda pecam em questões importantes no que diz respeito ao dimensionamento dos projetos elétricos, pois não estão adaptadas às Normas nacionais ABNT. A NBR 5410 e as Normas das concessionárias locais são muito utilizadas e, caso a ferramenta contratada seja importada, o projetista precisa elaborar vários ajustes. Se isso não for feito, vai continuar efetuando os cálculos manuais de forma paralela. Além disso, essas soluções também contam com problemas graves de tradução dos termos técnicos, causando grande confusão.


Apoio

BIM - Building Information Modeling

20

As representações gráficas muitas vezes não estão de acordo

balancear os circuitos com base em tabelas e Normas que já estão

com o padrão brasileiro. Assim, é necessário um empenho extra

internalizadas nas ferramentas BIM. O projetista pode gerenciar

para adequação dos projetos elétricos elaborados no Brasil. Um

todos os circuitos e quadros da instalação e atualizar os dados de

exemplo disso é o detalhamento da indicação do condutor de

cálculo no desenho de forma automática, podendo ainda gerar

“Retorno” pelos projetistas nos esquemas elétricos de ligação dos

detalhes como: quadro de cargas, legenda de símbolos, diagrama

pontos de iluminação. Nessas ferramentas, não são consideradas

unifilar e multifilar com os dados do projeto.

essa indicação, por seguirem padrões internacionais de projeto. Portanto, com essa diferença é possível que haja erros no

3. Alterações do projeto otimizadas

levantamento preciso do quantitativo da fiação de um projeto.

As alterações de projeto são uma das grandes dores dos

Essas soluções também necessitam de computadores de última

profissionais de instalações elétricas que trabalham com desenhos

geração com alto desempenho. Desta maneira, a migração deve ser

2D. Essa metodologia exige muito trabalho braçal que pode

feita da forma mais planejada possível para minimizar possíveis

gerar erros, como: a atualização de informações nos quadros de

problemas na produtividade do escritório e evitar dificuldades de

cargas, diagramas unifilares, indicação de circuitos e comandos.

adaptação dos profissionais envolvidos no processo, além de custos

Já as ferramentas BIM possibilitam a atualização automática dos

elevados com softwares, treinamento e infraestrutura.

desenhos e detalhes, integrado às rotinas de cálculo. Além disso,

Quais benefícios as ferramentas BIM geram em seu projeto elétrico?

ainda faz simulação de novas soluções de forma rápida, segura e automatizada. 4. Quantitativos automáticos Os elementos possuem dados capazes de conceber composições de itens e insumos. Eles são construídos a partir de várias regras e são quantificados de forma automática após o lançamento do projeto. As listas de materiais também são geradas de forma instantânea, com rapidez e precisão. Isso aumenta a produtividade do projeto, pois não é necessário fazer levantamentos manuais, demorados e imprecisos como os realizados com base apenas em desenhos CAD 2D.

Figura 2 - Benefícios das ferramentas BIM

1. Geração de desenhos inteligentes com informação – Softwares paramétricos Como é sabido, o termo BIM é derivado do inglês: “Building Information Modeling”, que significa Modelagem da Informação da Construção. Esse primeiro tópico está ligado, portanto, a letra

Fascículo

I da abreviação, o “I” de informação. Isso porque nessa filosofia de trabalho, os processos ocorrem de forma diferente. Os elementos

5. Visualização 3D As ferramentas BIM viabilizam a geração automática de modelos tridimensionais para visualização de pontos, eletrodutos, caixas de passagem, quadros e demais elementos do projeto. Os objetivos são promover um melhor entendimento da instalação, facilitar a verificação do lançamento efetuado como um todo e evitar erros na elaboração dos projetos elétricos. 6. Interoperabilidade – IFC

possuem várias informações de projeto como potência, rendimento, fator de potência, fluxo luminoso e taxa de ocupação. Trabalhando dessa forma, utilizando objetos com informação, os cálculos podem ser efetuados de forma automática e simultânea ao lançamento gráfico do projeto. Isso evita que o projeto seja apenas uma representação simples de desenhos CAD 2D sem nenhuma informação sobre a instalação elétrica. 2. Ambiente de CAD 2D e 3D integrado aos cálculos Como os elementos de desenho possuem informações técnicas, é possível obter rotinas de cálculo automatizadas e sem necessidade do uso de planilhas externas. Assim, pode-se dimensionar e

Figura 3 – Interoperabilidade IFC


Apoio

21


Apoio

BIM - Building Information Modeling

22

Um dos pilares do conceito das ferramentas BIM é propiciar

a necessidade de uso de planilhas externas.

a interoperabilidade e a colaboração entre os projetistas das

Desta forma, o programa possibilita o detalhamento do

diversas disciplinas envolvidas na construção de uma edificação.

projeto com a geração automática dos quadros de cargas,

Investir nesse modelo garante a troca de informações de forma

demanda, diagramas unifilares, cortes, prumadas e detalhes

eficiente e eficaz entre as várias áreas do empreendimento.

isométricos. A atualização é automática sempre que qualquer

Uma das formas mais utilizadas para essa troca de informação

item do projeto for modificado.

é a exportação/importação dos projetos por meio de arquivos

O QiElétrico faz parte da plataforma QiBuilder, que

no formato IFC (Industry Foundation Classes). Esse formato é

permite a integração e colaboração com as demais disciplinas

aberto (OpenBim) e possui diversos dados além da geometria

de instalações prediais, como: SPDA, cabeamento estruturado,

dos elementos lançados. Isso proporciona diferentes usos do

hidrossanitário, incêndio, gás e alvenaria estrutural.

modelo BIM, tais como: a compatibilização tridimensional com análise de interferências, planejamento, orçamento, gerenciamento da manutenção e análises de sustentabilidade.

Softwares BIM para projetos elétricos

2. Revit MEP Uma das ferramentas mais conhecidas para modelagem paramétrica de sistemas mecânicos, elétricos e hidráulicos é a ferramenta da empresa AutoDesk, chamada de Revit MEP. Nele,

o

projetista

“modela”

a

instalação

elétrica,

Dentre as soluções existentes no mercado, podemos

representando todos os objetos com base no conceito de

mencionar alguns softwares BIM que contribuem para que

famílias e seus diversos parâmetros. O software permite gerar

essas vantagens cheguem aos projetos elétricos e possam

alguns cálculos automatizados, quantitativos e detalhes, em

assegurar a qualidade de um empreendimento.

função da sua característica paramétrica. Além disso, permite interoperabilidade eficiente, por possuir aplicações para

1. QiElétrico

projetos de outras disciplinas, como arquitetura e estrutura. Uma das características que mais se destaca é seu poderoso ambiente CAD para modelagem dos elementos da instalação elétrica em 3D, mas como os demais softwares BIM internacionais o projetista encontrará dificuldade para se adaptar ao padrão brasileiros e às Normas da ABNT. Para elaboração de um projeto elétrico é necessário uma boa customização e criação de novas famílias adequadas aos padrões nacionais. Isso exige conhecimento avançado e tempo. Apesar disso, os resultados podem ficar restritos às limitações

Figura 4 – QiElétrico

da ferramenta. Daí a necessidade de planilhas externas

Fascículo

auxiliares. O software BIM QiElétrico é um sistema brasileiro para projetos de instalações elétricas prediais de baixa tensão. A empresa desenvolvedora, AltoQi, criou o programa baseado em um fluxo de trabalho voltado à concepção do projeto completo. O principal diferencial do QiElétrico é ser um sistema nacional, que garante maior produtividade, devido aos comandos para definição automática de tomadas, condutos, fiação, balanceamento de fases, cálculos luminotécnicos e geração de lista de materiais. Além disso, possui uma base sólida de cálculos integrados

*Francisco de Assis Araujo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM - Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br

com os desenhos de acordo com as Normas brasileiras,

Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para

principalmente a NBR5410, e as concessionárias regionais, sem

redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

23


Apoio

Equipamentos para ensaios em campo

24

Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*

Capítulo III Testes em campo de relés de proteção

concessionárias e, dessa forma, serão discutidos os aspectos básicos

1 - Introdução

da realização da manutenção nesses dois tipos de equipamentos.

A principal função dos relés de proteção em um sistema elétrico

2 - Manutenção preventiva: serviços e ensaios

é a de monitorar e eliminar de forma mais rápida possível e seletiva qualquer anormalidade (falta) que ocorra no sistema através de

Para se efetuar a manutenção em qualquer relé de proteção deve-se ter mãos o estudo de seletividade do sistema, onde são

atuação direta ou em um dispositivo externo. Existem vários tipos de relés de proteção, quanto a forma de atuação principal, que podem ser aplicados à proteção de diversos equipamentos, dentre eles podemos destacar, entre vários outros:

definidos os valores a serem ajustados nos relés. O instrumento básico para se realizar os testes em relés de proteção é a caixa de calibração. Trata-se basicamente de uma fonte de corrente e tensão, que pode ser monofásica ou trifásica e que

• relés bimetálicos;

conta com um sistema de contagem e registro do tempo de atuação

• relés térmicos;

dos relés sob teste. No caso dos relés modernos deve ser também

• relés detectores de temperatura (RTD);

utilizado um note ook com portas de comunicação adequadas para

• relés dos tipo termopar;

cada tipo de relé de proteção para se efetuar a comunicação com o

• relés de imagem térmica;

mesmo e mudança e verificação de parâmetros.

• relés eletromagnéticos;

2.1- Serviços e ensaios periódicos em relés eletromecânicos

• relés de sobrecorrente;

Fascículo

• relés de tensão. Aqui

destacaremos

os

procedimentos

de

manutenção

Periodicamente, devem ser realizados:

normalmente aplicáveis a relés de proteção de alimentadores de cargas elétricas em geral, destacadamente relés de sobrecorrente e

• limpeza geral: para relés eletromecânicos, devido a sua

de tensão em geral. Quanto ao seu aspecto construtivo, podemos

característica construtiva que envolve a movimentação de peças

destacar basicamente como tipos de proteção secundária (leitura

quando de sua atuação, é essencial se realizar uma limpeza detalhada

de corrente e tensão indireta, por transformadores de corrente e

com materiais e ferramentas adequadas para cada tipo de relé antes

de potencial, respectivamente) os relés eletromecânicos a disco de

de se iniciarem os testes;

indução e eletrônicos, também conhecidos como microprocessados,

• ajuste da corrente de atuação da função temporizada de

no caso dos fabricados atualmente. Apesar de, na atualidade, os relés

sobrecorrente (pick-up): em relés eletromecânicos, para se

eletrônicos dominarem completamente o mercado com tecnologia

atingir corretamente o ajuste de corrente indicado pelo estudo de

digital, ainda existem muitos relés eletromecânicos instalados

seletividade, deve ser realizada verificação com injeção de corrente

no sistema elétrico brasileiro, tanto em indústrias quanto em

e registro dos tempos de atuação. Os erros de tempo de atuação


25

Apoio

não podem ser superiores a ±10%, caso isso ocorra; deverá ser tentado um novo ajuste com posterior novo teste até se chegar a tempos de atuação aceitáveis. Nesse caso, para se levantar a curva de atuação de tempo inverso (Corrente x Tempo - Figura) deve-se fazer ao menos três atuações com valores diferentes de corrente de teste. Após o ajuste final, deve ser realizado um teste da corrente de partida (pick-up), corrente em que o disco começa efetivamente a girar; • ajuste da corrente de atuação da função instantânea de sobrecorrente: após ajustar o relé conforme estudo de seletividade, deve ser injetada uma corrente de 90% do ajuste dado e, nesse caso, o relé não poderá atuar, após isso, deve ser injetado 110% do valor de ajuste e agora o relé deverá atuar. Em caso de atuação incorreta, deve ser refeito o ajuste; • unidade de sinalização: os relés eletromecânicos possuem sinalizações básicas das atuações de suas proteções (bandeirolas), as mesmas devem ser verificadas quando da realização dos testes já mencionados; • relés de sub e sobretensão: os mesmos princípios indicado nos itens anteriores para relés de sobrecorrente, podem ser aplicados a relés de tensão, bastando substituir uma fonte de corrente por uma fonte de tensão com contagem de tempo; • atuação do dispositivo de abertura do circuito: em conjunto com o teste do relé de proteção deve ser realizada a abertura do

Curva de Tempo Inverso


Apoio

Equipamentos para ensaios em campo

26

disjuntor pela atuação do relé de proteção (trip test), bem como a

• configuração dos parâmetros gerais de leitura de grandezas

atuação do relé de bloqueio de religamento;

elétricas, tais como relação de transformação dos TC’s e TP’s,

• injeção de corrente nos TC’s e TP’s: também é recomendável

frequência, forma de medição das correntes e/ou tensões de

fazer injeção de corrente nos TC’s e tensão nos TP’s que enviam

faltas para a terra etc.;

sinais aos relés para se verificar se a fiação dos secundários dos

• configuração das entradas e saídas digitais conforme projeto

instrumentos de medição está corretamente conectada aos relés.

elétrico do painel; • configuração da lógica interna de operação dos relés,

Deve-se atentar para a periodicidade das intervenções de

conforme projeto lógico da subestação;

manutenção em relés eletromecânicos, não é incomum ocorrer o

• verificação do funcionamento das teclas frontais, display, led’s

“travamento” de partes móveis internas devido à falta de limpeza

e portas de comunicação;

dos relés por longos períodos. Lembra-se que estes equipamentos

• verificação da comunicação dos relés com redes de supervisão.

em situações normais do sistema que protegem ficam com todas as suas peças praticamente imóveis e pode haver acúmulo de poeira e outros contaminantes em suas peças.

Para se realizar os ensaios completos nos relés eletrônicos, é recomendável se utilizar uma caixa de calibração trifásica (ou ainda hexafásica para relés diferenciais de transformador), onde se pode realizar a maior parte das verificações de forma automática, trazendo uma grande praticidade tanto na realização dos ensaios como na apresentação dos resultados, já que as caixas atuais contam com softwares onde se é possível programar rotinas de teste especificas para cada aplicação, apresentando resultados detalhados em padrões de relatórios previamente definidos.

Fontes Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran Electrical Power Equipment Maintenance and Testing

Fascículo

Second Edition – Paul Gill

Relé a Disco de Indução Típico

*Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista

2.2 - Serviços e ensaios periódicos em relés eletrônicos

(engenharia, comissionamentos, montagens) em subestações de

Os relés eletrônicos modernos desempenham uma série de funções, além das de proteção primordiais, entre elas: medição de grandezas elétricas em geral, sinalização, intertravamentos e comandos de subestações, comunicação em rede, registros oscilográficos de eventos, dentre outras. Com isso, além dos testes de suas funções de proteção, deve ser previsto um programa de manutenção mais completo nesses equipamentos.

em energia e automação (USP), gestor de equipes de campo alta, média e baixa tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenheira na ENGEPOWER *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER. *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas.

Para os relés eletrônicos podemos destacar os seguintes serviços e ensaios:

Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br

• ajustes dos parâmetros de proteção conforme estudo de seletividade;

Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

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Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

28

Por Paulo E. Q. M. Barreto*

Capítulo III Terminologia (III) Isolação Conjunto dos materiais isolantes utilizados para isolar eletricamente. Por extensão, é a ação ou técnica de isolar eletricamente, em sentido estritamente qualitativo. Apesar de constar (por equívoco) até mesmo em Normas técnicas, salienta-se que não é correto utilizar os termos nível de isolação, resistência de isolação, distância de isolação, coordenação de isolação, entre outros assemelhados. O termo isolação está associado a aspectos qualitativos e não quantitativos (ver também

Exemplo de leito

isolamento).

Linha elétrica

Isolamento

elementos de sua fixação e suporte e, se for o caso, de proteção

Conjunto constituído por um ou mais condutores, com os

Conjunto das propriedades adquiridas por um corpo condutor,

mecânica, destinado a transportar energia elétrica ou a transmitir

decorrentes de sua isolação. Este termo tem sentido estritamente

sinais elétricos. Ou ainda, simplificadamente, como sendo o

quantitativo, e o seu emprego é sempre associado à ideia de valor,

conjunto compreendido por condutos, condutores e seus acessórios.

que pode ser dado, ou explicitamente (isolamento para baixa tensão,

Alguns termos derivados:

isolamento para 69 kV etc.), ou implicitamente (coordenação do isolamento, distância de isolamento, nível de isolamento, resistência

- linha aberta: linha elétrica em que os condutores são circundados

de isolamento etc.).

por ar ambiente não confinado;

Isolante

Fascículo

Propriedade do material, com característica de elevada

- linha aérea: linha elétrica em que os condutores ficam elevados em relação ao solo e afastados de outras superfícies, que não os respectivos suportes;

resistividade. Também pode ser definido como o material no qual a

- linha aparente: linha elétrica em que os condutos ou os condutores

banda de valência é uma banda cheia, separada da primeira banda

não são embutidos;

de excitação por uma banda proibida, de largura tal que, para

- linha em parede: linha elétrica aparente em que os condutores

passar elétrons da banda de valência para a banda de condução, é

ficam na superfície de uma parede ou em sua proximidade imediata,

necessária uma energia tão grande que é capaz de causar a ruptura

dentro ou fora de condutos;

do material.

- linha embutida: linha elétrica em que os condutos ou os condutores

Leito (para cabos)

são encerrados nas paredes ou na estrutura da edificação e acessível apenas em pontos determinados;

Suporte de cabos constituído por uma base descontínua,

- linha fechada: apesar deste termo não estar definido nas Normas

formada por travessas ligadas rigidamente a duas longarinas

pertinentes, pode ser entendido como o contrário de linha aberta,

longitudinais, sem cobertura. O leito é considerado um conduto

ou seja, os condutores não ficam expostos (aparentes), sendo

aberto, para efeito de escolha dos tipos de condutores permitidos

circundados por ar ambiente confinado. É o caso de cabos em

e de sua capacidade de condução de corrente. É também designado

eletrodutos e eletrocalhas;

por escada (para cabos).

- linha pré-fabricada (ou barramento blindado): sistema completo, com


29

Apoio

barras, seus suportes e isolação, invólucro externo, bem como eventuais meios de fixação e de conexão a outros elementos, com ou sem recurso

Potência (elétrica) Derivada em relação ao tempo de uma energia transferida ou

de derivação, destinada a alimentar e distribuir energia elétrica

convertida ou de um trabalho realizado. Sua unidade de medida

em edificações para uso residencial, comercial, público, agrícola e

dependerá do tipo de potência considerada (ver adiante os tipos de

industrial. É também designado pelo mercado por busway ou busduct;

potência). Não se de utilizar o termo wattagem.

- linha subterrânea: linha elétrica construída com cabos enterrados diretamente no solo ou instalados em condutos enterrados no solo.

Potência aparente Produto dos valores eficazes da tensão e da corrente, em um acesso. Em regime permanente senoidal, é o módulo da potência complexa. Sua unidade de medida é o volt-ampère (VA) e o seu símbolo (S). Do conhecido triângulo de potências, a potência aparente é a hipotenusa do triângulo retângulo. Um erro conceitual largamente encontrado em projetos de instalações elétricas é somar aritmeticamente as diversas potências aparentes para se chegar ao valor total da potência aparente de um conjunto de circuitos. Tendo em vista que a potência aparente é uma potência complexa, tal soma não tem qualquer significado.

Material condutor Material no qual portadores de carga livres podem se movimentar, sob a ação de um campo elétrico.

Potência ativa Valor médio da potência instantânea, durante um período. Para tensão e corrente senoidais, a potência ativa é a parte real da potência

Material isolante Material, em geral um dielétrico, utilizado para impedir a

complexa. Para tensão e corrente periódicas não senoidais, a potência

passagem de correntes de condução.

ativa é a soma das potências dos componentes contínuos, e das potências

Molduras

ativa é a potência que efetivamente gera trabalho. Sua unidade de medida

Conduto

aparente,

fixado

ativas dos componentes fundamentais e dos harmônicos. A potência ao

longo

de

superfícies,

compreendendo uma base fixa, com ranhuras para colocação de condutores e uma tampa desmontável. Quando é fixada junto ao ângulo parede/piso, a moldura é também denominada rodapé.

é o watt (W) e seu símbolo (P). Do conhecido triângulo de potências, a potência ativa é a base do triângulo retângulo.

Potência reativa Em regime permanente senoidal, é a parte imaginária da potência complexa. Ela pode ser indutiva ou capacitiva. A potência reativa

Nível de isolamento Três Normas da ABNT apresentam definições para este termo. Segundo a NBR 5456 é a tensão de ensaio que a isolação de um dispositivo elétrico deve ser capaz de suportar, em condições especificadas. Segundo a NBR 5458 é o conjunto de valores de tensões suportáveis nominais. E segundo a NBR 5460 é o conjunto das tensões suportáveis nominais atribuídas a um equipamento ou a outros elementos de um sistema elétrico. O uso do termo isolamento tem sentido estritamente quantitativo, e o seu emprego é sempre associado à ideia de valor. Portanto, não é correto se referir a essa característica como nível de isolação. (ver também: isolação e isolamento)

Perfilado Eletrocalha ou bandeja de dimensões transversais reduzidas. Pode ou não ter tampa.

transmitida para uma indutância é positiva. Sua unidade de medida é o var (var) e seu símbolo (Q). Do conhecido triângulo de potências, a potência reativa é a altura do triângulo retângulo.

Quadro de distribuição Conjunto contendo dispositivos de manobra ou de proteção (por exemplo, dispositivo-fusível ou minidisjuntor) associados a um ou mais circuitos de saída, alimentados por um ou mais circuitos de entrada, juntamente com os bornes para os condutores neutro e os condutores do circuito de proteção. Pode incluir também dispositivos de sinalização e outros dispositivos de controle. Os dispositivos de seccionamento podem ser incluídos no quadro de distribuição ou podem ser fornecidos separadamente. Por incrível que possa parecer, o termo mais utilizado pelo mercado (“painel”, ou “painel elétrico”) para designar os quadros de distribuição ou os conjuntos de manobra, é inadequado, já que painel elétrico tem outra definição e aplicação: “é uma estrutura com uma face plana vertical, na qual são instalados os dispositivos necessários ao controle e/ou supervisão de um sistema elétrico (subestação, usina, etc.)”. (ver também:

Exemplo de perfilado sem tampa

conjunto de manobra e comando)


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

30

serem fenômenos distintos, as formas de proteção também são distintas. Como se vê, o uso correto da terminologia não é apenas uma questão ortográfica, mas sim, técnica, de compreensão de cada fenômeno físico, para a correta identificação, por exemplo, de efeitos patológicos e das proteções necessárias. Exemplo de quadro de distribuição

Quadro de distribuição principal (QDP) Primeiro quadro de distribuição após a entrada da linha elétrica na edificação. Destaque-se que não é necessário que o referido quadro receba esta designação no projeto (pode continuar designando por QGBT, QDG, QG etc.), mas sim que, para efeitos de aplicação de certos requisitos da Norma ABNT NBR 5410, esse quadro será considerado o QDP.

Temperatura ambiente Temperatura do ar ou de outro meio no qual um componente da instalação elétrica é previsto para ser instalado. Essa temperatura é de suma importância na determinação da capacidade de condução de corrente de qualquer componente elétrico e não deve ser confundida com a temperatura do serviço de meteorologia.

Tensão (elétrica)

Por exemplo, em edifícios residenciais, o QDP é a primeira caixa,

Grandeza escalar igual à integral de linha do vetor campo elétrico,

normalmente no centro de medição, que recebe os condutores que vêm

de um ponto a outro ao longo de um percurso dado. Num campo

da entrada de energia elétrica.

irrotacional, a tensão é independente do percurso considerado e é igual à diferença de potencial entre os dois pontos dados. Sua unidade

Quadro de distribuição terminal Quadro de distribuição destinado a alimentar exclusivamente circuitos terminais. Também pode ser designado simplesmente por quadro terminal.

de medida é o volt (V) e seu símbolo pode ser (V) ou (U). Não se deve utilizar o termo voltagem.

Terminal Parte condutora de um dispositivo elétrico, na qual se liga o condutor

SELV É a sigla em inglês de safety extra-low voltage, que é um sistema de extrabaixa tensão, eletricamente separado da terra, de outros sistemas e de tal modo que a ocorrência de uma única falta não resulta em risco de choque elétrico. O elemento que merece destaque nesse tipo de sistema é a fonte. Não

correspondente do circuito externo. Também pode ser o conector que se fixa na extremidade de um fio ou cabo, para fazer a ligação deste a um terminal de equipamento ou a um outro conector. Como nesta série de artigos serão feitas menções a alguns organismos, entidades e órgãos públicos, segue também o significado das diversas siglas que serão utilizadas:

pode ser qualquer tipo de fonte. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

Sobrecorrente Corrente cujo valor excede o valor nominal. Para condutores, o valor

Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica

nominal é a sua capacidade de condução de corrente (IZ). Uma sobrecorrente

CFT – Conselho Federal dos Técnicos Industriais

pode ser causada por uma sobrecarga ou por um curto-circuito.

Crea – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

Deve-se ter muito cuidado no uso dos termos sobrecorrente

Fascículo

AMN – Asociación Mercosur de Normalización

IEC – International Electrotechnical Commission

e sobrecarga, pois costumam ser aplicados de forma equivocada,

ISO – International Organization for Standardization

como sendo sinônimos, ou ainda, não caracterizando corretamente o

*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica.

fenômeno físico.

Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção

Por outro lado é muito comum em notícias de incêndio de origem

e perícia de instalações elétricas. É membro da Comissão que revisa a Norma

elétrica, atribuir a causa provável, a um curto-circuito. Ora, como o

ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação.

curto-circuito é um caso particular de sobrecorrente, e, ainda, se a causa é

Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia.

“provável”, então o correto seria citar a sobrecorrente e não o curto-circuito,

Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma

como causa provável do incêndio. Afinal, uma corrente de sobrecarga,

instalação elétrica no Brasil, no âmbito do INMETRO, em 2001. Consultor e

seguida ou não de curto-circuito, também pode provocar incêndio.

diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br

É importante que o profissional, principalmente na função de perito, esteja atento a essas importantes diferenças para não se deixar levar por certas declarações ou laudos equivocados emitidos por autoridade e, com isso, ter o seu raciocínio “contaminado”. Outro detalhe importante é que, pelo fato da sobrecarga e do curto-circuito

Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Renováveis Apoio

ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 3 - Edição 33 / Março de 2019

FASCÍCULO

Tecnologia fotovoltaica e módulos NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA EÓLICA: Crescem os números das eólicas no mundo COLUNA SOLAR: Financiamento para energia solar fotovoltaica: informação é ferramenta indispensável APOIO

31


Apoio

32

Fascículo

Renováveis

Por Hans Rauschmayer*

Tecnologia fotovoltaica e módulos


Apoio

33

1 - ntrodução

No primeiro fascículo aprendemos as características de sistemas fotovoltaicos conectados

à rede (SFCR), instalados em geração distribuída (GD). O segundo fascículo explanou o passoa-passo para elaborar um projeto deste tipo, abrangendo questões legais brasileiras e questões técnicas, que independem do país da instalação, e questões estéticas, individuais para cada cliente. Concluímos com a visão do cálculo do retorno de investimento do projeto.

No presente fascículo abordaremos a tecnologia fotovoltaica, que transforma a luz em

energia, e as características dos módulos fotovoltaicos. 2 - A composição da irradiação

Figura 1: A composição da irradiação

Antes de nos debruçarmos sobre a tecnologia em si precisamos entender melhor nossa fonte

energética, a radiação solar. Ela chega aos módulos fotovoltaicos por três caminhos: • a irradiação direta chega em linha reta e é reduzida pela atmosfera e eventuais nuvens; • a irradiação difusa é aquela refletida por partículas na atmosfera; • o albedo é a radiação refletida pelos arredores da instalação; • os módulos aproveitam a irradiação total, que é a soma da irradiação direta, difusa e do albedo

A Norma NBR 10899:2006 define a terminologia da energia solar fotovoltaica. Importante é

diferenciar entre os seguintes termos: • a Irradiância solar G é a potência incidente em uma área num determinado instante, medida em W/m²; • a Irradiação I ou H é o integral da irradiância, portanto é a energia que incide num certo intervalo, acumulado por hora, dia, mês ou ano [Wh/m²].


Apoio

Fascículo

34

3 - A tecnologia fotovoltaica

Renováveis

da energia. Ele é produzido em paralelepípedos que permitem, depois de cortados, preencher o módulo sem buracos entre as células. Essa diferença permite distinguir visualmente as duas tecnologias (figura 3). Qual tecnologia escolher? • Silício monocristalino é mais eficiente (até 24%) do que o policristalino (até 19%). A maior eficiência reduz a área ocupada e o custo com suporte, cabeamento e mão de obra durante a instalação. Por si só, a eficiência não representa uma vantagem para o cliente, mas deve ser avaliada no contexto do projeto inteiro. • Perdas relacionadas à temperatura são significativas (veremos a seguir), especialmente no nosso país tropical, e geralmente menor na tecnologia monocristalina.

Figura 2: A geração de energia numa célula fotovoltaica

Base da tecnologia fotovoltaica é um material semicondutor (figura

Há várias tecnologias adicionais (ex. PERC) que aumentam a

eficiência, mas podem ter efeitos adversos em clima tropical. É importante acompanhar as notícias a respeito.

Além do silício cristalino há outros materiais, como filme fino ou

2: massa azul) que contém elétrons com baixa ligação aos átomos.

orgânicos, sendo que silício cristalino corresponde por 94% do mercado

Quando um raio de luz, na forma de um fóton (raio amarelo na figura),

mundial. Por causa dessa predominância, que deve ser ainda maior no

alcança um desses elétrons (bolinha laranja), este consegue se liberar e

Brasil, os fascículos a seguir se concentram em módulos cristalinos.

escapar aos condutores (trilhos cinzas na superfície).

Um fio elétrico conduz o elétron a uma carga (a lâmpada, na figura),

5 - Combinação de células fotovoltaicos

de onde um segundo fio o leva de volta até o condutor inferior da célula fotovoltaica, fechando assim o circuito elétrico. As bolinhas azuis na imagem representam “buracos”, cargas positivas à espera de elétrons. Durante o processo ocorrem diversas perdas, cujo detalhamento extrapola o presente fascículo.

Tradicionalmente, as células são captam luz somente pelo lado

frontal. Em instalações de grande porte, a tendência é o uso de células bifaciais, onde a radiação refletida pelo ambiente também é aproveitada. 4 - Materiais fotovoltaicos

Figura 4: Composição de células fotovoltaicas em módulos e arranjos

A dimensão mais comum das células fotovoltaicas é de 156 mm

x 156 mm. Cada célula produz uma tensão de aproximadamente 0,5 Figura 3: Comparação entre módulo monocristalino (esq.) e policristalino

O material mais usado na fabricação de células fotovoltaicas é silício

cristalino ultra purificado. Há dois processos distintos de fabricação: • o silício monocristalino é produzido em cristais uniformes, no formato de cilindros, que são cortados em lâminas quadradas (wafer) com pontas chanfradas; • o silício policristalino (também chamado de multicristalino) não apresenta a uniformidade cristalina, o que causa perdas na geração

V. Para formar um módulo, as células são combinadas por ligação em série. Os formatos mais comuns para sistemas conectados à rede são módulos de 60 células (tensão na faixa de 30 V) e 72 células (tensão na faixa de 36 V).

O tamanho dos módulos é muito similar entre os diferentes

fabricantes: módulos de 60 células têm 1m de largura por 1,65m de comprimento, enquanto os de 72 células tem dimensão de 1 m x 2 m. Ambos podem ser instalados na posição retrato ou paisagem.

Módulos destinados a sistemas com baterias costumam ser

compostos de 36 células e são fabricados em diversos formatos.


Apoio

35

A combinação de módulos numa instalação real é denominada

• I sc determina a corrente de curto circuito (do inglês short circuit

de “painel fotovoltaico”, conforme NBR 10899, o que pode causar

= SC). Ela ocorre quando os conectores do módulo são interligados

equívocos, já que o próprio módulo também costuma ser chamado de

diretamente. Vale observar que o módulo, sob curto circuito,

painel (de inglês panel). O termo arranjo fotovoltaico evita este equívoco,

não é danificado. Ele simplesmente mantém uma certa corrente

mas se refere mais à conexão elétrica do que à montagem física dos

passando pelos condutores enquanto há incidência de luz.

módulos.

• Voc determina a tensão de circuito aberto (do inglês open circuit =

OC) que ocorre quando o módulo está desconectado.

Normas aplicáveis:

• Na faixa inferior da tensão observamos um longo trecho quase • ABNT NBR 10899:2006 — Energia solar fotovoltaica – Terminologia

constante e uma brusca queda após o ponto V PMP, que é deduzido da

• ABNT NBR 11876:2010 — Módulos fotovoltaicos — Especificação

segunda curva.

• IEC 61215 — Módulos fotovoltaicos em silício cristalino para

• O módulo, portanto, é um gerador de corrente.

aplicações terrestres - qualificação do design e aprovação do tipo.

A segunda curva apresenta a potência P do módulo sobre a tensão

• IEC 61646 — o mesmo para módulos de Filme Fino

V. Vejamos as características:

• IEC 61730 — qualificação de segurança de módulos fotovoltaicos

• como a potência é o produto de tensão com corrente P = I x V, e

• EN 50380 — Informação de folha de dados e dados de placa para

a corrente é praticamente constante em grande parte da faixa, a

módulos fotovoltaicos

curva ascende de forma quase linear;

• Inmetro portaria 004/2011 e 357/2014

• ela alcança o Ponto de Máxima Potência PPMP (em inglês seria PMPP = máximum power point) para depois cair fortemente. A potência

6 - Características elétricas de módulos fotovoltaicos

nominal do módulo é aquela determinada no ponto PPMP; • a tensão V PMP e a corrente IPMP são deduzidos do ponto PPMP. 7 - Características elétricas sob influências climáticas

As curvas apresentadas no item anterior e as características

informadas na ficha técnica do produto são obtidas em laboratório, sobre as seguintes condições padrão de teste (STC = standard test conditions): • irradiância de 1000 W/m², o que corresponde ao valor máximo possível em radiação direta sobre a superfície da terra; • temperatura de 25° C (na célula); • espectro solar conforme AM = 1,5 (Air mass factor)

Numa instalação real, essa combinação de condições raramente

é alcançada. As condições climáticas variam constantemente e, com elas, as características elétricas do módulo. 7.1 - A influência da irradiância Figura 5: Curvas características de módulos fotovoltaicos

A célula fotovoltaica gera energia em corrente contínua (c.c.),

A figura 6 mostra a influência da irradiância sobre as

características elétricas: • a irradiância determina a corrente, já que a quantidade de fótons

com um polo positivo e um negativo. Outras fontes em c.c. que

determina a quantidade de elétrons, responsáveis pelo fluxo

conhecemos são baterias, mas com características completamente

elétrico;

diferentes, como veremos a seguir.

• a tensão é pouco afetada e alcança 30 V já com uma luz

crepuscular;

Na figura 5, a curva roxa apresenta a corrente I gerada pelo

módulo em determinação da tensão V de saída, com as seguintes

• a potência, sendo o produto de tensão e corrente, segue a

características:

irradiância.


Apoio

Fascículo

36

Renováveis • com a tensão, a potência é reduzida também, numa proporção de aproximadamente 0,4% / °C

O resultado é uma perda que pode chegar a 20% em relação à

potência nominal, quando o módulo alcança 75°C (no sistema da empresa Solarize, isso acontece em alguns momentos do ano). O efeito inverso ocorre, quando a temperatura do módulo cai abaixo de 25°C: a tensão aumenta acima dos valores informados na ficha técnica, e este aumento precisa ser levado em consideração na hora de compor módulos com um inversor, como veremos em outro fascículo. 7.3 - A variação climática e o seguidor do ponto de máxima potência

Figura 6: A influência da irradiância

7.2 - A influência da temperatura

Figura 8: Curvas de geração em dias com clima diferente

Em dias de céu aberto, as condições climáticas mudam de forma

gradativa, como mostra a curva vermelha na figura 8, obtida através de um monitoramento de um sistema solar ao longo de um dia. Já com a passagem de nuvens (curva azul, gravada em outro dia), as mudanças são abruptas. A irradiância chega a superar o máximo teórico de 1000 W/m² quando a irradiação direta se soma com irradiação refletida por nuvens.

Com as condições climáticas oscilam também os parâmetros

elétricos dos módulos. É tarefa do inversor assegurar que a potência máxima seja extraída dos módulos a qualquer instante, e ele conta com um elemento chamado seguidor do ponto de máxima potência (SPMP, em inglês MPP tracker = MPPT). O SPMP varia a tensão continuamente e observa a potência fornecida pelos módulos. 8 - A estrutura física do módulo

A figura 9 mostra a estrutura física do módulo:

Figura 7: A Influência da Temperatura

O impacto da temperatura é apresentada em figura 7:

• a corrente aumenta ligeiramente; • a tensão cai de forma significativa. A ficha técnica do módulo informa o coeficiente, na faixa de 0,3% / °C;

• a célula é envolvida entre dois filmes transparentes de EVA; • por cima, ela é protegida por um vidro especial, de baixo teor de ferro, o que garante maior transparência; • por baixo, um filme Tedlar (backsheet) protege o conjunto. • as camadas são laminadas em forno, para garantir a proteção contra


Apoio

37

Figura 9: A estrutura física de um módulo com moldura

Figura 10: A estrutura de um módulo vidro-vidro

umidade e oxigênio;

é extrair o máximo de energia dos módulos, o que ocorre em corrente

• a moldura em alumínio anodizado, que permite fixação e aterramento,

contínua, e transformá-la em corrente alternada.

contém outra vedação de silicone.

Opcionalmente, os módulos são fornecidos com moldura e filme

Tedlar pretos, para formar uma superfície de cor uniforme.

*Hans Rauschmayer é sócio-gerente da Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize. com.br]. Reconhecido especialista em energia

9 - Previsão

solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e vários

No próximo fascículo conheceremos o inversor, cuja tarefa principal

programas de TV.


38

Notícias

renováveis

Geração de energia eólica cresce 15% em 2018 Representatividade da fonte chega a 8,4% de toda energia produzida no SIN - Sistema Interligado Nacional

Ranking Consolidado – 10 maiores produtores de energia eólica Posição

Estado

2018 (MW médios)

2017 (MW médios)

Diferença

Rio Grande do Norte

1.505,4

1.455,3

+ 3,4%

Bahia

1.255,9

889,9

+ 41,1%

Ceará

772,3

718,6

+ 7,5%

Piauí

638,0

524,1

+ 21,7%

Rio Grande do Sul

634,1

637,4

- 0,5%

Pernambuco

284,4

255,3

+ 11,4%

Maranhão

112,5

62,1

+ 81,1%

Paraíba

64,9

28,6

+ 126,8%

Santa Catarina

19,5

26,7

- 26,7%

10º

Sergipe

9,1

8,4

+ 8,7%

MW em capacidade instalada,

maior produtor de energia

do boletim InfoMercado

número 15,5% superior

eólica no país com 1.505,4 MW

da CCEE, ao final de 2018,

mensal da CCEE - Câmara de

frente aos 12.589,7 MW de

médios de energia entregues

confirmam ainda o estado do

Comercialização de Energia

capacidade das 494 unidades

no período analisado. Na

Rio Grande do Norte com a

Elétrica indicam que a geração

geradoras existentes em

sequência, aparecem a Bahia

maior capacidade instalada,

de energia eólica em operação

dezembro de 2017.

com 1.255,9 MW médios

somando 3.849,8 MW. Em

produzidos e o Ceará com

seguida aparece a Bahia com

772,3 MW médios. Em quarto

3.550 MW, o Ceará com

lugar aparece o Piauí com 638

2.347,8 MW, o Rio Grande

MW médios, ultrapassando o

do Sul com 1.777,9 MW e o

Dados consolidados

comercial no país cresceu 15% em 2018. As usinas movidas

Geração Eólica por Estado

pela força do vento produziram Quando a análise foca

Os dados consolidados

5.304,4 MW médios frente aos

4.618,9 MW médios entregues

na geração por estado, o Rio

Rio Grande do Sul que ficou com

Piauí com 1.638,1 MW de

ao SIN - Sistema Interligado

Grande do Norte segue como

634,1 MW médios.

capacidade.

Nacional em 2017.

A representatividade da

fonte eólica em relação a toda energia gerada no período pelas

Ranking – Os 10 maiores estados em capacidade instalada de energia eólica Posição

Estado

2018 (MW)

2017 (MW)

Diferença

8,4%. A fonte hidráulica

Rio Grande do Norte

3.849,8

3.548,6

+ 8,5%

(incluindo as Pequenas

Bahia

3.550,0

2.414,9

+ 47%

Centrais Hidrelétricas – PCHs)

Ceará

2.347,8

2.134,9

+ 10%

foi responsável por 72,6%

Rio Grande do Sul

1.777,9

1.777,9

0%

do total e as usinas térmicas

Piauí

1.638,1

1.443,1

+ 13,5%

responderam por 19% incluindo

Pernambuco

597,3

597,3

0%

as usinas solares.

Maranhão

328,8

220,8

+ 48,9%

Santa Catarina

224,1

224,1

0%

Paraíba

154,0

154,0

0%

10º

Sergipe

34,5

34,5

0%

usinas do Sistema alcançou

Ao final de dezembro, a

CCEE contabilizou 570 usinas eólicas em operação comercial no país que somavam 14.541,7


Notícias

renováveis

Mundo investe US$ 332,1 bilhões em fontes renováveis de geração elétrica em 2018 interessados em tudo sobre a

A energia eólica ficou em

por combustíveis fósseis, subiram

Bloomberg New Energy Finance

energia solar.

segundo lugar nos investimentos,

12% e ficaram em segundo, com

mostrou que os investimentos

com US$ 128,6 bilhões, seguida

U$ 64,2 bilhões aplicados em

em fontes renováveis de geração

entretanto, esse total representa

pela Biomassa, com U$ 6,3

energias limpas. Mas o maior

elétrica em 2018 totalizaram

uma queda de 24% em relação

bilhões, e biocombustível, com

crescimento foi registrado pela

US$ 332,1 bilhões. Isso marca o

a 2017, o que, de acordo com

US$ 3 bilhões.

Europa, que ficou 27% acima de

quinto ano consecutivo em que os

os responsáveis pela pesquisa,

2017 e fechou 2018 em terceiro

investimentos em fontes limpas

se deve à mudança abrupta do

investimentos destacados foram a

lugar, com US$ 74,5 bilhões

passam dos US$ 300 bilhões,

governo da China, líder mundial,

Geotérmica, com US$ 1,8 bilhões,

investidos nas renováveis.

embora o volume deste ano

nos investimentos na solar no

Hídrica de pequeno porte, com

tenha ficado 8% abaixo do total

meio do ano passado.

US$1,7 bilhões e Marítima, com

tecnologias de geração limpa

investido em 2017.

US$ 180 milhões. Entre os países

atingindo valores competitivos

pesquisadores da Bloomberg

que mais investiram, a China mais

em relação aos combustíveis

investimento, a solar fotovoltaica

estima que a capacidade

uma vez ficou em primeiro, com

fósseis, é esperado que as

foi a primeira, com US$ 130,8

instalada da energia solar

US$ 100,1 bilhões, uma queda de

renováveis sigam essa linha de

bilhões acumulados em 2018, o

em 2018 tenha sido de 109

32% em relação a 2017.

crescimento e se tornem líderes

que mostra que os países, assim

gigawatts, mais que os 99 GW de

na geração elétrica mundial nos

como os consumidores, estão

2017.

com um governo ligado à geração

O relatório anual da

Entre as fontes com maior

Segundo o relatório,

Contudo, o time de

Outras fontes com

Os Estados Unidos, mesmo

Com os preços das

próximos anos.

39


Energia solar fotovoltaica

40

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.

Camila Ramos é Diretora da CELA Clean Energy Latin America

Financiamento para energia solar fotovoltaica: informação é ferramenta indispensável financeiras do Brasil estão ganhando

empresas (PJ) e cidadãos (PF) que

disponíveis, ainda existem

tem apresentado taxas de

mais experiência com projetos da

buscam reduzir seus gastos com

importantes barreiras a serem

crescimento expressivas no Brasil,

fonte. Alinhadas às recomendações

energia elétrica por meio da energia

superadas: (i) o acesso à informação

ultrapassando a marca 2,5 GW de

trazidas pela Associação Brasileira

solar fotovoltaica.

sobre financiamento; (ii) a curva

capacidade instalada em fevereiro

de Energia Solar Fotovoltaica

de aprendizado das instituições

de 2019. Mais da metade dos novos

(ABSOLAR), muitas instituições

financiamento são destinadas

financeiras sobre os baixos riscos

projetos entraram em operação

financeiras atuantes no País têm

a projetos de pequeno e médio

da tecnologia; (iii) a agilidade na

em 2018. Apesar de ainda ser a

desenvolvido novos produtos

portes (até 5 MW). O motivo está

aprovação do crédito com base em

7ª fonte em potência instalada

financeiros, bem como aprimorado

no crescente número de projetos

critérios padronizados de projetos

na matriz elétrica do País, o setor

produtos já existentes, uma

– já são mais de 60 mil sistemas

e contratos (inclusive no ACL); (iv)

movimentou impressionantes R$

excelente notícia para o mercado.

de geração distribuída solar

a dificuldade das empresas em

9 bilhões só em 2018, de acordo

Esta é uma das principais conclusões

fotovoltaica em operação no Brasil.

escolher linhas mais adequadas a

com levantamento da CELA. Este

do recente mapeamento de linhas de

Em termos de montantes financeiros

seus projetos; e (v) a necessidade

valor sinaliza a oportunidade que

financiamento para projetos solares

disponíveis, no entanto, os maiores

de apresentação de garantias para a

a tecnologia representa para a

fotovoltaicos no Brasil, realizado

financiamentos são voltados a

concessão do crédito são alguns dos

sociedade brasileira, especialmente

pela ABSOLAR em parceria com a

projetos de grande escala. Do total,

desafios enfrentados.

aos consumidores e ao setor, mas

Clean Energy Latin America (CELA),

44% das linhas de financiamento

também aponta um desafio em

lançado em fevereiro de 2019.

podem ser acessadas por PJs e

para superar essas barreiras. Por

termos de financiamento para seu

PFs, outros 44% estão disponíveis

meio de seu Grupo de Trabalho de

crescimento continuado.

auxiliar o mercado na busca,

somente para PJs, e 12% são

Financiamento, a ABSOLAR, em

A energia solar fotovoltaica

O estudo foi elaborado para

A maioria das linhas de

Há diversas iniciativas possíveis

análise e seleção de opções de

exclusivas para PFs.

conjunto com seus associados

desenvolvimento do Brasil financiaram

financiamento (dívida) apropriadas

e instituições financeiras, tem

R$ 5,1 bilhões em projetos da fonte

para projetos de energia solar

e a continuada redução no preço

atuado ativamente na superação

solar fotovoltaica. Outros R$ 485

fotovoltaica. As informações,

da energia solar fotovoltaica são

desses obstáculos. A divulgação de

milhões foram viabilizados por meio

atualizadas periodicamente, já

fundamentais para democratizar

informações sobre os instrumentos

da emissão de debêntures, cada vez

estão disponíveis gratuitamente

o acesso à tecnologia aos

financeiros disponíveis para a

mais competitivas. O restante dos R$

por meio do website da Associação,

consumidores públicos e privados.

energia solar fotovoltaica é exemplo

9 bilhões movimentados pelo setor

disponível em: www.absolar.org.br/

Com a geração distribuída solar

deste empenho setorial. Com o

naquele ano foi obtido por meio de

financiamento.

fotovoltaica, os brasileiros ganham

amadurecimento do mercado,

capital do próprio investidor (equity),

De acordo com o levantamento,

mais liberdade, poder de escolha e

teremos um aumento cada vez maior

bem como das demais opções

as opções disponíveis são inúmeras

controle na gestão da sua conta de

na experiência das instituições

de financiamento disponíveis no

e diversificadas, com 70 produtos de

energia elétrica. Por sua vez, com a

financeiras na análise de crédito ao

mercado.

crédito de 26 instituições financeiras

geração centralizada, o País conta

setor, contribuindo para acelerar

Em 2018, os principais bancos de

A ampliação da oferta de crédito

distintas, tanto públicas quanto

com energia limpa, competitiva

o acesso à tecnologia. Assim, os

países com mercados mais maduros,

privadas, confirmando a abrangência

e previsível. Graças às linhas de

consumidores brasileiros poderão

como os Estados Unidos, onde

e o interesse dos agentes financeiros

financiamento, mesmo quem não

aproveitar cada vez mais os

há oferta de inúmeros produtos

neste mercado promissor e com

tiver recursos próprios pode se tornar

benefícios provenientes da fonte

financeiros para a energia solar

forte crescimento. Há linhas de

um gerador de energia renovável.

solar fotovoltaica e aliviar seus

fotovoltaica, as instituições

financiamento disponíveis para

orçamentos com o poder do sol.

Em linha com o histórico de

Apesar das diversas linhas


Energia Eólica

41

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Crescem os números das eólicas no mundo

A cada ano que passa, os

dados globais divulgados pelo GWEC (Global Wind Energy Council), o Conselho Global de Energia Eólica, mostram que a energia eólica é um negócio cada vez mais robusto, firme e que cresce impactando positivamente as regiões onde chega, contribuindo para um futuro mais sustentável. Os dados de 2018 divulgados no final de fevereiro revelaram que o setor de energia eólica instalou 51,3 GW de nova capacidade eólica em 2018 no mundo.

década e depois, como parte da

e quarto lugares estão China,

agora para nós, estivemos em

Desde 2014, o mercado global

contínua mudança da Europa

Estados Unidos, Alemanha e

quarto lugar. Em 2017, quando

de energia eólica vem instalando

para a Ásia como a região

Índia, que instalaram, no ano

instalamos 2 GW, até um

acima de 50 GW de nova

propulsora do desenvolvimento

passado, 21,20 GW, 7,58

pouco mais que o ano passado,

capacidade a cada ano.

eólico. Por fim, o GWEC analisa,

GW, 2,40 GW e 2,19 GW

ficamos em 6º lugar porque

no entanto, o apoio e a política

respectivamente.

Reino Unido e Índia tiveram uma

instalada no mundo atingiu

do governo são fundamentais

grande instalação naquele ano.

591 GW no final de 2018, um

para permitir um crescimento

para o Brasil, já que nos

Nossa expectativa agora é pelo

crescimento de 9,6% em relação

mais rápido do mercado em

mantém entre os países que

Ranking de Capacidade Eólica

ao final de 2017. No relatório

regiões importantes como o

se destacam no crescimento

Acumulada, que soma tudo

divulgado, Bem Backwell, CEO

Sudeste Asiático.

do mercado de energia eólica.

de eólica que os países têm

do GWEC, explicou que 2018

Importante contextualizar, no

instalado e que será divulgado

foi um ano positivo para a

conseguimos um bom resultado.

entanto, que, neste ranking,

pelo GWEC no início de abril.

energia eólica em todos os

No ano passado, o País instalou

o que conta é o resultado

No Ranking de Capacidade

principais mercados, com a

1,9 GW em 2018, ficando

específico do ano, então há

Acumulada, a energia eólica

China liderando o crescimento

em quinto lugar no Ranking

oscilações frequentes. Em

vem ganhando novas posições

onshore e offshore. Ele avaliou

de capacidade eólica nova

2012, por exemplo, estivemos

de forma constante, saindo do

ainda que é esperado um enorme

onshore instalada em 2018.

em oitavo lugar e, em 2015,

15º lugar em 2012 para 8º

crescimento na Ásia na próxima

Em primeiro, segundo, terceiro

ano de instalação recorde até

lugar em 2017.

A capacidade eólica total

No caso do Brasil,

Este é um ótimo resultado


42

Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas, Tomadas e Interruptores

O Setor Elétrico / Março de 2018 2019

Mercados de linhas elétricas e de interruptores e tomadas esperam crescer 17% em 2019 O aumento de projetos de infraestrutura impulsiona o segmento neste ano

O segmento de linhas elétricas (fabricantes e distribuidoras)

Previsões de crescimento

espera crescer 17% em 2019. Os dados são da pesquisa realizada pela Revista O Setor Elétrico (OSE) com cerca de 40 empresas do setor. Em 2018, o crescimento foi de 11% em comparação ao ano anterior. Já em relação ao tamanho anual total do mercado para este ano, a expectativa de crescimento é 14%, com aumento de cerca de 5% na contratação de funcionários. de

Para 22% dos entrevistados pela revista OSE, projetos infraestrutura

foram

os

principais

responsáveis

pelo

crescimento do setor. Programas de incentivo do governo (12%), bom momento econômico do País (12%) e aquecimento

Contratação de funcionários em 2019

5% 11%

Crescimento em 2018 comparado ao ano anterior

14%

Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2019

17%

Crescimento percentual para sua empresa em 2019


43

O Setor Elétrico / Março de 2018 2019

do setor da construção civil (12%) também são fatores que

contribuíram para impulsionar o resultado do setor, de acordo

de linhas elétricas (88%), seguido pela área comercial (61%),

com os entrevistados.

residencial (33%) e público (27%).

Fatores que influenciam o mercado brasileiro de linhas elétricas

Principais segmentos de atuação

20%

A indústria é o principal segmento de atuação do mercado

12%

Outros

Programas de incentivo da governo

1%

Público

27%

Crise Política 12% 3%

Desvalorização da moeda brasileira

Bom momento econômico do país

33%

3%

Falta de normalização e/ou legislação

Comercial

61%

3%

Falta de confiança dos investidores

Residencial

5%

Industrial

88%

Desaceleração da economia brasileira 12%

Setor da construção civil aquecido

3%

Incentivos por força de legislação ou normalização 22%

Projetos de infraestrutura

A pesquisa do OSE também aponta que a venda direta ao

2%

consumidor lidera o canal de venda do segmento de linhas

Setor da construção civil desaquecido

elétricas, com 82%. Revendas e varejistas respondem por 75% do canal de venda, distribuidores e atacadistas (52%), telemarketing (24%), Internet (12%) e outros (12%).


44

Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas, Tomadas e Interruptores Principais canais de vendas

12% 12%

Faturamento médio anual das empresas fabricantes e distribuidoras de linhas elétricas

6%

12%

Outros

Até R$ 5 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Internet

24%

O Setor Elétrico / Março de 2018

18%

52%

23%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Telemarketing

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

Distribuidores / atacadistas Revendas / varejistas

75%

Venda direta ao cliente final

82%

12%

29%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

Em relação aos materiais mais vendidos, o segmento mostra-se bastante pulverizado. Em primeiro lugar no ranking está o eletroduto flexível (33%). Em seguida, empatados com 30%, estão o eletroduto metálico e o rígido. Também empatados com 24% encontram-se as canaletas de sobrepor e

os barramentos blindados.

mais comercializado, o duto de piso é o mais vendido para as

Produtos mais comercializados

empresas que faturam até R$ 10 milhões. Já os eletrodutos flexíveis

Em relação ao tamanho anual total de acordo com cada produto

são responsáveis pela maioria das vendas das empresas que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões.

Eletroduto Flexível

21% 21%

Eletroduto Metálico Eletroduto Rígido Canaleta de Sobrepor

21% 24%

com tampa (43%) e eletrocalha sem tampa (42%) são os produtos que impulsionam as empresas com faturamento entre R$ 30 milhões a R$ 50 milhões.

21% 21%

Perfilados (43%), eletrocalha armada (43%), bandeja - eletrocalha

Barramentos Blindados Duto de Piso

das empresas entre R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, as canaletas de sobrepor para as que faturam entre de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões e os eletrodutos metálicos para as que faturam entre R$ 200 milhões a R$ 500 milhões.

Percepção sobre o tamanho anual total dos mercados de linhas elétricas

Perfilado

24%

Os barramentos blindados são os responsáveis pelo faturamento

Até R$ 10 milhões

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Eletrocalha (sem tampa)

Eletroduto Metálico

40%

30%

10%

0%

0%

20%

Eletroduto Rígido

30%

30%

20%

0%

10%

10%

Eletroduto Flexível

45%

36%

9%

0%

0%

10%

Canaleta de Sobrepor

50%

25%

12%

0%

13%

0%

Duto de Piso

57%

15%

14%

14%

0%

0%

e distribuidoras de linhas elétricas (29%) têm o faturamento

Perfilado

28%

29%

43%

0%

0%

0%

médio anual na casa entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões. A

Eletrocalha

29%

14%

42%

0%

0%

15%

30%

Eletrocalha Aramada

30% 33%

Bandeja (eletrocalha com tampa)

Segundo a pesquisa, a maioria das empresas fabricantes

fatia de 23% fatura entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões e 18%,

(sem tampa)

entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões. Empatados com 12%

Eletrocalha Aramada

28%

29%

43%

0%

0%

0%

estão as companhias que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 20

Bandeja

29%

28%

43%

0%

0%

0%

milhões e de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões. Por último, com

(eletrocalha com tampa)

37%

0%

13%

38%

12%

0%

5% estão as que faturam até R$ 5 milhões.

Barramentos Blindados


45

O Setor Elétrico / Março de 2018

Expectativas das empresas de interruptores e tomadas é crescer 17% em 2019

governo (17%), bom momento econômico do País (10%), setor da

Contratação de funcionários deve aumentar 12% neste ano, principalmente devido a programas de incentivo do governo

(10%).

construção civil aquecido, projetos de infraestrutura (10%) e incentivos por força de legislação ou normalização (10%). Por outro lado, algumas empresas acreditam que a economia e o setor da construção civil ainda estão desaquecidos (10%) e ainda a falta de normalização e legislação

A pesquisa ainda aponta que metade das empresas de tomadas e

interruptores (50%) faturam entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões por As empresas de interruptores e tomadas devem crescer 17% em 2019,

ano. Empatadas com 17% são as que faturam entre R$ 50 milhões a

segundo pesquisa da revista O Setor Elétrico (OSE) com empresas do

R$ 100 milhões e entre R$ 100 a R$ 200 milhões. Por último, 16%

segmento, perspectiva menor em relação a 2018, quando os entrevistados

faturam entre R$ 5 milhões a R$ 10 milhões.

avaliaram que o crescimento foi de 19% em relação a 2017.Já a previsão de aumento para o tamanho anual total desse mercado em 2019 é de 12%, com expectativa também de aumento de 12% na contratação de funcionários.

Faturamento Bruto anual em milhões R$ no ano passado

Previsões de crescimento

17%

Contratação de funcionários em 2019

12% 12%

16%

De 100 milhões a 200 milhões

Crescimento do tamanho anual total do mercado de tomadas e interruptores para o ano de 2019 Crescimento percentual para sua 17% empresa em 2019 Crescimento da sua empresa 2018 comparado ao ano 19% em anterior.

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

17%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 50%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

Segundo a pesquisa da revista OSE, os fatores que devem

impulsionar o crescimento neste ano são programas de incentivo do Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado

3%

Outros

(82%) seguido pelo comercial (73%) e pelo industrial (55%).

17%

3%

Crise Política 3%

Programas de incentivo do governo Principais segmentos de atuação

Desvalorização da moeda brasileira 4%

Falta de confiança dos investidores

O principal setor de atuação desse segmento é o residencial

10%

Bom momento econômico do país

Residencial

82%

10%

Falta de normalização e/ ou legislação 10%

Incentivos por força de legislação ou normalização 10%

Projetos de infraestrutura

73%

10%

Desaceleração da economia brasileira

55%

Comercial

Industrial

10%

Setor da construção civil aquecido 10%

Setor da construção civil desaquecido

De acordo com a pesquisa, distribuidores e atacadistas (86%)

lideram o canal de venda desse segmento. Em segundo lugar estão revendas e varejistas (73%), seguido por venda direta ao cliente final (32%), telemarketing (20%), Internet (19%) e outros (18).


46

Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas, Tomadas e Interruptores

O Setor Elétrico / Março de 2018

interruptores e tomadas (55%), caixas interruptoras e tomadas (50%),

Principais canais de vendas

multitomadas (41%), para uso industrial - NBR IEC 60309-1 - (41%) e tomada USB (36%).

Outros

18% 19%

que o dimmer, minuterias e sensores de presença estão empatados

Telemarketing

com 73%. Na sequência vem interruptores para uso residencial e

20%

análogo - uso interno (59%), variadores de luminosidade (dimmer),

Venda direta ao cliente final

32%

também 59%, controles para ventilador (50%), pulsadores para uso

Revendas / varejistas

73% 86%

Já em relação aos interruptores mais vendidos, a pesquisa mostra

Internet

feral (50% e, temporizadores (41%).

Distribuidores / atacadistas Interruptores e outros dispositivos mais comercializados

No ranking das tomadas mais comercializadas estão: para sinal

em geral (dados, Internet, entre outros), com 73% do mercado, para telefonia (68%), para uso residencial e análogo (59%), placas Tomadas e outros dispositivos mais comercializados

Temporizadores

41%

Pulsadores para uso geral

50% 36% 41% 41%

Para uso industrial (NBR IEC 60309-1) Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136) Caixas para interruptores e tomadas

50%

Placas para interruptores e tomadas

55% 59%

Controles para ventilador

50%

Tomada USB

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno Para telefonia

68%

73%

Para sinal em geral (dados, internet, etc.)

59% 59%

Variadores de luminosidade (dimmer) Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno Sensores de presença

73% Minuterias

73% 73%

Dimer



48

Pesquisa - Tomadas e Interruptores

O Setor Elétrico / Março de 2018

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

São Paulo

SP

X

X

www.alumbra.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

X

Apoio

(11) 3386-7402

www.apoio.ind.br

Sao Paulo

SP

X

X

DNI- KEY WEST

(11) 3933-2120

www.dni.com.br

São Paulo

SP

X

ENERBRAS MATERIAIS ELÉTRICOS

(41) 21113000

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

X

Exatron

0800 541 3310

www.exatron.com.br

Porto Alegre

RS

X

Finder

(11) 4223-1550

www.finder.com.br

São Caetano do Sul

SP

X

LOJÃO A ELETRICIDADE

(79) 2107-2600

www.lojaoaeletricidade.com.br Aracajú

MarGirius

0800 707 3262

www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

X

www.mectronic.com.br

São lourenço da Mata

PE

X

Mec-tronic / Eletromar

(81) 2138-7200

Industrial

www.alpha-ex.com.br

(11) 4393-9300

X

X

X

X

(11) 4072-1933

www.melfex.com.br

Diadema

SP

X

PEESA

(11) 3313-4455

www.peesa.com.br

São Paulo

SP

X

PLUZIE MAT. ELETRICOS

(19) 3572-9100

www.pluzie.com.br

Leme

SP

X

Poleoduto

(11) 2413-1200

www.poleoduto.com.br

São Paulo

SP

X

Radial Materiais Elétricos

(11) 3571-2970

www.radial.ind.br

São Paulo

SP

X

X

X

Siemens Iriel

(51) 3478-9000

www.iriel.com.br

Canoas

RS

X

X

X

X

X

Simon Brasil

(11) 3437-8100

www.simonbrasil.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

X

Soprano

(54) 2101-7070

www.soprano.com.br

Caxias do Sul

RS

X

X

X

X

X

STRAHL

(11) 2818-3838

www.strahl.com

São Paulo

SP

X

X

Tramontina Eletrik S.A.

(54) 3461-8200

www.tramontina.com

Carlos Barbosa

RS

X

X

X

X

X

WEG

(47) 3276-4000

www.weg.net/tomadas

Jaraguá do Sul

SC

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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X

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X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

MELFEX

X

X

Oferece treinamento técnico para os clientes

X

(11) 3933-7533

ALUMBRA

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

X

Alpha Equipamentos Elétricos

Importa produtos acabados

X

X

Exporta produtos acabados

X

X

Programas na área de responsabilidade social

X

SP

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

X

São Paulo

14001 (ambiental)

X

www.new.abb.com/br

Outros

X

Estado

0800 0149 111

Internet

Revendas / varejistas

X

Cidade

ABB

Telemarketing

Distribuidores / atacadistas

X

Site

SE

Venda direta ao cliente final

Residencial

X

Telefone

Comercial

X

Empresa

Certificado ISO

Principal canal de vendas

9001 (qualidade)

Principal Segmento de atuação

Fabricante

Distribuidora

A empresa é

X

X

X

X

X

X

X

X X

X

X

X

X

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X X

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X

X

X

X Dimer Relés de Nível Foot Switches

Tampa para interruptores Relés de temperatura Interruptores com timer

X X X X X X X X

X X X X

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X

Filtro de linha

Adaptadores

Tomada USB

X X X

X X X

X X X

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X

X X

X

X X X X

X X X X

Outros

Tomadas para condulete

Tomadas de painel

X

Tomadas de sobrepor

X

Carregadores USB

X

Placas para interruptores e tomadas

Interruptores e outros dispositivos de comando e controle Caixas para interruptores e tomadas

Para áreas classificadas

Para uso industrial (NBR IEC 60309-1)

Para sinal em geral (dados, internet, etc.)

X

Para telefonia

X

Multitomadas (réguas de tomadas, extensões - NBR 14136)

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - com dispositivo antichoque (trava de segurança)

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso externo (IP 44 mínimo)

Para uso residencial e análogo (NBR 14136) - uso interno

Outros

Gerenciador de iluminação

Relés foto eletrônicos

Interruptores com sensor de presença

Interruptores alto relevo

Pulsadores de sobrepor

Temporizadores

X

Sensores de presença

X Controles para ventilador

Pulsadores para uso geral

X Interruptores por cartão (por exemplo, para uso em hotéis)

Interruptores para áreas classificadas

Interruptores para uso industrial

Variadores de luminosidade (dimmer)

X Minuterias

Interruptores para uso residencial e análogo - uso externo (IP 44 mínimo)

X Pulsadores para uso hospitalar

Interruptores para uso residencial e análogo - uso interno O Setor Elétrico / Março de 2018

49

Tomadas

X x

X

X

X

X

X X

X

X


Pesquisa - Equipamentos para linhas elétricas

O Setor Elétrico / Março de 2018

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X

X X

X X

X X

X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Programas na área de responsabilidade social

Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

14001 (ambiental)

X

X X X X X X X X X X X X X X X X X

9001 (qualidade)

Outros

Telemarketing

Venda direta ao cliente final

Internet

X X

X

X X

X

X

X

X

X X X X X X X X X X X X X

X

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X X X

X X

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X X X X X X X X

X X X

X X

X

X X

Oferece treinamento técnico para os clientes

X X X X X X X

X

X X X X X X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

X X

X

Importa produtos acabados

X

X X X X X X X X X X X X X X

Revendas / varejistas

X X X

Exporta produtos acabados

X X

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

SP SP SP SP SP CE SP SP SP RS SP SC PR SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SC RS SP SC SC

Público

UF

Guarulhos Mogi Mirim São Paulo São Bernardo do Campo São Paulo Fortaleza Santana de Parnaíba Nova Odessa São Paulo Cachoerinha Guarulhos Corupá Curitiba São Paulo Itaquaquecetuba Suzano Jundiaí Vargen Grande Paulista Mauá Cotia São Paulo Sao Bernardo do Campo Sorocaba Guarulhos Arujá São Paulo São Paulo São Paulo Joinville Carlos Barbosa São Caetano do Sul Jaraguá do Sul Joinville

Residencial

Cidade

www.acabine.com.br www.adsdisjuntores.com.br www.alphamarktec.com.br www.alumbra.com.br www.beghim.com.br www.carmehil.com.br www.deltaperfilados.com.br www.dispan.com.br www.dutoplast.com.br www.dutotec.com.br www.elecon.com.br www.eletropoll.com.br www.elos.com.br www.embramataltatensao.com.br www.gfctubos.com.br www.gimipogliano.com.br www.hellermanntyton.com.br www.tpcpaineis.com.br www.jea.com.br www.kanaflex.com.br www.multiwayrod.com.br www.novemp.com.br www.obo.com.br www.perfillider.com.br www.poleoduto.com.br www.realperfil.com.br www.salf.com.br www.sptf.com.br www.tigre.com www.tramontina.com www.valemam.com.br www.weg.net www.wetzel.com.br

Comercial

Site

(11) 2842-5252 (19) 3804-1119 (11) 2782-3200 (11) 4393-9300 (11) 2942-4500 (85) 4008-6687 (11) 4705-3133 (19) 3466-9300 (11) 2524-9055 (51) 2117-6600 (11) 2066-4100 (47) 3375-6700 (41) 3383-9290 (11) 2098.0371 (11) 2450-3300 (11) 4752-9900 (11) 2136-9036 (11) 4158-8440 (11) 4547-6000 (11) 37791670 (11) 3437-5600 (11) 4093-5300 (15) 3335-1382 (11) 2412-7787 (11) 2413-1200 (11) 2134-0002 (11) 5614-7333 (11) 2065-3820 0800-7074700 (54) 3461-8200 (11) 3382-8222 (47) 3276-4000 (47) 3451-4033

Fabricante e Distribuidora

Telefone

A.Cabine Materiais Elétricos ADS DISJUNTORES IND. E COM. LTDA Alpha Marktec ALUMBRA BEGHIM CARMEHIL DELTA CANALETAS Dispan Dutoplast DUTOTEC ELECON Eletropoll ELOS Embramat GFC Tubos e Conexões Gimi Pogliano Bar. Blindados HELLERMANN TYTON Indústria Eletromecanica Mrosler JEA KANAFLEX Multiway Novemp OBO BETTERMANN PERFIL LIDER Poleoduto REAL PERFIL SALF S.P.T.F. TIGRE Tramontina Eletrik S.A. Valemam WEG Wetzel

Distribuidora

Empresa

Industrial

Principal Segmento de atuação

A empresa é

Fabricante

50

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Material rede compacta Dutos corrugados Emenda de cabos Conexões Caixas de telefonia

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X X X X X X X X X

X

X X

Outros produtos

Conectores e terminais

Caixa de sobrepor

Caixa de embutir

Conduletes

Caixas de pessagem e de ligação

Materiais para amarração e identificação de cabos

Isoladores

X

Canaletas de alumínio

X

Espaçadores

X

Acessórios preformados

Prensa-cabos

Outras Linhas

Barramentos Blindados

Leito (escada para cabos)

Bandeja (eletrocalha com tampa)

Eletrocalha aramada

Eletrocalha (sem tampa)

Perfilado

Duto de piso

Canaleta de sobrepor

Eletroduto Flexível

Eletroduto Rígido

Eletroduto Metálico

Eletroduto isolante O Setor Elétrico / Março de 2018

51

Principais produtos para linhas elétricas oferecidos pela sua empresa

X

X

X

X X

X X

X

X

X X


52

Tec

O Setor Elétrico / Março de 2019

Por José Carlos Procópio e Henrique Santos*

Caro(a) leitor(a), a partir deste mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque durante realização do CINASE – Circuito Nacional do Setor Elétrico no ano passado.

O painel que enxerga todas as coisas

É notável, ao longo de 120 anos de trajetória, que de tempos em tempos surgem

O setor de energia tem desenvolvido e

evoluções significativas nas soluções para

implementado o conceito de Smart Grids e

Toda essa evolução no faz refletir e revisar

Indústria 4.0 já há algum tempo, baseado

relevantes para épocas passadas, frente à

em avanços das tecnologias da computação e comunicações, para atender a requisitos de melhoria da confiabilidade, segurança e

distribuição elétrica em média tensão. conceitos e hábitos. Soluções consideradas evolução tecnológica, não se mantém hoje tão relevantes. O setor elétrico vem vivendo um momento de transformação digital, impulsionado por projetos de redes inteligentes (smart grids), colocando-se na linha de frente da Internet das Coisas (IoT). Neste contexto, a IoT pode, por exemplo,

eficiência do sistema elétrico. No entanto,

potencializar os resultados de modelos

cumprir esses objetivos não é possível usando

criar sistemas de iluminação inteligentes por

apenas microprocessadores baseados em

entre inúmeras outras.

dispositivos multifuncionais eletrônicos

como também ambientais, através de uma

inteligentes (IEDs) e comunicações.

analíticos para prevenção de falhas técnicas, sensores, prover conexões para medição, Não somente nestes quesitos técnicos, sensível redução na emissão de CO2 e economia de energia. Em uma subestação de 14 linhas por exemplo, é possível economizar energia equivalente a 150 toneladas de CO2 por 30 anos de operação do sistema.


Tec 53

O Setor Elétrico / Março de 2019

Isso corresponde a emissões geradas por

baseadas na combinação de produtos bem

Flexibilidade contra fluxos de carga

um veículo europeu de médio porte, numa

estabelecidos e aceitos no mercado, com as

variável: oferece flexibilidade para

quilometragem de 1.250.000km.

últimas tecnologias e padrões disponíveis,

alterar cargas, fornecida pela energia

para responder a novas aplicações e desafios.

através do disjuntor do alimentador

O setor de energia tem desenvolvido e implementado o conceito de Smart Grids

O resultado é uma nova solução digital

(transformador de corrente). Os sensores

e Indústria 4.0 já há algum tempo, baseado

inovadora para painéis de média tensão que

de corrente e tensão, sucessores dos

em avanços das tecnologias da computação

oferece melhorias significativas aos clientes,

transformadores de corrente e tensão

e comunicações, para atender a requisitos

fornecendo respostas aos mais recentes e

convencional, apresentam características

de melhoria da confiabilidade, segurança e

exigentes requisitos.

lineares, isto é, podem trabalhar com

eficiência do sistema elétrico. No entanto,

A digitalização do painel de média tensão

uma ampla gama de correntes primárias,

cumprir esses objetivos não é possível

baseia-se em uma integração otimizada de

que permite diferentes correntes de carga

usando apenas microprocessadores baseados

sensores de corrente e tensão combinada ao

e modificação dos parâmetros do relé

em dispositivos multifuncionais eletrônicos

mais recente projeto de relés de proteção,

de proteção de uma solução digital de

inteligentes (IEDs) e comunicações. Para a

bem como com a utilização eficiente dos

média tensão. Isso assegura economia

melhoria do retorno sobre o investimento,

meios de comunicação IEC 61850 para

de custos na aquisição e instalação do

inclui-se a redução dos custos de capital

distribuição de sinais internos e externos do

transformador atual, bem como os custos

em equipamentos, bem como o custo de

equipamento.

derivados do tempo de inatividade do

transporte, instalação e manutenção. Um painel de média tensão

Com os novos requisitos e desafios que as

painel de distribuição.

redes de distribuição enfrentam, o painel de

precisa atender a muitos requisitos de

média tensão assume um papel cada vez mais

Entrega rápida: seus sensores evitam a

diferentes tipos de aplicações. Embora

importante neste contexto.

necessidade de especificar todos os detalhes

seja predominantemente utilizado em

A evolução das redes exige, então, um

técnicos necessários para transformadores

subestações de distribuição, também

equipamento ainda mais eficiente, seguro,

de corrente convencionais. Isso impacta

é utilizado em indústrias, instalações

inteligente, confiável, ecológico, fácil de

diretamente nos prazos de início da operação

comerciais, campus universitários,

projetar, instalar e operar.

em até 30% em relação a solução padrão.

assim como na interconexão de recursos energéticos distribuídos. O que significa que o painel precisa ser flexível e preciso em uma ampla faixa de correntes e tensões, ao mesmo

Customizações, mudanças e vantagens do painel digital de média tensão

Para ilustrar, só é necessário especificar dois tipos de sensores de corrente e um tipo de

tempo em que deve ser seguro e confiável, com requisitos mínimos de manutenção. A combinação da tecnologia do

Preparado para atender aos requisitos da rede: o painel digital de média tensão

A evolução das redes

microprocessador, comunicações avançadas,

adapta-se perfeitamente às necessidades,

exige, então, um

IEC 61850 e sensores de corrente e tensão

mesmo na fase final de produção do painel.

permite direcionar os painéis de média tensão

Da mesma forma que ele é preparado para

equipamento ainda

para a era do Smart Grid e a Indústria 4.0.

adaptar-se a todos os eventos de mudanças

mais eficiente, seguro,

na rede. O uso de comunicações de

inteligente, confiável,

O Painel digital de média tensão Considerando o quão conservador

dispositivos digitais e sensores torna possível aproveitar a flexibilidade para implementar

ecológico, fácil de

alterações de última hora nos parâmetros,

projetar, instalar e operar.

o setor de energia elétrica pode ser, é

como corrente nominal, ou modificar os

importante desenvolver soluções inovadoras

esquemas lógicos do projeto elétrico.


54

Tec

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

sensor de tensão para atender a todos os

transformadores de corrente e tensão para

evoluindo significativamente nos últimos

parâmetros de aplicação de um painel de 7,2

outros fins, o painel digital permite a sua

20 anos.

– 17,5kV, 630 – 4000 A, 16 – 50kA.

instalação junto a estes sensores (figura 2).

Os novos relés de proteção colocam requisitos diferentes em equipamentos de

Minimização de custos durante a vida útil: a

medição primária (transformadores de

solução digital em média tensão usa a energia

corrente e tensão) em comparação com relés

de maneira eficiente, sem perdas durante o

eletromecânicos clássicos.

funcionamento do painel. O risco de cortes

Esses novos requisitos também abrem a

de energia pode ser minimizado graças à sua

oportunidade para a utilização de princípios

alta confiabilidade. Os sensores de corrente

de medições avançadas, que oferecem uma

e tensão apresentam consumo irrelevante

ampla gama de benefícios adicionais.

e, por isso, menos energia é necessária para

Os sensores abrem um caminho para

operar o painel. Uma subestação típica com

sinais de corrente e tensão necessários para

14 unidades funcionais de alimentadores

a proteção e monitoramento de sistemas de

de distribuição, por exemplo, permite

energia de média tensão. Essas vantagens

economizar até 250 MWh durante 30 anos de operação em comparação a um painel convencional. Isso representa uma economia de cerca de 13.000 euros. Tudo isso só se torna possível através

Figura 2 – Componentes de painel de média tensão

Os sensores baseados em princípios de

podem ser totalmente utilizadas em conexão com modernos relés de proteção (figura 1). Os sensores de corrente e tensão

medições avançadas foram desenvolvidos

utilizados no Painel Digital MV são

do uso de componentes certificados, como

como sucessores dos transformadores de

projetados sem o uso de um núcleo

sensores de corrente e tensão, IEDs de

medições e proteções convencionais, a

ferromagnético. O sensor atual é baseado

proteção multifuncional e comunicação

fim de alcançar uma redução significativa

no princípio da bobina de Rogowski,

digital IEC 61850.

nas dimensões, aumentando a segurança

enquanto o sensor de tensão usa o princípio

e fornecendo maior padronização

do divisor de tensão resistiva. Esse tipo de

de classificação, com uma faixa de

tecnologia de sensores traz vários benefícios

funcionalidade mais ampla.

importantes para o usuário e o aplicativo.

Por dentro do painel digital de média tensão

Os transformadores de corrente

O principal benefício é que o

convencionais com núcleos magnéticos

comportamento do sensor não é

são baseados em princípios bem

influenciado por uma curva de

conhecidos e foram utilizados com

magnetização, portanto o resultado é

todas as suas limitações por mais de 120

uma resposta linear altamente precisa em

anos. Diferentemente dos equipamentos

uma ampla faixa dinâmica de grandezas

conectados (relés de proteção) que vem

(figura 3).

Figura 1 - Sensores de corrente e tensão

Os sensores de corrente possuem design altamente compacto e otimizado para uso em painel digital de média tensão. Cada compartimento pode acomodar até dois conjuntos de sensores de corrente, instalados no compartimento de cabos ou diretamente no compartimento dos barramentos. Os sensores de corrente e tensão são de alta precisão (classe 0,5), no entanto, quando a medição de faturamento exigir classes de precisão mais altas ou a instalação de

Figura 3 – Comparativo de desempenho entre transformador de corrente convencional e sensor de corrente


O Setor ElĂŠtrico / Janeiro de 2019

Tec 55


Tec

56

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

A curva característica linear e altamente precisa do sensor em toda a faixa operacional permite que várias classes de medição e proteção possam ser combinadas em um dispositivo específico. A tecnologia do sensor significa que não há transferência de energia do lado primário para o secundário, sendo assim as perdas insignificantes. Desta maneira, os sensores exibem consumo de energia

Figura 4 – Sensores com saídas RJ-45

extremamente baixo, cujo valor é apenas uma fração do que é convertido em

Os sensores são conectados diretamente

Barramento de Estação (Station Bus) e o

calor, em um transformador de corrente

ao relé de proteção através de cabos com

Barramento de Processo (Process Bus). O

convencional.

conectores RJ-45. Caso os sensores de corrente

Barramento de Estação, IEC 61850-8-1,

e tensão estejam conectados no mesmo

determina como deve ocorrer a comunicação

significativa de energia durante toda a vida

IED, um adaptador é usado. Os cabos são

entre dispositivos (comunicação horizontal) e

útil do sistema, colaborando com os esforços

conectados a acopladores e estes conectados

destes com o sistema (comunicação vertical).

mundiais para reduzir o seu consumo.

diretamente a um relé de proteção via cabo

Essa comunicação vertical é feita com base

RJ-45, como mostrado na figura 4.

no padrão MMS (Manufacturing Message

Este fato contribui para uma economia

Como os elementos do sensor são particularmente pequenos e os mesmos elementos são usados para medição e

Comunicação IEC 61850

um padrão de mensagens exclusivo da IEC 61850: o GOOSE (Generic Object

proteção, os sensores de corrente e tensão podem ser facilmente integrados no painel.

Specification), enquanto a horizontal, em

A Norma IEC 61850 foi lançada em

Oriented Substation Event) que padroniza

2004 com o objetivo de definir um padrão

a comunicação em tempo real entre os

Rogowski Coil fornecem alguns benefícios

internacional para as arquiteturas de redes

dispositivos de proteção e controle. Já o

adicionais, como:

de comunicação e sistemas para automação

Barramento de Processo, IEC 61850-9-2,

de energia elétrica. Ela é responsável pela

define a transmissão de Valores Medidos

• devido à sua baixa indutância, eles podem

simplificação e potencialização dos controles

Amostrados (SMV – Sample Measured

responder a correntes de mudança rápida;

dos sistemas elétricos atuais. A Norma inclui

Values) obtidos por instrumentos de medição.

• devido à sua linearidade, as bobinas

os requisitos relacionados ao sistema elétrico

de Rogowski de alta corrente podem ser

e o modelo de dados das funções de proteção

a comunicação de uma subestação de Média

calibradas ou testadas usando correntes de

e controle. Essa modelagem padronizada

Tensão seja projetada de maneira inovadora

referência muito menores;

dos dados das funções de uma subestação,

e flexível para tornar os dados do processo

• eles são muito mais seguros que os

incluindo as interfaces de comunicação, abre

dos relés de proteção disponíveis para todos

transformadores de corrente convencionais,

caminho para a utilização em conjunto dos

os outros relés e dispositivos na rede local em

porque não há perigo de abrir o enrolamento

mais variados equipamentos, com garantia

tempo real.

secundário;

de desempenho satisfatório do sistema. Esse

• os custos de construção são mais baixos;

é o conceito da interoperabilidade, muito

Devices) de proteção e controle geram sinais

• a compensação de temperatura é

difundido pelo advento da IEC 61850, e que

para intertravamento, bloqueio, seletividade

simplificada.

traz grandes benefícios aos usuários finais,

lógica e trip entre os diversos cubículos de

pois permite que equipamentos de fabricantes

um painel de Média Tensão, via mensagens

e tecnologias diferentes sejam conectados

GOOSE. Atualmente, o uso de mensagens

sejam projetados de uma maneira altamente

a uma mesma rede de comunicação e a um

GOOSE está aumentando em aplicações de

otimizada, o que contribui para um alto nível

mesmo sistema de monitoramento e controle,

subestações e oferece vantagens adicionais,

de simplificação do painel de média tensão e,

com confiabilidade assegurada na troca de

como simplicidade, flexibilidade funcional,

portanto, padronização, ao mesmo tempo em

informações e desempenho das funções.

fácil escalabilidade, diagnósticos aprimorados

Os sensores atuais baseados no princípio

Esses fatos permitem que os sensores

que reduz o seu tamanho.

A IEC 61850 define os chamados

Os perfis GOOSE e SMV possibilitam que

Os relés ou IEDs (Intelligent Electronic

e desempenho mais rápido em comparação


Tec 57

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

com a conexão de cabeamento convencional

convencionais (TPs) em um painel de Média

de medição dedicado. O compartilhamento

(hardwire) entre cubículos.

Tensão, estes geralmente são instalados nos

da tensão do barramento é feito por cabos de

alimentadores de entrada, com a tensão do

interconexão entre os TPs do barramento e os

Tensão (por exemplo, Sensores de Tensão

barramento medida em qualquer um dos

relés de proteção em todos os alimentadores

ou Transformadores de Potencial) estão no

alimentadores de saída ou em um cubículo

de saída.

As interfaces de um equipamento de Média

nível de Processo. Além da fiação de sinal convencional entre a Interface de Processo e os Relés de Proteção, a IEC 61850 introduziu um conceito que possibilita o intercâmbio desses sinais de processo entre os dispositivos de proteção, controle e monitoramento. Esta comunicação se dá através do Barramento de Processo, conforme IEC 61850-9-2. Em aplicações de painéis de Média Tensão, os Barramentos de Estação e de Processo podem ser construídos em conjunto, com configurações adequadas, tendo como objetivo a otimização da instalação e a redução do custo. Ao usar Transformadores de Potencial

Figura 5


Tec

58

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

O uso de sensores e do conceito da IEC 61850-9-2 tem um efeito significativo no design do painel de Média Tensão. O sinal do sensor que mede a tensão no barramento e está conectado a um dos IEDs de proteção é, então, digitalizado por um elemento integrado no IED, chamado de Merging Unit, e transformado em um valor amostrado (SMV) para ser compartilhado através da rede Ethernet. Este sinal é publicado 80 vezes por ciclo com base na definição de implementação do IEC 618509-2 LE. A fiação de interconexão no painel é simplificada, pois são necessários menos cabos para interligação analógica e digital entre os diferentes cubículos. A transmissão

Figura 6

das medições de tensão no Barramento de Processo permite uma maior detecção de erros, pois a transmissão do sinal é continuamente supervisionada. E ainda maior disponibilidade é possível usando rede Ethernet redundante sobre a qual os sinais GOOSE e SMV são transmitidos (figura 5). Redundância de rede Ethernet A IEC 61850 especifica redundância de rede que melhora a disponibilidade do sistema de comunicação da subestação. Baseia-se em dois protocolos complementares definidos na Norma IEC 62439-3: o Protocolo de Redundância Paralela (PRP - Parallel Redundancy Protocol) e o Protocolo de Redundância Contínua de

Figura 7

Alta Disponibilidade (HSR - High Availability

GOOSE e SMV, apenas as redundâncias PRP e

Seamless Redundancy).

HSR são aceitas. Outros tipos de redundância

Ambos os protocolos são capazes de superar

de rede existentes no mercado (RSTP, bounding

Sincronização de tempo Quando se utiliza o conceito de Valores

uma falha de um link sem perda de sinal e com

etc.) possuem um tempo de recuperação da

Medidos Amostrados (SMV), todos IEDs

tempo de restabelecimento (switchover) igual

rede maior do que zero em caso de falha e,

envolvidos, seja na publicação ou na recepção

a zero. Nos dois protocolos, cada nó (ou IED)

com isso, pode haver perda de sinal durante o

dos sinais, devem ter seus relógios internos

contém duas portas Ethernet idênticas para a

restabelecimento da mesma. Essa perda de sinal

sincronizados. Essa sincronização é feita

conexão na rede de automação. Eles contam

pode significar a falha em um intertravamento

baseada no Protocolo de Tempo de Precisão

com a duplicação de todas as informações

ou trip (quando usadas mensagens GOOSE) ou

(PTP – Precision Time Protocol, conforme

transmitidas e fornecem tempo de recuperação

até mesmo a falha em uma proteção (quando

definido na Norma IEEE 1588), com precisão de

da rede igual a zero, em caso de falha na rede

usado o SMV).

microssegundos.

de comunicação, cumprindo assim com

A redundância em PRP e HSR é

O método de sincronização PTP permite

todos os requisitos rigorosos da automação de

suportada pelos relés de proteção da ABB e

o uso da rede Ethernet existente para propagar

subestações, como por exemplo comunicação

outros fabricantes e a escolha entre esses dois

mensagens de sincronização pela rede, o que

em tempo real para mensagens GOOSE e

protocolos depende da aplicação específica e da

elimina a necessidade de cabeamento extra na

intercâmbio de sinais amostrados, SMV.

funcionalidade necessária em cada subestação

subestação, corroborando com a otimização

ou planta.

de instalações e cabeamentos, promovida pela

Para este tipo de implementação com


Tec 59

O Setor Elétrico / Janeiro de 2019

digitalização da rede e uso dos conceitos da Norma IEC 61850 (figuras 6 e 7).

IEDs de proteção multifuncional Os IEDs de proteção multifuncional

com os padrões IEC mencionados acima. Além disso, foram conduzidos também

comunicação digital entre painéis, ao invés de usar sinais tradicionais com fio.

testes simulando o arco nos contatos do carrinho

Com suas características lineares, os

do disjuntor durante as operações de comutação,

sensores devem operar em uma ampla faixa

bem como testes na comutação de uma carga do

de correntes primárias, e havendo uma

reator com re-ignições. Ambos os testes foram

mudança na corrente de carga da aplicação, o

são uma solução compacta e versátil para

aprovados sem descobertas de arco no ambiente

equipamento permanece o mesmo.

distribuição de energia em aplicações

de comutação.

industriais e de concessionárias. Eles fornecem

Durante todos esses testes, o tráfego do

O painel digital de média tensão fornece uma solução confiável que minimiza o risco

configurações padrão para aplicações

barramento de processo foi monitorado sem

de interrupções e aumenta a disponibilidade

específicos, o que permite ao usuário adaptá-los

nenhum efeito negativo registrado. Também

dos disjuntores alimentadores, pois os

e configurá-los facilmente.

foi realizado um teste de robustez específico

sensores não usam núcleo de ferro e, por isso,

Um IED de proteção de alimentador,

do tráfego Ethernet transmitido pelos fios

são imunes a perturbações na rede, como a

por exemplo, é projetado para a proteção,

metálicos, durante o teste de arco interno

ferro-ressonância. Suas dimensões reduzidas

controle, medição e supervisão de sistemas de

do painel nos laboratórios do CESI. Sendo

fazem com que os sensores tenham menos

distribuição de energia elétrica e industrial,

que, nenhuma influência no tráfego GOOSE

material de isolamento, o que reduz o risco de

incluindo redes radiais, em loop e em malha,

Ethernet foi registrada.

degradação no painel. Além disso, aumenta

também envolvendo possível geração de energia distribuída. Eles suportam comunicações peer-to-peer baseadas no IEC 61850 e podem

Os benefícios do painel digital de média tensão

publicar ou receber mensagens GOOSE e SMV. Os IEDs atualmente representam o centro

também a segurança do pessoal de operação por suas conexões de baixa tensão, mitigando erros entre o sensor e o relé de proteção, sendo detectados e acionados esquemas de backup

O painel digital de média tensão representa

de controle de um painel de Média Tensão e são

uma solução inovadora que atende a

responsáveis por todo o funcionamento lógico

importantes requisitos do futuro:

imediatamente.

Painéis elétricos e a Indústria 4.0

dos cubículos. Além de sua função principal de A transformação digital é um caminho sem

proteção, os IEDs permitem o monitoramento

• flexibilidade;

e controle remoto dos cubículos e seus

• maior eficiência do processo;

volta e afeta a todos os setores sem exceção.

componentes.

• menor custo de operação;

Todos esses movimentos trazem grandes

• integração maximizada;

desafios para que as empresas se transformem

• confiabilidade e segurança.

da mesma maneira, investindo fortemente em

Testando o painel digital de média tensão

seus negócios. É um cenário que incentiva a Com essa tecnologia avançada, o usuário

Para garantir que o painel digital de média

ruptura do modelo tradicional, promovendo

não precisa enfrentar muitos dos desafios

o aumento de sua eficiência operacional, do

tensão funcione com sucesso sob condições

comuns nas aplicações mais complexas de

seu valor agregado e contribui para novas

ambientais desafiadoras, é necessário realizar

hoje, podendo se concentrar em atender aos

possibilidades baseadas em tecnologia e

testes de EMC para os sensores de corrente e

requisitos de aplicativos e criar uma rede

serviço.

de tensão. Os testes precisam ser realizados em

elétrica confiável e eficiente, devido ao uso de

um laboratório de testes EMC credenciado, de

componentes certificados: sensores de corrente

sensoriamento de ativos, redes, equipamentos

acordo com os padrões IEC 60044-8 (sensores

e tensão, proteção e relés de controle com

e subestações pode trazer ao negócio

de corrente) e IEC 60044-7 (sensores de tensão).

comunicação digital IEC 61850.

informações antes desconhecidas e prover

Exemplo disto, o Painel Unigear Digital da

O uso da IoT para a conectividade e

O painel deve ser facilmente adaptado às

melhorias significativas. É o antever-se com

ABB que comprovou o desempenho superior de

mudanças implementadas em sua aplicação,

propriedade. É o enxergar todas as coisas de

EMC do painel, realizando testes específicos em

não havendo a necessidade de substituir

fato.

tempo real da EMC, conduzidos no laboratório

equipamentos de potência do painel, mas

de alta tensão da Universidade de Stuttgart. Esses

apenas atualizando os parâmetros ou lógicas do

*José Carlos Procópio e Henrique Santos

testes são ainda mais exigentes em comparação

relé de proteção. Isso só será possível através da

são da ABB.


Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Março de 2019

Por Grupo Köbe Engenharia*

60 Caro(a) leitor(a), a partir deste mês publicaremos os trabalhos que obtiveram destaque no Prêmio OSE, idealizado ano passado e entregue durante o Cinase.

Projeto upgrade RTG diesel para elétrico

Upgrade de equipamentos de movimentação de cargas diesel x elétrico

totalmente

nacional

para

transformar

máquinas RTG’s diesel em elétricos.

um grupo gerador a diesel com um consumo médio de 15 litros/hora de óleo diesel, para uma máquina híbrida ou elétrica que conectada

Procedimentos adotados

à rede elétrica na tensão de 15kV consumindo aproximadamente 22,79kW/h.

A movimentação dos contêineres em um porto acontece em sua grande maioria

Viabilidade econômica: traçamos um

por meio dos RTG’s (Rubber Tyred Gantry

plano de aprovação dos custos envolvidos

em reduções significativas de custos além

Cranes).

(figura 1).

de ganhos na produtividade, disponibilidade

No

Brasil,

a

maior

parte

A implementação deste projeto implica

de máquina e aumento de aproximadamente

destes

equipamentos utiliza geradores acoplados a

30% na vida útil da máquina.

motores diesel que trabalham em três turnos

As reduções de custo podem ser

diários.

verificadas na figura 2.

O nível de poluição sonora e ambiental,

bem como o consumo de diesel, e o alto custo de manutenção são simplesmente absurdos.

Em 2010, fizemos os primeiros estudos

de viabilidade econômica e técnica para as primeiras máquinas e RTG’s (Electrifield Rubber Tyred Gantry Cranes) na classe de

Figura 1 - Imagem do RTG em operação

Figura 2 - Gráfico de custo RTG vs eRTG

1 - Introdução

Percentual de redução do gráfico da

tensão de 15kV para o Porto no Nordeste. Foram fabricadas as primeiras seis máquinas em 15kV com sistema Cable Reel,

figura 2 representa o ganho do sistema

instaladas e comprovado o sucesso desse

sistema de upgrade.

elétrico desenvolvido pelo Grupo Kobe consiste

Hoje, apresentamos um projeto de

em uma solução de eficiência energética, onde

a) emissão de CO² = 87,82%

upgrade com engenharia e equipamentos

se converte uma máquina alimentada por

b) produtividade = 95,80%

O projeto de upgrade de RTG’s diesel para

elétrico em relação ao diesel:


61

O Setor Elétrico / Março de 2019

c) manutenção = 97,03%

relação ao equipamento com alimentação por

d) energia (óleo diesel versos energia

grupo gerador a diesel.

elétrica) = 76,55%

Ou seja, é possível alcançar uma economia de 92,78% por máquina após o

Os diferenciais deste projeto é que

upgrade.

aplicamos engenharia nas disciplinas elétrica,

automação e mecânica no desenvolvimento

payback do investimento, que está estimado

dessa solução totalmente nacional, bem como

em torno de 30 meses.

Outro dado importante é o tempo de

na aplicação de materiais e equipamentos, diminuindo o custo de implementação,

3 - Desenvolvimento

reduzido o tempo de aquisição e recebimento de peças de reposição, agilizando os

procedimentos de manutenção, formando

de duas formas:

O upgrade de um RTG pode ser realizado

profissionais com pleno domínio nas técnicas desenvolvidas (não depende de mão de obra

- máquina híbrida, onde mantém-se o grupo

externa de multinacionais).

gerador da máquina e instalam-se os demais equipamentos necessários para alimentação

2 - Economia gerada pelo upgrade de um RTG

em 15kV através da rede energia elétrica. Essa solução possibilita a alimentação da

Figura 4 - Imagem do sistema Cable Reel montado no RTG

4.2 - Detalhamento do sistema Cable Reel Na figura 5 detalhamos os principais

máquina através de duas fontes de energia

equipamentos que compõe o sistema Cable

Para comprovar a economia de uma

(esta opção permite a continuidade de

Reel.

máquina elétrica em relação à máquina com

serviço na falta de energia);

grupo gerador a diesel, o Grupo Kobe realizou

- máquina elétrica: consiste em retirar o grupo

um estudo comparando estes equipamentos

gerador e utilizar a sala do mesmo para alocar

em um período de 10.000 horas (indicação

os quadros elétricos e transformador, deixando

do fabricante para revisão geral da máquina),

a máquina somente com opção de alimentação

onde ficaram muito claro as inúmeras

elétrica em 15 kV. Neste artigo trataremos

vantagens do upgrade, tais como:

somete da versão do projeto híbrido.

a) redução no custo de energia (diesel vs

4 - Upgrade para os sistemas híbrido

energia elétrica); b) redução no custo com manutenção

Figura 5 - Detalhamento do Sistema Cable Reel

c) redução no custo com produtividade;

4.1 - Alterações mecânicas do upgrade para o sistema híbrido

d) redução na emissão de CO².

As alterações mecânicas necessárias

Na figura 3 é mostrada a economia total

para atender ao processo de upgrade do

a) enrolador;

que proporcionada pelo upgrade de uma

RTG para o sistema híbrido são:

b) motoredutor;

(preventiva e preditiva);

Descrição dos equipamentos:

c) coletor de anéis 15kV;

máquina: a) instalação do enrolador de cabos (Cable

d) sino (desliga a máquina em caso de cabo

Reel) e sistema de controle;

frouxo ou esticado).

b) instalação do sino e sensores; d) instalação quadro MT com proteção;

4.3 - Alterações elétricas do upgrade para o sistema híbrido

e) instalação quadro BT proteção/comutação.

c) instalação do Transformador a seco;

Figura 3 - Economia RTG vs ERTG durante campanha 10.000h

As alterações elétricas necessárias para

atender ao processo de upgrade do RTG

Segue a figura 4 indicando o local de

para o sistema híbrido são:

Como pode ser visto no gráfico da

instalação de cada um dos equipamentos

figura 3, um ERTG ou RTG após o upgrade

que fazem parte das alterações mecânicas na

a) instalação do Quadro de Média Tensão;

apresenta um custo de apenas 7,22% em

máquina.

b) instalação do Transformador 13,8kV –


Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Março de 2019

possiblidade de funcionamento tanto pela rede

c) instalação dos Quadros de Transferência

4.4 - Alterações de automação do upgrade para o sistema híbrido

Automática em baixa tensão;

No projeto de upgrade do RTG para

original do RTG, sendo que a utilização do

d) instalação do cabo de média tensão no

o sistema hibrido, desenvolvemos uma

grupo gerador se torna necessária somente

sistema Cable Reel e montagem do plug

lógica de automação integrando os sinais

em casos de falta de energia elétrica ou nas

macho 15kV.

e sistemas existentes aos novos sinais e

manobras para mudança de fila no pátio.

sistema responsável pelo funcionamento e

Na figura 6 indicamos o local de

segurança total na operação da máquina, seja

Cable Reel é fornecida através de uma tomada

instalação de cada um dos equipamentos

qual for acionamento pelo operador no RTG.

classe 15kV que fica fixa na cabeceira ou

que fazem parte das alterações elétricas da

Para isso, o sistema de automação contará

centro da fila de contêineres. De acordo com

máquina.

com um novo PLC dedicado para essa função o

o layout operacional do terminal, a tomada

qual interagirá com os outros equipamentos através

está protegida por sistema de bloqueio

de contatos passivos, e sem a necessidade de

eletromecânico, o que impede a retirada do

alterar a configuração de fábrica da máquina.

plug de 15kV, garantindo a segurança na

operação.

440/254V 500kVA;

Os sinais recebidos serão analisados pelo

de energia elétrica, como pelo grupo gerador

A alimentação do RTG pelo sistema do

programa de maneira que seja possível tomar

as decisões adequadas e enviar os sinais de

de conexão manual plug e tomada 15kV.

Na figura 5 temos a imagem do sistema

comando e intertravamento necessários para o PLC principal do RTG, assim como também serão inseridos os novos sinais de alarmes e falhas do sistema possibilitando um melhor acompanhamento por parte da equipe de manutenção do terminal, atendendo sistema industrial 4.0.

5 - Descrição de funcionamento Figura 6 - Vista lateral layout de instalação dos equipamentos elétricos

5.1 - Funcionamento do sistema híbrido

No sistema híbrido, a máquina tem a

Figura 7 - Sistema de conexão manual


63

O Setor Elétrico / Março de 2019

Para que a manobra de troca de fila do

Nos casos de falta de energia elétrica, o

RTG seja o mais breve possível, o sistema que

sistema de comando do RTG se mantém

desenvolvemos entra com o grupo gerador

energizado através da UPS, assim o sistema

em paralelo com a rede, que transfere o

de comando identifica a falta de energia,

sistema de alimentação via rede elétrica para

verifica se não houve atuação do sistema de

o grupo gerador automaticamente sem que a

proteção de média e baixa tensão e dá partida

energia seja desligada.

no grupo gerador, colocando a máquina em

Com objetivo de otimizar ainda mais o

funcionamento normal.

procedimento de troca de fila, estamos finalizando

de comando identifica que a rede de energia já

o desenvolvimento do projeto do nosso sistema de conexão/desconexão automática.

Nas as figuras 8, 9 e 10, imagens do

sistema de conexão automático.

Após o retorno da energia elétrica, o sistema

foi reestabelecida, sincroniza o gerador com a Figura 9 - Conexão do plug 15kV

A imagem da figura 9 ilustra o momento

em que a máquina “RTG” está se conectando ao ponto fixo de alimentação.

rede, faz a transferência do grupo gerador para a rede desligando-o em seguida, sendo que este procedimento de retorno da energia elétrica ocorre com a máquina em funcionamento sem paradas na operação. O controle de paralelismo entre rede e grupo gerador será realizado através de controlador especifico para este fim, o qual irá garantir a proteção do motor e gerador através das seguintes funções:

Motor: • Dispositivo de sobrevelocidade (12) • Temperatura água motor (alarme e bloqueio) Figura 8 - Magazine de conexão 15kV

A imagem da figura 8 trata-se do ponto de

Figura 10 - Máquina conectada no sistema elétrico

conexão fixo, localizado em local estratégico

A imagem da figura 10 ilustra o RTG

no pátio do terminal.

conectado e funcionando pela rede elétrica.

• Pressão Óleo (alarme e bloqueio) • Nível combustível (alarme e bloqueio) • Ruptura correia • Máxima potência


Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Março de 2019

• Falha arranque

forma que seja possível varrer uma área no piso entre o pneu da máquina e cabo de média tensão.

Gerador 5.1 Vantagens

Para comprovar a economia de uma máquina elétrica em relação à máquina com grupo gerador a diesel, o Grupo Kobe realizou um estudo comparando estes equipamentos em um período de 10.000 horas (indicação do fabricante para revisão geral da máquina), onde ficaram muito claro as inúmeras vantagens do upgrade.

• Relé de subfrequência (81U)

• Menor nível de ruído

• Relé de sobrefrequência (81O)

• Totalmente automatizado

• Relé de subtensão (27)

• Redução de 95% no consumo de diesel

• Relé de sobretensão (59)

• Menor tempo de parada para manutenção

• Relé direcional de potência (32)

• Manutenção simples, com disponibilidade de

• Perda de excitação (Inversão de energia 32Q)

peças nacionais para reposição

• Relé de sobrecorrente de temporizado de fase (51)

• Aumento da quantidade de movimentações/

• Relé de sobrecorrente instantâneo de fase (50)

hora

• Relé de verificação de sincronismo ou sincro­

• Controle total de alinhamento do RTG através

nização (25)

de sensores

• Relé de reversão ou desbalanço de corrente (46)

• Mínima interferência estrutura da retroaria (Civil/

• Relé de reversão ou desbalanço de tensão (47)

Mecânica)

• Relé de sobrecorrente temporizada de neutro (51N)

• Redução de infraestrutura civil (eletrovias e

• Relé de sobrecorrente com restrição de tensão

caixas de passagens)

(51V)

• Redução de infraestrutura elétrica (cabos de baixa tensão e painéis 400V)

Com objetivo de aumentar a confiabilidade

• Mobilidade na operação com Reachstackers

do sistema de proteção adotado, o IED

(sem interferência física)

(intelligent electronic device) do disjuntor da

• Permanência do espaço atual entre filas para

entrada de média tensão do RTG, será provido

trânsito de caminhões

das seguintes funções de proteção:

• Menor manutenção elétrica comparado com Busbar

• Relé de subtensão (27)

• Proteção humana

• Relé de sobretensão (59)

• Proteção do cabo enrolador = Não Acidentes

• Relé de reversão ou desbalanço de tensão (47) • Relé direcional de potência (32)

6 - Conclusão

• Relé de sobrecorrente direcional (67) • Relé de medição de ângulo de fase / proteção

contra falta de sincronismo (78)

no presente documento pode-se concluir que

• Relé térmico (49)

o upgrade de um RTG, seja para o sistema

• Relé de sobrecorrente de temporizado de fase

híbrido ou para sistema elétrico, somente trará

(51)

benefícios ao terminal portuário implantado uma

• Relé de sobrecorrente instantâneo de fase (50)

solução eficiente e sustentável.

• Relé de sobrecorrente de temporizado de

neutro (51N)

os custos de movimentação do terminal,

• Relé de sobrecorrente instantâneo de neutro

tornando-o mais competitivo no mercado e

(50N)

contribuindo de forma expressiva com o meio

De acordo com os dados apresentados

Uma solução que diminui significativamente

ambiente e com a redução na emissão de gases Como o sistema Cable Reel trabalha

poluentes na atmosfera.

enrolando e desenrolando o cabo de 15kV que

está solto no piso do terminal e o sistema de

sistema Cable Reel que exige um custo bem menor

GPS que mantém alinhamento do RTG na fila

com obras de infraestrutura civil e elétrica no pátio

de contêineres pode vir a falhar implementamos

em relação aos outros sistemas de eletrificação.

ao projeto, uma proteção adicional para evitar

que o RTG passe por cima do cabo em casos

diferente de outros sistemas que impossibilitam

de desalinhamento por falha do GPS.

o livre acesso de máquinas e caminhões devido

às interferências físicas do ocasionadas pelo

Este sistema consiste em um sensor laser

instalado em um braço mecânico posicionado de

Além da facilidade de instalação devido ao

Mantém a mobilidade operacional do pátio

sistema de alimentação.



Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Março de 2019

Por Eng. Normando V.B. Alves*

Acidentes com descargas atmosféricas O assunto “raios" é cercado pelos leigos

e agora serão publicamente mostrados.

por um incrível repertório de crendices,

Juntamente com algumas das fotos serão

misticismo, fantasias e suposições de

feitas observações tentando, dentro do

extrema criatividade que chegam a ser

possível, apresentar algumas justificativas

engraçados. Onde começam ou quem as

técnica para explicar esses eventos.

inventa, ninguém sabe, mas tudo leva a crer

É

que a maioria são heranças hereditárias,

desenvolvido na área de pesquisas pelo

principalmente das regiões interioranas.

consórcio formado pela Cemig, Furnas,

Quem nunca ouviu dizer que, para-raios,

Simepar e Inpe, chamado de RINDAT

árvores, chifre de boi, espelhos e utensílios

(www.rindat.com.br), através do sistema

atraem raios? Que um raio não cai duas

nacional integrado de monitoramento de

vezes no mesmo local ou que o pára-

tempestades, o qual faz o monitoramento

raios não funciona pois os equipamentos

das tempestades possibilitando o aviso

eletrônicos foram queimados? Crendices

antecipado de áreas de risco como

à parte é importante lembrar que o

refinarias,

Brasil é campeão mundial em descargas

associações de agricultores etc.

atmosféricas com aproximadamente 200

Na foto abaixo vemos a densidade

milhões de raios por ano e em torno de 130

de ocorrência de descargas atmosféricos,

pessoas morrem anualmente em acidentes

por exemplo no dia 12/03/2019, com

provocados por raios.

atualizações a cada 15m. Não é uma visão

importante

realçar

empresas

o

de

trabalho

explosivos,

O objetivo deste trabalho é relatar e

precisa, mas dá uma ideia aproximada

mostrar alguns acidentes que vêm sendo

do que está acontecendo em termos de

colecionados pelo autor ao longo dos anos

descargas atmosféricas.


67

O Setor Elétrico / Março de 2019

Por se tratar de um evento da natureza, nenhum sistema de

cada situação e verificar se ao final do gerenciamento os riscos

proteção é 100% eficiente, variando essa eficiência entre 80% a

toleráveis máximos de R1, R2, R3 ou R4 foram atendidos. Em

98%, dependendo do nível de proteção adotado. A Norma técnica

caso negativo, medidas adicionais devem ser tomadas para que

da ABNT que regulamenta este tipo de proteção é a Norma

estes fiquem dentro dos limites aceitos como toleráveis (tabelas

NBR5419/2015, partes 1 a 4.

1 e 2).

Esta Norma é destinada à proteção patrimonial, de pessoas

e instalações mas é bom lembrar que o melhor local seguro em

As descargas do tipo S1 e S3 podem provocar choque

elétrico, incêndio na edificação e danos nos equipamentos,

época de tempestades é dentro das edificações, preferencialmente

através dos riscos RA, RB, RC,RU, RV E R W.

edificações com proteção dentro das Normas. Não existe proteção

As descargas do tipo S2 e S4 só provocam danos nos

para áreas abertas, uma vez que o risco de acidente fatal é muito

equipamentos através dos riscos RZ e RM, por se tratarem dos

alto. Cuidado com sistemas não normalizados que prometem

efeitos indiretos dos raios sobre os serviços/instalações.

proteção em áreas abertas, pois são ilegais e ineficientes.

R1, R2, R3, R4 para cada caso, e focar na redução dos mesmos.

A imagem abaixo, retirada do site do RINDAT, mostra a rede de

torres de monitoramento das descargas atmosféricas.

Em cada projeto, é necessário analisar quais riscos existem,

A tabela 2 dá essa diretriz. 1 – Tabela de relação entre as fontes de danos e os riscos

2 – Tabela que relaciona riscos com medidas para reduzir riscos

A NBR 5419/2015 aborda quatro situações possíveis de uma

descarga atmosférica causar danos a uma edificação ou aos serviços que entram ou saem desta, que são as descargas tipo S1, S2, S3 e S4.

Para fazer o gerenciamento de risco (parte 2 da NBR

5419/2015) da edificação é necessário levar em consideração essas quatro possibilidades e somar os riscos parciais para

3 – Tabela dos riscos toleráveis

Para R4, caso não haja um número determinado por um órgão

competente, a Norma sugere 10-3.

No portal OSE (www.osetoreletrico.com.br) você encontra

alguns acidentes reais ocorridos e tentamos descobrir as fontes de danos.


68

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Março de 2019

Prof. Dr. Paulo Henrique Oliveira Rezende Prof. Dr. Isaque Nogueira Gondim Prof. Dr. José Rubens Macedo Jr.

Aparelhos de ar-condicionado não são assassinos em série Parte 2 2 - Causas externas x causas internas - continuação

Não obstante a importância e a relevância

desses dispositivos para a preservação da integridade dielétrica dos diversos aparelhos e equipamentos elétricos quando da ocorrência de sobretensões transitórias nas redes de energia elétrica, seja em decorrência de descargas atmosféricas ou manobras em equipamentos de rede, como bancos de capacitores, os mesmos não teriam efeito prático quando da ocorrência de curtoscircuitos em função de deficiências nas instalações dos próprios consumidores.

No que tange ao seu funcionamento,

os dispositivos de proteção contra surtos

Figura 1 – Tensão no equipamento, (a) sem DPS e (b) com DPS

elétricos (DPS) são componentes não lineares que entram em condução quando há um

(normalmente da ordem de μs), os aparelhos

pico de tensão acima do seu nível de tensão

de ar-condicionado podem suportar tensões

de proteção. Na sua composição existe um

de até várias vezes a amplitude de sua tensão

varistor de óxido de zinco que se encontra

nominal de operação, como será mostrado no

associado a um dispositivo de segurança.

próximo tópico.

Este varistor permite a passagem de corrente quando a tensão em seus terminais ultrapassa a tensão limite. Esta passagem de corrente é proporcional à tensão que o atinge,

3 - Curvas de suportabilidade térmica e dielétrica para aparelhos de ar- condicionado

garantindo, desta forma, uma tensão de saída de valor inferior ao nível de tensão de

proteção do dispositivo. A figura 1 ilustra o

em equipamentos eletroeletrônicos, quando

princípio operativo de um DPS típico.

da ocorrência de fenômenos elétricos nas

Como pode ser observado no exemplo

redes de distribuição, utiliza-se comumente

da figura 1, para um transitório impulsivo de

o princípio da correlação entre causa e efeito,

4 kV de pico, o dispositivo (DPS) entra em

isto é, a comparação da intensidade dos

operação limitando a tensão em 800 volts

distúrbios originados nas redes elétricas com

na entrada de alimentação do equipamento

os respectivos padrões dielétricos e térmicos

protegido, evitando-se danos dielétricos

dos equipamentos [3-7].

ao mesmo, uma vez que para o tempo

de

dielétrica e térmica, assim como a duração dos

duração

da

sobretensão

transitória

A fim de avaliar a consistência dos danos

Neste contexto, os níveis de suportabilidade


Espaço SBQEE

fenômenos incidentes sobre os mais distintos

Ao mesmo tempo, as curvas de

equipamentos empregados nas instalações

suportabilidade dielétrica dos aparelhos

residenciais, comerciais e industriais, se apoiam

de ar-condicionado foram obtidas através

em relações matemáticas que resultam em

da aplicação de tensões considerando-se

curvas similares às indicadas nas figuras 2 e 3.

várias

Nessas figuras, o eixo vertical denota a grandeza

até elevações de tensão na frequência

de interesse (tensão ou corrente), enquanto

industrial.

que o eixo horizontal está intimamente

dos

vinculado com os tempos de duração dos

experimentais, a figura 3 apresenta a

correspondentes valores de tensão ou corrente.

relação tensão x tempo para os aparelhos

Estes desempenhos físicos, representados na

de ar-condicionado testados.

situações, Para

resultados

desde

transitórios

exemplificação advindos

dos

gráfica ensaios

(descargas

atmosféricas),

transitórios

oscilatórios (chaveamento de banco de capacitores) a fenômenos na frequência industrial (como curtos-circuitos e variações de tensão de curta duração).

Para

a

obtenção

da

curva

de

suportabilidade térmica dos condicionadores de ar foram aplicados impulsos de corrente, no padrão 8 x 20 μs, em dois modelos distintos de equipamentos, sendo um deles um ar-condicionado convencional e o outro com a tecnologia inverter. Os resultados obtidos nesses testes estão apresentados na figura 2.

O presente artigo mostra, pelo menos sob

o ponto de vista elétrico, que os aparelhos de ar- condicionado continuam sendo uma das maiores invenções da humanidade visando

instalações

elétricas

das

próprias

ou dielétrica desses equipamentos. Figura 3 – Curvas de suportabilidade dielétrica

Conforme observado nas figuras 2

e 3, os aparelhos de ar-condicionado mostraram-se bastante robustos em termos de suportabilidade dielétrica (comumente comprometida por eventos de origem externa às instalações), suportando amplitudes de até várias vezes a sua tensão nominal por alguns microssegundos, ou até duas vezes a sua tensão nominal por até alguns segundos. Já em relação à suportabilidade térmica (comumente comprometida por eventos de origem interna às instalações dos próprios consumidores), esses mesmos equipamentos se mostraram relativamente mais sensíveis, resultando, inclusive, na atuação de sua proteção térmica ou mesmo danos em seus componentes eletrônicos. Ressalta-se que essas possíveis causas internas, como já mencionado, estão associadas a falhas e

inadequações

dos

circuitos

elétricos

das edificações, e não propriamente dos aparelhos de ar-condicionado. Nesse sentido, outros elementos do circuito, a exemplo da própria fiação elétrica da instalação, podem ter sua suportabilidade térmica comprometida antes mesmo do comprometimento da Figura 2 – Curvas de suportabilidade térmica

4. Conclusões

edificações, e não à suportabilidade térmica

No que tange ao levantamento das

de distribuição, desde transitórios impulsivos

instalações.

nas

físicos e/ou operacionais sobre o equipamento.

situações possíveis de ocorrência nas redes

mal

relacionada com problemas ou deficiências

probabilisticamente, ser responsável por danos

mercado. Estes testes são definidos conforme

de

a operação destes equipamentos, está

conduza a valores acima dos delimitados irá,

em vários modelos e marcas existentes no

caso

incidentes com vítimas fatais, associados

equipamento. Um determinado distúrbio que

necessários testes de natureza destrutiva

no

A grande maioria (senão a totalidade) dos

e corrente considerados como admissíveis pelo

condicionadores de ar, particularmente, são

ar-condicionado,

dimensionamento ou precariedade dessas

um maior conforto para a vida das pessoas.

forma de gráficos, traduzem os níveis de tensão

curvas de suportabilidade dos aparelhos

de

69

suportabilidade térmica do próprio aparelho

5. Referências bibliográficas [1] IEA, International Energy Agency. The Future of Cooling - Opportunities for energy- efficient air conditioning. OECD/IEA, 2018. [2] ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica. Procedimentos de Distribuição Módulo 8 - Qualidade da Energia Elétrica. Revisão 8, 2018. [3] P. H. O. Rezende. Contribuições para os estudos computacionais de ressarcimento por danos elétricos: limites de suportabilidade e induções eletromagnéticas. Tese de doutorado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2016. [4] I. N. Gondim. Contribuições para o Aplicativo APR: Novos Limites de Suportabilidade, Perturbações via Medições e Sistematização no Processo da Configuração da Rede Elétrica. Tese de doutorado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2012. [5] I. N. Gondim, J. A. Barbosa, J. C. Oliveira, C. E. Tavares, and A. C. Delaiba. Uma Estratégia para Obtenção dos Limites de Suportabilidade Dielétrica e Térmica de Equipamentos com Foco aos Pedidos de Indenização por Danos. Revista Eletrônica Potência – SOBRAEP, vol. 17, pp. 651– 659, 2012. [6] Technical Committee 3 (TC3) of the Information and T. I. Council. ITIC (CBEMA) curve Application Note. [7] M. D. Teixeira et al. Acceptable power quality limits to avoid damages in appliances. WSEAS Trans. Circuits Syst., vol. 4, pp. 479–485, 2005.


70

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Março de 2019

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

A efetividade (limitada!) dos eletrodos de aterramento para as correntes dos raios. Ou você ainda acredita em equalização de potencial? – Parte 01/04 Trazemos

nesta

edição

a

primeira

metálicas

(hastes,

cordoalhas,

canos

de quarto partes do artigo do professor

metálicos, radiador de carro, trilhos etc.) em

Antônio Roberto Panicali, da Proelco, sobre

contato elétrico direto com o solo ou imersas

aterramento e equipotencialização, trabalho

em materiais pouco resistivos, como bentonita

originalmente apresentado no CINASE-SP

ou ainda encapsuladas em concreto como

em 2018.

nas estacas de fundações e vigas baldrames.

Resumo:

é

comum

pensarmos

que

malhas de aterramento visem, sobretudo, à

Historicamente, eletrodos de aterramento estão ligados a três áreas de aplicação:

equalização de potenciais, mesmo quando submetidas à ação dos mais variados tipos

a) desde fins do século XIX, na proteção

de sinais e/ou perturbações: curto-circuito,

contra falhas de isolação nas redes de

descargas atmosféricas etc. Nesse trabalho,

distribuição de energia elétrica, envolvendo

procuraremos descrever, com base em

baixas frequências (em corrente contínua

modelos simplificados, como malhas de

ou

terra se comportam, particularmente sob a

modernamente, transitórios de alta frequência

ação de sinais impulsivos (como raios) ou de

decorrentes de manobras de chaveamento e

alta frequência (>>60 Hz como transitórios

curtos nas linhas de distribuição);

de manobras de chaveamento em redes

b) escoamento das descargas atmosféricas

de distribuição etc.). Como será mostrado,

(raios) para a Terra: nesse caso, as frequências

a função de equalização de potencial de

envolvidas abrangem desde praticamente

uma malha de terra, por menor que seja sua

0 Hz até 10 MHz (na realidade, o espectro

resistência, fica restrita à frequências (60Hz e

dos raios se estende muito além, envolvendo

poucas harmônicas).

inclusive a emissão de raios-X e até mesmo

Observação importante: os resultados

de raios gama, porém sem efeito significativo

apresentados nesse trabalho se baseiam em

sobre os aterramentos!);

modelos simplificados embora traduzam com

c) embora não sendo tema do presente

razoável fidelidade os fenômenos físicos mais

trabalho, malhas de terra com configurações

relevantes; para um tratamento mais rigoroso

especiais são também empregadas para

sugerimos, por exemplo as referências [3 e 4].

melhorar o desempenho de antenas nas

50/60

Hz

e

harmônicas

e,

mais

faixas de AM, OC e VHF.

Introdução

Eletrodos de aterramento são estruturas

Como descrito nas seções seguintes,


71

O Setor Elétrico / Março de 2019

devido às diferentes faixas de frequências envolvidas de

em

cada

aterramento

comportamentos

caso,

malhas

podem

apresentar

elétricos

totalmente

diferentes, seja em termos de impedância, seja na distribuição de potenciais, resultante na superfície do solo. Nesse trabalho apresentamos alguns modelos

simplificados

que

permitem

entender o comportamento elétrico de malhas aterramento em função de sua geometria, tipo de solo e pontos de conexão com elementos do SPDA (Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas) e das instalações elétricas (BEP: Barramento de Equipotencialização Principal).

Raios: características gerais

Raios ascendentes (geralmente partem

de estruturas altas e/ou topo de morros em direção às nuvens carregadas) ou descendentes (começam em nuvens tipo cumulonimbus ou Cb´s) os quais, com ou sem a presença de eletrodos de aterramento, se conectam com o solo onde podem depositar grandes quantidades de cargas elétricas (tipicamente<200 C ultrapassando, em alguns casos, 500 C!!). Quando

presentes

e

devidamente

dimensionados, eletrodos de aterramento possibilitam que o escoamento das cargas dos raios se dê de forma controlada, minimizando efeitos danosos tais como: -

aquecimento

excessivo

e

possível

vitrificação do solo, o qual se torna isolante após o resfriamento; - redução das tensões de passo e de toque a níveis seguros para seres vivos; - escoamento para o solo, através de DPSs (Dispositivos Protetores de Surtos), de descargas incidentes em cabos de energia e/ou de sinais (telecomunicações, controle, sinais, etc.) ou na própria instalação. Continua na próxima edição.


72

Quadros e painéis

O Setor Elétrico / Março de 2019

Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos |nunziante@gimi.com.br

O painel não precisa ser TTA, pode ser normal mesmo....... Será que pode?

Nas andanças pelo Brasil, notadamente

possível deveria ser: “Só fazemos TTA ou

mantidos e aprimorados. Os ensaios foram

nas etapas do CINASE, uma questão tem

PTTA. Nossa linha é certificada e desses

estabelecidos em duas categorias, sendo

sido recorrente entre os participantes

produtos submetidos a ensaios, fazemos

divididos em ensaios de construção e

desse

extrapolações e variações dentro dos

ensaios de performance. Todas essas

popularização dos conceitos de TTA e

limites aceitos pela Norma”.

certificações

PTTA. Sempre escuto a pergunta relativa

Segundo

NBR-

para a construção dos quadros e painéis

aos quadros ditos “mais simples”: precisa

IEC-60439-1, temos de conceber um tipo

de baixa tensão, ou seja, não se pode

ser TTA?

construtivo de quadro ou painel, submetê-lo

construir e instalar um conjunto de

Bom, segundo a minha interpretação

aos ensaios que o configurem como TTA,

manobra e controle de baixa tensão sem

das Normas NBR-IEC-60439-1 e de sua

ou seja, ensaios de tensão suportável de

que seu tipo construtivo tenha submetido

sucessora NBR-IEC-61439, um quadro ou

impulso atmosférico e frequência industrial,

a ensaios de construção e performance.

conjunto de manobra em invólucro metálico

elevação de temperatura, grau de proteção,

Variações são aceitáveis dentro dos limites

de baixa tensão DEVE ser submetido aos

funcionamento

estabelecidos na Norma.

ensaios pertinentes às suas características

suportável nominal de curta-duração e

técnicas e capacidades nominais, por mais

eficácia de circuito de proteção. Com

à pergunta título desta coluna: O painel

simples que ele seja, pois a prescrição

base nesses resultados, podemos realizar

não precisa ser TTA, pode ser normal

nas Normas de ensaios obrigatórios em

modificações e extrapolações dentro dos

mesmo....... Será que pode?

cada uma das condições para garantia

limites da boa técnica e das prescrições

de performance e segurança operacional

da Norma, sem que haja desconfiguração

PODE.

já considerou as premissas de risco e

do projeto original e dentro dos limites

necessidades de avaliação.

de aceitação dos clientes. Assim sendo,

minha consternação e profundo pesar

Trocando em miúdos: onde existe

não é possível admitir que um quadro seja

pelas vítimas e pelo lamentável evento

prescrição de se submeter um tipo

construído sem que um quadro semelhante

ocorrido em Suzano no colégio Raul Brasil,

construtivo a ensaios, é porque realmente

tenha

a 50 metros da minha casa, na cidade que

precisa!

pertinentes. Essa é a regra estabelecida.

escolhi para morar há 15 anos. Os fatos

evento,

Assim

em

sendo,

decorrência

sido

a

ainda

vigente

mecânico,

previamente

aos

corrente

ensaios

permanecem

obrigatórias

Sendo assim e, portanto, respondendo

A resposta, salvo melhor juízo, é NÃO Aproveito este espaço para manifestar

responder

Analisando-se a NBR-IEC-61439-2,

terríveis demonstram quão doente está

à pergunta mais frequente feita aos

que é a atualização da citada acima,

nossa sociedade, a inexistência de amor

fabricantes:

quadros

os termos ou siglas TTA/PTTA foram

ao próximo. Que o Grande Arquiteto do

normais, sem ser TTA? A única resposta

suprimidos, mas seus conceitos foram

Universo nos ilumine e guarde.

vocês

como

da

fazem


Iluminação pública

O Setor Elétrico / Março de 2019

73

Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética.

Iluminação pública e qualidade de iluminação

Iniciando esta série de artigos sobre o

onde circulamos e da tridimensionalidade do

pelo excesso de luz. Fato este ainda é agravado

tema iluminação, decidi falar um pouco sobre

meio em que vivemos. Iluminar as fachadas,

pela disponibilidade de colocação dos pontos

as transformações da iluminação pública e a

com o devido respeito que devemos ter para

de iluminação nos postes da distribuidora

maneira como, atualmente, desenvolvemos os

evitar a luz intrusa e a poluição luminosa, é

de energia, com grande espaçamento, baixa

projetos no Brasil, fazendo um paralelo com

propiciar a quem circula a pé por uma cidade

altura de instalação, gerando alto ofuscamento

os resultados que percebemos em outros

uma melhor experiência visual, interagindo

e descontinuidade (baixa uniformidade). Já

locais. Como tive oportunidade de vivenciar

com o local e vivenciando a cidade por mais

evoluímos com a necessidade de iluminar

recentemente, como usuário, da iluminação

tempo. Não somente fachadas, mas outras

as calçadas e não somente das vias para os

de algumas cidades na Europa, percebo o

superfícies verticais como muros, paredes,

veículos, bem como levando em conta outros

quanto ainda existe diferença na concepção

paredões, jardins verticais, guarda corpos

critérios de qualidade de projeto, mas ainda

de um projeto luminotécnico.

em passarelas, passagens e escadarias,

temos muito a evoluir com a necessidade de

Mesmo com a atualização da NBR 5101

são importantes de serem iluminados para

projetos que levem em conta não somente o

– Iluminação pública – procedimento em

compor o ambiente com a iluminação pública

atingimento de índices normativos, mas que

2012 e sua fase de revisão iniciada em 2018,

convencional que vai para o piso, gerando

tragam novos conceitos e sejam adequados

na prática temos visto a aplicação sem critério

inclusive mais conforto visual devido à

à qualidade de luz que esperamos propiciar

de projeto de luminária de LED na maior parte

uniformidade visual e luz mais difusa com

para as pessoas, sejam elas residentes ou

das cidades do Brasil. O processo se inicia

baixo ofuscamento.

visitantes das cidades.

com um simples “de”/”para” que, em raras

vezes, vem acompanhado de um estudo

pensar em iluminar sua residência somente

na criação de cenários noturnos, de acordo

luminotécnico para embasar uma substituição

iluminando o piso, com lâmpadas soltas em

com a sua ocupação, seja pela quantidade

ou um novo projeto.

pontos no teto da casa, “jogando” luz para o

de pessoas a cada horário, eventos, estações

O que acontece é que temos ruas e

ambiente e ofuscando o usuário. Um projeto

do ano ou outra necessidade específica. A

avenidas com luz, mas muitas delas sem

residencial de qualidade leva em conta

qualidade da iluminação vai muito além do uso

qualidade na necessidade visual das pessoas.

diversos outros aspectos de qualidade da

da tecnologia LED, da eficiência energética

Esta necessidade está ligada intrinsecamente

luz para as pessoas, valorizando o ambiente

e da qualidade dos equipamentos utilizados

à luz refletida no campo de visão do usuário.

e tornando as pessoas mais felizes em

que são de grande importância. A iluminação

Iluminar as cidades é pensar em luminância e

diferentes cenários do ambiente residencial e

pública deve ser pensada do ponto de vista

não somente em luminância horizontal, como

em diferentes espaços de acordo com o uso

da qualidade da iluminação e da necessidade

já temos definido em Norma.

de cada um.

das pessoas, de acordo com a criatividade

A luminância vertical que, em muitas

Infelizmente, muitas vezes o que está

do projetista, a luz como forma de interação

vezes indiretamente acaba contribuindo para

sendo feito em nossas cidades é jogar luz no

social, convivência e sempre tendo em conta

a luminância horizontal, é fundamental para a

chão com o objetivo de “iluminar” tudo em prol

as imagens que levaremos dos locais que

percepção do ambiente urbano, do espaço

de uma falsa sensação de segurança criada

circularemos e visitaremos à noite.

Para ficar mais claro, ninguém deveria

Precisamos pensar em certos ambientes,


74

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Março de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Compensação de energia reativa, correção do fator de potência em instalações elétricas e mitigação das harmônicas – Parte 04/04 VII – Cuidados com a operação e manutenção

frequências superiores a 5ª harmônica. Ou ainda, um filtro p7% não irá

A operação confiável de sistemas de compensação reativa

permitir situação de ressonância harmônica se as correntes harmônicas

deve prever a contínua observação dos valores de potência reativa

da carga forem iguais ou superiores a 5ª harmônica, por exemplo: I5, I7,

de cada um dos grupos (degraus) dos bancos de capacitores e a

I11, I13 e assim por diante.

imediata intervenção em caso de perda de capacidade, evitando que

o problema se alastre para as outras células vivas. Também deve-se

antirressonantes quando as correntes harmônicas da carga possuem

Da mesma forma, o filtro p14% é aplicado, também em sistema

pesquisar as causas que teriam ocasionado defeito de operação. Ainda,

frequências harmônicas iguais ou superiores a 3ª harmônica (I3, I5, I7,

deve-se estar atento a fatores que podem induzir má operação, já que

I11, I13) e assim por diante ou quando a potência de curto circuito

construtivamente o capacitor (equivalente) com reatância Xc é obtido

é menor que de valores típicos. Nesta situação, o comportamento da

por grupos de capacitores ligados a um único reator. A falta (queima)

tensão é comprometido, notando-se sensibilidade acima do normal às

de um dos capacitores (do grupo) altera esta impedância total (L+C)

VTCD´s durante a partida de motores, por exemplo.

desejada e projetada, fazendo com que a frequência de ressonância também seja modificada pela expressão geral da frequência de

ressonância, expressada em (2). A redução da capacitância equivalente

um filtro de 5ª harmônica poderá possuir impedância menor que a da

Dependendo da combinação de impedâncias da rede e do filtro,

do grupo ligado a um único indutor eleva a frequência de ressonância,

rede, mesmo em outras frequências como as 7ª e 11ª. Nestes casos,

modificando o cálculo inicial, aumentando a circulação de corrente

circularão correntes de outras frequências em filtros que, em princípio,

harmônica, podendo culminar com uma ressonância harmônica

seriam unicamente para uma única frequência.

indesejada. Portanto, a perda de um capacitor de um grupo, por razões não necessariamente relacionadas às correntes harmônicas (por

exemplo alta temperatura ambiente ou sobretensão), poderá causar a

uma das frequências harmônicas das correntes.

A impedância do ramo LC responde de forma específica para cada

ressonância.

Os resultados devem ser avaliados com o comportamento da

distorção de tensão no ponto de conexão do filtro e outros da instalação, I - Notas e aspectos gerais para especificação e

utilizando-se de preferência o modelo de fluxo de carga das harmônicas,

dimensionamento

avaliando as distorções de tensão em cada ponto.

A análise de instalação de filtros deve considerar todas as opções

de operação da instalação e aspectos de ressonância. Por exemplo,

II – Exemplo de aplicação

um banco automático deve ter toda sua gama de potências reativas

parciais injetadas avaliadas em comparação ao comportamento da

estática, com tempo de resposta de 16 milissegundos com sintonia

carga e seu perfil.

próxima da 5ª harmônica, aplicado na compensação reativa de um

De uma forma geral, o filtro p7% é aplicado em sistemas

guindaste portuário. A foto do equipamento com objetivo ilustrativo foi

antirressonantes quando as correntes harmônicas da carga possuem

tomada durante o ensaio em laboratório. Nota-se, nesta figura 10, a

A figura 10 apresenta um filtro passivo, de 600 kvar, manobra


75

O Setor Elétrico / Março de 2019

VIII - Conclusões

presença de 6 grupos de 100 kvar, compostos por grupos adequados de capacitores associados aos reatores.

A figura 11 apresenta o registro da distorção harmônica de tensão

A compensação de energia reativa das cargas não lineares atualmente

no barramento onde este filtro foi instalado nas situações anteriores

empregadas em processos industriais e complexos comerciais, como

e posteriores a inserção. A figura 12 apresenta o comportamento

grandes prédios corporativos, hospitais, shoppings e outros não pode

da corrente de 5ª harmônica na rede antes e depois da inserção do

ser feita sem a consideração da inserção de filtros, sob pena de queima

filtro passivo. Há uma relação de compromisso muito importante na

precoce, além de outras anomalias citadas. A análise cuidadosa de cada

construção deste filtro com módulos operando conforme a demanda de

um dos pontos relacionados merece especial atenção. De outra forma, a

potência reativa da carga e filtrando a 5ª harmônica simultaneamente. A

queima dos capacitores e destruição de equipamentos associados será

distorção de tensão total (THDV) é reduzida de valores médios de 8%

inevitável. Note-se que capacitores operando sob as condições nominais

para 5%.

podem sobreviver mais de 15 anos. Aliás, uma compensação reativa bem Fonte: ELSPEC

projetada e especificada mantém a instalação elétrica em que a mesma é inserida livre de perdas desnecessárias, sem afundamentos de tensão por razões internas, otimização no uso de transformadores, distorções de tensão e formas de onda em níveis adequados, livre de queima de capacitores por causas “desconhecidas” e outros fenômenos sem explicações aparentes.

Outras informações sobre aplicação de capacitores com geradores,

queima de capacitores e outros fenômenos, que contém as principais causas de queima de capacitores e aspectos limites da normalização de fabricantes, podem ser obtidas nos links: • Mas afinal para que servem os capacitores em instalações elétricas de baixa tensão ? [15] http://www.acaoenge.com.br/controle/upd/downloads/107.pdf • Por que explodem os capacitores em instalações elétricas?[16] http://www.acaoenge.com.br/controle/upd/downloads/126.pdf • Comportamento dos geradores na presença de capacitores [17]

Figura 10 – Filtro passivo com manobra estática de 6 estágios. Fonte: Ação Engenharia e Instalações

http://www.acaoenge.com.br/controle/upd/downloads/182.pdf

Estes documentos indicam outras causas que aceleram o fim da vida

dos capacitores provocando a queima dos mesmos como a temperatura de operação e temperatura ambiente, tensão de operação, incluindo sobretensões e fontes previamente distorcidas, correntes de operação, incluindo as harmônicas, condições de manobra e transientes e outros efeitos externos.

Bibliografia:

Fonte: Ação Engenharia e Instalações

Figura 11 – Comportamento da distorção total da tensão

Figura12 – Atenuação da corrente de 5ª harmônica com o uso de filtro passivo com manobra estática

1] ANEEL resolução 414/2012- Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica. [2] ANEEL-Procedimento da Distribuição – Prodist – modulo 8 – revisão 12/2018 [3] ABNT NBR IEC 60831-1 -Capacitores de potência auto-regenerativos para sistemas CA, com tensão máxima de 1 000 V [4] NBR5410/2004- Instalações Elétricas BT [5] IEEE 141/1993-IEEE Recommended Practice for Electric Power Distribution for Industrial Plants [6] IEEE 519/2014-IEEE Recommended Practice and Requirements for Harmonic Control in Electric Power Systems [7] IEEE 1159/2009-IEEE Recommended Practice for Monitoring Electric Power Quality [8] Elspec Ltd - Technical Report [9] Elspec Ltd- Catalogo técnico [10] Ação Engenharia e Instalações – Relatórios técnicos [11] Starosta, Jose - matérias técnicas nas revistas O Setor Elétrico, Eletricidade Moderna, e Lumiére. [12] Catálogo técnico: Ducatti capacitores [13] Cotrim – Instalações Elétricas – 5ª edição [14] www.acaoenge.com.br - Site da Ação Engenharia e instalações: O milagre da multiplicação dos amperes [15] www.acaoenge.com.br – Site da Ação Engenharia e Instalações: Mas afinal para que servem os capacitores em instalações elétricas de baixa tensão. [16] www.acaoenge.com.br – Site da Ação Engenharia e Instalações: Por que explodem capacitores em instalações elétricas? [17] www.acaoenge.com.br–Site da Ação Engenharia e Instalações: Comportamento dos geradores na presença de capacitores [18] www.acaoenge.com.br – Site da Ação Engenharia e Instalações: Medições em Instalações Elétricas: Quantidade x Qualidade


76

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Março de 2019

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Proteção de equipamentos contra ignição de poeiras combustíveis por invólucro - Ex “t” – Parte 02/02 Equipamentos para instalação em áreas

o erro primário de se considerar que os

dos dispositivos de fixação;

classificadas com os “tradicionais” tipos de

equipamentos vulgarmente chamados de “à

5) se requerido para juntas e vedações: os

proteção “Ex”, tais como a segurança aumentada

prova de explosão” como sendo equipamentos

tamanhos, tipos, encaixes de roscas, flanges e

(Ex “e”) e os “antigos” equipamentos com

que podem ser instalados em todos os locais

juntas de encaixe;

invólucros metálicos à prova de explosão (Ex “d”),

contendo áreas classificadas. Este conceito

6) detalhes das plaquetas de advertência;

são destinados a serem aplicados com restrição

não é correto, uma vez que a aplicação deste

7) desenhos que mostrem todos os furos nos

somente a equipamentos para instalação em

antigo tipo de proteção, baseado em invólucros

invólucros, entradas roscadas e comprimento

áreas classificadas contendo gases inflamáveis,

metálicos à prova de explosão, é restrito somente

das roscas;

com a presença de substâncias dos Grupos

para instalação em atmosferas explosivas de

8) detalhes dos materiais dos invólucros,

IIA, IIB ou IIC. Os tipos de proteção para gases

gases inflamáveis e não de poeiras combustíveis.

materiais das janelas, espessuras e das juntas e

inflamáveis se baseiam, por exemplo, nos

vedações;

requisitos de contenção da explosão no interior

- Orientação sobre desenhos e documentação

9) informações sobre as partes internas dos

do invólucro ou do aumento das distâncias de

para a certificação IECEx é normalmente

equipamentos elétricos, arranjo geral, valores

isolamento e de escoamento, de forma a evitar

utilizado pelos fabricantes, Organismos de

nominais de potência;

o risco de ocorrência de correntes de fuga e de

Certificação e de Laboratórios de Ensaios de

10) quando for pretendido que o certificado

curtos circuitos.

equipamentos “Ex” para estabelecer os detalhes

inclua variações no conteúdo do invólucro,

O tipo de proteção Ex “t”, por sua vez, se

de documentação e informações mínimas que

detalhes suficientes da faixa de variação, de

baseia nos requisitos de elevado grau de proteção

necessitam ser apresentadas pelos fabricantes

forma que os limites de projeto para cada

contra o ingresso de poeira para o interior do

nos desenhos e documentos para certificação

variação estejam totalmente esclarecidos.

equipamento elétrico e na determinação da

de equipamentos “Ex”. Os seguintes detalhes e

temperatura de superfície, de forma que esta

informações necessitam ser apresentados nos

Deve ser ressaltado, no entanto, que

seja inferior à temperatura de ignição da poeira

desenhos e documentos para equipamentos Ex

o

combustível existente no local de sua instalação.

“t”, quando aplicável:

equipamentos “Ex” já disponibiliza uma ampla

O Documento Operacional IECEx OD 017

Deve ser ressaltado que os equipamentos “Ex” certificados de acordo com o tipo de proteção

1) desenho do arranjo geral do invólucro e do

por invólucro à prova de explosão (Ex “d”)

equipamento;

não são adequados para instalação em áreas

2) os métodos de vedação e arranjos de

classificadas contendo poeiras combustíveis,

montagem de eixos, hastes e foles;

em função deste tipo de proteção ser aplicável

3) com relação às juntas e vedações: detalhes

somente para locais contendo gases inflamáveis.

de fabricação, dependendo do EPL pretendido;

Neste sentido, é necessário esclarecer que,

4) os espaçamentos entre furos para os

em muitos casos, ainda se verifica, infelizmente,

dispositivos de fixação. Especificação dos tipos

mercado

nacional

e

internacional

de


77

O Setor Elétrico / Março de 2019

e completa gama de equipamentos, produtos,

atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou

no “ciclo total de vida” das instalações

materiais e sistemas “Ex”, tantos elétricos como

de poeiras combustíveis.

“Ex” reconhece o fato de que somente a

mecânicos, com uma certificação de terceira

“tradicional” certificação de equipamentos “Ex”

parte, emitida por um Organismo de Certificação

diversas

projeto,

não é suficiente para garantir a segurança das

de Produtos acreditado pelo INMETRO no

montagem, inspeção, manutenção e reparos que

instalações em atmosferas explosivas e nem das

âmbito nacional, seja reconhecido no âmbito

são frequentemente verificadas nas instalações

pessoas que nelas trabalham.

internacional pelo IECEx - Sistema da IEC para

em áreas classificadas de diversas indústrias

certificação abrangendo o todo o ciclo de vida

das áreas do petróleo, petroquímica, química,

instalações elétricas em atmosferas explosivas,

“Ex”.

silos de grãos, sucroalcooleira e de alimentos.

os equipamentos elétricos “Ex” necessitam

Isto pode ser verificado em função das não

conformidades

de

Sob o ponto de vista do ciclo total de vida das

Desta forma, pode ser verificado que o

Tais não conformidades podem invalidar as

estar seguros durante todo o tempo em que

sistema de certificação de equipamentos “Ex”

proteções proporcionadas pelos equipamentos

permanecem instalados em áreas classificadas,

se encontra esgotado e saturado, em termos

“Ex” certificados e colocar em risco as

ao longo de décadas, e não somente quando

de atender aos seus objetivos de elevação dos

instalações em atmosferas explosivas nas quais

estes

atuais níveis de segurança e das pessoas que

tais equipamentos foram instalados.

Neste sentido, existe a necessidade básica

trabalham em instalações contendo atmosferas

Para que estes níveis de segurança possam

de certificação também das competências

explosivas.

ser elevados há a necessidade de uma nova

das pessoas que realizam atividades em áreas

Tendo como base a grande quantidade

postura com relação a este problema, com a

classificadas, bem como das empresas de

de não conformidades de projeto, montagem,

adoção de um ponto de vista de certificação

prestação de serviços, tais como empresas

inspeção,

dos

que não fique limitado somente à certificação

projetistas, de montagem, de inspeção, de

equipamentos e instalações elétricas “Ex” que

dos equipamentos “Ex”, mas incluindo também

manutenção e oficinas de serviços de reparo,

podem ser verificadas em diversas plantas

a certificação das pessoas e das empresas que

revisão e recuperação de equipamentos “Ex”.

industriais no Brasil, é reconhecido que a

realizam serviços em áreas classificadas.

simples certificação de equipamentos elétricos

As deficiências e não conformidades

de equipamentos “Ex”, é na certificação prioritária

“Ex” não é suficiente para garantir a segurança

que são introduzidas durante a realização das

das empresas de serviços “Ex” e na certificação

das instalações e pessoas envolvidas em áreas

atividades de instalação, manutenção ou reparos,

prioritária das competências pessoais “Ex” das

classificadas.

fazem com que os equipamentos “Ex” percam

pessoas envolvidas com as diversas atividades

Sob o ponto de vista de segurança industrial

as suas características originais de proteção

envolvendo equipamentos e instalações “Ex”

pode ser verificado que de pouco adianta que

contra a ignição de atmosferas explosivas que

que reside grande parte da segurança e da

os equipamentos elétricos “Ex” tenham sido

podem estar presentes em seus locais de

conformidade das instalações industriais que

certificados de terceira parte, por Organismos

instalação. Estas deficiências são, na maioria

processam substâncias inflamáveis e poeiras

de Certificação de Produtos, acreditados, se os

das vezes, decorrentes de falta de treinamentos,

combustíveis, tal como a indústria do petróleo,

mesmos não são devidamente especificados,

conhecimentos,

habilidades,

petroquímica, química, silos de grãos, farelos,

instalados,

ou

qualificações e certificação das competências

adubo e fertilizantes, farmacêutica, de alimentos

reparados, ao longo das décadas em que

das pessoas responsáveis e dos executantes

e sucroalcooleira.

normalmente

destes tipos de serviços.

manutenção

inspecionados, permanecem

e

reparo

mantidos instalados

em

locais de elevado riscos de explosão, contendo

experiências,

A abordagem de certificação com base

equipamentos

saem

das

fábricas.

Muito mais do que na simples certificação

Referências bibliográficas: •

ABNT NBR IEC 60079-14 - Atmosferas

explosivas - Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas •

ABNT NBR IEC 60079-17 - Atmosferas

explosivas - Parte 17: Inspeção e manutenção de instalações elétricas •

ABNT NBR IEC 60079-31 - Atmosferas

explosivas - Parte 31: Proteção de equipamentos contra ignição de poeira por invólucros “t” •

IECEx OD 017, Documento Operacional -

Orientação sobre desenhos e documentação para a certificação IECEx •

O ciclo total de vida das instalações em

atmosferas explosivas, organizado por Roberval Bulgarelli (Paco Editorial)


Memórias do Setor

78

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019

Por Fundação Energia e Saneamento

Por que preservar a memória da energia? As histórias de um setor que reflete o desenvolvimento da sociedade paulista

Em um mundo de trocas rápidas e de

a construção ou deterioramento do

passos dados por pessoas antes de nós;

acontecimentos cada vez mais efêmeros, é

imaginário, e a memória, registrada em

é entender que, para desenvolver algo

um desafio falar da memória de empresas,

documentos ou na cabeça das pessoas, é

original, é necessário, realmente, conhecer

ainda mais de um setor, como é o caso

o que consolida a reputação institucional.

tudo o que foi feito antes.

da Fundação Energia e Saneamento.

Então, quando falamos da memória

A memória do setor energético é

acumulada pelas empresas e da narrativa

tem seu início em meados do século

fundamental para a compreensão da

histórica daí resultante, podemos falar da

XX, em empresas europeias que criaram

história do desenvolvimento do Estado

história da empresa, do seu discurso de

os primeiros relatórios com conteúdo

de São Paulo, sendo um case de valor

apresentação e da relação de quem recebe

referente à formação de seus negócios,

mundial quando analisamos o processo de

esse discurso. Temos, então, a noção de

um modo de registrar a sua trajetória

urbanização e crescimento da cidade.

que a história da empresa não pertence

e explicar o porquê de determinadas

Para entender o que é memória de uma

Na prática, a memória empresarial

a ela somente, mas também a todos seus

decisões. Já nos anos de 1920, as escolas

empresa, é necessário perceber que cada

públicos de interesse.

de negócios implantaram cursos sobre

companhia possui suas lembranças, como

história empresarial, visando destacar

uma pessoa. A memória, entendida no

todas as empresas podem ir, mas o que

o aspecto empreendedor de muitos

sentido original do termo, é tudo aquilo

legitima a capacidade de sobrevivência

fundadores (personalização da história).

que uma pessoa retém em sua mente,

em terrenos conflituosos e incertos e o

resultado de suas vivências. Ela é seletiva,

que evidencia um poderoso diferencial

pesquisadores começam a ligar a memória

pois, consciente ou inconscientemente,

narrativo e postural de uma empresa é

empresarial às mudanças organizacionais,

escolhe o que lembra, não guardando

a sua história, o seu legado ao longo do

usando da trajetória das empresas como

tudo que acontece ao indivíduo,

tempo e a possibilidade de comparação

um significativo dado para compreender o

configurando-se como um acervo de

com eventos já vividos. Entretanto, não

contexto sócio financeiro e as tomadas de

situações marcantes. A história, então,

se trata de definir o futuro apenas a partir

decisões no mundo empresarial como um

seria a narrativa que articulamos a partir

do passado, em uma equivocada visão

todo. Na década seguinte, a História passa

dos registros presentes em nossa memória,

pragmática da história, mas evitar apostar

a ser interpretada de novas formas e o

sobre alguém ou algum acontecimento.

tudo somente em uma determinada

simbólico ganha força como compreensão

No caso das empresas, a memória

Temos a percepção que, ao futuro,

Na década de 1960, alguns

perspectiva, rompendo com todas as raízes

para a formação de grupos e comunidades,

também está ligada a sua reputação,

e identidades construídas ao longo do

lugar em que se insere a memória

já que a experiência contribui para

tempo. Conhecer o passado é conhecer os

empresarial.


79

Entre os anos de 1980 e 1990

deram origem aos acervos arquivísticos

surgem nos Estados Unidos e no Brasil

e museológicos da Fundação Energia e

as primeiras agências formadas por

Saneamento.

pesquisadores, profissionais das áreas de

Ciências Humanas, em especial História

organização privada sem fins lucrativos,

e Arquivística, dedicados a cuidar dos

foi criada em 1998 pelo governo estadual

documentos acumulados por empresas,

paulista, com o objetivo de preservar a

interpretando-os como acervos históricos,

memória e o patrimônio histórico do setor

tratando-os e disponibilizando-os como

energético no Estado de São Paulo, frente

fontes de pesquisa para a sociedade, além

às grandes privatizações de empresas

de utilizá-los em produtos como livros

desse setor na época, uma ação inovadora

institucionais comemorativos.

e original. Os acervos iniciais da Fundação

foram, então, os acumulados pela

As empresas, então, passam a ter

Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019

A Fundação Energia e Saneamento,

“lugares de memória”, espaços com

Eletropaulo, Cesp e Comgás, que foram

políticas bem definidas de preservação

entendidos em toda a sua importância

de seus acervos históricos, como foi o

histórica.

caso de empresas como a Klabin, o Grupo

Ultra, a Unilever, a Natura, a Nestlé, a

em extenso acervo documental, composto

Bunge, a Eletropaulo, a Cesp e a Comgás,

por mais de 1.600 metros lineares de

com destaque especial as três últimas, que

documentos técnicos e gerenciais, 260 mil

Essa memória preservada é refletida

Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento

Lampião a gás em modelo vitoriano, específico para fachadas de edifícios.

Para entender o que é memória de uma empresa, é necessário perceber que cada companhia possui suas lembranças, como uma pessoa. A memória, entendida no sentido original do termo, é tudo aquilo que uma pessoa retém em sua mente, resultado de suas vivências. Ela é seletiva, pois, consciente ou inconscientemente, escolhe o que lembra, não guardando tudo que acontece ao indivíduo, configurando-se como um acervo Em abril de 1899 a Rainha Vitória, do Reino Unido, concedeu a carta-patente para a incorporação da The São Paulo Railway, Light and Power Company Limited. O que confere autenticidade ao documento é o selo de cera com o brasão de armas de Ontário, que seria equivalente à uma assinatura da Rainha.

de situações marcantes.


Memórias do Setor

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019

Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento

Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento

80

Vista do Parque Anhangabaú, a partir do Palacete do Conde Prates. Da esquerda para a direita estão o Viaduto do Chá, o Teatro São José e o Theatro Municipal. 1924.

Vista noturna do centro de São Paulo.

Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento

documentos fotográficos, cerca de 3.500 objetos museológicos, 50 mil títulos na biblioteca, além de documentos cartográficos, audiovisuais e sonoros, reunidos a partir de meados do século XIX, além de patrimônio arquitetônico e ambiental, composto por quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), as Usinas-Parque de Salesópolis, Rio Claro, Brotas e Santa Rita do Passa Quatro e dois imóveis urbanos em Itu e Jundiaí.

A importância do trabalho de preservação da memória do

setor energético da Fundação é essencial, tendo em vista os diferentes momentos pelos quais passaram as empresas de energia ao longo do processo de desenvolvimento das cidades, modos de vida e o próprio uso da energia no cotidiano das cidades. O acervo arquivístico da Fundação, sob a guarda do Núcleo Estação de Luz. Nesta tomada, em direção a oeste, destaca-se a Praça da Luz, vendo-se obras no leito da linha de bonde, que passa pelos pontilhões (passagem da atual Avenida Tiradentes, em sua conexão com rua Florêncio de Abreu). À direita, em primeiro plano, o Liceu de Artes e Ofícios (prédio ocupado hoje pela Pinacoteca do Estado). Ao fundo, a torre do Liceu Coração de Jesus. 12/4/1902.

de Documentação e Pesquisa, é focado na memória do setor energético, que abrange a memória das empresas, públicas e privadas, que deram origem ao que conhecemos como empresas de energia, possuindo desde documentos sobre geração, transmissão e distribuição de energia, projetos de construção de usinas, processo de eletrificação de meios de transporte público e instalação de

Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento

iluminação pública a gás, entre outros temas.

Os documentos acumulados pelas empresas do setor

energético, além de contarem suas memórias, dão importantes subsídios para pesquisas acadêmicas e até mesmo para as novas ações das empresas que atuam nesse setor atualmente, explicando como o setor foi iniciado nas terras paulistas, que técnicas empregadas tiveram retorno positivo ou negativo e o contexto da tomada de decisões. Esse acervo é hoje um dos mais importantes dentro das linhas de pesquisa de história da energia e da urbanização da cidade de São Paulo.

Atualmente, as discussões sobre memória das empresas,

no contexto do branding, indicam como valiosa ferramenta de comunicação institucional, gestão da marca e engajamento de Imagem noturna do centro da cidade de São Paulo, registrada a partir do Teatro Municipal. À direita pode-se ver o Edifício Matarazzo; ao centro, o Viaduto do Chá e à esquerda, o Palacete Conde Prates e o Vale do Anhangabaú. Década de 1940.

seus públicos, sendo vista para além de uma simples linha do tempo, com grandes marcos de sua trajetória, mas uma construção relacionada com a percepção de si mesma para dentro e para fora


81 Crédito Acervo Fundação Energia e Saneamento

O Setor Elétrico / Fevereiro de 2019

da instituição.

É interessante entender que as relações

das pessoas com as histórias das empresas transcendem os limites de empresa e consumidor. O acervo do setor energético é consultado também como fonte para procura de entes queridos que trabalharam em empresas, como a Light, para estudo da composição étnica dos trabalhadores do setor, entre outros. Então, os documentos criados para uma determinada função no passado são ressignificados, pois passam não apenas a documentar para fins legais

o dia a dia das empresas, de seu quadro

Vista geral do Parque do Anhangabaú, no centro de São Paulo. À esquerda é possível visualizar o edifício Alexandre Mackenzie, antiga sede dos escritórios da Light e atualmente o Shopping Light; ao centro, em destaque, está o Theatro Municipal. O projeto de urbanização da região e a abertura do parque datam da década de 1910.

de funcionários, o contexto sócio

continua em construção, já que as

econômico e político no qual a empresa

empresas continuam em constante atuação

estava inserida, além de entender os

e desenvolvendo o que será memória no

*Danieli Giovanini é historiadora e

investimentos e técnicas utilizados para

futuro. A Fundação Energia e Saneamento

assistente de Documentação e Pesquisa

a produção de energia em determinado

continuará a cumprir a sua missão e a sua

do Núcleo de Documentação e Pesquisa da

período.

meta de preservar e disponibilizar cada

Fundação Energia e Saneamento – http://

vez mais e melhor os acervos que estão

energiaesaneamento.org.br

e administrativos os acontecimentos das instituições, mas também a contar

A memória do setor energético

sob sua responsabilidade.


82

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48

Alpha (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br Alubar 23 (91) 3754-7155 comercial.cabos@alubar.net www.alubar.net.br 4e5

Beghim (11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br 65

Brazil WindPower www.brazilwindpower.com.br 71

Cablena (11) 2175-9223 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br Chardon Group 62 (21) 99351-9765 rafael.costa@chardongroup.com www.chardongroup.com.br

O Setor Elétrico / Março de 2019

11

Embrastec (16) 3103-2021 embrastec@embrastec.com.br www.embrastec.com.br 81

Energy Solutions Show www.energysolutionsshow.com.br 12

Exponencial (31) 3317-5150 comercial@exponencial.com.br www.exponencialmg.com.br

Clamper Fascículos e 37 (31) 3689-9500 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br 13

Cobrecom (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Conexled 4ª capa (11) 2334-9393 www.conexled.com.br Dutotec 49 (51) 2117-6600 www.dutotec.com.br Elos 33 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br

Megabrás 8 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com 7

Mitsubishi Electric (11) 4689-3000 www.mitsubishielectric.com.br/ia Novemp 19 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br

47

FIEE (11) 3060-4724 comercial@fiee.com.br www.fiee.com.br 21

Flir (15) 3238-807 www.flir.com.br/setoreletric Gimi Pogliano 27 (11) 4752-9900 atendimento@gimipogliano.com.br www.gimipogliano.com.br

9

Cinase (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br

16

Maccomevap (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br

46

Hellerman Tyton 11 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br

Novus 25 51 3323-3600 www.novus.com.br Onix Distribuidora (44) 3233-8500 www.onixcd.com.br

14

70

Paratec (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br 2ª capa

Prysmian (15) 3500-0530 https://br.prysmiangroup.com Reymaster 43 (41) 3021-5000 www.reymaster.com.br

51

IFG (51) 3431-3855 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br

39

Sel (19) 3518-2110 vendas@selinc.com.br www.selinc.com.br

3ª capa

Intelli (16) 3820-1500 intelli@intelli.com.br www.grupointelli.com.br

50

15

Itaipu Transformadores (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br 57

KitFrame do Brasil (11) 4613-4555 kitframe@kitframe.com.br www.kitframe.com

THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br Trael 63 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br Weg 55 (47) 3276-4000 www.weg.net




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