Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta
Suplemento Renováveis
Fascículo: O inversor fotovoltaico Notícias de Mercado Coluna solar: Energia solar fotovoltaica: a próxima onda do mercado livre de energia Coluna eólica: Ventos cada vez mais fortes
10
Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos
19
Fascículos BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão
36
Aula pratica As subestações de entrada de energia e entradas de serviço no Brasil
58
Pesquisas Segmento de quadros e painéis deve crescer 9% este ano
66
CinaseTec A eficiência energética como fator de competitividade e alternativa de transição
70
Destaque Prêmio OSE Eficiência energética e iluminação – Adequação de um sistema de iluminação convencional
74
Espaço 5419 Registrado no Brasil um Super Raio de 249 kA. A NBR 5419:2015 prevê proteção para até 200 kA. E agora, projetista?
76
Espaço SBQEE Um olhar sobre o armazenamento de energia em baterias, energias renováveis e eficiência energética para consumidores residenciais
Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Alexandre Rasi Aoki, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Danielly Baminger, Danilo Ferreira de Souza, Eduardo Papa, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Fernando Reis da Cunha, Francisco Gonçalves Jr., Fundação Energia e Saneamento, Hans Rauschmayer, Hélio Eiji Sueta, Isabel Regina Felix, Jefferson A.C. Matias, Jobson Modena, José Starosta, Luciano Rosito, Mariana de Andrade, Marcel Haratz, Nunziante Graziano, Paulo E. Q. M. Barreto, Roberto Musser, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Roberval Bulgarelli Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
43
78 80 81 82 84 86 88
Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco Luciano Rosito – Iluminação pública Nunziante Graziano – Quadros e painéis José Starosta – Energia com Qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Memórias do Setor Light e as primeiras subestações de energia de São Paulo
3
Editorial
6
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Edição 159
Eficiência energética na ordem do dia
Parece que o tema Eficiência Energética está em pauta em
desde que sejam reconhecidas não apenas como uma forma
algumas empresas brasileiras. Foi o que vimos recentemente
de aprovisionamento de energia sustentável, mas também de
em um workshop organizado pela Mitsubishi Electric para
contribuir com a redução das emissões de gases com efeito
jornalistas (obrigada Mitsubishi Electric pelo convite, além de
de estufa e promover a competitividade econômica. Vamos
aprendermos um pouco mais sobre o assunto, em nível global,
aguardar!
vimos que o tema vai muito além da simples mudança de
lâmpadas para soluções em LED, sem contar que ainda tivemos
de energia em baterias, energias renováveis e eficiência
a oportunidade de visitar o showroom da empresa, localizado
energética para consumidores residenciais. E a seção Prêmio
em Barueri, na Grande São Paulo).
OSE trata da eficiência energética e iluminação, mostrando
a adequação de um sistema de iluminação convencional por
Mas por que estou abordando essa questão? Porque por
Já o Espaço SBQEE traz um olhar sobre o armazenamento
coincidência, ou não, o tema é um dos grandes destaques
soluções LED.
desta edição de abril da revista O Setor Elétrico, sendo o
assunto de capa, por meio da Aula Prática “As subestações
“discutindo” sobre a Eficiência Energética. Parece que São
de entrada de energia e entradas de serviço no Brasil”, artigo
Pedro está um pouco mais energético também. Poucos dias
elaborado pelo consultor técnico Fernando Reis da Cunha.
atrás foi registrado no Brasil, mais especificamente em São
Paulo, um Super Raio de 249 kA, sendo que a NBR 5419:2015
Além deste extraordinário trabalho, notamos que a Eficiência
Mas não é somente na Terra que os seres humanos estão
Energética está presente também na seção CinaseTec, que trata
prevê proteção para até 200 kA. Então fica a pergunta: e agora,
sobre o tema como fator de competitividade e alternativa de
projetista?
transição, abordado pelo especialista em Regulação e Gestão
pela Universidade Federal da Bahia, Roberto Musser. Segundo
bem elaborado pelo professor Danilo Ferreira de Souza,
ele, “percebe-se a possibilidade de que formas alternativas para
coordenador do curso de Graduação em Engenharia Elétrica
a conceituação de eficiência energética sejam consideradas,
da Universidade Federal de Mato Grosso, e pelo doutor Hélio
como um entendimento plural de formas de produção e
Eiji Sueta, chefe adjunto da Divisão Científica de Planejamento,
consumo de energia transpondo a barreira física necessária da
Análise e Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia
existência da rede elétrica”.
e Ambiente da Universidade de São Paulo. Boa leitura e
boa sorte para nós, seres humanos, aqui na Terra, após esse
Ainda de acordo com o especialista, a eficácia da Eficiência
Energética impacta na redução do consumo de energia, e a
A resposta você encontra no Espaço 5419, muito
fenômeno do Super Raio!
eliminação do desperdício energético assume cada vez mais o papel de protagonista. Metas arrojadas na redução do consumo
Abraços,
médio anual passarão a ser instrumentos políticos importantes,
Cristiane Pinheiro
Redes sociais
@osetoreletrico
www.facebook.com/osetoreletrico
@osetoreletrico
Revista O Setor Elétrico
8
Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Abril de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
Energia para ir em frente
Enquanto a Agência Nacional de
as previsões e toda discussão que
Energia Elétrica (ANEEL) discute a
busque
RN 482/2012 em audiência pública
e
presencial em Fortaleza e os impactos
importante. A bandeira verde de Abril
financeiros na geração distribuída
poderá minorar a situação neste instante,
(GD), o mercado como um todo dá
que é grave, considerando a previsão
sinais de começar a se mexer mesmo
de aumento bem menor assumida pelo
com retardamento dos prazos acima
mercado consumidor e consultorias.
do esperado.
Há de se tomar cuidado com os
“milagrosos”
No primeiro ponto, a constatação
a
estabilidade
segurança
de
operacional
preços é
economizadores
muito
de
da Agência seria que o atual modelo
energia sempre ofertados aos mais
definido
normativa
incautos nestas épocas em que a
deveria ser restrito à capacidade de
pela
resolução
energia sobe, e que mereceriam melhor
cada distribuidora, sendo assim seria
atenção de nossas autoridades que
gerado um “gatilho” para cada situação
tentam fazer cumprir a lei. Basta testar
de cada distribuidora, quando então a
estas caixinhas pretas enganadoras de
compensação da energia gerada e a
forma adequada e observar que não
consumida não teriam mais a mesma
valem para nada. Um engodo concebido
proporção de custos equivalentes.
e comercializado por estelionatários.
Em outras palavras, o modelo parece
Todo cuidado é pouco.
soar como injusto aos consumidores
Os eventos relacionados ao nosso
que não optaram por efetuar as suas
setor elétrico em 2019 são vários,
GD’s e também às distribuidoras
destacando-se
que têm suas redes utilizadas sem
(Florianópolis, Belo Horizonte, Cuiabá e
remuneração pelo modelo tarifário.
Recife); e a XIII CBQEE (Conferência
Um bom debate, que esperamos que
Brasileira sobre Qualidade da Energia)
possa trazer boas oportunidades a
em 01 a 04 de setembro nas instalações
todos e não emperre o crescente e
da Escola de Engenharia Mauá em
necessário mercado de GD. Há de se
São Caetano do Sul – SP. Excelentes
considerar que o aumento concedido
oportunidades para os desenvolvimentos
pela ANEEL neste 2019 para algumas
técnico e profissional. Boa sorte e bons
distribuidoras no Sudeste extrapolam
negócios a todos!
o
itinerante
CINASE
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Aneel apresenta balanço inédito sobre avanços na regulação da distribuição de energia Operação referente a dezembro de 2018 possui 81% dos valores em aberto por conta de liminares do GSF vigentes
A Aneel – Agência Nacional de Energia
entre 2011 e 2014, com queda dos indicadores
Elétrica é a primeira agência reguladora a
entre 2015 e 2016 e retomada a partir de 2017
apresentar a ARR - Avaliação de Resultado
rumo à expectativa regulatória. Já em relação
Regulatório, na qual faz balanço de sua atuação
à rentabilidade, o setor ficou abaixo do custo
na área de distribuição nas últimas duas
médio ponderado de capital regulatório de
décadas. O documento mostra importantes
2012 em diante, sendo que as distribuidoras
avanços na qualidade dos serviços prestados
privadas em particular alcançaram retornos
ao consumidor. Entre 2001 e 2017, por exemplo,
médios superiores a este indicador no período
a frequência das interrupções no fornecimento
de análise. Dados preliminares de 2018 indicam
de energia por unidade consumidora teve uma
uma substancial melhora da solidez do setor.
queda de 44,6% no país, passando de 14,8
para 8,2 cortes no abastecimento por ano.
mostra que a maioria dos indicadores encontra-se
Outro indicador importante da qualidade,
dentro dos valores regulatórios de referência, como
segundo a avaliação da agência, que mede
FER - Frequência de Reclamações, INS - Índice
a duração média das interrupções, mostrou
de Nível de Serviço, IAb - Índices de Abandono
importante melhora, com queda de 16,5% entre
de Chamadas e ICO - Chamadas Ocupadas. Por
2001 e 2017, passando de 15,8 horas/ano
outro lado, o percentual de serviços entregues
para 13,2 horas anuais. A melhora nesse índice
fora do prazo aumentou ligeiramente entre 2011 e
concentrou-se particularmente nos últimos dois anos
2017 (de 2% para 3,5%) e o Índice de Satisfação
e a perspectiva é de evolução ainda maior esse ano.
do Consumidor permaneceu próximo à expectativa
regulatória no período.
No que se refere ao acesso aos serviços
Quanto ao atendimento comercial, a avaliação
de energia, o resultado aponta que a taxa de
universalização subiu de 95%, em 2001, para
dias até 26 de abril de 2019. Durante esse
99% em 2014, e segue avançando desde então
período, contribuições e sugestões podem ser
rumo à universalização plena.
enviadas à Aneel pelo e-mail cp003_2019@
aneel.gov.br.
A parcela da tarifa relacionada ao serviço
distribuição,
um
dos
componentes
que
A ARR ficará em consulta pública por 60
O estudo permite ao órgão uma análise
compõem a tarifa paga pelo consumidor, caiu
detalhada
sobre
abordagens
regulatórias
52% de 2001 para 2017, passando de R$ 208
que alcançaram seus objetivos, bem como a
por MWh para R$ 99 o MWh, o que mostra o
identificação de oportunidades de melhoria que
impacto da atuação da ANEEL para assegurar
reforçam o compromisso da Agência com a
o compartilhamento, com os consumidores, dos
excelência na regulação do setor.
ganhos de produtividade das empresas.
Segundo os dados, as perdas comerciais de
aprimorar a regulação, a Aneel pode repensar
energia (furto) registraram pouca flutuação entre
a natureza e a intensidade do impacto de cada
2005 e 2017, iniciando e concluindo o período
um dos mecanismos regulatórios em empresas
no patamar de 14% sobre o mercado de baixa
de diferentes características. Há indícios de que
tensão, sendo que as distribuidoras privadas
alguns mecanismos podem ser reformulados, e
especificamente reduziram em 31% (de 7,9%
outros, ajustados em sua intensidade. O princípio
para 5,4%) no período.
é valer-se de incentivos econômicos e de uma
Uma das conclusões do estudo é que, para
Em relação à sustentabilidade econômico-
lógica de mercado para acelerar a evolução do
financeira, a capacidade de endividamento do
segmento em um contexto de transformação
setor permaneceu dentro do valor de referência
tecnológica.
Painel de mercado
12
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Setor de energia tem terceira maior alta em fusões e aquisições dos últimos 20 anos
O setor de energia registrou a terceira
2018,
a
maioria
foi
doméstica
(empresa de capital majoritário estrangeiro
(33),
maior alta em fusões e aquisições dos últimos
sendo ainda 11 do tipo CB1 (empresa
adquirindo,
20 anos. Os dados são de uma pesquisa
de
estrangeiro
empresa estabelecida no exterior).
realizada trimestralmente pela KPMG. No
adquirindo,
capital
"O
acumulado de 2018, foram realizadas 55
empresa estabelecida no Brasil), 1 CB2
domésticas indica que o mercado de energia
transações, ficando atrás apenas das médias
(companhia de capital majoritário brasileiro
está aquecido em linha com o mercado
alcançadas em 2014 (56) e em 2006 (61).
adquirindo, de estrangeiros, capital de
mundial. O destaque do ano passado
Desse total, grande parte foi realizada por
empresa estabelecida no exterior), 4 CB3
também ficou com as operações realizadas
empresas de energia renovável (31). Já se
(empresa de capital majoritário brasileiro
por empresas de energia renováveis que
compararmos o ano passado com 2017,
adquirindo, de estrangeiros, capital de
aumentando a cada ano em linha com
houve um aumento no número de negócios
empresa estabelecida no Brasil), 5 CB4
a tendência de uma mudança da matriz
fechados de quase 31
(Empresa de capital majoritário estrangeiro
energética de carbono para renovável",
adquirindo, de estrangeiros, capital de
analisa o sócio da KPMG, Paulo Guilherme
empresa estabelecida no Brasil) e 1 CB5
Coimbra.
das
De acordo ainda com o levantamento, 55
operações
realizadas
em
capital
majoritário de
brasileiros,
de
de
grande
brasileiros, número
de
capital
de
transações
Fusões e aquisições em energia – 1998 a 2018
2018
2017
2016
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
55
42
32
29
56
33
30
42
36
19
24
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
25
61
16
12
17
16
36
20
10
11
13
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Consumo de energia tem queda de 2,6% em março Carnaval é o principal motivo desse redução
O consumo de energia elétrica no país
teve uma redução de 2,6%, em março quando comparados ao mesmo período de 2018. As informações são do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que traz dados prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais. O fato do feriado de Carnaval ter ocorrido em março de 2019 é o principal motivo para a redução do consumo no SIN
influenciados
- Sistema Interligado Nacional que atingiu
Suprimindo tal efeito, observa-se queda
63.923 MWmédios, montante de energia
de 4,5% para os livres e de 2,5% para os
menor do que os 65.619 MWmédios no
especiais. Os autoprodutores diminuíram
mesmo período do ano passado.
seu consumo em 7,4%.
O
ACR
(cativo)
Contratação
-
Regulada,
consumidores
são
Ambiente
de
no
os
qual
atendidos
por
esta
migração.
Os segmentos da indústria avaliados pela
CCEE,
incluindo
dados
de
pelas
autoprodutores, varejistas, consumidores
distribuidoras (onde estão inseridos os
livres e especiais, que registraram maior
consumidores
comerciais,
crescimento de consumo foram: transporte
industriais, rurais, serviços, iluminação
(19,9%) e bebidas (18,8%) e saneamento
pública e outros), apresentou queda no
(7,5%). A expansão desses setores está
consumo de 3,2% em relação a março
vinculada à migração dos consumidores
de 2018, considerando a mudança de
para o mercado livre. Ao excluirmos a
clientes cativos para o ACL - Ambiente de
migração para o ACL, verificamos para
Contratação Livre, no qual as empresas
os mesmos ramos: bebidas (5,7%) e
compram
dos
transporte (2,3%). O ramo com pior
de
desempenho foi metalurgia e produtos de
energia
fornecedores atividade
residenciais,
(com
diretamente consumidores
industrial/comercial/serviços).
Excluindo o impacto das migrações, o ACR registraria diminuição de 1,8%.
metal (-10,3%). O
InfoMercado
Semanal
Dinâmico
também apresenta estimativa da produção
No ACL o consumo teve decréscimo
das usinas hidrelétricas, eólicas e térmicas.
de 1,2%, em relação ao mesmo período
Nesta edição aponta que as eólicas tiveram
do ano passado. Eliminando o impacto
uma elevação de 16,4%, sendo que as
da migração de novas cargas, o ACL
hidráulicas e térmicas apresentaram queda
apresentaria queda de 4,6%, na mesma
de 3,3% e 5,0%, respectivamente. A queda
comparação.
das térmicas foi devido, principalmente,
Os
consumidores
apresentaram
redução
os
aumentaram
especiais
de
livres
2,7%, em
já
7,6%,
às usinas termelétricas a óleo (-46,7%) e termelétricas bi-combustível (-31,5%).
Painel de empresas
14
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Por Adriana Dorante
Cablie aposta na expansão de sua linha de cabos de controle blindado Com vasta experiência no mercado, empresa investe em cabos especiais de alta qualidade para atender o setor elétrico dentro dos melhores padrões exigidos pelo mercado
Originada de um experiência de 60 anos
Foi pioneira no desenvolvimento da linha de cabos
no mercado de condutores elétricos, a Cablie,
submarinos e cabos de fibra ótica em conjunto com
localizada no Paraná, aposta na expansão de sua
a Universidade de Campinas (Unicamp).
linha especial de cabos de controle blindado para
segmento industrial e para subestação de energia.
instalados desde meados de 1978. Um deles
A fábrica foi implementada em 2016, especialmente
ligando o bairro de Jacarepaguá ao bairro Cidade
para a produção dessa linha de cabos. No total, a
de Deus, no Rio de Janeiro, e o outro, ligando
companhia oferece três tipos de cabos de controle
Florianópolis, com o restante do Estado de Santa
blindado: com fita de alumínio 0,6/1kv, com fita
Catarina, pela ponte Hercílio Luz.
de cobre 0,6/1kv e com trança de cobre 0,6/1kv,
lançado neste ano.
telefônicos, foi a primeira empresa a lançar os fios e
cabos antichamas. Também foi uma das primeiras a
No setor elétrico, o produto é aplicado em
Os primeiros cabos de fibra ótica ainda estão
Líder de mercado também no ramo de fios
circuitos de controle, comando e sinalização, ligação
fabricar cabos de alta tensão a seco.
de máquinas, botoeiras, cabeamento estruturado,
alimentação, sistemas micro processados, em
das empresas de engenharia e distribuição e
plantas industriais, automação de processos em
geração de energia, é inaugurada, com apoio do
subestação, em instalações onde se necessita de
governo do Estado por meio do programa Paraná
descarga eletrostática e em locais com campos de
Bom Emprego, a empresa Comando Cabos de
interferências externas.
Controle Ltda. O entanto, é vendida em 2012 para
um grupo paranaense do segmento com grande
Os cabos especiais são personalizados de
acordo com a necessidade do cliente. “O produto
Em 2003, para atender às novas necessidades
tradição e experiência.
é o nosso carro-chefe e vem de uma trajetória
Em 2016 surge a Cablie numa moderna
de muitos anos de experiência nesse mercado,
planta para fabricação de cabos especiais. Com
atendendo clientes e revendedores de todo o
cerca de 30 funcionários especializados, um dos
Brasil”, afirmou Pedro Iacono, sócio-fundador e
seus diferenciais é o laboratório de testes de
diretor da Cablie.
qualidade de seus produtos dentro da fábrica, além de sua alta eficiência no atendimento
Herança
pós-venda. “Mesmo sendo cabos especiais,
A Cablie carrega anos de história originada
que precisam ser moldados aos clientes,
da Condugel S/A, em 1959, na época a maior
conseguimos produzir e entregar rapidamente os
empresa brasileira no setor de fios e cabos elétricos.
pedidos”, disse Iacono.
Painel de empresas
16
O Setor Elétrico / Abril de 2019
SEL realiza seminário-aula sobre nova tecnologia para relés de proteção Tecnologia de relés de proteção no domínio do tempo, já desenvolvida pela SEL, introduz uma nova maneira de se fazer proteção
A SEL realizou em março, em Campinas,
de fazer a localização de faltas através de
de
ondas viajantes em tempo real com apenas
apresentar ao setor elétrico ‘Conceitos
1 terminal. Sua oscilgrafia de alta resolução
e fundamentos de proteção no domínio
possibilita que os engenheiros analisem
do tempo’ juntamente com professores e
fenômenos que não podem ser detectados
pesquisadores da UnB - Universidade de
utilizando
Brasília. A ideia do evento foi popularizar
desempenho de um disjuntor ou um isolador
uma nova tecnologia de relés de proteção,
que está com sua capacidade de isolação
trazendo aos seus clientes fundamentos,
comprometida, permitindo até a detecção
vantagens
antecipada de uma falta antes que ela se
um
seminário-aula
e
com
aplicações
o
objetivo
da
tecnologia.
relés
convencionais,
como
o
Baseado nesse conceito, a SEL desenvolveu
instale no sistema.
o primeiro rele digital de proteção no domínio
do tempo, o SEL-T400L.
no domínio do tempo utiliza basicamente duas
“A tecnologia de proteção no domínio
grandezas em seus algoritmos: grandezas
do tempo é, sem dúvida, uma das maiores
incrementais e ondas viajantes. As grandezas
revoluções
últimos
incrementais podem ser entendidas como
tempos. Mais do que a introdução de uma
a diferença entre um sistema com falta e o
nova tecnologia, ela introduz um novo
mesmo sistema em operação normal com
conceito, uma nova maneira em se pensar
carga. Já as ondas viajantes são frentes de
e fazer proteção. Os tempos de atuação
ondas de alta frequência geradas quando
ultrarrápidos, a localização de faltas com
ocorre algum distúrbio na rede, como uma
ondas viajantes em tempo real por apenas
falta por exemplo.
um terminal, e a possibilidade de "prever"
“O SEL-T400L utiliza as grandezas
faltas e agir antes que elas ocorram é algo
incrementais na operação da proteção
que o mercado não espera, mas necessita”,
direcional, TD32, e na proteção de distância,
destacou Armando Guzman-Casillas, gerente
TD21; e utiliza as ondas viajantes para
de Pesquisa e Desenvolvimento da SEL.
proteção direcional TW32, para proteção
diferencial TW87 e para localização de faltas
na
proteção
dos
Segundo ele, a Proteção no Domínio do
Na teoria, segundo Guzman, a proteção
Tempo tem como sua principal característica
em tempo real”, disse.
a velocidade. Um rele que opere com essa
Uma
vez
que
falha
tecnologia é capaz de detectar uma falta e
parametrização
dos
relés
enviar um sinal de trip para o disjuntor em até
principais causas de operação indevida
1 ms, algo inacreditável. “Com a interrupção
nos equipamentos, um relé com um número
ultrarrápida
de
reduzido ajustes confere maior segurança às
transmissão, conseguimos diminuir os danos
aplicações. “Atualmente, o equipamento da
causados em equipamentos e melhorar a
SEL possui apenas nove ajustes chaves para
estabilidade do sistema como um todo”,
operação da proteção. Quanto aos testes,
destacou.
já existe no mercado uma mala de testes da
das
faltas
em
linhas
humana é
uma
na das
O gerente explicou que o SEL-T400L é
Omicron, a CMTW-D, que pode ser utilizada
capaz de detectar uma falta e atuar em até
para testar o relé com essa tecnologia”,
1ms. Além disso, é o único no mercado capaz
completou.
Painel de produtos
18
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.
Tramontina apresenta nova linha de plugues e tomadas industriais www.tramontina.com.br
A Tramontina lança nova linha de plugues e tomadas industriais, acrescentando mais opções à já extensa gama
de materiais elétricos da empresa. A linha é composta de plugues móveis, tomadas de acoplamento, tomadas de embutir e de sobrepor. As tomadas estão disponíveis em tensões de 220V e 250V – identificadas pela cor azul - e de 380 V e 415V - na cor vermelha -, em frequências de 50hz e 60hz. Os plugues encontram-se em tensões 220V e 380V e toda a linha pode ser adquirida nos modelos 2P+T, 3P+T e 2P+T+N, com 16A e 32A. As tomadas de embutir, de sobrepor e de acoplamento possuem capa de proteção dos terminais de conexão.
Instrutherm apresenta medidor de nível a laser com alcance de até 20 metros www.instrutherm.com.br
A Instrutherm lança para o segmento de construção, arquitetura e decoração o NL-20, um medidor de nível
a laser com alcance de até 20 metros. O aparelho possui compensador de amortecimento para garantir rápido tempo de nivelamento; linha do laser horizontal e vertical de alta visibilidade; design compacto para fácil transporte; invólucro emborrachado para proteção contra poeira e respingo d’água; sistema de travamento do pêndulo, com o objetivo de evitar danos às vibrações de transporte, e linha do laser para uso em ambientes externos. O comprimento de onda do laser do NL-20 é de 635nm, com precisão vertical de ±2,5mm @10m e precisão horizontal e ±3mm @3m. O equipamento também conta com nivelamento automático de ±4° ±0,5° e escala de 20 m.
Cummins anuncia lançamento da série de geradores a gás HSK78G www.cummins.com.br A nova série de geradores a gás HSK78G da Cummins está prestes a chegar ao Brasil. Com potência unitária de até 2.0MW a partir de um motor de 78 litros, a nova série foi projetada para fornecer energia confiável para as mais variadas fontes de gás combustível ou condições de operação.
Os modelos HSK78G, adequados para aplicações agrícola, mineração e
manufatura, entre muitas outras, foram projetados para levar os limites do desempenho a extremos e, ao mesmo tempo, atingir um baixo custo total para o proprietário (TCO). A alta eficiência elétrica é alcançada em uma ampla faixa de composição de gás natural sem afetar a potência e a eficiência; a flexibilidade do combustível permite a utilização de fontes de baixo teor de metano, como biogás, além disto a nova série foi desenvolvida para operar em temperaturas quentes (até 55° C) e altas altitudes.
Os modelos HSK78G são mais limpos, fornecendo uma alta eficiência elétrica de até 44,2% (50Hz) e 43,5% (60Hz) em uma ampla faixa
de gás natural de tubulação até 70MN sem afetar a potência e a eficiência. A eficiência é mantida com ajustes automáticos do motor para compensar as mudanças na qualidade do combustível e o rápido desempenho da carga - tudo isso sem a necessidade de calibrar ou desligar o motor.
A Cummins projetou a nova série HSK78G para oferecer a densidade de potência de saída líder do setor com design compacto do motor
V12. A baixa capacidade de emissões de NOx de até 250 mg, oferece conformidade com regulamentações globais, sem a necessidade de redução catalítica seletiva (SCR), melhorando as condições de segurança e reduzindo a área total do sistema.
Fascículos
Apoio
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
20
Francisco Gonçalves Jr. Capítulo IV Os processos de compatibilização de projetos na construção civil e o BIM - Formas de fazer compatibilização de projetos na construção civil - Desafios da compatibilização de projetos - Sistemas para compatibilização - Interoperabilidade e o BCF: conceitos importantes para compatibilização
Equipamentos para ensaios em campo
26
Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta Capítulo IV - Testes em campo de transformadores de corrente e de potencial de alta tensão - Introdução - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios
Linhas elétricas para baixa tensão
32
Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo IV – Tipos de linhas elétricas - Considerações preliminares - Tipos de linhas elétricas
Apoio
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
20
Por Francisco Gonçalves Jr.*
Capítulo IV Os processos de compatibilização de projetos na construção civil e o BIM
A compatibilização de projetos na construção civil serve para
de ferramentas computacionais no mercado. As pranchas eram
verificar o que foi traçado pelos diversos projetistas, a fim de evitar
impressas, comparadas e analisadas a olho nu. Essa sobreposição
interferências entre os projetos elétrico, hidrossanitário e estrutural,
manual de desenhos era aplicada para identificar os problemas,
por exemplo. Mais do que isso: a compatibilização integra as
que seriam posteriormente documentados com a apresentação
soluções, desde arquitetônica até instalações. Pensando nisso,
das devidas alterações para solucioná-los. A desvantagem desse
vamos mostrar, ao longo deste artigo, as principais maneiras de
processo é óbvia: além de demorado (imagine aplicar isso no projeto
se fazer a análise de interferências e os diferenciais do uso do BIM
de um prédio comercial), o risco de erros é alto, devido ao grande
nessa tarefa. Afinal, uma das grandes vantagens de se utilizar o BIM
volume de informações que devem ser verificadas.
é garantir a compatibilização automática e segura. A análise de interferências deve ser realizada antes da execução da obra, já que um bom projeto precisa estar redondo para evitar contratempos que possam encarecer o trabalho, atrasar o cronograma das obras, ou que desperdiçar o tempo dos profissionais com retrabalho.
Fascículo
A forma mais tradicional de se fazer a compatibilização de projetos na construção civil é com a sobreposição dos desenhos, manualmente ou com desenhos CAD 2D. Essa técnica sempre funcionou bem, no entanto, se pensarmos na quantidade de disciplinas e de detalhes que existem hoje, fica quase impossível analisar interferências com precisão. Imagine checar projetos estruturais, hidrossanitários, elétricos, de telecomunicações, segurança, climatização, preventivo de incêndio, entre tantos outros itens que variam conforme a demanda da edificação.
Formas de fazer compatibilização de projetos na construção civil
Figura 1 – Compatibilização manual com projetos impressos
2. Com programas CAD 2D: é uma forma um pouco menos desgastante e demorada se comparada ao método manual, mas continua limitada e ineficiente na detecção de interferências dos projetos prediais estruturais e complementares. Os desenhos não são legíveis a ponto de conseguir verificar todos os detalhes de
1. Manual com projetos impressos: trata-se de uma maneira
plantas, cortes e elevações, pois não possuem o volume 3D e a
tradicional, muito utilizada quando ainda não era comum o uso
responsabilidade ainda fica a cargo da interpretação de cada analista.
21
Apoio
Figura 3 – Compatibilização com desenhos 3D BIM
Desafios da compatibilização de projetos Sabemos que economia e otimização de processos são itens Figura 2 – Compatibilização com programas CAD 2D
muito buscados pelo setor de construção para driblar períodos de crise e escassez de mão de obra. A compatibilização de projetos se
3. Com modelagem de informação BIM: essa maneira de realizar
apresenta, portanto, como uma ferramenta essencial para garantir
a compatibilização de projetos na construção civil é possível com
uma execução mais segura. Neste sentido, listei abaixo quatro
a concepção de projetos em BIM. Além do desenho em 3D, o BIM
desafios que o Brasil ainda enfrenta e que impedem a incorporação
inclui elementos paramétricos, ou seja, ele une o desenho aos dados
desse processo na rotina da construção civil.
necessários para se avaliar interferências, antecipar problemas e para garantir a execução eficiente do projeto, evitando, por exemplo,
1. Prazos curtos: com cronogramas cada vez mais apertados, a etapa
refações e desperdícios de materiais. Com sistemas especializados em
de análise de interferências dos projetos fica em segundo plano. Isso
BIM, também é possível efetuar rapidamente diversas simulações,
porque é preciso reunir os diversos desenhos criados, estudá-los
contemplando diferentes cenários e antecipando as dificuldades.
com atenção e corrigir possíveis falhas que possam comprometer a
Apoio
Fascículo
BIM - Building Information Modeling
22
integração dos projetos. Como fazer a compatibilização de projetos
melhorias. A quantidade de disciplinas e profissionais envolvidos em
em meio a prazos curtos? É preciso investir mais em planejamento
uma obra traz outros desafios para a compatibilização de projetos,
e análise para reduzir o tempo de execução. Quando os projetos
como a necessidade de uniformizar programas, nomenclaturas e
são analisados com atenção e tempo adequado, os retrabalhos e
linguagens. A padronização ajuda a criar uma unidade de informação
imprevistos são reduzidos. Além disso, uma recomendação é criar
e apresentação do projeto, o que facilita a análise de interferências.
projetos em BIM. Apesar dos diversos entraves que ainda existem para a adoção do BIM na engenharia civil, a tecnologia de modelagem
4. Comunicação, integração e coordenação: essas três palavras
de informações consegue automatizar os processos de análise e
são o ponto de partida para incluir o BIM na construção civil,
aumentar a confiabilidade da compatibilização.
especialmente pela sua vantagem na compatibilização de projetos. É preciso reunir projetistas, executores e arquitetos para estabelecer um
2. Visualização de situações 3D a partir de desenhos 2D: já comentei
fluxo de comunicação entre eles, ou seja, deve-se pensar em um novo
que a análise baseada apenas no desenho 2D, que em 3D certamente
workflow de trabalho na figura de um coordenador de projetos. Assim
é melhor, não consegue incluir os elementos paramétricos. Ou seja, a
como comentei nos desafios da aplicação do BIM na construção civil,
compatibilização de projetos fica incompleta, pois não abrange todas
é preciso estimular a colaboração entre os profissionais envolvidos
as informações necessárias para sugestão de melhorias e para detecção
para garantir uma análise adequada dos projetos. Isso tudo está
de interferências entre as diversas disciplinas. A recomendação, neste
relacionado com o conceito de engenharia simultânea, que engloba a
caso, é fazer a compatibilização de projetos na construção civil com a
cooperação e o consenso entre os envolvidos no desenvolvimento, o
tecnologia BIM, para garantir a visualização 3D e as informações de
emprego de recursos computacionais e a utilização de metodologias.
cada projeto, com a possibilidade de alterações automatizadas.
Sistemas para compatibilização
3. Diversidade de disciplinas: ao analisar projetos, os profissionais se deparam com informações de diversas áreas. Não basta somente
Existem sistemas especializados para compatibilização como:
comparar desenhos para checar as interferências, é necessário
TeklaBIMSight, Naviswork e Solibri, e softwares de autoria que
ter embasamento técnico para analisar as informações e sugerir
também possuem essa funcionalidade como o QiBuilder que, a
23
Apoio
partir da importação dos modelos em IFC (Industry Foundation Classes), apontam as interferências baseadas em normas de órgãos como Corpo de Bombeiros e Prefeituras, além de possibilitar a
prefeituras, bombeiros e demais órgãos. O Guia ASBEA possui algumas classificações para a análise de interferências ou Clash Detection:
compatibilização geométrica 3D do modelo. Com esses sistemas, é possível fazer a checagem automática,
- Soft clash: componentes que não respeitam uma distância mínima
gerência das interferências, solução de conflitos, emissão de
exigida em relação a outro elemento ou sistema;
relatórios e até funções mais sofisticadas, pois permite criar regras
- Hard clash: componentes que se sobrepõem;
mais detalhadas, além de personalizar filtros para que o sistema
- Time clash: elementos que podem se colidir ao longo do tempo,
faça diversas detecções. Podemos incluir nessas análises: rotas de
como durante a construção ou o uso do edifício.
fuga, acessibilidade e parâmetros para atendimento de normas de
A figura: “Etapas do processo de compatibilização” descreve uma opção de processo para cada etapa da compatibilização baseado na criação de um modelo federado em IFC com a integração de todas as disciplinas para compatibilização.
Figura 4 – Exemplo de um Clash detection
Figura 5 – Etapas do processo de compatibilização. Fonte: Guia ASBEA (2015)
Apoio
BIM - Building Information Modeling
24
No fluxo de projetos em BIM, o IFC pode ser utilizado para
a presença de uma colisão, quando, na realidade, ela é intrínseca
compatibilização, colaboração, validação, extração de quantitativo,
ao processo construtivo, como ocorre na situação dos eletrodutos
geração de relatórios, visualização do cliente, entre outros. Na figura:
embutidos em uma Laje.
“Modelo de projeto integrado” pode-se verificar o IFC dos modelos
Na figura 7, “Análise de interferências na ferramenta QiBuilder”,
separados e combinados aos projetos de arquitetura, estrutura e
é possível observar a seleção da análise somente dos “Condutos” do
instalações de um edifício.
projeto elétrico com o “Pilar” e a “Viga” do projeto estrutural.
Figura 6 – Modelo de projeto integrado em IFC
Figura 7 – Análise de interferências na ferramenta QiBuilder
Interoperabilidade e o BCF: conceitos importantes para compatibilização
2 – Identificadas as interferências entre os modelos em 3D, são
Interoperabilidade é a capacidade de um sistema BIM se
gerados documentos BCF com a posição da câmera que exibe o conflito e os respectivos comentários. 3 – Indica-se as ações que devem ser tomadas pelos respectivos
comunicar de forma transparente com outro sistema. O fluxo de
projetistas.
projeto onde o IFC é utilizado com ferramenta de interoperabilidade
4- Os projetistas recebem essas informações no arquivo BCF, para
é definido com OpenBim, no qual cada projetista utiliza um software
análise das situações e alteração nos seus respectivos modelos, a fim
especializado para sua disciplina Elétrica, Hidráulica, Estrutura
de resolver todos os conflitos detectados.
para elaboração do projeto e exportação dele em IFC para análise de interferências em outra ferramenta. A interoperabilidade requer uma troca de informações e revisões constante entre todos envolvidos no projeto. Para aperfeiçoar o fluxo de informações e a colaboração entre os projetistas, foi desenvolvido um padrão aberto, baseado na linguagem eXtensible Markup Language (XML), denominado BCF – BIM Collaboration Format, responsável por codificar e transmitir os problemas encontrados no modelo BIM de um software para
Fascículo
outro informando apenas as situações inconsistentes encontradas no modelo.
Figura 8 – Geração da nota BCF na ferramenta QiBuilder
O workflow de compatibilização pode ocorre da seguinte forma:
colaboração, como o BIMCollab, que permite efetuar a comunicação
Para esse fluxo, é possível utilizar ferramentas específicas de de forma eficaz, ordenada, documentada e com total rastreabilidade,
1 – Análise de interferências ou Clash Detection entre os modelos
visando à validação do modelo.
IFC das disciplinas. Utiliza-se as ferramentas de análise e
Essas aplicações permitem que as equipes trabalhem em uma
compatibilização como Solibri, Navisworks, TeklaBimSight ou que
plataforma na nuvem, com gerenciamento de arquivos, revisões,
possuem esse recurso como o QiBuilder.
diferentes níveis de permissões e integração plena em tempo real. No fluxo BIM, a compatibilização ocorre de acordo com as fases
Nessas ferramentas, é possível selecionar quais elementos de
de projeto, com intuito de que, no decorrer delas, os problemas
cada disciplina de projeto serão verificados e as suas interferências.
sejam identificados, estratificados, priorizados e resolvidos por
Desta forma, é possível gerar maior precisão e assertividade na
cada projetista. Essa evolução da resolução dos problemas pode ser
compatibilização evitando “falsos positivos”, neles o resultado indica
visualizada através de relatórios com apresentado na figura relatório
25
Apoio
Figura 9 – Gerenciamento do fluxo da compatibilização
da compatibilização. Após os ciclos de compatibilização executados e atingindo a maturidade do modelo, sendo possível utilizá-lo para geração da documentação, quantitativos e detalhes executivos finais da edificação
Figura 10 – Relatório de compatibilização
Como já descrevemos no artigo sobre a comparação entre os processos utilizados na análise de interferências. Essa importante etapa do cronograma de projetos é facilitada com o uso da tecnologia BIM, afinal, é possível realizar tanto a análise baseada no desenho, como a verificação dos cumprimentos de normas, de detalhamentos e elementos paramétricos de cada projeto, pois o BIM une desenho 3D e informação. Ou seja, a modelagem da informação gera um projeto totalmente integrado com intercâmbio de informações entre todas as disciplinas envolvidas, gerando um ganho incomparável para todos os envolvidos no ciclo da construção. *Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, Pós-Graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM - Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
26
Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*
Capítulo IV Testes em campo de transformadores de corrente e de potencial de alta tensão 1- Introdução Os transformadores de potencial de alta tensão, basicamente,
até o nível ideal, sempre tomando-se cuidado em vedar a tampa para impedir a entrada de umidade; • inspeção visual do estado das porcelanas e de possíveis pontos de
podem ser dos tipos: convencional ou indutivo e a divisor capacitivo,
corrosão no tanque;
que podem ser aplicados de acordo com aspectos econômicos e nível
• inspeção visual das conexões nos enrolamentos secundários dos
de tensão do sistema a serem instalados. Ambos operam em paralelo
equipamentos e verificação das caixas de terminais;
com a linha com o objetivo de fornecer medição da tensão do circuito
• inspeção termográfica das conexões.
com valores reduzidos para serem enviados para relés de proteção e medidores. Em termos de ensaios e serviços de campo poucas diferenças se fazem necessárias nos procedimentos em cada tipo.
A periodicidade dessas inspeções pode variar de acordo com diversos fatores, tais como: criticidade do equipamento, custo do
Os transformadores de corrente de alta tensão de forma geral
equipamento, recomendações do fabricante etc. Deve sempre
são hermeticamente fechados, a pequeno volume de óleo, estes são
se observar as recomendações dadas por cada fabricante dos
projetados para operarem em série com a linha a fim de obter uma
equipamentos quanto a diferentes procedimentos a serem aplicados
imagem de corrente a um nível de tensão muito menor do que a real
aos tipos de equipamentos disponíveis no mercado.
do circuito. 2.2- Ensaios
Fascículo
2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios As inspeções indicadas a seguir podem ser aplicadas tanto a transformadores de potencial como de corrente. 2.1 - Inspeções periódicas Periodicamente, devem ser realizadas algumas inspeções nos TPs/TCs: • deve ser verificado periodicamente a existência de vazamento de óleo. Esses equipamentos possuem normalmente indicadores de nível de óleo instalados no tanque de expansão (esquema ao lado). Se o nível de óleo ficar abaixo do normal, deve-se retirar o equipamento de serviço e se realizar investigação das possíveis causas. De forma geral, é possível completar o nível de óleo abrindo-se a tampa localizada no tanque com óleo de boa qualidade
Além das inspeções, também devem entrar no programa de manutenção dos TCs/TPs alguns ensaios, sendo que os seguintes
27
Apoio
testes são os mais recomendados:
Para os TPs, os métodos e conexões são bem parecidos com os aplicados aos transformadores de potência de forma geral.
• medição da relação de transformação;
Nos transformadores de corrente podemos destacar como
• medição da resistência ôhmica dos enrolamentos secundários;
método mais adequado para o teste completo da relação de
• medição da resistência ôhmica de isolamento dos enrolamentos;
transformação o de injeção de corrente primária. O ensaio é
• medição do fator de potência do isolamento.
realizado utilizando-se uma fonte de corrente com faixa adequada para se atingir a corrente nominal do TC sob teste. A mesma deve
A seguir são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio.
ser conectada ao primário do TC e, após aplicada a corrente, deve-se proceder com a medição das correntes circulantes nos enrolamentos primário e secundário com amperímetros com precisão adequada
a) Medição da relação de transformação
aos níveis de corrente envolvidos. Deve-se proceder com medições
A medição da relação de transformação pode ser realizada por
com níveis de 20%, 40%, 60%, 80% e 100% da corrente nominal
vários métodos. Nos Transformadores de Potencial, os mais usuais
comparando-se os valores medidos com os esperados de acordo
são:
com os dados de placa. O esquema básico de conexão desse teste esta mostrado na figura a seguir.
• método comparativo: trata-se de um método prático para se efetuar a medição da relação em TPs, onde através da injeção de tensão em seu primário, lê-se a tensão em seu enrolamento secundário com um voltímetro de precisão; • método do potenciômetro: nesse método, como nos ensaios aplicados aos transformadores de potência, utiliza-se o TTR para realizar a medição (Transformer Turn Ratio Test), equipamento específico e fornecido por diversos fabricantes para execução desse tipo de medição.
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
28
Em alguns casos, tais como em transformadores de corrente
✓ Transformador de potencial capacitivo
instalados em buchas de transformadores de potência, não é possível realizar o ensaio com injeção de corrente primária e, nesse caso, uma alternativa é realizar o teste injetando-se tensão nos enrolamentos secundários e efetuando-se a medição da tensão resultante nos enrolamentos primários com o uso de um voltímetro de precisão adequada. b) Medição da resistência ôhmica dos enrolamentos secundários Nos TPs, deve-se tomar cuidado para não se curto circuitar os Para se medir a resistência dos enrolamentos secundários dos
enrolamentos secundários.
TPs e TCs em ohms deve se utilizar uma Ponte Kelvin, Ponte de Wheatstone ou ainda um Microhmimetro (Ducter) com escala
✓ Transformador de Corrente
adequada conectado diretamente ao enrolamento sob análise. Essa medição permite conhecer e avaliar se ocorreu alguma alteração do valor da resistência do cobre dos enrolamentos. É recomendável medir em todos os enrolamentos e derivações existentes. Por tratar-se de ensaio tipicamente de comissionamento e manutenção de campo, para se avaliar os resultados deve ser feita comparação com valores medidos em fábrica, caso disponíveis, ou medidos em manutenções anteriores. c) Medição do fator de potência do isolamento A medição do fator de potência do isolamento dos TCs e TPs é realizada por equipamento específico para este fim (medidor de fator de potência) e visa a avaliar o estado do isolamento dos
Na medição nos TCs devem ser curto circuitados e aterrados todos os terminais dos secundários Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de 20oC pela fórmula:
equipamentos.
FPc = FPm x F
No mercado, existem dois padrões de tensão nominal para os equipamentos de teste: 2.500 Vca e 10.000 Vca. Para transformadores com enrolamentos de tensão nominal até 69 kV podem ser utilizados ambos os valores de teste, para transformadores de tensão nominal superior a 69 kV e equipamentos próximos a linhas energizadas deve ser utilizado o equipamento de 10 kV. As conexões de teste variam de acordo com o tipo de
Fascículo
equipamento, conforme figuras a seguir onde são apontados a porção de isolamento medida, a posição de teste selecionada no equipamento de medição e onde são feitas as conexões ao
Onde: FPc = fator de potência corrigido FPm = fator de potência medido F = fator de correção, de acordo com a temperatura ambiente no local do teste A tabela de correção de acordo com a temperatura é mostrada a seguir:
equipamento: ✓ Transformador de potencial convencional
Os valores devem ser comparados com os testes de fábrica do equipamento ou, em caso da ausência dos mesmos, com histórico
29
Apoio
Rmin = kV + 1
de medições anteriores realizadas. Como critério geral, considera-se o valor de fator de potência de até 0.5% como satisfatório. No caso dos TPs capacitivos, pode-se comparar diretamente os valores de capacitância medidos com os dados de placa do equipamento.
Também pode-se calcular os índices de polarização e absorção conforme: Ia = R60 / R30;
d) Medição da resistência ôhmica do isolamento
E Ip = R10 / R1;
A medição da resistência ôhmica do isolamento dos TCs e TPs é realizada através do uso de um Megôhmetro e também tem como
Onde:
finalidade avaliar o estado do isolamento dos equipamentos. O valor da tensão de teste a ser aplicada depende da tensão nominal do enrolamento em que se está realizando o ensaio. Como pode ser verificado na tabela a seguir.
Ia = Índice de absorção Ip = Índice de polarização R30 = resistência ôhmica de isolamento após trinta segundos de teste R60 = resistência ôhmica de isolamento após sessenta segundos de teste R1 = resistência ôhmica de isolamento após um minuto de teste R10 = resistência ôhmica de isolamento após dez minutos de teste e) Outros testes aplicáveis
Com as conexões do equipamento dadas pela tabela a seguir
Nos transformadores de corrente, pode-se efetuar também
(para TCs/TPs com dois enrolamentos secundários), são realizados
o Ensaio de Excitação do TC, que tem como finalidade testar a
três registros de isolamento: um após trinta segundos do início da
qualidade do ferro e o isolamento entre espiras do enrolamento
medição, outro após um minuto e por último um após dez minutos
secundário. O ensaio é feito injetando-se uma tensão através de
do início do teste. Em termos de valor medido de isolamento
fonte variável no enrolamento secundário sob teste e medindo-se a
considera-se o valor medido após um minuto, os outros valores são
corrente circulante com amperímetro preciso elevando-se a tensão
utilizados para o cálculo dos índices de polarização e absorção.
aplicada em passos gradativos até se chegar a saturação do TC.
As medições devem medir o isolamento da Alta para a Baixa,
Como resultado final pode-se desenhar a curva de saturação para
da Alta para a Terra, entre Baixa 1 e Baixa 2 e da Baixa para a Terra.
verificar se o TC está de acordo com as condições esperadas pela
Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de 75oC pela fórmula: R75 = Rmed / 2a Onde: R75 = resistência ôhmica de isolamento corrigida para 75oC Rmed = resistência ôhmica de isolamento medida no ensaio a = 75 – t/10 t = temperatura ambiente no momento do ensaio Para TPs e TCs em geral, pode se considerar a seguinte fórmula para o cálculo do valor mínimo aceitável em MΩ:
sua especificação.
Apoio
Fascículo
Equipamentos para ensaios em campo
30
Outro teste aplicável a TCs e TPs é a verificação da polaridade, que representa o defasamento relativo entre as correntes/tensões
Fontes
primárias e secundárias. Utilizando-se uma bateria comum e um
Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran
voltímetro analógico de zero central e fazendo-se as conexões de
Electrical Power Equipment Maintenance and Testing Second Edition
acordo com a polaridade de cada equipamento de acordo com o
– Paul Gill
esquema a seguir e com um leve contato dos fios que conectam a
Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng.
bateria ao equipamento sob teste, é possível observar a deflexão do
e Com. Ltda.
ponteiro do voltímetro, que, caso positivo, atesta que a polaridade do equipamento está de acordo com o apontado em sua placa.
*Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista em energia e automação (USP), gestor de equipes de campo (engenharia, comissionamentos, montagens) em subestações de alta, média e baixa tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenheira na ENGEPOWER *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER. *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
31
Apoio
Linhas elétricas para baixa tensão
32
Por Paulo E. Q. M. Barreto*
Capítulo IV Tipos de linhas elétricas
Conhecido e compreendido cada termo apresentado nas edições anteriores deste fascículo, a partir desta edição serão
Portanto, enganam-se os que pensam que seja suficiente conhecer apenas a famosa NBR 5410.
abordados os diversos aspectos, requisitos normativos e
O dimensionamento e a especificação de linhas elétricas
procedimentos referentes às linhas elétricas, para a boa elaboração
passam pela elaboração de um projeto de instalações elétricas.
de um projeto e de execução de instalações elétricas de baixa
Nesse contexto, a NBR 5410 estabelece:
tensão. 6.1.8.1 A instalação deve ser executada a partir de projeto específico, Considerações preliminares
que deve conter, no mínimo: a) plantas;
Preliminarmente, cabe ressaltar alguns aspectos gerais sobre projeto de instalações elétricas de baixa tensão, já que o tema
c) detalhes de montagem, quando necessários;
escolhido para este fascículo (linhas elétricas) está intimamente
d) memorial descritivo da instalação;
ligado a isso.
e) especificação dos componentes (descrição, características
Independentemente do porte e do tipo de instalação, na
Fascículo
b) esquemas unifilares e outros, quando aplicáveis;
nominais e normas que devem atender);
realização de qualquer atividade em instalações elétricas de baixa
f) parâmetros de projeto (correntes de curto-circuito, queda de
tensão (projeto, execução, manutenção, inspeção, perícia etc.)
tensão, fatores de demanda considerados, temperatura ambiente
devem ser atendidos os requisitos da norma técnica ABNT NBR
etc.).
5410 e de outras normas específicas. Na falta de normas brasileiras para determinado assunto devem ser usadas, na sequência,
Ao contrário do que se costuma imaginar, as memórias de
normas internacionais (IEC ou ISO), normas regionais (no caso do
cálculo não são de fornecimento obrigatório. E nem poderia ser,
Brasil, normas da AMN), normas estrangeiras reconhecidas (por
pois representam todo o cabedal de conhecimentos do autor do
exemplo, francesa, alemã, americana, italiana, britânica etc.) e, por
projeto. É o seu acervo.
fim, na falta destas, as partes envolvidas (geralmente contratante
As memórias são compostas, em parte, pelo desenvolvimento
e contratado) devem estabelecer os requisitos mediante acordo
matemático e técnico (passo a passo) que o projetista adotou para
específico.
chegar ao dimensionamento final e também para fundamentar
No caso de instalações elétricas de baixa tensão, os profissionais
suas decisões.
devem conhecer, pelo menos, cerca de 100 normas técnicas da
Usualmente as memórias de cálculo não são fornecidas com o
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), afora leis,
projeto e o projetista tem todo o direito de não fornecê-las. Afinal
decretos, portarias, resoluções, entre outros documentos emitidos
de contas, a contratação (e a remuneração) foi para elaborar um
pelo poder público e pelas distribuidoras de energia elétrica.
projeto, ou seja, apresentar “a solução”, e não para demonstrar
33
Apoio
“como chegar à solução”. Aquele que desejar saber como fazer um
construído” (o conhecido “as built”). “As built” este que deve
projeto, pode se dedicar ao estudo dos assuntos de seu interesse
ser feito não somente nas plantas, mas também no memorial
(cursos, treinamentos, leituras etc.) ou contratar consultoria
descritivo e especificação dos componentes, ou seja, em toda a
específica. Trata-se de situação análoga à do médico quando
documentação técnica.
prescreve um medicamento. Ele não dá uma aula sobre as razões que o levaram àquela decisão, simplesmente prescreve.
A entrega formal da execução de qualquer instalação elétrica é feita pelo instalador mediante o fornecimento do “as built” e do
O que deve sim ser fornecido são os “parâmetros de projeto”,
Relatório de Inspeção e Ensaios. Sem esses documentos, além da
que representam todas as informações e dados considerados
conclusão da instalação poder ser questionada, o instalador não
pelo projetista durante a elaboração do projeto e que nortearam
terá a sua segurança documental para se proteger contra eventual
sua concepção, os dimensionamentos, as especificações dos
ação judicial. Afinal, como ele irá provar futuramente o que
componentes e algumas decisões tomadas. Eles são apresentados
executou? Ou ainda, o que não executou?
de forma resumida e direta na documentação técnica (usualmente
nos esquemas elétricos e no memorial descritivo). São exemplos de
instalação, a documentação indicada em 6.1.8.1 deve ser revisada e
parâmetros de projeto que devem ser indicados tanto no projeto
atualizada de forma a corresponder fielmente ao que foi executado
quanto na documentação “as built”: tensão, potência, corrente
(documentação "como construído", ou “as built”).
Assim, trata a NBR 5410 em 6.1.8.2 - Após concluída a
nominal, corrente de projeto, as diversas correntes de curto-
Como se vê, o “as built” deve ser fornecido pelo instalador,
circuito, queda de tensão, fator de demanda, fator de diversidade,
independentemente dessa obrigação constar em contrato, visto
fator de agrupamento de condutores, impedância do percurso da
que, na execução, o instalador deve cumprir os requisitos da
corrente de falta, características das componentes harmônicas,
norma como um todo. A produção do “as built” pode ser feita por
temperatura ambiente, ajustes de disjuntores, influências externas
ele mesmo, pelo projetista, ou por uma terceira parte contratada
etc.
para este fim específico. É meramente uma questão contratual. Vale também salientar que uma instalação elétrica só deve
Ainda com relação à documentação de uma instalação elétrica,
ser executada mediante a elaboração prévia de um projeto e que,
a NBR 5410 estabelece que as instalações para as quais não se prevê
após a sua conclusão, deve ser fornecida a documentação “como
equipe permanente de operação, supervisão e/ou manutenção,
Apoio
Linhas elétricas para baixa tensão
34
composta por pessoal advertido (BA4) ou qualificado (BA5),
h) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária.
devem ser entregues acompanhadas de um manual do usuário, redigido em linguagem acessível a leigos, contendo uma série de informações sobre sua utilização e cuidados.
Nesse particular, as infrações mais cometidas são as da alínea “a” do Art. 6º, como os casos de eletricistas ou pessoas comuns que
Outro aspecto que também precisa ser conhecido e disseminado
realizam serviços em eletricidade, sem possuírem o devido registro
para a sociedade é que eletricistas não têm poder algum para
no CREA – ou por atuarem sem a supervisão de profissional
tomar decisões técnicas. Podem sim, desde que devidamente
legalmente habilitado; ou ainda, da alínea “e” do mesmo artigo,
capacitados, executar as decisões tomadas por profissionais
como os casos de empresas que também realizam serviços em
legalmente habilitados (engenheiros, tecnólogos ou técnicos,
eletricidade sem possuírem o devido registro no CREA.
com formação específica na área elétrica). Para tanto, existem os cursos de formação de mão de obra amplamente oferecidos por instituições específicas e reconhecidas pelo mercado. Ou seja, não é um eletricista quem decide o tipo de tomada, de
Feitas essas considerações, seguem os aspectos técnicos relacionados diretamente às linhas elétricas.
Tipos de linhas elétricas
eletroduto, de condutor, de disjuntor, entre outros componentes de instalações elétricas. A partir do momento que alguém define
Uma vez identificadas as cargas elétricas necessárias em um
um componente, na prática, fez um projeto (especificação técnica),
empreendimento, feito o estudo da classificação de influências
e somente pode fazê-lo, sob amparo da lei, quem tem a devida
externas nos diversos ambientes, marcados os pontos de utilização
formação e habilitação legal para tanto, conforme estabelecido,
nos desenhos de planta baixa, construída a tabela de cargas com os
por exemplo, pela Lei 5194/66 em seus artigos 6º e 7º, a saber:
parâmetros a serem utilizados no dimensionamento dos circuitos, distribuídos os condutos e os condutores, devem ser identificados
Art. 6º - Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro, arquiteto ou
os tipos de linhas elétricas para a determinação das características
engenheiro-agrônomo:
dos componentes e dimensionamento dos condutores e das
a) a pessoa física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços,
proteções.
públicos ou privados, reservados aos profissionais de que trata esta
Para tanto, a NBR 5410 apresenta, na tabela 33 (aqui
Lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais;
parcialmente reproduzida como tabela 1), uma série de tipos
b) o profissional que se incumbir de atividades estranhas às
de linhas elétricas; e cada um deles (ou grupos de tipos de
atribuições discriminadas em seu registro;
linhas) possui a sua correspondente tabela de capacidade
c) o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas,
de condução de corrente, em função de algumas condições
organizações ou empresas executoras de obras e serviços sem sua
de referência nela estabelecida. Ao todo são 49 métodos de
real participação nos trabalhos delas;
instalação de condutores (tipos de linhas) tabelados, nos
d) o profissional que, suspenso de seu exercício, continue em
quais o projetista deve procurar enquadrar as diversas linhas
atividade;
elétricas constantes do seu projeto em um desses métodos. Por
e) a firma, organização ou sociedade que, na qualidade de pessoa
exemplo, se no projeto existir uma linha elétrica constituída
jurídica, exercer atribuições reservadas aos profissionais da
por condutores isolados instalados em eletroduto circular,
Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, com infringência do
embutido em alvenaria, o método de instalação é o de número
disposto no parágrafo único do Art. 8º desta Lei.
7, que resultará na referência B1. Esse dado é importante para a
Fascículo
determinação da real capacidade de condução de corrente (IZ) Art. 7º - As atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do
desses condutores, e deve fazer parte das memórias de cálculo
arquiteto e do engenheiro-agrônomo consistem em:
do projetista.
a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais,
Outros tipos de linhas também podem ser utilizados, não se
paraestatais, autárquicas e de economia mista e privada;
restringindo aos da tabela 33, desde que atendam aos requisitos
b) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades,
contidos na norma. No entanto, se o projetista escolher um
obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e
tipo diferente de linha – não tabelada – não será possível obter
desenvolvimento da produção industrial e agropecuária;
a correspondente capacidade de condução de corrente dos
c) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres
condutores com o auxílio da NBR 5410.
e divulgação técnica;
Esses métodos de instalação preveem o uso de condutores
d) ensino, pesquisa, experimentação e ensaios;
isolados, cabos uni ou multipolares, condutos abertos ou fechados,
e) fiscalização de obras e serviços técnicos;
condutos ventilados ou não, cabos ou condutos aparentes ou
f) direção de obras e serviços técnicos;
embutidos, cabos ou condutos diretamente enterrados, entre
g) execução de obras e serviços técnicos;
outras configurações.
35
Apoio
*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da Comissão que revisa a Norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do INMETRO, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br
36
Aula Prática
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Por Fernando Reis da Cunha*
As subestações de entrada de energia e entradas de serviço no Brasil Resumo
rede da distribuidora, a partir do ponto
padronização de produtos e soluções
de conexão com a rede de distribuição
para as SEE. Entendemos que isso pode
até a origem das instalações (Entradas de
contribuir na melhoria da produtividade
Subestações de Entrada de Energia - até
Serviço).
dos nossos projetos, na redução dos custos
36 kV tem origem na análise das possíveis
com equipamentos e suas homologações,
configurações, de normas e padrões das
existente entre o ponto de conexão na
priorizar as condições técnicas e de
distribuidoras de energia elétrica no Brasil.
derivação da rede da distribuidora e a
segurança, além de qualificar cada vez
Além do diagrama geral apresentado,
origem da instalação particular, detalhados
mais as instalações elétricas no Brasil.
foram
condições
na figura que demonstra os limites da SEE.
topológicas típicas, que abrangem todas
Este trabalho, embora tenha iniciado sua
as padronizações das distribuidoras de
coleta de dados em 2005, dificilmente
A proposta do trabalho sobre SEE -
elencadas
28
A SEE é o conjunto de equipamentos
1 - Introdução
energia elétrica do Brasil.
será esgotado, por conta da miríade de
Este trabalho se aplica a instalações
topologias encontradas nas distribuidoras
Técnico sobre SEE - Subestações de
elétricas em média tensão conectada à
brasileiras, mas é uma tentativa de
Entrada de Energia - até 36 kV tem origem
A proposta para a criação do Trabalho
37
O Setor Elétrico / Abril de 2019
na análise das possíveis configurações
A primeira figura ilustra a existência do
existentes nas normas e padrões das
ponto a ser considerado como “final”
distribuidoras de energia elétrica no Brasil.
dessa SEE que é a “Origem da Instalação”,
atendida por essa SEE, denominado “OI”.
Este trabalho tem o objetivo de auxiliar
os projetistas, fabricantes e instaladores, na elaboração dos projetos e montagens
Definições importantes
das subestações de Entrada de Energia
que recebem as linhas alimentadoras
explícitas nas regulamentações em vigor
Muitas dessas definições já estão
das distribuidoras de energia elétrica.
dos órgãos responsáveis do setor elétrico
A utilização da simbologia IEC objetiva
e distribuidoras de energia elétrica, como
facilitar
por exemplo, as resoluções da ANEEL
a
elaboração
dos
projetos,
uniformizando os esquemas unifilares
– Agência Nacional e Energia Elétrica,
das distribuidoras de energia elétrica
número Nº 414, de 9 de setembro de 2010,
do país e vinculando-os aos padrões
e REN 499 de 03 de dezembro de 2012.
internacionais. Estes exemplos, é importante lembrar,
• Entrada de serviço - Conjunto de materiais,
prevêem o atendimento às condições e
equipamentos e acessórios necessários às
às normas para fornecimento de energia
instalações elétricas para o atendimento
elétrica, estabelecido pelas autoridades
à unidade consumidora, situado entre o
reguladoras e empresas distribuidoras de
ponto de derivação (conexão) da rede de
eletricidade. Eles se aplicam a instalações
distribuição da distribuidora e a origem da
elétricas em média tensão, conectadas à
instalação.
rede da distribuidora, a partir do ponto
• Origem da instalação - Quando nas
de conexão com a rede de distribuição
unidades consumidoras, corresponde aos
até a origem das instalações (Entradas de
terminais de saída do dispositivo geral de
Serviço).
comando e proteção. No caso em que tal
dispositivo se encontre antes da medição, a
A sigla utilizada SEE - Subestação de
Entrada de Energia designa o conjunto de
origem corresponde aos terminais de saída
equipamentos existentes entre o ponto de
do sistema de medição;
conexão à rede e a origem da instalação
• Ponto de Derivação (da rede aérea) –
particular.
Ponto de conexão da entrada de serviço
38
Aula Prática
O Setor Elétrico / Abril de 2019
com a rede da distribuidora de energia
elétrica.
dispostos de modo a garantir espaço
• Ponto de entrega - Ponto de conexão
suficiente para a sua construção e eventual
do
substituição
sistema
elétrico
da
distribuidora
Os componentes da SEE devem ser
dos
seus
componentes
com as instalações elétricas da unidade
individuais, e deve-se prever acesso livre
consumidora,
e fácil aos equipamentos de medição, das
caracterizando-se
como
devem estar conforme a IEC 62271-202 ou IEC 61-1330.
2. Desenvolvimento 2.1 - Esquemas de topologia
distribuidoras de energia.
fornecimento.
apresentados não contemplam entradas
Ramal de entrada - Condutores e acessórios
deve estar conforme a NBR IEC 62271-200,
de serviço com fornecimento por redes de
compreendidos entre o ponto de entrega e
enquanto as subestações pré- fabricadas
distribuição subterrâneas.
o
limite
de
responsabilidade
do
a medição e/ou proteção, inclusive. • Ramal de ligação - Condutores e acessórios compreendidos entre o ponto de
derivação
(conexão)
da
rede
da
distribuidora e o ponto de entrega de energia elétrica. • Sistema de Medição – Conjunto de equipamentos e procedimentos necessários ao registro e apuração de consumo pelo concessionário à unidade consumidora. • Subestação Aérea (em poste) – Conjunto de instalações elétricas ao tempo em média tensão com transformador, condutores e acessórios. • Subestação de entrada de energia (SEE) - Subestação alimentada pela rede de distribuição da distribuidora, contendo ou não a medição de energia para faturamento e o seccionamento (ou proteção) geral, podendo conter outros componentes como equipamentos de manobra, equipamentos de controle e o(s) transformador (es) de potência.
Características
As SEE podem ser Internas ou externas
e, quanto à transformação, são classificadas em: • SEE de Unidade Consumidora; • SEE de Múltiplas Unidades Consumidoras; • SEE Compartilhada.
A
SEE
deve
ser
projetada
para
se adequar às influências ambientais, elétricas, mecânicas e climáticas, sem jamais abrir mão das condições básicas de segurança ao ser humano, ao patrimônio e aos usuários.
A SEE, quando em invólucro metálico,
Os
exemplos
de
diagramas
aqui
O Setor ElĂŠtrico / Abril de 2019
39
40
Aula Prática
O Setor Elétrico / Abril de 2019
42
Aula Prática
O Setor Elétrico / Abril de 2019
3 - Conclusões
sua coleta de dados em 2005, dificilmente
High-voltage/ low-voltage prefabricated
será esgotado, por conta da miríade de
substation;
O objetivo deste trabalho, ao levantar
topologias encontradas nas distribuidoras
• IEC 61330:1995 - High-voltage/low
todas as configurações das Subestações
de energia elétrica do Brasil, mas é uma
voltage prefabricated substations;
de Entrada de Energia existentes no Brasil,
tentativa de padronização de produtos
• NBR 5410 Instalações Elétricas de Baixa
foi desenvolver uma proposta que possa
e soluções para as SEE. Entendemos
Tensão;
atender à grande maioria das distribuidoras
que isso pode contribuir na melhoria da
• Projeto de Norma 03:064.11-002 –
de energia elétrica. O exemplo de esquema
produtividade dos nossos projetos, na
Instalações elétricas de média tensão de
geral apresentado contempla entradas de
redução dos custos com equipamentos e
1,0kV a 36,2kV;
serviço com fornecimento por redes de
suas homologações, priorizar as condições
• NR-10.
distribuição aéreas, do ponto de conexão
técnicas e de segurança, além de qualificar
da rede da distribuidora de energia até a
cada vez mais as instalações elétricas no
*Fernando Reis da Cunha é Consultor Técnico;
origem da instalação. Além do diagrama
Brasil.
Eletrotécnico; Bacharel em Administração
geral
apresentado,
foram
elencadas
28 condições topológicas típicas, que abrangem
todas
as
de Empresas e Administração Pública;
4 - Referências bibliográficas
Membro da Organização Latino Americana de
padronizações
Administração; Relator da Comissão da ABNT
existentes nas distribuidoras de energia
• Normas e/ou Padrões Técnicos das
responsável pela norma NBR 14039 "Instalações
elétrica do Brasil.
Distribuidoras
elétricas de média tensão de 1,0 a 36,2kV";
brasileiras;
Este trabalho se aplica a instalações
de
Energia
Elétrica
Membro da Comissão da ABNT responsável
elétricas em média tensão conectada à
• Resolução Nº 414 da ANEEL;
rede da distribuidora, a partir do ponto
•
de conexão com a rede de distribuição
Eletricidad;
responsável pela norma NBR 62271-200 (2007)
até a origem das instalações (Entradas de
• NB 7910 Instalações Elétricas de Média
"Conjunto de manobra e controle de alta tensão
Serviço).
Tensão até 15 kV;
em invólucro metálico para tensões acima de
• NBR 14039 Instalações Elétricas de Média
1 kV até e inclusive 52 kV”; Autor de Trabalhos
Energia é o conjunto de equipamentos
Tensão de 1 kV a 36,2 kV;
Técnicos para Congressos e Seminários do
existente entre o ponto de conexão na
• NBR IEC 62271-200 Conjunto de manobra
Setor Elétrico Nacional e Internacional;Promotor
derivação da rede da distribuidora e a
e controle de alta tensão em involucro
de Eventos Técnicos; Especialista em Redes
origem da instalação particular, detalhados
metálico para tensões acima de 1 kV até e
Subterrâneas de energia elétrica; Projetista de
na primeira figura que demonstra os limites
inclusive 52 kV;
Instalações elétricas de média e baixa tensão
da SEE.
• IEC 62271-202: 2014 - High-voltage
e autor de Trabalhos Técnicos na área de
switchgear and controlgear - Part 202:
Instalações elétricas de média e baixa tensão.
A SEE – Subestação de Entrada de
Este trabalho, embora tenha iniciado
IEC
60.617
Simbolos
graficos
pela norma NBR 5410 "Instalações elétricas de
em
baixa tensão"; Membro da Comissão da ABNT
Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 3 - Edição 34 / Abril de 2019
FASCÍCULO
O inversor fotovoltaico NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA EÓLICA: Ventos cada vez mais fortes COLUNA SOLAR: Energia solar fotovoltaica: a próxima onda do mercado livre de energia APOIO
Apoio
44
Fascículo Por Hans Rauschmayer*
O inversor fotovoltaico
Renováveis
45
1 - Introdução
Nos fascículos iniciais abordamos características de sistemas fotovoltaicos conectados
à rede (SFCR) e o passo-a-passo na elaboração de um projeto solar. No terceiro estudamos os módulos fotovoltaicos.
No presente fascículo entraremos em detalhes sobre o inversor, o componente que transforma
a energia gerada pelos módulos para que possa ser injetada na rede elétrica.
Figura 1: O diagrama elétrico do sistema fotovoltaico conectado à rede
Inversores são usados em várias áreas da engenharia elétrica com características distintas,
conforme demanda de cada aplicação. Aqui estamos falando de inversores para sistemas fotovoltaicos conectados à rede, uma categoria de produtos com funções específicas. A figura 1 apresenta o diagrama elétrico do sistema inteiro, que será detalhado num fascículo específico. 2.1 - Funções obrigatórias
As seguintes funções devem estar presentes em todos os inversores:
• a principal função do inversor é converter a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos, em corrente contínua, para corrente alternada na tensão da rede à qual o inversor é conectado; • no fascículo anterior vimos que as características elétricas dos módulos variam com as condições climáticas (irradiância e temperatura). Por isso, o inversor contém na entrada um elemento chamado Seguidor do Ponto de Potência Máxima SPMP (em inglês MPPT = Maximum Power Point Tracker) que acompanha essas variações, procurando o melhor rendimento a cada instante; • o inversor injeta energia em uma rede conectada à concessionária. Ele usa tensão e frequência da rede como referência e se ajusta continuamente às oscilações percebidas (relê de sincronismo); • quando a rede sai da faixa permitida de tensão e frequência, ou quando há falha de fase, então o inversor se desliga automaticamente, o que é chamado de “anti-ilhamento”; • internamente, o inversor se protege contra superaquecimento e contra uma potência de entrada excessiva. Nestes casos, o inversor reduz sua potência de saída; • ele ainda supervisiona o circuito da entrada em relação à resistência de isolamento entre os polos e a terra. Em casos de falhas, ele se desliga e dispara um alarme; • o mesmo ocorre em casos de passagem de corrente contínua para a rede de corrente alternada (para inversores sem transformador interno, o tipo comum).
Apoio
Fascículo
46
Renováveis
2.2 - Funções opcionais
3.1 - As características da entrada em c.c.
Algumas funções são opcionais e incluídas conforme decisão do
A entrada do inversor recebe a energia gerada pelo arranjo
fabricante do inversor:
fotovoltaico, em c.c., que é especificada pelas seguintes características:
• o monitoramento envia os dados de produção via internet para o
• Potência nominal Pnom e potência máxima Pmax
servidor do fabricante;
• Corrente máxima Imax
• alguns inversores permitem conexão de sensores de irradiância,
• Tensão máxima Vmax
de temperatura ou medidores de energia com fins de enriquecer o
• Faixa de tensão permitida em operação: VPMP min e VPMP max
monitoramento;
• Tensão mínima para início do trabalho Vstart
• o inversor pode conter componentes elétricos como seccionadores, fusíveis ou dispositivos de proteção contra surtos. Estes componentes,
alternativamente, seriam colocados em caixas separadas.
de módulos, deve ser configurado da forma que não passe das
O arranjo fotovoltaico, que consiste numa conexão série-paralela
características acima. Como isso é calculado aprenderemos no próximo 2.3 - Tipologias de inversores
fascículo.
3.2 - As características da saída em c.a.
Há diferentes tipologias de inversores a respeito do melhor
aproveitamento de cada módulo: inversores com várias entradas (multiMPPT), micro inversores e inversores com otimizadores de potência.
Estes conceitos serão abordados após discutir a conexão entre módulos
grandezas:
A saída em corrente alternada é caracterizada pelas seguintes
e inversores e questões de sombreamento, nos próximos fascículos. • Potência nominal Pnom (igual à potência máxima de entrada) e 2.4 - Normas para inversores
potência máxima Pmax • Corrente máxima Imax
As características da conexão com a rede elétrica de distribuição
• Tensão nominal e faixa de tensão
foram definidas na norma ABNT NBR 16149:2013, e foram incluídas
• Quantidade de fases
também nos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica
• Frequência nominal e faixa permitida
no Sistema Elétrico Nacional PRODIST Módulo 3 e nas normas da maioria das concessionárias. A respectiva norma internacional é a
IEC62109:2011.
é oferecida com a saída em 220 V monofásica. Estes inversores são
conectados entre fase e neutro ou entre fase e fase, dependendo da
Todos os inversores vendidos no Brasil com potência até 10 kW
A maioria dos inversores de baixa potência (até cerca de 5 kW)
devem ser certificados pelo Inmetro. Os mais potentes são aprovados
tensão da rede local. Há poucos produtos com saída em 127 V.
pelas concessionárias mediante apresentação de um certificado de
Verifique com os fabricantes quais inversores se adaptam a redes menos
laboratório internacional.
comuns no Brasil, com tensão em 115 V, 120 V, 208 V, 230 V e 254 V. Os inversores maiores apresentam saída trifásica com tensões variadas.
3 - As características elétricas
Detalharemos este assunto no fascículo sobre a conexão elétrica. 3.3 - A proteção de anti-ilhamento
Figura 2: Instalação do inversor da marca Fronius durante o curso da Solarize
Figura 3:Comportamento do inversor sob variações da frequência da rede. Fonte: NBR 16149
47
Apoio
Apoio
Fascículo
48
Inversores conectados à rede não devem trabalhar de forma
Renováveis 4 - Onde instalar o inversor
ilhada, por duas razões: 1 - eles fornecem a cada instante a potência recebida, que oscila em decorrência das condições climáticas (ex. passagem de nuvens), sem poder garantir a potência suficiente para o funcionamento de qualquer carga; 2 - a injeção de energia na rede desligada poderia expor ao risco de choque algum técnico que esteja fazendo manutenção da rede. O inversor deve operar normalmente na faixa de 80% ... 110% da tensão nominal da rede e desligar quando a tensão sair disso. A faixa permitida da frequência vai de 57,5 Hz até 62 Hz, sendo que o inversor deve reduzir a potência gradativamente acima de 60,5 Hz conforme gráfico da figura 3.
Figura 5: Distâncias mínimas para refrigeração, conforme manual de instalação da PHB
Após um desligamento por falhas na rede, o inversor volta a
Inversores aquecem internamente e dissipam o calor por convecção
natural ou usando coolers internos. Por facilitar isso, deve-se escolher
operar automaticamente sem intervenção manual, da mesma
um local de instalação arejado, sem poeira e sem incidência do sol.
forma que ele “acorda” toda manhã com a primeira claridade.
O manual de instalação de cada fabricante informa sobre distâncias
O tempo de religamento é definido pela concessionária local e
mínimas ao redor do inversor (figura 5).
publicada na norma dela e varia de 30 a 300 segundos.
com um grau de proteção IP 65 ou superior, mas não é recomendado.
Somente inversores com bateria conseguem trabalhar de
forma ilhada – veja capítulo a seguir.
Muitos inversores permitem até instalação ao tempo, já que contam O inversor é acessado somente em casos de manutenção, e ele
deve estar fora do alcance de crianças, especialmente quando há fios 3.4 - A eficiência do inversor
expostos. No entanto, a norma da Aneel exige um fácil acesso para o comissionamento pelo técnico da concessionária.
Faclitar o cabeamento c.c. e c.a. também é importante, já que o
comprimento do fio determina a bitola dele. Para monitoramento é importante verificar o acesso à internet, por cabo ou Wifi.
Quem julga sobre a estética é o proprietário que deseja ver fotos
para poder imaginar como o equipamento se insere no local. 5 - Monitoramento
Figura 4: Curva de eficiência de um inversor no software PV*SOL
A eficiência do inversor é a relação entre a energia injetada na
saída e a energia recebida na entrada. Ela depende das condições elétricas a cada instante (veja figura 4).
Além da eficiência máxima, a ficha técnica do inversor apresenta
a “eficiência europeia”, um valor ponderado sobre a eficiência em
Figura 6: Geração diária de um inversor (barras coloridas) comparadas com a meta calculado pela irradiância (triângulo) no sistema Solarize
diferentes faixas da potência do inversor que serve para comparar diferentes produtos.
pela Internet. O proprietário deseja verificar a energia gerada ou
A eficiência efetiva pode ser estipulada usando programas que
Os inversores atuais permitem acompanhar seu funcionamento
simulam o sistema fotovoltaico ao longo de um ano típico, em passos
mostrar a amigos sua nova aquisição. Além disso, ele precisa saber
de hora ou de minuto, como PV*SOL ou PVSyst.
de defeitos muito antes de receber uma alta conta de energia.
Apoio
49
Já para o instalador, o monitoramento serve para averiguar se
a tarifa da ponta é muito superior à fora da ponta, ou quando a
o sistema realmente está funcionando de forma satisfatória.
legislação restringe a energia injetada.
Ele ainda pode detectar defeitos, planejar uma manutenção
2. No-break solar: as baterias servem para alimentar cargas no
ou antecipar problemas remotamente e sem depender de uma
caso de falhas na rede.
irradiação forte durante uma eventual visita à instalação.
O instalador usa os dados acumulados durante o mês junto com
As condições no Brasil ainda não viabilizam a primeira opção
a conta de energia para explicar ao cliente os fluxos da energia: este
– há expectativas que isso seja alcançado ao longo dos próximos
precisa aprender que a energia que é consumida na hora da geração
anos, quando a frota de veículos elétricos levar à redução do preço
não aparece na conta de energia, porque não passa pelo medidor
das baterias.
(autoconsumo).
já que segurança energética apresenta um valor alto para
Geralmente, os inversores enviam informações sobre a potência
A segunda opção atende a um nicho de mercado crescente,
atual e sobre a energia acumulada ao longo do dia, mês e ano ao
empresas e um conforto importante para residências. Os projetos
site do fabricante do equipamento. O acesso se dá via aplicativo,
misturam cálculos de sistemas autônomos (“off-grid”) e sistemas
resumido e mais bonito, ou via site, com mais detalhes. Muitos
conectados à rede e requerem uma intervenção na instalação
sites ainda enviam avisos por e-mail quando o sistema está fora do
elétrica do cliente para criar uma rede emergencial. Em caso de
ar ou apresenta defeitos.
ilhamento, o sistema precisa garantir a desconexão do gerador da
rede.
No entanto, não é simples verificar se um sistema está
realmente funcionando bem. Afinal de contas, ele depende das
condições climáticas que oscilam. Estratégias compreendem
série.
O tema excede o conteúdo previsto para os fascículos desta
a comparação entre inversores da mesma instalação, entre diferentes sistemas na mesma região (cuidado com microclima!),
7 - Previsão
ou com sensores de irradiância. 6 - Inversores híbridos com baterias
próximo fascículo será dedicado ao cálculo da conexão entre
módulos e inversor para determinar o layout elétrico do arranjo fotovoltaico.
Inversores com baterias carregam e descarregam baterias em
paralelo à injeção na rede ou à alimentação de cargas. Eles podem
*Hans Rauschmayer é sócio-gerente da Solarize Treinamentos
servir a dois propósitos:
Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize. com.br]. Reconhecido especialista em energia solar,
1. gerenciar energia: parte da energia gerada ao longo do dia é
já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições,
injetada no horário da ponta. Este modelo é interessante quando
congressos nacionais e Internacionais e vários programas de TV.
50
Notícias
renováveis
Setor de energia fotovoltaica cresceu mais de 220% em 2018
Uma pesquisa da Greener
nossa pesquisa indicaram que
cliente final pode considerar no
sistema de energia fotovoltaico.
aponta que o mercado de
ainda não estão totalmente
momento de decisão de compra.
A região Sudeste é a que mais
energia fotovoltaica triplica
satisfeitas com a atuação
concentra sistemas conectados
ano a ano desde 2016 e estima
no setor, especialmente em
modalidades de geração
à rede, representando 48%
que a potência acumulada
virtude dos baixos preços de
regulamentadas pela Aneel
do total de 551, 6 MWp
conectada à rede em 2019
comercialização praticados pela
(geração na própria unidade
disponíveis, seguida pela região
pode chegar a 1 GWp.
alta concorrência. As empresas
consumidora (UC), múltiplas
Sul e Nordeste.
entrantes ainda praticam
UCs, geração compartilhada
análise aponta como destaque
preços muito baixos a fim de
e autoconsumo remoto), a
é a evolução do volume de
conseguir efetuar os primeiros
dominante, com cerca de
negócios por mês, por empresa.
projetos, o que deprecia o
435kWp acumulados de 2012
Em 2015, esse índice era de
mercado, podendo torná-lo
a 2018, é a de geração na
compreende uma análise
5,9 kWp, passando a 13,6
insustentável. Mas a boa notícia
própria UC, ou seja, módulos
da evolução do setor nos
no final de 2018. Outro dado
é que esse número já foi muito
instalados no telhado das
últimos anos, destacando
que mostra a rápida evolução
maior. Em nossa penúltima
residências e edifícios. A
o crescimento do número
no mercado refere-se ao
pesquisa, realizada no início do
pesquisa da Greener mostra
de empresas e negócios no
crescimento do número de
segundo semestre de 2018, o
que os modelos de geração
Brasil, o incremento do volume
integradores, que passou de
índice de insatisfação era de
compartilhada e múltiplas
de módulos importados e
1600 em julho de 2017 para
70%", conta Márcio Takata,
UCs tiveram um crescimento
instalados, o histórico da queda
6000 em janeiro de 2019.
diretor da Greener.
inexpressivo nos últimos quatro
de preços dos sistemas, e as
anos, mas são interessantes
oportunidades e desafios do
Um dos indicadores que a
"A entrada de novos
O mais interessante é que
Dentre as quatro as
Pesquisa O estudo da Greener
integradores ativos no setor
a pesquisa mostra ainda que
para os investidores à medida
mercado em 2019.
mostra o quão dinâmico e
preço não é necessariamente
que as usinas contam com
promissor ele é. Entretanto,
o principal fator determinante
isenção tributária de ICMS,
pesquisa, a Greener ouviu mais
o mercado ainda está
para a aquisição de um sistema
tornado o mercado mais
de 700 empresas fabricantes,
encontrando os melhores
fotovoltaico. Indicação de
aquecido.
distribuidoras e integradoras de
caminhos para uma atuação
conhecidos, qualidade, suporte
diferentes portes de sistemas
sustentável. Cerca de 40% das
pós venda e atendimento
55% dos municípios brasileiros
fotovoltaicos em todas as
empresas entrevistadas em
também são fatores que o
já possuem ao menos um
regiões brasileiras.
De acordo com o estudo,
Para a elaboração da
Notícias
renováveis
Vestas mantém liderança global de energia eólica
A Vestas manteve sua
liderança no mercado global de energia eólica ao entregar 10,1 GW de seus aerogeradores onshore. Os dados foram divulgados recentemente pelo report anual Global Wind Turbine Market Shares, produzido e divulgado pela BloombergNEF, mostraram que durante o ano de 2018.
Essa marca correspondeu a
22% do setor no ano passado, contra os 16% alcançados em 2017. Recentemente a Vestas se tornou a primeira empresa a instalar 100 GW de turbinas eólicas globalmente, atingindo aproximadamente 10% de capacidade instalada de energia
investimentos no Brasil, alinhada
empresa anunciou uma série
de parcerias com importantes
eólica e solar ao redor do mundo,
com a situação favorável da
de investimentos no país como
empresas do mercado de energia
cujo total representa 1 TW, além
indústria eólica em nosso
a expansão de sua fábrica
renovável como a Echoenergia e
de ter contribuído para a remoção
país, muito por conta da ótima
em Aquiraz, no Ceará, para a
Casa dos Ventos. Estima-se que
de mais de cem milhões de
qualidade dos ventos brasileiros
produção local de sua maior
apenas a expansão da planta de
toneladas de CO2 da atmosfera.
e do interesse das empresas
turbina onshore, a V150-
Aquiraz poderá gerar mais de 200
No Brasil, a Vestas
em investir nesse mercado. No
4.2MW (com um investimento
empregos diretos e 800 indiretos
vem fazendo uma série de
segundo semestre de 2018, a
de 23 milhões de euros), além
na região.
51
52
Notícias
renováveis
Shizen Energy inaugura primeira usina de energia solar do Distrito Federal
A Shizen Energy, startup
A Shizen Energy acredita
e, mais importante, mudar
fotovoltaica é registrada como
japonesa de energias
nas potencialidades do
o modo como as pessoas e
crédito, que pode ser usado
renováveis, e a Espaço
mercado brasileiro de energia
as organizações usam esse
para compensar o uso de
Y, empresa brasileira
e, por isso, deu início às suas
ativo", disse Ken Isono, um dos
energia dos compradores.
de empreendimentos
operações no país em 2018
fundadores e CEO da Shizen.
imobiliários, anunciam o
e iniciando, em seguida, uma
10 maiores consumidores
início da construção de sua
parceria com a Espaço Y. Os
de 1,1 MW da Shizen Energia
de eletricidade do mundo,
primeira usina de energia
primeiros frutos desse trabalho
serão registrados em um
apresentando um perfil
solar no Brasil, no Distrito
são o desenvolvimento de
sistema remoto de medição
positivo de aumento da
Federal. A planta, localizada
um projeto piloto de geração
líquida patrocinado pelo
demanda nos próximos anos.
no núcleo rural de Capão
de mais de 20MW de energia
governo do Distrito Federal,
A energia renovável representa
Seco, em Paranoá, começará
solar, com operação comercial
podendo usufruir de tarifas
80,3% da capacidade
fornecendo 1,1 MW para
prevista para o final do primeiro
com desconto. O regulamento
instalada de geração de
a população de Brasília
semestre de 2019.
permite a operação remota
energia, tendo como principal
e cidades satélites. Para
"A expansão global é um
das instalações, ao passo que
fonte a energia hidrelétrica.
celebrar as obras foi realizada
dos passos para alcançar nosso
o sistema de medição líquida
No entanto, o forte apoio
hoje cerimônia com presença
compromisso de transformar
compensa o consumo de
político tem promovido outras
de representantes do governo
o mundo. O desenvolvimento
eletricidade dos compradores
tecnologias, como a energia
japonês, da agência de
de matrizes energéticas
em relação à geração da
eólica e a solar, que estão se
cooperação japonesa e do
sustentáveis é a nossa maneira
usina. Qualquer energia
desenvolvendo rapidamente
Distrito Federal.
de criar energia para o futuro
adicional produzida pela usina
desde 2012.
Os compradores do projeto
O Brasil está entre os
Notícias
renováveis
UFSCar inaugura usina solar fotovoltaica no Campus Sorocaba Obra faz parte de projeto de eficiência energética da Universidade
de Eficiência Energética da Companhia.
Universidade, a integração de todos foi
Carlos inaugurou em fevereiro uma usina
essencial para o planejamento e execução
solar fotovoltaica no Campus Sorocaba.
fotovoltaicos no campus e substituídas
deste projeto que foi desenvolvido pela
A usina faz parte de projeto coordenado
7.433 lâmpadas fluorescentes tubulares
UFSCar, gerenciado e executado pela FAI e
pelo Vice-Reitor da Universidade, Walter
por sistemas a led, que são mais
pela Vitális Energia, e financiado pela CPFL
Libardi, que tem por objetivo gerar
econômicos e eficientes. A economia
Piratininga.
economia de energia em todos os campi da
anual de energia pela Universidade será
Instituição.
o equivalente ao consumo médio de 130
no âmbito do Programa de Eficiência
famílias por um ano.
Energética, ações de mesma natureza para
projetos de eficiência energética: a
os campi de São Carlos e Araras da UFSCar.
construção da usina de energia solar e a
fotovoltaica no Campus Sorocaba contou
A expectativa é que até o final de 2019
modernização do sistema de iluminação.
com a presença de representantes e
esses projetos também estejam concluídos
Os investimentos foram de R$ 739 mil
responsáveis da CPFL Piratininga, da
e que a Universidade possa avançar ainda
custeados integralmente pela CPFL
UFSCar, da Fundação de Apoio Institucional
mais em termos de sustentabilidade
Piratininga, a partir da participação da
(FAI.UFSCar) e da Vitális Energia. De
ambiental e de otimização dos recursos
UFSCar em chamada pública do Programa
acordo com a Administração Superior da
financeiros.
A UFSCar - Universidade Federal de São
Para o Campus Sorocaba, são dois
Ao todo, foram instalados 42 painéis
A inauguração da usina solar
Também foram aprovados pela CPFL,
53
54
Notícias
renováveis
Natura contará com painéis solares na sede de Cajamar
A Natura irá instalar em sua sede, em
Cajamar (SP), 2 mil m² de painéis de Filmes Fotovoltaicos Orgânicos (OPV), terceira geração de células solares capazes de transformar a luz do sol em energia elétrica. A tecnologia foi desenvolvida pela Sunew, líder mundial na produção de OPV, e a instalação será no Núcleo de Aprendizado Natura (NAN), referência de arquitetura industrial sustentável. A instalação dos painéis será concluída ainda no primeiro semestre de 2019.
Quando comparado a outras tecnologias
de geração solar, como as que utilizam placas de silício, o OPV é uma alternativa de energia mais eficiente em relação ao impacto
empresa carbono neutro desde 2007, com
fabricar e instalar o produto no prédio. "Temos
ambiental. Com a instalação, a Natura
esforços intensos para minimizar sua pegada
acelerado com instalações comerciais,
deixará de emitir 5 toneladas de dióxido de
de carbono em todas as etapas de produção
confirmando nossa visão de transformar o
carbono por mês. Isso equivale à emissão
e para compensar suas emissões de CO2. Ao
segmento com soluções energéticas cada
produzida pelo consumo de 1.930 litros de
longo de nossa história, a Natura consolidou a
vez mais integradas em nossas vidas, nossas
gasolina no mesmo período. Além disso, os
convicção de que precisamos fazer bem mais
cidades e nossas edificações. Ter a Natura
filmes são feitos de material orgânico não
do que apenas reduzir ou neutralizar nosso
como cliente nos faz muito feliz, sobretudo
tóxico, com impressão similar à indústria
impacto", comenta Josie Peressinoto Romero,
pelo o que a empresa representa em termos
têxtil, e requerem menos energia para serem
vice-presidente de Operações e Logística da
de responsabilidade social, inovação e
produzidos. Os filmes têm aplicação mais
Natura. "A utilização dos painéis de OPV são
preocupação com o meio ambiente", avalia
simples e versátil, por serem mais leves e
mais um passo nessa direção, ao avançar na
Tiago Alves, CEO da Sunew. A empresa firmou,
flexíveis, o que facilita a adaptação às mais
busca de soluções mais eficientes e criativas
ainda, um compromisso com a Fundação
diversas superfícies.
que conciliam os investimentos em inovação
SOS Mata Atlântica, que prevê o plantio de
de produtos, infraestrutura e desenvolvimento
uma árvore a cada metro quadrado de OPV
a tecnologia solar mais limpa do mundo
de tecnologia com as nossas metas de
produzido. Ao final do projeto, serão plantadas
com design, inovação e o máximo de
sustentabilidade", afirma a executiva.
2.020 mudas de espécies nativas da Mata
sustentabilidade possível. "A Natura é uma
Atlântica.
Nesse projeto, a Natura busca aliar
A Sunew será a responsável por projetar,
Energia solar fotovoltaica
56
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.
Marcel Haratz é Diretor da Comerc ESCO
Energia solar fotovoltaica: a próxima onda do mercado livre de energia composto por leilões de energia
de carga do setor, que entrou
madrugada. Ainda, representará
mercado de energia solar
elétrica organizados pelo Governo
em vigor neste ano, trazendo
um alívio a todo o sistema elétrico
fotovoltaica apresenta uma
Federal, como os A-4 e A-6
uma importante valorização do
em horários de alta demanda
trajetória animadora tendo
que ocorrerão neste ano, bem
preço da fonte, dado o seu pico
diurna, como nos meses quentes
ultrapassado a energia nuclear
como por projetos de geração
de geração nos momentos de
de verão, e reduzirá a necessidade
e assumido a posição de sétima
distribuída atendendo os
patamar de carga pesada, que
de despacho de termelétricas
fonte mais representativa na
consumidores cativos na baixa e
passará de 3 para 12 horas de
emergenciais, caras e poluentes,
matriz energética brasileira,
média tensão.
vigência, do meio da manhã até o
para suprir a demanda dos
superando a marca de 2.000
início da noite.
consumidores.
megawatts (MW) de potência
universo ainda pouco explorado e
operacional.
de grande potencial de expansão
previsão de entrada em vigor
maior competitividade para
para a fonte: o Ambiente de
do Preço de Liquidação das
fonte solar fotovoltaica, essas
ultrapasse a marca de 3.000 MW
Contratação Livre (ACL), ou
Diferenças (PLD) horário, que
evoluções contribuirão para
ainda em 2019, atraindo ao Brasil
seja, o chamado mercado
será um avanço regulatório para
um mercado de energia elétrica
mais de R$ 5,2 bilhões em novos
livre de energia. A fonte solar
o setor no Brasil. Atualmente,
mais eficaz, eficiente, realista,
investimentos privados, com
fotovoltaica oferece preços
o País adota a formação do
transparente, sustentável e
a instalação de mais de 1.000
cada vez mais competitivos e já
PLD semanal. Com a inovação,
competitivo.
MW adicionais em sistemas de
inferiores aos de outras fontes
espera-se sinalizar ao mercado
pequeno, médio e grande portes,
renováveis, como CGHs, PCHs e
um preço de energia mais próximo
energia solar fotovoltaica no ACL
segundo projeções da Associação
biomassa, resultado da redução
da realidade operativa.
representarão um novo mar de
Brasileira de Energia Solar
de preços de equipamentos e
Neste cenário a fonte solar
oportunidades e contribuirão para
Fotovoltaica (ABSOLAR).
da acirrada competição entre
fotovoltaica terá nova valorização
a competitividade de segmentos
Desde o início 2019, o
A estimativa é de que a fonte
No entanto, há um outro
Além disso, também há a
Desse modo, além de trazer
Muito em breve, projetos de
empreendedores. Com isso,
significativa pois as simulações
importantes da nossa economia,
mas ainda estão longe de
a energia solar fotovoltaica
atuais de preços horários
como shopping centers,
representar o verdadeiro potencial
tem todas as características
apontam que a fonte oferta a
supermercados, fábricas, entre
que a energia solar fotovoltaica
necessárias para se tornar a mola
maior parte de sua geração em
outros. Isso será possível por
tem a oferecer ao Brasil, país com
propulsora do próximo grande
horários nos quais a energia
meio da estruturação de produtos
um dos maiores potenciais de
salto do dinâmico mercado livre
elétrica é mais demandada e,
customizados, adequados
geração desta fonte renovável no
de energia no curto, médio e longo
consequentemente, mais valiosa
especificamente às necessidades
mundo.
prazos.
e com preço mais elevado. Dessa
de consumidores com maior
Os prognósticos são bons,
forma, além de ajudar o sistema,
consumo de energia elétrica
energia solar fotovoltaica ainda
transformações em andamento
a fonte proporcionará uma maior
no período diurno, em horário
está fortemente dependente
no setor elétrico contribuirão
economia aos consumidores e
comercial, quando a geração solar
de projetos desenvolvidos
de maneira positiva para um
rentabilidade aos investidores,
fotovoltaica mais se destaca.
no Ambiente de Contratação
cenário promissor da fonte solar
quando comparada com fontes
Regulada (ACR), ou seja, no
fotovoltaica. A primeira delas é a
que têm a maior parte de sua
preparada para surfar esta nova
chamado “mercado cativo”,
nova configuração dos patamares
geração nos horários da noite e
onda do setor?
Atualmente, o crescimento da
Adicionalmente, as
E a sua empresa, já está
Energia Eólica
57
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
Ventos cada vez mais fortes
Em abril, os ventos
passaram a ser o segundo recurso mais utilizado no Brasil para a geração de energia elétrica. Abril também foi o mês em que chegamos aos 15GW de capacidade instalada. Com isso, o Brasil já tem mais de 7.500 aerogeradores, em 601 parques eólicos, em 12 Etados. Além dos 15 GW de capacidade instalada, há outros 4,6 GW já contratados ou em construção, o que significa que, ao final de 2023, serão pelo
fonte primária de geração, ou seja,
1,5% no mesmo período. Se
42%, sendo que, no Nordeste,
menos 19,7 GW considerando
qual é o recurso utilizado para a
quisermos trazer isso para uma
durante a temporada de safra
apenas contratos já viabilizados
geração elétrica. Acredito que esta
compreensão mais próxima da
dos ventos, que vai de junho a
em leilões e com outorgas do
é uma forma de apresentação que
nossa realidade, dá para dizer
novembro, é bastante comum
mercado livre publicadas e
nos dá uma visão interessante
que o que as eólicas produziram
parques atingirem fatores
contratos assinados até agora.
e detalhada do que estamos
de energia no ano passado,
de capacidade que passam
Novos leilões e novos contratos
utilizando para produzir energia
em média, seria o suficiente
dos 80%. Isso faz com que a
no mercado devem aumentar
no Brasil e, neste caso, o vento é a
para abastecer 25,5 milhões
produção dos aerogeradores
os números projetados
segunda fonte do País.
de residências ou cerca de 80
instalados em solo brasileiro
consideravelmente.
milhões de pessoas.
seja muito maior que as mesmas
em 2018, foram gerados
máquinas em outros Países.
energia eólica tinha cerca de 1
48,4 TWh de energia elétrica,
deste crescimento consistente
GW instalado em 2011 é um
o que representou 8,6% de
nos últimos anos, existe um
apenas pela grande quantidade
feito realmente impressionante
toda a geração injetada no
fator que tem que ser destacado
de vento, mas também pela
chegarmos a ocupar este lugar
Sistema Interligado Nacional
sempre, que é a qualidade
qualidade dele. E a energia
de destaque na matriz elétrica.
no período. Em relação a 2017,
de nossos ventos. Enquanto
dos ventos no Brasil segue,
Acho fundamental destacar que
foi registrado um crescimento
a média mundial do fator de
portanto, cada vez mais
há diferentes formas de observar
de 14,6% na geração de
capacidade está em cerca de
forte, consolidada, segura e
a matriz elétrica de um País e uma
energia eólica, enquanto a
25%, o Fator de Capacidade
contribuindo para um mundo
das possibilidades é considerar a
geração como um todo cresceu
médio brasileiro em 2018 foi de
mais sustentável.
Se considerarmos que a
Segundo dados da CCEE,
No caso do Brasil, além
Somos abençoados não
58
Pesquisa - Quadros e Painéis
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Segmento de quadros e painéis deve crescer 9% este ano Crescimento deve ser puxado pelo aumento de projetos de infraestrutura
59
O Setor Elétrico / Abril de 2019
O segmento de quadros e painéis espera crescer 9% neste ano,
conforme pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico (OSE), em
Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado
abril deste ano, com 60 empresas que comercializam esses produtos. 2%
Se comparado ao ano de 2018, o crescimento deve ser de 10%. Já a previsão de crescimento percentual para a empresa é de 12%. Nesse cenário, a expectativa do aumento do número de funcionários, segundo a pesquisa, é de 13%.
14%
Revisão ou atualização de norma técnica impulsiona a venda dos produtos/ serviços
Previsões de crescimento
Previsão de crescimento para o ano de 2019.
9%
Revisão ou atualização de norma técnica prejudica a venda dos produtos/ serviços
9%
Desvalorização da moeda nacional 12%
Crescimento da sua empresa em 2018 comparando ao ano anterior:
10% 12%
Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2019.
13%
Falta de confiança dos investidores 2%
Falta de normalização e/ou legislação
10%
Programas de incentivo do governo
19%
Bom momento econômico do país
16%
Desaceleração da economia brasileira
5%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Em caso afirmativo, qual deve ser o acrécimo (em percentual) ao quadro de funcionários da empresa?
16%
Setor da construção civil aquecido
16%
Crise política 28%
12%
Outros
7%
Setor da construção civil desaquecido
Projetos de infraestrutura
Para 28% dos entrevistados, projetos de infraestrutura devem
impulsionar o segmento, aliado a 19% que acreditam no bom momento econômico do País e 16%, no setor da construção civil aquecido.
Por outro lado, 16% consideram que a crise política e outros 16%,
participação das vendas por segmento, seguido pela construção civil
A pesquisa também aponta que a indústria representa 42% da
a desaceleração da economia brasileira, ainda impedem o melhor
(21%) e por GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de Energia
desempenho desse mercado.
(14%).
60
Pesquisa - Quadros e Painéis
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Participação das vendas por segmento de mercado
Principais canais de vendas
14%
15%
Outros
42%
Telemarketing Internet
34%
Indústrias em geral 14%
Revendas / varejistas
36%
GTD - Geração, Transmição e Distribuição de energia
Distribuidores / atacadistas
38% 41%
Construtoras Instaladores
59%
21%
Construção civil (edificações residenciais e comerciais - escritórios, shoppings, hospitais, etc.)
79%
Venda direta ao cliente final
Entre os tipos de quadros e painéis (montagem completa) mais
comercializados estão: quadros de distribuição de força (76%), quadros de distribuição de luz (72%), painéis de BT – Baixa Tensão
Segundo a pesquisa, 97% do segmento de atuação do mercado
de quadros e painéis corresponde a indústria, 57%, ao setor comercial e 29%, ao residencial.
(71%), quadros de automação (67%), painel de proteção ou controle (66%), painel de soft starter (62%), quadros de partida de motores (59%), centro de controle de motores (59%), quadros para partida de motores em MT (52%) e quadros para medidores de energia (52%). Tipos de quadros e painéis (montagem completa) comercializados
Principais segmentos de atuação
52% Residencial
Quadros para medidores de energia Quadros para partida de motores em MT
52%
29%
Centro de controle de motores (CCM)
59%
Comercial
57%
Quadros para partida de motores
59% Industrial
97%
62%
Painel de Soft Starter Painel de Proteção e/ou controle
66% 67%
Quadros de automação Painéis de BT
71%
A venda direta ao cliente final (79%) é o principal canal de vendas
72%
desse segmento, seguido por instaladores (59%) e por construtoras (41%). Distribuidoras e atacadistas respondem por 38% do canal de vendas, revendas e varejistas (36%) ,Internet (34%) e telemarketing (14%).
76%
Quadros de distribuição de luz Quadros de Distribuição de Força
61
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Em relação aos tipos de invólucros (caixas vazias) mais
A pesquisa do OSE também mostra que os painéis e quadros
comercializadas estão: quadros de distribuição (71%), armários
TTA (conjuntos de manobra e controle de baixa tensão: conjuntos
modulares (55%), caixas a prova de tempo (45%), CCM (43%),
com ensaio de tipo totalmente testados, tradução de Type-Tested
cubículos (41%), caixas de medição (40%), acessórios e ferragens em
Assemblies) correspondem por 57% do faturamento das empresas e
geral para painéis (28%) e caixas para áreas classificadas (24%).
quadros e painéis PTTA (conjuntos com ensaio de tipo parcialmente testados, do inglês Partially Type-Tested Assemblies, em que a tensão nominal não exceda 1.000 Vca, a frequência que não excedam 1.000
Tipo de invólucros (caixas vazias) comercializados
Hz ou 1.500 Vcc), correspondem pelo faturamento de 20% das empresas.
Outros
17% Caixas para áreas classificadas
Participação dos tipos de painéis e quadros no faturamento das empresas
24% 28%
Acessórios e ferragens em geral para painéis Caixas de medição
40%
20%
TTA
Cubículos
41% 43%
CCM Caixas a prova de tempo
45%
57%
Armários modulares
55% 71%
Quadros de distribuição
Outros
17%
PTTA
Pesquisa - Quadros e Painéis
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X
X
X X
X X X X X X X X X X X X X x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X
X X
X
X X X
X
X
X X
X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X X X
X X X X
X X
x
x
X X X X X
X X
X X
X X
X X
X
X
X X X
X X X
X X X
X X X
X
X
X
X
X X X
X
X
X X X
X
X X X
X X X X X X
X
X
X
X X X X X X X X X X X x X X X X X X X X X X
X
X
X X X X
X
X
X X
X
X X X
X X
X
X
X X
X X X X X X
X
X X X X
X
X
X
X X
X X X
X X x X X
X X
X X X X X X X X X X X
X X
X X
X X
X
X
X X X X X X
X X X
X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X
X
X X
X X X X X X
X X
X X
X X
X
X X
X X X X X
X X X X
X
X
X
x X
x
X X
X X X
X X X
X
X X
X
X
X
X X X
X X X X X
X X X X X X X X X X X X
X X X X X
X
X
X
X X X
X X
X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X X X X X X X
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
14001 (ambiental)
X X
X
X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X
X X X X X X X X
X X
X X
X X X X
X X
X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X X
9001 (qualidade)
Outros
X
X X X X
X
X X X
X
x X
X X
X
X X X X
X X
X
X
X X X X
X
X
X
X X
Internet
X
X X X X X
Importa produtos acabados
X X
X X X X
Exporta produtos acabados
X
X
Programas na área de responsabilidade social
X X
X X X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X X X X X
Telemarketing
X X
X
X x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Instaladores
X X
Construtoras
X X X X X X X X X X X X
Venda direta ao cliente final
SP SC SP ES RS RJ PR SP MG SP SP SP SC PR MG PR SP SP RS SP SP SP SP SP SP SC MG MG SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP RS RJ SP SP SP SP SP SP SP SP RS SP SC SP SC MG AM SP SC SP
Revendas / varejistas
UF
Guarulhos Criciúma São Paulo Serra Porto Alegre Alença Almirante Tamandaré Nova Odessa Nova Lima Pindamonhangaba Santana de Parnaíba Jundiaí Corupá Cornélio Procópio Uberlândia Curitiba Diadema São Caetano do Sul Panambi Guarulhos Suzano Boituva São Paulo Cotia São Paulo Joinville Betim Contagem São Bernardo do Campo Itatiba Sao Bernardo do Campo Boituva Sorocaba Araruna São Paulo São Paulo Itatiba Guarulhos Cachoeirinha Rio de Janeiro São Paulo Osasco Santo André São José do Rio Preto São Paulo Sorocaba São Paulo São Paulo Caxias do Sul São Paulo Joinville Sao Paulo Joinville Juiz de Fora Manaus São José do Rio Preto Jaraguá do Sul Araras
Certificado ISO
Principal canal de vendas
Distribuidores / atacadistas
Cidade
www.acabine.com.br www.agpr5.com www.alpha-ex.com.br www.andaluz.ind.br www.atlrs.com.br www.brval.com.br www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.controleengenharia.com.br www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.eaton.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.eltecengenharia.com.br www.engerey.com.br www.esa.com.br www.finder.com.br www.fockink.ind.br www.gazquez.com.br www.gimi.com.br www.holec.com.br www.kienzle-haller.com.br www.kitframe.com www.legrand.com.br www.luzville.com.br www.mecatron.ind.br www.eletropainelmg.com.br www.metalaserpaineis.com.br/ www.montereletrica.com.br www.novemp.com.br www.nvent-brasil.com.br www.obo.com.br www.opcaopaineis.com.br www.patola.com.br www.psolutionsbrasil.com.br www.pressmat.com.br www,propainel.com.br www.qtequipamentos.com.br www.quadrimar.com.br www.rcy.com.br www.rdibender.com.br www.renetec.com.br www.rio-tech.com.br www.rittal.com.br www.rumoengenharia.com.br www.se.com www.secpaineis.com.br www.soprano.com.br www.steck.com.br www.taf.ind.br www.telbra.com.br www.tigre.com www.tristao.ind.br www.turnkeysi.com.br www.vrpaineis.com.br www.weg.net www.zettatecck.com.br
Residencial
Site
(11) 2842-5252 (48) 3462-3900 (11) 3933-7533 (27) 3041-6766 (51) 3367-1015 (24) 2453-5004 (41) 3699-8400 (19) 3466-8600 (31) 3542-5476 (12) 3642-9006 (11) 4705-3133 (11) 4525-7001 (47) 3375-6700 (43) 3520-5000 (34) 3210-7259 (41) 3022-3050 (11) 5562-8866 (11) 4223-1550 (55) 3375-9500 (11) 3380-8080 (11) 4752-9900 (11) 2078-0300 (11) 2249-9606 (11) 4613-4555 0800 118 008 (47) 3145-4621 (31) 3073-1180 (31) 3377-4711 (11) 4368-7828 (11) 4487-6760 (11) 4093-5300 (11) 5184-2100 (15) 3335-1382 (44) 3562-1623 (11) 2193-7500 (11) 3181-5160 (11) 4534-7878 (11) 2499-1314 (51) 2117-6600 (21) 2428-3155 (11) 2309-6558 (11) 3602-6260 (11) 4991-1999 (17) 4009-0500 (11) 3622-2377 (15) 3331-2300 0800 728 9110 (11) 4091-0601 (54) 2101-7000 (11) 2248-7000 (47) 3441-9187 (11) 2946-4646 0800 7074700 (32) 3221-4986 (92) 98245-6078 (17) 4009.5100 (47) 3276-4000 (19) 3321-8400
Comercial
Telefone
Principal Segmento de atuação
Industrial
Empresa
A.Cabine AGPR5 Alpha Equipamentos Elétricos ANDALUZ ATL PAINÉIS ELÉTRICOS BRVAL CAESA Carthom's Controle Engenharia DBTEC DELTA CANALETAS Eaton ELETROPOLL PAINÉIS ELÉTRICOS ELETROTRAFO Eltec Engenharia Engerey ESA Finder Componentes Fockink GAZQUEZ PAINEIS ELETRICOS GIMI SOLUÇÕES EM ENERGIA HOLEC Kienzle Controles KITFRAME DO BRASIL Legrand Luzville Engenharia Mecatron Empre. Elétricos MJC / ELETROPAINEL Metalaser Painéis elétricos Mon-ter NOVEMP nVent Hioffman (Taunus) OBO BETTERMANN OPÇÃO PAINEIS PATOLA Power Solutions PRESSMAT Pro Painel QT EQUIPAMENTOS QUADRIMAR Qua. e Pai. Elétricos RCY PAINEIS RDI BENDER Renetec Rio-Tech Rittal Rumo Engenharia Elétrica Schneider Electric Brasil Sec Painéis SOPRANO STECK TAF TELBRA Ex Tigre TRISTÃO TURN KEY SI - Soluções Industriais VR PAINEIS ELETRICOS WEG ZETTATECCK
Distribuidora
A empresa é
Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Fabricante
62
X X X X
X X
X X
X
X X
X X
X X X
X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X
X X X X X X X X
X x X X X X X X X X X X
X X X X X X
Pesquisa - Quadros e Painéis
O Setor Elétrico / Abril de 2019
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X X X X
X X X X
X
X
X
X X
X X X X
X X X
X
X
X
X
X
X X X
X X
X X
X
X
X X X X X X X
X X X X X X X
X
X
X
X X
X X X X X X X
X X X
X X
X X
X
X X X X X
X
X X X
X X X
X X X X X
X X
X X X
X
X X
X
X X
X
X X
X X
X
X
X X X X
X
X
X X X X X X X
X X
X X
X X
X
X
X X X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X X X X X X X
X
X
X X X
X
X
X
X
X X X X X
X X X
X X
X X
X x X X
X X X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X X X X X X X
X X
X X
X
X X X
X X X
X X
X
X
X X X
X X
X X X
X X X
X X
Outros
Cabines de barramentos
Quadros de partida de motores
X X
X X X X
X X
X X X
X X X
X X X
Painéis de BT
X
X X X X X
X X X
X
X X
Painel de Proteção e/ou controle
Painel de Soft Starter
Quadro fotovoltáico
X X
X
X
X X X
X
X
X X X X
X X X X
Centro de medição agrupada
X X
Eletrocentro
X
Quadros para áreas classificadas (EX)
X
Quadros de automação
X
X X X
X
Quadros para medidores de energia
X X X X
Mesas de comando
X X X X X
Cabines primárias
SP SC SP ES RS RJ PR SP MG SP SP SP SC PR MG PR SP SP RS SP SP SP SP SP SP SC MG MG SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP RS RJ SP SP SP SP SP SP SP SP RS SP SC SP SC MG AM SP SC SP
Cabines de barramentos
UF
Guarulhos Criciúma São Paulo Serra Porto Alegre Alença Almirante Tamandaré Nova Odessa Nova Lima Pindamonhangaba Santana de Parnaíba Jundiaí Corupá Cornélio Procópio Uberlândia Curitiba Diadema São Caetano do Sul Panambi Guarulhos Suzano Boituva São Paulo Cotia São Paulo Joinville Betim Contagem São Bernardo do Campo Itatiba Sao Bernardo do Campo Boituva Sorocaba Araruna São Paulo São Paulo Itatiba Guarulhos Cachoeirinha Rio de Janeiro São Paulo Osasco Santo André São José do Rio Preto São Paulo Sorocaba São Paulo São Paulo Caxias do Sul São Paulo Joinville Sao Paulo Joinville Juiz de Fora Manaus São José do Rio Preto Jaraguá do Sul Araras
Cubículos MT
Cidade
www.acabine.com.br www.agpr5.com www.alpha-ex.com.br www.andaluz.ind.br www.atlrs.com.br www.brval.com.br www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.controleengenharia.com.br www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.eaton.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.eltecengenharia.com.br www.engerey.com.br www.esa.com.br www.finder.com.br www.fockink.ind.br www.gazquez.com.br www.gimi.com.br www.holec.com.br www.kienzle-haller.com.br www.kitframe.com www.legrand.com.br www.luzville.com.br www.mecatron.ind.br www.eletropainelmg.com.br www.metalaserpaineis.com.br/ www.montereletrica.com.br www.novemp.com.br www.nvent-brasil.com.br www.obo.com.br www.opcaopaineis.com.br www.patola.com.br www.psolutionsbrasil.com.br www.pressmat.com.br www,propainel.com.br www.qtequipamentos.com.br www.quadrimar.com.br www.rcy.com.br www.rdibender.com.br www.renetec.com.br www.rio-tech.com.br www.rittal.com.br www.rumoengenharia.com.br www.se.com www.secpaineis.com.br www.soprano.com.br www.steck.com.br www.taf.ind.br www.telbra.com.br www.tigre.com www.tristao.ind.br www.turnkeysi.com.br www.vrpaineis.com.br www.weg.net www.zettatecck.com.br
Centro de controle de motores (CCM)
Site
(11) 2842-5252 (48) 3462-3900 (11) 3933-7533 (27) 3041-6766 (51) 3367-1015 (24) 2453-5004 (41) 3699-8400 (19) 3466-8600 (31) 3542-5476 (12) 3642-9006 (11) 4705-3133 (11) 4525-7001 (47) 3375-6700 (43) 3520-5000 (34) 3210-7259 (41) 3022-3050 (11) 5562-8866 (11) 4223-1550 (55) 3375-9500 (11) 3380-8080 (11) 4752-9900 (11) 2078-0300 (11) 2249-9606 (11) 4613-4555 0800 118 008 (47) 3145-4621 (31) 3073-1180 (31) 3377-4711 (11) 4368-7828 (11) 4487-6760 (11) 4093-5300 (11) 5184-2100 (15) 3335-1382 (44) 3562-1623 (11) 2193-7500 (11) 3181-5160 (11) 4534-7878 (11) 2499-1314 (51) 2117-6600 (21) 2428-3155 (11) 2309-6558 (11) 3602-6260 (11) 4991-1999 (17) 4009-0500 (11) 3622-2377 (15) 3331-2300 0800 728 9110 (11) 4091-0601 (54) 2101-7000 (11) 2248-7000 (47) 3441-9187 (11) 2946-4646 0800 7074700 (32) 3221-4986 (92) 98245-6078 (17) 4009.5100 (47) 3276-4000 (19) 3321-8400
Quadros para partida de motores em MT
Telefone
Cubículos tipo Metal-Clad
Empresa
A.Cabine AGPR5 Alpha Equipamentos Elétricos ANDALUZ ATL PAINÉIS ELÉTRICOS BRVAL CAESA Carthom's Controle Engenharia DBTEC DELTA CANALETAS Eaton ELETROPOLL PAINÉIS ELÉTRICOS ELETROTRAFO Eltec Engenharia Engerey ESA Finder Componentes Fockink GAZQUEZ PAINEIS ELETRICOS GIMI SOLUÇÕES EM ENERGIA HOLEC Kienzle Controles KITFRAME DO BRASIL Legrand Luzville Engenharia Mecatron Empre. Elétricos MJC / ELETROPAINEL Metalaser Painéis elétricos Mon-ter NOVEMP nVent Hioffman (Taunus) OBO BETTERMANN OPÇÃO PAINEIS PATOLA Power Solutions PRESSMAT Pro Painel QT EQUIPAMENTOS QUADRIMAR Qua. e Pai. Elétricos RCY PAINEIS RDI BENDER Renetec Rio-Tech Rittal Rumo Engenharia Elétrica Schneider Electric Brasil Sec Painéis SOPRANO STECK TAF TELBRA Ex Tigre TRISTÃO TURN KEY SI - Soluções Industriais VR PAINEIS ELETRICOS WEG ZETTATECCK
Quadros de distribuição de luz
Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa) Quadros de distribuição de força
64
X X
X X x
X x x X
X x
X x X x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X
X
X
X x
X
X X
X X X
X
X
X X X X X
X X X X X
X
X
X X
X X X X
X
X
X
X X
X X
X X X X X
X x
X X
X
X X X X X
X X X X
X X X X X X X X X X
X X X
X X X X X
X
X
X X X
X X X X X
X X X X X
X X X
X X X
X X
X X X X X
X
X
X
X
X
X X
X X
x
X X X
X x X
X
X
x X X X X X
X X X X X
X X X
X
X
X
X X X X X
X X X X X
X X X X X
X X X X X
X X X X X
X
X
X
X
X
X X X X X X X
X
X
X X X X
X X X X
X X
X X X X
X X X X
X X X
X
X
X
X X X X
X X X X
X X X X X X
X
X
X X
X
x
x
X X X X
X X
x X
65
O Setor Elétrico / Abril de 2019
X X X X
Outros
Caixas para áreas classificadas
X X
X X
X X
Caixas a prova de tempo
Acessórios e ferragens em geral para painéis
Cubículos
Quadros de distribuição
CCM
Caixas de medição
Armários modulares
Tipos de invólucros (caixas vazias)
X X
X X X X
X X X
X X X
X X X
X X X X X
X x x
X X
X x x
X X X X
X X X X
X X X X X
X X X X
X
X
X
X X X X
X
X X
X
X
x X
x X
X X
x X
X
X x
X X X X X
X X X
X X X
X X X
X
X X X X
X X X
X X
X X X
X X X
X X X
X X X X X X X X X X
X X
X
X
X X X
X X X X
X X X X
X X X X
X X
X
X
X X X X
X X X X
X X X X X X
X
X X X X
X
X X
X
X
X X
X
X
X X
X X
X X X
X X
X
X X X
X X X X
X X X X
X X X
X
X
X
X
X X X
X X X X
X
X
X
x
Tec
66
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Por Dr. Roberto Musser*
A eficiência energética como fator de competitividade e alternativa de transição Em tempos de Geração Distribuída (GD), Smarts e Audiência Pública (AP) 001/2019 da Agência Nacional de Energia
serviços etc. Essa efervescência transcorre por
Elétrica (ANEEL) sobre o sistema de
meio de um debate que envolve mitologia,
compensação da micro e minigeração
história, instigação, respostas de forma
distribuída de energia elétrica (Portaria
madura, democrática e, principalmente,
482/12) fica latente a assimetria de
brasileira, e isso é muito bom!
informações entre os players. Cada um com
A B C D E F G
S, Escos, fornecedores de equipamentos e
A forma de condução do tema pela
a sua perspectiva de defesa de interesses,
ANEEL merece destaque. Fica claro que,
com polarizações que vão de pequenos
mesmo com todas as críticas à sua atuação,
empreendedores independentes até grandes
existe uma inteligência estruturada e
corporações com discursos por vezes
competente com a clara percepção de que o
antagônicos e, por vezes, conciliadores.
novo cenário da energia elétrica já está aí e é
Um leque de variedades e variações que, ao mesmo tempo em que preocupa pela
irreversível. Existem aprendizados de outros
complexidade do tema, traz uma excelente
países que podem ser referência, mas são
sensação da satisfação real em presenciar
improváveis que obtenham os mesmos
discussões em alto nível desse que é um
resultados ao implantar estes modelos.
tema estratégico para o país e para as
O benchmarking limita-se às práticas e
futuras gerações.
ao entendimento de seus mecanismos de
Na rodada realizada em São Paulo em 14
construção, mas é imprescindível uma
de março num auditório cheio, com direito
adaptação, diria até uma “reconstrução”
a “torcidas” que se manifestam por uma ou
para a nossa realidade, pois temos uma
outra corrente, ficaram evidentes os que
característica específica dos nossos elétrons:
defendiam o solar, as redes (distribuidoras)
federal, estadual, municipal e o mais novo
e, nesse meio, junto e misturado, o pessoal
de todos os elétrons, os empreendedores
bioenergético, acadêmicos, bancos, sistema
independentes.
Tec 67
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Estes seres hoje habitam nos mundos cativo e livre, mas em essência são todos
Existem aprendizados de outros países que
elétrons brincando e em movimento, e nisso o Brasil é diferente, pois traz à luz
podem ser referência, mas são improváveis que
uma discussão político-econômico-social indissociável, o que a nossa multiplicidade de fontes permite.
obtenham os mesmos resultados ao implantar estes modelos. O benchmarking limita-se às práticas e ao
Mas qual será o modelo? Certamente não será único nem tampouco estático.
entendimento de seus mecanismos de construção,
Alguns conceitos podem e devem ser revisitados no sentido de tornarem-se mais
mas é imprescindível uma adaptação, diria até uma
holísticos, como, por exemplo, a eficiência energética. De uma maneira geral, a “eficiência energética tradicional” no âmbito do sistema elétrico limita-se a ações de gestão de energia, formas de uso, ajustes e
“reconstrução” para a nossa realidade, pois temos uma característica específica dos nossos elétrons: federal, estadual, municipal e o mais novo de todos os elétrons,
substituição de equipamentos, ou, a busca
os empreendedores independentes.
de um melhor perfil de consumo com base em hábitos e atualização tecnológica com foco na eliminação de desperdícios associado à melhoria de processos. Sem dúvida, essa é a forma menos onerosa de postergação de investimentos intensivos em capital para a geração de energia
Relevância, Baixa Renda, dentre outros.
não técnicas. Neste sentido, vale observar
elétrica reduzindo uma sobrecarga
Um novo cenário surge com a
que as ações de GD terão foco naqueles
significativa do Sistema Integrado
perspectiva de que a rede elétrica passe
consumidores de maior poder aquisitivo
Nacional (SIN).
de essencial para acessória, mantendo a
e, consequentemente, de maior consumo e
característica de ser o garantidor da energia
receita para a concessionária.
Por outro lado, percebe-se a possibilidade de que formas alternativas
elétrica firme. Essa é uma questão crucial,
para a conceituação eficiência energética
pois interfere diretamente no processo
consumidor passa à condição de
sejam consideradas, como um entendimento
de investimentos atual, futuro e pretérito.
prosumidor diminuindo a receita
plural de formas de produção e consumo
É preciso um novo olhar sobre a Base de
da concessionária e, mais que isso,
de energia transpondo a barreira física
Remuneração Regulatória (BRR) e da
continuando a consumir a energia elétrica
necessária da existência da rede elétrica.
remuneração do capital prudentemente
firme e garantida em continuidade e
Pela regra do Programa de Eficiência
investido, ou essa conta vai diretamente
qualidade em horários de maior demanda e
Energética (PEE) da ANEEL concebidos
para os consumidores hoje chamados de
maior valor.
por meio das leis 9.991/00 e 13.280/16 e
cativos.
regulamentado pela Resolução Normativa
Outro aspecto importante, e que
Com base no atual cenário, este
Substantivamente, a concessionária terá de aprender a atuar em um novo ambiente
380/18, existe uma série de avanços
deve ser considerado, é a garantia de
muito diferente e adverso, no qual terá como
positivos em relação à obrigação regulatória
fornecimento em toda a área de concessão,
missão sobreviver conciliando as restrições
do uso da Receita Operacional Líquida
com qualidade e preço, a um mercado
do lado da demanda, fortemente impactadas
(ROL), como as Chamadas Públicas de
cativo cada vez menor e menos confiável
pela GD, e da oferta de financiamento - mais
Projetos (CPP), Projetos Pilotos, Grande
do ponto de vista de adimplência e perdas
desafiadores e incorporando riscos que
68
Tec
O Setor Elétrico / Abril de 2019
se contrapõem à necessidade imposta da
protagonista. Metas arrojadas na redução
as infraestruturas (incluindo edificações),
modicidade tarifária.
do consumo médio anual passarão a ser
produtos (incluindo eletrodomésticos e
instrumentos políticos importantes, desde
automóveis) e os sistemas energéticos com
aprimoramento na viabilização de
que sejam reconhecidas não apenas como
base no consumo de energia primário ou
financiamentos de longo prazo confiáveis a
uma forma de aprovisionamento de energia
final, vinculados aos consumidores finais e
um custo compatível.
sustentável, mas também de contribuir com
aos fornecedores de energia.
Esses são os fatores que exigirão
Nesse contexto, a pedra angular da
a redução das emissões de gases com efeito
Portanto, observa-se que o nosso elétron
política energética é a Eficiência Energética
de estufa e promover a competitividade
precisa ser reinterpretado e enquadrado em
através da promoção de um melhor uso dos
econômica.
um novo ambiente, onde consigam conviver
ativos já existentes em benefício do coletivo
Um primeiro passo é a rotulagem
com as diversas mudanças de estado, de
e, ao mesmo tempo, agregando novas
e a aferição em todas as fases do modo
tecnologias de pesquisa aplicada aos ativos,
de produção energética, iniciando
além de transpassar a agenda dos Objetivos de
com um planejamento eficaz para o
repensar fundamental sobre a questão
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
aprovisionamento energético e a utilização
da incidência de tributos, encargos,
eficiente da energia por parte dos
impostos etc. sobre o nosso patriótico
Energética impacta na redução do consumo
consumidores, acopladas à concepção
elétron inserido no modo energético de
de energia e a eliminação do desperdício
ecológica dos produtos, serviços e
produção, ou naquilo em que agrega valor
energético assume cada vez mais o papel de
infraestruturas.
para a competitividade do país, ou seja,
Dessa forma, a eficácia da Eficiência
É preciso também que seja introduzida
forma a atender aos diferentes interesses. Outro aspecto importante é um
onde incidir, se na cadeia produtiva ou no
uma pluralidade de avaliações e
produto final. Mas isso é uma outra questão
mensurações menos restrita a organizações
ainda mais complexa, porém inevitável.
A forma de condução do
e organismos específicos e que a efetividade seja mensurada por meio de
é delicada, porém fundamental para a
tema pela ANEEL merece
dados mercadológicos reais aferidos
sobrevivência de estruturas de negócio
pela concessionária em medições, com
como as concessões e seus significativos
destaque. Fica claro que,
a contrapartida da obrigatoriedade do
investimentos em infraestrutura de capital
contrato de desempenho para todas as
intensivo e as novas formas de tecnologias
tipologias de clientes contemplados em
de geração distribuída e armazenamento.
mesmo com todas as críticas à sua atuação, existe uma inteligência estruturada e competente
programas de eficiência energética. Observa-se que é necessário uma
de que o novo cenário da energia elétrica já está aí e é irreversível.
Com certeza, a transição é um momento fundamental para um futuro sustentável
alteração muito além das fronteiras de
e requer um processo gradual e seguro
uma concessionária, e uma contribuição
ao mesmo tempo em que considera a
importante nesse sentido é a Nota Técnica
possibilidade dos novos empreendedores
no 27/SRM/SGT/SPE/SRD-2019/ANEEL
e as causas de sustentabilidade e meio
que busca compreender e introduzir as
ambiente.
bases para de um ambiente regulatório
com a clara percepção
Percebe-se que a fase de transição
A ANEEL está atenta a estes
competitivo e sustentável pelo instrumento
movimentos, mas poderia repensar uma
da consulta pública (CP 003/2019).
alternativa à nova política para a Eficiência
Mas ainda é imprescindível, no escopo
Energética, pois inevitavelmente irá
desta discussão, que todos os stakeholders
convergir mais cedo ou mais tarde, com
sejam envolvidos e suportados num
o mercado cativo e as ações de energia
cenário que destaque os aspectos diretivos
renovável e alternativas.
de serviços energéticos, cogeração e desempenho energético. O objetivo é
*Dr. Roberto Musser é especialista em
possibilitar os meios de tornar eficientes
Regulação e Gestão pela UFBA.
O Setor ElĂŠtrico / Abril de 2019
Tec 69
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Abril de 2019
por Danielly Baminger e Eduardo Papa*
70
Eficiência energética e iluminação – Adequação de um sistema de iluminação convencional por soluções LED
A Centelha Equipamentos Elétricos foi convidada a desenvolver uma proposta para
a
substituição
do
sistema
de
iluminação convencional para solução em LED na sede da Indústria Mane do Brasil, com o objetivo de adequação ao viés de sustentabilidade. A Mane é uma empresa francesa de Fragrâncias e Aromas que iniciou suas atividades no Brasil em 1963, na cidade do Rio de Janeiro. Buscando um conceito de inovação e sustentabilidade, aplicado à eficiência energética, o Gerente de Engenharia e Manutenção, Eduardo Papa, buscou no mercado um parceiro para eficientização da iluminação artificial nos galpões de produção, que possuem um total de 1500m 2. O sistema de iluminação existente era com lâmpadas e reatores vapor metálico 400w e lâmpadas fluorescentes tubulares e reatores de 32w. Galpão Aromas - Produção
O
projeto
desenvolvido
pela
luminotécnico arquiteta
foi
Danielly
71
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Baminger, integrante da equipe de lighting da
Centelha
Equipamentos
Elétricos,
que atua com projetos luminotécnicos e
especificações
de
produtos
de
iluminação. A Centelha está no mercado de distribuição de materiais elétricos há mais de 20 anos, atualmente faz parte da Sonepar, que é líder global na distribuição. Presente em cinco Estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e Ceará, a Centelha conta com uma equipe especializada que tem como missão atuar com
qualidade,
fornecendo
Soluções
em Serviços e Suprimentos Elétricos adequados às necessidades dos clientes.
Premissas do projeto O projeto levou em consideração algumas premissas, como não modificar estruturas da instalação elétrica (painéis, quadros, disjuntores, cabeamento etc.),
aos colaboradores, diminuindo em até
indústria química, onde há instalações
as luminárias deveriam ser 220-240V,
29% os riscos de acidentes.
de processamento com trabalho manual constante,
de sobrepor para fixação em Laje e em perfilados
existentes,
hermeticamente
Etapas do projeto
são
de
300lux.
Também
utilizamos a iluminância média de 300lux para a expedição. Já para as áreas de
vedadas, grau de proteção mínimo IP65 devido à área ter emissão de vapores, e a
Em setembro de 2017 realizamos
depósito o ideal são 100lux. Além da
temperatura de cor de 4000k deveria ser
uma visita aos galpões para verificarmos
iluminância média, a norma nos atenta
mantida.
a
existentes,
para o limite referente ao desconforto
os modelos de sistema de iluminação
por ofuscamento (UGR), para o Índice
instalados e as dificuldades que seriam
de reprodução de cores ideal para os
encontradas para propormos a substituição
diferentes locais de trabalho e tipos de
da iluminação.
tarefa e também para a qualidade da luz
na sua distribuição uniforme dentro de um
Conceitos Além alguns
das
premissas
conceitos
foram
de
projeto,
considerados
quantidade
de
pontos
Após a fase inicial de visita, o projeto
para a elaboração do projeto. O primeiro
luminotécnico foi desenvolvido no software
ambiente.
deles foi sustentabilidade, com aplicação
Dialux,
Todos
de produtos que não possuem metais
enviados pelo cliente. Com a definição
atendidos para o desenvolvimento desse
pesados, não emitem raios ultravioletas
de “retrofit”, substituição ponto a ponto, e
projeto, inclusive com a utilização de
e que, por consequência, reduzem a
adequação a Norma Técnica ABNT ISO/
soluções
com
base
em
arquivos
dwg
esses
requisitos
energeticamente
foram
eficientes.
emissão de CO2. Outro ponto importante é
CIE 8995-1, passamos para as fases de
Um rápido comparativo é na redução da
a qualidade da luz, comprovando que uma
envio de ficha técnica e homologação da
potência instalada, de 17.986 watts com
iluminação bem distribuída e adequada
amostra, até a aprovação do projeto.
o sistema convencional para 6.356 watts
melhora
a
qualidade
dos
com soluções em LED. Os sistemas
processos
produtivos e aumenta a produtividade em
O projeto
de iluminação convencionais possuem uma perda de 30% a 40% no sistema
torno de 16%. E também a segurança, com ambientes bem iluminados, com níveis
De acordo com NBR ISO/CIE 8995-
de reflexão dentro de uma luminária e na
adequados e boa uniformidade de luz,
1- Iluminação em ambientes de trabalho,
otimização do seu fluxo luminoso. Alguns
proporcionam maior conforto e segurança
a
fatores que colaboram para essa perda são
iluminância
média
para
áreas
da
Destaque Prêmio OSE
Outro ponto importante para a escolha dessa solução é a redução da manutenção. Os sistemas convencionais já mencionados possuíam vida útil média de 20.000hrs, já as soluções em LED propostas possuem vida útil até 4 vezes superior.
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Antes
Depois
luminárias com baixa refletância, luminárias
e reatores foram da marca Novva Light,
sujas ou enferrujadas e sem manutenção e
equipamentos LED com alta confiabilidade
lâmpadas com baixa eficiência ou no final
técnica e certificações internacionais de
de sua vida útil.
ensaios elétricos e de fotometria conforme
Para adequação a norma, no requisito
IES LM-79-08, LM-80-08 e TM21. Ambas
luz)
as escolhas possuem eficiência luminosa
propomos o aumento de 9 pontos de
acima de 120lm/w, fator de potência maior
iluminação. Mesmo com o aumento na
que 0.95, Índice de reprodução de cor
quantidade de pontos houve essa grande
>70, vida útil acima de 50.000hrs e grau
redução de consumo de energia.
de proteção IP66 e IP69.
de
uniformidade
(distribuição
da
Os modelos de luminárias homologados
Outro ponto importante para a escolha
para a substituição das luminárias com
dessa solução é a redução da manutenção.
lâmpadas e reatores vapor metálico 400w
Os sistemas convencionais já mencionados
e para as luminárias herméticas com duas
possuíam vida útil média de 20.000hrs, já
lâmpadas fluorescentes tubulares de 32w
as soluções em LED propostas possuem
Galpão Aromas - Estoque
73
O Setor Elétrico / Abril de 2019
vida útil até 4 vezes superior.
Nas modelagens elaboradas no Dialux
não foram consideradas as interferências do maquinário e/ou mobiliário existente. Entretanto,
os
resultados
obtidos
de
iluminância superam consideravelmente o existente e o especificado pela norma, indicando a compensação das perdas com os obstáculos existentes nos galpões.
Retorno de Investimento
Em paralelo ao projeto luminotécnico,
apresentamos um retorno de investimento, também
conhecido
como
pay
back.
Considerando o custo em kw/h pago na época de R$ 0,57, o custo de manutenção por ponto de aproximadamente R$200,00, a utilização diária de 15 horas e 22 dias mensais, o retorno desse investimento seria em 22 meses e teríamos a redução de economia de energia, apenas no consumo da iluminação, em média de 64% para ambos os galpões.
Instalação e conclusão
A instalação foi realizada no primeiro
trimestre
de
manutenção
2018 do
pela
cliente,
equipe
de
obtendo
um
ótimo grau de satisfação, em primeiro lugar devido à facilidade de montagem das luminárias. Depois, assim que foram instaladas as luminárias em LED, os operadores elogiaram a iluminação obtida de 4000k, mais próxima a cor natural. Por fim, as luminárias atenderam aos requisitos de eficiência energética e aos conceitos de boas práticas de fabricação do cliente por serem vedadas e de fácil limpeza. *Danielly Baminger é arquiteta, integrante da equipe de lighting da Centelha Equipamentos Elétricos, que atua com projetos luminotécnicos e especificações de produtos de iluminação, e Eduardo Papa é Gerente de Engenharia e Manutenção da Mane do Brasil.
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Abril de 2019
por Prof. Danilo Ferreira de Souza e Dr. Hélio Eiji Sueta*
Registrado no Brasil um Super Raio de 249 kA. A NBR 5419:2015 prevê proteção para até 200 kA. E agora, projetista?
Registrado no Brasil um Super Raio de
integrado de monitoramento de tempestades,
249 kA. A NBR 5419:2015 prevê proteção
o qual faz o monitoramento das tempestades
para até 200 kA. E agora, projetista?
possibilitando o aviso antecipado de áreas de
O objetivo deste trabalho é relatar e
risco como refinarias, empresas de explosivos,
mostrar alguns acidentes que vêm sendo
associações de agricultores etc.
colecionados pelo autor ao longo dos anos
Na foto abaixo vemos a densidade
e agora serão publicamente mostrados.
de ocorrência de descargas atmosféricos,
Juntamente com algumas das fotos serão
por exemplo no dia 12/03/2019, com
feitas observações tentando, dentro do
atualizações a cada 15m. Não é uma visão
possível, apresentar algumas justificativas
precisa, mas dá uma ideia aproximada
técnica para explicar esses eventos.
do que está acontecendo em termos de
descargas atmosféricas.
É
importante
realçar
o
trabalho
desenvolvido na área de pesquisas pelo
consórcio formado pela Cemig, Furnas,
1:2015 traz as probabilidades de ocorrência
A tabela 5 (quadro 2) da NBR 5419-
Simepar e Inpe, chamado de RINDAT (www.
das descargas, de maneira que o Nível de
rindat.com.br), através do sistema nacional
Proteção (I), se utilizado adequadamente,
Quadro 1 – Níveis de proteção Tabela 3 - Valores máximos dos parâmetros das descargas atmosféricas correspondentes aos níveis de proteção (NP) (NBR 5419-1/2015)
Primeiro impulso positivo
NP
Parâmetro da corrente
Símbolo
Unidade
I
II
Corrente de pico
/
kA
200
150
III
IV
100
Carga do impulso
Qcurta
C
100
75
50
Energia específica
W/R
MJ/Ω
10
5,6
2,5
Parâmetro de tempo
T1/ T2
μs/μs
10/350
Fonte: ABNT NBR 5419-1:2015.
Quadro 2 – Probabilidades de parâmetros de descarga Tabela 5 - Probabilidades para os limites dos parâmetros das correntes das cargas atmosféricas (NBR 5419-1/2015)
Primeiro impulso positivo Probabilidade de que os parâmetros da corrente sejam: menores que os máximos valores definidos na Tabela 3 Fonte: ABNT NBR 5419-1:2015.
NP I
II
III
IV
0,99 0,98 0,95 0,95
75
Apoio
O Setor Elétrico / Abril de 2019
oferece proteção satisfatória para até 99% da distribuição percentual das descargas atmosféricas. Assim, este valor também expressa a eficiência do sistema projetado.
A norma NBR 5419-1/2015 é bem
clara quantos aos limites de proteção de descargas das edificações, conforme o texto que se segue:
As medidas de proteção especificadas
na ABNT NBR 5419-3 e na ABNT NBR 5419-4
são
efetivas
contra
descargas
atmosféricas cujos parâmetros de corrente estiverem na faixa definida pelo NP adotado para o projeto. Desta maneira, assume-se que a eficiência de uma medida de proteção é igual a probabilidade com a qual os parâmetros das correntes das descargas atmosféricas estão dentro de tal faixa. Para parâmetros que excedam esta faixa, permanece um risco residual de danos.
correntes induzidas na instalação podendo
superar os valores especificados para as
A proteção para um super raio, tal
condições
uma forma geral, deve afetar mais as MPS
sempre que possível e economicamente
– Medidas de Proteção contra Surtos,
viável, deve-se utilizar DPS com valores
em: 4 de março de 2019.
principalmente na especificação dos DPS
superiores aos calculados para se ter uma
[2] UMAN, M. A. The Art and Science of Lightning
– Dispositivos de Proteção contra Surtos
maior margem de segurança na proteção
e em eventuais blindagens espaciais. Isto
e/ou utilizar blindagens espaciais como
porque o SPDA – Sistema de Proteção
medidas de proteção contra surtos (MPS).
Publications, 2001.
contra
[4] UMAN, M. A.; RAKOV, V. A. Lightning: physics
Atmosféricas
nos
Desta
forma,
[1] FANTÁSTICO. Fenômeno raro é registrado no
qual o que foi observado pelo INPE, de
Descargas
normalizadas.
Referências
Assim, é absolutamente importante
céu de São Paulo: um super-raio. Disponível em: <https://globoplay.globo.com/v/7427526/>. Acesso
Protection. Cambridge: Cambridge University Press, 2008. [3] UMAN, M. A. The lightning discharge. Dover
and effects. Meteorologische Zeitschrift, v. 14, n.
seus subsistemas de captores, descida
que o projetista inclua nas observações do
e
materiais
projeto de PDA, ou mesmo nas memórias
relativamente bem dimensionados (no
de cálculo, as observações de que as
contra descargas atmosféricas. Assoc.
caso de serem obedecidas as normas), e
Descargas Atmosféricas são fenômenos
Normas Técnicas, 2015.
a falha de proteção geralmente ocorrem
da natureza não controlados, de maneira
para as correntes inferiores às mínimas
que as medidas, apesar de eficientes,
especificadas na norma (Tabela 4 da ABNT
são baseadas em dados probabilísticos e
new Brazilian standard and
NBR 5419-1: 2015). Na especificação
não garantem proteção plena dos danos
apresentado no 2013 International Symposium on
das correntes de impulso do DPS, são
causados pelas descargas. Em casos de
aterramento,
já
possuem
consideradas as correntes de pico para os
descargas acima dos valores previstos,
diversos Níveis de Proteção (NP). Neste
podem existir prejuízos à edificação e
caso do super raio, a corrente de impulso
aos equipamentos eletrônicos próximos à
poderá ultrapassar o valor especificado
descarga, ou ligadas a uma linha elétrica
para o DPS e danificá-lo. Além disto, o maior
diretamente atingida pela descarga ou
campo eletromagnético gerado por este
ainda que sofreu o efeito indireto de
super raio poderá superar os valores das
descargas que caíram próximas a ela.
2005-02, pp. 94-95, fev. 2005. [5] ABNT. NBR 5419:2015. Proteção de estruturas Bras.
[6] SUETA, H. E.; BURANI, G. F.; MODENA, J.; SILVA, J. C. O.; ALVES, N. V. B. The new ABNT NBR 5419: Lightning protection: Differences between the IEC 62305,
Lightning Protection, SIPDA 2013, 2013.
*Prof. Danilo Ferreira de Souza é coordenador do curso de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso e Dr. Hélio Eiji Sueta é chefe adjunto da Divisão Científica de Planejamento, Análise e Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo.
76
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Por Jefferson A.C. Matias e Alexandre Rasi Aoki*
Um olhar sobre o armazenamento de energia em baterias, energias renováveis e eficiência energética para consumidores residenciais
A oferta descentralizada de energia
análise,
realizar
um
dimensionamento
solar
de um sistema bidirecional composto
fotovoltaica (FV), proporciona renovação
por sistema fotovoltaico acoplado a um
na infraestrutura das redes de distribuição
armazenador de energia em baterias.
no
Brasil,
especificamente
a
de energia, uma vez que, além de atender
Outro ponto em destaque na aplicação
à demanda energética do consumidor, o
de sistemas fotovoltaicos associado a
excedente de energia pode ser injetado
sistemas de armazenamento de energia
na rede. Usualmente, os trabalhos acerca
em baterias é a contribuição através da
deste tema são desenvolvidos, almejando
Eficiência Energética que, por sua vez,
manter
energia
apresentam dois conceitos prioritários
correspondente à necessidade do usuário
que são a redução de energia pelo usuário
de eletricidade. Outra constatação é o
residencial ao longo do dia, dada pela
uma
produção
de
período de geração, em que o pico de
geração fotovoltaica, e o armazenamento
geração de energia fotovoltaica pode não
da energia excedente que será utilizando
coincidir com o pico de demanda solicitada
no horário de ponta, contribuindo com
pelo consumidor. Do ponto de vista do
a redução de demanda na ponta (RDP).
consumidor, o emprego de sistemas de
Conforme
armazenamento de energia em baterias
da figura 1, o excedente fotovoltaico
apresentado
no
gráfico
(BESS, do inglês Battery Energy Storage
atinge seu pico de geração às 12h
System) possibilita realizar o carregamento
(meio dia), linha verde que apresenta o
das baterias próximo ao horário de
comportamento das baterias, ou seja, o
máxima geração fotovoltaica e despachar
consumidor não está utilizando a energia
a energia durante os períodos de menor
da rede e, neste momento, o excedente
oferta
consequentemente
está sendo enviado para o BESS. Nota-se
buscando uma redução financeira da conta
também nesta mesma figura que, após às
de energia. A fim de auxiliar os fabricantes
18h, a energia armazenada em baterias
e os usuários de sistemas fotovoltaicos
está sendo utilizado pelo consumidor
com armazenamento de energia em
residencial que se apresenta como uma
baterias, estudos propõem uma análise
redução operacional e financeira levando
da curva do consumo de energia de um
em consideração a redução da conta de
consumidor residencial e, a partir desta
energia.
energética,
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Abril de 2019
77
é a variação nos níveis de tensão, o que pode prejudicar os níveis de qualidade de energia. Desta forma, o sistema de armazenamento de energia em baterias poderá contribuir com as concessionárias de energia operando para mitigar o fluxo de potência reverso injetado na rede de baixa tensão, conforme apresentado na
Figura 1 - Comportamento de carregamento e descarga das baterias
Outras ações de eficiência energética
muito
utilizadas
não
somente
para
figura (2), atendendo à demanda local
consumo que destaquem oportunidades
por geração de energia no horário de
de economia de energia. Todas essas
pico, melhorando a qualidade de energia
consumidores residenciais, mas também
tecnologias apresentadas têm a capacidade
elétrica, além de aumentar a confiabilidade
em edifícios comerciais, são as tecnologias
de ser integradas a um gerenciador que
para os usuários de tais tecnologias.
conhecidas como Internet das Coisas (IoT,
pode comandar e controlar a operação
do inglês Internet of Things), que através
tanto comercial quanto residencial de
na figura 2 verifica-se que o sistema de
Avaliando os resultados apresentados
de sensores que monitoram e controlam
forma automática em busca de otimização
armazenamento de energia em baterias
as cargas de equipamentos de iluminação,
do recurso energético.
é adequado para um sistema residencial
centrais
Ainda dentro do ponto de vista de
uma vez que não apresenta fluxo reverso
diversas, armazenam dados de consumo
capacidade da geração fotovoltaica no
de energia para a rede de baixa tensão.
e com essas informações podem realizar
Brasil as tecnologias aplicáveis (sistemas
Diante de um desafio constante que é
comparativos entre edificações com o
fotovoltaicos), comumente instalado nos
o aumento das tarifas de energia e a
de
climatização
e
máquinas
mesmo comportamento operacional, a fim
telhados
apresentam
disponibilidade de tecnologias disponível
de buscar ações que gerem economia de
em momentos de baixo consumo, uma
para geração de energia provenientes de
energia.
condição que pode levar ao fluxo de
fontes renováveis, observou-se que os
Outra inovação no sentido da eficiência
potência reverso. Pensando em grande
sistemas solares fotovoltaicos em alguns
energética são as técnicas de Inteligência
escala, o controle e a gestão de instalações
instantes, quando a geração é superior
das
residências,
Artificial, que podem ser aplicadas para
fotovoltaicas é um grande desafio para as
à demanda do consumidor, este sistema
a identificação de padrões de consumo,
concessionárias de energia, um exemplo
passa a exportar energia para a rede de
detecção
do impacto do fluxo de potência reverso
de
falhas
e
previsão
de
distribuição, o que na visão do consumidor residencial pode não ser uma vantagem. Assim foi verificada a oportunidade de armazenamento de energia utilizando um sistema de armazenamento de energia em baterias, possibilitando benefícios técnicos e econômicos para os usuários desses sistemas. *Jefferson A.C. Matias é gerente de Projetos na SelEnergy Energias Renováveis, Especialista em Eficiência Energética em Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Alexandre Rasi Aoki é Professor da Universidade Federal do Paraná e Coordenador do CE-C6 Sistemas de Distribuição e Geração
Figura 2 – Sistema de Armazenamento de energia (2kW/6kWh).
Distribuída do Cigrè Brasil.
78
Proteção contra raios
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
A efetividade (limitada!) dos eletrodos de aterramento para as correntes dos raios. Ou você ainda acredita em equalização de potencial? – Parte 02/04 Continuamos trazendo nesta edição o artigo do professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco, sobre aterramento e equipotencialização, trabalho originalmente apresentado no CINASE-SP em 2018.
Há muitas décadas, raios têm sido objeto de inúmeros estudos, a
A figura 1 mostra, de forma simplificada, as principais formas de
partir de medições feitas em torres instaladas no topo de morros como,
onda dos impulsos de corrente injetados no solo pelos raios, havendo
por exemplo no Morro do Cachimbo, em Minas Gerais) e também em
ou não malhas de aterramento presentes [1].
estruturas muito altas como, por exemplo, a CN-Tower em Toronto
no Canadá. Com base nessas medições foi possível criar modelos
de onda das descargas atmosféricas: podemos dizer que, de uma
matemáticos extremamente úteis no estudo e desenvolvimentos de
forma simplificada, os impulsos de corrente de um raio começam
padrões de engenharia para projetos de proteção de estruturas contra
com variações rápidas, envolvendo altas frequências e terminam
os efeitos dos raios.
com variações bem mais lentas correspondentes a frequências mais
A figura 2 mostra algumas características gerais das formas
baixas; consequentemente, na parte inicial dos impulsos teremos predominância de efeitos reativos, principalmente indutivos e, em casos especiais, capacitivos quando envolvendo solos de resistividade muito elevada, enquanto que na parte final (cauda) das descargas teremos predominância dos efeitos resistivos com dissipação de energia.
A figura 3 ilustra os espectros de frequências típicos de três
tipos de descargas, com importância para o estudo das malhas de aterramento, [2]:
-primeira descarga negativa
-descarga subsequente negativa
e
-descarga positiva
Como mostrado, os espectros se estendem de CC (0Hz) até 10
MHz! Figura 1: Algumas configurações típicas (simplificadas) de descargas atmosféricas
Apoio
O Setor Elétrico / Abril de 2019
79
necessário levar em conta pequenos capacitores em paralelo com as condutâncias. Nessas condições, o comportamento do eletrodo resultará predominantemente da ação das indutâncias distribuídas, próprias do condutor enterrado e da ordem de 1,5 μH/m, associadas às condutâncias de dispersão de corrente para o solo.
As figuras 5 e 6 ilustram as distribuições de corrente, ao longo
do eletrodo de aterramento, respectivamente para frequências altas e baixas: como mostrado, figura 5, para frequências altas as reatâncias indutiva do eletrodo impedem que a corrente injetada no solo se distribua uniformemente; consequentemente, o eletrodo se comportará como se tivesse um comprimento efetivo, Lef, Figura 2: Características gerais das formas de onda das descargas atmosféricas
menor do que o comprimento físico Lf, resultando assim numa impedância dinâmica elevada.
Já, como ilustrado na figura 6, para baixas frequências a
reatância indutiva do eletrodo torna-se desprezível, resultando que a corrente injetada no solo se distribua de forma mais uniforme ao longo de todo o eletrodo resultando numa impedância efetiva substancialmente menor.
Figura 3: Espectros de frequências típicos de três tipos de descargas
Modelo elétrico de um eletrodo de aterramento simples
A figura 4 mostra o modelo simplificado de um eletrodo de
aterramento horizontal, imerso em um solo de resistividade não
Figura 5: Distribuições de corrente, ao longo do eletrodo de aterramento para frequências altas
excessivamente alta; para solo com resistividade muito elevada será
Figura 6: Distribuições de corrente, ao longo do eletrodo de aterramento para frequências baixas Figura 4: Modelo simplificado de um eletrodo de aterramento horizontal, imerso em um solo de resistividade não muito alta
Continua na próxima edição.
80
Redes subterrâneas em foco
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa Baur do Brasil | daniel.bento@baurdobrasil.com.br
Do Patinho Feio ao Cisne Negro
Manutenção de ativos! Por muitos anos
Os cabos isolados de média tensão que
forma assertiva e otimizada, obtendo maior
considerada como o mal necessário dentro
foram “descobertos” no inventario devem ser
confiabilidade, com menor risco operacional.
das organizações, ganhou relevância, ou
classificados como críticos, tendo em vista que
Agora, tratando da Lógica do Cisne
melhor, foi colocada no seu devido lugar, por
eles conduzem a energia que faz a empresa
Negro, Taleb o definiu com base no conceito
agregar valor ao negócio. Neste moderno
funcionar, ou seja, agregam muito valor. Além
de que, em um momento da história os
conceito deixou de ser custo para ser um
disso, na condição de falha, toda ou parte
Ornitólogos já haviam observados milhões
item estratégico. A série de normas NBR
da operação da empresa para de funcionar,
de cisnes da cor branca, portanto, havia
ISO 55000, lançada há poucos anos com
o que causa um custo de indisponibilidade
o conceito inquestionável de que todos
o objetivo de as organizações melhorarem a
muito elevado.
eram brancos, até o momento em que foi
gestão dos seus ativos, foi fundamental para
descoberto na Austrália um cisne negro,
a manutenção se revelar como na história
“antiga” (Patinho Feio) e a moderna manutenção
quebrando o conceito estabelecido.
infantil, em que anteriormente era um Patinho
foi que a ISO 55000 exige alinhamento da gestão
Feio, e na verdade era um lindo cisne.
dos ativos com a estratégia da organização.
Cisne Negro, como sendo um evento diferente
Logo, na gestão moderna, ela passou a ter um
de todo o registro histórico, que causa um
Vamos falar no final desta coluna como
papel relevante no plano estratégico.
impacto extremo no conceito existente e que,
a Lógica do Cisne Negro (Nassim Taleb)
De acordo com a ISO 55000, deve ser
após ocorrido, leva as pessoas a criarem
pode impactar na manutenção das redes
elaborado um Plano Estratégico de Gestão
explicações a respeito do fenômeno, como se
subterrâneas.
de Ativos, conhecido pela sigla SAMP
o mesmo fosse previsível.
Porém, antes disso, na ISO 55000
(termo em inglês). Este plano deve conter a
podemos identificar a aplicação de um
estratégia, o ciclo de vida estabelecido para
isolados de média tensão, é comum os
aspecto relevante para as empresas, com
o portfólio de ativos e os indicadores que
gestores
um inventário dos seus ativos. Neste trabalho,
permitirão acompanhar a evolução do estado
passado da alta confiabilidade, e por esse
os cabos elétricos isolados de média tensão,
de conservação.
motivo cria-se o conceito do cisne branco.
que muitas vezes estão instalados de forma
Para monitorar a estratégia, podemos
Contudo, a observação passada não assegura
subterrânea, passaram a ser “descobertos”
aproveitar o conceito do ciclo PDCA
que não ocorra o Cisne Negro, que seria uma
pelas empresas.
disseminado por William Edward Deming,
falha em cabos, quebrando o conceito que até
E o Cisne Negro onde fica nesta história?
O divisor de águas entre a manutenção
Desta forma, Taleb definiu a Lógica do
Trazendo este conceito para os cabos observarem
o
comportamento
que apresenta um resultado efetivo na gestão
então era inquestionável do cisne branco.
permite
de processos, sendo baseado em indicadores
a classificação dos itens críticos. Essa
que acompanham a performance do estado
que a Lógica do Cisne Negro impere nas
classificação é realizada com base em
de conservação dos ativos.
organizações, pois ela evidencia o risco
quatro critérios, sendo eles: valor gerado
Os
performance
existente em todos os ativos, inclusive aqueles
ao negócio; lucro cessante pela falha;
evidenciam o nível de risco em que se
que por muitos anos foram deixados em
risco envolvido na perda do ativo; custo de
encontram estes ativos, subsidiando o gestor
segundo plano como os cabos isolados de
manutenção e reposição.
responsável para direcionar as ações de
média tensão.
A identificação do portfólio de ativos,
desenvolvido
pelo
inventário,
indicadores
de
Portanto, a ISO 55000 auxilia a evitar
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Abril de 2019
81
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética.
As PPPs de iluminação no Brasil
de
investimentos necessários para gerar uma
tendendo a incluir nos processos de PPP
artigos sobre o tema iluminação, iremos
PPP deixam os interessados receosos
outros serviços e atividades que não
tratar do tema PPP (Parceria Público-
quanto à capacidade de cada um de
dizem respeito à iluminação pública, mas
Privada) de iluminação pública neste e em
investir recursos para esta finalidade sem
que podem ser realizados compartilhando
outros artigos em função da importância
ter nem a certeza de que o processo não
a
que o tema tem atingido nos últimos anos.
será abandonado pelo município.
integrando o sistema de telegerenciamento
Nos primeiros meses de 2019, muitos
O LED tem se tornado cada vez mais
a outros sistemas na cidade. Não há dúvida
processos
Dando
sequência
nesta
série
estrutura
da
iluminação
pública
e
concessão
realidade e algumas cidades já estão na
que a iluminação pública pode ser a porta
da iluminação pública dos municípios
fase de avaliação dos investimentos dos
de entrada para uma cidade inteligente,
foram retomados e outros atingiram fases
equipamentos de LED instalados sem PPP,
mas não podemos instalar esta porta de
de divulgação de estudos, audiências
e sem ter um histórico de desempenho
entrada em uma casa sem projeto, sem
públicas ou mesmo a fase de licitações.
dos equipamentos que foram adquiridos
alicerces e sem toda sua estrutura. A
Seja por motivação da execução do plano
nos últimos anos, pois nem todos tem um
implementação
e proposta de governo ou por necessidade
sistema de gerenciamento da manutenção
deveria ser precedida de estudo específico
de aplicar recursos nesta área ou mesmo
da iluminação pública que possa balizar
que demonstre que sua utilização reverte o
por motivação política, é esperado que até
fornecedores e prestadores de serviços.
investimento em benefício em termos de
2020 este número ainda aumente.
Iniciativas
recentemente
economia de energia por dimerização e por
que
tratam
da
como
as
da
própria
telegestão
realizadas pelo BNDES, Caixa e outras
melhor utilização da mão de obra que não
neste mercado de PPPs, a taxa de
entidades,
o
será necessária para realização de rondas.
insucesso dos projetos nos últimos anos,
aumento da credibilidade do processo e
Mas como aplicar esta tecnologia se
desde iniciativas que já são abandonadas
acompanhamento de todos os passos do
atualmente não temos definida a aceitação
ou interrompidas nas fases iniciais, e nem
processo de forma a garantir o correto
da dimerização para fins de redução de
chegam a evoluir para um Edital, até os que
andamento e a implementação da PPP.
carga por parte da distribuidora de energia?
chegam na licitação e esta não é efetivada
A elaboração de estudos e projetos de
Mais uma vez temos a impressão de que
ou quando avança em algum momento o
forma isenta e amparada por profissionais
falta não somente o planejamento correto,
processo não segue até a assinatura do
e
dá
mas a vivência do uso da tecnologia em
contrato de concessão. Ao mesmo tempo
uma maior visibilidade e transparência
benefício do usuário e envolvimento não
que existe uma grande expectativa de bons
para o processo. A discussão com a
somente do provedor de soluções e do
projetos que possam contribuir para uma
sociedade através de audiências públicas
interessado na sua aplicação, mas de
gestão mais eficiente e eficaz da iluminação
e roadshows faz parte desta melhoria do
várias esferas do poder público que têm
das cidades através de novos modelos
cenário das PPPs no Brasil.
por obrigação gerir o sistema seja qual for
como a PPP, esta taxa de insucesso e os
Algumas
É nítido para quem atua especificamente
são
consultores
fundamentais
de
diversas
cidades
para
áreas
também
estão
o modelo de gestão.
82
Quadros e painéis
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos |nunziante@gimi.com.br
Industria 4.0 em painéis elétricos. Essa relação existe? com
de vezes a velocidade do desenvolvimento
industrial deve controlar a vida útil de seus
bastante brevidade e com o objetivo de incitar
científico. Processos industriais passaram a
contatos e através da “integral do tempo
discussões a relação entre a indústria 4.0 e
ser automatizados com o auxílio da eletrônica
x corrente” analisar os contatos e avisar a
os conjuntos de manobra e controle, sejam
e dos sensores.
equipe de manutenção que uma manutenção
de baixa tensão, sejam os de alta tensão. Mas
“A Quarta Revolução Industrial não é
preventiva em seus contatos deverá ocorrer
a pergunta inicial é: o que seria indústria 4.0?
definida por um conjunto de tecnologias
dentro de algum tempo. Falamos também
Prezado
leitor,
abordaremos
Bom, A Quarta Revolução Industrial, ou
emergentes em si mesmas, mas a transição
de monitoramento das condições funcionais
Indústria 4.0, é um conceito desenvolvido
em direção a novos sistemas que foram
dos aparelhos, temperatura poderia ser uma
pelo alemão Klaus Schwab, diretor e fundador
construídos
da
delas como exemplo, onde sensores avisam a
do Fórum Econômico Mundial. Hoje, já é
revolução digital", esclarece Schwab, em
manutenção que as temperaturas dos contatos
reconhecida e adotada por diversos teóricos
seu livro A Quarta Revolução Industrial. As
estão saindo de um padrão que o próprio
da área, segundo os quais o processo de
tecnologias que fazem parte do conjunto da
conjunto estabeleceu ao passar do tempo
desenvolvimento da industrialização atingiu
Indústria 4.0 não estão restritas aos universos
e, quando sai deste padrão, é necessária
uma quarta fase que pela quarta vez afeta e
da nanotecnologia, biotecnologia, robótica,
uma manutenção corretiva, por exemplo, um
transforma fundamentalmente a maneira como
inteligência
armazenamento
reaperto em um ponto de conexão; backup de
vivemos e trabalhamos, mas principalmente
de energia. Falamos em sistemas físicos
parâmetros de proteção e registros de eventos
como nos comunicamos e nos relacionamos.
cibernéticos,
mas,
de relés na nuvem, ou cloud no idioma inglês, o
É, sem sombra de dúvidas, uma mudança
sobretudo, redes. O mundo onde tudo é
que possibilita uma maior proteção dos dados,
de paradigma altamente disruptiva, não
conectado.
mas, sobretudo, disponibilidade deles em
apenas mais uma etapa do desenvolvimento
Se assim é, por que não pensar em
qualquer lugar e em qualquer tempo, mesmo
tecnológico.
conectar, monitorar, medir, controlar, proteger,
se o relé sofra uma pane e tenha seu firmware
A primeira revolução industrial ocorreu na
entre tantas coisas que fazemos usando
e registros todos apagados. Bom, nesse caso,
Inglaterra no fim do século XVIII, modificou
quadros elétricos de baixa e alta tensão, mas
seria necessário apenas substituir o relé que
totalmente a forma de se produzir coisas,
utilizando-se dos conceitos da indústria 4.0?
apresentou o defeito, conectá-lo novamente
antes totalmente artesanal, e que partir do uso
Sensores, relés, controladores, drives, isso
na nuvem, baixar seus parâmetros de ajuste e
de carvão, vapor e ferro revolucionou a vida e
tudo já não está conectado a redes de dados?
tudo volta a funcionar como antes! Tudo isso e
fez surgir o conceito de indústria mecanizada.
Já não acessamos tudo isso apenas com as
muito mais....
A segunda revolução industrial iniciou-se
ferramentas disponíveis nos já consagrados
Ah, mais uma provocação que deixo
no início do século XIX, impulsionada pelo
sistemas de automação e controle que
ao leitor: mas e a segurança de tudo isso?
desenvolvimento da química, da indústria
caracterizam a terceira revolução industrial?
Estaríamos expostos e vulneráveis a ataques
do petróleo, mas, sobretudo, a eletricidade,
Então, para que serviria essa tal indústria 4.0
cibernéticos, badwares ou vírus, entre outros
nossa ilustre arte real. A terceira revolução
em nossas instalações elétricas?
problemas? Essa resposta eu não tenho, caro
industrial ocorreu a partir da segunda metade
Na
do século XX, com o surgimento dos primeiros
monitoramento de vida útil de disjuntores,
Voltamos a esse assunto num futuro
computadores, que multiplicaram por milhões
ou seja, um disjuntor da quarta geração
próximo... Até lá.
sobre
a
artificial internet
verdade,
infraestrutura
e das
estamos
coisas,
falando
em
leitor!!
84
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Abril de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Os cuidados com a “dupla” tensão de alimentação
A aparente facilidade de características
30) da Elspec modelo G4500, com 1024
(THDI) de 35%, com fator de potência
de aparelhos e equipamentos eletrônicos
amostras por ciclo e integração a cada
total próximo a 95% capacitivo e fator
que
meio ciclo.
de potência na frequência fundamental
alimentação ou um limite contínuo em que
O “teste 1” com resultados ilustrados
de 100%. A potência elétrica entregue à
pelo menos duas tensões típicas estejam
na figura 1 possui um driver de 40W/100-
lâmpada foi da ordem de 40 W, próxima da
inseridas
situações
240V e o “teste 2” com resultados na figura
nominal. Entre 160 V e 190 V, o sistema se
não desejáveis e não identificáveis em
2 possui um driver de 20W 100-240V.
mostrou bastante instável. Acima de 200V,
princípio. A falta de informações claras
Durante o ensaio, a tensão de alimentação
os indicadores de qualidade de energia
do comportamento destes equipamentos
foi variada e os resultados são referidos
apresentaram bom comportamento (THDI
nestas tensões (ou range) pode gerar
e devem ser interpretados em relação a
da ordem de 10% e fatores de potência
problemas nas instalações elétricas que
estas tensões de alimentação.
próximo a 100%), porém a potência
alimentarão estas cargas, considerando as
entregue a lâmpada reduziu mais de 10%,
premissas de qualidade de energia. Testes
observar nos testes foi:
possuam
pode
“dupla”
esconder
tensão
de
De uma forma geral o que se pode
atingindo valores da ordem de 35 W. Teste 2 – Com 120 V o conjunto
elétricos efetuados em lâmpadas LED efetuados anteriormente (ver https://www.
Teste 1 – Com 120 V o conjunto
apresentou
osetoreletrico.com.br/fator-de-potencia-
apresentou uma distorção total de corrente
da distorção de corrente e fatores de
e-distorcao-harmonica-de-corrente-emleds/) trouxeram algumas evidências de comportamento indesejáveis de fator de potência e distorções harmônicas em lâmpadas. O teste ora reportado considera o comportamento das correntes harmônicas e outras variáveis em LEDs considerando a alimentação com tensões de alimentação dos drivers que foram variadas em função dos limites de operação dos mesmos. Foram efetuados 10 testes em diferentes combinações de drivers e lâmpadas e ilustramos duas situações particularmente interessantes. Os testes foram efetuados com instrumento classe A (IEC 61000-4-
Figura 1 – Teste 1 – Sistema de 40 W nominal
um
bom
comportamento
85
O Setor Elétrico / Abril de 2019
as de qualidade de energia em particular apresentaram comportamentos distintos quando a tensão de alimentação de cargas de iluminação de dupla tensão de alimentação é variada. Há de se considerar que nas faixas intermediárias onde em geral as tensões não ocorrem (por exemplo 160V) o comportamento pode piorar. A potência entregue as lâmpadas pelo driver também apresentou sensível variação e deve ser considerada como ponto de atenção em função do desempenho fotométrico que deve estar prejudicado.
Figura 2 – Teste 2 – Sistema de 20 W nominal
Demais
testes
efetuados
nesta série estarão disponíveis no site potência,
contudo
entregou
50%
www.acaoenge.com.br/biblioteca
da
de corrente (THDI de 35%) e fatores de
potência a lâmpada quando alimentada
potência total (90% cap) como na própria
em 220V. Nesta situação (220V) notou-se
frequência fundamental.
Agradecimentos ao Professor Alan Nascimento
pela “provocação” e revisão deste texto.
um significativo incremento da distorção
Conclusões: as variáveis elétricas e
86
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Abril de 2019
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).
Novas Normas ABNT NBR ISO 80079 – Partes 36 e 37: avaliação de riscos e tipos de proteção para equipamentos mecânicos “Ex” – Parte 01/02
O
risco
de
ocorrência
de
uma
ignição em áreas classificadas contendo atmosferas explosivas formadas por gases inflamáveis ou poeiras combustíveis é proveniente da existência de fontes de ignição
capazes
de
gerar
centelhas,
faíscas ou altas temperaturas. Estas fontes de ignição podem ser representadas por fontes de energia ou condições que são capazes de provocar a ignição de uma determinada atmosfera explosiva de gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis que estiver presente ao seu redor. Em
uma
instalação
independentemente
do
industrial, tamanho,
complexidade ou porte, podem existir muitas outras fontes de ignição, além daquelas associadas com equipamentos elétricos, de instrumentação, de automação
industriais
ou de telecomunicações.
gerada
Desta
forma,
nas
por
por
equipamentos
ignição
mecânicos
próprias de risco potencial de ignição. Por
este
motivo
estes
equipamentos
e
são registrados desde o início do Século
mecânicos necessitam ser projetados,
equipamentos “Ex” envolvendo atmosferas
20. Desta forma, sob o ponto de vista
dimensionados, avaliados, ensaiados em
explosivas, avaliações de risco e medidas
de segurança industrial em atmosferas
laboratório, certificados e marcados de
adicionais são necessárias para mitigar
explosivas, os equipamentos mecânicos
acordo com os requisitos indicados nas
o risco devido a outras fontes de ignição
também necessitam possuir requisitos
respectivas normas técnicas de tipos de
possíveis,
incluindo
instalações
ocasionadas
equipamentos
construtivos específicos, de forma que
proteção “Ex” para equipamentos não
mecânicos tais como bombas centrífugas,
não possam gerar faíscas ou centelhas ou
elétricos.
ventiladores, compressores alternativos,
pontos quentes, provenientes de atritos de
caixas redutoras de engrenagem, esteiras
partes móveis, por fricção ou por falta de
ABNT as seguintes novas normas sobre
rolantes e elevadores.
lubrificação de suas partes constituintes.
equipamentos mecânicos “Ex”, elaboradas
Equipamentos
mecânicos
são
pela Comissão de Estudo CE 003.031.005
reconhecidos
possuindo
fontes
Casos
históricos
de
acidentes
envolvendo
explosões
em
instalações
como
Em 26/10/2018 foram publicadas pela
do Subcomitê SC-31 do COBEI:
87
O Setor Elétrico / Abril de 2019
exceções, somente o projeto, fabricação,
suas próprias fontes potenciais de ignição.
ABNT NBR ISO 80079-36: Atmosferas
instalação e operação de equipamentos
As
explosivas – Parte 36: Equipamentos não
elétricos para atmosferas explosivas tem
industriais têm mostrado que é essencial
elétricos para utilização em atmosferas
sido abordado nas Normas ABNT NBR
realizar uma avaliação de risco de ignição
explosivas - Métodos e requisitos básicos
ISO e ABNT NBR IEC.
abrangente dos equipamentos mecânicos
experiências
em
instalações
Podem ser citados como exemplos
“Ex”, de forma a identificar todas as fontes
ABNT NBR ISO 80079-37: Atmosferas
de equipamentos mecânicos instalados
potenciais de ignição e determinar se
explosivas – Parte 37: Equipamentos não
em atmosferas explosivas: acoplamentos,
estes equipamentos podem se tornar
elétricos para utilização em atmosferas
bombas, caixas de engrenagens, freios,
fontes efetivas de ignição durante todo o
explosivas
-
tempo de vida útil prevista do equipamento
elétricos:
segurança
Tipos
de
proteção
não
motores
construtiva
“c”,
e
hidráulicos
combinação
de
e
pneumáticos
dispositivos
para
mecânico.
controle de fonte de ignição “b” e imersão
fabricação
em óleo “k”
ventiladores, motores, compressores e
sejam compreendidos e documentados,
de
máquinas,
elevadores,
Uma vez que estes riscos de ignição
montagens de equipamentos.
é então possível definir as medidas
ISO
A Norma ABNT NBR ISO 80079-
necessárias de proteção “Ex”, dependendo
80079-36 aborda os requisitos básicos
36 abrange equipamentos mecânicos e
do nível de proteção do equipamento
e
para
montagens de equipamentos destinadas
(EPL) requerido, de forma a minimizar a
equipamentos mecânicos instalados em
a geração, transferência, armazenagem,
probabilidade destas fontes de ignição se
atmosferas explosivas contendo gases
medição, controle e conversão de energia
tornarem efetivas.
inflamáveis
combustíveis.
ou processamento de material, que são
Até o presente momento, com algumas
capazes de causar uma explosão devido a
A
nova
conceitos
Norma de
ou
ABNT
proteção
poeiras
NBR “Ex”
Continua na próxima edição.
Memórias do Setor
88
O Setor Elétrico / Abril de 2019
por Isabel Regina Felix e Mariana de Andrade* www.energiaesaneamento.org.br
Light e as primeiras subestações de energia de São Paulo que garantiram a infraestrutura necessária
Subestação Central Riachuelo, recentemente
no final do século XIX é considerada um
para o desenvolvimento urbano e industrial
restaurada e transformada em um centro
marco na história da urbanização. No Brasil,
de São Paulo, a empresa teve forte presença,
cultural, na Praça da Bandeira.
o advento da companhia Light há 120
especialmente na capital.
anos promoveu intensas, amplas e rápidas
Subestação Paula Souza, a pioneira
transformações na paisagem paulistana.
a paisagem da cidade modificada
pela instalação de redes elétricas que
Canadá, a The São Paulo Railway, Light and
alimentariam as linhas de bondes e levariam
estrutura transformadora e distribuidora de
Power, Company Ltd tinha como objetivos
a eletricidade para várias áreas da cidade.
energia elétrica do Estado. Inaugurada em
“estabelecer, construir completar, manter
1901 junto da Usina de Parnaíba, primeira
e fazer funcionar obras para a produção,
edificação passa a fazer parte do cotidiano
hidrelétrica a gerar eletricidade para a cidade
utilização e venda e produzir eletricidade
paulistano: as subestações, de onde a energia
de São Paulo, a estrutura compunha o sistema
gerada por vapor e força motora elétrica,
era distribuída para ser levada a diferentes
de energia da Light e foi construída ao lado
a gás, pneumática, mecânica e hidráulica
destinos como bondes, fábricas, comércios,
do rio Tamanduateí. Em princípio, além de
ou outra força qualquer para quaisquer
residências etc. A princípio, apenas a
contribuir para o sistema de iluminação
fins”. O termo “Railway”, na razão social,
Subestação Paula Souza, localizada na região
pública, fornecia energia para os bondes
foi substituído por “Tramway”, limitando
central, cumpria essa função, mas com o
elétricos da Capital. Sua primeira edificação
a atuação da empresa, no que se refere ao
surgimento de novas indústrias e novos
foi considerada uma obra monumental,
transporte, apenas à viação urbana.
bairros, foram sendo construídas outras
contando, em equipamentos, com o que havia
subestações, como Lapa, Ipiranga e Augusta,
de mais moderno e de alta potência à época.
São Paulo, a cidade tinha uma população
entre outras.
próxima de 240 mil habitantes, suas ruas
construído um prédio no complexo da
eram estreitas e existiam diversos núcleos
disponível de forma online mais de mil
subestação, com a instalação do primeiro
populacionais esparsos e separados por áreas
documentos gráficos produzidos pela antiga
equipamento com sistema de isolamento a
não edificadas. A empresa The San Paulo Gas
companhia Light entre 1914 e 1949, e que
gás (GIS). Em 2016, as suas instalações foram
Company Ltd atuava na cidade desde 1872,
registram obras e alterações na cidade. A
novamente modernizadas, com a renovação
quando passou a produzir gás e cuidar da
série “Propriedades da Companhia” revela
de seus equipamentos de alta tensão - com
iluminação por meio de lampiões. Na época,
ao público uma grande variedade de fontes
tecnologia que permite a redução do espaço
a Companhia de Água e Luz do Estado de
gráficas, como projetos de arquitetura e
ocupado e melhoria de performance.
São Paulo era a concorrente da Companhia
engenharia, entre eles desenhos técnicos,
de Gás, fornecendo energia elétrica em
plantas baixas e cartografias que retratam o
*Isabel Regina Felix é Historiadora e
algumas localidades centrais e comerciais da
processo de urbanização da cidade através
Coordenadora de Serviços e Projetos Especiais
cidade, do escurecer até a meia-noite.
das construções realizadas pela Light. Entre
da Fundação Energia e Saneamento e Mariana
esses documentos, encontram-se exemplares
de Andrade é Jornalista e Pesquisadora da
foram fundamentais para o fortalecimento
referentes a diversas subestações de energia
Fundação Energia e Saneamento. Fundação:
da Light no Brasil. Responsável por obras
espalhadas pela Capital, como a antiga
http://www.energiaesaneamento.org.br/
A chegada da energia elétrica às cidades
Fundada em 1899, com sede em Toronto,
Quando a Light se estabeleceu em
As duas primeiras décadas do século XX
Dia a dia seus moradores viam
Nesse contexto, um novo tipo de
A Fundação Energia e Saneamento tem
A subestação Paula Souza é a mais antiga
Mais tarde, na década de 1970, foi
90
Índice de anunciantes ABB 2ª capa new.abb.com/abb-ability Alpha 61 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br Alubar 15 (91) 3754-7155 comercial.cabos@alubar.net www.alubar.net.br Baur do Brasil 27 (11) 2972-5272 atendimento@baurdobrasil.com.br www.baurdobrasil.com.br Beghim 4 e 5 (11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br 30
Brazil WindPower www.brazilwindpower.com.br 40
Cablie (41) 3672-6882 cablie@cablie.com.br www.cablie.com.br 69
Centelha Rio (21) 2195-9200 www.centelhario.com.br sac.centelha@centelhabrasil.com.br Chardon Group 42 (21) 99351-9765 rafael.costa@chardongroup.com www.chardongroup.com.br Cinase 9 (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br Clamper Fascículos e 53 (31) 3689-9500 comunicacao@clamper.com.br www.clamper.com.br Cobrecom 31 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br Condumax / Incesa 25 0800 701 3701 www.condumax.com.br www.incesa.com.br 4ª capa
Conexled (11) 2334-9393 www.conexled.com.br D´Light 3ª capa e Fascículos (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br
O Setor Elétrico / Abril de 2019
EAD O Setor Elétrico 85 www.osetoreletrico.com.br/ead (11) 3872-4404 Eaton 13 0800 00 32866 Vendaschbrasil@eaton.com www.eaton.com.br Elos 39 (41) 3383-9290 elos@elos.com.br www.elos.com.br Embrastec 16 (16) 3103-2021 embrastec@embrastec.com.br www.embrastec.com.br Energy Solutions Show 83 www.energysolutionsshow.com.br Engerey 22 (41) 3022-3050 engerey@engerey.com.br www.engerey.com.br Exponencial 8 (31) 3317-5150 comercial@exponencial.com.br www.exponencialmg.com.br 89
FIEE (11) 3060-4724 comercial@fiee.com.br www.fiee.com.br 17
Gimi Pogliano (11) 4752-9900 atendimento@gimipogliano.com.br www.gimipogliano.com.br 51
Hellerman Tyton 11 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br 21
IFG (51) 3431-3855 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br Intelli 41 (16) 3820-1500 intelli@intelli.com.br www.grupointelli.com.br Itaipu Transformadores 73 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br KitFrame do Brasil 11 (11) 4613-4555 kitframe@kitframe.com.br www.kitframe.com Link of Américas Industrial 49 (21) 2585-3530 www.linkofamericas.com
Maccomevap 87 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br Megabrás 37 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com MonTer Elétrica 61 (11) 4487-6760 montereletrica@montereletrica.com.br www.montereletrica.com.br Novemp Fascículos e 63 (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br 65
Novus 51 3323-3600 www.novus.com.br Onix Distribuidora54 (44) 3233-8500 www.onixcd.com.br Paratec 14 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br Prêmio O Setor Elétrico 47 (11) 3872-4404 www.premioose.com.br 23
Reymaster (41) 3021-5000 www.reymaster.com.br Rittal 59 (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br Sel 33 (19) 3518-2110 vendas@selinc.com.br www.selinc.com.br TE Connectivity 45 Te.energia@te.com www.energy.te.com Techno do Brasil 10 (41) 98717-7000 Mario.adinolfi@sales.techno.it www.technodobrasil.com.br 55
THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br Trael 12 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br 7
Weg (47) 3276-4000 www.weg.net