O Setor Elétrico (edição 159 - Abr/2019)

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Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Cristiane Pinheiro - 25.696-SP cristiane.pinheiro@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta

Suplemento Renováveis

Fascículo: O inversor fotovoltaico Notícias de Mercado Coluna solar: Energia solar fotovoltaica: a próxima onda do mercado livre de energia Coluna eólica: Ventos cada vez mais fortes

10

Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos

19

Fascículos BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão

36

Aula pratica As subestações de entrada de energia e entradas de serviço no Brasil

58

Pesquisas Segmento de quadros e painéis deve crescer 9% este ano

66

CinaseTec A eficiência energética como fator de competitividade e alternativa de transição

70

Destaque Prêmio OSE Eficiência energética e iluminação – Adequação de um sistema de iluminação convencional

74

Espaço 5419 Registrado no Brasil um Super Raio de 249 kA. A NBR 5419:2015 prevê proteção para até 200 kA. E agora, projetista?

76

Espaço SBQEE Um olhar sobre o armazenamento de energia em baterias, energias renováveis e eficiência energética para consumidores residenciais

Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sérgio Roberto Santos. Colaboradores desta edição: Alexandre Rasi Aoki, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Danielly Baminger, Danilo Ferreira de Souza, Eduardo Papa, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Fernando Reis da Cunha, Francisco Gonçalves Jr., Fundação Energia e Saneamento, Hans Rauschmayer, Hélio Eiji Sueta, Isabel Regina Felix, Jefferson A.C. Matias, Jobson Modena, José Starosta, Luciano Rosito, Mariana de Andrade, Marcel Haratz, Nunziante Graziano, Paulo E. Q. M. Barreto, Roberto Musser, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Roberval Bulgarelli Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correio Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

43

78 80 81 82 84 86 88

Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco Luciano Rosito – Iluminação pública Nunziante Graziano – Quadros e painéis José Starosta – Energia com Qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Memórias do Setor Light e as primeiras subestações de energia de São Paulo

3




Editorial

6

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Edição 159

Eficiência energética na ordem do dia

Parece que o tema Eficiência Energética está em pauta em

desde que sejam reconhecidas não apenas como uma forma

algumas empresas brasileiras. Foi o que vimos recentemente

de aprovisionamento de energia sustentável, mas também de

em um workshop organizado pela Mitsubishi Electric para

contribuir com a redução das emissões de gases com efeito

jornalistas (obrigada Mitsubishi Electric pelo convite, além de

de estufa e promover a competitividade econômica. Vamos

aprendermos um pouco mais sobre o assunto, em nível global,

aguardar!

vimos que o tema vai muito além da simples mudança de

lâmpadas para soluções em LED, sem contar que ainda tivemos

de energia em baterias, energias renováveis e eficiência

a oportunidade de visitar o showroom da empresa, localizado

energética para consumidores residenciais. E a seção Prêmio

em Barueri, na Grande São Paulo).

OSE trata da eficiência energética e iluminação, mostrando

a adequação de um sistema de iluminação convencional por

Mas por que estou abordando essa questão? Porque por

Já o Espaço SBQEE traz um olhar sobre o armazenamento

coincidência, ou não, o tema é um dos grandes destaques

soluções LED.

desta edição de abril da revista O Setor Elétrico, sendo o

assunto de capa, por meio da Aula Prática “As subestações

“discutindo” sobre a Eficiência Energética. Parece que São

de entrada de energia e entradas de serviço no Brasil”, artigo

Pedro está um pouco mais energético também. Poucos dias

elaborado pelo consultor técnico Fernando Reis da Cunha.

atrás foi registrado no Brasil, mais especificamente em São

Paulo, um Super Raio de 249 kA, sendo que a NBR 5419:2015

Além deste extraordinário trabalho, notamos que a Eficiência

Mas não é somente na Terra que os seres humanos estão

Energética está presente também na seção CinaseTec, que trata

prevê proteção para até 200 kA. Então fica a pergunta: e agora,

sobre o tema como fator de competitividade e alternativa de

projetista?

transição, abordado pelo especialista em Regulação e Gestão

pela Universidade Federal da Bahia, Roberto Musser. Segundo

bem elaborado pelo professor Danilo Ferreira de Souza,

ele, “percebe-se a possibilidade de que formas alternativas para

coordenador do curso de Graduação em Engenharia Elétrica

a conceituação de eficiência energética sejam consideradas,

da Universidade Federal de Mato Grosso, e pelo doutor Hélio

como um entendimento plural de formas de produção e

Eiji Sueta, chefe adjunto da Divisão Científica de Planejamento,

consumo de energia transpondo a barreira física necessária da

Análise e Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia

existência da rede elétrica”.

e Ambiente da Universidade de São Paulo. Boa leitura e

boa sorte para nós, seres humanos, aqui na Terra, após esse

Ainda de acordo com o especialista, a eficácia da Eficiência

Energética impacta na redução do consumo de energia, e a

A resposta você encontra no Espaço 5419, muito

fenômeno do Super Raio!

eliminação do desperdício energético assume cada vez mais o papel de protagonista. Metas arrojadas na redução do consumo

Abraços,

médio anual passarão a ser instrumentos políticos importantes,

Cristiane Pinheiro

Redes sociais

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Revista O Setor Elétrico



8

Coluna do consultor

O Setor Elétrico / Abril de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

Energia para ir em frente

Enquanto a Agência Nacional de

as previsões e toda discussão que

Energia Elétrica (ANEEL) discute a

busque

RN 482/2012 em audiência pública

e

presencial em Fortaleza e os impactos

importante. A bandeira verde de Abril

financeiros na geração distribuída

poderá minorar a situação neste instante,

(GD), o mercado como um todo dá

que é grave, considerando a previsão

sinais de começar a se mexer mesmo

de aumento bem menor assumida pelo

com retardamento dos prazos acima

mercado consumidor e consultorias.

do esperado.

Há de se tomar cuidado com os

“milagrosos”

No primeiro ponto, a constatação

a

estabilidade

segurança

de

operacional

preços é

economizadores

muito

de

da Agência seria que o atual modelo

energia sempre ofertados aos mais

definido

normativa

incautos nestas épocas em que a

deveria ser restrito à capacidade de

pela

resolução

energia sobe, e que mereceriam melhor

cada distribuidora, sendo assim seria

atenção de nossas autoridades que

gerado um “gatilho” para cada situação

tentam fazer cumprir a lei. Basta testar

de cada distribuidora, quando então a

estas caixinhas pretas enganadoras de

compensação da energia gerada e a

forma adequada e observar que não

consumida não teriam mais a mesma

valem para nada. Um engodo concebido

proporção de custos equivalentes.

e comercializado por estelionatários.

Em outras palavras, o modelo parece

Todo cuidado é pouco.

soar como injusto aos consumidores

Os eventos relacionados ao nosso

que não optaram por efetuar as suas

setor elétrico em 2019 são vários,

GD’s e também às distribuidoras

destacando-se

que têm suas redes utilizadas sem

(Florianópolis, Belo Horizonte, Cuiabá e

remuneração pelo modelo tarifário.

Recife); e a XIII CBQEE (Conferência

Um bom debate, que esperamos que

Brasileira sobre Qualidade da Energia)

possa trazer boas oportunidades a

em 01 a 04 de setembro nas instalações

todos e não emperre o crescente e

da Escola de Engenharia Mauá em

necessário mercado de GD. Há de se

São Caetano do Sul – SP. Excelentes

considerar que o aumento concedido

oportunidades para os desenvolvimentos

pela ANEEL neste 2019 para algumas

técnico e profissional. Boa sorte e bons

distribuidoras no Sudeste extrapolam

negócios a todos!

o

itinerante

CINASE



Painel de mercado

10

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Aneel apresenta balanço inédito sobre avanços na regulação da distribuição de energia Operação referente a dezembro de 2018 possui 81% dos valores em aberto por conta de liminares do GSF vigentes

A Aneel – Agência Nacional de Energia

entre 2011 e 2014, com queda dos indicadores

Elétrica é a primeira agência reguladora a

entre 2015 e 2016 e retomada a partir de 2017

apresentar a ARR - Avaliação de Resultado

rumo à expectativa regulatória. Já em relação

Regulatório, na qual faz balanço de sua atuação

à rentabilidade, o setor ficou abaixo do custo

na área de distribuição nas últimas duas

médio ponderado de capital regulatório de

décadas. O documento mostra importantes

2012 em diante, sendo que as distribuidoras

avanços na qualidade dos serviços prestados

privadas em particular alcançaram retornos

ao consumidor. Entre 2001 e 2017, por exemplo,

médios superiores a este indicador no período

a frequência das interrupções no fornecimento

de análise. Dados preliminares de 2018 indicam

de energia por unidade consumidora teve uma

uma substancial melhora da solidez do setor.

queda de 44,6% no país, passando de 14,8

para 8,2 cortes no abastecimento por ano.

mostra que a maioria dos indicadores encontra-se

Outro indicador importante da qualidade,

dentro dos valores regulatórios de referência, como

segundo a avaliação da agência, que mede

FER - Frequência de Reclamações, INS - Índice

a duração média das interrupções, mostrou

de Nível de Serviço, IAb - Índices de Abandono

importante melhora, com queda de 16,5% entre

de Chamadas e ICO - Chamadas Ocupadas. Por

2001 e 2017, passando de 15,8 horas/ano

outro lado, o percentual de serviços entregues

para 13,2 horas anuais. A melhora nesse índice

fora do prazo aumentou ligeiramente entre 2011 e

concentrou-se particularmente nos últimos dois anos

2017 (de 2% para 3,5%) e o Índice de Satisfação

e a perspectiva é de evolução ainda maior esse ano.

do Consumidor permaneceu próximo à expectativa

regulatória no período.

No que se refere ao acesso aos serviços

Quanto ao atendimento comercial, a avaliação

de energia, o resultado aponta que a taxa de

universalização subiu de 95%, em 2001, para

dias até 26 de abril de 2019. Durante esse

99% em 2014, e segue avançando desde então

período, contribuições e sugestões podem ser

rumo à universalização plena.

enviadas à Aneel pelo e-mail cp003_2019@

aneel.gov.br.

A parcela da tarifa relacionada ao serviço

distribuição,

um

dos

componentes

que

A ARR ficará em consulta pública por 60

O estudo permite ao órgão uma análise

compõem a tarifa paga pelo consumidor, caiu

detalhada

sobre

abordagens

regulatórias

52% de 2001 para 2017, passando de R$ 208

que alcançaram seus objetivos, bem como a

por MWh para R$ 99 o MWh, o que mostra o

identificação de oportunidades de melhoria que

impacto da atuação da ANEEL para assegurar

reforçam o compromisso da Agência com a

o compartilhamento, com os consumidores, dos

excelência na regulação do setor.

ganhos de produtividade das empresas.

Segundo os dados, as perdas comerciais de

aprimorar a regulação, a Aneel pode repensar

energia (furto) registraram pouca flutuação entre

a natureza e a intensidade do impacto de cada

2005 e 2017, iniciando e concluindo o período

um dos mecanismos regulatórios em empresas

no patamar de 14% sobre o mercado de baixa

de diferentes características. Há indícios de que

tensão, sendo que as distribuidoras privadas

alguns mecanismos podem ser reformulados, e

especificamente reduziram em 31% (de 7,9%

outros, ajustados em sua intensidade. O princípio

para 5,4%) no período.

é valer-se de incentivos econômicos e de uma

Uma das conclusões do estudo é que, para

Em relação à sustentabilidade econômico-

lógica de mercado para acelerar a evolução do

financeira, a capacidade de endividamento do

segmento em um contexto de transformação

setor permaneceu dentro do valor de referência

tecnológica.



Painel de mercado

12

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Setor de energia tem terceira maior alta em fusões e aquisições dos últimos 20 anos

O setor de energia registrou a terceira

2018,

a

maioria

foi

doméstica

(empresa de capital majoritário estrangeiro

(33),

maior alta em fusões e aquisições dos últimos

sendo ainda 11 do tipo CB1 (empresa

adquirindo,

20 anos. Os dados são de uma pesquisa

de

estrangeiro

empresa estabelecida no exterior).

realizada trimestralmente pela KPMG. No

adquirindo,

capital

"O

acumulado de 2018, foram realizadas 55

empresa estabelecida no Brasil), 1 CB2

domésticas indica que o mercado de energia

transações, ficando atrás apenas das médias

(companhia de capital majoritário brasileiro

está aquecido em linha com o mercado

alcançadas em 2014 (56) e em 2006 (61).

adquirindo, de estrangeiros, capital de

mundial. O destaque do ano passado

Desse total, grande parte foi realizada por

empresa estabelecida no exterior), 4 CB3

também ficou com as operações realizadas

empresas de energia renovável (31). Já se

(empresa de capital majoritário brasileiro

por empresas de energia renováveis que

compararmos o ano passado com 2017,

adquirindo, de estrangeiros, capital de

aumentando a cada ano em linha com

houve um aumento no número de negócios

empresa estabelecida no Brasil), 5 CB4

a tendência de uma mudança da matriz

fechados de quase 31

(Empresa de capital majoritário estrangeiro

energética de carbono para renovável",

adquirindo, de estrangeiros, capital de

analisa o sócio da KPMG, Paulo Guilherme

empresa estabelecida no Brasil) e 1 CB5

Coimbra.

das

De acordo ainda com o levantamento, 55

operações

realizadas

em

capital

majoritário de

brasileiros,

de

de

grande

brasileiros, número

de

capital

de

transações

Fusões e aquisições em energia – 1998 a 2018

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

55

42

32

29

56

33

30

42

36

19

24

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

2000

1999

1998

25

61

16

12

17

16

36

20

10

11


13

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Consumo de energia tem queda de 2,6% em março Carnaval é o principal motivo desse redução

O consumo de energia elétrica no país

teve uma redução de 2,6%, em março quando comparados ao mesmo período de 2018. As informações são do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que traz dados prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais. O fato do feriado de Carnaval ter ocorrido em março de 2019 é o principal motivo para a redução do consumo no SIN

influenciados

- Sistema Interligado Nacional que atingiu

Suprimindo tal efeito, observa-se queda

63.923 MWmédios, montante de energia

de 4,5% para os livres e de 2,5% para os

menor do que os 65.619 MWmédios no

especiais. Os autoprodutores diminuíram

mesmo período do ano passado.

seu consumo em 7,4%.

O

ACR

(cativo)

Contratação

-

Regulada,

consumidores

são

Ambiente

de

no

os

qual

atendidos

por

esta

migração.

Os segmentos da indústria avaliados pela

CCEE,

incluindo

dados

de

pelas

autoprodutores, varejistas, consumidores

distribuidoras (onde estão inseridos os

livres e especiais, que registraram maior

consumidores

comerciais,

crescimento de consumo foram: transporte

industriais, rurais, serviços, iluminação

(19,9%) e bebidas (18,8%) e saneamento

pública e outros), apresentou queda no

(7,5%). A expansão desses setores está

consumo de 3,2% em relação a março

vinculada à migração dos consumidores

de 2018, considerando a mudança de

para o mercado livre. Ao excluirmos a

clientes cativos para o ACL - Ambiente de

migração para o ACL, verificamos para

Contratação Livre, no qual as empresas

os mesmos ramos: bebidas (5,7%) e

compram

dos

transporte (2,3%). O ramo com pior

de

desempenho foi metalurgia e produtos de

energia

fornecedores atividade

residenciais,

(com

diretamente consumidores

industrial/comercial/serviços).

Excluindo o impacto das migrações, o ACR registraria diminuição de 1,8%.

metal (-10,3%). O

InfoMercado

Semanal

Dinâmico

também apresenta estimativa da produção

No ACL o consumo teve decréscimo

das usinas hidrelétricas, eólicas e térmicas.

de 1,2%, em relação ao mesmo período

Nesta edição aponta que as eólicas tiveram

do ano passado. Eliminando o impacto

uma elevação de 16,4%, sendo que as

da migração de novas cargas, o ACL

hidráulicas e térmicas apresentaram queda

apresentaria queda de 4,6%, na mesma

de 3,3% e 5,0%, respectivamente. A queda

comparação.

das térmicas foi devido, principalmente,

Os

consumidores

apresentaram

redução

os

aumentaram

especiais

de

livres

2,7%, em

7,6%,

às usinas termelétricas a óleo (-46,7%) e termelétricas bi-combustível (-31,5%).


Painel de empresas

14

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Por Adriana Dorante

Cablie aposta na expansão de sua linha de cabos de controle blindado Com vasta experiência no mercado, empresa investe em cabos especiais de alta qualidade para atender o setor elétrico dentro dos melhores padrões exigidos pelo mercado

Originada de um experiência de 60 anos

Foi pioneira no desenvolvimento da linha de cabos

no mercado de condutores elétricos, a Cablie,

submarinos e cabos de fibra ótica em conjunto com

localizada no Paraná, aposta na expansão de sua

a Universidade de Campinas (Unicamp).

linha especial de cabos de controle blindado para

segmento industrial e para subestação de energia.

instalados desde meados de 1978. Um deles

A fábrica foi implementada em 2016, especialmente

ligando o bairro de Jacarepaguá ao bairro Cidade

para a produção dessa linha de cabos. No total, a

de Deus, no Rio de Janeiro, e o outro, ligando

companhia oferece três tipos de cabos de controle

Florianópolis, com o restante do Estado de Santa

blindado: com fita de alumínio 0,6/1kv, com fita

Catarina, pela ponte Hercílio Luz.

de cobre 0,6/1kv e com trança de cobre 0,6/1kv,

lançado neste ano.

telefônicos, foi a primeira empresa a lançar os fios e

cabos antichamas. Também foi uma das primeiras a

No setor elétrico, o produto é aplicado em

Os primeiros cabos de fibra ótica ainda estão

Líder de mercado também no ramo de fios

circuitos de controle, comando e sinalização, ligação

fabricar cabos de alta tensão a seco.

de máquinas, botoeiras, cabeamento estruturado,

alimentação, sistemas micro processados, em

das empresas de engenharia e distribuição e

plantas industriais, automação de processos em

geração de energia, é inaugurada, com apoio do

subestação, em instalações onde se necessita de

governo do Estado por meio do programa Paraná

descarga eletrostática e em locais com campos de

Bom Emprego, a empresa Comando Cabos de

interferências externas.

Controle Ltda. O entanto, é vendida em 2012 para

um grupo paranaense do segmento com grande

Os cabos especiais são personalizados de

acordo com a necessidade do cliente. “O produto

Em 2003, para atender às novas necessidades

tradição e experiência.

é o nosso carro-chefe e vem de uma trajetória

Em 2016 surge a Cablie numa moderna

de muitos anos de experiência nesse mercado,

planta para fabricação de cabos especiais. Com

atendendo clientes e revendedores de todo o

cerca de 30 funcionários especializados, um dos

Brasil”, afirmou Pedro Iacono, sócio-fundador e

seus diferenciais é o laboratório de testes de

diretor da Cablie.

qualidade de seus produtos dentro da fábrica, além de sua alta eficiência no atendimento

Herança

pós-venda. “Mesmo sendo cabos especiais,

A Cablie carrega anos de história originada

que precisam ser moldados aos clientes,

da Condugel S/A, em 1959, na época a maior

conseguimos produzir e entregar rapidamente os

empresa brasileira no setor de fios e cabos elétricos.

pedidos”, disse Iacono.



Painel de empresas

16

O Setor Elétrico / Abril de 2019

SEL realiza seminário-aula sobre nova tecnologia para relés de proteção Tecnologia de relés de proteção no domínio do tempo, já desenvolvida pela SEL, introduz uma nova maneira de se fazer proteção

A SEL realizou em março, em Campinas,

de fazer a localização de faltas através de

de

ondas viajantes em tempo real com apenas

apresentar ao setor elétrico ‘Conceitos

1 terminal. Sua oscilgrafia de alta resolução

e fundamentos de proteção no domínio

possibilita que os engenheiros analisem

do tempo’ juntamente com professores e

fenômenos que não podem ser detectados

pesquisadores da UnB - Universidade de

utilizando

Brasília. A ideia do evento foi popularizar

desempenho de um disjuntor ou um isolador

uma nova tecnologia de relés de proteção,

que está com sua capacidade de isolação

trazendo aos seus clientes fundamentos,

comprometida, permitindo até a detecção

vantagens

antecipada de uma falta antes que ela se

um

seminário-aula

e

com

aplicações

o

objetivo

da

tecnologia.

relés

convencionais,

como

o

Baseado nesse conceito, a SEL desenvolveu

instale no sistema.

o primeiro rele digital de proteção no domínio

do tempo, o SEL-T400L.

no domínio do tempo utiliza basicamente duas

“A tecnologia de proteção no domínio

grandezas em seus algoritmos: grandezas

do tempo é, sem dúvida, uma das maiores

incrementais e ondas viajantes. As grandezas

revoluções

últimos

incrementais podem ser entendidas como

tempos. Mais do que a introdução de uma

a diferença entre um sistema com falta e o

nova tecnologia, ela introduz um novo

mesmo sistema em operação normal com

conceito, uma nova maneira em se pensar

carga. Já as ondas viajantes são frentes de

e fazer proteção. Os tempos de atuação

ondas de alta frequência geradas quando

ultrarrápidos, a localização de faltas com

ocorre algum distúrbio na rede, como uma

ondas viajantes em tempo real por apenas

falta por exemplo.

um terminal, e a possibilidade de "prever"

“O SEL-T400L utiliza as grandezas

faltas e agir antes que elas ocorram é algo

incrementais na operação da proteção

que o mercado não espera, mas necessita”,

direcional, TD32, e na proteção de distância,

destacou Armando Guzman-Casillas, gerente

TD21; e utiliza as ondas viajantes para

de Pesquisa e Desenvolvimento da SEL.

proteção direcional TW32, para proteção

diferencial TW87 e para localização de faltas

na

proteção

dos

Segundo ele, a Proteção no Domínio do

Na teoria, segundo Guzman, a proteção

Tempo tem como sua principal característica

em tempo real”, disse.

a velocidade. Um rele que opere com essa

Uma

vez

que

falha

tecnologia é capaz de detectar uma falta e

parametrização

dos

relés

enviar um sinal de trip para o disjuntor em até

principais causas de operação indevida

1 ms, algo inacreditável. “Com a interrupção

nos equipamentos, um relé com um número

ultrarrápida

de

reduzido ajustes confere maior segurança às

transmissão, conseguimos diminuir os danos

aplicações. “Atualmente, o equipamento da

causados em equipamentos e melhorar a

SEL possui apenas nove ajustes chaves para

estabilidade do sistema como um todo”,

operação da proteção. Quanto aos testes,

destacou.

já existe no mercado uma mala de testes da

das

faltas

em

linhas

humana é

uma

na das

O gerente explicou que o SEL-T400L é

Omicron, a CMTW-D, que pode ser utilizada

capaz de detectar uma falta e atuar em até

para testar o relé com essa tecnologia”,

1ms. Além disso, é o único no mercado capaz

completou.



Painel de produtos

18

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões.

Tramontina apresenta nova linha de plugues e tomadas industriais www.tramontina.com.br

A Tramontina lança nova linha de plugues e tomadas industriais, acrescentando mais opções à já extensa gama

de materiais elétricos da empresa. A linha é composta de plugues móveis, tomadas de acoplamento, tomadas de embutir e de sobrepor. As tomadas estão disponíveis em tensões de 220V e 250V – identificadas pela cor azul - e de 380 V e 415V - na cor vermelha -, em frequências de 50hz e 60hz. Os plugues encontram-se em tensões 220V e 380V e toda a linha pode ser adquirida nos modelos 2P+T, 3P+T e 2P+T+N, com 16A e 32A. As tomadas de embutir, de sobrepor e de acoplamento possuem capa de proteção dos terminais de conexão.

Instrutherm apresenta medidor de nível a laser com alcance de até 20 metros www.instrutherm.com.br

A Instrutherm lança para o segmento de construção, arquitetura e decoração o NL-20, um medidor de nível

a laser com alcance de até 20 metros. O aparelho possui compensador de amortecimento para garantir rápido tempo de nivelamento; linha do laser horizontal e vertical de alta visibilidade; design compacto para fácil transporte; invólucro emborrachado para proteção contra poeira e respingo d’água; sistema de travamento do pêndulo, com o objetivo de evitar danos às vibrações de transporte, e linha do laser para uso em ambientes externos. O comprimento de onda do laser do NL-20 é de 635nm, com precisão vertical de ±2,5mm @10m e precisão horizontal e ±3mm @3m. O equipamento também conta com nivelamento automático de ±4° ±0,5° e escala de 20 m.

Cummins anuncia lançamento da série de geradores a gás HSK78G www.cummins.com.br A nova série de geradores a gás HSK78G da Cummins está prestes a chegar ao Brasil. Com potência unitária de até 2.0MW a partir de um motor de 78 litros, a nova série foi projetada para fornecer energia confiável para as mais variadas fontes de gás combustível ou condições de operação.

Os modelos HSK78G, adequados para aplicações agrícola, mineração e

manufatura, entre muitas outras, foram projetados para levar os limites do desempenho a extremos e, ao mesmo tempo, atingir um baixo custo total para o proprietário (TCO). A alta eficiência elétrica é alcançada em uma ampla faixa de composição de gás natural sem afetar a potência e a eficiência; a flexibilidade do combustível permite a utilização de fontes de baixo teor de metano, como biogás, além disto a nova série foi desenvolvida para operar em temperaturas quentes (até 55° C) e altas altitudes.

Os modelos HSK78G são mais limpos, fornecendo uma alta eficiência elétrica de até 44,2% (50Hz) e 43,5% (60Hz) em uma ampla faixa

de gás natural de tubulação até 70MN sem afetar a potência e a eficiência. A eficiência é mantida com ajustes automáticos do motor para compensar as mudanças na qualidade do combustível e o rápido desempenho da carga - tudo isso sem a necessidade de calibrar ou desligar o motor.

A Cummins projetou a nova série HSK78G para oferecer a densidade de potência de saída líder do setor com design compacto do motor

V12. A baixa capacidade de emissões de NOx de até 250 mg, oferece conformidade com regulamentações globais, sem a necessidade de redução catalítica seletiva (SCR), melhorando as condições de segurança e reduzindo a área total do sistema.


Fascículos

Apoio

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

20

Francisco Gonçalves Jr. Capítulo IV Os processos de compatibilização de projetos na construção civil e o BIM - Formas de fazer compatibilização de projetos na construção civil - Desafios da compatibilização de projetos - Sistemas para compatibilização - Interoperabilidade e o BCF: conceitos importantes para compatibilização

Equipamentos para ensaios em campo

26

Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta Capítulo IV - Testes em campo de transformadores de corrente e de potencial de alta tensão - Introdução - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

Linhas elétricas para baixa tensão

32

Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo IV – Tipos de linhas elétricas - Considerações preliminares - Tipos de linhas elétricas


Apoio

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

20

Por Francisco Gonçalves Jr.*

Capítulo IV Os processos de compatibilização de projetos na construção civil e o BIM

A compatibilização de projetos na construção civil serve para

de ferramentas computacionais no mercado. As pranchas eram

verificar o que foi traçado pelos diversos projetistas, a fim de evitar

impressas, comparadas e analisadas a olho nu. Essa sobreposição

interferências entre os projetos elétrico, hidrossanitário e estrutural,

manual de desenhos era aplicada para identificar os problemas,

por exemplo. Mais do que isso: a compatibilização integra as

que seriam posteriormente documentados com a apresentação

soluções, desde arquitetônica até instalações. Pensando nisso,

das devidas alterações para solucioná-los. A desvantagem desse

vamos mostrar, ao longo deste artigo, as principais maneiras de

processo é óbvia: além de demorado (imagine aplicar isso no projeto

se fazer a análise de interferências e os diferenciais do uso do BIM

de um prédio comercial), o risco de erros é alto, devido ao grande

nessa tarefa. Afinal, uma das grandes vantagens de se utilizar o BIM

volume de informações que devem ser verificadas.

é garantir a compatibilização automática e segura. A análise de interferências deve ser realizada antes da execução da obra, já que um bom projeto precisa estar redondo para evitar contratempos que possam encarecer o trabalho, atrasar o cronograma das obras, ou que desperdiçar o tempo dos profissionais com retrabalho.

Fascículo

A forma mais tradicional de se fazer a compatibilização de projetos na construção civil é com a sobreposição dos desenhos, manualmente ou com desenhos CAD 2D. Essa técnica sempre funcionou bem, no entanto, se pensarmos na quantidade de disciplinas e de detalhes que existem hoje, fica quase impossível analisar interferências com precisão. Imagine checar projetos estruturais, hidrossanitários, elétricos, de telecomunicações, segurança, climatização, preventivo de incêndio, entre tantos outros itens que variam conforme a demanda da edificação.

Formas de fazer compatibilização de projetos na construção civil

Figura 1 – Compatibilização manual com projetos impressos

2. Com programas CAD 2D: é uma forma um pouco menos desgastante e demorada se comparada ao método manual, mas continua limitada e ineficiente na detecção de interferências dos projetos prediais estruturais e complementares. Os desenhos não são legíveis a ponto de conseguir verificar todos os detalhes de

1. Manual com projetos impressos: trata-se de uma maneira

plantas, cortes e elevações, pois não possuem o volume 3D e a

tradicional, muito utilizada quando ainda não era comum o uso

responsabilidade ainda fica a cargo da interpretação de cada analista.


21

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Figura 3 – Compatibilização com desenhos 3D BIM

Desafios da compatibilização de projetos Sabemos que economia e otimização de processos são itens Figura 2 – Compatibilização com programas CAD 2D

muito buscados pelo setor de construção para driblar períodos de crise e escassez de mão de obra. A compatibilização de projetos se

3. Com modelagem de informação BIM: essa maneira de realizar

apresenta, portanto, como uma ferramenta essencial para garantir

a compatibilização de projetos na construção civil é possível com

uma execução mais segura. Neste sentido, listei abaixo quatro

a concepção de projetos em BIM. Além do desenho em 3D, o BIM

desafios que o Brasil ainda enfrenta e que impedem a incorporação

inclui elementos paramétricos, ou seja, ele une o desenho aos dados

desse processo na rotina da construção civil.

necessários para se avaliar interferências, antecipar problemas e para garantir a execução eficiente do projeto, evitando, por exemplo,

1. Prazos curtos: com cronogramas cada vez mais apertados, a etapa

refações e desperdícios de materiais. Com sistemas especializados em

de análise de interferências dos projetos fica em segundo plano. Isso

BIM, também é possível efetuar rapidamente diversas simulações,

porque é preciso reunir os diversos desenhos criados, estudá-los

contemplando diferentes cenários e antecipando as dificuldades.

com atenção e corrigir possíveis falhas que possam comprometer a


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Fascículo

BIM - Building Information Modeling

22

integração dos projetos. Como fazer a compatibilização de projetos

melhorias. A quantidade de disciplinas e profissionais envolvidos em

em meio a prazos curtos? É preciso investir mais em planejamento

uma obra traz outros desafios para a compatibilização de projetos,

e análise para reduzir o tempo de execução. Quando os projetos

como a necessidade de uniformizar programas, nomenclaturas e

são analisados com atenção e tempo adequado, os retrabalhos e

linguagens. A padronização ajuda a criar uma unidade de informação

imprevistos são reduzidos. Além disso, uma recomendação é criar

e apresentação do projeto, o que facilita a análise de interferências.

projetos em BIM. Apesar dos diversos entraves que ainda existem para a adoção do BIM na engenharia civil, a tecnologia de modelagem

4. Comunicação, integração e coordenação: essas três palavras

de informações consegue automatizar os processos de análise e

são o ponto de partida para incluir o BIM na construção civil,

aumentar a confiabilidade da compatibilização.

especialmente pela sua vantagem na compatibilização de projetos. É preciso reunir projetistas, executores e arquitetos para estabelecer um

2. Visualização de situações 3D a partir de desenhos 2D: já comentei

fluxo de comunicação entre eles, ou seja, deve-se pensar em um novo

que a análise baseada apenas no desenho 2D, que em 3D certamente

workflow de trabalho na figura de um coordenador de projetos. Assim

é melhor, não consegue incluir os elementos paramétricos. Ou seja, a

como comentei nos desafios da aplicação do BIM na construção civil,

compatibilização de projetos fica incompleta, pois não abrange todas

é preciso estimular a colaboração entre os profissionais envolvidos

as informações necessárias para sugestão de melhorias e para detecção

para garantir uma análise adequada dos projetos. Isso tudo está

de interferências entre as diversas disciplinas. A recomendação, neste

relacionado com o conceito de engenharia simultânea, que engloba a

caso, é fazer a compatibilização de projetos na construção civil com a

cooperação e o consenso entre os envolvidos no desenvolvimento, o

tecnologia BIM, para garantir a visualização 3D e as informações de

emprego de recursos computacionais e a utilização de metodologias.

cada projeto, com a possibilidade de alterações automatizadas.

Sistemas para compatibilização

3. Diversidade de disciplinas: ao analisar projetos, os profissionais se deparam com informações de diversas áreas. Não basta somente

Existem sistemas especializados para compatibilização como:

comparar desenhos para checar as interferências, é necessário

TeklaBIMSight, Naviswork e Solibri, e softwares de autoria que

ter embasamento técnico para analisar as informações e sugerir

também possuem essa funcionalidade como o QiBuilder que, a


23

Apoio

partir da importação dos modelos em IFC (Industry Foundation Classes), apontam as interferências baseadas em normas de órgãos como Corpo de Bombeiros e Prefeituras, além de possibilitar a

prefeituras, bombeiros e demais órgãos. O Guia ASBEA possui algumas classificações para a análise de interferências ou Clash Detection:

compatibilização geométrica 3D do modelo. Com esses sistemas, é possível fazer a checagem automática,

- Soft clash: componentes que não respeitam uma distância mínima

gerência das interferências, solução de conflitos, emissão de

exigida em relação a outro elemento ou sistema;

relatórios e até funções mais sofisticadas, pois permite criar regras

- Hard clash: componentes que se sobrepõem;

mais detalhadas, além de personalizar filtros para que o sistema

- Time clash: elementos que podem se colidir ao longo do tempo,

faça diversas detecções. Podemos incluir nessas análises: rotas de

como durante a construção ou o uso do edifício.

fuga, acessibilidade e parâmetros para atendimento de normas de

A figura: “Etapas do processo de compatibilização” descreve uma opção de processo para cada etapa da compatibilização baseado na criação de um modelo federado em IFC com a integração de todas as disciplinas para compatibilização.

Figura 4 – Exemplo de um Clash detection

Figura 5 – Etapas do processo de compatibilização. Fonte: Guia ASBEA (2015)


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BIM - Building Information Modeling

24

No fluxo de projetos em BIM, o IFC pode ser utilizado para

a presença de uma colisão, quando, na realidade, ela é intrínseca

compatibilização, colaboração, validação, extração de quantitativo,

ao processo construtivo, como ocorre na situação dos eletrodutos

geração de relatórios, visualização do cliente, entre outros. Na figura:

embutidos em uma Laje.

“Modelo de projeto integrado” pode-se verificar o IFC dos modelos

Na figura 7, “Análise de interferências na ferramenta QiBuilder”,

separados e combinados aos projetos de arquitetura, estrutura e

é possível observar a seleção da análise somente dos “Condutos” do

instalações de um edifício.

projeto elétrico com o “Pilar” e a “Viga” do projeto estrutural.

Figura 6 – Modelo de projeto integrado em IFC

Figura 7 – Análise de interferências na ferramenta QiBuilder

Interoperabilidade e o BCF: conceitos importantes para compatibilização

2 – Identificadas as interferências entre os modelos em 3D, são

Interoperabilidade é a capacidade de um sistema BIM se

gerados documentos BCF com a posição da câmera que exibe o conflito e os respectivos comentários. 3 – Indica-se as ações que devem ser tomadas pelos respectivos

comunicar de forma transparente com outro sistema. O fluxo de

projetistas.

projeto onde o IFC é utilizado com ferramenta de interoperabilidade

4- Os projetistas recebem essas informações no arquivo BCF, para

é definido com OpenBim, no qual cada projetista utiliza um software

análise das situações e alteração nos seus respectivos modelos, a fim

especializado para sua disciplina Elétrica, Hidráulica, Estrutura

de resolver todos os conflitos detectados.

para elaboração do projeto e exportação dele em IFC para análise de interferências em outra ferramenta. A interoperabilidade requer uma troca de informações e revisões constante entre todos envolvidos no projeto. Para aperfeiçoar o fluxo de informações e a colaboração entre os projetistas, foi desenvolvido um padrão aberto, baseado na linguagem eXtensible Markup Language (XML), denominado BCF – BIM Collaboration Format, responsável por codificar e transmitir os problemas encontrados no modelo BIM de um software para

Fascículo

outro informando apenas as situações inconsistentes encontradas no modelo.

Figura 8 – Geração da nota BCF na ferramenta QiBuilder

O workflow de compatibilização pode ocorre da seguinte forma:

colaboração, como o BIMCollab, que permite efetuar a comunicação

Para esse fluxo, é possível utilizar ferramentas específicas de de forma eficaz, ordenada, documentada e com total rastreabilidade,

1 – Análise de interferências ou Clash Detection entre os modelos

visando à validação do modelo.

IFC das disciplinas. Utiliza-se as ferramentas de análise e

Essas aplicações permitem que as equipes trabalhem em uma

compatibilização como Solibri, Navisworks, TeklaBimSight ou que

plataforma na nuvem, com gerenciamento de arquivos, revisões,

possuem esse recurso como o QiBuilder.

diferentes níveis de permissões e integração plena em tempo real. No fluxo BIM, a compatibilização ocorre de acordo com as fases

Nessas ferramentas, é possível selecionar quais elementos de

de projeto, com intuito de que, no decorrer delas, os problemas

cada disciplina de projeto serão verificados e as suas interferências.

sejam identificados, estratificados, priorizados e resolvidos por

Desta forma, é possível gerar maior precisão e assertividade na

cada projetista. Essa evolução da resolução dos problemas pode ser

compatibilização evitando “falsos positivos”, neles o resultado indica

visualizada através de relatórios com apresentado na figura relatório


25

Apoio

Figura 9 – Gerenciamento do fluxo da compatibilização

da compatibilização. Após os ciclos de compatibilização executados e atingindo a maturidade do modelo, sendo possível utilizá-lo para geração da documentação, quantitativos e detalhes executivos finais da edificação

Figura 10 – Relatório de compatibilização

Como já descrevemos no artigo sobre a comparação entre os processos utilizados na análise de interferências. Essa importante etapa do cronograma de projetos é facilitada com o uso da tecnologia BIM, afinal, é possível realizar tanto a análise baseada no desenho, como a verificação dos cumprimentos de normas, de detalhamentos e elementos paramétricos de cada projeto, pois o BIM une desenho 3D e informação. Ou seja, a modelagem da informação gera um projeto totalmente integrado com intercâmbio de informações entre todas as disciplinas envolvidas, gerando um ganho incomparável para todos os envolvidos no ciclo da construção. *Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, Pós-Graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM - Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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Equipamentos para ensaios em campo

26

Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*

Capítulo IV Testes em campo de transformadores de corrente e de potencial de alta tensão 1- Introdução Os transformadores de potencial de alta tensão, basicamente,

até o nível ideal, sempre tomando-se cuidado em vedar a tampa para impedir a entrada de umidade; • inspeção visual do estado das porcelanas e de possíveis pontos de

podem ser dos tipos: convencional ou indutivo e a divisor capacitivo,

corrosão no tanque;

que podem ser aplicados de acordo com aspectos econômicos e nível

• inspeção visual das conexões nos enrolamentos secundários dos

de tensão do sistema a serem instalados. Ambos operam em paralelo

equipamentos e verificação das caixas de terminais;

com a linha com o objetivo de fornecer medição da tensão do circuito

• inspeção termográfica das conexões.

com valores reduzidos para serem enviados para relés de proteção e medidores. Em termos de ensaios e serviços de campo poucas diferenças se fazem necessárias nos procedimentos em cada tipo.

A periodicidade dessas inspeções pode variar de acordo com diversos fatores, tais como: criticidade do equipamento, custo do

Os transformadores de corrente de alta tensão de forma geral

equipamento, recomendações do fabricante etc. Deve sempre

são hermeticamente fechados, a pequeno volume de óleo, estes são

se observar as recomendações dadas por cada fabricante dos

projetados para operarem em série com a linha a fim de obter uma

equipamentos quanto a diferentes procedimentos a serem aplicados

imagem de corrente a um nível de tensão muito menor do que a real

aos tipos de equipamentos disponíveis no mercado.

do circuito. 2.2- Ensaios

Fascículo

2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios As inspeções indicadas a seguir podem ser aplicadas tanto a transformadores de potencial como de corrente. 2.1 - Inspeções periódicas Periodicamente, devem ser realizadas algumas inspeções nos TPs/TCs: • deve ser verificado periodicamente a existência de vazamento de óleo. Esses equipamentos possuem normalmente indicadores de nível de óleo instalados no tanque de expansão (esquema ao lado). Se o nível de óleo ficar abaixo do normal, deve-se retirar o equipamento de serviço e se realizar investigação das possíveis causas. De forma geral, é possível completar o nível de óleo abrindo-se a tampa localizada no tanque com óleo de boa qualidade

Além das inspeções, também devem entrar no programa de manutenção dos TCs/TPs alguns ensaios, sendo que os seguintes


27

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testes são os mais recomendados:

Para os TPs, os métodos e conexões são bem parecidos com os aplicados aos transformadores de potência de forma geral.

• medição da relação de transformação;

Nos transformadores de corrente podemos destacar como

• medição da resistência ôhmica dos enrolamentos secundários;

método mais adequado para o teste completo da relação de

• medição da resistência ôhmica de isolamento dos enrolamentos;

transformação o de injeção de corrente primária. O ensaio é

• medição do fator de potência do isolamento.

realizado utilizando-se uma fonte de corrente com faixa adequada para se atingir a corrente nominal do TC sob teste. A mesma deve

A seguir são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio.

ser conectada ao primário do TC e, após aplicada a corrente, deve-se proceder com a medição das correntes circulantes nos enrolamentos primário e secundário com amperímetros com precisão adequada

a) Medição da relação de transformação

aos níveis de corrente envolvidos. Deve-se proceder com medições

A medição da relação de transformação pode ser realizada por

com níveis de 20%, 40%, 60%, 80% e 100% da corrente nominal

vários métodos. Nos Transformadores de Potencial, os mais usuais

comparando-se os valores medidos com os esperados de acordo

são:

com os dados de placa. O esquema básico de conexão desse teste esta mostrado na figura a seguir.

• método comparativo: trata-se de um método prático para se efetuar a medição da relação em TPs, onde através da injeção de tensão em seu primário, lê-se a tensão em seu enrolamento secundário com um voltímetro de precisão; • método do potenciômetro: nesse método, como nos ensaios aplicados aos transformadores de potência, utiliza-se o TTR para realizar a medição (Transformer Turn Ratio Test), equipamento específico e fornecido por diversos fabricantes para execução desse tipo de medição.


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Equipamentos para ensaios em campo

28

Em alguns casos, tais como em transformadores de corrente

✓ Transformador de potencial capacitivo

instalados em buchas de transformadores de potência, não é possível realizar o ensaio com injeção de corrente primária e, nesse caso, uma alternativa é realizar o teste injetando-se tensão nos enrolamentos secundários e efetuando-se a medição da tensão resultante nos enrolamentos primários com o uso de um voltímetro de precisão adequada. b) Medição da resistência ôhmica dos enrolamentos secundários Nos TPs, deve-se tomar cuidado para não se curto circuitar os Para se medir a resistência dos enrolamentos secundários dos

enrolamentos secundários.

TPs e TCs em ohms deve se utilizar uma Ponte Kelvin, Ponte de Wheatstone ou ainda um Microhmimetro (Ducter) com escala

✓ Transformador de Corrente

adequada conectado diretamente ao enrolamento sob análise. Essa medição permite conhecer e avaliar se ocorreu alguma alteração do valor da resistência do cobre dos enrolamentos. É recomendável medir em todos os enrolamentos e derivações existentes. Por tratar-se de ensaio tipicamente de comissionamento e manutenção de campo, para se avaliar os resultados deve ser feita comparação com valores medidos em fábrica, caso disponíveis, ou medidos em manutenções anteriores. c) Medição do fator de potência do isolamento A medição do fator de potência do isolamento dos TCs e TPs é realizada por equipamento específico para este fim (medidor de fator de potência) e visa a avaliar o estado do isolamento dos

Na medição nos TCs devem ser curto circuitados e aterrados todos os terminais dos secundários Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de 20oC pela fórmula:

equipamentos.

FPc = FPm x F

No mercado, existem dois padrões de tensão nominal para os equipamentos de teste: 2.500 Vca e 10.000 Vca. Para transformadores com enrolamentos de tensão nominal até 69 kV podem ser utilizados ambos os valores de teste, para transformadores de tensão nominal superior a 69 kV e equipamentos próximos a linhas energizadas deve ser utilizado o equipamento de 10 kV. As conexões de teste variam de acordo com o tipo de

Fascículo

equipamento, conforme figuras a seguir onde são apontados a porção de isolamento medida, a posição de teste selecionada no equipamento de medição e onde são feitas as conexões ao

Onde: FPc = fator de potência corrigido FPm = fator de potência medido F = fator de correção, de acordo com a temperatura ambiente no local do teste A tabela de correção de acordo com a temperatura é mostrada a seguir:

equipamento: ✓ Transformador de potencial convencional

Os valores devem ser comparados com os testes de fábrica do equipamento ou, em caso da ausência dos mesmos, com histórico


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Apoio

Rmin = kV + 1

de medições anteriores realizadas. Como critério geral, considera-se o valor de fator de potência de até 0.5% como satisfatório. No caso dos TPs capacitivos, pode-se comparar diretamente os valores de capacitância medidos com os dados de placa do equipamento.

Também pode-se calcular os índices de polarização e absorção conforme: Ia = R60 / R30;

d) Medição da resistência ôhmica do isolamento

E Ip = R10 / R1;

A medição da resistência ôhmica do isolamento dos TCs e TPs é realizada através do uso de um Megôhmetro e também tem como

Onde:

finalidade avaliar o estado do isolamento dos equipamentos. O valor da tensão de teste a ser aplicada depende da tensão nominal do enrolamento em que se está realizando o ensaio. Como pode ser verificado na tabela a seguir.

Ia = Índice de absorção Ip = Índice de polarização R30 = resistência ôhmica de isolamento após trinta segundos de teste R60 = resistência ôhmica de isolamento após sessenta segundos de teste R1 = resistência ôhmica de isolamento após um minuto de teste R10 = resistência ôhmica de isolamento após dez minutos de teste e) Outros testes aplicáveis

Com as conexões do equipamento dadas pela tabela a seguir

Nos transformadores de corrente, pode-se efetuar também

(para TCs/TPs com dois enrolamentos secundários), são realizados

o Ensaio de Excitação do TC, que tem como finalidade testar a

três registros de isolamento: um após trinta segundos do início da

qualidade do ferro e o isolamento entre espiras do enrolamento

medição, outro após um minuto e por último um após dez minutos

secundário. O ensaio é feito injetando-se uma tensão através de

do início do teste. Em termos de valor medido de isolamento

fonte variável no enrolamento secundário sob teste e medindo-se a

considera-se o valor medido após um minuto, os outros valores são

corrente circulante com amperímetro preciso elevando-se a tensão

utilizados para o cálculo dos índices de polarização e absorção.

aplicada em passos gradativos até se chegar a saturação do TC.

As medições devem medir o isolamento da Alta para a Baixa,

Como resultado final pode-se desenhar a curva de saturação para

da Alta para a Terra, entre Baixa 1 e Baixa 2 e da Baixa para a Terra.

verificar se o TC está de acordo com as condições esperadas pela

Para se avaliar os resultados deve ser feita a correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de 75oC pela fórmula: R75 = Rmed / 2a Onde: R75 = resistência ôhmica de isolamento corrigida para 75oC Rmed = resistência ôhmica de isolamento medida no ensaio a = 75 – t/10 t = temperatura ambiente no momento do ensaio Para TPs e TCs em geral, pode se considerar a seguinte fórmula para o cálculo do valor mínimo aceitável em MΩ:

sua especificação.


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Fascículo

Equipamentos para ensaios em campo

30

Outro teste aplicável a TCs e TPs é a verificação da polaridade, que representa o defasamento relativo entre as correntes/tensões

Fontes

primárias e secundárias. Utilizando-se uma bateria comum e um

Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran

voltímetro analógico de zero central e fazendo-se as conexões de

Electrical Power Equipment Maintenance and Testing Second Edition

acordo com a polaridade de cada equipamento de acordo com o

– Paul Gill

esquema a seguir e com um leve contato dos fios que conectam a

Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng.

bateria ao equipamento sob teste, é possível observar a deflexão do

e Com. Ltda.

ponteiro do voltímetro, que, caso positivo, atesta que a polaridade do equipamento está de acordo com o apontado em sua placa.

*Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista em energia e automação (USP), gestor de equipes de campo (engenharia, comissionamentos, montagens) em subestações de alta, média e baixa tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenheira na ENGEPOWER *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER. *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas. Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


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Linhas elétricas para baixa tensão

32

Por Paulo E. Q. M. Barreto*

Capítulo IV Tipos de linhas elétricas

Conhecido e compreendido cada termo apresentado nas edições anteriores deste fascículo, a partir desta edição serão

Portanto, enganam-se os que pensam que seja suficiente conhecer apenas a famosa NBR 5410.

abordados os diversos aspectos, requisitos normativos e

O dimensionamento e a especificação de linhas elétricas

procedimentos referentes às linhas elétricas, para a boa elaboração

passam pela elaboração de um projeto de instalações elétricas.

de um projeto e de execução de instalações elétricas de baixa

Nesse contexto, a NBR 5410 estabelece:

tensão. 6.1.8.1 A instalação deve ser executada a partir de projeto específico, Considerações preliminares

que deve conter, no mínimo: a) plantas;

Preliminarmente, cabe ressaltar alguns aspectos gerais sobre projeto de instalações elétricas de baixa tensão, já que o tema

c) detalhes de montagem, quando necessários;

escolhido para este fascículo (linhas elétricas) está intimamente

d) memorial descritivo da instalação;

ligado a isso.

e) especificação dos componentes (descrição, características

Independentemente do porte e do tipo de instalação, na

Fascículo

b) esquemas unifilares e outros, quando aplicáveis;

nominais e normas que devem atender);

realização de qualquer atividade em instalações elétricas de baixa

f) parâmetros de projeto (correntes de curto-circuito, queda de

tensão (projeto, execução, manutenção, inspeção, perícia etc.)

tensão, fatores de demanda considerados, temperatura ambiente

devem ser atendidos os requisitos da norma técnica ABNT NBR

etc.).

5410 e de outras normas específicas. Na falta de normas brasileiras para determinado assunto devem ser usadas, na sequência,

Ao contrário do que se costuma imaginar, as memórias de

normas internacionais (IEC ou ISO), normas regionais (no caso do

cálculo não são de fornecimento obrigatório. E nem poderia ser,

Brasil, normas da AMN), normas estrangeiras reconhecidas (por

pois representam todo o cabedal de conhecimentos do autor do

exemplo, francesa, alemã, americana, italiana, britânica etc.) e, por

projeto. É o seu acervo.

fim, na falta destas, as partes envolvidas (geralmente contratante

As memórias são compostas, em parte, pelo desenvolvimento

e contratado) devem estabelecer os requisitos mediante acordo

matemático e técnico (passo a passo) que o projetista adotou para

específico.

chegar ao dimensionamento final e também para fundamentar

No caso de instalações elétricas de baixa tensão, os profissionais

suas decisões.

devem conhecer, pelo menos, cerca de 100 normas técnicas da

Usualmente as memórias de cálculo não são fornecidas com o

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), afora leis,

projeto e o projetista tem todo o direito de não fornecê-las. Afinal

decretos, portarias, resoluções, entre outros documentos emitidos

de contas, a contratação (e a remuneração) foi para elaborar um

pelo poder público e pelas distribuidoras de energia elétrica.

projeto, ou seja, apresentar “a solução”, e não para demonstrar


33

Apoio

“como chegar à solução”. Aquele que desejar saber como fazer um

construído” (o conhecido “as built”). “As built” este que deve

projeto, pode se dedicar ao estudo dos assuntos de seu interesse

ser feito não somente nas plantas, mas também no memorial

(cursos, treinamentos, leituras etc.) ou contratar consultoria

descritivo e especificação dos componentes, ou seja, em toda a

específica. Trata-se de situação análoga à do médico quando

documentação técnica.

prescreve um medicamento. Ele não dá uma aula sobre as razões que o levaram àquela decisão, simplesmente prescreve.

A entrega formal da execução de qualquer instalação elétrica é feita pelo instalador mediante o fornecimento do “as built” e do

O que deve sim ser fornecido são os “parâmetros de projeto”,

Relatório de Inspeção e Ensaios. Sem esses documentos, além da

que representam todas as informações e dados considerados

conclusão da instalação poder ser questionada, o instalador não

pelo projetista durante a elaboração do projeto e que nortearam

terá a sua segurança documental para se proteger contra eventual

sua concepção, os dimensionamentos, as especificações dos

ação judicial. Afinal, como ele irá provar futuramente o que

componentes e algumas decisões tomadas. Eles são apresentados

executou? Ou ainda, o que não executou?

de forma resumida e direta na documentação técnica (usualmente

nos esquemas elétricos e no memorial descritivo). São exemplos de

instalação, a documentação indicada em 6.1.8.1 deve ser revisada e

parâmetros de projeto que devem ser indicados tanto no projeto

atualizada de forma a corresponder fielmente ao que foi executado

quanto na documentação “as built”: tensão, potência, corrente

(documentação "como construído", ou “as built”).

Assim, trata a NBR 5410 em 6.1.8.2 - Após concluída a

nominal, corrente de projeto, as diversas correntes de curto-

Como se vê, o “as built” deve ser fornecido pelo instalador,

circuito, queda de tensão, fator de demanda, fator de diversidade,

independentemente dessa obrigação constar em contrato, visto

fator de agrupamento de condutores, impedância do percurso da

que, na execução, o instalador deve cumprir os requisitos da

corrente de falta, características das componentes harmônicas,

norma como um todo. A produção do “as built” pode ser feita por

temperatura ambiente, ajustes de disjuntores, influências externas

ele mesmo, pelo projetista, ou por uma terceira parte contratada

etc.

para este fim específico. É meramente uma questão contratual. Vale também salientar que uma instalação elétrica só deve

Ainda com relação à documentação de uma instalação elétrica,

ser executada mediante a elaboração prévia de um projeto e que,

a NBR 5410 estabelece que as instalações para as quais não se prevê

após a sua conclusão, deve ser fornecida a documentação “como

equipe permanente de operação, supervisão e/ou manutenção,


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

34

composta por pessoal advertido (BA4) ou qualificado (BA5),

h) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária.

devem ser entregues acompanhadas de um manual do usuário, redigido em linguagem acessível a leigos, contendo uma série de informações sobre sua utilização e cuidados.

Nesse particular, as infrações mais cometidas são as da alínea “a” do Art. 6º, como os casos de eletricistas ou pessoas comuns que

Outro aspecto que também precisa ser conhecido e disseminado

realizam serviços em eletricidade, sem possuírem o devido registro

para a sociedade é que eletricistas não têm poder algum para

no CREA – ou por atuarem sem a supervisão de profissional

tomar decisões técnicas. Podem sim, desde que devidamente

legalmente habilitado; ou ainda, da alínea “e” do mesmo artigo,

capacitados, executar as decisões tomadas por profissionais

como os casos de empresas que também realizam serviços em

legalmente habilitados (engenheiros, tecnólogos ou técnicos,

eletricidade sem possuírem o devido registro no CREA.

com formação específica na área elétrica). Para tanto, existem os cursos de formação de mão de obra amplamente oferecidos por instituições específicas e reconhecidas pelo mercado. Ou seja, não é um eletricista quem decide o tipo de tomada, de

Feitas essas considerações, seguem os aspectos técnicos relacionados diretamente às linhas elétricas.

Tipos de linhas elétricas

eletroduto, de condutor, de disjuntor, entre outros componentes de instalações elétricas. A partir do momento que alguém define

Uma vez identificadas as cargas elétricas necessárias em um

um componente, na prática, fez um projeto (especificação técnica),

empreendimento, feito o estudo da classificação de influências

e somente pode fazê-lo, sob amparo da lei, quem tem a devida

externas nos diversos ambientes, marcados os pontos de utilização

formação e habilitação legal para tanto, conforme estabelecido,

nos desenhos de planta baixa, construída a tabela de cargas com os

por exemplo, pela Lei 5194/66 em seus artigos 6º e 7º, a saber:

parâmetros a serem utilizados no dimensionamento dos circuitos, distribuídos os condutos e os condutores, devem ser identificados

Art. 6º - Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro, arquiteto ou

os tipos de linhas elétricas para a determinação das características

engenheiro-agrônomo:

dos componentes e dimensionamento dos condutores e das

a) a pessoa física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços,

proteções.

públicos ou privados, reservados aos profissionais de que trata esta

Para tanto, a NBR 5410 apresenta, na tabela 33 (aqui

Lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais;

parcialmente reproduzida como tabela 1), uma série de tipos

b) o profissional que se incumbir de atividades estranhas às

de linhas elétricas; e cada um deles (ou grupos de tipos de

atribuições discriminadas em seu registro;

linhas) possui a sua correspondente tabela de capacidade

c) o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas,

de condução de corrente, em função de algumas condições

organizações ou empresas executoras de obras e serviços sem sua

de referência nela estabelecida. Ao todo são 49 métodos de

real participação nos trabalhos delas;

instalação de condutores (tipos de linhas) tabelados, nos

d) o profissional que, suspenso de seu exercício, continue em

quais o projetista deve procurar enquadrar as diversas linhas

atividade;

elétricas constantes do seu projeto em um desses métodos. Por

e) a firma, organização ou sociedade que, na qualidade de pessoa

exemplo, se no projeto existir uma linha elétrica constituída

jurídica, exercer atribuições reservadas aos profissionais da

por condutores isolados instalados em eletroduto circular,

Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, com infringência do

embutido em alvenaria, o método de instalação é o de número

disposto no parágrafo único do Art. 8º desta Lei.

7, que resultará na referência B1. Esse dado é importante para a

Fascículo

determinação da real capacidade de condução de corrente (IZ) Art. 7º - As atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do

desses condutores, e deve fazer parte das memórias de cálculo

arquiteto e do engenheiro-agrônomo consistem em:

do projetista.

a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais,

Outros tipos de linhas também podem ser utilizados, não se

paraestatais, autárquicas e de economia mista e privada;

restringindo aos da tabela 33, desde que atendam aos requisitos

b) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades,

contidos na norma. No entanto, se o projetista escolher um

obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e

tipo diferente de linha – não tabelada – não será possível obter

desenvolvimento da produção industrial e agropecuária;

a correspondente capacidade de condução de corrente dos

c) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres

condutores com o auxílio da NBR 5410.

e divulgação técnica;

Esses métodos de instalação preveem o uso de condutores

d) ensino, pesquisa, experimentação e ensaios;

isolados, cabos uni ou multipolares, condutos abertos ou fechados,

e) fiscalização de obras e serviços técnicos;

condutos ventilados ou não, cabos ou condutos aparentes ou

f) direção de obras e serviços técnicos;

embutidos, cabos ou condutos diretamente enterrados, entre

g) execução de obras e serviços técnicos;

outras configurações.


35

Apoio

*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da Comissão que revisa a Norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do INMETRO, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br Contínua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


36

Aula Prática

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Por Fernando Reis da Cunha*

As subestações de entrada de energia e entradas de serviço no Brasil Resumo

rede da distribuidora, a partir do ponto

padronização de produtos e soluções

de conexão com a rede de distribuição

para as SEE. Entendemos que isso pode

até a origem das instalações (Entradas de

contribuir na melhoria da produtividade

Subestações de Entrada de Energia - até

Serviço).

dos nossos projetos, na redução dos custos

36 kV tem origem na análise das possíveis

com equipamentos e suas homologações,

configurações, de normas e padrões das

existente entre o ponto de conexão na

priorizar as condições técnicas e de

distribuidoras de energia elétrica no Brasil.

derivação da rede da distribuidora e a

segurança, além de qualificar cada vez

Além do diagrama geral apresentado,

origem da instalação particular, detalhados

mais as instalações elétricas no Brasil.

foram

condições

na figura que demonstra os limites da SEE.

topológicas típicas, que abrangem todas

Este trabalho, embora tenha iniciado sua

as padronizações das distribuidoras de

coleta de dados em 2005, dificilmente

A proposta do trabalho sobre SEE -

elencadas

28

A SEE é o conjunto de equipamentos

1 - Introdução

energia elétrica do Brasil.

será esgotado, por conta da miríade de

Este trabalho se aplica a instalações

topologias encontradas nas distribuidoras

Técnico sobre SEE - Subestações de

elétricas em média tensão conectada à

brasileiras, mas é uma tentativa de

Entrada de Energia - até 36 kV tem origem

A proposta para a criação do Trabalho


37

O Setor Elétrico / Abril de 2019

na análise das possíveis configurações

A primeira figura ilustra a existência do

existentes nas normas e padrões das

ponto a ser considerado como “final”

distribuidoras de energia elétrica no Brasil.

dessa SEE que é a “Origem da Instalação”,

atendida por essa SEE, denominado “OI”.

Este trabalho tem o objetivo de auxiliar

os projetistas, fabricantes e instaladores, na elaboração dos projetos e montagens

Definições importantes

das subestações de Entrada de Energia

que recebem as linhas alimentadoras

explícitas nas regulamentações em vigor

Muitas dessas definições já estão

das distribuidoras de energia elétrica.

dos órgãos responsáveis do setor elétrico

A utilização da simbologia IEC objetiva

e distribuidoras de energia elétrica, como

facilitar

por exemplo, as resoluções da ANEEL

a

elaboração

dos

projetos,

uniformizando os esquemas unifilares

– Agência Nacional e Energia Elétrica,

das distribuidoras de energia elétrica

número Nº 414, de 9 de setembro de 2010,

do país e vinculando-os aos padrões

e REN 499 de 03 de dezembro de 2012.

internacionais. Estes exemplos, é importante lembrar,

• Entrada de serviço - Conjunto de materiais,

prevêem o atendimento às condições e

equipamentos e acessórios necessários às

às normas para fornecimento de energia

instalações elétricas para o atendimento

elétrica, estabelecido pelas autoridades

à unidade consumidora, situado entre o

reguladoras e empresas distribuidoras de

ponto de derivação (conexão) da rede de

eletricidade. Eles se aplicam a instalações

distribuição da distribuidora e a origem da

elétricas em média tensão, conectadas à

instalação.

rede da distribuidora, a partir do ponto

• Origem da instalação - Quando nas

de conexão com a rede de distribuição

unidades consumidoras, corresponde aos

até a origem das instalações (Entradas de

terminais de saída do dispositivo geral de

Serviço).

comando e proteção. No caso em que tal

dispositivo se encontre antes da medição, a

A sigla utilizada SEE - Subestação de

Entrada de Energia designa o conjunto de

origem corresponde aos terminais de saída

equipamentos existentes entre o ponto de

do sistema de medição;

conexão à rede e a origem da instalação

• Ponto de Derivação (da rede aérea) –

particular.

Ponto de conexão da entrada de serviço


38

Aula Prática

O Setor Elétrico / Abril de 2019

com a rede da distribuidora de energia

elétrica.

dispostos de modo a garantir espaço

• Ponto de entrega - Ponto de conexão

suficiente para a sua construção e eventual

do

substituição

sistema

elétrico

da

distribuidora

Os componentes da SEE devem ser

dos

seus

componentes

com as instalações elétricas da unidade

individuais, e deve-se prever acesso livre

consumidora,

e fácil aos equipamentos de medição, das

caracterizando-se

como

devem estar conforme a IEC 62271-202 ou IEC 61-1330.

2. Desenvolvimento 2.1 - Esquemas de topologia

distribuidoras de energia.

fornecimento.

apresentados não contemplam entradas

Ramal de entrada - Condutores e acessórios

deve estar conforme a NBR IEC 62271-200,

de serviço com fornecimento por redes de

compreendidos entre o ponto de entrega e

enquanto as subestações pré- fabricadas

distribuição subterrâneas.

o

limite

de

responsabilidade

do

a medição e/ou proteção, inclusive. • Ramal de ligação - Condutores e acessórios compreendidos entre o ponto de

derivação

(conexão)

da

rede

da

distribuidora e o ponto de entrega de energia elétrica. • Sistema de Medição – Conjunto de equipamentos e procedimentos necessários ao registro e apuração de consumo pelo concessionário à unidade consumidora. • Subestação Aérea (em poste) – Conjunto de instalações elétricas ao tempo em média tensão com transformador, condutores e acessórios. • Subestação de entrada de energia (SEE) - Subestação alimentada pela rede de distribuição da distribuidora, contendo ou não a medição de energia para faturamento e o seccionamento (ou proteção) geral, podendo conter outros componentes como equipamentos de manobra, equipamentos de controle e o(s) transformador (es) de potência.

Características

As SEE podem ser Internas ou externas

e, quanto à transformação, são classificadas em: • SEE de Unidade Consumidora; • SEE de Múltiplas Unidades Consumidoras; • SEE Compartilhada.

A

SEE

deve

ser

projetada

para

se adequar às influências ambientais, elétricas, mecânicas e climáticas, sem jamais abrir mão das condições básicas de segurança ao ser humano, ao patrimônio e aos usuários.

A SEE, quando em invólucro metálico,

Os

exemplos

de

diagramas

aqui


O Setor ElĂŠtrico / Abril de 2019

39


40

Aula Prática

O Setor Elétrico / Abril de 2019



42

Aula Prática

O Setor Elétrico / Abril de 2019

3 - Conclusões

sua coleta de dados em 2005, dificilmente

High-voltage/ low-voltage prefabricated

será esgotado, por conta da miríade de

substation;

O objetivo deste trabalho, ao levantar

topologias encontradas nas distribuidoras

• IEC 61330:1995 - High-voltage/low

todas as configurações das Subestações

de energia elétrica do Brasil, mas é uma

voltage prefabricated substations;

de Entrada de Energia existentes no Brasil,

tentativa de padronização de produtos

• NBR 5410 Instalações Elétricas de Baixa

foi desenvolver uma proposta que possa

e soluções para as SEE. Entendemos

Tensão;

atender à grande maioria das distribuidoras

que isso pode contribuir na melhoria da

• Projeto de Norma 03:064.11-002 –

de energia elétrica. O exemplo de esquema

produtividade dos nossos projetos, na

Instalações elétricas de média tensão de

geral apresentado contempla entradas de

redução dos custos com equipamentos e

1,0kV a 36,2kV;

serviço com fornecimento por redes de

suas homologações, priorizar as condições

• NR-10.

distribuição aéreas, do ponto de conexão

técnicas e de segurança, além de qualificar

da rede da distribuidora de energia até a

cada vez mais as instalações elétricas no

*Fernando Reis da Cunha é Consultor Técnico;

origem da instalação. Além do diagrama

Brasil.

Eletrotécnico; Bacharel em Administração

geral

apresentado,

foram

elencadas

28 condições topológicas típicas, que abrangem

todas

as

de Empresas e Administração Pública;

4 - Referências bibliográficas

Membro da Organização Latino Americana de

padronizações

Administração; Relator da Comissão da ABNT

existentes nas distribuidoras de energia

• Normas e/ou Padrões Técnicos das

responsável pela norma NBR 14039 "Instalações

elétrica do Brasil.

Distribuidoras

elétricas de média tensão de 1,0 a 36,2kV";

brasileiras;

Este trabalho se aplica a instalações

de

Energia

Elétrica

Membro da Comissão da ABNT responsável

elétricas em média tensão conectada à

• Resolução Nº 414 da ANEEL;

rede da distribuidora, a partir do ponto

de conexão com a rede de distribuição

Eletricidad;

responsável pela norma NBR 62271-200 (2007)

até a origem das instalações (Entradas de

• NB 7910 Instalações Elétricas de Média

"Conjunto de manobra e controle de alta tensão

Serviço).

Tensão até 15 kV;

em invólucro metálico para tensões acima de

• NBR 14039 Instalações Elétricas de Média

1 kV até e inclusive 52 kV”; Autor de Trabalhos

Energia é o conjunto de equipamentos

Tensão de 1 kV a 36,2 kV;

Técnicos para Congressos e Seminários do

existente entre o ponto de conexão na

• NBR IEC 62271-200 Conjunto de manobra

Setor Elétrico Nacional e Internacional;Promotor

derivação da rede da distribuidora e a

e controle de alta tensão em involucro

de Eventos Técnicos; Especialista em Redes

origem da instalação particular, detalhados

metálico para tensões acima de 1 kV até e

Subterrâneas de energia elétrica; Projetista de

na primeira figura que demonstra os limites

inclusive 52 kV;

Instalações elétricas de média e baixa tensão

da SEE.

• IEC 62271-202: 2014 - High-voltage

e autor de Trabalhos Técnicos na área de

switchgear and controlgear - Part 202:

Instalações elétricas de média e baixa tensão.

A SEE – Subestação de Entrada de

Este trabalho, embora tenha iniciado

IEC

60.617

Simbolos

graficos

pela norma NBR 5410 "Instalações elétricas de

em

baixa tensão"; Membro da Comissão da ABNT


Renováveis ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 3 - Edição 34 / Abril de 2019

FASCÍCULO

O inversor fotovoltaico NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA EÓLICA: Ventos cada vez mais fortes COLUNA SOLAR: Energia solar fotovoltaica: a próxima onda do mercado livre de energia APOIO


Apoio

44

Fascículo Por Hans Rauschmayer*

O inversor fotovoltaico

Renováveis


45

1 - Introdução

Nos fascículos iniciais abordamos características de sistemas fotovoltaicos conectados

à rede (SFCR) e o passo-a-passo na elaboração de um projeto solar. No terceiro estudamos os módulos fotovoltaicos.

No presente fascículo entraremos em detalhes sobre o inversor, o componente que transforma

a energia gerada pelos módulos para que possa ser injetada na rede elétrica.

Figura 1: O diagrama elétrico do sistema fotovoltaico conectado à rede

Inversores são usados em várias áreas da engenharia elétrica com características distintas,

conforme demanda de cada aplicação. Aqui estamos falando de inversores para sistemas fotovoltaicos conectados à rede, uma categoria de produtos com funções específicas. A figura 1 apresenta o diagrama elétrico do sistema inteiro, que será detalhado num fascículo específico. 2.1 - Funções obrigatórias

As seguintes funções devem estar presentes em todos os inversores:

• a principal função do inversor é converter a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos, em corrente contínua, para corrente alternada na tensão da rede à qual o inversor é conectado; • no fascículo anterior vimos que as características elétricas dos módulos variam com as condições climáticas (irradiância e temperatura). Por isso, o inversor contém na entrada um elemento chamado Seguidor do Ponto de Potência Máxima SPMP (em inglês MPPT = Maximum Power Point Tracker) que acompanha essas variações, procurando o melhor rendimento a cada instante; • o inversor injeta energia em uma rede conectada à concessionária. Ele usa tensão e frequência da rede como referência e se ajusta continuamente às oscilações percebidas (relê de sincronismo); • quando a rede sai da faixa permitida de tensão e frequência, ou quando há falha de fase, então o inversor se desliga automaticamente, o que é chamado de “anti-ilhamento”; • internamente, o inversor se protege contra superaquecimento e contra uma potência de entrada excessiva. Nestes casos, o inversor reduz sua potência de saída; • ele ainda supervisiona o circuito da entrada em relação à resistência de isolamento entre os polos e a terra. Em casos de falhas, ele se desliga e dispara um alarme; • o mesmo ocorre em casos de passagem de corrente contínua para a rede de corrente alternada (para inversores sem transformador interno, o tipo comum).


Apoio

Fascículo

46

Renováveis

2.2 - Funções opcionais

3.1 - As características da entrada em c.c.

Algumas funções são opcionais e incluídas conforme decisão do

A entrada do inversor recebe a energia gerada pelo arranjo

fabricante do inversor:

fotovoltaico, em c.c., que é especificada pelas seguintes características:

• o monitoramento envia os dados de produção via internet para o

• Potência nominal Pnom e potência máxima Pmax

servidor do fabricante;

• Corrente máxima Imax

• alguns inversores permitem conexão de sensores de irradiância,

• Tensão máxima Vmax

de temperatura ou medidores de energia com fins de enriquecer o

• Faixa de tensão permitida em operação: VPMP min e VPMP max

monitoramento;

• Tensão mínima para início do trabalho Vstart

• o inversor pode conter componentes elétricos como seccionadores, fusíveis ou dispositivos de proteção contra surtos. Estes componentes,

alternativamente, seriam colocados em caixas separadas.

de módulos, deve ser configurado da forma que não passe das

O arranjo fotovoltaico, que consiste numa conexão série-paralela

características acima. Como isso é calculado aprenderemos no próximo 2.3 - Tipologias de inversores

fascículo.

3.2 - As características da saída em c.a.

Há diferentes tipologias de inversores a respeito do melhor

aproveitamento de cada módulo: inversores com várias entradas (multiMPPT), micro inversores e inversores com otimizadores de potência.

Estes conceitos serão abordados após discutir a conexão entre módulos

grandezas:

A saída em corrente alternada é caracterizada pelas seguintes

e inversores e questões de sombreamento, nos próximos fascículos. • Potência nominal Pnom (igual à potência máxima de entrada) e 2.4 - Normas para inversores

potência máxima Pmax • Corrente máxima Imax

As características da conexão com a rede elétrica de distribuição

• Tensão nominal e faixa de tensão

foram definidas na norma ABNT NBR 16149:2013, e foram incluídas

• Quantidade de fases

também nos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica

• Frequência nominal e faixa permitida

no Sistema Elétrico Nacional PRODIST Módulo 3 e nas normas da maioria das concessionárias. A respectiva norma internacional é a

IEC62109:2011.

é oferecida com a saída em 220 V monofásica. Estes inversores são

conectados entre fase e neutro ou entre fase e fase, dependendo da

Todos os inversores vendidos no Brasil com potência até 10 kW

A maioria dos inversores de baixa potência (até cerca de 5 kW)

devem ser certificados pelo Inmetro. Os mais potentes são aprovados

tensão da rede local. Há poucos produtos com saída em 127 V.

pelas concessionárias mediante apresentação de um certificado de

Verifique com os fabricantes quais inversores se adaptam a redes menos

laboratório internacional.

comuns no Brasil, com tensão em 115 V, 120 V, 208 V, 230 V e 254 V. Os inversores maiores apresentam saída trifásica com tensões variadas.

3 - As características elétricas

Detalharemos este assunto no fascículo sobre a conexão elétrica. 3.3 - A proteção de anti-ilhamento

Figura 2: Instalação do inversor da marca Fronius durante o curso da Solarize

Figura 3:Comportamento do inversor sob variações da frequência da rede. Fonte: NBR 16149


47

Apoio


Apoio

Fascículo

48

Inversores conectados à rede não devem trabalhar de forma

Renováveis 4 - Onde instalar o inversor

ilhada, por duas razões: 1 - eles fornecem a cada instante a potência recebida, que oscila em decorrência das condições climáticas (ex. passagem de nuvens), sem poder garantir a potência suficiente para o funcionamento de qualquer carga; 2 - a injeção de energia na rede desligada poderia expor ao risco de choque algum técnico que esteja fazendo manutenção da rede. O inversor deve operar normalmente na faixa de 80% ... 110% da tensão nominal da rede e desligar quando a tensão sair disso. A faixa permitida da frequência vai de 57,5 Hz até 62 Hz, sendo que o inversor deve reduzir a potência gradativamente acima de 60,5 Hz conforme gráfico da figura 3.

Figura 5: Distâncias mínimas para refrigeração, conforme manual de instalação da PHB

Após um desligamento por falhas na rede, o inversor volta a

Inversores aquecem internamente e dissipam o calor por convecção

natural ou usando coolers internos. Por facilitar isso, deve-se escolher

operar automaticamente sem intervenção manual, da mesma

um local de instalação arejado, sem poeira e sem incidência do sol.

forma que ele “acorda” toda manhã com a primeira claridade.

O manual de instalação de cada fabricante informa sobre distâncias

O tempo de religamento é definido pela concessionária local e

mínimas ao redor do inversor (figura 5).

publicada na norma dela e varia de 30 a 300 segundos.

com um grau de proteção IP 65 ou superior, mas não é recomendado.

Somente inversores com bateria conseguem trabalhar de

forma ilhada – veja capítulo a seguir.

Muitos inversores permitem até instalação ao tempo, já que contam O inversor é acessado somente em casos de manutenção, e ele

deve estar fora do alcance de crianças, especialmente quando há fios 3.4 - A eficiência do inversor

expostos. No entanto, a norma da Aneel exige um fácil acesso para o comissionamento pelo técnico da concessionária.

Faclitar o cabeamento c.c. e c.a. também é importante, já que o

comprimento do fio determina a bitola dele. Para monitoramento é importante verificar o acesso à internet, por cabo ou Wifi.

Quem julga sobre a estética é o proprietário que deseja ver fotos

para poder imaginar como o equipamento se insere no local. 5 - Monitoramento

Figura 4: Curva de eficiência de um inversor no software PV*SOL

A eficiência do inversor é a relação entre a energia injetada na

saída e a energia recebida na entrada. Ela depende das condições elétricas a cada instante (veja figura 4).

Além da eficiência máxima, a ficha técnica do inversor apresenta

a “eficiência europeia”, um valor ponderado sobre a eficiência em

Figura 6: Geração diária de um inversor (barras coloridas) comparadas com a meta calculado pela irradiância (triângulo) no sistema Solarize

diferentes faixas da potência do inversor que serve para comparar diferentes produtos.

pela Internet. O proprietário deseja verificar a energia gerada ou

A eficiência efetiva pode ser estipulada usando programas que

Os inversores atuais permitem acompanhar seu funcionamento

simulam o sistema fotovoltaico ao longo de um ano típico, em passos

mostrar a amigos sua nova aquisição. Além disso, ele precisa saber

de hora ou de minuto, como PV*SOL ou PVSyst.

de defeitos muito antes de receber uma alta conta de energia.


Apoio

49

Já para o instalador, o monitoramento serve para averiguar se

a tarifa da ponta é muito superior à fora da ponta, ou quando a

o sistema realmente está funcionando de forma satisfatória.

legislação restringe a energia injetada.

Ele ainda pode detectar defeitos, planejar uma manutenção

2. No-break solar: as baterias servem para alimentar cargas no

ou antecipar problemas remotamente e sem depender de uma

caso de falhas na rede.

irradiação forte durante uma eventual visita à instalação.

O instalador usa os dados acumulados durante o mês junto com

As condições no Brasil ainda não viabilizam a primeira opção

a conta de energia para explicar ao cliente os fluxos da energia: este

– há expectativas que isso seja alcançado ao longo dos próximos

precisa aprender que a energia que é consumida na hora da geração

anos, quando a frota de veículos elétricos levar à redução do preço

não aparece na conta de energia, porque não passa pelo medidor

das baterias.

(autoconsumo).

já que segurança energética apresenta um valor alto para

Geralmente, os inversores enviam informações sobre a potência

A segunda opção atende a um nicho de mercado crescente,

atual e sobre a energia acumulada ao longo do dia, mês e ano ao

empresas e um conforto importante para residências. Os projetos

site do fabricante do equipamento. O acesso se dá via aplicativo,

misturam cálculos de sistemas autônomos (“off-grid”) e sistemas

resumido e mais bonito, ou via site, com mais detalhes. Muitos

conectados à rede e requerem uma intervenção na instalação

sites ainda enviam avisos por e-mail quando o sistema está fora do

elétrica do cliente para criar uma rede emergencial. Em caso de

ar ou apresenta defeitos.

ilhamento, o sistema precisa garantir a desconexão do gerador da

rede.

No entanto, não é simples verificar se um sistema está

realmente funcionando bem. Afinal de contas, ele depende das

condições climáticas que oscilam. Estratégias compreendem

série.

O tema excede o conteúdo previsto para os fascículos desta

a comparação entre inversores da mesma instalação, entre diferentes sistemas na mesma região (cuidado com microclima!),

7 - Previsão

ou com sensores de irradiância. 6 - Inversores híbridos com baterias

próximo fascículo será dedicado ao cálculo da conexão entre

módulos e inversor para determinar o layout elétrico do arranjo fotovoltaico.

Inversores com baterias carregam e descarregam baterias em

paralelo à injeção na rede ou à alimentação de cargas. Eles podem

*Hans Rauschmayer é sócio-gerente da Solarize Treinamentos

servir a dois propósitos:

Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize. com.br]. Reconhecido especialista em energia solar,

1. gerenciar energia: parte da energia gerada ao longo do dia é

já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições,

injetada no horário da ponta. Este modelo é interessante quando

congressos nacionais e Internacionais e vários programas de TV.


50

Notícias

renováveis

Setor de energia fotovoltaica cresceu mais de 220% em 2018

Uma pesquisa da Greener

nossa pesquisa indicaram que

cliente final pode considerar no

sistema de energia fotovoltaico.

aponta que o mercado de

ainda não estão totalmente

momento de decisão de compra.

A região Sudeste é a que mais

energia fotovoltaica triplica

satisfeitas com a atuação

concentra sistemas conectados

ano a ano desde 2016 e estima

no setor, especialmente em

modalidades de geração

à rede, representando 48%

que a potência acumulada

virtude dos baixos preços de

regulamentadas pela Aneel

do total de 551, 6 MWp

conectada à rede em 2019

comercialização praticados pela

(geração na própria unidade

disponíveis, seguida pela região

pode chegar a 1 GWp.

alta concorrência. As empresas

consumidora (UC), múltiplas

Sul e Nordeste.

entrantes ainda praticam

UCs, geração compartilhada

análise aponta como destaque

preços muito baixos a fim de

e autoconsumo remoto), a

é a evolução do volume de

conseguir efetuar os primeiros

dominante, com cerca de

negócios por mês, por empresa.

projetos, o que deprecia o

435kWp acumulados de 2012

Em 2015, esse índice era de

mercado, podendo torná-lo

a 2018, é a de geração na

compreende uma análise

5,9 kWp, passando a 13,6

insustentável. Mas a boa notícia

própria UC, ou seja, módulos

da evolução do setor nos

no final de 2018. Outro dado

é que esse número já foi muito

instalados no telhado das

últimos anos, destacando

que mostra a rápida evolução

maior. Em nossa penúltima

residências e edifícios. A

o crescimento do número

no mercado refere-se ao

pesquisa, realizada no início do

pesquisa da Greener mostra

de empresas e negócios no

crescimento do número de

segundo semestre de 2018, o

que os modelos de geração

Brasil, o incremento do volume

integradores, que passou de

índice de insatisfação era de

compartilhada e múltiplas

de módulos importados e

1600 em julho de 2017 para

70%", conta Márcio Takata,

UCs tiveram um crescimento

instalados, o histórico da queda

6000 em janeiro de 2019.

diretor da Greener.

inexpressivo nos últimos quatro

de preços dos sistemas, e as

anos, mas são interessantes

oportunidades e desafios do

Um dos indicadores que a

"A entrada de novos

O mais interessante é que

Dentre as quatro as

Pesquisa O estudo da Greener

integradores ativos no setor

a pesquisa mostra ainda que

para os investidores à medida

mercado em 2019.

mostra o quão dinâmico e

preço não é necessariamente

que as usinas contam com

promissor ele é. Entretanto,

o principal fator determinante

isenção tributária de ICMS,

pesquisa, a Greener ouviu mais

o mercado ainda está

para a aquisição de um sistema

tornado o mercado mais

de 700 empresas fabricantes,

encontrando os melhores

fotovoltaico. Indicação de

aquecido.

distribuidoras e integradoras de

caminhos para uma atuação

conhecidos, qualidade, suporte

diferentes portes de sistemas

sustentável. Cerca de 40% das

pós venda e atendimento

55% dos municípios brasileiros

fotovoltaicos em todas as

empresas entrevistadas em

também são fatores que o

já possuem ao menos um

regiões brasileiras.

De acordo com o estudo,

Para a elaboração da


Notícias

renováveis

Vestas mantém liderança global de energia eólica

A Vestas manteve sua

liderança no mercado global de energia eólica ao entregar 10,1 GW de seus aerogeradores onshore. Os dados foram divulgados recentemente pelo report anual Global Wind Turbine Market Shares, produzido e divulgado pela BloombergNEF, mostraram que durante o ano de 2018.

Essa marca correspondeu a

22% do setor no ano passado, contra os 16% alcançados em 2017. Recentemente a Vestas se tornou a primeira empresa a instalar 100 GW de turbinas eólicas globalmente, atingindo aproximadamente 10% de capacidade instalada de energia

investimentos no Brasil, alinhada

empresa anunciou uma série

de parcerias com importantes

eólica e solar ao redor do mundo,

com a situação favorável da

de investimentos no país como

empresas do mercado de energia

cujo total representa 1 TW, além

indústria eólica em nosso

a expansão de sua fábrica

renovável como a Echoenergia e

de ter contribuído para a remoção

país, muito por conta da ótima

em Aquiraz, no Ceará, para a

Casa dos Ventos. Estima-se que

de mais de cem milhões de

qualidade dos ventos brasileiros

produção local de sua maior

apenas a expansão da planta de

toneladas de CO2 da atmosfera.

e do interesse das empresas

turbina onshore, a V150-

Aquiraz poderá gerar mais de 200

No Brasil, a Vestas

em investir nesse mercado. No

4.2MW (com um investimento

empregos diretos e 800 indiretos

vem fazendo uma série de

segundo semestre de 2018, a

de 23 milhões de euros), além

na região.

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52

Notícias

renováveis

Shizen Energy inaugura primeira usina de energia solar do Distrito Federal

A Shizen Energy, startup

A Shizen Energy acredita

e, mais importante, mudar

fotovoltaica é registrada como

japonesa de energias

nas potencialidades do

o modo como as pessoas e

crédito, que pode ser usado

renováveis, e a Espaço

mercado brasileiro de energia

as organizações usam esse

para compensar o uso de

Y, empresa brasileira

e, por isso, deu início às suas

ativo", disse Ken Isono, um dos

energia dos compradores.

de empreendimentos

operações no país em 2018

fundadores e CEO da Shizen.

imobiliários, anunciam o

e iniciando, em seguida, uma

10 maiores consumidores

início da construção de sua

parceria com a Espaço Y. Os

de 1,1 MW da Shizen Energia

de eletricidade do mundo,

primeira usina de energia

primeiros frutos desse trabalho

serão registrados em um

apresentando um perfil

solar no Brasil, no Distrito

são o desenvolvimento de

sistema remoto de medição

positivo de aumento da

Federal. A planta, localizada

um projeto piloto de geração

líquida patrocinado pelo

demanda nos próximos anos.

no núcleo rural de Capão

de mais de 20MW de energia

governo do Distrito Federal,

A energia renovável representa

Seco, em Paranoá, começará

solar, com operação comercial

podendo usufruir de tarifas

80,3% da capacidade

fornecendo 1,1 MW para

prevista para o final do primeiro

com desconto. O regulamento

instalada de geração de

a população de Brasília

semestre de 2019.

permite a operação remota

energia, tendo como principal

e cidades satélites. Para

"A expansão global é um

das instalações, ao passo que

fonte a energia hidrelétrica.

celebrar as obras foi realizada

dos passos para alcançar nosso

o sistema de medição líquida

No entanto, o forte apoio

hoje cerimônia com presença

compromisso de transformar

compensa o consumo de

político tem promovido outras

de representantes do governo

o mundo. O desenvolvimento

eletricidade dos compradores

tecnologias, como a energia

japonês, da agência de

de matrizes energéticas

em relação à geração da

eólica e a solar, que estão se

cooperação japonesa e do

sustentáveis é a nossa maneira

usina. Qualquer energia

desenvolvendo rapidamente

Distrito Federal.

de criar energia para o futuro

adicional produzida pela usina

desde 2012.

Os compradores do projeto

O Brasil está entre os


Notícias

renováveis

UFSCar inaugura usina solar fotovoltaica no Campus Sorocaba Obra faz parte de projeto de eficiência energética da Universidade

de Eficiência Energética da Companhia.

Universidade, a integração de todos foi

Carlos inaugurou em fevereiro uma usina

essencial para o planejamento e execução

solar fotovoltaica no Campus Sorocaba.

fotovoltaicos no campus e substituídas

deste projeto que foi desenvolvido pela

A usina faz parte de projeto coordenado

7.433 lâmpadas fluorescentes tubulares

UFSCar, gerenciado e executado pela FAI e

pelo Vice-Reitor da Universidade, Walter

por sistemas a led, que são mais

pela Vitális Energia, e financiado pela CPFL

Libardi, que tem por objetivo gerar

econômicos e eficientes. A economia

Piratininga.

economia de energia em todos os campi da

anual de energia pela Universidade será

Instituição.

o equivalente ao consumo médio de 130

no âmbito do Programa de Eficiência

famílias por um ano.

Energética, ações de mesma natureza para

projetos de eficiência energética: a

os campi de São Carlos e Araras da UFSCar.

construção da usina de energia solar e a

fotovoltaica no Campus Sorocaba contou

A expectativa é que até o final de 2019

modernização do sistema de iluminação.

com a presença de representantes e

esses projetos também estejam concluídos

Os investimentos foram de R$ 739 mil

responsáveis da CPFL Piratininga, da

e que a Universidade possa avançar ainda

custeados integralmente pela CPFL

UFSCar, da Fundação de Apoio Institucional

mais em termos de sustentabilidade

Piratininga, a partir da participação da

(FAI.UFSCar) e da Vitális Energia. De

ambiental e de otimização dos recursos

UFSCar em chamada pública do Programa

acordo com a Administração Superior da

financeiros.

A UFSCar - Universidade Federal de São

Para o Campus Sorocaba, são dois

Ao todo, foram instalados 42 painéis

A inauguração da usina solar

Também foram aprovados pela CPFL,

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54

Notícias

renováveis

Natura contará com painéis solares na sede de Cajamar

A Natura irá instalar em sua sede, em

Cajamar (SP), 2 mil m² de painéis de Filmes Fotovoltaicos Orgânicos (OPV), terceira geração de células solares capazes de transformar a luz do sol em energia elétrica. A tecnologia foi desenvolvida pela Sunew, líder mundial na produção de OPV, e a instalação será no Núcleo de Aprendizado Natura (NAN), referência de arquitetura industrial sustentável. A instalação dos painéis será concluída ainda no primeiro semestre de 2019.

Quando comparado a outras tecnologias

de geração solar, como as que utilizam placas de silício, o OPV é uma alternativa de energia mais eficiente em relação ao impacto

empresa carbono neutro desde 2007, com

fabricar e instalar o produto no prédio. "Temos

ambiental. Com a instalação, a Natura

esforços intensos para minimizar sua pegada

acelerado com instalações comerciais,

deixará de emitir 5 toneladas de dióxido de

de carbono em todas as etapas de produção

confirmando nossa visão de transformar o

carbono por mês. Isso equivale à emissão

e para compensar suas emissões de CO2. Ao

segmento com soluções energéticas cada

produzida pelo consumo de 1.930 litros de

longo de nossa história, a Natura consolidou a

vez mais integradas em nossas vidas, nossas

gasolina no mesmo período. Além disso, os

convicção de que precisamos fazer bem mais

cidades e nossas edificações. Ter a Natura

filmes são feitos de material orgânico não

do que apenas reduzir ou neutralizar nosso

como cliente nos faz muito feliz, sobretudo

tóxico, com impressão similar à indústria

impacto", comenta Josie Peressinoto Romero,

pelo o que a empresa representa em termos

têxtil, e requerem menos energia para serem

vice-presidente de Operações e Logística da

de responsabilidade social, inovação e

produzidos. Os filmes têm aplicação mais

Natura. "A utilização dos painéis de OPV são

preocupação com o meio ambiente", avalia

simples e versátil, por serem mais leves e

mais um passo nessa direção, ao avançar na

Tiago Alves, CEO da Sunew. A empresa firmou,

flexíveis, o que facilita a adaptação às mais

busca de soluções mais eficientes e criativas

ainda, um compromisso com a Fundação

diversas superfícies.

que conciliam os investimentos em inovação

SOS Mata Atlântica, que prevê o plantio de

de produtos, infraestrutura e desenvolvimento

uma árvore a cada metro quadrado de OPV

a tecnologia solar mais limpa do mundo

de tecnologia com as nossas metas de

produzido. Ao final do projeto, serão plantadas

com design, inovação e o máximo de

sustentabilidade", afirma a executiva.

2.020 mudas de espécies nativas da Mata

sustentabilidade possível. "A Natura é uma

Atlântica.

Nesse projeto, a Natura busca aliar

A Sunew será a responsável por projetar,



Energia solar fotovoltaica

56

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho da ABSOLAR.

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.

Marcel Haratz é Diretor da Comerc ESCO

Energia solar fotovoltaica: a próxima onda do mercado livre de energia composto por leilões de energia

de carga do setor, que entrou

madrugada. Ainda, representará

mercado de energia solar

elétrica organizados pelo Governo

em vigor neste ano, trazendo

um alívio a todo o sistema elétrico

fotovoltaica apresenta uma

Federal, como os A-4 e A-6

uma importante valorização do

em horários de alta demanda

trajetória animadora tendo

que ocorrerão neste ano, bem

preço da fonte, dado o seu pico

diurna, como nos meses quentes

ultrapassado a energia nuclear

como por projetos de geração

de geração nos momentos de

de verão, e reduzirá a necessidade

e assumido a posição de sétima

distribuída atendendo os

patamar de carga pesada, que

de despacho de termelétricas

fonte mais representativa na

consumidores cativos na baixa e

passará de 3 para 12 horas de

emergenciais, caras e poluentes,

matriz energética brasileira,

média tensão.

vigência, do meio da manhã até o

para suprir a demanda dos

superando a marca de 2.000

início da noite.

consumidores.

megawatts (MW) de potência

universo ainda pouco explorado e

operacional.

de grande potencial de expansão

previsão de entrada em vigor

maior competitividade para

para a fonte: o Ambiente de

do Preço de Liquidação das

fonte solar fotovoltaica, essas

ultrapasse a marca de 3.000 MW

Contratação Livre (ACL), ou

Diferenças (PLD) horário, que

evoluções contribuirão para

ainda em 2019, atraindo ao Brasil

seja, o chamado mercado

será um avanço regulatório para

um mercado de energia elétrica

mais de R$ 5,2 bilhões em novos

livre de energia. A fonte solar

o setor no Brasil. Atualmente,

mais eficaz, eficiente, realista,

investimentos privados, com

fotovoltaica oferece preços

o País adota a formação do

transparente, sustentável e

a instalação de mais de 1.000

cada vez mais competitivos e já

PLD semanal. Com a inovação,

competitivo.

MW adicionais em sistemas de

inferiores aos de outras fontes

espera-se sinalizar ao mercado

pequeno, médio e grande portes,

renováveis, como CGHs, PCHs e

um preço de energia mais próximo

energia solar fotovoltaica no ACL

segundo projeções da Associação

biomassa, resultado da redução

da realidade operativa.

representarão um novo mar de

Brasileira de Energia Solar

de preços de equipamentos e

Neste cenário a fonte solar

oportunidades e contribuirão para

Fotovoltaica (ABSOLAR).

da acirrada competição entre

fotovoltaica terá nova valorização

a competitividade de segmentos

Desde o início 2019, o

A estimativa é de que a fonte

No entanto, há um outro

Além disso, também há a

Desse modo, além de trazer

Muito em breve, projetos de

empreendedores. Com isso,

significativa pois as simulações

importantes da nossa economia,

mas ainda estão longe de

a energia solar fotovoltaica

atuais de preços horários

como shopping centers,

representar o verdadeiro potencial

tem todas as características

apontam que a fonte oferta a

supermercados, fábricas, entre

que a energia solar fotovoltaica

necessárias para se tornar a mola

maior parte de sua geração em

outros. Isso será possível por

tem a oferecer ao Brasil, país com

propulsora do próximo grande

horários nos quais a energia

meio da estruturação de produtos

um dos maiores potenciais de

salto do dinâmico mercado livre

elétrica é mais demandada e,

customizados, adequados

geração desta fonte renovável no

de energia no curto, médio e longo

consequentemente, mais valiosa

especificamente às necessidades

mundo.

prazos.

e com preço mais elevado. Dessa

de consumidores com maior

Os prognósticos são bons,

forma, além de ajudar o sistema,

consumo de energia elétrica

energia solar fotovoltaica ainda

transformações em andamento

a fonte proporcionará uma maior

no período diurno, em horário

está fortemente dependente

no setor elétrico contribuirão

economia aos consumidores e

comercial, quando a geração solar

de projetos desenvolvidos

de maneira positiva para um

rentabilidade aos investidores,

fotovoltaica mais se destaca.

no Ambiente de Contratação

cenário promissor da fonte solar

quando comparada com fontes

Regulada (ACR), ou seja, no

fotovoltaica. A primeira delas é a

que têm a maior parte de sua

preparada para surfar esta nova

chamado “mercado cativo”,

nova configuração dos patamares

geração nos horários da noite e

onda do setor?

Atualmente, o crescimento da

Adicionalmente, as

E a sua empresa, já está


Energia Eólica

57

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Ventos cada vez mais fortes

Em abril, os ventos

passaram a ser o segundo recurso mais utilizado no Brasil para a geração de energia elétrica. Abril também foi o mês em que chegamos aos 15GW de capacidade instalada. Com isso, o Brasil já tem mais de 7.500 aerogeradores, em 601 parques eólicos, em 12 Etados. Além dos 15 GW de capacidade instalada, há outros 4,6 GW já contratados ou em construção, o que significa que, ao final de 2023, serão pelo

fonte primária de geração, ou seja,

1,5% no mesmo período. Se

42%, sendo que, no Nordeste,

menos 19,7 GW considerando

qual é o recurso utilizado para a

quisermos trazer isso para uma

durante a temporada de safra

apenas contratos já viabilizados

geração elétrica. Acredito que esta

compreensão mais próxima da

dos ventos, que vai de junho a

em leilões e com outorgas do

é uma forma de apresentação que

nossa realidade, dá para dizer

novembro, é bastante comum

mercado livre publicadas e

nos dá uma visão interessante

que o que as eólicas produziram

parques atingirem fatores

contratos assinados até agora.

e detalhada do que estamos

de energia no ano passado,

de capacidade que passam

Novos leilões e novos contratos

utilizando para produzir energia

em média, seria o suficiente

dos 80%. Isso faz com que a

no mercado devem aumentar

no Brasil e, neste caso, o vento é a

para abastecer 25,5 milhões

produção dos aerogeradores

os números projetados

segunda fonte do País.

de residências ou cerca de 80

instalados em solo brasileiro

consideravelmente.

milhões de pessoas.

seja muito maior que as mesmas

em 2018, foram gerados

máquinas em outros Países.

energia eólica tinha cerca de 1

48,4 TWh de energia elétrica,

deste crescimento consistente

GW instalado em 2011 é um

o que representou 8,6% de

nos últimos anos, existe um

apenas pela grande quantidade

feito realmente impressionante

toda a geração injetada no

fator que tem que ser destacado

de vento, mas também pela

chegarmos a ocupar este lugar

Sistema Interligado Nacional

sempre, que é a qualidade

qualidade dele. E a energia

de destaque na matriz elétrica.

no período. Em relação a 2017,

de nossos ventos. Enquanto

dos ventos no Brasil segue,

Acho fundamental destacar que

foi registrado um crescimento

a média mundial do fator de

portanto, cada vez mais

há diferentes formas de observar

de 14,6% na geração de

capacidade está em cerca de

forte, consolidada, segura e

a matriz elétrica de um País e uma

energia eólica, enquanto a

25%, o Fator de Capacidade

contribuindo para um mundo

das possibilidades é considerar a

geração como um todo cresceu

médio brasileiro em 2018 foi de

mais sustentável.

Se considerarmos que a

Segundo dados da CCEE,

No caso do Brasil, além

Somos abençoados não


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Pesquisa - Quadros e Painéis

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Segmento de quadros e painéis deve crescer 9% este ano Crescimento deve ser puxado pelo aumento de projetos de infraestrutura


59

O Setor Elétrico / Abril de 2019

O segmento de quadros e painéis espera crescer 9% neste ano,

conforme pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico (OSE), em

Fatores que devem influenciar o crescimento do mercado

abril deste ano, com 60 empresas que comercializam esses produtos. 2%

Se comparado ao ano de 2018, o crescimento deve ser de 10%. Já a previsão de crescimento percentual para a empresa é de 12%. Nesse cenário, a expectativa do aumento do número de funcionários, segundo a pesquisa, é de 13%.

14%

Revisão ou atualização de norma técnica impulsiona a venda dos produtos/ serviços

Previsões de crescimento

Previsão de crescimento para o ano de 2019.

9%

Revisão ou atualização de norma técnica prejudica a venda dos produtos/ serviços

9%

Desvalorização da moeda nacional 12%

Crescimento da sua empresa em 2018 comparando ao ano anterior:

10% 12%

Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2019.

13%

Falta de confiança dos investidores 2%

Falta de normalização e/ou legislação

10%

Programas de incentivo do governo

19%

Bom momento econômico do país

16%

Desaceleração da economia brasileira

5%

Incentivos por força de legislação ou normalização

Em caso afirmativo, qual deve ser o acrécimo (em percentual) ao quadro de funcionários da empresa?

16%

Setor da construção civil aquecido

16%

Crise política 28%

12%

Outros

7%

Setor da construção civil desaquecido

Projetos de infraestrutura

Para 28% dos entrevistados, projetos de infraestrutura devem

impulsionar o segmento, aliado a 19% que acreditam no bom momento econômico do País e 16%, no setor da construção civil aquecido.

Por outro lado, 16% consideram que a crise política e outros 16%,

participação das vendas por segmento, seguido pela construção civil

A pesquisa também aponta que a indústria representa 42% da

a desaceleração da economia brasileira, ainda impedem o melhor

(21%) e por GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de Energia

desempenho desse mercado.

(14%).


60

Pesquisa - Quadros e Painéis

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Participação das vendas por segmento de mercado

Principais canais de vendas

14%

15%

Outros

42%

Telemarketing Internet

34%

Indústrias em geral 14%

Revendas / varejistas

36%

GTD - Geração, Transmição e Distribuição de energia

Distribuidores / atacadistas

38% 41%

Construtoras Instaladores

59%

21%

Construção civil (edificações residenciais e comerciais - escritórios, shoppings, hospitais, etc.)

79%

Venda direta ao cliente final

Entre os tipos de quadros e painéis (montagem completa) mais

comercializados estão: quadros de distribuição de força (76%), quadros de distribuição de luz (72%), painéis de BT – Baixa Tensão

Segundo a pesquisa, 97% do segmento de atuação do mercado

de quadros e painéis corresponde a indústria, 57%, ao setor comercial e 29%, ao residencial.

(71%), quadros de automação (67%), painel de proteção ou controle (66%), painel de soft starter (62%), quadros de partida de motores (59%), centro de controle de motores (59%), quadros para partida de motores em MT (52%) e quadros para medidores de energia (52%). Tipos de quadros e painéis (montagem completa) comercializados

Principais segmentos de atuação

52% Residencial

Quadros para medidores de energia Quadros para partida de motores em MT

52%

29%

Centro de controle de motores (CCM)

59%

Comercial

57%

Quadros para partida de motores

59% Industrial

97%

62%

Painel de Soft Starter Painel de Proteção e/ou controle

66% 67%

Quadros de automação Painéis de BT

71%

A venda direta ao cliente final (79%) é o principal canal de vendas

72%

desse segmento, seguido por instaladores (59%) e por construtoras (41%). Distribuidoras e atacadistas respondem por 38% do canal de vendas, revendas e varejistas (36%) ,Internet (34%) e telemarketing (14%).

76%

Quadros de distribuição de luz Quadros de Distribuição de Força


61

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Em relação aos tipos de invólucros (caixas vazias) mais

A pesquisa do OSE também mostra que os painéis e quadros

comercializadas estão: quadros de distribuição (71%), armários

TTA (conjuntos de manobra e controle de baixa tensão: conjuntos

modulares (55%), caixas a prova de tempo (45%), CCM (43%),

com ensaio de tipo totalmente testados, tradução de Type-Tested

cubículos (41%), caixas de medição (40%), acessórios e ferragens em

Assemblies) correspondem por 57% do faturamento das empresas e

geral para painéis (28%) e caixas para áreas classificadas (24%).

quadros e painéis PTTA (conjuntos com ensaio de tipo parcialmente testados, do inglês Partially Type-Tested Assemblies, em que a tensão nominal não exceda 1.000 Vca, a frequência que não excedam 1.000

Tipo de invólucros (caixas vazias) comercializados

Hz ou 1.500 Vcc), correspondem pelo faturamento de 20% das empresas.

Outros

17% Caixas para áreas classificadas

Participação dos tipos de painéis e quadros no faturamento das empresas

24% 28%

Acessórios e ferragens em geral para painéis Caixas de medição

40%

20%

TTA

Cubículos

41% 43%

CCM Caixas a prova de tempo

45%

57%

Armários modulares

55% 71%

Quadros de distribuição

Outros

17%

PTTA


Pesquisa - Quadros e Painéis

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Oferece treinamento técnico para os clientes

X X X X X X X

Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes

14001 (ambiental)

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9001 (qualidade)

Outros

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Internet

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Importa produtos acabados

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Exporta produtos acabados

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Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

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Telemarketing

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Instaladores

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Construtoras

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Venda direta ao cliente final

SP SC SP ES RS RJ PR SP MG SP SP SP SC PR MG PR SP SP RS SP SP SP SP SP SP SC MG MG SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP RS RJ SP SP SP SP SP SP SP SP RS SP SC SP SC MG AM SP SC SP

Revendas / varejistas

UF

Guarulhos Criciúma São Paulo Serra Porto Alegre Alença Almirante Tamandaré Nova Odessa Nova Lima Pindamonhangaba Santana de Parnaíba Jundiaí Corupá Cornélio Procópio Uberlândia Curitiba Diadema São Caetano do Sul Panambi Guarulhos Suzano Boituva São Paulo Cotia São Paulo Joinville Betim Contagem São Bernardo do Campo Itatiba Sao Bernardo do Campo Boituva Sorocaba Araruna São Paulo São Paulo Itatiba Guarulhos Cachoeirinha Rio de Janeiro São Paulo Osasco Santo André São José do Rio Preto São Paulo Sorocaba São Paulo São Paulo Caxias do Sul São Paulo Joinville Sao Paulo Joinville Juiz de Fora Manaus São José do Rio Preto Jaraguá do Sul Araras

Certificado ISO

Principal canal de vendas

Distribuidores / atacadistas

Cidade

www.acabine.com.br www.agpr5.com www.alpha-ex.com.br www.andaluz.ind.br www.atlrs.com.br www.brval.com.br www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.controleengenharia.com.br www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.eaton.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.eltecengenharia.com.br www.engerey.com.br www.esa.com.br www.finder.com.br www.fockink.ind.br www.gazquez.com.br www.gimi.com.br www.holec.com.br www.kienzle-haller.com.br www.kitframe.com www.legrand.com.br www.luzville.com.br www.mecatron.ind.br www.eletropainelmg.com.br www.metalaserpaineis.com.br/ www.montereletrica.com.br www.novemp.com.br www.nvent-brasil.com.br www.obo.com.br www.opcaopaineis.com.br www.patola.com.br www.psolutionsbrasil.com.br www.pressmat.com.br www,propainel.com.br www.qtequipamentos.com.br www.quadrimar.com.br www.rcy.com.br www.rdibender.com.br www.renetec.com.br www.rio-tech.com.br www.rittal.com.br www.rumoengenharia.com.br www.se.com www.secpaineis.com.br www.soprano.com.br www.steck.com.br www.taf.ind.br www.telbra.com.br www.tigre.com www.tristao.ind.br www.turnkeysi.com.br www.vrpaineis.com.br www.weg.net www.zettatecck.com.br

Residencial

Site

(11) 2842-5252 (48) 3462-3900 (11) 3933-7533 (27) 3041-6766 (51) 3367-1015 (24) 2453-5004 (41) 3699-8400 (19) 3466-8600 (31) 3542-5476 (12) 3642-9006 (11) 4705-3133 (11) 4525-7001 (47) 3375-6700 (43) 3520-5000 (34) 3210-7259 (41) 3022-3050 (11) 5562-8866 (11) 4223-1550 (55) 3375-9500 (11) 3380-8080 (11) 4752-9900 (11) 2078-0300 (11) 2249-9606 (11) 4613-4555 0800 118 008 (47) 3145-4621 (31) 3073-1180 (31) 3377-4711 (11) 4368-7828 (11) 4487-6760 (11) 4093-5300 (11) 5184-2100 (15) 3335-1382 (44) 3562-1623 (11) 2193-7500 (11) 3181-5160 (11) 4534-7878 (11) 2499-1314 (51) 2117-6600 (21) 2428-3155 (11) 2309-6558 (11) 3602-6260 (11) 4991-1999 (17) 4009-0500 (11) 3622-2377 (15) 3331-2300 0800 728 9110 (11) 4091-0601 (54) 2101-7000 (11) 2248-7000 (47) 3441-9187 (11) 2946-4646 0800 7074700 (32) 3221-4986 (92) 98245-6078 (17) 4009.5100 (47) 3276-4000 (19) 3321-8400

Comercial

Telefone

Principal Segmento de atuação

Industrial

Empresa

A.Cabine AGPR5 Alpha Equipamentos Elétricos ANDALUZ ATL PAINÉIS ELÉTRICOS BRVAL CAESA Carthom's Controle Engenharia DBTEC DELTA CANALETAS Eaton ELETROPOLL PAINÉIS ELÉTRICOS ELETROTRAFO Eltec Engenharia Engerey ESA Finder Componentes Fockink GAZQUEZ PAINEIS ELETRICOS GIMI SOLUÇÕES EM ENERGIA HOLEC Kienzle Controles KITFRAME DO BRASIL Legrand Luzville Engenharia Mecatron Empre. Elétricos MJC / ELETROPAINEL Metalaser Painéis elétricos Mon-ter NOVEMP nVent Hioffman (Taunus) OBO BETTERMANN OPÇÃO PAINEIS PATOLA Power Solutions PRESSMAT Pro Painel QT EQUIPAMENTOS QUADRIMAR Qua. e Pai. Elétricos RCY PAINEIS RDI BENDER Renetec Rio-Tech Rittal Rumo Engenharia Elétrica Schneider Electric Brasil Sec Painéis SOPRANO STECK TAF TELBRA Ex Tigre TRISTÃO TURN KEY SI - Soluções Industriais VR PAINEIS ELETRICOS WEG ZETTATECCK

Distribuidora

A empresa é

Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos equipamentos

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Fabricante

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Pesquisa - Quadros e Painéis

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Painel de Soft Starter

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Centro de medição agrupada

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Quadros para medidores de energia

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Mesas de comando

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Cabines primárias

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Cabines de barramentos

UF

Guarulhos Criciúma São Paulo Serra Porto Alegre Alença Almirante Tamandaré Nova Odessa Nova Lima Pindamonhangaba Santana de Parnaíba Jundiaí Corupá Cornélio Procópio Uberlândia Curitiba Diadema São Caetano do Sul Panambi Guarulhos Suzano Boituva São Paulo Cotia São Paulo Joinville Betim Contagem São Bernardo do Campo Itatiba Sao Bernardo do Campo Boituva Sorocaba Araruna São Paulo São Paulo Itatiba Guarulhos Cachoeirinha Rio de Janeiro São Paulo Osasco Santo André São José do Rio Preto São Paulo Sorocaba São Paulo São Paulo Caxias do Sul São Paulo Joinville Sao Paulo Joinville Juiz de Fora Manaus São José do Rio Preto Jaraguá do Sul Araras

Cubículos MT

Cidade

www.acabine.com.br www.agpr5.com www.alpha-ex.com.br www.andaluz.ind.br www.atlrs.com.br www.brval.com.br www.caesa.ind.br www.carthoms.com.br www.controleengenharia.com.br www.dbtec.com.br www.deltaperfilados.com.br www.eaton.com.br www.eletropoll.com.br www.eletrotrafo.com.br www.eltecengenharia.com.br www.engerey.com.br www.esa.com.br www.finder.com.br www.fockink.ind.br www.gazquez.com.br www.gimi.com.br www.holec.com.br www.kienzle-haller.com.br www.kitframe.com www.legrand.com.br www.luzville.com.br www.mecatron.ind.br www.eletropainelmg.com.br www.metalaserpaineis.com.br/ www.montereletrica.com.br www.novemp.com.br www.nvent-brasil.com.br www.obo.com.br www.opcaopaineis.com.br www.patola.com.br www.psolutionsbrasil.com.br www.pressmat.com.br www,propainel.com.br www.qtequipamentos.com.br www.quadrimar.com.br www.rcy.com.br www.rdibender.com.br www.renetec.com.br www.rio-tech.com.br www.rittal.com.br www.rumoengenharia.com.br www.se.com www.secpaineis.com.br www.soprano.com.br www.steck.com.br www.taf.ind.br www.telbra.com.br www.tigre.com www.tristao.ind.br www.turnkeysi.com.br www.vrpaineis.com.br www.weg.net www.zettatecck.com.br

Centro de controle de motores (CCM)

Site

(11) 2842-5252 (48) 3462-3900 (11) 3933-7533 (27) 3041-6766 (51) 3367-1015 (24) 2453-5004 (41) 3699-8400 (19) 3466-8600 (31) 3542-5476 (12) 3642-9006 (11) 4705-3133 (11) 4525-7001 (47) 3375-6700 (43) 3520-5000 (34) 3210-7259 (41) 3022-3050 (11) 5562-8866 (11) 4223-1550 (55) 3375-9500 (11) 3380-8080 (11) 4752-9900 (11) 2078-0300 (11) 2249-9606 (11) 4613-4555 0800 118 008 (47) 3145-4621 (31) 3073-1180 (31) 3377-4711 (11) 4368-7828 (11) 4487-6760 (11) 4093-5300 (11) 5184-2100 (15) 3335-1382 (44) 3562-1623 (11) 2193-7500 (11) 3181-5160 (11) 4534-7878 (11) 2499-1314 (51) 2117-6600 (21) 2428-3155 (11) 2309-6558 (11) 3602-6260 (11) 4991-1999 (17) 4009-0500 (11) 3622-2377 (15) 3331-2300 0800 728 9110 (11) 4091-0601 (54) 2101-7000 (11) 2248-7000 (47) 3441-9187 (11) 2946-4646 0800 7074700 (32) 3221-4986 (92) 98245-6078 (17) 4009.5100 (47) 3276-4000 (19) 3321-8400

Quadros para partida de motores em MT

Telefone

Cubículos tipo Metal-Clad

Empresa

A.Cabine AGPR5 Alpha Equipamentos Elétricos ANDALUZ ATL PAINÉIS ELÉTRICOS BRVAL CAESA Carthom's Controle Engenharia DBTEC DELTA CANALETAS Eaton ELETROPOLL PAINÉIS ELÉTRICOS ELETROTRAFO Eltec Engenharia Engerey ESA Finder Componentes Fockink GAZQUEZ PAINEIS ELETRICOS GIMI SOLUÇÕES EM ENERGIA HOLEC Kienzle Controles KITFRAME DO BRASIL Legrand Luzville Engenharia Mecatron Empre. Elétricos MJC / ELETROPAINEL Metalaser Painéis elétricos Mon-ter NOVEMP nVent Hioffman (Taunus) OBO BETTERMANN OPÇÃO PAINEIS PATOLA Power Solutions PRESSMAT Pro Painel QT EQUIPAMENTOS QUADRIMAR Qua. e Pai. Elétricos RCY PAINEIS RDI BENDER Renetec Rio-Tech Rittal Rumo Engenharia Elétrica Schneider Electric Brasil Sec Painéis SOPRANO STECK TAF TELBRA Ex Tigre TRISTÃO TURN KEY SI - Soluções Industriais VR PAINEIS ELETRICOS WEG ZETTATECCK

Quadros de distribuição de luz

Tipos de Quadros e Painéis (Montagem Completa) Quadros de distribuição de força

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O Setor Elétrico / Abril de 2019

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Outros

Caixas para áreas classificadas

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Caixas a prova de tempo

Acessórios e ferragens em geral para painéis

Cubículos

Quadros de distribuição

CCM

Caixas de medição

Armários modulares

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Tec

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O Setor Elétrico / Abril de 2019

Por Dr. Roberto Musser*

A eficiência energética como fator de competitividade e alternativa de transição Em tempos de Geração Distribuída (GD), Smarts e Audiência Pública (AP) 001/2019 da Agência Nacional de Energia

serviços etc. Essa efervescência transcorre por

Elétrica (ANEEL) sobre o sistema de

meio de um debate que envolve mitologia,

compensação da micro e minigeração

história, instigação, respostas de forma

distribuída de energia elétrica (Portaria

madura, democrática e, principalmente,

482/12) fica latente a assimetria de

brasileira, e isso é muito bom!

informações entre os players. Cada um com

A B C D E F G

S, Escos, fornecedores de equipamentos e

A forma de condução do tema pela

a sua perspectiva de defesa de interesses,

ANEEL merece destaque. Fica claro que,

com polarizações que vão de pequenos

mesmo com todas as críticas à sua atuação,

empreendedores independentes até grandes

existe uma inteligência estruturada e

corporações com discursos por vezes

competente com a clara percepção de que o

antagônicos e, por vezes, conciliadores.

novo cenário da energia elétrica já está aí e é

Um leque de variedades e variações que, ao mesmo tempo em que preocupa pela

irreversível. Existem aprendizados de outros

complexidade do tema, traz uma excelente

países que podem ser referência, mas são

sensação da satisfação real em presenciar

improváveis que obtenham os mesmos

discussões em alto nível desse que é um

resultados ao implantar estes modelos.

tema estratégico para o país e para as

O benchmarking limita-se às práticas e

futuras gerações.

ao entendimento de seus mecanismos de

Na rodada realizada em São Paulo em 14

construção, mas é imprescindível uma

de março num auditório cheio, com direito

adaptação, diria até uma “reconstrução”

a “torcidas” que se manifestam por uma ou

para a nossa realidade, pois temos uma

outra corrente, ficaram evidentes os que

característica específica dos nossos elétrons:

defendiam o solar, as redes (distribuidoras)

federal, estadual, municipal e o mais novo

e, nesse meio, junto e misturado, o pessoal

de todos os elétrons, os empreendedores

bioenergético, acadêmicos, bancos, sistema

independentes.


Tec 67

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Estes seres hoje habitam nos mundos cativo e livre, mas em essência são todos

Existem aprendizados de outros países que

elétrons brincando e em movimento, e nisso o Brasil é diferente, pois traz à luz

podem ser referência, mas são improváveis que

uma discussão político-econômico-social indissociável, o que a nossa multiplicidade de fontes permite.

obtenham os mesmos resultados ao implantar estes modelos. O benchmarking limita-se às práticas e ao

Mas qual será o modelo? Certamente não será único nem tampouco estático.

entendimento de seus mecanismos de construção,

Alguns conceitos podem e devem ser revisitados no sentido de tornarem-se mais

mas é imprescindível uma adaptação, diria até uma

holísticos, como, por exemplo, a eficiência energética. De uma maneira geral, a “eficiência energética tradicional” no âmbito do sistema elétrico limita-se a ações de gestão de energia, formas de uso, ajustes e

“reconstrução” para a nossa realidade, pois temos uma característica específica dos nossos elétrons: federal, estadual, municipal e o mais novo de todos os elétrons,

substituição de equipamentos, ou, a busca

os empreendedores independentes.

de um melhor perfil de consumo com base em hábitos e atualização tecnológica com foco na eliminação de desperdícios associado à melhoria de processos. Sem dúvida, essa é a forma menos onerosa de postergação de investimentos intensivos em capital para a geração de energia

Relevância, Baixa Renda, dentre outros.

não técnicas. Neste sentido, vale observar

elétrica reduzindo uma sobrecarga

Um novo cenário surge com a

que as ações de GD terão foco naqueles

significativa do Sistema Integrado

perspectiva de que a rede elétrica passe

consumidores de maior poder aquisitivo

Nacional (SIN).

de essencial para acessória, mantendo a

e, consequentemente, de maior consumo e

característica de ser o garantidor da energia

receita para a concessionária.

Por outro lado, percebe-se a possibilidade de que formas alternativas

elétrica firme. Essa é uma questão crucial,

para a conceituação eficiência energética

pois interfere diretamente no processo

consumidor passa à condição de

sejam consideradas, como um entendimento

de investimentos atual, futuro e pretérito.

prosumidor diminuindo a receita

plural de formas de produção e consumo

É preciso um novo olhar sobre a Base de

da concessionária e, mais que isso,

de energia transpondo a barreira física

Remuneração Regulatória (BRR) e da

continuando a consumir a energia elétrica

necessária da existência da rede elétrica.

remuneração do capital prudentemente

firme e garantida em continuidade e

Pela regra do Programa de Eficiência

investido, ou essa conta vai diretamente

qualidade em horários de maior demanda e

Energética (PEE) da ANEEL concebidos

para os consumidores hoje chamados de

maior valor.

por meio das leis 9.991/00 e 13.280/16 e

cativos.

regulamentado pela Resolução Normativa

Outro aspecto importante, e que

Com base no atual cenário, este

Substantivamente, a concessionária terá de aprender a atuar em um novo ambiente

380/18, existe uma série de avanços

deve ser considerado, é a garantia de

muito diferente e adverso, no qual terá como

positivos em relação à obrigação regulatória

fornecimento em toda a área de concessão,

missão sobreviver conciliando as restrições

do uso da Receita Operacional Líquida

com qualidade e preço, a um mercado

do lado da demanda, fortemente impactadas

(ROL), como as Chamadas Públicas de

cativo cada vez menor e menos confiável

pela GD, e da oferta de financiamento - mais

Projetos (CPP), Projetos Pilotos, Grande

do ponto de vista de adimplência e perdas

desafiadores e incorporando riscos que


68

Tec

O Setor Elétrico / Abril de 2019

se contrapõem à necessidade imposta da

protagonista. Metas arrojadas na redução

as infraestruturas (incluindo edificações),

modicidade tarifária.

do consumo médio anual passarão a ser

produtos (incluindo eletrodomésticos e

instrumentos políticos importantes, desde

automóveis) e os sistemas energéticos com

aprimoramento na viabilização de

que sejam reconhecidas não apenas como

base no consumo de energia primário ou

financiamentos de longo prazo confiáveis a

uma forma de aprovisionamento de energia

final, vinculados aos consumidores finais e

um custo compatível.

sustentável, mas também de contribuir com

aos fornecedores de energia.

Esses são os fatores que exigirão

Nesse contexto, a pedra angular da

a redução das emissões de gases com efeito

Portanto, observa-se que o nosso elétron

política energética é a Eficiência Energética

de estufa e promover a competitividade

precisa ser reinterpretado e enquadrado em

através da promoção de um melhor uso dos

econômica.

um novo ambiente, onde consigam conviver

ativos já existentes em benefício do coletivo

Um primeiro passo é a rotulagem

com as diversas mudanças de estado, de

e, ao mesmo tempo, agregando novas

e a aferição em todas as fases do modo

tecnologias de pesquisa aplicada aos ativos,

de produção energética, iniciando

além de transpassar a agenda dos Objetivos de

com um planejamento eficaz para o

repensar fundamental sobre a questão

Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

aprovisionamento energético e a utilização

da incidência de tributos, encargos,

eficiente da energia por parte dos

impostos etc. sobre o nosso patriótico

Energética impacta na redução do consumo

consumidores, acopladas à concepção

elétron inserido no modo energético de

de energia e a eliminação do desperdício

ecológica dos produtos, serviços e

produção, ou naquilo em que agrega valor

energético assume cada vez mais o papel de

infraestruturas.

para a competitividade do país, ou seja,

Dessa forma, a eficácia da Eficiência

É preciso também que seja introduzida

forma a atender aos diferentes interesses. Outro aspecto importante é um

onde incidir, se na cadeia produtiva ou no

uma pluralidade de avaliações e

produto final. Mas isso é uma outra questão

mensurações menos restrita a organizações

ainda mais complexa, porém inevitável.

A forma de condução do

e organismos específicos e que a efetividade seja mensurada por meio de

é delicada, porém fundamental para a

tema pela ANEEL merece

dados mercadológicos reais aferidos

sobrevivência de estruturas de negócio

pela concessionária em medições, com

como as concessões e seus significativos

destaque. Fica claro que,

a contrapartida da obrigatoriedade do

investimentos em infraestrutura de capital

contrato de desempenho para todas as

intensivo e as novas formas de tecnologias

tipologias de clientes contemplados em

de geração distribuída e armazenamento.

mesmo com todas as críticas à sua atuação, existe uma inteligência estruturada e competente

programas de eficiência energética. Observa-se que é necessário uma

de que o novo cenário da energia elétrica já está aí e é irreversível.

Com certeza, a transição é um momento fundamental para um futuro sustentável

alteração muito além das fronteiras de

e requer um processo gradual e seguro

uma concessionária, e uma contribuição

ao mesmo tempo em que considera a

importante nesse sentido é a Nota Técnica

possibilidade dos novos empreendedores

no 27/SRM/SGT/SPE/SRD-2019/ANEEL

e as causas de sustentabilidade e meio

que busca compreender e introduzir as

ambiente.

bases para de um ambiente regulatório

com a clara percepção

Percebe-se que a fase de transição

A ANEEL está atenta a estes

competitivo e sustentável pelo instrumento

movimentos, mas poderia repensar uma

da consulta pública (CP 003/2019).

alternativa à nova política para a Eficiência

Mas ainda é imprescindível, no escopo

Energética, pois inevitavelmente irá

desta discussão, que todos os stakeholders

convergir mais cedo ou mais tarde, com

sejam envolvidos e suportados num

o mercado cativo e as ações de energia

cenário que destaque os aspectos diretivos

renovável e alternativas.

de serviços energéticos, cogeração e desempenho energético. O objetivo é

*Dr. Roberto Musser é especialista em

possibilitar os meios de tornar eficientes

Regulação e Gestão pela UFBA.


O Setor ElĂŠtrico / Abril de 2019

Tec 69


Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Abril de 2019

por Danielly Baminger e Eduardo Papa*

70

Eficiência energética e iluminação – Adequação de um sistema de iluminação convencional por soluções LED

A Centelha Equipamentos Elétricos foi convidada a desenvolver uma proposta para

a

substituição

do

sistema

de

iluminação convencional para solução em LED na sede da Indústria Mane do Brasil, com o objetivo de adequação ao viés de sustentabilidade. A Mane é uma empresa francesa de Fragrâncias e Aromas que iniciou suas atividades no Brasil em 1963, na cidade do Rio de Janeiro. Buscando um conceito de inovação e sustentabilidade, aplicado à eficiência energética, o Gerente de Engenharia e Manutenção, Eduardo Papa, buscou no mercado um parceiro para eficientização da iluminação artificial nos galpões de produção, que possuem um total de 1500m 2. O sistema de iluminação existente era com lâmpadas e reatores vapor metálico 400w e lâmpadas fluorescentes tubulares e reatores de 32w. Galpão Aromas - Produção

O

projeto

desenvolvido

pela

luminotécnico arquiteta

foi

Danielly


71

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Baminger, integrante da equipe de lighting da

Centelha

Equipamentos

Elétricos,

que atua com projetos luminotécnicos e

especificações

de

produtos

de

iluminação. A Centelha está no mercado de distribuição de materiais elétricos há mais de 20 anos, atualmente faz parte da Sonepar, que é líder global na distribuição. Presente em cinco Estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e Ceará, a Centelha conta com uma equipe especializada que tem como missão atuar com

qualidade,

fornecendo

Soluções

em Serviços e Suprimentos Elétricos adequados às necessidades dos clientes.

Premissas do projeto O projeto levou em consideração algumas premissas, como não modificar estruturas da instalação elétrica (painéis, quadros, disjuntores, cabeamento etc.),

aos colaboradores, diminuindo em até

indústria química, onde há instalações

as luminárias deveriam ser 220-240V,

29% os riscos de acidentes.

de processamento com trabalho manual constante,

de sobrepor para fixação em Laje e em perfilados

existentes,

hermeticamente

Etapas do projeto

são

de

300lux.

Também

utilizamos a iluminância média de 300lux para a expedição. Já para as áreas de

vedadas, grau de proteção mínimo IP65 devido à área ter emissão de vapores, e a

Em setembro de 2017 realizamos

depósito o ideal são 100lux. Além da

temperatura de cor de 4000k deveria ser

uma visita aos galpões para verificarmos

iluminância média, a norma nos atenta

mantida.

a

existentes,

para o limite referente ao desconforto

os modelos de sistema de iluminação

por ofuscamento (UGR), para o Índice

instalados e as dificuldades que seriam

de reprodução de cores ideal para os

encontradas para propormos a substituição

diferentes locais de trabalho e tipos de

da iluminação.

tarefa e também para a qualidade da luz

na sua distribuição uniforme dentro de um

Conceitos Além alguns

das

premissas

conceitos

foram

de

projeto,

considerados

quantidade

de

pontos

Após a fase inicial de visita, o projeto

para a elaboração do projeto. O primeiro

luminotécnico foi desenvolvido no software

ambiente.

deles foi sustentabilidade, com aplicação

Dialux,

Todos

de produtos que não possuem metais

enviados pelo cliente. Com a definição

atendidos para o desenvolvimento desse

pesados, não emitem raios ultravioletas

de “retrofit”, substituição ponto a ponto, e

projeto, inclusive com a utilização de

e que, por consequência, reduzem a

adequação a Norma Técnica ABNT ISO/

soluções

com

base

em

arquivos

dwg

esses

requisitos

energeticamente

foram

eficientes.

emissão de CO2. Outro ponto importante é

CIE 8995-1, passamos para as fases de

Um rápido comparativo é na redução da

a qualidade da luz, comprovando que uma

envio de ficha técnica e homologação da

potência instalada, de 17.986 watts com

iluminação bem distribuída e adequada

amostra, até a aprovação do projeto.

o sistema convencional para 6.356 watts

melhora

a

qualidade

dos

com soluções em LED. Os sistemas

processos

produtivos e aumenta a produtividade em

O projeto

de iluminação convencionais possuem uma perda de 30% a 40% no sistema

torno de 16%. E também a segurança, com ambientes bem iluminados, com níveis

De acordo com NBR ISO/CIE 8995-

de reflexão dentro de uma luminária e na

adequados e boa uniformidade de luz,

1- Iluminação em ambientes de trabalho,

otimização do seu fluxo luminoso. Alguns

proporcionam maior conforto e segurança

a

fatores que colaboram para essa perda são

iluminância

média

para

áreas

da


Destaque Prêmio OSE

Outro ponto importante para a escolha dessa solução é a redução da manutenção. Os sistemas convencionais já mencionados possuíam vida útil média de 20.000hrs, já as soluções em LED propostas possuem vida útil até 4 vezes superior.

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Antes

Depois

luminárias com baixa refletância, luminárias

e reatores foram da marca Novva Light,

sujas ou enferrujadas e sem manutenção e

equipamentos LED com alta confiabilidade

lâmpadas com baixa eficiência ou no final

técnica e certificações internacionais de

de sua vida útil.

ensaios elétricos e de fotometria conforme

Para adequação a norma, no requisito

IES LM-79-08, LM-80-08 e TM21. Ambas

luz)

as escolhas possuem eficiência luminosa

propomos o aumento de 9 pontos de

acima de 120lm/w, fator de potência maior

iluminação. Mesmo com o aumento na

que 0.95, Índice de reprodução de cor

quantidade de pontos houve essa grande

>70, vida útil acima de 50.000hrs e grau

redução de consumo de energia.

de proteção IP66 e IP69.

de

uniformidade

(distribuição

da

Os modelos de luminárias homologados

Outro ponto importante para a escolha

para a substituição das luminárias com

dessa solução é a redução da manutenção.

lâmpadas e reatores vapor metálico 400w

Os sistemas convencionais já mencionados

e para as luminárias herméticas com duas

possuíam vida útil média de 20.000hrs, já

lâmpadas fluorescentes tubulares de 32w

as soluções em LED propostas possuem

Galpão Aromas - Estoque


73

O Setor Elétrico / Abril de 2019

vida útil até 4 vezes superior.

Nas modelagens elaboradas no Dialux

não foram consideradas as interferências do maquinário e/ou mobiliário existente. Entretanto,

os

resultados

obtidos

de

iluminância superam consideravelmente o existente e o especificado pela norma, indicando a compensação das perdas com os obstáculos existentes nos galpões.

Retorno de Investimento

Em paralelo ao projeto luminotécnico,

apresentamos um retorno de investimento, também

conhecido

como

pay

back.

Considerando o custo em kw/h pago na época de R$ 0,57, o custo de manutenção por ponto de aproximadamente R$200,00, a utilização diária de 15 horas e 22 dias mensais, o retorno desse investimento seria em 22 meses e teríamos a redução de economia de energia, apenas no consumo da iluminação, em média de 64% para ambos os galpões.

Instalação e conclusão

A instalação foi realizada no primeiro

trimestre

de

manutenção

2018 do

pela

cliente,

equipe

de

obtendo

um

ótimo grau de satisfação, em primeiro lugar devido à facilidade de montagem das luminárias. Depois, assim que foram instaladas as luminárias em LED, os operadores elogiaram a iluminação obtida de 4000k, mais próxima a cor natural. Por fim, as luminárias atenderam aos requisitos de eficiência energética e aos conceitos de boas práticas de fabricação do cliente por serem vedadas e de fácil limpeza. *Danielly Baminger é arquiteta, integrante da equipe de lighting da Centelha Equipamentos Elétricos, que atua com projetos luminotécnicos e especificações de produtos de iluminação, e Eduardo Papa é Gerente de Engenharia e Manutenção da Mane do Brasil.


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Abril de 2019

por Prof. Danilo Ferreira de Souza e Dr. Hélio Eiji Sueta*

Registrado no Brasil um Super Raio de 249 kA. A NBR 5419:2015 prevê proteção para até 200 kA. E agora, projetista?

Registrado no Brasil um Super Raio de

integrado de monitoramento de tempestades,

249 kA. A NBR 5419:2015 prevê proteção

o qual faz o monitoramento das tempestades

para até 200 kA. E agora, projetista?

possibilitando o aviso antecipado de áreas de

O objetivo deste traba­lho é relatar e

risco como refinarias, empresas de explosivos,

mostrar alguns aci­dentes que vêm sendo

associações de agricultores etc.

colecionados pelo autor ao longo dos anos

Na foto abaixo vemos a densidade

e agora serão publicamente mostrados.

de ocorrência de descargas atmosféricos,

Juntamente com algumas das fotos serão

por exemplo no dia 12/03/2019, com

feitas observações tentando, dentro do

atualizações a cada 15m. Não é uma visão

possível, apresentar algumas justificativas

precisa, mas dá uma ideia aproximada

técnica para explicar esses eventos.

do que está acontecendo em termos de

descargas atmosféricas.

É

importante

realçar

o

trabalho

desenvolvido na área de pesquisas pelo

consórcio formado pela Cemig, Furnas,

1:2015 traz as probabilidades de ocorrência

A tabela 5 (quadro 2) da NBR 5419-

Simepar e Inpe, chamado de RINDAT (www.

das descargas, de maneira que o Nível de

rindat.com.br), através do sistema nacional

Proteção (I), se utilizado adequadamente,

Quadro 1 – Níveis de proteção Tabela 3 - Valores máximos dos parâmetros das descargas atmosféricas correspondentes aos níveis de proteção (NP) (NBR 5419-1/2015)

Primeiro impulso positivo

NP

Parâmetro da corrente

Símbolo

Unidade

I

II

Corrente de pico

/

kA

200

150

III

IV

100

Carga do impulso

Qcurta

C

100

75

50

Energia específica

W/R

MJ/Ω

10

5,6

2,5

Parâmetro de tempo

T1/ T2

μs/μs

10/350

Fonte: ABNT NBR 5419-1:2015.

Quadro 2 – Probabilidades de parâmetros de descarga Tabela 5 - Probabilidades para os limites dos parâmetros das correntes das cargas atmosféricas (NBR 5419-1/2015)

Primeiro impulso positivo Probabilidade de que os parâmetros da corrente sejam: menores que os máximos valores definidos na Tabela 3 Fonte: ABNT NBR 5419-1:2015.

NP I

II

III

IV

0,99 0,98 0,95 0,95


75

Apoio

O Setor Elétrico / Abril de 2019

oferece proteção satisfatória para até 99% da distribuição percentual das descargas atmosféricas. Assim, este valor também expressa a eficiência do sistema projetado.

A norma NBR 5419-1/2015 é bem

clara quantos aos limites de proteção de descargas das edificações, conforme o texto que se segue:

As medidas de proteção especificadas

na ABNT NBR 5419-3 e na ABNT NBR 5419-4

são

efetivas

contra

descargas

atmosféricas cujos parâmetros de corrente estiverem na faixa definida pelo NP adotado para o projeto. Desta maneira, assume-se que a eficiência de uma medida de proteção é igual a probabilidade com a qual os parâmetros das correntes das descargas atmosféricas estão dentro de tal faixa. Para parâmetros que excedam esta faixa, permanece um risco residual de danos.

correntes induzidas na instalação podendo

superar os valores especificados para as

A proteção para um super raio, tal

condições

uma forma geral, deve afetar mais as MPS

sempre que possível e economicamente

– Medidas de Proteção contra Surtos,

viável, deve-se utilizar DPS com valores

em: 4 de março de 2019.

principalmente na especificação dos DPS

superiores aos calculados para se ter uma

[2] UMAN, M. A. The Art and Science of Lightning

– Dispositivos de Proteção contra Surtos

maior margem de segurança na proteção

e em eventuais blindagens espaciais. Isto

e/ou utilizar blindagens espaciais como

porque o SPDA – Sistema de Proteção

medidas de proteção contra surtos (MPS).

Publications, 2001.

contra

[4] UMAN, M. A.; RAKOV, V. A. Lightning: physics

Atmosféricas

nos

Desta

forma,

[1] FANTÁSTICO. Fenômeno raro é registrado no

qual o que foi observado pelo INPE, de

Descargas

normalizadas.

Referências

Assim, é absolutamente importante

céu de São Paulo: um super-raio. Disponível em: <https://globoplay.globo.com/v/7427526/>. Acesso

Protection. Cambridge: Cambridge University Press, 2008. [3] UMAN, M. A. The lightning discharge. Dover

and effects. Meteorologische Zeitschrift, v. 14, n.

seus subsistemas de captores, descida

que o projetista inclua nas observações do

e

materiais

projeto de PDA, ou mesmo nas memórias

relativamente bem dimensionados (no

de cálculo, as observações de que as

contra descargas atmosféricas. Assoc.

caso de serem obedecidas as normas), e

Descargas Atmosféricas são fenômenos

Normas Técnicas, 2015.

a falha de proteção geralmente ocorrem

da natureza não controlados, de maneira

para as correntes inferiores às mínimas

que as medidas, apesar de eficientes,

especificadas na norma (Tabela 4 da ABNT

são baseadas em dados probabilísticos e

new Brazilian standard and

NBR 5419-1: 2015). Na especificação

não garantem proteção plena dos danos

apresentado no 2013 International Symposium on

das correntes de impulso do DPS, são

causados pelas descargas. Em casos de

aterramento,

possuem

consideradas as correntes de pico para os

descargas acima dos valores previstos,

diversos Níveis de Proteção (NP). Neste

podem existir prejuízos à edificação e

caso do super raio, a corrente de impulso

aos equipamentos eletrônicos próximos à

poderá ultrapassar o valor especificado

descarga, ou ligadas a uma linha elétrica

para o DPS e danificá-lo. Além disto, o maior

diretamente atingida pela descarga ou

campo eletromagnético gerado por este

ainda que sofreu o efeito indireto de

super raio poderá superar os valores das

descargas que caíram próximas a ela.

2005-02, pp. 94-95, fev. 2005. [5] ABNT. NBR 5419:2015. Proteção de estruturas Bras.

[6] SUETA, H. E.; BURANI, G. F.; MODENA, J.; SILVA, J. C. O.; ALVES, N. V. B. The new ABNT NBR 5419: Lightning protection: Differences between the IEC 62305,

Lightning Protection, SIPDA 2013, 2013.

*Prof. Danilo Ferreira de Souza é coordenador do curso de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso e Dr. Hélio Eiji Sueta é chefe adjunto da Divisão Científica de Planejamento, Análise e Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo.


76

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Por Jefferson A.C. Matias e Alexandre Rasi Aoki*

Um olhar sobre o armazenamento de energia em baterias, energias renováveis e eficiência energética para consumidores residenciais

A oferta descentralizada de energia

análise,

realizar

um

dimensionamento

solar

de um sistema bidirecional composto

fotovoltaica (FV), proporciona renovação

por sistema fotovoltaico acoplado a um

na infraestrutura das redes de distribuição

armazenador de energia em baterias.

no

Brasil,

especificamente

a

de energia, uma vez que, além de atender

Outro ponto em destaque na aplicação

à demanda energética do consumidor, o

de sistemas fotovoltaicos associado a

excedente de energia pode ser injetado

sistemas de armazenamento de energia

na rede. Usualmente, os trabalhos acerca

em baterias é a contribuição através da

deste tema são desenvolvidos, almejando

Eficiência Energética que, por sua vez,

manter

energia

apresentam dois conceitos prioritários

correspondente à necessidade do usuário

que são a redução de energia pelo usuário

de eletricidade. Outra constatação é o

residencial ao longo do dia, dada pela

uma

produção

de

período de geração, em que o pico de

geração fotovoltaica, e o armazenamento

geração de energia fotovoltaica pode não

da energia excedente que será utilizando

coincidir com o pico de demanda solicitada

no horário de ponta, contribuindo com

pelo consumidor. Do ponto de vista do

a redução de demanda na ponta (RDP).

consumidor, o emprego de sistemas de

Conforme

armazenamento de energia em baterias

da figura 1, o excedente fotovoltaico

apresentado

no

gráfico

(BESS, do inglês Battery Energy Storage

atinge seu pico de geração às 12h

System) possibilita realizar o carregamento

(meio dia), linha verde que apresenta o

das baterias próximo ao horário de

comportamento das baterias, ou seja, o

máxima geração fotovoltaica e despachar

consumidor não está utilizando a energia

a energia durante os períodos de menor

da rede e, neste momento, o excedente

oferta

consequentemente

está sendo enviado para o BESS. Nota-se

buscando uma redução financeira da conta

também nesta mesma figura que, após às

de energia. A fim de auxiliar os fabricantes

18h, a energia armazenada em baterias

e os usuários de sistemas fotovoltaicos

está sendo utilizado pelo consumidor

com armazenamento de energia em

residencial que se apresenta como uma

baterias, estudos propõem uma análise

redução operacional e financeira levando

da curva do consumo de energia de um

em consideração a redução da conta de

consumidor residencial e, a partir desta

energia.

energética,


Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Abril de 2019

77

é a variação nos níveis de tensão, o que pode prejudicar os níveis de qualidade de energia. Desta forma, o sistema de armazenamento de energia em baterias poderá contribuir com as concessionárias de energia operando para mitigar o fluxo de potência reverso injetado na rede de baixa tensão, conforme apresentado na

Figura 1 - Comportamento de carregamento e descarga das baterias

Outras ações de eficiência energética

muito

utilizadas

não

somente

para

figura (2), atendendo à demanda local

consumo que destaquem oportunidades

por geração de energia no horário de

de economia de energia. Todas essas

pico, melhorando a qualidade de energia

consumidores residenciais, mas também

tecnologias apresentadas têm a capacidade

elétrica, além de aumentar a confiabilidade

em edifícios comerciais, são as tecnologias

de ser integradas a um gerenciador que

para os usuários de tais tecnologias.

conhecidas como Internet das Coisas (IoT,

pode comandar e controlar a operação

do inglês Internet of Things), que através

tanto comercial quanto residencial de

na figura 2 verifica-se que o sistema de

Avaliando os resultados apresentados

de sensores que monitoram e controlam

forma automática em busca de otimização

armazenamento de energia em baterias

as cargas de equipamentos de iluminação,

do recurso energético.

é adequado para um sistema residencial

centrais

Ainda dentro do ponto de vista de

uma vez que não apresenta fluxo reverso

diversas, armazenam dados de consumo

capacidade da geração fotovoltaica no

de energia para a rede de baixa tensão.

e com essas informações podem realizar

Brasil as tecnologias aplicáveis (sistemas

Diante de um desafio constante que é

comparativos entre edificações com o

fotovoltaicos), comumente instalado nos

o aumento das tarifas de energia e a

de

climatização

e

máquinas

mesmo comportamento operacional, a fim

telhados

apresentam

disponibilidade de tecnologias disponível

de buscar ações que gerem economia de

em momentos de baixo consumo, uma

para geração de energia provenientes de

energia.

condição que pode levar ao fluxo de

fontes renováveis, observou-se que os

Outra inovação no sentido da eficiência

potência reverso. Pensando em grande

sistemas solares fotovoltaicos em alguns

energética são as técnicas de Inteligência

escala, o controle e a gestão de instalações

instantes, quando a geração é superior

das

residências,

Artificial, que podem ser aplicadas para

fotovoltaicas é um grande desafio para as

à demanda do consumidor, este sistema

a identificação de padrões de consumo,

concessionárias de energia, um exemplo

passa a exportar energia para a rede de

detecção

do impacto do fluxo de potência reverso

de

falhas

e

previsão

de

distribuição, o que na visão do consumidor residencial pode não ser uma vantagem. Assim foi verificada a oportunidade de armazenamento de energia utilizando um sistema de armazenamento de energia em baterias, possibilitando benefícios técnicos e econômicos para os usuários desses sistemas. *Jefferson A.C. Matias é gerente de Projetos na SelEnergy Energias Renováveis, Especialista em Eficiência Energética em Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Alexandre Rasi Aoki é Professor da Universidade Federal do Paraná e Coordenador do CE-C6 Sistemas de Distribuição e Geração

Figura 2 – Sistema de Armazenamento de energia (2kW/6kWh).

Distribuída do Cigrè Brasil.


78

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

A efetividade (limitada!) dos eletrodos de aterramento para as correntes dos raios. Ou você ainda acredita em equalização de potencial? – Parte 02/04 Continuamos trazendo nesta edição o artigo do professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco, sobre aterramento e equipotencialização, trabalho originalmente apresentado no CINASE-SP em 2018.

Há muitas décadas, raios têm sido objeto de inúmeros estudos, a

A figura 1 mostra, de forma simplificada, as principais formas de

partir de medições feitas em torres instaladas no topo de morros como,

onda dos impulsos de corrente injetados no solo pelos raios, havendo

por exemplo no Morro do Cachimbo, em Minas Gerais) e também em

ou não malhas de aterramento presentes [1].

estruturas muito altas como, por exemplo, a CN-Tower em Toronto

no Canadá. Com base nessas medições foi possível criar modelos

de onda das descargas atmosféricas: podemos dizer que, de uma

matemáticos extremamente úteis no estudo e desenvolvimentos de

forma simplificada, os impulsos de corrente de um raio começam

padrões de engenharia para projetos de proteção de estruturas contra

com variações rápidas, envolvendo altas frequências e terminam

os efeitos dos raios.

com variações bem mais lentas correspondentes a frequências mais

A figura 2 mostra algumas características gerais das formas

baixas; consequentemente, na parte inicial dos impulsos teremos predominância de efeitos reativos, principalmente indutivos e, em casos especiais, capacitivos quando envolvendo solos de resistividade muito elevada, enquanto que na parte final (cauda) das descargas teremos predominância dos efeitos resistivos com dissipação de energia.

A figura 3 ilustra os espectros de frequências típicos de três

tipos de descargas, com importância para o estudo das malhas de aterramento, [2]:

-primeira descarga negativa

-descarga subsequente negativa

e

-descarga positiva

Como mostrado, os espectros se estendem de CC (0Hz) até 10

MHz! Figura 1: Algumas configurações típicas (simplificadas) de descargas atmosféricas


Apoio

O Setor Elétrico / Abril de 2019

79

necessário levar em conta pequenos capacitores em paralelo com as condutâncias. Nessas condições, o comportamento do eletrodo resultará predominantemente da ação das indutâncias distribuídas, próprias do condutor enterrado e da ordem de 1,5 μH/m, associadas às condutâncias de dispersão de corrente para o solo.

As figuras 5 e 6 ilustram as distribuições de corrente, ao longo

do eletrodo de aterramento, respectivamente para frequências altas e baixas: como mostrado, figura 5, para frequências altas as reatâncias indutiva do eletrodo impedem que a corrente injetada no solo se distribua uniformemente; consequentemente, o eletrodo se comportará como se tivesse um comprimento efetivo, Lef, Figura 2: Características gerais das formas de onda das descargas atmosféricas

menor do que o comprimento físico Lf, resultando assim numa impedância dinâmica elevada.

Já, como ilustrado na figura 6, para baixas frequências a

reatância indutiva do eletrodo torna-se desprezível, resultando que a corrente injetada no solo se distribua de forma mais uniforme ao longo de todo o eletrodo resultando numa impedância efetiva substancialmente menor.

Figura 3: Espectros de frequências típicos de três tipos de descargas

Modelo elétrico de um eletrodo de aterramento simples

A figura 4 mostra o modelo simplificado de um eletrodo de

aterramento horizontal, imerso em um solo de resistividade não

Figura 5: Distribuições de corrente, ao longo do eletrodo de aterramento para frequências altas

excessivamente alta; para solo com resistividade muito elevada será

Figura 6: Distribuições de corrente, ao longo do eletrodo de aterramento para frequências baixas Figura 4: Modelo simplificado de um eletrodo de aterramento horizontal, imerso em um solo de resistividade não muito alta

Continua na próxima edição.


80

Redes subterrâneas em foco

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Daniel Bento, PMP®, é engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Atualmente, é diretor executivo da empresa Baur do Brasil | daniel.bento@baurdobrasil.com.br

Do Patinho Feio ao Cisne Negro

Manutenção de ativos! Por muitos anos

Os cabos isolados de média tensão que

forma assertiva e otimizada, obtendo maior

considerada como o mal necessário dentro

foram “descobertos” no inventario devem ser

confiabilidade, com menor risco operacional.

das organizações, ganhou relevância, ou

classificados como críticos, tendo em vista que

Agora, tratando da Lógica do Cisne

melhor, foi colocada no seu devido lugar, por

eles conduzem a energia que faz a empresa

Negro, Taleb o definiu com base no conceito

agregar valor ao negócio. Neste moderno

funcionar, ou seja, agregam muito valor. Além

de que, em um momento da história os

conceito deixou de ser custo para ser um

disso, na condição de falha, toda ou parte

Ornitólogos já haviam observados milhões

item estratégico. A série de normas NBR

da operação da empresa para de funcionar,

de cisnes da cor branca, portanto, havia

ISO 55000, lançada há poucos anos com

o que causa um custo de indisponibilidade

o conceito inquestionável de que todos

o objetivo de as organizações melhorarem a

muito elevado.

eram brancos, até o momento em que foi

gestão dos seus ativos, foi fundamental para

descoberto na Austrália um cisne negro,

a manutenção se revelar como na história

“antiga” (Patinho Feio) e a moderna manutenção

quebrando o conceito estabelecido.

infantil, em que anteriormente era um Patinho

foi que a ISO 55000 exige alinhamento da gestão

Feio, e na verdade era um lindo cisne.

dos ativos com a estratégia da organização.

Cisne Negro, como sendo um evento diferente

Logo, na gestão moderna, ela passou a ter um

de todo o registro histórico, que causa um

Vamos falar no final desta coluna como

papel relevante no plano estratégico.

impacto extremo no conceito existente e que,

a Lógica do Cisne Negro (Nassim Taleb)

De acordo com a ISO 55000, deve ser

após ocorrido, leva as pessoas a criarem

pode impactar na manutenção das redes

elaborado um Plano Estratégico de Gestão

explicações a respeito do fenômeno, como se

subterrâneas.

de Ativos, conhecido pela sigla SAMP

o mesmo fosse previsível.

Porém, antes disso, na ISO 55000

(termo em inglês). Este plano deve conter a

podemos identificar a aplicação de um

estratégia, o ciclo de vida estabelecido para

isolados de média tensão, é comum os

aspecto relevante para as empresas, com

o portfólio de ativos e os indicadores que

gestores

um inventário dos seus ativos. Neste trabalho,

permitirão acompanhar a evolução do estado

passado da alta confiabilidade, e por esse

os cabos elétricos isolados de média tensão,

de conservação.

motivo cria-se o conceito do cisne branco.

que muitas vezes estão instalados de forma

Para monitorar a estratégia, podemos

Contudo, a observação passada não assegura

subterrânea, passaram a ser “descobertos”

aproveitar o conceito do ciclo PDCA

que não ocorra o Cisne Negro, que seria uma

pelas empresas.

disseminado por William Edward Deming,

falha em cabos, quebrando o conceito que até

E o Cisne Negro onde fica nesta história?

O divisor de águas entre a manutenção

Desta forma, Taleb definiu a Lógica do

Trazendo este conceito para os cabos observarem

o

comportamento

que apresenta um resultado efetivo na gestão

então era inquestionável do cisne branco.

permite

de processos, sendo baseado em indicadores

a classificação dos itens críticos. Essa

que acompanham a performance do estado

que a Lógica do Cisne Negro impere nas

classificação é realizada com base em

de conservação dos ativos.

organizações, pois ela evidencia o risco

quatro critérios, sendo eles: valor gerado

Os

performance

existente em todos os ativos, inclusive aqueles

ao negócio; lucro cessante pela falha;

evidenciam o nível de risco em que se

que por muitos anos foram deixados em

risco envolvido na perda do ativo; custo de

encontram estes ativos, subsidiando o gestor

segundo plano como os cabos isolados de

manutenção e reposição.

responsável para direcionar as ações de

média tensão.

A identificação do portfólio de ativos,

desenvolvido

pelo

inventário,

indicadores

de

Portanto, a ISO 55000 auxilia a evitar


Iluminação pública

O Setor Elétrico / Abril de 2019

81

Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética.

As PPPs de iluminação no Brasil

de

investimentos necessários para gerar uma

tendendo a incluir nos processos de PPP

artigos sobre o tema iluminação, iremos

PPP deixam os interessados receosos

outros serviços e atividades que não

tratar do tema PPP (Parceria Público-

quanto à capacidade de cada um de

dizem respeito à iluminação pública, mas

Privada) de iluminação pública neste e em

investir recursos para esta finalidade sem

que podem ser realizados compartilhando

outros artigos em função da importância

ter nem a certeza de que o processo não

a

que o tema tem atingido nos últimos anos.

será abandonado pelo município.

integrando o sistema de telegerenciamento

Nos primeiros meses de 2019, muitos

O LED tem se tornado cada vez mais

a outros sistemas na cidade. Não há dúvida

processos

Dando

sequência

nesta

série

estrutura

da

iluminação

pública

e

concessão

realidade e algumas cidades já estão na

que a iluminação pública pode ser a porta

da iluminação pública dos municípios

fase de avaliação dos investimentos dos

de entrada para uma cidade inteligente,

foram retomados e outros atingiram fases

equipamentos de LED instalados sem PPP,

mas não podemos instalar esta porta de

de divulgação de estudos, audiências

e sem ter um histórico de desempenho

entrada em uma casa sem projeto, sem

públicas ou mesmo a fase de licitações.

dos equipamentos que foram adquiridos

alicerces e sem toda sua estrutura. A

Seja por motivação da execução do plano

nos últimos anos, pois nem todos tem um

implementação

e proposta de governo ou por necessidade

sistema de gerenciamento da manutenção

deveria ser precedida de estudo específico

de aplicar recursos nesta área ou mesmo

da iluminação pública que possa balizar

que demonstre que sua utilização reverte o

por motivação política, é esperado que até

fornecedores e prestadores de serviços.

investimento em benefício em termos de

2020 este número ainda aumente.

Iniciativas

recentemente

economia de energia por dimerização e por

que

tratam

da

como

as

da

própria

telegestão

realizadas pelo BNDES, Caixa e outras

melhor utilização da mão de obra que não

neste mercado de PPPs, a taxa de

entidades,

o

será necessária para realização de rondas.

insucesso dos projetos nos últimos anos,

aumento da credibilidade do processo e

Mas como aplicar esta tecnologia se

desde iniciativas que já são abandonadas

acompanhamento de todos os passos do

atualmente não temos definida a aceitação

ou interrompidas nas fases iniciais, e nem

processo de forma a garantir o correto

da dimerização para fins de redução de

chegam a evoluir para um Edital, até os que

andamento e a implementação da PPP.

carga por parte da distribuidora de energia?

chegam na licitação e esta não é efetivada

A elaboração de estudos e projetos de

Mais uma vez temos a impressão de que

ou quando avança em algum momento o

forma isenta e amparada por profissionais

falta não somente o planejamento correto,

processo não segue até a assinatura do

e

mas a vivência do uso da tecnologia em

contrato de concessão. Ao mesmo tempo

uma maior visibilidade e transparência

benefício do usuário e envolvimento não

que existe uma grande expectativa de bons

para o processo. A discussão com a

somente do provedor de soluções e do

projetos que possam contribuir para uma

sociedade através de audiências públicas

interessado na sua aplicação, mas de

gestão mais eficiente e eficaz da iluminação

e roadshows faz parte desta melhoria do

várias esferas do poder público que têm

das cidades através de novos modelos

cenário das PPPs no Brasil.

por obrigação gerir o sistema seja qual for

como a PPP, esta taxa de insucesso e os

Algumas

É nítido para quem atua especificamente

são

consultores

fundamentais

de

diversas

cidades

para

áreas

também

estão

o modelo de gestão.


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Quadros e painéis

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Doutor em Business Administration pela Florida Christian University, membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos |nunziante@gimi.com.br

Industria 4.0 em painéis elétricos. Essa relação existe? com

de vezes a velocidade do desenvolvimento

industrial deve controlar a vida útil de seus

bastante brevidade e com o objetivo de incitar

científico. Processos industriais passaram a

contatos e através da “integral do tempo

discussões a relação entre a indústria 4.0 e

ser automatizados com o auxílio da eletrônica

x corrente” analisar os contatos e avisar a

os conjuntos de manobra e controle, sejam

e dos sensores.

equipe de manutenção que uma manutenção

de baixa tensão, sejam os de alta tensão. Mas

“A Quarta Revolução Industrial não é

preventiva em seus contatos deverá ocorrer

a pergunta inicial é: o que seria indústria 4.0?

definida por um conjunto de tecnologias

dentro de algum tempo. Falamos também

Prezado

leitor,

abordaremos

Bom, A Quarta Revolução Industrial, ou

emergentes em si mesmas, mas a transição

de monitoramento das condições funcionais

Indústria 4.0, é um conceito desenvolvido

em direção a novos sistemas que foram

dos aparelhos, temperatura poderia ser uma

pelo alemão Klaus Schwab, diretor e fundador

construídos

da

delas como exemplo, onde sensores avisam a

do Fórum Econômico Mundial. Hoje, já é

revolução digital", esclarece Schwab, em

manutenção que as temperaturas dos contatos

reconhecida e adotada por diversos teóricos

seu livro A Quarta Revolução Industrial. As

estão saindo de um padrão que o próprio

da área, segundo os quais o processo de

tecnologias que fazem parte do conjunto da

conjunto estabeleceu ao passar do tempo

desenvolvimento da industrialização atingiu

Indústria 4.0 não estão restritas aos universos

e, quando sai deste padrão, é necessária

uma quarta fase que pela quarta vez afeta e

da nanotecnologia, biotecnologia, robótica,

uma manutenção corretiva, por exemplo, um

transforma fundamentalmente a maneira como

inteligência

armazenamento

reaperto em um ponto de conexão; backup de

vivemos e trabalhamos, mas principalmente

de energia. Falamos em sistemas físicos

parâmetros de proteção e registros de eventos

como nos comunicamos e nos relacionamos.

cibernéticos,

mas,

de relés na nuvem, ou cloud no idioma inglês, o

É, sem sombra de dúvidas, uma mudança

sobretudo, redes. O mundo onde tudo é

que possibilita uma maior proteção dos dados,

de paradigma altamente disruptiva, não

conectado.

mas, sobretudo, disponibilidade deles em

apenas mais uma etapa do desenvolvimento

Se assim é, por que não pensar em

qualquer lugar e em qualquer tempo, mesmo

tecnológico.

conectar, monitorar, medir, controlar, proteger,

se o relé sofra uma pane e tenha seu firmware

A primeira revolução industrial ocorreu na

entre tantas coisas que fazemos usando

e registros todos apagados. Bom, nesse caso,

Inglaterra no fim do século XVIII, modificou

quadros elétricos de baixa e alta tensão, mas

seria necessário apenas substituir o relé que

totalmente a forma de se produzir coisas,

utilizando-se dos conceitos da indústria 4.0?

apresentou o defeito, conectá-lo novamente

antes totalmente artesanal, e que partir do uso

Sensores, relés, controladores, drives, isso

na nuvem, baixar seus parâmetros de ajuste e

de carvão, vapor e ferro revolucionou a vida e

tudo já não está conectado a redes de dados?

tudo volta a funcionar como antes! Tudo isso e

fez surgir o conceito de indústria mecanizada.

Já não acessamos tudo isso apenas com as

muito mais....

A segunda revolução industrial iniciou-se

ferramentas disponíveis nos já consagrados

Ah, mais uma provocação que deixo

no início do século XIX, impulsionada pelo

sistemas de automação e controle que

ao leitor: mas e a segurança de tudo isso?

desenvolvimento da química, da indústria

caracterizam a terceira revolução industrial?

Estaríamos expostos e vulneráveis a ataques

do petróleo, mas, sobretudo, a eletricidade,

Então, para que serviria essa tal indústria 4.0

cibernéticos, badwares ou vírus, entre outros

nossa ilustre arte real. A terceira revolução

em nossas instalações elétricas?

problemas? Essa resposta eu não tenho, caro

industrial ocorreu a partir da segunda metade

Na

do século XX, com o surgimento dos primeiros

monitoramento de vida útil de disjuntores,

Voltamos a esse assunto num futuro

computadores, que multiplicaram por milhões

ou seja, um disjuntor da quarta geração

próximo... Até lá.

sobre

a

artificial internet

verdade,

infraestrutura

e das

estamos

coisas,

falando

em

leitor!!



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Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Abril de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Os cuidados com a “dupla” tensão de alimentação

A aparente facilidade de características

30) da Elspec modelo G4500, com 1024

(THDI) de 35%, com fator de potência

de aparelhos e equipamentos eletrônicos

amostras por ciclo e integração a cada

total próximo a 95% capacitivo e fator

que

meio ciclo.

de potência na frequência fundamental

alimentação ou um limite contínuo em que

O “teste 1” com resultados ilustrados

de 100%. A potência elétrica entregue à

pelo menos duas tensões típicas estejam

na figura 1 possui um driver de 40W/100-

lâmpada foi da ordem de 40 W, próxima da

inseridas

situações

240V e o “teste 2” com resultados na figura

nominal. Entre 160 V e 190 V, o sistema se

não desejáveis e não identificáveis em

2 possui um driver de 20W 100-240V.

mostrou bastante instável. Acima de 200V,

princípio. A falta de informações claras

Durante o ensaio, a tensão de alimentação

os indicadores de qualidade de energia

do comportamento destes equipamentos

foi variada e os resultados são referidos

apresentaram bom comportamento (THDI

nestas tensões (ou range) pode gerar

e devem ser interpretados em relação a

da ordem de 10% e fatores de potência

problemas nas instalações elétricas que

estas tensões de alimentação.

próximo a 100%), porém a potência

alimentarão estas cargas, considerando as

entregue a lâmpada reduziu mais de 10%,

premissas de qualidade de energia. Testes

observar nos testes foi:

possuam

pode

“dupla”

esconder

tensão

de

De uma forma geral o que se pode

atingindo valores da ordem de 35 W. Teste 2 – Com 120 V o conjunto

elétricos efetuados em lâmpadas LED efetuados anteriormente (ver https://www.

Teste 1 – Com 120 V o conjunto

apresentou

osetoreletrico.com.br/fator-de-potencia-

apresentou uma distorção total de corrente

da distorção de corrente e fatores de

e-distorcao-harmonica-de-corrente-emleds/) trouxeram algumas evidências de comportamento indesejáveis de fator de potência e distorções harmônicas em lâmpadas. O teste ora reportado considera o comportamento das correntes harmônicas e outras variáveis em LEDs considerando a alimentação com tensões de alimentação dos drivers que foram variadas em função dos limites de operação dos mesmos. Foram efetuados 10 testes em diferentes combinações de drivers e lâmpadas e ilustramos duas situações particularmente interessantes. Os testes foram efetuados com instrumento classe A (IEC 61000-4-

Figura 1 – Teste 1 – Sistema de 40 W nominal

um

bom

comportamento


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O Setor Elétrico / Abril de 2019

as de qualidade de energia em particular apresentaram comportamentos distintos quando a tensão de alimentação de cargas de iluminação de dupla tensão de alimentação é variada. Há de se considerar que nas faixas intermediárias onde em geral as tensões não ocorrem (por exemplo 160V) o comportamento pode piorar. A potência entregue as lâmpadas pelo driver também apresentou sensível variação e deve ser considerada como ponto de atenção em função do desempenho fotométrico que deve estar prejudicado.

Figura 2 – Teste 2 – Sistema de 20 W nominal

Demais

testes

efetuados

nesta série estarão disponíveis no site potência,

contudo

entregou

50%

www.acaoenge.com.br/biblioteca

da

de corrente (THDI de 35%) e fatores de

potência a lâmpada quando alimentada

potência total (90% cap) como na própria

em 220V. Nesta situação (220V) notou-se

frequência fundamental.

Agradecimentos ao Professor Alan Nascimento

pela “provocação” e revisão deste texto.

um significativo incremento da distorção

Conclusões: as variáveis elétricas e


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Instalações Ex

O Setor Elétrico / Abril de 2019

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Novas Normas ABNT NBR ISO 80079 – Partes 36 e 37: avaliação de riscos e tipos de proteção para equipamentos mecânicos “Ex” – Parte 01/02

O

risco

de

ocorrência

de

uma

ignição em áreas classificadas contendo atmosferas explosivas formadas por gases inflamáveis ou poeiras combustíveis é proveniente da existência de fontes de ignição

capazes

de

gerar

centelhas,

faíscas ou altas temperaturas. Estas fontes de ignição podem ser representadas por fontes de energia ou condições que são capazes de provocar a ignição de uma determinada atmosfera explosiva de gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis que estiver presente ao seu redor. Em

uma

instalação

independentemente

do

industrial, tamanho,

complexidade ou porte, podem existir muitas outras fontes de ignição, além daquelas associadas com equipamentos elétricos, de instrumentação, de automação

industriais

ou de telecomunicações.

gerada

Desta

forma,

nas

por

por

equipamentos

ignição

mecânicos

próprias de risco potencial de ignição. Por

este

motivo

estes

equipamentos

e

são registrados desde o início do Século

mecânicos necessitam ser projetados,

equipamentos “Ex” envolvendo atmosferas

20. Desta forma, sob o ponto de vista

dimensionados, avaliados, ensaiados em

explosivas, avaliações de risco e medidas

de segurança industrial em atmosferas

laboratório, certificados e marcados de

adicionais são necessárias para mitigar

explosivas, os equipamentos mecânicos

acordo com os requisitos indicados nas

o risco devido a outras fontes de ignição

também necessitam possuir requisitos

respectivas normas técnicas de tipos de

possíveis,

incluindo

instalações

ocasionadas

equipamentos

construtivos específicos, de forma que

proteção “Ex” para equipamentos não

mecânicos tais como bombas centrífugas,

não possam gerar faíscas ou centelhas ou

elétricos.

ventiladores, compressores alternativos,

pontos quentes, provenientes de atritos de

caixas redutoras de engrenagem, esteiras

partes móveis, por fricção ou por falta de

ABNT as seguintes novas normas sobre

rolantes e elevadores.

lubrificação de suas partes constituintes.

equipamentos mecânicos “Ex”, elaboradas

Equipamentos

mecânicos

são

pela Comissão de Estudo CE 003.031.005

reconhecidos

possuindo

fontes

Casos

históricos

de

acidentes

envolvendo

explosões

em

instalações

como

Em 26/10/2018 foram publicadas pela

do Subcomitê SC-31 do COBEI:


87

O Setor Elétrico / Abril de 2019

exceções, somente o projeto, fabricação,

suas próprias fontes potenciais de ignição.

ABNT NBR ISO 80079-36: Atmosferas

instalação e operação de equipamentos

As

explosivas – Parte 36: Equipamentos não

elétricos para atmosferas explosivas tem

industriais têm mostrado que é essencial

elétricos para utilização em atmosferas

sido abordado nas Normas ABNT NBR

realizar uma avaliação de risco de ignição

explosivas - Métodos e requisitos básicos

ISO e ABNT NBR IEC.

abrangente dos equipamentos mecânicos

experiências

em

instalações

Podem ser citados como exemplos

“Ex”, de forma a identificar todas as fontes

ABNT NBR ISO 80079-37: Atmosferas

de equipamentos mecânicos instalados

potenciais de ignição e determinar se

explosivas – Parte 37: Equipamentos não

em atmosferas explosivas: acoplamentos,

estes equipamentos podem se tornar

elétricos para utilização em atmosferas

bombas, caixas de engrenagens, freios,

fontes efetivas de ignição durante todo o

explosivas

-

tempo de vida útil prevista do equipamento

elétricos:

segurança

Tipos

de

proteção

não

motores

construtiva

“c”,

e

hidráulicos

combinação

de

e

pneumáticos

dispositivos

para

mecânico.

controle de fonte de ignição “b” e imersão

fabricação

em óleo “k”

ventiladores, motores, compressores e

sejam compreendidos e documentados,

de

máquinas,

elevadores,

Uma vez que estes riscos de ignição

montagens de equipamentos.

é então possível definir as medidas

ISO

A Norma ABNT NBR ISO 80079-

necessárias de proteção “Ex”, dependendo

80079-36 aborda os requisitos básicos

36 abrange equipamentos mecânicos e

do nível de proteção do equipamento

e

para

montagens de equipamentos destinadas

(EPL) requerido, de forma a minimizar a

equipamentos mecânicos instalados em

a geração, transferência, armazenagem,

probabilidade destas fontes de ignição se

atmosferas explosivas contendo gases

medição, controle e conversão de energia

tornarem efetivas.

inflamáveis

combustíveis.

ou processamento de material, que são

Até o presente momento, com algumas

capazes de causar uma explosão devido a

A

nova

conceitos

Norma de

ou

ABNT

proteção

poeiras

NBR “Ex”

Continua na próxima edição.


Memórias do Setor

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O Setor Elétrico / Abril de 2019

por Isabel Regina Felix e Mariana de Andrade* www.energiaesaneamento.org.br

Light e as primeiras subestações de energia de São Paulo que garantiram a infraestrutura necessária

Subestação Central Riachuelo, recentemente

no final do século XIX é considerada um

para o desenvolvimento urbano e industrial

restaurada e transformada em um centro

marco na história da urbanização. No Brasil,

de São Paulo, a empresa teve forte presença,

cultural, na Praça da Bandeira.

o advento da companhia Light há 120

especialmente na capital.

anos promoveu intensas, amplas e rápidas

Subestação Paula Souza, a pioneira

transformações na paisagem paulistana.

a paisagem da cidade modificada

pela instalação de redes elétricas que

Canadá, a The São Paulo Railway, Light and

alimentariam as linhas de bondes e levariam

estrutura transformadora e distribuidora de

Power, Company Ltd tinha como objetivos

a eletricidade para várias áreas da cidade.

energia elétrica do Estado. Inaugurada em

“estabelecer, construir completar, manter

1901 junto da Usina de Parnaíba, primeira

e fazer funcionar obras para a produção,

edificação passa a fazer parte do cotidiano

hidrelétrica a gerar eletricidade para a cidade

utilização e venda e produzir eletricidade

paulistano: as subestações, de onde a energia

de São Paulo, a estrutura compunha o sistema

gerada por vapor e força motora elétrica,

era distribuída para ser levada a diferentes

de energia da Light e foi construída ao lado

a gás, pneumática, mecânica e hidráulica

destinos como bondes, fábricas, comércios,

do rio Tamanduateí. Em princípio, além de

ou outra força qualquer para quaisquer

residências etc. A princípio, apenas a

contribuir para o sistema de iluminação

fins”. O termo “Railway”, na razão social,

Subestação Paula Souza, localizada na região

pública, fornecia energia para os bondes

foi substituído por “Tramway”, limitando

central, cumpria essa função, mas com o

elétricos da Capital. Sua primeira edificação

a atuação da empresa, no que se refere ao

surgimento de novas indústrias e novos

foi considerada uma obra monumental,

transporte, apenas à viação urbana.

bairros, foram sendo construídas outras

contando, em equipamentos, com o que havia

subestações, como Lapa, Ipiranga e Augusta,

de mais moderno e de alta potência à época.

São Paulo, a cidade tinha uma população

entre outras.

próxima de 240 mil habitantes, suas ruas

construído um prédio no complexo da

eram estreitas e existiam diversos núcleos

disponível de forma online mais de mil

subestação, com a instalação do primeiro

populacionais esparsos e separados por áreas

documentos gráficos produzidos pela antiga

equipamento com sistema de isolamento a

não edificadas. A empresa The San Paulo Gas

companhia Light entre 1914 e 1949, e que

gás (GIS). Em 2016, as suas instalações foram

Company Ltd atuava na cidade desde 1872,

registram obras e alterações na cidade. A

novamente modernizadas, com a renovação

quando passou a produzir gás e cuidar da

série “Propriedades da Companhia” revela

de seus equipamentos de alta tensão - com

iluminação por meio de lampiões. Na época,

ao público uma grande variedade de fontes

tecnologia que permite a redução do espaço

a Companhia de Água e Luz do Estado de

gráficas, como projetos de arquitetura e

ocupado e melhoria de performance.

São Paulo era a concorrente da Companhia

engenharia, entre eles desenhos técnicos,

de Gás, fornecendo energia elétrica em

plantas baixas e cartografias que retratam o

*Isabel Regina Felix é Historiadora e

algumas localidades centrais e comerciais da

processo de urbanização da cidade através

Coordenadora de Serviços e Projetos Especiais

cidade, do escurecer até a meia-noite.

das construções realizadas pela Light. Entre

da Fundação Energia e Saneamento e Mariana

esses documentos, encontram-se exemplares

de Andrade é Jornalista e Pesquisadora da

foram fundamentais para o fortalecimento

referentes a diversas subestações de energia

Fundação Energia e Saneamento. Fundação:

da Light no Brasil. Responsável por obras

espalhadas pela Capital, como a antiga

http://www.energiaesaneamento.org.br/

A chegada da energia elétrica às cidades

Fundada em 1899, com sede em Toronto,

Quando a Light se estabeleceu em

As duas primeiras décadas do século XX

Dia a dia seus moradores viam

Nesse contexto, um novo tipo de

A Fundação Energia e Saneamento tem

A subestação Paula Souza é a mais antiga

Mais tarde, na década de 1970, foi



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