O Setor Elétrico (edição 160 - Mai/2019)

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Ano 14 - Edição 160 Maio de 2019

Redes subterrâneas em foco

Descarbonização, descentralização e digitalização formam a tríade que vem transformando a distribuição de energia em todo o mundo. As redes subterrâneas já são aliadas desse desenvolvimento tecnológico em outros países, mas o que falta para que avance também no Brasil? PESQUISA SETORIAL Mercado de equipamentos para transmissão e distribuição de energia estima crescimento de 9% até o fim deste ano. Projetos de infraestrutura devem alavancar o setor COBERTURA ESPECIAL – CINASE SC O encontro da engenharia elétrica aconteceu em Florianópolis e superou todas as expectativas em sua primeira edição de 2019



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565

Suplemento Renováveis 41 Fascículo: Configuração do Arranjo Fotovoltaico com o Inversor Notícias de mercado Coluna solar: Perspectivas para a Geração Centralizada Solar Fotovoltaica no Brasil Coluna eólica: 10 anos do Brazil Windpower

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Maior evento técnico itinerante do setor elétrico acontece em Florianópolis e supera expectativas em sua primeira edição

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta

de 2019

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Colaboradores desta edição Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr., Gilson Paulillo, Hans Rauschmayer, Jobson Modena, José Starosta, Luciano Rosito, Paulo E. Q. M. Barreto, Ricardo Barros, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda. A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Nick Starichenko | shutterstock.com Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correio

Painel de notícias Seções Mercado e Empresas

Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos

Evento - CINASE SC

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Fascículos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão

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Pesquisa Mercado de equipamentos para transmissão e distribuição de energia estima crescimento de 9% até o fim deste ano. Projetos de infraestrutura devem alavancar o setor

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Cinase TEC Três D’s e um S

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Espaço 5419 Quem equipotencializa é a natureza

66

Espaço SBQEE Desafios da Transformação Digital e a Qualidade da Energia Elétrica

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Colunistas

68 70 71 72

Jobson Modena – Proteção contra raios José Starosta – Energia com qualidade Luciano Rosito – Iluminação pública Roberval Bulgarelli – Instalações Ex

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Editorial

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O Setor Elétrico / Maio de 2019 Capa ed 160_B.pdf

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05/06/19

17:08

www.osetoreletrico.com.br

Ano 14 - Edição 160 Maio de 2019

Redes subterrâneas em foco O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 160 – Maio de 2019

O mundo em plena transformação

Após uma jornada de 11 anos e meio atuando em uma outra

Descarbonização, descentralização e digitalização formam a tríade que vem transformando a distribuição de energia em todo o mundo. As redes subterrâneas já são aliadas desse desenvolvimento tecnológico em outros países, mas o que falta para que avance também no Brasil? PESQUISA SETORIAL Mercado de equipamentos para transmissão e distribuição de energia estima crescimento de 9% até o fim deste ano. Projetos de infraestrutura devem alavancar o setor COBERTURA ESPECIAL – CINASE SC O encontro da engenharia elétrica aconteceu em Florianópolis e superou todas as expectativas em sua primeira edição de 2019

Edição 160

Daniel Bento, para falar sobre os benefícios das redes subterrâneas

mídia do segmento, é com grande prazer que venho me apresentar

dentro da onda dos três D’s; sobre a influência da digitalização na

como a nova editora da revista O Setor Elétrico. Com extrema

rede de distribuição; sobre o desenvolvimento e aplicação, entre

satisfação e alegria, recebi o convite para fazer parte da família

outros pontos relevantes. O trabalho foi publicado na seção Cinase

Atitude Editorial, e me sinto privilegiada por poder retornar a esse

TEC, com o título: “Três D’s e um S”.

mercado com o qual sempre me identifiquei e continuar contribuindo

para o seu desenvolvimento.

a revista O Setor Elétrico, ao longo de seus mais de 13 anos de

trajetória, tem constantemente renovado suas ideias e aprimorado

O meu desejo é honrar a confiança em mim depositada, agregar

Sempre atenta ao comportamento e às tendências do mercado,

todo o conhecimento e expertise que adquiri ao longo do tempo e

processos e ações, e com isso, obtido êxito nos segmentos em que

cada dia mais aprender para informar nosso público leitor sobre o

atua, sendo considerada o principal veículo do ramo. Prova disso foi

fantástico universo da eletricidade. Então, mãos à obra!

o grande sucesso resultante da primeira edição de 2019 do Circuito

Nacional do Setor Elétrico (CINASE), realizada nos dias 8 e 9 de maio,

É inegável que o mundo vem se transformando a uma velocidade

difícil de processarmos, e tal fato exige de nós a capacidade de

pela primeira vez em Florianópolis (SC), a qual recebeu cerca de

adaptação à realidade em que estamos inseridos. Se antes sofríamos

1.000 participantes, contou com mais de 30 expositores e debateu

por falta de informação, hoje, um dos grandes problemas da vida

temas atuais, como a Indústria 4.0, Smart Grid, entre outros diversos

cotidiana é o excesso dela, uma vez que a sociedade atual precisa

conteúdos ligados à inovação em mais de 50 palestras ministradas

ser multitarefa e atender prontamente às inúmeras demandas que

por um time de verdadeiras feras do setor.

surgem.

comemorando seu décimo ano de existência, e a previsão é que

De modo geral, as transformações têm ocorrido, principalmente,

O evento itinerante, que já chegou à sua 34ª edição, está

nas esferas econômica, tecnológica e social. No caso do segmento de

as expectativas sejam superadas a cada Etapa realizada pelo País.

energia elétrica – que, para nós, é o cerne da questão –, as mudanças

Confira, na cobertura especial presente nas páginas a seguir, tudo

mais recentes estão baseadas em três pilares importantes, conhecidos

o que aconteceu nos dois dias de evento, incluindo o coquetel de

como os três D’s do momento. São eles: “Descarbonização,

lançamento do “Prêmio OSE de Qualidade nas Instalações Elétricas”,

Descentralização e Digitalização”, sendo cada país o responsável

promovido na noite de 7 de maio, o qual reconheceu e contemplou

por investir em seu desenvolvimento tecnológico no que tange à

os melhores projetos elétricos da região.

distribuição de energia. O tema, inclusive, foi discutido em um dos

painéis apresentados no evento Brazil Windpower 2019, que ocorreu

vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente

de 28 a 30 de maio, em São Paulo (SP).

irão, com certeza, perder o futuro”.

Sem dúvida, o Brasil possui pleno potencial para ingressar nesse

Termino com uma frase de John Kennedy: “A mudança é a lei da

Espero que apreciem a edição.

conceito, porém é necessário que disponha de uma infraestrutura

adequada para que tudo funcione corretamente; nesse aspecto,

A todos, uma boa leitura!

redes subterrâneas são consideradas a bola da vez por permitirem maior confiabilidade e robustez às instalações. Face à importante

Abraços,

necessidade de reflexão do assunto, convidamos o especialista

Luciana Freitas

Redes sociais

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@osetoreletrico

Revista O Setor Elétrico



Coluna do consultor

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O Setor Elétrico / Maio de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

“Dá cá”, antes do “Toma lá”. As moscas mudam!

O desencanto toma o moral da tropa, enquanto alguns

bravos tentam levar a coisa com dignidade, encontram pelo caminho sorrateiros inimigos em franca negociação. Não há como botar o nosso País nos trilhos sem uma dose de sacrifício coletivo e ajuste de contas. Os ovos devem ser quebrados. Os indicadores econômicos na contramão neste final de maio indicam a estagnação dos projetos enquanto as reformas não chegam.

Naturalmente, os cortes de verbas têm que ser feitos

como o seriam em qualquer empresa privada em que a conta não pode ser menor que zero; agora, elegantemente tratado por contingenciamento. O tema da verba da educação das universidades federais expõe mais ainda algumas mazelas e baixarias de todos os lados. Não bastasse isso, observa-se um cenário internacional pouco promissor, com as constantes rugas dos ianques com os chineses e iranianos que podem empelotar ainda mais o nosso angu de cada dia – e que ele não falte!

Bom mesmo é acompanhar alguns bons nichos de economia

no Brasil que insistem em continuar produzindo e buscando crescimento. Parabéns a eles; pena que a agricultura (já bem mecanizada) emprega pouca mão de obra. A “pegada” de tecnologia, indústria 4.0, IoT e outros sinaliza claramente para a necessária especialização de nossa mão de obra. É hora de reciclar nossas equipes.

A turma do CINASE voltou da lindíssima Floripa com gosto

de quero mais. O evento de maio foi espetacular e superou as expectativas. Mais uma etapa de sucesso, que será certamente repetido em Belo Horizonte. Sempre é hora de esperar por uma virada, que ela venha rápida com a vitória, e que os custos tratados e ajustados sejam só aqueles que precisam ser equilibrados. Que desta vez, os bolsos dos negociadores não sejam contaminados com desvios de cursos e recursos; será que dá?



Evento

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O Setor Elétrico / Maio de 2019

Por Adriana Dorante Edição: Cristiane Pinheiro Fotos: Divulgação / FotoCongresso

A 34ª edição do CINASE – Circuito

Nacional

do

Setor

Elétrico

recebeu

cerca de 1.000 pessoas durante os dias 8 e 9 de maio, em Florianópolis, Santa Catarina.

Comemorando

seu

décimo

ano de existência e consolidado como o

CINASE SC recebe cerca de 1.000 pessoas e é considerado sucesso unânime por congressistas, patrocinadores e apoiadores

melhor evento itinerante do segmento, o CINASE contou com mais de 30 estandes de empresas nacionais e locais e mais de 50 palestras que abordaram Smart Grid (Redes Inteligentes), Indústria 4.0, Internet das Coisas, entre outras inovações do setor, debatidas por especialistas da região e de todo o País. A resposta de todos os participantes foi unânime: o evento superou todas as expectativas em sua primeira edição de 2019.

De acordo com Simone Vaiser, diretora

da revista O Setor Elétrico e responsável

O evento itinerante contou com mais de 30 expositores e debateu temas como Indústria 4.0, Smart Grid, além de conteúdos ligados à inovação em mais de 50 palestras

pela coordenação da infraestrutura do evento,

esta

edição

foi

espetacular

também na opinião dos patrocinadores e apoiadores. “Já conseguimos, inclusive, renovar as cotas de patrocínio para a


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O Setor Elétrico / Maio de 2019

realização do CINASE em outras regiões do País. A gerente de comunicação das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc),

Lau

Macarini,

envolveu

a

concessionária em todo o programa do evento.

Esteve

presente

na

abertura

e teve participação com palestras e debates em outras partes do congresso, além do trabalho de divulgação exemplar, abrangendo todas as divisões da Celesc”, afirmou.

O CINASE já percorreu Santa Catarina,

em Joinville, em 2011 e 2015, mas é a primeira vez na capital Florianópolis. O evento contou com o importantíssimo apoio de empresas e entidades ligadas ao setor elétrico regional, como Celesc, Eletrosul,

Senge

SC

Sindicato

dos Engenheiros de Santa Catarina, a Associação Catarinense de Engenheiros (ACE), todas as grandes universidades, entre elas a Udesc –

Universidade do

Estado de Santa Catarina, entre outras, Engerey Painéis Elétricos e Reymaster Materiais Elétricos.

Programação Este

CINASE

importante

contou

modificação

com

uma

em

sua

programação: novos temas e palestras inéditas

dos

especialistas

Anteriormente,

a

do

setor.

concessionária

participava da abertura do evento, fazendo um panorama do setor na região. Agora, esteve

presente

em

diversos

painéis

ao longo dos dois dias do evento, se aproximando

ainda

mais

do

público

e tornando os temas do Congresso ainda

mais

dinâmicos.

“O

CINASE

chega ao seu décimo ano de existência, percorrendo 15 cidades diferentes no auge do reconhecimento da indústria, que nos acompanha e que hoje enxerga esse modelo como um sucesso, não só por ser o maior, mas o melhor evento técnico itinerante. O congresso tem um propósito muito bem definido, misturando profundidade

dos

temas

técnicos,


Evento

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O Setor Elétrico / Maio de 2019

visibilidade e trabalho de divulgação total e diferenciado nas regiões por onde passa. Desde o ano passado, também levamos ao evento o “Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade

das

Instalações

Elétricas”,

que agrega cada vez mais participantes. Tudo isso é o CINASE”, destacou Adolfo Vaiser, diretor da revista O Setor Elétrico e organizador do evento.

Agradecimentos e homenagens

José Antônio Latrônico Filho, presidente

da ABEE – Associação Brasileira de Engenheiros Elétricos de Santa Catarina, agradeceu à equipe do CINASE por



Evento

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O Setor Elétrico / Maio de 2019

trazer o evento ao Estado e enfatizou

exaltou a participação da associação no

sobre a importância da qualificação dos

CINASE.

profissionais na nova era tecnológica, com a onda do ensino a distância (EAD).

Feedback dos participantes

“Devemos reconhecer que é possível sim,

termos EAD, mas devemos ter qualificação

na parte técnica presencial. Formularemos

Florianópolis foi mais uma vez um sucesso.

uma proposta em nível nacional na área

Para Celso Ternes Leal, os patrocinadores

elétrica e definiremos o que deve ou não

e os participantes com os quais conversou

ser presencial. A qualificação profissional

foram unânimes em dizer que o evento esteve

é um trabalho que empresas e entidades

sempre acima das expectativas, pois muitas

de classe devem se preocupar”, destacou.

novidades e diversas apresentações trouxeram

valiosas

O diretor do CREA Santa Catarina,

Na opinião dos participantes, o CINASE

informações.

“Os

profissionais

Evânio Ramos Nicoleit, também reforçou

de Santa Catarina tiveram a oportunidade

a importância de o CINASE ocorrer

de conversarem com os fabricantes e

no Estado. “É uma honra acompanhar

representantes da região; isso também foi

e participar desse evento de grande

muito proveitoso. Parabéns à equipe pelo

relevância para o setor. O CREA de

grande sucesso do evento”, declarou.

Santa Catarina vem há mais de 60

Segundo

anos

Fernandes,

acompanhando

os

avanços

do

Rubipiara apoiador,

o

Cavalcante feedback

dos

setor na região, que atrai cada vez mais

participantes foi fantástico. “Parabéns pelo

investimentos, colocando o Estado em

sucesso do evento! É muito gratificante

uma posição de excelência tecnológica”,

ver o êxito pelo trabalho realizado. Os

disse.

participantes chegaram a comentar que,

O

engenheiro

Carlos

Nakazima,

devido à quantidade e relevância dos temas

da ACE – Associação Catarinense de

tratados, caberia mais um dia de congresso.

Engenheiros ressaltou a importância da

Fica a sugestão. Muito obrigado pela

energia na vida das pessoas e também

oportunidade de ter participado!”, agradece.



Evento

14

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Inovação do setor elétrico e mercado fotovoltaico em pauta no CINASE SC do âmbito do Programa, explicou Passos, foram as criações do Selo Solar e do Fundo Solar. O primeiro é uma certificação concedida para empresas, instituições públicas e privadas e proprietários de edificações que consomem um valor mínimo anual de eletricidade vinda de fonte solar, lançado em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Já a segunda, é fruto de uma parceria com a alemã GLS – Grüner Strom Label, que oferece apoio financeiro para instalar microgeradores FV com uma potência de até 5 kW. Também integra o América do Sol o projeto 50 telhados, executado em 25 cidades brasileiras por empresas do setor FV que foram responsáveis pela instalação de pelo menos 50 telhados FV (ou 100 kWp de potência) em cada município, até o final de 2015. A confiabilidade da geração fotovoltaica A Celesc – Centrais Elétricas de Santa

entre outros, uma média de R$ 390 milhões

foi uma questão bastante trazida por Ricardo

Catarina foi convidada a abrir o evento com Pablo

ao ano. Para 2019, o objetivo é injetar R$

Ruther, diretor do Instituto Ideal e do Laboratório

Cupani Carena, diretor de GTD – Geração,

530 milhões somente no sistema elétrico para

Fotovoltaico da Universidade Federal de Santa

Transmissão e Distribuição de Energia e novos

que consiga dar vasão e atender à demanda

Catarina (UFSC). Segundo ele, a resolução 482

negócios da concessionária, falando sobre

crescente e requisitos de qualidade”, contou.

da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),

inovação e investimentos da concessionária em

Em Geração, Cupani afirmou que o foco é a

que trata da compensação de energia para

GTD. Segundo ele, o carro chefe da Celesc é a

ampliação de usinas mais antigas, como a Celso

microgeração ou minigeração distribuída, sofreu

distribuição e 92% da área de concessão estão

Ramos, na região Oeste, que operava com 5,6

revisão em 2015 e está em consulta pública

no Estado de Santa Catarina.

MW e será ampliada para mais 8,3 MW, e a usina

para definir se a compensação de energia para

Do ponto de vista de inovação, um dos

em Blumenau que depende do licenciamento

os consumidores de energia solar FV terá um

conceitos bastante válidos no setor é transformar

ambiental para finalizar o projeto. Hoje, opera com

retorno de 0,72% do total de 1kW investido.

novas ideias em resultados. De acordo com

6,3 MW e a ideia é ampliar para 23 MW.

“Não podemos deixar esse mercado morrer

Cupani, a Celesc atua na melhoria da qualidade

antes de pegar o embalo que precisa”, declarou.

do serviço, na satisfação do consumidor, no

Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal, que

atendimento às exigências regulatórias, na

falou sobre o mercado de energia fotovoltaica (FV)

destaques no CINASE SC

redução de custo operacional e na melhoria da

no Brasil. “Este mercado ganhou conhecimento,

segurança. A concessionária também investe

legislação e investimento, crescendo a 50% ao

Subestações digitais

em processos de sustentabilidade, tanto

ano, e crescerá mais. Hoje, o País já conta com

ambiental quanto corporativa. “Nos últimos oito

quase quatro mil instaladores de painéis solares

e a automatização de subestações de média e

anos, investimos R$ 3 bilhões na rede em novas

fotovoltaicos”, afirmou.

baixa tensão são uma realidade. O setor atinge

subestações, ampliações, novos alimentadores,

uma transformação significativa da forma como

Outro convidado na abertura do CINASE foi

Outras duas iniciativas importantes dentro

Conheça alguns outros assuntos que foram

Com o avanço tecnológico, a digitalização


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O Setor Elétrico / Maio de 2019

o usuário e o time de manutenção interagem, monitoram e operam suas instalações elétricas. Segundo

Vinicius

Rocha,

Engenheiro

de

Aplicação ABB, as subestações digitais trazem uma série de benefícios, entre eles: aumento da previsibilidade de falhas, fornecimento de informações mais precisas e detalhadas para a engenharia e manutenção, conseguindo assim tomar decisões ou analisar históricos e eventos, gerenciamento móvel das subestações elétrica, entre outros. “Componentes elétricos, que tinham sua estrutura puramente mecânica, como disjuntores, se tornam autônomos e inteligentes e são capazes de antecipar algumas falhas no sistema elétrico, diagnosticar falhas, armazenar informações a longo prazo, conseguem se comunicar em redes de comunicação industriais e auto gerenciando sua vida útil”, destacou Painéis Elétricos, o evento surpreendeu pela

na indústria da construção civil como uma

qualidade do público visitante, tornando-se uma

ferramenta de inovação para todo o ciclo de vida

Indústria 4.0

boa oportunidade de apresentar as soluções da

da edificação. Iniciando pelo projeto, passando

A WEG apresentou suas principais soluções

empresa, como quadros elétricos, certificados,

pela construção, manutenção e até a demolição,

da WEG Automação dentro da indústria 4.0.

bancos de capacitores, quadros de tomadas,

essa consolidação tem alcance mundial e agora

Entre elas, a Soft-starter SSW900, ideal para

entre outros. “Como demonstração, levamos

também no Brasil. O tema foi abordado por

controle total da partida, parada e proteção de

alguns painéis de nossa linha de modelos

Francisco de Assis Araujo Gonçalves Junior, da

motores. A solução possui módulos plug-in

portáteis e padrões e que chamaram a atenção

ALTO QI.

para conectividade em redes Ethernet-based

dos profissionais da área, como o QTCO

Segundo o especialista, o BIM está

(Modbus-TCP, EtherNet/IP e PROFINET IO) e

(Quadro de Tomadas para Canteiro de Obras

baseado na construção virtual da edificação em

redes Fieldbus (CANopen, DeviceNet, Modbus-

Compacto). Foi extremamente positiva a nossa

3D, proporcionando a antecipação e resolução

RTU e Profibus-DP), além de comunicação por

participação no CINASE, ainda mais em Santa

de problemas, trata-se de um modelo virtual

Bluetooth, permitindo programar, monitorar, fazer

Catarina, que é para onde estamos expandindo

rico em informações e que será utilizado em

backup de parâmetros, salvar log de eventos e

ainda mais a nossa atuação”, comentou.

todo o ciclo da edificação do projeto, execução

enviá-los por mensagem.

Marco Stoppa, diretor da Reymaster

e operação. “Com o BIM é possível entregar

Outra tecnologia é o WEG IoT Platform

Materiais Elétricos, também celebra a ocasião e

projetos de maior qualidade e mais detalhados e

voltado para indústria, geração de energias

conta que, participar de um evento do segmento

compatibilizados, com uma relação de materiais

e cidades inteligentes, permitindo gerenciar

elétrico como o CINASE, em Florianópolis, veio

para a geração de orçamentos mais assertivos”,

produtos, conectando serviços de análise

ao encontro dos objetivos comerciais da empresa

destacou.

de dados e armazenamento em nuvem. A

na região de Santa Catarina. “Recentemente,

WEG ainda desenvolveu o Smart Machine,

abrimos uma unidade em Joinville, onde

Revisão da NBR 5410

especialmente para proporcionar controle total

distribuímos materiais elétricos, de conectividade,

do processo e dos parâmetros de desempenho

mas, principalmente, de automação, como

adequadas para o funcionamento usual e seguro

de máquinas, possibilitando o gerenciamento por

sensoriamento, monitoramento e manutenção

das instalações elétricas de baixa tensão, é

meio de coleta e visualização online de dados;

preditiva. O Estado tem um setor industrial

bastante complexa e passa por uma revisão

dashboards customizáveis para cada cliente;

que vem evoluindo a cada dia, caracterizando

detalhada. Segundo o especialista Paulo Barreto,

controle de performance e medição de OEE

a região como promissora para os negócios”,

o CINASE foi uma oportunidade de debater sobre

(Overall Equipment Effectiveness); determinação

explicou.

as principais novidades discutidas na Comissão,

Rocha.

de planos de manutenção e rastreamento e

A NBR 5410, que estipula as condições

responsável pela redação da norma.

monitoramento de máquina: localização, controle

Construção virtual em 3D

de falhas, correções e ajustes de programação e

O mercado está passando por uma quebra

ABEE SC para falar sobre a norma, a revisão,

tempo de operação.

de paradigma com a metodologia BIM, que

assim como todas as normas publicadas pela

Para Fábio Amaral, diretor da Engerey

vem ganhando espaço e se consolidando

ABNT, deve levar em consideração aspectos

Para Roberto Krieger, convidado especial da


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Evento

O Setor Elétrico / Maio de 2019

sua

em palavras simples, se compra o mais barato

concessionária, na região, a Celesc trabalha

aplicação, sempre atentando para as inovações

e basicamente não se consideram os custos

com o projeto Self Healing (Sistema para

tecnológicas e desenvolvimentos na área da

operacionais. “Desta forma, se deixam de

Reconfiguração Automática de Rede). Hoje, o

engenharia.

aproveitar muitas oportunidades, ou o que é pior,

Estado de Santa Catarina conta 174 religadores

se criam problemas. Em eficiência energética, a

envolvidos nesses sistemas reiniciando mais de

Eficiência energética

simples avaliação na especificação / compra dos

200 mil unidades consumidoras.

“A energia mais barata é aquela que não se

equipamentos do custo de energia ao longo da

consome”, afirmou o especialista Jose Starosta,

vida útil já permite evitar decisões desastrosas

Sistema de Alerta de Tempestade

indicando que não adianta iniciar um projeto

nas contas que serão pagas mensalmente por

A discussão sobre aterramento e proteção de

de instalação elétrica sem pensar em eficiência

muitos anos”, salientou.

áreas abertas volta à tona com a nova NBR

energética.

Para Thiago Jeremias, convidado da Celesc,

5419, que trata da proteção de estruturas

hora de iniciar um projeto, segundo Starosta,

a eficiência energética vai além de sua viabilidade

contra descargas atmosféricas. Segundo o

é a inclusão de todas as ações de eficiência

econômica, existe um bem comum relacionado

especialista Jobson Modena, um dos principais

energética no plano de medição e verificação

a sustentabilidade que não é mensurada

pontos da NBR 5419 é a normalização do

baseado no Protocolo Internacional de Medição

nessas análises. Existe o retorno aliado a marca

novo equipamento SAT – Sistema de Alerta

e Verificação de Performance - PIMVP para que

de empresas sustentáveis, a satisfação de

de Tempestade que detecta a tempestade

tragam confiabilidade nos resultados.

profissionais envolvidos em processos eficientes.

antecipadamente e dá condição de tomar

de

segurança

e

funcionalidade

de

Outra questão importante na

Dentro desse conceito, Starosta também

medidas de precaução, minimizando risco em

citou alguns aspectos do ISO 50001, criado para

Redes subterrâneas

relação ao raio.

auxiliar as empresas a usar a energia de maneira

mais eficiente, através da implementação de um

visual da cidade limpo, garantem maior segurança

categorização da forma de utilização do SAT. “A

Sistema de Gestão de Energia.

operacional, de risco de morte e contra eventos

norma indica a forma correta de se proceder uma

climáticos, trazendo mais eficiência para a rede

análise de risco, determinando quais são os tipos

Debate

de distribuição de energia. Mas por que o Brasil

e categorias que podem ser utilizadas”, orientou.

Em debate entre especialistas sobre

não investe em rede subterrânea? A grande

eficiência energética no CINASE, Leandro

questão, segundo Daniel Bento, diretor executivo

Capacitação profissional

Silva, convidado da WEG Motores, reiterou que

da Baur do Brasil, é que quando se fala nesses

a eficiência energética deve ser considerada

investimentos, a pergunta sempre é: quem vai

desafio quando se fala em energia fotovoltaica.

desde a fase de projeto e aquisição dos

pagar a conta de um sistema caro como esse?

Na visão de Juarez Guerra, diretor da Comissão

equipamentos. Segundo ele, há uma diretriz

Os benefícios de retorno são enormes, trazendo

GT Fotovoltaico (FV) da Associação Brasileira da

dominante sobre o custo dos projetos, que

maior de produtividade e confiabilidade da

Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o governo

inclui os equipamentos e as instalações. Se

rede. “Na Alemanha, por exemplo, para cada

precisa dar um passo à frente, caso contrário

foca muito a implantação e pouco a operação,

um alemão precisamos de cinco brasileiros. O

não haverá mão de obra suficiente, devido à

DEC – Duração Equivalente de Interrupção por

velocidade cada vez maior de crescimento de

Unidade Consumidora médio do Brasil é de 18

FV. “Em 2040, a previsão é de que 32% da

horas, enquanto na Alemanha é, 23 minutos. O

nossa matriz energética seja solar. Na geração,

FEC – e Frequência Equivalente de Interrupção

a parte de instalação é a que vai gerar mais

por Unidade Consumidora no Brasil é de 11, na

emprego: entre 25 a 30 empregos direto para

França 0,3 e isso impacta muito na produtividade

cada MW instalado. Não há dúvida de que tem

e eficiência, explicou Bento.

muito emprego a vista, mas precisamos de

Dentro desse tema, Celso Ternes Leal,

capacitação”, comentou.

especialista em redes subterrâneas, afirmou que

Para Marco Aurélio Gianesini, chefe do

já deveria existir uma lei na Aneel de que todo

Departamento de Planejamento do Sistema

novo empreendimento só poderia ser construído

Elétrico, a Geração Distribuída focada na energia

com rede subterrânea. “Os custos estão

solar fotovoltaica traz diversos benefícios às redes

reduzindo com cabo polietileno e utilização do

de distribuição de energia, entre eles, baixo impacto

alumínio”, reforçou.

ambiental, tempo reduzido de implantação, redução

Em Santa Catarina, a Celesc reforçou

nas perdas dos sistemas de distribuição, redução

como tem investido em redes inteligentes.

de gases de efeito estufa, geração de empregos,

Segundo

diversificação da matriz energia e aumento da

As redes subterrâneas de energia deixam o

Rogério

Benedicto,

chefe

da

divisão de automação do sistema elétrico da

Outro ponto enfatizado na nova norma é a

A falta de mão de obra qualificada é um

confiabilidade no atendimento.



Evento

18

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Celesc garante três premiações No total, foram 18 projetos inscritos para concorrer em seis categorias

energia e uma plataforma de gerenciamento de eletropostos para aplicações no conceito de cidades inteligentes. Outra premiação aconteceu na categoria Energia Renovável, com o Projeto Bônus Fotovoltaico, com o objetivo de incentivar a geração residencial de energia solar, instalando sistemas completos de produção de energia solar fotovoltaica em até 1.000 residências (casas). O projeto é parte do Programa Eficiência Energética Celesc, sendo operacionalizado pela ENGIE Geração de Energia Fotovoltaica e pretende beneficiar os participantes com bônus de 60% na aquisição a aquisição de um sistema fotovoltaico e cinco lâmpadas de LED. A Franzmann Engenharia e Consultoria também

venceu

duas

categorias.

Em

Na noite de realização da 4ª edição do

usufrui de todos os dispositivos que criamos

Instalações Elétricas Industriais e Comerciais,

Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das

apenas nesse período. Mas a energia também

a companhia garantiu o prêmio com o projeto

Instalações Elétricas 2019, realizado pela

deixou a sociedade apavorada pelo seu rápido

de Viabilidade Técnica para implementação

revista O Setor Elétrico durante a abertura

desenvolvimento, principalmente nesta era

de

do CINASE SC, no dia 8 de maio, dois

digital. Talvez tudo que exista nesse mundo é

Residenciais, e em Inovação Tecnológica,

engenheiros de Santa Catarina, que tiveram

uma forma de energia e se mostra em várias

com o projeto de Garantia de abandono em

uma enorme contribuição no setor elétrico

formas. Nós somos energia, mas o que é energia

edificações de grandes alturas.

nacional, foram homenageados. O primeiro

talvez nunca vamos descobrir. Agradeço a

Na

deles foi o engenheiro eletricista Hamilton

homenagem”, destacou.

os vencedores foram Rodrigo dos Passos,

Nazareno Ramos Schaefer. “Quando fazemos

A Celesc foi premiada em três categorias

engenheiro eletricista, e Luis Eduardo Palomino

um trabalho, já existe uma realização interior,

no Prêmio OSE. No total, foram 18 projetos

Bolivar, professor e engenheiro eletricista, com

que aumenta cada vez mais quando recebemos

do Estado de Santa Catarina inscritos no

a medição real do consumo energético da carga

de uma comunidade importante e organizada

prêmio, dividido em seis categorias: Instalações

atual da iluminação no bloco C da Universidade

uma homenagem desse tipo. Estou realmente

Elétricas Industriais e Comerciais, Energia

do Contestado – Campus Marcílio Dias, visando

sensibilizado e agradeço ao Adolfo por essa

Renovável,

Desenvolvimento,

à substituição por lâmpadas LED. “Acreditamos

oportunidade”, afirmou.

Projeto Luminotécnico, Inovação Tecnológica e

que essa iniciativa incentivará os profissionais a

Pesquisa

&

Barramentos

categoria

Blindados

Projeto

em

Edifícios

Luminotécnico,

Projeto do Ano.

respeitarem as normas técnicas e a proverem

Geraldo Kindermann, autor de 10 livros

A Celesc venceu nas categorias Pesquisa

soluções cada vez mais sustentáveis e

publicados,

O segundo homenageado foi o Engenheiro e

& Desenvolvimento e Prêmio OSE 2019 edição

eficientes para as instalações brasileiras”,

atualmente professor da Unisul – Universidade

SC, com o Eletroposto Celesc “Abrindo um

afirmou Adolfo Vaiser, diretor da revista O Setor

do Sul de Santa Catarina. “A energia elétrica faz

novo caminho”. A solução desenvolvida pela

Elétrico e organizador do CINASE.

parte da natureza. A ciência da eletricidade tem

Fundação CERTI integra estações de recarga

apenas 250 anos de vida e hoje a humanidade

de veículos, sistemas de armazenamento de

janeiro de 2019, com forte empenho das

três

deles

em

espanhol,

A divulgação do prêmio teve início em


19

O Setor Elétrico / Maio de 2019

associações e entidades da região de Santa Catarina. Os critérios de avaliação foram

OS PREMIADOS

atribuídos por notas de um time formado pelos especialistas do CINASE, que avaliaram 12

Pesquisa & Desenvolvimento – Celesc

itens. O resultado foi obtido através de média

Eletroposto Celesc “Abrindo um novo caminho”

ponderada devido à especificidade e aplicação de cada trabalho.

O que disseram alguns dos ganhadores

Elton Pivato

"O fato de poder participar do evento

Prêmio OSE 2019 edição SC – Celesc Eletroposto Celesc “Abrindo um novo caminho” Energia Renovável – Celesc Projeto Bônus Fotovoltaico

CINASE e ser premiado em duas categorias, Inovação Tecnológica e Projetos Elétricos, nos

Instalações Elétricas Industriais e Comerciais –

deixa muito feliz, afinal é o reconhecimento

Franzmann Engenharia e Consultoria

de muito trabalho e comprometimento com a

Viabilidade Técnica para implementação de barramentos

Engenharia. Também motiva outros profissionais

blindados em edifícios residenciais

a promoverem soluções tecnológica cada vez mais sustentáveis e eficientes para o

Inovação Tecnológica – Franzmann Engenharia e Consultoria

desenvolvimento da sociedade como um todo."

Garantia de abandono em edificações de grandes alturas

Rodrigo dos Passos

Projeto Luminotécnico – Rodrigo dos Passos, engenheiro eletricista,

"É com imensa satisfação e alegria que recebo

e Luis Eduardo Palomino Bolivar, professor e engenheiro eletricista

o prêmio OSE de Qualidade nas Instalações

Medição real do consumo energético da carga atual da iluminação no

Elétricas. É uma honra ser reconhecido com

bloco C da Universidade do Contestado – Campus Marcílio Dias,

um dos melhores projetos do Estado de

visando a substituição por lâmpadas LED.

Santa Catarina. Esse reconhecimento é a demonstração de que estamos no caminho

ou melhorando a qualidade da iluminação.

Sandro Levandoski

correto e de que o trabalho que estamos

No caso da Revista "O Setor Elétrico" e o

desenvolvendo está sendo bem executado.

Evento "CINASE" em específico, são dos

mercado energético brasileiro demonstra que

Mais do que isso, o Prêmio OSE de Qualidade

principais elos de comunicação do público

estamos no caminho certo e alinhados às

nas Instalações Elétricas coroa um projeto

e dos profissionais da área da Engenharia

principais tendências e inovações do setor, além

que teve como objetivo demonstrar que

com o mercado e as novidades apresentadas

de ser, também, uma excelente oportunidade

com as tecnologias disponíveis no mercado

por ele, o que engrandece ainda mais o meu

para prestarmos conta à sociedade dos

é possível diminuir o consumo, mantendo

orgulho em estar entre os premiados."

trabalhos realizados pela empresa.”

"Ter o nosso trabalho reconhecido pelo


Painel de mercado

20

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Aneel atualiza metodologia de acionamento das bandeiras tarifárias Resolução estabelece as faixas de acionamento e os adicionais das bandeiras

A Agência Nacional de Energia Elétrica

das condições de geração.

0,99, independentemente do valor do PLD,

(Aneel) aprovou no dia 21 de maio, resolução

A definição da cor da bandeira continua

a bandeira verde é acionada. Abaixo de

que estabelece as faixas de acionamento

a ser dada pela combinação entre risco

0,99, a definição da bandeira é dada pela

e os adicionais das bandeiras tarifárias

hidrológico e preço de liquidação de

combinação com os valores de PLD da

com vigência em 2019. Foi incorporado

diferenças (PLD). Com GSF a partir de

tabela abaixo:

um avanço metodológico para a regra de acionamento que atualiza o perfil do risco hidrológico (GSF*), o qual passa a refletir exclusivamente

a

distribuição

uniforme

da energia contratada nos meses do ano ("sazonalização flat"). O efeito do GSF a ser percebido pelos consumidores retratará com maior precisão a produção da energia hidrelétrica e a conjuntura energética do sistema.

A proposta aprovada altera o valor das

bandeiras tarifárias a partir de 1º de junho. A bandeira amarela passa a R$ 1,50 a cada 100 kWh; já a bandeira vermelha no patamar 1 custará R$ 4,00 a cada 100 kWh, e no patamar 2, R$ 6,00 a cada 100 kWh. A alteração foi especialmente motivada pelo déficit hídrico do ano passado, que reposicionou a escala de valores das bandeiras.

O tema passou por audiência pública

que recebeu 56 contribuições, das quais 36% foram acatadas integralmente e 2% parcialmente.

Criado pela Aneel, o sistema de bandeiras

tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores o bom uso da energia elétrica. Além disso, esse custo é pago de imediato nas faturas de energia, o que desonera o consumidor do pagamento de juros da taxa Selic sobre o custo da energia nos processos tarifários de reajuste e revisão tarifária.

O funcionamento das bandeiras tarifárias

é simples: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se

*O GSF é o resultado da divisão entre a geração total das usinas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) sobre a garantia física total

a energia custará mais ou menos em função

de geração hidrelétrica não estão boas.

das usinas. Quando a geração total das usinas do MRE é inferior ao somatório de suas garantias físicas, o GSF é menor que 1, e aponta que as condições



Painel de mercado

22

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Divulgação

Registros de mortes e incêndios por sobrecarga crescem no Brasil

Em relação aos locais onde mais ocorreram os

tiveram grande repercussão nacional estão o do

incêndios por sobrecarga, as residências registraram

Museu Nacional e do Centro de Treinamentos

o maior número: foram 207, que geraram 44 mortes.

do Flamengo, ambos no Rio de Janeiro. "O DPS

Os comércios foram os locais que apresentaram o

faz toda a diferença na instalação elétrica para a

segundo maior número de incêndios elétricos fatais:

segurança pessoal e patrimonial. Este dispositivo

foram 130, resultando em um óbito.

detecta a presença de sobretensões em uma rede,

Os choques elétricos também ocorreram,

como quando cai a luz e volta repentinamente.

em sua maioria, em ambientes residenciais: foram

Esta volta pode elevar a tensão elétrica a níveis

registrados 209 choques fatais. Em segundo lugar,

extremamente altos. O DPS detecta isso e drena

estão as redes aéreas de distribuição, com 172

a tensão excedente para o sistema de aterramento

choques que resultaram em mortes.

antes que atinjam os equipamentos e possam

Fábio Amaral, engenheiro eletricista e diretor da

ocasionar um curto e com isso um incêndio. Apesar

empresa Engerey Painéis Elétricos, comenta que a

de serem importantes, infelizmente, são poucos os

relação dos acidentes elétricos com as residências

que conhecem esta tecnologia”, explica Amaral.

Aumentaram os casos de acidentes e mortes

se deve ao fato de que, no Brasil, há muitas

relacionados à energia elétrica no País, segundo a

instalações ruins e gambiarras, que podem levar a

maior número de mortes originadas por choque

edição 2019 do Anuário Estatístico da Associação

um grande número de acidentes fatais, conforme

elétrico em 2018: foram 261, representando 42%

Brasileira de Conscientização para os Perigos da

revela o levantamento feito pela Abracopel. “Desde

de todos os incidentes dessa natureza ocasionados

Eletricidade (Abracopel). O levantamento mostra

2012, é obrigatório o uso do Dispositivo Residual

no Brasil. É o terceiro ano consecutivo em que

que ocorreram 1.424 acidentes elétricos em 2018,

(DR) no Brasil, pois ele pode impedir a maior

essa Região registra o maior número de mortes por

sendo que 836 foram ocasionados por choque, o

parte dos acidentes ocasionados por choques

choque em relação ao restante do País.

equivalente a 59% do total. Deles, 622 foram fatais,

elétricos. Mas 27% das residências não dispunham

resultando em mortes. Já os incêndios derivados de

do equipamento em seus quadros elétricos no

esse registro no Nordeste são desconhecimento

curto-circuito ficaram em 537, o que corresponde a

ano passado. Isso explica o grande número de

dos riscos gerados pela eletricidade e descaso com

38%, e ocasionaram 61 óbitos.

acidentes elétricos que continuam acontecendo no

os procedimentos necessários para evitá-los.

País”, afirma.

número de acidentes ocasionados por incêndios

Já o aumento de incêndios decorrentes de

número de acidentes fatais gerados por choque

de origem elétrica e de mais de 100% no número

sobrecarga no Brasil, para o especialista, demonstra

elétrico foi o Sudeste, com 20%: no total, foram

de mortes ocasionadas por esses acidentes em

o descuido com a manutenção das redes elétricas.

123. Em terceiro lugar vem o Sul, com 15%, depois

comparação com o ano anterior: em 2017, houve

De acordo com ele, elas devem acontecer de 10

Centro-Oeste, com 12%, e em último a Região

1.387 acidentes elétricos, sendo que 481 deles,

em 10 anos e ser realizadas por profissionais

Norte, com 11%.

incêndios decorrentes de curto-circuito, gerando

devidamente capacitados.

Os dados revelam um aumento de 18,84% no

30 mortes.

O Nordeste foi a Região que apresentou o

Segundo a Abracopel, os motivos principais para

A Região que apresentou o segundo maior

São Paulo foi o Estado que registrou o maior

número de mortes originadas por choque elétrico no País e no Sudeste: foram 65. A Bahia, que detém

pouco em relação a 2017, mas ainda se manteve

Sudeste foi campeão em número de incêndios em 2018

alto: foram 851, sendo que 627 deles resultaram

A Região que obteve mais casos de incêndios

segundo lugar, registrando 60 mortes causadas por

em mortes. Os acidentes originados por raios

decorrentes de sobrecarga em 2018 foi a Sudeste:

essa natureza no País e sendo o Estado que mais

equivalem a 3% do total, sendo responsáveis por

foram 155, gerando 26 mortes. Em segundo lugar,

registrou mortes no Nordeste.

51 dos incidentes elétricos ocorridos no País, e por

ficou a Região Sul, com 142 casos e nove mortes.

38 mortes em 2018.

Após, vem o Nordeste, com 124 e 18 mortes e

choque foi o Rio Grande do Sul, com 37. No Centro-

O número de choques elétricos diminuiu um

apenas 1/3 da população de São Paulo, ficou em

Na Região Sul, o Estado com mais mortes por

A faixa etária mais atingida pelos acidentes

Centro-Oeste, com 60 choques e cinco mortes. A

Oeste, quem liderou as mortes foi o Mato Grosso,

elétricos é a que compreende adultos de 31 a 40

Região Norte, mais uma vez, foi a que apresentou o

com 27. E no Norte, foi o Pará, com 21. O Estado

anos: foram 160 vítimas fatais, o equivalente a 26%.

menor número de acidentes elétricos ocasionados

que apresentou o menor número de acidentes fatais

Depois, vem a faixa de 21 a 30 anos, com 144

por choque: foram 56 e apenas três óbitos.

ocasionados por choque elétrico foi Roraima, com

vítimas e 23% do total.

apenas duas mortes.

Entre os incêndios ocorridos em 2018 e que



Divulgação/Fluke

Painel de empresas

24

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Fluke Corporation estimula aprimoramento de formação e especialização profissional

A Fluke Corporation, empresa especia­

tanto em sala de aula como in company,

lizada em ferramentas de teste e medição,

contemplando profissionais e áreas, como

anunciou

lançamento

manutenção industrial e predial, técnicos

da Fluke Academy, iniciativa educacional

recentemente

o

em telecomunicações, metrologistas, entre

criada com o objetivo de contribuir para o

outras possibilidades. Os cursos oferecem um

aprimoramento da formação e especialização

importante treinamento para que engenheiros,

dos profissionais da indústria. A estimativa

técnicos e profissionais ligados à área de

é atingir cerca de dois mil profissionais

manutenção incrementem suas habilidades,

apenas em 2019 e mais de 10 mil alunos nos

bem como a eficiência e a produtividade em

próximos cinco anos.

seus processos de trabalho. Após a conclusão

A Fluke Academy marca a entrada da

e avaliação final do curso, os participantes

companhia no mercado educacional e tem

recebem um certificado da Fluke Academy.

é formada por colaboradores da empresa

como estímulo formar profissionais mais

“Definimos uma grade de cursos totalmente

e profissionais parceiros de referência no

preparados para os desafios da indústria.

customizada para atender os alunos. As

mercado

“Os cursos desenvolvidos para a Fluke

temáticas surgiram após diversas pesquisas

pesquisadores, docentes em cursos técnicos,

Academy não apenas contribuem para a

de mercado que realizamos durante o ano de

de graduação e pós-graduação em centros

especialização dos profissionais, como os

2018, estudando o perfil e necessidades dos

de excelência no Brasil e ao redor do mundo.

ajudam a enxergar novas oportunidades,

profissionais da indústria. O próprio surgimento

Além do instrutor, existe um responsável

inclusive, de empreendedorismo em diferentes

da Fluke Academy está relacionado à escolha

técnico (engenheiro da Fluke) para cada um

nichos de mercado”, declara Carla Murakami,

dessas

clientes

dos cursos. Hoje, são cerca de 40 funcionários

Sr. Marketing Manager da América Latina e

solicitavam treinamentos especializados para

envolvidos no projeto, de diferentes áreas

gestora do Projeto Fluke Academy no Brasil.

suas equipes dentro das áreas de atuação. A

da companhia, entre Engenharia de Produto,

Ela acrescenta que a qualificação da

partir daí, fizemos esse estudo aprofundado

Marketing, Financeiro, Vendas, Customer

mão de obra no Brasil é um dos principais

para entender a real necessidade dos

Service, TI e Logística.

desafios para o desenvolvimento da indústria,

profissionais da indústria em geral”, explica o

especialmente, quando se trata da indústria

engenheiro eletricista Carlos Rubim, gerente

equipamentos Fluke, materiais e conteúdos

4.0. “Hoje, a preocupação das empresas e do

de Produtos da Fluke e responsável técnico

exclusivos, como webinars, estudos de casos,

mercado vai além de melhorias relacionadas

pelos conteúdos dos cursos.

e-books, além de entrada em grupos e fóruns

à

conectividade,

velocidade

e

investimentos

em

da

internet

temáticas,

pois

nossos

e

ambiente

acadêmico,

como

Os alunos terão acesso a laboratórios com

Nove cursos já estão disponíveis e, ainda

fechados. Também serão disponibilizadas

que

no primeiro ano da Fluke Academy, a estimativa

“coaching calls”, ligações individuais para os

incorporem novas tecnologias. Outro fator

é que esse número cresça para 12. São eles:

alunos após o curso, com o objetivo de tirar

imperativo para o sucesso é a qualificação

Qualidade de Energia Elétrica; Termografia

dúvidas práticas em relação ao conteúdo

profissional,

que

equipamentos

competências

Nível 1; Técnicas de Aterramento com base na

ministrado. “Sabemos que o aprendizado

humanas e adaptações a processos. No

ABNT NBR5410; Princípios da Manutenção

vai além da sala de aula e, muitas vezes, as

geral,

algumas

permeia

aprendizado

Preditiva e suas Melhores Práticas; Fluke

principais dúvidas surgem no campo de

técnico impactam na qualificação profissional

lacunas

no

Networks Certified Cabling Test Technician

trabalho. Por isso, criamos diversas iniciativas

especializada, restringindo o número de

– CCTT; Metrologia na Grandeza Pressão;

e canais de comunicação entre alunos,

profissionais capazes de contribuir para a 4ª

Cálculo de Incerteza de Calibração; Metrologia

colegas de sala e instrutores, para que se

Revolução Industrial”, enfatiza a executiva.

na Grandeza Temperatura; Metrologia na

crie uma comunidade e rede Fluke Academy”,

Grandeza Elétrica.

finaliza Rubim.

Cursos desenvolvidos

A Fluke Academy desenvolveu uma grade

completa de cursos que podem acontecer

A grade anual já está disponível e as

Equipe e alunos qualificados

inscrições podem ser realizadas diretamente

pelo site: www.flukeacademy.com.br.

A equipe de instrutores da Fluke Academy


Clamper inaugura loja virtual

Com o objetivo de apresentar seus

produtos e lançamentos, a Clamper criou sua nova loja virtual: www.lojaclamper.com.br. A plataforma, que entrou no ar em abril deste ano, traz aos consumidores uma completa linha de dispositivos de proteção contra surtos (DPS) comumente utilizados por especialistas.

O site oferece produtos como os DPS VCL,

que servem para proteger quadros de distribuição de energia, ou ainda o Multiproteção 8, que protege os equipamentos contra raios e surtos elétricos originados tanto da rede energia quanto do sinal de rede de dados. “Com a loja virtual, oferecemos uma alternativa para a aquisição dos produtos pelos consumidores com hábitos de compra online. Nosso principal diferencial está em atender bem o cliente, pois conhecemos nossos produtos e estamos aptos a orientar o consumidor, já que muitos deles vêm até nós sem saber ao certo o que querem comprar. Além disso, oferecemos um suporte ao cliente, auxiliando-o sobre qual o melhor produto a ser utilizado em seus equipamentos eletrônicos; solucionamos também eventuais dúvidas técnicas e ensinamos qual a forma correta para a instalação dos produtos”, explica Marcelo Lobo, CEO da Clamper.

A nova loja online é um importante marco na

trajetória da companhia, que tem uma visão muito clara de crescimento para os próximos anos. O projeto é peça-chave na estratégia da empresa para ampliar sua participação de mercado através dos Marketplaces Amazon, Americanas.com, Ponto Frio, Casas Bahia, Google Shopping, Shoptime e outras grandes do varejo. Além disso, visa proporcionar uma experiência inovadora no processo de compra, visto que todas as plataformas de vendas onde a Clamper estiver, estarão interligadas com seu ERP, facilitando todo o clico dos pedidos. “Outro fator que fazemos questão de aperfeiçoar é o da entrega. O comprometimento em entregar na casa do cliente os produtos no tempo combinado é algo que levamos muito a sério, e por isso, estamos constantemente buscando parceiros sólidos para garantir o melhor serviço para o cliente”, revela Davi Assumpção, supervisor de E-commerce da Clamper.

Além da loja virtual, a empresa também está

lançando no mercado de DPSs o aplicativo MEU CLAMPER, que pode ser adquirido nas lojas da Apple Store e Google Play.


Painel de empresas

26

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Eaton oferece parametrização de baterias com tecnologia exclusiva A manutenção e parametrização de baterias

tecnologia ABM® da Eaton (que é padrão nos

permite a extensão da vida útil do sistema nobreak/

nobreaks da marca), a qual aumenta a vida útil e

baterias, levando a um melhor desempenho,

proporciona testes e diagnósticos programados

segurança de operação e à preservação

do banco de baterias, ou se em regime de

da garantia do fabricante. Neste contexto, a

flutuação com tensão constante, alinhado com

empresa Eaton está divulgando a prestação

as especificações de cada fabricante.

de manutenção e parametrização, utilizando

sua tecnologia Advanced Battery Management

especificado para cada modelo de bateria pode

(ABM). Um processo de carga adequado é fator

acarretar sua “sobrecarga”, desencadeando

importante a ser considerado quando se utiliza

aquecimento interno e consequente avalanche

baterias chumbo–ácidas reguladas por válvulas.

térmica. Isto causará danos permanentes

O desempenho, segurança de operação e vida

às baterias e, em casos extremos, riscos de

a prestar a manutenção e parametrização

útil estão diretamente ligados a este processo.

explosão.

utilizando a tecnologia Eaton ABM, que permite a

Toda vez que o banco de baterias é

Tensão e corrente abaixo do especificado,

extensão da vida útil do sistema nobreak/baterias,

substituído,

Divulgação/Eaton

Sobre a tensão/corrente, um setup acima do

Segundo a Eaton, a empresa está autorizada

por outro lado, retardam o processo de recarga,

levando a um melhor desempenho, segurança

diferença entre marcas, modelos e potências,

e com isso a bateria não atinge a sua capacidade

de operação e à preservação da garantia do

se faz necessário realizar procedimentos de

total, não sendo capaz de dissolver o sulfato de

fabricante. A parametrização utilizando softwares

parametrização do carregador de baterias do

chumbo, naturalmente gerado nas descargas.

não autorizados ou ilegais expõe a equipe a

nobreak. Em relação ao regime, o carregador

Este efeito é chamado de sulfatação, e pode

riscos durante a operação e pode danificar o

trabalhará, se em regime cíclico, utilizando a

danificar permanentemente a bateria.

equipamento.

principalmente

quando


Fascículos

Apoio

BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

28

Francisco Gonçalves Jr. Capítulo V – Workflow de projetos de instalações BIM x CAD - Fluxo de projeto em CAD - Compatibilização 2D - Fluxo de projeto em BIM - Tipos de Modelos - Compatibilização 3D - Colaboração - Workflow cenário atual - Por onde começar meu projeto BIM?

Equipamentos para ensaios em campo

32

Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta Capítulo V – Testes em Chaves Seccionadoras - Introdução - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

Linhas elétricas para baixa tensão

36

Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo V – Condutores - Requisitos gerais - Identificação - Influências externas


Apoio

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

28

Por Francisco Gonçalves Jr.*

Capítulo V Workflow de projetos de instalações BIM x CAD O BIM está em processo constante de desenvolvimento e vem

Nesse cenário, os projetistas das diversas especialidades estão

sendo aplicado em toda a cadeia da construção civil, devido aos

acompanhando essa evolução tecnológica. Projetos arquitetônicos,

inúmeros benefícios que essa tecnologia inovadora traz. Por meio

estruturais e hidrossanitários já estão bem adiantados no processo

do conjunto de práticas, é possível reunir em uma representação

de aplicação dessa nova tecnologia, que utiliza ferramentas com

gráfica de todas as informações — desde as construtivas, até a

desenhos tridimensionais que possuem diversas informações.

quantificação de trabalhos e tempos de mão de obra — e, ainda,

Com a disseminação do BIM no mercado, os escritórios que

incluir dados do processo de desmontagem ao fim do ciclo de vida

elaboram projetos de instalações elétricos estão sendo demandados

útil.

para desenvolverem projetos baseados no conceito BIM para

Projetos elaborados com aplicação dos conceitos BIM permitem

integração com as demais disciplinas na concepção do modelo

uma concepção mais assertiva, com qualidade, e que representa a

virtual da edificação a ser projetada. Nesse momento, nasce a

realidade através de modelos virtuais em 3D, resultando em menos

necessidade de um novo workflow com novas rotinas, softwares, e

refações, desperdícios e um projeto mais confiável.

conhecimentos sistêmicos de todo o ciclo da edificação.

A adoção desse conceito por profissionais, como arquitetos

Fascículo

e engenheiros projetistas das mais diversas disciplinas, está se

Fluxo de projeto em CAD

tornando, cada vez mais, uma realidade. Apesar disso, é importante

O fluxo de projetos de instalações teve uma grande mudança

lembrar que a aplicação do BIM em projetos deve vir acompanhada

com o advento do CAD (Computer Aided Design), programa para

de mudanças radicais nos processos, conceitos e perfil dos

computador com o objetivo de criar desenhos técnicos e auxiliar os

profissionais de toda a cadeia.

projetistas. Os desenhos passam a ser desenvolvidos nos softwares

Paradigmas precisam ser quebrados nos processos de projetos atuais, na qual, no modelo tradicional prevalece, a graficação

CAD, trazendo um grande diferencial tecnológico, se comparados aos desenhos elaborados manualmente.

dos projetos com desenhos 2D elaborados com ferramentas já

A tecnologia CAD foi, por muito tempo, considerada uma grande

consagradas como AutoCAD, cálculo realizados manualmente com

inovação tecnológica, pois proporcionou produtividade e qualidade

diversas planilhas e levantamento de materiais efetuados de forma

com ferramentas que automatizam a produção dos desenhos,

manual, lenta e imprecisa com base nas informações dos desenhos

junto com ferramentas para comunicação e compartilhamento dos

produzidos. Além de processo individual de trabalho.

projetos.

A mudança do workflow é necessária, pois projetos no conceito

O Desenvolvimento de projeto sobre a filosofia CAD, muito

BIM são mais completos, integrados, compatibilizados e precisos

utilizado pelo método tradicional, se baseia em um fluxo sequencial

em suas especificações, documentações, orçamentos e quantitativos.

das disciplinas envolvidas no projeto da edificação, iniciando pela

Tudo isso impacta também em novas ferramentas computacionais

arquitetura, depois a estrutura, até a instalações prediais hidráulica,

e conhecimentos diversos, além de focar apenas em sua área de

ar-condicionado e elétrica, baseando-se em representações de

domínio.

desenhos CAD 2D com linhas, textos e vistas, sem informação.


29

Apoio

Fluxo de projeto em BIM O fluxo de processos do projeto BIM, diferente do CAD, aplica conceito de engenharia simultânea, ao invés do processo sequencial tradicional. No BIM, a premissa da colaboração contínua de todas as disciplinas é intensa em todas as fases de desenvolvimento do projeto. O fluxo básico de processos do projeto em BIM, na qual está baseado em um modelo tridimensional com um banco de dados de informações associado, possui uma necessidade maior de Figura 1 – Fluxo de trabalho usual.

Compatibilização 2D Nesse workflow, a compatibilização de projetos é dada de forma que os desenhos dos projetos da edificação fiquem sobrepostos, com o objetivo de identificar as suas interferências. Por não levar em conta a volumetria 3D dos elementos envolvidos, torna-se um processo manual, trabalhoso e factível a erros de interpretação das informações, podendo

coordenação, otimização e análise do modelo em todas as etapas pelos agentes envolvidos, a fim de alcançar a melhor solução, e consequentemente, um modelo validado, na qual para cada etapa de projeto será possível extrair os desenhos, quantitativos e demais documentos.

Tipos de Modelos Os modelos criados pelos projetistas de cada disciplina podem ser apresentados de diversas formas, tais como:

várias situações importantes de interferências passarem despercebidas, sendo identificadas somente na fase de

• Modelo centralizado: os projetistas de cada disciplina

execução da obra, o que gera atrasos nos cronogramas e até

envolvidos no processo BIM trabalham em um único modelo

prejuízos financeiros, dependendo da solução a ser adotada

depositado em um local virtual. Tal procedimento não é tão aplicado

de forma emergencial.

devido às restrições de hardware e conexões com velocidade com


Apoio

BIM - Building Information Modeling

30

desempenho satisfatório; • Modelo federado: cada disciplina desenvolve os próprios modelos, vinculados a um único modelo central integrado, todos depositados no mesmo local virtual. Esse cenário ainda depende de conexões com banda suficientemente larga, que permita a transmissão de grande volume de dados; • Modelo federado independente: os modelos de todas as disciplinas são desenvolvidos em cada escritório específico e disponibilizados em servidores de hospedagem, a partir de seus uploads, permitindo os downloads para visualização pelos demais envolvidos. Esse cenário pressupõe uma frequência de uploads e downloads combinados entre as partes.

Figura 3 – Curva de esforço MacLeamy – Fonte: Guia AsBEA – Boas práticas em BIM – fascículo II.

Compatibilização 3D No fluxo do projeto em BIM, o processo de compatibilização propõe um desenvolvimento coordenado e simultâneo, em que a cada etapa os problemas são evidenciados e corrigidos pelos respectivos projetistas, tornando essa tarefa muitos mais produtiva e assertiva, comparada ao processo manual realizado no fluxo CAD. Com advento da tecnologia BIM, a aplicação de sistemas computacionais especialistas, a partir da integração dos modelos, possibilita a verificação de forma automática gerando dados, relatórios precisos com imagens das situações encontradas facilitando ao projetista na tomada de decisão. Na figura abaixo, é possível observar a representação de um fluxo básico de projetos, no qual ocorre uma validação do modelo (após ciclos de otimização das disciplinas), para desenvolvimento e extração da documentação do projeto.

Fascículo

Figura 2 – Modelo Federado – Fonte (ABDI) - GUIA 1 – Processo de projeto BIM.

O grande diferencial entre os fluxos é que o fluxo BIM leva em conta o percurso da informação, na qual a decisões são antecipadas, desde as fases iniciais com uma tomada de decisão mais assertiva e

Figura 4 – Fluxo básico de projeto – Fonte: ABDI – guia 1 – Processo de Projeto BIM.

Colaboração

gerando um volume bem maior de informação nas fases do estudo

O Fluxo de projetos em BIM necessita de colaboração de

de viabilidade, preliminar, anteprojeto, projeto básico e executivo.

todos os projetistas de forma ativa e interativa em todas as

Com isso, projetos em BIM acabam tendo cronogramas, prazos,

fases de projeto, informando incompatibilidades que estão

tarefas, entregáveis e até contratos alterados, pois agora o objetivo

acontecendo nas análises de interferências, visualizando os

não é somente a entrega de desenhos, mas sim de modelos ricos em

outros sistemas e colocando as informações que são necessárias

informações e desenvolvidos de forma colaborativa.

para as demais disciplinas.

A Figura 3 representa bem a diferença entre o fluxo CAD e o

Para a otimização do fluxo, pode-se se utilizar a troca de

fluxo BIM, e os impactos das alterações no ciclo de desenvolvimento

arquivos IFC dos modelos em conjunto com arquivos BCF

do projeto.

denominados BIM Collaboration Format, que são responsáveis


31

Apoio

por codificar e transmitir os problemas encontrados no modelo BIM de um software para outro, informando apenas as situações inconsistentes encontradas no modelo.

Por onde começar meu projeto BIM? Como vimos, projetar em BIM exige mudança nos fluxos de trabalho e investimentos em softwares e capacitação. Logo,

No fluxo de projeto em BIM, com aplicação do BCF, é

estabelecer um plano de migração (BIM Mandate) eficiente

possível efetuar a comunicação de forma eficaz, ordenada,

é fundamental para que os recursos financeiros empregados

documentada e com total rastreabilidade, visando a validação

gerem resultados. Pensando nisso, uma recomendação é

do modelo. Essa aplicação permite que as equipes trabalhem

começar com um projeto-piloto bem dominado e com uma

em uma plataforma na nuvem, com gerenciamento de arquivos,

equipe com perfil multidisciplinar e propensa as mudanças e

revisões, diferentes níveis de permissões e integração plena.

desafios. Como toda mudança de processo, a inserção do BIM precisa de planejamento, tanto financeiro como organizacional. Não pense que a modelagem salvará um projeto em um estalar de dedos. A tecnologia de modelagem – sozinha – não garante uma obra de excelência. É preciso educar toda a cadeia produtiva, desde projetista até especificadores, instaladores e os próprios gestores de empresas, para que o método seja aplicado corretamente. O perfil dos profissionais envolvidos com projetos em BIM é diferente daquele de quem projeta com CAD e técnicas mais

Figura 5 – Exemplo nota BCF - Fonte: QiSuporte – AltoQi.

Workflow cenário atual Com a disseminação do BIM no Brasil, podemos identificar uma mescla de padrões e processos de elaboração de projetos, sendo possível encontrar alguns padrões como os destacados a seguir: Processo 1 – Ferramenta de modelagem, CAD e planilha de cálculo Nesse workflow, a concepção do projeto de instalações é inteiramente realizada em um fluxo tradicional com ferramentas de CAD 2D e planilhas de cálculo, sendo que após definido, se tem uma etapa de modelagem da solução proposta inicialmente em uma ferramenta BIM, como o Revit e o ArchiCAD. Processo 2 – Ferramenta de modelagem e planilha de cálculo Nesse workflow, a concepção do projeto de instalações é toda realizada em ferramentas BIM de modelagem e com o auxílio de planilhas de cálculos e plugins para o dimensionamento do projeto. Processo 3 – Ferramenta de autoria de projetos de instalações com interoperabilidade IFC/BCF (OpenBIM) Nesse workflow, a concepção do projeto é toda realizada em ferramentas de autoria de projetos de instalações em BIM que integram a modelagem, detalhamento, dimensionamento normativo, como é o caso da ferramenta QiBuilder. A integração, por sua vez, é realizada por meio da importação e exportação de arquivos IFC e comunicação BCF.

antigas.

Referências bibliográficas: AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (ABDI) - GUIA 1 – Processo de projeto BIM. Disponível em: <http://old.abdi.com.br/Documents/GUIA%20 BIM01_20171101_web.pdf> ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. (AsBEA). Guia AsBEA - Boas Práticas em BIM. Fascículo II. 2015. São Paulo. Disponível em: <http://www.asbea.org.br/userfiles/manuais/ d6005212432f590eb72e0c44f25352be.pdf CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (CBIC). Fluxo de trabalho BIM- Parte 4: Implementação do BIM para Construtora e Incorporadora. Brasília. Disponível em: <http:// cbic.org.br/bim/>. LEUSIN, Sérgio. Gerenciamento e coordenação de projetos BIM. 1. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. *Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM – Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Equipamentos para ensaios em campo

32

Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*

Capítulo V Testes em Chaves Seccionadoras

1- Introdução

Em termos de ensaios realizados, o tipo de chave acaba não influenciando muito no que normalmente se aplica em

As chaves seccionadoras são equipamentos utilizados para isolar

procedimentos de manutenção preventiva; apenas deverão ser

da rede elétrica, equipamentos do sistema, tais como disjuntores

avaliadas com cuidado as particularidades de cada mecanismo no

e transformadores. As chaves também podem ser utilizadas, em

que tange à lubrificação, posição de contatos auxiliares, mecanismos

alguns casos, para energização desses equipamentos. Existem vários

de manobra em geral e demais detalhes.

tipos construtivos de chaves seccionadoras, dentre elas:

2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

• Chave seccionadora com abertura central; • Chave seccionadora com dupla abertura; • Chave seccionadora pantográfica;

2.1 – Inspeções periódicas Basicamente, o que se aplica às chaves seccionadoras

• Chave seccionadora semi pantográfica;

periodicamente, enquanto elas estão em operação, são apenas inspeções

• Chave seccionadora horizontal.

visuais de isoladores, contatos, mecanismos de operação, fiação de controle, contatos auxiliares, ferragens, conectores de energia, de

As chaves também podem contar com chave para

controle e de aterramento, fixações, alinhamento, nivelamento, pintura

aterramento em seus mecanismos de acordo com a utilização da

e galvanização e suporte. Os demais procedimentos necessitam que elas

mesma na subestação em que está instalada, e normalmente é

permaneçam desenergizadas, pois envolverão manobras de abertura e

fornecida como um acessório extra pela maior parte dos fabricantes

fechamento, ou ao menos, sem carga, se o objetivo for apenas verificar o

do mercado.

funcionamento de seus mecanismos de abertura e fechamento.

Fascículo

Chaves Seccionadoras de Abertura Central e Horizontal.


33

Apoio

2.2 – Ensaios Alguns ensaios podem entrar no programa de manutenção da chave seccionadora, sendo que os seguintes testes são os mais aplicados, de forma geral: • Medição da resistência ôhmica dos contatos; • Medição da resistência ôhmica de isolamento. A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio: a) Medição da Resistencia Ôhmica dos Contatos As chaves seccionadoras podem possuir, dependendo de seus aspectos construtivos descritos no item anterior, de dois a vários pontos de contato que influenciarão no valor total de resistência

Retirado do Curso Manutenção e Operação de Subestações – Engepower.

ôhmica do equipamento, onde pode-se optar por medir cada ponto de

O melhor critério para aceitação do valor medido é compará-lo

contato separadamente, e depois, em conjunto, ou apenas a medição

com a faixa de resistência aceitável informada pelo próprio

do valor total, caso o valor encontrado, nesse caso, seja satisfatório.

fabricante do equipamento. Em caso de ausência desse, pode-se

Para se medir a resistência dos contatos da chave em ohms, tradicionalmente se utiliza um Microhmímetro (Ducter) com escala adequada.

considerar um valor entre 100 a 200 µΩ como bastante razoável. Em caso de se verificar um valor elevado nas medições, deve-se averiguar qual dos pontos de contato da seccionadora

Na figura a seguir, é mostrada a realização da medição da

está ocasionando este valor de resistência total elevado e executar

resistência ôhmica total de chave tipo horizontal, onde podem ser

as correções e ajustes mecânicos necessários para que o problema

considerados os pontos A e B de contato, e optou-se por fazer uma

possa ser regularizado, e assim, se evitar problemas no sistema, tais

medição única do valor total.

como o aparecimento de pontos quentes.


Apoio

Equipamentos para ensaios em campo

34

b) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento das chaves é realizada por meio do uso de um Megôhmetro e tem como

c) Outros Testes e Verificações No plano de manutenção da seccionadora, também podem constar outros testes e verificações:

finalidade avaliar o estado do isolamento do equipamento. A desconexão dos cabos ou barramentos da chave seccionadora e

• Verificação das posições e possíveis ajustes dos contatos auxiliares:

a limpeza completa dos isoladores da mesma deve ser realizada antes

as chaves seccionadoras normalmente possuem contatos auxiliares

da realização deste teste para se ter uma medição do isolamento do

que podem ser utilizados para sinalização, intertravamentos e fim de

equipamento em si; caso não seja possível a desconexão, deve-se levar

curso de motores. O correto funcionamento desses contatos pode ser

em conta outros equipamentos conectados à chave na avaliação dos

verificado durante a execução da manutenção nas chaves através de

resultados do ensaio. A tensão de ensaio pode ser verificada a seguir:

procedimentos simples e da utilização de um multímetro comum para

Tensão de Ensaio para Chaves Seccionadoras

Tensão do Disjuntor

Tensão de Teste (Vcc)

Até 220 V

500

220 a 4160 V

1000

4.16 a 69 kV

2500

Acima de 69 kV

5000

As conexões podem ser realizadas conforme tabela e figura a seguir.

avaliar se as indicações dos contatos estão de acordo com a posição efetiva da chave seccionadora (aberta, fechada, em curso de abertura ou em curso de fechamento). Podem ser necessários ajustes de acordo com os resultados encontrados, sendo que a correção deve ser realizada por técnico especializado no equipamento em análise, já que os mecanismos podem variar bastante de acordo com o fabricante da chave; • Medição do tempo de abertura e fechamento: nesse caso, não é necessário se utilizar um equipamento específico para o registro dos tempos como no disjuntor, já que os tempos de curso de abertura e fechamento das chaves são elevados (alguns segundos) e pode-se avaliar visualmente, com o intuito de se garantir que não ocorra diferença significativa de tempo de abertura ou fechamento entre os polos da chave; • Medição da corrente de partida e carga do motor de acionamento: para chaves que também possuem acionamento elétrico, pode-se verificar com um amperímetro a corrente de partida e de carga do seu motor de acionamento para averiguar se o mesmo não opera em sobrecarga. Deve-se analisar também o ajuste da proteção desse motor; • Verificação da lubrificação dos mecanismos e possíveis correções: deve-se sempre observar as recomendações dos fabricantes dos equipamentos para realizar a lubrificação de seus componentes.

Conexões Ensaio de Resistência de Isolamento em Chave Seccionadora.

As partes medidas representam:

Fontes Electrical Power Equipment Maintenance and Testing Second Edition – Paul Gill Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng. e Com. LTDA.

• BA: Resistência entre polos A e B; • ABT: Resistência dos polos A e B para terra.

Fascículo

*Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista em

A medição BA entre os polos pode ser desprezada na grande

energia e automação (USP), gestor de equipes de campo (engenharia,

maioria dos casos. Para se avaliar os resultados, pode ser feita a

comissionamentos, montagens) em subestações de alta, média e baixa tensão,

correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de

em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenheira na ENGEPOWER

75oC pela fórmula:

*Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de

R75 = Rmed / 2

a

Onde: R75 = resistência ôhmica de isolamento corrigida para 75ºC; Rmed = resistência ôhmica de isolamento medida no ensaio; a = 75 – t/10; t = temperatura ambiente no momento do ensaio. Os resultados devem ser comparados com histórico do equipamento. De forma geral, valores acima de 2000 MΩ podem ser considerados aceitáveis.

sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER. *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

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Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

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Por Paulo E. Q. M. Barreto*

Capítulo V Condutores

Requisitos gerais

condutores devem ser de cobre ou de alumínio, sendo que, para este último, seu uso só é admitido nas seguintes condições:

Como regra geral, todos os condutores devem possuir isolação, salvo os casos nos quais forem permitidos condutores nus ou

6.2.3.8.1 Em instalações de estabelecimentos industriais podem ser

providos apenas de cobertura.

utilizados condutores de alumínio, desde que, simultaneamente,

A NBR 5410 faz uma correlação entre os tipos de cabos

a) a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 16 mm2,

(particularmente, os tipos de isolações) e as correspondentes

b) a instalação seja alimentada diretamente por subestação de

normas, ou seja:

transformação ou transformador, a partir de uma rede de alta tensão, ou possua fonte própria, e c) a instalação e a manutenção sejam realizadas por pessoas

• cabos que possuem isolação de PVC devem atender a norma NBR

qualificadas (BA5).

NM 247-3 ou NBR 7288 ou NBR 8661; • cabos que possuem isolação de EPR (borracha etileno-propileno)

6.2.3.8.2 Em instalações de estabelecimentos comerciais podem ser

devem atender a norma NBR 7286;

utilizados condutores de alumínio, desde que, simultaneamente,

• cabos que possuem isolação de XLPE (polietileno reticulado)

a) a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 50 mm2,

devem atender a norma NBR 7285 ou NBR 7287;

b) os locais sejam exclusivamente BD1, e

• cabos livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases

c) a instalação e a manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas (BA5).

Fascículo

tóxicos devem atender a norma NBR 13248; • os cabos resistentes ao fogo devem atender a NBR 13418 (apesar

6.2.3.8.3 Em locais BD4 não é permitido, em nenhuma circunstância,

de não ser mencionado nessa seção da NBR 5410).

o emprego de condutores de alumínio. Ou seja, por esses requisitos, conclui-se que condutores de

Salienta ainda esta norma, na Nota do item 6.2.3.2 – os cabos em conformidade com a ABNT NBR 13249 não são admitidos nas maneiras de instalar previstas na tabela 33, tendo em vista que tais cabos se destinam tão somente à ligação de equipamentos.

alumínio não são admitidos em instalações elétricas residenciais.

Identificação

A NBR 13249 foi cancelada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e os correspondentes cabos (para

Todos os componentes da instalação devem ser adequadamente

ligação de equipamento) passaram a atender a um conjunto de

identificados, de forma legível, durável e sem possibilidade de

normas, sendo a mais relevante a NBR NM 247-5. Esses cabos são

equívocos. A NBR 5410 apresenta os requisitos em 6.1.5, tais como:

conhecidos no mercado como do tipo PP que, em outras palavras, não devem ser utilizados nas instalações fixas em geral – apesar de

6.1.5.2 Linhas elétricas

ser prática corriqueira. Para tal finalidade existem, por exemplo, os

cabos conforme NBR 7286 ou NBR 7288.

a permitir sua identificação quando da realização de verificações,

Também como regra geral, a NBR 5410 estabelece que os

As linhas elétricas devem ser dispostas ou marcadas de modo

ensaios, reparos ou modificações na instalação.


37

Apoio

6.1.5.3.1 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo

exclusivamente amarela onde existir o risco de confusão com a dupla

multipolar utilizado como condutor neutro deve ser identificado

coloração verde-amarela, cores exclusivas do condutor de proteção.

conforme essa função. Em caso de identificação por cor, deve ser usada a cor azul-clara na isolação do condutor isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar. 6.1.5.3.2 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar ou veia de cabo multipolar utilizado como condutor de proteção (PE) deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de identificação por cor, deve ser usada a dupla coloração verde-amarela ou a cor verde (cores exclusivas da função de proteção), na isolação do condutor isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar. 6.1.5.3.3 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado como condutor PEN deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de identificação por cor, deve ser usada a cor azul-claro, com anilhas verde-amarelo nos pontos visíveis ou acessíveis, na isolação do condutor isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar. 6.1.5.3.4 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado como condutor de fase deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de identificação por cor, poder ser usada qualquer cor, observadas as restrições estabelecidas em 6.1.5.3.1, 6.1.5.3.2 e 6.1.5.3.3. NOTA – Por razões de segurança, não deve ser usada a cor de isolação

Exemplo de identificação de condutores por cor.


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

38

6.1.5.4 Dispositivos de proteção

Os dispositivos de proteção devem ser dispostos e identificados de

forma que seja fácil reconhecer os respectivos circuitos protegidos.

Da classificação existente em 4.2.6 da NBR 5410, para o caso específico de linhas elétricas, consideram-se relevantes as seguintes condições de influências externas, estabelecidas pela tabela 34 da norma:

Como se pode observar, a norma enfatiza a necessidade de identificar os condutores, pela sua função, sendo que o

- Temperatura ambiente (AA)

método mais utilizado é a identificação por cores da isolação,

- Presença de água (AD)

devido à sua facilidade. No entanto, admite-se outro método de

- Presença de corpos sólidos (AE)

identificação, desde que ele seja facilmente reconhecível (deve

- Presença de substâncias corrosivas ou poluentes (AF)

possuir uma legenda identificando o método e a função de

- Solicitações mecânicas – impactos (AG)

cada condutor) e existente nos pontos visíveis e acessíveis dos

- Solicitações mecânicas – vibrações (AH)

condutores. Recomenda-se que seja sempre utilizado o método de

- Presença de flora e mofo (AK)

identificação por cor. Porém, nos casos de instalações existentes,

- Presença de fauna (AL)

que não possuam identificação, em vez de substituir os cabos por

- Radiação solar (AN)

outros com cores adequadas, pode-se utilizar outro método, como

- Resistência elétrica do corpo humano (BB)

por exemplo, anilhas ou fitas coloridas. Nesse último caso, embora

- Contato das pessoas com o potencial da terra (BC)

a norma não indique quais cores devem ter as fitas, recomenda-se

- Condições de fuga das pessoas em emergências (BD)

que sejam adotadas as mesmas cores prescritas para a isolação,

- Natureza dos materiais processados ou armazenados (BE)

anteriormente citadas.

- Materiais de construção (CA)

Influências externas

- Estrutura das edificações (CB) Dessas classificações, este artigo destaca os seguintes aspectos:

É importante destacar que, antes do dimensionamento dos condutores de um circuito, deve ser feita uma avaliação das

a) As instalações elétricas em condições de temperatura ambiente

condições de sua instalação, levando em conta a classificação das

extrema (muito baixa ou muito alta) devem ter alguns cuidados. Por

influências externas constantes das tabelas 1 a 24 da subseção 4.2.6

exemplo, para instalações em câmaras frigoríficas, a norma alerta

da NBR 5410. Isso poderá definir o tipo de condutor a ser utilizado,

para o fato de que, sob temperatura inferior a –10°C, os condutores

ou até mesmo a escolha de outro percurso para o circuito em

com isolação e/ou cobertura de PVC, bem como os condutos de

questão.

PVC, não devem ser manipulados nem submetidos a esforços

Por vezes, pode passar despercebido pelo projetista que, por

mecânicos, visto que o PVC pode tornar-se quebradiço.

exemplo, uma luminária poderá ser alimentada por um tipo de condutor para uma determinada condição de instalação e, para

b) Por outro lado, em ambientes com temperatura elevada, como

outra condição, este mesmo tipo de condutor, para a mesma

é o caso de casa de caldeiras, fornos, fundição, entre outras, a

luminária, não terá o seu uso permitido. A mesma situação poderá

norma faz um alerta e apresenta fatores de correção quando a

ocorrer para o conduto a ser utilizado (eletroduto, eletrocalha,

temperatura ambiente (ou do solo) for superior aos valores de

bandeja etc.).

referência (20°C para linhas subterrâneas e 30°C para as demais), já

Fascículo

Algumas dessas condições de instalação são tão corriqueiras que acabam não recebendo os devidos cuidados na fase de projeto e

que as capacidades de condução de corrente dos condutores ficam reduzidas.

podem causar significativos prejuízos futuros se não forem notadas em tempo (antes da execução da instalação), como por exemplo:

c) Em ambientes industriais, é comum a instalação de linhas elétricas em “pipe racks”, expostas às intempéries e também compartilhando

• tipo de condutor e de conduto adequados para instalação ao

essa mesma estrutura com outras linhas de utilidades (água, vapor,

tempo;

óleo, fluídos industriais etc.). Para tanto, a norma estabelece que nas

• tipo de condutor a ser instalado em bandejas;

condições de influências externas AD3 a AD6 (presença de água)

• tipo de condutor instalado em forro de gesso em apartamentos;

só devem ser usadas linhas com proteção adicional à penetração de

• tipo de condutor para ligação de luminárias de embutir (tipo

água, com os graus IP adequados e, em princípio, sem revestimento

“caneca”) em lojas de shopping centers;

metálico externo. E se os cabos estiverem expostos à radiação

• tipo de conduto para conexão direta em caixa de ligação de

solar, devem ser resistentes às intempéries (principalmente, raio

motores;

ultravioleta) e considerada a elevação da temperatura na sua

• instalação de eletrodutos em juntas de dilatação de lajes.

superfície para o cálculo da capacidade de condução de corrente (IZ).


Apoio

39


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

40

devem resistir a tais esforços. Por exemplo, mediante o uso de cabos flexíveis e eletrodutos flexíveis. h) Não são incomuns relatos de curtos-circuitos provocados por roedores. Principalmente, em subestações. Assim, cita a norma: “Se existir risco devido à presença de roedores e cupins, deve ser usada uma das soluções: cabos providos de armação; ou condutores isolados em condutos com grau de proteção adequado; ou materiais especialmente aditivados ou revestimento adequado em cabos ou eletrodutos”. i) Em locais nos quais a fuga das pessoas em situação de emergência pode ser comprometida, a norma estabelece em 5.2.2.2.3: “em Exemplo de instalação de cabos ao tempo em pipe rack.

d) As poeiras, em geral, quando não corrosivas, não costumam danificar a isolação ou cobertura de um cabo ou conduto. No entanto, o acúmulo de poeira sobre um feixe de cabos, pode reduzir a sua dissipação térmica, alterando a sua capacidade de condução de corrente. Situação facilmente encontrada em certos ambientes industriais, mineradoras, usinas de concreto etc.

áreas comuns, áreas de circulação e em áreas de concentração de público, em locais BD2, BD3 e BD4, as linhas elétricas embutidas devem ser totalmente imersas em material incombustível, enquanto as linhas aparentes e as linhas no interior de paredes ocas ou de outros espaços de construção devem atender a uma das seguintes condições: a) no caso de linhas constituídas por cabos fixados em paredes ou em tetos, os cabos devem ser não propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos; b) no caso de linhas constituídas por condutos abertos, os cabos devem ser não propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos. Já os condutos, caso não sejam metálicos ou de outro material incombustível, devem ser não propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos; c) no caso de linhas em condutos fechados, os condutos que não sejam metálicos ou de outro material incombustível, devem ser não propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos. Na primeira hipótese (condutos metálicos

Fascículo

Exemplo de cabo imerso – isolação inadequada.

ou de outro material incombustível), podem ser usados condutores e cabos apenas não propagantes de chama; na segunda, devem ser

e) No mesmo caso anterior, também deve ser feita análise sob a ótica

usados cabos não propagantes de chama, livres de halogênio e com

da classificação do local como atmosfera potencialmente explosiva,

baixa emissão de fumaça e gases tóxicos.”

condição na qual esse acúmulo de pó pode alterar a classificação originalmente realizada e resultar no uso de equipamentos que

*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica.

atendam requisitos específicos e mais rigorosos. No caso de existir

Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção

no local, substância capaz de causar explosão, devem ser observados

e perícia de instalações elétricas. É membro da Comissão que revisa a Norma

os requisitos da norma NBR IEC 60079-14.

ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia.

f) Em atmosferas corrosivas (usinas de álcool, indústrias químicas,

Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma

galvanizadoras etc.), cita a norma: “As linhas devem ser protegidas

instalação elétrica no Brasil, no âmbito do INMETRO, em 2001. Consultor e

contra corrosão ou contra agentes químicos; os cabos uni e

diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br

multipolares com cobertura extrudada são considerados adequados; os condutores isolados só podem ser usados em eletrodutos que apresentem resistência adequada aos agentes presentes.” g) Linhas elétricas que alimentem equipamentos sujeitos a vibrações

Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Renováveis Apoio

ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 3 - Edição 35 / Maio de 2019

FASCÍCULO

Configuração do arranjo fotovoltaico com o inversor NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: Perspectivas para a Geração Centralizada Solar Fotovoltaica no Brasil COLUNA EÓLICA: 10 anos do Brazil Windpower APOIO

41


Apoio

42

Fascículo

Renováveis

Por Hans Rauschmayer*

Configuração do arranjo fotovoltaico com o inversor


43

1 - Introdução

O casamento funcionará se os parâmetros elétricos de tensão,

corrente e potência dos módulos e do inversor forem compatíveis, na

Nos fascículos anteriores, abordamos características de sistemas

conexão série-paralelo escolhida.

fotovoltaicos conectados à rede (SFCR) e o passo a passo na elaboração

de um projeto solar. Depois, conhecemos os módulos fotovoltaicos e o

devemos levar ainda em consideração o local da instalação com suas

inversor, componentes principais do nosso sistema.

condições climáticas, e a ventilação dos módulos na condição em que

serão instalados (paralelo ao telhado ou em fileiras elevadas).

Chegou a hora de compreender como se configura um arranjo

Como a tensão do módulo depende da temperatura das células,

fotovoltaico com determinados módulos e o inversor escolhido e definir, chegando à conexão série-paralelo dos módulos.

3 - Temperaturas no Local da Instalação

Uma planilha que efetua os cálculos apresentados neste fascículo pode ser baixada no site www.solarize.com.br. 2 - Visão Geral

Figura 2: Curva característica V-P em diferentes temperaturas, gerada no software PV*SOL. Figura 1: O arranjo fotovoltaico é uma conexão série-paralela de módulos que precisa combinar com as características do inversor.

Costumo chamar a configuração entre módulos e inversor de

“casamento”, já que ela deve funcionar por muitos anos, em dias de sol e de chuva, e em horas de calor e de frio.

Aprendemos no fascículo 3 que a tensão produzida pelo módulo

é fortemente afetada pela temperatura, com comportamento inverso: quanto maior o calor do módulo, menor é a tensão de saída. • A faixa de temperatura do módulo em operação determina a faixa de tensão na saída do módulo V PMP. A temperatura máxima do


Apoio

Fascículo

44

Renováveis

módulo Tcélula,máx determina a menor tensão de saída do módulo em

• Tensão mínima e máxima em operação Vmód,PMP,mín e Vmód,MP,máx (obs.:

operação V PMP,mín. A literatura recomenda usar um valor 30°C a 40°C

usando a fórmula, chegamos a um valor aproximado para Vmód,PMP, já

acima da máxima ambiental do local, dependendo da ventilação

que o valor exato pode ser determinado somente com um software de

dos módulos e da ocorrência de vento no local.

simulação).

• A temperatura mínima da célula em operação Tcélula,mín determina a tensão V PMP,máx. É a temperatura que o módulo alcança com um

5 - Dados Características do Inversor

pouco de irradiação. • A terceira condição climática a ser considerada é a temperatura

Na ficha técnica do inversor escolhido, buscamos os seguintes dados:

mínima do local da instalação Tambiente,mín. Ela causa a tensão máxima que o módulo produz, V OC,máx.

• Potência nominal Pinv,nom;

• Corrente máxima Iinv,máx;

• Potência máxima Pinv,máx; O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) oferece

a busca por dados climáticos, mas geralmente, prevalece o bom

• Tensão máxima Vinv,máx;

senso e a experiência na definição do trio das temperaturas. A

• Faixa de tensão de operação Vinv,PMP,mín e Vinv,PMP,máx.

tabela 1 lista valores que podem servir como referência.

O objetivo é calcular a combinação entre os módulos e o inversor,

portanto, devemos buscar os valores da entrada do inversor, em c.c.. No entanto, a potência nominal pode ser informada na seção c.c. ou c.a., Tabela 1: Valores referenciais para a escolha

dependendo do fabricante.

das temperaturas características

Fonte

Tcélula,máx

Tcélula,mín

Tambiente,mín

Alemanha

70°C

15°C

-10°C

Sistema Solarize

75°C

25°C

+10°C

6 - O Cálculo do Arranjo Fotovoltaico

(Rio de Janeiro – RJ)

A variação da corrente com a temperatura é tão pequena que não

costuma ser levada em consideração. 4 - Dados Características do Módulo

Para efetuar o cálculo, buscamos os seguintes dados na ficha

técnica do módulo:

Figura 3: O layout do arranjo fotovoltaico é determinado respeitando os limites do inversor.

• Potência nominal Pmód,nom;

Depois de colher as informações básicas, podemos agora mapear as

• Corrente de curto-circuito Imód,SC;

características elétricas dos módulos com as do inversor escolhido. O

• Tensão PMP nominal Vmód,PMP;

objetivo é definir o arranjo fotovoltaico, que é a associação de n séries

• Tensão em circuito aberto Vmód,OC;

fotovoltaicas (usamos a seguir o nome inglês, string) em paralelo,

• Coeficiente da variação da tensão com a temperatura Coef V,

cada com m módulos conectados em série (figura 3).

comumente informado em % / °C ou % / K (observação: 1 K = 1 °C). Importante: O arranjo precisa ser homogêneo, usando somente

Em seguida, calculamos as tensões derivadas das temperaturas

um modelo de módulo e o mesmo número de módulos em todos

no local da instalação. As tensões informadas na ficha técnica foram

os strings. Casos onde isto não é possível, serão analisados

medidas nas condições STC, sob 25°C (veja fascículo 3). A seguinte

no próximo fascículo, que tratará também de sombreamento

fórmula aplica o coeficiente da variação da tensão e a diferença da

parcial.

temperatura:

Pelas leis ôhmicas, a tensão resultante de cada string é o produto

do número de módulos m com a tensão de cada módulo. A corrente

Os valores derivados são:

• Tensão máxima e circuito aberto Vmód,OC,máx

resultante do arranjo é o produto do número de strings n com a corrente de cada string.

O mapeamento é feito por condições independentes que, depois,

são reunidas.


Apoio

45

(A) Número máximo de módulos por string pela tensão máxima do

(C) Número mínimo de módulos por string pela tensão de operação

inversor

é calculado dividindo a tensão mínima do inversor pela tensão mínima

A primeira condição calcula o número máximo de módulos m por

string que podemos conectar em série, respeitando a limitação do

O inversor exige um número mínimo de módulos para trabalhar, que

do módulo, ambos em condição de operação:

inversor.

O número máximo de módulos por string mmáx é igual à tensão

máxima da entrada do inversor Vinv,máx, dividida pela tensão máxima do módulo em circuito aberto Vmod,OC,máx.

O número resultante deve ser arredondado para cima.

(D) Número máximo de strings

O número máximo de strings conectados em paralelo é calculada

dividindo a corrente máxima de entrada do inversor pela corrente gerada (B) Número máximo de módulos por string pela tensão de operação

pelos módulos em condições padrão:

A segunda condição calcula quantos módulos podemos conectar em

série, considerando agora o limite de tensão de operação do inversor: (E) Potência máxima

O fabricante indica a potência máxima do arranjo fotovoltaico na

ficha técnica, que determina número máximo total de módulos que

Esta condição é calculada independentemente de (A), mas como

resultado, deve valer o menor número dos dois, ainda arredondado para baixo.

devem ser conectados:


Apoio

Fascículo

46

A potência máxima é correlacionada ao fator de dimensionamento,

que discutiremos em seguida, e não representa uma restrição crítica.

Renováveis

Outra desvantagem de um alto FDI é o aquecimento da

eletrônica de potência que pode reduzir a longevidade do inversor. Recomenda-se consultar o fabricante para assegurar as condições

(F) Fator de dimensionamento

de garantia.

O fator de dimensionamento expressa a relação da potência entre o

arranjo fotovoltaico e o inversor e costuma ser informado em porcento.

Um FDI abaixo de 100% é aceitável quando não se encontra um

inversor menor com potência adequada, algo frequente em sistemas muito pequenos. 7 - Verificação de Alternativas

É normal superdimensionar o arranjo, já que a potência nominal dos

Depois de calcular as condições, podemos verificar alternativas

módulos raramente é alcançada em clima tropical. Um FDI entre 100%

do layout elétrico. Vamos usar um exemplo resumido para

e 120% é considerado conservador. Um FDI mais alto traz a vantagem

compreender este procedimento:

de reduzir o investimento, mas acarreta um corte de produção em horas de alta irradiância. A figura 4 mostra este efeito: o sistema com

• Pretendemos montar um sistema de 12 kWp, usando 40 módulos

FDI de 158% (linha azul) perde energia quando a potência máxima do

de 300 Wp de um determinado modelo;

inversor é alcançada. Já o sistema com FDI de 119% raramente alcança

• Um inversor de 10 kW seria adequado, levando em consideração

a potência máxima.

um FDI de 120%; • Usamos as fichas técnicas do módulo e do inversor para levantar os dados listados acima e calcular das condições listadas acima; • Com 40 módulos, temos as seguintes alternativas de layout: cinco strings de oito módulos, quatro strings de 10 módulos ou dois strings de 20 módulos; • Testamos as alternativas contra as condições apresentadas no capítulo anterior para determinar quais delas são permitidas. • Em termos elétricos, é favorável aumentar o número de módulos por string para manter a corrente baixa. No entanto, pode haver outros critérios da execução que nos levam a priorizar uma alternativa diferente.

Figura 4: Comparação entre um sistema com FDI de 119% (linha amarela) com um de 158% (linha azul), simulado no software PV*SOL.

Figura 5: A planilha de configuração.

Se nenhuma das alternativas for viável, então é necessário


Apoio

47

mudar a escolha do equipamento e refazer o cálculo. Isso ocorre com

9 - Outros tipos de inversores

certa frequência com inversores que apresentam uma faixa estreita Apresentamos o cálculo para a tipologia chamada de “inversor

de tensão.

string”, com apenas uma entrada. Há outras opções, cuja discussão

Se um determinado inversor, por exemplo, permitir somente 19

ou 20 módulos por string, então o número total de módulos deve ser

detalhada extrapola o espaço do fascículo:

divisível por 19 ou 20, e a área de montagem deve permitir a fixação deste número de módulos.

• Inversores multi-MPPT oferecem mais do que uma entrada, cada uma com seu seguidor de ponto de máxima potência SPMP (inglês

8 - Uso da Planilha

MPPT). Neste caso, o cálculo deve ser repetido para cada entrada separadamente, cujas características podem ser diferentes. O fator de

Disponibilizamos no site www.solarize.com.br uma planilha

dimensionamento deve ser avaliado para cada entrada, e também para

(figura 5) que efetua os cálculos apresentados neste fascículo e

inversor como um todo;

que contém um exemplo completo. A planilha serve para configurar

• A configuração de Microinversores, que atendem de um a quatro

projetos reais, ela não é meramente didática. Ela deve ser preenchida

módulos, usa os mesmos cálculos apresentados acima;

na seguinte sequência:

• Para sistemas com otimizadores de potência é necessário efetuar o cálculo para cada otimizador separadamente. Além disso, há regras para

1 - Local da instalação;

o número de otimizadores que podem ser conectados a cada entrada do

2 - Dados do módulo: preencha os campos em azul. Os campos

inversor. Consulte a documentação do fabricante.

em cinza apresentam resultados intermediários, e os em verde, resultados finais;

10 - Previsão

3 - Dados do inversor: procure os dados na ficha técnica; 4 - Após preencher os dados acima, o quadro “Cálculo” já apresenta

as condições de mapeamento, com números mínimos e máximos de

homogêneos. A realidade, no entanto, nos desafia com telhados

módulos e strings;

complexos de várias águas e com objetos que causam sombreamento,

5 - Fator de dimensionamento: informe aqui o limite inferior e

atrapalhando a geração de energia. Estes desafios serão o tema do

superior da faixa tolerada e da faixa ideal;

próximo fascículo.

No presente fascículo, tratamos de arranjos fotovoltaicos

6 - Verificação de alternativas: preenche os campos “Nº de strings” e “Nº módulos por string” e observe o campo “Verificação”

*Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize Treinamentos

à direita, que testa a alternativa contra as condições no quadro

Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação

“Cálculo”.

[visite www.solarize.com.br]. Reconhecido especialista em energia solar,

A planilha está com os campos todos abertos para que você possa

já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições,

verificar e, se for necessário, modificar as fórmulas.

congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.


48

Notícias

renováveis

Divulgação

ABB vence concorrência para projeto de transmissão de energia eólica no Mar do Norte

Saxônia, na Alemanha. A TenneT,

de transmissão. As soluções de

dos desafios de integração de

ABB recebeu um pedido de três

um dos principais operadores

conexão eólica offshore HVDC da

renováveis, a abordagem de

dígitos de milhões de Euros do

europeus de sistemas de

ABB são compactas e modulares

parceria e estreita colaboração

consórcio Aibel/Keppel FELS,

transmissão de eletricidade,

para atender especificamente

com a TenneT foram os

que projetará e construirá o

com atividades na Holanda e na

aos desafios do setor de energia

principais diferenciais na

sistema de transmissão de

Alemanha, será responsável por

eólica offshore, e suportam uma

conquista deste projeto”, afirma

corrente contínua em alta

fornecer as conexões de energia

melhoria substancial no LCOE

Claudio Facchin, presidente da

tensão (da sigla, em inglês,

para os parques eólicos offshore

(custo nivelado da eletricidade),

divisão Power Grids da ABB.

HVDC) para o projeto de conexão

neste projeto.

bem como a pegada de carbono.

eólica offshore DolWin5. A ABB

energética (“Energiewende”),

será a provedora da tecnologia

usada para transportar a energia

conversão de fonte de tensão

a Alemanha planeja gerar

HVDC. Este projeto fornecerá

gerada pelos parques eólicos

da ABB, comercializada sob a

65% de sua energia a partir de

900 megawatts de eletricidade

offshore, convertendo a corrente

marca HVDC Light®, é possível

fontes renováveis até 2030.

zero carbono – suficiente para

alternada (AC) em corrente

manter as perdas de conversão

Uma proporção crescente

abastecer cerca de um milhão

contínua (DC) na plataforma do

muito baixas. Além disso,

dessa energia limpa é gerada

de residências – de três parques

conversor. Isso torna possível

o pedido também incluirá o

em enormes parques eólicos

eólicos, a cerca de 100 km da

transmitir a energia através

Controle Avançado Modular ABB

offshore no Mar do Norte. Em

costa alemã. A conclusão está

de um sistema de cabos DC de

Ability™ para HVDC (MACH™),

apenas 10 anos, a produção

prevista para 2024.

130 quilômetros de extensão,

que é fundamental no controle

eólica offshore da Alemanha

com perdas muito baixas

da conexão complexa entre

cresceu de zero para 6,382

plataforma conversora no Mar do

para o continente. Na estação

parques eólicos e a rede AC

megawatts, tornando-se o

Norte, bem como uma estação

conversora onshore, a energia

onshore. “Nossa inovadora

segundo maior produtor de

conversora onshore, localizada

é convertida de volta para AC

tecnologia HVDC, expertise

energia eólica offshore do

em Emden, na região da Baixa

e, em seguida, integrada à rede

mundial, profunda compreensão

mundo, depois do Reino Unido.

O negócio Power Grids da

O pedido inclui uma

A solução HVDC da ABB é

Com o uso da tecnologia de

Como parte de sua transição


renováveis

Notícias

Energia solar cresce 135% no 1º trimestre de 2019

Nos últimos anos, a oferta de incentivos e a crescente procura dos brasileiros pelos sistemas de energia solar impulsionou o mercado nacional a

níveis similares ao de países estrangeiros.

Segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), somente no primeiro trimestre deste ano, houve 13.941 novas instalações.

Isso representa um crescimento de aproximadamente 135% em relação ao mesmo período de 2018, quando haviam sido conectados 5.933 sistemas à rede das distribuidoras do País.

Em termos de potência, o volume de sistemas instalados até o final de março deste ano já acumulava 157,3 megawatts (MW), 132,69% a mais

que os 67,6 MW de 2018. De acordo com os representantes da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o aumento na procura pela tecnologia se deve, principalmente, a dois fatores: à queda dos seus custos nos últimos 10 anos e ao inverso aumento no valor da conta de luz.

Somam-se a isso os vários incentivos oferecidos para quem deseja instalar as placas solares, incluindo isenções tributárias sobre a energia

produzida e consumida. É nessas placas que começa o funcionamento dos geradores solares, mais conhecidos como sistemas fotovoltaicos, que captam e convertem a luz do sol em energia elétrica limpa.

Toda energia gerada durante o dia e que não é consumida no momento é enviada à rede elétrica pública, sendo emprestada para a distribuidora local,

que compensa posteriormente o consumidor com créditos energéticos. O consumidor, então, usa esses créditos para abater da energia que consumiu da rede nos momentos em que o sistema não está produzindo, ou seja, à noite e, dessa forma, consegue reduzir em até 95% a sua conta de luz.

Esse sistema de créditos é o grande marco do segmento distribuído criado pela Aneel em 2012, que projeta um público total de 886.700

brasileiros com energia solar até 2024.

49


Energia solar fotovoltaica

50

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR.

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.

Ricardo Barros é vice-presidente de Geração Centralizada da Absolar

Perspectivas para a Geração Centralizada Solar Fotovoltaica no Brasil

A geração centralizada solar

ampliando a diversificação do

fotovoltaica, composta por

suprimento elétrico de nosso País,

projetos de usinas de grande

hoje, demasiadamente dependente

porte, assim como tantas outras

de hidrelétricas e termelétricas

aplicações da tecnologia solar

fósseis. Isso contribui para o

fotovoltaica no Brasil, tem se

alívio de nossos reservatórios

consolidado cada vez mais como

hídricos e reduz a pressão para

uma fonte renovável de geração

outros usos estratégicos, como

de energia elétrica com alto valor

suprimento humano, agricultura,

agregado à sociedade brasileira.

irrigação e processos industriais.

Adicionalmente, garante a redução

De acordo com levantamento

da Associação Brasileira de Energia

do acionamento de termelétricas

Solar Fotovoltaica (Absolar) a partir

fósseis, mais caras e poluentes,

de dados oficiais, hoje, já são mais

ajudando na diminuição de custos

de 2.000 megawatts (MW) em

aos consumidores e na mitigação

usinas de geração centralizada solar

dos impactos do aquecimento

fotovoltaica em operação no Brasil.

global.

fotovoltaica participará do Leilão

realizado no dia 26/09/2019, com

O número representa mais de R$ 10

de Energia Nova A-6 (LEN A-6).

início do suprimento de energia

bilhões em investimentos privados

fotovoltaica era cara já caiu por terra.

Essa conquista foi fruto do intenso

elétrica em 01/01/2025.

atraídos ao País desde 2014, que

Atualmente, a fonte já apresenta um

trabalho desenvolvido pela Absolar

viabilizaram a geração de mais

dos preços mais competitivos para a

junto aos seus associados em

fotovoltaica é, e continuará sendo,

de 50 mil novos empregos locais

geração de energia limpa e renovável

reuniões com o Ministério de Minas e

um dos principais pilares para o

qualificados pelo setor nas regiões

no mercado elétrico brasileiro, além

Energia (MME) e inserções na mídia

crescimento da fonte no País, com

onde os projetos foram implantados.

de promover o alívio financeiro

defendendo a visão do setor.

a participação do setor em leilões

das famílias e o aumento da

A Portaria Nº 222, de

de energia elétrica organizados pelo

energia elétrica limpa e renovável

competitividade do setor produtivo

06/05/2019, publicada pelo

Governo Federal, por meio dos quais

suficiente para suprir um consumo

no País.

Diário Oficial da União, estabeleceu

já foram contratados os 2.000 MW

equivalente à necessidade de mais

as Diretrizes para a realização

que estão em operação no Brasil.

de três milhões de brasileiros.

mas ainda estão muito aquém

do Leilão de Compra de Energia

Adicionalmente, há mais de 1.700

do potencial da tecnologia e

Elétrica Proveniente de Novos

preparado e a postos para participar

MW em novos projetos em fase de

das necessidades do Brasil.

Empreendimentos de Geração,

de todos os leilões A-4 e A-6, deste

desenvolvimento e construção,

Entretanto, o Governo Federal

denominado "A-6", de 2019, com a

e dos próximos anos, contribuindo

com início de operação prevista

acaba de dar um sinal claro de

inclusão da fonte solar fotovoltaica

para a expansão renovável da

para até 2022.

isonomia e transparência, que

na modalidade por quantidade

matriz elétrica brasileira a preços

contribuirá para a ampliação

de energia elétrica, com prazo de

competitivos. Queremos ajudar o

não apenas limpa e renovável, mas

dos investimentos em geração

suprimento de 20 anos, em linha

País a crescer com competitividade

também cada vez mais competitiva,

centralizada solar fotovoltaica.

com a recomendação da associação.

e sustentabilidade.

As usinas em operação geram

Trata-se de energia elétrica

O mito de que a energia solar

Os números já impressionam,

Pela primeira vez, a fonte solar

O LEN A-6 tem previsão de ser

A geração centralizada solar

O setor solar fotovoltaico está


Energia Eólica

51

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

10 anos do Brazil Windpower respeito e protegê-la. Estas

também encontrou no stand da

apresentou os principais dados

muitas comemorações! Além

foram algumas das discussões

Associação Brasileira de Energia

do setor e que ficará disponível

dos 15 GWs e de sermos hoje a

programadas para o BWP 2019.

Eólica (ABEEólica) os principais

no YouTube 360, onde poderá

segunda fonte da matriz elétrica,

e mais recentes dados do setor.

ser assistido com interação do

estamos agora comemorando

discussões deste ano com a

O Brasil tem hoje mais de 15

usuário que poderão passear

os 10 anos do Brazil Windpower.

preocupação de olhar de frente

GW de capacidade instalada,

pelas imagens em todas as

Neste ano, pela primeira vez, o

para um futuro que chega cada

7.500 aerogeradores, em

direções, explorando diversas

evento foi realizado em São Paulo,

vez mais rápido e que significará

602 parques eólicos, em 12

visões de fábricas de pás,

de 28 a 30 de maio. E foram três

profundas mudanças no setor

Estados. Considerando leilões já

aerogeradores, parques eólicos

dias fundamentais para o setor.

elétrico brasileiro e enormes

realizados e contratos firmados

e até na parte de cima de um

Estamos em um mês de

Preparamos a grade de

desafios para todos nós,

no mercado livre, o Brasil terá

aerogerador.

planeta mais sustentável; o

exigindo diversidade de saberes

cerca de 19,4 GW de capacidade

futuro e suas inovações para

e de opiniões e muito diálogo.

eólica instalada até 2023.

acreditamos na importância

energia; as experiências das

Entendemos que o setor de

Novos leilões e novos contratos

da diversidade de saberes e de

empresas do setor que estão

energia eólica, que já abastece

no mercado devem aumentar

opiniões como algo fundamental

expandindo as fronteiras do

mensalmente, em média, cerca de

os números projetados

para este futuro inovador, motivo

conhecimento da energia eólica

80 milhões de pessoas, tem um

consideravelmente. E sempre é

pelo qual este momento de

e do próprio setor elétrico; a

papel fundamental na construção

bom lembrar que teremos dois

realização do Brazil Windpower

importância de se investir em

do futuro do setor elétrico e no

leilões em 2019.

é sempre muito especial para o

pesquisa e desenvolvimento e

enfrentamento dos desafios

setor por todas as discussões

a imprescindível necessidade

tecnológicos que virão.

pela ABEEólica foi um vídeo

que serão realizadas e que devem

de tratar a natureza com mais

feito como realidade virtual, que

impactar o setor.

Bons ventos para um

Quem foi ao evento,

Outra novidade apresentada

Termino reforçando que


52

Pesquisa - Equipamentos para transmissão e distribuição de energia

O Setor Elétrico / Maio de 2019

À espera de investimentos A falta de confiança de investidores e do empresariado em relação ao desempenho do mercado eletroeletrônico em geral tem gerado projeções cautelosas para 2019, resultando em um cenário de estagnação e baixa estimativa de crescimento. Contudo, projetos de infraestrutura devem influenciar o segmento de equipamentos para distribuição e transmissão de energia


53

O Setor Elétrico / Maio de 2019

2019 está chegando ao segundo semestre e o clima de instabilidade econômica e financeira continua a pairar pelo ar. Por

Fatores que devem influenciar os mercados de distribuição e de transmissão de energia

conta da insegurança em relação ao comportamento do mercado ao

4%

longo do ano, grande parte das empresas tem adiado investimentos

Outros

7%

e permanece em um estado de retração ou estagnação, à espera de

Falta de confiança de investidores

momentos mais oportunos para apostas. Segundo sondagem realizada recentemente pela Associação

6%

Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), cerca de 65% das

Desvalorização da moeda nacional

empresas do setor eletroeletrônico estão adiando ou não têm intenção

9%

Programas de incentivo do governo

de investir para esse ano. Desse total, 38% não investirão em 2019,

9%

Bom momento econômico do país 6%

Desaceleração da economia brasileira

enquanto 28% das entrevistadas estão postergando os investimentos, a maioria porque aguarda a aprovação da Reforma da Previdência.

Os empresários também estão cautelosos em razão de outros

fatores, como a alta carga tributária, a demora na aprovação das demais

Cenário político

reformas do governo, as incertezas quanto ao mercado internacional, a

4%

indecisão quanto à Lei de Informática, entre outros.

6%

14%

6%

Falta de normalização e/ou legislação

A revista O Setor Elétrico realizou, em maio deste ano, uma

pesquisa com aproximadamente 70 empresas que comercializam equipamentos para transmissão e distribuição de energia (T&D), a

6%

qual indicou que este mercado espera crescer 9% em 2019, ao passo

Incentivos por força de legislação ou normalização

que o levantamento feito em 2018 mostrou que o crescimento das empresas foi de 12%. Já a previsão de crescimento percentual para as

Setor da construção civil aquecido Setor da construção civil desaquecido 19%

Projetos de infraestrutura

4%

companhias é de 11%.

Crise internacional

Previsões de crescimento

São inúmeros os problemas que assolam a integridade de uma

rede de transmissão/distribuição, mas dentro de todo o montante, os mais destacados pelas empresas consultadas foram: sobretensões

9%

Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2019

11% 12%

Crescimento percentual para sua empresa em 2019 Crescimento da sua empresa em 2018 comparando ao ano anterior

devido a descargas atmosféricas (31%); sobretensões devido a manobras (15%); ventania, furacões, geada e outras condições climáticas extremas (14%), entre outros entraves.

Problemas que assolam a integridade de uma rede de transmissão/distribuição

14%

Outros 31%

Ainda de acordo com a pesquisa, 19% das empresas consultadas

acreditam que projetos de infraestrutura devam contribuir para que o

9%

Eletrocorrosão

Sobretensões devido a descargas atmosféricas

setor recupere o fôlego – interessante ressaltar que esse também foi o principal fator apontado no levantamento realizado no ano passado.

12%

Na sequência, o aspecto que deve influenciar o mercado é o cenário

Vandalismo

político, indicado por 14% das entrevistadas, seguido pelo bom momento econômico do País (9%), e por programas de incentivo do governo (9%). A falta de confiança de investidores, correspondente a 7% das respostas; a desvalorização da moeda nacional, equivalente a 6%; e a desaceleração da economia brasileira (6%) também entraram na lista dos fatores que devem impactar na decolagem do mercado de T&D no Brasil em 2019.

5%

Poluição 14%

Ventania, furacões, geada e outras condições climáticas extremas

15%

Sobretensões devido a manobras


54

Pesquisa - Equipamentos para transmissão e distribuição de energia

O perfil das empresas participantes da pesquisa está dividido da

seguinte maneira: 77% são fabricantes de produtos para distribuição

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Equipamentos para distribuição de energia mais comercializados

de energia; 47% correspondem a fabricantes de produtos para transmissão de energia; 30% se referem a distribuidoras de produtos para distribuição de energia; e apenas 13% resultam de distribuidoras

Interruptores

16%

de produtos para transmissão de energia.

Transformadores de potência

27%

Perfil das empresas

Fusíveis

27%

Painéis

28%

33%

Distribuidora de produtos para transmissão de energia

13%

Subestações de média tensão

Distribuidora de produtos para distribuição de energia

30%

Fabricante de produtos para transmissão de energia

47%

77%

Fabricante de produtos para distribuição de energia

No que se refere a produtos para automação de sistemas

mais

comercializados

(para

distribuição),

o

segmento

está

dividido em: automação de subestações (25%); instrumentos para monitoramento de qualidade de energia (23%); proteção contra arco (16%); automação de estações (13%); relés de estado sólido (13%); relés eletromecânicos (13%); transdutores (11%); e

Os principais canais de vendas para a grande maioria das empresas

(92%) é a venda direta ao cliente final, enquanto que, para 64% delas, a melhor forma de negociação acontece em distribuidores de materiais

anunciador de alarme (6%). Produtos para automação de sistemas mais comercializados (para distribuição)

elétricos. 58% responderam que revendas de materiais elétricos são os ambientes mais propícios. Principais canais de vendas

Anunciador de alarme

6%

Transdutores

Internet

19%

11%

Outros

23% 58% 64%

13%

Revendas de materiais elétricos Distribuidores de materiais elétricos

92%

Relés eletromecânicos

Venda direta ao cliente final

13%

Relés de estado sólido Automação de estações

13%

Proteção contra arco

16% 23% 25%

O levantamento feito pela revista apurou também quais são os tipos

de equipamentos para distribuição de energia mais comercializados: subestações de média tensão (33%); painéis (28%); fusíveis (27%); transformadores de potência (27%) e interruptores (16%).

Instrumentos para monitora­ mento de qualidade de energia Automação de subestações


55

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Em relação a cabos elétricos para distribuição, o resultado obtido

Os sistemas de automação para transmissão estão divididos

foi: cabos subterrâneos (22%); cabos aéreos (20%); cabos especiais

em: instrumentos para monitoramento de qualidade de energia

(19%); cabos submarinos (5%).

(20%); automação de subestações (19%); relés eletromecânicos (14%); proteção contra arco (11%); relés de estado sólido (11%); sistemas de Automação [Transdutores] (6%); anunciador de alarme

Cabos elétricos mais comercializados (para distribuição)

(5%); e automação de estações (5%). Sistemas de Automação para transmissão

Cabos submarinos

Automação de estações

5%

5%

Cabos especiais

19%

Cabos aéreos

20%

5%

Cabos subterrâneos

Anunciador de alarme Sistemas de Automação [Transdutores]

6%

22%

Relés de estado sólido

11%

Proteção contra arco

11%

Relés eletromecânicos

14%

Automação de subestações

Sobre os equipamentos para transmissão de energia mais

19%

comercializados, a pesquisa constatou o seguinte agrupamento: subestações de alta tensão (22%); transformadores de potência

Instrumentos para monitoramento de qualidade de energia

20%

(16%); chaves de alta tensão (8%); disjuntores de alta tensão (5%); e interruptores (5%).

Equipamentos para transmissão de energia mais comercializados

Dentre os tipos de cabos elétricos para transmissão, o percentual

está fatiado em: cabos aéreos (16%); cabos subterrâneos (16%); especiais (14%); e cabos submarinos (3%). Cabos elétricos mais comercializados (para transmissão)

Interruptores

5% Disjuntores de alta tensão

5%

Cabos submarinos

Chaves de alta tensão

8% 16%

3%

Transformadores de potência

22%

Subestações de alta tensão

Especiais

14% Cabos subterrâneos

16% 16%

Cabos aéreos


Pesquisa - Equipamentos para transmissão e distribuição de energia

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Possui certificado ISO 14.001 (ambiental)

z X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Possui certificado ISO 9001(qualidade)

Oferece treinamento técnico para os clientes Possui programas na área de responsabilidade social

Outros

Montagem de equipamentos

Manutenção de redes

Engenharia

Montagem de redes de transmissão

Transmissão de energia elétrica

Distribuição de energia elétrica

Outros

Montagem de redes de distribuição

X X X X X X X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

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Exporta produtos acabados

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Importa produtos acabados

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Principais clientes Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

X

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Possui serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet

WEG - Trans. & Dist.

X

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Internet

SP SP SP SP PA SP SP MG RJ SP SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP RJ SP SP SP SP MG SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP SP SC SP SP RS SP SP SP SC SP SP MG MT SP SP MG SP SC

Venda direta ao cliente final

UF

Sumaré Guarulhos Osasco Barueri Barcarena São Paulo São Paulo Itajubá Rio de Janeiro Olímpia Campinas Guarulhos São Paulo Porto Feliz Barueri Curitiba Ribeirão Preto Taboão da Serra Guarulhos Sao Caetano do Sul Suzano Orlândia Diadema Maringá Olimpia Itu Itápolis Birigui Pindamonhangaba Rio de Janeiro São Paulo São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo Ituiutaba Guarulhos São Paulo São Paulo Campinas Boituva Mandaguari São Paulo São Paulo Cajamar São Paulo Pedreira Sorocaba Blumenau Sorocaba Bragança Paulista Porto Alegre Diadema Campinas São Paulo Florianópolis Bragança Paulista São Jose dos Campos Contagem Cuiabá São Paulo Embu das Artes Betim Diadema Blumenau

Revendas de materiais elétricos

Cidade

www.3m.com.br www.acabine.com.br www.abb.com.br www.adelco.com.br www.alubar.net.br www.bohnen.com.br www.brasformer.com.br www.cabelauto.com.br www.chardongroup.com www.condumax.com.br www.crimper.com.br www.dlight.com.br www.deltapltda.com.br www.eaton.com www.eletric-produtos .com.br www.elos.com.br www.embrastec.com.br www.epoxiformas.com.ar www.fastweld.com.br www.finder.com.br www.gimi.com.br www.grupointelli.com.br www.hawser.com.br www.ig-td.com.br www.incesa.com.br www.isolet.com.br www.itaiputransformadores.com.br www.itb.ind.br www.dbtec.com.br www.kitacessorios.com.br www.krj.com.br www.kron.com.br www.lpeng.com.br www.mmmagnet.com.br www.mbaconstrutora.com.br www.mediatensao.com.br www.metaltex.com.br www.nexans.com.br www.nojapower.com.br www.nvent.com www.onixcd.com.br www.pextron.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.psolutionsbrasil.com.br www.ppcinsulators.com www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br br.prysmiangroup.com www.renzbr.com www.rms.ind.br www.sarel.com.br www.selinc.com/pt www.siemens.com.br www.siklowatt.com.br www.te.com/energy www.tecsysbrasil.com.br www.toshiba.com.br www.trael.com.br transformadoresuniao.com.br www.urkraft.com.br www.velp.com.br www.weidmueller.com.br www.weg.net

Distribuidora de produtos para transmissão de energia

Site

0800 013 2333 (11) 2842-5252 0800 0149111 (11) 4199-7500 (91) 3754-7155 (11) 2711-0050 (11) 2969-2244 (35) 3629-2500 (21) 99459-9136 0800 701 3701 (19) 3246-1722 (11) 2937-4650 (11) 2154-0666 (15) 3481-9201 (11) 4168-4302 (41) 3383-9290 (16) 3103-2021 (11) 4137-5495 (11) 2421-7150 (11) 4223-1550 (11) 4752-9900 (16) 3820-1500 (11) 4056-7047 (44) 3304-2550 (17) 3279-2600 (11) 2118-3000 (16) 3263-9400 (18) 3643-8000 (12) 3642-9006 (21) 2290-1588 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2901-7033 (11) 4176-7878 (34) 3271-7700 (11) 2384-0155 (11) 5683-5700 (11) 3084-1600 (19) 3283 0041 (11) 3623-4338 (44) 3233-8500 (11) 5094-3200 (11) 38716400 (11) 4448-8000 (11) 3181-5160 (19) 3893-9205 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (15) 3235-6400 (11) 4034-3655 (51) 3337-9500 (11) 4072-1580 (19) 3515-2010 (11) 4585-8040 (48) 3028-0809 (11) 2103-6000 (12) 3797-8800 (31) 3329-6650 (65) 3611-6500 (11) 2023-9000 (11) 3662-0115 (31) 3595-6730 (11) 4366-9600 (47) 3276-4000

Fabricante de produtos para transmissão de energia

Telefone

3M A.Cabine Materiais Elétricos ABB Adelco Alubar Bohnen+Messtek Brasformer Braspel CABELAUTO CABOS ELETRICOS Chardon Group Condumax Fios e Cabos Elé. Crimper D´LIGHT Delta P EATON ELETRIC PRODUTOS ELOS EMBRASTEC EPOXIFORMAS FASTWELD Finder GIMI SOLUÇÕES EM ENERGIA GRUPO INTELLI HAWSER I.G. Trans. e Dist. de Energia INCESA ISOLET Itaipu Transformadores ITB Equipamentos Elétricos DBTEC KIT ACESSÓRIOS KRJ Kron Medidores LPEng Engenharia MAGNET MBA Construtora Media Tensao Metaltex Nexans Brasil NOJA Power nVent Onix Dist. de Prod. Elétricos Pextron Phoenix Contact PLP Power Solutions PPC SANTANA PROAUTO Provolt Prysmian Group Renz RMS SAREL SEL Siemens SIKLOWATT TE CONNECTIVITY Tecsys do Brasil Ind. Toshiba Trael Transformadores União URKRAFT VELP TECNOLOGIA Weidmuller Conexel

Distribuidora de produtos para distribuição de energia

EMPRESA

Distribuidores de materiais elétricos

Principal canal de vendas

A empresa é

Fabricante de produtos para distribuição de energia

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Painéis Fusíveis Interruptores

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Anunciador de alarme

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Relés eletromecânicos Instrumentos para monitoramento de qualidade de energia Automação de subestações Isoladores de porcelana Isolador polimérico

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Indicadores de tensão

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Reguladores de tensão

Componentes, materiais e acessórios

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De potencial

Para-raios

De corrente

Automação de sistemas

Encapsulados

Relés de estado sólido

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Transdutores

Disjuntores

Proteção contra arco

Automação de estações

Chaves fusíveis

Uso externo

Chaves seccionadoras

Uso interno

Uso externo

X X X Uso interno

Transformadores de potência

Subestações de média tensão

O Setor Elétrico / Maio de 2019

57

Distribuição de energia Transformadores de instrumentação

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Pesquisa - Equipamentos para transmissão e distribuição de energia

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Distribuição de energia

WEG - Trans. & Dist.

Transformadores de potência

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Interruptores

X X

Disjuntores de alta tensão

X X

Chaves de alta tensão

X

Subestações de alta tensão

X

Filtro de harmônicas

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Vidro

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Compensação em tempo real

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Compensação paralela

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Compensação de reativos

Compensação serial

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Poliméricos

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Cerâmica

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Espaçadores

SP SP SP SP PA SP SP MG RJ SP SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP RJ SP SP SP SP MG SP SP SP SP SP PR SP SP SP SP SP SP SC SP SP RS SP SP SP SC SP SP MG MT SP SP MG SP SC

Transmissão de energia

Isoladores

Terminações

UF

Sumaré Guarulhos Osasco Barueri Barcarena São Paulo São Paulo Itajubá Rio de Janeiro Olímpia Campinas Guarulhos São Paulo Porto Feliz Barueri Curitiba Ribeirão Preto Taboão da Serra Guarulhos Sao Caetano do Sul Suzano Orlândia Diadema Maringá Olimpia Itu Itápolis Birigui Pindamonhangaba Rio de Janeiro São Paulo São Paulo São Paulo São Bernardo do Campo Ituiutaba Guarulhos São Paulo São Paulo Campinas Boituva Mandaguari São Paulo São Paulo Cajamar São Paulo Pedreira Sorocaba Blumenau Sorocaba Bragança Paulista Porto Alegre Diadema Campinas São Paulo Florianópolis Bragança Paulista São Jose dos Campos Contagem Cuiabá São Paulo Embu das Artes Betim Diadema Blumenau

Emendas

Cidade

www.3m.com.br www.acabine.com.br www.abb.com.br www.adelco.com.br www.alubar.net.br www.bohnen.com.br www.brasformer.com.br www.cabelauto.com.br www.chardongroup.com www.condumax.com.br www.crimper.com.br www.dlight.com.br www.deltapltda.com.br www.eaton.com www.eletric-produtos .com.br www.elos.com.br www.embrastec.com.br www.epoxiformas.com.ar www.fastweld.com.br www.finder.com.br www.gimi.com.br www.grupointelli.com.br www.hawser.com.br www.ig-td.com.br www.incesa.com.br www.isolet.com.br www.itaiputransformadores.com.br www.itb.ind.br www.dbtec.com.br www.kitacessorios.com.br www.krj.com.br www.kron.com.br www.lpeng.com.br www.mmmagnet.com.br www.mbaconstrutora.com.br www.mediatensao.com.br www.metaltex.com.br www.nexans.com.br www.nojapower.com.br www.nvent.com www.onixcd.com.br www.pextron.com.br www.phoenixcontact.com.br www.plp.com.br www.psolutionsbrasil.com.br www.ppcinsulators.com www.proautomacao.com.br www.provolt.com.br br.prysmiangroup.com www.renzbr.com www.rms.ind.br www.sarel.com.br www.selinc.com/pt www.siemens.com.br www.siklowatt.com.br www.te.com/energy www.tecsysbrasil.com.br www.toshiba.com.br www.trael.com.br transformadoresuniao.com.br www.urkraft.com.br www.velp.com.br www.weidmueller.com.br www.weg.net

Conectores

Site

0800 013 2333 (11) 2842-5252 0800 0149111 (11) 4199-7500 (91) 3754-7155 (11) 2711-0050 (11) 2969-2244 (35) 3629-2500 (21) 99459-9136 0800 701 3701 (19) 3246-1722 (11) 2937-4650 (11) 2154-0666 (15) 3481-9201 (11) 4168-4302 (41) 3383-9290 (16) 3103-2021 (11) 4137-5495 (11) 2421-7150 (11) 4223-1550 (11) 4752-9900 (16) 3820-1500 (11) 4056-7047 (44) 3304-2550 (17) 3279-2600 (11) 2118-3000 (16) 3263-9400 (18) 3643-8000 (12) 3642-9006 (21) 2290-1588 (11) 2971-2300 (11) 5525-2000 (11) 2901-7033 (11) 4176-7878 (34) 3271-7700 (11) 2384-0155 (11) 5683-5700 (11) 3084-1600 (19) 3283 0041 (11) 3623-4338 (44) 3233-8500 (11) 5094-3200 (11) 38716400 (11) 4448-8000 (11) 3181-5160 (19) 3893-9205 (15) 3031-7400 (47) 3036-9666 (15) 3235-6400 (11) 4034-3655 (51) 3337-9500 (11) 4072-1580 (19) 3515-2010 (11) 4585-8040 (48) 3028-0809 (11) 2103-6000 (12) 3797-8800 (31) 3329-6650 (65) 3611-6500 (11) 2023-9000 (11) 3662-0115 (31) 3595-6730 (11) 4366-9600 (47) 3276-4000

Acessórios para cabos elétricos

Cabos especiais

Telefone

3M A.Cabine Materiais Elétricos ABB Adelco Alubar Bohnen+Messtek Brasformer Braspel CABELAUTO CABOS ELETRICOS Chardon Group Condumax Fios e Cabos Elé. Crimper D´LIGHT Delta P EATON ELETRIC PRODUTOS ELOS EMBRASTEC EPOXIFORMAS FASTWELD Finder GIMI SOLUÇÕES EM ENERGIA GRUPO INTELLI HAWSER I.G. Trans. e Dist. de Energia INCESA ISOLET Itaipu Transformadores ITB Equipamentos Elétricos DBTEC KIT ACESSÓRIOS KRJ Kron Medidores LPEng Engenharia MAGNET MBA Construtora Media Tensao Metaltex Nexans Brasil NOJA Power nVent Onix Dist. de Prod. Elétricos Pextron Phoenix Contact PLP Power Solutions PPC SANTANA PROAUTO Provolt Prysmian Group Renz RMS SAREL SEL Siemens SIKLOWATT TE CONNECTIVITY Tecsys do Brasil Ind. Toshiba Trael Transformadores União URKRAFT VELP TECNOLOGIA Weidmuller Conexel

Cabos submarinos

EMPRESA

Cabos subterrâneos

Cabos elétricos

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Instrumentos para monitoramento de qualidade de energia Automação de subestações Com isoladores de porcelana Com isolador polimérico Encapsulados Cabos aéreos Cabos subterrâneos

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Filtro de harmônicas

Compensação em tempo real

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Isoladores

Compensação serial

Acessórios para cabos elétricos

Vidro

Poliméricos

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Cerâmica

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Espaçadores

Terminações

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Emendas

Cabos elétricos

Conectores

Para-raios

Especiais

Sistemas de automação

Cabos submarinos

Relés eletromecânicos

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Transdutores

Proteção contra arco

Automação de estações

Anunciador de alarme

O Setor Elétrico / Maio de 2019

59

Transmissão de energia Compensação de reativos

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60

Tec

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Por Daniel Bento*

Três D’s e um S Descarbonização, descentralização e digitalização formam a tríade que vem transformando a distribuição de energia em todo o mundo. As redes subterrâneas já são aliadas desse desenvolvimento tecnológico em outros países. O que falta para que avance também no Brasil?

Estamos vivendo uma era de

da tecnologia no sistema elétrico. Essa

comprometida. Nos países mais avançados

transformações em diversos aspectos de

tecnologia está presente na geração ao

com os três pilares fundamentais de

nossas vidas, transformação na forma como

consumo. A sua aplicação próxima do

desenvolvimento do setor elétrico, a maior

as pessoas de deslocam, se comunicam, se

consumo, onde é mais visível por toda

parte da rede de distribuição nos centros

relacionam e também na maneira como a

a população, reside nas redes elétricas

urbanos está instalada de forma subterrânea.

energia elétrica é produzida e consumida.

inteligentes que podem ter diversos recursos

Tal situação não é uma particularidade do Brasil. Todo o mundo tem passado por

e serviços oferecidos aos consumidores. Esses pilares estão presentes em todo

A rede de distribuição subterrânea apresenta vantagens significativas, sendo, inclusive, essas vantagens que motivam há

essas transformações que, no segmento

o mundo, sendo que cada país avança com

muitos anos o emprego deste tipo de rede nas

de energia elétrica, estão baseadas em três

velocidade distinta, de acordo com o incentivo

cidades mais modernas do mundo.

pilares fundamentais: descarbonização,

e diretriz que cada nação dedica ao tema.

descentralização e digitalização. A descarbonização é uma evolução e

O Brasil também apresenta condições

Algumas das vantagens sequer estão ligadas aos pilares aqui apontados de

para seguir esses pilares mundiais; contudo,

evolução do setor elétrico, como o maior

adaptação do conceito de sustentabilidade que

no nosso caso, há uma particularidade

atrativo ao turismo e a maior segurança para

foi muito debatida em anos passados e que já

que se refere à infraestrutura para que

a população. Locais com redes subterrâneas

está bem consolidada no mercado. No setor

tudo funcione. Dentre os aspectos de

apresentam uma paisagem urbana muito

de energia elétrica, a descarbonização consiste

infraestrutura relevantes e fundamentais,

mais bonita, sendo, consequentemente,

na troca de fontes de geração de elevado nível

destacam-se a rede de telecomunicações e a

muito mais agradável ao turista. Ademais,

de emissões dos gases causadores do efeito

robustez da rede de distribuição de energia.

a rede exposta oferece riscos gravíssimos

estufa por outras consideradas limpas e,

Tendo em vista a ênfase desta revista no setor

de acidentes com a população, o que

preferencialmente, renováveis.

elétrico, será destacado neste artigo apenas a

efetivamente ocorre, inclusive, com muitos

rede de distribuição de energia.

acidentes fatais. Contudo, apesar de estes

A descentralização parte do princípio de que o consumidor, que está na ponta do sistema elétrico, passa a ter a possibilidade de gerar e armazenar a energia elétrica, fazendo com que a produção não fique mais apenas localizada nas grandes usinas. A digitalização passa pelo emprego

Os benefícios da rede subterrânea Como no Brasil quase a totalidade da rede de distribuição está construída de forma aérea, a robustez desejada fica

argumentos por si só já serem suficientes para justificar o emprego de redes de forma subterrânea, vamos nos ater aos três pilares citados no início deste artigo. Analisando a descarbonização, vamos avaliar uma situação muito interessante e


Tec

O Setor Elétrico / Maio de 2019

A partir do índice de envelhecimento obtido com apenas uma medida de Tangente Delta, o software determina a velocidade de envelhecimento do cabo. Quanto mais medidas são realizadas, melhor a assertividade, no entanto, o software usa também o banco de dados de mais de 45 mil medidas para determinar o tempo remanescente de operação com apenas uma medida de Tangente Delta. que não está ligada diretamente à operação

a topologia da rede, como a capacidade de

da rede, que seria a sua manutenção, seja ela

condução dos condutores, permite a conexão

corretiva ou preventiva. Vale destacar que a

de maiores potências do que as redes de

rede aérea apresenta muito mais necessidade

distribuição que, pela sua característica

de realização de manutenções corretivas do

predominantemente radial, apresentam

que a rede subterrânea.

limitações.

Para realizar as ações de manutenção

Topologias subterrâneas, em geral,

das redes aéreas, geralmente, as equipes

possuem uma alta confiabilidade. Mesmo

precisam de um caminhão provido de cesta

não considerando o sistema reticulado

aérea. Durante a realização das atividades,

(Network) pelo seu alto custo, é possível ter

o caminhão precisa permanecer ligado para

confiabilidade dezenas de vezes superior

o funcionamento do sistema hidráulico

à das redes aéreas, utilizando topologias

da cesta aérea. Imagine as centenas de

elétricas, tais como: radial com recurso,

caminhões movidos a óleo diesel utilizados

primários seletivos e outros. Isso permite a

pelas distribuidoras de todo o País que

inclusão de outras maneiras de escoamento

permanecem ligados o dia todo, não apenas

da energia elétrica produzida de forma

para o deslocamento, mas também durante

descentralizada que, sem essa alternativa,

as horas que permanecem parados para

seria uma barreira para a instalação deste

realização das atividades.

tipo de geração.

Nas redes subterrâneas, não há essa necessidade, pois os veículos podem permanecer desligados durante a realização dos trabalhos. Adicionalmente, deve-se

A influência da digitalização na rede de distribuição Em relação à digitalização, podemos

considerar também a menor quantidade

projetar o que ocorrerá no futuro usando

de deslocamento de veículos devido à

a nossa experiência presente da televisão

quantidade reduzida de ações de manutenção

e vídeos assistidos pela internet. No

corretiva, além do fato de que, em média, os

passado, quando a TV chegava apenas

veículos possuem menor porte.

pelo sinal transmitido por meio de ondas

Tratando da descentralização, também há um benefício da rede subterrânea, pois tanto

no ar ou através de um cabo dedicado para essa finalidade, a internet em casa


62

Tec

O Setor Elétrico / Maio de 2019

era apenas utilizada para computador e

maioria possui alta confiabilidade, é comum

auxiliar o entendimento da evolução da

celular, geralmente, com uma exigência de

não ser considerado para a manutenção

Tangente Delta em um cabo de média tensão.

desempenho reduzida.

preventiva e preditiva. Entretanto, sabemos

A partir da evolução da Tangente Delta

que, em se tratando de um elemento elétrico,

(TD), isto é, o comportamento no tempo, foi

as tecnologias de streaming, diversas

a pergunta correta não é se o cabo irá falhar,

possível quantificar com uma boa margem

empresas de TV passaram a oferecer seus

mas sim quando irá falhar?

de confiança o tempo útil (ou de vida)

A partir do momento em que surgiram

serviços de vídeo junto com a internet, além do que novas empresas surgiram apenas com o propósito de prestação deste serviço

Desenvolvimento e aplicação Manutenções para cabos isolados de

remanescente do cabo isolado. Para a determinação do tempo útil, a ICEPCO e a BAUR definiram duas novas

pela internet. A partir desse momento, a

média tensão estão previstas já há alguns

nossa exigência com o serviço de internet

anos em referências internacionais (IEC,

aumentou muito, afinal, é muito desagradável

IEEE, CENELEC). Está em andamento no

• O TD-Skirt define o grau de variação de

quando estamos assistindo nosso filme ou

Cigré um grupo de trabalho (WG B1.58)

uma medida de Tangente Delta no mesmo

série favorita e a imagem congela por conta

envolvendo diversos países, inclusive, com

passo de tensão. Ou seja, é uma medida da

de problemas no sinal.

a participação do Brasil, para confeccionar

flutuação que a Tangente Delta exibe em

grandezas para a análise de Tangente Delta:

Com a energia elétrica não deve ser

uma brochura técnica sobre as melhores

determinada tensão aplicada no cabo. Este

diferente. A partir do momento em que

práticas internacionais nas manutenções

parâmetro é importante para determinar

tivermos uma grande diversidade de

preditivas e preventivas para os cabos

e diferenciar as perdas dielétricas em si

serviços digitalizados associados à energia

isolados de média tensão.

daquelas perdas que são originadas em

elétrica, nos tornaremos mais exigentes em

As técnicas referenciadas nas normas

acessórios (emendas e terminações). A

relação a sua confiabilidade e neste aspecto

existentes, principalmente no guia do IEEE

TD-Skirt é a inclinação da reta traçada entre

a rede subterrânea apresenta índices muito

400.2, estabelecem os ensaios de Tangente

o valor máximo e mínimo das TDs medidas.

superiores de confiabilidade.

Delta em tensão alternada na frequência de

Vale, inclusive, o destaque para o aspecto da confiabilidade, que é um segmento com grandes avanços nas redes subterrâneas. Nos últimos

0,1 Hz. Com este ensaio é possível avaliar o grau de degradação do isolante do cabo. Essas medições são realizadas há algumas

anos, surgiram alguns produtos que oferecem

décadas e a análise de toda essa massa

uma inteligência embarcada que, associada ao

de dados, utilizando técnicas de big data,

poder computacional, permite realizar avaliações

permite elaborar uma série de projeções

e análises preventivas, proporcionando

por meio de apenas uma única medição ou

intervenções mais assertivas na rede.

algumas poucas medidas.

Na prática, as manutenções nas

Um exemplo desta aplicação é o

redes subterrâneas concentram-se nos

estudo e o desenvolvimento de um

cabos, transformadores e chaves, além

software especializado em calcular a vida

das infraestruturas civis. A ABNT NBR

remanescente dos cabos isolados em

ISO 55000, que trata da gestão de ativos,

operação, elaborado em parceria pela

já comentada nesta revista (Coluna:

empresa austríaca Baur, líder mundial

Redes Subterrâneas em Foco – Edição

na fabricação de equipamentos para

de abril 19), pode e deve servir de

manutenção em cabos, e a empresa Kepco,

referência para estabelecer o programa de

concessionária sul-coreana.

manutenção; contudo, as manutenções

O estudo se baseou em mais de 45 mil

em transformadores e chaves (elementos

medidas de Tangente Delta em 15 mil circuitos

elétricos) estão relativamente consolidadas,

de cabos subterrâneos de média tensão.

tendo em vista que não diferem muito da

O resultado foi o desenvolvimento de

• A outra grandeza estabelecida foi o ageing index (índice de envelhecimento), que define

maneira utilizada em outras aplicações, tais

um eficiente software de análise estatística

o atual estado de envelhecimento do cabo. Ou

como, subestações e outros.

(STATEX), no qual as medidas de Tangente

seja, é uma medida proporcional à idade do

Delta são analisadas através de uma série de

cabo. Este parâmetro é uma soma vetorial de

parâmetros que foram desenvolvidos para

três grandezas normalizadas com o auxílio

Porém, quando o assunto é o cabo isolado de média tensão, que em sua grande


Tec 63

O Setor Elétrico / Maio de 2019

O estudo se baseou em mais de 45 mil medidas de Tangente Delta em 15 mil circuitos de cabos subterrâneos de média tensão.

das mais de 45 mil medidas de TD realizadas

de envelhecimento do cabo. Quanto mais

inclusive, do Brasil (Baur do Brasil),

no projeto de pesquisa. Estas grandezas são a

medidas são realizadas, melhor a assertividade,

colaborando com sugestões na melhoria dos

média da TD em 1 U0, a diferença da TD entre

no entanto, o software usa também o banco

produtos que são oferecidos e utilizados da

1,5 e 0,5 U0 e a TD skirt em 1 U0. O índice

de dados de mais de 45 mil medidas para

mesma forma em todo o mundo.

de envelhecimento é o parâmetro essencial

determinar o tempo remanescente de operação

para a determinação do tempo remanescente

com apenas uma medida de Tangente Delta.

de operação do cabo. Ele é maior que zero é menor que dez (varia de 0 a 10). A partir do índice de envelhecimento

Com este exemplo, podemos perceber o

Neste contexto, podemos afirmar que as redes subterrâneas se apresentam de forma muito alinhada com os pilares, ou seja, os

quanto a digitalização estará cada vez mais

três D's: Descarbonizar, Descentralizar e

presente no setor elétrico. Outro fenômeno

Digitalizar de forma ordenada e estruturada,

que podemos verificar é a cooperação entre

permitindo que os resultados efetivos desse

obtido com apenas uma medida de Tangente

empresas de países e culturas diferentes,

avanço metodológico proporcionem os

Delta, o software determina a velocidade

empresa austríaca, sul-coreana e outras,

frutos necessários e esperados. Com este objetivo em mente, passa a ser urgente a necessidade de o Brasil, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estabelecer uma agenda sobre redes subterrâneas de energia. *Daniel Bento é engenheiro eletricista com MBA em Finanças e certificação internacional em gerenciamento de projetos (PMP®). É membro do Cigré, onde representa o Brasil em dois grupos de trabalho sobre cabos isolados. Atua há mais de 25 anos com redes isoladas, tendo sido o responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. É diretor executivo da Baur do Brasil | www.baurdobrasil.com.br.


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Por Sergio Roberto Santos*

Quem equipotencializa é a natureza

A

proteção

contra

descargas

Apenas este fato deveria ser suficiente

fenômenos

para alertar-nos de que a partir de

eletromagnéticos cuja nossa capacidade

determinados valores a natureza irá agir

de controlá-los é mais limitada do que

para reduzir as diferenças de potencial

supomos.

existentes, o que justamente chamamos

atmosféricas

A

envolve

filosofia

da

proteção

contra

de equipotencialização. Como é muito

consiste

em

difícil impedi-la, devemos concentrar

elétrica

de

nossos esforços em determinar onde esta

grande intensidade e curtíssima duração

equipotencialização deverá ocorrer, de

através de caminhos pré-determinados,

modo a evitar que as suas consequências

evitando, ao máximo, elevações de

nos causem prejuízos.

temperatura,

descargas conduzir

atmosféricas uma

corrente

esforços

mecânicos

e

A norma ABNT NBR 5419:2015 define

aumentos de tensão.

equipotencialização

Este desafio é maior porque não

contra descargas atmosféricas, como a

basta disponibilizar para a corrente

“ligação ao SPDA de partes condutoras

da

separadas, por conexões diretas ou

descarga

atmosférica

condutores

dispositivos

para

de

a

proteção

elétricos, mas garantir que o caminho

via

oferecido por eles seja o de menor

surto (DPS), para reduzir diferenças de

proteção

contra

impedância entre vários outros caminhos

potencial causadas pela corrente da

existentes na estrutura que devemos

descarga atmosférica”.

proteger, muitas vezes, não evidentes

para nós.

quais não temos total controle, a norma é

Por se tratar de fenômenos sobre os

Uma descarga atmosférica acontece

extremamente cautelosa ao afirmar que

devido à enorme diferença de potencial

“equipotencialização” e “equalização de

existente no interior de uma nuvem,

potenciais”, mais do que expressões de

onde, devido a mecanismos complexos,

sentido genérico, são recomendações

acontece a separação de cargas elétricas.

de práticas para reduzir ou limitar as

Tendo a natureza criado esta diferença

tensões

de potencial, ela própria se encarregará

e,

de desfazê-la, através de descargas

condutores, agentes dessa equalização,

atmosféricas intra-nuvens, entre nuvens

sejam instalados o mais próximo possível

ou nuvens solo.

dos elementos a serem protegidos”.

entre

pontos

principalmente:

da

“desde

instalação que

os


65

Apoio

O Setor Elétrico / Maio de 2019

caminho para seguir, mas, felizmente, ela seguirá, a natureza não faz escolhas, de

forma

inversamente

proporcional

os caminhos de menor impedância, cabendo aos responsáveis pela Proteção Contra Descargas Atmosféricas (PDA) disponibilizá-los na estrutura protegida, para

que

a

corrente

da

descarga

atmosférica por ali seja conduzida de forma segura até um ponto onde ela não mais será perigosa, normalmente, as barras de equipotencialização ou o subsistema de aterramento (imagem 2).

Imagem 1 – Interligação de tubulações para evitar centelhamentos entre elas.

As observações da norma ABNT NBR

Apesar de ser comum a utilização

da expressão “ligação equipotencial de

equipotencialização.

baixa impedância”, temos, neste caso,

5419:2015 vão muito além do conceito

simplista de que para equipotencializar

endermos

que

é necessário apenas interligar duas

“condutor

de

partes da estrutura ou componentes da instalação eletroeletrônica através

determinarmos onde esta equipoten­

equipotencialização.

de

que

cialização, passagem de uma corrente

condutores

dependendo

do

elétricos,

diâmetro,

Desta forma, é fundamental compre­ ao

instalarmos

uma grande redundância, já que se for

um

de baixa impedância, será uma ligação

equipotencialização”,

equipotencial, intencional ou não, e se

o que realmente estamos fazendo é

não for, não obteremos a tão desejada Desta forma, deve ficar claro para

formato

elétrica, acontecerá, já que caso não

todo profissional envolvido na proteção

e comprimento destes condutores, a

exista este condutor, colocado por nós,

contra descargas atmosféricas que a partir

interligação

impedância

esta corrente poderá passar por lugares

de certo valor de tensão e determinada

significativamente próxima ou superior a

poderá

ter

indesejados e perigosos, como o interior

distância, uma corrente elétrica será

outras interligações também existentes

de equipamentos eletroeletrônicos ou o

criada, sendo ela a responsável pela

no local, o que será suficiente para que

ar, originando centelhamentos perigosos

equipotencialização entre duas partes

toda ou parte da corrente da descarga

(imagem 1).

da estrutura. Cabe a nós apenas, o que

atmosférica não circule pelos condutores

Infelizmente, sempre a corrente da

em si já é muito importante e desafiador,

instalados por nós para a desejada

descarga atmosférica terá mais de um

oferecer caminhos para que esta corrente seja conduzida de forma a mais segura possível.

Como em outros textos da seção

Espaço 5419, este também deve ser complementado pela leitura da norma ABNT NBR 5419:2015 e, neste caso, também pelo estudo do artigo publicado em quatro partes, a partir da edição 158, na coluna Proteção contra raios desta revista. *Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista e membro da comissão de estudos CE 03:64.10 do CB-3 da Associação Imagem 2 – As ligações equipotenciais devem merecer a máxima atenção.

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)


66

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Por Gilson Paulillo*

Desafios da Transformação Digital e a Qualidade da Energia Elétrica Vivemos

uma

era

de

constantes

residenciais, comerciais e industriais.

transformações em muitos segmentos da

sociedade. Diversos setores, impulsionados

considerada o principal motor de crescimento e

pelos

associados

de geração de valor para as empresas de todo

às demandas da população e à força das

o mundo, os principais motivados para esse

mídias sociais, vêm passando por grandes

processo de transformação são:

avanços

tecnológicos,

Em um momento em que a Inovação é

transformações que, em geral, rompem com modelos de negócio tradicionais e impactam

• Indústria 4.0 – incorporação das principais

diretamente a vida de setores, segmentos,

inovações

empresas e consumidores em seus diversos

informação, impulsionando a convergência

níveis. Exemplos não faltam em termos de

entre os sistemas de operação e de informação;

novos modelos de negócios, novos produtos

• Automação e Sensoriamento da rede –

e serviços: serviços bancários digitais, novos

forte expansão e incorporação de sistemas

meios e sistemas de pagamentos, serviços

de monitoramento, automação, controle e

de streaming e de conteúdo, serviços de

sensoriamento na rede elétrica, associado

hospedagem e hotelaria, dentre outros.

às novas tecnologias de comunicação de

em

automação,

controle

e

mais

larga escala, de baixo custo e em tempo real,

conectada, engajada e ativa, que tem à sua

proporcionando o aumento da observabilidade

disposição o acesso a qualquer conteúdo a

da rede;

um clique, a pressão sobre todos os demais

• Geração Distribuída e Energias Renováveis

setores convencionais acaba acontecendo de

– expansão das fontes renováveis de energia,

forma involuntária e natural. E, dentre os setores

seja na Transmissão e na Distribuição, com

impactados, encontra-se o setor elétrico e, de

desafios importantes na conexão e operação

forma mais específica, a Qualidade da Energia

de tais sistemas, em especial a sazonalidade e

Elétrica em seu espectro mais amplo, ou seja,

a variabilidade de tais fontes;

pelos aspectos relacionados à Qualidade

• Sustentabilidade e Meio Ambiente – as

do Produto, do Serviço e do Atendimento

mudanças

Comercial.

sociedade em geral, com ampla discussão e

Impulsionado pelos mais diversos fatores, o

engajamento de diversos setores, gerando

processo de transformação digital encontra-se

mudanças importantes na matriz energética,

em grande expansão no setor, motivado pela

na comercialização de energia e na opinião

busca por maiores índices de produtividade

pública;

e

Em

uma

sociedade

cada

vez

climáticas

e

seu

impacto

na

e,

• Geração de grandes volumes de dados – a

consequentemente, por maiores resultados

concretização da incorporação das tecnologias

técnicos e financeiros concomitantemente ao

anteriores, associado à expansão do conceito

atendimento dos indicadores regulatórios; por

de Internet das Coisas (IoT), proporciona

outro lado, pela necessidade de explorar novos

a

serviços, muitos dos quais em um ambiente

Computacional – Analtics, Machine Learning,

não regulado, ao mesmo tempo em que

Inteligência Artificial, Big Data, etc. – para fins

buscar formas de engajar e fidelizar sua base

de geração de conhecimento e valor ao negócio

de consumidores em seus diversos níveis –

da cadeia de GTDC;

aumento

da

eficiência

operacional

aplicação

de

técnicas

de

Inteligência


Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Maio de 2019

67

• Mobilidade elétrica – motivado pelas discussões acerca da matriz energética pari passu ao desenvolvimento de tecnologias e inovação em termos de armazenamento de energia, trata-se de uma tendência irreversível, posto que diversos países já adotam posições definitivas em relação à incorporação desta tecnologia no dia-a-dia da sociedade; • Armazenamento de energia – próxima onda de disseminação na rede elétrica para os próximos cinco anos, trata-se de uma tecnologia que estará incorporada ao setor, seja para atendimento das necessidades da própria empresa (suporte a tensão e reativos), seja para atendimento das necessidades do próprio consumidor.

Considerando apenas os aspectos acima,

aos quais poderiam ser associados outros tópicos tecnológicos tais como microrredes, virtual power

Figura 1 – Sinais, Tecnologias e Interações da SGrids e a Qualidade de Energia Elétrica.

plant, portabilidade elétrica, comércio varejista de energia (já uma realidade na Europa e nos EUA), redes elétricas inteligentes (smart grids)

geradores eólicos, painéis solares fotovoltaicos,

nos negócios associados à energia elétrica, em

e cidades inteligentes (smart cities), pode-se

microturbinas, conversores tipo fonte de tensão

particular nos aspectos relacionados à Qualidade

correlacionar com vários desafios técnicos

e outros dispositivos DFACTS. O crescimento

da Energia nos próximos anos. Devido ao impacto

importantes relacionados à QEE, a saber:

deste tipo de equipamento na rede demanda

técnico, econômico e regulatório associado, a

conhecer detalhadamente a emissão e a

área de QEE continuará sendo foco de grande

• Análise das variações de magnitude de

propagação da forma de onda de distorção em

interesse por parte de todos os agentes do

tensão, de emissão harmônica e ressonância

frequências superiores a 2 kHz;

setor elétrico – concessionárias, consumidores,

harmônica em função da introdução em larga

Análise de desempenho da rede elétrica no

fabricantes de equipamentos e órgãos reguladores

escala de novas fontes de geração distribuída,

tocante aos aspectos relacionados à QEE por

–, caracterizando um ambiente complexo para as

principalmente solar, eólica, térmica a biogás,

meio de métodos e técnicas de processamento

redes de transmissão e distribuição, bem como

microturbinas e células a combustível etc.;

de sinais, especialmente o processamento

para comercialização e serviços, proporcionando

de

de grande quantidade de dados (Big Data),

novos desafios para estudos, pesquisas e inovações

desempenho estatísticos e limites associados à

conforme mostra a figura 1 aplicada ao conceito

no contexto da Qualidade da Energia Elétrica.

capacidade de hospedagem do sistema elétrico

de Smart Grids [1]:

para fontes renováveis e que inclui todas as

fontes de energia;

em tempo real e com acesso total liberador

[1] Paulillo, G., Ribeiro, P. et. all. “Aspectos

• Desenvolvimento de métodos de análise

a todos os consumidores. Com a atual

da Qualidade da Energia no Contexto das

automática para tratar e gerar informação a

desenvolvimento tecnológico é imprescindível

Redes Eletricas Inteligentes (Smart Grids),

partir do grande volume de dados gerados pela

a implantação de tal sistema para atender

SNPTEE, 2015.

incorporação das Inovações na rede elétrica;

todos os agentes – regulador, empresas e

• Adoção de técnicas para identificar a emissão,

consumidores –, possibilitando-se demonstrar

*Gilson Paulillo é engenheiro, mestre e Doutor em

propagação e mitigação de sinais de tensão e

com confiabilidade e transparência a qualidade

Engenharia Elétrica pela Universidade Federal

corrente em alta frequência, geradas a partir de

do serviço e do produto ofertado em todas as

de Itajubá (MG), tendo atuado diretamente com

equipamentos com interface eletrônica. Outros

regiões do País.

Inovação e Tecnologia aplicada ao setor elétrico,

equipamentos que contribuem com emissões

Nesse

nessa faixa de potência incluem certos tipos de

Transformação Digital tem impacto significativo

Desenvolvimento

de

indicadores

Sistemas de monitoramento de QEE,

contexto,

verifica-se

que

a

Referências bibliográficas

nas áreas de Qualidade, GD, Automação e Equipamentos. Atualmente, é diretor da GP Consult.


68

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

A efetividade (limitada!) dos eletrodos de aterramento para as correntes dos raios. Ou você ainda acredita em equalização de potencial? – Parte 03/04 Continuamos trazendo nesta edição o artigo do professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco, sobre aterramento e equipotencialização, trabalho originalmente apresentado no CINASE-SP em 2018

O gráfico da figura 7, elaborado com base no método dos

momentos [3], mostra a variação do comprimento efetivo, Lef, com a frequência, para um eletrodo horizontal de 200 m, enterrado 50 cm abaixo da superfície, em solos com resistividades baixa, média e alta, ou seja, respectivamente 100, 500 e 2.000 Ohm.m; com base no que foi exposto anteriormente, para o impulso de um raio injetado nesse eletrodo, a frequência a ser considerada estará relacionada ao tempo de subida ou de decaimento do impulso: f=1/(2*T) sendo T=tempo subida ou de meia cauda da descarga.

Figura 7: Comprimento efetivo de um eletrodo com Lf=200m, imerso em três diferentes de solo.

Por exemplo, a figura 7 indica as frequências típicas

correspondentes aos tempos de subida para uma descarga

decorrente de medições

positiva, uma primeira descarga negativa e uma descarga negativa

frequências mais altas, no caso, 25 kHz, como em alguns

subsequente, ou seja, 100 kHz, 1 MHz e 4 MHz respectivamente,

equipamentos disponíveis no mercado; por exemplo, suponhamos

vide figura 6. Como pode ser observado para qualquer dos três

que se queira avaliar a resistência, em 60 Hz, de um contrapeso de

tipos de solo considerados Lef<<Lf.

200 m de uma torre de transmissão, em um solo de 100 Ohm.m.

A figura 7 chama também a atenção para o possível erro da resistência de aterramento usando

Vemos que um eletrodo de 200 m, enterrado em um solo com

Como mostrado na figura 8, esse eletrodo, se medido em corrente

resistividade de 100 Ohm.m, quando submetido a trecho de subida

contínua, apresentará uma resistência de aproximadamente 1,0

de um impulso negativo subsequente típico, se comportará como

Ohm; se medido em 10 Hz, apresentará uma impedância de 1,2

um eletrodo com apenas 1 m de comprimento! Consequentemente,

Ohm, portanto, cerca de 20% de erro com relação a seu valor em

o potencial no ponto de injeção de corrente no eletrodo será,

corrente contínua. Porém, se medido em 25 kHz, resultará em uma

aproximadamente, 200 vezes aquele que resultaria se as cargas

impedância de 7,1 Ohm, ou seja, uma diferença de aproximadamente

elétricas tivessem se distribuído uniformemente no eletrodo!

700% com relação ao valor em frequência nula. Tais diferenças têm


Apoio

O Setor Elétrico / Maio de 2019

69

sido verificadas na prática! Convém salientar que, como indicado na figura 7, mesmo para um solo bem mais resistivo, por exemplo, com 2.000 Ohm.m, o comprimento efetivo de um eletrodo com Lf=200m será significativamente reduzido: da ordem de 100m.

Figura 8: Variação da impedância de um eletrodo de terra, em função da frequência de medição.

Distribuição de potencial em malhas de aterramento

Consideremos agora, como os efeitos descritos acima afetam a

distribuição de potencial nos condutores de uma malha de aterramento de 60 m x 60 m, típicas de uma SE, quando atingida no seu ponto central por uma descarga atmosférica com 1 kA de pico 1/50 μs, ou seja, tempo de subida de 1μs e tempo de meia cauda de 50μs.

A figura 9 [4] mostra a variação temporal da distribuição de potencial

nos cabos de uma malha de aterramento típica de uma subestação; chama a atenção que, somente no instante t=1μs, portanto, próximo ao instante de corrente máxima da descarga, a distribuição de potencial pelos condutores atinge a borda do eletrodo de aterramento, ou seja, a propagação de potenciais nos condutores da malha em questão se deu a uma velocidade: V=30m/1μs=3x107 m/s ou seja, cerca de 10 vezes mais lenta do que a velocidade da propagação dos sinais no ar!

Figura 9: Distribuição do potencial dos condutores de uma malha de terra, 60 m x 60 m, em quatro instantes diferentes, quando atingida, no centro, por uma descarga com 1,2/50 μs.

Continua na próxima edição.


70

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Maio de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Sistemas de compensação de energia reativa. A importância da manutenção e os cuidados com a ressonância harmônica A redução da capacitância equivalente

de cada um dos grupos (degraus) dos bancos

operados em condições ideais podem possuir

do grupo ligado a um indutor aumenta o valor

de capacitores e a imediata intervenção em

tempo de vida útil superior a 100.000 horas.

da frequência de ressonância, modificando o

caso de perda de capacidade.

Contudo, este valor é exponencialmente

valor inicial e incrementando a circulação das

reduzido

Capacitores

quando

instalados

e

Também deve-se pesquisar as causas

de

correntes harmônicas tanto nos capacitores

que teriam ocasionado a queima parcial.

operação diferem das ideais, como as altas

como na rede, dando origem a uma nova

Um compensador de energia reativa/banco

temperaturas, ou quando os capacitores são

e

harmônica,

de capacitores em situação de ressonância

submetidos a transientes de manobra, às

incorrendo em queima de outras células

elevará a tensão do barramento onde

correntes harmônicas, sobretensões e outras

capacitivas. A figura 1 ilustra a mudança de

está conectado, produzindo danos nos

situações que contribuem para as suas falhas.

frequência de ressonância de um sistema

capacitores por perda de isolação e até

quando

as

condições

indesejada

ressonância

Capacitores para compensação reativa

de compensação inicialmente operando de

em outros componentes internos, como

como os conhecemos (em latas, ou canecas)

forma antirressonante e que, devido, à perda

chaves estáticas e outros elementos de

são associação adequadas de capacitores

da capacitância, passa a sintonizar uma

manobras. Os equipamentos são sempre

menores, que possuem característica de

outra frequência harmônica, que provocará a

dimensionados através de medições ou

construção que considera a operação parcial

queima dos capacitores existentes em curto

estimativas prévias ao projeto que definem

mesmo que parte da capacitância tenha sido

prazo, causando transtornos às instalações.

suas especificações, incluindo o valor da

perdida devido a falhas no dielétrico (sistemas

Portanto, a operação confiável de sistemas de

frequência de ressonância nominal que deve

regenerativos ou self-healing).

compensação reativa deve prever a contínua

ser mantida. Sua modificação compromete a

Sistemas de compensação de energia

observação dos valores de potência reativa

integridade do sistema.

reativa instalados na presença de cargas não lineares devem prever a existência de reatores que são associados aos seus capacitores, formando grupos sintonizados em alguma(s) frequência(s) que sejam adequadas ao projeto. Nesta situação, a operação confiável destes sistemas deve prever a contínua observação dos valores de potência reativa de cada um dos grupos (degraus) dos bancos de capacitores e a imediata intervenção em caso de perda de capacidade, evitando que o problema se alastre para as outras células vivas, principalmente por conta da mudança de frequência de ressonância.

Figura 1 – Comportamento da impedância em sistema antirressonante original e com redução da potência reativa dos capacitores.


Iluminação pública

O Setor Elétrico / Maio de 2019

71

Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética.

A Certificação Compulsória de Luminárias Públicas no Brasil Dando sequência nesta série de artigos

poucos dias. Do ponto de vista dos fabricantes,

a interpretação poderá gerar mais dúvidas, pois

sobre o tema iluminação, iremos tratar do

diversas demandas quanto a revisões técnicas

os prazos originais já venceram. Também está

tema da certificação compulsória de luminárias

nesta Portaria ainda não foram ajustadas e há

revogado o Apêndice A-1 que trata da malha

públicas no Brasil, que foi instituída através de

necessidade de que um processo de certificação

de medições e item B.3.3 do Anexo 1-A, que

Portaria n° 20 do Instituto Nacional de Metrologia,

ao mesmo tempo garanta a segurança e

estabelecia as uniformidades mínimas. O ponto

Qualidade e Tecnologia (Inmetro), com data de

desempenho dos produtos, e não impeça

mais questionado em relação a esta portaria

publicação de 15 de fevereiro de 2017.

ou atrase o contínuo avanço tecnológico e a

n°239 diz respeito ao art. 3º, onde ficam

evolução da tecnologia que vem sendo bastante

incluídos no art. 10 da Portaria Inmetro nº 20,

luminárias públicas para lâmpadas de descarga de

rápida e constante ao longo dos últimos anos.

de 2017, os seguintes parágrafos:

até 600 W e luminárias públicas com tecnologia

LED. Já portaria n° 404, de 23 de agosto de 2018,

bem como os avanços com a evolução dos

§1º Ficam dispensadas de cumprir as

postergou os dois primeiros prazos estabelecidos

LEDs, devem ser rapidamente assimilados e

determinações desta Portaria, as luminárias

na Portaria 20, para 17 de fevereiro de 2019,

postos à disposição do mercado através de uma

para iluminação pública viária objeto de

data limite em que os fabricantes nacionais e

avaliação ágil de conformidade destas fontes

licitações ocorridas em data anterior ao prazo

importadores poderão fabricar ou importar, para

de luz aplicadas às luminárias já certificadas. A

fixado no caput do art. 15.

o mercado nacional, luminárias para iluminação

qualidade do produto deveria ser avaliada como

§2º Durante as ações de fiscalização, previstas

pública viária sem a conformidade com as

um todo por meio da vida completa da luminária,

no caput, a comprovação da condição

disposições contidas na Portaria, e 17 de agosto

e não somente a vida do componente LED

estabelecida no §1º deverá se dar por meio

de 2019, data limite em que os fabricantes e

aplicado ao produto por extrapolação da vida útil.

da apresentação, por parte do fiscalizado, de

importadores poderão comercializar, no mercado

documentação que sustente tal condição.

nacional, luminárias sem a conformidade com as

o desconhecimento quase unânime nos

disposições contidas na Portaria.

consumidores públicos e privados que a

Esta portaria tem por escopo a certificação de

Os critérios atuais de família de produtos,

De maneira geral, há também é percebido

Após mais de dois anos da Portaria 20

Ainda há a data de 15 de fevereiro de

obtenção do Registro é condicionante para a

publicada, o Inmetro anuncia sua intenção de

2020, sendo este o prazo limite em que os

autorização do uso do Selo de Identificação da

mudar os processos de certificação, revogar

estabelecimentos que exercerem atividade de

Conformidade nos produtos certificados e para

portarias, gradativamente desregulamentar o

distribuição ou de comércio deverão vender,

sua disponibilização no mercado nacional. Os

que atualmente está regulamentado e realiza

no mercado nacional, somente luminárias para

Editais de licitação de registro de preços, válidos

a avaliação através de entes delegados como

iluminação pública viária em conformidade com

por pelo menos 12 meses, exigem certificação

as OCPS, laboratórios e demais parceiros, não

a Portaria 20. Ou seja, estamos atualmente

do produto, quando também deveriam estar

mais aprovando novas certificações específicas

chegando no prazo de venda de estoque de

cientes da necessidade do Registro.

de produtos e, muitas vezes, e deixando o

fabricantes sem certificação e a poucos meses

mercado se autorregular.

do prazo final de comercialização de produtos

publicada a Portaria n°239, aprovando ajustes

não certificados, em fevereiro de 2020.

de na Portaria 20, entre eles, postergando por

regulamentos gerais e requisitos essências, e

Neste cenário, a cada semana vemos novos

três meses, exclusivamente para as luminárias

não mais de forma prescritiva detalhada como

fornecedores com produtos certificados, tendo

para iluminação pública viária com lâmpadas

estava sendo feita. Para este modelo ser efetivo

um prazo relativamente alto para a obtenção

de

estabelecidos

é necessário o monitoramento e fiscalização

do registro que é necessário para a venda

anteriormente. Entretanto, estes prazos já

dos envolvidos e a responsabilização de todos

da luminária certificada, que deveria ser de

haviam sido postergados pela Portaria 404, e

caso as regras não estejam sendo cumpridas.

Por fim, no dia 17 de maio de 2019, é

descarga,

os

prazos

As certificações tendem a ser baseadas em


72

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Maio de 2019

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Novas Normas ABNT NBR ISO 80079 – Partes 36 e 37: avaliação de riscos e tipos de proteção para equipamentos mecânicos “Ex” – Parte 02/02 Avaliação dos riscos de ignição de equipamentos mecânicos “Ex”: Segundo a ABNT NBR ISO 80079-36, o fabricante do equipamento mecânicos “Ex” deve efetuar uma avaliação de risco de ignição de forma a demonstrar que o equipamento não possua fontes efetivas de ignição durante falhas raras de ocorrer ou durante falhas que possam ser esperadas ou durante operação normal do equipamento, dependendo do nível de proteção de equipamento (EPL – Equipment Protection Level) pretendido. De acordo com os resultados de

avaliações

e

ensaios

realizados

por

organismos de certificação e por laboratórios de ensaios, é atribuído ao equipamento mecânico “Ex” sob avaliação o EPL Ga/Da, Gb/Db ou Gc/ Dc. Os equipamentos mecânicos “Ex” com

1. Superfícies quentes;

EPL Ga/Da podem ser instalados em áreas

2. Chamas ou gases aquecidos, incluindo

37 especifica os requisitos para o projeto e

classificadas do tipo Zona 0 / Zona 20. Os

partículas quentes;

a fabricação de equipamentos mecânicos

equipamentos mecânicos “Ex” com EPL Gb/

3. Faíscas geradas mecanicamente;

destinados para instalação em atmosferas

Db podem ser instalados em áreas classificadas

4. Dispositivos elétricos;

explosivas contendo gases inflamáveis ou

do tipo Zona 1 / Zona 21. Os equipamentos

5. Correntes parasitas ou proteção catódica

poeiras combustíveis, protegidos pelos tipos

mecânicos “Ex” com EPL Gc/Dc podem ser

de corrosão;

de proteção por segurança construtiva - Ex “c”,

instalados em áreas classificadas do tipo Zona

6. Eletricidade estática;

controle de fontes de ignição – Ex “b” e por

2 / Zona 22.

7. Descargas eletrostáticas;

imersão em líquido - Ex “k”.

Esta avaliação de risco deve ser feita com

A nova Norma ABNT NBR ISO 80079-

8. Radiofrequência ou ondas

uma abordagem escalonada, a ser seguida

eletromagnéticas;

“k” especificados na Norma ABNT NBR ISO

Os tipos de proteção Ex “c”, Ex “b” e Ex

pelo fabricante do equipamento mecânico “Ex”.

9. Radiação óptica;

80079-37 podem ser utilizados de forma

No início da avaliação de risco, o fabricante

10. Radiação ionizante;

individual ou em combinação entre si, de forma

deve decidir qual das seguintes 13 possíveis

11. Ultrassom;

a atingir os requisitos pretendidos de EPL

fontes possíveis de ignição são aplicáveis, isto

12. Compressão adiabática e ondas de

(Equipment Protection Level) para equipamentos

é, estão relacionadas com o equipamento e

choque;

do Grupo I (Minas subterrâneas de carvão),

presentes, para o equipamento mecânico “Ex”

13. Reações exotérmicas, incluindo a

Grupo II (Gases inflamáveis) e Grupo III (Poeiras

sob avaliação:

autoignição de poeiras combustíveis.

combustíveis), dependendo dos resultados da


O Setor Elétrico / Maio de 2019

73

avaliação de risco de ignição, de acordo com o indicado na ABNT NBR ISO 80079 36 – Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas – Métodos e requisitos básicos.

De acordo com a Norma ABNT NBR ISO

80079-37, os tipos de proteção Ex “c”, Ex “b” e Ex “k” para equipamentos mecânicos “Ex” possuem as seguintes características básicas: • Segurança construtiva Ex “c”: Tipo de proteção contra ignição onde medidas construtivas são aplicadas de forma a prover proteção contra a possibilidade de ignição a partir de fontes quentes, faíscas de origem mecânicas ou compressão adiabática gerada por partes móveis. • Controle de fonte de ignição Ex “b”: Tipo de proteção contra ignição onde dispositivos elétricos, eletrônicos ou mecânicos são utilizados em conjunto com equipamentos mecânicos, de forma reduzir, automaticamente ou manualmente a possibilidade de uma fonte potencial de ignição de se tornar uma fonte efetiva de ignição. Podem ser citados como exemplos destes dispositivos, um sensor de nível para alarmar a perda de nível de óleo de lubrificação ou um sensor de temperatura para alarmar a existência de um mancal aquecido ou um sensor de rotação para alarmar uma rotação acima do normal. • Imersão em líquido Ex “k”: Tipo de proteção onde as fontes potenciais de ignição são tornadas não efetivas ou separadas de atmosferas explosivas por meio de submersão total destas fontes de ignição em um líquido de proteção, ou por submersão parcial e recobrimento contínuo das superfícies ativas desta fontes de ignição com um líquido de proteção, de forma que uma atmosfera explosiva que possa estar presente acima do líquido de proteção, ou no lado externo do involucro do equipamento “Ex”, não possa entrar em ignição.


74

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O Setor Elétrico / Maio de 2019

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