O Setor Elétrico (edição 161 - Jun/2019)

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Ano 14 - Edição 161 Junho de 2019

Internet das Coisas em sistemas de iluminação O conceito de IoT está evoluindo rapidamente e resultando em novas formas de controle de luz. Segundo pesquisas realizadas, a iluminação inteligente deverá crescer de 46 milhões de unidades em 2015 para 2,54 bilhões de unidades em 2020

Pesquisa setorial O desempenho do mercado de dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando deve ser influenciado por fatores como desaceleração da economia, crise política e falta de confiança de investidores

Cobertura – Brazil Windpower 2019 Composta por feira e congresso, a 10ª edição do evento reuniu as principais autoridades e executivos do setor eólico, que discutiram importantes questões da atualidade



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565

Suplemento Renováveis

33

Fascículo: Sombreamento e outras formas de descasamento Evento Brazil Windpower 2019 Coluna solar: Aprendizagem e Competência no Setor Solar Fotovoltaico Coluna eólica: Dia Mundial do Vento

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Editorial

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Coluna do consultor A necessária paixão além da razão

Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br

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Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena

Seções Mercado, Empresas e Produtos

19

A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora.

Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão

46

Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br

Filiada à

Pesquisas O desempenho do mercado de dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando deve ser influenciado por fatores como desaceleração da economia, crise política e falta de confiança de investidores

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Cinase TEC O conceito de Internet of Things (IoT) está evoluindo rapidamente e resultando em novas formas de controle da iluminação

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Destaque Prêmio OSE Reforma e ampliação da Escola de Ensino Médio “Maria Antonieta Nunes”

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Espaço 5419 E se te contarem que DPS é fundamental na proteção da vida humana?

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Espaço SBQEE Harmônicos: necessidades diferentes, soluções diferentes!

Capa: metamorworks | shutterstock.com Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correios

Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.

Fascículos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos Colaboradores desta edição Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Flávio Resende Garcia, Francisco Gonçalves Jr., Fundação Energia e Saneamento, Hans Rauschmayer, Itaimbé Matias, Jobson Modena, José Barbosa, José Starosta, Juliana Iwashita, Marcelo Inácio Lemes, Mateus Duarte Teixeira, Nunziante Graziano, Paulo E. Q. M. Barreto, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk e Siqueira Neto

Painel de notícias

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Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Nunziante Graziano – Quadros e painéis José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Memórias do Setor Extra-extra: notícias históricas!

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Editorial

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O Setor Elétrico / Junho de 2019 Capa ed 161_A.pdf

www.osetoreletrico.com.br

Ano 14 - Edição 161 Junho de 2019

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03/07/19

11:40

Internet das Coisas em sistemas de iluminação O conceito de IoT está evoluindo rapidamente e resultando em novas formas de controle de luz. Segundo pesquisas realizadas, a iluminação inteligente deverá crescer de 46 milhões de unidades em 2015 para 2,54 bilhões de unidades em 2020

Pesquisa setorial O desempenho do mercado de dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando deve ser influenciado por fatores como desaceleração da economia, crise política e falta de confiança de investidores

Cobertura – Brazil Windpower 2019 Composta por feira e congresso, a 10ª edição do evento reuniu as principais autoridades e executivos do setor eólico, que discutiram importantes questões da atualidade

O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 161 – Junho de 2019

Edição 161

Mais estímulos ao setor!

Mesmo sendo tão rico e abundante em recursos naturais, como

como fruto da estratégia dos empreendedores.

o sol e o vento, o Brasil ainda carece de mais incentivos para que tais

fontes deslanchem e conquistem espaço em sua matriz energética,

eólica no País, por meio de discussão de temas relevantes e

fato que foi comprovado pelos resultados obtidos no leilão A-4,

apresentação dos últimos lançamentos do segmento, São Paulo

realizado no dia 28 de junho, pela Câmara de Comercialização de

recebeu, em maio, a 10ª edição do evento Brazil Windpower, que

Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo (SP), o qual contratou 401,6MW

trouxe importantes assuntos abordados por especialistas através

de potência, divididos em 15 projetos de fontes renováveis.

de congressos, trabalhos técnicos, workshops e exposição. O

evento, este ano, teve um caráter especial, uma vez que o Brasil

Os empreendimentos somam R$1,9 bilhão em investimentos

Como forma de impulsionar e viabilizar a utilização da fonte

previstos na construção de novas usinas, com potencial de geração

está comemorando 10 anos do leilão da fonte eólica e 15GW de

de 4.500 empregos. O leilão registrou um deságio médio de

capacidade instalada. Confira a cobertura do evento no caderno de

45%, o que representa uma economia de R$2,166 bilhões para os

“Renováveis” e fique por dentro das questões debatidas.

consumidores de energia, segundo dados divulgados pelo Ministério

de Minas e Energia (MME).

energética e produtividade estão quebrando paradigmas e

revolucionando os sistemas tradicionais. Em nosso destaque de

O maior número de projetos contratados foi da fonte solar, que

Além das energias renováveis, conectividade, eficiência

somou uma capacidade instalada de 203,7 megawatts. Ao todo,

capa, exploramos o tema: “A Internet das Coisas nos Sistemas de

seis usinas solares foram contratadas: uma em Minas Gerais e cinco

Iluminação”, que está evoluindo rapidamente o modo de controle

no Ceará. Entretanto, na avaliação de especialistas do setor, como

da luz. O que se nota é uma tendência mais simples de comando,

a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), por

permitindo que tanto usuários residenciais como comerciais possam

exemplo, apesar de a fonte solar fotovoltaica ter sido a que mais se

dimerizar e/ou criar cenas de iluminação. Em seu artigo, a arquiteta

destacou no leilão, o certame resultou em um volume de contratação

e mestre em Engenharia Elétrica, Juliana Iwashita, discorre com

muito aquém das expectativas e da própria necessidade do País.

propriedade sobre o avanço dessa tecnologia, bem como sobre os

Ocorreu que o montante contratado foi muito baixo em comparação

desafios e preocupações, que envolvem a falta de infraestrutura e

com o número elevado de projetos participantes do leilão; apenas duas

de regulamentação, e riscos associados à segurança e privacidade

distribuidoras de energia elétrica contrataram projetos, o que ocasionou

das informações.

uma alta competição entre os players, produzindo preços-médios fora

dos patamares de referência para a fonte solar fotovoltaica no Brasil.

aguarda os efeitos da temida Reforma da Previdência, é preciso

que continuemos a “andar de braços dados” e a cobrar das

Já no setor de energia eólica, foram comercializados 95,2MW de

No ano em que o Brasil completa 25 anos do Plano Real e

capacidade, que significam novos investimentos de mais de R$532

autoridades, com mais veemência, novos fomentos à Pesquisa e ao

milhões em contratos de 20 anos. As usinas eólicas contratadas estão

Desenvolvimento (P&D) do setor elétrico, além de destinação de

localizadas nos Estados do Piauí (dois projetos e 74,2MW) e do Rio

recursos para promover a diversificação da matriz energética a partir

Grande do Norte (um projeto e 21MW).

do uso de energias limpas, tão potenciais, porém, ainda tão pouco

aproveitadas no nosso País, gigante por sua própria natureza.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica),

30,3% do montante em MWmédio viabilizado foi comercializado exclusivamente neste leilão A-4, ficando o restante disponível para

Abraços,

comercialização no mercado livre de energia ou em próximos leilões,

Luciana Freitas

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Revista O Setor Elétrico



Coluna do consultor

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O Setor Elétrico / Junho de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

A necessária paixão além da razão

Falar sobre as desavenças dos “quatro” poderes não vai agregar ou inserir

nada ao nosso contexto. Melhor continuar lendo Dante e sua sempre atual Divina Comédia dos anos 1200. Talvez, nossa chama continue ardendo em função das atividades, ocupações e profissões que escolhemos, em particular, em nossa área elétrica. Desafios diários que nos são colocados pelas complexas infraestruturas que somos chamados a projetar, instalar, operar e manter. Não fosse isso, nos juntaríamos a outros tantos, “incendiando” de forma figurada e também de forma prática a sociedade e as cidades que nos acolhem. Sem estar alheios aos movimentos sociais, econômicos e políticos que ocorrem à nossa volta, temos o privilégio de estar sempre descobrindo algo neste nosso fantástico mundo da eletricidade. Um paralelo muito desafiador, trilhado por alguns importantes personagens como Benjamin Franklin.

E quais seriam os novos cenários que tornariam nossas atividades, nossos

projetos, tarefas técnicas e profissionais mais produtivas? Certamente, cada um de nós tem uma lista, mas qual o começo? Não dá para começar nada sem uma educação fundamental e média de excelência, sem que sejam fundamentadas na apresentação de conteúdo atualizado com cobranças sistemáticas do desempenho dos jovens. Cobrança de desempenho parece ser a chave do desenvolvimento sustentável. Investir sim, mas na proporção do desempenho. Se o ensino superior seguir na busca pelo desempenho e superação, faltará a integração entre a academia e o desenvolvimento industrial, fechando uma via de mão dupla necessária e quase nunca praticada. Não fossem os projetos de P&D compulsórios, estaríamos bem piores do que estamos.

Falta ainda a especialização dos profissionais que chegam ao mercado

de trabalho sem sustentação prática nem teórica, imaginando que o bom senso os fará. “- Nem sempre, meninos”; estudem e se especializem em suas áreas profissionais; corremos sérios riscos se não mudarmos esta direção, se nada for feito por nós próprios. Temos a sorte de lidar com um assunto apaixonante que nos dará um prazer enorme em decifrá-lo. As informações e oportunidades estão todas disponíveis. Já dizia Dante em sua época que: “No inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.”



Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Junho de 2019

Padrão brasileiro de plugues e tomadas pode ser revogado A Associação Brasileira da Indústria Elétrica

choques elétricos era de 1,5 mil ocorrências.

e Eletrônica (Abinee) está realizando um trabalho

Hoje (números de 2018), a média é de 600

de alerta para os riscos de segurança decorrentes

ocorrências anuais, uma queda de 150%. Com

de uma eventual mudança na legislação que

a construção de novos edifícios com padrão

estabelece o terceiro pino (“fio-terra”) nas

brasileiro de plugues e tomadas, o número de

tomadas e plugues, em discussão pelo governo

acidentes fatais tende a diminuir ainda mais.

federal. De acordo com a entidade, o retorno à situação anterior representa um retrocesso na

Padrão adotado impede choque elétrico

prevenção de acidentes. Além disso, a mudança

já foi assimilada pelo consumidor e uma alteração

tem uma razão de ser, justificada tecnicamente,

agora traria ônus à população.

pela necessidade que alguns aparelhos têm

Para a Abinee, a atual discussão é

de conexões de aterramento (o chamado “fio-

contraproducente. Isto porque o principal motivo

terra”). É o caso de refrigeradores, fogões, ferros

para a implantação do padrão brasileiro foi

de passar roupa, fornos de micro-ondas etc. A

eliminar a possibilidade de choque elétrico com

obrigatoriedade deve-se à exigência da Lei nº

risco de morte, o funcionamento inseguro com

11.337/2006, alterada pela Lei 12.119/2009,

aquecimento e risco de incêndio, e as perdas de

que determina que todas as novas edificações

energia devido a conexões inseguras.

devem possuir sistema de aterramento. Já os

O terceiro pino nas tomadas e nos plugues

A mudança trouxe efeitos positivos. Entre

aparelhos com dupla isolação, que não devem

2000 e 2010, antes da adoção do padrão, a

ter conexão de aterramento, são conectados

média anual de acidentes fatais provocados por

com plugue de dois pinos. Entre eles, estão

ANTES da padronização – possibilidade de:


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O Setor Elétrico / Junho de 2019

barbeadores, secadores de cabelo, carregadores

das pessoas e instalações. Hoje, existem mais

para telefone celular etc.

de 110 existentes formatos vigentes.

Além da questão do aterramento, o próprio

modelo antigo de tomada, o choque poderia

Padrão brasileiro é fruto de ampla discussão

ocorrer em função do contato acidental com

o pino do plugue energizado. Igualmente, o

padrão é fruto de uma ampla discussão, que

formato da tomada impede que um pino do

remonta à década de 1990 e teve sua última fase

plugue seja inserido e o outro pino energizado

de implantação em 2011, após um cronograma

fique para fora, ocasionando, também, o

de implantação gradual. Além do aspecto da

choque

segurança, o que motivou a escolha foi a melhor

design da tomada evita o choque elétrico. No

elétrico,

conforme

mostram

as

imagens ao lado.

A Abinee observa que a implementação do

relação custo-benefício para o consumidor, que levou em conta que 80% dos aparelhos elétricos

Países organizados contam com sistemas próprios

à época eram atendidos pelo novo padrão.

É importante ressaltar que hoje não há um

âmbito da Associação Brasileira de Normas

padrão internacional único estabelecido como

Técnicas (ABNT). Para atender requisitos de

regra. Dessa forma, todo país que preza por

segurança,

normas organizadas desenvolveu seu próprio

Commission (IEC), entidade de normalização

padrão, de acordo com as características

internacional do setor elétrico e eletrônico,

de seus mercados. Os exemplos abaixo

sugere um padrão internacional baseado na

demonstram que os países dispõem de modelos

norma IEC 60083, semelhante ao desenvolvido

diversos de tomadas de três pinos para proteção

e adotado no Brasil.

O padrão brasileiro foi desenvolvido no

a

International

Electrotechnical


Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Junho de 2019

Iluminação pública deve receber investimentos de R$30 milhões

A Eletrobras lançou uma chamada pública

que disponibilizará R$30 milhões para tornar mais eficiente a iluminação pública de vias e praças de municípios de todo o País. A ação está inserida no âmbito do Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente (Procel Reluz), um dos ramos de atividades do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel),

programa

do

governo

federal

coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e executado pela Eletrobras. Na chamada pública do Procel Reluz encerrada em março do ano passado, foram investidos R$17 milhões e contemplados 22 municípios com a troca de lâmpadas mais eficientes, informou, no dia 11 de junho, o analista técnico do programa, Luciano de

fazer algum investimento em seu parque de

e 300 casas. Atualmente, o Procel Reluz está

Barros Giovaneli. A expectativa é que o novo

iluminação pública com recursos que não

na fase de execução das obras da primeira

edital beneficie entre 30 e 40 municípios de

precisam ser reembolsados", comenta.

chamada nos 22 municípios selecionados.

todo o Brasil. As inscrições ficarão abertas em

torno de 70 dias.

medição

A edição anterior recebeu 1.100 inscrições.

atingidos após a realização do serviço. Uma

Giovaneli explicou que o Procel Reluz

A análise das cidades para definir as escolhidas

consultoria especializada apura, antes da

procura parceria com os municípios, não

demorou cinco meses e a única região não

troca de luminária, qual era o consumo de

simplesmente

contemplada foi o Nordeste, embora tenha

energia, e efetua o mesmo serviço depois

“Queremos que, como grande legado para o

apresentado o maior número de inscrições.

do

isso,

município, fique a capacitação do seu corpo

Para dar a todos os municípios a mesma chance

conseguimos apurar com muita precisão

técnico, porque se ele se capacitar, o município

de serem atendidos com a eficientização da

qual foi a economia alcançada", afirma

estará pronto para conquistar novas fontes

iluminação pública, o Procel Reluz elaborou um

Giovaneli. Ele esclareceu que essa chamada

de recursos para realizar seus projetos, e não

tutorial de apoio que pode ser acessado pela

pública substituirá luminárias com tecnologia

somente o Procel Reluz”, destaca.

internet por todas as cidades interessadas para

tradicional e de consumo elevado, por

a elaboração das propostas. "Sabemos que os

luminárias LED.

para que o próprio município, depois de

municípios são carentes de capacitação técnica

As luminárias LED têm vida útil em torno

capacitado, possa conquistar mais recursos

nessa área, principalmente, os de menor porte",

de 12 anos, no mínimo; garantia elevada do

para o seu parque de iluminação. "Só que, dessa

explica Giovaneli.

fabricante de, no mínimo, cinco anos e redução

vez, ele tem o aprendizado, vai mais seguro, com

do prazo de manutenção.

o conhecimento técnico adequado", aponta.

geográfica nem populacional para os municípios

candidatos. Cidades de todos os portes podem

18 milhões de pontos de iluminação pública.

Reluz beneficiou 1.349 municípios, tornando

participar, incluindo capitais. Os recursos

Giovaneli conta que, apesar de não haver

eficientes cerca de 2,7 milhões de pontos

do Procel Reluz são não reembolsáveis, o

limite para a participação no edital, ocorreu

de iluminação pública, que resultaram em

que significa que as prefeituras não têm de

uma predominância de cidades menores na

economia de consumo de energia de 1,1 bilhão

devolver o dinheiro investido pelo programa.

chamada anterior. A de menor população

de quilowatts-hora (kWh).

"É uma excelente oportunidade de o município

atendida foi Gentil (RS), com 1.700 habitantes

Fonte: Agência Brasil

Giovaneli esclarece que não há limitação

O Procel Reluz prevê um serviço de e

verificação

investimento

dos

efetuado.

resultados

"Com

O Brasil hoje tem estimativa de cerca de

Parceria

a

troca

do

equipamento.

A ideia do Procel Reluz é criar condições

Desde sua criação, em 2000, o Procel



Painel de empresas

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O Setor Elétrico / Junho de 2019

Siemens inaugura espaço de co-criação, pesquisa e desenvolvimento de soluções digitais em planta de Jundiaí (SP) A Siemens, especialista mundial em soluções

Divulgação

de digitalização para o mercado, inaugurou, no dia 07 de junho de 2019, em sua planta de Jundiaí (SP), o MindSphere Application Center (MAC), um espaço de co-criação, pesquisa e desenvolvimento de soluções digitais, utilizando o MindSphere, plataforma aberta de Internet of Things (IoT) da empresa, que conecta máquinas e infraestruturas ao mundo digital.

O objetivo é desenvolver softwares, aplicativos

mobile, estudos e serviços digitais customizados para cada cliente, entregando soluções que proveem melhorias aos negócios, auxiliam na resolução de problemas e impulsionam a transformação digital.

nórdicos, os Estados Unidos e o Canadá”, antecipa

cliente do ramo de energia, a Siemens forneceu um

pelo MAC no País, a iniciativa foi desenvolvida em

De acordo com Paulo Antunes, responsável

o especialista.

estudo sobre como a temperatura ambiente afeta

um formato de construção conjunta de soluções

O mundo 4.0 possui relação com customização

os transformadores de potência de uma subestação

para os clientes da empresa. "Contamos com

e com o entendimento de que cada cliente se

de energia. Dessa maneira, a empresa obteve dados

o trabalho de profissionais qualificados que

encontra em um momento diferente de sua

que permitem realizar uma manutenção baseada

identificam os pontos de necessidades e, assim,

caminhada dentro do segmento ou empresa em

na condição desses ativos. "Esse levantamento

trabalham em soluções personalizadas que geram

que atua. “Entramos nessa jornada colaborativa

possibilitou ao nosso cliente autonomia para

mais efetividade e produtividade, além de amplificar

com os clientes como uma porta de entrada para

tomar decisões mais assertivas, com o objetivo de

a transformação tecnológica de quem contrata esse

o mundo de Internet of Energy (IoE), – equivalente

aumentar sua disponibilidade e reduzir custos",

serviço. É uma jornada colaborativa com os nossos

à IoT –, mas orientado às aplicações que estão

relata Antunes.

clientes", esclarece. “Mais do que entregar uma

relacionadas com energia elétrica, como o

solução pronta, o objetivo da concepção desse

Microgrid, por exemplo”, comenta.

com análise de dados fornecidos pelo cliente,

novo espaço é ouvir o cliente, saber o que ocorre

Para esse estudo, a equipe do MAC trabalhou

correlacionando-os com informações estratégicas.

com ele e customizar o que já está pronto, ou ainda

Hub de inovação

"Levamos em consideração dados como o histórico

criar algo em conjunto para endereçar os planos

Dentre as soluções desenvolvidas no espaço,

de clima das regiões. Outra correlação que fizemos

que ele está vivenciando”, explica.

destaca-se uma em que a beneficiária é a própria

foi com os dados socioeconômicos de algumas

Novidade na Siemens do Brasil, o MAC já

Siemens, que via a necessidade de medir com

cidades do entorno, para checar se o aumento

é realidade nas plantas da Alemanha, Índia e

transparência o consumo de energia elétrica de

desse número configurava um consumo maior

China. Seu ambiente se diferencia do visual de

toda a sua produção. "A partir dessa demanda,

e como o cliente poderia se preparar para esse

um escritório, com uma atmosfera única e uma

desenvolvemos um aplicativo que permite aos

cenário", conta.

infraestrutura capaz de realizar demonstrações,

gestores de todas as nossas fábricas terem, com

testes e experiências de diversas soluções e

facilidade, informações detalhadas do consumo

equipe da Siemens, estão previstas interações

serviços digitais, permitindo assim, uma melhor

de energia elétrica em suas plantas, podendo

com universidades e startups que possam

interação e experiência do usuário. “A Siemens se

relacioná-lo com sua produção", destaca Antunes.

contribuir com soluções utilizando métodos ágeis

posicionou mundialmente. São mais de 50 MAC’s,

Com esse projeto, a Siemens foi capaz de

de desenvolvimento de projetos. Outra vantagem

em 20 verticais pelo mundo, com o propósito de

estudar formas de produzir mais, gastando menos

da iniciativa é o seu potencial de escalabilidade,

receber clientes e discutir os problemas existentes.

energia, economizando recursos e aumentando

que possibilita que as tecnologias e estudos

Estamos na América Latina, aqui no Brasil, como o

sua eficiência. "Além disso, há o viés ambiental, já

desenvolvidos no ambiente do MAC possam ser

único MAC por enquanto”, conta Antunes.

que a emissão de CO2 diminui quando utilizamos

replicados ou adaptados em outras regiões do

Com foco em energia, o MAC foi estabelecido,

menos energia, o que causa danos menores ao

mundo, criando um ambiente colaborativo global de

primeiramente, em Nuremberg, na Alemanha, ao

meio ambiente, sem impactar nossa produtividade",

inovação.

passo que, posteriormente, chegou à Índia, à China

complementa.

e ao Brasil. “Ainda estão no road map os países

lançada divisão de Smart Infraestructure da Siemens

Em um outro projeto, desenvolvido para um

Além das soluções desenvolvidas pela própria

Sergio Jacobsen, vice-presidente da recém-


13 Divulgação

Divulgação

O Setor Elétrico / Junho de 2019

O portfólio de Smart Infrastructure é dividido nas áreas de negócios Building Technologies (BT), Low Voltage Products (LP), Medium Voltage (MS) e Digital Grid (DG). Já a área de Motion Control (MC), pertence à Digital Industries (DI), e também se integra ao portfólio da companhia. De acordo com Jacobsen, as pessoas passam 90% de suas vidas em edifícios, e por

no Brasil explica que o MAC é uma plataforma

recentemente a divisão Smart Infrastructure

isso, é importante se desenvolver tecnologias e

digital, uma nuvem que recebe os dados de todos

(SI), estrutura que tem o objetivo de atender

serviços inteligentes que proporcionem qualidade

os ativos, sejam eles de energia, geração ou

aos desafios urgentes da urbanização e das

de vida e, ao mesmo tempo, na economia de

armazenamento. Trata-se de uma plataforma aberta,

mudanças climáticas do planeta, conectando,

recursos. "Fornecemos essa consultoria para

em que se pode ter aplicativos e soluções digitais,

por meio da digitalização, sistemas de energia,

edifícios e infraestruturas comerciais, industriais e

utilizando os dados que são enviados a essa nuvem,

edifícios e indústrias, fazendo-os utilizar seus

públicos. Com isso, ajudamos a criar ambientes

que atua como uma plataforma de celular ou IOS

recursos de forma efetiva e inteligente.

eficientes, seguros, responsivos e responsáveis,

ou Android. “A ideia é trazer os clientes até esse

investindo em lugares ideais e perfeitos para se

espaço, de uma forma não convencional, para que

conecta a rede elétrica às cidades, que estão

trabalhar e viver", justifica.

exponham seus problemas e para que possamos

vivendo uma grande transformação. O uso da

lhes oferecer uma solução, por meio dos nossos

geração distribuída vem crescendo cada vez

empregará cerca de 70 mil colaboradores pelo

especialistas em todas as áreas de energia. E na

mais, seja em residências, comércios, plantas

mundo, além de reunir a expertise de três divisões

planta de Jundiaí, há toda a expertise para isso”,

etc. “Os prédios, que eram, no passado,

da companhia. "Como estamos combinando

salienta.

simples consumidores de energia, hoje em dia,

automação predial e energética para designar

estão passando por uma transição, na qual é

um cenário mais sustentável a todos, unimos as

da

possível gerar energia e armazená-la a partir

operações das divisões Energy Management,

informação, há várias possibilidades de se fazer

das novas tecnologias de storage, além do que

que se destacam pelo profundo conhecimento

os investimentos de forma eficiente, assim como

o próprio consumo está sendo feito de forma

do mercado de eletrificação para sistemas de

automação e controle tradicionais em aplicativos e,

diferente”, afirma.

distribuição de baixa e média tensão; Building

principalmente, manutenção e monitoramento. “A

A Siemens fornece soluções que vão desde

Technologies, com as soluções inovadoras para

partir desses dados, conseguimos definir também

o controle de rede inteligente e eletrificação

a otimização de recursos em edifícios; e, por

o comportamento do sistema, isto é, saber quando

até soluções de automação predial e sistemas

último, Digital Factory, que fornece produtos de

os equipamentos ocasionarão problemas e quando

de controle a chaves, válvulas e sensores. O

controle industrial necessários e sofisticados",

será necessária uma manutenção”, enfatiza.

portfólio envolve produtos de níveis macro

comenta o executivo ao mencionar que, juntas,

e micro, abrangendo tanto aqueles que são

as áreas têm mais força para permitir que

Nova divisão Smart Infrastructure

físicos quanto componentes e sistemas digitais

as organizações, comunidades e indivíduos

baseados em nuvem.

prosperem de forma saudável.

Ele os

acrescenta

dados

que,

organizados

tendo e

em

mãos

transparência

Além do MAC, a Siemens também lançou

A Smart Infrastructure é uma área que

Jacobsen complementa que o novo setor


Painel de empresas

14

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Signify anuncia novo CEO no Brasil e lança sistema para pequenas e médias empresas Signify

especializada

(Euronext: em

LIGHT),

iluminação,

empresa

Divulgação/Signify

A

nomeou

recentemente Sergio Baptista da Costa como presidente e diretor geral do Brasil, respondendo a Sergio Villalon, presidente e diretor geral na América Latina, desde 1º de junho de 2019. Costa sucede Daniel Tatini, que ingressa no European Market Group como presidente e diretor geral da região IIG (Itália, Israel e Grécia).

Sergio Baptista da Costa está na Signify há 12

anos e ocupou o cargo de diretor sênior de vendas profissionais no Brasil nos últimos três, apoiando os esforços da empresa para uma transformação de LED, enquanto impulsionou o crescimento dos resultados de vendas profissionais para soluções de iluminação e novos modelos de negócios ao longo das mudanças nas condições socioeconômicas do mercado.

no lado profissional, incluindo sistemas e serviços.

de reduzir os custos com energia. O Interact Pro

Em seu novo cargo, Baptista da Costa se

funciona perfeitamente com lâmpadas, luminárias

Costa ocupou várias funções de marketing e

junta à equipe de gerenciamento de mercado da

e sensores da Interact Ready da Philips. O sistema

gerenciamento de vendas, trabalhando para

Signify América Latina e continuará instalado no

dá aos funcionários a capacidade de selecionar a

algumas das principais empresas globais de

escritório regional da empresa em São Paulo.

luz ideal para a sua capacidade visual, tarefa e hora

tecnologia da região. “Somos gratos ao Daniel

do dia.

por seu trabalho e aos resultados positivos

promoveu um evento, no dia 11 de junho de 2019,

conclusivos alcançados por nossa empresa

em São Paulo, para lançar no País o Interact Pro, a

surpreendentes 90% do tempo de suas vidas

no Brasil”, declara Sergio Villalón, presidente e

mais nova adição ao portfólio Interact IoT. Trata-se

em edifícios, o que torna a iluminação interna um

diretor geral da Signify Latin America. "Estou

de um sistema de iluminação inteligente multitarefa

elemento importante, particularmente, no local de

confiante de que a forte liderança e a sólida

e software desenvolvido para pequenas e médias

trabalho. Segundo a Signify, o Interact Pro pode

experiência de Sergio aprimorarão o sucesso de

empresas (PMEs) e é o mais recente passo da

melhorar o envolvimento no local de trabalho, pois

Daniel, crescendo e fortalecendo ainda mais os

Signify para ampliar seu crescimento em sistemas

pode criar um ambiente de trabalho atraente para

negócios, cumprindo nossa missão de liberar o

de iluminação, software e serviços conectados.

reter os melhores talentos. “Boas condições de

extraordinário potencial de luz em toda a América

Em 2017, sistemas e serviços representaram

iluminação podem ajudar no estado de ânimo e

Latina", acrescenta. “Estou realmente empolgado

mais de 900 milhões de euros em vendas, com

no conforto das pessoas, ao mesmo tempo que

com essa oportunidade de continuar solidificando

um crescimento de 51%. A Signify acredita que o

lhes dá controle sobre o ambiente, aumentando

os passos da Signify no Brasil. Como líder mundial

Interact Pro permita dar sequência a essa elevação

a satisfação e a produtividade dos funcionários.

em iluminação, estamos mais comprometidos

e estender as ofertas prontas para IoT para novos

É exatamente isso que estamos experimentando

do que nunca a fornecer a nossos clientes

segmentos de clientes. “A Signify se orgulha de

em nosso escritório, onde estamos aumentando

produtos, sistemas e serviços de iluminação de

oferecer o poder da iluminação conectada para

nossa produtividade usando o aplicativo Interact

alta qualidade e com eficiência energética”, contou

pequenas e médias empresas. A inteligência

Pro em nossos smartphones. Por exemplo, os

Sergio Baptista da Costa em sua nomeação.

oferecida pelo Interact Pro auxilia na melhor

funcionários podem personalizar a iluminação

Depois de comandar um processo de

combinação de produtividade e menor consumo

em seu próprio espaço de trabalho, enquanto

transformação de negócios no Brasil, Daniel Tatini

de energia”, explica Sergio Costa.

os sensores da cozinha apagam as luzes

continuará impulsionando a empresa na região do

O Interact Pro é um aplicativo e ícone para

automaticamente quando não há ninguém lá.

IIG. Sob sua gestão no Brasil, a empresa alcançou

dashboard intuitivo que permite às PMEs controlar

No geral, isso reduziu nossos custos de energia

melhorias sustentáveis nos Net Promoter Scores

e administrar sua iluminação. Isso faz com que

em quase 80%”, comenta James Gubbins,

(NPS) internos e externos, boas pontuações em

trabalhem de maneira mais inteligente, facilitando a

proprietário da SME, Peeling Marketing By

saúde organizacional (IHO) e um avanço no CSG

produtividade e o bem-estar dos funcionários, além

Design em Farnham, no sudeste da Inglaterra.

Por 25 anos, antes de ingressar na Signify,

Além do anúncio do novo CEO, a companhia

Pesquisas mostram que as pessoas passam


15

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Ledax aposta no mercado de energia solar e cria divisão de negócios Em 2017, o Brasil foi um dos 10 países que

Divulgação

mais investiram em energia solar, com 0,9GW de energia instalados. De olho nesse cenário, a Ledax, empresa que oferece soluções em iluminação com alta eficiência energética por meio de luminárias em LED para clientes de médio e grande porte, anunciou sua nova divisão de negócios: a Ledax Energy Solutions, que terá como objetivo gerar energia limpa e sustentável a baixo custo por meio de sistemas fotovoltaicos. A Ledax Energy será responsável por entregar todo o projeto em TURN-KEY, que consiste desde a importação das placas fotovoltaicas e fabricação de sistemas de

mais atrativo”, completa Travi.

fixação até a instalação e entrega do sistema

funcionando ao cliente final. O valor varia de

de R$25 milhões, sendo R$17 milhões com

acordo com o tamanho do sistema, ou seja,

a venda de lâmpadas de LED para o mercado

quanto maior for, menor será o preço por Wp,

corporativo (shopping centers, estádios de

que custa em média R$4,80. De acordo com a

futebol e supermercados, por exemplo) e R$8

empresa, após a implementação, essa solução

milhões com os contratos assinados por meio da

tem vida útil de até 25 anos gerando energia.

nova divisão Ledax Energy Solutions (sistemas

“Ao longo de nossa atuação, já entregamos para

solares), atendendo, incialmente, os Estados do

os nossos clientes uma solução de economia de

Nordeste, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São

energia com as luminárias LED, mas, desde o

Paulo.

A Ledax pretende faturar em 2019 cerca

quarto trimestre de 2018, com o investimento e atuação no mercado de energia solar, estamos

Fábrica na Bahia

dando a possibilidade de entregar uma solução mais completa, que possibilita uma geração de

Recentemente inaugurada em Salvador,

energia limpa e sustentável”, declara Rodrigo

na Bahia, a fábrica da Ledax nasceu com o

Travi, CEO da Ledax.

objetivo de suprir toda a demanda de luminárias

A solução fotovoltaica é indicada para

públicas e industriais de alto rendimento na

todas as empresas, principalmente, para as

região Nordeste. Para 2019, a empresa estima

médias que, normalmente, não possuem uma

crescimento na geração de empregos, com 60

contratação eficiente de energia. Ao gerar

novos postos de trabalho para candidatos com

sua própria energia, as pequenas e médias

ensino médio e superior. “Com a nova fábrica,

empresas poderão reduzir em até 95% a sua

prevemos aumento de 80% no faturamento

fatura, ficando livres de variações tarifárias de

em relação a 2018 e chegaremos a gerar 120

energia. Além disso, sua implementação permite

empregos diretos até o final de 2020”, comenta

ter um retorno no investimento de, em média,

Travi.

três anos. “Os nossos clientes procuravam

Atualmente com 74 funcionários, a empresa

o LED como forma de reduzir os custos com

migrou toda a sua operação de São Bernardo

energia, e a geração fotovoltaica está muito

do Campo (SP) para Salvador (BA). Para a

alinhada com este conceito. Assim como o LED,

implantação da nova fábrica, a empresa investirá

a tecnologia fotovoltaica é sustentável, unida a

R$6 milhões nos próximos três anos. Totalmente

um resultado econômico positivo. Esses fatores,

automatizada, a unidade fabril começou a operar

junto ao imenso potencial brasileiro de geração

em março de 2019 e está disposta em uma área

de energia solar, tornam o investimento ainda

de 3 mil m².


Painel de empresas

16

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Abilumi orienta escolha de lâmpada LED por critério do fluxo luminoso Como

as

lâmpadas

incandescentes

reinaram absolutas por quase 150 anos no mercado mundial, o consumidor se acostumou a escolher uma lâmpada pela potência (Watt). Entretanto, com o avanço tecnológico nos últimos anos e o surgimento das lâmpadas LED, o fluxo luminoso se tornou um critério dos mais relevantes.

A potência da lâmpada é, sem dúvida,

um dado importante, pois é a partir dela que o consumidor fica sabendo a quantidade de

energia

que

será

consumida

e,

consequentemente, o custo que representará aquela lâmpada em sua conta de energia elétrica. Mas tão importante quanto a energia consumida é a “quantidade de luz que a lâmpada produzirá” ou, em uma linguagem

consumido;

que, no caso do LED, será sempre menor que o de outras tecnologias;

mais técnica, o “fluxo luminoso” emitido e que é medido em Lúmens (lm).

3) O Watt, mais conhecido pelo público em

Dessa forma, a Associação Brasileira de

geral e chamado de potência, simplesmente

7) As lâmpadas LED podem durar até

Fabricantes e/ou Importadores de Produtos de

diz respeito ao consumo de energia, e não tem

quatro vezes mais do que as fluorescentes

Iluminação (Abilumi) orienta os consumidores

nada a ver com a emissão de luz. Por isso, uma

compactas. Entretanto, o tempo (em horas de

a adquirirem a lâmpada que oferecer o fluxo

lâmpada LED é eficiente se tem uma alta taxa

funcionamento) estimado na embalagem não

luminoso (lm) desejado ou que apresente uma

de lúmens e um baixo valor de Watts;

significa o tempo que ela levará para queimar, e sim o período que a lâmpada passará

eficiência de lúmens por Watt (lm/W) maior. Confira abaixo, dicas que auxiliam na

4) A Eficiência Luminosa (lm/W) é outra

a funcionar com mais ou menos 70% da

compra do modelo que melhor atenderá às

informação disponível na embalagem e útil

capacidade luminosa original;

suas necessidades:

para o consumidor na hora de comprar a lâmpada LED. É a relação do fluxo luminoso

8) As lâmpadas LED costumam ter tonalidades

1) Identifique as informações técnicas na

com a potência, ou seja, quantos lúmens o

de cores que podem ser identificadas nas

embalagem, como fluxo luminoso, eficiência

produto emite por Watt consumido;

embalagens como “temperaturas de cor”, expressas em Kelvin (K). As “temperaturas” –

luminosa, potência, voltagem, dentre outras, além do selo do Instituto Nacional de

5) Ao substituir uma lâmpada, observe tanto

quente, neutra ou fria − não estão associadas

Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro),

o valor de lúmens quanto o de Watts, e opte

à quantidade de calor gerado pela lâmpada,

que atesta que o produto é certificado e atende

sempre por aquela que consuma menos

mas orientam suas aplicações;

aos padrões de qualidade e segurança;

energia (menos valor de Watts), mas que

2) Esteja atento aos lúmens, que medem a

tenha uma quantidade de lúmens adequada

9) No que se refere à tensão ou voltagem, é

ao tipo de aplicação pretendido;

possível encontrar no mercado quatro opções: 12V (para luminárias), 127V, 220V ou bivolt.

quantidade de luz emitida por uma lâmpada em todas as direções, também chamada de

6) Lâmpadas que geram mais lúmens

Por isso, antes de adquirir um modelo, é

fluxo luminoso, ou seja, o quanto uma lâmpada

consumirão uma quantidade maior de energia,

importante verificar qual é a compatível com a

ilumina um ambiente. Quanto maior o número

mas busque sempre orientar sua escolha pelo

sua rede elétrica, o que também determinará o

de lúmens, mais luz a lâmpada emite por Watt

fluxo luminoso e não apenas pelo consumo

melhor desempenho.



Painel de produtos

18

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões

IFC/Cobrecom lança materiais encartelados com 25 metros www.cobrecom.com.br

A IFC/Cobrecom apresenta a linha de Materiais Encartelados que ficam expostos em lojas em

displays expositores de forma organizada e funcional. Suas embalagens são em blister de plástico PET e possuem informações técnicas dos produtos para facilitar o consumidor a decidir pela compra em função da aplicação.

Cada embalagem contém 25 metros de Cabo Flexicom Antichama 450/750V, nas seções

nominais entre 1,5; 2,5; 4; 6 e 10mm², e nas cores azul clara, preta, vermelha e verde, além do Cordão Flexicom Paralelo 300V, nas seções nominais 2 x 1,5mm² e 2 x 2,5mm², na cor branca.

Vale lembrar que a empresa ainda disponibiliza os Materiais Encartelados ‘Medida Certa’

nas embalagens com 15 metros e com as mesmas opções de produtos (Cabo Flexicom Antichama 450/750V e Cordão Flexicom Paralelo 300V nas mesmas cores e seções nominais das embalagens de 25m).

Solar Group apresenta nova geração de perfil e grampos para fixação de painéis solares em telhados www.solargroup.com.br

A Solar Group lançou no mercado brasileiro uma tecnologia de perfil e grampos

para fixação de painéis solares em telhados. Chamada de linha Thunder, os equipamentos são capazes de reduzir em cerca de 18% o tempo de instalação dos módulos fotovoltaicos nos projetos de geração distribuída em residências, comércios e indústrias.

A tecnologia aplicada nos equipamentos está baseada no sistema auto-

atarraxante de grampos, com parafusos diretamente instalados no perfil, tanto os intermediários quanto os terminais. A linha Thunder propõe uma redução no custo dos produtos, aumento de resistência e velocidade de instalação. Os mesmos grampos atenderão módulos de 35 a 40 milímetros de espessura.

Elipse Power ganha versão atualizada www.elipse.com.br

A Elipse Software está divulgando a nova versão do Elipse Power

Renewable, que permite realizar a supervisão e controle de Plantas Eólicas, Hidráulicas e Parques Solares em uma mesma plataforma, reduzindo o custo de implantação e manutenção do sistema devido ao seu modelamento elétrico. O diferencial deste produto está no fato de controlar todos os ativos de geração, subestações e bays no mesmo sistema. Assim, requer um único sistema para supervisão de todo o parque de geração.

Já o Elipse Power ADMS, módulo destinado à automação da distribuição

de energia, recebeu atualização em sua estrutura de dados, tendo suporte a equipamentos bypassados e isolados. Com isso, permite criar diagramas esquemáticos que representam, em tempo real, o estado atual da rede, mesmo dos elementos não telecomandados.


Fascículos

Apoio

BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

20

Francisco Gonçalves Jr. Capítulo VI – Implantação BIM: quais são os desafios e por onde devo começar? - Migrar para BIM pela escolha de um software modelador (apenas) - Plano de implantação do BIM com sucesso - Principais desafios a serem superados - Adaptar o processo de projeto ao processo BIM - Utilizar meios de comunicação centralizados (fugir da informalidade) - Principais passos para começar a implantação

Equipamentos para ensaios em campo

26

Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta Capítulo VI – Testes em para-raios - Introdução - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

Linhas elétricas para baixa tensão

28

Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo VI – Capacidade de condução de corrente de condutores (I) - Tabelas de correntes


Apoio

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

20

Por Francisco Gonçalves Jr.*

Capítulo VI Implantação BIM: quais são os desafios e por onde devo começar? Projetos em BIM exigem mudanças de paradigmas com relação às pessoas, processos e tecnologia. Uma mudança no workflow, em que saímos de um modelo 2D para um modelo tridimensional repleto de informações totalmente integradas. A mudança nos

Muitos gestores de escritórios, afoitos para fazerem a

remete a diversos desafios, em que apenas a entrega de um modelo

migração, adquirem um software BIM e um treinamento

BIM não garante o pleno uso e benefícios que a metodologia propõe,

básico da ferramenta, acreditando ser somente esses os itens

além de não garantir o sucesso em sua implantação.

necessários para virar a chave e, finalmente, implantarem a nova

Essa implementação feita a esmo pode gerar frustração, pois

metodologia com sucesso.

uma mudança sem planejamento acarreta resultados desagradáveis,

Para isso, é necessário ultrapassar a curva de aprendizado

atrasos nas entregas, perda de produtividade e desmotivação da

do programa, o que já retira esforço e produtividade da equipe,

equipe.

além de precisar montar bibliotecas de componentes BIM (que

Por vezes, esses obstáculos podem fazer com que os escritórios

normalmente os softwares internacionais não dispõem).

voltem atrás em sua implantação BIM, devido a uma experiência

Com o uso de modeladores BIM, o tempo de concepção é

malsucedida, retornando para sua zona de conforto, com o modelo

maior do que o atual, agravado pelo fato de que é preciso modelar

tradicional em CAD 2D, uma vez que já possuem uma rotina bem

em uma ferramenta e dimensionar em outras. Geralmente,

definida para fazer seus projetos do modo tradicional (2D): equipe

não há um estudo e preparação de mudança no processo de

treinada, software específico, bibliotecas, padrões de desenho etc.

desenvolvimento dos projetos, como se fossem apenas trocar de

Com pequenas variações no modelo 2D, o desempenho do escritório é conhecido e previsível diante dos projetos, como

Fascículo

Migrar para BIM pela escolha de um software modelador (apenas)

podemos visualizar no gráfico abaixo.

ferramenta. Como não há orientação adequada quanto ao processo de desenvolvimento BIM, remodelagens são inevitáveis e muito frequentes, gerando altíssima perda de produtividade. Diversas vezes obcecados pelo esforço de detalhamento do modelo do projeto, sem o devido planejamento do processo modelagem, profissionais se perdem na transcrição de elementos não tão pertinentes ao entendimento do projeto, desvirtuando o uso da metodologia, já que o BIM deve ser o “meio” e não o “fim” do projeto. Todo esse retrabalho promove o atraso nas entregas, diminui a produtividade e, por consequência, os ganhos de qualidade do BIM são consumidos pela ineficiência do processo de projeto.

Figura 1 – Gráfico de desempenho em CAD.

Muitos escritórios desistem de prosseguir com o BIM e voltam ao projeto 2D, conforme observamos no gráfico abaixo.


21

Apoio

Figura 2 – Gráfico de falha implantação BIM.

Figura 3 – Gráfico de sucesso da implantação BIM.

Plano de implantação do BIM com sucesso

Principais desafios a serem superados

Para que essa implantação ocorra com sucesso, faz-se necessário

Antes mesmo de iniciar a elaboração do plano de implantação,

estabelecer um plano de migração detalhado, uma vez que o BIM é

o gestor do escritório deverá estar preparado para superar alguns

muito abrangente e a sua implementação requer o planejamento de

desafios, tais como:

um projeto formal, minimamente estruturado e documentado. A perda de produtividade na migração do 2D para BIM é

1. Falta de conhecimento sobre o BIM dentro das equipes

inevitável, visto que se trata de um processo diferente, onde são

Equipes enraizadas em processos antigos e que não

necessárias adaptação e aprendizagem de novas tecnologias. Porém,

possuem conhecimento da nova metodologia, vislumbram o

com ferramentas e orientação adequada, essa curva de migração pode

BIM apenas como uma nova onda passageira, ou confundem

ser mais suave e os ganhos com o BIM compensarão os investimentos,

a metodologia com um software de modelagem 3D, como o

como podemos observar no gráfico da figura 3.

Revit.


Apoio

BIM - Building Information Modeling

22

2. Dificuldade em aceitar a necessidade de mudança de metodologia Profissionais seguros em sua zona de conforto, adaptados a processos

internalização e implementação do BIM. Ao longo desse nivelamento, podem ser abordados temas como:

tradicionais em CAD 2D e já estabelecidos na organização, costumam ser mais resistentes às mudanças, por medo do desconhecido e da curva

• Aplicações do BIM;

de aprendizado embutida.

• Sistemas construtivos da edificação e seus impactos no uso do BIM; • Conceitos básicos de compatibilização, coordenação e colaboração em

3. Migrar para o BIM sem perder produtividade Como já vimos nos gráficos anteriores, um dos grandes medos na implementação BIM é a perda de produtividade, já que toda equipe

projetos; • Diretrizes para modelagem eficiente em BIM; • Softwares de autoria de projetos.

domina a concepção tradicional do projeto e o tempo de entrega é previsível. Vale lembrar, no entanto, que a nova metodologia oferece vantagens no ciclo completo da concepção do projeto da edificação.

Ao longo da implementação BIM no escritório, deve ser previsto um plano de treinamento que pode ser realizado durante o processo.

Muitos dos clientes com os quais que tenho contato na AltoQi

Nesta lista, deve conter o público alvo, o perfil do treinamento, a duração

costumam dizer que a migração é um caminho irreversível, tanto para os

das aulas (em horas), o número de pessoas a serem treinadas e período

projetistas quanto para os seus clientes!

de treinamento, com objetivos específicos. A capacitação de todos os

Adaptar o processo de projeto ao processo BIM É preciso disposição e empenho para adotar um novo processo de projetar, em que a colaboração, engenharia simultânea e utilização

envolvidos é um dos pilares para obter sucesso na implantação. 2. Mapeamento do processo de projeto atual e como isso será transformado com o BIM

de um banco de dados se unem para a concepção do modelo virtual

Após o nivelamento de toda a equipe sobre a nova metodologia, será

da edificação, resultado em diversos usos. Esse é o grande objetivo e o

necessário efetuar um mapeamento preciso do processo atual, por meio

diferencial a ser almejado.

de uma análise minuciosa, montando um fluxograma das atividades

Utilizar meios de comunicação centralizados (fugir da informalidade)

desenvolvidas e seus respectivos responsáveis. Com o conhecimento detalhado do processo do projeto atual, será mais fácil o efetuar o levantamento de necessidades e

A comunicação efetiva é a chave do sucesso. Nesse contexto, as

expectativas de alcance de maturidade BIM, além da definição do

novas ferramentas e novos conceitos modernos se fazem necessários

processo de desenvolvimento desejado, ou seja, o plano deverá

para substituir processos informais e ineficazes, que, muitas vezes, geram

delimitar o escopo da implementação BIM no projeto, identificar

grandes problemas, ruídos e gargalos no desenvolvimento dos projetos

os fluxos dos processos para as atividades BIM, estabelecer os

atuais.

intercâmbios de informações entres várias partes e descrever a

Principais passos para começar a implantação

infraestrutura que será necessária, a fim de que a empresa possa realmente suportar a implementação do projeto. Esse estudo auxiliará a revisão de cronogramas e entregáveis, pois com

Fascículo

1. Revisão conceitual e nivelamento interno sobre BIM

o BIM, todas as tomadas de decisão são antecipadas já nas fases iniciais

Como o BIM é uma novidade e o seu conhecimento pode

de projeto e tudo gira em torno da concepção de um modelo virtual da

variar entre os projetistas e todos envolvidos, faz-se necessária uma

edificação, que vai agregando mais informações e detalhamentos desde

disseminação e nivelamento da nova metodologia, que podem ser feitos

o estudo preliminar (EP), Anteprojeto (AP), Projeto legal (PL), projeto

através de Workshop Técnico em conceitos BIM, indispensável para a

básico (PB) e o projeto executivo (PE).

Figura 4 – Etapas de projeto.


Apoio

23


Apoio

BIM - Building Information Modeling

24

Nesse contexto, os contratos devem ser revisados, já que agora

que a equipe disponha ainda de sistemas de gerenciamento dos

o volume maior de informações será gerado logo nas etapas iniciais

documentos, para que o desenvolvimento de projetos colaborativos

de projeto, sendo necessário que os pagamentos sejam coerentes,

ocorra com a gestão adequada da informação, durante todo o ciclo

praticando nessas fases os maiores valores das parcelas.

de vida do projeto. Aplicações para compatibilização, visualização, fiscalização,

3. Tecnologias de software, hardware e infraestrutura de nuvem

acompanhamento, registro de arquivos e documentação da informação digital de projetos são alguns dos requisitos para esses

Software

sistemas.

No fluxo de elaboração dos projetos em BIM, a utilização de ferramentas computacionais é de extrema importância.

4. Projeto piloto

Nesse workflow, diversos softwares baseados no conceito BIM

Para migração suave e bem-sucedida, é extremamente

são utilizados nas diferentes etapas do projeto da edificação:

recomendável o desenvolvimento de um Projeto “Teste” de baixa

modelagem, análises de interferências, planejamento, orçamento e

complexidade em um ambiente controlado, que denominamos

gerenciamento. No plano de implementação, será necessário efetuar

Projeto Piloto. Nele, é possível aplicar na prática os conceitos BIM

o planejamento de aquisição dessas ferramentas em conjunto com

e as ferramentas computacionais em situações reais com risco

o treinamento e capacitação adequados para os usos pretendidos

monitorado.

do BIM. Na figura 5, podemos conferir algumas das soluções mais comuns no mercado.

Desta forma, é possível verificar o andamento do novo workflow BIM proposto para validação prática, acompanhar o andamento das atividades e propor modificações conforme a necessidade do projeto.

Hardware Para que os softwares BIM funcionem a contento, será necessário um plano de aquisição de um hardware ou computador

Também é válido coletar informações, novas ideias e opiniões de melhorias da equipe envolvida, para implementar e facilitar a disseminação do processo em toda organização.

com periféricos e equipamentos adequados aos requisitos e

A partir da definição do projeto piloto, será possível gerar

necessidades dos softwares que agregam a modelagem 3D.

um documento de grande importância para execução do projeto

Geralmente, esses equipamentos possuem placas gráficas

chamado PEB – Plano de execução BIM.

dedicadas, processadores de última geração, memória RAM

O plano de execução tem por objetivo definir os usos pretendidos

compatível com o tamanhos dos modelos, HD do tipo SSD e

do BIM, orientar as atividades e ferramentas utilizadas no

requerem o uso de dois monitores.

desenvolvimento do processo, descrever o conjunto de informações fundamentais para desempenho das atividades, direcionar a equipe

Infraestrutura de nuvem

Fascículo

Para que o workflow ocorra de maneira eficiente, é preciso

Figura 5 – Softwares BIM.

e garantir alinhamento com as expectativas do cliente. Devem constar no Plano de Execução BIM:


25

Apoio

• Definição dos usos pretendidos do BIM; • Definição dos procedimentos de colaboração; • Descrever os participantes, responsabilidades e atribuições; • Descrição das etapas e produtos; • Descrição da modelo base; • Documentação e arquivos de usos específicos; • Prioridade e níveis de especificação; • Verificação dos arquivos (antes da incorporação); • Levantamento dos quantitativos. 5. Gestão conhecimento e mensuração de resultados Tão importante quanto a execução do “projeto teste” pela equipe, é efetuar a gestão do conhecimento adquirido e a mensuração dos resultados, tornando possível a disseminação do conhecimento explícito e tácito a todos participantes. Para o gestor, será possível avaliar os ganhos obtidos com o novo processo e efetuar a melhoria contínua através da “Gestão das Lições Aprendidas” (erros e acertos), montando indicadores de desempenho para monitor os projetos em BIM. Com tudo isso, será possível criar o manual BIM flexível e, de acordo com os valores da organização, estabelecer todos os pilares necessários para que o novo processo, que envolve “Pessoas”, “Métodos” e “Tecnologia”, tenha sucesso em sua implantação, proporcionando um processo mais assertivo, produtivo e padronizado.

Referências bibliográficas: CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (CBIC). CBIC Coletânea Implementação do BIM para Construtoras e Incorporadoras Volume 2: Implementação do BIM. <http://cbic. org.br/bim/>. LEUSIN, Sérgio. Gerenciamento e coordenação de projetos BIM. 1. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. (AsBEA). Guia AsBEA - Boas Práticas em BIM. Fascículo II. 2015. São Paulo. Disponível em: < http://www.asbea. org.br/userfiles/manuais/d6005212432f590eb72e0c44f25352be.pdf > *Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi; graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina; pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade do Sul de Santa Catarina; MBA em plataforma BIM – Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Equipamentos para ensaios em campo

26

Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*

Capítulo VI Testes em para-raios

1- Introdução

Os ensaios realizados nos para-raios em manutenções preventivas são os mesmos, independentemente do tipo do

Os para-raios funcionam de forma similar a uma válvula de

para-raios e do tipo de seus isoladores.

segurança. Quando a diferença de potencial com relação à terra superar determinado valor, o para-raios produz descarga para a terra, de forma a manter a tensão dentro de um limite determinado. Atualmente, são de uso comum dois tipos de para-raios: do tipo convencional (com centelhadores), e para-raios de óxido de zinco (ZnO, sem centelhadores). Existem basicamente também dois tipos de isoladores para os para-raios, de porcelana e os poliméricos. Os poliméricos possuem várias vantagens; não quebram nem racham, não explodem, reduzindo assim os riscos de acidentes com seres humanos e outros equipamentos próximos, e não têm espaços vazios, o que evita a entrada de umidade.

2 - Manutenção Preventiva: Inspeções e Ensaios 2.1- Inspeções periódicas Basicamente, o que se aplica aos para-raios periodicamente, enquanto eles estão em operação, são apenas inspeções visuais, dos isoladores, aterramento, contador de descargas e corrente de fuga (caso possuam amperímetro instalado) e suporte. 2.2- Ensaios Alguns ensaios podem entrar no programa de manutenção

Fascículo

dos para-raios, sendo que os seguintes testes são os mais aplicados de forma geral: • Medição das perdas dielétricas; • Medição da resistência ôhmica de isolamento. A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio: a) Medição das Perdas Dielétricas Após a limpeza completa dos para-raios, são realizados os ensaios de isolamento. A corrente nos para-raios é de natureza capacitiva; assim, o índice de variação das perdas dielétricas é Para-raios com Isoladores de Porcelana e Poliméricos.

mais sensível do que o fator de potência do isolamento.


27

Apoio

A medição pode ser realizada em unidades individuais, pois assim, será mais fácil se identificar a localização da falta

preventiva em geral, existem outros ensaios que podem ser realizados nos para-raios. Dentre eles, destacamos:

e comparar os resultados entre eles. Nesse caso, a correção de temperatura não é necessária, uma vez que influencia muito

• Atualmente, uma das formas mais aceitas de avaliação dos

pouco as perdas dielétricas.

para-raios de alta tensão é a aplicação de procedimentos

Os resultados podem variar bastante de acordo com o

específicos de análise termográfica com acompanhamento da

tipo e o fabricante do equipamento. Assim, a melhor forma

evolução de possíveis pontos quentes nos equipamentos que

de avaliação dos resultados é a comparação com o histórico

podem indicar a sua degradação ao longo do tempo e identificar

de medições anteriores realizadas nos para-raios. Em caso de

a necessidade de substituição. Abordaremos a termografia em

ausência desse, pode-se utilizar como guia, medições realizadas

mais detalhes em outro texto;

em para-raios de mesmo tipo e fabricante em outros locais.

• Analisadores de corrente de fuga: a corrente de fuga tem

Variações grandes do valor medido de perdas dielétricas,

componente capacitiva e resistiva. Na tensão de operação

podem indicar vedação defeituosa e penetração de umidade

normal, a corrente capacitiva é predominante. Se a corrente

no equipamento. Nesses casos, recomenda-se fazer um

de fuga resistiva aumentar, ocorrerá uma distorção dela, pois o

acompanhamento mais detalhado com medições realizadas

para-raios não é um resistor linear; dessa forma, medindo-se as

com intervalos mais curtos para verificar a evolução dos valores

componentes harmônicas da corrente de fuga, teremos um bom

medidos (exemplo: a cada três meses).

indicador das condições dos para-raios.

A medição deve ser realizada com medidor de fator de potência e o nível de tensão a ser utilizado nos testes

Fontes

preferencialmente deve ser de 2.5kVca em para-raios de até

Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng. e

69kV e de 10kVca em para-raios com tensão superior. O para

Com. LTDA.

raios deve ser totalmente desconectado do sistema antes da

Manutenção Elétrica Industrial – Angel Vázquez Morán – Editora

realização dos ensaios.

Gráfica.

b) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento

*Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista

A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento dos para-

em energia e automação (USP), gestor de equipes de campo

raios é realizada através do uso de um Megôhmetro e tem como

(engenharia, comissionamentos, montagens) em subestações de

finalidade avaliar o estado do isolamento do equipamento.

alta, média e baixa tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias.

A tensão de ensaio deve ser de 2500Vcc em para raios de

Gerente de Engenheira na ENGEPOWER

alta tensão e a aplicação deve ser realizada por um minuto.

*Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em

O teste também pode ser realizado em unidades individuais,

proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE,

principalmente, caso seja identificado um problema, ou da

professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER.

coluna total do equipamento.

*Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico,

Como na medição das perdas dielétricas, a melhor forma

especialista em produtos químicos para área elétrica, membro

de avaliação dos resultados é a comparação com histórico

do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT

do próprio equipamento ou em caso de ausência desses, de

Sistemas.

equipamentos similares. Continua na próxima edição

c) Outros Testes e Verificações Além dos ensaios básicos descritos anteriormente, e que são aceitos como padrão para procedimentos de manutenção

Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

28

Por Paulo E. Q. M. Barreto*

Capítulo VI Capacidade de condução de corrente de condutores (I) A capacidade de condução de corrente de um condutor (Iz) é um dos dados mais importantes de um dimensionamento em um

• Para condutores com isolação de EPR ou XLPE âtemperatura limite = 130ºC

projeto de instalações elétricas, visto que influencia, por exemplo, a seção nominal do condutor, as características técnicas do dispositivo

Considera-se que esses valores de temperatura não devem

de proteção e a coordenação e seletividade a serem feitas. Além disso,

permanecer por mais do que 100h durante 12 meses consecutivos ou

ela dependerá de algumas variáveis, tais como, método de instalação

500h ao longo da vida útil do condutor. E a outra condição é a de

(ver capítulo IV deste fascículo), tipo de condutor (metal, isolação,

curto-circuito, na qual, a temperatura (θk) não poderá ultrapassar os

cobertura), temperatura ambiente, agrupamento de condutores,

seguintes valores, por no máximo, cinco segundos, ao longo da vida

influência externa.

útil do condutor:

A capacidade de condução de corrente de um condutor é definida como sendo a “corrente máxima que pode ser conduzida

• Para condutores com isolação de PVC â temperatura limite =

continuamente por um condutor, em condições especificadas, sem

160ºC

que a sua temperatura em regime permanente ultrapasse um valor

• Para condutores com isolação de EPR ou XLPE âtemperatura

especificado.” O Símbolo utilizado para expressar essa grandeza é Iz.

limite = 240ºC

Fascículo

Um dos principais objetivos em um projeto é determinar o valor de Iz, de cada condutor, de modo que, nas condições previstas de

Por falar em vida útil de condutor, existe um mito no mercado de

operação da instalação, a temperatura desses condutores se mantenha

que, passados 20 anos de execução da instalação, os condutores devem

abaixo da temperatura limite para serviço contínuo (θz), conforme

ser substituídos. Isso não é totalmente verdadeiro, pois dependerá

estabelecido na tabela 35 da NBR 5410, ou seja:

de algumas condições dos condutores que devem ser avaliadas, tais como: regime de operação, carregamento contínuo e temporário,

• Para condutores com isolação de PVC â temperatura limite = 70ºC

integridade da isolação e/ou cobertura, nível de isolamento, sinais de

• Para condutores com isolação de EPR ou XLPE â temperatura

estresse térmico, integridade das suas extremidades e conexões, entre

limite = 90ºC

outros aspectos específicos do tipo de instalação.

Afora essa conhecida condição de serviço contínuo dos condutores, que estabelece o correspondente valor de Iz, o projetista

Tabelas de correntes

ainda deve levar em consideração no dimensionamento outras duas condições passíveis de os condutores ficarem submetidas. Uma delas

Para que a primeira condição citada anteriormente seja atendida,

é a condição de sobrecarga, cuja temperatura dos condutores (θs) não

ou seja, os condutores não atinjam a temperatura limite em serviço

poderá ultrapassar os seguintes valores:

contínuo (θz), a corrente que circula nos condutores em regime permanente não poderá ultrapassar os valores indicados nas tabelas

• Para condutores com isolação de PVC â temperatura limite = 100ºC

correspondentes, nas condições nelas estabelecidas, no caso, as tabelas


29

Apoio

36 a 39 da NBR 5410 (aqui, parcialmente reproduzidas, respectivamente, por tabelas 2 a 5). Se qualquer uma das condições que originaram cada tabela forem alteradas será necessário efetuar correções (por exemplo, temperatura ambiente, agrupamento de condutores, método de instalação dos condutores). Para a correta interpretação e utilização dessas tabelas, tome-se como exemplo a tabela 36 extraída da norma e aqui parcialmente reproduzida como tabela 2. Considerando um circuito contendo três condutores de cobre (três fases), com isolação de PVC, tensão nominal de isolamento de 450/750V, seção nominal 4mm2, instalados no interior de eletroduto circular embutido em alvenaria, em local cuja temperatura ambiente seja de 30ºC, esses condutores terão como capacidade de condução de corrente o valor de 28A. No entanto, se qualquer uma dessas condições não se configurar na prática, esse valor deverá ser alterado. E ainda, é bom ter em mente que, quando esses condutores estiverem plenamente carregados (corrente de 28A), a sua temperatura atingirá os citados 70ºC no interior do eletroduto. Apesar de essa condição atender aos requisitos normativos, cabe ao projetista avaliar se ela é conveniente ou não, levando em conta outros aspectos que não o mero dimensionamento técnico e o puro uso das tabelas. As tabelas são referências, e a decisão final é do projetista. Em consulta às tabelas 36 a 39 da NBR 5410, pode-se observar que o valor da capacidade de condução de corrente de um condutor com uma determinada seção nominal (por exemplo, os mesmos 4mm2) variará em função do material condutor (cobre ou alumínio), do tipo de condutor (unipolar, multipolar), do tipo de isolação (PVC ou EPR), da quantidade de condutores carregados no interior de um eletroduto (2 ou 3), do tipo de conduto (eletroduto, bandeja, eletrocalha etc.), se instalado aparente, embutido, enterrado, entre outras considerações.


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

30

Fascículo

Tabela 2 – Reprodução parcial da Tabela 36 da NBR 5410:2004.

Tabela 3 – Reprodução parcial da Tabela 37 da NBR 5410:2004.


Apoio

Tabela 4 – Reprodução parcial da Tabela 38 da NBR 5410:2004.

31


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

32

Tabela 5 – Reprodução parcial da Tabela 39 da NBR 5410:2004.

*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da Comissão que revisa a norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de Pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do Inmetro, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br

Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br

Fascículo

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Renováveis Apoio

ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 3 - Edição 36 / Junho de 2019

FASCÍCULO

Sombreamento e outras formas de descasamento EVENTO BRAZIL WINDPOWER 2019 COLUNA SOLAR: APRENDIZAGEM E COMPETÊNCIA NO SETOR SOLAR FOTOVOLTAICO COLUNA EÓLICA: DIA MUNDIAL DO VENTO APOIO

33


Apoio

34

Fascículo Por Hans Rauschmayer*

Sombreamento e outras formas de descasamento

Renováveis


35

1 - Introdução

Frequentemente, se escuta que um módulo sombreado inibe a série

inteira de módulos (string) de gerar energia, em analogia ao caso de

Conhecemos, nos fascículos anteriores, o projeto de um sistema

um rádio com pilhas, das quais uma está esgotada. Essa comparação

solar como um todo e os principais componentes, módulos e inversores,

é simplista demais – no nosso caso, precisamos analisar a curva

e aprendemos como configurá-los conforme suas características

característica do string.

elétricas.

metade da esquerda do telhado, quatro módulos recebem pleno sol e os

No presente fascículo, abordaremos como tratar as dificuldades

Vamos aproveitar o exemplo da figura 1. Do string que ocupa a

que a realidade nos impõe: sombreamento parcial de módulos ou outras

outros têm algum sombreamento (o software informa valores entre 2% e

formas de descasamento que impedem o perfeito aproveitamento da

85%).

radiação solar.

A figura 2 retrata a curva característica do string no exato instante

daquela imagem. 2 - Descasamento (mismatch) e suas Causas • A curva azul (corrente sobre tensão) evidencia que apenas parte dos módulos consegue gerar a corrente total de aprox. 2,7A, enquanto o restante é limitado a uma corrente de 0,8A; • A curva preta (potência sobre tensão) apresenta dois máximos locais, um com um pouco mais de 500W e o outro pouco acima de 300W.

Se o inversor conectado ao string encontrar o ponto PMP1, então,

ele fornecerá 500W. Dependendo das condições, ele pode encontrar somente PMP2 e permanecer na geração de 300W. Ambos os pontos não aproveitam a potência dos módulos por completo (veremos alternativas mais adiante). Figura 1: Exemplo de sistema solar com sombreamento pela árvore em uma manhã de inverno, modelado no software PV*SOL premium.

Descasamento (o termo em inglês “mismatch” é mais usado

na prática) ocorre quando as características elétricas de módulos interconectados não são iguais. Possíveis causas são: • Defeitos técnicos; • Diferentes modelos; • Insolação diferente devido a sombreamento parcial (veja figura 1) ou instalação em planos divergentes (consulte fascículo 3). 3 - O Efeito Elétrico do Descasamento

Figura 3: Curvas características sem sombreamento.

Já a figura 3 mostra a curva característica duas horas depois, quando

todos os módulos se encontram sob pleno sol. As duas curvas são uniformes com somente um ponto de máxima potência, com mais de 2000W. 4 - Diodos de Desvio

O descasamento não somente causa perdas, mas também pode

danificar módulos, devido à conexão em série das células: quando todas as células recebem a mesma radiação, elas produzem a mesma corrente. Figura 2: Curvas características geradas no software PV*SOL para a situação da figura 1, com sombreamento.

No momento em que uma célula é sombreada, ela deixa de produzir e vira resistência por onde passa a corrente gerada pelas outras células. Em


Apoio

Fascículo

36

Renováveis

consequência, a célula aquece (efeito hot spot).

Sem proteção, este aquecimento pode até derreter a célula. Por isso,

da mesma forma, em um efeito liga/desliga. Eles são modelados como

os módulos contam com diodos de desvio (by-pass), que conduzem

horizonte (figura 5).

a corrente reversa, tirando as células inoperantes do circuito.

Normalmente, há três diodos de desvio por módulo, cada um protegendo

para smartphones, que projeta a curva solar na imagem captada pela

duas fileiras do módulo.

câmera. Publicamos um manual no site www.solarize.com.br.

5 - Sombreamento

5 .3

Objetos distantes da nossa planta solar afetam todos os módulos

Um meio simples para analisar o horizonte é o aplicativo Sun Surveyor

- Sombreamento próximo

Vamos analisar o grande vilão, o sombreamento, começando pelo

percurso do sol. - Geometria solar Fonte: pacearquitetura.ning.com

5 .1

Figura 6: Sombreamento pela antena parabólica.

Figura 4: O percurso solar nas estações do ano.

A figura 4 mostra o percurso do sol para a latitude do Rio de Janeiro: • Durante o inverno, o sol nasce no Nordeste, passa pelo Norte, e se põe no Noroeste; • No verão, o percurso começa no Sudeste e termina no Sudoeste. O ápice chega ao zênite no solstício do verão (dia 21 de dezembro); • Ao longo do ano, o sol faz um percurso entre os dois apresentados na

Objetos próximos ao nosso arranjo fotovoltaico causam sombra que

afeta parte dos módulos e se “movimenta” pelos módulos conforme percurso solar diário e anual: • A sombra visível na figura 1 ocorre no dia 21/06, às 9h. Durante o verão, a casa deste exemplo fica fora da sombra da árvore; • Em contrapartida, ocorre sombreamento pela antena parabólica durante os meses do verão (figura 6). 5 .4

- Análise da Situação

figura.

Em latitudes menores (locais mais próximos ao Equador), a altura

do sol no inverno é maior e o sol do verão vira mais ao sul. Já em latitudes maiores, o sol do meio-dia fica mais baixo e mais ao norte, com uma variação maior entre nascer e pôr do sol. 5 .2

- Sombra Distante

Figura 7: Frequência de sombreamento ao longo do ano (visualização PV*SOL).

A visualização da sombra (figuras 1 e 6) ajuda a compreender

causas do sombreamento, mas retrata apenas certos instantes. O cálculo do percentual das horas com sombra ao longo do ano (figura 7) é uma informação mais rica e ajuda o projetista a tomar decisões Figura 5: Sombreamento pelo horizonte no diagrama e na modelagem 3D.

sobre a colocação dos módulos:


Apoio

37

Neste exemplo, percebemos um alto percentual próximo à

É visível que os módulos da fileira inferior sofrem com o

antena, indicando que deveríamos afastar os módulos mais dela (ou

sombreamento pela platibanda, especialmente, os centrais, onde

então remover a antena para outro lugar);

a platibanda é mais alta (o monitoramento retrata um momento

de manhã, diferente da hora quando a foto foi tirada).

Atrás da árvore, há outros valores elevados. Estes seriam os

primeiros módulos a serem retirados se uma potência reduzida fosse

suficiente para o cliente.

por causa do espaço disponível no telhado: couberam módulos

Neste caso, os microinversores foram vantajosos também

menores na fila inferior, e maiores, na superior. Outros dois 6 - Como Otimizar um Sistema com Descasamento

módulos foram instalados na água oposta.

6 .3

O projetista deve reduzir as perdas por descasamento, pela

- I nversores com O timizadores de P otência

seleção do módulo apropriado, a melhor instalação física dos módulos, a devida escolha da tecnologia do inversor e a adequada interligação do arranjo. 6 .1

- Inversor String ou Multi-MPPT

O inversor string recebe a energia de uma grande quantidade de

módulos em cada entrada dele (chamado de SPMP ou MPPT, veja fascículos 4 e 5) e exige mais homogeneidade no subarranjo que é conectado a uma entrada: Use o mesmo modelo de módulos, todos orientados para o mesmo lado e com a mesma inclinação.

No entanto, é possível dividir o arranjo e conectar partes com

características diferentes em entradas separadas. No nosso exemplo, é recomendável escolher um inversor com duas entradas, no mínimo, e separar os módulos do lado esquerdo, sombreados pela árvore, dos da direita, sombreados pela antena.

Voltando à figura 2, da curva característica, é importante evitar

que o inversor permaneça no Ponto de Máxima Potência inferior PMP2. Além disso, deve-se escolher um inversor com otimização de sombreamento. Esta função percorre a curva característica (figura 2) de tempos em tempos com objetivo de identificar o maior ponto PMP existente (ex. Fronius Dynamic Peak Manager). 6 .2

- Microinversores

Figura 9: Diagrama do inversor com otimizadores.

O inversor fotovoltaico comporta duas funções que podem ser

separadas: o Seguidor do Ponto de Máxima Potência (SPMP, inglês Maximum Power Point Tracker MPPT).

No conceito do inversor com otimizadores de potência (figura

9), o componente que une o SPMP e um conversor c.c. / c.c é instalado por baixo dos módulos. Já o inversor propriamente dito se limita à conversão de c.c. para c.a.

Este conceito traz as mesmas vantagens do microinversor em

termos de melhor aproveitamento energético de cada módulo e monitoramento. Ele ganha ainda nos quesitos de manutenção, por concentrar o inversor em um aparelho instalado em local abrigado, e na escalabilidade. 7 - Previsão

O próximo fascículo abordará a instalação elétrica. Vale

reforçar que os fascículos não substituem um curso de capacitação profissional e literatura aprofundada, por causa da restrição neste Figura 8: Monitoramento de sistema com microinversores APS.

espaço. *Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize

A figura 8 mostra o monitoramento de uma instalação com

Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade

microinversores, com a foto real à direita. Os números no gráfico

de capacitação [visite www.solarize.com.br]. Reconhecido especialista

à esquerda, e as barras cor laranja representam a energia gerada

em energia solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em

naquele instante (de manhã cedo – a foto foi tirada em outro

universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e

momento).

vários programas de TV.


Evento

38

Fotos: Divulgação

Energy Week reúne dois grandes eventos do setor elétrico em São Paulo O Brazil Windpower e o Energy Solutions Show aconteceram juntos pela primeira vez na capital paulista, com a proposta de gerar negócios e debater as principais questões da atualidade

marca perante o alto escalão do setor eólico

Week é uma proposta inovadora, reunindo um

da união entre os eventos Energy Solutions Show

nacional.

conjunto de fóruns setoriais e duas feiras de

e Brazil Windpower, foi realizada de 28 a 30 de

negócios orientadas para cadeias de produção

maio de 2019, no Transamérica Expo Center, em

aconteceu nos dias 28 e 29 de maio, e uma

e para consumidores comerciais e industriais

São Paulo (SP), atraindo toda a cadeia do setor de

grande arena abarcou uma extensa feira de

de energia. Certamente, este formato de

energia.

negócios com soluções, inovações e tecnologias

eventos paralelos potencializa investimentos de

voltadas tanto para a cadeia produtiva,

expositores e patrocinadores ao mesmo tempo

ao mercado de energia eólica, chegou à sua

quanto para a cadeia de consumo de energia.

que agrega muito valor aos visitantes. A Energy

10ª edição e teve o congresso e a feira de

Simultaneamente, foram realizados quatro

Week se consolidará nos próximos anos como o

negócios estendidos até o dia 30, contando

congressos que debateram os aspectos mais

momento anual de discutir e fazer bons negócios

com a presença de aproximadamente quatro

atuais dos segmentos de solar fotovoltaica,

no setor elétrico nacional”, declarou Rodrigo

mil pessoas ao longo dos três dias. O congresso

cogeração, CGH/PCH e boas práticas e novas

Ferreira, CEO do Grupo CanalEnergia.

reuniu as principais autoridades e executivos

tecnologias para os consumidores de energia.

do setor, que discutiram importantes questões

Windpower e do Energy Solutions Show,

do setor eólico da atualidade. Dentre seus

portfólio de energia da Informa Markets, o

contaram com importantes players do mercado,

participantes, mais de 75% possuem forte

evento reuniu 150 expositores, mais de cinco

inúmeras novidades e as principais inovações

poder de influência e decisão em suas empresas,

mil pessoas por dia com oito Congressos

tecnológicas. Nos dois eventos, para completar

fazendo do congresso do Brazil Windpower uma

simultâneos; duas arenas de workshops técnicos

a proposta de valor ao participante, workshops

oportunidade de networking e de impacto de

e uma arena de inovação e tecnologia. “A Energy

com conteúdo de alta qualidade foram

A primeira edição da Energy Week, resultado

O Brazil Windpower, voltado especificamente

No Energy Solutions Show, a programação

Promovido pelo Grupo CanalEnergia,

Ambas as feiras de negócios do Brazil


Evento

apresentados sem custo adicional. Pesquisas

de mercado, novas tecnologias e outros temas

a atender ao crescimento, a segurança do

A aposta agora é, além de continuar

agregam valor à visita de todos os participantes.

suprimento, buscando-se uma modicidade tarifária, incorporar na sociedade brasileira o

10 anos de Brazil Windpower:

mundo da energia 3D, em que o consumidor

propulsor do setor eólico

participa ativamente do negócio. “As renováveis exercem um papel predominante nesse contexto

Segundo dados da Associação Brasileira

e a energia 3D é o desafio do Governo e de todos

de Energia Eólica (ABEEólica), o País possui

os presentes no evento, cada um com a sua

hoje 15GW de capacidade instalada, 568

colaboração, para que esse mercado possa, de

parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores

fato, acontecer”, ressaltou.

em operação, ativos em 12 Estados. Toda

essa geração representa cerca de 25 milhões

A. Basso, também se pronunciou na cerimônia

de residências abastecidas por mês a

inicial, ao dizer que a inserção do CanalEnergia no

aproximadamente 75 milhões de habitantes.

portfólio da empresa é motivo de grande alegria

e satisfação. “Com certeza, teremos algumas

Na abertura do congresso principal, Rodrigo

O presidente da Informa Markets, Marco

Ferreira cumprimentou os presentes e lhes deu

sinergias acontecendo nos próximos anos entre

as boas-vindas ao evento. Em seu discurso,

o portfólio no Brasil e o no mundo. Vamos juntos

ele afirmou que as fábricas estão espalhadas

contribuir para a evolução, fortalecimento e

pelo Brasil inteiro, mas que a indústria está

desenvolvimento do mercado de energia no País”,

concentrada em São Paulo, local escolhido

expressou.

para a realização do BWP neste ano. “A Energy

Week é a somatória entre Brazil Windpower e

da ABEEólica, Renato Volponi, por sua vez,

Energy Solutions Show, um evento direcionado à

comemorou a realização do leilão promovido

cadeia produtiva e de consumo. Então, além dos

no ano passado, o qual, contra todos os

debates do congresso principal e do congresso de

prognósticos, vendeu, em conjunto com o

operação e manutenção, há um outro palco com

mercado livre, mais de 3GW de potência eólica,

cogeração, PCH’s, CGH’s, eficiência energética,

considerando, quanto a isso, os dois mercados:

geração distribuída e mercado livre”, afirmou.

o livre e o regulado. “O dito mercado livre

tornou-se um grande aliado das eólicas, mas não

Ainda segundo ele, trata-se de um evento

O presidente do Conselho de Administração

360, que chega ao Brasil com o contexto da

tem sido fácil crescer. Chegar aos 15.1GW de

proposta de ser o palco de negócios e discussões

potência instalada e representar 9,2% da matriz

da energia 3D, que vem transformando o

energética brasileira é um resultado de esforços

conceito de distribuição. “A energia 3D é

que abrangem governo, instituições financeiras

uma realidade no mundo; é digitalizada,

e empreendedores. Isso não seria possível se

descarbonizada e descentralizada. O Brasil é um

todos nós não estivéssemos convencidos de que

expoente de engenharia e possui uma engenharia

produzir energia limpa a preços competitivos é

reconhecida no mundo inteiro, graças ao trabalho

muito mais do que um negócio: é uma missão!”,

de grandes especialistas do nosso País”, declarou.

enfatizou. E continuou: “Como é de se esperar, o

Nesse ano, o segmento celebrou a iniciativa dos empreendedores eólicos que conseguiram, em seus parques, o que o setor gostaria de ver, na prática: o mercado livre e o regulado vivendo em um único ambiente – sempre lembrando que todas as conquistas e modernizações não podem perder o horizonte da financiabilidade, pois, sem esse pilar, não se sustenta uma expansão

39


Evento

40

nosso crescimento está intimamente atrelado ao

estabelecido a cada intervalo de 60 minutos

de São Paulo e realizar este evento em um

crescimento econômico do País, mas esperanças

poderá trazer eficiência econômica ao sistema.

momento muito importante da fonte eólica”,

sempre se renovam quando temos uma nova

“De que a evolução é necessária, não temos

declarou.

equipe assumindo o comando”, ressaltou.

dúvida, mas o pilar da locação de custos e riscos

não pode ser abalada”, salientou.

sustentabilidade do ponto de vista econômico

aguarda que as pronunciadas reformas

e ambiental e o importante papel que a fonte

entreguem o prometido alento para a retomada

dos empreendedores eólicos que conseguiram,

eólica tem exercido nos últimos 10 anos,

do crescimento e, com isso, haja um estímulo

em seus parques, o que o setor gostaria de ver,

especialmente, em uma perspectiva futura foram

para novos investimentos, especialmente, na

na prática: o mercado livre e o regulado vivendo

alguns dos temas citados pela especialista. “É

área de Energia. “Investimentos em energia têm

em um único ambiente – sempre lembrando que

com um espírito de festividade e comemoração

o condão de ‘puxar’ investimentos em diversas

todas as conquistas e modernizações não podem

que realizamos os três dias de evento, do qual

outras áreas, indo de diversas infraestruturas até

perder o horizonte da financiabilidade, pois, sem

saímos muito mais maduros e prontos para

serviços, Educação e Inovação. Sempre é bom

esse pilar, não se sustenta uma expansão.

enfrentar este futuro que já está acontecendo”,

lembrar também que investimentos em energia

finalizou Elbia.

– já se tornando um hábito na eólica –, trazem

congressistas assistiram a um vídeo de boas-

fomentos a novos programas sociais”, explicou.

vindas da presidente executiva da ABEEólica,

Energy Council (GWEC), Ben Backwell, criticou o

Elbia Gannoum, que não esteve presente no

excesso de regulação no setor elétrico nacional e

é estabelecer metas para uma necessária

evento porque precisou fazer uma viagem

defendeu o aumento de investimentos no setor.

modernização nas regras que regem o setor

internacional inesperada para receber uma

“Precisamos de um ambiente de mercado livre no

elétrico. A modernização proposta está

premiação. No vídeo, Elbia afirmou que a 10ª

Brasil. Não há mais necessidade de intervenções

focada em três pilares: leitura de mercado,

edição do Windpower teve um caráter especial,

do governo na regulação do setor. Estamos

sustentabilidade da expansão e locação de

uma vez que o setor está comemorando 10

vivenciando um crescimento virtuoso no setor

custos de energia.

anos do leilão de eólica, 15GW de capacidade

eólico e precisamos aumentar em pelo menos

Em seu discurso, Volponi afirmou que o setor

instalada e é a segunda fonte de geração de

cinco vezes o investimento atual”, exprimiu.

está no calor das discussões pela implantação do

energia no Brasil. “Depois de pesquisas com

preço horário e que não há dúvidas de que o preço

nossos associados, resolvemos vir para a cidade

presidente e CEO da GE do Brasil, Viveka Kaitila,

No campo da Economia, o setor eólico

No que tange à Energia, o objetivo maior

Nesse ano, o segmento celebrou a iniciativa

Após as declarações de Volponi, os

O desenvolvimento socioeconômico, a

O presidente executivo do Global Wind

Outra convidada que se pronunciou foi a


Evento

41

que agradeceu a oportunidade de poder dar

seguimento ao debate iniciado em 2018.

Albuquerque, também esteve presente na

“Agradeço a ocasião para parabenizar a todos os

ocasião, afirmando que o Brazil Windpower

organizadores pela 10ª edição desta Feira, que

é o maior evento do hemisfério Sul focado no

se consolidou como o mais importante evento do

desenvolvimento de negócios e projetos de

setor eólico da América Latina. O BWP prestou

energia eólica, matriz que demonstra, de forma

relevância em sua primeira edição, em 2010, e

inequívoca, que a alta tecnologia e o poder

as ações têm sido extremamente importantes

da natureza podem juntos, oferecer diversos

para acelerar o desenvolvimento da energia eólica

benefícios à população.

no Brasil”, comentou.

empreendimentos de grande sucesso no País

Segundo a executiva, está em andamento

O ministro de Minas e Energia, Bento

A geração de energia eólica e

uma série de discussões importantes que

teve início em 1992, no arquipélago de Fernando

elevarão a fonte eólica a um novo patamar, e

de Noronha (PE), com a instalação do primeiro

a marca de 15GW de capacidade instalada é

aerogerador, resultado de uma parceria entre o

uma evolução bastante significativa quando

Centro Brasileiro de Energia Eólica e a Companhia

comparada com cerca de 600MW de 10 anos

Energética de Pernambuco (Celpe).

atrás. “Esse salto posiciona o vento com a

segunda maior fonte de energia no País e o

implementação dessa matriz, vale destacar

futuro se mostra ainda mais promissor, pois

a importância do programa que incentiva as

vislumbramos uma capacidade instalada de

fontes alternativas de energia elétrica, o Proinfa

quase 20GW em 2023”, previu.

que, além de estimular o desenvolvimento

das fontes renováveis, abriu caminho para o

Esse crescimento tem projetado o Brasil

Segundo Albuquerque, no processo de

no mercado mundial e o levou do 15º para o 8º

estabelecimento da indústria de componentes

lugar no ranking de países com maior capacidade

de turbinas eólicas no Brasil. “A contratação da

instalada de energia eólica no mundo. Além

energia eólica por meio dos leilões consolidou

disso, no ano passado, o Brasil foi o quinto maior

as indústrias que atendem o setor. Que

mercado de países em expansão de capacidade

continuem apostando no desenvolvimento do

de geração eólica. “Dentro desse cenário de

Brasil, pautado pela pesquisa e pela inovação

sucesso, muito me orgulha o fato de que a GE

tecnológica”, expressou. E acrescentou ainda:

fez parte dessa história. Sempre acreditamos

“Atualmente, 80% de um aerogerador é

e apostamos em potencial, participando pelos

produzido no País e tem em vista também na

leilões, atraindo parceiros e contribuindo para a

oferta de energia no mercado livre, denotando

superação dos desafios de infraestrutura elétrica

quão estabelecidas estão as suas raízes no solo

do País”, afirmou.

brasileiro e a sua confiança no funcionamento

do setor elétrico. Nesse contexto, o Brasil foi o

Durante os três dias de evento, a empresa

aproveitou a oportunidade para promover o

quinto país do mundo que mais instalou eólicas

novo portfólio da GE Renewable Energy, que

em 2018”.

reúne soluções para energia eólica (onshore e

offshore), hidrelétricas, sistemas híbridos com

participação importante na economia do País.

armazenamento de energia, serviços digitais e,

Foram investidos R$145 bilhões no período

agora, também transmissão e distribuição de

de 2010 a 2018. “Trata-se de uma cadeia

energia. “Estivemos presentes nos principais

produtiva robusta, com recursos humanos

painéis e apresentamos workshops que

qualificados, respondendo por cerca de 190 mil

abordaram temas de extrema importância para

postos de trabalho, e a geração de energia eólica,

o desenvolvimento sustentável de toda a cadeia

com aproximadamente 15GW de capacidade

produtiva do setor eólico nacional. E, com muito

instalada e 600 parques eólicos em operação

orgulho, também anunciamos que o Brasil foi

em 12 Estados, representa, atualmente, algo em

selecionado como o primeiro país de 60Hz a

torno de 9% da matriz elétrica brasileira”, frisou.

receber a maior turbina onshore da GE, a Cypress

5.3MW”, contou.

estratégicas com base no planejamento de médio

A indústria de energia eólica tem uma

Caberá ao Ministério a definição de políticas


42

Evento

e longo prazo por meio da definição objetiva

recursos energéticos, assim como as formas para

dos recursos energéticos que precisam ser

atrairmos e retermos os investimentos para o

desenvolvidos para assegurar o desenvolvimento,

setor, uma das bases da infraestrutura brasileira.

tornando o País um destino mais atraente e

Entendemos que se trata de um desafio que

seguro para investimentos de longo prazo.

está aposto para todos nós: União, Estados e

municípios, e necessitamos, portanto, de ações

O ministro salientou também que, conforme

o previsto no Plano Decenal de Energia,

conjuntas e sinérgicas, multiplicando os esforços

considerando o crescimento médio do Produto

para buscarmos os resultados que a sociedade

Interno Bruto (PIB) de cerca de 2% ao ano, o

tanto espera”, declarou.

Brasil voltará a crescer. "Serão necessários, nos

próximos 10 anos, investimentos de cerca de

enfrentar todos os desafios à frente, executando

R$400 bilhões no setor elétrico, sendo R$226

ações condizentes com as orientações do

bilhões em geração centralizada de energia,

presidente Jair Bolsonaro, em harmonia com

com previsão de implantação de mais 2GW em

o Congresso Nacional e com os demais atores

geração eólica”, apontou.

partícipes, em estrita consonância com as

recomendações emanadas pelos órgãos de

Ele destacou também a ênfase que está

Ele garantiu que o Ministério buscará

sendo dada aos aspectos de previsibilidade. Já

controle. “Estejam seguros do nosso empenho

foram definidas as datas dos leilões de geração

e do nosso entusiasmo, para que, juntos,

e de transmissão de energia, para os anos de

possamos escrever um novo capítulo de

2019 até 2021, decisão importante para o setor

prosperidade em nossa história”, sustentou.

elétrico e, principalmente, para os investidores e fornecedores de bens e serviços, que poderão se

Painéis técnicos e temáticos

planejar com a antecedência necessária.

Araripe, abriu a 10ª edição do Brazil Windpower,

Para Albuquerque, ao perseguir a

O presidente da Casa dos Ventos, Mário

governança, a estabilidade regulatória e

com a “Sessão Especial | Lançamento do Boletim

jurídica, a previsibilidade sempre em nome do

Anual de dados e o futuro da energia eólica”.

interesse público, o setor eólico poderá contar

O especialista falou sobre as perspectivas

com um mercado mais competitivo, com

para o setor e os principais desafios que serão

mais investimentos e com melhores serviços

enfrentados no processo de expansão da fonte

prestados à população. “Como bem sabemos,

eólica no País. Explicou também que o Brasil

estamos em uma situação em que é crucial

precisará adicionar mais 20GW em capacidade

repensarmos a utilização e destinação dos

instalada apenas para atender a demanda gerada


Evento

43

pela mobilidade elétrica nos próximos 12 anos.

cabos, com aparelhos analógicos. “Hoje em

Um dos pioneiros da energia eólica no Brasil,

dia, há fibra ótica, sendo muito mais fácil fazer

Araripe acredita que o futuro da matriz elétrica

mudanças entre si. Os 3 D’s serão os grandes

seja a energia composta pelas fontes eólicas

drivers da indústria de energia para os próximos

e solares e sistemas de armazenamento com

15 ou 20 anos”, concluiu.

baterias.

de destaque, dentre outros, foi o: “O Mercado

Na tarde do primeiro dia do evento, o

No segundo dia, 29 de maio, um dos painéis

painel “Os 3Ds do futuro: Descarbonização,

Livre para energia eólica: novas experiências,

Digitalização e Descentralização” colocou em

aprendizados e crescimento”, do qual participou

pauta os 3 D's que deverão revolucionar o

Ricardo Lisboa, sócio do Grupo Delta Energia,

processo de geração de energia. Roberta Bonomi,

abordando a expansão do mercado livre de

responsável pela Enel Green Power no Brasil,

energia e quais os papéis das comercializadoras

afirmou que a distribuidora foi uma das primeiras

e geradores no aumento da produtividade do

empresas a enxergar o potencial das energias

setor eólico no Brasil. Para Lisboa, é preciso se

renováveis e a ganhar escala e conhecimento

preocupar com as mudanças que ocorrerão

neste mercado. “Não temos receios das

daqui a cinco anos no sistema elétrico brasileiro.

mudanças ou medo de que um mercado

“A energia eólica consegue garantir a entrega

‘canibalize’ outro. Nossa preocupação é o cliente.

de energia com rapidez e eficiência, enquanto

Estaremos sempre oferecendo as melhores

os atributos das hidrelétricas são diferentes. É

soluções para atender aos anseios do mercado

necessário que haja um equilíbrio hoje para não

e das pessoas”, comentou Bonomi, durante sua

termos problemas no futuro”, alertou.

participação.

econômica, contratações, mercado livre e maior

Outro debatedor convidado foi o presidente

No painel “Ventos do Futuro: conjuntura

da ABB Brasil, Rafael Paniagua, que explicou

participação da energia eólica na matriz elétrica”,

em sua palestra que quando há muitas pessoas

um dos debatedores foi Sandoval Feitosa,

consumindo energia em diferentes áreas,

diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica

sem dúvida, é preciso descarbonizar, e não

(Aneel), o qual explanou as ações do Regulador

mais utilizar energias que resultem em uma

para permitir o desenvolvimento sustentável

grande quantidade de CO2 e causem altos

da geração eólica no Brasil. Dentre os pontos

riscos para a atmosfera. “As tecnologias atuais

discutidos, destacam-se o trabalho da Aneel para

estão sinalizando que a geração está hoje

aprimoramento das regras de conexão e de uso

muito mais perto do consumidor, e por isso,

dos sistemas de transmissão pelos geradores,

se dá a descentralização, em que se pode ter

os leilões de geração que serão realizados em

outras fontes de energia diferentes, podendo

2019, a informatização do procedimento de

compartilhá-las com vizinhos, por exemplo.

fiscalização dos empreendimentos eólicos, as

Pequenas empresas e/ou shopping centers

modificações previstas no mercado de energia

podem ter seus próprios geradores tradicionais e

e os desafios e oportunidades da geração eólica

outros mais complexos”, esclareceu.

para o desenvolvimento socioeconômico de

regiões mais pobres. “Para nós, foi uma honra

Ele relatou que, no passado, pessoas que

se encontravam muito longe dos centros de

podermos contribuir com esse evento. Temos

redes de eletricidade, dispunham de sistemas

a grata satisfação de perceber que a Aneel

isolados, que oferecem riscos de qualidade

esteve, mais uma vez, colaborando com o

de fornecimento. “Hoje, o importante da

desenvolvimento do mercado de energia elétrica

descentralização é que o consumidor pode ter

em benefício de toda a sociedade brasileira”,

a sua própria geração, com informação online

declarou.

sobre a demanda e as previsões para os próximos

15 minutos, meia hora, duas horas, dois ou três

data e hora marcadas: será de 2 a 4 de junho de

dias, tendo todos esses dados processados pelos

2020, no Transamérica Expo Center, em São

operadores”, detalhou.

Paulo (SP).

Já existem subestações digitais, sendo

que, antigamente, as conexões eram feitas com

A 11ª edição do Brazil Windpower já tem

Mais informações estão disponíveis no site:

www.brazilwindpower.com.br.


Energia solar fotovoltaica

44

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR.

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR.

Siqueira Neto é CEO da Elektsolar e coordenador da Força Tarefa de Capacitação e Certificação da Absolar

Aprendizagem e competência no setor solar fotovoltaico dado que os sistemas solares

distribuído a todos os funcionários,

solar fotovoltaico não funciona

experientes não estão disponíveis

fotovoltaicos são complexos, com

com seus componentes e objetivos.

sozinho. A escolha de componentes

em todos os mercados ou áreas

componentes elétricos e mecânicos,

Uma forma prática e padronizada

e equipamentos deve garantir que

geográficas do País, havendo uma

demandando conhecimentos

de fazê-lo para as empresas já

o sistema atenda às expectativas

demanda elevada no setor por mais

específicos. Antes de qualquer

estruturadas é por meio da ISO

de performance de longo prazo

profissionais capacitados. Por isso,

instalação, as estruturas dos

9001:2008.

do cliente. O monitoramento da

as qualificações de profissionais

telhados devem ser avaliadas, em

A principal meta de uma

geração de energia elétrica serve de

vendedores, projetistas, instaladores

alguns casos, com a emissão de

empresa solar fotovoltaica deve

referência para sua performance ao

e inspetores de comissionamento

laudos técnicos, e a infraestrutura

ser o desempenho de longo prazo

longo do tempo. A análise regular do

são estratégicas para o setor.

elétrica deverá passar por inspeção

do sistema para seus clientes.

desempenho do sistema permite

É necessário um processo de

prévia.

Isso dependerá da forma como o

antever sinais de degradação ou

capacitação contínua, que traga

Para lidar com essas

sistema será instalado, operado

desvios de performance e agir

excelência nas áreas técnicas e

complexidades, aplicam-se

e mantido. Deve-se evitar erros

preventivamente. Isso proporciona

comerciais. Há diversos cursos

os conceitos de competência

de projeto, minimizados por visita

maior valor ao cliente final,

disponíveis no País, porém, de

organizacional e competência

técnica, cálculos de sombreamento

assegurando melhor desempenho e

qualidades bastante variáveis.

individual. Quando há informação

e dos riscos de degradação dos

maior retorno sobre o investimento,

Trabalhadores fotovoltaicos

relevante à disposição, para

equipamentos, como em ambientes

fortalecendo a reputação da

necessita de um profissional

direcionar as ações organizacionais,

altamente salinos ou corrosivos.

empresa responsável.

especializado atuando em

as empresas encontram formas

campo. Ele será o responsável por

rotineiras de explorá-las. Uma

de módulos fotovoltaicos toda

de Energia Solar Fotovoltaica

implementar o sistema fotovoltaico

alta competência organizacional

a superfície de um telhado,

(Absolar), a geração distribuída

conforme projetado, seguindo as

pode ser atingida por meio do

impossibilitando a posterior

solar fotovoltaica é uma

recomendações dos fabricantes

aperfeiçoamento e da prática de

operação e manutenção. Deve-se

oportunidade tanto para a

dos equipamentos. A função exige

habilidades rotineiras.

deixar espaço suficiente para

iniciativa privada, quanto para

preparo para a correta tomada de

o fácil acesso e movimentação

instituições governamentais,

decisões na implementação do

a aprendizagem conduzida por

ao redor deles. Andar sobre os

com a possibilidade de geração de

sistema. Por vezes, características

meio de respostas de curto prazo

módulos é terminantemente

milhares de postos de trabalho e o

únicas da instalação exigirão do

pode trazer resultados. Porém,

proibido, dado que microfissuras

fomento à inovação. Com avanços

supervisor decisões específicas

a competência enfoca a prática,

poderão se formar, danificando

em aprendizagem e competência,

para o projeto, influenciando a

bem como as respostas a desafios

o equipamento, ocasionando

espera-se ampliar a competitividade

segurança, qualidade e desempenho

anteriores, no processo de

hotspots ou pontos quentes,

das empresas solares fotovoltaicas

do conjunto.

aprendizagem. Assim, a experiência

que aceleram a degradação dos

brasileiras, afinal, o futuro é

Uma empresa integradora

Para organizações e indivíduos,

Um bom projeto não recobre

Para a Associação Brasileira

se acumula gradualmente.

módulos, levando a problemas

promissor. A Bloomberg New Energy

fotovoltaico deve ser realizada

Recomenda-se um plano de

de desempenho, riscos à

Finance projeta que, em 2040, a

por empresa com experiência

gerenciamento da qualidade, com

segurança e perda da garantia dos

energia solar fotovoltaica será a

prévia comprovada e que capacite

todos os elementos da política de

equipamentos por manipulação

fonte elétrica número um do Brasil,

periodicamente seus profissionais.

atendimento ao cliente, garantia de

inapropriada.

ultrapassando a fonte hídrica. Para

A experiência de trabalho reduz

qualidade e performance do sistema

chegar lá, muitos profissionais

riscos de problemas na instalação,

fotovoltaico. O plano deve ser

intervenção mínima, um sistema

A integração do sistema solar

Embora projetado para

deverão ser treinados e qualificados.


Energia Eólica

45

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Dia Mundial do Vento

No dia 15 de junho,

comemoramos o Dia Mundial do Vento. E, como sabemos, tendo um dos melhores ventos do mundo, o Brasil tem muito a comemorar, já que desenvolvemos uma eficiente indústria de energia eólica, fazendo do vento, hoje, a segunda fonte de nossa matriz elétrica, com mais de 7.500 turbinas em operação e mais de 600 parques eólicos. Esta é uma boa oportunidade para uma rápida viagem ao início deste setor, para que possamos perceber o quão rápido e intenso foi este crescimento.

então, o Programa Emergencial

nacional para os aerogeradores

dados do setor, é possível visualizar

de Energia Eólica (Proeólica). Esse

fruto desse programa.

como a fonte eólica começa seu

Fernando de Noronha, entrou em

programa tinha como objetivo

efetivo crescimento a partir do

operação o primeiro aerogerador

a contratação de 1.050MW de

primeiro leilão de comercialização

leilão ocorrido em 2009, sendo

instalado no Brasil, resultado

projetos de energia eólica até

de energia voltado exclusivamente

que as instalações começaram a se

de uma parceria entre o Centro

dezembro de 2003. Já se falava,

para a fonte eólica. Este leilão,

intensificar a partir de 2010, ano

Brasileiro de Energia Eólica

então, da complementaridade

denominado Leilão de Energia de

em que tínhamos menos de 1GW.

(CBEE) e a Companhia Energética

sazonal do regime de ventos

Reserva (LER), foi um sucesso,

Hoje, já passamos dos 15GWS e,

de Pernambuco (Celpe), com

com os fluxos hidrológicos nos

com a contratação de 1,8GW, e

em 2023, apenas considerando os

financiamento do instituto

reservatórios hidrelétricos. Esse

abriu portas para novos leilões que

leilões já realizados, teremos 20GW.

de pesquisas dinamarquês

programa, no entanto, não obteve

ocorreram nos anos seguintes. O

Vale lembrar que, neste ano, teremos

Folkecenter. Durante os 10 anos

resultados, e foi substituído

2º LER ocorreu em dezembro de

dois leilões: um A-4 e um A-6.

seguintes, a energia eólica pouco

pelo Programa de Incentivo às

2009 e contratou usinas eólicas

cresceu, em parte pela falta de

Fontes Alternativas de Energia

com início do suprimento em 2012

prova de que o Brasil, além de bons

políticas, mas principalmente, pelo

Elétrica, o Proinfa. Além de

e cujo prazo dos contratos era de 20

ventos, também tem profissionais

alto custo da tecnologia.

incentivar o desenvolvimento

anos.

extremamente dedicados e que

das fontes renováveis na matriz

acreditam no poder renovável dos

de 2001, houve a tentativa

energética, o Proinfa abriu caminho

instalação da fonte eólica ao longo

ventos para construir uma relação

de incentivar a contratação de

para a fixação da indústria de

dos anos, que você pode encontrar

sustentável e respeitosa com

empreendimentos de geração de

componentes e turbinas eólicas no

no site da ABEEólica, no InfoVento,

a natureza, cuidando do nosso

energia eólica no País. Criou-se,

Brasil com exigências de conteúdo

nosso infográfico dos principais

planeta para as gerações futuras.

Em 1992, no arquipélago de

Durante a crise energética

No final de 2009, ocorreu o

Na curva de desenvolvimento e

Este nosso breve histórico é a


46

Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Raio-X do mercado de dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando O desempenho do segmento deve ser influenciado por fatores como desaceleração da economia, crise política e falta de confiança de investidores


47

O Setor Elétrico / Junho de 2019

A previsão de crescimento da economia para este ano foi reduzida mais uma vez por analistas

da área financeira, segundo dados divulgados pelo Banco Central no início do mês de julho.

Segundo apontamento do relatório Focus, a previsão de crescimento do Produto Interno

Bruto (PIB) em 2019 passou de 0,87% para 0,85%, sendo a 18ª semana seguida de corte na previsão de crescimento para o ano. Já para 2020, os economistas dos bancos não alteraram, até então, as previsões de crescimento do PIB, mantendo a expectativa em 2,20%.

Esta baixa projeção do cenário econômico e financeiro tem preocupado o empresariado e

retido a aplicação de investimentos no País, culminando em um crescimento tímido do mercado, dentro do qual está inserido, particularmente, o segmento de dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando de baixa e média tensão.

Conforme pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico com 43 empresas que atuam no setor,

a percepção da maioria é que a desaceleração da economia, a crise política e a falta de confiança de investidores são os fatores que mais devem influenciar no desempenho desse mercado. FATORES QUE DEVEM INFLUENCIAR O MERCADO DE DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO, MANOBRA E COMANDO

7%

16%

Bom momento econômico do país

Falta de confiança dos investidores

23%

Desaceleração da economia brasileira 23%

Crise política 13%

Setor da construção civil desaquecido

6%

Desvalorização da moeda nacional

6% 3%

3%

Falta de normalização e/ou legislação

Projetos de infraestrutura

Incentivos por força de legislação ou normalização

Apesar dos entraves que assolam o desenvolvimento desse setor, as empresas entrevistadas

apostam em um crescimento de 4% em 2019, sendo que a estimativa para o ano passado foi de 6%. Já o percentual de contratação de funcionários deve ser de 3%. Previsões de crescimento

3%

Percentual de contratação de funcionários de sua empresa em 2019

4%

Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2019

6% 6%

Previsão de crescimento percentual para 2019 Percentual de crescimento em 2018 comparado ao ano anterior


48

Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

O principal segmento de atuação das empresas que participaram

Fusíveis BT

do levantamento é o industrial; na sequência, estão o de montadores

12%

de painéis e o ramo comercial, respectivamente. Apenas 40% correspondem ao setor residencial.

22%

Outros

Tipo NH

11%

Especiais

Principais segmentos de atuação

40%

O Setor Elétrico / Junho de 2019

14%

Residencial

72% 74%

Tipo D Comercial

23%

Acessórios para fusíveis

Montadores de painéis

91%

Industrial

18%

Tipo cartucho

Dispositivos BT

As vendas ocorrem, principalmente, por meio de revendas /

distribuidores, aparecendo, em seguida, distribuidores e atacadistas. A internet foi apontada como meio de comercialização por somente 14%

43%

Dispositivos Diferenciais Residuais (DR)

das consultadas. Principais canais de vendas

57%

Dispositivos de proteção contra Surtos (DPS)

Internet

14% 26%

Telemarketing

67%

Venda direta ao cliente final

81% 84%

Distribuidores / Atacadistas Revendas de materiais elétricos

Relés BT

11%

Outros

17%

De falta à terra

13%

Fotoelétricos

19%

A seguir, a pesquisa mostra os dispositivos mais comercializados

De subtensão

em detrimento de outros para desempenhar funções similares e/ou que se enquadram em uma mesma categoria de produtos. Como se

22%

pode notar, houve diminuição da média percentual entre dispositivos

Outros relés de proteção eletrônicos

de proteção contra surtos (DPS) e dispositivos diferenciais residuais (DR). Na pesquisa publicada em 2018, os números indicaram 57%

18%

Outros relés de proteção eletromêcanicos

para DPS e 43% para DR. Motor BT

Disjuntores BT

1%

Outros

32%

15%

Inversor de frequência

Abertos

22%

Acessórios para disjuntores

26%

Soft starter

22%

19%

Caixa moldada

Disjuntormotor

42% 21%

Mini-disjuntores

Chave de partida de motor


49

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Iluminação BT

de determinados segmentos, 39% delas acreditam que o mercado de

34%

Minuteria

Segundo a percepção das empresas sobre o faturamento anual

34%

dispositivos de proteção de baixa tensão fature até R$10 milhões. Por

Interruptor para iluminação

outro lado, 38% creem que o mercado de dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão gire na faixa de R$200 milhões a R$500 milhões.

Dispositivos de proteção

11%

15%

controle, seccionamento,

Botoeira

acionamento e sinalização

13%

10%

Relé de impulso

6%

5%

6%

33%

11%

18%

6%

6%

6%

35%

29%

13%

6%

13%

6%

38%

25%

de baixa tensão

Sinalizadores em geral

Sensores em geral

39%

de baixa tensão Dispositivos de comando,

Programador horário

9%

Acima de R$ 500 milhões

15%

Temporizadores

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

Outros

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

7%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões

Outros dispositivos BT

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões

32%

Variador de luminosidade

Até R$ 10 milhões

Percepção sobre o tamanho anual total de mercados específicos

Dispositivos de proteção

10%

e seccionamento de

Chave fim de curso 10%

média tensão

Contato

Ao que se refere ao faturamento das empresas que participaram

dessa pesquisa exclusiva, observou-se que 33% obtêm, anualmente, faturamento bruto médio de até R$ 20 milhões.

Dispositivos MT

19%

Pára-raios

21%

Faturamento bruto anual médio das empresas pesquisadas

Disjuntores

7%

17%

Acima de R$ 200 milhões

Acessórios para fusíveis 19%

24%

Acessórios para disjuntores

Fusíveis

13%

Relés MT

23%

Outros relés de proteção eletrônicos

7%

De R$ 80 milhões até R$ 200 milhões

21%

27%

Até R$ 5 milhões

De R$ 40 milhões até R$ 60 milhões

De falta à terra

13% 27% 29%

Outros relés de proteção eletromêcanicos

De subtensão

De R$ 20 milhões até R$ 40 milhões

33%

De R$ 5 milhões até R$ 20 milhões


Clamper

(31) 3689-9500

www.clamper.com.br

Lagoa Santa

MG

X

COEL

(11) 2066-3211

www.coel.com.br

São Paulo

SP

X

D´LIGHT

(11) 2937-4650

www.dlight.com.br

Guarulhos

SP

X

X

EATON

0800 00 32866

www.eaton.com.br

Porto Feliz

SP

X

X

X

EFE-SEMITRANS

(21) 2501 1522

www.efesemitrans.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

eletricteck

(16) 3877-5510

www.eletricteck.com.br

Ribeirao Preto

SP

X

X

ELOS

(41) 3383-9290

www.elos.com.br

Curitiba

PR

ELETROTRAFO

(43) 3520-5000

www.eletrotrafo.com.br

Cornélio Procópio

PR

X

EMBRASTEC

(16) 3103-2021

www.embrastec.com.br

Ribeirao Preto

SP

ENERBRAS

(41) 2111-3000

www.enerbras.com.br

Campo Largo

PR

Engepoli Engenharia

(11) 4335-5139

www.engepolienergia.com

São Bernardo do Campo

SP

Exatron

(51) 3357-5000

www.exatron.com.br

Canoas

RS

X

FINDER

(11) 4223-1550

www.findernet.com

São Caetano do Sul

SP

GE DO BRASIL

0800 595 6565

www.geindustrial.com

Contagem

MG

Holec

(11) 4191-3144

www.holec.com.br

Boituva

JNG MATERIAIS ELÉTRICOS

(11) 2090-0550

www.jng.com.br

São Paulo

Kienzle Controles

(11) 2249-9606

www.kienzle-haller.com.br

Kraus & Naimer

(11) 2198-1288

www.krausnaimer.com.br

Kron Medidores

(11) 5525-2000

Legrand

0800 118 008

LUKMA ELECTRIC MAGNET

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São Paulo

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Cotia

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www.kron.com.br

São Paulo

SP

X

www.legrand.com.br

São Paulo

SP

X

(17) 2138-5050

www.lukma.com

São José do Rio Preto

SP

(11) 4176-7878

www.mmmagnet.com.br

São Bernardo do Campo

SP

X

MarGirius

0800 707 3262

www.margirius.com.br

Porto Ferreira

SP

X

Média Tensão

(11) 2384-0155

www.mediatensao.com.br

Guarulhos

SP

Mersen do Brasil

(11) 2348-2360

http://ep-fr.mersen.com

Cabreuva

SP

X

Metaltex

(11) 5683-5700

www.metaltex.com.br

São Paulo

SP

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www.mitsubishielectric.com.br São Paulo

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SC

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Jaraguá do Sul

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www.weg.net

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(47) 3276-4000

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WEG

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RJ

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Rio de Janeiro

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São Paulo

SP

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www.quadrimar.com.br

São Paulo

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www.phoeniXcontact.com.br

Indaiatuba

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X

X

X

(11) 3871-6400

www.fuses.com.br

X X

X

Phoenix Contact

www.tee.com.br

X

X

X

(15) 3225-5060

X

X

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X

X

(19) 3875-9868

X

X

X

X

THS

X

X

SP

TEE

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X

X

SP

RS

X

X

X

São Paulo

SP

X

X

X

Sorocaba

São Paulo

X

X

www.obo.com.br

Caxias do Sul

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X

X

(11) 99105-5014 www.pextron.com.br

www.steck.com.br

X

X

X

X

(15) 3335-1382

www.soprano.com.br

X

X

X

X

Pextron

(54) 2101-7072

X

X

X

X

X

OBO BETTERMANN

Steck Indústria Elétrica (11) 2248-7000

X

X

X

X

X

X

Soprano

X

X

X X

X

X

X

X

X

www.sassitransformadores.com.br Taboão da Serra

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X

X

X

(11) 4138-5122

X

X

X

X

SP

(11) 99779-3039 www.ab.com

X

X

X

X

SP

Sassi Medidores

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X

X

X

X

São Bernardo do Campo

Rockwell Automation

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X

X

www.mtm.ind.br

QUADRIMAR Qua. e Painéis (21) 2428-3155

X

X

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X

(11) 4125-3933

X

X

X

MTM

Mitsubishi Elec. do Brasil (11) 4689-3000

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X

X X

X

X

X

Acessórios para disjuntores

X

Disjuntor-motor

SP

Mini-disjuntores

São Paulo

X

Caixa moldada

SP

www.alpha-ex.com.br

X

X

Abertos

São Paulo

(11) 3933-7530

X

X

X

Oferece treinamento técnico para os clientes

(11) 96949-0029 www.agpr5.com

Alpha Equip. Elétricos

X

X

Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente

AGPR5

X

X

Importa produtos acabados

SP

Disjuntores BT

Exporta produtos acabados

São Paulo

Possui programas na área de responsabilidade social

www.abb.com.br

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Dispositivos de proteção de baixa tensão Possui serviço de atendiemnto ao cliente por telefone e/ou internet

(11) 3688-9111

Internet

SP

ABB Ltda

Telemarketing

X

UF

Guarulhos

Venda direta ao cliente final

Distribuidores/Atacadistas

X

Cidade

www.acabine.com.br

Revendas/Varejistas

Montadores de painéis

X

Site

(11) 2842-5252

Residencial

X

Comercial

X

Industrial

Serviços (manutenção, montagem de painéis, etc.)

Distribuidora

Fabricante

X

Telefone

X

Principal canal de vendas

X

EMPRESA A.Cabine Mat. Elétricos

Possui certificado ISO 14001 (ambiental)

Principal segmento de atuação

Empresa

Possui certificado ISO 9001 (qualidade)

Pesquisa - Dispositivos elétricos de proteção, manobra e comando BT-MT

Outros

50


51

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Dispositivos de proteção e seccionamento de média tensão

Pára-raios

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Outros relés de proteção Eletrônicos

Acessórios para fusíveis

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De subtensão

Acessórios para disjuntores

Programador horário

Sensores em geral

Sinalizadores em geral

Relé de Impulso

Contato

Chave fim de curso

Botoeira

Temporizador

Inversor de freqüência

Chave de partida de motor

X

Minuteria

X

Soft starter

X

Variador de luminosidade

X

X

Religadora

X

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Fusível

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Seccionadora fusível

X

X

Seccionadora

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X

Reversora

X

X

Comutadora

X

X

Manual

X

X X

Relés MT

Fusíveis

Dispositivos MT

Disjuntores

Outros BT

Outros

Motor BT

De falta à terra

Iluminação BT

X

Automática

Outros

De proteção Eletrônicos

Fotoelétricos

De proteção Eletromecânicos

De subtensão

Chaves BT

Outros relés de proteção Eletromecânicos

Dispositivos de comando, controle, seccionamento, acionamento e sinalização de baixa tensão Chaves de trans­­ferência BT

Relés BT

De falta à terra

De proteção contra Surtos (DPS)

Outros

Especiais

Acessórios para fusíveis

Tipo cartucho

Tipo D

Tipo NH

Diferenciais Residuais (DR)

Dispositivos BT

Interruptor para iluminação

Dispositivos de proteção de baixa tensão Fusíveis BT

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Tec

O Setor Elétrico / Junho de 2019

metamorworks | shutterstock.com

Por Juliana Iwashita*

A Internet das Coisas nos sistemas de iluminação


Tec

O Setor Elétrico / Junho de 2019

A evolução da Internet vem fazendo

Dispositivos conectados, além dos

dispositivo conectado.

cada vez mais com que nosso dia a dia seja

celulares e tablets, são cada vez mais comuns:

facilitado por novas tecnologias e objetos que

televisões, relógios, câmeras, termostatos,

visando trazer ganhos de produtividade,

são desenvolvidos a cada momento. Estamos

tomadas, fones de ouvido, são apenas

diminuição de custos de produção e operação

cada vez mais conectados à Internet e não

alguns tipos de dispositivos que se tornaram

e aumento de facilidades. Na área da saúde,

vivemos mais sem ela.

inteligentes.

por exemplo, pacientes podem utilizar

É possível observar três grandes

A Internet das Coisas é a tradução literal

Muitas aplicações novas estão surgindo,

dispositivos conectados que medem os dados

fases na evolução da Internet. A primeira

da expressão em inglês: Internet of Things

vitais, como batimentos cardíacos e pressão

foi a implantação da Rede Mundial de

(IoT). Esse termo foi proposto em 1999,

sanguínea, e os dados coletados podem ser

Computadores, o World Wide Web

por Kevin Ashton, pesquisador britânico do

enviados, em tempo real, para os médicos e

(WWW), também conhecido como Web,

Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

clínicas de exames.

que possibilitou a comunicação entre

Surgiu da ideia de conectar os objetos entre si

computadores pessoais, troca de informações,

e em rede, de maneira a interagir e “sentir” o

podem informar, em tempo real, quando

dados e interação entre pessoas através de

mundo ao redor de forma inteligente.

determinado item está começando a faltar,

e-mails. A segunda fase da Internet estendeu a

Neste sentido, cada objeto (coisa)

Em lojas de varejo, prateleiras inteligentes

qual produto está tendo menos saída,

tem uma identidade única, como uma

exigindo medidas como reposicionamento

rede mundial de computadores a uma rede de

identificação por RFID, que usa frequências

ou criação de promoções. Ou informando

pessoas e comunidades. Nesta fase, percebe-se

de rádio para identificar os produtos. Cada

em quais horários determinados itens são

como passamos a nos conectar através de

objeto tem um endereço único e possui

mais vendidos, ajudando na elaboração de

diversas redes sociais em aplicativos como

sensores e atuadores que coletam informações

estratégias de vendas.

Facebook, Instagram, LinkedIn, WhatsApp,

e as transformam em dados. Estes dados são

entre muitas outras.

enviados para servidores nas nuvens, através

saber pelo smartphone ou em telas instaladas

de um sistema de comunicação, que pode

nos pontos qual a localização de determinado

Nela, a rede passa a interligar vários tipos

ser de vários tipos (Zigbee, Bluetooth, Wi-Fi,

ônibus. Os sensores também podem ajudar a

de objetos e dispositivos inteligentes que

Lora, Li-Fi etc.).

empresa a descobrir se um veículo apresenta

A Internet das Coisas é a terceira fase.

interagem entre si e entre as pessoas, e tornam

Os servidores tratam os dados. Esta é a

No transporte público, usuários podem

defeitos mecânicos, assim como saber como

o dia a dia mais fácil. Os dispositivos colhem

fase mais relevante, pois é quando se avaliam

está o cumprimento de horários, o que indica

informações e “aprendem” nossas preferências,

padrões, fazem previsibilidades e gera-se

a necessidade ou não de reforçar a frota.

fazendo com que esse tipo de tecnologia seja

a inteligência do processo de forma que

cada vez mais útil e indispensável no futuro.

comandos de ações são devolvidos para o

Em serviços públicos, sensores em lixeiras podem ajudar prefeituras a otimizarem


54

Tec

O Setor Elétrico / Junho de 2019

a forma de se controlar a luz será a próxima

conectada sendo utilizado em conjunto com

grande revolução na área, pois o que se

sensores de presença e termostatos. Em um

Estão surgindo nos últimos

nota é uma tendência mais descomplicada

escritório inteligente conectado, os gerentes

anos diversos modelos de

de controle, permitindo que tanto usuários

de facilities podem, por exemplo, através das

residenciais como comerciais controlem

luminárias, identificar e analisar se uma sala

facilmente a luz, dimerizando ou criando

ou posto de trabalho está ocupado e controlar

cenas de iluminação.

os dados de temperatura do ambiente.

lâmpadas inteligentes que, conectadas a diferentes

Estão surgindo nos últimos anos

Desta forma, amplia-se em muito a

sistemas de comunicação

diversos modelos de lâmpadas inteligentes

maneira de se tratar a iluminação e seu

com outros dispositivos,

que, conectadas a diferentes sistemas de

controle. Os sistemas convencionais serão

comunicação com outros dispositivos, podem

substituídos por uma inteligência que

podem ser comandadas

ser comandadas por smartphones, tablets ou

trará benefícios muito além da questão da

por smartphones, tablets ou

assistentes virtuais, como o Google Home e

economia de energia. A iluminação inteligente

a Amazon Alexa, que permitem controlar a

estará cada vez mais alinhada à iluminação

assistentes virtuais, como o

iluminação por comandos de voz.

centrada no ser humano, promovendo o

Google Home e a Amazon

sensores de luminosidade e presença que

Alexa, que permitem

entendem o horário do dia e, na presença de

controlar a iluminação por

movimento, se acendem automaticamente

casas e nos escritórios inteligentes. Soluções

em temperaturas de cor e intensidade

associadas à iluminação dinâmica, sistemas

luminosa distintas em função do horário do

com temperaturas de cor distintas que

dia. Assim, por exemplo, se esta lâmpada

se alteram em função do horário do dia,

estiver no seu quarto e, porventura, você

aplicações integradas com outros sensores e

acordar na madrugada, ela acenderá em

dispositivos sem fio da casa e do escritório

temperatura de cor quente e em baixa

serão cada vez mais usuais.

comandos de voz.

Existem lâmpadas integradas a

bem-estar e o aumento do desempenho e produtividade dos ocupantes. A iluminação terá um grande papel nas

as coletas de lixo. Os carros podem ser

intensidade luminosa. Entretanto, se for às 7h

A Gartner, empresa de pesquisa e

conectados a uma central de monitoramento

da manhã, ela acenderá em intensidade mais

consultoria especializada em TI, prevê que

de trânsito para obter a melhor rota para

forte e temperatura de cor mais fria para se

estarão em uso 14,2 bilhões de equipamentos

o momento, assim como para ajudar o

assemelhar à luz natural do respectivo horário.

conectados em 2019, e que esse total chegará a

departamento de controle de tráfego a saber

Além disso, é possível controlá-la por

25 bilhões de dispositivos até 2021.

quais vias da cidade estão mais movimentadas

comando de voz, programar horários de

naquele instante.

acendimento ou desligamento pelo aplicativo,

conectadas, porém, com grande penetração

criar cenas para diferentes atividades ou

e potencial de crescimento nos próximos

horários do dia e economizar energia de

anos, visto as vantagens que poderão trazer à

forma a utilizá-la apenas quando não houver

forma de se iluminar. Segundo o Instituto de

luz natural. Tudo isso com um sistema plug in

Pesquisas Gartner, a iluminação inteligente

play, intuitivo e fácil de programar.

em edifícios e instalações industriais tem o

IoT na Iluminação Em relação à iluminação, a Internet das Coisas está evoluindo rapidamente o modo como se controla a luz. O Instituto de

Outra vantagem de um sistema IoT é

A iluminação é apenas umas das “Coisas”

potencial de reduzir os custos de energia em

pesquisas Gartner prevê que a iluminação

que os dispositivos de iluminação também

90%, utilizando iluminação de LED, sensores

inteligente deverá crescer de 46 milhões

podem interagir com outros dispositivos. Se

e controles, conectividade e inteligência.

de unidades em 2015 para 2,54 bilhões de

estiverem conectadas a câmeras, por exemplo,

unidades em 2020, considerando a iluminação

as lâmpadas podem ser ligadas, simulando a

inteligente como um sistema que está ligado a

presença de pessoas na residência, caso seja

uma rede e pode ser monitorado e controlado

observada a presença ou movimentação de

a partir de um sistema centralizado ou por

um intruso.

meio da nuvem. Após a introdução do LED na iluminação,

Em aplicações comerciais e industriais, nota-se também o conceito da iluminação

Desafios e preocupações A Internet das Coisas tem enfrentado dois grandes desafios: falta de infraestrutura e de regulamentação. Para que a Internet das Coisas funcione, é preciso que os dispositivos


Tec 55

O Setor Elétrico / Junho de 2019

tenham endereços únicos. Com o aumento

grandes eventos. Se esse sistema for atacado

Tendências, Tecnologias e Conectividade.

exponencial de dispositivos conectados,

ou falhar, o trânsito da cidade poderia

São Paulo, SP, Brasil: Trabalho de conclusão

um limitante é quantidade disponível de

se tornar um caos em questão de poucos

de curso apresentado à Pós-Graduação do

endereçamento. Uma das soluções seria adotar

minutos.

Centro Universitário Belas Artes como parte

o sistema Ipv6, que permite a criação de mais endereços IP. Já a regulamentação diz respeito à

É preciso definir e seguir critérios que garantam a disponibilidade dos serviços,

dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Lighting Design.

incluindo a rápida recuperação em casos de falhas

“linguagem” que os objetos conectados

ou ataques, proteção de comunicações, definição

*Juliana Iwashita é arquiteta pela FAU-USP,

se comunicam. Uma série de sistemas

de normas para privacidade, confidencialidade de

mestre em Engenharia Elétrica pela Escola

de comunicação está sendo atualmente

dados, integridade, entre outros.

Politécnica da USP com ênfase em Sistemas

utilizada, porém, não há uma padronização,

Além dos desafios tecnológicos em si, é

de Potência. Diretora da EXPER Soluções

o que dificulta a interoperacionalidade de

preciso tratar cada ponto, levando em conta

Luminotécnicas, especializada em treinamentos,

dispositivos. Outro grande desafio da IoT

convenções globais e a legislação de cada país.

projetos e consultorias em iluminação e

refere-se aos riscos associados à segurança

No Brasil, por exemplo, a partir de 2020, entra

eficiência energética. Membro da Comissão de

e privacidade das informações. Nenhum

em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados,

normas técnicas de Aplicações luminotécnicas

sistema, infelizmente, é livre de possíveis

que estabelece princípios, direitos e deveres a

e medições fotométricas do COBEI/ABNT,

ataques, invasões, vírus ou botnets.

serem considerados no tratamento de dados

tendo atuado como coordenadora de 2008 a

pessoais de consumidores e usuários de

2017. Membro da Associação Brasileira dos

serviços da Internet.

Arquitetos de Iluminação (AsBAI). Especialista

No caso da iluminação, os sistemas poderiam parar de responder ou apresentar falhas, podendo, eventualmente, causar

Apesar de todos os desafios e

técnica da CGCRE/INMETRO para avaliação

acidentes. Em outras situações, os riscos

preocupações, a IoT não tem volta. É uma

da conformidade da certificação compulsória

podem ser maiores, não apenas individuais,

grande tendência para o futuro em diversos

de equipamentos de iluminação: lâmpadas led

mas de ordem coletiva. Exemplificando, no

segmentos. A tendência é que cada vez mais

e luminárias públicas. Professora de cursos

caso de uma cidade que tenha os semáforos

“coisas” e serviços ligados a Internet apareçam.

de pós-graduação em iluminação do Centro

conectados, o sistema de gerenciamento de trânsito controlaria cada um deles de modo

Universitário Belas Artes e IPOG e Gestão de

Bibliografia

inteligente para diminuir congestionamentos, oferecer desvios em vias bloqueadas por acidentes e criar rotas alternativas quando há

Energia da FECAP. Atuante desde 2001 na área de iluminação em projetos luminotécnicos

Machado, V. C. (2016). Tecnologias Relacionadas à Iluminação. Pesquisa de

voltados à eficiência energética, desenvolvimento de produtos, ensaios e certificação de produtos.


56

Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Por Itaimbé Matias*

56

Reforma e ampliação da Escola de Ensino Médio "Maria Antonieta Nunes"

1 - Características da edificação e uso da instalação

A Escola de Ensino Médio Maria Antonieta

Nunes foi projetada em dois blocos (Principal e Quadra Poliesportiva), sendo o primeiro composto por três pavimentos. É equipada com 12 salas de aula, dois laboratórios de informática, dois laboratórios multidisciplinares de ciências, sendo um de química e biologia e outro de física e matemática, biblioteca, cozinha, refeitório, auditório com capacidade para 120 pessoas, estacionamento interno, áreas administrativas e de apoio, além de quadra poliesportiva coberta, tendo a escola área construída total de 3.906,087m2. As instalações elétricas têm por função principal atender às cargas de iluminação, tomadas de corrente de uso geral e específico e climatização, além de elevadores e bombas de recalque e de incêndio.

2 - Topologia da instalação

A entrada de energia se dá em média tensão

(13,8kV),

fornecida

pela

concessionária

de

energia local. O ponto de entrega está localizado na subestação do tipo aérea, composta por Galpão Aromas - Produção

transformador de potência nominal 225kVA e conjunto de medição em baixa tensão (padrão


57

O Setor Elétrico / Junho de 2019

vigente à época da aprovação do projeto). A partir do quadro geral de baixa tensão, localizado

4 - Aspectos considerados de proteção elétrica

todos os DPS’s foram instalados a montante dos

dispositivos

diferenciais-residuais.

Para a proteção contra sobrecorrentes em

no térreo da edificação, partem os diversos circuitos alimentadores aos quadros terminais. Os

Proteção contra surtos de tensão

caso de falha dos DPS’s, ainda que os

pavimentos superiores e barrilete são alimentados via

Dada a existência de sistemas de PDA,

dispositivos possam conter internamente

circuitos instalados no shaft presente na edificação,

com componentes da instalação expostos e

dispositivos desligadores, dado o regime de

devidamente obturado. Existem quatro quadros

sujeitos às descargas atmosféricas (instalações

licitação vigente, não é possível garantir que

terminais no primeiro pavimento, quatro no segundo

de condicionadores de ar na laje de coberta),

tais dispositivos sejam adquiridos. Dessa

pavimento, além do quadro para alimentação da

caracterizando a edificação como detentora da

forma, optou-se por utilizar dispositivos de

bomba de incêndio, presente no barrilete.

influência externa de código AQ3, dispositivos

proteção contra sobrecorrentes (curtos-

de proteção contra surtos de tensão – DPS’s

circuitos) na própria conexão dos DPS’s,

de classe 1 foram instalados na entrada de linha

conforme figura 14-a da NBR 5410:2004,

da edificação (quadro geral de baixa tensão).

de forma a garantir a continuidade de serviço

3 - Sustentabilidade e eficiência energética

Adicionalmente, nos quadros terminais, foram

da instalação. Dada a maior facilidade de

Dada a quantidade de cargas de iluminação

instalados DPS’s de classe 2 para atenuação

compra de disjuntores em detrimento aos

e sua alta demanda, considerou-se viável e

de surtos de tensão provocados por descargas

fusíveis, tais dispositivos foram selecionados

oportuna a utilização de iluminação em LED, o

atmosféricas, transmitidos pelas linhas elétricas

como proteção contra sobrecorrentes em

que possibilitou a redução da carga instalada

(circuitos alimentadores). Considerando que

caso de falha dos DPS’s.

de iluminação em 45%, em comparação com a

o circuito alimentador geral, proveniente do

utilização de iluminação convencional, reduzindo

quadro de proteção da subestação, já chega

dos condutores de ligação dos DPS’s. Todos

assim o consumo de energia da edificação.

ao quadro geral de baixa tensão como sendo

os esquemas elétricos do projeto possuem

Dada a maior vida útil destes equipamentos é

do tipo TN-S (o que significa que o condutor

a orientação de que não sejam misturados

consequente a diminuição da frequência da

neutro não mais será interligado ao barramento

os condutores de interligação dos DPS’s

troca de lâmpadas, reduzindo o descarte de

de equipotencialização principal), foi adotado

com outros condutores da instalação. Em

tais dispositivos. A menor corrente nominal

para este quadro o esquema de conexão 3 da

tais esquemas, também é informado que o

nos circuitos de iluminação reduz as perdas

figura 13, da NBR 5410:2004. Foi considerada

comprimento máximo dos condutores de

por efeito Joule e a emissão de CO2. A divisão

apenas a proteção de modo comum, dada a

conexão dos DPS’s deve ser inferior a 0,5m.

dos dispositivos de comando do sistema de

inexistência de equipamentos que justificassem

O dimensionamento da seção nominal de tais

iluminação possibilita o aproveitamento da

a proteção de modo diferencial.

condutores também seguiu os preceitos da

iluminação natural, permitindo que apenas parte

Para os DPS’s dos quadros terminais

NBR 5410:2004, com condutores de seção

do sistema de iluminação seja acionada durante

(classe 2), o mesmo esquema de conexão foi

16,0mm2 para DPS’s classe 1 e 4,0mm2 para

o dia.

adotado. Ainda para os quadros terminais,

DPS’s classe 2.

Atenção especial foi dada ao comprimento


58

Destaque Prêmio OSE

Para a proteção contra sobrecorrentes em caso de falha dos DPS’s da instalação, a localização dos dispositivos de proteção nas próprias conexões dos DPS’s permite a obtenção da continuidade do serviço de forma mais rápida do que se a proteção fosse instalada de forma geral, nos quadros de distribuição.

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Proteção contra choques elétricos

existirem diversas potências nominais para os

Para a proteção contra choques elétricos,

equipamentos e pelo fato de a escola ser uma

dada a condição do sistema de aterramento

edificação pública, as especificações dos

da escola ser do tipo TN-S (com condutor

parâmetros em projeto foram determinadas

neutro separado do condutor de proteção)

em faixas e valores mínimos e máximos, a fim

e as consequentes baixas impedâncias

de não restringir a participação de fabricantes

dos percursos das correntes de falta,

e, ao mesmo tempo, para impedir que

conforme NBR 5410:2004, dispositivos

lâmpadas e luminárias de qualidade duvidosa

de sobrecorrente e dispositivos DR (não

fossem instaladas.

necessariamente

de

alta

sensibilidade)

Para as luminárias internas, em ambientes

são aceitáveis para a proteção contra

onde se faz necessário o controle de

choques elétricos por contatos indiretos via

ofuscamento e o direcionamento eficiente

seccionamento automático da instalação.

do fluxo luminoso, foram utilizadas luminárias

Para a escola, foram adotados minidisjuntores

com aletas parabólicas. Para ambientes

termomagnéticos. Para os locais específicos

sem este requisito, adotou-se luminárias

estipulados na NBR 5410:2004 e para

sem aletas. Nas salas de aula, a orientação

outros circuitos adotados, foi considerada

das aletas foi observada de forma a evitar

proteção adicional contra choques elétricos

reflexões especulares nos quadros, sendo,

por contatos indiretos, com a utilização de

contudo, garantidos os níveis de iluminância

dispositivos diferenciais-residuais de alta

estipulados na ABNT NBR 8995-1.

sensibilidade (30mA).

Para a utilização dos dispositivos DR, ante

luminárias LED do tipo high-bay foram

a possibilidade de utilização de dispositivos

utilizadas. Ainda com relação às luminárias

de forma geral nos quadros terminais e

internas, foram especificados em projeto dois

de dispositivos por circuito, optou-se pela

tipos de equipamentos: luminária com placas

segunda opção, priorizando a continuidade

LED fixadas ao corpo e lâmpadas tubulares

de funcionamento da instalação, dado o

LED. Ainda que estas últimas sejam mais

fato de maior probabilidade de atuação

adequadas a situações de retrofit, foram

intempestiva destes dispositivos pela soma

consideradas por conta da não eliminação

das correntes naturais de fuga da instalação

de uma parcela dos fabricantes para fins de

elétrica, quando utilizados dispositivos DR

licitação. Para as áreas externas, luminárias

de forma geral nos quadros. Para a proteção

do tipo viárias em LED foram utilizadas em

contra choques elétricos por contatos diretos,

postes com altura útil 6,60m. Foi ainda

foram consideradas barreiras, invólucros e

considerada iluminação para a fachada do

colocação fora de alcance. Para o quadro

auditório, instalada em caixas de passagem

geral de baixa tensão da escola foi previsto

no piso (com sistema de drenagem instalado).

dispositivo de tranca, de forma que apenas

Há ainda iluminação para os mastros. O

pessoal sob as influências externas BA4 ou

sistema de iluminação externa foi simulado no

BA5 possam realizar manobras, de acordo

software de iluminação DIALUX.

Para os ambientes de pé-direito elevado,

com a NBR 13570:1996.

5 - Sistema de iluminação

6 - Vantagens obtidas pela equipe de manutenção

Todo o sistema de iluminação de EEM

Com a utilização da iluminação em LED,

Maria Antonieta foi concebido com lâmpadas

com maior vida útil em relação à iluminação

e luminárias LED, em detrimento da utilização

convencional, reduz-se a frequência de

de iluminação convencional. Dado o fato de

queima e consequente substituição de


59

O Setor Elétrico / Junho de 2019

luminárias, reduzindo a atuação da equipe de manutenção. Para a proteção contra sobrecorrentes em caso de falha dos DPS’s da instalação, a localização dos dispositivos de proteção nas próprias conexões dos DPS’s permite a obtenção da continuidade do serviço de forma mais rápida do que se a proteção fosse instalada de forma geral, nos quadros de distribuição. A opção de não utilização de dispositivos DR gerais, e sim, específicos para os circuitos, favorece Circulações internas

a identificação mais rápida do ponto de falha em caso de atuação dos dispositivos.

7 - Pontos diferenciais do projeto, dificuldades e vantagens

O desenvolvimento do projeto da EEM

Maria Antonieta Nunes foi pensado para se adequar às normas vigentes, em especial, à NBR 5410:2004, levando em consideração as premissas já citadas neste relatório. Apesar de esta obediência ser questão obrigatória Circulações internas (cores falsas)

em se tratando de projetos de Instalações Elétricas, infelizmente, não é raro encontrar projetos que não consideram a maior parte ou mesmo todos os requisitos estipulados nas normas vigentes. A utilização da tecnologia LED para os

equipamentos

de

iluminação

desta

escola, bem como para outras do mesmo programa significa grande avanço para os projetos locais de instalações, dado o fato de esta escola ser uma das primeiras, senão a primeira do Estado do Ceará a adotar Fachada auditório

completamente a tecnologia LED em seus sistemas de iluminação. Como vantagens diretas, tem-se a garantia de a escola possuir Instalações Elétricas que fornecem segurança e confiabilidade aos ocupantes e usuários da edificação. Ressalta-se também o viés sustentável e eficiente decorrente da utilização de iluminação em LED. *Itaimbé Matias é engenheiro eletricista / clínico e analista de Infraestrutura no Departamento de

Fachada auditório (cores falsas)

Arquitetura e Engenharia do Estado do Ceará.


O Setor Elétrico / Junho de 2019

Por José Barbosa*

E se te contarem que DPS é fundamental na proteção da vida humana?

DPS é a sigla para Dispositivo de Proteção

direta na estrutura, e a área de exposição

contra Surtos e o mercado já o conhece

da linha, no caso da descarga direta na linha

bastante como uma medida de proteção

metálica. Tipicamente, as linhas metálicas

para equipamentos eletroeletrônicos. Porém,

estão muito mais expostas que a estrutura,

infelizmente, poucos no mercado sabem

fazendo com que o risco devido à descarga

que ele é fundamental na proteção da vida

direta na linha seja também maior que o

humana.

devido à descarga direta na estrutura. Neste

Para

a

proteção

contra

descargas

contexto, as medidas de proteção para

atmosféricas visando a proteção da vida

descargas diretas na linha são mais solicitadas

humana, as descargas diretas na estrutura

e importantes que as medidas destinadas à

e na linha metálica (energia ou sinal) são as

descarga na estrutura (ver figura 1).

principais fontes de dano. Ambas podem

causar perda de vida humana por choque e

de perda de vida humana por descargas

por incêndio. O risco de esta perda acontecer

diretas na estrutura é o Sistema de Proteção

é diretamente proporcional à área de

contra Descargas Atmosféricas (SPDA). Já a

exposição da estrutura, no caso da descarga

principal medida de proteção para descargas

A principal medida para mitigar o risco

Fonte: NBR5419

Espaço 5419

Espaço 5419

Figura 1 – Fontes de danos.


Apoio

Fonte: NBR5419

O Setor Elétrico / Junho de 2019

61

representada por uma forma de onda 10/350µs. O primeiro parâmetro (10µs) define o tempo que a onda gasta para chegar até 90% do valor de pico, e o segundo (350µs) define o tempo que a onda gasta para decair até a metade do pico. A NBR5419 define o DPS capaz de suporte esta forma de onda como um DPS CLASSE I. Há disponível no mercado DPS utilizados exclusivamente para a proteção contra surtos induzidos com uma forma de onda característica bem diferente da 10/350µs. Este DPS é classificado pela NBR5419 como CLASSE II e suporte uma forma de onda 8/20µs, onde os valores também expressão os tempos de 90% do pico

Figura 2 – DPS nas entradas das linhas metálicas.

e de redução até a 50% do pico (ver figura 3).

diretas na linha é a utilização de DPS na

vida humana. Infelizmente, esta não é uma

Por falta de conhecimento e por ser

entrada delas. Todo SPDA, necessariamente,

prática recorrente nos projetos e instalação

normalmente mais barato, o DPS CLASSE II,

deve dispor de DPS na entrada das linhas,

de proteção contra descargas atmosféricas. O

erroneamente, é utilizado no lugar do DPS

ou seja, um SPDA também atua na proteção

mercado associa a utilização de DPS apenas

CLASSE I. Este erro é relativamente comum

contra descargas direta nas linhas. Nos dois

para a proteção de equipamentos sensíveis e

e não reduz o risco de haver perda de vida

casos, a função do DPS é promover um

não para a proteção da vida humana. Mas esta

humana. A questão central nesta troca é que

caminho seguro para a corrente da descarga

é apenas a primeira barreira que a utilização

a forma de onda 10/350µs tem associada uma

atmosférica entre a linha e a terra, por meio da

do DPS tem de superar. A segunda é a correta

energia muito maior que a forma de onda

equipotencialização promovida. A falta desta

especificação e instalação do dispositivo de

8/20µs. Esta energia é representada pela

equipotencialização causa potencial capaz de

proteção contra surtos, pois não é qualquer

área abaixo das formas de onda. Na figura

gerar um centelhamento perigoso, causa de

dispositivo capaz de suportar os valores

3, podemos observar que a área amarela

incêndio e choque.

envolvidos nesta operação (ver figura 2).

(10/350µs) é muito maior que a área vermelha

Logo, qualquer que seja a fonte de

O DPS adequado para a utilização como

(8/20µs), mesmo a forma de onda vermelha

dano, a utilização de DPS nas entradas das

proteção da vida humana deve ser capaz de

tendo um valor de pico maior. O que acontece

linhas é prática fundamental na proteção da

suporte a corrente da descarga atmosférica

quando um DPS CLASSE II é exposto a uma forma de onda 10/350µs? Tipicamente, ele acaba explodindo e sendo a causa de um incêndio que gostaríamos muito de evitar.

Além de ser CLASSE I, o DPS adequado

tem que ser capaz de não atuar em uma tensão nominal de serviço, suportar a corrente de impulso máxima prevista na entrada da linha, que a energia residual deixada por ele deve ser suportada pela instalação a jusante e que seja instalado adequadamente. Falaremos destes parâmetros e como realizar sua adequada instalação em um próximo artigo. *José Barbosa é engenheiro e membro da Figura 3 – Formas de onda.

comissão que revisou a NBR 5419.


62

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Por Flávio Resende Garcia, Marcelo Inácio Lemes e Mateus Duarte Teixeira*

Harmônicos: necessidades diferentes, soluções diferentes!

A preocupação com a Qualidade

encontra-se a IEEE Std. 519 (Institute

da Energia Elétrica ganhou ênfase na

of Electrical and Eletronics Engineers),

última década do século passado com

o Submódulo 2.8 (Operador Nacional

a

do Sistema) e o Módulo 8 do PRODIST

divulgação

dos

primeiros

estudos

acadêmicos desenvolvidos no Brasil, bem

(Agência Nacional de Energia Elétrica).

com os casos reportados pela indústria,

sendo o tema sobre “Harmônicos” um

critérios, exige-se estudos cuidadosos e

dos mais demandados e desconhecidos

detalhados para a solução dos problemas

naquele momento. De lá para cá, o termo

inerentes

cargas não-lineares se tornou usual para

especialmente, no que tange à conexão de

boa parte do setor elétrico nacional, e

fontes geradoras de harmônicos no Sistema

engenheiros e profissionais que atuam no

Interligado Nacional (SIN), como o caso de

sistema elétrico nacional e com manutenção

parques eólicos e usinas fotovoltaicas. Tais

industrial sabem que tais equipamentos

estudos envolvem a modelagem das cargas

geram correntes distorcidas que possuem

e dos sistemas, cálculos de penetração

elevado conteúdo harmônico.

harmônica, a especificação e o projeto

Todavia,

ainda

muito

desco­

Para o atendimento desses limites e

às

distorções

harmônicas,

de medidas corretivas, dentre as quais se

nhecimento sobre o fato de que correntes

encontram os filtros harmônicos.

harmônicas injetadas nas redes elétricas

Para

e

relacionados

nas

instalações

industriais

podem

a

mitigação às

dos

problemas

harmônicas,

existem,

quais

atualmente, vários tipos de soluções, a

afetam o desempenho e a vida útil de

destacar os filtros harmônicos passivos

equipamentos, como circuitos eletrônicos,

sintonizados e o filtro harmônico ativo. Os

motores

causar

problemas

diversos,

os

de

filtros harmônicos passivos sintonizados

energia, cabos, banco de capacitores,

é uma solução consagrada e têm sido

dentre outros, a depender de fatores como

utilizados há tempos em grandes instalações

a severidade das distorções e o nível de

industriais, sistemas de transmissão e

suportabilidade destes equipamentos.

distribuição ou, ainda, em subestações

Diante deste cenário, vários grupos

conversoras para transmissão de corrente

de estudos especializados na área da

contínua (CC). Já o filtro harmônico ativo,

Qualidade da Energia Elétrica em todo

apesar de ser uma tecnologia mais recente,

mundo têm se dedicado à elaboração de

vem ganhando cada vez mais destaque,

normas que limitem os níveis máximos das

seja no seu uso isoladamente no sistema ou

distorções harmônicas nos sistemas visando

em conjunto com filtros passivos ou mesmo

a melhoria do desempenho e redução de

banco de capacitores em soluções híbridas.

falhas de equipamentos elétricos. Dentre

Filtros

as

palmente, por elementos capacitivos e/

elétricos,

publicações

de

transformadores

maior

relevância,

passivos

formados,

princi­


ou indutivos são usados para redução de componentes

harmônicos

no

Suas

principais

vantagens

FP

FP

Preço

na Barra

no Trafo

Rms(V)

total

(60Hz)

(pu)

8,56

38,05

217,02

0,81

0,87

-

20,84

90,77

223,08

0,716

0,991

1

7,13

35,32

218,94

0,932

0,991

1,2

Filtro Passivo Sintonizado

2,63

17,42

219,56

-0,981

-0,996

1,5

Filtro Harmônico Ativo

1,53

6,57

216,18

0,868

0,870

3,0

Filtro Harmônico Híbrido

1,4

6,59

217,51

0,955

0,957

4,0

tecnologia “All Film oil impregnated”

possuem algumas desvantagens, como:

Filtro Passivo

tamanhos dos componentes; influência

Dessintonizado

direta da impedância da fonte e apresentam susceptibilidade a ressonâncias (quando há presença de harmônicos no sistema), operação

Tensão

Banco de Capacitores com

rendimento. Entretanto, filtros passivos

causar

DHTi (%)

Sem Comp. Reativa.

são: simplicidade, baixo custo e bom

podendo

DHTv (%)

Descrição

sistema,

além do uso para correção do fator de potência.

63

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Junho de 2019

indesejada

(Filtro Ativo + Filtro

em equipamentos de proteção (fusíveis,

Dessintonizado)

disjuntores, relés) e queima de cargas elétricas [10]. O

desenvolvimento

da

tecnologia

dos Filtros Ativos de Potência (FAP’s),

situações para algumas soluções com vistas

filtros ativos estão se tornando mais

equipamentos

uma

à mitigação de distorções harmônicas

atrativas, desde que não sejam necessárias

melhor resposta dinâmica se comparado

e correção de fator de potência. Os

potências reativas elevadas para a correção

aos filtros passivos, e que, além disso,

resultados são resumidos na tabela acima

do FP. Quando a potência reativa requerida

podem ser devidamente ajustados para

tendo como referência de preço a solução

para a correção do FP é alta, a solução

realizar

“Banco de Capacitores”.

com filtros harmônicos passivos ainda

dos harmônicos em amplitude e fase

Nota-se que a solução com filtros

constitui, na maioria dos casos, a que

desejadas,

vez

passivos, apesar de possuir um custo

melhor atende, técnica e economicamente,

mais destaque, apesar do custo final

superior, filtraram de forma eficiente o

ao consumidor final. Reitera-se que a

superior. Apresentam vantagens como:

conteúdo harmônico presente, fazendo

definição correta de filtros passivos e/

“filtram” diversas correntes harmônicas

com que o índice DHTv ficasse abaixo dos

ou filtros ativos passa necessariamente

simultaneamente;

limites recomendados, bem como elevou o

pela realização de medições em campo e

sobrecargas; recomendados onde não

FP para valores bem acima dos exigidos.

simulações computacionais para se prever

os resultados desejados e evitar dissabores

as

que

apresentam

requeridas vem

necessidade

compensações

ganhando

baixa de

cada

propensão

fornecimento

a de

Os níveis de DHTv e DHTi do filtro ativo

no momento da sua energização.

potência reativa capacitiva; mais compacto

ficaram ainda melhores que os obtidos com

considerando a solução passiva. Porém,

os filtros passivos. Porém, devido à potência

apresentam desvantagens especialmente

reativa limitada deste equipamento, o fator

*Flávio Resende Garcia é diretor de Engenharia

relacionadas ao alto custo e à limitação no

de potência com a instalação deste ficaria

e P&D da BREE – Brazilian Energy Efficiency

fornecimento de potência reativa.

ainda abaixo dos limites aceitáveis, apesar de

S/A, atuando em demandas técnicas e

Tanto o filtro passivo quanto o filtro

sofrer uma elevação considerável; para este

comerciais que envolvam temas como

ativo, apesar de possuírem características

caso, o mais recomendável seria uma solução

Harmônicos, Cargas Elétricas Especiais,

técnicas

híbrida, conforme avaliada no último caso.

Modelagem e Simulação Computacional.

possibilidades de aplicação, de acordo

*Marcelo Inácio Lemes é mestre em qualidade

com cada sistema a ser instalado, sendo

de filtros harmônicos, passivos ou ativos,

de energia elétrica pela UFU e atuou na

decisiva a relação custo x benefício de

sintonizados

engenharia de aplicação da BREE – Brazilian

cada solução para a escolha da que melhor

sempre conduzida pelas análises, técnica

Energy Efficiency SA.

atende o consumidor.

e econômica, buscando a melhor relação

*Mateus Duarte Teixeira é presidente da SBQEE

diferentes,

possuem

várias

Desta forma, a decisão pela utilização ou

dessintonizados

será

custo x benefício na solução que atenda

no biênio 2017 – 2019, gerente de P&D da

características técnicas e os custos, foi

aos objetivos propostos.

BREE – Brazilian Energy Efficiency S/A e

considerado um caso real base e simuladas

Atualmente, as soluções utilizando

professor da Universidade Federal do Paraná.

Em

estudo

comparativo

entre

as


64

Proteção contra raios

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

A efetividade (limitada!) dos eletrodos de aterramento para as correntes dos raios. Ou você ainda acredita em equalização de potencial? – Parte 04/04 Trazemos nesta edição a última parte do artigo do professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco, sobre aterramento e equipotencialização, trabalho originalmente apresentado no CINASE-SP em 2018

De uma forma geral, como ilustrado na figura 10, a propagação

de sinais ao longo de condutores enterrados, dependendo das

transformador e equipamento, conectados a uma BEP conectada, por sua vez, a um eletrodo de aterramento.

características do solo e das características dos sinais, se dará com velocidades compreendidas entre c/50 e c/2, sendo c=3x108 m/s, a velocidade da luz no vácuo.

Figura 11 – Efeitos do retardo na propagação dos potenciais na malha de aterramento.

Face ao exposto na seção anterior e ilustrado na figura 11, quando o

Figura 10 – Representação da diferença de velocidade de propagação de sinais no ar e em solos reais.

aterramento receber a corrente impulsiva de um raio, o potencial da BEP

irá elevar-se rapidamente, enquanto que, sob o equipamento, o potencial

Como mostrado a seguir, tais diferenças entre as velocidades

permanecerá praticamente nulo (dependendo das características do solo

de propagação no solo e no ar podem resultar no surgimento de

e da distância BEP/equipamento). Por outro lado, dado que a velocidade

tensões elevadas quando envolvendo o aterramento de equipamentos

de propagação no ar é muito maior do que no solo, o potencial do BEP

afastados dos pontos de conexão (BEL ou BEP) com a malha de

irá propagar-se quase que “instantaneamente” até o equipamento! Ou

aterramento correspondente.

seja, a diferença de velocidade de propagação no ar e no solo poderá dar origem a tensões elevadas entre o bastidor e o solo sob o mesmo,

Retardo de propagação no solo e equalização de potencial

eventualmente, dando origem a centelhamentos entre o bastidor e o solo.

Consideremos a situação ilustrada na figura 11, na qual um

Caso isso aconteça, além do eventual perigo de incêndio e/ou explosão no

equipamento é alimentado a partir de um transformador, sendo ambos,

local, o cabo (verde) de conexão do bastidor à BEP será percorrido por uma


Apoio

O Setor Elétrico / Junho de 2019

65

corrente impulsiva dando origem, devido à indutância própria desse cabo, a uma tensão ΔV entre os cabos de alimentação do equipamento e seu bastidor, causando, eventualmente, perturbações ou mesmo a queima de componentes do equipamento.

Note-se que a conexão do bastidor a um ponto próximo na malha de

aterramento, conquanto possa impedir a ocorrência de centelhamento (o que poderá ser um fator importante de segurança, particularmente, na presença de atmosferas explosivas), não eliminará o surgimento da tensão indutiva ΔV exigindo proteções adicionais para os equipamentos, seja pela instalação de DPS secundário na entrada do equipamento seja pela instalação de seus cabos em eletrocalhas ou eletrodutos metálicos de baixa indutância, ou mesmo a adoção de pisos com grau suficiente de rigidez dielétrica. Para mais detalhes, ver as recomendações contidas em [5].

Finalmente, cumpre lembrar que malhas de cabos instaladas acima

de pisos isolantes ou embutidas dentro de concreto seco (de baixíssima condutividade) apresentam características de propagação mais próximas às do espaço livre (vácuo), minimizando assim, os efeitos acima considerados, embora pouco ou nada contribuam para uma baixa impedância de aterramento.

Por outro lado, a atenuação e baixa velocidade de propagação dos

potenciais dos cabos de um sistema de aterramento, podem ser usadas em benefício da segurança, desde que seja garantido um afastamento adequado entre os pontos de aterramento dos cabos de descida do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) da instalação e o ponto de aterramento da BEP.

Conclusões 1- Eletrodos de aterramento são fundamentais para dispersar as correntes espúrias (raios, falhas da instalação etc.) nos solos. 2- Também têm papel fundamental na atuação de sistemas de proteção contra falhas de isolação. 3- Se projetados adequadamente, levando-se em conta seu comportamento eletromagnético para surtos e frequências altas, podem reduzir significativamente as diferenças de potenciais nas superfícies do solo. Mas lembrando sempre que... 4- Eletrodos de aterramento se comportam de maneiras totalmente diferentes, dependendo de sua geometria, características do solo modo de instalação e forma de onda dos sinais neles injetados.

Referências: [1]- ABNT – NBR-5419 (2015) Vol.-2, figura A-3, pg.25 [2]- Idem[1],figura B-7, pg.38 [3]- Panicali, A.R. et alt. “PEAK VOLTAGE OF GROUNDING ELECTRODES DUE TO LIGHTNING IMPULSES”, 29th ICLP. Upsala, Sweden, 2008 [4 ]- CIGRÉ-Working Group 36.04 “GUIDE OM EMC IN POWER PLANTS AND SUBSTATIONS”, pg.24, December 1997 [5]- Panicali, A.R, et alt. “Protection of Electronic Equipment Inside Buildings: A Hidden Source of Damages”, 33rd ICLP. Estoril, Portugal, 2016


66

Quadros e painéis

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP); Doutor em Business Administration pela Florida Christian University; membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros Elétricos | nunziante@gimi.com.br

Cubículo resistente ao arco interno é suficiente? Ou preciso limitar sua fúria destrutiva? norma

somente para se ventilar essa sala para que a

falhas de segurança por atuação indevida por

técnica de construção de conjuntos de

equipe de manutenção possa entrar, seguido

flashes de luz não originados por arco interno

manobra e controle em alta tensão, a NBR-

do período de limpeza mais pesada, para que

devido à falha interna. A segunda, muito

IEC-62271-200 bastaria. A utilização de um

só então, localize-se o defeito, avalie-se os

utilizada e bastante eficiente, compreende a

painel resistente ao arco interno construído

danos e trace-se o plano de ação de conserto

detecção de luz que deve ser confirmada por

com base nessa referência normativa, atende

ou de substituição por completo do conjunto de

aumento da corrente em uma ou mais fases, e

o requisito de instalação adequada, do ponto

manobra, fora a reconstrução da sala, com seus

só então, o disparo da proteção de retaguarda,

de vista do equipamento e da segurança do

serviços auxiliares de iluminação, por exemplo.

o que traz maior confiabilidade, mas com um

operador diante dele.

O leitor deve estar se perguntando:

tempo de atuação ligeiramente maior. A última

Analisando-se

aos

olhos

da

Se expandirmos nosso ângulo de visão para

onde ele quer chegar com essa conversa?

das três elencadas acima, é uma novidade,

a instalação como um todo, talvez, a resposta

Respondo logo!!! Quero dizer que, além de

pelo menos para mim, e a qual gostaria de

já não seja tão verdadeira. A utilização de um

nos preocuparmos com a saúde e segurança

dividir com o leitor. Trata-se de um dispositivo

cubículo capaz de suportar as pressões e

do operador diante do equipamento que, por

de proteção ultrarrápido que funciona como

temperaturas oriundas de um evento de defeito

si só, valeria qualquer custo, devemos também

um “airbag”, cuja sigla, em inglês, é UFES,

com arco elétrico devido a uma falha interna

nos preocupar em limitar as correntes de defeito

com atuação que ocorre em menos de 4ms.

ao equipamento não faz com que a minha

durante esse evento de arco interno ao menor

Seu princípio de funcionamento baseia-se na

instalação tenha maior confiabilidade. Aliás,

tempo possível, pois se o evento for curtíssimo,

detecção do arco interno e, por meio de chaves

no anexo A daquela norma referenciada acima,

menores serão os danos.

ultrarrápidas, curto-circuitar cada uma das

ainda existe uma nota técnica que declara

Para sistemas de neutro aterrado, temos

fases à terra e, sendo essa ligação fase-terra

que os gases quentes expelidos pelos “flaps”,

disponíveis muitas alternativas das quais

com uma impedância muito inferior à do arco

válvulas de alívio de pressão interna ou dutos

passo a elencar algumas tecnologias para

elétrico, faz com que esse arco seja extinto e

de escape de gases não são objeto de atenção

essa mitigação dos danos, quais sejam:

a proteção atue imediatamente no dispositivo

da norma técnica do equipamento. Porém, é

primeira alternativa: Detecção da luz do arco

de manobra à montante desse ponto. Veja que

possível imaginar que um conjunto de manobra

interno dentro do invólucro do conjunto de

teremos uma circulação de corrente de curto-

e controle em alta tensão, classe 15kV, cuja

manobra e controle em alta tensão; Detecção

circuito no painel que, se for bem dimensionado,

capacidade de curto-circuito, hipoteticamente,

da luz do arco interno dentro do invólucro do

nada sofrerá, dando uma segunda chance ao

seja de 31,5kA por 1 segundo, em um eventual

conjunto de manobra e controle em alta tensão

conjunto de manobra e controle em alta tensão

defeito à sua máxima capacidade, despeja uma

com confirmação de sobrecorrente em relé

de ser reparado no ponto onde se originara o

imensa quantidade gases superaquecidos por

dedicado a validar luz + corrente e Sistema de

arco interno, sem que ele seja destruído. Essa

suas válvulas de alívio de pressão, que podem

aterramento ultrarrápido das fases.

é a indústria 4.0 à serviço da continuidade de

ser expelidos para fora do conjunto, mas

serviço. Fantástico, não?

ainda dentro da sala elétrica. Imagine o tempo

uma velocidade bastante alta, mas pode inserir

A primeira delas, a detecção de luz, atua a

Boa leitura!



68

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Junho de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Cuidados com o uso de UPS’s estáticos

O uso de UPS’s (“uninterruptible power supply”, ou em tradução

inversor para a rede em caso de defeito no inversor ou em alguma

livre: fonte ininterrupta de energia, também conhecido no Brasil

intervenção de manutenção programada. Esta configuração básica

como “no-break”) como fonte de energia de “back-up” teve seu uso

possibilita diversas outras configurações derivadas, como operação de

popularizado em função da importância que a qualidade da energia

módulos em paralelo e outros modelos de contingência.

elétrica assumiu nos processos de produção e administrativos Fonte: Lacerda Sistemas de Energia

desde os caixas de supermercados até os grandes data centers, hospitais e outras instalações que incorporam as cargas de “missão crítica”, como são conhecidas. Os UPS’s podem estar instalados em complexas configurações, garantindo elevados níveis de confiabilidade e disponibilidade. Desde os anos 80/90, foram desenvolvidas diversas configurações e topologias de construção dos UPS’s e das instalações, baseadas no melhor atendimento as cargas que se desejam contingenciar. Naturalmente, neste largo espaço de tempo, as cargas de

Figura 1 - Esquemático de UPS dupla conversão.

tecnologia de informação (TI) e as outras que também são pelos UPS’s contingenciadas foram modificadas em função das necessidades

2- O UPS como fonte e como carga

relacionadas aos seus desempenhos e operação associados, por exemplo, aos aspectos de eficiência energética e de qualidade de

energia (neste caso, correntes harmônicas) como o atendimento à

como uma carga não linear, cuja característica dependerá das

IEC 61000-3-2. Os UPS’s também sofreram constantes atualizações

características do retificador. Inicialmente (e ainda presente em

tecnológicas, buscando aumento de rendimento, desempenho e

alguns modelos) construídos com SCR’s em configuração com

redução de custos de produção. Desta constatação, valem algumas

seis, 12, 18 ou maior número de pulsos que proporcionam aos

observações

de

equipamentos diferentes características de distorção harmônica

modificações e a necessidade em se manter os UPS’s e cargas sempre

de corrente, fator de potência de entrada e outras características.

em situação de compatibilidade.

Nota-se que os UPS’s devem ser alimentados também por geradores

interessantes

considerando-se

esta

dinâmica

Sob o ponto de vista da rede alimentação, o UPS é considerado

de back-up e suas características de entrada devem ser adequadas

1- Configuração

também a esta situação. Já no módulo do inversor (e bateria), o UPS é uma fonte que alimentará as cargas contingenciadas, e desta

A configuração on-line dupla conversão, a mais utilizada nos UPS’s

interatividade dependerá a qualidade desta operação.

estáticos, considera a entrada do UPS através por um retificador que

alimenta um link DC, onde estão conectados os sistemas de baterias

de entrada que tornam os UPS’s capacitivos em situação de baixa carga,

Sob o primeiro aspecto, deve-se atentar para a existência de filtros

(energia de contingência) e a entrada do inversor que alimentará as

causando problemas operacionais aos geradores. Este assunto está

cargas em sua saída, conforme ilustrado na figura 1. A chave estática

disponível no link: (https://www.osetoreletrico.com.br/comportamento-

presente na maioria dos equipamentos transfere a fonte da carga do

dos-geradores-na-presenca-de-capacitores-parte-1/).


69

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Figura 2 – Curva de capabilidade de UPS para cargas com FP 80% [1]. Valores da escala em percentuais da carga (kVA)

A compatibilização do UPS às cargas é o segundo aspecto que

sistemas de climatização com compressores, ventiladores e bombas

considera a qualidade de atendimento na saída como distorção de

(por inversores de frequência ou não) são cargas tipicamente

tensão, regulações e outros temas que são tratados na sequência.

indutivas que possuem picos de potencia reativa que devem ser

supridas pelos UPS’s.

3- Comportamento da carga e a configuração do UPS 4- Recomendações e conclusões

Os UPS’s que se encontram em operação há 10, 15 anos e

mais foram instalados para atender a gerações anteriores de cargas.

• As equipes de operação e manutenção devem acompanhar o

Devido à contínua evolução das cargas, e mesmo do surgimento

comportamento das cargas alimentadas (não só a potência em

de outras demandas a serem contingenciadas, é necessária uma

kVA, mas potência ativa, reativa e as correntes harmônicas) pelos

reavaliação do comportamento destes UPS’s legados a uma nova

UPS’s instalados, uma vez que estas características de cargas são

realidade.

constantemente modificadas.

As figuras 2 e 3 apresentam duas curvas típicas de capabilidade

• Deve-se conhecer a curva de capabilidade dos UPS’s a serem

de dois tipos de UPS’s de duas gerações. A figura 2, típica de um

instalados considerando as características das cargas que serão

UPS com fator de potência de saída de 80% indutivo e tipicamente

alimentadas.

aplicável em cargas de TI dos anos 90, e a figura 3 de um UPS

• Importante entender como reclassificar (reduzindo) a capacidade

adaptado para alimentação de carga com fator de potência de até

dos UPS’s nestas situações mencionadas.

70% sem distinção, indutivo ou capacitivo (de forma simétrica).

• Cuidados adicionais devem ser tomados em UPS’s com baixa

Note-se que a maioria das cargas de TI atuais são capacitivas, assim

carga e com característica capacitiva quando da alimentação por

como as lâmpadas LED; já os sistemas mecânicos que também

geradores, como é o caso de uso de UPS em alimentação de

devem ser contingenciados quando os UPS’s também alimentam

sistemas de dupla alimentação. • Durante a operação pelo by-pass, a característica da carga é modificada em relação à alimentação padrão pelo retificador; esta característica pode ter impacto na instalação elétrica. • UPS devem suprir toda a potência reativa (inclusive, picos) das cargas mecânicas e mesmo de transformadores das PDU’s (painel de distribuição com transformador isolador aplicado em data centers) quando da energização (corrente de In-rush) dos transformadores.

Referências: [1] Leading Power Factor and Impact on UPS Systems- Kevin G. Figura 3 – Curva de capabilidade simétrica de UPS para cargas com FP até 70% [2].

Collins [2] Rating UPS Systems At Unity Power Factor-R. Koffler


70

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br

Primeiro laboratório brasileiro de ensaios de equipamentos para atmosferas explosivas reconhecido internacionalmente pelo IECEx (Equipamentos – Requisitos gerais); IEC 60079-1 (Proteção de equipamento por invólucro à prova de explosão “d”); IEC 60079-5 (Imersão em areia “q”); IEC 60079-6 (Proteção de equipamento por imersão em líquido “o”); IEC 60079-7 (Proteção de equipamentos por segurança aumentada “e”); IEC 60079-11 (Proteção de equipamento por segurança intrínseca “i”);

IEC

60079-15

(Proteção

de

equipamento por tipo de proteção “n”) e IEC 60079-18 (Proteção de equipamento por encapsulamento “m”). O

LABELO

efetua

ensaios

em

equipamentos “Ex” desde 2003, obtendo suporte

tecnológico

ampliação do

do

Laboratório

treinamentos da

equipe

que

escopo “Ex”

de

com

realizados em

permitiu

a

atuação base

por

laboratórios

em

técnicos do

PTB

aprovado

LABELO é acreditado de acordo com

(Physikalisch-Technische

2019,

o

a Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 -

em Braunschweig, na Alemanha, e da

primeiro Laboratório Brasileiro para a

Requisitos gerais para a competência de

UL

execução de ensaios de equipamentos

laboratórios de ensaio e calibração.

Northbrook

elétricos, eletrônicos, de automação e

O

de

atmosferas

IECEx para a execução de ensaios em

O

Laboratórios

equipamentos com tipos de proteção

foi

Eletroeletrônica

“Ex” com base na avaliação nas seguintes

internacional do IECEx para atuar como

Foi pelo

internacionalmente IECEx,

em

maio

telecomunicações

explosivas.

Trata-se

Especializados

em

de

para do

LABELO

foi

aprovado

pelo

(Underwriters /

Bundesanstalt),

Laboratories),

Chicago,

em

nos

Estados

do

LABELO

Unidos. Laboratório

avaliado

e

“Ex”

aprovado

no

âmbito

Pontifícia

normas técnicas internacionais da IEC ou

Ex ATF (Additional Testing Facility) junto à

Universidade Católica (PUC) de Porto

respectivas normas técnicas brasileiras

UL, que é um Organismo de Certificação

Alegre

adotadas

(ExCB) reconhecido pelo IECEx para a

(LABELO), (RS).

localizado O

na

Laboratório

“Ex”

do

idênticas:

IEC

60079-0


71

O Setor Elétrico / Junho de 2019

os 33 países participantes. Foi constatado durante a avaliação executada pelo IECEx que o LABELO realizou, no período entre 2015 a 2018, mais de 200 ensaios de equipamentos “Ex” envolvendo requisitos para diversos tipos de proteção “Ex”, certificação de equipamentos elétricos e

incluindo os tipos de proteção Ex “d”, Ex

do LABELO se torna, desta forma, apto a

mecânicos “Ex”, certificação de empresas

“e”, Ex “i”, Ex “m” e Ex “n”.

executar ensaios de equipamentos com

de prestação de serviços de reparo

Foi verificado também na auditoria do

tipos de proteção “Ex” no Brasil, cujos

e recuperação “Ex” e certificação de

IECEx que o LABELO tem participado

resultados comporão o respectivo ExTR

competências pessoais “Ex”.

dos ensaios de proficiência organizados

(Testing Report), o qual, por sua vez,

Dentre outras atividades realizadas

pelo PTB da Alemanha, nos anos de 2010

embasará o Certificado de Conformidade

durante a auditoria, foram testemunhados

e 2013. Nestes ensaios, são analisados

(ExCoC) no âmbito internacional do IECEx.

os

para

os resultados de ensaios padronizados

elevação de temperatura em luminária “Ex”

executados por dezenas de laboratórios em

certificação do IECEx, até junho de 2019, haviam

(IEC 60079-0); determinação da pressão

todo o mundo, tendo como base “kits” de

sido emitidos, dentro do sistema internacional

de referência para mistura do Grupo IIC

ensaio “padrão” e a utilização padronizada

IECEx, para fabricantes de equipamentos “Ex”

(IEC 60079-1); ensaio de propagação de

das

internacionais

brasileiros ou com instalações ou sediados

chama em invólucro à prova de explosão

aplicáveis da Série IEC 60079, de forma

no Brasil, um total de 106 ExTR (Relatório de

– Ex “d” (IEC 60079-1); ensaios de curto-

a verificar os desvios dos resultados e

Ensaios “Ex”), 86 Relatório de Avaliação da

circuito em bateria de alta capacidade (IEC

atuar na correção de suas causas básicas,

Qualidade (ExQAR) e 108 ExCoC (Certificado

60079-11) e ensaio de grau de proteção

visando

para Equipamentos “Ex”).

contra ingresso de poeira (IEC 60079-31).

dos resultados dos ensaios “Ex” entre os

procedimentos

de

ensaios

Normas

a

Técnicas

uniformização

internacional

De acordo com o sistema “on-line” de

Mais informações sobre a apresentação,

diversos laboratórios de ensaios “Ex”.

histórico e áreas de atuação do Laboratório

realizada no LABELO nos dias 29 e 30

“Ex” do LABELO estão disponíveis no

de novembro de 2018, por auditor líder

torna o primeiro Laboratório de Ensaio

seguinte

indicado pelo IECEx, sendo o respectivo

de equipamentos “Ex” brasileiro a ser

labelo/laboratorios/atmosferas-explosivas/

relatório

análise,

avaliado e aprovado para operar no âmbito

laboratorio-de-equipamentos-para-areas-

comentários e votação por parte de todos

internacional do IECEx. O Laboratório “Ex”

classificadas/

A avaliação e auditoria do IECEx foi

submetido

para

Com esta aprovação, o LABELO se

endereço:

http://www.pucrs.br/


Memórias do Setor

72

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Por Ana Júlia Santos, Danieli Giovanini, Rubens Magalhães e Tatiana Ishikawa*

Caio Mattos / Acervo Fundação Energia e Saneamento

Extra-extra: notícias históricas!

Profissionais da Fundação Energia e Saneamento durante a conservação de clippings.

A Fundação Energia e Saneamento,

tratando, digitalizando e disponibilizando o

veiculadas na mídia. A Light foi uma das

ao longo de seus 21 anos de história, vem

acervo de clippings da Light, cujas notícias

empresas pioneiras no Brasil a realizar esse tipo

tratando e disponibilizando ao público o

datam desde a chegada da Light no Brasil,

de ação, tendo como principal foco os jornais,

acervo de mais de um século de energia no

1900, até matérias sobre a sua sucessora,

documentação da época. Pelo pioneirismo da

Brasil. Desde seu início, a Fundação tem

Eletropaulo, em 1997.

Light em gerir a sua imagem, que chegou até a

buscado preservar e difundir a documentação

criar, em 1914, um Departamento de Relações

referente à energia e ao saneamento,

singularidade da documentação, é necessária

Públicas, a coleção de clippings constitui

tornando-se uma das maiores referências em

a compreensão do que ela abrange. O nome

uma importante fonte de informação sobre

documentação histórica no setor elétrico.

clipping vem do inglês, do verbo to clip,

a história da empresa, do setor energético,

O mais recente projeto iniciado, vencedor

Para entender a complexidade e

recortar. Trata-se do processo contínuo de

da transformação urbana e da expansão

do Edital de Apoio à Digitalização de Acervos

gestão da marca e da reputação das empresas

de serviços para o interior do Brasil com as

da Secretaria de Cultura de São Paulo, está

por meio do monitoramento das notícias

Estradas de Ferros e dos impactos com os povos


73

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Acervo Fundação Energia e Saneamento

nativos, além das transformações no cotidiano das grandes cidades.

O projeto de digitalização de clippings

teve início em abril de 2019, com ações de tratamento, catalogação e disponibilização para consulta de, aproximadamente, 350 mil páginas, de 150 jornais diferentes e em variadas línguas, como português, italiano, alemão e inglês. Uma vez que o jornal impresso era o principal veículo de comunicação e o maior influenciador de opiniões, principalmente nas colônias imigratórias, no início do século XX, a empresa buscou diversificar suas fontes de informação. Mesmo após o surgimento e posterior popularização do rádio e da televisão, os jornais sempre foram uma fonte fidedigna de informação, explicando assim o porquê da continuidade do projeto de clippings mesmo após sua estatização.

As reportagens não contêm referências

somente à Light, mas também informações sobre as suas principais concorrentes (como a Guinle & Co), movimentações políticas e econômicas, entre outros assuntos.

Além do tratamento técnico, serão feitas

ações de preservação e difusão do acervo com pesquisadores e pessoas interessadas

Página do clipping de 1912, com a imagem da construção do edifício para o depósito, oficinas e escritório da Light & Power na Vila Mariana (SP).

sobre a história de uma das mais importantes empresas do setor elétrico que atuou no País. o estado de conservação de alguns álbuns de clippings, dada a fragilidade inerente do papel jornal. Sendo um acervo de mais de 100 anos, ações de conservação e restauros estão sendo necessárias, como a higienização para controle de sujidades e poeiras, inerentes ao papel jornal. Todas essas atividades são realizadas

abordará a história dos transportes, desde

Acervo Fundação Energia e Saneamento

Esse trabalho apresenta alguns desafios, como

a transição dos bondes de tração animal ao bonde elétrico, até uma reflexão de como será o futuro dos transportes. O restante da coleção será disponibilizado ao longo da execução do projeto, e poderá ser acessado no site http:// acervo.energiaesaneamento.org.br/consulta/.

por uma equipe especializada.

Além disso, está sendo realizada profunda

*Ana Júlia Santos é estudante de História e

pesquisa para entender a história da Light

estagiária da Fundação Energia e Saneamento.

no Brasil, as empresas que foram adquiridas

*Danieli Giovanini é historiadora e analista

ao longo do tempo, como a Bahia Tramway,

do Núcleo de Documentação e Pesquisa da

Light, Power and Co, uma filial da Light na

Fundação Energia e Saneamento.

Bahia comandada por Percival Farquhar,

*Rubens Magalhães, Artes Visuais e catalogador

figura importante na história das construções

do Projeto “Catalogação da série de clippings do

das ferrovias no Brasil e societário da The São

Fundo Eletropaulo”.

Paulo Tramway, Light, Power &Co.

*Tatiana Ishikawa é bibliotecária e catalogadora

do Projeto “Catalogação da série de clippings do

Alguns clippings já podem ser vistos

pelo público, na exposição “Rodas e Trilhos:

Fundo Eletropaulo”.

Eletricidade nos Transportes”, no qual

Fundação: energiaesaneamento.org.br

Carta de Dezembro de 1906 para que seja iniciada a seleção e montagem dos álbuns de notícias.


74

Índice de anunciantes

O Setor Elétrico / Junho de 2019

Ação Engenharia 42

Embrastec 47

Mitsubishi Electric 23

(11) 3883-6050

(16) 3103-2021

(11) 4689-3000

www.acaoenge.com.br

embrastec@embrastec.com.br

www.mitsubishielectric.com.br/ia

www.embrastec.com.br

Alpha 71

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(11) 4093-5300

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5

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(11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br Chardon Group

57

(21) 99351-9765

25 e Fascículos

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(51) 3323-3600

4ª capa

(15) 3238-8070 www.flir.com.br 17

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(51) 2117-6600 / 0800 702 6828

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(19) 3518-2110 67

(16) 3820-1500 21

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