O Setor Elétrico (edição 162 - Jul/2019)

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Ano 14 - Edição 162 Julho de 2019

Edição especial FIEE e CINASE MG

Sobretensões atmosféricas em redes de baixa tensão A proliferação de equipamentos e dispositivos eletrônicos sensíveis a interferências e os prejuízos decorrentes de problemas de qualidade de energia têm enfatizado a importância de se conhecer as características dos distúrbios em redes BT

Pesquisa setorial

Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação obtiveram crescimento médio de 10% nos últimos 12 meses e estimam incremento de mais 10% até o fim de 2019

Energia solar fotovoltaica

O projeto elétrico: corrente contínua e corrente alternada



Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br

Suplemento Renováveis 39 Fascículo: O projeto elétrico Notícias de mercado Coluna solar: Energia solar fotovoltaica já atinge todas as faixas de renda Coluna eólica: Os bons ventos brasileiros e as mulheres no setor de energias renováveis

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Editorial

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Coluna do consultor O CINASE-BH em agosto, o CBQEE-SP em setembro, e até as tomadinhas!

10 16

Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena

27

Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos Colaboradores desta edição Alexandre Piantini, Benedito Donizeti Bonatto, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr., Fundação Energia e Saneamento, Hans Rauschmayer, Héctor Arango, Hélio Eiji Sueta, Jobson Modena, José Starosta, Luciano Rosito, Miguel Castilla Fernandez, Pablo D’ornellas, Paulo E. Q. M. Barreto, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk e Vinícius Braga Ferreira Costa A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Timothy Baxter | shutterstock.com Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correios

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Filiada à

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64

Evento – Redes Subterrâneas de Energia Elétrica 2019 Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos Fascículos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão Pesquisa Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação obtiveram crescimento médio de 10% nos últimos 12 meses e estimam incremento de mais 10% até o fim de 2019 Cinase TEC Sobretensões atmosféricas em redes de baixa tensão

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Destaque Prêmio OSE Energia solar, gestão sustentável e foco no retorno positivo do cliente garantem premiações à Solfortes

74

Espaço 5419 Dicas para otimização de parâmetros da análise de risco

78

Espaço SBQEE Análise das propostas de regulamentação da Aneel para geração distribuída com base no modelo TAROT – Tarifa Otimizada

80 82 83 84 86 88

Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco Luciano Rosito – Iluminação pública José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Memórias do Setor A Revolta de 1924 e o acervo da Fundação Energia e Saneamento

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Editorial

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O Setor Elétrico / Julho de 2019 Capa ed 162_K.pdf

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16/07/19

16:00

www.osetoreletrico.com.br

Ano 14 - Edição 162 Julho de 2019

Edição especial FIEE e CINASE MG

Sobretensões atmosféricas em redes de baixa tensão O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 162 – Julho de 2019

O Brasil é mundialmente conhecido por ser campeão em

Pesquisa setorial

Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação obtiveram crescimento médio de 10% nos últimos 12 meses e estimam incremento de mais 10% até o fim de 2019

Energia solar fotovoltaica

O projeto elétrico: corrente contínua e corrente alternada

Edição 162

O perigo que vem do céu

A proliferação de equipamentos e dispositivos eletrônicos sensíveis a interferências e os prejuízos decorrentes de problemas de qualidade de energia têm enfatizado a importância de se conhecer as características dos distúrbios em redes BT

o Espaço 5419 discorre sobre dicas para otimização de parâmetros

incidência de descargas atmosféricas, também chamadas de raios,

da análise de risco que, conforme a ABNT NBR 5419-2: 2015, é

registrando uma média de 77,8 milhões ao ano. Informações

uma ferramenta muito importante para a definição das medidas

divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),

de proteção contra os efeitos danosos das descargas atmosféricas.

revelam que cerca de 300 brasileiros vêm a óbito anualmente

O objetivo do artigo, escrito pelo especialista, Dr. Hélio Eiji Sueta,

em decorrência destes fenômenos naturais, que 43% das mortes

é fornecer e colocar em discussão alguns pontos da análise de

acontecem durante o verão e que dois a cada três acidentes fatais

risco de acordo com a norma para a otimização de parâmetros,

ocorrem ao ar livre.

e assim, procurar as melhores medidas de proteção para que

a estrutura sob estudo esteja com os seus riscos com valores

No verão de 2018, a incidência de raios em todo o País foi

marcada pelos efeitos do fenômeno climático El Niño. Houve um

toleráveis.

aumento nas regiões Sul (cerca de 50%) e Sudeste (em torno de

20% a 30%). Para uma parte do Centro-Oeste, a elevação também

porém, com grande potencial, são as “Redes subterrâneas de

foi de 20% a 30%, como no caso do Mato Grosso do Sul, onde

energia elétrica”, pauta do evento que ocorreu nos dias 17 e

houve registro de mortes na primavera.

18 de junho de 2019, em São Paulo (SP). Segundo informações

concedidas durante as palestras técnicas, atualmente, o Brasil

O fato é que as descargas atmosféricas não oferecem riscos

Outro assunto que exploramos este mês, ainda embrionário,

apenas às pessoas, mas também a equipamentos e dispositivos

possui apenas aproximadamente 2% de redes subterrâneas,

eletrônicos – cada vez mais sensíveis a interferências –, culminando

o que demonstra a real necessidade de se promover mais

em prejuízos decorrentes de problemas de qualidade de energia,

debates pelo setor, maior atenção por parte do governo e de

danos, falhas, e até mesmo na queima.

órgãos reguladores, bem como melhor preparação da indústria

e da própria população para que esse tipo de distribuição de

A utilização de tais aparelhos é crescente na vida moderna

e tem demandado métodos de proteção mais adequados e

energia, considerado uma grande tendência, se desenvolva e

específicos para combater distúrbios em redes de baixa tensão.

avance no País.

Em função da baixa suportabilidade das isolações dessas redes

e, portanto, da necessidade de aprofundar a discussão acerca

principais conteúdos que traremos na edição de agosto, sugiro

deste tema complexo, publicamos na seção Cinase TEC, o artigo

que não percam a cobertura exclusiva do 35º CINASE – Edição

intitulado: “Sobretensões Atmosféricas em Redes de Baixa

Minas Gerais, o ponto de encontro da área de engenharia

Tensão”, apresentado em uma das edições do Circuito Nacional

elétrica que já se consagrou no mercado e que há anos contribui

do Setor Elétrico (CINASE), realizada em 2018, e elaborado

fortemente para qualificação profissional, compartilhamento de

pelo expert no assunto, Alexandre Piantini. O material traz uma

conhecimento técnico e geração de negócios.

discussão completa a respeito de cada um dos mecanismos

Boa leitura!

Como forma de antecipar a nossos leitores sobre um dos

de geração de surtos por descargas atmosféricas. Vale a pena conferir!

Abraços,

Luciana Freitas

Complementando a abordagem sobre descargas atmosféricas,

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Revista O Setor Elétrico



Coluna do consultor

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O Setor Elétrico / Julho de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br

O CINASE-BH em agosto, o CBQEE-SP em setembro, e até as tomadinhas!

Depois do sucesso de Florianópolis, agora é a vez de Belo Horizonte sediar o

CINASE (https://www.cinase.com.br/evento-belo-horizonte-2019), em 07 e 08 de agosto. Com as temáticas sempre atualizadas, o evento trará os cenários atuais da distribuidora local, a Cemig, seu mercado, investimentos e, naturalmente, o programa de energias renováveis. No contexto central, serão tratados os aspectos de importância das instalações elétricas; o desenvolvimento das normas NBR 5410 e NBR 5419, a automação e indústria 4.0, as redes subterrâneas, os aspectos de qualidade da energia e eficiência energética, sistemas de iluminação, aterramento e outros temas que desafiam aqueles que vivenciam o dia a dia deste nosso mercado.

A CBQEE – Conferência Brasileira sobre Qualidade da Energia (http://www.sbqee.

org.br/cbqee/programacao), em sua 13ª edição, será realizada em São Caetano do Sul (junto a São Paulo), na Escola de Engenharia Mauá, a partir de 01 de setembro. Com mais de 200 trabalhos em fase final de análise, o evento promete mais uma vez uma atualização técnica sobre importantes temas, como as melhores práticas recomendadas, cuidados, aspectos de normalização do módulo 8, a visão (e sofrimento) da indústria, entre outros. Pessoalmente, estou curioso para ver os avanços dos estudos sobre a influência dos sistemas de geração distribuída renováveis ou dos LED’s, e de outros sistemas que vêm sendo implantados nas redes elétricas, quais as ferramentas de mitigação e mesmo os aspectos da eficiência energética associados aos da qualidade da energia.

Enquanto aguardamos estes eventos, a economia do nosso País continua em

compasso de espera da votação e definição final da reforma da Previdência. Será que depois desta novela a coisa volta a andar? Assim seja! Não dá para não comentar as patéticas discussões ocorridas acerca do atual padrão de tomadas no Brasil. Contestadas em seu período de implantação por se escolher e adotar um padrão inexistente no mundo, as tomadas se tornaram uma boa ferramenta de segurança e padronização. Da mesma forma que não dá para revogar a necessidade do aterramento elétrico dos equipamentos sem a dupla isolação, não há como imaginar instalações elétricas sem aterramento distribuído em todos os pontos de ligação de cargas, além, naturalmente, dos quadros elétricos de distribuição. Se existem falcatruas ou sinais de favorecimentos ilícitos nesta normalização, o problema não é técnico; é caso de polícia.





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Evento

Redes Subterrâneas de Energia Elétrica

Redes Subterrâneas de Energia Elétrica em pauta Divulgação

A 15ª edição do evento contou com a presença de 580 participantes e de 40 palestrantes que discutiram os desafios atuais do setor e apresentaram novas soluções tecnológicas

Entre os dias 17 e 18 de junho de 2019, aconteceu a 15ª edição do Redes Subterrâneas de Energia Elétrica, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Realizado pela RPM Brasil, o evento contou com o fórum nos dias 17 e 18 de junho e com o “Painel sobre Cabos Isolados”, que ocorreu paralelamente no dia 18 de junho, além de uma exposição para visitação pelos inscritos e outros convidados.

O encontro contou com a presença de

580 participantes, 38 palestrantes brasileiros e dois internacionais, 12 entidades apoiadoras, além

de

21

empresas

patrocinadoras.

Segundo Julio M. Rodrigues, diretor executivo da RPM Brasil, o objetivo fundamental deste encontro é congregar profissionais atuantes no segmento de redes subterrâneas para que debatam assuntos referentes à tecnologia, serviços e gestão dentro desse mercado. “Com o evento, nós atraímos os profissionais por meio de chamadas de trabalhos de todo o País, que vêm fazer apresentações de cases

Esta

15

aspecto de tecnologias e com muito

e experiências que estão desenvolvendo

anos de realização ininterrupta, teve como

interesse em investimentos no País. A nossa

dentro de suas companhias”, declarou.

tema: "A retomada da conversão de redes

expectativa a partir da 15ª edição do Redes

engloba

aéreas em subterrâneas, frente a uma nova

Subterrâneas é que isso possa, efetivamente,

profissionais do segmento de energia,

perspectiva gerencial das distribuidoras".

ocorrer”, afirma. E acrescenta: Trazemos

principalmente,

engenheiros,

arquitetos,

Neste contexto, Rodrigues conta que 2019

experiências internacionais e, na exposição,

administradores

públicos,

O

público

participante

edição

comemorativa

dos

profissionais

é um ano bastante interessante, porque

contamos com empresas estrangeiras, que

atuantes nos setores de planejamento,

está havendo uma mudança do mercado

estão interessadas no mercado brasileiro e

urbanismo, projetos, prestação de serviços,

de distribuição do País. “Até três anos atrás,

vindo exatamente para conhecê-lo”.

professores e fornecedores de produtos e

quem ditava todo o mercado eram empresas

tecnologias para energia elétrica, tecnólogos,

do porte da CPFL, Eletropaulo, Light, Cemig,

e discutidos há anos pelo setor é a regulação,

técnicos e outros, atuantes no segmento de

mas agora, outros players ingressaram no

que deve ser adequada; no entanto, o grande

infraestrutura de redes subterrâneas. Já as

mercado, principalmente, os internacionais,

dilema é “quem paga a conta?”. Muitos

expositoras remetem a empresas líderes do

como é o caso da Enel, EDP, Energisa,

desejam

segmento no Brasil e no exterior.

Neoenergia, que estão modificando esse

por serem realmente um sistema mais

Um dos maiores problemas enfrentados

implantar

redes

subterrâneas,


O Setor Elétrico / Julho de 2019

11

seguro e que exige menos manutenção; porém, demanda um maior investimento, isto é, é muito mais caro do que uma implementação de uma rede aérea. Para viabilizar a ação, é preciso remunerar as concessionárias para que elas tenham interesse nesse tipo de investimento, e esse ainda não é o melhor modelo no Brasil. Contudo, de acordo com Rodrigues, já está havendo uma mudança. “Por meio do Redes Subterrâneas, o nosso intuito é reunir o mercado em torno de um interesse comum, que é a implementação da tecnologia, e apresentar isso ao governo e aos órgãos reguladores, para que eles possam fazer esse tipo de modificação”, justificou.

Temas em debate

A Edição 2019 do Redes Subterrâneas de Energia Elétrica abordou

as principais questões atuais relacionadas à implantação e viabilização de sistemas enterrados no Brasil. No dia 17, uma das palestras ministradas no primeiro bloco trouxe o tema: “Avaliação de alternativa de mínimo custo global para expansão do sistema elétrico de Niterói utilizando cabos subterrâneos – Um estudo de caso – 2023/2034”, sob a apresentação de Giovani Zaparoli, engenheiro especialista Sênior na Enel Distribuição Rio de Janeiro, tendo como moderador Edson Yakabi, do Departamento de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da EDP. A apresentação teve como foco principal a avaliação de expansão do sistema de 138kV de atendimento a Niterói (RJ) no que concerne à utilização de redes subterrâneas frente à utilização de redes aéreas e suas implicações na determinação da alternativa de mínimo custo global.

Outro destaque foi a palestra: “A experiência da CPFL Piratininga

na composição de equipes próprias para atuação em redes subterrâneas”, ministrada por Ednilson José Menatti, engenheiro da Companhia. A CPFL Piratininga atende atualmente 27 municípios no Estado de São Paulo. Boa parte deles possui trechos de redes de distribuição subterrânea com características distintas, como redes de média tensão em regiões centrais e redes para alimentação de condomínios residenciais. As características técnicas das instalações subterrâneas exigem uma logística diferenciada para execução de atividades de manutenção preventiva, corretiva e ligação de consumidores. Para atender essa necessidade, a CPFL Piratininga está realizando dois projetos pilotos, com o objetivo de estudar um modelo otimizado de atuação nessas redes. O trabalho apresentou o desenvolvimento e alguns resultados desses projetos.

A palestra: “Relação da gestão das redes subterrâneas com as

tendências de descarbonização, descentralização e digitalização” foi brilhantemente ministrada pelo diretor executivo da Baur do Brasil, Daniel Bento, que atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Descarbonização, descentralização e digitalização formam a tríade que vem transformando a distribuição de energia em todo o mundo. Na ocasião, o especialista falou sobre a importância e a contribuição das redes subterrâneas para as tendências desses três D’s.

Bento explicou que atualmente, o mundo está vivendo um

novo momento, em que a descarbonização, a descentralização e a


Evento

12

Redes Subterrâneas de Energia Elétrica

Foto da Organização

digitalização estão presentes. Entretanto, destacou pontos a serem levados em consideração: “Existe vontade política? A indústria e a sociedade estão preparadas? Nós que somos do mercado de redes subterrâneas, temos que abaixar preços se quisermos que o segmento evolua”, enfatizou. Ele ainda ressaltou que o famoso e conhecido sistema GTD – Geração, Transmissão e Distribuição, está mudando. “Hoje, se tem pressões que não existiam

apresentam

no passado, isto é, pressões por dinheiro,

manutenção e seu direcionamento está

por

pautado,

menores

custos,

para

uma

rede

elevados

custos

principalmente,

velha. Com certeza, o nosso sistema que

Esses pontos constituem forte justificativa

conhecemos está em xeque”, salientou.

para o investimento em novas técnicas e

Além desse, outro assunto abordado

tecnologias para identificar corretamente os

foi como as manutenções preditivas nas

riscos, otimizar os esforços de manutenção

redes subterrâneas, através de medições de

e

tangente delta, descargas parciais e também

regulatórios. Neste contexto, o principal

das apuradas técnicas de localização de

objetivo deste Projeto de P&D é desenvolver

falhas podem contribuir para esta tendência

uma metodologia de manutenção preditiva

mundial.

necessidades,

baseada em técnicas computacionais de

Bento apresentou uma solução inovadora,

Inteligência Artificial (IA), como o “Machine

desenvolvida pela Baur do Brasil, com

Learning”, para avaliar a probabilidade de

tecnologia de Big Data, capaz de projetar

previsão de defeitos e falhas em estruturas,

com precisão a vida útil dos cabos isolados de

equipamentos e circuitos subterrâneos.

média tensão. “O nosso propósito é fornecer

equipamentos com os quais a sociedade

de pesquisa e desenvolvimento patrocinado

consiga medir e evitar falhas”, afirmou.

pela Agência Nacional de Energia Elétrica

As

(Aneel), que a Light está desenvolvendo

técnicas

a

de

essas

medição

moderna

melhorias

nos

de

risco

operacional

Face

reincidência

pelo

mais confiável, e tudo isso em uma rede

propor

e

de

falhas.

mecanismos

Essa aplicação é parte de um trabalho

envolvem funções como: medir de forma

junto com a FGV do Rio de Janeiro.

eficiente, gerar dados relevantes e precisos

Carneiro explicou que o tema “Machine

(diagnóstico de cabos), agregar dados,

Learning” é bastante comentado hoje em

introduzir conhecimento e fornecer base

dia, e que o conceito faz parte da esfera da

de decisão. “Mundo antigo: complicado,

inteligência artificial. “É um sistema capaz

relativamente estável e previsível; mundo

de identificar ou modificar um determinado

novo: integrado, complexo, dinâmico e

processo de forma autônoma, ou seja, com

totalmente imprevisível”, concluiu.

o mínimo de intervenção humana possível,

O tema “Aplicação de métodos de

baseado em como ele consegue ter essa

Machine Learning em manutenção preditiva

experiência. Na verdade, ele cria regras, que

em redes de distribuição Subterrânea” foi

são pautadas em padrões, e esses padrões

outra novidade apresentada na manhã do

são baseados nos dados que são analisados.

dia 17 de junho, conduzido por André de

Os dados são de extrema importância para

Araujo Carneiro, engenheiro de campo de

se ter um modelo eficiente”, esclareceu.

acompanhamento / planejamento do plano

de manutenção e de melhorias técnicas

distribuição aérea em rede de distribuição

da rede subterrânea da Light, e por Rafael

subterrânea” foi outra abordagem que

Martins, pesquisador na Fundação Getúlio

enriqueceu bastante o conhecimento dos

Vargas (FGV). A moderação ficou por conta

congressistas. Em seu trabalho, a engenheira

de Luiz Eduardo Pereira Vaz, gerente na

na Light, Flávia Areal de Souza Gonçalves,

Light.

tratou

considerados, visto que as redes subterrâneas

As redes de distribuição subterrâneas

“Critérios para conversão de rede de

dos

aspectos

que

devem

ser


13 Foto da Organização

Foto da Organização

O Setor Elétrico / Julho de 2019

uma extensão considerável, que seria um sistema que traz maior confiabilidade, já que conseguimos trabalhá-lo com a segunda contingência. Ele tem uma boa flexibilidade operativa, porém, um custo bem elevado para a sua implementação. Até acreditamos que a expansão do sistema reticulado seja algo que provavelmente não vá acontecer; não iremos construir novos sistemas reticulados porque fica inviável o seu custo”, contou. Já

o

sistema

radial

seletivo,

características

A engenheira orientou dizendo que,

normalmente é instalado para fazer a

específicas que influenciam diretamente

para se implementar redes subterrâneas,

ligação

nos custos dos equipamentos, dificuldade

é necessário se ter um cuidado no que

cargas, como shopping centers, hospitais e

de alterações dos padrões previamente

se vai fazer para a obtenção de êxito. “A

empreendimentos, em que se leva os dois

adotados

novas

consideração técnica é importante, assim

alimentadores e se tem o recurso, entre os

tecnologias, além de demandarem mão

como sabermos quais são os nossos tipos

alimentadores, o recurso automático.

de obra especializada para a manutenção

de sistema de redes subterrâneas, o que

e operação. Em contrapartida, apresentam

queremos realmente em determinada região,

é utilizado no atendimento ao varejo de

maior

fornecimento

e tentarmos manter na expansão, ou seja, na

redes subterrâneas, o qual tem uma boa

de energia e melhor apelo paisagístico.

conversão, os mesmos critérios de sistemas

confiabilidade, principalmente, dependendo

A conversão da rede aérea para rede

que temos como padrão”, alertou.

da

subterrânea deve ser baseada em critérios

Ela explicou que a rede da Light possui

automatismo, que podem ser implementadas

definidos, principalmente no carregamento

o sistema reticulado, o qual não é comum

no sistema. Também possui um custo de

dos alimentadores e crescimento da região.

em muitas concessionárias no Brasil. “Temos

implementação um pouco menor.

de

distribuição

e

possuem

implementação

confiabilidade

de

de

para

suprimentos

de

grandes

O sistema radial em anel, por sua vez,

sua

concepção

e

questões

de


Evento

Foto da Organização

Redes Subterrâneas de Energia Elétrica

Divulgação

14

Se a pretensão é converter a rede aérea

em uma rede subterrânea, é preciso usar todo o padrão de uma rede subterrânea, incluindo câmara transformadora subterrânea; cabos de redes subterrâneas; conexões para redes subterrâneas; transformador submersível; equipamentos de manobra e as redes em

duto.

esse

“É

padrão,

interessante porque

mantermos

não

podemos Com isto, será possível viabilizar a implantação

está fazendo uma conversão para rede

de uma configuração de sistema subterrâneo

subterrânea”, sustentou Flávia.

robusto e mais confiável em áreas densamente

A palestra intitulada: “Avaliação de

urbanizadas,

confiabilidade de redes subterrâneas. estudo

considerável nos indicadores DEC e FEC na

de caso: sistema reticulado (Enel Distribuição

área de abrangência do projeto.

São Paulo)”, apresentou os resultados e a

estratégia para a gestão de manutenção

projeto será feito na região da Vila Olímpia,

preditiva dos cabos isolados de média

onde serão testadas e experimentadas

tensão do sistema reticulado da cidade de

várias tecnologias. “Esse projeto tem várias

São Paulo (SP). As características do sistema

iniciativas e é de longa duração. Estamos

O sistema misto, no qual se começa a ter

estão sendo acompanhadas por Ensaios

falando de um projeto de três anos. A ideia

a confiabilidade prejudicada, gera um alerta

de Tangente Delta e Descargas Parciais. O

é testar diversos aspectos tecnológicos

até para a questão de conversão. “Quando

foco do estudo consistiu em demonstrar os

de implantação, segurança, em sistemas

se tem uma rede aérea e se começa a

benefícios da avaliação de diagnóstico a

elétricos,

converter trechos de rede em subterrânea,

curto, médio e longo prazo.

rede mais inteligente, com uma melhor

o circuito vai ficando misto, o que traz para

performance de indicadores e imagem

esse alimentador uma condição operativa,

Tecnologia e Qualidade (GETEQ), Fernando

digital”, salientou.

às vezes, não muito confortável, e condições

Reis da Cunha, também participou do

de manutenção e de operação de proteção

evento, com a palestra: “Rede de distribuição

of Energy” é transformar a região em um

complicadas. O que discutimos bastante,

subterrânea, modular, para baixa densidade

laboratório

até na Light, é que quando vamos converter,

de carga, áreas de risco e/ou sujeitas a

medidores inteligentes, escaneamento e

temos que converter um circuito inteiro, e

inundação”. O trabalho apresentado é

modelagem 3D da rede aérea e subterrânea,

não só a metade dele”, frisou.

resultado da integração de vários outros

modernização

Divulgação

perder flexibilidade operativa quando se

O consultor da Grupo de Estudos em

garantindo

uma

melhora

De acordo com o engenheiro Brandão, o

para

conseguirmos

tornar

a

A proposta inicial do Projeto “Future vivo,

de

com

implantação

ativos,

questões

de

de

A conversão da rede subterrânea não é,

levados a edições anteriores do RDS e

sustentabilidade, utilizando recursos de forma

simplesmente, “enterrar poste”, mas sim,

Congressos internacionais, que resultou

racional, fomento do princípio de economia

construir uma rede subterrânea, e deve ser

em um novo, moderno e agora completo

circular, automação da rede, conversão e

feita com base nos critérios de planejamento

Sistema

de

recursos de realidade aumentada.

e técnicos que existem na rede desde o

modular,

comutado

início. “A alteração de padrão também é

desenvolvido para baixa densidade de carga

iniciativas, dando destaque para a conversão

muito complicada, porque não se pode

e locais de risco, com elevada confiabilidade,

e para a automação da rede. “Nós temos

começar a construir redes novas com padrões

condições técnicas e de segurança, além de

diversas áreas, onde em uma delas, faremos

diferentes e conviver com ambos”, afirmou a

um reduzido custo de implantação.

modelo de automatização / modernização

engenheira. “Nas grandes cidades, não há

de

como criar aquele modelo das cabines de

abordagem sobre a configuração de sistemas

de medidores inteligentes, conversão de

superfície, infelizmente, e não temos licença

subterrâneos de média tensão” ficou por

rede

de prefeitura para fazermos isso; então, o

conta do engenheiro eletricista de Campo

existente e implantação de mais 4,32km de

que temos que fazer é câmara subterrânea. É

da Enel Distribuição São Paulo, Ricardo de

rede e modernização da subestação. São

complicado, tem um custo muito elevado, a

Oliveira Brandão, que mostrou os requisitos

diversas ações integradas com o intuito de

manutenção é complexa, as inspeções ficam

e premissas necessárias para criar uma nova

proporcionar uma rede elétrica mais digital,

prejudicadas, porque, muitas das vezes,

forma de configurar sistemas subterrâneos

mais confiável e preparada para os desafios

se tem calçadas estreitas; sendo assim, se

MT, que será empregada no projeto "Future

futuros que o novo setor de energia requer”,

constrói uma pista de rolagem”, relatou.

of Energy", da Enel Distribuição São Paulo.

antecipou.

Distribuição na

Subterrânea baixa

tensão,

O tema “Future of Energy: uma nova

Brandão explica que, ao todo, são 40

alimentadores subterrânea,

aéreos,

implantação

automação

da

rede


Congresso & Exposição 36ª Edição Pernambuco

Inscrições abertas: www.jacredenciei.com.br/e/EdicaoEspecialNordeste Master:

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Painel de mercado

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O Setor Elétrico / Julho de 2019

Aneel aprova reajuste nas tarifas da Enel Distribuição São Paulo Para consumidores de baixa tensão, majoritariamente clientes residenciais, o índice foi de 6,48% e, para indústria e grandes comércios, ficou em 8,46% A compra de energia foi impactada

para operação, expansão e manutenção

(Aneel) aprovou, no dia 2 de julho, a revisão

pelos elevados custos da geração de

da rede de energia elétrica. O restante

tarifária da Enel Distribuição São Paulo,

energia térmica no Brasil, – uma vez que

do valor é destinado a cobrir os custos

que entrou em vigor a partir do dia 4 de

o nível dos reservatórios das hidrelétricas

de

julho. O reajuste médio foi de 7,03%. Para

esteve baixo nos últimos anos –, além da

encargos setoriais e impostos, que não

os consumidores de baixa tensão, como

elevação do custo de energia da Usina

ficam com a distribuidora.

os clientes residenciais, o percentual foi de

Hidrelétrica de Itaipu, em função do

6,48%. Já para os clientes atendidos em

aumento da variação cambial em relação

Investimentos

média e alta tensão, em geral, indústrias e

ao dólar.

No período de 2015 a 2018, a

grandes comércios, o reajuste foi de 8,46%.

Por outro lado, nesse percentual de

empresa investiu mais de R$3,8 bilhões,

A revisão tarifária ocorre a cada quatro

reajuste já consta a redução decorrente

principalmente, na melhoria da rede de

anos, conforme estabelecido no contrato de

do pagamento do empréstimo da Conta

distribuição. Em 2018, a Enel Distribuição

concessão, e visa a preservar o equilíbrio

ACR, que representou -4.5%. Vale lembrar

São Paulo realizou o maior volume anual

econômico-financeiro

A Agência Nacional de Energia Elétrica

transmissão,

compra

de

energia,

O

que a Conta-ACR foi um mecanismo

de investimento na área de concessão da

principal fator que influenciou a revisão

criado pela Aneel para repassar às

companhia, no valor de R$1,3 bilhão.

deste ano foi o aumento do custo com a

distribuidoras os valores decorrentes de

Esses

aquisição de energia, que representa 34% da

custos de compra de energia pagos pelas

positivamente

composição tarifária, conforme abaixo:

concessionárias de distribuição, entre

indicadores operacionais da distribuidora.

fevereiro e dezembro de 2014, e que não

O

estavam previstos na tarifa de energia

Interrupção por Unidade Consumidora)

elétrica à época.

e o FEC (Frequência de Interrupção por

Com a revisão tarifária deste ano,

Unidade Consumidora) apresentaram, em

como exemplo, em uma conta de energia

2018, uma melhora de 38,7% e 29,4%,

no valor de R$100, apenas R$17 são

respectivamente,

destinados à distribuidora e utilizados

anterior.

da

companhia.

DEC

investimentos para

(Duração

em

a

contribuíram melhoria

Equivalente

relação

ao

dos de

ano

Produção da indústria eletroeletrônica cai 2,9% nos cinco primeiros meses do ano O resultado foi provocado pela queda de 8,1% na produção de bens eletrônicos, porém, a área elétrica cresceu 2,4%

A produção industrial do setor eletroeletrônico recuou 2,9% nos primeiros cinco meses deste ano em relação a igual período de 2018. É

o que demonstram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), agregados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

O resultado foi motivado pelas quedas de 8,1% na produção de bens eletrônicos. A área elétrica teve crescimento de 2,4%.

Na avaliação do presidente da Abinee, Humberto Barbato, mais uma vez, os números acendem um sinal de alerta sobre o desempenho

do setor produtivo. “A essa altura do ano, já esperávamos um ambiente mais seguro e com maior previsibilidade para reverter o quadro de retração e falta de confiança na indústria”, afirmou.

No mês de maio de 2019, a produção industrial do setor elétrico e eletrônico cresceu 10,7% em relação a maio do ano passado, com

alta de 16,4% na área elétrica e de 5% na eletrônica. Entretanto, este resultado está influenciado por uma base de comparação fortemente prejudicada pela greve dos caminhoneiros em maio de 2018.

Na comparação com abril de 2019, a produção do setor eletroeletrônico, com ajuste sazonal, cresceu 1,4%, sendo 0,4% por parte da

indústria eletrônica e 3% pela indústria elétrica.



Painel de mercado

18

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Contas de energia em julho com bandeira tarifária amarela

melhor informação, para usar a energia elétrica

tempo que for necessário;

a amarela, com custo de R$1,50 para cada

A bandeira tarifária em julho de 2019 é

de forma mais eficiente, sem desperdícios.

• Regular a temperatura interna de acordo

100 quilowatts-hora consumidos. Julho é um

com o manual de instruções;

mês típico da estação seca nas principais

necessário intensificar as ações relacionadas

• Deixar espaço para ventilação na parte de

bacias hidrográficas do Sistema Interligado

ao uso consciente e ao combate ao

trás da geladeira e não a utilizar para secar

Nacional (SIN). A previsão hidrológica para o

desperdício de energia. Veja, a seguir, dicas

panos;

mês sinaliza vazões abaixo da média histórica e

importantes de economia de energia:

• Não forrar as prateleiras;

Com o anúncio da bandeira amarela, é

tendência de redução dos níveis dos principais

• Descongelar a geladeira e verificar as

reservatórios. Esse cenário requer o aumento

Chuveiro elétrico

da geração termelétrica, o que influenciou o

• Tomar banhos mais curtos, de até cinco

aumento do preço da energia (PLD) e dos

minutos;

Iluminação

custos relacionados ao risco hidrológico (GSF)

• Selecionar a temperatura morna no verão;

• Utilizar iluminação natural ou lâmpadas

em patamares condizentes com o da Bandeira

verificar as potências no seu chuveiro e

econômicas e apagar a luz ao sair de um

Amarela. O PLD e o GSF são as duas variáveis

calcular o seu consumo.

cômodo; pintar o ambiente com cores claras.

Ar-condicionado

Ferro de passar

Elétrica (Aneel), o sistema de bandeiras

• Não deixar portas e janelas abertas em

• Separar as roupas por tipo e começar por

tarifárias sinaliza o custo real da energia

ambientes com ar-condicionado;

aquelas que exigem menor temperatura;

gerada, possibilitando aos consumidores o

• Manter os filtros limpos;

• Nunca deixe o ferro ligado enquanto faz

bom uso da energia elétrica. O funcionamento

• Diminuir ao máximo o tempo de utilização do

outra coisa.

das bandeiras tarifárias é simples: as cores

aparelho de ar-condicionado;

verde, amarela ou vermelha (nos patamares

• Colocar cortinas nas janelas que recebem

Aparelhos em stand-by

1 e 2) indicam se a energia custará mais ou

sol direto.

• Retirar os aparelhos da tomada quando

borrachas de vedação regularmente.

que determinam a cor da bandeira a ser acionada.

Criado pela Agência Nacional de Energia

menos em função das condições de geração.

Com as bandeiras, a conta de luz ficou

mais transparente e o consumidor tem a

possível ou durante longas ausências.

Geladeira • Só deixar a porta da geladeira aberta o

(Com informações da Aneel)



Painel de empresas

20

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Fotos: Panóptica Multimídia

Grupo Prysmian inaugura no Brasil sede para a América Latina A companhia investiu R$150 milhões para expandir unidade em Sorocaba (SP) O Grupo Prysmian, especialista mundial em cabos e sistemas de energia e de telecomunicações,

inaugurou

oficialmente,

no dia 10 de julho de 2019, sua sede para a América Latina, na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo. Para celebrar a ocasião, o CEO Global, Valerio Battista, e executivos da empresa reuniram-se para conhecer as novas instalações que, a partir de agora, concentram as operações administrativas do Grupo na região.

Na ocasião, cerca de 400 colaboradores

participaram de uma cerimônia de inauguração formal do novo Centro de Excelência, que contou com breves discursos do CEO Global, Valério Batista, e do CEO Latam, Juan Mogollon, seguido do descerramento de um grande painel de aproximadamente 600m², localizado na face externa do novo Centro de Distribuição.

O dia ainda contou com uma conferência

dedicada à imprensa e com um grande evento voltado aos principais clientes do grupo na América Latina. O ponto alto do encontro foi um painel com a participação de especialistas dos setores de energia e telecomunicações, que discutiu a evolução desses setores frente aos

ocasião, o Grupo Prysmian investiu cerca de

anos”, declara o CEO Global.

desafios econômicos e tecnológicos.

R$150 milhões na expansão de duas de suas

A unidade, que passa a ser o novo Centro

O parque industrial de Sorocaba já existia,

sete unidades no País: Sorocaba e Poços

de Excelência para a América Latina, conta

porém, foi modernizado pelo Grupo Prysmian

de Caldas (MG). Na unidade de Sorocaba,

com um laboratório referência em Pesquisa

com a aquisição de novos equipamentos e

localizada no bairro do Éden, o Grupo investiu

e Desenvolvimento nas áreas de energia

transferência / renovação dos que estavam

na ampliação e modernização de linhas de

e telecomunicações e um novo edifício

em Santo André e em São Paulo. “Estamos

produção destinadas a cabos de energia, cabos

administrativo. O acréscimo em área construída

investindo para absorver a planta de Santo

ópticos e metálicos para transmissão de dados e

nessa unidade chega a 23 mil m².

André e aumentar a nossa capacidade”, declara

cabos especiais para a indústria automotiva e na

O

Battista.

construção deste novo centro de distribuição.

contemporâneas, com amplas janelas e espaços

edifício,

cujo

projeto

de

linhas

A modernização integra o “Projeto +90”

Outro fato importante foi que o Grupo

que engajam a integração e convivência,

do Grupo, que escolheu o Brasil para abrigar

Prysmian fortaleceu sua presença geográfica

inspirou-se nas soluções de conectividade,

o novo Centro de Excelência Mundial. O

no

latino-americano

sustentabilidade e layout de seu equivalente na

chamado Projeto +90, lançado mundialmente

com a compra da empresa General Cable,

matriz em Milão, na Itália, e pode acomodar até

em abril de 2017, é a aposta da organização

complementando o portfólio de produtos,

340 colaboradores. O edifício abrigará todo o

no crescimento e fortalecimento dos mercados

serviços e tecnologias ofertados na região. “Com

corpo administrativo tanto para a América Latina

brasileiro e sul-americano nas áreas de energia

certeza, o Brasil é um país que tem crescido

quanto para o Brasil.

e telecomunicações e remete às nove décadas

bastante. É um mercado enorme e com grande

de operações no Brasil, completadas pela

potencial, e nós, como Prysmian, estamos muito

estrategicamente estar mais próxima do principal

companhia em 2019.

contentes, graças à integração com a General

mercado da companhia na região. “Fatores

Neste Projeto, também comemorado na

Cable. Queremos ficar no País por mais 90

ligados à disponibilidade de recursos humanos

estratégico

mercado

O Grupo escolheu a cidade de Sorocaba por


21

O Setor Elétrico / Julho de 2019

e à facilidade logística para a distribuição dos

dos desafios tecnológicos que enxergaremos

nossos produtos foram determinantes para a

mais adiante”, destaca.

escolha da cidade”, afirma João Carro Aderaldo,

CCO Brasil.

América Latina, o Grupo resolveu construir o

Ainda segundo ele, o mercado muda

prédio para sediar não somente o Brasil, mas

não apenas pelas perspectivas econômicas,

toda a Latam. “As partes financeira, administrativa

mas também nas tendências, e, frente a

e de pesquisa e desenvolvimento, estão agora

essa realidade, a empresa está justamente

em Sorocaba, de modo que nós temos um

se preparando para este futuro com essa

grupo de pessoas competentes para fornecer as

iniciativa. “Estamos investindo nos mercados

melhores soluções para os clientes”, conta.

e nos preparando para produzir e desenvolver

produtos melhores nos mercados que ‘largarão

cerca de R$1.9 bilhões líquidos. Atualmente,

na frente’ nesse novo ciclo de desenvolvimento

a empresa possui no País sete plantas em

nos próximos anos. Então, esse movimento é

cinco Estados, 1.500 colaboradores e

de confirmar a nossa disposição de investir no

dois Centros de Excelência de Pesquisa &

Brasil e de nos preparar para esse futuro diante

Desenvolvimento.

De acordo com Marcelo De Paola, CFO

Em 2018, no Brasil, o faturamento atingiu


Painel de empresas

22

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Grupo Mitsubishi Electric registra vendas globais de US$41,4 bi no ano fiscal de 2019 Mesmo com cenário global adverso, áreas de sistemas elétricos e de automação industrial foram as principais responsáveis pelo aumento de receita no período O grupo Mitsubishi Electric, especialista

mundial

na

fabricação,

Sarah Daltri

comercialização

e vendas de equipamentos elétricos e eletrônicos, fechou o ano fiscal de 2019 (que compreende 1º de abril de 2018 a 31 de março de 2019) com receita de US$41,4 bi*, aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Globalmente, os principais segmentos que geraram o aumento foram: energia e sistemas elétricos, sistemas de automação industrial e de eletrodomésticos.

O aumento discreto também deve ser

observado em 2020. A companhia acredita que as incertezas relacionadas à economia global – principalmente, das políticas comerciais dos EUA em relação à China, além do Brexit – devem provocar impacto em exportações e investimentos em vários países, dificultando o ganho de mercado. “A Mitsubishi Electric pretende melhorar a rentabilidade em todos os países em que atua, resultado que depende do aumento de vendas e de implantar boas práticas em todos os escritórios ao redor do mundo”, destaca a companhia.

Helio Sugimura, gerente de Marketing.

do empresariado e o início da retomada

de conhecimento dos profissionais brasileiros,

econômica devem manter os índices em

aumentando suas chances de colocação

No Brasil

alta nos próximos anos. “Somos bastante

profissional”, afirma o executivo.

Em território nacional, a divisão de

otimistas em relação ao cenário brasileiro,

automação industrial registrou crescimento

comprometidos com resultados sustentáveis

linhas de produtos: Controladores (CLP),

durante o ano fiscal, suportado pelo aumento

em longo prazo. No próximo ano, esperamos

Dispositivos de visualização (IHMs), Servo

das vendas em todos os canais de vendas:

mais uma vez entregar crescimento da ordem

Acionamentos, Inversores de Frequência,

de 2015 a 2018, o número de parceiros

de dois dígitos para todas as linhas de

Robôs Industriais, Produtos de Baixa Tensão,

distribuidores aumentou 118% e a quantidade

produtos”, destaca Fabiano Lourenço, vice-

Sistemas

de integradores parceiros teve incremento de

presidente da divisão de automação industrial

Monitoramento de Energia.

320%.

da Mitsubishi Electric.

Dentro desse escopo, foram lançados

Ao todo, a unidade trabalha com sete

Supervisórios

e

Soluções

de

Com um forte compromisso na formação

recentemente robôs com capacidade de carga

de alta que a divisão tem apresentado nos

de novos profissionais, a companhia também

de até 70kg e o sistema supervisório McWorks

últimos anos. De 2014 a 2018, a quantidade

investe na capacitação de maneira contínua.

64, cuja principal função é realizar controle e

de colaboradores praticamente dobrou e,

Além da doação periódica de equipamentos a

supervisão de processos, tornando a tomada

somente no período entre 2017 e 2018, a

instituições de ensino, existe a meta de treinar

de decisões mais rápida e eficiente.

companhia já investiu mais de R$1 milhão em

mais de 1 mil profissionais em 2019 (em

equipamentos de teste para demonstrar suas

2018, 750 pessoas foram capacitadas pela

para o dólar americano, a taxa dada pelo

soluções ao mercado.

companhia). “Entendemos que essa é uma

Mercado de Câmbio de Tóquio em 15 de maio

ferramenta eficaz para ajudar a elevar o nível

de 2019.

Os bons resultados completam a trajetória

O

aumento

gradual

da

confiança

*Com uma taxa de câmbio de 109 ienes



Painel de empresas Fotos: Juliano Bustamante

24

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Tecnowatt moderniza showroom em Minas Gerais

A Tecnowatt Iluminação, empresa com

mais de 50 anos de mercado, que se destaca no segmento de iluminação e sistemas de controle, reformou recentemente seu showroom, localizado em Contagem, Minas Gerais. Para reformular totalmente o espaço antigo, foi necessário o desenvolvimento de uma nova linguagem visual. O conceito geral proposto foi definir um novo layout, minimalista, aliado à uma iluminação com características cênicas, com o objetivo de promover maior destaque dos produtos e valorização da marca da empresa.

A organização do espaço foi definida da

seguinte maneira: 1 - Estruturas metálicas para expor os

Ficha técnica – Showroom Tecnowatt Iluminação (2019): • Projeto de arquitetura, interiores e iluminação: Juliano Bustamante • Luminárias: Tecnowatt e Simon Interiores • Gestão: Willians Santos / Deishi Cristina / Caroline Oliveira / Rodrigo Raposo • Obra e instalação: GMI Engenharia

produtos consolidados, organizados por famílias (luminárias públicas, decorativas e

fundo para tornar visível a fotometria de cada

industriais);

luminária exposta.

apresentações corporativas e de produtos. O

2 - Na parte central, em maior destaque, são

Cada

acionada,

logotipo principal é extrudado para permitir

expostos os produtos em lançamento. Ficam

individualmente, através do sistema de

melhor valorização pela iluminação. Detalhes

apoiados em totens, de altura reduzida,

controle SCENA, do grupo Simon. É possível

fazem a diferença. Por este motivo, trilhos e

para não bloquearem a visão do logotipo da

fazer o controle por meio da tela principal

luminárias foram pintados de branco para

empresa, localizado na parede ao fundo;

ou por meio do aplicativo para Smartphone

refletir a cor do ambiente e, desta maneira,

3 - Na parede oposta às estruturas metálicas,

(Android ou IOS).

serem camuflados pela iluminação RGB.

ficam as fotos das obras mais emblemáticas da empresa. Dessa maneira, é possível visualizar, no mesmo espaço, produto e aplicação. Para padronizar a percepção visual geral do ambiente, o espaço conta com iluminação RGB, indireta e difusa. Assim sendo, foi possível "camuflar" os elementos menos

importantes,

maximizando

o

destaque dos pontos de interesse por meio do contraste com a luz branca. Para se obter esse efeito, foram utilizadas barras de LED no piso, com facho elíptico, e fitas flexíveis aplicadas nos trilhos metálicos atirantados ao teto.

A iluminação de destaque dos quadros

é feita por meio de projetores com 3.000K, IRC 90 e abertura de facho de 15°. Já a iluminação difusa funciona como plano de

luminária

é

O espaço conta também com painel para



Painel de produtos

26

Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões

Controlador de temperatura universal da Metaltex www.metaltex.com.br

O controlador de temperatura e processos modelo MC62, com entrada universal

e frontal 48x48mm, possui display de LCD de fácil visualização, entrada de sinal para termopar, termoresistência, tensão e corrente com alta precisão (resolução de 18 bits) e taxa de amostragem de 200ms. Aceita até dois relés de alarme, sendo que o primeiro alarme também pode ser configurado como saída de resfriamento. Opções com comunicação RS485 em Modbus-RTU, entrada de eventos e entrada para transformador de corrente. Possui porta USB para uso de software de parametrização que facilita quando é necessária a parametrização de diversos controladores com a mesma programação. Modelos com saída de controle a relé, SSR 5V ou 4-20mA. Certificado UL.

Luminárias da Signify para ambientes corporativos www.signify.com/pt-br

A linha SlimBlend proporciona conforto sem reflexos, com efeito difuso e estética livre

de interferências graças às opções de controlo integradas. Também pode fazer parte de um sistema de iluminação conectado e integrado à infraestrutura de TI, permitindo que os dados sobre o uso sejam coletados para ajudar a reduzir os custos de energia e aumentar o conforto dos funcionários. SlimBlend oferece equilíbrio entre o custo inicial e o ROI, sendo indicado para oferecer adequada de qualidade de luz e um rápido retorno do investimento para escritórios.

Pilz do Brasil lança minicontrolador configurável www.pilz.com.br

O minicontrolador, modelo PNOZmulti 2, monitora inúmeras funções de segurança

em máquinas e equipamentos. É baseado em uma plataforma de hardware modular, oferecendo uma grande variedade de módulos de expansão, que atendem a exigências relevantes para a segurança, como, por exemplo, monitoramento de paradas de emergência, portas de segurança, cortinas de luz, bimanual, válvulas de segurança de prensa, valores de medição analógicos e funções de monitoramento de movimento. O novo minicontrolador também conta com módulos para o monitoramento seguro de prensas mecânicas.

O Setor Elétrico / Julho de 2019


Fascículos

Apoio

BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

28

Francisco Gonçalves Jr. Capítulo VII – BIM 4D – O planejamento inteligente da obra - Introdução - Panorama atual - Consequências dos atrasos nas obras - Definição - BIM 4D – Tempo e planejamento de execução da obra - Execução mais precisa - Usos dos modelos 4D na construção - Quem usa as informações do modelo 4D - Benefícios dos modelos 4D - Implantação do 4D - Resultados que podem ser obtidos através dessa implantação

Equipamentos para ensaios em campo

32

Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta Capítulo VII – Testes em campo de malha de aterramento - Introdução - Manutenção preventiva: ensaios

Linhas elétricas para baixa tensão

36

Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo VII – Capacidade de condução de corrente de condutores (II) - Fatores de correção - Temperatura ambiente - Agrupamento de circuitos - Condutores carregados - Condutores em paralelo - Variações das condições de instalação


Apoio

BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

28

Por Francisco Gonçalves Jr.*

Capítulo VII BIM 4D – O planejamento inteligente da obra

Introdução

Panorama atual

O BIM abrange não apenas os projetistas envolvidos na fase da

A atividade de planejamento produtivo da construção é

concepção de um empreendimento, mas também os profissionais

complexa e requer a análise de muitas variáveis, e esse cenário

que estão à frente do processo de planejamento, execução e

vem a piorar quando tratamos de obras mais complexas. O uso de

gerenciamento. Neste contexto, temos o avanço do uso do BIM em

métodos tradicionais, baseado apenas em planilhas, ferramentas de

suas diversas dimensões: 3D, 4D, 5D, 6D, 7D, ND.

sequenciamento de atividades, histogramas e linhas de balanço não

A aplicação da tecnologia BIM está destinada a todo o ciclo

são suficientes, acarretando diversos problemas, como o atraso da

de vida da edificação: projetos – construção – manutenção –

entrega do empreendimento, gerando vários problemas em cascata

demolição ou retrofit. Os projetos de arquitetura, estrutura e

para toda a cadeia produtiva, desde o investidor até o cliente final e

instalações concebidos desta forma permitem a antecipação de

futuro proprietário.

situações e conflitos a serem resolvidos através do modelo virtual 3D da edificação.

Consequências dos atrasos nas obras

Fascículo

Com o resultado da fase de projetos em BIM, a próxima etapa é utilizá-lo para o planejamento e execução da edificação a ser

O efeito cascata do atraso nas obras provoca, de imediato,

construída. Afinal, de que adianta todo o esforço para geração dos

um aumento dos custos fixos previstos e posterga o retorno do

modelos compatibilizados rico em informações, referentes ao “I” do

recebimento pago pelos futuros proprietários, colocando em risco

BIM, se ele não será utilizado na execução da obra?

a margem de lucro do investidor. Diante desse cenário, o cronograma físico financeiro afetado é inevitável e a geração de problemas de fluxo de caixa pode impactar, além da redução do lucro, o capital de giro necessário para a execução e término da obra. Outra questão importante é a indisponibilidade de mão de obra para alocação em novos empreendimentos, gerando um gargalo operacional das diversas equipes envolvidas que estarão um tempo maior do que foi planejado na mesma obra. Os atrasos representam, portanto, diversos entraves, tendo em vista que envolve uma diversidade de profissionais, entre funcionários das construtoras e

Figura 1 – BIM 4D - ciclo de vida da edificação.

prestadores de serviços avulsos.


29

Apoio

No âmbito das obras públicas, os atrasos causam impacto nas questões de transparência do processo, no uso dos recursos públicos e na inevitável criação de aditivos contratuais e demais prejuízos sociais pela não entrega da obra para a sociedade.

Definição - BIM 4D – Tempo e planejamento de execução da obra É possível associar o modelo elaborado ao cronograma da obra, vincular tarefas, tempos e gerar um planejamento visual de andamento da obra, proporcionando ao engenheiro de execução, ou gerente de projeto acompanhar o avanço físico de cada etapa. Tudo na tela do computador, com riqueza de informações em tempo real. Esta etapa possibilita efetuar simulações de arranjo físico e deslocamento em canteiro de obras, prever situações críticas e minimizar riscos com relação a equipamentos e caminhões no transporte de materiais.

Execução mais precisa O BIM é usado para representar graficamente as instalações permanentes e temporárias no canteiro de obras, durante as várias fases do processo de construção. Ao ser associado com o cronograma de atividades da construção, possibilita transmitir os requisitos de espaço e sequenciamento, recursos de trabalho, materiais com entregas associadas e localização de equipamentos.

Figura 2 – Execução mais precisa.

Usos dos modelos 4D na construção O uso dos modelos 4D, que são os modelos 3D gerados pelos projetistas no formato IFC, serão incorporados ao processo de planejamento e execução, associando os elementos construtivos à estrutura analítica de projeto (EAP), preparando o modelo para receber mais informações para o planejamento e execução. Dentre os diversos usos dos modelos visuais 4D, podemos destacar:


Apoio

BIM - Building Information Modeling

30

• Estudo de viabilidade: possível efetuar uma análise de como será o

Nesse intuito, é possível definir melhor o método de execução

empreendimento, processo construtivo, qual a previsão de entrega

da obra com sua análise de custo. Será possível, através das

e a estimativa de custo.

simulações, por exemplo, minimizar desperdícios e rejeitos de

• Planejamento: definição do plano de ataque da obra, através da

obras, proporcionando uma grande economia.

simulação de diversos cenários: como será a logística do canteiro,

Com tudo isso, temos a tão almejada industrialização da

principalmente, na definição da movimentação e estoque de

construção civil, com a utilização de uma nova metodologia

materiais, equipes, equipamentos como guindastes, prevendo uma

que utiliza conceitos novos, favorecendo construções mais

sequência otimizada das tarefas, sendo que muitos desses elementos

sustentáveis, econômicas, e com melhores soluções do ponto de

são temporais e não farão parte da obra em si, como os próprios

vista técnico, já consolidado em diversos países desenvolvidos

guindastes e outros itens dos almoxarifados.

pelo mundo.

• Construção: para os gestores, será possível saber o andamento da obra, com o status que indica se ela está atrasada ou adiantada, além

Implantação do 4D

de verificar como a obra estará na linha do tempo em uma data prevista. Definir o planejamento de execução semana a semana e a

Como vimos, a implantação do BIM em projetos não se

alocação das equipes.

diferencia muito no 4D, em que será necessário o investimento em

• Monitoramento: com a alimentação dos dados no modelo 4D, será

capacitação e mão de obra especializada, softwares especializados

possível monitorar o cronograma de execução, gerando no modelo

e infraestrutura de hardware e rede para suportar todas aplicações

a visualização tridimensional do “Planejado x Executado”, inclusive,

necessárias.

com a animação do andamento da construção.

Com relação às aplicações computacionais, destacamos três

• Integração com Cronograma financeiro: possibilidade de extração

softwares muito utilizados: Autodesk – Navisworks, Synchro e Vico

de quantitativos precisos e com agilidade por fases, gerando

Office 4D Manager.

informações para elaboração de relatórios financeiros e orçamentos mais realistas e assertivos.

Quem usa as informações do modelo 4D O modelo 4D poderá ser utilizado por todos envolvidos no ciclo da construção de forma sistêmica, desde o pessoal de projetos, planejamento, execução, custos, fornecedores e investidores

Benefícios dos modelos 4D As simulações com modelos 4D trazem diversos benefícios, principalmente, para as construtoras, que poderão testar diversos

Fascículo

cenários e avaliar as melhores opções, sendo uma poderosa ferramenta de apoio à decisão, e trazendo muito mais assertividade

Figura 4 – Software 4D Navisworks.

Resultados que podem ser obtidos através dessa implantação

e segurança. Conforme visto, a aplicação da modelagem 4D, além de proporcionar todos os benefícios listados aqui, é um grande aliado no processo de tomada de decisão de todos os Stakeholders envolvidos no ciclo da construção de um empreendimento, seja ele da iniciativa privada ou obras públicas, com a possibilidade de simular e visualizar tridimensionalmente, dia a dia, hora a hora, toda evolução da execução da obra e demais variáveis envolvidas. Adicionando a variável “Custo” ao modelo 4D, temos uma nova dimensão do BIM, o 5D, que permite a avaliação Figura 3 – Cronograma assertivo.

financeira de todo o empreendimento. Mas esse é um assunto


31

que será abordado em outra ocasião. A implantação do BIM 4D exige uma mudança de atitude e cultura, além de todo investimento tecnológico e de processos, pois todos os envolvidos, desde os projetistas, pessoal do canteiro de obras, departamento de compras e fornecedores deverão trabalhar de forma colaborativa e integrada. O BIM 4D também abre um leque de oportunidades para o mercado de projetos, visto que a iniciativa privada, através

das

construtoras,

está

aplicando a tecnologia e requisitando que seus parceiros e fornecedores de projetos também desenvolvam seus projetos com o uso da metodologia BIM.

Referências bibliográficas: EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM: um guia de modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Bookman Editora, 2014. GOVERNO

DE

SANTA

CATARINA.

Caderno de apresentação de projetos em BIM. Disponível em: < http://www.spg. sc.gov.br/v isualizar-biblioteca/acoes/ comite-de-obras-publicas/427-cadernode-projetos-bim/file >. *Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM – Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Equipamentos para ensaios em campo

32

Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*

Capítulo VII Testes em campo de malha de aterramento

1 - Introdução

2 - Manutenção preventiva: ensaios

As subestações elétricas devem ser aterradas para evitar que ocorram sobretensões ou choques elétricos durante faltas à terra que

2.1- Método da queda de potencial

possam representar perigo às pessoas próximas às instalações e aos

No método da queda de potencial, utiliza-se um equipamento

equipamentos contidos nessa. Para que um sistema de aterramento

específico (terrômetro) para se proceder com a medição da resistência

seja eficiente e seguro, é necessário que:

da malha de aterramento. O método consiste, basicamente, em se fazer circular uma corrente entre a malha que se quer medir e um

• A resistência de terra seja a mais baixa possível, pois isso facilita

eletrodo auxiliar de corrente, e medir a tensão entre a malha de

a proteção do sistema contra faltas à terra e reduz as flutuações de

aterramento e o terra de referência (terra remoto) por meio de um

tensão;

eletrodo auxiliar de terra, como mostrado na figura 1.

• Não apareçam tensões elevadas em pontos acessíveis que provoquem a circulação de corrente superior à suportada pelo

Fascículo

corpo humano; • Todas as estruturas metálicas, não expostas à tensão, deverão estar solidamente aterradas. Para se realizar a medição de resistência de aterramento da malha, é possível se utilizar dois métodos: • Método da queda de potencial; • Método da queda de potencial com injeção de alta corrente.

Figura 1

Fonte: Internet

Os princípios básicos dos dois métodos serão mostrados a seguir.

Para se obter a medição, o eletrodo de potencial deve ser

Além da medição da resistência da malha, é recomendável

deslocado ao longo de uma direção predefinida, em intervalos

se fazer também as medições dos potenciais de passo e toque da

regulares de 5% da distância entre o eletrodo fixo de corrente e a

subestação. Este assunto também será tratado a seguir.

malha de aterramento.


33

Apoio

Fazendo-se a leitura de resistência em cada posição, obtém-se a curva de resistência em função da distância.

Figura 2

Fonte: NBR 15749

O valor da resistência de aterramento é obtido na zona de patamar do gráfico acima; caso o resultado das medições não seja um gráfico similar ao mostrado acima, deve-se realizar novas medições, aumentando-se a distância entre o eletrodo de corrente e a malha de aterramento e após avaliação de possíveis outras interferências, tais como elementos metálicos enterrados entre o eletrodo de teste e a malha de aterramento. Antes de se realizar as medições, deve-se notar que: • O terra medido deve estar desconectado do sistema elétrico;

• A distância entre o eletrodo fixo de corrente e a malha deve ser de, no mínimo, três vezes a maior medida da malha de aterramento e preferencialmente maior que cinco vezes; • O teste deve ser realizado com o solo o seco. O método da queda de potencial com terrômetro, devido a vários fatores limitantes, não é indicado para sistemas de aterramento de grandes dimensões, tais como subestações de alta tensão; para estes sistemas, o método de injeção de alta corrente visto a seguir é mais indicado. 2.2- Método da queda de potencial com injeção de alta corrente Nesse método, o arranjo do teste e a avaliação dos resultados é similar ao mostrado no item anterior, porém, ao invés do uso de um terrômetro, utiliza-se uma fonte de tensão de alta potência e independente do sistema sob medição (Exemplo: gerador). Nesse caso, a corrente injetada deve ser a maior possível, obviamente, levando-se em consideração os limites de segurança. Valores mínimos de 10A são necessários, sendo que valores acima de 30A são mais próximos do ideal. O arranjo das medições pode ser verificado na figura 3:


Apoio

Equipamentos para ensaios em campo

34

Figura 3 – Retirado do Curso de Manutenção de Operação de Subestações – Engepower.

Aqui também, as medições devem ser realizadas com o solo seco e com a malha desconectada do sistema, além de:

em que uma pessoa poderá encostar em estruturas metálicas dentro de uma subestação, conforme mostrado na figura 4. Os vários pontos medidos (Exemplos: massas de equipamentos,

• O eletrodo fixo ou terra auxiliar deve ter a mínima resistência

portões, cercas, estruturas etc.) devem ser locados em um croqui da

possível; o usual nesse caso, é se fazer uma malha de aterramento

subestação, indicando a sua localização no terreno.

auxiliar com um conjunto de hastes de três metros interligadas;

Para avaliação dos resultados, os valores de tensão medidos

• O voltímetro utilizado para medir as tensões nas posições deve ter

devem ser extrapolados da corrente de teste para a máxima

alta impedância.

corrente de curto-circuito fase-terra. Os valores extrapolados resultantes não devem ultrapassar os valores máximos dados pelo

Na avaliação dos resultados em ambos os métodos, a resistência medida deve ser a menor possível, e pode ser comparada com o valor

memorial de cálculo da malha de aterramento da subestação, considerando-se ainda uma margem de segurança.

de projeto da malha. 2.4- Medição do potencial de passo 2.3- Medição do potencial de toque

O potencial de passo é a diferença de potencial que aparece entre

O potencial de toque é a diferença de potencial que aparece

dois pontos afastados de 1 metro, devido à circulação de corrente pela

entre um ponto de uma estrutura metálica ao alcance da mão de

terra. Essa diferença de potencial é a que aparece entre os pés de uma

uma pessoa e um ponto do chão afastado de 1 metro da base da

pessoa afastados de 1 metro.

estrutura.

Aqui, utiliza-se a mesma fonte e arranjo do ensaio mostrado

Para se realizar a medição de potencial de toque em vários

no item anterior. Também são medidos diversos pontos da

pontos de uma subestação de alta tensão, utiliza-se também uma

subestação, mas, dessa vez, em locais de circulação das pessoas

fonte externa de tensão que faça circular uma corrente entre a malha

dentro da área a ser verificada. A medição é feita como mostrado

de aterramento sob teste e uma malha auxiliar de baixa impedância

na figura 5.

(arranjo similar ao do item 2.2).

A demonstração (croqui) e a avaliação dos resultados também

Fascículo

Com a corrente circulando, faz-se diversas medições em pontos

Figura 4

Fonte: NBR 15749

devem ser realizadas de forma similar às mostradas no item 2.3.

Figura 5

Fonte: NBR 15749


35

Apoio

2.5- Manutenção geral da malha de aterramento Basicamente, não existe manutenção a ser realizada na malha de aterramento, porém, deve-se garantir periodicamente que todas as conexões estão apertadas e que não existem condutores de terra seccionados. Se existirem suspeitas de interrupção de circuitos de aterramento, deve ser verificada a continuidade com ohmímetro ou através de injeção de corrente. Recomenda-se medir a malha de terra periodicamente para acompanhar a acomodação das camadas de terra do solo, principalmente, nos primeiros anos após a construção da subestação.

Fontes Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng. e Com. LTDA. ABNT NBR 15749 – Medição de resistência de aterramento e de potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento. Manutenção Elétrica Industrial – Angel Vázquez Morán – Editora Gráfica. *Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista em energia e automação (USP), gestor de equipes de campo (engenharia, comissionamentos, montagens) em subestações de alta, média e baixa tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenharia na ENGEPOWER *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER. *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

36

Por Paulo E. Q. M. Barreto*

Capítulo VII Capacidade de condução de corrente de condutores (II)

Fatores de correção Além das condições anteriormente descritas, que foram determinantes para a construção das tabelas 36 a 39 da NBR

deste, os valores apresentados nas tabelas 36 a 39 da NBR 5410 devem ser corrigidos pelos fatores indicados na tabela 40 (aqui, parcialmente reproduzida como tabela 6).

5410, outras condições de instalação dos condutores também irão

Salienta-se que a citada temperatura ambiente não é

influenciar o valor da sua capacidade de condução de corrente

necessariamente aquela que o serviço de meteorologia apresenta,

(Iz), tais como, temperatura ambiente, resistividade térmica do

ou seja, não é a do meio ambiente exterior, mas sim, a do ambiente

solo (quando enterrado), quantidade de condutores carregados e

no qual estão instalados os condutores em questão. Desta forma, se

agrupamento de circuitos.

um determinado circuito atende ou atravessa um local que possui um forno industrial, é muito provável que a temperatura ambiente

Temperatura ambiente

desse local não seja 30ºC.

Como se pode observar pela descrição das premissas que

Pelo fato de a temperatura ambiente ser a do meio no qual

originaram tais tabelas de capacidade de condução de corrente de

está instalado o condutor, no caso de linhas enterradas deve ser

condutores da NBR 5410, elas foram construídas considerando que

considerada a temperatura do solo. As tabelas correspondentes

os condutores estão instalados em locais cuja temperatura ambiente

foram elaboradas levando em conta temperatura de 20ºC para o

é 30ºC. Para qualquer valor de temperatura ambiente diferente

solo. Em caso de solo com temperatura diferente desta, deve ser

Fascículo

aplicado o fator de correção correspondente, extraído da mesma tabela 40 (na parte referente à temperatura do solo). Ainda para linhas enterradas, deve-se levar em conta a resistividade térmica do solo. As tabelas correspondentes foram elaboradas levando em conta resistividade de 2,5K.m/W. Para solos com resistividade térmica diferente desta, deve-se aplicar o fator de correção indicado na tabela 41 da NBR 5410.

Agrupamento de circuitos Novamente referindo-se às citadas tabelas 36 a 39, que apresentam valores de capacidade de condução de corrente dos condutores, uma das considerações feitas é a quantidade de condutores carregados. Essas tabelas foram construídas levando em conta apenas as situações de dois ou de três condutores carregados. Tabela 6 – Reprodução parcial da Tabela 40 da NBR 5410:2004.

Para situações de instalação nas quais a quantidade de condutores


37

Apoio

carregados seja superior a uma dessas, devem ser aplicados os

(redução de 30% da sua capacidade de condução de corrente). Ou

fatores de correção por agrupamento de circuitos constantes das

seja, um circuito com cabos isolados em PVC, com seção nominal

tabelas 42 a 45 da NBR 5410.

4mm2, nas condições estabelecidas na tabela 36 da NBR 5410,

Tome-se como exemplo a tabela 42 (aqui, parcialmente

passará a ter Iz = 19,6A e não mais 28A.

reproduzida como tabela 7). Em um eletroduto embutido em

É importante observar que, como qualquer fator tabelado,

alvenaria, que contenha três circuitos com três condutores

algumas premissas precisam ser adotadas e, no momento do projeto,

carregados cada, a capacidade de condução de corrente de todos

elas precisam ser identificadas e consideradas. Nesse caso, os fatores

esses condutores será afetada por um fator de correção de 0,70

de correção por agrupamento de circuitos levam em conta, por

Tabela 7 – Reprodução parcial da Tabela 42 da NBR 5410:2004.


Apoio

Linhas elétricas para baixa tensão

38

exemplo, os seguintes aspectos:

a) Quando dois ou mais condutores forem ligados em paralelo na

• O agrupamento considera condutores que possuam a mesma

mesma fase, deve-se atentar para que a temperatura máxima em

temperatura máxima para serviço contínuo.

serviço contínuo (θz) não seja ultrapassada.

• Todos os condutores vivos são considerados permanentemente

b) Os condutores devem ter a mesma constituição, a mesma

carregados com 100% de sua carga.

seção nominal, aproximadamente, o mesmo comprimento e não

• Os condutores devem constituir grupos homogêneos de cabos,

apresentarem derivações ao longo de seu percurso.

uniformemente carregados.

c) Assegurar o maior equilíbrio possível das impedâncias dos

• Os circuitos tabelados consideram arranjo de um só condutor por

condutores de cada fase.

fase (portanto, os cabos em paralelo devem ser divididos em tantos

d) Cada “circuito” assim constituído a partir da divisão dos

“circuitos” quantos forem a quantidade de cabos por fase).

condutores em mais de um grupo, deve possuir todas as fases e o

• Condutor cujo maior valor de corrente previsto para circular nas

neutro (se existir).

condições normais de funcionamento (corrente de projeto – IB) não seja superior a 30% da sua capacidade de condução de corrente (já

Variações das condições de instalação

determinada com a aplicação do fator de correção pertinente), pode

Quando, ao longo do percurso de uma linha elétrica, ocorrer

ser excluído da contagem de condutores agrupados, para efeito de

diferentes condições de instalação, que implique, por exemplo,

aplicação dos fatores de agrupamento.

em diferentes condições de dissipação de calor dos condutores nesse percurso, a capacidade de condução de corrente (Iz) desses

Portanto, para qualquer condição diferente destas, o projetista deve estudar o caso e arbitrar o fator a ser considerado. Por exemplo,

condutores deve ser determinada em função da condição mais desfavorável.

se os cabos de um determinado circuito de um agrupamento não

Também deve ser observado se ao longo do seu percurso,

estiverem previstos para trabalhar na condição de permanentemente

os condutores passam por diferentes condutos (por exemplo,

carregados com 100% de carga, o valor do fator de correção desse

eletroduto enterrado, aparente e bandeja) ou ainda, que atravessam

agrupamento pode ser diferente dos indicados na tabela 7.

locais ou condições de instalação com temperaturas ambientes

Condutores carregados Como a quantidade de condutores carregados é determinante para a utilização das tabelas 36 a 39, e também para a determinação

diferentes de 30ºC. Também, nesses casos, deve ser considerada a condição mais desfavorável para a determinação de Iz.

Conclusão

de eventual fator de correção por agrupamento de condutores, é

Diante dessas considerações, conclui-se que a real capacidade

necessário identificar quais são os condutores carregados de cada

de condução de corrente de um condutor (Iz), pode não ser o valor

circuito.

obtido diretamente da leitura de uma das tabelas 36 a 39 da NBR

Além das indicações contidas na tabela 46 da NBR 5410, e da

5410 ou de catálogos de fabricantes de condutores. Outras análises

definição apresentada no início desta série de artigos, pode-se,

devem ser feitas, caso a caso, circuito a circuito, sob pena de colocar

de forma simplificada, considerar condutor carregado aquele

em risco a integridade dos condutores, o bom funcionamento da

efetivamente percorrido por corrente elétrica nas condições

instalação e a segurança da edificação.

normais de operação. Ou seja, condutores fase e neutro.

Fascículo

Nos circuitos trifásicos com neutro, quando as cargas estiverem

*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em

equilibradas entre as fases e não for prevista a circulação de

Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução,

correntes harmônicas no condutor neutro, em quantidade apreciável

manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da

(harmônicas de ordem 3 e suas múltiplas, superior a 15%), este não precisa ser computado, considerando-se então esses circuitos como sendo de três condutores carregados. Por sua vez, os condutores de proteção (PE) são considerados não carregados e os condutores PEN (proteção+neutro) são considerados como condutores neutro, para efeito dessa aplicação.

Condutores em paralelo Quando a corrente de projeto (IB) é elevada e a opção do projetista é pelo uso de mais de um cabo por fase, a NBR 5410 estabelece algumas condições em 6.2.5.7, que resumidamente são:

Comissão que revisa a norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do Inmetro, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br

Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br


Renováveis Apoio

ENERGIAS COMPLEMENTARES

Ano 3 - Edição 37 / Julho de 2019

FASCÍCULO

O projeto elétrico NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA JÁ ATINGE TODAS AS FAIXAS DE RENDA COLUNA EÓLICA: OS BONS VENTOS BRASILEIROS E AS MULHERES NO SETOR DE ENERGIAS RENOVÁVEIS APOIO

39




Apoio

42

Fascículo Por Hans Rauschmayer*

O PROJETO ELÉTRICO

Renováveis


43 1 - Introdução

Nos fascículos anteriores, aprendemos como o projeto de um

2 - Conexão entre Gerador e Inversor

A figura 1 apresenta o projeto exemplar de um sistema fotovoltaico

sistema solar conectado à rede é elaborado, e como são configurados os

conectado à rede (SFCR). Este diagrama serve como guia para o presente

principais componentes, módulos e inversores.

fascículo.

O presente fascículo trata do projeto elétrico, dividido em duas

Iniciaremos a descrição com o lado da corrente contínua, entre os

partes: o lado da corrente contínua, entre módulos e inversores, e o

módulos e o inversor, lembrando que as características dos módulos

lado da corrente alternada, na conexão do inversor à rede predial e da

e a configuração dos módulos em séries fotovoltaicas (usaremos,

concessionária.

em seguida, o termo inglês, string) já foram abordadas em fascículos

anteriores.

Em função da profundidade do tema e do espaço restrito que a

revista permite, recomendamos ao leitor acrescentar estudos de normas

e literatura e capacitar-se em um curso profissional para complementar

NBR 16690 – Instalações Elétricas de Arranjos Fotovoltaicas. Enquanto

o conhecimento.

isto, usamos a versão distribuída para consulta pública, publicada em

Figura 1: Diagrama exemplar de um projeto fotovoltaico conectado à rede.

A norma que regulamenta o projeto ainda está em elaboração: ABNT


Apoio

Fascículo

44

Renováveis

2018, como base da seguinte descrição e a disponibilizamos no site

induzida por uma descarga atmosférica próxima ao sistema. Por isso, o

www.solarize.com.br.

fio conectado ao último módulo percorre todo o arranjo paralelamente aos fios dos módulos (na figura, é o fio negativo).

2 .1

- Conectores Fotovoltaicos

Observe que o cabo do string está energizado sempre que há incidência de luz nos módulos. Este fato implica em cuidados especiais durante a instalação e manutenção que serão abordados num fascículo mais à frente. 2 .3

- Fusíveis

Os fusíveis protegem os módulos do string, ao qual estão

conectados, contra uma corrente reversa gerada pelos strings conectados em paralelo. Esta situação pode ocorrer no caso de um curto-circuito entre o polo positivo e o negativo em algum ponto deste string. A consequência seria um aquecimento e potencial derretimento das células que recebem a corrente reversa. Figura 2: Conectores fotovoltaicos tipo MC4, com crimpagem (acima) ou sem crimpagem (abaixo, marca Weidmüller PV-Stick).

Os fusíveis devem ser específicos para sistemas fotovoltaicos, tipo

gPV, conforme norma IEC 60269-6. A corrente nominal é indicada pelo fabricante do módulo – usar fusíveis com amperagem inferior não é

Módulos para sistemas conectados à rede já são equipados com

recomendado, porque causa perdas em momentos de alta irradiância!

conectores específicos para este fim. O modelo mais comum é chamado

de MC4 (figura 2).

mais strings em paralelo. Para entender isso, vamos ver um exemplo

ilustrativo, usando valores comuns de módulos de 60 células:

Os conectores foram projetados para conduzir a corrente durante

Geralmente, fusíveis são necessários em arranjos com três ou

muitos anos nas condições encontradas embaixo dos módulos. Eles são polarizados e evitam acidente com curto-circuito durante a instalação.

• Corrente de curto-circuito do módulo, conforme ficha técnica do

Invista em alta qualidade!

módulo Imód,SC = 9A • Corrente reversa máxima do módulo Imód reversa max = 15A

2 .2

- Cabo do String

• Três strings conectados em paralelo • No caso de curto-circuito em um dos strings, a corrente gerada nos outros dois strings é igual a I = 2 x 9A = 18A. Esta corrente é superior à corrente reversa permitida de 15A, o que indica a necessidade dos fusíveis.

Diodos de bloqueio e disjuntores, que poderiam ser meios

alternativos de proteção, não se mostraram confiáveis na prática. 2 .4

- Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS)

Figura 3: Cabeamento do string sem laço para redução de indução de surtos.

A figura 3 mostra a ligação do string: os módulos são

interconectados em série, usando diretamente os próprios conectores pré-montados nos cabos dos módulos (caixinha verde na figura) e usando conectores compatíveis nas emendas.

Dois fios levam o polo negativo e o positivo à caixa de junção –

eles formam o cabo do string. Por serem expostos a intempéries e altas temperaturas, estes fios devem atender à norma ABNT NBR 16612:2017 (Cabos de potência para instalações fotovoltaicas).

É importante evitar laços na fiação que possam aumentar a tensão

Figura 4: DPS fotovoltaico de uma marca do mercado.


Apoio

45

2 .7

- Caixa de junção e localização dos componentes

contra surtos ou descargas atmosféricas provindo do circuito

Lembrando que o diagrama da figura 1 é exemplar, cabe ao

fotovoltaico e evita que estes surtos sejam propagados à instalação

projetista avaliar variantes dele e especificar o local da instalação

predial por indução.

de cada componente:

O dispositivo de proteção contra surtos (DPS) protege o inversor

O DPS deve ser do tipo fotovoltaico conforme norma EN

50539-11 (exemplo na figura 4). A tensão nominal do DPS

• A caixa de junção (normalmente, se usa o termo inglês:

deve ser superior à tensão máxima do string em circuito aberto

stringbox), geralmente, é instalada do lado do inversor, o que

(Vmód,OC,máx, - veja fascículo 5). Quanto menor a diferença entre a

facilita a verificação e manutenção;

tensão nominal do DPS e a do string, melhor será a proteção – o

• Outra possibilidade é instalar o stringbox próximo aos módulos.

mercado oferece tensões de 600V, 1000V e 1500V).

Vantagem é a unificação dos cabos dos strings e uma melhor proteção da rede predial contra surtos;

2 .5

- Dispositivo Interruptor -Seccionador

• Em certos casos, é necessário duplicar o stringbox com parte dos

O dispositivo interruptor-seccionador deve ser capaz de abrir

componentes;

o circuito sob plena carga na máxima corrente de falta (manobra

• Em instalações com exigências elevadas de segurança, pode ser

de interrupção) e manter o circuito aberto de forma segura

necessário inserir um dispositivo que desenergize o cabo do arranjo

(seccionamento).

em casos de emergência (seccionamento remoto ou redução

automática da tensão por otimizadores de potência).

Ele precisa ser aprovado pelo fabricante para operar em

corrente contínua – jamais use componentes de corrente alternada! Verifique especificações adicionais na proposta da norma NBR

Alguns inversores são produzidos com dispositivos embutidos,

16690.

o que dispensa a duplicação deles dentro do stringbox.

2 .6

- Cabo do Arranjo Fotovoltaico

2 .8

- Separação de Corrente Contínua da Corrente Alternada

O cabo do arranjo fotovoltaico interliga a caixa de junção ao

As normas NBR 5410 e NBR 16690 exigem que circuitos

inversor. Por ser abrigado, ele não precisa ser um cabo fotovoltaico.

em corrente contínua e alternada devem ser separados. É ainda

No entanto, a proposta da norma 16690 exige duplo isolamento

altamente recomendável sinalizar dutos e caixas de passagem de

para cada polo.

corrente contínua para evitar que algum técnico não capacitado os

acesse e cause um acidente (veja sugestão na NBR 16690).

A boa prática recomenda que a bitola dos fios em corrente contínua

nunca seja inferior à dos módulos (usualmente, cobre de 4mm²) e que ela seja calculada para que a perda de potência seja inferior à 1% da

3 - Conexão do Inversor à Rede Predial

potência nominal, tanto do lado c.c. quanto do lado c.a.

No site www.solarize.com.br, disponibilizamos uma planilha

que calcula a bitola e a perda associada.

A conexão do inversor à rede predial, em princípio, apresenta

poucos detalhes que diferem de uma instalação comum. No


Apoio

Fascículo

46

entanto, ela representa uma modificação do projeto original do

Renováveis

3 .6

- Balanceamento das fases

local da instalação e requer uma reconsi­deração das premissas consideradas durante a elaboração daquele projeto.

Isto vale especialmente para locais de afluência de público

(NBR 13570) ou com ambiente classificado. O projeto de energia solar deve ser elaborado seguindo todos os conceitos da engenharia. Seguimos com a descrição dos elementos apresentados na figura 1, agora, do lado da corrente alternada. 3 .1

- Caixa de Proteção

A caixa de proteção contém um disjuntor, dimensionado de

acordo com a corrente máxima de saída do inversor, e um DPS que protege o inversor contra surtos vindo da rede predial.

Figura 5: Exemplos de conexão de inversores à rede e balanceamento das fases.

A maioria dos inversores pequenos (até 5 .. 6kW) tem saída

monofásica em 220V, com conexão entre fase e neutro ou entre duas 3 .2

- Quadro de Distribuição

fases, dependendo da rede local (veja exemplos na figura 5). Não há

No quadro onde ocorre a conexão do inversor à rede predial é

necessidade de gerar energia em todas as fases da rede predial.

acrescentado um disjuntor que desarma em casos de curto-circuito

No caso da instalação com mais de um inversor, faz-se um

no inversor ou no cabo que leva a ele.

balanceamento das fases, observando os limites impostos pela

concessionária. Os inversores se ajustam automaticamente à sequência

A saída deste disjuntor é conectada ao barramento do quadro,

por onde ele descarrega a energia gerada, alimentando as outras

das fases.

cargas. Em certos momentos, a geração pode superar o consumo

destas cargas e o fluxo de energia no quadro inteiro pode ser

transformador, caso a tensão de saída seja diferente da tensão da rede.

Inversores de potência maior são trifásicos e precisam de um

invertido e até chegar a injetar energia na rede da concessionária, como vimos no primeiro fascículo.

3 .7

- Aterramento

O sistema solar necessita de um aterramento sólido. Ele serve como

3 .3

- Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS)

referência para o inversor, é conectado aos DPS e é usado para aterrar a

O DPS do quadro geral protege toda a rede predial contra surtos

estrutura e as molduras dos módulos.

ou descargas atmosféricas entrando pela rede da concessionária e

pode tornar dispensável um DPS específico do inversor.

Ele deve ser interligado com o existente no barramento PEN. Somente

Em muitos locais, é necessário reforçar o aterramento presente.

em esquemas TT é admitido ter-se aterramentos separados para 3 .4

- Dispositivo Residual (DR)

Os módulos fotovoltaicos apresentam um efeito capacitivo que

aparenta ser uma fuga de corrente na amplitude de 10mA por cada

alimentação e equipotencialização. 4 - O Padrão de Entrada

kWp de potência instalada (norma IEC 62109-2).

Dispositivos Residuais (DR) instalados para proteger pessoas

O padrão de entrada é definido pela concessionária local, que publica

em caso de choque elétrico devem ter sensibilidade de 30mA e

também uma norma para conexão de sistemas de geração distribuída à

podem desarmar, caso instalado no circuito do sistema solar,

rede dela com base na Regulamentação Normativa da Aneel 482/2012

mesmo sem falha técnica.

e na Seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST.

O circuito do inversor, neste caso, deve ser conectado

A concessionária não pode exigir uma atualização do padrão de

separadamente dos outros circuitos protegidos por DR, e deve

entrada por causa da solicitação de conexão do sistema solar, a não ser

receber um DR com sensibilidade de 300mA, que atua em casos de

que o padrão existente esteja fora dos padrões da época da conexão

incêndio (IEC 62109-2).

original da unidade ou que não seja possível substituir o medidor atual pelo modelo bidirecional. Este item merece avaliação criteriosa, já que a

3 .5

- Cabo em corrente alternada

atualização do padrão de conexão pode ser custosa.

O cabo em corrente alternada e os dutos devem ser

Na microgeração, a concessionária não pode cobrar pela troca do

dimensionados conforme NBR 5410. Boa prática é prever uma

medidor. Na minigeração, ela cobra o valor e pode ainda exigir diversos

perda de potência abaixo de 1% relativo à potência nominal.

estudos e proteções adicionais.


Apoio

47

5 - Proteção contra Raios e Surtos

Figura 6: Densidade de raios nas regiões do Brasil.

Um estudo de uma seguradora alemã aponta que 28% dos danos

em plantas solares são causados por raios ou surtos. Considerando que a incidência de raios no Brasil supera a da Alemanha em grande parte do seu território, podemos constatar que o tema é extremamente relevante.

Nosso sistema deve ser protegido tanto por raios e surtos

entrando pelo arranjo fotovoltaico quanto pela rede da concessionária. A especificação depende da existência ou não de um Sistema de Proteção contra Raios e Surtos (SPDA) e da distância mantida dele. A abordagem excede o espaço disponível aqui. Acesse uma apresentação a respeito no site www.solarize.com.br. 6 - Previsão

Continuaremos a sequência de fascículos no próximo mês, com a

descrição do suporte dos módulos, que serve para fixá-los à cobertura. *Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize.com.br]. Reconhecido especialista em energia solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.


48

Notícias

renováveis

Divulgação / Vestas

Vestas ampliará fábrica em Aquiraz (CE) para produção de nova família de aerogeradores

final deste ano. Terminaremos a

4.2MW, representando o dobro

Vestas, produtora mundial

adaptação por volta de outubro

da anterior”, explica.

para a ampliação da fábrica

de turbinas para o mercado

e começaremos a fabricação

em Aquiraz é de 23 milhões de

de energia eólica, anunciou

em novembro”, declara Rogério

pela Vestas já é um grande

euros. Zampronha destaca a boa

recentemente a expansão de sua

Zampronha, presidente da Vestas

sucesso e talvez tenha sido a que

relação da Vestas com o Governo

planta em Aquiraz, no Ceará, para

no Brasil e Latam Sul.

mais gerou negócio em um curto

do Estado, o qual, segundo o

a produção da nova geração de

prazo na história da indústria

executivo, tem ajudado a remover

turbinas, modelo V150-4,2MW,

sua primeira fábrica no Brasil

eólica do Brasil. “Já anunciamos

entraves burocráticos e apoiado

sendo que as primeiras naceles

em janeiro de 2016, para

quase 1GW em novos contratos

as ações. Ele ainda enfatiza o

dessa plataforma começarão

produzir uma geração de turbina

em apenas oito meses, que é

Ceará como um segundo lar para

a ser entregues em novembro

anterior, que foi a de 2.2MW de

um volume absurdo. A turbina

a companhia no Brasil e que a

de 2019. “Essas naceles são o

potência, mas, diante do avanço

se mostrou muito adequada ao

decisão de permanecer e ampliar

coração da turbina; geradores

tecnológico desse setor, passa

mercado brasileiro e caiu no gosto

a presença na região confirma o

do tamanho de dois ônibus. Pelo

a investir em turbinas maiores

dos nossos clientes, que são os

seu compromisso com o País.

fato de elas serem muito maiores

e mais potentes. “Produzimos

grandes investidores das empresas

do que as primeiras, de 2.MW,

800MW, cerca de 400 turbinas,

de energia. A nossa expectativa é

ano 2000, a Vestas possui hoje

nós decidimos ampliar a fábrica

e então, eu decidi fazer uma

poder continuar nesse ritmo em

mais de 1,5GW instalados ou

e sua área total, que será um

alteração na tecnologia para o

que estamos hoje para os próximos

em construção no País, o que

pouco mais do que o dobro do

mercado, já que a evolução é

anos, pois, realmente, acreditamos

corresponde a cerca de 750

que tínhamos anteriormente.

muito rápida. Estamos trazendo

que haverá um desempenho

turbinas eólicas. Em 2008, a

O espaço fabril deve ter,

a V150-4.2MW, uma turbina na

muito positivo, uma performance

empresa abriu um escritório em

aproximadamente, entre 70 e 80

qual o diâmetro das pás é de 150

estupenda para essa turbina

São Paulo para consolidar todas as

mil metros quadrados de total de

metros, maior que um estádio

no mercado brasileiro”, afirma

operações de venda, construção e

área, e começará a produzir no

de futebol, com potência de

Zampronha.

serviços no território nacional.

A companhia dinamarquesa

A empresa implementou

Para ele, a turbina lançada

O investimento divulgado

Presente no Brasil desde o


Notícias

renováveis

49

Divulgação

Leilão de energia renovável tem deságio de 45% e gera investimentos de R$1,9 bi

A Agência Nacional de Energia Elétrica

para empreendimentos a partir das fontes

(Aneel) e a Câmara de Comercialização de Energia

eólica e solar fotovoltaica. “Percebemos uma

Elétrica (CCEE) realizaram no dia 28 de junho,

tendência dos empreendimentos solares e eólicos

em São Paulo, o Leilão de Geração de Energia A-4

destinarem cerca de 70% de sua garantia física

de 2019, que registrou deságio médio de 45%

para o mercado livre. Desta maneira, além do

no preço da energia e gerará investimentos de

preço negociado no leilão é preciso considerar as

R$1,892 bilhão na construção de novas usinas.

estratégias comerciais de cada empresa. Mas é

importante a sinalização do mercado livre auxiliar

Destinado à contratação de energia

proveniente de novos empreendimentos de

na expansão do Sistema”, ressaltou Rui Altieri,

fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica

presidente do Conselho de Administração da

e termelétrica a biomassa, com início do

CCEE.

suprimento a partir de janeiro de 2023, o certame

contratou 401,6MW de potência e teve preço

de 31,2%, negociados a R$198,12/MWh,

médio de R$151,15 por MWh. O deságio médio

enquanto os empreendimentos eólicos chegaram

em relação aos preços-teto estabelecidos, de

ao preço de R$79,9 por MWh (deságio de

45,03%, representa uma economia de R$2,166

61,5%). Os projetos a energia solar negociaram

bilhões para os consumidores de energia. "Um

seus contratos por R$67,48/MWh, com deságio

aspecto positivo dessas contratações, tanto na

de 75,6% e termelétricas a biomassa venderam

fonte eólica quanto na solar, é que elas ocorreram

energia por R$179,87/MWh, com deságio de

na região nordeste do País (RN, CE, PI), onde

42,2%.

certamente esses empreendimentos irão gerar

empregos e afetar positivamente a economia",

de geração, sendo cinco Pequenas Centrais

disse o diretor-geral substituto da Aneel,

Hidrelétricas (81,3 MW), uma usina térmica

Sandoval Feitosa.

movida a biomassa (21,4 MW), três usinas

eólicas (95,2 MW) e outras seis usinas solares

Foram negociados Contratos de

Os projetos hidrelétricos tiveram deságio

Foram contratados 15 empreendimentos

Comercialização em Ambiente Regulado

(203,7 MW). Os Estados beneficiados com a

(CCEAR’s) por quantidade, com prazo de

contratação de projetos foram Ceará (5), Piauí

suprimento de 30 anos, para empreendimentos

(2), Santa Catarina (2), Minas Gerais (2), Rio

hidrelétricos, contratos por disponibilidade, com

Grande do Norte (1), Paraná (1), Mato Grosso (1)

prazo de suprimento de 20 anos, para usinas a

e Mato Grosso do Sul (1).

biomassa, além de contratos por quantidade,

com prazo de 20 anos, diferenciados por fontes,

mil empregos.

Os investimentos nas usinas devem gerar 4,5


50

Notícias

renováveis

GreenYellow investirá R$40 milhões para construção de duas usinas de energia solar em São Paulo A GreenYellow, empresa

a ampliação da infraestrutura

Divulgação

francesa, há seis anos no

energética e na diversificação

Brasil, investirá R$40 milhões

da matriz estadual e nacional”,

no interior de São Paulo para

afirma Pierre-Yves Mourgue,

construir duas usinas de energia

presidente da GreenYellow no

solar no País. As unidades serão

Brasil.

instaladas nos municípios de

Penápolis e Barbosa, ambas

especializada em soluções

no interior paulista, a cerca de

em energia, com o objetivo de

570km de distância da capital,

reduzir os custos e gerar mais

e somadas terão 10MWp de

eficiência para seus clientes.

potência instalada. “As duas

Com presença em sete países, a

novas unidades que serão

companhia possui globalmente

instaladas no Estado de São

mais de 1.600 projetos de

Paulo praticamente dobram

eficiência energética em

de Promoção de Investimentos

esse setor pode trazer de

nossa capacidade de produção no

operação, e mais de 120MWp

e Competitividade, assessorou

investimentos para São Paulo

País e posiciona a empresa como

de capacidade instalada. No

a GreenYellow desde o início

e demonstram todo o potencial

um dos grandes grupos do Brasil

Brasil desde 2013, administra

dos dois projetos, dando

que o Estado tem para oferecer

na produção de energia limpa e na

900 projetos de eficiência

assistência na área ambiental

as condições necessárias

gestão de projetos de eficiência

e possui nove usinas de

e infraestrutura. “Os projetos

para que outras iniciativas

energética. Estamos felizes em

energia solar construídas

das usinas da GreenYellow são

semelhantes cheguem por

anunciar esse investimento

na modalidade de geração

classificados internamente

aqui”, declara Wilson Mello

em São Paulo e contribuir para

distribuída.

como economia verde. Esse

Neto, presidente da InvestSP.

A GreenYellow é

A InvestSP, Agência Paulista

é apenas um exemplo do que



Energia solar fotovoltaica

52

Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar

Rodrigo Sauaia é presidente executivo da Absolar

Energia solar fotovoltaica já atinge todas as faixas de renda forma eficaz de se blindar

a se desvalorizar logo após a

milhões de consumidores que

fotovoltaica, sobretudo, na

dos riscos inflacionários, com

compra e ainda geram despesas

poderiam se beneficiar com a

geração distribuída, é atualmente

redução de custos e aumento de

recorrentes, como combustível,

tecnologia.

uma solução completa, que

competitividade.

revisões, manutenção e Imposto

resolve, de uma só vez, uma

sobre a Propriedade de Veículos

no Brasil também contará

série de desafios da sociedade

solar fotovoltaica está se

Automotores (IPVA), um sistema

com um positivo impulso na

contemporânea. Entre os

transformando em uma

fotovoltaico popular valoriza o

sinergia com novas tecnologias

principais atributos, estão a

tecnologia cada vez mais popular

a sua casa e gera economia nas

de armazenamento de energia

versatilidade, a escalabilidade, a

e acessível. Dizer que o seu uso se

contas a partir do primeiro dia de

elétrica. A incorporação de

rentabilidade e o desenvolvimento

restringe apenas aos ricos é papo

operação. Difícil achar negócio

baterias e outras formas de

econômico, ambiental, social,

furado. Um sistema fotovoltaico,

melhor do que esse!

acumulação da eletricidade

energético e estratégico.

para atender uma família de baixa

gerada pelo sol durante o dia,

Cada vez mais barata e

renda, com quatro pessoas, pode

tecnologia se destaca como uma

para uso posterior, agrega novos

acessível, a geração distribuída

ser adquirido por menos de R$5

grande locomotiva de crescimento

benefícios e ainda mais valor

solar fotovoltaica tem impactado

mil no mercado e reduz seus

econômico, com potente geração

à energia solar fotovoltaica,

de forma ampla e positiva

gastos de energia elétrica em até

de empregos de qualidade,

com potencial promissor de

diferentes camadas da sociedade,

70%. Esse valor é apenas uma

sendo uma alternativa efetiva

acelerar o desenvolvimento da

com grande interesse e apoio

pequena fração do preço de uma

de economia para os bolsos das

fonte. Para isso, é fundamental

de todas as classes sociais e

motocicleta ou carro popular!

famílias, balanços das empresas e

que a regulamentação avance

econômicas. Os variados modelos

orçamentos dos governos.

e incentive o desenvolvimento

de implementação trazem

popular pode, ainda, ser

desta tecnologia, ainda

liberdade aos consumidores e

totalmente financiado por linhas

distribuída solar fotovoltaica

embrionária no Brasil.

democratizam o acesso às formas

de crédito disponíveis em várias

instalado no local de consumo

inovadoras e sustentáveis de

instituições financeiras, com

ou em um local remoto, quando

preço de baterias de íons de lítio

se gerar eletricidade a preços

parcelas divididas em até 60

os consumidores não possuem

despencou mais de 75% entre

inferiores aos oferecidos pelos

meses. É isso mesmo: um sistema

telhado próprio, proporciona

2010 e 2018, sendo a segunda

monopólios de distribuição.

solar fotovoltaico popular sai

economia na conta de luz, tanto

tecnologia que mais se barateou

A tecnologia solar

Passo a passo, a energia

Um sistema solar fotovoltaico

Vale lembrar também que a

Um sistema de geração

A energia solar fotovoltaica

Pelos dados da BNEF, o

A forte redução de mais de

por menos de R$150 ao mês,

para cidadãos comuns, quanto

no setor elétrico mundial, atrás

83% no preço dos equipamentos

ou seja, menos de R$5 reais ao

para empresas, propriedades

apenas da própria tecnologia solar

fotovoltaicos desde 2010,

dia, mesmo valor gasto em um

rurais e prédios públicos, como

fotovoltaica. O progresso seguirá

segundo recente relatório

cafezinho pela manhã ou suco no

escolas e hospitais.

em frente e o setor continuará

da Bloomberg New Energy

almoço!

sua trajetória, em alta velocidade,

Finance (BNEF), acompanhada

despertado para as vantagens

rumo a esta e outras evoluções.

do vertiginoso aumento nas

sistema fotovoltaico popular já

da geração distribuída solar

tarifas de energia elétrica

é mais fácil, mais barato e até

fotovoltaica, o atraso, no entanto,

mais acessíveis, irão acelerar

sobre os consumidores, levou

mesmo mais vantajoso do que

ainda é evidente nos números, já

a substituição de geradores

a sociedade e os mercados a

financiar um automóvel ou uma

que existem atualmente menos

a diesel, caros, poluentes e

buscarem a geração distribuída

motocicleta. Enquanto carros

de 85 mil sistemas no País, frente

barulhentos, por sistemas

solar fotovoltaica como uma

e motos populares começam

a um universo de mais de 84

de geração distribuída solar

Por isso, financiar um

Embora o Brasil tenha

As baterias, cada vez


53

fotovoltaica com armazenamento de energia elétrica. Para os consumidores conectados às redes, em áreas urbanas ou rurais, que sofrem com interrupções ou instabilidades no fornecimento de eletricidade, as baterias serão parte da solução. Adicionalmente, muitos consumidores em média tensão, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, pagam tarifas elevadíssimas no horário de ponta, custos que as baterias poderão aliviar.

Enquanto o setor de energia solar

fotovoltaica vive uma célere transformação, outros segmentos mais conservadores, como é o caso das distribuidoras, têm reagido de forma intensa contra este avanço, justamente por já não atenderem mais às necessidades econômicas, sociais e ambientais dos consumidores, do cidadão e da própria nação em constante modernização.

Mesmo com tanta reação contrária

das distribuidoras, na tentativa de manter seus monopólios, o próprio cidadão tem se mobilizado e investido em uma tecnologia mais barata, sustentável e democrática, que alia a economia à proteção ao meio ambiente.

O receio das distribuidoras em relação ao

crescimento energia solar fotovoltaica pode ser comparado com o movimento que o Brasil e o mundo fizeram em direção aos aplicativos de serviços em substituição dos modelos de negócios mais conservadores. Exemplos não faltam: táxis e apps de mobilidade; hotéis, imobiliárias e sites de hospedagem; bancos e fintechs; restaurantes e plataformas de delivery; telegramas, cartas e chats no celular; locadoras de vídeos e serviços de streaming...e por aí vai.

A perenidade de um negócio não está

relacionada necessariamente com o nível de poder aquisitivo das empresas, mas sim com a capacidade de inovação para resolver problemas e atender demandas específicas do consumidor.

É nisso que a solar fotovoltaica está cada

vez mais antenada: em ficar cada vez mais acessível para todas as faixas da sociedade.


Energia Eólica

54

Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)

Os bons ventos brasileiros e as mulheres no setor de energias renováveis transição para uma economia

as opções para se expandir a

de energia limpa. Como anfitrião

no dia 29 de junho, o prêmio

global de energia limpa.

matriz, considerando sempre, é

deste ano, o Canadá destacou

“C3E – Clean Energy Education

claro, a importância de termos

a liderança das mulheres, dos

& Empowerment – Woman

este reconhecimento, pois a luta

uma matriz diversificada.

povos indígenas e da juventude

of Distinction Award”, que foi

e a defesa da energia eólica é algo

no setor de energia.

entregue durante o evento

que faço com a mais profunda

seus recursos renováveis e

“Clean Energy Ministerial”,

dedicação, e faço isso de corpo

naturais e é com muito prazer

ainda temos que batalhar

realizado em Vancouver, no

e alma há mais de 10 anos.

que me dedico a promover um

muito para que mais mulheres

Canadá. O C3E foi entregue

Defender a energia eólica é, ao

setor que não apenas transforma

atuem no setor eólico e elétrico,

pela primeira vez e é uma

mesmo tempo, uma tarefa árdua

o vento em energia, mas que

ocupando posições de destaque.

iniciativa internacional do

e fácil. É um paradoxo com o

atua de forma a proteger nossos

Há quase vinte anos, quando

Clean Energy Ministerial e

qual lido desde o início. Foi uma

recursos naturais. Nós vivemos

comecei a atuar no setor

da Agência Internacional de

tarefa árdua, especialmente,

um momento fundamental na

elétrico, o número de mulheres

Energia. A premiação reconhece

no início, porque tivemos que

história mundial, em que todos

era ainda mais reduzido do

e homenageia mulheres

batalhar muito no Brasil para

estamos sendo chamados à

que hoje. Ao longo do tempo e,

profissionais que se destacam

convencer governo, empresários

responsabilidade de defender

especialmente, nos últimos anos,

na indústria de energias limpas

e sociedade de que esta era uma

o planeta. Sinto um profundo

venho vivenciando o encontro

no mundo, pela excelência

boa opção e de que era viável

orgulho de atuar e uma indústria

com cada vez mais mulheres nas

em áreas como liderança,

financeiramente. E tem sido, ao

que está contribuindo para lutar

reuniões e eventos. É, no entanto,

política, defesa da fonte,

mesmo tempo, algo fácil, porque

contra o aquecimento global.

necessário seguir adiante na

avanço técnico, entre outros

os benefícios da energia eólica

Este prêmio é, obviamente, uma

luta por uma participação maior

fatores, contribuindo para o

facilmente se espalharam a olhos

grande conquista pessoal, mas

das mulheres no setor, porque

avanço das mulheres no setor.

vistos pelo Brasil, especialmente,

é, acima de tudo, uma prova

a representatividade ainda está

O Clean Energy Ministerial, do

em áreas mais carentes de

do poder da força dos ventos

longe de estar mais próxima da

qual fazem parte 25 países

recursos, como o Nordeste, onde

brasileiros.

igualdade. Foi, portanto, com

e a Comissão Europeia, é um

a natureza colocou os nossos

muito orgulho que recebi esta

fórum global de alto nível

melhores ventos. Todos que

fez parte da programação do

premiação, convicta também

para promover políticas e

conseguem olhar o planejamento

“CEM10/MI-4”, evento do

da minha responsabilidade não

programas que façam avançar

energético e elétrico do Brasil

Clean Energy Ministerial que

apenas porque sou exemplo e

a tecnologia de energia limpa,

com lucidez, que analisam

reuniu ministros e diversas

líder, mas porque tenho como

compartilhando as lições

os números, resultados e

autoridades de mais de 25 países

missão, incentivar cada vez mais

aprendidas e as melhores

benefícios, sabem que a energia

para discutir como acelerar o

mulheres a se dedicarem ao

práticas e incentivando a

eólica é hoje um destaque entre

progresso em direção a um futuro

setor.

Eu tive a honra de receber,

Foi uma grande honra receber

O Brasil é abençoado por

A entrega da premiação

Não resta dúvida de que



56

Pesquisa - Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação

Mercado estável Mantendo a margem dos resultados obtidos na pesquisa realizada no ano passado, empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação obtiveram crescimento médio de 10% nos últimos 12 meses e estimam incremento de mais 10% até o fim de 2019


57

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Com o intuito de traçar um panorama atual do mercado brasileiro de serviços de eletricidade,

a revista O Setor Elétrico realizou, no mês de julho, uma ampla pesquisa com cerca de 140 empresas dos segmentos de engenharia, consultoria, manutenção e instalação elétrica em baixa e média tensão. Os resultados refletiram o desempenho das companhias entrevistadas, bem como as expectativas destes setores.

O levantamento foi dividido em: setor de engenharia e consultoria e setor de manutenção

e instalação. Ambos os mercados afirmaram atuar mais fortemente em instalações de baixa e média tensão e também no segmento de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA). As pesquisas feitas com os dois setores mostraram que a indústria e as construtoras são os seus principais clientes. Confira, a seguir, o balanço de cada segmento:

Números do mercado brasileiro de empresas de instalação e manutenção

Assim como no levantamento realizado em 2018, o deste ano indicou que a maioria das

empresas atua nos segmentos de baixa e média tensão, correspondendo a 91% e 85%, respectivamente. Na sequência, estão os mercados de SPDA e de atmosferas explosivas. Áreas de atuação - Instalação e Manutenção Elétrica

4% Outras 7% Eólica Alta tensão 24% 26% Telecomunicações 28% Cabeamento estruturado 28% Energia solar fotovoltaica Instrumentação e controle 30% Automação 52% 56% Atmosferas explosivas SPDA 65% Média tensão 85% 91% Baixa tensão

Segmentos de atuação - Instalação e Manutenção Elétrica em BT/MT

19%

Residencial

20% 24%

Outros Transmissão, geração e distribuição Serviços

81% 87%

Comercial

100%

Industrial

As indústrias em geral estão no topo da lista dos principais clientes das empresas, o que

evidencia o potencial desse segmento no País. Em seguida, foram apontadas as empresas de engenharia, as construtoras e as concessionárias de energia elétrica.


58

Pesquisa - Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação Principais clientes - Instalação e Manutenção Elétrica

Previsão de crescimento das empresas para 2019

4%

4% Outros Condomínios 31% 31% Comércio Empresas de manutenção 39% Concessionárias de energia elétrica 54% Construtoras 67% 70% Empresas de engenharia Indústrias em geral 96%

Crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para este ano Crescimento da sua empresa em 2018 comparado ao ano anterior

9%

11% 11%

Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2019 Percentual de contratação de funcionários de sua empresa em 2019

Dentre os fatores que influenciam o mercado de manutenção e

instalação, a falta de confiança de investidores é o principal, seguido pela desaceleração da economia brasileira e setor da construção civil desaquecido.

Em relação ao faturamento bruto anual das empresas em 2018,

Fatores que influenciam o mercado de manutenção e instalação

73% delas chegaram a até R$3 milhões e 13% ficaram entre R$20 e

3%

R$50 milhões.

6%

Retomada dos investimentos

faturamento bruto anual das empresas (em 2018)

Bom momento econômico do país 16%

23%

13%

Falta de confiança de investidores

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

Desaceleração da economia brasileira

7%

De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões

7%

3%

Setor da construção civil aquecido

Falta de normalização e/ou legislação

7%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

16%

13%

Incentivos por força de legislação ou normalização

73%

Até R$ 3 milhões

3%

Crise internacional

No que tange à percepção das empresas sobre o tamanho anual

total do mercado no setor elétrico no ano passado, 29% acreditam que que o faturamento tenha alcançado de R$10 a R$30 milhões.

Também entre as empresas de engenharia e consultoria, as

instalações de baixa e média tensão são as principais áreas de atuação. Áreas de atuação - Engenharia e Consultoria

29%

Até R$ 10 milhões

29%

Acima de R$ 1 bilhão

Outros

7% 14%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão 7%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

10%

Projetos de infraestrutura

Números do mercado brasileiro de empresas de engenharia e consultoria

o faturamento tenha sido de até R$10 milhões; outros 29% estimam

Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de instalação e manutenção elétrica

Setor da construção civil desaquecido

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 7%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 7%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

As empresas entrevistadas preveem um crescimento de 11% em

2019, um pouco acima da média do ano passado, que foi de 9%. Já o percentual de contratação de funcionários deve girar em torno de 11%.

18% Eólica 23% Atmosferas explosivas 23% Instrumentação e controle 29% Cabeamento estruturado 36% Energia solar fotovoltaica 38% Telecomunicações 46% Alta tensão 48% SPDA 57% Automação 70% Média tensão 89% Baixa tensão 91%


59

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Apenas 5% afirmaram apresentar resultados de R$5 milhões a R$10

Principais segmentos de atuação - Engenharia e Consultoria

23% 23% 25%

milhões. Faturamento bruto anual das empresas (em 2018)

Outros

13%

Transmissão, geração e distribuição Residencial

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 16%

Serviços

72% 87% 94%

De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões

Comercial Industrial

58%

5%

De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões

Assim como na pesquisa feita com empresas de instalação e

Até R$ 3 milhões

8%

De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões

manutenção, os principais clientes das empresas de engenharia e consultoria também são indústrias em geral. Em segundo lugar, estão as construtoras.

Principais clientes

2019, sendo que o crescimento em 2018 comparado ao ano anterior

As empresas consultadas pela pesquisa projetam crescer 9% em

é de 14%. Previsão de crescimento das empresas para 2017

10% Outros Comércio

29% Condomínios 32% Empresas de manutenção 36% Fabricantes de produtos e equipamentos elétricos 37% Instaladoras 46% Concessionárias de energia elétrica 47% Outras empresas de engenharia 61% Construtoras 72% Indústrias 95% em geral

Percentual de contratação de funcionários empresa em 2019 6% de suaPrevisão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado 8% Percentual para sua empresa 9% em 2019 Crescimento da sua empresa 2018 comparado ao ano 14% em anterior

A retomada dos investimentos, a desaceleração da economia

brasileira e a falta de confiança de investidores deverão influenciar de

Sobre a percepção referente ao tamanho anual total do Mercado

de Engenharia e Consultoria no setor elétrico no ano passado em milhões, 33% das entrevistas acreditam que o faturamento seja de

forma mais significativa esse mercado. Fatores que devem influenciar o mercado de engenharia e consultoria em 2019

R$500 milhões a R$1 bilhão e 19% apostam que o faturamento gire

Outros

Tamanho anual total do mercado de engenharia elétrica e consultoria 5%

Acima de R$ 1 bilhão

Retomada dos investimentos

16%

Até R$ 10 milhões

De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 8%

De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 11%

De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões

7%

Bom momento econômico do país

3%

5%

De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

Programas de incentivo do governo

21%

De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 33%

4%

1%

de R$100 milhões a R$200 milhões.

19%

De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões

Para 58% das empresas, o faturamento bruto anual em milhões de

R$ em 2018 foi de até R$3 milhões, diferentemente do que apontou a pesquisa do ano passado, quando o percentual foi de 77% delas.

14% 12%

Falta de confiança de investidores 4%

Falta de normalização e/ ou legislação 6%

Incentivos por força de legislação ou normalização 10%

Crise política

Desaceleração da economia brasileira 6%

Setor da construção civil aquecido 9%

Setor da construção civil desaquecido 6%

Projetos de infraestrutura


60

Pesquisa - Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação

MG

X

São Bernardo do Campo

SP

X

ENGECRIM

(92) 3642-3938 www.engecrim.com.br

Manaus

AM

X

X

ENGEPARC

(31) 3295-5211 www.engeparc.com.br

BELO HORIZONTE

MG

X

X

RECIFE

PE

X

X X

ESC ENG. DE SIS. DE CONTROLE (81) 3974-7474 www.esc.com.br

X

X

X

X

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X

X

X

X

X

X

(73) 3525-3407 esoengenharia@yahoo.com.br

JEQUIÉ

BA

X

Fox Engenharia

(61) 2103-5555 www.foxengenharia.com.br

Brasília

DF

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Fox Engenharia

(19) 3237-5511 www.foxengenharia.com.br

Campinas

SP

X

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X

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X

Fox Engenharia

(11) 2689-6279 www.foxengenharia.com.br

São Paulo

SP

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X

Fox Engenharia

(83) 3044-5519 www.foxengenharia.com.br

João Pessoa

PB

X

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X

Fox Engenharia

(83) 3044-5519 www.foxengenharia.com.br

Natal

RN

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X

Fox Engenharia

82-33388016

Maceió

AL

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X

X

GPS Eng. e Consultoria

(85) 3217-3275 www.gpsengenharia.com

Fortaleza

CE

X

X

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X

X

X

X

X

INTELLI STORM

(16) 3826-1411 www.intellistorm.com.br

ORLÂNDIA

SP

X

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X

X

INTELLI STORM

(16) 3826-1411 www.intellistorm.com.br

ORLÂNDIA

SP

X

X

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X

X

X

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X

X

X

X

IOCH ENG. SIMULTÂNEA

(47) 3028-7770 www.ioch.com.br

Joinville

SC

X

JTR ENG. E INSTALAÇÕES

(11) 5054-1040 www.jtrengenharia.com.br

São Paulo

SP

X

Maex Engenharia

(19) 3455-5266 www.maexengenharia.com.br

Santa Bárbara D'Oeste

SP

X

X

X

X X

X X X

X

X

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X

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X

X

X

X X

X

Megatech Consultoria

(19) 97106-9115 www.megtc.com.br

Americana

SP

X

NLeme Engenharia Elétrica

(11) 4033-3286 www.nleme.com.br

Bragança Paulista

SP

X

Para-Raios Transiente

(51) 3587-2587 www.transiente.com.br

Novo Hamburgo

RS

X

PERONDI ENGENHARIA

(47) 3026-2222 www.perondiengenharia.com.br

JOINVILLE

SC

X

Proerg Eng. e Projetos

(31) 3372-4555 www.proerg.com.br

Belo Horizonte

MG

X

PXM Engenharia

(12) 3622-1122 www.pxm.com.br

Taubaté

SP

X

PXM ENGENHARIA

(12) 99783-3344 www.pxm.com.br

Taubaté

SP

RD3 ENGENHARIA

(21) 3489-1247 www.rd3engenharia.com.br

Rio de Janeiro

RJ

REVIMAQ

(11) 4531-8181 www.revimaq.com

JUNDIAÍ

SP

RS ENGENHARIA

(14) 3301-2505 stroppa@terra.com.br

Marília

SP

X

Rumo Eng. & Seg. Trabalho

(15) 99742-9819 www.rumoseg.com.br

Sorocaba

SP

X

Solfus Engenharia

(41) 3362-6201 solfus@solfus.com.br

Curitiba

PR

X

X

X

STDE Engenharia

(11) 3757-5757 www.stde.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

X

Tereme Engenharia

(27) 3228-2320 www.tereme.com.br

Serra

ES

X

X

X

Tereme Engenharia

(27) 3228-2320 www.tereme.com.br

Camaçari

BA

X

X

X

Tese Projetos

(31) 3254-8000 www.teseprojetos.com.br

BELO HORIZONTE

MG

X

X

TRACTEBEL

(31) 3249-7600 www.tractebel-engie.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

X

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X

TRACTEBEL

(31) 2199-8800 www.tractebel-engie.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

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X

TRACTEBEL

(48) 2108-8000 www.tractebel-engie.com.br

Florianópolis

SC

X

X

X

X

TRACTEBEL

(91) 3085-6005 www.tractebel-engie.com.br

Altamira

PA

X

X

X

TRACTEBEL

(61) 2106-6800 www.tractebel-engie.com.br

Brasília

DF

X

X

X

W2Brison ProJ. Elétricos

(35) 3332-2018 w2brison@ig.com.br

São Lourenço

MG

X X

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X

ESO ENGENHARIA

www.foxengenharia.com.br

Outros

Belo Horizonte

(11) 2598-6559 www.dlameza.eng.br

X

X

Treinamento

(31) 97131-3708 www.deslandes.com.br

DLameza Engenharia

X

X

Laudos técnicos

Deslandes Eng. e Cons.

X

X

Execução de obras

X

X

X

Direção de obras

SP

Fiscalização de obras

São Paulo

Pesquisa, experimentação e ensaios

(11) 2081-8130 www.dalo.com.br

X

X

Ensino

Dalo Eletrotécnica

Divulgação técnica

X

X

X

Perícias

X

PR

X

X

Vistorias

MG

Ponta Grossa

X

Avaliações

UBERLÂNDIA

(42) 3236-0100 www.ccpg.eng.br

Análises

(34) 3210-0342 WWW.BELUT.COM.BR

CCPG Engenharia

Consultoria

BELUT ENGENHARIA

X

Projetos

X

Centro - Oeste

X

Estado

Florianópolis

Tipos de serviços

Estudos

SP

Cidade

Norte

X

São Carlos

Site

Nordeste

X

(16) 3411-3129 www.aranatech.com.br

Telefone

ACR Tecnologia em Energia (48) 3269-5559 www.acrtecnologia.srv.br

Sul

Instalação e Manutenção Elétrica

SC

Aranatech Eng. de Energia

EMPRESA

Sudeste

Engenharia e Consultoria Elétrica

Regiões de atendimento

Pareceres

Atividade da empresa

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61

O Setor Elétrico / Julho de 2019

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X

Condomínios

ISO 14001 (ambiental)

Comércio

ISO 9001 (qualidade)

Fabricantes de produtos e equipamentos elétricos

Outros

Empresas de manutenção

Outras empresas de engenharia

Outros

Transmissão, geração e distribuição

1997

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1997

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1997

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1997

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1997

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1999

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2011

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2004

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2004

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2001

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1995

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2001

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2008

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2008

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2019 X

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1998

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1992 X

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2009

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1989

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1999

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1990

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2001

1997

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2003

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1994

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2006

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2007

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2000

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Ano de início de atividades da empresa

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Compra produtos, equipamentos, componentes, etc.

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Especifica produtos, equipamentos, componentes, fornecedores

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Programas na área de responsabilidade social

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Instaladoras

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Construtoras

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Eólica

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Indústria em geral

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SPDA

Energia solar fotovoltaica

Atmosferas explosivas

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Concessionárias de energia elétrica

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Serviços

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X

Possui Certificado ISO

Principais clientes

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Industrial

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Comercial

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Outras

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X

Segmentos de atuação

Residencial

X

Telecomunicações

Instrumentação e controle

X

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Cabeamento estruturado

X

Automação

Alta tensão

Média tensão

Baixa tensão

Áreas de atuação

2004 1987

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2016

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1975

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1965

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1965

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1965

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1965

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1965

X

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62

Pesquisa - Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação

X

SP

X

ENGECRIM

(92) 3642-3938 www.engecrim.com.br

Manaus

AM

X

X

ENGEPARC

(31) 3295-5211 www.engeparc.com.br

BELO HORIZONTE

MG

X

X

RECIFE

PE

X

X X

ESC ENG. DE SIS. DE CONTROLE (81) 3974-7474 www.esc.com.br

X

X

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X

X

(73) 3525-3407 esoengenharia@yahoo.com.br

JEQUIÉ

BA

X

Fox Engenharia

(61) 2103-5555 www.foxengenharia.com.br

Brasília

DF

X

X

X

X

Fox Engenharia

(19) 3237-5511 www.foxengenharia.com.br

Campinas

SP

X

X

X

X

Fox Engenharia

(11) 2689-6279 www.foxengenharia.com.br

São Paulo

SP

X

X

X

X

Fox Engenharia

(83) 3044-5519 www.foxengenharia.com.br

João Pessoa

PB

X

X

X

X

Fox Engenharia

(83) 3044-5519 www.foxengenharia.com.br

Natal

RN

X

X

X

X

Fox Engenharia

82-33388016

Maceió

AL

X

X

X

X

GPS Eng. e Consultoria

(85) 3217-3275 www.gpsengenharia.com

Fortaleza

CE

X

INTELLI STORM

(16) 3826-1411 www.intellistorm.com.br

ORLÂNDIA

SP

X

X

INTELLI STORM

(16) 3826-1411 www.intellistorm.com.br

ORLÂNDIA

SP

X

X

X

X

IOCH ENG. SIMULTÂNEA

(47) 3028-7770 www.ioch.com.br

Joinville

SC

X

JTR ENG. E INSTALAÇÕES

(11) 5054-1040 www.jtrengenharia.com.br

São Paulo

SP

X

Maex Engenharia

(19) 3455-5266 www.maexengenharia.com.br

Santa Bárbara D'Oeste

SP

X

X

Megatech Consultoria

(19) 97106-9115 www.megtc.com.br

Americana

SP

X

X

NLeme Engenharia Elétrica

(11) 4033-3286 www.nleme.com.br

Bragança Paulista

SP

X

Para-Raios Transiente

(51) 3587-2587 www.transiente.com.br

Novo Hamburgo

RS

X

PERONDI ENGENHARIA

(47) 3026-2222 www.perondiengenharia.com.br

JOINVILLE

SC

X

Proerg Eng. e Projetos

(31) 3372-4555 www.proerg.com.br

Belo Horizonte

MG

X

PXM Engenharia

(12) 3622-1122 www.pxm.com.br

Taubaté

SP

X

X X

X

X X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

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X

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X

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X

X

X X X X X

PXM ENGENHARIA

(12) 99783-3344 www.pxm.com.br

Taubaté

RD3 ENGENHARIA

(21) 3489-1247 www.rd3engenharia.com.br

Rio de Janeiro

RJ

REVIMAQ

(11) 4531-8181 www.revimaq.com

JUNDIAÍ

SP

RS ENGENHARIA

(14) 3301-2505 stroppa@terra.com.br

Marília

SP

X

X

Rumo Eng. & Seg. Trabalho

(15) 99742-9819 www.rumoseg.com.br

Sorocaba

SP

X

X

Solfus Engenharia

(41) 3362-6201 solfus@solfus.com.br

Curitiba

PR

X

X

X

STDE Engenharia

(11) 3757-5757 www.stde.com.br

Guarulhos

SP

X

X

X

X

Tereme Engenharia

(27) 3228-2320 www.tereme.com.br

Serra

ES

X

X

X

X

Tereme Engenharia

(27) 3228-2320 www.tereme.com.br

Camaçari

BA

X

X

X

X

Tese Projetos

(31) 3254-8000 www.teseprojetos.com.br

BELO HORIZONTE

MG

X

X

TRACTEBEL

(31) 3249-7600 www.tractebel-engie.com.br

Belo Horizonte

MG

X

X

X

X

X

TRACTEBEL

(31) 2199-8800 www.tractebel-engie.com.br

Rio de Janeiro

RJ

X

X

X

X

X

TRACTEBEL

(48) 2108-8000 www.tractebel-engie.com.br

Florianópolis

SC

X

X

X

X

X

TRACTEBEL

(91) 3085-6005 www.tractebel-engie.com.br

Altamira

PA

X

X

X

X

X

TRACTEBEL

(61) 2106-6800 www.tractebel-engie.com.br

Brasília

DF

X

X

X

X

X

W2Brison ProJ. Elétricos

(35) 3332-2018 w2brison@ig.com.br

São Lourenço

MG

SP

X

X

X

X

ESO ENGENHARIA

www.foxengenharia.com.br

X

X

X

X

Instrumentação e controle

MG

São Bernardo do Campo

X

X

Automação

Belo Horizonte

(11) 2598-6559 www.dlameza.eng.br

X X

X

Alta tensão

(31) 97131-3708 www.deslandes.com.br

DLameza Engenharia

X

Média tensão

Deslandes Eng. e Cons.

X

X

Baixa tensão

X

X

X

Outros

SP

X

X

Ensaios e análises

São Paulo

X

X

Montagens

(11) 2081-8130 www.dalo.com.br

X

X

Reparos

X

Dalo Eletrotécnica

X

Áreas de atuação

Direção de obra

X

PR

Vistorias

MG

Ponta Grossa

Manutenção

UBERLÂNDIA

(42) 3236-0100 www.ccpg.eng.br

Operação

(34) 3210-0342 WWW.BELUT.COM.BR

CCPG Engenharia

Consultoria

BELUT ENGENHARIA

X

Instalação

X

Tipos de serviços

Projeto

X

Estado

Florianópolis

Centro - Oeste

SP

Cidade

Norte

X

São Carlos

Site

Nordeste

X

(16) 3411-3129 www.aranatech.com.br

Telefone

ACR Tecnologia em Energia (48) 3269-5559 www.acrtecnologia.srv.br

Sul

Instalação e Manutenção Elétrica

SC

Aranatech Eng. de Energia

EMPRESA

Sudeste

Engenharia e Consultoria Elétrica

Regiões de atendimento

Fiscalização de obra

Atividade da empresa

X

X

X X

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X

X

X

X

X

X

X

X

1984

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X

X

X

X

X

X

1984

X

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X

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1987

X

X X

X X

X

X

X

X Serviços

X X X X

X X X

X

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X X X X

X X X

X X X

X X

X X X X

X X X X

X X X X X X

X X X X X X

X X X

X

X

X

X

X

X X

X

X

Indústrias em geral Construtoras Empresas de engenharia Empresas de manutenção. Comércio Condomínios

X X X X X X X

X X X X

X X

X X

X X X

X X X

X X X

X X

X X X

X X X

X X

X X

X

X

X

X

X

X X X X 2001

X X X X 1990

X X 2011

X X X 2001

X X X 2008

X X X 1998

X X 1998

X X X 1979

X

X

X

X

2016

X

X X

X

X

Ano de inicio de atividades da empresa

X

Compra produtos, equipamentos, componentes, etc

X

Especifica produtos, equipamentos, componentes, fornecedores

X

X

Possui Certificado ISO

Programas na area de responsabilidade social

X

ISO 14001 (ambiental)

Principais clientes

ISO 9001 (qualidade)

Segmentos de atuação

Outros

Concessionárias de energia elétrica

Outros

Áreas de atuação

Transmissão, geração e distribuição

Comercial

X Industrial

X Residencial

Outras

Eólica

Energia solar fotovoltaica

SPDA

Atmosferas explosivas

Telecomunicações

Cabeamento estruturado

O Setor Elétrico / Julho de 2019

63

X X X 2000

X X 2007

X X X 2015

X X X 1973

X

X


64

Tec

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Timothy Baxter | shutterstock.com

Por Alexandre Piantini*

Sobretensões Atmosféricas em Redes de Baixa Tensão


Tec 65

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Este trabalho apresenta os principais

aproximadamente 75% das descargas

eliminar a falta (PIANTINI, 2008).

mecanismos através dos quais as descargas

atmosféricas (RAKOV, 2007). Ainda

atmosféricas podem gerar distúrbios

assim, o número de estudos a respeito

disruptivas, uma estimativa grosseira

eletromagnéticos em redes de distribuição de

de tais fenômenos é bem inferior àquele

do nível da sobretensão pode ser obtida,

baixa tensão.

correspondente às descargas nuvem-solo,

desprezando-se os efeitos de propagação,

cujos efeitos deletérios têm impacto bem

multiplicando-se a corrente total da descarga

mais significativo à sociedade de modo geral

pela impedância de terra equivalente.

e ao setor elétrico em particular. O principal

Entretanto, mesmo no caso de um valor

e dispositivos eletrônicos sensíveis a

interesse prático nas descargas em nuvem

baixo da impedância de terra efetiva –

interferências, o crescimento do nível de

está relacionado à proteção de aeronaves,

10Ω, por exemplo –, as amplitudes das

exigência dos consumidores e os prejuízos

embora o curto intervalo de tempo entre

tensões resultantes – 100kV no exemplo

decorrentes de problemas de qualidade de

os pulsos das tensões induzidas por tais

acima -, serão muito superiores ao nível

energia têm enfatizado a importância de se

descargas possa provocar degradação, danos

de suportabilidade da linha a impulsos

conhecer as características dos distúrbios em

e falhas de componentes eletrônicos de

atmosféricos, o que irá provocar novas

redes de baixa tensão. Em função da baixa

equipamentos sensíveis conectados à rede de

descargas disruptivas.

suportabilidade das isolações dessas redes,

baixa tensão.

I - INTRODUÇÃO A proliferação de equipamentos

uma parcela significativa das perturbações são causadas por descargas atmosféricas. Os transitórios atmosféricos em sistemas

III - DESCARGAS DIRETAS Quando uma descarga incide em uma

Após a ocorrência das descargas

Em geral, as redes de baixa tensão não são tão sujeitas a descargas diretas devido aos seus comprimentos relativamente curtos e, principalmente, à blindagem

de baixa tensão podem ser produzidos por

linha de distribuição, a corrente injetada no

proporcionada pela rede primária, pelas

diversos mecanismos, os quais podem ser

condutor divide-se no ponto de impacto,

árvores e pelas estruturas localizadas em suas

classificados conforme as seguintes categorias

dando origem a duas ondas de tensão que

proximidades. Entretanto, em algumas áreas

(PIANTINI, 2010):

se propagam em sentidos contrários. A

rurais e semiurbanas pode haver linhas de

amplitude prospectiva dessas tensões pode

baixa tensão expostas com comprimentos

• Descargas intranuvem e entre nuvens;

ser estimada através do produto da corrente

superiores a 1000m e, no caso de descargas

• Descargas diretas no sistema de baixa

que flui em cada sentido (metade da corrente

diretas, as sobretensões resultantes podem

tensão (tanto nos condutores da rede como

da descarga) pela impedância de surto da

danificar equipamentos não protegidos

nas instalações de uso final, incluindo os

linha, que normalmente fica na faixa de

conectados à rede.

sistemas de proteção contra descargas

400Ω a 550Ω. Assim, considerando uma

atmosféricas – SPDAs);

impedância de 400Ω e uma descarga com

proteção ou em outras partes de uma

• Transferência da rede primária;

corrente de 10 kA, cuja probabilidade de ser

instalação de uso final provoca uma elevação

• Descargas indiretas (descargas nuvem-solo,

excedida é superior a 90% (ANDERSON;

do potencial de terra que pode levar à

incluindo descargas a árvores e estruturas

ERIKSSON, 1979), a sobretensão

operação dos dispositivos de proteção

próximas à rede).

correspondente é de 2000 kV, muito acima

contra surtos ou a descargas disruptivas

do nível de suportabilidade da linha.

entre a estrutura e os condutores da rede

Como consequência, descargas disruptivas

elétrica. Em ambas as situações uma parcela

respeito de cada um desses mecanismos de

ocorrerão entre os condutores e entre

da corrente da descarga será injetada na

geração de surtos por descargas atmosféricas.

estes e a terra em vários pontos da linha,

linha, produzindo sobretensões que irão se

ocasionando diversas reflexões das ondas

propagar pela rede. Essa parcela dependerá

de tensão e de corrente, assim como uma

principalmente da impedância relativa da

redução da impedância efetiva de terra. Os

linha em relação às impedâncias de todos os

consumidores próximos ao local do evento

outros possíveis caminhos para a corrente,

e nuvem-ar (cloud discharges) têm duração

sofrerão um afundamento de tensão durante

como o sistema de aterramento local,

típica entre 200ms e 500ms (COORAY,

o curto-circuito e uma interrupção de curta

tubulações metálicas e linhas telefônicas.

2003) e representam, globalmente,

duração quando da atuação do disjuntor para

Apresenta-se a seguir, uma discussão a

II - DESCARGAS INTRANUVEM E ENTRE NUVENS As descargas intranuvem, entre nuvens

Uma descarga direta no sistema de

No caso de incidência de descarga


Tec

66

O Setor Elétrico / Julho de 2019

dos surtos transferidos têm ampla faixa de variação e dependem do local de incidência,

KANASHIRO, 2002).

V - DESCARGAS INDIRETAS

Em geral, as redes de

ponto de observação, configuração da rede

baixa tensão não são

da descarga, além das características

o solo ou algum objeto nas proximidades

do transformador e dos dispositivos de

de uma rede de baixa tensão, as tensões

proteção. As sobretensões em redes de baixa

que surgem nos condutores podem ser

diretas devido aos

tensão decorrentes de descargas diretas no

subdivididas de acordo com os seguintes

seus comprimentos

primário foram estudadas, por exemplo,

componentes (PIANTINI, 2010):

em (PIANTINI; KANASHIRO; PIANTINI,

tão sujeitas a descargas

relativamente curtos

e amplitude e forma de onda da corrente

2010; PIANTINI et al., 2014). A avaliação das tensões transferidas da

Quando uma descarga atmosférica atinge

• Tensões transferidas da rede primária, como mencionado no item IV;

e, principalmente, à

rede de média tensão devido a descargas

• Tensões associadas à parcela da corrente

blindagem proporcionada

incidentes nas suas proximidades requer

da descarga interceptada pelos pontos de

o conhecimento das tensões induzidas

aterramento do condutor neutro;

pela rede primária, pelas

no primário do transformador e do

• Tensões induzidas “diretamente”, devido ao

comportamento deste em função da

acoplamento eletromagnético entre a linha e

árvores e pelas estruturas

frequência. Este tópico foi abordado em

o canal da descarga.

localizadas em suas

1999) para o caso de transformadores em

proximidades.

na rede primária, parte da corrente da

(PIANTINI, 1997; PIANTINI; MALAGODI, No que tange às tensões associadas à

vazio; a presença da linha de baixa tensão foi

parcela da corrente da descarga interceptada

considerada em (De Conti, A.; Visacro; 2005;

pelos pontos de aterramento do neutro,

BORGHETTI et al., 2009; PIANTINI, 2010;

a partir de experimentos realizados no

PIANTINI et al., 2013).

"International Center for Lightning Research

Um modelo adequado para

and Testing" (ICLRT) em Camp Blanding,

descarga será injetada no condutor neutro,

representação do transformador é essencial

Florida, EUA, utilizando foguetes para

ocasionando sobretensões na rede de baixa

para a avaliação de surtos transferidos.

provocar descargas, Rakov e Uman (2003)

tensão.

Uma forma relativamente comum de se

verificaram que, quando a descarga incide

simular o transformador é através do

a algumas dezenas de metros da linha,

circuito PI puramente capacitivo, no qual

uma parcela substancial da corrente total

são representadas as capacitâncias C1 (entre

pode entrar no sistema pelos pontos de

IV - TRANSFERÊNCIA DA REDE PRIMÁRIA Sobretensões em redes de baixa tensão

o primário e o tanque, aterrado), C2 (entre

aterramento do condutor neutro. Em três

podem ser originadas no circuito primário

o secundário e o tanque, aterrado), e C12

casos mencionados, nos quais as distâncias

em situações envolvendo tanto descargas

(entre o primário e o secundário). Esse

entre a linha e o local de impacto foram

diretas como indiretas. Em ambos os casos

circuito, no entanto, não é apropriado para

de 60m, 40m e 19m, os valores de pico das

o transformador desempenha um papel

a análise de surtos transferidos, uma vez

correntes injetadas no sistema a partir das

importante na transferência dos surtos à rede

que as tensões previstas são grandemente

suas ligações à terra variaram na faixa de 5%

secundária.

superestimadas. Conforme mostrado

a 18% do valor de pico da corrente total da

em PIANTINI, 2010, o valor absoluto da

descarga.

A incidência de descargas diretas nos condutores do circuito primário produz

relação entre os valores de pico das tensões

Por sua vez, as tensões induzidas

sobretensões na rede de baixa tensão devido

calculada – usando o circuito PI capacitivo

“diretamente” têm sido objeto de um

à transferência via transformador e à injeção

– e medida pode chegar a aproximadamente

número crescente de pesquisas, dada a sua

de corrente no neutro. Esta última se deve

20. Além disso, não apenas as amplitudes,

importância em termos tanto de amplitudes

à elevação do potencial de terra causada

mas também as formas de onda das

como de frequência de ocorrência (Clement;

pelo fluxo de corrente através da resistência

tensões diferem substancialmente, o que

Michaud, 1993; HOIDALEN, 1998;

de terra após a operação de para-raios do

destaca a importância de utilização de

PIANTINI; JANISZEWSKI, 1999, 2010;

primário e/ou ocorrência de descargas

modelos adequados para a representação

SILVA NETO; PIANTINI, 2005; PIANTINI,

disruptivas nos isoladores. As características

de transformadores (PIANTINI e

2008, 2010; DE CONTI; SILVEIRA;


Tec 67

O Setor Elétrico / Julho de 2019

VISACRO, 2012; PIANTINI et al., 2013). Em (Clement; Michaud, 1993), são relatados resultados obtidos em experimentos com descargas provocadas por foguetes e medições simultâneas de tensões induzidas em uma linha aérea de baixa tensão com 210m de comprimento e condutores trançados. Uma das extremidades da linha foi ligada a um transformador, enquanto que a outra foi conectada a um cabo subterrâneo de 60m de comprimento, terminado por para-raios de baixa tensão. O local de incidência da descarga – foram

Figura 1 – Tensões induzidas nos terminais de baixa tensão do transformador para correntes típicas da primeira descarga (FS) e de descargas subsequentes (SS). Adaptada de (PIANTINI, 2010). a) fase-terra b) fase-neutro

realizados 12 lançamentos – variou entre

de baixa tensão por descargas indiretas. A

diferença entre o cabo multiplexado

uma torre próxima à terminação do cabo

partir de medidas de resposta em frequência,

e a rede convencional (“rede aberta”)

e a uma distância de 50m desse ponto.

foram propostos modelos simples para

é que o primeiro é caracterizado por

As tensões induzidas foram medidas nos

as impedâncias de entrada de instalações

um acoplamento bem mais forte entre

terminais de baixa tensão do transformador.

de consumidores e transformadores de

os condutores, que estão muito mais

As amplitudes das correntes das descargas

distribuição típicos e investigadas as suas

próximos. Quanto maior for a impedância

variaram na faixa de 4kA a 50kA, tendo os

influências sobre as tensões induzidas em

de surto mútua entre os condutores fase

valores máximos das tensões fase-terra e

sistemas TN e IT simples. A análise mostrou

e o neutro, menores serão as amplitudes

neutro-terra correspondentes ficado na faixa

que as amplitudes das tensões são fortemente

das tensões induzidas. Se o cabo é

de 2kV a 12kV.

dependentes da carga.

multiplexado os condutores são trançados

Uma investigação sobre o fenômeno foi

As influências de vários parâmetros nas

e a sua impedância varia ao longo da linha.

realizada por Hoidalen (1998), na qual se

tensões induzidas por descargas indiretas

Entretanto, sendo a distância entre os

discutiu o efeito da condutividade finita do

foram avaliadas por Piantini e Janiszewski

condutores muito menor que suas alturas

solo sobre as tensões induzidas. A análise

(1999) para o caso de uma linha monofásica

em relação ao solo, essa variação é pequena

fez uso do modelo de acoplamento de

com 300m de comprimento. Em (SILVA

e, em casos práticos, pode ser desprezada.

Agrawal, Price e Gurbaxani (1980) para o

NETO; PIANTINI, 2005), foi considerado o

As simulações, realizadas por meio do

cálculo das tensões induzidas em sistemas

caso de uma linha multiplexada. A principal

Extended Rusck Model – ERM (Piantini,


68

Tec

O Setor Elétrico / Julho de 2019

1997, PIANTINI; JANISZEWSKI, 1998), mostraram que as tensões induzidas têm grande impacto no desempenho de redes de distribuição de baixa tensão frente a descargas atmosféricas. A título de ilustração, a Figura 1 apresenta as tensões induzidas fase-terra e fase-neutro nos terminais de baixa tensão de um transformador de distribuição de uma rede de distribuição trifásica típica,

Figura 2 – Configuração da rede de baixa tensão.

considerando correntes representativas da primeira descarga ("first stroke", FS) e de descargas subsequentes ("subsequent strokes", SS). A linha tem 1km de comprimento e a distância entre os pontos de aterramento do neutro é de 200m, como indicado na Figura 2. As amplitudes das correntes são 30kA (FS) e 12kA (SS), as quais apresentam probabilidade de 50% de serem excedidos (ANDERSON; ERIKSSON, 1979). A velocidade propagação é igual a 60% da velocidade da luz no vácuo. Os tempos de frente equivalentes (tf30) das

Figura 3 – Tensões induzidas nos terminais de baixa tensão do transformador para correntes com forma de onda triangular com diferentes tempos de frente (tf). Adaptada de (PIANTINI, 2010). Curva 1: tf = 0.5μs; curva 2: tf = 1.0μs ; curva 3: tf = 2.0μs. a) fase-terra b) fase-neutro

correntes são de aproximadamente 4,9μs e

são caracterizadas por amplitudes maiores,

0,5μs para a corrente da primeira descarga e

tempos de frente mais curtos e oscilações

da descarga subsequente, respectivamente.

mais pronunciadas.

Esse parâmetro é definido como o tempo até

As tensões fase-terra e neutro-terra (não

a crista de uma corrente com frente linear

mostradas na figura) tendem a atingir seus

que tem o mesmo intervalo de tempo entre

valores máximos em um instante fortemente

os pontos correspondentes a 30% e 90% do

relacionado ao tempo da frente da corrente

valor máximo. O solo foi assumido como

da descarga. No entanto, as reflexões que

perfeitamente condutor. Detalhes adicionais

ocorrem no transformador e nas entradas das

das simulações são apresentados em

instalações de baixa tensão também podem

(PIANTINI, 2010).

ter um efeito apreciável no tempo de frente

Na Figura 3 são comparadas as tensões

das tensões fase-terra, especialmente quando

fase-terra e fase-neutro nos terminais de

o tempo de frente da corrente é maior que o

baixa tensão do transformador para correntes

tempo de propagação das ondas refletidas.

com amplitude de 12kA e formas de onda

Por essa razão, o tempo de crista da tensão

triangulares. São considerados tempos de

correspondente ao caso de tf = 2μs (curva 3

frente (tf, que para uma forma de onda

da Figura 3a) é menor que o tempo de frente

triangular, correspondem ao tempo até a

da corrente. A influência do tempo de cauda

crista) de 0,5μs, 1μs e 2μs, sendo o tempo

da corrente é muito pequena e geralmente

até o meio valor, na cauda, igual a 50μs

pode ser desprezada.

em todos os casos. O tempo de frente da corrente influencia significativamente tanto a amplitude quanto a forma de onda da tensão

VI - CONCLUSÕES As descargas atmosféricas causam

induzida. Tensões induzidas associadas a

vários problemas de qualidade de energia

correntes com tempos de subida mais curtos

e geralmente têm impacto considerável no

número de danos e falhas de equipamentos, afundamentos de tensão e interrupções de fornecimento de energia. Devido ao uso generalizado e à crescente dependência da operação contínua de equipamentos eletrônicos sensíveis, tem havido uma crescente conscientização sobre a importância de mitigação desses efeitos. Neste artigo, foram apresentados e discutidos os principais mecanismos de geração de sobretensões atmosféricas em redes de baixa tensão, com ênfase nos surtos induzidos por descargas indiretas, que são os mais importantes por conta de suas amplitudes e frequências de ocorrência. As magnitudes e formas de onda desses surtos dependem consideravelmente de muitos parâmetros da corrente da descarga e da configuração da rede, bem como das características do solo.

VII - REFERÊNCIAS AGRAWAL, A. K.; PRICE, H. J.; GURBAXANI, S. Transient response of a multiconductor transmission line excited by


Tec 69 a nonuniform electromagnetic field. IEEE Transactions on Electromagnetic Compatibility, v. 22, p. 119-129, 1980. ANDERSON, R. B.; ERIKSSON, A. J. Lightning parameters for engineering application. Electra, 1979, n. 69, p. 65-102. BORGHETTI, A.; MORCHED, A. S.; NAPOLITANO, F.; NUCCI, C. A.; PAOLONE, M. Lightning-induced overvoltages transferred through distribution power transformers. IEEE Transactions on Power Delivery, v. 24, n. 1, p. 360-372, Jan. 2009. CLEMENT, M. and MICHAUD, J. Overvoltages on the low voltage distribution networks. Origins and characteristics. Consequences upon the construction of Electricite de France networks. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON ELECTRICITY DISTRIBUTION, 12. Birmingham, Proceedings. CIRED. London: IEE, 1993. p. 2.16.1-2.16.6. COORAY, V. The mechanism of the lightning flash. In ________, The Lightning Flash. London: IEE, 2003. Cap. 4, p. 127-239. (IEE Power Engineering Series, 34). DE CONTI, A.; SILVEIRA, F. H.; VISACRO, S. Lightning overvoltages on complex low-voltage distribution networks. Electric Power Systems Research, v. 85, p. 7–15, Apr. 2012. DE CONTI, A.; VISACRO, S. Evaluation of lightning surges transferred from medium voltage to low-voltage networks. IEE Proc.Gener. Transm. Distrib., v. 152, n. 3, p. 351-356, 2005. HOIDALEN, H. K. Lightning-induced voltages in low-voltage systems and its dependency on overhead line terminations. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LIGHTNING PROTECTION, 24., Proceedings. ICLP, Birmingham, 1998, p. 287-292. PIANTINI, A. Tensões induzidas por descargas atmosféricas em linhas aéreas, rurais e urbanas, considerando diferentes métodos de proteção - modelagens teórica e experimental e aplicação ao cálculo de interrupções. São Paulo, 1997. 316 p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. PIANTINI, A. Lightning protection of overhead power distribution lines. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LIGHTNING PROTECTION, 29., Uppsala. Proceedings. ICLP. Uppsala:, 2008, p. 1-1-1 –

1-1-29. (Invited Lecture 4). PIANTINI, A. Lightning protection of lowvoltage networks. In: COORAY, V. Lightning Protection. London: IET, 2010. Cap. 12, p. 553634. (IET Power and Energy Series, 58). PIANTINI, A.; CARVALHO, T. O.; OBASE, P. F.; JANISZEWSKI, J. M.; SANTOS, G. J. G.; FAGUNDES, D. R. The influence of surge arrester location on over-voltages caused by direct lightning strikes to MV lines. Journal of Energy and Power Engineering, v. 8, p. 508514, 2014. PIANTINI, A. et al. Lightning protection of low-voltage networks. Paris: CIGRÉ, 2013. 81 p. CIGRE Working Group C4.408. Technical Brochure 550. Aug. 2013. PIANTINI, A.; JANISZEWSKI, J. M. Induced voltages on distribution lines due to lightning discharges on nearby metallic structures. IEEE Transactions on Magnetics, v. 34, n. 5, p. 2799-2802, 1998. PIANTINI, A.; JANISZEWSKI, J. M. Lightning induced overvoltages on low-voltage lines. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 5., São Paulo. Proceedings. SIPDA. 1999. p. 234-239. PIANTINI, A.; JANISZEWSKI, J. M. Lightning induced voltages on low-voltage lines with different configurations. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LIGHTNING PROTECTION, 30., 2010, Cagliari. Proceedings. ICLP 2010. p. Session 3A paper 1374 /1-7. PIANTINI, A.; KANASHIRO, A. G. A distribution transformer model for calculating transferred voltages. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LIGHTNING PROTECTION, 26., 2002, Cracow. Proceedings. ICLP. Cracow: Association of Polish Electrical Engineers, 2002. p. 430-434. PIANTINI, A.; KANASHIRO, A. G.; OBASE, P. F. Lightning surges transferred to the low-voltage network. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 7., 2003, Curitiba. Proceedings. SIPDA. p. 216-221. PIANTINI, A.; MALAGODI, C. V. S. Voltages transferred to the low-voltage side of distribution transformers due to lightning discharges close to overhead lines. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 5., São Paulo, 1999. Proceedings. SIPDA. p. 201-205.

RAKOV, V. A. Lightning phenomenology and parameters important for lightning protection. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 9., Foz do Iguaçu, Proceedings. SIPDA. 2007, p. 541-564. RAKOV, V. A.; UMAN, M. A. Artificial initiation (triggering) of lightning by groundbased activity. In: ________, Lightning: physics and effects. Cambridge: Cambridge University Press, 2003. Cap. 7, p. 265-307. SILVA NETO, A.; PIANTINI, A. Induced overvoltages on LV lines with twisted conductors due to indirect strokes. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 8., 2005, São Paulo. Proceedings. SIPDA. p. 234-239. *Alexandre Piantini graduou-se em Engenharia Elétrica pela UFPR em 1985 e obteve os títulos de Mestre e Doutor em Engenharia pela Escola Politécnica da USP em 1991 e 1997, respectivamente. Ingressou na USP em 1986, onde atualmente atua como Professor LivreDocente no Programa de Pós-Graduação em Energia do IEE/USP. Suas principais áreas de interesse estão relacionadas a transitórios eletromagnéticos, qualidade de energia e modelagem de fenômenos associados a descargas atmosféricas e seus impactos em sistemas elétricos. É “Senior Member” do IEEE e coordenador do Centro de Estudos em Descargas Atmosféricas e Alta Tensão (CENDAT/ USP). Tem atuado como membro de diversos grupos do CIGRE e do IEEE, tendo coordenado o CIGRE WG C4.408 (“Lightning Protection of Low-Voltage Networks”). Preside o “International Symposium on Lightning Protection” (SIPDA) e integra os comitês científicos de vários eventos internacionais. É membro do "Award Committee of the Sun & Grzybowski IEEE Award". Em 2018 recebeu o "ICLP Rudolf Heinrich Golde Award". É Editor Associado dos periódicos "IEEE Transactions on Electromagnetic Compatibility”, “Electric Power Systems Research”, "Electrical Engineering" e “High Voltage" e autor ou coautor de 4 CIGRE "Technical Brochures", 4 capítulos de livro e mais de 200 artigos publicados em revistas ou em anais de congressos nacionais e internacionais.


70

Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Por Pablo D’ornellas*

70

Energia solar, gestão sustentável e foco no retorno positivo do cliente garantem premiações à solfortes

alcançados, o time Solfortes realiza o

com personalização para cada unidade

às normas técnicas são as melhores

processo em três fases essenciais.

consumidora,

características

para

Na primeira, é iniciada a consultoria

demandas e particularidades, através de

da

empresa

Segurança,

dedicação definir

e

respeito o

projeto

de

acordo

com

suas

engenharia

de financiamento, que ajuda o cliente a

equipamentos de ponta e comprometimento

sustentável, que conquistou o 1° lugar

obter a melhor taxa de juros para realizar

de todo o time de especialistas.

no Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade

o

das Instalações Elétricas, no CINASE-RJ,

inicia-se o levantamento das cargas e dos

em 2018. O trabalho foi vencedor na

equipamentos do local de instalação, com

categoria Energia Renovável, com o tema

análise e diagnóstico energético feito com

“Instalação de um sistema de microgeração

equipamentos certificados.

de energia solar fotovoltaica". A empresa

Após

ainda possui o título o Prêmio Shell de

para a segunda fase, quando acontece a

com normas nacionais e internacionais

Empreendedorismo 2019.

instalação, execução do projeto fotovoltaico

referentes

Solfortes,

de

projeto.

Nesse

os

mesmo

diagnósticos,

momento,

ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO VENCEDOR DO PRÊMIO OSE 2018 Dalmo empório e atacado

avança-se

O projeto foi desenvolvido de acordo aos

sistemas

fotovoltaicos

A entrega da premiação foi realizada no

e adequações nas instalações elétricas. É

conectados à rede, com os Procedimentos

dia 6 de novembro de 2018, na 33ª edição

neste momento que também são aplicadas

de

do Circuito Nacional do Setor Elétrico

todas as recomendações levantadas pelo

(PRODIST) e com as normas técnicas

(CINASE), que teve o apoio de importantes

diagnóstico de eficiência energética.

vigentes para instalações elétricas em baixa

instituições, como o CREA-RJ, a Firjan, o

Dando

tensão (NBR 5410).

Sindistal, e a Prefeitura Rio, entre outros

a terceira fase se compromete com a

A empresa que contratou o serviço

agentes importantes e profissionais do

garantia e com o retorno do investimento,

está localizada em Rio Bonito, município

Estado do Rio de Janeiro e de todo o País.

acompanhando diariamente a curva de

da região metropolitana do Rio de Janeiro.

prosseguimento

ao

projeto,

Distribuição

de

Energia

Elétrica

O trabalho da Solfortes se destaca pela

consumo da unidade, e assessorando o

Atualmente, é atendida em baixa tensão,

excelência dos profissionais da equipe, que

cliente, junto à concessionária de energia,

com alimentação em 220V trifásico. A carga

garantem suporte ao cliente antes, durante

evitando cobranças indevidas e validando

é protegida contra sobrecorrente por um

e depois da instalação, se comprometendo

todo o projeto executado.

disjuntor geral trifásico de 175A. A unidade

com a contínua evolução e seriedade nos

A Solfortes assegura o sucesso dos

consumidora possui uma usina fotovoltaica

serviços prestados.

projetos para os clientes, oferecendo a

de 66,75kWp ligada à distribuidora de

melhor solução de eficiência energética,

energia elétrica local.

E para que todos os objetivos sejam


71

O Setor Elétrico / Julho de 2019

MARQUE NA SUA AGENDA!

A instalação foi realizada no período de 28 de novembro de 2017 a 05 de janeiro de 2018,

juntamente com a AcriSol, uma empresa que tem o mesmo comprometimento da equipe da Solfortes. Juntas, oferecem um diferencial no atendimento, acompanhando integralmente os clientes, desde a pré-venda até o pós-venda, proporcionando todo o suporte necessário.

1ª Fase: Memorial de Consumo antes do Sistema Fotovoltaico

Os dados foram retirados do analisador de energia da Embrasul RE4000, instalado na

unidade consumidora por quatro dias consecutivos. (Período considerado: 16/12/2017 16:26 até 19/12/2017 15:55. Dados de consumo antes da instalação do fotovoltaico:

Embrasul Fase

Consumo Fora

Consumo na

Ponta (kWh)

Ponta (kWh)

A

289,01

19,3

Total (kWh) 308,31

B

400,13

26,58

426,71

C

230,25

0

230,25

Total

919,39

45,88

965,27

Dados de amperagem antes da instalação do fotovoltaico:

Fase

Corrente

Corrente

Corrente

Corrente

média (A)

média (A)

média (A)

média (A)

16/12/2017

17/12/2017

18/12/2017

19/12/2017

A

43,5

15

46,5

0

B

67

42,9

64,1

44

C

58,5

39,5

65,2

43

Fica nítido o desequilíbrio entre as correntes de cada fase. Isso acarreta aquecimento de

O MAIOR EVENTO SOBRE

QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA DA AMERICA LATINA!

01 A 04 DE SETEMBRO/2019 SÃO CAETANO DO SUL - SP

condutores e sub redimensionamento deles.

2ª e 3ª Fases: análise de gestão de energia, assessoria e comissionamento

Após a instalação do projeto fotovoltaico, o diagnostico de eficiência energética e as

adequações nas instalações elétricas, o cliente fez a escolha por um produto premium. Assim, no período de 26 de abril 2018 até 14 de maio de 2018, foi iniciada etapa de comissionamento. Com base na análise realizada dos perfis de cargas para cada fase, a tabela 1 mostra os dados

MAIS INFORMAÇÕES: wwwsbqee.org.br/cbqee REALIZAÇÃO

de demanda média e máxima para consumo e de injeção na rede da distribuidora. Tabela 1 – Dados de demanda do medidor de energia.

Fase A

D. Médio

D. Máx

D. Média

D. Máx

consumo (kW)

Consumo (kW)

Injetada kW

Injetada (kW)

4,93

7,28

6,93

11,40

B

4,75

7,23

6,78

11,55

C

4,32

5,67

7,68

13,03

Trifásica

15,07

20,03

22,91

35,98

PROMOÇÃO


72

Destaque Prêmio OSE

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Com esses dados retirados do medidor

Com as mesmas curvas de cargas e

de energia elétrica, pode ser observado

com os dados obtidos, é visto que o fator de

que o fator de carga da instalação elétrica

demanda da instalação é de 32%. Assim,

é de 0,7491. Esse índice representa o uso

este conceito visa verificar a simultaneidade

do consumo de energia elétrica da unidade

de consumo da instalação elétrica a uma

consumidora e mostra também se o uso

potência total instalada de 66,75kW.

da energia está sendo feito de maneira

Com esses dados retirados do medidor de energia elétrica, pode ser observado que o fator de carga da instalação elétrica é de 0,7491. Esse índice representa o uso do consumo de energia elétrica da unidade consumidora e mostra também se o uso da energia está sendo feito de maneira eficiente.

eficiente. Dessa forma, pode ser observado

Balanceamento entre as fases

que a unidade consumidora está tendo

Para realizar a análise de consumo

eficiência em realizar suas atividades no

de

energia

elétrica

consumo de energia elétrica, pois 0,7491

do

Dalmos

Bebidas,

se aproxima de 1, conforme definido pela

medidor bidirecional SolarView, junto a

resolução 414 da Agência Nacional de

um datalogger, para realizar o upload de

Energia Elétrica (Aneel).

informações elétricas para a internet.

Pode-se melhorar ainda mais esse

índice, realizando serviço de eficiência

elétrica, e avaliando o balanceamento entre

energética com troca de equipamentos

as fases, podemos verificar na tabela 2 a

antigos de condicionamento ambiental e

amperagem de consumo de cada fase e a

sistemas motrizes por equipamentos mais

corrente elétrica no período de tempo do

eficientes, com selo de qualidade e menor

dia 26 de abril 2018 até 14 de maio de

consumo.

2018.

das foi

instalações inserido

um

Com os dados do medidor de energia

Tabela 2 – Dados de corrente do medidor de energia

Fase

Corrente Máxima (A)

Corrente Média (A)

A

90,60

65

B

91,20

72

C

102,30

70


73

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Verificando o nível de balanceamento

das correntes entre as fases, concluímos que

a

base

A

possui

-4,33%

de

desbalanceamento, a fase B possui -3,70% de desbalanceamento e a fase C possui 8,03% de desbalanceamento.

Analisando a realidade das instalações

elétricas, a unidade consumidora possui bom

balanceamento

entre

as

fases,

totalmente diferente do que é apresentado na análise antes do sistema fotovoltaico. em energia solar.

INFORTES, que tem mais de 80 projetos de

anterior. "Os recursos economizados serão

geração distribuída de energia só́ no Estado

automaticamente

pelo

Observe

no

comparativo investidos

na no

página próprio

Agradecemos a toda a equipe OSE, reconhecimento,

e

a

todos

os

do Rio de Janeiro. Empresário há 18 anos, tem

município de Rio Bonito ou na equipe de

nossos clientes, fornecedores, parceiros e

experiência com gestão desde o ano 2000. É

funcionários, melhorando cada dia mais a

colaboradores que, juntos, tornaram esse

proativo e adepto da liderança humanizada e

qualidade de vida deles na vida profissional

momento possível.

orgânica. Ocupa também o cargo de diretor regional da ABDG no Rio de Janeiro.

e particular", explica Dalmo Henrique, proprietário da Dalmo Empório e Atacado,

*Pablo D’ornellas é CEO e fundador da

solfortes.com.br | pablodornellas@solfortes.

consciente da importância do investimento

Solfortes Engenharia Sustentável e do Grupo

com.br | (21) 3489-9334


Espaço 5419

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Por Dr. Hélio Eiji Sueta*

Dicas para otimização de parâmetros da análise de risco A análise de risco conforme a ABNT

Iniciando pelas estruturas industriais,

NBR 5419-2: 2015 é uma ferramenta muito

considerando que a indústria possua

importante para a definição das medidas

áreas classificadas, a divisão por zonas de

de proteção contra os efeitos danosos das

estudo é essencial para a otimização da

descargas atmosféricas. Os programas e

análise de risco. Assim como o caso de

planilhas desenvolvidas baseadas na parte

um hospital, onde geralmente definimos

2 da norma auxiliam bastante nesta tarefa,

zonas de estudo diferentes para UTIs e

que é árdua se realizada à mão. Esta ajuda é

salas de operação, quartos de internação,

importante, porém, os profissionais que atuam

salas de consultas, parte administrativa,

nesta área não podem deixar de estudar e

eventualmente, áreas externas, no caso da

entender bem a norma, procurar sempre a

indústria com áreas classificadas, a divisão

melhor solução para cada caso estudado e

por zonas é muito importante.

não confiar apenas no resultado da planilha.

O objetivo deste artigo é fornecer

indústria aos raios, se considerarmos a

e colocar em discussão alguns pontos

indústria inteira como área classificada,

da análise de risco conforme a ABNT

os riscos, certamente, serão muito acima

NBR 5419-2: 2015 para a otimização de

dos toleráveis. Neste caso, um estudo

parâmetros, e assim, procurar as melhores

detalhado de classificação de áreas deve

medidas de proteção para que a estrutura

ser feito por um especialista, definindo

sob estudo fique com os seus riscos com

quais zonas são 0, 1 ou 2 e/ou 20, 21 ou 22.

valores toleráveis.

Dependendo

da

exposição

da

Como exemplo, vamos considerar um

Dependendo do tipo de utilização de

galpão industrial de 30 metros de largura,

cada estrutura, um parâmetro pode ter mais

80 metros de comprimento e 15 metros

peso ou não. Por exemplo, em estruturas

de altura, e que neste galpão trabalham

industriais, áreas classificadas com perigo

300 pessoas, onde 290 (na maioria das

de explosão têm um peso muito grande

simulações) trabalham internamente ao

na análise de risco. Em edificações tipo

galpão e 10 circulam nas redondezas (até

residencial, a área de exposição equivalente

três metros das paredes) do galpão na área

(AD), a localização (CD) e a densidade de

externa. Consideramos também que uma

descargas atmosféricas para terra (Ng)

linha de energia aérea de Baixa Tensão de

têm um peso significante, assim como

300 metros alimenta o galpão e que não

em estruturas para uso comercial, onde o

existe nenhum tipo de perigo especial

número de pessoas e o local onde estas

em relação à pânico ou dificuldade de

pessoas transitam na estrutura também

evacuação no caso de alguma falha devido

têm um peso considerável.

às descargas atmosféricas.


75

Apoio

O Setor Elétrico / Julho de 2019

com valores toleráveis.

Localização da estrutura que as comissões

explosão, com Ng de 4, sem medidas de

No caso de estruturas tipo residencial

nacionais podem fornecer métodos mais

proteção, o risco R1 é altíssimo (5865 x

(prédios ou casas) e comerciais (shopping

detalhados para avaliar o impacto dos

10 ) e com todas as principais medidas de

centers, por exemplo), a análise do número

edifícios nas redondezas e o ambiente

proteção, ainda o R1 fica com valores acima

anual “N” de eventos perigosos é muito

geológico.

do tolerável (32 x 10 ). Uma solução para

importante. Assim, a densidade de descargas

Consideremos

uma indústria com risco de explosão seria

atmosféricas para a terra (Ng), a área de

conforme a figura 1 a) e b): a Estrutura 1

confinar ao máximo o setor considerado

exposição equivalente (AD) e a localização

com 20 x 30 metros e 20 metros de altura

como área classificada (zona 0 ou 20) e criar

da estrutura (CD) são os parâmetros a serem

e a Estrutura 2 com 10 x 20 metros e três

uma zona de estudo específica para ela.

avaliados com mais cuidados.

metros de altura. A área de exposição

Neste caso, considerar o mínimo de pessoas

O Ng é obtido nos mapas que estão

equivalente da Estrutura 2 (AD2 = 854m²)

possível na área classificada e ficando o

na norma ou, de preferência, no site do

está no interior da AD1 da Estrutura 1, bem

menor tempo possível também nesta área.

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

próxima à periferia da área de exposição

No exemplo estudado, consideramos uma

(INPE), onde se obtêm valores mais

equivalente da Estrutura 1, que vale

terceira área com 10 pessoas ficando 2600

precisos

17909m² (Figura 1a).

horas por ano nesta área classificada com

ABNT_NBR5419_Ng).

perigo de explosão. O R1 caiu para 0,8 x

ND para uma estrutura é avaliado pela

10-5 e, portanto, com valor tolerável.

cada estrutura? O que significa a última

No caso de estruturas com risco de

-5

-5

(http://www.inpe.br/webelat/

Os parâmetros AD e CD são fixos para

O

número

de

duas

eventos

estruturas,

perigosos

equação;

Neste mesmo caso, se a indústria

frase da página 35 da parte 2 da ABNT

estiver instalada em local com Ng igual a

NBR 5419: “Uma avaliação mais precisa

15, uma solução seria restringir ainda mais

da influência dos objetos ao redor pode

a permanência de funcionários na área

ser obtida considerando a altura relativa

classificada, por exemplo, três horas por

da estrutura em relação aos objetos nas

podemos considerar:

dia, cinco dias por semana ou automatizar

cercanias ou o solo dentro de uma distância

processos,

de

de 3 x H da estrutura e assumindo CD = 1”?.

pessoas no local. Neste último exemplo,

Este texto continua exatamente igual na

poderia automatizar os processos da área

proposta FDIS da IEC para a edição 3 da

ND2=Ng×(17909 - 854)×1×10-6 =

classificada e deixar, no máximo, três

norma internacional (que está em estudo

Ng×17055×10-6

funcionários nesta área pelo tempo de

no TC 81 da IEC) com a complementação

2600 horas anuais, e assim, ter os riscos

em uma nota após a Tabela do Fator de

diminuindo

o

número

ND=Ng×AD×CD×10-6 Para a análise de risco da Estrutura 1,

ND1=Ng×17909×0,5×10-6= Ng×8954×10-6 ou

sendo 17055 a diferença entre AD1 e AD2.


76

Espaço 5419

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Na equação de ND2, consideramos

a influência da Estrutura 2 na área de exposição da Estrutura 1, assumindo C D = 1. Teremos, neste caso, quase o dobro de eventos perigosos considerados (1,9 vezes).

Neste caso, não foi uma “vantagem”

descontar

a

área

de

exposição

equivalente da Estrutura 2 para o estudo da estrutura 1, porém pode-se ter casos que esta ação pode diminuir os riscos. Um exemplo seria se tivéssemos 12 estruturas com as dimensões da Estrutura 2 com suas áreas de exposição equivalentes dentro da área de exposição

Figura 1a) Estruturas 1 e 2 próximas, com a Estrutura 2 dentro do Volume de Proteção.

equivalente da Estrutura 1. Neste caso, um novo ND2 seria igual a Ng×7661×10-6, que já seria inferior ao ND1. Consideremos agora a análise de risco para a estrutura 2. No primeiro caso, esta está toda dentro do Volume de Proteção (ver Figura 1a). Assim, o CD valerá 0,25: N D3=Ng×854×0,25×10-6= Ng×213,5×10-6 ou N D4=Ng×(praticamente ZERO)×1×10-6= Ng×0×10-6 Neste atmosféricas,

caso, na

as teoria,

descargas não

cairão

Figura 1b) Estruturas 1 e 2 distantes de 10 metros, com a Estrutura 2 fora do Volume de Proteção.

diretamente na estrutura 2, somente na 1. Mas, como fica a análise de risco da Estrutura 2? As Componentes de risco que dependerem do ND terão valor

ND5=Ng×854×0,25×10-6= Ng×213,5×10-6

considerar

ou

equivalente de outras estruturas e/ou ND6=Ng×854×1×10-6= Ng×854×10-6

ZERO. Assim, os riscos estarão menores No caso de a Estrutura 2 estar, como

neste exemplo, a aproximadamente 10

áreas

de

exposição

objetos que estejam dentro da área de exposição equivalente da estrutura que

se isto for considerado.

as

Uma parte das descargas que iria cair

estamos estudando?

na Estrutura 2 (se fosse isolada) pode cair

Um ponto a refletir...

metros da estrutura 1, ela poderá estar fora

na Estrutura 1, mas o N D6 ficou quatro

do Volume de proteção, mas sua área de

vezes maior que o N D5. Neste caso, não

*Hélio Eiji Sueta é chefe adjunto da Divisão

exposição equivalente pode estar dentro

tem sentido considerar o CD igual a 1

Científica de Planejamento, Análise e

da Área de exposição equivalente da

(pensando na observação da norma).

Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia

Estrutura 1. Assim, o CD ainda valerá 0,25:

Em

e Ambiente da Universidade de São Paulo.

resumo,

devemos

ou

não



78

Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Por Benedito Donizeti Bonatto, Héctor Arango, Miguel Castilla Fernandez e Vinícius Braga Ferreira Costa*

Análise das propostas de regulamentação da Aneel para geração distribuída com base no modelo TAROT - Tarifa Otimizada (*) (*) Baseado em artigo aceito para publicação na CBQEE 2019 [1].

A Net Metering é a atual política regulatória

se uma alta tarifa de venda for homologada,

adotada no Brasil, que corresponde a um esquema

na hipótese de se manter a atual regulação

de compensação de energia: a energia injetada

das distribuidoras, o fenômeno da espiral da

na rede pelo sistema de geração distribuída (GD)

morte não será devidamente mitigado, e os

atribui créditos ao proprietário (também chamado

consumidores que não possuem sistemas de

prosumer), que pode utilizá-lo em um período de

geração distribuída (consumidores convencionais)

cinco anos [2]. Como a geração distribuída vem

serão prejudicados.

crescendo exponencialmente [3], sem quaisquer

mudanças regulatórias, a médio prazo, haveria um

para publicação na CBQEE 2019 é analisar

impacto negativo nas receitas das concessionárias

se a regulamentação proposta pela Aneel

e sucessivos aumentos tarifários pelo agente

é bem-sucedida na redução significativa do

regulador para manter o equilíbrio econômico

impacto da geração distribuída nas receitas das

do mercado. Aumentos tarifários levariam a ainda

concessionárias. Ao mesmo tempo, verifica-se

mais investimentos em sistemas de geração

se os sistemas de geração distribuída ainda são

distribuída e os consumidores economicamente

viáveis com base no Modelo TAROT – Tarifa

incapazes de investir seriam os mais afetados

Otimizada [5]. O bem-estar socioeconômico

por esse fenômeno, chamado de espiral da

calculado pelo modelo também é um critério

morte, levando a impactos sociais maciços. Para

importante para verificar a adequação da

mitigar esse problema, o agente regulador (Aneel)

regulamentação e é analisado de acordo.

introduziu a Audiência Pública 001/2019 [4], que

muito provavelmente abolirá a prática de Net

para regular o mercado de geração distribuída [6]:

A principal contribuição do artigo aceito

A Aneel introduziu seis alternativas tarifárias

Metering e adotará tarifas distintas de compra e venda, ou seja, a concessionária comprará a

• Alternativa 0: Net Metering (medição líquida)

energia de geração distribuída a uma tarifa mais

(mesmas tarifas de compra e venda);

baixa.

• Alternativa 1: Tarifa de venda (na perspectiva

A

regulamentação

geração

do prosumidor) igual a 72% da tarifa de compra;

distribuída deve mudar, de modo que nenhum

• Alternativa 2: Tarifa de venda igual a 66% da

dos participantes do mercado prejudique os

tarifa de compra;

outros. No entanto, essa mudança precisa ser

• Alternativa 3: Tarifa de venda igual a 59% da

meticulosamente analisada, pois é importante

tarifa de compra;

garantir

• Alternativa 4: Tarifa de venda igual a 51% da

simultaneamente

atual

o

da

equilíbrio

do

mercado e incentivar investimentos na geração

tarifa de compra;

distribuída. Se o agente regulador homologar

• Alternativa 5: Tarifa de venda igual a 37% da

uma baixa tarifa de venda (da perspectiva do

tarifa de compra;

prosumer), haverá poucos investimentos em geração distribuída e seus benefícios não serão

O período de contribuição para a audiência

explorados com eficiência. Ao mesmo tempo,

pública foi aberto até 19 de abril de 2019 e a


Espaço SBQEE

O Setor Elétrico / Julho de 2019

agência propõe que, para geração local (consumo

modelo TAROT são necessários. Por exemplo,

e geração no mesmo local), a Alternativa 0 pode

é importante quantificar melhor os parâmetros

ser mantida para até 3,40 (GW) de capacidade

de redução de custo da concessionária devido

total instalada em todo o território nacional.

à geração distribuída. Além disso, uma mudança

A partir deste limite, sugere-se a adoção da

de regulamentação tão importante deve ser

Alternativa 1. Para geração remota (toda energia

meticulosamente analisada em vários modelos

gerada injetada na rede), recomenda-se adotar a

antes de ser homologada, uma vez que terá

Alternativa 1 quando atingir 1,25 (GW). Assim que

um enorme impacto na sociedade, incluindo

a geração remota atingir 2,13 (GW), a Alternativa 3

prosumers,

é sugerida. A Aneel afirma ainda que a Alternativa

revendedores e funcionários. Além disso, pode

0 será mantida para sistemas instalados antes dos

quebrar a liderança potencial do país no uso

limites, por um período de 25 anos.

equilibrado de energias renováveis no mundo

O modelo TAROT – Tarifa Otimizada [5]

e não estimular a indústria de energia a buscar

apresentado pode representar diferentes tarifas

novos modelos de negócios [7]-[12] em um

de compra e venda de maneira relativamente

mercado inteligente (Smart Market) e em um

simples, o que parece ser uma ferramenta valiosa

contexto de Smart Grids.

para avaliar os impactos econômicos causados

Os autores agradecem o apoio financeiro em parte da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoa­ mento de Pessoal de Nível Superior - Brasil - Código Financeiro 001, CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - INERGE e FAPEMIG). Os autores também expressam gratidão pelo apoio educacional da UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá e UPC - Universitat Politécnica de Catalunya.

pela regulamentação proposta pela Aneel. A conclusão mais importante é que a nova política diminui significativamente a influência econômica que a geração distribuída tem sobre as empresas. No entanto, isso inquestionavelmente reduzirá os investimentos em geração distribuída e diminuirá o

consumidores,

concessionárias,

bem-estar socioeconômico (EWA) do mercado de eletricidade. Os estudos de caso mostraram que as três empresas analisadas apresentam superávits positivos (EVA), o que significa que não é necessária uma mudança regulatória para que elas operem com equilíbrio econômico e financeiro. No entanto, isso não significa que nenhuma outra empresa brasileira precise de mudanças.

Como as empresas de distribuição têm

capacidades instaladas muito diferentes de geração distribuída, limites distintos poderiam ser uma solução melhor, uma vez que uma mudança de regulamentação ainda não é necessária para empresas com baixa penetração de GD renovável. Limites distintos seriam uma forma de incentivar investimentos em áreas pouco exploradas. O regulamento proposto pela Aneel diminui repentinamente a tarifa equivalente para a GD renovável assim que os limites da capacidade instalada forem atingidos, o que também diminuirá repentinamente a demanda por sistemas de geração distribuída. Essa abordagem é prejudicial para os revendedores e para toda a cadeia de agregação de valor em GD renovável, já que mudanças mais brandas permitiriam uma melhor previsão de demanda. Estudos para melhorar a precisão do

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] V. B. F. Costa, B. D. Bonatto, H. Arango, M. Castilla, “Analysis of ANEEL’s Regulation Proposals for Distributed Generation Based on the Optimized Tariff Model”, paper acepted for publication at CBQEE 2019 – Brazilian Power Quality Conference, São Caetano do Sul-SP, Sept. 01-04, 2019. [2] ANEEL, “Distributed Generation,” 2018. Acessed on Mar. 21, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel.gov.br/geracao-distribuida. [3] ANEEL, “Technical Note 0056/2017,” 2017. Acessed on Mar. 21, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel.gov.br. [4] ANEEL, “Hearing 001/2019,” 2019. Acessed on Mar. 21, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel. gov.br/audiencias-publicas. [5] V.B.F. Costa, H. Arango, and B.D. Bonatto, “Economic Modelling: the Smart Market of Electricity with Utilities, Consumers and Prosumers,” International Conf. on Industry Applications, Brazil, November 11 – 14, 2018. [6] ANEEL, “Micro and Mini Distributed Generation: Public Hearing Proposal,” 2019. Acessed on Mar. 22, 2019. [Online]. Avaiable: https://www.youtube.com/ watch?v=BuMRgS0Bmp8. [7] C. Cortez, “Development of the Stochastic TAROT Economic Model for Economic Analysis of a Regulated Electricity Distribution Company,” M.S. thesis, ISEE, UNIFEI, Brazil, 2018. Acessed on Mar. 22, 2019. [Online]. Avaiable: https://repositorio. unifei.edu.br/xmlui/handle/123456789/1486. [8] S.A.S. Lusvarghi, “Economic Impacts of the Discontinuity of the Electric Service Using an

79

Economic Market Model.,” M.S. thesis, ISEE, UNIFEI, Brazil, 2010. Acesses on Mar. 22, 2019. [Online]. Avaiable: https://repositorio.unifei.edu.br/ xmlui/handle/123456789/1540?locale-attribute=es. [9] ANEEL, “Schedule and Result of Tariff Distribution Processes,” 2017. Acessed on Mar. 23, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel.gov.br/ resultado-dos-processos-tarifarios-de-distribuicao. [10] E.M. Modiano, “Elasticity and Electric Power Demand in Brazil,” 1984. Acessed on Mar. 23, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.econ.puc-rio.br/ uploads/adm/trabalhos/files/td68.pdf. [11] Solar Portal LTDA, “How Much Does Solar Photovoltaic Energy Cost,” 2018. Acessed on Mar. 23, 2019. [Online]. Avaiable: https://www. portalsolar.com.br/quanto-custa-a-energia-solarfotovoltaica.html. [12] ANEEL, “Distributed Generation Consumer Units,” 2018. Acessed on Mar. 25, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel.gov.br/outorgas/ geracao. *Benedito Donizeti Bonatto, associate Professor at UNIFEI – Federal University of Itajuba, Brazil, at the Institute of Electrical Systems and Energy, where he is one of the leaders of the Advanced Power Technologies and Innovations in Systems and Smart Grids Group. He is the vice-president of the Brazilian Society of Power Quality (SBQEE), and Senior Member of the IEEE – The Institute of Electrical and Electronics Engineers. E-mail: bonatto@unifei.edu.br *Héctor Arango é professor titular aposentado da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidad Nacional Del Sul. Recebeu o grau de Mestre em Ciências pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, EFEI, (1990), o título de Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo – USP (1996). Foi coordenador do Curso de Especialização de Sistema Elétricos (CESE), na UNIFEI, Itajubá. Trabalha como consultor pela empresa Matrix Engenharia em Energia, atuando em projetos de transmissão e distribuição de energia elétrica. E-mail: arango@unifei.edu.br *Miguel Castilla Fernandez, associate Professor at the Escola Politècnica Superior d'Enginyeria de Vilanova i la Geltrú, Universitat. Politècnica de Catalunya, M.S. in Telecommunication Engineering, UPC (1995), Ph.D., Electronic Engineering Department, UPC (1998). His research focuses on the design, implementation and evaluation of control technologies for power electronics systems. Particularly, my interests is focused on applications of power electronics in generation, transmission, and distribution of electrical energy (including energy efficient systems, renewable energy systems, storage energy systems, microgrid control, FACTS, ...). E-mail: miquel.castilla@upc.edu *Vinícius Braga Ferreira Costa é graduado em Engenharia Elétrica pela UNIFEI (2013-2017) e está desenvolvendo sua dissertação de Mestrado em Engenharia Elétrica sob a orientação do Prof. Benedito Donizeti Bonatto e Prof. Hector Arango. Suas áreas de interesse são: mercado de energia elétrica; armazenamento de energia; energias renováveis, redes elétricas inteligentes. E-mail: vinibfc_eu@hotmail.com


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Apoio

80

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

Notícias do front

Após dois anos de trabalho, a CE

seguro para o caso de impacto do raio.

64.10

Vale

(Proteção

contra

descargas

a

pena

fazer

seu

cadastro

atmosféricas) disponibilizou para consulta

gratuitamente no site da Associação Brasileira

nacional, até 10 de setembro de 2019, o

de Normas Técnicas (ABNT), https://www.

projeto da NBR 16785 – Proteção contra

abntonline.com.br/consultanacional/login.

descargas atmosféricas — Sistemas de

aspx, fazer o download do texto, analisá-lo e

alerta de tempestades elétricas.

dar o seu voto.

Baseado na IEC 62793, o texto do

projeto tem o objetivo de normalizar aspectos

5419:2015. É importante salientar que

complementares e dispositivos para a

a cada cinco anos, é recomendável que

proteção contra descargas atmosféricas em

o texto passe por revisão de atualização

áreas abertas. Através de alertas providos

e, pelo menos por enquanto, é o que

pelo Sistema de Alerta de Tempestades

pretende a CE 64.10, alterar apenas

Elétricas (SATE) –, capaz de ler variação de

elementos do texto visando melhorar a

campo elétrico e magnético –, podem ser

compreensão, deixando o mesmo mais

criados procedimentos que variam desde

amigável para o usuário. Não há por

a transferência das pessoas das áreas

que alterar radicalmente o conteúdo

abertas para dentro de estruturas fechadas

técnico, uma vez que o mesmo é bastante

e protegidas contra descargas atmosféricas

abrangente e sólido, estando realmente

até a execução da rápida mudança de certas

alinhado à realidade atual.

condições de processos, por exemplo:

abastecimento de combustível, decolagem

do novo texto da NBR 5419, mas uma coisa

de aeronaves etc., tornando o local mais

é certa: nada acontecerá antes de 2021.

Outra novidade é a revisão da NBR

Não há sequer previsão de publicação



82

Redes subterrâneas em foco

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Daniel Bento é engenheiro eletricista com MBA em Finanças e certificação internacional em gerenciamento de projetos (PMP®). É membro do Cigré, onde representa o Brasil em dois grupos de trabalho sobre cabos isolados. Atua há mais de 25 anos com redes isoladas, tendo sido o responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. É diretor executivo da Baur do Brasil | www.baurdobrasil.com.br

Questão de tempo ou de prioridade?

Em abril deste ano, foi aprovado, na

estamos atualmente pagando a conta da rede

rede enterrada.

comissão de cultura, o projeto de lei 789 de

aérea que reduz a produtividade do brasileiro

Este é um exemplo claro de falta de

2011, que determina o enterramento de redes

pela menor confiabilidade, já estamos pagando

interesse regulatório em resolver o problema,

de distribuição de energia elétrica em conjuntos

a conta dos acidentes que envolvem essa rede,

simplesmente, colocando o ônus em alguém,

urbanos tombados ou que tenham valor

dentre outras contas.

sem construir mecanismos regulatórios que

histórico e cultural. Apesar dessa vitória, este

Possivelmente, a baixa prioridade dos

viabilizassem o enterramento de rede.

projeto ainda possui uma longa caminhada na

políticos sobre os projetos de enterramento

esfera legislativa até que seja concluído.

de rede deve estar relacionada à falta

No ano passado, houve uma renovação no

Outro projeto que se arrasta desde 2013

de conhecimento de que este tema está

quadro de diretores da Aneel. Esta nova diretoria

sobre o tema é o PL 6743/2013, que atribui

diretamente ligado à segurança da população,

tem apresentado um grande direcionamento para

para a Agência Nacional de Energia Elétrica

tendo em vista que todo ano, centenas de

o aumento da eficiência e produtividade do setor.

(Aneel) a competência de estabelecer critérios

pessoas morrem devido ao contato com a rede

e metas para que as distribuidoras de energia

elétrica aérea.

número 003, instituída no início deste ano, que

elétrica enterrem suas redes.

Ou então, a falta de prioridade nesta pauta

trata da busca da regulação por incentivos no

Ou seja, há muitos anos, temos projetos

pode ser porque não está clara a relação da

segmento de distribuição de energia elétrica,

de lei tramitando para estabelecer diretrizes em

rede subterrânea com o fomento ao turismo.

fomentando a melhoria da qualidade do serviço

relação ao enterramento de rede, porém, sem

Imaginem se o turismo teria o mesmo atrativo se

oferecido.

nenhuma conclusão. Não é por falta de tempo

houvesse postes e fios no centro histórico de

Um dos pontos que consta na nota

que ainda não foi possível estabelecer uma

Salvador (BA), ou na esplanada dos ministérios

técnica que direciona esta consulta é de que

regulamentação que trate do assunto, mas sim,

em Brasília, ou ainda na praça em frente ao

seja considerado um investimento prudente à

por falta de prioridade.

Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

realização de obras de enterramento de rede

Evidente que existem pautas que são

pela distribuidora.

extremamente importantes para o País e devem

localidades “escondidas” atrás de fios e postes

ser tratadas com muita urgência e prioridade.

poderiam ter atrativos muito mais interessantes

regulatório, que poderia ser implementado

Contudo, projetos que foram criados há

para que a beleza arquitetônica e urbanística

com uma medida infralegal e rápida, tendo em

oito anos e ainda estão longe de seu final

não ficasse prejudicada pela poluição visual

vista tratar de um tema que reside na esfera

são demonstrações de que o tema não está

provocada pela rede elétrica.

regulatória.

recebendo nenhuma prioridade.

Em agosto de 2017, eu escrevi aqui nessa

Pública para tratar do aprimoramento da

nos últimos anos sobre o enterramento de

coluna um texto discutindo quem paga a

regulação do enterramento de rede de

rede, temos um alento que este assunto pode

conta do enterramento de redes elétricas de

distribuição, mas a sua conclusão foi pífia, sem

ser retomado a demonstrar sua relevância

distribuição de energia. Nela, eu questionei

estabelecer nenhum objetivo, e fazendo a ação

estratégica para o Brasil. Priorizar este tema

o dogma que enterrar a rede é muito caro.

mais simples possível, jogando a conta para o

ajuda a construir um País melhor, com mais

Contudo, a questão que enfatizei é que já

consumidor que esteja interessado em ter a

turismo, mais segurança e mais produtividade.

Assim como estes locais, diversas outras

Em 2016, a Aneel realizou uma Audiência

Entretanto, não vamos perder a esperança.

Um bom exemplo é a consulta pública

Tal medida já seria um grande avanço

Apesar da falta de prioridade que vivemos


83

Iluminação pública

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE: 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/Cobei. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. | lrosito@tecnowatt.com.br

A Chamada Pública Procel Reluz 2019 de

acordo com as regiões do País, a fim de

documentação dos equipamentos utilizados

artigos sobre o tema iluminação, iremos

obter uma distribuição de recursos mais

no projeto, e apresentarem o certificado

tratar do tema da chamada pública

equânime.

de conclusão do tutorial da chamada

01/2019, do Procel Reluz, de 05 de

aprimoramentos

junho de 2019. A iluminação pública

modelagens

no Brasil, nos últimos anos, vem sendo transformada com a substituição dos

valores de aporte de recursos mínimo e

do município, o mesmo deverá apresentar,

sistemas convencionais para a tecnologia

máximo que ficam entre R$245.000,00 e

em 24 meses, a partir da primeira parcela

LED de forma cada vez mais acelerada.

R$2.000.000,00. Apesar de ser um projeto

liberada, um plano diretor de iluminação

Esta chamada pública tem por objetivo

de eficiência com a substituição de pontos

pública de seu município. Demais critérios

promover a melhoria da iluminação pública

menos eficientes por outros mais eficientes,

apresentados no Edital estão bastante

de vias e praças, selecionando projetos

é permitida a instalação de novos pontos,

detalhados e com modelos que auxiliam de

de eficiência energética, promovendo

desde que atendam a critérios específicos

forma muito clara de que forma o projeto

uma

e tenham por finalidade adequar os níveis

deverá

Dando

sequência

melhor

gestão

nesta

dos

série

recursos

Também

foram

propostos das

pública. A TIR de projeto acima de 6,5%

mesma

agora será critério de bonificação e não

forma, foram ajustados em uma tabela os

de desclassificação. Como compromisso

de

na

comparação

projetos.

Da

ser

apresentado,

facilitando

o

e

exigidos pela norma NBR 5101. Está

entendimento de quem avaliará.

demonstrando um modelo que pode ser

disponível no site da chamada pública

replicado em outros municípios. A primeira

um tutorial para a apresentação dos

municípios busquem fontes de recursos

chamada pública do Reluz para realização

projetos, bem como os modelos de toda a

para a melhoria de iluminação de suas

de projetos de iluminação pública LED

documentação que deve ser apresentada.

cidades, e que mesmo aqueles que,

ocorreu no final do ano de 2017 e teve

No Edital também estão definidos os prazos

eventualmente, não sejam contemplados

1.101 interessados cadastrados, com

para cada fase da chamada, sendo um dos

pelo

a apresentação de cento e 32 projetos

mais importantes a data de 16 de agosto de

premissas para a execução de futuros

apresentados,

públicos,

capacitando

profissionais

Esta é uma das formas para que os

programa,

podem

seguir

estas

destes,

2019, às 17h, como o limite para a entrega

projetos com outras fontes de recurso ou

somente 22 foram aprovados para serem

das propostas. A divulgação final do

por meio de financiamento. Espera-se que

executados pelos municípios dentro dos

resultado da chamada pública está prevista

as prefeituras, de maneira individual ou em

critérios estabelecidos na chamada. Dos

para o dia 27 de novembro de 2019.

consórcios, de forma direta ou através de

22 municípios selecionados, 10 foram da

Diversos

serão

consultores, apresentem seus projetos com

região Sul, nove da região Sudeste, dois

avaliados como parte do projeto, dentre

a maior qualidade possível, superando os

na região Centro-Oeste e um na região

eles: o projeto luminotécnico atendendo

requisitos normativos, no sentido de energia

Norte. E expectativa é de tornar eficientes

a NBR 5101; a certificação ativa da

elétrica, recursos públicos e melhorar a

mais de 14 mil pontos de iluminação no

luminária; o RBC (Relação benefício/

iluminação das cidades do Brasil.

âmbito desta chamada pública de 2017.

custo); orçamentos prévios etc. Poderão

Para saber mais sobre a Chamada

sendo

que

critérios

técnicos

Nesta nova chamada de 2019, foram

ter bonificação nos critérios de avaliação

Pública Procel Reluz 2019, acesse: https://

realizados aprimoramentos e modificações,

os municípios que já tiverem um plano

eletrobras.com/pt/ Paginas/Chamada-

dentre eles, uma divisão de recursos de

diretor de IP, COSIP, que apresentarem

Publica-Procel-Reluz.aspx


84

Energia com qualidade

O Setor Elétrico / Julho de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br

Aspectos do fator de potência em regime de carga baixa

A tarifa de cobrança de excedentes de

referência passa para -92% com a inversão

de 85%, a energia excedente a ser paga

energia reativa é aplicada aos consumidores

da regra de fator de potência indutivo para

referente a este período será proporcional

do grupo A e tem seu modelo desenvolvido a

capacitivo, evitando que os consumidores

a (92%/85%-1)*EEAM T (1), ou seja será

partir do valor do fator de potência registrado

injetem potência reativa nas redes das

cobrado um valor adicional de 8,2% da

a cada hora do dia nos diversos períodos

distribuidoras em períodos de baixa carga,

energia consumida naquele intervalo na

(ponta, fora de ponta indutivo e capacitivo)

causando sobretensões por decorrência.

tarifa especifica. A tarifa da demanda

durante os dias úteis e finais de semana.

A expressão (1) indica o cálculo da

de energia reativa (menos comum que a

Esta metodologia se encontra detalhada

energia reativa excedente e a expressão

anterior) seguira a formulação exposta em

na resolução 414 da Agência Nacional de

(2) o cálculo da demanda reativa excedente

(2). Esta introdução serve para entender o

Energia Elétrica (Aneel), mais precisamente

(resolução 414). Como o objetivo aqui não

conceito do controle do fator de potência a

no capítulo VIII, seção IV, artigos 95 em

é avaliar a formulação proposta pela Aneel,

ser adotado e o entendimento das variáveis.

diante. Nesta mesma referência se encontra

mas sim suas consequências na cobrança

Tomamos, por exemplo uma instalação

a metodologia de cálculo da cobrança do

dos consumidores, deve-se entender que

industrial

excedente de energia reativa quando e se

em (1) a cobrança depende da relação (fR /

1500kVA por exemplo, cujo perfil de carga

aplicável. De uma forma geral, caso o fator

f T-1) e da energia consumida no intervalo

se encontra na figura 1. O que se nota é

de potência médio aferido a cada hora for

medido de uma hora (EEAM T) e em (2) da

que até as 14h30, onde a indústria se

inferior a 92% nos períodos de fora de

relação fR /fT com a demanda do intervalo

manteve operando em carga normal, o fator

ponta indutiva e de ponta, o consumidor irá

(PAM T) que serão comparados à demanda

de potência medido foi o suficiente para o

pagar uma taxa de excedente de energia

faturável (PAF). Os valores VR (energia e

não pagamento do excedente de energia

reativa calculada em função da relação do

demanda) são as tarifas empregadas para

reativa. Contudo, o quadro muda de figura

fator de potência medido (fT) e o valor de

cálculo que não são aquelas aplicadas nos

quando a carga é sensivelmente reduzida

com

um

transformador

de

referência (fR) de 92% na formulação abaixo

consumos de energia e demanda de seus

(a demanda de potência ativa da ordem

que foi extraída desta da referência citada.

grupos tarifários, mas uma tarifa especial.

de 600kW é reduzida a aproximadamente

Nos períodos chamados de capacitivos

Então se em determinado intervalo de

10% do seu valor) e a demanda reativa a

(em geral, entre as 0h e 6h), o valor de

uma hora o fator de potência medido foi

aproximadamente 20% do valor inicial em carga. Esta nova situação apresenta um fator de potência da ordem de 50% que levará o consumidor a ser tarifado com algum excedente de energia reativa nos intervalos que não sejam os capacitivos (madrugada). A principal causa desta ocorrência tem em geral origem no transformador que consome potencias ativas e reativas baixas


85

O Setor Elétrico / Julho de 2019

calcular

qual

excedentes

em

será

a

função

cobrança dos

dos

cenários

apresentados pela curva de carga. Se o valor for representativo, buscar uma das soluções que se seguem. b) Avaliar as cargas residuais, tipicamente de iluminação e serviços complementares. Sistemas de iluminação de vapor de sódio ou metálico podem ser substituídos por LEDs. Além da economia da energia ativa, a energia reativa não será consumida, pois estes últimos são capacitivos. c) Uso de Trafos auxiliares de menor potência e desligamento do Trafo principal. d) Instalação de banco fixo complementar

Figura 1 – Curva de carga avaliada com transição de regime de carga.

compensando a potência reativa residual

em relação a carga alimentada, mas quando

Este valor do fator de potência que em

com o devido cuidado de não tornar o

a

reduzida

princípio parece assustador, deve ser

sistema capacitivo além do limite durante

estes valores passam a ser relativamente

considerado juntamente com a energia

a madrugada. Este capacitor adicional

importantes.

ativa consumida no intervalo, ou seja, a

pode ser instalado tanto no primário

carga

é

substancialmente

O transformador citado de 1500kVA

demanda de potência ativa não está na

quanto no secundário com as mesmas

pode possuir um consumo em vazio da

casa dos quase 600kW, mas em 43kW.

premissas em relação a presença de

ordem de 30 a 40kvar de potência reativa e

Como na maioria das vezes, instalações

harmônicas do sistema principal, evitando

de potência ativa de 5kW, dependendo de

industriais e comerciais de médio porte

ressonâncias.

cada projeto do transformador. Este valor

possuem seus sistemas de compensação

e) Adotar a leitura de corrente e tensão no

pode ser constatado caso a caso no ensaio

reativa instalados na baixa tensão com

primário, incluindo o consumo próprio de

efetuado no fabricante (ensaio de rotina,

as leituras de carga através de TC’s

energia ativa e reativa do transformador na

sem carga).

no secundário do transformador, esta

estratégia de compensação. Cuidados com

Como a medição da distribuidora é

situação não será considerada por estes

a resolução do sistema de compensação

na maioria das vezes efetuada em média

sistemas que não enxergarão os consumos

devem ser tomados.

tensão, os 72kvar e 43kW da figura 1,

próprios de potência ativa e reativa do

consumidos pelo conjunto da carga residual

transformador.

e

algumas saídas técnicas bem aplicáveis.

avaliação numérica e soluções para a curva

a) Cálculo da cobrança de excedentes:

da figura 1.

consumo

próprio

do

transformador

atingirão um fator de potência de 51%.

Neste

cenário,

existem

Na próxima edição, será apresentada


86

Instalações Ex

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br

Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos, controle e mitigação – Parte 01/05

1. Introdução

podem representar uma fonte de ignição de

hidrogênio contido na sua estrutura. De

A possibilidade de riscos de ignição

atmosferas explosivas que estejam presentes

acordo com estas pesquisas, a presença de

relacionados com a geração e o acúmulo da

em áreas classificadas contendo gases

atmosfera explosiva nos dutos de ventilação

eletricidade estática ocorre frequentemente

inflamáveis ou poeiras combustíveis.

foi provavelmente devido à existência de

nas

vazamentos em válvulas do sistema de

instalações

atmosferas

industriais

explosivas,

contendo

decorrentes

de

Diversos casos de acidentes já foram

registrados

em

atmosferas

explosivas

hidrogênio.

Naquele

icônico

acidente,

fatores como a movimentação de fluidos, a

decorrentes de falhas de aterramento ou

morreram 35 das 100 pessoas que estavam

existência inadvertida de condutores isolados

de equipotencialização de equipamentos

a bordo.

ou a utilização de materiais não metálicos

de móveis ou fixos, sejam eles metálicos ou

ou não condutivos em áreas classificadas,

não metálicos, as quais proporcionaram o

associados com deficiências nos sistemas de

acúmulo de cargas eletrostáticas que, por sua

equipotencialização ou de aterramento.

vez, deram origem a centelhas que serviram

No caso de instalações elétricas em

como fontes de ignição de atmosferas

atmosferas explosivas, o risco de ignição que

explosivas existentes, ocasionando grandes

pode ser decorrente da geração de faíscas é

explosões, muitas delas com consequências

oriundo do acúmulo indevido de eletricidade

fatais para as pessoas presentes aos locais

estática, o qual pode levar à existência de

destes acidentes.

elevadas diferenças de potenciais de tensão,

capazes de produzir centelhamentos.

estática pode provocar grandes explosões de

É reconhecido que as movimentações de

atmosferas explosivas, pode ser lembrado o

grandes volumes de líquidos, gases e poeiras

acidente ocorrido em 1937 com o dirigível

das graves consequências de eletricidade

no interior das tubulações e dos equipamentos

Hinderburg, que explodiu quando estava

estática em atmosferas explosivas, a explosão

de processo e do transporte pneumático na

se preparando para aterrissar. Segundo

ocorrida em 2015, no FPSO Cidade de

indústria do petróleo, petroquímica, química,

pesquisas realizadas recentemente, os cabos

São Mateus, que resultou na morte de nove

sucroalcooleira e de alimentos, resultam

que estavam sendo conectados pelo pessoal

pessoas. De acordo com o relatório de análise

em uma grande quantidade de eletricidade

de terra provocaram descargas eletrostáticas

do acidente elaborado pela Agência Nacional

estática,

Como um exemplo de como a eletricidade Pode também ser citada como exemplo

diferenças

que foram geradas neste momento de

do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

de potenciais eletrostáticos que podem

aterramento, as quais foram responsáveis

(ANP), uma das possíveis fontes de ignição

provocar centelhas, as quais, por sua vez,

pela ignição da grande quantidade de

foi o fluxo de água através de mangueiras de

capazes

de

gerar


87

O Setor Elétrico / Julho de 2019

combate a incêndio, fabricadas com material

formado a poça de condensado. Os fatos que

não condutivo, o que pode ter contribuído

ocorreram anteriormente à explosão mostram

riscos e as respectivas medidas mitigadoras de

respectivamente para a geração e o acúmulo

grande relação probabilística entre a fonte de

eletricidade estática em atmosferas explosivas,

de cargas eletrostáticas, cujo nível de

ignição com a eletricidade estática”.

foram elaboradas, em nível internacional, pelos

potencial pode ter ocasionado uma centelha

Nos casos de aplicação em áreas

países participantes do Comitê Técnico TC 31

capaz de ter provocado a explosão.

classificadas, um dos principais recursos

da IEC (Equipment for explosive atmospheres),

a serem considerados nos projetos e nas

incluindo o Brasil, as IEC TS 60079-32-1

instalações elétricas, de instrumentação,

(Atmosferas explosivas – Parte 32-1: Riscos

de

de

eletrostáticos – Orientações e IEC 60079-32-

equipamentos de processo em atmosferas

2: Atmosferas explosivas – Parte 32-2: Riscos

explosivas é a instalação de sistemas efetivos

eletrostáticos – Ensaios.

de aterramento ou de equipotencialização,

que permitam o escoamento contínuo das

controle e mitigação de eletricidade estática

cargas eletrostáticas, evitando o seu acúmulo.

em

O aterramento de equipamentos em

tema sob o ponto de vista de segurança

atmosferas explosivas deve ser considerado,

em instalações elétricas e mecânicas em

inclusive, em equipamentos não metálicos,

atmosferas

tais

telecomunicações,

mecânicas

e

De forma a abordar adequadamente os

Esta série de artigos sobre os riscos, atmosferas

explosivas

explosivas,

aborda

descrevendo

este

os

de

mecanismos de geração e acúmulo de cargas

investigação elaborado pela ANP, “Analisando

equipamentos elétricos e juntas isolantes

eletrostáticas e os requisitos, boas práticas

os fatos ocorridos no acidente em questão,

de equipamentos elétricos, mecânicos ou

e procedimentos de projeto, operação,

observa-se uma entre as situações que se

de processo, de forma a evitar o acúmulo de

manutenção e inspeção necessários para a

configuram como uma potencial fonte de

cargas eletrostáticas devido aos efeitos de

sua solução.

eletricidade estática: a utilização de mangueira

fricção ou pela passagem ou movimentação

de incêndio para lavar o local no qual havia se

de fluidos.

De acordo com o respectivo relatório de

como

invólucros

plásticos

Continua na próxima edição.


Memórias do Setor

88

O Setor Elétrico / Julho de 2019

Por Danieli Giovanini* Acervo Fundação Energia e Saneamento

Armazéns da Companhia Comércio e Navegação totalmente destruídos pelo bombardeio aéreo das tropas legalistas federais, durante a Revolução de 1924.

A Revolta de 1924 e o acervo da Fundação Energia e Saneamento algumas classes da população com a chamada

a se retirarem para o bairro Guaiaúna, ponto

Energia e Saneamento traz em si não apenas

política “café com leite”.

terminal de trens que chegavam do Rio de

a história do setor energético, mas também

Janeiro e do Vale do Paraíba, instalando a

momentos de São Paulo pouco lembrados. Um

da revolta por seu papel central na economia

sede do governo provisoriamente no interior

exemplo é a Revolta Paulista de 1924, uma

do País e o controle de diversas e prósperas

da estação ferroviária. Em resposta, o governo

das batalhas mais violentas que a cidade já

regiões articuladas à cidade pela rede

federal exerceu forte pressão bélica, com

testemunhou.

ferroviária. Dentre as táticas empregadas pelos

ataques aéreos na cidade contra os revoltosos.

Um acervo tão rico como o da Fundação

A capital paulista foi escolhida como alvo

rebeldes, foi realizado o ataque e posterior

rebeldes eram, em sua maioria, tenentes

ocupação do Palácio dos Campos Elíseos, sede

desenvolvimento, se viu transformada em

e capitães do Exército –, ocorreu em um

do governo do Estado de São Paulo, forçando

uma praça de guerra, em meio a tiros e

momento de instabilidade política da

o presidente Carlos de Campos, acompanhado

bombardeios. Os paulistanos sofreram com

República Velha e de descontentamento de

de secretários e oficiais do Exército legalistas,

a interrupção dos serviços básicos. A Light,

Com forte influência tenentista – os

São Paulo, uma cidade em


89

O Setor Elétrico / Julho de 2019

uma empresa atuante na cidade desde 1899, responsável pelo fornecimento de energia, o transporte urbano (bondes), a iluminação pública, o telefone e o gás, não passou intocada em meio à revolta armada, com suas atividades gravemente afetadas, não apenas durante os 23 dias de duração, mas ao longo do ano, devido às destruições causadas no levante. A empresa lidou com ocupações em suas propriedades dos dois lados da batalha, sendo que a Garagem da Vila Mariana foi tomada pelos legalistas e transformada em posto de comando, alojamento e até prisão; o depósito de bondes da praça Teodoro de Carvalho foi ocupada por revoltosos; e a Subestação Paula Souza, responsável pelo fornecimento de energia elétrica à grande parte da cidade, inicialmente ocupada pelos

Transeuntes perto de poste atingido por balas de fuzil, durante a Revolução de 1924.

legalistas, foi, no dia 9 de julho, tomada pelos rebeldes, que interromperam o fornecimento de força e luz realizados pela subestação. No período, houve também o roubo de dois milhões de bilhetes de bondes durante um dos saques, que foi comunicado com insistência ao público por meio de jornais.

Em meio às ocupações, bloqueios em

linhas de transmissão de energia e na circulação de bondes, além de dificuldades na comunicação entre superiores e trabalhadores, a Light se esforçava para manter a normalidade de seus serviços; entretanto, os intensos bombardeios a impediam. O cotidiano da empresa e da população foi profundamente afetado.

A derrota e retirada das tropas revoltosas

da cidade ocorreu no dia 28 de julho. Parte

Quartel General das Forças Revolucionárias, situado na Rua João Theodoro, hoje, sede do Batalhão da Rota. Ao fundo, a chaminé projetada por Ramos de Azevedo, em 1892, que ainda hoje guarda as marcas da artilharia deixadas durante a Revolta de 1924.

do contingente se dirigiu para o interior Os pesquisadores e interessados em

do Estado e depois para o Paraná, onde

importância para o entendimento da evolução

se encontrou com outros grupos militares

da política brasileira e seu modo de diálogo

acessar esse ou outros conteúdos históricos

aliados, nas origens da Coluna Prestes,

(ou não) com a parcela da população

podem realizar agendamento gratuito na

liderada por Luís Carlos Prestes.

descontente. E o acervo da Fundação Energia

Fundação Energia e Saneamento pelo e-mail

A Revolta de 1924 deixou cicatrizes na cidade

e Saneamento, enquanto instituição de

pesquisa@energiaesaneamento.org.br ou

de São Paulo, como saldo de destruição de

preservação do patrimônio da energia e do

através dos telefones 11 3395-5508 e 11 3224-

alguns bairros populares, quatro mil feridos e

saneamento, é uma rica fonte para a história

1489.

perda de cerca de mil vidas, entre elas muitos

de São Paulo, desde os grandes eventos até

operários que nem sabiam o motivo dos

as pequenas transformações cotidianas, com

conflitos.

documentos como fotos, cartografia, recortes

de jornais antigos e correspondências de

As pequenas revoltas e rebeliões que

marcaram a história do Brasil são de extrema

autoridades.

*Danieli Giovanini é historiadora e analista do Núcleo de Documentação e Pesquisa da Fundação Energia e Saneamento. Site: energiaesaneamento.org.br


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Índice de anunciantes Ação Engenharia 85 (11) 3883-6050 www.acaoenge.com.br

O Setor Elétrico / Julho de 2019

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Dutotec / Qtmov 75 (51) 2117-6600 / 0800 702 6828 www.dutotec.com.br www.qtmov.com.br

MWM (11) 3882-3200 geradoresmwm@navistar.com.br www.geradoresmwm.com.br

Eaton 63 0800 00 32866 vendaschbrasil@eaton.com www.eaton.com.br

Alubar 55 (91) 3754-7155 comercial.cabos@alubar.net www.alubar.net.br

Novemp 29 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br

Embrastec 49 (16) 3103-2021 embrastec@embrastec.com.br www.embrastec.com.br

Novus 33 (51) 3323-3600 www.novus.com.br/pt/setor_eletrico

Baur 73 (11) 2972-5272 atendimento@baurdobrasil.com.br www.baurdobrasil.com.br

Exponencial 81 (31) 3317-5150 comercial@exponencial.com.br www.exponencialmg.com.br

Paratec 80 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br

Beghim 40 e 41 (11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br

Fastweld 4ª capa (11) 2425-7180 fastweld@fastweld.com.br www.fastweld.com.br

Promins (14) 3366-2900 comercial@promins.com.br www.promins.com.br

Cablena 35 (11) 2175-9223 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br

Gimi Pogliano 51 (11) 4752-9900 atendimento@gimipogliano.com.br www.gimipogliano.com.br

Prysmian 2ª capa (15) 3500-0530 https://br.prysmiangroup.com

Alpha 18 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br

71

CBQEE www.sbqee.org.br/cbqee Chardon Group 53 (21) 99351-9765 chardonbrazil@chardongroup.com www.chardongroup.com Cinase 15 (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br Clamper 19 e Fascículos (31) 3689-9500 comunicacao@clamper.com.br www.lojaclamper.com.br 77

COBEE (11) 3051-3159 www.cobee.com.br

50

HellermannTyton (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br 13

5

67

Rittal (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br 37

IFG (51) 3431-3855 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br

Sel (19) 3518-2110 vendas@selinc.com.br www.selinc.com.br

Intelli 8 e 9 (16) 3820-1500 intelli@intelli.com.br www.grupointelli.com.br

TDK product.tdk.com/en/industrial sales.br@tdk-electronics.tdk.com

Itaipu Transformadores 31 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br 25

ITB (18) 3643-8010 www.itb.ind.br

11

Te / Tyco 21 te.energia@te.com www.te.com/energy Techno do Brasil 57 (41) 98717 7000 mario.adinolfi@sales. techno. it www.technodobrasil.com.br 12

Cobrecom 23 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br

KitFrame do Brasil 7 (11) 4613-4555 kitframe@kitframe.com.br www.kitframe.com

THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br

Condumax / Incesa47 0800 701 3701 www.condumax.com.br www.incesa.com.br

Maccomevap 87 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br

Trael 45 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br

Megabrás 6 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com

Tramontina (54) 3461-8200 ex.elt@tramontina.net www.tramontina.net

3ª capa e Fascículos

D’Light (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br

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