Ano 14 - Edição 162 Julho de 2019
Edição especial FIEE e CINASE MG
Sobretensões atmosféricas em redes de baixa tensão A proliferação de equipamentos e dispositivos eletrônicos sensíveis a interferências e os prejuízos decorrentes de problemas de qualidade de energia têm enfatizado a importância de se conhecer as características dos distúrbios em redes BT
Pesquisa setorial
Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação obtiveram crescimento médio de 10% nos últimos 12 meses e estimam incremento de mais 10% até o fim de 2019
Energia solar fotovoltaica
O projeto elétrico: corrente contínua e corrente alternada
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br
Suplemento Renováveis 39 Fascículo: O projeto elétrico Notícias de mercado Coluna solar: Energia solar fotovoltaica já atinge todas as faixas de renda Coluna eólica: Os bons ventos brasileiros e as mulheres no setor de energias renováveis
4
Editorial
6
Coluna do consultor O CINASE-BH em agosto, o CBQEE-SP em setembro, e até as tomadinhas!
10 16
Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena
27
Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos Colaboradores desta edição Alexandre Piantini, Benedito Donizeti Bonatto, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr., Fundação Energia e Saneamento, Hans Rauschmayer, Héctor Arango, Hélio Eiji Sueta, Jobson Modena, José Starosta, Luciano Rosito, Miguel Castilla Fernandez, Pablo D’ornellas, Paulo E. Q. M. Barreto, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk e Vinícius Braga Ferreira Costa A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Timothy Baxter | shutterstock.com Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correios
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
56
64
Evento – Redes Subterrâneas de Energia Elétrica 2019 Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos Fascículos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão Pesquisa Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação obtiveram crescimento médio de 10% nos últimos 12 meses e estimam incremento de mais 10% até o fim de 2019 Cinase TEC Sobretensões atmosféricas em redes de baixa tensão
70
Destaque Prêmio OSE Energia solar, gestão sustentável e foco no retorno positivo do cliente garantem premiações à Solfortes
74
Espaço 5419 Dicas para otimização de parâmetros da análise de risco
78
Espaço SBQEE Análise das propostas de regulamentação da Aneel para geração distribuída com base no modelo TAROT – Tarifa Otimizada
80 82 83 84 86 88
Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco Luciano Rosito – Iluminação pública José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex Memórias do Setor A Revolta de 1924 e o acervo da Fundação Energia e Saneamento
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Julho de 2019 Capa ed 162_K.pdf
1
16/07/19
16:00
www.osetoreletrico.com.br
Ano 14 - Edição 162 Julho de 2019
Edição especial FIEE e CINASE MG
Sobretensões atmosféricas em redes de baixa tensão O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 162 – Julho de 2019
O Brasil é mundialmente conhecido por ser campeão em
Pesquisa setorial
Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação obtiveram crescimento médio de 10% nos últimos 12 meses e estimam incremento de mais 10% até o fim de 2019
Energia solar fotovoltaica
O projeto elétrico: corrente contínua e corrente alternada
Edição 162
O perigo que vem do céu
A proliferação de equipamentos e dispositivos eletrônicos sensíveis a interferências e os prejuízos decorrentes de problemas de qualidade de energia têm enfatizado a importância de se conhecer as características dos distúrbios em redes BT
o Espaço 5419 discorre sobre dicas para otimização de parâmetros
incidência de descargas atmosféricas, também chamadas de raios,
da análise de risco que, conforme a ABNT NBR 5419-2: 2015, é
registrando uma média de 77,8 milhões ao ano. Informações
uma ferramenta muito importante para a definição das medidas
divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
de proteção contra os efeitos danosos das descargas atmosféricas.
revelam que cerca de 300 brasileiros vêm a óbito anualmente
O objetivo do artigo, escrito pelo especialista, Dr. Hélio Eiji Sueta,
em decorrência destes fenômenos naturais, que 43% das mortes
é fornecer e colocar em discussão alguns pontos da análise de
acontecem durante o verão e que dois a cada três acidentes fatais
risco de acordo com a norma para a otimização de parâmetros,
ocorrem ao ar livre.
e assim, procurar as melhores medidas de proteção para que
a estrutura sob estudo esteja com os seus riscos com valores
No verão de 2018, a incidência de raios em todo o País foi
marcada pelos efeitos do fenômeno climático El Niño. Houve um
toleráveis.
aumento nas regiões Sul (cerca de 50%) e Sudeste (em torno de
20% a 30%). Para uma parte do Centro-Oeste, a elevação também
porém, com grande potencial, são as “Redes subterrâneas de
foi de 20% a 30%, como no caso do Mato Grosso do Sul, onde
energia elétrica”, pauta do evento que ocorreu nos dias 17 e
houve registro de mortes na primavera.
18 de junho de 2019, em São Paulo (SP). Segundo informações
concedidas durante as palestras técnicas, atualmente, o Brasil
O fato é que as descargas atmosféricas não oferecem riscos
Outro assunto que exploramos este mês, ainda embrionário,
apenas às pessoas, mas também a equipamentos e dispositivos
possui apenas aproximadamente 2% de redes subterrâneas,
eletrônicos – cada vez mais sensíveis a interferências –, culminando
o que demonstra a real necessidade de se promover mais
em prejuízos decorrentes de problemas de qualidade de energia,
debates pelo setor, maior atenção por parte do governo e de
danos, falhas, e até mesmo na queima.
órgãos reguladores, bem como melhor preparação da indústria
e da própria população para que esse tipo de distribuição de
A utilização de tais aparelhos é crescente na vida moderna
e tem demandado métodos de proteção mais adequados e
energia, considerado uma grande tendência, se desenvolva e
específicos para combater distúrbios em redes de baixa tensão.
avance no País.
Em função da baixa suportabilidade das isolações dessas redes
e, portanto, da necessidade de aprofundar a discussão acerca
principais conteúdos que traremos na edição de agosto, sugiro
deste tema complexo, publicamos na seção Cinase TEC, o artigo
que não percam a cobertura exclusiva do 35º CINASE – Edição
intitulado: “Sobretensões Atmosféricas em Redes de Baixa
Minas Gerais, o ponto de encontro da área de engenharia
Tensão”, apresentado em uma das edições do Circuito Nacional
elétrica que já se consagrou no mercado e que há anos contribui
do Setor Elétrico (CINASE), realizada em 2018, e elaborado
fortemente para qualificação profissional, compartilhamento de
pelo expert no assunto, Alexandre Piantini. O material traz uma
conhecimento técnico e geração de negócios.
discussão completa a respeito de cada um dos mecanismos
Boa leitura!
Como forma de antecipar a nossos leitores sobre um dos
de geração de surtos por descargas atmosféricas. Vale a pena conferir!
Abraços,
Luciana Freitas
Complementando a abordagem sobre descargas atmosféricas,
Redes sociais
@osetoreletrico
www.facebook.com/osetoreletrico
@osetoreletrico
Revista O Setor Elétrico
Coluna do consultor
6
O Setor Elétrico / Julho de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
O CINASE-BH em agosto, o CBQEE-SP em setembro, e até as tomadinhas!
Depois do sucesso de Florianópolis, agora é a vez de Belo Horizonte sediar o
CINASE (https://www.cinase.com.br/evento-belo-horizonte-2019), em 07 e 08 de agosto. Com as temáticas sempre atualizadas, o evento trará os cenários atuais da distribuidora local, a Cemig, seu mercado, investimentos e, naturalmente, o programa de energias renováveis. No contexto central, serão tratados os aspectos de importância das instalações elétricas; o desenvolvimento das normas NBR 5410 e NBR 5419, a automação e indústria 4.0, as redes subterrâneas, os aspectos de qualidade da energia e eficiência energética, sistemas de iluminação, aterramento e outros temas que desafiam aqueles que vivenciam o dia a dia deste nosso mercado.
A CBQEE – Conferência Brasileira sobre Qualidade da Energia (http://www.sbqee.
org.br/cbqee/programacao), em sua 13ª edição, será realizada em São Caetano do Sul (junto a São Paulo), na Escola de Engenharia Mauá, a partir de 01 de setembro. Com mais de 200 trabalhos em fase final de análise, o evento promete mais uma vez uma atualização técnica sobre importantes temas, como as melhores práticas recomendadas, cuidados, aspectos de normalização do módulo 8, a visão (e sofrimento) da indústria, entre outros. Pessoalmente, estou curioso para ver os avanços dos estudos sobre a influência dos sistemas de geração distribuída renováveis ou dos LED’s, e de outros sistemas que vêm sendo implantados nas redes elétricas, quais as ferramentas de mitigação e mesmo os aspectos da eficiência energética associados aos da qualidade da energia.
Enquanto aguardamos estes eventos, a economia do nosso País continua em
compasso de espera da votação e definição final da reforma da Previdência. Será que depois desta novela a coisa volta a andar? Assim seja! Não dá para não comentar as patéticas discussões ocorridas acerca do atual padrão de tomadas no Brasil. Contestadas em seu período de implantação por se escolher e adotar um padrão inexistente no mundo, as tomadas se tornaram uma boa ferramenta de segurança e padronização. Da mesma forma que não dá para revogar a necessidade do aterramento elétrico dos equipamentos sem a dupla isolação, não há como imaginar instalações elétricas sem aterramento distribuído em todos os pontos de ligação de cargas, além, naturalmente, dos quadros elétricos de distribuição. Se existem falcatruas ou sinais de favorecimentos ilícitos nesta normalização, o problema não é técnico; é caso de polícia.
10
Evento
Redes Subterrâneas de Energia Elétrica
Redes Subterrâneas de Energia Elétrica em pauta Divulgação
A 15ª edição do evento contou com a presença de 580 participantes e de 40 palestrantes que discutiram os desafios atuais do setor e apresentaram novas soluções tecnológicas
Entre os dias 17 e 18 de junho de 2019, aconteceu a 15ª edição do Redes Subterrâneas de Energia Elétrica, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Realizado pela RPM Brasil, o evento contou com o fórum nos dias 17 e 18 de junho e com o “Painel sobre Cabos Isolados”, que ocorreu paralelamente no dia 18 de junho, além de uma exposição para visitação pelos inscritos e outros convidados.
O encontro contou com a presença de
580 participantes, 38 palestrantes brasileiros e dois internacionais, 12 entidades apoiadoras, além
de
21
empresas
patrocinadoras.
Segundo Julio M. Rodrigues, diretor executivo da RPM Brasil, o objetivo fundamental deste encontro é congregar profissionais atuantes no segmento de redes subterrâneas para que debatam assuntos referentes à tecnologia, serviços e gestão dentro desse mercado. “Com o evento, nós atraímos os profissionais por meio de chamadas de trabalhos de todo o País, que vêm fazer apresentações de cases
Esta
15
aspecto de tecnologias e com muito
e experiências que estão desenvolvendo
anos de realização ininterrupta, teve como
interesse em investimentos no País. A nossa
dentro de suas companhias”, declarou.
tema: "A retomada da conversão de redes
expectativa a partir da 15ª edição do Redes
engloba
aéreas em subterrâneas, frente a uma nova
Subterrâneas é que isso possa, efetivamente,
profissionais do segmento de energia,
perspectiva gerencial das distribuidoras".
ocorrer”, afirma. E acrescenta: Trazemos
principalmente,
engenheiros,
arquitetos,
Neste contexto, Rodrigues conta que 2019
experiências internacionais e, na exposição,
administradores
públicos,
O
público
participante
edição
comemorativa
dos
profissionais
é um ano bastante interessante, porque
contamos com empresas estrangeiras, que
atuantes nos setores de planejamento,
está havendo uma mudança do mercado
estão interessadas no mercado brasileiro e
urbanismo, projetos, prestação de serviços,
de distribuição do País. “Até três anos atrás,
vindo exatamente para conhecê-lo”.
professores e fornecedores de produtos e
quem ditava todo o mercado eram empresas
tecnologias para energia elétrica, tecnólogos,
do porte da CPFL, Eletropaulo, Light, Cemig,
e discutidos há anos pelo setor é a regulação,
técnicos e outros, atuantes no segmento de
mas agora, outros players ingressaram no
que deve ser adequada; no entanto, o grande
infraestrutura de redes subterrâneas. Já as
mercado, principalmente, os internacionais,
dilema é “quem paga a conta?”. Muitos
expositoras remetem a empresas líderes do
como é o caso da Enel, EDP, Energisa,
desejam
segmento no Brasil e no exterior.
Neoenergia, que estão modificando esse
por serem realmente um sistema mais
Um dos maiores problemas enfrentados
implantar
redes
subterrâneas,
O Setor Elétrico / Julho de 2019
11
seguro e que exige menos manutenção; porém, demanda um maior investimento, isto é, é muito mais caro do que uma implementação de uma rede aérea. Para viabilizar a ação, é preciso remunerar as concessionárias para que elas tenham interesse nesse tipo de investimento, e esse ainda não é o melhor modelo no Brasil. Contudo, de acordo com Rodrigues, já está havendo uma mudança. “Por meio do Redes Subterrâneas, o nosso intuito é reunir o mercado em torno de um interesse comum, que é a implementação da tecnologia, e apresentar isso ao governo e aos órgãos reguladores, para que eles possam fazer esse tipo de modificação”, justificou.
Temas em debate
A Edição 2019 do Redes Subterrâneas de Energia Elétrica abordou
as principais questões atuais relacionadas à implantação e viabilização de sistemas enterrados no Brasil. No dia 17, uma das palestras ministradas no primeiro bloco trouxe o tema: “Avaliação de alternativa de mínimo custo global para expansão do sistema elétrico de Niterói utilizando cabos subterrâneos – Um estudo de caso – 2023/2034”, sob a apresentação de Giovani Zaparoli, engenheiro especialista Sênior na Enel Distribuição Rio de Janeiro, tendo como moderador Edson Yakabi, do Departamento de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da EDP. A apresentação teve como foco principal a avaliação de expansão do sistema de 138kV de atendimento a Niterói (RJ) no que concerne à utilização de redes subterrâneas frente à utilização de redes aéreas e suas implicações na determinação da alternativa de mínimo custo global.
Outro destaque foi a palestra: “A experiência da CPFL Piratininga
na composição de equipes próprias para atuação em redes subterrâneas”, ministrada por Ednilson José Menatti, engenheiro da Companhia. A CPFL Piratininga atende atualmente 27 municípios no Estado de São Paulo. Boa parte deles possui trechos de redes de distribuição subterrânea com características distintas, como redes de média tensão em regiões centrais e redes para alimentação de condomínios residenciais. As características técnicas das instalações subterrâneas exigem uma logística diferenciada para execução de atividades de manutenção preventiva, corretiva e ligação de consumidores. Para atender essa necessidade, a CPFL Piratininga está realizando dois projetos pilotos, com o objetivo de estudar um modelo otimizado de atuação nessas redes. O trabalho apresentou o desenvolvimento e alguns resultados desses projetos.
A palestra: “Relação da gestão das redes subterrâneas com as
tendências de descarbonização, descentralização e digitalização” foi brilhantemente ministrada pelo diretor executivo da Baur do Brasil, Daniel Bento, que atua há mais de 25 anos em redes isoladas, tendo sido responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. Descarbonização, descentralização e digitalização formam a tríade que vem transformando a distribuição de energia em todo o mundo. Na ocasião, o especialista falou sobre a importância e a contribuição das redes subterrâneas para as tendências desses três D’s.
Bento explicou que atualmente, o mundo está vivendo um
novo momento, em que a descarbonização, a descentralização e a
Evento
12
Redes Subterrâneas de Energia Elétrica
Foto da Organização
digitalização estão presentes. Entretanto, destacou pontos a serem levados em consideração: “Existe vontade política? A indústria e a sociedade estão preparadas? Nós que somos do mercado de redes subterrâneas, temos que abaixar preços se quisermos que o segmento evolua”, enfatizou. Ele ainda ressaltou que o famoso e conhecido sistema GTD – Geração, Transmissão e Distribuição, está mudando. “Hoje, se tem pressões que não existiam
apresentam
no passado, isto é, pressões por dinheiro,
manutenção e seu direcionamento está
por
pautado,
menores
custos,
para
uma
rede
elevados
custos
principalmente,
velha. Com certeza, o nosso sistema que
Esses pontos constituem forte justificativa
conhecemos está em xeque”, salientou.
para o investimento em novas técnicas e
Além desse, outro assunto abordado
tecnologias para identificar corretamente os
foi como as manutenções preditivas nas
riscos, otimizar os esforços de manutenção
redes subterrâneas, através de medições de
e
tangente delta, descargas parciais e também
regulatórios. Neste contexto, o principal
das apuradas técnicas de localização de
objetivo deste Projeto de P&D é desenvolver
falhas podem contribuir para esta tendência
uma metodologia de manutenção preditiva
mundial.
necessidades,
baseada em técnicas computacionais de
Bento apresentou uma solução inovadora,
Inteligência Artificial (IA), como o “Machine
desenvolvida pela Baur do Brasil, com
Learning”, para avaliar a probabilidade de
tecnologia de Big Data, capaz de projetar
previsão de defeitos e falhas em estruturas,
com precisão a vida útil dos cabos isolados de
equipamentos e circuitos subterrâneos.
média tensão. “O nosso propósito é fornecer
equipamentos com os quais a sociedade
de pesquisa e desenvolvimento patrocinado
consiga medir e evitar falhas”, afirmou.
pela Agência Nacional de Energia Elétrica
As
(Aneel), que a Light está desenvolvendo
técnicas
a
de
essas
medição
moderna
melhorias
nos
de
risco
operacional
Face
reincidência
pelo
mais confiável, e tudo isso em uma rede
propor
e
de
falhas.
mecanismos
Essa aplicação é parte de um trabalho
envolvem funções como: medir de forma
junto com a FGV do Rio de Janeiro.
eficiente, gerar dados relevantes e precisos
Carneiro explicou que o tema “Machine
(diagnóstico de cabos), agregar dados,
Learning” é bastante comentado hoje em
introduzir conhecimento e fornecer base
dia, e que o conceito faz parte da esfera da
de decisão. “Mundo antigo: complicado,
inteligência artificial. “É um sistema capaz
relativamente estável e previsível; mundo
de identificar ou modificar um determinado
novo: integrado, complexo, dinâmico e
processo de forma autônoma, ou seja, com
totalmente imprevisível”, concluiu.
o mínimo de intervenção humana possível,
O tema “Aplicação de métodos de
baseado em como ele consegue ter essa
Machine Learning em manutenção preditiva
experiência. Na verdade, ele cria regras, que
em redes de distribuição Subterrânea” foi
são pautadas em padrões, e esses padrões
outra novidade apresentada na manhã do
são baseados nos dados que são analisados.
dia 17 de junho, conduzido por André de
Os dados são de extrema importância para
Araujo Carneiro, engenheiro de campo de
se ter um modelo eficiente”, esclareceu.
acompanhamento / planejamento do plano
de manutenção e de melhorias técnicas
distribuição aérea em rede de distribuição
da rede subterrânea da Light, e por Rafael
subterrânea” foi outra abordagem que
Martins, pesquisador na Fundação Getúlio
enriqueceu bastante o conhecimento dos
Vargas (FGV). A moderação ficou por conta
congressistas. Em seu trabalho, a engenheira
de Luiz Eduardo Pereira Vaz, gerente na
na Light, Flávia Areal de Souza Gonçalves,
Light.
tratou
considerados, visto que as redes subterrâneas
As redes de distribuição subterrâneas
“Critérios para conversão de rede de
dos
aspectos
que
devem
ser
13 Foto da Organização
Foto da Organização
O Setor Elétrico / Julho de 2019
uma extensão considerável, que seria um sistema que traz maior confiabilidade, já que conseguimos trabalhá-lo com a segunda contingência. Ele tem uma boa flexibilidade operativa, porém, um custo bem elevado para a sua implementação. Até acreditamos que a expansão do sistema reticulado seja algo que provavelmente não vá acontecer; não iremos construir novos sistemas reticulados porque fica inviável o seu custo”, contou. Já
o
sistema
radial
seletivo,
características
A engenheira orientou dizendo que,
normalmente é instalado para fazer a
específicas que influenciam diretamente
para se implementar redes subterrâneas,
ligação
nos custos dos equipamentos, dificuldade
é necessário se ter um cuidado no que
cargas, como shopping centers, hospitais e
de alterações dos padrões previamente
se vai fazer para a obtenção de êxito. “A
empreendimentos, em que se leva os dois
adotados
novas
consideração técnica é importante, assim
alimentadores e se tem o recurso, entre os
tecnologias, além de demandarem mão
como sabermos quais são os nossos tipos
alimentadores, o recurso automático.
de obra especializada para a manutenção
de sistema de redes subterrâneas, o que
e operação. Em contrapartida, apresentam
queremos realmente em determinada região,
é utilizado no atendimento ao varejo de
maior
fornecimento
e tentarmos manter na expansão, ou seja, na
redes subterrâneas, o qual tem uma boa
de energia e melhor apelo paisagístico.
conversão, os mesmos critérios de sistemas
confiabilidade, principalmente, dependendo
A conversão da rede aérea para rede
que temos como padrão”, alertou.
da
subterrânea deve ser baseada em critérios
Ela explicou que a rede da Light possui
automatismo, que podem ser implementadas
definidos, principalmente no carregamento
o sistema reticulado, o qual não é comum
no sistema. Também possui um custo de
dos alimentadores e crescimento da região.
em muitas concessionárias no Brasil. “Temos
implementação um pouco menor.
de
distribuição
e
possuem
implementação
confiabilidade
de
de
para
suprimentos
de
grandes
O sistema radial em anel, por sua vez,
sua
concepção
e
questões
de
Evento
Foto da Organização
Redes Subterrâneas de Energia Elétrica
Divulgação
14
Se a pretensão é converter a rede aérea
em uma rede subterrânea, é preciso usar todo o padrão de uma rede subterrânea, incluindo câmara transformadora subterrânea; cabos de redes subterrâneas; conexões para redes subterrâneas; transformador submersível; equipamentos de manobra e as redes em
duto.
esse
“É
padrão,
interessante porque
mantermos
não
podemos Com isto, será possível viabilizar a implantação
está fazendo uma conversão para rede
de uma configuração de sistema subterrâneo
subterrânea”, sustentou Flávia.
robusto e mais confiável em áreas densamente
A palestra intitulada: “Avaliação de
urbanizadas,
confiabilidade de redes subterrâneas. estudo
considerável nos indicadores DEC e FEC na
de caso: sistema reticulado (Enel Distribuição
área de abrangência do projeto.
São Paulo)”, apresentou os resultados e a
estratégia para a gestão de manutenção
projeto será feito na região da Vila Olímpia,
preditiva dos cabos isolados de média
onde serão testadas e experimentadas
tensão do sistema reticulado da cidade de
várias tecnologias. “Esse projeto tem várias
São Paulo (SP). As características do sistema
iniciativas e é de longa duração. Estamos
O sistema misto, no qual se começa a ter
estão sendo acompanhadas por Ensaios
falando de um projeto de três anos. A ideia
a confiabilidade prejudicada, gera um alerta
de Tangente Delta e Descargas Parciais. O
é testar diversos aspectos tecnológicos
até para a questão de conversão. “Quando
foco do estudo consistiu em demonstrar os
de implantação, segurança, em sistemas
se tem uma rede aérea e se começa a
benefícios da avaliação de diagnóstico a
elétricos,
converter trechos de rede em subterrânea,
curto, médio e longo prazo.
rede mais inteligente, com uma melhor
o circuito vai ficando misto, o que traz para
performance de indicadores e imagem
esse alimentador uma condição operativa,
Tecnologia e Qualidade (GETEQ), Fernando
digital”, salientou.
às vezes, não muito confortável, e condições
Reis da Cunha, também participou do
de manutenção e de operação de proteção
evento, com a palestra: “Rede de distribuição
of Energy” é transformar a região em um
complicadas. O que discutimos bastante,
subterrânea, modular, para baixa densidade
laboratório
até na Light, é que quando vamos converter,
de carga, áreas de risco e/ou sujeitas a
medidores inteligentes, escaneamento e
temos que converter um circuito inteiro, e
inundação”. O trabalho apresentado é
modelagem 3D da rede aérea e subterrânea,
não só a metade dele”, frisou.
resultado da integração de vários outros
modernização
Divulgação
perder flexibilidade operativa quando se
O consultor da Grupo de Estudos em
garantindo
uma
melhora
De acordo com o engenheiro Brandão, o
para
conseguirmos
tornar
a
A proposta inicial do Projeto “Future vivo,
de
com
implantação
ativos,
questões
de
de
A conversão da rede subterrânea não é,
levados a edições anteriores do RDS e
sustentabilidade, utilizando recursos de forma
simplesmente, “enterrar poste”, mas sim,
Congressos internacionais, que resultou
racional, fomento do princípio de economia
construir uma rede subterrânea, e deve ser
em um novo, moderno e agora completo
circular, automação da rede, conversão e
feita com base nos critérios de planejamento
Sistema
de
recursos de realidade aumentada.
e técnicos que existem na rede desde o
modular,
comutado
início. “A alteração de padrão também é
desenvolvido para baixa densidade de carga
iniciativas, dando destaque para a conversão
muito complicada, porque não se pode
e locais de risco, com elevada confiabilidade,
e para a automação da rede. “Nós temos
começar a construir redes novas com padrões
condições técnicas e de segurança, além de
diversas áreas, onde em uma delas, faremos
diferentes e conviver com ambos”, afirmou a
um reduzido custo de implantação.
modelo de automatização / modernização
engenheira. “Nas grandes cidades, não há
de
como criar aquele modelo das cabines de
abordagem sobre a configuração de sistemas
de medidores inteligentes, conversão de
superfície, infelizmente, e não temos licença
subterrâneos de média tensão” ficou por
rede
de prefeitura para fazermos isso; então, o
conta do engenheiro eletricista de Campo
existente e implantação de mais 4,32km de
que temos que fazer é câmara subterrânea. É
da Enel Distribuição São Paulo, Ricardo de
rede e modernização da subestação. São
complicado, tem um custo muito elevado, a
Oliveira Brandão, que mostrou os requisitos
diversas ações integradas com o intuito de
manutenção é complexa, as inspeções ficam
e premissas necessárias para criar uma nova
proporcionar uma rede elétrica mais digital,
prejudicadas, porque, muitas das vezes,
forma de configurar sistemas subterrâneos
mais confiável e preparada para os desafios
se tem calçadas estreitas; sendo assim, se
MT, que será empregada no projeto "Future
futuros que o novo setor de energia requer”,
constrói uma pista de rolagem”, relatou.
of Energy", da Enel Distribuição São Paulo.
antecipou.
Distribuição na
Subterrânea baixa
tensão,
O tema “Future of Energy: uma nova
Brandão explica que, ao todo, são 40
alimentadores subterrânea,
aéreos,
implantação
automação
da
rede
Congresso & Exposição 36ª Edição Pernambuco
Inscrições abertas: www.jacredenciei.com.br/e/EdicaoEspecialNordeste Master:
+55 11 98433.2788
Patrocinadores:
+55 11 3872.4404
/CINASE.setoreletrico
@osetoreletrico
@osetoreletrico
cinase@cinase.com.br
Painel de mercado
16
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Aneel aprova reajuste nas tarifas da Enel Distribuição São Paulo Para consumidores de baixa tensão, majoritariamente clientes residenciais, o índice foi de 6,48% e, para indústria e grandes comércios, ficou em 8,46% A compra de energia foi impactada
para operação, expansão e manutenção
(Aneel) aprovou, no dia 2 de julho, a revisão
pelos elevados custos da geração de
da rede de energia elétrica. O restante
tarifária da Enel Distribuição São Paulo,
energia térmica no Brasil, – uma vez que
do valor é destinado a cobrir os custos
que entrou em vigor a partir do dia 4 de
o nível dos reservatórios das hidrelétricas
de
julho. O reajuste médio foi de 7,03%. Para
esteve baixo nos últimos anos –, além da
encargos setoriais e impostos, que não
os consumidores de baixa tensão, como
elevação do custo de energia da Usina
ficam com a distribuidora.
os clientes residenciais, o percentual foi de
Hidrelétrica de Itaipu, em função do
6,48%. Já para os clientes atendidos em
aumento da variação cambial em relação
Investimentos
média e alta tensão, em geral, indústrias e
ao dólar.
No período de 2015 a 2018, a
grandes comércios, o reajuste foi de 8,46%.
Por outro lado, nesse percentual de
empresa investiu mais de R$3,8 bilhões,
A revisão tarifária ocorre a cada quatro
reajuste já consta a redução decorrente
principalmente, na melhoria da rede de
anos, conforme estabelecido no contrato de
do pagamento do empréstimo da Conta
distribuição. Em 2018, a Enel Distribuição
concessão, e visa a preservar o equilíbrio
ACR, que representou -4.5%. Vale lembrar
São Paulo realizou o maior volume anual
econômico-financeiro
A Agência Nacional de Energia Elétrica
transmissão,
compra
de
energia,
O
que a Conta-ACR foi um mecanismo
de investimento na área de concessão da
principal fator que influenciou a revisão
criado pela Aneel para repassar às
companhia, no valor de R$1,3 bilhão.
deste ano foi o aumento do custo com a
distribuidoras os valores decorrentes de
Esses
aquisição de energia, que representa 34% da
custos de compra de energia pagos pelas
positivamente
composição tarifária, conforme abaixo:
concessionárias de distribuição, entre
indicadores operacionais da distribuidora.
fevereiro e dezembro de 2014, e que não
O
estavam previstos na tarifa de energia
Interrupção por Unidade Consumidora)
elétrica à época.
e o FEC (Frequência de Interrupção por
Com a revisão tarifária deste ano,
Unidade Consumidora) apresentaram, em
como exemplo, em uma conta de energia
2018, uma melhora de 38,7% e 29,4%,
no valor de R$100, apenas R$17 são
respectivamente,
destinados à distribuidora e utilizados
anterior.
da
companhia.
DEC
investimentos para
(Duração
em
a
contribuíram melhoria
Equivalente
relação
ao
dos de
ano
Produção da indústria eletroeletrônica cai 2,9% nos cinco primeiros meses do ano O resultado foi provocado pela queda de 8,1% na produção de bens eletrônicos, porém, a área elétrica cresceu 2,4%
A produção industrial do setor eletroeletrônico recuou 2,9% nos primeiros cinco meses deste ano em relação a igual período de 2018. É
o que demonstram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), agregados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
O resultado foi motivado pelas quedas de 8,1% na produção de bens eletrônicos. A área elétrica teve crescimento de 2,4%.
Na avaliação do presidente da Abinee, Humberto Barbato, mais uma vez, os números acendem um sinal de alerta sobre o desempenho
do setor produtivo. “A essa altura do ano, já esperávamos um ambiente mais seguro e com maior previsibilidade para reverter o quadro de retração e falta de confiança na indústria”, afirmou.
No mês de maio de 2019, a produção industrial do setor elétrico e eletrônico cresceu 10,7% em relação a maio do ano passado, com
alta de 16,4% na área elétrica e de 5% na eletrônica. Entretanto, este resultado está influenciado por uma base de comparação fortemente prejudicada pela greve dos caminhoneiros em maio de 2018.
Na comparação com abril de 2019, a produção do setor eletroeletrônico, com ajuste sazonal, cresceu 1,4%, sendo 0,4% por parte da
indústria eletrônica e 3% pela indústria elétrica.
Painel de mercado
18
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Contas de energia em julho com bandeira tarifária amarela
melhor informação, para usar a energia elétrica
tempo que for necessário;
a amarela, com custo de R$1,50 para cada
A bandeira tarifária em julho de 2019 é
de forma mais eficiente, sem desperdícios.
• Regular a temperatura interna de acordo
100 quilowatts-hora consumidos. Julho é um
com o manual de instruções;
mês típico da estação seca nas principais
necessário intensificar as ações relacionadas
• Deixar espaço para ventilação na parte de
bacias hidrográficas do Sistema Interligado
ao uso consciente e ao combate ao
trás da geladeira e não a utilizar para secar
Nacional (SIN). A previsão hidrológica para o
desperdício de energia. Veja, a seguir, dicas
panos;
mês sinaliza vazões abaixo da média histórica e
importantes de economia de energia:
• Não forrar as prateleiras;
Com o anúncio da bandeira amarela, é
tendência de redução dos níveis dos principais
• Descongelar a geladeira e verificar as
reservatórios. Esse cenário requer o aumento
Chuveiro elétrico
da geração termelétrica, o que influenciou o
• Tomar banhos mais curtos, de até cinco
aumento do preço da energia (PLD) e dos
minutos;
Iluminação
custos relacionados ao risco hidrológico (GSF)
• Selecionar a temperatura morna no verão;
• Utilizar iluminação natural ou lâmpadas
em patamares condizentes com o da Bandeira
verificar as potências no seu chuveiro e
econômicas e apagar a luz ao sair de um
Amarela. O PLD e o GSF são as duas variáveis
calcular o seu consumo.
cômodo; pintar o ambiente com cores claras.
Ar-condicionado
Ferro de passar
Elétrica (Aneel), o sistema de bandeiras
• Não deixar portas e janelas abertas em
• Separar as roupas por tipo e começar por
tarifárias sinaliza o custo real da energia
ambientes com ar-condicionado;
aquelas que exigem menor temperatura;
gerada, possibilitando aos consumidores o
• Manter os filtros limpos;
• Nunca deixe o ferro ligado enquanto faz
bom uso da energia elétrica. O funcionamento
• Diminuir ao máximo o tempo de utilização do
outra coisa.
das bandeiras tarifárias é simples: as cores
aparelho de ar-condicionado;
verde, amarela ou vermelha (nos patamares
• Colocar cortinas nas janelas que recebem
Aparelhos em stand-by
1 e 2) indicam se a energia custará mais ou
sol direto.
• Retirar os aparelhos da tomada quando
borrachas de vedação regularmente.
que determinam a cor da bandeira a ser acionada.
Criado pela Agência Nacional de Energia
menos em função das condições de geração.
Com as bandeiras, a conta de luz ficou
mais transparente e o consumidor tem a
possível ou durante longas ausências.
Geladeira • Só deixar a porta da geladeira aberta o
(Com informações da Aneel)
Painel de empresas
20
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Fotos: Panóptica Multimídia
Grupo Prysmian inaugura no Brasil sede para a América Latina A companhia investiu R$150 milhões para expandir unidade em Sorocaba (SP) O Grupo Prysmian, especialista mundial em cabos e sistemas de energia e de telecomunicações,
inaugurou
oficialmente,
no dia 10 de julho de 2019, sua sede para a América Latina, na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo. Para celebrar a ocasião, o CEO Global, Valerio Battista, e executivos da empresa reuniram-se para conhecer as novas instalações que, a partir de agora, concentram as operações administrativas do Grupo na região.
Na ocasião, cerca de 400 colaboradores
participaram de uma cerimônia de inauguração formal do novo Centro de Excelência, que contou com breves discursos do CEO Global, Valério Batista, e do CEO Latam, Juan Mogollon, seguido do descerramento de um grande painel de aproximadamente 600m², localizado na face externa do novo Centro de Distribuição.
O dia ainda contou com uma conferência
dedicada à imprensa e com um grande evento voltado aos principais clientes do grupo na América Latina. O ponto alto do encontro foi um painel com a participação de especialistas dos setores de energia e telecomunicações, que discutiu a evolução desses setores frente aos
ocasião, o Grupo Prysmian investiu cerca de
anos”, declara o CEO Global.
desafios econômicos e tecnológicos.
R$150 milhões na expansão de duas de suas
A unidade, que passa a ser o novo Centro
O parque industrial de Sorocaba já existia,
sete unidades no País: Sorocaba e Poços
de Excelência para a América Latina, conta
porém, foi modernizado pelo Grupo Prysmian
de Caldas (MG). Na unidade de Sorocaba,
com um laboratório referência em Pesquisa
com a aquisição de novos equipamentos e
localizada no bairro do Éden, o Grupo investiu
e Desenvolvimento nas áreas de energia
transferência / renovação dos que estavam
na ampliação e modernização de linhas de
e telecomunicações e um novo edifício
em Santo André e em São Paulo. “Estamos
produção destinadas a cabos de energia, cabos
administrativo. O acréscimo em área construída
investindo para absorver a planta de Santo
ópticos e metálicos para transmissão de dados e
nessa unidade chega a 23 mil m².
André e aumentar a nossa capacidade”, declara
cabos especiais para a indústria automotiva e na
O
Battista.
construção deste novo centro de distribuição.
contemporâneas, com amplas janelas e espaços
edifício,
cujo
projeto
de
linhas
A modernização integra o “Projeto +90”
Outro fato importante foi que o Grupo
que engajam a integração e convivência,
do Grupo, que escolheu o Brasil para abrigar
Prysmian fortaleceu sua presença geográfica
inspirou-se nas soluções de conectividade,
o novo Centro de Excelência Mundial. O
no
latino-americano
sustentabilidade e layout de seu equivalente na
chamado Projeto +90, lançado mundialmente
com a compra da empresa General Cable,
matriz em Milão, na Itália, e pode acomodar até
em abril de 2017, é a aposta da organização
complementando o portfólio de produtos,
340 colaboradores. O edifício abrigará todo o
no crescimento e fortalecimento dos mercados
serviços e tecnologias ofertados na região. “Com
corpo administrativo tanto para a América Latina
brasileiro e sul-americano nas áreas de energia
certeza, o Brasil é um país que tem crescido
quanto para o Brasil.
e telecomunicações e remete às nove décadas
bastante. É um mercado enorme e com grande
de operações no Brasil, completadas pela
potencial, e nós, como Prysmian, estamos muito
estrategicamente estar mais próxima do principal
companhia em 2019.
contentes, graças à integração com a General
mercado da companhia na região. “Fatores
Neste Projeto, também comemorado na
Cable. Queremos ficar no País por mais 90
ligados à disponibilidade de recursos humanos
estratégico
mercado
O Grupo escolheu a cidade de Sorocaba por
21
O Setor Elétrico / Julho de 2019
e à facilidade logística para a distribuição dos
dos desafios tecnológicos que enxergaremos
nossos produtos foram determinantes para a
mais adiante”, destaca.
escolha da cidade”, afirma João Carro Aderaldo,
CCO Brasil.
América Latina, o Grupo resolveu construir o
Ainda segundo ele, o mercado muda
prédio para sediar não somente o Brasil, mas
não apenas pelas perspectivas econômicas,
toda a Latam. “As partes financeira, administrativa
mas também nas tendências, e, frente a
e de pesquisa e desenvolvimento, estão agora
essa realidade, a empresa está justamente
em Sorocaba, de modo que nós temos um
se preparando para este futuro com essa
grupo de pessoas competentes para fornecer as
iniciativa. “Estamos investindo nos mercados
melhores soluções para os clientes”, conta.
e nos preparando para produzir e desenvolver
produtos melhores nos mercados que ‘largarão
cerca de R$1.9 bilhões líquidos. Atualmente,
na frente’ nesse novo ciclo de desenvolvimento
a empresa possui no País sete plantas em
nos próximos anos. Então, esse movimento é
cinco Estados, 1.500 colaboradores e
de confirmar a nossa disposição de investir no
dois Centros de Excelência de Pesquisa &
Brasil e de nos preparar para esse futuro diante
Desenvolvimento.
De acordo com Marcelo De Paola, CFO
Em 2018, no Brasil, o faturamento atingiu
Painel de empresas
22
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Grupo Mitsubishi Electric registra vendas globais de US$41,4 bi no ano fiscal de 2019 Mesmo com cenário global adverso, áreas de sistemas elétricos e de automação industrial foram as principais responsáveis pelo aumento de receita no período O grupo Mitsubishi Electric, especialista
mundial
na
fabricação,
Sarah Daltri
comercialização
e vendas de equipamentos elétricos e eletrônicos, fechou o ano fiscal de 2019 (que compreende 1º de abril de 2018 a 31 de março de 2019) com receita de US$41,4 bi*, aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Globalmente, os principais segmentos que geraram o aumento foram: energia e sistemas elétricos, sistemas de automação industrial e de eletrodomésticos.
O aumento discreto também deve ser
observado em 2020. A companhia acredita que as incertezas relacionadas à economia global – principalmente, das políticas comerciais dos EUA em relação à China, além do Brexit – devem provocar impacto em exportações e investimentos em vários países, dificultando o ganho de mercado. “A Mitsubishi Electric pretende melhorar a rentabilidade em todos os países em que atua, resultado que depende do aumento de vendas e de implantar boas práticas em todos os escritórios ao redor do mundo”, destaca a companhia.
Helio Sugimura, gerente de Marketing.
do empresariado e o início da retomada
de conhecimento dos profissionais brasileiros,
econômica devem manter os índices em
aumentando suas chances de colocação
No Brasil
alta nos próximos anos. “Somos bastante
profissional”, afirma o executivo.
Em território nacional, a divisão de
otimistas em relação ao cenário brasileiro,
automação industrial registrou crescimento
comprometidos com resultados sustentáveis
linhas de produtos: Controladores (CLP),
durante o ano fiscal, suportado pelo aumento
em longo prazo. No próximo ano, esperamos
Dispositivos de visualização (IHMs), Servo
das vendas em todos os canais de vendas:
mais uma vez entregar crescimento da ordem
Acionamentos, Inversores de Frequência,
de 2015 a 2018, o número de parceiros
de dois dígitos para todas as linhas de
Robôs Industriais, Produtos de Baixa Tensão,
distribuidores aumentou 118% e a quantidade
produtos”, destaca Fabiano Lourenço, vice-
Sistemas
de integradores parceiros teve incremento de
presidente da divisão de automação industrial
Monitoramento de Energia.
320%.
da Mitsubishi Electric.
Dentro desse escopo, foram lançados
Ao todo, a unidade trabalha com sete
Supervisórios
e
Soluções
de
Com um forte compromisso na formação
recentemente robôs com capacidade de carga
de alta que a divisão tem apresentado nos
de novos profissionais, a companhia também
de até 70kg e o sistema supervisório McWorks
últimos anos. De 2014 a 2018, a quantidade
investe na capacitação de maneira contínua.
64, cuja principal função é realizar controle e
de colaboradores praticamente dobrou e,
Além da doação periódica de equipamentos a
supervisão de processos, tornando a tomada
somente no período entre 2017 e 2018, a
instituições de ensino, existe a meta de treinar
de decisões mais rápida e eficiente.
companhia já investiu mais de R$1 milhão em
mais de 1 mil profissionais em 2019 (em
equipamentos de teste para demonstrar suas
2018, 750 pessoas foram capacitadas pela
para o dólar americano, a taxa dada pelo
soluções ao mercado.
companhia). “Entendemos que essa é uma
Mercado de Câmbio de Tóquio em 15 de maio
ferramenta eficaz para ajudar a elevar o nível
de 2019.
Os bons resultados completam a trajetória
O
aumento
gradual
da
confiança
*Com uma taxa de câmbio de 109 ienes
Painel de empresas Fotos: Juliano Bustamante
24
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Tecnowatt moderniza showroom em Minas Gerais
A Tecnowatt Iluminação, empresa com
mais de 50 anos de mercado, que se destaca no segmento de iluminação e sistemas de controle, reformou recentemente seu showroom, localizado em Contagem, Minas Gerais. Para reformular totalmente o espaço antigo, foi necessário o desenvolvimento de uma nova linguagem visual. O conceito geral proposto foi definir um novo layout, minimalista, aliado à uma iluminação com características cênicas, com o objetivo de promover maior destaque dos produtos e valorização da marca da empresa.
A organização do espaço foi definida da
seguinte maneira: 1 - Estruturas metálicas para expor os
Ficha técnica – Showroom Tecnowatt Iluminação (2019): • Projeto de arquitetura, interiores e iluminação: Juliano Bustamante • Luminárias: Tecnowatt e Simon Interiores • Gestão: Willians Santos / Deishi Cristina / Caroline Oliveira / Rodrigo Raposo • Obra e instalação: GMI Engenharia
produtos consolidados, organizados por famílias (luminárias públicas, decorativas e
fundo para tornar visível a fotometria de cada
industriais);
luminária exposta.
apresentações corporativas e de produtos. O
2 - Na parte central, em maior destaque, são
Cada
acionada,
logotipo principal é extrudado para permitir
expostos os produtos em lançamento. Ficam
individualmente, através do sistema de
melhor valorização pela iluminação. Detalhes
apoiados em totens, de altura reduzida,
controle SCENA, do grupo Simon. É possível
fazem a diferença. Por este motivo, trilhos e
para não bloquearem a visão do logotipo da
fazer o controle por meio da tela principal
luminárias foram pintados de branco para
empresa, localizado na parede ao fundo;
ou por meio do aplicativo para Smartphone
refletir a cor do ambiente e, desta maneira,
3 - Na parede oposta às estruturas metálicas,
(Android ou IOS).
serem camuflados pela iluminação RGB.
ficam as fotos das obras mais emblemáticas da empresa. Dessa maneira, é possível visualizar, no mesmo espaço, produto e aplicação. Para padronizar a percepção visual geral do ambiente, o espaço conta com iluminação RGB, indireta e difusa. Assim sendo, foi possível "camuflar" os elementos menos
importantes,
maximizando
o
destaque dos pontos de interesse por meio do contraste com a luz branca. Para se obter esse efeito, foram utilizadas barras de LED no piso, com facho elíptico, e fitas flexíveis aplicadas nos trilhos metálicos atirantados ao teto.
A iluminação de destaque dos quadros
é feita por meio de projetores com 3.000K, IRC 90 e abertura de facho de 15°. Já a iluminação difusa funciona como plano de
luminária
é
O espaço conta também com painel para
Painel de produtos
26
Novidades em produtos e serviços voltados para o setor de instalações de baixa, média e alta tensões
Controlador de temperatura universal da Metaltex www.metaltex.com.br
O controlador de temperatura e processos modelo MC62, com entrada universal
e frontal 48x48mm, possui display de LCD de fácil visualização, entrada de sinal para termopar, termoresistência, tensão e corrente com alta precisão (resolução de 18 bits) e taxa de amostragem de 200ms. Aceita até dois relés de alarme, sendo que o primeiro alarme também pode ser configurado como saída de resfriamento. Opções com comunicação RS485 em Modbus-RTU, entrada de eventos e entrada para transformador de corrente. Possui porta USB para uso de software de parametrização que facilita quando é necessária a parametrização de diversos controladores com a mesma programação. Modelos com saída de controle a relé, SSR 5V ou 4-20mA. Certificado UL.
Luminárias da Signify para ambientes corporativos www.signify.com/pt-br
A linha SlimBlend proporciona conforto sem reflexos, com efeito difuso e estética livre
de interferências graças às opções de controlo integradas. Também pode fazer parte de um sistema de iluminação conectado e integrado à infraestrutura de TI, permitindo que os dados sobre o uso sejam coletados para ajudar a reduzir os custos de energia e aumentar o conforto dos funcionários. SlimBlend oferece equilíbrio entre o custo inicial e o ROI, sendo indicado para oferecer adequada de qualidade de luz e um rápido retorno do investimento para escritórios.
Pilz do Brasil lança minicontrolador configurável www.pilz.com.br
O minicontrolador, modelo PNOZmulti 2, monitora inúmeras funções de segurança
em máquinas e equipamentos. É baseado em uma plataforma de hardware modular, oferecendo uma grande variedade de módulos de expansão, que atendem a exigências relevantes para a segurança, como, por exemplo, monitoramento de paradas de emergência, portas de segurança, cortinas de luz, bimanual, válvulas de segurança de prensa, valores de medição analógicos e funções de monitoramento de movimento. O novo minicontrolador também conta com módulos para o monitoramento seguro de prensas mecânicas.
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Fascículos
Apoio
BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
28
Francisco Gonçalves Jr. Capítulo VII – BIM 4D – O planejamento inteligente da obra - Introdução - Panorama atual - Consequências dos atrasos nas obras - Definição - BIM 4D – Tempo e planejamento de execução da obra - Execução mais precisa - Usos dos modelos 4D na construção - Quem usa as informações do modelo 4D - Benefícios dos modelos 4D - Implantação do 4D - Resultados que podem ser obtidos através dessa implantação
Equipamentos para ensaios em campo
32
Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta Capítulo VII – Testes em campo de malha de aterramento - Introdução - Manutenção preventiva: ensaios
Linhas elétricas para baixa tensão
36
Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo VII – Capacidade de condução de corrente de condutores (II) - Fatores de correção - Temperatura ambiente - Agrupamento de circuitos - Condutores carregados - Condutores em paralelo - Variações das condições de instalação
Apoio
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
28
Por Francisco Gonçalves Jr.*
Capítulo VII BIM 4D – O planejamento inteligente da obra
Introdução
Panorama atual
O BIM abrange não apenas os projetistas envolvidos na fase da
A atividade de planejamento produtivo da construção é
concepção de um empreendimento, mas também os profissionais
complexa e requer a análise de muitas variáveis, e esse cenário
que estão à frente do processo de planejamento, execução e
vem a piorar quando tratamos de obras mais complexas. O uso de
gerenciamento. Neste contexto, temos o avanço do uso do BIM em
métodos tradicionais, baseado apenas em planilhas, ferramentas de
suas diversas dimensões: 3D, 4D, 5D, 6D, 7D, ND.
sequenciamento de atividades, histogramas e linhas de balanço não
A aplicação da tecnologia BIM está destinada a todo o ciclo
são suficientes, acarretando diversos problemas, como o atraso da
de vida da edificação: projetos – construção – manutenção –
entrega do empreendimento, gerando vários problemas em cascata
demolição ou retrofit. Os projetos de arquitetura, estrutura e
para toda a cadeia produtiva, desde o investidor até o cliente final e
instalações concebidos desta forma permitem a antecipação de
futuro proprietário.
situações e conflitos a serem resolvidos através do modelo virtual 3D da edificação.
Consequências dos atrasos nas obras
Fascículo
Com o resultado da fase de projetos em BIM, a próxima etapa é utilizá-lo para o planejamento e execução da edificação a ser
O efeito cascata do atraso nas obras provoca, de imediato,
construída. Afinal, de que adianta todo o esforço para geração dos
um aumento dos custos fixos previstos e posterga o retorno do
modelos compatibilizados rico em informações, referentes ao “I” do
recebimento pago pelos futuros proprietários, colocando em risco
BIM, se ele não será utilizado na execução da obra?
a margem de lucro do investidor. Diante desse cenário, o cronograma físico financeiro afetado é inevitável e a geração de problemas de fluxo de caixa pode impactar, além da redução do lucro, o capital de giro necessário para a execução e término da obra. Outra questão importante é a indisponibilidade de mão de obra para alocação em novos empreendimentos, gerando um gargalo operacional das diversas equipes envolvidas que estarão um tempo maior do que foi planejado na mesma obra. Os atrasos representam, portanto, diversos entraves, tendo em vista que envolve uma diversidade de profissionais, entre funcionários das construtoras e
Figura 1 – BIM 4D - ciclo de vida da edificação.
prestadores de serviços avulsos.
29
Apoio
No âmbito das obras públicas, os atrasos causam impacto nas questões de transparência do processo, no uso dos recursos públicos e na inevitável criação de aditivos contratuais e demais prejuízos sociais pela não entrega da obra para a sociedade.
Definição - BIM 4D – Tempo e planejamento de execução da obra É possível associar o modelo elaborado ao cronograma da obra, vincular tarefas, tempos e gerar um planejamento visual de andamento da obra, proporcionando ao engenheiro de execução, ou gerente de projeto acompanhar o avanço físico de cada etapa. Tudo na tela do computador, com riqueza de informações em tempo real. Esta etapa possibilita efetuar simulações de arranjo físico e deslocamento em canteiro de obras, prever situações críticas e minimizar riscos com relação a equipamentos e caminhões no transporte de materiais.
Execução mais precisa O BIM é usado para representar graficamente as instalações permanentes e temporárias no canteiro de obras, durante as várias fases do processo de construção. Ao ser associado com o cronograma de atividades da construção, possibilita transmitir os requisitos de espaço e sequenciamento, recursos de trabalho, materiais com entregas associadas e localização de equipamentos.
Figura 2 – Execução mais precisa.
Usos dos modelos 4D na construção O uso dos modelos 4D, que são os modelos 3D gerados pelos projetistas no formato IFC, serão incorporados ao processo de planejamento e execução, associando os elementos construtivos à estrutura analítica de projeto (EAP), preparando o modelo para receber mais informações para o planejamento e execução. Dentre os diversos usos dos modelos visuais 4D, podemos destacar:
Apoio
BIM - Building Information Modeling
30
• Estudo de viabilidade: possível efetuar uma análise de como será o
Nesse intuito, é possível definir melhor o método de execução
empreendimento, processo construtivo, qual a previsão de entrega
da obra com sua análise de custo. Será possível, através das
e a estimativa de custo.
simulações, por exemplo, minimizar desperdícios e rejeitos de
• Planejamento: definição do plano de ataque da obra, através da
obras, proporcionando uma grande economia.
simulação de diversos cenários: como será a logística do canteiro,
Com tudo isso, temos a tão almejada industrialização da
principalmente, na definição da movimentação e estoque de
construção civil, com a utilização de uma nova metodologia
materiais, equipes, equipamentos como guindastes, prevendo uma
que utiliza conceitos novos, favorecendo construções mais
sequência otimizada das tarefas, sendo que muitos desses elementos
sustentáveis, econômicas, e com melhores soluções do ponto de
são temporais e não farão parte da obra em si, como os próprios
vista técnico, já consolidado em diversos países desenvolvidos
guindastes e outros itens dos almoxarifados.
pelo mundo.
• Construção: para os gestores, será possível saber o andamento da obra, com o status que indica se ela está atrasada ou adiantada, além
Implantação do 4D
de verificar como a obra estará na linha do tempo em uma data prevista. Definir o planejamento de execução semana a semana e a
Como vimos, a implantação do BIM em projetos não se
alocação das equipes.
diferencia muito no 4D, em que será necessário o investimento em
• Monitoramento: com a alimentação dos dados no modelo 4D, será
capacitação e mão de obra especializada, softwares especializados
possível monitorar o cronograma de execução, gerando no modelo
e infraestrutura de hardware e rede para suportar todas aplicações
a visualização tridimensional do “Planejado x Executado”, inclusive,
necessárias.
com a animação do andamento da construção.
Com relação às aplicações computacionais, destacamos três
• Integração com Cronograma financeiro: possibilidade de extração
softwares muito utilizados: Autodesk – Navisworks, Synchro e Vico
de quantitativos precisos e com agilidade por fases, gerando
Office 4D Manager.
informações para elaboração de relatórios financeiros e orçamentos mais realistas e assertivos.
Quem usa as informações do modelo 4D O modelo 4D poderá ser utilizado por todos envolvidos no ciclo da construção de forma sistêmica, desde o pessoal de projetos, planejamento, execução, custos, fornecedores e investidores
Benefícios dos modelos 4D As simulações com modelos 4D trazem diversos benefícios, principalmente, para as construtoras, que poderão testar diversos
Fascículo
cenários e avaliar as melhores opções, sendo uma poderosa ferramenta de apoio à decisão, e trazendo muito mais assertividade
Figura 4 – Software 4D Navisworks.
Resultados que podem ser obtidos através dessa implantação
e segurança. Conforme visto, a aplicação da modelagem 4D, além de proporcionar todos os benefícios listados aqui, é um grande aliado no processo de tomada de decisão de todos os Stakeholders envolvidos no ciclo da construção de um empreendimento, seja ele da iniciativa privada ou obras públicas, com a possibilidade de simular e visualizar tridimensionalmente, dia a dia, hora a hora, toda evolução da execução da obra e demais variáveis envolvidas. Adicionando a variável “Custo” ao modelo 4D, temos uma nova dimensão do BIM, o 5D, que permite a avaliação Figura 3 – Cronograma assertivo.
financeira de todo o empreendimento. Mas esse é um assunto
31
que será abordado em outra ocasião. A implantação do BIM 4D exige uma mudança de atitude e cultura, além de todo investimento tecnológico e de processos, pois todos os envolvidos, desde os projetistas, pessoal do canteiro de obras, departamento de compras e fornecedores deverão trabalhar de forma colaborativa e integrada. O BIM 4D também abre um leque de oportunidades para o mercado de projetos, visto que a iniciativa privada, através
das
construtoras,
já
está
aplicando a tecnologia e requisitando que seus parceiros e fornecedores de projetos também desenvolvam seus projetos com o uso da metodologia BIM.
Referências bibliográficas: EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM: um guia de modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Bookman Editora, 2014. GOVERNO
DE
SANTA
CATARINA.
Caderno de apresentação de projetos em BIM. Disponível em: < http://www.spg. sc.gov.br/v isualizar-biblioteca/acoes/ comite-de-obras-publicas/427-cadernode-projetos-bim/file >. *Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM – Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
32
Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*
Capítulo VII Testes em campo de malha de aterramento
1 - Introdução
2 - Manutenção preventiva: ensaios
As subestações elétricas devem ser aterradas para evitar que ocorram sobretensões ou choques elétricos durante faltas à terra que
2.1- Método da queda de potencial
possam representar perigo às pessoas próximas às instalações e aos
No método da queda de potencial, utiliza-se um equipamento
equipamentos contidos nessa. Para que um sistema de aterramento
específico (terrômetro) para se proceder com a medição da resistência
seja eficiente e seguro, é necessário que:
da malha de aterramento. O método consiste, basicamente, em se fazer circular uma corrente entre a malha que se quer medir e um
• A resistência de terra seja a mais baixa possível, pois isso facilita
eletrodo auxiliar de corrente, e medir a tensão entre a malha de
a proteção do sistema contra faltas à terra e reduz as flutuações de
aterramento e o terra de referência (terra remoto) por meio de um
tensão;
eletrodo auxiliar de terra, como mostrado na figura 1.
• Não apareçam tensões elevadas em pontos acessíveis que provoquem a circulação de corrente superior à suportada pelo
Fascículo
corpo humano; • Todas as estruturas metálicas, não expostas à tensão, deverão estar solidamente aterradas. Para se realizar a medição de resistência de aterramento da malha, é possível se utilizar dois métodos: • Método da queda de potencial; • Método da queda de potencial com injeção de alta corrente.
Figura 1
Fonte: Internet
Os princípios básicos dos dois métodos serão mostrados a seguir.
Para se obter a medição, o eletrodo de potencial deve ser
Além da medição da resistência da malha, é recomendável
deslocado ao longo de uma direção predefinida, em intervalos
se fazer também as medições dos potenciais de passo e toque da
regulares de 5% da distância entre o eletrodo fixo de corrente e a
subestação. Este assunto também será tratado a seguir.
malha de aterramento.
33
Apoio
Fazendo-se a leitura de resistência em cada posição, obtém-se a curva de resistência em função da distância.
Figura 2
Fonte: NBR 15749
O valor da resistência de aterramento é obtido na zona de patamar do gráfico acima; caso o resultado das medições não seja um gráfico similar ao mostrado acima, deve-se realizar novas medições, aumentando-se a distância entre o eletrodo de corrente e a malha de aterramento e após avaliação de possíveis outras interferências, tais como elementos metálicos enterrados entre o eletrodo de teste e a malha de aterramento. Antes de se realizar as medições, deve-se notar que: • O terra medido deve estar desconectado do sistema elétrico;
• A distância entre o eletrodo fixo de corrente e a malha deve ser de, no mínimo, três vezes a maior medida da malha de aterramento e preferencialmente maior que cinco vezes; • O teste deve ser realizado com o solo o seco. O método da queda de potencial com terrômetro, devido a vários fatores limitantes, não é indicado para sistemas de aterramento de grandes dimensões, tais como subestações de alta tensão; para estes sistemas, o método de injeção de alta corrente visto a seguir é mais indicado. 2.2- Método da queda de potencial com injeção de alta corrente Nesse método, o arranjo do teste e a avaliação dos resultados é similar ao mostrado no item anterior, porém, ao invés do uso de um terrômetro, utiliza-se uma fonte de tensão de alta potência e independente do sistema sob medição (Exemplo: gerador). Nesse caso, a corrente injetada deve ser a maior possível, obviamente, levando-se em consideração os limites de segurança. Valores mínimos de 10A são necessários, sendo que valores acima de 30A são mais próximos do ideal. O arranjo das medições pode ser verificado na figura 3:
Apoio
Equipamentos para ensaios em campo
34
Figura 3 – Retirado do Curso de Manutenção de Operação de Subestações – Engepower.
Aqui também, as medições devem ser realizadas com o solo seco e com a malha desconectada do sistema, além de:
em que uma pessoa poderá encostar em estruturas metálicas dentro de uma subestação, conforme mostrado na figura 4. Os vários pontos medidos (Exemplos: massas de equipamentos,
• O eletrodo fixo ou terra auxiliar deve ter a mínima resistência
portões, cercas, estruturas etc.) devem ser locados em um croqui da
possível; o usual nesse caso, é se fazer uma malha de aterramento
subestação, indicando a sua localização no terreno.
auxiliar com um conjunto de hastes de três metros interligadas;
Para avaliação dos resultados, os valores de tensão medidos
• O voltímetro utilizado para medir as tensões nas posições deve ter
devem ser extrapolados da corrente de teste para a máxima
alta impedância.
corrente de curto-circuito fase-terra. Os valores extrapolados resultantes não devem ultrapassar os valores máximos dados pelo
Na avaliação dos resultados em ambos os métodos, a resistência medida deve ser a menor possível, e pode ser comparada com o valor
memorial de cálculo da malha de aterramento da subestação, considerando-se ainda uma margem de segurança.
de projeto da malha. 2.4- Medição do potencial de passo 2.3- Medição do potencial de toque
O potencial de passo é a diferença de potencial que aparece entre
O potencial de toque é a diferença de potencial que aparece
dois pontos afastados de 1 metro, devido à circulação de corrente pela
entre um ponto de uma estrutura metálica ao alcance da mão de
terra. Essa diferença de potencial é a que aparece entre os pés de uma
uma pessoa e um ponto do chão afastado de 1 metro da base da
pessoa afastados de 1 metro.
estrutura.
Aqui, utiliza-se a mesma fonte e arranjo do ensaio mostrado
Para se realizar a medição de potencial de toque em vários
no item anterior. Também são medidos diversos pontos da
pontos de uma subestação de alta tensão, utiliza-se também uma
subestação, mas, dessa vez, em locais de circulação das pessoas
fonte externa de tensão que faça circular uma corrente entre a malha
dentro da área a ser verificada. A medição é feita como mostrado
de aterramento sob teste e uma malha auxiliar de baixa impedância
na figura 5.
(arranjo similar ao do item 2.2).
A demonstração (croqui) e a avaliação dos resultados também
Fascículo
Com a corrente circulando, faz-se diversas medições em pontos
Figura 4
Fonte: NBR 15749
devem ser realizadas de forma similar às mostradas no item 2.3.
Figura 5
Fonte: NBR 15749
35
Apoio
2.5- Manutenção geral da malha de aterramento Basicamente, não existe manutenção a ser realizada na malha de aterramento, porém, deve-se garantir periodicamente que todas as conexões estão apertadas e que não existem condutores de terra seccionados. Se existirem suspeitas de interrupção de circuitos de aterramento, deve ser verificada a continuidade com ohmímetro ou através de injeção de corrente. Recomenda-se medir a malha de terra periodicamente para acompanhar a acomodação das camadas de terra do solo, principalmente, nos primeiros anos após a construção da subestação.
Fontes Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng. e Com. LTDA. ABNT NBR 15749 – Medição de resistência de aterramento e de potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento. Manutenção Elétrica Industrial – Angel Vázquez Morán – Editora Gráfica. *Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista em energia e automação (USP), gestor de equipes de campo (engenharia, comissionamentos, montagens) em subestações de alta, média e baixa tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenharia na ENGEPOWER *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER. *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio
Linhas elétricas para baixa tensão
36
Por Paulo E. Q. M. Barreto*
Capítulo VII Capacidade de condução de corrente de condutores (II)
Fatores de correção Além das condições anteriormente descritas, que foram determinantes para a construção das tabelas 36 a 39 da NBR
deste, os valores apresentados nas tabelas 36 a 39 da NBR 5410 devem ser corrigidos pelos fatores indicados na tabela 40 (aqui, parcialmente reproduzida como tabela 6).
5410, outras condições de instalação dos condutores também irão
Salienta-se que a citada temperatura ambiente não é
influenciar o valor da sua capacidade de condução de corrente
necessariamente aquela que o serviço de meteorologia apresenta,
(Iz), tais como, temperatura ambiente, resistividade térmica do
ou seja, não é a do meio ambiente exterior, mas sim, a do ambiente
solo (quando enterrado), quantidade de condutores carregados e
no qual estão instalados os condutores em questão. Desta forma, se
agrupamento de circuitos.
um determinado circuito atende ou atravessa um local que possui um forno industrial, é muito provável que a temperatura ambiente
Temperatura ambiente
desse local não seja 30ºC.
Como se pode observar pela descrição das premissas que
Pelo fato de a temperatura ambiente ser a do meio no qual
originaram tais tabelas de capacidade de condução de corrente de
está instalado o condutor, no caso de linhas enterradas deve ser
condutores da NBR 5410, elas foram construídas considerando que
considerada a temperatura do solo. As tabelas correspondentes
os condutores estão instalados em locais cuja temperatura ambiente
foram elaboradas levando em conta temperatura de 20ºC para o
é 30ºC. Para qualquer valor de temperatura ambiente diferente
solo. Em caso de solo com temperatura diferente desta, deve ser
Fascículo
aplicado o fator de correção correspondente, extraído da mesma tabela 40 (na parte referente à temperatura do solo). Ainda para linhas enterradas, deve-se levar em conta a resistividade térmica do solo. As tabelas correspondentes foram elaboradas levando em conta resistividade de 2,5K.m/W. Para solos com resistividade térmica diferente desta, deve-se aplicar o fator de correção indicado na tabela 41 da NBR 5410.
Agrupamento de circuitos Novamente referindo-se às citadas tabelas 36 a 39, que apresentam valores de capacidade de condução de corrente dos condutores, uma das considerações feitas é a quantidade de condutores carregados. Essas tabelas foram construídas levando em conta apenas as situações de dois ou de três condutores carregados. Tabela 6 – Reprodução parcial da Tabela 40 da NBR 5410:2004.
Para situações de instalação nas quais a quantidade de condutores
37
Apoio
carregados seja superior a uma dessas, devem ser aplicados os
(redução de 30% da sua capacidade de condução de corrente). Ou
fatores de correção por agrupamento de circuitos constantes das
seja, um circuito com cabos isolados em PVC, com seção nominal
tabelas 42 a 45 da NBR 5410.
4mm2, nas condições estabelecidas na tabela 36 da NBR 5410,
Tome-se como exemplo a tabela 42 (aqui, parcialmente
passará a ter Iz = 19,6A e não mais 28A.
reproduzida como tabela 7). Em um eletroduto embutido em
É importante observar que, como qualquer fator tabelado,
alvenaria, que contenha três circuitos com três condutores
algumas premissas precisam ser adotadas e, no momento do projeto,
carregados cada, a capacidade de condução de corrente de todos
elas precisam ser identificadas e consideradas. Nesse caso, os fatores
esses condutores será afetada por um fator de correção de 0,70
de correção por agrupamento de circuitos levam em conta, por
Tabela 7 – Reprodução parcial da Tabela 42 da NBR 5410:2004.
Apoio
Linhas elétricas para baixa tensão
38
exemplo, os seguintes aspectos:
a) Quando dois ou mais condutores forem ligados em paralelo na
• O agrupamento considera condutores que possuam a mesma
mesma fase, deve-se atentar para que a temperatura máxima em
temperatura máxima para serviço contínuo.
serviço contínuo (θz) não seja ultrapassada.
• Todos os condutores vivos são considerados permanentemente
b) Os condutores devem ter a mesma constituição, a mesma
carregados com 100% de sua carga.
seção nominal, aproximadamente, o mesmo comprimento e não
• Os condutores devem constituir grupos homogêneos de cabos,
apresentarem derivações ao longo de seu percurso.
uniformemente carregados.
c) Assegurar o maior equilíbrio possível das impedâncias dos
• Os circuitos tabelados consideram arranjo de um só condutor por
condutores de cada fase.
fase (portanto, os cabos em paralelo devem ser divididos em tantos
d) Cada “circuito” assim constituído a partir da divisão dos
“circuitos” quantos forem a quantidade de cabos por fase).
condutores em mais de um grupo, deve possuir todas as fases e o
• Condutor cujo maior valor de corrente previsto para circular nas
neutro (se existir).
condições normais de funcionamento (corrente de projeto – IB) não seja superior a 30% da sua capacidade de condução de corrente (já
Variações das condições de instalação
determinada com a aplicação do fator de correção pertinente), pode
Quando, ao longo do percurso de uma linha elétrica, ocorrer
ser excluído da contagem de condutores agrupados, para efeito de
diferentes condições de instalação, que implique, por exemplo,
aplicação dos fatores de agrupamento.
em diferentes condições de dissipação de calor dos condutores nesse percurso, a capacidade de condução de corrente (Iz) desses
Portanto, para qualquer condição diferente destas, o projetista deve estudar o caso e arbitrar o fator a ser considerado. Por exemplo,
condutores deve ser determinada em função da condição mais desfavorável.
se os cabos de um determinado circuito de um agrupamento não
Também deve ser observado se ao longo do seu percurso,
estiverem previstos para trabalhar na condição de permanentemente
os condutores passam por diferentes condutos (por exemplo,
carregados com 100% de carga, o valor do fator de correção desse
eletroduto enterrado, aparente e bandeja) ou ainda, que atravessam
agrupamento pode ser diferente dos indicados na tabela 7.
locais ou condições de instalação com temperaturas ambientes
Condutores carregados Como a quantidade de condutores carregados é determinante para a utilização das tabelas 36 a 39, e também para a determinação
diferentes de 30ºC. Também, nesses casos, deve ser considerada a condição mais desfavorável para a determinação de Iz.
Conclusão
de eventual fator de correção por agrupamento de condutores, é
Diante dessas considerações, conclui-se que a real capacidade
necessário identificar quais são os condutores carregados de cada
de condução de corrente de um condutor (Iz), pode não ser o valor
circuito.
obtido diretamente da leitura de uma das tabelas 36 a 39 da NBR
Além das indicações contidas na tabela 46 da NBR 5410, e da
5410 ou de catálogos de fabricantes de condutores. Outras análises
definição apresentada no início desta série de artigos, pode-se,
devem ser feitas, caso a caso, circuito a circuito, sob pena de colocar
de forma simplificada, considerar condutor carregado aquele
em risco a integridade dos condutores, o bom funcionamento da
efetivamente percorrido por corrente elétrica nas condições
instalação e a segurança da edificação.
normais de operação. Ou seja, condutores fase e neutro.
Fascículo
Nos circuitos trifásicos com neutro, quando as cargas estiverem
*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em
equilibradas entre as fases e não for prevista a circulação de
Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução,
correntes harmônicas no condutor neutro, em quantidade apreciável
manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da
(harmônicas de ordem 3 e suas múltiplas, superior a 15%), este não precisa ser computado, considerando-se então esses circuitos como sendo de três condutores carregados. Por sua vez, os condutores de proteção (PE) são considerados não carregados e os condutores PEN (proteção+neutro) são considerados como condutores neutro, para efeito dessa aplicação.
Condutores em paralelo Quando a corrente de projeto (IB) é elevada e a opção do projetista é pelo uso de mais de um cabo por fase, a NBR 5410 estabelece algumas condições em 6.2.5.7, que resumidamente são:
Comissão que revisa a norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do Inmetro, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br
Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Renováveis Apoio
ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 3 - Edição 37 / Julho de 2019
FASCÍCULO
O projeto elétrico NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA JÁ ATINGE TODAS AS FAIXAS DE RENDA COLUNA EÓLICA: OS BONS VENTOS BRASILEIROS E AS MULHERES NO SETOR DE ENERGIAS RENOVÁVEIS APOIO
39
Apoio
42
Fascículo Por Hans Rauschmayer*
O PROJETO ELÉTRICO
Renováveis
43 1 - Introdução
Nos fascículos anteriores, aprendemos como o projeto de um
2 - Conexão entre Gerador e Inversor
A figura 1 apresenta o projeto exemplar de um sistema fotovoltaico
sistema solar conectado à rede é elaborado, e como são configurados os
conectado à rede (SFCR). Este diagrama serve como guia para o presente
principais componentes, módulos e inversores.
fascículo.
O presente fascículo trata do projeto elétrico, dividido em duas
Iniciaremos a descrição com o lado da corrente contínua, entre os
partes: o lado da corrente contínua, entre módulos e inversores, e o
módulos e o inversor, lembrando que as características dos módulos
lado da corrente alternada, na conexão do inversor à rede predial e da
e a configuração dos módulos em séries fotovoltaicas (usaremos,
concessionária.
em seguida, o termo inglês, string) já foram abordadas em fascículos
anteriores.
Em função da profundidade do tema e do espaço restrito que a
revista permite, recomendamos ao leitor acrescentar estudos de normas
e literatura e capacitar-se em um curso profissional para complementar
NBR 16690 – Instalações Elétricas de Arranjos Fotovoltaicas. Enquanto
o conhecimento.
isto, usamos a versão distribuída para consulta pública, publicada em
Figura 1: Diagrama exemplar de um projeto fotovoltaico conectado à rede.
A norma que regulamenta o projeto ainda está em elaboração: ABNT
Apoio
Fascículo
44
Renováveis
2018, como base da seguinte descrição e a disponibilizamos no site
induzida por uma descarga atmosférica próxima ao sistema. Por isso, o
www.solarize.com.br.
fio conectado ao último módulo percorre todo o arranjo paralelamente aos fios dos módulos (na figura, é o fio negativo).
2 .1
- Conectores Fotovoltaicos
Observe que o cabo do string está energizado sempre que há incidência de luz nos módulos. Este fato implica em cuidados especiais durante a instalação e manutenção que serão abordados num fascículo mais à frente. 2 .3
- Fusíveis
Os fusíveis protegem os módulos do string, ao qual estão
conectados, contra uma corrente reversa gerada pelos strings conectados em paralelo. Esta situação pode ocorrer no caso de um curto-circuito entre o polo positivo e o negativo em algum ponto deste string. A consequência seria um aquecimento e potencial derretimento das células que recebem a corrente reversa. Figura 2: Conectores fotovoltaicos tipo MC4, com crimpagem (acima) ou sem crimpagem (abaixo, marca Weidmüller PV-Stick).
Os fusíveis devem ser específicos para sistemas fotovoltaicos, tipo
gPV, conforme norma IEC 60269-6. A corrente nominal é indicada pelo fabricante do módulo – usar fusíveis com amperagem inferior não é
Módulos para sistemas conectados à rede já são equipados com
recomendado, porque causa perdas em momentos de alta irradiância!
conectores específicos para este fim. O modelo mais comum é chamado
de MC4 (figura 2).
mais strings em paralelo. Para entender isso, vamos ver um exemplo
ilustrativo, usando valores comuns de módulos de 60 células:
Os conectores foram projetados para conduzir a corrente durante
Geralmente, fusíveis são necessários em arranjos com três ou
muitos anos nas condições encontradas embaixo dos módulos. Eles são polarizados e evitam acidente com curto-circuito durante a instalação.
• Corrente de curto-circuito do módulo, conforme ficha técnica do
Invista em alta qualidade!
módulo Imód,SC = 9A • Corrente reversa máxima do módulo Imód reversa max = 15A
2 .2
- Cabo do String
• Três strings conectados em paralelo • No caso de curto-circuito em um dos strings, a corrente gerada nos outros dois strings é igual a I = 2 x 9A = 18A. Esta corrente é superior à corrente reversa permitida de 15A, o que indica a necessidade dos fusíveis.
Diodos de bloqueio e disjuntores, que poderiam ser meios
alternativos de proteção, não se mostraram confiáveis na prática. 2 .4
- Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS)
Figura 3: Cabeamento do string sem laço para redução de indução de surtos.
A figura 3 mostra a ligação do string: os módulos são
interconectados em série, usando diretamente os próprios conectores pré-montados nos cabos dos módulos (caixinha verde na figura) e usando conectores compatíveis nas emendas.
Dois fios levam o polo negativo e o positivo à caixa de junção –
eles formam o cabo do string. Por serem expostos a intempéries e altas temperaturas, estes fios devem atender à norma ABNT NBR 16612:2017 (Cabos de potência para instalações fotovoltaicas).
É importante evitar laços na fiação que possam aumentar a tensão
Figura 4: DPS fotovoltaico de uma marca do mercado.
Apoio
45
2 .7
- Caixa de junção e localização dos componentes
contra surtos ou descargas atmosféricas provindo do circuito
Lembrando que o diagrama da figura 1 é exemplar, cabe ao
fotovoltaico e evita que estes surtos sejam propagados à instalação
projetista avaliar variantes dele e especificar o local da instalação
predial por indução.
de cada componente:
O dispositivo de proteção contra surtos (DPS) protege o inversor
O DPS deve ser do tipo fotovoltaico conforme norma EN
50539-11 (exemplo na figura 4). A tensão nominal do DPS
• A caixa de junção (normalmente, se usa o termo inglês:
deve ser superior à tensão máxima do string em circuito aberto
stringbox), geralmente, é instalada do lado do inversor, o que
(Vmód,OC,máx, - veja fascículo 5). Quanto menor a diferença entre a
facilita a verificação e manutenção;
tensão nominal do DPS e a do string, melhor será a proteção – o
• Outra possibilidade é instalar o stringbox próximo aos módulos.
mercado oferece tensões de 600V, 1000V e 1500V).
Vantagem é a unificação dos cabos dos strings e uma melhor proteção da rede predial contra surtos;
2 .5
- Dispositivo Interruptor -Seccionador
• Em certos casos, é necessário duplicar o stringbox com parte dos
O dispositivo interruptor-seccionador deve ser capaz de abrir
componentes;
o circuito sob plena carga na máxima corrente de falta (manobra
• Em instalações com exigências elevadas de segurança, pode ser
de interrupção) e manter o circuito aberto de forma segura
necessário inserir um dispositivo que desenergize o cabo do arranjo
(seccionamento).
em casos de emergência (seccionamento remoto ou redução
automática da tensão por otimizadores de potência).
Ele precisa ser aprovado pelo fabricante para operar em
corrente contínua – jamais use componentes de corrente alternada! Verifique especificações adicionais na proposta da norma NBR
Alguns inversores são produzidos com dispositivos embutidos,
16690.
o que dispensa a duplicação deles dentro do stringbox.
2 .6
- Cabo do Arranjo Fotovoltaico
2 .8
- Separação de Corrente Contínua da Corrente Alternada
O cabo do arranjo fotovoltaico interliga a caixa de junção ao
As normas NBR 5410 e NBR 16690 exigem que circuitos
inversor. Por ser abrigado, ele não precisa ser um cabo fotovoltaico.
em corrente contínua e alternada devem ser separados. É ainda
No entanto, a proposta da norma 16690 exige duplo isolamento
altamente recomendável sinalizar dutos e caixas de passagem de
para cada polo.
corrente contínua para evitar que algum técnico não capacitado os
acesse e cause um acidente (veja sugestão na NBR 16690).
A boa prática recomenda que a bitola dos fios em corrente contínua
nunca seja inferior à dos módulos (usualmente, cobre de 4mm²) e que ela seja calculada para que a perda de potência seja inferior à 1% da
3 - Conexão do Inversor à Rede Predial
potência nominal, tanto do lado c.c. quanto do lado c.a.
No site www.solarize.com.br, disponibilizamos uma planilha
que calcula a bitola e a perda associada.
A conexão do inversor à rede predial, em princípio, apresenta
poucos detalhes que diferem de uma instalação comum. No
Apoio
Fascículo
46
entanto, ela representa uma modificação do projeto original do
Renováveis
3 .6
- Balanceamento das fases
local da instalação e requer uma reconsideração das premissas consideradas durante a elaboração daquele projeto.
Isto vale especialmente para locais de afluência de público
(NBR 13570) ou com ambiente classificado. O projeto de energia solar deve ser elaborado seguindo todos os conceitos da engenharia. Seguimos com a descrição dos elementos apresentados na figura 1, agora, do lado da corrente alternada. 3 .1
- Caixa de Proteção
A caixa de proteção contém um disjuntor, dimensionado de
acordo com a corrente máxima de saída do inversor, e um DPS que protege o inversor contra surtos vindo da rede predial.
Figura 5: Exemplos de conexão de inversores à rede e balanceamento das fases.
A maioria dos inversores pequenos (até 5 .. 6kW) tem saída
monofásica em 220V, com conexão entre fase e neutro ou entre duas 3 .2
- Quadro de Distribuição
fases, dependendo da rede local (veja exemplos na figura 5). Não há
No quadro onde ocorre a conexão do inversor à rede predial é
necessidade de gerar energia em todas as fases da rede predial.
acrescentado um disjuntor que desarma em casos de curto-circuito
No caso da instalação com mais de um inversor, faz-se um
no inversor ou no cabo que leva a ele.
balanceamento das fases, observando os limites impostos pela
concessionária. Os inversores se ajustam automaticamente à sequência
A saída deste disjuntor é conectada ao barramento do quadro,
por onde ele descarrega a energia gerada, alimentando as outras
das fases.
cargas. Em certos momentos, a geração pode superar o consumo
destas cargas e o fluxo de energia no quadro inteiro pode ser
transformador, caso a tensão de saída seja diferente da tensão da rede.
Inversores de potência maior são trifásicos e precisam de um
invertido e até chegar a injetar energia na rede da concessionária, como vimos no primeiro fascículo.
3 .7
- Aterramento
O sistema solar necessita de um aterramento sólido. Ele serve como
3 .3
- Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS)
referência para o inversor, é conectado aos DPS e é usado para aterrar a
O DPS do quadro geral protege toda a rede predial contra surtos
estrutura e as molduras dos módulos.
ou descargas atmosféricas entrando pela rede da concessionária e
pode tornar dispensável um DPS específico do inversor.
Ele deve ser interligado com o existente no barramento PEN. Somente
Em muitos locais, é necessário reforçar o aterramento presente.
em esquemas TT é admitido ter-se aterramentos separados para 3 .4
- Dispositivo Residual (DR)
Os módulos fotovoltaicos apresentam um efeito capacitivo que
aparenta ser uma fuga de corrente na amplitude de 10mA por cada
alimentação e equipotencialização. 4 - O Padrão de Entrada
kWp de potência instalada (norma IEC 62109-2).
Dispositivos Residuais (DR) instalados para proteger pessoas
O padrão de entrada é definido pela concessionária local, que publica
em caso de choque elétrico devem ter sensibilidade de 30mA e
também uma norma para conexão de sistemas de geração distribuída à
podem desarmar, caso instalado no circuito do sistema solar,
rede dela com base na Regulamentação Normativa da Aneel 482/2012
mesmo sem falha técnica.
e na Seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST.
O circuito do inversor, neste caso, deve ser conectado
A concessionária não pode exigir uma atualização do padrão de
separadamente dos outros circuitos protegidos por DR, e deve
entrada por causa da solicitação de conexão do sistema solar, a não ser
receber um DR com sensibilidade de 300mA, que atua em casos de
que o padrão existente esteja fora dos padrões da época da conexão
incêndio (IEC 62109-2).
original da unidade ou que não seja possível substituir o medidor atual pelo modelo bidirecional. Este item merece avaliação criteriosa, já que a
3 .5
- Cabo em corrente alternada
atualização do padrão de conexão pode ser custosa.
O cabo em corrente alternada e os dutos devem ser
Na microgeração, a concessionária não pode cobrar pela troca do
dimensionados conforme NBR 5410. Boa prática é prever uma
medidor. Na minigeração, ela cobra o valor e pode ainda exigir diversos
perda de potência abaixo de 1% relativo à potência nominal.
estudos e proteções adicionais.
Apoio
47
5 - Proteção contra Raios e Surtos
Figura 6: Densidade de raios nas regiões do Brasil.
Um estudo de uma seguradora alemã aponta que 28% dos danos
em plantas solares são causados por raios ou surtos. Considerando que a incidência de raios no Brasil supera a da Alemanha em grande parte do seu território, podemos constatar que o tema é extremamente relevante.
Nosso sistema deve ser protegido tanto por raios e surtos
entrando pelo arranjo fotovoltaico quanto pela rede da concessionária. A especificação depende da existência ou não de um Sistema de Proteção contra Raios e Surtos (SPDA) e da distância mantida dele. A abordagem excede o espaço disponível aqui. Acesse uma apresentação a respeito no site www.solarize.com.br. 6 - Previsão
Continuaremos a sequência de fascículos no próximo mês, com a
descrição do suporte dos módulos, que serve para fixá-los à cobertura. *Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize.com.br]. Reconhecido especialista em energia solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.
48
Notícias
renováveis
Divulgação / Vestas
Vestas ampliará fábrica em Aquiraz (CE) para produção de nova família de aerogeradores
final deste ano. Terminaremos a
4.2MW, representando o dobro
Vestas, produtora mundial
adaptação por volta de outubro
da anterior”, explica.
para a ampliação da fábrica
de turbinas para o mercado
e começaremos a fabricação
em Aquiraz é de 23 milhões de
de energia eólica, anunciou
em novembro”, declara Rogério
pela Vestas já é um grande
euros. Zampronha destaca a boa
recentemente a expansão de sua
Zampronha, presidente da Vestas
sucesso e talvez tenha sido a que
relação da Vestas com o Governo
planta em Aquiraz, no Ceará, para
no Brasil e Latam Sul.
mais gerou negócio em um curto
do Estado, o qual, segundo o
a produção da nova geração de
prazo na história da indústria
executivo, tem ajudado a remover
turbinas, modelo V150-4,2MW,
sua primeira fábrica no Brasil
eólica do Brasil. “Já anunciamos
entraves burocráticos e apoiado
sendo que as primeiras naceles
em janeiro de 2016, para
quase 1GW em novos contratos
as ações. Ele ainda enfatiza o
dessa plataforma começarão
produzir uma geração de turbina
em apenas oito meses, que é
Ceará como um segundo lar para
a ser entregues em novembro
anterior, que foi a de 2.2MW de
um volume absurdo. A turbina
a companhia no Brasil e que a
de 2019. “Essas naceles são o
potência, mas, diante do avanço
se mostrou muito adequada ao
decisão de permanecer e ampliar
coração da turbina; geradores
tecnológico desse setor, passa
mercado brasileiro e caiu no gosto
a presença na região confirma o
do tamanho de dois ônibus. Pelo
a investir em turbinas maiores
dos nossos clientes, que são os
seu compromisso com o País.
fato de elas serem muito maiores
e mais potentes. “Produzimos
grandes investidores das empresas
do que as primeiras, de 2.MW,
800MW, cerca de 400 turbinas,
de energia. A nossa expectativa é
ano 2000, a Vestas possui hoje
nós decidimos ampliar a fábrica
e então, eu decidi fazer uma
poder continuar nesse ritmo em
mais de 1,5GW instalados ou
e sua área total, que será um
alteração na tecnologia para o
que estamos hoje para os próximos
em construção no País, o que
pouco mais do que o dobro do
mercado, já que a evolução é
anos, pois, realmente, acreditamos
corresponde a cerca de 750
que tínhamos anteriormente.
muito rápida. Estamos trazendo
que haverá um desempenho
turbinas eólicas. Em 2008, a
O espaço fabril deve ter,
a V150-4.2MW, uma turbina na
muito positivo, uma performance
empresa abriu um escritório em
aproximadamente, entre 70 e 80
qual o diâmetro das pás é de 150
estupenda para essa turbina
São Paulo para consolidar todas as
mil metros quadrados de total de
metros, maior que um estádio
no mercado brasileiro”, afirma
operações de venda, construção e
área, e começará a produzir no
de futebol, com potência de
Zampronha.
serviços no território nacional.
A companhia dinamarquesa
A empresa implementou
Para ele, a turbina lançada
O investimento divulgado
Presente no Brasil desde o
Notícias
renováveis
49
Divulgação
Leilão de energia renovável tem deságio de 45% e gera investimentos de R$1,9 bi
A Agência Nacional de Energia Elétrica
para empreendimentos a partir das fontes
(Aneel) e a Câmara de Comercialização de Energia
eólica e solar fotovoltaica. “Percebemos uma
Elétrica (CCEE) realizaram no dia 28 de junho,
tendência dos empreendimentos solares e eólicos
em São Paulo, o Leilão de Geração de Energia A-4
destinarem cerca de 70% de sua garantia física
de 2019, que registrou deságio médio de 45%
para o mercado livre. Desta maneira, além do
no preço da energia e gerará investimentos de
preço negociado no leilão é preciso considerar as
R$1,892 bilhão na construção de novas usinas.
estratégias comerciais de cada empresa. Mas é
importante a sinalização do mercado livre auxiliar
Destinado à contratação de energia
proveniente de novos empreendimentos de
na expansão do Sistema”, ressaltou Rui Altieri,
fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica
presidente do Conselho de Administração da
e termelétrica a biomassa, com início do
CCEE.
suprimento a partir de janeiro de 2023, o certame
contratou 401,6MW de potência e teve preço
de 31,2%, negociados a R$198,12/MWh,
médio de R$151,15 por MWh. O deságio médio
enquanto os empreendimentos eólicos chegaram
em relação aos preços-teto estabelecidos, de
ao preço de R$79,9 por MWh (deságio de
45,03%, representa uma economia de R$2,166
61,5%). Os projetos a energia solar negociaram
bilhões para os consumidores de energia. "Um
seus contratos por R$67,48/MWh, com deságio
aspecto positivo dessas contratações, tanto na
de 75,6% e termelétricas a biomassa venderam
fonte eólica quanto na solar, é que elas ocorreram
energia por R$179,87/MWh, com deságio de
na região nordeste do País (RN, CE, PI), onde
42,2%.
certamente esses empreendimentos irão gerar
empregos e afetar positivamente a economia",
de geração, sendo cinco Pequenas Centrais
disse o diretor-geral substituto da Aneel,
Hidrelétricas (81,3 MW), uma usina térmica
Sandoval Feitosa.
movida a biomassa (21,4 MW), três usinas
eólicas (95,2 MW) e outras seis usinas solares
Foram negociados Contratos de
Os projetos hidrelétricos tiveram deságio
Foram contratados 15 empreendimentos
Comercialização em Ambiente Regulado
(203,7 MW). Os Estados beneficiados com a
(CCEAR’s) por quantidade, com prazo de
contratação de projetos foram Ceará (5), Piauí
suprimento de 30 anos, para empreendimentos
(2), Santa Catarina (2), Minas Gerais (2), Rio
hidrelétricos, contratos por disponibilidade, com
Grande do Norte (1), Paraná (1), Mato Grosso (1)
prazo de suprimento de 20 anos, para usinas a
e Mato Grosso do Sul (1).
biomassa, além de contratos por quantidade,
com prazo de 20 anos, diferenciados por fontes,
mil empregos.
Os investimentos nas usinas devem gerar 4,5
50
Notícias
renováveis
GreenYellow investirá R$40 milhões para construção de duas usinas de energia solar em São Paulo A GreenYellow, empresa
a ampliação da infraestrutura
Divulgação
francesa, há seis anos no
energética e na diversificação
Brasil, investirá R$40 milhões
da matriz estadual e nacional”,
no interior de São Paulo para
afirma Pierre-Yves Mourgue,
construir duas usinas de energia
presidente da GreenYellow no
solar no País. As unidades serão
Brasil.
instaladas nos municípios de
Penápolis e Barbosa, ambas
especializada em soluções
no interior paulista, a cerca de
em energia, com o objetivo de
570km de distância da capital,
reduzir os custos e gerar mais
e somadas terão 10MWp de
eficiência para seus clientes.
potência instalada. “As duas
Com presença em sete países, a
novas unidades que serão
companhia possui globalmente
instaladas no Estado de São
mais de 1.600 projetos de
Paulo praticamente dobram
eficiência energética em
de Promoção de Investimentos
esse setor pode trazer de
nossa capacidade de produção no
operação, e mais de 120MWp
e Competitividade, assessorou
investimentos para São Paulo
País e posiciona a empresa como
de capacidade instalada. No
a GreenYellow desde o início
e demonstram todo o potencial
um dos grandes grupos do Brasil
Brasil desde 2013, administra
dos dois projetos, dando
que o Estado tem para oferecer
na produção de energia limpa e na
900 projetos de eficiência
assistência na área ambiental
as condições necessárias
gestão de projetos de eficiência
e possui nove usinas de
e infraestrutura. “Os projetos
para que outras iniciativas
energética. Estamos felizes em
energia solar construídas
das usinas da GreenYellow são
semelhantes cheguem por
anunciar esse investimento
na modalidade de geração
classificados internamente
aqui”, declara Wilson Mello
em São Paulo e contribuir para
distribuída.
como economia verde. Esse
Neto, presidente da InvestSP.
A GreenYellow é
A InvestSP, Agência Paulista
é apenas um exemplo do que
Energia solar fotovoltaica
52
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da Absolar
Energia solar fotovoltaica já atinge todas as faixas de renda forma eficaz de se blindar
a se desvalorizar logo após a
milhões de consumidores que
fotovoltaica, sobretudo, na
dos riscos inflacionários, com
compra e ainda geram despesas
poderiam se beneficiar com a
geração distribuída, é atualmente
redução de custos e aumento de
recorrentes, como combustível,
tecnologia.
uma solução completa, que
competitividade.
revisões, manutenção e Imposto
resolve, de uma só vez, uma
sobre a Propriedade de Veículos
no Brasil também contará
série de desafios da sociedade
solar fotovoltaica está se
Automotores (IPVA), um sistema
com um positivo impulso na
contemporânea. Entre os
transformando em uma
fotovoltaico popular valoriza o
sinergia com novas tecnologias
principais atributos, estão a
tecnologia cada vez mais popular
a sua casa e gera economia nas
de armazenamento de energia
versatilidade, a escalabilidade, a
e acessível. Dizer que o seu uso se
contas a partir do primeiro dia de
elétrica. A incorporação de
rentabilidade e o desenvolvimento
restringe apenas aos ricos é papo
operação. Difícil achar negócio
baterias e outras formas de
econômico, ambiental, social,
furado. Um sistema fotovoltaico,
melhor do que esse!
acumulação da eletricidade
energético e estratégico.
para atender uma família de baixa
gerada pelo sol durante o dia,
Cada vez mais barata e
renda, com quatro pessoas, pode
tecnologia se destaca como uma
para uso posterior, agrega novos
acessível, a geração distribuída
ser adquirido por menos de R$5
grande locomotiva de crescimento
benefícios e ainda mais valor
solar fotovoltaica tem impactado
mil no mercado e reduz seus
econômico, com potente geração
à energia solar fotovoltaica,
de forma ampla e positiva
gastos de energia elétrica em até
de empregos de qualidade,
com potencial promissor de
diferentes camadas da sociedade,
70%. Esse valor é apenas uma
sendo uma alternativa efetiva
acelerar o desenvolvimento da
com grande interesse e apoio
pequena fração do preço de uma
de economia para os bolsos das
fonte. Para isso, é fundamental
de todas as classes sociais e
motocicleta ou carro popular!
famílias, balanços das empresas e
que a regulamentação avance
econômicas. Os variados modelos
orçamentos dos governos.
e incentive o desenvolvimento
de implementação trazem
popular pode, ainda, ser
desta tecnologia, ainda
liberdade aos consumidores e
totalmente financiado por linhas
distribuída solar fotovoltaica
embrionária no Brasil.
democratizam o acesso às formas
de crédito disponíveis em várias
instalado no local de consumo
inovadoras e sustentáveis de
instituições financeiras, com
ou em um local remoto, quando
preço de baterias de íons de lítio
se gerar eletricidade a preços
parcelas divididas em até 60
os consumidores não possuem
despencou mais de 75% entre
inferiores aos oferecidos pelos
meses. É isso mesmo: um sistema
telhado próprio, proporciona
2010 e 2018, sendo a segunda
monopólios de distribuição.
solar fotovoltaico popular sai
economia na conta de luz, tanto
tecnologia que mais se barateou
A tecnologia solar
Passo a passo, a energia
Um sistema solar fotovoltaico
Vale lembrar também que a
Um sistema de geração
A energia solar fotovoltaica
Pelos dados da BNEF, o
A forte redução de mais de
por menos de R$150 ao mês,
para cidadãos comuns, quanto
no setor elétrico mundial, atrás
83% no preço dos equipamentos
ou seja, menos de R$5 reais ao
para empresas, propriedades
apenas da própria tecnologia solar
fotovoltaicos desde 2010,
dia, mesmo valor gasto em um
rurais e prédios públicos, como
fotovoltaica. O progresso seguirá
segundo recente relatório
cafezinho pela manhã ou suco no
escolas e hospitais.
em frente e o setor continuará
da Bloomberg New Energy
almoço!
sua trajetória, em alta velocidade,
Finance (BNEF), acompanhada
despertado para as vantagens
rumo a esta e outras evoluções.
do vertiginoso aumento nas
sistema fotovoltaico popular já
da geração distribuída solar
tarifas de energia elétrica
é mais fácil, mais barato e até
fotovoltaica, o atraso, no entanto,
mais acessíveis, irão acelerar
sobre os consumidores, levou
mesmo mais vantajoso do que
ainda é evidente nos números, já
a substituição de geradores
a sociedade e os mercados a
financiar um automóvel ou uma
que existem atualmente menos
a diesel, caros, poluentes e
buscarem a geração distribuída
motocicleta. Enquanto carros
de 85 mil sistemas no País, frente
barulhentos, por sistemas
solar fotovoltaica como uma
e motos populares começam
a um universo de mais de 84
de geração distribuída solar
Por isso, financiar um
Embora o Brasil tenha
As baterias, cada vez
53
fotovoltaica com armazenamento de energia elétrica. Para os consumidores conectados às redes, em áreas urbanas ou rurais, que sofrem com interrupções ou instabilidades no fornecimento de eletricidade, as baterias serão parte da solução. Adicionalmente, muitos consumidores em média tensão, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, pagam tarifas elevadíssimas no horário de ponta, custos que as baterias poderão aliviar.
Enquanto o setor de energia solar
fotovoltaica vive uma célere transformação, outros segmentos mais conservadores, como é o caso das distribuidoras, têm reagido de forma intensa contra este avanço, justamente por já não atenderem mais às necessidades econômicas, sociais e ambientais dos consumidores, do cidadão e da própria nação em constante modernização.
Mesmo com tanta reação contrária
das distribuidoras, na tentativa de manter seus monopólios, o próprio cidadão tem se mobilizado e investido em uma tecnologia mais barata, sustentável e democrática, que alia a economia à proteção ao meio ambiente.
O receio das distribuidoras em relação ao
crescimento energia solar fotovoltaica pode ser comparado com o movimento que o Brasil e o mundo fizeram em direção aos aplicativos de serviços em substituição dos modelos de negócios mais conservadores. Exemplos não faltam: táxis e apps de mobilidade; hotéis, imobiliárias e sites de hospedagem; bancos e fintechs; restaurantes e plataformas de delivery; telegramas, cartas e chats no celular; locadoras de vídeos e serviços de streaming...e por aí vai.
A perenidade de um negócio não está
relacionada necessariamente com o nível de poder aquisitivo das empresas, mas sim com a capacidade de inovação para resolver problemas e atender demandas específicas do consumidor.
É nisso que a solar fotovoltaica está cada
vez mais antenada: em ficar cada vez mais acessível para todas as faixas da sociedade.
Energia Eólica
54
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)
Os bons ventos brasileiros e as mulheres no setor de energias renováveis transição para uma economia
as opções para se expandir a
de energia limpa. Como anfitrião
no dia 29 de junho, o prêmio
global de energia limpa.
matriz, considerando sempre, é
deste ano, o Canadá destacou
“C3E – Clean Energy Education
claro, a importância de termos
a liderança das mulheres, dos
& Empowerment – Woman
este reconhecimento, pois a luta
uma matriz diversificada.
povos indígenas e da juventude
of Distinction Award”, que foi
e a defesa da energia eólica é algo
no setor de energia.
entregue durante o evento
que faço com a mais profunda
seus recursos renováveis e
“Clean Energy Ministerial”,
dedicação, e faço isso de corpo
naturais e é com muito prazer
ainda temos que batalhar
realizado em Vancouver, no
e alma há mais de 10 anos.
que me dedico a promover um
muito para que mais mulheres
Canadá. O C3E foi entregue
Defender a energia eólica é, ao
setor que não apenas transforma
atuem no setor eólico e elétrico,
pela primeira vez e é uma
mesmo tempo, uma tarefa árdua
o vento em energia, mas que
ocupando posições de destaque.
iniciativa internacional do
e fácil. É um paradoxo com o
atua de forma a proteger nossos
Há quase vinte anos, quando
Clean Energy Ministerial e
qual lido desde o início. Foi uma
recursos naturais. Nós vivemos
comecei a atuar no setor
da Agência Internacional de
tarefa árdua, especialmente,
um momento fundamental na
elétrico, o número de mulheres
Energia. A premiação reconhece
no início, porque tivemos que
história mundial, em que todos
era ainda mais reduzido do
e homenageia mulheres
batalhar muito no Brasil para
estamos sendo chamados à
que hoje. Ao longo do tempo e,
profissionais que se destacam
convencer governo, empresários
responsabilidade de defender
especialmente, nos últimos anos,
na indústria de energias limpas
e sociedade de que esta era uma
o planeta. Sinto um profundo
venho vivenciando o encontro
no mundo, pela excelência
boa opção e de que era viável
orgulho de atuar e uma indústria
com cada vez mais mulheres nas
em áreas como liderança,
financeiramente. E tem sido, ao
que está contribuindo para lutar
reuniões e eventos. É, no entanto,
política, defesa da fonte,
mesmo tempo, algo fácil, porque
contra o aquecimento global.
necessário seguir adiante na
avanço técnico, entre outros
os benefícios da energia eólica
Este prêmio é, obviamente, uma
luta por uma participação maior
fatores, contribuindo para o
facilmente se espalharam a olhos
grande conquista pessoal, mas
das mulheres no setor, porque
avanço das mulheres no setor.
vistos pelo Brasil, especialmente,
é, acima de tudo, uma prova
a representatividade ainda está
O Clean Energy Ministerial, do
em áreas mais carentes de
do poder da força dos ventos
longe de estar mais próxima da
qual fazem parte 25 países
recursos, como o Nordeste, onde
brasileiros.
igualdade. Foi, portanto, com
e a Comissão Europeia, é um
a natureza colocou os nossos
muito orgulho que recebi esta
fórum global de alto nível
melhores ventos. Todos que
fez parte da programação do
premiação, convicta também
para promover políticas e
conseguem olhar o planejamento
“CEM10/MI-4”, evento do
da minha responsabilidade não
programas que façam avançar
energético e elétrico do Brasil
Clean Energy Ministerial que
apenas porque sou exemplo e
a tecnologia de energia limpa,
com lucidez, que analisam
reuniu ministros e diversas
líder, mas porque tenho como
compartilhando as lições
os números, resultados e
autoridades de mais de 25 países
missão, incentivar cada vez mais
aprendidas e as melhores
benefícios, sabem que a energia
para discutir como acelerar o
mulheres a se dedicarem ao
práticas e incentivando a
eólica é hoje um destaque entre
progresso em direção a um futuro
setor.
Eu tive a honra de receber,
Foi uma grande honra receber
O Brasil é abençoado por
A entrega da premiação
Não resta dúvida de que
56
Pesquisa - Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação
Mercado estável Mantendo a margem dos resultados obtidos na pesquisa realizada no ano passado, empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação obtiveram crescimento médio de 10% nos últimos 12 meses e estimam incremento de mais 10% até o fim de 2019
57
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Com o intuito de traçar um panorama atual do mercado brasileiro de serviços de eletricidade,
a revista O Setor Elétrico realizou, no mês de julho, uma ampla pesquisa com cerca de 140 empresas dos segmentos de engenharia, consultoria, manutenção e instalação elétrica em baixa e média tensão. Os resultados refletiram o desempenho das companhias entrevistadas, bem como as expectativas destes setores.
O levantamento foi dividido em: setor de engenharia e consultoria e setor de manutenção
e instalação. Ambos os mercados afirmaram atuar mais fortemente em instalações de baixa e média tensão e também no segmento de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA). As pesquisas feitas com os dois setores mostraram que a indústria e as construtoras são os seus principais clientes. Confira, a seguir, o balanço de cada segmento:
Números do mercado brasileiro de empresas de instalação e manutenção
Assim como no levantamento realizado em 2018, o deste ano indicou que a maioria das
empresas atua nos segmentos de baixa e média tensão, correspondendo a 91% e 85%, respectivamente. Na sequência, estão os mercados de SPDA e de atmosferas explosivas. Áreas de atuação - Instalação e Manutenção Elétrica
4% Outras 7% Eólica Alta tensão 24% 26% Telecomunicações 28% Cabeamento estruturado 28% Energia solar fotovoltaica Instrumentação e controle 30% Automação 52% 56% Atmosferas explosivas SPDA 65% Média tensão 85% 91% Baixa tensão
Segmentos de atuação - Instalação e Manutenção Elétrica em BT/MT
19%
Residencial
20% 24%
Outros Transmissão, geração e distribuição Serviços
81% 87%
Comercial
100%
Industrial
As indústrias em geral estão no topo da lista dos principais clientes das empresas, o que
evidencia o potencial desse segmento no País. Em seguida, foram apontadas as empresas de engenharia, as construtoras e as concessionárias de energia elétrica.
58
Pesquisa - Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação Principais clientes - Instalação e Manutenção Elétrica
Previsão de crescimento das empresas para 2019
4%
4% Outros Condomínios 31% 31% Comércio Empresas de manutenção 39% Concessionárias de energia elétrica 54% Construtoras 67% 70% Empresas de engenharia Indústrias em geral 96%
Crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para este ano Crescimento da sua empresa em 2018 comparado ao ano anterior
9%
11% 11%
Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2019 Percentual de contratação de funcionários de sua empresa em 2019
Dentre os fatores que influenciam o mercado de manutenção e
instalação, a falta de confiança de investidores é o principal, seguido pela desaceleração da economia brasileira e setor da construção civil desaquecido.
Em relação ao faturamento bruto anual das empresas em 2018,
Fatores que influenciam o mercado de manutenção e instalação
73% delas chegaram a até R$3 milhões e 13% ficaram entre R$20 e
3%
R$50 milhões.
6%
Retomada dos investimentos
faturamento bruto anual das empresas (em 2018)
Bom momento econômico do país 16%
23%
13%
Falta de confiança de investidores
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
Desaceleração da economia brasileira
7%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
7%
3%
Setor da construção civil aquecido
Falta de normalização e/ou legislação
7%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
16%
13%
Incentivos por força de legislação ou normalização
73%
Até R$ 3 milhões
3%
Crise internacional
No que tange à percepção das empresas sobre o tamanho anual
total do mercado no setor elétrico no ano passado, 29% acreditam que que o faturamento tenha alcançado de R$10 a R$30 milhões.
Também entre as empresas de engenharia e consultoria, as
instalações de baixa e média tensão são as principais áreas de atuação. Áreas de atuação - Engenharia e Consultoria
29%
Até R$ 10 milhões
29%
Acima de R$ 1 bilhão
Outros
7% 14%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão 7%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
10%
Projetos de infraestrutura
Números do mercado brasileiro de empresas de engenharia e consultoria
o faturamento tenha sido de até R$10 milhões; outros 29% estimam
Percepção sobre o tamanho anual total do mercado de instalação e manutenção elétrica
Setor da construção civil desaquecido
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 7%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 7%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
As empresas entrevistadas preveem um crescimento de 11% em
2019, um pouco acima da média do ano passado, que foi de 9%. Já o percentual de contratação de funcionários deve girar em torno de 11%.
18% Eólica 23% Atmosferas explosivas 23% Instrumentação e controle 29% Cabeamento estruturado 36% Energia solar fotovoltaica 38% Telecomunicações 46% Alta tensão 48% SPDA 57% Automação 70% Média tensão 89% Baixa tensão 91%
59
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Apenas 5% afirmaram apresentar resultados de R$5 milhões a R$10
Principais segmentos de atuação - Engenharia e Consultoria
23% 23% 25%
milhões. Faturamento bruto anual das empresas (em 2018)
Outros
13%
Transmissão, geração e distribuição Residencial
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 16%
Serviços
72% 87% 94%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
Comercial Industrial
58%
5%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
Assim como na pesquisa feita com empresas de instalação e
Até R$ 3 milhões
8%
De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões
manutenção, os principais clientes das empresas de engenharia e consultoria também são indústrias em geral. Em segundo lugar, estão as construtoras.
Principais clientes
2019, sendo que o crescimento em 2018 comparado ao ano anterior
As empresas consultadas pela pesquisa projetam crescer 9% em
é de 14%. Previsão de crescimento das empresas para 2017
10% Outros Comércio
29% Condomínios 32% Empresas de manutenção 36% Fabricantes de produtos e equipamentos elétricos 37% Instaladoras 46% Concessionárias de energia elétrica 47% Outras empresas de engenharia 61% Construtoras 72% Indústrias 95% em geral
Percentual de contratação de funcionários empresa em 2019 6% de suaPrevisão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado 8% Percentual para sua empresa 9% em 2019 Crescimento da sua empresa 2018 comparado ao ano 14% em anterior
A retomada dos investimentos, a desaceleração da economia
brasileira e a falta de confiança de investidores deverão influenciar de
Sobre a percepção referente ao tamanho anual total do Mercado
de Engenharia e Consultoria no setor elétrico no ano passado em milhões, 33% das entrevistas acreditam que o faturamento seja de
forma mais significativa esse mercado. Fatores que devem influenciar o mercado de engenharia e consultoria em 2019
R$500 milhões a R$1 bilhão e 19% apostam que o faturamento gire
Outros
Tamanho anual total do mercado de engenharia elétrica e consultoria 5%
Acima de R$ 1 bilhão
Retomada dos investimentos
16%
Até R$ 10 milhões
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões 8%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões 11%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
7%
Bom momento econômico do país
3%
5%
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
Programas de incentivo do governo
21%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões 33%
4%
1%
de R$100 milhões a R$200 milhões.
19%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Para 58% das empresas, o faturamento bruto anual em milhões de
R$ em 2018 foi de até R$3 milhões, diferentemente do que apontou a pesquisa do ano passado, quando o percentual foi de 77% delas.
14% 12%
Falta de confiança de investidores 4%
Falta de normalização e/ ou legislação 6%
Incentivos por força de legislação ou normalização 10%
Crise política
Desaceleração da economia brasileira 6%
Setor da construção civil aquecido 9%
Setor da construção civil desaquecido 6%
Projetos de infraestrutura
60
Pesquisa - Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação
MG
X
São Bernardo do Campo
SP
X
ENGECRIM
(92) 3642-3938 www.engecrim.com.br
Manaus
AM
X
X
ENGEPARC
(31) 3295-5211 www.engeparc.com.br
BELO HORIZONTE
MG
X
X
RECIFE
PE
X
X X
ESC ENG. DE SIS. DE CONTROLE (81) 3974-7474 www.esc.com.br
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
(73) 3525-3407 esoengenharia@yahoo.com.br
JEQUIÉ
BA
X
Fox Engenharia
(61) 2103-5555 www.foxengenharia.com.br
Brasília
DF
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fox Engenharia
(19) 3237-5511 www.foxengenharia.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fox Engenharia
(11) 2689-6279 www.foxengenharia.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fox Engenharia
(83) 3044-5519 www.foxengenharia.com.br
João Pessoa
PB
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fox Engenharia
(83) 3044-5519 www.foxengenharia.com.br
Natal
RN
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fox Engenharia
82-33388016
Maceió
AL
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
GPS Eng. e Consultoria
(85) 3217-3275 www.gpsengenharia.com
Fortaleza
CE
X
X
X
X
X
X
X
X
INTELLI STORM
(16) 3826-1411 www.intellistorm.com.br
ORLÂNDIA
SP
X
X
X
X
INTELLI STORM
(16) 3826-1411 www.intellistorm.com.br
ORLÂNDIA
SP
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
IOCH ENG. SIMULTÂNEA
(47) 3028-7770 www.ioch.com.br
Joinville
SC
X
JTR ENG. E INSTALAÇÕES
(11) 5054-1040 www.jtrengenharia.com.br
São Paulo
SP
X
Maex Engenharia
(19) 3455-5266 www.maexengenharia.com.br
Santa Bárbara D'Oeste
SP
X
X
X
X X
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
Megatech Consultoria
(19) 97106-9115 www.megtc.com.br
Americana
SP
X
NLeme Engenharia Elétrica
(11) 4033-3286 www.nleme.com.br
Bragança Paulista
SP
X
Para-Raios Transiente
(51) 3587-2587 www.transiente.com.br
Novo Hamburgo
RS
X
PERONDI ENGENHARIA
(47) 3026-2222 www.perondiengenharia.com.br
JOINVILLE
SC
X
Proerg Eng. e Projetos
(31) 3372-4555 www.proerg.com.br
Belo Horizonte
MG
X
PXM Engenharia
(12) 3622-1122 www.pxm.com.br
Taubaté
SP
X
PXM ENGENHARIA
(12) 99783-3344 www.pxm.com.br
Taubaté
SP
RD3 ENGENHARIA
(21) 3489-1247 www.rd3engenharia.com.br
Rio de Janeiro
RJ
REVIMAQ
(11) 4531-8181 www.revimaq.com
JUNDIAÍ
SP
RS ENGENHARIA
(14) 3301-2505 stroppa@terra.com.br
Marília
SP
X
Rumo Eng. & Seg. Trabalho
(15) 99742-9819 www.rumoseg.com.br
Sorocaba
SP
X
Solfus Engenharia
(41) 3362-6201 solfus@solfus.com.br
Curitiba
PR
X
X
X
STDE Engenharia
(11) 3757-5757 www.stde.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
Tereme Engenharia
(27) 3228-2320 www.tereme.com.br
Serra
ES
X
X
X
Tereme Engenharia
(27) 3228-2320 www.tereme.com.br
Camaçari
BA
X
X
X
Tese Projetos
(31) 3254-8000 www.teseprojetos.com.br
BELO HORIZONTE
MG
X
X
TRACTEBEL
(31) 3249-7600 www.tractebel-engie.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
X
X
X
TRACTEBEL
(31) 2199-8800 www.tractebel-engie.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
X
TRACTEBEL
(48) 2108-8000 www.tractebel-engie.com.br
Florianópolis
SC
X
X
X
X
TRACTEBEL
(91) 3085-6005 www.tractebel-engie.com.br
Altamira
PA
X
X
X
TRACTEBEL
(61) 2106-6800 www.tractebel-engie.com.br
Brasília
DF
X
X
X
W2Brison ProJ. Elétricos
(35) 3332-2018 w2brison@ig.com.br
São Lourenço
MG
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
ESO ENGENHARIA
www.foxengenharia.com.br
Outros
Belo Horizonte
(11) 2598-6559 www.dlameza.eng.br
X
X
Treinamento
(31) 97131-3708 www.deslandes.com.br
DLameza Engenharia
X
X
Laudos técnicos
Deslandes Eng. e Cons.
X
X
Execução de obras
X
X
X
Direção de obras
SP
Fiscalização de obras
São Paulo
Pesquisa, experimentação e ensaios
(11) 2081-8130 www.dalo.com.br
X
X
Ensino
Dalo Eletrotécnica
Divulgação técnica
X
X
X
Perícias
X
PR
X
X
Vistorias
MG
Ponta Grossa
X
Avaliações
UBERLÂNDIA
(42) 3236-0100 www.ccpg.eng.br
Análises
(34) 3210-0342 WWW.BELUT.COM.BR
CCPG Engenharia
Consultoria
BELUT ENGENHARIA
X
Projetos
X
Centro - Oeste
X
Estado
Florianópolis
Tipos de serviços
Estudos
SP
Cidade
Norte
X
São Carlos
Site
Nordeste
X
(16) 3411-3129 www.aranatech.com.br
Telefone
ACR Tecnologia em Energia (48) 3269-5559 www.acrtecnologia.srv.br
Sul
Instalação e Manutenção Elétrica
SC
Aranatech Eng. de Energia
EMPRESA
Sudeste
Engenharia e Consultoria Elétrica
Regiões de atendimento
Pareceres
Atividade da empresa
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
61
O Setor Elétrico / Julho de 2019
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
Condomínios
ISO 14001 (ambiental)
Comércio
ISO 9001 (qualidade)
Fabricantes de produtos e equipamentos elétricos
Outros
Empresas de manutenção
Outras empresas de engenharia
Outros
Transmissão, geração e distribuição
1997
X
X
X
X
1997
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1997
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1997
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1997
X
X
X
X
X
1999
X
X
X
X
X
X
X
X
2011
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
2004
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
2004
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
2001
X
X
X
1995
X
X
2001
X
X
2008
X
X
2008
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
2019 X
X X
X
X
1998
2010
X
X
X
1992 X
X
X
X X
2009
X X
X
1989
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
1999
X
X
X
X
X
1990
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
2001
1997
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
2003
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1994
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
2006
X
X
X
2007
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
2000
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X X
X
Ano de início de atividades da empresa
X
X
Compra produtos, equipamentos, componentes, etc.
X
X
X
Especifica produtos, equipamentos, componentes, fornecedores
X
X
X
X
Programas na área de responsabilidade social
X
X
X
X
Instaladoras
X
X
X
X
Construtoras
X
X
X
Eólica
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Indústria em geral
X
X
X
SPDA
Energia solar fotovoltaica
Atmosferas explosivas
X
Concessionárias de energia elétrica
X
X
X
X
Serviços
X
X
X
X
X
X
X
Possui Certificado ISO
Principais clientes
X
Industrial
X
X
Comercial
X
X
Outras
X
X
Segmentos de atuação
Residencial
X
Telecomunicações
Instrumentação e controle
X
X
Cabeamento estruturado
X
Automação
Alta tensão
Média tensão
Baixa tensão
Áreas de atuação
2004 1987
X
2016
X
X
X
1975
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1965
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1965
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1965
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1965
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1965
X
X
X
62
Pesquisa - Empresas de engenharia, consultoria, manutenção e instalação
X
SP
X
ENGECRIM
(92) 3642-3938 www.engecrim.com.br
Manaus
AM
X
X
ENGEPARC
(31) 3295-5211 www.engeparc.com.br
BELO HORIZONTE
MG
X
X
RECIFE
PE
X
X X
ESC ENG. DE SIS. DE CONTROLE (81) 3974-7474 www.esc.com.br
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
(73) 3525-3407 esoengenharia@yahoo.com.br
JEQUIÉ
BA
X
Fox Engenharia
(61) 2103-5555 www.foxengenharia.com.br
Brasília
DF
X
X
X
X
Fox Engenharia
(19) 3237-5511 www.foxengenharia.com.br
Campinas
SP
X
X
X
X
Fox Engenharia
(11) 2689-6279 www.foxengenharia.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
Fox Engenharia
(83) 3044-5519 www.foxengenharia.com.br
João Pessoa
PB
X
X
X
X
Fox Engenharia
(83) 3044-5519 www.foxengenharia.com.br
Natal
RN
X
X
X
X
Fox Engenharia
82-33388016
Maceió
AL
X
X
X
X
GPS Eng. e Consultoria
(85) 3217-3275 www.gpsengenharia.com
Fortaleza
CE
X
INTELLI STORM
(16) 3826-1411 www.intellistorm.com.br
ORLÂNDIA
SP
X
X
INTELLI STORM
(16) 3826-1411 www.intellistorm.com.br
ORLÂNDIA
SP
X
X
X
X
IOCH ENG. SIMULTÂNEA
(47) 3028-7770 www.ioch.com.br
Joinville
SC
X
JTR ENG. E INSTALAÇÕES
(11) 5054-1040 www.jtrengenharia.com.br
São Paulo
SP
X
Maex Engenharia
(19) 3455-5266 www.maexengenharia.com.br
Santa Bárbara D'Oeste
SP
X
X
Megatech Consultoria
(19) 97106-9115 www.megtc.com.br
Americana
SP
X
X
NLeme Engenharia Elétrica
(11) 4033-3286 www.nleme.com.br
Bragança Paulista
SP
X
Para-Raios Transiente
(51) 3587-2587 www.transiente.com.br
Novo Hamburgo
RS
X
PERONDI ENGENHARIA
(47) 3026-2222 www.perondiengenharia.com.br
JOINVILLE
SC
X
Proerg Eng. e Projetos
(31) 3372-4555 www.proerg.com.br
Belo Horizonte
MG
X
PXM Engenharia
(12) 3622-1122 www.pxm.com.br
Taubaté
SP
X
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X X X
PXM ENGENHARIA
(12) 99783-3344 www.pxm.com.br
Taubaté
RD3 ENGENHARIA
(21) 3489-1247 www.rd3engenharia.com.br
Rio de Janeiro
RJ
REVIMAQ
(11) 4531-8181 www.revimaq.com
JUNDIAÍ
SP
RS ENGENHARIA
(14) 3301-2505 stroppa@terra.com.br
Marília
SP
X
X
Rumo Eng. & Seg. Trabalho
(15) 99742-9819 www.rumoseg.com.br
Sorocaba
SP
X
X
Solfus Engenharia
(41) 3362-6201 solfus@solfus.com.br
Curitiba
PR
X
X
X
STDE Engenharia
(11) 3757-5757 www.stde.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
Tereme Engenharia
(27) 3228-2320 www.tereme.com.br
Serra
ES
X
X
X
X
Tereme Engenharia
(27) 3228-2320 www.tereme.com.br
Camaçari
BA
X
X
X
X
Tese Projetos
(31) 3254-8000 www.teseprojetos.com.br
BELO HORIZONTE
MG
X
X
TRACTEBEL
(31) 3249-7600 www.tractebel-engie.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
X
X
X
TRACTEBEL
(31) 2199-8800 www.tractebel-engie.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
X
X
TRACTEBEL
(48) 2108-8000 www.tractebel-engie.com.br
Florianópolis
SC
X
X
X
X
X
TRACTEBEL
(91) 3085-6005 www.tractebel-engie.com.br
Altamira
PA
X
X
X
X
X
TRACTEBEL
(61) 2106-6800 www.tractebel-engie.com.br
Brasília
DF
X
X
X
X
X
W2Brison ProJ. Elétricos
(35) 3332-2018 w2brison@ig.com.br
São Lourenço
MG
SP
X
X
X
X
ESO ENGENHARIA
www.foxengenharia.com.br
X
X
X
X
Instrumentação e controle
MG
São Bernardo do Campo
X
X
Automação
Belo Horizonte
(11) 2598-6559 www.dlameza.eng.br
X X
X
Alta tensão
(31) 97131-3708 www.deslandes.com.br
DLameza Engenharia
X
Média tensão
Deslandes Eng. e Cons.
X
X
Baixa tensão
X
X
X
Outros
SP
X
X
Ensaios e análises
São Paulo
X
X
Montagens
(11) 2081-8130 www.dalo.com.br
X
X
Reparos
X
Dalo Eletrotécnica
X
Áreas de atuação
Direção de obra
X
PR
Vistorias
MG
Ponta Grossa
Manutenção
UBERLÂNDIA
(42) 3236-0100 www.ccpg.eng.br
Operação
(34) 3210-0342 WWW.BELUT.COM.BR
CCPG Engenharia
Consultoria
BELUT ENGENHARIA
X
Instalação
X
Tipos de serviços
Projeto
X
Estado
Florianópolis
Centro - Oeste
SP
Cidade
Norte
X
São Carlos
Site
Nordeste
X
(16) 3411-3129 www.aranatech.com.br
Telefone
ACR Tecnologia em Energia (48) 3269-5559 www.acrtecnologia.srv.br
Sul
Instalação e Manutenção Elétrica
SC
Aranatech Eng. de Energia
EMPRESA
Sudeste
Engenharia e Consultoria Elétrica
Regiões de atendimento
Fiscalização de obra
Atividade da empresa
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1984
X
X
X
X
X
X
X
X
X
1984
X
X
X
X
1987
X
X X
X X
X
X
X
X Serviços
X X X X
X X X
X
X
X X X X
X X X
X X X
X X
X X X X
X X X X
X X X X X X
X X X X X X
X X X
X
X
X
X
X
X X
X
X
Indústrias em geral Construtoras Empresas de engenharia Empresas de manutenção. Comércio Condomínios
X X X X X X X
X X X X
X X
X X
X X X
X X X
X X X
X X
X X X
X X X
X X
X X
X
X
X
X
X
X X X X 2001
X X X X 1990
X X 2011
X X X 2001
X X X 2008
X X X 1998
X X 1998
X X X 1979
X
X
X
X
2016
X
X X
X
X
Ano de inicio de atividades da empresa
X
Compra produtos, equipamentos, componentes, etc
X
Especifica produtos, equipamentos, componentes, fornecedores
X
X
Possui Certificado ISO
Programas na area de responsabilidade social
X
ISO 14001 (ambiental)
Principais clientes
ISO 9001 (qualidade)
Segmentos de atuação
Outros
Concessionárias de energia elétrica
Outros
Áreas de atuação
Transmissão, geração e distribuição
Comercial
X Industrial
X Residencial
Outras
Eólica
Energia solar fotovoltaica
SPDA
Atmosferas explosivas
Telecomunicações
Cabeamento estruturado
O Setor Elétrico / Julho de 2019
63
X X X 2000
X X 2007
X X X 2015
X X X 1973
X
X
64
Tec
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Timothy Baxter | shutterstock.com
Por Alexandre Piantini*
Sobretensões Atmosféricas em Redes de Baixa Tensão
Tec 65
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Este trabalho apresenta os principais
aproximadamente 75% das descargas
eliminar a falta (PIANTINI, 2008).
mecanismos através dos quais as descargas
atmosféricas (RAKOV, 2007). Ainda
atmosféricas podem gerar distúrbios
assim, o número de estudos a respeito
disruptivas, uma estimativa grosseira
eletromagnéticos em redes de distribuição de
de tais fenômenos é bem inferior àquele
do nível da sobretensão pode ser obtida,
baixa tensão.
correspondente às descargas nuvem-solo,
desprezando-se os efeitos de propagação,
cujos efeitos deletérios têm impacto bem
multiplicando-se a corrente total da descarga
mais significativo à sociedade de modo geral
pela impedância de terra equivalente.
e ao setor elétrico em particular. O principal
Entretanto, mesmo no caso de um valor
e dispositivos eletrônicos sensíveis a
interesse prático nas descargas em nuvem
baixo da impedância de terra efetiva –
interferências, o crescimento do nível de
está relacionado à proteção de aeronaves,
10Ω, por exemplo –, as amplitudes das
exigência dos consumidores e os prejuízos
embora o curto intervalo de tempo entre
tensões resultantes – 100kV no exemplo
decorrentes de problemas de qualidade de
os pulsos das tensões induzidas por tais
acima -, serão muito superiores ao nível
energia têm enfatizado a importância de se
descargas possa provocar degradação, danos
de suportabilidade da linha a impulsos
conhecer as características dos distúrbios em
e falhas de componentes eletrônicos de
atmosféricos, o que irá provocar novas
redes de baixa tensão. Em função da baixa
equipamentos sensíveis conectados à rede de
descargas disruptivas.
suportabilidade das isolações dessas redes,
baixa tensão.
I - INTRODUÇÃO A proliferação de equipamentos
uma parcela significativa das perturbações são causadas por descargas atmosféricas. Os transitórios atmosféricos em sistemas
III - DESCARGAS DIRETAS Quando uma descarga incide em uma
Após a ocorrência das descargas
Em geral, as redes de baixa tensão não são tão sujeitas a descargas diretas devido aos seus comprimentos relativamente curtos e, principalmente, à blindagem
de baixa tensão podem ser produzidos por
linha de distribuição, a corrente injetada no
proporcionada pela rede primária, pelas
diversos mecanismos, os quais podem ser
condutor divide-se no ponto de impacto,
árvores e pelas estruturas localizadas em suas
classificados conforme as seguintes categorias
dando origem a duas ondas de tensão que
proximidades. Entretanto, em algumas áreas
(PIANTINI, 2010):
se propagam em sentidos contrários. A
rurais e semiurbanas pode haver linhas de
amplitude prospectiva dessas tensões pode
baixa tensão expostas com comprimentos
• Descargas intranuvem e entre nuvens;
ser estimada através do produto da corrente
superiores a 1000m e, no caso de descargas
• Descargas diretas no sistema de baixa
que flui em cada sentido (metade da corrente
diretas, as sobretensões resultantes podem
tensão (tanto nos condutores da rede como
da descarga) pela impedância de surto da
danificar equipamentos não protegidos
nas instalações de uso final, incluindo os
linha, que normalmente fica na faixa de
conectados à rede.
sistemas de proteção contra descargas
400Ω a 550Ω. Assim, considerando uma
atmosféricas – SPDAs);
impedância de 400Ω e uma descarga com
proteção ou em outras partes de uma
• Transferência da rede primária;
corrente de 10 kA, cuja probabilidade de ser
instalação de uso final provoca uma elevação
• Descargas indiretas (descargas nuvem-solo,
excedida é superior a 90% (ANDERSON;
do potencial de terra que pode levar à
incluindo descargas a árvores e estruturas
ERIKSSON, 1979), a sobretensão
operação dos dispositivos de proteção
próximas à rede).
correspondente é de 2000 kV, muito acima
contra surtos ou a descargas disruptivas
do nível de suportabilidade da linha.
entre a estrutura e os condutores da rede
Como consequência, descargas disruptivas
elétrica. Em ambas as situações uma parcela
respeito de cada um desses mecanismos de
ocorrerão entre os condutores e entre
da corrente da descarga será injetada na
geração de surtos por descargas atmosféricas.
estes e a terra em vários pontos da linha,
linha, produzindo sobretensões que irão se
ocasionando diversas reflexões das ondas
propagar pela rede. Essa parcela dependerá
de tensão e de corrente, assim como uma
principalmente da impedância relativa da
redução da impedância efetiva de terra. Os
linha em relação às impedâncias de todos os
consumidores próximos ao local do evento
outros possíveis caminhos para a corrente,
e nuvem-ar (cloud discharges) têm duração
sofrerão um afundamento de tensão durante
como o sistema de aterramento local,
típica entre 200ms e 500ms (COORAY,
o curto-circuito e uma interrupção de curta
tubulações metálicas e linhas telefônicas.
2003) e representam, globalmente,
duração quando da atuação do disjuntor para
Apresenta-se a seguir, uma discussão a
II - DESCARGAS INTRANUVEM E ENTRE NUVENS As descargas intranuvem, entre nuvens
Uma descarga direta no sistema de
No caso de incidência de descarga
Tec
66
O Setor Elétrico / Julho de 2019
dos surtos transferidos têm ampla faixa de variação e dependem do local de incidência,
KANASHIRO, 2002).
V - DESCARGAS INDIRETAS
Em geral, as redes de
ponto de observação, configuração da rede
baixa tensão não são
da descarga, além das características
o solo ou algum objeto nas proximidades
do transformador e dos dispositivos de
de uma rede de baixa tensão, as tensões
proteção. As sobretensões em redes de baixa
que surgem nos condutores podem ser
diretas devido aos
tensão decorrentes de descargas diretas no
subdivididas de acordo com os seguintes
seus comprimentos
primário foram estudadas, por exemplo,
componentes (PIANTINI, 2010):
em (PIANTINI; KANASHIRO; PIANTINI,
tão sujeitas a descargas
relativamente curtos
e amplitude e forma de onda da corrente
2010; PIANTINI et al., 2014). A avaliação das tensões transferidas da
Quando uma descarga atmosférica atinge
• Tensões transferidas da rede primária, como mencionado no item IV;
e, principalmente, à
rede de média tensão devido a descargas
• Tensões associadas à parcela da corrente
blindagem proporcionada
incidentes nas suas proximidades requer
da descarga interceptada pelos pontos de
o conhecimento das tensões induzidas
aterramento do condutor neutro;
pela rede primária, pelas
no primário do transformador e do
• Tensões induzidas “diretamente”, devido ao
comportamento deste em função da
acoplamento eletromagnético entre a linha e
árvores e pelas estruturas
frequência. Este tópico foi abordado em
o canal da descarga.
localizadas em suas
1999) para o caso de transformadores em
proximidades.
na rede primária, parte da corrente da
(PIANTINI, 1997; PIANTINI; MALAGODI, No que tange às tensões associadas à
vazio; a presença da linha de baixa tensão foi
parcela da corrente da descarga interceptada
considerada em (De Conti, A.; Visacro; 2005;
pelos pontos de aterramento do neutro,
BORGHETTI et al., 2009; PIANTINI, 2010;
a partir de experimentos realizados no
PIANTINI et al., 2013).
"International Center for Lightning Research
Um modelo adequado para
and Testing" (ICLRT) em Camp Blanding,
descarga será injetada no condutor neutro,
representação do transformador é essencial
Florida, EUA, utilizando foguetes para
ocasionando sobretensões na rede de baixa
para a avaliação de surtos transferidos.
provocar descargas, Rakov e Uman (2003)
tensão.
Uma forma relativamente comum de se
verificaram que, quando a descarga incide
simular o transformador é através do
a algumas dezenas de metros da linha,
circuito PI puramente capacitivo, no qual
uma parcela substancial da corrente total
são representadas as capacitâncias C1 (entre
pode entrar no sistema pelos pontos de
IV - TRANSFERÊNCIA DA REDE PRIMÁRIA Sobretensões em redes de baixa tensão
o primário e o tanque, aterrado), C2 (entre
aterramento do condutor neutro. Em três
podem ser originadas no circuito primário
o secundário e o tanque, aterrado), e C12
casos mencionados, nos quais as distâncias
em situações envolvendo tanto descargas
(entre o primário e o secundário). Esse
entre a linha e o local de impacto foram
diretas como indiretas. Em ambos os casos
circuito, no entanto, não é apropriado para
de 60m, 40m e 19m, os valores de pico das
o transformador desempenha um papel
a análise de surtos transferidos, uma vez
correntes injetadas no sistema a partir das
importante na transferência dos surtos à rede
que as tensões previstas são grandemente
suas ligações à terra variaram na faixa de 5%
secundária.
superestimadas. Conforme mostrado
a 18% do valor de pico da corrente total da
em PIANTINI, 2010, o valor absoluto da
descarga.
A incidência de descargas diretas nos condutores do circuito primário produz
relação entre os valores de pico das tensões
Por sua vez, as tensões induzidas
sobretensões na rede de baixa tensão devido
calculada – usando o circuito PI capacitivo
“diretamente” têm sido objeto de um
à transferência via transformador e à injeção
– e medida pode chegar a aproximadamente
número crescente de pesquisas, dada a sua
de corrente no neutro. Esta última se deve
20. Além disso, não apenas as amplitudes,
importância em termos tanto de amplitudes
à elevação do potencial de terra causada
mas também as formas de onda das
como de frequência de ocorrência (Clement;
pelo fluxo de corrente através da resistência
tensões diferem substancialmente, o que
Michaud, 1993; HOIDALEN, 1998;
de terra após a operação de para-raios do
destaca a importância de utilização de
PIANTINI; JANISZEWSKI, 1999, 2010;
primário e/ou ocorrência de descargas
modelos adequados para a representação
SILVA NETO; PIANTINI, 2005; PIANTINI,
disruptivas nos isoladores. As características
de transformadores (PIANTINI e
2008, 2010; DE CONTI; SILVEIRA;
Tec 67
O Setor Elétrico / Julho de 2019
VISACRO, 2012; PIANTINI et al., 2013). Em (Clement; Michaud, 1993), são relatados resultados obtidos em experimentos com descargas provocadas por foguetes e medições simultâneas de tensões induzidas em uma linha aérea de baixa tensão com 210m de comprimento e condutores trançados. Uma das extremidades da linha foi ligada a um transformador, enquanto que a outra foi conectada a um cabo subterrâneo de 60m de comprimento, terminado por para-raios de baixa tensão. O local de incidência da descarga – foram
Figura 1 – Tensões induzidas nos terminais de baixa tensão do transformador para correntes típicas da primeira descarga (FS) e de descargas subsequentes (SS). Adaptada de (PIANTINI, 2010). a) fase-terra b) fase-neutro
realizados 12 lançamentos – variou entre
de baixa tensão por descargas indiretas. A
diferença entre o cabo multiplexado
uma torre próxima à terminação do cabo
partir de medidas de resposta em frequência,
e a rede convencional (“rede aberta”)
e a uma distância de 50m desse ponto.
foram propostos modelos simples para
é que o primeiro é caracterizado por
As tensões induzidas foram medidas nos
as impedâncias de entrada de instalações
um acoplamento bem mais forte entre
terminais de baixa tensão do transformador.
de consumidores e transformadores de
os condutores, que estão muito mais
As amplitudes das correntes das descargas
distribuição típicos e investigadas as suas
próximos. Quanto maior for a impedância
variaram na faixa de 4kA a 50kA, tendo os
influências sobre as tensões induzidas em
de surto mútua entre os condutores fase
valores máximos das tensões fase-terra e
sistemas TN e IT simples. A análise mostrou
e o neutro, menores serão as amplitudes
neutro-terra correspondentes ficado na faixa
que as amplitudes das tensões são fortemente
das tensões induzidas. Se o cabo é
de 2kV a 12kV.
dependentes da carga.
multiplexado os condutores são trançados
Uma investigação sobre o fenômeno foi
As influências de vários parâmetros nas
e a sua impedância varia ao longo da linha.
realizada por Hoidalen (1998), na qual se
tensões induzidas por descargas indiretas
Entretanto, sendo a distância entre os
discutiu o efeito da condutividade finita do
foram avaliadas por Piantini e Janiszewski
condutores muito menor que suas alturas
solo sobre as tensões induzidas. A análise
(1999) para o caso de uma linha monofásica
em relação ao solo, essa variação é pequena
fez uso do modelo de acoplamento de
com 300m de comprimento. Em (SILVA
e, em casos práticos, pode ser desprezada.
Agrawal, Price e Gurbaxani (1980) para o
NETO; PIANTINI, 2005), foi considerado o
As simulações, realizadas por meio do
cálculo das tensões induzidas em sistemas
caso de uma linha multiplexada. A principal
Extended Rusck Model – ERM (Piantini,
68
Tec
O Setor Elétrico / Julho de 2019
1997, PIANTINI; JANISZEWSKI, 1998), mostraram que as tensões induzidas têm grande impacto no desempenho de redes de distribuição de baixa tensão frente a descargas atmosféricas. A título de ilustração, a Figura 1 apresenta as tensões induzidas fase-terra e fase-neutro nos terminais de baixa tensão de um transformador de distribuição de uma rede de distribuição trifásica típica,
Figura 2 – Configuração da rede de baixa tensão.
considerando correntes representativas da primeira descarga ("first stroke", FS) e de descargas subsequentes ("subsequent strokes", SS). A linha tem 1km de comprimento e a distância entre os pontos de aterramento do neutro é de 200m, como indicado na Figura 2. As amplitudes das correntes são 30kA (FS) e 12kA (SS), as quais apresentam probabilidade de 50% de serem excedidos (ANDERSON; ERIKSSON, 1979). A velocidade propagação é igual a 60% da velocidade da luz no vácuo. Os tempos de frente equivalentes (tf30) das
Figura 3 – Tensões induzidas nos terminais de baixa tensão do transformador para correntes com forma de onda triangular com diferentes tempos de frente (tf). Adaptada de (PIANTINI, 2010). Curva 1: tf = 0.5μs; curva 2: tf = 1.0μs ; curva 3: tf = 2.0μs. a) fase-terra b) fase-neutro
correntes são de aproximadamente 4,9μs e
são caracterizadas por amplitudes maiores,
0,5μs para a corrente da primeira descarga e
tempos de frente mais curtos e oscilações
da descarga subsequente, respectivamente.
mais pronunciadas.
Esse parâmetro é definido como o tempo até
As tensões fase-terra e neutro-terra (não
a crista de uma corrente com frente linear
mostradas na figura) tendem a atingir seus
que tem o mesmo intervalo de tempo entre
valores máximos em um instante fortemente
os pontos correspondentes a 30% e 90% do
relacionado ao tempo da frente da corrente
valor máximo. O solo foi assumido como
da descarga. No entanto, as reflexões que
perfeitamente condutor. Detalhes adicionais
ocorrem no transformador e nas entradas das
das simulações são apresentados em
instalações de baixa tensão também podem
(PIANTINI, 2010).
ter um efeito apreciável no tempo de frente
Na Figura 3 são comparadas as tensões
das tensões fase-terra, especialmente quando
fase-terra e fase-neutro nos terminais de
o tempo de frente da corrente é maior que o
baixa tensão do transformador para correntes
tempo de propagação das ondas refletidas.
com amplitude de 12kA e formas de onda
Por essa razão, o tempo de crista da tensão
triangulares. São considerados tempos de
correspondente ao caso de tf = 2μs (curva 3
frente (tf, que para uma forma de onda
da Figura 3a) é menor que o tempo de frente
triangular, correspondem ao tempo até a
da corrente. A influência do tempo de cauda
crista) de 0,5μs, 1μs e 2μs, sendo o tempo
da corrente é muito pequena e geralmente
até o meio valor, na cauda, igual a 50μs
pode ser desprezada.
em todos os casos. O tempo de frente da corrente influencia significativamente tanto a amplitude quanto a forma de onda da tensão
VI - CONCLUSÕES As descargas atmosféricas causam
induzida. Tensões induzidas associadas a
vários problemas de qualidade de energia
correntes com tempos de subida mais curtos
e geralmente têm impacto considerável no
número de danos e falhas de equipamentos, afundamentos de tensão e interrupções de fornecimento de energia. Devido ao uso generalizado e à crescente dependência da operação contínua de equipamentos eletrônicos sensíveis, tem havido uma crescente conscientização sobre a importância de mitigação desses efeitos. Neste artigo, foram apresentados e discutidos os principais mecanismos de geração de sobretensões atmosféricas em redes de baixa tensão, com ênfase nos surtos induzidos por descargas indiretas, que são os mais importantes por conta de suas amplitudes e frequências de ocorrência. As magnitudes e formas de onda desses surtos dependem consideravelmente de muitos parâmetros da corrente da descarga e da configuração da rede, bem como das características do solo.
VII - REFERÊNCIAS AGRAWAL, A. K.; PRICE, H. J.; GURBAXANI, S. Transient response of a multiconductor transmission line excited by
Tec 69 a nonuniform electromagnetic field. IEEE Transactions on Electromagnetic Compatibility, v. 22, p. 119-129, 1980. ANDERSON, R. B.; ERIKSSON, A. J. Lightning parameters for engineering application. Electra, 1979, n. 69, p. 65-102. BORGHETTI, A.; MORCHED, A. S.; NAPOLITANO, F.; NUCCI, C. A.; PAOLONE, M. Lightning-induced overvoltages transferred through distribution power transformers. IEEE Transactions on Power Delivery, v. 24, n. 1, p. 360-372, Jan. 2009. CLEMENT, M. and MICHAUD, J. Overvoltages on the low voltage distribution networks. Origins and characteristics. Consequences upon the construction of Electricite de France networks. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON ELECTRICITY DISTRIBUTION, 12. Birmingham, Proceedings. CIRED. London: IEE, 1993. p. 2.16.1-2.16.6. COORAY, V. The mechanism of the lightning flash. In ________, The Lightning Flash. London: IEE, 2003. Cap. 4, p. 127-239. (IEE Power Engineering Series, 34). DE CONTI, A.; SILVEIRA, F. H.; VISACRO, S. Lightning overvoltages on complex low-voltage distribution networks. Electric Power Systems Research, v. 85, p. 7–15, Apr. 2012. DE CONTI, A.; VISACRO, S. Evaluation of lightning surges transferred from medium voltage to low-voltage networks. IEE Proc.Gener. Transm. Distrib., v. 152, n. 3, p. 351-356, 2005. HOIDALEN, H. K. Lightning-induced voltages in low-voltage systems and its dependency on overhead line terminations. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LIGHTNING PROTECTION, 24., Proceedings. ICLP, Birmingham, 1998, p. 287-292. PIANTINI, A. Tensões induzidas por descargas atmosféricas em linhas aéreas, rurais e urbanas, considerando diferentes métodos de proteção - modelagens teórica e experimental e aplicação ao cálculo de interrupções. São Paulo, 1997. 316 p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. PIANTINI, A. Lightning protection of overhead power distribution lines. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LIGHTNING PROTECTION, 29., Uppsala. Proceedings. ICLP. Uppsala:, 2008, p. 1-1-1 –
1-1-29. (Invited Lecture 4). PIANTINI, A. Lightning protection of lowvoltage networks. In: COORAY, V. Lightning Protection. London: IET, 2010. Cap. 12, p. 553634. (IET Power and Energy Series, 58). PIANTINI, A.; CARVALHO, T. O.; OBASE, P. F.; JANISZEWSKI, J. M.; SANTOS, G. J. G.; FAGUNDES, D. R. The influence of surge arrester location on over-voltages caused by direct lightning strikes to MV lines. Journal of Energy and Power Engineering, v. 8, p. 508514, 2014. PIANTINI, A. et al. Lightning protection of low-voltage networks. Paris: CIGRÉ, 2013. 81 p. CIGRE Working Group C4.408. Technical Brochure 550. Aug. 2013. PIANTINI, A.; JANISZEWSKI, J. M. Induced voltages on distribution lines due to lightning discharges on nearby metallic structures. IEEE Transactions on Magnetics, v. 34, n. 5, p. 2799-2802, 1998. PIANTINI, A.; JANISZEWSKI, J. M. Lightning induced overvoltages on low-voltage lines. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 5., São Paulo. Proceedings. SIPDA. 1999. p. 234-239. PIANTINI, A.; JANISZEWSKI, J. M. Lightning induced voltages on low-voltage lines with different configurations. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LIGHTNING PROTECTION, 30., 2010, Cagliari. Proceedings. ICLP 2010. p. Session 3A paper 1374 /1-7. PIANTINI, A.; KANASHIRO, A. G. A distribution transformer model for calculating transferred voltages. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LIGHTNING PROTECTION, 26., 2002, Cracow. Proceedings. ICLP. Cracow: Association of Polish Electrical Engineers, 2002. p. 430-434. PIANTINI, A.; KANASHIRO, A. G.; OBASE, P. F. Lightning surges transferred to the low-voltage network. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 7., 2003, Curitiba. Proceedings. SIPDA. p. 216-221. PIANTINI, A.; MALAGODI, C. V. S. Voltages transferred to the low-voltage side of distribution transformers due to lightning discharges close to overhead lines. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 5., São Paulo, 1999. Proceedings. SIPDA. p. 201-205.
RAKOV, V. A. Lightning phenomenology and parameters important for lightning protection. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 9., Foz do Iguaçu, Proceedings. SIPDA. 2007, p. 541-564. RAKOV, V. A.; UMAN, M. A. Artificial initiation (triggering) of lightning by groundbased activity. In: ________, Lightning: physics and effects. Cambridge: Cambridge University Press, 2003. Cap. 7, p. 265-307. SILVA NETO, A.; PIANTINI, A. Induced overvoltages on LV lines with twisted conductors due to indirect strokes. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON LIGHTNING PROTECTION, 8., 2005, São Paulo. Proceedings. SIPDA. p. 234-239. *Alexandre Piantini graduou-se em Engenharia Elétrica pela UFPR em 1985 e obteve os títulos de Mestre e Doutor em Engenharia pela Escola Politécnica da USP em 1991 e 1997, respectivamente. Ingressou na USP em 1986, onde atualmente atua como Professor LivreDocente no Programa de Pós-Graduação em Energia do IEE/USP. Suas principais áreas de interesse estão relacionadas a transitórios eletromagnéticos, qualidade de energia e modelagem de fenômenos associados a descargas atmosféricas e seus impactos em sistemas elétricos. É “Senior Member” do IEEE e coordenador do Centro de Estudos em Descargas Atmosféricas e Alta Tensão (CENDAT/ USP). Tem atuado como membro de diversos grupos do CIGRE e do IEEE, tendo coordenado o CIGRE WG C4.408 (“Lightning Protection of Low-Voltage Networks”). Preside o “International Symposium on Lightning Protection” (SIPDA) e integra os comitês científicos de vários eventos internacionais. É membro do "Award Committee of the Sun & Grzybowski IEEE Award". Em 2018 recebeu o "ICLP Rudolf Heinrich Golde Award". É Editor Associado dos periódicos "IEEE Transactions on Electromagnetic Compatibility”, “Electric Power Systems Research”, "Electrical Engineering" e “High Voltage" e autor ou coautor de 4 CIGRE "Technical Brochures", 4 capítulos de livro e mais de 200 artigos publicados em revistas ou em anais de congressos nacionais e internacionais.
70
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Por Pablo D’ornellas*
70
Energia solar, gestão sustentável e foco no retorno positivo do cliente garantem premiações à solfortes
alcançados, o time Solfortes realiza o
com personalização para cada unidade
às normas técnicas são as melhores
processo em três fases essenciais.
consumidora,
características
para
Na primeira, é iniciada a consultoria
demandas e particularidades, através de
da
empresa
Segurança,
dedicação definir
e
respeito o
projeto
de
acordo
com
suas
engenharia
de financiamento, que ajuda o cliente a
equipamentos de ponta e comprometimento
sustentável, que conquistou o 1° lugar
obter a melhor taxa de juros para realizar
de todo o time de especialistas.
no Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade
o
das Instalações Elétricas, no CINASE-RJ,
inicia-se o levantamento das cargas e dos
em 2018. O trabalho foi vencedor na
equipamentos do local de instalação, com
categoria Energia Renovável, com o tema
análise e diagnóstico energético feito com
“Instalação de um sistema de microgeração
equipamentos certificados.
de energia solar fotovoltaica". A empresa
Após
ainda possui o título o Prêmio Shell de
para a segunda fase, quando acontece a
com normas nacionais e internacionais
Empreendedorismo 2019.
instalação, execução do projeto fotovoltaico
referentes
Solfortes,
de
projeto.
Nesse
os
mesmo
diagnósticos,
momento,
ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO VENCEDOR DO PRÊMIO OSE 2018 Dalmo empório e atacado
avança-se
O projeto foi desenvolvido de acordo aos
sistemas
fotovoltaicos
A entrega da premiação foi realizada no
e adequações nas instalações elétricas. É
conectados à rede, com os Procedimentos
dia 6 de novembro de 2018, na 33ª edição
neste momento que também são aplicadas
de
do Circuito Nacional do Setor Elétrico
todas as recomendações levantadas pelo
(PRODIST) e com as normas técnicas
(CINASE), que teve o apoio de importantes
diagnóstico de eficiência energética.
vigentes para instalações elétricas em baixa
instituições, como o CREA-RJ, a Firjan, o
Dando
tensão (NBR 5410).
Sindistal, e a Prefeitura Rio, entre outros
a terceira fase se compromete com a
A empresa que contratou o serviço
agentes importantes e profissionais do
garantia e com o retorno do investimento,
está localizada em Rio Bonito, município
Estado do Rio de Janeiro e de todo o País.
acompanhando diariamente a curva de
da região metropolitana do Rio de Janeiro.
prosseguimento
ao
projeto,
Distribuição
de
Energia
Elétrica
O trabalho da Solfortes se destaca pela
consumo da unidade, e assessorando o
Atualmente, é atendida em baixa tensão,
excelência dos profissionais da equipe, que
cliente, junto à concessionária de energia,
com alimentação em 220V trifásico. A carga
garantem suporte ao cliente antes, durante
evitando cobranças indevidas e validando
é protegida contra sobrecorrente por um
e depois da instalação, se comprometendo
todo o projeto executado.
disjuntor geral trifásico de 175A. A unidade
com a contínua evolução e seriedade nos
A Solfortes assegura o sucesso dos
consumidora possui uma usina fotovoltaica
serviços prestados.
projetos para os clientes, oferecendo a
de 66,75kWp ligada à distribuidora de
melhor solução de eficiência energética,
energia elétrica local.
E para que todos os objetivos sejam
71
O Setor Elétrico / Julho de 2019
MARQUE NA SUA AGENDA!
A instalação foi realizada no período de 28 de novembro de 2017 a 05 de janeiro de 2018,
juntamente com a AcriSol, uma empresa que tem o mesmo comprometimento da equipe da Solfortes. Juntas, oferecem um diferencial no atendimento, acompanhando integralmente os clientes, desde a pré-venda até o pós-venda, proporcionando todo o suporte necessário.
1ª Fase: Memorial de Consumo antes do Sistema Fotovoltaico
Os dados foram retirados do analisador de energia da Embrasul RE4000, instalado na
unidade consumidora por quatro dias consecutivos. (Período considerado: 16/12/2017 16:26 até 19/12/2017 15:55. Dados de consumo antes da instalação do fotovoltaico:
Embrasul Fase
Consumo Fora
Consumo na
Ponta (kWh)
Ponta (kWh)
A
289,01
19,3
Total (kWh) 308,31
B
400,13
26,58
426,71
C
230,25
0
230,25
Total
919,39
45,88
965,27
Dados de amperagem antes da instalação do fotovoltaico:
Fase
Corrente
Corrente
Corrente
Corrente
média (A)
média (A)
média (A)
média (A)
16/12/2017
17/12/2017
18/12/2017
19/12/2017
A
43,5
15
46,5
0
B
67
42,9
64,1
44
C
58,5
39,5
65,2
43
Fica nítido o desequilíbrio entre as correntes de cada fase. Isso acarreta aquecimento de
O MAIOR EVENTO SOBRE
QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA DA AMERICA LATINA!
01 A 04 DE SETEMBRO/2019 SÃO CAETANO DO SUL - SP
condutores e sub redimensionamento deles.
2ª e 3ª Fases: análise de gestão de energia, assessoria e comissionamento
Após a instalação do projeto fotovoltaico, o diagnostico de eficiência energética e as
adequações nas instalações elétricas, o cliente fez a escolha por um produto premium. Assim, no período de 26 de abril 2018 até 14 de maio de 2018, foi iniciada etapa de comissionamento. Com base na análise realizada dos perfis de cargas para cada fase, a tabela 1 mostra os dados
MAIS INFORMAÇÕES: wwwsbqee.org.br/cbqee REALIZAÇÃO
de demanda média e máxima para consumo e de injeção na rede da distribuidora. Tabela 1 – Dados de demanda do medidor de energia.
Fase A
D. Médio
D. Máx
D. Média
D. Máx
consumo (kW)
Consumo (kW)
Injetada kW
Injetada (kW)
4,93
7,28
6,93
11,40
B
4,75
7,23
6,78
11,55
C
4,32
5,67
7,68
13,03
Trifásica
15,07
20,03
22,91
35,98
PROMOÇÃO
72
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Com esses dados retirados do medidor
Com as mesmas curvas de cargas e
de energia elétrica, pode ser observado
com os dados obtidos, é visto que o fator de
que o fator de carga da instalação elétrica
demanda da instalação é de 32%. Assim,
é de 0,7491. Esse índice representa o uso
este conceito visa verificar a simultaneidade
do consumo de energia elétrica da unidade
de consumo da instalação elétrica a uma
consumidora e mostra também se o uso
potência total instalada de 66,75kW.
da energia está sendo feito de maneira
Com esses dados retirados do medidor de energia elétrica, pode ser observado que o fator de carga da instalação elétrica é de 0,7491. Esse índice representa o uso do consumo de energia elétrica da unidade consumidora e mostra também se o uso da energia está sendo feito de maneira eficiente.
eficiente. Dessa forma, pode ser observado
Balanceamento entre as fases
que a unidade consumidora está tendo
Para realizar a análise de consumo
eficiência em realizar suas atividades no
de
energia
elétrica
consumo de energia elétrica, pois 0,7491
do
Dalmos
Bebidas,
se aproxima de 1, conforme definido pela
medidor bidirecional SolarView, junto a
resolução 414 da Agência Nacional de
um datalogger, para realizar o upload de
Energia Elétrica (Aneel).
informações elétricas para a internet.
Pode-se melhorar ainda mais esse
índice, realizando serviço de eficiência
elétrica, e avaliando o balanceamento entre
energética com troca de equipamentos
as fases, podemos verificar na tabela 2 a
antigos de condicionamento ambiental e
amperagem de consumo de cada fase e a
sistemas motrizes por equipamentos mais
corrente elétrica no período de tempo do
eficientes, com selo de qualidade e menor
dia 26 de abril 2018 até 14 de maio de
consumo.
2018.
das foi
instalações inserido
um
Com os dados do medidor de energia
Tabela 2 – Dados de corrente do medidor de energia
Fase
Corrente Máxima (A)
Corrente Média (A)
A
90,60
65
B
91,20
72
C
102,30
70
73
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Verificando o nível de balanceamento
das correntes entre as fases, concluímos que
a
base
A
possui
-4,33%
de
desbalanceamento, a fase B possui -3,70% de desbalanceamento e a fase C possui 8,03% de desbalanceamento.
Analisando a realidade das instalações
elétricas, a unidade consumidora possui bom
balanceamento
entre
as
fases,
totalmente diferente do que é apresentado na análise antes do sistema fotovoltaico. em energia solar.
INFORTES, que tem mais de 80 projetos de
anterior. "Os recursos economizados serão
geração distribuída de energia só́ no Estado
automaticamente
pelo
Observe
no
comparativo investidos
na no
página próprio
Agradecemos a toda a equipe OSE, reconhecimento,
e
a
todos
os
do Rio de Janeiro. Empresário há 18 anos, tem
município de Rio Bonito ou na equipe de
nossos clientes, fornecedores, parceiros e
experiência com gestão desde o ano 2000. É
funcionários, melhorando cada dia mais a
colaboradores que, juntos, tornaram esse
proativo e adepto da liderança humanizada e
qualidade de vida deles na vida profissional
momento possível.
orgânica. Ocupa também o cargo de diretor regional da ABDG no Rio de Janeiro.
e particular", explica Dalmo Henrique, proprietário da Dalmo Empório e Atacado,
*Pablo D’ornellas é CEO e fundador da
solfortes.com.br | pablodornellas@solfortes.
consciente da importância do investimento
Solfortes Engenharia Sustentável e do Grupo
com.br | (21) 3489-9334
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Por Dr. Hélio Eiji Sueta*
Dicas para otimização de parâmetros da análise de risco A análise de risco conforme a ABNT
Iniciando pelas estruturas industriais,
NBR 5419-2: 2015 é uma ferramenta muito
considerando que a indústria possua
importante para a definição das medidas
áreas classificadas, a divisão por zonas de
de proteção contra os efeitos danosos das
estudo é essencial para a otimização da
descargas atmosféricas. Os programas e
análise de risco. Assim como o caso de
planilhas desenvolvidas baseadas na parte
um hospital, onde geralmente definimos
2 da norma auxiliam bastante nesta tarefa,
zonas de estudo diferentes para UTIs e
que é árdua se realizada à mão. Esta ajuda é
salas de operação, quartos de internação,
importante, porém, os profissionais que atuam
salas de consultas, parte administrativa,
nesta área não podem deixar de estudar e
eventualmente, áreas externas, no caso da
entender bem a norma, procurar sempre a
indústria com áreas classificadas, a divisão
melhor solução para cada caso estudado e
por zonas é muito importante.
não confiar apenas no resultado da planilha.
O objetivo deste artigo é fornecer
indústria aos raios, se considerarmos a
e colocar em discussão alguns pontos
indústria inteira como área classificada,
da análise de risco conforme a ABNT
os riscos, certamente, serão muito acima
NBR 5419-2: 2015 para a otimização de
dos toleráveis. Neste caso, um estudo
parâmetros, e assim, procurar as melhores
detalhado de classificação de áreas deve
medidas de proteção para que a estrutura
ser feito por um especialista, definindo
sob estudo fique com os seus riscos com
quais zonas são 0, 1 ou 2 e/ou 20, 21 ou 22.
valores toleráveis.
Dependendo
da
exposição
da
Como exemplo, vamos considerar um
Dependendo do tipo de utilização de
galpão industrial de 30 metros de largura,
cada estrutura, um parâmetro pode ter mais
80 metros de comprimento e 15 metros
peso ou não. Por exemplo, em estruturas
de altura, e que neste galpão trabalham
industriais, áreas classificadas com perigo
300 pessoas, onde 290 (na maioria das
de explosão têm um peso muito grande
simulações) trabalham internamente ao
na análise de risco. Em edificações tipo
galpão e 10 circulam nas redondezas (até
residencial, a área de exposição equivalente
três metros das paredes) do galpão na área
(AD), a localização (CD) e a densidade de
externa. Consideramos também que uma
descargas atmosféricas para terra (Ng)
linha de energia aérea de Baixa Tensão de
têm um peso significante, assim como
300 metros alimenta o galpão e que não
em estruturas para uso comercial, onde o
existe nenhum tipo de perigo especial
número de pessoas e o local onde estas
em relação à pânico ou dificuldade de
pessoas transitam na estrutura também
evacuação no caso de alguma falha devido
têm um peso considerável.
às descargas atmosféricas.
75
Apoio
O Setor Elétrico / Julho de 2019
com valores toleráveis.
Localização da estrutura que as comissões
explosão, com Ng de 4, sem medidas de
No caso de estruturas tipo residencial
nacionais podem fornecer métodos mais
proteção, o risco R1 é altíssimo (5865 x
(prédios ou casas) e comerciais (shopping
detalhados para avaliar o impacto dos
10 ) e com todas as principais medidas de
centers, por exemplo), a análise do número
edifícios nas redondezas e o ambiente
proteção, ainda o R1 fica com valores acima
anual “N” de eventos perigosos é muito
geológico.
do tolerável (32 x 10 ). Uma solução para
importante. Assim, a densidade de descargas
Consideremos
uma indústria com risco de explosão seria
atmosféricas para a terra (Ng), a área de
conforme a figura 1 a) e b): a Estrutura 1
confinar ao máximo o setor considerado
exposição equivalente (AD) e a localização
com 20 x 30 metros e 20 metros de altura
como área classificada (zona 0 ou 20) e criar
da estrutura (CD) são os parâmetros a serem
e a Estrutura 2 com 10 x 20 metros e três
uma zona de estudo específica para ela.
avaliados com mais cuidados.
metros de altura. A área de exposição
Neste caso, considerar o mínimo de pessoas
O Ng é obtido nos mapas que estão
equivalente da Estrutura 2 (AD2 = 854m²)
possível na área classificada e ficando o
na norma ou, de preferência, no site do
está no interior da AD1 da Estrutura 1, bem
menor tempo possível também nesta área.
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
próxima à periferia da área de exposição
No exemplo estudado, consideramos uma
(INPE), onde se obtêm valores mais
equivalente da Estrutura 1, que vale
terceira área com 10 pessoas ficando 2600
precisos
17909m² (Figura 1a).
horas por ano nesta área classificada com
ABNT_NBR5419_Ng).
perigo de explosão. O R1 caiu para 0,8 x
ND para uma estrutura é avaliado pela
10-5 e, portanto, com valor tolerável.
cada estrutura? O que significa a última
No caso de estruturas com risco de
-5
-5
(http://www.inpe.br/webelat/
Os parâmetros AD e CD são fixos para
O
número
de
duas
eventos
estruturas,
perigosos
equação;
Neste mesmo caso, se a indústria
frase da página 35 da parte 2 da ABNT
estiver instalada em local com Ng igual a
NBR 5419: “Uma avaliação mais precisa
15, uma solução seria restringir ainda mais
da influência dos objetos ao redor pode
a permanência de funcionários na área
ser obtida considerando a altura relativa
classificada, por exemplo, três horas por
da estrutura em relação aos objetos nas
podemos considerar:
dia, cinco dias por semana ou automatizar
cercanias ou o solo dentro de uma distância
processos,
de
de 3 x H da estrutura e assumindo CD = 1”?.
pessoas no local. Neste último exemplo,
Este texto continua exatamente igual na
poderia automatizar os processos da área
proposta FDIS da IEC para a edição 3 da
ND2=Ng×(17909 - 854)×1×10-6 =
classificada e deixar, no máximo, três
norma internacional (que está em estudo
Ng×17055×10-6
funcionários nesta área pelo tempo de
no TC 81 da IEC) com a complementação
2600 horas anuais, e assim, ter os riscos
em uma nota após a Tabela do Fator de
diminuindo
o
número
ND=Ng×AD×CD×10-6 Para a análise de risco da Estrutura 1,
ND1=Ng×17909×0,5×10-6= Ng×8954×10-6 ou
sendo 17055 a diferença entre AD1 e AD2.
76
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Na equação de ND2, consideramos
a influência da Estrutura 2 na área de exposição da Estrutura 1, assumindo C D = 1. Teremos, neste caso, quase o dobro de eventos perigosos considerados (1,9 vezes).
Neste caso, não foi uma “vantagem”
descontar
a
área
de
exposição
equivalente da Estrutura 2 para o estudo da estrutura 1, porém pode-se ter casos que esta ação pode diminuir os riscos. Um exemplo seria se tivéssemos 12 estruturas com as dimensões da Estrutura 2 com suas áreas de exposição equivalentes dentro da área de exposição
Figura 1a) Estruturas 1 e 2 próximas, com a Estrutura 2 dentro do Volume de Proteção.
equivalente da Estrutura 1. Neste caso, um novo ND2 seria igual a Ng×7661×10-6, que já seria inferior ao ND1. Consideremos agora a análise de risco para a estrutura 2. No primeiro caso, esta está toda dentro do Volume de Proteção (ver Figura 1a). Assim, o CD valerá 0,25: N D3=Ng×854×0,25×10-6= Ng×213,5×10-6 ou N D4=Ng×(praticamente ZERO)×1×10-6= Ng×0×10-6 Neste atmosféricas,
caso, na
as teoria,
descargas não
cairão
Figura 1b) Estruturas 1 e 2 distantes de 10 metros, com a Estrutura 2 fora do Volume de Proteção.
diretamente na estrutura 2, somente na 1. Mas, como fica a análise de risco da Estrutura 2? As Componentes de risco que dependerem do ND terão valor
ND5=Ng×854×0,25×10-6= Ng×213,5×10-6
considerar
ou
equivalente de outras estruturas e/ou ND6=Ng×854×1×10-6= Ng×854×10-6
ZERO. Assim, os riscos estarão menores No caso de a Estrutura 2 estar, como
neste exemplo, a aproximadamente 10
áreas
de
exposição
objetos que estejam dentro da área de exposição equivalente da estrutura que
se isto for considerado.
as
Uma parte das descargas que iria cair
estamos estudando?
na Estrutura 2 (se fosse isolada) pode cair
Um ponto a refletir...
metros da estrutura 1, ela poderá estar fora
na Estrutura 1, mas o N D6 ficou quatro
do Volume de proteção, mas sua área de
vezes maior que o N D5. Neste caso, não
*Hélio Eiji Sueta é chefe adjunto da Divisão
exposição equivalente pode estar dentro
tem sentido considerar o CD igual a 1
Científica de Planejamento, Análise e
da Área de exposição equivalente da
(pensando na observação da norma).
Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia
Estrutura 1. Assim, o CD ainda valerá 0,25:
Em
e Ambiente da Universidade de São Paulo.
resumo,
devemos
ou
não
78
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Por Benedito Donizeti Bonatto, Héctor Arango, Miguel Castilla Fernandez e Vinícius Braga Ferreira Costa*
Análise das propostas de regulamentação da Aneel para geração distribuída com base no modelo TAROT - Tarifa Otimizada (*) (*) Baseado em artigo aceito para publicação na CBQEE 2019 [1].
A Net Metering é a atual política regulatória
se uma alta tarifa de venda for homologada,
adotada no Brasil, que corresponde a um esquema
na hipótese de se manter a atual regulação
de compensação de energia: a energia injetada
das distribuidoras, o fenômeno da espiral da
na rede pelo sistema de geração distribuída (GD)
morte não será devidamente mitigado, e os
atribui créditos ao proprietário (também chamado
consumidores que não possuem sistemas de
prosumer), que pode utilizá-lo em um período de
geração distribuída (consumidores convencionais)
cinco anos [2]. Como a geração distribuída vem
serão prejudicados.
crescendo exponencialmente [3], sem quaisquer
mudanças regulatórias, a médio prazo, haveria um
para publicação na CBQEE 2019 é analisar
impacto negativo nas receitas das concessionárias
se a regulamentação proposta pela Aneel
e sucessivos aumentos tarifários pelo agente
é bem-sucedida na redução significativa do
regulador para manter o equilíbrio econômico
impacto da geração distribuída nas receitas das
do mercado. Aumentos tarifários levariam a ainda
concessionárias. Ao mesmo tempo, verifica-se
mais investimentos em sistemas de geração
se os sistemas de geração distribuída ainda são
distribuída e os consumidores economicamente
viáveis com base no Modelo TAROT – Tarifa
incapazes de investir seriam os mais afetados
Otimizada [5]. O bem-estar socioeconômico
por esse fenômeno, chamado de espiral da
calculado pelo modelo também é um critério
morte, levando a impactos sociais maciços. Para
importante para verificar a adequação da
mitigar esse problema, o agente regulador (Aneel)
regulamentação e é analisado de acordo.
introduziu a Audiência Pública 001/2019 [4], que
muito provavelmente abolirá a prática de Net
para regular o mercado de geração distribuída [6]:
A principal contribuição do artigo aceito
A Aneel introduziu seis alternativas tarifárias
Metering e adotará tarifas distintas de compra e venda, ou seja, a concessionária comprará a
• Alternativa 0: Net Metering (medição líquida)
energia de geração distribuída a uma tarifa mais
(mesmas tarifas de compra e venda);
baixa.
• Alternativa 1: Tarifa de venda (na perspectiva
A
regulamentação
geração
do prosumidor) igual a 72% da tarifa de compra;
distribuída deve mudar, de modo que nenhum
• Alternativa 2: Tarifa de venda igual a 66% da
dos participantes do mercado prejudique os
tarifa de compra;
outros. No entanto, essa mudança precisa ser
• Alternativa 3: Tarifa de venda igual a 59% da
meticulosamente analisada, pois é importante
tarifa de compra;
garantir
• Alternativa 4: Tarifa de venda igual a 51% da
simultaneamente
atual
o
da
equilíbrio
do
mercado e incentivar investimentos na geração
tarifa de compra;
distribuída. Se o agente regulador homologar
• Alternativa 5: Tarifa de venda igual a 37% da
uma baixa tarifa de venda (da perspectiva do
tarifa de compra;
prosumer), haverá poucos investimentos em geração distribuída e seus benefícios não serão
O período de contribuição para a audiência
explorados com eficiência. Ao mesmo tempo,
pública foi aberto até 19 de abril de 2019 e a
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Julho de 2019
agência propõe que, para geração local (consumo
modelo TAROT são necessários. Por exemplo,
e geração no mesmo local), a Alternativa 0 pode
é importante quantificar melhor os parâmetros
ser mantida para até 3,40 (GW) de capacidade
de redução de custo da concessionária devido
total instalada em todo o território nacional.
à geração distribuída. Além disso, uma mudança
A partir deste limite, sugere-se a adoção da
de regulamentação tão importante deve ser
Alternativa 1. Para geração remota (toda energia
meticulosamente analisada em vários modelos
gerada injetada na rede), recomenda-se adotar a
antes de ser homologada, uma vez que terá
Alternativa 1 quando atingir 1,25 (GW). Assim que
um enorme impacto na sociedade, incluindo
a geração remota atingir 2,13 (GW), a Alternativa 3
prosumers,
é sugerida. A Aneel afirma ainda que a Alternativa
revendedores e funcionários. Além disso, pode
0 será mantida para sistemas instalados antes dos
quebrar a liderança potencial do país no uso
limites, por um período de 25 anos.
equilibrado de energias renováveis no mundo
O modelo TAROT – Tarifa Otimizada [5]
e não estimular a indústria de energia a buscar
apresentado pode representar diferentes tarifas
novos modelos de negócios [7]-[12] em um
de compra e venda de maneira relativamente
mercado inteligente (Smart Market) e em um
simples, o que parece ser uma ferramenta valiosa
contexto de Smart Grids.
para avaliar os impactos econômicos causados
Os autores agradecem o apoio financeiro em parte da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoa mento de Pessoal de Nível Superior - Brasil - Código Financeiro 001, CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - INERGE e FAPEMIG). Os autores também expressam gratidão pelo apoio educacional da UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá e UPC - Universitat Politécnica de Catalunya.
pela regulamentação proposta pela Aneel. A conclusão mais importante é que a nova política diminui significativamente a influência econômica que a geração distribuída tem sobre as empresas. No entanto, isso inquestionavelmente reduzirá os investimentos em geração distribuída e diminuirá o
consumidores,
concessionárias,
bem-estar socioeconômico (EWA) do mercado de eletricidade. Os estudos de caso mostraram que as três empresas analisadas apresentam superávits positivos (EVA), o que significa que não é necessária uma mudança regulatória para que elas operem com equilíbrio econômico e financeiro. No entanto, isso não significa que nenhuma outra empresa brasileira precise de mudanças.
Como as empresas de distribuição têm
capacidades instaladas muito diferentes de geração distribuída, limites distintos poderiam ser uma solução melhor, uma vez que uma mudança de regulamentação ainda não é necessária para empresas com baixa penetração de GD renovável. Limites distintos seriam uma forma de incentivar investimentos em áreas pouco exploradas. O regulamento proposto pela Aneel diminui repentinamente a tarifa equivalente para a GD renovável assim que os limites da capacidade instalada forem atingidos, o que também diminuirá repentinamente a demanda por sistemas de geração distribuída. Essa abordagem é prejudicial para os revendedores e para toda a cadeia de agregação de valor em GD renovável, já que mudanças mais brandas permitiriam uma melhor previsão de demanda. Estudos para melhorar a precisão do
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] V. B. F. Costa, B. D. Bonatto, H. Arango, M. Castilla, “Analysis of ANEEL’s Regulation Proposals for Distributed Generation Based on the Optimized Tariff Model”, paper acepted for publication at CBQEE 2019 – Brazilian Power Quality Conference, São Caetano do Sul-SP, Sept. 01-04, 2019. [2] ANEEL, “Distributed Generation,” 2018. Acessed on Mar. 21, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel.gov.br/geracao-distribuida. [3] ANEEL, “Technical Note 0056/2017,” 2017. Acessed on Mar. 21, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel.gov.br. [4] ANEEL, “Hearing 001/2019,” 2019. Acessed on Mar. 21, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel. gov.br/audiencias-publicas. [5] V.B.F. Costa, H. Arango, and B.D. Bonatto, “Economic Modelling: the Smart Market of Electricity with Utilities, Consumers and Prosumers,” International Conf. on Industry Applications, Brazil, November 11 – 14, 2018. [6] ANEEL, “Micro and Mini Distributed Generation: Public Hearing Proposal,” 2019. Acessed on Mar. 22, 2019. [Online]. Avaiable: https://www.youtube.com/ watch?v=BuMRgS0Bmp8. [7] C. Cortez, “Development of the Stochastic TAROT Economic Model for Economic Analysis of a Regulated Electricity Distribution Company,” M.S. thesis, ISEE, UNIFEI, Brazil, 2018. Acessed on Mar. 22, 2019. [Online]. Avaiable: https://repositorio. unifei.edu.br/xmlui/handle/123456789/1486. [8] S.A.S. Lusvarghi, “Economic Impacts of the Discontinuity of the Electric Service Using an
79
Economic Market Model.,” M.S. thesis, ISEE, UNIFEI, Brazil, 2010. Acesses on Mar. 22, 2019. [Online]. Avaiable: https://repositorio.unifei.edu.br/ xmlui/handle/123456789/1540?locale-attribute=es. [9] ANEEL, “Schedule and Result of Tariff Distribution Processes,” 2017. Acessed on Mar. 23, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel.gov.br/ resultado-dos-processos-tarifarios-de-distribuicao. [10] E.M. Modiano, “Elasticity and Electric Power Demand in Brazil,” 1984. Acessed on Mar. 23, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.econ.puc-rio.br/ uploads/adm/trabalhos/files/td68.pdf. [11] Solar Portal LTDA, “How Much Does Solar Photovoltaic Energy Cost,” 2018. Acessed on Mar. 23, 2019. [Online]. Avaiable: https://www. portalsolar.com.br/quanto-custa-a-energia-solarfotovoltaica.html. [12] ANEEL, “Distributed Generation Consumer Units,” 2018. Acessed on Mar. 25, 2019. [Online]. Avaiable: http://www.aneel.gov.br/outorgas/ geracao. *Benedito Donizeti Bonatto, associate Professor at UNIFEI – Federal University of Itajuba, Brazil, at the Institute of Electrical Systems and Energy, where he is one of the leaders of the Advanced Power Technologies and Innovations in Systems and Smart Grids Group. He is the vice-president of the Brazilian Society of Power Quality (SBQEE), and Senior Member of the IEEE – The Institute of Electrical and Electronics Engineers. E-mail: bonatto@unifei.edu.br *Héctor Arango é professor titular aposentado da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidad Nacional Del Sul. Recebeu o grau de Mestre em Ciências pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, EFEI, (1990), o título de Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo – USP (1996). Foi coordenador do Curso de Especialização de Sistema Elétricos (CESE), na UNIFEI, Itajubá. Trabalha como consultor pela empresa Matrix Engenharia em Energia, atuando em projetos de transmissão e distribuição de energia elétrica. E-mail: arango@unifei.edu.br *Miguel Castilla Fernandez, associate Professor at the Escola Politècnica Superior d'Enginyeria de Vilanova i la Geltrú, Universitat. Politècnica de Catalunya, M.S. in Telecommunication Engineering, UPC (1995), Ph.D., Electronic Engineering Department, UPC (1998). His research focuses on the design, implementation and evaluation of control technologies for power electronics systems. Particularly, my interests is focused on applications of power electronics in generation, transmission, and distribution of electrical energy (including energy efficient systems, renewable energy systems, storage energy systems, microgrid control, FACTS, ...). E-mail: miquel.castilla@upc.edu *Vinícius Braga Ferreira Costa é graduado em Engenharia Elétrica pela UNIFEI (2013-2017) e está desenvolvendo sua dissertação de Mestrado em Engenharia Elétrica sob a orientação do Prof. Benedito Donizeti Bonatto e Prof. Hector Arango. Suas áreas de interesse são: mercado de energia elétrica; armazenamento de energia; energias renováveis, redes elétricas inteligentes. E-mail: vinibfc_eu@hotmail.com
Proteção contra raios
Apoio
80
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Notícias do front
Após dois anos de trabalho, a CE
seguro para o caso de impacto do raio.
64.10
Vale
(Proteção
contra
descargas
a
pena
fazer
seu
cadastro
atmosféricas) disponibilizou para consulta
gratuitamente no site da Associação Brasileira
nacional, até 10 de setembro de 2019, o
de Normas Técnicas (ABNT), https://www.
projeto da NBR 16785 – Proteção contra
abntonline.com.br/consultanacional/login.
descargas atmosféricas — Sistemas de
aspx, fazer o download do texto, analisá-lo e
alerta de tempestades elétricas.
dar o seu voto.
Baseado na IEC 62793, o texto do
projeto tem o objetivo de normalizar aspectos
5419:2015. É importante salientar que
complementares e dispositivos para a
a cada cinco anos, é recomendável que
proteção contra descargas atmosféricas em
o texto passe por revisão de atualização
áreas abertas. Através de alertas providos
e, pelo menos por enquanto, é o que
pelo Sistema de Alerta de Tempestades
pretende a CE 64.10, alterar apenas
Elétricas (SATE) –, capaz de ler variação de
elementos do texto visando melhorar a
campo elétrico e magnético –, podem ser
compreensão, deixando o mesmo mais
criados procedimentos que variam desde
amigável para o usuário. Não há por
a transferência das pessoas das áreas
que alterar radicalmente o conteúdo
abertas para dentro de estruturas fechadas
técnico, uma vez que o mesmo é bastante
e protegidas contra descargas atmosféricas
abrangente e sólido, estando realmente
até a execução da rápida mudança de certas
alinhado à realidade atual.
condições de processos, por exemplo:
abastecimento de combustível, decolagem
do novo texto da NBR 5419, mas uma coisa
de aeronaves etc., tornando o local mais
é certa: nada acontecerá antes de 2021.
Outra novidade é a revisão da NBR
Não há sequer previsão de publicação
82
Redes subterrâneas em foco
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Daniel Bento é engenheiro eletricista com MBA em Finanças e certificação internacional em gerenciamento de projetos (PMP®). É membro do Cigré, onde representa o Brasil em dois grupos de trabalho sobre cabos isolados. Atua há mais de 25 anos com redes isoladas, tendo sido o responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. É diretor executivo da Baur do Brasil | www.baurdobrasil.com.br
Questão de tempo ou de prioridade?
Em abril deste ano, foi aprovado, na
estamos atualmente pagando a conta da rede
rede enterrada.
comissão de cultura, o projeto de lei 789 de
aérea que reduz a produtividade do brasileiro
Este é um exemplo claro de falta de
2011, que determina o enterramento de redes
pela menor confiabilidade, já estamos pagando
interesse regulatório em resolver o problema,
de distribuição de energia elétrica em conjuntos
a conta dos acidentes que envolvem essa rede,
simplesmente, colocando o ônus em alguém,
urbanos tombados ou que tenham valor
dentre outras contas.
sem construir mecanismos regulatórios que
histórico e cultural. Apesar dessa vitória, este
Possivelmente, a baixa prioridade dos
viabilizassem o enterramento de rede.
projeto ainda possui uma longa caminhada na
políticos sobre os projetos de enterramento
esfera legislativa até que seja concluído.
de rede deve estar relacionada à falta
No ano passado, houve uma renovação no
Outro projeto que se arrasta desde 2013
de conhecimento de que este tema está
quadro de diretores da Aneel. Esta nova diretoria
sobre o tema é o PL 6743/2013, que atribui
diretamente ligado à segurança da população,
tem apresentado um grande direcionamento para
para a Agência Nacional de Energia Elétrica
tendo em vista que todo ano, centenas de
o aumento da eficiência e produtividade do setor.
(Aneel) a competência de estabelecer critérios
pessoas morrem devido ao contato com a rede
e metas para que as distribuidoras de energia
elétrica aérea.
número 003, instituída no início deste ano, que
elétrica enterrem suas redes.
Ou então, a falta de prioridade nesta pauta
trata da busca da regulação por incentivos no
Ou seja, há muitos anos, temos projetos
pode ser porque não está clara a relação da
segmento de distribuição de energia elétrica,
de lei tramitando para estabelecer diretrizes em
rede subterrânea com o fomento ao turismo.
fomentando a melhoria da qualidade do serviço
relação ao enterramento de rede, porém, sem
Imaginem se o turismo teria o mesmo atrativo se
oferecido.
nenhuma conclusão. Não é por falta de tempo
houvesse postes e fios no centro histórico de
Um dos pontos que consta na nota
que ainda não foi possível estabelecer uma
Salvador (BA), ou na esplanada dos ministérios
técnica que direciona esta consulta é de que
regulamentação que trate do assunto, mas sim,
em Brasília, ou ainda na praça em frente ao
seja considerado um investimento prudente à
por falta de prioridade.
Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
realização de obras de enterramento de rede
Evidente que existem pautas que são
pela distribuidora.
extremamente importantes para o País e devem
localidades “escondidas” atrás de fios e postes
ser tratadas com muita urgência e prioridade.
poderiam ter atrativos muito mais interessantes
regulatório, que poderia ser implementado
Contudo, projetos que foram criados há
para que a beleza arquitetônica e urbanística
com uma medida infralegal e rápida, tendo em
oito anos e ainda estão longe de seu final
não ficasse prejudicada pela poluição visual
vista tratar de um tema que reside na esfera
são demonstrações de que o tema não está
provocada pela rede elétrica.
regulatória.
recebendo nenhuma prioridade.
Em agosto de 2017, eu escrevi aqui nessa
Pública para tratar do aprimoramento da
nos últimos anos sobre o enterramento de
coluna um texto discutindo quem paga a
regulação do enterramento de rede de
rede, temos um alento que este assunto pode
conta do enterramento de redes elétricas de
distribuição, mas a sua conclusão foi pífia, sem
ser retomado a demonstrar sua relevância
distribuição de energia. Nela, eu questionei
estabelecer nenhum objetivo, e fazendo a ação
estratégica para o Brasil. Priorizar este tema
o dogma que enterrar a rede é muito caro.
mais simples possível, jogando a conta para o
ajuda a construir um País melhor, com mais
Contudo, a questão que enfatizei é que já
consumidor que esteja interessado em ter a
turismo, mais segurança e mais produtividade.
Assim como estes locais, diversas outras
Em 2016, a Aneel realizou uma Audiência
Entretanto, não vamos perder a esperança.
Um bom exemplo é a consulta pública
Tal medida já seria um grande avanço
Apesar da falta de prioridade que vivemos
83
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE: 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/Cobei. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. | lrosito@tecnowatt.com.br
A Chamada Pública Procel Reluz 2019 de
acordo com as regiões do País, a fim de
documentação dos equipamentos utilizados
artigos sobre o tema iluminação, iremos
obter uma distribuição de recursos mais
no projeto, e apresentarem o certificado
tratar do tema da chamada pública
equânime.
de conclusão do tutorial da chamada
01/2019, do Procel Reluz, de 05 de
aprimoramentos
junho de 2019. A iluminação pública
modelagens
no Brasil, nos últimos anos, vem sendo transformada com a substituição dos
valores de aporte de recursos mínimo e
do município, o mesmo deverá apresentar,
sistemas convencionais para a tecnologia
máximo que ficam entre R$245.000,00 e
em 24 meses, a partir da primeira parcela
LED de forma cada vez mais acelerada.
R$2.000.000,00. Apesar de ser um projeto
liberada, um plano diretor de iluminação
Esta chamada pública tem por objetivo
de eficiência com a substituição de pontos
pública de seu município. Demais critérios
promover a melhoria da iluminação pública
menos eficientes por outros mais eficientes,
apresentados no Edital estão bastante
de vias e praças, selecionando projetos
é permitida a instalação de novos pontos,
detalhados e com modelos que auxiliam de
de eficiência energética, promovendo
desde que atendam a critérios específicos
forma muito clara de que forma o projeto
uma
e tenham por finalidade adequar os níveis
deverá
Dando
sequência
melhor
gestão
nesta
dos
série
recursos
Também
foram
propostos das
pública. A TIR de projeto acima de 6,5%
mesma
agora será critério de bonificação e não
forma, foram ajustados em uma tabela os
de desclassificação. Como compromisso
de
na
comparação
projetos.
Da
ser
apresentado,
facilitando
o
e
exigidos pela norma NBR 5101. Está
entendimento de quem avaliará.
demonstrando um modelo que pode ser
disponível no site da chamada pública
replicado em outros municípios. A primeira
um tutorial para a apresentação dos
municípios busquem fontes de recursos
chamada pública do Reluz para realização
projetos, bem como os modelos de toda a
para a melhoria de iluminação de suas
de projetos de iluminação pública LED
documentação que deve ser apresentada.
cidades, e que mesmo aqueles que,
ocorreu no final do ano de 2017 e teve
No Edital também estão definidos os prazos
eventualmente, não sejam contemplados
1.101 interessados cadastrados, com
para cada fase da chamada, sendo um dos
pelo
a apresentação de cento e 32 projetos
mais importantes a data de 16 de agosto de
premissas para a execução de futuros
apresentados,
públicos,
capacitando
profissionais
Esta é uma das formas para que os
programa,
podem
seguir
estas
destes,
2019, às 17h, como o limite para a entrega
projetos com outras fontes de recurso ou
somente 22 foram aprovados para serem
das propostas. A divulgação final do
por meio de financiamento. Espera-se que
executados pelos municípios dentro dos
resultado da chamada pública está prevista
as prefeituras, de maneira individual ou em
critérios estabelecidos na chamada. Dos
para o dia 27 de novembro de 2019.
consórcios, de forma direta ou através de
22 municípios selecionados, 10 foram da
Diversos
serão
consultores, apresentem seus projetos com
região Sul, nove da região Sudeste, dois
avaliados como parte do projeto, dentre
a maior qualidade possível, superando os
na região Centro-Oeste e um na região
eles: o projeto luminotécnico atendendo
requisitos normativos, no sentido de energia
Norte. E expectativa é de tornar eficientes
a NBR 5101; a certificação ativa da
elétrica, recursos públicos e melhorar a
mais de 14 mil pontos de iluminação no
luminária; o RBC (Relação benefício/
iluminação das cidades do Brasil.
âmbito desta chamada pública de 2017.
custo); orçamentos prévios etc. Poderão
Para saber mais sobre a Chamada
sendo
que
critérios
técnicos
Nesta nova chamada de 2019, foram
ter bonificação nos critérios de avaliação
Pública Procel Reluz 2019, acesse: https://
realizados aprimoramentos e modificações,
os municípios que já tiverem um plano
eletrobras.com/pt/ Paginas/Chamada-
dentre eles, uma divisão de recursos de
diretor de IP, COSIP, que apresentarem
Publica-Procel-Reluz.aspx
84
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Julho de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Aspectos do fator de potência em regime de carga baixa
A tarifa de cobrança de excedentes de
referência passa para -92% com a inversão
de 85%, a energia excedente a ser paga
energia reativa é aplicada aos consumidores
da regra de fator de potência indutivo para
referente a este período será proporcional
do grupo A e tem seu modelo desenvolvido a
capacitivo, evitando que os consumidores
a (92%/85%-1)*EEAM T (1), ou seja será
partir do valor do fator de potência registrado
injetem potência reativa nas redes das
cobrado um valor adicional de 8,2% da
a cada hora do dia nos diversos períodos
distribuidoras em períodos de baixa carga,
energia consumida naquele intervalo na
(ponta, fora de ponta indutivo e capacitivo)
causando sobretensões por decorrência.
tarifa especifica. A tarifa da demanda
durante os dias úteis e finais de semana.
A expressão (1) indica o cálculo da
de energia reativa (menos comum que a
Esta metodologia se encontra detalhada
energia reativa excedente e a expressão
anterior) seguira a formulação exposta em
na resolução 414 da Agência Nacional de
(2) o cálculo da demanda reativa excedente
(2). Esta introdução serve para entender o
Energia Elétrica (Aneel), mais precisamente
(resolução 414). Como o objetivo aqui não
conceito do controle do fator de potência a
no capítulo VIII, seção IV, artigos 95 em
é avaliar a formulação proposta pela Aneel,
ser adotado e o entendimento das variáveis.
diante. Nesta mesma referência se encontra
mas sim suas consequências na cobrança
Tomamos, por exemplo uma instalação
a metodologia de cálculo da cobrança do
dos consumidores, deve-se entender que
industrial
excedente de energia reativa quando e se
em (1) a cobrança depende da relação (fR /
1500kVA por exemplo, cujo perfil de carga
aplicável. De uma forma geral, caso o fator
f T-1) e da energia consumida no intervalo
se encontra na figura 1. O que se nota é
de potência médio aferido a cada hora for
medido de uma hora (EEAM T) e em (2) da
que até as 14h30, onde a indústria se
inferior a 92% nos períodos de fora de
relação fR /fT com a demanda do intervalo
manteve operando em carga normal, o fator
ponta indutiva e de ponta, o consumidor irá
(PAM T) que serão comparados à demanda
de potência medido foi o suficiente para o
pagar uma taxa de excedente de energia
faturável (PAF). Os valores VR (energia e
não pagamento do excedente de energia
reativa calculada em função da relação do
demanda) são as tarifas empregadas para
reativa. Contudo, o quadro muda de figura
fator de potência medido (fT) e o valor de
cálculo que não são aquelas aplicadas nos
quando a carga é sensivelmente reduzida
com
um
transformador
de
referência (fR) de 92% na formulação abaixo
consumos de energia e demanda de seus
(a demanda de potência ativa da ordem
que foi extraída desta da referência citada.
grupos tarifários, mas uma tarifa especial.
de 600kW é reduzida a aproximadamente
Nos períodos chamados de capacitivos
Então se em determinado intervalo de
10% do seu valor) e a demanda reativa a
(em geral, entre as 0h e 6h), o valor de
uma hora o fator de potência medido foi
aproximadamente 20% do valor inicial em carga. Esta nova situação apresenta um fator de potência da ordem de 50% que levará o consumidor a ser tarifado com algum excedente de energia reativa nos intervalos que não sejam os capacitivos (madrugada). A principal causa desta ocorrência tem em geral origem no transformador que consome potencias ativas e reativas baixas
85
O Setor Elétrico / Julho de 2019
calcular
qual
excedentes
em
será
a
função
cobrança dos
dos
cenários
apresentados pela curva de carga. Se o valor for representativo, buscar uma das soluções que se seguem. b) Avaliar as cargas residuais, tipicamente de iluminação e serviços complementares. Sistemas de iluminação de vapor de sódio ou metálico podem ser substituídos por LEDs. Além da economia da energia ativa, a energia reativa não será consumida, pois estes últimos são capacitivos. c) Uso de Trafos auxiliares de menor potência e desligamento do Trafo principal. d) Instalação de banco fixo complementar
Figura 1 – Curva de carga avaliada com transição de regime de carga.
compensando a potência reativa residual
em relação a carga alimentada, mas quando
Este valor do fator de potência que em
com o devido cuidado de não tornar o
a
reduzida
princípio parece assustador, deve ser
sistema capacitivo além do limite durante
estes valores passam a ser relativamente
considerado juntamente com a energia
a madrugada. Este capacitor adicional
importantes.
ativa consumida no intervalo, ou seja, a
pode ser instalado tanto no primário
carga
é
substancialmente
O transformador citado de 1500kVA
demanda de potência ativa não está na
quanto no secundário com as mesmas
pode possuir um consumo em vazio da
casa dos quase 600kW, mas em 43kW.
premissas em relação a presença de
ordem de 30 a 40kvar de potência reativa e
Como na maioria das vezes, instalações
harmônicas do sistema principal, evitando
de potência ativa de 5kW, dependendo de
industriais e comerciais de médio porte
ressonâncias.
cada projeto do transformador. Este valor
possuem seus sistemas de compensação
e) Adotar a leitura de corrente e tensão no
pode ser constatado caso a caso no ensaio
reativa instalados na baixa tensão com
primário, incluindo o consumo próprio de
efetuado no fabricante (ensaio de rotina,
as leituras de carga através de TC’s
energia ativa e reativa do transformador na
sem carga).
no secundário do transformador, esta
estratégia de compensação. Cuidados com
Como a medição da distribuidora é
situação não será considerada por estes
a resolução do sistema de compensação
na maioria das vezes efetuada em média
sistemas que não enxergarão os consumos
devem ser tomados.
tensão, os 72kvar e 43kW da figura 1,
próprios de potência ativa e reativa do
consumidos pelo conjunto da carga residual
transformador.
e
algumas saídas técnicas bem aplicáveis.
avaliação numérica e soluções para a curva
a) Cálculo da cobrança de excedentes:
da figura 1.
consumo
próprio
do
transformador
atingirão um fator de potência de 51%.
Neste
cenário,
existem
Na próxima edição, será apresentada
86
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br
Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos, controle e mitigação – Parte 01/05
1. Introdução
podem representar uma fonte de ignição de
hidrogênio contido na sua estrutura. De
A possibilidade de riscos de ignição
atmosferas explosivas que estejam presentes
acordo com estas pesquisas, a presença de
relacionados com a geração e o acúmulo da
em áreas classificadas contendo gases
atmosfera explosiva nos dutos de ventilação
eletricidade estática ocorre frequentemente
inflamáveis ou poeiras combustíveis.
foi provavelmente devido à existência de
nas
vazamentos em válvulas do sistema de
instalações
atmosferas
industriais
explosivas,
contendo
decorrentes
de
Diversos casos de acidentes já foram
registrados
em
atmosferas
explosivas
hidrogênio.
Naquele
icônico
acidente,
fatores como a movimentação de fluidos, a
decorrentes de falhas de aterramento ou
morreram 35 das 100 pessoas que estavam
existência inadvertida de condutores isolados
de equipotencialização de equipamentos
a bordo.
ou a utilização de materiais não metálicos
de móveis ou fixos, sejam eles metálicos ou
ou não condutivos em áreas classificadas,
não metálicos, as quais proporcionaram o
associados com deficiências nos sistemas de
acúmulo de cargas eletrostáticas que, por sua
equipotencialização ou de aterramento.
vez, deram origem a centelhas que serviram
No caso de instalações elétricas em
como fontes de ignição de atmosferas
atmosferas explosivas, o risco de ignição que
explosivas existentes, ocasionando grandes
pode ser decorrente da geração de faíscas é
explosões, muitas delas com consequências
oriundo do acúmulo indevido de eletricidade
fatais para as pessoas presentes aos locais
estática, o qual pode levar à existência de
destes acidentes.
elevadas diferenças de potenciais de tensão,
capazes de produzir centelhamentos.
estática pode provocar grandes explosões de
É reconhecido que as movimentações de
atmosferas explosivas, pode ser lembrado o
grandes volumes de líquidos, gases e poeiras
acidente ocorrido em 1937 com o dirigível
das graves consequências de eletricidade
no interior das tubulações e dos equipamentos
Hinderburg, que explodiu quando estava
estática em atmosferas explosivas, a explosão
de processo e do transporte pneumático na
se preparando para aterrissar. Segundo
ocorrida em 2015, no FPSO Cidade de
indústria do petróleo, petroquímica, química,
pesquisas realizadas recentemente, os cabos
São Mateus, que resultou na morte de nove
sucroalcooleira e de alimentos, resultam
que estavam sendo conectados pelo pessoal
pessoas. De acordo com o relatório de análise
em uma grande quantidade de eletricidade
de terra provocaram descargas eletrostáticas
do acidente elaborado pela Agência Nacional
estática,
Como um exemplo de como a eletricidade Pode também ser citada como exemplo
diferenças
que foram geradas neste momento de
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
de potenciais eletrostáticos que podem
aterramento, as quais foram responsáveis
(ANP), uma das possíveis fontes de ignição
provocar centelhas, as quais, por sua vez,
pela ignição da grande quantidade de
foi o fluxo de água através de mangueiras de
capazes
de
gerar
87
O Setor Elétrico / Julho de 2019
combate a incêndio, fabricadas com material
formado a poça de condensado. Os fatos que
não condutivo, o que pode ter contribuído
ocorreram anteriormente à explosão mostram
riscos e as respectivas medidas mitigadoras de
respectivamente para a geração e o acúmulo
grande relação probabilística entre a fonte de
eletricidade estática em atmosferas explosivas,
de cargas eletrostáticas, cujo nível de
ignição com a eletricidade estática”.
foram elaboradas, em nível internacional, pelos
potencial pode ter ocasionado uma centelha
Nos casos de aplicação em áreas
países participantes do Comitê Técnico TC 31
capaz de ter provocado a explosão.
classificadas, um dos principais recursos
da IEC (Equipment for explosive atmospheres),
a serem considerados nos projetos e nas
incluindo o Brasil, as IEC TS 60079-32-1
instalações elétricas, de instrumentação,
(Atmosferas explosivas – Parte 32-1: Riscos
de
de
eletrostáticos – Orientações e IEC 60079-32-
equipamentos de processo em atmosferas
2: Atmosferas explosivas – Parte 32-2: Riscos
explosivas é a instalação de sistemas efetivos
eletrostáticos – Ensaios.
de aterramento ou de equipotencialização,
que permitam o escoamento contínuo das
controle e mitigação de eletricidade estática
cargas eletrostáticas, evitando o seu acúmulo.
em
O aterramento de equipamentos em
tema sob o ponto de vista de segurança
atmosferas explosivas deve ser considerado,
em instalações elétricas e mecânicas em
inclusive, em equipamentos não metálicos,
atmosferas
tais
telecomunicações,
mecânicas
e
De forma a abordar adequadamente os
Esta série de artigos sobre os riscos, atmosferas
explosivas
explosivas,
aborda
descrevendo
este
os
de
mecanismos de geração e acúmulo de cargas
investigação elaborado pela ANP, “Analisando
equipamentos elétricos e juntas isolantes
eletrostáticas e os requisitos, boas práticas
os fatos ocorridos no acidente em questão,
de equipamentos elétricos, mecânicos ou
e procedimentos de projeto, operação,
observa-se uma entre as situações que se
de processo, de forma a evitar o acúmulo de
manutenção e inspeção necessários para a
configuram como uma potencial fonte de
cargas eletrostáticas devido aos efeitos de
sua solução.
eletricidade estática: a utilização de mangueira
fricção ou pela passagem ou movimentação
de incêndio para lavar o local no qual havia se
de fluidos.
De acordo com o respectivo relatório de
como
invólucros
plásticos
Continua na próxima edição.
Memórias do Setor
88
O Setor Elétrico / Julho de 2019
Por Danieli Giovanini* Acervo Fundação Energia e Saneamento
Armazéns da Companhia Comércio e Navegação totalmente destruídos pelo bombardeio aéreo das tropas legalistas federais, durante a Revolução de 1924.
A Revolta de 1924 e o acervo da Fundação Energia e Saneamento algumas classes da população com a chamada
a se retirarem para o bairro Guaiaúna, ponto
Energia e Saneamento traz em si não apenas
política “café com leite”.
terminal de trens que chegavam do Rio de
a história do setor energético, mas também
Janeiro e do Vale do Paraíba, instalando a
momentos de São Paulo pouco lembrados. Um
da revolta por seu papel central na economia
sede do governo provisoriamente no interior
exemplo é a Revolta Paulista de 1924, uma
do País e o controle de diversas e prósperas
da estação ferroviária. Em resposta, o governo
das batalhas mais violentas que a cidade já
regiões articuladas à cidade pela rede
federal exerceu forte pressão bélica, com
testemunhou.
ferroviária. Dentre as táticas empregadas pelos
ataques aéreos na cidade contra os revoltosos.
Um acervo tão rico como o da Fundação
A capital paulista foi escolhida como alvo
rebeldes, foi realizado o ataque e posterior
rebeldes eram, em sua maioria, tenentes
ocupação do Palácio dos Campos Elíseos, sede
desenvolvimento, se viu transformada em
e capitães do Exército –, ocorreu em um
do governo do Estado de São Paulo, forçando
uma praça de guerra, em meio a tiros e
momento de instabilidade política da
o presidente Carlos de Campos, acompanhado
bombardeios. Os paulistanos sofreram com
República Velha e de descontentamento de
de secretários e oficiais do Exército legalistas,
a interrupção dos serviços básicos. A Light,
Com forte influência tenentista – os
São Paulo, uma cidade em
89
O Setor Elétrico / Julho de 2019
uma empresa atuante na cidade desde 1899, responsável pelo fornecimento de energia, o transporte urbano (bondes), a iluminação pública, o telefone e o gás, não passou intocada em meio à revolta armada, com suas atividades gravemente afetadas, não apenas durante os 23 dias de duração, mas ao longo do ano, devido às destruições causadas no levante. A empresa lidou com ocupações em suas propriedades dos dois lados da batalha, sendo que a Garagem da Vila Mariana foi tomada pelos legalistas e transformada em posto de comando, alojamento e até prisão; o depósito de bondes da praça Teodoro de Carvalho foi ocupada por revoltosos; e a Subestação Paula Souza, responsável pelo fornecimento de energia elétrica à grande parte da cidade, inicialmente ocupada pelos
Transeuntes perto de poste atingido por balas de fuzil, durante a Revolução de 1924.
legalistas, foi, no dia 9 de julho, tomada pelos rebeldes, que interromperam o fornecimento de força e luz realizados pela subestação. No período, houve também o roubo de dois milhões de bilhetes de bondes durante um dos saques, que foi comunicado com insistência ao público por meio de jornais.
Em meio às ocupações, bloqueios em
linhas de transmissão de energia e na circulação de bondes, além de dificuldades na comunicação entre superiores e trabalhadores, a Light se esforçava para manter a normalidade de seus serviços; entretanto, os intensos bombardeios a impediam. O cotidiano da empresa e da população foi profundamente afetado.
A derrota e retirada das tropas revoltosas
da cidade ocorreu no dia 28 de julho. Parte
Quartel General das Forças Revolucionárias, situado na Rua João Theodoro, hoje, sede do Batalhão da Rota. Ao fundo, a chaminé projetada por Ramos de Azevedo, em 1892, que ainda hoje guarda as marcas da artilharia deixadas durante a Revolta de 1924.
do contingente se dirigiu para o interior Os pesquisadores e interessados em
do Estado e depois para o Paraná, onde
importância para o entendimento da evolução
se encontrou com outros grupos militares
da política brasileira e seu modo de diálogo
acessar esse ou outros conteúdos históricos
aliados, nas origens da Coluna Prestes,
(ou não) com a parcela da população
podem realizar agendamento gratuito na
liderada por Luís Carlos Prestes.
descontente. E o acervo da Fundação Energia
Fundação Energia e Saneamento pelo e-mail
A Revolta de 1924 deixou cicatrizes na cidade
e Saneamento, enquanto instituição de
pesquisa@energiaesaneamento.org.br ou
de São Paulo, como saldo de destruição de
preservação do patrimônio da energia e do
através dos telefones 11 3395-5508 e 11 3224-
alguns bairros populares, quatro mil feridos e
saneamento, é uma rica fonte para a história
1489.
perda de cerca de mil vidas, entre elas muitos
de São Paulo, desde os grandes eventos até
operários que nem sabiam o motivo dos
as pequenas transformações cotidianas, com
conflitos.
documentos como fotos, cartografia, recortes
de jornais antigos e correspondências de
As pequenas revoltas e rebeliões que
marcaram a história do Brasil são de extrema
autoridades.
*Danieli Giovanini é historiadora e analista do Núcleo de Documentação e Pesquisa da Fundação Energia e Saneamento. Site: energiaesaneamento.org.br
90
Índice de anunciantes Ação Engenharia 85 (11) 3883-6050 www.acaoenge.com.br
O Setor Elétrico / Julho de 2019
17
Dutotec / Qtmov 75 (51) 2117-6600 / 0800 702 6828 www.dutotec.com.br www.qtmov.com.br
MWM (11) 3882-3200 geradoresmwm@navistar.com.br www.geradoresmwm.com.br
Eaton 63 0800 00 32866 vendaschbrasil@eaton.com www.eaton.com.br
Alubar 55 (91) 3754-7155 comercial.cabos@alubar.net www.alubar.net.br
Novemp 29 e Fascículos (11) 4093-5300 vendas@novemp.com.br www.novemp.com.br
Embrastec 49 (16) 3103-2021 embrastec@embrastec.com.br www.embrastec.com.br
Novus 33 (51) 3323-3600 www.novus.com.br/pt/setor_eletrico
Baur 73 (11) 2972-5272 atendimento@baurdobrasil.com.br www.baurdobrasil.com.br
Exponencial 81 (31) 3317-5150 comercial@exponencial.com.br www.exponencialmg.com.br
Paratec 80 (11) 3641-9063 vendas@paratec.com.br www.paratec.com.br
Beghim 40 e 41 (11) 2942-4500 beghim@beghim.com.br www.beghim.com.br
Fastweld 4ª capa (11) 2425-7180 fastweld@fastweld.com.br www.fastweld.com.br
Promins (14) 3366-2900 comercial@promins.com.br www.promins.com.br
Cablena 35 (11) 2175-9223 vendas@cablena.com.br www.cablena.com.br
Gimi Pogliano 51 (11) 4752-9900 atendimento@gimipogliano.com.br www.gimipogliano.com.br
Prysmian 2ª capa (15) 3500-0530 https://br.prysmiangroup.com
Alpha 18 (11) 3933-7533 vendas@alpha-ex.com.br www.alpha-ex.com.br
71
CBQEE www.sbqee.org.br/cbqee Chardon Group 53 (21) 99351-9765 chardonbrazil@chardongroup.com www.chardongroup.com Cinase 15 (11) 3872-4404 cinase@cinase.com.br www.cinase.com.br Clamper 19 e Fascículos (31) 3689-9500 comunicacao@clamper.com.br www.lojaclamper.com.br 77
COBEE (11) 3051-3159 www.cobee.com.br
50
HellermannTyton (11) 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br www.hellermanntyton.com.br 13
5
67
Rittal (11) 3622-2377 info@rittal.com.br www.rittal.com.br 37
IFG (51) 3431-3855 ifg@ifg.com.br www.ifg.com.br
Sel (19) 3518-2110 vendas@selinc.com.br www.selinc.com.br
Intelli 8 e 9 (16) 3820-1500 intelli@intelli.com.br www.grupointelli.com.br
TDK product.tdk.com/en/industrial sales.br@tdk-electronics.tdk.com
Itaipu Transformadores 31 (16) 3263-9400 comercial@itaiputransformadores.com.br www.itaiputransformadores.com.br 25
ITB (18) 3643-8010 www.itb.ind.br
11
Te / Tyco 21 te.energia@te.com www.te.com/energy Techno do Brasil 57 (41) 98717 7000 mario.adinolfi@sales. techno. it www.technodobrasil.com.br 12
Cobrecom 23 (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom.com.br www.cobrecom.com.br
KitFrame do Brasil 7 (11) 4613-4555 kitframe@kitframe.com.br www.kitframe.com
THS (11) 5666-5550 vendas@fuses.com.br www.fuses.com.br
Condumax / Incesa47 0800 701 3701 www.condumax.com.br www.incesa.com.br
Maccomevap 87 (21) 2687-0070 comercial@maccomevap.com.br www.maccomevap.com.br
Trael 45 (65) 3611-6500 comercial@trael.com.br www.trael.com.br
Megabrás 6 (11) 3254-8111 ati@megabras.com.br www.megabras.com
Tramontina (54) 3461-8200 ex.elt@tramontina.net www.tramontina.net
3ª capa e Fascículos
D’Light (11) 2937-4650 vendas@dlight.com.br www.dlight.com.br
43