Ano 14 - Edição 163 Agosto de 2019
Perfil do novo profissional de proteção e automação do sistema elétrico Na era das subestações digitais, com a chegada dos dispositivos eletrônicos inteligentes (IEDs), ficam evidentes as diversas possibilidades para construção e implementação das filosofias de proteção, supervisão e controle
Sistemas solares fotovoltaicos
Fixação dos módulos em estruturas de base de forma segura e durável
Cobertura – FIEE Smart Future | Smart Energy
As feiras receberam mais de 50 mil visitantes e promoveram debates e rodadas de negociações para acelerar o avanço dos mercados industrial e de energia
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565
Suplemento Renováveis 35 Fascículo: Fixação dos módulos em estruturas de base Notícias de mercado Coluna solar: A transição energética avança Coluna eólica: Já estamos em plena safra dos ventos
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Editorial
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Coluna do consultor
Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta
O projeto elétrico das instalações deve ser mantido vivo
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As feiras receberam mais de 50 mil visitantes e promoveram debates e rodadas de negociações para acelerar o avanço
Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos Colaboradores desta edição Carlos Alberto Villegas Guerrero, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Diretoria da SBQEE, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr., Frederico Oliveira Passos, Hans Rauschmayer, Jobson Modena, José Starosta, Keli Cristine Silva Antunes, Luciano Rosito, Marcio Takata, Paulo E. Q. M. Barreto, Paulo Henrique Vieira Soares, Paulo Marcio da Silveira, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk, Ronaldo Rossi, Sergio Roberto Santos e Vicentino José Pinheiro Rodrigues A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: engineer story | shutterstock.com Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correios
dos mercados industrial e de energia
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Filiada à
Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos
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Fascículos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão
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Cinase TEC Perfil do novo profissional de proteção e automação do sistema elétrico
54
Espaço 5419 A perda de patrimônio cultural
78
Espaço SBQEE CBQEE em constante evolução
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Evento – FIEE Smart Future | Smart Energy
Colunistas
56 57 58 60
Jobson Modena – Proteção contra raios Luciano Rosito – Iluminação pública José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Exc
3
Editorial
4
O Setor Elétrico / Agosto de 2019 Capa ed 163.pdf
1
27/08/19
19:10
www.osetoreletrico.com.br
Ano 14 - Edição 163 Agosto de 2019
Perfil do novo profissional de proteção e automação do sistema elétrico O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 163 – Agosto de 2019
Na era das subestações digitais, com a chegada dos dispositivos eletrônicos inteligentes (IEDs), ficam evidentes as diversas possibilidades para construção e implementação das filosofias de proteção, supervisão e controle
Sistemas solares fotovoltaicos
Fixação dos módulos em estruturas de base de forma segura e durável
Cobertura – FIEE Smart Future | Smart Energy
As feiras receberam mais de 50 mil visitantes e promoveram debates e rodadas de negociações para acelerar o avanço dos mercados industrial e de energia
Edição 163
O sistema elétrico na era digital
O surgimento de novas tecnologias voltadas para o
Itabira, localizada em Minas Gerais, aspectos introdutórios à
setor elétrico, remetendo, mais precisamente, às crescentes
norma, de forma a elucidar a ampla abordagem proposta pela
subestações digitais – que fazem uso de alta tecnologia para o
IEC, e alguns dos conhecimentos exigidos para esse “novo”
funcionamento –, tem revolucionado os sistemas tradicionais,
perfil que o profissional de proteção e automação precisa ter.
e com isso, levantado questões importantes sobre o nível de
Não deixe de acompanhar este rico trabalho desenvolvido
maturidade das empresas e o grau de capacitação técnica
pelo time de especialistas do segmento.
dos profissionais que atuam nessa área, os quais precisam se
adequar constantemente às mudanças culturais e tecnológicas
exemplar, é a fixação dos módulos fotovoltaicos em estruturas
que ocorrem no mercado.
de base de forma segura e durável, discussão que evidencia o
fato de que o projeto fotovoltaico é multidisciplinar e requer
A chegada dos dispositivos eletrônicos inteligentes
Outro assunto importante, explanado tecnicamente neste
(conhecidos como IEDs, na sigla em inglês), tem ampliado
conhecimento de várias áreas. Abordamos, nos fascículos
as possibilidades para construção e implementação das
anteriores, as questões elétricas do sistema fotovoltaico. Agora,
filosofias de proteção, supervisão e controle dos sistemas
entraremos em questões mecânicas e estruturais, matéria
elétricos. Os IEDs são baseados na norma IEC 61850, a
fundamental para quem quer se aprimorar e executar os
qual nasceu da necessidade de se padronizar os aspectos
serviços com excelência e segurança.
de comunicação. Sendo assim, esta norma proporcionou a
liberdade de configuração, redução de custo com fiações e
Eólica, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica
interoperabilidade entre dispositivos. A comunicação, inclusive,
(ABEEólica), Elbia Gannoum, traz a boa notícia de que o País
é outra preocupação do setor que, por conta da implantação
já está em plena safra dos ventos! Segundo a especialista,
de novas soluções, carece de orientações com relação às
o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já está
normas de comunicação entre equipamentos. Com isso, a IEC
sinalizando os recordes de geração da temporada 2019.
61850 veio no sentido de facilitar e resolver alguns problemas
Entramos em um período do ano em que costumamos ter os
que, por diversos anos, foram bastante debatidos em grandes
nossos melhores ventos, e que vai até novembro. E, até lá, há
obras, como sistemas de comunicações (protocolos) e meios
muito o que ser feito, a fim de continuarmos batendo recordes
físicos de comunicações (cabos).
e explorarmos todos os benefícios que a energia eólica
brasileira tem a oferecer.
Em função da ascensão do uso de novas tecnologias e
Ainda falando sobre as renováveis, na seção Energia
da necessidade de criação de um novo perfil profissional de
proteção e automação do sistema elétrico, que saiba como se
Boa leitura!
mover dentro da era digital, foi produzido o artigo da seção Cinase TEC, o qual abordou o conceito da IEC 61850 em
Abraços
substituição aos sistemas convencionais utilizados na Vale SA
Luciana Freitas
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Revista O Setor Elétrico
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Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
O projeto elétrico das instalações deve ser mantido vivo
As histórias se repetem a cada necessidade de intervenção ou mesmo
simples verificação ou consulta da documentação das instalações. Nem sempre as informações estão de acordo ao “conforme construído”. Cargas são modificadas, proteções e circuitos readequados, leiautes que mudam, obrigando as instalações a serem também readequadas, e tudo fica na memória de quem executou estas mudanças sem documentação ou em algum rascunho perdido em alguma gaveta. Quando alguma intervenção de emergência deve ser feita, a “coisa” fica complicada e erros grosseiros são cometidos. As questões aqui colocadas estão relacionadas à necessidade de manter o projeto da edificação em geral e das instalações em particular como um organismo vivo que deve acompanhar a própria operação e manutenção das instalações. Os documentos devem estar prontos, arquivados em locais bem definidos em claros procedimentos e, sobretudo, serem velhos conhecidos dos responsáveis das instalações sejam prediais ou industriais.
A velocidade do avanço tecnológico, de ocupação e de produção
requerem das instalações associadas a prática de “retrofits” cada vez mais frequentes e, por consequência, documentação técnica atualizada. Normas como a NR-10, NBR5410 e outras aplicáveis recomendam fortemente estas necessidades. Juntam-se a isso os documentos relativos aos equipamentos das plantas, como transformadores, geradores, filtros, distribuição de circuitos e painéis de distribuição.
A aparente prorrogação de despesas operacionais que não priorizam
ou mesmo negligenciam estas necessidades pode incorrer em pesadas perdas financeiras relacionadas a paradas não previstas, dificuldades para soluções de problemas e mesmo aspectos de segurança. A reflexão do tema requer das equipes de “facilities” e gestão de manutenção ações de redução destes riscos. Projetos devem viver fora das gavetas nas mãos dos operadores e com dinâmica de atualização automática. Não há atualização tecnológica de processos dissociada da atualização dos projetos de instalações que devem sofrer intervenções simultaneamente. As ferramentas de gestão de documentos existentes devido ao avanço da tecnologia de informação contrastam com as caixas mofadas de plantas heliográficas que inundam os subsolos de nossas edificações.
Evento
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FIEE 2019 movimenta novos negócios para os mercados industrial e de energia
Reed Exhibitions Alcantara Machado
Com mais de 50 mil visitantes, a feira promoveu debates e rodadas de negociações para acelerar o avanço destes setores
Entre os dias 23 e 26 de julho, o São
Paulo Expo, em São Paulo (SP), foi palco de um grande encontro entre empresas e compradores da indústria e do mercado de energia do Brasil. Apresentando as tendências e novidades que deverão transformar o futuro dos negócios, a FIEE Smart Future e a FIEE Smart Energy receberam mais de 50 mil visitantes e centenas de expositores de todos os continentes, que puderam acompanhar a apresentação de mais de 250 horas de conteúdo técnico especializado.
Mais do que oportunidade para debates,
as feiras geraram negócios. Durante seus quatro
dias,
foram
realizadas
dezenas
de encontros estratégicos em mesas de negociação, envolvendo empresas brasileiras e de diversos países, com destaque à presença de compradores da América Latina, Estados
Só com essa iniciativa, foram geradas 438
a participação de grandes players do mercado
Unidos, Europa e Ásia. “Foram centenas de
reuniões entre exportadores brasileiros e
de energia, como América, Atmo, Comerc,
reuniões voltadas à venda e à construção de
compradores internacionais. “A realização
CPFL, Kroma e Pacto.
novas parcerias. Isso mostra o potencial e o
do projeto dentro da FIEE foi uma ótima
diferencial de nossos eventos para a economia
oportunidade para aproximar todos os
debateram temas importantes para o futuro,
e o setor produtivo nacional”, declara Renan
atores do ecossistema produtivo, reforçando
com uma programação composta por painéis,
Joel, diretor do Portfólio de Energia e Indústria
nossas conversas e ações também com
seminários e demonstrações técnicas para
da Reed Exhibitions Alcantara Machado,
a participação dos expositores da feira,
todos os envolvidos na cadeia produtiva do
organizadora e promotora do evento.
graças ao apoio da Reed”, afirma Giselle
País. As feiras abriram espaço para a realização
Entre as ações promovidas, destacam-se
Hipólito, gerente de Relações Internacionais
de ações, como o Seminário GREEN RIO,
o Projeto Electro-Electronic Brasil, realizado
da Abinee. Além disso, o evento também
realizado pela primeira vez em São Paulo,
pela primeira vez, e que se baseou em uma
realizou uma Rodada de Negócios nacional,
e o CIGRÉ Brasil, com discussão voltada ao
rodada de negócios internacional criada
com reuniões realizadas com compradores
setor de energia elétrica. Também foram
pela Apex-Brasil e pela Associação Brasileira
vindos de diversas indústrias, e a Arena de
realizados o Fórum Abinee Tec, IX CIERTEC
da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Comercialização de Energia, que contou com
e Ilhas do Conhecimento, que tiveram o
A FIEE Future e a FIEE Energy também
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Reed Exhibitions Alcantara Machado
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
patrocínio Master da Eletrobras e do Governo
desempenhe plenamente seu protagonismo
Federal; patrocínio diamante da Schneider
no
Electric e da Siemens, e apoio institucional da
necessárias
Confederação Nacional da Indústria (CNI).
devolver a confiança que propicia a atração
desenvolvimento
econômico,
são
estruturais
para
reformas
de investimentos. "Apoiamos a Reforma da
Abinee TEC 2019: setor eletroeletrônico é fundamental para a digitalização do País
Previdência e estamos satisfeitos com o seu
O papel fundamental dos setores de
indústria", destacou.
tecnologia e energia para o avanço da
inovação e do processo de transformação
Abinee com as recentes sinalizações do
digital do Brasil foi o principal tema abordado
governo no sentido de promover medidas
pelos participantes da solenidade de abertura
que expõem a indústria brasileira a uma
do Abinee TEC 2019, que ocorreu no dia 23
competição pouco isonômica diante de
de julho, em conjunto com a inauguração da
outros países. Ele defendeu que tais medidas
FIEE Smart Future e da FIEE Smart Energy.
sejam
empresários,
outras providências que reduzam o custo de
especialistas, membros dos poderes Executivo
produção no País. "A Abinee não é contrária
e Legislativo, incluindo representantes dos
à abertura comercial. Entretanto, esse tema
Ministérios
Estiveram
presentes
encaminhamento. Mas necessitamos ainda da Reforma Tributária, fundamental para a Barbato mencionou a preocupação da
implementadas
paralelamente
a
(MMA),
deve ser tratado com total transparência
de Minas e Energia (MME) e da Ciência,
para que esta seja feita de forma gradual
Tecnologia,
do
Meio
Ambiente
Comunicações
e negociada com o setor produtivo",
(MCTI), além da Abinee, BRACIER e da Reed
afirmou. "O Brasil já reúne as características
Exhibitions Alcantara Machado. "A revolução
fundamentais de um mercado potencialmente
digital que o mundo está vivenciando
atrativo para investimentos; o que precisamos
nos últimos anos se espalha por diversos
é colocar a casa em ordem para atrair cada vez
segmentos da economia, provocando uma
mais recursos", completou.
profunda transformação nos negócios, na
O
disponibilidade de serviços e nas formas de
Administração da Abinee, Irineu Govêa,
consumo", afirmou o presidente executivo da
destacou a importância dos eventos para
Abinee, Humberto Barbato, na abertura dos
os negócios no setor eletroeletrônico. "O
eventos.
Abinee TEC e a FIEE representam um polo de
Em sua opinião, para que a indústria
negócios, conteúdo e inovação para os setores
Inovação
e
presidente
do
Conselho
de
Evento Reed Exhibitions Alcantara Machado
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SP, Ricardo Figueiredo Terra, o Brasil vive um grande momento de conectividade, essencial para que as indústrias continuem competitivas na 4ª Revolução Industrial. "Estamos bem articulados para ajudar empresas de todos os tamanhos nesses avanços, fundamentais para o sucesso do Brasil. A melhor forma de prever o futuro é criá-lo", sugeriu.
Para o secretário de Empreendedorismo e
Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Alvim, o Abinee TEC e a FIEE são palco das principais tendências da transformação digital e da inserção na economia 4.0. "Temos o desafio de trazer a economia brasileira para o ambiente 4.0, e o setor eletroeletrônico tem um papel Reed Exhibitions Alcantara Machado
Reed Exhibitions Alcantara Machado
fundamental
nesse
processo",
afirmou.
Ele agradeceu as contribuições dadas pela Abinee ao Ministério para construção de uma nova política para o setor de tecnologia.
O
secretário
de
Planejamento
e
Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros dos Santos, destacou a importância dos eventos no
Reed Exhibitions Alcantara Machado
Reed Exhibitions Alcantara Machado
debate sobre a transição energética. "Todos os projetos que estamos desenvolvendo incorporam novas tecnologias estratégicas para os consumidores", ressaltou.
Ele adiantou que o governo anunciará,
em 10 de dezembro de 2019, um novo Plano Decenal de Energia, que dará a "todos investidores
oportunidade
de
conhecer
ofertas de investimentos". O secretário disse ainda que o País tem papel destacado na elétrico, eletrônico, de energia e de automação,
receber mais de 50 mil compradores nesses
questão de energias renováveis. "O mundo
projetando-se para o futuro com um formato
quatro dias de evento, estimulando setores
tem muito que aprender com o Brasil, tendo
convergente e integrador", salientou.
que fazem a diferença para o desenvolvimento
em vista nossa matriz energética e nossos
do nosso País", frisou.
níveis reduzidos de emissão de C02."
geram
Para o presidente do BRACIER e da
empregos de qualidade e contribuem para o
Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, o evento
do Ministério do Meio Ambiente, André
desenvolvimento do Brasil. "Cada vez mais,
é essencial para aproximar todos os agentes
França, os principais problemas relativos ao
nossa indústria exerce o protagonismo na
do setor elétrico. Segundo ele, o tempo é
meio ambiente estão nas cidades, e que,
economia digital, com soluções e produtos
de grandes mudanças. "Vivemos desafios
portanto, o governo tem uma nova agenda
inovadores", comentou.
que vão promover uma verdadeira revolução
de qualidade ambiental urbana. Ele ressaltou
Ele lembrou que a Abinee representa
cerca
de
500
empresas,
que
Para o secretário de Qualidade Ambiental
O vice-presidente da Reed Exhibitions
tecnológica e, nesse sentido, a inovação
o pioneirismo da Abinee na logística reversa
Alcântara Machado, Paulo Octavio, contou
ocupa papel estratégico no avanço do setor.
do setor eletroeletrônico. "A Abinee foi
que a FIEE Smart Future e a FIEE Smart
Não devemos temer essas mudanças. Nosso
um dos primeiros setores a nos procurar,
Energy foram especialmente desenhadas
País deve se orgulhar por ter uma das matrizes
querendo saber o que fazer para ajudar",
para atender às necessidades do mercado
energéticas mais limpas e renováveis do
contou. Como resultado, deve ser anunciado,
e trazer uma nova dinâmica para os setores
mundo", observou.
em breve, o acordo setorial nacional para
de indústria e energia do Brasil. "Esperamos
a logística reversa de eletroeletrônicos. "O
De acordo com o diretor regional do Senai
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O Setor Elétrico / Agosto de 2019
texto será colocado em consulta pública, e em
da Eletrobras e da Bracier, apresentou o
oceano azul de oportunidades”, completou.
seguida, anunciado, para que tenhamos uma
“Roadmap to 2050”, da Agência Internacional
gestão mais sustentável dos recursos no País",
para as Energias Renováveis (Irena), sobre
brasileiro, da matriz energética atual e a
informou.
a transformação do sistema global de
descoberta do Pré-Sal, o presidente e CEO
Citando a atual situação do agronegócio
Relações
energia. Segundo ele, esse processo precisa
da Siemens Brasil, André Clark, afirmou que
Institucionais da Comissão de Integração
de celeridade para atender aos objetivos
o Brasil tem uma posição privilegiada, fruto
Energética Regional (CIER), Carlos Pombo,
do Acordo de Paris, diante de um grande
de investimentos e iniciativas conjuntas entre
representante do Uruguai, falou dos avanços
aumento de demanda. “Entre os principais
governo, setor privado e acadêmico. “Todas
das energias renováveis em seu país, no qual
drives dessa expansão, teremos a introdução
essas ações só foram possíveis com muita
as fontes eólica e fotovoltaica respondem
de 1 bilhão de veículos elétricos no mercado,
inovação”, explanou.
por 40% da demanda. Destacou também
maior uso de eletricidade para aquecimento
o papel de inovações como blockchain e
e o surgimento de hidrogênio renovável”,
uma nova realidade repleta de desafios e
redes inteligentes para uma maior eficiência.
inumerou. Em sua avaliação, as ferramentas
oportunidades. “A cidade do futuro será
"Na indústria elétrica, não temos de prever o
da transformação são a digitalização, a
diferente e, por isso, a rede de distribuição tem
futuro, mas sim, de desenhá-lo", afirmou.
descentralização e a descarbonização, que
de mudar de forma diametral”, enfatizou o
podem ser alcançadas a partir da introdução
executivo, que apresentou o case da Siemens
Transição energética e digitalização do setor elétrico
de novas tecnologias, como Internet das
em Jundiaí, no Estado de São Paulo, no qual
Coisas (IoT), blockchain, entre outras.
a empresa contribuiu para o planejamento da
O
vice-presidente
de
Segundo ele, a Internet das Coisas trouxe
Para atingir esses objetivos, Ferreira Junior
cidade para os próximos 30 anos. O projeto
descentralização e descarbonização do setor
destacou a importância da integração entre
incluiu pegada de carbono, transporte,
elétrico e a necessidade de maior cooperação
os países, permitindo a alocação eficiente de
energia e prédios inteligentes. Para Clark,
entre os países da América Latina foram
recursos e a complementariedade de fontes,
o momento representa uma oportunidade
os principais temas debatidos no painel
além de garantir segurança energética e um
singular para a integração energética regional
“Transição Energética e a Digitalização do
ambiente de negócios mais favorável.
com outros países da América Latina, como
Os desafios dos processos de digitalização,
o caso da Bacia do Prata, que compreende
Setor Elétrico", realizado no dia 23 de julho, no Fórum Abinee TEC 2019. O evento,
A visão do setor privado
moderado
pelo
professor
José
Sidnei
Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Argentina.
Integração. Essa é a palavra de ordem
Colombo Martini, reuniu representantes do
no novo cenário de transformação digital.
Integração na América Latina
governo brasileiro e de governos dos países
“Compartilhar é o que gera inovação”,
latino-americanos, além de executivos do
destacou o presidente da Schneider Electric
milhões de habitantes, com um consumo
setor privado.
Brasil, Marcos Matias. Em sua apresentação,
de 2 mil quilowatts-hora por cada habitante.
Reive Barros dos Santos, do MME,
o executivo ressaltou a convergência entre a
A informação é do diretor de Integração
apresentou
área elétrica e eletrônica, que provoca uma
da Organização Latino America de Energia
brasileiro,
o
planejamento
energético
compreendendo
geração,
A América Latina compreende cerca 635
revolução no mundo dos negócios.
(Olade), Medardo Cadena. Segundo ele,
transmissão e distribuição, petróleo e gás e
Segundo ele, os data centers consomem
devido às distintas matrizes energéticas dos
mineração. “Um dos principais objetivos da
hoje de 4% a 5% de toda a energia produzida.
países, 71% da energia consumida na região
nossa proposta de modernização do setor
“Estamos caminhando para um mundo mais
ainda não é renovável. Para Cadena, apesar das
elétrico é garantir estabilidade regulatória
elétrico, mais digital, mais descarbonizado
diferenças, todos possuem o objetivo comum
e jurídica, além de previsibilidade neste
e descentralizado”, afirmou. Para Matias, as
de promover a transição energética com vistas
mercado — fator fundamental para atração
novas tecnologias proporcionam a redução
a desenvolver economias de baixa emissão de
de investimentos”, explicou. Nesse sentido,
de perdas energéticas, que geram impactos
carbono. “Cada país pode atingir seu objetivo
ele apresentou um calendário, até 2021, de
climáticos positivos. “A gestão de redes,
de uma forma particular, mas um ator que
leilões de energia, como os de A-4 e A-6.
a partir do smart grid, permite otimizar a
merece ser considerado para integração é o
Segundo
Santos,
a
expectativa
de
operação e o planejamento na utilização de
gás natural”, afirmou. Em sua avaliação, essa
crescimento da economia, em torno de 2,8%
energia”, esclareceu.
fonte tem grande potencial de crescimento
ao ano, cria a necessidade de uma oferta de
e pode ser um elemento importante para a
5 gigawatts de energia. Para atender a essa
é fundamental, mas não pode ser “usada
descarbonização do setor elétrico.
demanda, o governo deve estimular a geração
como muleta” para impedir a expansão das
O vice-ministro de Minas e Energia
a partir de fontes eólica e fotovoltaica, além de
redes inteligentes. Outro fator é o nascimento
do Paraguai, Carlos Zaldívar, apresentou o
substituir as térmicas a óleo por térmicas a gás.
de um novo consumidor, que passa a ser
panorama energético do país e destacou a
Wilson
gestor da energia utilizada. “Temos um
necessidade de aumentar em 60% o uso de
Ferreira
Junior,
presidente
Em sua avaliação, a segurança cibernética
Evento Reed Exhibitions Alcantara Machado
12
energias renováveis, além da meta de emissão zero de CO2 até 2050 no âmbito da política estratégica 2016-2040. Também afirmou que o Paraguai tem consciência de que deverá trabalhar junto com o Brasil e destacou as oportunidades da matriz energética de seu país, como autoprodução de eletricidade, cultivos bioenergéticos, refinamento de petróleo.
Juan Garade, secretário de recursos
renováveis e mercado elétrico da Argentina, disse que o país tem investido na construção de pequenos parques para geração de energias eólica e solar. “Basicamente, 9% de toda a nossa demanda de energia será abastecida por fontes renováveis nos próximos anos”, antecipou. Segundo ele, a transformação do sistema elétrico é inevitável e ininterrupta, demandando robustez institucional e estabilidade regulatória. Colômbia e Peru.
programa busca apoiar empresas brasileiras
citadas pelo vice-ministro de Minas e Energia
Para o diretor geral da ISA – Rede de
por meio da criação e articulação de uma
do Paraguai, Felipe Mitjans, que reforçou os
Energia do Peru, Carlos Sánchez, a integração
rede de inovação em dois módulos: um
compromissos internacionais assumidos pelos
ainda está aquém das possibilidades para o
programa de apoio e aceleração de Startups
países, como o COP21 e o Irena de emissão
desenvolvimento de ações similares, como
e um Centro de Inovação, localizado no Rio
zero até 2050.
ocorre na Europa.
de Janeiro, que fará conexões entre startups,
empresas, investidores e universidades.
As barreiras institucionais também foram
Mitjans comentou sobre a possiblidade
Com uma matriz energética composta
de paralelismo entre Itaipu e Yacyreta,
basicamente por hidroelétrica e gás, o Peru
convertendo o Paraguai em corredor de
ainda não possui estrutura para geração
necessidade de se agregar inovação ao setor
Lana Dioum, por sua vez, afirmou que a
energia limpa para a integração entre
distribuída. Segundo Sánchez, o governo
da indústria motivou a ABDI a criar métodos
Paraguai, Brasil e Argentina. Citou também a
estuda mudanças no sistema regulatório do
para aproximar essas novas tecnologias às
criação da Ata de Acordo para a Integração
setor e a interconexão com outros países,
empresas. “Nosso trabalho é entender a dor
Energética, que possibilitou a venda de
como o Brasil.
das indústrias, desafiar o mercado e gerar
energia para Bolívia, Chile e Uruguai.
Outro destaque foi o painel “Fomento
negócios entre as empresas e startups por meio
O assessor do ministro de Energia do
e Programas de Incentivo a Startups”, do
de soluções inovadoras”, explica. Segundo a
Equador, Vitor Oreluela Luna, abordou a
Abinee TEC 2019, sobre as parcerias entre
coordenadora, o programa diminuiu em até
mudança da matriz energética do país,
startups e empresas pode elevar o potencial
20% as interrupções na produção de uma das
especialmente em função do racionamento
transformador para os mais diversos setores
empresas beneficiadas pela parceria. O painel,
de energia em 2009, quando foi necessário
da indústria. No encontro, os especialistas
mediado por Paulo Quirino, coordenador
comprar energia da Colômbia. A partir
Romulo Ramalho Matheus, coordenador
Nacional do Programa Creative Startups da
daí, criaram-se políticas de aumento de
do Departamento de Empreendedorismo
Samsung, integrou a programação da Ilha
capacidade de geração, redução do consumo
do Banco Nacional do Desenvolvimento
de Conhecimento de Inovação e Novas
de energia elétrica, eliminação do consumo
Econômico e Social (BNDES), e Lanna Christina
Oportunidades de Negócios.
de diesel e diminuição das emissões de
Pinheiro Dioum, coordenadora de Inovação
CO2. Hoje, entretanto, 90% da energia do
da Agência Brasileira de Desenvolvimento
Ilhas de Conhecimento
país ainda é hidráulica; 8% térmica e 2% são
Industrial (ABDI), debateram a geração de
energias renováveis.
negócios e resultados a partir da união entre
Ilhas de Conhecimento no ambiente da FIEE
Luna também apresentou o projeto “Zero
indústria e novas companhias. “O Brasil possui
Smart Future para quem buscava conceitos e
combustíveis fósseis em Galápagos”, com
boas ideias e pesquisas, porém, poucas
aplicações práticas. Profissionais, especialistas
o aumento do uso de energia solar e eólica
startups conseguem alcançar a maturidade
e representantes do governo dividiram espaço
e do óleo de pinhão nas ilhas. No tema da
e impactar o mercado. Por isso, o BNDES
em diversos painéis sobre os temas mais
integração dos países andinos, comentou
criou o programa de incentivo à inovação, o
relevantes para o setor nas Ilhas de: Eficiência
sobre a aproximação existente entre Equador,
Garagem”, diz o coordenador do banco. O
Energética;
Além do fórum, o Abinee TEC apresentou
Automação
e
Manufatura;
13
Geração,
Transmissão,
Distribuição
Everton Amaro / Fiesp
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
e
Comercialização - GTDC; Inovação e Novas Oportunidades de Negócios e Tecnologia e Sustentabilidade. O painel “Aplicação Digitalização da Indústria Brasileira”, da Ilha de Conhecimento de Automação e Manufatura Inteligente, foi uma conversa mediada por Carlos Urbano, diretor de Automação Industrial da Schneider Electric, que contou com a participação de Livius Aguiar, Digitalization, IoT and Industry 4.0 Sales Specialist da Siemens, e Fabio Fernandes, engenheiro de Aplicação para a Indústria 4.0 da Bosch. O debate reforçou como a adoção de ferramentas digitais pode melhorar a competitividade das empresas, tornando as
Everton Amaro / Fiesp
operações mais eficientes e inteligentes. Os participantes alertaram para a importância do uso de dados e da real aplicação de padrões de inovação na cadeia produtiva, ressaltando que somente assim será possível gerar impactos para a tomada das decisões e definição de estratégias para os negócios.
Escola Móvel de Energias Renováveis do Senai Outra novidade apresentada na FIEE Smart Future e na FIEE Smart Energy foi a Escola Móvel de Energias Renováveis do SENAI-SP, inaugurada pelo presidente da Fiesp, Sesi-SP, Senai-SP, Ciesp e do Instituto Roberto Simonsen (IRS), Paulo Skaf. O lançamento contou com a presença do presidente do Conselho de Administração da Abinee, Irineu Govêa, e do presidente
automação e energia, que são essenciais
no interior do semirreboque (caminhão) e
executivo da Associação, Humberto Barbato,
para a indústria. Andando pelos corredores
necessitam apenas de local adequado para
além de empresários do setor eletroeletrônico.
do evento, temos a oportunidade de nos
manobra e estacionamento. Dessa forma, é
A 74ª unidade móvel da instituição, assim
conectar com as melhores marcas do Brasil e
possível atender regiões que não têm ou atuar
como as demais, oferecerá cursos de formação
do mundo”, declarou Skaf. Segundo ele, as
em locais nos quais as escolas Senai-SP não
inicial e continuada, de curta duração, em
feiras são “uma vitrine com o que há de mais
desenvolvam as necessidades específicas da
diversas tecnologias e sistemas da área, com
moderno em automação e energia, além de
indústria local, evitando, assim, a implantação
o objetivo de suprir as necessidades de mão
oferecer conhecimento por meio de palestras
de um laboratório fixo. As empresas ABB,
de obra especializada da indústria. As aulas
e painéis”. “É uma forma de correr o mundo
Canadian Solar, Finder, PHB Energia Solar,
deverão ter turmas de 16 alunos e matrículas
em um dia, estar atualizado e fazer negócios,
Siemens e Stäubli forneceram equipamentos
em 13 cursos.
ou seja, é fantástico”, expressou.
e tecnologias.
A inauguração da escola foi realizada
durante a FIEE Smart Future e FIEE Smart
flexíveis de alta tecnologia, com salas de aula
já tem data e hora marcadas: será de 20 a 23
Energy principalmente devido ao diferencial
com aproximadamente 80m², que se moldam
de julho de 2021, das 13h às 20h, no mesmo
dos eventos de atrair, em um só local, as
à medida que novas profissões aparecem
local: São Paulo Expo (SP).
cadeias de indústria e energia. “A FIEE
e outras são extintas. Os equipamentos
Para obter mais informações, acesse:
Smart Energy e a FIEE Smart Future reúnem
utilizados nas unidades móveis são fixados
www.fiee.com.br.
As escolas sobre rodas são laboratórios
A próxima edição da FIEE Smart Future
Painel de mercado
14
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
Fotos por: Samira Espósito
IX ESW Brasil reúne especialistas em segurança elétrica e do trabalho
No dia 17 de julho, aconteceu, em Salto (SP),
a abertura do ESW Brasil 2019 – International Safety Workshop, evento internacional voltado para a área engenharia elétrica na segurança do trabalho. Sediado na Estância Turística de Salto, no interior paulista, a 9ª edição do evento contou com a presença do prefeito do município, Geraldo Garcia. Na mesa de abertura, além do prefeito, estiveram presentes o presidente da Associação de Engenheiros de Salto (AEAAS), Paulo Takeyama, o presidente da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), Gilberto Alvarenga, os representantes do IEEE, Guiou Kobayashi e Luiz Tomiyoshi, além do diretor executivo da Abracopel e coordenador geral do evento, Edson Martinho. O ESW foi criado pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE),
no mundo a replicar esse modelo de sucesso
Paulo Henrique Soares, da VALE; em seguida:
fundado nos Estados Unidos, há mais de 120
originado e prestigiado nos Estados Unidos,
Instalações elétricas em Piscinas – Estudo
anos, sendo a maior organização profissional
mas ainda há muito o que crescer e evoluir e
de caso, com Thalita Santos, da Sinergia,
do mundo dedicada ao avanço da tecnologia
estamos no caminho certo!”, declara.
após o coffee break, veio o engenheiro
em benefício da humanidade. Importante citar
Iniciado no dia 16 de julho, com dois
Sergio Santos, com o tema: A NR-12 e a
que o Brasil é um dos poucos países, além
tutoriais que geraram grande interesse entre
segurança das instalações elétricas; em
dos Estados Unidos, a sediar este evento (são
os participantes, foram eles: Faltas por Arco
seguida, os engenheiros Adonay Rodrigues
quatro países no total que sediam hoje o ESW).
e Energia Incidente – Principais alterações da
e Cristhian Gabriel da Rosa de Oliveira, da
Pela segunda vez em Salto, é organizado em
norma IEEE Std 1584 2002 para a norma IEEE
ENEL Distribuição de Goiás, apresentaram o
parceria com a Abracopel, entidade nacional,
Std 1584 2018, com o engenheiro e membro
trabalho: Desenvolvimento de uma metodologia
que entende a necessidade de manter um
Sênior do IEEE – Claudio Sérgio Mardegan,
de ensaios com procedimentos operacionais
evento desta importância no País.
no período da manhã; e à tarde o tutorial foi
padrão de técnicas preditivas, visando a
Participaram desta edição profissionais de
Aplicação da Norma IEC61850 em uma planta
segurança na análise de desempenho de
grandes empresas, como Vale, Gerdau, Dupont,
industrial da Vale Itabira (MG) e os benefícios
transformadores de potência. No retorno do
Chevron, Petrobras, Fluke, Leal, BRVAL, além
do Sistema de Automação de Subestações
almoço, o congresso foi retomado com João
de distribuidoras de energia elétrica, como
(SAS) no gerenciamento, análise e segurança
Victor Barboza e Felipe Andrade, da Chevron,
a ENEL e instituições educacionais como
das equipes de manutenção, operação e
com o tema: Análise de Risco de Arco Elétrico
USP, UNIJUÍ e UFSM. Segundo Martinho, “o
engenharia, com o engenheiro Paulo Henrique
e Energia Incidente em Plataforma Offshore; a
ESW, nesta 9ª edição no Brasil e pela 3ª vez
Vieira Soares.
organizado pela Abracopel em parceria com o
IEEE, mostrou uma evolução clara: a qualidade
trabalhos apresentados foram: Número de
do público presente se equiparou com a
acidentes de origem elétrica – A estatística
qualidade dos trabalhos apresentados. “O
ajudando a reduzir os acidentes, com o
apoio dos patrocinadores este ano mostra essa
engenheiro Edson Martinho, da Abracopel;
evolução: grandes nomes e grandes marcas
depois: Laboratório de práticas elétricas (LPE)
estiveram no evento. Estamos crescendo e
empregado na formação e capacitação de
mantendo o Brasil como um dos poucos países
profissionais na Vale Itabira, com o engenheiro
No dia 17 de julho, após a abertura, os
15
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
A exposição
Este ano, o ESW Brasil contou com o
apoio empresas como: Fluke; Leal; Dupont – que trouxe a marca Nomex –; BRVAL e ETAP. Também apoiaram essa edição a Mi Omega; Techno; MSR; Lambda Consultoria e Westex. Cada estande atraiu o interesse dos participantes, com a demonstração de seguir, novamente o engenheiro Paulo Henrique
pelo engenheiro Hélio Eiji Sueta, trouxeram:
produtos e tecnologias, gerando novos e
Soares, da Vale, com: Metodologia de teste e
Aspectos
futuros negócios.
supervisão dos relés de arco utilizada na planta
componentes de risco conforme a norma ABNT
industrial da Vale Itabira – Usina Conceição II e
NBR 5419-2: 2015 para a proteção contra as
10ª edição em 2021
Ricardo Carvalho da DIAGNERG com o tema
descargas atmosféricas. Depois da parada
Arco Elétrico – Um Risco à ser Gerenciado.
para o café, o retorno foi com a psicóloga Maria
para
Uma parada para o coffee break e
de Fátima Antunes Costa e o interessante
chamando o engenheiro Guiou Kobayashi,
visitação à exposição, as palestras voltaram
tema:
aspectos
representante do IEEE Brasil, para anunciar
com João Cunha, da Mi Omega, trazendo o
comportamentais intrínsecos às atividades
a troca da coordenação geral, passando da
tema: Aterramento e equipotencialização de
do setor elétrico; em seguida, mais uma vez o
Abracopel para o IEEE, na próxima edição, em
subestações, finalizando este primeiro dia, a
Instituto de Energia e Ambiente da USP com o
2021. Na verdade, afirmou Kobayashi, “será um
engenheira Caroline Radüns, da UNIJUÍ, e o
tema: Desenvolvimento de calorímetro baseado
revezamento, que faremos a partir de agora,
trabalho: Notificações de acidentes de trabalho
em sensor óptico para determinação do ATPV,
entre a Abracopel e o IEEE na coordenação
e números dos bancos de dados. Um caloroso
apresentado pela engenheira Fernanda Soares.
geral do evento, para que assim possamos
debate encerrou um dia de muita informação da
No período da tarde, o engenheiro João
continuar a atingir a área empresarial, que é
mais alta qualidade.
Macário Netto discorreu sobre o tema: A
uma expertise da Abracopel e, também, a área
da
análise
Ergonomia
paramétrica
cognitiva
e
dos
O engenheiro Edson Martinho aproveitou fazer
o
encerramento
do
evento,
No dia 18, o evento foi iniciado com o
Importância da Norma Regulamentadora nº 10
acadêmica, onde o IEEE tem mais abrangência”,
engenheiro Estellito Rangel Jr., da EX-periência
(NR-10) em Canteiro de Obras. Vinicius Ayrão
declarou. Desta forma, o que se pode adiantar
e Soluções, com o tema: O uso seguro
Franco, da Sinergia, trouxe o tema: Impactos da
sobre a 10ª edição do ESW BRASIL no ano
dos multímetros; em seguida, um momento
Energia Fotovoltaica no Projeto das Instalações
de 2021 é que se realizará, provavelmente, nas
de descontração com o engenheiro João
Elétricas; a seguir e, encerrando a programação,
dependências de alguma grande instituição de
Carlos Schettino, da Petrobras, com o
o engenheiro Edson Martinho, da Abracopel,
ensino brasileira.
tema: Percepção de Segurança & Música;
e coordenador geral do ESW 2019, trouxe
em seguida, os profissionais do Instituto de
o tema: NR-10 para aplicação em sistemas
ser obtidas através do site: www.ieee.org.br/
Energia e Ambiente da USP, capitaneados
fotovoltaicos. Um novo debate fechou o dia.
eswbrasil/.
Mais informações sobre o evento podem
Painel de empresas
16
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
A Cummins Inc., desenvolvedora de
diretor da América Latina para a Cummins
soluções de eficiência energética, anunciou
Power Generation, onde é responsável por
recentemente Paulo Nielsen como o novo
impulsionar o crescimento dessa unidade.
líder da Cummins Power Generation para a
Durante 2018, a Cummins Power
América Latina, com o desafio de consolidar
Generation representou cerca de 20%
o posicionamento da Unidade de Negócio
das vendas da empresa nos mercados da
na região. “Fazer parte de uma organização
América Latina. Essa liderança confirma a
sólida como a Cummins é um compromisso
meta da empresa de aumentar a capacidade
que me enche de orgulho. A América Latina
profissional de seus funcionários e manter o
representa um importante mercado para
crescimento da Cummins na região.
Divulgação
Cummins Inc. nomeia novo líder de geração de energia para a América Latina
a Cummins e, por isso, continuaremos a fornecer aos nossos clientes fontes de
Presença no mercado
energia que correspondam aos desafios
A Cummins Inc. está presente no
desta região”, afirma Nielsen.
mercado de geração de energia por meio
O executivo é formado em Engenharia
da Power Generation, área da Unidade
Mecânica e especializado em indústria
de Negócios de Sistemas de Energia
automotiva pela Escola de Engenharia
(Power Systems) com mais de 50 anos de
Industrial de São Paulo. Possui mestrado
experiência no setor de geração de energia,
em
pelo
incluindo desenvolvimento e fabricação de
Instituto Tecnológico de Aeronáutica /
geradores Diesel e a gás e sistemas de
Escola Superior de Marketing.
energia.
Iniciou
sua
de
carreira
Empresas
na
Cummins
Paulo Nielsen, líder da Cummins Power Generation para a América Latina.
A perspectiva da unidade de Sistemas
em 2016 como diretor de Vendas da
de Energia é elevar sua participação de
Cummins Filtros para América Latina,
3% a 7%, no mundo, em 2019 quando
consolidando a estratégia de vendas da
comparado a 2018, ano em que a divisão
Unidade de Negócios de Componentes,
registrou faturamento de US$4,6 bilhões.
uma das mais importantes da empresa
Durante o primeiro semestre de 2019,
na região. Suas habilidades o levaram a
as vendas globais da Cummins Power
atuar, desde dezembro de 2018, como
Systems foram de US$1,1 bilhão. Ainda de
acordo com as previsões da companhia, a expectativa para a América Latina é fechar 2019 com crescimento de 22% (em relação a 2018).
Somente em 2018, a Cummins investiu
US$890
milhões
em
desenvolvimento
e pesquisa e a Power Generation tem atuado para prover melhorias em soluções de Divulgação
Administração
energia,
desenvolvendo
produtos
mais inovadores, a exemplo do novo gerador emissionado B3.3, um marco nas operações da empresa no País, com tecnologia avançada e contribuições para um mercado mais sustentável. A novidade, exclusiva no País, traz potências de 40kW e 60kW (50kVA e 75kVA), complementando as linhas QSL9 (313kVA a 375kVA) e QSX15 (563kVA a 625kVA), lançadas anteriormente e um pacote de soluções mais eficientes e sustentáveis. “O Grupo Gerador B3.3 é um marco no processo de produção da
17
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
Cummins, o início de um novo range de
A novidade traz motor mais compacto,
também servirá de referência para os novos
produtos com ‘pegada ecológica’, mais
de 3,3 litros e a mesma potência do seu
projetos de geradores emissionados que
leve, compacto, econômico e sustentável”,
antecessor, dotado de motorização de 3.9
serão ofertados pela Cummins”, reforça
afirma David Sato, supervisor de Marketing
litros.
Sato. O Grupo Gerador B3.3 traz ainda, em
de Produto da Cummins Power Generation
Com as novas soluções e tecnologias
solução standard (carenada), o menor nível
para América Latina.
desenvolvidas no Grupo Gerador B3.3,
de ruído durante operação, sem o uso de
Mesmo sem a implantação de leis
a Cummins registra redução de custo de
atenuadores.
ambientais regulamentadas para geradores
operação e manutenção para seus clientes:
Além do novo pacote de soluções, a
no País, a Cummins adotou o MAR-1, que
economia
2,2%,
novidade pode receber os acessórios da
define os limites de emissões de poluentes
consumo de óleo lubrificante e do líquido
Cummins Power Generation, que incluem
para equipamentos industriais em seu
de arrefecimento em 37,9% e 21,3%,
chaves de transferência de parede ou
novo grupo gerador. A companhia realizou
respectivamente.
integrada ao grupo gerador e o sistema de
melhorias de eficiência na queima de
monitoramento
combustível e ajustes da bomba, além da
o novo gerador já está sendo montado na
Desenvolvido exclusivamente pela companhia,
tendência downsizing do motor, com o uso
fábrica da Cummins localizada em Guarulhos
este sistema permite o acompanhamento virtual
de materiais mais resistentes. Disponível
para
operar
em
de
combustível
em
Com motorização 4B 3.3, de 4 cilindros,
PowerCommand
Cloud™.
(SP), onde recebe alternador, controlador e
do Grupo Gerador em tempo real, reduzindo os
todos
radiador, ou seja, as soluções integradas
custos de operação e manutenção e o tempo
novo
que destacam a companhia no segmento de
de inatividade das máquinas em operação.
Grupo Gerador B3.3 da Cummins será
geração de energia. “Adotamos inicialmente
O Grupo Gerador B3.3 atende às
disponibilizado nas frequências de 60hz e
esta faixa de potência com alta capacidade
normas ISO 8528, NR 12 e ABNT NBR
50hz, com foco inicial nas vendas locais e
de influenciar a aquisição de um produto
16684 no Brasil, a regulamentação SEC
posteriormente em toda a América Latina.
mais eficiente e ‘green’. O lançamento
no Chile e a RETIE na Colômbia.
os
segmentos
de
mercado,
o
Painel de empresas
18
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
Divulgação / ABB
ABB vende negócio de inversores solares
A ABB, companhia especializada em
da empresa Power-One, adquirida pelo
indústrias digitais anunciou, no dia 9 de
negócio Discrete Automation & Motion
julho de 2019, a assinatura de acordo da
da ABB, em 2013. O negócio oferece
aquisição do negócio de inversores solares
um portfólio abrangente de produtos,
pela empresa italiana FIMER S.p.A. A
sistemas e serviços para diferentes tipos
transação
perspectivas
de instalações solares, e está atualmente
futuras do negócio de inversores solares
dentro do negócio de Eletrificação da
e permitirá que a empresa foque em seu
ABB – com receita de aproximadamente
portfólio de negócios de outros mercados
US$290 milhões em 2018.
aumentará
as
Ambas
em crescimento. O
negócio
de
inversores
solares
as
companhias
garantirão
uma transição suave para clientes e
800
funcionários. A FIMER honrará todas as
funcionários em mais de 30 países, com
garantias existentes e a ABB compensará
fábricas e centros de P&D localizados
a FIMER pelo cancelamento dos negócios
na Itália, na Índia e na Finlândia. Ele
e do passivo. Como resultado, a ABB
inclui o negócio de inversores solares
espera obter uma dedução de impostos
da
ABB
tem
aproximadamente
19
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
de
a determinadas condições, incluindo a
prédios
aproximadamente US$430 milhões no
conclusão do carve-out e consultoria
de energia e carregamento de veículos
segundo trimestre de 2019, com os
prévia com os órgãos de representação
elétricos”.
resultados
sobre
despesa
impactados
não
operacional
ano
sendo
dos funcionários.
proporcionalmente.
Cerca
semestrais
do
Tarak Mehta, presidente do negócio de
inteligentes,
armazenamento
Filippo Carzaniga, CEO da FIMER, declara
que:
“Temos
o
prazer
de
de 75% desse encargo é representado
Eletrificação da ABB afirma que “a venda
anunciar essa nova etapa em nosso
pelas saídas de caixa que a ABB pagará
está alinhada com a nossa estratégia de
desenvolvimento, pois o foco da FIMER
à FIMER a partir da data de fechamento
gestão sistemática e contínua de portfólio
no setor de energia solar será bastante
do negócio até 2025. Além disso, a ABB
para fortalecer a competitividade, focar na
aprimorado por essa integração. Nosso
espera até US$40 milhões de custos de
qualidade da receita e nos segmentos de
compromisso de influenciar positivamente
carve-out a partir do segundo semestre de
maior crescimento. O negócio de Solar
o mercado de energia será realizado
2019.
é um foco fundamental para a FIMER e,
por meio do desenvolvimento de novas
Após o fechamento da transação, a
como tal, acreditamos que ela seja uma
plataformas de produtos e tecnologias
ABB espera que a margem operacional do
excelente proprietária para os negócios de
digitais
EBITA para o negócio de Eletrificação seja
inversores solares da ABB. A combinação
com o excelente trabalho realizado pela
impactada positivamente em pouco mais
dos portfólios sob a gestão da FIMER
ABB
de 50 pontos base, apoiando o progresso
suportará maior crescimento de vendas.
recursos
do negócio em direção ao seu objetivo de
Por meio de nossa oferta inteligente de
experiência na Itália e no mundo. Com um
margem de 15 a 19%.
baixa e média tensão, a ABB continuará a
portfólio fortalecido, estamos mais bem
A conclusão está prevista para o
integrar a energia solar em uma variedade
posicionados para moldar o futuro desse
primeiro trimestre de 2020 e estará sujeita
de soluções de automação, incluindo
negócio cada vez mais estratégico”.
nos
inovadoras. últimos preciosos,
Continuaremos
anos,
combinando
conhecimento
e
Painel de produtos
20
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
Eletrodutos corrugados da Tramontina Eletrik www.tramontina.com.br
Os eletrodutos são tubos pelos quais passam os fios e
cabos que compõem a instalação, protegendo-os de quaisquer danos mecânicos, que possam causar superaquecimento, curtoscircuitos e choques. Fabricados de material antichama, são leves, não achatam e podem ser usados em regiões litorâneas.
Os eletrodutos corrugados da Tramontina possuem baixo coeficiente de atrito, o que
facilita a passagem dos cabos elétricos, e sua flexibilidade permite que sejam curvados para mudanças de direção, seja em paredes de alvenaria ou lajes, nos diâmetros nominais (bitola) de 20mm (1/2”), 25mm (3/4”) e 32mm (1”). São comercializados nas versões leve e reforçado e estão em acordo com a norma NBR 15465.
Câmera da FLIR Systems para medição de temperaturas www.flir.com.br
A câmera FLIR E75 oferece medições precisas de temperatura,
sem a necessidade de se entrar em contato direto com os objetos para isso – o que facilita, em casos de perigo. Para detectar falhas, basta apontar a câmera, observar a imagem de perda de calor gerada e identificar os pontos superaquecidos ou sobrecarregados (em tons de vermelho) que precisam de reparos.
RST Quadros Elétricos lança quadros de tomadas www.quadrodetomada.com.br
A RST Quadros Elétricos acaba de lançar os quadros
de tomadas ou “Quadros de Conexão Elétrica” (QCE), indicados para alimentação de energia para canteiros de obras, como escritórios, banheiros, almoxarifados, oficinas, máquinas, e para eventos, fábricas e outros serviços móveis que necessitem de energia protegida e segura.
Os quadros “QCE” possuem vários tipos de tomadas e correntes, todas protegidas contra
sobrecarga e curto-circuito e DR geral para proteção contra choque elétrico. Fabricados em caixa metálica IP54, na cor laranja, de acordo com as normas brasileiras NBR 5410, NR-10, NR-12 e NR-18, sua fixação em parede é opcional, possui alça e pés de apoio para uso móvel, além de cabos de alimentação apropriados.
Disponíveis em quatro potências para rede 220V (6kW, 8kW, 12kW e 20kW) e de três
potências para rede 380V (8kW, 12kW e 30kW). Os quadros de mesma tensão de rede podem ser interligados, trazendo mais flexibilidade ao usuário.
Fascículos
Apoio:
BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
22
Francisco Gonçalves Jr. Capítulo VIII – BIM 5D: uma nova forma de realizar o orçamento da sua obra - Orçamento tradicional - Orçamento e o BIM 5D - Processo de orçamento com ferramenta BIM e planilhas - Ferramentas específicas para orçamento
Equipamentos para ensaios em campo
26
Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta Capítulo VIII – Inspeção: Termográfica e Ultrassom – Parte I: Inspeção Termográfica - Introdução - Anomalias mais comuns nas instalações elétricas - Termograma e relatório simplificado de anomalias - Custo do ensaio x custo da inspeção
Linhas elétricas para baixa tensão
32
Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo VIII – Seções mínimas de condutores - Condutor de fase - Condutor neutro - Condutor de proteção
Apoio:
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
22
Por Francisco Gonçalves Jr.*
Capítulo VIII BIM 5D: uma nova forma de realizar o orçamento da sua obra
O uso do BIM está relacionado a todo o ciclo de vida da edificação.
estrutura, instalações, entre outras. Após a análise das informações,
Através do BIM 3D, o modelo com informações e funcionalidades,
identificam os serviços e suas dimensões, considerando seus
traz como uma das principais vantagens a análise de interferências,
aspectos técnicos de execução e os quantitativos.
também chamadas de clash detection. Desta forma, é possível antecipar os problemas e soluções de interferências físicas entres as diversas disciplinas da obra, por meio da sua construção virtual. Depois, se adicionarmos a variável “tempo” a esse modelo, teremos outra dimensão do BIM chamada de 4D, que se refere ao planejamento inteligente da obra, como explicado no capítulo VII. Por conseguinte, se adicionarmos a variável “custo”, temos o BIM 5D, que nos permite efetuar orçamentos mais assertivos e um cronograma físico-financeiro mais realista e previsível, devido à riqueza de informações disponíveis no modelo, e sua forma automática e precisa de extração de quantitativos e insumos.
Fascículo
Essa nova metodologia aliada com suas ferramentas tecnológicas
Figura 1 – Projetos em CAD 2D.
proporcionam ao profissional de orçamento um nova perspectiva,
Nessa etapa, a interpretação e medição de plantas 2D em CAD
com foco na análise estratégica dos dados, ao invés de gastar um
pode ocasionar erros, desperdícios, falta de precisão, devido à
grande e valioso tempo em tarefas operacionais voltadas à extração
quantidade de itens que são necessários para a execução, mas não
dos mesmos.
estão representados no desenho. Vale lembrar que este é um objeto
Orçamento tradicional
de grande pressão ao profissional envolvido, pois os orçamentos,
O método utilizado para o levantamento de quantitativos e
geralmente, possuem uma margem de erro permitida, que pode
geração de orçamentos ainda é realizado por muitos escritórios de
variar de acordo com a fase de projeto e ser de grande importância
forma manual, demandando muito tempo e atenção para que não
para definição do custo e prazo da obra.
passe nada despercebido e ocasione problemas. Isto também pode
Por exemplo, em obras públicas, como demonstrado na tabela
significar que o método utilizado está impreciso e altamente sujeito
abaixo, é possível avaliar a precisão esperada na estimativa de custo
a erros.
de uma obra, em relação às suas fases, e a margem para cada uma. A
Esses profissionais recebem projetos de engenharia em CAD ou
precisão dessas estimativas de custos estará totalmente relacionada
impressos e verificam os memoriais descritivos, na qual são descritas
à forma na qual os quantitativos foram extraídos e a confiabilidade
as soluções adotadas para cada disciplina de projeto: arquitetura,
dos seus dados.
23
Apoio:
são de grande importância no processo de orçamentação do BIM 5D. Com elas, é possível gerar modelos 3D da edificação já com as informações de insumos, permitindo a extração automática de quantitativos com alto nível de precisão. Essas ferramentas, sejam de modelagem, como o Revit ®, ArchiCAD ® e Vectorworks ®, ou de autoria de projetos, como o QiBuilder ®, possuem funcionalidades para extração de quantitativos e manipulação de quantitativos e insumos. Além das ferramentas citadas acima, existe no mercado uma gama de ferramentas especializadas no BIM 4D e 5D, como AutoDESK Navisworks ® e Trimble Vico ®, que podem importar os modelos 3D da edificação em diversos formatos, como o IFC em formato aberto: OpenBIM, exportado pelas ferramentas BIM de projetos. Figura 2 – Tabela Faixa de precisão esperada do custo estimado de uma obra em relação ao seu custo final.
A próxima etapa é o cruzamento de informações de tabelas
Processo de orçamento com ferramenta BIM e planilhas
de custos para montagem das composições e geração final do orçamento. Para isso, são utilizadas planilhas para realização dos
Passo 1 – Extração de quantitativos
cálculos e tabelas de preços de insumos e mão de obra, como
Com a utilização de uma ferramenta BIM para a elaboração de
SINAPI, da Caixa Econômica Federal, além de outras como: TCPO,
projetos de instalações elétricas, como o QiBuilder, é possível obter
DEINFRA, SICRO, ou ainda, tabelas próprias.
os quantitativos de forma automática. Desta forma, os elementos do
Orçamento e o BIM 5D As ferramentas BIM de autoria para elaboração de projetos
cadastro de peças possuem dados capazes de conceber composições de itens e insumos. Eles são construídos a partir de várias regras e são quantificados de forma automática após o lançamento do projeto.
Apoio:
BIM - Building Information Modeling
24
Figura 3 – Projeto Elétrico QiBuilder.
As listas de materiais também são geradas de forma instantânea com rapidez e com alto nível de precisão, podendo ser obtidas da obra completa, por pavimento, por quadro ou por circuito. Isso aumenta a produtividade do processo, pois não é necessário fazer levantamentos manuais, demorados e imprecisos, como os realizados com base apenas em desenhos CAD 2D. Caso haja
Ferramentas específicas para orçamento
alterações, o retrabalho é praticamente nulo. Outras soluções disponíveis no mercado são softwares de Passo 2 – Aplicação das tabelas de custos de insumos e mão de
orçamento, que interagem com as ferramentas BIM diretamente
obra
através de “Plugins”, ou ainda, da importação dos quantitativos
Com o quantitativo extraído com precisão da ferramenta
gerados nos formatos *.XLS, *.Txt, *.CVC ou modelos IFC com as
BIM de autoria é possível elaborar rotinas “Macros” de planilhas
informações dos insumos, podendo citar sistemas como OrçaFascio
eletrônicas, como Excel, para a automação dos cruzamentos das
®, Volare Sisplo BIM ®, ou sistemas de gestão ERP como o SIENGE ®.
informações das tabelas de custos e insumos como a SINAPI, para montagem das composições e geração final do orçamento.
Fascículo
Figura 4 – Lista de materiais.
Figura 5 – Elaboração de Macro em planilhas para cruzamento dos dados.
Neste fluxo, os plugins, como: OrçaFascio ® e Volare Sisplo BIM ® são instalados em ferramentas de modelagem como o Revit,
25
Apoio:
permitindo extrair automaticamente os quantitativos do projeto, por meio de critérios definidos pelo usuário, com criação de diversas fórmulas, vinculando esses quantitativos com as tabelas de composições, como SINAPI, TCPO, entre outras, para a montagem de um orçamento preciso.
A aplicação de orçamentos com o BIM 5D na questão de obras públicas gera inúmeras vantagens, tais como: • Redução de aditivos de contrato, evitando obras mais caras do que o planejado e que normalmente estouram o orçamento previsto; • Desperdício do dinheiro público e desgaste político dos gestores; • Favorecer a transparência nas obras públicas, permitindo um acompanhamento em tempo real do cronograma físico financeiro do andamento de cada etapa da obra.
Mantenha-se alinhado com as tendências do mercado O orçamento é muito mais amplo e abrangente do que uma estimativa Figura 6 – Plugin de orçamento OrçaFascio x Revit.
de custo; ele também está relacionado ao setor de compras, medições de serviços, planejamento de mão de obra, definição de cenários de apoio, tomada de decisão e a geração de cronogramas físico-financeiro. Por isso,
O uso desses sistemas especialistas proporciona diversas vantagens, com destaque para a dispensa do uso de planilhas de quantitativos, composições e cruzamentos de dados manual, ou através de macros. Outra vantagem é a integração com todos os
é fundamental estar atualizado com essas tendências e entregar o melhor para o mercado e, é claro, para o seu cliente.
Referências bibliográficas:
envolvidos, devido aos arquivos serem também armazenados na nuvem, através das aplicações web.
EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM: um guia de modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores
-+++Obras públicas
e incorporadores. Bookman Editora, 2014. AGENCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (ABDI).
Devido a todos os benefícios do BIM, especialmente no que se
Projeto Guias Técnicos BIM – EDIFICAÇÕES. Guia 3 – BIM na quantificação,
refere às obras públicas, o Brasil decidiu adotar o BIM seguindo a
orçamentação, planejamento e gestão de serviços da construção). Disponível
tendência mundial. Na esfera pública, iniciativas de órgãos das Forças
em: < http://www.mdic.gov.br>. Acesso 01 de agosto de maio 2019.
Armadas e Governos Estaduais, como o de Santa Catarina, além
GOVERVO DE SANTA CATARINA. Caderno de apresentação de projetos em
do Comitê Estratégico de Implantação BIM, criado pelo Governo
BIM. Disponível em: < http://www.spg.sc.gov.br/visualizar-biblioteca/acoes/
Federal, apontam o uso do BIM na busca de maior assertividade
comite-de-obras-publicas/427-caderno-de-projetos-bim/file >.
nas obras públicas, desde sua licitação, projeto, execução, custos e,
OrcaFascio software par engenharia. Disponível em: < https://www.orcafascio.
principalmente, durante a fiscalização.
com/>. Acesso 01 de agosto de maio 2019.
Diante deste cenário, o orçamento mostra ter um papel
Gryfus Inteligência em engenharia de custos e software. Disponível em: <
extremamente importante, até porque o uso do BIM se tornará
https://gryfus.com.br/volare-sisplo-bim//>. Acesso 01 de agosto de maio 2019.
obrigatório a partir de 2021 para projetos e construções brasileiras, conforme preconiza a Estratégia BIM BR, que foi instituída através
*Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e
do decreto 9.377/18. A proposta do Governo é que o escalonamento
serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela
para a EXIGÊNCIA do BIM ocorra em três fases.
Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade
1ª Fase (a partir de janeiro de 2021): tem como foco os projetos de
do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM – Modelagem,
arquitetura e engenharia que são relevantes para a difusão do BIM.
Planejamento e Orçamento pelo INBEC.
2ª Fase (a partir de janeiro de 2024): visa estágios da obra como o planejamento, execução e o orçamento que também possuem grau de importância para a propagação do BIM. 3ª Fase (a partir de janeiro de 2028): esta última fase tem o intuito de abranger todo o ciclo de vida da obra e as demandas pós-obra.
Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
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Equipamentos para ensaios em campo
26
Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*
Capítulo VIII Inspeção: Termográfica e Ultrassom Parte I: Inspeção Termográfica
1 - Introdução A termografia é uma técnica que permite mapear uma região
• ABNT NBR 15763:2009 – Ensaios não destrutivos – Termografia – Critérios de definição de periodicidade de inspeção em sistemas elétricos de potência;
com a utilização de um aparelho específico, conhecido como
• ABNT NBR 15866:2010 – Ensaio não destrutivo – Termografia
termógrafo, para distinguir diferentes temperaturas por meio da
– Metodologia de avaliação de temperatura de trabalho de
radiação infravermelha, naturalmente emitida pelos corpos, de modo
equipamentos em sistemas elétricos;
que depois de feita a coleta de informação, possa desenvolver uma
• ABNT NBR 15718:2009 – Ensaio não destrutivo – Termografia –
análise técnica das imagens obtidas pelo aparelho.
Guia para verificação de termovisores.
A teoria da termografia diz que qualquer corpo com temperatura acima do zero absoluto (0K = -273,15°C) emite uma radiação infravermelha, porém, o olho humano só pode ver uma pequena parte do espectro eletromagnético, que se localiza na faixa entre um
Fascículo
dos extremos da ultravioleta e, no outro extremo, os nossos olhos não podem ver os infravermelhos. Para o desenvolvimento de um relatório de inspeção termográfica, faz-se necessária a observação de alguns itens, desde o conhecimento acadêmico e aplicação das normas existentes até o desenvolvimento final do produto (relatório de anomalias). Para o desenvolvimento desse relatório, devemos ter como ponto de partida a aplicação das
Ainda devem ser consideradas as práticas reconhecidas internacionais, como:
normas brasileiras e, se necessário, as normas internacionais. Dentre elas, podemos citar:
• Infraspection Institute – Standard for Infrared Inspection of Electrical Systems & Rotating Equipment;
• ABNT NBR 15572:2013 – Ensaios não destrutivos – Termografia
• Entre outras do International Training Center (ITC).
por infravermelha – Guia para inspeção de equipamentos elétricos e mecânicos;
A norma ABNT NBR 15572:13, na sua revisão mais atual,
• ABNT NBR 15424:2006 – Ensaios não destrutivos – Termografia –
define e qualifica os envolvidos na inspeção termográfica, onde no
Terminologia;
item 5 – responsabilidades de pessoas, descreve:
27
Apoio:
• Inspetor termografista – pessoa responsável pela realização da
• Máxima Temperatura Admissível (MTA) – O objetivo
inspeção e que tem conhecimentos dos equipamentos a serem
da inspeção termográfica é a detecção de pontos quentes,
inspecionados; que é capaz de executar e interpretar os resultados;
sobreaquecimento em equipamentos que normalmente não
conhece a operação do termovisor; e obedece às práticas e normas
apresentam essa diferença de temperatura quando comparados em
de segurança (NR-10) e da empresa;
condições de operação normal. Essas anomalias por aquecimento
• Assistente qualificado – pessoa que tem conhecimento sobre a
são geradas por diversos motivos, dentre eles, conexões mal fixadas,
operação do equipamento a ser inspecionado e sobre os requisitos
curtos-circuitos, sobrecargas e desequilíbrios. Como já mencionado,
de segurança da NR-10;
o termografista deverá ter o conhecimento da temperatura máxima
• Usuário final – pessoa que assume a responsabilidade por
sob a qual o equipamento a ser inspecionado pode funcionar sem
consequências provenientes de ações tomadas, ou não, como os
causar nenhum transtorno ao próprio equipamento, e do sistema
resultados obtidos da inspeção e designe um assistente qualificado
elétrico em que esse equipamento está operando. Para essas
para acompanhar o termografista.
informações é preciso, além de conhecer as normas brasileiras e internacionais, consultar os manuais dos equipamentos.
Como citado, para execução de uma inspeção termográfica,
• Fatores que afetam a medição:
deve-se seguir procedimentos e conhecer as teorias nas quais serão
✓ Distância;
baseadas para a produção do relatório final. Dentre elas estão:
✓ Foco; ✓ Faixa de temperatura (Range);
• Conhecimentos básicos para a realização da inspeção;
✓ Emissividade – parâmetro adimensional que estabelece a
• Tipos de termografia;
relação entre a quantidade de energia irradiada por um corpo
• Requisitos e formação – A equipe deve ser formada por profissionais
em estudo e a que seria emitida por um corpo negro, à mesma
com treinamentos específicos e reconhecimento formal por um
temperatura e comprimento de onda. A emissividade varia
organismo de certificações (item 4, ABNT NBR 15572:2013). Além
entre 0 a 1 (ABNT NBR 15424:2006);
disso, os profissionais envolvidos deverão possuir treinamento em
✓ Transmissividade – porção de energia incidente sobre um
NR-10 Básico e SEP, conforme determina o Ministério do Trabalho
corpo, que é transmitida por este, em um dado comprimento
e Emprego (MTE);
de onda. Para um corpo opaco, a transmissividade é igual a 0.
Apoio:
Equipamentos para ensaios em campo
28
Materiais transparentes possuem valores de transmissividade
• Procedimento do trabalho – De acordo com a ABNT NBR
entre 0 e 1 (ABNT NBR 15424:2006);
15572:2013, item 9, em que descreve diversos procedimentos para serem
✓ Reflexibilidade – porção de energia incidente sobre uma
seguidos pelo envolvidos na inspeção, podemos citar:
superfície, que é refletida por esta, em dado comprimento de
✓ Preparação dos equipamentos e materiais: câmera termográfica
onda. Para um espelho perfeito, a refletividade é 1,0 e para um
calibrada, termo-higrômetro calibrado, alicate amperímetro, entre
corpo negro é 0 (ABNT NBR 15424:2006);
outros;
✓ Temperatura ambiente – temperatura do meio circundante ao
✓ Práticas para inspeção: designação de assistente qualificado pelo
objeto (ABNT NBR 15424:2006);
usuário final, informações sobre a instalação (por exemplo: zonas de
✓ Umidade do ar;
riscos e controlada);
✓ Clima.
✓ Efetuar os ajustes nos equipamentos (emissidade), observação do ângulo de inspeção entre o termovisor e o ponto a ser inspecionado,
Dentre esses fatores, o item que se destaca é a importância
entre outros;
da utilização do valor correto da emissividade. A seguir, está um
✓ Práticas de segurança: observar EPI e zona livre para
exemplo de utilização da emissividade incorreta. Observa-se que,
posicionamento do termografista, realizar uma inspeção visual
na utilização da emissividade igual a 0,21, houve uma elevação da
verificando possíveis anomalias.
temperatura de aproximadamente 40°C; modificando a análise, verifica-se que o valor de temperatura final é bem menor.
• Grau de intervenção – A revisão mais recente da ABNT NBR 15572:2013 menciona que: “a avaliação da severidade da anomalia térmica deve ser realizada seguindo os critérios próprios do usuário final, requisitos normativos, quando eventualmente adotados, ou recomendações do fabricante”. A norma ABNT NBR 15866:2010 descreve que uma anomalia pode ser referenciada em relação a: i – um valor estabelecido pelo fabricante nas condições nominais (MTA); ii – um elemento similar adjacente (DELTA T); iii – um valor estabelecido pelo usuário final com base no histórico operacional;
Fascículo
iv – critérios definidos pelo responsável técnico da análise termográfica.
Apoio:
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Apoio:
Equipamentos para ensaios em campo
30
2 - Anomalias mais comuns nas instalações elétricas
– Terminais ou ponteiras mal cravados; – Bobinas de comando com excesso de temperatura; – Outros.
Existem diversas anomalias encontradas no sistema elétrico. As causas que podem originar os sobreaquecimentos mais
• Fusível
usualmente detectados nas inspeções termográficas para os
– Maxilas com pressão insuficiente ou mal encaixadas;
equipamentos elétricos são:
– Ligações incorretas e terminais mal cravados; – Fusíveis com intensidades de corrente superiores;
• Cabo condutor
– Base fusível com defeito;
– Secção reduzida para a intensidade de corrente;
– Defeitos internos;
– Em circuitos trifásicos, intensidades de corrente distintas entre
– Outros.
as fases;
• Transformador – baixa tensão
– Folga nas emendas e uniões;
– Núcleos e enrolamentos com defeito;
– Terminais e ponteiras mal cravados;
– Isolamento deficiente nos enrolamentos;
– Terminais e ponteiras, de secção e/ou de material diferente;
– Bornes de ligação com folga ou com defeito;
– Cortes que reduzam ou debilitem a sua seção dos condutores;
– Outros.
– Cabos enrolados; – Cabos próximos a fontes de calor intensas;
• Baterias de corrente contínua
– Esteiras com cabos muito próximos uns dos outros;
– Ligações incorretas;
– Outros.
– Defeitos internos; – Cabos/shunts com defeito;
• Barramento
– Outros.
– Ligações incorretas; – Junções com materiais diferentes;
• Circuito de terra
– Uniões ou emendas com apertos insuficientes;
– Ligações defeituosas;
– Barras subdimensionadas para as intensidades de corrente;
– Soldas incorretas;
– Isoladores de apoio com defeito;
– Cabos elétricos com problemas de isolamento e consequentes
– Outros.
passagens à massa; – Eletrodos de terras com valores de resistências elevados;
• Régua de bornes
– Outros.
Fascículo
– Apertos incorretos; – Borne com defeito ou mal instalado;
• Motores
– Borne com seção diferente da do cabo instalado;
– Aquecimento excessivo na carcaça exterior com origem no
– Isolamento do cabo errado, aumentando a resistência de
rotor ou estator;
contato;
– Ligações com folgas;
– Zona de contato de material diferente do cabo condutor;
–
– Outros.
sobreaquecimento;
Escovas
com
desgaste
acentuado,
provocando
um
– Rolamentos com sobreaquecimento; • Disjuntor de baixa tensão
– Polias e correias com excesso de temperatura;
– Contatos internos com defeito;
– Outros.
– Folga nos contatos; – Terminais ou ponteiras mal cravados; – Subdimensionados, em relação à intensidade de corrente;
3 - Termograma e relatório simplificado de anomalias
– Isolamento de cabos condutores na zona de contato dos respectivos bornes; – Outros.
Ao final da inspeção termográfica, deverá ser emitido ao responsável da instalação ou contratante, que tem a responsabilidade legal sobre a instalação, um relatório técnico
• Contatores
das anomalias encontradas. Durante a inspeção, poderão ser
– Contatos internos com defeito;
encontrados equipamentos com recomendação de intervenção
– Ligações incorretas;
imediata, de forma a evitar algum problema na instalação, e
31
Apoio:
deverá ser emitido um Relatório Simplificado de Termografia ao
tempo do que a etapa de inspeção, deverá ser realizada com
final da inspeção do dia, para que imediatamente o responsável
apoio dos meios, como normas aplicáveis, software de inspeção,
possa acionar a manutenção corretiva nesses equipamentos.
modelos preparados para análises dos termogramas, dentre
Esse relatório deverá conter os pontos críticos a serem feitas as
outros específicos de cada empresa, estimamos um tempo de
manutenções imediatamente, com a descrição das anomalias
cerca de 30 minutos para cada equipamento.
encontradas, seu grau de criticidade, testes e ensaios necessários
Ao final desse artigo, podemos dizer que a técnica
para melhor entendimento das causas dessas anomalias. Segue
apresentada e utilizada amplamente no mercado e sua utilização
exemplo na Figura 3.
se deve ao seu valor comprovado e atestado pelos profissionais
Já o Relatório Termográfico, além de ser uma apresentação
que já utilizam estes meios para gerar um aumento de qualidade
com o formato da empresa contratada para execução, deverá
nas suas avaliações e na manutenção das instalações elétricas. As
ser de fácil consulta e conter as informações dos equipamentos
ferramentas e práticas ainda se encontram em desenvolvimento,
examinados que apresentaram sobreaquecimento. Este relatório
o que pode gerar grandes expectativas para este tipo de ensaio e
deverá ser entregue à pessoa responsável no prazo acertado,
na qualidade da avaliação para todos os profissionais.
porém, devido à necessidade de intervenção em alguns equipamentos, estima-se um prazo de aproximadamente 15 dias a
Fontes
contar da inspeção. Além disso, todo o formato e análise deverão ser seguidos de acordo com a norma ABNT NBR 15572:2013 –
- Fascículo de O Setor Elétrico – Ensaios Termográficos, Capítulo
Ensaios não destrutivos – Termografia por infravermelha – Guia
VII de Inspeção de Instalações Elétricas, Por Gabriel Rodrigues de
para inspeção de equipamentos elétricos e mecânicos.
Souza, Igor Cavalheiro Nobre e Marcus Possi. - Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower
4- Custo do ensaio x custo da inspeção No local, deverão estar presentes o inspetor de termografia
Eng. e Com. LTDA. *Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista em
(termografista, conforme ABNT NBR 15572:2013) e o
energia e automação (USP), gestor de equipes de campo (engenharia,
assistente qualificado, autorizado pelo usuário final, que possui
comissionamentos, montagens) em subestações de alta, média e baixa
conhecimento sobre a operação e histórico do equipamento,
tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenharia na
bem como a sua localização, além do auxílio para a abertura e fechamentos dos equipamentos a serem termografados (ver figura 3). O tempo de trabalho de uma termografia é muito variável devido ao tipo e às condições da instalação. Antes da execução, deverá ser realizada uma visita ao local, para que se possa estimar o tempo, os limites e quais equipamentos deverão ser inspecionados. Assim, no dia agendado, a equipe que fará a inspeção já estará preparada para a perfeita execução, tendo preparado todo o material que precisará para a execução. O tempo de execução da inspeção pode variar de cinco minutos a 15 minutos, dependendo das condições do equipamento e do local. Para a produção do relatório, etapa que demandará mais
ENGEPOWER *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER. *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
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Linhas elétricas para baixa tensão
32
Por Paulo E. Q. M. Barreto*
Capítulo VIII Seções mínimas de condutores
Independentemente da corrente de projeto (Ib) que foi
corrente de projeto (Ib).
calculada para um circuito elétrico, a NBR 5410 estabelece uma
• Os condutores devem atender aos critérios de proteção contra
seção mínima para os condutores de fase. Ou seja, mesmo que um
sobrecargas, particularmente, as condições estabelecidas para
circuito de iluminação tenha uma corrente Ib = 1A, os condutores
coordenação entre condutores e dispositivos de proteção.
desse circuito não poderão ter seção inferior a 1,5mm2. Da mesma
• Também devem atender aos critérios de proteção contra curtos-
forma, se um quadro de distribuição possuir somente cargas
circuitos e solicitações térmicas, mediante a determinação da
ligadas entre fases e se desejar incluir um condutor neutro nesse
corrente de curto-circuito presumida (Ik), da capacidade de
alimentador para utilização futura, sua seção nominal não poderá
interrupção do dispositivo de proteção (Icn ou Icu) e a coordenação
ter valor muito inferior à dos condutores de fase. O mesmo ocorre
da integral de joule dos condutores e do dispositivo de proteção.
para o condutor de proteção (PE).
• Verificação das condições de proteção contra choques elétricos
Como se vê, existem requisitos para se definir a seção mínima de
por seccionamento automático da alimentação, particularmente no
qualquer condutor em uma instalação elétrica, conforme exposto a seguir.
que se refere à impedância do percurso da corrente de falta (Zs), que
Condutor de fase Por menor que seja o valor da corrente de projeto envolvida, a
é influenciada pela seção dos condutores. • Atendimento aos limites máximos de queda de tensão, visto que tais valores também são influenciados pela seção nominal dos condutores.
seção mínima dos condutores de fase de um circuito deve atender
Fascículo
ao que dispõe a tabela 47 da NBR 5410 (aqui reproduzida como tabela 8). Dessa tabela, considerando instalações fixas em geral e
Todos esses aspectos serão apresentados nas próximas edições desta série de artigos.
condutores de cobre isolados, destacam-se os seguintes requisitos: • Para circuitos de iluminação, a seção mínima deve ser de 1,5mm2; • Para circuitos de força (que inclui tomadas de corrente), a seção mínima deve ser de 2,5mm2; • Para circuitos de sinalização e circuitos de controle, a seção mínima deve ser de 0,5mm2. Afora os valores de seção mínima indicados na tabela 8 deste artigo, a NBR 5410 ainda estabelece alguns critérios para determinação dos condutores de fase, que podem passar despercebidos e ser causadores de anomalias e acidentes. São eles: • Devem ser incluídas as componentes harmônicas no cálculo da
Tabela 8 – Reprodução da Tabela 47 da NBR 5410:2004.
Apoio:
33
Apoio:
Linhas elétricas para baixa tensão
34
Condutor neutro Uma vez determinada a seção dos condutores de fase por meio desses critérios, o condutor neutro dos circuitos correspondentes deve atender ao que estabelece a NBR 5410, conforme segue:
questões das harmônicas e do maior valor suscetível de percorrer o condutor neutro nas condições normais e anormais de funcionamento. Pelo fato de o condutor neutro não possuir dispositivo de proteção nele instalado, sua proteção estará designada aos dispositivos contidos nos condutores de fase do correspondente
6.2.6.2.1 O condutor neutro não pode ser comum a mais de um
circuito. Para tanto, deve ser feita verificação da efetividade dessa
circuito;
proteção para o condutor neutro (ver tabela 9).
6.2.6.2.2 O condutor neutro de um circuito monofásico deve ter a mesma seção do condutor de fase.
Condutor de proteção
6.2.6.2.3 Quando, num circuito trifásico com neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos for superior a 15%, a seção do condutor
Outro condutor que merece atenção especial no seu
neutro não deve ser inferior à dos condutores de fase, podendo ser
dimensionamento é o condutor de proteção (PE), tendo em vista
igual à dos condutores de fase se essa taxa não for superior a 33%.
sua importância em duas situações bem críticas, que é a de proteção
6.2.6.2.4 A seção de um condutor neutro de um circuito com duas
contra choques elétricos e a de uma falta fase-massa.
fases e neutro não deve ser inferior à seção dos condutores de fase,
O seu dimensionamento está baseado na mesma integral de
podendo ser igual à dos condutores de fase se a taxa de terceira
joule da proteção contra curto-circuito, que será abordada em outro
harmônica e seus múltiplos não for superior a 33%.
artigo, ou seja: ∫ i2.dt ≤ K2.S2. Com isso, a seção (S) do condutor PE
6.2.6.2.5 Quando, num circuito trifásico com neutro ou num circuito
tem de ser tal que suporte a corrente de curto-circuito (no caso,
com duas fases e neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos
falta fase-massa), no mínimo, pelo tempo de atuação previsto para
for superior a 33%, pode ser necessário um condutor neutro com seção
o dispositivo de proteção correspondente. Se o tempo de atuação
superior à dos condutores de fase.
do dispositivo de proteção for inferior a cinco segundos, a equação
6.2.6.2.6 Num circuito trifásico com neutro e cujos condutores de fase
anterior pode ser expressa por: I2.t ≤ K2.S2.
tenham uma seção superior a 25mm2, a seção do condutor neutro
Como opção ao uso dessa expressão, pode-se utilizar a regra
pode ser inferior à dos condutores de fase, sem ser inferior aos valores
estabelecida na tabela 58 da NBR 5410 (aqui reproduzida como
indicados na tabela 48, em função da seção dos condutores de fase,
tabela 10), desde que os condutores de fase e PE sejam do mesmo
quando as três condições seguintes forem simultaneamente atendidas:
metal e o arranjo dos cabos das fases e PE seja tal que assegure a
a) o circuito for presumivelmente equilibrado, em serviço normal;
menor impedância do percurso da corrente de falta (Zs).
b) a corrente das fases não contiver uma taxa de terceira harmônica e múltiplos superior a 15%; c) o condutor neutro for protegido contra sobrecorrentes conforme 5.3.2.2; Portanto, embora seja usual querer reduzir a seção nominal do condutor neutro de alimentadores de quadros de distribuição, uma análise específica
Fascículo
deve ser realizada, com base nesses critérios, dos quais se destacam as
Tabela 10 – Reprodução da Tabela 58 da NBR 5410:2004.
*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da Comissão que revisa a norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do Inmetro, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados Tabela 9 – Reprodução da Tabela 48 da NBR 5410:2004.
para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Renováveis Apoio:
ENERGIAS COMPLEMENTARES
FASCÍCULO
Ano 3 - Edição 38 / Agosto de 2019
Fixação dos módulos em estruturas de base NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA AVANÇA COLUNA EÓLICA: JÁ ESTAMOS EM PLENA SAFRA DOS VENTOS APOIO
35
Apoio
Fascículo
36
Renováveis
Por Hans Rauschmayer*
FIXAÇÃO DOS MÓDULOS EM ESTRUTURAS DE BASE Figura 1 – Montagem de sistema solar em laje.
1 - Introdução
2 - Estruturas de Base
Abordamos nos fascículos anteriores as questões elétricas do
Já aprendemos que as células fotovoltaicas perdem eficiência
sistema fotovoltaico. Agora, entraremos em questões mecânicas e
com o aumento da temperatura (veja terceiro fascículo). Por isso, é
estruturais: como fixar os módulos em estruturas de base de forma
fundamental que os módulos possam dissipar o calor não somente pela
segura e durável.
frente, mas também por trás.
A discussão evidencia o fato de que o projeto fotovoltaico é
Em consequência, os módulos nunca são colocados diretamente sobre
multidisciplinar, requerendo conhecimento de várias áreas.
telhas, mas sempre sobre uma estrutura que garanta a circulação do ar por
Vale ressaltar que o trabalho na cobertura é tão importante quanto a
baixo dos módulos, diferente de coletores para aquecimento solar.
instalação elétrica do projeto, porém, exige muito mais do instalador por
Os princípios para escolher a correta base de fixação são os seguintes:
causa do desconforto de trabalhar sob o sol, do perigo de trabalhar em altura, e por causa do risco de infiltração com possíveis danos de alto
• Local da instalação: telhado inclinado, laje, solo ou fachada;
prejuízo. Por isso, é frequente ter nas equipes de instalação carpinteiros
• Forma da fixação, que o local permite;
além de eletricistas.
• Resistência estrutural da cobertura onde os módulos serão instalados;
37 • Montagem fixa ou com seguidor do sol;
Estruturas artesanais de material de qualidade inferior são menos
• Especificações do fabricante dos módulos.
eficientes e comprometem a durabilidade.
3.2 - Telhado ondulado
Em seguida, mostraremos várias tipologias.
3 - Telhado inclinado
A instalação de módulos em telhados inclinados ocorre paralela
à cobertura. Procuramos a melhor face em relação à irradiação e ao sombreamento, respeitando preferências estéticas e funcionais do telhado.
A instalação paralela ao telhado é leve, simples de executar e causa
pouca carga de vento. Essas vantagens, junto à queda de preço dos módulos, fazem com que, hoje em dia, não se corrija mais a orientação ou inclinação da cobertura. As condições encontradas são simplesmente avaliadas em um software fotovoltaico. Caso necessário, aumenta-se a potência do gerador.
Figura 3 – Fixação com parafuso prisioneiro em telhado ondulado. Fonte: Solar Group
Em telhado ondulado, usam-se parafusos prisioneiros que
atravessam as telhas e que são fixados na estrutura do telhado (figura 3.1 - Telhado de barro
3). Os parafusos são oferecidos com diferentes tipos de roscas e pontas na parte inferior, para base de madeira e metal.
O comprimento dos parafusos varia também e deve ser escolhido
conforme a altura da ondulação das telhas.
Na parte superior da rosca é fixado um adaptador, fazendo a conexão
com o trilho, que é o mesmo da telha de barro. Aliás, o sistema de parafusos pode ser aplicado também em telhados de barro. 3.3 - Telhado metálico
Figura 2 – Componentes da estrutura de base para telhado de barro.
Em telhado de barro, a estrutura é fixada no madeiramento do
telhado (figura 2):
Figura 4 – Base em telhado metálico trapezoidal, pronta para receber os módulos. Fonte: TRITEC
• Ganchos são fixados nos caibros, da forma que eles passem entre
uma telha e outra. Ajustes laterais e de altura permitem a adequação da
na telha, exigindo uma espessura mínima do metal de 0,5mm (verifique
estrutura ao telhado;
no manual da estrutura!). Há opções com trilhos inteiros ou então com
• Na parte superior do gancho, entra o trilho. Aqui também há ajustes para
peças pequenas de apoio, como no exemplo da figura 4.
adequar a distância dos trilhos à especificação dos módulos (veja a seguir);
• Os grampos seguram o módulo no trilho: o grampo terminal é usado no
dos módulos e deve ser considerada no plano de manutenção.
No caso de coberturas metálicas, a estrutura é fixada diretamente
A baixa inclinação deste tipo de telhado compromete a autolimpeza
início e no final de cada fileira, e o grampo intermediário, entre os módulos. 4 - Laje
O maior desafio na fixação em telhados de barro é a falta de
padronização: o formato das telhas varia muito, o que dificulta não somente a instalação, mas também a reposição de telhas quebradas.
Os sistemas de montagem oferecidos no mercado economizam
tempo gasto e material empregado e otimizam as ferramentas necessárias. O material mais usado é alumínio para trilhos e grampos, e aço inoxidável, para ganchos e parafusos. É recomendável procurar um fabricante que ofereça consultoria para situações difíceis.
Figura 5 – Base para laje com dormentes de concreto como lastro. Fonte: Solar Group
Apoio
Fascículo
38
Renováveis
A instalação em laje requer uma base elevada. Como não é
aconselhável perfurar a laje, usa-se lastro como ancoragem contra a força do vento (figura 5).
Até poucos anos atrás, a inclinação e a orientação eram
determinadas otimizando a geração de energia por cada módulo. Este conceito mudou na decorrência da redução do preço dos módulos. Hoje, a inclinação costuma variar entre 10° e 15°, minimizando assim a carga de vento sem abrir mão da autolimpeza.
Seguindo o mesmo princípio, atualmente, as fileiras são alinhadas
com a laje, simplificando projeto e instalação e aproveitando melhor o espaço disponível. 4.1 - Distância entre Fileiras
Figura 7 – A base Leste-Oeste aproveita melhor o espaço.
No nosso país, próximo ao Equador, esta base pode ser instalada
em qualquer orientação – o software calculará o rendimento anual. Algumas bases, como a da figura 7, economizam material, mas devem ser homologadas pelo fabricante do módulo.
Vale lembrar que os módulos das diferentes orientações não devem
ser conectados juntos, como descrito no fascículo 6. 5 - Estruturas em Solo
Figura 6 – Índice de sombreamento em módulos em um projeto em laje, causado pela platibanda e pelas outras fileiras. Cálculo no software PV*SOL.
A distância entre as fileiras deve respeitar dois quesitos: • A movimentação dos técnicos durante a instalação e manutenção (mín., 50cm). • O aproveitamento energético: havendo espaço sobressalente, vamos distanciar mais as fileiras e evitar o sombreamento entre elas (veja figura 6 e fascículo 6).
Figura 8 – Planta fotovoltaica em solo.
No caso contrário, quando o objetivo do cliente for gerar o máximo
Usinas fotovoltaicas de grande porte usam estruturas específicas que
requerem estudos geológicos e máquinas especiais. A maioria delas usa
de energia, então, será necessário aumentar as fileiras, mesmo que a
mesas que seguem o percurso do sol ao longo do dia (seguidor/tracker).
sombra cause perdas nos meses do inverno.
Em usinas de pequeno porte, como trabalhadas nesta série de
É essencial usar um software que permita experimentar de
fascículos, usam-se soluções mais simples, normalmente, bases fixas com
forma rápida alternativas, variando equipamento, conexão elétrica e
fundação de concreto. Neste caso, o layout das mesas é adequado ao layout
configuração da montagem elevada (inclinação, orientação, altura,
elétrico, da forma que uma mesa comporte strings inteiros.
afastamento). 6. Outras Estruturas 4.2 - Base Leste-Oeste 6.1 - Telhas fotovoltaicas
Já bastante popular na Europa, a base Leste-Oeste começou a chegar
Telhas fotovoltaicas têm gerado grandes expectativas por serem
ao Brasil. Ela aproveita melhor o espaço disponível, por evitar um corredor
consideradas mais bonitas do que módulos comuns, em função de
a cada duas fileiras. Outra vantagem é a proteção melhor do cabeamento
sua integração arquitetônica. No entanto, há várias desvantagens que
contra eventuais intervenções por pessoas não capacitadas.
comprometem a viabilidade:
39
• O formato das telhas dificilmente é o mesmo do telhado existente e demanda uma reconstrução; • A reposição de telhas danificadas será restrita ao mesmo modelo e depende da existência do fornecedor; • Cada telha representa, em termos elétricos, um módulo, e é equipado com dois conectores, aumentando, assim, os riscos de má conexão; • Mesmo com uma ventilação interna, as telhas esquentam mais do que os módulos comuns, causando perdas adicionais. O calor ainda é transferido à própria edificação, um efeito indesejado no nosso país tropical; • A manutenção e a simples limpeza das telhas requerem técnicos capacitados. 6.2 - Estacionamento
Para estacionamentos com cobertura fotovoltaica e carports (vagas
individuais), existem no mercado estruturas específicas com vedação entre os módulos. Consulte os fabricantes para obter mais informações. 6.3 - Fachadas
Fachadas podem receber módulos opacos, cobrindo muros, ou
translúcidos, em substituição a vidros. Como a fachada recebe menos irradiação do que a cobertura, fica difícil viabilizar uma usina vertical somente pela energia gerada.
O cálculo da viabilidade é diferente em casos de construções novas ou
em retrofit de prédios: o custo adicional da função fotovoltaica, quando comparado com uma fachada comum, pode trazer um retorno financeiro interessante.
Além disso, ocorre uma valoração do prédio pelo aspecto de
sustentabilidade. 7 - Projeto e Execução O objetivo da base é oferecer sustentação aos módulos pela vida útil deles, estimada em mais de 25 anos. Esta responsabilidade justifica um planejamento detalhado do projeto que tornará a execução mais segura e rápida. 7.1 - Faixa de Fixação do Módulos
Figura 9 – Faixa de fixação do módulo.
Apoio
Fascículo
40
O manual de instalação dos módulos especifica as condições
Renováveis
danificar os mesmos com os mosquetões do talabarte.
da fixação deles, em especial, a faixa permitida para fixação (figura 9).
• Içamento dos módulos: procure uma solução adequada, que pode ser
Esta faixa precisa ser respeitada para assegurar a resistência física da
içamento manual, com elevador ou usando um caminhão Munck;
instalação e manter as condições de garantia – é frequente observar
• Local da passagem dos cabos para dentro do telhado (sempre
erros em fotos divulgadas pelos instaladores.
protegido por um duto resistente às intempéries); • Interligação dos módulos: o cabo de retorno do string (veja fascículo
7.2 - Disposição no telhado
7) é conduzido em paralelo à colocação dos módulos; • Equipotencialização: para o aterramento dos módulos, existem soluções com chapinhas integradas à fixação ou usando os orifícios previstos no módulo. Consulte o fabricante sobre restrições. • O trilho também deve ser aterrado. 7.4 - Resistência da Cobertura
O arranjo fotovoltaico impõe uma carga adicional à cobertura,
pelo peso dos módulos (aproximadamente 12 kg / m²), da base de montagem e do lastro (em caso de lajes). Figura 10 – Princípios da disposição do arranjo no telhado.
A figura 10 mostra os princípios do projeto físico do arranjo
fotovoltaico:
A força oposta ocorre durante ventanias, chamada de carga
de vento. Esta é mínima em instalações paralelas ao telhado, mas considerável em montagens elevadas.
Quem fornece a garantia de que a cobertura resiste a estas
forças, é o engenheiro calculista. Ele emitirá uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), indispensável quando há
• Os trilhos são montados paralelos às ripas;
movimentação de pessoas por baixo da instalação.
• Os pontos de apoio dos trilhos (ganchos ou parafusos) devem ser distribuídos conforme especificações do fabricante do sistema de
8 - Manutenção
base. A distância mínima depende, principalmente, da resistência do próprio trilho;
A estrutura deve ser verificada em intervalos regulares por:
• Emendas de trilhos precisam ser conectadas por junções, para evitar que a dilatação provoque danos nos módulos;
• Corrosão dos elementos de fixação;
• A distância vertical entre os trilhos deve respeitar as exigências do
• Aperto adequado dos parafusos;
fabricante dos módulos em todas as fileiras (veja item anterior);
• Equipotencialização;
• A distância entre os módulos e a cumeeira lateral deve ser igual nos
• Eventuais tensões entre a estrutura do arranjo e a estrutura da
dois lados.
própria cobertura.
9 - Previsão
Na execução, é extremamente importante alinhar o primeiro
módulo com muito cuidado, já que todo o resto do arranjo será alinhado
No presente fascículo, já mencionamos cuidados importantes a serem
com ele. Uma pequena inclinação será multiplicada pelo número de
tomados na execução da instalação física. No próximo, veremos quais
módulos na fileira e será visível a olho nu. A correção posterior causa
medições elétricas devem ser executadas durante a obra e no ato do
um esforço enorme de retrabalho.
comissionamento. Explicaremos também o processo de legalização do projeto na concessionária.
7.3 - Sequência da Execução
Vários fatores determinam a melhor sequência da execução:
*Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação
• Acesso e movimentação dos técnicos, respeitando a NR-35
[visite www.solarize.com.br]. Reconhecido especialista em energia solar,
(segurança de trabalho em altura) e a NR-33 (espaços confinados). É
já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições,
proibido pisar nos módulos e deve-se tomar muito cuidado para não
congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.
Notícias
renováveis
41
EDPR anuncia venda de ativos de projetos eólicos no Brasil por R$1,2 MM Parque eólico de Babilônia, de 137MW, está localizado na Bahia e encontra-se em operação desde o 4T 2018
A EDPR Renováveis, S.A. (“EDPR”),
um múltiplo total unitário implícito de
chegou a um acordo com uma filial da Actis,
R$9,1 milhões/MW. A transação está
investidor de private equity em mercados
sujeita a condições regulatórias e outras
em crescimento, para a venda do Parque
condições comuns nestes processos, com a
eólico onshore de Babilônia, que tem
conclusão prevista para o 4T19.
137MW de capacidade instalada, por cerca
de R$650 milhões (valor do capital próprio;
estratégia de Asset Rotation, ou seja,
sujeito a ajustes em sua conclusão).
a venda de participações maioritárias
em projetos operacionais ou em
O ativo, localizado na Bahia,
A alienação anunciada faz parte da
encontra-se em operação desde o 4T
desenvolvimento, o que permite à EDPR
2018 e era somente da EDPR. Com isso,
acelerar a criação de valor, além de obter
sua venda efetuada no leilão LER 2015
mais capital para reinvestir em crescimento
assegurou um contrato de aquisição de
de outras operações.
energia (“PPA”) de 20 anos.
EDPR já alcançou ~25% do objetivo de
Baseado no preço da transação e na
Incluindo a transação anunciada, a
dívida líquida externa, o valor total implícito
€4MM de Asset Rotation para 2019-22,
do Enterprise Value, para 100% dos ativos,
conforme anunciado no Strategic update de
supera R$1,2 mil milhões, o que representa
12 de março de 2019.
42
Notícias
renováveis
Mega usina solar da TMW Energy entrará em funcionamento em Campinas Novo modelo de negócio do Grupo Royal FIC, usina fotovoltaica está sendo construída em Campinas com a premissa de ser a maior do Estado de São Paulo
A partir de setembro deste ano,
Grupo Royal FIC
entrará em funcionamento uma das cinco maiores usinas solares do Brasil em Geração Distribuída (GD): a UFV (Usina Fotovoltaica) da TMW Energy. A usina do grupo brasileiro Royal FIC terá potência instalada de 4,75MWp com projeção de geração de 7.318.000kWh de energia ao ano.
A usina, que terá energia
suficiente para abastecer 36 mil residências/ano, será a maior do Estado de São Paulo e a maior do País com painéis fotovoltaicos nacionais. Em um terreno de aproximadamente 80 mil m², localizado em Campinas (SP),
investem na usina fotovoltaica,
o reajuste energético, que no
a demanda de energia elétrica
estão sendo instalados 14.400
alugando cotas dentro do parque
último ano foi na média de 8,66%
em nosso País crescerá 200%
módulos fotovoltaicos de 330kWp.
solar. Em troca, o que é chamado
nas tarifas da CPFL paulista,
nos próximos 30 anos, segundo
A previsão é de que a usina seja
de sistema de compensação de
distribuidora do nosso raio de
o Ministério de Minas e Energia.
entregue em setembro próximo.
energia, as empresas recebem em
atuação”, explica.
Para suportar toda essa demanda,
Atualmente, o Grupo Royal FIC
sua conta de energia os créditos de
enxergamos uma forma de garantir
atua no mercado de combustíveis
desconto. A economia gerada pode
modelo de negócio em ascensão,
uma parte desse futuro por meio
fósseis e tem em seu portfólio
variar entre 10% e 20%.
a construção da nova usina
da geração compartilhada, que
a distribuidora de combustíveis
trará benefícios e um impacto
vem se firmando no mundo como
Royal FIC, a rede de postos Royal
gerente de Projeto da TMW Energy,
significativo para o meio ambiente.
uma das formas mais inteligentes
FIC, além de empresas de logística
ao adquirir as cotas, o cliente terá
A geração de energia da usina da
de produzir energia”, explica.
e importação de combustíveis.
uma série de vantagens, além
TMW Energy, com capacidade de
Pensando em inovação e na
da redução da conta. “Nessa
4,75MWp, será equivalente a mais
de energia solar TMW Energy
sustentabilidade de seus negócios,
modalidade, os clientes não terão
de 4,3 toneladas de dióxido de
ficará a cargo da Alsol Energias
o grupo fará um investimento de
que fazer investimentos com placas
carbono (CO2) neutralizado e mais
Renováveis, empresa do Grupo
aproximadamente R$21 milhões
fotovoltaicas nos telhados de suas
de 20 mil árvores plantadas.
Energisa, especializada em geração
com a instalação da usina.
empresas e nem bancar os custos
distribuída utilizando diferentes
Para Eduardo de Mello e Lima,
Além de figurar como um
A diretora geral do Grupo Royal
A construção da usina
com operação e monitoramento
FIC, Francine Nogueira Cassaro,
fontes renováveis. O parque solar
será o de Geração Compartilhada,
da usina. Nós é que financiaremos
explica que o projeto atende
contará com módulos fotovoltaicos
forma de distribuição
isso. Ao alugar as cotas, os clientes
a uma necessidade antiga do
fornecidos pela BYD Brasil, gigante
regulamentada pela Resolução
não sofrerão com a variação
grupo de investir em um modelo
global de energia limpa, fabricante
Normativa nº 482, da Agência
de bandeiras (Verde, Amarela e
de negócio que priorizasse a
de baterias de lítio-ferro e de
Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Vermelha) em suas contas, além de
sustentabilidade. “Sabemos que
veículos elétricos e plug-in, e que,
Nesse sistema, voltado para o B2B
o reajuste do contrato ser elencado
hoje a preocupação com o meio
em 2017, inaugurou sua planta de
(“de empresa para empresa”), os
pelo IGP-M (Índice Geral de Preços
ambiente e a sustentabilidade
produção de módulos fotovoltaicos
clientes formam um consórcio e
do Mercado), índice menor que
aumentam cada dia mais e que
em Campinas.
O modelo de negócio adotado
Notícias
renováveis
Acordo com empresas de construção deve gerar R$1 bilhão de vendas em equipamentos de energia solar Portal Solar entra com exclusividade no programa Juntos Somos +, programa de fidelidade nas vendas de produtos para construção civil
adesão ao programa Juntos Somos + é um divisor de águas no segmento de geração distribuída no País. “Esperamos popularizar o uso da energia solar no Brasil de uma vez por todas, ofertando a solução em dezenas de milhares de lojas de material de construção no Brasil”, comenta. E acrescenta: “A parceria gerará também dezenas de milhares de clientes para os instaladores cadastrados no Portal Solar. “Hoje, o número de empresas instaladoras ultrapassa 11 mil no Brasil”.
O executivo ressalta, no entanto, que será
feita uma triagem das empresas que poderão instalar sistemas de energia solar dentro do programa. “Somente empresas com Selo Portal acionistas a Votorantim Cimentos (45%), a Tigre
Solar poderão fazer parte. Já estamos apelidando
acaba de firmar um acordo com as gigantes do
(27,5%) e a Gerdau (27,5%). O programa, que já
carinhosamente a parceria com o programa de
ramo de construção civil para a comercialização de
conta com mais de 50 mil varejistas cadastrados
‘Juntos Somos + Solar!’”, brinca.
equipamentos fotovoltaicos em cerca de 55 mil
e com a adesão do Portal Solar, passa a ter 18
lojas de materiais de construção no Brasil.
empresas participantes, tendo o propósito de
Mais, uma parceria como essa está totalmente
O Portal Solar, marketplace de energia solar,
Para Antonio Serrano, CEO da Juntos Somos
modernizar o varejo da construção civil, ajudando
alinhada ao propósito da empresa: “É muito
exclusividade na oferta de geradores fotovoltaicos
o setor a ingressar de vez na era digital. Dentre as
importante apoiar iniciativas como essa, que estão
nos pontos de venda por meio do programa de
participantes do programa estão marcas como
inovando a forma com a qual o mercado encara a
fidelidade do varejo da construção brasileiro e a
Suvinil, Bosch, Eternit e Vedacit, entre outras, além
geração de energia. Tenho certeza de que a entrada
previsão é atingir um volume de negócios da ordem
de empresas do mercado financeiro, da área de TI e
do Portal Solar trará excelentes frutos, tanto em
de R$1 bilhão até o final de 2021.
de educação.
termos de negócios, como na transformação do
setor como um todo”, destaca.
A parceria garante ao Portal Solar a
Trata-se do Juntos Somos +, que tem como
Para Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar, a
43
Energia solar fotovoltaica
44
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da Absolar
Marcio Takata é diretor da Greener e conselheiro da Absolar
A transição energética avança veículos elétricos, os custos do
mesmo junto, das unidades
regras claras, previsíveis e sólidas
passa por importantes
armazenamento diminuirão de
consumidoras. A GD, geração
que proporcionem os sinais
transformações, com o advento
forma significativa nos próximos
distribuída a partir de fontes
econômicos adequados para
de novas tecnologias e crescente
anos.
renováveis, possui papel
incentivar a incorporação destas
preocupação com o aquecimento
A descarbonização, termo
fundamental na ampliação das
novas tecnologias e a atração de
global. A transição energética
amplamente utilizado no mundo,
fontes renováveis mundo afora,
investimentos privados ao País.
é um amplo movimento
sinaliza o esforço global em
agregando inúmeros benefícios
internacional que tem repensado
buscar fontes de geração de
econômicos (redução de custos
Onde estarão as oportunidades
a forma de gerar e consumir
energia elétrica mais limpas
e aumento da competitividade),
desta transição para o setor e o
energia e eletricidade, com
e sustentáveis, com menores
sociais (geração de empregos e
mercado?
profundas mudanças no setor
emissões de poluentes e gases de
aumento da renda), ambientais
elétrico e implicações políticas,
efeito estufa. Este movimento já
(redução de emissões e poluentes
descarbonização, digitalização
econômicas e sociais para a
traz importantes consequências
e economia de água), energéticos
e descentralização (3D’s) tem
humanidade.
tecnológicas e econômicas, com
(redução de perdas e postergação
incentivado a criação de novos
O setor energético mundial
A combinação da
reduções nas emissões e nos
de investimentos em geração,
modelos de negócio e um
– Smart Grids –, já em teste
impactos ao meio ambiente.
transmissão e distribuição) e
significativo reposicionamento
em diferentes regiões do Brasil,
estratégicos (diversificação da
dos empreendedores e de suas
permitirão uma gestão mais
elétrica brasileira seja
matriz elétrica nacional, aumento
estratégias de crescimento.
eficiente da distribuição e do
predominantemente renovável,
da segurança de suprimento,
consumo de energia elétrica. A
com forte base hidrelétrica, a
aumento da resiliência e redução
empoderamento do consumidor
crescente digitalização das redes
ampliação da capacidade de
de riscos) às sociedades.
requerem a criação de negócios
permitirá a intensiva aplicação do
geração se dará com importante
No Brasil, dadas as condições
competitivos na captação
conceito de “resposta à demanda”,
contribuição da fonte eólica
favoráveis de mercado e o
de clientes e na prestação de
no qual os consumidores poderão
e, em especial, da fonte solar
excelente recurso solar disponível
serviços a um custo cada vez
interagir com a rede, de forma
fotovoltaica. A Associação
em todas as regiões do País,
mais acessível. Neste sentido,
a ajustar o seu consumo às
Brasileira de Energia Solar
a fonte solar fotovoltaica é
a tecnologia de informação,
condições do sistema elétrico,
Fotovoltaica (Absolar) tem
responsável por mais de
Big Data e outras baseadas na
reduzindo o consumo em
trabalhado intensamente
99,6% de todos os sistemas na
Internet e inteligência artificial
momentos de alta demanda
para catalisar este processo
modalidade de GD.
terão destaque.
nacional.
de transição energética,
As redes elétricas inteligentes
Embora a matriz
A digitalização e o crescente
A GD já proporciona dezenas
construindo uma visão de forte
Quais os desafios para a
de milhares de empregos no Brasil
elétrica terá novo papel neste
protagonismo para a geração de
transição energética no Brasil?
e o avanço de novas tecnologias,
cenário, contribuindo de maneira
eletricidade a partir do sol, junto
como o armazenamento de
decisiva para uma matriz mais
aos consumidores e em grandes
e regulatório que incentive o
energia elétrica, e poderá ser um
equilibrada e resiliente, com
projetos.
desenvolvimento da matriz
importante catalizador para novas
novos serviços e benefícios
elétrica nacional de forma a
oportunidades.
para geradores, distribuidores,
outro importante movimento,
entregar mais valor agregado
transmissores e consumidores.
com a geração de energia elétrica
ao consumidor final. Para isso,
E você, está preparado para as
Potencializado pela evolução dos
cada vez mais próxima, ou até
é necessária a estruturação de
transformações do futuro?
O armazenamento de energia
A descentralização representa
A criação de um marco legal
Energia Eólica
45
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)
Já estamos em plena safra dos ventos
Já começaram a chegar novos
tenhamos cerca de 80%
avisos do Operador Nacional do
da capacidade instalada no
Sistema Elétrico (ONS) sobre
Nordeste, o Sul do Brasil tem
os recordes de geração da
um capacidade instalada muito
temporada 2019. Estamos em
importante, sendo o Rio Grande
plena safra dos ventos, o período
do Sul o quarto Estado com mais
do ano em que costumamos ter
parques eólicos no Brasil. No
nossos melhores ventos, e que
dia 21 de junho, por exemplo,
vai até novembro.
a força dos ventos chegou a
atender 15,34% da demanda do
No dia 5 de agosto, uma
segunda-feira, ocorreram os
SIN, um recorde histórico, com
últimos recordes de geração
um fator de capacidade médio
eólica no Subsistema Nordeste,
de 64,73%.
de acordo com o ONS. Na média
diária, a energia dos ventos
recordes porque, em primeiro
deste tipo de vento, o que explica
também é grande, porque
abasteceu 85% da demanda
lugar, estamos instalando
em grande medida o sucesso da
seguimos lutando pela energia
da região, com geração de
cada vez mais parques. Há 10
eólica no País nos últimos anos.
eólica, trabalhando com foco
8.284MWmed e fator de
anos, tínhamos pouco mais de
Enquanto a média mundial do
e instalando cada vez mais
capacidade de 72%. Nesse
0,6GW instalados e estamos
fator de capacidade está em cerca
parques. E fazemos isso por
mesmo dia, foi registrada
chegando neste segundo
de 25%, o Fator de Capacidade
um motivo muito simples:
máxima diária de 9.632MW às
semestre de 2019 com 15,1GW
médio brasileiro em 2018 foi de
acreditamos que a energia eólica
13h35, com fator de capacidade
de capacidade instalada em
42%, sendo que, no Nordeste,
não é apenas uma boa escolha
de 84%, atendendo a 93%
mais 600 parques e com 7.500
durante a temporada de safra
do ponto de vista de segurança
da demanda do Nordeste. O
aerogeradores em operação.
dos ventos, que vai de junho a
do sistema e de competitividade,
Nordeste foi exportador de
novembro, é bastante comum
mas também porque é uma fonte
energia durante todo o dia.
importante: a qualidade de
parques atingirem fatores de
de energia que respeita o meio
nossos ventos. Para produzir
capacidade que passam dos 80%
ambiente, que traz benefícios
os recordes são registrados, já
energia eólica, são necessários
ou mesmo médias mensais de
sociais e ambientais concretos
que a alta geração eólica desta
bons ventos: estáveis, com
60% em Estados do Nordeste.
e que nos ajuda a lutar contra
época do ano tende a significar
a intensidade certa e sem
o aquecimento global. E todos
também um maior atendimento
mudanças bruscas de velocidade
apenas pela grande quantidade
estes são bons motivos para
do Sistema Interligado Nacional
ou de direção. O Brasil tem a sorte
de vento, mas também pela
continuar trabalhando e batendo
(SIN). Afinal de contas, embora
de ter uma quantidade enorme
sua qualidade. E nossa energia
recordes.
E não é só no Nordeste que
Estamos batendo estes
E tem um outro fator
Somos abençoados não
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46
Tec
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
*Por Paulo Henrique Vieira Soares, Vicentino José Pinheiro Rodrigues, Keli Cristine Silva Antunes, Paulo Marcio da Silveira, Carlos Alberto Villegas Guerrero, Frederico Oliveira Passos e Ronaldo Rossi
Perfil do novo profissional de proteção e automação do sistema elétrico
Tec 47
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
Resumo Na era das subestações digitais, com a “chegada” dos Intelligent Electronic Devices
subestações principais sendo uma de 230 kV,
da subestação os PLC’s com a função de
três de 69 kV e duas de 13.8 kV.
supervisionar os equipamentos e permitir
O objetivo principal do projeto era
comandos, tais como ligar, desligar e rearmar
(IEDs), baseados na norma IEC 61850,
integrar em uma base única todos os IEDs
ficam evidentes as diversas possibilidades
de dois fabricantes diferentes existentes
para construção e implementação das
na planta, permitindo a operação remota
conceito onde os relés de proteção passam a
filosofias de proteção, supervisão e controle.
dos disjuntores, redução no tempo de
realizar controle, medição, autodiagnostico
Todo este novo contexto traz à tona
comissionamento, redução dos custos
e comunicação. Neste novo cenário a figura
diversos questionamentos sobre o nível de
com cabeamento e a possibilidade da
do PLC deixa de existir na maioria das
maturidade das empresas frente a este novo
implementação lógica de esquemas de
aplicações, pois os sinais (chave local/remoto,
cenário, qual o investimento necessário
seletividade e intertravamento entre os
botão de emergência, relé 86, etc.) que antes
para a capacitação do corpo técnico e de
equipamentos.
eram interligados ao PLC, agora são ligados
gestão e o quanto isso impacta no dia a dia
Com o passar dos anos e a expansão da
pelo supervisório após uma atuação. A Norma IEC61850, traz um “novo”
diretamente ao IED.
dos profissionais da área, os quais passam
planta de beneficiamento de minério, novas
Na automação convencional o PLC
constantemente por uma mudança cultural
subestações foram construídas utilizando as
era responsável pela supervisão e controle
com avanço das tecnologias aplicadas
premissas definidas pela norma, sendo que
de todos os equipamentos. Agora é o IED
ao setor. Sendo assim, este artigo aborda
em 2011, ao término do retrofit, eram 150
que recebe os sinais do cubículo ou bay
brevemente o conceito da IEC61850 em
IEDs distribuídos entre as 6 subestações.
de sua responsabilidade, trata por meio
substituição aos sistemas convencionais
Já no final de 2018, após implantação de
de lógica configurada de acordo com
utilizados na Vale SA Itabira, aspectos
3 grandes projetos, atingiu-se a marca
o tipo de aplicação (entrada de barra,
introdutórios à norma de forma a elucidar
de 799 IEDs em rede, distribuídos em 36
transformador, alimentador), e intertrava
a ampla abordagem proposta pela IEC e,
subestações, sendo duas de 230 kV; quatro de
ou sinaliza utilizando o protocolo de
por fim, alguns dos conhecimentos exigidos
69 kV e trinta subestações de 13.8 kV.
comunicação GOOSE para troca de
para esse “novo” perfil que o profissional de proteção e automação precisa ter.
I - INTRODUÇÃO A norma IEC61850 nasceu da necessidade de se padronizar os aspectos de comunicação no SAS, especificamente entre
II - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DE SUBESTAÇÕES
mensagens entre os IEDs (comunicação horizontal) ou o protocolo MMS (Manufacturing Message Specification) para troca de mensagens com o sistema
A - Subestação convencional & Subestação
supervisório (comunicação vertical)
modernas baseada na Norma IEC61850
conforme definido na norma.
No processo de automação de
Com essa nova estrutura de automação,
os IEDs utilizados na proteção, controle
subestações convencionais, o relé de
surgiu dentro das subestações a figura do
e supervisão de sistemas elétricos. Assim,
proteção tem a única e principal função
switch: equipamento responsável por garantir
esta norma proporcionou a liberdade de
de proteger o equipamento. Para isso o
a comunicação entre os dispositivos que
configuração, redução de custo com fiações e
relé recebe sinais dos secundários dos
conformam o SAS. Para evitar interferência
interoperabilidade entre dispositivos [1].
transformadores de corrente e de tensão,
eletromagnética os IEDs são conectados
tratam os sinais, executam os algoritmos das
ao switch através de cabos de fibra ótica,
consolidada aplicação na automação dos
funções de proteção configuradas e, em caso
permitindo a comunicação com o sistema
sistemas elétricos industriais. Por exemplo,
de anomalia no sistema, atua emitindo um
supervisório e entre IEDs, reduzindo
em 2009 a Vale localizada na cidade de
sinal de disparo (TRIP) que desliga e isola o
drasticamente a quantidade de cabos
Itabira, conectada na rede base no nível de
circuito de sua responsabilidade.
elétricos necessários para realização de
Hoje a norma IEC61850 apresenta
230 kV, foi pioneira no processo de retrofit
Em condições normais, por questão de
esquemas de seletividade e intertravamento.
do sistema de automação de subestações
operação ou manutenção, diversas vezes é
A comunicação entre o sistema supervisório
existentes aplicando os novos conceitos
necessário realizar manobras no circuito
e os IEDs é feita utilizando um servidor OPC
estabelecidos pela norma. O sistema
elétrico. Destarte, para permitir a operação
com drive MMS que se encontra instalado
integrado de automação teve início com 6
remota dos disjuntores, são aplicados dentro
em uma infraestrutura datacenter.
48
Tec
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
IEDs, sendo está definida como comunicação horizontal e tem como objetivo trafegar de forma rápida entre os dispositivos possibilitando o envio de sinais de trip, intertravamento e seletividade lógica baseada no envio assíncrono de informações. C - Logical Nodes /Dataset A IEC61850 define mnemônico para as funções existentes dentro das subestações. Esses mnemônicos são chamados de logical
Figura 1 – Sistema de automação convencional (esquerda) e baseado na Norma IEC61850 (direita).
nodes (LN) e tem como objetivo expressar
III - NORMA IEC61850
os equipamentos no Nível de Bay, via rede. Em
exemplos, tem-se: CILO (C = Controle; ILO =
nível de Barramento de processo a norma define
interlock); CSWI (C = Controle; SWI = Switch),
A - Considerações iniciais
o serviço SMV (Sampled Measurement Values)
XCBR (X = Chaveamento; CBR = Circuit break),
que se baseia na troca de informações analógicas
etc... Os logical nodes vêm acompanhados de
digitalizadas de tempo crítico.
objetos (ex.: Pos = Posição) e atributos (ex.:
A norma IEC 61850 define três níveis nos quais são alocadas as funções de proteção,
stVal = Status) que compõem o sentido da
controle e supervisão do SAS, sendo eles o Nível de Estação, Nível de Bay e Nível de Processo.
o significado da função em questão. Como
B - MMS e GOOSE Para interface de comunicação entre o
As funções no Nível de Estação são as que
informação, conforme mostra a Figura 3. Outro ponto abordado pela norma é o dataset (pacote
realizam interface entre o SAS e o sistema de
Nível de Estação e o Nível de Bay, tem-se o
com as informações) que é composto por
Interface Homem-Máquina, centro de controle
Barramento de Estação. Neste a comunicação
diversos logical nodes. Os datasets são enviados
ou engenharia remoto, possibilitando seu
é classificada como vertical e é realizada por
imediatamente ao dispositivo de destino sempre
monitoramento e manutenção. Nesse trabalho
mensagens de prioridade média-baixa ou MMS
que ocorre a mudança de qualquer uma das
não será abordado o Barramento de Processo, o
que têm caráter acíclico do tipo cliente-servidor.
variáveis que o compõe.
qual é utilizado para envio dos sinais secundários
Também neste barramento é onde trafegam as
dos instrumentos do Nível de Processo para
mensagens GOOSE para comunicação entre
D - Aplicações A automação de subestações evoluiu muito com a IEC61850. A utilização do protocolo GOOSE traz diversas vantagens, dentre eles a flexibilidade e cabeamento reduzido. Porém, surgem novos desafios inerentes ao cenário, onde as ferramentas e técnicas tradicionais não podem verificar o status dos contatos e bobinas entre IEDs em um esquema baseado em GOOSE [3]. Ferramentas tradicionais não se aplicam
Figura 2 – Mecanismo de transmissão – Mensagem GOOSE.
a esquemas baseados em GOOSE, sendo necessário aplicar ferramentas e técnicas adequadas. O teste começa com documentação adequada de todas as comunicações físicas, lógicas e links entre o IED origem (publicador) e o IED de destino (assinante). Além de espelhamento de porta de switch para análise do tráfego de rede e analisadores de protocolo de rede e IED [4]. As comunicações baseadas em Ethernet estão se tornando opção prática para esquemas de automação relacionados à proteção. A
Figura 3 – Visão dos logical nodes e Estrutura IEC61850.
maioria dos relés de proteção que estão sendo
fabricados possui suporte aos protocolos da
ec 49 T equipamento seguindo as melhores práticas
norma IEC 61850, sendo assim, essa opção não
para segurança e disponibilidade da rede. Redes
implicará em despesas adicionais [5].
virtuais (VLAN) podem ser utilizadas, neste caso
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
IV - CONHECIMENTOS EXIGIDOS PARA O NOVO PERFIL PROFISSIONAL
é importante que a documentação e o critério de projeto contemplem as mesmas. Um protocolo de redundância deve ser aplicado à interface (portas principais) do switch que se fizer
A - Sobre IEDs A evolução dos relés de proteção, chegando
necessário, permitindo maior disponibilidade da solução. A configuração do switch deve ser
a dispositivos multifuncionais, força os
realizada pelo profissional de automação (ou
profissionais a cada dia mais terem que lidar com
telecomunicações) seguindo o padrão de rede
equipamentos sofisticados e de última geração.
definido. A segregação de fluxo de mensagens
Agora, além de garantir a correta parametrização
GOOSE utilizando VLAN é recomendada,
das funções de proteção, é necessário configurar
bem como o confinamento das mensagens
a comunicação de forma adequada, permitindo,
GOOSE apenas na região de atuação. Não é
por exemplo, que o start de uma função de
necessário que o profissional de proteção seja
proteção em um sistema básico, seja enviado
especialista no assunto, porém é desejável que
via mensagem GOOSE para o IED a montante,
possua os conhecimentos mínimos para análise
bloqueando sua atuação e garantindo que
da documentação de rede, interpretação das
seletividade lógica evite a descoordenação do
configurações evitando que possíveis descuidos
circuito e a abertura de um disjuntor de entrada.
na configuração das interfaces de comunicação
Essa mesma mensagem deve ser enviada via
do switch possam impactar no esquema de
MMS para o sistema supervisório, garantido que
proteção.
o operador tenha conhecimento da perturbação ocorrida no sistema. É interessante incluir no IED que recebe o sinal de bloqueio (start do IED
C - Sobre Servidores A infraestrutura de servidores comumente
a jusante) a sinalização via MMS para o sistema
fica localizada no datacenter da planta. O
supervisório com o objetivo de informar que
profissional responsável deve prever, durante a
a mensagem foi recebida. A configuração da
etapa de projeto, uma arquitetura que possibilite
comunicação deve ser realizada em conjunto
alta disponibilidade do sistema supervisório.
pelo profissional de proteção e automação (ou
Assim, uma arquitetura de servidores principais
seguindo um fluxo bem definido) de forma a
e redundantes pode ser adotada. Por outro lado,
evitar que retrabalhos sejam necessários durante
a configuração do sistema supervisório utilizado,
a confecção do sistema supervisório. Não é
as telas de operações, lista de alarmes e eventos,
necessário ao profissional de automação ser
relatório de audit (lista de eventos por usuário),
profundo conhecedor das funções de proteção
coleta automática de oscilografias e a faceplate
e dos algoritmos envolvidos, porém o mesmo
de operação são atribuições do profissional de
deve ser capaz de entender o princípio básico e o
automação. Neste ponto é importante que o
comportamento da função de proteção.
profissional de proteção participe da concepção e contribua de forma que o sistema supervisório
B - Sobre Switches Os switches assumiram papel de protagonista dentro do esquema de proteção
possua linguagem clara, objetiva e busque representar ao máximo as informações existentes e configuradas no IED em campo.
implementado nas subestações. Esses equipamentos são responsáveis por garantir a comunicação entre os IEDs e destes com
D - Sobre Sincronismo horário Para usufruir da estampa de tempo nas
o sistema supervisório. Os equipamentos
mensagens de forma assertiva, é importante
devem atender aos requisitos da norma, sendo
que o projeto seja dotado de pelo menos um
gerenciáveis e trabalhando com identificação
dispositivo GPS (Global Positioning System),
de prioridade de pacotes de comunicação. O
que quando configurado corretamente, os
profissional responsável deve configurar o
equipamentos do SAS, como IEDs, switches
ec T 50 e servidores, passam a operar na mesma
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
ajustes de proteção ou configurações dos IEDs
é único, sendo responsável pelas disciplinas de
base de tempo, gerando eventos e logs com o
utilizando o arquivo presente no servidor. Em
automação e proteção) devem possuir elevado
horário fornecido pelo GPS. Neste contexto
caso de indisponibilidade da comunicação,
senso analítico e trabalharem em conjunto.
os dois profissionais devem possuir uma visão
por rompimento da fibra ótica, por exemplo, o
Esse trabalho começa pela definição dos
geral da arquitetura, ficando o engenheiro
profissional de proteção deve exportar o arquivo
dispositivos de proteção, suas características
de automação responsável por configurar
do IED presente no servidor, importar em um
de comunicação e quais a funções serão
o sincronismo dos servidores, switch e
dispositivo móvel (notebook), realizar a alteração
utilizadas. Na sequência as definições de
aplicações e, por sua vez, o engenheiro de
em campo via conexão direta no frontal do IED
comunicação e intertravamento devem ser
proteção deve responder pela configuração
e, após finalizar, exportar os arquivos presentes
feitas para poderem nortear o próximo passo
dos IEDs. É comum a existência de mais de
no notebook e importar no servidor, fechando
de definição da topologia e configuração da
uma rede no projeto (ex.: rede da subestação
assim o ciclo e garantido que os arquivos do
rede. Etapas como documentação, fluxo de
A e rede da subestação B), sendo necessário
servidor sejam os mais atuais.
engenharia, definição do sistema supervisório
um caminho (gateway) para que essas redes possam comunicar com o dispositivo GPS. Neste caso, ambos os profissionais devem ter
e os critérios para comissionamento e G - Sobre cyber security A segurança das informações e processo
domínio da arquitetura, permitindo que o
é item crítico durante as definições de um
sincronismo seja realizado corretamente.
projeto e nem sempre uma rede fisicamente isolada significa estar bem protegida. O
E - Sobre rede de comunicação Arquiteturas de rede em anel, estrela, dentre
validação da solução, devem ser definidas em comum acordo. I - Capacitação A capacitação dos profissionais de proteção
acesso remoto aos IEDs possibilita a troca
e automação para a perspectiva da IEC61850
de parâmetros e alteração de lógica por um
é fator crucial no sucesso da implementação e
outras, podem ser aplicadas separadamente
profissional a alguns quilômetros de distância.
manutenção do SAS. Equipes bem estruturadas,
ou em conjunto, sendo que os switches devem
Essa comodidade, aliada aos dispositivos
com ferramentais adequados e dentro de
estar com as VLAN’s configuradas de forma a
em rede, suporte à conexão web entre
uma estrutura organizacional com foco na
permitir o tráfego das informações. Nos IEDs
outras, se feito da maneira errada ou por
disciplina são essenciais. Treinamento periódico
os pacotes GOOSE devem estar “tageados”
indivíduo mal-intencionado, pode resultar
para introduzir novos funcionários e reciclar
com a VLAN correta. O diagrama de rede e a
em consequências graves ao sistema, como
os existentes no tema, aliado a documentos
documentação lógica são essenciais, porém o
desligamentos indesejáveis ou até mesmo a
de padronização concebidos nas etapas de
engenheiro de proteção e o de automação devem
perda de um equipamento. Ao profissional de
implantação do projeto são a base para permitir
ter habilidades com ferramentas para análise
automação, fica a responsabilidade de definir
um ciclo virtuoso do SAS em qualquer empresa.
de rede, permitindo aos mesmos acompanhar,
regras de acesso aos switches, controle de
quando necessário, a troca de informações entre
usuários na aplicação, políticas de segurança
os dispositivos na rede e identificar erro de
no servidor de domínio (senha forte com
configurações.
números e caracteres especiais, prazo de
F - Sobre arquivos de comunicação
V - CONCLUSÕES Os tópicos abordados no item IV
validade da senha, bloqueio de portas USB,
apresentam visões de um novo cenário que
entre outros). Ao profissional de proteção,
vem sendo escrito para os profissionais de
fica a responsabilidade de configurar grupo
proteção e automação na era da IEC61850.
é com certeza um dos pontos chaves para
de acesso aos IEDs, utilizar os computadores
Para o momento de transição e mudança de
boa sinergia entre as disciplinas de proteção
que fazem parte do domínio e seguirem
cultura, ressalta-se a importância dos gestores
e automação. É fundamental que toda e
as políticas de segurança. Dispositivos de
das empresas que respondem pela área técnica,
qualquer alteração seja feita utilizando como
bloqueio físico podem ser implementados nos
pois os mesmos possuem influência direta na
base o arquivo mais recente de comunicação,
IEDs e nos switches, conferindo um nível de
formação das equipes. O grau de maturidade
pois a inobservância desse aspecto acarreta
segurança maior.
desse novo “perfil” está ligado diretamente à
A gestão dos arquivos de comunicação
capacitação, autonomia e sinergia disseminada
problemas de comunicação entre os IEDs e entre os IEDs e o sistema supervisório. Cabe
H - Engenheiro de Proteção e Automação
nas equipes. As instituições de ensino também são peças fundamentais na aceleração da
ao profissional de automação providenciar
O perfil do profissional que se dispõe
a infraestrutura (servidor) para suportar os
a trabalhar com proteção e automação do
curva de desenvolvimento dos profissionais
programas com os arquivos base dos IEDs,
sistema elétrico, seguindo as premissas
que chegam ao mercado e podem contribuir
garantindo assim um único arquivo a ser
definidas pela norma IEC61850, está sendo
significativamente na formação dos mesmos,
alterado e que se manterá atualizado sempre
modelado. Porém, já se sabe que esses
desenvolvendo trabalhos de pesquisa na área,
que for utilizado. Ao profissional de proteção
profissionais (em alguns casos, geralmente
antecipando a exposição dos temas e captando
fica a incumbência de sempre alterar os
empresas com o corpo reduzido, o profissional
futuros “pesquisadores” sobre o assunto.
VI - REFERÊNCIAS
Tec
1. [1] IEC 61850-7-1: Basic communication structure for substation and feeder equipment – Principles and models, 2003. 2. [2] IEC61850-6 IEC 61850-6 ed1.0: Configuration description language for communication in electrical substations related to IEDs. - Suíça: International Electrotechnical Comission: [s.n.], 2004. 3. [3] Atienza, E. Testing and Troubleshooting IEC 61850 GOOSE-Based Control and Protection Schemes, 2010. 4. [4] H. Fischer, J. Gilbert, G. Morton, M. Boughman, and D. Dolezilek, “Case Study: Revised Engineering and Testing Practices Resulting from Migration to IEC 61850,” proceedings of the 18th Annual DistribuTECH Conference and Exhibition, Tampa, FL, January 2008. 5. [5] Cabrera,C. Chiu, S. Nair, N, K, C. Implementation of Arc-Flash Protection Using lEC 61850 Goose Messaging, 2012. *Paulo Henrique Vieira Soares é engenheiro eletricista pelo UNILESTE-MG. Aluno do mestrado em Engenharia Elétrica pela UNIFEI (2019). Engenheiro de Automação na Vale S.A e membro do CIGRE, Comitê de Estudos B5.1 Aplicações da Norma IEC 61850. *Vicentino José Pinheiro Rodrigues é engenheiro eletricista e Mestre em Engenharia Elétrica, formado pela UFMG (1998). Gerente de Automação na Vale S.A na área de Tecnologia. *Keli Cristine Silva Antunes é engenheira eletricista e Mestre em Engenharia Elétrica pela UNIFEI (2016 e 2019). Aluna da Especialização em Proteção de Sistemas Elétricos (2019) da mesma instituição. *Paulo Marcio da Silveira é engenheiro eletricista e Mestre em Engenharia Elétrica pela UNIFEI (1984 e 1991). Doutor pela UFSC (2001). Professor da UNIFEI e coordenador do GQEE e do CEPSE. *Carlos Alberto Villegas Guerrero é engenheiro eletricista pela ESPOL (2009). Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica pela UNIFEI (2011 e 2017). Professor da UNIFEI. *Frederico Oliveira Passos é engenheiro eletricista, Mestre e Doutor pela UNIFEI (2010 e 2015). Professor da UNIFEI. *Ronaldo Rossi é engenheiro eletricista, Mestre e Doutor pela UNIFEI (1972, 1975 e 2000). Consultor técnico da FUPAI e professor voluntário da UNIFEI.
51
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
Por Sergio Roberto Santos*
A perda de patrimônio cultural Museu Staley
Espaço 5419
Espaço 5419
Museu Staley, em Illinois, após ser atingido por uma descarga atmosférica.
A norma técnica ABNT NBR 5419:2015
seu Artigo 216, substituiu a nominação
– Proteção contra descargas atmosféricas
Patrimônio
determina
Histórico
e
Artístico,
por
sejam
Patrimônio Cultural Brasileiro, incorporando
protegidas contra os riscos de perda do
o conceito de referência cultural e a definição
patrimônio cultural e apresenta as medidas
dos bens passíveis de reconhecimento,
necessárias para que isso aconteça.
sobretudo, os de caráter imaterial¹.
A
que
as
edificações
Embora seja um assunto distante do dia a
proteção
dos
bens
culturais
dia da maioria dos profissionais que trabalham
materiais, sujeitos à destruição tanto pelas
com a Proteção contra Descargas Atmosféricas
descargas
(PDA), vale a pena utilizar este espaço para
pelas consequências de surtos de tensão e
refletir sobre este tema. Seja a proteção de
corrente, causados por descargas indiretas,
edificações, ou a proteção de objetos, como
é um grande desafio para os especialistas na
quadros, esculturas e livros, temos aqui uma
PDA, já que envolve o projeto do Sistema
ótima oportunidade de interação entre
de Proteção contra Descargas Atmosféricas
arquitetos e engenheiros eletricistas.
(SPDA) e das Medidas de Proteção contra
Surtos (MPS) em prédios e instalações
A Constituição Federal de 1988, em
atmosféricas
diretas,
quanto
Apoio
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
elétricas
muito
antigas,
como
igrejas,
por um raio e, na sua maioria, são altamente
53
Referências
castelos, museus etc., onde as características
vulneráveis ao fogo.
arquitetônicas não devem ser modificadas.
Em sua parte dois, Gerenciamento
em si, as MPSs evitam que os sistemas de
detalhes/218
de risco, a norma ABNT NBR 5419:2015
preservação de bibliotecas, museus, igrejas
2 – (https://www.smithsonianmag.
define a perda de patrimônio cultural com o
e pinacotecas falhem durante ou após uma
com/smart-news/200-objects-
índice L3, sendo ela causada por descargas
descarga atmosférica, evitando prejuízos e
damaged-after-lightning-sets-fire-
atmosféricas diretas na estrutura (S1) ou
preservando o patrimônio.
french-museum-180964211/) , (https://
linhas de energia e sinal a ela conectadas
(S3). Já o risco de esta perda acontecer
de
recebeu o índice R3, risco de perda de
atmosféricas² (foto). A norma ABNT NBR
closed-due-to-lightning-damage/),
patrimônio cultural, sendo tolerável um
5419:2015 não foi omissa em relação ao
(https://slate.com/technology/2013/08/
risco da ordem de 10-4, muito baixo, já que
valor intrínseco da cultura para a nossa
lightning-struck-an-employee-at-the-
o risco zero seria algo totalmente utópico.
qualidade de vida, trazendo as ferramentas
creationism-museum-even-though-almost-
Embora muitos possam pensar que as
necessárias para que o patrimônio cul
nobody-gets-struck-by-lightning-anymore.
medidas para a proteção contra perda de
tu ral brasileiro seja protegido contra as
html).
vidas humanas (L1), risco tolerável de 10 ,
descargas atmosféricas. Cabe agora a
possa ser suficiente para também proteger
quem de direito, arquitetos e engenheiros,
os bens de valor cultural, devemos lembrar
levar às nossas autoridades a informação
*Sergio Roberto Santos é engenheiro eletricista
que esses não se auto locomovem, são
de que destruições causadas por raios não
e membro da comissão de estudos CE 03:64.10
passíveis de serem atingidos diretamente
são meras fatalidades.
do CB-3 da ABNT.
-5
Além da proteção dos bens culturais
A internet apresenta vários exemplos museus
destruídos
por
descargas
1 – http://portal.iphan.gov.br/pagina/
staleymuseum.com/staley-museum-inthe-news/staley-museum-temporarily-
54
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
Diretoria da SBQEE
CBQEE em constante evolução
da
de pesquisa, entre outros. Assim, em
pela
1996, foi realizado o primeiro Seminário
humanidade, basicamente, a qualidade
Brasileiro sobre Qualidade da Energia
era medida pela disponibilidade ou não
Elétrica. A partir da sexta edição, a qual
da mesma. Ou seja, o único indicador
ocorreu em 2007, o evento começou a
era quanto tempo tínhamos uma fonte
ser chamado de Conferência Brasileira
de energia elétrica disponível.
sobre Qualidade da Energia Elétrica
Se
olharmos
utilização
da
para
o
energia
início
elétrica
sistemas,
(CBQEE). Esta conferência é realizada
de
que
bienalmente e já esteve presente em
somente o indicador de disponibilidade
todas as regiões do Brasil. A conferência
da energia elétrica não era suficiente
se consolidou rapidamente e hoje é
para medir a qualidade, pois diversos
o maior evento dedicado ao assunto
equipamentos começaram a falhar, ter
em toda a América do Sul, recebendo
vida útil reduzida, aumentar o consumo
contribuições não só do Brasil, mas
etc. Desta forma, outros indicadores
também de diversos países vizinhos.
como valor eficaz da tensão, distorção
harmônica,
tensão,
atualidade, o sistema elétrico mudou
desequilíbrio de tensão etc., foram
muito. No princípio, se tinha uma
surgindo. E os problemas nem sempre
ideia de que boa parte dos problemas
eram de fácil resolução, haja vista que
eram advindos das cargas, sejam elas
o sistema elétrico estava evoluindo
intermitentes, não lineares etc. Além
rapidamente. Já no início da década
do mais, nos sistemas de geração e
de 1990, surgiam os primeiros eventos
transmissão, havia poucos elementos
internacionais para reunir especialistas
perturbadores
e
a linha de transmissão em corrente
Com
a
aumentou-se
fomentar
evolução a
dos
percepção
flutuação
discussões
de
sobre
estes
Desde a criação da CBQEE, até a
–
podemos
ressaltar
assuntos.
contínua, a qual transporta a energia da
Estas mesmas questões motivaram a
parte paraguaia de Itaipú para a região
criação de um evento nacional dedicado
metropolitana de São Paulo –, e poucos
ao tema Qualidade da Energia Elétrica, o
compensadores
qual congregasse academia, indústrias,
os trabalhos focavam muito em cargas
concessionárias
(tanto como geradoras de distúrbios,
de
energia,
centros
estáticos.
Portanto,
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
55
baixo impacto ambiental. No entanto,
complexidade dos sistemas, problemas
elas tinham aos distúrbios presentes
possuem
frequência
que, na primeira edição, eram praticamente
na energia elétrica) e em soluções
para compatibilizar a intermitência da
irrelevantes, como a responsabilidade das
mitigadoras. Todavia, atualmente, o
fonte primária de energia (velocidade do
causas dos distúrbios na Qualidade da
cenário está bem diferente, a saber:
vento e incidência solar) com os padrões
Energia Elétrica, hoje, estão em foco.
quanto
como
a
sensibilidade
que
conversores
de
necessários à conexão na rede elétrica;
Durante todos estes 23 anos de
• As cargas que eram sensíveis a
• O sistema de transmissão também teve
existência da CBQEE, o sistema elétrico
problemas na rede elétrica estão cada
muita mudança, podendo-se destacar a
evoluiu significativamente e a CBQEE
vez mais imunes a estes;
entrada de novas linhas de transmissão
está
em corrente contínua e inserção de
evolução. Na XIII CBQEE, realizada de 01
compensadores estáticos;
a 04 de setembro de 2019, no Instituto de
em
• Quanto à distribuição, está havendo
Tecnologia Mauá, em São Caetano do Sul
estão
uma revolução com as denominadas
(SP), temas como processamento de sinais,
presentes nas residências. Podemos
“smart
em
compartilhamento de responsabilidade e
citar
eletrônicos
melhores indicadores de qualidade de
impacto de renováveis foram os temas
celulares
serviço, ajuste de demandas, além de
da vez. Mais de 250 conferencistas
etc.), lâmpadas a LED, equipamentos
contemplarem a inclusão de fontes de
participaram dos quatro dias de evento
com
geração distribuídas;
que, além de sessões técnicas e plenária,
(refrigeradores, máquinas de lavar e
• Por fim, com o aumento da capacidade
contou com um minicurso sobre questões
ar-condicionado), entre outros;
de processamento dos computadores,
relevantes do Módulo 8 do PRODIST.
• Voltando-se ao sistema de geração,
destaca-se
a energia eólica e solar hoje são
simulações, contemplando inteligência
www.sbqee.org.br/cbqee
realidade, trazendo maior diversidade
artificial
Grande abraço!
e segurança para a matriz energética
dados reais obtidos em campo.
brasileira. São fontes renováveis e de
Desta forma, com o aumento da
•
Por
outro
lineares, quase
que que
ambientes
lado,
as
eram
cargas
exclusivamente
industriais,
hoje,
equipamentos
(computadores,
televisões,
conversores
de
não
encontradas
frequência
grids”.
e
Estas
também
impactam
o
simulações
avanço que
das
utilizam
sempre
acompanhando
esta
Mais informações e inscrições em:
Diretoria da SBQEE
Proteção contra raios
Apoio
56
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Especificando minimamente um DPS Este é um resumo para ajudar a direcionar
a tensão de proteção de um DPS, melhor
a especificação de um dispositivo de proteção
proteção ele oferece ao equipamento. Portanto,
contra surtos (DPS) em linhas de energia.
o valor de U P deve ser o menor possível, desde
que não se comprometa tensão máxima de
Devem ser considerados, no mínimo, três
parâmetros:
operação contínua do DPS.
As tabelas 31
da NBR 5410 e A1, Anexo A, da NBR 5419, 1- A máxima tensão de operação contínua – UC;
fornecem parâmetros de referência para essa
2- A tensão de proteção – UP;
comparação.
3- O tipo de corrente a que o DPS será submetido (IIMP ou IN)
A máxima tensão de operação contínua – UC
O tipo de corrente a que o DPS será submetido (IIMP ou IN) Independentemente da sua construção,
Um DPS não deve atuar com a tensão
um DPS poderá ser submetido a várias curvas
de operação da linha onde ele está instalado;
de corrente em um ensaio. As mais usuais e
portanto, deve ser considerada uma margem de
que determinam os tipos I e II são as curvas
segurança, em torno de 10%, para especificar
padronizadas em tempos de frente de onda e de
sua máxima tensão de operação.
meia cauda, respectivamente, com 10/350µs e
8/20µs.
O valor de UC depende do esquema de
aterramento e do modo de instalação do DPS. A
tabela 49 da NBR 5410 mostra esses valores.
IIMP de ensaio das curvas classe I, (10/350), são
DPS’s que suportam os valores das correntes
Visando aumentar o tempo de vida útil do
caracterizados como tipo I e devem ser utilizados
DPS, em função da grande variação de tensão
em locais onde haja circulação de corrente
permitida no sistema de distribuição nacional, vale
impulsiva direta.
alertar para que seja utilizado um valor de UC mais
elevado do que disposto na tabela, tipicamente,
IN de ensaio das curvas classe II, (8/20), são
“um valor comercial” acima do calculado, por
caracterizados como tipo II e devem ser utilizados
exemplo: valor calculado, 150V, valor utilizado,
em locais onde haja circulação de corrente
175V.
impulsiva induzida ou atenuada à montante.
DPS’s que suportam os valores das correntes
A NBR 5410 especifica valores mínimos de
A tensão de proteção – UP
corrente para serem utilizados no primeiro nível
Pode-se obter a tensão de proteção do
de uma proteção em 12,5kA para DPS’s do tipo
DPS – U P do DPS fazendo-se a comparação
I, e 5kA para DPS’s do tipo II. Já a NBR 5419
simples com o nível de suportabilidade a
apresenta uma metodologia de cálculo no anexo
surtos do componente – UW do equipamento
E da parte 1 para a definição de valores dos
a ser protegido. A tensão U P deve sempre
DPS’s a serem utilizados em todas as possíveis
ser inferior ao nível de suportabilidade UW.
fronteiras das zonas de proteção contra raios
É importante destacar que, quanto menor
estabelecidas em projeto.
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
57
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE: 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/Cobei. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. | lrosito@tecnowatt.com.br
O atual estágio das revisões normativas no Brasil Dando sequência nesta série sobre o
como base os critérios das publicações
serem revisadas e um plano para os próximos
tema iluminação, neste artigo iremos tratar
internacionais atualizadas tais como a CIE
temas ate o final de 2020. Devem ser
das revisões normativas no Brasil e o estágio
115:2010 – Lighting of Roads for Motor and
priorizadas as normas de iluminação interna
que se encontram até meados do ano de
Pedestrian Traffic.
para que sejam base para avaliação de
2019. As normas de iluminação no Brasil têm
Na fase final de revisão, está sendo
conformidade destes produtos, amplamente
sido tema constante através de elaborações
montada a versão para consulta pública
utilizados em escritórios, indústrias e outras
de novas normas e revisões das existentes
e avaliados os impactos da mudança nas
aplicações
nos últimos 10 anos no País de forma
classificações de vias e os respectivos
luminárias utilizadas em iluminação pública
mais efetiva que nos períodos anteriores
critérios de classificação, bastante diferente
através de atualização da ABNT NBR
a esta data. Atualmente, em um estágio de
dos utilizados atualmente. Em um momento
15129: Luminárias para iluminação pública
elaboração de novas normas sempre que
de discussão de substituição massiva pela
– requisitos particulares, que foi usada como
necessário, mas com mais ênfase na revisão
tecnologia LED, é importante o envolvimento
base para a portaria 20 do Instituto Nacional
das normas vigentes, a fim de deixá-las
de todos nesta discussão, pois sendo
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
sempre atualizadas com suas respectivas
aprovada a revisão da NBR 5101, mesmo
(Inmetro).
referências internacionais, assim como com
com tempo de ajuste, haverá necessidade de
as mais recentes tecnologias de construção
atualização dos profissionais para elaboração
CE 03.034.01, e a comissão de dispositivos
e aplicação. Fruto de trabalho de pesquisa
dos novos projetos, bem como do mercado
de controle/reatores CE 03:034:02, também
aplicada e do envolvimento de diversos
no desenvolvimento de estudos e avaliação
estão ativas e discutindo a revisão de normas
profissionais do setor que disponibilizam
dos futuros sistemas que serão implantados
de dispositivos de controle conhecidos
seu conhecimento e tempo para esta tarefa,
após a revisão na norma.
como “drivers” através do projeto de revisão
as revisões vêm sendo realizadas através
Durante o mês de agosto de 2019,
da ABNT NBR IEC 61347-2-13: 2012 –
das comissões de estudo da ABNT COBEI
também
CE
Dispositivo de controle da lâmpada - Parte
no âmbito do CB 03 – Comitê Brasileiro de
03:034.03 – Luminárias e acessórios, com
2-13: Requisitos particulares para dispositivos
Eletricidade. Desde setembro de 2017, está
o objetivo de atualizar as normas técnicas
de controle eletrônicos alimentados em c.c ou
aberta a revisão da NBR 5101: Iluminação
de luminárias que já foram modificadas
c.a para os módulos de LED, devendo esta
Pública – procedimento, através da comissão
em nível internacional junto à International
norma ser levada à consulta pública até o final
de estudo CE 03:034:04 - Aplicações
Electrotechnical
do ano de 2019.
luminotécnicas e medições fotométricas, já
objeto da primeira reunião de reativação
tendo ocorrido 17 reuniões para tratar deste
desta comissão é a revisão da NBR IEC
esperamos ter base para aplicação de novas
tema. Nas primeiras reuniões, foram definidos
60598-1:2010 – Luminárias – parte 1:
tecnologias e melhoria dos processos de
os grupos de trabalho para elaborar os textos
requisitos gerais e ensaios correspondentes,
avaliação da conformidade no País, assim
para discussão dos capítulos da norma e
abrangendo
marcação,
como ampliar o conhecimento existente neste
realizados diversos experimentos, cálculos e
construção mecânica e construção elétrica,
setor, envolvendo cada vez mais os usuários,
novas metodologias para serem aprovadas
juntamente com os ensaios correspondentes.
desenvolvedores, pesquisados, fabricantes
pelo grupo de revisão. Com o andamento
Após as definições relativas a esta norma,
e a sociedade em geral para melhorarmos a
da revisão, a comissão acabou seguindo
a comissão define as normas particulares a
qualidade da iluminação.
foi
reativada
a
a
comissão
Commission
classificação,
(IEC).
O
interiores,
assim
como
as
As demais comissões como a fontes de luz
Com estas novas revisões normativas,
58
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Aspectos do fator de potência em regime de carga baixa – parte II
Na edição passada, trouxemos um caso de planta industrial
O cálculo desta energia reativa excedente segue as
que apresenta cobrança de excedente de energia reativa em
premissas da portaria 414 da Agência Nacional de Energia
período de baixa carga, quando o sistema de compensação
Elétrica (Aneel). A tabela 1 indica o perfil de carga típico dos 22
reativa
pelo
dias úteis do mês e o fator de potência é sempre corrigido pelo
comportamento da carga, respeitando-se as premissas de não
sistema de compensação existente. As tabelas 2 e 3 apresentam
tornar a carga capacitiva, evitando sobretensões e cobrança
os perfis de carga dos quatro sábados e quatro domingos do
de excedentes de reativos capacitivos na madrugada, quando
mês. Durante período parcial dos sábados, o reativo consumido
a regra de cobrança é invertida e os excedentes de energia
é corrigido pelo sistema existente e durante os períodos com
reativa são aplicados às instalações com fator de potência
carga baixa 43kW e 58kvar, o sistema de compensação de
capacitivo neste período.
energia reativa não opera.
clássico
não
possui
condições
de
operar
Tabela 1 – Perfil de carga dos dias úteis. Tabela 2 – Perfil de carga dos sábados.
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
59
Tabela 3 – Perfil de carga dos domingos.
A tabela 4 resume os consumos de energia ativa e reativa em períodos de ponta e
fora de ponta, considerando 22 dias úteis e quatro finais de semana, bem como o cálculo da energia reativa excedente nestes períodos. Considerando que o cálculo da demanda relativa à energia reativa consumida apresentou sempre valores menores que zero, a mesma é, neste caso, desconsiderada. Tabela 4 – Resumo de consumo e custos.
Conclusões • Os valores cobrados de excedente de energia reativa não compensada são da ordem de 0,5% da conta. • A tarifa aplicada para o cálculo do excedente da energia reativa excedente, por conta da resolução 414 da Aneel, é da ordem de 80% da tarifa da energia consumida fora de ponta e próximo a 25% da tarifa da energia consumida na ponta. • Caso seja desejável a compensação da energia reativa consumida em baixa carga, deve-se prever uma solução que se adeque ao perfil de carga, sem que torne a instalação capacitiva (não só para se evitar sobretensões, mas até para evitar a cobrança na madrugada), neste caso, algo em torno de 50kvar de forma fixa com os devidos cuidados e compatíveis à solução de compensação existente para os períodos de carga.
60
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br
Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos, controle e mitigação – Parte 02/05
2 - A geração da eletricidade estática em atmosferas explosivas
Em função de a distância entre as cargas
estejam em contato ou atrito. Os elétrons
ser extremamente pequena no momento
mais afastados do núcleo de um material são
do contato ou da separação, o potencial
transferidos para o outro material, de forma
Podem ser citados como exemplos de
gerado pode ser alcançar tensões da
que o material que perde elétrons se torna
equipamentos instalados em atmosferas
ordem de muitos kV, independentemente da
positivamente
explosivas sobre os quais existe a preocupação
pequena quantidade de cargas eletrostáticas
pode permanecer por algum tempo, uma
sobre o risco de ignição devido à geração ou
envolvidas, o que pode dar origem a centelhas
vez que os materiais são isolantes e não
acúmulo de cargas eletrostática: tanques
e a fontes de ignição.
proporcionam um caminho efetivo de retorno
de armazenamento, vagões ou caminhões
A
para transporte de materiais inflamáveis
normalmente causada por dois materiais
Os materiais plásticos de invólucros
ou combustíveis, correias transportadoras,
isolantes diferentes em movimento e que
com tipo de proteção Ex “e” (segurança
esteiras ou pontes rolantes, elevadores de canecas, contêineres ou equipamentos de processo ou tubulações fabricadas com materiais não metálicos (isolantes ou não condutivos), mangueiras fabricadas com materiais não condutivos, caminhões vácuo, equipamentos para transporte pneumático.
No caso de os dois materiais serem
condutivos, ocorre a recombinação das cargas eletrostáticas e nenhuma quantidade significativa de carga eletrostática permanece em nenhum dos dois materiais após a separação.
Nos casos onde um ou ambos os materiais
sólidos forem do tipo “não condutivo”, a recombinação
eletrostática
não
ocorre
completamente e os materiais separados retêm parte de sua carga eletrostática.
eletricidade
estática
pode
ser
carregado.
Esta
condição
dos elétrons.
61
O Setor Elétrico / Agosto de 2019
aumentada – Norma ABNT NBR IEC
para evitar estas situações de risco potencial
60079-7) normalmente recebem adição de
de fontes de ignição. Dependendo do nível
carbono, que é um material condutor de
de carregamento eletrostático e da energia
cargas eletrostáticas, de forma a atender aos
mínima de ignição de substâncias inflamáveis,
requisitos de resistência máxima superficial
os elevados potenciais eletrostáticos são
indicados na Norma ABNT NBR IEC
capazes de gerar centelhas que podem
60079-0 (109 Ω a 1011 Ω, dependendo da
causar a explosão de atmosferas explosivas.
umidade relativa do ar). Além disto, este tipo
O
de equipamento normalmente apresenta, em
líquidos
suas instruções específicas de instalação, o
processo que ocorre em sólidos, mas
alerta de que a limpeza deve ser feita com um
pode depender da presença de íons ou
pano úmido, de forma a evitar a geração de
de
cargas eletrostáticas.
eletrostaticamente. Os íons ou partículas
carregamento é
eletrostático
essencialmente
partículas
microscópicas
o
em
mesmo
carregadas
Peças de vestuário fabricadas em nylon
de uma polaridade podem ser adsorvidas
que são removidas do corpo são capazes
na interface entre os líquidos, e estas,
de gerar cargas eletrostáticas em um nível
então, atraem íons de polaridade oposta, as
de potencial suficiente para causar a ignição
quais formam uma camada difusa de carga
de gases inflamáveis, havendo registros
eletrostática no líquido, próxima da interface.
históricos de ocorrência deste tipo de fonte
de ignição.
na especificação técnica internacional IEC
As rápidas movimentações de fluidos,
TS 60079-32-1, o carregamento eletrostático
como em jatos ou spray podem também gerar
por contato pode ocorrer nas interfaces de
cargas eletrostáticas. Um jato de aerossol a
materiais sólido/sólido, líquido/líquido ou
partir de um recipiente pode gerar no bocal
sólido/líquido. Os gases inflamáveis não
tensões eletrostáticas da ordem de 5kV. De
podem ser carregados, mas nos casos onde
forma similar, tensões da ordem de 10kV
um gás inflamável contiver partículas sólidas
ou mais podem ser geradas no bocal de um
ou gotículas de líquidos em suspensão, estas
equipamento de limpeza com vapor de alta
podem ser carregadas eletrostaticamente por
pressão.
contato, de forma que o gás inflamável pode
acumular cargas eletrostáticas, com riscos de
O fluxo de líquidos ou gases inflamáveis
De acordo com os requisitos apresentados
ou de poeiras combustíveis através de
geração de centelhas.
tubulações e de equipamentos de processo
No
provoca a geração de cargas eletrostáticas,
dissimilares inicialmente não carregados
as quais se concentram nas superfícies
eletrostaticamente e no potencial do sistema
dos materiais, podendo causar potenciais
de terra, uma pequena quantidade de carga
eletrostáticos
caso
de
materiais
sólidos
ordem
eletrostática é transferida de um material para
de muitos milhares de Volt (kV). Esta
o outro, quando estes entram em contato,
tensão eletrostática é inaceitável em áreas
devido ao movimento relativo entre eles. Os
classificadas e deve ser eliminada por meio
dois materiais são, desta forma, carregados
de assegurar que todas as tubulações
eletrostaticamente com cargas opostas e,
e equipamentos de processo, elétricos
consequentemente, passa a existir um campo
e
elétrico entre eles. Se os materiais são, então,
de
de
automação
magnitude
estejam
da
devidamente
equipotencializados ou aterrados.
separados, um trabalho é realizado para
A utilização de materiais não metálicos,
superar o efeito de atração ocasionado neste
tais como equipamentos com invólucros
momento pelas cargas elétricas opostas e
plásticos ou sistemas de bandejamento com
pela diferença de potencial gerada entre eles.
coberturas plásticas com elevada resistência
Esta diferença de potencial tende a carregar
superficial podem gerar ou acumular uma
eletrostaticamente os pontos residuais de
quantidade
contato.
inaceitável
de
carregamento
eletrostático em áreas classificadas, caso não sejam tomadas medidas de controle
Continua na próxima edição.
62
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