Ano 14 - Edição 164 Setembro de 2019
Edição especial CINASE -PE
Cabos aéreos para linhas de transmissão de energia elétrica – O aterramento em linhas de transmissão Conheça os materiais mais usados no aterramento e a respectiva confiabilidade do sistema
Instalação segura e comissionamento solar Diversas características associadas à segurança e qualidade fogem do conhecimento dos eletricistas prediais e exigem cuidados especiais
CINASE Edição Minas Gerais supera expectativas A 35ª edição do evento atingiu recorde de público, recebendo 1.200 congressistas, mais de 30 expositores e os principais apoiadores da região de Belo Horizonte
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br
Suplemento Renováveis
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Fascículo: Instalação segura e comissionamento Notícias de mercado Coluna solar: Acelerando a fonte solar fotovoltaica no mercado livre de energia (ACL) Coluna eólica: As novas fronteiras da energia eólica
Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes
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Editorial
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Coluna do consultor
Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br
As questões técnicas tratadas na XIII CBQEE
João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br
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Evento – CINASE – Edição Minas Gerais A 35ª edição do evento atingiu recorde de público, recebendo 1.200 congressistas, mais de 30 expositores e os principais apoiadores da região de Belo Horizonte
Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas
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Seções Mercado, Empresas e Produtos
Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos
31
A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos.
Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão
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Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correios Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
Cinase TEC Cabos aéreos para linhas de transmissão de energia elétrica – O aterramento em linhas de transmissão
68
Espaço 5419 PDA e os síndicos
70
Espaço SBQEE Os desafios de um mercado de eletricidade renovável, sustentável e inteligente
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: lovelyday12 | shutterstock.com
Fascículos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
Colaboradores desta edição Benedito Donizeti Bonatto, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr., Geraldo R. de Almeida, Guaraci Hiotte Jr., Hans Rauschmayer, Jobson Modena, José Starosta, Luciano Rosito, Márcio Trannin, Normando V. B. Alves, Nunziante Graziano, Paulo E. Q. M. Barreto, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk
Painel de notícias
Colunistas
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Jobson Modena – Proteção contra raios
80
Memórias do Setor
Luciano Rosito – Iluminação pública Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco Nunziante Graziano – Quadros e painéis José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
A energia e a cidade: São Paulo pelas lentes de Guilherme Gaensly
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Editorial
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
www.osetoreletrico.com.br
Ano 14 - Edição 164 Setembro de 2019
Edição especial CINASE -PE
Cabos aéreos para linhas de transmissão de energia elétrica – O aterramento em linhas de transmissão
No mês de setembro, os mais de 80 milhões de
O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 164 – Setembro de 2019
Energias renováveis na mira brasileira
Conheça os materiais mais usados no aterramento e a respectiva confiabilidade do sistema
Instalação segura e comissionamento solar Diversas características associadas à segurança e qualidade fogem do conhecimento dos eletricistas prediais e exigem cuidados especiais
CINASE Edição Minas Gerais supera expectativas A 35ª edição do evento atingiu recorde de público, recebendo 1.200 congressistas, mais de 30 expositores e os principais apoiadores da região de Belo Horizonte
Edição 164
Ranking Mundial.
consumidores brasileiros de energia elétrica sentiram no bolso
os impactos provocados pela cobrança adicional da bandeira
quando o assunto é redução do consumo e preservação
vermelha, patamar 1, refletidos em suas contas de luz, pela
ambiental. O sol que castiga os reservatórios é o mesmo que
segunda vez consecutiva.
liberta milhares de brasileiros, que têm a chance de gerar sua
própria energia através dos sistemas fotovoltaicos, integrantes
Essa época do ano é conhecida por atravessar longos
Além da energia eólica, a solar é outra “medida salvadora”
períodos de estiagem nas principais bacias hidrográficas do
do segmento de geração distribuída.
Sistema Interligado Nacional (SIN), o que resulta em vazões
abaixo da média e aumento das tarifas de energia.
uso de painéis solares para economizarem até 95% na conta
de luz e ficarem livres das bandeiras tarifárias por mais de 25
Se por um lado o País sofre com os efeitos negativos
Atualmente, mais de 104 mil consumidores no País fazem
causados pelas condições climáticas desfavoráveis e pela
anos, vida útil mínima da tecnologia.
elevação dos custos com energia elétrica, por outro, tais
fatores têm acelerado a penetração das renováveis no
Fotovoltaica (Absolar) revelam que, em número de sistemas
mercado, em especial, da eólica e da solar, as quais ganham
instalados, os consumidores residenciais estão no topo da
cada vez mais visibilidade, tanto no Brasil quanto no mundo.
lista, representando 73,8% do total. Em seguida, aparecem
as empresas dos setores de comércio e serviços (17,3%);
Para a felicidade da matriz elétrica brasileira, dados
Dados da Associação Brasileira de Energia Solar
divulgados recentemente mostram que, no dia 6 de setembro,
consumidores rurais (5,5%); indústrias (2,8%); poder público
a energia eólica registrou recorde de geração média diária
(0,6%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e
no Nordeste, ao produzir 8.722MW médios, com um fator de
iluminação pública (0,01%).
capacidade de 74%. O volume de energia foi responsável por
atender 87% da carga da região no dia.
1,35 milhão de novos adotantes do sistema de micro ou
minigeração distribuída até 2027, de acordo com o Ministério
O recorde decorreu da intensificação do sistema de
Com R$60 bilhões em investimentos, a estimativa é de
alta pressão que atuou no litoral do Estado baiano, o que
de Minas e Energia.
proporcionou geração eólica mais elevada, principalmente,
na Bahia, Piauí e Pernambuco. O recorde anterior de geração
volta?
média no Nordeste havia ocorrido em 26 de agosto, quando
Boa leitura!
A transição energética é ou não é mesmo um caminho sem
foram produzidos 8.650MW médios, segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Hoje, o Brasil já
Abraços,
possui 15,1GW de capacidade instalada e ocupa o 8º lugar no
Luciana Freitas
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Revista O Setor Elétrico
Errata Diferentemente do que foi publicado na página 48 da edição de agosto de 2019, a figura correta (enumerada como 3), é a que segue ao lado:
Figura 3 – Visão dos logical nodes e Estrutura IEC61850.
Errata Diferentemente do que foi publicado na página 32 da edição de agosto, o símbolo correto é IB, e não Ib conforme informado.
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Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
As questões técnicas tratadas na XIII CBQEE
Tivemos a oportunidades de assistir, no instituto Mauá de
Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP), entre os dias 1 e 4 de setembro, a XIII edição da Conferência Brasileira Sobre Qualidade de Energia Elétrica (CBQEE). O evento, que se realiza bianualmente, contou aproximadamente com 230 trabalhos apresentados e três sessões plenárias, além da exposição de soluções relativas aos temas dos patrocinadores, e ainda, veículo elétrico. O evento foi organizado pelo próprio Instituto Mauá de Tecnologia e pela Sociedade Brasileira da Qualidade da Energia Elétrica.
A conferência foi iniciada no domingo, dia 1, com o minicurso
ministrado pelo Profº José Rubens, da UFU, abordando os fatos históricos da qualidade de energia na legislação brasileira, até as atuais premissas do modulo 8 do Prodist – ANEEL e suas sequentes revisões.
Sessão de abertura, plenárias e sessões técnicas abordaram,
com bastante competência, as questões relacionadas aos fenômenos da qualidade de energia nas modelagens, medições, normalização com foco nos novos modelos de fontes e cargas que estão sendo implantados em nossas redes e instalações. Temáticas como a penetração de potência na rede pelo efeito da geração distribuída (potência gerada maior que a consumida), qualidade dos componentes e equipamentos, necessária abordagem e normalização aos moldes do modelo PROCEL, porém com foco em qualidade da energia elétrica, responsabilidades de distribuidora, geradores e consumidores, comportamento de cargas distorcidas como as luminárias com a tecnologia LED, características de instrumentos e instrumentação de medição, ações de mitigação como filtros incluindo casos em GD, redes inteligentes, além de projetos de eficiência energética, e até mesmo as malditas caixinhas pretas estelionatárias que extorquem os mais desavisados.
Sem dúvida, um encontro de altíssimo nível e vasto conteúdo que o
qualifica como o maior evento do tema na América Latina. Mãos à obra, pois temos muito a resolver. Foz do Iguaçu nos espera em 2021!
Evento
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Fotos: Alessandro Carvalho
Consagrado como a nova referência no segmento de eletricidade, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) passou por Minas Gerais entre os dias 7 e 8 de agosto de 2019, atingindo mais um recorde de público: 1.200 congressistas estiveram presentes e puderam conferir as últimas novidades do mercado, superando o sucesso das edições anteriores.
Realizada no Expominas, em Belo Horizonte
(MG), a 35ª edição do evento itinerante comemora
CINASE Edição Minas Gerais acontece em grande estilo e supera todas as expectativas
seus 10 anos de existência e foi composto por aproximadamente 50 palestras técnicas ministradas por especialistas e patrocinadores, além de um amplo espaço de exposição que abrigou 30 empresas de peso, que trouxeram os mais recentes produtos e serviços voltados para energia elétrica.
O congresso é conhecido por discutir as
principais técnicas e tecnologias que envolvem
A 35ª edição do evento atingiu recorde de público, recebendo 1.200 congressistas, mais de 30 expositores e os principais apoiadores da região de Belo Horizonte
toda a cadeia do setor elétrico, desde a geração até a instalação elétrica final de baixa e média tensão, incluindo temas como: investimentos em distribuição; energias renováveis; proteção para sistemas fotovoltaicos; proteção e manutenção em sistemas elétricos; Internet das Coisas (IoT) em sistemas de iluminação, entre outros relevantes. Para isso, conta com a coordenação do engenheiro
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Jobson Modena, especialista em proteção e aterramento, e coordenador da comissão que revisou a recém-publicada ABNT NBR 5419 (SPDA); e do engenheiro José Starosta, especialista em eficiência energética e ex-presidente da Associação das Empresas de Conservação de Energia (Abesco). Minas Gerais: o berço do CINASE
Lançado em 2010, em Minas Gerais, o Circuito
Nacional do Setor Elétrico é um modelo de evento totalmente diferente dos demais por conta de sua concepção. “O CINASE é um roadshow, um evento que percorre o Brasil, levando conhecimento técnico, através de renomados palestrantes. O fato de ser itinerante e sair do eixo São Paulo-Rio, faz com que preenchamos uma carência técnica que existe Brasil afora. Com essa conotação, criamos um evento que traz para cada região por onde passa, a chance de o profissional se atualizar com o que há de mais moderno em tecnologia elétrica”, declarou Adolfo Vaiser, diretor da revista O Setor Elétrico e organizador do evento.
O CINASE já passou por Minas Gerais em
2016, e agora, pela quinta vez na cidade de Belo Horizonte, esteve totalmente restruturado, com um novo programa. “O mercado já estava cansado de tantas feiras tradicionais, e o modelo do CINASE – que também é utilizado por muitas empresas multinacionais de nosso segmento – demonstra o sucesso a ser seguido. Um congresso técnico com exposição simultânea, onde todos os estandes são padronizados, o que permite que o foco esteja no conteúdo do evento, que foi reformulado e conduzido em seus dois dias pelos coordenadores técnicos José Starosta e Jobson Modena, parceiros
Pogliano | Gimi, HellermannTyton, IFG, Grupo Intelli,
Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos
desde o nascimento da revista o Setor Elétrico”,
Grupo Setta, Loja Elétrica, Lux, Prysmian Group,
Eletrônicos e Similares do Estado de Minas Gerais
comentou Vaiser.
RDI Bender, Real Perfil, Rittal, Schneider Electric,
(Sinaees), Sindicato das Indústrias de Instalações
No total, já foram realizadas 34 etapas por
SEL, Soprano, Tecnowatt, WEC Energy e WEG.
Elétricas Gás, Hidráulicas e Sanitárias no Estado
mais de 16 diferentes cidades. “Para a realização
Além dessas fortes indústrias e distribuidoras,
de Minas Gerais (Sindimig), Sindicato da Indústria
do CINASE, mobilizamos muito a região por onde
o evento teve o apoio de importantes entidades
da Construção Civil no Estado de Minas Gerais
passamos e contamos com o apoio importantíssimo
da região: Associação Brasileira de Engenheiros
(Sinduscon-MG), Sinergia, SINGTD, Sociedade
de todas as entidades e empresas regionais.
Eletricistas (ABEE-MG), Associação Brasileira de
Mineira de Engenheiros e Universidade Federal de
Desta forma, envolvemos toda a cadeia elétrica,
Sistemas Prediais de Minas Gerais (Abrasip-MG),
Minas Gerais (UFMG).
como concessionárias de energia, federação das
Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG),
indústrias – SENAIS, universidades, revendas e
Clamper, Conselho Regional de Engenharia e
A visão dos participantes
indústrias locais. É um trabalho a seis mãos e que
Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG), Elo,
dá muito resultado”, celebrou Adolfo Vaiser.
Exponencial, Sistema Federação das Indústrias
foi sucesso unânime, fato confirmado por todos os
O CINASE-MG contou com o patrocínio
do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Fundação
participantes presentes. Para Marcos Antônio de
master de Clamper e Kit Frame, além do patrocínio
Cristiano Ottoni, Loja Elétrica, Polifase, Pontifícia
Arruda Lopes, engenheiro eletricista e gerente de
das empresas: ABB, Baur, Beghim, Cordeiro,
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC
automação dos ativos de distribuição da CEMIG,
Crossfox, Dimensional, Elétrica PJ, Embrastec,
Minas), Sindicato de Engenheiros no Estado de
a participação da Companhia no CINASE é
Epcos TDK, Exponencial, Finder, Flir Systems, Gimi
Minas Gerais (Senge-MG), Senior Engenharia,
fundamental. “O Adolfo tem nos envolvido por
Assim como as demais edições, o 35º CINASE
Evento
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
sermos concessionária de energia local e, como
cada ano. “Nós temos acompanhado o crescimento
Editorial”, cumprimentou.
o evento é voltado para o setor elétrico, acho a
do evento desde quando começou e temos dado
nossa participação extremamente importante, tanto
todo o apoio necessário, executando o nosso
Clamper, Wagner Almeida Barbosa contou que
na parte de conteúdo quanto na oportunidade de
trabalho, que é divulgar aos nossos associados a
a empresa tem crescido nos últimos anos, com
contratação de fornecedores e players do mercado
realização desses eventos que acontecem, novos
lançamentos de produtos e a expansão para o setor
de uma forma geral”, salientou.
produtos e empresas e tecnologias inovadoras que
fotovoltaico, que está experimentando uma elevação
estão surgindo”, disse.
exponencial. “Já estamos desenvolvendo novos
da CEMIG – feita no primeiro dia – ter demonstrado
Ele conta que, aos poucos, o CINASE está
produtos para essa área e fornecendo para várias
qual é o seu plano de investimento para os
tomando um espaço que era, até então, da Feira
empresas integradoras e grandes distribuidores”,
próximos anos, detalhando em termos de redes de
Internacional da Indústria Elétrica e Eletrônica de
afirmou.
distribuição, subestações, sistemas de automação
Minas (FIEE-MG). “A FIEE-MG já foi uma feira muito
etc. “A oportunidade dá visibilidade e nos auxilia
forte do setor eletroeletrônico, mas, com a alteração
surpreso ao se deparar com o tamanho da plateia
na busca dos fornecedores presentes no evento
da conjuntura, foi perdendo força. Ao mesmo tempo
presente no congresso e com o crescimento que
e de soluções para as questões que precisamos
que a FIEE-MG foi sendo retraída, o CINASE veio
vem apresentando a cada edição. “O CINASE
enfrentar dentro desse plano de investimento”,
ganhando espaço, o que realmente nos dá muita
está se tornando uma referência técnica para os
justificou. E acrescenta. “O Estado de Minas Gerais
satisfação, porque precisamos ter eventos como
profissionais da área de instalações, e eu sinto que
possui a maior quantidade de usinas fotovoltaicas, e
esse no setor elétrico, que divulguem tecnologias e
a forma com que vem crescendo, no futuro, ele
este é um grande desafio que estamos enfrentando,
projetos relacionados ao segmento”, analisou.
possa se tornar realmente, um evento referência
principalmente, para a distribuidora, de conectar e
Minas Gerais, apesar de estar distante do mar,
do segmento no País, ampliando a participação
assegurar qualidade de energia com a inserção da
possui uma indústria voltada aos setores de óleo e
de empresas e abordando temas de maneira ainda
geração fotovoltaica. Nesse cenário, eventos como
gás. A paralisação praticamente da mineração, ou
mais profunda e evidente no que se refere a técnicas
o CINASE nos aproximam dos fornecedores e
sua redução drástica, acarretou para as empresas
de instalação e a boas práticas de engenharia”,
contribuem para que o sistema funcione da forma
da indústria elétrica um grande prejuízo, e agora as
exclamou.
mais adequada. É um grande desafio, porque hoje,
companhias precisam se reinventar. “Infelizmente,
Um
no Brasil, Minas Gerais é o Estado com maior
perdemos várias empresas durante estes últimos
executivo é a carência técnica que existe nesse
número de conexões de geração distribuída”,
cinco anos. Muitas indústrias do setor elétrico
mercado. “Percebemos que os nossos projetistas,
informou.
fecharam; outras, já estão retornando ao mercado,
instaladores, não têm o acesso privilegiado de quem
O presidente da Abrasip-MG, Bruno Marciano,
que está sinalizando uma melhora. Todos estão
participa de normalização ativa, tendo a informação
também expressou sua satisfação em participar
cautelosos, mas há um otimismo renascendo nos
up to date do que está acontecendo e sabendo
do evento. “Como apoiadores, nós queremos
industriais mineiros, e eu tenho certeza de que
quais serão os próximos passos do setor, e este
agradecer ao Adolfo e a todo o seu maravilhoso time
ao longo dos próximos seis ou oito meses, isso
tipo de evento traz a eles as informações atualizadas
por esse primoroso trabalho e por proporcionarem
recomeçará a se transformar em serviços, produtos
das quais eles precisam. Então, para que adotem
esse evento em Belo Horizonte. É uma grande
e investimentos que estão chegando ao Estado”,
boas práticas, este tipo de evento é fundamental, e
satisfação percebermos que temos propósitos
afirmou.
sempre terá o apoio da Clamper”, finalizou.
comuns, já que, assim como a Abrasip, o CINASE
Alfredo
da
Ronaldo Kascher, professor do Instituto
se preocupa com a capacitação dos profissionais
ABEE-MG, demonstrou intenso contentamento
Politécnico da PUC Minas, que ministra aulas nos
da engenharia elétrica”, comparou.
por ter prestigiado mais uma edição do evento.
departamentos de Eletrônica, Engenharia Elétrica
Alexandre Magno de Assunção Freitas, diretor
“Estamos junto com o CINASE há 10 anos,
e de Engenharia Aeronáutica, o apoio que a PUC
regional da Associação Brasileira da Indústria
participando de sua realização, lembrando que o
oferece a eventos desse quilate é muito importante
Elétrica e Eletrônica (Abinee-MG) e presidente do
primeiro aconteceu em Belo Horizonte, no CREA.
não somente para dar visibilidade aos alunos –
Sinaees conta que o Sindicato já apoia o CINASE
Depois, passou para o Minascentro, e agora, com
uma vez que foi amplamente divulgado no meio
há várias edições em Minas Gerais e afirma que é
10 anos, é a primeira vez que conseguimos realizá-lo
acadêmico –, mas também à sociedade como um
motivo de grande alegria ver a evolução do evento a
no Expominas. É mérito da equipe toda da Atitude
todo, face à importância da atualização sobre as
Ele destacou o fato de a apresentação principal
Marques
Diniz,
presidente
Em entrevista à nossa reportagem, o CTO da
Em relação ao evento, ele diz que ficou
ponto
importante
apontado
pelo
Evento
12
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
novidades da área elétrica. “No evento, em particular, inclusive, na área de descargas atmosféricas, foram transmitidas muitas informações valiosas aos alunos e aos profissionais que atuam na área. Eu acho extremamente importante essa junção prática entre a universidade e o mercado”, observou.
Na visão dos distribuidores, como é o caso da
Loja Elétrica, seu diretor comercial, Aluízio Ábdon Araújo enfatizou a relevância do CINASE pelo alto nível técnico que possui. “O público é composto por
engenheiros,
empresas
de
engenharia,
concessionárias, entre outros especialistas. Quem atua nesse segmento, precisa estar presente no CINASE, mostrando e conhecendo o que há de novo. É um evento superimportante para Belo Horizonte, que tem de se repetir. A vantagem é que não é uma feira, em que se entra e se encontra pessoas que não são da área. No CINASE, não há ninguém passeando. Todos que participam, vão para trabalhar. Então, é fundamental a sua continuidade”, apontou.
Sobre a empresa, ele relatou que a Loja Elétrica,
no ramo da distribuição, é a companhia mais antiga do Brasil, com 73 anos de mercado. No CINASE, já teve duas parcerias encaminhadas anteriormente, que foram fechadas no evento em decorrência da apresentação de produtos, do networking com fabricantes e da geração de negócios. “Minas Gerais é o Estado brasileiro com maior número de geradores montados. É o Estado da Federação mais importante em geração solar. A Loja Elétrica é um distribuidor, que fornece todas as linhas de geradores fotovoltaicos ou solares. Levamos as nossas soluções à exposição, porque hoje, o fotovoltaico deve estar em qualquer evento de eletricidade, porque é a ‘bola da vez’. O diferencial da Loja Elétrica para qualquer produto é vender uma solução completa”, comentou.
Ênio de Oliveira, diretor do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) Belo Horizonte CETEL César Rodrigues disse que na área de energia elétrica, estava faltando em Belo Horizonte um evento da natureza como a do CINASE, que compreende palestras muito bem feitas, unindo fabricantes, a Federação (FIEMG), e discute áreas dinâmicas, como a de energias renováveis. “A iniciativa do Adolfo foi excelente, pois junta os profissionais de Belo Horizonte. Faltava uma feira que concentrasse as pessoas, e isso tanto é verdade que as palestras estiveram lotadas. É uma lacuna que o CINASE veio preencher muito bem. Temos certeza de que o evento crescerá ainda mais e que se tornará uma tradição”, elogiou.
O diretor executivo do Sindicato das Indústrias
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e
Todas as abordagens tiveram como foco promover
Sanitárias no Estado de Minas Gerais (Sindimig)
a discussão de pontos polêmicos e apontar
– FIEMG, Gustavo Eskenazi Charlemont, explicou
soluções para cada questão colocada. A palestra de
que o Sindicato representa as empresas na área
abertura ficou por conta da CEMIG, que discorreu
de engenharia, o setor na área de transmissão,
sobre “Investimentos da CEMIG Distribuição”. Na
distribuição, parte de subestação de energia elétrica
ocasião, o especialista, que substituiu o diretor de
e, de igual modo, concede a sua contribuição sobre
Distribuição e Comercialização, Ronaldo Gomes
o CINASE. “Para nós, trata-se de um evento de
de Abreu, apresentou um histórico de como a
extrema importância para o conhecimento dos
Companhia vem investindo nos últimos anos,
nossos engenheiros e técnicos, assim como para
a metodologia adotada e ações para eficiência
geração de negócios”, declarou.
na definição e implantação do programa de
Paulo A. L. Hipólito, diretor da Sinergia,
investimentos, de modo a assegurar o crescimento
empresa que atua com representação comercial e
de mercado e o nível de qualidade dentro de
soluções em produtos para Geração, Transmissão
sua área de concessão. “O nosso trabalho está
e Distribuição de Energia destaca a deficiência
sendo feito no sentido de projetar o crescimento
de
de
dessa carga dentro do Estado, em princípio, sem
compartilhamento de informações em Minas Gerais,
nenhuma obra adicional, mas somente com o
e define o CINASE como excelente, porque, além
sistema existente. Avaliamos se com o sistema
de se conseguir reunir diversos setores, incluindo
elétrico atual conseguimos atender o crescimento
estudantes, nota-se uma grande interação entre
de carga, a todos os critérios de qualidade, a tudo
as escolas e faculdades. “Isso é muito bom para
que é solicitado”, explicou.
o nosso País, em um momento em que estamos
Ele conta que, com isso, normalmente,
tentando ‘reinventar a roda’, extraindo a experiência
aparecem alguns gargalos, que são violações
de escolas, juntando com empresas, mostrando
em alguns parâmetros, tais como carregamento,
os produtos brasileiros, porque nós temos muitos
tensão, DEC, custo de operação e manutenção
desafios, tais como produtos importados e
e pagamentos de compensações. “Há uma série
regulamentações que não saem do papel. É uma
de parâmetros que avaliamos e, para todos eles,
situação onde o importado chega ao País, com uma
temos um limite aceitável. Fazemos essa projeção
regulamentação internacional, todos são obrigados
e analisamos como está se comportando todo
a aceitar e nós mesmos criamos barreiras”, frisou.
o sistema elétrico frente ao crescimento de
“Outro ponto interessante a meu ver é que as
mercado. E, a partir daí, nós propomos, analisamos
palestras são dinâmicas, não são enfadonhas nem
e escolhemos as melhores obras para solucionar
cansativas, e voltadas ao pessoal técnico. O bacana
cada um dos problemas”, especificou.
também é que existe a premiação dos trabalhos de
projetistas, eletricistas, de modo que eles se sintam
obras, geralmente, bem significativo, com volume
valorizados, tendo orgulho de sua profissão, e isso
de investimentos bem elevado. “Fazemos um
também gera negócios”, complementou.
mapeamento disso no tempo, e esse trabalho é
O diretor-presidente da UFMG, Prof. Benjamin
feito de forma contínua, sempre revisitando esses
R. de Menezes, citou como a Universidade veio a
parâmetros, para verificarmos se estão adequados,
participar como apoiadora do CINASE. “Antes,
porque um dos grandes problemas ou incertezas que
nós não conhecíamos este evento, mas acabamos
temos é exatamente a projeção de mercado”, disse.
tendo algumas negociações com possibilidade,
O “Panorama Brasil e MG da Energia
inclusive, de realizá-lo na Escola de Engenharia,
Renovável” foi outro destaque apresentado na
que tem um centro muito interessante. É a nossa
manhã do dia 7, sob a ministração da Profª Dra.,
primeira participação. A organização do evento
Antonia Sonia Alves Cardoso Diniz, do Laboratório
nos procurou para conversar sobre o evento e a
PUC Minas de Fotovoltaica, e de Daniel Sena Braga
possibilidade do apoio, e estamos auxiliando em
e Dênio Cassini, do Green Solar. A palestra traçou
seu patrocínio”, contou.
o panorama das energias renováveis no mundo e
disseminação
de
conhecimento
e
O resultado desse processo é um portfólio de
falou sobre o Green Solar, um grupo de estudos de Jornada de conteúdo
energia, há 22 anos focado no estudo de energias
renováveis, principalmente, a solar.
Com a programação totalmente reformulada,
esta edição do CINASE destinou um tempo maior
A Profª Antonia Sonia abordou o assunto
para o debate dos temas “Aterramento e SPDA”.
com total propriedade ao trazer dados atualizados
Evento
14
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
sobre a matriz elétrica do Brasil e do exterior. “A
O “Panorama Mineiro do Setor Elétrico e a
“Em Minas Gerais, no ano passado, a indústria
matriz elétrica do mundo é 73,5% não renovável,
Indústria” contou com a participação de outros
representava 40% entre os consumidores finais da
mas o crescimento das renováveis tem sido muito
convidados especiais: Márcio Danilo, presidente da
CEMIG”, contabilizou.
efetivo e rápido. Em 2018, já tínhamos uma grande
Câmara de Energia da FIEMG, Tania Mara Aparecida
participação de eólica, biomassa e solar, sem
Costa Santos, assessora executiva de Energia
vez, falou sobre a câmara de energia da FIEMG
considerar as hidrelétricas”, comentou.
defesa indústria – FIEMG e Daniela de Britto Pereira,
e assessoria de energia e sobre como a FIEMG
gerente de estudos econômicos da FIEMG.
atua, dada a relevância do custo da energia
em energias renováveis, tendo chegado ao setor
As palestras apresentaram as ações do Sistema
elétrica para a indústria, a representatividade
fotovoltaico em 2005. “A China tem dominado
FIEMG envolvendo o setor de energia, o qual
desse custo para o desenvolvimento do Estado e
completamente esse mercado, pois ela, além de
trabalha para contribuir efetivamente com a indústria
a necessidade de geração de emprego e renda no
ser a maior produtora de módulos fotovoltaicos e
mineira, buscando resultados que sustentem sua
Estado de Minas Gerais. “As ações da FIEMG na
coletores solares, é também é a maior consumidora.
competitividade. Daniela de Britto Pereira explicou
Câmara de Energia e na assessoria visam reduzir
Possui instalado um grande potencial e ampla
que isso é possível por meio dos serviços e produtos
os custos, atrair investidores para o Estado de
quantidade de sistemas e plantas solares, sejam
oferecidos pelas cinco empresas que compõem
Minas nos negócios de geração, de transmissão
normais ou flutuantes. As maiores usinas do mundo
o Sistema: Federação das Indústrias do Estado
e de distribuição e aumentar a competitividade
hoje se concentram na Ásia. China e Índia estão
de Minas Gerais (FIEMG), o Centro Industrial e
das indústrias”, contou. “Na Câmara da Energia,
liderando o mercado”, revelou.
Empresarial de Minas Gerais (CIEMG), o Serviço
nós fazemos um processo decisório com
A China tem se destacado em investimentos
Tania Mara Aparecida Costa Santos, por sua
A especialista analisou ainda os cenários
Social da Indústria (SESI), o Serviço Nacional
identificação dessas oportunidades de atração
apontados pelo Greenpeace, pelo Banco Mundial
de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Instituto
de investimentos para o Estado nas diversas
e pelo International Energy Association, e todos
Euvaldo Lodi (IEL). Juntas, essas empresas oferecem
fontes de geração: solar, hídrica, biomassa,
indicaram uma alta penetração de energias
à indústria mineira estratégias para o desenvolvimento
e
renováveis (sem considerar a hidrelétrica) até 2050,
industrial. “A FIEMG está totalmente orientada para
participações também nos leilões do Governo,
sendo que, até lá, a eletricidade solar e eólica
ações que garantam aumento de competitividade
de transmissão e de distribuição na parte de
deverão dominar a geração de eletricidade mundial.
e produtividade da indústria e, consequentemente,
geração distribuída, eficiência tecnológica. Nos
No Brasil, a capacidade instalada atingiu
desenvolvimento econômico para o Estado de Minas
diversos modelos de negócios existentes na área
165GW, ou seja, de capacidade instalada, só de
Gerais”, avaliou.
de energia, nós sempre promovemos fóruns de
fotovoltaica no mundo, há mais do que duas vezes
Daniela deu um breve panorama sobre
debate e convidamos os interessados industriais,
e meia a capacidade instalada no País, mesmo
a importância do custo de energia para a
investidores, players, para que Minas Gerais
com todas as hidrelétricas em Itaipu. “Em 2027,
competitividade da indústria. Ela disse que Minas
possa ser pioneira e exportadora de energia”,
teremos a eólica com uma participação de 3,6% na
de Gerais teve um Produto Interno Bruto (PIB)
sustentou.
matriz elétrica. Eu espero que os nossos ‘amigos’
de quase R$600 bilhões, em 2018, e que é o
A
óleo combustível e carvão mineral realmente
terceiro maior PIB do Brasil, ficando atrás apenas
Fotovoltaicos” foi ministrada por Wagner Barbosa,
desapareçam da nossa matriz elétrica, porque eles
de São Paulo e do Rio de Janeiro. “O nosso PIB
diretor técnico da Clamper. Ele afirmou que esse
são a nossa mácula”, expressou.
industrial representa aproximadamente 22% do
assunto está em voga e que muitas coisas estão
Ademais, a Profª forneceu uma visão geral
PIB de Minas Gerais, sendo o setor de serviços
acontecendo em nível global e, principalmente, no
dos investimentos no setor elétrico até 2027, que
a maior parcela, mas a nossa participação do PIB
Brasil. “Para se ter uma ideia, a causa raiz da queima
deverão girar em torno de quase R$6 bilhões, dos
industrial do Brasil é de quase 11%. Empregamos,
de 55% de transformadores no País é raio, sendo
quais ¾ em geração e ¼ em transmissão. “Somente
nos 21 milhões de habitantes no Estado de
que quando se coloca uma proteção no lado de
em eólica, serão investidos R$69 milhões; em solar
Minas, quase 1 milhão e 50 mil pessoas (dados
baixa tensão, essa possibilidade vai a zero. Proteger
fotovoltaica, R$33 milhões; em biomassa, R$13
de 2017, disponível pelo Ministério do Trabalho e
equipamentos, mesmo que sejam eletromecânicos, é
milhões; e em PCH’s, R$14 milhões. Se trata de
Emprego)”, informou.
extremamente necessário no mundo atual”, orientou.
empreendimentos leiloados ou em estudos com
licenciamento ambiental, e, portanto, já previstos”,
energia. No Brasil, esse percentual é de 36%,
cidades está sendo inteiramente substituída por
antecipou.
seguido do residencial e do setor de serviços.
LEDs, mas a troca do sistema convencional não
A indústria é o principal consumidor final de
alertamos
as
palestra
oportunidades
“Proteção
para
sobre
as
sistemas
Ainda segundo ele, a iluminação pública das
15
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
oferece payback se não possuir proteção contra
estando, mais ou menos, na metade dos trabalhos.
surtos. “O driver do LED queimará antes de ele se
pagar, em função dos índices elevados existentes
edição atual, ou seja, parte-se deste documento
no País”, examinou.
para se introduzir as melhorias. “Não haverá uma
“Minas Gerais e o Brasil precisam de
transformação significativa da nova NBR 5410.
Redes Subterrâneas Inteligentes!” foi outro tema
Usamos como contribuições o que há de mais
que despertou o interesse dos participantes,
recente na publicação da norma base, que é a IEC
apresentado pelos especialistas Daniel Bento,
60364”, explanou.
diretor executivo da Baur do Brasil, e Edmilson
O
José Dias, da CEMIG. Em sua palestra dinâmica,
do público alguns pontos da norma, a fim de
Daniel Bento falou sobre os 3 D’s que estão
apresentar os resultados das discussões e o que
acontecendo no mundo, que são: Descarbonização,
provavelmente seguirá para consulta nacional.
Descentralização e Digitalização. Em nível global,
“Nada está decidido, mas já vale para provocarmos
todos os elementos estão presentes para que
pelo menos algum tipo de reflexão”, sugeriu.
essa transição energética aconteça e, de acordo
com Bento, se trata de um caminho sem volta.
tecnologias e soluções BIM nas Instalações
“O nosso GTD está sendo afetado drasticamente
Elétricas Prediais” ficou por conta de Francisco
por uma pressão de dinheiro, custos menores,
de Assis Araújo Gonçalves Jr., especialista em
envelhecimento das redes, necessidade de mais
produtos e serviços na AltoQi, que mostrou à plateia
confiabilidade, e essa transição acontecerá, quer
o que há de novas tecnologias e ferramentas para
queiramos, quer não”, apontou.
as instalações elétricas, especificamente, já de
Em meio a diversas questões levantadas em
acordo com as normas brasileiras, principalmente,
seu discurso, remetendo à vontade política, preparo
com a NBR 5410 e com a NBR 5419, e com
da sociedade e soluções tecnológicas existentes, o
o padrão brasileiro de projetos e instalações
especialista lança uma pergunta afirmativa: E Minas
prediais.
Gerais e o Brasil: precisam realmente de redes
subterrâneas e inteligentes, porque, com a chegada
diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos
esses 3 D’s, como iremos nos comportar com uma
Blindados e da GIMI Quadros Elétricos fez uma
rede tão frágil – que é o caso das redes aéreas – e
apresentação brilhante sobre “Painéis elétricos,
com uma confiabilidade tão duvidosa?”, ponderou.
arco elétrico e EPI”, cujo objetivo foi falar sobre arcos
Trazendo os 3 D’s para a realidade mineira,
internos dentro de um painel de um conjunto de
Bento fez as seguintes colocações. “No
manobra em alta tensão, quais são as implicações,
campo da descentralização, o Brasil já passou
o que pode ser feito para diminuir as consequências
a marca de 1GW em geração distribuída, e
do arco quando ele se sustenta dentro do painel,
Minas Gerais está em primeiro lugar. No que se
entre outras questões associadas.
refere à descarbonização, Minas é o segundo
Dentre os tópicos tratados, o executivo
Estado brasileiro com maior capacidade de
tratou sobre a norma de construção de conjuntos
usinas solares de grande porte. Falando sobre
de manobra de alta tensão e dos detalhes do
digitalização, o Estado é o quarto maior em
documento, traçou um panorama das instalações
território e, por estar interligado no Sistema
em geral, apresentou definições, informou o que
Interligado Nacional (SIN), exige recursos de
é necessário se entender na configuração de um
automação, robusta e sofisticada. Entendo
conjunto, ensaios etc.
que Minas necessite de redes subterrâneas
inteligentes”, completou.
Graziano, o engenheiro eletricista e CEO da
A metodologia utilizada foi o texto base, a
especialista
levou
ao
conhecimento
A abordagem do tema: “As mais novas
Nunziante Graziano, engenheiro eletricista e
Dando continuidade à palestra de Nunziante
e
Engepower, Claudio Mardegan, abordou o arco,
consultor e diretor da Barreto Engenharia, foi
as formas de proteção no que tange a EPI’s e
o responsável por tratar do tema: “Revisão da
EPC’s, e como a seletividade vem mudando com
NBR 5410 – Instalações Elétricas BT”. Em sua
o arco, porque a maioria das empresas não leva em
palestra impecável, falou sobre o procedimento
conta a corrente de arco. Ele esclareceu o porquê
e estabelecimento das regras para revisão por
do surgimento do arco, sua história, entre outras
se tratar de um assunto bastante extenso e com
questões, a fim de orientar o que é necessário que
pontos polêmicos. Ele conta que a efetiva discussão
seja feito e para onde se está caminhando quando
técnica começou em 2014 e que continua até hoje,
o assunto é segurança.
Paulo
Barreto,
engenheiro
eletricista
Evento
16
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas Universidade Federal de Minas Gerais, com graduação em Engenharia Elétrica pela mesma Universidade desde 1969, tendo realizado diversos cursos de especialização na área, como engenharia econômica, gestão de recursos humanos, materiais financeiros, de negócios, de Marketing e Informática. “Eu gostaria de agradecer ao Adolfo, ao CINASE e à revista O Setor Elétrico por essa homenagem que eu não imaginava receber. Tenho uma honra muito grande de estar aqui, especialmente ao lado da Professora Sonia. Cumprimento os presentes, os patrocinadores, em especial, em nome do meu grande amigo Ailton Ricaldoni, que foi um desbravador dessa área de energias alternativas”, celebrou.
Na sequência, Adolfo Vaiser expressou seu
extremo apreço pelo trabalho da Abrasip-MG, a Na noite de 6 de agosto, foi realizada,
tecnológico sempre estiveram juntos, e é isso
qual, ele avalia como uma entidade diferenciada,
no auditório do Expominas (MG), a 5ª edição
que me motiva e que me alavanca a cada dia
agradecendo a parceria. “A Abrasip-MG merece
do Prêmio o Setor Elétrico de Qualidade das
para crescer mais. Agradeço também à minha
todo o nosso reconhecimento e dos profissionais
Instalações Elétricas, um reconhecimento único
família, aos meus amigos e aos meus colegas
da elétrica e da engenharia como um todo”,
dos projetos que privilegiam a engenharia elétrica
de trabalho, que me ajudaram muito nessa
declarou.
de forma sustentável, tecnológica, com eficiência
trajetória”, declarou.
Ainda em seu discurso, Vaiser também
e conservação e, acima de tudo, que seguem as
Antonia Sonia é dona de um currículo
menciona o nome de Ailton Ricaldoni Lobo,
normas técnicas pertinentes.
extenso, com alto grau de qualificações e
outro ícone do mercado, o qual já foi diretor da
Antes de dar início às premiações, foram
experiências: é Pós-Doutora e professora
Abinee regional e é proprietário de uma indústria
homenageadas duas personalidades do setor,
visitante da Arizona State University; Doutora
reconhecida a nível Brasil, mas que deve ser
destacadas por terem grande representatividade
e física em Engenharia e em Materiais Solares
destacado pelo trabalho que desenvolve como
no meio em que atuam. A primeira delas foi
pelo Material Science and Engineer Department,
ser humano e como engenheiro para a indústria
engenheira Antonia Sonia Alves Cardoso
Universidade de Liverpool; engenheira eletricista
mineira.
Diniz, que prestou uma contribuição bastante
pela PUC de Minas Gerais e bacharel em Física
significativa para o Estado de Minas Gerais ao
pela Universidade Federal de Minas Gerais.
regional de Belo Horizonte, também foi
longo de sua caminhada, em diversas áreas,
Atualmente, é coordenadora do Green PUC
prestigiado, subindo ao palco e proferindo
sendo a principal delas no campo do setor
Minas do Grupo de Estudos em Energia, do
as seguintes palavras: “Eu gostaria de deixar
elétrico. “Me sinto honrada e emocionada
Instituto Politécnico, e professora pesquisadora
registrada a minha satisfação, não como diretor
por receber essa homenagem. Agradeço, em
do Programa de Pós-Graduação em Engenharia
da Abinee nem presidente do Sinaees, mas
especial, à FIEMG, que me indicou e, com tanto
Mecânica da PUC.
como pessoa que acompanhou durante todo
carinho, recebo de coração. Agradeço também
O segundo homenageado da noite foi o
esse período o desenvolvimento do CINASE
aos organizadores deste evento. Na minha
engenheiro eletricista José da Costa Carvalho
em Minas Gerais, e ver que o evento está
carreira, vida, engenharia e desenvolvimento
Neto, mestre em Engenharia Elétrica pela
se tornando uma referência do segmento
Alexandre Freitas, atual diretor da Abinee
17
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
eletroeletrônico no Estado, o que nos dá muito
e parabenizo a todos, indistintamente. O
orgulho. Havia uma lacuna no Estado, que está
importante é que todos nós estejamos fazendo
sendo muito bem preenchida por essa iniciativa.
um bom trabalho, sempre dentro da boa prática
Parabéns!”, expressou.
da engenharia”, afirmou.
Feitas todas as homenagens, o coordenador
A seguir, foram anunciados os projetos que
técnico do CINASE, Jobson Modena, subiu ao
se destacaram por sua concepção e aplicação
palco para explicar como se deu a avaliação
em seis categorias. Foram elas:
técnica de cada de projeto. Segundo ele, os projetos foram recebidos, dentro das seis
• Instalações Elétricas Prediais e Industriais;
categorias. “Cada categoria, em média, de oito
• Inovação Tecnológica;
a 12 itens foram avaliados por cinco julgadores
• Pesquisa e Desenvolvimento;
constantes, que nos acompanham pelo CINASE
• Projeto Luminotécnico;
no Brasil inteiro, mas cinco da região de Minas
• Energias Renováveis;
Gerais, para dar a credibilidade que esta
• Prêmio O Setor Elétrico – Região Sudeste –
premiação merece. Os julgadores tiveram os
Estado de Minas Gerais.
37 projetos inscritos em mãos e nos passaram as notas, que foram contabilizadas. Foi feita,
Esta edição recebeu, ao todo, 37 projetos,
então, uma média ponderada para a situação de
o maior número desde que foi lançada a
que cada jurado atribuía nota nos quesitos que
premiação, com participação da universidade,
a ele fossem mais confortáveis, e a partir daí,
concessionária,
chegamos aos resultados,” esclareceu.
distribuidores de materiais elétricos, entre outros.
Para a maior nota de todos os projetos, foi
O trabalho de divulgação foi iniciado em janeiro
concedido o Prêmio de projeto do ano de Belo
deste ano, contando com um forte empenho
Horizonte. “Eu, como jurado, pude ver uma
das associações e entidades da região de Belo
qualidade técnica bastante alta dos projetos,
Horizonte.
empresas
de
engenharia,
Conheça os vencedores: • Categoria: Instalações Elétricas Industriais e Comerciais Vencedor: Eng. Eletricista Carlos Alexandre de Freitas Jorge Empresa: Lumens Engenharia Projeto: Hospital Mater Dei Betim-Contagem
O Hospital Mater Dei Betim-Contagem, localizado na via Expressa, nº 15.472, Bairro Duque
de Caxias. Betim (MG), foi inaugurado em janeiro de 2019 em uma área construída de mais de 42 mil m² e reúne diversas especialidades médicas, como Pronto Socorro adulto e pediátrico, maternidade, CTI adulto pediátrico e neonatal, salas cirúrgicas, entre outros serviços para prestar atendimento, levando serviços médico-hospitalares de alta qualidade à região oeste de Minas Gerais. A Lumens foi responsável pela elaboração dos projetos de engenharia de sistemas prediais.
“O Prêmio tem a importância de valorizar os empreendimentos locais, e o setor de engenharia
precisa dessa energia, dessa força que a premiação traz. Existe muita premiação para a indústria, para lojistas, mas à equipe de engenheiros e consultores, a revista O Setor Elétrico conseguiu trazer uma nobreza, uma valorização do papel dos profissionais locais, realizando essa premiação. Essa iniciativa foi excelente! Eu gostaria de agradecer à organização, parabenizar pelo evento e dizer que todo projeto é um desafio, ainda mais se tratando de um hospital desse porte, como o do Mater Dei. Agradeço a homenagem!”, exprimiu o engenheiro eletricista e diretor na Lumens Engenharia, Carlos Alexandre de Freitas Jorge. • Categoria: Energia Renovável Vencedor: Eng. Eletricista Breno de Assis Oliveira Empresa: Viabile Arquitetura + Engenharia Projeto: Elaboração dos Estudos e Projetos Executivos de Engenharia
Evento
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Necessários para Implantação dos Abrigos e Caminhos da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves
O escopo de trabalho refere-se à implantação de 14 abrigos de ônibus
e caminhos de acesso aos prédios das secretarias de governo. Os projetos de arquitetura e estrutural foram contratados em separado pela CODEMIG. Os abrigos localizados dentro da cidade administrativa dispões de algumas funcionalidades indispensáveis para a integração às edificações e aos serviços ali previstos (exemplos: segurança patrimonial, telecomunicações, CFTV, automação, elétrico etc.
“É bastante interessante nós, como engenheiros eletricistas, projetistas,
conquistarmos uma premiação. Muito obrigado a todos pela presença, obrigado ao CINASE!”, disse o engenheiro eletricista Breno de Assis Oliveira. • Categoria: Pesquisa & Desenvolvimento Vencedores: Eduardo Gontijo Carrano, D.Sc. (Coordenador), Felipe Campelo França Pinto, Ph.D. (Pesquisador), Lucas de Souza Batista, D.Sc. (Pesquisador), Ricardo Hiroshi Caldeira Takahashi, D.Sc. (Pesquisador) Empresa: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Projeto: Gestor integrado de falhas Ferramenta para construção do plano de restauração da rede, considerando sequenciamento das manobras, atribuição e roteamento de equipes
“Agradecemos aos Professores Ricardo Hiroshi Caldeira Takahashi e
Felipe Campelo França Pinto, aos nossos bolsistas do projeto e à empresa que nos ajudou na transferência de tecnologia e na implantação do sistema, pois quando se quer desenvolver um produto, se precisa disso. Não podemos deixar de agradecer também à organização do CINASE e à revista O Setor Elétrico”, declarou Eduardo Carrano.
O professor do departamento de Engenharia Elétrica da UFMG, Lucas
Batista, também tomou a palavra: “É uma enorme satisfação receber essa premiação, e eu acho que vale a pena mencionar que isso nos motiva a continuarmos com o nosso trabalho, tanto na universidade, quanto com a interação com a empresa e com a indústria, o que contribui para a sociedade e para o País em geral. Muito obrigado e parabéns pelo evento!”, expressou. • Categoria Projeto Luminotécnico Vencedor: Engenheira Karla Cristina de Freitas Jorge Abrahão Empresa: Lumens Engenharia Projeto: Revitalização do Edifício Centro Mineiro de Convenções Israel Pinheiro – Minascentro.
O Centro de Convenções Israel Pinheiro da Silva – Minascentro, localizado em
frente à entrada principal do Mercado Central de Belo Horizonte, é um dos locais mais importantes da Capital para a realização de eventos. O prédio do arquiteto Francisque Cuchet, foi construído em 1926 para sediar o Ginásio Mineiro (atual Escola Estadual Governador Milton Campos). Inaugurado oficialmente em 1984, o prédio passou por várias adaptações e a fachada foi alterada. Conta com dois teatros, seis auditórios e 18 salas de apoio, áreas para feiras e exposições e um espaço multiuso para seis auditórios, com capacidade total de 1.500 lugares.
A Lumens foi responsável pela elaboração do projeto luminotécnico de
modernização do Minascentro.
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
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• Categoria: Inovação Tecnológica Vencedor: Engenheiros Daniel Senna Guimarães, Flávio Henrique Martins Vieira, Francisco Elson Caldeira Dias, Gabriel Fernandes de Carvalho, Leonardo Bahia Pinto Lima e Sebastião Jacinto Brito Empresa: CEMIG Distribuição S.A. Projeto: Projeto de Instalação de Telecomunicações para Automação de Redes na Região Metropolitana de Belo Horizonte
O projeto Transcende tem como objetivo a implantação de uma
rede de telecomunicações de Rádio Frequência privada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), visando melhoria de disponibilidade para o comando remoto de religadores. Esses equipamentos estão instalados no sistema elétrico de potência e são responsáveis por manobrar a rede de distribuição de forma a isolar a falta de energia elétrica para o menor número de clientes possível, em muito menos tempo.
“É uma grande emoção recebermos o prêmio, dividindo-o
com os colegas que o fizeram. Trata-se de uma inovação do setor elétrico. Tivemos o grande privilégio de começarmos na CEMIG um projeto de redes inteligentes – Smart Grid, e vermos isso colocado em prática é muito bom, porque saímos de uma área de pesquisa e partimos para campo, colher frutos. É preciso se tenha controle do sistema elétrico e grande parte dele está na telecomunicação e na automação. Com esse avanço que a CEMIG está dando, com a instalação de 1.100 religadores controlados, levaremos esse projeto para o interior e colocaremos Minas Gerais em um bom patamar de controle de sistema elétrico de média e alta tensão”, afirmou a equipe. • Categoria Projeto OSE 2019 – Edição BH Vencedores: Eduardo Gontijo Carrano, D.Sc. (Coordenador), Felipe Campelo França Pinto, Ph.D. (Pesquisador), Lucas de Souza Batista, D.Sc. (Pesquisador), Ricardo Hiroshi Caldeira Takahashi, D.Sc. (Pesquisador) Empresa: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Projeto: Gestor integrado de falhas
Ferramenta para construção do plano de restauração da
rede, considerando sequenciamento das manobras, atribuição e roteamento de equipes.
“Não esperávamos subir ao palco pela segunda vez. Quando
propusemos esse projeto, sabíamos o quanto que o tema restauração está batido nas empresas e, quando olhávamos para o problema, identificávamos lacunas. Por se tratar de um trabalho bastante estressante, sugerimos o uso de uma ferramenta que pudesse tratar os entraves existentes da melhor forma possível”, concluiu.
Ao final da premiação, o público contou com a presença do
talentoso mestre na arte do humor, o irreverente palestrante e humorista Thiago Carmona, que encerrou a noite com chave de ouro.
Painel de mercado
20
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
XIII Conferência Brasileira sobre Qualidade da Energia Elétrica (CBQEE) Focado na discussão do tema Qualidade da Energia Elétrica, o evento contou com 236 trabalhos inscritos e reuniu 204 participantes no Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP)
bases e deem continuidade aos trabalhos, frente a todo o conteúdo que absorveram durante os quatro dias do evento. “É um privilégio podermos compartilhar
essa
grande
quantidade
de
conhecimento para todos”, comemora. Flávio Garcia, diretor de Engenharia e Pesquisa e Desenvolvimento da empresa BREE Eficiência Energética, destaca o fato de a Sociedade Brasileira de Qualidade de Energia ter maior representatividade do que qualquer outro país em termos de quantidade de pessoas, e explica que isso propicia uma forte atuação na solução de problemas. “Nós que estamos no âmbito da fabricação dos equipamentos de qualidade de energia e da aplicação de soluções, temos uma responsabilidade enorme de atender à expectativa do mercado, o qual começou a melhorar no segundo semestre de 2019. Observou-se uma demanda bastante Dentre os dias 1 e 4 de setembro de 2019,
por distúrbios de QEE; o Módulo 8 do Prodist e
grande, porque os equipamentos de qualidade
o Instituto Mauá de Tecnologia recebeu, em
suas relações com os consumidores; práticas de
de energia permitem que a eletrônica que está
seu campus de São Caetano do Sul (SP), a
gestão da qualidade do produto; sensibilidade e
chegando funcione de maneira adequada”,
XIII Conferência Brasileira sobre Qualidade da
suportabilidade de equipamentos; qualidade do
explica.
Energia Elétrica (CBQEE), evento bienal voltado
serviço nos sistemas de distribuição de energia
Ele conta que mesmo que existam
à discussão do tema. Composto por três sessões
elétrica, entre outros. “Isso tudo é a vanguarda
investimentos nessa área, às vezes, um problema
plenárias, 28 sessões técnicas e um minicurso,
dos trabalhos na área de qualidade da energia,
de qualidade que é criado acaba sacrificando
o objetivo foi debater assuntos relacionados à
feitos no Brasil. Participam do evento os
a própria vida dos equipamentos eletrônicos.
distribuição, qualidade e consumo da energia
principais pesquisadores da área, engenheiros,
“Inversores de frequência e equipamentos de
elétrica.
estudantes,
da
geração solar e eólica, por exemplo, sofrem muito
consultores,
profissionais
Organizada pela Sociedade Brasileira de
indústria, concessionárias de energia, órgãos
se a qualidade de energia não estiver dentro de
Qualidade da Energia Elétrica (SBQEE) e pelo
reguladores, e o que esperamos como resultado
um patamar mínimo, que já está estabelecido
próprio Instituto Mauá de Tecnologia, a edição
é um direcionamento para a comunidade que
pelo mercado. A ‘cereja do bolo’ é a qualidade
deste ano contou com 208 trabalhos inscritos,
trata do tema, das linhas de pesquisa e de
do fornecimento de energia, porque, se não, o
dos quais 168 foram aceitos para publicação no
atuação que o setor de qualidade da energia
aparelho queima, não funciona corretamente,
evento. As inscrições trataram sobre diversos
está tomando no Brasil, vide que o País é um dos
e a rede toda se sobrecarrega. Tudo o que é
temas, passando por normas, recomendações,
principais atores nessa área em todo o mundo”,
discutido no fórum do CBQEE diz respeito
indicadores e limites; fontes de distúrbios;
declara Mateus Duarte Teixeira, presidente da
justamente a isso: como se ter uma rede mais
diagnósticos, soluções e técnicas de mitigação;
SBQEE durante o biênio 2017-2019.
confiável, com menos perdas e mais qualidade
qualidade de energia elétrica no contexto
de fornecimento”, afirma.
das redes inteligentes; análise da eficiência
é que haja um reforço na transmissão do
energética no contexto da qualidade da energia
conhecimento das pessoas que estiveram
e Instalações e vice-presidente do SBQEE, José
elétrica; compartilhamento de responsabilidade
presentes, a fim que elas retornem às suas
Starosta, o evento contribui para a formação de
Ele acrescenta que o intuito do encontro
Para o diretor da empresa Ação Engenharia
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
21
opinião das pessoas, empresas, concessionárias, universidades, escolas etc. “Além da boa qualidade do local do evento, notamos um preparo excepcional dos participantes que trouxeram seus trabalhos. Professores com teses muito pertinentes, apresentação de verdades absolutas. Percebemos a preocupação das pessoas em acertar, sem ferir um lado ou outro, mas sempre buscando as melhores práticas, para depois, se tornarem normas. O que se viu foi uma perspectiva do que acontecerá daqui para a frente. O nível das apresentações é altíssimo e as questões são muito bem colocadas e bem defendidas, até mesmo pelos alunos mais precoces, o que é muito interessante. O evento é campeão!”, celebra.
De acordo com o diretor administrativo da
SBQEE, Arthur Fernando Bonelli, a área de qualidade da energia está sempre em evolução e é um nicho bastante abrangente, relacionado à toda a área de energia elétrica, desde geração, transmissão,
distribuição,
consumidores,
indústrias, mas ainda possui muitos desafios. “Notamos uma participação muito intensa nas seções técnicas e de perguntas, quase sem nenhuma vacância de apresentação. Outro ponto positivo é o fácil acesso do local escolhido para o evento, São Caetano do Sul, e a boa estrutura do Instituto para receber as pessoas. No geral, eu, pessoalmente, estou muito feliz com o CBQEE, por fazer parte da organização e pelo resultado financeiro expressivo que alcançamos, mesmo diante do atual cenário adverso”, salienta.
Vinicius Passos, engenheiro de aplicação na
área de capacitores e filtros da empresa ABB – uma das patrocinadoras desta edição – confirma o sucesso do evento ao ressaltar que houve uma excelente troca de experiência entre fabricantes, consultores e todos os agentes do mercado, o que, segundo ele, é bastante enriquecedor no sentido de levar essas experiências às empresas para o aperfeiçoamento de produtos e processos. “O principal ponto que destaco no evento foi a empatia entre os participantes, que atuaram de modo a passar conceitos adiante, mesmo entre fabricantes concorrentes, os quais apresentaram seus projetos. São eventos como esse que fazem a diferença e permitem que consigamos trabalhar melhor e oferecer mais qualidade e menos paradas e prejuízos aos nossos clientes”, ressalta.
Painel de mercado
22
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
ministrada pelo Prof. Dr. Alexandre Rasi Aoki,
que precisamos é garantir que os equipamentos
engenheiro eletricista, Mestre em Engenharia
de mercado atendam às normas, para evitarmos
Elétrica, membro e coordenador do Comitê de
problemas maiores na rede de distribuição, e
Estudos C6 do Cigré e Membro Sênior do IEEE
também atualizarmos essa norma técnica de
Power & Energy Society, que abriu a Sessão
conexão, porque hoje, nós já temos um cenário
Plenária 1 – “Sistemas inteligentes de distribuição
com índice de penetração razoável distribuída na
de energia e suas implicações para QEE”. O tema
rede, e é necessário avançar a legislação. Isso, a
de sua apresentação foi: “Sistemas ativos de
Aneel já percebeu, e essa Resolução já está em
distribuição e recursos distribuídos de energia, em
audiência pública”, esclarece Aoki.
que apresentou uma visão futurística das redes
elétricas inteligentes e os obstáculos a serem
de energia com baterias foi outro exemplo
superados nos próximos anos.
interessante que foi explanado dentro do tema
O sistema ativo de distribuição é um cenário
tratado pelo Professor. Desde 2016, a Agência
mais próximo da realidade atual, isto é, da
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) incentivou
evolução da tecnologia que está sendo inserida
o estudo da inserção desses sistemas de
na distribuição de energia elétrica. Tal sistema
armazenamento de energia com baterias no
contempla um mecanismo onde se consegue
setor elétrico, e foram incluídos diversos projetos
gerenciar os fluxos de potência na rede de
de P&D, na chamada de P&D estratégico nº
distribuição, com uma topologia mais flexível,
21 da Agência. Ao todo, foram 29 projetos
considerando que existe a presença desses
apresentados e mais de 20 aprovados, os quais
recursos distribuídos de energia, que vão desde
estão sendo executados em todo o Brasil. Essas
A aplicação de sistemas de armazenamento
O gerente de Contas da Fluke, Rodrigo
a geração distribuída, como painéis fotovoltaicos,
baterias servem para diversas funcionalidades,
Pereira, afirma que o CBQEE é um evento
gerações eólicas, agora, mais recentemente, o
como, por exemplo, suavização da intermitência
único no Brasil, focado nas tendências e
armazenamento de energia, como, por exemplo,
e gerenciamento dos picos de carga, mas é
desafios no segmento de qualidade de energia,
com os sistemas de baterias, que já estão sendo
preciso ter a ciência de que isso não funciona
com participação qualificada do setor em
testados para operação junto com o sistema de
tudo ao mesmo tempo e que cada funcionalidade
geral, envolvendo fabricante de equipamentos,
energia elétrica. “Outros avanços – já um pouco
é um controle que existe dentro do equipamento.
pesquisadores, concessionárias de energia etc.
mais modernos – são recursos de resposta da
“Muitas
“Boa parte dos estudos realizados em qualidade
demanda e os prosumers (prosumidores), que
todos esses controles disponíveis, mas não
de energia foi feita com o uso dos equipamentos
são os consumidores que possuem geração ativa
podem operar simultaneamente, mas sim, um
da Fluke, e isso nos deixa felizes, pois temos a
e capacidade de controlar o seu comportamento
de cada vez. Então, cabe todo um estudo de
missão de continuar fornecendo ferramentas de
de consumo. Tudo isso dentro desse cenário
parametrização e operação”, orienta.
alto nível. Com a nossa participação no evento, foi
forma o que chamamos de sistema ativo de
Fabiano Andrade de Oliveira, graduado
possível validar os principais desafios dos nossos
distribuição”, conta.
pela Universidade Federal de Uberlândia (MG),
clientes em suas tarefas para que consigam atingir
Ademais, outra novidade mencionada foram
com Mestrado em Engenharia Elétrica, que
seus objetivos e possam compartilhar com todos
as microrredes, que também entram nesse
atualmente trabalha no Operador Nacional
as principais novidades que a Fluke apresentou
pacote de modernização da distribuição de
do Sistema Elétrico (ONS) como engenheiro
nos últimos meses”, destaca.
energia elétrica. Para se entender melhor como
especialista na área de Qualidade de Energia,
Segundo o coordenador do curso de
o processo está acontecendo, é importante
deu início à Plenária 2, ocorrida no dia 03/09,
Engenharia Elétrica do Instituto Mauá de
compreender
necessárias,
sobre “Compartilhamento de Responsabilidade
Tecnologia, Edval Delbone, o evento foi de
ou habilitadoras, para um sistema ativo de
por distúrbios de QEE”, explicando o que
grande valia a todos. "A CBQEE trouxe novos
distribuição. “Dentro do que já existe na
essa temática está gerando para melhorias
conhecimentos para os alunos e professores,
distribuição de energia elétrica, se começa a
do processo de qualidade de energia. Na
principalmente para os que trabalham com esse
enxergar o sistema, primeiro, com a presença de
apresentação, ele introduziu o processo
assunto, além de gerar uma expectativa para
geração distribuída, porque é algo que já vem
de qualidade de modo a nivelar todos os
intensificar as aulas de qualidade e eficiência
desde o início da década, ocorrendo fortemente
participantes presentes; discorreu sobre o atual
energética, com possibilidade de surgir até um
no Brasil, e agora estamos passando justamente
processo de qualidade e apontou quais são
grupo de pesquisas sobre o tema", destaca.
por um momento de revisão da Resolução
as lacunas encontradas. A palestra foi dividida
Normativa 482/2012 da Aneel sobre geração
em três fases e uma delas esteve relacionada
Sessões plenárias
distribuída. Nós temos bastante regulação e
ao levantamento do processo (fase inicial), em
normas técnicas no Brasil a respeito disso, mas o
que proporcionou uma visão geral, detalhada
Um dos destaques do dia 02/09 foi a palestra
as
tecnologias
vezes,
esses
equipamentos
têm
23
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
e operacional do processo de qualidade de
rede, mencionando que isso já é possível.
palestra foram: o projeto de eficiência; carga
energia, dividido, basicamente, em duas partes:
“Nós podemos ter equipamentos que fazem
de impedância constante com os inversores –
estudos e campanhas, de tal forma que se
a conexão com a rede, em que através de
interessantes para esse tipo de comportamento
possa, dentro desse processo, identificar
um controle otimizado do padrão do PWM,
–; processo de medição e verificação, entre
quais seriam as lacunas encontradas e quais
podemos eliminar, na própria nascente, várias
outros importantes. “O projeto trata de acertar
melhorias têm sido alcançadas para se fazer,
dessas componentes harmônicas. Diante da
o tap dos transformadores com compensação
inclusive, uma adaptação das fontes renováveis
realidade que se apresenta, a grande questão
estática em tempo real. Esse foi o resumo do
de energia.
é: a quem atribuir a responsabilidade?”,
trabalho”, define.
indaga.
já está solidificado em todo o mundo. “Podemos
O especialista José Starosta trouxe um caso
empresas Ação Engenharia e Instalações, ABB
dividir o antes e o após as renováveis e fazer a
de aplicação prática de eficiência energética
e Fluke, além do apoio da Revista O Setor
descaracterização entre o que temos hoje de
implantada em um hospital conceituado, falando
Elétrico e da Coordenação de Aperfeiçoamento
cargas não lineares, isto é, já convencionais, e as
sobre o consumo de energia e tensão. O apelo
de Pessoal de Nível Superior (Capes).
fontes renováveis de energia”, observa.
da apresentação foi demonstrar, em função do
Na sequência, o Prof. Ph.D., José Carlos
modelamento das cargas, que é possível obter
nome de Seminário Brasileiro sobre Qualidade
de Oliveira, engenheiro eletricista e mestre
economia de energia com ajuste da tensão.
da Energia Elétrica, a CBQEE já esteve sediada
e Doutor em Engenharia Elétrica fez uma
“O que se nota nas indústrias e em grandes
em todas as regiões do País.
apresentação pontual, cujo tema foi: “Estado
instalações, é a manutenção dos barramentos
da Arte, Premissas, Análise de desempenho
secundários com tensões mais altas, como uma
Iguaçu (PR), sob a responsabilidade do Centro
e Desafios”, em que falou sobre os métodos
forma de preservar a carga. Então, a ideia é fazer
Universitário Cataratas, em 2021, porém, sem
para compartilhamento da responsabilidade,
uma compensação estática reativa, com um
uma data específica, a qual deverá ser informada
considerados sérios desafios à frente. Em seu
tap adequado, mantendo uma minimização de
até meados de 2020.
discurso, o expert citou que seria adequado
consumo de energia”, explica.
se não houvesse geração de harmônicos na
www.sbqee.org.br/cbqee
O objetivo foi desmistificar um padrão que
Alguns dos pontos abordados durante sua
O evento contou com o patrocínio das
Realizada desde 1996, inicialmente, com o
A XIV CBQEE deve acontecer em Foz do
Mais informações estão disponíveis no site:
Painel de mercado
24
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Período das bandeiras vermelhas nas faturas aumenta interesse por energia solar Pelo segundo mês consecutivo em 2019,
São, hoje, mais de 104 mil con
consumidor sempre terá créditos para zerar o
os mais de 80 milhões de consumidores de
sumidores no País que fazem uso de
que consumiu da rede, ficando livre do valor
energia elétrica do Brasil irão arcar com a
painéis solares para economizar até 95%
da energia da distribuidora e seus acréscimos.
cobrança adicional da bandeira vermelha na
na conta de luz e ficar livres das bandeiras
São essas vantagens, em conjunto com as
conta de luz.
tarifárias por mais de 25 anos, vida útil
mais de 70 linhas de financiamento para
O anúncio foi feito pela Agência
mínima da tecnologia.
energia solar oferecidas, que impulsionam a
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e marca
geração distribuída no Brasil e elevam a cada
a época do ano, de agosto a novembro, que
consumidor conecta seu gerador ao poste
ano o número de sistemas conectados.
desde 2017 registra a ocorrência desses
da distribuidora e é compensado em créditos
Foram
adicionais devido ao quadro de estiagem
por toda a energia excedente que ele injetada
registradas pela Aneel somente até o final de
que impacta a geração por hidrelétricas
na rede elétrica. Esses créditos, por sua vez,
agosto de 2019, quase 33% a mais que todo
no País. No entanto, o sol que castiga
compensam a energia consumida da rede
o volume conectado em 2018.
os reservatórios é o mesmo que liberta
durante o período noturno ou em momentos
milhares de brasileiros que podem gerar
de pouca geração do sistema, como em dias
(GW) de capacidade instalada atingida no
sua própria energia através dos sistemas
muito nublados ou chuvosos.
começo de agosto, a energia solar distribuída
fotovoltaicos, integrantes do segmento de
Uma
são
segue forte e deverá alimentar mais de 886
geração distribuída criado pelas regras da
dimensionados para gerar toda a energia
mil telhados até 2024, segundo a previsão da
Aneel em 2012.
consumida em uma casa ou empresa, o
Aneel.
Pelas regras da geração distribuída, o
vez
que
os
sistemas
46.720
novas
conexões
Com a marca histórica de 1 Gigawatt
Produção da indústria eletroeletrônica cai 1,9% no acumulado do ano De acordo com a Abinee, o resultado foi provocado pela queda de 4,7% na produção de bens eletrônicos; área elétrica cresceu 0,8%
A produção industrial do setor eletroeletrônico recuou 1,9% nos primeiros sete meses deste ano em relação a igual período de 2018.
É o que demonstram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) agregados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
O resultado foi motivado pela queda de 4,7% na produção de bens eletrônicos. A área elétrica teve crescimento de 0,8%.
Julho positivo
No mês de junho de 2019, a produção industrial do setor elétrico e eletrônico cresceu 2,8% em relação a julho do ano passado, com
elevação de 8,9% na área eletrônica e queda de 2,1% na elétrica. Na área eletrônica, o maior incremento foi observado na produção de aparelhos de áudio e vídeo (+26,4%), por conta da venda de televisores. Portanto, esse acréscimo foi influenciado pela fraca base de comparação, uma vez que a produção desses aparelhos sofreu forte redução após o final da Copa do Mundo de Futebol, em julho de 2018.
Na comparação com junho de 2019, a produção do setor eletroeletrônico, com ajuste sazonal, teve queda de 2,9% (redução de 3,3%
na indústria eletrônica e de 2,6% pela indústria elétrica). “Ainda é muito prematuro para avaliarmos o resultado do mês de julho como uma tendência de recuperação da produção”, ressalta o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Segundo ele, o setor espera que um cenário de maior previsibilidade na economia possa contribuir para uma guinada positiva no restante do ano. “Entretanto, até aqui, tivemos um resultado decepcionante”. A expectativa de crescimento na produção do setor, que era de 7% para 2019, foi revista recentemente pela Abinee e agora é de apenas 2%.
Painel de empresas
26
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Projeto Eletrificação Sobre Rodas da ABB percorre o Brasil Carreta com portfólio de produtos da empresa está viajando por diversas cidades, a fim de apresentar tendências digitais em baixa e média tensão
A empresa ABB tem feito uso da criatividade
oito metros de extensão, duas plataformas
painéis de média tensão, UPS (nobreaks),
e ousadia para apresentar ao mercado a próxima
extensíveis e 70m² de área interna. O
entre outros.
geração de soluções para distribuição de
espaço é destinado à demonstração de
energia, desde a subestação até a tomada, por
todo o portfólio de eletrificação focado em
Pé na estrada
meio de um completo showroom sobre rodas
infraestrutura digital (ABB AbilityTM). Os
com o que há de mais inovador em eletrificação.
visitantes poderão conferir um display de
eventos em que o Roadshow esteve presente
A companhia idealizou o Eletrificação
simulação de automação, o portfólio para
em sua passagem pelas cidades. De acordo
Sobre Rodas, uma carreta equipada com todas
residências inteligentes, como a geração
com Marco Marini, diretor superintendente de
as soluções de produtos de média e baixa
distribuída e o carregador elétrico para carros,
Eletrificação da ABB no Brasil, o Roadshow tem
tensão da ABB, conectadas e habilitadas pela
além de acabamentos elétricos residenciais,
tido uma excelente repercussão, tanto entre as
O mês de setembro foi marcado por alguns
e novembro de 2019, a unidade móvel passará por mais de 30 cidades das regiões Sudeste e Sul do País, incluindo sete capitais, promovendo encontros entre diversos players para apresentar e debater tendências e tecnologias que apontam
Divulgação / ABB
plataforma digital ABB AbilityTM. Entre agosto
para o futuro do mercado de eletrificação, em crescente evolução. As tecnologias da Indústria 4.0 estão tornando o setor energético mais seguro, inteligente e sustentável a partir de dispositivos conectados. A Internet das Coisas aplicada à eletrificação resulta em ganhos significativos em eficiência energética, gerando valor para as cidades e indústrias. "O objetivo desse projeto é aproximar a ABB de públicos relevantes e e profissionais de concessionárias, indústrias, infraestrutura, distribuidores e instaladoras, apresentando as inovações e reforçando nossa atuação na Indústria 4.0", afirma Paolo Pescali, diretor de Eletrificação da ABB para as Américas.
Durante o Roadshow, a carreta percorrerá
aproximadamente
7,5
mil
quilômetros
e
acumulará cerca de 60 paradas. Pensando no impacto ambiental do projeto, a ABB fará uma compensação em créditos de carbono, por meio do Programa Carbon Free, que realiza ações de recomposição da Mata Atlântica por meio do plantio de árvores nativas, em áreas de preservação. A
unidade
móvel
customizada
tem
Divulgação / ABB
formadores de opinião, como professores, alunos
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
27
universidades quanto entre os clientes. “De fato, essa ação de levar a experiência de conhecer de perto a próxima geração em soluções para eletrificação, desde a subestação até a tomada, manuseá-las in loco, tem sido mais que gratificante e enriquecedor não apenas para o público, mas para a própria ABB, que em eventos como feiras técnicas, muitas vezes não consegue viabilizar uma exposição com esse nível de qualidade nos detalhes”, declara. Nos primeiros 30 dias de rodagem do caminhão, já houve cerca de 1800 participantes e, segundo o executivo, a receptividade em cada parada tem sido extremamente satisfatória. “Estamos certos de que iniciativa vem agregando não somente no fortalecimento das relações com nossos stakeholders, como também na promoção de uma sólida comunidade de grandes players no mercado brasileiro, que adotam a digitalização vertical e horizontal em toda sua cadeia de valor, por enxergarem este processo como uma grande vantagem competitiva em nível mundial”, explica Marini.
Essa iniciativa que a ABB está trazendo
para o mercado é muito importante, pois leva nossas tecnologias não somente para as indústrias e clientes, como também professores e estudantes de elétrica. “Por meio do Roadshow Eletrificação Sobre Rodas, buscamos mais que parcerias de negócio; queremos formar também um grande público embaixador da marca ABB”, conta Marini.
As apresentações têm como público-alvo
técnicos, engenheiros, projetistas, professores, alunos de engenharia e clientes, e são realizadas em auditórios de instituições parceiras. Abertas ao público, as rodadas técnicas acontecem das 9h às 18h, em que a ABB aborda atualizações de produtos e sistemas da companhia, além de cases de sucesso. As inscrições podem ser feitas pelo site https://events.abb/eletrificacaosobre-rodas.
O projeto teve início na cidade São Paulo,
no dia 05 de agosto de 2019, seguindo para o interior do Estado e depois para o Rio de Janeiro. A iniciativa conta com o apoio institucional da revista O Setor Elétrico.
O itinerário completo com datas e locais
está disponível no site do evento.
Em caso de dúvidas, entre em contato pelo
e-mail: br-roadshow-eletrificacao@abb.com.
Painel de empresas
28
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Reymaster Materiais Elétricos anuncia expansão em Santa Catarina
Divulgação / Reymaster
Distribuidora paranaense terá espaço e equipe ampliados na cidade de Joinville
A Reymaster, distribuidora de materiais
elétricos, está investindo de forma significativa no mercado catarinense e, em agosto – mês em que comemorou 32 anos de história – passou a atender em um empreendimento ainda maior em Joinville (SC). A
empresa
paranaense
iniciou
as
atividades de sua filial em Joinville, em maio de 2018, e em menos de um ano já sentiu a necessidade de mudar para um local maior, a fim de atender a demanda crescente do segmento comercial e industrial catarinense, principalmente, por soluções ligadas à Indústria 4.0. Agora, em um barracão de 700 metros quadrados e equipe ampliada,
com 170 funcionários diretos, frota própria
ambiente digital e na indústria 4.0. Hoje e no
terá espaço para estoque e pronta-entrega
de veículos, estoque a pronta entrega de
futuro, ações de inovação e digitalização têm
de produtos de iluminação, conectividade,
mais de 40.000 itens, além de contar com
de fazer parte de nossa cultura, diminuindo
automação industrial, identificação, drives,
máquinas de corte de cabos e bobinamento
o tempo que separa a necessidade e a
sensores e materiais elétricos em geral.
e carga e descarga. A distribuidora também
satisfação de nossos clientes”, afirma o
A Reymaster foi fundada em 1987 e
possui o selo ISO 9001:2008 e em 2016
diretor Marco Stoppa.
hoje sua matriz está localizada em Curitiba
tornou-se uma das primeiras empresas do
(PR), em uma área de 8.000m² dedicados
País a possuir a NBR ISO 9001 em sua nova
milhões, um aumento de 20% em relação a
a estoque e 2.000m² de áreas de apoio
versão 2015. “Estamos empenhados no
2018.
A meta para este ano é faturar R$100
Painel de produtos
30
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Novos transformadores de baixa tensão HDS www.hdspr.com.br
A HDS Sistemas de Energia criou um departamento exclusivo para
fabricação de transformadores e autotransformadores de baixa tensão, até 1MVA, para os mais diversos setores da economia. Equipamentos com núcleo de silício GNO ou GO e alto rendimento, destinados desde aplicações simples até as mais críticas, obedecendo as mais rigorosas normas de segurança, ABNT, IEC ou ANSI.
Holec lança no Brasil a linha CrossBoard® da Wöhner holec.com.br
Lançado na FIEE 2019, o CrossBoard® é uma solução modular para sistemas de
distribuição de energia de forma segura até 125A que pode ser rapidamente e facilmente disponibilizada, especialmente em máquinas e engenharia de plantas. Com o CrossBoard®, lançado inicialmente na Europa pela Wöhner, se estabeleceu um formato completamente novo que combina as vantagens de sistema de barramento de cobre de alta performance com a tradicional conexão em trilhos de montagem DIN.
Termovisor de bolso da Fluke para inspeção industrial www.fluke.com/pt-br
O Termovisor de Bolso PTi120 é a primeira
câmera termográfica portátil da Fluke para inspeção industrial. Como uma câmera pequena o suficiente para levar de um lugar para o outro, o Fluke PTi120 garante verificações rápidas de temperatura, é resistente à sujeira e água e pode suportar quedas de até 1 metro. Sua tela LCD de 3.5" oferece a tecnologia patenteada IR-Fusion™ para mesclar imagem de luz visível com imagem de infravermelho, para localizar imagens e pontos de aquecimento facilmente. Basta deslizar o dedo na tela para ajustar a configuração. Além disso, por meio da nova tecnologia da Fluke – Asset Tagging, ao criar uma imagem térmica, o usuário pode escanear um código de barras e um QR Code, permitindo uma organização automática das imagens.
Fascículos
Apoio:
BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
26
Francisco Gonçalves Jr. Capítulo IX – O Decreto BIM e seu impacto nos agentes da construção civil - Visão geral - Comitê estratégico - Estratégia - Indicadores e metas - Roadmap - Escalonamento - Oportunidades agentes
Equipamentos para ensaios em campo
30
Guaraci Hiotte Jr., Claudio Rancoleta e Claudio Mardegan Capítulo IX – Inspeção: Termográfica e Ultrassom – Parte II: Inspeção por Ultrassom - Introdução - Ultrassom para manutenção preditiva (PdM) - Ultrassom ou Termografia? - Monitoramento Ultrassom Baseado em Condições (CBM) - Passo 1: Identificação de Componentes Críticos - Passo 2: Desenvolvimento de cronograma de Inspeção - Passo 3: Estabelecimento de limiares - Passo 4: Inspeção & Análise - Passo 5: Documentação - Passo 6: Ação - Aplicações de Escuta à Distância - Conclusão
36
Linhas elétricas para baixa tensão Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo IX – Proteção de condutores - Corrente de projeto - Queda de tensão - Proteção contra correntes de sobrecarga - Proteção contra correntes de curto-circuito - Proteção contra choques elétricos - Seletividade
Apoio:
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
32
Por Francisco Gonçalves Jr.*
Capítulo IX O Decreto BIM e seu impacto nos agentes da construção civil Visão geral
a grupos de Trabalho ad – oc., que tratam de temas específicos:
Como visto nos fascículos anteriores, a adoção do BIM segue a
Regulamentação e Normalização, Infraestrutura Tecnológica,
tendência mundial. Na esfera pública, iniciativas de órgãos das forças
Plataforma BIM, Compras Governamentais, Capacitação de Recursos
armadas e governos estaduais, como o de Santa Catarina, além do
Humanos e Comunicação.
comitê estratégico de implantação BIM, criado pelo Governo Federal,
Quem fez parte originalmente:
apontam o uso do BIM na busca de maior assertividade nas obras públicas, desde a licitação, projeto, execução, custos e, principalmente,
• Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que exerceu
fiscalização.
a presidência;
O Governo federal, alinhado às iniciativas de outros países, assinou, em 17 de maio de 2018, o decreto 9.377/18, que institui a
• Ministério da Defesa;
Estratégia BIM BR, objetivando promover um ambiente adequado ao
• Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão;
investimento em BIM e sua difusão no País, já com cronogramas de
• Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
datas previstas para acontecer.
• Ministério das Cidades;
Pensando em instruir profissionais e órgãos a respeito do decreto, foi criado o livreto: “Estratégia BIM BR – Estratégia Nacional de disseminação de BIM”, em que um comitê técnico formula a
Fascículo
• Casa Civil da Presidência da República;
• Secretaria-Geral da Presidência da República.
Resultados esperados
estratégia, alinhando ações do setor público e iniciativa privada. O
O governo, ao objetivar a difusão do BIM no País, pretende
comitê contou com a participação de profissionais do setor público,
alcançar resultados que tragam benefícios significativos para todo o
privado e especialistas BIM, além de uma parceria técnica com o
setor da construção civil, tais como:
Reino Unido, através do UK BIM Task Group. Com a mudança do governo, o decreto 9.377/18, ou decreto BIM,
• Assegurar ganhos de produtividade ao setor de construção civil;
como ele é conhecido, foi revogado, e em 22 de agosto de 2019, entrou
• Proporcionar ganhos de qualidade nas obras públicas;
em vigor um novo Decreto, n° 9.983/19, que dispõe sobre a Estratégia
• Aumentar a acurácia no planejamento de execução de obras,
Nacional de Disseminação do BIM e institui o Comitê Gestor da
proporcionando
Estratégia do BIM (CG BIM). Na prática, a alteração foi necessária
orçamentação;
devido às mudanças ocorridas na criação e fusão de ministérios e
• Contribuir com ganhos em sustentabilidade, por meio da redução
secretarias envolvidas.
de resíduos sólidos da construção civil;
maior
confiabilidade
de
cronogramas
e
• Reduzir prazos para conclusão de obras;
Comitê estratégico O comitê é formado por representantes de ministérios e associados
• Contribuir com a melhoria da transparência nos processos licitatórios;
33
Apoio:
• Reduzir necessidade de aditivos contratuais, prorrogação de prazo de conclusão e entrega da obra; • Elevar o nível de qualificação profissional na atividade produtiva; • Estimular a redução de custos existentes no ciclo de vida dos empreendimentos.
Estratégia O comitê traçou na estratégia descrita no livreto nove objetivos específicos que norteiam a busca dos resultados na difusão do BIM
Indicadores e metas No livreto, também são definidos indicadores e metas alinhados aos objetivos estratégicos apresentados anteriormente, a fim de aumentar a produtividade da cadeia da construção civil, utilizando o BIM como alicerce fundamental para industrialização do setor.
Veja quais são esses indicadores:
no País, na qual fomentam o ambiente de disseminação BIM, tanto
• Reduzir custos em 9,7% (custos de produção das empresas que
na esfera pública, como na iniciativa privada. São eles:
adotarem o BIM); • Aumentar em 10 vezes a adoção do BIM (hoje, 5% do PIB da
• Coordenar a estruturação do setor público para a adoção do BIM;
Construção Civil adota o BIM, e a meta é que 50% do PIB da
• Criar condições favoráveis para o investimento, público e privado
Construção Civil adote o BIM);
em BIM;
• Elevar em 28,9% o PIB da Construção Civil (com a adoção do BIM,
• Estimular a capacitação em BIM;
o PIB do setor, ao invés de se elevar 2,0% ao ano, patamar estimado
• Propor atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras
sem alterações no status quo, elevar-se-á em 2,6% entre 2018 e 2028,
e contratações públicas com uso do BIM Objetivos específicos;
ou seja, terá aumentado 28,9% no período, atingindo um patamar de
• Desenvolver normas técnicas, guias e protocolos específicos para a
produção inédito).
adoção do BIM; • Desenvolver a Plataforma e a Biblioteca Nacional BIM; • Estimular o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias
Roadmap Uma visão muito objetiva do mapa da estratégia de disseminação
relacionadas ao BIM;
do BIM é o roadmap, que contempla descrição dos marcos, objetivos
• Incentivar a concorrência no mercado por meio de padrões neutros
em que todos os stakeholders estão envolvidos, podendo verificar as
de interoperabilidade BIM.
sequências e o processo evolutivo da estratégia.
Apoio:
BIM - Building Information Modeling
34
Figura 1 – Roadmap estratégia BIM BR.
Escalonamento Nessa fase, o Governo pretende difundir a aplicação prática
trabalhar de acordo com a metodologia que, ao que tudo indica, é um caminho sem volta.
do BIM já iniciando com a contratação dos projetos. Como possui
Como o próprio Poder Público demanda obras de grande
um papel determinante, já que é um contratante e comprador
porte, poderá também estimular o mercado neste sentido. Desta
expressivo de obras, tanto em volume, como porte, ele tem o
forma, propôs que o escalonamento para a EXIGÊNCIA do BIM
poder de exigir que essas obras sejam entregues em BIM e, com
ocorra em três fases:
isso, fomentar que toda a cadeia utilize a metodologia, desde projetistas, executores, gestores, até fabricantes.
Fascículo
Esse impacto movimenta tanto o setor público, quanto o
1ª Fase (a partir de janeiro de 2021): tem como foco os projetos de arquitetura e engenharia que são relevantes para a difusão do
privado. Naturalmente, essa mudança não deve ocorrer da noite
BIM.
para o dia, já que precisa ser bem estruturada. Com isso em
2ª Fase (a partir de janeiro de 2024): visa estágios da obra, como
vista, o governo já previu uma mudança escalonada, de maneira
o planejamento e a execução, que também possuem grau de
que o mercado tenha tempo para se preparar e estar apto para
importância para a propagação do BIM.
Figura 2 – Escalonamento das fases.
35
Apoio:
3ª Fase (a partir de janeiro de 2028): esta última fase tem o intuito
Information Modellinge institui o Comitê Gestor da Estratégia
de abranger todo o ciclo de vida da obra e as demandas pós-obra.
do Building Information Modelling. Brasília, DF. Disponível
Oportunidades agentes
em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/
Decreto/D9983.htm#art15. Acesso em: 01 set. 2019.
Nesse cenário, um grande leque de oportunidades se abre
MINISTÉRIO DA ECONIOMIA INDÚSTRIA, COMÉRCIO
a todos envolvidos no mercado da construção civil, até porque
EXTERIOR E SERVIÇOS (MDIC) ESTRATÉGIA NACIONAL DE
essa movimentação já se iniciou no mercado privado, na qual
DISSEMINAÇÃO DO BIM – ESTRATÉGIA BIM BR. Disponível
as construtoras, já vislumbrando todos os benefícios, estão
em:
fazendo a implantação BIM e exigindo ao seus fornecedores,
CGMO/Livreto_Estratgia_BIM_BR-6.pdf> Acesso 01 de agosto de
principalmente, projetistas, que elaborem projetos de acordo
maio 2019.
<
ttp://www.mdic.gov.br/images/REPOSITORIO/sdci/
com a nova metodologia, requerendo uma mudança cultural do processo tradicional de desenvolvimento de projetos focados em
*Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos
desenhos CAD 2D sem informações integradas.
e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica
Os fabricantes passam a ter um papel expressivo, pois serão
pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em
demandados a disponibilizar seus produtos em formato
Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela
digital através de objetos BIM, populados de informações que
Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM –
vão muito além da geometria 3D, que serão utilizados pelos
Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC.
projetistas, orçamentistas, gestores, gerente de manutenção e todos envolvidos na cadeia da construção.
Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br
Referências bibliográficas: BRASIL. DECRETO Nº 9.983, DE 22 DE AGOSTO DE 2019. Dispõe sobre a Estratégia Nacional de Disseminação do Building
Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio:
Equipamentos para ensaios em campo
36
Por Por Guaraci Hiotte Jr., Claudio Rancoleta e Claudio Mardegan*
Capítulo IX Inspeção: Termográfica e Ultrassom Parte II: Inspeção por Ultrassom
Introdução Fabricantes, distribuidores e empresas de geração de energia
de desgaste ou simplesmente aplique meia bomba de lubrificante.
enfrentam muitos desafios. Um dos maiores em cada um desses
Embora essas ações sejam úteis e frequentemente necessárias, elas
campos é estender a vida útil e melhorar o desempenho de
não são completamente eficazes e, normalmente, não possuem uma
equipamentos críticos para garantir produtos de alta qualidade,
abordagem mais diferenciada para diagnosticar falhas antes que elas
eficiência operacional e tempo de atividade ininterrupto.
ocorram.
Infelizmente, mesmo que a tecnologia de produção tenha avançado
Este artigo proporá uma solução alternativa para a manutenção
e a demanda por certos produtos tenha aumentado, muitos
preventiva e descreverá como a tecnologia de audição acústica
fabricantes de grande porte tiveram uma redução no pessoal de
ultrassônica pode ser usada para desenvolver um processo de
manutenção qualificado e na mão de obra geral. Os departamentos
manutenção preditiva (PdM) turnkey em escala real para fabricação
de manutenção industrial estão sendo encarregados de fazer mais
e indústria.
com menos: menos tempo, menos dinheiro, menos técnicos. A cada ano, organizações como essas gastam milhões de
Fascículo
técnico inspecione visualmente o rolamento em busca de sinais
Ultrassom para manutenção preditiva (PdM)
dólares monitorando os componentes críticos dos equipamentos
A manutenção preditiva vai além do PM, monitorando a
usados para produção e distribuição. Manutenção preventiva
condição de componentes críticos para prever falhas que podem
(PM) é amplamente aceita para ajudar a evitar paradas prematuras
resultar em desligamentos desnecessários. No passado, esses
e estender a vida útil de rolamentos e outras peças rotativas em
programas costumavam ser caros de implementar, difíceis de
equipamentos críticos. Os programas de PM incorporam eventos
aprender e complicados de executar. As tendências estão mudando,
programados regularmente no programa de manutenção para
no entanto, muitas organizações industriais estão fazendo um
prolongar a vida útil do equipamento.
movimento em direção a um sistema de manutenção mais
Uma das principais limitações da maioria dos programas
preditivo. Isso ocorre parcialmente porque a falta de mão de obra e
de gerenciamento de projetos é sua tendência à subjetividade,
o tempo para resolver problemas de manutenção tornaram o PdM
dependendo muito da experiência de técnicos de manutenção
mais crucial do que nunca, mas também porque as tecnologias
sobrecarregados e das recomendações dos fabricantes de
disponíveis e os métodos de implementação são mais econômicos e
equipamentos. Muitas vezes, esses tipos de programas não
fáceis de aprender do que nos últimos anos.
permitem a miríade de variáveis que afetam qualquer peça de
Embora o PdM tenha sido tradicionalmente realizado por
equipamento. Por exemplo, um PM típico pode exigir que um
meio de tecnologias excepcionais, como análise de vibração,
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Apoio:
infravermelho ou análise de óleo, um dos métodos mais simples e econômicos de PdM provou ser a audição acústica por ultrassom. Embora a maioria das pessoas esteja ciente das tecnologias de transmissão de ultrassom, como ultrassonografia médica, a audição acústica por ultrassom é um método menos conhecido para detecção de vazamento, teste de vasos não pressurizados, detecção de falhas elétricas e monitoramento de componentes críticos. Um único dispositivo de inspeção ultrassônica de alta qualidade pode ser usado para todas essas aplicações. Esses dispositivos são leves, robustos e não destrutivos. Quando combinado com um aplicativo de software intuitivo para coleta de dados, o hardware ultrassônico pode ser usado para desenvolver um programa PdM turnkey eficaz.
Figura 1 – O CTRL UL101 detector ultrassom (receptor e fone de ouvido).
Ultrassom ou Termografia?
fricção e o impacto são as principais fontes de ultrassom que este
O topo da escala auditiva humana é de cerca de 20kHz. O
trabalho considerará, já que são os subprodutos de equipamentos
equipamento de detecção de ultrassom de alta qualidade ouve uma
mecânicos. Por exemplo, um rolamento de rolos produzirá atrito
frequência de 40kHz e traduz esse som de frequência mais alta na faixa
quando o eixo e as esferas rolam ao redor do centro do rolamento.
auditiva humana por meio de um fone de ouvido com cancelamento
Esse atrito, por sua vez, causa som, mas também causa calor.
de ruído. A 40kHz, ultrassom é produzido por atrito, impacto,
Problemas como desequilíbrio, instalação incorreta ou detritos no
turbulência ou descarga elétrica. Isso dá ao técnico o benefício de
rolamento podem causar um aumento da fricção. Um aumento no
ouvir vazamentos de gás comprimido e vácuo, falhas mecânicas de
atrito geralmente resultará em um aumento de som e calor, também.
brotamento, purgadores de vapor e falhas nas válvulas e falha elétrica,
À medida que o componente aquece, ele se expande. Eventualmente,
mesmo se o ambiente industrial for incrivelmente alto.
o rolamento expandirá demais, se agarrando e causando falha no
No que se refere à manutenção de equipamentos mecânicos, a
equipamento.
Apoio:
Equipamentos para ensaios em campo
38
Outro subproduto da fricção aumentada é a fragmentação: à
os resultados dos testes usando o método CBM são instantâneos
medida que os componentes se expandem, as partículas de cada
e podem permitir que o técnico isole a fonte ou um problema
componente são raspadas e causam mais danos. Os rolamentos
que ainda não possa ser detectado com outras tecnologias. Isso
geralmente são lubrificados para reduzir esse atrito, mas a
fornece tempo para que ações corretivas ocorram antes de danos
lubrificação não pode interromper completamente o processo de
ao equipamento e consequente paralisação. Outro benefício
envelhecimento que faz com que os rolamentos se tornem mais
da tecnologia CBM de ultrassom é a detecção precoce: estudos
duros com o tempo.
mostraram que a ultrassonografia pode detectar anomalias mais
A lubrificação adequada de rolamentos e outros equipamentos rotativos é essencial, mas não é a única técnica de manutenção.
cedo do que outras tecnologias comuns de PdM, como a análise de infravermelho e de vibração. (ver Figura 2)
Ouvir em 40kHz oferece ao técnico a oportunidade única de
Considere o seguinte resumo de uma equipe de avaliação
diagnosticar falhas de brotamento em equipamentos mecânicos
terceirizada para a integração da tecnologia ultrassônica em uma
antes que eles ocorram. O software que coleta amostras de dados
única organização com mais de 500 locais: (1) Mais de 100 aplicações
e as tendências ao longo do tempo pode identificar mudanças
foram identificadas em uso para vários equipamentos em cada
significativas e sinalizar pontos de teste para serviços adicionais.
local, como caldeiras, trocadores de calor, compressores, motores,
Usando o CBM de ultrassom, um departamento de manutenção
bombas, válvulas e purgadores de vapor. (2) A economia total para a
pode desenvolver um sistema turnkey de amostragem de dados e
organização seria de aproximadamente US$3,7 milhões anuais. (3)
comunicação de gerenciamento de equipe que pode ajudar muito
O retorno do investimento para a integração de ultrassom com esse
no processo de lubrificação, reparo e substituição de peças críticas
custo evitado seria de aproximadamente 15: 1. (4) A economia anual
de equipamentos.
de homens causada pela redução do tempo gasto no diagnóstico e na solução de problemas seria de aproximadamente 45 homensanos. Outro adotante da tecnologia – neste caso, uma grande instalação de reciclagem de plásticos de tereftalato de polietileno – está usando o programa InCTRL Condition-Based Monitoring (CBM) para obter grande sucesso. Um funcionário em tempo integral dedicado ao uso de ultrassom tem usado a tecnologia de ultrassonografia e o software de coleta de dados para testar mais de 1.300 pontos de teste mensalmente por quase cinco anos. Os dados coletados do software permitiram que o departamento de
Figura 2. The P/F Curve – O Ultrassom CBM permite que o técnico detecte uma falha pendente mais cedo do que muitas das outras tecnologias PdM mais comuns.
manutenção superasse potenciais falhas de equipamentos e evitasse regularmente paralisações não programadas. O restante deste artigo irá percorrer um processo passo a passo de implementação de um programa de CBM de ultrassom similar
Monitoramento Ultrassom Baseado em Condições (CBM)
para uma grande instalação industrial.
Fascículo
O restante deste artigo enfocará um processo de PdM chamado “Monitoramento baseado em condições” (CBM) ou, em alguns casos, “Monitoramento de Condições” (CM). O teste de ultrassom CBM é realizado usando um dispositivo de escuta de ultrassom em conjunto com o software de captura de dados. Ao registrar as características de som de um componente em teste, o software anotará quaisquer alterações de testes anteriores ou variações em relação a um limite definido. As variações são específicas para as condições do componente em teste e não são comparadas a uma escala de medição ou ao som de componentes similares (teste comparativo). Qualquer alteração significativa acionará uma chamada à ação para inspeção adicional ou um aviso para falhas pendentes. Quando um dispositivo de detecção de ultrassom apropriado é acoplado ao software de coleta e análise de dados, como InCTRL,
Figura 3 – Um técnico de ultrassom usa o InCTRL com o CTRL UL101 para ouvir um rolamento do motor do ventilador.
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Apoio:
Passo 1: Identificação de Componentes Críticos
Passo 3: Estabelecimento de limiares
Componentes críticos são aqueles que podem interromper a
Usando o dispositivo de inspeção ultrassônica e um software de
produção quando eles falham ou que têm um histórico de falha
coleta de dados compatível, como o InCTRL, faça leituras iniciais
prematura e / ou necessidade de substituição frequente. Para
da linha de base de cada componente crítico (o InCTRL requer
identificar esses componentes, use seu programa CMMS para gerar
cinco dessas amostras). Ao tirar as gravações, as configurações
um relatório de histórico de ordens de serviço anteriores ou rastreie
de sensibilidade e ganho do dispositivo ultrassônico deve ser
o histórico de desligamentos não programados para localizar áreas
definido na configuração mais baixa possível. Essas configurações
problemáticas. Perguntas a serem feitas para ajudar a determinar se
devem ser inseridas no gravador para que, no futuro, inspeções, as
os componentes são críticos: a falha desse componente resultaria
mesmas configurações sejam usadas ao testar cada componente e os
em segurança reduzida para a fábrica? Uma parada ou diminuição
resultados possam ser comparados adequadamente. (É importante
na produção? Defeitos no produto? Uma violação regulamentar?
observar que, ao testar as configurações e as condições de operação,
Efeitos ambientais adversos? Se a resposta a qualquer uma dessas
como rpm e carga, devem ser o mais semelhantes possível a cada
perguntas for sim, o componente deve ser monitorado regularmente.
vez, pois qualquer variação pode afetar a leitura).
Gere uma lista dos componentes mais críticos e atribua um número
O indivíduo que estabelece as amostras de limiar e realiza
de identificação de unidade a cada componente para fins de
inspeções deve estar familiarizado com o equipamento e será
rastreamento. Recomenda-se, inicialmente, começar a monitorar
capaz de determinar se a gravação fornecerá um bom ponto de
aproximadamente vinte componentes. Dependendo do tamanho
partida. O fabricante do sistema também deve fornecer diretrizes
da sua organização, esse número pode ser maior ou menor. Com o
para determinar uma boa linha de base. Futuras gravações podem
tempo, conforme o processo se torna mais natural e você tem mais
ser comparadas a esses registros de linha de base para análise de
experiência com o equipamento de teste, o número de componentes
condições de equipamentos.
pode ser aumentado. Passo 4: Inspeção & Análise Passo 2: Desenvolvimento de cronograma de Inspeção
Seguindo as etapas do cronograma de inspeção e as
O cronograma de inspeção pode ser integrado a um programa
configurações e anexos predeterminados, faça uma inspeção regular
atual de MP ou CBM ou ser configurado como um processo separado.
dos componentes críticos. Ao iniciar o programa pela primeira
A chave é realizar inspeções com frequência – uma ou duas vezes
vez, faça várias (quatro recomendadas) leituras / gravações de 20
por mês, para obter melhores resultados. Se estiver usando uma rota
segundos de cada componente. Isso garantirá que você obtenha
PM ou CBM atual, selecione um ciclo que seja executado durante
uma boa gravação para tendências e análises precisas. Conforme
a operação normal do equipamento. O equipamento deve estar
você se torna mais confortável ao realizar a inspeção, o número de
operando para obter resultados com a tecnologia ultrassônica. Por
leituras por componente pode ser reduzido para um ou dois.
exemplo, escolha uma lubrificação de rolamento PM que exija que
Depois que as gravações são
feitas, reproduza os arquivos e
os rolamentos rolem quando lubrificados. Adicione etapas ao PM
revise as características visuais e de áudio do
para inspeção ultrassônica do CBM. Se estiver desenvolvendo um
para avaliar e analisar a condição de cada componente.
sinal ultrassônico
novo cronograma do CBM, escolha uma sequência de testes, bem
Compare o sinal com as gravações da linha de base e anteriores.
como uma frequência e tempo designado para o teste. Os intervalos
Existem diferenças muito claras no som e nas aparências dos
de teste podem ser definidos automaticamente em um programa como InCTRL.
Figura 4 – O InCTRL usa um aplicativo móvel em um smartphone Android para interagir com um receptor de detecção ultrassônico. Rotas podem ser configuradas no software e o aplicativo móvel pode organizar pontos de teste de acordo com a data de vencimento.
Figura 5 – O InCTRL oferece ao técnico uma visão em tempo real da amostra de ultrassom como uma forma de onda e uma visão instantânea dos resultados quando a amostra é carregada no banco de dados.
Apoio:
Equipamentos para ensaios em campo
40
componentes em condições normais versus condições anormais. Por
qualquer novo componente seja instalado corretamente e que o
exemplo, um rolamento normal, geralmente produz um zumbido
equipamento esteja funcionando corretamente.
suave. Se um rolamento estiver sub-lubrificado, haverá maior
Com um programa de manutenção preditiva implementado
presença de atrito. A intensidade do som do rolamento aumentará
adequadamente, custos desnecessários podem ser evitados e a
e emitirá um som intenso de raspagem. O valor RMS (root mean
expectativa de vida do equipamento estendida. O investimento
squared) do sinal também aumentará e a altura da forma de onda
inicial em tempo para implementar esse programa será
aumentará visivelmente.
significativamente superado pelo tempo economizado na
Se um rolamento estiver danificado, você poderá ouvir estalos
solução de problemas, paralisações e reparos, juntamente com
intermitentes ou grades dependendo da rotação do rolamento e do
o aumento do lucro da produção aumentada e da qualidade do
grau de dano. O InCTRL refletirá uma contagem aumentada de
produto.
estalos (EPS – Eventos por segundo) e picos anormais na forma de onda serão visíveis.
Além de usar a tecnologia ultrassônica para manutenção preditiva, o benefício adicional é a versatilidade e as diversas oportunidades de aplicação. Dispositivos de inspeção ultrassônica
Passo 5: Documentação Todas as suspeitas originais devem ser documentadas antes do teste. Durante a inspeção, quaisquer alterações significativas devem ser anotadas. Após a inspeção, uma exibição de arquivo de onda de cada gravação deve ser impressa e arquivada para futura referência e comparação. Parâmetros aceitáveis devem ser estabelecidos
de alta qualidade também podem ser usados para áreas suspeitas de solução de problemas, para verificação de reparos e instalação apropriada de componentes, e para auditorias de ar e vapor.
Aplicações de Escuta à Distância Alguns
componentes
mecânicos
não são compatíveis
para cada componente crítico. Quaisquer alterações na condição
com os métodos tradicionais de CBM de ultrassom devido a
que justifiquem monitoração especial, inspeção adicional ou
preocupações de segurança ou inacessibilidade.
reparo devem ser arquivadas em um arquivo separado marcado
casos, é possível usar um acessório parabólico com o receptor
adequadamente para refletir a urgência. Ordens de serviço também
de ultrassom e o software CBM para escutar os componentes
devem ser geradas, se necessário.
mecânicos à distância. Este método requer uma linha direta do
Em alguns
local para o componente em teste e uma atmosfera imediata livre
Fascículo
de ultrassom competidor de vazamentos de gás comprimido,
Figura 6 – O aplicativo da Web do InCTRL permite que o técnico análise e análise amostras de dados armazenados, com a capacidade de reproduzir sons, sobrepor e comparar. Além disso, o InCTRL funciona como um método de comunicação contínuo ao sinalizar componentes suspeitos.
Passo 6: Ação Finalmente, tome as medidas necessárias para reparar ou corrigir qualquer problema. Um programa de CBM não serve para nenhum propósito se a ação não for tomada quando os sinais de aviso de falha se tornarem aparentes. Após a conclusão do reparo, use o dispositivo ultrassônico para garantir que
Figura 7 – Um técnico usa o PowerBeam 300 para gravar uma amostra a 15mts de distância.
41 solda
a
arco
ou
outras fontes. Semelhante aos métodos
tradicionais de CBM de ultrassom, a repetibilidade das condições é primordial, e etapas extras devem ser tomadas para assegurar que a distância e a localização sejam repetidas com cada amostra individual registrada.
Conclusão Através da confiança nos relatórios de isenção, a instalação de reciclagem de PET mencionada na página 4 foi capaz de contornar falhas catastróficas de equipamentos, totalizando mais de US$200.000, não incluindo horas-homem e perda de produção. Este valioso Key Performance Indicator (KPI), por si só, foi o impulso para o gerente da planta de um site irmão também implementar o CBM de ultrassom em sua nova instalação. Antes da conclusão da construção da instalação, ele contratou um funcionário de manutenção em tempo integral para se concentrar exclusivamente no CBM de ultrassom, mesmo que a fábrica não esteja totalmente operacional até o final deste outono. Na verdade, o técnico de ultrassonografia da CBM foi trazido para o projeto antes mesmo de uma decisão final sobre a contratação de um novo supervisor de manutenção. Um foco no ultrassom CBM como um componente integral das operações diárias da instalação de reciclagem de PET ilustra a necessidade da tecnologia para as metas corporativas da empresa. Aquela corporação não está sozinha. Ultrassom O CBM tem inúmeras oportunidades para ampla implementação em muitos campos industriais. Do militar à manufatura e da petroquímica à geração de energia, o ultrassom O CBM possui um potencial infinito para a redução do tempo de parada, aumento da produção, melhor alocação de recursos e maior segurança para o pessoal.
Fonte Monitoramento Baseado em Condição de Ultrassom: Coleta de dados, alertas automáticos e gerenciamento de banco de dados na nuvem (Jeremy Watts, CTRL Systems, Inc. | Junho 2017) *Guaraci Hiotte Jr. é engenheiro e CEO da Technomaster Engenharia de Energia. *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER. *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio:
Linhas elétricas para baixa tensão
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Por Paulo E. Q. M. Barreto*
Capítulo IX Proteção de condutores
Como já deve ter sido notado pelas edições anteriores, o dimensionamento de condutores em uma instalação elétrica é
fator de demanda, fator de diversidade, fator de reserva, fator de potência e a presença de componentes harmônicas.
uma das tarefas mais importantes a ser realizada em um projeto,
Após isso, determinam-se os condutores do circuito em função
visto que qualquer erro ou equívoco pode levar a graves prejuízos
do que foi apresentado nos artigos anteriores deste fascículo, tais
e acidentes, principalmente os casos que resultam em falsa ideia de
como, seção mínima e determinação da capacidade de condução
proteção, que é o objetivo do artigo desta edição.
de corrente dos condutores (Iz), levando em conta as condições
Em diversas análises de projetos e inspeções de instalações elétricas realizadas por este autor ao longo do tempo, pode-se identificar quantidade significativa de desvios cometidos nesse quesito em grande parte das instalações. Seja pela inexistência de
de instalação de cada circuito (método de instalação, temperatura ambiente, agrupamento de condutores etc.).
Queda de tensão
projeto, ou quando tem, este foi elaborado por profissional não
De posse da corrente de projeto e definido o tipo e a seção do
qualificado. Outra parcela dos casos fica por conta de alterações que
condutor pelos critérios anteriores, deve-se determinar a queda de
são feitas no projeto, durante a execução, muitas vezes motivada
tensão prevista em cada circuito da instalação, considerando os
pela “busca insana pelo mais barato” que, invariavelmente,
requisitos mínimos da NBR 5410, conforme segue:
Fascículo
comprometerá a segurança. Os aspectos básicos do dimensionamento das proteções de
6.2.7.1 – Em qualquer ponto de utilização da instalação, a queda de
condutores para instalações elétricas são apresentados a seguir.
tensão verificada não deve ser superior aos seguintes valores, dados
Existem ainda outros fatores que devem ser levados em conta em
em relação ao valor da tensão nominal da instalação:
função do grau de importância e das particularidades de cada tipo
a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador
de instalação. E isso se aplica até mesmo em uma simples residência.
MT/BT, no caso de transformador de propriedade da(s) unidade(s)
Corrente de projeto O dimensionamento de qualquer condutor elétrico inicia-se
consumidora(s); b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da empresa distribuidora de eletricidade, quando o ponto de
pelo cálculo da potência de alimentação, que resultará na corrente
entrega for aí localizado;
de projeto, cujo símbolo normalizado é IB. A determinação da
c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos
corrente de projeto deve ser feita com muito critério, pois ela será
de ponto de entrega com fornecimento em tensão secundária de
decisiva na escolha do condutor, do dispositivo de proteção e no
distribuição;
cálculo da queda de tensão. Trata-se de uma das grandezas mais
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso
importantes de um projeto de instalações elétricas, pois além do
de grupo gerador próprio.
aspecto de segurança, influencia o custo da instalação. Para o seu cálculo, devem ser levados em conta, no mínimo: carga instalada,
Os fatores que influenciam a queda de tensão efetiva em
43
Apoio:
uma instalação elétrica (ou seja, a tensão real de alimentação dos
tenha um transformador com secundário em 220/380V e derivador
equipamentos) são:
(“tap”) ajustado para a tensão nominal (13,8kV), a tensão efetiva mínima no secundário poderá ser de 198/342V. Como a NBR
• tensão nominal da instalação;
5410, para esse caso, estabelece limite máximo de queda de tensão
• tensão de serviço (tensão efetiva medida na origem da instalação);
de 7%, conclui-se que uma carga na condição mais desfavorável
• corrente de projeto dos circuitos;
(considerando que a tensão nominal seja 220/380V) acabará sendo
• comprimento dos circuitos;
alimentada com tensão de 184V (fase-neutro) ou 318V (entre
• tipo de condutor (cobre ou alumínio);
fases). Ou seja, no total, a queda de tensão real na carga acabou
• tipo de linha elétrica (método de instalação, conforme tabela 33
sendo de 16%. E nada poderá ser questionado, pois foram atendidos
da NBR 5410);
os requisitos normativos e legais.
• arranjo (disposição) dos condutores; • características da carga (resistiva, indutiva, capacitiva); • partida de motores.
Proteção contra correntes de sobrecarga Nessa etapa dos cálculos, deve-se verificar qual é o dispositivo de proteção mais indicado para a seção (e tipo) de condutor
No entanto, cabe ressaltar que, mesmo que um projetista
escolhida até o momento, de modo a assegurar que elevações
atenda os critérios da NBR 5410, e as distribuidoras de energia
de corrente prejudiciais sejam interrompidas em tempo hábil e
elétrica atendam as Resoluções da Agência Nacional de Energia
não seja ultrapassado o limite de temperatura de sobrecarga do
Elétrica (Aneel), existe a possibilidade de a tensão efetiva em um
condutor.
equipamento ser menor do que aquela que ele deveria receber em condições normais de funcionamento. Tome-se como exemplo um consumidor atendido em tensão com valor nominal de 13,8kV. Com base no Módulo 8 do Prodist da Aneel, este consumidor poderá ter a tensão de fornecimento variando de 12,42kV a 14,49kV. Admitindo-se que o consumidor
A temperatura limite de sobrecarga dos condutores pode ser obtida pela tabela 35 da NBR 5410 ou por catálogos de fabricantes de condutores. Por exemplo, para o caso do condutor com isolação de PVC, essa temperatura é de 100ºC. Os fatores que influenciam o critério de proteção contra correntes de sobrecarga são:
Apoio:
Linhas elétricas para baixa tensão
44
• corrente de projeto do circuito (IB); • capacidade de condução de corrente dos condutores (Iz);
Proteção contra correntes de curto-circuito Nessa etapa dos cálculos, deve-se verificar se o dispositivo
• corrente nominal do dispositivo de proteção (In);
de proteção escolhido anteriormente é capaz de interromper as
• corrente de atuação do dispositivo de proteção (I2);
correntes de curto-circuito presumidas (Ik) em tempo hábil, de
• temperatura de calibração do dispositivo de proteção;
modo que a temperatura limite de curto-circuito do condutor não
• temperatura ambiente do dispositivo de proteção;
seja ultrapassada e que o dispositivo de proteção não exploda.
• maneira de instalar os condutores; • características da carga (resistiva, indutiva, capacitiva).
A temperatura limite de curto-circuito dos condutores pode ser obtida pela mesma tabela 35 ou por catálogos de fabricantes de condutores. Por exemplo, para o caso do condutor com isolação de
Dos requisitos estabelecidos em 5.3.4 da NBR 5410 para a proteção contra correntes de sobrecarga, destaca-se o da coordenação entre condutor e dispositivo de proteção. Para que a
PVC, essa temperatura é de 160ºC. Os fatores que influenciam o critério de proteção contra correntes de curto-circuito são:
proteção dos condutores contra sobrecargas fique assegurada, as características de atuação do dispositivo correspondente devem ser
• corrente de curto-circuito presumida no ponto desejado (Ik);
tais que:
• integral de joule do dispositivo de proteção (∫ I2t); • integral de joule dos condutores (K2.S2);
a) IB ≤ In ≤ Iz; e b) I2 ≤ 1,45 Iz Onde:
• capacidade de interrupção do dispositivo de proteção (Icn; Icu); • características da carga (resistiva, indutiva, capacitiva). Dos requisitos estabelecidos em 5.3.5 da NBR 5410 para a
IB é a corrente de projeto do circuito;
proteção contra correntes de curto-circuito, destacam-se os da
Iz é a capacidade de condução de corrente dos condutores, nas
coordenação entre condutor e dispositivo de proteção e a da
condições previstas para sua instalação (conforme explicado
capacidade de interrupção do dispositivo de proteção. Para que
anteriormente);
essa proteção fique assegurada, devem ser atendidas as seguintes
In é a corrente nominal do dispositivo de proteção (ou corrente de
condições:
ajuste, para dispositivos ajustáveis), nas condições previstas para sua instalação;
a) ∫ i2.dt ≤ K2.S2
I2 é a corrente convencional de atuação, para disjuntores, ou corrente
b) Icn (ou Icu) ≥ Ik
convencional de fusão, para fusíveis. A condição a) estabelece que a quantidade de energia que o A condição da alínea b) é aplicável quando for possível assumir
dispositivo de proteção deixa passar (integral de joule) tem de ser
que a temperatura limite de sobrecarga dos condutores não venha a ser
igual ou inferior à quantidade de energia necessária para aquecer
mantida por um tempo superior a 100h durante 12 meses consecutivos,
o condutor desde a temperatura máxima para serviço contínuo
ou por 500h ao longo da vida útil do condutor. Quando isso não ocorrer,
até a temperatura limite de curto-circuito. No fundo, é verificar
a condição da alínea b) deve ser substituída por: I2 ≤ Iz.
se o tempo total de interrupção da corrente de curto-circuito é
Fascículo
suficiente para não danificar o condutor. Afinal de contas, enquanto o dispositivo de proteção não interromper a corrente de curtocircuito, o condutor ficará submetido a esta corrente e seus efeitos. Se o tempo de atuação do dispositivo de proteção for inferior a cinco segundos (o que geralmente acontece), a equação pode ser expressa por: I2.t ≤ K2.S2. Onde: I é a corrente de curto-circuito presumida simétrica, em ampères, valor eficaz (Ik); t é a duração do curto-circuito, em segundos (tempo de interrupção dessa corrente); K: Constante do condutor, conforme tabela 30 da NBR 5410, ou Exemplo de dano em conjunto de manobra e comando por inadequação de dispositivo de proteção.
obtida em catálogos de fabricantes de condutores. Por exemplo, para condutor de cobre, com isolação de PVC e seção nominal até
45
Apoio:
300mm2, K = 115. S é a seção nominal do condutor, em mm2.
Proteção contra choques elétricos Escolhidos os dispositivos de proteção contra sobrecargas e contra curtos-circuitos e os condutores dos diversos circuitos,
Por sua vez, a condição b) indica que o dispositivo de proteção
deve-se ainda verificar se a proteção contra choques elétricos por
deve ter capacidade suficiente para interromper a corrente de curto-
contato indireto está assegurada, caso a medida adotada tenha sido
circuito presumida, sem causar danos ao dispositivo e aos materiais
a do seccionamento automático da alimentação.
adjacentes. Admite-se que um dispositivo de proteção não possua tal
Particularmente para os esquemas de aterramento do tipo TN, essa proteção pode ser feita de duas formas:
capacidade, desde que outro dispositivo de proteção situado à montante dele tenha tal capacidade e ainda estejam devidamente
a) por meio de dispositivo DR (de qualquer valor de corrente de
coordenados, de modo que a energia que o dispositivo de proteção a
atuação – IΔn); ou
montante deixa passar, seja suportada pelo que está a jusante e pelos
b) por dispositivo de proteção a sobrecorrente (por exemplo,
condutores por ele protegido. Essa constatação geralmente é feita
disjuntor).
em laboratório, entre dispositivos ensaiados para essa finalidade. Para o atendimento dessa condição b) é imprescindível que
Para tanto, as características do dispositivo de proteção e a
sejam determinadas as correntes de curto-circuito presumidas (Ik),
impedância do percurso da corrente de falta (Zs) devem ser tais
no mínimo, em cada quadro de distribuição. Esta informação deve
que, ocorrendo em qualquer ponto uma falta de impedância
constar do projeto, caso contrário, pode-se colocar em dúvida a
desprezível entre um condutor de fase e o condutor de proteção
existência da referida proteção.
ou uma massa, o seccionamento automático se efetue em
Nesse particular, cabe alertar para o fato de que quantidade
um tempo no máximo igual ao especificado na tabela 25 da
expressiva de instalações tem sido encontrada sem essa efetiva
NBR 5410 (aqui reproduzida como tabela 11). Considera-se a
proteção, por não terem sido feitos os devidos cálculos de curto-
prescrição atendida se a seguinte condição for satisfeita: Zs .
circuito presumido e a especificação correta dos disjuntores.
Ia ≤ Uo.
Apoio:
Linhas elétricas para baixa tensão
46
Seletividade
Onde:
Por fim, escolhidos os dispositivos de proteção em toda a
Zs é a impedância, em ohms, do percurso da corrente de falta,
instalação, deve-se verificar se eles estão devidamente seletivos,
composto da fonte, do condutor vivo (em suas variadas seções), até
tanto para correntes de sobrecarga quanto para as de curto-
o ponto de ocorrência da falta, e do condutor de proteção (em suas
circuito.
variadas seções), do ponto de ocorrência da falta até o seu retorno
deve atuar em primeiro lugar o dispositivo de proteção mais
Ia é a corrente, em ampères, que assegura a atuação do dispositivo
próximo do defeito, isolando-o rapidamente. Em caso de falha
de proteção num tempo no máximo igual ao especificado na tabela
deste, deve atuar o dispositivo de proteção imediatamente a
25, ou a 5s, para circuitos terminais que alimentem unicamente
montante (proteção de retaguarda).
equipamentos fixos;
Usualmente, esse estudo é feito levando-se em conta
Uo é a tensão nominal, em volts, entre fase e neutro, valor eficaz em
os critérios da seletividade amperimétrica e cronológica,
corrente alternada.
combinados. Pode ser feito por meio da plotagem das curvas dos diversos dispositivos de proteção, dos cabos e dos limites
As situações 1 e 2 contidas na tabela 11, dependem das
térmicos de equipamentos em uma folha di-log (escala
influências externas BB (resistência elétrica do corpo humano) e
logarítmica em ambos os eixos), ou por meio de software
BC (contato das pessoas com o potencial da terra), do local a ser
específico.
protegido, e constam da tabela C.1 da NBR 5410 (aqui reproduzida parcialmente como tabela 12).
A inexistência de seletividade em uma instalação elétrica pode comprometer o conforto, a segurança, e até mesmo causar
Os fatores que influenciam esse critério de proteção são:
prejuízos por desligamento indevido de certos circuitos. Um equívoco corriqueiro existente no mercado é imaginar
• tipo de esquema de aterramento (IT, TT, TN);
que um disjuntor com corrente nominal de 16A é seletivo com
• classificação das influências externas (BA, BB, BC);
outro de 20A, ou até de 50A. Isso não é plenamente verdadeiro.
• utilização ou não de dispositivo DR;
Do estudo de seletividade, resultarão as informações dos
• tipo de linha elétrica (condutores e conduto);
ajustes a serem realizados nos disjuntores ajustáveis. Nesse
• curva de atuação dos dispositivos de proteção a sobrecorrente;
caso, é imprescindível que o projeto contemple as informações
• cálculo da impedância do percurso da corrente de falta (Zs);
dos parâmetros de ajustes para que eles sejam realizados em
• maneira de instalar os condutores;
campo.
Tabela 25 - Tempos de seccionamentos máximos no esquema TN
Uo
Tempo de seccionamento
V
Fascículo
Basicamente, um estudo de seletividade considera que
à fonte;
S Situação 1
Situação 2
115, 120, 127
0,8
0,35
220
0,4
0,20
254
0,4
0,20
277
0,4
0,20
400
0,2
0,05
Cabe ressaltar que das inspeções realizadas por este autor em instalações elétricas ao longo dos anos, constata-se que em grande parte dos casos (quase 100%), ou falta identificação dos ajustes no projeto, ou, quando eles existem, não foram devidamente realizados em campo pelo instalador. Trata-se de falha gravíssima, que comprometerá a segurança não só da instalação elétrica, mas de toda a edificação. *Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em
NOTAS
Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução,
1) U0 é a tensão nominal entre fase e neutro, valor eficaz em corrente
manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da
alternada.
Comissão que revisa a norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor
2) As situações 1 e 2 estão definidas no anexo C Tabela 11 – Reprodução da Tabela 25 da NBR 5410:2004.
Tabela C.1 - SITUAÇÕES 1, 2 E 3
Condição de influência externa
Situação
BB1, BB2
Situação 1
BC1, BC2, BC3
Situação 1
BB3
Situação 2
BC4
Situação 2
BB4
Situação 3
Tabela 12 – Reprodução parcial da Tabela C.1 da NBR 5410:2004.
em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do Inmetro, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Renováveis Apoio:
ENERGIAS COMPLEMENTARES
Ano 3 - Edição 39 / Setembro de 2019
FASCÍCULO
Instalação segura e comissionamento NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: ACELERANDO A FONTE SOLAR FOTOVOLTAICA NO MERCADO LIVRE DE ENERGIA (ACL) COLUNA EÓLICA: AS NOVAS FRONTEIRAS DA ENERGIA EÓLICA APOIO
47
Apoio
Fascículo
48
Renováveis
Por Hans Rauschmayer*
INSTALAÇÃO SEGURA E COMISSIONAMENTO Figura 1: A sequência correta da montagem com medições assegura segurança e qualidade da instalação.
1 - Introdução
corrente contínua, dotados de um disjuntor que permite desenergizar o
circuito inteiro a partir de um ponto único.
Depois de estudarmos nos fascículos anteriores, os conceitos do
projeto de um sistema solar conectado à rede, entraremos agora na
No sistema fotovoltaico, a energia vem de duas fontes:
parte prática. Há diversas características associadas à segurança e qualidade que fogem do conhecimento dos eletricistas prediais e exigem
• Da rede predial em corrente alternada, protegida por um disjuntor;
cuidados especiais: a sequência da montagem do sistema e as medições
• Dos módulos que fornecem tensão sempre que recebem irradiação,
durante instalação e manutenção asseguram a segurança da equipe e
energizando, assim, o circuito em corrente contínua.
preservam o local da instalação.
Em seguida, introduzimos algumas medições obrigatórias para o
comissionamento do sistema.
Como está fora do nosso alcance desligar o sol, devemos aprender
a trabalhar com um circuito energizado sem colocar nossa vida e a integridade do prédio em risco.
2 - Perigos específicos de sistemas fotovoltaicos
que trata da segurança em instalações elétricas.
Eletricistas prediais estão acostumados com instalações em
A equipe deve ser treinada também na norma regulatória NR-10,
49
2.1 - O arco voltaico
A carga no circuito em c.c. ocorre em diferentes situações:
1 - Funcionamento normal: o inversor recebe a energia em c.c. e a injeta no circuito em c.a.; 2 - Conexão errada: um dos strings está com polaridade invertida; 3 - Diferença de potencial por defeito: um módulo está com defeito, da forma que o string ao qual pertence produz uma tensão inferior aos outros strings; 4 - Diferença de potencial por erro de projeto ou execução: um string contém menos módulos do que o outro conectado em paralelo; 5 - Falha de isolamento em algum ponto do circuito (incluindo curtoFigura 2: O arco voltaico atravessa o ar. Com corrente contínua, ele apaga somente com o afastamento dos polos ou com dispositivos construídos para este fim.
circuito em DPS defeituoso).
O desligamento correto do sistema solar começa com o disjuntor
em c.a., o que leva o inversor a abrir o circuito primário. O dispositivo
Ao abrir um circuito sob carga, isto é, com passagem de corrente,
interruptor-seccionador isola o inversor do circuito c.c., mas não abre
ocorre um arco voltaico: a corrente consegue ultrapassar o ar (figura 2).
a conexão paralela entre strings: a carga nas situações 2 a 5 acima
Em corrente alternada, o arco é rapidamente apagado quando a tensão
somente desaparecem ao cair da noite!
é zerada, o que ocorre 120 vezes ao segundo considerando a frequência
de rede de 60Hz.
qualquer conexão em corrente contínua, seja conector MC4, conexão por
parafuso em algum dispositivo ou remoção de um dispositivo (fusível,
Em corrente contínua, o arco fica estável até que os polos sejam
É imprescindível verificar a ausência da corrente antes de abrir
afastados o suficiente para interromper a corrente ou ao acionar um
DPS)! Na dúvida, aguarde a noite!
dispositivo construído para este fim, como um disjuntor de corrente
contínua.
solar? Durante a instalação, devemos prevenir as situações de falha, e
durante a manutenção, precisamos detectá-las, a fim de evitar acidentes.
O arco danifica os contatos de ambos os lados, coloca em risco a
Como seria um procedimento seguro para a instalação do sistema
saúde e a vida dos técnicos e pode causar um incêndio no local onde ocorre.
3 - Procedimento seguro da instalação
Disponibilizamos no site o link para um vídeo que demonstra o
efeito. Não deixe de apresentá-lo a todos os técnicos envolvidos na instalação ou manutenção! Em sistemas fotovoltaicos, trabalhamos com tensões superiores à do vídeo, chegando até 1.000V em instalações pequenas e 1.500V em usinas. 2.2 - Carga em c.c. e sua interrupção
Figura 4: Divisão do circuito durante a instalação.
A instalação física e elétrica do sistema solar é dividida em três
partes, que podem ser executadas simultaneamente: • Circuito do string: a montagem dos módulos e a interligação dos mesmos; • Circuito da caixa de junção: do cabo do string até o inversor; • O circuito em corrente alternada, do inversor até o quadro de distribuição: a montagem deste circuito é bem conhecida e segue as Figura 3: Exemplos de pontos do circuito onde pode ocorrer um arco voltaico.
regras normais.
Apoio
Fascículo
50
3.1 - Montagem do circuito do string
Renováveis de junção até a entrada dos porta-fusíveis. 3.4 - Verificação da polaridade
O primeiro passo na verificação elétrica é a medição da polaridade,
já que a polaridade invertida de apenas um dos strings causa um curtocircuito com os outros conectados em paralelo e poderá ser aberto somente à noite. Técnicos sem prática de medição em c.c. devem ser bem treinados no uso correto do multímetro e no padrão de cores dos fios. Figura 5: Durante a montagem dos módulos, o circuito do string é conectado, deixando apenas o último conector aberto.
O circuito do string é conectado em simultâneo à montagem dos
módulos: • O conector positivo de cada módulo é ligado ao negativo do módulo adjacente; • O cabo do retorno acompanha os de interligação, para reduzir eventuais surtos (veja fascículo 7); • O fio de equipotencialização (terra) também é conectado durante a montagem. A continuidade da mesma deve ser verificada durante a instalação.
É importante deixar o conector de saída do string aberto para
manter o cabo desenergizado que segue até a caixa de junção. Este conector deve ser de fácil acesso para concluir a instalação e para permitir abertura em casos de manutenção. 3.2 - Montagem do circuito da caixa de junção (string box)
3.5 - Verificar a tensão do string em circuito aberto
A tensão produzida por cada string é medida em simultâneo com a
polaridade. Ela indica se o número correto de módulos foi efetivamente conectado, e se os strings são homogêneos entre si. Exemplo: • A ficha técnica do módulo informa a tensão nominal de circuito aberto UOC, módulo = 35V – lembrando que ela é medida a 25°C (condições STC, fascículo 3); • A medição da tensão do string fornece UOC, string = 200V; • O projeto elétrico indica que seis módulos compõem o string; • Dividimos a tensão medida pelo número dos módulos e chegamos à tensão gerada por cada módulo: UOC, mod = 200V / 6 = 33,3V • O resultado coincide com uma temperatura dos módulos pouco acima de 25°C, o que pode ser verificado com um toque manual. Se a instalação estivesse errada, com cinco ou sete módulos no string, então, a tensão estaria significativamente diferente (mais adiante, abordaremos o comissionamento, que exige uma medição mais precisa); • Portanto, podemos concluir que o número de módulos no string está correta.
A medição deve ser executada separadamente para cada string, e os
resultados devem ficar dentro de uma faixa de 5%. 3.6 - Verificar a corrente do string em curto circuito
Para aferir a corrente é necessário fechar um curto circuito no
string. A forma mais simples com uso da caixa de junção é o seguinte procedimento: • Abra o dispositivo interruptor-seccionador (abreviamos o termo em seguida); Figura 6: O circuito da caixa de junção (string box) é montado em paralelo com o do string.
• Interligue o polo positivo da seccionadora com o negativo;
• Feche a seccionadora;
O circuito da caixa de junção, que começa com o fio descendo dos
• Insira o fusível do primeiro string e feche o porta-fusível;
módulos e vai até o inversor, é montado em simultâneo com o circuito do
• Meça a corrente;
string. Os fusíveis são removidos, evitando, assim, o paralelismo entre
• Abra a seccionadora e o porta- fusível.
os strings, e o dispositivo interruptor-seccionador é aberto. 3.3 - Fechamento do último conector dos strings
Depois de montar os três circuitos, podemos, então, fechar o
conector de saída de cada string, e assim, energizar o circuito da caixa
Repita o procedimento para todos os strings. Os resultados devem
ficar dentro de uma faixa de 5%. É importante que a irradiância não mude entre uma medição e outra, e que não haja sombra nos módulos, já que a corrente oscila instantaneamente com a irradiância.
51
Em instalações sem caixa de junção, usa-se uma caixa de curto-
circuito, como apresentada a figura 7, que contém um interruptor c.c., ao invés da seccionadora. Tome muito cuidado com acidentes por arcos voltaicos entre fios desencapados! 3.7 - Iniciar o inversor
Figura 8: Equipamento profissional de comissionamento agiliza a medições e aumenta a precisão (exemplo Seaward Solar PV200).
comissionamento não deve ser confundido com aquele que a concessionária de energia efetua: ela se interessa somente por eventuais perigos para sua rede de distribuição e não com o funcionamento ou riscos fora do escopo dela. Figura 7: Exemplo de uma caixa de curto-circuito.
Depois de aferir todos os strings e corrigir eventuais erros, podemos
O desafio do comissionamento do sistema solar consiste na fonte: a
irradiação é variável, e com isso, a energia gerada. Nunca teremos certeza de que o sistema está realmente funcionando perfeitamente.
colocar os fusíveis, fechar a seccionadora e o disjuntor c.a. e iniciar o
inversor. Estude o manual com cuidado e respeite a sequência correta
que a norma exige. A seguir, apresentamos os principais ensaios – estude a norma
dos passos de configuração.
para complementar a informação e acesse nosso minicurso sobre o tema no site.
O que podemos fazer é medir as grandezas climáticas junto às elétricas, e é isso
Todos os ensaios devem ser executados para cada string, e o resultado não
4 - Comissionamento
pode ultrapassar uma faixa de 5% da média.
4.1 - Verificar a tensão conforme temperatura
O instalador do sistema solar é obrigado, pela norma ABNT NBR
16274, a efetuar ensaios e entregar uma documentação ao cliente. Este
A tensão produzida pelo módulo depende da temperatura atual da célula.
Apoio
Fascículo
52
Portanto, devemos medir as duas grandezas simultaneamente. A seguinte fórmula calcula a tensão nominal de um string em determinada temperatura Vstring,OC,temp, usando: • O número de módulos por string n; • A tensão de curto-circuito nominal do módulo Vmód,OC; • A temperatura atual da célula T; • O coeficiente da variação da tensão com a temperatura CoefV;
Renováveis isolamento e deixa de iniciar quando detecta um problema. O ensaio é efetuado por um megômetro, que mede a resistência enquanto injeta uma tensão superior à do arranjo fotovoltaico (detalhes na norma). Se a tensão ficar próxima à tensão nominal do DPS, então, este deve ser desconectado do circuito. 4.4 - Equipamento para comissionamento
Um solarímetro com termômetro é essencial para efetuar os ensaios
(a figura 8 apresenta um exemplo, à direita). Além disso, existem multímetros específicos que efetuam os principais ensaios de forma automática, recebem os dados do solarímetro e gravam os resultados na memória para posterior exportação ao computador.
Confira também fascículos 3 e 5. Para medir a temperatura da
célula, coloque um sensor com corte quadrado por baixo do módulo e o pressione contra a célula. 4.2 - Verificar a corrente conforme irradiância
A corrente depende da irradiância e esta relação é linear na faixa
superior da escala. Por isso, a norma exige um comissionamento em condições estáveis com irradiância acima de 700W/m². Podemos usar a seguinte fórmula para calcular a corrente esperada Iirrad, a partir da: • Corrente nominal do módulo Inom; e • Irradiância geral medida G
4.5 - Planilhas de verificação
Disponibilizamos no site www.solarize.com.br duas planilhas que
facilitam a verificação: • A primeira calcula tensão e corrente para o string de um determinado módulo a partir das medições de temperatura e irradiância, e compara as medições com o cálculo; • A segunda permite cadastrar as medições para vários strings e compara cada uma com a média, apontando desvios. Ambas as planilhas, quando usadas em notebook, tablet ou até em celular, podem ser preenchidas no ato do comissionamento. Erros são detectados na hora, permitindo um conserto imediato. Uma apresentação, também disponibilizada no site, detalha melhor os passos do comissionamento. 5 - Previsão
4.3 - Ensaiar o isolamento do circuito em c.c.
sistema solar para um determinado cliente, levando em consideração a
A norma exige o ensaio do isolamento entre os polos e a terra, porque
falhas podem causar acidentes ou incêndios. O próprio inversor ensaia o
O próximo fascículo abordará o dimensionamento adequado do
legislação brasileira e diversas modalidades de compensação remota.
Figura 9: Planilhas de comissionamento ajudam a detectar problemas no ato (acesse www.solarize.com.br).
*Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize.com.br]. Reconhecido especialista em energia solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.
54
Notícias
renováveis
Siemens Gamesa expande estrutura de manufatura local em Camaçari com produção pioneira de conversores A empresa comemora a montagem final de suas primeiras turbinas eólicas SG 2.6-114 e SG 3.4-132 no Brasil
A Siemens Gamesa
Divulgação
Renewable Energy (SGRE) anunciou recentemente um importante investimento em sua estrutura industrial no Brasil. Na tarde do dia 15 de agosto de 2019, a empresa abriu uma nova área de produção de conversores na sua fábrica atual em Camaçari, na Bahia. Com este marco, a SGRE passa a ter capacidade de produzir 100% dos seus conversores no Brasil, melhorando consideravelmente sua posição competitiva no País.
A nova linha de produção
de conversores faz parte do atual complexo de manufatura, que já produz hubs e nacelas, localizado no Polo Petroquímico de Camaçari. Em 2018, a Siemens Gamesa Brasil produziu naceles e hubs para o mercado local e exportou hubs para vários países da América
com o fornecimento de energia
a maior capacidade instalada de
de energia eólica", explica Paulo
Latina. O início das operações
limpa e renovável para as
energia eólica. Para atingir esse
Guimarães, superintendente
aconteceu em meados de
pessoas na Bahia, no Brasil
marco, foram investidos R$13,7
de Atração de Investimentos e
agosto de 2019, quando a
e em outros países, e esse
bilhões em 10 anos. Além disso,
Fomento ao Desenvolvimento
empresa também comemora
investimento permite oferecer
foram criados mais de 40 mil
Econômico da Secretaria de
a conclusão das primeiras
soluções ainda mais acessíveis
empregos diretos durante a fase
Desenvolvimento Econômico do
turbinas eólicas SG 2.6-114
e econômicas", acrescenta o
de construção dos 147 parques
Estado da Bahia.
e SG 3.4-132 produzidas no
executivo.
eólicos em operação. Essas
Brasil. "O investimento da
usinas têm capacidade instalada
atenderá à demanda de turbinas
Siemens Gamesa na localização
instalada de energia eólica, o
de 3.730MW e beneficiam 23
de clientes atuais e futuros.
de suas turbinas eólicas reforça
Brasil é o mercado eólico mais
cidades do Estado. "A energia
Os conversores de energia são
o nosso compromisso com o
avançado da América Latina,
renovável é um dos setores
usados com o gerador para
mercado eólico brasileiro e com
de acordo com o relatório mais
econômicos mais importantes
transformar a energia mecânica
o desenvolvimento da economia
recente do Global Wind Energy
para o governo da Bahia, e a
em energia elétrica. Antes, os
local de Camaçari e sua
Council, que também destaca que
Siemens Gamesa é uma das
conversores eram adquiridos de
comunidade", explica Roberto
o País está no caminho certo para
principais empresas deste
fornecedores qualificados, que
Prida, diretor administrativo
o crescimento estável até 2023.
setor. Esse novo investimento
fabricavam os equipamentos de
onshore da Siemens Gamesa
No primeiro semestre de 2019,
aumentará a competitividade da
acordo com as especificações da
Brasil. "Estamos comprometidos
a Bahia se tornou o Estado com
Bahia para atrair novos projetos
Siemens Gamesa.
Com 15,1 GW de capacidade
A produção de conversores
Notícias
renováveis
55
4º Fórum PE Energia reúne importantes agentes do setor Com o objetivo de integrar
da Companhia Hidrelétrica do
agentes, empresários e
São Francisco (Chesf), Fábio
interessados no setor de energia,
Lopes, trouxe informações
o Fórum PE Energia, organizado
atualizadas sobre o projeto
pela empresa Kroma Energia,
“Geração Fotovoltaica Flutuante
ocorreu no dia 6 de setembro, em
no Reservatório de Sobradinho”,
Recife (PE), reunindo um grande
enriquecendo ainda mais o
público do mercado energético de
conhecimento dos presentes
Pernambuco e de todo o Brasil,
sobre o assunto.
sob o tema: “Energia Solar no Rio
São Francisco”.
Rodrigo Mello, explica que o
Fórum Pernambuco Energia
Na ocasião, o coordenador
Fotos: Divulgação / Kroma Energia
O CEO da Kroma Energia,
geral da Secretaria de
tem o objetivo de fomentar e
Infraestrutura Hídrica do
proporcionar uma discussão
Ministério de Desenvolvimento
construtiva do mercado de energia,
Regional, Rafael Ribeiro Silveira,
e valorizar as empresas locais que
palestrou sobre o "Estudo de
são destaques nacionais. “São
setor de energia”, afirma.
em contato pelo e-mail: sac@
Viabilidade para o uso de energia
discussões técnicas que agregam
kromaenergia.com.br.
solar fotovoltaica no Projeto de
valor e conhecimento à nossa
acontecerá em breve. Os
Integração do Rio São Francisco
sociedade, além de ratificar o
interessados em obter
a Kroma Energia, acesse o site:
(PISF)". Além disso, o presidente
protagonismo de Pernambuco no
informações podem entrar
www.kromaenergia.com.br.
A 5ª edição do evento
Para conhecer mais sobre
56
Notícias
renováveis
GDSolar amplia participação no mercado de distribuição de energia solar e anuncia a holding Grupo GDSolar O grupo passa a contar com três unidades de negócios: GDSolar Energia, GDSolar Mobilidade e GDSolar Comercializadora
Especialista no mercado
Divulgação
de geração distribuída de energia solar, a GDSolar está expandindo a sua atuação para outros mercados inseridos no setor energético. A empresa anuncia um movimento em sua estrutura e a criação de outras duas novas linhas de negócios, tornando-se uma das maiores holdings de geração de energia solar fotovoltaica em B2B do País. Com isso, o grupo passa a atuar em três diferentes áreas: geração distribuída de energia, mobilidade elétrica urbana e comercialização de energia. Hoje, a empresa está presente em vários estados brasileiros e conta com 27 usinas fotovoltaicas
entende que o conceito de
quatro pilares fundamentais
sustentável, renovável e
entre instaladas, em fase de
geração distribuída é o que
para o negócio, o que a possibilita
limpa. Suporte completo para
construção ou de conexão. Prevê
prevalecerá e que trará muitos
construir e operar usinas
atendimento das necessidades
ter mais de 100MWp instalados
benefícios ao setor, do ponto de
fotovoltaicas.
e condições específicas do
até o final de 2019 e evitar a
vista de equalização do sistema,
GDSolar Mobilidade Elétrica
mercado livre de energia. "O
emissão de 1,6 toneladas de
menor perda de energia. “Com
– Solução para o abastecimento
papel da Comercializadora é
CO2 por mês. "Desde o início
a abertura de novas frentes de
e locação de veículos elétricos,
alavancar negócios em solar,
da GDSolar, em 2015, nosso
negócios, nossa expectativa é de,
únicos ou para frotas completas,
mas, substancialmente, entender
planejamento era de começar
pelo menos triplicar, o tamanho
com o fornecimento de energia
e atender as necessidades dos
atuando no setor de geração
da empresa, focando no segmento
solar. "É uma das grandes
nossos clientes, deixando-os
distribuída e depois partir para
de autoprodução", declara.
apostas da empresa. A solução é
seguros e satisfeitos com as
cargas maiores, com clientes
voltada ao público que depende
decisões que tome e permitindo
com potencial para consumos
do Grupo GDSolar passa a ser
de um veículo para fazer entrega,
que tenham um bom balanço
superiores em mercado livre.
dividida da seguinte forma:
transporte urbano ou coleta
energético das suas fontes",
O produto pelo qual a gente
GDSolar Energia – Primeira
de lixo. O modelo de negócio
completa o executivo.
começou em GD, já está atendido
unidade de negócio do grupo
prevê a locação desses veículos,
quase que em sua totalidade
GDSolar, responsável pelo
com toda a responsabilidade
propósito é colaborar com a
e o mercado livre, com energia
desenvolvimento de projetos no
operacional sendo da GDSolar
sociedade para termos um
renovável se mostra um universo
modelo de geração distribuída
Mobilidade. Tudo isso em um
mundo melhor e entendemos
de oportunidades que queremos
remota, conforme regulamentação
ciclo sustentável, com veículo
que, tendo esses três segmentos
explorar", explica Ricardo Costa,
do setor, para consumidores
elétrico, abastecido com energia
de negócios, já temos uma gama
presidente do Grupo GDSolar.
de diferentes portes. Possui
solar", esclarece Costa.
de produtos que atenderá os
equipe multidisciplinar in house,
clientes em sua totalidade",
estruturada verticalmente em
– Comercialização de energia
Alexandre Gomes, CEO da
GDSolar Energia afirma que
Com a mudança a estrutura
GDSolar Comercializadora
E acrescenta: "Nosso
conclui Costa.
Notícias
renováveis
57
Enel Green Power inicia construção de 133MW de nova capacidade solar no Brasil Serão investidos cerca de R$422 milhões, o equivalente a aproximadamente 100 milhões de euros, na expansão do parque solar São Gonçalo ao mercado livre de energia no Brasil, que
de 1.500GWh por ano, evitando a emissão
renovável do Grupo Enel, Enel Green Power
tem se tornado cada vez mais atraente para
de mais de 860.000 toneladas de CO2 na
Brasil Participações Ltda. ("EGPB"), iniciou a
investidores de energias renováveis”, destaca.
atmosfera anualmente.
construção da expansão de 133MW do parque
solar São Gonçalo, localizado em São Gonçalo
deve entrar em operação em 2020. A
é a primeira usina fotovoltaica da Enel no
do Gurguéia, no Estado do Piauí. A expansão
construção da primeira parte de 475MW teve
Brasil a usar módulos solares bifaciais, que
aumenta para 608MW a capacidade total de São
início em outubro de 2018. Da capacidade
captam energia de ambos os lados dos painéis.
Gonçalo. O Grupo Enel investirá cerca de R$422
instalada total de São Gonçalo:
A expectativa é que os módulos inovadores
A subsidiária brasileira de energia
O parque solar São Gonçalo, de 608MW,
O parque solar São Gonçalo, de 608MW,
aumentem a geração de energia em até 18%.
milhões, o equivalente a aproximadamente 100 milhões de euros, na construção da nova seção
• 343MW, incluindo os 133MW da expansão
de 133MW do parque.
e a parcela de 210MW da primeira etapa, são
suas subsidiárias EGPB e Enel Brasil, possui
apoiados por contratos de fornecimento de
capacidade instalada renovável de mais de
Enel Green Power, linha global de negócios da
energia negociados com clientes corporativos
2,4GW, dos quais 782MW de energia eólica,
Enel dedicada a energias renováveis, ressalta:
no mercado livre de energia no Brasil;
370MW de solar fotovoltaica e 1.269MW de
“Estamos expandindo o parque São Gonçalo,
• 265MW da primeira etapa são apoiados
energia hídrica. Além disso, a EGPB tem cerca
que é o maior parque solar atualmente em
por contratos de 20 anos de fornecimento
de 1,9GW em execução no País.
construção na América do Sul, fortalecendo o
de energia para um pool de empresas de
nosso compromisso de ampliar a capacidade
distribuição que operam no mercado regulado
de negócios do Grupo Enel dedicada ao
renovável no Brasil, onde somos o principal
do País.
desenvolvimento e operação de energias
Antonio Cammisecra, responsável da
No Brasil, o Grupo Enel, por meio de
A Enel Green Power é a linha global
renováveis em todo o mundo, com presença
player em geração de energia solar e eólica em Quando estiver em plena operação, a
na Europa, Américas, Ásia, África e Oceania. A
termos de capacidade instalada e portfólio
de projetos. O perfil de produção de São
expansão do parque solar São Gonçalo será
companhia é especializada no setor de energia
Gonçalo se beneficiará ainda mais da nossa
capaz de gerar cerca de 360GWh por ano,
limpa, com capacidade gerenciada de mais de
liderança em inovação, por meio de tecnologias
evitando a emissão de cerca de 207.000
43GW, distribuídas em um mix de geração que
de geração de ponta. O parque dedicará
toneladas de CO2 na atmosfera a cada ano.
inclui eólica, solar, geotérmica e hidrelétrica, e
uma parcela significativa de sua produção,
Com a expansão concluída, toda a usina, de
atua na integração de tecnologias inovadoras
incluindo toda a produção de sua expansão,
608MW, terá capacidade para gerar mais
em usinas renováveis.
Energia solar fotovoltaica
58
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da Absolar
Márcio Trannin é diretorpresidente da Sunco Capital para a América do Sul e vicepresidente do Conselho de Administração da Absolar
Acelerando a Fonte Solar Fotovoltaica no Mercado Livre de Energia (ACL) pujante, dinâmico e liberalizado
atrativa em termos de preços no
longo e complexo, podendo levar
da geração na matriz elétrica
como o que já começamos
País. Também possui prazos de
até 15 meses entre a emissão do
brasileira se deu de forma exitosa,
a experimentar. Neste novo
desenvolvimento e construção
Despacho de Requerimento de
por meio de leilões regulados de
ambiente, veremos cada vez mais,
mais rápidos que outras opções
Outorga (DRO) e a assinatura do
energia, voltados ao atendimento
grandes clientes do mercado
do mercado, o que permite a
Contrato de Uso do Sistema de
do mercado cativo (ambiente de
livre, industriais e comerciais,
rápida entrada em operação para
Transmissão (CUST), documento
contratação regulada – ACR) do
reduzindo sua capacidade ociosa
atender a demandas de mais curto
que efetivamente garante a
Brasil.
de produção e partindo para
prazo dos clientes, com perfil
conexão do projeto aos sistemas
uma contratação de energia
de geração aderente à curva de
de transmissão.
deve, em grande medida, às
elétrica que garanta a seus
preços de mercado, casando-se
regras claras dos leilões e à
negócios maior competitividade
perfeitamente com os horários
gargalos, a Associação Brasileira
garantia de menor preço ao
e sustentabilidade nos médio e
de ponta de carga do Sistema
de Energia Solar Fotovoltaica
consumidor, impulsionadas pela
longo prazos.
Interligado Nacional (SIN).
(Absolar) tem trabalhado, tanto
alta competitividade destes
internamente quanto com as
certames. Surpreendentemente,
procura por energia elétrica
fazem da fonte solar fotovoltaica
instituições públicas líderes do
o atendimento da demanda da
em condições altamente
uma excelente opção para
setor elétrico brasileiro, para a
matriz manteve-se equilibrado,
competitivas. A liberalização
o atendimento à crescente
construção de medidas e ações
também, devido à retração
gradual do mercado, prevista na
demanda do ACL. Porém, alguns
voltadas à compatibilização de
econômica do Brasil. Mesmo com
reforma setorial ora em discussão
fatores ainda devem ser mais
regras entre o ACR e ACL no Brasil.
uma expansão baseada em apenas
e na economia brasileira em
bem trabalhados, para que a
70% da demanda nacional via ACR
geral pela ótica do novo Governo
concretização do ACL como
capaz de permitir que os projetos
e com cerca de 30% do mercado
Federal, permitirá que mais
alternativa real para a expansão
solares fotovoltaicos depositem
comercializando suas demandas
clientes acessem livremente seus
estrutural da matriz elétrica
garantias financeiras para
elétricas diretamente no ambiente
supridores de energia elétrica,
nacional seja efetivada.
“reservar” seu espaço na rede
de contratação livre (ACL) e não
libertando-os do monopólio
de transmissão, é uma medida
participando dos leiloes, o setor foi
natural das distribuidoras. Este
que os projetos direcionados
amplamente apoiada pelos
capaz de manter a matriz elétrica
movimento contribuirá para a
ao ACR e ao ACL devem ter.
agentes do setor e da fonte, o
nacional em níveis adequados de
reavaliação de todo o arcabouço
Atualmente, ainda persistem
que denota a seriedade de seus
suprimento elétrico.
da expansão elétrica nacional.
tratamentos díspares entre os
investimentos.
dois ambientes, especialmente
Durante anos, a expansão
Tal êxito na expansão se
No entanto, o atual cenário
Isso acarretará uma maior
No quesito “competitividade”,
Todas estas características
O primeiro fator é a isonomia
Buscando solucionar estes
A construção desta isonomia,
Por todo o exposto, o caminho
enseja uma revisão profunda
a fonte solar fotovoltaica se
com relação à prioridade no
para uma expansão sadia e
deste modelo. A expansão
destaca por, dentre outros
acesso à conexão às redes de
sustentável do parque gerador
do parque gerador brasileiro,
fatores, possuir preços bastante
transmissão ou distribuição.
brasileiro no longo prazo passa por
baseada única e exclusivamente
atraentes quando comparados
Projetos em leilões (ACR) têm
rediscutirmos e aprimorarmos o
em leilões regulados, não seria
a outras fontes. De fato, a fonte
garantia de conexão reconhecidos
papel protagonista do mercado
adequada a um ambiente de
solar fotovoltaica já pode ser
imediatamente. Por outro lado,
livre de energia nos próximos
crescimento econômico mais
considerada a segunda mais
no ACL, o caminho é bem mais
anos.
Energia Eólica
59
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)
As novas fronteiras da energia eólica
Há uma revolução clara e evidente
pouco mais de 0,6GW instalados e estamos
acontecendo no mundo da energia: estamos
chegando neste segundo semestre de 2019
nos afastando das fontes poluentes e
com 15,1GW de capacidade instalada
priorizando as renováveis de baixo ou
em mais 600 parques e com 7.500
baixíssimo impacto ambiental. Em alguns
aerogeradores em operação.
países isso está se dando rapidamente e
há outros ainda lentos nesta transição.
que nos perguntar: quais são as próximas
Independentemente da velocidade, o fato é
fronteiras do crescimento da energia eólica
que esta mudança é irreversível e devemos
no Brasil? Acredito que a resposta venha
nos engajar para que ela aconteça de forma
de novos modelos de negócios, como
cada vez mais eficiente e rápida em todo o
parques híbridos; do desenvolvimento das
mundo.
baterias, que evoluem rapidamente; da
eólica offshore e da ampliação do mercado
Em seu Relatório Anual, o Conselho
Com todo esse crescimento, temos
Global de Energia Eólica (Global Wind
livre para eólica. Sobre este último ponto,
Energy Council – GWEC) mostra uma
gostaria de destacar que 2018 foi o
indústria madura competindo com sucesso
primeiro ano em que a energia eólica vendeu
no mercado mundial, mesmo contra
mais no mercado livre do que no mercado
tecnologias tradicionais de geração de
regulado. E aproveito a oportunidade para
energia altamente subsidiadas em alguns
dizer que, em 30 de outubro de 2019,
países. A energia eólica é hoje uma indústria
discutiremos, no 8º Encontro de Negócios
presente em mais de 90 países, 30 dos
da ABEEólica, tudo isso que acabei de
quais com mais de 1GW instalados e nove
mencionar, com o tema principal do evento
com mais de 10GWs, como é o caso do
“o setor energético em transformação:
Brasil, que tem 15,1GW de capacidade
novos modelos de negócios para a indústria
instalada e ocupa o 8º lugar no Ranking
eólica”.
Mundial.
da energia eólica, mas sem perder de vista
O GWEC acredita que, tanto em
Gosto sempre de comemorar os feitos
projetos onshore quanto offshore, a energia
todo o potencial que ainda temos para
eólica seja a chave para definir um futuro
crescer. E o fato é que este potencial está
energético sustentável. O futuro, portanto,
perfeitamente alinhado com a energia que
é promissor para a fonte eólica. E, no Brasil,
precisamos para o nosso futuro. Por isso,
o fato é que essa indústria segue de vento
além de achar que a eólica tem uma história
em popa. Estamos batendo recordes atrás
brilhante no Brasil, ela tem também um
de recordes, chegando a tender mais de
futuro de crescimento. E tenho certeza que
85% do Nordeste, e seguimos instalando
nossos bons ventos seguirão desbravando
mais e mais parques. Há 10 anos, tínhamos
caminhos e ampliando suas fronteiras.
60
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
Mercado de nobreaks, baterias e grupos geradores deve crescer 14% em 2019, diz pesquisa A pesquisa anual realizada pela revista O Setor ElĂŠtrico revelou que o crescimento desse setor deve superar o observado em 2018, cujo percentual foi de 11%
61
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Previsoes de crescimento
Acréscimo ao quadro de funcionários da empresa
5% Previsão de crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 201
8%
10%
Crescimento da sua empresa em 2018 comparado ao ano anterior
14%
Crescimento para sua empresa em 2019
A pesquisa ainda aponta que a previsão de crescimento do tamanho anual total do
mercado para o ano de 2019 é de 8% e a contratação de funcionários deve ter um acréscimo de 5%.
Para 29% das empresas, a desaceleração da economia brasileira deve influenciar
o desempenho do mercado em 2019. Por outro lado, 16% acreditam que projetos de infraestrutura mantiveram o mercado este ano. Outro fator que deve influenciar nos resultados em 2019, segundo a pesquisa, é a falta de confiança dos investidores na economia do País, correspondendo a 13% dos entrevistados.
FATORES QUE DEVEM INFLUENCIAR O MERCADO EM 2019
6%
Outros 3%
Desvalorização da moeda brasileira
3%
Programas de incentivo do governo
13%
Falta de confiança de investidores
13%
Bom momento econômico do país
29% 7%
Desaceleração da economia brasileira
Crise internacional O
mercado
de
equipamentos
para
condicionamento de energia, baterias e grupos
16%
geradores deverá registrar uma elevação até o
7%
Projetos de infraestrutura
fim de 2019, na comparação com o vivenciado
3%
no ano passado. A previsão foi baseada na
Setor da construção civil desaquecido
pesquisa setorial realizada pela revista O Setor Elétrico, com cerca de 50 empresas que
Setor da construção civil aquecido
atuam no segmento. Os resultados apontam que as empresas devem crescer 14% neste
ano, superando, em três pontos percentuais, o
de equipamentos de geração de energia – equivalendo a 95% da fatia –, seguido pelo setor
de 2018, que foi de 11%.
comercial, 79%; público, 35%; e residencial, com 16%.
A pesquisa constatou ainda que a indústria é o principal segmento de atuação do mercado
62
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
Principais segmentos de atuação
16%
Residencial Público
35%
Comercial
79% 95%
Industrial
A maioria das vendas desta categoria é realizada diretamente aos consumidores finais
(98%). Revendas e varejistas representam 58% do canal de venda; distribuidores e atacadistas, 56%; Internet, 23% e telemarketing, 16%. Principais canais de vendas
Outros
12% Telemarketing 16% Internet 23% 56% 58%
Distribuidores / atacadistas Revendas / varejistas
98%
Venda direta ao cliente final
Os resultados também apontam que os sete produtos mais comercializados pelo segmento
são: baterias (49%); chaves de transferência (47%); outros tipos de grupos geradores (42%); nobreaks estáticos de até 3kVA (40%); nobreaks estáticos acima de 3kVA (40%); softwares de gerenciamento de energia (35%) e estabilizadores acima de 3kVA (30%). Principais produtos comercializados
Relés
12% Grupos geradores a biogás 12% Grupos geradores a gás natural 12% Grupos geradores a diesel 12% Filtros de harmônicos 16% Estabilizadores até de 3 kVA 23% Retificadores 28% Estabilizadores acima de 3 kVA 30% Softwares de gerenciamento de energia 35% Nobreaks estáticos acima de 3 kVA 40% Nobreaks estáticos de até 3 kVA 40% Outros tipos de grupos geradores 42% Chaves de tranferência 47% Baterias 49%
63
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
O levantamento mostrou ainda que 16% faturaram até R$5 milhões; 16% das consultadas,
atingiram de R$ 5 milhões a R$10 milhões; 26% delas variaram de R$10 milhões a R$30 milhões; e 10%, de R$30 milhões e R$50 milhões.
Faturamento Bruto anual em milhões R$ no ano passado
5%
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
16%
Até R$ 5 milhões 16%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões 11%
De R$ 70 milhões a R$ 100 milhões
16%
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
10%
De R$ 30 milhões a R$ 50 milhões
26%
De R$ 10 milhões a R$ 30 milhões
Percepção sobre o tamanho anual do mercado em 2018
Nobreaks acima de 3kVA, juntamente com baterias e retificadores – correspondendo a 7%
–, faturaram acima de R$1 bilhão. As baterias também entram também na faixa do faturamento de R$500 milhões e R$1 bilhão (29%); retificadores (14%) e nobreaks de até 3kVA (13%).
Nobreaks acima de 3kVA e estabilizadores acima de 3kVA foram responsáveis pela maior
fatia do faturamento entre R$200 milhões e R$500 milhões em 2018, respondendo por 27% do total vendido no ano passado.
Esses mesmos grupos de produtos corresponderam pelo faturamento das empresas entre
R$100 milhões e R$200 milhões, respondendo por 27% do total comercializado em 2018.
Os softwares de gerenciamento de energia lideraram o faturamento de R$50 milhões a
R$100 milhões, totalizando em 29% do mercado. Na sequência, vêm os nobreaks acima de 3kVA, com 27%, seguido pelas baterias e chaves de transferência, com 21%.
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
De R$ 200 milhões a R$ 500 milhões
De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão
Acima de R$ 1 bilhão
20%
7%
27%
0%
13%
0%
27%
0%
27%
13%
27%
0%
7%
47%
13%
7%
27%
0%
7%
0%
Estabilizadores acima de 3 kVA
40%
7%
20%
7%
27%
0%
0%
Baterias
29%
7%
21%
7%
0%
29%
7%
Retificadores
36%
14%
7%
21%
0%
14%
7%
Chaves de transferência
43%
7%
21%
21%
7%
0%
0%
Filtros de harmônicos
50%
14%
14%
14%
0%
7%
0%
Softwares de gerenciamento de
50%
0%
29%
21%
0%
0%
0%
Até R$ 20 milhões
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
Percepção sobre o tamanho anual do mercado no ano passado
Nobreaks de até 3 kVA
33%
Nobreaks acima de 3 kVA Estabilizadores de até 3 kVA
energia
Pesquisa - Equipamentos para condicionamento de energia e grupos geradores
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ALSET ENERGIA
(62) 3945-5047
www.alset.com.br
Goiânia
GO
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X
X
ATA SISTEMAS DE ENERGIA
(11) 2024-4689
www.ataups.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
CABELAUTO CABOS ELETRICOS
(35) 3629-2500
WWW.CABELAUTO.COM.BR
Itajubá
MG
X
X
X
CM Comandos Lineares
(11) 5696-5052
www.cmcomandos.com.br
São Paulo
SP
X
X
CONIMEL
(16) 3951-9595
www.conimel.com.br
Cravinhos
SP
X
X
X
Eaton
(11) 3616-8515
www.eaton.com.br
São Paulo
SP
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X
X
ETELBRA ENGENHARIA
(21) 3392-8106
www.etelbra.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
Finder Componentes
(11) 4223-1550
www.findernet.com
São Caetano do Sul
SP
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X
X
GUARDIAN
(21) 2501-6458
www.guardian.ind.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
X
HDS Sistemas de Energia
(41) 2109-8800
www.hdspr.com.br
Pinhais
PR
X
X
X
HEIMER GRUPOS GERADORES
(81) 99207-4665
www.heimer.com.br
PAULISTA
PE
X
X
X
X
X
X
INTELLI STORM
(16) 3826-1411
www.intellistorm.com.br
Orlândia
SP
JNG materiais elétricos
(11) 2090-0550
www.jng.com.br
São Paulo
SP
X
X
KRJ
(11) 2971-2300
www.krj.com.br
São Paulo
SP
X
X
Kron Medidores
(11) 5525-2000
www.kron.com.br
São Paulo
SP
X
X
Lacerda Sistemas de Energia
(11) 2147-9777
www.lacerdasistemas.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
Leão Energia
(43) 3294-6429
www.leaoenergia.com.br
Londrina
PR
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X
X
LOGMASTER
(51) 2104-9005
www.logmaster.com.br
Porto Alegre
RS
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MÉDIA TENSÃO
(11) 99273-1154
www.mediatensao.com.br
Guarulhos
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Metaltex
(11) 5683-5700
www.metaltex.com.br
São Paulo
SP
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X
X
X
MTU
(11) 3915-8982
www.mtu-online.com/brasil
São Paulo
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X
OBO BETTERMANN
(15) 3335-1382
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
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Pextron
(11) 99105-5014
www.pextron.com.br
São Paulo
SP
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X
PhD On Line - Nobreaks
(11) 98609-7504
www.phdonline.com.br
São Caetano do Sul
SP
Power Solutions Brasil
(11) 3181-5157
www.psolutionsbrasil.com.br
São Paulo
SP
Powersafe Baterias Especiais
(11) 98609-7504
www.powersafe.com.br
São Caetano do Sul
Proauto Electric
(15) 3031-7400
www.proauto-electric.com
Sorocaba
Provolt
(47) 3036-9666
www.provolt.com.br
Blumenau
SC
X
X
Renz
(11) 4034-3655
www.renzbr.com
Bragança Paulista
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Porto Alegre
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www.rta.com.br
São Paulo
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SEC POWER
(11) 5541-5120
www.secpower.com.br
São Paulo
SET Geradores
(11) 2925-0191
www.setgeradores.com.br
São Paulo
STEMAC
(51) 2131-3800
www.stemac.com.br
Porto Alegre
RS
TRANSFER SISTEMAS
(11) 98211-3274
www.transfersistemas.com.br
CARAPICUIBA
SP
TRANSFORMADORES MINUZZI
(19) 3272-6380
www.transformadoresminuzzi.com.br Campinas
SP
UNION
(11) 3512-8900
www.unionsistemas.com.br
São Paulo
SP
WEG
(47) 3276-4000
www.weg.net
Jaraguá do Sul
SC
X
Zael Sistemas de Energia
(11) 2577-2233
www.zael.com.br
Sao Paulo
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rms@rms.ind.br
(11) 2171-3244
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(51) 3337-9500
RTA
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RMS
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Tem corpo técnico especializado para oferecer suporte ao cliente
SP
Barueri
Importa produtos acabados
São Paulo
www.adelco.com.br
Exporta produtos acabados
www.acaoenge.com.br
(11) 4199-7500
Programas na área de responsabilidade social
(11) 3883-6050
ADELCO
Certificado ISO 14.001 (ambiental)
AÇÃO ENGENHARIA
Certificado ISO 9001 (qualidade)
X
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
PE
Outros
Belo Jardim
Internet
www.moura.com.br
Telemarketing
X
(81) 3411-2999
Venda direta ao cliente final
SP
Acumuladores Moura S.A.
Estado
Revendas / varejistas
São Paulo
Distribuidores / atacadista
Cidade
www.abb.com.br
Público
Site
0800 0149 111
Principal canal de vendas
Comercial
Telefone
ABB
Principal segmento de atuação
Industrial
EMPRESA
Distribuidora
Fabricante
A empresa é
Residencial
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Fornece projetos de instalação dos produtos/equipamentos Fornece serviços de instalação e/ou manutenção dos produtos/equipamentos
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Outros produtos para condicionamento de energia
Outros tipos de grupos geradores
Relés
Grupos geradores a gasolina
Grupos geradores a biogás
Grupos geradores a gás natural
Grupos geradores a diesel
Softwares de Gerenciamento de energia
X
Filtros de harmônicas
X
Chaves de transferência
Retificadores
X
Estabilizadores acima de 3 kVA
Estabilizadores até 3 kVA
No breaks rotativos
No breaks estático acima de 3 kVA
No break estático até 3 kVA
Oferece treinamento técnico para os clientes
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
65
Principais produtos comercializados pela empresa
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Tec
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
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Por Geraldo R. de Almeida*
Cabos Aéreos Para Linhas de Transmissão de Energia elétrica O aterramento em linhas de transmissão
Tec 67
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Resumo O aterramento em linhas de transmissão, mas também em qualquer parte de um sistema elétrico, existe para protegê-lo contra voltagens que excedam o nível básico de isolamento do sistema quando este for aéreo. Quando isolado, geralmente, ele é auto protegido contra descargas elétricas que entrem pela porta não isolada. De qualquer forma, quase sempre, a engenharia prevê a instalação de um para-raio na interface aéreo-isolada. De modo geral, em linhas aéreas de transmissão, o aterramento é assessorado por um sistema coletor de raios, situado acima dos condutores de fase, denominado Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA). O Aterramento deve prover todas as facilidades para escoar para terra as correntes derivadas das descargas que este coletor captar. A presença do SPDA e o Aterramento no sistema de transmissão cria um circuito paralelo com os condutores de fase formando um circuito alternativo (e preferencial) ao solo para circulação da componente de sequência zero (de qualquer natureza). A maior destas componentes é aquela devido ao curto-circuito, que pode ocorrer durante o desempenho
Figura 1 – SPDA + Aterramento.
O sistema captor de raios (SPDA) é de material condutor: (I) cabos
da linha. Além do curto-circuito, com sua componente de
para raios, (II) cabos de baixada e (III) aterramento propriamente dito.
sequência zero e surtos de manobras com suas correntes de
Este trabalho abordará apenas o item (III).
retorno por terra, também compõem parte dos serviços de um
De modo geral, um projeto de aterramento em linhas de
sistema de aterramento. O circuito SPDA e Aterramento são
transmissão (torres) passa por etapas onde emergem como pontos
também percorridos por correntes induzidas pelas correntes
críticos três grandezas:
de fases e pelas correntes de fuga dos isolados. Estas correntes
(1) Corrente máxima (2) Duração desta corrente e (3) Tempo
escoam durante todo tempo de funcionamento da linha. Apesar
de operação da linha. As duas primeiras definirão uma determinada
de serem de pequenos valores, elas determinam o tempo de
quantidade de material pelo equivalente termodinâmico adiabático, e a
vida dos materiais deste circuito. O trabalho analisa todos estes
terceira definirá o tipo de material.
aspectos e apresenta os materiais mais usados no aterramento e a respectiva confiabilidade.
Introdução A necessidade de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas em linhas aéreas de transmissão de energia elétrica remonta ao tempo de Nicola Tesla [1]. Toda engenharia, desde então, foi progressivamente sistematizada, e hoje temos na disciplina “Coordenação de Isolamento” [2], um corpo de conhecimento necessário para prover a necessidade de proteção contra descargas atmosféricas. Atualmente, esta proteção sistematizada é denominada pelas siglas SPDA + ATERRAMENTO [3] e deve estar presente em
Figura 2 – Descarga no cabo guarda.
Correntes possíveis e prováveis As correntes possíveis ou prováveis no aterramento de linhas de transmissão são:
todos os projetos de linhas de transmissão. O SPDA + ATERRAMENTO está mostrado na figura 1.
1- Correntes de curto-circuito devido a alguma falha elétrica na linha
Tec
68
de transmissão;
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
De modo geral, a corrente que circula pelo aterramento devido a
2- Correntes resultantes de uma descarga de origem atmosférica;
surtos de manobras é menor que aquelas que circulam nos cabos de
3- Correntes devido a um surto de alguma manobra não desejável no
fase (ou polo) e cabos guarda para raio.
sistema; 4- Correntes induzidas pelas fases nos cabos guarda; 5- Correntes de fuga na isolação; 6- Correntes naturais de potenciais eletroquímicos.
Correntes induzidas Cabo guarda para-raios são percorridos por correntes induzidas pelos cabos de fase quando a linha está desempenhando sua função no sistema. Estas correntes serão maiores ou menores dependendo do
As três primeiras modalidades se enquadram no tipo PROVÁVEIS e os aterramentos são dimensionados para suportar seus valores durante todo desempenho. As três últimas são as correntes POSSÍVEIS e de existência
grau de simetria dos condutores de fase em relação aos cabos para raio. Correntes capacitivas também acontecem, mas são muito menores que as induzidas (AC) [12], porém, são as únicas em caso de transmissão DC [13]. As correntes induzidas (indutivas
garantida, referem a valores muito baixos, mas que têm um significado
capacitivas) escoam para terra através dos aterramentos e, apesar
forte no desempenho dos materiais frente aos potenciais eletroquímico
de não provocarem aumento de temperatura nas partes condutoras
dos mesmos.
do aterramento, estas correntes concorrem para erodir a camada de
Corrente de curto Antes de J.R. Carson [04] e Edith Clarke [05], o cálculo de correntes de curto-circuito com retorno por terra era precário. Atualmente, as estimativas destas correntes podem ser feitas com muita precisão, pois os modelos de cálculo estão muito desenvolvidos em [06]. Para o aterramento na transmissão, o objetivo é identificar a máxima corrente de curto que tem acesso às hastes de terra. Neste caso, o problema pode ser simplificado, calculando o curto-circuito (monofásico, bifásico e trifásico simétrico) na primeira torre após a subestação de alimentação.
Corrente de descarga atmosférica A maior restrição ao desempenho adequado de uma linha de transmissão são as descargas atmosféricas. Estas podem ser de várias dezenas de Coulombs em tempos muito curtos, trazendo, portanto, uma corrente muito elevada. No passado, estimar uma corrente que passava nos eletrodos de
material condutor do sistema.
Correntes de fuga As correntes de fuga decorrem de perda de isolação nas cadeias de isoladores e/ou nas bases dos isoladores fixos. Correntes induzidas calculadas e medidas [12] e [13]. Correntes de fuga são geralmente medidas, mas podem ser estimadas com algoritmos especialistas.
Correntes naturais No caso específico de aterramentos, as correntes naturais são aquelas que formam por causa de variação da composição do solo. Especificamente, são de interesses as correntes derivadas de variação do Ph do solo [14].
Correntes e os materiais O estudo de um curto-circuito é feito com transformação adiabática, porque o tempo de ação das variáveis é muito curto. A equação final deverá ser um balanço entre a energia que deriva do
terra de uma linha de transmissão era uma tarefa para esotéricos.
curto-circuito e a quantidade de material que deve receber esta energia
Assim, era comum criar alguns critérios para esta estimação. Neste
dentro uma conhecida faixa de temperatura.
trabalho, será apresentado um critério, que na ausência de modelagem por ATP [07] ou EMTP [08] pode usado como primeira estimativa. Para linhas de transmissão AC e DC de longa distância (para
Correntes de curta duração Em casos de curto-circuito, descarga atmosférica ou surto de manobra, o equilíbrio da energia durante a operação anormal pode
linhas AC implica em adoção de FACTS [09), a estimação de corrente
ser balanceado com uma quantidade de material em uma determinada
de descarga atmosférica com métodos avançados é mandatória.
faixa de temperatura, segundo a equação:
Neste trabalho, apresento um critério baseado em desempenho de materiais frente a descargas elétrica de 50, 100 e 150 Coulombs [10].
Corrente de surto de manobra A expressão “surto de manobra” inclui várias modalidades de
cv Calor específico a volume constam
ocorrências anormais no sistema de potência, com especial referência
ρ0 Resistividade a 0ºC
para linhas de transmissão [11].
α1⁄β Coeficiente de termoresistividade do material
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
TABELA 1 – Características dos materiais.
Tec 69
θc Temperatura inicial do curto θz Temperatura final do curto S Seção transversal do condutor t Tempo de duração do curto
Para alguns materiais usados com eletrodos de aterramento, pode-se aplicar os dados da tabela 1.
Correntes de longa duração Estas correntes são de pequena intensidade, decorrente do acoplamento (indutivos e capacitivos) e correntes de fuga nos isoladores. Devido à sua baixa intensidade, provocam erosões danosas
Figura 3 – Funil de voltagem.
nos materiais de aterramentos. Seu papel e desempenho serão abordados no capítulo de durabilidade.
Voltagens e potenciais perigosos Quando uma grande quantidade de cargas elétricas chega a um
Quanto menor for a resistência de aterramento e maior for a quantidade de material condutor, menor será o valor de crista da elevação do potencial. O potencial apresentado na figura 3 é um “flash” da evolução
sistema de aterramento, aparece uma elevação de potencial no ponto de
da capacidade ao longo do tempo. Muitas cargas chegam
chegada das mesmas até que sejam absorvidas pelo solo circunstante.
simultaneamente, aumentando o potencial, e demoram algum tempo
Tec
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
relaxar. O tempo de relaxação das cargas permite a criação de latências perigosas para o que estiver nas proximidades; este fenômeno foi estudado e resolvido por DALZIEL [15]. Em uma torre, este fenômeno será também presente com o mesmo princípio.
Figura 5 – O potencial de passo.
Potenciais de toque O potencial de toque é muito mais perigoso que o potencial de passo. Foi também Dalziel que estabeleceu as equações e condições limites de tolerabilidade [15] para este fenômeno. As normas IEEE 80 e CIGRE também regulam o cálculo desta fenomenologia.
Figura 4 – Potenciais de toque e passo.
Na figura 4 está ilustrada a manifestação destes potenciais, onde as duas curvas ilustram o andamento da capacidade na estrutura (azul) e na superfície do solo (vermelho). O contato das partes humanas é que determinará a diferença de potencial a que serão submetidas em uma circulação de corrente elétrica no intervalo de tempo que durar o surto. A primeira ilustração é o típico POTENCIAL (diferença) DE PASSO. Pela IEEE 80 [16] estabelecido como 1 metro de distância entre os pés. A segunda ilustração é o típico POTENCIAL (diferença) DE TOQUE. A terceira ilustração, é improvável, mas pode ocorrer. Seria o caso de um indivíduo amarrar uma corrente metálica em uma estrutura e postar-se longe da mesma, porém, segurando esta corrente.
Potenciais de passo O potencial de passo foi estudado por Dalziel [15]. O autor reconhece que o mesmo depende do tempo de circulação de uma corrente e varia de indivíduo para individuo; contudo, foi possível padronizar para indivíduos de 50kg e de 70kg. A norma internacional mais utilizada para a análise destes potenciais são: IEEE 80 e CIGRE, sendo a segunda mais leniente. Nesta norma, é possível relacionar a corrente circulante no corpo humano e os diversos potenciais de passo em uma quadrícula de aterramento.
Figura 6 – O potencial de toque.
Potenciais de pata Nas linhas de transmissão, a presença de animais ao longo da estrutura e mesmo dentro das faixas de servidão é considerada possível e normal. Segundo Dalziel [15], no Brasil, o potencial de pata não é considerado, pois as concessionárias indenizam os produtores que reclamam sobre a morte de animais nas proximidades das faixas em acordo extrajudicial. Em projetos de aterramento de torres de transmissão, os limites de Dalziel [15] devem sempre ser considerados.
O Back-flashover Quando uma linha de transmissão possui um nível básico de isolamento inferior a 1200kV, a resistência do pé de torre afeta o fenômeno de back-flashover através dos isoladores [17].
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Durabilidade dos materiais O aterramento de partes protetoras da transmissão é composto de uma parte externa ao solo e outra enterrada. A durabilidade da parte externa não será abordada neste trabalho, que manterá o foco no corpo metálico enterrado no solo. Metais diretamente enterrados têm sua durabilidade estritamente ligada à fenômeno da corrosão, uma área da físico-química que pode ser contextualizada em duas seções: 1- O comportamento inicial guiado pela teoria de MARCEL POURBAIX [18]; 2- O consumo dos materiais imersos no solo devido à passagem de correntes: (I) de origem eletroquímica e (II) de origem Figura 7 – % de Back-flashover.
É possível administrar fenômenos back-flashover e permitir o religamento e recuperação da linha sem indisponibilidade, com um
eletromagnética. Neste capítulo, será apresentado visão, equacionamento e resolução de alguns casos práticos.
projeto de aterramento de pé de torre adequado.
Materiais e conexões O estanho foi um material muito usado quando a eletrônica trabalhava
Marcel Pourbaix Em 1946 [18], Marcel Pourbaix apresentou uma perspectiva nova para apreciação do problema de corrosão. Esta perspectiva foi
com o cobre (estanhado) como material condutivo que favorecia muito as
amplificada para todos os metais [19], e hoje, as marinhas militares
conexões soldadas. Um material com baixo ponto de fusão (232ºC) e na
usam esta abordagem para a definição (inicial) da compatibilidade
escala eletroquímica está no potencial anódico mais baixo (quase zero). Isto
entre os materiais e as interações entre os mesmos e o ambiente
é um grande benefício para cobertura de metais mais anódicos e pode ser de
circunstante.
utilidade nas transições metálicas. Todavia, em transmissão, os aterramentos
Marcel Pourbaix, através de uma eletroquímica clássica aplicada
são percorridos por correntes de elevadas intensidades e a presença de um
às soluções diluídas, elaborou os mapas de Pourbaix que auxiliam a
material com baixo ponto de fusão não pode ser permitida. Deste modo,
determinar as regiões onde os materiais são: (i) imunes à corrosão, (ii)
não devemos incluir este material na tabela (1).
passivados contra a corrosão ou (iii) corroídos. Sempre considerando o
A escala de valor para escolha dos materiais de aterramento é: (I) Condutividade elétrica, (II) Temperatura de fusão do material, (III) Calor específico, (IV) Condutividade térmica, (V) Módulo de
par (Ep vs pH) em uma solução diluída. Para os materiais mais usados (Cu, Zn, Fe e Al), os mapas de Pourbaix são:
elasticidade, (VI) Coeficiente de dilatação linear, (VII) Potencial eletroquímico do material. Omite-se desta escala o coeficiente de termo resistividade elétrico, que é considerado comum a todos os materiais (exceto, o alumínio). Os quatro primeiros parâmetros estão envolvidos na equação que define a seção necessária do material para a máxima energia desenvolvida durante o curto, e os valores (V) e (VI) desempenham um papel de suprema importância quando os curtos e surtos são recorrentes. Estes parâmetros devem ser invariantes. Por isso, em transmissão, o material mais adequado para aterramento é o cobre. I- Condutividade elétrica II- Temperatura de fusão do material III- Calor específico IV- Condutividade térmica
Figura 8 – Diagramas de Pourbaix.
Consumo dos materiais Os materiais usados em aterramentos são naturalmente devolvidos
V- Módulo de elasticidade
à natureza pelo processo de oxidação (corrosão). Existe já um
VI- Coeficiente de dilatação linear
conhecimento estabelecido [19] que resolve a maioria dos problemas.
VII- Potencial eletroquímico do material
As taxas de corrosão para os metais submetidos a um processo
Tec
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
de corrosão uniforme são determinadas por quaisquer dos seguintes
40% ou 53% IACS, sem comprometer características de corrente
métodos:
de curto-circuito admissível. Já para aplicações de SPDA em linhas de transmissão (descidas e contrapeso), os materiais mais
1- Perda de peso 2- Ganho de peso 3- Análise química da solução
indicados são os aços revestidos de cobre 21% ou 30% IACS.
Agradecimentos O autor, consultor do grupo INTELLI, agradece a permissão
4- Técnicas gasométricas (quando o subproduto é gás) 5- Medidas de espessuras 6- Sondagem de resistência elétrica
para publicar este trabalho.
7- Método de marcador inerte
Referências
8- Técnicas eletroquímicas
[01] Martin A. Uman – The Lightning Discharge – ACADEMIC PRESS 377
No domínio da pesquisa industrial, existe certa preferência para os dois primeiros.
Recomendações gerais Para que o aterramento seja eficiente e confiável, necessita
PP [02] Andrew R. Hilemann – Insulation Coordination for Power System – CRC 767 PP [03] NBR 5419: 2015 Nova Norma de Para Raios (SPDA) [04] J. R. Carson – Wave Propagation in Overhead Wires with Ground Return – Bell System Technical Journal. [05] Edith Clarke – Circuit Analysis of AC Power System – J. Wiley & Sons,
de materiais duráveis, resistentes mecanicamente e de alta
Inc (1943)
condutividade. Todos os materiais condutores, de modo geral,
[06] J.C. Das – Power System Analysis (Short Circuit Load Flow and
podem ser usados como material de aterramento. Todavia, a parte
Harmonics) – CRC PRESS
enterrada do aterramento (as demais partes não aterradas estão fora da troca de íons com o solo) requer materiais que não sejam anódicos. O cobre, por suas características, seria o metal ideal. Além de possuir a maior condutividade elétrica entre os materiais comerciais, não sofre degradação por corrosão quando em contato
[07] Alternative Transient Program CAN-AM EMTP USERS GROUP [08] H. W. Dommel – Electromagnetic Transient Program, Reference Manual (EMTP Theory Book) Bonneville Power Administration, Portland OREGON USA [09] Xiao-Ping Zhang – Christian Rehtanz – Bikash Pal –Flexible AC Transmission Systems: Modelling and Control –SPRINGER [10] Maria das Graças Alvin (e outros) Improved Performance of OPGW
com o solo. No entanto, seu alto valor de mercado o torna muito
Under Lightning Discharge in Brazilian Regions with a High Keraunic Level.
atrativo para roubos, sendo alvo constante de furtos para revenda
[11] ELECTRA 062-1 ||The Calculation of Switching Sureges. III
no mercado clandestino. Como alternativa ao potencial de furto e ao alto custo do cobre, é comum o uso de aço zincado nos projetos de aterramento, especialmente, em SPDA. No entanto, esta é uma tentativa ineficaz já que, por ter baixa resistência a corrosão, o aço galvanizado em pouco tempo se deteriora quando em contato com o solo. A melhor alternativa ao cobre puro, para aterramento e SPDA é o aço revestido de cobre (copper cladded steel), cuja tecnologia de fabricação permite dosar a espessura da camada de cobre dependendo da aplicação, podendo variar entre 21% e 53% IACS dependendo das demandas de ampacidade, garantido performance equivalente à do cobre e vida útil de 6 a 8 vezes maior que as cordoalhas de aço zincado. Diversos estudos, como
Transmission Lines Representation for Energization Studies with Complex Fedding Networks. [12] EPRI - TRANSMISSION LINES REFERENCE BOOK 345 KV and above [13] EPRI - TRANSMISSION LINES REFERENCE BOOK HVDC to ± 600 kV [14] Mars Fontana – Corrosion Engineering – MC GRAW HILL [15] Dalziel C. F. DANGEROUS ELECTRIC CURRENTS –– AIEE TRANSACTION, 65, 579-585 [16] IEEE STANDARD 80 – GUIDE FOR SAFETY IN AC SUBSTATION GROUNDING [17] Lightning Back Flashover Tripping Patterners on 275 kV quadruple Circuit Transmission Line in Malaysia. IET LIBRARY [18] M. POURBAIX - Thermodynamique des Solutions Aqueuses Diluées. Représentation Graphique du Role du pH e du Potential. PhD thesis. Université Libre des Bruxelles. (1945)
por exemplo [25] e [26], comprovam que a vida útil de cordoalhas
[19] Marcel Pourbaix LECTURES ON ELECTROCHMEICAL CORROSION,
de aço zincado varia de 8 a 10 anos dependendo do pH do meio,
PLENUM, NEW YORK, 1973 – (1973)
enquanto a do cobre ou do aço revestido de cobre varia de 40 a 50 anos. Esse é um dado de extrema relevância considerando que o aterramento deve ter vida útil compatível com a duração da concessão do sistema. Em subestações (descidas e malhas de terra), por exemplo, o cobre puro pode ser substituído por um aço revestido de cobre
Referências não citadas [01] METHODOLOGY AND TECHNOLOGY FOR POWER SYSEM GROUNDING – Jinliang He; Rong Zeng; Bo Zhang – IEEE & JOHN WILEY [02] EARTH RESISTENCES – Tagg, G. F. – GEORGE NEWS, LONDON [03] EARTH CONDUCTIONS EFFECTS IN TRANSMISSION SYSTEM – Sunde E. D. – DOVER PUBLICATION, NEW YORK.
Tec 73
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
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[05] STRAYCURRENT ANG GALVANIC CORROSION OF REINFORCED
[17] UHLIG’S CORROSION HANDBOOK ELECTROCHEMICHAL
STEEL CONCRETE – Miller. A. (1976) – MATERIAL PERFORMANCE 15
SOCIETY SERIES
(5) 20-27
[18] ZINC COATING THICHNESS EFFECTS ON HOT DIP GALVANIZED
[06] LABORATORY INVESTIGATION OF IMPULSE CHARACTERISTICS
STEEL CORROSION RATES AT SEVERE MARINE SITE – Fullston D. and
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TOWERS – Cheny, E.A., Kolcio, N., and Bell, G.K. (1981) – IEEE
FRANCISCO
TRANSACTIO ON PAS, 100 (7) 3312-3321
[21] IEEE (1997) IEEE STANDARD 1243-1997 – IEEE Design Guide for
[09] PROBABILISTIC ASSESSMENT OF STEP AND TOUCH
improving the lightning the Lightning Performance of Transmission Lines
POTENCIALS NEAR TRANSMISSION STRUCTURES. IEEE
[22] EPRI GROUNDING SYSTEM DESIGN GUIDE
TRANSACTION ON PAS, 102 (3) 604-645
[23] IEC 60479 EFFECTS OF CURRENT ON HUMAN BEING AND
[10] IMPULSE CHARACTERISTICS OF DRIVEN GROUNDS – Towne, H.
ANIMALS
N. (1929) – General Electric Review – (1929) 605-609
[24] Maria das Graças Alvin (e outros) Cabo Ótico Autossustentado (ADSS)
[11] IMPULSE AND 60-CYCLES CHARACTERISTICS OF DRIVEN
Utilizados em Linhas de Transmissão de Extra Alta Tensão – Experiência de
GROUND (I) – Bellaschi, P.L. (1942) – AIEE TRANSACTION, 61 (3)
Furnas – XVII SNPTEE GLT-21
349-363
[25]. Romanoff, M., “Underground Corrosion”, US Dept. of Commerce,
[12] CIGRE (1991) GUIDE TO PROCEDURES FOR ESTIMANTING THE
National Bureau of Standards, Circular 579 US Govt. Print. Off (April
LIGHTNING PERFORMANCE OD TRANSMISSION LINES WG ON
1957). 227, ASIN: 0007DQG9Y
LIGHTNING (PARIS)
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[13] LIGHTNING SURGE RESPONSE OF GROUND ELECTRODES –
Engineering Laboratory, Port Hueneme, California, US Dept. of Commerce,
Chisholm, W.A. and Janischesky, W. (1989) – IEEE TRANSACTION ON
National Technical Information Service, February 1970.
POWER DELIVERY, 4 (2) 1329-1337 [14] A NEW GENERAL ESTIMATION CURVE FOR PREDICTING THE IMPULSE IMPEDANCE OS CONCENTRATED EARTH ELECTRODES – Oettle, E. E. (1987) – IEEE PAPER PES SUMMER MEETING SAN FRANCISCO [15] IEEE (1997) IEEE STANDARD 1243-1997 – IEEE Design Guide for
*Geraldo de Almeida é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo e doutor em Engenharia Elétrica pela
improving the lightning the Lightning Performance of Transmission Lines
Universidade de São Paulo. Atua como consultor do Grupo Intelli há 16
[16] LIGHTNING SURGE RESONPONSE OF GROUND ELECTRODES –
anos no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias.
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Por Normando V. B. Alves*
PDA e os síndicos
condomínios
das inspeções; item 7.4 fala sobre
respondem legalmente por qualquer
a manutenção e item 7.5 sobre a
evento que ocorra dentro dos limites
Documentação que compõe o sistema
da edificação, assim como se fosse
de proteção.
um gerente de um estabelecimento
Com
comercial.
existem dois momentos em que o PDA
Os
síndicos
Sei
dos
que
alguns
deles
nem recebem remuneração por essa
relação
à
periodicidade,
precisa de uma inspeção:
atividade, mas isso em nada reduz sua responsabilidade perante o poder
-
7.3.1.
d)
Semestralmente,
uma
público.
inspeção visual para garantir que a são
instalação esteja de acordo com o
assessorados por comissões de obras
projeto existente (caso exista), que os
ou
aliviar
condutores (horizontais ou verticais)
a carga e distribuir as tarefas para
estejam em boas condições de uso
que
e
Normalmente, manutenção o
os que
síndicos visam
empreendimento
funcione
isentos
de
ferrugem
ou
danos
mecânicos.
corretamente. É responsabilidade desta equipe zelar pela manutenção de todas as
- 7.3.2. e) Inspeções periódicas
instalações, sejam elétricas, civis ou
- 1 ano para edificações perigosas, como
mecânicas, e existem diversas normas
ambientes
da Associação Brasileira de Normas
corrosivos, tóxicos, radioativos, serviços
Técnicas
(ABNT)
que
regulamentam
públicos essenciais etc.
essas
manutenções
preditivas,
preventivas ou corretivas, mas este não
inflamáveis,
explosivos,
- 3 anos para demais edificações que não apresentem riscos especiais.
será o nosso foco neste artigo. O intuito aqui é alertar que, assim
No item 7.3.1. d), esta inspeção
como qualquer instalação, o Sistema
visual deverá ser realizada em todas
de Proteção Contra Raios (para-raios)
as edificações, e no item 7.3.2.e), será
também
manutenção,
em função do uso da edificação e do
serviços que são detalhados no item
risco que ela apresenta para ela e para
7 da parte 3 da norma NBR5419/2015
a vizinhança, via de regra, edificações
e estabelecem, no item 7.2, aplicação
de nível 1 e 2 de proteção, mas não se
das inspeções; no item 7.3, a ordem
limitando a estas, apenas.
precisa
de
75
Apoio
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Isto posto, o que está acontecendo,
grandes guerras mundiais aconteceram
na prática, principalmente, em São Paulo
neste continente. Na Europa, como em
e já está proliferando por outras capitais
qualquer continente, existem coisas
do Brasil, é que empresas inidôneas
boas e ruins, depende do ponto de
estão “fazendo terrorismo” com os
vista. Nada contra a Europa, adoro esse
síndicos, alegando que se não fizerem
continente, mas a verdade tem que ser
a adequação do para-raios à norma
falada.
vigente, eles serão multados por órgãos
públicos, pressionando-os a fazerem a
responsáveis por condomínios é que
adequação da instalação à nova norma,
nenhum órgão irá bater na sua porta
e
para
te multando porque o seu para-raios
empurrar para os clientes (na maioria,
não atende à norma atual; no máximo,
leigos no assunto), captores milagrosos
o que pode acontecer é o condomínio
que não atendem às normas da ABNT,
ser notificado para essa adequação, e
NBR5419/2015, prometendo proteções
é dado um prazo para recurso legal ou
que não são respaldadas pelas normas
para adequação.
técnicas, e sem respaldo técnico da
comunidade científica internacional e
normalmente parte de entidades do
nem das normas da ABNT.
poder publico, como Prefeituras, Corpo
aproveitam
a
oportunidade
A dica que fica para os síndicos e
A motivação para fazer essa adequação
vem
de bombeiros, Ministério do Trabalho,
com um apelo financeiro que um sistema
ou de entidades privadas, como por
dentro das normas é caro. Depois, o
exemplo,
apelo vem para um captor que não tem
iniciativa privada não têm o poder de
nenhum tipo de regulamentação Nacional
multar, interditar ou notificar edificações.
ou Internacional, e assim o cliente que
não estava protegido, ou protegido com
seja, se alguma empresa lhe assediar ou
uma baixa eficiência, agora, tem também
intimidar, pressionando para atualizar o
um sistema ilegal, uma vez que o código
para-raios, pegue os dados da empresa
de defesa do consumidor proíbe o uso de
e faça um boletim de ocorrência na
produtos e serviços que não atendam às
delegacia mais próxima.
normas da ABNT.
Independentemente
É neste momento que o síndico, ou
intempestiva dessas empresas, atualizar
a comissão de obras do prédio, tem que
seu sistema de proteção contra raios é
ficar atento para não comprar “gato por
uma boa prática de engenharia, para
lebre”. Essas empresas usam todo tipo
aumentar a segurança do patrimônio,
de marketing subliminar para induzir as
dos equipamentos, instalações internas
pessoas que o produto deles é tão bom,
e reduzir riscos à vida humana, porém,
que na Europa, alguns países permitem o
essa ação deverá ser um ato voluntário
uso desses sistemas, coincidentemente,
dos proprietários, no intuito de se
são os países que desenvolveram esses
protegerem e não apenas para atender
captores milagrosos. O clichê é “Se é da
a questões legais ou intimidações de
Europa, deve ser bom”, mas eu gostaria
empresas.
Normalmente,
a
abordagem
seguradoras.
Empresas
da
Se isso acontecer no seu prédio, ou
da
atitude
de lembrar que a Europa tem muitas coisas boas e foi o berço da civilização
*Normando V. B. Alves é engenheiro e
moderna, mas também destaco que
diretor de engenharia da Termotécnica.
as maiores tragédias da humanidade e
normandoalves@gmail.com
76
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Por Benedito Donizeti Bonatto*
Os desafios de um mercado de eletricidade renovável, sustentável e inteligente
Até onde o autor sabe, não existe um
como as infraestruturas críticas.
modelo econômico de mercado abrangente
• Quais são as abordagens de controle mais
e capaz de lidar com todas as complexidades
eficazes: local ou global? Qual delas é técnica
de se migrar para um ambiente de energias
e economicamente viável e pode fornecer
renováveis e redes elétricas inteligentes (Smart
sobrevivência
Grids) [1]-[12]. A experiência acumulada
normal (modo conectado à rede) e condições
baseada
de contingência (modo ilhado)?
em
simulações,
em
projetos-
sustentável
em
operação
piloto, em experiências práticas, revela
• Como evoluir o modelo de Mercado
alguns cenários publicados ou projetos
Regulado de Distribuição de Energia Elétrica
implementados muito bem-sucedidos, mas
atual (Figura 1), garantindo um equilíbrio justo
outros, com profundos impactos negativos
entre todos os agentes?
na sociedade, nem sempre são devidamente medidos ou sequer mencionados. Além disso,
o enorme e rico banco de dados de artigos de
Grids representem desafios mais atrativos
Embora as questões de tecnologia de Smart
periódicos e conferências sobre o tema Smart
para o desenvolvimento de engenharia e de
Grids com modelos técnicos para problemas
tecnologias em todo o mundo, parece que
clássicos e desafiadores não responde às
uma questão em aberto é o desenvolvimento
questões fundamentais:
de um novo modelo de negócios e seus consequentes impactos econômicos sobre
• Quanto dessa nova tecnologia está
os agentes (concessionárias, consumidores,
agregando valor à sociedade?
governo,
comercializadores,
fabricantes
bem-estar
etc.) nos futuros mercados de eletricidade.
socioeconômico está sendo maximizado pela
De fato, o desenvolvimento de Mercados
aplicação dessa tecnologia com a abordagem
Inteligentes Sustentáveis (Sustainable Smart
atual?
Markets) é a verdadeira questão que, de fato,
• Com a geração distribuída empoderando
é (ou deveria ser) o principal interesse dessas
o cliente, que passa a ser um prosumidor –
partes interessadas, que são (ou deveriam ser)
prosumer (produtor + consumidor), como lidar
motivadas na busca por soluções otimizadas
com as questões técnicas, como regulação de
e também soluções sustentáveis econômica,
tensão e frequência em uma microrrede?
ambiental e socialmente.
• Existe uma alternativa ótima integrativa
Há que se procurar inovação nos
para compartilhamento de infraestrutura,
atuais modelos de negócios em prol da
de controle e de responsabilidades? O
diversificação energética do país, mais que
compartilhamento pode ser uma boa opção
formas legais de reação junto à Associação
para a otimização de alguns sistemas e ativos
Brasileira
muito importantes na sociedade moderna,
Elétrica (Abradee) e Agência Nacional de
•
Em
outras
palavras,
o
de
Distribuidores
de
Energia
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
77
Energia Elétrica (Aneel) que podem frear a crescente disseminação sustentável de sistemas renováveis fotovoltaicos (PV) no País, ensolarado por natureza. A Aneel também tem o papel desafiador de rever o peso dos impostos e tributos sobre as tarifas de energia elétrica, que são abusivos! Por exemplo, se, por meio de um modelo econômico de mercado, como o TAROT - Tarifa Otimizada [3]-[10], se pudesse demonstrar os vários cenários propostos pela Aneel, para revisão da REN 482/2012 [11] na AP001 / 2019 [12], em um modelo típico de concessionária regulada (ou em uma concessionária equivalente para o País), isto poderia revelar os ganhos e perdas de
Figura 1 – Equilíbrio entre os interesses dos agentes em um Mercado Regulado de Distribuição de Energia Elétrica [2].
todos os agentes, bem como o bem-estar socioeconômico
(EWA
–
Socieconomic
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Welfare Added ou Bem-Estar Sócieconômico
[1] SOUZA, A. C. Z. ; BONATTO, B. D. ; RIBEIRO,
Agregado à Sociedade) resultante para cada
P. F. . Emerging Smart Microgrid Power Systems: Philosophical Reflections. In: Antonio Carlos Zambroni de Souza, Miguel Fernandes Castilla. (Org.). Microgrids Design and Implementation. 1ed.Switzerland AG: Springer International Publishing, 2018, v. , p. 505-528. [2] V. B. F. Costa, B. D. Bonatto, H. Arango, M. Castilla, “Analysis of ANEEL’s Regulation Proposals for Distributed Generation Based on the Optimized Tariff Model”, paper acepted for publication at CBQEE 2019 – Brazilian Power Quality Conference, São Caetano do Sul-SP, Sept. 01-04, 2019. [3] COSTA, V. B. F. ; ARANGO, H. ; BONATTO, B. D.. Economic Modeling: the Smart Market of Electricity with Utilities, Consumers and Prosumers. In: 13th IEEE/ IAS International Conference on Industry Applications INDUSCON 2018, São Paulo-SP, Nov. 11-14th, 2018. [4] LUSVARGHI, S. A. S. ; LIMA, J. W. M. ; BONATTO, B. D. . Modelo Econômico do Mercado Elétrico no contexto de Smart Grids - Regulação Técnicoeconômica, Redes Elétricas Inteligentes, Qualidade da Energia Elétrica, Valor Econômico Agregado. 1. ed. Saarbrücken, Alemanha: Novas Edições Acadêmicas, 2018. v. 1. 198p . [5] PEREIRA, L. C. ; ARANGO, H. ; BONATTO, B. D. . Modelo Econômico para Políticas de Incentivo às Energias Renováveis Mercado do Setor Elétrico - Geração Distribuída, Redes Elétricas Inteligentes, Prosumer, Bem-estar Socioeconômico. 1. ed. Saarbrücken, Alemanha: Novas Edições Acadêmicas, 2018. v. 1. 150p [6] ARANGO, H. ; BONATTO, B. D. ; ABREU, J. P. G. ; TAHAN, C. M. V. . The Impact of Power Quality on the Economy of Electricity Markets. In: Andreas Eberhard. (Org.). Power Quality. Rijeka, Croatia: Intech Open Access Publisher (www.intechweb.org), 2011, v. 1, p. 1-362. [7] ARANGO, H. ; BONATTO, B. D. ; ABREU, J. P. G. ; OLIVEIRA, T. C. ; BELCHIOR, F. N. ; TAHAN, C. M.
cenário. Qual é o EWA ótimo? Qual a melhor estratégia para o País no curto, médio e longo prazo? Como distribuir os ganhos econômicos e os riscos de forma justa e equilibrada entre os agentes, penalizando menos o consumidor ou o prosumer e reduzindo as tarifas em vez de aumentá-las continuamente? Assumindo EVA = 0, como estabelecido no atual modelo regulatório, quais são as políticas públicas para o setor elétrico que maximizam o EWA em um mercado de eletricidade renovável, sustentável e inteligente (renewable, sustainable and Smart Electricity Market)? Portanto, eis aí alguns dos desafios da pesquisa aplicada à realidade do setor elétrico nacional e internacional para reflexão conjunta. O autor agradece o apoio financeiro em parte da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil - Código Financeiro 001, CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - INERGE e FAPEMIG). Também expressa gratidão pelo apoio educacional da UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá e UPC Universitat Politécnica de Catalunya.
V. The Electricity Planning in Terms of Quality, Market Regulation and Corporate Governance. In: IX CBQEE – Brazilian Conference about Power Quality, 2011, Cuiaba-MT, Brazil. [8] ARANGO, L. G. ; ARANGO, H. ; DECCACHE, E. ; BONATTO, B. D. ; PAMPLONA, E. O.. Economic Evaluation of Regulatory Tariff Risk Planning for an Electric Power Company. JOURNAL OF CONTROL, AUTOMATION AND ELECTRICAL SYSTEMS, v. 30, p. 292-300, 2019. [9] ANEEL. Normative Resolution REN 482/2012. Available in: <http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ bren2012482.pdf>. Access in: 04/02/2019. [10] ANEEL. Public Hearing AP 001/2019. Available in: <http://www.aneel.gov.br/audiencias-publicas>. Access in: 21/03/2019
*Benedito Donizeti Bonatto é professor associado na UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá), em Minas Gerais – Brasil, no Instituto de Sistemas Elétricos e Energia, onde é um dos líderes do grupo Tecnologias Avançadas de Energia e Inovações em Sistemas e Redes Inteligentes. É vice-presidente da Sociedade Brasileira de Qualidade de Energia (SBQEE) e membro sênior do IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos). Atualmente, é professor visitante da Universidade Politécnica da Catalunha – UPC, Barcelona, Espanha, na EPSEVG (Escola Superior Politécnica da Engineria de Vilanova), na Geltrú. Obteve seu Ph.D. em Engenharia Elétrica e de Computação pela UBC (Universidade da Colúmbia Britânica), no Canadá, Mestrado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diploma em Engenharia Elétrica pela Escola Federal de Engenharia de Itajuba (EFEI), atualmente, UNIFEI. E-mail: benedito.bonatto@ieee.org
Proteção contra raios
Apoio
78
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Mais que DPS
Para mitigar problemas de sobretensões
circuito à jusante da proteção submetido à soma
transitórias em uma instalação elétrica de
das tensões mencionadas.
energia, além da correta especificação do
- Condutores devem seguir, no mínimo,
Dispositivo de proteção contra surtos (DPS),
prescrição
como visto na coluna da edição anterior, devem
fabricantes em relação a materiais e dimensões.
ser consideradas algumas particularidades. As
A ABNT NBR 5419 especifica a seção mínima
normas ABNT NBR 5410 e ABNT NBR 5419
para condutores de cobre de #16mm² para
recomendam o seguinte:
ligação do DPS tipo 1 e de #6mm² para ligação
normativa
ou
orientação
dos
do DPS tipo 2. - A instalação deve possuir um eletrodo de
- Conexões devem ser bem realizadas e estar
aterramento compatível com a topologia da
livres de corrosão.
instalação e que seja distribuído de forma a
- A coordenação entre os vários níveis de
proporcionar o escoamento efetivo e seguro
proteção deve ser realizada baseada no conceito
para o solo das correntes de surto que para ele
de ZPRs e deve considerar a suportabilidade
forem direcionadas.
dos componentes a serem protegidos dentro de
- Deve ser considerada proteção para surto modo
cada ZPR e o nível de proteção de tensão do
comum (tensão de isolação) e modo diferencial
DPS instalado na fronteira de montante da ZPR.
(tensão de imunidade). A compreensão do
- O posicionamento do conjunto de DPSs
esquema de aterramento praticado no segmento
no primeiro nível de proteção da instalação
da instalação é fundamental para a correta
elétrica depende diretamente do objetivo dessa
disposição do conjunto de DPS.
proteção. Quando o objetivo for a proteção
- As conexões entre elementos a serem protegidos,
contra sobretensões de origem atmosférica
DPS e componentes interligados ao aterramento
transmitidas pela linha externa de alimentação,
devem ser as mais curtas e retas possível. Para
a proteção contra sobretensões de manobra,
ligação nos quadros de distribuição, a ABNT NBR
ou sobretensões provenientes de descargas
5410 estipula distâncias máximas de meio metro
atmosféricas diretas atenuadas por proteção de
para o comprimento total do ramal desde o condutor
montante, os DPSs devem ser instalados junto
vivo até o barramento de equipotencialização.
ao ponto de entrada da linha, fronteira entre as
As diferenças de tensão nos trechos dos
ZPRs (zonas de proteção contra raios) 0B e
condutores que interligam o DPS ao circuito a ser
1 na edificação ou no quadro de distribuição
protegido variam em função da indutância desse
principal, localizado o mais próximo possível
condutor que, por sua vez, têm valor diretamente
desse local. Quando o objetivo for a proteção
proporcional ao comprimento do mesmo; assim,
contra sobretensões provocadas por descargas
quanto mais longo for o condutor de interligação
atmosféricas diretas sobre a edificação ou
do DPS ao circuito, maior será a queda de tensão
em suas proximidades, os DPSs devem ser
nesse trecho, podendo, facilmente, ultrapassar o
instalados no ponto de entrada da linha na
valor da tensão residual do DPS, deixando todo o
edificação, fronteira entre as ZPRs 0B e 1.
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
79
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE: 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/Cobei. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. | lrosito@tecnowatt.com.br
Eficiência e eficácia de luminárias públicas – A questão do lm/W inicial
Dando sequência nesta série de
utilizadas para obter uma eficácia inicial
anteriores, que realmente deveria ser
artigos sobre o tema iluminação, iremos
mais alta. Outro ponto é que esta é a
avaliada e estar descrita de forma clara
tratar da polêmica questão da eficácia de
eficácia inicial e o que deveria estar
para quem for projetar equipamentos
luminárias públicas que nos últimos anos
sendo avaliada é a eficácia ao longo
com tecnologia LED. O custo de uma
vem sendo muito utilizada como principal
da vida, até o final da vida declarada e
manutenção de uma luminária pública é
critério de seleção de luminárias públicas
avaliada, buscando uma taxa de falhas
muito maior que a diferença de preço de
em projetos, assim como está sendo
mais baixa possível. Esta taxa de falha
uma luminária com baixa taxa de falhas e
a principal especificação técnica em
e os critérios de avaliação das falhas
uma com alta taxa de falhas. O custo de
editais para execução de obras e compra
raramente são citados em termos de
uma manutenção pode representar até
direta de equipamentos de iluminação
referência para projetos e em editais de
25% do custo de uma luminária LED. O
pública com tecnologia LED.
aquisição de luminárias.
custo de manutenção ao longo da vida
A eficácia das luminárias públicas
O que realmente importa em uma
útil da luminária pode ser o diferencial
é definida pela quantidade total de luz
especificação técnica? Em termos de
na rentabilidade de um projeto de PPP
emitida, expressa em lumens (lm) pela
eficácia, além do lm/W, devemos avaliar a
de iluminação pública. E todos estes
potência elétrica expressa em Watts
distribuição fotométrica, índices máximos
fatores não estão contemplados quando
(W).
o
de ofuscamento e o atendimento dos
somente se avalia o lm/W.
lm/W, melhor seria a luminária e mais
índices luminotécnicos para cada projeto
eficiente. Esta conclusão não somente
em termos de iluminância, luminância e
energética em iluminação pública é muito
é teórica, como é bastante perigoso
suas respectivas uniformidades. Logo, a
mais que lumens por Watt. É um conceito
avaliar
Teoricamente,
quanto
maior
Qualidade de iluminação e eficiência
parâmetro.
eficácia inicial não consegue definir qual
que deve ser mais discutido em termos
Frequentemente, o lm/W é visto como
o melhor produto para cada aplicação.
de
um
somente
este
projeto
luminotécnico,
conforto
na
Também devemos avaliar qual seria o
visual, engenharia financeira, refletindo
verdade, é a junção de dois parâmetros
melhor fator de depreciação dos lumens
o uso de especificações mais claras dos
quantitativos em termos de quantidade
possível de se obter com uma boa
produtos que farão os projetos serem
de luz e potência. O que tem ocorrido
relação custo benefício do produto e
mais eficientes ao longo do tempo de
é que para obter um maior lm/W, os
como comprovar este índice.
sua utilização. O conceito de RBC/RCB
equipamentos acabam se tornando mais
Devemos estudar a fundo o que
nos projetos de eficiência energética
simplificados em termos de tipos de LED,
realmente se torna eficiente nos dias
está cada vez mais ultrapassado e
ópticas (lentes), equipamentos auxiliares
de hoje, em termos de depreciação
deve
e, consequentemente, fotometria, bem
máxima do fluxo luminoso, taxa de falhas
por novos critérios que levem em conta
como demais componentes e acessórios
por depreciação dos lumens(B), falhas
o desempenho real do sistema e não
para compensar a aplicação de técnicas
abruptas (C) e soma das duas falhas
somente a eficácia inicial.
índice
qualitativo
quando,
ser
gradativamente
substituído
80
Redes subterrâneas em foco
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Daniel Bento é engenheiro eletricista com MBA em Finanças e certificação internacional em gerenciamento de projetos (PMP®). É membro do Cigré, onde representa o Brasil em dois grupos de trabalho sobre cabos isolados. Atua há mais de 25 anos com redes isoladas, tendo sido o responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. É diretor executivo da Baur do Brasil | www.baurdobrasil.com.br
O que os 15GW da geração eólica têm a ver com as redes subterrâneas no Brasil? “Navegar é preciso, viver não é preciso”.
seja necessária a construção de uma extensa
delta, descargas parciais e outras para
Foi Fernando Pessoa que eternizou esta
rede elétrica para coletar toda a eletricidade
conhecer os riscos dos seus ativos e
frase em um de seus poemas, porém foi
produzida, até um ponto de conexão com o
atuar preventivamente, evitando, com isso,
outro Fernando, ou melhor, foi no arquipélago
sistema elétrico.
potenciais falhas.
de Fernando de Noronha (PE) que o Brasil
Nos
começou a “navegar” em busca de outras
itens muito relevantes, considerando ainda
da
formas de geração de energia, através dos
que a maioria dos parques está instalada perto
pelo crescimento das redes subterrâneas
ventos. Isso aconteceu há quase 30 anos
do mar, e o efeito disso é uma alta salinidade,
nas redes coletoras, isso não só aqui no
(1992). Na década seguinte, aprendemos
onde toda a rede elétrica fica exposta, o
Brasil, mas no mundo. Para subsidiar as
a construir parques eólicos, e em 2019, o
que pode gerar um aumento significativo
manutenções, muitos estudos e pesquisas
Brasil chegou a 15GW instalado e a energia
nas manutenções e interrupções. Por conta
estão sendo realizados em várias partes
eólica se tornou a segunda fonte de energia
disso, investidores prudentes constroem as
do mundo, como por exemplo, a empresa
do País.
redes coletoras dos parques eólicos na forma
Baur, com sede na Áustria, juntamente
No mundo, os primeiros registros de
subterrânea, que apresenta confiabilidade e
com uma concessionária da Coreia do
usinas de geração de energia utilizando
disponibilidade dezenas de vezes superior
Sul, desenvolveram um software (statex®)
a força dos ventos, com capacidade para
às das redes aéreas e não estão expostas à
utilizando conceitos de Big-data que estima
alimentar grandes regiões, datam do início da
salinidade do ar e a intempéries.
a vida remanescente de cabos em operação.
década de 80. Portanto, quando comparamos
Estima-se que nas mais de 600 usinas
Outro exemplo é o grupo de estudos do Cigré
com outras fontes, como a hídrica, com mais
eólicas existentes no País, tenham sido
(WG – B1.58), onde representantes de mais
de 120 anos de história, a fonte eólica é
instalados mais de 10 mil quilômetros
de 20 países (pesquisadores e especialistas),
realmente um jovem disputando espaço em
de cabos elétricos de média tensão para
inclusive, do Brasil, estão confeccionando
meio a veteranos.
A confiabilidade e disponibilidade são
próximos
energia
eólica
anos, será
o
crescimento acompanhado
construir as redes coletoras. Isso não é pouco
uma brochura técnica sobre diagnósticos em
uma
quando observamos a distribuição de energia
cabos isolados de média tensão.
característica muito diferente em relação
elétrica na forma subterrânea no Brasil, com
às suas irmãs veteranas, que se refere ao
mais de 100 anos e aproximadamente 13 mil
parques eólicos no Brasil dos últimos anos
fato de que ela possui muitos geradores de
quilômetros, ou seja, somente um pouco mais
foi beneficiada pela experiência do País em
potência pequena, quando comparado com
de cabos isolados instalados do que nos
possuir este tipo de instalação nas grandes
usinas hidroelétricas e térmicas que possuem
parques eólicos.
cidades, tendo em vista todo o conhecimento
poucas unidades geradoras de potência
Como Sapiens que somos, aprendemos
em projetos, equipamentos, cabos de média
elevada.
com os mais experientes e muitos gestores
tensão, acessórios e manutenções. Com
Uma única unidade geradora da usina de
dos parques eólicos começaram a realizar
isso, foram construídas redes coletoras
Itaipu é equivalente a 350 geradores eólicos
manutenções preditivas em vários elementos
mais robustas e com maior disponibilidade
de capacidade típica utilizada no Brasil. Essa
e, principalmente, nos cabos isolados de
e confiabilidade para a energia que vem do
característica das usinas eólicas faz com que
média tensão, com medições de tangente
vento!
As
usinas
eólicas
possuem
A expansão das redes subterrâneas nos
Quadros e painéis
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
81
Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP); Doutor em Business Administration pela Florida Christian University; membro da ABNT/CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros Elétricos | nunziante@gimi.com.br
O aperto e o reaperto! Analisando-se aos olhos das normas técnicas
painel acaba de ser verificado em fábrica, não é
de construção de conjuntos de manobra e
necessário reapertar aquilo que não foi desmontado
controle em alta e baixa tensão, as NBR IEC
para transporte, o que configura um ledo engano!
62271-200 e NBR IEC 61439-1, além das
normas de instalações elétricas de alta e baixa
entradas, o que, por óbvio, não configura uma
tensão, as NBR 14039 e NBR 5410, temos
vantagem, é absolutamente necessário o reaperto
muitas recomendações sobre conexões, métodos
geral de todas as conexões, pois um único ponto
de realização, verificação e manutenção dessas
de contato negligenciado neste momento poderá
que são, sem sombra de dúvida, uma das maiores
ser o algoz de um ponto de aquecimento anormal,
causas de falhas em conjuntos de manobra
fonte de calor e de degradação dielétrica, que
de alta e baixa tensão. Vamos analisar sob três
evoluirá para uma falência do isolante.
pontos de vista: equipamentos novos em fábrica,
Vencida a etapa da instalação – onde
equipamentos novos em campo e equipamentos
minha recomendação já é clara acima, de que
sob manutenção preventiva ou corretiva.
todas as conexões devem, obrigatoriamente, ser
Independentemente da qualidade das nossas
Quando uma instalação nova, uma reforma
reapertadas quando o quadro é instalado em sua
ou uma ampliação de uma instalação existente
localização definitiva –, também é absolutamente
exige a aquisição de um conjunto de manobra e
necessário o estabelecimento de um plano de
controle de alta ou de baixa tensão, isso requer
manutenção preventiva onde, periodicamente,
que este equipamento seja construído segundo
deverão ser reapertadas as conexões. Segundo
as últimas versões das normas de construção
a cláusula 8 da NBR 5410, por exemplo, a
aplicáveis.
periodicidade
Dessa
forma,
entende-se
que,
das manutenções deve
ser
adquirindo-se um equipamento de um fabricante
adequada a cada tipo da instalação. Assim sendo,
idôneo e conhecedor das boas práticas de
a periodicidade deve ser tanto menor quanto
engenharia, os parafusos e outros métodos de
maior a complexidade da instalação, seja pela
aperto dos contatos elétricos desse conjunto
quantidade ou pela diversidade de equipamentos.
receberão especial atenção quanto ao aperto
Dessa forma, os conjuntos de manobra precisam
dessas conexões, segundo as recomendações e
ser verificados em sua estrutura, componentes,
padrões do próprio fabricante. Durante a inspeção
equipamentos móveis etc.
e ensaios de rotina, todas essas conexões são
Uma cláusula específica dos condutores
verificadas e certificadas. A partir daí, temos uma
também é prevista na mesma norma, que é a
questão muito importante: o transporte!
8.3.1, que recomenda expressamente a inspeção
Os conjuntos podem ser transportados
do estado da isolação dos condutores e de seus
completamente montados ou separados em
elementos de conexão, fixação e suportes, com
módulos de transporte. Quando esses conjuntos
vista a detectar sinais de aquecimento excessivo,
são colocados em seus locais definitivos de
rachaduras e ressecamentos, verificando-se se a
instalação,
fixação, identificação e limpeza se encontram em
necessariamente,
precisam
ser
reapertados completamente, independente se
boas condições.
foram transportados montados ou separados.
Portanto, o aperto é importante, mas o
Essa é uma questão bastante negligenciada nas
reaperto é essencial!!!
instalações, visto que se presume que, como o
Boa leitura!
82
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
A sempre necessária confiabilidade das instalações elétricas. Estamos preparados?
O tema está sempre na agenda das áreas de geração,
por desligar estas cargas, interrompendo processos que para
transmissão e distribuição de energia elétrica (GTD) que planejam
serem reiniciados poderão durar algumas horas, causando
suas estruturas e investimentos em função de conhecidos
prejuízos muitas vezes incalculáveis. Não se trata, neste caso,
indicadores. Aspectos de disponibilidade dos sistemas, taxas
apenas de instalações que atendam hospitais, data centers,
de falha, tempo de reparo, tempo médio entre falhas e outros
instituições financeiras, mas, por exemplo, processos industriais
são previstos e medidos nos sistemas de suprimento como rotina
que dependem de cargas de tecnologia de informação em seus
básica de operação.
controles operacionais.
Pelo lado dos consumidores, as instalações ou parte delas
que contemplam cargas consideradas de “missão crítica”,
Processadores e sistemas de controle são particularmente
sensíveis a estas falhas de suprimento e causam falhas no
normalmente merecem de seus responsáveis cuidados especiais em suas concepções e investimentos relativos. A primeira questão a ser tratada seria a definição do que seriam estas cargas de missão crítica. Os aspectos de segurança e proteção de pessoas que ocupam as edificações por tempos longos merecem cuidados na concepção das instalações, cargas relacionadas a estes aspectos devem, então, se manter operacionais na falha de suprimento, seja da distribuidora ou mesmo da própria instalação como em algum defeito de componentes, é o caso da preservação das cargas que compõem o sistemas de iluminação e ventilação de rotas de fuga, ou mesmo bombas em caso de incêndio, ou algum outro evento em instalações tipicamente industriais, como vazamento de gases tóxicos.
Outro aspecto a ser tratado considera a preservação da
alimentação de cargas relacionadas aos processos, merecendo análise de pontos fracos da instalação no suprimento a estas cargas. Diferentemente do aspecto tratado no item anterior, onde alguns instantes sem suprimento podem ser até tolerados, estas cargas possuem baixa imunidade e desvios da qualidade da tensão de alimentação pelas fontes de energia acabam
Figura 1 – Curva ITIC.
83
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
processo se não foram adequadamente alimentados. A curva ITIC apresentada na figura 1, que foi desenvolvida há mais de 20 anos para alimentação de cargas de tecnologia de informação, é uma das referências que apresentam o modelo da imunidade das cargas. Os registros de tensão de alimentador industrial representados nas figuras 2 ilustram uma variação de tensão de curta duração em valores limítrofes aos de uma interrupção que desliga as cargas não imunes ao fenômeno como as cagas TI em período da ordem de 500 milissegundos.
Note-se que não se trata simplesmente de atender estas
cargas com fontes de contingência, como geradores ou UPS, com baterias estacionárias, mas fundamentalmente como estes são inseridos na topologia do sistema elétrico desde as fontes até as cargas. Esta análise deve ser efetuada em função do que alguns autores tratam como” árvore de falha”, ou seja, as fontes, linhas elétricas, painéis de distribuição e outros componentes devem preservar uma topologia que garantam ao sistema elétrico o que foi tratado por Georges Zissis em recente publicação como R3: (Reliability, Robustness and Resilience), ou em tradução, livre confiabilidade, robustez e resiliência. Estes conceitos permitem construir instalações e sistemas elétricos que sejam capazes de manter as cargas operando no caso de alguma falha, que em Figura 2 – Registro de VTCD em alimentação industrial. Fonte: Ação Engenharia e Instalações.
Chegou o reconhecimento dos melhores projetos regionais - Edição Cuiabá.
DATA LIMITE: 18 DE OUTUBRO DE 2019 +55 (11) 3872-4404
(11) 98433-2788
condições normais desligariam as mesmas. A indústria 4.0 deve estar atenta a estas necessárias mudanças de conceito.
84
Instalações Ex
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br
Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos, controle e mitigação – Parte 03/08
3. Os riscos de ignição relacionados com a geração e o acúmulo de eletricidade estática em atmosferas explosivas
geração de eletricidade estática em áreas classificadas, podem ser citados o fluxo de líquidos inflamáveis ou poeiras combustíveis em tubulações e equipamentos de processo, o contato e separação de sólidos, por
A geração e o acúmulo de cargas
exemplo,
eletrostáticas podem dar origem a riscos
transportadoras ou em filmes plásticos
e problemas em uma ampla gama de
sobre rolos, a movimentação de pessoas
indústrias e ambientes de trabalho, podendo
e o fenômeno de indução, devido a objetos
provocar a ignição e explosão em indústrias
que atingem um elevado potencial elétrico
de
ou ficam carregados eletrostaticamente por
processos
químicos,
farmacêuticos,
no
movimento
de
correias
petroquímicos, silos de armazenamento de
estarem no interior de um campo elétrico.
grãos e de processamento de alimentos.
Uma das fontes primárias da geração
tubulações e equipamentos de processo
de cargas eletrostáticas é o carregamento
devido à movimentação de fluidos em seu
por
interior é representada simplificadamente na
contato
entre
diferentes
materiais,
ocasionando a eletrificação por contato.
O acúmulo de cargas eletrostáticas em
figura a seguir.
Nos frequentes casos de dois materiais ou substâncias previamente não carregadas entrarem em contato, como nos casos de transferência de materiais líquidos, sólidos ou na forma de poeira, ocorre, geralmente, uma transferência de cargas eletrostáticas na área
Distribuição uniforme de cargas elétricas em tubulação sem fluxo de fluido em seu interior.
de fronteiras em comum entre estes materiais. Além disto, no momento da separação destes materiais, cada superfície se carrega de uma carga igual, de polaridade oposta, gerando eletricidade estática. Como exemplos de mecanismos de
Concentração de cargas elétricas em tubulação com fluxo de fluido gerando potencial eletrostático.
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Podem
ser
citados
também
objetos;
como
exemplos típicos de carregamento eletrostático
• Choques eletrostáticos com riscos de
em líquidos o fluxo de um líquido através de
ferimentos graves ou mesmo de perda de
tubulação, bomba ou filtro, ocasionando a
vida;
agitação e a atomização do líquido. Se o
• Danos a componentes eletrônicos.
líquido contém uma segunda fase imiscível na forma de sólidos finos em suspensão ou
Uma
líquidos finamente dispersos ou bolhas de ar,
quando o potencial do campo eletrostático
o carregamento eletrostático é elevado, em
ultrapassa a rigidez dielétrica do material movimentação de pessoas;
quando a força do campo elétrico excede o
se tornar carregados por meio de indução,
• O armazenamento, manuseio e movimentação
nível de dielétrico do ar atmosférico (da ordem
nos casos onde estes objetos tenham estado
de sólidos e poeiras combustíveis, incluindo o
de 10 a 20kV/cm) em condições ambientais
no interior de um campo elétrico produzido
transporte pneumático;
normais.
por outros objetos carregados, ou devido a
•
condutores com um alto potencial elétrico
movimentação de líquidos inflamáveis;
podem levar a uma ignição eletrostática,
presentes ao seu redor.
• A manipulação de gases e vapores
dependendo das características (como a
Todos os objetos podem também se
inflamáveis em altas pressões e vazões.
Energia Mínima de Ignição – MIE) dos gases
manuseio
por
dielétrico. Uma descarga eletrostática ocorre
•
armazenamento,
causados
ocorre
O
eletrostáticos
eletrostática
função da grande área de interface. Os objetos condutivos podem também
Riscos
descarga
e
Diversos tipos de descargas eletrostáticas
inflamáveis ou poeiras combustíveis que
tornar carregados eletrostaticamente, se
se acumularem sobre estes objetos.
riscos de ignição causados pela geração ou
em área classificada.
pelo acúmulo de cargas eletrostáticas em
áreas classificadas:
de fontes de ignição em áreas classificadas,
Dentre os problemas associados com a
geração e o acúmulo da eletricidade estática
Podem ser citados como exemplos dos
estiverem presentes no local da instalação,
partículas carregadas ou moléculas ionizadas
a
em áreas classificadas, podem ser citados os
•
Falhas
no
sistema
de
aterramento
equipotencialização
de
eletricidade
estática
pode
também
atmosferas
apresentar problemas operacionais durante
explosivas contendo gases inflamáveis ou
os processos de fabricação e manuseio,
poeiras combustíveis;
como por exemplo, provocando a aderência
•
seguintes:
Além dos riscos relacionados à geração
Ignição
ou
explosão
de
máquinas,
• Choque eletrostático em combinação com
dos materiais uns aos outros, ou atraindo
equipamentos de processo e de instalações
outros riscos de geração de fontes de ignição,
poeiras ou materiais particulados.
industriais;
como quedas, impactos ou separação de
e
Continua na próxima edição.
Memórias do Setor
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
Por Danieli Giovanini* Fotos: Guilherme Gaensly - Acervo Fundação Energia e Saneamento
Armazéns da Companhia Comércio e Navegação totalmente destruídos pelo bombardeio aéreo das tropas legalistas federais, durante a Revolução de 1924.
Foto feita da esquina da rua Líbero Badaró com a avenida São João em direção oeste. Data: 12/1921.
A energia e a cidade: São Paulo pelas lentes de Guilherme Gaensly como fotógrafo, em seu próprio estúdio,
energia elétrica. No período em que atuou
da Fundação Energia e Saneamento são
em sociedade com Rodolpho Lindemann –
na Light (de 1900 a 1925), registrou em
as fotografias de autoria de Guilherme
o estúdio Gaensly & Lindemann. Em 1894,
suas imagens as obras e os serviços da
Gaensly. As lentes atentas de Gaensly
se mudou para São Paulo, estabelecendo
empresa, com a finalidade de documentá-
captaram, além da paisagem urbana, a
o seu estúdio, ainda em parceira com
los nos relatórios anuais, uma forma de
trama complexa da cidade de São Paulo
Lindemann, na Rua XV de Novembro. Em
prestação de contas da empresa canadense
no início do século XX.
fins de 1899 e início de 1900, terminou
com sua sede e com os órgãos oficiais.
Gaensly nasceu na Suíça, em 1843.
a sociedade e iniciou trabalho como um
Aos cinco anos de idade, emigrou com
dos fotógrafos oficiais da The São Paulo
pelo capital oriundo da economia cafeeira,
a família para Salvador (BA). Nessa
Tramway Light and Power Company Ltd,
a cidade de São Paulo viveu a sua
cidade, cresceu e estudou. Na década
empresa responsável pela instalação dos
Belle Époque. Nesse contexto, ocorreu
de 1870, iniciou o ofício de fotógrafo,
serviços de infraestrutura urbana, como
o desenvolvimento urbano da capital
primeiramente, como assistente, e depois,
serviços de telefonia, gás, transporte e
paulista, com a emergência de uma elite
Um dos acervos mais emblemáticos
No início do século XX, impulsionada
87
O Setor Elétrico / Setembro de 2019
(marcada pelo estilo de vida urbano burguês); a disponibilidade de mão de obra, em razão do volume de imigrantes que chegaram à cidade a partir das últimas décadas do XIX; a utilização da energia elétrica (a inauguração da Usina de Parnaíba, primeira hidrelétrica da Light no País, ocorreu em 1901); e com a rede ferroviária ligando o interior do Estado ao Porto de Santos.
Ao desenvolver o trabalho de
documentação fotográfica para a Light,
Largo do Tesouro, atual praça Padre Manuel da Nóbrega, em sua confluência com a rua General Carneiro, tendo ao centro multidão ao redor do primeiro carro da linha de bonde Penha. Data: 02/01/1901.
Obras de assentamento de trilho na rua 25 de Março, em trecho próximo ao Mercado Caipira. Data: 05/07/1899.
Rua Quinze de Novembro, nesta tomada em direção à Praça da Sé. Ao centro, entroncamento da atual rua da Quitanda. Data: 15/07/1901.
Rua do Seminário, em obras de assentamento de trilhos, tendo ao fundo a construção metálica do Mercadinho São João. Data: 10/02/1900.
Estação de Luz, nesta tomada em direção oeste, destacando o logradouro - a Praça da Luz - entre o edifício e o Jardim da Luz, vendo-se obras no leito da linha de bonde que passa pelos pontilhões que correspondem a passagem da atual avenida Tiradentes em sua conexão com rua Florêncio de Abreu. Data: 12/04/1902.
Rua São Bento, no trecho entre o cruzamento da rua São João e Largo São Bento, ao fundo, nesta tomada que registra, provavelmente, a instalação de sistema de distribuição de energia para posterior assentamento de trilhos. Data: 20/02/1900.
Gaensly acabou por realizar uma extensa e vasta memória visual de São Paulo, extremamente significativa do ponto de vista da preservação da memória urbana, arquitetônica e cultural da capital paulista. Embora a cidade tenha sido coadjuvante nessas fotografias, como a história da energia em São Paulo se confunde com a própria história da cidade, o fotógrafo acabou por captar um espírito de modernidade paulista, registrando a imponência dos novos edifícios de arquitetura eclética, os equipamentos públicos e as obras de infraestrutura urbana, além da velocidade e o fluxo acelerado.
Mas por que falar de fotografia?
Durante muito tempo, houve o domínio do documento manuscrito como fonte histórica, mas essa dinâmica mudou e a história passou a contar com outras fontes documentais, expandindo a própria percepção de arquivo e de acervo. Nesse contexto, as fotos são utilizadas cada
que temos em nosso imaginário sobre
vez mais como documentos históricos,
São Paulo nas décadas de 1910 e 1920
testemunhos de determinada época e
foi formado a partir das fotos de Gaensly,
cultura. Ao serem analisadas em conjunto
que são amplamente conhecidas por sua
com as demais fontes históricas, permite
qualidade técnica e estética, além de terem
novas possibilidades de interpretação
sido replicadas em diversos materiais,
da realidade ali retratada, recuperando
como álbuns, publicações e cartões
micro-histórias presentes nas imagens e a
postais. Como não poderia deixar de ser,
História do Cotidiano.
ele se tornou uma das grandes fontes para
pesquisa sobre a história imagética de São
A cidade de São Paulo não teve,
historicamente, um projeto institucional
Paulo.
de documentação fotográfica de suas
transformações ao longo do tempo, com
possui o maior acervo conhecido de
rigor, critério e metodologia. Muito do
Guilherme Gaensly, com 781 imagens
A Fundação Energia e Saneamento
entre assinadas e atribuídas, já digitalizadas e disponíveis para consulta no site. Os pesquisadores e interessados em acessar esse ou outros conteúdos históricos podem realizar agendamento gratuito na Fundação pelo e-mail: pesquisa@energiaesaneamento.org.br ou através dos telefones: 11 3395-5508 e 11 3224-1489. *Danieli Giovanini é historiadora e analista do Núcleo de Documentação e Pesquisa da Fundação Energia e Saneamento. Site: energiaesaneamento.org.br
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O Setor Elétrico / Setembro de 2019
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