Ano 14 - Edição 165 Outubro de 2019
Edição especial CINASE - MT SNPTEE
Dimensionamento e compensação da energia gerada Como dimensionar o sistema solar com base na regulamentação brasileira
Análise da qualidade dos materiais utilizados em sistemas de aterramento de linhas de transmissão Saiba da importância do uso de ferramentas e metodologias adequadas para estimar o desempenho das linhas de transmissão e mitigar problemas existentes
Cobertura especial – CINASE Edição Pernambuco | Região Nordeste De volta ao Estado pela quarta vez desde sua criação, o evento garantiu aos participantes dois dias intensos de aprendizado técnico, boas negociações e amplo networking
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Coordenação de circulação, pesquisa e eventos Marina Marques – marina@atitudeeditorial.com.br Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br
Suplemento Renováveis
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Fascículo: Dimensionamento e compensação da energia gerada Geração distribuída: Inovação na geração – Chesf Notícias de mercado Coluna solar: Mais respeito aos consumidores da geração distribuída Coluna eólica: Hora de falar de novos modelos de negócios
Representantes Paraná / Santa Catarina Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br (41) 3027-5565 Direção de arte e produção Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br
6
Editorial
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Coluna do consultor A necessária resiliência do ponto de conexão
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Evento – CINASE – Edição Pernambuco | Região Nordeste A 36ª edição do evento garantiu aos participantes dois dias intensos de aprendizado técnico, boas negociações e amplo networking
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Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos
35
Fascículos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão
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Pesquisa O crescimento do mercado de distribuição de materiais elétricos deve ser de 10% em 2019, estando relacionado a projetos de infraestrutura e ao retorno da confiança de investidores
76
Destaque Prêmio OSE Eficientização do Sistema de Iluminação no Shopping Iguatemi Caxias do Sul (RS) com contrato de desempenho
80
Cinase TEC Análise da qualidade dos materiais utilizados em sistemas de aterramento de linhas de transmissão, com úteis aplicações dos condutores bimetálicos
86
Espaço 5419 A proteção contra descargas atmosféricas em áreas explosivas
88
Espaço SBQEE Considerações sobre Ocorrências de Faltas Simultâneas em Sistemas Elétricos (Cross-Country Faults)
Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos Colaboradores desta edição Alcides Codeceira Neto, Antônio Roberto Panicali, Cristian Sippel, Daniel Bento, Dione Soares, Elbia Gannoum, Éverson Júnior de Mendonça, Fernando Augusto Campanharo Costa, Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr., Galeno Lemos Gomes, Hans Rauschmayer, Jobson Modena, José Barbosa, José Bione de Melo Filho, José Starosta, Luciano Rosito, Marta Baltar Alves, Nelson Clodoaldo de Jesus, Nunziante Graziano, Odair Deters, Paulo E. Q. M. Barreto, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: jaroslava V | shutterstock.com Impressão - Mundial Gráfica e Editora Distribuição - Correios Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda. Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Filiada à
90 92 93 94 96
Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Luciano Rosito – Iluminação pública Nunziante Graziano – Quadros e painéis José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
3
Editorial
6
O Setor Elétrico / Outubro de 2019 Capa ed 165_C.pdf
1
22/10/19
11:11
www.osetoreletrico.com.br
Ano 14 - Edição 165 Outubro de 2019
Edição especial CINASE - MT SNPTEE
Dimensionamento e compensação da energia gerada Como dimensionar o sistema solar com base na regulamentação brasileira O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 165 – Outubro de 2019
Análise da qualidade dos materiais utilizados em sistemas de aterramento de linhas de transmissão Saiba da importância do uso de ferramentas e metodologias adequadas para estimar o desempenho das linhas de transmissão e mitigar problemas existentes
Cobertura especial – CINASE Edição Pernambuco | Região Nordeste De volta ao Estado pela quarta vez desde sua criação, o evento garantiu aos participantes dois dias intensos de aprendizado técnico, boas negociações e amplo networking
Edição 165
Por um futuro sustentável
O mercado brasileiro de energias renováveis está
presentes e que o País está reagindo contra o temido estado
entrando na reta final do ano de 2019 com bons motivos para
de estagnação. As constatações obtidas durante a realização
comemorar e vislumbrar um futuro mais promissor. Isso porque
da 36ª edição do Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE),
no dia 18 de outubro de 2019, foi realizado, em São Paulo, o
que aconteceu em Recife (PE), ratificam, de maneira unânime,
Leilão de Geração nº 04/2019 (A-6), o qual movimentou, ao
essa nova realidade que aponta para a inevitável diversificação
todo, R$44 bilhões em contratos, equivalentes ao montante
da matriz energética a partir do uso de energias renováveis,
de 250.148.822MWh de energia. Como resultado, as
principalmente, da solar e da eólica, alvos da maioria dos
contratações viabilizam investimentos de R$11,2 bilhões e a
projetos já em andamento ou previstos para os próximos anos.
geração de 21 mil empregos, o que demonstra que esse setor
tende a crescer de forma significativa.
evento, na qual você poderá se inteirar da discussão dos
principais temas que regem o segmento de energia, saber
Os empreendimentos somarão 2,9GW em capacidade
Trouxemos, neste exemplar, a cobertura completa do
instalada, um volume que superou as expectativas do mercado,
como está o desenvolvimento do mercado nordestino
segundo a opinião de especialistas. Foram contratadas 91
e acompanhar a evolução das últimas tecnologias em
usinas que serão implementadas em 15 Estados, sendo 75%
instalações elétricas de baixa, média e alta tensão.
de fontes renováveis, o que nos dá a clara dimensão do
potencial do mercado de renováveis e do interesse por parte
mercado de eletricidade, o CINASE-PE proporcionou aos
de investidores. Destes 91 empreendimentos de geração, 27
participantes dois dias intensos de puro aprendizado técnico
foram hídricos, 44 usinas eólicas, 11 usinas solares fotovoltaicas
e atualização tecnológica, além de oportunidades de geração
e nove usinas térmicas, sendo seis movidas a biomassa e
de negócios e muito networking. Não deixe de conferir todas
três a gás natural, o que soma 1.155MW médios de energia
as novidades trazidas na matéria escrita por mim, que tive o
contratada. As usinas deverão iniciar o fornecimento de energia
privilégio de estar presente no principal ponto de encontro
elétrica a partir de 1º de janeiro de 2025.
da engenharia elétrica do País e receber uma enxurrada de
conhecimento teórico e prático, o que me permitiu expandir
Foram contratados empreendimentos em todas as regiões
Consagrado como o ícone, ou ainda, a referência no
do Brasil, com destaque para Bahia (26), Rio Grande do Norte
meus horizontes e produzir, em primeira mão, todo o
(14) e Santa Catarina (11). Participaram do certame, como
conteúdo especialmente a você, querido leitor.
compradoras da energia, nove concessionárias de distribuição,
Saboreie nossas páginas!
sobressaindo-se a Light (449,1MW médios) e a Cemig (175,7MW médios).
Abraços,
Luciana Freitas
Todo este cenário indica que os sinais da economia estão
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Errata Diferentemente do que foi publicado na página 44 da edição de setembro (164), o símbolo correto é IB e não Ib conforme informado.
Revista O Setor Elétrico
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Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
A necessária resiliência do ponto de conexão
Na coluna “energia com qualidade” da edição do mês passado (setembro de
2019), abordávamos a necessária lição de casa dos gestores de infraestruturas que alimentam cargas consideradas de missão crítica ou cargas que, da mesma forma, não podem ser interrompidas, pois estão inseridas em contexto de produção seriada ou semelhante, e sua parada, mesmo que durante alguns instantes, causará prejuízos (de produção, de mão de obra parada e outros) considerados inaceitáveis.
A questão a ser aqui tratada, considera a necessária qualidade e confiabilidade
de fornecimento de energia por parte das distribuidoras onde plantas industriais e prédios comerciais estão conectados. O modulo 8 do prodist – ANEEL apresenta a necessária atenção aos regimes permanentes (valores integrados) e transitórios (VTCDs), indicando os limites de atendimento. O atendimento a estes limites não requer verificação ou pagamento de multas pelas distribuidoras. Em algumas avaliações efetuadas nestes pontos de acoplamento ou de conexão dos consumidores junto as distribuidoras, observa-se simultaneamente a existência de distúrbios que ocorrem também nos sistemas de transmissão e rede básica, aumentando em primeira analise a responsabilidade dos envolvidos nos processos, já que os distúrbios seriam originados a montante da responsabilidade das distribuidoras.
De uma forma geral, os clientes das distribuidoras seriam clientes indiretos
das empresas de transmissão e mereceriam a atenção necessária da mesma forma que as primeiras, apesar de a maioria das causas estar associada e ser apontada como da própria distribuição. Os investimentos que são efetuados nos circuitos de distribuição com a instalação de religadores e redes compactas reduzem as transgressões, mas merecem melhoria contínua de forma a atender os consumidores cada vez mais dependentes de sistemas de processo baseado em cargas de tecnologia de informação. O desempenho da distribuidora (e de suas supridoras) são muito relevantes para que os consumidores definam as melhores localidades para instalar suas plantas levando em conta as qualidades de produto e serviço do suprimento de energia. Este movimento certamente levará outros interessados, como as próprias prefeituras, a se preocuparem com o tema. Ações de controle e mitigação deverão ser tomadas pelo bem da produtividade de nossas indústrias.
Evento
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O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Por Luciana Freitas Fotos: Débora Acyole
Após ter viajado pelos Estados de Santa Catarina e de Minas Gerais em 2019, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) chegou à cidade de Recife, em Pernambuco, entre os dias 2 e 3 de outubro, mobilizando toda a cadeia elétrica local e nacional. Inúmeros profissionais e estudantes
Edição Pernambuco agita a Região Nordeste
da área participaram da 36ª edição, a qual contou com cerca de 1.200 participantes, 31 empresas patrocinadoras e importantes apoiadores da região, fundamentais para o êxito e realização do evento. Os congressistas lotaram o auditório
De volta ao Estado pela quarta vez desde sua
nos dois de encontro e desfrutaram de
criação, o evento garantiu aos participantes
composta por 50 palestras, ministradas
dois dias intensos de aprendizado técnico, boas negociações e amplo networking
uma
intensa
jornada
de
conhecimento
por especialistas e patrocinadores, que abordaram temas relevantes da atualidade, como: Energias Renováveis (Solar e Eólica); Smart Grid; Eficiência Energética; Redes
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O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Subterrâneas; Indústria 4.0; Internet of Things
todas as entidades e empresas regionais.
em parceria com a Dimensional, Clamper,
(IoT); BIM nos Projetos Elétricos, entre outros
Desta forma, envolvemos toda a cadeia
Cordeiro, Denis Cimaf, Dutotec, Elétrica PJ,
que regem o segmento.
elétrica, como concessionárias de energia,
Grupo Eletrobras, através das empresas
Na abertura do evento, o diretor da revista
Senais, universidades, revendas e indústrias
Chesf e Furnas, Embrastec , Epcos TDK,
O Setor Elétrico e do CINASE, Adolfo Vaiser,
locais. É um trabalho a seis mãos e que dá
FLIR Systems, Frontec, Grupo Gimi através
justificou o modelo de concepção do evento
resultado”, celebrou Simone Vaiser, diretora
das marcas Gimi e Gimi Pogliano, Grupo
ao afirmar que o fato de ser itinerante e sair
da revista O Setor Elétrico e organizadora do
A.Cabine,
do eixo São Paulo-Rio, permite com que seja
CINASE.
Nexans, Neocable, Otus X, RDI Bender, Rittal,
preenchida uma carência técnica que existe
Schneider Electric, SEL, Siemens, Soprano,
Brasil afora. “Com essa conotação, criamos
a indústria elétrica, a qual comprou a
TAF, Techno, Trael, Tramontina e WEG.
um evento que leva para cada região por
ideia desse modelo de evento, exerce um
Os
onde passa, a chance de o profissional se
papel essencial e determinante. A Edição
suma importância para a concretização e
atualizar com o que há de mais recente em
Pernambuco contou com o Patrocínio Master
repercussão regional do CINASE. Foram eles:
tecnologia elétrica”, declarou.
de BRVAL Electrical e com o patrocínio da
Associação Brasileira da Indústria Elétrica
ABB, Beghim, Brasformer/Braspel, Centelha
e Eletrônica de Pernambuco (Abinee-PE),
O mercado já estava fatigado de tantas
Para tornar possível todo esse sucesso,
Grupo
apoiadores
Intelli,
IFG,
também
KitFrame,
foram
feiras tradicionais, e o modelo do CINASE – que também é utilizado por diversas empresas multinacionais do segmento – demonstra o sucesso a ser seguido. “Um congresso técnico com exposição simultânea, onde todos os estandes são padronizados, o que permite que o foco esteja no conteúdo do evento, que foi reformulado e conduzido em seus dois dias pelos coordenadores técnicos José Starosta e Jobson Modena, parceiros desde o nascimento da revista o Setor Elétrico”, comentou Vaiser.
Ao todo, já foram mais de 35 edições
realizadas por mais de 16 diferentes cidades. “Para a realização do CINASE, mobilizamos muito a região por onde passamos e contamos com o apoio importantíssimo de
O Centro de Convenções de Pernambuco foi palco de discussão dos principais temas relacionados ao setor elétrico e a oportunidade ideal para networking entre os participantes.
de
12
Evento
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Associação Brasileira de Conscientização
Pernambuco (Sinditest), TILD, Universidade
de gerência de processos centralizados em
para os Perigos da Eletricidade (Abracopel –
Federal de Pernambuco (UFPE), Centro
Recife, foi descentralizado, e atuamos em
Pernambuco e Rio Grande do Norte), Aesga,
Universitário
todas as regiões, de forma a termos mais
Companhia
Uninassau e Volga.
(Celpe),
Energética Centelha,
de
Pernambuco
Companhia
Facol
(Unifacol),
UNIFG,
proximidade com o campo, com o poder público, ou seja, a conseguirmos uma atuação
Hidro
Elétrica do São Francisco (Chesf), Conselho
O desenvolvimento do mercado local
local com mais sensibilidade”, comenta.
Regional de Engenharia e Agronomia de
Pernambuco (CREA-PE), CRT03, Elétrica PJ,
foi marcado pela brilhante palestra sobre
executivo foi em relação ao aspecto tarifário.
Estácio, Federação das Indústrias do Estado
“O Panorama Celpe do Setor Elétrico”,
A tarifa média da conta de energia de 2017
de Pernambuco com o Serviço Nacional de
proferida por Saulo Cabral e Silva, diretor-
a 2018, isto é, dos últimos 10 anos, referente
Aprendizagem Industrial de Pernambuco
presidente da Companhia. O especialista
à parcela da distribuição, sofrido queda com
(Fiepe-Senai),
O início do primeiro dia do congresso
Outro ponto abordado no discurso do
de
explicou, com muita propriedade e clareza,
o passar do tempo. “A distribuidora vem
Pernambuco (IFPE), Insole, Kroma Energia,
como se dá a atuação do Grupo Neoenergia,
contribuindo com o seu papel na modicidade
Mútua Pernambuco, POLI/UPE, Secretaria
ao qual a Celpe pertence. Ao falar sobre o
tarifária, buscando eficiência, as quais são
de Desenvolvimento Econômico do Estado
modelo operacional e propósito da Celpe,
capturadas e inseridas na tarifa de energia”,
de Pernambuco, Sindicado dos Engenheiros
Cabral afirmou que hoje, a atuação é
esclareceu.
no Estado de Pernambuco (Senge-PE),
predominante com distribuição nos Estados
Sindicato
Instituto
Federal
Os investimentos em Pernambuco têm
Metalúrgicas
de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte
crescido de forma exponencial. No ano
Mecânicas e Material Elétrico do Estado
e uma parte de São Paulo e Mato Grosso,
passado, o Estado recebeu quase R$800
de
das
Indústrias
Sindicato
com suas quatro distribuidoras, mas que o
milhões, direcionados ao reforço das redes
Nacional das Empresas de Arquitetura e
trabalho é feito também nos segmentos de
de distribuição, um dos pilares da Companhia.
Engenharia Consultiva (Sinaenco), Sindicato
geração, transmissão e comercialização,
Monitoramento de operações, com gestão
dos Técnicos de Segurança do Trabalho de
por meio das demais empresas do Grupo
inteligente e eficiente também têm ganhado
Neoenergia.
espaço dentre os investimentos, além de
A área de energias renováveis da Celpe
outros recursos, como drones. “Temos
vem se expandindo bastante dentro da
investido em drones, porém, este é um
Neoenergia. “Hoje, estamos com 500MW em
processo que vem se estendendo ao longo
17 parques em operação, mas como temos
do tempo. Não está ainda da forma que
vários parques em construção, chegaremos a
desejamos, mas é um projeto que tem um
1,5GW até 2023”, declarou.
futuro enorme pela frente, o qual estamos
Recentemente, a Celpe realizou uma
passando agora para a parte de linhas de
mudança em sua forma de gestão e operação
transmissão”, destacou Cabral.
local, descentralizando sua atuação a todo o
Estado de Pernambuco. “O que nós tínhamos
volume expressivo de redes inspecionadas
Pernambuco
(Simmepe),
O diretor-presidente da Celpe abriu o primeiro dia de congresso, falando sobre as principais ações da Companhia por meio do Grupo Neoenergia.
Essa série de ações tem resultado em um
e previsão de defeitos – a chamada atuação preditiva –, que antecipa falhas e coloca o sistema em continuidade. “Reduzimos pela metade o tempo de interrupção de 2014 até agora, e posso dizer que, apesar de essa ser a melhor qualidade de fornecimento da história da Celpe, ainda precisamos melhorar muito para chegarmos a um patamar adequado, lutando com as questões da topologia de rede e redes aéreas em uma cidade extremamente arborizada como Recife”, enfatizou. Inovação é outra bandeira levantada pela Celpe no Estado de Pernambuco. Por meio de recursos de medição e redes inteligentes, tem se instituído uma nova
O Estado de Pernambuco recebeu cerca de R$800 milhões em 2018, direcionados ao reforço das redes de distribuição, um dos principais focos de atuação da Celpe.
relação com a natureza de serviço público, que a distribuidora tem de orquestrar com
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O Setor Elétrico / Outubro de 2019
da instalação de telecom é extremamente necessário”, informou.
Para finalizar sua apresentação, Saulo
Cabral falou sobre a Escola de Eletricistas implantada pela Celpe, em Pernambuco, que visa formar profissionais, não somente para a Concessionária, mas também para o mercado. “É um curso gratuito, com uma parceria fortíssima com o Senai, onde nós capacitamos interessados em ser eletricistas de linhas de redes. Essas pessoas têm um programa de carreira incrível dentro do Grupo”, ressaltou. Atualmente, 13 turmas já estão concluídas, 160 alunos já estão O Prof. Dr. Methodio Varejão de Godoy, superintendente de planejamento da Expansão e Meio Ambiente Chesf, falou sobre as novas tendências e inovação para transmissão de energia elétrica, trazendo as perspectivas do futuro do setor e seus desafios.
formados e há novos alunos em formação. O
toda a sociedade. “As subestações já
e sem interferência humana, fazendo uso de
Dando
estão completamente automatizadas, mas
equipamentos automatizados, instalados ao
Eng. Prof. Dr. Methodio Varejão de Godoy,
a rede também precisa estar, e por isso,
longo das redes. Isso passa, basicamente,
superintendente
temos trabalhado muito com automação
pela instalação dos equipamentos e pelo
Expansão e Meio Ambiente da Companhia
inteligente de redes, através do conceito
fortalecimento da estrutura de rede. Não
Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) falou
de self-healing, que é a capacidade de
estamos mais só falando de potência, mas
sobre “Novas tendências e inovação para
restabelecimento sem custo de distribuição
de telecom também integrada. Esse upgrade
transmissão de energia elétrica”. Dentro desse
site da Celpe traz as informações para quem se interessar. sequência de
ao
congresso,
planejamento
o da
Evento
14
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
painel, o especialista trouxe as perspectivas do futuro do setor de transmissão e seus desafios, apontando, primeiramente que, com o crescimento das grandes cidades, novos pontos de suprimentos tornam-se necessários.
Ele deu o exemplo da cidade de Recife,
na qual todos os pontos de suprimento estão chegando próximos ao limite. “Passamos dois meses discutindo a introdução de um novo ponto de suprimento e, dentre as diversas opções e as dificuldades observadas, no sentido de construir novas instalações de transmissão nas grandes cidades, mesmo adotando tecnologias, a solução foi ampliar a subestação e usar a capacitação de linha”, contou. Nos últimos anos, a transmissão
Em sua palestra, Rodolpho Almeida, gerente de geração na Kroma Energia, discorreu sobre a evolução da indústria e a implantação das energias renováveis na matriz elétrica brasileira.
precisou se tornar mais rápida para atender uma demanda de geração de energia que se instaura velozmente.
Um ponto importante no contexto entre
a geração e a transmissão é a questão ambiental, uma vez que é complexa definição da relação meio ambiente e desenvolvimento. “Quando se lida com esses aspectos dentro de uma região como Recife, no contexto em que vivemos, construir linhas de transmissão é algo extremamente difícil. A Aneel, durante os leilões de transmissão, passou, basicamente, 2015 e 2016, com inúmeros leilões vazios, por conta de riscos e dificuldades de superar todas as questões e o licenciamento necessário”, lembrou. Outra mudança ocorrida é que, no
O presidente da Insole Energia Solar, Ananias Gomes, abordou o cenário evolutivo da geração distribuída e Smart Grid.
passado, as redes eram alinhadas, partindo da geração até o consumidor, ao passo que hoje, a rede é completamente heterogênea. Godoy explica que existe, essencialmente, toda uma geração distribuída, geração em diversos pontos, e que há dois fatores que causarão impactos mais significativos no setor elétrico: armazenamento de energia e veículos elétricos. “O Brasil é um dos poucos países, com a dimensão que tem, onde quase ainda não há política pública de incentivo ao carro elétrico”, observou.
Ele citou também os benefícios oferecidos
pelas linhas compactas, um tipo de instalação mais cara, porém, que causa menos impactos. Segundo ele, a linha compacta permite uma redução de 80% do corredor, fato que revela
O coordenador do curso de Engenharia Elétrica na Estácio, Gustavo Luna, falou sobre sistemas de armazenamento ligados à geração eólica.
15
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
a dimensão de como são importantes quando
completou. Neste cenário, se observa uma
há regiões densamente povoadas. “É preciso
grande concentração de geração intermitente
que os leilões de transmissões comecem a
em uma região específica. “Apesar de termos
trabalhar com questões de linhas compactas,
muitas linhas de transmissão, elas não estão
porque é uma solução muito mais harmônica
no compasso suficiente para acomodar toda
e que, sem dúvida nenhuma, tem menos
essa energia eólica”, declarou o Profº Godoy.
impacto a toda a sociedade”, sugeriu.
E acrescentou. “Se nós não tivéssemos eólica na região Nordeste, estaríamos em
Painel sobre Energias Renováveis
racionamento há mais de 10 anos”.
Uma novidade trazida por esta edição
Praticamente 90% da demanda do
do CINASE foi a realização do Painel sobre
Nordeste foi proveniente das eólicas, o que
Energias Renováveis, cujo tema principal foi
é extremamente desafiador às distribuidoras
“Panorama Brasil e PE da Energia Renovável”,
de energia, uma vez que começa a se integrar
ministrado por um time expert de convidados
uma geração renovável nesse ambiente. Por
especiais.
isso, é necessário se pensar em soluções
inteligentes
O primeiro palestrante foi Pedro A. C.
e
em
outras
formas
para
Rosas, professor e coordenador do curso de
acomodar essa produção de energia.
Engenharia Elétrica da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE), que discorreu sobre
Rosas destacou o desafio de trabalhar com
a grande quantidade de energia renovável
a rede 4.0, na qual a operação do sistema é
que vem sendo injetada na rede elétrica,
bem complexa. “O primeiro ponto a se pensar
enfatizando a evolução da eólica, que hoje,
é o planejamento do sistema elétrico, pois o
gira em torno de 15 e 17GW no País. Em
mercado é muito dinâmico e temos que nos
dezembro, havia 14,7GW instalados, com
preparar para haver energia para as cargas
fator
que virão”, orienta.
de
capacidades
surpreendentes,
inclusive, no Estado do Maranhão.
Dentre os entraves a serem enfrentados,
O segundo ponto crítico é a questão
o
dos despachos, que, em alguns casos,
Operador Nacional do Sistema Elétrico
é necessário quando não se consegue
(ONS), a Empresa de Pesquisa Energética
acomodar toda a produção de eólica e solar.
(EPE), e outros envolvidos sofrerão impacto
José
com a transição do sistema elétrico. Neste
Gestão de Energia da Secretaria Executiva
sentido, Rosas faz algumas colocações. “O
de Energia e Infraestrutura, que faz parte da
principal problema é que a geração eólica
Secretaria de Desenvolvimento Econômico
depende de um combustível chamado “vento”,
do Estado de Pernambuco, por sua vez,
e se por acaso for necessário despachar
explanou sobre a criação do Atlas Eólico e
300MW e só haver vento para 100MW, o
Solar de Pernambuco, uma ferramenta digital
que acontecerá? Então, entraremos em um
e gratuita, que tem o objetivo de fomentar
nível de complexidade enorme para operar o
o desenvolvimento de fontes renováveis.
sistema elétrico”, analisou.
O material apresenta uma visão geral do
Por esta razão, ele afirmou que o
potencial de geração de fontes eólicas e
primeiro passo de alteração do sistema é o
solares no Estado, através dos níveis de
do planejamento e do despacho da energia.
vento e de radiação solar e de uma série de
Hoje, o Brasil possui 60% da energia elétrica
mapas que ressaltam aspectos da geografia,
no Brasil vindos de hidrelétricas, sendo que
da economia e da infraestrutura do Estado.
há cerca de 30 anos, o percentual era de
“O Atlas Eólico e Solar foi produzido com
90%. “Em eólica, já estamos chegando a
uma série de parcerias, e é o primeiro do
9%, com tendência de aumentar, e um ponto
Brasil. Pode ser encontrado em: www.
crítico é que a grande maioria das instalações
atlaseolicosolar.pe.gov.br, onde há uma série
eólicas está no Nordeste e ainda temos
de informações interessantes, auxilia na
um potencial imenso a ser explorado em
tomada de decisões e a apresenta melhor
Pernambuco, Paraíba, entre outros Estados”,
os detalhes de empreendimentos, tanto de
Concessionárias,
transmissoras,
Carlos
Medeiros,
gerente
de
Evento
16
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
eólica como de solar”, afirmou Medeiros.
vende a instalação solar do cliente, seja
promessa de desenvolvimento tecnológico, e
Nos últimos cinco anos, foram criados
ele, pessoa física ou jurídica, pode receber
precisamos, realmente, fazer isso acontecer”,
estímulos em Pernambuco, dentro de um
as parcelas do empreendimento dentro da
incentivou.
programa chamado UPE Sustentável. De
própria fatura de energia do cliente”, salientou
forma pioneira, em 2013, foi realizado no
Medeiros.
70% da energia seria gerada por hidrelétrica
Estado, o primeiro leilão de energia renovável
Rodolpho Almeida, gerente de geração
e 13% por renováveis, mas chegou-se
– no caso, foi de solar –, que antecedeu
da Kroma Energia, comercializadora de
em 2018, com 60% em hidrelétricas que,
todos os outros leilões federais.
energia, com mais de 10 anos de experiência
somados às renováveis, resulta em 22%.
Existe também o Programa UPE Solar, que
no mercado, em sua palestra, falou sobre
“Desde 2009 ou 2010, já se falava em fontes
é ligado ao varejo e à geração distribuída, de
o Plano Decenal de Expansão de Energia
renováveis e houve uma grande resistência,
microgeração, que visa incentivos, inclusive,
(PDE), que, em 2010, mostrou que havia
mas vimos que é realidade e que funciona. De
de forma financeira, à procura de agentes
17% de sistemas eletrificados em todo
toda forma, olhando para a tendência, deve
para
instalações
o consumo de energia. “Em 2017, ainda
acontecer a redução de hídricas e aumento
solares do Estado através da agência de
tínhamos os 17% dos sistemas no Brasil
de renováveis e intermitência na rede, e o
desenvolvimento. “No ano passado, nós
eletrificados, o que significa que ainda temos
dilema é como o operador lidará com toda a
firmamos um acordo de cooperação técnica
muito a evoluir. A indústria está chegando, a
energia que possui”, detalhou.
com a Celpe, onde o empreendedor que
geração distribuída está vindo, tem toda uma
viabilizar
as
primeiras
Em 2009, o PDE previa que em 2019,
Outro tema abordado dentro desse painel
especial foi “Cenário evolutivo da geração distribuída e Smart Grid”, ministrado pelo presidente da Insole Energia Solar, Ananias Gomes. A Insole possui mais de 60MW instalados no mercado de geração distribuída, e no ano passado, por decisão estratégica, decidiu criar uma estrutura nova, responsável por toda a parte de desenvolvimento, considerando a evolução associada a Smart Grid, armazenagem, mobilidade elétrica etc.
A eficiência energética e o controle de
energia do lado da demanda exigirão uma atenção especial dentro do atual contexto nacional. A geração local e distribuída, considerando as fontes solar, eólica e Carlos Barros, gerente na Acumuladores Moura, apresentou um sistema desenvolvido pela empresa, que oferece aplicabilidade de forma amigável aos sistemas de armazenamento de energia.
biomassa são elementos importantes nesse novo contexto, e tudo isso remete a uma preparação da rede elétrica, com a inserção de tecnologias de informação e comunicação. “Todo esse processo de evolução está ligado ao que chamamos de Smart Grid, que remete a um conceito de interação total, que envolve eletricidade, água, gás etc., e muito importante dentro desse conceito de geração distribuída a partir da integração com a rede”, avaliou. O futuro do sistema está ligado à integração da rede, gestão operacional dos veículos, mobilidade, e à gestão de energia, mas, juntamente com esses recursos, surge um grande desafio da inovação dentro do conceito de Smart Grid, que são a
O painel especial sobre “Panorama Brasil e PE da Energia Renovável” foi composto por seis renomados especialistas da área.
obsolescência tecnológica, a estabilidade e a segurança cibernética.
17
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
O coordenador do curso de Engenharia
Elétrica na Estácio, Gustavo Luna, abordou o tema sistemas de armazenamento ligados à geração eólica, em que falou sobre a variabilidade da potência eólica gerada em parques eólicos, fruto da intermitência do vento. “Devido ao recurso propriamente dito do vento, da grande variabilidade ou da mudança de velocidade, nós temos uma flutuação de potência do parque eólico, e graças a uma grande variação da distribuição espacial de turbinas no parque, conseguimos ter diminuição da variação de potência de saída”, comentou. Ilha
O estudo de caso Fernando de Noronha: da
Inovação
foi
outro
destaque,
apresentado por Evandro Monteiro Simões, membro
da
área
de
planejamento
de
Os engenheiros eletricistas Nuziante Graziano e Aguinaldo Bizzo de Almeida, em suas brilhantes palestras sobre “Painéis Elétricos, Arco Elétrico e EPI”, esclareceram os principais aspectos de desempenho e segurança de equipamentos e proteção de pessoas.
projetos da Celpe, que mostrou aplicações
geradores, totalizando uma potência instalada
em cinco anos (de 2012 a 2017), teve um
práticas sobre inovação já implantados no
na ordem de 5MW, e um gerador reserva, com
investimento de R$17 milhões e contou com
local. O tema é uma perspectiva da Celpe
potência de 1.1MW para contingências, de
diversas parcerias durante o projeto.
em seu plano estratégico de cada vez mais
modo a proporcionar segurança operacional.
testar implementações tecnológicas na Ilha,
visando garantir um ponto de sistema local,
primeira delas tem uma potência instalada
O engenheiro eletricista e diretor da
contribuindo para a redução da mudança
de 400kWp, produz uma energia estimada
Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos
climática e o fornecimento de energia.
em 600MWh por ano e equivale a 4,2%
Blindados e da GIMI Quadros Elétricos,
A Ilha está distante de Recife 540km,
do consumo de energia da Ilha. “Isso tem
Nunziante Graziano, explorou o tema Painéis
ou seja, possui uma geração ilhada. O
uma redução do consumo de biodiesel,
Elétricos e Arco Elétrico, em que apresentou
arquipélago é formado por 21 ilhas, sendo
fomentando a geração de energia limpa”,
a importância de se conhecer, controlar e
a que tem o próprio nome de Fernando de
destacou Simões.
mitigar o arco elétrico e seus danos.
Noronha, 91% do território e a única que
possui habitação e consumo de energia.
550kWh de pico, produz 770MWh por ano, e
aspectos da norma para a construção
equivale a 5% do consumo da Ilha.
conjuntos de manobra de alta tensão,
incluindo definições, métodos de ensaio,
O sistema elétrico instalado em Noronha
possui uma usina termelétrica com quatro
A Ilha conta com duas usinas solares. A
A segunda usina já um pouco maior: tem
Esse projeto, em toda a sua construção
Painéis Elétricos, Arco Elétrico e EPI
Durante sua explicação, ele falou sobre
Evento
18
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
O auditório permaneceu lotado em tempo integral nos dois dias de congresso.
O especialista Juarez Guerra, diretor da Abinee, comissão GT Fotovoltaico, falou com total propriedade sobre “Geração distribuída, Energia fotovoltaica e Armazenamento de energia”.
objetivos, e orientou a correta especificação
dos equipamentos. “A nossa norma de
uma norma técnica de referência, como por
referência é a NBR IEC 62271-200, que
exemplo, a NFPA 70E americana, que não é
está sob processo de revisão e atualização.
internacional, mas estrangeira, e por isso não
É nela que encontramos o Anexo A, o qual
pode ser utilizada como referência – o Brasil
determina a forma e todos os parâmetros
segue o sistema ISO, que trata sobre arco
de controle para que executemos o ensaio
elétrico. “Ou seja, somos carentes no País
de arco interno devido a uma falha interna”,
sobre isso”, frisou.
detalha. A estatística diz que 14% apenas
dos conjuntos de manobra blindados de alta
destacou também a importância da utilização
tensão são resistentes ao arco interno.
de EPIs em serviços elétricos. “É preciso
Outro ponto destacado por Graziano foi a
esclarecer que o uso de EPI é intrínseco a
necessidade de certificação do equipamento,
quem trabalha com eletricidade. Quando se
a fim de assegurar que o invólucro suportará
fala em arco elétrico, não haverá condições
a pressão e a temperatura internas, para
de se trabalhar com circuitos energizados,
garantir a segurança do operador que estiver
sem segregação, sem o uso de EPI”, concluiu.
O problema é que não há no Brasil
O especialista em segurança do trabalho
à frente da operação. “Do ponto de vista de a estrutura metálica tem de estar conectada
Eficiência Energética na Indústria e Instalações
ao aterramento, e esse aterramento não pode
ser destruído. Esta é uma característica a ser
na Indústria e Instalações, o engenheiro
verificada no ensaio”, alertou.
eletricista e diretor da Ação Engenharia e
aterramento, isso é muito importante, porque
Na palestra sobre Eficiência Energética
Aguinaldo Bizzo de Almeida, engenheiro
Instalações, José Starosta, discorreu sobre
eletricista e de segurança do trabalho,
os benefícios provenientes de projetos
palestrou na sequência, de forma a explorar
eficientes, tais como aspectos ambientais,
mais a fundo o tema Equipamento de Proteção
sustentabilidade, resíduos, logística reversa,
Individual (EPI). Em sua rica apresentação,
entre outros, chamados de visão holística,
Bizzo falou sobre proteção de pessoas,
mas comentou que no Brasil, existe pouca
tratando, primeiramente, sobre os impasses
legislação para mercado e que não há
da Norma Regulamentadora NR-10, a qual
compulsoriedade.
seguirá novamente para consulta pública. “A
última versão é de 2005 e uma das lacunas
feita em ações de eficiência energética é
que temos na norma é arco elétrico. Acontece
se entender qual é a variável independente
que uma norma regulamentadora é um
que terá uma correlação com energia,
equívoco das pessoas, pois elas querem que o
porque senão, se trocam processos e não
documento fale o “como” fazer, mas esse não
se saberá o que fazer. “No instante em que
é o seu papel. Uma norma regulamentadora
fizermos a ação de eficiência, implantarmos
fala “o que” fazer, porque o “como” fazer fica
o projeto e estabelecermos uma correlação,
por conta das normas técnicas”, esclareceu.
conseguiremos saber qual é o ganho do
Ele explicou que a primeira coisa a ser
19
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
projeto. Esse é o protocolo do qual falamos”,
se comunicar. A digitalização foi além das
apontou.
indústrias, chegando às residências, e permite
Como complemento à palestra de Starosta,
que informações sejam trocadas em tempo
o engenheiro eletricista e docente do Senai-PE,
real com as concessionárias. Pesquisas
Adriano Santana, apresentou o trabalho de
revelam que haverá uma demanda de 60%
eficiência energética feito pelo Senai, junto às
de energia, que obrigará que a produção seja
empresas do Estado de Pernambuco, tendo
mais eficiente e com qualidade”, antecipou.
como lema a competitividade. “Nossas ações
voltadas à eficiência energética consistem em
“WEG na Indústria 4.0” foi ministrada por
identificar quais os potenciais das empresas
André
para reduzirem seu consumo e, em cima desses
Regional NE da empresa, o qual falou sobre
potenciais, executarem o trabalho que deve ser
conectividade, a palavra-chave para Indústria
feito. Algo importante é fazer a coleta e análise
4.0. Ele explicou que um dos maiores
dos dados, estabelecendo uma linha de base, isto
benefícios que a Indústria 4.0 pode trazer
é, saber quais os dados atuais antes de implantar
é a melhoria da eficiência operacional e da
as ações de eficiência energética em cima das
produtividade, por meio da conectividade.
cargas alvo. Pode-se ter uma empresa muito
“Criamos a plataforma WEG IoT Platform,
grande, com vários processos internos, alguns
por meio do qual o cliente disponibiliza os
sendo viáveis para ações de eficiência, e outros,
dados de seus processos à WEG. A partir
nem tanto. Então, por uma razão econômica, se
daí, esses dados são colocados na nuvem
foca nos que são mais importantes, ou ainda,
e
que dão retorno”, argumentou.
sobre os processos, máquinas e sistema, a
Ainda como parte do painel, a palestra Guimarães,
transformados
coordenador
em
técnico
informações
úteis
fim de que, posteriormente, o cliente possa
Indústria 4.0 e as Instalações Elétricas
tomar as melhores decisões. E acrescentou.
O painel sobre a Indústria 4.0 e as
“Dando o exemplo, estamos bem avançados
Instalações Elétricas foi um dos destaques
em conectividade em geração fotovoltaica,
do segundo dia do congresso, tema tido
pois já temos grandes plantas, instaladas,
como a quarta revolução industrial. Segundo
principalmente, no Nordeste. Uma das últimas
o engenheiro Nunziante Graziano, da Gimi,
foi de Sobradinho (BA), que nós inauguramos
o conceito indica que o desenvolvimento
recentemente, a primeira usina fotovoltaica
de toda a indústria da informação e de
flutuante do Brasil”, contou.
processamento de dados está chegando a
um ponto disruptivo. “A indústria 4.0 romperá
também compôs o painel sobre Indústria
algumas barreiras e certos paradigmas
4.0 e as Instalações Elétricas, dirigido por
da nossa forma de lidar com as coisas,
Normando Chianca, engenheiro civil e diretor
principalmente, com os dados. De 20 anos
da Domotix Engenharia. O BIM está presente
para cá, o mundo está na palma da mão,
desde o projeto até o final da vida útil, e é
através do 4G, do 5G, do WiFi, e tudo isso
a partir do modelo de arquitetura do projeto
serve para diversas inovações, tais como:
que é possível saber que tipos de instalações
Robótica; Biotecnologia; Inteligência artificial;
são necessárias. “São definidos os projetos
Sistema cibernético; Internet das Coisas;
e instalações e, efetivamente, elaborados
Cloud Computing; Big data; Impressão 3D;
em plataforma BIM. Em maio de 2018, o
e a Robótica avançada. O mundo está inteiro
Governo Federal estabeleceu metas e prazos
conectado”, afirmou.
para a implementação do BIM em órgãos
Dentro desse contexto, Fabio Carlos,
públicos, mas somente a partir de janeiro
engenheiro de aplicação da ABB, tratou
de 2021, é que o BIM será exigido, de fato,
do tema “Indústria 4.0 – Digitalizando e
com o 3D, que é sua primeira etapa. São
automatizando subestações de baixa e média
três anos para que as empresas se adequem
tensão”, demonstrando como eram as redes
ao primeiro estágio, pois se trata de algo
de distribuição tradicionais e explicando
complexo, que requer decisão do empresário
que, com a digitalização, elas passaram a
e acompanhamento dessa evolução”, afirmou.
A pauta “BIM nos Projetos Elétricos”
Evento
20
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
DEPOIMENTOS DE APOIADORES E PATROCINADORES André Luiz dos Santos Farias, gerente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) – Regional Nordeste
Foi uma enorme satisfação apoiar o CINASE 2019 em Pernambuco. Sem dúvida, foi um importante evento para o segmento
elétrico na região Nordeste. Tenho certeza de que a qualidade do público, as discussões e informações técnicas e as empresas participantes contribuíram de maneira fundamental para o sucesso do evento. Parabéns!
Pedro A. C. Rosas, professor e coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
A realização do CINASE em Pernambuco foi muito interessante em vários aspectos. O primeiro de todos na questão de
reciclagem dos profissionais que atuam em engenharia elétrica na região. Em segundo, a interação entre profissionais e empresas bem referenciadas também permitem um ótimo networking. Finalmente, a premiação de projetos e as apresentações realizadas com excelente qualidade proporcionaram aos ouvintes um ótimo panorama da situação das diferentes áreas do setor elétrico atuais.
Gustavo Luna, coordenador do curso de Engenharia Elétrica na Estácio
O evento é de suma importância para a divulgação do setor elétrico, junto a ambientes acadêmicos e corporativos. A presença
do CINASE em nosso Estado fortalece bastante o setor elétrico. Só tenho a agradecer a participação e é um prazer estarmos engajados nesse tipo de evento.
Luiz Cardoso Ayres, secretário executivo de Energia e Infraestrutura na Secretaria de Desenvolvimento Econômico
Pernambuco vem assumindo no Brasil e, principalmente, na região Nordeste, uma liderança com relação à questão das fontes
renováveis, principalmente, pela edição do Atlas Eólico e Solar, que foi o primeiro feito no País. Pela disponibilização que nós temos do sistema da rede básica, um trabalho que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico vem fazendo junto com a Celpe é no sentido de criar obras estruturadoras para acesso, e nisso, Pernambuco tem a honra de ter tido o primeiro leilão exclusivamente de energia solar do País. A partir daí, foi construída a usina de Tacaratu, da Enel Green Power, a primeira usina de grande porte.
O atual momento é muito oportuno para sediar um evento como o CINASE, pois traz muita coisa nova para Pernambuco e
congrega todos os que realizam esse trabalho com energia dentro do Estado.
Saulo Cabral e Silva, diretor-presidente da Celpe
O evento consegue trazer um público totalmente conectado às questões do setor elétrico. Existe um embasamento técnico
importante e a organização consegue mesclar, reunindo fornecedores e o que há de mais moderno, e isso é extremamente importante atualmente, porque o setor elétrico tem mudado bastante, com novas tecnologias chegando todos os dias. É muito proveitoso manter os profissionais conectados para que consigamos caminhar junto com a velocidade que as tecnologias têm mudado.
Rodolpho Almeida, gerente de geração na Kroma Energia
Estamos muito satisfeitos por termos sido convidados para compartilhar essa vivência de mercado, ainda bem incipiente,
principalmente, o mercado livre. Com essa mudança do Ministério, agregar outras visões ao setor de energia elétrica é muito interessante e ficamos muito gratos em participar.
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Marcelo José Albuquerque Maia, superintendente de Relações Institucionais da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf)
O CINASE é um evento interessante, porque traz a geração, a transmissão, a distribuição e os fornecedores a um único local.
Na exposição, se poder observar vários fornecedores desse setor e as palestras estão englobando essas informações, de forma que haja um ‘casamento perfeito’. Quem sai do CINASE, sai com um bom conhecimento, com uma boa troca de informação e com um networking da melhor qualidade. O CINASE e a revista O Setor Elétrico estão de parabéns!
Methodio Varejão de Godoy, superintendente de Planejamento da Expansão e Meio Ambiente da Chesf
Foi uma grande alegria ver quão profissional foi todo o evento. A forma como foi organizado mostra exatamente a qualidade e a
preocupação em fazer algo com o nível necessário. A organização está de parabéns por tudo!
André Fernando de Souza Guimarães, mestre em Tecnologia de Energias Renováveis, engenheiro eletricista, coordenador regional da área técnica e comercial da WEG e professor na Uninassau
O evento é uma oportunidade maravilhosa, não só aos profissionais, mas também aos fabricantes. Após a realização,
conseguimos ampliar o nosso networking comercial e saímos com várias visitas agendadas e negócios prospectados. Do ponto de vista de aprendizado aos alunos da Uninassau – que são os que estão se formando agora –, o evento tem um riquíssimo conteúdo e muito nertworking.
Rodrigo Pimentel do Lago, diretor comercial na Otus X
A participação das pessoas nas palestras foi bem interessante, porque, por ser um público mais técnico, a troca é de
experiências práticas, atividades vividas no dia a dia. É a nossa primeira vez como participantes e tivemos uma impressão muito positiva. Já estamos discutindo até outras edições.
Lucas Gallego, gerente de Marketing na Intelli
A proposta do evento é boa. De um modo geral, a organização do evento está de parabéns!
Ricardo Magrin Breda, do Departamento de Vendas da Tramontina
Foi a nossa primeira participação no evento e superou as expectativas. Para nós, foi muito viável na região para a Tramontina e
bem interessante para mostrar os nossos produtos, o segmento elétrico. A Tramontina Materiais Elétricos é uma das fábricas que mais está crescendo no ramo do Grupo da Tramontina, então, é muito bom prospectar essa região também, a qual vemos que é muito carente em dados e informações, e produtos técnicos na parte de materiais elétricos.
Alexandre Morais, diretor da BRVAL Electrical
O CINASE é importante para a divulgação da marca, dos produtos, de lançamentos, para promover relacionamento com clientes,
geração de networking, tudo isso junto e misturado.
Richard Fine, consultor técnico na Brasformer/Braspel
Eu gostaria de parabenizar o Adolfo e sua equipe pelo evento. A Brasformer/Braspel se sentiu bastante honrada em participar
dessa etapa de Pernambuco. Notamos que houve uma procura bastante grande, a casa cheia, o auditório sempre lotado, do começo ao fim do evento e uma grande variedade de patrocinadores de todos os segmentos da área elétrica, desde transformadores, cabos, relés. Em minha opinião, essa proposta é muito importante, pois entendemos que a região Nordeste careça desse tipo de evento. São profissionais que têm bastante vontade de aprender, porém, poucos recursos, mas o CINASE vem para colaborar com esse público.
21
Evento
22
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
6º Prêmio OSE de Qualidade das Instalações Elétricas
Como forma de reconhecer os melhores
projetos elétricos da região, na noite de 1º de outubro, foi realizada a 6ª edição do Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas 2019 – Edição Pernambuco, na qual foram conhecidos os vencedores desta etapa. Foram recebidos, ao todo, 21 projetos nas cinco categorias, com a participação da universidade, concessionária, empresas de engenharia, distribuição de material elétrico, entre outros. Os projetos que se destacaram por sua concepção e aplicação foram avaliados em seis categorias: Instalações elétricas industriais e comerciais; Inovação tecnológica; Pesquisa e Desenvolvimento; Projeto luminotécnico; Energia renovável e o Prêmio OSE – Região Nordeste –
A 6ª edição do Prêmio recebeu, no total, 21 projetos elétricos nas cinco categorias.
Estado de Pernambuco.
Em parceria com a revista O Setor Elétrico,
o CINASE sentiu a necessidade de identificar e reconhecer as instalações que priorizem as boas práticas da engenharia. “Acreditamos que essa iniciativa incentivará os profissionais a respeitarem as normas técnicas e a proverem soluções cada vez mais sustentáveis e eficientes para as instalações brasileiras”, declarou Adolfo Vaiser.
O Profº Dr. Methodio Varejão de Godoy foi o grande homenageado desta edição, sendo reconhecido por sua dedicação, legado e importante colaboração para o desenvolvimento da engenharia elétrica no País.
O Projeto OSE 2019 – Edição Pernambuco foi conquistado pelo time de profissionais Gustavo Luna, Pedro Rosas, Luiz Henrique, Andrea Sarmento, Pablo Tabosa, Davidson Marques, Wendell Teixeira e Guilherme Rissi, da UFPE, do Instituto Tecnológico Edson Mororó Moura (Itemm) e da CPFL Energia.
previamente convidados, que já fazem parte deste
Os especialistas locais que compuseram
importante colaboração para o desenvolvimento
julgamento desde a criação do Prêmio. A partir
a comissão julgadora foram o Engº eletricista
da engenharia elétrica no País. “Faltam palavras
de então, foram atribuídas notas de zero a 10
Gustavo Luna, Engº eletricista Joselito e o Engº
em um momento como esse. Eu sou uma pessoa
nas diversas categorias. Para cada uma dessas
eletricista Pedro Rosas.
que tenho de agradecer a Deus por tudo aquilo
notas, foi selecionado um peso e admitida uma
Antes
foi
que vivi e por ter a oportunidade de transformar
média ponderada relacionada à cada uma das
homenageada uma grande personalidade da
o que faço em uma atividade extremamente feliz.
distribuições e conceitos. Feito isso, chegamos
engenharia elétrica, que sempre fez a diferença no
Acredito que o segredo de tudo seja amar o que
às notas finais. Essas notas finais, para cada uma
Estado de Pernambuco. Se tratou do engenheiro
se faz. Eu, hoje, com quase 30 anos de ensino,
das categorias, permaneceram como elementos
eletricista, Profº, Doutor Methodio Godoy, que
tenho um conjunto de alunos já com cabelos
base para que se fosse dada a premiação em
teve uma enorme contribuição em diversas
brancos e fico alegre de ter contribuído um pouco
cada uma das categorias, individualmente, e a
áreas, sendo a principal, no campo do setor
na carreira de todos eles. Aproveito ainda para
maior nota entre esses resultados, recebe, então,
elétrico. Ele recebeu o reconhecimento por sua
dizer que tudo isso não poderia acontecer se eu
o Prêmio OSE – Região Nordeste – Edição
dedicação, legado e exemplo de competência ao
não tivesse ao meu lado o apoio da minha família,
Pernambuco”, ressaltou.
longo de sua trajetória profissional, além de sua
que sempre meu deu todo o suporte”, manifestou.
O coordenador técnico do evento, Jobson
Modena, explicou rapidamente a metodologia da premiação, dizendo que a ideia do Prêmio é fortalecer a engenharia de projetos no País. “Nós tivemos a participação de nove profissionais da área, entre profissionais locais e profissionais
do
início
da
premiação,
23
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Conheça os vencedores de cada categoria: • Instalações Elétricas Industriais e Comerciais
Empresa: Celpe, CPQD e Aneel
Vencedor: Engenheiro José Bione de Melo Filho
Projeto: tecnologia de gerenciamento de iluminação
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf)
eficiente integrante do projeto de desenvolvimento e
Projeto: Viabilização de Áreas em Subestações da Chesf para
implementações de provas de conceito de redes inteligentes
Micro e Minigeração Distribuída, utilizando Sistemas Fotovoltaicos
em localidade piloto com elevadas restrições ambientais e
– Estudo de Caso
gerenciamento de iluminação eficiente no projeto de redes
inteligentes – Caso Ilha de Fernando de Noronha.
O trabalho estuda a viabilização de plantas fotovoltaicas em
subestações visando atender às regras da micro e minigeração distribuída, apresentando um caso de estudo da Chesf. A micro e
• Inovação Tecnológica
minigeração solar ainda é um conceito recente no Brasil. No início
Vencedor: Heitor Vilela
de 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) emitiu
Empresa: ESC Engenharia
a resolução normativa n° 482, que regulamentava o sistema de
Projeto: Sertão Solar Barreiras 69-34,5. Soluções BIM
compensação de energia elétrica utilizando sistema fotovoltaico
para indústria 4.0 em subestações de alta e extra alta
conectado à rede elétrica de distribuição. No ano de 2016, a Aneel
tensão” – Inovações no conceito de desenvolvimento
publicou a REN n° 687, que aprimorou a resolução anterior, o que
de projetos básicos e executivos para o setor elétrico.
permitiu um crescimento de sistemas conectados.
Através do BIM, torna-se possível reduzir prazos, custos e retrabalhos, tanto dentro do ambiente de engenharia
• Energia Renovável
consultiva como no campo de obra, gerando uma solução de
Vencedor: Secretaria Executiva de Energia e Infraestrutura
maior assertividade.
O trabalho foi desenvolvido por empresa contratada e supervisionada pela equipe da Secretaria Executiva de Energia, que pertence à
• Projeto OSE 2019 – Edição Pernambuco
Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Vencedores: Gustavo Luna, Pedro Rosas, Luiz Henrique,
Responsável pelo Projeto: Engenheiro José Medeiros
Andrea Sarmento, Pablo Tabosa, Davidson Marques,
Projeto: Atlas Eólico e Solar de Pernambuco
Wendell Teixeira e Guilherme Rissi
Empresa: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
O Atlas Eólico e Solar de Pernambuco apresenta uma visão
geral do potencial de geração de fontes eólicas e solares no Estado,
Instituto Tecnológico Edson Mororó Moura - Itemm
por meio dos níveis de vento e de radiação solar e de uma série
CPFL Energia
de mapas que ressaltam aspectos da geografia, da economia e da
Projeto: previsão da geração eólica com redes neurais
infraestrutura do Estado.
para suavização da potência gerada, utilizando sistemas de armazenamento e metodologia para dimensionar um sistema
• Pesquisa e Desenvolvimento
de armazenamento de energia aplicado à suavização de
Vencedores: Gustavo Luna, Pedro Rosas, Luiz Henrique, Andrea
potência em centrais eólicas.
Sarmento, Pablo Tabosa, Davidson Marques, Wendell Teixeira e
Guilherme Rissi
da bela apresentação da Companhia Perna de Palco, que
Empresa: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
surgiu por meio da iniciativa das professoras bailarinas Anna
Instituto Tecnológico Edson Mororó Moura - Itemm
Miranda e Nara Frej, em dezembro de 1997, com a finalidade
CPFL Energia
de representar autos e folguedos populares do Nordeste,
Projeto: previsão da geração eólica com redes neurais
especialmente, de Pernambuco.
para suavização da potência gerada, utilizando sistemas de
O Grupo é formado por 12 bailarinos, com vasta
armazenamento e metodologia para dimensionar um sistema de
experiência no campo da dança popular, sendo grande parte
armazenamento de energia aplicado à suavização de potência em
deles professores em escolas e grupos de dança da cidade
centrais eólicas.
de Recife e região metropolitana.
• Projeto luminotécnico
Após a entrega das premiações, o público pôde desfrutar
Após a apresentação artística, os convidados participaram
de um coquetel servido na área de exposição.
Vencedores: Rogério José Fragoso de Sousa, José Aderaldo Lopes, Adriana Karla Brasileiro de Carvalho, Marcelo Artur Xavier
Para saber mais sobre o CINASE, acesse:
de Lima e Vitor Arioli
www.cinase.com.br.
Painel de mercado
24
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Divulgação / Simpase
XIII Simpase debate a transformação digital do setor elétrico
Este ano, o evento contou com sete
Marcelo Maia, destaca a importância
aconteceu, em Recife (PE), a 13ª edição
temários, que abordaram os seguintes
da realização deste evento para o setor
do Simpósio de Automação de Sistemas
assuntos:
elétrico brasileiro, diante da participação
Elétricos (Simpase), evento tradicional da
de
comunidade de automação de sistemas
distribuição e instalações de grandes
apresentando trabalhos de excelência.
elétricos, promovido conjuntamente pelos
consumidores; Automação de Centros de
“Esta foi a edição com o maior número
Comitês de Estudos B5 – Proteção e
Operação e de Atendimento; Integração
de trabalhos (63) e percebemos que
Automação, C2 – Operação e Controle de
de Sistemas de Supervisão e Controle
a qualidade dos temas foi bastante
Sistemas e D2 – Sistemas de Informação
Local de Instalações e de Centros de
expressiva”, afirma.
e
Operação com os Sistemas Corporativos;
Elétricos.
Educação, Pesquisa, Desenvolvimento e
sido em Recife, em um local acessível para
O encontro tem se caracterizado como
Inovação na área de automação para o
quem viajou para participar do evento,
o foro indicado para debates de assuntos
sistema elétrico; Aspectos econômicos,
no Shopping RioMar, além da grande
destas áreas, congregando empresas de
financeiros e de desempenho associados
participação de jovens, foram diferenciais
energia elétrica, fabricantes, consultores,
à automação; Automação de Medição; e
desta edição do evento.
prestadores de serviços, fornecedores
Telecomunicações.
O coordenador também ressalta a
de programas aplicativos, universidades
No total, estiveram presentes 240
relevância dos temas Inovação, Indústria
e centros de pesquisas, que se propõe
participantes inscritos, 222 participantes
4.0, Segurança Cibernética, Subestação
a abordar, além dos temas tradicionais e
credenciados,
do Futuro e Transformação Digital, que
recorrentes da área, todos os aspectos
empresas.
relacionados a tecnologias emergentes.
O
Entre os dias 15 e 18 de setembro,
Telecomunicação
para
Sistemas
Automação
usinas,
e
digitalização
subestações,
79
coordenador
redes
palestrantes
e
de
73
das
maiores
empresas
do
País
Para Maia, o fato de a realização ter
foram debatidos amplamente no Simpósio. do
XIII
Simpase,
“Estamos vivendo uma efervescência, um
25
Divulgação / Simpase
Divulgação / Simpase
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
período de grandes transformações. O intercâmbio profissional de experiências e novos desafios se torna cada vez mais necessário para que as empresas não se tornem rapidamente obsoletas”, afirma. Ele acrescenta ainda que o XIII Simpase fomentou desafios e oportunidades. “Cabe aos profissionais e às empresas estarem sintonizados com o processo de mudança”, complementa.
Um fato inovador dessa edição foram as apresentações dos
informes técnicos em duas sessões paralelas em uma mesma sala, utilizando a técnica de palestras simultâneas silenciosas, onde todos os participantes utilizam um fone de ouvido, que fica sintonizado na apresentação de interesse de cada um.
O Simpase é promovido pelo Comitê Nacional Brasileiro de
Produção e Transmissão de Energia Elétrica (Cigré-Brasil) e realizado pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), empresa do Grupo Eletrobras, com Sede em Recife (PE). A revista O Setor Elétrico participa como mídia apoiadora do evento.
Para obter mais informações, acesse: www.simpase.com.br.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Mais de R$1,1 bilhão é aprovado para continuidade das obras do Luz Para Todos 2020 em 11 Estados
O Ministério de Minas e Energia dá sinal
verde à continuidade das obras do Programa Luz Para Todos (LPT) em 11 Estados em 2020. A meta é realizar 95.052 ligações com investimentos de mais de R$1,1 bilhão para levar energia elétrica para moradores no meio rural ainda sem acesso a este serviço público. A Portaria, assinada pelo Ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que aprova a proposta de orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) foi publicada no dia 13 de setembro de 2019, no Diário Oficial da União (DOU). Os Estados com maior número de pessoas sem atendimento elétrico receberão a maior parte dos recursos. A Bahia receberá
UF
META
VALOR EM R$
Acre
2.000
32.396.441,00
Amazonas
8.328
59.060.416,00
Amapá
7.850
71.629.752,00
Bahia
31.861
445.018,795,00
Goiás
2.200
31.910.444,00
Maranhão
8.162
171,997.323,00
Mato Grosso
3.657
45,513,326,00
Pará
16.541
105,418,758,00
Piauí
6.543
106.479.832,00
Rondónia
3.881
50.697.750,00
Roraima
4.029
18.220.666,00
VALOR TOTAL
95.052
1.138.343.503,00
Status do Luz Para Todos em todo País
445 milhões de reais, seguido por Maranhão (172 milhões de reais), Piauí (106,5 milhões de reais) e Pará (105 milhões de reais). Outros Estados também serão comtemplados: Acre (AC), Amazonas (AM), Amapá (AP), Goiás (GO), Mato Grosso (MT), Rondônia (RO) e Roraima (RR) - veja tabela ao lado. O
LPT
econômico
atua e
no
social,
desenvolvimento contribuindo
para
a redução da pobreza e da fome nas comunidades atendidas. Em 15 anos de existência do LPT, mais de 16 milhões de brasileiros foram beneficiados com 3,5 milhões de ligações realizadas. Apenas em 2018, foram realizadas mais de 53 mil novas ligações, beneficiando mais de 212 mil
Azul: estados universalizados Verde: estados com obras em andamento
pessoas. Atualmente,
15
Estados
já
foram
universalizados, ou seja, atingiram a meta total de atendimento. São: Alagoas (AL), Ceará (CE), Espírito Santo (ES), Minas Gerais (MG), Mato Grosso do Sul (MS), Paraíba
Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC),
universalização do País até 2022, atendendo
(PB), Pernambuco (PE), Paraná (PR), Rio de
Sergipe (SE), São Paulo (SP) e Tocantins
a toda a demanda passível de ligação com
Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN), Rio
(TO). A meta do Programa é concluir a
extensão de rede.
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O Setor Elétrico / Outubro de 2019
XV International Symposium on Lightning Protection (Sipda) Com a presença de cerca de 120 pessoas,
Divulgação
de 29 países, foi iniciado oficialmente, no dia 30 de setembro de 2019, o XV International Symposium on Lightning Protection (Sipda, na sigla em português), no auditório do IEE – USP, em São Paulo. Durante uma semana, pesquisadores e cientistas renomados estiveram reunidos para apresentar quais atitudes vêm sendo tomadas para fomentar a proteção de linhas aéreas e de
passaram pelo evento diversos palestrantes,
distribuição, além de proteger vidas.
como: William Chisholm, de Toronto; Vernon
Antes da abertura oficial, no domingo do dia
Cooray, Suíça; Massaru Ishii, Japão; Carlo Nucci,
29 de setembro, os grupos do Cigré B2/C4, WG
Itália; Farhad Rachidi, Suíça; Maria Tereza Barros,
76, WG C4.57 e WG C4.59 debateram alguns
Portugal; Marcos Rubinstein, Suíça.
assuntos no Tryp São Paulo Iguatemi Hotel, com os
seguintes temas: “Considerações sobre os raios
Visacro, Dr. Miltom Shigihara, Dr. Hélio Sueta,
e aterramentos para projetos de reconstrução e
Prof. Alberto de Conti, Dr. Marcelo Saba, Dr.
reforma de linhas aéreas, CA e CC” e “Diretrizes
Adonis Leal, entre outros.
para a estimativa do desempenho do raio na linha
Para o encerramento, houve uma mesa
de distribuição aérea e sua aplicação ao escopo
redonda falando sobre os sistemas não
do projeto de proteção contra raios.”
convencionais de proteção contra raios, mais
A abertura do Simpósio foi feita pelo
conhecidos como ESE – Early Streamer
presidente do Sipda e professor da USP, Dr.
Emission, na qual rendeu-se por um longo período,
Alexandre Piantini, sendo que a primeira palestra
esclarecendo de forma clara e objetiva que este
foi feita pelo Prof. Earle R. Williams, do Instituto de
assunto já é estudado há décadas, mas que não
Tecnologia de Massachussets (EUA), que falou
há comprovação científica de sua utilização, de
sobre os relâmpagos e as mudanças climáticas,
acordo a Profª. Maria Tereza Barros.
explicando que haverá um aumento exponencial
devido a estes fatores, e que, portanto, requer
os testes realizados não foram bons, nem nos
uma preocupação maior nestas proteções.
experimentos nem nas gravações, mas que
O Prof. Rakov, da Universidade da Flórida,
estão dispostos a analisar mais uma vez, desde
explanou sobre as características e medições
que as empresas responsáveis passem por
destas descargas, sendo o moderador desta
diversas etapas, antes de sua comercialização
seção, o Dr. Osmar Pinto, do INPE.
no mercado brasileiro, realizando testes em
laboratórios e áreas determinadas.
O Prof. Chandima Gomes, da Universidade
Entre os brasileiros, estiveram: Prof. Silvério
Os especialistas no Brasil afirmaram que
de Witwatersrand, na África do Sul, falou sobre os
acidentes causados na região com maior índice
da mesa –, estiveram presentes no evento,
de descargas no mundo, onde em uma escola,
os senhores Sergio Roberto Santos, Orestes
por exemplo, cerca de 15 alunos morreram por
Rodrigues Jr. Biagione Rangel, Prof.
falta desta proteção na estrutura, construídas
R. Panicali e Fernando Matos, membros da
totalmente em material metálico.
comissão que revisa a NBR 5419.
O
Neste interim, o evento também contou
Além do Dr. Hélio Sueta – que participou
próximo
Sipda
Antônio
acontecerá
em
com networking, coquetel de boas-vindas,
Florianópolis (SC), em 2021.
jantar e a VII copa de futebol Sipda, com um
churrasco no final da tarde.
desta edição, acesse o site: http://sipda.
webhostusp.sti.usp.br/?q=en/home
Nas seções seguintes, até sexta, dia 04,
Para mais informações, fotos e programação
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Abendi reúne especialistas em instalações elétricas em atmosferas explosivas No dia 29 de agosto de 2019, foi realizado,
Divulgação / Abendi
em São Paulo, o 5º Encontro Anual Abendi sobre Competências Pessoais em Atmosferas explosivas da Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção (Abendi), encontro voltado para a segurança das instalações elétricas, de automação e mecânicas em áreas classificadas contendo atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.
A Abendi é um Organismo de Certificação
de Pessoas brasileiro que já emitiu, desde a sua fundação, em 1979, mais de 35.000 certificados para profissionais envolvidos em diversas áreas de especialidades industriais, tais como Ensaios Não Destrutivos (END), Movimentação de Cargas e Acesso por Cordas.
A Abendi desenvolveu, a partir de 2007, e
lançou em 2014, um sistema de certificação
Plateia presente no 5º Encontro Anual Abendi sobre Atmosferas Explosivas.
de competências pessoais “Ex”, com base
de áreas, projeto, montagem, testes, inspeção,
fez uma palestra sobre o tema “Segurança em
no sistema internacional de certificação “Ex”,
manutenção, reparos, recuperação e auditorias
Atmosferas Explosivas”. Já o Eng. Alexandre
abrangendo as Unidades de Competência Ex
de equipamentos e instalações “Ex”.
Glitz (CCPS – Chemical Center for Process
000 a Ex 010. Já foram emitidos pela Abendi,
Safety) apresentou interessantes aspectos
dentro do Sistema Nacional de Qualificação e
relacionadas
“atmosferas
relacionados com o tema “Segurança de
Certificação (SNQC) até o presente momento,
explosivas” e com uma mesa redonda, com
Processo – O que é e como impacta nossa
mais de 100 certificados sobre competências
a presença de todos os palestrantes, onde
atividade”.
pessoais "Ex", envolvendo todas as Unidades
a plateia teve a oportunidade de esclarecer
de Competências.
diversos
proferiu uma palestra sobre “Reparo e
segurança das instalações em atmosferas
Recuperação
Este 5º Encontro Anual da Abendi sobre
Atmosferas
Explosivas
foi
destinado
ao
O Encontro “Ex” contou com palestras com
assuntos
o
tema
relacionados
com
a
O Eng. João Carlos Godoy (Manutronik) de
Equipamentos
“Ex”
de
explosivas, sob o ponto de vista de seu ciclo
acordo com a Norma ABNT NBR IEC
nivelamento de informações sobre a segurança
total de vida.
60079-19”. Na sequência, o Eng. Leonardo
ao longo do ciclo total de vida das instalações
A abertura do encontro foi feita pelo
Alves
“Ex”, bem como dos requisitos de treinamento,
Eng.
da
tema “A engenharia e a eletricidade estática
qualificações, competências e certificações
Petrobras, coordenador do Subcomitê SCB
em ambientes potencialmente explosivos”.
dos profissionais envolvidos com atividades
003:031 (Atmosferas explosivas) da ABNT
Finalizando a apresentação das palestras,
em projeto, montagem, inspeção, manutenção
e representante do Brasil no TC 31 da IEC
a Eng. Fabiana Bressolin (SBM Offshore)
e reparos de equipamentos e instalações
e no IECEx, que discorreu sobre o tema “A
apresentou o trabalho “Inspeção de Instalações
elétricas, de instrumentação, de automação,
segurança durante o ciclo total de vida das
Elétricas e de instrumentação em atmosferas
de telecomunicações e mecânicas em áreas
instalações "Ex": Boas práticas de serviços e
explosivas”.
classificadas.
competências pessoais”.
Teve por objetivo também ao esclarecimento
Na sequência, o Eng. Hélio Rodrigues
neste 5º Encontro “Ex” da Abendi, esteve a
geral de dúvidas relacionadas com os requisitos
(Abendi) trouxe o tema “A certificação de
4ª Competição Prática de Inspeção Visual Ex
de competências pessoais “Ex”, aplicáveis às
pessoas como fator para a elevação do nível de
007, com a execução de uma atividade prática
empresas de serviços e profissionais envolvidos
segurança em instalações Ex”. O Eng. Giovanni
de inspeção visual de instalação de diversos
com a execução de atividades de classificação
Hummel (HG Inspeção e Análise de Sistemas)
equipamentos “Ex”, de acordo com a Unidade
Roberval
Bulgarelli,
consultor
(Maccomevap)
discorreu
sobre
o
Dentre os destaques que foram realizados
29 Divulgação / Abendi
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Equipe de palestrantes no 5º Encontro Anual Abendi sobre Atmosferas Explosivas.
de Competência Ex 007, com base na Norma
Normas Técnicas Brasileiras ABNT NBR IEC
Técnica Brasileira ABNT NBR IEC 60079-17
60079-14 (Projeto e montagem “Ex”), ABNT
– Inspeção e manutenção “Ex”. Este Exame
NBR IEC 60079-17 (Inspeção e manutenção
Prático de Inspeção visual Ex 007 foi realizado
“Ex”) e ABNT NBR IEC 60079-19 (Reparo,
em um “Stand” contendo a instalação de
revisão e recuperação de equipamentos “Ex”).
diversos equipamentos elétricos, eletrônicos e
de automação para atmosferas explosivas de
Abendi sobre Certificação de Competências
gases inflamáveis e poeiras combustíveis. Os
Pessoais em Atmosferas explosivas, incluindo
três primeiros colocados nesta competição
fotos e apresentações estão disponíveis em: http://
de inspeção visual “Ex” foram premiados no
abendieventos.org.br/atmosferas_explosivas/
final do Encontro "Ex" com a isenção de taxas
A Abendi disponibiliza também uma
para a obtenção de certificação nas Unidades
“Autoavaliação Ex”, efetuada de forma “online”.
de Competências Ex 000 ou Ex 001, além de
Esta autoavaliação é composta por 30 questões
medalhas (de bronze, de prata e de ouro) ou
de múltipla escolha, relacionadas com o tema
treinamento sobre a Unidade de Competência
“Equipamentos e instalações em atmosferas
Ex 000 na modalidade EAD (Ensino à Distância).
explosivas”, que devem ser respondidas em
Houve
de
30 minutos. O resultado da autoavaliação é
equipamentos elétricos e de automação com
apresentado imediatamente após o término do
certificação de conformidade para atmosferas
questionário, indicando as respostas corretas
explosivas, permitindo uma atualização dos
para cada questão e o percentual de respostas
participantes em relação a novos equipamentos
corretas respondidas. Este tipo de autoavaliação
que se encontram no mercado, como por
serve para que os profissionais possam ter
exemplo, com tipos de proteção “segurança
uma ideia do seu nível atual de informações e
aumentada” (Ex “eb” ou Ex “ec”), segurança
conhecimentos na área relacionada com o tema
intrínseca (Ex “i”) e proteção de invólucro contra
“atmosferas explosivas”, podendo servir de base
ignição de poeiras combustíveis (Ex “t”), com
para a participação em novos treinamentos "Ex"
base nas Normas Técnicas Brasileiras adotadas
ou de ingresso em processo de certificação
da Série ABNT NBR IEC 60079.
de suas competências pessoais "Ex". http://
abendieventos.org.br/atmosferas_explosivas/
também
a
exposição
Além das apresentações, palestras, mesa
Mais informações sobre o 5º Encontro Anual
redonda, exame prático Ex 007 e exposição
autoavaliacao.html
de equipamentos “Ex” no dia 29 de agosto,
foi também realizado, na Abendi, no dia 30 de
Explosivas da Abendi está programado para ser
agosto, um minicurso “Ex”, sobre o tema “O ciclo
realizado entre os dias 18 e 20 de agosto de
total de vida das instalações em Atmosferas
2020, no Centro de Convenções Frei Caneca,
Explosivas”,
em São Paulo (SP).
envolvendo
a
aplicação
das
O 6º Encontro Anual sobre Atmosferas
Painel de empresas
30
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Schneider Electric Brasil inaugura Centro de Distribuição Inteligente para a América do Sul Schneider
Electric,
especialista
na
Divulgação
A
transformação digital em gestão da energia elétrica e automação, inaugurou, no dia 11 de setembro, a transformação digital do seu Centro de Distribuição Inteligente no município de Cajamar, em São Paulo. Com operações destinadas a setores como indústria, energia elétrica, cidades inteligentes e TI, entre outros, o site, que está em atividade desde 2011, também oferece a experiência do icônico Innovation Hub, da companhia. Somados, o Centro de Distribuição Inteligente e o Innovation Hub atuam como um modelo para a digitização industrial, apoiando o desenvolvimento da agenda nacional da Indústria 4.0. Este é o terceiro Centro de Distribuição
Distribuição, em Cajamar, esperamos aumentar
o EcoStruxure Augmented Operator Advisor,
Inteligente da Schneider Electric lançado em
de modo significativo a eficiência das nossas
que permite maior eficiência na manutenção de
2019 – os outros estão localizados na Austrália e
operações de ponta a ponta. Será possível não
processos e melhorias significativas na segurança
na China. Os Centros de Distribuição Inteligentes
apenas reduzir o tempo de entrega aos clientes,
das operações;
são essenciais para o Tailored Sustainable
mas também otimizar as operações da cadeia
• Eficiência e confiabilidade de energia – consumo
Connected 4.0 – programa da empresa que visa
de suprimentos por diminuir tanto o tempo de
de energia reduzido, usando informações em
a transformação digital da cadeia de suprimentos.
inatividade do equipamento quanto o consumo
tempo real fornecidas pelo EcoStruxure Resource
A Schneider Electric alavanca a digitização – por
geral de energia."
Advisor e EcoStruxure Facility Expert para obter
meio da sua plataforma e arquitetura EcoStruxure –
economia potencial de até 30% do consumo de
em todas as operações da cadeia de suprimentos
as tecnologias EcoStruxure, a Schneider Electric
para entregar integração e visibilidade de ponta a
pretende alcançar maior eficiência em todas as
ponta para aprimorar o desempenho.
camadas das suas operações, com os seguintes
Algumas
benefícios:
implementadas no Centro de Distribuição
Em um espaço de aproximadamente 21 mil
Ao digitizar o Centro de Distribuição com
energia. das
soluções
EcoStruxure
Inteligente de Cajamar são:
m2, o CD Inteligente, em Cajamar, realiza 350 • Gestão ágil e processos eficientes –
pedidos de vendas por dia em todo o território
possibilitando decisões melhores e mais rápidas
• EcoStruxure Augmented Operator Advisor –
nacional, atendendo a cerca de 3.500 clientes
da equipe para aprimorar o atendimento e a
aplicativo de realidade aumentada para diagnóstico
da Schneider Electric Brasil e também demandas
satisfação do cliente;
instantâneo e manutenção sem contato;
de outros países da região, como Argentina,
• Gestão de desempenho de ativos – análise
• PowerTag – sensores de energia sem fio que se
Chile, Colômbia, Peru e México. Agora, o Centro
preditiva para tempo de inatividade reduzido e
conectam aos disjuntores e fornecem dados de
está aberto a clientes, parceiros e instituições
operações eficientes a longo prazo;
carga elétrica em tempo real, além de alertas por
de ensino que queiram experimentar e aprender
• Capacitação do operador – acesso em tempo
e-mail em caso de possíveis problemas;
sobre as tecnologias mais inovadoras da empresa
real a ativos, dados e tecnologia inovadora, como
• EcoStruxure Power Advisor – por meio da
entregues por meio do EcoStruxure, arquitetura habilitada para IoT, aberta e interoperável. "A região de Cajamar é um polo industrial estratégico para as operações da Schneider Electric, sendo essa uma razão por termos escolhido a região para receber o CD Inteligente e o Innovation Hub", declara Marcos Matias, presidente da Schneider Electric Brasil.
Ele acrescenta que “ao trazermos a realidade
da transformação digital para nosso Centro de
Divulgação
entregas diárias e processa oito mil linhas de
Divulgação
31
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
computação em nuvem, inteligência artificial e de outras tecnologias, essa oferta melhora a eficiência das operações e manutenção, e garante a segurança e a confiabilidade dos sistemas de distribuição de energia; • EcoStruxure Power Monitoring Expert – para monitorar e analisar o desempenho de sistemas de energia elétrica, consultando periodicamente os medidores de energia para obter dados em tempo real; • Altivar Process ATV930 – novo conversor de frequência orientado a serviços que, por meio da gestão de energia, ativos e processos, atende à maioria dos requisitos de controle de processos, melhora a eficiência dos equipamentos e reduz os custos operacionais; • EcoStruxure Machine Advisor – plataforma de serviço baseada em nuvem para manutenção preditiva que rastreia máquinas em operação, monitora
seu
desempenho
e
corrige
irregularidades para prolongar a vida útil dos equipamentos.
Experiência do Innovation Hub: EcoStruxure em ação
O novo Centro de Distribuição Inteligente
ainda oferece a experiência do icônico Innovation Hub, que funcionará como um showroom aberto a clientes, parceiros e instituições de ensino, que poderão aproveitar o espaço para desenvolvimento de talentos.
O Innovation Hub é equipado com tecnologias
e soluções para monitoramento em tempo real de consumo de energia elétrica, câmeras, automação de iluminação e persianas, gestão do consumo de água, informações operacionais para controle e mais.
Algumas das principais tecnologias alocadas
no hub são: • Centro de controle: seis telas para monitorar as operações em tempo real por meio das soluções EcoStruxure implementadas no site; • Showroom de produtos: clientes e parceiros poderão simular as funcionalidades das mais variadas soluções nas arquiteturas EcoStruxure para fábricas, edifícios, máquinas e energia – incluindo o MTZ, novo disjuntor inteligente de baixa voltagem; • "The View": tela touch de 75 polegadas por meio da qual os visitantes poderão aprender sobre as diversas aplicações das soluções EcoStruxure da empresa e entender como os clientes da companhia estão alcançando transformações digitais de sucesso.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Arquivo Furnas
FURNAS: excelência técnica a serviço do Setor Elétrico Brasileiro civis como Montagem Eletromecânica de Subestações, obras civis – Implantação de linhas de transmissão e tecnologia do concreto. As aulas teóricas e práticas podem ser ministradas em instalações da empresa ou na sede do contratante.
Engenharia do Proprietário A Engenharia do Proprietário é a gerência técnica que representa o empreendedor no empreendimento e que lhe oferece apoio técnico para as atividades próprias da gestão contratual. Esse serviço utiliza o conhecimento técnico e expertise de FURNAS, de modo a possibilitar a melhoria da qualidade das obras e a mitigação de riscos para o contratante,
Arquivo Furnas
ampliando a eficiência em empreendimentos de geração e de transmissão de energia elétrica.
Segurança de Barragens
Contando com um parque de 21 usinas
hidrelétricas
(próprias
e
em
parceria),
FURNAS acumula experiência em segurança de barragens com a execução do seu protocolo de controle, que inclui inspeções regulares
Com a experiência acumulada por mais
Concreto,
Geotecnia,
corretivas
e
Termomecânica
Mineralógica e Microestrutural, Ensaios de
Segurança de Barragens e as resoluções da
ponta a serviço de projetos de engenharia
Durabilidade e Desempenho do Concreto
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
voltados para o setor de infraestrutura. A
e Modelos em Estudos Reduzidos (físicos
Em
companhia compartilha esse conhecimento
e computacionais). As soluções podem ser
FURNAS tem condições de prestar serviços
com o mercado por meio da prestação de
aplicadas por empresas interessadas em
e consultoria relacionados a temas como
serviços que agregam valor aos negócios,
controle tecnológico de obras, investigações
auscultação de barragens, manutenção da
possibilitam
e
avançadas dos materiais empregados nas
instrumentação civil (avaliação operacional,
melhoram o desempenho de projetos e
construções, estudos de comportamento
filmagem e desobstrução de sistema de
empreendimentos.
térmico do concreto massa, otimização de
drenagem) e estudos de "Dam Break"
Os laboratórios e centros técnicos
estruturas hidráulicas e estudos de operação
(ruptura de barragens), entre outros.
de FURNAS são acreditados perante o
de vertedouros, entre outros.
Além
custos
Análise
manutenções
energia, FURNAS desenvolve tecnologia de
de
Concreto,
e
preventivas, visando ao atendimento das
de seis décadas de atuação na área de
otimização
de
Modelagem
e Tecnologia (Inmetro) e contam com
Treinamentos
certificação International Organization for
FURNAS
Standardization
compreendendo
análise
Tecnologia
geotecnia, planejamento de projetos, obras
serviços
que
incluem
de
função
de
da
da
Política
Nacional
experiência
inúmeros
de
acumulada,
projetos
no
Brasil, FURNAS já prestou serviços em
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade
(ISO),
determinações
de
Angola, oferece
riscos,
China,
Colômbia,
em
Moçambique e Peru, entre outros países.
renováveis,
Mais informações no site ou pelo e-mail
treinamentos
energias
Argentina,
servicos@furnas.com.br.
O ponto de encontro da engenharia elétrica em 2020 com as cidades definidas
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34
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Baur do Brasil lança solução com big data para projetar vida útil de cabos em operação www.baurdobrasil.com.br
A Baur do Brasil está trazendo para
o mercado nacional o software de análise estatística STATEX, solução desenvolvida pela matriz Baur, sediada na Áustria, em parceria com a concessionária de energia sul-coreana Kepco. Lançamento mundial, o Statex é um software especializado em calcular a vida remanescente de cabos isolados em operação a partir da tecnologia de Big Data (análise de grandes volumes de dados).
O desenvolvimento do produto baseou-se em mais de 45 mil medidas de Tangente
Delta em 15 mil circuitos de cabos subterrâneos de média tensão provenientes de estudos realizados por diversos comitês técnicos internacionais. A partir destes parâmetros que o software possui em seu banco de dados, ele é capaz de determinar, de forma detalhada, o estado de envelhecimento, a velocidade de envelhecimento e a vida útil restante (estatisticamente) de um cabo com base no diagnóstico de fator de dissipação com tensão VLF (Very Low Frequency).
Controle para religadores trifásicos da Lupa Tecnologia www.lupatecnologia.com.br
O controle para religadores trifásicos – Altere V3,
produzido pela Lupa Tecnologia, é compatível com os principais religadores do mercado brasileiro. Possui melhoria da confiabilidade do religador nos quesitos proteção e religamento; redução das interrupções no fornecimento de energia (redução dos índices DEC, FEC, DIC, FIC); aumento nos ganhos de produtividade; redução significativa dos custos operacionais (deslocamento e mão de obra para operação e manobra); acréscimo de funções: supervisão, operação e parametrização à distância; ampliação, viabilização e antecipação do processo de automação das redes de distribuição de energia devido ao baixo valor de investimento para aquisição do sistema ALTERE V3 e adaptação dos religadores e geração de informações sobre a rede que possibilitem análises mais profundas das falhas e do seu comportamento em regime.
Dentre as funcionalidades, estão quatro entradas analógicas para sensoriamento de
corrente; medição de corrente de fase a partir de 3A e seis entradas analógicas para sensoriamento de tensão.
Fascículos
Apoio:
BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
36
Francisco Gonçalves Jr. Capítulo X – BIM 6D: O BIM aplicado à manutenção e à operação das edificações - Definição - Aplicações - Benefícios do BIM na gestão de facilities - Problemas da falta de gestão de facilities no Governo e Iniciativa privada - Modelos BIM e o padrão COBie - Softwares BIM para Gestão de Facilities - IoT e novas tecnologias aplicadas à Gestão de Facilities - Conclusão
Equipamentos para ensaios em campo
42
Daniel Bento Capítulo X – Ensaios em Cabos Isolados de Média Tensão - Características dos cabos isolados de média tensão - Tipos de testes e ensaios no cabo isolado - Teste de tensão aplicada (VLF) - Diagnóstico da isolação - Ensaio na blindagem - Conclusões
Linhas elétricas para baixa tensão
46
Paulo E. Q. M. Barreto Capítulo X – Instalação de condutores (I) - Disposição dos condutores - Travessias de paredes - Proximidade das linhas - Barreiras corta-fogo - Eletrodutos
Apoio:
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
36
Por Francisco Gonçalves Jr.*
Capítulo X BIM 6D: O BIM aplicado à manutenção e à operação das edificações Definição Atualmente, estima-se no ciclo de vida de uma edificação
das nomenclaturas dos N’Ds para Gestão de facilidades com a Sustentabilidade da edificação, intercalando os termos 6D e 7D.
que 20% dos gastos estejam relacionados com as fases de projetos
No Brasil, a incorporação do BIM na gestão de facilidades
e execução, e o restante dos 80%, com a operação e gestão.
das instalações é um campo novo a ser explorado na medida em
A ineficiência na transmissão de informações cada vez mais
que a metodologia vem se consolidando nas esferas públicas e
complexas do projeto tradicional para equipe de manutenção e
privadas com a aplicação das outras dimensões do BIM do projeto
gestão e edificações necessita de novas formas de gestão, pois os
a execução, surgindo novos usos do modelos BIM, ferramentas de
métodos tradicionais não atendem mais os requisitos operacionais
gestão, normas e a integração com novas tecnologias, como por
de forma eficaz.
exemplo IoT, Realidade Aumentada, dentre outras.
O uso da tecnologia BIM na concepção dos projetos da edificação terá impacto direto na operação e gestão dos edifícios, uma vez que os modelos gerados no ciclo da edificação representados pelos ND’ (projeto 3D, planejamento 4D e orçamento 5D) estão ricos de informações e dados que podem ser extraídos a qualquer momento, produzindo informações detalhadas dos elementos construtivos
Fascículo
definidos neles. Isso proporciona o uso e gerenciamento dos recursos de forma mais abrangente do que apenas dos componentes de projetos representados pelos equipamentos, inserindo também a relação das pessoas, serviços e usos nos ambientes nos quais estão inseridos. Essa nova dimensão do BIM busca a gestão das instalações, prática muito comum em edificações corporativas e industriais. À vista disso, com o advento de edificações comerciais e residenciais
Figura 1 – BIM 6D Gestão e Manutenção.
Aplicações
mais complexas, esse tipo de gestão começa a ter importância e
O modelo com informações de término de obra dos elementos
aplicação, elevando o status da atual manutenção predial para algo
de projeto pode ser utilizado para operação da edificação, com a
maior.
possibilidade de gerar planos de manutenção, verificar informações
O termo muito conhecido e difundido em outros países para
de equipamentos, garantia de fabricantes, especificações técnicas e
designar essa forma de gestão é “Facility Management” – FM,
ainda acrescentar mais informações que sejam pertinentes à gestão
ou gestão de facilidades. Na metodologia BIM, é possível que
da edificação no seu ciclo de vida.
se encontre em algumas literaturas uma inversão na definição
Com isso, os gestores da edificação podem compartilhar
37
Apoio:
informações com empresas que prestam serviços e, ao identificar
para o planejamento de como será executado o serviço e forma de
algum problema ou plano de manutenção, disparar uma ordem
acesso ao componente.
se serviço eletrônica, com todas as informações necessárias para
No caso das edificações que possuem sistemas supervisórios
a empresa que irá prestar o serviço, como a localização exata do
de automação, os mesmos, ao detectarem alguma falha, podem ser
equipamento com problema.
integrados ao sistema de facilities para automatização do processo
O uso do BIM aplicado à gestão de facilities permite ao gestores, com a utilização
de ferramentas computacionais
adequadas
descrito acima no acionamento da equipe de manutenção de forma mais ágil e assertiva.
e especializadas para esse fim, usufruir de todo o volume de
Podemos citar ainda outros exemplos que vão muito além da
informações gerados no decorrer do ciclo de vida da edificação nas
manutenção predial, tais como: a gestão de espaços, imobiliárias,
fases anteriores, sem que os mesmos sejam usuários avançados de
ativos, energética, custos operacionais, contratos, segurança,
ferramentas de modelagem, projeto e planejamento, e com isso,
Telecomunicação, Riscos e Projetos.
também economizar tempo e dinheiro na aquisição de softwares, computadores de alto desempenho e treinamento de equipes.
Benefícios do BIM na gestão de facilities
poderá, por
Devido à integração e uso das informações contidas em
exemplo, acessar o modelo em um ambiente na nuvem através
planilhas e modelos da edificação, o BIM na gestão de facilities pode
de uma conexão com a internet, com uso de computadores ou
apresentar diversos ganhos e melhorias se comparado ao processo
dispositivos móveis, como tablets e smartphones e, ao constatar
tradicional existente.
Com essas ferramentas, o gestor de facilities
algum problema, como uma luminária queimada, localizá-la no
Os dados podem ser extraídos do modelo com exatidão,
modelo BIM de forma rápida, tendo com isso a sua posição exata, e
o gestor pode visualizar os espaços em 3D navegando neles e
disparar uma OS – ordem de serviço à equipe de manutenção através
gerando diversas formas de visualização: cortes, plantas. Além
de e-mail. Nesse e-mail, constará link do modelo, posição exata do
disso, pode, com um clique nos equipamentos ou qualquer item
componente, especificações técnicas dos fabricantes, garantias e
da infraestrutura, acessar dados técnicos de projeto, manuais de
demais informações necessárias para a execução do serviço, como:
fabricantes e garantias. Com isso, as OS serão emitidas de forma
ferramentas, escadas, peças de reparos, e tudo o que for necessário
muito mais eficiente e precisa, melhorando o fluxo de trabalho
Apoio:
BIM - Building Information Modeling
38
e o processo de toda a equipe de gestão envolvida na compra de
abordarmos o
materiais a execução em campo.
Information Exchange –, que é um formato internacional
de
Em situações mais complexas, como reformas de edificações
informações, com objetivo de padronizar os dados gerados pelos
especiais, como um hospital, o gestor poderá efetuar uma análise
modelos na concepção do projeto, execução e demais etapas,
de dados poderosa, simular vários cenários e propor as ações à
servindo para o embasamento dos processos de operação, gestão e
sua equipe com um grau de precisão muito superior aos processos
manutenção da edificação e seus ativos, quando a mesma é entregue
tradicionais, evitando desperdício de tempo, materiais e, é claro,
para uso.
dinheiro, além de reduzir ao máximo o tempo de parada de algum serviço essencial oferecido.
Problemas da falta de gestão de facilities no Governo e Iniciativa privada
Esse padrão não é necessariamente associado a um dado geométrico, podendo estar presente desde softwares de projeto BIM, até planilhas e ferramentas de gestão, graças à sua versatilidade. Para que se tenha o melhor uso do modelo BIM para gestão da edificação, o ideal é que nos contratos, tais informações sejam
Tanto em obras públicas, quanto privadas, podemos destacar
preenchidas pelos envolvidos em todo o ciclo da edificação, e que
inúmeros problemas ocasionados pela má gestão de facilities
no final, resulte em um banco de dados completo e alimentado
ou falta dela, acarretando problemas na perda de tempo para
continuamente para uso na gestão do empreendimento.
encontrar as informações necessárias para manutenção em pilhas
De acordo com Eastman, na figura 2, podemos listar alguns
de pranchas, manuais impressos, entre outros documentos,
tipos de informações que o modelo IFC, na sua fase final, deve
atrasando a manutenção e gerando um prejuízo na parada de um
conter para uso na gestão de facilities entregue ao proprietário do
serviço essencial associado a algum serviço inoperante devido uma
empreendimento.
falha de equipamento.
Além das informações contidas em modelos IFC, inseridos em
No caso de indústrias, pode haver prejuízo na parada de
softwares BIM, os dados do COBie também podem ser definidos
uma linha de produção nas edificações, causando transtornos
em planilhas constituídas de campos com várias sub-planilhas
aos moradores no uso dos recursos do condomínio. Tudo isso
associadas, com todas as informações dos ativos, espaços, e demais
corrobora para o aumento de custo de operação, manutenção e,
parâmetros relacionados ao gerenciamento da edificação.
no caso de edificações públicas, com prejuízo à sociedade, devido
Com isso, podemos verificar que o principal ganho e objetivo
à paralisação de algum serviço essencial, mau uso dos recursos
desse formato é a organização e assertividade na transferência de
públicos, sucateamento do patrimônio, dentre outros problemas.
plantas, memoriais, documentos no término da obra, auxiliando
Modelos BIM e o padrão COBie Quando falamos em gestão BIM, é de grande importância
Fascículo
CoBie – Construction Operations Building
Figura 2 – Tabela de informações do modelo IFC (adaptado Eastman, 2014).
na redução de custo de operação da edificação e um acesso rápido, eficiente e facilitado por todos através dos modelos associados às planilhas.
Apoio:
39
Apoio:
BIM - Building Information Modeling
40
Figura 3 – Planilha exemplo com informações do formato COBie.
Softwares BIM para Gestão de Facilities A gestão de Facilities com o uso do BIM requer uma visão sistêmica e ampla, como um ramo novo. O mercado ainda está carente de ferramentas computacionais para esse objetivo, e necessita de uma integração com ferramentas de outras aplicações e fases do ciclo de vida da edificação. As poucas opções hoje disponíveis são soluções de outros países, onde a gestão de facilities é mais difundida e aplicada. Podemos destacar duas soluções:o Archibus° software de gestão com conceito BIM, com uma aplicação bem diversificada e ampla, indo muito além do que somente a manutenção predial, e o software YouBIM°, uma aplicação mais restrita e focada para gestão da manutenção predial. Além destes, temos aplicações móveis que interagem nesse fluxo de informações.
na qual cada vez mais as edificações passam ser inteligentes através da comunicação sensores, agentes e demais dispositivos com capacidade de processamento, todos integrados e se comunicando através de protocolos padrões relacionados a sistemas nas nuvens. Toda essa informação gerada através de sistemas de automação tem aplicação direta no BIM relacionado à gestão de facilities de uma edificação, capturando e fornecendo informações em tempo real, 24 horas por dia, integrando equipamentos, dispositivos móveis, sistemas de gestão e modelos BIM. Então,
diversos
sensores,
como
por
exemplo,
de
temperatura, umidade e presença, poderão interagir e retroalimentar modelos BIM de gestão, gerando mapas de calor e permitindo a gestão energética e climática em função
Fascículo
da ocupação detectada nos ambientes. Como essas diversas aplicações, seja na área da manutenção corretiva e preditiva, ou ainda na segurança, sustentabilidade, eficiência energética, gerenciamento de espaços e ativos imobiliários, compras de materiais, entre outros tantos serviços possíveis de serem monitorados e interconectados aos modelos 3D BIM. Nesse cenário, teremos a incorporação, além da IOT, Figura 4 – Software Archibus.
IoT e novas tecnologias aplicadas à Gestão de Facilities
de outras tecnologias emergentes, como realidade virtual e aumentada aplicada à manutenção predial, interagindo com o modelo BIM. Como esses sistemas geram um grande volume de dados, poderemos utilizar tecnologias com big data e inteligência artificial para análises de diversos cenários e
Com o advento da revolução digital, estamos migrando
comportamentos, trazendo maior segurança no planejamento
para a digitalização das edificações, e com o conceito IoT
de atividades, fluxos e processos, proporcionando um modelo
em ampla expansão também para o setor da construção civil,
de gestão mais assertivo, econômico e eficiente.
41
Apoio:
Conclusão Apesar de todo o potencial, aplicações e benefícios do
ABRAFAC: Associação Brasileira de Facilities. Disponível em: <http://www.abrafac.org.br>. Acesso em: 1 de outubro
BIM na gestão de facilities, ele ainda é pouco explorado no
de 2019.
Brasil, com poucos casos de uso e sem uma regulamentação
PINHEIRO, I. S. Aplicação da Tecnologia BIM na Gestão de
bem definida e mão de obra capacitada. Como já vimos nos
Facilidades. 141 f. il. 2016. Monografia (Trabalho de Conclusão
outros fascículos que abordam as dimensões do BIM, existe
do Curso de Engenharia Civil) - Escola Politécnica, Universidade
uma resistência à mudança cultural exigida para aplicação
Federal da Bahia, Salvador, 2016.
de um novo processo ou tecnologia, o que também ocorre
Archibus. 2019. Disponível em: <http://www.archibus.com/>
no setor de Facilities nacional. No entanto, com o avanço e a
Acesso em: 1 de outubro de 2019.
disseminação do BIM no Brasil, inclusive, com as diretrizes
YouBIM. 2019. Disponível em: <http://https://www.youbim.
do decreto BIM, fomentado às etapas anteriores de projeto,
com//> Acesso em: 1 de outubro de 2019.
planejamento e orçamento e a crescente revolução digital para a industrialização da construção civil, esse panorama tende a
*Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos
mudar, surgindo novas ferramentas, processos e mão de obra
e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica
capacitada para atuar nesse setor.
pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela
Referências bibliográficas
Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM –
EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM: um guia de modelagem
Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC.
da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Bookman Editora, 2014.
Continua na próxima edição
CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Coletânea
Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br
Implementação do BIM para Construtoras e Incorporadoras. v.1,
Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para:
Brasília, 2016.
redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio:
Equipamentos para ensaios em campo
42
Por Daniel Bento*
Capítulo X Ensaios em cabos isolados de média tensão
Os cabos isolados de média tensão (1) estão presentes em vários tipos de instalações, tais como: ruas das grandes cidades, instalações industriais, parques eólicos e solares. Normalmente, são escolhidos para alimentar as principais cargas ou para escoar a energia gerada,
Os cabos isolados de média tensão são constituídos de várias
como no caso das usinas. Sua alta confiabilidade e segurança
camadas, sendo as principais: o condutor ao centro, ao redor a
determina sua utilização. Com o surgimento dos polímeros
primeira camada semicondutora; em seguida, a isolação; depois,
(XLPE e EPR) após a segunda guerra mundial, que substituíram
a segunda camada semicondutora; posteriormente, a blindagem, e
os cabos com isolação de papel impregnado a óleo, novos desafios
por fim, a cobertura.
foram colocados, como por exemplo, os testes e ensaios de comissionamento e de manutenção (preditiva e preventiva).
Fascículo
Características dos cabos isolados de média tensão
O condutor possui a finalidade de conduzir a corrente elétrica; as camadas semicondutoras uniformizam o campo elétrico; a isolação
Nos últimos 30 anos, muitas pesquisas foram desenvolvidas
restringe o efeito do campo elétrico provocado pela tensão presente
para entender o processo de envelhecimento do isolante, e com isso,
no condutor; a blindagem conduz para terra a corrente gerada por
estabelecer padrões de manutenção para evitar a falha, precoce ou
eventual falha da isolação e a cobertura protege mecanicamente o
ainda de final de vida. Nestas pesquisas, ficou evidente como o teste
cabo.
de tensão aplicada na forma contínua (HIPOT-DC) é maléfico para os isolantes poliméricos (2). O principal motivo para não utilizar
Tipos de testes e ensaios no cabo isolado
tensão contínua é que este tipo de teste pode polarizar o isolante, levando à falha quando energizado. A solução encontrada para
As normas IEEE 400.2, IEC 60270 e IEEE 1617 são referências
substituir o Hipot – DC, que por muitos anos atendeu de forma
para manutenção em cabos isolados. A IEEE 400.2 estabelece os
satisfatória os testes nos cabos com isolação de papel impregnado a
valores e testes de tensão aplicada em VLF para comissionamento
óleo, foi o desenvolvimento de um novo teste em tensão alternada.
e manutenção preventiva, bem como os valores e parâmetros para
Como o equipamento precisava ser portátil, utilizar a frequência
a medição de Tangente Delta. A IEC 60270 trata das medições de
industrial (60Hz) geraria uma série de problemas, pois necessitaria
descargas parciais e a IEEE 1617 da blindagem dos cabos.
de muita potência para gerar altas tensões. A solução encontrada foi um teste em AC com uma frequência muito baixa (0,1Hz). Este
Teste de tensão aplicada (VLF)
teste é conhecido (VLF) no acrônimo inglês Very Low Frequency. Neste fascículo, vamos abordar os principais tipos de testes e ensaios estabelecidos nas normas internacionais.
O guia IEEE 400.2 estabelece três momentos diferentes que devem ser realizados os testes:
43
Apoio:
• Instalação – O cabo lançado, porém sem os acessórios (emendas
• Aceitação – Cabo lançado e com todos os acessórios confeccionados.
e terminações) confeccionados.
• Manutenção – Cabos em operação.
Figura I: Excerto da norma IEEE 400.2.
Apoio:
Equipamentos para ensaios em campo
44
O tempo do teste pode variar de 15 minutos até 60 minutos, dependo da criticidade do cabo. Para o teste de aceitação, o tempo recomendado pela norma é de 60 minutos.
Diagnóstico da isolação O cabo apresenta as características de um capacitor, pois ele possui dois materiais condutores (condutor e blindagem) separados por um isolante (isolação). Portanto, quando é aplicada tensão elétrica no cabo, a corrente gerada apenas pela
Figura III: Resultado de Tangente Delta.
energização deveria ser somente capacitiva, porém, em função de pequenas falhas nesta isolação, podem surgir correntes resistivas. O ensaio de Tangente Delta realiza as medições das correntes resistiva (Ir) e capacitiva (Ic), sendo que o ângulo formado entre elas permite analisar o grau de envelhecimento e deterioração do material isolante, conforme ilustra a Figura I.
Figura IV: Cabos com água.
Figura V: Resultado de Descargas Parciais.
Fascículo
Figura II: Ilustração da relação entre corrente resistiva e capacitiva.
Caso o resultado do ensaio indique que o ângulo δ esteja elevado, significa que há presença de elevado nível de corrente resistiva em relação à corrente capacitiva presente no cabo. Tal situação sinaliza a existência de defeito na isolação. Os ensaios de descargas parciais servem para detectar problemas incipientes no isolante do cabo e/ou nos acessórios (emendas e terminações). A seguir, está apresentado um
Figura VI: Arranjo elétrico para medições.
Ensaio na blindagem
resultado prático de ensaios realizados em um circuito. Os resultados da medição de Tangente delta foram muito
A blindagem de um cabo isolado de média tensão pode
elevados, demonstrando que o circuito apresenta alto nível
sofrer danos durante sua instalação; podem ocorrer problemas,
de envelhecimento e risco de falha por conter arborescências
como por exemplo, tração excessiva no lançamento ou
de água (water tree) e também foi constatada atividade de
curvatura muito acentuada, além de danos à capa de proteção,
descargas parciais.
o que irá permitir a entrada de água, gerando water tree.
Apoio:
45
Apoio:
Equipamentos para ensaios em campo
46
Figura VII: Exemplo de reflectometria em cabo com indício de falha no trecho inicial.
Ao longo da operação, a blindagem pode ser danificada, por exemplo, devido à ocorrência de um curto-circuito com correntes superiores ao qual foi projetado. Para identificar essa situação, é possível realizar a medição da resistência elétrica da blindagem e a análise de
[1] NBR 7286 - Cabos de potência com isolação sólida extrudada de borracha etilenopropileno (EPR, HEPR ou EPR) para tensões de isolamento de 1 kV a 35kV.
sua reflectometria, haja vista que o rompimento parcial da
[2] NBR 7287 - Cabos de potência com isolação sólida
blindagem aumentará sua resistência e um rompimento total
extrudada de polietileno reticulado (XLPE) para tensões de
impedirá totalmente a circulação de corrente elétrica.
isolamento de 1 kV a 35 kV.
O Guia IEEE 1617 – 2007 apresenta uma metodologia para realizar a medição da resistência elétrica da blindagem de cabos isolados de média tensão. O valor de resistência elétrica calculada deve ser comparado com o valor teórico esperado para o cabo em análise. O ensaio consiste em injetar uma corrente de 30A na
[3] S. C. Moh, „Very Low Frequency Testing - It's effectiveness in detecting hidden defects in cables,“ CIRED 17th international Conference on Electricity Distribution , Barcelona, 2003. [4] SOLIDAL CONDUTORES ELÉTRICOS. Guia Técnico. 10ª edição. Solidal – Condutores Elétricos. Portugal, 2007.
blindagem metálica pelo sistema de aterramento a uma
[5] IEEE - Power and Energy Society. IEEE Std 400. Guide for
frequência de 60Hz, sendo que uma fração dessa corrente flui
Field Testing and Evaluation of the Insulation of Shielded Power
pelo sistema de aterramento e a fração complementar pela
Cable Systems Rated 5 kV and Above. EUA, 2012.
blindagem metálica. A reflectometria, por sua vez, emprega a mesma técnica utilizada em radares. Um sinal é enviado pelo cabo e, quando ele encontra
Fascículo
Referências
[6] IEEE - Power and Energy Society. IEEE Std 400.2: IEEE Guide for field testing of shielded power cables systems using very low frequency (VLF) (less than 1 Hz). EUA. 2013.
alguma barreira, que neste caso é caracterizado por diferença de
[7] IEEE - Power and Energy Society. IEEE Std 1617: IEEE
impedância, há um retorno. De acordo com o tempo em que o
Guide for detection, mitigation, and control of concentric neutral
sinal retorna e a forma deste retorno, é possível interpretar o tipo de
corrosion in medium-voltage underground cables. EUA. 2007.
problema e a sua distância, ilustrado na figura VII.
Conclusões
[8] IEC 60270 - High-Voltage Test Techniques - Partial Discharge Measurements [9] KELLY, Lawrence J.: High voltage testing of medium voltage shielded power cables. IEEE. EUA. 1988.
Existem muitas técnicas para avaliar as condições de conservação dos cabos isolados de média, permitindo uma
*Daniel Bento é engenheiro eletricista, especializado em redes
análise de confiabilidade que suporte um plano de manutenção.
subterrâneas. É também diretor da Baur do Brasil.
Além de diagnosticar uma falha existente, estes ensaios podem ser realizados de forma preditiva, de modo a obter previamente
Continua na próxima edição
a análise se há indício de início de um problema no cabo,
Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br
antecipando, assim, uma falha que impacte a operação e evitando trocas apenas devido ao término da vida útil média esperada.
Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Apoio:
Linhas elétricas para baixa tensão
48
Por Paulo E. Q. M. Barreto*
Capítulo X Instalação de condutores (I)
A maneira de instalar os condutores elétricos, além de
mesmo equipamento.
influenciar o seu dimensionamento, conforme abordado nos artigos
6.2.10.3 Os condutores de um mesmo circuito, incluindo o condutor
anteriores, possui peculiaridades que nem sempre são consideradas
de proteção, devem estar nas proximidades imediatas uns dos outros.
nos projetos e nas execuções de instalações elétricas. Aspectos como
6.2.10.4 Quando forem usados condutores em paralelo, eles devem ser
travessias de paredes e de barreiras corta-fogo, proximidade com
reunidos em tantos grupos quantos forem os condutores em paralelo,
outras linhas elétricas e não elétricas, disposição dos condutores,
cada grupo contendo um condutor de cada fase ou polaridade. Os
tipo de conduto utilizado, são alguns exemplos de situações
condutores de cada grupo devem estar instalados nas proximidades
que possuem requisitos estabelecidos pela norma NBR 5410 e
imediatas uns dos outros.
apresentados a seguir.
Disposição dos condutores A instalação de condutores deve atender a alguns requisitos básicos, conforme estabelecido em 6.2.10, como forma de evitar danos à isolação, elevação indevida da impedância do circuito e risco à segurança por ocasião de manutenção da linha elétrica:
NOTA – Em particular, no caso de condutos fechados metálicos, todos os condutores vivos de um mesmo circuito devem estar contidos em um mesmo conduto.
Travessias de paredes Quando uma linha elétrica atravessa uma parede ou uma laje, é necessário avaliar a classificação de influências externas envolvidas
Fascículo
em cada um desses ambientes e se haverá comprometimento das 6.2.10.1 Os cabos multipolares só devem conter os condutores de um
características de compartimentação desses locais. Tanto para
mesmo e único circuito.
poços verticais (shafts), quanto para paredes (trecho horizontal),
6.2.10.2 Admite-se que os condutos fechados contenham condutores
as aberturas devem ser obturadas após a passagem dos cabos (ver
de mais de um circuito nos seguintes casos:
barreira corta-fogo mais adiante).
a) quando as quatro condições seguintes forem simultaneamente atendidas:
Além disso, estabelece a norma em 6.2.9.3: Nas travessias de
- os circuitos pertencerem à mesma instalação, isto é, se originarem do
paredes, as linhas elétricas devem ser providas de proteção mecânica
mesmo dispositivo geral de manobra e proteção;
adicional, exceto se sua robustez for o suficiente para garantir a
- as seções nominais dos condutores de fase estiverem contidas dentro
integridade nos trechos de travessia.
de um intervalo de três valores normalizados sucessivos; - os condutores tiverem a mesma temperatura máxima para serviço contínuo; e
Proximidade das linhas Durante a elaboração de um projeto, deve-se atentar para a
- todos os condutores forem isolados para a mais alta tensão nominal
proximidade entre linhas elétricas e entre linhas elétricas e não
presente.
elétricas, de modo que uma não cause influência na outra e nem
b) no caso dos circuitos de força, de comando e/ou sinalização de um
sejam prejudicadas por ocasião de intervenções em uma delas.
49
Para tanto, em 6.2.6.4, a norma estabelece requisitos para a proximidade de linhas não elétricas, conforme segue: 6.2.9.4.1 Quando as linhas elétricas se situarem nas proximidades de linhas não elétricas, o afastamento entre as superfícies externas de ambas deve garantir que a intervenção em uma delas não represente risco de danificação à outra. 6.2.9.4.2 As linhas elétricas não devem ser dispostas nas proximidades de canalizações que produzam calor, fumaça ou vapores cujos efeitos podem ser prejudiciais à instalação, a menos que as linhas sejam protegidas contra esses efeitos, como, por exemplo, interpondo-se um anteparo adequado entre a linha elétrica e aquelas canalizações. 6.2.9.4.3 Não se admitem linhas elétricas no interior de dutos de exaustão de fumaça ou de dutos de ventilação. 6.2.9.4.4 Quando a linha elétrica, no todo ou em parte, seguir o mesmo percurso de canalizações que possam gerar condensações (tais como tubulações de água e de vapor), ela não deve ser disposta abaixo dessas canalizações, a menos que sejam tomadas precauções para protegê-la dos efeitos da condensação. Para proximidade de outras linhas elétricas, a norma prescreve o que segue: 6.2.9.5 Circuitos sob tensões que se enquadrem uma(s) na faixa I e outra(s) na faixa II definidas no anexo A não devem compartilhar a mesma linha elétrica, a menos que todos os condutores sejam isolados para a tensão mais elevada presente ou, então, que seja atendida uma das seguintes condições: a) os condutores com isolação apenas suficiente para a aplicação a que se destinam forem instalados em compartimentos separados do conduto a ser compartilhado; b) forem utilizados eletrodutos separados. Do referido anexo A, obtém-se, por exemplo, para sistemas diretamente aterrados, em corrente alternada, a seguinte classificação: Faixa I é aquela cuja tensão entre fases é menor ou igual a 50V; e Faixa II é aquela cuja tensão entre fases está compreendida entre 50 e 1000V.
Barreiras corta-fogo Da mesma forma que no caso de travessias de paredes, quando uma linha elétrica atravessar uma barreira corta-fogo, devem ser observados os requisitos contidos em 6.2.9.6, dos quais se destacam: 6.2.9.6.1 Quando uma linha elétrica atravessar elementos da construção tais como pisos, paredes, coberturas, tetos etc., as aberturas remanescentes à passagem da linha devem ser obturadas de modo a
Apoio:
Linhas elétricas para baixa tensão
50
preservar a característica de resistência ao fogo de que o elemento for
impacto maior do que o uso das mangueiras, pois foi entendido
dotado.
no meio técnico como exagero da norma, visto que um eletroduto
6.2.9.6.2 Linhas elétricas tais como as constituídas por eletrodutos
propagante de chama embutido em laje, alvenaria ou enterrado, não
ou condutos fechados equivalentes e as pré-fabricadas, que penetrem
piora as condições de propagação de um incêndio pela edificação,
em elementos da construção cuja resistência ao fogo seja conhecida e
já que, quando o fogo chegar ao eletroduto, já não existirá nem
especificada, devem ser obturadas internamente, de forma a garantir
mesmo o material da edificação que o recobria! Este requisito está
pelo menos o mesmo o grau de resistência ao fogo do elemento em
sendo reestudado pela Comissão de Estudos encarregada de revisar
questão, e também obturadas externamente, conforme 6.2.9.6.1.
a NBR 5410 e, provavelmente, na futura edição, sofrerá alteração,
6.2.9.6.4 Os eletrodutos ou condutos fechados equivalentes que sejam
mantendo tal exigência apenas aos eletrodutos instalados de forma
não propagantes de chama e cuja área de seção transversal interna
aparente.
seja de no máximo 710mm2 não precisam ser obturados internamente, desde que:
já constavam das edições anteriores da NBR 5410 e podem ser
proteção IP33; e
resumidos no que segue:
b) todas as extremidades da linha que terminem em um compartimento construtivamente separado do compartimento do qual ela provém
• Os eletrodutos devem suportar as solicitações mecânicas,
satisfaçam o grau de proteção IP33.
químicas, elétricas e térmicas a que forem submetidos nas condições da instalação.
A obturação das barreiras corta-fogo deve cumprir alguns requisitos, tais como:
• Não deve ser instalado condutor nu em eletrodutos, a menos que seja o condutor de aterramento, e neste caso, deve ser em eletroduto exclusivo.
• ser compatível com os materiais da linha elétrica;
• Deve ser respeitada taxa máxima de ocupação do eletroduto, em
• permitir dilatações da linha elétrica;
função da quantidade de condutores no seu interior. Sendo que essa
• suportar os esforços a que a linha elétrica estiver submetida, tanto
taxa é de 40% para três ou mais condutores instalados no interior
nas condições normais quanto nas de incêndio;
de um eletroduto.
• suportar as mesmas influências externas a que estiver sujeita a
• Trechos retilíneos e contínuos de tubulação, sem interposição de
linha elétrica;
caixas ou equipamentos, não devem exceder 15m de comprimento
• possuir grau de proteção compatível com os elementos de
para linhas internas às edificações e 30m para as linhas em áreas
construção aos quais for aplicada;
externas às edificações. Se os trechos incluírem curvas, tais limites
• no caso de espaços de construção, deve impedir a propagação do
devem ser reduzidos em 3m para cada curva de 90°.
incêndio.
• Em cada trecho de eletroduto podem ser instaladas no máximo
Eletrodutos
Fascículo
Os demais requisitos referentes à instalação de eletrodutos
a) os eletrodutos ou condutos equivalentes apresentem grau de
três curvas de 90° ou seu equivalente até no máximo 270°. Não devem ser instaladas curvas com deflexão superior a 90°.
A edição de 2004 da NBR 5410 trouxe dois requisitos novos
• Se um eletroduto rígido atravessar uma junta de dilatação da
referentes a eletrodutos. O primeiro deles condena prática
edificação, ele deve ser seccionado e aplicada alguma medida
corriqueira em boa parte das obras prediais que era o uso de
compensatória (por exemplo, luva flexível) e, no caso de eletroduto
mangueiras d´água para passagem de condutores. Assim, estabelece
metálico, deve ser garantida a sua continuidade elétrica (por
a norma em 6.2.11.1.1: É vedado o uso, como eletroduto, de produtos
exemplo, por meio de fita ou cordoalha).
que não sejam expressamente apresentados e comercializados
• A passagem dos condutores no eletroduto só deve ser feita após
como tal. NOTA – Esta proibição inclui, por exemplo, produtos
a montagem completa dos eletrodutos (fixação, concretagem,
caracterizados por seus fabricantes como “mangueiras”.
embutimento) e após a limpeza do seu interior. • Os guias de puxamento não devem ser introduzidos no eletroduto
A rigor, não haveria necessidade desta redação na norma,
durante a execução das tubulações, só posteriormente.
pois tal prática nunca teve amparo normativo, mas diante do uso generalizado de mangueiras nessas condições, coube à norma fazer tal alerta.
Em função do material utilizado para a fabricação do eletroduto, do tipo de rosca e do tipo de revestimento protetor, tem-se uma norma específica.
O segundo requisito novo está estabelecido em 6.2.11.1.2:
No caso dos eletrodutos de aço, foram criados por alguns
Nas instalações abrangidas por esta Norma só são admitidos
fabricantes os “adjetivos” leve, médio, pesado, entre outros, para
eletrodutos não propagantes de chama. Este requisito sim causou
designar eletrodutos fabricados com diferentes espessuras de
Apoio:
51
Apoio:
Linhas elétricas para baixa tensão
52
caso do DN 20, a espessura normalizada é 2,25mm. Também não é prevista espessura diferente desta e nem os tais adjetivos. - NBR 5598, aplicável aos eletrodutos de aço-carbono, com ou sem costura, com rosca BSP e revestimento protetor interno e externo. Esse tipo de eletroduto possui a mesma espessura de parede do eletroduto conforme NBR 5597 e também não apresenta os tais adjetivos. - NBR 15465, abrange os eletrodutos plásticos em geral – rígidos até DN 110 e flexíveis até DN 40. Infelizmente, esta norma acabou utilizando os termos leve, médio e pesado, indevidamente criados pelo mercado para identificar os eletrodutos de aço que Exemplo de eletroduto de aço fora de norma, com parede 0,7mm, quando deveria ser 1,5mm.
não atendem as normas, como identificador das três classes de resistência mecânica. No caso do eletroduto plástico rígido, há somente a classe “pesado” (já que só há essa classe, seria dispensável
parede. O mercado acabou se acostumando com isso e comprando
tal caracterização, ou então, poderia ter sido escolhido outro termo).
“gato por lebre”, já que as normas dos eletrodutos de aço não
E para os eletrodutos plásticos flexíveis, foram criadas as classes:
possuem tais classificações. Com exceção do termo pesado, que
leve, médio e pesado, que se diferenciam pela resistência mecânica
apesar de não ser definido em norma, usualmente, corresponde à
aos esforços de compressão.
designação do “eletroduto normalizado”, os demais não atendem as normas correspondentes e acaba sendo uma forma de identificar o eletroduto não normalizado. O uso desses tipos de eletrodutos, além de caracterizar descumprimento de requisito normativo, pode causar enorme
Bem que essa norma poderia ter caracterizado as três classes de resistência mecânica por 1, 2, 3, ou A, B, C, de modo a não utilizar os mesmos termos vulgares criados pelo mercado para designar eletrodutos fora de norma.
prejuízo. Apenas para dar um exemplo, que é sentido por quem está
Portanto, ao contrário do que preconiza o mercado, não se
no canteiro de obras e, efetivamente, manipula o produto, é que em
deve utilizar as qualificações leve, médio, pesado, semi-leve, semi-
alguns desses tipos de eletrodutos não se consegue fazer rosca, nem
pesado, entre outras, para designar eletrodutos de aço. O correto é
dobrá-lo corretamente (devido à reduzida espessura da parede); e
mencionar o material, o diâmetro nominal, o tipo de revestimento
chegam até a amassar durante o processo de instalação.
protetor, outras características desejadas e a norma correspondente,
O uso desses “adjetivos” tem apenas uma exceção, contemplada na norma NBR 15465 – Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão (citado abaixo). A seguir, são apresentadas as principais diferenças entre as normas de eletrodutos e a questão da espessura de parede.
que já deixará implícitos a espessura de parede, o diâmetro e o tipo de rosca. Outro erro muito comum também empregado em eletrodutos, perfilados, bandejas e demais peças de aço, é designar um determinado tipo de revestimento protetor por “galvanizado a fogo”, quando o correto é zincado por imersão a quente, ou simplesmente,
- NBR 5624, aplicável aos eletrodutos rígidos de aço-carbono,
zincado a quente (quando o elemento protetor for o zinco).
Fascículo
com costura (solda longitudinal) e rosca conforme NBR 8133 e revestimento protetor interno e externo. São definidas as espessuras para cada diâmetro nominal (DN). Por exemplo, no caso do DN
*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução,
20, a espessura normalizada é 1,50mm. Não é prevista espessura
manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da
diferente desta, tampouco o uso dos termos leve, médio e pesado.
Comissão que revisa a norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor
- NBR 13057, aplicável aos eletrodutos de aço-carbono, com costura
em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações
e rosca conforme NBR 8133, só que com revestimento (externo)
Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-conselheiro do CREA-SP e
de zinco por eletrodeposição (zincado eletroliticamente). Os
da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no
diâmetros nominais e as espessuras de parede dos eletrodutos são as mesmas da norma NBR 5624 e também não são apresentados os tais adjetivos. - NBR 5597, aplicável aos eletrodutos de aço-carbono, com ou sem costura, com rosca NPT e revestimento protetor interno e externo. Esse tipo de eletroduto possui espessura de parede maior do que os eletrodutos conforme NBR 5624 e NBR 13057. Por exemplo, no
Brasil, no âmbito do Inmetro, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Renováveis Apoio:
ENERGIAS COMPLEMENTARES
53
Ano 3 - Edição 40 / Outubro de 2019
FASCÍCULO
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA: INOVAÇÃO NA GERAÇÃO – CHESF NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: MAIS RESPEITO AOS CONSUMIDORES DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA COLUNA EÓLICA: HORA DE FALAR DE NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO APOIO
jaroslava V | shutterstock.com
Capítulo X – Dimensionamento e compensação da energia gerada
Apoio
54
Fascículo
Renováveis
Por Hans Rauschmayer*
DIMENSIONAMENTO E COMPENSAÇÃO DA ENERGIA GERADA Figura 1: Ilustração de algumas formas de compensação da energia. Fonte: Guia de Constituição de Cooperativas de Geração Distribuída Fotovoltaica, OCB
55
1 - Introdução
3 - Faturamento do consumidor grupo B
Os nove fascículos que publicamos até agora ensinaram conteúdo
técnico que tem validade no mundo inteiro, independentemente do local da instalação fotovoltaica. No presente fascículo, apresentaremos o dimensionamento do sistema solar baseado na regulamentação brasileira.
No nosso país, o princípio da compensação da energia gerada
na Geração Distribuída é o abatimento da energia consumida, um regime conhecido como net-metering. Não há venda da energia à concessionária.
Esse regime, junto com a aplicação de taxas mínimas, determina
o dimensionamento ideal de uma planta fotovoltaica para um determinado cliente. 2 - A Regulamentação Brasileira REN ANEEL 482/2012
Em 17 de abril de 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica
Figura 2: Exemplo de fluxo de energia em um determinado mês.
(Aneel) publicou a Resolução Normativa Nº 482 que introduziu a Geração Distribuída no território brasileiro. Ela sofreu uma revisão em
2015 pela REN 687/2015, além de modificações redacionais que
tensão, por exemplo, residências e pequenas empresas. Eles pagam
esclareceram algumas dúvidas.
uma tarifa única ao longo do dia (com exceção da Tarifa Branca, que é
opcional e desvantajosa no caso da geração solar) e são faturados pelo
A Aneel buscou regras simples, com objetivo de facilitar a
O grupo B reúne consumidores que recebem a energia em baixa
disseminação da nova tecnologia. Temas fora da alçada da Aneel,
consumo mensal.
como taxação da energia gerada, não foram abordadas.
exemplo da figura 2, que apresenta o fluxo de energia ao longo de um
A regulamentação inclui diversas fontes renováveis (solar, hídrica,
eólica, biomassa), como também cogeração, considerada uma forma
Para compreender como funciona o faturamento, vamos usar o
mês:
mais eficiente de geração elétrica. • Neste mês, o sistema solar gerou 300kWh; 2.1 - Princípios do Net-metering conforme REN 482
• Desta energia, 180kWh foram consumidas por aparelhos ligados simultaneamente, o chamado “autoconsumo”;
Os princípios básicos definidos pela REN 482/2012 são os
seguintes:
• O restante da energia gerada, 120kWh, foi injetada na rede da concessionária; • O consumo total dos aparelhos elétricos nesta unidade somou
• A energia gerada abate o consumo da própria unidade;
500kWh;
• A energia excedente é injetada na rede da concessionária e
• Deste consumo, 180kWh foram fornecidos pelo sistema solar e o
considerada emprestada à distribuidora. Em outro horário, ela é
restante, 320kWh, vieram da rede da concessionária (consumo bruto
devolvida ao cliente;
da rede);
• O faturamento mensal apura a energia consumida e injetada: a
• A concessionária recebeu da unidade 120kWh em energia injetada e a
diferença positiva é cobrada;
devolveu em outro horário. Ela precisou, portanto, comprar 200kWh de
• O excedente mensal gera crédito que pode ser abatido em um dos
outras usinas para completar o fornecimento (consumo líquido da rede);
meses subsequentes;
• O consumo líquido da rede é faturado na conta do mês.
• Os créditos podem ser transferidos para outras contas vinculadas –
Precisamos de três leituras para estabelecer todos os números do fluxo
veremos este tema em seguida;
de energia:
• Outras cobranças na conta de energia, como o custo de
• A leitura do medidor de consumo;
disponibilidade ou da demanda contratada, não são modificadas.
• A leitura do medidor de injeção;
Apoio
Fascículo
56
Renováveis 4 - Dimensionar o sistema solar para um consumidor do
• A leitura do inversor.
grupo B
É importante que o proprietário do sistema compreenda esta lógica.
Em especial, ele deve estar ciente que a conta de energia apresenta
4.1 - Analisar a conta do cliente
apenas parte das informações. Tabela 2: Exemplo para aplicação de duas abordagens para estipular a potência do sistema solar para um determinado cliente.
3.1 - O custo de disponibilidade
Em meses com consumo muito baixo é cobrada uma taxa mínima,
chamada “Custo de Disponibilidade”, no valor de: • 30kWh para ligações monofásicas; • 50kWh para ligações bifásicas; • 100kWh para ligações trifásicas.
Geração total
Geração otimizada
Consumo médio mensal [kWh]
733
733
Custo de disponibilidade [kWh]
100
100
Meta de geração mensal [kWh]
733
633
Geração típica no local da
120
120
6,1
5,3
instalação [kWh / kWp] Potência do sistema solar [kWp]
Esta taxa é aplicada para todos os consumidores do grupo B,
independentemente de haver uma geração solar no local ou não. Com
isso, fica impossível zerar a conta com energia solar.
A tarefa do projetista consiste em dimensionar o sistema solar de
forma adequada para cada cliente.
3.2 - Cálculo da fatura
Ponto de partida é a conta do cliente, devido aos princípios da REN
482/2012 explicados acima. Usamos o histórico de consumo ao longo dos últimos 12 meses, impresso na conta como base de cálculo, e Tabela 1: Cálculo de fatura e crédito com aplicação do Custo de Disponibilidade em três meses exemplares.
formamos a média destes valores.
A média mensal deve ser corrigida pela expectativa de aumento do
consumo: é frequente que o cliente seja mais generoso no consumo
Mês A
Mês B
Mês C
Energia injetada
120kWh
150kWh
240kWh
mudanças de hábito que reduzam o consumo de energia.
Consumo bruto da rede
320kWh
180kWh
200kWh
Consumo líquido da rede
200kWh
30kWh
-40kWh
eficiência energética, antes do dimensionamento do sistema solar.
Fatura
200kWh
100kWh
100kWh
Em unidades novas, sem histórico, deve-se estimar o futuro consumo a
Prejuízo
0kWh
70kWh
100kWh
partir de unidades similares ou outros métodos da engenharia elétrica.
Crédito
0kWh
0kWh
40kWh
a partir da instalação do sistema solar. Mas ele pode também prever Recomendável é aproveitar o momento para efetuar medidas de
4.2 - Estipular a meta de geração
Quanta energia deve ser gerada pelo futuro sistema solar? A
abordagem simples toma como meta de geração a média mensal de
A tabela 1 apresenta exemplos de três meses que ajudam a
consumo, corrigido pela expectativa de sua variação.
compreender melhor o cálculo do faturamento (presume-se que a
Se quisermos evitar o prejuízo induzido pelo custo de
unidade seja trifásica).
disponibilidade, então, devemos reduzir a média mensal pelo custo de
Explicação:
disponibilidade para chegar à meta da geração, representado pela coluna “Geração otimizada” na tabela 2.
• O mês A apresenta o mês com o mesmo fluxo da figura 2 e consta na
tabela para fins de comparação;
sistema bem adaptado ao cliente.
Os dois cálculos representam o limite inferior e superior de um
• No mês B, o consumo líquido da rede ficou abaixo do custo de disponibilidade, e este é faturado pela concessionária. O proprietário
4.3 - Aplicar a geração típica
da unidade ficou com um prejuízo de 70kWh, energia que ele gerou e
entregou à concessionária sem receber por ela;
para chegar à potência do futuro sistema solar.
• No mês C, a geração superou o consumo bruto e gerou crédito de
40kWh. Neste caso, também há prejuízo pela cobrança do custo de
1kWp em softwares ou aplicativos e representa a quantidade de energia
disponibilidade;
gerada por este sistema na região da futura instalação.
• O crédito será abatido em meses subsequentes que apresentam
consumo líquido superior ao custo de disponibilidade, e até o limite
neste passo um valor aproximado. Com isso, é possível executar todo o
deste custo. Após 60 meses, o crédito é perdido.
cálculo acima rapidamente na cabeça.
No último passo, dividimos a meta de geração pela geração típica A geração típica é obtida mediante simulação de um sistema de
Como nós efetuaremos o cálculo inverso em seguida, podemos usar
57
Apoio
Fascículo
58
Renováveis
4.4 - Projetar o sistema solar
resulta em um sistema de 4,8kWp, cujas contas de energia são apresentadas
O cálculo anterior usou premissas simplificadas para chegar a
A aplicação das regras para a geração otimizada (compare tabela 2)
uma faixa de potência interessante. Agora, chegou a hora de projetar
na figura 5. Neste caso, o prejuízo com custo de disponibilidade ocorre em
o sistema real, ocupando parte da cobertura ou do terreno do cliente,
apenas quatro meses e cai para 2,7% da geração; consequentemente, há
como abordado nos fascículos anteriores.
melhora no retorno de investimento.
Repare que a potência dos dois sistemas simulados ficou abaixo dos valores
É possível que a área disponível não seja suficiente para o sistema
ideal e nos força a restringir a potência ou a procurar soluções de
inicialmente estipulados na tabela 2. A razão disso é que a média mensal
geração remota.
usada no cálculo inicial não representa perfeitamente o comportamento do cálculo mês a mês.
4.5 - Verificar o dimensionamento 4.6 - Otimizar o dimensionamento
A escolha entre um sistema com potência menor ou maior deve levar em
consideração os objetivos do cliente: • Se ele preferir pagar um valor mensal fixo, então, o sistema deve ser superdimensionado; • Se ele preferir um retorno financeiro melhor, o sistema deve ser otimizado Figura 3: Consumo (barras cinzas) e geração simulada (barras amarelas) a cada mês. Diagrama do software PV*SOL.
O cálculo inverso mostrará se a potência projetada realmente é
para baixo. A disponibilidade financeira do cliente pode ser outra restrição. 4.7 - Limite conforme demanda disponibilizada
adequada. Quem traz a resposta é um software de simulação, que
calcula o sistema projetado com todos os detalhes de sombreamento e
proprietário informa à distribuidora qual demanda máxima ele precisa.
das perdas envolvidas. Ele traz a estimativa da futura geração (figura 3).
Esta usa a informação no planejamento da rede de distribuição e no
Quando uma unidade de consumo é conectada à rede elétrica, o
dimensionamento do ramal de conexão.
O sistema solar não pode superar a demanda máxima para garantir o
escoamento da energia. Nesta comparação, a potência da planta solar é o menor valor entre a soma da potência dos módulos e a soma da potência dos inversores.
O disjuntor geral da unidade, junto com a norma da concessionária,
permite determinar a demanda máxima. Se desejar instalar um sistema Figura 4: Comparação da conta de energia atual (azul) e posterior à instalação do sistema solar (amarelo) no software PV*SOL.
Aplicando a tarifa, chega-se à futura conta de energia que o cliente
pagará. A figura 3 mostra o resultado para um sistema projetado conforme a regra “geração total” na tabela 2, com potência de 5,9kWp. A curva azul representa a conta atual, e a amarela, após a instalação do sistema solar.
Na curva amarela, fica evidente que o cliente pagará o custo de
disponibilidade em todos os meses do ano. Neste caso, o software estima um prejuízo acumulado de 8%, aproximadamente um mês de geração solar.
maior, será necessário solicitar um aumento de carga à concessionária. 5 - Dimensionar o sistema solar para um consumidor do grupo A
Consumidores do grupo A recebem energia em média tensão. A fatura
deles é dividida em diversas rúbricas. Segue uma abordagem resumida, sem entrar nos detalhes e nas diferentes opções: • O consumo é separado pelo horário de Ponta e Fora de Ponta, aplicando tarifas diferentes; • A demanda contratada é cobrada mensalmente com um valor fixo, independentemente do consumo ocorrido; • Há ainda multas por demanda acima da contratada e por excesso de energia reativa.
A abordagem simples segue o cálculo apresentado na tabela 2.
Usamos o consumo no horário Fora de Ponta e desconsideramos o custo de disponibilidade. Figura 5: Comparação entre conta atual e com energia solar, para um sistema projetado para geração otimizada.
A demanda contratada limita a potência do sistema solar e faz com que o
sistema solar, em quase todos os casos, gere apenas uma parte do consumo. A razão disso é simples: o sol não gera energia com 100% da potência, das 8h
59
às 18h, muito menos, à noite.
Distribuída Fotovoltaica, disponibilizado pelo OCB.
A avaliação de opções como aumento da demanda contratada ou
compensação do consumo em horário de Ponta extrapola a abrangência
7 - Retorno financeiro
deste fascículo. 6 - Compensação remota
Se quisermos calcular o retorno financeiro do sistema solar, precisamos
valorar a energia gerada conforme o fluxo apresentado na figura 2. 7.1 - Autoconsumo
O autoconsumo, simplesmente, abate o consumo e é valorado pela
tarifa de consumo. As faixas progressivas de ICMS, instituídas na maioria dos estados brasileiros, podem trazer um ganho adicional ao proprietário, já que o consumo bruto dele é reduzido. Isso vale também para a bandeira tarifária.
A cobrança da taxa de iluminação pública traz outro ganho em municípios
onde ela é cobrada conforme consumo mensal. 7.2 - Energia injetada Figura 6: Ilustração da compensação remota. Fonte: Guia de Constituição de Cooperativas de GD.
A compensação local é a forma mais simples: o sistema solar é instalado
Na visão da Aneel, a energia injetada deve ser devolvida em outro horário,
abatendo o consumo da unidade. Nesta perspectiva, ela é valorada também com a tarifa de consumo.
A legislação sobre ICMS, que é da alçada estadual, não seguiu
completamente este conceito. Infelizmente, ela deixa dúvidas, o que levou as
na própria unidade de consumo. Neste caso, aplicam-se as regras descritas
concessionárias a aplicarem regras não uniformes. Algumas retêm ICMS sobre
anteriormente. No entanto, a regulamentação permitiu diversas formas de
a energia injetada, referente à tarifa de uso do sistema de distribuição, TUSD.
compensação remota, onde o excedente da energia na unidade de geração
é transferido para outras unidades. A compensação é efetuada de forma
concessionária do cliente aplica, especialmente quando se trata de potências
contábil e é restrita à mesma área de concessão.
maiores ou de geração remota.
Antes de realizar um projeto, pesquise a forma de taxação que a
Todas as formas de compensação remota têm em comum a
transferência em kWh, independente da tarifa da origem e do destino. É
8 - Modelos de Negócio
possível que a reforma da REN 482 em curso, mude este princípio e abata um percentual como contribuição para a rede de distribuição.
A construção e a operação da planta solar não precisam,
necessariamente, ser executadas pelo cliente em suas propriedades. Além da 6.1 - Autoconsumo remoto
venda do equipamento, há modalidades de locação do equipamento, do local
da instalação e de locação virtual de partes de uma usina maior.
O excedente da energia gerada pode ser transferido para uma outra
unidade do mesmo titular. Se for pessoa física, então, as duas contas devem
estar cadastrados no mesmo CPF. No caso da pessoa jurídica, é permitida a
consideração à legislação fora do setor elétrico, evitando conflitos com o
transferência entre diferentes filiais (CNPJ idêntico antes da barra).
monopólio da distribuidora local. Procure capacitação a respeito para ganhar
segurança jurídica.
Na unidade de origem, se for do grupo B, é cobrado o custo de
Todos os modelos exigem muita atenção para a correta contratação em
disponibilidade. Na unidade receptora, também, se o consumo líquido ficar abaixo deste valor.
9 - Previsão
O excedente pode ser transferido até para mais do que uma unidade.
Neste caso, o proprietário declara à concessionária o percentual que cada
unidade deve receber.
e mostramos resultados dos cálculos. Eles realmente são fundamentais
para elaborar um projeto tecnicamente impecável, para calcular o retorno
Eventuais créditos permanecem na respectiva unidade receptora.
Mencionamos em diferentes itens dos fascículos softwares de simulação
financeiro com segurança e para efetuar vendas de forma eficiente. Este será 6.2 - Geração compartilhada
o tema do próximo fascículo.
Grupos de empresas podem formar um consórcio e construir uma
usina em conjunto. No contrato, é definido o percentual de energia que cada
*Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize Treinamentos
consorciado recebe.
Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.
solarize.com.br]. Reconhecido especialista em energia solar, já foi convidado
Regras similares permitem a geração compartilhada para condomínios
(múltiplas unidades de consumo) ou cooperativas. Acesse, através do site
para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e
www.solarize.com.br, o Guia de Constituição de Cooperativas de Geração
internacionais e vários programas de TV.
Geração distribuída
60
Por José Bione de Melo Filho e Alcides Codeceira Neto*
Inovação na geração - Chesf 1 - Desenvolvimentos
temperatura ambiente média em
presente na planta tecnológica,
de controle, e proteção e falhas
Tecnológicos em Energia
torno de 30°C.
que utiliza soluções inovadoras
em sistemas elétricos.
Solar – O CRESP
com o emprego de módulos de
uma área de 45 hectares, sendo
terceira geração (orgânicos e
estudados sistemas fotovoltaicos
10 hectares para as plantas
multijunção), além de outros
com rastreamento em um e dois
Hidro Elétrica do São Francisco
fotovoltaicas, 13 hectares para a
módulos já comercializados.
eixos, para determinação das
(Chesf) em participar de Projetos
planta CSP de receptor central e
O projeto também prevê o
vantagens e desvantagens desses
de Pesquisa e Desenvolvimento
10 hectares para a planta CSP de
desenvolvimento de programas
sistemas com relação às centrais
com foco em energia solar, como
calha parabólica. O CRESP também
computacionais e de lógica
fotovoltaicas com sistemas fixos.
os Projetos Estratégicos das
possui uma edificação para
de controle adaptativo para
Chamadas Públicas da Agência
suporte às atividades de pesquisa
rastreadores, dispositivos
incluem a realização de ações
Nacional de Energia Elétrica
e desenvolvimento a serem
inovadores em conversão de
com os dados de monitoramento
(Aneel) 013/2011 (Energia
realizadas no local e compreenderá
corrente contínua em corrente
da planta base de 2,5MWp
Solar Fotovoltaica) e 019/2015
a instalação de quatro projetos de
alternada de alto ganho
e da planta tecnológica de
(Energia Heliotérmica), levou a
P&D definidos a seguir.
(eficiência) e de baixo custo, e
0,5MWp, bem como a realização
protocolo de identificação de
de campanhas de medição
O interesse da Companhia
O CRESP está instalado em
companhia a implantar o Centro
Também serão instalados e
Outras atividades do projeto
de Referência em Energia Solar de
1.1 Planta Tecnológica de
falhas em usinas fotovoltaicas,
de radiação, com proposta de
Petrolina (CRESP) no semiárido
Petrolina
que poderão gerar propriedade
modelos com base em dados
nordestino, região do Brasil que
intelectual / patentes.
medidos e em imagens de
possui os melhores índices de
planta fotovoltaica de 3,0MWp,
satélite. Um banco de dados dará
incidência da irradiação solar
sendo uma planta fotovoltaica
ao projeto de P&D, processos de
suporte à organização dessas
direta. O CRESP tem a finalidade
de 2,5MWp utilizando tecnologia
aprendizagem poderão incluir a
informações.
de desenvolver e expandir o
convencional, e uma planta
identificação e incorporação da
conhecimento científico e
tecnológica de 0,5MWp, que
indústria nacional especializada
Sede e uma vista aérea da Planta
tecnológico em energia solar, no
utiliza várias tecnologias
em áreas fins à geração de energia
Fotovoltaica Base de 2,5MWp,
País.
fotovoltaicas inovadoras e outros
elétrica fotovoltaica, quais sejam:
que se encontra em operação no
já existentes e comercializados.
eletrônica de potência, sistemas
CRESP.
O município de Petrolina,
Este Projeto inclui uma
situado no Estado de
Pernambuco, encontra-se
desenvolvimento de produtos e
em uma região com dados
processos, visando ampliar as
meteorológicos históricos,
possibilidades de implantação,
os quais atestam, em valores
no Brasil, de sistemas e plantas
médios diários anuais, 7,8 horas
fotovoltaicas operando com maior
de insolação, resultando em
eficiência, menores custos e
um alto nível de irradiação, em
menores impactos ambientais.
torno de 5,38kWh/m dia, e com
2
Além da inovação inerente
A Figura 1 mostra o edifício
O projeto propõe o estudo e
A originalidade do projeto está
Figura 1 – CRESP - Fachada do Edifício Sede e Planta Fotovoltaica Base de 2,5MWp.
Geração distribuída
1.2 Planta CSP de Torre Central
A Planta com tecnologia
CSP de Receptor Central foi denominado de “Chesf Torre Central 1”, tendo sido originado quando do lançamento da Chamada Aneel 019/2015 – Projeto Estratégico: “Desenvolvimento de Tecnologia Nacional de Geração Heliotérmica de Energia Elétrica”, a fim de estudar as energias heliotérmicas, internacionalmente conhecidas
Figura 2 – Usina fotovoltaica flutuante de Sobradinho e sua localização.
como CSP (Concentrated Solar Power), que se encontram em processo de expansão no âmbito
cooperação técnica celebrado
Hidrelétricas de Sobradinho,
radiação solar incidente no local,
mundial. Esta tecnologia tem
entre o Ministério de Minas e
localizada no Estado da Bahia, e
o impacto do sombreamento
como principais vantagens a
Energia (MME) e o Ministério de
de Balbina, localizada no Estado
sobre a lâmina d’água, a
opção de armazenar o calor,
Ciência, Tecnologia e Inovação
do Amazonas.
produção de energia elétrica, o
e assim gerar eletricidade e/
(MCTI), com o objetivo de lançar
transporte, instalação e fixação
ou calor de processo, mesmo
as bases para o desenvolvimento
uma das plantas fotovoltaicas
no fundo dos reservatórios, a
quando da ausência da irradiação
científico e tecnológico do
foi dividida em duas etapas:
complementaridade da energia
solar. Essa associação da
aproveitamento da energia solar
instalação de 1MWp em uma
elétrica gerada e o escoamento
tecnologia heliotérmica com
heliotérmica na região semiárida
primeira etapa, e 1,5MWp em
dessa energia. A Figura 2
armazenamento térmico contribui
do Nordeste Brasileiro.
uma segunda etapa, totalizando
apresenta uma foto da usina
para uma maior estabilidade
2,5MW. No caso da Chesf, a
fotovoltaica flutuante.
de curto prazo na geração de
Parabólica com potência de
primeira etapa de 1MWp entrou
energia, aumentando o fator de
1,0MWel. utilizará um Ciclo
em operação em agosto de 2019.
capacidade e despachabilidade da
Rankine convencional, além do
planta heliotérmica.
campo solar, constituído por
flutuante no lago de Sobradinho,
concentradores de espelhos
a instalação e monitoramento
heliotérmica terá uma potência
do tipo cilindro-parábola
desse projeto são considerados
de 250kWel em Ciclo Rankine
que refletem os raios solares
como parte do CRESP, embora,
Orgânico, armazenamento
incidentes, concentrando-os no
fisicamente, a usina esteja
térmico de sete horas a plena
foco, em um tubo absorvedor de
situada remotamente.
carga, operação do bloco de
calor que contém em seu interior
potência e tecnologia de receptor
o fluido térmico utilizado.
trata de uma usina fotovoltaica
*Alcides Codeceira Neto possui
flutuante instalada no lago de
MSc e PhD em Engenharia
1.4 Planta Solar Fotovoltaica em
uma hidrelétrica no Brasil, com
Mecânica pela Cranfield University
Lagos de Usinas Hidrelétricas
relevância e utilidade para todo
– Inglaterra, na área de Ciências
1.3 Planta HELIOTHERM
o setor elétrico nacional. Tem
Térmicas, é professor da Escola
parceria com a Eletronorte, com
como objetivo analisar a interação
Politécnica da Universidade de
com tecnologia CSP de calha
vistas à implantação de duas
da planta fotovoltaica com a
Pernambuco (UPE) e engenheiro
parabólica surgiu em 2010
usinas fotovoltaicas flutuantes
operação da usina hidrelétrica,
da AEP (e-mail: alcidesc@chesf.
a partir de um acordo de
nos reservatórios das Usinas
focando em fatores como a
gov.br).
O Projeto dessa planta
A planta CSP de Calha
volumétrico aberto (Open Volumetric Receptor).
A Planta heliotérmica
Este é um projeto em
A implantação de cada
No caso da planta fotovoltaica
Esse é o primeiro projeto que
*José Bione de Melo Filho possui DSc em Tecnologias Energéticas Nucleares pela UFPE, é professor do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e gerente da Assessoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Chesf, AEP (e-mail: jbionef@chesf.gov.br).
61
62
Notícias
renováveis
Senai amplia oferta de cursos técnicos em energia solar fotovoltaica A ação busca atender demanda crescente por profissionais qualificados. Somente neste ano, a geração
Freepik_senivpetro
distribuída de energia solar fotovoltaica no país duplicou, chegando a 100 mil sistemas instalados
é fruto de parceria entre o
tamanho, chegando a 100 mil
“Nossos levantamentos
Energia Solar Fotovoltaica
Senai, a Associação Brasileira
sistemas instalados até junho.
mostram boa empregabilidade
chegará a mais 10 escolas
de Energia Solar Fotovoltaica
“O Senai sempre se preocupa
para alunos que concluíram
do Serviço Nacional de
(Absolar), o Ministério de Minas
em atender às demandas
cursos de energias renováveis;
Aprendizagem Industrial
e Energia (MME) e a Deutsche
da indústria, e faz projeções
então, acreditamos que será
(Senai) em todo o Brasil para
Gesellschaft für Internationale
de quais tecnologias serão
também uma oportunidade
atender às necessidades de
Zusammenarbeit (GIZ), por
demandas. Essa ampliação
para jovens desempregados,
um setor em expansão. As
meio da iniciativa Profissionais
de docentes capacitados
já que estamos falando de um
unidades escolhidas pela
para Energias do Futuro.
busca justamente isso, levar
setor que está em cenário de
chamada, lançada em junho
esse conhecimento a mais
crescimento”, indica.
deste ano, participarão de
principal objetivo acompanhar
localidades do País”, explica
um ciclo de preparação de
a demanda crescente por
Felipe Morgado, gerente
oferece 24 cursos na área de
Centros de Treinamento e
profissionais qualificados em
executivo de Educação
energias renováveis, sendo 14
qualificação de docentes ao
energia solar fotovoltaica. De
Profissional do Senai Nacional.
deles voltados à energia solar
longo de 24 meses, além de
acordo com a Absolar, somente
(fotovoltaica e solar térmica).
receber equipamentos básicos
neste ano, a geração distribuída
expectativas para o mercado de
Agora, essa oferta chegará
para o ensino. A iniciativa
solar fotovoltaica duplicou de
trabalho do setor são otimistas:
a Estados que ainda não
A capacitação técnica em
A iniciativa tem como
Segundo ele, as
Atualmente, o Senai
Notícias
renováveis
contavam com os cursos, como
a iniciativa conjunta reforça
os consumidores e usuários da
Profissionais para Energias do
Mato Grosso, Santa Catarina,
a responsabilidade das
tecnologia”, declara.
Futuro
Amapá, Amazonas e Piauí.
instituições parceiras com a
capacitação de qualidade e
Mercado de Energias
da chamada, as atividades
continuada dos profissionais
Renováveis
para Energias do Futuro faz
começarão em outubro de
do setor, especialmente,
2019. Em cada uma das
instaladores. “Com o mercado
escolas, dois professores
crescendo exponencialmente,
Energética (EPE) projeta um
cooperação técnica entre o
indicados participarão
existe uma demanda elevada
aumento nas instalações de
Ministério de Minas e Energia
de treinamento de 120
no setor por profissionais
geração distribuída para 1,35
(MME) e o Ministério Federal
horas sobre instalação,
capacitados para instalar
milhões em 2027, com um total
da Cooperação Econômica e
dimensionamento e
sistemas em residências,
de 12GW instalado. Segundo
do Desenvolvimento (BMZ)
monitoramento de sistemas
comércios, indústrias,
a Absolar, a necessidade de
da Alemanha, por meio da
solares fotovoltaicos, entre
propriedades rurais, prédios
profissionais por MW para
Deutsche Gesellschaft für
outros temas relacionados.
públicos e em usinas de grande
a fonte solar fotovoltaica é
Internationale Zusammenarbeit
Além das localidades já
porte”, destaca.
avaliada entre 25 a 30 vagas.
(GIZ) GmbH. O Ministério
citadas, os Estados do RS, MA,
Com isso, a Associação projeta
de Educação, o Senai e
PE, RJ e MG também foram
ampliação da infraestrutura,
a criação de 672 mil empregos
universidades são os principais
selecionados e farão parte do
ressalta o presidente
acumulados até 2035 no Brasil.
parceiros, além de outras
treinamento. Os centros de
executivo da Absolar, Rodrigo
Para atender a esse cenário,
instituições e associações
treinamento contarão com a
Sauaia, são fatores-chave
a iniciativa do Senai conta
dos setores de energia e
estrutura básica para os cursos
para o fortalecimento do
com o apoio do setor privado,
educação. O projeto faz
de Instalador de Sistemas
setor no País: “A medida
oferecendo um ensino prático
parte da Cooperação Alemã
Fotovoltaicos, oferecidos por
contribui para aumentar
próximo à realidade dos futuros
para o Desenvolvimento
nove empresas que compõem a
a qualidade, segurança,
profissionais. Para garantir
Sustentável, com objetivo de
Absolar.
durabilidade e performance
a qualidade da formação, os
apoiar a melhor integração das
Para o presidente do
dos sistemas instalados, no
cursos acompanham o padrão
energias renováveis e eficiência
conselho de administração
curto, médio e longo prazos,
nacional desenvolvido com
energética no sistema brasileiro
da Absolar, Ronaldo Koloszuk,
beneficiando, principalmente,
entidades atuantes no setor.
de energia.
Segundo o cronograma
A oferta de cursos e
A iniciativa Profissionais
parte do projeto Sistemas A Empresa de Pesquisa
de Energia do Futuro II,
63
64
Notícias
renováveis
Empreendedores investem em placas fotovoltaicas diante de bandeiras tarifárias e custos altos com energia elétrica Financiamentos da Desenvolve SP para compra e instalação de equipamentos chegam a R$7,5 milhões, com R$1,3 milhão só neste ano
No mês de setembro, a
da sua responsabilidade social e ambiental, mas o cenário
Elétrica (Aneel) manteve a
econômico adverso e os altos
cobrança da bandeira tarifária
custos para se manter um
vermelha, patamar 1, para
negócio acabam por antecipar
as contas de energia elétrica.
investimentos em projetos
Isso significa que a cada
sustentáveis e que gerem
100 quilowatts-hora (kWh)
benefícios no longo prazo.
consumidos, haverá acréscimo
Em 2018, tivemos um salto
de R$4 no valor cobrado. O
nos financiamentos de placas
alto custo desse insumo tem
fotovoltaicas. Passamos de
acelerado os investimentos
R$639 mil de desembolsos
de empreendedores em fontes
para R$4,5 milhões de um
alternativas de energia.
ano para o outro”, afirma o
presidente da Desenvolve SP,
todo o histórico anteriormente
ao mês (+Selic) e o prazo de
Nelson de Souza.
instalado no País. A modalidade
pagamento é de até 10 anos,
financeira do Governo de
saltou de 50 mil sistemas até o
incluso o período de carência.
São Paulo, para financiar a
de Energia Solar Fotovoltaica
final de 2018 para cerca de 100
“Queremos cada vez mais apoiar
compra e instalação de placas
(Absolar) confirma a tendência.
mil até julho de 2019.
projetos de micro, pequenas e
fotovoltaicas alcançam R$7,5
De acordo com a entidade,
médias empresas (MPM’s) que
milhões. Só neste ano, até
a geração distribuída solar
R$240 milhões para financiar
gerem mais economia, otimizem
julho, o montante chega a
fotovoltaica praticamente dobrou
a economia verde. A linha
processos e contribuam para um
R$1,3 milhão. “O empresário
de tamanho entre janeiro e julho
destinada a essa finalidade tem
futuro mais limpo e sustentável”,
está cada vez mais consciente
deste ano em comparação com
taxa de juros partir de 0,17%
declara Souza.
Os desembolsos da
Desenvolve SP, a instituição
A Associação Brasileira
Div ulg a
ção
Agência Nacional de Energia
A agência já desembolsou
Revisão das regras de geração distribuída entra em consulta pública realizada ainda audiência
Quadra 603, Módulo I, Térreo,
da geração distribuída nos
Energia Elétrica (Aneel)
pública (sessão presencial) na
Protocolo Geral, CEP: 70830-
últimos anos.
decidiu, no dia 15 de outubro,
sede da Agência em Brasília, no
100), em Brasília (DF).
em reunião pública da diretoria,
dia 7 de novembro de 2019.
da resolução 482/2012 pela
a abertura de consulta
2019 foi prevista em 2015,
Aneel, já foram implantadas
pública em continuidade à
participar da consulta pública
quando da publicação da
mais de 120 mil unidades
Audiência Pública nº 1/2019
devem encaminhar entre o
resolução 687/2015, que
consumidoras com micro ou
para receber contribuições
dia 17 de outubro de 2019
alterou a resolução 482/2012.
minigeração, e houve redução
à proposta de revisão
e 30 de novembro de 2019
A proposta em consulta pública
de 43% do valor dos painéis
da Resolução Normativa
contribuições ao e-mail
sugere aperfeiçoamentos
solares, que possuem vida útil
482/2012 referente às
cp025_2019@aneel.gov.br
ao modelo do sistema de
de 25 anos. A fonte solar é a
regras aplicáveis à micro e
ou por correspondência para
compensação de créditos,
mais utilizada na modalidade,
mini geração distribuída. Será
o endereço da Agência: SGAN,
considerando os avanços
alcançando 98% das conexões.
A Agência Nacional de
Os interessados em
A revisão da norma em
Desde a regulamentação
Energia solar fotovoltaica
66
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da Absolar
Fernando Augusto Campanharo Costa é presidente do Grupo G5 Solar
Mais respeito aos consumidores da geração distribuída como um canal gratuito de
alarmismo e pesada influência
agências regulatórias estaduais
internet ou por telefone um
denúncias das irregularidades
econômica e política, os
conveniadas a fiscalizar e tomar
serviço contratado? O processo
cometidas por distribuidoras
defensores dos monopólios
providências para solucionar
foi rápido e simples? Não é raro o
com relação às regras da
constroem cenários
estes graves problemas. O
consumidor ter uma experiência
geração distribuída no Brasil, o
pessimistas, negativos e
levantamento da Absolar
ruim quando tenta finalizar um
descumprimento de prazos atinge
desfavoráveis para a geração
considerou uma amostra de 416
contrato ou mudar de fornecedor.
quase 70% das reclamações das
distribuída, na tentativa de
reclamações, registradas entre
Dificultar ou atrasar a livre
empresas que instalam sistemas
atrasar seu desenvolvimento
janeiro e agosto de 2019, o que
escolha do consumidor é prática
de geração distribuída solar
e distanciar os consumidores
representa uma média de cerca de
ainda recorrente, apesar de
fotovoltaica em consumidores
brasileiros destas novas
duas denúncias por dia.
completamente reprovável, entre
brasileiros.
tecnologias. O objetivo principal
algumas operadoras de serviços,
está claro: preservar as suas
bolso a forte alta das tarifas de
gerando reclamações e muita dor
disciplinados pela Aneel envolve
receitas, faturamentos e
energia elétrica, muito superior à
de cabeça aos clientes.
desde o tempo para a vistoria
lucros, frente à ameaça da
inflação, e encontrou na geração
Você já tentou cancelar pela
A violação dos prazos
O consumidor sente no
Algo muito parecido está
dos sistemas, com 17,5%
nova tecnologia sustentável,
distribuída solar fotovoltaica
ocorrendo no setor elétrico com
das reclamações, passando
com amplo apoio popular. Esse
uma solução eficaz e sustentável
os consumidores que tentam
pela substituição do medidor,
movimento de resistência à
para economizar e aliviar o seu
conectar sistemas de geração
com 18,5% das queixas, bem
modernização não ocorre apenas
orçamento.
distribuída solar fotovoltaica
como a emissão do parecer de
no Brasil e abrange diversos
junto às distribuidoras de energia
acesso, que é a primeira etapa
países e regiões do mundo.
distribuída não pode ser lesado
elétrica.
do processo e registra o quadro
em seus direitos; por isso, as
mais grave, afetando 31,7% dos
distribuidoras prejudicam
irregularidades identificadas
Associação Brasileira de Energia
denunciantes.
diretamente os consumidores
não podem perdurar. Isso seria
Solar Fotovoltaica (Absolar)
brasileiros que, sozinhos,
um grande contrassenso, já que
mostra que as distribuidoras de
piorado com o crescimento
muitas vezes não conseguem
a modalidade contribui para a
energia elétrica têm descumprido
da geração distribuída solar
garantir que seus direitos sejam
geração de emprego e renda,
recorrentemente as regras da
fotovoltaica. Isso evidencia
respeitados. Para dar adequada
redução de perdas elétricas,
Agência Nacional de Energia
que há, por parte de algumas
visibilidade a este problema e
postergação de investimentos
Elétrica (Aneel), dificultando a
das distribuidoras de energia
buscando construir canais para a
em novas linhas de transmissão,
vida dos consumidores brasileiros
elétrica, uma resistência à
sua resolução, a Absolar reúne os
redução do despacho de
que querem instalar sistemas
evolução do setor elétrico e às
dados da Ouvidoria em relatórios
termelétricas caras e poluentes,
solares fotovoltaicos em suas
novas tecnologias e inovações
periódicos, com detalhamento
entre outros benefícios para
residências, comércios, indústrias
disponíveis no mercado. Para esta
das denúncias recebidas,
toda a sociedade. O consumidor,
e propriedades rurais.
visão do passado, quanto mais
submetendo o material à Aneel.
agente central e peça cada vez
autonomia e opções de escolha os
O objetivo desta medida
mais ativa do setor elétrico
pela Ouvidoria da Absolar, que
consumidores tiverem, pior!
é conscientizar a sociedade
brasileiro, merece o devido
funciona desde o início de 2019
e motivar a Aneel e suas
respeito.
Levantamento exclusivo da
Segundo dados apurados
O problema é crônico e tem
Usando de retórica,
Os abusos cometidos pelas
O usuário de geração
Energia Eólica
67
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)
Hora de falar de novos modelos de negócios esta pergunta que a ABEEólica
novos modelos de negócios,
momento de debater o
último artigo, há uma revolução
promoverá, no dia 30 de
a importância das startups e
desenvolvimento do Mercado
clara e evidente acontecendo no
outubro, em São Paulo, a 8ª
muito mais. Será um painel
livre, dos parques híbridos, das
mundo da energia: estamos nos
edição do Encontro de Negócios
para unir temas diversos que
baterias, parques offshore,
afastando das fontes poluentes
ABEEólica. O tema desta edição
precisam ser tratados em
entre outros avanços. Assim
e priorizando as renováveis de
será “O setor energético em
conjuntos e, provavelmente,
como no primeiro painel,
baixo ou baixíssimo impacto
transformação e os novos
terminaremos com mais
teremos um convidado de
ambiental. No caso de energia
modelos de negócios para a
perguntas do que respostas,
banco, para dar a visão do
eólica, especificamente, o
indústria eólica”.
o que é exatamente o objetivo
sistema financeiro sobre estes
Global Wind Energy Council
de um evento que se propõe
novos modelos de negócios e
(GWEC) acredita que, tanto
anualmente, reúne empresas
a discutir o futuro e suas
sua financiabilidade.
em projetos onshore quanto
da cadeia da indústria
inovações.
offshore, a energia eólica é a
eólica, bancos, investidores,
anterior e reitero, acredito
chave para definir um futuro
comercializadoras de energia,
discutiremos, com
que as resposta sobre quais
energético sustentável. E,
instituições ligadas ao
representantes de órgãos do
são as novas fronteiras da
no Brasil, o fato é que essa
setor e demais profissionais
governo, a modernização do
energia eólica venha de
indústria segue de vento
interessados no assunto.
setor elétrico, com a presença
novos modelos de negócios,
em popa. Estamos batendo
Neste ano, começaremos com
de profissionais da Empresa
como parques híbridos; do
recordes atrás de recordes,
uma palestra do presidente
de Pesquisa Energética (EPE),
desenvolvimento das baterias,
chegando a atender mais de
do Conselho de Administração
Operador Nacional do Sistema
que evoluem rapidamente; da
85% do Nordeste e seguimos
da ABEEólica, Renato Volponi,
Elétrico (ONS), Câmara de
eólica offshore e da ampliação
instalando mais e mais parques.
que trará alguns dados sobre
Comercialização de Energia
do mercado livre para eólica.
Há 10 anos, tínhamos pouco
inovação e proporá uma série
Elétrica (CCEE) e Ministério
Ter uma boa visão disso não
mais de 0,6GW instalados
de questionamentos para os
de Minas e Energia (MME).
significa, no entanto, que já
e estamos chegando neste
painéis discutirem ao longo do
Na sequência, vamos discutir
saibamos tudo o que há para
segundo semestre de 2019
dia.
os “Efeitos multiplicadores
saber. Muito pelo contrário. Há
com 15,1GW de capacidade
O primeiro painel da
da energia eólica no Brasil”,
uma série de questionamentos
instalada em mais 600 parques
manhã abrirá as discussões
o que inclui falar de todos os
a serem feitos para que estas
e com 7.500 aerogeradores em
com o tema “Modelos de
impactos e benefícios sociais,
novas fronteiras possam ser
operação.
Negócios em Tempos de
econômicos e ambientais dos
vividas pelo setor de forma
Transformação do Setor de
parques eólicos, especialmente
sustentável para os negócios,
temos que nos perguntar:
Energia no Brasil”. Neste painel,
para as comunidades em que
incorporando inovações
e quais são as próximas
discutiremos o potencial
estão instalados.
cada vez mais necessárias
fronteiras do crescimento da
disruptivo das baterias, o
para o desenvolvimento do
energia eólica no Brasil? Pois
papel da informação para as
discutiremos “Novas Fronteiras
setor energético, não apenas
é para começar a responder
empresas, financiamentos para
para o Setor Eólico Brasileiro”,
elétrico.
Conforme tratei em meu
Com todo esse crescimento,
O evento, realizado
Na parte da tarde,
No Painel de Encerramento,
Como disse em meu artigo
68
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Distribuidores e revendedores de materiais elétricos estimam crescer 10% em 2019 O tímido crescimento do setor está relacionado a projetos de infraestrutura e à falta de confiança de investidores
69
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Realizada pela revista O Setor Elétrico, a pesquisa deste mês foi feita com 113 distribuidores e
revendedores de materiais elétricos, a qual apontou que a estimativa de crescimento desse mercado até o final de 2019 é de 10%, percentual menor que o do ano passado, quando a média foi de 13%. O levantamento indicou também que a contratação de funcionários em 2019 foi de 6% e que a previsão de crescimento do tamanho anual do total do mercado para este ano é de 3%. Previsões de crescimento
3%
Previsão de crescimento (em porcentagem) do tamanho anual total do mercado para o ano de 2019 Contratação de funcionários em 2019
6% 9%
Percentual de crescimento da sua empresa em 2018 comparado ao ano anterior
10%
Previsão de crescimento percentual para sua empresa em 2019
Para 15% dos entrevistados, o crescimento do mercado de materiais elétricos será
influenciado por projetos de infraestrutura. Para outros 15%, o principal fator será a falta de confiança de investidores. Para 14%, a desaceleração da economia brasileira deverá afetar a elevação dos negócios e para 13%, o desaquecimento do setor da construção civil deverá ser o ponto chave para a estagnação do segmento. Fatores que devem influenciar o mercado de materiais elétricos
6%
Outros 7%
15%
Falta de confiança de investidores
Programas de incentivo do governo 6%
Bom momento econômico do país 4%
14%
Falta de normalização e/ou legislação
Desaceleração da economia brasileira
6%
Incentivos por força de legislação ou normalização
10%
Setor da construção civil aquecido
4%
Crise internacional
13% 15%
Projetos de infraestrutura
Setor da construção civil desaquecido
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
70
Quadros e painéis (88%) são os produtos mais comercializados
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Principais segmentos de atuação
pelas distribuidoras, seguidos por materiais elétricos de baixa tensão (81%), Iluminação – lâmpadas, luminárias, reatores (69%), material elétrico de média tensão – 1kV a 36kV (69%), automação industrial
Residencial
(61%) e automação comercial (55%).
39%
Comercial
74% Produtos mais comercializados
Industrial
88%
Outros
27%
Como principais clientes, foram apontados pelas distribuidoras
as empresas instaladoras (85%). Na sequência, vêm as indústrias
Ferramentas
47%
em geral (84%), construtoras (82%), empresas de engenharia (79%), empresas de manutenção (73%) e consumidor final (66%).
51%
Equipamentos de proteção individual e coletiva Principais clientes
Automação residencial
52%
Material elétrico de alta tensão (>36 kV)
54%
Automação comercial
Outros
14% Empresas públicas
55%
Automação industrial
61% 69% 69%
Material elétrico de média tensão (1 kV a 36 kV) Iluminação – lâmpadas, luminárias, reatores
81% 88%
Materiais elétricos de baixa tensão Quadros e painéis
52%
Concessionárias de energia elétrica
57%
Consumidor final
66% Empresas de manutenção
73% 79%
Empresas de engenharia
Construtoras
82% Indústrias em geral
84% 85%
O principal segmento de atuação dos revendedores é o industrial
(88%). O comercial detém 74% da fatia, e o residencial, 39%.
Instaladoras
71
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
O principal formato na captação de clientes é indicação / especialização de mercado (68%),
vendedores externos (65%), loja virtual (56%), balcão (51%) e rede de relacionamento (50%). O telemarketing é responsável pela menor fatia (30%). Formato de captação de clientes
Telemarketing
30%
Administração de contatos
42%
Rede de relacionamentos
50%
Balcão
51%
Loja virtual
56%
Vendedores externos
65% 68%
Indicação / especialização de mercado
Faturamento bruto em 2018
O levantamento realizado mostrou que 32% das empresas entrevistadas deverão ter
um faturamento bruto em 2018 de até R$3 milhões. Além disso, 17% delas apontaram um faturamento entre R$20 milhões e R$40 milhões e 15% indicaram faturar de R$80 milhões a R$100 milhões. Apenas 7% disseram obter faturamento acima de R$100 milhões. Faturamento bruto anual das empresas em 2016
7%
Acima de R$ 100 milhões
15%
De R$ 80 milhões a R$ 100 milhões
32%
Até R$ 3 milhões
2%
De R$ 60 milhões a R$ 80 milhões 3%
De R$ 40 milhões a R$ 60 milhões 7% 17%
De R$ 20 milhões a R$ 40 milhões
De R$ 3 milhões a R$ 5 milhões 10%
7%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
De R$ 5 milhões a R$ 10 milhões
Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X
X X
X X X X X
X X X
X X X
X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X
X X X X
X X X X X X X X X X
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X X X X X X
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Certificado ISO 14001
Certificado ISO 9001
Loja Virtual
Rede de Relacionamento
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X
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X
X
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X X X X X X
X
X X X X X
X
X
X
X
X X X X X X X X
X
X
X X X X X X
X X
X X X
X
X X X X
X X
X
X X
X
X
X X X X X
X X X X
X X
Balcão
X
Indicação/especialização de mercado
X X
Administração de contratos
X X X X
Vendedores externos
X
Telemarketing
UF RJ SP PA MG MG MG MG MG MG SC SP RS RS PR RS SC PR MG AC PR PR PR PR PR PR PR SP ES SC SC SC GO GO GO SP SP SP SP MG MG MG MG SC SC SC SP SC BA SP ES PR AM PR PR RS RJ SC
Possui loja(s) in-company
Cidade Angra dos Reis Bauru Belém Belo Horizonte BELO HORIZONTE Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Belo Horizonte Blumenau Campinas Canoas Canoas Cascavel Caxias do Sul Chapeco Cornelio Procópio CORONEL FABRICIANO Cruzeiro do Sul Curitiba CURITIBA Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Curitiba Diadema Espirito Santo Florianópolis Florianópolis Florianópolis Formosa Goiania Goiânia Guarulhos Guarulhos Guarulhos Guarulhos IPATINGA Ipatinga ITUIUTABA João Pinheiro Joinville Joinville Joinville Jundiaí Lajes Lauro de Freitas Limeira Linhares Londrina Manaus Maringá Maringá Natal Nova Iguaçu Palhoça
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Possui filiais
Site www.onixcd.com.br WWW.LUMENLIGHT.COM.BR www.eletrotransol.com.br www.alphamarktec.com.br www.tel.com.br www.dimexbr.com www.exponencialmg.com.br www.legrand.com.br www.lojaeletrica.com.br www.eletricadw.com.br www.everestnet.com.br www.eletronor.com.br www.eletricadw.com.br www.eletricadz.com.br www.eletronor.com.br www.eletricadz.com.br www.eletrotrafo.com.br www.eletrofase.uol360.com.br www.onixcd.com.br www.eletronor.com.br WWW.ELOS.COM.BR www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.everestnet.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br WWW.EUROCABOS.COM.BR www.centelhario.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.dlight.com.br www.acabine.com.br www.eletricadw.com.br www.fortlight.com.br www.eletrofase.uol360.com.br www.lojaeletrica.com.br www.eletrotil.com.br www.albernazelectric.com.br www.andra.com.br www.eletricadw.com.br www.santarita.com.br www.comesp.com.br WWW.COISARADA.NET www.centelhario.com.br www.dimensional.com.br www.onixcd.com.br www.eletrotrafo.com.br www.legrand.com.br www.eletropainel.com.br www.onixcd.com.br www.onixcd.com.br eletroforconecta.com.br www.onixcd.com.br
Residencial
Telefone (24) 3365-2793 (19) 3203-7074 (91) 3204-7711 (31) 3477-7004 (31) 3308-7000 (31) 3448-0300 (31) 3317-5150 (11) 5644-2439 (31) 3218-8000 (47) 3321-7500 (19) 3772-4500 (51) 3314-8000 (51) 3326-4000 (45) 3220-9498 (54) 3220-3800 (49) 3027-9500 (43) 3520-5000 (31) 3865-1300 (68) 3224-8971 (41) 3217-1900 (41) 3383-9290 (41) 3778-7000 (41) 3316-5000 (41) 3071-7100 (41) 3328-0139 (11) 5644-2439 (11) 4092-9292 (27) 2123-5700 (48) 3225-1600 (48) 3271-5000 (48) 3343-4000 (62) 3097-6991 (11) 5644-2439 (62) 3531-2200 (11) 2937-4650 (11) 2842-5252 (11) 3393-2500 (11) 99670-0804 (31) 3865-1300 (31) 3828-1800 (34) 3268-2033 (38) 3561-4522 (47) 3419-7000 (47) 3177-2000 (47) 3431-2800 (11) 3379-5500 (49) 3251-9000 (71) 31863666 (19) 3446-7400 (27) 3371-0727 (43) 3520-5000 (11) 5644-2439 (44) 3027-9868 (44) 3233-8557 (84) 3311-3000 (21) 2667-3185 (48) 3259-8468
Comercial
Onix Distribuidora LUMENLIGHT Eletro Transol Alpha Marktec Termotécnica Para-raios DIMEX Exponencial Legrand LOJA ELÉTRICA LTDA COMERCIAL ELETRICA DW EVEREST ELETRICIDADE Eletronor COMERCIAL ELETRICA DW Eletrica DZ Eletronor Eletrica DZ ELETROTRAFO Eletrofase Onix Distribuidora Eletronor ELOS Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW EVEREST ELETRICIDADE Onix Distribuidora Legrand EUROCABOS CENTELHA SANTA RITA SANTA RITA SANTA RITA Onix Distribuidora Legrand Eletro Transol D´LIGHT A CABINE MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA COMERCIAL ELETRICA DW FORTLIGHT ILUMINAÇÃO INDUSTRIA LTDA Eletrofase LOJA ELÉTRICA LTDA Eletrotil Soluções Técnicas Albernaz Electric Andra Materiais Elétricos COMERCIAL ELETRICA DW SANTA RITA Comesp Comercial Elétrica Ltda COISARADA ELETRICIDADE LTDA CENTELHA Dimensional Onix Distribuidora ELETROTRAFO Legrand Eletropainel Onix Distribuidora Onix Distribuidora ELETROFOR CONECTA Onix Distribuidora
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Principal segmento de atuação
Industrial
EMPRESA
Revendedora (varejista)
A empresa é
Distribuidora (atacadista)
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Empresas públicas
Concessionárias de energia elétrica
Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
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Outros
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Consumidor final
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Empresas de manutenção
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Empresas de engenharia
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Instaladoras
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Construtoras
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Principais clientes
Indústria em geral
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Importações diretas de produtos
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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
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Outros
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Equipamentos de proteção individual e coletiva
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Ferramentas
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Automação industrial
Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
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Automação comercial
Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
X X X X
Automação residencial
Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
X X X X X
Quadros & Painéis
Material elétrico de Baixa Tensão
Principais produtos que comercializa
Treinamento técnico para os clientes
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
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Pesquisa - Distribuidores e revendedores de matérias elétricos
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Certificado ISO 14001
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Certificado ISO 9001
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Loja Virtual
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Rede de Relacionamento
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Balcão
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Indicação/especialização de mercado
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Vendedores externos
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Administração de contratos
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Telemarketing
UF SC PA MG RS RS RS RS SP PE PE PE PE SP RJ RJ BA BA BA BA SP SP SC SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP ES ES SP SP SP SC MG PR MG MG MG MG MG MG ES
Possui loja(s) in-company
Cidade Palhoça Parauapebas POÇOS DE CALDAS Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Ferreira Recife Recife Recife Recife Ribeirão Preto Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Salvador Salvador Salvador SANTOS Santos São José São José do Rio Preto São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Serra Serra Sorocaba SOROCABA Sorocaba Tijucas TIMOTEO Toledo Uberlândia Uberlândia Uberlândia Uberlândia Uberlândia Viçosa Vitória
Possui filiais
Site www.santarita.com.br www.dimexbr.com www.sulminasfiosecabos.com.br www.santaclaradistribuidora.com.br www.legrand.com.br www.onixcd.com.br www.santarita.com.br WWW.MUTTER.COM.BR www.centelhario.com.br www.dimexbr.com www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.eletrotransol.com.br www.grupomater.com.br www.legrand.com.br www.costabahianet.com.br www.everestnet.com.br www.onixcd.com.br www.legrand.com.br www.galassosantos.com.br www.andra.com.br www.santarita.com.br www.onixcd.com.br www.alphamarktec.com.br www.apscomponentes.com.br www.embramataltatensao.com.br www.grupomater.com.br www.portaleletrica.com.br www.safebysafe.com.br www.siro.com.br WWW.SUPERELETRICA.COM.BR WWW.SENSORESTENET.COM.BR WWW.UNIONSISTEMAS.COM.BR www.andra.com.br www.dimel.com.br www.comercialgoncalves.com.br www.comesp.com.br www.crossfoxeletrica.com.br www.legrand.com.br www.omicronservice.com.br www.dimexbr.com www.everestnet.com.br www.alphamarktec.com.br www.dimexbr.com www.proauto-electric.com WWW.UNIONSISTEMAS.COM.BR www.omicronenergy.com www.santarita.com.br www.eletrofase.uol360.com.br www.eletricadz.com.br www.eletricacidade.com.br WWW.UNIONSISTEMAS.COM.BR www.eletricadw.com.br www.eletricacidade.com.br www.lojaeletrica.com.br WWW.VETORIAL.ENG.BR www.eletromil.com.br
Residencial
Telefone (48) 3342-8100 (94) 3356-1278 (35) 3042-1940 (51) 3062-1004 (11) 5644-2439 (51) 3395-5235 (51) 3337-6400 (19) 3589-1220 (81) 30873450 (81) 2123-2300 (81) 3037-0727 (11) 5644-2439 (16) 2102-5444 (21) 3534-8600 (11) 5644-2439 (71) 3312-0222 (71) 3311-4500 (71) 3347-1545 (11) 5644-2439 (13) 3326-2568 (13) 3040-7000 (48) 3241-9100 (17) 3224-3471 (11) 2782-3200 (11) 5645-0800 (11) 2098-0371 (11) 3619-1600 (11) 2067-4700 (11) 2609.0600 (11) 3879-6100 (11) 3931-0522 (11) 2098-4500 (11) 3512-8900 (11) 3855-7000 (11) 2884-3883 (11) 3229-4044 (11) 2137-7500 (11) 2902-1070 (11) 5644-2439 (11) 5061-8566 (11) 5018-1030 (11) 2902-4700 (27) 2782-3200 (27) 3421-1000 (15) 30317400 (11) 3512-8900 (15) 99740-1333 (48) 3263-0352 (31) 3865-1300 (45) 3125-9400 (34) 3256-4944 (11) 3512-8900 (34) 4009-3800 (34) 3256-4944 (34) 3293-8800 (31) 3892-7882 (27) 3357-1000
Comercial
SANTA RITA DIMEX Sulminas Santa Clara Dis. de Materiais Elétricos Legrand Onix Distribuidora SANTA RITA MUTTER CENTELHA DIMEX Onix Distribuidora Legrand Eletro Transol Grupo Mater Legrand COSTABAHIA EVEREST ELETRICIDADE Onix Distribuidora Legrand GALASSO MATERIAIS ELÉTRICOS E TINTAS Andra Materiais Elétricos SANTA RITA Onix Distribuidora Alpha Marktec APS Componentes Elétricos Embramat Grupo Mater Portal SAFE BY SAFE EQUIPAMENTOS SIRO SUPERELETRICA TENET DO BRASIL UNION Andra Materiais Elétricos Comercial Dimel Ltda COMERCIAL GONCALVES EQUIP. MEDICAO LTDA Comesp Comercial Elétrica Ltda Crossfoxeletrica Legrand Omicron Service DIMEX EVEREST ELETRICIDADE Alpha Marktec DIMEX Proauto Electric UNION OMICRON SANTA RITA Eletrofase Eletrica DZ ELÉTRICA CIDADE LTDA UNION COMERCIAL ELETRICA DW Elétrica Cidade Ltda LOJA ELÉTRICA LTDA VETORIAL ENGENHARIA E PROJETOS Eletromil
Principal formato na captação de clientes/atendimento
Industrial
EMPRESA
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Principal segmento de atuação
Revendedora (varejista)
A empresa é
Distribuidora (atacadista)
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Outros
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Consumidor final
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Empresas públicas
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Empresas de manutenção
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Empresas de engenharia
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Instaladoras
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Construtoras
Equipamentos de proteção individual e coletiva
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Indústria em geral
Ferramentas
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Principais clientes Concessionárias de energia elétrica
Automação industrial
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Serviços de instalação ou manutenção de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
Automação comercial
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Treinamento técnico para os clientes
Automação residencial
X X X X
Importações diretas de produtos
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Corpo técnico especializado para suporte ao cliente
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Material elétrico de Alta Tensão (> 36 kV)
X
Material elétrico de Média Tensão (1 a 36 kV)
X X
Iluminação – Lâmpadas, Luminárias, Reatores
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Quadros & Painéis
Material elétrico de Baixa Tensão
Principais produtos que comercializa
Projetos de instalações elétricas, iluminação, sistemas de automação, etc
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
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Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Por Odair Deters, Cristian Sippel, Dione Soares e Marta Baltar Alves*
76
Eficientização do Sistema de Iluminação no Shopping Iguatemi Caxias do Sul (RS) com contrato de desempenho
Resumo
1 - Introdução
instalados, não afetando o desempenho das tarefas realizadas no shopping. considerados
O objetivo com a implementação do
comercial deve propor níveis de iluminação
clientes comerciais junto às distribuidoras,
projeto foi buscar a redução no consumo e
adequados ao conforto visual, sem prejudicar
mantêm
eles,
na demanda de energia elétrica, mantendo ou
a
o
diferenciando-os de qualquer outro edifício.
aumentando o nível de serviço proporcionado
consumidor; criar uma atmosfera agradável;
A escala monumental com a presença de
pelas instalações. O desenvolvimento deste
integrar-se
identidade
um grande átrio central, a presença de
trabalho ocorreu no ano de 2016 e seguiu a
do ambiente. Neste sentido, o projeto
signos tipicamente urbanos (como bancos,
metodologia exigida pela Agência Nacional
desenvolvido pela Rio Grande Energia (RGE)
fontes, jardins, entre outros) e dos detalhes
de Energia Elétrica (Aneel) [6]. Realizou-se,
contemplou o sistema de iluminação do
observados no design arquitetônico quanto
portanto, a substituição de lâmpadas e
Shopping Iguatemi Caxias, do Sul (RS) da
no acabamento de suas superfícies são
luminárias por modelos mais eficientes,
rede BRMALLS, principal centro de compras
algumas das analogias identificadas [1], [3].
utilizando-se tecnologia LED, mantendo-se
e entretenimento da região, oferecendo
Neste sentido, os projetos em shopping
ou melhorando a qualidade de iluminação e
aos seus consumidores um espaço com
centers evoluíram rapidamente, incorporando
reduzindo os gastos do estabelecimento com
um conceito moderno e inovador, com a
novos elementos e soluções [2]. Assim a
energia elétrica.
substituição das luminárias, lâmpadas e
RGE – Rio Grande Energia do Grupo CPFL,
Para
reatores
buscou desenvolver seu primeiro projeto
luminotécnico atual, aplicou-se medições
em cliente comercial dentro do Programa
em
a
de Eficiência Energética (PEE), através da
níveis de iluminância nas dependências do
disseminação do conceito de eficiência
modalidade de contrato de desempenho,
shopping. As medições foram realizadas
energética e adequação na distribuição
contratando uma empresa ESCO para a
em período noturno e coletadas ponto a
da iluminância nos ambientes. Entre os
execução no Shopping Iguatemi Caxias do
ponto. A ação de Medição e Verificação
resultados, observa-se uma economia de
Sul (RS) da rede BRMALLS.
seguiu as diretrizes apresentadas no módulo
energia de 462,42MWh/ano e redução de
oito dos Procedimentos do Programa de
demanda na ponta de 118,16kW, sendo ainda
eficientes
mercado,
Eficiência Energética – PROPEE, sendo
os equipamentos antigos encaminhados para
realizaram-se os estudos com vistas à redução
aplicada a opção A – medição isolada da
descarte ambientalmente correto.
dos custos com energia elétrica depois de
ação de eficiência energética: medição dos
Uma boa iluminação em um ambiente
visão;
evitar à
ofuscamento;
arquitetura
eletrônicos
de
baixo
rendimento
de
tecnologia
LED,
e
e
atrair
eletromagnéticos por
equipamento
proporcionando
Os
shopping padrões
centers, similares
entre
Utilizando-se materiais energeticamente disponíveis
no
verificação
pontos
marcados,
do
desempenho
obtendo-se
os
77
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
parâmetros chave, constante no Protocolo
de atender à legislação do setor elétrico [6].
Internacional de Medição e Verificação
Para
Performance [4] e normas aplicáveis [5].
consumo de energia elétrica nos principais
Justifica-se tal escolha, pois o parâmetro de
usos finais e propor ações de eficiência
tempo de utilização do sistema de iluminação
energética envolvendo a substituição de
pode ser estipulado, dado que a utilização das
tecnologias de maior eficiência, tendo-se
lâmpadas apresenta-se constante durante o
como o objetivo na implementação do projeto
ano; sendo assim, o impacto total dos erros
a redução no consumo e na demanda de
de estimativa não tornam-se significativos
energia elétrica, mantendo ou aumentando
para determinação das economias resultantes
o nível de serviço proporcionado pelas
com a implementação do projeto.
instalações, sendo ainda viável dentro dos
tanto,
buscou-se
mensurar
o
requisitos legais [6].
2 - Motivação
Constatou-se que a maior parte do sistema de iluminação instalado no shopping
Sendo o principal centro de compras
mostrava-se ineficiente, sendo caracterizada,
e entretenimento da região, o Shopping
principalmente,
Iguatemi Caxias do Sul (RS) oferece aos seus
fluorescente compactas, como mostra a
pelo
uso
de
lâmpadas
consumidores um espaço com um conceito
figura 1, e fluorescentes tubulares de 16, 32,
moderno e inovador. Possui grande área
40 e 110W, conforme figura 2. Além dessas,
construída com uma arquitetura arrojada e
foram levantadas lâmpadas dicroicas e vapor
inspirada em empreendimentos de diversos
metálico de 70, 150 e 400W.
países, e conta com amplos espaços de convívio, lojas com design diferenciado e
3 - Destaques
com muitas vitrines, além de uma estrutura metálica coberta por vidro que privilegia a luz
natural. Está localizado no principal acesso a
neste projeto a substituição de 4.001 (quatro
Caxias do Sul, que permite sua ligação com
mil e uma) lâmpadas existentes por lâmpadas
as demais cidades da serra e o posiciona
de alto rendimento de tecnologia LED. O
como principal ponto de referência comercial,
levantamento das características físicas do
abrangendo o público de 24 municípios do
sistema de iluminação existente e do ciclo de
entorno.
operação dos ambientes compreendeu-se na
As ações previam no sistema de iluminação
A motivação principal deu-se no desafio
coleta de informações, tais como estrutura
do atendimento a um cliente comercial,
do ambiente (comprimento, largura e pé
primeiro no Grupo CPFL, e que dispõe
direito; cores das pinturas das paredes,
padrões arquitetônicos diferenciados, além
tetos e pisos), informações de luminárias,
Figura 1: Sistema existente – Ambiente: Corredor de acesso 2 (gesso rebaixado) com luminária ineficiente fluorescente compacta de 18W. Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 2: Sistema existente – Ambiente: Praça de eventos (sancas) com luminárias ineficientes fluorescente tubular de 32,40 e 110W. Fonte: Elaborado pelos autores
78
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
lâmpadas e reatores existentes, além do ciclo de operação dos ambientes [7] e registros fotográficos, de forma de que todas as informações dos usos finais existentes fossem catalogadas. Com a etapa de levantamento
concluída,
identificou-se
a
quantidade de 3.672 lâmpadas que seriam eficientizadas e possibilitando a realização da análise de viabilidade econômica de todas as ações de eficientização propostas através do índice financeiro e da relação custo benefício (RCB). As ações realizadas no sistema de iluminação neste projeto foram a substituição das lâmpadas existentes por lâmpadas de alto rendimento, todas em tecnologia LED, impactando na economia de energia, maior
Figura 3: Sistema existente – Ambiente: Portaria 1 com sistema de iluminação ineficiente com medições de 43 lux, 71 lux 62 lux. Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 4: Sistema realizado – Ambiente: Portaria 1 com sistema de iluminação eficientizado com tecnologia led com medições de 334 lux, 347 lux 314 lux. Fonte: Elaborado pelos autores
através da comparação das medições e dados
• Redução de consumo e da demanda de
final, os resultados obtidos foram bastantes
da instalação do período ex-post com aquelas
energia elétrica;
expressivos, como a energia economizada
estabelecidas no período ex-ante, conforme
• Redução dos custos com energia elétrica;
de 462,42MWh/ano, a demanda evitada
previsto no Plano de Medição e Verificação
• Melhoria das instalações, condições de
no horário de ponta no valor de 118,16kW
(PM&V)
trabalho e segurança;
e a relação custo-benefício (RCB) de 0,83,
elaborado. Para este projeto, realizaram-se,
• Aumento e uniformização no índice de
conforme demonstrativo na tabela I.
além das medições, o levantamento dos
iluminância;
A meta de redução esperada para
dados de utilização dos ambientes referente
• Aplicação de novas tecnologias para
o sistema de iluminação era de 58,30%
ao horário de ocupação. As medições foram
redução do consumo de energia elétrica;
da energia consumida, de acordo com o
feitas no período noturno, sem interferência
• Compreensão dos funcionários sobre a
consumo anual estimado nas medições
de iluminação natural, conforme Figuras 3 e 4.
utilização eficiente da energia elétrica;
do ano base. Após a implementação do
Os equipamentos utilizados para a medição
• Reciclagem dos materiais e equipamentos
projeto e a realização da medição do período
foram devidamente calibrados e a reciclagem
substituídos,
de determinação, a redução obtida foi de
das lâmpadas e reatores retirados (3.672
ambientais.
vida útil e menor custo de manutenção.
No processo de verificação, avaliaram-se
os reais ganhos de economia de energia e redução de demanda na ponta, obtidos
e
no
diagnóstico
energético
minimizando
impactos
59,07% da energia consumida.
lâmpadas e 2.217 reatores) encaminhados para descarte ambientalmente correto.
4 - Resultados
Através das análises realizadas é possível
Com o custo de demanda evitada
apresentar na Tabela II o valor do RCB
(CED): R$180,35kW/ano e custo de energia
previsto e realizado, além dos investimentos,
economizada (CEE): R$289,64 MWh/ano, no
economias e benefícios com o projeto.
No total, foram investidos no projeto R$922.326,87,
que
proporcionou
uma
expressiva diminuição na redução no consumo de
energia,
minimizando
o
desperdício
existente, bem como os seguintes benefícios expressos:
Tabela I: Resultados realizados no sistema de iluminação no Shopping Iguatemi Caxias do Sul (RS).
Iluminação – Resultados Realizados Redução de Demanda na Ponta - RDP
118,16 kW
61,78%
Energia economizada - EE
462,42 MWh/ano
59,07
79
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Tabela II: Investimentos
e
Resultados previstos e realizados Shopping Iguatemi.
do sistema de Iluminação no
2, p. 56-67, 2005.
Previsto
Realizado
Investimento
R$981,293,75
R$922.326,87
Energia Economizada - EE
504,09MWh/ano
462,42MWh/ano
Redução de Demanda na Ponta - RDP
126,62kW
118,16kW
RCB
0,81
0,83
Número de pontos eficientizados
4.001
3.672
Destaca-se
que
os
fatores
atingiram as metas de EE e RDP, assim
e RCB realizados foram os valores de
como o resultado das simulações que,
potência medidos conforme o Plano de
ao serem confrontados com os valores
Medição e Verificação (PM&V). Já os
medidos in loco, demostraram que as
valores de EE, RDP e RCB previstos foram
simulações são extremamente confiáveis,
calculados através, inicialmente, em um
pois a meta de iluminância foi atingida.
pré-diagnóstico
Salienta-se
No que se refere à qualidade do
também que do período de pré-diagnóstico
sistema de iluminação, a implementação de
energético, levantamento e elaboração do
tecnologia LED trouxe vários benefícios ao
diagnóstico energético até a implementação,
Shopping Iguatemi de Caxias do Sul (RS),
alguns ambientes foram alterados, e alguns
sendo estes, melhoria das instalações,
sistemas propostos sofreram alteração a
condições
pedido dos responsáveis pelo shopping,
aumento e uniformização no índice de
o que implicou na redução do número de
iluminância, utilização de novas tecnologias,
pontos e dos benefícios alcançados com a
conscientização dos funcionários sobre a
implementação do projeto.
utilização eficiente da energia elétrica, além
e
segurança,
da redução de consumo e da demanda de
5 - Conclusões
energia elétrica. O novo sistema de iluminação do
Os
shopping
centers,
hoje,
tão
shopping,
além
de
ter
in
Marketing
Challenge:
influenciaram nos valores de EE, RDP
trabalho
[2] BAKER, J. The Role of Environment Services:
the
Consumer
c.; SHANAHAN, J. (Eds.). The Services
Plano de Medição e Verificação (PM&V)
de
Livros:
Perspective. In: CZEPIEL, J.; CONGRAM,
que
energético.
Center Industry. Research Review, vol. 12, nº
proporcionado
Integrating
for
Competitive
Advantage. Chicago: American Marketing Association, 1986. Dissertações e Teses: [3] KUSAKAWA, M.S. Análise de conforto acústico em um shopping Center: um estudo de caso. Dissertação (Mestrado). Pósgraduação em Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. Normas: [4] IPMVP (Protocolo Internacional para Medição e Verificação de Performance). 2012, Volume I, EVO 10000-1:2012 [5] NBR 5426 – Planos de Amostragem e Procedimentos de Inspeção por Atributos, ABNT, Jan. 1985. [6] PROPEE – Procedimentos do Programa de
Eficiência
Energética.
Resolução
Normativa 556, de 02/07/2013. ANEEL, 2013. [7] Modelo Padrão para Projetos Led – Diretrizes para elaboração de estudo e
comuns, são centros de convivência
um
urbanos
consigo
elétrica, chamou a atenção de visitantes,
diversos signos da cidade. A evolução
consumidores e, principalmente, lojistas,
de
apresenta
que logo após a finalização do projeto
disparidades, onde pode-se e deve-se
demonstraram interesse em eficientizar e
aplicar a eficiência energética, e uma
Programa de Eficiência Energética regulado pela
padronizar o sistema de iluminação interno
delas é a relação da iluminação com seus
Aneel (PEE) e consta dos Anais do V Seminário de
das lojas. Esta conscientização é importante
espaços internos comuns, foco do projeto
Eficiência Energética no Setor Elétrico (V SEENEL).
para que os usuários saibam a importância
desenvolvido.
deste insumo para o setor comercial
sua
fechados
e
concepção
O
trazem ainda
projeto
foi
avaliado
consumo
consciente
de
energia
aprovação de investimento – BRMALLS, 2016. Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do
*Odair Deters é economista, CMVP, gerente de projetos da RGE, empresa do Grupo CPFL
através de medições antes e após a
e
implementação
visando colaborar com a preservação dos
*Cristian Sippel é engenheiro eletricista, CMVP,
consumos.
gerente de projetos da RGE, empresa do Grupo
do
projeto,
conforme
opção “A” do Protocolo Internacional de
de
se
economizar
energia
elétrica
(odeters@rge-rs.com.br)
CPFL (csippel@rge-rs.com.br)
Medição e Verificação de Performance [4], onde pode-se notar que os valores do
6 - Referências Bibliográficas
pré-diagnóstico energético confrontados
Periódicos:
com as medições realizadas no relatório
[1] CARVALHO, M. The Brazilian Shopping
*Dione Soares é engenheira, Instalwatt Instalações Elétricas (dione@instalwatt.com.br) *Marta Baltar Alves é arquiteta, Instalwatt Instalações Elétricas (marta@instalwatt.com.br)
80
Tec
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
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Por Galeno Lemos Gomes*
Análise da qualidade dos materiais utilizados em sistemas de aterramento de linhas de transmissão, com úteis aplicações dos condutores bimetálicos
Tec 81
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
1-Introdução No Setor Elétrico Brasileiro, a indisponibilidade de linhas de
b4) Distância entre os condutores, bem como o acoplamento entre os mesmos e o(s) cabo(s) guarda;
transmissão de 230kV por falhas transitórias, principalmente causadas
b5) Geometria e o tipo dos materiais utilizados na execução do sistema
por descargas atmosféricas (cerca de 70% considerando religamentos
de aterramento.
e cerca de 30% com desligamentos permanentes), é extremamente indesejável. Além de gerar altos prejuízos aos consumidores, também
Sendo o item “b5” o foco das considerações da primeira parte
possibilita a incidência de multas e cobranças para as empresas do
deste trabalho, iniciaremos as análises e considerações pertinentes com
setor de transmissão de energia elétrica, quando ultrapassado o limite
duas questões:
máximo de desligamentos por 100 quilômetros por ano de cada uma destas linhas. Com base nestas considerações, torna-se importante termos ferramentas e metodologias adequadas para estimar o
2-Discussão 1) Qual norma brasileira está sendo utilizada atualmente, visando
desempenho destas linhas de transmissão, e também para mitigar este
caracterizar as configurações dos sistemas de aterramento de linhas de
problema.
transmissão, e quais são os materiais mais indicados?
Relacionando os aspectos que devem ser normalmente considerados no estudo do desempenho das linhas de transmissão
2) Quais materiais estão sendo empregados atualmente na prática? A resposta à primeira pergunta: A norma é a ABNT NBR
frente à incidência de descargas atmosféricas, as maiores causadoras
5422:1985 – Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia
dos indesejados desligamentos não programados são geralmente
Elétrica – procedimento (atualmente em revisão) [1].
influenciadas por:
A resposta à segunda pergunta pode ser iniciada com a transcrição do seguinte trecho do subitem 9.5 da norma citada: “(...) os materiais
a) Aspectos ambientais:
empregados nos aterramentos devem ser resistentes a corrosão. Sua
a.1) Densidade das descargas atmosféricas por quilômetro quadrado ao
durabilidade no solo deve ser, sempre que possível, compatível com a
ano (Ng);
vida útil da linha.”
a2) Topologia da região;
Esta afirmação nos remete de imediato ao que está sendo
a3) Características do solo;
normalmente executado na prática, no aterramento de linhas de
a4) Parâmetros característicos das correntes associadas às descargas
transmissão de 230kV (contrapeso), e que deve ser melhorado o mais
atmosféricas.
rapidamente possível, para evitar não só trabalhos de manutenção,
b) Aspectos característicos de projeto e construtivos das linhas de
como também problemas de desligamentos indevidos pelos efeitos da
transmissão:
corrosão destes elementos com consequente aumento da impedância
b1) Altura e tipo da torre;
do sistema de aterramento. A figura 1 é uma amostra deste tipo de
b2) Características de isolação da linha;
instalação, onde o condutor de aço galvanizado é conectado através de
b3) Grau de proteção dos cabos guarda (cabos para-raios);
parafuso a uma haste cantoneira de aço com revestimento de zinco.
Tec
82
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
cantoneira revestida de zinco e uma haste de aterramento com seção circular revestida de cobre deve ser tomada com base no comportamento físico-químico dos metais, sempre buscando uma vida útil compatível com a vida útil do sistema no qual este eletrodo ou haste de aterramento será utilizado.
3) Comportamento físico-químico dos metais 3.1) Corrosão: Quimicamente, podemos dizer que um sistema de aterramento composto pelas hastes e /ou condutores de aterramento constituídos por metais, silicatos e óxidos (os solos), água, carbono (produtos de Figura 1 – Sistema de aterramento típico de uma linha de transmissão de 230kV haste com revestimento de zinco e com seção transversal em cantoneira
De imediato, torna-se necessária uma análise comparativa entre os tipos de hastes usadas normalmente e as que são recomendadas para os sistemas de aterramento das linhas de transmissão de 230kV. Comparando em termos de vida útil as hastes do tipo cantoneira com revestimento de zinco e as de seção circular com revestimento de cobre, como mostradas na figura 2, poderemos facilmente chegar à conclusão de qual tipo melhor atende o item 9.5 da ABNT NBR 5422:1985.
decomposição vegetal, sais minerais) e outros componentes formam o eletrólito. Este conjunto de metais e eletrólitos origina os processos de decomposição eletroquímica dos metais, que é a entrada em solução dos íons positivos com consequente circulação de corrente elétrica (corrente galvânica). Neste caso, podemos afirmar que estamos em presença da corrosão eletroquímica do metal. A corrosão é definida como o processo de destruição ou degradação do metal provocado por uma reação com o meio que o envolve, no caso, o solo considerado como eletrólito. Portanto, é seguro afirmar que a corrosão subterrânea afeta sobre maneira a vida útil dos sistemas de aterramento, agindo sobre as hastes, os condutores de aterramento e conexões, fazendo com que a resistência de contato aumente, levando a um consequente aumento da resistência de aterramento dos mesmos, afetando ou eliminando a continuidade elétrica e/ou a capacidade de condução de corrente projetada inicialmente para que um determinado sistema de aterramento atenda. A menor ou maior “resistência” à corrosão tem relação direta com
Figura 2- Hastes de aterramento de seção cilíndrica com revestimento de cobre e espessura mínima de 254 microns.
o potencial eletroquímico próprio do metal quando este é submerso em um eletrólito. Este potencial próprio do metal, no caso das medidas
No caso das hastes com seção transversal em cantoneira, são hastes
eletroquímicas, tem como base o padrão do hidrogênio (potencial
que possuem uma camada de zinco mínima especificada por norma
natural = zero). Quanto mais eletronegativo for o metal, com maior
que é de 95 microns com 636g/m² de massa. O formato cantoneira
facilidade o mesmo irá se corroer. Por exemplo: o magnésio, cujo
com arestas em número limitado, além de não facilitar a dissipação
potencial natural é de (-2,34 V) dissolve-se de maneira espontânea na
da corrente para o solo, tende a formar zonas anódicas e catódicas na
água, enquanto o ouro (+1,68V) não irá se corroer, mesmo que imerso
própria cantoneira, facilitando sua “autocorrosão”.
no solo.
Nas hastes com seção circular e revestimento de cobre, o cobre
É importante observar, com base nestes conceitos, que o potencial
é depositado eletroliticamente sobre o aço 1010/1020, o qual é
natural do cobre (+ 0,34V) presente nas hastes de seção cilíndrica
previamente revestido com uma camada de níquel para aumentar a
fabricada por deposição eletrolítica do cobre sobre o núcleo de aço,
aderência e para eliminar possíveis tensões eletroquímicas. A camada
é bastante superior ao do zinco (- 0,76V) das hastes cantoneira com
mínima de cobre é de 254 microns, as mesmas são de forma cilíndrica,
revestimento de zinco. A diferença entre o potencial destes dois metais,
isto é, com infinitas arestas que facilitam a dissipação das correntes para
em módulo é de 1,10V, assim sendo, podemos concluir que o zinco
o solo.
tenderá a ceder elétrons (anodo) para o meio que o circunda, e o cobre
O revestimento em zinco ou cobre tem como objetivo principal
tenderá a receber (catodo).
retardar a corrosão, com o objetivo de aumentar a vida útil da haste de aterramento. Portanto, quanto mais espesso for o revestimento, maior será a vida útil das mesmas. A decisão técnica entre a utilização de uma haste de aterramento
3.2) Vida útil A vida útil está ligada à “resistência” do metal a corrosão. Esta afirmação está apoiada em diversos estudos feitos pelo “National
Tec 83
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Technical Information Service U.S Department of Comerce”, sobre
Com base nas considerações anteriores, é recomendável a utilização
a influência da ação química de diversos tipos de solo nos processos
nos sistemas de aterramento de linhas de transmissão, de uma maneira
de corrosão do zinco, ferro, cobre e chumbo, alo longo de 17 anos,
geral, hastes de seção circular (infinitas arestas) com um revestimento de
tendo sido usadas cerca de 35.500 amostras e 95 tipos de solo com
no mínimo 0,254mm de cobre depositados por eletrodeposição sobre o
características distintas. Os resultados desta pesquisa foram publicados
núcleo de aço, e que atendam a norma ABNT NBR 13571:1996 [3].
através da circular “National Bureau of Standards 579” por Nelrin Romanoff, com o título de “Underground Corrosion” [2].
4) Condutores de aterramento
Com base em todos esses trabalhos, pode-se concluir que a intensidade da corrosão depende dos metais empregados e da
Podemos estender a análise em relação a qualidade dos materiais,
composição do solo em que os mesmos estão instalados. A vida útil para
aos condutores de aterramento típicos utilizados nas linhas de
hastes de aterramento com revestimento de zinco é de aproximadamente
transmissão como contrapesos, que se estendem por quilômetros de
onze (11) anos em solo alcalinos e argilosos. De oito (8) anos para solos
distância, percorrendo solos com diversos valores de resistividade
turfosos com alto índice de sulfato e de até quatro (4) anos para solos
própria (figura 3). Para decidirmos sobre os materiais que são mais
ácidos e muito alcalinos.
recomendados, os tópicos relativos à vida útil devem ser levados
O benefício de uso para hastes de aterramento com revestimento de cobre é muito superior ao revestidas com zinco.
em consideração, analisando novamente aspectos em relação à heterogeneidade do eletrólito (solo) em que estão imersos.
Assim, uma haste cilíndrica com revestimento de cobre de 254 microns poderá alcançar uma vida útil estimada em aproximadamente sessenta (60) anos, enquanto uma com revestimento de zinco, com seis imersões, poderá alcançar dez (10) anos. Concluindo, podemos dizer que é esperado uma vida média de trinta e cinco (35) anos para o revestimento de cobre e de oito (8) anos para o revestimento de zinco.
Figura 3- Cabos contrapesos (aterramento de linhas de transmissão) uma das configurações típicas.
84
Tec
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Retomando as conclusões já aferidas anteriormente, quando na análise do tipo de hastes de aterramento mais adequadas, os condutores de cobre ou bimetálicos com núcleo de aço e revestimento de cobre (figura 4), são novamente recomendados para uso nos contrapesos das linhas de transmissão, como cabo(s) guarda (cabos para-raios das linhas de transmissão) e também em malhas de subestações. Os condutores bimetálicos são indicados pois além de ter um valor comercial muito baixo, é impossível a separação do cobre do aço, desestimulando o furto tão comum quando são utilizados condutores de cobre. Outra vantagem é sua durabilidade que chega a ser seis (6) vezes maior do que a aço zincado normalmente utilizado nos contrapesos e cabos guarda em linhas de transmissão. Ou seja, os condutores bimetálicos tem uma durabilidade de 40 a 50 anos, enquanto um condutor de aço zincado tem duração de oito a 10 anos, dependendo do pH do meio.
Figura 4 – Condutores bimetálicos.
Figura 5 – Dados técnicos dos condutores bimetálicos [4].
5) Conclusões
Com base nas análises técnicas e considerações feitas anteriormente, podemos concluir:
5.1) Que as hastes a serem utilizadas nos sistemas de aterramento de linhas de transmissão em geral, deverão ser hastes de aterramento com seção circular, com no mínimo 254 microns de revestimento de cobre depositado eletroliticamente sobre o núcleo de aço 1010/1020, atendendo
Tec 85
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
a norma ABNT NBR 13571:1996 “Haste de aterramento aço-cobreada
Transmissão de Energia Elétrica – procedimento” [Atualmente em
e acessórios” o que irá satisfazer o item 9.5 da norma ABNT NBR
revisão].
5422:1985, [atualmente em revisão];
[2] - Estudo Técnico ST 8.005 “Análise comparativa da eficiência de
5.2) Que os condutores dos sistemas de aterramento de linhas de
revestimento cobre x zinco em haste de aterramento” – Eletropaulo,
transmissão poderão ser de cobre ou bimetálicos (aço-cobreado),
Engsº Antônio L. Junior, Dalva R. Rinco, Cyro V. Bocuzzi.
os primeiros com as desvantagens de serem alvos fáceis para furto
[3] -ABNT NBR 13571” Haste de aterramento aço-cobreada e
(pois possuem alto valor comercial nos desmanches), sendo então os
acessórios”.
bimetálicos mais vantajosos. Além de serem praticamente semelhantes
[4] - ALMEIDA, Geraldo. Cabos aéreos Para Linhas de Transmissão
aos de cobre puro, em termos de dimensionamento das bitolas, como
de Energia Elétrica – O Aterramento em Linhas de Transmissão.
veremos em artigos posteriores desta série, mas principalmente por
[5] - Apostila Curso de Sistemas de Aterramento Projeto, construção,
não terem nenhum valor comercial de revenda, o que evita o furto;
medições e manutenção, Engº Galeno L. Gomes.
5.3) Que as conexões enterradas não podem, sob hipótese alguma, serem do tipo aparafusadas, devendo ser executadas através de solda exotérmica ou através de conectores para aterramento de liga de cobre
*Galeno Lemos Gomes é engenheiro eletricista e de Segurança do
à compressão de doze (12) toneladas;
Trabalho, MsD em Educação Técnica pela Universidade de Oklahoma
5.4) Que as geometrias dos sistemas de aterramento, principalmente
USA, sócio gerente técnico da empresa Galeno Gomes Engenharia
aquelas configurações destinadas à dissipação de corrente impulsivas
Consultoria e Treinamento Ltda. Professor dos cursos: Sistemas de
sejam melhor estudadas, incluídas na norma, e aplicadas como
Aterramento Projeto, construção, medições e manutenção (ABNT),
aterramento das torres das linhas de transmissão em geral.
Aterramento e Sistemas de proteção Contra Descargas Atmosféricas e de equipamentos Eletromecânicos Sensíveis (ETI) segundo a ABNT
6) Referências
NBR 5419:2015 (Instituto de Engenharia de São Paulo), ex-professor Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e Escola Técnica Federal de
[1] - ABNT NBR 5422:1985 “Projeto de Linhas Aéreas de
A plataforma EAD da revista O Setor Elétrico. • EAD sobre Arc Flash • EAD sobre Painéis Elétricos • EAD sobre Eficiência energética; harmônicas e compensação de energia reativa em instalações elétricas Saiba mais: www.osetoreletrico.com.br/ead (11) 3872-4404
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São Paulo.
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Por José Barbosa*
A proteção contra descargas atmosféricas em áreas explosivas A descarga atmosférica pode causar
um incêndio em uma área não explosiva.
muitas perdas por sua capacidade de gerar
Para haver esse incêndio, é necessária a
centelhamento, que poderá resultar em
ocorrência de um grande centelhamento que,
incêndio e explosão. É relativamente comum a
geralmente, ocorre no ponto de impacto,
ocorrência de incêndio quando uma descarga
pela
atmosférica atinge diretamente uma estrutura
abruta elevação de potencial do caminho
ou uma linha metálica. Esses incêndios podem
da descarga atmosférica. Agora, para haver
causar perdas, inclusive, de vida humana, mas
explosão, além das causas de incêndio, basta
se pode evitar com a atuação de um sistema de
acontecer pequenos centelhamentos que
combate a incêndio adequado. Mas, quando
podem ser originados por tensões induzidas
nossa estrutura é composta por uma área
por descargas atmosféricas que atinja uma
explosiva, classificada, não temos a mesma
região próxima, até 500 metros da estrutura.
oportunidade de minimizar satisfatoriamente
As
as perdas com os sistemas de combate a
conhecidas como áreas classificadas em
incêndio. A descarga atmosférica nesse
zona 0 ou 20, 1 ou 21, 2 ou 22. As zonas 0,
contexto, poderá causar uma explosão que
1 e 2 são compostas por uma mistura de ar
potencializa as perdas de vida humana,
e substâncias inflamáveis e as zonas 20, 21 e
materiais e de serviços.
22 são formadas por uma nuvem de poeira
descontinuidade
áreas
elétrica
explosivas
são
ou
pela
também
uma
combustível no ar. A tabela 1 relaciona alguns
explosão não serem mitigadas por um
locais que podem se tornar potencialmente
sistema de combate a incêndio, evitar essa
explosivos, áreas classificadas.
explosão é muito mais difícil que evitar
Além
das
consequências
de
Figura 1 – Descarga atmosférica próxima à estrutura.
Uma das técnicas utilizadas na proteção
Apoio
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Tabela 1 – Locais que podem ser potencialmente explosivos.
87
à distância de segurança, não poderá ter a presença de elementos metálicos, o que resulta na aplicação de fixadores ou suportes não metálicos, como é o caso de um suporte em fibra de vidro. A figura 3 apresenta um exemplo da aplicação de um sistema isolado através da fixação na estrutura. Apesar de parecer simples a solução
contra descargas atmosféricas de áreas
indicada na figura 3, dependendo dos
classificadas é a utilização de sistema isolado.
comprimentos envolvidos, a distância de
Essa técnica consiste em não permitir a
segurança pode chegar a quase 1 metro,
injeção de corrente da descarga atmosférica na
instalação.
Isso
acontecendo,
o que poderia inviabilizar a execução pela
reduz
grande altura dos suportes não metálicos.
substancialmente a necessidade de outras
Felizmente, há no mercado outra solução para
medidas, a fim de evitar os indesejáveis centelhamentos. Como o nome já sugere, o sistema isolado consiste em mantermos
Figura 3 – Sistema isolado com condutor fixado na estrutura onde “S” é a distância de segurança.
que haja centelhamento para as instalações
atmosféricas (SPDA) isolado das instalações
metálicas. Esses condutores substituem as
metálicas da estrutura. Essa isolação deve ser
distâncias de segurança e são especificados
capaz de suportar os potenciais gerados no
de acordo com elas. Por exemplo, há cabos
momento da atuação da proteção. Geralmente, o material isolante utilizado é
o ar, para o sistema isolado. Logo, mantendo
que substituem as distâncias de segurança de Figura 4 – Seção transversal do cabo.
45, 75 e 90cm. Assim, caso a necessidade seja atender uma distância de segurança de 70cm,
o SPDA afastado suficientemente, de modo
poderá ser utilizado um condutor que substitui
a manter uma coluna de ar, cuja isolação
uma distância de segurança de 75cm, fixando
consiga suportar as tensões geradas entre ele
ele diretamente na estrutura, conforme
e a instalação metálica presente na estrutura,
figura 5, evitando o centelhamento. A figura
teremos um sistema isolado. Esse afastamento
4 apresenta a seção transversal do condutor
suficiente é definido pela NBR5419:2015
que é composto por uma camada externa
como distância de segurança, que já foi apresentada em outro artigo desse espaço. Na figura 2 é apresentado um exemplo de aplicação do sistema isolado, onde são posicionados captores, utilizando o método da esfera rolante com raio “R”, afastados da distância de segurança “S” da estrutura com área classificada.
Figura 2 – Sistema isolado onde “S” é a distância de segurança e “R” é o raio do método da esfera rolante.
da utilização de condutores, cuja construção permite a fixação direta na estrutura sem
o sistema de proteção contra descargas
a execução de um sistema isolado. Trata-se
Figura 5 – Condutor isolado fixado diretamente na estrutura.
de material semicondutor, uma camada material isolante e o núcleo em cabo ou fio de cobre. Esses condutores devem atender as
A utilização de captores afastados
exigências da IEC TS 62561-8, que trata dos
suficientemente da estrutura é uma boa
componentes aplicados em um SPDA isolado.
prática
quando
para
pequenas
provemos
Outro ponto importante no controle do
a
proteção
estruturas.
Porém,
centelhamento em uma área classifica é a
quando lidamos com grandes estruturas,
utilização de dispositivos de proteção contra
é inevitável considerar captores fixados
surtos (DPS), conforme a NBR5419-4:2015.
diretamente nelas. Mesmo com a fixação
Esses irão tratar as tensões induzidas
direta, podemos ter um sistema isolado.
na instalação e/ou evitar os potenciais
Para isso, é necessário que seja mantida a
perigosos oriundo das linhas metálicas
distância de segurança dos condutores para
externas que entram na instalação. Mas esse
os elementos metálicos da instalação, mas
assunto ficará para um próximo artigo.
esse afastamento não poderá ser realizado através de suporte metálico. Ao longo de
*José Barbosa é engenheiro e membro da
toda a coluna de ar com a espessura igual
comissão que revisou a NBR 5419.
88
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Por Éverson Júnior de Mendonça e Nelson Clodoaldo de Jesus*
Considerações sobre Ocorrências de Faltas Simultâneas em Sistemas Elétricos (Cross-Country Faults) Diferentemente da maioria dos sistemas
possíveis falhas nos esquemas de proteção,
elétricos de distribuição que são utilizados por
que podem levar à indisponibilidade parcial ou
concessionários de energia elétrica no Brasil,
total do referido sistema elétrico. A análise de
os quais geralmente adotam a configuração
eventos envolvendo danos em equipamentos
com neutro do tipo solidamente aterrado,
elétricos ou falhas na operação de relés de
em sistemas elétricos industriais ou aqueles
proteção tem evidenciado a ocorrência deste
empregados em sistemas de geração de
tipo específico de falta, conhecida como Cross-
energias
com
Country Faults (CCF), ou seja, ocorrências de
tensões de fornecimento em 13,8kV, ou, mais
faltas cruzadas ou faltas simultâneas [2], [3].
recentemente, com tensões de operação
De forma simplificada, a Figura 1 ilustra o
em 34,5kV, a filosofia de aterramento tem
conceito relacionado às ocorrências de faltas
como premissa a limitação das correntes
cruzadas.
de faltas à terra. Sendo assim, os sistemas
Eventos do tipo Cross-Country Faults
industriais ou de alimentadores coletores são
são definidos como ocorrências simultâneas
normalmente aterrados por transformadores
de faltas fase-terra em diferentes fases
e/ou resistores de aterramento. Um artigo
de um mesmo alimentador, ou ainda em
técnico [1] apresentado na XIII CBQEE 2019
alimentadores
– Conferência Brasileira sobre Qualidade da
diferentes de um mesmo sistema elétrico
Energia Elétrica, realizada no Instituto Mauá
[2], [5]. Os sistemas que operam com neutro
de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP), de
aterrado por impedâncias ou no caso de
01 a 04 de Setembro de 2019, avalia o referido
neutro isolado são particularmente mais
tema, com o objetivo de apresentar uma
afetados por esse tipo de distúrbio. Nestes
análise de ocorrências de faltas simultâneas
sistemas, a ocorrência inicial de uma falta
(Cross-Country Faults) envolvendo sistemas
fase-terra causa sobretensões nas fases sãs,
elétricos de média tensão. Tem-se verificado
resultando em solicitações aos materiais
que, em diversos sistemas industriais e de
isolantes e, desta forma, pontos fracos no
geração de energias renováveis, a ocorrência
isolamento do sistema (junção de cabos,
de faltas simultâneas provoca sérios danos
buchas antigas, isoladores afetados pelo
em
como
tempo etc.) podem induzir à ocorrência de
transformadores, religadores, cabos, além de
uma segunda ou demais falhas subsequentes,
renováveis,
equipamentos
normalmente
elétricos,
tais
distintos
ou
Figura 1 – Ilustração de eventos relacionados às faltas cruzadas (Cross Country Faults).
em
pontos
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
89
devido à superação da capacidade dielétrica nestes pontos, resultando em possíveis defeitos do tipo Cross-Country Faults. Em sistemas isolados, a ocorrência do primeiro defeito fase-terra resulta em sobretensões e correntes de falta à terra com valores reduzidos, fluindo através das capacitâncias de cabos, transformadores e outros equipamentos elétricos pertencentes ao sistema [5]. As respectivas correntes de faltas à terra com valores reduzidos, muitas vezes, não são suficientes para sensibilizar
Figura 2 – Diagrama unifilar equivalente e oscilografias da ocorrência de faltas simultâneas (Cross Country Faults).
os dispositivos de proteção, dificultando tanto a identificação do defeito quanto a
pelo ambiente (poluição, poeira, produtos
localização de falhas no sistema. Já para o
químicos), implicando no surgimento de arco
caso de sistemas aterrados por impedâncias,
voltaico nas fases sãs, condução de para-
é verificado que a corrente inicial de falta
raios, entre outros fenômenos indesejados,
à terra será limitada pelo valor equivalente
ocasionando
da impedância de aterramento. Com a
normalmente, ocorre próximo ao valor de
ocorrência do segundo defeito, esta corrente
pico das tensões, caracterizando, deste
de falta não mais será limitada, atingindo
modo, falhas típicas de faltas simultâneas [3].
altas magnitudes. As elevadas amplitudes das
Estes tipos de eventos com faltas simultâneas
correntes durante a subsequente ocorrência
nem sempre são considerados nas análises
de CCFs podem causar severos danos aos
de
equipamentos elétricos da instalação, ou
sendo de suma importância considerá-los,
ainda afetar as tensões vistas pelos relés de
principalmente em relação à coordenação
proteção, provocando falhas de atuação dos
e seletividade da proteção, uma vez que a
dispositivos [2]. O Artigo técnico de referência
ocorrência de faltas simultâneas pode resultar
[1] apresenta oscilografias e registros de
em atuações indevidas dos dispositivos
eventos de relés durante ocorrências em
de proteção, devido à indicação de falsa
sistemas industriais, assim como resultados de
corrente de sequência zero verificada pela
simulações de faltas do tipo Cross-Country, a
proteção residual dos circuitos alimentadores
fim de caracterizar e subsidiar as análises para
neste tipo de evento. Este fato dificulta a
este tipo de perturbação. A Figura 2 apresenta
atuação da proteção de faltas à terra, cuja
o diagrama unifilar de um sistema elétrico
detecção normalmente não é possível de ser
industrial e as oscilografias das correntes em
realizada facilmente de modo coordenado
uma ocorrência real envolvendo eventos de
e seletivo. Portanto, eventos dessa natureza
faltas cruzadas no sistema elétrico analisado.
se caracterizam como um tema relevante
No artigo técnico, foram apresentados
relacionado à avaliação de perturbações
conceitos gerais sobre faltas [4], bem como
na QEE, bem como análises de sistemas de
outros registros de oscilografias de relés
proteção.
durante defeitos do tipo Cross-Country, evidenciando que, em sistemas de média tensão isolados ou aterrados por impedância, após uma falta fase-terra, as sobretensões nas fases sãs podem afetar os sistemas de isolamento de cabos, isoladores degradados em função da própria vida útil ou contaminados
o
desempenho
segundo
de
defeito
sistemas
que,
elétricos,
Referências bibliográficas [1] Mendonça, É. J.; Jesus, N. C.; Duarte, L. M.; Machado, J. M.; Cogo, J. R.; Ferreira, L. F. R.; Fernandes, L. M.; Sá, L. A.; Silva, M. A. B.: Considerações Sobre Faltas Simultâneas e Análise de Ocorrências em Sistemas Elétricos de Média Tensão: Cross-Country Faults. In: XIII Conferência Brasileira sobre Qualidade da Energia Elétrica -
CBQEE, Instituto Mauá de Tecnologia, São Caetano do Sul - SP, Setembro de 2019. [2] Hubertus, J.; Mooney, J.; Alexander, G.: Application Considerations for Distance Relays on impedance-Grounded Systems, IEEE, Texas A&M Conference for Protective Relays Engineers, 2008. [3] Vila, D.; Alcázar, E.; Juárez, J.; Loza, P.; Altuve, H.J.: Protection System for a Wind Generation Plant in Panama: Challenges and Solutions, 69th Annual Conference for Protective Relay Engineers College Station, Texas, 2016. [4] Hermeto, A. E. : Análise de Sistemas de Enegia Elétrica I. Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI (Apostila). Itajubá-MG. [5] Gatta, F. M.; Geri, A.; Lauria, S.; Maccioni, M.: An Equivalent Circuit for the Evaluation of Cross-Country Fault Currents in Medium Voltage (MV) Distribution Networs, Department of Astronautics, Electric and Energy Engineering, “Sapienza” University of Rome, Italy, 2018. *Éverson Júnior de Mendonça possui graduação em Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas Elétricos de Potência pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) em 2018, onde participou como aluno bolsista do Programa de Educação Tutorial de Engenharia Elétrica – PET. Atualmente, trabalha na área de estudos elétricos na empresa GSI – Engenharia e Consultoria Ltda. Áreas de interesse: Estudos de Transitórios Eletromagnéticos, Qualidade de Energia, Proteção e Análise de Sistemas Elétricos. *Nelson Clodoaldo de Jesus possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade de Taubaté (UNITAU) em 1992 e grau de Mestre em Ciências em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) em 1995. Trabalhou como professor e pesquisador na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ) e como Coordenador de Engenharia da AES Sul. Desde 2009, atua como sócio consultor na empresa GSI – Engenharia e Consultoria Ltda. É sócio fundador da Sociedade Brasileira de Qualidade da Energia Elétrica (SBQEE). Possui mais de 150 artigos técnicos publicados em revistas, conferências e congressos nacionais e internacionais. Atualmente, é secretário executivo da Diretoria da SBQEE. As principais áreas de interesse referem-se à Qualidade da Energia Elétrica, Sistemas Elétricos Industriais, Sistemas de Geração de Energias Renováveis e Transitórios Eletromagnéticos.
90
Apoio
Proteção contra raios
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Avaliação de riscos devidos à incidência de raios em áreas abertas – Parte 01/04 Por Professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco
Introdução
com eficiência reduzida, como no caso de
Há poucas semanas, encerrou-se a
comícios, desfiles de rua etc. Nesses casos, a
omitiremos dados relativos à localização da
consulta nacional sobre a proposta de
criação de procedimentos específicos, como
estrutura em questão.
norma ABNT NBR 16785 Proteção contra
por exemplo, a dispersão ordeira e antecipada
descargas atmosféricas – Sistemas de
das pessoas em busca de abrigos seguros
Modelagem por esferas rolantes
alerta de tempestades elétricas. Quando
resulta ser o único procedimento efetivo de
O volume 2 da NBR 5419 (2015)
aprovado, este documento complementará
proteção contra a ação da incidência de
apresenta, em detalhes, uma metodologia
a NBR 5419-1-2-3-4 (2015), a qual foca na
raios.
para avaliação de diversos tipos de risco de
proteção de estruturas, enquanto que a nova
Nesse sentido, os sistemas de alerta de
perdas (vidas humanas, patrimônio cultural,
norma fornece subsídios para a proteção em
tempestades elétricas constitui-se em um
serviços públicos e valores econômicos)
espaços abertos envolvendo aglomerações
dos mais efetivos, senão único recurso
dentro e nas imediações (até 3m) de
de pessoas, como em eventos esportivos,
para reduzir e, se possível, evitar graves
edificações, em função de suas características
políticos, religiosos, assim como operação de
acidentes. É importante ressalvar que, nos
construtivas, ocupação, conteúdo, atividades
máquinas como guindastes, escavadoras etc.
casos envolvendo multidões, além dos riscos
desenvolvidas e medidas de proteção contra
De fato, conquanto a NBR 5419
de danos severos às pessoas diretamente
os efeitos, diretos e indiretos, da incidência de
mencione
Por uma questão de confidencialidade,
atingidas pelas descargas, adicionem-se
raios. Tal metodologia não se aplica, porém,
grandes aglomerações contra os efeitos
os
de
à avaliação de riscos de atividades que se
de raios, são poucas as orientações de
pânico, cujas consequências podem atingir
desenvolvam em áreas abertas, tais como:
segurança aplicáveis a espaços abertos em
proporções incontroláveis.
passeatas e eventos desportivos, bem como
geral: isolação do piso com camadas de brita
Por outro lado, em alguns casos como, por
não se aplica à avaliação de risco em grandes
e/ou de asfalto, uso malhas de aterramento
exemplo, em estádios esportivos, a instalação
estruturas ao ar livre, como alguns tipos de
para redução de potenciais de toque e de
de captores, desde que dimensionada com
fábricas e indústrias de processamento,
passo, assim como o uso de condutores de
base em uma análise de risco consistente,
como refinarias e petroquímica em geral, nos
descida não naturais especialmente isolados,
pode propiciar o nível de segurança prescrito
quais grande parte dos equipamentos fica
porém, nenhuma delas por si só, é capaz de
nas normas, seja para os desportistas seja
diretamente exposta à incidência de raios.
evitar a incidência direta de descargas sobre
para o público.
o público em áreas abertas.
metodologia da norma vigente da qual iremos
a
necessidade
de
proteger
efeitos
de
possíveis
situações
O presente trabalho, baseado em uma
Tais casos escapam à abrangência da
Em muitos casos práticos, a colocação
situação real na qual estivemos envolvidos,
de captores que reduzam a níveis aceitáveis
foca nos procedimentos necessários ao
a incidência direta sobre as aglomerações
dimensionamento correto de sistemas de
- O risco tolerável de acidentes envolvendo
de pessoas pode tornar-se excessivamente
proteção para estruturas abertas abrigando
morte e/ou ferimentos graves, RT, conforme a
onerosa ou mesmo impraticável, por vezes,
grande número de pessoas.
NBR 5419-2-(2015) - Tabela 4:
reter apenas dois parâmetros:
91
RT =10-5/ano - O modelo do campo de ação de uma descarga atmosférica descendente, expressa pelo conceito da esfera rolante cujo raio R(I) se relaciona com a corrente de pico I da descarga segundo a expressão NBR 54191-(2015) - (A1): R(I)=10.I0.65 na qual R é expresso em metros e I, a corrente de pico da descarga, expressa em kA.
Com base no exposto acima, nas edições
de junho de 2009 e março de 2010 da Revista O Setor Elétrico, publicamos um artigo sobre a aplicação do método da esfera rolante na análise de riscos associados à incidência de raios em estruturas abertas: com base no método de Monte Carlo e nas distribuições estatísticas de intensidade das descargas conforme a NBR 5419-1-ANEXO-A (2015) foi desenvolvido um software que simula a incidência de descargas sobre edificações e estruturas de formas genéricas. Como descrito
nos
trabalhos
citados,
essa
metodologia já foi usada na avaliação de risco devidos à raios, em várias outras situações: - Riscos a que ficam expostos os profissionais durante uma parada de manutenção de uma refinaria, tendo em vista a ocorrência de tempestades. - A mesma metodologia tem sido aplicada para avaliação de risco em várias outras estruturas, tais como usinas de álcool, linhas de transmissão de energia, efeito de descargas sobre equipamentos expostos na indústria petroquímica etc. - Como descrito nos trabalhos citados, a metodologia permite ainda uma melhor e mais realista avaliação da incidência de raios em estruturas complexas, fornecendo, dentre outros parâmetros, a distribuição estatística das intensidades das descargas incidentes nas diversas partes de uma instalação.
92
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE: 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/Cobei. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. | lrosito@tecnowatt.com.br
Iluminação e economia de energia além da tecnologia
Dando sequência a esta série sobre o
é um sistema LED ligado durante o dia por
de manutenção correta dos equipamentos
tema iluminação, neste artigo, iremos tratar
falha de algum equipamento ou muitas vezes
de iluminação e acaba comprometendo
das oportunidades de economia de energia
por descaso. Mesmo em sistemas utilizando
o resultado da iluminação ao longo do
de diversas maneiras que hoje, por algum
tecnologia LED, onde ainda seria possível
tempo. Em diversos casos para resolver
motivo, nos passam desapercebidas, ou
pensar em uma telegestão ou sistema
isto é feito aquele “reforço” na iluminação
que por força do hábito ou de convenções,
autônomo e individual para controlar o horário
ao invés de uma substituição completa com
deixamos de lado. Muitas vezes, ações
de acionamento e o nível necessário, ainda
um projeto mais eficiente. Outro ponto de
simples contribuem significativamente para
são utilizadas tecnologias somente para ligar
atenção na manutenção é a correta limpeza
a economia de energia, não somente em
e desligar, deixando de ser utilizada uma
do equipamento de iluminação que auxilia
grandes cidades e utilizando tecnologia de
“rampa de subida” de potência e fluxo que
consideravelmente na manutenção do fluxo
telegestão, buscando a integração de uma
também ajudaria na economia de energia.
luminoso.
cidade inteligente e adequada ao cidadão,
Portos, aeroportos, centros comerciais, onde
Buscar a eficiência em um sistema
mas também para o segmento privado seja
mesmo existindo iluminação natural, ainda não
não é somente ter um ótimo lm/W (eficácia
em uma indústria, condomínio comercial,
existe um sistema de controle para reduzir o
luminosa); é preciso de distribuição e
residencial ou mesmo no segmento do
consumo de energia mantendo o nível de
eficiência na área a ser iluminada. Não
comércio.
iluminação adequado. Em prédios comerciais,
somente um bom projeto – como já foi
A utilização da iluminação no momento
ainda percebe-se escritórios e áreas que
exposto nos artigos anteriores –, mas pensar
e nível necessário sempre foi uma grande
permanecem com iluminação ligada por toda
no funcionamento do sistema ao longo do
oportunidade e, com o passar do tempo,
a noite, por diversos motivos. Com medidas
tempo com as variações e manutenções
parece que foram perdidas algumas iniciativas
simples, seria normalmente possível reduzir o
que irá sofrer ao longo de sua utilização,
de convencimento e conscientização para
consumo de energia entre 10 e 15 porcento
principalmente, treinando e dando condições
o uso racional da energia. Andando por
no total do consumo mensal, e ainda mais
ao ser humano que irá operá-lo e terá a
cidades do Brasil e também fora do País, é
com sistemas de controle utilizando as mais
responsabilidade pelo seu uso, que consiga
possível ainda perceber diversas situações
modernas tecnologias.
mantê-lo nas melhores condições para que
onde a iluminação fica ligada durante o dia
cumpra com seu desempenho até o final da
ou em períodos em que não seria necessária
equipamentos é outra questão pouco avaliada
vida.
a utilização. Em muitos casos, na iluminação
e que poderia auxiliar, além da economia
externa, ainda, o relé fotocontrolador, quando
de energia, na redução do ofuscamento em
o usuário também deve estar consciente e
em falha, mantém a lâmpada acesa durante o
diversas situações e na diminuição da poluição
treinado para utilizar todas as funcionalidades
dia, gerando um maior consumo de energia.
luminosa quando falamos de áreas externas.
possíveis da iluminação, gerando cada vez
Uma das maiores contradições que vejo hoje
Este fato muitas vezes está ligado à falta
mais economia e bem-estar para as pessoas.
A falta de regulagem e focalização dos
Com as novas tecnologias de automação,
Quadros e painéis
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
93
Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP); Doutor em Business Administration pela Florida Christian University; membro da ABNT/ CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros Elétricos | nunziante@gimi.com.br
Onde devo instalar meu quadro elétrico?
Lembrando-nos das velhas aulas de
do quadro, nem da instalação, apenas nos
que, dependendo de onde o quadro estiver
instalações elétricas de baixa tensão, vem
custos da implantação.
localizado, dificulta esse procedimento ou
à mente que a localização do quadro de
Entretanto, analisemos o local da
coloca o publico em geral sob risco elétrico.
distribuição deve ser o mais perto possível
instalação do ponto de vista do acesso,
do ponto médio da distância entre as
dos riscos elétricos e da NBR 5410. Um
manter quadros elétricos em recintos
cargas, de modo que os alimentadores
quadro não deve ser acessível a pessoas
fechados, não acessíveis ao público geral e
dessas cargas seja o mais curto possível,
não qualificadas e habilitadas sem que este
com acessibilidade restrita por medidas de
correto? Bom, a resposta é sim!
tenha todas as salvaguardas necessárias
controle de acesso conforme o prontuário
Entretanto, nem sempre é possível
para isso, ou seja, medidas que impeçam
NR-10 da instalação; este, por sua vez,
atender a essa premissa, pois basta analisar
contatos acidentais ou deliberados às
elaborado por profissional habilitado e
um exemplo simples de uma instalação
partes vivas, medidas que impeçam acesso
em conformidade com as necessidades
industrial, onde o quadro geral de baixa
a dispositivos de manobra ou controle para
operacionais da instalação e, sobretudo, a
tensão, por razões de logística interna da
público em geral etc.
qualificação e habilitação dos profissionais
fábrica que ali funciona, precisa ficar na
responsáveis
lateral do galpão, de modo que é necessário
de pessoas não habilitadas ou qualificadas
manutenção da instalação.
deslocar o quadro do ponto médio das
a
cargas para esta localização marginal. De
absolutamente
qualquer forma, essa posição não tem
com procedimentos de manutenção que,
antes de fazê-lo!
grandes implicações na funcionalidade nem
certamente, um dia, deverão ocorrer, e
Tão importante quanto evitar o acesso quadros
em
operação
necessário
normal,
é
preocupar-se
Dessa forma, a recomendação é sempre
pela
operação
e
pela
Finalmente, é necessário, sim, analisar
onde deve ser instalado um quadro elétrico Boa leitura!
94
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Medições elétricas e os valores máximos, mínimos e médios
Ao se especificar e efetuar medições elétricas em instalações
associadas à integração das medições desde, por exemplo, um ciclo
industriais, nos barramentos e ponto de acoplamento com a
até períodos maiores, no caso da tensão rms ou eficaz no regime da
distribuidora, naturalmente, se deseja conhecer as variáveis elétricas
frequência é calculada pela expressão conhecida da integração da
que estariam impactando em algum setor da instalação ou mesmo para
forma de onda durante um período como um segundo, um minuto,
resolver suspeitas de má-operação, ou ainda na pesquisa de perdas
10 minutos, e assim por diante. Já a avalição em regime do tempo se
elétricas, harmônicas, comportamento das tensões de alimentação das
preocupa com o comportamento da forma de onda da tensão ou da
cargas, fator de potência, carregamentos e outras variáveis. Algumas
corrente e, neste caso, a questão associada é relacionada à taxa de
questões devem ser consideradas de forma que estas atividades
amostragem de cada ciclo. Quanto maior for a taxa de amostragem,
forneçam os resultados com aplicação imediata e sejam promovidas
maior é a acuidade da medição (menor tempo entre dois pontos
as correções devidas a novos rumos a serem ajustados.
relacionados a taxa de amostragem). Da análise das definições
acima, parece claro que as medições em regimes permanente e as
Regimes permanente e transitório
do domínio da frequência consideram integrações de medições
O regime permanente, conforme citado pelas definições
efetuadas; portanto, são obtidos valores médios, não significando que
consultadas, incluindo o módulo 8 do Prodist, é aquele que considera
sejam coincidentes, pois é possível se medir um transitório no regime
a integração das medições (de tensão) em períodos definidos. No
da frequência com integração em milissegundos. Já as medições
caso específico do módulo 8, são considerados períodos de 10
no domínio do tempo consideram a aquisição da forma de onda em
minutos, conforme metodologia estabelecida para a avaliação da
número conveniente de ciclos, desde frações de ciclo até dezenas de
tensão em regime permanente e desconsideração de alguns períodos
ciclos ou mais. A figura 1 apresenta quatro medições de tensão que
de medições em função das regras e critérios estabelecidos na
ilustram o exposto.
norma. A definição para o regime transitório está relacionada a curtos períodos que ocorrem entre dois regimes permanentes. No caso do comportamento da medição de tensão neste regime transitório, avalia-se qual o comportamento da variável em períodos curtos de integração,
A
como por exemplo, meio ou um ciclo, ou mesmo o comportamento
C
da forma de onda entre os dois períodos relacionados aos regimes permanentes. O módulo 8 trata o regime transitório na avaliação das VTCDs (variações de tensão de curta duração) em períodos desde 1 ciclo até três minutos.
Medições em regime de frequência e do tempo
As medições no regime da frequência exprimem variáveis elétricas
B
D
Figura 1 – Medições de tensão em domínios do tempo, frequência em regimes transitório e permanente.
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O Setor Elétrico / Outubro de 2019
As figuras 1(A), 1 (B), 1(C) e 1(D) representam medições
de tensão nos regimes transitórios e permanentes e domínios da frequência e do tempo. Note-se que é possível visualizar uma VTCD característica de um transitório de tensão em medição em regime da frequência em 1(A) ou ocorrência de transitórios sobre a envoltória da forma de onda na figura 1(D) em regime permanente durante alguns minutos de medição. Diante destas avaliações, quais seriam os benefícios práticos a serem aplicáveis?
Tomando medições em uma esteira transportadora, na figura
2, o regime permanente é aquele de operação em regime de carga, representado pela curva “verde”, e o regime transitório está associado ao intervalo de tempo entre dois regimes permanentes, representado em laranja. A figura 3, extraída de um instante da figura 2, ilustra o comportamento da potência reativa no regime
Figura 4 – Zoom do comportamento das Tensões nos dois regimes, relativo ao período da figura 3.
transitório de aproximadamente 1,5 segundo.
414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para evitar a
Das figuras 1, 2, 3 e 4, o que se observa é que a potência reativa
cobrança da energia reativa excedente. Contudo, o fato aqui analisado
medida em regime permanente é da ordem de 500kvar e este seria o
complementarmente está relacionado à capacidade operacional de os
montante necessário para a injeção da potência reativa se o objetivo
motores operarem de forma satisfatória no acionamento da carga, e o
fosse apenas compensar o fator de potência sob a ótica da resolução
fenômeno pode ser visualizado em função da resolução e tempo de integração do instrumento utilizado (taxa de amostragem de pelo menos 512 amostras e integração a cada meio ciclo). Portanto, as informações das figuras 2, 3 e 4 ratificam que o consumo de potência reativa não é mais de 500kvar, mas superior a 2000kvar, em função da potência reativa necessária ao acionamento da carga. Esta situação impõe ao sistema uma queda de tensão instantânea (regime transitório) de aproximadamente 9%. Naturalmente, a energia necessária à partida da carga é prejudicada por conta deste fenômeno, dificultando a operação prevista. Ao contrário da solução para a simples compensação reativa em valores médios, a energia reativa neste caso, deve ser injetada nos valores e nos intervalos da ordem de grandeza dos consumidos e, principalmente, somente durante este período; caso o sistema de compensação da energia reativa não acompanhe o perfil da carga,
Figura 2 – Potência reativa registrada em regime permanente (verde) e transitório (laranja).
sobretensões, devido à sobre compensação, poderão comprometer a segurança do sistema.
Conclusão
A especificação da medição deve considerar atender a necessidade
da planta ou do sistema que se está analisando. Normalmente, medições das variáveis elétricas que busquem avaliação de impactos de efeitos térmicos dos componentes da instalação (transformadores, disjuntores, circuitos e outros) podem ser efetuadas em regime da frequência, neste caso, as potências elétricas, correntes, fator de potência médio e outras. No caso de avaliação dos impactos da tensão na operação das plantas, a especificação deve ser mais estreita e valores médios quase nunca são adequados, sendo necessária taxa de amostragem das formas de onda (regime do tempo) adequadas Figura 3 – Zoom do comportamento da potência reativa em regimes permanentes e transitório.
e disponibilização das informações em períodos suficientes para interpretação dos fenômenos.
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Instalações Ex
O Setor Elétrico / Outubro de 2019
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br
Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos, controle e mitigação – Parte 04/08
4 - Os riscos da eletricidade estática associados aos condutores isolados
poeiras
combustíveis,
representam
uma
instalações industriais em áreas classificadas,
preocupação de fonte de ignição em áreas
tais
como
na
indústria
do
petróleo,
classificadas, uma vez que podem haver
petroquímica, farmacêutica, de alimentos,
A eliminação das fontes de ignição com
partes metálicas ou equipamentos que podem
os condutores isolados são considerados
elevado potencial eletrostático em atmosferas
estar eletricamente isolados entre si de forma
como sendo uma fonte possível de acidentes
explosivas pode ser considerada um ponto
acidental ou inadvertida. De forma similar,
envolvendo ignição de atmosferas explosivas.
de partida óbvio na etapa de projeto das
também
instalações industriais e dos equipamentos
como uma preocupação que trechos isolados
de processo. Uma das principais áreas
de tubulações para transporte de líquidos,
de preocupação são aquelas que podem
gases ou para transporte pneumático podem
apresentar
é
tradicionalmente
reconhecido
5 - Os riscos do acúmulo de cargas eletrostáticas em diesel de baixo teor de enxofre
“condutores
também representar condutores isolados,
isolados”. Estes condutores são objetos
resultando na geração e subsequente acúmulo
condutivos
os
denominados
Um exemplo de aplicação de meios de
de cargas eletrostáticas, capazes de causar
controle de eletricidade estática em área
eletricamente isolados de sistemas aterrados
centelhamentos em atmosferas explosivas.
classificada é a adição de compostos do tipo
de forma acidental ou inadvertida.
Nestes
uma
“aditivo antiestático” em grandes tanques de
A isolação elétrica de objetos metálicos
falha na continuidade de terra ou de
armazenamento de óleo diesel do tipo S-10,
representa o risco de evitar que cargas
equipotencialização, as cargas eletrostáticas
com baixo teor de enxofre, da ordem de
eletrostáticas que tenham se acumulado no
não serão capazes de ser adequadamente
10ppm (partes por milhão).
objeto possam se dissipar com segurança
dissipadas, permitindo a existência de uma alta
para o sistema de aterramento, resultando,
tensão potencial, a qual será descarregada
gasolina, nafta ou querosene de aviação,
desta forma, na elevação de seu potencial.
em
Desta
tem como base a injeção de hidrogênio (H2)
No caso de estes condutores isolados
forma, a geração e o acúmulo de cargas em
no produto a ser tratado, o qual se combina
eletrostaticamente carregados se aproximarem
equipamentos de processo ou de transporte
com enxofre (S), formando o gás sulfídrico
de um outro objeto que esteja aterrado ou com
de poeiras combustíveis, gases inflamáveis ou
(H2s), sendo este retirado do processo,
baixo potencial, pode haver o risco de ignição
transporte pneumático representa um risco
resultando em produtos derivados do petróleo
de uma atmosfera explosiva, devido à liberação
eletrostático em atmosferas explosivas a ser
praticamente isentos de enxofre. Sistemas
de energia na forma de centelhas com energia
mitigado.
de hidrotramento ou hidrodessulfurização
capaz de causar uma explosão.
Pode haver nas instalações “Ex” diversos
são normalmente existentes nas refinarias
que
podem
permanecer
uma
casos,
primeira
se
houver
oportunidade.
O processo de hidrotramento de diesel,
que
casos de condutores isolados, incluindo
de petróleo, uma vez que são requeridos no
alguns tipos de conjuntos de montagem
acoplamentos metálicos, flanges, acessórios
processo de elaboração e “blending” (mistura)
(skids)
É
tradicionalmente
reconhecido
de
de tubulação, válvulas, vasos transportáveis,
para a produção do óleo diesel S-10, com
processo de uma planta, como por exemplo,
containers portáteis, funis e até mesmo
baixo teor de enxofre. Este tipo de processo,
os equipamentos de processamento de
pessoas. Durante as operações diárias em
no entanto, remove também os compostos que
interconectados
no
sistema
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O Setor Elétrico / Outubro de 2019
cargas eletrostáticas que são normalmente
a ocorrência deste tipo de risco de ignição em
geradas durante as operações de enchimento
atmosferas explosivas.
e esvaziamento destes tanques.
A condutividade elétrica consiste na
condutividade elétrica do óleo diesel S-10
capacidade do combustível em dissipar
para os níveis estabelecidos (25pS/m mín)
cargas eletrostáticas que são geralmente
acelera a dissipação das cargas eletrostáticas,
geradas durante a sua movimentação. Se a
mas não elimina os riscos associados com a
condutividade elétrica for suficientemente alta,
manipulação de combustíveis. As práticas de
as cargas eletrostáticas são adequadamente
segurança recomendadas para minimizar o
dissipadas, evitando o seu acúmulo e o
risco associado à manipulação de combustível
risco de existência de fontes de ignição em
devem ser rigorosamente seguidas, incluindo a
atmosferas explosivas. O valor recomendado
utilização de baixas vazões, principalmente, na
para a condutividade elétrica do óleo diesel do
etapa inicial dos processos de transferências
tipo S-10 é de, no mínimo, 25pS/m (Siemens
dos produtos.
por metro) na temperatura e entrega do
As empresas do setor de petróleo
Deve ser ressaltado que o controle da
produto.
e empresas distribuidoras de derivados
são “promotores naturais” da condutividade
De forma a permitir esta migração de
necessitam possuir procedimentos específicos
elétrica nestes tipos de derivados do petróleo.
cargas eletrostáticas e evitar a existência de
para a coleta periódicas de amostras e análise
Foram verificados casos de risco de
potenciais eletrostáticos capazes de gerar
com base em instrumentos medidores de
ignição no interior destes tanques, em função
centelhamentos, a adição de quantidade
condutividade elétrica, para fins de controle da
dos baixos valores de condutividade deste
adequada dos “aditivos antiestáticos” faz
qualidade desta característica do óleo diesel
tipo de produto, o qual não permite uma
com que a condutividade seja suficiente para
S-10 com baixo teor de enxofre.
adequada “migração” para as partes aterradas
permitir a devida dissipação do potencial
(tais como o costado metálico do tanque) das
eletrostático para as partes aterradas e evitar
Continua na próxima edição.
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