Ano 14 - Edição 166 Novembro de 2019
Softwares de planejamento e simulação de projetos fotovoltaicos Fundamentais para a elaboração de um projeto tecnicamente impecável, as ferramentas servem para calcular retornos financeiros com segurança e efetuar vendas de forma eficiente
Linhas de transmissão subterrâneas – Comissionamento O Brasil possui uma extensa rede de transmissão de energia, porém, existe uma parte dessa rede interligada que não é vista, pois está instalada de forma subterrânea e requer critérios que assegurem perfeitas condições de operação Cobertura especial – CINASE Edição Mato Grosso | Região Centro-Oeste Às festividades de seus 300 anos, o Estado reuniu os principais agentes da cadeia elétrica e foi palco de apresentação das mais recentes atualizações normativas e tecnológicas
S&C 1
Sumário atitude@atitudeeditorial.com.br Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Representantes Paraná / Santa Catarina
Suplemento Renováveis 39 Fascículo: Softwares de planejamento e simulação de projetos fotovoltaicos Notícias de mercado Coluna solar: Será um retrocesso na geração distribuída? Coluna eólica: O mercado de trabalho para energia eólica
Spala Marketing e Representações Gilberto Paulin - gilberto@spalamkt.com.br João Batista Silva - joao@spalamkt.com.br
4
Editorial
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Coluna do consultor
(41) 3027-5565 Direção de arte e produção
Vamos vencer nossas paixões?
Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta
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Às festividades de seus 300 anos, o Estado reuniu os principais agentes da cadeia elétrica e foi palco de apresentação das mais
Colaborador técnico de normas
recentes atualizações normativas e tecnológicas
Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta, Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos
Evento – CINASE Edição Mato Grosso
16
Painel de notícias Seções Mercado, Empresas e Produtos
Colaboradores desta edição Antônio Roberto Panicali, Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Edval Delbone, Elbia Gannoum, Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr., Galeno Lemos Gomes, Hans Rauschmayer, Hélio Eiji Sueta, Jobson Modena, José Starosta, Paulo E. Q. M. Barreto, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Marcolino, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk e Silverio Penin Y Santos
25
Fascículos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção Equipamentos para ensaios em campo Linhas elétricas para baixa tensão
A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos.
50
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Capa: Vaclav Volrab | shutterstock.com
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Impressão - Mundial Gráfica e Editora
Análise da qualidade dos materiais utilizados em sistemas de aterramento de linhas de transmissão, com úteis aplicações dos condutores bimetálicos – Parte 2
Espaço SBQEE Matrizes energéticas e emissões Colunistas
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.
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Espaço 5419 Uso de telhas feitas com ligas metálicas como sistema de captores naturais – Parte 1
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Jobson Modena – Proteção contra raios Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
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Editorial
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
www.osetoreletrico.com.br
Ano 14 - Edição 166 Novembro de 2019
Softwares de planejamento e simulação de projetos fotovoltaicos O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 166 – Novembro de 2019
Fundamentais para a elaboração de um projeto tecnicamente impecável, as ferramentas servem para calcular retornos financeiros com segurança e efetuar vendas de forma eficiente
Linhas de transmissão subterrâneas – Comissionamento O Brasil possui uma extensa rede de transmissão de energia, porém, existe uma parte dessa rede interligada que não é vista, pois está instalada de forma subterrânea e requer critérios que assegurem perfeitas condições de operação Cobertura especial – CINASE Edição Mato Grosso | Região Centro-Oeste Às festividades de seus 300 anos, o Estado reuniu os principais agentes da cadeia elétrica e foi palco de apresentação das mais recentes atualizações normativas e tecnológicas
Edição 166
Disrupção tecnológica em pauta
O desenvolvimento e a inserção de novas tecnologias no
debatidos temas importantes para a área de energia elétrica,
mundo estão a todo o vapor e englobam todos os setores.
como as tendências apontadas pela Indústria 4.0 e seus
No segmento elétrico, modernizações provenientes do
impactos nos negócios das organizações.
conceito de Indústria 4.0, ou ainda, da chamada quarta
revolução industrial, se referem a Smart Grid, Internet of
novembro foi o 37º Circuito Nacional do Setor Elétrico
Things (IoT); BIM em projetos elétricos; geração distribuída,
(CINASE) – Edição Mato Grosso | Região Centro-Oeste,
armazenamento de energia; Smart Lighting, casas conectadas,
que atraiu a participação de mais de 800 congressistas
inteligência artificial, veículos elétricos, Green Buildings,
e grandes players do segmento, tanto locais quanto
segurança cibernética, entre outros disruptivos, e nunca
nacionais. O encontro da engenharia elétrica – composto
estiveram tão presentes como nos dias atuais.
por congresso e exposição – movimentou a capital cuiabana,
Nos últimos cinco anos, observou-se uma rápida
trazendo conteúdo do mais alto nível técnico, ministrado por
aceleração da adoção dessas inovações tecnológicas na
renomados especialistas em diversos assuntos da eletricidade
indústria, no comércio, nas residências, nas cidades e no
e energias renováveis.
sistema elétrico, tendo como objetivo facilitar a acessibilidade
dos usuários / operadores, economizar energia elétrica,
há de mais moderno em soluções e se atualizar em relação às
preservar o meio ambiente, reduzir gastos com mão de obra,
principais questões do momento. Nesse âmbito, as energias
elevar o nível de qualidade dos serviços prestados, otimizar
limpas, mais especificamente, a solar e a eólica, foram
processos, entre outros benefícios.
amplamente abordadas, face ao grande potencial do Brasil e
às altas tarifas de energia elétrica. Uma das polêmicas tratadas
Assim como em países avançados, essas tecnologias
Além do SNPTEE, outra grande realização no mês de
Nos dois dias de evento, o público pôde conhecer o que
também já estão no radar do Brasil, que tem investido
foram as mudanças na regulamentação da geração distribuída
bastante em pesquisa e desenvolvimento e estudado
no País, propostas pela Agência Nacional de Energia Elétrica
as necessidades do mercado, face à obsolescência de
(Aneel) para entrarem em vigor já em 2020, que segue em
equipamentos e necessidade de atualização. Na 25ª edição
consulta pública até o dia 30 de dezembro de 2019. Uma luta
do Seminário de Produção e Transmissão de Energia Elétrica
ferrenha, que ainda promete muitos duelos.
(SNPTEE), que aconteceu entre os dias 10 e 13 de novembro,
no Expominas, em Belo Horizonte (MG), a pauta discutida
melhor pelo Brasil e por todos.
O embate continua, mas torçamos para que seja feito o
foi justamente a modernização do setor elétrico e os novos caminhos para o crescimento sustentável do País.
Boa leitura!
Luciana Freitas
No evento, que acontece a cada dois anos, foram
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Revista O Setor Elétrico
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Coluna do consultor
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
Vamos vencer nossas paixões?
As soluções que precisamos para a reconstrução do País requerem
naturalmente uma série de ações estratégicas, legais, econômicas, administrativas, de infraestrutura e outras tantas. Como por premissa de Estado vivemos em um ambiente democrático, as soluções a serem tomadas devem atender o interesse de todos, aliás, pareceria óbvio. Óbvio se não assistíssemos em nossas ruas e gabinetes verdadeiras batalhas polarizadas.
As soluções merecem dos gestores públicos, não só as exaustivas análises
técnicas ou mesmo as boas consultas à sociedade, como as que estamos assistindo no caso da revisão da Resolução 482, que define o norte para a geração distribuída. O equilíbrio deve ser o objetivo final, e com paixão antes da razão, este não será atingido. Está claro que o uso da rede da distribuidora por aqueles que geram energia em seus quintais ou telhados deve ser remunerado, afinal de contas, a distribuidora se encarrega de distribuir o próprio excesso da energia gerada e continua a abastecer na falta de geração; caso contrário, não precisaria se estar conectado! Se a remuneração da distribuidora será 1, 10 ou 100 é uma questão de quantificação baseado nos modelos disponíveis e aplicados, que poderiam até mesmo fornecer um desconto aos geradores como compensação pelo investimento. O que não se pode admitir é assistir a opinião pública deturpar os fatos como se o sol estivesse sendo taxado pela ANEEL e distribuidoras.
Falando na ANEEL, outro ponto de interesse é o programa de Eficiência
Energética, cuja gestão está a cargo das mesmas distribuidoras de energia. Seria muito bom que se atentasse pela uniformidade dos conceitos, enquanto algumas distribuidoras se esmeram no aperfeiçoamento dos modelos, outras se “autocontratam” para os projetos. “Pode isso, Arnaldo?” – chama o VAR.
No contexto do programa de eficiência energética, a ABESCO, que congrega
empresas interessadas, muda de diretoria agora no final do ano. Que venham boas mudanças e boas ideias, boa sorte e muita competência aos que entram e àqueles que permanecem.
O cabo de guerra continua sendo uma boa prática esportiva; se aplicado no
mundo corporativo, levará a injustiças que algum dia serão cobradas. As paixões são boas para os nossos estádios (aliás, alguns lindos construídos com a farra do dinheiro público e com boa dose de corrupção). Vamos em frente com a boa técnica norteando as nossas vidas.
O ponto de encontro da engenharia elétrica em 2020 com as cidades definidas
Congresso & Exposição
BA - Salvador GO - Goiânia SP - Campinas PR - Curitiba
PRINCIPAIS TEMAS DO EVENTO •Inovação Tecnológica em GTD; •Redes Subterrâneas; •Redes Inteligentes; •Paineis e Arco Elétrico; •Eficiência Energética;
35ª Edição - BH
•Indústria 4.0; IoT; •BIM no Projetos Elétricos; •Painel de Renováveis; •GD e Fotovoltaica
35ª Edição - BH
7.000
TOTAL DE CONGRESSISTAS/ VISITANTES
214 EXPOSITORES/
PATROCINADORES NO TOTAL, MÉDIA DE
27 POR EVENTO
900
MÉDIA DE CONGRESSISTAS/ VISITANTES POR EVENTO
360
TOTAL DE PALESTRAS, COM UMA
MÉDIA DE
45 POR EVENTO
34ª Edição - Florianópolis
13.000 m²
DE EXPOSIÇÃO NA SOMA DOS 8 EVENTOS
1.650 m²
DE EXPOSIÇÃO POR EVENTO Base de dados 2018/2019
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Revista O Setor Elétrico
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Evento
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Por Luciana Freitas Fotos: Thácito Alberto
Nos dias 6 e 7 de novembro de 2019, a
cidade de Cuiabá, em Mato Grosso, recebeu, pela primeira vez, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE), o qual atraiu mais de 800 congressistas, cerca de 1.000 inscritos, e contou com a participação de 22 empresas patrocinadoras e dos principais apoiadores da
chega a Mato Grosso como propulsor do setor elétrico
região, que tornaram possível a chegada e a realização do evento no Estado.
Em sua 37ª edição, o CINASE agregou
conteúdo do mais alto nível técnico, englobando temas como energias renováveis; Smart Grid; eficiência energética; distribuição de energia; redes subterrâneas; indústria 4.0; Internet of
Às festividades de seus 300 anos, o Estado reuniu
Things (IoT); BIM nos projetos elétricos; painéis
os principais agentes da cadeia elétrica e foi palco
elétricos; aterramento e PDA, atualizações
de apresentação das mais recentes atualizações
e aplicabilidade, entre outros aspectos, em mais
normativas e tecnológicas
de 50 palestras ministradas entre especialistas
normativas, novas tecnologias, estudos de casos
e patrocinadores ao longo dos dois dias de congresso.
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
O CINASE Edição Mato Grosso – Região
Centro-Oeste contou com o patrocínio na categoria Diamante do Grupo Gimi, com as empresas Gimi e Gimi Pogliano, da Plastibras e da Trael Transformadores Elétricos.
O patrocínio na categoria Ouro ficou por
conta de: ABB, Beghim, Clamper, Cordeiro, Dutotec e QT Mov, Elétrica Neblina, Elétrica Paraná, Eletrobras/Furnas, Embrastec, Frontec, Grupo Intelli, Holec by Wöhner, KitFrame, Maccomevap, Neocable, Schneider Electric, SEL, Siemens, Soprano, TAF, Tramontina e WEG.
Além desse time de renomados players,
o evento teve o apoio da Associação MatoConselho Regional de Engenharia e Agronomia
O presidente da Energisa Mato Grosso, Riberto Jose Barbanera, abriu o primeiro dia de congresso falando sobre “Inovação e Investimentos em Distribuição: Novo Panorama do Setor Elétrico”.
de Mato Grosso (CREA-MT), Elétrica Paraná,
ser extremamente técnico, todas as vezes em
a qual começa na rede de distribuição, onde
Energisa, Faculdade de Arquitetura, Engenharias
que recebeu influências externas, o segmento foi
construímos novas subestações”, explicou.
e Tecnologia (FAET), Federação das Indústrias
afetado por determinadas inserções ocorridas
Outras ações da Energisa incluem a
no Estado de Mato Grosso (FIEMT), Instituto
na tentativa de implantar melhorias, porém, sem
instalação de centros de torres repetidoras para
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
fundamento técnico e entendimento adequado
possibilitar a comunicação com as equipes e
de Mato Grosso (IFMT), Caixa de Assistência
das consequências que tais medidas poderiam
automatização para telecomandar, também do
dos Profissionais do CREA em Mato Grosso
causar. “Hoje, pagamos alguns preços caros no
centro de operação, quase três mil equipamentos
(Mútua-MT), Núcleo Interdisciplinar de Estudos
Brasil, além da questão técnica, de investimento,
espalhados pelo Estado. “Com isso, inserimos a
em Planejamento Energético (NIEPE), Serviço
entre outras, alcançando até a conta de energia
rede de distribuição em um nível de tecnologia
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
que chega à casa dos cidadãos de todo o Brasil.
bastante adequado às necessidades, embora
Empresas (Sebrae-MT), Selco, Serviço Nacional
Sendo assim, será a competência dos técnicos
saibamos que ainda há muito por ser feito. Temos
de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso
que fará com que o setor consiga progredir
trabalhado
(Senai-MT), Sindicato da Construção, Geração,
e se desenvolver para fazer frente a todos
porque não há outro caminho que não seja dotar
Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e
os desafios que estão por vir, e que não são
o sistema elétrico de altíssima tecnologia para
Gás no Estado de Mato Grosso (Sindenergia),
poucos”, afirmou.
podermos ir ao encontro das necessidades dos
Sindicato da Indústria da Construção Civil
clientes”, ressaltou.
do Estado de Mato Grosso (SindusCon-MT),
empresa do Grupo Energisa, respondendo
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e
por aproximadamente 30% dos resultados do
/ UFMT, Ivo Leandro Dorileo, palestrou sobre
UNIVAG.
Grupo. Seu plano é encerrar 2019 na casa
o “Panorama Brasil e Mato Grosso da Energia
grossense de Engenheiros Eletricistas (AMEE),
A Energisa Mato Grosso é a principal
fortemente
nesse
investimento,
Na sequência, o pesquisador do NIEPE
de R$700 milhões em investimentos. “Em
Renovável”, em que traçou um comparativo
O setor elétrico mato-grossense
2017, enquanto o Brasil ‘andava de lado’, isto
entre o País e o Estado de Mato Grosso, o qual
A palestra ministrada pela concessionária
é, não cresceu em termos de PIB, o mercado
é um grande produtor de energia renovável, em
Energisa foi a que abriu o primeiro dia de
em Mato Grosso crescia na casa de 10% ao
especial, de biomassa e hidráulica.
congresso. Riberto Jose Barbanera, presidente
ano. Contudo, antes do desenvolvimento do
da Energisa Mato Grosso, falou sobre “Inovação
mercado, o setor de energia elétrica precisa,
36,5% de energia hidráulica, acompanhado de
e Investimentos em Distribuição: Novo Panorama
obrigatoriamente, crescer também, porque ele é
do Setor Elétrico”, destacando o avanço do
uma infraestrutura básica”, alegou.
mercado devido às modernizações tecnológicas
realizadas. “A transformação disruptiva, como
destacou
temos vivenciado nestes últimos dois anos, não
concessionária
em
aconteceu ao longo dos últimos 30, por conta
aumento
capacidade
de tecnologias que agora seguem uma curva
subestações, estruturação do atendimento, no
exponencial positiva, que resultou em soluções
Programa Luz para Todos e em tecnologia. “Não
totalmente inovadoras”, declarou.
há como provermos energia com qualidade, em
Em seu discurso, Barbanera mencionou
um Estado do tamanho como o Mato Grosso,
que, historicamente, pelo fato de o setor elétrico
se não utilizarmos muito fortemente tecnologia,
No ano de 2017, Mato Grosso produziu
Neste sentido, o presidente da Energisa os da
investimentos
feitos
expansão,
pela
mobilização,
instalada
em
Ivo Leandro Dorileo, do NIEPE / UFMT, falou sobre o “Panorama Brasil e Mato Grosso da Energia Renovável”.
Evento
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), criada para favorecer quem deseja fazer investimentos. Nesse cenário, o que está deslanchando com maior velocidade é a energia solar fotovoltaica, ao passo que biomassa e biogás, ainda caminham muito lentamente no Brasil. “Por isso, pedimos e cobramos do Governo mais política e programas de linhas de financiamento para ajudar a geração distribuída a deslanchar mais rapidamente”, argumentou. E acrescentou: “O governo estadual fez o projeto de lei PL 53, onde, entre outras coisas, fazia uma reforma tributária, propondo tributar a geração distribuída. Então, nós brigamos, durante todo o mês de junho desse ano, nos unimos com várias partes e, no final, conseguimos sensibilizar deputados na assembleia, fazendo um acordo de O diretor executivo do Sindenergia, Eduardo Leite de Barros Oliveira, tratou do tema “Geração distribuída e a Revisão da Resolução 482”, explicando como está a discussão atual e qual será o impacto ao mercado.
isenção de oito anos de ICMS sobre a geração distribuída para o Mato Grosso. Foi uma vitória e regulamentamos isso”, comemorou Oliveira.
17% de biodiesel, mas quem lidera a produção
custo, especialmente, de empresas industriais,
Redes Subterrâneas de Energia
de energia primária em Mato Grosso é a
tenha queda gradual, especificamente, nas
biomassa – os produtos da cana, com 39,8%, e
áreas energética e elétrica. “Essa é basicamente
empresa Baur do Brasil, deu prosseguimento
a lenha, que responde por aproximadamente de
a grande agenda do País, para que possamos
ao debate do tema “Redes inteligentes de
6 a 7% ainda na matriz energética local.
reencontrar o caminho do crescimento”, disse.
distribuição / Redes subterrâneas”, tratando de
A “Regulação do Setor Elétrico – Reforma
aspectos de produtividade, segurança, turismo,
sobre como se dá o consumo final energético
da 482” foi outro destaque do CINASE Edição
entre outros relacionados. No início de sua
por fontes no Brasil e em Mato Grosso. Em
Mato Grosso, que ficou a cargo do diretor
apresentação, o especialista fez um comparativo
2017, o Brasil consumiu, em derivados de
executivo do Sindenergia, Eduardo Oliveira,
entre o Brasil e a Alemanha, informando que
petróleo, quase 43%, seguido de eletricidade,
o qual falou sobre geração distribuída e a
80% da rede do país europeu é da forma
com 17,5%, o que revela que há um consumo
discussão atual desse impacto na geração da
subterrânea, enquanto no Brasil, é de apenas
altamente baseado em hidrocarbonetos. E o
energia. O foco da palestra foi a Resolução
2%, ou seja, 98% da rede no País é aérea. “O
A apresentação de Dorileo também discorreu
Daniel Bento, membro do Cigré e diretor da
mesmo acontece com Mato Grosso. No mesmo ano, observou-se 53% de consumo de derivados de petróleo, acompanhados de derivados da biomassa, com 32%, no qual se encontram os produtos da cana, a lenha, o carvão vegetal e os resíduos de madeira, como por exemplo, casca de arroz.
O “Panorama Indústria e as Instalações
Elétricas – A importância da redução dos custos de energia elétrica para a competitividade da indústria” foi ministrado por Gustavo de Oliveira, presidente da FIEMT, que fez menção às agendas do governo federal referentes ao setor elétrico. A primeira delas é uma promessa de energia barata, principalmente, para estimular a competitividade das empresas brasileiras. Outra diz respeito à infraestrutura pública, em todas as áreas, que precisa ser mais bem compartilhada. A adoção rápida de novas tecnologias é o terceiro compromisso, que fará com que o
Daniel Bento, membro do Cigré e diretor da empresa Baur do Brasil, explorou o assunto “Redes Inteligentes de Distribuição / Redes Subterrâneas”, discutindo aspectos como produtividade, segurança, turismo e questões técnicas.
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
nosso DEC é da ordem de dois números de horas. O da Alemanha, é de 23 minutos. Então, enquanto o Brasil fica sem energia, os alemães produzem, estudam, salvam vidas, e nós ficamos pendurados em uma rede aérea, sendo interrompida a cada momento”, ponderou.
Dados revelam que morre uma pessoa por
dia no Brasil ao encostar em redes aéreas, não isoladas. “Fica claro que quem está ‘pagando a conta disso’ é um pedreiro, uma criança, arcando por não termos redes subterrâneas no Brasil”, apontou Bento.
Outro ponto abordado pelo especialista
foi a atual transição energética mundial e os três D’s do momento: Descarbonização, Descentralização e Digitalização. “O GTD está em xeque e nós podemos participar disso ativamente ou vermos a onda passar. O nosso mundo antigo era complicado, relativamente estável e previsível. O mundo novo é integrado,
Danilo Ferreira de Souza, professor e atual coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UFMT, abordou o tema “Motores elétricos” no painel sobre Eficiência Energética na Indústria e Instalações.
complexo, dinâmico e imprevisível, e nele, a
cargas, 46% são motores elétricos, até mesmo
instalação até o fim de 2019.
confiabilidade é fundamental, pois ela deve
dentro dos eletrônicos. Então, discutir motor
garantir os nossos processos no mundo dos três
elétrico quando se fala em eficiência energética
de mão de obra foi outra pauta do discurso
D’s e da indústria 4.0”, especificou.
é algo extremamente importante, porque é
do especialista, que afirmou que, hoje, no
significativo”, completou.
Brasil, há mais de 94 mil conexões de geração
A necessidade da formação e capacitação
Eficiência Energética na Indústria e Instalações
Juarez
Associação
distribuída que beneficiam 128 mil unidades
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
consumidoras. A previsão é que haja quase
O engenheiro e diretor da Ação Engenharia
(Abinee), comissão GT Fotovoltaico, fez uma
800 mil unidades até 2026. “Em 2040, a
e Instalações, José Starosta, palestrou sobre
palestra brilhante sobre “Geração Distribuída
energia renovável representará 32% da nossa
“Eficiência Energética na Indústria e Instalações”,
e Energia Fotovoltaica”, na qual falou sobre as
matriz, sendo 75% em geração distribuída.
e sua primeira explicação foi que não dá para
diversas ações que têm sido executadas para
Para cada megawatt gerado, é possível ter de
se tratar do tema isoladamente, pois o mesmo
impulsionar as energias renováveis no Brasil.
25 a 30 empregos diretos, e 60% deles são na
está interligado com qualidade, confiabilidade,
Em 2014, foi iniciada uma aproximação com o
área de instalação. Haverá um investimento de
segurança, entre outros requisitos mandatórios.
SENAI e com outras instituições de ensino, além
R$237 bilhões em energia renovável até 2040”,
No decorrer de sua apresentação, Starosta
do que, está para ser publicada uma norma de
revelou Guerra.
Guerra,
diretor
da
explicou por que esses pilares dependem um do outro e orientou como se executar um projeto de modo a evitar contratempos futuros. “Fazer fotovoltaica, por exemplo, sem tomar algumas precauções, tais como a eficiência energética, é como cuidar de uma caixa d’água com um vazamento. Chega a ser insano fazer geração distribuída sem fazer a primeira lição de casa”, esclareceu. Já Danilo Ferreira de Souza, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e atual coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UFMT, falou sobre motores elétricos, que são a maior carga do sistema elétrico no mundo. “No Brasil, a maior carga está na indústria, seguido de serviço público, residencial e comercial. No mundo, se olharmos todas as
Juarez Guerra, diretor da Abinee, comissão GT Fotovoltaico, palestrando sobre “Geração Distribuída e Energia Fotovoltaica”.
Evento
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
DEPOIMENTOS DE APOIADORES E PATROCINADORES Eloi da Silva Pereira, ass. Parlamentar e gerente de comunicação do CREA-MT
O Mato Grosso tem uma caraterística muito curiosa. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
mostrou que os Estados brasileiros cresceram 0,5%, sendo que o Estado do Mato Grosso cresceu 14%. Isso revela que ele chama a atenção, não somente a nível nacional, como também a nível internacional, por ser hoje o maior produtor de grãos na América Latina. E como há muito avanço na área do agronegócio, ele abre espaço para inovações tecnológicas.
O desenvolvimento de qualquer padrão produtivo necessita de tecnologia, e o CINASE, por meio de seu congresso e
exposição, oferece uma contribuição enorme para que profissionais da engenharia elétrica, empresários, operadores, entre outros, tenham a oportunidade de conhecer novas tecnologias e o que há de mais recente no mercado.
João Pedro Valente, presidente do CREA-MT
A decisão do CREA de apoiar a realização do CINASE é quase que um caminho lógico. Hoje, nós vivemos um período em
que tudo depende da energia, e, quando houver crescimento no País, certamente, teremos problemas energéticos. Então, esse momento em que se discute a necessidade de fortalecer a geração de energias com fontes renováveis é muito importante, porque tudo passa pela necessidade de energia.
Esse evento permite socializar conhecimentos, fortalecer o setor e buscar alterativas que sejam viáveis ao Brasil como
um todo. Para nós, do CREA, que lidamos com todas as engenharias, da qual a elétrica faz parte do portfólio de profissões, é extremamente importante apoiarmos toda iniciativa que traga atualização, conhecimento e soluções aos problemas sociais.
Cristovam Albano da Silva Júnior, diretor geral do IFMT – Campus Cuiabá
Para nós, no Mato Grosso, a presença do CINASE é muito importante, porque é um momento onde conseguimos congregar
fabricantes, usuários, engenheiros, projetistas, enfim, todos os interessados na produção de energia em suas diversas esferas, em um único evento. Aproveitei para reencontrar velhos amigos, professores, colegas, e isso é muito salutar a nós, engenheiros eletricistas e para aqueles que no dia a dia, têm a eletricidade como meio de sustento.
Danilo Ferreira de Souza, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e atual coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UFMT
Para nós aqui de Mato Grosso foi uma grande alegria ter participado da organização, ter construído o CINASE no Estado,
pois esse é o maior evento do setor elétrico da história de Mato Grosso. É representativo.
Muitos dos treinamentos e eventos ficam, na maioria das vezes, restritos às Regiões Sul e Sudeste e, para nós, a realização
do evento em Mato Grosso é um marco e, mais do que isso: é um reencontro de todos da área. A academia está cada vez mais próxima da indústria, da produção, da elaboração de normas. O evento é também uma oportunidade de os estudantes que estão no final do curso, já em campo ou fazendo estágio, conhecerem elementos de aplicação na própria área.
Carlos Rocha, diretor de GD e Energias Renováveis no Sindenergia
Para nós do Sindenergia e para os mato-grossenses, foi um prazer receber o CINASE em nossa capital. É um evento que hoje
já se tornou tradição a nível Brasil e é o maior orgulho recebê-lo! O Sindenergia deu todo o apoio desde o início, através de um dos nossos associados, a Trael. Esperamos que o CINASE volte outras vezes à Mato Grosso”.
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Marcelus Mesquita, diretor executivo do Sindenergia
O Sindenergia está contente com o Grupo O Setor Elétrico por prestigiar a nossa capital, inserindo a cidade no Circuito
Nacional. É importante que os empresários desse Estado se aproximem das principais indústrias do setor elétrico. Toda a direção e os organizadores deste evento estão de parabéns! Ficamos felizes por sermos parceiros do CINASE nessa 37ª edição!
Lázaro Rodrigues da Silva, gerente comercial da empresa Elétrica Paraná
Apoiamos o CINASE, indicados pela Trael, e, logo que o Adolfo nos convidou, aceitamos, de imediato. Não tínhamos a noção
de que seria tudo o que aconteceu, porque, por ser em Cuiabá, a primeira vez na capital, em que a cultura é diferente, ficamos surpresos pela receptividade do pessoal e pela movimentação da cidade por conta do evento. Com certeza, havendo outras oportunidades, a Elétrica Paraná estará junto com o CINASE, que muito nos surpreendeu.
Mauro Takashi, engenheiro eletricista na Selco Engenharia
O evento foi muito bom, uma novidade para nós. Sempre que precisávamos de novidades, tínhamos que ir até outro Estado, e
por isso o evento em Cuiabá foi excelente!
Marcos Antônio Podanosqui, gerente comercial na Selco Engenharia
A vinda do CINASE ao Mato Grosso foi de extrema importância, pois o setor estava adormecido no Estado. O encontro elevou
o nível e trouxe uma inspiração para quem batalha para ter os melhores projetos elétricos. É um estímulo, e vemos pelo número de pessoas que presenciou o evento.
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Evento
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
7º Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas – Edição Mato Grosso
De modo a identificar e reconhecer projetos
elétricos que priorizem as boas práticas da engenharia na região de Cuiabá, foi realizado, na noite de 5 de novembro de 2019, o Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das Instalações Elétricas, que já está em sua 7ª edição estreando na cidade matogrossense. A iniciativa incentiva os profissionais a respeitarem as normas técnicas e a proverem soluções cada vez mais sustentáveis e eficientes para as instalações brasileiras.
No início da premiação, o diretor da Revista
O Setor Elétrico e organizador do CINASE, Adolfo Vaiser, deu as boas-vindas aos presentes e manifestou sua satisfação ao realizar o evento no SENAI FATEC. “Estamos na querida e bela cidade de Cuiabá, Mato Grosso, que está nas festividades dos seus 300 anos, e com as maiores autoridades, especialistas, entidades, empresários do segmento elétrico do Estado e grandes nomes da indústria elétrica do Brasil”, pronunciou.
O engenheiro eletricista Arnulfo Barroso de Vasconcellos foi o grande homenageado desta edição, pela dedicação, legado e exemplo de competência prestados ao longo de sua trajetória profissional e sua importante contribuição para o desenvolvimento da engenharia elétrica no País.
O Prêmio foi resultado de um árduo trabalho
e organizadora do CINASE, subiu ao palco para
o desenvolvimento da engenharia elétrica no País.
de divulgação, iniciado em julho deste ano, com
agradecer a presença de todos e, principalmente,
“Fiquei emocionado com uma homenagem que
o forte empenho das associações e entidades
aos apoiadores, que fizeram a diferença para reunir
eu não esperava receber. Nesses 39 anos em que
da região de Mato Grosso. O júri foi formado por
as feras da engenharia elétrica na região de Cuiabá.
eu fui professor na Universidade, sempre procurei
especialistas que acompanham o CINASE e por
“Agradeço, em especial, ao Dimas Yamanaka e ao
desenvolver projetos de eficiência energética e
outros cinco locais, para dar a credibilidade que
Danilo Ferreira de Souza, que os são responsáveis
pesquisa e desenvolvimento. Agradeço a todos por
a premiação merece. O time local que compôs a
pelo sucesso desta edição”, proferiu.
esse reconhecimento!”, declarou Vasconcellos.
comissão julgadora foi formado pelo engenheiro
Em
Danilo Ferreira de Souza; engenheiro eletricista
uma grande personalidade da engenharia elétrica,
homenagearam também Danilo Ferreira de Souza,
Rogério Lima; engenheiro Nelson da Silva Lima
reconhecido e respeitado no Estado de Mato
coordenador do curso de engenharia elétrica da
Filho; engenheiro Mario Anderson de Oliveira e
Grosso, foi o engenheiro eletricista Arnulfo Barroso
UFMT, e Dimas Yamanaka, gerente comercial e
engenheiro Tony Silva.
de Vasconcellos, o qual iniciou suas atividades de
marketing da Trael Transformadores, que foram
docente no Departamento de Engenharia Elétrica
essenciais para a realização do CINASE em Mato
destacaram por sua concepção e aplicação em
da Universidade Federal de Mato Grosso.
Grosso.
seis categorias: Instalações Elétricas Industriais
O engenheiro possui especialização em
e
Inovação
Sistemas Elétricos de Potência pela UFMT;
uma homenagem aos diretores Adolfo e Simone
Tecnológica; Pesquisa e Desenvolvimento; Projeto
mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade
Vaiser, lhes entregando em mãos uma placa de
Luminotécnico; e Prêmio OSE – Região Centro-
Federal de Uberlândia; Doutorado em Engenharia
agradecimento e reconhecimento. “Este casal já
Oeste, Estado do Mato Grosso.
Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia e
passou por mais de 30.000 congressistas e, em
Ao todo, foram recebidos 17 projetos
foi professor titular da UFMT até agosto deste ano.
Cuiabá, reuniu mais de 1.000 inscritos. Então, pela
nestas cinco categorias, com a participação da
coragem de empreender e por acreditarem no Mato
universidade, da concessionária, de empresas de
singela
engenharia e distribuidora de materiais elétricos.
Vasconcelos pela dedicação, legado e exemplo
eu gostaria de presenteá-los também”, finalizou.
Antes de partir para a entrega das premiações,
de competência ao longo de sua trajetória
Simone Vaiser, diretora da Revista O Setor Elétrico
profissional e por sua importante contribuição para
projetos vencedores em cada categoria.
Foram
premiados
Comerciais;
Energia
os
projetos
Renovável;
que
se
O grande homenageado da noite, considerado
Os dirigentes do CINASE prestaram uma homenagem
a
Arnulfo
Barroso
de
seguida,
Adolfo
e
Simone
Vaiser
Dimas Yamanaka, por sua vez, também prestou
Grosso, Estado que ainda tem tem muito a oferecer, A seguir, foram conhecidos os nomes dos
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Conheça os vencedores de cada categoria: • Instalações Elétricas Industriais e Comerciais
de reguladores de tensão e de velocidade, podendo operar,
Empresa: Selco Engenharia
inclusive, sem qualquer automação.
Projeto: Instalação elétrica em fábrica de ração na cidade de sorriso (MT)
• Projeto Luminotécnico
Responsáveis pelo projeto: Engenheiro Mauro Takashi Adama,
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Gladston Pereira de Souza e Regiane Aguiar Lopes de Silveira
Projeto: Barco minas do Pantanal
Trata-se de uma instalação de fábrica de ração extrusada para
Responsável pelo projeto: Michelle Costa
peixes e pet’s, com capacidade de produção de 6000kg/h. O
O conceito desse projeto foi em utilizar fontes luminosas que
sistema de produção é todo automatizado, bastando apenas
fossem de grande durabilidade e consumissem pouca energia.
cadastrar os produtos de cada silo e as fórmulas das rações, e
Por conta do local onde o projeto está inserido, um hotel
o sistema faz todo processo. O sistema também permite ter o
flutuante no Rio Paraguai, há uma grande quantidade de insetos;
controle de consumo de matérias primas e o total de produtos
sendo assim, a iluminação utilizada foi toda em LED, atendendo
acabados. A automação oferece o controle de manutenção dos
a todas as exigencias do projeto.
equipamentos, avisos de manutenção preventiva. A obra foi contratada, abrangendo todas as instalações ligadas a elétricas,
• Inovação Tecnológica
como iluminação, SPDA, subestação, quadros de comando,
Empresa: Stelmat Teleinformática
automação etc.
Projeto: Projeto de implementação de uma rede local óptico passiva (POL) em um condominio empresarial
• Energia Renovável
Responsáveis pelo projeto: Henrique Machado, Lumara
Empresa: Sonare Soluções em Energia e Telecomunicações
Rocha Lobo e Alisson Fagiano Alves e Silva
Projeto: Biomassa como alternativa energética
O projeto se trata de solução em rede POL – Passive Optical
Responsáveis pelo projeto: Thiago Mengatti Francisco e Lucas
Lan, ou seja, implementação de infraestrutura de fibra óptica pela
Silva Costa
tecnologia gpon (gigabit passive optical network) para transporte
O projeto consiste na geração de energia elétrica utilizando como
de dados, voz e imagem, com recursos de controle de largura de
combustível a produção do processo natural da decomposição
banda e arquitetura simplificada para uma rede local corporativa.
dos resíduos emitidos por uma criação de suínos em uma fazenda no interior de Mato Grosso, na cidade de Campo Verde, em que
• Projeto OSE 2019 – Edição Mato Grosso
a ação de micro-organismos em um ambiente anaeróbico produz
Empresa: Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
a decomposição de matéria orgânica e, consequentemente, emite
Projeto: Utilização de tecnologia assíncrona na geração
biogás. Assim, o projeto tem a capacidade de tornar o que era
distribuída utilizando gás metano da suinocultura como
antes passivo ambiental em ativo energético.
combustível Responsável pelo projeto: José Mateus Rondina
• Pesquisa e Desenvolvimento
Antes de o coquetel ser servido na área de exposição, os
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
convidados puderam conhecer uma personalidade famosa,
Projeto: Utilização de tecnologia assíncrona na geração
querida na região de Mato Grosso e bastante engraçada
distribuída utilizando gás metano da suinocultura como combustível
também. Thyago Mourão é ator, roteirista, produtor artístico,
Responsável pelo projeto: José Mateus Rondina
filmmaker e compositor. É também um dos sócios-fundadores
Trata- se de um desenvolvimento de um grupo gerador assíncrono
do coletivo de humor “Não Convém”, de Cuiabá, que já acumula
movido por biogás e dedicado à geração distribuída. O projeto
cinco prêmios internacionais. No teatro, é conhecido por seu
desenvolveu um grupo gerador baseado na máquina assíncrona
personagem Ribeirinho Cuiabano, Xô Dito, um dos ícones
para conexão à rede. Essa tecnologia, comparada com a
do humor da nova geração de Mato Grosso. Xô Dito é um
convencional por gerador síncrono, mostrou diversas vantagens,
pantaneiro, ribeirinho que tem defendido a natureza e a cultura
como: segurança operacional, já que nao tem possibilidade de
por onde passa. Mourão, que conhece de perto a realidade do
operação ilhada com risco de energização indevida da rede
povo mato-grossense, trouxe um pouco de suas vivencias e
de distribuição durante desligamentos para manutenção. O
histórias pra serem compartilhadas de forma bem humorada.
gerador assíncrono opera de forma muito semelhante a um motor. Manutenção mínima. Melhoria no desequilíbrio de tensão dispensa
Para saber mais sobre o CINASE, acesse: www.cinase.com.br.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
SNPTEE discute a modernização do setor elétrico em Belo Horizonte
Rodrigo Sousa
O evento abriu contagem para celebrar 50 anos de história, que serão comemorados em 2021, com a XXVI edição do seminário, no Rio de Janeiro
setor
pessoas para analisar as tendências e os
necessidade de constante evolução dos
elétrico no País, apresentar tendências
impactos das novas tecnologias na rotina
profissionais da área. “Temos que repensar
e integrar produtores e transmissores da
de quem atua na área, além de promover a
nossas
área de energia. Com esse objetivo, Belo
integração e estabelecer networking entre
nossa forma de trabalhar para seguirmos
Horizonte (MG) recebeu, entre os dias 10
os profissionais.
fortes nesse segmento tão importante para
Debater
a
modernização
do
e 13 de novembro, os maiores profissionais
Durante
esse
período,
foram
empresas,
nossos
processos,
a sociedade”, destacou.
do ramo durante o XXV Seminário Nacional
apresentados
trabalhos
Para o diretor da Agência Nacional de
de Produção e Transmissão de Energia
técnicos e realizadas inúmeras discussões
Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa,
Elétrica (SNPTEE).
sobre a área, espalhadas pelos 16 grupos
o SNPTEE é importante por reunir diversos
de estudo do seminário. A modernização
atores
do setor de energia elétrica foi a principal
do setor elétrico. “Durante o SNPTEE,
pauta debatida na ocasião.
tivemos a oportunidade de conversar com
O evento, promovido pelo CIGREBrasil
e
coordenado
pela
Companhia
Energética do Estado de Minas Gerais
mais
de
500
em
favor
do
desenvolvimento
rápida
os formuladores de políticas públicas,
importante seminário do setor elétrico
transformação do setor, o presidente do
com as principais concessionárias de
brasileiro. Em quatro dias de debates, o
Conselho de Administração do CIGRE-
serviços públicos e seus fornecedores na
SNPTEE reuniu, aproximadamente, 2,5 mil
Brasil, Josias Matos Araujo, destacou a
área de energia elétrica. Nesse sentido, a
(Cemig), é considerado o maior e mais
Diante
do
cenário
de
17
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Andre Souza
O SNPTEE também deu espaço aos jovens e às mulheres por meio de dois encontros. Em relação aos iniciantes na área de energia, o II Fórum de Jovens buscou analisar os desafios da inserção de novos profissionais diante das transformações no setor elétrico. Por sua vez, o II Fórum de Mulheres voltou as atenções para a valorização das profissionais da área, que já ocupam 22% dos empregos em energia elétrica em todo o mundo, segundo dados da
Agência
Internacional
de
Energia
Renovável (Irena). Nesta edição do Fórum de Mulheres, participaram a diretora da Aneel, Elisa Bastos Silva, a vice-presidência da Câmara Nelson Benício Marques de Araújo durante a abertura do XXV SNPTEE
de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Solange David, a doutora em engenharia elétrica e professora associada
negócios das organizações.
da Universidade Federal do ABC (UFABC),
para identificar as tendências tecnológicas
De acordo com o superintendente de
Patrícia Teixeira Leite, e Adriana Martins,
e regulatórias da área, que estarão em
Planejamento e Operação de Geração e
engenheira da Cemig.
evidência no Brasil”, afirmou.
Transmissão da Cemig e coordenador-geral
Depois de retornar a Belo Horizonte
do 25º SNPTEE, Nelson Benício Marques
após 30 anos, o seminário bianual segue
Principais destaques
Araújo, o I Encontro de CEOs cumpriu sua
sua jornada itinerante, com a próxima sede
Nesta edição, o SNPTEE contou com o I
missão. “Durante o encontro, as lideranças
já confirmada. Em 2021, o XXVI SNPTEE
Encontro de CEOs, que reuniu as principais
puderam traçar planos em conjunto e ter
será realizado na cidade do Rio de Janeiro,
lideranças do setor. Nesse evento inédito,
um panorama mais realista da área. Foram
sob a coordenação de Furnas. Na ocasião,
foram debatidos temas fundamentais à área
mais de 50 representantes de diversos
o evento, já tradicional no calendário do
de energia elétrica, como as tendências
segmentos, que tiveram um único objetivo:
setor, comemorará 50 anos de história.
apontadas pela 4ª Revolução Industrial (a
o desenvolvimento dos principais segmentos
chamada Indústria 4.0) e seus impactos nos
do ramo de energia elétrica no Brasil”, afirmou.
xxvsnptee.com.br
presença do órgão regulador foi propícia
Para mais informações, acesse: www.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Brasil terá novo laboratório para medir eficiência de módulos fotovoltaicos Fruto de uma parceria entre o Cepel e a Petrobras, o LabSol poderá ensaiar qualquer módulo fotovoltaico comercial existente no mercado O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
Pedro Ferreira
(Cepel) inaugurou, no dia 25 de outubro, o Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos – Simulador Solar. O LabSol é resultado de uma parceria com a Petrobras e diferencia-se dos demais laboratórios do gênero no Brasil pelo fato de seu simulador solar ter a maior área útil de ensaio existente no país (3x 3 metros de área iluminada), podendo atender a todos os módulos fotovoltaicos comerciais existentes. Além disso, o equipamento possui a melhor classe de exatidão do mercado mundial (A+A+A+), assegurando alta confiabilidade aos ensaios. A cerimônia de inauguração do LabSol
Pedro Ferreira
contou com a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia (MME); do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC); do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior; do diretor de Transmissão da Eletrobras e presidente do Conselho Deliberativo do Cepel, Marcio Szechtman; do gerente da Área de Eficiência Energética do Cenpes/Petrobras Alexandre de Figueiredo Costa; da presidente do Inmetro, Angela Flores Furtado; dos diretores do Cepel Amilcar Guerreiro, Raul Balbi Sollero e Aracilba da Rocha, dentre outras autoridades e executivos.
Na condição de Associado Especial do
Cepel, a Petrobras investiu cerca de um milhão de reais no LabSol para a compra do simulador
brasileiros de desempenho e degradação dos
produzida por ele. Desta forma, é muito
solar. O Cepel aportou recursos da ordem
geradores fotovoltaicos, para que se possa, além
importante conhecer a evolução da eficiência
de R$300 mil para obras e infraestrutura do
de estimar com maior precisão a energia gerada
dos geradores fotovoltaicos, para uma estimativa
laboratório, que está capacitado a executar
pelas plantas ao longo de sua vida útil, elaborar
mais precisa do retorno do investimento na
projetos de P&D e a realizar ensaios exigidos
procedimentos de manutenção tropicalizados
implantação de um sistema de geração solar.
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade
e, até mesmo, subsidiar o desenvolvimento de
O simulador solar é um equipamento
e Tecnologia (Inmetro) para atender ao Programa
tecnologias mais adequadas ao nosso clima”,
que fornece iluminação com as mesmas
Brasileiro de Etiquetagem (PBE). O primeiro
ressalta Amilcar Guerreiro.
características da luz solar natural, funcionando
projeto de P&D tem como cliente a Petrobras e
Ao longo de sua vida útil, o módulo
como instalação de teste abrigada, em
avaliará a degradação de centenas de módulos
fotovoltaico sofre uma degradação progressiva,
condições controláveis. Com isto, é possível
fotovoltaicos instalados em diversos locais
causando uma perda de eficiência, que é a
avaliar, com grande precisão a eficiência, curva
do Brasil. “Com o crescimento da energia
relação entre a energia solar incidente sobre
de potência e outras grandezas elétricas de
fotovoltaica no País, são necessários dados
o módulo e a energia elétrica efetivamente
módulos fotovoltaicos.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
FURNAS investe em geração de energia limpa e renovável
Conhecida internacionalmente por sua
Fotos: Arquivo Furnas
experiência na construção e operação e usinas hidrelétricas, FURNAS está investindo na diversificação de sua matriz geradora. A empresa finaliza a implantação do Parque Eólico de Fortim (CE), por meio de sua subsidiária Brasil Ventos, e constrói as suas primeiras usinas solares fotovoltaicas em área contígua à Usina de Anta (RJ/MG). O Complexo Eólico de Fortim ocupa área de 2.365 hectares e é o primeiro empreendimento do tipo eólico do município de Fortim, localizado a 135km de Fortaleza (CE). O complexo conta com cinco parques, 41
aerogeradores,
possui
capacidade
instalada de 123MW, energia para cerca de 174 mil famílias, e investimento total da ordem de R$650 milhões. A previsão de entrada em operação é dezembro de 2019.
Solar
Além das usinas solares em construção
na área da Usina de Anta, a empresa finaliza a contratação de projeto básico para plantas solares nas áreas das usinas hidrelétricas (UHEs) de Batalha (GO/MG) e Luiz Carlos Barreto de Carvalho (SP), e na termelétrica de Campos (RJ). Quando estiverem operando, as novas usinas solares juntas terão uma potência instalada da ordem de 160MW.
As solares de Anta e Campos são projetos
de geração distribuída e ajudarão a abater os custos com energia elétrica da empresa. As solares de Batalha e Luiz Carlos Barreto de Carvalho são para venda de energia nos mercados livre e regulado.
Sinergia A
empresa
também
está
fazendo
medições solarimétricas para avaliação de
empreendimentos e no espelho d´água dos
que possuam sinergia com instalações já
potencial em áreas contíguas a outras três
reservatórios.
existentes. A implantação de usinas solares
usinas, as UHEs de Itumbiara (MG/GO),
Esta
com
em locais próximos a empreendimentos em
Marimbondo (MG/SP) e Corumbá I (GO).
os objetivos definidos no Planejamento
operação permite o compartilhamento da
São projetos em áreas remanescentes dos
Estratégico da empresa de viabilizar negócios
infraestrutura de transmissão já instalada.
iniciativa
está
em
linha
21
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Siemens lança solução de segurança cibernética em parceria com a Claroty multinacional
apresentou
seu
alemã
amplo
Siemens
portfólio
de
no Brasil e no mundo. A nova solução desenvolvida pela
soluções e serviços voltado ao setor de
Claroty
energia durante o Seminário Nacional de
ativos e do comportamento das redes de
Produção e Transmissão e Energia Elétrica
OT, IoT, IIoT e IT de maneira passiva, sem
(SNPTEE), que ocorreu entre os dias 10 e
a necessidade de instalar agentes e sem
13 de novembro, em Belo Horizonte (MG).
risco para as operações. A solução é de
A companhia aproveitou a realização do
fácil integração e traz uma abordagem
maior evento do segmento para apresentar
abrangente feita por meio de quatro
uma
nova
solução
de
oferece
visibilidade
total
dos
segurança
etapas: a de identificação, que descobre
cibernética, lançada em parceria com a
e elimina proativamente vulnerabilidades,
startup israelense Claroty.
configurações
conexões
necessidade de as empresas investirem em
O novo produto é uma Plataforma que
não seguras; outra de detecção, que
soluções que protejam seus dados e ativos
mapeia e detecta de maneira contínua
implementa a segmentação de rede e
com o máximo de confiabilidade. Esse
qualquer
comportamento
gerencia o acesso remoto, aplicando
lançamento feito em parceria com a Claroty
indevido ou ameaça em uma infraestrutura
políticas de acesso granular e sessões
vem para atender a essa demanda por
crítica de energia, controlando, inclusive, o
controladas;
que
tecnologias mais inovadoras em segurança
acesso remoto a estes ambientes, provendo
monitora
continuamente
cibernética”, afirma o vice-presidente da
fluxo de controle de acesso e auditoria
atividades maliciosas e alterações de alto
Siemens
completa. Além de reforçar a segurança do
risco ao longo da cadeia de processos
Jacobsen.
sistema, um relatório minucioso é gerado
para mitigar riscos e prevenir ataques
Além da novidade, a Siemens esteve
para as empresas usuárias do serviço
e por fim uma de resposta, que recebe
presente no evento SNPTEE com um
acerca das vulnerabilidades identificadas
alertas valiosos interpretados para triagem
estande, no qual mostrou os principais
com
de
e investigação rápida, e automatiza a
serviços de seu amplo portfólio para o
grande
resposta usando a infraestrutura de rede
setor de energia, que vai desde tecnologia
existente.
de proteção e controle de subestação
as
mitigação.
instabilidade,
devidas A
recomendações
Siemens
é
um
investidor da Claroty que possui sua
e
incorretas
uma
de
detecta
e
Divulgação / Siemens
A
proteção,
plataforma completamente certificada para
“O aumento de redes e sistemas
monitorar todos os produtos da Siemens
cada vez mais digitalizados reforça a
Smart
Infrastructure,
Sergio
digital, à plataforma Mindsphere para a gestão de dados no segmento.
Painel de empresas
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Phoenix Contact Brasil inaugura escritório em São Paulo A Phoenix Contact Brasil inaugurou, no
Divulgação / Phoenix Contact
dia 16 de outubro de 2019, seu escritório em São Paulo (SP). O local, que já funciona como sede administrativa e operacional da empresa no Brasil, ocupa todo o 19º andar do edifício Bolsa de Imóveis, localizado na região da Berrini, zona sul da cidade. Para marcar esta nova etapa de sua história no País, a empresa reuniu parceiros comerciais e a imprensa, que contou com a presença do vice-presidente e de diretores locais da marca. “Esta nova sede administrativa, além de contar com modernas instalações, também inclui o mais completo showroom do segmento no Brasil, para que clientes e parceiros possam conhecer o nosso portfólio, encontrar nossos gerentes de produtos e engenheiros de aplicações e ainda receber os treinamentos de nossos especialistas”, afirma Cesar Almeida, diretor geral da Phoenix Contact Brasil. O evento contou, ainda, com uma palestra do economista Fernando Gonçalves, responsável pela área de Sell Side no time de pesquisa econômica do Itaú, trazendo perspectivas econômicas para o Brasil no cenário atual. A celebração marca a fase final de reestruturação da Phoenix Contact no Brasil, projeto que se iniciou em 2018 e incluiu também a mudança do centro de logística e distribuição da marca para um condomínio logístico às margens da Rodovia Anhanguera. Já funcionando desde junho deste ano no novo endereço, a localização agora permite um melhor trânsito de mercadorias entre as principais rodovias que cruzam o Estado e acesso aos principiais aeroportos de cargas do País de forma mais eficiente. Além de mais acessível, o novo centro também teve seus processos internos otimizados, integrando as áreas de operação e logística para uma operação mais fluída e atendimento rápido e preciso para todos os clientes.
Dados de crescimento
Com mais de 60 mil produtos, a empresa
possui um portfólio diversificado, com destaque
para engenharia de energia renovável e veículos elétricos. “Em 2018, registramos mais de 20% de crescimento com rentabilidade e temos uma tremenda expectativa para o Brasil, onde esperamos repetir o duplo dígito de crescimento no fechamento de 2019. Projetos de energia renovável, upgrades na indústria automobilística e automação predial atualmente dão suporte a essa projeção otimista. Acreditamos que o País, após as
nentes, sistemas e soluções nas áreas de
reformas estruturantes em curso, ainda trará
engenharia elétrica, eletrônica e automação.
mais oportunidades, levando a subsidiária do
Os lançamentos ocorrem todos os anos na
Brasil a ser um dos destaques da Phoenix
tradicional Feira de Hannover Messe, na
Contact no ano de celebração do seu
Alemanha, onde a empresa recebe clientes
centenário”, explica o diretor.
de todos as partes do mundo, muitos deles,
A caminho de completar 100 anos de
da América do Sul. Na sequência da Feira
operação em 2023, a Phoenix Contact
de Hannover, anualmente, a marca organiza
atualmente conta com mais de 17 mil
um evento chamado “Highlights”, onde os
funcionários em todo o mundo. Sua própria
lançamentos são replicados para os clientes
rede global de vendas inclui 50 subsidiárias
no Brasil. Em média, 1.000 novas linhas de
e cerca de 30 escritórios de representação
produtos ou upgrades são lançados todos os
comercial, entregando modernos compo
anos.
23
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
EDP debate transformações do setor elétrico no Energy Talks
No dia 19 de novembro, a EDP reuniu
players do segmento e clientes durante o Energy Talks, evento que abordou as tendências do setor energético nacional. Além de executivos da empresa, o economista Ricardo Amorim apresentou uma abordagem sobre “Economia: como será a próxima década”. Os executivos Carlos Andrade, vicepresidente de Novos Negócios, Pedro Kurbhi, diretor de comercialização, Daniel Santiago, head de Soluções Comerciais e Energia Solar, e Nuno Pinto, head de Negócios B2C e Mobilidade Elétrica da EDP Smart, falaram sobre as mudanças na matriz energética, perfil dos clientes e transformações pelas quais o
Nova rede de recarga ultrarrápida
ABB, Electric Mobility Brasil e Siemens serão as
segmento continuará passando nos próximos
A mobilidade elétrica também recebeu
fornecedoras das soluções de carregamento.
anos.
destaque.
Em 2019, a EDP anunciou o
Encerrando o evento, o economista Ricardo
pelos
primeiro e maior projeto da América do Sul de
Amorim traçou uma perspectiva para a economia
executivos estão as mudanças no perfil dos
instalação de carregadores ultrarrápidos (150kw
brasileira nos próximos anos. Na visão do
consumidores. Isso fará com que as empresas
e 350kw). Ao todo, serão 30 novos pontos de
palestrante, apesar do ambiente conturbado na
de energia passem a oferecer, cada vez mais,
carregamento que cobrirão todo o Estado de
política, a agenda econômica vem caminhando.
soluções personalizadas e adequadas a cada
São Paulo e conectará os principais corredores
Ele acredita que a desburocratização da
tipo de cliente. A digitalização dos serviços,
elétricos do País, interligando a capital paulista
economia do País, motivada pelas reformas,
descarbonização, com aumento na relevância
a Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba e Florianópolis.
aliada a fatores com aumento da capacidade
de fontes renováveis, e descentralização, que
As marcas Audi, Porsche e Volkswagen
de investimento e tendência de aumento de
levará a um crescimento de serviços em áreas
serão parceiras da companhia neste projeto,
empregos levam a crer em melhoras no ambiente
como o mercado livre, estiveram entre as outras
realizando os testes com os seus veículos para
de negócios e atração de investimento para os
tendências apontadas.
homologação da infraestrutura. As empresas
próximos anos.
Dentre
os
destaques
feitos
Painel de produtos
24
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
ABB desenvolve solução para acelerar a transformação digital de redes de energia www.abb.com.br
Um dos recentes lançamentos da ABB
no Brasil é o MicroSCADA X, uma solução de controle de energia e automação com uma interface homem-máquina (HMI) de última geração. O produto oferece aos clientes uma visão única, rápida e clara da situação da rede, dando, assim, confiabilidade operacional aos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia. Esta versão traz uma nova experiência ao usuário e está totalmente habilitada para a nuvem, podendo ser dimensionada para dispositivos portáteis. Este novo software fornece o SCADA e a funcionalidade de gerenciamento da rede integrada no mesmo sistema, com navegação e uso de dados em vários sistemas operacionais.
Yaskawa apresenta novo inversor de frequência www.yaskawa.com.br
A Yaskawa Elétrico do Brasil, empresa do grupo Yaskawa
Electric Corporation, coloca à disposição do mercado nacional o novo inversor de frequência CR700, detentor de sistema antibalanço que diminui drasticamente a oscilação da carga, criando estabilidade, sendo ideal para aplicações de transporte de carga, como gruas, pórticos e pontes rolantes. Apresenta como diferencial gestão econômica de energia, capaz de controlar com eficiência os motores, de modo inteligente, diminuindo o consumo. Entre suas principais características, destacam-se: tipo de motor por indução, com capacidade de sobrecarga 150% por 60 segundos, e frequência de saída de 0 até 590Hz, apresentando grau de proteção IP 20, e operando em temperatura ambiente de -10 a 40°C, podendo chegar até 60°C (com redução de potência).
Metaltex lança mini CLP NEXOweb www.metaltex.com.br
O mini CLP NEXOweb da Metaltex possui avançados
recursos para atender às necessidades de aplicação para a indústria 4.0 e IoT. Tem como principais características (NEX18W): 12 entradas (4 digitais 60KHZ+ 6 digitais/ 0-10V + 2 digitais/0-20mA); seis saídas a relé 10A; alimentação 24VCC; porta Ethernet Modbus TCP/IP; porta RS485 Modbus- RTU; slot para cartão SD; protocolo MQTT; tela de LCD gráfica para monitorar / alterar dados. Aceita até 16 módulos de expansão de entradas e saídas digitais e / ou analógicas e encaixa-se em diversas aplicações da automação industrial e residencial.
Fascículos
Apoio:
BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
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Francisco Gonçalves Jr. Capítulo XI – Eficiência energética BIM e Sustentabilidade - Como o BIM pode auxiliar em processos sustentáveis? - Green Building e o que ele pode fazer para construções mais sustentáveis - Simulação energética computacional e o BIM - Apoio ao Retrofit - Aplicativos e ferramentas sustentáveis - Maior agilidade, precisão e assertividade na tomada de decisão
Equipamentos para ensaios em campo Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta
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Capítulo XI – Testes em campo de barramentos - Introdução - Manutenção preventiva: ensaios Testes em campo de cabos de média tensão - Introdução - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios
Linhas elétricas para baixa tensão Paulo E. Q. M. Barreto
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Capítulo XI – Instalação de condutores (II) - Caixas - Molduras - Bandejas e leitos - Canaletas e perfilados - Espaço de construção - Linhas enterradas - Linhas sobre isoladores - Linhas aéreas externas
Apoio:
BIM - Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção
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Por Francisco Gonçalves Jr.*
Capítulo XI Eficiência energética BIM e Sustentabilidade
Os impactos ambientais da construção civil são evidentes e observados em todas as etapas da obra. E essa situação ocorre desde a utilização dos materiais necessários ao processo construtivo até
Com o modelo rico em informações dos seus elementos
a demolição da edificação, etapas as quais podem ocorrer grandes
constituintes, é chegada a etapa de análise de eficiência energética da
desperdícios de recursos.
edificação, a qual auxilia na tomada de decisões durante o processo
Na etapa da construção, frequentemente, são demandados materiais com alta emissão de carbono, além do alto consumo
de concepção de um edifício, para que o seu resultado seja o mais sustentável possível.
de água e energia em seus processos e da geração de um grande
Diversas ferramentas possibilitam essa ação. E o projetista
volume de resíduos, como, por exemplo, os entulhos. Tal situação
pode simular distintos cenários, para avaliar os resultados das
não finda na próxima etapa, a qual seria a vida útil da edificação, na
suas definições e o impacto técnico e financeiro de forma rápida e
qual seus recursos podem não ser aproveitados de forma eficiente,
econômica.
perdurando os problemas relacionados ao uso de recursos como água, energia, produção de esgoto, lixo, dentre outros.
Fascículo
Como o BIM pode auxiliar em processos sustentáveis?
O processo colaborativo do BIM (Building Information Modeling), a partir da prototipação virtual da edificação, na qual a
Neste sentido, a preocupação do uso racional de energia e
integração entre todas as disciplinas ocorre ainda nas etapas iniciais,
dos recursos é cada vez mais importante, visto que os impactos
viabiliza um ciclo evolutivo de processos com menor impacto
negativos mencionados anteriormente nos remete a uma busca
ambiental e maior eficiência. Em um sentido inverso, a forma
ativa por construções mais sustentáveis e eficientes, promovendo
tradicional de projetar em CAD nessas etapas, com apenas linhas,
um equilíbrio econômico, social e ecológico.
não contribui para análises energéticas mais eficientes.
Green Building e o que ele pode fazer para construções mais sustentáveis Nesse movimento rumo às construções mais eficientes, surge uma nova tendência de edificações altamente sustentáveis que, além de todos os seus benefícios ecológicos e de racionalização no uso de recursos, em atendimento às normas de desempenho, proporciona aos bens duráveis um alto valor agregado. Atualmente, os investidores potencializam seus lucros sabendo que clientes mais conscientes pagam mais por esse produto diferenciado e sustentável. Figura 1 – BIM 7D Sustentabilidade.
Para isso, a obtenção das certificações ambientais é indispensável,
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Apoio:
o que exige comprometimento e investimento. Neste contexto, a
• Selo Procel Edifica;
aplicação do BIM se torna uma grande aliada, a partir do uso do seu
• LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design);
modelo eficiente de avaliação energética da edificação e do grande
• AQUA-HQE | Alta Qualidade Ambiental;
volume de dados gerados durante todo o ciclo de vida da obra,
• Dentre estas certificações, pode-se destacar:
para que as tomadas de decisão sejam mais assertivas, facilitando a
• Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal;
obtenção das certificações.
• Norma de Desempenho ABNT – 15575/2013. Para corroborar a importância da concepção de construções mais sustentáveis, no início de 2019, a Agência FIEP divulgou uma pesquisa apontando que 87% da população brasileira preferem adquirir produtos e serviços de empresas reconhecidamente sustentáveis. Além disso, 70% dos participantes afirmaram que não se importariam em pagar um valor maior para adquirir as soluções dessas instituições.
Simulação energética computacional e o BIM A simulação energética computacional de edificações é outra ferramenta poderosa para a promoção da sustentabilidade na construção civil. E ela vem evoluindo juntamente com o desenvolvimento tecnológico do setor, pois nela se propõe a criação do modelo virtual da edificação, o qual será analisado diversos componentes e sistemas, prevendo, por exemplo, o consumo e custo de energia; conforto térmico; conforto lumínico; e emissões de CO2. Analisando os diversos sistemas e suas interações, é possível Figura 2 – Selo PROCEL.
propor soluções multidisciplinares que passam pela Arquitetura,
Apoio:
BIM - Building Information Modeling
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equipamentos, processos, número de ocupantes e usos da edificação.
Desta forma, o uso dos modelos de projeto da edificação para
Para os projetistas, a ferramenta acaba fornecendo uma
simulações energéticas é um campo novo e com grande potencial
solução para simular os desempenhos dos sistemas propostos e
de desenvolvimento, visto que a modelagem para esse fim exige
o comportamento energético da edificação na sua fase inicial de
muito do “i” do BIM, no qual será necessário incluir informações
concepção e em todo o seu ciclo, até a operação.
e parâmetros específicos nos elementos constitutivos do projeto e conhecimento dos profissionais envolvidos. Com o modelo bem calibrado, o profissional responsável pela análise energética da edificação irá usufruir das vantagens que as que as ferramentas BIM proporcionam na alteração automática de elementos e informações, extração de resultados, visualização 3D, mapas de calor, insolação, dentre outros.
Apoio ao Retrofit A modelagem energética com o BIM também possui aplicação bastante interessante em edificações já construídas, permitindo que, a partir do levantamento de dados atualizados, haja um monitoramento do desempenho real e do comportamento energético da edificação. Outro ponto de destaque no uso do recurso é a precisão nos dados de consumo de energia elétrica; sistemas de climatização; iluminação; consumo de água; e ocupação de ambientes. Essas informações, quando inseridas no modelo BIM, poderão ser amplamente utilizadas para a análise do retrofit, onde o projetista, a partir das simulações energéticas, terá como avaliar o emprego de diferentes medidas de eficiência energética e o custo final da sua implantação, além da economia gerada.
Aplicativos e ferramentas sustentáveis Com o avanço da análise energética no fluxo BIM, soluções especializadas já existentes estão se adequando a este novo conceito, e outras já estão nascendo nativamente em BIM, como as interfaces
Fascículo
Figura 3 – Dados para análise energética da edificação. (Fonte: ABDI)
Figura 4 – Exemplo de análise energética com modelo BIM. (Fonte: blazethread)
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Apoio:
gráficas e motores de cálculos energéticos que trocam informações
disso, antecipam e resolvem problemas, com o objetivo de chegar a
com diversos aplicativos, por meio da interoperabilidade de
um produto final sustentável e que atenda às normas e certificações.
arquivos IFC, gbXML, dentre outros.
Este é, pois, um nicho com grande potencial a ser explorado,
Podemos destacar algumas ferramentas como:
inclusive, de forma econômica, aprimorando cada vez mais a cadeia da construção civil, no que diz respeito à gestão eficiente do uso da
• EnergyPlus®, Green Building Studio®; • IES Virtual Environment Software®; • e o AECOsim Energy Simulation. (Ver Figura 4)
energia e demais recursos.
Referências bibliográficas ABDI-MDIC - Agência Brasileira de Desenvolvimento
Na comunicação entres esses softwares para o intercâmbio de informações, além de arquivos IFC, utiliza-se arquivos no formato XML (eXtensible Markup Language), o qual representa uma extensão do HTML. Os arquivos gbXML (Green Building
Industrial. Avaliação de desempenho energético em Projetos BIM: Coletânea Guias. Guia 5, Brasília, 2017. LabEEE: Laboratório de eficiência energética. Disponível em: < http://www.labeee.ufsc.br/>. Acesso em: 06 de novembro de 2019.
XML), que permitem a transferência de informações necessárias para análises preliminares de energia, têm se tornado um esquema
*Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos e
padrão na indústria para a interoperabilidade entre programas BIM
serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica pela
e de simulação energética.
Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade
Maior agilidade, precisão e assertividade na tomada de decisão Como pode-se perceber, a aplicação da análise energética dentro do workflow BIM ganha grandes aliados. Eles proporcionam maior assertividade na tomada de decisão, permitindo agilidade e precisão nas simulações e verificação dos resultados e promovendo diversos usos do modelo, na medida em que o projeto avança. Além
do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM – Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
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Equipamentos para ensaios em campo
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Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*
Capítulo XI Testes em campo de barramentos
1 - Introdução Os barramentos e/ou barramentos blindados, por serem equipamentos estáticos, não estão expostos aos desgastes mecânicos que ocorrem a motores e geradores, por exemplo, e, portanto, requerem um nível de atenção um pouco menor que esses. A manutenção preventiva e preditiva do barramento deverá ser capaz de detectar alterações nas características originais do
como finalidade avaliar o estado do isolamento do equipamento. O valor da tensão de teste a ser aplicada para barramentos de baixa tensão deve ser de 500V. Neste caso, o ensaio é julgado satisfatório se a resistência de isolação entre os circuitos e as partes condutoras expostas é, pelo menos, 1000Ω/V por circuito referido a uma tensão nominal destes circuitos para a terra.
equipamento. A seguir, serão demonstrados os ensaios que devem ser realizados para que possíveis problemas possam ser detectados antes que ocorra um problema mais grave que pode levar a perda do equipamento.
b) Ensaio de Tensão Aplicada Normalmente aplicado durante a fase de comissionamento e partida dos barramentos e barramentos blindados (bus way), o
Fascículo
ensaio de tensão aplicada é realizado através do uso de um Hipot
2 - Manutenção preventiva: ensaios Os seguintes testes são os mais recomendados para os barramentos: • Medição da resistência ôhmica de isolamento; • Ensaio de tensão aplicada. A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio. a) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento dos barramentos é realizada através do uso de um Megôhmetro e tem
e também tem como finalidade avaliar o estado do isolamento do equipamento. O valor da tensão de teste a ser aplicada para barramentos de baixa tensão será de acordo com a tabela a seguir.
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Apoio:
A tensão de ensaio deve ser mantida por 5s. As fontes de energia
Electrical Power Equipment Maintenance and Testing Second Edition
C.A. devem ter potência suficiente para manter a tensão de ensaio,
– Paul Gill
independentemente de qualquer corrente de fuga. A tensão de
NBR IEC 60439-1 – Conjuntos de manobra e controle de baixa tensão
ensaio deve ter uma forma de onda praticamente senoidal e uma frequência entre 45Hz e 62Hz.
Testes em campo de cabos de média tensão
O ensaio é considerado como satisfeito se não houver perfurações ou descargas.
1 - Introdução
c) Outros Testes de Verificações
manutenção preventiva. No entanto, alguns agentes externos podem
Os cabos elétricos, normalmente não exigem muitos serviços de As inspeções termográficas e por ultrassom, já abordadas em
contribuir para a deterioração dos cabos e, por isso, são necessárias
outras oportunidades, são muito importantes no acompanhamento
inspeções periódicas: Em termos de ensaios, basicamente, é efetuada
dos barramentos de um sistema elétrico de alta potência.
isolação dos cabos com a utilização de um megôhmetro.
Em casos de detecção de pontos quentes na inspeção termográfica, deve-se proceder com o reaperto e torqueamento das
Os cabos de tensão de operação a partir de 11.4kV, além da
conexões que se mostrem ineficientes. Em caso de detecção de fugas
resistência de isolamento com megôhmetro, podem ser testados com
à terra em estágios iniciais por ultrassom, deve-se proceder com
alta tensão Vcc para maior garantia das condições de isolamento de
investigação sobre as possíveis causas e definição do procedimento
acordo a necessidade avaliada em cada caso.
corretivo a ser adotado, que podem incluir, desde simples serviços de limpeza e reaperto, até substituição de isoladores e ou seção de
2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios
barramentos que possam estar danificados. 2.1- Inspeções periódicas Fontes
Periodicamente, devem ser realizadas algumas inspeções na
Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng.
instalação:
e Com. LTDA.
• Verificar que o cabo não está trabalhando em temperatura
Apoio:
Equipamentos para ensaios em campo
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excessiva devido a aumentos sucessivos de carga que podem ter
de 13.8kV, o que deverá resultar em uma isolação mínima de 13.8
levado o cabo a operar em valores inadmissíveis;
+ 1 = 14.8MΩ.
• Verificar a existência de óleo, graxa e outros resíduos químicos nos eletrodutos e caixas de passagem que podem danificar a capa
b) Teste de Cabos Elétricos com Alta Tensão O teste de tensão aplicada em cabos elétricos, também
protetora e a isolação do cabo; • Verificar a ausência de ressecamento da isolação; isso pode ser
conhecido como Hipot em cabos, normalmente é feito no período
observado pela mudança de coloração da mesma;
de instalação do cabo no sistema, antes de o mesmo ser energizado
• Verificar se existem eletrodutos, braçadeiras, bandeja enferrujados
pela primeira vez. Para isso, são utilizados os maiores valores de
ou quebrados de forma que possam danificar diretamente o cabo;
tensão recomendados pela norma NBR 7286 (ver tabela 1, a
• Verificar que não existem fontes externas de aquecimento no cabo,
seguir). Mas pode ser necessário em cabos já instalados há muitos
tais como vazamentos de vapor ou produtos que impeçam a sua
anos, em casos de necessidade de movimentação dos mesmos ou
refrigeração;
devido à substituição de terminações por exemplo; nesses casos, são
• Verificar que não existem escavações próximas a cabos
aplicados os menores valores dados pela norma.
subterrâneos. É recomendável instalar placas de aviso ao longo da
O teste é realizado com equipamento específico para tal,
faixa;
conhecido como Hipot, que de acordo com o tipo, terá uma faixa
• Em períodos que podem variar entre um e três anos, é recomendável
nominal de aplicação de tensão Vcc que deve ser adequada à tensão
que sejam feitos testes de acompanhamento da deterioração do
nominal do cabo a ser testado.
dielétrico. A periodicidade dessas inspeções pode variar de acordo com diversos fatores, tais como: tipo de planta, tipo de instalação, histórico de eventos etc. 2.2 - Ensaios A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio realizado nos cabos. a) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento dos cabos é realizada através do uso de um Megôhmetro e tem como finalidade
Figura 1 – Conexão do Hipot ao Cabo.
avaliar o estado do isolamento do cabo. Para cabos de tensão de
A aplicação é feita entre o cabo e a terra do sistema (Figura 1),
operação de até 4.16kV, pode ser utilizado o valor de 2500Vcc, e
e o equipamento monitora a corrente de fuga através do cabo sob
para cabos de tensão de operação superiores a este valor, pode ser
teste.
utilizada a tensão de 5000Vcc de teste. A tensão deve ser aplicada durante um minuto antes de se fazer a leitura de isolamento.
Tabela 1 – Tensão a ser aplicada.
A medição é realizada entre o cabo e o terra do sistema e
Fascículo
pode ser realizada com as três fases curto circuitadas ou uma fase separadamente da outra. Pode se considerar a seguinte fórmula para o cálculo do valor mínimo aceitável em MΩ: Rmin = kV + 1
O nível de tensão de teste e o tempo de aplicação são definidos conforme o momento da instalação, como já citado e de acordo com
Como exemplo, podemos tomar um cabo com tensão nominal
a tabela 1, e conforme a tensão de isolamento do cabo (Tabela 2).
Tabela 2 – Tensão Total de Teste de Acordo com Tensão de Isolamento.
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Apoio:
Deve-se anotar o valor da corrente de fuga a cada minuto durante a execução do ensaio para se plotar uma curva em função do tempo. A forma esperada para a curva é dada na figura 2.
que se tenha histórico de testes com medição da corrente de fuga onde se possa verificar as tendências do cabo.
Fontes Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng. e Com. LTDA. Manutenção Industrial 2a Edição – Angel Vázquez Moran NBR 7286-2001 – Cabos de potência com isolação extrudada de
Figura 2 – Gráfico Tempo x Corrente de Fuga Esperado.
Os gráficos abaixo indicam que a isolação do cabo testado possa estar deteriorada.
borracha etilenopropileno (EPR, HEPR ou EPR 105) para tensões de 1kV a 35kV — Requisitos de desempenho. *Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista em energia e automação (USP), gestor de equipes de campo (engenharia, comissionamentos, montagens) em subestações de alta, média e baixa tensão, em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenharia na ENGEPOWER *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da ENGEPOWER.
Figura 3 – Gráfico Tempo x Corrente de Fuga Cabo Deteriorado. Retirado de Curso de Ensaios Elétricos de Equipamentos e Usinas – Lactec
Após a execução do teste, é recomendável aterrar os cabos testados para que sejam descarregados. De modo geral, serão considerados aptos para energização, os cabos que não perfurarem a isolação pela tensão de teste aplicada. A corrente de fuga não é indicativo conclusivo de danos, ao menos
*Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas. Continua na próxima edição Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
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Linhas elétricas para baixa tensão
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Por Paulo E. Q. M. Barreto*
Capítulo XI Instalação de condutores (II)
Caixas Conforme a NBR 5410, as caixas de passagem e/ou de derivação devem ser empregadas nas seguintes condições:
NBR 5410 são: 6.2.11.2.1 Nas molduras só devem ser instalados condutores isolados ou cabos unipolares. 6.2.11.2.2 As ranhuras das molduras devem possuir dimensões que
• Em todos os pontos da tubulação onde houver entrada ou saída
facilitem o alojamento dos condutores.
de condutores (exceto na transição de uma linha aberta para outra
6.2.11.2.3 Cada ranhura deve ser ocupada apenas por um único e
com eletroduto).
mesmo circuito.
• Em todos os pontos de emenda ou de derivação de condutores.
6.2.11.2.4 As molduras não devem ser embutidas na alvenaria, nem
Ou seja, não se admite emenda de condutores no interior de
cobertas por papel de parede, tecido ou qualquer outro material,
eletroduto.
devendo permanecer aparentes.
• Sempre que for necessário segmentar a tubulação para atender as
Fascículo
distâncias limites para os trechos retilíneos ou com curvas.
Bandejas e leitos
As caixas devem ser providas de tampas (ou espelhos) e ser
As definições de bandeja e leito foram apresentadas nas edições
facilmente acessíveis. Admite-se a não colocação de tampa quando
nº 156 e 157, respectivamente. Vale a pena lembrar que quando
as caixas estiverem instaladas em forros ou pisos falsos, desde que
uma bandeja contiver tampa, ela passa a ser denominada por
se tornem acessíveis com a remoção das placas do forro ou do
eletrocalha, constituindo-se em uma maneira de instalar distinta
piso e se destinem apenas a emendas ou derivações, sem nenhum
(ver tabela 33 da NBR 5410) e classificada como conduto fechado.
dispositivo ou equipamento.
Nesse caso (com a tampa), ocorre alteração da capacidade de
Durante a concretagem de lajes, as caixas devem ser fechadas
condução de corrente dos condutores. Ou seja, colocar uma tampa
(obturadas) com vedações apropriadas que impeçam a entrada de
em uma bandeja, não é um mero ato de proteção mecânica ou
argamassas ou nata de concreto.
de conservação dos condutores. Antes de fazer isso, deve-se rever o dimensionamento desses condutores e dos correspondentes
Molduras A definição de moldura foi apresentada na edição nº 158. Os requisitos para instalação de condutores em molduras pela
dispositivos de proteção em função dessa nova condição. Os requisitos para instalação de condutores em bandejas e leitos constam também da NBR 5410, conforme segue:
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Apoio:
Exemplo de instalação em bandeja em espaço de construção – piso elevado.
Exemplo de instalação em leito.
6.2.11.3.1 Nas linhas elétricas em que os condutos forem bandejas,
ou ruptura dos condutores. Esse esforço de tração também não deve
leitos, prateleiras ou suportes horizontais, e nas linhas em que os
recair sobre as conexões.
cabos forem diretamente fixados em paredes ou tetos, só devem ser
6.2.11.3.5 Nas bandejas, leitos e prateleiras, os cabos devem ser
utilizados cabos unipolares ou cabos multipolares.
dispostos, preferencialmente, em uma única camada. Admite-se, no
6.2.11.3.4 Nos percursos verticais deve ser assegurado que o esforço
entanto, a disposição em várias camadas, desde que o volume de
de tração imposto pelo peso dos cabos não resulte em deformação
material combustível representado pelos cabos (isolações, capas e
Apoio:
Linhas elétricas para baixa tensão
36
coberturas) não ultrapasse:
de construção do prédio.
a) 3,5 dm3 por metro linear, para cabos de categoria BF da ABNT
define os tipos de linhas elétricas, com seus métodos de instalação
NBR 6812;
e referências para determinação da capacidade de condução de
b) 7 dm por metro linear, para cabos de categoria AF ou AF/R da
corrente (IZ) dos condutores.
A tabela 33, citada em artigo anterior desta série, é aquela que
3
ABNT NBR 6812.
Cabe ressaltar que um espaço de construção não é um conduto, mas sim, um “espaço”, no qual podem ser instaladas
Os métodos de instalação mais utilizados em edificações se
linhas elétricas.
enquadram no requisito “a” anterior.
Canaletas e perfilados
Linhas enterradas As linhas elétricas enterradas podem ser constituídas por
As definições de canaletas e perfilados foram apresentadas nas edições nº 156 e 158, respectivamente. A seguir, são destacados alguns dos requisitos da NBR 5410
cabos diretamente enterrados ou por condutores instalados no interior de eletrodutos enterrados. Nesse caso, em vez de se utilizar temperatura ambiente como
para instalação de condutores em canaletas e perfilados:
parâmetro para o dimensionamento de condutores, devem ser
6.2.11.4.1 Nas canaletas instaladas sobre paredes, em tetos ou
consideradas a temperatura e a resistividade térmica do solo.
suspensas e nos perfilados, podem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares e cabos multipolares. Os condutores isolados só
Resumidamente, seguem os requisitos estabelecidos na NBR 5410 para linhas enterradas:
Fascículo
podem ser utilizados em canaletas ou perfilados de paredes nãoperfuradas e com tampas que só possam ser removidas com auxílio
• Cabos unipolares ou multipolares podem ser instalados
de ferramenta.
diretamente enterrados ou em eletrodutos enterrados.
NOTA – Admite-se o uso de condutores isolados em canaletas
• Condutor isolado pode ser instalado em eletroduto enterrado,
ou perfilados sem tampa ou com tampa desmontável sem auxílio
desde que o eletroduto seja considerado estanque e não haja caixa
de ferramenta, ou em canaletas ou perfilados com paredes
de passagem no trecho enterrado.
perfuradas, com ou sem tampa, desde que estes condutos:
• Os cabos devem suportar as condições características de sua
a) sejam instalados em locais só acessíveis a pessoas advertidas
instalação, como por exemplo, influências externas (umidade,
(BA4) ou qualificadas (BA5), ou
ações químicas do solo e movimentações de terra).
b) sejam instalados a uma altura mínima de 2,50m do piso.
• Cabos diretamente enterrados devem estar a uma profundidade
6.2.11.4.3 Nas canaletas instaladas no solo podem ser utilizados
mínima de 0,70m em terreno normal, apenas com circulação de
cabos unipolares ou cabos multipolares.
pessoas, e de 1m em travessias de vias acessíveis a veículos.
6.2.11.4.5 Nas canaletas encaixadas no piso podem ser utilizados
• Duas linhas elétricas ou linhas elétricas e não elétricas enterradas
condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares.
que se cruzem devem estar afastadas de no mínimo 0,20m.
Os condutores isolados só podem ser utilizados se contidos em
• As linhas enterradas devem possuir sinalização (por exemplo, fita)
eletrodutos.
ao longo de toda a sua extensão, como forma de identificar a sua existência, para evitar que seja danificada em futuras escavações no
Espaço de construção
terreno. A norma estabelece que essa sinalização deva estar a, no mínimo, 0,10m acima da linha, porém, a prática recomenda que
A definição de espaço de construção foi apresentada na edição
essa sinalização esteja mais próxima do nível do solo.
nº 157. A NBR 5410 estabelece em 6.2.11.5 que nos espaços de construção podem ser utilizados condutores isolados e cabos
Linhas sobre isoladores
unipolares ou multipolares conforme os métodos de instalação 21, 22, 23, 24 e 25 da tabela 33, desde que os condutores ou cabos
Outra forma muito comum de instalar condutores é sobre
possam ser instalados ou retirados sem intervenção nos elementos
isoladores. No entanto, a norma impõe restrições em função do
Apoio:
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Apoio:
Linhas elétricas para baixa tensão
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tipo de estabelecimento e quando os condutores forem nus. Por
6.2.11.8.1 Nas linhas aéreas externas podem ser utilizados
exemplo, não são admitidas linhas sobre isoladores em locais de
condutores nus ou providos de cobertura resistente às intempéries,
habitação (e é onde mais se encontra!).
condutores isolados com isolação resistente às intempéries, ou cabos
Em qualquer situação, as linhas sobre isoladores devem
multiplexados resistentes às intempéries montados sobre postes ou
atender aos requisitos de proteção contra choques elétricos por
estruturas.
colocação fora de alcance, conforme 5.1.5.4 da NBR 5410, além
6.2.11.8.2 Quando uma linha aérea alimentar locais que apresentem
do que segue:
riscos de explosão (BE3 – tabela 22), ela deve ser convertida em linha enterrada a uma distância mínima de 20 m do local de risco.
6.2.11.7.1 Nas linhas com condutores fixados sobre isoladores podem
6.2.11.8.3 Os condutores nus devem ser instalados de forma que seu
ser utilizados condutores nus, condutores isolados, condutores
ponto mais baixo observe as seguintes alturas mínimas em relação
isolados em feixe, cabos unipolares, cabos multipolares e barras.
ao solo:
NOTA – O uso de barras deve ser limitado aos locais de serviço
a) 5,50 m onde houver tráfego de veículos pesados;
elétrico.
b) 4,50 m onde houver tráfego de veículos leves;
6.2.11.7.4 Em edificações de uso comercial ou assemelhado, as
c) 3,50 m onde houver passagem exclusiva de pedestres.
linhas com condutores nus são admitidas como linhas de contato
6.2.11.8.4 Os condutores nus devem ficar fora do alcance de janelas,
alimentando lâmpadas ou equipamentos móveis, desde que
sacadas, escadas, saídas de incêndio, terraços ou locais análogos.
alimentadas em SELV.
Para que esta prescrição seja satisfeita, os condutores devem atender
6.2.11.7.5 O uso de condutores nus sobre isoladores em
uma das condições seguintes:
estabelecimentos industriais ou assemelhados deve ser limitado aos
a) estar a uma distância horizontal igual ou superior a 1,20 m;
locais de serviço elétrico ou a utilizações específicas (por exemplo,
b) estar acima do nível superior das janelas;
alimentação de pontes rolantes).
c) estar a uma distância vertical igual ou superior a 3,50 m acima
6.2.11.7.6 Na instalação de condutores nus ou barras sobre
do piso de sacadas, terraços ou varandas;
isoladores, devem ser considerados:
d) estar a uma distância vertical igual ou superior a 0,50 m abaixo do piso de sacadas, terraços ou varandas.
a) os esforços a que eles podem ser submetidos em serviço normal; b) os esforços eletrodinâmicos a que eles podem ser submetidos em
Como se pode notar, a instalação e a especificação de qualquer
condições de curto-circuito;
condutor elétrico são cercadas de vários cuidados e são fortemente
c) a dilatação devida a variações de temperatura, que podem
influenciadas pela existência ou não de conduto específico e,
acarretar a flambagem dos condutores ou a destruição dos isoladores;
quando ele existir, também dependerá do tipo de conduto.
pode ser necessário prever juntas de dilatação. Além disso, deve-se
Fascículo
tomar precauções contra as vibrações dos condutores, utilizando suportes suficientemente próximos.
*Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica. Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção e perícia de instalações elétricas. É membro da
Linhas aéreas externas
Comissão que revisa a norma ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação. Coordenador da Divisão de Instalações
Assim como mencionado em outro artigo desta série, torna-se importante observar os requisitos correspondentes à classificação das influências externas para a escolha adequada do tipo de condutor e de conduto. Em particular, destacam-se a permanente
Elétricas do Instituto de Engenharia. Ex-conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma instalação elétrica no Brasil, no âmbito do Inmetro, em 2001. Consultor e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br
exposição das linhas elétricas ao sol, à chuva e à atmosfera presente
Continua na próxima edição
(eventualmente corrosiva), além do livre acesso às pessoas e ao
Acompanhe todos os artigos deste fascículo em: www.osetoreletrico.com.br
trânsito de veículos. Diante disso, a NBR 5410 estabelece:
Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para: redacao@atitudeeditorial.com.br
Renováveis Apoio:
ENERGIAS COMPLEMENTARES
39
Ano 3 - Edição 41 / Novembro de 2019
Capítulo XI – Softwares de planejamento e simulação de projetos fotovoltaicos NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: SERÁ UM RETROCESSO NA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA? COLUNA EÓLICA: O MERCADO DE TRABALHO PARA ENERGIA EÓLICA APOIO
jaroslava V | shutterstock.com
FASCÍCULO
Apoio
40
Fascículo Por Hans Rauschmayer*
SOFTWARES DE PLANEJAMENTO E SIMULAÇÃO DE PROJETOS FOTOVOLTAICOS
Renováveis
41
1 - Introdução
2.2 - Os Diferentes Atores
Figura 1: As etapas da elaboração do projeto fotovoltaico. (veja fascículo 2).
Figura 2: O projeto fotovoltaico visto por diferentes atores.
O tema do presente fascículo serão softwares de planejamento
Cada ator envolvido no projeto tem interesses próprios, com
e simulação de projetos fotovoltaicos. Eles são fundamentais
demandas de informações que devem ser atendidas pelo software
para elaborar um projeto tecnicamente impecável, para calcular o
(figura 2). Vamos entender os principais.
retorno financeiro com segurança e para efetuar vendas de forma eficiente, como já vimos em outros fascículos.
2.2.1 - O Vendedor
2 - Requisitos ao Software Fotovoltaico
O vendedor recolhe as informações do cliente e elabora um projeto
primário que precisa ter o detalhamento suficiente para garantir a viabilidade técnica e calcular o retorno do investimento. Com esta
A engenharia de software, formação original do autor do
informações, ele prepara uma proposta para iniciar as negociações com
fascículo, ensina que se deve iniciar a escolha de um software pela
o cliente.
análise dos requisitos. Em seguida, é preciso priorizar as demandas
para então escolher uma solução.
importante do que os processos técnicos, por causa da baixa taxa de
Na realidade brasileira, o processo da venda é muito mais
conversão: o estudo da empresa Greener sobre o mercado de geração 2.1 - O Fluxo de Trabalho
distribuída relata que apenas 7% dos projetos viram contrato.
O segundo fascículo apresentou o passo-a-passo da elaboração
Com isso, a qualidade da proposta é fundamental para aumentar as
de um projeto fotovoltaico conectado à rede (figura 1, disponível no
vendas, e a agilidade na elaboração reduz o tempo que, possivelmente,
site www.solarize.com.br).
não será remunerado. Ambas são questões onde um software pode
ajudar muito.
As etapas principais são:
1 - A análise das informações que embasam o projeto;
2.2.2 - O Projetista
2 - A elaboração do projeto técnico;
3 - O cálculo do retorno do investimento (custo / benefício).
objetivo de aprimorar questões técnicas e financeiras.
O resultado do terceiro passo pode levar a uma revisão do
O projetista recebe o projeto primário do vendedor e o detalha com Ele produz listas de materiais e diagramas técnicos para
planejamento, aprovação e execução do projeto.
projeto, por questões técnicas ou financeiras. O software ideal conduz o projetista no fluxo natural do seu trabalho, ao mesmo
2.2.3 - O Cliente
tempo que oferece flexibilidade conforme o tipo do projeto e o perfil
do usuário.
acumulados:
O cliente tem vários papéis neste processo, que podem ser
Apoio
Fascículo
42
Renováveis
• No papel de investidor, ele compara o rendimento do sistema solar com
interativo com grande flexibilidade.
outras aplicações financeiras;
• Sendo proprietário do local da instalação, ele se preocupa com a
apurado.
Este tipo de cliente exige também um cálculo do rendimento mais
estética e segurança da instalação; • No caso de uma empresa, pode haver outros interesses, como
2.3.3 - Usinas em Solo
marketing verde ou proteção contra aumentos da tarifa.
No caso de usinas em solo, o projeto técnico é modular e
repetitivo. Podemos diferenciar ainda usinas de grande porte, que
O software ideal oferece diversidade de informações técnicas e
usam rastreadores (tracking), de usinas menores, com aplicação de
financeiras, que serão utilizadas de acordo com o perfil de interesse do
tecnologias mais simples.
cliente.
O financiador destas usinas deseja receber informações detalhadas
e altamente confiáveis, e as insere nas próprias planilhas financeiras. 2.2.4 - A Distribuidora de Energia A distribuidora espera receber a documentação padronizada
2.4 - Questões Técnicas
conforme normas próprias e da Agência Nacional de Energia Elétrica
2.4.1 - Cálculo Confiável
(Aneel), para então, aprovar o projeto.
Pelo ponto de vista do investidor, a questão fundamental é a
confiabilidade dos resultados. Um software com reputação internacional 2.2.5 - Instituições
ganha pontos na avaliação.
Outras instituições recebem a documentação do projeto, conforme o
caso:
2.4.2 - Dados Meteorológicos Detalhados
Os dados meteorológicos formam a entrada principal dos algoritmos
• Conselhos de engenharia ou de técnicos;
de simulação. O formato padrão se chama TMY (typical metereological
• Bancos ou investidores;
year), em detalhamento horário.
• Seguradoras;
• Instituições públicas, como por exemplo, órgãos ambientais, EPE
porque a eficiência dos componentes varia conforme irradiação e
(Empresa de Pesquisa Energética, no caso de leilões de usinas), órgãos
temperatura momentânea, e porque as perdas dependem da potência
de preservação de patrimônio histórico etc.
gerada a cada instante.
2.3 - Escopo do projeto
Este detalhamento é essencial para simular o sistema fotovoltaico,
Há empresas internacionais que fornecem séries de dados a partir
de medições de solo e por satélite (ex. Meteonorm). As fontes brasileiras, do atlas solarimétrico, infelizmente, não são fornecidas na resolução horária, mas por médias mensais. 2.4.3 - Flexibilidade da Configuração dos Inversores
Figura 3: Projetos de portes diferentes apresentam características diferenciadas.
Podemos diferenciar as seguintes categorias de projetos (figura 3): 2.3.1 - Projetos de Pequeno Porte
Projetos residenciais ou comerciais de pequeno porte devem
priorizar a venda individualizada ao cliente, com propostas bonitas. A margem de lucro, geralmente, reduzida, exige que o processo de venda e
Figura 4: Exemplo de uma instalação comercial, onde o projetista definiu a configuração dos módulos de forma semiautomática (PV*SOL premium).
instalação seja eficiente.
O software deve providenciar as regras específicas para inversores
2.3.2 - Prédios Comerciais
string, microinversores e otimizadores de potência.
Projetos em prédios comerciais costumam apresentar uma série
A associação dos módulos a inversores deve ser resultado da
de exigências técnicas: coberturas repletas de obstáculos (casa de
modelagem 3D.
máquinas, caixas d´água, aparelhos de ar-condicionado, ...) e uma maior
complexidade na conexão elétrica. O software ideal permite um trabalho
de diferentes prédios, modificar limites de configuração (ex. fator de
Já o projetista deve ter a liberdade total na configuração: juntar módulos
43
dimensionamento, veja fascículo 5) e definir a sequência dos strings (figura 4).
Telhados em arco são um exemplo onde pode ser necessário juntar
3.1 - PVSyst
módulos de diferentes inclinações no mesmo string. O software deve calcular as perdas causadas no descasamento, o que é possível somente com dados climáticos detalhados. 2.4.4 - Tratamento Diferenciado da Sombra por Objetos Próximos e Distantes
Objetos distantes, como, por exemplo, morros, causam um efeito
“liga/desliga” no arranjo fotovoltaico inteiro. Eles representam o
Figura 5: Foto de uma usina com tracking e a simulação do sombreamento no software PVSyst.
horizonte do cenário.
Parâmetros específicos permitem aos especialistas modelarem
Objetos próximos, como prédios, árvores ou antenas, projetam
PVSyst é o programa clássico para usinas de grande porte.
uma sombra que parece andar por cima do arranjo. A cada momento, a
detalhes que são importantes para esta categoria de projetos. PVSyst
sombra atinge outras partes dos módulos.
permite também analisar sombreamento em instalações com tracking
(rastreamento, figura 5).
As duas formas causam efeitos elétricos diferentes, o que exige uma
modelagem diferente no software.
A interface do usuário é antiquada e pouco amigável e não foi
traduzido para português. A modelagem em 3D não é intuitiva, o que 3 - Comparação de Softwares mais utilizados
restringe o uso do software a especialistas. PVSyst não oferece uma análise financeira do projeto.
Nos últimos anos, foram desenvolvidos muitos softwares fotovoltaicos.
Os dados meteorológicos são horários e fornecidos pela empresa
A seguir, analisaremos as características dos mais populares no Brasil.
Meteonorm, mas é possível importar outras fontes. O programa
Nenhum software é perfeito – recomendamos priorizar pelo tipo de
consegue até gerar dados em minuto para simular sombreamento com
projeto mais utilizado e testar o programa antes de efetuar a compra.
mais precisão.
Apoio
Fascículo
44
Renováveis
3.2 - Solergo
Figura 7: Helioscope trabalha com extrusão a partir de imagens de satélite.
A interface dele é muito intuitiva, com um alto grau de automação,
o que o torna muito eficiente para projetos simples. No entanto, a automatização pode atrapalhar em projetos mais complexos, onde o projetista precisa ter mais autonomia de decisão. Como não foi adaptado às regras do Brasil, o software exige planilhas financeiras à parte. 3.4. - PV*SOL premium Figura 6: Exemplo de diagrama elétrico gerado pelo software Solergo.
Solergo foi o primeiro programa a ser traduzido para português e
recebeu adaptações ao Brasil, o que o tornou bastante popular.
Ele pertence a uma família de programas para elaborar diagramas
elétricos (figura 6). E é neste quesito que ele tem sua maior força: o banco de dados contém normas e catálogos de dispositivos de proteção.
O programa trabalha baseado em imagens de satélite e extrusão de
prédios, com pouca versatilidade de importação.
O fluxo de trabalho dentro do Solergo parte da premissa que o
projetista já iniciou o projeto fora dele para definir o número de módulos a serem colocados em cada cobertura, algo que idealmente deveria ser indicado pelo próprio software.
É fácil modelar projetos simples, porém falta apoio para projetos
complexos. A liberdade de configuração dos inversores também é
Figura 8: Projeto elaborado a partir de modelagem 3D obtida por aerofotogrametria com drones (PV*SOL premium).
restrita e pouco interativa.
Os dados meteorológicos abrangem somente médias mensais, não
permitindo uma simulação da oscilação da irradiação ao longo do dia.
PV*SOL premium é um software que ganhou reconhecimento em mais
de 20 anos de existência. Ele foi traduzido para o português do Brasil e adaptado às tarifas nacionais.
3.3 - Helioscope
passo é consequência dos passos anteriores e resolvido dentro do próprio
Helioscope é um programa online que usa imagens de satélite como
Ele se diferencia pelo fluxo natural com qual ele conduz o usuário: cada
base (figura 7). Ele é oferecido somente em inglês. Diferente dos outros
PV*SOL.
programas, a cobrança é por mensalidade, o que o torna mais caro a
longo prazo.
aproveitando escolhas automáticas e simplificadas.
O vendedor gasta pouco tempo para elaborar propostas bonitas,
45
O projetista, em seguida, tem toda liberdade
para detalhar e modificar o projeto. Muitas informações sobre perdas de energia o ajudam a otimizar o sistema.
Os cálculos financeiros são extensos e o
relatório tem uma cara apresentável.
Somente os diagramas elétricos perdem um
pouco em relação aos softwares especializados, mas são suficientes para a legalização na concessionária.
Uma qualidade importante é a versatilidade
da modelagem: ela pode partir da imagem de satélite ou de uma planta baixa, mas permite também uma modelagem de maquete com dimensões dos prédios.
A forma mais nova é a importação de
modelos 3D criados por drone, importante no interior, onde o Google fornece uma baixa resolução, e facilitador em coberturas complexas que, antes, necessitavam um levantamento demorado dos obstáculos (figura 8).
A importação de programas de arquitetura
é outra opção, essencial para a colaboração com arquitetos.
O software PV*SOL permite ainda integrar
veículos elétricos à modelagem, calculando seu consumo no sistema predial e o custo de rodagem com energia solar e com energia da concessionária.
Consideramos PV*SOL o software mais
completo para projetos de geração distribuída simples e complexos. 4 - Previsão
O próximo fascículo será o último desta
série, onde abordaremos a legalização de projetos na concessionária com aspectos da diferenciação entre micro e minigeração. Outros temas serão tendências do mercado, como veículos elétricos e sistemas com baterias. *Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize Treinamentos Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação [visite www.solarize.com.br]. Reconhecido especialista em energia solar, já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições, congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.
46
Notícias
renováveis
Divulgação
A transformação do setor energético e os novos modelos de negócios para a indústria são pautas de evento da ABEEólica
Encontro de Negócios teve vagas
dados do setor energético em
Comercialização de Energia
de Energia Eólica (ABEEólica)
limitadas e o público estimado
um mundo que fornece cada
Elétrica (CCEE) e Operador
realizou, no dia 30 de outubro,
foi de 250 pessoas.
vez mais informações para
Nacional do Sistema Elétrico
no Hotel Unique, em São Paulo
análise, mercado livre, formas
(ONS), com a mediação da
(SP), a 8ª edição do Encontro
abertura, houve uma palestra
de financiamento para novos
ABEEólica.
de Negócios ABEEólica, cujo
introdutória de Renato Volponi,
modelos de negócios.
tema foi: “O setor energético
presidente do Conselho de
foi sobre um tema cada vez
em transformação e os novos
Administração da ABEEólica, que
da Indústria e Comércio do
mais importante, que são os
modelos de negócios para a
discutiu inovação e destacou os
Estado do Ceará falou de
efeitos multiplicadores da
indústria eólica”. O evento,
principais temas que nortearam
seu novo atlas eólico, ainda
energia eólica na sociedade. As
realizado anualmente, reúne
todo o dia de discussões.
não lançado. Na sequência,
discussões foram encerradas
empresas da cadeia da indústria
Logo após essa introdução, os
seguiu-se na discussão, focando
falando sobre as novas
eólica, bancos, investidores,
participantes do primeiro painel
nos órgãos do governo, com a
fronteiras da energia eólica, que
comercializadoras de energia,
discutiram novos modelos
presença de representantes do
incluem a eólica offshore, os
instituições ligadas ao
de negócios, abordando, por
Ministério de Minas e Energia
parques híbridos, a utilização
setor e demais profissionais
exemplo, o impacto das baterias,
(MME), Empresa de Pesquisa
de baterias e o crescimento do
interessados no assunto. O
a importância da avaliação de
Energética (EPE), Câmara de
mercado livre.
A Associação Brasileira
Na parte da manhã, após a
Após o almoço, a Federação
O segundo painel da tarde
renováveis
Notícias
47
Aneel prorroga até 30/12 consulta pública da revisão das regras da Geração Distribuída
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prorrogou para 30 de dezembro de
2019 o prazo da consulta pública da revisão da Resolução Normativa 482/2012, referente às regras da micro e minigeração distribuída. O prazo anterior da consulta se encerraria no dia 30 de novembro de 2019.
A prorrogação do prazo por mais 30 dias foi proposta pelo diretor da Aneel, Rodrigo
Limp, relator do tema, e aprovada pelos demais diretores na Reunião Pública Ordinária da diretoria colegiada da Agência.
Os interessados em participar da consulta pública devem encaminhar suas
contribuições ao e-mail: cp025_2019@aneel.gov.br ou por correspondência para o endereço da Aneel: SGAN, Quadra 603, Módulo I, Térreo, Protocolo Geral, CEP: 70830110), em Brasília (DF).
Geração de energia por usinas eólicas aumenta 14,7% Produção em agosto é o recorde da fonte, que ampliou sua capacidade instalada em 14% no último ano
Dados consolidados do boletim InfoMercado Mensal da Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica (CCEE) indicam que a geração de energia eólica em operação comercial no País cresceu 14,7%. De janeiro a agosto de 2019, a geração de energia pela força dos ventos foi de 5.501,52MW médios ante 4.794,91MW médios no mesmo período de 2018.
Em agosto, as usinas eólicas registraram o recorde de geração da fonte, alcançando
8.610MW médios, crescimento de 22,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram registrados 7.017,56MW médios. O aumento é decorrente da ampliação do número de empreendimentos ativos pelo Brasil.
A CCEE contabiliza 599 usinas eólicas em operação comercial no País, ao final de
agosto, somando 15.100,2MW de capacidade instalada, incremento de 14,3% frente aos 13.212,4 de capacidade das 513 unidades geradoras existentes em agosto de 2018.
Bahia aumenta em 59% sua produção de energia eólica
Quando a análise foca na geração por Estado, a Bahia é o maior produtor de energia
eólica no País, com 1.815,9MW médios de energia entregue em 2019 (janeiro a agosto) ante os 1.162,8MW médios no mesmo período em 2018. Na sequência, aparecem o Rio Grande do Norte, com 1.331MW médios; o Piauí, com 676,5MW médios; o Ceará, com 629,3MW médios; e Rio Grande do Sul, com 559,4MW médios.
Os dados consolidados da CCEE confirmam ainda que o Estado da Bahia tem a maior
capacidade instalada para a produção de energia a partir da força dos ventos, somando 4.022,4MW em agosto. Em seguida, aparece o Rio Grande do Norte, com 3.935,9MW; o Ceará, com 2.347,7MW; o Rio Grande do Sul, com 1.777,9MW; e o Piauí, com 1.638,1MW.
Energia solar fotovoltaica
48
Rodrigo Marcolino é coordenador do Grupo de Trabalho de Geração Distribuída da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar)
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da Absolar
Será um retrocesso na geração distribuída? AIR, produzida a partir da coleta de
regiões Centro-Oeste, Sudeste e
025/2019 representa um grande
Agência Nacional de Energia Elétrica
contribuições da CP 010/2018.
Nordeste. Vale lembrar que já há
desequilíbrio e desincentivo para
(Aneel) realizou sua 38ª reunião
usuários de geração distribuída
os consumidores e o setor de GD
ordinária de diretoria, para deliberar,
grande surpresa a proposta de
solar fotovoltaica em mais de 70%
no Brasil, pois desvaloriza em até
entre outros temas de relevância
minuta, divulgada após a reunião do
dos municípios brasileiros e que,
60% a energia elétrica produzida
para o setor elétrico brasileiro, sobre
dia 15 de outubro. A metodologia
certamente, terão dificuldade em
em telhados, fachadas e pequenos
a proposta de abertura de consulta
anteriormente utilizada pela Aneel
participar desta reunião presencial.
terrenos e injetada na rede.
pública com vistas a colher subsídios
para a elaboração da AIR e dos
Os brasileiros estão nas cinco regiões
No último dia 15 de outubro, a
O mercado de GD recebeu com
Por isso, a minuta proposta
para o aprimoramento das regras
diferentes cenários de modelagem
do Brasil e não apenas em Brasília,
pela Aneel é um enorme retrocesso
aplicáveis à micro e minigeração
regulatória foi abandonada pela
e precisam participar e ser ouvidos
para o País, levando a GD e seu
distribuída (GD). A diretoria, por
agência. Em seu lugar, a Aneel
neste processo.
mercado de volta ao passado,
unanimidade, decidiu instaurar a
propôs, unilateralmente, novas
aumentando os paybacks da
consulta pública, com o objetivo de
premissas e métodos de análise,
implícito nesta proposta da Aneel
tecnologia para até 23 anos, o
discutir a minuta de um novo marco
com novas planilhas de cálculo e
é que a GD não agrega nenhum
que inviabiliza muitas soluções.
regulatório para a GD. A minuta
novos parâmetros matemáticos.
benefício ao setor elétrico brasileiro
A Agência, em clara discordância
proposta pela Agência foi divulgada
para além de sua energia elétrica,
com suas próprias declarações
no mesmo dia.
estranheza ao setor é o fato de
o que, comprovadamente, não
públicas nas etapas anteriores
Outro ponto que causou
Objetivamente, o que está
a diretoria da Aneel ter limitado
corresponde à realidade. Segundo a
do processo, propôs penalizar,
25/2019 (CP 025/2019), aberta
o prazo de para o envio de
análise da Aneel, a GD deveria pagar
inclusive, investimentos feitos
como resultado desta decisão, é
contribuições pela sociedade à CP
por todas as perdas elétricas do
no passado, provocando uma
a terceira etapa de um processo
025/2019 em apenas 45 dias, em
sistema, como se o transporte de
sensação de risco e insegurança
mais amplo: em junho de 2018,
vez de 90 dias, como feito na etapa
energia elétrica de grandes usinas
jurídica e regulatória, afugentando
a Aneel instaurou uma primeira
anterior. Tal prazo é incompatível
distantes dos centros de carga
novos investimentos. O setor
consulta pública sobre o tema
com a complexidade do tema e
tivesse as mesmas perdas que um
espera que a Aneel, nesta última
(Consulta Pública nº 010/2018
insuficiente para uma análise
sistema de GD no telhado ou em
e decisiva etapa do processo
– CP 010/2018), submetendo à
aprofundada dos documentos
áreas junto ou próximo do ponto de
regulatório, esteja atenta e
sociedade um questionário para
disponibilizados pela Aneel, dadas as
consumo.
sensível aos anseios da sociedade,
colher informações que pudessem
profundas mudanças processuais
pautando suas decisões por
orientar uma análise de impacto
na metodologia utilizada. Se o
GD devesse pagar por todos
argumentos técnicos, qualificados,
regulatório (AIR). A AIR é um
objetivo da Aneel, segundo suas
os encargos do setor elétrico,
abrangentes e transparentes,
procedimento utilizado pela Aneel
próprias palavras, era de garantir um
inclusive, encargos de incentivo
incluindo os amplos benefícios que
para avaliar, por meio de simulações,
“processo com maior engajamento
a fontes renováveis, quando a GD
a GD agrega à sociedade.
a necessidade e as consequências de
popular da história da Agência”, esta
é, efetivamente, proveniente de
uma possível alteração regulatória,
iniciativa certamente conflita com
fontes renováveis. Pela Aneel, a GD
0,18% das unidades consumidoras
verificando, através de diálogo
este princípio.
deveria pagar integralmente pelo
do País, ainda está longe da sua
transparente, se a ação proposta é a
uso de toda a rede de transmissão
maturidade. Uma mudança brusca e intempestiva, neste
A Consulta Pública nº
Igualmente restritiva é a
O regulador propôs que a
A GD, presente em apenas
mais adequada, justa e positiva para
proposta da Aneel de realizar
e distribuição, quando é sabido
a sociedade. Em janeiro de 2019,
apenas uma audiência pública
e provado que ela efetivamente
momento inicial, conforme sugere
foi iniciada a segunda etapa desse
presencial, em Brasília, longe da
utiliza menos as redes e ainda alivia
o regulador, seria não apenas
processo, com abertura da Audiência
maioria da sociedade, ao passo em
a operação do sistema.
precoce, mas efetivamente lesiva ao
Pública nº 001/2019 e divulgação
que a etapa anterior contou com
desenvolvimento econômico, social,
dos resultados preliminares da
três encontros presenciais, nas
apresentada pela Aneel na CP
Em resumo, a proposta
ambiental e estratégico do Brasil.
Energia Eólica
49
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)
O mercado de trabalho para energia eólica
Como sabemos, estamos
Brasileira de Desenvolvimento
vivendo grandes mudanças no setor
Industrial), com apoio da FGV
elétrico com uma inserção cada
Projetos e que está disponível no
vez maior de energias renováveis
http://sitesinteligencia.abdi.com.br/
de baixo impacto, como é o caso
sites/carreiras-eolica/
da energia eólica. E toda grande
mudança, seja ela qual for, pede
a ampla diversidade de ocupações
profissionais comprometidos e
existente no setor de energia eólica.
com conhecimentos que possam
Ele também oferece uma descrição
sustentar este movimento e
detalhada das possibilidades de
trabalhar pelo seu sucesso. Por
emprego, gráficos de possíveis
isso, acho fundamental discutir
progressões entre eles, valores
a importância do investimento
médios de salário e identificação
em conhecimento técnico
do que seria necessário para
e especializações para os
estes avanços. As oportunidades
trabalhadores do setor eólico, que é
de trabalho na indústria eólica
um negócio que exige profissionais
são variadas e podemos dividi-
presente em mais de 90 países,
de capacidade instalada em
sempre antenados com as inovações
las em cinco grandes áreas:
30 dos quais com mais de 1GW
mais 600 parques e com 7.500
e novas tecnologias, tanto no que se
desenvolvimento de projetos;
instalados e nove com mais de
aerogeradores em operação. Até
refere aos próprios equipamentos
manufatura; construção e
10GWs, como é o caso do Brasil,
2023, teremos, pelo menos, 21GW
quanto sobre as novidades em
montagem; operação e manutenção
que tem 15,1GW de capacidade
de capacidade instalada. Digo “pelo
relação a novos modelos de negócio
e ensino e pesquisa. Em cada
instalada e ocupa o 8º lugar no
menos” porque este valor contém
e de gestão.
uma dessas áreas, há inúmeras
Ranking Mundial.
apenas as quantidades dos leilões já
ocupações, com explicações
realizados no mercado regulado. O
de atuação nesta indústria, sinto
do que elas significam, em que
em projetos onshore quanto
mercado livre vem crescendo muito
que os profissionais que gostariam
consiste o trabalho, o salário
offshore, a energia eólica é a chave
também e impacta nestas previsões,
de fazer parte deste universo
médio, as experiências necessárias,
para definir um futuro energético
aumentando os valores.
podem ter um pouco de dificuldade
conhecimento técnico, dentre
sustentável. E, no Brasil, o fato é que
de identificar quais seriam os
outras informações.
essa indústria segue de vento em
para a fonte eólica e para os
melhores caminhos para percorrer
popa. Estamos batendo recordes
profissionais que nela trabalham.
e que habilidades deveriam ser
Conselho Global de Energia Eólica
atrás de recordes, chegando a
O Brasil tem um dos melhores
desenvolvidas. Por isso, tanto para
(Global Wind Energy Council –
atender mais de 85% do Nordeste
ventos do mundo para a produção
os que já estão na indústria quanto
GWEC) mostra que a eólica é uma
e seguimos instalando mais e mais
de energia eólica e os profissionais
para os que estão pensando em
indústria madura, competindo com
parques. Há 10 anos, tínhamos
podem aproveitar esses nossos
entrar, sugiro consultar o “Mapa
sucesso no mercado mundial e
pouco mais de 0,6GW instalados e
bons ventos, investindo em
de Carreiras da Indústria Eólica”,
avançando de forma consistente. A
estamos chegando neste segundo
conhecimento, cursos técnicos e
realizado pela ABDI (Associação
energia eólica é hoje uma indústria
semestre de 2019 com 15,1GW
muita dedicação.
Dentre tantas possibilidades
No mapa, é possível explorar
Em seu Relatório Anual, o
O GWEC acredita que, tanto
O futuro, portanto, é promissor
50
Tec
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
| shutterstock.com
Por Galeno Lemos Gomes*
Análise da qualidade dos materiais utilizados em sistemas de aterramento de linhas de transmissão, com úteis aplicações dos condutores bimetálicos PARTE 2
Tec 51
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
1- Introdução
ao estado original, como se encontrava antes da purificação através dos processos metalúrgicos. É uma tendência natural dos metais
No Setor Elétrico Brasileiro, a indisponibilidade de linhas
retornarem ao seu estado de minério. Este fato se verifica através da
de transmissão de 230kV por falhas transitórias, principalmente
oxidação, como podemos observar, em maior ou menor intensidade,
causadas por descargas atmosféricas (cerca de 70% considerando
em todos os sistemas de aterramento.
religamentos e cerca de 30% com desligamentos permanentes), são extremamente indesejáveis. Além de gerar altos prejuízos
2- Condutores de aterramento x corrosão [Ref. 5]
aos consumidores, também possibilitam a incidência de multas e cobranças para as empresas do setor de transmissão de energia
Os condutores de aterramento utilizados nas linhas de
elétrica, quando ultrapassado o limite máximo de desligamentos
transmissão como contrapesos estendem-se por quilômetros de
por 100 quilômetros por ano de cada uma destas linhas. Com base
distância, percorrendo solos com diversos valores de resistividade
nestas considerações, torna-se importante termos ferramentas e
própria (figura 1). Eles devem possuir determinadas características
metodologias adequadas para estimar o desempenho destas linhas
para que sejam compatíveis com a vida útil da linha de transmissão,
de transmissão, e também para mitigar este problema.
fato que nos leva inicialmente a decidir sobre quais os materiais
Em seguimento ao artigo publicado na edição 165 deste periódico,
mais recomendados. Aspectos relativos à vida útil devem ser então
e lembrando que o foco das considerações feitas na primeira parte
levados inicialmente em consideração, analisando um fator que
foi diretamente relacionado à pergunta: “Quais materiais estão sendo
está sempre presente nos solos: a heterogeneidade do eletrólito
empregados atualmente na prática?” retomamos que:
em que esses condutores estarão imersos. As variações dos valores
A resposta a esta pergunta deveria ser entendida pela transcrição
de resistividade em (Ω.m) ao longo do percurso do condutor de
de parte do subitem 9.5 da norma ABNT NBR 5422:1985 - Projeto
aterramento das torres (contrapeso) passando por diferentes valores
de Linhas de Transmissão de Energia Elétrica - procedimentos
de resistividade, criará zonas anódicas (doadoras de elétrons) com
(atualmente em revisão): “(....) os materiais empregados nos
severa corrosão em certos casos onde o valor da resistividade for
aterramentos devem ser resistentes a corrosão.
muito baixo e zonas catódicas (receptoras de elétrons) conforme
Sua durabilidade
no solo deve ser, sempre que possível, compatível com a vida útil da
pode ser visto na Figura 1.
linha.”. Contudo, esta assertiva não é o que geralmente se verifica
Como os condutores normalmente utilizados em contrapesos de
na prática. Análises e reflexões técnicas necessitam ser feitas para
linhas de transmissão são de aço zincado ou galvanizado, sua vida
que melhorias sejam implantadas, podendo as mesmas terem como
útil em comparação com ao da própria linha deve ser analisada.
ponto de partida as conclusões e sugestões citadas no presente trabalho.
Esta análise deve iniciar verificando-se, para cada um dos metais, suas características frente à corrosão. Um dos parâmetros mais
Dois pontos devem ser ressaltados: o primeiro diz respeito à
importantes no processo de corrosão é o potencial eletroquímico
corrosão, um processo espontâneo, caracterizado pela volta do metal
do metal quando submerso no eletrólito (solo), sabendo que quanto
Figura 1- Heterogeneidade do próprio eletrólito (solo) onde está implantado o eletrodo de aterramento das torres das linhas de transmissão (contrapesos) com diversas zonas anódicas e catódicas.
ec T 52 mais negativo for o metal em relação ao eletrodo de platina em
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
determinada temperatura ambiente (Ta).
hidrogênio, padrão do hidrogênio (potencial natural = zero), com
Com relação ao tempo de permanência do curto-circuito (t),
maior facilidade este metal irá se corroer. Conclui-se que o zinco,
deve-se para sua escolha levar em consideração que os tempos
que possui um potencial eletroquímico de (- 0,76V) anódico
de resposta da proteção dinâmica dos disjuntores mais modernos,
(doador de elétrons), irá se corroer muito mais facilmente do que o
como por exemplo os com isolação em SF6, estão numa faixa de 0,05
cobre, com (+ 0,34V) de potencial eletroquímico catódico (receptor
à 0,1 segundos, e a resposta da proteção estática normalmente
de elétrons).
é da ordem de 0,5 segundos. Pode-se então adotar na ausência de
Portanto, com base nas considerações anteriores, os condutores
um valor específico ao sistema elétrico que se está trabalhando,
de aterramento das torres das linhas de transmissão deverão ser de
tempos (t) na faixa de 0,5 segundos a 1,0 segundo. Normalmente os
cobre ou bimetálicos de aço-cobre (Copper-clad-steel: núcleo de aço
projetistas utilizam (t) = 0,5s.
e cobre na camada externa).
É oportuno observar que quando se está trabalhando em um
A corrosão sempre existirá em todos os sistemas de aterramento
sistema elétrico com religamento automático, a norma brasileira
implantados, porém devemos fazer o possível para que a corrosão
ABNT NBR 15751:2013 sugere o seguinte quanto a escolha do
seja retardada ao máximo, com a utilização de materiais nos sistemas
tempo (t) a ser adotado para o cálculo da seção (S) pelo critério
de aterramento que tenham uma similar ou igual vida útil do que os
térmico, figura 2:
sistemas nos quais estão implantados.
Havendo religamento automático, com um intervalo de tempo
Cabe observar também que os materiais a serem utilizados em
menor ou igual a 0,5 segundos, o tempo (t) a ser considerado para
linhas de transmissão e em subestações devem sofrer um outro tipo
o cálculo da seção deve ser igual à soma dos tempos da falta inicial
importante de análise: a “resistência” ao furto. É necessário escolher
e das faltas subsequentes, ou seja, (t1 + t2 + t3). Se o intervalo de
um material que não possua alto valor comercial se for roubado. O
tempo entre os religamentos for maior do que 5 segundos, o tempo
cobre, em estado puro, como é utilizado principalmente em malhas
(t) deve ser escolhido igual ao maior do que os tempos em que o
de subestações, tem alto valor de revenda no mercado clandestino, e
circuito fica ligado.
por esta razão é constantemente alvo de furtos. Neste aspecto, a solução é a utilização de condutores bimetálicos de aço-cobre, onde a separação dos metais é inviável, já que a união entre o núcleo de aço e a camada externa de cobre se processa pelo método de caldeamento contínuo, tornando praticamente impossível a separação dos materiais que foram unidos em escala atômica.
3- Condutores de aterramento de cobre x bimetálicos (Cobre-aço) – Dimensionamento [Ref.4] O dimensionamento da seção dos condutores é executado pelos seguintes critérios:
Figura 2 - Defeito com religamento [Ref.4].
if = Corrente de curto-circuito Critério Mecânico: os condutores devem suportar os esforços
in = Corrente nominal
mecânicos resultantes da circulação de corrente, ação dos ventos, do próprio peso, da corrosão, de cargas sobre os mesmos quando enterrados, sem se romperem.
A bitola mínima pelo critério
A equação para o cálculo da seção (S) do condutor de aterramento [Ref.4]:
mecânico, para os condutores de cobre é de 50mm² e para o aço (protegido contra a corrosão de acordo com as normas aplicáveis) é de 38mm². Critério Térmico:
para o dimensionamento da seção (S) dos
condutores de aterramento submetidos a corrente de curto-circuito, um dos fatores essenciais é o tempo de duração do defeito (t) a ser adotado na equação para esse cálculo, uma vez que o condutor com determinada seção (S) deverá suportar o aquecimento resultante da circulação das correntes de defeito (If) sem que suas características elétricas e mecânicas sejam alteradas. Existirá, em consequência, uma temperatura limite suportável (Tm) considerando-se uma
S é a seção, expressa em milímetros quadrados (mm2); If é a corrente de falta fase-terra, expressa em quilo ampères (kA);
t é o tempo, expresso em segundos (s), normalmente igual ao tempo da interrupção da corrente de defeito obtida pela atuação do dispositivo de proteção; αr é o coeficiente térmico de resistividade do condutor a t °C (°C-1); ρr é a resistividade do condutor de aterramento a t °C, expressa em ohm
Tec 53
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
x centímetro (Ω × cm); TCAP é o fator de capacidade térmica, em joule por centímetro cúbico
4 - Conexões: As conexões nos sistemas de aterramento,
entre cabos e
vezes graus Celsius [J/(cm3×°C)];
hastes e/ou entre cabos e cabos são de extrema importância, e tem
Tm é a temperatura máxima suportável, expressa em graus Celsius (°C),
influência direta no dimensionamento das seções dos condutores,
conforme Tabela II;
como por exemplo, o fato da utilização de conexões do tipo solda
Ta é a temperatura ambiente, expressa em graus Celsius (°C);
oxiacetilênica, a qual pode aparentemente levar a uma economia, porém como teremos que aumentar a seção, a mesma poderá não resultar vantajosa. O valor de (Tm ) é função do tipo de conexão a ser utilizada conforme pode ser visto na Tabela II. Os valores de (K f) para as conexões de aterramento mais utilizadas estão
K0 é o coeficiente térmico de resistividade do condutor a 0 °C;
Tr é a temperatura de referência das constantes do material, em graus
listados na Tabela III.
Celsius (°C). Tabela I — Valores dos parâmetros para os tipos de condutores mais utilizados em Sistemas de Aterramentos [REF.4].
Tipo do condutor
a b
Condutância
Coeficiente térmico de resistividade
Temp. de fusãoa
Resist.
TCAP
%
α0 (0 ºC)
αr (20 ºC)
(ºC)
ρr (20 ºC)
[J/(cm3×°C)]
Cobre (macio)
100,0
0,004 27
0,003 93
1 083
1,724
3,422
Cobre (duro)
97,0
0,004 13
0,003 81
1 084
1,777
3,422
Aço cobreado 40%
40,0
0,004 08
0,003 78
1 084
4,397
3,846
Aço cobreado 30%
30,0
0,004 08
0,003 78
1 084
5,862
3,846
Haste de aço cobreadoa
20,0
0,004 08
0,003 78
1 084
8,62
3,846
Fio de alumínio
61,0
0,004 39
0,004 03
657
2,862
2,556
Liga de alumínio 5005
53,5
0,003 80
0,003 53
660
3,222
2,598
Liga de alumínio 6201
52,5
0,003 73
0,003 47
660
3,284
2,598
Aço-alumínio
20,3
0,003 88
0,003 60
660
8,480
2,670
Aço 1020
10,8
0,001 65
0,001 60
1 510
15,90
3,28
Haste de açob
9,8
0,001 65
0,001 60
1 400
17,50
4,44
Aço zincado
8,5
0,003 41
0,003 20
419
20,1
3,931
Aço inoxidável 304
2,4
0,001 34
0,001 30
1 400
72,0
4,032
Aço cobreado baseado em uma espessura de 254 µm de cobre. Aço inoxidável baseado em 508 µm no 304 de espessura sobre o aço 1020.
Tec
54
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
A equação para o cálculo da bitola dos condutores de aterramento
If = 18kA t = 0,9s
pode ser simplificada para:
tr1 = tr2 ≤ 0,5s ( tr = tempo de religamento) Quando o tempo de religamento (tr) for menor ou igual a 0,5 segundos (S) em mm²
o tempo (t) é que irá ser substituído na fórmula deverá ser igual a
(If) em kA (quilo ampere)
soma dos tempos que o sistema permanece energizado, no caso será =
(t) em segundos
t1+ t2+ t3 = 0,1s + 0,3s + 0,5s = 0,9s
(Kf) constante calculada levando-se em consideração a temperatura de fusão da conexão com temperatura ambiente de 40 °C. As constantes da Tabela III são para o cobre. Tabela II- Tipos de conexões e seus limites máximos de temperatura.
Conexão
Tm (ºC)
Mecânica (aparafusada ou por pressão)
250
Emenda tipo solda oxiacetilênica
450
Emenda com solda exotérmica
850a
Emenda à compressão
850b
a Solda exotérmica, conhecida como aluminotermia, cuja conexão é feita através da fusão obtida pela ignição e combustão de uma formulação em um molde de grafite. b Obtida por meio de conectores com compressão por ferramenta hidráulica.
6- Seção do condutor calculada com base em sugestão do autor Testes feitos em laboratório demonstraram que os fios e cabos bimetálicos recozidos podem ser aquecidos por correntes de curtocircuito, sem maiores problemas até 850°C, enquanto que os condutores de cobre tornam-se moles a partir de 450°C [Ref.2].
5 - Constantes do material
Adotar bitola 70mm², cobre macio, classe 3, 19 fios (cobre nu).
A norma ABNT NBR 15751:2013, na tabela referente ao fornecimento
Onde a temperatura de fusão da conexão for inferior à temperatura
de fusão do condutor, deve-se utilizar a temperatura da conexão no cálculo da constante (Kf ). A Tabela III exemplifica o (Kf ) para o cobre, considerando o limite de fusão da conexão.
das temperaturas máximas em função das conexões, fornece para quando a conexão é por solda exotérmica ou por emenda à compressão (12 toneladas) uma temperatura máxima (Tm) igual a 850°C. Contudo, como o cobre perde sua rigidez mecânica com 450°C, o autor julga conservativo para o cálculo a utilização de uma temperatura máxima (Tm) igual a 400°C (com 50°C a menos por segurança) Tabela IV.
Tabela III — Constantes (Kf) para o cobre
Conexão
Kf
Mecânica (aparafusada ou por pressão)
5,8
Emenda tipo solda oxiacetilênica
4,7
Emenda com solda exotérmica
3,8
Emenda à compressão
3,8
A conexão por solda exotérmica deverá suportar os 850°C, porém o condutor de cobre perde a rigidez mecânica com uma temperatura de
Tabela IV – Valores usualmente adotados para temperatura máxima dos condutores
Obtida por meio de conectores com compressão por ferramenta hidráulica. a
Material
Temperatura Máxima
Fator Limitante
Bimetálico
850°C
Perda de rigidez
(aço-cobre)
Exemplo ilustrativo: Calcular a bitola de um condutor de cobre macio,
Cobre
de uma malha de aterramento, cujas conexões são executadas por solda
mecânica 450°C
Perda de rigidez mecânica
exotérmica, dados:
Aço Galvanizado
419°C
Temperatura de fusão do Zinco
O que nos leva à seguinte seção do condutor, com (Tm) = 400ºC:
Tec 55
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Adotar bitola 95mm², cobre macio, classe 3, 19 fios (cobre nu).
7- Conclusões Com base nas análises técnicas e considerações anteriores, podemos concluir: • Que os condutores dos sistemas de aterramento de linhas de transmissão e subestações, normalmente de aço–zincado (contrapeso) respectivamente,
e cobre (malhas)
poderão ser substituídos por condutores bimetálicos (aço-
cobreado) de mesma seção, lembrando que os de aço-zincado tem como grande desvantagem a corrosão muito acelerada em certos locais, e os de cobre
a
inconveniência por serem alvos fáceis de furto. Os bimetálicos, além de serem muito mais resistentes à corrosão, não possuem nenhum valor para revenda sendo, portanto, desinteressantes ao furto. O bimetálico aço cobre, satisfaz o item 9.5 da norma ABNT NBR 5422:1985, [atualmente em revisão]. Outra vantagem deste material, que devemos considerar é que sua durabilidade chega a ser até seis (6) vezes maior do que a aço galvanizado normalmente utilizado nos contrapesos e cabos guarda em linhas de transmissão. Ou seja, os condutores de aço-cobre têm durabilidade de 40 a 50 anos, enquanto um condutor de aço zincado tem duração de 8 a 10 anos em média, dependendo do valor da resistividade e do pH do meio. • Que as seções dos condutores de cobre e bimetálicos (aço-cobre) sejam dimensionadas com temperaturas tais que não causem a perda da rigidez mecânica dos mesmos, tabela IV; • Que há necessidade de novos ensaios laboratoriais, visando comprovar ou determinar novas temperaturas que produzem a indesejada perda de rigidez mecânica desses condutores com a maior exatidão possível. Essas temperaturas são admitidas atualmente como sendo de 450ºC para o cobre e 850ºC para os bimetálicos (aço-cobreado) [Ref. 2].
8- Referências [1] ABNT NBR 5422:1985 “Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica – procedimento” [Atualmente em revisão]. [2] “Aplicação de fios e cabos Copperweld em Sistemas de Aterramento” Companhia Energética de São Paulo CESP, Estudo Técnico DEP/P-634 Engº José Aurélio Leon. [3] ABNT NBR 13571” Haste de aterramento aço-cobreada e acessórios”. [4] ABNT NBR 15751:2013 “Sistemas de Aterramento de Subestações Requisitos”. [5] Apostila Curso de Sistemas de Aterramento Projeto, construção, medições e manutenção. *Galeno Lemos Gomes é engenheiro eletricista e de Segurança do Trabalho; MsD em Educação Técnica pela Universidade de Oklahoma USA; sócio gerente técnico da empresa Galeno Gomes Engenharia Consultoria e treinamento Ltda. Membro da ABNT-CB-003-CE-003 102 001”Aterramentos Elétricos”, professor dos Cursos: Sistemas de Aterramento Projeto, construção, medições e manutenção (ABNT), Aterramento e Sistemas de proteção Contra Descargas Atmosféricas e de equipamentos Eletromecânicos Sensíveis (ETI) segundo a ABNT NBR 5419:2015 (Instituto de Engenharia de São Paulo).
Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Por Dr. Hélio Eiji Sueta*
Uso de telhas feitas com ligas metálicas como sistema de captores naturais – Parte 1 As coberturas metálicas podem ser
geração de pontos quentes não trará danos
utilizadas
do
ou poderá provocar incêndios ou explosões
subsistema de captores de um sistema de
nem algum tipo de ignição (espessura t’ da
proteção contra descargas atmosféricas
Tabela 3 da ABNT NBR 5419-3: 2015).
(SPDA). Para isto, devem obedecer aos
Neste estudo, o foco foi analisar a
requisitos descritos na ABNT NBR 5419-3:
composição de algumas telhas metálicas
2015, principalmente os descritos na Tabela
e verificar as perfurações em testes com
3, que fornece as espessuras mínimas de
pulsos de corrente contínua, simulando as
chapas metálicas em sistemas de captação.
correntes de continuidade e testes com
Como a tabela da norma relaciona apenas
impulsos de corrente (10/350µs).
as espessuras para chumbo, aço (inoxidável,
galvanizado), titânio, cobre, alumínio e
iniciais foram preparadas 46 amostras,
zinco, no caso de telhas de ligas metálicas
sendo: 10 amostras de telhas identificadas
e telhas revestidas, fica a dúvida qual seria
pelo
a espessura a utilizar. Na verdade, as telhas
identificadas como Galvalume; 10 amostras
metálicas, em quase sua totalidade, não
de telhas de ligas metálicas identificada
são construídas com chapas com materiais
como Ligas IEE; oito amostras de chapas
puros, conforme a Tabela, mas são ligas ou
indicadas pelo fabricante como alumínio;
são revestidas com outro material.
e 18 amostras de chapas indicadas pelos
Este artigo, que é um resumo do
fabricantes como de Zinco (sendo nove de
trabalho “Experimental developments in
espessura nominal de 0,5mm e nove de
metal sheet used as natural air-termination
espessura nominal de 0,65mm).
system”, apresentado no XV SIPDA, mostra
alguns resultados de testes realizados
pedaço de telhas metálicas de dimensões
em chapas metálicas, com o objetivo de
0,50 x 0,50m (Amostras ensaiadas na
comparar os resultados das diferentes
USP) e outras de dimensões 0,20 x 0,20m
chapas e estimar espessuras adequadas
(amostras ensaiadas na Espanha).
para as chapas de ligas metálicas.
Inicialmente, as espessuras de todas
As chapas em questão são aquelas
as amostras foram medidas utilizando um
para serem utilizadas em edificações onde
micrômetro em quatro pontos, sendo a
não é importante prevenir a perfuração e a
espessura considerada a média destes pontos.
como
parte
integrante
Nestas
verificações
fabricante
como
experimentais
ligas
metálicas
A maioria das amostras é chapa ou
57
Apoio
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Algumas amostras de dimensões 0,50
x 0,50m foram submetidas a testes com pulsos de corrente contínua, simulando correntes
de
continuidade.
Foram
aplicados pulsos com carga aproximada Figura 1 – Pulso de corrente contínua em forma de arco.
de 100, 150 e 200C, com tolerância de +/- 20% conforme a Tabela C.2 da norma brasileira. Estes testes foram realizados no Serviço Técnico de Alta Potência do Instituto de Energia e Ambiente da USP.
Os pulsos de corrente contínua (ver
Figura 1, que mostra um exemplo de oscilograma
de
uma
aplicação)
para
verificação dos efeitos térmicos foram aplicados diretamente nas chapas com um gap aproximado de 2cm, sendo que um pequeno fio de cobre deu início ao arco elétrico entre o eletrodo e à chapa. Nestas aplicações, foram anotados os seguintes parâmetros: corrente (A), duração (ms), carga (C), diâmetro médio da perfuração (D).
Algumas amostras de dimensões 0,20
x 0,20m foram submetidas a testes com correntes impulsivas para similar o primeiro impulso positivo com forma de onda 10/350μs e valores de pico de 100, 150 e Figura 2 – Fonte para impulsos de corrente com forma de onda 10/350μs.
200kA. Estes testes foram realizados no AT – Lightning and Earthing Research Center, no Parque Tecnológico de Valencia, na Espanha.
Como fonte de ensaio, foi utilizado
um gerador de impulso de corrente que possibilita correntes de pico de até 320kA e forma de onda 10/350μs em modo crowbar. A Figura 2 mostra detalhes da fonte utilizada. A Figura 3, um exemplo de impulso de corrente aplicado. Continua na próxima edição. *Hélio Eiji Sueta é chefe adjunto da Divisão Científica de Planejamento, Análise e Desenvolvimento Energético do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de Figura 3 – Exemplo de impulso de corrente.
São Paulo.
58
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Por Silverio Penin Y Santos e Edval Delbone*
Matrizes energéticas e emissões da
é amenizar as temperaturas através do
temperatura da Terra e suas consequências
controle da umidade. A função de absorver
são efetuadas com grande frequência e são
o dióxido de carbono e emitir oxigênio
repletas de dados científicos verossímeis. As
para a atmosfera embora importante
causas antropogênicas são universalmente
é secundária: o oxigênio produzido é
aceitas. Os céticos já escasseiam. Qual o
parcialmente
limite que se deve estabelecer na elevação
que emitem dióxido de carbono na
da temperatura até o ano 2100: 1º?1,5ºC?
decomposição de suas matérias orgânicas.
Análises
sobre
o
aumento
Na COP-21- Conferência das Partes,
em
dezembro
de
2015,
em
Paris,
utilizado
pelas
árvores,
O equilíbrio do oxigênio na atmosfera
(N-78%;
O-
21%;
AR-
0,93%,
CO2-
estabeleceu-se o limite 1,5ºC. Em COPs
0,039%, vapor d’agua- 4%), é efetuado
recentes, importantes vozes defendem
principalmente por algas e fito plânctons
redução para 1ºC.
presentes nos oceanos que de fato,
Segundo o IPCC1, no século XX, ocorreu
determinam a diminuição do CO2 e a
aumento médio de 0,7ºC nas temperaturas
emissão de O para a atmosfera. Por isso,
do planeta. Ações são necessárias para
a poluição oceanos é mais uma causa do
evitar maior elevação. Geração elétrica,
aquecimento global.
processo industrial, transporte de pessoas
Atitudes
e mercadorias, agropecuária, manejo da
consciente da energia na eficiência da
terra e floresta são causas das emissões
mobilidade, na logística do transporte, na
das
populações
no
uso
de dióxido de carbono (CO2), metano
preservação de florestas, na redução no uso
(CH4), nitrosos (N2O), ozônio (O3), de
da energia não renovável: (carvão, petróleo,
clorofluorcarbonos (CFCs) .
gás natural) ou uranio, são ações concretas
de contenção de emissões de CO2 (81%),
2
O desmatamento é também causa do
aquecimento global: a função das florestas, Setor
CH4 (11%), N2O (5%) e CFCs (2%).
O consumo de energia mundial total por setor é mostrado na Tabela 1:
Energia
Agricultura Processos
(Produção) Participação
71%
Meio
Perdas
Óleos
Industriais ambiente3 diversas pesados4 11%
6%
2%
6%
2%
O consumo de energéticos renováveis e não renováveis é mostrado na Tabela 2:
Consumo
Calor e
Para Indústria
Para
Outras
Emissões
para gerar
Eletricidade
e construção
Transporte
combustões
fugitivas5
Participação
31%
12,4%
15%
8,4
5,2%
na matriz 1
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
2
Fonte: Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.
3
Meio Ambiente-Land use change and forestry: alterações do meio ambiente por intervenções humanas.
4
Óleos pesados usados em Grandes motores a combustão utilizados em navios.
5
Emissões fugitivas (acidentais) de gases de aparelhos pressurizados, devido a defeitos ou vazamentos.
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
59
Tabela 3: Gases efeito estufa-Ton equivalentes de CO2- 2016 (uso de terra excluído).
Pais
China
USA
UE
Índia
Rússia
Japão
Brasil
Indonésia
Irã
Emissões
13.109
6,5.109
4,5.109
3,4.109
2,2.109
1,4.109
1,2.109
0,9.109
0,8.109
Ton. CO2
35%
17,5%
12%
9,2%
6%
3,8%
3,2%
2,4%
2,2%
A participação mais expressiva do Brasil
como emissor ocorre a partir de 2003, como
2,8% e PIB de 2,2%. Valores em PIB (GDP)
a demanda por energia de todos os setores
nominal.
principalmente da indústria e do transporte. Por isso, a análise da alteração da matriz deve
mostrado na Tabela 3 (Fonte: Euro Part .EU),
Alterações no futuro para redução das emissões
estar sempre no radar da engenharia elétrica.
geração elétrica utilizando turbinas a gás em decorrência à crise energética de 2001 e a
de efeito estufa impõe urgente diminuição
expansão agropecuária com o consequente
um
as
do consumo de combustíveis fosseis, o que
aumento das queimadas na região amazônica.
emissões, mas não isenta o Brasil de suas
implica em expansão das energias alternativas
A tabela 3 mostra a participação em
responsabilidades com o meio ambiente.
renováveis. Sendo o carvão o energético
2016, dos principais países emissores de gás
É necessário ampliar os cuidados com o
mais poluente, o foco principal deve ser não
de efeito estufa, sendo o total mundial 37.109
manejo da terra e florestas (Land use change
apenas aumentar seu uso, mas sua radical
toneladas equivalentes de CO2 nesse ano.
and forestry) e principalmente evitar incêndios
redução, vindo a seguir o petróleo e gás.
florestais na Amazônia e em todo o País.
Estudo publicado pela Agencia Internacional
Matrizes energéticas
Impedir queimadas recorde como ocor
de Energia (EIA) mostra que a expansão da
A parte mais significativa das emissões
reram entre 2003 e 2010 com desmatamento
energia entre 2019 e 20150 será de 80%,
ocorre em função do uso de combustíveis
médio do período de 380.000ha e não permitir
ou seja, de 25 para 45 trilhões de KWh e
fósseis para obtenção de energia conforme
a tendência de alta registrada em 2017
que será atendida por aumento de 277% de
mostra a figura 1.
(270.000ha e 2019 (250.000ha) deve se
energias renováveis, por aumento de 48%
transformar em política pública.
de gás, por 40% de nuclear, por 20% de
utiliza 56,5% de fósseis e urânio e 43,5% de
A matriz energética mundial total (e a
petróleo e por 6% de carvão.
renováveis. O mundo utiliza 86% de fósseis e
elétrica) deve apresentar alterações a serem
urânio a apenas 14% de renováveis.
consideradas: As futuras gerações de veículos
dos engenheiros elétricos não apenas como
A eletricidade no Brasil é gerada por 80,3%
deverão ser elétricas. Significa migração de
cidadãos do planeta, mas principalmente
de renováveis e 19,7% de não renováveis. No
motores de combustão (gasolina ou diesel ou
sua ação determinante na modelagem das
mundo, é gerada por 24,5% de renováveis e
álcool) para motorizações elétricas. Com 50%
futuras matrizes energéticas, as quais têm
75,5% de não renováveis.
da frota ser elétrica em 2050, o consumo de
papel fundamental na redução das Emissões
A China responde por 35% das emissões
eletricidade/calor aumenta dos atuais 31%
e em consequência não permitir elevação de
com população 18% do mundo e PIB de
para 38,5% de acordo com a tabela 2. O
temperatura a níveis do não retorno.
15,7%. Os Estados Unidos emitem 17,5%
aumento da população dos atuais 7,7 para
do mundo com população de 4,2% e PIB de
9,7 bilhões em 2050 e a formidável expansão
24%. O Brasil emite 3,2% com população de
do PIB principalmente na Ásia, impulsionará
impulsionada por dois motivos: aumento da
À esquerda, mostra-se que
o Brasil
A matriz energética brasileira apresenta cenário
benigno
com
relação
A imensa necessidade de reduzir os gases
Este artigo mostra a responsabilidade
*Edval Delbone é engenheiro, especialista, mestre e doutor em engenharia elétrica, coordenador e professor do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), professor titular da Universidade Paulista (Unip), consultor das empresas Elu-Sistemas Elétricos e Gestech-Instalações Elétricas, membro do IEEE, conselheiro do SBQEE e conselheiro suplente do CREA-SP. *Silverio Penin Y Santos é professor de Conversão Eletromecânica de Energia, Acionamentos Elétricos e Máquinas Elétricas da Universidade Santa Cecília, ex-Fei e Unip. É graduado em Engenharia Elétrica na Poli-USP, com Especialização, Mestrado e Doutorado na Universidade Federal de Uberlândia. Ex-presidente e diretor de empresas em áreas Geração, consultor em Áreas de Sistemas de Energia e diretor de GEB.
Proteção contra raios
Apoio
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Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Avaliação de riscos devidos à incidência de raios em áreas abertas – Parte 02/04 Por Professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco
Descrição da instalação a ser protegida:
Como mostrado na figura 1, trata-se de uma arquibancada em concreto armado, tendo
na parte traseira dois postes de iluminação nos topos dos quais foram instaladas hastes captoras conectadas a cabos de descidas aterrados em eletrodos junto às bases dos postes, apresentando, cada uma, resistências em baixa frequência da ordem de 6 Ohm.
Figura 1: Arquibancada geral para 4.000 torcedores.
A densidade média de raios na região, Ng é de 10 descargas/km2.ano.
A ocupação máxima da arquibancada é cerca de 4.000 torcedores. Por outro lado, tendo
em vista que, para um ser humano ereto, com 1,5m de altura, sobre uma superfície plana, a área efetiva de captação de descargas corresponde aproximadamente a um círculo com 20m de raio, conclui-se que basta a presença de algumas dezenas de torcedores espalhados pela arquibancada para que a probabilidade de incidência sobre algum torcedor independa do número total de presentes! Face ao exposto, no presente trabalho, as estimativas de risco de incidência sobre algum torcedor se basearam na hipótese de que todos os finais de semana, algumas dezenas de torcedores ocuparão a arquibancada por oito horas/semana.
Redes subterrâneas em foco
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
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Daniel Bento é engenheiro eletricista com MBA em Finanças e certificação internacional em gerenciamento de projetos (PMP®). É membro do Cigré, onde representa o Brasil em dois grupos de trabalho sobre cabos isolados. Atua há mais de 25 anos com redes isoladas, tendo sido o responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. É diretor executivo da Baur do Brasil | www.baurdobrasil.com.br
Linhas de transmissão Subterrâneas – Comissionamento
Em minhas últimas colunas, tenho
Boa Vista, porque precisa equacionar o
estabelece a aplicação entre fase-terra de
abordado as redes subterrâneas de média
atendimento aos requisitos de mitigação
valores próximos à tensão entre fase-fase
tensão existentes nas cidades e nas
dos impactos ambientais.
durante uma hora. De forma alternativa,
usinas espalhadas pelo Brasil gerando
Toda essa conexão é visível quando
ambas concedem a possibilidade de
energia elétrica. Nesta coluna, elevarei o
estamos viajando em uma rodovia e
aplicação da tensão nominal fase-terra
nível de tensão da nossa conversa para
muitas vezes cruzamos diversas linhas
durante 24 horas.
tratar deste tipo de rede, porém, em alta
de transmissão. São elas que compõem
tensão.
a denominada Rede Básica do nosso
normas concedem a possibilidade de
Há muito conhecimento e muitas
Sistema
(SIN),
negociação entre as partes envolvidas do
técnicas
geralmente, com linhas de transmissão
valor de tensão e do tempo de ensaio a
para
transmissão
tratar
de
subterrânea
linhas em
de alta
Interligado
Nacional
Para cabos já em operação, estas
com tensão de 230kV ou superior.
ser aplicado.
tensão, e por esse motivo, o Cigré, uma
comunidade internacional destinada a
interligada, de mesma importância, que
com base em critérios científicos e devem
fomentar a troca de experiência entre
não enxergamos, pois ela está instalada
apresentar metodologias de avaliação
profissionais que atuam com energia,
de forma subterrânea.
que tenham respaldo técnico. Por esse
promove periodicamente eventos sobre
Algumas
do
motivo, não é adequado condicionar um
redes de média e alta tensão.
sistema interligado são instaladas de
critério de avaliação do cabo baseado
ocorreu
forma subterrânea por alguns motivos,
em uma negociação entre as partes
Um
destes
recentemente
em
eventos São
Paulo.
Porém, existe uma parte dessa rede
de
nossas
linhas
As normas técnicas são desenvolvidas
Foram
por exemplo, porque cruzam regiões
envolvidas, que geralmente possui forte
dois dias de muito aprendizado e troca
densamente povoadas, às vezes, cruzando
relação com aspectos comerciais.
de experiência no evento que o Cigré
rio ou mar, dentre outras necessidades.
Brasil promoveu através do Comitê de
Todos os anos, novas linhas como
estabelecer um critério de ensaio em que
Estudo B1, que trata de Cabos Isolados.
essas são construídas e, no momento
não haja tecnologia disponível para sua
Foram abordados vários temas técnicos
de comissioná-las, há um dilema de qual
realização, o que não é o caso. Portanto,
importantes para expansão das linhas
o melhor critério a ser empregado para
não faz muito sentido colocar alternativas
subterrâneas.
assegurar que ela esteja em perfeitas
de metodologias baseadas em acordo
O Brasil possui uma extensa rede
condições de entrar em operação.
entre as partes envolvidas.
de transmissão de energia que conecta
quase todo o País. Há ainda uma capital
IEC 60840 (ambas tratando de cabos de
sobrepor a ciência. A confiabilidade da
que não está interligada, a cidade de
alta tensão, porém, com faixas distintas)
nova rede agradece!
Tanto a norma IEC 62067 como a
Por outro lado, a norma não pode
Os interesses comerciais não podem
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Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Aspectos do comportamento das fontes nas instalações elétricas
De uma forma geral, pode-se entender que as fontes
transformadores possuem, além das tensões nominais de entrada
elétricas nas instalações industriais, comerciais e mesmo as
e saída e seus TAP’s para ajuste fino da tensão, a potência nominal
residenciais são os equipamentos destinados a alimentar as
especificada em função da carga a ser alimentada e planejada.
cargas elétricas presentes nestas instalações e que respondem
Outros pontos importantes são a impedância característica que
pelos processos desenvolvidos. O transformador é a fonte mais
causará impacto na regulação de tensão, a corrente de in-rush
conhecida; outras, são os geradores, UPS, transformadores
que circulará durante a energização do transformador e deve
de separação, retificadores e outras fontes menores, as
ser considerada na estratégia da proteção, a configuração dos
eletrônicas que são aquelas associadas aos equipamentos de
enrolamentos e grupos de ligações e defasagens angulares entre
utilização como as fontes chaveadas que compõem as cargas
enrolamentos de entrada e saída e outras.
eletrônicas, ou drivers e mesmo os reatores das luminárias,
não consideradas nesta abordagem. Portanto, a função das
perfil de carga de preferência ao longo do tempo de vida do
fontes é condicionar a alimentação das cargas elétricas em
Trafo (como também são conhecidos os dos transformadores),
função de suas especificações. Os filtros (e capacitores) são
ou se for o caso, estratégias de ligação em paralelo aplicáveis.
utilizados como acessórios e têm o objetivo de melhorar a
As perdas dos transformadores podem ser classificadas entre as
qualidade do suprimento, adequando o casamento das fontes e
fixas e variáveis (que dependem do carregamento). Um exemplo
cargas (regulação de tensão, distorção harmônica, do fator de
de comportamento das perdas em trafos é apresentado na figura
potência e outras). As discussões que ora se propõem, estão
1, transformador a seco para uso industrial.
Para a definição da potência nominal, deve se considerar o
relacionadas à especificação da fonte, relativas à potência nominal, comportamento da carga, potência de curto e regulação de tensão, perdas elétricas e outras.
1- Transformadores
Os transformadores, muito conhecidos por todos, têm como
função a compatibilização das tensões de entrada e saída (rede e carga) e são compostos por circuito magnético e circuitos elétricos independentes que compõem o primário, secundário em construção mais comum e terciário e outros em construções específicas. Autotransformadores não são fontes elétricas, pois os enrolamentos de primários e secundários são comuns e as fontes por definição devem ter seus enrolamentos isolados. Sob os aspectos de especificação e uso dos projetos elétricos, os
Figura 1 – Comportamento das perdas em Trafo seco 2000kVA. Fonte: Siemens
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
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O que se observa é que no carregamento de 50%, as perdas em vazio se igualam
às perdas em carga, sendo este o ponto de operação de maior eficiência, conforme demonstrado na figura 2. Trafo com carregamento médio de 80% tem perda da ordem de 1,1% da carga, enquanto com carregamento de 50%, tem perdas da ordem de 1% da carga. Na aplicação em sistemas redundantes, como em data centers, com carregamento da ordem de 30%, os valores de perdas são da ordem de 1,2%.
Figura 2 – Perdas e carregamento em transformador seco industrial 2000kVA.
Uma comparação interessante é o comportamento de dois transformadores, de 2000kVA
e 2500kVA e a simulação do comportamento de perdas em função da carga, conforme a figura 3. Uma carga superior a 50% de 2000kVA, portanto, 1000kVA, causará menor perda de transformação com o uso de Trafo de 2500kVA.
Figura 3 – Perdas em função da carga em transformador seco industrial 2000kVA e 2500kVA.
Outros pontos importantes são o comportamento da tensão de alimentação das cargas em
regimes transitórios (qualidade da energia) e no regime permanente (importante para o consumo de energia). Nas próximas edições, serão abordadas as características de outras fontes como geradores e UPS’s, além de informações sobre a adequação da tensão e eficiência energética.
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Instalações Ex
O Setor Elétrico / Novembro de 2019
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br
Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos, controle e mitigação – Parte 05/08
6 - Aterramento e equipotencialização
processo de reabastecimento evita o acúmulo
representa um critério básico de projeto.
de cargas eletrostáticas que são geradas
Além de evitar o acúmulo de eletricidade
A equipotencialização é a técnica utilizada
pela movimentação do querosene ou da
estática, o sistema de aterramento contribui
para minimizar a diferença de potencial entre
gasolina de aviação, as quais poderiam, em
também para a devida atuação de dispositivos
dois objetos condutivos, de forma que fiquem
caso contrário, causar a ignição dos vapores
de proteção contra faltas à terra, no caso da
no mesmo valor. Os objetos, nestes casos,
combustíveis.
ocorrência de falhas do isolamento para a
não são aterrados. O aterramento, por outro
Em áreas classificadas, a eliminação
terra em equipamentos e circuitos elétricos,
lado, é a técnica de equalizar a diferença
das fontes de ignição pode ser considerada
os quais rapidamente desligam o circuito.
de potencial entre dois objetos condutivos
como um requisito fundamental, sendo
Caso contrário, poderia ocorrer a existência
e o terra. A combinação das técnicas de
que a implantação de um sistema efetivo
de pontos quentes com temperatura excessiva
equipotencialização e de aterramento é
de aterramento e de equipotencialização
(acima da classe de temperatura do local
utilizada de forma a manter o potencial do sistema sob consideração no potencial zero do sistema de terra.
Podem ser citados como os principais
objetivos dos circuitos de aterramento e equipotencialização: • Eliminar a possibilidade de choques elétricos para as pessoas; •
Proporcionar
a
devida
operação
de
dispositivos de proteção de forma que o tempo de duração das correntes de falta seja minimizado; • Equalizar o potencial de tensão de partes metálicas não destinadas à condução de corrente; • Evitar o acúmulo de cargas eletrostáticas geradas pela movimentação de fluidos nos equipamentos de processo. As atividades de equipotencialização e de aterramento de aeronaves durante o
Aterramento e equipotencialização para controle de eletricidade estática em atmosferas explosivas (IEC TS 60079 32 1)
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O Setor Elétrico / Novembro de 2019
da instalação) ou que poderiam ser gerados arcos elétricos devido à falha do isolamento.
7 - Aterramento de caminhões para controle de eletricidade estática
Os caminhões de transporte de produtos
inflamáveis reconhecidamente apresentam características de geração de acúmulo de cargas eletrostáticas, durante as operações de enchimento e descarregamento (pela parte de cima ou de baixo), bem como durante a movimentação destes fluidos durante o deslocamento (transporte) e por ações do vento sobre a sua superfície externa. Estas características de risco eletrostático são agravadas em função das características isolantes
dos
pneus,
fabricados
com
borracha, que não apresentam adequadas
contendo produtos inflamáveis capazes de
descarregamento;
características condutivas.
gerar atmosferas explosivas, podem ser
• Sempre que possível, deve ser verificado
citadas as seguintes:
se uma interrupção manual na conexão de
De forma a não permitir o acúmulo de
aterramento de fato provoque a operação de
cargas eletrostáticas em caminhões de transporte de produtos inflamáveis, além de
•
uma série de procedimentos de segurança
continuamente conectado a um objeto ou
operação de transferência de produtos;
a serem atendidos pelos equipamentos e
estrutura aterrada;
•
pelo pessoal de operação, uma das medidas
• Não deve ser “presumido” que uma estrutura
assegura que as mangueiras não acumulam
efetivas é o aterramento do veículo em
esteja “aparentemente” aterrada, o que deve
eletricidade estática somente nos casos que
uma estrutura aterrada e a monitoração da
de fato confirmado;
estas tenham sido fabricadas de material
continuidade deste aterramento durante as
• Assegurar que o caminhão possua uma
condutivo e que estejam em adequadas
operações de enchimento e descarregamento.
conexão com o sistema de aterramento que
condições de manutenção, submetidas a
seja
procedimentos de inspeções periódicas ou
Dentre as principais ações que devem
ser executadas na operação de caminhões
as
Assegurar
que
continuamente operações
Continua na próxima edição.
de
o
caminhão
monitorada carregamento
esteja
durante e
de
um intertravamento automático que pare a Um
caminhão
testes regulares.
devidamente
aterrado
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