Ano 15 - Edição 168 Jan/Fev de 2020
Reportagem especial A corrida pela modernização do setor elétrico brasileiro O desenvolvimento de novas tecnologias que surgem em função de questões ambientais e econômicas está provocando a transformação dos setores de produção e transmissão de energia elétrica, mas ainda há grandes desafios pela frente INDÚSTRIA 4.0 – A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Fique por dentro das mais recentes inovações da área e sobre a importância da disseminação de conhecimento para incentivar a inserção, aplicabilidade e escala nas empresas ANÁLISE DO NOVO TEXTO DA NR10 EM CONSULTA PÚBLICA O trabalho avalia o documento proposto pelo governo face às mais importantes alterações promovidas em relação ao texto em vigor O ESTADO DE ARTE DOS RECURSOS ENERGÉTICOS DISTRIBUÍDOS A visão de futuro do segmento de distribuição de energia elétrica
Sumário
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atitude@atitudeeditorial.com.br
Diretores Adolfo Vaiser Simone Vaiser Assistente de circulação, pesquisa e eventos Henrique Vaiser – henrique@atitudeeditorial.com.br Assistente de criação Victor Gargano - victor@atitudeeditorial.com.br Administração Paulo Martins Oliveira Sobrinho administrativo@atitudeeditorial.com.br Editora Luciana Freitas - 80.519-SP luciana@atitudeeditorial.com.br Publicidade Diretor comercial Adolfo Vaiser - adolfo@atitudeeditorial.com.br Contatos publicitários Ana Maria Rancoleta - anamaria@atitudeeditorial.com.br Direção de arte e produção
Suplemento Renováveis 41 Fascículo: Formas e Tecnologias mais utilizadas para Armazenamento de Energia Notícias de mercado Coluna solar: Energia solar conquista seu lugar ao Sol Coluna eólica: Os bons ventos dos Certificados de energia renovável Conversa com Vinicius Ayrão – Instalações fotovoltaicas
4
Editorial
6
Coluna do consultor
8
Painel de notícias
Leonardo Piva - atitude@leonardopiva.com.br Consultor técnico José Starosta Colaborador técnico de normas
Seções Mercado, Empresas e Produtos
Jobson Modena Colaboradores técnicos da publicação Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta,
Em que estágio estaríamos na automatização da execução dos projetos elétricos?
19
Fascículos Indústria 4.0 e a Transformação Digital
Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos
Segurança em Eletricidade Colaboradores desta edição Aguinaldo Bizzo de Almeida, Angelo Cesar Colombini, Antônio Roberto Panicali, Benedito Donizeti Bonatto, Bruno Soares Moreira Cesar Borba, Carlos Boechat, Daniel Bento, Elbia Gannoum, Guilherme Susteras, Gustavo José Luna Filho, Jobson Modena, João Paulo dos Reis, José Starosta, Júlia Fernandes Araujo, Lorenna Baptista de Oliveira, Luana Merenciano da Silva, Luciano Rosito, Márcio Zamboti Fortes, Marco Delgado, Normando V. B. Alves, Nunziante Graziano, Pedro André Carvalho Rosas, Roberval Bulgarelli, Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk e Vinicius Ayrão Franco
Inovação em Distribuição de Energia – Digitalização, Descentralização e Descarbonização
52
O desenvolvimento de novas tecnologias que surgem em função de questões ambientais e econômicas está provocando a transformação dos setores de produção e transmissão de energia elétrica, mas ainda há grandes desafios pela frente
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Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. Capa: Vitamin444 | shutterstock.com
mercado de Fios, Cabos e Acessórios em 2020
70 78
Filiada à
Espaço 5419 Assuntos não contemplados na NBR 5419/2015
80
Espaço SBQEE Incentivos econômico-regulatórios para melhores indicadores de qualidade de energia DEC e FEC: uma análise a partir de dados reais brasileiros
Distribuição - Correios
Atitude Editorial Publicações Técnicas Ltda.
Destaque Prêmio OSE Projeção da atualização tecnológica do parque de iluminação pública no Brasil
Impressão - Mundial Gráfica e Editora
Rua Piracuama, 280, Sala 41 Cep: 05017-040 – Perdizes – São Paulo (SP) Fone/Fax - (11) 3872-4404 www.osetoreletrico.com.br atitude@atitudeeditorial.com.br
Pesquisa Investimentos em projetos de infraestrutura e aquecimento do setor de construção civil devem manter condições favoráveis para o
A Revista O Setor Elétrico é uma publicação mensal da Atitude Editorial Ltda., voltada aos mercados de Instalações Elétricas, Energia e Iluminação, com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, indústrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e especificadores destes segmentos.
Reportagem especial
82 83 84 85 86 88
Colunistas Jobson Modena – Proteção contra raios Luciano Rosito – Iluminação pública Daniel Bento – Redes subterrâneas em foco Nunziante Graziano – Quadros e painéis José Starosta – Energia com qualidade Roberval Bulgarelli – Instalações Ex
Editorial
4
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020 Capa ed 168_FINAL.pdf
1
21/02/20
10:35
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Ano 15 - Edição 168 Jan/Fev de 2020
Reportagem especial O Setor Elétrico - Ano 15 - Edição 168 – Janeiro/Fevereiro de 2020
A corrida pela modernização do setor elétrico brasileiro O desenvolvimento de novas tecnologias que surgem em função de questões ambientais e econômicas está provocando a transformação dos setores de produção e transmissão de energia elétrica, mas ainda há grandes desafios pela frente INDÚSTRIA 4.0 – A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Fique por dentro das mais recentes inovações da área e sobre a importância da disseminação de conhecimento para incentivar a inserção, aplicabilidade e escala nas empresas ANÁLISE DO NOVO TEXTO DA NR10 EM CONSULTA PÚBLICA O trabalho avalia o documento proposto pelo governo face às mais importantes alterações promovidas em relação ao texto em vigor O ESTADO DE ARTE DOS RECURSOS ENERGÉTICOS DISTRIBUÍDOS A visão de futuro do segmento de distribuição de energia elétrica
Edição 168
Uma história marcada pelo sucesso
Ancorada em uma sólida trajetória de sucesso, a revista
técnico itinerante, composto por congresso e área de
O Setor Elétrico está vivenciando uma nova fase. Agora em
exposição, que objetiva discutir as principais técnicas e
2020, o veículo completa 14 anos, os quais foram marcados
tecnologias do segmento, desde a geração até a instalação
por grandes conquistas e reconhecimentos Brasil afora, sendo
elétrica final de baixa e média tensão.
hoje apontado como a principal e mais relevante mídia do
segmento.
superado expectativas a cada edição realizada e contribuído
significativamente para disseminar conhecimento técnico de
Este ano, a publicação foi reformulada e aprimorada com
Criado em 2010 pela Atitude Editorial, o evento tem
muito zelo, a fim de estar melhor alinhada às constantes
alto nível a profissionais das diversas regiões brasileiras por
transformações do mercado, oferecendo conteúdo muito
onde passa, mobilizando toda a cadeia nacional.
mais rico, seleto e diferenciado a partir da abordagem de
temas em alta, tais como Indústria 4.0 e Transformação
páginas fascículos inéditos, desenvolvidos dentro dos temas
Digital; Segurança em Eletricidade, tendo como base a
mencionados no início deste Editorial, juntamente com uma
revisão da NR10; Inovação em Distribuição de Energia
reportagem para lá de especial, produzida com exclusividade
– Descentralização, Descarbonização e Digitalização;
durante o XXV Seminário Nacional de Produção e Transmissão
Armazenamento de Energia; dentre outros disruptivos.
de Energia Elétrica (SNPTEE), que aconteceu no mês de
novembro, em Belo Horizonte (MG). A matéria discorre sobre
Com o intuito de aprofundarmos a discussão de cada
Esta primeira edição de 2020 da revista OSE traz em suas
assunto, optamos por reduzir o número de edições para
os novos caminhos dos setores de geração e de transmissão e
oito volumes anuais, com a proposta de incrementarmos
relata os principais desafios para a modernização do sistema
os conteúdos ao mesmo tempo em que os tornamos mais
elétrico brasileiro.
precisos e pontuais.
longa data, por sua vez, continuam afiadíssimos para falar
Além de respaldar a revista durante seus 14 anos de
Os nossos mestres colunistas, queridos parceiros de
história, a marca O Setor Elétrico também vem investindo
sobre temas importantes do mercado. E, para completarmos
fortemente em meios digitais, de modo a expandir seu alcance
o nosso time de experts, ou ainda, colocarmos “a cereja no
de público, ganhar maior visibilidade e inovar sua maneira de
bolo”, convidamos o especialista em instalações fotovoltaicas,
comunicar, mantendo-se, assim, na liderança do mercado.
Vinicius Ayrão Franco, que aceitou gentilmente o convite e
tem muito a nos agregar.
Com sua rápida evolução ao passar dos anos, a marca OSE
deixou de se restringir a apenas um produto impresso para
Espero que curtam todas as novidades!
culminar em um amplo grupo de comunicação integrada, que
Boa leitura!
abrange atualmente diversos canais.
Destaco também o grande sucesso conquistado pela
marca CINASE – Circuito Nacional do Setor Elétrico, evento
Abraços,
Luciana Freitas
Redes sociais
@osetoreletrico
www.facebook.com/osetoreletrico
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Revista O Setor Elétrico
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O livro de cabeceira que será a referência do Setor Fotovoltaico
Participe deste projeto! Mais informações: adolfo@atitudeeditorial.com.br vinicius@viniciusayrao.com.br
Um produto:
Coluna do consultor
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O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico jstarosta@acaoenge.com.br
Em que estágio estaríamos na automatização da execução dos projetos elétricos? O prof. Ademaro Cotrim, de saudosa
com plataformas integradas de todas as
a
lembrança, referência de todos nós e que
especialidades de instalações à arquitetura
como as grandezas elétricas os fatores
nos deixou há quase 20 anos, sempre
como que em uma perfeita integração
das instalações em regime permanente,
abordava o tema: “Será que em 20 anos
e
evitando
formas de onda sem restrição e avalição
os projetos elétricos ainda estarão sendo
problemas futuros na execução da obra.
de fenômenos no regime do tempo nos
executados por engenheiros projetistas?”.
Talvez um sonho de consumo almejado
afundamentos e transientes; componentes
Nos perguntava o querido mestre e amigo,
por
muito
simétricas e desequilíbrios, componentes
tentando imaginar como seria o processo
interessantes do BIM são as ferramentas de
harmônicas, fasores e tudo que se possa ser
de inserção da tecnologia da informação
realidade aumentada, e outra não tão nova,
necessário em avaliações de instalações e
na elaboração dos projetos elétricos. Não
mas muito útil, da quantificação precisa de
outras necessárias. Esta ferramenta facilita
vamos aqui discutir se o termo aplicável
materiais a serem utilizados nos serviços de
a revisão de projetos elétricos existentes.
seria automação ou automatização dos
execução.
projetos, apesar de pessoalmente, preferir
Cálculos e estudos elétricos também
que a automatização está servindo para
a automatização, pois estaria associada à
foram facilitados por simuladores (antes,
reduzir o tempo de execução das tarefas,
ideia de substituição da atividade humana
disponíveis só com as distribuidoras de
diminuindo erros de cálculos, aumentando
por alguma máquina. Só isso.
energia) que, baseados nas características
a confiabilidade para arquivos, facilitar as
Hoje, estamos vivendo os “20 anos” a
das instalações, das fontes e das cargas
revisões, reduzir tempos e aumentando a
que o Cotrim se referia, e ao que parece, ele
conseguem produzir resultados próximos
confiabilidade de planilhas e orçamentos
acertava o seu palpite da própria pergunta
da realidade em situações de operação
e outras tarefas que seriam de execução
que ele próprio também respondia depois
em regime permanente e mesmo em
“manual”.
de seu interlocutor, com a conhecida forma
transitórios.
das
inteligência, habilidade e, sobretudo, boa
doce que se dirigia a cada um de nós.
cargas não lineares, com suas correntes
percepção dos resultados para solução
Felizes aqueles que com ele conviveram;
harmônicas e efeitos não desejáveis nas
de problemas são características ainda
um baita cara! A maioria de seus órfãos
instalações, que começava a aparecer com
necessárias aos nossos engenheiros, e as
ainda se reúnem mensalmente na comissão
mais intensidade no final do século 20 e
boas escolas e universidades sabem muito
de estudos da revisão da NBR5410.
intrigava o nosso querido Mestre, também
bem disso.
Saudosismos
à
parte,
o
que
se
análise
muitos.
de
interferências,
Outras
O
aplicações
comportamento
avaliação
de
absolutamente
tudo,
A pergunta continua a valer, uma vez
Contudo,
a
criatividade,
estão presentes nestes simuladores com boa precisão de resultados.
- Caríssimo Mestre, onde quer que esteja,
evolução dos sistemas BIM (“Building
saiba que você estava certo: ainda somos
Information
por instrumentos adequados possibilitam
nota
hoje
no
mercado
Modeling”),
é
a
incrível
tridimensionais,
As medições elétricas disponibilizadas
necessários!
7
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Nossos projetos de instalações serão robotizados?
Os aspectos de robotização de um
Assim,
projeto estariam bem distantes destes
análises financeiras, processos judiciais,
acima citados e considerariam um cenário
comportamento humano em geral, além
Não é de hoje que acompanhamos
em que dadas algumas especificações
dos robots (físicos) que
alguns softwares e aplicativos específicos
fornecidas para um projeto elétrico (por
nas indústrias e hospitais que aumentam
para os nossos projetos. Aprendemos
exemplo),
da
a produtividade com redução de riscos
a
estas
construção civil e arquitetura, lista de
operacionais como estes que se avizinham
ferramentas que, após ajustadas, são
cargas, tensão de alimentação e algumas
dos carros autônomos. Será que a “arte”
potencialmente bastante úteis, outras que
outras tantas, o projeto seria elaborado sem
empregada em cada um de nossos projetos
nos fazem torcer o nariz para os resultados e
intervenção de projetista especializado.
poderia ser vitimizada por esta tendência,
um outro grupo que pela dificuldade de uso
Projeto
em
ou alguma particularidade inconveniente
unifilares, linhas elétricas, sistemas de
possível parametrizar nossas ações em
são esquecidas e postas de lado. Mesmo
coordenação da proteção e cálculo de
função da coleção de um conjunto de
as do primeiro grupo requerem do projetista
curto-circuito,
variáveis?
muita perspicácia, coerência e cuidado
atmosférica, documentos para aprovação
Melhor parafrasear o inesquecível Robot
na alimentação dos dados de entrada;
na distribuidora, transformadores, painéis
da família Robinsons da série dos anos 60
qualquer
impedância,
elétricos, filtros, listas de materiais, plantas
“perdidos no espaço”, que alucinadamente
especificação ou manobra errada, explodirá
e detalhes de execução, custos estimados
anunciava quando algo inesperado ocorria:
virtualmente uma subestação; na melhor
e tudo mais.
“Perigo”! “Perigo”. Prefiro acreditar na arte
das hipóteses, a proteção evitará que isso
Daquilo que se acompanha desde
da execução de um projeto com os passos
ocorra. A análise crítica dos resultados é
a época de Isaac Azimov até os dias de
clássicos.
fundamental. Muitas vezes, os resultados
hoje, os muito discutidos algoritmos que
Parabéns a esta revista “O Setor
aquém
por
prometem viabilizar os carros autônomos,
Elétrico” e a seus profissionais que em seus
ou
ou os sistemas de autoaprendizado que de
12 anos de vida souberam brindar a boa
incompletos e merecem avaliação por
observar tantas ações repetitivas, interativas
técnica e desenvolvimento da engenharia
profissionais habilitados.
e previsíveis simplesmente “aprendem”.
nacional com rico conteúdo!
conviver
paulatinamente
desvio
da
inserções
em
uma
expectativa de
dados
com
ocorrem
equivocados
como
as
completo,
características
com
aterramento,
diagramas
proteção
um
pode
funcionar
“copy-paste”
com
as
conhecemos
instituído?
Seria
Painel de mercado
8
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Tarifa branca é opção para consumidores em 2020 A modalidade fica disponível para todos consumidores conectados em baixa tensão, como residências e pequenos comércios
Desde 1º de janeiro de 2020, a opção pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
consumidor ao sistema convencional. Caso
tarifa branca está disponível para todas as
e são diferentes para cada distribuidora.
queira participar de novo da modalidade
unidades consumidoras conectadas em baixa
Sábados, domingos e feriados contam com
tarifária branca, há um período de carência de
tensão (residências e pequenos comércios,
a tarifa fora de ponta nas 24 horas do dia.
180 dias.
por exemplo). A modalidade não se aplica
Mais informações sobre os períodos de cada
Para ter certeza do seu perfil, o
a consumidores residenciais classificados
distribuidora podem ser consultadas em:
consumidor deve comparar suas contas com
como baixa renda, beneficiários de descontos
http://www.aneel.gov.br/postos-tarifarios.
a aplicação das duas tarifas. Isso é possível
previstos em Lei e à iluminação pública. A
É muito importante que o consumidor,
por meio de simulação com base nos hábitos
tarifa branca sinaliza aos consumidores a
antes de optar pela tarifa branca, conheça seu
de consumo e equipamentos. Para aderir
variação do valor da energia conforme o dia
perfil de consumo. Quanto mais o consumidor
à tarifa branca, os consumidores precisam
e o horário do consumo.
deslocar seu consumo para o período fora
formalizar sua opção junto à distribuidora.
Aprovada em 2016, a aplicação da
de ponta, maiores são os benefícios desta
Quem não optar por essa modalidade,
tarifa seguiu um cronograma de preferência,
modalidade. Contudo, a tarifa branca não é
continuará sendo faturado pelo sistema atual.
de modo a priorizar as solicitações com as
recomendada se o consumo for maior nos
seguintes características:
períodos de ponta e intermediário e não
apenas a tarifa convencional, com um valor
Antes da criação da tarifa branca, havia
houver possibilidade de transferência do uso
único (em R$/kWh) cobrado pela energia
• 1º de janeiro de 2018, para novas ligações
dessa energia elétrica para o período fora de
consumida em todos os dias e horas. A nova
e para unidades consumidoras com média
ponta. Nessas situações, o valor da fatura
modalidade cria condições que incentivam
anual
pode subir. Por isso, é bom ter atenção ao
alguns
500KWh/mês;
solicitar a mudança.
consumo dos períodos de ponta para aqueles
• 1º de janeiro de 2019 para unidades
em que a rede de distribuição de energia
consumidoras com média anual de consumo
se o consumidor não perceber a vantagem,
elétrica tem capacidade ociosa.
mensal superior a 250KWh/mês; e
ele pode solicitar sua volta ao sistema
• 1º de janeiro de 2020 para todas as
anterior (tarifa convencional). A distribuidora
podem ser consultadas em: http://www.
unidades consumidoras.
terá 30 dias após o pedido para retornar o
aneel.gov.br/tarifa-branca.
de
consumo
mensal
superior
a
Controle do consumo Com a tarifa branca, o consumidor passa a ter a possibilidade de pagar valores diferentes em função da hora e do dia da semana em que consome a energia elétrica. Se
o
consumidor
adotar
hábitos
que
priorizem o uso da energia nos períodos de menor demanda (manhã, início da tarde e madrugada, por exemplo), a opção pela tarifa branca oferece a oportunidade de reduzir o valor pago pela energia consumida.
Nos dias úteis, a tarifa branca tem três
valores: ponta, intermediário e fora de ponta. Esses períodos são estabelecidos pela
Da mesma forma que é possível aderir,
consumidores
a
deslocarem
o
Mais informações sobre a tarifa branca
Painel de mercado
10
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Brasil alcança 170 mil megawatts de capacidade instalada em 2019 O País fechou 2019 com 7.246,41 megawatts (MW) de capacidade instalada, ultrapassando a meta de 5.781MW
A atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em suas atividades de concessão, regulação e fiscalização da geração
de energia elétrica, propiciou em 2019 um incremento de 7.246,41 megawatts (MW) de capacidade instalada no Brasil, ultrapassando a meta de 5.781MW. O País fechou o ano com potência fiscalizada de 170.071MW, sendo mais de 75% a partir de fontes renováveis.
A força da água dos rios continua impulsionando a maior parte da energia gerada no País, com um total de 4.839MW em
empreendimentos inaugurados e/ou concluídos no ano passado. Desse total, 4.755MW foram trazidos por usinas hidrelétricas de grande porte, entre as quais se destaca Belo Monte, que completou sua motorização com 3.667MW injetados na rede. A Agência liberou a operação da última turbina de Belo Monte em outubro deste ano.
A ampliação da geração eólica no ano impressiona, com incremento de 971MW, superior aos 776MW acrescidos em usinas termelétricas.
As usinas solares fotovoltaicas de grande porte agregaram 551MW à matriz brasileira no ano. Considerando o avanço verificado no ano, os 3.870 empreendimentos de energia solar em operação já são responsáveis por 1,46% da potência fiscalizada no País, e os 629 de energia eólica, por 9,04%.
Primeira quinzena de janeiro apresenta queda no consumo de energia elétrica Dados preliminares levam em consideração o mesmo período do ano passado
A Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE) divulgou o balanço de geração e consumo de energia referente à primeira quinzena de 2020. Segundo o levantamento, entre os dias 1º e 15 de janeiro, o consumo registrou queda de 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando 63.796 MW médios. Os dados constam do boletim InfoMercado Quinzenal publicado no site da instituição (www.ccee.org.br). O Ambiente de Contratação Regulada (ACR) apresentou retração no consumo de 2,6% em relação a janeiro de 2019, considerando a
e 4,0%, respectivamente.
Geração também retrai no período
mudança de clientes cativos para o Ambiente de
Os segmentos que registraram maior
A
Contratação Livre (ACL). Excluindo o impacto
crescimento
considerando
Sistema Interligado Nacional (SIN) também
das migrações, o ACR registraria diminuição de
autoprodutores, comercializadores varejistas,
apresentou diminuição na primeira quinzena
0,9%.
consumidores
foram:
de janeiro. Com 67.104MW médios, a
O ACL apresentou queda de 2,1% no
Saneamento (18,3%), Transporte (13,2%) e
produção registrou queda de 2,3% em
consumo em relação ao mesmo período do ano
Comércio (10,6%). A expansão destes setores
relação aos 68.698MW médios do mesmo
passado. Eliminando o impacto da migração de
está vinculada à migração dos consumidores
período do ano passado.
novas cargas, apresentaria queda de 6,3%, na
para o mercado livre.
A redução ocorreu principalmente pela
mesma comparação.
Ao se excluir a migração para o ACL, verifica-se
diminuição da produção das usinas hidráulicas e
de
consumo,
livres
e
especiais,
geração
de
energia
elétrica
no
Ainda em relação ao consumo, o submercado
queda em todos os segmentos e destacam-se os
eólicas, que tiveram redução de 9,0% e 39,7%,
Sudeste / Centro-Oestre apresentou as maiores
ramos: extração de minerais metálicos (25,7%),
respectivamente, em relação ao mesmo período
quedas, tanto no ACL quanto no ACR, de 4,7%
químicos (12,2%) e veículos (9,9%).
de 2019.
Painel de mercado
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O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Liquidação financeira do mercado de curto prazo de energia elétrica movimenta R$2,02 bilhões Operação referente a novembro registra R$8,05 bilhões relacionados às liminares de GSF no mercado livre
A
Câmara
Energia
Elétrica
de
Comercialização
(CCEE)
finalizou,
de
Conta Bandeiras
no
dia 9 de janeiro de 2020, a liquidação
financeira do Mercado de Curto Prazo
financeira referente à Conta Centralizadora
(MCP), referente a novembro de 2019, que
dos Recursos de Bandeiras Tarifárias – ou
movimentou R$2,02 bilhões dos R$10,13
Conta Bandeiras. A liquidação referente
bilhões contabilizados. Do valor não pago,
aos recursos de bandeiras tarifárias na
R$8,05 bilhões estão relacionados com
contabilização
liminares de GSF no mercado livre (ACL) e
movimentou R$127.174.633,40.
R$63 milhões representam outros valores
em aberto na liquidação.
de 91 distribuidoras e permissionárias
Os agentes que possuem decisões
devedoras
judiciais vigentes para não participarem
R$86.356.647,31,
do rateio da inadimplência oriunda de
prêmio de risco hidrológico no valor de
liminares do GSF perceberam adimplência
R$40.816.113,08
próxima de 99%; e os agentes amparados
agentes geradores, e o saldo relacionado
por decisões que determinam a incidência
a pagamentos de inadimplências de
regular das normas perceberam adimplência
competências de períodos anteriores
de 13%. Após a operacionalização dessas
no valor de R$1.873,01. Os recursos
decisões judiciais, os credores que não
arrecadados
possuem liminares relacionadas ao rateio
Conta Bandeiras a 11 distribuidoras
da inadimplência perceberam adimplência
credoras,
próxima de 1%. A operação, realizada pela
Despacho
SGT/Aneel
CCEE, envolveu 8.608 agentes, sendo 904
Eventuais
valores
devedores e 7.704 credores.
serão inseridos na liquidação do mês
A liquidação financeira do mercado
A CCEE também promoveu a liquidação
de
novembro
de
2019
A operação considerou o pagamento na
Conta
no
valor
pagamento aportados
foram
por
repassados
conforme
estabelecido nº
de
de do 26
pela no
002/2020.
inadimplência
subsequente.
de curto prazo representa o acerto de
Mensalmente, a Agência Nacional de
eventuais diferenças entre a energia medida
Energia Elétrica (Aneel) define como deve
e a contratada pelos agentes que operam
se dar o rateio dos recursos arrecadados
no âmbito da CCEE. Os débitos e créditos,
com a cobrança das bandeiras tarifárias
apurados pelo processo de contabilização
nas contas de luz e do prêmio de risco
das operações do mercado pela Câmara
hidrológico
de Comercialização, são valorados ao
e
Preço de Liquidação das Diferenças (PLD),
sendo a CCEE responsável por essa
calculado semanalmente.
Operacionalização.
entre
permissionárias
as
concessionárias de
distribuição,
Painel de empresas
14
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
WEG firma acordo para aquisição de fábrica de transformadores em Betim (MG) Construída em 2013, a fábrica dispõe de 32.500m² de área construída Divulgação / WEG
A WEG S.A. (B3: WEGE3 / OTC: WEGZY) anunciou que firmou com a companhia Transformadores e Serviços de Energia das Américas S.A. (“TSEA”) um acordo para a aquisição de uma das suas fábricas de transformadores, situada no município de Betim, no Estado de Minas Gerais.
Construída em 2013, a fábrica dispõe
de 32.500m² de área construída e conta com
equipamentos
e
instalações
de
última geração. Com uma equipe de 250 colaboradores, a unidade é especializada na fabricação de transformadores de força, reatores shunt e autotransformadores de força com classe de tensão até 800kV e potência até 500MVA.
de Betim deixa a WEG em uma posição
Segundo o diretor superintende da
privilegiada para atender os importantes
de determinadas condições e à aprovação
A transação está sujeita ao cumprimento
unidade Transmissão & Distribuição da WEG,
investimentos em infraestrutura que devem
pelas autoridades de proteção à concorrência
Carlos Diether Prinz, “a aquisição da fábrica
ocorrer nas Américas nos próximos anos”.
(CADE).
Abesco anuncia novo presidente
O advogado Frederico Rocha de Araújo é o novo presidente da Associação Brasileira das Empresas de
Serviços de Conservação de Energia (Abesco). Em assembleia realizada no início de dezembro de 2019, os associados elegeram a nova diretoria da associação para o biênio 2020/2021.
Frederico Araújo é o atual presidente da Deode Inovação e Eficiência e já era conselheiro da Associação.
Também ocupou o cargo de diretor executivo da G10 Educacional S/A de 2013 a 2016, exerceu a função de gerente administrativo na Thompson Reuters unidade Novaprolink Tecnologia de 2008 a 2013, e atuou como advogado internacional e tributário entre 2003 e 2008.
Graduado em Direito, advogado, especialista em Direito Empresarial e em Gestão Executiva de Negócios
pelo Ibmec, Araújo é mestre em Negócios Internacionais pela Georgetown University – Washington DC, mestre em Administração pela FGV-EBAPE e mestre em Estratégia pela Esade – Barcelona. Também é empreendedor Endeavor – seletiva Dubai 2012. “A proposta da nova diretoria é promover a Eficiência Energética no País de uma maneira estruturada e profissional, além de posicionar a Abesco ainda mais forte externamente. Nos últimos anos, a Associação se fortaleceu internamente, promovendo mais coesão entre os associados. E agora é momento de olhar como podemos contribuir ainda mais com a sociedade e os demais stakeholders do mercado, do ambiente regulatório e do legislativo. A nossa meta é acabar com a cultura do desperdício energético no Brasil”, afirma Araújo.
Também farão parte da nova diretoria da Abesco o ex-presidente Alexandre Sedlacek Moana, como diretor técnico, e José Otávio Simões,
como diretor financeiro.
A nova gestão começou oficialmente a sua atuação no dia 1º de janeiro de 2020.
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
15
GE Renewable Energy nomeia novo presidente & CEO para o negócio de Hydro na América Latina
SEGURANÇA ELÉTRICA
INTELIGENTE
A GE Renewable Energy anunciou recentemente Cláudio Trejger como presidente &
CEO para o negócio de Hydro na América Latina. O executivo possui mais de 24 anos
Supervisão de isolamento e corrente de fuga em todos os esquemas de aterramento: IT, TN e Aterrado por Resistor
de experiência no mercado de energia, incluindo os segmentos de geração, transmissão e distribuição, 16 deles focados na área hidrelétrica.
O novo presidente & CEO de Hydro terá como principal missão liderar a organização
Equipamentos que fazem a manutenção preditiva e totalmente coadunados à indústria 4.0
diante dos desafios e oportunidades do mercado, incluindo modernizações de hidrelétricas, PCHs e a potencial retomada de investimentos em novas usinas no Brasil. Seu principal objetivo será evidenciar como as soluções da GE podem transformar a geração hidrelétrica na América Latina, ao oferecer novas tecnologias, incluindo soluções digitais e um amplo
Equipamentos:
portfólio de serviços.
O executivo ingressou na GE em 2015, com a aquisição da Alstom pela empresa, como
DSI – Dispositivo Supervisor de Isolamento
líder da área de Projetos na América Latina. Em julho de 2017, Trejger assumiu a Diretoria Comercial para Hydro na região, liderando as operações comerciais e de vendas. Desde agosto de 2019, já estava atuando interinamente na liderança do negócio de Hydro na América Latina, adicionalmente à sua liderança na área comercial.
Cláudio Trejger nasceu em São Paulo e tem graduação em Engenharia Elétrica pela
Universidade de Mauá, além de um MBA pela USP / FIA. Ao longo de sua carreira, realizou diversos cursos em diferentes áreas, incluindo uma especialização em negócios pela
Divulgação / GE
Harvard Business School, em 2010.
DSCR – Dispositivo Supervisor da Corrente Residual
DSR – Dispositivo Supervisor do Resistor
Também prestamos serviço de localização de falhas de isolamento e corrente de fuga in loco
Para mais informações acesse:
WWW.RDIBENDER.COM.BR
Painel de empresas
16
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Omicron Academy é inaugurada em Sorocaba (SP)
Divulgação / Omicron
A Omicron, companhia que atua no mercado de energia elétrica – geração, transmissão, distribuição e indústria, dedicada a desenvolver, fabricar e fornecer soluções de testes e monitoramento para o sistema elétrico de potência –, inaugurou, no dia 16 de dezembro de 2019, a Omicron Academy, um centro de treinamento que conta com capacidade física 80% maior que a anterior, além de ser melhor preparada com equipamentos e ativos para a parte prática de treinamentos.
A empresa possui o espaço de treinamentos
em Sorocaba desde março de 2017, desde a fundação da Omicron do Brasil, e com a demanda crescendo rapidamente, decidiu estabelecer a Omicron Academy. “Reafirmo o compromisso da Omicron com o mercado e com os clientes brasileiros. A inauguração que tivemos foi uma demonstração inequívoca de que o nosso plano é estabelecer uma presença duradoura no Brasil”, declara Manfred Strauß, economista e presidente da Omicron Energy Solutions. E acrescenta: “Trabalhamos no sentido de aumentar o número de representantes no território brasileiro, estando
Manfred Strauß, presidente da Omicron Energy Solutions.
assim, mais próximos dos nossos clientes,
digitais, sistema de potência (transformador, TC,
Profissionais que trabalham no setor
estejam eles aonde estiverem no mercado
TP, Disjuntor, gerador, motor), cabos elétricos
elétrico de potência estão expostos a altos
nacional”.
isolados, linhas de transmissão e sistemas de
riscos funcionais; portanto, primeiramente, é
aterramento.
importante que conheçam todos os recursos
busca aprimorar e oferecer a seus clientes
Os treinamentos da Omicron Academy são
de segurança de seus equipamentos de testes
treinamentos mais técnicos e didáticos para
destinados a qualquer engenheiro ou técnico
e, desta forma, possam utilizá-los da maneira
operação de instrumentos, e também, base
envolvido em testes e diagnósticos elétricos,
mais segura possível. Face a essa necessidade,
teórica, visando uma utilização segura, correta
desde o seu planejamento até a execução e
segundo Strauß, para a Omicron, é de extrema
e completa dos produtos. “Esta capacitação
análise. “Usuários de equipamentos Omicron
importância que seus usuários saibam operar
técnica é parte fundamental na experiência
podem conhecer nossas técnicas de teste
seus instrumentos corretamente, visando o
Omicron que proporcionamos a nível global.
e / ou aprimorar seus conhecimentos. Na
melhor aproveitamento do instrumento e correta
O objetivo é disponibilizar ao nosso cliente
realidade, não é incomum um profissional, antes
avaliação dos ativos testados.
brasileiro o mesmo tratamento que ofertamos
de adquirir nossos produtos, participarem de
mundialmente”, destaca.
nossos treinamentos para não apenas entender
da Omicron não consistem somente em
No local, são ministrados treinamentos
melhor a aplicação, como também verificar os
treinamentos dos equipamentos produzidos
teóricos e práticos de todos os produtos
recursos do equipamento e estarem seguros
pela empresa, mas também de toda a teoria e
comercializados pela Omicron, nas áreas de
de que o mesmo atenda às expectativas”, relata
base de conhecimento envolvido no sistema
proteção de sistemas elétricos, subestações
Strauß.
elétrico.
Ele explica ainda que a empresa sempre
É importante salientar que os treinamentos
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
De acordo com Strauß, 100% dos clientes
que adquirem um equipamento da Omicron pela primeira vez solicitam um treinamento junto com a aquisição. Clientes existentes também requerem treinamento quando existe alguma mudança na equipe de teste, ou então quando um novo acessório que permite testes adicionais é lançado no mercado. “Somente no Brasil, entre 2018 e 2019, foram ministrados mais de 60 treinamentos e a expectativa da Omicron é o compartilhamento de tecnologia, conhecimento e atender às expectativas e necessidades de nosso mercado, de nossos usuários, tornando-os cada vez mais experientes e com avançados conhecimentos no sistema elétrico de potência, capacitando-os a resolver os problemas do dia a dia”, afirma.
A Omicron Academy está presente em
todos os países com presença direta da empresa na Alemanha, Austrália, Áustria, Barein, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, EUA, França, Índia, México, Polônia e Reino Unido.
A Omicron é especialista nos setores de
testes elétricos de ativos subestações de alta tensão, como transformadores de potência, transformadores de corrente, transformadores de potencial, disjuntores e subestações GIS, testes em linhas de transmissão, testes em sistemas de aterramento, testes em cabos de média e alta tensão, testes de sistemas de proteção elétrica, testes de subestações digitais, e monitoramento contínuo de descargas parciais em maquinas rotativas (geradores e motores), transformadores, e cabos elétricos. Possui 24 filiais espalhadas por cinco continentes. Ainda não possui nenhuma filial na África, porém, está em seus planos. Está presente em 18 países, contando com operação própria (presença direta), assim como em outros mais de 70 países por meio de distribuidores, ou parceiros comerciais.
Anualmente, a Omicron investe em torno de
15% do seu faturamento global em pesquisa e desenvolvimento, além de aperfeiçoamento dos produtos existentes. Sua sede fica localizada na cidade de Klaus, no distrito de Vorarlberg, na Áustria.
17
Painel de produtos
18
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
COMSOL lança a versão 5.5 do COMSOL Multiphysics® www.br.comsol.com
A COMSOL, empresa especializada no
fornecimento de soluções de software para modelagem multifísica, simulação e implantação de aplicativos, anuncia a mais recente versão do seu software COMSOL Multiphysics®. Na versão 5.5, o Design Module disponibiliza uma ferramenta inteiramente nova para desenhos 2D com cotas e restrições dimensionais que facilita a criação de geometrias e torna o controle paramétrico dos modelos geométricos mais versátil. Solvers novos e atualizados tornam mais rápidas uma grande variedade de simulações. Dois novos produtos complementares, o Porous Media Flow Module e o Metal Processing Module, ampliam ainda mais o poder de modelagem multifísica da linha de produtos. Imagem do software COMSOL Multiphysics® fornecida como cortesia pela COMSOL.
Luminárias inteligentes KLED KIK BOX da KDL Iluminação www.kdliluminacao.com.br
As luminárias lineares modulares KLED-
KIK-BOX foram desenvolvidas pela KDL. Com iluminação intensa a 120°, fornecem assim, grande quantidade de luz bem distribuída em grandes áreas, iluminam e valorizam ambientes, com economia e eficiência. Para a iluminação de prédios cobertos de estrutura avantajada de quatro a 12 metros de altura, como galpões, supermercados, indústrias, logística, shopping centers, ginásios de esportes, estações rodoviárias. Resistentes e econômicas, são ótimas substitutas para luminárias de lâmpadas de descarga e incandescentes, com expressivo aumento dos níveis de iluminamento e com excelente IRC >75%.
Linha de tecidos UltraSoft® da Westex by Milliken www.idealwork.com.br
A linha de tecidos UltraSoft® foi concebida para proporcionar
conforto e segurança, sendo criada a partir de uma mescla de 88% algodão e 12% de fio de nylon de alta resistência, o que garante uma durabilidade superior e conforto inigualável. Este tecido foi desenvolvido combinando a excelente resistência à abrasão oferecida pelo nylon com a inigualável maciez do algodão em contato com a pele.
A resistência à chama por toda a vida útil da vestimenta é
garantida para os tecidos UltraSoft® tanto em condições de lavagem doméstica quanto em processos de lavagem industrial. O produto é recomendado para proteção a riscos de arco elétrico, fogo repentino, respingos de metais ferrosos e trabalhos de solda. A Ideal Work é um confeccionista de vestimentas homologado pela Westex by Milliken, fabricante do UltraSoft®.
INDÚSTRIA 4.0 E A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
16
Carlos Boechat Capítulo I – Indústria 4.0: A Quarta Revolução Industrial
SEGURANÇA EM ELETRICIDADE
20
Aguinaldo Bizzo de Almeida Capítulo I – Análise do novo texto da NR10 em consulta pública
Inovação em Distribuição de Energia – DIGITALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCARBONIZAÇÃO
24
Marco Delgado Capítulo I – O Estado de Arte dos Recursos Energéticos Distribuídos - Prólogo - Geração Distribuída - Armazenamento Distribuído - Veículos Elétricos - Resposta da Demanda
Fascículos
Apoio:
Apoio:
Fascículo
Por Carlos Boechat*
Capítulo I Indústria 4.0 – A Quarta Revolução Industrial https://pixabay.com/pt/
Indústria 4.0 e a Transformação Digital
20
Há alguns anos, vive-se a Quarta
e Infraestrutura. Nos próximos fascículos,
Revolução Industrial, a era da Reinvenção
serão convidados uma série de especialistas
A Indústria 4.0 possui várias tecnologias,
Digital da Indústria. Se a sua origem se deu
em Indústria 4.0 para compartilharem o
como IoT, Big Data, Inteligência Artificial,
na Alemanha, hoje, está em vários lugares do
conhecimento e experiência no tema.
Cloud, Manutenção Preditiva, Cybersecurity,
mundo, e cada vez mais no Brasil. Nesse ano, na revista O Setor Elétrico,
Em termos de segmentos, serão explorados (Geração,
e Virtual, Robótica Colaborativa, Machine
Transmissão e Distribuição); Renováveis
Learning, Digital Twin, Analytics, Blockchain,
4.0 que abordarão o tema aplicado a vários
(Eólica e Solar); Indústrias Automotiva,
entre outras. Estamos na era da conectividade,
setores, dentre os quais, terão destaque:
Farmacêutica,
Alimentos
onde máquinas se tornam cada vez mais
Utilities,
Manufatura,
e Bebidas, Bens de Consumo, Mineração,
inteligentes e trabalham colaborativamente
Indústrias de Processo, Construção Civil
Siderurgia, Cimento, Papel e Celulose,
com o ser humano.
de
de
Energia
Manufatura Aditiva, Realidade Aumentada
haverá 08 (oito) fascículos sobre Indústria
Indústrias
Concessionárias
Química; Portos; Aeroportos; entre outros.
Agronegócios,
21
Apoio:
Embora estejamos na Quarta Revolução Industrial, ao visitar diversas indústrias, observa-se que várias ainda não aderiram à Terceira Revolução Industrial e estão tendo que correr atrás do prejuízo. Infelizmente, um cenário comum em uma indústria é observar a Manufatura possuindo em seu chão de fábrica diversas máquinas, como ilhas sem conexão, onde as informações estão em papel ou planilhas, e a diretoria não recebe a informação correta, confiável e em tempo real para a tomada de decisões. Espera-se que a Digitalização da Operação/Manufatura seja algo a se avançar nas indústrias brasileiras nesse e nos próximos anos. O caminho indicado não é pela tecnologia em si, mas sim, dos problemas de negócios. Por isso, é importante saberem os desafios de determinado segmento e indústria para, a partir daí, construírem uma solução que provavelmente abrangerá uma ou mais tecnologias citadas acima. Quando se analisa detalhadamente a cadeia de valor de determinada companhia, observam-se ainda mais oportunidades oferecidas por tecnologias digitais. Principalmente em médias e grandes indústrias, identifica-se algumas vezes a existência de um Roadmap de Transformação Digital, o que é um passo muito importante. Alguns chegam a comentar que quem não tem um plano, ainda não iniciou sua jornada. Aqueles que optam por esse caminho, certamente, ganham em termos de governança, alinhamento estratégico e melhor priorização dos recursos e projetos da companhia. Porém, a realidade no Brasil é que várias empresas ainda não possuem o seu Roadmap de Transformação Digital e, com isso, observa-se uma série de iniciativas, PoCs (provas de conceito), sem a devida organização / gestão e, principalmente, sem o retorno financeiro para a companhia. É comum ouvir de alguns CEOs a seguinte frase: “Não quero mais saber de PoC; agora, quero projeto com retorno de investimento para a companhia”. Já outros, incentivam PoCs e acreditam que se uma vingar, pagará o investimento de várias. A implementação de tecnologias digitais pode representar uma janela de oportunidades para as empresas brasileiras, à medida que possibilita a aceleração do crescimento e diminui a lacuna existente com outros mercados. Aquela fase de conhecer sobre Indústria 4.0 e fazer alguns testes, já passou; agora, as organizações querem saber, de fato, como os seus problemas serão resolvidos, com que tipo de solução e tecnologia, com o devido payback. Esperam-se resultados como redução de
PNGFuel
custos, economia de energia e água, aumento de produtividade,
Fascículo
Christoph Roser at AllAboutLean
Apoio:
Indústria 4.0 e a Transformação Digital
22
melhoria nos índices de manutenção,
nos últimos anos o seu foco de hardware para
e competitividade das indústrias nacionais.
flexibilidade fabril, segurança, otimização
software e, em vários casos, na modalidade
Para isso, certamente, deverá procurar
de processos e sistemas, simplificação das
de serviços, o famoso as-a-service.
mecanismos para viabilizar a aceleração
operações, aumento de receitas, melhoria
Integradores de sistemas tentam se
na experiência do cliente, aceleração no
reinventar, especialmente, com o foco na
quais sejam os próximos governos federais,
processo de tomada de decisão.
convergência IT/OT, ou seja, o mundo de
estaduais e municipais, todos deverão ter o
nas
indústrias.
Independentemente
de
Muitas empresas ainda são cautelosas
Tecnologia da Informação com o de Operações.
tema em pauta como um dos focos na agenda.
e desconfiadas quando se trata deste tipo
Fabricantes de painéis elétricos buscam
Alguns desafios foram citados acima,
de investimento. Há poucas companhias
agregar alguns serviços e tecnologias nos seus
mas pode-se ter a certeza de que existem
brasileiras que estão realmente inovando
produtos, como por exemplo, alguns já possuem
outros vários e para cada setor. O fato é que
em escala, com modelos de negócios
os eletrocentros inteligentes que poderão ser
a Indústria 4.0 trouxe um componente que
impulsionados
É
totalmente conectados e, dentre exemplo
vai além das tecnologias, que é a criação dos
importante comentar que cada empresa
de tecnologias, poderá haver a Realidade
novos modelos de negócios. A disrupção
possui a sua realidade e necessidade. A
Aumentada para a equipe de Manutenção.
é algo presente nessa Quarta Revolução
pela
digitalização.
dúvida não é se determinada será digital,
Distribuidores de materiais elétricos
Industrial. Fornecedores de soluções têm
mas sim, quando será digital. Executivos
também estão no momento de repensar o seu
trabalhado em modelos de OPEX ao invés
se questionam e se preocupam sobre
business. Talvez como agregar serviços no
de CAPEX, com a solução as-a-service, seja
como adotar de forma eficiente as novas
seu negócio e como melhorar a experiência
por aluguel ou leasing, como por exemplo,
tecnologias. Uma questão é qual percentual
do cliente através da digitalização.
no caso de cobots (robôs colaborativos).
da receita você reserva para Inovação?
Agora, pensem nas instituições de ensino
A convergência IT/OT é algo que está
E qual percentual você reserva para a
que estão tendo que lançar novas grades
sendo cada vez mais tratado nas organizações.
Transformação Digital?
curriculares, cursos técnicos, superiores,
Antigamente,
via-se
departamentos
As Consultorias se oferecem a apoiar
pós-graduações e MBAs, envolvendo temas
de Tecnologia da Informação que não
na construção dessa jornada, colocando
de Indústria 4.0 e Transformação Digital.
tinham interação quase que nenhuma com
à disposição seus times de estratégia
É um grande desafio, mas também uma
departamentos de Engenharia, Manutenção
e consultoria, bem como auxiliar na
excelente oportunidade.
e Operação. Em alguns casos, até existia
construção dos businesses cases.
O governo, por sua vez, sem entrar no
uma certa diferença em algumas empresas,
Já algumas gigantes multinacionais
mérito da velocidade, tem lançado programas
onde uns criticavam o trabalho dos outros.
direcionaram todo o seu foco para Cloud
e se movimentado para apoiar, facilitar e
Já recentemente, observa-se uma mudança
nesse momento.
engajar o tema de Indústria 4.0, pois sabe da
nesse aspecto. Algumas empresas criaram
importância que é para a economia brasileira
grupos de trabalho para serem responsáveis
E muitos fabricantes tiveram que alterar
Apoio:
23
Apoio:
Indústria 4.0 e a Transformação Digital
24
pelo tema Indústria 4.0 ou Transformação Digital, no qual participam profissionais de Tecnologia da Informação, Planejamento Estratégico, Diretoria Industrial ou de Operações,
Engenharia,
Automação,
Manutenção, Finanças, entre outros. Se em algumas companhias temos a formação de grupo de trabalho, em outras, já vemos mudança no organograma da organização, tendo, por exemplo, em uma grande Siderúrgica um Diretoria de Tecnologia, Inovação e Engenharia, abraçando, nesse caso, toda a área de TI e TA, dentre outras. Essa disputa de TI com TA ainda é acirrada em muitas companhias e não se sabe ao certo quem levará a melhor nessa. Existem situações onde a equipe de Engenharia de Automação já responde a um CIO, assim como há cenários contrários a esse, tendo a Engenharia com uma força
por um período dentro da sua especialidade?
Transformação Cultural facilitam muito a
maior na organização.
São inúmeras as questões que devem ser
inserção da Transformação Digital e Indústria
feitas nesse momento.
4.0. Os profissionais ficam mais receptivos a
Independentemente de como seja o organograma, é fato que os profissionais
Para aqueles que estão para ingressar no
dessas áreas precisam se reinventar. A
colégio técnico ou na faculdade, sugere-se
Indústria 4.0 traz com ela a geração de
levar em conta esses aspectos para um
Pequenas e médias empresas também
novas profissões, assim como a eliminação
exercício de futurologia. Isso também é bem
têm se interessado pelo tema Indústria
de outras. Uma profissão do momento é
válido para os profissionais que desejam
4.0 e buscado pelo conhecimento e apoio
o de Cientista de Dados. Uma vez que há
buscar uma nova profissão.
para inserção. O Sebrae e Senai têm tido
iniciar uma jornada para o novo.
a conectividade e as informações chegam
Iniciar a Jornada de Indústria 4.0 em uma
papel importante nesse momento e, em
em grande volume para tomada de decisão
companhia requer olhares para os processos,
um dos fascículos, haverá especialistas
em tempo real, faz-se necessária a análise
tecnologias e, principalmente, pessoas. Diante
compartilhando o conhecimento aqui na
avançada dos dados.
disso, algumas empresas optam por iniciar
revista O Setor Elétrico.
Para o profissional de elétrica e/
essa jornada através de uma Transformação
O universo de startups relacionadas com
novas
Cultural na organização. Paradigmas tem de
o tema Indústria 4.0 tem crescido no Brasil.
habilidades e conhecimentos. Se antes o
ser quebrados, novos formatos de trabalho
Existem alguns polos nos estados de São
foco eram as máquinas e equipamentos
são necessários, o ágil deverá estar presente
Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná,
com seus respectivos hardwares, agora,
em muitos momentos e a colaboração é cada
Pernambuco, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro,
tem-se importância a análise dos dados
vez mais importante. E é nesse momento que
entre outros, nos quais encontram-se
gerados por aquelas máquinas através de
se sobressaem aqueles que possuem uma
startups atuantes em Indústria 4.0, provendo
softwares. Ao mesmo tempo que é um
boa flexibilidade para mudanças, pois o seu
soluções para diversos setores e segmentos.
ponto de preocupação, se tem outro de boa
trabalho poderá ser totalmente transformado.
Grandes ecossistemas têm sido gerados
oportunidade. Como o mercado ainda não é
Aquilo que era um grande diferencial
nesses locais com participação de startups,
tão maduro no Brasil, existe um importante
seu na empresa e no mercado, pode não
indústrias,
espaço no qual o profissional pode se destacar.
ser mais nesse momento. Mas a boa notícia
Empreender é sempre um desafio e, nessa
ou
Fascículo
mudanças, desejam mais inovação e topam
automação,
já
se
exigem
consultorias
e
fabricantes.
Algo a se considerar sobre o profissional
é que independente do momento e fase de
área, em especial, é uma boa alternativa e
do futuro e o futuro profissional, é a mudança
vida, o ser humano pode se reinventar e criar
oportunidade para aqueles que buscam ter
no modelo de trabalho. Será que no futuro
habilidades. Essa é, para muitos, uma das
o próprio negócio. Há a possibilidade de se
haverá tais profissões? Como será o regime
graças da vida.
construir algo relevante em Indústria 4.0
de contratação? Cada um prestará serviço
As
empresas
que
praticam
a
para as empresas, onde embora o número
25
Apoio:
de startups tenham crescido, existe amplo
líderes e executivos.
Siderurgia, Cimento, Alimentos e Bebidas,
espaço para novas startups. Não é fácil
Espera-se que ao longo dos 08 (oito)
desenvolver produtos e serviços inovadores.
fascículos de Indústria 4.0 da revista O
Infraestrutura, Farmacêutico, Agronegócios,
Pensem, por exemplo, em algo que resolverá
Setor Elétrico, todos possam conhecer mais
Portos, Aeroportos, entre outros).
um problema em determinado setor ou
e se interessar pelo tema. É um momento
segmento, no qual é possível construir uma
de
das empresas Logix, LX, Win e a startup
solução que preferencialmente possa ter o
que todos possam incentivar a inserção,
Manage Energy. Em quatro anos, chegou a 40
envolvimento de software, seja digital e, se
aplicabilidade e escala em suas companhias.
milhões de negócios com 150 colaboradores
possível, possa-se comercializar as-a-service.
Isso será fundamental para a melhoria da
em 2017, ano esse em que foi sacramentada
competitividade da indústria brasileira, bem
a venda das companhias para a Cast group,
como até mesmo para a sua sobrevivência.
onde se tornou o diretor executivo do setor
Sabendo
do
crescimento
do
empreendedorismo no Brasil e vendo profissionais
migrarem
para
disseminar
o
conhecimento
para
startups,
Bens de Consumo, Automotivo, Saneamento,
Foi um dos fundadores e diretor comercial
privado responsável pela Unidade de Negócios
grandes empresas têm incentivado o
*Carlos Boechat é engenheiro eletricista-
de Indústria 4.0, IoT, Automação e Energia.
intraempreendedorismo nas organizações,
eletrônico e de Telecomunicações com
Entusiasta da Indústria 4.0 e especialista
permitindo o uso da criatividade e a
habilitação em Automação pela PUC
em Transformação Digital nas Indústrias,
“aceitação do erro”. Isso é algo bem recente
Minas. Possui MBA em Gestão Comercial
Boechat trabalha como Senior Manager na
e que talvez muitos possam achar que é
pela FGV, com extensão internacional na
Accenture Industry X.0 Latam, onde contribui
distante da realidade da empresa em que
OHIO University em Liderança Estratégica
para a expansão dos negócios da companhia,
trabalhe. Mas acredite, as empresas terão
de Negócios. Atualmente, é mestrando de
bem como visa apoiar a empresa na área de
que aderir cada vez mais esse tema, tanto
disciplinas de Administração com foco em
Indústria 4.0. Atualmente, dedica boa parte
para conseguir atrair quanto para reter
Estratégia e Liderança na Fundação Dom
do seu tempo a apoiar pessoas e empresas
profissionais. A capacitação e/ou treinamento
Cabral. Possui experiências em multinacionais
na Indústria 4.0 e Transformação Digital, e é
da força de trabalho é uma pauta que tem de
como Siemens, Omron e GE, com atuação
responsável pelos fascículos sobre o tema
estar sempre ativa na agenda dos grandes
em diversos segmentos (Energia, Mineração,
Indústria 4.0 para a revista O Setor Elétrico.
Apoio:
Fascículo
Segurança em Eletricidade
26
Por Aguinaldo Bizzo de Almeida*
Capítulo I Análise do novo texto da NR10 em consulta pública Ocorreu em janeiro 2020 a publicação
intrínseca, explicita o foco nas “instalações
trabalhadores expostos aos fatores de riscos
para consulta pública do “novo” texto da
elétricas”, onde veremos adiante que o
decorrentes do emprego da energia elétrica,
NR10 – Segurança em Instalações Elétricas
texto traz critérios técnicos específicos
observando as prescrições do Programa de
e Serviços com Eletricidade, sendo que essa
para medidas de
Gerenciamento de Riscos (PGR).
consulta pública será, em princípio, por
elétricos atrelados às instalações elétricas,
O item acima trata-se de uma mudança
30 dias, e, após isso, será constituído na
que entendo ser oportuno, uma vez que a
estrutural considerando o texto atual, e,
Comissão Tripartite Paritária Permanente
concepção de Segurança tem como pilar
com certeza, suscitará dúvidas de como
(CTPP), o Grupo Técnico Tripartite (GTT).
estrutural a
fazer, como estruturar etc., sendo que, de
Considerando o cronograma previsto,
elétricas seguras desde a fase de projeto.
controle de riscos
construção de instalações
uma forma geral, tem interface direta com o
terão três meses para avaliação da consulta
Ressalta-se a interface da NR10 com
Prontuário das Instalações Elétricas (PIE).
pública e estruturação do texto final da
o Programa de Gerenciamento de Riscos
Posteriormente em outro artigo, trataremos
NR10. Assim, caso isso ocorra, a previsão
(PGR), estabelecido na NR1, onde o
especificamente sobre o mesmo.
é de que em junho de 2020, na reunião da
Programa de Gerenciamento de Riscos,
CTPP, tenha-se o texto homologado.
Assim,
em
resumo,
de
forma
que dispõe a respeito dos requisitos gerais
intrínseca, a NR10 está inserida no tópico
Dessa forma, o objetivo deste artigo é
para as ações de prevenção e gerenciamento
Gerenciamento de Riscos Ocupacionais,
fazer uma avaliação “em gênero” do texto
de riscos no ambiente de trabalho, onde
constante da NR1 no Programa de
proposto pelo governo face às principais
define que “As ações de prevenção em
Gerenciamento de Riscos (PGR).
alterações promovidas em relação ao texto
SST devem constituir um Programa de
Com foco na NR10, destaca-se a
em vigor.
Gerenciamento de Riscos (PGR) podendo
estrutura do GRO, onde teremos três
A última revisão da NR10 ocorreu
estar contempladas em planos, programas
macroprocessos: Identificação de Perigos,
em 205, ou seja, há 15 anos e, dessa
e sistemas de gestão desde que fique
Avaliação de Riscos e Controle de Riscos,
forma, a atualização da mesma é uma
demonstrado o atendimento aos preceitos
e no PGR, teremos o Inventário de Riscos
situação necessária, visto a necessidade de
e exigências previstos legalmente”; assim,
e o Plano de Ação. Assim, quando houver
harmonização com Normas Internacionais
o atendimento à NR10 de forma intrínseca
a exposição de trabalhadores a “fatores de
e com Normas Técnicas nacionais, e,
deve ser contextualizada com a NR1,
riscos “decorrentes do emprego da energia
promovendo, inclusive, a adequação de
conforme evidenciado de forma clara
elétrica”, deverá ser aplicada a NR1.
quesitos técnicos vulneráveis e/ou ausentes
no texto proposto: 10.1.1 Esta Norma
no texto em vigor.
estabelece
os
requisitos
e
A NR10 apresenta uma nova estrutura,
condições
buscando-se uma lógica para interpretação
Primeiramente, destaca-se a mudança
mínimas objetivando a implementação de
e aplicação, onde a estrutura anterior
no título da mesma, inserindo-se Segurança
medidas de controle e sistemas preventivos,
foi estratificada e complementada com
em Instalações Elétricas..., ou seja, de forma
de forma a garantir a segurança e a saúde dos
novos quesitos em harmonia com a NR1.
27
Apoio:
Assim, em gênero, temos: objetivo, campo
No campo de aplicação, explicita a
de aplicação, medidas de prevenção,
abrangência quanto à Geração, Transmissão
eliminação do fator de risco, adoção de
e “consumo das diversas fontes de energia
medidas de controle coletivas, adoção de
elétrica”. Cita, além da Baixa e Alta
medidas administrativas e da organização,
Tensão,
Habilitação, Qualificação e Capacitação,
36,2kv) com o proposito de harmonização
Treinamentos dos Trabalhadores e a
com as Normas ABNT (especialmente, a
Autorização dos Trabalhadores, e depois,
NBR14039), uma vez que o termo Média
o emprego da Medida de Proteção
Tensão é padronizado internacionalmente e
Individual. Em seguida, tópicos voltados
predominante no segmento industrial, onde
para procedimentos e gestão das instalações
são realizadas atividades cotidianas, como
elétricas com Segurança nas Etapas de
por exemplo, manobras em disjuntores
Projeto, Construção, Montagem, Operação
(vide Figura 1). Entretanto, o uso do termo
e Manutenção, Segurança em Instalações
MT no texto basicamente se resume a esse
“Trabalho
Elétricas Desenergizadas, Segurança em
item; assim, é necessário avaliar-se possível
NR10” em item especifico, onde, de forma
Instalações Elétricas Energizadas e Trabalho
ajuste sobre esse quesito quanto à utilização
clara no próprio texto, define o significado
em Proximidade, Documentação, e, por
do mesmo no corpo da Norma.
desse termo Proximidade conforme NR10:
também a Média Tensão (1 a
Figura 1 – Manobra em MT.
em
Proximidade
conforme
fim, uma alteração significativa: Condições
O texto contempla e evidencia a
quando o trabalhador pode adentrar à zona
ou Situações de Grave e Iminente Risco
aplicação em corrente alternada e corrente
controlada (Anexo II) com parte do seu
(GIR).
contínua, bem como a aplicação em
corpo ou extensão condutora (material que
instalações elétricas de caráter permanente
manipule). Essa condição é fundamental
ou temporário.
ser inserida dessa forma, ou seja, de forma
No item Requisito, como já citado, ocorre a harmonização com o GRO e ao documento do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
alterações
clara, onde fique claro que Trabalho em
“positivas” refere-se à inclusão do tópico
Proximidade independentemente do nível
Uma
das
principais
Apoio:
Segurança em Eletricidade
28
de tensão, sendo que de forma explícita,
contemplando, no mínimo: Nível de
a NR10 equipara esse tipo de trabalho em
Tensão, Nível de Energia incidente, LAS,
proximidade com trabalhos em instalações
EPI obrigatórios.
elétricas. Esse tema será objeto de artigo específico, visto a amplitude e importância
Assim, devido à relevância desse tema,
do tema, principalmente, devido se aplicar
o mesmo será objeto de artigo específico.
dentre outros segmentos, as atividades de
Além dos riscos citados, traz também
telefonia e TV a cabo (vide Figura 2).
riscos referentes à PDA, sobretensões, áreas classificadas (de
muito simples,
que considerando o texto atual, ocorreu um retrocesso, uma vez que riscos adicionais é condição intrínseca e de suma importância para profissionais que atuam no Sistema Elétrico de Potência (SEP), e, dessa forma,
Figura 3 – Atividade em painel de BT.
entendemos ser necessário ratificar sua relevância no texto, atrelado ao PGR.
Vale ressaltar que uma das maiores lacunas
Quanto ao tema áreas classificadas, o
da NR10 vigente é a definição de Distâncias de
texto continua a tratar de forma incipiente,
Segurança sem contemplar o LAS, visto que
sendo que esse tema merece ser mais
“mesmo em distâncias definidas como seguras
explorado, visto a relevância e alto fator de
(ZL – Zona Livre), o trabalhador poderá sofrer
risco nas instalações elétricas.
consequências graves e até fatais em caso de Figura 2 – Atividade de telefonia em “proximidade conforme NR10”.
De uma forma geral, quanto às medidas de controle de riscos elétricos, o texto insere
ocorrência de arco elétrico. Entendo que o tema arco elétrico deve
“medidas de Proteção ao Risco de choque
ser tratado na NR10 com foco “do que
elétrico por contato direto e contato indireto”,
No requisito Medidas de Controle
fazer”, contemplando Normas Técnicas
tendo como base o disposto na NBR5410
ocorre (talvez...) a maior evolução técnica
Estrangeiras e/ou Internacionais, e não
– Instalações Elétricas de Baixa Tensão;
da NR10, onde define a obrigatoriedade
definir “como fazer”; assim, 10.5.2, entendo
entretanto, “são necessários ajustes” para que
de medidas de prevenção contra o risco
que o texto deve atender o que segue:
seja possível o entendimento correto dos
de choque elétrico e “arco elétrico”, sendo
A organização deve adotar medidas
conceitos abordados, bem como possível
esse último a maior lacuna do texto vigente,
de proteção ao risco de arco elétrico, em
inserção de quesitos não contemplados, uma
visto que trata-se de um fator de risco
conformidade com o PGR, contemplando,
vez que, caso realmente opte-se por descrever
intrínseco às atividades de manutenção de
no mínimo :
na NR10 “o como fazer”, e não manter-se o
instalações elétricas em todos os segmentos
Fascículo
forma
merecendo ajustes), e Riscos Adicionais,
conceito do “o que fazer”, torna-se necessária
(vide Figura 3 – Atividade em BT), sendo,
a) Análise da Probabilidade de ocorrência
uma abordagem mais ampla, como por
inclusive, o principal índice de acidentes
de arco elétrico nas instalações elétricas e
exemplo: Proteção adicional, locais especiais,
graves
atividades desenvolvidas;
aplicação da Extra Baixa Tensão (EBT) etc.
elétricas no segmento industrial, e o texto
b) Cálculo do nível de energia incidente
Esse tema será abordado em artigo específico.
vigente e “pobre” sobre esse fator de risco,
através de metodologias reconhecidas e
Nas Medidas Administrativas e da
sendo tratado em evidência quando se fala
adequadas aos cenários elétricos existentes;
Organização, traz os requisitos para o
de especificação de EPI. Assim, o novo
c) Determinação do Limite de Aproximação
Processo de Autorização e treinamentos,
texto traz a discussão desse quesito de
Segura (LAS) para proteção aos efeitos do
onde destaca-se a obrigatoriedade “de
suma importância como fator intrínseco
arco elétrico
estágio” para pessoas capacitadas e a
e obrigatório no PGR, e, apesar de forma
d) Adoção de
“simples”, que necessita de ajustes, insere
coletivas,
da carga inicial para cursos de reciclagem
o conceito de Limite de Aproximação
e) Adoção da Proteção Individual quando
(esse item é polêmico e, com certeza,
Segura (LAS) para Arco Elétrico, definido
as medidas de proteção coletiva não forem
será objeto de discussão). Ressalto que “o
obrigatoriamente através do cálculo de
suficientes;
mais importante “em um treinamento de
energia incidente.
f) Adoção de
e/ou fatais em
intervenções
medidas
de
controle
Sinalização adequada
definição de carga horária mínima de 75%
reciclagem de NR10 é garantir que o foco
Apoio:
29
Apoio:
Fascículo
Segurança em Eletricidade
30
do mesmo seja na realidade laboral do
existe são normas técnicas referentes a
trabalhador, considerando as instalações
ensaios..), mudança do Processo de CA –
Introduz requisitos para empresas que
elétricas, medidas de controle adotadas,
Certificado de Aprovação, onde apesar de
possuam fontes próprias de energia, algo
procedimentos etc., e que obrigatoriamente
insuficiente, definiam critérios técnicos
comum atualmente.
ocorra “parte prática em cenários elétricos”.
mínimos para esses EPIs, e, agora, os
Assim, é fundamental que a NR10 defina
profissionais do SESMT e outros que sejam
específico para documentação; entretanto,
com clareza “os métodos admissíveis” para
responsáveis pela especificação desse EPI
entendo ser insuficiente para evidenciar-se
ministrar o curso em complemento à NR1.
ficarão sem “referências técnicas” para
as prescrições estabelecidas pela Norma.
No Requisito EPI, as principais alterações
subsidiá-los, sendo que a responsabilidade é
Mantido o Prontuário das Instalações
referem-se à proibição do uso compartilhado
muito grande, uma vez que a adoção do EPI
Elétricas (PIE), com interface direta com o
de EPI, sendo que esse item traz impacto
é a última barreira de proteção estabelecia
PGR, sendo que entendo que o mesmo deve
direto
pela Legislação.
minimamente contemplar os requisitos
para
alguns
procedimentos
praticados, especialmente, em indústrias,
Ainda,
predominam
dúvidas
em
predominam interpretações errôneas.
Cria,
oportunamente,
um
tópico
estabelecidos no novo texto, por exemplo:
no uso de Vestimentas FR de Risco 4
todos os personagens que atuam na
10.14.2 Os estabelecimentos com carga
(mínimo de 40 cal/cm2) e luvas isolantes de
especificação técnica dos EPIs, inclusive,
instalada superior a 75kW devem constituir
borracha classe 2 (15kv), conforme mostra a
a fiscalização quanto às situações, por
e manter o Prontuário de Instalações
Figura 4, visto que esses EPIs normalmente
exemplo, não é necessária a proteção da
Elétricas,
“compõem um kit” de manobra em salas
face para o arco elétrico, principalmente,
documento digitalizado, contendo, além do
elétricas, utilizados esporadicamente pelos
em concessionárias de transmissão e
disposto no subitem 10.14.1, no mínimo:
profissionais autorizados que venham a
distribuição de energia elétrica, criando-se
executar manobras quando necessário.
situações que comprometem a todos,
a) Memorial descritivo das instalações
inclusive, os profissionais autorizados.
elétricas;
Assim, e fundamental que tenhamos uma
b) conjunto de procedimentos e instruções
legislação que esclareça requisitos de
técnicas e administrativas de segurança e
“especificação, ensaios e uso desses EPIs,
saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e
além de garantir minimamente a proteção
descrição das medidas de controle existentes
efetiva dos trabalhadores expostos ao risco
para riscos de choque elétrico e arco elétrico;
de arco elétrico, uma vez que predominam
b) documentação das inspeções e medições
EPIs que devido à “vulnerabilidade
da proteção contra descargas atmosféricas e
Figura 4 – Vestimenta para proteção arco elétrico Risco 4.
Outro item de suma importância é a
do
com
possibilidade
de
ser
processo de fiscalização“, não permitem
aterramentos elétricos;
atestar a real eficácia em caso de acidente.
c)
Entendo ser oportuno utilizar como
de proteção coletiva e individual e o
referências técnicas as Normas NFPA70E
ferramental, aplicáveis conforme determina
(para segmento industrial) e as Normas
esta NR;
ANSI C2 – 2012© e OSHA 1910-269©,
d)
específica para sistemas e instalações
qualificação,
caracterizadas como Sistema Elétrico de
autorização
Potência (SEP). Esse tema será objeto de
treinamentos realizados;
artigo futuro.
e) resultados dos testes de isolação elétrica
e
especificação
dos
documentação
comprobatória
habilitação, dos
equipamentos
da
capacitação,
trabalhadores
e
dos
Em relação aos ensaios em ferramentas
realizados em equipamentos, ferramentas,
equipamentos,
dispositivos, equipamentos de proteção
basicamente
foram
criação do Anexo IV – Vestimentas FR,
mantidos os critérios do texto atual, sendo
individual e coletivo;
que ainda não foi escrito, e, mesmo assim,
que cabem ajustes quanto à rastreabilidade
f)
tem sido objeto de discussões quanto à real
e tempo obrigatório para os ensaios,
materiais elétricos em áreas classificadas.
necessidade de existência na NR10.
principalmente, para ferramentas de BT.
certificações
dos
equipamentos
e
Entendo ser fundamental a manutenção
O processo de desenergização sofreu
Mantém a obrigatoriedade do Relatório
desse Anexo IV na NR10, onde, de forma
algumas alterações, que serão abordadas
Técnico das Instalações Elétricas (RTI),
objetiva,
argumentos:
em artigo futuro, visto a interface com
sendo que insere o “inventário das
Inexistência de Norma Técnica Nacional
seguem
alguns
procedimentos de bloqueio, sendo que esse
Instalações Elétricas”. Quanto ao RTI, é
sobre Requisitos dessa Vestimenta (o que
tema merece ser esclarecido, uma vez que
fundamental que o mesmo contemple a
31
Apoio:
avaliação sistêmica dos itens referentes à
à proteção contra choques elétricos,
fundamental ressaltar a necessidade de o
Gestão do PIE, e, de forma específica, as
queimaduras e outros riscos adicionais;
Curso Complementar ser direcionado à
características das instalações elétricas no
(210.034-7/I-1)
realidade laboral da empresa, uma vez que
inventário das instalações elétricas. Esse
b) indicação de posição dos dispositivos
predominam “programas genéricos” com fins
tema será tratado em artigo futuro.
de manobra dos circuitos elétricos: (Verde
comerciais que não atendem o objetivo da
Ressalta-se que os documentos do PIE
– “D”, desligado e Vermelho – “L”, ligado);
Norma, e isso vale também para Cursos Básico
obrigatoriamente devem ser elaborados por
(210.035-5/I-1)
e de Reciclagem. Ainda, e possível definição
Profissional Legalmente Habilitado na área
c) descrição do sistema de identificação
de programa específico para profissionais da
elétrica em conformidade com o CONFEA/
de circuitos elétricos e equipamentos,
área de Telecom que desenvolvem atividades
CREA.
incluindo dispositivos de manobra, de
específicas na proximidade de redes aéreas de
No requisito Projeto das Instalações
controle, de proteção, de intertravamento,
distribuição de energia elétrica.
Elétricas, entendo que houve um retrocesso
dos condutores e os próprios equipamentos
quanto a alguns quesitos existentes no
e estruturas, definindo como tais indicações
de
texto vigente, especificamente, quanto
devem ser aplicadas fisicamente nos
anteriormente, é necessário inserir o
ao Memorial descritivo do Projeto (item
componentes das instalações; (210.036-3/I-
Limite de aproximação segura (LAS)
10.3.9 vigente da NR10), sendo que alguns
1)
para arco elétrico sob pena de se manter
requisitos mínimos devem ser obrigatórios
d)
e
o erro que existente na norma vigente,
nos projetos e
recomendações
de
restrições
Para
o
Anexo
Segurança,
II
–
conforme
Distâncias já
citado
consequente memorial
advertências quanto ao acesso de pessoas
onde as distâncias de segurança não são
descritivo, em consonância com a própria
aos componentes das instalações; (210.037-
insuficientes e inadequadas.
NR10, especialmente quanto aos riscos
1/I-1)
elétricos existentes e medidas de controle
e) precauções aplicáveis em face das
Vestimentas de Proteção, além do que já
a serem dotadas. Assim, seguem algumas
influências externas; (210.038-0/I-1)
citado anteriormente, é necessário aguardar
sugestões:
f) o princípio funcional dos dispositivos de
o texto a ser escrito.
10.3.2 As instalações elétricas devem
Sobre o Anexo III, Especificação de
proteção, constantes do projeto, destinados
Destaca-se positivamente a atenção desta
ser executadas a partir de projeto elétrico
à segurança das pessoas; (210.039-8/I-1)
nova versão na manutenção da hierarquia
específico que assegure condições de
g) descrição da compatibilidade dos
de controles de riscos que está muito clara,
segurança e saúde dos trabalhadores e
dispositivos de proteção com a instalação
o que já pode ser notada na estrutura do
usuários, e contenha, no mínimo:
elétrica. (210.040-1/I-1).
índice da Norma, priorizando medidas de controle coletivas, medidas de engenharia e
a) plantas;
Um dos itens que mais trará discussões,
procedimentos de trabalho seguros, na busca
com certeza, será o 10.15 – Condições
de um ambiente “eletricamente seguro”, onde
trifilares,
e Situações de Grave e Iminente Risco,
todos os perigos e riscos são eliminados, e
c) Sistema funcional de proteção,
uma vez que o texto proposto empodera
quando não for possível a eliminação adoção
d) Regime de aterramento e do condutor
a fiscalização na medida em que lhe
administrativas e, por último, a proteção
neutro,
permite aplicar interdições ou embargos,
individual.
e) Proteção contra riscos elétricos,
que podem atingir toda a organização,
Ressaltamos que neste artigo foram feitos
f) PDA – Proteção contra Descargas
dispensado o uso da metodologia prevista
comentários de gênero referentes ao texto da
Atmosféricas,
na NR 03 para a imposição de medida de
NR10 em consulta pública, e que, devido à
embargo ou interdição quando constatadas
extensão e complexidade do mesmo, são
equipotencialização
determinadas
situações
necessários vários esclarecimentos; assim,
h) memorial descritivo da instalação e
de Grave e Iminente Risco (GIR), onde
outros artigos serão escritos na sequência,
outros documentos, quando aplicáveis;
destaca-se áreas classificadas e Trabalho
abordando
Individual.
requisitos da nova legislação.
b) esquemas ou diagramas
g)
laudos
de
unifilares e
aterramentos
e
condições
ou
de
forma
estratificada
os
Entendo ser necessário manter no texto
Quanto aos anexos, o Anexo II que
da NR10, o item 10.3.9 da Norma vigente
trata dos Programas dos Cursos Básico, e
*Aguinaldo Bizzo de Almeida é engenheiro
relativo ao memorial descritivo do projeto,
Complementar de NR10, inseriu no curso
eletricista / Segurança do Trabalho; membro do
que deve conter, no mínimo, os seguintes
básico conteúdo técnico especifico para riscos
GT / GTT NR10 (texto vigente); conselheiro do
itens de segurança:
elétricos conforme mudanças na NR10, e no
CREA SP – Câmara Especializada em Engenharia
curso complementar, basicamente, manteve
Elétrica e assessor técnico da Bancada dos
o programa existente, salvo detalhes. É
Trabalhadores no GTT novo texto NR10.
a) especificação das características relativas
Apoio:
Inovação em Distribuição de Energia
32
Por Marco Delgado*
Capítulo I O Estado de Arte dos Recursos Energéticos Distribuídos
Prólogo Foi com satisfação e honra que recebemos o convite da revista
setor elétrico é onerar as tarifas daqueles que não são beneficiados
“O Setor Elétrico” para apresentar, em oito edições, a visão de futuro
diretamente pelos subsídios. Contudo, o efeito secundário, de longo
do segmento de distribuição de energia elétrica, bem como suas
prazo, é apagar a volição da inovação da tecnologia e nos modelos
contribuições que partiram da análise de riscos e de oportunidades
de negócio, pois há tendência de que a criatividade e a energia dos
de forma fundamentada e madura, com base em dados e fatos,
beneficiados sejam drenadas para a manutenção desse status quo,
objetivando evoluir de forma sadia e sustentável e mitigando efeitos
como, lamentavelmente temos visto nos “debates” em redes sociais
colaterais negativos nas dimensões ambiental, social e econômica.
sobre a falaciosa “taxação do sol”. Ou seja, há um resultado nefasto
Em época de avaliações superficiais, em um tom quase proselitista, é que esses espaços para detalhamento e reflexão da imprensa especializada devem ser priorizados e valorizados.
Fascículo
colaterais negativos. O mais transparente e de curto prazo no
conjugando injustiça e ineficiência. A produção que apresentaremos é fruto de Projeto de P&D Cooperado, constituído com recursos da Lei 9.991, regulamentado
Estamos em um contexto de contínuo crescimento das
pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Foi coordenado
demandas e expectativas das pessoas por melhores e mais produtos
e integrado pelo Instituto Abradee da Energia, uma Organização
inovadores dos serviços públicos, bem como inseridos em um forte
Social de Interesse Público e contou com participação de diversos
ambiente de mutação tecnológica. Assim, a inserção de Recursos
pesquisadores nacionais e internacionais, bem como de profissionais
Energéticos Distribuídos é um cenário praticamente inexorável
do setor elétrico brasileiro. Esse projeto, além da produção acadêmica
aos agentes do setor elétrico. Ou seja, por mais paradoxal que se
pertinente, apresentou ao público o livro “Recursos Energéticos
mostre, principalmente quando conjecturamos sobre o futuro, isso
Distribuídos e Suas Potencialidades”, lançado pela editora Synergia,
é praticamente certo!
em 2019, objetivando priorizar a difusão de conteúdo. Será dessa
Não obstante, o que poderá discernir entre um ambiente
sistematização que apresentaremos os oito capítulos nas próximas
de ameaças e de oportunidades será a qualidade e a equidade
edições. O capítulo 1, na sequência desse prólogo, traz o estado da
da regulação técnico-econômica que será estabelecida. A
arte das principais tecnologias que caracterizam o rol dos Recursos
oportunidade, em nossa opinião, não se caracteriza por obtenção
Energéticos Distribuídos (RED). O capítulo 2 tratará dos impactos dos
de condições e regras assimétricas que beneficiam alguns em
RED, enquanto que o capítulo 3 abordará a visão prospectiva. O ciclo
detrimento aos demais usuários dos sistemas elétricos. O caso
evolutivo da participação das fontes renováveis intermitentes e suas
clássico dessa deformação são os subsídios. Se outrora foram
caraterísticas operativas para uma inserção consistente serão objeto
necessários para romper imperfeições de mercado, caso sejam
do capítulo 4. O capítulo 5 abordará as diferentes possibilidades de
postergados desnecessariamente, ocasionarão diversos efeitos
atuação de prosumidores no ambiente de distribuição, com destaque
33
Apoio:
para consumidores de pequeno porte e comercializadores agregadores.
ou autorizados conectados diretamente no sistema elétrico de
As microrredes elétricas e as plantas elétricas virtuais, novos atores
distribuição do comprador, exceto aquela proveniente de: (i)
com relevância no segmento da distribuição, também serão tratados
hidrelétrico com capacidade instalada superior a 30MW; (ii)
naquele capítulo. No capítulo 6, serão apresentadas as oportunidades
termelétricos, inclusive, de cogeração, com eficiência energética
para prosumidores de distintas tipologias, incluindo consumidores
inferior a 75%. (Brasil, 2004) A GD inclui tecnologias diversas,
de pequeno porte, condomínios solar e eólico, edifícios inteligentes,
como, por exemplo:
comercializadores agregadores e modelos de negócio para uma planta geradora virtual. No capítulo 7, será apresentado o agente distribuidor
• Cogeração (a gás natural, diesel etc.);
de energia e seus impactos, desafios e oportunidades frente às fontes
• Geradores de emergência;
renováveis intermitentes e perspectivas de convivência harmoniosa e
• Painéis fotovoltaicos;
dinamizadora de benefícios. Algumas práticas são sugeridas e avaliadas
• Geração eólica de pequeno porte;
à luz da legislação vigente no Brasil. Por fim, no oitavo e último capítulo,
• Pequenas centrais hidrelétricas (PCH).
apresentaremos uma síntese das recomendações gerais, bem como as referências bibliográficas consolidadas de todos os capítulos anteriores.
A partir de estudos realizados pela REN nº 21 (2018), em 2017,
Boa leitura e que esses elementos estimulem a inovação
a capacidade instalada global a partir de fontes renováveis foi de
tecnológica e a modernização dos mercados de energia a benefícios
aproximadamente 2.195GW, sendo que a geração solar e eólica teve
de todos!
o maior crescimento (Figura 1.1).
Os recursos energéticos distribuídos (RED) possuem diferentes
Segundo Research and Markets (2017), prevê-se que o mercado
formatos e já são uma realidade em vários países, inclusive, no Brasil.
da GD crescerá desde o patamar de US$60 bilhões (2017) para
Entre suas diferentes formas, a geração de energia não centralizada
US$103 bilhões (2022). O aumento da capacidade instalada global
é uma delas, sendo acompanhada pelo armazenamento distribuído
e o crescimento do mercado da GD devem-se principalmente à
de energia, os veículos elétricos e a resposta da demanda, neste
queda nos custos dos equipamentos de geração solar, eólica e outras
caso, representada pelas ações de modulação de carga, economia ou
fontes de geração. A adoção de mecanismos de remuneração que
não utilização por parte dos consumidores de energia elétrica. Este
incentivem a geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis
capítulo apresenta os principais conceitos associados às mesmas,
também constitui um importante estímulo para potencializar a
incluindo as diferentes tipologias, vantagens e barreiras para suas
aceitação e a promoção destas formas de geração e o crescimento
efetivas implantações.
do mercado da GD. Entre os mecanismos adotados para alavancar a
1.1. Geração Distribuída
geração de energia a partir de fontes renováveis, destacam-se: • Política de Quota ou Renewable Portfolio Standard (RPS);
Conforme a literatura (Ackermann, Andersson e Söder, 2001),
• Certificados de Energia Renovável ou Renewable Energy
ainda não há consenso sobre a definição de Geração Distribuída.
Certificates (REC);
O Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) define a
• Tarifa Feed-in (FiT);
GD como a geração de energia feita a partir de unidades menores
• Tarifa Net metering.
do que a geração centralizada, de forma que possam ser conectadas em qualquer ponto do sistema elétrico (Dugan e Mcdermott, 2002). O Conseil International des Grands Réseaux Électriques (CIGRÉ) define a GD como aquelas unidades geradoras com capacidade máxima de 50MW a 100MW, geralmente conectadas à rede de distribuição, que não são controladas nem despachadas de forma centralizada, pelo Operador do Sistema de Transmissão (Transmission System Operator – TSO) (CIGRÉ, 1998). A International Energy Agency (IEA) define a GD como unidades de geração cuja instalação esteja nas dependências do consumidor ou em áreas de distribuição da própria concessionária, atendendo diretamente a rede local (IEA, 2002). No Brasil, a definição de GD é feita a partir do art. 14 do Decreto Lei nº 5.163/2004: Considera-se geração distribuída toda a produção de energia elétrica proveniente de agentes concessionários, permissionários
Apoio:
Inovação em Distribuição de Energia
34
A seguir, são descritas a tarifa Feed-in e a tarifa net metering
alterada pela Resolução Normativa Aneel nº 687 (24.11.2015),
(REN 21, 2018), tidas como os mecanismos de incentivo de
quanto com a efetivação dos procedimentos de rede (PRODIST
aplicação mais disseminados:
– Módulo 3). Contudo, o atual modelo regulatório não apresenta uma estrutura de incentivos às concessionárias de distribuição de
• Tarifa Feed-in (FiT): Refere-se ao preço que as concessionárias
energia para promover este tipo de geração.
devem pagar aos produtores de energia com fontes de geração
A criação de novas regulamentações e o aprimoramento da
limpa por kWh produzido. Oferece três principais benefícios: (a)
normatização existente são condicionantes para o desenvolvimento
um pagamento pela energia produzida, mesmo que seja utilizada
do tema e essenciais para que o aumento da penetração de geração
pelo próprio produtor; (b) um pagamento adicional (bônus) pela
distribuída não tenha impactos prejudiciais à rede elétrica e seus
energia exportada à rede; (c) uma redução na conta padrão do
agentes.
produtor de energia, por ter usado sua própria energia gerada
Deve ser lembrado que a REN nº 482/2012 foi uma política de
(Pietruszko, 2006). O período de remuneração em vários países é,
incentivos que visava superar imperfeições de mercado. Por isso, foi
em geral, de 10-20 anos. O pagamento de até 20 anos normalmente
a primeira resolução da Aneel que nasceu com prazo de validade. O
equivale a projetos de energia renovável. Períodos de remuneração
art. 15 estabelece a data de sua revisão, pois a atual regra do sistema
mais longos são geralmente evitados já que podem desincentivar a
de compensação de energia consiste em subsídio cruzado implícito
inovação tecnológica do projeto.
que é pago pelas distribuidoras e pelos demais consumidores por
• Tarifa Net Metering: Esta tarifa consiste na medição do fluxo de
efeito da oneração das tarifas.
energia em uma unidade consumidora dotada de pequena geração através de medidores bidirecionais.
A boa nova é que, nesses últimos sete anos, os ganhos de tecnologia, de escala e de competição tornaram as fontes renováveis, inclusive, a MMGD, sustentáveis economicamente.
Dessa forma, registra-se o valor líquido da energia (net metering) no ponto de conexão.
Os recentes resultados do Leilão de Energia Nova A-4 de 2018 e 2019, bem como as espetaculares Taxas Internas de Retornos dos
Ou seja, se a energia gerada for maior que a carga, o consumidor
empreendimentos da MMGD selam o assunto. Assim, os subsídios
recebe um crédito ou um desconto em energia na próxima fatura.
cumpriram sua missão. É o momento de revisar a REN nº 482/2012
Caso contrário, o consumidor pagará apenas a diferença entre a
para que a MMGD possa se desenvolver de forma sustentável nas
energia consumida e a gerada. Em Zinaman et al. (2017), pode-se
três dimensões: ambiental, econômica e social.
observar o esquema de operação deste mecanismo, seja com um único medidor bidirecional ou dois medidores unidirecionais.
1.2. Armazenamento Distribuído
A política de incentivo mais popular mundialmente é o FiT, sendo empregada em vários países da Europa, em alguns estados
Com a finalidade de utilizar a energia renovável de maneira
dos Estados Unidos, Índia, Japão e na China. Outros países
mais eficiente e viável operacionalmente, frente aos problemas
adotaram combinações de incentivos, como Itália e Grã-Bretanha,
inerentes à sua operação (variabilidade e intermitência na geração,
que utilizam o FiT e o REC (ou Renewable Obligation – RO).
assim como questões de instabilidade na rede elétrica), é comum o
Incentivos Fiscais e o net metering também são muito populares
uso de sistemas de armazenamento de energia (SAE). Esses sistemas
nos Estados Unidos (REN 21, 2018).
são alternativas que contribuem com a qualidade de energia da rede
Buscando uma maior diversificação da matriz elétrica nacional
Fascículo
e se comprometendo com as políticas e acordos do mercado
ao manter a continuidade no fornecimento e serem dispositivos de resposta controlável pelo operador do sistema.
internacional referentes às questões de mudanças climáticas,
Entre as principais aplicações dos SAE estão o suporte a sistemas
economia de baixo carbono e redução da emissão de gases de efeito
de geração renovável; o equilíbrio à curva de carga; o auxílio no
estufa, o governo brasileiro vem estimulando a geração de energia
controle de frequência, com provimento de inércia sintética; a
elétrica através de fontes renováveis, como a solar, a eólica, de
mitigação de flutuações de tensão e melhoria na qualidade de
biomassa e as pequenas centrais hidrelétricas.
energia; além do aumento da confiabilidade de fornecimento.
O maior incentivo é voltado para a geração de energia solar
Hoje em dia, é possível classificar os sistemas de armazenamento
fotovoltaica, através da MicroGD e MiniGD que, em termos de
de energia elétrica de três formas: armazenamento mecânico,
maturidade, estão em níveis mais avançados de desenvolvimento
armazenamento elétrico e armazenamento eletroquímico (Tabela
no País, dentre as tecnologias analisadas neste livro. Além disso, é a
1.1) (ESA, 2018; CGEE, 2017).
que tem se mostrado mais promissora no curto prazo.
No caso do armazenamento mecânico, a tecnologia mais
No Brasil, a regulamentação a respeito da geração distribuída
promissora é a de armazenamento hídrico. Neste contexto, o
tem avançado muito nos últimos anos, tanto com a publicação da
acúmulo de energia pode alcançar patamares bastante elevados,
Resolução Normativa Aneel nº 4825 (17.04.2012), posteriormente
capazes de suprir o déficit de energia elétrica por horas, ou dias, na
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Apoio:
Inovação em Distribuição de Energia
36
falta de uma grande usina hidrelétrica, por exemplo. As tecnologias de armazenamento de natureza elétrica podem ser utilizadas com sistemas de geração de pequeno a grande porte, já que baterias, por exemplo, possuem a qualidade do empilhamento (modularidade). Sistemas eletrônicos e softwares de supervisão e controle de baterias; novos materiais que assegurem a confiabilidade, a durabilidade, a segurança e que minimizem impactos ambientais nos processos de fabricação, operação e descarte, são requisitos fundamentais para a integração de sistemas de armazenamento à respectiva matriz.
Apesar de os sistemas de armazenamento oferecerem várias funções de segurança à rede, existem ainda alguns fatores que limitam o seu crescimento no mercado (Penta SGIII, 2017). A barreira mais significativa para sua implantação é o alto custo de capital, embora algumas implementações recentes indiquem que tais custos venham diminuindo. O mercado dos SAE vem-se desenvolvendo de forma acelerada,
1.3. Veículos Elétricos
ao passo que, a partir de 2006, a potência instalada no mundo quase que triplicou (de 1,4GW em 2006 para 3,8GW em 2015). A
Os veículos elétricos (VE), elementos-chave para a mobilidade
maior parte desse crescimento deve-se aos sistemas de baterias que
elétrica, são definidos como veículos equipados de motores elétricos
aumentaram de 0,6GW para aproximadamente 1,7GW. Na Figura
e baterias. Por utilizarem a energia elétrica como insumo para a
1.2, é possível observar a evolução da capacidade dos sistemas
operação dos sistemas de propulsão, os VE estão intrinsicamente
de armazenamento (baterias) de 2006 até 2016. Nota-se que os
relacionados ao setor elétrico, mais especificamente, aos segmentos
EUA, até 2016, estavam na liderança, seguidos pela Coreia, Japão,
de geração e de distribuição de energia. Decorre daí a relevância
Alemanha, Itália e Chile.
desta temática, fundamentalmente os aspectos associados ao fornecimento de energia elétrica para os veículos e a integração destes com a operação da rede elétrica. A adoção de VE em substituição aos convencionais a combustão tem se expandido de forma sistemática nos principais mercados mundiais, particularmente, nos Estados Unidos, na China e em diversos países europeus. Via de regra, a decisão pela aquisição de um veículo elétrico
Fascículo
tem sido estimulada por incentivos públicos que visam reduzir as emissões de gases de efeito estufa e por pressões locais para a redução das emissões de poluentes em áreas metropolitanas. Dessa forma, os VE podem ter um papel significativo nas ações de contenção das mudanças climáticas e de melhoria da qualidade de As baterias baseadas em íons de lítio são as mais utilizadas, sendo que estas são preferentemente empregadas em veículos elétricos, pelo fato de apresentarem baixa autodescarga e elevada densidade de energia (Vazquez et al., 2010). No caso da Europa, a Itália lidera o mercado em termos de capacidade instalada e planejada de armazenamento eletroquímico (agosto de 2015), seguida pelo Reino Unido e pela Alemanha, com capacidades superiores a 1.000MWh de armazenamento de energia eletroquímica, Tabela 1.2 (BestRes, 2016).
vida nas grandes cidades. Entretanto, para que os benefícios dos VE se convertam efetivamente na redução de emissão de gases, a matriz de geração de energia elétrica deve ter uma participação significativa de fontes com baixo nível de emissões de CO2. Assim, mercados fortemente dependentes, por exemplo, da geração térmica a carvão mineral podem não se mostrar propícios para a disseminação de veículos elétricos. Mesmo nesse contexto, deve-se cotejar o benefício pragmático ao meio ambiente, ocasionado pela substituição dos
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Inovação em Distribuição de Energia
38
ciclos termodinâmicos de baixa eficiência (o ciclo Otto, por exemplo,
Essas questões, inclusive, estão tratadas posteriormente. Além
nos motores dos veículos de passeio, está em torno de 25%) pelos
disso, os mecanismos de RD representam uma fonte potencial
das termelétricas de ciclo combinado (Rankine e Brayton, que
de flexibilidade para o sistema elétrico e podem resultar em
superam os 50%) para atendimento da demanda dos VE.
aumento de carga, redução de carga ou deslocamento temporal
Ainda assim, é igualmente importante o uso de fontes
da carga, conforme ilustrado na Figura 1.3. Apesar de a RD estar
renováveis, como a hidrelétrica, solar, eólica e biomassa, para
normalmente associada à redução de carga, a vasta inserção de
viabilizar e até potencializar os benefícios dos VE. Neste aspecto,
fontes renováveis no sistema tem exigido maior flexibilidade na
o Brasil se encontra em posição privilegiada devido à elevada
operação e, consequentemente, na modulação da demanda nos dois
participação de fontes renováveis na matriz energética. Segundo
sentidos.
dados do Banco de Informações da Geração (BIG) da Aneel, as
Atualmente, existem programas (softwares) capazes de fornecer
fontes renováveis totalizam cerca de 74% da capacidade instalada,
uma ampla gama de serviços segmentados, proporcionando
principalmente devido às fontes hídrica, eólica e biomassa (ANEEL,
benefícios diretos à rede de distribuição, refletindo a transformação
2016a). Além disso, a evolução do crescimento de tais fontes
da RD a fim de reduzir, por exemplo, demanda de pico e outras
aponta para um cenário de baixo nível de carbonização da matriz
variáveis de interesse. Conforme mostrado na Figura 1.3, é possível
elétrica brasileira, tornando o Brasil um ambiente bastante propício
reduzir a demanda de pico, preencher os períodos de baixo consumo
ao desenvolvimento da mobilidade elétrica. Ainda assim, até o
(vales), deslocar a demanda máxima, flexibilizar a curva de carga e
momento, no País, não existem metas definidas para a implantação
aumentar ou reduzir o consumo total.
de VE, como ocorre em vários outros países.
1.4. Resposta da Demanda Nos últimos anos, a resposta da demanda (RD) vem ocupando importante papel em vários mercados de energia no mundo. A RD tem estado significativamente presente no setor para ajudar a garantir o atendimento da demanda por eletricidade com qualidade, confiabilidade e com sustentabilidade ambiental, permitindo que o consumidor se envolva mais ativamente no mercado e participe da integração de sinais de preço no atacado e no varejo. Do ponto de vista mais formal, a resposta do lado da demanda ou RD pode ser definida como “a mudança no uso da energia pelos consumidores finais, alterando seus padrões normais de consumo frente às mudanças no preço da energia” (DOE, 2006). Por sua vez, o conceito correlato de gerenciamento do lado da demanda (GLD) pode ser estabelecido como o processo que visa modificar o comportamento do consumidor através de sinais de preços, incentivos financeiros e ações de conscientização, entre outros
Fascículo
mecanismos, a fim de melhorar a eficiência econômica do mercado, a segurança e adequação do fornecimento de energia. Da mesma forma que a GD, o gerenciamento da demanda cumpre um importante papel na melhora do desempenho do sistema de distribuição, auxiliando na redução da demanda de pico (peak shaving) e na elasticidade da demanda frente a variações na geração (contribuindo para reduzir os requisitos de Reserva de Potência Operativa – RPO). Vale ressaltar que os benefícios da GD não devem ser comparados aos da RD para fins de gerenciamento e planejamento das redes elétricas sem um detalhamento da efetividade. A intermitência da fonte primária da GD não traz o benefício de postergação de investimentos nas redes como a RD. Ademais, a massificação da GD pode impactar os níveis de perdas elétricas, situação que pode ser evitada ou gerenciada na RD.
Outra forma relevante de RD ocorre quando o consumidor utiliza algum tipo de geração própria (geração distribuída, armazenamento ou geração de backup), diminuindo a demanda do sistema. Nesse caso, mesmo que não haja mudança no padrão de consumo, o sistema apresenta uma redução na demanda líquida. A geração distribuída, além de permitir que os consumidores produzam sua própria energia, também pode permitir que o consumidor aja como um prosumidor, vendendo o excedente de energia ao sistema. Sob o aspecto da eficiência econômica, os mecanismos de RD devem permitir que os consumidores respondam com eficiência aos sinais de preços, otimizando o uso dos recursos do sistema, ajudando a reduzir os custos de energia, a volatilidade dos preços e a mitigar o poder de mercado. Na perspectiva da segurança do fornecimento, os mecanismos de RD podem ser implementados para apoiar a integração de nova capacidade de geração renovável,
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Inovação em Distribuição de Energia
40
gerenciar restrições de rede e emergências e fornecer serviços ancilares para manter o equilíbrio e a estabilidade do sistema. Do ponto de vista da adequação da oferta, a redução / deslocamento da demanda de períodos de ponta de carga para períodos fora da ponta de carga permite uma melhor utilização das instalações e o adiamento de novos investimentos em redes (transmissão e distribuição) e usinas, resultando em custos de energia mais baixos para o consumidor. O controle do uso da energia é realizado como uma resposta às mudanças no preço da energia ou quando a confiabilidade do sistema é ameaçada. Basicamente, essa função é executada por quatro agentes (conforme ilustrado na Figura 1.4): de Transmissão Regional (RTO) (Medina et al., 2010). 1. Consumidores de energia que participam do programa de RD, englobando consumidores residenciais, comerciais ou industriais;
A implementação da resposta da demanda tem avançado em
2. Participação de um agregador de RD,9 que é um agente do
grande ritmo na maioria dos países desenvolvidos. Nestes, o preço
segmento de comercialização de energia, com vínculo contratual
é o principal impulsionador da RD, influenciando as decisões não
com seus clientes e para os quais executa o programa de RD (Tabela
apenas para atividades industriais e comerciais, mas também as
1.3);
escolhas dos consumidores residenciais. Ainda assim, muitas são as
3. Presença de um Operador do Sistema de Distribuição (DSO) que
barreiras que dificultam a disseminação dos programas de resposta
controla a rede de distribuição e;
da demanda.
4. Um Operador de Sistema Independente (ISO) ou um Operador
Por hoje, é isso. A análise completa, incluindo as barreiras e suas superações, podem ser encontrada conforme mencionado anteriormente, no livro “Recursos Energéticos Distribuídos e Suas Potencialidades” da editora Synergia. Continuaremos na próxima edição trazendo um extrato do capítulo 2 que versará sobre impactos dos RED, impactos técnicos e econômicos que precisam ser considerados nos processos de operação e planejamento desses sistemas nas redes elétricas. Até lá! *Marco Delgado é engenheiro eletricista com Doutorado em Planejamento Energético pela Coppe / UFRJ. Atualmente, é diretor da
Fascículo
Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).
Renováveis Apoio:
ENERGIAS COMPLEMENTARES
41
Ano 3 - Edição 43 / Janeiro-Fevereiro de 2020
FASCÍCULO
Formas e Tecnologias mais utilizadas para Armazenamento de Energia NOTÍCIAS DE MERCADO COLUNA SOLAR: ENERGIA SOLAR CONQUISTA SEU LUGAR AO SOL COLUNA EÓLICA: OS BONS VENTOS DOS CERTIFICADOS DE ENERGIA RENOVÁVEL CONVERSA COM VINICIUS AYRÃO – INSTALAÇÕES FOTOVOLTAICAS APOIO
Fascículo
Apoio
42
Por Por Gustavo José Luna Filho e Pedro André Carvalho Rosas*
Formas e tecnologias mais utilizadas para armazenamento de energia
Apoio
O presente artigo propõe uma breve revisão atualizada sobre as
principais tecnologias de armazenamento de energia utilizadas no mercado, apresentando algumas tendências.
A natureza intermitente de uma fonte de alimentação fornecida
por fontes renováveis, como a eólica ou a solar, cria a necessidade de maneiras eficientes e escaláveis de armazenar e fornecer energia elétrica. Portanto, quando o vento para de soprar ou o sol para de brilhar, o sistema elétrico ainda pode ser capaz de operar fornecendo um fluxo constante de energia para uso contínuo e ininterrupto. Com isso, o sistema de armazenamento de energia da bateria (BESS) pode ser considerado uma solução essencial para superar as limitações de intermitência das fontes de energia renováveis.
A partir disso, o mercado global de armazenamento de energia está
crescendo rapidamente. As últimas projeções veem o crescimento do setor na ordem de 95 bilhões de dólares até 2025 e o mercado de
armazenamento de energia por bateria deve atingir cerca de 22,2GW
elétricos, onde pode ser adaptada como pequenas baterias de alta
em 2023, com os Estados Unidos respondendo por cerca de 25% da
potência para buffer de energia híbrida, para baterias de média potência
capacidade global. Sendo assim, espera-se que a implantação cresça,
que pode fornecer energia elétrica e buffer em híbridos de plug-in, para
devido a um grande número de países optando pela utilização do
as baterias de alta energia cada vez mais eficazes em veículos somente
armazenamento para apoiar sua transformação no setor energético.
elétricos.
Para isso, quais são as principais tecnologias mais eficazes de
A flexibilidade da tecnologia a tornou essencial no setor de veículos
Nos últimos anos, eles começaram a formar a base dos principais
armazenamento em larga escala em desenvolvimento que expandirão
desenvolvimentos de armazenamento em escala de rede, o maior dos
esse setor?
quais foi construído pela Tesla para operar com o parque eólico de Hornsdale, na Austrália. O empreendimento, que recebeu inicialmente
Baterias
um investimento de US$66 milhões, foi instalado em dezembro de
2017 e fornece um backup de energia de emergência de 100MW para
O exemplo mais comum de sistema de armazenamento de energia
é através de baterias em grande escala. A crescente inovação em
até 30.000 residências. Segundo o parceiro de desenvolvimento Neoen,
tecnologia de baterias tem continuamente melhorado sua capacidade,
a instalação economizou quarenta milhões de dólares em consumidores
confiabilidade e longevidade, de modo que agora existem algumas
apenas no primeiro ano.
opções que podem ser utilizadas adequadamente em sistemas
acoplados à rede elétrica.
pela qual, em um estudo de 2016, verificou-se que essa tecnologia
representava 95% dos sistemas implantados no mercado de baterias.
Uma das tecnologias mais utilizadas são as baterias de lítio-íon.
Existem muitos benefícios para as baterias de lítio-íon, razão
Disponibilizadas pela primeira vez para uso comercial em 1991, as
No entanto, existem desvantagens que estão impulsionando a demanda
baterias de lítio-íon foram inicialmente desenvolvidas apenas para
por outras formas de bateria.
produtos eletrônicos, mas foram desenvolvidas por várias empresas
em células de formato maior, que podem ser usadas em aplicações de
custo significativo em desenvolvê-las em escala. E, embora sejam
armazenamento de energia.
extremamente econômicas por períodos de armazenamento de 40
minutos a quatro horas, são menos eficientes quando necessárias para
Este não foi o fim do desenvolvimento da bateria de lítio-íon.
Como as baterias não são projetadas para uso industrial, há um
Embora inicialmente tenham sido desenvolvidos apenas para produtos
armazenamento mais longo.
eletrônicos de consumo, e predominem em dispositivos recarregáveis,
como telefones celulares e laptops, as empresas continuaram a
explodir se danificadas. Com o tempo, eles também se degradam e
desenvolver células de formato maior, que poderiam ser usadas para
exigem reposição. O próprio lítio é um mineral relativamente raro que
grandes aplicações de armazenamento de energia.
deve ser extraído com custos crescentes, além de vários problemas de
Elas podem ter problemas de robustez, com baterias que podem
43
Apoio
Fascículo
44
sustentabilidade com o descarte de baterias antigas.
o desenvolvimento e o teste dessas e de outras tecnologias de bateria
continuam, pode haver opções mais eficientes, confiáveis e econômicas
Portanto, por esses motivos, houve um aumento crescente no
desenvolvimento de baterias alternativas, com um aumento de outras
que formarão o futuro do armazenamento de energia com bateria.
formas nos desenvolvimentos em grande escala nos últimos dois ou três anos.
Energia Térmica
Outra tecnologia de bateria que ganha mais destaque no mercado é
O armazenamento de energia térmica converte energia em calor,
o híbrido de zinco. A primeira dessas baterias recarregáveis foi usada em
que pode ser reutilizada posteriormente. O processo básico pelo qual
1996 para alimentar ônibus pequenos e médios em Cingapura. Essas
é submetido é relativamente simples comparado aos complexos
baterias usam um ânodo poroso feito de uma massa de partículas de
processos químicos que compõem as baterias, mas as soluções em
zinco, que é então saturada com um eletrólito durante a descarga. Os
escala podem exigir grandes projetos de construção.
íons hidroxila formados no cátodo por uma reação de oxigênio se movem
em direção ao ânodo para formar o zinco, que libera elétrons que viajam
as que usam energia para aquecer ou resfriar matéria sólida ou líquida,
para o cátodo. Isso é ideal para uma descarga de energia de quatro horas,
como água ou sal, por exemplo. Nos sistemas de energia solar, a energia
semelhante às baterias de fluxo.
do sol é usada para aquecer água ou sal em um recipiente isolado. A
água quente ou o sal podem ser mantidos por várias horas até serem
Embora as baterias tenham uma eficiência mais baixa que o lítio
As formas mais comuns de armazenamento de energia térmica são
(aproximadamente 65% a 70%) e uma vida útil semelhante que exija
necessários, quando podem ser usados para criar vapor e acionar uma
a reposição das células, o zinco é um material amplamente disponível e
turbina, transformando essa energia em eletricidade.
mais barato que o lítio. Também é mais fácil obter e descartar de forma ética e ecológica.
Em junho de 2019, a Bryt Energy e a Eos Energy Storage, com
sede em Birmingham, na Inglaterra, anunciaram planos para começar a testar o primeiro sistema de bateria híbrida de zinco da UE, com planos de lançá-lo no Reino Unido. Outras empresas também estão desenvolvendo soluções maiores de armazenamento de energia, usando baterias híbridas de zinco para aproveitar os benefícios de custo. Com a tecnologia em um estágio inicial do processo de comercialização, os custos ainda precisam cair mais do que outras soluções.
As baterias de fluxo redox fazem parte de outro tipo de dispositivos
de armazenamento de energia eletroquímica. O nome “redox” refere-se à reação química de redução e oxidação que ocorre em uma solução de eletrólito líquido que flui através de uma bateria de células
eletroquímicas durante a carga e descarga, armazenando energia. As
Crescent Dunes, com sede em Nevada, nos Estados Unidos, onde
baterias de fluxo redox são extremamente adaptáveis, podendo, em
envolve 10.000 espelhos que refletem a luz do sol em um receptor
teoria, ser feita qualquer configuração das capacidades de energia e
central no topo de uma torre de 640 pés. Essa luz solar aquece o sal
potência.
fundido diretamente, a temperaturas que chegam até a 1000ºF, onde é
transferido para um tanque quente, onde daí pode ser alimentado para
As baterias de fluxo podem ainda ter uma vida útil extremamente
Um dos maiores exemplos do mundo é o Projeto de Energia Solar
longa, durando dezenas de milhares de ciclos, sem degradações.
um gerador de vapor.
Portanto, embora possam ter custo mais elevado do que as de lítio-íon,
suas células podem não precisar ser substituídas com tanta frequência.
podem ser mantidos por longos períodos de meses ou até anos, essa
abordagem pode ser vantajosa para o armazenamento de energia
Uma desvantagem é que esse tipo de bateria tem uma densidade
Como os produtos químicos de sal formados pela reação inicial
de energia menor que uma bateria de lítio-íon; portanto, para produzir
sazonal, por exemplo, usando energia solar do verão para gerar calor no
o mesmo nível de energia, é necessária uma área muito maior. Isso
inverno. No entanto, o equipamento e os materiais necessários para
significa que eles não são tão ideais para veículos elétricos, mas podem
qualquer reator termoquímico são significativamente mais caros que
ser adequados para parques eólicos ou solares, onde questões de espaço
outras soluções.
são menos relevantes.
Cada tecnologia de bateria tem seus próprios benefícios e desafios,
Energia Mecânica
principalmente quando dimensionada para operar na rede elétrica.
Embora o lítio-íon continue sendo a solução mais popular, à medida que
cinéticas ou gravitacionais para armazenar energia. Como os geradores
Os sistemas mecânicos de armazenamento de energia usam forças
Apoio
usam o movimento de uma turbina para gerar eletricidade, esses sistemas aproveitam a força potencial para acionar a turbina para uma data posterior.
A forma hidroelétrica de armazenamento bombeado é uma das
principais em uso desde os anos 1980. Atualmente, a maior estação de armazenamento bombeado é o Condado de Bath, na Virgínia, nos Estados Unidos. Como todas as barragens hidrelétricas, ela usa a força do fluxo de água para transformar uma turbina e gerar energia, com a barragem controlando o fluxo da água para otimizar a geração.
100GWh de energia armazenada.
Em relatório de pesquisa de mercado divulgado em outubro de 2019, o
mercado global de armazenamento de energia de hidrogênio atualmente é de US$13,7 bilhões e, projetado para atingir US$18,2 bilhões até 2024.
À medida que a energia renovável se torna mais predominante,
aumenta também a necessidade de armazenamento de energia eficiente, escalável e econômico. No entanto, continua sendo um desafio encontrar uma solução ideal que atenda a todas as situações. É provável que o
Onde isso difere das barragens hidrelétricas padrão é que ela
“armazena” energia usando energia durante períodos de baixa demanda para bombear água do reservatório inferior para o superior. Quando a
desenvolvimento de cada método de armazenamento de energia continue, com instalações amplamente variadas sendo desenvolvidas juntamente com projetos de energia renovável em todo o mundo.
demanda é maior, essa água pode ser liberada novamente pela turbina.
*Gustavo José Luna Filho é graduado em Engenharia Elétrica com
Recentemente, a empresa suíça Energy Vault recebeu um grande
habilitação em eletrônica, possui pós-graduação em Engenharia
investimento de US$110 milhões de uma holding japonesa para
de Suprimentos em petróleo e gás natural com especialização em
projetos desse tipo. Seu conceito é uma torre de blocos de concreto
classificação de áreas para instalações elétricas em ambientes com
que podem ser levantados por uma série de guindastes. A empresa pretende usar esses blocos ao lado de parques eólicos, com excesso de energia das turbinas eólicas usadas para operar os guindastes. Quando a demanda é maior, os blocos de concreto são rebaixados de volta ao solo. A energia cinética gerada à medida que caem gerará eletricidade, liberando a energia armazenada. Segundo os projetistas, esses blocos têm uma eficiência energética de cerca de 90%.
Utilização de hidrogênio
A energia pode ser armazenada através da eletrólise da água, que
separa as moléculas de hidrogênio e oxigênio. O hidrogênio pode ser armazenado e utilizado para gerar eletricidade da mesma maneira que os combustíveis fósseis, mas sem nenhuma emissão. Também é usado efetivamente em células de combustível para o setor automotivo.
Quando usado em pequena escala, o hidrogênio pode ser
atmosferas explosivas. Mestrado em processamento de energia renovável, doutorado em andamento em utilização de armazenamento de energia para sistemas híbridos de geração de energia renovável, transmissão e distribuição conectados à rede elétrica pela UFPE e MBA em gestão de projetos pela UNESA. Atua em projetos de pesquisa e desenvolvimento em armazenamento de energia, integração de fontes renováveis e mobilidade elétrica para empresas de geração, transmissão e distribuição de energia. É professor de cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia e professor formador no IFPE em sistemas de energia renovável. *Pedro André Carvalho Rosas possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco (1996), mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Pernambuco (1999) e doutorado em Engenharia Elétrica na Universidade Técnica da Dinamarca (2003). Atualmente, é professor Adjunto 1 da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Geração da Energia Elétrica, atuando, principalmente, nos seguintes temas:
armazenado em vasos pressurizados. Mas, para projetos de grande
turbinas eólicas, qualidade de energia, integração elétrica de novas fontes,
escala, ele é armazenado em cavernas de sal subterrâneas de 500.000
armazenamento e mobilidade elétrica. Atualmente, coordena o projeto da
metros cúbicos, a pressões de 2.900 psi. Uma caverna com esse
chamada estratégica 21 da Aneel sobre aplicação de armazenamento em
tamanho e pressão poderia fornecer uma capacidade de cerca de
centrais eólicas com objetivo de viabilizar sistemas de armazenamento.
Conversa com Vinicius Ayrão
46
Especialista em projetos fotovoltaicos e instalações elétricas de BT e MT, Vinicius Ayrão é Blogueiro e engenheiro eletricista. Membro da comissão da ABNT que desenvolveu a ABNT NBR 16.690, que trata de arranjos fotovoltaicos. Nessa coluna, falará sobre o mercado de GD no Brasil, tanto do âmbito técnico como das oportunidades de negócios.
Essa edição da Revista OSE traz a estreia
desse espaço e é importante saber o que
Um sistema fotovoltaico pode ser
classificado como:
O sistema conectado à rede é o responsável
pelo grande desenvolvimento do mercado no
esperar, ou em outras palavras, qual é o escopo dessa coluna.
• Sistema off-grid
• Sistema conectado à rede (on-grid)
O foco principal é falar sobre instalações
consumida pela carga.
Brasil e me concentrarei nele.
A Aneel e a energia solar fotovoltaica
fotovoltaicas, principalmente, as referentes a instalações de geração distribuída. No entanto,
a) Off-Grid
não existem instalações fotovoltaicas que não
interajam ou afetem as instalações elétricas do
sistema fotovoltaico e a rede da concessionária
Elétrica (Aneel) publicou a Resolução
local onde a usina está instalada.
(ou permissionária) de distribuição elétrica.
Normativa 482 (REN 482). Essa resolução
Por isso, também falarei sobre instalações
Nessa condição, a energia pode ser utilizada
trata da geração distribuída oriunda de
elétricas em CA, tanto de BT quanto MT.
imediatamente, como em bombas de água, por
fontes renováveis de energia e de cogeração
exemplo, ou armazenada em baterias, a fim de
qualificada.
caso seja interessante na ótica financeira,
alimentar as cargas quando for necessário.
o que por sua vez, dependerá dos aspectos
Essa solução possui custos relativamente
fotovoltaica e é muito comum a confusão de
regulatórios. Sendo assim, esses assuntos
altos, principalmente, em função das baterias
que a REN 482 trata apenas de energia solar
estarão em pauta por aqui, muitas vezes
(preço relativamente elevado e vida útil
fotovoltaica, o que não é verdade.
escritos com colaboração de outros
relativamente curta).
profissionais.
Nos últimos anos, tem havido um forte
durante os anos, tendo sido revisada em 2015
Um sistema fotovoltaico só é desenvolvido
E, por último, mas não menos importante,
No sistema off-grid, não há ligação entre o
Em 2012 a Agência Nacional de Energia
A fonte que mais cresce é a de energia solar
Essa resolução vêm sendo aprimorada
desenvolvimento das baterias e espera-se que
e estando no momento passando por uma nova
falarei de Negócios. O desenvolvimento
em um tempo não muito longo, esse tipo de
etapa de revisão.
de energias renováveis se deu com uma
solução seja bastante competitivo no mercado.
preocupação de sustentabilidade. Me
A REN482 no texto vigente no momento,
tem como pontos principais:
inspirando em uma palestra do Filósofo Clóvis
b) Conectado à rede (on-grid)
de Barros, onde ele amplia o conceito de
sustentabilidade, entendo que toda a cadeia
sistema fotovoltaico está ligado à rede
A REN 482 permite usinas de geração
de valor das instalações fotovoltaicas precisa
da concessionária (ou permissionária) de
distribuída de até 5MW de potência instalada;
ser sustentável. Dessa forma, as empresas
distribuição elétrica. Com isso, quando a
que desenvolvem, projetam, instalam ou
energia gerada pelo sistema é superior ao
b) Compensação de 1kWh para 1kWh
mantêm sistemas fotovoltaicos precisam ser
consumo das instalações, essa energia é
O atual texto da REN 482 traz que para 1kWh
sustentáveis.
injetada na rede, na forma de empréstimo,
injetado na rede, é compensado 1kWh de
sendo utilizada para compensar a energia
energia consumida (Observação: considerando
um ótimo 2020 a todos!
consumida na rede nos momentos onde
o mesmo posto horário, a compensação em
A Energia Solar Fotovoltaica no Brasil –
não houver geração de energia elétrica, ou
posto horários diferentes trataremos em uma
Expansão
quando essa energia gerada é inferior à energia
futura coluna);
Espero que curtam tanto quanto eu e desejo
No sistema conectado à rede, o
a) Limites da Geração Distribuída
47
renováveis c) Período de uso de créditos
Quando a energia injetada é superior à energia
por empresas pequenas, conhecidas no
deles se perderia uma parcela que compõe a
consumida, o saldo de energia injetada se
mercado como integradores.
tarifa de energia.
converte em créditos que podem ser utilizados
em até 60 meses;
remota, seja ela autoconsumo ou geração
deveria a geração junto à carga ir para a
compartilhada, começou a crescer, com
alternativa 1, e a geração remota, para a
d) Modalidades de geração
destaque para Minas Gerais, que possui
alternativa 3.
A energia pode ser gerada no local de consumo
algumas peculiaridades tributárias.
ou em outro local, desde que na mesma área de
As usinas maiores, principalmente, as
que a revisão estava prevista para acontecer,
concessão.
de consumo remoto, se desenvolveram no
ninguém no mercado esperava uma proposta
momento em que empresas passaram a alugar
capaz de inviabilizar a GD no Brasil.
A maioria dessas instalações era realizada
A partir de 2016, o mercado de geração
Nos demais cenários, de 1 a 5, em cada um
Nesse momento, a Aneel entende que
Desnecessário dizer que, apesar de saber
usinas fotovoltaicas.
gerar créditos à apenas um cliente, sendo
verificou-se que a planilha original de valoração
denominada autoconsumo remoto, ou atender
empresa custear a construção de toda a usina
da Aneel tinha erro nas fórmulas e essa
a vários clientes simultaneamente.
e locar para um terceiro, onde a energia gerada
mudança já traria a alternativa para a geração
pela usina seria para o locatário, de forma que
remota na opção 2.
de uma única usina fotovoltaica é chamada de
o valor de aluguel seja inferior ao custo que o
Geração Compartilhada.
cliente teria com a energia da concessionária.
ligadas à geração distribuída questionaram
premissas e métodos de cálculo da Aneel.
Quando é na modalidade remota, ela pode
O atendimento de vários clientes a partir
Para a Geração Compartilhada, é preciso ter
uma figura jurídica de solidariedade entre esses
Esse modelo de negócio consiste em uma
Nesse modelo, passamos a ter vários
players envolvidos, como:
clientes. As formas aceitas pela Aneel seriam o
Após contribuições de mercado,
As empresas e associações diretamente
Vencida essa etapa, em outubro de 2019, a Aneel publica uma minuta de texto da
consórcio (nesse caso, os créditos são enviados
• Investidores
nova resolução, onde surpreende o mercado
para unidades consumidoras, onde os titulares
• Corretores de imóveis
indicando a alternativa 5, a pior entre todas as
são pessoas jurídicas) ou a cooperativa (nesse
• EPCistas
possíveis e bem distinta do que a própria Aneel
caso, os créditos são enviados para unidades
• Integradores
tinha sugerido na etapa anterior.
consumidoras, onde os titulares são pessoas
• Escritórios Jurídicos
físicas, e, excepcionalmente, algumas pessoas
• Consultores
30/12/2019 para enviar contribuições e, após
jurídicas).
• Trading
isso, a Aneel analisará e preparará o texto para ir
• Distribuidores
à votação de sua diretoria.
Quando temos um condomínio, seja
ele vertical ou horizontal, ele por si só já é
Essa quantidade de envolvidos revela a
Nessa etapa, a sociedade teve até o dia
Não há uma data definida para que isso ocorra,
uma figura jurídica e, nesse caso, temos o
Empreendimento de Múltiplas Unidades
dinâmica e a complexidade do mercado, e
março de 2020, tenhamos o texto que será votado,
Consumidoras (EMUC).
também novas oportunidades.
provavelmente, no final de março ou início de abril.
Negócios (ou o senhor MERCADO)
A REN 482 e sua revisão
Como nem tudo são flores...
especulações (ou esperanças) de quem está no
482, para o mercado deslanchar, ainda
setor atualmente.
tínhamos alguns entraves.
foi previsto que, em 2018, teríamos uma nova
revisão. A Aneel iniciou, então, uma Análise
dar a visão geral do mercado, tendo em vista
projetar, especificar e instalar? Nesse
Impacto Regulatório (AIR), com o objetivo de
que o público da OSE é bastante técnico e
momento, alguns dos primeiros distribuidores
avaliar os benefícios e custos para a sociedade
não necessariamente conhece o mercado de
começaram a ofertar cursos de capacitação.
da geração distribuída.
energia solar fotovoltaica.
mas a expectativa do mercado é que até o fim de
Perguntas sobre o que mudará ou quando
entrará em vigor as possíveis mudanças não têm respostas no momento; apenas
Mesmo com a entrada em vigor da REN
Onde comprar era um deles, mas como
O setor de capacitação se desenvolveu em
Na última revisão da REN 482, em 2015,
Após uma primeira etapa de coleta de
Em nosso primeiro bate-papo, optei por
Os temas técnicos a serem abordados
tal velocidade que, atualmente, existe uma
informações junto à sociedade para preparar a
futuramente estão intrinsecamente ligados
série de empresas e profissionais cuja principal
AIR, a Aneel buscou valorar as consequências,
à decisão da Aneel, pois dela dependerá para
atividade é a oferta de treinamento em energia
positivas e negativas, da expansão da geração
onde o mercado caminhará nos próximos.
solar fotovoltaica.
distribuída, e imaginou 6 (seis cenários).
ou sugestões, mande um e-mail para: vinicius@
Os primeiros anos do setor foram marcados
No cenário 0, as regras de compensação
Quaisquer dúvidas, comentários, críticas
por instalações junto à carga, principalmente,
permaneceriam como estão, ou seja, para cada
viniciusayrao.com.br.
residenciais, com potências na faixa de 1 a 3kW.
1kWh injetado, se compensaria 1kWh.
Nos vemos na próxima edição!
48
Notícias
renováveis
Projeto eólico no Rio Grande do Norte apoiado pelo BNDES fornecerá energia a 800 mil residências Complexo formado por seis parques eólico conta com 76 aerogeradores e tem capacidade total instalada de 319,2MW Jandaíra, Lajes e Pedro Avelino.
empreendimento, no interior do
Desenvolvimento Econômico
A construção do complexo
Estado.
pelo BNDES ao projeto corres
e Social (BNDES) aprovou
está prevista para começar em
ponde a aproximadamente
financiamento de R$1 bilhão para
janeiro de 2021, e a operação
redução da emissão de gases
70% do investimento total. Na
a implantação de seis parques
comercial dos parques, ao
do efeito estufa da matriz
operação, cada parque eólico
eólicos da EDP Renováveis, e
longo de 2022. Além disso,
elétrica brasileira ao adicionar
configura uma Sociedade de
subestação associada, no Rio
durante a fase de construção
capacidade de geração de
Propósito Específico (“SPE”).
Grande do Norte, com capacidade
dos parques, estima-se a
uma fonte de recursos limpa e
Elas são controladas pela
instalada de 319,2MW – o
criação de aproximadamente
renovável, e contribui, também,
MV Holding S.A., que por sua
suficiente para abastecer cerca de
500 empregos diretos e 200
para o fortalecimento da cadeia
vez, é controlada pela EDP
800 mil residências.
indiretos. Parte dessa mão
de fornecedores do setor de
Renováveis Brasil S.A. (“EDPR
de obra será contratada entre
aerogeradores estabelecida no
BR”), uma empresa do grupo EDP
as localidades próximas ao
País.
Renováveis.
O Banco Nacional de
Os parques estarão
localizados nos municípios de
O projeto contribui para a
O financiamento concedido
Honda Energy inicia obras de expansão em parque eólico
Divulgação / Honda Energy
Complexo formado por seis parques eólico conta com 76 aerogeradores e tem capacidade total instalada de 319,2MW A Honda Energy, subsidiária
da Honda Automóveis do Brasil, avança em seu compromisso ambiental e inicia as obras para a expansão do parque eólico da marca, localizado na cidade de Xangri-Lá, no Rio Grande do Sul.
Com a construção de mais
uma torre, ampliando para 10 o número de aerogeradores, a Honda Energy passa a suprir a demanda energética de sua segunda fábrica de automóveis, em Itirapina (SP), assegurando que a produção da marca no Brasil seja suprida, em sua totalidade, com energia limpa e renovável.
cerca de 23% superior, o novo
alcançará 180 metros de altura.
sua inauguração, o projeto
aerogerador (modelo V136
Alinhado aos esforços para a
contabiliza mais de 366 mil MWh
construção civil e a instalação
-- 3,8MW) é mais alto e possui
concretização de uma sociedade
de energia limpa produzida, o que
do aerogerador, fabricado pela
um maior diâmetro das pás, se
livre de carbono, a Honda Energy
permitiu a produção sustentável
Vestas, sejam concluídas no
comparado aos modelos atuais,
alcançou, no último ano, o
de mais de 640 mil automóveis
segundo semestre de 2020.
com longitude de 68 metros. Em
marco de 69 mil MWh de energia
e evitou a emissão de 30 mil
Com uma potência de geração
seu ponto mais alto, o conjunto
gerada. Em cinco anos desde
toneladas de CO2.
A previsão é que as obras de
Notícias
renováveis
Jinko Solar firma contrato de distribuição com a Aldo Solar A empresa chinesa pretende conquistar 25% de share no mercado de Geração Distribuída e pretende investir US$2 milhões no País A Jinko Solar Holding Co.
cimento de 16 para 20GW em
Ltd.), empresa fabricante
potência. Líderes em market
de módulos solares, e a
share na América Latina, Brasil e
Aldo Solar, distribuidora de
México são mercados prioritários
equipamentos para geração
e, no Brasil, a operação, que teve
de energia solar, anunciaram
início em 2012, conquistou 12%
uma parceria de longo prazo
do mercado no último ano.
em um dos mais importantes
acordos de distribuição já
pretende conquistar 25% de
assinados pela Jinko Solar. "O
share no mercado de Geração
mercado de Geração Distribuída
Distribuída – que é a meta
está crescendo de forma
global da empresa em todos
impressionante e representa
os mercados em que atua – e
o primeiro mercado-chave
pretende investir mais US$2
da Jinko na América Latina.
milhões no País, entre novas
Estamos muito satisfeitos
contratações e investimentos em
que a Aldo Solar, um dos
marca.
distribuidores mais profissionais
e experientes do Brasil, tenha
Solar e a Aldo Solar representa o
decidido confiar na qualidade
primeiro passo para uma parceria
superior dos módulos Jinko
de sucesso e de longo prazo entre
Solar neste grande acordo de
as duas empresas. As soluções
distribuição, que representa um
MONO PERC CHEETAH HALF
marco na história da empresa",
CELL 400W, da Jinko Solar, são
afirma Alberto Cuter, gerente
comercializadas e distribuídas
geral da Jinko Solar para América
pela Aldo em todo o território
Latina e Itália.
brasileiro a partir do dia 21 de
janeiro de 2020. A Aldo passa a
Globalmente, a empresa
projeta para 2020 um cres
Para 2020, a gigante chinesa
O compromisso entre a Jinko
ser o hub da Jinko Solar no Brasil, Divulgação / Aldo
com estoque local e pronta
entrega de equipamentos para
Pereira Teixeira, presidente
Geração Distribuída.
e fundador da Aldo Solar, a
parceria com a Jinko Solar
O executivo brasileiro
De acordo com Aldo
Gustavo Tegon, Head of Sales
marca mais um importante
da Jinko Solar, afirma que o
passo para o mercado brasileiro
mercado brasileiro é um dos
de energia solar fotovoltaica
maiores da Jinko no mundo em
com a força de duas que são
Geração Distribuída, e que 2020
líderes em seus segmentos.
será um ano de consolidação
“Agradecemos a confiança e
e crescimento exponencial da
estamos certos do sucesso
empresa no País. "Buscamos
da distribuição das soluções
parceiros que possuam os
da Jinko no Brasil, reforçando
mesmos valores da Jinko e que
o nosso compromisso de
também almejem relações
estar sempre à frente com os
sólidas e de longo prazo.
melhores parceiros e produtos.
Confiamos que a sinergia com
Com essa parceria, esperamos
a Aldo, entre diversas outras
difundir ainda mais a energia
ações da empresa em solo
solar e oferecer condições
nacional, será fundamental
surpreendentes de energia
para alcançarmos o sucesso
limpa e mais barata a todos os
almejado", explica Tegon.
brasileiros", declara.
49
Energia solar fotovoltaica
50
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar
Rodrigo Sauaia é presidente executivo da Absolar
Guilherme Susteras é coordenador do Grupo de Trabalho de Geração Distribuída da Absolar
Energia solar conquista seu lugar ao Sol
Nas últimas semanas, assistimos
compreensível a paixão que o tema
trabalham os legítimos representantes
descentralização da geração de energia
a uma participação crescente da
suscita: mais do que uma nova
da sociedade brasileira –, para
elétrica.
sociedade nos debates sobre possíveis
tecnologia, tratam-se de valores
estruturar uma política consistente e
mudanças às regras da geração
cruciais, como liberdade, poder de
de longo prazo, que traga a necessária
a micro e minigeração distribuída,
distribuída solar fotovoltaica. As
escolha, sustentabilidade e legado
segurança jurídica, estabilidade e
é preciso considerar na análise três
manifestações chegaram, inclusive,
para futuras gerações. Cabe, agora,
previsibilidade para o ecossistema da
políticas públicas sólidas do arcabouço
ao Palácio do Planalto e ao Congresso
sentarmos todos à mesa, para
geração distribuída solar fotovoltaica,
legal do setor elétrico brasileiro,
Nacional, com posições favoráveis
contribuir com a definição da melhor
contemplando todos os elos e
sobre as quais o conceito da geração
à fonte solar fotovoltaica por parte
solução legal e regulatória para o bem
segmentos do mercado.
de energia elétrica junto à carga se
do Presidente da República, Jair
do País e da sociedade.
estabeleceu: a eficiência energética,
Bolsonaro, e dos líderes parlamentares
a Absolar trabalha em defesa do
conforme a Lei nº 10.295/2001; a
Rodrigo Maia (presidente da Câmara
mercado – e que levou a uma forte
desenvolvimento sustentável deste
autoprodução, conforme o Decreto
dos Deputados) e Davi Alcolumbre
reação – foi a ruptura causada pela
segmento do mercado. Para tanto,
Presidencial nº 2.003/1996;
(presidente do Senado Federal).
proposta feita pela Agência em
uma de nossas principais diretrizes
e geração de energia renovável,
outubro de 2019. Pudera: a nova
está na proposição de mecanismos
conforme a Lei nº 9.074/1995. É
Executivo e Legislativo trabalham, de
recomendação da Agência – baseada
regulatórios justos, considerando, de
essencial que a Aneel se debruce
maneira conjunta, para criar um marco
em um cenário severo de alternativa
forma holística e equilibrada, tanto os
sobre os requisitos e as implicações
legal para geração distribuída (GD)
5 – efetivamente inviabilizaria o
benefícios quanto os eventuais custos
do correto enquadramento da GD pela
no País, em resposta à possibilidade
desenvolvimento de muitos novos
da nascente GD solar fotovoltaica.
ótica do ordenamento legal vigente.
de uma cobrança excessiva e
projetos de GD solar, conforme
Isso permitirá desenhar uma revisão do
desproporcional sobre a modalidade,
reportou mais de uma consultoria de
construtivo com o regulador é um
sistema de compensação de energia
conforme proposta apresentada pela
mercado especializada no assunto.
pilar fundamental da nossa atuação.
elétrica que atenda aos requisitos
Agência Nacional de Energia Elétrica
Na prática, a cobrança de até 60%
As contribuições da Absolar para
definidos pelas políticas públicas
(Aneel) no segundo semestre de 2019.
sobre a energia elétrica injetada na
o aprimoramento da Resolução
brasileiras, devidamente estabelecidas
rede seria inaceitável para o mercado,
Normativa nº 482/2012 são
pelo Congresso Nacional e pelo Poder
regulatório, uma das características
pois faria com que diferentes
baseadas na qualidade técnica
Concedente.
principais tem sido a reação intensa
modelos de negócio, importantes
e especializada sobre a fonte e o
da sociedade em defesa da GD solar
para democratizar a tecnologia aos
mercado, com profissionalismo
2020 seguirá na linha de contribuir
fotovoltaica: parlamentares, lideranças
consumidores brasileiros, deixassem
e bom senso, calculando, com
em favor da construção de um marco
públicas, entidades setoriais,
de ser competitivos.
transparência, os ganhos trazidos pela
legal e, posteriormente, regulatório
federações, frentes parlamentares,
GD solar fotovoltaica ao País. Foram
que reconheça adequadamente
profissionais que atuam no setor e no
em torno do tema, a Associação
incorporadas as tendências globais
os benefícios da GD, promova uma
mercado, bem como consumidores
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
de expansão da GD solar fotovoltaica
alocação justa sobre o efetivo e
que têm ou desejam ter GD solar
(Absolar) tem apresentado sua visão
por meio de soluções e projetos que
eventual uso de infraestrutura de
fotovoltaica se uniram em defesa
sobre o assunto nos diferentes fóruns
combinem a descarbonização da
redes de distribuição e, acima de tudo,
do desenvolvimento e crescimento
disponíveis. Isso inclui, além da
matriz elétrica brasileira (já fortemente
atenda ao ordenamento jurídico já
desta tecnologia inovadora, que
habitual participação em Consultas
renovável, mas ainda com visível
existente e a seus aprimoramentos,
ainda dá os seus primeiros passos no
Públicas da Aneel, uma forte atuação
espaço de redução de emissões),
em relação às políticas públicas nas
Brasil. Exageros pontuais à parte, é
junto ao Congresso Nacional – onde
a digitalização do consumo e a
quais a GD se enquadra.
Neste momento, os poderes
Durante o processo de debate
A principal preocupação do
Diante dos desdobramentos
Desde o início da sua atuação,
Nesse sentido, o debate
Sobre a revisão das regras para
Nosso trabalho neste início de
Energia Eólica
51
Elbia Gannoum é presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)
Os bons ventos dos Certificados de energia renovável
Começo esse artigo com uma
do ano passado, por exemplo, já
boa notícia sobre os Certificados
tinha emitido 8 milhões de RECs.
de Energia Renovável: não apenas
o mercado de Certificados está
mencionando são fornecidos pelo
crescendo, como o Brasil também
Instituto Totum, emissor local
está se destacando no mercado
de RECs no Brasil, credenciado
global. O número de usinas
pela organização mundial
brasileiras com Certificados
I-REC Services. O Programa de
de Energia Renovável é cada
Certificação de Energia Renovável,
vez maior. No final de 2018,
por sua vez, foi criado pela
tínhamos 53 usinas registradas
Associação Brasileira de Geração
e iniciamos o ano de 2020 com
de Energia Limpa (Abragel) e
110 usinas. Isso faz com que o
pela Associação Brasileira de
Brasil ocupe hoje a liderança na
Energia Eólica (ABEEólica), e
plataforma I-REC, o International
já conta com apoio da Câmara
REC Standard (I-REC), sistema
de Comercialização de Energia
certificação para que possa emitir
atende: incentivo à educação,
global que possibilita o comércio
Elétrica (CCEE) e da Associação
RECs e vendê-los.
preservação da fauna e flora,
de certificados de energia
Brasileira dos Comercializadores
preservação dos rios e mares,
renovável. Nossas usinas
de Energia (Abraceel).
de certificação há novidades.
redução da pobreza, dentre
certificadas na plataforma
Além do certificado da energia
outros. Esse é chamado um REC
somam mais de 7.000MW.
I-REC, há um ponto interessante
em si, que já é renovável,
com garantia de sustentabilidade.
a considerar: as eólicas
alguns consumidores também
No site do Programa www.
que vem acontecendo com o
representam a fonte que mais tem
se interessam em saber os
recbrazil.com.br, é possível ter
mercado de certificados é avaliar
empreendimentos certificados:
benefícios socioambientais
informações detalhadas sobre
os números das emissões de
são 161 usinas eólicas de todos
decorrentes daquela fonte
todo o processo e como é feita a
certificado renovável. Em 2018,
os 23 países participantes. Na
de energia limpa – aí entra a
compra e venda verificadas, em
emitimos pouco mais de 300
sequência, temos 110 usinas de
Certificação REC Brazil. Os
ambiente certificado, de acordo
mil certificados. Em 2019, esse
fonte hídrica, 84 de solar e 22
critérios utilizados no REC Brazil
com as legislações vigentes que
número foi de 2 milhões, sendo
de biomassa. Isso mostra que
para o registro são diretamente
normatizam este sistema.
que aproximadamente três em
além dos Certificados estarem
ligados aos Objetivos de
cada quatro certificados emitidos
crescendo, este é um mercado
Desenvolvimento Sustentável
pela certificação e compra dos
são de fonte eólica. Vale explicar
que casa perfeitamente com
(ODS) da Organização das
RECs sinaliza que as empresas
que mesmo sendo primeiros em
o negócio da energia eólica e
Nações Unidas (ONU). Assim,
estão preferindo consumir energia
números de usinas certificadas
as empresas do setor tendem
a empresa compradora
renovável e, ao mesmo tempo,
na plataforma I-REC, em números
a se aproximar cada vez mais
sabe a quais Objetivos de
mostra o compromisso com a
de certificados emitidos, ficamos
deste assunto. E, para isso,
Desenvolvimento Sustentável
mudança de comportamento
atrás da China, que até setembro
precisam passar pelo processo de
aquele empreendimento
energético.
Outra forma de medir o
Estes dados que estou
Quando olhamos a plataforma
E também no processo
O crescimento do interesse
Reportagem especial
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Por Luciana Freitas
A corrida pela modernização do setor elétrico brasileiro
Redução e
de
manutenção,
preservação
custos
de
prevenção
ambiental,
operação de
falhas,
diminuição
do
consumo de energia e extensão de vida útil de equipamentos. Essas são algumas das vantagens que a modernização oferece ao ser implantada no setor elétrico, o qual vem passando por um importante momento de transformação. Cada vez mais, observa-se a diversificação da matriz elétrica brasileira com inclusão de fontes renováveis, fundamentais para a transição energética / descarbonização, bem como o avanço das redes inteligentes e outras mudanças que impactarão a estrutura do setor, como, por exemplo, a geração distribuída com energia solar fotovoltaica, sistemas de armazenamento de energia e digitalização da cadeia de valor. Não é apenas a tecnologia que está quebrando paradigmas no
mercado,
mas
também
o
próprio
consumidor, que já apresenta elevado nível de exigência e expectativa face à qualidade dos serviços.
No que refere ao segmento de produção
ou geração de energia, nos últimos anos, é sabido que a matriz elétrica brasileira passou por mudanças significativas, com a entrada expressiva de novas fontes, como a eólica e, mais recentemente, a solar. Essas soluções têm contribuído para a diversificação da matriz, porém, também apresentam o desafio da intermitência. Diante disso, para complementar ativamente a geração de energia no País, a geração hidrelétrica continua sendo uma excelente alternativa, ao passo que, ao mesmo tempo, a geração termelétrica
tem
ganhado
relevância
e
conquistado importante espaço. Com a reformulação implantada no setor elétrico em 1998 e refinada em 2004,
O desenvolvimento de novas tecnologias que surgem em função de questões ambientais e econômicas está provocando a transformação dos setores de produção e transmissão de energia elétrica, mas ainda há grandes desafios pela frente
a transmissão de eletricidade passou a ser um negócio independente da geração de energia elétrica, com a definição de novos investimentos por meio de leilões e com receita assegurada por tarifa própria, capaz de permitir a adequada remuneração dos investidores.
Divulgação / Itaipu Binacional
52
53
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
O detalhamento desse modelo foi um
Além disso, foram estudadas as questões
e reconhecer o trabalho de participação da mulher na Engenharia”, informa.
grande desafio, que envolveu a estruturação
da variabilidade de geração eólica e solar
da expansão da rede, do livre acesso, dos
e os impactos disso em relação à operação
requisitos técnicos para conexão, da definição
de sistemas elétricos. “Esse tema, associado
das ampliações e reforços necessários para
à área de equipamentos, tratou de novos
NOVOS CAMINHOS PARA A GERAÇÃO
garantir a qualidade do suprimento, da
projetos e subestações em áreas urbanas e
Basicamente, o desenvolvimento do
contratação dos serviços e da apuração,
metodologias novas para dimensionamento”,
País depende do mercado de energia
contabilização e liquidação dos encargos.
relata.
como um todo, e a geração é parte disso,
Tanto o Brasil quanto o mundo todo estão
O SNPTEE contou também com o I
juntamente com a transmissão, a distribuição
avanço com êxito em direção a um futuro
Encontro de CEOs, que atraiu as principais
e a comercialização. Do ponto de vista da
com os 3 D’s: Descarbonização, Digitalização
lideranças do setor. Nesse evento inédito,
geração, tem sido feita, no Brasil e no mundo,
e
descarbonização
foram debatidos temas fundamentais à área
uma expansão mais focada em energias
já é dada com a massiva implementação
de energia elétrica, como as tendências
renováveis, sendo os maiores investimentos
das fontes renováveis e a digitalização e a
apontadas pela 4ª Revolução Industrial (a
em eólica e solar. Em paralelo, no sentido
descentralização caminham juntas em prol
chamada Indústria 4.0) e seus impactos nos
de explorar oportunidades para aumentar
dos consumidores para um futuro que melhor
negócios das organizações. “Houve sucesso
a eficiência, tem acontecido também a
atenda às necessidades de cada indivíduo.
absoluto no Fórum de CEOs de empresas,
revitalização, modernização e digitalização
A discussão da modernização do setor
e faz parte da estratégia do Cigré essa maior
das atuais usinas hidrelétricas, as responsáveis
elétrico brasileiro teve como pano de fundo
aproximação de dirigentes das companhias,
por grande parte da energia brasileira e fortes
o XXV Seminário Nacional de Produção e
não somente para verificar o que o Cigré
aliadas para lidar com a intermitência de
Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), que
pode oferecer, mas também de que forma
outras fontes renováveis.
aconteceu entre os dias 10 e 13 de novembro
podemos atender às demandas, nas visões
de 2019, em Belo Horizonte (MG). Promovido
desses dirigentes. Então, a aproximação
ultrapassa a geração. Além de representarem
pelo Cigré-Brasil e coordenado pela Companhia
do Cigré com o mercado foi a característica
62% de participação da matriz brasileira, elas
Energética do Estado de Minas Gerais (Cemig),
principal desse evento”, explana Iony Patriota,
fornecem uma elevada segurança operacional
em quatro dias de debate, o SNPTEE reuniu,
diretor técnico do Cigré-Brasil.
ao sistema elétrico, ao passo que, no caso das
aproximadamente, 2,5 mil pessoas para
O evento deu espaço aos jovens e às
renováveis, existe uma enorme variabilidade
analisar as tendências e os impactos das novas
mulheres por meio de dois encontros. Em
na geração instantânea. De acordo com
tecnologias na rotina de quem atua na área,
relação aos iniciantes na área de energia,
Douglas B. G. Nóbrega, superintendente
além de promover a integração e estabelecer
o II Fórum de Jovens buscou analisar os
de Engenharia de Geração da Chesf, por ter
networking entre os profissionais.
desafios da inserção de novos profissionais
alto grau de complexidade, o sistema elétrico
Durante esse período, foram apresen
diante das transformações no setor elétrico.
possui dificuldades para absorver rapidamente
tados mais de 500 trabalhos técnicos e
“Um aspecto que caracterizou o evento já
as variações, e por isso, é necessário gerar
realizadas inúmeras discussões sobre a área,
é uma continuidade de uma estratégia do
a chamada inércia, ou seja, mantê-lo sob
espalhadas pelos 16 grupos de estudo
Cigré, que é aproximar os jovens, não só
as energias de base, principalmente, a
do Seminário. "Em relação aos temas que
da área de Engenharia. O Fórum de Jovens
hidrelétrica, e às vezes, a térmica. “Investir
marcaram o SNPTEE, foram pautas, na área
foi uma estratégia criada exatamente para
em renováveis é importantíssimo, mas o
de planejamento, todos os problemas que
dar oportunidade diferenciada ao jovem
sistema elétrico ideal deve ser composto
envolvem a transmissão e corrente contínua;
engenheiro
por várias fontes, pois cada uma tem o
novas alternativas usando armazenamento
Patriota.
seu papel, vantagem ou desvantagem. As
de energia e problemas de estabilidade do
Por sua vez, o II Fórum de Mulheres
fontes se complementam, pois não existe
sistema, que são resolvidos com o uso de
voltou as atenções para a valorização das
uma melhor do que a outra. É assim que o
sistemas mais modernos de armazenamento
profissionais da área, que já ocupam 22%
sistema elétrico brasileiro tem funcionado. É
de energia”, lembra o superintendente de
dos empregos em energia elétrica em
claro que a expansão maior é de eólica e de
Planejamento da Expansão e Meio Ambiente
todo o mundo, segundo dados da Agência
solar, no entanto, acho que temos um sistema
da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco
Internacional de Energia Renovável (Irena). “O
extremamente robusto, onde cada uma tem a
(Chesf), Methodio Varejão.
objetivo do Fórum de Mulheres foi prestigiar
sua importância”, destaca.
Descentralização.
A
e/ou
pesquisador”,
explana
As usinas hidrelétricas têm um papel que
54
Reportagem especial Divulgação / Itaipu Binacional
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
tecnologias dos aerogeradores onshore e as possibilidades para geração eólica offshore que ainda podem ser exploradas. “São respostas à demanda existente e surgem exatamente dos desafios que temos”, explica Viveka.
A executiva conta que a GE está presente
em quase 40% de toda a energia gerada no Brasil e que a empresa orgulha-se de seu apoio e investimentos em diversos setores, como o eólico, no qual é responsável por cerca de 3.000 aerogeradores; o de geração a gás natural, com mais de 200 turbinas e 7,3GW de capacidade, além de soluções Além de representarem 62% de participação da matriz brasileira, as usinas hidrelétricas fornecem uma elevada segurança operacional ao sistema elétrico.
em mais de 40% da potência gerada pelas principais hidrelétricas do País. “Isso aliado ao conjunto de soluções completas para sistemas
Segundo Viveka Kaitila, presidente e CEO
híbridos, que trazem possibilidades como a
hidrelétrica, a nuclear tem sido novamente
da GE do Brasil, o futuro precisa estar calcado
integração das hidrelétricas com geração solar
debatida. “É claro que, certamente, a nuclear
nos pilares: Descarbonização, Descentralização
flutuante e o uso de baterias”, salienta.
não será uma prioridade, mas está voltando
e Digitalização. “Tais mudanças precisam
à discussão. É uma ótima alternativa também,
andar de mãos dadas com o planejamento
Separação de Lastro e Energia (novo modelo
pois é produtiva e segura de geração”,
a longo prazo para proporcionar maior
de contratação); Formação de Preços; e
complementa.
previsibilidade, segurança financeira / jurídica
Inserção de Novas Tecnologias são outros
No passado, a geração hidráulica foi
e investimentos otimizados, tudo isso aliado
trabalhos em prol da tão falada Modernização
preponderante, mas hoje, está começando
ao objetivo de sempre levar energia no menor
do Setor Elétrico. “Dentre os temas citados,
a não ser mais. “Nos deparamos com um
custo possível e com maior acessibilidade
gostaria de chamar especial atenção à
grande problema: o Nordeste está há 12
para todos”, declara.
abertura do Mercado Livre, que reflete o
anos em período de seca, pois a curva de
A confiabilidade dos leilões de geração
desenvolvimento do setor elétrico nesse
armazenamento de reservatório nunca mais
e as inovações, como o caso dos sistemas
ambiente de contratação, já que mesmo com
reencheu. E um levantamento apontou
híbridos, é uma das evoluções do setor.
uma até então limitação dos agentes aptos
que faz seis anos que o Sudeste está na
Embora ainda precisem avançar na questão
a optarem por esse mercado, ocorreram
mesma situação – não tão crítica como a do
regulatória, do ponto de vista de tecnologia,
avanços significativos nos últimos anos,
Nordeste. Ou seja, o Sudeste não reenche seu
esses sistemas já conseguem endereçar muitos
considerando, por exemplo, adequação de
reservatório equivalente há seis anos! Então,
dos desafios do setor elétrico, tornando-se
políticas de financiamento”, afirma a Diretoria
há um problema realmente. Isso está gerando
mais uma alterativa para maior confiabilidade
de Inteligência de Mercado da AES Tietê,
o GSF, que é a geração hidráulica que não está
do sistema e, consequentemente, atrair mais
geradora de energia elétrica, que conta com
atendendo à sua energia garantida”, pontua o
investimentos.
a força de um grupo internacional e uma
presidente do Cigré-Brasil, Saulo Cisneiros.
estratégia sustentável a longo prazo.
O momento disruptivo atual do setor
como os sistemas híbridos, a transmissão tem
Isto
elétrico ditará as regras nos próximos anos.
sido um gargalo, principalmente, diante do
aperfeiçoamentos no arcabouço regulatório
Há uma diversidade de novas tecnologias
grande potencial das renováveis adicionadas
para que fosse possível a migração de
chegando com força e isto demanda uma
ao Grid. A intermitência das fontes também
mais agentes para o Mercado Livre de
coordenação entre investimentos, regulação
é desafiadora, por exemplo, no setor eólico.
Energia, provendo maior flexibilidade para o
e iniciativa dos players do mercado frente
Desafios como esses revelam a importância
desenvolvimento de novos negócios. “Aqui,
ao novo período vivido pelo setor, sem
da integração e do uso inteligente das fontes
já destaco o valor promissor desse mercado
deixar de lado as questões que surgem com
disponíveis. A partir disso, estão surgindo
ao reforçar que a AES Tietê anunciou o
o importante crescimento da geração de
oportunidades que beneficiam a matriz como
desenvolvimento do Projeto Eólico Tucano,
energia proveniente de fontes renováveis
um todo. A abertura do mercado a gás natural
exclusivamente voltado para comercialização
intermitentes.
é um exemplo disso, bem como o avanço das
no ambiente livre, o qual já detém, inclusive,
Nóbrega conta ainda que, além da energia
Além da regulação de novas tecnologias
Abertura do Mercado Livre de Energia;
posto,
foram
realizados
56
Reportagem especial
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
apresentado como autor da proposta.
Na avaliação de Rodrigo Sauaia, CEO da
Absolar, o marco legal para a GD, conforme sugerido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, com o apoio dos presidentes da Câmara e do Senado, beneficia o cidadão, gera empregos e acelera o crescimento do País. “Trata-se de iniciativa suprapartidária em prol do desenvolvimento econômico e sustentável do País, com geração de emprego e renda, atração de investimentos privados, redução de custos para famílias, empresas e produtores rurais, com mais liberdade de escolha para os consumidores”, comenta.
Além da solar, a energia eólica é outra
fonte que tem demonstrado um crescimento
Fonte: ABSOLAR, 2019. Última atualização 21/01/2020.
extraordinário no Brasil na última década, acordos firmados com a Unipar e Anglo
mil empresas de todos os elos produtivos
sendo hoje, já consolidada. A eólica deixou
American”, citam os executivos.
do setor. A maior parcela destes postos
de ser uma fonte “alternativa” para ter um
elétrico,
de trabalho deverá vir das mais de 14 mil
papel fundamental na matriz elétrica brasileira.
apesar de necessária, também é um grande
pequenas e médias empresas do segmento
Atualmente, é a segunda fonte da matriz
desafio do setor, dada a necessidade de
de geração distribuída, responsáveis por mais
elétrica, com cerca de 9% de participação.
uma transição sustentável para acomodação
de 162 mil empregos acumulados.
Conta com 619 usinas instaladas no Brasil;
perfeita dos novos modelos em questão,
Dos R$19,7 bilhões de investimentos deste
15,4GW de capacidade instalada; 28.000.000
resultando
marco
ano, a geração distribuída corresponderá a cerca
de redução de CO2 (T/ano) e 2,0GW de
regulatório robusto no País. Como um dos
de R$16,4 bilhões. Pela análise da Absolar, serão
capacidade em construção, segundo dados
maiores entraves desse processo, destaca-se
adicionados mais de 4 gigawatts de potência
divulgados pela Associação Brasileira de
a separação de lastro e energia, que garantirá
instalada, somando as usinas de grande
Energia Eólica (ABEEólica).
ao setor maior segurança energética e aos
porte e os sistemas distribuídos em telhados,
consumidores maior possibilidade de optar
fachadas e pequenos terrenos. Isso representará
quantidade enorme deste tipo de vento, o que
pela negociação da sua energia como uma
praticamente o dobro da capacidade instalada
explica em grande medida o êxito da eólica no
commodity, ao tempo que trocará a dinâmica
atual do País, hoje, em 4,4GW.
País nos últimos anos, que saiu de menos de
de funcionamento do setor atualmente.
No caso da geração distribuída solar
1GW de capacidade instalada em 2010 para
fotovoltaica,
um
Energias solar fotovoltaica e eólica
15,4GW no início de 2020. Já são mais de 600
crescimento do segmento de 170% frente
parques eólicos em funcionamento, com mais
ao total acumulado até 2019, passando de
de 7.532 aerogeradores em 12 estados.
Projeções da Associação Brasileira de
2,0GW para 5,4GW. Já no segmento de
Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam
usinas solares de grande porte, o crescimento
o Brasil foi classificado como o oitavo país
que a fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais
previsto será de 25%, saindo dos atuais 2,4GW
no Ranking Mundial de capacidade eólica
de 120 mil novos empregos aos brasileiros
para 3,0GW.
instalada, elaborado pelo Global Wind Energy
em 2020, espalhados por todas as regiões
Council (GWEC).
do País. Segundo a avaliação da entidade, os
regras para micro e minigeração distribuída
novos investimentos privados no setor poderão
encontra-se em tramitação no Congresso
ultrapassar a cifra de R$19,7 bilhões este ano,
Nacional. A proposta do marco legal da
EXPANDINDO LIMITES PARA A TRANSMISSÃO
somando os segmentos de geração distribuída
geração solar distribuída no Brasil ainda não
(sistemas em telhados e fachadas de edifícios) e
foi apresentada oficialmente na Câmara,
intercâmbio de energia produzida em todas as
centralizada (grandes usinas solares).
mas há uma articulação com o envolvimento
regiões do País, graças ao Sistema Interligado
As perspectivas para o setor são de
do presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-
Nacional (SIN), uma grande rede de linhas
encerrar 2020 com um total acumulado
RJ), e do deputado Lafayette Andrada
de transmissão (LTs), com tensão superior a
de mais de 250 mil empregos no Brasil
(Republicanos-MG),
Código
230kV, com mais de 150 mil km de extensão, e
desde 2012, distribuídos entre mais de 15
Brasileiro de Energia Elétrica, que tem se
de subestações, exceto nos sistemas isolados
A
modernização
em
um
do
setor
importante
a
Associação
projeta
O Projeto de Lei que estabelecerá as
relator
do
O Brasil tem a vantagem de possuir uma
Em termos mundiais, no ano de 2018,
O sistema elétrico brasileiro permite o
57 Divulgação / GE
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
58
Reportagem especial
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
O segmento de transmissão tem o desafio de planejar com a Aneel e a ONS a substituição de cerca de 97 mil equipamentos de pátio de subestações, que vencerão a vida útil regulatória a partir de 2023.
(cerca de 2%), localizados em algumas partes
aumento de capilaridade para conectar as
percepção de segurança jurídica e ambiente
da região Norte. O único estado do País que
diversas fontes renováveis, as emergentes
legal-regulatório adequado, em que os
não está conectado ao SIN é Roraima, porém,
(como a solar e a eólica). O Nordeste terá
contratos são justos e os riscos gerenciáveis”,
estão sendo realizados esforços para que esse
todas as capitais ligadas em subestações de
justifica.
cenário mude.
500kV, e com isso, se fortalecerá a segurança
Saulo Cisneiros afirma que o modelo
e a confiabilidade do suprimento de energia
brasileiro da expansão da transmissão é
que interliga as geradoras às distribuidoras
elétrica”,
de
de muito sucesso, porque permite haja
e agregam maior nível de confiabilidade
Engenharia de Transmissão da Chesf, Eduardo
concorrência por meio dos leilões. “Não
no atendimento, permitindo a obtenção de
Matos.
é preciso se estabelecer uma tarifa para
ganhos sinérgicos e explorando a diversidade
O
tem
remuneração da transmissão, pois ela já
entre as diversas fontes de energia para
respondido eficazmente à política de atração
é definida no ato do leilão. A meu ver, as
atender às cidades, 24 horas por dia.
de investidores privados e propiciado a
instalações de transmissão deveriam ser
O sistema de transmissão conta com 351
transição segura entre os Concessionários
licitadas, sem prazo de vencimento, e seria
concessões reguladas pela Agência Nacional
tradicionais e novos investidores. Com isto,
uma decisão do concessionário o que fazer ao
de Energia Elétrica (Aneel), que controlam as
passou a estrutura dos negócios a ser realizada
longo do tempo para manter o ativo operando
linhas e as 1.240 subestações de conexão com
por financiamento do tipo “Project Finance”,
em condições de respeitar os índices que
as distribuidoras. A maior linha de transmissão
no qual as garantias financeiras são as próprias
seriam estabelecidos”, analisa.
é a LT ±800kV Xingu/Terminal Rio, em
receitas advindas da concessão, e encerra-se
corrente contínua, que interliga o Pará ao RJ,
a etapa dos financiamentos com garantias
grande evolução em vários aspectos do
com 2.539km, permitindo o escoamento da
dos governos ou das próprias concessionárias
mercado de transmissão no Brasil, com
energia gerada pela UHE Belo Monte.
(corporativas).
destaque para a quantidade e qualidade de
A transmissão cumpre o importante e
Para Mario Dias Miranda, engenheiro
novos investidores interessados nos ativos
estratégico papel de ser o elo integrador
eletricista e presidente executivo na Associação
de transmissão, o que antes era um mercado
dos agentes de geração e de consumidores,
Brasileira das Empresas de Transmissão de
concentrado nas grandes e estabelecidas
ao unir a geração com a carga. Atualmente,
Energia Elétrica (Abrate), a qual representa
concessionárias de transmissão. “É inegável a
se tem uma expansão significativa do setor
os legítimos interesses e agrega valor para as
melhor perspectiva para o setor de transmissão
de transmissão e grandes empreendimentos
empresas associadas, isto acontece porque
no País quando observamos que, em um
foram outorgados com maior velocidade a
há um ambiente aberto e competitivo de
passado recente, os ativos de transmissão
partir de 2016. A perspectiva é de que até
leilões reversos de concessão de serviços
estavam com suas obras atrasadas, afetando
2023, todas as capitais estejam interligadas
públicos dos serviços de transmissão de
o segmento de geração, e as novas licitações,
ao SIN. “Se tem um nível de integração e
energia elétrica. “Tudo isto é consequência da
em grande parte, eram vazias. Atualmente,
São 1.781 LTs constituindo uma malha
avalia
segmento
o
superintendente
de
transmissão
Desde o fim de 2016, é possível perceber
O Setor ElĂŠtrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
59
60
Reportagem especial Divulgação / GE
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
A transmissão já deu prova cabal de sua expertise em longas distâncias, como foram os casos das linhas de transmissão dos aproveitamentos hidrelétricos do rio Madeira, em Rondônia, até a subestação e Araraquara, em São Paulo, bem como as linhas de transmissão que interligam a usina de Belo Monte a Estreito, em São Paulo, e a outra a Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. No entanto, outros desafios se assomam, como a escalada de usinas de fontes renováveis, como a eólica e a solar, as quais acessam a transmissão para serem transportadas de acordo com as conveniências do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Resta à transmissão deixar o Brasil
Os resultados positivos que vêm sendo alcançados na transmissão são revertidos diretamente para a modicidade tarifária dos consumidores em geral.
totalmente integrado, mediante a implantação da linha de transmissão Manaus Boa Vista que,
as margens de escoamento da transmissão
públicas e prestar o serviço público.
embora tenha sido licitada há algum tempo,
estão mais disponíveis para acomodar novos
Adicionalmente, ao se afastar dos efeitos
tem enfrentado ausência de solução devido a
investimentos de geração e os leilões para
da então Medida Provisória nº 579/2012, cujos
passagem na terra indígena Waimiri-Atroari.
novos investimentos em transmissão estão
efeitos resultaram em graves dificuldades para
“Espera-se poder integrar a sociedade de
a todo o vapor”, declara a Diretoria de
as transmissoras prestarem adequadamente o
Roraima ao Sistema Interligado Nacional,
Inteligência de Mercado da AES Tietê.
serviço, consta-se a construção sólida de um
mediante solução técnica e econômica
de
ambiente de prestação de serviços públicos
viável”, explica Miranda.
empreendimentos lançados nos leilões da
que busca concatenar a sustentabilidade da
Aneel, tanto para novos blocos de conexões
concessão com valores módicos de receitas.
manter o seu parque atualizado e modernizado.
ao SIN, quanto para escoar importantes
Fabio Nossaes, presidente e CEO da
Por isto, tem o desafio de planejar com a Aneel
projetos que estavam represados desde 2014,
GE Grid Solutions na América Latina, conta
e a ONS a substituição de cerca de 97 mil
houve relevante revisão, por parte do órgão
que o mercado de transmissão nacional tem
equipamentos de pátio de subestações, que
regulador, das condições de financiamento
em vista mais uma mudança substancial
vencerão a vida útil regulatória a partir de 2023.
e prazos de entrega dos lotes. Esses fatores,
na
empreendimentos.
Cerca de R$32 bilhões em equipamentos
associados às questões macroeconômicas do
As grandes subestações e linhas de 500kV
poderão ser substituídos. Note-se que a vida
País, foram determinantes para se testemunhar
tendem a diminuir no próximo ciclo, dando
útil regulatória expressa a vida física média dos
um
mercado,
espaço para empreendimentos de menor
ativos em operação.
boas rentabilidades, riscos controlados de
porte em 230kV. “Acreditamos que essa
implantação e relacionamento contratual
mudança de perfil será um grande desafio para
no dia 04 de fevereiro de 2020, abertura
estabelecido com o governo. Isso fez do
o mercado. Investidores e agentes da cadeia
de consulta pública para obter subsídios a
mercado brasileiro de transmissão um dos
terão de se adaptar, uma vez que o nível de
respeito da Análise de Impacto Regulatório
negócios mais interessantes no mundo nesse
competitividade do mercado, no mínimo, se
(AIR) da necessidade de aprimoramento
período, atraindo tanto investidores nacionais
manterá no patamar, contudo, para responder
dos comandos regulamentares afetos à
de vários segmentos, quanto estrangeiros.
a um volume menor de mercado”, ressalta.
“vida útil regulatória” de equipamentos de
Além
do
verdadeiro
grande
“boom”
volume
no
característica
dos
A transmissão também precisa, em adição,
Neste sentido, a diretoria da Aneel aprovou,
Podem ser citadas também as questões
transmissão. A avaliação da Agência é de que
alcançados na transmissão são revertidos
relacionadas ao processo de licenciamento
a manutenção da regulamentação atual é a
diretamente para a modicidade tarifária dos
ambiental. Apesar dos prazos estabelecidos
decisão mais prudente a ser tomada, uma vez
consumidores em geral. Por outro lado, a
para os lotes terem sido estendidos, o
que parte do sistema de transmissão brasileiro
transmissão se trata de um segmento que,
processo de licenciamento ainda implica em
passa por um processo de envelhecimento
para criar a adequada atratividade, não
riscos altos e, muitas vezes, com pouca gestão
natural, e a substituição maciça e instantânea
necessita de estímulos ou de subsídios, mas
por parte dos investidores. “O setor entende
desses equipamentos é inviável do ponto de
somente de regras claras e de segurança
que é um aspecto que ainda precisa ser mais
vista técnico e econômico.
legal-regulatória para empreender as obras
bem gerido pelo governo”, afirma Nossaes.
Os resultados positivos que vêm sendo
A posição da Aneel é de que é possível
61
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
“conciliar a vida útil dos equipamentos
pela Agência. Isso significa que a receita
perspectiva da relação investidores por lote e
com a sua efetiva utilização”, sem “expor
dos empreendedores para exploração dos
deságio médio. Já em termos de volume de
o sistema de transmissão brasileiro a riscos
investimentos ficará menor que o previsto
contratação, quando comparado aos leilões
desnecessários.”
inicialmente, contribuindo para modicidade
dos anos anteriores, foi um pouco menor, mas
Os interessados podem enviar contri
tarifária de energia. O certame propiciará
o nível de competitividade cresceu, reforçando
buições até o dia 23 de março de 2020 para
ao País investimentos da ordem de R$4,2
o interesse do mercado no segmento de
o e-mail: cp005_2020@aneel.gov.br ou por
bilhões em obras de transmissão de energia
transmissão. “Percebemos que os investidores
correspondência para o endereço: ANEEL
elétrica, com estimativa de geração de 8.782
de pequeno e médio porte têm muito espaço
– SGAN Quadra 603 – Módulo I Térreo/
empregos diretos.
para se desenvolverem, porém, sob ameaça
Protocolo Geral, CEP 70.830-110, Brasília (DF).
O certame contou com uma média
dos investidores de grande porte, que estão
de
interessados em todos os perfis de lote,
Rodnei Dias dos Anjos, vice coordenador
aproximadamente
10
proponentes
da Comissão Técnica do SNPTEE e gerente
por lote. Foram negociados 12 lotes com
mesmo os menores”, frisa.
de Planejamento Elétrico da Cemig Geração
empreendimentos
e Transmissão S.A. afirma que a questão
Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso,
entre os investidores de médio e pequeno
regulatória é um dos maiores desafios. “Hoje,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio
porte. “A participação massiva dos agentes
o ‘calcanhar de Aquiles’ da transmissão é o
de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
e a qualidade do trabalho realizado por
fato de temos um parque com praticamente
No total, são 2470km de linhas de transmissão
toda a cadeia do mercado para viabilizar
50% dos ativos totalmente depreciados, com
e subestações que acrescentam 7800 mega-
este resultado, mostra o quão importante
sistemas com mais de 60 anos de idade.
volt-ampères (MVA) em capacidade de
e sólido é o negócio de transmissão no
Há um grande volume dos ativos que estão
subestações ao sistema.
Brasil”, afirma o executivo. E acrescenta:
depreciados, não só contabilmente, mas
“Quando
tecnicamente, no fim de vida útil, e como a
de players novos e menores. Destaque
subestações, onde estamos inseridos dentro
grande maioria das empresas irá repor este
também para a grande participação da
do mercado de transmissão, o Leilão 002-
parque?”, indaga.
Companhia de Transmissão de Energia
2019 cria um grande volume de contratação
Elétrica Paulista (CTEEP), pertencente ao
de equipamentos e sistemas de proteção,
Leilão de Transmissão Nº 2/2019
grupo colombiano ISA, a qual ganhou três
controle e telecomunicações para o próximo
lotes. Outra novidade foi o deságio recorde
ciclo de 2020, uma vez que os investidores e
O Leilão de Transmissão Nº 2/2019
médio de 60,3%. Os 12 lotes representarão
empresas de EPC vencedoras, estão com as
realizado pela Aneel no dia 19 de dezembro
um aumento de 7,8GVA em capacidade de
contratações em aberto. Portanto, isso gera
de 2019, em São Paulo, terminou com
transformação do sistema atual.
um impacto grande em termos de preços e
deságio médio recorde de 60,30%, o
Na opinião de Fabio Nossaes, tratou-se
competitividade, uma vez que o mercado de
maior da história dos leilões promovidos
do leilão mais competitivo da história sob a
fabricantes precisa garantir as reservas de slots
localizados
no
Acre,
O leilão caracterizou-se pela participação
O resultado ficou bastante distribuído
falamos
especificamente
das
62
Reportagem especial
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
maioria dos projetos é concluída e o
De acordo com Marco Azambuja,
UM FUTURO PROMISSOR, PORÉM, DESAFIADOR
gerente de Vendas da WEG Transmissão
Assim, o mercado deve seguir com
& Distribuição, no penúltimo leilão, o setor
Independentemente do avanço do setor
grande interesse no segmento e reagindo
chegou ao auge no que o Brasil possui a
de geração distribuída, há a necessidade
positivamente.
nível de transmissão e de investimentos.
de se promover a integração robusta entre
“Notamos uma pequena redução no
as regiões brasileiras, a fim de transmitir
anteriormente, em curto prazo, será iniciado
volume dos leilões para os próximos anos,
blocos de energia em determinadas épocas
um processo de upgrade e atualização dos
incluindo já, a partir de dezembro de 2019,
e de assegurar a confiabilidade e robustez
ativos depreciados. Isso já é realidade,
na parte de transmissão. Em geração,
ao sistema elétrico. Existem regiões que,
a partir da resolução nº 643 da Aneel, o
vemos ainda que há muito para se crescer,
com o tempo, serão incorporadas ao SIN,
que deve iniciar um ciclo de contratação
principalmente,
de
a fim de reduzir os custos impostos aos
de retrofits e substituição de ativos que
solar e de eólica. Nesse cenário, a WEG
consumidores brasileiros devidos à geração
certamente movimentará o mercado como
é uma das líderes no mercado brasileiro
mais dispendiosa.
um todo.
pela parte de solar, principalmente, na
em suas fábricas”, comenta Nossaes.
com
investimentos
Especialistas acreditam que o setor de
investidor realiza a expectativa financeira.
Além disso, conforme já mencionado
Na opinião de José Roberto Fabre,
geração distribuída. Em eólica, demos uma
transmissão continuará sendo atrativo para
gerente comercial da CPFL Soluções
segurada nos investimentos de leilões, mas
o mercado, em função de sua característica
e responsável pela área de serviços,
a companhia está desenvolvendo produtos
e segurança para o investidor de médio
o futuro é bastante promissor, pois o
para se tornar mais competitiva nessa
e longo prazo que, uma vez concluída a
Brasil tem muita obra de infraestrutura
cadeia também”, explica.
etapa de implantação, disponibilizando o
para executar. “Se pensarmos no que
José Roberto Reynaldo, CCO da TSEA
ativo que já está em regime operacional
é o Brasil hoje e onde ele deve chegar,
Energia, diz que os dois últimos leilões
– dentro das condições do edital –, passa
olhando até pelos indicadores da EPE
de
extremamente
a receber receita integral e garantida
e de mercado, vemos que ainda há
disputados e demonstrou que existe um
para os próximos 30 anos. A partir desta
muita coisa para acontecer. O mercado
ânimo na retomada do setor. “Isso tudo
etapa, é necessária uma boa estratégia de
está se transformando e precisará de
refletiu em uma melhora ou no aumento do
operação e manutenção para não sofrer
infraestrutura para isso, e o SIN terá de
volume dos equipamentos, dos projetos,
impactos com eventuais parcelas variáveis.
ser ampliado”, sustenta. “Acredito que
já em 2019. Isso reflete otimismo. Então,
A rentabilidade garantida por um longo
nos próximos 10 anos, teremos uma
nós, como fornecedores de equipamentos,
período, com baixo risco financeiro deve
transformação do nosso setor, o qual
transformadores e reatores de potência, já
manter a atratividade do setor.
estará bem diferente do que temos hoje.
começamos a observar um incremento de
O momento atual macroeconômico
E a infraestrutura, que foi o foco do
vendas em relação à média dos últimos
deve manter os investimentos no setor
SNPTEE na parte de transmissão, terá de
dois anos, e isso está fazendo com que
produtivo; dessa forma, por mais que haja
caminhar junto para justamente poder
o setor comece a dar uma acomodada”,
desafios de competitividade e volume de
fazer esse transporte de energia de uma
declara.
mercado, a realidade mostra que a grande
região para outra”, conclui.
transmissão
foram
O Setor ElĂŠtrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
63
64 64
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Mercado de Fios e Cabos deverá se manter aquecido em 2020 Investimentos em projetos de infraestrutura e cenário positivo do setor de construção civil foram apontados como os fatores principais para as condições favoráveis
O clima de estabilidade do segmento
Previsões de crescimento
de Fios e Cabos deve permanecer este ano. Segundo pesquisa realizada pela revista O Setor Elétrico, o crescimento esperado para
19%
2020 é de 19%, mantendo praticamente a média de 2019, que foi de 20%. Já em relação ao crescimento do tamanho anual total do mercado para este ano, a expectativa é de 16%. Os resultados mostraram que o crescimento médio em 2019 comparado a 2018 chegou a 17%.
A previsão de contratação de funcionários
até o final de 2020 deve ser de 15%.
Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2020
16% 17% 15%
Previsão de crescimento % para 2020
Crescimento médio em 2019 comparado a 2018
Previsão de contratações para 2020
65
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Em relação ao faturamento bruto anual total das empresas, 33%
acreditam que atingirão patamares acima de R$200 milhões, ao passo
Fatores que devem influenciar o mercado de Fios e Cabos em 2020
que, no ano passado, apenas 29% delas apostaram que alcançariam este valor, o que revela que deverá haver um pequeno incremento em 2020. Na sequência, a pesquisa constatou que 27% esperam faturar 2%
de R$3 milhões a R$10 milhões.
7%
Outros
Programas de incentivo do governo
Faturamento bruto anual das empresas de fios e cabos
11%
7%
33%
Até R$ 3 milhões
Acima de R$ 200 milhões
9%
Retomada da Economia
27%
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
Bom momento econômico do país 7%
14%
Desaceleração da economia brasileira
Retomada do crescimento
16%
7%
7%
13%
de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Crise Política
Setor da construção civil aquecido
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
13%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
2%
5%
Falta de normalização e/ou legislação
Setor da construção civil desaquecido 16%
2%
Incentivos por força de legislação ou normalização
Para 16% dos entrevistados, a previsão de crescimento é
justificada por projetos de infraestrutura e pelo aquecimento do setor de construção civil (também 16%). Em seguida, foram apontados por 14% das participantes, a retomada do crescimento, e por 11% a retomada da economia.
Projetos de infraestrutura 2%
Crise internacional
66 66
Pesquisa - Fios, cabos e acessórios
O perfil do segmento é formado pelo setor industrial (90%), setor
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Previsões de crescimento
comercial (66%), de transmissão e distribuição (62%) e residencial (52%). Principais segmentos de atuação
14% 90% 66% 62% 52%
Crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano de 2020
9%
Industrial
Comercial
13%
Transmissão e distribuição
7%
Previsão de crescimento % para 2020
Crescimento médio em 2019 comparado a 2018
Previsão de contratações para 2020
Residencial
Os dados da pesquisa mostram que a venda direta ao cliente
final domina o mercado do segmento, com 86% da fatia, seguido por revendas e varejistas (72%), distribuidores e atacadistas (62%), telemarketing (31%) e Internet (14%).
Os dados da pesquisa ainda indicam que 27% do segmento
faturam entre R$3 milhões e R$10 milhões. Outros 27% afirmaram que faturam de R$20 milhões a R$50 milhões, e 20% ficaram na faixa de R$50 milhões a R$100 milhões.
Canais de vendas
86%
Venda direta ao cliente final
Faturamento bruto anual das empresas de acessórios para fios e cabos
62% Distribuidores / atacadistas 72% Revendas / varejistas 31%
13%
De R$ 100 milhões a R$ 200 milhões
Telemarketing
14% Internet 24% Outros
7%
Até R$ 3 milhões
20%
De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões
27%
De R$ 3 milhões a R$ 10 milhões
Segmento de Acessórios para Fios e Cabos prevê crescimento
7%
de até 14% em 2020
27%
De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões
A expectativa supera a do ano passado, quando o percentual estimado foi de apenas 7%
De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões
A previsão de crescimento do segmento de Acessórios para Fios e
Cabos em 2020 deve chegar a 14%, de acordo com as respostas obtidas pela pesquisa da revista OSE, feita com inúmeras empresas do setor. O
crescimento do tamanho anual total do mercado para o ano ficará em 9%.
no ano de 2020 está ligada a fatores como projetos de infraestrutura
A razão pela qual as entrevistadas estão apostando em crescimento
Em comparação com o ano de 2018, o crescimento das empresas
(23%) e à retomada da economia (17%). Aspectos relacionados à
em 2019 foi de 13%, e novas contratações devem corresponder a
retomada do crescimento e ao bom momento econômico do País
aproximadamente 7%.
aparecem logo a seguir, empatados, correspondendo a 16%.
67
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Fatores que Devem Influenciar o Mercado de Acessórios para Fios e Cabos em 2020
4%
18%
Programas de incentivo do governo
Retomada da economia
16%
Bom momento econômico do país 16%
4%
Desaceleração da economia brasileira
Retomada do crescimento
12%
4%
Setor da construção civil aquecido
Crise Política 2%
Incentivos por força de legislação ou normalização
2%
Setor da construção civil desaquecido
24%
Projetos de infraestrutura
Segundo a pesquisa do OSE, as empresas de acessórios de Fios e Cabos atendem
aos segmentos Industrial (79%); Comercial (61%), de Transmissão e Distribuição (57%) e Residencial (18%). Principais segmentos de atuação
79% 61% 57% 18%
Industrial
Comercial Transmissão e distribuição
Residencial
O canal de vendas do segmento é bastante pulverizado, distribuindo-se em: revendas e
varejistas (75%); venda direta ao cliente final (68%); distribuidores e atacadistas (68%); telemarketing (21%) e Internet (7%). Canais de vendas
68% Venda direta ao cliente final 68% Distribuidores / atacadistas 75% Revendas / varejistas 21% Telemarketing 7% Internet 25% Outros
Pesquisa - Fios e cabos
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
SP
Ademir Machado
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
X
Alubar
(91) 3754-7154
www.alubar.net
Barcarena
PA
X
X
X
X
X
X
Brasfio
(11) 3641-5886
www.brasfio.com.br
Catende
PE
X
X
X
X
X
X
Cabelauto Cabos Elétricos
(35) 3629-2500
www.cabelauto.com.br
Itajubá
MG
X
X
X
X
X
X
Cablie Condutores Elétricos
(41) 3672-6882
www.cablie.com.br
Quatro Barras
PR
X
X
Cobrecom
(11) 2118-3200
www.cobrecom.com.br
Itu
SP
X
X
X
X
X
Cobremack
(11) 4156-5531
www.cobremack.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
Condumax Fios e Cabos Elét. 0800 701 3701
www.condumax.com.br
Olímpia
SP
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
Conduspar Cond. Elét. Ltda.
(41) 2109-6000
www.conduspar.com.br
São José dos Pinhais
PR
X
X
Cordeiro Cabos Elétricos
(11) 4674-7400
www.cordeiro.com.br
Ferraz de Vasconcelos
SP
X
X
X
X
X
CROSSFOX ELETRICA
(11) 2902-1070
www.crossfoxeletrica.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
X
X
D’Light
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
SP
X
X
X
X
X
Frontec
(51) 3201-2477
www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
X
X
X
X
Grupo Intelli
(16) 3820-1500
www.grupointelli.com.br
Orlândia
SP
X
X
Igus
(11) 3531-4487
www.igus.com.br
Jundiaí
SP
X
Induscabos Cond. Elétricos
(11) 4634-9000
www.induscabos.com.br
Poá
SP
X
X
Kit Acessórios
(21) 2290-1588
www.kitacessorios.com.br
Rio de Janeiro
RJ
X
X
Loja Elétrica
(31) 3218-8000
www.lojaeletrica.com.br
Belo Horizonte
MG
Megabras
(11) 3254-8111
www.megabras.com
São Paulo
SP
NAMBEI FIOS E CABOS
(11) 5056-8900
www.nambei.com.br
São Paulo
SP
X
Neocable
(11) 4891-1226
www.neocable.com.br
Bom Jesus dos Perdões
SP
X
X
Nexans Brasil
(11) 3084-1600
www.nexans.com.br
São Paulo
SP
X
X
X
X
Obo Bettermann
(15) 3335-1386
www.obo.com.br
Sorocaba
SP
X
X
X
X
Pan Electric
(54) 2102-3333
www.pan.com.br
Bento Gonçalves
RS
X
X
Proauto Electric
(15) 3031-7400
www.proauto-electric.com
Sorocaba
SP
X
Prysmian Group
(15) 3500-0530
br.prysmiangroup.com
Sorocaba
SP
SIL Fios e Cabos Elétricos
(11) 3377-3333
www.sil.com.br
Guarulhos
Sindal
(11) 3326-3144
www.sindal.com.br
Weidmüeller Conexel
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com
X
X
X
X
X
X
X
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X X
X
X
X
X
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X
X
X
X
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X
X X
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X
X
X
X
X
X
X
BA
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X
X
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X
X
X
X
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X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
X
São Paulo
SP
X
X
X
Diadema
SP
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Camacarí
X
X
X
www.conduscabos.ind.br
X
X
X
(11) 4452-3268
X
X
X
Conduscabos
X
X
Importa produtos acabados
Guarulhos
Exporta produtos acabados
www.acabine.com.br
Programas na área de responsabilidade social
(11) 2842-5252
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
A.Cabine Materiais Elétricos
14001 (ambiental)
UF
Internet
Transmissão e distribuição
X
Cidade
Telemarketing
Residencial
X
Site
Venda direta ao cliente final
Comercial
X
Telefone
Revendas / varejistas
Industrial
X
Distribuidores / atacadistas
Distribuidora
Fabricante
X
EMPRESA
X
Certificado ISO
Principal canal de vendas
9001 (qualidade)
Principal segmento de atuação
A empresa é
Outros
68
X X X
X X
X
X
X
X
X
X
Oferece treinamento técnico para os clientes
X X
X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X
X X X X X X
X X X X
X X X X
X
X
X
X
X
X
X X X
X X X
X X X X X X X X
X X X X X X X X
X X X X X X X X
X X X X X X
X X
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X X
X X
X X
X X X
X X
X X
X
X
X X X X X
X X X X X
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X X X X
X X X X X
X X X X X
X X X X
X X X
X X X
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X
X
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X
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X
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X
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X X
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X X
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X
X
X
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X x x
X x
x
X
x
x
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X x
X
X
X
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X
X
X X X
X X
x
x X X
X X
X X
X X
x X
X X
x X X
X
X
X
X
X
X
x
X
Outros
Cabos para comunicações e dados Cabos isolados em média tensão (1 kV < U ≤ 36,2 kV)
Cabos cobertos (revestidos, não isolados)
Outros
Cabos para cabeamento estruturado
Fios e cabos isolados para baixa tensão (até 1000 V)
Cabos para comunicações e dados: [Cabos ópticos]
Cabos coaxiais
Fios e cabos telefônicos metálicos
Outros
Cabos para instrumentação, sinalização, comando, controle
Cabo para ligação de equipamentos
Cabo resistente ao fogo para circuitos de segurança
Cabo com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos
Cabo com isolação termofixa
Cabo com isolação termoplástica
Fios e cabos Nus
Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
69
Cabos para média tensão
X
X
X X
x
X x
X x
x
x
X
X
x
x
x
x
Pesquisa - Acessórios para Fios e Cabos
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
X
X
X
X
Comercial
X
São José dos Pinhais
PR
X
X
X
www.fastweld.com.br
Guarulhos
SP
X
X
(51) 3201-2477
www.frontec.com.br
São Leopoldo
RS
X
X
Grupo Intelli
(16) 3820-1500
www.grupointelli.com.br
Orlândia
SP
X
X
Hellermanntyton
(11) 2136-9090
www.hellermanntyton.com.br
Jundiaí
SP
X
X
X
Ideal Industries
(11) 4314-9930
www.idealindustries.com.br
São Bernardo do Campo
SP
X
X
X
Incesa
(17) 3279-2612
www.incesa.com.br
Olímpia
SP
X
X
X
Indel Bauru
(14) 3281-7070
www.indelbauru.com.br
Bauru
SP
X
X
Link Of Americas
(21) 2585-3530
www.linkofamericas.com
Araquari
SC
X
Loja Elétrica
(31) 3218-8000
www.lojaeletrica.com.br
Belo Horizonte
MG
X
Magnet
(11) 4176-7877
www.mmmagnet.com.br
São Bernardo do Campo
SP
Megabras
(11) 3254-8111
www.megabras.com
São Paulo
OBO Bettermann
(15) 3335-1386
www.obo.com.br
PLP
(11) 4448-8000
PLP
Guarulhos
SP
Copperthree Ind. Cabos Elétricos
(11) 2293-1808
www.copperthree.com.br
Curitiba
PR
D’Light
(11) 2937-4650
www.dlight.com.br
Guarulhos
Elos
(41) 3383-9290
www.elos.com.br
Fastweld
(11) 2425-7180
Frontec
Residencial
Industrial
X
www.acabine.com.br
Fabricante
X
(11) 2842-5252
X X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
X
X
X
Sorocaba
SP
X
X
X
www.plp.com.br
Cajamar
SP
X
X
X
X
(11) 4448-8000
www.plp.com.br
Cajamar
SP
X
X
X
X
X
Proauto Electric
(15) 3031-7400
www.proauto-electric.com
Sorocaba
SP
X
X
X
Prysmian Group
(15) 3500-0530
br.prysmiangroup.com
Sorocaba
SP
X
X
X
X
Reimold
(11) 3904-3554
www.reimold.com.br
Caieiras
X
X
X
X
Sindal
(11) 3326-3144
www.sindal.com.br
X
X
X
Sob schurter Brasil
(11) 5090-0030
Sulminas FC
X
X
X
X
X
SP
X
X
X
São Paulo
SP
X
X
www.sob-brasil.com
sao paulo
SP
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
Sulminas FC
(35) 3714-2660
www.sulminasfiosecabos.com.br
Poços de Caldas
MG
X
TE Connectivity
(11) 2103-6000
www.te.com
Sao Paulo
SP
X
X
X
Techno do Brasil
(41) 98717-7000
www.technodobrasil.com.br
Curitiba
PR
X
X
Termotécnica Para-Raios
(31) 3308-7000
www.tel.com.br
Belo Horizonte
MG
X
X
Weidmüeller Conexel
(11) 4366-9600
www.weidmueller.com
Diadema
SP
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
X X
X
X
X
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X
X
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X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
Programas na área de responsabilidade social
X
X
A.Cabine Materiais Elétricos
Serviço de atendimento ao cliente por telefone e/ou internet
X
SP
UF
14001 (ambiental)
X
X
Cidade
Outros
Venda direta ao cliente final
X
X
Site
Internet
Revendas / varejistas
X
X
Telefone
Distribuidores / atacadistas
X
Transmissão e distribuição
X
X
EMPRESA
Certificado ISO
Principal canal de vendas
9001 (qualidade)
Principal segmento de atuação
Distribuidora
A empresa é
Telemarketing
70 70
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X
X
X
X
Importa produtos acabados Possui corpo técnico especializado para oferecer suporte aos clientes Oferece treinamento técnico para os clientes Conectores
X X X X X
X
X
X
X
X
X
X
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X X X X
X
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X
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X
X
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X
X
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X
X X
X X X X X X
X X X X X X
X X X X X
X X X
X X X
X X X X X
X X X X X X X
X X
X X X X X X X
X X X X X X X
X X X X X X
X X X
X X X X X
X X X X X X X X X
X X X X X X X X X
X X X X X
X X X X X X
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x
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X X X
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X X
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X X X
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X X
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X
X X
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X
X
X
X
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X
X
X
X
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X
X
X
X
x
x
X
X
Outros
Nenhum dos produtos acima
Emendas
X
Terminações
X
Fitas Isolantes
BAIXA TENSÃO Ferramentas para aplicação de conectores
Conectores
Outros
Materiais para identificação de cabos
Materiais para amarração de cabos
Fitas Isolantes (Autofusão)
Fitas Isolantes (Plástica)
Ferramentas para aplicação de conectores
Exporta produtos acabados
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
71
MÉDIA TENSÃO
x
X X
x
X
x
x
x
72
Destaque Prêmio OSE
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Por J. F. Araujo, L. M. Silva, L. B. Oliveira, M. Z. Fortes, B. S. M. C. Borba, A.C. Colombini*
Projeção da atualização tecnológica do parque de iluminação pública no Brasil
Devido aos avanços tecnológicos e ao simultâneo crescimento
avaliando as tecnologias que estão surgindo.
da sociedade, o uso da iluminação artificial tem crescido no mundo.
Este fato influencia significativamente na produção de eletricidade, que
para aplicabilidade em IP, pois além de propiciar uma iluminação de
para atender a demanda de iluminação artificial, dispõe de 20% da
qualidade, estas devem ser eficientes na conversão de energia elétrica
produção total no mundo [1]. O crescente consumo de energia para
em luz, e ter uma vida útil longa, e assim minimizar gastos com a
atender tal demanda, atinge 1.900 milhões de toneladas de emissões
manutenção deste sistema. Tradicionalmente a IP utiliza lâmpadas de
de CO2 ao ano, valor que equipara-se com o setor automobilístico e
descarga em alta pressão, sendo a vapor de sódio em alta pressão
aéreo [2].
(VSAP) a mais empregada nos municípios, cerca de 63% dos pontos
de iluminação existentes no Brasil [6].
Aproximadamente 2,3% da iluminação artificial é destinada a
É notória a preocupação com as novas soluções tecnológicas
iluminação externa, que pode ser considerada em sua maioria como
Apesar do uso massivo da tecnologia VSAP em vias públicas, o uso
iluminação pública (IP), e são responsáveis por cerca 60% do consumo
da tecnologia LED tem crescido em todo o mundo. Pode-se citar como
municipal de eletricidade num país desenvolvido [3]. Pode-se dizer que
exemplo os projetos de iluminação inteligente já implementados nos
a IP tornou-se indispensável para qualidade de vida da sociedade,
EUA, França e no Brasil, onde esta tecnologia pode possuir controle
principalmente nos centros urbanos, uma vez que contribui para
remoto, permitindo variar a intensidade de iluminação pelo tempo ou
a segurança do cidadão, inibe a criminalidade, estimula o turismo e
pelo sensor de movimento, reduzindo o consumo de energia e também
comércio, proporciona o lazer noturno aos habitantes, além de decorar
fornecendo informações em tempo real [7,8].
o centro urbano tornando visível as paisagens, prédios, monumentos
históricos e entre outros no período noturno. Além disso, a IP opera na
no parque de IP brasileiro, pode, além de melhorar a qualidade da
segurança do tráfego orientando percursos a serem utilizados pelos
iluminação, também contribuir com ações de eficiência energética.
motoristas [4].
Neste âmbito, diversas ações estão sendo implementadas no país,
Deste modo, pode-se dizer que a inserção da tecnologia LED
No ano de 2008, estudos realizados pela Eletrobras, evidenciaram
reduzindo os custos de energia com a IP dentro dos municípios. Além
que a iluminação pública equivale a aproximadamente 3,96% do
disso, a tecnologia LED possui maior vida útil quando comparada
montante de energia elétrica consumida no país, correspondente a
com as outras tecnologias, sendo facilmente integradas a sistemas de
10.624GWh/ano. Este número ressalta a importância e a necessidade
controle remoto facilitando sua operação e manutenção, e promovendo
de investigar o quanto pode-se economizar neste segmento, visto que
assim uma redução de custos de manutenção e gestão da IP[7].
a IP é potencialmente somada ao consumo total de energia elétrica
utilizada pelo país [5]. Mediante a este cenário de crescimento, é
uma considerável economia de energia no país a partir da inserção
necessário o estudo mais detalhado do real impacto da iluminação
da tecnologia vapor de sódio. Todavia, segundo diversos estudos,
pública no consumo energético brasileiro em uma perspectiva futura,
a LED tem ganhando notoriedade no que diz respeito à redução de
Sabe-se que as ações do PROCEL RELUZ proporcionaram
7373
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
consumo de energia e ao conforto visual, devido ao alcance do seu
do projeto, a implantação, expansão, operação e manutenção das
fluxo luminoso, temperatura de cor, vida útil e fácil manutenção.
instalações de iluminação pública são de responsabilidade do poder
público municipal ou distrital, ou ainda de quem tenha recebido deste
Este artigo tem como proposta, apresentar uma projeção do
impacto da troca das lâmpadas e luminárias atuais pelas fabricadas
a delegação para prestar tais serviços [11,12].
com tecnologia LED. Para tanto, foi considerado um cenário de
2018 a 2028 tendo como base o consumo nacional (MWh/ano) e o
RELUZ em 2012, atualmente existe cerca de 15 milhões de pontos
quantitativo de equipamentos utilizado no atual parque de IP.
de IP em todo o Brasil [13]. Todavia, em conformidade com dados
De acordo com os últimos dados compilados pelo PROCEL
levantados por diversos estudos, estima-se que o mercado de IP no
I - METODOLOGIA
Brasil compreenda em torno de 18 milhões de pontos de luz, com
O trabalho foi dividido em três etapas. A primeira etapa refere-se
um alcance de 95,5% ao redor dos domicílios. Atualmente o parque
à contextualização do histórico de iluminação pública no Brasil,
luminotécnico existente no Brasil, é constituído essencialmente por
destacando como a política governamental atual tem buscado a
lâmpadas a vapor de sódio, lâmpadas a vapor de mercúrio, e os
eficientização do parque de iluminação pública. Ainda nesse tópico,
LEDs, ainda não expressivos [14].
será evidenciada a regulamentação brasileira, destacando o papel
das prefeituras e governos frente às concessionárias de energia
sódio e mercúrio que foram introduzidas ainda na década de 1960
elétrica. Vale ressaltar que para esta avaliação inicial, será utilizada a
[15]. Contudo, é sabido que estas lâmpadas configuram significativos
quantificação média dos pontos de iluminação pública existentes em
custos de manutenção, além do difícil descarte.
todo o território nacional.
Na segunda etapa, são apresentados os índices essenciais para
iluminação tem obtido soluções energeticamente mais eficientes,
qualificar uma determinada tecnologia, apresentando, por meio de uma
como a utilização das luminárias LEDs também para o setor de IP.
comparação entre as tecnologias que atualmente compõem o parque
Pode-se dizer que as luminárias LEDs consomem 50% de energia
de IP do Brasil, aquelas que mais se destacam em cada uma das
quando comparadas às luminárias convencionais. Esta economia é
características analisadas. Neste mesmo estágio, será considerada
significativamente expressiva, uma vez que proporciona a redução
a norma regulamentadora NBR 5101:2012 [9] a fim de apontar os
das faturas de energia, e consequentemente o custo com a geração,
requisitos mínimos para atender a IP de maneira eficiente e segura, e
transmissão e distribuição de energia elétrica [12].
ainda descrever o papel das certificações hoje existentes para a IP de
LED indicadas pelo Inmetro e pelo Selo Procel.
2012, o quantitativo de pontos de IP correspondeu a aproximadamente
a 15 milhões de unidades. A Tabela I apresenta estes dados [13].
No terceiro e último cenário, é apresentada a projeção do consumo
O parque de IP brasileiro é composto por lâmpadas de vapor de
Em virtude do crescente avanço tecnológico, o mercado de
Diante dos dados obtidos pelo PROCEL RELUZ até o ano de
nacional em MWh do parque de IP no Brasil para o ano de 2017. Nesse sentido, uma tendência para a atualização do parque de IP com tecnologia LED no período compreendido entre 2018 e 2028 é realizada. Estas projeções e tendências foram obtidas a partir dos dados
Tabela I – Quantidade de Pontos de IP por tipo de tecnologia até o ano 2016 pelo procel reluz.
regionais de consumo (MWh) retirados do estudo [10], apresentado
Tipo de lâmpada
Quantidade
Participação
pela revista REGET/UFSM, que utilizou informações da base de dados
Vapor de Sódio
9.294,611
62,9%
da Aneel. A projeção do consumo foi realizada a partir da equação da
Vapor de Mercúrio
4.703,012
31,8%
reta, obtida por uma tendência linear construída em planilhas utilizando
Mistas
328.427
2,2%
como ferramenta o software Microsoft Excel®. Este trabalho mostra
Incandescentes
210,417
1,4%
uma projeção do cenário no ano de 2028, considerando a ocorrência
Fluorescentes
119.535
0,8%
Multi-Vapor Metálico
108.173
0,7%
Como resultado, o trabalho apresenta a projeção do crescimento do
Outras
5.134
0,03%
parque de IP, e da redução da energia consumida após a substituição
TOTAL
da atualização tecnológica.
14.769,309
de todo este parque no período sob estudo. Para demonstrar a atualização do parque de IP pela tecnologia LED, foi admitida uma taxa de redução ao ano a partir do montante de pontos de IP atualmente
existentes, entretanto, em confronto a esta projeção, e com base nas
das ações do PROCEL RELUZ, além de proporcionar a redução do
estimativas de mercado, também foi considerado a taxa de crescimento
consumo de energia, participa da mitigação dos impactos ambientais.
dessa tecnologia.
O programa PROCEL RELUZ em 2016 propiciou uma economia de
É sabido, que a eficientização do parque luminotécnico proveniente
energia correspondente a 15,15 bilhões de kWh que refletem num
II - CENÁRIO BRASILEIRO
De acordo com o Art. 21 da Seção X da Resolução nº 414/2010
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) [11], a elaboração
CO2 equivalente evitado de 1,238 milhão (tCO2), proporcional às emissões de aproximadamente 425 mil veículos em um ano [16]. A Tabela II apresenta um resumo destes dados.
74
Destaque Prêmio OSE
Tabela II – Principais resultados energéticos das ações do procel em 2016 [6].
Resultado
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
extintos do mercado até 2020.
A segunda certificação existente é do PROCEL, chamada de
Total
Procel Selo. Publicada em outubro de 2017 pelo PROCEL, aborda
Energia economizada (bilhões de kWh)
15,15
os critérios para certificação de lâmpadas LED pelo Selo Procel de
Usina equivalente (MW)
3,634
Eficiência Energética [19].
Emissão de CO2 equivalente (milhão tCO2e)
1,238
Em março de 2017, foi aprovado investimento de aproximadamente
R$17,5 milhões de recursos não reembolsáveis na Chamada Pública
III - COMPARAÇÃO E QUALIFICAÇÕES DAS TECNOLOGIAS
Pode-se afirmar que os índices utilizados para qualificar uma dada
tecnologia de luminária são, entre outros, a temperatura de cor, o índice de reprodução de cor, a eficiência luminosa e a vida mediana. Isso porque tais dados auxiliam na escolha do produto além de influenciarem no conforto visual do usuário e no custo gerado pela instalação. A TABELA III apresenta os dados das diversas tecnologias atualmente existentes no parque de IP, tendo em vista as características técnicas avaliadas.
Vapor de
foi de R$30 milhões de recursos não reembolsáveis pelo Comitê Gestor de Eficiência Energética (CGEE) [20]. Essa chamada pública tem por objetivo incentivar as prefeituras a apresentarem propostas de projetos para a modernização dos seus parques de iluminação pública, utilizando a tecnologia LED [16].
Tal modernização é baseada no conceito de aumentar a eficiência
energética, garantindo os níveis de iluminâncias nas vias, e respeitando os outros índices estabelecidos pelas normas técnicas brasileiras de iluminação pública. Igualmente, todos os projetos realizados englobam
Tabela III – Comparativos entre tecnologias.
Tecnologia
do Procel Reluz 2017. Em dezembro de 2018, o investimento aprovado
a modernização dos sistemas de iluminação pública em todos os seus
Temperatura
IRC
Eficiência
Vida
de cor (K)
(%)
luminosa
mediana
(lm/W)
(horas)
aspectos técnicos e equipamentos que os compõem, como lâmpadas e pequenos acessórios de fixação [16].
3000-4000
40-55
45-58
9000-15000
IV - PROJEÇÃO DOS CENÁRIOS
2000
22
80-150
18000-32000
A - Projeção do Consumo Nacional para a IP
mercúrio Vapor de sódio Vapor
3000-6000
65-85
65-90
8000-12000
metálico LED
4000
80-90
80-110
60000
Sabe-se que a ABNT NBR 5101:2012[9] determina os requisitos
considerados como mínimos para a iluminação de vias públicas, e que tem como principal função aumentar a segurança dos tráfegos de pedestres e veículos.
Um dos fatores importantes para a iluminação em vias, é a
distribuição apropriada das intensidades luminosas. A norma diz que as intensidades emitidas pelas luminárias são controladas direcionalmente e distribuídas de acordo com a necessidade para visibilidade do ambiente [9].
regionais do consumo de IP, retirados de um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Maria [10] oriundos da Aneel no
*Tabela Adaptada [17].
A projeção realizada neste estudo, foi obtida a partir dos dados
Com o propósito de assegurar a eficiência energética e a qualidade
da eficiência luminosa da tecnologia LED, existem duas certificações
período de 2010 a 2013. Foi realizada uma curva tendência para cada região (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste), onde se projetou o consumo em MWh para o ano de 2017. É importante ressaltar que em 2014 houve uma queda no consumo de energia devido altas cargas tributárias, as oscilações de câmbio, custo do capital, copa do mundo, desempenho econômico, entre outros. Tal comportamento, que culminou com a recente crise brasileira, pode ser observado na curva da Figura 1 [21].
A partir da soma das projeções regionais, foi possível obter o
consumo nacional de IP até o ano de 2017. Assim, foi realizado o estudo proposto com as projeções de 2018 a 2028. Na Tabela IV Tabela IV – Consumo nacional de IP projetado para o ano de 2017.
Período
Ano (Período "X")
Consumo Nacional (MWh)
brasileiras indispensáveis para os LEDs destinados a IP.
1
2010
12.124.284,58
A primeira certificação é a Portaria 20 de fevereiro de 2017 [18].
2
2011
12.675.700,33
Ela determina a certificação compulsória de luminárias públicas que
3
2012
13.033.222,64
utilizam LED e lâmpadas de descarga. Esta certificação tem como
4
2013
13.622.594,38
objetivo obter produtos com o máximo de eficiência energética e
5
2014
13.002.357,00
que apresentem segurança aos usuários, mitigando as diferenças de
6
2015
13.487.602,00
qualidade dos produtos entregues no comércio. Assim, os produtos
7
2016
13.972.847,00
que não atenderem o nível mínimo de qualidade requerida serão
8
2017
14.458.092,00
7575
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Tabela VI – Projeção da Substituição do Parque de IP das Tecnologias Existentes por LED (mwh/ano) – CRESCIMENTO.
Ano
Lâmpada Lâmpada Lâmpada VSeq
VM
LED
Crescim.
Total
de LEDs ao ano 0
14.769.309
2019 9.059.667 4.232.711 1.476.931
129.970
14.899.279
2020 8.053.038 3.762.410 3.083.832
282.815
15.182.093
2021 7.046.408 3.292.108 4.843.577
451.122
15.633.216
2022 6.039.778 2.821.807 6.771.631
635.602
16.268.818
2023 5.033.149 2.351.506 8.884.164
837.739
17.106.558
2018 10.066.297 4.703.012
Figura 1 – Gráfico da Projeção do Consumo Nacional em MWh para o ano de 2017.
apresentam-se os dados e na Figura 1 o gráfico referente à projeção do consumo de IP para o ano de 2017.
2024 4.026.519 1.881.205 11.198.834 1.059.218 18.165.776 2025 3.019.889 1.410.904 13.734.983 1.301.890 19.467.666 2026 2.013.259
940.602 16.513.804 1.567.781 21.035.447
2027 1.006.630
470.301 19.558.516 1.859.114 22.894.561
2028
0
0
22.894.561 2.178.323 25.072.884
Crescimento do Parque de IP de 2018 a 2028 (%)
B - Crescimento do Parque de IP de 2018 a 2028 (%)
0
41%
Para realizar a projeção do crescimento do parque de iluminação
pública no cenário de 2018 a 2028, compreendendo a substituição das tecnologias de iluminação existentes pela tecnologia LED, foi admitida uma taxa de redução de 10% ao ano a partir do montante de pontos de IP atualmente existentes. A quantidade atual total de pontos de IP por tipo de tecnologia está apresentada na Tabela I. Para a elaboração deste estudo, todos os percentuais menores do que 3% de determinada tecnologia de IP foram incorporados na tecnologia vapor de sódio, uma vez que esta compreende maior impacto no parque quando comparada às demais, aproximadamente 70% do parque luminotécnico. Além disso, para o cálculo de equivalência foi admitido uma potência de 250W para cada luminária de vapor de sódio. Para a tecnologia vapor de mercúrio, que compreende cerca de 30% deste mesmo parque, foi admitida uma potência de 500W para cada luminária. A Tabela V evidencia está equivalência de acordo com os dados
Figura 2 – Gráfico da projeção da atualização do parque de IP com a inserção tecnologia LED.
oriundos da Tabela I.
Objetivando tornar esta projeção mais exata, foi utilizada uma taxa
de crescimento anual de 8,8% prevista para a tecnologia LED [22].
Na Tabela VI e Figura 2 pode-se verificar o comportamento deste
crescimento no período de 2018 a 2028, onde as tecnologias vapor de sódio e vapor de mercúrio reduzem ao longo dos anos, enquanto tecnologia LED cresce até atingir o ano de 2028, momento em que todo o parque de iluminação é atualizado pela tecnologia de iluminação mais eficiente. Tabela V – Quantidade de Pontos de ip no brasil pelo procel reluz.
Tecnologia
Quantidade de Pontos
Equivalência
de IP no Brasil
para LED
VSeq*
68,16%
10.066.297,00
250W para 70W
VM**
31,84%
4.703.012,00
500W para 100W
*VSeq- Vapor de Sódio Equivalente **VM- Vapor de Mercúrio
Pode-se concluir diante da projeção realizada, que o crescimento
do parque de IP de 2018 a 2028 corresponde a um percentual de 41%. C - Redução da energia consumida após a substituição de todo o Parque de IP de 2018 a 2028 (%)
Realizou-se também a projeção da redução do consumo de
energia em MWh/ano com a inserção da tecnologia LED, onde foi possível verificar que a redução da energia consumida após a substituição de todo o Parque de IP de 2018 a 2028 por essa tecnologia. Concluiu-se que esta redução, corresponde a um percentual de 61%. A Tabela VII e Figura 3 apresentam os resultados obtidos para o período de 2018 a 2028.
76
Destaque Prêmio OSE
Tabela VII – Projeção da Substituição do Parque de IP das Tecnologias Existentes por LED (mwh/ano) - REDUÇÃO.
Ano
Lâmpada Lâmpada Lâm. LED VSeq
VM
Crescim.
Total
participação das prefeituras e governos estaduais.
O PROCEL RELUZ utiliza em seu programa, recursos oriundos
da Reserva Global de Reversão (RGR), todavia estes não são suficientes para que o cenário visualizado neste trabalho seja atendido.
oriundas da de LEDs troca
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
É importante ressaltar que no ano de 2012 essa reserva foi esgotada.
ao ano
2018 9.854.181 4.603.911
0
0
14.458.092
Desta maneira identifica-se a necessidade de viabilizar recursos para
2019 8.868.763 4.143.520
514.625
45.287
13.572.194
que o PROCEL RELUZ se adeque a realidade tecnológica e mais
2020 7.883.345 3.683.129 1.029.249
94.559
12.690.282
eficiente de utilização de luminárias LED em vias públicas.
2021 6.897.927 3.222.738 1.543.874
144.182
11.808.720
2022 5.912.509 2.762.346 2.058.498
193.836
10.927.189
tecnologia LED ao longo de 10 anos no parque de IP brasileiro.
2023 4.927.091 2.301.955 2.573.123
243.492
10.045.661
Assim, espera-se que, com o incentivo do governo, as concessionárias
A proposta realizada neste estudo contempla a inserção da
2024 3.941.673 1.841.564 3.087.748
293.149
9.164.133
de energia possam realizar a troca das luminárias existentes e obter
2025 2.956.254 1.381.173 3.602.372
342.806
8.282.606
uma redução de consumo de aproximadamente 61%, conforme
920.782
4.116.997
392.463
7.401.078
apresentado neste estudo.
2027
985.418
460.391
4.631.621
442.119
6.519.550
2028
0
0
5.146.246
491.776
5.638.022
taxas de IP pública aplicadas às faturas de energia atuais, além de
61%
contribuir para a economia de energia elétrica do sistema elétrico e
2026 1.970.836
Crescimento do Parque de IP de 2018 a 2028 (%)
Vale ressaltar que tal política, se implementada, poderia reduzir as
redução da emissão do CO2 no planeta.
REFERÊNCIAS
Figura 3 – Gráfico da Projeção da Redução do Consumo (MWh/ano) na IP com a inserção da tecnologia LED.
V - CONCLUSÃO
Neste estudo foram realizadas previsões a partir de cenários
que servem de embasamento para políticas energéticas. Para tanto, investigou-se como é realizada a gestão da eficiência energética para a iluminação pública no Brasil e a eficientização do parque luminotécnico nacional atual. Propôs-se a completa substituição dos pontos de IP atualmente existentes pela tecnologia LED por ser a que comprovadamente apresenta a melhor eficiência energética e a de menor agressão ao meio ambiente.
A partir das pesquisas realizadas, foi possível verificar que
existem políticas e programas de eficientização do parque luminotécnico nacional, sendo a mais expressiva a política implementada pela Eletrobrás por meio do programa PROCEL RELUZ. A implementação deste programa, que conta com o apoio do Ministério de Minas e Energia (MME), é de competência das concessionárias de energia elétrica contando também com a
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O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
77
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Espaço 5419
Espaço 5419
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Por Normando V. B. Alves*
Assuntos não contemplados na NBR 5419/2015
Apesar de a norma NBR 5419 de 2005
Bom, quer dizer que somente essas
ter pulado de 42 páginas para quase 400
edificações são excluídas da norma? Não.
em 2015, isso não garante que o assunto de
Podem existir muitas outras situações novas
PDA tenha sido esgotado; pelo contrário,
ou que venham a existir devido até à aplicação
a cada cinco anos, aproximadamente, as
de novas tecnologias e que fatalmente não
normas deverão ser revisadas e corrigidos
estejam tacitamente explicitadas na norma.
eventuais erros ou incorporadas novas
Um exemplo recentemente que me deparei
práticas
é com a proteção de edificações construídas
de
engenharia
reconhecidas
internacionalmente.
debaixo do solo (exploração subterrânea
de minérios), que eu nunca imaginei que
Gostaria de lembrar uma frase: “Toda
solução gera um novo problema”, e isso na
existissem tais edificações.
engenharia é muito comum. Você resolve
um problema e logo em seguida aparecem
novas situações aparecerem, o projetista que
dois ou três advindos da solução do
entendeu a essência da PDA tem na norma
primeiro.
as ferramentas necessárias para aplicar em
Por vezes, sou questionado por alunos
qualquer situação, mesmo àquelas que não
dos cursos sobre a abrangência desta
estão explícitas na norma. O uso específico
norma. É extremamente difícil estabelecer
de determinas situações podem também ser
os limites da proteção para edificações
obtidas em outras normas, tal como a BSI,
especiais, estratégicas, perigosas etc. É
IEC, NFPA, IEEE etc.
impossível estabelecer o tipo de edificação
que deverá ser protegida ou excluída da
se limitando a apenas estas:
O que eu quero deixar claro é que se
Algumas dessa situações podem ser, não
norma, porém, existem algumas diretrizes básicas que a norma estabelece na parte 1,
- Aterramento de cercas
transcrita abaixo:
- Proteção em áreas classificadas
79
Apoio
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
implantação do empreendimento, deverá usar a abordagem que mencionei acima usando os dados da área total e, neste caso, sugerir que todos os prédios sejam protegidos pelo nível de proteção IV, a menos que dê um nível mais restritivo. Outras
situações
esporádicas
são
o
trabalho em áreas abertas. O procedimento conforme estabelecido na NBR 16785 é a instalação de um aviso de tempestades e a retirada das pessoas das áreas abertas. Porém, existem outras situações onde a parada pode trazer prejuízos muito grandes e onde a retirada das pessoas dessas áreas pode ser muito demorada. Neste caso, é possível reduzir o número de pessoas expostas ao mínimo possível, determinar os locais menos perigosos (zonas), determinar caminhos mais seguros ou criar proteções provisórias e temporárias para que essas pessoas possam - Proteção de edificações subterrâneas
do Gerenciamento de risco. Muitas vezes, as
se abrigar em locais seguros sem que sejam
- Proteção de árvores
informações necessárias para se fazer uma
deslocadas do local de trabalho.
- Proteção de embarcações
boa avaliação de risco e determinar uma boa
- Proteção Off Shore
solução técnica, passam pelas informações
serviço é temporário ou definitivo, pois as
- Proteção de indústrias estratégicas
que o cliente deveria nos fornecer, mas nem
medidas e os custos poderão variar em função
- Proteção de Edificações Nucleares
sempre ele tem ou pode transmiti-las. Uma
do tipo de serviço.
- Etc.
possibilidade é usar as informações mais
Certa
restritivas a favor da segurança, para depois ir
proteger uma base de lançamento de
Pelo fato da norma NBR 5419/2015
refinando o GR.
foguetes espaciais. Usamos as ferramentas da
ser uma norma de aplicação de critérios de
Outra situação com a qual me deparei
norma e conseguimos apresentar uma solução
engenharia e não uma norma de produto, ela,
foi o caso da implantação de um condomínio
exequível. Anos depois, em um seminário
no sentido de ajudar o projetista, referencia
de 60 prédios idênticos. Ao fazer o GR de
internacional,
algumas outras normas que podem ajudá-lo
um prédio, reparei que este deu como não
idêntico ao nosso. A solução apresentada foi
a entender melhor o fenômeno ou a tomar
sendo necessária a proteção, porém, fazendo
muito parecida com a nossa, o que me deixou
decisões técnicas específicas. Veja trecho da
uma análise mais crítica, notei que a área de
feliz, pois validou o nosso conhecimento sobre
norma na figura acima.
implantação desses prédios estava dando em
PDA, mesmo não havendo norma brasileira
torno de meio quilometro quadrado.
sobre esse assunto.
Resumindo, novas situações que não
E eu ainda complementaria com mais
algumas, tais como:
A densidade de descargas nessa região
É também interessante analisar se esse
vez,
fomos
foi
contratados
apresentado
um
para
case
estava dando oito raios/ano/km2, o que
estejam
NBR6524 – Fabricação de cabos e fios de
equivale dizer que, estatisticamente falando,
norma NBR 5419 poderão ser obtidas em
cobre
nessa área de ½ km2, cairão aproximadamente
outras normas complementares, experiência
NBR7117 – Prospecção do solo e estratificação
quatro raios por ano. A grande pergunta é a
acumulada ou buscando novas fontes de
do solo em camadas
seguinte: quais serão os quatro possíveis
informação. Muitas vezes, quando você
NBR 15749 – Métodos para Medição de
prédios que a cada ano, possivelmente, serão
precisa
resistência de aterramento
atingidos?
talvez o melhor caminho seja comprar esse
NBR16785 – Sistemas de alerta e proteção em
A
abordar
conhecimento de quem sabe, através da
áreas abertas.
este problema seria a seguinte: se você
contratação de uma consultoria direcionada,
Muitas vezes, o feeling e a experiência
for demandado para avaliar um prédio
e com isso, aumentar a sua experiência e
acumuladas e associações com outros casos
especificamente (depois de habitado), então,
aprendizado sobre determinado assunto.
parecidos ocorridos no passado podem ser
deverá fazer o GR com os dados somente
excelentes ferramentas de auxílio. Um caso
dessa edificação.
que ocorreu comigo mais de uma vez é o
Se você for abordado na época da
minha
sugestão
para
contempladas
de
uma
explicitamente
informação
na
específica,
*Normando V. B. Alves é engenheiro e diretor de Engenharia da Termotécnica Ind. Com. Ltda.
80
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Por João Paulo dos Reis e Benedito Donizeti Bonatto*
Incentivos econômico-regulatórios para melhores indicadores de qualidade de energia DEC e FEC: uma análise a partir de dados reais brasileiros Como
da
O objetivo deste trabalho, portanto,
aplicação da componente Q do Fator X
analisar
a
efetividade
foi analisar a efetividade da aplicação da
como ferramenta de incentivo econômico
componente Q do Fator X como ferramenta
à melhoria da qualidade técnica do serviço
de incentivo econômico à melhoria da
público de distribuição de energia elétrica?
qualidade técnica do serviço público de
Um artigo técnico [1] apresentado na
distribuição de energia elétrica [3]. Sabe-se
CBQEE 2019 – XIII Conferência Brasileira
que o Fator X é mecanismo que compartilha
sobre a Qualidade da Energia Elétrica,
ganhos da distribuidora (devido ao aumento
realizado no Instituto Mauá de Tecnologia,
de escala) com o consumidor; é ferramenta de
em São Caetano do Sul (SP), de 01 a 04
incentivo à melhoria da qualidade de energia
de setembro de 2019, teve isto como
e qualidade do serviço comercial; é ferramenta
objetivo. A relevância do Fator X [2] é que
de incentivo à redução de custos. Por sua vez,
ele impacta no ajuste anual da tarifa de
de forma sintética, o Fator X engloba o Fator
energia elétrica e, portanto, impacta na
Pd (compartilhamento com o consumidor dos
receita da concessionária de distribuição.
ganhos de escala da distribuidora, ou seja,
De forma sintética, a Figura 1 ilustra o tema
aumento do consumo em função do aumento
em questão:
do número de consumidores), o Fator Q
Figura 1 – Ilustração do impacto do Fator X na tarifa de energia elétrica e Receita da Concessionária [1].
81
Espaço SBQEE
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
(ferramenta de Incentivo à Melhoria da Qualidade da Energia e Qualidade do Serviço Prestado) e o Fator T (ajusta anualmente os Custos Operacionais impondo uma Trajetória Eficiente de Custo).
As seguintes premissas foram adotadas
neste estudo: 1
–
Foram
analisados
dados
de
33
distribuidoras de grande porte do Brasil – representando, 97,41% do mercado nacional
Figura 2 – Variação da Receita (Parcela B) em função da aplicação do Fator Q no período de 2015 a 2017 (3 anos) [1].
de venda de energia elétrica (MWh) e 97,15%
de forma justa a melhoria na qualidade. Ao
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, 2011.
do número de consumidores atendidos;
contrário, parece que o órgão regulador
[3] Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica
2 – O período de análise compreendido foi de
desconsidera, ou considera muito pouco,
2015 a 2017 (três anos);
padrões de qualidade já alcançados e
3 – Verificaram-se dois itens: (i) se a
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, 2018.
parece reconhecer apenas as empresas que
[4] Procedimentos de Regulação Tarifária – PRORET.
distribuidora atendeu os parâmetros mínimos
apresentaram melhoras em seu desempenho
de DEC e FEC exigidos pela Agência Nacional
ano a ano – ainda que estas estejam fora do
de Energia Elétrica (Aneel) e (ii) se esses
padrão mínimo exigido pela própria Agência
*João Paulo dos Reis é mestrando em Engenharia
indicadores foram melhorados de um ano
para a qualidade dos serviços prestados ao
Elétrica pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei),
para outro;
consumidor, o que pode resultar em um ciclo
4 – A análise foi conduzida exclusivamente
vicioso e não virtuoso. Isto é, entende-se que
no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST. Módulo 8: Qualidade da Energia Elétrica, V.10. Brasília: Agência
Submódulo 2.5: Fator X, V. 1.0. Brasília:
Agência
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, 2018.
pós-graduado em Finanças (MBA) pelo IBMEC (2017) e graduado em Engenharia de Produção pela Faculdade Pitágoras Minas Gerais (2015).
a partir do uso do Fator Q real sobre o valor
a Aneel penaliza empresas que já alcançaram
Possui também graduação em Gestão Financeira
de uma Parcela B fictícia que foi definida,
certo nível de qualidade e incentiva empresas
pela Fatec (2009) e especialização em Gestão de
de forma arbitrária, no valor de R$1.000,00
que, apesar de apresentarem padrões de
(um mil Reais) – idêntica para todas as
melhoria nos indicadores, ainda estão aquém
distribuidoras em análise e com aplicação
do padrão mínimo exigido pela própria
concessionária de distribuição de energia elétrica
exclusiva para este trabalho;
Agência para a qualidade da energia elétrica
DME Distribuição S/A – DMED. Tem interesse nas
5 – Definiu-se também que, para o período em análise, não houve variação de inflação; 6 – Por fim, assumiu-se que o Fator X do
fornecida [3]. Entende-se, portanto, que há oportunidades de melhorias a serem buscadas em conjunto pelos agentes do mercado
período de análise foi apenas o Fator Q dos
elétrico brasileiro.
indicadores DEC e FEC.
O autor agradece o apoio financeiro
Negócios pela Faculdade Pitágoras Minas Gerais (2011). Trabalha com Regulação EconômicoFinanceira (especificamente na área de Tarifas) na
áreas de Regulação Econômico-Financeira do Setor Elétrico e de Comercialização de Energia Elétrica. No mestrado, pesquisa modelos de negócios para o setor de Distribuição de Energia relacionados às novas tecnologias de Micro e Minigeração Distribuída. *Benedito Donizeti Bonatto é graduado em engenharia
em parte da CAPES (Coordenação de
elétrica pela Universidade Federal de Itajubá (1991),
Dentre várias análises realizadas no traba
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –
Mestre pela Unicamp (1995), e Ph.D. in Electrical and
lho, ilustra-se na Figura 2 a variação da Receita
Brasil - Código Financeiro 001, CNPq – Conselho
(Parcela B) em função da aplicação do Fator Q
Nacional de Desenvolvimento Científico e
no período de 2015 a 2017 (três anos) para os
Tecnológico – INERGE e FAPEMIG). Também
Paulo, Brasil (2005). Possui experiência profissional
códigos de distribuidoras de energia elétrica
expressa gratidão pelo apoio educacional da
com diversos trabalhos técnicos em indústrias, de
definidos pelo órgão regulador (ver figura 2).
Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
Dentre as principais conclusões do trabalho, em que pese todo o esforço promovido
pela
Aneel
para
prover
a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Computer Engineering pela The University of British Columbia, Canadá (2001). Possui especialização em Administração pela Fundação Getúlio Vargas, São
engenharia, de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no setor elétrico e atuações gerenciais em concessionária de eletricidade (Elektro). Atualmente, é presidente da Sociedade Brasileira de Qualidade de Energia Elétrica
[1] J. P. Reis, B. D. Bonatto, “Regulatory-Economic
e Professor Associado I na Unifei, atuando no Grupo
Incentives for Better SAIDI and SAIFI Power Quality
de Estudos da Qualidade da Energia Elétrica (GQEE).
Indicators: An Analysis from Brazilian Real Data”, CBQEE
Suas áreas de interesse incluem redes elétricas
2019 – Brazilian Power Quality Conference, São Caetano
inteligentes, qualidade da energia elétrica, transitórios
do Sul-SP, Sept. 01-04, 2019.
eletromagnéticos, regulação e modelagem econômica
a análise do caso concreto permite inferir que
[2] Nota Técnica ANEEL nº. 93/2011 – SRE/ANEEL.
do mercado elétrico, segurança no trabalho e educação
o Regulador parece não estar incentivando
Metodologia de Cálculo do Fator X. Brasília: Agência
em engenharia.
metodologia mais adequada de incentivos econômicos à melhoria contínua da qualidade de energia para o segmento de distribuição,
Proteção contra raios
Apoio
82
Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa atualmente como coordenador da comissão revisora da norma de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419). É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br
Avaliação de riscos devidos à incidência de raios em áreas abertas – Parte 04/04 Por Professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco
Figura 5: Configuração de captores para eliminar a incidência de raios na arquibancada.
Avaliação de uma configuração de captores para redução do nível de risco
incidência direta sobre a arquibancada, é recomendável que, em paralelo com o dimensionamento estrutural, seja levado em
A figura 5 mostra uma das configurações
conta o espaçamento mínimo entre captores
possíveis de captores que praticamente
e torcedores, de modo a evitar a ocorrência
elimina a incidência de raios na arquibancada.
de descargas secundárias: é possível que
A
solução
tais estudos resultem na necessidade de
dependerá de projetos estruturais das torres
complementar a rede de captores ilustrada na
de sustentação e dos cabos captores,
figura 5, com a criação de conexões adicionais
levando-se em conta tanto as especificações
entre eles, criando caminhos múltiplos para
dimensionais e de materiais contidas no item
escoamento das descargas atmosféricas,
NBR-5419-3 (2015) bem como eventuais
permitindo minimizar a distância entre os
cargas de vento e geada.
torcedores (de pé!) e os captores; orientações
Embora a configuração de captores mostrada
nesse sentido podem ser encontradas na
na figura 5 seja suficiente para eliminar a
NBR 5419-3 (2015) item 6.3.
exequibilidade
dessa
Iluminação pública
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
83
Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE: 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/Cobei. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. | lrosito@tecnowatt.com.br
Iluminação 2020: o que devemos esperar e buscar este ano
Iniciando o ano de 2020, além de fazer um
qualificar cada vez mais o projeto utilizando as
Unidos), que devem trazer novidades e
balanço dos avanços que tivemos no setor de
melhores técnicas, tendências e tecnologia
tendências que rapidamente têm se tornado
iluminação nos últimos 12 meses, buscamos
de ponta.
opção nos projetos que serão realizados
planejar e refletir o que devemos fazer em
Do ponto de vista normativo, seguem em
daqui para frente. Nossa maior feira de
um ano onde deve haver forte investimento
2020 a revisão da NBR 5101: Iluminação
iluminação no Brasil, a Expolux em 2020,
público na aplicação da tecnologia LED,
pública – Procedimento, que deve ser
ocorrerá no mês de agosto, do dia 04 ao dia
tanto para as cidades em termos de melhoria
submetida à consulta pública no início deste
07 deste mês, no Expo Center Norte, em São
da iluminação pública, quanto em obras de
ano. Esta revisão está em fase final, após
Paulo (SP). Nesta feira, destacam-se o Prêmio
infraestrutura, que nesta fase, necessitam da
diversas discussões sobre as modificações
Abilux de Projetos de Iluminação e Design de
aplicação de um bom projeto de iluminação.
necessárias desde a sua última atualização no
Luminárias, assim como o SimpoLED, que
Além do investimento público, também há
ano de 2012. Após a publicação da revisão
sempre traz importantes palestras nacionais
expectativa de investimentos em iluminação
da NBR 5101, deve ser avaliada a criação de
e internacionais sobre os temas mais atuais
para a economia de energia e melhor
uma norma brasileira de iluminação esportiva
do mundo da iluminação.
produtividade e segurança no setor privado.
e a criação de publicações relativas à
Para
A
em
fotometria de luminárias e equipamentos LED.
também o desenvolvimento e a aplicação
iluminação deve ser uma constante para
Desde agosto de 2019, foram retomados os
do novo modelo regulatório proposto pelo
quem trabalha no setor, visto que os projetos
trabalhos da CE:03:034:03 – Luminárias e
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade
que se destacam atualmente trazem algum
acessórios, e foi iniciada a revisão da primeira
e Tecnologia (Inmetro), que poderá trazer
tipo de inovação, seja no produto que
norma a NBR 60598-1 Luminárias – parte 1:
mudanças significativas no que diz respeito à
está sendo aplicado, nas tecnologias de
requisitos gerais e ensaios, que também deve
Portaria 20 e suas portarias complementares
iluminação conectada e sistemas de controle
ser submetida à consulta pública no primeiro
que instituem a certificação compulsória de
de iluminação, ou mesmo no conceito do
semestre de 2020. Logo a seguir, já deve ser
luminárias públicas no Brasil, assim como a
projeto que deve sempre levar em conta a
iniciada a revisão das normas particulares de
criação de um padrão e regulamento técnico
necessidade das pessoas em termos dos
luminárias, iniciando pela revisão da NBR
para sistemas de telegestão para iluminação
níveis de iluminação. Para isto, é necessária,
15129: Luminárias para iluminação pública —
pública.
normalmente, a utilização de software de
Requisitos particulares e outras normas que
cálculo luminotécnico e conhecimento dos
necessitam ser atualizadas.
junto com expectativas de grandes realizações
equipamentos utilizados, que devem ter
Em 2020, em relação a feiras e eventos,
profissionais a todos que atuam neste
suas fotometrias validadas em laboratórios
teremos os eventos internacionais, como
segmento, pois cada vez mais, temos opções
e atendendo as normas técnicas aplicáveis.
Light + Building, de 08 a 13 de março, em
e possibilidades de desenvolvimento e a
Já passamos da fase de experimentação
Frankfurt (Alemanha), e Lightfair, de 03 a 07
aplicação de novas tecnologias em diversos
do LED, que é uma realidade, e buscamos
de maio, na cidade de Las Vegas (Estados
segmentos do mercado de iluminação.
busca
pelo
conhecimento
o
ano
de
2020,
esperamos
O ano de 2020 traz enormes desafios,
84
Redes subterrâneas em foco
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Daniel Bento é engenheiro eletricista com MBA em Finanças e certificação internacional em gerenciamento de projetos (PMP®). É membro do Cigré, onde representa o Brasil em dois grupos de trabalho sobre cabos isolados. Atua há mais de 25 anos com redes isoladas, tendo sido o responsável técnico por toda a rede de distribuição subterrânea da cidade de São Paulo. É diretor executivo da Baur do Brasil | www.baurdobrasil.com.br
Brasil – 720 minutos sem energia elétrica!
Com o ritmo de vida que temos hoje em
sistema elétrico nacional; contudo, apenas
homem nos últimos anos é ser multitarefa,
dia, 12 horas sem energia elétrica causa
durante uma hora. Essa foi uma demonstração
desenvolvendo diversas atividades a todo
um grande impacto em nossas rotinas, sem
do que é possível evoluir tecnologicamente,
momento. Pensem no dia a dia de vocês
contar as consequências que esse tempo
mas ainda estamos muito distantes de pensar
e imaginem o que acontece quando não
de interrupção pode causar, como por
que haverá independência da rede em grande
conseguimos fazer o que queremos por algum
exemplo, a venda para o cliente que você
escala.
tipo de impedimento. Vamos exemplificar para
não conseguiu fazer, a aula importante que as
ficar mais claro.
crianças perderam, ou ainda, o paciente do
o sistema elétrico, então, o que é possível
Uma característica do hábito de vida de
Se ainda dependemos da conexão com
Você está em casa querendo jogar
hospital que não pôde ser submetido a uma
ser feito em termos de melhoria da sua
videogame com seu filho e o brinquedo não
um cirurgia de emergência. Esses são apenas
confiabilidade?
funciona, ou então, querendo assistir ao jogo
alguns exemplos de uma diversidade muito
subterrâneas entram em cena. Elas estão
do seu time favorito e a televisão não liga. No
grande de situações que podem ocorrer pela
protegidas dos fatores que mais causam as
trabalho, você está em uma reunião fazendo
falta de energia elétrica.
interrupções, que são os ventos, as chuvas, a
uma apresentação para o cliente, e o projetor
E quais saídas existem para contornar
interferência das árvores, o abalroamento de
apaga, ou então, na hora de ir embora da
problemas como esse? Uma alternativa é a
poste em acidentes de trânsito, dentre outros.
empresa, e o elevador do prédio não chega.
redução da dependência do sistema elétrico
No site da Aneel estão disponíveis
Ainda há outras situações mais críticas em
fornecido pela distribuidora de energia. O
os tempos de interrupção dos conjuntos
que você pode estar no hospital, dependendo
Brasil fechou o ano de 2019 com pouco mais
elétricos de cada distribuidora. Observando
de toda uma infraestrutura de equipamentos,
de 170 mil unidades consumidoras providas
os
e eles não funcionam.
com geração própria. Isso não quer dizer
subterrâneos, das distribuidoras que dispõem
conjuntos
Neste
ponto,
elétricos
dos
as
redes
circuitos
O que eu quero dizer com isso? Todos
que essas unidades sejam independentes
desse sistema, observamos que os tempos
esses exemplos possuem relação com a
do sistema elétrico, pois, em geral, esses
anuais de interrupção são menores do que
energia elétrica, e se ela não está disponível,
sistemas não são capazes de prover energia
uma hora. Portanto, a diferença na qualidade
a nossa vida é muito impactada, tendo em
24 horas por dia com elevado nível de
do fornecimento de energia elétrica é muito
vista que atualmente, temos uma grande
confiabilidade, porém, torna-se um recurso
grande nas redes subterrâneas. O custo mais
dependência de equipamentos que utilizam
adicional.
elevado de construção dessa rede – o que
energia elétrica para o seu funcionamento.
podem
E como se comporta a continuidade do
Com o passar do tempo, esses sistemas evoluir
para
tornarem-se
mais
ocorre uma única vez na sua implantação –
certamente
seria
compensado
pelas
fornecimento de energia elétrica? A Agência
autônomos, porém, será muito difícil chegar
despesas recorrentes com a improdutividade
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) controla
um momento em que não haja dependência
causada pela falta de energia.
os indicadores de qualidade de energia
nenhuma do sistema elétrico.
elétrica de todo o País. O tempo médio em
Por exemplo, em janeiro deste ano, a
tema para contribuir com o desenvolvimento
que um cidadão brasileiro fica sem energia
cidade alemã de Bordesholm usou suas
do País, que está cada vez mais dependente
elétrica no ano é de aproximadamente 12
fontes locais de geração e armazenamento
da energia elétrica em todos os âmbitos da
horas (720 minutos).
de energia e se desconectou totalmente do
vida.
Está na hora de a Aneel dedicar foco neste
85
Quadros e painéis
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP); Doutor em Business Administration pela Florida Christian University; membro da ABNT/ CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros Elétricos | nunziante@gimi.com.br
Quadros e meio ambiente. É possível atender a todos os interesses?
Na semana entre 18-25 de janeiro
produção, uso e, principalmente, o
alinhados
de 2020, ocorreu, em Davos, na Suíça,
descarte ao final da vida útil de tudo
industrial.
o Fórum Econômico Mundial, idealizado
isso. Bom, é aí que a coisa complica e
Esses
por Klaus Martin Schwab, engenheiro
muito.
processos químicos ou eletroquímicos
e economista alemão, que desde 1971
utilizados na fabricação de quadros
reúne os principais líderes empresariais
elétricos de baixa e alta tensão, temos
elétricos,
e políticos, assim como intelectuais e
muito
a
jornalistas selecionados para discutir
industriais
as questões mais urgentes enfrentadas
geradores
mundialmente, incluindo saúde e meio
bastante
meio
somente aos usuários e especificadores
ambiente.
ambiente, seja à qualidade de vida e
fazer valer em suas especificações
saúde ocupacional dos colaboradores
técnicas
Nesta
edição
de
2020,
muitos
assuntos
foram
discutidos,
como
Analisando a construção de quadros a
refletir.
Muitos
dessa de
processos
construção
resíduos
danosos,
e
seja
com são
que
novas
a
quarta
alguns
devem
tecnologias
revolução
exemplos
dar e
de
espaço métodos
são
construtivos inovadores e alinhados
efluentes
com a consciência ambiental, cabendo
ao
a
não
utilização
destes
que trabalham nestes processos.
processos em seus equipamentos.
era de se esperar, mas em especial,
Para que a chapa de aço das
É necessário também analisar o
meio
e
estruturas seja resistente à corrosão,
descarte de partes e peças após o final
aquecimento global foram protagonistas.
muitos processos solda, de tratamento
do ciclo de vida útil. Tantas partes podem
Daí, o leitor deve estar se perguntando:
químico, além de complexos métodos
ser recicladas, pois têm valor comercial
o que isso tem a ver com a construção,
de pintura são utilizados, o que produz
como aço e cobre, mas muitos outros
operação e manutenção de quadros
efluentes sólidos, líquidos, particulados
precisam ter a correta destinação, como
elétricos? Bom, acho que tudo.
e gasosos que são, no melhor dos
disjuntores, chaves, instrumentos etc.,
Desde o final do século XIX, a eletricidade
casos, tratados e destinados para
por conterem tantas outras substâncias
tem ganhado muita importância, até
reuso ou descarte, mas em sua grande
em sua composição, e simplesmente,
se tornar absolutamente indispensável
maioria,
são descartados no lixo que, ao final,
à vida e ao conforto modernos, em
ambiente
especial, desde a terceira revolução
Em contrapartida, muitas indústrias
industrial, com a eletrônica, e agora,
nacionais e estrangeiras, já alinhadas
os métodos construtivos no momento da
sobretudo, com a quarta revolução, onde
com o conceito de sustentabilidade
escolha do equipamento a ser adquirido
a convergência digital é um caminho
ambiental
processos,
hoje, mas também eu gostaria de lançar
sem volta. É
ambiente,
então
quantidade
sustentabilidade
necessário de
materiais
analisar
são
descartados
sem
de
a
menor
seus
no
meio
cerimônia.
vão parar em aterros sanitários. Finalmente, é necessário sim analisar
eliminaram esses métodos construtivos
aqui essa discussão sobre a destinação
a
e investiram na produção baseada em
daquilo que, à primeira vista, não tem
utilizados
materiais e métodos isentos de solda,
valor comercial, o lixo elétrico e o
para se construir todo esse exército
banhos químicos e pintura em suas
resíduo da indústria elétrica. O que e
de máquinas e aparelhos que facilitam
unidades fabris, inovando e investindo
como fazer?
a nossa vida, o impacto ambiental da
em novas tecnologias e processos
Boa leitura!
86
Energia com qualidade
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE. jstarosta@acaoenge.com.br
Os Desafios da Geração e Transmissão
No final de 2019, o Seminário Nacional de Produção e Transmissão
de Energia Elétrica (SNPTEE), realizado em Belo Horizonte (MG), sediou a apresentação de mais um grande congresso brasileiro. Nossas dimensões continentais nos permitem resolver não só os sérios problemas técnicos relacionados à estabilidade, confiabilidade e manutenção destes sistemas elétricos, suas interligações e regras de contingência, mas também a manter os sistemas operando de forma sustentável, adequada e viável financeiramente, e esta última variável parece ser o maior desafio.
A figura 1 apresenta o comportamento da carga de energia do Sistema
Interligado Nacional (SIN) no biênio 2018/2019, onde se pode observar
Fonte: ONS
Figura 1 – Carga de Energia do Sistema Interligado Nacional (SIN).
a variação da demanda média mensal. Em períodos extremos, a demanda média de julho de 2019 foi 15% menor que a de janeiro do mesmo ano. Para suprir esta demanda, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) faz a gestão das fontes e do sistema com a operação das usinas, conforme apresentado na figura 2 (hidráulicas, térmicas, eólicas e outras). Notar que o cruzamento da geração e consumo (figura 3) definirá os perfis de operação e qual usina despachará e qual ficará na espera. Será que o “MIX” adotado entre hidráulicas, térmicas, eólicas e outras seria a solução mais favorável? Certamente, é a solução “possível” e otimizada em função dos diversos aspectos técnicos e econômicos que devem ser seguidos.
As fotovoltaicas centralizadas ainda não atingiram demanda média
Fonte: ONS
Figura 2 – Produção de Energia - Sistema Interligado Nacional (SIN).
acima dos 500MW mensais em 2019 e não aparecem no gráfico da figura 2. Outras fontes também não estão representadas como as de geração distribuída (por exemplo, as de biomassa, fotovoltaicas e plantas de cogeração térmica). Este segmento de GD tende a crescer, sendo, portanto, necessárias constantes revisões de modelos adotados. Outra expectativa considera a limpeza das fontes sem a produção de energia com combustíveis fosseis, dando o lugar merecido à eficiência energética. Será?
Em uma época de incertezas da economia, meio ambiente imprevisível,
futuro incerto com o coronavírus, a imprevisibilidade de operação e investimentos parece ser mais um bom desafio além daqueles reportados no SNPTEE.
Fonte: ONS
Figura 3 – Carga de Energia do Sistema Interligado Nacional e Produção de Energia (SIN).
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Instalações Ex
O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro sênior da Petrobras. É representante do Brasil no TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei). bulgarelli@petrobras.com.br
Eletricidade estática em atmosferas explosivas – Riscos, controle e mitigação – Parte 07/08 11 - Requisitos de inspeção de aterramento e equipotencialização de instalações em atmosferas explosivas
ABNT NBR IEC 60079-17 - Tabela 2 –
internacionais IEC TS 60079-32-1 (Atmosferas
Programa de inspeção para equipamentos
explosivas - Parte 32-1: Riscos eletrostáticos –
“Ex” com tipos de proteção Ex “i”
Orientações) e IEC 60079-32-2 (Atmosferas explosivas - Parte 32-2: Riscos eletrostáticos –
Sobre os requisitos de aterramento e
B.6: A continuidade de aterramento está
Ensaios), participou, em nome do Brazil National
equipotencialização em áreas classificadas,
satisfatória (por exemplo, as conexões estão
Committee for IEC (Cobei), de todo o processo
a norma técnica brasileira adotada ABNT
apertadas e os condutores possuem seção
de elaboração, comentários, votação, aprovação
NBR IEC 60079 17 (Inspeção e manutenção
transversal adequada) para circuitos não
e publicação destes novos documentos.
de instalações elétricas em atmosferas
isolados galvanicamente.
explosivas)
B.7: As conexões de aterramento mantêm a
internacionais sobre os riscos da eletricidade
integridade do tipo de proteção “Ex”
estática
adequadas
especifica devem
ser
que
medidas
adotadas
para
Com a publicação destas novas normas em
atmosferas
explosivas,
esta
Comissão de Estudo do COBEI (ABNT/
assegurar que o aterramento e a ligação de equalização de potencial nestas áreas
ABNT NBR IEC 60079-17 - Tabela 3 –
CB-003) passou a executar os necessários
de risco sejam mantidos em condições
Programa de inspeção para equipamentos
trabalhos de elaboração das respectivas normas
adequadas, de acordo com indicado nos
“Ex” com tipos de proteção Ex “p” ou Ex “pD”
brasileiras idênticas ABNT TS IEC 60079-32-1 (Especificação Técnica) e ABNT NBR IEC
itens de verificação nas inspeções “Ex” indicados na Tabela 1 (item B6 e B7), Tabela
B.3: As conexões de aterramento, incluindo
60079-32-2, a serem publicadas pela ABNT.
2 (itens B6 e B7) e Tabela 3 (itens B3 e B4)
quaisquer
Estas
daquela norma, indicados a seguir.
aterramento, estão satisfatórias, por exemplo,
brasileiras adotadas serão totalmente alinhadas,
as conexões estão apertadas e os condutores
harmonizadas,
ABNT NBR IEC 60079-17 - Tabela 1 –
possuem
suficiente.
em termos de conteúdo técnico, forma e
Programa de inspeção para equipamentos
Verificação física ou visual, dependendo do grau
apresentação, às duas respectivas normas
“Ex” com tipos de proteção Ex “d”, Ex “e”, Ex
de inspeção “Ex” aplicado.
internacionais da Série IEC 60079, sem desvios
“n” ou Ex “t”
B.4: A impedância da malha de falta (sistemas
técnicos nacionais, atendendo aos requisitos
TN) ou a resistência de aterramento (sistemas IT)
especificados na ABNT DIRETIVA 3 – Adoção
está satisfatória
de documentos técnicos internacionais.
12 - Elaboração das normas técnicas brasileiras adotadas ABNT IEC TS 6007932-1 e ABNT NBR IEC 60079-32-2
13 - Soluções de problemas e controle de riscos relacionados à eletricidade estática em atmosferas explosivas
de inspeção “Ex” aplicado.
B.7: A impedância da malha de falta (em sistemas
do Subcomitê SCB 003:031 (Atmosferas
causar a ignição de gases ou vapores inflamáveis
TN) ou resistência de aterramento (sistemas IT)
explosivas) da ABNT/CB-003 (Eletricidade),
em áreas classificadas e a sua presença em
está satisfatória
responsável pelo acompanhamento das normas
processos químicos, petroquímicos e da indústria
B.6: As conexões de aterramento, incluindo quaisquer
conexões
de
ligações
seção
suplementares
transversal
de
duas
novas
normas
equivalentes
e
técnicas idênticas,
aterramento
suplementares, estão satisfatórias (por exemplo, as conexões estão apertadas e os condutores são de seção nominal transversal suficiente). Verificação física ou visual, dependendo do grau
A Comissão de Estudo CE 003:031.006
A eletricidade estática é facilmente capaz de
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O Setor Elétrico / Janeiro-Fevereiro de 2020
do petróleo e gás representa um elevado risco que deve ser devidamente levado em consideração e mitigado, por meio de medidas adequadas de segurança e de prevenção nas etapas de projeto dos equipamentos e das instalações, na especificação dos equipamentos e nos procedimentos de operação.
A solução para os riscos eletrostáticos em
áreas classificadas geralmente não pode ser tratada de uma forma “isolada”. Em particular, devem ser tomadas as ações necessárias no sentido de prover as instalações “Ex” de sistemas de aterramento, inclusive onde estes possam interferir com outros sistemas de proteção, tais como por exemplo, a proteção catódica ou equipamentos, circuitos e sistemas intrinsecamente seguros. No caso de sistemas de proteção catódica,
os materiais condutores que se tornem eventual,
materiais condutores isolados, a implantação
os flanges terminais das tubulações, que são
acidental ou inadvertidamente isolados do
de procedimentos de operação que reduzam a
isolados dos flanges dos trechos da tubulação
sistema de aterramento podem apresentar
geração de cargas eletrostáticas, procedimentos
não protegidos catodicamente, devem ser
potenciais eletrostáticos muito elevados devido
de aterramento temporário de equipamentos de
adequadamente protegidos contra a ocorrência
ao carregamento decorrente da movimentação
processo moveis ou transportáveis ou de veículos
de elevados potenciais eletrostáticos, por meio
de líquidos, como em tanques metálicos de
e adequados procedimentos de inspeção e
da instalação adicional de supressores de surto
armazenamento, estruturas metálicas existentes
manutenção dos sistemas de aterramento em
(varistores) que descarreguem para o sistema de
em tanques ou quaisquer outras partes metálicas
áreas classificadas.
terra as eventuais tensões elevadas que possam
isoladas que podem se tornar associadas à
surgir entre as faces dos flanges do trecho
movimentação dos líquidos.
ser reduzidas por meio de implantação de
isolado e do trecho não isolado.
Isso pode ocasionar descargas centelhantes
adequados procedimentos de operação de
O objetivo fundamental de uma abordagem
capazes de atuar como fontes de ignição em
processo, como por exemplo, a redução das
de segurança em instalações elétricas e
áreas classificadas. Portanto, todas as partes
vazões através das tubulações, pela adição de
mecânicas em atmosferas explosivas é manter
condutivas de um sistema envolvendo tubulações,
compostos antiestáticos nos líquidos de baixa
no menor nível possível a carga eletrostática
válvulas e equipamentos de processo destinados
condutividade, pela utilização de tubulações
acumulada,
fenômenos
ao armazenamento e movimentação de líquidos
ou equipamentos condutivos ou fabricados
eletrostáticos. Este objetivo pode ser atingido
devem ser adequadamente equipotencializadas
de materiais com alto teor de carbono e de
por meio de minimizar a utilização de materiais
e interligadas ao sistema de terra.
aterramento temporário de veículos ou de
isolantes ou evitar a existência de materiais
Os
condutivos isolados do sistema de terra.
produtos inflamáveis devem ser periodicamente
A utilização de materiais condutivos ou
inspecionados para assegurar que não existam
envolvidas
dissipativos pode ser considerada como uma
partes metálicas soltas ou partes condutivas
montagem, inspeção, manutenção e operação
prática utilizada, de forma que uma adequada e
não aterradas de forma não intencional, por
de equipamentos e instalações sobre os riscos
segura conexão com o sistema de terra possa
exemplo, partes flutuantes metálicas sobre o
relacionados com cargas eletrostáticas em
drenar as cargas eletrostáticas acumuladas. A
líquido inflamável contido no interior do tanque
áreas classificadas certamente, tendo como
resistência dos materiais dissipativos se situa na
de armazenamento.
base os requisitos especificados nas IEC TS
faixa entre 10 Ω a 10 Ω.
gerada
pelos
tanques
de
armazenamento
de
As cargas eletrostáticas podem também
equipamentos moveis ou transportáveis. A devida conscientização das pessoas com
atividades
de
projeto,
Dentre as soluções para os riscos de
60079-32-1 e IEC 60079-32-1 contribuem
de
ignição decorrentes de descargas eletrostáticas
para a redução de fontes de ignição que
equipotencialização são métodos considerados
em atmosferas explosivas estão o projeto de
podem
eficazes para evitar o acúmulo e permitir
sistemas efetivos de equipotencialização e
contribuindo para a elevação dos níveis de
a dissipação de cargas eletrostáticas em
aterramento, a especificação de equipamentos
conformidade normativa e de segurança das
atmosferas explosivas, prevenindo a ocorrência
de processo fabricados de materiais metálicos
instalações e pessoas que trabalham em
de riscos de ignição. Deve ser ressaltado que
ou condutivos, a não existência intencional de
atmosferas explosivas.
As
5
11
técnicas
de
aterramento
e
resultar
em
grandes
explosões,
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