Relat贸rio de Actividades 2010
Universidade de Aveiro, Portugal Fevereiro de 2011
Conteúdo 1
2
3
Localização e Contexto Sócio-educativo
7
1.1
Indicadores Sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
8
1.2
Os jovens e escola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
O Projecto Pensas
13
2.1
Localização dos Centros Pensas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
14
2.2
Alianças Estratégias
14
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Actividades desenvolvidas
17
3.1
II Reunião de Centros Pensas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
17
3.2
Formação de Professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
20
3.2.1
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
21
ForLíngu@MOZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
21
3.3.1
O projecto e os seus objectivos
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
24
3.3.2
Actividades desenvolvidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
25
3.3.3
Pós-graduações em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa .
26
3.3
Dados Estatísticos
3.4
Criação de Manuais
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
29
3.5
Competições regionais Matmoz e Pensar@Língua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
32
3.6
Formação em Acção
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
34
3.7
OUTclass - Geminar pela Educação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
35
3.7.1
História . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
36
3.7.2
Rede de Escolas
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
36
3.7.3
Ano lectivo de 2009 - 2010 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
36
3.7.4
Promoção da leitura e do livro
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
37
3.8
Pensas Science Show . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
39
3.9
Bancada Móvel de Ciências
40
3.9.1
Protocolos de Ciência e Produção de Material Didáctico Audiovisual para Ensino a Distância
3.9.2
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ensino Experimental das Ciências
3.10 Revista Pensas
41
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
42
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
42
4
PIC Portugal-Moçambique (2007-2010) - Avaliação Final
45
5
Conclusões
47
Equipa
António Batel Anjo, Coordenador Geral Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro, Coordenador do Projecto Pensas@moz em Moçambique Professor Auxiliar no Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro.
Carlos Morais, Coordenador da Língua Portuguesa do Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro, Coordenador da Língua Portuguesa do Projecto Pensas@moz em Moçambique, Professor Auxiliar no Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro.
Maria Paula Oliveira, Coordenadora de Conteúdos do Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro, Coordenadora de Conteúdos de Matemática do Projecto Pensas@moz em Moçambique, Professora Auxiliar no Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro.
Joana Miriam da Silva, Bolseira do Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro, Formadora da Língua Portuguesa do Projecto Pensas em Moçambique.
Olga Lima, Bolseira do Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro, Formadora de Matemática do Projecto Pensas em Moçambique.
Paula Rocha, Bolseira do Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro, responsável pela ligação Pensas com a equipa do Ensino Técnico-Pro ssional.
Maria do Rosário e Graça Veiga, Secretaria do Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro, responsável pela Contabilidade do Projecto Pensas.
Introdução Este relatório pretende fazer uma síntese do trabalho desenvolvido em 2010 pelo Projecto Pensas, em Moçambique. O arranque das aulas do Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, nas cidades da Beira e Nampula, a publicação do segundo manual Pens@r a Língua Portuguesa , a realização do Pensas Science Show e a aposta no Ensino Experimental das Ciências são temas que importa destacar neste relatório, atendendo à importância que têm para a consolidação do Projecto Pensas. A par destas actividades, desenvolveu-se ao longo de todo o ano lectivo, as acções de formação para professores. Em 2010, o Pensas esteve presente em cinco províncias moçambicanas, trabalhando directamente com 155 professores das áreas do Português e da Matemática, o que perfaz um total de 37.375 alunos que bene ciarão da formação do Pensas. Importa ainda destacar a actividade Formação em Acção que permitiu que professores moçambicanos de Português e Matemática se deslocassem a Portugal onde tiveram a oportunidade de ver de perto o funcionamento de uma escola portuguesa e conhecer os métodos de aprendizagem utilizados pelos docentes da Cooperativa de Ensino Didaxis, de Riba de Ave. Acções que à semelhança de anos anteriores contribuíram e continuarão a contribuir para a melhoria das condições de ensino em Moçambique e para a capacitação dos professores moçambicanos e que continuam a dar ao projecto Pensas um carácter ainda mais abrangente e diversi cado, dando resposta aos muitos problemas identi cados e que é cada vez mais urgente combater.
1 é de realçar. Embora tenha exigido um grande esforço
A actividade gerada no facebook
na sua actualização o interesse demonstrado pelos muitos amigos tem sido bastante encorajadora. A Plataforma de Ensino Assistido está em funcionamento em pleno sendo um dos instrumentos de gestão dos vários projectos.
1
http://www.facebook.com/pensas.mz
1
Localização e Contexto Sócio-educativo
Geogra camente, Moçambique é um vasto País, que cobre uma área de quadrados com mais de e apenas
29, 8%
20
milhões de habitantes, sendo que
70, 2%
799.380
quilómetros
vivem em zonas rurais
da população vive nas zonas urbanas . De acordo com os dados divulgados
pelo Instituto Nacional Estatística de Moçambique, referentes a 2007, a distribuição da sua população segundo género é a que se apresenta na tabela seguinte:
População Homens Mulheres
20.226.296 9.734.678 10.491.618
Tabela 1: Distribuição da população por género.
A distribuição da população pelas províncias é dada pela seguinte tabela:
Sofala
1.642.636
Inhambane
1.252.479
Gaza
1.226.272
Niassa
1.169.837
Cabo Delgado
1.605.649
Nampula
3.985.285
Zambézia
3.848.274
Téte
1.783.967
Manica
1.412.029
Maputo Província
1.205.553
Maputo Cidade
1.094.315
Tabela 2: Distribuição da população pelas províncias.
8
Projecto Pensas 1.1
Indicadores Sociais
Apresentamos agora alguns indicadores sociais que consideramos serem de extrema importância para a implantação de projectos, em especial na área da educação, chamando a atenção
2
para a elevada taxa de analfabetismo que se continua a registar em Moçambique :
Taxa de analfabetismo (%)
51.9
Esperança de vida ao nascer (anos)
49.4
Taxa de natalidade (per 1 000)
37.9
Taxa de mortalidade (per 1 000)
20.7
Mortalidade Infantil (per 1 000)
105.8
Tabela 3: Indicadores sociais.
Apesar de todos os esforços que têm vindo a ser realizados e da aposta que tem sido feita na educação, o analfabetismo continua a ser um dos maiores problemas do País e torna-se cada vez mais urgente combater estes números (51.9% da população não sabe ler nem escrever). Apesar da língua portuguesa ser a língua o cial deste país, as crianças, principalmente nas zonas rurais, falam a(s) língua(s) nativa(s), prevalecente(s) na sua zona, o que di culta o trabalho que está a ser desenvolvido. Outro factor que está na origem desta di culdade é a falta de preparação dos professores, principalmente os do 1.
o Ciclo, formados, maioritariamente, nos Institutos de Formação de
Professores (IFP) espalhados pelo País. Sendo uma das principais di culdades as diferentes línguas faladas em Moçambique.
Echuwabo
Xironga
Gitonga
Elomwe
Emakhuwa
Cinyanja
Xichangana
Xitshwa
Cisena
Shona
Ciyao
Cimanika
Ciwutewe
Shimakonde
Ciniyungwe
Cindau
Tabela 4: Línguas maternas.
2
INE/CENSOS 2007 / www.unicef.org
9
Pensas: Relatório de Actividades 2010 1.2
Os jovens e escola
Os dados revelados pelo Censos realizados em 2007 revelam um crescimento da população que frequenta o sistema de escolaridade, quer falemos do Ensino Primário, Secundário e TécnicoPro ssional.
Uma tendência de crescimento que se tem vindo a manter ao longo dos anos.
o Grau do Ensino Primário quase
Em apenas uma década o número de alunos inscritos no 1. duplicou, passando de
209.230,
em 2000, para
752.884,
em 2009. A tabela que agora apresen-
tamos permite veri car a evolução do número de alunos inscritos no Ensino Primário, de 2000 a 2009:
o Grau
2
o anos)
(6 7
1 (1 5
o Grau
o anos)
2000
2.271.265
209.230
2001
2.508.611
262.134
2002
2.644.405
302.912
2003
2.826.362
351.224
2004
3.071.564
409.279
2005
3.393.677
452.888
2006
3.597.392
496.031
2007
3.866.906
616.091
2008
4.109.298
704.506
2009
4.233.454
752.884
Tabela 5: Alunos no Ensino Primário Público.
O mesmo se veri ca ao nível do Ensino Secundário Público, que regista também um forte crescimento ao nível do número de alunos inscritos, nos últimos dez anos.
Um aumento
o e 2o Ciclos.
registado nos dois níveis de ensino: 1
Olhando agora para o Ensino Técnico e Pro ssional, veri camos, mais uma vez, que o número de alunos a frequentar o sistema de ensino tem vindo a aumentar gradualmente, entre 2000 e 2009. É no nível Básico que se encontram matriculados mais alunos, embora no global, o maior aumento de número de alunos a frequentar o Ensino Técnico e Pro ssional se tenha veri cado, entre 2000 e 2009, no nível Elementar.
10
Projecto Pensas o Ciclo
2
o anos)
(11 12
1 (8 10
o Ciclo
o anos)
2000
78.192
10.057
2001
94.561
12.000
2002
116.342
14.019
2003
141.802
18.291
2004
168.798
21.350
2005
210.128
25.737
2006
255.567
35.450
2007
311.903
47.388
2008
366.345
58.727
2009
426.573
71.748
Tabela 6: Alunos no Ensino Secundário Público.
Contudo, importa realçar que 34,3% das crianças entre os seis e os 17 anos, em 2007 (altura da realização do Censos), não frequentavam a escola. Desse total que continua sem ter acesso ao ensino básico, 63,6% têm apenas seis anos e 41,5% têm sete anos, sendo que 31,7% são rapazes e 37% raparigas.
Segundo os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio , espera-
se que em 2015 a totalidade das crianças moçambicanas alcancem a escolaridade primária universal, isto é, pretende-se que 100 No ano de 2008 perto de do 1
4.116.678
alunos moçambicanos frequentaram o Ensino Primário
o Grau, o que segundo os dados divulgados pela UNICEF representa um
crescimento de
6, 5%
comparativamente ao ano de 2007. Ainda de acordo com o relatório
da UNICEF para Moçambique, a taxa líquida de escolarização no Ensino Primário (EP1+EP2) foi de 99,2 Já no Ensino Primário do 2
o Grau, o número de alunos cresceu em 14,4
A diferença em termos de género no ensino primário (EP1) continua a ser reduzida gradualmente: o rácio de raparigas por rapazes no EP1 melhorou substancialmente de 0,71 em 1997 para 0,9 em 2007. A relação professor/aluno é outro dos grandes obstáculos quando se trata de abordar a
11
Pensas: Relatório de Actividades 2010
Elementar
Básico
Médio
2000
771
15.732
3.633
2001
942
16.783
3.461
2002
875
17.854
3.481
2003
937
19.149
3.516
2004
1.268
17.505
3.996
2005
1.794
19.958
2006
1.811
22.958
4.363
2007
1.954
23.666
4.293
2008
3.068
20.286
5.309
2009
5.810
23.136
5.481
Tabela 7: Alunos no Ensino Técnico Pro ssional.
questão da inovação no processo de ensino.
Por muito esforço que se faça, no intuito de
uma melhoria na formação de professores e, por maior que seja esta aposta, estes têm muitas di culdades em pôr em prática os novos métodos aprendidos. Na tabela 8 apresentamos a relação do número de professores por cada nível de ensino.
1
o Grau
o Grau
2
1
o Cic.
o Cic.
Elementar
Básico
Médio
2
1995
24.575
3.035
1.135
188
14
682
257
2000
35.069
5.382
2.444
450
69
778
259
2005
45.887
11.011
5.004
861
180
848
...
2009
61.242
19.192
9.156
2.245
451
1145
...
Tabela 8: Relação Professor/Aluno.
O insucesso escolar demonstra a crise que muitos sistemas de educação têm vindo a sofrer devido à falta de adequação da escola perante as realidades da sociedade e o tempo em que vivemos. A educação deve formar cidadãos, capazes de enfrentar e vencer os desa os de um mundo tão diverso, quanto imprevisível.
Por essa razão, é importante providenciar a todos uma
12
Projecto Pensas educação ampla, que lhes forneça as ferramentas para o seu auto-desenvolvimento na vida. São frequentes as críticas quer ao sistema de ensino superior em geral, sobretudo pelo seu imobilismo e desfasamento em relação ao mundo empresarial, quer aos professores porque não ensinam o que deviam, quer ainda aos estudantes que não se empenham o su ciente. Desta feita, as escolas não podem alhear-se dos debates cada vez mais frequentes em torno da falta de qualidade do ensino superior, em particular, sobre as quali cações e competências que este deve proporcionar e sobre o elevado insucesso escolar, cujas culpas não poderão recair apenas sobre os estudantes. E não se pode car indiferente ao elevado número de jovens licenciados que, após concluírem os seus cursos, continuam no desemprego, ao não se ajustarem pro ssionalmente parecendo, por vezes, existir um divórcio completo entre o ensino e a sociedade. Numa altura em que são cada vez mais os jovens a frequentar o Ensino Superior, importa criar condições ao nível do mercado que permita a integração destes estudantes. No plano do Ensino Superior torna-se, assim, crucial ter em conta a questão das competências, quali cações ou capacidades dos alunos, no momento em que entram no mundo do trabalho, munidos de um diploma.
2
O Projecto Pensas
O Projecto Pensas, implementado há cinco em Moçambique, resulta de uma parceria entre a Universidade de Aveiro/PmatE, o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento e o Ministério da Educação de Moçambique. Tem como principal objectivo a melhoria da qualidade do Ensino, da Formação e da Aprendizagem da Matemática, da Língua Portuguesa e das Ci-
o Ciclo de Moçambique, com
ências. O público-alvo do Projecto Pensas são os professores do 1
enfoque nas áreas do Português e da Matemática, indo desta forma ao encontro da política de nida pelo governo moçambicano de modernização dos métodos de ensino e aprendizagem, através das novas tecnologias. Aquando da sua implementação em Moçambique, o Projecto Pensas de niu como uma das prioridades a identi cação das debilidades do sistema de ensino moçambicano. A insu ciente formação dos professores, sobretudo nas áreas do Português e da Matemática, foi uma das necessidades identi cadas e daí a aposta forte na formação. Como ferramenta de auxílio às formações, o Projecto Pensas, com o apoio da Universidade de Aveiro, desenvolveu um manual de Língua Portuguesa e um de Matemática que têm a particularidade de irem ao encontro das necessidades dos professores. Os conteúdos foram cuidadosamente estudados, a m de não se criar uma ruptura com o público-alvo e com a realidade cultural moçambicana. Estes conteúdos cientí cos e didácticos, criados pelo Projecto Pensas para colmatar as necessidades do Sistema de Ensino Moçambicano, irão ser disponibilizados, em breve, através de uma plataforma de ensino assistido, a todo o País. Actualmente o Pensas tem dez centros a funcionar em todo o País, abrangendo todas as províncias moçambicanas. Os centros estão localizados nas cidades da Beira, Nampula, Chokwé, Inhambane, Chimoio, Quelimane, Nacala, Moatize, Lichinga e Pemba, e, em cinco anos, já deram formação a mais de 500 professores, num total de mais de 52 mil alunos do ensino básico que irão bene ciar desta formação. Importa referir que as dez salas dos Centros Pensas estão todas equipadas com computadores e acesso à Internet, permitindo assim que professores e alunos tenham acesso às novas tecnologias, numa política clara de combate à infoexclusão. O Projecto Pensas destaca-se pela sua abrangência nacional, criando, desta forma, uma rede de escolas que se encontram interligadas através dos Centros Pensas. Nesse sentido, tem sido feito um esforço de criar condições de sustentabilidade desta rede, apostando no desenvolvimento de iniciativas que tornem o projecto cada mais autónomo. Uma dessas acções foi a criação dos Cursos de Especialização e Mestrado em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, que
14
Projecto Pensas para além de permitirem uma melhoria da qualidade do ensino, criam condições para a obtenção de uma fonte de receitas extra que permita o desenvolvimento dos Centros. Paralelamente à formação que é dada nos centros, o Projecto Pensas tem, nos últimos anos, alargado a sua actuação a novos projectos. De destacar a actividade Formação em Acção que envolveu professores portugueses e moçambicanos numa troca de experiências, métodos de aprendizagem e leccionação em contexto de sala de aula. Mais virado para os alunos, o Pensas dinamiza, desde 2007, o projecto OUTclass. Trata-se de um projecto que envolve crianças de Portugal e Moçambique, da escola de Á-dos-Ferreiros, em Águeda e do Colégio Académico da Beira, que desenvolvem actividades conjuntas, partilhando experiências e conhecimento, através da internet. Foi criada uma e-comunidade, na qual interagem alunos e professores em torno de um tema semanal lançado pelo PmatE. Para este efeito todas as escolas foram equipadas com todas as ferramentas necessárias à prossecução deste projecto, nomeadamente computadores e ligação à internet.
2.1
Localização dos Centros Pensas
Os Centros Pensas encontram-se localizados em Escolas Secundárias ou Institutos de Formação de Professores, espalhados por dez províncias de Moçambique, como podemos ver no mapa da Figura (1).
2.2
Alianças Estratégias
As alianças que se foram estabelecendo em Moçambique ao longo destes anos foram muitas e variadas e vão desde organismos públicos e privados até às empresas dos mais variados ramos de actividade. Sem exagero, pode-se a rmar que o Pensas é bem conhecido por toda a comunidade académica e, nas localidades onde existem Centros, estes são apontados como sendo locais onde se faz formação de qualidade. Neste capítulo é imperioso referir o Colégio Académico da Beira, na Cidade da Beira, e que se transformou na sede do Pensas.
Esta
instituição suporta as despesas de instalação das professoras deslocadas em Moçambique e actua como charneira em todo o processo de formação oferecido aos restantes Centros.
A
Bytes&Pieces, empresa moçambicana de informática sediada em Maputo que, além de todo o suporte que fornece aos centros, aloja e faz manutenção dos servidores do Pensas.
Este
apoio vai muito para além daquilo que está contratualizado. A Embaixada de Portugal e os
15
Pensas: Relatório de Actividades 2010
Figura 1:
Lichinga (Niassa) - IFP de Lichinga
(a ser instalado durante 2011). Pemba (Cabo Delgado) - IFP de Pemba. Nacala (Nampula) - Escola Luís de Camões. Nampula (Nampula) - Escola Lusófona de Nampula. Moatize (Tete) - Escola Heróis Moçambicanos. Quelimane.
Quelimane (Zambézia) - IFP de
Chimoio (Manica) - Escola Secundá-
ria Samora Moisés Machel. Beira (Sofala) - Colégio Académico da Beira. Inhambane (Inhambane) - Escola Emília Daússe. Secundária do Chokwé.
Chokwé (Gaza) - Escola
16
Projecto Pensas serviços da Cooperação dirigidos pelo Dr. Diogo Franco, Conselheiro para a Cooperação, e em particular a Dra. Mónica Tavares cujo trabalho junto do Ministério de Educação e Cultura tem ajudado a ultrapassar muitos obstáculos.
3
Actividades desenvolvidas
Nesta secção apresentam-se as principais actividades desenvolvidas no ano 2010. As pessoas que se deslocam a Moçambique ao serviço do Pensas tentam sempre que possível congregar um conjunto de actividades de apoio ás actividades da cooperação portuguesa. Este é um dos aspectos importantes em todo o trabalho deste projecto. Deste modo não será exagerado dizer que o Pensas está ao serviço da Cooperação Portuguesa e que esta pode contar com todas as pessoas que trabalham neste projecto.
3.1
II Reunião de Centros Pensas
Realizou-se nos dias 26 e 27 de Maio de 2010, a II Reunião de Centros Pensas, desta feita na cidade da Beira.
O encontro contou com a presença dos responsáveis do Projecto Pen-
sas, dos directores dos Centros, elementos do Ministério da Educação de Moçambique e do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento. Tinha como principal objectivo fazer um balanço ao trabalho desenvolvido pelo projecto e apresentar os desa os e propostas para 2011. Na sessão de abertura, o coordenador o Projecto Pensas, António Batel Anjo, destacou os 500 professores que já foram formados pelo Pensas, para além da aposta que tem sido feita ao nível do ensino experimental (para além do ensino da matemática e do português) e da formação pós-graduada. Rogério Cossa, do Ministério da Educação, realçou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao nível da formação de professores. Considera que tem sido feito um esforço enorme para capacitar os professores em exercício , acreditando que esse esforço irá contribuir para uma melhoria da qualidade de ensino . Mónica Tavares, do IPAD, reconheceu também o trabalho realizado pelo Pensas nos últimos cinco anos, apesar das di culdades que foram detectadas no terreno (e que se prendem sobretudo com o acesso à internet). Entendeu ser impossível estar no mesmo nível de formação em todos os centros, atendendo às di culdades sentidas, mas deixou como sugestão que a formação fosse dada ao nível local, isto é, de todas as escolas de cada província. E esta foi
18
Projecto Pensas uma das conclusões que saíram da II Reunião de Centros Pensas, onde foram apresentadas diversas propostas para 2011 relacionadas com as mais variadas áreas de actuação do projecto. Replicar a formação para todas as escolas foi uma das principais propostas para desenvolver no próximo ano. No que respeita à distribuição do material didáctico cou decidido que a partir do próximo ano esta função passaria para a responsabilidade das Direcções Provinciais de Educação. Serão as DPE's o canal de contacto entre as escolas e os centros. Foi ainda defendida uma maior aproximação entre os centros e as escolas de cada província através da observação das aulas dos professores que receberam formação. O objectivo passa por analisar essas mesmas aulas e identi car problemas que possam existir e que necessitem de uma reformulação ao nível da formação. Os directores dos centros consideram que este acompanhamento é fundamental para a avaliação dos professores e para a identi cação dos pontos fortes e fracos da formação que é dada em cada centro. Consideram que seria importante a monitorização das aulas de forma a serem identi cadas as principais di culdades dos professores. Ficou ainda decidida a realização das Competições Regionais de Português e Matemática nos centros da Beira e Nampula e a possibilidade de se vir a realizar também em Inhambane. Pretende-se ainda integrar algumas escolas do interior das respectivas províncias, de forma a alargar o projecto à comunidade. Foi então solicitado apoio para o transporte dos alunos dessas escolas que caria sob a responsabilidade das DPE's. Ficou acordado que as DPE's iriam entrar em contacto com as escolas no sentido de se encontrar uma solução para transportar as crianças das escolas mais distantes, com a ressalva de que cada delegação só assegurará o transporte dos alunos da sua província. Para 2011 cou ainda o compromisso da entrada em funcionamento da plataforma do projecto Pensas, permitindo assim que todos os professores e responsáveis envolvidos no projecto possam aceder, via internet, a todos os conteúdos disponibilizados. Pretende-se com esta plataforma criar a possibilidade de acesso, em qualquer parte do país, e utilizá-la como um meio de difusão dos conteúdos do Pensas. Os directores dos Centros Pensas alertaram ainda para a necessidade de se delinear uma maior intervenção ao nível do Ministério da Educação e das Delegações Provinciais, no sentido de se conseguir uma melhor articulação entre os diferentes organismos estatais. Rogério Cossa como desa o para 2011 deixou a sugestão de se alargar a formação a outras áreas do conhecimento. Também os directores pediram mais
19
Pensas: Relatório de Actividades 2010 formação na área das ciências experimentais.
Considera importante o desenvolvimento do
gosto pelas ciências e pelas experiências cientí cas. Ficou ainda o compromisso de colocar em funcionamento assim que as condições técnicas de ligação à internet o permitam, os centros de Moatize, Nacala e Lichinga.
Durante a reunião foi ainda abordada a Sustentabilidade da Rede Pensas, isto é, depois de implementado o projecto, com todos os centros a funcionar será preciso garantir apoios para que a formação continue a ser uma opção para os professores. Os directores dos centros mostraram-se preocupados com o futuro na medida em que receiam que os equipamentos deixem de ter manutenção, e por consequência, deixem de funcionar.
O coordenador do
Projecto Pensas disse ser urgente pensar na sustentabilidade dos centros . Um primeiro passo já está a ser dado no sentido da sustentabilidade. Trata-se da entrada em funcionamento do Mestrado em Língua Português e Literaturas de Expressão Portuguesa, que irá funcionar nos centros da Beira e de Nampula.
Os mestrados e cursos de pós-graduação foram apontados
como uma forma de rentabilizar e garantir a sustentabilidade dos centros. Uma outra sugestão,
e que deverá começar a ser trabalhada nos próximos anos, é uma maior aproximação às comunidades, tendo em vista a sustentabilidade do projecto. Outra ideia que saiu da reunião foi a de se rentabilizar os centros com acções de formação de formadores, vista como uma forma de dinamizar e desenvolver os centros, ao alargar-se as actividades. Em Março de 2011 irá realizar-se a III Reunião de Centros Pensas, em data e local ainda a de nir, mas com o objectivo principal de se debater a utilização da plataforma Pensas e a Sustentabilidade da Rede Pensas.
20
Projecto Pensas 3.2
Formação de Professores
Nos períodos de Fevereiro a Abril e de Julho a Outubro de 2010, no âmbito do Projecto Pensas, realizaram-se cinco acções de formação de Língua Portuguesa e quatro de Matemática. Nessas sessões, exploraram-se duas novas unidades temáticas, abaixo referidas, e recorreu-se, como instrumento auxiliar didáctico, ao equipamento informático existente em cada centro. No que respeita à Língua Portuguesa, o objectivo de cada formação (dividida em cinco blocos de 3 horas) foi o de promover o acto de inferição, por parte dos professores, que, através de um processo indutivo de raciocínio, descortinaram as regras subjacentes aos diferentes exercícios. Pretende-se também que esta seja uma fórmula a levar para o contexto de sala de aula: demonstrar que esta é uma estratégia capaz de desenvolver a atitude lógica dos alunos. O estudo da epítome das regras foi auxiliado pela exposição, através do recurso do power point e do projector, para que assim se tornasse mais pro ciente a discussão em grupo dos diferentes assuntos. O manual: Pens@r a língua portuguesa- a ortogra a1 foi um recurso permanente ao longo de toda a formação. Este consistia numa versão digital, onde os formandos puderam resolver os exercícios, e numa outra em papel, que por sua vez serviu para o registo das resoluções e, por consequência, para consulta em momentos posteriores à formação. Nele, encontram-se também descritos os conteúdos informativos analisados em power point. Já no que concerne às formações de Matemática, estas organizaram-se, de igual modo, em cinco blocos teórico-práticos cada. Cada Bloco foi constituído por três fases:
1. apresentação dos conteúdos
•
Apresentação de conteúdos didácticos associados à proporcionalidade directa e inversa.
•
Demonstração das funcionalidades do excell e do graph e as suas aplicações na resolução dos problemas
2. realização de trabalhos de grupo Os formandos, divididos em grupos de dois ou três elementos cada, deverão proceder à análise/resolução de problemas, à troca de ideias com alguns dos outros grupos de trabalho e à argumentação. Pretende-se, com esta acção de formação, incentivar os formandos
21
Pensas: Relatório de Actividades 2010 na organização e tratamento de dados através do cálculo das medidas estatísticas (de
centralidade e de dispersão), da sua interpretação e representação grá ca. A resolução desses exercícios podem ser resolvidos manualmente e/ou com recurso ao Excel.
3. apresentação dos trabalhos Pretende-se, nesta fase, observar o modo como os formandos expõem os resultados obtidos, fazer uma análise crítica sobre a apresentação dos trabalhos e partilhar sugestões metodológicas para melhorar o ensino-aprendizagem do conteúdo em questão.
3.2.1
Dados Estatísticos
Apresentam-se em seguida alguns dados estatísticos referentes à formação efectuada nos Centros Pensas em 2010. De salientar que todos os dados apresentados estão em valores absolutos dada a muita dispersão e a pouca relevância estatística que teriam outras análises. Dos grá cos anteriores pode observar-se uma disparidade grande entre os Centros Pensas da Beira e de Nampula comparando, por exemplo, com Quelimane. Esta assimetria tem que ver sobretudo com a dinâmica própria dos Centros bem como na facilidade de contacto com as estruturas locais do Ministério de Educação e Cultura. Assim, durante as acções de formação, sempre que oportuno, lançou-se aos professores o desa o Simulação de aula . Este exercício consistia na proposta de uma abordagem pedagógica relativa a um conteúdo matemático especí co. Deste modo, criou-se um espaço de re exão e discussão sobre estratégias através das quais o professor pode induzir o aluno a construir o seu conhecimento matemático e desenvolver raciocínios geométricos. Estimativa dos alunos abrangidos por este conjunto de formações Considerando que cada turma do Ensino Secundário tem em média 65 alunos (entre 60 a 70) e que, cada professor, em regime normal, tem a seu cargo 5 turmas, estima-se, assim, uma média de 325 alunos por professor.
??)
Segue-se a Tabela (
com o número total de
professores e de alunos abrangidos indirectamente pelo Projecto em cada Cidade/Província:
3.3
ForLíngu@MOZ
ForLíngu@MOZ Formação em Rede para o Desenvolvimento da Língua Portuguesa em Moçambique - é um projecto de cooperação desenvolvido pela Universidade de Aveiro/Projecto Pensas, e que conta com a parceria do Ministério da Educação e Cultura de Moçambique e do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD).
22
Projecto Pensas
Figura 2: Distribuição de escolas e professores envolvidos na formação em 2010.
Figura 3: Número de escolas envolvidas na formação em 2009.
Pensas: Relatório de Actividades 2010
Figura 4: Distribuição dos professores pelas Províncias.
23
24
Projecto Pensas
Cidade
o Professores
N
o Alunos
N
Quelimane
33
10.725
Nampula
25
8.125
Inhambane
26
8.450
Beira
10
3.250
Chimoio
21
6.825
115
37.375
Total
Tabela 9: Total de alunos abrangidos.
São objectivos especí cos deste projecto, contribuir para a formação de professores moçambicanos de Língua Portuguesa, para além de promover a aprendizagem da Língua Portuguesa, das Literaturas de Expressão Portuguesa (com particular incidência nas africanas) e das Tecnologias e sua certi cação.
3.3.1
O projecto e os seus objectivos
Com o intuito de cooperar num plano estratégico de consolidação, expansão e melhoria do sistema de formação dos professores de Português em Moçambique e dos licenciados moçambicanos nas áreas das Humanidades, a Universidade de Aveiro, em parceria com o Ministério da Educação e Cultura de Moçambique e com o apoio do IPAD (Cooperação Portuguesa), deu início, no dia 26 de Julho de 2010, aos cursos de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, que vão complementar, tal como o Mestrado com o mesmo nome que arranca em meados do próximo ano, as acções de formação de professores Português, iniciadas em 2007, nos diferentes Centros da Rede Pensas. Integrados no projecto ForLíngu@MOZ, estes cursos visam dar um contributo para suprir a reduzida capacidade
25
Pensas: Relatório de Actividades 2010 das instituições de ensino superior moçambicanas na atribuição de graus académicos de pósgraduação reconhecidos internacionalmente, bem como a insu ciência de condições logísticas e humanas que permitam a progressão académica dos professores e licenciados de Moçambique. Enquadram-se, assim, numa estratégia de desenvolvimento cientí co e cultural deste país de língua o cial portuguesa e têm como objectivo contribuir para o dotar de recursos humanos quali cados que respondam às múltiplas necessidades de ensino do Português. Período Actividade 15 de Fevereiro a 27 de Março Candidaturas ao Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa. 27 de Março de 2010
Entrevistas aos candidatos ao Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, no Colégio Académico da Beira e na Escola Lusófona de Nampula. Abril Seriação dos candidatos ao Curso de Especialização. Foram seriados 30 candidatos em Nampula e outros 30 na Beira. 20 de Maio a 11 de Junho Período de inscrição dos candidatos seriados para frequentarem o Curso de Especialização.
3.3.2 •
Actividades desenvolvidas 15 de Fevereiro a 27 de Março Candidaturas ao Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa.
•
27 de Março Entrevistas aos candidatos ao Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, no Colégio Académico da Beira e na Escola Lusófona de Nampula.
•
Abril Seriação dos candidatos ao Curso de Especialização. Foram seriados 30 candidatos em Nampula e outros 30 na Beira.
•
20 Maio a 11 de Junho Período de inscrição dos candidatos seriados para frequentarem o Curso de Especialização.
•
o semestre do Curso de Especialização:
26 de Julho a 6 de Agosto Aulas presenciais do 1.
Colégio Académico da Beira 26 de Julho 6 de Agosto: Português Avançado I (Carlos Morais), Conteúdos e Ferramentas para o Ensino do Português I (João Torrão), Técnicas de Expressão do Português (António Moreno)
26
Projecto Pensas
Escola Lusófona de Nampula 26 de Julho 6 de Agosto: Conteúdos e Ferramentas para o Ensino do Português I (João Torrão), Técnicas de Expressão do Português (António Moreno), Português Avançado I (Carlos Morais)
•
1 de Setembro a 30 de Novembro Actividades à distância no âmbito das três disciplinas leccionadas.
•
3.3.3
Dezembro Avaliação.
Pós-graduações em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa
Desenhados para funcionar em regime de b-learning, tanto o Curso de Especialização como o Mestrado repartem as suas aulas por sessões a distância e por sessões presenciais, que decorrerão nas cidades da Beira (Colégio Académico) e de Nampula (Escola Lusófona). Em 2010, o Pensas arrancou com o Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, que teve uma procura acima das expectativas. Concorreram 34 licenciados para a Beira e 59 para Nampula, que realizaram, no dia 27 de Março, uma entrevista escrita, prevista nos critérios de seriação que estariam na base da escolha dos 60 candidatos admitidos (30 em cada cidade), com idades compreendidas entre os 22 e os 69 anos e oriundos, sobretudo, do norte e centro de Moçambique. Ainda que maioritariamente residentes nas cidades seleccionadas para acolher o Curso (23 na Beira e 26 em Nampula) ou em cidades próximas, os alunos, têm as suas raízes nas 10 províncias de Moçambique e ainda em Portugal (1). Isso explica que a paleta de línguas maternas seja muito variada, predominando o Emakhuwa entre os alunos de Nampula (14 falantes) e a Língua Portuguesa entre os da Beira (8). Igualmente merecedor de registo é o facto de o grupo da Beira, com metade dos alunos na casa dos 20-30 anos e uma média de idades a rondar os 35 anos, ser mais jovem do que o de Nampula, que apresenta uma média de idades acima dos 43 anos, situando-se metade dos alunos entre os 40 e os 50 anos. Não obstante a heterogeneidade cultural, linguística e etária de cada grupo, os alunos, formalizadas as inscrições em Junho de 2010, aderiram com grande entusiasmo ao Curso
o semestre,
(ver entrevistas ao lado), em regime de b-learning, cujas aulas presenciais do 1.
27
Pensas: Relatório de Actividades 2010
Províncias
CE Beira Naturais
Niassa
CE Nampula Residentes
1
Naturais
Residentes
3
Cabo Delgado
7
4
Nampula
9
26
Tete
4
Zambézia
5
4
6
Sofala
6
23
1
Manica
4
3
Inhambane
3
Gaza
2
Maputo
4
1
2
Tabela 10: Origem dos alunos inscritos no Curso de Especialização.
ministradas pelos Professores Carlos Morais (Português Avançado I), João Torrão (Conteúdos e Ferramentas para o Ensino do Português I) e António Moreno (Técnicas de Expressão do Português), decorreram entre 26 de Julho e 6 de Agosto de 2010. Destaque-se que o início do Curso, em Nampula, foi precedido por uma cerimónia festiva com rituais, danças e cantos típicos do Norte do país, encerrando com discursos de representantes locais, da Escola Lusófona e da Universidade de Aveiro e com os hinos português e moçambicano, interpretados por um coro de crianças macuas.
o semestre, incidindo não tanto na vertente linguística mas mais
As aulas presenciais do 2.
na área das literaturas de língua portuguesa, foram asseguradas, entre os dias 10 e 21 de Janeiro de 2011, pelos Professores António Manuel Ferreira (Literatura Moçambicana), Paulo Pereira (Literaturas em Língua Portuguesa) e Carlos Morais (Conteúdos e Ferramentas para o ensino do Português II), do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro. Com a duração de um ano ou dois semestres lectivos, correspondentes a 48 ECTS, o Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, incrementando o uso das novas Tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, pretende responder a necessidades de formação especí ca nas áreas cientí cas (AC) de Língua Portuguesa (L), de
28
Projecto Pensas
Línguas Maternas
CE Beira
CE Nampula
Cinyanja Ciyao
1 1
Shimakonde
2 3
Emakhuwa
14
Elomwe
1
Echuwabo
1
Shona
1
Cisena
2
Ciniyungwe
2
Cindau
3
Ciwutewe
1
Cimanika
2
Xitshwa
4
Xichangana
2
Gitonga
1
Xironga
1
5
2
1
2
Tabela 11: Línguas maternas dos alunos inscritos no Curso de Especialização.
Ciências da Linguagem (CL) e de Estudos Literários (EL), estando a sua estrutura modular orientada para pro ssionais ou futuros pro ssionais que procuram formação complementar especí ca ou actualização de competências nestes domínios. No seguimento do Curso de Especialização surge o Mestrado em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa que responde igualmente a necessidades de formação especí ca nas áreas cientí cas (AC) de Língua Portuguesa (L), de Ciências da Linguagem (CL) e de Estudos Literários (EL). Este ciclo de estudos, que confere o grau de Mestre pela Universidade de Aveiro, tem como objectivos especí cos desenvolver a capacidade de conciliar a re exão teórica com a capacidade de aprofundar competências de análise literária; desenvolver as competências oral e escrita em Português; fomentar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no
29
Pensas: Relatório de Actividades 2010 processo de ensino e aprendizagem; e contribuir para a divulgação e a rmação do Português
o ano,
como língua internacional, respeitando as suas variantes nacionais. Registe-se que, no 2.
o aluno poderá optar entre a área de Ciências da Linguagem e a área de Estudos Literários para fazer a sua dissertação de Mestrado. Estes dois ciclos de estudos constituem, assim, um instrumento de valorização pro ssional e de actualização de conhecimentos e competências, bem como um meio privilegiado de formação cientí ca necessária ao exercício de docência e a uma investigação autónoma por parte dos professores de Português em Moçambique, abrindo-lhes caminhos para uma eventual
o ciclo (Doutoramento).
prossecução de estudos ao nível do 3.
3.4
Criação de Manuais
Para uma adequada formação dos professores abrangidos pelo projecto Pensas, todas as acções desenvolvidas tiveram como suporte físico manuais: dois de Língua Portuguesa e outro de Matemática, intitulados, respectivamente, PENSAR A LÍNGUA PORTUGUESA - A ortogra a I ; PENSAR A LÍNGUA PORTUGUESA - A ortogra a II e MAT1,2,3: proporcionalidade directa e inversa . No seguimento das formações anteriores, os conteúdos destes manuais foram cuidadosamente estudados, com o propósito de não se criar uma ruptura com seu público-alvo e desta forma se ir ao encontro das suas mais profundas necessidades. Assim, trabalharamse os enunciados dos exercícios e os exemplos relativos aos esclarecimentos teóricos, que se basearam, sempre que possível, na realidade cultural moçambicana. Apostando na máxima interacção dos formados com o programa das formações, a probabilidade de os conhecimentos serem devidamente apreendidos aumenta. No processo de ensino-aprendizagem, o manual serve de guia aos formandos e de auxiliar nas suas actividades como docentes. No que respeita à Língua Portuguesa, o segundo manual (dividido em capítulos I e II) abordou a temática da ortogra a. A entrada em vigor do novo acordo ortográ co em todos os PALOP, aliada ao já de citário domínio da ortogra a da língua portuguesa por parte dos professores moçambicanos, aguçou uma necessidade de discriminar, analisando atentamente, todas as bases do novo acordo contempladas por esta mudança. Mais do que dissecar todas estas regras, com esta acção pretendeu-se também:
1. Perspectivar, de molde panorâmico, a história da ortogra a da língua portuguesa;
30
Projecto Pensas 2. Analisar, em jeito comparativo, o acordo de 1945 e o de 1990;
3. Re ectir sobre os motivos subjacentes à imposição das novas regras;
4. Estimular uma atitude crítica /activa por parte dos formandos;
5. Fornecer modelos de exercícios atractivos e adaptados às di culdades do processo de ensino moçambicano.
O Projecto Pensas é um projecto aberto e receptivo a opiniões e solicitações e, por isso, grande parte destas temáticas são escolhidas em virtude das necessidades demonstradas pelos professores participantes nas acções de formação. No que diz respeito à estrutura do manual de Ortogra a I e II, pode-se dizer que, numa primeira fase, se procedeu à exploração dos conteúdos através de propostas de exercícios que visaram uma perspectiva e análise comparativa (entre os acordos de 1945 e 1990). O objectivo pretendido é que sejam os professores a inferir, através de um processo indutivo de raciocínio, as regras subjacentes aos diferentes exercícios e, desta feita, não se apresentem apenas como meras entidades absorventes. Pretende-se também que esta seja uma fórmula a levar para o contexto de sala de aula.
Estimular os professores a
não seguirem somente a estrutura plasmada no manual; demonstar que esta é uma estratégia, capaz de desenvolver a atitude lógica dos alunos. Esta foi, sem dúvida, a linha precípua que perpassou toda a estrutura dos manuais criados: por meio da resolução de um conjunto de exercícios subordinados ao mesmo tema, inferir conclusões e conduzir, num momento último à construção da regra.
De referir ainda que, à semelhança do que anteriormente foi feito,
na elaboração dos manuais, foi destinado um espaço para a resolução dos exercícios e sua respectiva correcção. As soluções de todos os exercícios são disponibilizadas, no m das sessões, na Plataforma de Ensino do Projecto Pensas. O objectivo é que, ao possuírem um manual de cada formação, com exercícios, respostas e chas informativas, os professores recolham e possam guardar a informação que receberam e possam partilhá-la, inclusive, com outros professores das suas Escolas. No caso da disciplina de Matemática, a nalidade da brochura, intitulada Proporcionalidade Directa e Inversa foi essencialmente a de suprir algumas lacunas na formação cientí ca e didáctica dos professores, e complementá-la com algumas novas abordagens de aprendizagem e ensino na área da proporcionalidade, nomeadamente com conteúdos teóricos, exemplos, modelos de exercícios e resoluções diferentes daqueles que guram nos tradicionais
31
Pensas: Relatório de Actividades 2010 manuais do Currículo moçambicano. Apostar, no fundo, em novas formas de pensar a Matemática. Estas novas abordagens baseiam-se na análise de situações e problemas da vida real e, também, na identi cação de problemas relacionados com a proporcionalidade que permitem a sua interpretação e resolução.
Os próximos manuais contemplarão temas como a Estatística (formação III), Funções (formação IV) e Trigonometria (formação V). A presença das formadoras no terreno é de máxima importância. Assim, o acompanhamento e apoio aos professores não se centraliza apenas nas horas que são cedidas às formações, mas estende-se a outras alturas em que o professor possa necessitar de apoio. Essa troca de informação pode ser feita in praesentia ou recorrendo ao uso das novas tecnologias. Pode ainda ser feita, não só entre professores/formadores, mas também, entre os professores dos diferentes centros, graças ao sistema de rede implementado.
Os computadores e o recurso à internet são ferramentas que podem complementar os conteúdos dos manuais fornecidos nas formações. Programas como o hotpotatoes, usado ao serviço da Língua Portuguesa e como o excell e o graph foram também usados como auxiliarespilar nestas formações. O hotpotatoes é um programa que permite, através de quatro módulos (o Jquiz - Testes mistos (Escolha Múltipla - Resposta Simples); JMix - Sopa de palavras; JCross - Palavras Cruzadas e o JMatch Exercícios de correspondência), o exercício e a avaliação de conteúdos programáticos de uma forma dinâmica e interactiva, capaz de suscitar um maior interesse pelo ensino-aprendizagem.
O software graf permite representar funções
gra camente e inclui um zoom com diversas opções.
As representações grá cas elaboradas
com recurso ao Graph podem ser guardadas como imagens e, posteriormente, usadas noutras aplicações, como por exemplo, o Microsoft O ce Word ou o Microsoft O ce Powerpoint. O Excel apresenta ferramentas que proporcionam um melhor tratamento dos dados e uma melhor organização na obtenção dos resultados. O manual de Matemática, disponibiliza ainda um conjunto de instruções que permitem ao formador utilizar os softwares e aplicá-los em momentos posteriores, de forma autónoma.
Os modelos geradores de questões são também um recurso utilizado nas formações, quer como teste diagnóstico, quer como avaliação dos conhecimentos adquiridos.
32
Projecto Pensas
3.5
Competições regionais Matmoz e Pensar@Língua
Com o intuito de atribuir continuidade e expansão à a rmação da capacidade de organização e de motivação das escolas que gravitam em torno dos Centros, organizaram-se este ano duas competições regionais. Continuidade, na medida em que à primeira edição das competições de matemática organizadas no ano lectivo anterior, na cidade da Beira, se acrescentou a segunda realizada na mesma cidade. Expansão, porque esta actividade teve também, este ano, lugar na cidade de Nampula. Para além disso, acrescentou-se ainda a primeira edição das Competições de Língua Portuguesa, em ambas as cidades. Assim, no período de Julho a Outubro de 2010, desenvolveram-se várias sessões semanais de treinos de preparação para as Competições de Língua Portuguesa e Matemática. Estas sessões envolveram seis Escolas da cidade da Beira: a Escola Nossa Senhora de Fátima, a Escola Secundária do Estoril, a Escola Secundária Sansão Mutemba, a Escola Secundária Samora Machel, a Escola Secundária da Manga e o Colégio Académico; escola an triã e, portanto, onde teve lugar não só o dia da Competição como todas as provas de treino realizadas. Em Nampula foram envolvidas cinco escolas: Escola Secundária de Nampula, Escola Secundária de Namicopo, Escola Secundária de Muatala, Escola Secundária 12 de Outubro e Escola Lusófona, escola onde decorreram os treinos e as competições nesta cidade.
Neste
período, doze alunos (da nona classe) de cada escola, agrupados em equipas de dois elementos, a uíram às referidas escolas, especi camente à sala Pensas, onde, uma vez por semana, durante três horas aproximadamente, se entrosaram com a plataforma e treinaram os seus conhecimentos de Matemática e de Língua Portuguesa. Foram criados logótipos; foi elaborado um modelo de t-shirts para os alunos usarem como distintivo, no dia das Competições; foram produzidos e enviados vários documentos, quer para as escolas quer para as entidades patrocinadoras, quer ainda para todas as restantes envolvidas na actividade; foram criados certi cados de participação para oferta a todos os alunos.
Para além da sala da prova, no
Pensas: Relatório de Actividades 2010 dia do evento, alunos e professores dispuseram ainda de mais 6 espaços didácticos, abaixo referidos:
1. Cálculo - Aqui exercitaram-se os mecanismos utilizados na resolução de problemas matemáticos; o treino da lógica matemática, de molde a dotar os alunos de ferramentas práticas desta ciência capazes de serem utilizadas no seu quotidiano.
2. Linguagem - Como instrumento de comunicação, possibilitando simultaneamente as capacidades de compreensão e processamento de informação, a linguagem é uma componente básica para o conhecimento.
A linguagem verbal, ainda que se apresente como
uma competência fácil e intuitiva, não deixa de constituir um processo mental complexo e, por isso, explorada através de diversos exercícios.
3. Percepção - A percepção, mais especi camente a percepção visual, constituiu outra das temáticas das actividades que complementaram o dia das Competições. Sendo que é a partir da visão que o ser humano recebe mais estímulos vindos do exterior, a observação desempenha um papel ímpar no exercício de desenvolvimento mental. A compreensão e organização espacial é de igual modo premente neste domínio e, por isso, também, aqui estimulada.
4. Memória - É a capacidade que nos permite registar no cérebro a informação que recebemos e acumulamos ao longo da nossa vida. A nalidade dos jogos realizados nesta sala foi a de desenvolver diferentes técnicas mnemónicas, de forma a aumentar a pro ciência da memória dos alunos.
5. Raciocínio - O raciocínio é um mecanismo de inteligência presente nas diversas actividades mentais. Com base nas regras da lógica, permite, através da análise de princípios, do estabelecimento de relações, da exposição de deduções, inferir conclusões. Nesta sala, desenvolveram-se exercícios que testaram estas componentes.
6. Enigma - Neste espaço foram incluídos exercícios com enigmas populares; visuais, em que a imagem que acompanha o enigma é parte integrante na resolução da incógnita e matemáticos, aqueles que para a sua resolução necessitam de operações que envolvam cálculos elementares.
33
34
Projecto Pensas
O encontro terminou com o registo, por parte dos alunos, de uma mensagem concernente à sua participação neste evento. Dispunham de dois murais, subordinados ao tema: Pensa a tua mensagem, de tintas, pincéis, papel e canetas. A par dos murais, foi criado um cenário onde guraram os super heróis do conhecimento: Íman Nampula, super-heroína de Química; Clara Flora, super-heroína de Biologia; Sebastião Til, super-herói de Língua Portuguesa e Pi Mioshi, super-herói de Matemática.
Aí, num
momento lúdico, os alunos puderam tirar fotogra as com o seu super-herói preferido. Este cenário serviu ainda de palco para as fotogra as de grupo. Acompanhado com o slogan E tu serás capaz? , pretendeu-se apelar à participação nesta actividade de mais e diferentes alunos. Todos os jogos foram acompanhados por professores e classi cadas as melhores equipas de cada escola. No nal do dia, atribuiu-se um prémio à equipa vencedora bem como às equipas que obtiveram os três melhores resultados na prova.
3.6
Formação em Acção
O principal objectivo da actividade Formação em Acção, dinamizada pelo Pensas, é a partilha de experiências de leccionação, bem como dos conteúdos leccionados nos diferentes níveis de ensino e da avaliação. Pretende-se ainda apostar na transferência de saberes através da formação tradicional, mas também a transmissão de boas práticas. Esta iniciativa conta com a colaboração com o Ministério de Educação e Cultura de Moçambique, que ca encarregue de seleccionar os professores de Português e Matemática para participarem no Formação em Acção. Em 2010, foram seis os professores moçambicanos (de Português e Matemática) que durante duas semanas, de 29 de Novembro a 10 de Dezembro, tiveram a oportunidade de conhecer de perto a realidade do ensino português, ao serem recebidos pela Cooperativa de Ensino Didaxis, de Riba de Ave, no âmbito da iniciativa Formação em Acção. Para além dos professores, este ano participaram também na acção elementos ligados às entidades institucionais, como sejam as Delegações Provinciais de Educação e o Ministério da Educação. Desde
Pensas: Relatório de Actividades 2010
35
o dia em que chegaram até regressarem às suas escolas, em Inhambane e Chokwé, os sete professores tiveram de cumprir um horário, à semelhança dos colegas portugueses. Tiveram um horário completo, das 10h às 17h, sempre com aulas que abrangeram todos os ciclos de ensino, desde o 7
o ao 12o ano. Os professores moçambicanos tiveram também a oportunidade
de assistir às aulas leccionadas pelos docentes da Didaxis, para além da responsabilidade de ajudar na plani cação. No nal, foi ainda permitido que leccionassem uma aula de Português e outra de Matemática, supervisionada pelos professores portugueses. Os professores participantes no Formação em Acção realçaram as muitas diferenças existentes entre o ensino em Portugal e em Moçambique. Essas diferenças veri cam-se ao nível do acesso às novas tecnologias e aos próprios manuais utilizados por alunos e professores. Contudo, garantem que levam na bagagem novas experiências para porem em prática nas salas de aula das escolas de Inhambane e do Chokwé. Lista de Participantes das Províncias de Inhambane (Inhambane) e Gaza (Chokwé):
•
Rosa Gove, Matemática, Escola Secundária de Chokwé;
•
Silvério Titas, Matemática, Escola Secundária de Chokwé;
•
José Pedro Tinga, Matemática, Escola Emília Daússe (Inhambane);
•
Carlos Elísio, Português, Escola Emília Daússe (Inhambane);
•
Teresa Fabião, Português, Escola Emília Daússe (Inhambane);
•
Inácio Sigaúque, Português, Escola Secundária de Chokwé;
•
Gina Guibunda, Ministério da Educação;
•
Maria Jacinta Madeira, Direcção Provincial de Educação de Sofala.
3.7
OUTclass - Geminar pela Educação
O objectivo do Projecto OUTclass é a difusão da Língua Portuguesa e a promoção do gosto pelas Ciências através da consagração do uso dos computadores e da Internet como ferramentas de aprendizagem. Pretende a rmar uma forma de cooperar, que permita o desenvolvimento sustentado e o envolvimento da sociedade em projectos de Educação, que quali quem alunos e professores a nível tecnológico, estimulando-os a partilhar novas formas de aprendizagens mais
36
Projecto Pensas dinâmicas e interactivas. A Internet permite aos professores e alunos estreitar as distâncias físicas entre os diferentes Países, e dentro do mesmo País, criando um ambiente de convívio fraterno ao mesmo tempo que desenvolve um ambicioso programa de trabalho. Os alunos em e-comunidade têm a oportunidade de realizar, em ambiente de sala de aula e monitorizados por um professor, actividades semanais que lhes permitem trocar experiências interculturais através da exploração de exercícios que lhes concedem um diferente entendimento do Mundo.
3.7.1
História
Em Janeiro de 2007, a Universidade de Aveiro, em cooperação com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, a Câmara Municipal de Águeda e o Ministério da Educação, criou o projecto OUTclass. Este projecto consistiu na criação de uma e-comunidade onde interagem alunos e professores em torno de um tema semanal lançado pelo Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro e que será trabalhado, numa sessão de um programa de comunicação ponto a ponto. Para este efeito todas as escolas foram equipadas com todas as ferramentas necessárias à prossecução deste projecto. No decorrer dos dois últimos anos, foi possibilitada, aos alunos da Escola Básica À-dos-Ferreiros, em Águeda, Portugal e do Colégio Académico da Beira, em Moçambique, a troca de experiências e conhecimentos nas diversas áreas do saber que contribuíram para o seu enriquecimento cultural, para o aumento do respeito pelo outro e para o interesse pelas diversas culturas.
3.7.2
Rede de Escolas
Devido ao elevado número de alunos moçambicanos em comparação com os alunos portugueses surge agora a oportunidade de acrescentar mais uma escola, no concelho de Águeda, a esta e-comunidade. A partir de 2011, a Escola EB 1 de S. Sebastião, na freguesia da Trofa, passa também a integrar a rede de escolas do OUTclass. A rede de escolas do OUTclass contempla alunos de dois Países, distribuídos da seguinte forma: À-dos-Ferreiros (Águeda) 17 alunos e Colégio Académico da Beira (Beira) 58 alunos.
3.7.3
Ano lectivo de 2009 - 2010
Para o ano lectivo de 2009 - 2010 o programa proposto assentou na Língua Portuguesa e na promoção do livro e da leitura, sem esquecer as Ciências com temas já desenvolvidos em anos
Pensas: Relatório de Actividades 2010
37
anteriores e outros novos que se irão criar.
•
Sensibilizar os alunos para a diversidade cultural (contos tradicionais, gastronomia, danças tradicionais, instrumentos musicais, entre outros);
•
Promover novas abordagens que criem nos mais novos a curiosidade dos saberes cientí cos e que fomentem o desenvolvimento do espírito crítico e empreendedor.
•
Promover o gosto pelos livros e pela leitura, através da animação de contos e da oferta dos mesmos;
•
Promover a aquisição de ferramentas de aprendizagem, que conduzam o aluno a aumentar a literacia nos vários domínios do saber;
•
Promover a utilização das tecnologias da comunicação e informação como meio de acesso a outros povos e culturas.
3.7.4
Promoção da leitura e do livro
Devido aos níveis de insucesso escolar, resultantes principalmente dos baixos níveis de literacia, é necessário, senão urgente, formar crianças leitoras. Para alterar estes resultados, será necessário implementar estratégias que despertem o gosto pela leitura. A leitura autónoma faculta ao aluno uma base de ferramentas que facilita a compreensão de informações que se transformarão em conhecimento. O objectivo primordial é que as actividades sejam um meio para promover o gosto pela leitura e por outras culturas. O diálogo intercultural, nomeadamente a troca de experiências, vivências, histórias, entre outras, incentiva e promove o gosto pela leitura assim como o respeito pelo outro e o conhecimento do mundo. Competências a desenvolver:
•
Desenvolver o gosto pela leitura e pela escrita;
•
Estimular a criatividade e a imaginação;
•
Respeitar e reconhecer costumes e tradições de outros povos e culturas;
•
Desenvolver a comunicação e a cooperação com o outro;
38
Projecto Pensas •
Promover valores cívicos e democráticos no sentido de desenvolver uma cultura de Paz;
•
Estimular atitudes de cooperação, de solidariedade e de tolerância entre os povos;
•
Fomentar a interacção social, criadora de identidades e de sentido de pertença comum à humanidade.
Além do tema central deste ano - Língua Portuguesa - estão ser desenvolvidos outros temas, à semelhança de anos anteriores e dos quais se apresenta a seguinte listagem:
•
Tabuleiro - Quem sou eu?
•
Vamos ser amigos
•
Trava-línguas
•
Provérbios
•
O meu país - Localização geográ ca
•
O meu país - Bandeira e hino nacionais
•
Gastronomia ( Eu gosto de sopa )
•
Animais/ Plantas
•
Contos Tradicionais
•
Jogos Tradicionais
•
Canções Tradicionais
•
Férias
Resultados Esperados:
•
Compilação das recolhas de contos, jogos, canções tradicionais, descrições da fauna e da ora, gastronomia, provérbios, realizadas pelos alunos, ao longo do ano.
•
Estes trabalhos poderão ser reunidos e divulgados numa exposição itinerante que conduzirá o seu visitante numa viagem de descoberta à diversidade e à riqueza cultural de outros espaços.
39
Pensas: Relatório de Actividades 2010 •
A dinamização da Aprendizagem das Ciências em ambiente não-formal.
•
Aumentar os conhecimentos a nível de conceitos, cálculo mental, manipulação da tecnologia, leitura e escrita e sobretudo desenvolver o gosto pelo estudo.
3.8
Pensas Science Show
Nos dias 22, 23 e 24 de Setembro, a cidade de Maputo foi palco do Pensas Science Show, um ciclo de conferências que teve como objectivo comemorar os cinco anos do projecto em Moçambique, bem como dar a conhecer algum do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Construir o Conhecimento , Investigação & Desenvolvimento e Educação & Cooperação foram os temas abordados no Pensas Science Show que decorreu no Centro Cultural Português em Maputo (Embaixada de Portugal), numa iniciativa promovida pelo Projecto Pensas, da Universidade de Aveiro, e que contou com a colaboração da Cooperação Portuguesa. No Pensas Science Show marcaram presença diversas entidades ligadas à Cooperação entre os dois países, desde logo Mário Godinho de Matos, Embaixador de Portugal em Moçambique, que enalteceu o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Pensas. O Embaixador de Portugal em Moçambique destacou ainda algumas das principais medidas do Ministério de Educação, como seja a formação de professores e a prioridade em medir a qualidade dos docentes no sistema de ensino. Duas medidas que vão ao encontro da missão do Pensas que tem neste momento a missão de contribuir para superar o desa o que é a Educação em Moçambique. Destaque também para a presença de Venâncio Massingue, Ministro da Ciência e Tecnologia de Moçambique,
40
Projecto Pensas que aproveitou o ciclo de conferências organizado pelo Pensas para dar a conhecer os esforços envidados pelo Ministério no sentido de desenvolver infra-estruturas e serviços adequados, no investimento feito na educação a vários níveis, a promoção de negócios de base tecnológica, ou a expansão e consolidação do Sistema Nacional de C,T&I. A par das conferências, outro dos pontos altos do Pensas Science Show, foi a apresentação o cial de uma bancada móvel para o ensino experimental das ciências, desenhada exclusivamente para Moçambique. Esta estrutura, que irá percorrer Moçambique, surge como o culminar de um trabalho desenvolvido pelo Pensas em colaboração com o Ministério de Educação e Cultura de Moçambique. O seu objectivo é reforçar o papel da Ciência no processo de ensino aprendizagem e integrar as novas tecnologias no ensino das ciências, trazendo o trabalho experimental para o cerne do ensino. Para além dos shows de Física protagonizados pelo Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro, a comunidade moçambicana pôde ainda assistir a apresentações realizadas por alunos de várias escolas.
Patente ao público em geral, e no âmbito do Pensas Science
Show, esteve também a exposição Cooperar para ensinar, Formar para Inovar, Cooperar para Empreender com o Projecto Pensas, uma homenagem que o Pensas decidiu prestar a todos os professores e alunos, bem como às escolas moçambicanas.
3.9
Bancada Móvel de Ciências
A Bancada Móvel de Ciências (BMC) surge como o culminar de um trabalho desenvolvido em colaboração com o Ministério de Educação e Cultura de Moçambique. Englobado no projecto Pensas, tem por objectivo reforçar o papel da Ciência no processo de ensino-aprendizagem e integrar as novas tecnologias no ensino das ciências, trazendo o trabalho experimental para o cerne do ensino.
Criada com o intuito de colmatar a falta de equipamento laboratorial
existente nas instituições de ensino em Moçambique, e fomentar o ensino das ciências experimentais, esta bancada permite desenvolver o mesmo conjunto de experiências fora de uma
Pensas: Relatório de Actividades 2010
41
sala de aula e de um contexto formal. A Bancada Móvel de Ciências (BMC) con na em si um conjunto de material didáctico e cientí co, que quando aliado a um versátil conjunto de sensores, permite interpretar as relações que se estabelecem entre os modelos teóricos e a realidade do mundo que nos rodeia permitindo ao professor realizar um vasto conjunto de experiências nas áreas cientí cas da Física, da Química e da Biologia. A BMC pretende também tentar minimizar a separação existente entre as salas onde se leccionam as aulas ditas normais, de carácter teórico, e as aulas laboratoriais o que re ecte numa separação entre a teoria e a prática. Ao falar-se da Bancada Móvel de Ciências, importa também destacar as vantagens que apresenta e que dizem respeito à facilidade de adaptabilidade a um qualquer espaço num laboratório; a funcionalidade, pois num pequeno espaço reúne o material essencial à realização de experiências; e a diversidade de experiências que podem ser realizadas nesta bancada.
3.9.1
Protocolos de Ciência e Produção de Material Didáctico Audiovisual para Ensino a Distância
No ano de 2010, o projecto Pensas desenhou uma formação de professores em Protocolos de Ciência e Produção de Material Didáctico Audiovisual para Ensino a Distância, permitindo, desta forma a realização de uma formação em Maputo que abrangesse das duas áreas em questão. Durante quatro dias, mais de meia centena de Técnicos Pedagógicos do Ministério de Educação e professores de várias províncias de Moçambique tiveram a oportunidade de compreender os elementos básicos da linguagem e produção audiovisual, passando pelas fases de pré-produção, produção e pós-produção de material didáctico para ensino à distancia. Da escrita de um argumento à sua transformação num guião, da construção de um storyboard à descoberta dos diversos planos e enquadramentos, tudo foi motivo para novas descobertas que, de certa forma, se relacionam com a sua prática docente. Os formandos tiveram ainda a oportunidade, durante esta formação, de explorar protocolos de ciência usando a Bancada Móvel de Ciência, e manipular ferramentas de trabalho no domínio do vídeo, áudio e imagem. Delegadas as tarefas, e estabelecido o papel de cada um na produção, aprumou-se o cenário e deu-se início às lmagens. O que é um movimento rectilíneo uniforme, um movimento de queda livre ou um lançamento horizontal, foram algumas das actividades escolhidas para serem exploradas nos audiovisuais produzidos.
42
Projecto Pensas
3.9.2
Ensino Experimental das Ciências
A importância do Trabalho de Laboratório no ensino das Ciências ocupa um papel indiscutível no processo de aprendizagem. A sua promoção requer a utilização de novas técnicas e o desenvolvimento de novas competências nos docentes, patentes nas várias missões, onde técnicos do Ministério da Educação e Cultura de Moçambique e elementos do PmatE, realizaram vários trabalhos laboratoriais, relacionados com os programas em vigor, para as diferentes disciplinas do grupo a que se destina a formação, promovendo a capacidade de inovação. O culminar deste trabalho será a construção de uma Bancada Móvel de Ciências que alojará equipamentos e proporcionará um local de trabalho em sala de aula. Os objectivos desta acção são os seguintes:
1. discutir o papel da Ciência no processo da aprendizagem;
2. estimular os alunos para a importância da aprendizagem não-formal;
3. aprofundar conhecimentos no domínio do trabalho laboratorial formal;
4. adquirir novas técnicas de trabalho laboratorial;
5. desenvolver aulas práticas que envolvem laboratórios;
6. desenvolver manuais para professores e alunos.
3.10
Revista Pensas
A fraca visibilidade do Projecto Pensas e a necessidade de divulgar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido foi o mote para a criação de uma revista semestral que reunisse todos os conteúdos relacionados com o projecto e servisse de meio de comunicação entre todos os agentes que cooperam no Pensas. Para cumprir estes objectivos, em Setembro de 2010 foi editado o primeiro número da Revista Pensas. A revista terá uma periodicidade semestral e uma tiragem de 1500 exemplares.
Trata-se de uma nova
Pensas: Relatório de Actividades 2010
43
ferramenta de comunicação que liga o Pensas a toda a comunidade envolvente, ao dar a conhecer a rede de Centros em Moçambique, para além de divulgar todos os projectos que foram e estão a ser implementados.
A primeira edição da Revista Pensas apresenta um resumo dos cinco anos
de trabalho em Moçambique, com destaque para os projectos de Simulação Empresarial, Formação em Acção, OUTclass, Ensino Experimental das Ciências, entre outros. Contou com a colaboração de diversas pessoas que estão directamente ligadas ao Pensas, desde os directores de centros, até aos professores e alunos.
4
PIC Portugal-Moçambique (2007-2010) - Avaliação Final
Sendo o Pensas um projecto da Cooperação Portuguesa/ Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, é alvo de avaliação por parte destas entidades. Foram conhecidos, em 2010, os resultados da Avaliação do Programa Indicativo de Cooperação Portugal-Moçambique (20072010) cujos principais pontos apresentamos de seguida de forma sucinta. Assim sendo, e de acordo com o Programa Indicativo de Cooperação (PIC), uma das mais-valias reconhecidas ao projecto Pensas prende-se com o facto da rede de centros permitir colocar a tecnologia ao serviço da educação, promovendo, desta forma o ensino à distância e um maior domínio das novas tecnologias. Não obstante, o mesmo relatório chama a atenção para a necessidade de se veri car a viabilidade da ligação à internet em todos os dez centros que compõem a rede Pensas. Ainda nos pontos positivos destacados pelo PIC, importa salientar a introdução de novos conteúdos ao nível do ensino da Língua Portuguesa - de nido como uma das prioridades do Pensas, do Ensino Experimental das Ciências e do Ensino à distância, com o arranque do Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa.
A
criação de manuais de Língua Portuguesa e Matemática para os professores do Ensino Secundário e dos Institutos de Formação de Professores, a Bancada Móvel de Ciências para o Ensino Experimental e a actividade Formação em Acção são igualmente alvo de destaque por parte do relatório realizado pelo IPAD. A formação de 187 professores de várias províncias, em 2010, a realização das competições de Português e Matemática, com recurso às novas tecnologias, são outros dos pontos fortes apresentados. Como pontos fracos do projecto Pensas, o relatório aponta o facto de, apesar do projecto ter como pilar a disponibilização e acesso à internet, veri cou-se que embora tal esteja assegurado na Beira, o mesmo não acontece em Nampula onde os computadores do projecto ainda não têm ligação à internet.
No Centro PENSAS
de Nampula, os 12 computadores disponíveis (cinco chegaram em 2007 e sete em 2010) são apenas usados para dar aulas de informática aos alunos da escola e os outros alunos de outras escolas de Nampula não frequentam o Centro pois para isso deveriam pagar uma taxa e
3
não o fazem pois não há ligação à internet . O relatório aponta ainda como ponto fraco do projecto, o facto da formação ministrada pelo Pensas não estar articulada com o sistema nacional de formação de professores, recomendando por isso que a curto prazo seja estabelecida,
3
IPAD, 2010, Relatório nal da Avaliação do Programa Indicativo de Cooperação Portugal Moçambique
2007 - 2010
46
Projecto Pensas pelo Pensas, a articulação dos sistemas de formação com o sistema nacional de formação de professores e a certi cação dos cursos pelo Ministério da Educação de Moçambique. Quanto à sustentabilidade do Pensas, o relatório reconhece as di culdades encontradas no terrenos e que se prendem, sobretudo, com questões de natureza técnica, relacionadas com a ligação à internet em alguns centros e o elevado preço das ligações.
Nesse sentido, é recomendada
uma avaliação dos Centros Pensas para que se possa aferir se os constrangimentos assinalados poderão ter a curto prazo uma solução sustentável que viabilize a ligação à internet em todos os Centros ou, sendo isso no curto prazo inviável, recomende o redimensionamento do projecto concentrando-se este apenas nos Centros onde existem reais possibilidades de se cumprirem
4
os objectivos .
4
IPAD, 2010, Relatório nal da Avaliação do Programa Indicativo de Cooperação Portugal Moçambique
2007 - 2010
5
Conclusões
Apesar dos esforços feitos quer seja pelo Governo, quer seja pelos parceiros que actualmente actuam em Moçambique em áreas capitais como seja a Educação, as elevadas taxas de analfabetismo continuam a ser uma realidade e uma prioridade. É cada vez mais urgente combater estes números - 51,9% da população continua sem saber ler nem escrever - e permitir que cada vez mais crianças e jovens possam ter um ensino de qualidade. Da leitura dos dados revelados pelo Censos de 2007, o número de alunos a frequentar as escolas moçambicanas aumentou na última década.
Um aumento que, contudo, não foi
acompanhado pela formação de mais professores, mantendo-se um rácio bastante baixo professor/aluno.
Aliás, este continua a ser um dos principais problemas que o Moçambique
enfrenta e para o qual o País contará com o apoio do Pensas, que continuará a trabalhar no sentido de combater estes números através das acções de formação que realiza por todo o País, nos dez centros implementados em todas as províncias moçambicanas. A Matemática e a Língua Portuguesa continuarão a ser uma prioridade para o Projecto Pensas que agora abraça mais um desa o ao promover a formação ao nível do Ensino Experimental das Ciências. Em 2011 espera-se ainda que venham a ser dados os primeiros passos em áreas consideradas, cada vez mais essenciais, como a Educação Ambiental. Áreas tão diferentes, mas que em comum têm a aposta nas novas tecnologias e o contributo para a formação de cidadãos mais conscientes e informados.