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Anápolis dá exemplo de preservação
MEIO AMBIENTE
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Parque da Jaiara
Antônio Zayek, diretor de Limpeza Urbana, Parques e Jardins da Prefeitura, revela detalhes das ações do Executivo e seus parceiros em benefício do meio ambiente e da qualidade de vida em Anápolis
Fotos: Daniel Carvalho e Santiago Plata
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Revitalização de nascentes
“Com ações, diálogo e amadurecimento garantiremos água para todos”
Parque JK
Graduado em Veterinária o diretor de Limpeza Urbana, Parques e Jardins da Prefeitura de Anápolis, Antônio Zayek, além de estudioso é um apaixonado pela área ambiental. Já em 1998, desenvolveu um trabalho de produção de alimentos orgânicos, integrou a primeira turma de permacultura do Brasil e leciona a matéria em universidades. Para Zayek é muito comum se falar em sustentabilidade, um conceito sobre o qual é muito fácil comentar, porém, difícil de praticar. Segundo ele, sustentabilidade é atender todas as necessidades atuais sem comprometer o futuro. Antônio Zayek falou à Planeta Água sobre os projetos e ações ambientais já realizadas
pela Prefeitura de Anápolis. O que é o Pro-Água, Antônio? É um projeto que se desdobra em vários outros, fazendo parcerias como as que temos com a CAOA e a Base Aérea de Anápolis para a produção de mudas de espécies nativas do Cerrado. A água chega para nós bombeada do subsolo pelas árvores e, exatamente por isso, precisamos reflorestar com árvores nativas porque a gente só vai ter chuva se a gente tiver reflorestamento. Visualizando essa necessidade já batemos a meta de 250.000 árvores plantadas no município com o plantio extendendo-se até o final de dezembro. Por que só até dezembro? Porque em janeiro, fevereiro e março
as mudas plantadas formam o sistema radicular e já podem entrar em dormência para passar a seca e chegar vivas no próximo período chuvoso. Se plantamos a partir de janeiro a planta fica bonita durante o período de chuva mas não terá tempo suficiente para formar o sistema radicular, daí, não conseguirá sobreviver na seca. O que já foi plantado até agora? Plantamos 10.000 ipês amarelos na Avenida Brasil, com um espaçamento menor para formar um maciço. Praticamos uma política de não tirar nenhuma árvore principalmetne porque temos poucas árvores, por isso, buscamos preservar ao máximo. Apresentamos projetos de arboriza-
Nov/2018 revistaplanetaagua.com.br
SINDICALISMO
ção em todas universidades, várias escolas estão firmando parcerias conosco e, agora mesmo, estamos reflorestando as zonas urbana e rural. O Parque da Cidade é palco do projeto Memorial Vivo do Cerrado com o objetivo de reflorestarmos todas as APPs do município para depois criarmos um Paisagismo do Cerrado, com bosques de pequizeiros, cagaitas, mangabas, guapevas, bacuparis, jenipapos, araticuns e de toda a riqueza da flora do Cerrado que as crianças e muitos jovens não conhecem. Para isso, firmaram-se parcerias? Sim. Com a Valec, por exemplo, acontecerá o plantio no Parque da Cidade e estamos buscando parcerias novos parceiros. A Valec, através de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), irá plantar quatro milhões de árvores nas laterais da Ferrovia Norte-Sul e Anápolis foi a primeira cidade a receber o plantio. Da mesma forma, estamos recuperando nascentes com o envolvimento dos proprietários. O Pro-Água foi muito bem aceito pela comunidade e por isso estamos quase com 250.000 árvores plantadas.
Outra frente que temos trabalhado intensamente é a da permeabilização do solo com facilitação para infiltração da água da chuva. Dois exemplos dessas ações estão no trevo de acesso ao Recanto do Sol e na Praça Dom Emanuel, no bairro Jundiaí, onde ocorre a drenagem da água da chuva. Com isso, estamos segurando a água da chuva, fazendo ela drenar ali mesmo onde ela cai e garantindo segurança hídrica. Estamos recuperando e preservando nascentes e reflorestando com árvores nativas e esse é um projeto feito pela cidade de Anápolis que pode ser copiado por outras cidades do Brasil. Quais são os projetos da Prefeitura para o Ribeirão Piancó? Anápolis, como todas as cidades do Brasil, está entrando na rota do conflito da água. No caso do Piancó, a maior fonte de abastecimento do município, quando você desliga a água da irrigação dando prioridade ao abatecimento da cidade, os produtores ficam no prejuízo e vice-versa. A primeira função da água é matar a sede das pessoas,
a segunda é matar a sede dos animais e a terceira função da água é a de mover a indústria e a agricultura. A lei é muito clara quanto a isso. Quem faz a gestão da água no município é a Saneago que perde por volta de 40% do produto e até 70% no centro da cidade, o que é inaceitável, ao mesmo tempo em que recebe cerca de R$ 13 milhões mensais de Anápolis. A Saneago é um dos atores e nós somos a cidade das nascentes porque estamos no alto. Os produtores da região do Piancó sofrem com o conflito pela água e a situação requer critérios e cuidados para ser bem resolvida. Acredito que a criação de um fundo com sustentabilidade, aliado à implantação de uma unidade de conservação (APA) na região será um bom caminho para uma estabilização e a eliminação desse conflito. Anápolis jamais irá virar as costas, nem para o produtor, nem para o problema, nem para a população, nem para a realidade. Com ações, diálogo e amadurecimento garantiremos água para todos.
Plantio de espécies nativas
Plantio na Av. Brasil
Praça Dom Emanoel
Parque Ipiranga
Parque da Cidade
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