Revista PMW # 024

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ECOLLECTION ARAUCÁRIA

MAX MOSAICS AMAZON CACAO


ÍNDICE

08 Redescobrindo o Tocantins Paraíso do Tocantins

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Roteiro

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Depende de você

CAPA Filho de um tratorista e de uma costureira, ambos analfabetos, Ronis Silva passou boa parte da vida com muitas dificuldades. Preconceito, desrespeito e até menosprezo da sociedade eram elementos que impulsionavam aquele jovem para o insucesso. A capa desta edição da Revista PMW traz um bem sucedido dermatologista que teve que enfrentar um universo de adversidades para vencer na vida.

Disney World Mesa Brasil

20 Capa

Dr. Rônis Silva

26 Economia

Empresas familiares

28 Especial

Aniversário do Tocantins

34 Entrevista

Mércia Ribeiro Presidente AJJE

39 Moda Ensaio

46 Apetite

Brasilidade na mesa

48 Em Forma

Nada melhor do que nadar

50 Inventando Moda por Miguel Vieira

52 Na mira do Lobo Coluna social

56 Coluna VIP

Coluna social

ANIVERSÁRIO DO TOCANTINS Em homenagem ao aniversário de 24 anos do Tocantins, o jornalista e poeta Alexandre Acâmpora conta a história de criação do Estado sob um olhar diferente. Convidamos o leitor a se entregar à leitura nesta matéria especial preparada com carinho, recheada de detalhes que poucas pessoas sabem.

58 Fatos Políticos

por Luiz Armando Costa

60 Balada

O giro pelas melhores festas

62

Claquete Cultural

64

Morar Bem

por Patrícia Ströher Mobília inteligente

66 Falando em Sexo por Glícia Neves

68 Cenário Artístico Mônica Soares

70 Tocantins

Resumo do mês

72

Brasil

74

Mundo

78

Inverter

ROTEIRO Qual o melhor destino para aproveitar uma viagem com os filhos? Separamos os melhores pontos de um dos roteiros mais procurados no mundo: Walt Disney World. Apelidada de capital mundial da diversão, o complexo recebe mais de 40 milhões de turistas das mais variadas nacionalidades e cerca de 50 mil brasileiros a cada ano.

Resumo do mês Resumo do mês O papagaio, o macaco e o jornalista

80 Bem Estar Quiropraxia

82 Direitos e Deveres

Previnir é melhor do que remediar

86 Beleza

Lisos sem medo

88 Estética

Pigmentação da sobrancelha

90 Saúde

Pediatria

ECONOMIA Quem tem sociedade em empresas familiares provavelmente já se preocupou com uma questão: quem vai garantir a continuidade dos negócios? Em nossa editoria de Economia, uma matéria traz informações importantes para quem quer manter os negócios da família em alta.


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APRESENTAÇÃO

EXPEDIENTE

EDITORIAL Após um período eleitoral intenso e que movimentou todos os municípios do Tocantins, outubro chega como a chuva, que refresca o clima e as tensões nas ruas. Palmas nunca viveu uma eleição tão acirrada e fora dos padrões como o pleito deste ano. Mas o que não faltam são análises das conjunturas políticas, justificando o resultado das eleições. A PMW é uma revista de variedades, cheia de opiniões, mas se reserva ao direito de manter um certo distanciamento das análises políticas como linha editorial. Assim como nas edições passadas, a análise dos bastidores políticos fica por conta do olhar afiado do jornalista Luiz Armando Costa, que sabe como poucos os detalhes de como funciona a política no Tocantins. Mas se temos que escolher uma palavra para definir a 24ª edição da Revista PMW, esta palavra é SUPERAÇÃO. A nossa capa traz a comprovação de que os estereótipos podem ser revistos e que a vontade de provar que se pode vencer as dificuldades é maior do que a força da inveja e do preconceito. Quem estampa nossa capa é o dermatologista Ronis Silva, um araguainense que percorreu mais de seis Estados para provar que poderia vencer na vida. Hoje, o médico reconhecido e bem-sucedido pouco revela seu passado de dificuldades. Mas, nós da PMW, trazemos os detalhes desta saga pela conquista do conhecimento e da superação de uma família inteira. Em homenagem ao aniversário do Tocantins, o jornalista Alexandre Acâmpora descreve o processo de criação do Estado sob um olhar sensível e poético. Imagens históricas ilustram a matéria especial.

Um texto cuidadosamente construído em respeito aos milhares de trabalhadores que ajudaram a criar o mais novo Estado da nação. Para quem está pensando em viajar com os filhos, a sessão Roteiro traz detalhes de um dos destinos mais procurados do mundo, Walt Disney World. O complexo de parques é um dos roteiros mais procurados por famílias que desejam enfrentar o desafio de fazer turismo juntos. Viajar com crianças sempre requer cuidados especiais, mas quem esteve no parque norte-americano diz que não se arrepende da experiência. Quem tem sociedade em empresas familiares provavelmente já se preocupou com uma questão: quem vai garantir a continuidade dos negócios? Ao mesmo tempo, pouco se pensa em como resguardar a empresa de situações que podem prejudicar ou mesmo impedir a sucessão dos negócios. Em nossa editoria de Economia, uma matéria traz informações importantes para quem quer manter os negócios da família em alta. Mas não poderíamos deixar de falar de cultura. Esta edição traz o perfil de uma das cantoras mais promissoras do nosso cenário musical. Mônica Soares, já há algum tempo, vem servindo o público tocantinense com boa música e uma interpretação única. E tem muito mais: temos dicas para se exercitar em dias de calor, soluções inteligentes para decoração de apartamentos, moda, cultura, política, tecnologia e uma infinidade de assuntos interessantes cuidadosamente preparados para você. Aproveite esta histórica edição da Revista PMW.

ESPAÇO DO LEITOR As histórias dos personagens de capa da Revista PMW são minha leitura predileta. Ver que a vontade de vencer supera as dificuldades da vida é inspirador. É por saber que no Tocantins, bem perto de nós, tem pessoas que são exemplos a serem seguidos.

Cláudio Henrique Maia Ler a PMW é um momento de prazer. Tenho todas as edições guardadas em casa, desde a primeira edição. Parabenizo esta revista que vem fazendo história e ficando melhor a cada mês.

Vanessa de Fátima 6 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

Diretor Tairone Barbosa Editor Responsável João Lino Cavalcante Diretora Comercial Mércia Rocha Projeto Gráfico e Diagramação 777 Propaganda Produção de Conteúdo Precisa Assessoria de Comunicação Participaram desta edição Cleber Morais, Célio Pedreira, Luiz Armando Costa, Eduardo Lobo, Miguel Vieira, Patrícia Fregonesi, Priscila Cavalcante, Patrícia Ströher, Alexandre Acampora, Ivonete Eich, Lorrane Rocha, Leornardo Franco, Cintia Rodrigues, Christian Zini Amorim, Apoena Rezende, Carolina Rebeca, Marcelo Amorim Fotos Beto Monteiro, Carolina Rebeca, Ademir dos Anjos e Secom Foto capa Beto Monteiro Capa Marcelo Amorim Revisão Larissa Parente Ilustrações Ciro FALE COM A REDAÇÃO Por e-mail: contato@revistapmw.com.br Por telefone: (63) 3225.0328 / 8447.9511/ 9220.4980 Pela internet: www.revistapmw.com.br twitter@revistapmw A Revista PMW é uma publicação mensal da DOIS TEMPOS GRÁFICA E EDITORA LTDA, sob o CNPJ: 05.667.989/0001-05. Os artigos impressos não expressam necessariamente a opinião da revista. O editor não se responsabiliza por informações, opiniões ou conteúdo dos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. Não está autorizada a reprodução total ou parcial das matérias da publicação sem prévia consulta à diretoria da Revista PMW.



REDESCOBRINDO O TOCANTINS

Paraíso do Tocantins POR CLÉBER MORAES

Por volta de setembro de 1958, Adjúlio Balthazar, encarregado da Companhia Nacional, uma das empreiteiras que estava construindo a Rodovia BR-14(atual BR-153 ou Belém-Brasília), estava à procura de um lugar para implantar novo acampamento para o prosseguimento da obra. Chegando próximo à Serra do Estrondo, num local já conhecido como “Pé-da-Serra”, ele deparou com uma área com excelentes condições: dois córregos com água de qualidade, árvores com boa sombra e clima agradável, requisitos fundamentais para um bom acampamento. A esposa de Adjúlio, Sra. Luzia de Melo Balthazar, quando esteve no acampamento pela primeira vez se encantou pelo local e pela natureza exuberante e, espontaneamente, disse que ali parecia um Paraíso e, pouco tempo depois, as pessoas de toda a região se acostumaram com a denominação, passando a mesma a fazer parte do inconsciente coletivo de todos os habitantes. Embora Adjúlio não tivesse intenção clara de fundar uma cidade, visto que o serviço da estrada iria continuar e um novo acampamento surgiria, ele teve uma parcela importante neste processo, principalmente pela escolha do local. A cidade mais próxima do local era Pium, e por este motivo Adjúlio frequentemente ia até lá para comprar alguns gêneros alimentícios e ferramentas para o acampamento. Numa dessas viagens ele conheceu José Torres e o convidou 8 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

para instalar um comércio próximo ao serviço da estrada e foi assim que, em 28 de dezembro de 1958, chegaram os fundadores de Paraíso: José Ribeiro Torres, D.Regina Lopes Torres e filhos se estabeleceram num local onde hoje é a esquina da Av. Bernardo Sayão com a Rua Santos Dumont (atual Restaurante Saches) e iniciaram a saga dos pioneiros deste mu-

Adjulio Balthazar e Jose Ribeiro Torres

nicípio. Eles ergueram um barracão com paredes de taipa, piso de terra batida e coberto com palhas, onde funcionava a residência da família(nos fundos) e a Pensão Tocantins, que além de hospedaria, fornecia comida e havia também um bar. Em 25 de fevereiro de 1959 chegaram, provenientes de Cristalândia, José

Pereira Rêgo, D.Carolina Barbosa Rêgo e filhos, a segunda família a se estabelecer no nascente povoado e, em 10 de Abril de 1959, foi a vez de Ercílio Bezerra de Castro vir de mudança e instalar um comércio no ramo de tecidos. Sua família, que morava em Cristalândia, veio para cá algum tempo depois. Também em 1959, atraídos pela possibilidade de “meios de vida”, vieram outras pessoas que se estabeleceram ao longo do desmatamento da estrada, num trecho compreendido entre os córregos Buriti e Pernada, onde rapidamente se formava uma linha de casas de um lado e de outro da picada. Algum tempo depois esta via ganhou o nome de Av. Bernardo Sayão, também conhecida pela alcunha de “Federal” nos primeiros anos do povoado. Dentre estas pessoas que acreditaram em Paraíso, citamos Antônio Castanheira da Silva, Joaquim Nonato Gomes Cardoso, França Moraes, Arnaud Bezerra, Alano Correia, João Batista de Brito, Sebastião Gomes Cardoso, Firmino José Mendes da Silva, Maria Pereira da Silva(Mariona), Aniceta Pereira da Silva, José Ataíde de Souza, Jovelino Bezerra de Castro, Adalberto Ciqueira Barros, Antônio Paulino da Silva(Antônio Cearense), Petronílio Ribeiro da Silva(Baiano), Dourival de Araújo Silva(Lourinho), João Gomes da Silva, Manoel Dias de Souza, Isaac Soares Cavalcante, Sebastião Pires de Castro(Louro Pires), Francisco Veimar Ferreira Lima, José Alves de Brito(Zeca Brito), Manoel Lúcio de Carvalho, José


Cunha de Araújo (Zezão Araújo), Renato Pereira Virgulino, Raimundo Nonato Medeiros, João da Silva Aguiar, Saturnino Gomes de Freitas, Alexandre Ribeiro da Silva, Rosa Alves Pereira, Procópio Vieira da Silva, Expedito Ferreira Lima, Antônio Longuinho da Silva, Hermínio Marinho, Terezinha Vilarins Siruge, Ana Maria Vilarins, Hugo de Souza, Nereu Gomes de Gouveia, Savagé Alves de Oliveira Santos, Euvaldo Biléu Dias de Souza, Adelino Francisco Silva, Amazila Maria da Conceição, José Luiz da Rocha (Zuza), José Ferreira Teles, Teodoro Barbosa Lima, Antônio Ferreira Teles Neto, Euclides Gomes, Leontino Francisco dos Reis, Geraldo Andrade, Tomaz Ribeiro Pinto, Olavo Ribeiro da Silva, Jaime Rodrigues Maranhão, Salomão Castelo Branco (Salomão Cigano), Salviana Bezerra da Luz, Maria Foquite, Geraldo Nunes Nogueira e respectivas famílias, entre outros. Em 08 de Agosto de 1959 foi celebrada a primeira missa, através do Frei Dunstan Dooling (de Cristalândia), na Pensão Tocantins, onde aconteceu também a escolha do padroeiro, que ficou sendo São José Operário em homenagem ao fundador José Ribeiro Torres e aos operários que trabalhavam na construção da estrada. Depois da primeira missa, os frades franciscanos da Prelazia de Cristalândia passaram a vir aqui com uma certa frequência para dar assistência espiritual aos moradores. Em 1960 foi construída uma pequena igreja católica num local onde hoje se localiza o quintal da Casa Paroquial, numa área mais próxima da Rua Araguaia. Neste ano também os presbiterianos de Cristalândia, através do Sr. Silas Inácio Ramos, começaram o trabalho de evangelização em Paraíso e, no final de 1960, construíram uma casa

de orações, na esquina das ruas Tapajós e Amâncio de Moraes. Em 1961 Paraiso já precisava urgentemente de uma escola que pudesse suprir a grande demanda de jovens que crescia em ritmo acelerado e foi assim que Frei Inácio Smith e Madre Verônica Maria, ambos de Cristalândia, resolveram implantar uma escola reunida no povoado a partir de 1o. de março de 1961. Para isso convidaram as professoras Rita Barros Bezerra, Eudete Ribeiro de Araújo e Maria Deusa Alves Moraes, que passaram a dar aulas utilizando a pequena igreja católica, dividida por tecidos para formar as três salas de aula. No ano seguinte recebeu a denominação oficial de Escola Paroquial São José e continuou a ser conduzida por Madre Verônica até 02 de fevereiro de 1963, época em que chegaram os primeiros padres para residirem em Paraíso: Pe.Miguel Kirwan(primeiro vigário e diretor da escola), Pe. Jacó Duggan e Pe. Felipe Hearty. Ainda no âmbito da educação, no início de 1962 chegou por aqui o jovem missionário José Gonçalves de Siqueira, que veio implantar a Igreja Presbiteriana e logo sentiu a necessidade de fundar uma escola, que iniciou as atividades em março daquele ano. Quanto à situação política, as lideranças locais não perderam tempo, pois em 07 de Outubro de 1962, dia das eleições, aconteceu o primeiro grande fato político de Paraíso, quando três moradores, França Moraes, José Pereira Rego e Isaac Soares Cavalcante, foram eleitos vereadores (para a Câmara Municipal de Pium) com uma retumbante votação. No início de 1963 tomaram posse e, em

tempo recorde conseguiram aprovar um projeto de lei de autoria dos três parlamentares e contando com o definitivo apoio do Prefeito Zeca Moraes, que convenceu os outros quatro vereadores de Pium, aprovaram a matéria por unanimidade, sendo sancionada pelo prefeito como Lei Municipal No. 01 de 22 de fevereiro de 1963, que elevava Paraíso à categoria de distrito. Com estes fatos, o passo seguinte seria a aprovação de uma lei estadual que emancipasse o distrito e, para isto, as lideranças locais contaram com o apoio do deputado estadual Jayme Florentino de Farias, que entrou com o projeto na Assembléia Legislativa de Goiás e, algum tempo após, o Governador Mauro Borges Teixeira sancionou a Lei Estadual No. 4.716 de 23 de Outubro de 1963, que criava um novo município com o nome de Paraíso do Norte de Goiás. Anos depois, com a criação do Estado do Tocantins, o primeiro ato da Assembléia Legislativa do Estado do Tocantins foi a edição do Decreto Legislativo No. 01 de 1o. de janeiro de 1989, que no seu artigo 4o. alterava a denominação de vários municípios tocantinenses, dentre eles, Paraíso do Norte de Goiás, que a partir de então passava a ser conhecido como Paraíso do Tocantins.

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ROTEIRO

Viagem mรกgica pelo universo Disney

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Há mais de trinta anos teve início uma mística que acabou tomando conta do imaginário de milhões de crianças pelo mundo inteiro. Tudo gira em torno de um parque, localizado na cidade de Lake Buena Vista, no Estado da Flórida, nos Estados Unidos. Inaugurado em 1º de outubro de 1971, o complexo Walt Disney World nasceu de um sonho do desenhista Walter Elias Disney, que ganhou fama mundial com seu personagem Mickey Mouse. O complexo de parques é um dos roteiros mais procurados por famílias que desejam enfrentar o desafio de fazer turismo juntas. Viajar com crianças sempre requer cuidados especiais, mas quem esteve no parque norte-americano diz que não se arrepende da experiência. O sucesso do parque é tão grande que Orlando foi apelidada de capital mundial da diversão, recebendo mais de 40 milhões de turistas das mais variadas nacionalidades a cada ano, e cerca de 50 mil brasileiros. Dentre as centenas de atrações à disposição dos turistas, um parque que tem brinque-

comprar lembrancinhas! E por lá também vale a pena conferir a apresentação do Cirque du Soleil. Um show! Em todos esses parques e atrações, vale ficar atento a algumas dicas. Use o fastpass, que evita perder tempo naquelas enormes filas durante a alta temporada. É como se fosse uma senha, com horário marcado para brincar. Mas priorize os brinquedos com filas mais longas, porque você não pode pegar vários passes ao mesmo tempo! Outra facilidade é solicitar o Rider Switch, que é quando pai e mãe pretendem andar no mesmo brinquedo, mas a criança não tem a altura suficiente para ir também. Assim, o pai fica com a criança, enquanto a mãe anda no brinquedo. Quando a mãe já tiver se divertido, ela pega a criança e o pai pode entrar no brinquedo sem enfrentar a fila novamente. Para aqueles momentos em que é preciso um espaço reservado para trocar fraldas, amamentar ou esquentar a comida, procure o BabyCare Center, que também possui produtos

dos ótimos para crianças é o Animal Kingdom. Com temática voltada à vida selvagem, as crianças tem a oportunidade de explorar atrações como o Festival do Rei Leão, a Terra do Dino e também brinquedos de safári. Já o Hollywood Studios é um parque especial sobre cinema e TV, onde as crianças ficam bem pertinho de seus super-herois. Lá é possível assistir apresentações da Pequena Sereia, ToyStory, Bela e a Fera, Indiana Jones e muito mais. Além desses, outro parque bem legal é o Epcot Center e sua perfeita viagem aos mais diferentes países do mundo sem sair do lugar! Quem vai a Orlando não pode deixar ainda de visitar Downtown Disney. Ótimo lugar para

à venda, como lencinhos umedecidos, fraldas, chupetas, copos, papinha e até roupas para as mães que se esquecerem de levar peças extras. Para os arranhões e machucadinhos, o FirstAid é o local onde tem medicamentos e macas para cuidar dos imprevistos. Porém não há médicos! Quanto à alimentação dos parques há mais opções de lanches, e alguns poucos restaurantes à la carte ou com Buffet. O ideal é tomar um café da manhã reforçado no hotel. Para comprar os lanchinhos quebra-galhos, uma passadinha no supermercado Wallmart é uma boa! Além de comidas, lá podemos encontrar uma diversidade de brinquedos, roupas e até produtos da Disney bem em conta! setembro/outubro 2012 | www.revistapmw.com.br 13


ROTEIRO

O transporte da Disney – Walt Disney World Resort Transportation – é gratuito e nos leva de um parque ao outro, para Downtown Disney e aos resorts. É muito importante também levar carrinho de bebê tipo guarda-chuva por que os parques são gigantes e as crianças não conseguem andar o tempo todo. Em todos os brinquedos há lugar para deixar o carrinho guardado. Caso precise, há carrinhos para alugar nos parques por 15 dólares. E agora uma dica especial! Para viajar com crianças, não se esqueça de levar na bagagem uma boa dose de paciência. É preciso planejamento e alguns cuidados básicos para que não aconteçam surpresas e imprevistos desagradáveis durante as férias. O mais importante: garanta que a criança esteja sempre com uma pulseira ou cartão de identificação, para o caso de se perder. No mais, aproveite! O melhor de viajar para lugares como esse é que, além de vermos uma alegria indescritível no rosto do nosso filho, também nos divertimos relembrando a infância... Afinal, sempre é tempo de ser criança!

QUEM ESTEVE POR LÁ

Tenho um filho de 4 anos que se chama Gustavo e, na hora de viajar, escolhemos juntos o destino que pudesse ser aproveitado por ele e por mim também! Assim, conseguimos conciliar nossos interesses e garantir a diversão! Foi assim um dos passeios que com certeza serão inesquecíveis! No início de 2011 fomos à Disney e visitamos vários parques, em especial os mais voltados para as crianças. Uma dica que dou é ir ao Magic Kingdom, onde vivem as princesas e príncipes; além dos personagens clássicos como o Mickey, o Pato Donald, o Ursinho Pooh, etc. Nesse parque até adulto volta a se sentir criança! É tudo muito lindo, com brinquedos que nos fazem viajar pelo mundo da imaginação em atrações como a encantadora casa do Mickey Mouse. O show de fogos desse parque é outra atração imperdível durante a noite. Assim como a Parade – o desfile dos personagens da Disney, que passam dando tchauzinho para a gente. Rosana Bittencourt 14 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012



DEPENDE DE VOCÊ

Mesa Brasil, o combate à fome como alvo O Mesa Brasil SESC é um Programa de Segurança Alimentar e Nutricional baseado em ações educativas e de distribuição de alimentos excedentes ou fora dos padrões de comercialização, mas que ainda podem ser consumidos. Funciona como uma rede nacional de bancos de alimentos contra a fome e o desperdício. “Buscar onde sobra e entregar onde falta”: esse é o objetivo do programa que arrecada alimentos de empresas e pessoas que podem doar, e distribui com segurança alimentar para comunidades cadastradas que precisam de alimentos. Assim contribui para a diminuição do desperdício e, ao mesmo tempo, melhora a qualidade de vida de crianças, jovens, adultos e idosos que vivem em situação de pobreza. As estratégias de mobilização e as ações educativas incentivam a solidariedade e promovem a cidadania e a inclusão social. A última grande ação do programa foi a arrecadação e a distribuição de 5,3 toneladas de alimentos arrecadados durante a Exposição Agropecuária de Araguaína – EXPOARA. Os alimentos foram doados a 13 entidades cadastradas no programa e atenderam treze famílias carentes durante um mês. A próxima distribuição do Mesa Brasil SESC vem em boa hora para aliviar o calor extremo da população e 16 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

hidratar com água de coco. O programa vai distribuir 54 mil litros de água-de-coco no Tocantins. Essa foi uma doação através da Rede Nacional de Solidariedade, por meio da articulação do grupo gestor do Departamento Nacional do Sesc com a Companhia Pepsico. A distribuição será feita para 300

entidades cadastradas em Palmas, Araguaína e Gurupi. De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Hugo de Carvalho, a doação vai contribuir com a saúde da população carente que está sofrendo com o clima quente.

Para quem é a favor da ação contra a fome e o desperdício, o programa está sempre aberto a doações. Os telefones para contato são: em Palmas (63) 32157131, em Araguaína (63) 34141703, em Gurupi (63) 33161817.

A coordenadora do Programa, Any Mendonça, reforça que o produto tem a grande vantagem de ser uma bebida nutritiva, leve e que contribui para a hidratação corporal nos dias quentes, nos quais nosso organismo necessita de uma maior ingestão de líquidos. “A água-de-coco é rica em vitaminas, minerais, aminoácidos, carboidratos, antioxidantes, enzimas, é repositora de eletrólitos e outros fitonutrientes que ajudam o corpo a funcionar com mais eficiência. Por ser rica em minerais, a água é considerada um isotônico natural e de rápida absorção”, complementa Paula Holanda, a nutricionista do Mesa Brasil. Para trabalhar como voluntário do programa é possível atuar de diversas formas, como auxiliar a coleta, selecionar e distribuir os gêneros doados, ministrar treinamentos, oficinas culinárias e palestras, e também como apoio na operacionalização do Programa em várias etapas e serviços.


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CAPA

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SUPERAÇÃO

DR. RONIS SILVA “Eu tinha tudo para dar errado, mas a dedicação me transformou” O que esperar do futuro de uma criança que cresceu no subúrbio de Araguaína, filho de um tratorista e de uma costureira e que teve que se mudar para o interior do Pará, ainda na infância, por causa da falta de oportunidades para a família? A resposta óbvia seria que este jovem seria mais um na estatística dos analfabetos, desempregados ou envolvidos com o crime. Mas este Silva não aceitou o destino prático da vida, ou mesmo deu ouvidos aos comentários de que ele não teria sucesso profissional. Este Silva tinha algo a mais do que os outros. Aquele pai tratorista que vendia quentinhas no período de chuva, apesar de analfabeto, conseguiu ler, nas entrelinhas da vida, que somente a educação e a persistência seriam a chave para que a família saísse da situação triste que vivia. Hoje Ronis Silva é um dermatologista respeitado e dono de uma das maiores clínicas do Tocantins. Mas desde sua infância sofrida ao ápice da carreira profissional, uma grande história de força de vontade e orgulho foi construída. Daqueles tempos difíceis restaram o respeito pela família, o reconhecimento à solidariedade prestada e a humildade de quem não teve a certeza do que comeria no dia seguinte. Se hoje Dr. Ronis cuida da saúde de pessoas de alta classe como um artista, muito se deve à dureza da vida que impôs a ele as mais difíceis provações, tanto na materialidade das coisas quanto no sentimento de orgulho, diversas vezes posto em xeque.

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CAPA

Desde pequeno meu pai sempre me incentivou a ser o melhor naquilo que eu estava fazendo. Enquanto os outros pais desejavam que os filhos entrassem no exército, ele dizia que queria que eu fosse General.

Como foi sua infância em Araguaína? Minha mãe, Diolina Cândido da Silva, era costureira e, meu pai, Raimundo Ferreira da Silva, tinha a profissão de tratorista. Meu pai mesmo com pouco estudo, sabia que o estudo era a solução. Morei em Araguaína até os 10 anos de idade, eu e minhas duas irmãs. Na família não tinha ninguém que havia feito uma faculdade. Meu pai e minha mãe sempre foram os mais pobres da família. Desde pequeno meu pai sempre me incentivou a ser o melhor naquilo que eu estava fazendo. Enquanto os outros pais desejavam que os filhos entrassem para o exército, ele dizia que queria que eu fosse General. Ele nunca falava que eu seria um técnico. Ele colocava os estudos como algo primordial. Se eu fosse trabalhar na construção civil, ele dizia que eu seria o engenheiro. Sempre sonhava alto. Em um ambiente como este, com pais sem nível superior, como foi que você despertou o interesse pelos estudos? Meus pais valorizavam muito os estudos. Sempre faltava alguma coisa. Na verdade, faltava quase tudo em casa. Uma vez, me preparando para sair para o colégio, tomando o café da manhã, meu pai me disse: “meu filho, é tão ruim ver você tomar café da manhã só com uma mão”, se referindo ao fato de só termos o leite para a refeição matinal. Aquilo me marcou de uma forma que nunca mais 22 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

esqueci a cena. Mas naquela mesma manhã, depois daquele café da manhã simples, ele me colocou na garupa da bicicleta Barra Circular, e me deixou na escola particular que ele pagava com muita dificuldade. Podia faltar roupa, comida, mas o dinheiro para pagar o melhor colégio para mim, ele tinha. Não importava o que fosse, mas o do colégio não faltava. Com isso eu sentia a obrigação de me empenhar nos estudos. Eu dizia que se ele tivesse como pagar, eu tinha que passar de ano. Dei muito valor àquilo. Aos fundos da nossa casa tinha alguns pés de maracujá, banana, goiaba, e eu pegava essas frutas, colocava dentro de uma “cumbuca” e saía vendendo. Vendi, também, geladinho para ajudar em casa. Mas o grande foco era estudar, tanto que quando eu pegava um livro, ninguém me incomodava, ninguém me pedia nada. O livro era a representação do estudo. Como foi a decisão da família em deixar o Tocantins e tentar construir uma vida no interior do Pará? A situação em Araguaína estava crítica, chegando ao ponto de minha mãe pedir dinheiro para comprar um pacote de açúcar, para uma de minhas primas que estavam de visita em casa. Então fomos para o interior do Pará para tentar melhorar de vida, alguns parentes foram e obtiveram sucesso. Meu pai trabalhava de tratorista e minha mãe costurava. Nossos

parentes começaram a melhorar de vida e nós continuávamos com muitas dificuldades, não havia um capital pra investir. Lá cursei da 5ª série até o primeiro ano do segundo grau em escola pública. Aquela história de ser general e não me contentar em ser soldado impregnou na minha cabeça. Um dia, um professor virou para meu pai e disse “Raimundo, você está desperdiçando este menino, mande ele embora para outra cidade para estudar”. PE no mesmo dia ele chegou em casa e deu a noticia que eu iria estudar fora. Isso ele falou 19h e às 5h da manhã ele entrou em um ônibus e foi para Goiânia, cuidar dos meus estudos futuros. Um novo universo se abriu em sua frente quando você se mudou para Goiânia. Como foi esse primeiro encontro com uma cidade grande e sem a presença dos pais? Difícil. Meu pai me matriculou em um colégio particular. Eu morava bem longe do colégio, com a família do meu padrinho. Saia de casa as 04:30h da madrugada, pegava três ônibus pra conseguir chegar às 07h. Nunca fui um gênio da escola, mas sempre me esforcei. Eu sempre digo que tudo na minha vida foi 99% de esforço. Quando eu queria uma coisa, eu fazia de tudo para conquistar. E meus pais sempre valorizavam minhas conquistas. Quando ainda era criança fui eleito presidente de turma. Quando cheguei em casa, meu pai


pegou os melhores copos da casa e fez um suco de maracujá para comemorar a vitória. Aquilo representa muito para uma criança e faz a diferença. Ele nunca me deixou sonhar com pouca coisa. Mas as coisas foram ficando muito difíceis, minha mãe já não aguentava mais costurar e na época de chuva, meu pai ficava sem serviço de tratorista. Foi aí que ele decidiu vender panelada (galinhada e chambari) nas obras. Mas meu pai não deixava passar isso pra mim. A minha vida em Goiânia estava boa. Não faltava nada para meus estudos. Claro que eu não tinha nenhum luxo, mas se eu precisasse de qualquer coisa relacionada aos estudos, meu pai vendia o que tinha e mandava pra mim. Ele dava um jeito. Sua dedicação nos estudos e no objetivo de vencer profissionalmente é visível. Quais eram as reações das pessoas com a atitude de seu pai em investir na sua educação? Algumas pessoas chegavam na minha mãe e diziam “isso não vai dar em nada. Ele deve estar usando drogas lá em Goiânia. Traz ele de volta pra trabalhar aqui”. Chamavam meu pai de “velho besta”, muitos criticavam porque muitos jovens iam estudar e passavam nos vestibulares e o filho do Raimundo não passava, mas ninguém passou pra medicina em uma Universidade Federal em primeira chamada. Todas essas críticas serviram de incentivo pra seguir sempre

a diante, erguer a cabeça a cada “derrota”. Fazia por mim, pelos meus pais e pra calar a boca de todos. Como foi o desfecho da sua luta para passar no vestibular? Prestei o primeiro para medicina e obviamente não passei. E só servia se fosse em uma universidade federal, pois não conseguiria pagar uma particular e, também, porque as federais são as melhores, e meu pai sempre me ensinou que deveria estar entre os melhores. Fiz um ano de cursinho e não passei. No segundo ano de cursinho foi quando conheci minha esposa Cintia Rodrigues de Souza Silva, fonoaudiologa com especialização em fonoaudiologia estética. Ela também teve papel fundamental nessa história. Muita gente pensou que com o namoro eu iria perder o foco nos estudos, mas foi justamente o contrário. Ela me incentivava muito. O cursinho que eu fazia já não me servia mais. Não era suficiente para me preparar para o vestibular. Foi aí que minha esposa me disse para procurar o cursinho pré-vestibular Visão, que era um dos mais famosos preparatórios para Medicina em Goiânia. Mas claro que eu não poderia pagar pelo curso, que tinha mensalidades altíssimas. Minha esposa, que na época era minha namorada, me disse para pedir uma bolsa. Eu relutei muito contra isso, pois não acreditava que conseguiria uma bolsa. Após muita insistência dela, um dia criei coragem e fui

lá conversar com a direção do cursinho, foi ai que Deus colocou mais uma pessoa especial na minha vida, uma dos proprietários, Dona Vera. Contei minha história inteira, disse que somente o curso diurno me serviria, pois era onde estavam os melhores e eu precisava estar entre os melhores para passar em um curso com mais de 50 por vaga na Federal. Ao final, ela olhou para mim e disse que eu iria estudar lá até passar em medicina. Ela me deu a bolsa do colégio, me deu a chave da biblioteca e ainda conseguiu uma vaga na lanchonete para eu trabalhar e fazer o lanche. Ela cuidou literalmente de mim. Mas como você lidava com a decepção de não passar no vestibular? Ao final do ano prestei novamente medicina em Goiânia, Brasília e João Pessoa, onde meu pai tinha um conhecido. Não passei novamente. Os parentes colocavam ainda mais pressão nos meus pais, dizendo que eu estava era curtindo a cidade, que não tinha chance, que o namoro atrapalhava os estudos. Mas eu não dava espaço para a decepção. Logo após o resultado eu já pegava os livros, corria na biblioteca animado para me preparar para mais um ano de muito estudo. Como eu queria ficar ao lado da minha namorada, decidi prestar na UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá. A concorrência era de 62 por vaga. Com muito esforço consegui entrar na faculdade tão sonhada. Quando eu liguei para

Aos fundos da nossa casa tinha alguns pés de maracujá, banana, goiaba e eu pegava essas frutas, colocava dentro de uma “cumbuca” e saia vendendo. Vendi, também, geladinho para ajudar em casa.

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CAPA

meu pai contando que havia passado, ele subiu na bicicleta e percorreu a cidade inteira contando a novidade. Fui o primeiro da família a entrar para uma faculdade pública. Foi uma grande vitória. Como foi a vida na faculdade? Cursar medicina não é uma tarefa fácil. Aí as coisas melhoraram, tinha uma coisa sólida conquistada. Mas minha família continuava sofrendo com o descaso dos outros. Agora eles falavam que eu iria me formar e iria esquecer meus pais, que não iria ajudá-los. No meio do curso me casei e a realidade melhorou um pouco mais. No último ano de faculdade meu pai mandava dinheiro todo mês, mas minha esposa já estava trabalhando. Então, tínhamos a renda dela e a ajuda do meu pai. Comecei a dar aula de matemática para aliviar meu pai. Foi aí que meu pai conseguiu comprar seu primeiro veículo, uma moto Honda CG, uma grande vitória para ele. E com o sonhado diploma de médico na mão? Formei e fui atender no interior do Pará, para ficar perto da família. Como tinha muita conta para pagar, eu cheguei a ficar 15 dias direto em um hospital como clínico geral e fazendo especialização em dermatologia. Era muito puxado, mas consegui fazer com que minha mãe parasse de costurar para fora, que era muito cansativo e eu pai parou de vender panelada. Com muito trabalho, consegui construir a casa deles, antes mesmo da minha, do jeito que ela queria. Comprei o primeiro

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carro zero da minha mãe e dei um Hilux embrulhada em papel de presente para meu pai. Também repasso 20% de toda minha renda aos meus pais, compromisso sagrado, que faço com muito orgulho e satisfação, e com a bênção de Deus. Foi aí que decidi, e isso é até hoje, que de tudo que eu recebesse, 20% seria enviado para eles. Isso acontecia direto do trabalho. Os donos do hospital depositavam 80% dos meus rendimentos na minha conta e os

Quando ainda era criança fui eleito presidente de turma. Quando cheguei em casa, meu pai pegou os melhores copos da casa e fez um suco de maracujá para comemorar a vitória. Aquilo representa muito para uma criança e faz a diferença. outros 20% na conta dos meus pais. Bom, mas a inveja nunca acaba. No início falavam que eu não iria dar em nada. Depois disseram que eu iria abandonar meus pais, por fim começaram a falar que meus pais estavam me explorando, por eu dar 20% do meu salário para eles. Hoje meu pai cuida da chácara dele, cultivando a roça de cacau que ele tanto ama. Mas faz isso por que gosta, mas não depende dis-

so para viver. Hoje eles estão super bem. Eles são simples. A prova é que na minha formatura foi a primeira vez que meu pai usou um paletó. Uma das irmãs é Administradora e empresária bem sucedida e a outra está fazendo cursinho na busca do sonho de medicina. Hoje eles estão super bem, levando uma vida dos sonhos. Mas como foi que o Tocantins entrou novamente na sua vida e como surgiu Palmas nesta história? Bem, eu já estava realizado financeiramente e profissionalmente estava bem, mas tinha anceios por melhorar a qualidade de vida e de trabalho, minha cabeça está sempre cheia de projetos, e Palmas, além de linda é um lugar de oportunidades, boa localização, segurança, um potencial enorme de crescimento. Aqui consegui realizar meu sonho de trabalhar em um só lugar, na minha Clínica, onde estou realizado com a dermatologia. O Centro de Dermatologia de Palmas cresce a cada dia, toda a equipe trabalha com conforto, oferecemos aos pacientes tudo da melhor qualidade e trabalhar assim é maravilhoso. Temos equipamentos de última geração e serviços de altíssima qualidade. Trabalhar com resultados, proporcionando mudanças na vida das pessoas, ouvir da paciente que mudei a vida dela, isso não tem preço. Eu nunca perdi a alegria de sonhar. Acho que é isso que me mantem dedicado e aplicado, e me impulsiona a cada dia. Vivo a melhor fase da minha vida, sonho agora em trazer toda a família para o Tocantins, nosso estado de origem e do coração.


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ECONOMIA

Empresas familiares:

como protegê-las e garantir a sucessão dos negócios? menores não vai permitir. Eu resguardei o patrimônio contra qualquer risco possível, essa é a ideia”, explica o contador acerca das formas de proteção do patrimônio. Essa transformação da empresa, embora simples, é trabalhosa e deve contar com a ajuda de um profissional de contabilidade, pois envolve o levantamento de imóveis, verificação do valor de mercado e do valor pelo qual eles estão declarados. Quem tem sociedade em empresas familiares provavelmente já se preocupou com uma questão: quem vai garantir a continuidade dos negócios? Ao mesmo tempo, pouco se pensa em como resguardar a empresa de situações que podem prejudicar ou mesmo impedir a sucessão dos negócios, como divórcios, desentendimentos ou falecimento entre os sócios e familiares. Alterações no contrato social que prevejam e definam os rumos da empresa nestas e em outras situações são as primeiras atitudes preventivas a se tomar, como explica o contador José Flávio Rodrigues, que é também sócio-proprietário de uma empresa de auditoria em Goiás. Recentemente o consultor palestrou em Palmas sobre o tema “Gestão de Empresas Familiares”. Rodrigues relata, em sua exposição, alternativas como a despersonalização da empresa, transformando-a em uma holding, processo em que as pessoas físicas (sócios) envolvidas passam a ser pessoas jurídicas. Usando o exemplo de um casal que tem bens em comunhão, o contador reforça a importância de pre26 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

servar o patrimônio. “Se esse casal, para você ter uma ideia, tiver 8 filhos, sofrer um acidente e morrer [o bem - propriedade] vai ser dividido em 8 pedaços. E aí um dos filhos, maluquinho, precisa de dinheiro, vende a parte dele. Então aquela propriedade tinha um valor e, no momento em que uma parte dela é vendida, as outras partes perdem valor. E tudo aquilo que a pessoa batalhou uma vida inteira para constituir pode ser desmontado”, explica. A holding, modelo aplicável a sociedades que contemplem mais de uma empresa, é constituída por aportes de capital próprio da transferência de ações e quotas que seus proprietários possuírem em outras empresas. Essas ações e quotas são, assim, a moeda integralizadora de capital na holding. “Existem casos inclusive em que a empresa familiar é constituída com netos menores [pessoas com menos de 18 anos]. Imagina você passar os seus bens pessoais pra uma empresa e, dentro da sociedade, eu ter um neto menor de idade. Ninguém vai tirar esse imóvel dessa empresa para executar por que o juiz de

José Flávio Rodrigues - Contador

O que é uma holding? A expressão "holding" é de origem inglesa, formada a partir do prefixo "hold", que dentre outros sentidos, significa "controlar". Assim, holding é uma sociedade que controla outras sociedades ou um patrimônio, não sendo uma espécie societária, mas apenas uma característica da sociedade. Surgiu no Brasil em 1976, por meio da Lei nº 6.404, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas. Fonte: http://jus.com.br


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ESPECIAL TOCANTINS

O TOCANTINS

e o cinco de outubro POR ALEXANDRE ACAMPORA MEMBRO DA ACADEMIA TOCANTINENSE DE LETRAS

Há poucos dias escrevi uma declaração espontânea de cidadania tocantinense. Ao assumi-la, estive comovido. Por esses dias, faz vinte e mais anos que fui convidado a prestar uma consultoria para contribuir com a definição das políticas de educação e cultura no primeiro governo do Tocantins. Levava comigo rasos trintanos.

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Em verdade, muito pouco ou quase nada conhecia da região de Tocantínia. Fiquei surpreso ao saber que chegaria num Bandeirantes de oito passageiros. Ao pouso em Miracema dei início ao meu aprendizado. A pista não era asfaltada, a aterrissagem ergueu uma nuvem de poeira vermelha. Uma lufada forte de ar quente penetrou a fuselagem na abertura da porta da aeronave. O prédio que servia de sede ao aeroporto, mais propriamente um campo de pouso, era uma construção minúscula que abrigava uma lanchonete rudimentar, cercada de crianças pedintes vestidas em andrajos. Não soprava em minha imaginação sequer uma remota possibilidade de estabelecer minha vida nessa região. Técnicos da Secretaria de Planejamento aguardavam minha chegada e realizaram meu transporte até um pequeno hotel próximo àquela Secretaria. Ao caminho, um trânsito infernal, um ritmo frenético dominava o ambiente. Percebi sem dificuldades que a pequena urbe não dava conta da velocidade das mudanças impressas pela implantação urgente da sede do governo estadual. Em três meses Miracema triplicara o número de habitantes. Dezenas de prédios e casas sendo construídos, ruas recebendo pavimentação asfáltica, instalações de iluminação pública nas avenidas, abertura de novos loteamentos, um tudo acontecendo. Nas primeiras reuniões, muito produtivas e motivadas, entrei em contato com o senso de humor do tocantinense e com a perseverança de seu caráter. Restei indignado com minha ignorância sobre aquele pedaço do planeta. Conhecer uma filosofia, uma ciência, uma técnica, é uma coisa, saber aplicá-las, outra. Na minha perspectiva, só devo aplicar um conhecimento a uma realidade determinada a partir de um movimento relacional. Ou seja, de uma dinâmica de trocas, de influenciações recíprocas. Estabelecer supostas verdades analíticas sobre uma cultura sem conviver com ela é uma ato de violência simbólica. Uma imposição. Estávamos em dificuldades. O fio da meada desaparecera. O Goiás carregara entre comboios de caminhões, máqui-

nas patrol, máquinas agrícolas, pás mecânicas e outros veículos da administração pública, os arquivos de gestão e documentos técnicos e estatísticos. O governador Siqueira Campos afirmou então que Goiás fizera com o Tocantins como os fizeram os países europeus ao serem expulsos de suas outrora colônias na África. Portugal, ao sair de Angola e Moçambique, carregou maquinários até de elevadores. Em 1990 o censo foi suspenso por iniciativa dos verdes no Congresso Nacional, quando se colocou em pauta a discussão sobre a pesquisa censitária como invasão de privacidade. Só obtínhamos acesso aos dados do Programa Nacional Por Amostra Domiciliar de 1980. A ferramenta de planejamento mais eficaz à disposição figurava nos mais de quinze cadernos do Programa de Desenvolvimento Integrado das Bacias do Araguaia Tocantins – o insuperável PRODIAT – estudos socioeconômicos realizados pelo Ministério do Interior, nos anos oitenta do século vinte, antes da implantação do Estado. No clima de trabalho fui sendo gradativamente convocado para uma série de atividades além das que me haviam sido propostas para a consultoria, assim como opinar tecnicamente sobre a estrutura de determinados organismos e processos – a descentralização da merenda escolar, a implantação da Universidade Estadual, o organograma da futura prefeitura de Palmas. A Secretaria de Planejamento era uma fábrica de projetos e articulações. A motivação, o tônus psicológico das pessoas, retratava uma grande alegria, uma disposição a toda prova para erguer o primeiro governo do Tocantins. Estávamos em 1989, havia sido em cinco de outubro de 1988 – nas disposições transitórias da Constituição Federal – a instituição do Estado do Tocantins. Entre miríades de injustiças superadas, a Constituição Cidadã – a reorganização dos direitos e deveres de cidadania depois da ditadura - corrigia também o trágico erro histórico de manter um povo e uma região escravizados a um destino que não representava suas aspirações setembro/outubro 2012 | www.revistapmw.com.br 29


ESPECIAL TOCANTINS

e suas legitimidades culturais. A Constituição venceu um regime de exceção de mais de vinte anos. O que dizer então do Tocantins? Viveu um estado de ditadura de mais de duzentos anos. A cronologia histórica determina o ano de 1821 para o manifesto libertário de Joaquim Theotônio Segurado. “Habitantes da Comarca de Palma! É tempo de sacudir o jugo de um governo despótico: todas as províncias do Brasil nos tem dado este exemplo; os nossos irmãos de Goiás fizeram um esforço infrutífero, ou por mal delineado, ou por ser rebatido por força superior, eles continuam na escravidão, e até um dos principais habitantes desta Comarca ficou a ferros. Sejamos livres, e tenhamos segurança pessoal; unamo-nos e principiemos a gozar as vantagens que nos promete a Constituição”. O manifesto de Theotônio Segurado é também o primeiro texto nativista do Tocantins, tendo para todos os tocantinenses o valor de narrativa inaugural de sua literatura. Esse documento é signo da revolta social contra a centralização do governo no sul do Goiás. O Tocantins quer autonomia, independência, governo próprio. Desde a primeira recusa ao pagamento das oitavas no século 18, (a oitava parte do ouro extraído) à coroa portuguesa, e, até 1988, o povo tocantinense empreenderá uma luta acendrada pela afirmação

de sua cultura. Essa luta notabilizará personagens e organizações sociais como Cenog – Centro de Estudos do Norte Goiano, Totó Cavacanti, Siqueira Campos, Lysias Rodrigues e jornais como “O Norte de Goiás”, “O Estado do Tocantins”, entre tantos outros. Terá na cidade e nas mentalidades coletivas de Porto Nacional o baluarte da revolta. O Tocantins foi construído pelos sentimentos e atitudes de seu povo. As professoras de ensino fundamental semearam através de dois séculos a identidade tocantina. Nas salas de aula afirmavam a naturalidade telúrica nortista e seu caráter diferenciado do caráter goiano. Gerações e gerações cresceram alimentadas pelo sonho desse futuro, hoje presente na alegria espaventosa das pessoas para erguer os pilares do primeiro governo do Estado do Tocantins. Muito brio e orgulho. Ao final do século vinte, o Tocantins representava um cenário de abandono, despotismo, violência. A população com mais de sessenta anos de idade estava representada por pessoas reduzidas à mais reles e miserável condição humana. Eram setenta e nove cidades numa faixa territorial de aproximadamente trezentos quilômetros quadrados. Um milhão de pessoas penavam em condições de subexistência nessa região. O déficit educacional atingia a quarenta e cinco por cento da população em idade

Gerações e gerações cresceram alimentadas pelo sonho desse futuro, hoje presente na alegria espaventosa das pessoas para erguer os pilares do primeiro governo do Estado do Tocantins. Muito brio e orgulho. 30 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

escolar. Não haviam universidades, aeroportos, transportes, serviços médicos e sanitários, teatros, cinemas, as comarcas jurídicas exíguas, as únicas estradas asfaltadas – a Belém-Brasília e o acesso a Porto Nacional. A maioria da população habitava mocambos e barracos de adobe e piaçava. Só a mínima classe média, composta por funcionários públicos e comerciantes, praticava o uso de banheiros domésticos. Os transportes e estradas deploráveis, até o final dos anos setenta, levava-se uma semana para chegar a Belém, saindo de Miracema. Em 1930 Lysias Rodrigues escreverá – “o que nos chamou atenção foi o velho regime da justiça de Goiás, onde impera a Winchester 44 do papo amarelo. Tem razão quem atira primeiro”. O Tocantins foi acessado pela primeira vez pelo extremo norte. Sua colonização tem início pelas bandas do Maranhão e são os franceses os primeiros europeus por aqui. Sua formação cultural descreve a influência amazônica como preponderante, via Pará e Maranhão. O traço da cultura indígena está bem demarcado nas atitudes tocantíneas. Os africanos compunham oitenta por cento da população até o século 19. Entraram, pela fronteira com a Bahia, aos milhares. Comprados ou foragidos. Os caminhos de comércio e trocas sempre estiveram voltados para o norte. Daí a acentuada diferença com o Goiás. Goianos são, em absurda maioria, descendentes de mineiros, sendo esse o padrão cultural predominante em sua formação. Acredito que a região passava por considerações preconceituosas por parte de Goiás. A presença de um grande contingente de índios e negros, a resistência violenta dos aborígenes em entregar seus territórios ancestrais – principalmente Avá Canoeiros e Apinajés, contribuiu para frear o avanço de fronteiras de exploração econômica. Os negros foram encarados por goianos que tem, em sua origem, a cultura dos mineiros, como sub-raça, animais de tração. O naturalista inglês George Gardner, em viagem pelo Tocantins no século 18, afirmou que, comparados aos do Rio de Janeiro, os escravos em Natividade


poderiam ser considerados animais. Era complicado encarar o Geraes acima do Paralelo 13. Além de tudo, retomando a observação de Lysias Rodrigues, prevalecia o coronelismo de oligarcas conservadores, apegados a tradições autoritárias, que exerciam o poder com o uso das forças policiais tal qual se comanda um exército de jagunços e mercenários. As forças policiais serviam ao oligarca e a seus interesses particulares e não à sociedade. Sendo assim, as cidades nortistas eram alvo de invasões e pilhagens policiais muitas vezes cometidas pelo capricho de um déspota. Pedro Afonso, a Boa Vista hoje Tocantinópolis, Dianópolis, Natividade estão entre as cidades que sofreram a violência despropositada dos goianos. É inexplicável, da mesma forma, o porquê de capitalistas goianos não terem investido na implantação do Tocantins. Não abriram filiais de seus negócios e investimentos por aqui. Podemos exemplificar observando as grandes empresas de produtos agrícolas e de serviços. Vendem seus produtos no Tocantins, mas mantem suas sedes em Goiás, sem abertura de extensões na região. Mas lembre-se, estamos em Miracema do Tocantins e o ano é 1989. Na Secretaria de Planejamento, acreditamos que o Estado estava assentado e em bom rumo, apesar da falta de energia elétrica,

Suspiramos festejando a primeira vitória – o governo está implantado. Todas as instituições do executivo, do Legislativo e do Judiciário estão em funcionamento. Foi aí que o governador mudou para Palmas e disse – agora só despacho de lá.

de água, de transportes, de comunicações, tudo seguia andamento de solução. Já percebíamos resultados. Miracema, em menos de um ano, tomou face de cidade decente, no sentido de pavimentação, iluminação pública e abastecimento. Suspiramos festejando a primeira vitória – o governo está implantado. Todas as instituições do Executivo, do Legislativo e do Judiciário estão em funcionamento. Foi aí que o governador mudou para Palmas e disse – “agora só despacho de lá”. Minha Nossa Senhora da Aparecida do Tocantins. Mais uma revolução. Dizia o slogan do governo de inspiração

juscelinista – “Vinte anos em dois”. Vero. Aqueles dois anos valeram trinta. Eram também triplicados pelas dificuldades da travessia, os quilômetros da trilha do mato que ligavam Palmas a Miracema. Sendo Palmas ainda lugar futuro. Lugar nenhum. Era um comboio de ônibus velhos e batendo lata, que atrevidamente percorriam as matas, superando vinte e cinco pontes de madeira apodrecida e quebrada por córregos capilares afluentes e defluentes do Tocantins. Não raro, descíamos para ajeitar as toras ou para salvar alguém. Quando era possível salvar. Estávamos todos side-

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ESPECIAL TOCANTINS

rados, todos encantados por um novo futuro. Não houve uma greve, nem uma paralisação. Nenhuma forma de resistência. Sofremos de um tudo. Falta de comida, alojamentos desumanos, sistema de transporte precário, falta de água e energia elétrica, trabalho superando dez horas de dedicação diária, respirávamos poeira, vivíamos no limite da suportabilidade de desconforto, mas não havia um que reclamasse. O senso de humor e a perseverança do tocantinense contaminaram nossos espíritos. Erguer Palmas era, para todos nós, erguer não apenas o monumento vivo da libertação dos tocantinenses, era construir, contudo, a nossa própria liberdade. Tínhamos todos nós a perspectiva de reiniciar a vida, reconstruir a existência numa sociedade nova e, quiçá, superando os defeitos das outras. Quando o primeiro avião de carreira sobrevoou Palmas, os operários emocionados acenaram seus chapéus e lançaram bonés ao vento. Palmas é um salto para o futuro. Antes dela o Tocantins vivia os costumes e relações do século 19. Atravessamos o Tocantins naquele inverno rigoroso de 1990 numa voadeira grande, para doze pessoas, voltando de Palmas para Miracema. Ainda não havia sido iniciado o assentamento populacional em Palmas, de forma que morávamos em Miracema, acordávamos às quatro da manhã para abrir o expediente em Palmas às oito. Havia uma mulher grávida. O motor da voadeira foi atingido por um pedaço de tronco no rio nervoso, áspero, volumoso da estação das águas. A voadeira roda desgovernada. Despenca pela correnteza. Chove dilúvio. Lá vão os pioneiros anônimos. Uma entre eles carrega um sonho mais dentro do corpo. Arrepiei. Uma pessoa se agoniou, eu acalmei, alertando “nem trisca, nem mexe que a voadeira vira”. O piloto pressionou uma buzina de ar comprimido e, longos minutos depois, outra voadeira se alinhou à nossa, em salvamento dramático, amarrando em ferros os dois barcos. Eram todos pioneiros. Muitos encontro hoje nas ruas de Palmas. Simultaneamente à implantação de 32 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

Nas varandas do Palacinho avistei sobre a infinita deserta planície, novos amores e paixões, crianças brincando em parques, poetas declamando sentimentos de júbilo e plenitude, trânsitos de velocidades da pós modernidade. Uma cidade telúrica. Uma república na floresta. Longe daqui, aqui mesmo. Palmas, realizamos o primeiro levantamento socioeconômico do Estado visitando todas as cidades, recenseando características e necessidades. Estabelecemos prioridades de investimentos, estudamos e concluímos a divisão político-administrativa. Na pesquisa de campo quebramos cinco carros em estradas de terra. A implantação de Palmas é a peça mais importante na instituição do Tocantins. Todavia, o esforço político da disputa entre Araguaína, Porto Nacional e Gurupi para sediar a capital, já definida

na Constituição do Estado, pensou-se numa área equidistante a todas as cidades e definiu-se que a cidade seria instalada à margem direita do Rio Tocantins, região mais carente economicamente. Desde 1988, Walfredo Antunes e o grupo 4 de arquitetura estavam contratados para imaginar e desenhar uma nova urbe. Todos vimos a maquete. Entre o projeto e a realidade estávamos nós. Os operários e operadores do processo. Os que viveram a implantação de Brasília, quem sabe? Talvez carreguem sentimento semelhante. É uma experiência muito rara participar da formação de uma sociedade em seu aspecto físico, político, afetivo. Inventar uma convivência. É como renascer, ressuscitar em outra época, num outro espaço. Pior. É como carregar a consciência de um protagonismo histórico. Fotografei na memória a lavadeira estendendo roupas dos operários para secar nos cordames da obra de construção do Palácio Araguaia. Vi as milhares de pedras portuguesas sendo assentadas na Praça dos Girassois, delineando as simbologias dos Javaés, Karajás, Kraôs, Apinajés. Nas varandas do Palacinho avistei, sobre a infinita deserta planície, novos amores e paixões, crianças brincando em parques, poetas declamando sentimentos de júbilo e plenitude, trânsitos de velocidades da pós-modernidade. Uma cidade telúrica. Uma república na floresta. Longe daqui, aqui mesmo. O Tocantins foi e está sendo construído pela fibra amorosa e pela generosidade de seu povo. Pelo ímpeto de brasileiros de todos os brasis. Por sua trajetória de resistência e de luta contra poderes opressores. Pela vibração dos tambores, violas e caixas dos foliões, pelo estandarte do Divino Espírito Santo, pelo rebolado malemolente da sússia, pelo jeito de ser dos Karajás, Xerentes, Javaés, Apinajés, Kraôs e Avá Canoeiros. Por Xangô e Oxum, Iemanjá e Oxóssi, por Oxalá, por Nossa Senhora do Livramento e da Natividade. Pelos Congos, cavalhadas e congadas, pelo pequi, pelo buriti, pelo cega-machado, pelas araras e tucanos, pelas águas do Tocantins e do Araguaia, por mim e por você.


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ENTREVISTA

MÉRCIA RIBEIRO:

motivando o empreendedorismo entre jovens empresários Com projetos consolidados e já conhecidos pela população, a Associação dos Jovens Empresários e Empreendedores do Tocantins – AJEE faz esforços para incentivar o empreendedorismo e o desenvolvimento de novas lideranças. Um projeto de grande destaque, o Feirão do Imposto, foi realizado recentemente para informar e conscientizar a população sobre os altos impostos cobrados em diversos produtos. A jovem presidente da Associação, Mércia Fernanda Ribeiro, falou um pouco mais sobre os objetivos e projetos da nova diretoria eleita para 2012/2013, e também sobre como é possível participar, contribuir e aprender com a AJEE. Como você define a AJEE? Com o que ela contribui na sociedade em geral e também aos jovens? A Associação dos Jovens Empresários e Empreendedores do Tocantins é uma entidade classista fundada em 2005 e filiada à Confederação Nacional dos Jovens Empresários (CONAJE). Os princípios básicos da AJEE são o empreendedorismo, espírito jovem, ética, interdependência, pluralidade e transparência em suas atividades. A missão da AJEE é fomentar o empreendedorismo e o desenvolvimento de novas lideranças, reunindo jovens para buscar interesses comuns da sociedade, pautados no network e na troca de experiências entre os seus participantes, tanto em âmbito estadual como nacional. A Associação contribui para a Sociedade através de ações que incentivam o desenvolvimento local, incentivando o empreendedorismo e crescimento dos 34 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

negócios através de seus três pilares: capacitação, para o desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes;, relacionamento, possibilitando trocas de experiências e novas parcerias entre envolvidos nos eventos e projetos; e representatividade, defendendo os interesses da classe junto ao governo, entidades empresariais e sociedade em geral, tudo isso voltado aos jovens, tanto àqueles que já tem seu negócio, como àqueles que querem começar e empreender. Além disso, existem trabalhos sociais da Associação em datas comemorativas, onde procuramos contribuir de alguma forma com aqueles que mais precisam. Quais são os projetos de grande destaque realizados pela associação? A AJEE tem muitos projetos já conhecidos e consolidados. Podemos começar falando do Feirão do Imposto, grande evento anual da CONAJE, que normalmente acontece no mês de setembro, onde diversas cidades, através de seus movimentos estaduais, informam e conscientizam a população da alta carga tributária com o objetivo de protestar e discutir o que é feito com o dinheiro arrecadado, este ano acabamos de realizar mais uma edição do mesmo, no dia 15 de setembro, e tivemos um abaixo-assinado pedindo a redução e simplificação da tributação no Brasil. A AJEE realiza também o projeto “AJEE em Ação: Dia das Crianças” em outubro, uma ação social que visa atender crianças de regiões desfavorecidas de


nossa capital em comemoração ao dia da Criança, oferecendo um dia de lazer, diversão e presentes, possibilitando aos jovens associados e parceiros a prática da responsabilidade social e contato com aqueles que mais precisam. A Semana Global do Empreendedorismo, em novembro, é um dos projetos com destaque nacionalmente, parceria entre CONAJE e Endeavor, realizada a nível mundial, onde elaboramos atividades diversas que incentivem e despertem o empreendedorismo, este ano será de 12 a 18 do mês citado. Um projeto bem conhecido em nosso estado, e que já tivemos muitas edições, é o “Bate-Papo de Negócios”, onde um grande empresário já consolidado conta sua história e sua experiência de empreender e abrir um negócio expondo dificuldades, desafios e em especial suas conquistas. Acontece durante todo o ano em datas previamente marcadas e divulgadas, onde todos os associados e interessados participam, trocam experiência e podem aproveitar para se relacionar e praticar o networking. O Engrenajee é um projeto de capacitação da AJEE Tocantins que promove palestras, treinamentos e workshops em temas e assuntos pertinentes ao meio empresarial, proporcionando maior conhecimento e reciclagem daquilo que interessa ao associado e a seus colaboradores. É realizado no decorrer do ano em parceria com diversas entidades empresárias. Temos ainda a Semana Estadual do Jovem Empreendedor em março, criada

através da Lei Estadual 1.922, de 14 de maio de 2008, que contempla muitas ações durante a semana, buscando o despertar do empreendedorismo e demais objetivos e missão da Associação. A Semana também é comemorada em outros estados da Federação. Um projeto voltado para conversa com políticos e representantes do go-

O Engrenajee proporciona maior conhecimento e reciclagem daquilo que interessa ao associado e a seus colaboradores. verno chamado “Café Político” também é realizado pela Associação dos Jovens Empresários e Empreendedores, possibilitando contato com os mesmos através de conversa, questionamentos e exposição daquilo que é interesse e reivindicação da classe. A ideia do evento é da Confederação e também é realizada nacionalmente com ministros e outros representantes. E em 25 de Maio é realizado o “Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte e Liberdade de Impostos”, celebração que marca o momento em que terminamos

de pagar nossos impostos, taxas e contribuições para o governo, a data está prevista na Lei 12.352/10, que foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e surgiu de proposta (PL 819/07) do deputado Sandro Mabel (PR-GO). Acontece em diversas cidades, nacionalmente, e assim como o Feirão, conscientiza da alta carga tributária e discute os gastos públicos. Outro projeto que a AJEE faz eventualmente é o “Happy AJEE”, momento de apresentação de sua empresa, troca de cartões e bate-papo descontraído entre associados e convidados, possibilitando um relacionamento entre os mesmos e possível geração de negócios. Quais são os projetos que a nova diretoria tem em mente? Além de todos os projetos já existentes e consolidados que queremos dar continuidade, estamos visando o projeto de expansão da Associação para as outras cidades do estado, através da criação de Núcleos que poderão realizar os projetos e difundir o trabalho da AJEE por outras regiões. Isso será possível através de parceria com outras entidades empresárias que nos apoiarão e auxiliarão nessa expansão, pois hoje estamos concentrados em Palmas. Queremos também buscar com o governo estadual e municipal a implantação de um grande projeto da CONAJE, chamado “Empreendedores do Futuro”, que insere o empreendedorismo nas escolas in-

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ENTREVISTA

da CONAJE chamado “Primeira Empresa”, que faz exatamente este trabalho de capacitar e acompanhar a criação do novo negócio, e que foi implantado recentemente em Goiás, junto ao governo do Estado. Esperamos que com a experiência da AJEE Goiás possamos tentar aplicar este projeto por aqui também. Mas já vimos que um projeto deste tipo está sendo elaborado pela Secretaria de Juventude e Esportes do Tocantins, no que a AJEE vai apoiar e participar.

centivando desde cedo este pensamento de empreender e criar novos negócios de forma sustentável. O projeto é muito bem elaborado e está pronto para ser aplicado através da metodologia da OPEE – Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo. Outros projetos também podem surgir com o tempo, pois vamos elaborando os projetos de acordo com o que vai sendo solicitado pelos associados e apresentado como necessidade e interesse de nossa classe. Mas acredito que temos muitos bons projetos e os mesmos podem também ser implementados. Quais serão as formas de abordagem da associação para fazer com que cada vez mais jovens participem dos projetos? Queremos melhorar a visibilidade da Associação através da elaboração do site, que está em construção e constante atualização de nossas páginas nas redes sociais, possibilitando a todos o contato conosco, a divulgação dos projetos e ações e a filiação aos que se interessarem a fazer parte. Além disso, estamos buscando, através de nossa Diretoria de Comunicação e de nossa Diretoria de Integração, uma maior aproximação com as mídias locais, que tem divulgado mais nossas ações e nos dado maior espaço. Em nossos eventos também fazemos uma abordagem convidando e falando da Associação para que aqueles que queiram possam se aproximar e participar de todo o trabalho e dos projetos. Hoje os projetos da associação estão concentrados na capital? A associação pretende criar outras sedes e elaborar projetos nas outras cidades do Tocantins? 36 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

Hoje os projetos estão concentrados na capital, mas já estamos buscando expandir para as demais cidades com o projeto de criação dos Núcleos que mencionei. Inicialmente queremos ir para Araguaína e Paraíso por já termos pessoas interessadas em fazer parte da AJEE nestas cidades e serem cidades de destaque empresarial no estado, onde podemos fazer um bom trabalho e fomentar o empreendedorismo destas regiões. Está prevista a elaboração deste projeto no próximo ano, 2013, onde vamos buscar parceria com entidades empresárias destas cidades para formar os núcleos. A experiência na expansão de núcleos em outros estados vai nos ajudar, pois em conversa com o Diretor de Expansão da CONAJE, estamos pegando as dicas e práticas que deram certo e que tornaram movimentos mais fortes, como o de Santa Catarina, maior movimento jovem ligado à CONAJE, com 55 núcleos ativos. É possível que a associação instrua algum jovem que tenha o sonho de ser um empresário? De que forma? A Associação, através da troca de experiências e relacionamento proporcionado em seus eventos, pode auxiliar o jovem que quer ser empresário e precisa de auxílio e dicas, ali ele pode conversar, tirar dúvidas e entender mais do que ele não sabe. Além disso, temos as palestras e treinamentos que podem ajudar no desenvolvimento pessoal e profissional, que poderão instruir o mesmo pra um novo negócio. Porém não temos ainda em nosso estado um efetivo projeto de formação do Jovem que sonha em ser empresário, apesar de existir um projeto

Como é possível contribuir com a associação e fazer parte dela? Ao se associar e fazer parte da Associação, você pode contribuir e nos ajudar na missão de fomentar o empreendedorismo, trabalhar o relacionamento e networking no estado e em todo o Brasil e buscar o interesse de nossa classe junto ao governo e às entidades empresariais. Para fazer parte da Associação podem participar os jovens empresários de até 40 anos que já possuem empresa ou os empreendedores que querem montar sua empresa e empreender, é só entrar em contato conosco, através de nosso twitter e página no facebook, que enviaremos a ficha de inscrição para preenchimento, assim, aqueles que se filiam começam a receber os convites para reuniões e eventos que realizamos, bem como dos eventos nacionais realizados pela Confederação. Ao ficar pronta a filiação poderá ser efetuada diretamente no site, o que vai facilitar nosso acesso e comunicação com todos que se interessam. A sede da AJEE Tocantins está no prédio da ACIPA – Associação Comercial e Industrial de Palmas – em nossa capital. Convidamos a todos a participar com a gente deste grande movimento nacional de jovens Empresários e Empreendedores que querem contribuir parao crescimento do país! Informações adicionais: Twitter: AJEE Tocantins (@ajeetocantins) Página Facebook: AJEE Tocantins Site: www.ajeetocantins.com.br Endereço AJEE: Quadra 103 Norte, LO-02, Conj. 01, Lote 22, Plano Diretor Norte, Palmas - TO CEP: 77.013-050, Prédio da ACIPA – 1º andar


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Eu preservo. Eu amo. Eu cuido. Eu protejo. Eu reciclo.

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ENSAIO

104 Sul, Av. LO-1, Cj. 4, Lt. 31 Fone: (63) 3215.3010

Camisa polo Aramis – R$ 116,00 Bermuda VR – R$ 169,00 Cinto VR – R$ 79,00 Sapatênis VR – R$ 229,00

Produção de Moda Patricia Fregonesi - Assistente de Produção Duda Pretto - Fotografia Studio Beto Monteiro Modelos Ana Gabriela Barros, Samuel Barros, Vinícius Aguiar, Beatriz Barbieri, Bárbara Barbieri e Caroline Barbieri setembro/outubro 2012 | www.revistapmw.com.br 39 Roupas e calçados Nana Nenê


ENSAIO

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ENSAIO

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VITRINE

1. Bendita: O channel meia pata "pretinho 2. Colcci: Para a nova coleção de verão, a grife traz uma camisa xadrez de manga longa, em tons claros, modelo slim ideal para ser usada por fora da calça. Para compor um look despojado, uma calça jeans azul clara, básica, tradicional confort.

básico" é um dos modelos destaques da Coleção Alto Verão 2013 da Bendita, sinônimo de elegância e conforto.

Channel R$ 229,00

Camisa Xadrez R$ 147,00 Calça Jeans R$ 158,00

4. Bibi: Tênis Energy em couro com veludo, considerado o tênis infantil mais leve e flexível do Brasil. Ideal para criançada correr e se divertir. Disponível em várias cores. Modelos feminino e masculino.

3. Femme: As cores neons estão com tudo neste verão, a regata de cetim traz leveza e elegância, bermuda jeans Lança Perfume e cinto de placa de metal a nova tendência dos metalizados, um look leve e despojado para altas temperaturas.

Tênis R$ 134,90

Regata Neon R$ 109,90 Short Lança Perfume R$319,90 Cinto Metalizado R$ 59,90

6. Herrero: Camisa Polo Uzzo em malha de algodão está presente em todas as estações e é item indispensável no verão.

Camisa Polo Uzzo R$ 119,90 5. Santa Lolla: As Clutches com paetês são uma excelente pedida para quem quer sair do básico. Possuem alça removível de correntinha para serem usadas transpassadas. Atuais e sofisticadas, ideais para os looks looks noturnos. Super tendência na coleção de verão da Santa Lolla.

Clutchs R$ 209,90

7. Portobello Shop: Azulejos exclusivos da coleção Vila Madá Indigo – Tamanho 20cm x 20cm. Ótimos para decoração. Indicados para qualquer ambiente. Vila Madá Indigo Tiara Roana R$ 18,90 cada peça.

8. Mr. Cat: Sapatênis em couro azul marinho vem com dois cadarços de cores e espessuras diferentes, uma peça coringa para uso diário, pode ser usado em looks de dia e à noite. Sapatênis R$ 229,80

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APETITE

Brasilidade à mesa Há 3 anos e meio incrementando as opções culinárias de Palmas, o Mercatto Empório Gastronômico reúne em seu cardápio pratos clássicos da culinária italiana e francesa em um dos centros comerciais mais charmosos da capital, na Arse 21. Com uma clientela cativa e diversificada, a nova aposta do estabelecimento é inovar para agradar aos mais variados gostos. Para isso, está reformulando seu cardápio oferecendo novas opções que valorizam a comida brasileira, sem abrir mão de pratos tradicionais da casa. “Quero fazer uma cozinha mais regional, uma cozinha mais brasileira. Eu tenho acompanhado bastante ingredientes aqui do Tocantins mesmo, trazendo umas coisas do Pará, quero fazer algo bem brasileiro”, resume o novo chef da casa, Gabriel Coelho, que está à frente desta missão e tem feito visitas a feiras cobertas de Palmas e a produtores locais, a fim de diversificar os ingredientes dentro dessa proposta. Uma das novidades, que apresentamos nesta editoria, é o Lombo Suíno com Molho de Jabuticaba e Purê de Mandioca. O prato traz o gosto adocicado da jabuticaba combinando perfeitamente com a carne suína. O purê que acompanha o prato dá um toque especial na combinação de sabores. Na finalização, o chef utiliza um ingrediente do estado vizinho, o Pará, que enfeita e dá mais gosto ao lombo: castanhas raladas. Para acompanhar este e os demais pratos, o Mercatto oferece uma carta com cerca de 30 vinhos. Os suaves são a sugestão do chef para saborear o delicioso Lombo Suíno que convidamos, sem receios, o leitor a conhecer. 46 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

LOMBO SUÍNO COM MOLHO DE JABUTICABA E PURÊ DE MANDIOCA Ingredientes Lombo suíno (200 g) Jabuticaba fresca (100g) Licor de jabuticaba (30 ml) Açúcar (50g) Mandioca (200g) Manteiga (30g) Leite (50 ml) Sal Pimenta-do-reino preta Modo de Preparo Limpar e porcionar o lombo de porco em filet de 50 gramas cada. Cozinhar a mandioca em água com sal até que esteja macia. Processar a mandioca e voltar para a panela com a manteiga e o leite. Com a ajuda de um batedor, mexer bem e temperar com sal e pimenta. Retirar a semente da jabuticaba e reservar a polpa. Em uma caçarola, colocar a jabuticaba, o açúcar e o licor. Reduzir a mistura até 1/3. Quando estiver reduzido, adicionar um pouco de água e coar a polpa. Deixar em fogo baixo, até que esteja com a textura desejada. Selar o lombo, temperado com sal e pimenta, em uma frigideira quente. Servir o lombo com o molho de jabuticaba e o purê de mandioca.


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EM FORMA

Nada melhor do que nadar Morar em uma cidade cujo calor é extremo como Palmas não é fácil! Só de pensar em exercício físico em pleno verão dá até desânimo. Então, uma ótima opção é se exercitar nadando, que é uma atividade prazerosa e desafiadora. Qualquer pessoa, independentemente da profissão, faixa etária e sexo, pode praticar esse esporte! A natação é muito indicada a grupos especiais como bebês, gestantes, idosos e deficientes físicos. Além de ser um esporte que traz inúmeros benefícios à nossa saúde, a natação pode ainda nos relaxar com aquela água fresca. A água favorece as funções orgânicas do nosso corpo e permite movimentos amplos que as outras atividades físicas, praticadas fora da água, não permitem. Ao nadar qualquer um dos estilos desse esporte (crawl, costas, borboleta ou peito), estamos fazendo um bem enorme ao nosso corpo. A natação diminui os riscos de doenças cardiovasculares, pois favorece a eliminação de gordura e a formação de músculos em torno do coração, fazendo com que este bombeie mais sangue, melhorando a circulação. Também fortalece os músculos da parede torácica,

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facilitando a absorção de oxigênio pelos pulmões e, assim, tornando a respiração melhor. Melhora nossa postura e aumenta nossa resistência física. Exercita todas as articulações, tornando-as ágeis e lubrificadas. O alívio de dores nos músculos e artérias é resultado marcante do trabalho do nosso corpo em contato com a água. Aos deficientes físicos, o esporte é ainda mais gratificante. Pode conceder uma melhora na autoestima e independência, aliviando a tensão de estarem sempre presos a mecanismos de locomoção, como cadeiras de rodas e aparelhos ortopédicos. Também proporciona-lhes maior inserção social. Para quem precisa se recuperar de alguma doença como asma, bronquite, problemas ortopédicos, hipertensão, ou até uma simples lesão, a natação pode trazer ótimos resultados! Aos bebês, o exercício antes do primeiro ano de vida resulta em mais equilíbrio e habilidade para alcançar objetos, segundo pesquisa realizada por uma universidade da Noruega. Os bebês aprendem a nadar brincando. Além desses ótimos resultados físicos, a natação favorece o aspecto psico-

lógico. É capaz de ativar nossa memória e até de aumentar a autoestima. Em geral, as pessoas que praticam esse esporte são mais independentes e seguras. Como exige concentração para executar os movimentos, naturalmente nos desligamos um pouco das tensões diárias e, assim, ao mesmo tempo, aprimoramos a coordenação motora e combatemos o estresse. E, para aqueles que querem retardar o envelhecimento, a natação pode ser um investimento também. Quanto aos riscos, não precisa haver preocupação. A probabilidade do indivíduo que pratica natação sofrer alguma lesão é mínima, visto que a água amortiza o impacto dos movimentos. Quanto àqueles quilinhos indesejados, nem se fala. A natação queima até 600 calorias por hora e ainda define a silhueta. A natação é completa. Renova suas energias e permite que você aproveite sua capacidade mais do que em outros esportes. É importante lembrar que uma boa alimentação é recomendada para suprir suas necessidades depois de tanto gasto de energia proporcionado por esta atividade. Depois desse cuidado, é só mergulhar!


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INVENTANDO MODA

POR MIGUEL VIEIRA, CONSULTORIA DE MODA E CRIAÇÃO.

Era uma vez Texturas, cores, formas e modelagens extremamente complexas e ricas em detalhes. Os vestidos de festa, sejam eles curtos, longuetes ou longos, são o principal objeto de desejo das mulheres na passarela. Não só comuns em desfiles de alta-costura, eles remetem a um mundo lúdico, aos contos de fadas com finais felizes para sempre, que adereçam os sonhos e a vida de qualquer mulher, fazendo-as se sentirem no patamar mais próximo ao de uma princesa...

RENDAS Francesa, chantilly, renascença, da terra... não importa qual seja a padronização ou a nomenclatura, a renda é automaticamente associada ao romantismo e à delicadeza. Atualmente, no Brasil, o trabalho manual de fabricação de renda da estilista Martha Medeiros tem conquistado consumidores e editores de moda ao redor do mundo. Rendas renascença sem repetição de padronagem, ou seja, uma peça inteira sem nenhum desenho igual ao outro. Martha vem quebrando barreiras e contradizendo críticos de moda que adoram dizer que não se faz mais alta-costura no Brasil, sendo que, nesse caso, há fabricação manual de peças exclusivas. E, claro, ao alcance de poucas.

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BORDADOS E TRANSPARÊNCIAS Técnicas frequentemente usadas por inúmeros estilistas como Lino Villaventura e Samuel Cirnansck, no Brasil, Marchesa, em NYC e Valentino, em Paris, o quase sempre jogo de mostra-esconde cria uma formosidade na silhueta feminina. Tules superfinos e transparentes fazem parte da estrutura de peças que, quase sempre, são rentes à cintura e, de acordo com o caimento, se abrem, criando godês com rodas de até 25, 30 metros de tecido. Bordados muito cautelosos e quase imperceptíveis, SOBREPOSIÇÕES cobrindo partes íntimas e muitas vezes, nada Aqui, as transparências voltamdenovamente, só que mais, criam um aspecto leveza e impecabimais sutis.lidade Em mixes com tecidos sempre muito nobres nas peças. (nas últimas temporadas o veludo tem se sobressaído), tules, organzas, crepes... enfim. Vez ou outra, estilistas corajosos trazem para a passarela sobreposições que quebram o conceito de leveza e fascínio tão aclamados pela alta-costura. Lingeries de renda superdelicadas entram em contato com tecidos transparentes, exibindo partes do corpo e criando um ar de sensualidade e, muitas vezes, de fetiche.


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NA MIRA DO LOBO

POR EDUARDO LOBO, JORNALISTA E COLUNISTA SOCIAL

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01 Muito prestigiado, o casamento da empresária Ana Luiza Costa e do advogado Roger Ottaño movimentou a Capital e marcou o mês de setembro com uma das festas mais lindas do ano. A cerimônia aconteceu na Igreja São José e a festa no Crystal Hall. Uma noite de bom gosto e elegância que reuniu os bem-nascidos do Tocantins. A data marcou o início da primavera e teve uma decoração especial, com muitas flores e requinte.

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01. Ana Luiza Costa e Roger Ottaño - 02. Marco Antônio, Senadora Kátia Abreu e Dora Costa - 03. Camila Magalhães Roriz, Pedro Roriz e Mara Magalhães - 04. Ex-governador Carlos Gaguim e Rose Amorim - 05. Bruna Holsbach e Douglas Ottaño 06. Célida e Joaquim Quinta - 07. Adriana Machado, Marcelo Machado, Rafael Machado e Alessandra Machado - 08. Ana Flávia Cavalcante, Nadja Brito Simoni e Marília Fregonesi - 09. Deputada Estadual Josi Nunes - 10. Humberto e Maria Augusta Camelo e Nalva e José Luís Cunha - 11. Márcia, Laila Ribeiro e Betânia Garcia.

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O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Tocantins (Abrasel-TO), Paulo Teixeira, e o presidente do Sindicato da Indústria Moveleira do Estado, Tiago Arruda Ferreira. O secretário estadual da Ciência e Tecnologia, Borges da Silveira, ex-ministro da Saúde, conversa com o governador Siqueira Campos em evento na Capital.

Laudecy e Larissa Coimbra aproveitando tarde de compras em maison.

O empresário O vice-governador, Henrique Fragata João Oliveira, e a e o amigo Jarbas gerente do Ecoporto Meurer, diretor de Praia Norte, Sandra Financeiro do Krammer, particiSebrae. param de evento de divulgação do Estado em Manaus.

A médica Maysa Cavalcante ao lado de sua mãe, Lurdes Cavalcante, em recepção na sua residência.

Gravidíssima, Carol Jacintho Mello se prepara para se transferir de Goiânia para Palmas, onde já residem seus familiares. Parceiros da Revista PMW, toda a equipe Lady & Lord em click especial.

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COLUNA VIP

POR IVONETE EICH, COLUNISTA SOCIAL

A empresária Glenda Lopes, do Instituto de Ensino GPS, prestigiou o evento de lançamento do avião da Cirrus em Palmas, promovido pela Associação Tocantinense de Aviação - ATA, na foto com Sr. Sergio. Marco Antonio Gil, Eduardo Leiloeiro e Edenise durante inauguração do novo espaço Marca Motors em Palmas. Celina Motta Zancanner Gil e Paula Freitas Gil arrasam em simpatia, beleza e elegância. Roberta, Marta e Caroline em evento VIP na nossa Capital! Dr. Miguel de Avila Sobrinho, dermatologista, Dr. Marco Túlio Chater Viegas, oftalmologista e Dr. João Baptista Valim, ginecologista, conversam sobre medicina em encontro no Centro de Dermatologia de Palmas.

O mês de setembro foi abrilhantado com mais uma produção do médico, escritor e poeta portuense Célio Pedreira. Em cerimônia realizada no Sindicato dos Médicos do Tocantins, Pedreira apresentou seu terceiro livro de poesias. "Raimundo" reúne a poesia regional de Célio, que com a experiência dos anos vem aprimorando cada vez mais suas obras.

A Loja Portobello Shop Palmas conquistou o 1º lugar como a melhor loja na 8ª edição do Programa SER de Relacionamento com profissionais da área de Engenharia, Arquitetura e Decoração. O arquiteto Marcelo Samara foi contemplado com o 1º lugar na regional Centro Oeste/Norte, ganhando a estatueta SER, uma viagem para Sidney na Austrália e prêmios. A arquiteta Elisa Rocha conquistou o 1º lugar na franquia de Palmas, a Design e consultora de vendas Theresa Colares, o 1º lugar da região CON e a arquiteta Luciana Lorenzini, conquistou o 1º lugar na franquia de Araguaína. Na foto estão Simone, Marcos, Theresa, Marcelo Samara, Elisa Rocha, Ariane Leal e Silvana. 56 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

A estudante Aino Tuulia Lukkaroinen, da cidade de Kirkkonummi - Finlândia, o presidente do Rotary Palmas, gestão 2012/2013, José Rodrigues, sua esposa Luciane, a filha Beatriz e o filho Thomaz. O Rotary é formado por empresários e profissionais liberais, dedica-se a obras sociais relevantes e agrega famílias em torno de padrões morais elevados.

Equipe da JHM Móveis Wesley de Jesus, Jane Dunker, Laiane Balardim, Wanessa Gama e Sabrina Egito recepcionando os clientes com um belo café da manhã.


Dra. Vivian e Eber Souza, inauguram o ESPAÇO EQUILIBRIUM, um lugar onde o diferencial é a diversidade nas modalidades de exercícios para o codicionamento físico. Você vai encontrar tecido acrobático, hidro terapia, pilates e muitos outros.

Anita Cunha e Maria José Garcia são presenças queridas e constantes na nossa sociedade ! Antônio Silva recebendo das mãos do Sr. Edmundo Martins Diretor da Matriz Office e do gerente de marketing, Ricardo Brito um Iped sorteado na Fenepalmas. A bela e querida Abnizia Barbosa Rodrigues posou com Fernando e Sorocaba para a Coluna VIP da revista PMW.

O estilo e graça da médica hematologista Barbara Wosnjuk Calaça no dia a dia.

Radialista, editor de imagens e chargista, Rogério Moreno, comemorou aniversário neste mês de outubro, a ele nossos parabéns! Denise Amorim, Cristiane Wahbe, Celia Brito e Cimone Brito reunidas em evento na residencia de uma amiga.

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FATOS POLÍTICOS

POR LUIZ ARMANDO COSTA, JORNALISTA

Frase do mês

Foi o maior erro de minha vida e da minha carreira política. Darci Coelho, ex-deputado federal, ex-vice-governador e atual secretário no governo Siqueira Campos, sobre sua ida para o PT e passagem pela prefeitura de Palmas, como secretário de Governo da administração petista.

Superávit

Empresários

No ano passado, o governo teve um excesso de arrecadação da ordem de R$ 66 milhões. O superávit financeiro foi de R$ 123 milhões. Isto, mesmo depois de ter suplementado o orçamento em R$ 216 milhões, o equivalente a 3,36% do orçamento inicialmente previsto para 2011. Os dados são de relatório gerencial da Controladoria Geral do Estado.

Na campanha deste ano não mereceu muito debate a questão do 1 e 1 é 11, utilizado por seguidores de Carlos Amastha. Poucos se deram a rebuscar no passado uma disputa acirrada (tanto política como empresarial) na concessão de um canal de TV no Estado, envolvendo setores do governo e um grande grupo regional.

Rescaldo

Baú revisitado

O pífio resultado eleitoral da deputada estadual Luana Ribeiro na Capital joga um balde de água fria na intenção do senador João Ribeiro de disputar o governo em 2014. João bem que tentou sair das cordas na reta final de campanha, criticando o governo, mas não conseguiu enterrar o desempenho da filha. Aliás, que pode também ter problemas para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, como antecipavam seus aliados.

Os candidatos a prefeito da Capital como que resgataram a administração do petista Raul Filho. Praticamente todos, na tentativa de cooptar os votos que Raul poderia ainda influenciar, passaram o último mês prometendo dar continuidade a setores que deram certo na administração do PT: educação e, pasmem, saúde, como se não fosse também da prefeitura parte da responsabilidade do caos no setor, já que a gestão da saúde pública é tripartite: governo federal, estadual e municipal.

Apagão Na semana que antecedeu a eleição foi um corre-corre no governo. A informação de que fiscais da Fazenda teriam fechado um frigorífico na Capital, com mais de 200 empregados, caiu como uma ducha de água fria na campanha do candidato verde, Marcelo Lélis, apoiado pelo Palácio. Foi aquele apagão para consertar a situação. 58 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

No campo Passada a votação do Código Florestal, a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, cuida da campanha institucional da entidade, em defesa da produção, que é estrelada por ninguém menos que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, o garoto-propaganda do agronegócio.

Sucata No Senado, aliás, os parlamentares começam a examinar projeto de Kátia Abreu que altera normas sobre a baixa de registro de veículos irrecuperáveis, normalmente vendidos como sucata. Autora da proposta, Kátia Abreu afirma que o objetivo é dificultar a ação de quadrilhas especializadas em legalizar carros roubados usando documentos e chassis desses veículos.


Xadrez

Semeadura

Dias atrás, o ex-governador Marcelo Miranda andou elogiando a senadora Kátia Abreu, dizendo ser o partido, PMDB, receptivo à parlamentar. Isto depois do convite que foi feito à senadora do PSD pelo vice-presidente Michel Temer. Marcelo e Kátia sempre tiveram boas relações. O problema é que o PMDB está nas mãos de Junior Coimbra, que fez liga com Eduardo Siqueira. Nesta posição, Coimbra tem direito legítimo de tentar uma vaga de senador, mesmo cargo a ser disputado por Kátia Abreu em 2014. Aí estão as peças e pela movimentação vê-se quem as joga, quem está dentro ou fora e de que lado.

O secretário Darci Coelho muito próximo de Siqueira Campos já está sendo incentivado a disputar mandato de deputado federal daqui a dois anos. Um dos que tem colocado pilha no ex-deputado é o próprio Governador. Uma espécie de resgate da própria história do parlamentar que, na Conorte, trabalhou pela criação do Estado.

Burocracia Há insatisfação em várias secretarias de governo. É que a centralização de compras nas mãos do Chefe do Executivo tem burocratizado processos e atrasado, sobremaneira, a realização de ações administrativas. Desde o começo do ano, a compra de um clip sequer tem que passar lá na mesa do Chefe no Palácio.

Fornalha

Quase parando

Pode haver mudanças no governo. Tem secretário que aguarda apenas o momento certo para pedir demissão. Motivo: falta de autonomia administrativa. Alguns entraram há mais de ano e até agora não conseguiram nomear assessores. Ou seja, seus funcionários de confiança são do Palácio, não do titular do cargo. Uma brasa.

O concurso público do quadro geral foi realizado em julho, mas o resultado só poderá ser divulgado em dezembro. Ou seja, mais de 120 dias depois. Deve ser o concurso público mais longevo do país. E olha que a abstenção anunciada está na casa dos 27%. E como o governo informa que, depois das provas, a responsabilidade é da empresa AOCP, a pergunta que não quer calar é quem fiscaliza a empresa organizadora das provas e os seus resultados?

Grana federal O governo federal já repassou este ano a Estados e municípios o montante de R$ 137 bilhões e 542 milhões. Destes, R$ 2 bilhões e 861 milhões caíram nos cofres do Tocantins. Isto dá R$ 2.200 per capita de janeiro até aqui.

Dor do pai, felicidade do filho Já há no Palácio Araguaia quem torça, abertamente, para que frutifique o Reced impetrado pelo ex-governador Carlos Gaguim contra Siqueira Campos. A situação, se fosse deflagrada no próximo ano, abriria a possibilidade de uma eleição indireta na Assembléia, única forma vista por onze entre dez políticos governistas do secretário Eduardo Siqueira ascender ao cargo de governador. A rejeição detectada ao ex-senador nesta campanha assustou muita gente.

Cacife alto O deputado Sandoval Cardoso assume em fevereiro a presidência da Assembleia. Se for julgado procedente o Reced contra Siqueira, assume o governo, porque toda a chapa (Siqueira – João Oliveira) é atingida. Cardoso é do PSD, como João, só que tem bala na agulha, grande proprietário e casado com a filha de Antenor Nogueira, um dos maiores produtores agropecuários de Goiás. Ou seja, tem cacife para enfrentar qualquer um na briga, na eventualidade de uma eleição indireta para governo na AL.

De fora O ministro Ayres Britto mandou para o armário, no dia 18 de setembro, aquele processo movido pelo desembargador Liberato Póvoa, que levantava suspeita contra a ministra Eliana Calmon, ex-presidente do CNJ. Ayres justificou que o processo perdera o seu objeto porque a ministra Eliana Calmon havia deixado o cargo. Não houve quem não raciocinasse sobre duas coisas: a ministra teria sido poupada, já que, mesmo fora do cargo deveria responder pelo que tivesse praticado nele. Ou que Ayres não tenha visto motivos para o processo. Lembrando: neste processo a defesa de Liberato havia levantando suspeição, dentre outras coisas, pelo fato da senadora Kátia Abreu ter mantido um encontro com a ministra durante o periodo eleitoral de 2010. Só que Liberato foi afastado em dezembro de 2010 pela Operação Maet. setembro/outubro 2012 | www.revistapmw.com.br 59


José Eduardo Sampaio e Humberto Bonini

Juliana de Paula Assis

Léo Abdalla

Carol Cianni Siqueira Campos Mayara Bolentini

Raíssa Vendramini

Fábio e Adriana Ramos

Neto Quinta e Adriane Fleury

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Lívia Iwasse


Júnior Moreira Ana Júlia Teixeira

Flávio Dalla Costa e Tainá Pugliese

Thiago Prijopranoto e Larissa Ribeiro

Léo Leite

Ítalo Brito

Jorge Augusto Rocha

Marília Fregonesi e Ana Flávia Cavalcante

Julianna Vaz

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CLAQUETE CULTURAL

POR PATRÍCIA STRÖHER , ESTUDANTE DE JORNALISMO

NOS CINEMAS OS INFRATORES (2012) – DRAMA: Os Infratores (Lawless) surpreendeu Cannes por sua violência sangrenta, crua e o tom passional da narrativa, além da dita esplêndida atuação de Guy Pearce como um policial combativo ao extremo. O roteiro do filme é uma adaptação de Nick Cave, que já trabalhou com o diretor Hillcoat no roteiro de "A Proposta", da história real que originou o livro de Matt Bondurant sobre a história da vida de seu avô e de seus tios-avós. Com base nas subversões da época da Lei Seca americana, contrabando de bebidas e o conflito dos grupos gângsteres com os policiais durões que, ou queriam acabar com a festa ou participar dos lucros. O filme tem no elenco Tom Hardy (Origens), Guy Pearce (O Pacto) e Shia LaBeouf (Transformers) como os irmãos Bondurant, além de Gary Oldman (O Espião Que Sabia Demais). O telespectador pode esperar muito sangue, conflito, ilegalidades e um pouco de vulnerabilidade inspirado pelo perso-

nagem de Shia LaBeouf, que segundo o ator, “não gosta de violência”, mas vive no meio de situações que levam inevitavelmente à brutalidade. Não é o primeiro filme desse ano que aborda o tema cruamente (violência, proibições, marginalidade), o que pode ser considerado como um reflexo da

AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL (2012) - Drama: Diretor: Stephen Chbosky Elenco: Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller Sinopse: Baseado no romance escrito por Stephen Chbosky, Charlie, um estranho simpático e ingênuo, enfrenta o delicado momento de lidar com o primeiro amor, o suicídio de seu melhor amigo, e sua própria doença mental, enquanto juntos lutam para encontrar um grupo de pessoas ao qual ele pertença.

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atual insegurança política e econômica dos Estados Unidos e do cerco às drogas. Para o diretor, John Hillcoat (The Road), isso causa uma “fascinação” entre os cineastas, sensíveis ao desabrochar social do seu tempo. No entanto, o mesmo foi criticado por algumas quebras no ritmo, dito intencional. Nada que atrapalhe o desenvolvimento narrativo, compreensão dos fatos ou mesmo submersão emocional na história. Diretor: John Hillcoat Elenco: Tom Hardy, Guy Pearce, Gary Oldman, Jessica Chastain, Shia LaBeouf. Sinopse: Na década de 30, em plena Lei Seca, os irmãos Bondurant ganham a vida vendendo bebidas alcóolicas ilegalmente. O líder do trio é Forrest (Tom Hardy), que tem fama de invencível. Howard (Jason Clarke) é seu braço direito, enquanto que o caçula Jack (Shia LaBeouf) ainda precisa provar seu valor. Apesar dos problemas ocasionais com a polícia, o negócio deles vai bem. Só que Charlie Rakes (Guy Pearce), um policial enviado de Chicago, está disposto a usar todos os meios possíveis para capturar os irmãos.

ELEFANTE BRANCO (2012) - Drama: Diretor: Pablo Trapero Elenco: Ricardo Darín, Martina Gusman, Jérémie Renier Sinopse: O padre Julián e o padre Nicolás trabalham ajudando os menos favorecidos na favela de Villa Virgen, periferia de Buenos Aires. O local é um antro de violência e miséria. A polícia corrupta e os próprios sacerdotes da Igreja nada fazem para mudar essa realidade e os dois sacerdotes terão de por suas próprias vidas em risco para continuar do lado dos mais pobres.


CD`s Mamelungos – De Recife (2010) Os Mamelungos começaram a se destacar ainda em 2009, com shows pequenos em Fortaleza e uma estética visual e musical própria. O grupo foi formado durante o curso de Produção Fonográfica e eles são, além de compositores, músicos, vocalistas, arranjadores e instrumentistas, os responsáveis por todos os processos até a distribuição. Com influências nacionais e internacionais variadas, fica difícil rotulá-los, mas não reconhece-los, já que sua originalidade alcança todos os processos. No grupo Luccas Maia (baixo e voz), Weré Lima (percussão, cavaco e voz), Peu Lima (batera e voz), Igor Bruno (violão e voz), Thiago Hoover (guitarra, programação e voz) e Mário Camelo (teclado e samplers).

LIVRO Lugar de Mulher é na Cozinha: Histórias Fantásticas do Universo Feminino – Contos A literatura fantástica nacional ganhou um novo fôlego junto com o alavanque desse gênero na literatura mundial. O livro organizado pela escritora Martha Argel comprova isso. Com a primeira publicação ainda em 2000, o livro tem relançamento agora com a editora especializada em literatura fantástica, Draco. Com contos de 12 escritoras mulheres, o livro aborda a complicada relação entre mulheres e cozinha, claro que com alguns toques de fantasia, ficção cientifica e, por que não, terror? Organização: Martha Argel Páginas: 144 Editora: Draco Ano: 2012 Assunto: Literatura Fantástica

Tulipa Ruiz – Tudo Tanto (2012) Tulipa Ruiz já faz parte do hall dos queridinhos da música nacional da nova geração, dividindo espaço com Ana Cañas, Karina Bur e Thiago Pethit. Vinda de uma família com riquíssima cultura musical, Luiz Chagas que o diga, Tulipa faz uma música atual com referências do movimento Tropicália. Responsável pela grande maioria das composições do novo CD, Tudo Tanto é terno e conseguiu suprir as expectativas criadas pelo sucesso do seu primeiro álbum. A atual obra traz também várias parcerias que só adoçam e energizam cada uma das lindíssimas músicas. Noel Gallagher – High Flying Birds (2011) Se você não gosta de baladinhas nem músicas grudentas, melhor nem ouvir o primeiro trabalho solo de Noel Gallagher. Com a criatividade aparentemente mais solta, Noel consegue criar uma música rebuscada e um tanto quanto romântica, mas sem muita novidade nem nada tão diferente do que o Oasis fazia. Tem o seu lado melancólico, que não poderia faltar depois da separação da banda e do seu irmão, Liam Gallagher. Noel aposta em muitas guitarras e no psicodelismo clássico e sessentista tão comum a ele. Uma taça cheia cheia para quem já gostava dele. setembro/outubro 2012 | www.revistapmw.com.br 63


MORAR BEM

POR LORRANE ROCHA, ARQUITETA

Mobília inteligente Há quase dois anos comecei a trabalhar com móveis planejados. E fui aprendendo a projetar espaços com um leiaute arrojado e inteligente, sem esquecer da estética, pois será elemento fundamental na decoração do ambiente. Porém, a cada dia que passa chegam ambientes cada vez mais reduzidos . Muita necessidade para pouco espaço. A partir daí, fui pesquisando os chamados por mim de “móveis inteligentes”. E vou dividir algumas boas idéias que tenho encontra-

do: peças de mobílias muito bem pensadas. O legal é que, na maioria dos exemplos para a desmontagem do espaço, como bancada por exemplo, não é necessário retirar tudo que está sobre o móvel para que ele se transforme em uma cama. Acho muito interessante também para lofts, onde, na maioria das vezes, o espaço do quarto é compartilhado com o estar e este tipo de mobiliário permite ocultar a cama quando necessário.

Um exemplo de uma mobília que possibilita ter uma bancada com aparador, uma cama com um aparador, ou apenas um espaço mais livre.

Esse outro móvel é bem interessante, pois tem uma composição de cores muito irreverente, deixando o seu pequeno espaço com muito estilo.

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FALANDO EM SEXO

POR GLÍCIA NEVES, ESPECIALISTA EM SEXUALIDADE HUMANA E PERSONAL SEX

Sexualidade humana Olá, sou Glicia Neves e toda edição estaremos aqui, falando sobre a sexualidade, dando dicas de sedução, curiosidades, novidades em produtos sensuais, mitos e tudo mais para transformar sua rotina em deliciosas noites de amor. Para começar vamos explicar um pouco sobre a sexualidade humana, pois ela nos acompanha desde a fecundação até o ultimo dia de vida. A sexualidade de um indivíduo define-se como sendo as suas preferências, predisposições ou experiência, na experimentação e descoberta da sua identidade e atividade sexual. É essa necessidade de receber e expressar afeto e contato, que todas as pessoas têm e que traz sensações prazerosas e gostosas para cada um. Não é apenas sexo, é o toque, o abraço, o gesto, a palavra que transmite prazer entre pessoas e que temos desde antes de nascer, na barriga da mãe, quando bebês e durante toda a vida. Conforme vamos crescendo, descobrimos também o prazer provocado pelo contato sexual, através do estímulo que fazemos em nós mesmos ou com outras pessoas. Essa forma de exprimir a sexualidade vai se juntar às outras maneiras de contato que já vínhamos vivendo desde bebês, gerando a sexualidade adulta. Por razões históricas e culturais o assunto SEXO ainda é um tabu, um mito. Vemos no universo feminino muitas mulheres que ainda não sentem prazer, e que apenas fazem sexo para satisfazer o marido e no universo masculino, vemos muitos homens que se escondem através de uma atitude machista para não reconhecer problemas como ejaculação precoce ou até mesmo dificuldade de ereção. Percebemos que o mun66 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

do evolui, temos informação em tempo real, mais as pessoas ainda vivem as dificuldades sexuais em pleno século XXI. Hoje, o sexo é parte do cotidiano, nascemos através deles e quem ainda não fez um dia ira fazer. E ainda somos educados numa sociedade onde a virilidade e o prestígio do macho ainda são conceitos passados para os filhos. Algumas mulheres ainda são educadas para serem filhas e mães, e não se reconhecem como mulher. Mulheres que crescem sem conhecer seu próprio corpo, sem noção de que a sexualidade esta intimamente relacionada com sua auto estima, e essa com a qualidade de vida pessoal e profissional. Por isso estamos propondo essa reflexão, se desarme de suas convicções e preconceitos. Pense sobre o assunto, estude, questione. Você administra os negócios, a família, vai à academia, trabalha, estuda, mais, quando você cuida da sua sexualidade, quando observar os seus desejos e frustrações? Você não espera o ladrão entrar para fechar a porta, então não espere uma crise em seu relacionamento para começar a pensar sobre o assunto. Por isso, vamos falar sobre sexo, na igreja, nas escolas, em casa, com os filhos, com as esposas, com os maridos. Vamos levar informação de qualidade e sem preconceito. Não iremos oferecer um manual de conduta ou receitas prontas apenas vamos dar ferramentas para que você possa refletir sobre o assunto. Ficou com gostinho de quero mais. Aguarde as próximas edições para mergulharemos em um maravilhoso universo de descobertas. Você também pode enviar suas dúvidas e sugestões sobre temas que gostariam que fossem abordados. E-mail para glicia@estiloglamour.net ou contato@ revistapmw.com.br.


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CENÁRIO ARTÍSTICO

Uma voz que faz bem

A harmonia que entrelaça a beleza da voz e a cantora é simples e pura. Quem ouve Mônica Soares cantar pela primeira vez, se apaixona de cara. Os traços fortes e um sorriso fácil fazem da jovem uma grata revelação da música tocantinense. Enfermeira por formação, Mônica ainda vive o dilema de cuidar dos enfermos e, também, dos ávidos por boa música. A jovem intérprete iniciou sua carreira em 2005 no mercado publicitário, fazendo backing vocal em CDs de artistas tocantinenses e cantando em bares de Palmas. Chegou a cantar em algumas bandas, mas, com o passar do tempo, decidiu seguir carreira solo. Apaixonada pela música brasileira, Mônica é a brasilidade em pessoa. Canta, dança e compõe canções belas, já reconhecidas em festivais, apresentações musicais pela região norte do país e projetos comunitários relacionados à área da música, o que lhe proporcionou amadurecimento profissional, pessoal e musical. O encanto da poesia cantada pela voz doce e cativante permite que os versos toquem a alma e despertem sentimentos. A leveza e a harmonia da música, que são frutos de influências, gêneros e gostos diversos, mas, que trazem uma identidade própria, um brilho singular, um jeito todo seu de ser. Tudo isso traduzido num rosto jovem, belo e genuinamente tocantinense. O sucesso e a boa aceitação do trabalho da cantora são reflexos da dedicação, respeito e carinho com que trata seu público, o que pode ser confirmado nas apresentações de Mônica Soares e o conjunto de sua obra, que inclui sonoridade, presença de palco, desempenho e descontração. Projeto CARA

A cantora está em fase final de produção do seu novo projeto, o álbum “Cara”. O disco mistura MPB e Samba, duas paixões e Mônica. “Estou apaixonada pelo disco. Ele está ficando lindo. Vamos liberar algumas músicas dentro dos próximos dias para dar um gostinho do que vem por ai”, disse. Com produção musical de Dênio Braga e produção executiva de Eva Pereira, o disco “Cara” foi gravado no Prateado VIPS Studio, no Rio de Janeiro e possui 10 faixa muito bem escolhidas. O lançamento oficial do disco está previsto para o fim de outubro com espetáculo no Fernando Montenegro. “Nosso projeto é lançar o disco em Palmas e depois sair em turnê pelos centro culturais do SESC em São Paulo, Rio, Brasília e demais grandes centros”, contou Mônica Soares.

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Dia 12 de novembro

você tem um encontro com o cinema nacional.

Mas não perca. É só

segunda, dia 12 de novembro, em todas as salas Cinemark. Renda revertida para iniciativas de apoio ao cinema nacional. O Projeta Brasil Cinemark tem grande colaboração de todos os produtores e distribuidores que cedem seus filmes para o evento. A atriz Ingrid Guimarães e o fotógrafo Alexandre Salgado cederam seus cachês. setembro/outubro 2012 | www.revistapmw.com.br 69


RESUMO TOCANTINS

Quadro Geral A AOCP Concursos Públicos apresentou o cronograma do Concurso Público do Quadro Geral do Tocantins. Segundo a empresa, no dia 19 de outubro será divulgado o Gabarito Definitivo e, a partir daí, o Resultado da Prova Objetiva. Os candidatos terão entre 22 e 23 de outubro para recorrer do resultado, que estará disponível no site www.aocp.com.br. De acordo com a empresa, há dois cronogramas, sendo um direcionado ao cargo de Operador de Máquinas (todas as modalidades) e outro aos demais 116 cargos. Em ambos os cronogramas constam as datas que definem cada etapa do certame até a divulgação do Resultado Final, onde se encerra o trabalho da organizadora. O resultado final será divulgado para todos os cargos no dia 11 de dezembro, e no dia 20 de dezembro está prevista a publicação do Ato de Homologação do Resultado Final.

HGP, referência em cardiologia O Hospital Geral de Palmas tem se tornado referência em tratamento de doenças cardíacas. Com a aquisição de novos equipamentos de última geração, o Hospital realiza procedimentos de alta complexidade como cateterismo, angioplastia, implantes de marcapassos e tratamentos das arritmias por ablação, entre outros. Só em 2012 foram mais de mil procedimentos desta natureza. Segundo a Secretaria da Saúde, o sistema funciona de forma plena e possui 14 médicos que atuam no setor de cardiologia, sendo dois hemodinamicistas, três ritmologistas, três ecocardiografistas e seis cardiologistas clínicos. O hospital possui, ainda, leitos para UTI e enfermaria, e equipamentos de última geração, como a máquina de hemodinâmica adquirida recentemente.

Peixe para quem quiser Distante 276 km de Palmas, a cidade de Almas abriga o maior criatório de peixes do Brasil. O projeto Tamborá funciona na Fazenda São Gonçalo e produz mais de 200 toneladas de peixes por mês. O criatório ocupa uma área de cerca de 300 hectares de piscinas, que recebem os alevinos, que são cuidadosamente acompanhados até o ponto de abate. A maior parte da produção é revendida para os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Bahia e Ceará. O projeto teve início no ano de 1994, com um projeto piloto de piscicultura na região. Após meses de estudos, ficaram comprovadas cientificamente as ótimas condições climáticas e a boa qualidade da água para o desenvolvimento do projeto em larga escala. O Projeto Tamborá também se destaca pela qualidade do peixe produzido para o mercado consumidor.

A África é no Tocantins Um vídeo promocional circula na internet e chama a atenção dos brasileiros, em especial dos tocantinenses. O projeto “Out of Africa Brasil” pretende criar um safári africano em pleno Jalapão. Com um investimento de mais de R$ 350 milhões, o projeto é coordenado pelo ex-secretário de Saúde do Tocantins, Nicolau Esteves, que sonha em trazer mais de 400 animais de 17 espécies diferentes. A ideia é que elefantes, leões, leopardos, búfalos, rinocerontes (brancos e pretos), 70 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

zebras, hienas, kudus e impalas habitem uma reserva de 100 mil hectares. Segundo os empreendedores, o Brasil e a África possuem vegetação e clima semelhantes (savana e cerrado), o que viabiliza a adaptação dos animais. O projeto ainda está em fase de análise das autoridades ambientais. O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) informou que ainda não é possível dar um parecer favorável ou contrário à proposta apresentada.


Willyhã da Ilha Após o período eleitoral muitos candidatos acabam caindo no esquecimento. Mas a campanha de 2012 deixou gravado na memória dos tocantinenses um candidato inusitado que causou muita confusão e fez sucesso na internet. O “candidato”, no caso, é o polêmico Willyhã da Ilha, personagem interpretado pelo humorista Bruno Barros Barbosa, do grupo “Tô na Comédia”. O primeiro vídeo de Willyhã da Ilha teve mais de 30 mil visualizações do YouTube e vou a mencionado por sites de humor nacionalmente reconhecidos. O candidato chegou a fazer um showmício em um restaurante da capital para expor suas propostas de campanha, como a Creche da Mãe Baladeira, onde as mães poderiam deixar seus filhos enquanto saíam para as “noitadas” e a Super Escola de Tempo Integral, onde os pais deixam os filhos no início do ano e só pegam de volta no natal. Com muito bom humor, o grupo faz uma sátira ao cenário político atual. Vale a pena conferir.

Investimento no esporte O Secretário Estadual da Juventude e dos Esportes, Olyntho Neto, disse que o governo investiu R$ 1.760.200,00 no Jogos Estudantis do Tocantins (Jets) em 2012. Segundo o gestor, os investimentos nos esportes de base já começam a dar resultados e a prova são os resultados positivos dos alunos-atletas da rede estadual de ensino nos campeonatos que disputam. Dentre os destaques apresentados estão a primeira colocação dos representantes das unidades escolares estaduais nos Jets e as conquistas obtidas nas últimas Olimpíadas Escolares na categoria 12 a 14 anos, realizadas em setembro de 2012, em Poços de Caldas, Minas Gerais.

Arte tocantinense Os artistas plásticos tocantinenses estão em ótima fase e a prova disso é o reconhecimento do trabalho de artistas como Emerson Silva. Nos meses de setembro e outubro o repórter fotográfico participou da Exposição Coletiva Women That Make a Difference (Mulheres que Fazem a Diferença), no Palácio das Nações Unidas em Genebra, Suíça. O projeto que retrata 12 comunidades de mulheres que ganham seu sustento por meio do artesanato no Brasil. Emerson Silva tem seu trabalho calcado no Patrimônio Cultural do Tocantins, com ênfase nas manifestações populares; é autor do primeiro fotolivro publicado no Estado, ganhou vários prêmios, entre os mais recentes, 1º e 2º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras. Também realizou várias exposições durante sua carreira, levando o Estado além de suas fronteiras, ganhando destaque nacional pelo seu olhar sobre o povo tocantinense. setembro/outubro 2012 | www.revistapmw.com.br 71


RESUMO BRASIL

Noronha 100% limpa Atualmente, a maior parte da energia utilizada na estonteante ilha de Fernando de Noronha tem origem nas usinas termoelétricas, que usam óleo diesel como combustível. Mas um projeto audacioso do governo local pretende implantar 100% de energia limpa para consumo no local. A ideia é implantar 13 mini-usinas eólicas, duas placas solares e uma usina de incineração de lixo, que devem começar a funcionar até 2014. Este aparato irá atender 43% da demanda energética, os outros 57% virão de duas placas de 200m² instaladas no fundo do oceano que utilizam o movimento das ondas para gerar energia. Essa usina funcionará com dois geradores presos na base das placas, que transformarão o movimento de vai-e-vem em energia elétrica.

Madeira ilegal

Exército sucateado

De 50% a 90% da exploração madeireira é realizada pelo crime organizado, respondendo por até 30% do comércio global. A informação foi divulgada no relatório Carbono Verde: Comércio Negro, produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O comércio de madeira extraída ilegalmente na Amazônia, na África Central e no Sudeste Asiático movimenta de US$ 30 bilhões a US$ 100 bilhões por ano e é responsável por até 90% do desmatamento de florestas tropicais no mundo. A atividade, aponta o relatório, conta com velhas táticas, como suborno e falsificação de licenças, e tecnologias modernas de invasão de sites do governo. No total, foram descritas 30 formas de obtenção de madeira e "lavagem" de madeira ilegal. Segundo a Interpol, a retirada ilegal de madeira está associada também ao aumento de violência em geral, assassinatos e agressões a populações indígenas. A Polícia Internacional alerta que é necessário um esforço global coordenado para lidar com o problema.

Já faz alguns anos que o Brasil sonha em ter um assento no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Porém, dentro de suas fronteiras, pouca coisa é feita para equipar e manter as Forças Armadas equipadas e atualizadas. Somente o Exército Brasileiro possui mais de 203 mil militares e está sucateado. Segundo alguns generais, o exército brasileiro possui munição para cerca de uma hora de guerra. Para tentar mudar esse cenário, em 2008 foi assinada a Estratégia Nacional de Defesa (END), que pretende reaparelhar as Forças Armadas do país. Porém, desde sua assinatura poucas medidas foram tomadas para mudar a situação atual.

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7,9% das crianças tem enxaqueca Um estudo apresentado durante o 26º Congresso Brasileiro de Cefaleia revela um dado alarmante. Segundo os especialistas, 7,9% das crianças brasileiras de 5 a 12 anos tem enxaqueca. O levantamento foi realizado em 87 cidades de 18 Estados, e comprova que queixas frequentes de dores de cabeça em crianças devem ser levadas a sério. Apenas 17,9% das crianças brasileiras nunca se queixaram de dores de cabeça, de acordo com a investigação. E, além dos 7,9% que tem enxaqueca episódica, 0,6% apresentam a forma crônica da doença, que se caracteriza por dores em mais de 15 dias por mês.


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RESUMO MUNDO

“Eu votaria em você e você em mim” Declaração do presidente venezuelano Hugo Chávez, afirmando que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, votaria em Chávez, se fosse venezuelano e que faria o mesmo por Obama, caso fosse americano.

Mancha artística Sabe aquele momento desagradável por qual todo mundo já deve ter passado, quando, durante um encontro, você, acidentalmente, derruba uma taça de vinho sobre a toalha de mesa branca? Pois para a felicidade dos amantes desastrados, o designer Kristine Bjaadal transformou este momento trágico em obra de arte. É que ele desenvolveu um tecido com um material impermeável, que impede que líquidos sejam absorvidos em toda a superfície da toalha, formando desenhos coloridos cada vez que um líquido é derramado sobre a mesa. A cada desastre, belas imagens aparecem como mágica, transformando o momento embaraçoso em mais uma declaração de amor.

Leitura telefônica Nova York, uma das maiores cidades do mundo, possui exatamente 13.659 cabines telefônicas públicas. Por outro lado, a metrópole conta com 17 mil linhas de telefone celular, o que comprova que os telefones públicos podem estar com os dias contatos. Mas para incentivar a utilização dos aparelhos públicos, o arquiteto nova-iorquino John Locke decidiu transformar pequenas bibliotecas em cabines telefônicas, na ilha de Manhattan. O projeto do “bibliotecário-guerrilheiro”, como se define o artista, até o momento duas instalações foram montadas e são um sucesso na cidade. O objetivo é promover a leitura de forma diferente. A ideia é que a pessoa passe pelo local, pegue um livro e leve para casa. No outro dia ela devolve para que outras pessoas possam aproveitar a leitura.

O “pai do ano”

Google maps no fundo do mar Mais uma novidade chega ao Google Maps. Agora o gigante da internet mergulhou de cabeça no projeto de mapear o mundo e colocou à disposição dos internautas imagens panorâmicas em alta definição do fundo do mar. Já é possível visualizar a Grande Barreira de Corais, na Austrália, das Ilhas Apo, nas Filipinas e do entorno das ilhas do Havaí. Elas mostram corais, peixes, plantas, tartarugas e outras criaturas agindo normalmente em seu habitat. As fotos fazem parte de uma parceria entre o Google e o Catlin Seaview Survey, projeto que pretende documentar os principais recifes de corais ao redor do planeta. O objetivo é que, com um número grande de registros e dados, os cientistas possam avaliar os efeitos das mudanças climáticas para o ecossistema oceânico. Foram feitas mais de 15 mil panorâmicas com uma câmera semelhante à usada para o registro das ruas, mas adaptada à profundidades entre 30 e 100 metros. 74 www.revistapmw.com.br | setembro/outubro 2012

Para o pesadelo de muitas mães e para a alegria daqueles com senso de humor, Dave Engledow, fotógrafo americano, elaborou uma série de cenas engraçadas onde ele interage com sua filha Alice, de 1 ano e meio. Com o título “Worlds Best Father” (o melhor pai do mundo), as fotografias retratam situações onde ele aparece como um pai irresponsável, colocando a criança em risco. Vale a pena conferir todas as fotos criadas pelo artista, que estão disponíveis em seu facebook (www.facebook.com/EngledowArtPhotography).


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MOLECADA

Luiz Bento

Alice Amorim

ThĂŠo

Isabella Costa

Julia

Rachel

Mari

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Heitor


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INVERTER

Inverter, o papagaio, o macaco e o jornalista POR CÉLIO PEDREIRA, PORTUENSE, MÉDICO E ESCRITOR

O cerrado tem umas locas que escondem malinagens. O cerrado guarda uma quentura branda, feito as astúcias da Raposa e o lero do Papagaio. Quando chega tempo de enchente de rio, a raposa tem o ofício de espiar os bichos desentocados, perdidos, famintos. Observa cada um em separado... A Raposa fica estudando as presas. Uma que logo alardeia a falta de comer, outra que vai pedir um favorzinho, outra pede uma vaga, uma casa, tjolo, telha... – Olha, minha gente, essa Raposa que vocês tanto condenam, está aqui outra vez para proteger vocês. Se eu estiver do lado de vocês e vocês do meu lado, mal nenhum acontecerá! Vocês estão vendo aquele Papagaio? Sim, eu protegi esse danado tantos anos... ele aprendeu a falar comigo, repetindo tudo que eu falava... ele levava recado, me ajudava mesmo, ficava sempre dependurado no meu ombro! Pois bem, esse papagaio trocou as penas, está longe de mim... diz que aprendeu outra língua, que conversa o chinês, gosta do francês e não aprecia pequi. Eu sei que inclusive o rato está do lado dele... mas ainda tenho muitos amigos, a Galinha, o Boi, a Cobra e tantos outros. Fico pensando, sinceramente, se um Papagaiozinho de recado vai me alcançar aqui... se vai sair do Cerrado e alcançar a Serra! Vem Papagaio, vem! Eu sei que você desejou ser Tucano, mas não adianta, você é Papagaio! O Papagaio faz que escuta a Raposa e decide continuar sua marcha torta em reta, bicando aqui e ali... A Raposa manda mais insulto, o Papagaio resolve então reunir os seus. Atenção para a chamada: Traíra, Trairinha e Trairão! Cadê as Piranhas? Cadê os outros? Foram vocês que

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me empurraram contra a Raposa! Vem cá! Cadê vocês? Agora não tem mais volta, a gente vai enfrentar a Raposa! Vem gente! Cadê os Ratos? Vem Urubu! Vem Aedes! Isso, isso, vamos chegando... Está aqui: Jacaré, bicho bom... traiçoireiro! Calango malandro... muda de cor! Canário do Reino... quanta honra, como vai o Rei? Eis uma contenda igual, a Raposa e o Papagaio. A notícia correu ligeiro entre a bicharada. Enquanto isso os homens estão tranquilos em suas casas, pouco trabalho e muito salário para uns... nenhum salário e muito trabalho para outros. Os homens estão dando pouca importância para o mundo dos bichos, exceto um Jornalista Tinhoso que vem estudando esses bichos desde que um cidadão resolveu exibir uma onça como troféu e ainda retirou-lhe um dente para presentear sua amada... que lindo colar! O Jornalista Tinhoso resolveu investigar de qual vão era aquela onça e acabou dentro da briga da Raposa com o Papagaio. Depois de muita reunião, conseguiu marcar um encontro: A Raposa, o Papagaio e o Jornalista. Quem negociava pela Raposa era a Cobra, pelo Papagaio era o Rato. Ou então, pela Raposa a Galinha, pelo Papagaio o Jacaré. O Jornalista em muitos momentos não conseguiu entender quem estava do lado de quem... e pensava: Tudo isso unicamente pelo roçado herdado do finado Gato Santinho! Bem, estavam marcados dia e hora para o embate final. O jornalista chegou cedo, a Raposa mandou dizer que estava resfriada, o Papagaio mandou dizer que estava esperando seus óculos ficarem prontos... Contam que ainda hoje tem uma Raposa desviando, um Papagaio voando e um Jornalista atrás...


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BEM ESTAR

Quiropraxia: a arte de tratar com as mãos POR LEONARDO FRANCO, FISIOTERAPEUTA E QUIROPRAXISTA MEMBRO DA ANQ – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE QUIROPRAXIA MEMBRO DO IBRAQUI – INSTITUTO BRASILEIRO DE QUIROPRAXIA

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Quiropraxia é uma profissão da saúde que lida com o diagnóstico, a tratamento e a prevenção das desordens do sistema neuro-músculo-esquelético e dos efeitos destas desordens na saúde em geral. Há uma ênfase em técnicas manuais, incluindo o ajuste e/ou a manipulação articular, com um enfoque particular nas subluxações. Os conceitos e os princípios que distinguem e diferenciam a filosofia da Quiropraxia de outras profissões de saúde são de grande importância para a maioria dos quiropraxistas e influenciam profundamente a atitude e a abordagem destes em relação atenção à saúde. A relação entre a estrutura, particularmente a coluna vertebral e o sistema músculo-esquelético, e a função, especialmente coordenadas pelo sistema nervoso, constitui a essência da Quiropraxia e o seu enfoque para a restauração e preservação da saúde. Hipoteticamente, consequências neurofisiológicas significativas podem ocorrer como resultado de distúrbios funcionais mecânicos da coluna vertebral, descritos pelos quiropraxistas através do termo subluxação ou complexo de subluxação. O exercício da Quiropraxia enfatiza o trata-

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mento conservador do sistema neuro-músculo-esquelético, sem o uso de medicamentos e procedimentos cirúrgicos. Causas e consequências biopsicossociais também são fatores significativos na abordagem do paciente. Para realizar os ajustes, o quiropraxista utiliza as mãos e, conforme a necessidade, pode utilizar alguma instrumentação específica. A quiropraxia é uma profissão amplamente reconhecida nos países desenvolvidos como um método altamente eficiente e natural de cuidar da saúde. Essa ciência, já conhecida e utilizada em todo o mundo há mais de 100 anos, é nos EUA a segunda profissão na área da saúde mais procurada pelos americanos. É indicada para dores na coluna lombar, hérnia de disco e dor ciática, dores no pescoço, dores de cabeça, dores e tensão muscular, problemas nas articulações do ombro, cotovelo, punho, joelho, tornozelo, restrições a movimentações, DORT/LER, cólicas menstruais e infantis, constipação intestinal. Pessoas de todas as idades podem se beneficiar do tratamento com a Quiropraxia desde recém-nascido até pessoas de idade bastante avançada. O tratamento, entretanto, é adequado a cada paciente com o emprego de técnicas específicas para cada idade. “Quiropraxia, a arte de tratar com as mãos”.


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DIREITOS E DEVERES

Prevenir é melhor que remediar POR CHRISTIAN ZINI AMORIM, ADVOGADO, SÓCIO DO ESCRITÓRIO ZINI & AMORIM ADVOGADOS JURIDICO@CZA.COM.BR

Fazer um contrato, nem sempre é tarefa fácil. No exercício da liberdade de contratar, os empresários podem formular uma imensidão de contratos, previstos ou não em lei, e, ainda, introduzir em seus termos uma variedade infinita de cláusulas, corretas ou não. Mesmo com todo cuidado na comunicação, os envolvidos deixam, pela inexperiência, de expressar, claramente, o que pretendem. Quando um contrato for elaborado com termos contraditórios, e as partes não concordarem, não haverá outra saída senão recorrer ao Judiciário, que está abarrotado de demandas, por isso mesmo recorrer à justiça não é negócio para ninguém, nem mesmo para os próprios advogados. Por diversas vezes, o profissional do direito se depara com erros e falhas que poderiam ter sido evitados com uma mera atuação preventiva. Para a defesa de uma empresa o que precisa é o empresário estar bem assessorado, para não ser surpreendido com reparação de danos perfeitamente sanáveis. O advogado neste caso estará agindo como um estrategista, que indicará o melhor caminho dentro dos limites do direito. Muitos acreditam que o auxílio de um profissional jurídico é necessário apenas em grandes empresas, mas estão enganados. O pequeno empresário, se contar com ajuda jurídica, tem mais chance de crescer, pois tomará decisões mais acertadas e adotará os passos mais corretos. É importante que o advogado esteja presente no início, meio e fim dos atos empresariais, sendo consultado antes da tomada de qualquer decisão, durante a execução e ao término. Na maioria dos casos o que acontece é que o

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advogado é procurado no estado terminal, quando a demanda jurídica já foi interposta e os erros já estão cometidos, tendo de reduzir muitas vezes inevitáveis danos. A atuação preventiva do advogado poderá impedir o surgimento de demandas judiciais, evitando o desgaste das partes envolvidas, o relacionamento entre elas e até mesmo as pesadas custas judiciais a que todos estão sujeitos. Mais do que isso, contribuirá com a redução de processos nos tribunais e na empresa, dará estabilidade para o negócio, evitando custos que o gestor não contava, e claro, que a empresa não estava preparada para arcar. O empresário não pode estar preocupado com a saúde jurídica de sua empresa e sim, voltar sua atenção para outros fatores, como a condução dos negócios, os contratos que pretende fechar e a melhor forma de atender seus clientes e fornecedores. A advocacia preventiva é a única forma de atuar com a mais estrita segurança jurídica, além de reduzir consideravelmente os custos da empresa, e dos riscos de uma demanda judicial. O trabalho da advocacia preventiva é parecido com o de um excelente escritório de contabilidade: tanto na orientação como na remuneração. Agir sem a consulta de um advogado é o mesmo que abrir uma empresa sem a ajuda de um contador ou fazer exercícios sem um professor de educação física, ou ainda, tomar remédio sem a devida prescrição médica: pode levar até mesmo a morte de sua empresa se administrado de forma errada, e se não for fatal, os danos podem ser irreparáveis. Empreendedores, pensem nisso!


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BELEZA

Lisos sem medo POR CAIO ALVES E ERICK CZERWINSKI, HAIR DESIGNERS LADY&LORD CABELEIREIROS E ESTÉTICA

São diversas as opções de escova progressiva. Existem a de chocolate, mel, marroquina, inteligente, de frutas, e dúvidas a respeito da real diferença entre elas e como escolher a mais adequada também não faltam. Além disso, o principal elemento químico da maioria das progressivas – o ácido fórmico ou formol – é fiscalizado pela Agência de Vigilância Sanitária, a ANVISA. Em excesso nas fórmulas, ele provoca desde queda de cabelo, intoxicação e até queimaduras no couro cabeludo. Por isso, é necessário cautela antes de realizar qualquer tipo de procedimento e mudança de forma. A seguir, os Hair Designers Caio Alves e Erick Czerwinski , esclarecem essa e outras dúvidas sobre a progressiva. Confira: O procedimento é indicado para qualquer tipo de cabelo? Não. Ela é indicada para cabelos crespos e volumosos, mas é desaconselhável para cabelos afro, que tem fios porosos. O que costuma acontecer é que, geralmente, o cabelo crespo (bem espiral) tem um número menor de cutículas (escamas) e o produto acaba fixando menos. Quando o procedimento de selagem é feito nesse cabelo afro, os fios ficam mais grossos. As mulheres que já tem algum tipo de química no cabelo podem fazer a progressiva? Depende. Nos cabelos tingidos ou com mechas, pode-se fazer a progressiva. Dependendo do caso, a tintura e a progressiva podem ser realizadas no mesmo dia, mas tem que ter o aval de um profissional qualificado. Além disso, os cabelos que passaram por um procedimento recente de relaxamento devem esperar uma semana, no mínimo, até o cabelo estar preparado para um novo procedimento capilar. Cabelos sem química não se beneficiam tanto quanto os tingidos na progressiva? É verdade. O cabelo "virgem" não tem o mesmo resultado com a progressiva. Geralmente, os cabelos sem química tem fibras de queratina em perfeito estado, sem fissuras ou aberturas. Então, o produto da progressiva tem uma maior dificuldade de penetrar no fio e fazer efeito. Para atingir o resultado esperado, alguns profissionais realizam algum procedimento químico,

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como uma tintura ou um relaxamento, antes de fazer a escova progressiva. Existem no mercado diversas opções de escova progressiva: de flores, mel, chocolate, leite, marroquina... Qual a principal diferença entre elas? Na verdade, alguns fabricantes desenvolveram fórmulas que reúnem alisantes mais um creme reconstrutor diferenciado, o percentual de alisante também pode mudar. Entretanto, a principal diferença entre elas é o cheiro e, em geral, quanto mais forte for a fragrância, é sinal de que o alisante também é. Quais os cuidados para fazer a progressiva durar mais? Os cuidados básicos envolvem evitar prender ou colocar grampos logo após fazer a progressiva, pois o cabelo ainda está muito sensível, e não torcer o cabelo para não ficar marcado. Além disso, é muito importante realizar hidratações no salão para recuperar os fios depois do procedimento químico. Dependendo do fabricante do produto, é preciso ficar um, dois ou três dias sem lavar os fios para melhores resultados. Tudo isso deve ser orientado pelo profissional que vai realizar o procedimento.


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ESTÉTICA

Micropigmentação de sobrancelha POR CINTIA RODRIGUES, FONOAUDIÓLOGA ESTÉTICA RESPONSÁVEL PELA PARTE DE ESTÉTICA FACIAL E CORPORAL, MICROPGMENTAÇÃO ESTÉTICA DO CENTRO DE DERMATOLOGIA DE PALMAS

A Micropigmentação é uma técnica que tem finalidade estética de corrigir, modificar sobrancelhas, pálpebras , lábios... ou finalidade médica, utilizada em pessoas que sofrem de vitiligo e para corrigir imperfeições ou cicatrizes pós-cirúrgicas, como em mulheres que passaram pelo procedimento de mastectomia ou de mamoplastia ( aréola mamárias... ) através da implantação de pigmentos a nível epidérmico. A micropigmentação veio para realizar o desejo de quem sempre quis fazer uma maquiagem definitiva, mas não fez pelo medo de se arrepender. Diferente do que se fazia anteriormente, que nada mais era do que uma tatuagem, esse procedimento é duradouro mas não definitivo. A revista PWM conversou com Dra. Cintia Rodrigues do Centro de Dermatologia de Palmas para tirar algumas duvidas sobre a micropigmentação. O mais importante, fica natural Dra? Melhor do responder é mostra, rsrsrs , veja a minha sobrancelha, ela é totalmente natural e é resultado de uma micropgimentação bem feita. Como tudo que é bom, tem que ser bem feita e usando a técnica correta a micropgmentação fica extremamente natural Quanto tempo dura uma micropigmentação? Dependendo do tipo de pele, técnica, localização e pigmentos, o resultado pode chegar há 2 anos. Sendo feito uma revisão a cada 12 meses, para avaliar o estado da Micropigmentação e decidir quando realizar um retoque. A micropimentação é dolorosa? Depende muito do grau de sensibilidade e é feito uma anestesia tópica. Há um pequeno incomodo, mas nada comparável a qualquer procedimento que nós mulheres e também os homens fazem na busca da beleza. Meu marido costuma brincar com as pacientes que quei-

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xam de alguma coisa ( durante um Botox, por exemplo) , “ é a beleza entrando” rsrsrs. Pode piorar minha imagem? Não. Antes do procedimento é feito é realizado um desenho de como será a micropigmentação. Só se realizará a micropigmentação após a aprovação do desenho. Como se elimina? O próprio sistema imunológico se encarrega de eliminar as partículas de pigmentos. Se não deseja voltar a realizar-se a Micropigmentação, a cor irá desaparecendo pouco a pouco até que se elimine por completo. No caso que por determinadas circunstâncias tivesse que eliminá-la de forma drástica, somente será possível com uso de uma técnica chamada de reengenharia . Corro algum risco ao me submeter a um tratamento de micropigmentação? Na Consulta Prévia à Micropigmentação é feita avaliação se há alguma contra indicação ao tratamento que irá submeter-se e caso não tenha nenhuma, não produzirá nenhuma reação alérgica e se o profissional segue todos os cuidados corretamente tantos pré como pós Micropigmentação, não há nenhum risco para a saúde. Tenho que fazer alguma manutenção especial? Não, a Micropigmentação não exige uma manutenção exaustiva, nada que não façamos habitualmente. Proteger a área micropigmentada com um filtro solar, cuidados com procedimentos estéticos como laser e peelings, revisão aos 12 meses para uma boa manutenção E agora a pergunta final: é caro ? Depende das necessidades que tenha. Pensando num preço médio de uns R$ 500 00 divididos pelos meses que se mantém, sem a necessidade de nenhum tipo de manutenção durante este tempo, podemos chegar à conclusão que é um dos tratamentos estéticos mais baratos.


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SAÚDE

Estão algumas especialidades

pediátricas em extinção? POR LÚCIA CAETANO PEREIRA, CIRURGIÃ PEDIÁTRICA – MEMBRO TITULAR DA CIPE

Engana-se quem pensa que uma criança nada mais é do que um adulto em formação. Mais vulnerável em alguns pontos, mais resistente em outros, esse pequeno indivíduo reúne um complexo conjunto de características anatômicas, fisiológicas e psicológicas (só para citar algumas) que lhe são próprios, que o fazem responder diferentemente de um adulto diante de doenças e de tratamentos. Tanto isso é verdade que, no campo clínico, diversas especialidades médicas se dedicam exclusivamente à grande área que é a Pediatria. Na área cirúrgica isso não é diferente. Mas a formação desse cirurgião, ao menos no Brasil, talvez seja uma das que mais exige do profissional. Além de preencher todos os requisitos comuns a todos os médicos para a obtenção do diploma, para se tornar especialista em Cirurgia Pediátrica, forçosamente deverá empenhar mais três anos para conhecer as variadas técnicas empregadas na cirurgia geral e outros três anos na Cirurgia Pediátrica. Caso o cirurgião decida aprofundar seu conhecimento em uma das subespecialidades cirúrgicas da criança, mais um ano de formação. A reduzida dimensão dos órgãos e a fragilidade dos tecidos de um recém-nascido, por exemplo, não podem ser comparados às de um ser humano adulto. A abrangência da especialidade é vasta; constitui-se de um grande número de intervenções de pequeno e médio portes, como o tratamento cirúrgico de fimose , hérnias inguinal, umbilical, epigástrica, hipóspadia, criptorquia,

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torção de testículo, cisto tireoglosso, apendicite; até a reconstrução de órgãos malformados, retirada de tumores e transplante. Talvez seja o longo período de formação o motivo a desestimular a maioria dos médicos a seguir essa especialização e que faz com que o número de profissionais com esse perfil esteja aquém das necessidades do país. Localidades mais distantes das capitais não têm sequer um especialista atuante; por vezes apenas um ou dois se dedicam a operar crianças num estado inteiro. Crianças não são apenas adultos em miniaturas. Segundo o Presidente da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE)- Dr. Max C. Schlobach: ¨Desde 2007 a CIPE vem procurando organizar mutirões nacionais de cirurgia da criança e do adolescente, para tentar reduzir as filas de espera por procedimentos cirúrgicos de pequeno porte, que dispensam internação, especialmente nos hospitais públicos do país. Com a iniciativa, a entidade procura abreviar o tempo de espera também para as cirurgias mais complexas nessas instituições e ainda, permitir aos pacientes operados a recuperação de sua qualidade de vida em prazo mais curto. Medida paliativa, que tenta também ,minimizar a falta do especialista. Espero que num futuro próximo consigamos atrair mais médicos para a especialidade, que o país possa dar um salto de qualidade em sua infraestrutura de saúde.


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