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A ‘Amazônia’ de Sebastião Salgado em SP
Após sucesso na Europa, exposição de Sebastião Salgado sobre a floresta e os povos indígenas desembarca no Sesc Pompeia, em São Paulo
Até 10 de julho, o Sesc Pompeia, na capital, recebe a exposição “Amazônia”, de Sebastião Salgado. A mostra exibe o resultado de sete anos de experiências e expedições fotográficas na Amazônia brasileira. As fotografias - feitas por terra, água e ar - revelam a floresta, rios, montanhas e a vida em 12 comunidades indígenas, em uma Amazônia que não cessa de surpreender com a cultura e engenhosidade de seus povos, seus mistérios, sua força e sua incomparável beleza. Esse denso universo marcou o olhar do fotógrafo com imagens impressionantes, em sua grande maioria mostrada ao público pela primeira vez.
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Idealizada e concebida por Lélia Wanick Salgado, a mostra imersiva, um mergulho no coração da Amazônia, é um convite para ver, ouvir e, ao mesmo tempo, refletir sobre o futuro da biodiversidade e a urgente necessidade de apoiar a luta dos povos indígenas e preservar esse ecossistema imprescindível para o planeta. “Ao projetar ‘Amazônia’, quis criar um ambiente em que o visitante se sentisse dentro da floresta, se integrasse com sua exuberante vegetação e com o cotidiano das populações locais”, comenta Lélia.
Para Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, “realizar o debate acerca de temas cruciais para nosso destino enquanto sociedade consiste numa forma de criação de relações de pertencimento e partilha simbólica, propósitos que orientam as ações do Sesc desde sua fundação em 1946”. E complementa que “a exposição Amazônia cumpre, assim, a manutenção desse projeto de cidadania que, no caso específico da mostra, vislumbra, nos grãos que formam as fotografias, a semeadura nativa de discussões, engajamentos e diálogos que nos dizem respeito necessariamente”.
Acompanhada de uma criação sonora, uma original composição do músico francês Jean-Michel Jarre a partir dos sons concretos da floresta, a exposição - já apresentada na França (Museu da Música - Filarmônica de Paris), na Itália (MAXXI Museu, em Roma) e na Inglaterra (Museu da Ciência, em Londres) - também dá voz a comunidades ameríndias. Além das mais de 200 fotografias, são exibidos sete vídeos com testemunhos de lideranças indígenas sobre a importância da Amazônia e os problemas enfrentados hoje em sua sobrevivência na floresta. “Esta exposição tem o objetivo de alimentar o debate sobre o futuro da floresta amazônica. É algo que deve ser feito com a participação de todos no planeta, junto com as organizações indígenas”, defende Sebastião Salgado.
A mostra apresenta ainda dois espaços com projeções de fotografias. Uma delas mostra paisagens florestais musicadas pelo poema sinfônico “Erosão - Origem do Rio Amazonas”, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959); a outra revela retratos de populações indígenas, com uma composição especial de Rodolfo Stroeter.
Depois de ser apresentada em São Paulo, a exposição segue para o Rio de Janeiro, no Museu do Amanhã, de 19 de julho de 2022 a 29 de janeiro de 2023. “Amazônia” ainda será apresentada em Belém, além de estarem previstas outras capitais.
MAIS: “Amazônia”, de Sebastião Salgado
De 15 de fevereiro a 10 de julho de 2022 Terça-feira a sábado, 10h às 21h; domingo e feriado, das 10h às 18h Área de Convivência do Sesc Pompeia (gratuito): rua Clélia, 93. O uso da máscara é obrigatório durante toda sua permanência na unidade.
Sebastião Salgado durante abertura da mostra em SP Um dos painéis da mostra imersiva “Amazônia”
Todas as fotografias são em preto e branco, característica de Sebastião Salgado
A mostra imersiva é um mergulho no coração da floresta, com seus sons e imagens, fazendo o visitante refletir sobre o futuro da biodiversidade