Revista Republica - 04 - Setembro/Outubro 2012

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REVISTA

Saldo positivo

Será que dá?

É pique!

República

Maioria dos rios, córregos e nascentes da região está canalizada sob ruas e avenidas e recebe esgoto doméstico


www.ideia5.com.br


Expediente Publisher Responsável Donizete Fernandes Edição Tuga Martins – MTb 19.845 Colaboradores • Liora Mindrisz – MTb 57.301 • Roberto Barboza – MTb 17.692 • Shayane Servilha – MTb 68.513 • Tamyres Scholler • Lina Sérvio •João Schleder •Gabi Bertaiolli Fotos •Diego Barros – MTb 36.327 Revisão •Professor Isaías Gomes de Lima Editoração Eletrônica •Dianda Frames Designer •Maysa Calmona Comercial •Cristiane Nogueira •Mariana R. Chippari Diretoria Executiva Presidente - Cícero Firmino da Silva Vice-Presidente - José Braz da Silva Secretário Geral - Sivaldo Silva Pereira Secretário Adm. e Financ. - Adilson Torres dos Santos Primeira Secretária - Aldenisa Moreira de Araújo Segundo Secretário - Osmar César Fernandes Terceiro Secretário - José Ramos da Silva Diretor Executivo - Elenísio de Almeida Silva Diretor Executivo - Geraldo Ferreira de Souza Diretor Executivo - Geovane Correa de Souza Diretor Executivo - José Roberto Vicaria Diretor Executivo - Joseildo Rodrigues de Queiroz Diretor Executivo - Aldo Meira Santos Diretor Executivo - Pedro Paulo da Silva Diretor Executivo - Adonis Bernardes Conselho da Diretoria Executiva • Geraldo Alves de Souza • Manoel Severino da Silva • Wilson Francisco • Edilson Martins • Rafael William Loyola • Bertoni Batista Beserra• Maria Andréia Cunha Mathias • Jeferson Carmona Cobo • Marcos Antonio da Silva Macedo • Joelma de Sales Conselho Fiscal – Titulares • José Edilson dos Santos • Claudinei Aparecido Maceió • Claudio Adriano Fidelis • Conselho Fiscal Suplentes • Altamiro Ribeiro de Brito • Marcos Donisete Felix Comitê Sindical de Empresa • Adair Augusto Granato • Anderson Albuquerque Brito • Carlos Alberto Vizenzi • Carlos Roberto Bianchi • Clayton Aurélio Domingues de Oliveira • Cleber Soares da Silva • Gilberto Andrade de Lima • Givaldo Ferreira Alves • Hélio dos Santos • Jacó José da Rocha • Jânio Izidoro de Lima • Jessé Rodrigues de Sousa • José Moura de Oliveira • José Ramalho Guilherme Feitosa • José Ricardo da Cruz • José Romualdo de Araújo • Juscelino Gonçalves Ferreira • Lincoln Patrocínio • Lourenço Aleixo da Rocha • Luiz Fernando Malva Souza • Manoel Gabriel da Silva • Michele Raizer dos Santos • Nauro Ferreira Magalhães • Onésimo Teodoro da Silva • Otaviano Crispiniano da Rocha • Pedro Leonardo Rodrigues • Rossini Handley Apolinário dos Santos • Viviane Camargo

REVISTA Revista

Impressão Prol EDitora Gráfica - Unidade Imigrantes - Av. Papaiz, 581 Diadema - SP - CEP 09931-610 - Fone: (11) 2169-6199 Tiragem: 10.000 exemplares

SUMÁRIO

Editorial

Exercício de cidadania A edição 04 da Revista República foi encerrada simultaneamente ao fechamento das urnas do primeiro turno das eleições municipais. O ABC ainda tem pendências, uma vez que os eleitores de Santo André, Diadema e Mauá terão de concluir a missão cívica em 28 de outubro. Mas independentemente do resultado, os prefeitos eleitos terão de ajustar as promessas de campanha às planilhas orçamentárias. A tarefa não é das mais fáceis porque expõe a hierarquia de prioridades políticas e administrativas do governo. Nossa proposta editorial é verdadeiro exercício de cidadania uma vez que oferece à sociedade a possibilidade de se apropriar das informações sobre os recursos públicos de maneira a acompanhar arrecadação e gastos para cobrar o cumprimento de programas e ações do governo. Na reportagem de capa, mostramos que o destino escolhido pelos governantes às nossas águas desenha futuro comprometedor, uma vez que a canalização de córregos e rios é o caminho mais fácil para literalmente enterrar problemas. Nenhum dos municípios da região incentiva a população a ter relação harmoniosa com as águas. Já a cidade de Indaiatuba, optou por modelo progressista, de valorização ambiental e da qualidade de vida. O descaso emerge também em São Bernardo com o total abandono da Chácara Colúmbia, patrimônio ambiental e arquitetônico que a cidade parece desconhecer. Mas a região floresce em cultura. Na música, a banda de thrash metal, Forka, aos poucos conquista o mercado, a voz de Maria Christina, reafirma a importância da MPB, enquanto Passoca atribui urbanidade às modas de viola. A viagem dessa vez é para a joia do mar Adriático. A jornalista Liora Mindrisz, dedicou tempo das férias para nos trazer o melhor da Croácia. Em beleza e moda, tratamos do inusitado Dia do Noivo e a passarela promissora do plus size. Não faltam páginas voltadas ao esporte, com destaque para os astros do ringue, que buscam o resgate do sucesso da modalidade. Temos também espaço para os talentos da região, pessoas empenhadas em diversos setores que se emergem no cenário nacional e até mundial. Aprecie sem moderação.

República

Contatos: Fone: (11) 4438-7329 contato@revistarepublica.com.br redacao@revistarepublica.com.br A Revista República é uma publicação da RP8 Comunicação em parceria com Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

Donizete Fernandes Publisher

CONJUNTURAIS 06 e 07 CARTAS 08 PALAVRA DE PRESIDENTE 10 Testemunhas da democracia

SINDICAL 28 a 30

QUALIDADE DE VIDA 60 e 61

Valor da comunicação História Viva Parabéns a você

A força do Mexa-se

DECORAÇÃO 32 Entregue-se às flores

EDUCAÇÃO 33 a 35 Curso para desempregados Reforço Escolar

TALENTOS 12 a 14

ESPECIAL 36 a 38

Arte em orelhão ABC na ONU

Poder da negociação

CULTURA 15 a 20

TURISMO 62 a 65 Destino Croácia

ESPORTES 66 a 70 Magos da bola Donos do apito Times na gaveta

GASTRONOMIA 71 e 72 Adega do Jabá

NEGOCIOS 39 e 40

SAÚDE 73 a 75

Contabilidade moderna Arte sustentável A voz de Maria Christina Thrash metal da Forka A viola de Passoca

Massagem de campeão Câncer pelo trabalho

POLÍTICA 41

INCLUSÃO 76 e 77

BELEZA & MODA 21 a 23

CAPA 42 a 46

Dia do Noivo Plus size

Crime contra as águas

COMPORTAMENTO 24 e 25

Sindicalismo no Legislativo

POLÍTICA 48 a 53

Home office em alta

Quanto valem as promessas?

CONSUMO 26 e 27

MEIO AMBIENTE 56 a 58

Presentes para crianças

Tesouro desprezado

Sorriso sem discriminação

QUALIDADE DE VIDA 78 a 80 Doce veneno

BEM-ESTAR 81 e 82 Cura a galope


C ONJUNTURAIS ABC nas urnas Santo André Carlos Grana (PT): 42,85% Aidan Ravin (PTB): 37,23% Salles (PDT): 13,42% Bonome (PMDB):4,77% Marcelo Reina (Psol): 1,20% Faquer (PRTB): 0,52% São Bernardo Luiz Marinho (PT): 65,79% Alex Manente (PPS): 30,94% Ademir Silvestre (PSC): 1,97% Aldo Santos, 0,91% Lígia Gomes (PSTU), 0,39%.

E o câncer avança

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Mauá Donisete Braga (PT): 38,34% Vanessa Damo (PMDB): 33,9% Átila (PPS): 13,35% Ozelito (PTB): 8,17% Edimar da Reciclagem (PSDB): 3,7% Paulo Bio (PV): 1,43% José Silva (Psol): 1,11% Diniz Lopes (PR): 0%

São Caetano Paulo Pinheiro (PMDB): 63,35% Ribeirão Pires Regina Maura (PTB): 34,81% Saulo Benevides (PMDB): 58,31% Fernando Turco (PSDC): 1,84% Maria Inês (PT): 36,65% Alberto Ticianelli (Psol): 4,84% Diadema Dedé (PPS): 0% Mário Reali (PT): 46,78% Michels (PV): 41,93% Rio Grande da Serra Maridite (PSDB): 9,45% Maranhão (PSDB): 60,60% Buiu da Praça (PMN): 1,62% Claudinho da Geladeira (PT): 37,04% Prof. Ivanci (PSTU):0,22% Luiz da Internet (PSDC): 1,29% Vladão (PCB): 0,00% Nilson do Mercado (PCdoB):1,07%

Vendas de imóveis em alta

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As vendas de imóveis verticais novos no ABCD aumentaram 15% no primeiro semestre de 2012 ano em relação ao mesmo período de 2011. A pesquisa da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), divulgada em setembro, revela as promoções de apartamentos de luxo influenciou no resultado. Por conta das vendas, os estoques estão abaixo da média. No primeiro semestre foram vendidos 3.412 unidades. Os apartamentos com dois dormitórios lideraram as vendas com 61% das unidades, seguido dos com três dormitórios com 33%. Os apartamentos de luxo custam em média na Região de R$ 700 mil a R$1,2 milhão. O estoque total de apartamentos é de 3.423 unidades.

Estudo da equipe de oncologia da FMABC (Faculdade de Medicina ABC) no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e no Hospital de Ensino Anchieta, em São Bernardo, constatou que os casos de câncer de mama nos dois hospitais estão acima da média apontada pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer) para a Capital e a Região Sudeste. A pesquisa, feita em 2010 e 2011, avaliou 2.366 pacientes, dos quais 63% eram mulheres, com idade média entre 50 e 60 anos. O tumor de mama foi o que teve maior incidência (31,5%) de casos.

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Corinthianos por toda a eternidade O torcedor corintiano acaba de ganhar mais uma oportunidade de demonstrar amor pelo clube. A diretoria alvinegra anunciou negociação com empresa a construção de cemitério exclusivo à fiel torcida. O local ainda não foi escolhido pelo Corinthians, mas é bem provável que São Bernardo seja a cidade premiada. “Ainda estamos em negociação e a previsão é que isso seja acertado em janeiro de 2013”, afirmou o vice-presidente da agremiação, Luis Paulo Rosenberg. Divulgação

Nova galeria de arte O ABC ganhou uma nova galeria de arte. A Nano, de São Bernardo, começou as atividades em agosto com a primeira exposição coletiva, que contou com obras dos artistas Cena7, Daniel Hogrefe e Gafi. A mostra fica até o dia 27 de outubro e a galeria fica na rua Kara, 74. A visitação acontece de terça a sábado, das 11h às 18h, e a entrada é franca. O objetivo do novo espaço é comercializar arte contemporânea, fazendo a conexão necessária entre compradores e artistas com preços acessíveis. Ricardo Guimarães

Emicida volta à região O rapper que se destacou este ano na cena musical brasileira voltou a região para um show no Sesc Santo André, no ultimo 15 de setembro. Após seis anos de carreira e diversos prêmios, inclusive o de Artista do Ano e melhor CD de música popular pelo Prêmio Bravo de Cultura em 2011, Emicida cantou sucessos como Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida Até que eu Cheguei Longe, Sua Mina Ouve Meu Rep Tamem, Triunfo, Vacilão e Emicídio. Pouco antes desta apresentação, Emicida gravou DVD ao vivo com outra revelação do rap nacional, o Criolo, no Espaço das Américas em São Paulo.

Luz no fim do túnel Após registrar mais de 20 grandes panes na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ao longo do ano e anunciar grande programa de modernização, o governo do Estado apresentou a Proposta Orçamentária de 2013 com aumento de 6% em investimentos nos trens. A previsão é de que sejam gastos R$ 2,9 bilhões nos trens no ano que vem. A Proposta Orçamentária de 2013 precisa ser aprovada pela Assembleia Legislativa, onde pode sofrer mudanças.


C ARTAS Qualitativas Olá, equipe da Revista República! Leio esta revista desde sua primeira edição e gostaria de dizer-lhes que as matérias são qualitativas, de assuntos interessantes que abordam temas de nossa região. Leitor assíduo de mídias regionais, digo, com propriedade, que vocês me surpreendem ao irem a fundo no que se propõem a escrever. Além de escreverem de forma simples, direta e não cansativa de ler. Em especial, parabenizo-os pela matéria sobre o ensino continuado. Realmente é inadmissível. Antonio Silva, Técnico químico, aposentado 1º aniversário Sou fã de vossa publicação desde o início da mesma, é com orgulho de leitor assíduo e colecionador que notei que

Escreva para a Revista República pelos emails: contato@revistarepublica.com.br ou redacao@revistarepublica.com.br


P ALAVRA DE PRESIDENTE

Testemunhas do processo democrático Cícero Martinha

A

conclusão de mais um processo eleitoral para a gestão das cidades espelha o amadurecimento da política brasileira, bem como dos eleitores. Foi para testemunhar fato como este que minha geração lutou, apanhou e sobreviveu. O país enfrentou ditadores desde o império, tempo em que o povo não tinha direito à escolha de seus governantes. As decisões sobre os rumos do Brasil por muito tempo estiveram nas mãos de poucos poderosos, endinheirados, despreocupados com a classe trabalhadora. Perseguições, torturas e mortes precederam este clima democrático que experimentamos hoje, com direito de decidir sobre nossos representantes. Ainda não atingimos a plenitude da democracia e por isso é fundamental que acompanhemos de perto o trabalho de nossos eleitos Diego Barros

a fim de avaliar se os resultados são positivos ou perniciosos para o coletivo. A tarefa de cumprir as propostas apresentadas durante a campanha nem sempre consta da agenda de políticos eleitos. Muitos são acometidos de verdadeira amnésia. É cobrança de cada eleitor pós voto que cria ambiente político saudável, no qual a enganação não tem vez. À frente teremos de buscar reforma política que consolide o financiamento público exclusivo de campanha, o qual irá garantir democratização e controle da campanhas, meio lícito de proteger o eleitor de assédio promovido pelo abuso financeiro de alguns. O combate ao financiamento público mantém o Estado refém do poder econômico. Sabemos que escândalos políticos provocam sentimento de revolta e reforçam a ideia de que todo político é ladrão. Boa parte da população discorda da ideia do financiamento público porque pensam que isso significaria diminuir investimentos em áreas mais nobres. Não podemos afirmar, porque nunca experimentamos, a não ser a compra de tempo de veiculação nos meios de comunicação de massa que no Brasil é bancada pela sociedade, na forma do horário gratuito de propaganda eleitoral. Para ter ideia, na campanha de Obama, metade de tudo que foi gasto – o equivalente a 1,35 bilhão – destinou-se apenas à mídia. Mas o que vale lembrar, é que quando os recursos são públicos, o controle certamente é maior. Cícero Martinha é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá. e-mail: cicero.firmino@yahoo.com.br


T ALENTOS

Spray premiado Renato de Paula e Silva ganha prêmio no Call Parade com grafite Casco de Tartaruga Ninja em orelhão

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urante muito tempo o grafite esbarrou na ilegalidade promovida pelas pichações até ganhar espaço na sociedade e ser considerado forma de arte. Os chamados grafiteiros não são diferentes e deixam parte de si nas obras que retratam o cotidiano. Artistas como Renato Ribeiro de Paula e Silva, 24 anos, vencem todos os dias o preconceito para ganhar a vida com a expressão artística, que de moderna só tem o spray. Formado em Design Gráfico e Motion Graphics pela Escola Cinema e Animação Melies em São Paulo, participou recentemente do concurso Call Parade da operadora Vivo em parceria com a empresa Toptrends, que

promoveu exposição coletiva de orelhões grafitados distribuídos pelo centro da Capital. Noventa artistas foram selecionados e 10, convidados. Renato mora em Santo André e se inscreveu no concurso usando o endereço de São Paulo da casa da namorada. “Assim como eu, oito artistas do ABC conseguiram participar”, revela o jovem que é conhecido pelo apelido Ahoop. A surpresa maior veio após a seleção e execução do projeto, quando a votação foi aberta para o público. “No começo bastava curtir o orelhão no Facebook, mas depois mudaram as regras e foi preciso votar diretamente no site e preencher o cadastro. Eu não esperava ganhar, mas divulguei para to-

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Tamyres Scholler

Renato de Paula e Silva: traços precisos e desenhos vibrantes inspirados em desenhos japoneses dos os amigos e para que fizessem o mesmo”, diz. Por diferença de 80 votos, Renato conquistou o segundo lugar com o orelhão Casco de Tartaruga Ninja. No pódio, dividiu espaço com o artista plástico Juarez Fagundes, favorito da competição, e o amigo Rafael Roots, que ficou em terceiro lugar. Os três ganhadores ganharam tablet como prêmio. A Vivo Call Parade foi a única competição que Renato ga-

nhou até hoje, mas o artista grafita há oito anos. Começou a desenvolver técnicas do grafite após sua casa ter sido assaltada. “O que me sobrou foram lápis coloridos e um sentimento muito grande de revolta que eu precisava expressar de alguma maneira”, afirma. Após o episódio, passou a dedicar o tempo a aulas básicas de desenho. O primeiro grafite foi a própria assinatura, mas não con-

tente, buscou aprimorar os detalhes e cores de temas mais complexos. Dono de traços precisos e desenhos vibrantes, as principais inspirações são os desenhos japoneses Dragon Ball Z e Pokémon e a maior referência é o desenho americano Simpsons. O talento de Renato já inspirou convites interessantes, como pintar muros de escola, entre os quais o painel do colégio Objetivo, no Parque Novo

Oratório, em Santo André. “Normalmente quem gosta não quer ela exposta aos raios do sol e pede para fazer dentro de casa”. Chegou a ser convidado pela CPTM de Mauá e recentemente participou de evento de Rap no Guarujá onde pintou painel em cima do palco durante o show. Entre os itens inusitados, já grafitou um carro a pedido do dono. “Às vezes vejo o carro passando pela


Juventude bem representada

Do grafite ao metal Mas a arte não é a única paixão do artista. Além do skate no tempo livre, Renato também é vocalista de banda Unlife, do estilo heaven metal, que toca músicas voltadas à religiosidade sem o rótulo gospel. “Não queremos salgar o sal, mas passar a mensagem de fé para quem realmente precisa ser evangelizado”, esclarece. SERVIÇO Contato para shows: booking.unlife@ gmail.com.

Liora Mindrisz

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cada dois anos, a Onu-Habitat elege dois representantes de cada continente para constituir o Conselho da Juventude. Este ano, a iniciativa se tornou mais concreta com a escolha de Edinilson Ferreira dos Santos, o Edi, de Santo André. Com histórico de luta em movimentos sociais e de moradia, Edi já teve outra experiência como conselheiro: viajou para Nápoles, na Itália, onde foi empossado como um dos dois representantes da America Latina e Caribe, e pôde compartilhar a experiência no VI Fórum Urbano Mundial, conferência sobre cidades e problemas urbanos, organizada pela Nações Unidas. Na prática, o Conselho serve para fortalecer a participação de jovens e apontar diretrizes para Onu-Habitat. “Eu voltei com muito aprendizado e otimismo na bagagem. Temos um grande desafio, que é envolver o jovem em todas as questões que dizem respeito ao desenvolvimento consciente”, defende Edi.

Edi nasceu na favela e logo cedo se comoveu com a realidade do entorno. Formado em Gestão Ambiental, é liderança em diversos movimentos.

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rua e acho que isso prova que gostaram do meu trabalho”, diz. Apesar do talento, Renato confessa que não ganha muito dinheiro com o grafite, mas considera a melhor maneira de se expressar. “A arte de rua é democrática, pois ricos e pobres enxergam os muros e prédios da cidade”, afirma. Além do trabalho com o grafite, Renato também cria em esculturas e modelagem. Esteve no Sesc Consolação durante a Virada Cultural, quando confeccionou moldes de 100 bonecos de toyart customizados pelos visitantes.

Santo André elege representante no Conselho da Juventude nas Nações Unidas

Acervo da

sustentabilidade Benchmarking Brasil completa 10 anos com exposição de André Cóstackz Liora Mindrisz

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Programa Benchmarking Brasil comemorou a primeira década de atividade com premiações, seminários, homenagens e até exposição de arte. A programação começou em 31 de julho no Masp, em São Paulo, com o coquetel de abertura da Mostra Cultura de Sustentabilidade A Arte que Revoluciona, Práticas que Transformam, com obras do artista plástico André Cóstackz. Nos dias que seguiram, houve ainda no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateuabriand diversas premiações e seminários, todos ligados a práticas sustentáveis com representantes de empresas. Idealizado pela publicitária Marilena Lino de Almeida Lavorato, o Benchmarking Brasil foi criado quase que com a sutileza de uma curiosidade com objetivo de valorizar boas iniciativas empresariais. Pós-graduada em Gestão Ambiental e Globalização e Cultura, a organizadora teve a ideia de fazer pesquisa com cerca de 300 empresas da iniciativa privada para saber se haviam práticas de responsabilidade social. “Ao longo desses anos vi desenhar uma nova configuração em cima da sustentabilidade. Saiu de algo estritamente técnico, que existia para atender as conformidades legais, para se transformar em publicidade e até um meio de relacionamento com a sociedade”, reflete Marilena. Há 10 anos não havia sequer faculdade de Engenharia Ambiental e muito menos departamentos nas empresas exclusivamente da ques-

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C ULTURA

Cóstackz: releitura de Tarsila do Amaral tão. “Hoje, o consumidor está mais informado e a sustentabilidade se tornou negócio, com departamentos específicos, com mais profissionais, respeito e força”, diz. Com o crescimento das práticas sustentáveis, consequentemente o evento que premia cases enviados por empresas também cresceu. O Programa construiu e detém o maior banco de práticas de sustentabilidade de livre acesso do país. São 249 práticas organizadas em 10 diferentes temáticas, acervo que serve de fonte de pesquisa e consulta para universidades, instituições representativas e demais interessados. Premiação da década O Dia Benchmarking premiou os Legítimos da Sustentabilidade em três categorias: Benchmarking Junior, que reconheceu os jovens


C ULTURA

As obras de Thiago Cóstackz, artista convidado, expostas no MASP como parte integrante do evento de comemoração pelos 10 anos do Programa dizem muito. São releituras de Tarsila do Amaral com uma pitada de problemas da contemporaneidade, e têm tudo a ver com a questão principal do evento: a sustentabilidade. Divulgação

Christiane Torloni: ativista ambiental participou do evento

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Evento: apresentação de taikô

Tamyres Scholler

A Prêmio: destaque às boas iniciativas empresariais “A arte sempre foi uma linguagem eficiente para falar com as pessoas, por isso sempre incluí nos eventos. Como este ano calhou com os 90 anos do salão de 22, resolvemos homenagear a Tarsila do Amaral”, revela Marilena. As releituras de Tarsila aparecem com estradas, anúncio de desenvolvimento desenfreado e outros elementos cheios de critica ao consumo. “A sociedade esta cada vez mais padronizada. Pensar é preciso”, diz o artista. “Expresso o urbano invadindo a natureza. Quis respeitar a questão estética de Tarsila, mas contribuindo com questões do nosso tempo”. A escolha de Cóstackz não se deu apenas pela habilidade artística e de crítica, mas pelo engajamento no projeto SOS Terra. As boas práticas vão desde a procedência dos produtos que usa nas obras, que não podem agredir o meio ambiente. “Queremos aproximar as pessoas que contribuem para iniciativas de sustentabilidade. Temos que valorizar as práticas porque, mais do que os discursos, transformam”, finaliza a idealizadora do Programa.

moicanas

Maria Christina lança primeiro CD quatro anos depois de participar do reality Ídolos

voz potente da cantora e compositora Maria Christina de Almeida revela que por trás do visual com piercings, cabelo moicano e tatuagem há sensibilidade e muito mais talento que o exibido em 2008 no reality show Ídolos, da Rede Record. A artista acaba de lançar o primeiro CD com músicas próprias em selo independente. As composições partem da MPB com pegada mais pop e a aposta de sucesso começa na fidelidade dos fãs. Em paralelo, o primeiro clipe foi feito no Rio de Janeiro com a música Cadê você?, com participação do ator global Rafael Almeida. Aos 19 anos entrou no programa e logo passou a ser alvo da mídia por conta da opção sexual. Mesmo assim, Kcris, como é chamada pelos fãs, diz ter sido autêntica. “Não tinha o objetivo de ser símbolo para o público gay. Só queria mostrar quem eu era”, revela. Mais madura e consciente, Kcris tem outra visão sobre mídia e fama. “Antes eu ficava chateada ao ver artistas novos fazendo sucesso, mas hoje eu sei o quanto é preciso batalhar para isso”. Sobre a exposição na mídia, é categórica: “Se

você não tiver os pés no chão, sofre muito”. Nascida em São Paulo, sempre morou no Riacho Grande, São Bernardo, com a mãe Marli, o pai Pedro e os irmãos mais velhos Daniel e Felipe. Embora não tivesse conhecimento técnico, recebeu influências musicais dos pais e aos 14 anos ganhou o primeiro violão. É au-

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Arte e Sustentabilidade

Última das

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talentos das Inovações Verdes; Benchmarking Brasil, que certificou os Detentores das Melhores Práticas deste ano; e o Ranking da Década, prêmio de comemoração com os melhores da Gestão Socioambiental Brasileira dos últimos 10 anos. Compareceram no evento a atriz e ativista Christiane Torloni, a apresentadora Laura Wie e Guilherme Amaral, sobrinho neto de Tarsila do Amaral. No Ranking Benchmarking Brasil 2012, quem se deu bem foi a prática de Gestão por Bacia Hidrográfica da Itaipu Binacional (PR), que faturou primeiro lugar, seguidos pela Energia Limpa da Ambev - Cia de Bebidas das Américas (SP) e pela Gestão de Mudanças Climáticas da ArcelorMittal Tubarão (ES). Mas o prêmio da década, maior prêmio do evento, ficou com a Itaipu Binacional, que conquistou a primeira colocação pelas práticas ao longo dos últimos 10 anos. Todas as categorias premiaram as 10 melhores iniciativas.

todidata. Desde então, a menina transformou as poesias que escrevia em canções. Atualmente, divide a rotina de gravação com apresentações em barzinhos do ABC e em casas de shows de São Paulo. Contato para shows e compra do CD pelo site www.mariachristina.com.br.


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C ULTURA

C ULTURA Divulgação

Viola urbana

Unidos pelo metal

Compositor de Ribeirão Pires compõe suítes da garoa, do vira-lata e do passarinho

Forka completa 10 anos com novo álbum e turnê internacional em 2013 Shayane Servilha

U

m cozinheiro, um pintor automotivo, um logístico e um segurança automotivo pouco teriam em comum não fosse o prazer da música. Foi sob influências do thrash metal e hardcore que os amigos Alan Moura, Ronaldo Coelho, Ricardo Dickooff e Samuel Dias decidiram montar a Forka, que completa 10 anos de estrada em novembro de 2012. Para comemorar, o grupo está prestes a lançar o terceiro álbum, ainda sem título definido. “Vão nos amar ou odiar. É diferente do que produzimos antes. É um álbum com mais maturidade nas letras e no som. Foi uma produção de amadurecimento para a banda”, avalia Samuel Dias. A principal meta do grupo é a auto-suficiência. “Hoje, a banda consegue se manter, mas não dá para deixar o trabalho de lado. No meio do ano que vem, planejamos ir para o Wacken Metal, maior festival de metal da Alemanha, para acrescentar experiência à carreira”, diz. O primeiro álbum oficial Feel Your Suicide, lançado em 2005, teve participações de importantes nomes do metal como Marcelo Pompeu e Heros do Korzus, Marcus D’Angelo do Claustrofobia, Indio D’Castro do Necromancia, e Murilo D’Castro do GodSize.Clone. E no segundo disco, não foi diferente, Marcio Garcia da banda Ret-

turn e Fabio Prandini do Paura acrescentaram para as faixas de Enough, lançado em 2010. “No segundo disco, trabalhamos com a música Knowing Your Suffering, que teve vídeo clipe com estreia na MTV. Esse crescimento da Forka tem sido notório para fãs e amigos que acompanham nosso trabalho”, conta Ronaldo Coelho. Com vocais surrados, guitarras distorcidas e bateria que não dá descanso, a Forka traz letras do cansaço cotidiano e da hipocrisia da humanidade, fazendo a galera delirar na roda de mosh. O som independente é hobby sério para os integrantes. “A banda é um escape do mundo, mas tudo é feito com total profissionalismo e rigor. Cobramos isso um do outro. Até brigamos para que o melhor seja feito em prol da Forka”, conta Ricardo Dickooff. O quinteto já realizou shows pelo Brasil -- Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina, Amazonas -- e participou dos principais festivais do país, entre os quais o Araraquara Rock e o ForCaos, em Fortaleza (CE). Mas é em casa que os rapazes gostam de tocar. “O ABC é o berço do hardcore. O lugar respira a história de um movimento que se espalhou pelo Brasil. É lamentável não ter mais espaços para tocar como antes”, reclama Alan Moura.

Liora Mindrisz

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atizado Marco Antonio Vilalba, o violeiro Passoca é urbano, mas acorda ouvindo os pássaros. Foge do congestionamento, porém não deixa de ver beleza na fria garoa de São Paulo. Carrega a viola caipira e canta a correria da grande cidade através da caixa de maçã que chega no Ceasa junto com a aurora. Toda essa disparidade das realidades do campo e do urbano dificilmente se encontrariam se não fossem suas canções. Apesar de ter passado a maior parte da vida em Ribeirão Pires, Passoca nasceu em Santos, morou em Campos do Jordão, São José dos Campos e, claro, São Paulo. Quase nômade, mas acima de tudo apaixonado por todos os cantos do estado. Aposentado, sempre trabalhou com música. “Sou de poucas vaidades. O que a música me deu foi suficiente. Pude criar meus filhos e continuar vivendo”, celebra. Depois de ficar quase quatro anos hibernado em Ribeirão Pires, o violeiro compôs o novo álbum Suíte Paulistana, lançado no começo do ano. São três suítes – conjunto de músicas

populares que se complementam – e que integram temas recorrentes em sua obra: suíte da garoa, do vira-lata e do passarinho. “Qualquer autor tem como primeira referência a própria vida”, diz Passoca, e continua: “Consigo viver o contraste do campo e da cidade e, a partir disso, componho. A formação em arquitetura marcou também meu olhar e, consequentemente, minha obra”. Arquitetura não vingou, mas foi em São José dos Campos, em 1970, que formou o grupo Flying Banana com os colegas de curso Bê (violão) e Carlão (viola e violão 12 cordas). “Foi quando conheci a viola e aí minha vida mudou. Hoje me considero violeiro”, afirma. Em 1975, gravaram o primeiro compacto. Quem produziu o álbum foi Roberto de Oliveira, irmão de Renato Teixeira, que se tornou grande parceiro de Passoca. “Na época ele estava fazendo jingles, por causa da ditadura. Nosso encontro foi interessante porque ele se animou a voltar a compor”, conta. Com o grupo, também tocou no I Festival de Iacanga, o Woodstock brasileiro.


B ELEZA

Com objetivos diferentes, o Bananas Voadores (alusão às pedras rolantes do Rolling Stones) se desfez e Passoca seguiu só. Mudou para São Paulo e com ajuda de Teixeira, gravou e custeou o primeiro solo. “Fui virando músico. A arquitetura estava enrolada porque, com a ditadura, fechavam a universidade o tempo todo. Então ,ou eu fazia uma coisa ou outra”, diz. No fim da década de 1970 começou a surgir público alternativo e aproveitou para expor o trabalho. Cruzou com Arrigo Barnabé, Tetê e Alzira Espíndola, Vânia Bastos, com quem foi casado e teve dois filhos, hoje também músicos. “Com a viola faço algo híbrido, ninguém consegue me rotular. Sou da MPB para os violeiros e violeiro para os artistas da música brasileira. O lado bom disso é que eu não tenho concorrência”, brinca. “Mas nunca abri mão da minha identidade e sempre fugi de esquemas da mídia e das gravadoras”. Trajetória memorável Histórias não faltam nos 37 anos de carreira, tampouco bom humor e serenidade para recordá-las. Passoca produziu shows e álbuns, tocou e cantou em muitos, fez turnês na Europa, integrou espetáculos cênicos, como o A Estrambótica Aventura da Música Caipira, produzido por Carlos Alberto Soffredini e que tinha a dupla Pena Branca e Xavantinho. As apresentações eram no Teatro Sergio Cardoso, um dos poucos que davam espaço para o gênero. “Tocávamos em poucos lugares. Éramos contratados normalmente por secretarias de Cultura, pelos Sescs, tocávamos na Sala Funarte”, diz. Compôs muitas canções que ficaram conhecidas por outras vozes. Mas também interpretou músicas de outros compositores e fez até retrospectivas da música caipira. Em 2000 teve acesso a canções inéditas de Adoniran Barbosa. “O Juvenal Fernandes guardou material escrito por ele e me apresentou. Fiz uma parceria póstuma, compus em cima das letras e lancei o Passoca Canta Inéditos de Adoniran”, revela. É aí que Passoca surpreende. “Paulista tem samba, mas também tem um pé no mato. Somos o único estado que tem essa característica”, orgulha-se.

Mais que barba, cabelo e bigode Homens procuram serviços estéticos para garantir boa aparência no altar Tamyres Scholler

H

á quem diga que o grande destaque do casamento é a noiva, digna de todos os gastos possíveis e imagináveis que incluem vestido, maquiagem e claro um dia inteiro de beleza. Os privilégios até então exclusivos para

as mulheres ganham cada vez mais adesão masculina. Seja por iniciativa própria ou influenciados pelas noivas, mães ou sogras, os noivos se rendem aos tratamentos especializados que vão desde o corte de cabelo, banho de ba-

Fabiana Carvalho: maioria ainda tem certo preconceito

Diego Barros

nheira, massagem relaxante e até limpeza de pele. Para o técnico de natação e personal trainer, Eduardo Vieira Takata, os cuidados de beleza ajudaram a acalmar os ânimos e eliminar o estresse que os últimos preparativos do casamento poderiam causar. “Fiquei longe do nervosismo dos pais e parentes e ainda por cima fui bem arrumado para a cerimônia”, afirma. No caso de Eduardo, as idas ao salão eram frequentes e a procura pelo Dia do Noivo foi natural, mas nem sempre é assim. “A maioria dos homens ainda tem certo preconceito e aqueles que decidem fazer enfrentam as piadinhas dos amigos e padrinhos”, esclarece Fabiana Miranda de Carvalho, dona do salão de beleza Fa’bella Hair Stylist, em Santo André. Eduardo conta que não se incomodou com as brincadeiras e aprovou o resultado final. “Foi nota 10, todos me trataram bem”, ressalta. Fabiana oferece o pacote de Dia do Noivo há 10 anos e a proporção é de um noivo para cada 10 noivas, mas adianta


Divulgação

Exageradamente

lindas Mercado plus size cresce para atender demanda do perfil brasileiro Shayane Servilha

Eduardo Takata: sem estresse que procura tem aumentado. “A mulher continua sendo o centro das atenções, mas os noivos também merecem cuidados especiais”, conta. Entre os serviços oferecidos, os noivos têm direito a limpeza de pele e corte de cabelo marcados dias antes do casamento, massagem relaxante, banho de banheira, manicure, pedicure e café da tarde. Para os mais esquecidos, o salão disponibiliza lista com todos os itens que não podem faltar no dia, incluindo as alianças. A vantagem fica por conta do preço, pois o pacote dos noivos tem custo de R$ 480 enquanto o das noivas em torno de R$ 900. SERVIÇO Fa’bella Hair Stylist Rua das Monções, 666 – Bairro Jardim – Santo André (11) 4438-2591

A

os 23 anos, a web desig- 10 anos. “O mercado plus size ner Camila Bedin nunca cresceu não só para atender a imaginou que pudesse demanda reprimida, mas tamser miss. Depois de competir bém porque o perfil do brasileicom cerca de 400 beldades ro mudou. de manequim entre 46 a 54 As lojas estão se enquae boas condições de saúde e drando a esta nova demanda beleza, foi escolhida Miss Plus e criando coleções modernas para tamanhos grandes”, diz Size ABCD 2012/2013. Com 1,55 de altura e mane- a consultora de moda Mariana quim 46, usa e abusa de todos Guimarães. os tipos de peças e acessórios. Dados do IBGE revelam que “Sempre dentro parcela de brasileiros acima do bom senso, do peso passou de 28,7% para claro. Um decote, 48% nos últimos 10 anos por exemplo, valoriza meu look. O importante é a pessoa acei- O preto básico deixou de ser tar o corpo para se sentir bem única opção para manequins e bonita. Cada um tem sua be- maiores. A dica é optar por vileza, basta valorizar o que tem sual colorido para dia e noite. “Cores escuras são boas comde melhor”, aconselha. Dados do Instituto Brasilei- panheiras e ótimas para disfarro de Geografia e Estatística çar o volume. (IBGE) revelam que a popu- Então, aposte em peças balação engordou nos últimos ses, que tenham cores escuanos. A parcela de brasilei- ras, e combine com peças de ros acima do peso passou de cores claras e vivas. Tons em 28,7% para 48% nos últimos roxo, azul, rosa, verde e nude

estarão em alta nas próximas estações”, sugere. E quem pensa que as estampas estão fora do guarda-roupa dos mais cheinhos, está enganado. “O ideal é dar preferência para estampas menores, porque a possibilidade de criar volume é menor. No caso das listras, o recomendado são as verticais, pois alongam a silhueta. As horizontais podem ser usadas em detalhes, como mangas e golas. As estampas de animais também podem ser usadas à vontade”, incentiva a consultora. Com a chegada do calor, cuidado com os vestidos mais curtos para evitar que as gordurinhas apareçam exageradamente. “Em relação ao comprimento, use aqueles que chegam próximos ao joelho. Caso goste dos longos, use uma peça ou um cinto que marque bem a silhueta. Prefira os vestidos com mangas curtas ou três quartos, elas disfarçam braços gordinhos com celulite ou estria”, adverte Mariana Guimarães. As recomendações dispensam alças no guarda-roupa dos tamanhos GG porque marcam os braços e evidenciam as gordurinhas. “Os formatos largos dão mais segurança e sustentação ao seio, por exemplo”, diz. O tomara-que-caia também não vai bem. Quanto ao decote, para quem tem busto grande, escolha modelos quadrados. E para seios médios, está livre para usar o decote em “V”. Esses dois tipos, direcionam o olhar para o colo e rosto, tirando o foco da barriga.

Diego Barros

M ODA


C OMPORTAMENTO

Doce home office Seja para escapar do trânsito, reduzir gastos ou pela flexibilidade de horário, trabalhar em casa também pode ser mais produtivo

Diego Barros

Tamyres Scholler

Marina Lima: agenda só para depois das 11h

A

opção home office está cada vez mais popular entre profissionais de diversas áreas, principalmente autônomos. É fácil encontrar arquitetos, designers, produtores e prestadores de serviços que fogem do relógio de ponto para ditar o próprio ritmo de trabalho. Entre os fatores positivos se destacam a redução das despesas com aluguel, ganho no tempo que seria dedicado ao deslocamento para o trabalho, economia com transporte e, de quebra, a tão sonhada fuga do caos do trânsito nos horários de pico. Mas, optar por esse estilo de vida não é tão simples. Exige responsabilidade, disciplina e administração redobrada do tempo para conseguir separar a vida pessoal da profissional e

aproveitar os momentos de descanso e lazer. Algumas profissões se encaixam melhor ao estilo home office, caso do ator Fernando Assis, que com 15 anos de carreira estuda os textos no próprio apartamento em São Caetano. O espaço planejado pela esposa arquiteta, ajuda a manter a concentração. “Em casa é muito mais fácil se distrair”, ressalta. Para afastar a preguiça, Fernando também recomenda não trabalhar de pijama. “Você acaba interpretando isso para o corpo”, afirma. O executivo Franklin Goulart, de Santo André, trabalha como consultor empresarial há 29 anos e atualmente presta serviços para grandes instituições financeiras, entre as quais, Banco New Holland, Banco Cargill Agrícola e também

para cooperativas de crédito como o Banco Cooperativismo do Brasil (Bancoob). Para dar conta de todos os projetos que assume, não foge da receita que desenvolveu. “Começo a trabalhar às 9h e só paro às 19h. O segredo é dividir o tempo em tarefas de 50 minutos para que o dia seja produtivo e eu não fique preso a um único projeto”, detalha o empresário. Sócio da Consulting Services, se reúne ocasionalmente no escritório localizado em São Paulo. “Não trabalho exclusivamente em casa, porém não preciso me deslocar todos os dias. Temos representantes em São Paulo, Santos e Brasília e nos reunimos mais para não perder o contato pessoal”. Para a executiva de eventos Marina Lima, o escritório doméstico é mais seguro. “Em sete anos que trabalhei em local alugado recebi apenas três clientes. Na maioria das vezes eu que

preciso me deslocar”, afirma a profissional ,que não se arrepende de ter trocado o ponto comercial pelo conforto do lar. Hoje Marina escolhe os horários. “Ganhei a parte da manhã, marco tudo para depois das 11h”, relata. E para quem pensa que o estilo de vida caseiro é desculpa para o sedentarismo, se engana, pois além dos exercícios físicos que faz em casa, a moça pratica corrida nos parques de Santo André. A designer de interiores Ana Snege Sanches desenvolve projetos em casa e afirma que apesar da melhora na qualidade de vida, por vezes a jornada de trabalho é mais longa. “Por não ter horário fixo, quase sempre trabalho até mais tarde. Até meu marido às vezes reclama”, diz. Outro fator negativo é a perda da privacidade em casa, pois desenvolve os projetos com ajuda de dois estagiários. “Pretendo alugar uma sala comercial para contratar funcionários”, planeja. Diego Barros

Dicas para trabalhar em casa - Ter um espaço na casa dedicado ao trabalho - Elaborar rotina de horários (acordar, começar a trabalhar, intervalos e parada) - Usar outra linha de telefone para os negócios - Obedecer aos prazos - Não trabalhar de pijama

Franklin Goulart: consultoria de casa a grandes instituições financeiras


C onsumo

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Tá de

Meninas

brincadeira!

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Shayane Servilha

O

utubro é o mês das crianças, mas todo dia é dia de brincar porque não há nada mais saudável para infância. Como a geração de hoje tem de tudo um pouco, não é fácil agradar e sempre pode surgir dúvida na hora de comprar presente. São muitas as opções, mas a preferência ainda é por brinquedos. Veja as opções que pode ser diversão para pais e filhos.

Meninos GP Radical R$ 199,70 Divulgação

Pebolim

Câmera Tinker Bell R$ 49,99

A câmera encantada Tinker Bell é feita exclusivamente para meninas que adoram flash. A cada novo click , toca melodia e acende luzes coloridas para animar os momentos com amigas e famíla. Para crianças a partir de três anos, a câmera deixará as brincadeiras com muito mais estilo. Pode ser comprada no Shopping ABC, avenida Pereira Barreto, 42, na loja PBKIDS, piso PB.

R$ 99,80

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Como todo jogo de futebol, os participantes irão vibrar e se envolver em animada disputa que exige atenção e habilidade de movimentos. Com 53 centímetros de largura, 33 de altura e pesando 1,5 kg, o pebolim pode ser guardado em qualquer lugar. O brinquedo vem com três bolinhas. Disponível para comprar no site www.brinquedoslaura.com.br.

Caixa Monteiro Lobato R$ 97,30

Emília, Visconde, Narizinho, Pedrinho, Dona Benta e Tia Nastácia são os personagens mais queridos da literatura Infantil brasileira. Frutos da imaginação de Monteiro Lobato, se tornaram referência tão forte que, por vezes, parecem ter existido desde sempre na cultura popular. A Caixa com oito das melhores histórias do Sítio do Picapau Amarelo está disponível na livraria Saraiva, no Shopping ABC, avenida Pereira Barreto, 42, Santo André, piso 2.

Laptop Ben 10 R$ 89,90

Clássico entre os garotos, a pista de sete metros, com curvas e looping de onda garante diversão para a família inteira. A Fórmula GP Radical da Braskit acompanha dois carrinhos e dois controles remoto. O brinquedo pode ser encontrado no Walmart, rua Marechal Deodoro, 2785, ou pelo site www.walmart.com.br.

Agora o Ben Tennyson, que se transforma em 10 diferentes tipos de heróis alienígenas, também irá fazer parte nas brincadeiras educativas. Para crianças a partir de cinco anos, Divulgação o laptop traz 28 atividades, entre as quais gramática e matemática para aprender se divertindo. O presente pode ser comprado no site www.submarino.com.br.

Divulgação

Quebra-cabeça

R$ 34,90

Criativo, inteligente e divertido este jogo proporciona oportunidade de exercitar a agilidade e criatividade. A brincadeira começa montando o quebra-cabeça de 60 peças, em seguida aplica-se a cola para unir as peças formando um pôster, por último utilize o óculos 3D para ver as princesas em três dimensões. O brinquedo pode ser encontrado no Shopping Metrópole, praça Samuel Sabatini, 200, Centro, São Bernardo, na loja RiHappy.


S INDICAL

Ditadura

Voz política do trabalhador

nunca mais

Vice-presiente Fofão posiciona Comunicação em ponto estratégico do sindicato

O

comando do Departamento de Comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá está sob a batuta do vice-presidente José Braz da Silva, o Fofão, que dispõe de habilidade para tocar também a Secretaria da Promoção da Igualdade Racial da Força Sindical do Estado de São Paulo. “Trata-se de departamento estratégico, um dos mais importantes da entidade. A comunicação é a voz política da entidade”, defende o sindicalista. A militância sindical de Fofão brotou no chão de fábrica da Otis e o ingresso na diretoria foi em 1993. Como conhece as duas pontas, sabe da importância dos canais de comunicação no avanço das conquistas trabalhistas. “Queremos mais e por isso o sindicato está empenhado em mostrar os trabalhos desenvolvidos para toda a sociedade”, adianta o vice-presidente. Uma das principais ferra-

Gestão de Miguel Rupp varreu para sempre vestígios da repressão ao movimento sindical

Diego Barros

Tuga Martins

H ISTÓRIA VIVA

menta para apresentar o modelo de sindicato cidadão à sociedade é a Revista República, publicação bimensal que aborda temas além do cotidiano sindical como segurança, moradia, transporte e qualidade de vida. “As pessoas precisam saber que estas questões constam de nossas preocupações”, diz Fofão. Mostrar essa face demanda coragem para romper paradigmas e desmistificar o rótulo atribuído à categoria. Afinal, os metalúrgicos do ABC sempre protagonizaram lutas sociais, muitas vezes apresentadas pela mídia apenas como movimento trabalhista. “Queremos estender para a comunidade as conquistas que alcançamos no chão da fábrica”, afirma. Além da pluralidade das páginas da revista, o sindicato dispõe de site, programas na Rádio Z (87,5 FM) e Rádio ABC AM, e programas em canais regionais de TV. Com a base mantém linha direta pelo 0800 11 12 39, que funciona

como disque denúncia. “O usuário não precisa se identificar e sempre enviamos alguém para conferir”, afirma Fofão. A quantidade de ligações é grande e imediatamente o sindicato entra em contato com a empresa para solucionar o problema. As denúncias são na maioria sobre horas extras, diferença salarial para a mesma função, não pagamento de PLR, atraso de salário, não recolhimento do FGTS e atraso do 13° salário. O 0800 é divulgado sistematicamente pelo O Metalúrgico, jornal semanal do sindicato que veicula as principais informações de interesse da categoria. Quando há volume significativo de denúncias em uma mesma empresa, o sindicato convoca assembleia, organiza mobilização e até propõe paralisação. “Tentamos manter via de mão dupla porque não temos como estar o tempo todo em todas as empresas e a percepção dos trabalhadores é fundamental”, adianta.

Tuga Martins

M

iguel Rupp foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá com mais de 80 % dos votos e dirigiu a entidade de 1982 a 1988. O lastro da ditadura ainda se escondia nos corredores da entidade que sofreu diversas intervenções, mas contou com a garra de militantes para devolvê-la aos trabalhadores. A atuação de MIguel Rupp foi fundamental para varrer do mapa qualquer vestígio de repressão. Mas a trajetória de sindicalista data de mais tempo: 1967. Nascido em São Manoel em 1951, centrooeste de São Paulo, Miguel Rupp chegou a Santo André com cinco anos. Começou a trabalhar cedo, com o pai Martin, que era pedreiro e o levava como ajudante para as obras. Quando tirou carteira de trabalho aos 14 anos, o pai sugeriu que fosse trabalhar na indústria porque trabalho em obra era muito pesado. “Aos 16 anos decidi cursar Ferramentaria, no Instituto de Tecnologia Continental”, conta o sindicalista. Frequentou o curso de 1966 a 1969 e foi admitido em 1967 na Indústria Krause, que ficava na rua Sidney, em Utinga. Dali deslanchou a carreira. Na escalada passou pela Ford como mecânico de manutenção, pela ferramentaria da Cofap, Karmanguia, Volkswagen, General Eletric

Diego Barros

e Phillips. “Nos tempos da GE , eu frequentava as reuniões do sindicato que discutiam reposição das perdas salariais causadas no governo do general Figueiredo, quando o então ministro da Fazenda, Delfim Neto, manipulou os índices de inflação e retirou mais de 34% dos salários. Foi esta manipulação macabra que levou os sindicalistas do ABC à mobilização em favor da reposição. “Como a gente não tinha como fazer esta reposição via negociação, optamos pelas greves brancas, que eram paralisações dentro das fábricas que começaram na Scania e a GE aderiu”, lembra Miguel Rupp, que distribuía os chamados mosquitinhos, panfletos apócrifos, que criticavam a comida da empresa, o excesso de calor no setor da fundição e o volume de acidentes por falta de EPIs. “O sindicato não podia confrontar porque era tachado de comunista”, diverte-se o sindicalista. O tom de brincadeira de hoje, na época significava demissão. Os mosquitinhos insuflavam o clima de insatisfação dos trabalhadores e contribuíam para a conscientização política da categoria. “Muitas vezes a Polícia Federal aparecia e levava o representante sindical para pressionar atrás de respostas pela autoria”, afirma Miguel Rupp, que teve a sorte de nunca ser preso.


S INDICAL

79 anos

de glórias Com trabalhadores e políticos, sindicato comemorou importantes participações nas mudanças do país Shayane Servilha

O

Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá comemorou 79 anos de fundação em 23 de setembro. O evento contou com a participação de representantes dos trabalhadores e da comunidade. O presidente Cícero Firmino Martinha enalteceu a importância do primeiro presidente, Marcos Andreotti, que, para ele, é exemplo a ser seguido. “Foi um dirigente sindical diferente. A ideologia comunista, que foi assumida em plena ditadura, nunca mudou a postura e sempre teve

Diego Barros

participação ativa dentro e fora do sindicato”, afirmou. Entre as lutas e causas conquistadas, Martinha destacou a participação nas Diretas Já, a luta pelo voto da mulher e a campanha O Petróleo é Nosso, no governo de Getúlio Vargas. “Sempre lutamos para que o país fosse mais justo. Participamos das etapas de desenvolvimento, seja social, político ou econômico do Brasil. Podemos olhar com orgulho para o passado e percebermos que construímos um futuro digno”, disse o presidente. Diego Barros

Mesmo com tantas lutas e vitórias, o presidente defende que ainda é preciso fazer mais pela categoria e pela família. “Ainda falta o filho do metalúrgico ter oportunidade de estudar, entrar na universidade e adquirir mais conhecimento. Temos que quebrar esse paradigma de que só filho de rico tem direito à boa formação.” Em toda a história do sindicato, Martinha destaca o momento em que Lula foi eleito presidente. “É fato inédito no Brasil e no mundo, um operário ser eleito e reeleito com a aprovação de diversas classes. Mais que isso, também fez história ao eleger uma mulher”. Martinha antecipa que para os 80 anos da entidade está sendo preparada agenda especial. “Vamos publicar livro com a história e depoimentos de pessoas que passaram pelo sindicato. Além disso, digitalizamos todos os documentos e imagens marcantes e vamos fazer um vídeo”, adianta.


E DUCAÇÃO

D ECORAÇÃO

Flores

Qualificação para

manter emprego

para que te quero Motivos florais levam frescor e alegria primaveril para dentro de casa

Solicitação de seguro-desemprego três vezes em 10 anos exige curso de qualificação para reinserção no mercado

Shayane Servilha

João Schleder Divulgação

O

Divulgação

s padrões florais voltam aos poucos como tendência para a próxima estação. Na decoração, aparecem em vários estilos e tamanhos e refrescam o ambiente herdado do inverno. “É uma forma de estar em contato com a natureza, mesmo sendo um motivo estático. Essas estampas dão um tom mais familiar para a casa”, afirma a administradora, Roseli da Rocha. Apesar de pouco usados nos projetos da arquiteta Leila Nucci, os motivos florais aparecem nos detalhes. “Uma casa toda decorada com estampa floral tem caráter mais antigo e fica carregada. Por isso, o aconselhável é usar em detalhes até

Divulgação

mesmo em uma decoração mais moderna. Então, eleja um objeto para colocar um tipo de estampa e o restante use cores neutras”, recomenda. Os florais caem bem em quartos, principalmente, de casal. “Um adesivo de parede com flores deixa o ambiente romântico. Jogo de cama com estampas florais também é indicado. Prefira cores candy tons inspirados em doces: balas, marshmallows, macarons, amendoins coloridos -, pois não cansam e não precisam ser mudadas depois que passar a estação”, sugere a arquiteta. Na sala, o padrão pode ser adotado em almofadas ou tapetes. “Como é tendência de moda coloque capas nas pol-

tronas, sofás e cadeiras porque se enjoar pode ser trocada. O floral bem colorido em uma única poltrona dá destaque para a sala e não corre o risco de enjoar. O tapete de centro também é uma boa opção. É importante lembrar que tons escuros diminuem o ambiente e os claros aumentam”, detalha Leila Nucci. Cozinha e banheiro, onde os objetos são mais fixos, opte por componentes que possam ser substituídos e não gerem muito gasto. “Toalhas, panos, porta sabonete e até um sabonete desenhado com motivos florais. Nesses dois espaços o melhor é investir em objetos que sejam simples”, indica. Além das estampas, flores naturais são bem-vindas para compor a decoração. “A primavera nos dá mais opções, então prefira as naturais. Arranjos ficam bem em qualquer parte da casa. Somente na cozinha utilize pequenos vasos, com violetas ou pequenas folhagens”, defende.

A

atitude recorrente de alguns trabalhadores de ludibriar o recebimento do segurodesemprego, motivou o governo federal a alterar regras do jogo. Desde julho, quem solicita o benefíco pela terceira vez em período de 10 anos é obrigado a fazer curso de qualificação para receber o pagamento. O seguro-desemprego é benefício garantido na Constituição Brasileira que tem por objetivo, além de prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado sem justa causa, auxiliá-lo na manutenção e na busca de emprego, promovendo para tanto, ações inte-

Raquel Toth/PMSBC

gradas de orientação, recolocação e qualificação profissional. Na prática, muitas vezes não é o que acontece. Insatisfeito com o trabalho, o web designer Rodrigo, que pede para ser identificado apenas pelo primeiro nome, fez acordo com a empresa para que fosse demitido. “Estava registrado há mais de um ano e meio e estava cansado do serviço. Então pedi para ser demitido, pois sabia que teria direito ao seguro-desemprego por seis meses”, admite. Desempregado há dois, ainda não procura recolocação no mercado. “Quero descansar. Vou aproveitar a mamata”, ironiza. Gerente da Central de Trabalho e Renda de São Bernardo, Cristiane Silva não compactua com a tese de que a regra tenha sido criada para inibir casos como o de Rodrigo. “Não acredito. Esta medida tem como objetivo possibilitar que o trabalhador eleve a empregabilidade e a permanência no posto de trabalho. É ilusório pensar que os trabalhadores que acessam este benefício o fazem sem real ne cessidade”, defende.


E DUCAÇÃO

Regras Para cumprir a exigência, os trabalhadores devem procurar um dos cursos oferecidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado em 2011 com o objetivo de expandir a oferta de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira. Cerca de oito milhões de vagas serão oferecidas nos próximos quatro anos. O segurado deve apresentar o comprovante de matrícula nos cursos no ato do recebimento do benefício, nas agências da Caixa Econômica Federal. Os cursos são reconhecidos pelo MTE ou pelo Ministério da Educação (MEC) e possuem carga horária mínima de 160 horas. Os trabalhadores já receberão o benefício ao longo da realização dos cursos, que serão gratuitos e oferecidos por serviços nacionais de aprendizagem. Casa não haja curso disponível na área de atuação do trabalhador ou na cidade onde reside, a concessão do seguro deixa de ficar condicionada à realização da qualificação. Nesse caso, o trabalhador poderá receber o benefício normalmente, sem a necessidade de comprovação de matrícula. A gerente adianta que há relatos de pessoas que acham oportuna a possibilidade de se qualificar mais. Em contrapartida, outras admitem já possuir qualificação condizente com o exercício das funções, a exemplo do web designer citado. “Entretanto, ao saber que os cursos oferecidos se inserem no âmbito do Pronatec, ministrados pelas escolas do sistema S (Senai e Senac), no caso da região, os trabalhadores acabam mais motivados a participar destes cursos”, garante a gerente.

Nota vermelha,

e agora? Antes de descabelar e tomar decisões precipitadas, pais precisam ficar atentos para perceber o que levou o filho a ir mal na escola João Schleder

O

fim do ano letivo se aproxima e a ansiedade dos pais cresce devido às notas dos filhos. Boletins manchados de vermelho costumam apavorar e alguns rapidamente procuram reforço escolar, as famosas aulas particulares. “Os pais precisam acompanhar a vida escolar do filho desde o início do ano letivo, auxiliar nas lições de casa, organizar e manter uma rotina de estudos, c ontrolar as atividades em casa, limitando o uso de equipamentos eletrônicos, especialmente se estiverem comprometendo os estudos. Conversar com coordenadores pedagógicos da escola também é importante. Todos têm responsabilidades, mas o que acaba acontecendo muitas vezes é jogo de empurra-empurra”, diz o professor de Geografia, Rodrigo Bonicenha. Nota baixa é alerta, indica que algo vai mal. “O reforço escolar pode ser eficaz, mas antes de contratar professor particular (hora/aula custa

a partir de R$ 50) é necessário conversar com alguém da escola. A opinião da instituição de ensino é fundamental. Em alguns casos, o próprio colégio oferece o reforço necessário. Por isso é fundamental diálogo entre instituição e família”, aconselha o professor. Fabia Francielly, mãe de Washington Luiz Rack, 10 anos, ficou preocupada quando recebeu o boletim do filho, no 2º semestre deste ano. Notas ruins em Ciências e Artes acenderam o sinal de alerta. “Ele sempre foi bem na escola, nunca me deu esse tipo de dor de cabeça”, garante. A primeira opção foi procurar a Coordenação. “Disseram que não havia motivos para preocupação, pois a queda é algo normal para crianças que ingressam a 5ª série”, conta. Alunos podem encontrar dificuldades nessa mudança de ciclo, do fundamental I para o II, principalmente por conta de ser o primeiro ano com diversos professores. Apesar de não haver causa para desespero, Fabia foi orientada a criar rotina de estudos para Washington e organizar os horários do aluno. “Até então, confesso que ele estava meio solto dentro de casa, sem muitas obrigações. Agora estamos controlando tanto o uso do computador, quanto o do videogame. As professoras já perceberam sua melhora”, afirma a mãe. Seu filho não quer nada com nada? É comum ouvirmos pais esbravejando porque os filhos tiram notas baixas. Para Sueli Rodrigues, professora de História, especializada em Psicopedagogia, outros aspectos podem influenciar o desempenho do aluno na escola. Salas superlotadas, professores mal formados e com metodologias e didáticas equivocadas são exemplos nítidos de entraves para a aprendizagem. “O professor precisa ter feeling, perceber as necessidades de cada aluno individualmente”, defende a educadora. Rodrigues ainda destaca outras dificuldades, como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade: síndrome caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade), que impactam o desempenho do aluno em sala de aula. “Quando o aluno é diagnosticado na infância, facilita muito, pois existem intervenções

Diego Barros

Cristiane Silva acredita que se o colaborador teve rotatividade de três anos e quatro meses, novas qualificações poderão lhe dar emprego mais perene. “Atrelar a habilitação ao segurodesemprego à qualificação profissional eleva as possibilidades de reinserção e permanência no mercado de trabalho, já que há progressiva elevação das exigências de perfil e qualificação por parte do mercado de trabalho”, afirma.

Fabia e o filho Washington: rotina de estudos clínicas que auxiliam o desenvolvimento. O problema é quando a dificuldade é confundida com incapacidade”, completa. Mas afinal, vale a pena contratar professor particular? “É preciso destacar que cada caso é um caso. O importante é tentar diagnosticar quais motivos levaram o aluno a ter baixo desempenho. O reforço escolar se torna necessário quando a criança não consegue estudar sozinha. Muitas vezes não tem organização e disciplina ou porque ficou condicionada a estudar com os pais e, em determinado momento, estes não conseguem mais acompanhá-la”, diz a psicóloga Shirlei Paludette.


E SPECIAL

Tempos de negociação

permanente Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba leva conceito cidadão e reivindicações para negociações com empresas

Divulgação

O

Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba vai encerrar 2012 com saldo mais que positivo junto à classe trabalhadora. A japonesa Toyota chegou à cidade em agosto com 1,5 mil postos de trabalho com jornada de 40 horas semanais e atraiu 12 fornecedoras de peças e serviços, chamadas sistemistas, que adotaram a mesma prática. “Nossa base é crescente, temos 46 mil metalúrgicos na região, dos quais 82% estão em Sorocaba”, afirma o presidente Adenilson Terto da Silva. Há 10 anos, o total de metalúrgicos na base não passava de 20 mil. “Foi somente com o governo Lula que a categoria retomou o crescimento na região”, diz. Associados ativos e inativos somam 17 mil. A relação com as empresas tem sido amistosa e o sindicato apresenta o conceito da entidade juntamente com reivindicações importantes como PLR (Participação dos Lucros e Resultados) e plano de cargos e carreira. O conhecido sindica-

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Tuga Martins

Adenilson Terto: segundo mandato como presidente lismo cidadão levou dirigentes às portas das fábricas e a entidade se abriu para a comunidade. “É um conceito mais presencial que conquistou a confiança dos trabalhadores e conseguiu promover a organização dentro das fábricas”, diz o presidente. O sindicato existe há 60 anos, mas em 1983 o modelo sindical mudou, assim como o mercado com a inclusão de trabalhadores de eletroeletrônicos, autopeças e bens de capital. Adenilson Terto cumpre o segundo mandato como presidente da entidade mas a trajetória de dirigente sindical começou em 1995. Atuações marcantes da gestão de Ademilson Terto foram os acordos firmados em 2009 para evitar demissões durante a ameaça de crise na economia. Dezenas de acordos de incentivo à

produção foram firmados, mas nenhum deles incluiu redução salarial. Poucos meses depois, o setor metalúrgico saiu da crise, voltou a contratar e os trabalhadores não tiveram perdas salariais. O modelo de organização por Comitês Sindicais de Empresa (CSEs) mantém negociação permanente e não apenas durante a campanha salarial. A categoria conta com 120 membros de CSEs, distribuídos em 50 fábricas, além de um Comitê Sindical de Aposentados. “As negociações são por empresa e o trabalhador tem de entender até onde pode chegar, qual qualificação precisa ter”, afirma Terto, que aos poucos leva para dentro das corporações cultura progressista de transparência. “Uma discussão dessas mal feita pode acarretar aumento do turn over”, justifica.

O sindicato também destina atenção à manutenção dos empregos e tenta acabar com a prática de demissões diante de qualquer dificuldade econômica. Parceria com Senai e Sesi, bem como com a empresa Treinare, garante oferta de cursos específicos voltados à metalurgia técnica. Entre as principais marcas do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, a prática do chamado sindicalismo cidadão está em vigor desde 1992, Dessa forma, a entidade busca extrapolar a defesa do metalúrgico no ambiente de trabalho e se envolve em debates e iniciativas voltadas para o bem-estar do trabalhador na comunidade. “O conceito de Sindicato Cidadão também pressupõe incentivar a participação política do metalúrgico como forma de transformação da sociedade”, defende Terto. O Sindicato em Sorocaba participa ativamente das campanhas salariais coordenadas pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) e realiza assembleias de mobilização e atos públicos anuais para fortalecer as reivindicações da categoria. As campanhas salariais têm surtido efeito, pois há oito anos todos os acordos incluem aumento real de salários, entre 2% e 5% acima da inflação, valorização dos pisos salariais e novas cláusulas sociais na Convenção Coletiva. O salário médio do metalúrgico na cidade de Sorocaba está na faixa dos R$ 2.000 mensais para os trabalhadores da produção (R$ 2.700 caso inclua mensalistas


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sindicato fez pesquisa e chegou a diagnóstico de que Sorocaba precisaria intensificar a qualificação profissional dos trabalhadores. “Fizemos esforços junto ao governo do estado para a instalação de escolas técnicas na cidade e acredito que a questão foi suprida. Mas a atualização é sempre importante”, diz Terto. O sindicato também assina a criação do Banco de Alimentos, que fornece suprimentos para entidades assistenciais. A organização Mobilização: Terto incentiva trabalhadores em assembléias do sistema atraiu o Ceagesp, que Com a conclusão da campanha salarial 2012, o gerencia sobras e evita desperdício, bem como valor deverá ser reajustado. a Escola Paula Souza, que disponibiliza nutricio nistas. “Com o sucesso, alguns hipermercados Qualidade de vida também aderiram”, comemora o presidente. Walmart, Coop e Extra adicionam às toneladas A estrutura do sindicato impacta positiva- de alimentos por mês. mente a qualidade de vida dos associados e a visão da diretoria e aprimorar serviços e benefícios. Todas as ações da sede em Sorocaba se multiplicam nas subsedes instaladas em Iperó, Piedade e Araçariguama. A colônia de férias em Ilha Comprida acolhe momentos de lazer e descontração, mas no dia a dia, departamento específico detém a responsabilidade de zelar pela saúde do trabalhador, especialmente a condição mental. “Da reestruturação produtiva dos anos 1990 pra cá acelerou muito o ritmo, enxugou os prazos e apertou o cerco em torno da qualidade. Com isso, os trabalhadores sofrem pressão emocional, fora Clube de Campo: piscina lotada no Carnaval algumas empresas que ainda usam pressão e assédio moral. Ou seja, modernizaram o processo produtivo, mas não avançaram em recursos humanos”, afirma o presidente. A Secretaria de Formação de dirigentes se empenha em qualificar o comando da entidade. Os associados ainda contam com assessoria jurídica para cuidar de causas trabalhistas e diretoria dedicada a promover atividades culturais e esportivas. A entidade também se envolve em questões da comunidade como sustentabilidade e participação em conselhos municipais. Em 1996, por meio do Conselho Municipal de Emprego, o Colônia de Férias: descanso em Ilha Comprida

Bem mais que um

guarda-livros Kleber Paiva decidiu montar a própria consultoria contábil depois de gerenciar crise internacional Diego Barros

Shayane Servilha

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epois de gerenciar a crise internacional em 2008 como diretor financeiro operacional de empresa multinacional, o contabilista e perito da justiça federal Kleber Paiva criou coragem para abrir o próprio negócio, escritório de assessoria contábil para pessoas jurídicas e físicas. “Saí de crise financeira pela empresa, mas entrei em crise psicológica pessoal. Não me arrependo de ter saído. Existem pessoas que estão dispostas a cumprir horários e existem aquelas que precisam de mais que isso. Meu perfil é o último, é aquele que faz acontecer”, define-se. O mercado exige que o contabilista seja completo. O profissional precisa de visão geral e conhecimento em várias áreas. Precisa de paciência, saber dialogar. O contador não tem apenas o papel de fazer as contas e ser guardador de

Kleber Paiva: calma para o crescimento da KPCon livros. “Temos de mostrar perspectivas de crescimento para o cliente. Temos de ser parceiro e orientador de desafios”, defende. Trabalhar nunca foi problema para o empresário. Com apenas 13 anos vendia cocada na rua Oliveira Lima, aos 16 tornou-se ajudante de cozinha e aos 19 virou cozinheiro. A escolha da faculdade de Contabilidade não foi surpresa.

Como estagiário trabalhou na controladoria da Pirelli e posteriormente foi concursado como auditor interno. “A contabilidade foi se destacando em todos os empregos que passei. Com 13 anos já tinha noção de despesa e receita, débito e crédito”, orgulha-se. Com quatro anos de KPCon Contabilidade e Gestão, Kleber enfatiza calma para o crescimento da empresa. “Quere


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mos dar um passo de cada vez. A empresa não cresceu mais porque estamos controlando a entrada de novos clientes para poder continuar atendendo de maneira personalizada os clientes que já temos. A filosofia é: o cliente crescendo, a gente cresce junto.”

Mesmo cauteloso, quer em cinco anos de atividade aumentar cinco vezes o porte da empresa com novas parcerias. “Existem outros contadores e escritórios querendo fazer fusão conosco. Queremos um grupo que esteja preparado para atender qualquer necessidade do cliente. Isso só vai ampliar a gama de opções, mas para isso é necessário pensar e colocar no papel parceria”, afirma. Aos que querem firmar sociedade, a recomendação é que a base seja confiança entre as partes. “É casamento que não pode ter crise. Tem de pensar e repensar muito antes de fazer uma sociedade. A escolha do meu sócio foi baseada em amizade de muitos anos e

de extrema confiança. Contabilidade e advocacia andam juntas e essa parceria tem dado certo”, diz. Além da assessoria contábil, tributária, legal e para o terceiro setor, a empresa também oferece assessoria pessoal. “A vida moderna faz com que as pessoas físicas também precisem de orientação na vida financeira. Acompanhamento profissional pode evitar o uso de limite de cheque especial e empréstimos desnecessários”, acredita. SERVIÇO KPCon – Contabilidade e Gestão Rua: Cel. Abílio Soares, número 505, Centro, Santo André. Fone: 2379-7290 www.kpcon.com.br

Herança sindical

nas urnas Experiência do movimento sindical atrai confiança dos eleitores

João Schleder e Liora Mindrisz

Valor da Ficha limpa Almir Cicote (PSB) é sincero ao dizer que não ficou surpreso em ser o quarto candidato mais votado entre os 27 eleitos para a Câmara de Santo André. A conclusão é que os 5.736 votos que recebeu são frutos do bom trabalho realizado no primeiro mandato. “O projeto Ficha Limpa Municipal, de minha autoria, repercutiu de forma muito positiva na cidade. Recebi o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos, da OAB, da Acisa e isso refletiu nas urnas”, acredita. Reeleito para o segundo mandato, Cicote garante que tem outros projetos para o município. “Percebemos que o andreense está muito preocupado com a segurança e creio que também podemos avançar mais na área de esporte, lazer e cultura”, diz. Filho de José Cicote – ex deputado federal e vice-prefeito de Santo André –, Almir Cicote desde cedo acompanhou as grandes mobilizações do movimento sindical.

Vereador Cicote vai defender aprovação de projeto de lei da Ficha Limpa Municipal

Cada vez mais Petista eleito com maior número de votos em Mauá garante continuidade de luta pela categoria

Da fábrica ao Poder Legislativo com o maior número de votos em Mauá, Marcelo Oliveira (PT) nunca foi de abandonar o time. O início da militância sindical foi como representante da Cipa da General Motors em 1999. Anos mais tarde, em 2004, depois de crescer no sindicato e no PT, Marcelo concorreu pela primeira vez a vereador e conseguiu quase 1.400 votos. Quatro anos depois, foi eleito o vereador mais votado do partido com 4.513. Na reeleição este ano se superou e foi o vereador mais votado na cidade. A fórmula parece simples. Marcelo confia nos metalúrgicos, que o inspiram à política. No novo mandato, deve continuar a luta relacionada à Recap (Refinaria de Capuava). “Dentro do nosso diagnóstico sobre a crise, entendemos que a Recap atinge quase R$ 70 milhões por ano, mas o ICMS fica para São Caetano e Barueri porque não temos distribuidora”, dispara.


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Riqueza soterrada

Nascentes e córregos correm risco de sumir da superfície da região

cardo Guimarães Caetano, que foi diretor de Gestão Ambiental no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e sub-prefeito de Paranapiacaba e Parque Andreense na gestão do prefeito Celso Daniel. Algumas possibilidades são facilmente descartadas por João Ricardo, como destamponar córregos – processo inviável financeiramente e não prioritário – ou despoluir trechos – ação ineficiente já que depende da ação convergente das prefeituras por onde as águas passam. A gestão das águas nas áreas urbanas é observada como questão passível de intervenção através de políticas públicas que supram a carência de infraestrutura de lazer da poDiego Barros

Gabi Bertaiolli

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uem vive em qualquer uma das sete cidades do ABC dificilmente se dá conta que os municípios têm a maior parte do território em Área de Proteção de Mananciais. São áreas ricas em cursos d’água (rios, ribeirões e córregos) que, juntos, permitiram a constituição do reservatório da Represa Billings, responsável pelo abastecimento de 1,5 milhão de pessoas na região. Apesar da importância, a maioria dos rios, córregos e nascentes da região está canalizada sob ruas e avenidas e recebe esgoto doméstico. A Legislação Federal é clara ao priorizar a preservação, porém, as políticas de saneamento das cidades deságuam em outra direção. As diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico (Lei nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007), estabelecem, dentre os princípios fun-

damentais, a melhoria da qualidade de vida e das condições ambientais e de saúde pública e a adoção da bacia hidrográfica como unidade de referência para o planejamento de ações. Na prática, as políticas adotadas pelas atuais administrações do Grande ABC potencializam a canalização de córregos e, praticamente, ignoram a importância da recuperação de nascentes e manutenção das águas como objeto de infraestrutura no meio urbano. “A prática não só no ABC, como no Brasil, é esconder e não despoluir as águas. O que os gestores públicos buscam atualmente para as cidades? Só infraestrutura, obras que apagam a geografia da cidade, tornando-as artificiais. Construir avenidas beneficia o tráfego, mas impedem a criação, por exemplo, de parques lineares”, avalia o secretário executivo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, João Ri-

Córregos: canalizar é esconder problema

pulação e a aposta de João Ricardo é em opções que façam uso de áreas verdes e várzeas com parques lineares e ciclovias. “É preciso quebrar paradigmas e estimular a relação do munícipe com os rios. O local, ao ser bem tratado, oxigena a cidade. Os gestores públicos precisam pensar nos rios como ferramentas de infraestrutura”, completou. Exemplo de sucesso citado é o Parque Ecológico de Indaiatuba, inaugurado em 1992 (veja box). Poluição maquiada O advogado especialista em Direito Ambiental e secretário geral do Movimento em Defesa da Vida do ABC (MDV), Virgílio Alcides Farias, afirma que apesar do percentual de Áreas de Proteção aos Mananciais ainda preservados em Santo André (54% do território), São Bernardo (75%) e 100% nos casos de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, a atual política urbana de crescimento não respeita o Estatuto das Cidades, o qual preconiza a questão da cidade sustentável. “O entubamento dos rios e córregos é a melhor forma que os políticos encontraram para esconder o problema da má gestão do esgoto e do lixo nos centros urbanos. Maquiar a situação é a maneira mais simples de solucionar o quadro caótico”, dispara. Embora lamentável, não há possibilidade de enumerar as nascentes ainda vivas na região, mas Virgílio Farias ressalta a importância de validar a Política Nacional de Educação Ambiental, Lei nº 9.795, de 27

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C APA

Edison Carlos: retrocesso no saneamento impacta educação de abril de 1999, no que diz respeito a incluir a educação ambiental como componente essencial e permanente. “Não temos como reverter a atual situação. Porém, precisamos pensar no futuro. A escola é o local ideal para a educação ambiental permanente, não apenas para ações esporádicas, como Dia do Meio Ambiente. As crianças têm sensibilidade em relação à natureza”, defende. Por água abaixo Os três últimos levantamentos realizados pelo Instituto Trata Brasil, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), apontam que a qualidade do serviço de saneamento prestado em Santo André foi por água abaixo. A Política Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental consta da Lei Municipal nº 7.733, de 14 de outubro de 1998, a qual prevê preservação e recuperação dos rios, córregos, matas


Diego Barros

Mas dados do Trata Brasil revelam que oito dos nove contratos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) assinados em 2007 e 2008 para obras de saneamento estão paralisados na cidade. Três convênios teriam sido canceladas pelo Semasa junto à Caixa Econômica Federal, referentes à despoluição dos córregos Araçatuba, Guarará e Apiaí. O Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André negou fornecer dados.

João Ricardo: quebrar paradigmas e estimular a relação do munícipe com os rios ciliares e áreas florestadas, além do monitoramento de águas subterrâneas visando à manutenção dos recursos hídricos para as atuais e futuras gerações. “Era um município que progredia muito rapidamente neste quesito. Regredir significa criar impactos diretos na saúde, uma vez que o número de pessoas expostas à água poluída aumenta, gerando custos adicionais ao sistema de saúde”, avalia o presidente executivo do Trata Brasil, Edison Carlos. Mais que saldo negativo ao meio ambiente, o retrocesso impacta a educação, porque quando adoecem as crianças faltam às aulas. “Se a qualidade da água piora, o custo para o tratamento aumenta. E o preço volta para o cidadão de várias formas, sempre de maneira negativa”, diz.

O Plano Municipal de Saneamento Básico de São Bernardo do Campo não faz nenhuma menção a obras que visem recuperar cursos d’água e dar uso sustentável às áreas de várzea. Ao contrário, apresenta, detalhadamente, proposições de obras de macro-drenagem e canalizações do Ribeirão dos Meninos e Ribeirão dos Couros. Além disso, a Assessoria de Imprensa apontou o desenvolvimento de diversos projetos de canalização de córregos: Pindorama, no Jordanópolis; Ipiranga, na Vila Vivaldi; Capuava e Meninos, no bairro Demarchi; Saracantan, entre os bairros Baeta Neves e Nova Petrópolis; e Silvina, no Jardim Silvina. Sendo que, as três últimas já têm contrato assinado com empreiteiras para a execução das obras. No entanto, dois projetos da Secretaria Municipal de Habitação em parceria com o Governo Federal apontam para a recuperação ambiental de áreas degradadas, incluindo a recuperação de nascentes e Áreas de Proteção de Nascentes de Cursos D’Água: Urbanização Integrada de Assentamento Precários da Região do Alvarenga e Urbanização Integrada dos Assentamentos Precários Capelinha e Cocaia, localizados em área de proteção e recuperação dos mananciais da Represa Billings, ambos sendo contemplados com parques lineares e infraestrutura de lazer. Esta ação faz parte do Plano Local de Habitação de Interesse Social com metas até 2025. São Caetano foi o primeiro município da Região Metropolitana com 100% de esgoto coletado e tratado (2009). Para isso, foi construído o emissário de esgoto em extensão de 950 metros e com diâmetro de um metro junto ao Córrego dos Moinhos, que se estende desde o

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Pelo cano

Rrepresa Billings: preservação demanda mais que legislação entroncamento das avenidas Goiás e Presidente Kennedy, até a avenida dos Estados. Interligado ao sistema de captação da Sabesp, que conduz os dejetos à Estação de Tratamento do ABC (ETE-ABC), 95% da sujeira é retirada e a água volta limpa ao leito do rio. Sendo assim, os rios que cercam e cortam a cidade não recebem mais esgoto: Córrego dos Moinhos, Ribeirão dos Meninos e Rio Tamanduateí. A assessoria de imprensa do Departamento de Água e Esgoto de São Caetano do Sul (DAE-SCS), informou que os córregos do município estão todos canalizados e, nas divisas, estão a céu aberto, mas são de responsabilidade

do Governo do Estado de São Paulo. “São Caetano não pode se furtar de discutir casos de córregos em áreas de limite de município. Já que universalizou os serviços, deveria dar exemplo”, destacou o presidente do Trata Brasil. Vale destacar que acidade ainda não equacionou o problema de drenagem. “São Caetano tornou-se impermeável e suscetível a enchentes, tirando o esgoto do trajeto normal e espalhando-o pela cidade”, completa Edison Carlos. Nascente preservada Em Mauá, a ampliação do sistema de esgotamento sanitário no Jardim Itapeva e Jardim

Adelina, realizado pela Foz do Brasil, concessionária responsável pela gestão dos sistemas e serviços de esgotamento sanitário, eliminou 12 pontos de lançamentos de esgoto que contribuíram para a despoluição da nascente do rio Tamanduateí. Nesta região, o lançamento do esgoto das residências ocorria diretamente nas águas. O objetivo da concessionária é garantir que, até 2014, 100% do esgoto coletado em Mauá receba tratamento adequado. Está sendo elaborado o Plano Municipal de Saneamento (contendo o Plano de água, de Esgoto e de Meio Ambiente) que deverá ser editado pela Prefeitura e no momento tem a


coordenação da Arsae – Agência Reguladora de Água e Esgoto. “Mauá carece de investimentos no setor, principalmente no que diz respeito ao tratamento do esgoto coletado e nas ações para evitar perda de água”, diz Edison Carlos. Lançado em 2010, não vingou o Projeto de Recuperação de Nascentes da Prefeitura de Diadema em parceria com a Companhia de Saneamento do município (Saned) e a Faculdade Anhanguera, que previa o mapeamento, estudo da qualidade da água de cada local e, por fim, sua recuperação. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura informou que foram identificadas 44 nascentes, sendo quatro em área de manancial. A realidade pode ser vista nas ruas: a maioria dos córregos de Diadema já foi canalizada, mas,

a Administração faz questão de ressaltar que é feita limpeza periódica a cada seis meses. Para alcançar índice de 100% de esgoto tratado, Diadema construirá o coletor tronco Couros, cujo projeto executivo foi contemplado pelo PAC 2, o qual encontra-se em análise para aprovação na Caixa Econômica Federal. A estimativa é cumprir a meta até 2018. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra estão totalmente inseridos em áreas de Proteção de Mananciais. As atuais políticas de saneamento de Ribeirão Pires seguem o Plano Municipal de Saneamento Básico – Água e Esgoto, além de legislações que protegem e recuperam não só as nascentes, mas também os córregos municipais, a Represa Billings e a mata ciliar.

Eliandro Figueira ACS/PMI

Basta vontade Parque linear em Indaiatuba é exemplo de solução sustentável

Construído nas várzeas do córrego Barnabé, o Parque Ecológico de Indaiatuba (SP), projeto do arquiteto e urbanista Ruy Ohtake, conta com 15 quilômetros de pistas de caminhada, ciclovia e ciclofaixas. A extensão inclui bosques, lagos, jardins, áreas de recreação, campos de futebol de areia e vôlei, quadra de tênis, pista de bicicross oficial, pista de skate profissional, raia de remo olímpico, equipamentos de ginástica, inclusive para a terceira idade, uma praça de eventos, parque temático infantil e um teatro multidisciplinar.

Um velódromo também está em construção. No local foi instalada Estação de Tratamento de Água em 2005, com capacidade para 100 litros por segundo, que abastece o maior bairro do município, o Jardim Morada do Sol, com 20 mil habitantes. “O córrego é considerado de classe 2, ou seja, com água que requer pouco tratamento, tanto que o manancial que corta o município é muito usado para o lazer da população, incluindo a pesca”, afirma o superintendente do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Nilson Alcides Gaspar.


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Promessas de palanque

na ponta do lápis

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Novas gestões terão de encaixar plano de governo nos limites orçamentários e honrar dívidas herdadas Roberto Barboza

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m 1° de janeiro, quando as novas gestões municipais tiverem início, os prefeitos eleitos em 7 ou 28 de outubro terão a tarefa de tirar os planos do campo das ideias e por na ponta do lápis. Encaixar as promessas de palanque no orçamento dos municípios demanda considerar o impacto do desempenho da economia nacional e mundial nos negócios regionais e possível dieta da arrecadação pública, bem como encarar a planilha de dívidas herdada dos antecessores. O desafio é viabilizar a implementação das políticas pretendidas sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que delimita a possibilidade de débitos públicos em 120% do orçamento. Além de determinar prioridades e possibilitar

à sociedade conhecer e fazer pressão sobre a arrecadação e gastos públicos, o orçamento disciplina todos os programas e ações do governo e nenhuma despesa pública pode ser executada sem estar consignada. Desde a Constituição de 1988, o Legislativo pode apresentar emendas indicando origem dos recursos. Vale lembrar que o orçamento em Santo André, como o processo eleitoral segue para segundo turno, tanto Aidan Ravin (PTB) como Carlos Grana (PT) terão, se eleitos, orçamento de R$ 2.190.353.252 em 2013. O valor consta da peça orçamentária em trâmite na Câmara Municipal. A arrecadação da cidade em 2011 foi de R$ 1.615.519.098,58, de acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o endividamento no fim do exercício foi de R$ 1.544.018.791,30.

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Santo André: Aidan Ravin (PTB) e Carlos Grana (PT) disputam prefeitura cujo orçamento para 2013 é de R$ 2.190.353.252

Em busca da reeleição, o candidato petebista estruturou plano de governo em verbos conjugados no passado. Ou seja, atém-se aos feitos da atual administração. O que pontua para o futuro cai em discurso voltado à continuidade sem qualquer inovação. Recorre aos altos índices de empregabilidade registrados na cidade como se fosse mérito da gestão municipal e não de políticas macroeconômicas aplicadas pelo governo federal de Dilma Roussef. O programa do PTB sublinha que de janeiro de 2009 até junho de 2012, período que compreende o ano afetado pela crise financeira global, Santo André contabiliza a geração de 32.852 empregos com carteira assinada na indústria, no comércio e nos serviços, o que equivale a 782 novos empregos por mês ou 26 empregos por dia, incluindo na conta sábados, domingos e feriados. O petista Carlos Grana vem ancorado em outras experiências. Ferramenteiro formado

pelo Senai, foi eleito em 1983 o dirigente sindical mais jovem do país. Concorreu a deputado estadual e se elegeu com 127 mil votos, sendo o candidato mais votado no PT. Na Assembleia Legislativa apresentou 26 Projetos de Lei, entre os quais o que institui o Bilhete Único em todo o transporte coletivo da Região Metropolitana de São Paulo. O plano de governo apresentado aos eleitores traz geração de mais e melhores empregos, priorizando investimentos em setores de alta tecnologia e de empresas geradoras de alto valor agregado; desenvolvimento urbano sustentável, implantação do Bilhete Único com integração temporal e gestão junto aos órgãos estaduais para implantação no prazo de 90 dias; mais quatro UPAs 24h (Unidades de Pronto Atendimento) nos bairros Capuava, São Jorge, Camilópolis e Jardim Alvorada, em parceria com o governo federal, bem como garantia do melhor funcionamento das três existentes; e instituição

da escola em tempo integral, ampliando, gradativamente, a carga horária no Ensino Fundamental, com atividades esportivas, artísticas, aulas de idiomas, entre outras. Luiz Marinho irá iniciar o segundo mandato com orçamento de R$ 3.716.113 bilhões. O montante coloca São Bernardo como município com a segunda maior arrecadação do Estado de São Paulo, atrás apenas da Capital. O endividamento no fim do exercício de 2001, disponibilizado pelo TCE, era de R$ 1.682.532.760,99. O plano de governo do petista traz compromisso de promover a melhoria dos espaços urbanos, do meio ambiente, da conservação e limpeza e da qualidade de todos os serviços. Destaca a mobilidade urbana como grande desafio da cidade e bandeira da próxima gestão. Mobilidade inclui transporte coletivo e o discurso de campanha aborda a implantação da Linha 18 – Bronze do Metrô, que ligará São Bernardo à


Amanda Perobelli/ABCD Maior

rede metropolitana através da Estação Tamanduateí, os 12 Corredores de Transporte Coletivo, incluindo os dois grandes eixos da cidade (Leste-Oeste e Norte-Sul). Dos projetos constam construção de conjuntos habitacionais, regularização fundiária, de remoção de favelas e áreas de risco, bem como intervenções e licenciamentos ambientais. O plano reserva espaço para os feitos da administração e a continuidade de obras de drenagem da ordem de R$ 891 milhões para solucionar enchentes no Centro, Alvarenga, Silvina, Saracantan, Vivaldi, Orlandina, Rua Warner, Jordanópolis e no Demarchi. Fim da dinastia Depois da zebra nas urnas, São Caetano se despede do PTB que governou a cidade por 30 anos. O peemedebista Paulo Pinheiro assumirá o Palácio da Cerâmica em 2013 com orçamento de R$ 957 milhões. A peça orçamentária ainda está em trâmite no Legislativo Municipal e a dívida do município no fim do exercício de 2011 era de R$ 93.394.411,58. O prefeito eleito acumula experiência de quatro mandatos como vereador e do Programa de Governo constam intervenções nos cortiços, promover o desenvolvimento social em paralelo ao desenvolvimento econômico, Programas de Atualização e Capacitação Profissional dos Professores e demais funcionários das escolas, retorno publicitário gerado pela manutenção de esportistas de alto desempenho patrocinados pela Prefeitura, política cultural a partir da diversidade de ideias e das diferentes linguagens, a fim de resgatar as raízes. Diadema é berço das administrações petistas. Foi o primeiro município a eleger prefeito do PT, Gilson Menezes, hoje vice de Mario Reali, que disputará o comando do Paço com Lauro Michels (PV). Quem assumir em 1° de janeiro estará bem mais aliviado que o governo antecessor em 2008. Entre 2009 e 2010, a Prefeitura sofreu sequestros de quase R$ 40 milhões para quitar dívidas judiciais. Mario Reali alegou na ocasião que a retirada de recursos do tesouro municipal atrapalhou a implementação integral do plano de governo. O petista afirma que

São Bernardo: Luiz Marinho inicia segundo mandato com orçamento de R$ 3.716.113 bilhões

na cidade, Plano Municipal de Arborização, implantação das ações do 3º Plano Municipal de Segurança com prioridade para o policiamento preventivo; elaboração do Plano Municipal de Juventude com prioridade à ampliação da inclusão social em projetos como Adolescente Aprendiz e Projovem Adolescente, parcerias com entidades que realizam cursos preparatórios para ingresso de jovens no ensino Médio/Técnico – Etecs e Senai. Também está previsto aumento do efetivo da GCM com reforço na Ronda Escolar e na Ronda preventiva e comunitária nos bairros através da Operação Anjos do Quarteirão; criação do Programa Vizinhança Solidária; fortalecimento dos Pontos de Cultura e a produção local; Plano Municipal de Cultura e criação da Escola Livre de Artes e a Escola de Danças de Diadema. Isso sem entrar no detalhamento na área de Educação e Saúde. Em todo o processo eleitoral, Lauro Michels recebeu críticas por não ter apresentando Plano de Governo. Para rebater, o verde soprou aos quatro cantos da cidade que em ideias próprias para resolver os problemas do município e não precisa plagiar o plano de governo dos adversários. Em campanha, insistiu que a cidade está financeiramente quebrada. Do discurso consta a falta de política de incentivo à geração de

empregos e o gargalo da falta de mão de obra qualificada para a indústria. A solução apontada seria criação de parcerias com o Ciesp e outras entidades. Michels defende a necessidade de parcerias e pesquisas para direcionar as grades dos cursos universitários da cidade à demanda nos setores industrial, comercial e de serviços além da ampliação dos cursos da Fundação Florestan Fernandes. O candidato governista à prefeitura de Mauá, Donisete Braga (PT) vai disputar o segundo turno com a adversária Vanessa Damo (PMDB). O vencedor terá orçamento estimado de R$ 794.000.000, ainda não aprovado pelos vereadores, e o endividamento em 2012 foi de R$ 847.437.990,72. A principal promessa do petista é trabalhar para que a cidade deixe de ter uma das rendas per capita mais pobres do estado. Também está disposto a renegociar com a Caixa Econômica a dívida da prefeitura, hoje em R$ 1,2 bi. Donisete pretende buscar R$ 170 milhões da refinaria de petróleo, que hoje fica com São Caetano e Barueri, para aumentar o orçamento da cidade. Para atrair novas empresas, o plano de governo do PT aposta na localização estratégica de Mauá que dispõe de fácil acesso ao aeroporto internacional de Guarulhos, ao Porto de San Luciano Vicioni/ABCD Maior

o volume de investimentos poderá retomado na totalidade a partir de 2013. A Prefeitura de Diadema garante zerar a dívida com precatórios antes dos 15 anos previstos pela Emenda Constitucional 62, que regulamentou sequestros de receita por conta de passivos judiciais. A administração possui déficit dessa natureza na ordem de R$ 206,1 milhões, distribuídos em 409 processos. O orçamento para 2013 é de R$ 1.015.000.000. O valor representa 21% a mais na arrecadação em comparação a 2012. O Plano de Governo de Mario Reali inclui implantação dos parques Alberto Jafet, Miguel Reale e Chico Mendes, intensificação da coleta seletiva

São Caetano: Paulo Pinheiro encerra dinastia do PTB e terá R$ 93.394.411,58 para iniciar mandato


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tos e às principais rodovias do país. Com mais recursos, as políticas de inclusão social ganharão reforço no orçamento. Como quase 80% da população de Mauá depende do Sistema Público de Saúde, o SUS, a proposta é incluir o Hospital Nardini nos custos do Governo do Estado. Na área educacional, a batalha é instalar campus da UFABC no município, bem como aprimorar a qualidade do ensino nas escolas municipais, oferecendo qualificação permanente aos educadores. O principal assunto abordado no plano de governo de Vanessa Damo é a saúde pública. Entre os projetos da peemedebista está a construção de cinco UPAs (Unidade de Pronto Aten-

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dimento) com atendimento 24 horas nas principais regiões do município. Também propõe parceria com a Santa Casa de Misericórdia para prestação de serviços por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). Para a área urbana, a pretensão é asfaltar 100% das ruas. O projeto tem até nome: Asfalto nos Bairros. Serranas Saulo Benevides (PMDB) foi eleito prefeito de Ribeirão Pires com 58,31% dos votos e prometeu mudar o jeito de administrar a cidade. O orçamento para 2013 é de R$ 230 milhões e as dívidas no fim de 2011 somam R$

Mauá: Donisete Braga (PT) enfrenta Vanessa Damo (PMDB), vencedor terá orçamento estimado em R$ 794.000.000

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Ribeirão Pires: Saulo Benevides (PMDB) terá R$ 111.919.453,48 para administrar a cidade no primeiro ano de mandato Rio Grande da Serra: propostas do prefeito eleito Maranhão (PSDB) terão de caber nos R$ 59 milhões estimados para 2013

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Diadema: orçamento de R$ 93.394.411,58 aguarda governo de Mário Reali (PT) ou Lauro Michels (PV)

111.919.453,48. A prioridade do futuro governo é cuidar da Saúde de Ribeirão Pires. A premissa é estancar o desvio e desperdício de dinheiro público. A proposta é estruturar a saúde com equipamentos de primeira linha e trazer à cidade atendimentos indispensáveis, não disponíveis nas UBSs. Para a educação, o prefeito eleito propõe instituir programas de melhorias contínuas, atualizar os laboratórios, construir creche no bairro Jardim Nossa Senhora de Fátima, estimular convênios com os governos estadual e federal para melhoria do ensino, inclusive o superior. Benevides quer resgatar a Orquestra Sinfônica do Município, instituir programa de teatro para todos, além de incentivos culturais para juventude e terceira idade. O turismo também consta do plano com melhorias do Festival do Chocolate, investimento na Festa do Pilar, criação da fábrica de chocolate e de espaço especial e temático turístico na região central. Luís Gabriel da Silveira, o Maranhão (PSDB), foi eleito prefeito de Rio Grande da Serra com 60% dos votos válidos e terá R$ 59 milhões, estimados para 2013. Apoiado pelo atual prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB), o sucessor propõe ampliação dos programas de saúde existentes, contratação de mais médicos para o quadro clínico, criação e implantação da Coordenadoria de Apoio à Dependência Química (Álcool e Drogas) entre outras especialidades, bem como a troca, manutenção e ampliação da frota

de ambulâncias e veículos dedicados à Saúde. Para a educação, o plano de governo prevê ampliação da oferta de vagas em creche e escolas municipais, construção de Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) e Creche na Vila São João para atendimento da demanda daquele Bairro e do Jardim Guiomar e Jardim Raquel, continuidade do Programa de Controle Nutricional da Merenda Escolar, reforma das Unidades Municipais de Ensino com implantação de sistema de segurança por câmeras para monitoramento dos educadores e familiares, além da uniformização dos alunos da Rede Municipal. Em infraetsrutura, as propostas são adequação do Plano Diretor à nova Lei Específica da Billings, ampliação da pavimentação do Parque América, construção da Praça do Mirante na Área Central com bulevar e espaço de convivência, continuidade do Programa de limpeza dos córregos (combate às enchentes), criação da Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo, aprimorar a Defesa Civil para o Plano Municipal de Redução de Riscos, execução de passeios nas avenidas José Bello e Guilherme Pinto Monteiro, instalação de um Parque Ecológico na Avenida Jean Lieutaud, manter diversas Equipes de Manutenção e Limpeza dos Bairros, Parque dos Ipês e Parque do Cambuci, melhoramento das ruas do Jardim Guiomar, melhoramento das ruas do Parque do Governador e mais uma lista de melhorias e obras. Será que dá?


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Diego Barros

História em risco Canibalismo imobiliário ameaça patrimônio da Chácara Colúmbia em Rudge Ramos

Roberto Barboza

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Chácara Colúmbia, última área verde particular em Rudge Ramos, é alvo de canibalismo imobiliário, câncer urbano ainda mais nocivo que a conhecida especulação imobiliária. Os aproximadamente 14 mil metros quadrados de área verde e 800 metros quadrados de construção em arquitetura modernista, de meados do século passado, estão em risco e são motivo de preocupação de moradores e historiadores por ser a única área com estas características no ABC.

Incorporada ao patrimônio do então Banespa pelo não pagamento de dívidas do último proprietário, Gregório Marín Preciado, primo do ex-governador José Serra, citado no livro Privataria Tucana do jornalista Amaury Ribeiro Jr., o imóvel foi a leilão em 1996 e arrematado pelo empresário Sergio Roberto Balotim e os sócios José Emilio Pessanha e Sidney Brochim pelo valor de R$.1.280.000.00, quando o valor venal era R$ 7.210.842,36. Em 2005 os novos proprietários solicitaram a demolição do imóvel e, devido a

denúncias de vizinhos sobre intervenção na construção, a obra foi embargada pelas autoridades municipais. Vizinhos da chácara perderam o sono quando apareceram faixas anunciando construção de apartamentos de alto padrão no local. Imediatamente a professora Meire Lima promoveu abaixo assinado contra a destruição. “Nasci e cresci vizinha desta chácara. O caseiro, vez ou outra, permitia que as crianças fossem colher frutas que existiam e ainda existem em abundância”, diz Meire. Naquele tempo, o então proprietário da indústria de persianas Colúmbia, Armando Chimenti, cedia o imóvel nos fins de semana para funcionários utilizarem como clube de campo. A escritura em nome do industrial data de 1970. Grupo de estudos do Conselho Municipal do Patrimônio Arquitetônico Histórico e Cultural de São Bernardo (Compahc) concluiu que o imóvel acolhe história muito mais antiga. A chácara fazia parte das terras do coronel Agenor de Camargo Diego Barros

que, além de abranger praticamente todo atual bairro de Rudge Ramos, antigo Sítio dos Camargo, atravessava o ribeirão dos Meninos e se expandia por Santo André. O primeiro proprietário teve papel importante na região: “Foi eleito prefeito do então município de São Bernardo do Campo, por duas vezes ocupando o cargo de 1896 a 1897 e de 1898 a 1904, sendo o terceiro prefeito desde a criação do município em 1889”, diz o relatório do conselho concluído em maio de 2008. A chácara Colúmbia já fazia parte de lote de 40 imóveis cujo tombamento provisório estava em estudos pelo conselho. “Com cerca de 15 integrantes, metade de representantes de entidades da sociedade civil e o restante indicado pela administração municipal, a pressão imposta pelos interesses econômicos e políticos é muito grande. A manifestação dos moradores por meio de abaixo assinados e telefonemas aos conselheiros foi fundamental para reverter, Quarteirão verde: 14 mil metros quadrados com vegetação e arquitetura modernista

Diego Barros

M EIO AMBIENTE

Simone Scifoni: impedir a destruição do patrimônio ao menos temporariamente, a destruição do patrimônio”, afirma a professora de Geografia da USP, Simone Scifoni, conselheira do Compahc desde 1998 e responsável pelo relatório final do grupo de estudos, que defende a preservação integral do imóvel bem como o uso público. Censo comum A expectativa de o município desapropriar e tombar integralmente a chácara como patrimônio público em virtude dos atributos históricos, naturais e sociais, também é compartilhada pela professora Meire Lima. “O fato de estar localizada ao lado de escola


Diego Barros

Meire Lima: abaixo assinado e indignação dos moradores estadual possibilitaria que o espaço fosse utilizado para aulas e estudos de educação ambiental e atividades culturais. Além disso, a chácara e o colégio fazem divisa com rede de transmissão da Eletropaulo onde está uma das únicas nascentes naturais do bairro. Esta área poderia ser utilizada para implantação de horta e viveiro de mudas”, argumenta Meire. Por força de lei, o proprietário da chácara foi obrigado a contratar empresa para promover estudos arqueológicos antes de iniciar as obras de construção de várias torres de apartamentos. Levantamentos preliminares indicaram fortes indícios da existência de sambaquis no local. Estes vestígios arqueológicos são compostos por aglome-

rados de cascas de moluscos. Como a chácara está localizada na antiga rota dos primeiros desbravadores de São Paulo, inclusive do jesuíta José de Anchieta, existe a possibilidade do local ter servido de ponto de descanso em 1650. Chamada em tupi como peabiru (antigos caminhos indígenas) a rota ficou conhecida como Calçada do Lorena um século depois, em 1789. O Caminho do Mar foi imponente construção pavimentada com lajes de granito no trecho de serra, contemplava mais de 70 pontes e durante várias décadas era a única ligação entre o planalto paulista e o litoral. Da antiga obra resta apenas o trecho de serra da Estrada Velha do Mar utilizado apenas para passeios turísticos. Lei federal prevê que o encontro de evidências arqueológicas na Chácara Columbia precisa ser informado ao Iphan (Instituto Nacional do Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Natural). “Os objetos encontrados devem ser encaminhados à guarda de algum museu local

pois se trata da única área verde ainda preservada em parte no bairro de Rudge Ramos, oportunidade única de se fazer um trabalho sistemático, a fim de resgatar algum testemunho deste período histórico , talvez até do período pré-colonial”, defende Charles Bonetti, arqueólogo responsável pelos estudos preliminares no local. Silêncio suspeito

Os personagens envolvidos nas histórias passada e recente da Chácara Colúmbia são, no mínimo, emblemáticos. Gregório Marin Preciado, conhecido como Espanhol, primo do candidato à prefeitura de São Paulo, é citado no capítulo oito do livro Privataria Tucana do jornalista Amaury Ribeiro Junior. Segundo o autor, o antigo proprietário da chácara teve dívida de R$ 448 milhões com a agência Rudge Ramos do Banco do Brasil reduzida a irrisórios R$ 4,1 milhões. O perdão da dívida teria ocorrido quando José Serra ocupava o Ministério do Planejamento na Lei federal prevê que o encontro gestão de Ferde evidências arqueológicas na nando Henrique Cardoso. Chácara Columbia precisa ser A dívida acuinformado ao Iphan mulada pelo ou centro de estudos. Proviso- empresário foi resultado de suriamente os objetos estão sob cessivos empréstimos para as a guarda do Museu de Arqueo- empresas Gremafer, em Rudge logia e Etnologia – da Universi- Ramos, e Aceto - Vidros e Crisdade de São Paulo - MAE-USP”, tais, em São Paulo, ambas de esclarece a conselheira Simo- sua propriedade. A atual admine e continua: “Daí a impor- nistração de São Bernardo, detância da realização de sonda- pois de diversos contatos, não gens arqueológicas no interior se manifestou sobre as intenda antiga Chácara Colúmbia, ções com relação ao imóvel.


Gôndolas em

movimento Sucesso do programa Mexa-se inspira Coop a lançar linha de produtos saudáveis

João Schleder

F

oi com o intuito de fortalecer a marca que em 2007 a Coop – Cooperativa de Consumo criou o Mexa-se Saúde e Qualidade de Vida, iniciativa voltada à saúde dos cooperados,

bem como da comunidade. Mas o sucesso do programa inspirou a Coop a lançar no ano que vem, linha de alimentos saudáveis, que serão comercializados na rede. “Não posso falar mui-

to sobre isso, pois o projeto ainda não saiu do papel. Mas será mais um passo importante para melhorarmos ainda mais nosso relacionamento com nossos cooperados”, adianta o gestor de Marketing da Coop, Celso Furtado, idealizador do programa. Carro chefe do programa, corrida e caminhada atraem milhares de pessoas para a prova, que encerra a temporada. Durante o ano, mais de mil cooperados de 15 unidades da região praticam atividades físicas duas vezes por semana e recebem assistência contínua de educadores físicos, nutricionistas, cardiologistas. “Além das ações que compõem o programa, oferecemos Ciclo de Palestras, que aborda temas como beleza e saúde”, afirma Thaís Cristine Rossi, do marketing da Coop. Antes de criar o Mexa-se, a Coop mantinha a marca ligada a saúde e esporte por meio do patrocínio de diversos eventos esportivos da região. “Apoiamos muitos eventos, mas percebemos que tínhamos pujança para andar com as próprias pernas. Começamos então com a corrida anual. A ideia, porém, não era apenas promover competições esportivas, mas também cuidar da saúde de nossos cooperados ao longo do ano. Precisou de pouco tempo para o programa crescer e passar a contar também com encontros semanais”, conta o gestor. Nas cinco edições do Encontro Coop de Corrida e Caminhada, a participação foi intensa, contando, inclusive, com a presença de atletas estrangeiros. O grande salto veio em 2009, quando mais de 12 mil pessoas participaram. O encontro está consolidado e é considerado o maior evento esportivo do ABC. “Hoje, o Mexa-se é esperado por toda a cidade de Santo André, e está no calendário de esporte da cidade”, afirma Thaís Rossi. “Além de moradores da região, recebemos pessoas da capital, pois nossa prova acontece no mesmo dia em que São Paulo recebe a Fórmula 1, em 25 de novembro, e, como o município não pode abrigar corridas de rua nesta data, muitos acabam vindo para cá”, justifica Furtado. Público recorde

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Para a edição deste ano são esperados mais

Diego Barros

N EGÓCIOS

Celso Furtado: novos produtos para melhorar relacionamento com cooperados de 21 mil participantes, com 7.500 inscritos para correr ou caminhar. Até meados de setembro, mais de quatro mil pessoas já haviam garantido vaga no evento, número 30% maior se comparado com o mesmo período do ano passado. Dado interessante em pesquisa feita pela Coop aponta que muitos corredores e caminhantes participaram mais de uma vez do evento. “Nossa prova é reconhecida no calendário de corridas e caminhadas por aliar qualidade e valor de inscrição justo, metade do que costuma-se cobrar em eventos similares”, diz o gestor.


T URISMO Divulgação

Jóia do

Adriático Croácia é destino certo para exploradores de história e natureza

Liora Mindrisz

T

erra de Marco Pólo, aventureiro que traz do berço um eterno mistério, a Croácia é prato cheio para exploradores. Com 11 parques naturais, oito parques nacionais, um litoral que ultrapassa cinco mil quilômetros e mais de mil ilhas, o país europeu pode surpreender os mais desavisados com história e beleza natural. Prestes a se juntar à União Européia, a Croácia ainda usa a moeda local, kuna, o que atrai muitos vizinhos em busca da equação perfeita entre encanto e preço bom. O fato do idioma do país ser o croata, língua eslava que, apesar de ter alfabeto latino possui

letras irreconhecíveis, a população fala fluentemente o inglês e, em determinados locais, até italiano devido à colonização veneziana ocorrida em praticamente toda a costa. A herança vale também para a gastronomia, prioritariamente mediterrânea. Risotos e massas com peixes e frutos do mar são bem vindos à mesa. Aceite também os vinhos da casa, que têm bons preços e qualidade. Embora o litoral seja agitado e com alto astral, nem só de alegrias viveram os croatas. Descendente do império romano e mais tarde do império austro-húngaro, a Croácia só deu fim à

guerra que a separou do socialismo e da Iugoslávia na década de 1990. Foi muita luta. Por mais que as cidades cercadas por muralhas e os castelos sejam colírio para os olhos, pode-se notar à beira das estradas vilas inteiras que tiveram de ser abandonadas pela guerra ou marcas de balas em edifícios de qualquer cidade que se visite. Caso a intenção seja percorrer o país, são necessários ao menos 10 dias. Mas se quiser fazer com calma, reserve quanto tempo as férias permitirem, pois vale a pena. Se for necessário economizar na viagem não hesite em procurar bed&breakfasts, hospedarias simples que muitas vezes são residências de moradores locais e que cobram menos que hotéis. É ótima opção para casal, pois a maioria tem quartos para dois. Além de ser o suficiente para quem precisa dormir bem e tomar um banho antes de continuar a viagem, também permite conhecer mais a cultura croata por meio dos anfitriões. Locais seguros podem ser encontrados nas casas de informações turísticas oficiais, que costumam ser solícitas não só quando se trata em hospedagem, mas em passeios também. Alguns fazem o meio de campo com a hospedaria gratuitamente e sem tirar vantagem do turista. Confie! Para quem optar pela aventura, a primeira coisa que se deve saber é que as auto-estradas são ótimas, a gasolina é mais barata do que no restante da Europa (e até do que no

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Drubovink: vista do alto (acima), praia Lapar (meio) e vida noturna agitada na Cidade Antiga (abaixo)

Divulgação Divulgação


Brasil) e que a habilitação brasileira é suficiente para dirigir na Croácia. Quem quiser economizar, fugir dos horários tabelados dos ônibus, e ainda ficar livre para curtir o roteiro pode alugar um carro e por o pé na estrada. De norte a sul Ao norte, onde a Croácia faz divisa com a Eslovênia e quase toca a Itália, uma das unanimidades dos visitantes é passar pela Península de Istria. Lá, a principal cidade é Pula que, ao mesmo tempo em que abriga uma grande quantidade de prédios romanos que resistiram aos séculos, como a impactante arena de três mil anos, também possui o transparente inenarrável do mar Adriático. De Pula partem as embarcações para as Ilhas Brujini, que também abrigam a beleza de ruínas romanas. Se quiser passar a noite em um local mais econômico e levemente menos turístico, a cidade vizinha Rovinj é acolhedora e não fica para trás no quesito estético. Em direção ao interior, é possível visitar a capital Zagreb, localizada a 200 quilômetros da costa. Sem as construções claras que fazem perfeita combinação com o azul do céu e do mar, a cidade tem aspecto oposto, quase sombrio.

Rovinj: porto à noite

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Palco de muitas batalhas e nitidamente abandonada por anos, Zagreb tem como ponto forte o chamariz cultural pela quantidade de museus, vida noturna e diversidade de compras. Zagreb, afinal, é uma capital. A algumas horas dali e no sentido de Zadar ou Split, está o Parque Nacional Lagos de Plitvice, parada obrigatória para quem gosta de natureza ou até para quem quer pausa das praias.. Patrimônio da Humanidade instituído em 1979 pela Unesco, o parque merece ser visitado, nem mesmo os mais sensíveis poetas criaram nomes para os tons de azul de Plitvice. O espaço preservado de 30 mil hectares abriga divina diversidade da fauna e da flora local tem uma sequência de rios que dançam entre as trilhas suspensas e que na época de chuvas chega a formar cachoeiras. O parque deve ser percorrido a pé, mas há graus de dificuldade e de dedicação de tempo. O menor percurso dura cerca três horas em trilhas bem estruturadas, mas a satisfação é garantida. De volta ao litoral, ainda há outras paradas necessárias antes de chegar em Dubrovnik, a queridinha dos turistas. Zadar é uma delas. A cidade foi durante muitos séculos a capital da Dalmácia. Apesar do charme de ser uma pequena península, ter belo acervo de ruínas roma-

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Zadar: órgão marinho é acionado pelas ondas nas e igrejas bem preservadas, o imperdível é conhecer o órgão marinho construído em 2005 que oferece sinfonias de acordo com a chegada dos ventos e das ondas. Fique até o por do sol que abençoa este mesmo local da cidadela e aproveite a vida noturna que também é bem agradável. Mais ao sul fica a segunda maior cidade do país, Split que abriga um dos maiores portos, de onde saem passeios para as várias ilhas que cercam a cidade. Porém, o maior encanto fica por conta da cidade histórica cercada por muros. Vale conhecer o Palácio de Diocleciano, outro patrimônio da humanidade pela Unesco. Finalmente, ao sul está Dubrovnik, onde se encontra a badalação da Croácia e onde se paga mais caro por serviços turísticos como hospedagem e restaurantes. Para chegar de carro é necessário passar pela fronteira da Bósnia e depois voltar ao país. Nada impossível, apenas mantenha o passaporte por perto para passar na alfândega sem precisar abrir o porta-malas. Assim como as outras cidades litorâneas, Dubrovnik tem um centro histórico bem preservado e com diversas opões de compras e res-

taurantes. Neste ponto vale a pena indicar um restaurante com preço justo e instalado à beira da muralha, de frente para o mar. O Lokanda Peskarija é o típico bom, bonito e barato. É possível dividir um prato e apostar nas entradas. Outra dica é experimentar a cerveja local, que não deixa a desejar. Quando estiver em Dubrovnik será difícil escolher qual ilha visitar. O tempo disponível pode ser o primeiro quesito a ser considerado. Há passeios de parte do dia e há os que permitem ficar pelo local e voltar no dia seguinte. Quem quiser ir em busca da verdade sobre Marco Polo pode conhecer Korcula, suposta cidade natal. Nesta ilha estão concentradas plantações de uvas e olivas, então não hesite em experimentar vinhos e azeites. O Grk é um vinho típico. Aproveite a receptividade do povo para conhecer mais sobre o passado do país, que é aula de história viva. Mas vá com calma se quiser abordar a guerra, acontecimento recente e, dependendo do final de cada família, pode ser ferida ainda aberta. No mais, prepare o chapéu, o protetor solar, os olhos e a máquina fotográfica para trazer recordação.


E SPORTES

Quanto mais tricks, melhor

Em outras palavras Trick – todo movimento realizado no futebol freestyle e cada trick tem denominação específica. Combo – é a sequência de dois ou mais tricks sem que haja pausa. Juggling – é o mesmo que petecar a bola, fazer embaixadinhas. Stall – significa parar, controlar ou estabilizar. Este termo é usado para descrever uma trick na qual a bola fica parada e equilibrada sobre alguma parte do corpo. Strong Foot ou SF – é a perna forte. Ou seja, para destro a SF é a perna direita e para canhoto a SF é a esquerda.

Com a bola colada ao corpo, jogadores de futebol freestyle impressionam com destreza e habilidade João Schleder

A

Weak Foot ou WF – é a perna fraca. Ou seja, para destro a WF é a perna esquerda e para canhoto é a perna direita. Fonte: Federação Brasileira de Futebol Freestyle Diego Barros

música com ritmo frenético costuma dar o tom do show. Com a bola grudada aos pés, à cabeça ou às costas, os jogadores tomam conta da arena e iniciam o duelo de futebol freestyle. A rotina da nova modalidade esportiva revela atletas que não gostam do estigma de boleiros. “Somos profissionais, não tem brincadeira”, afirma José Wallace Silva de Oliveira. Apesar de a redonda ser objeto de trabalho, fazer gols não é objetivo. A meta é completar o maior número de manobras possível, em batalhas de três minutos, com até 30 segundos para cada competidor. Para convencer os árbitros é preciso aliar estilo, controle e criatividade nas manobras, chamadas de tricks. Nos duelos, o melhor avança. “O improviso conta muito, mas

até para inovar é preciso treinar bastante”, admite Newton Aníbal dos Reis, o Tom. É assim que os freestylers fazem a alegria dos espectadores que costumam lotar as plateias da competição. Quando não estão em torneios, são convidados para eventos, que vão de intervalos de partidas beneficentes de futebol até comemorações corporativas. “Participamos de um jogo organizado pelo Deco, jogador brasileiro naturalizado português, que até o Messi compareceu”, lembra Wallace. Criado por volta de 2003, o futebol freestyle ganhou força no Brasil pelos pés de Ronaldinho Gaúcho. Sempre que podia, o craque apresentava peripécias durante os treinos. A mais conhecida é stall, quando o jogador equilibra a bola na nuca. Neymar e o português Cristiano Ronaldo

também já mostraram habilidade no esporte e ajudam a divulgá-lo. Ainda em busca de espaço na mídia, a modalidade já tem ídolos. E, por incrível que pareça, não vêm dos grandes centros do futebol. “Dois grandes freestylers hoje são poloneses: Luki e Szymo. É porque o esporte é individual, ao contrário do futebol”, acredita Wallace e completa: “Mas, no Brasil, o posto de melhor ainda está em aberto”. E para que a posição seja ocupada é preciso muito treino. “De duas a três horas por dia, para aprimorar e criar novos tricks”, diz Wallace. Não à toa, alguns atletas desistem porque a prática pode parecer enjoativa. “A evolução é demorada e exige muito, por isso não gosto de ser chamado de boleiro. Soa pejorativo”, diz.

Newton dos Reis: até para inovar é necessário treinar bastante

Diego Barros


E SPORTES

Bons de

Suadas e

apito

João Schleder

Q

uando a habilidade com os pés não acompanha o tamanho da paixão pelo futebol, o jeito é recorrer ao apito para ficar próximo do esporte. “Com certeza, nunca fui grande jogador, era goleiro. Muitas vezes, para não ficar de fora da brincadeira, apitava”, brinca o ex-árbitro Alfredo dos Santos Loebeling, considerado o melhor do estado de São Paulo por duas vezes (2000 e 2001). Loebeling, assim como muitos juízes brasileiros, iniciou a carreira por acaso. “Estava apitando um jogo amador no Parque do Povo, em São Paulo, e o ex-árbitro Laguna, que na época estava na Federação Paulista de Futebol, me disse: você poderia fazer um curso de arbitragem para aprender a apitar. Eu fui”, lembra. Durante 13 anos, Loebeling apitou mais de 700 jogos profissionais. Dirigiu partidas em sete países e fez 16 finais de campeonatos estaduais, sen-

Apaixonados por futebol colecionam camisas de clubes e destacam relíquias Diego Barros

Falta de habilidade com a bola leva jogadores a optar pela arbitragem

fascinantes

João Schleder Raposão: 15 anos de várzea

do duas em São Paulo. Uma carreira vitoriosa, mas cheia de percalços. Na opinião do ex-juiz, muitos desses deslizes poderiam ter sido evitados se a profissão de árbitro fosse regulamentada no Brasil. Projeto para modificar a lei tramita no Congresso Nacional. “O juiz é obrigado a trabalhar em outra função até às 18h e depois vai apitar o jogo do São Paulo no Morumbi, do Corinthians no Pacaembu. Futebol é algo que envolve muita coisa, para que uma das peças mais importantes do evento tenha que ter outro emprego. Você apita cansado, consequentemente perde reflexo e os erros aparecem”, afirma Loebeling. Porém, não é só isso que pressiona a profissão. Loebeling sofreu duas tentativas de suborno e por não aceitar participar de maracutaias, o ex árbite ro teve a carreira prematuramente encerrada. “Fui coagido pelo Armando

Marques, à época no comando da Comissão de Arbitragem da CBF, a adulterar a súmula de uma partida. Denunciei e nunca mais apitei um jogo profissional. Estava no auge”, lamenta. A várzea como escola Engana-se quem pensa que coisas desse tipo só acontecem no futebol profissional. Metalúrgico de profissão, Hélio dos Santos, mais conhecido como Raposão, apita jogos na várzea há quase 15 anos e já viu muita coisa errada. “Sei de muitas histórias de ameaças. Árbitros que não apitassem a favor de determinado time, corriam até risco de morte”, conta. Apesar das dificuldades, Raposão garante que a várzea é grande escola para quem pretende seguir a carreira. “É muito complicado apitar jogos amadores. Tem de ter muita coragem. Torcida, jogador, pre-

sidente, todo mundo pressiona. Qualquer lance duvidoso já é motivo para discussão, quebra-quebra, briga. Já saí de muitas partidas escoltado pela polícia”, relata. Hélio acredita que os árbitros poderiam trabalhar de forma muito mais tranquila se todos os envolvidos no futebol conhecessem mais as regras. “As pessoas falam muito, criticam os juízes, mas nem sabem do que estão falando. Já tive que ensinar muitas regras básicas para jogadores e técnicos com o jogo em andamento. A falta de conhecimento atrapalha demais”, afirma. A escolha de Raposão pela arbitragem não foi por falta de habilidade com a bola nos pés. “Sempre fui bom jogador. Era um dos primeiros a ser escolhido. Quando comecei a ficar no fim da fila, pensei: já que não me querem nos times, vou atrapalhar. Fui fazer o curso de arbitragem”, gargalha o juiz.

F

utebol desperta pai- Já para o colecionador Roxão por time, jogado- drigo Colucci, que tem acerres, escudo, estádio, vo de cerca de 600 peças, as mascote e hino. Mas mais preciosas são as de cluas camisas fascinam. O valor bes que não têm mais departadas peças para colecionadores mento profissional ou que espode ser por raridade, antigui- tão totalmente extintos. “Meu dade e até excentricidade. De foco hoje está em camisas de times nacionais, internacio- times do interior de São Paulo. nais, grandes ou pequenos, As mais importantes para mim para os colecionadores, isto são de agremiações que não pouco importa. Para que a ca- existem mais, como Hepacaré misa tenha importância, basta de Lorena, União Cruzeirense, que venha recheada de uma entre outras”. boa história. Apesar dos gostos distintos, Entre as 200 relíquias de todos iniciaram a brincadeira Eduardo Bianchi, está a de De times grandes ou pequenos, treino do time brasileiros ou internacionais, valor da capital indas peças pode ser por raridade, glesa, assinaantiguidade e até excentricidade da por Klose, Lahm e Mario pelo mesmo motivo: a paixão Gomez – titulares da Alemapelo futebol. “Desde criança nha. “Estava em Munique e sempre fui fanático. Sempre tinha ido com a camisa do pedia alguma camisa de time Bayern para tentar alguns para os meus pais. Não com autógrafos, mas naquele dia o pensamento de colecionar, não havia ninguém. Porém, mas por gostar de usar”, lemnum dia que estava com essa bra Eduardo. “Quando passei a camisa do Liverpool, conseter meu próprio dinheiro, pasgui pegar assinatura dos três. sei a colecionar de fato. Até Para mim, essa é rara”.


G ASTRONOMIA

Diego Barros

Por cima

da carne seca

Diego Barros

Adega do Jabá serve prato tipicamente nordestino há mais de 20 anos

João Schleder

Q

Eduardo Bianchi: entre 200 relíquias, camisa de treino assinada por Klose, Lahm e Mario Gomez porque a brincadeira é cara”. Bianchi afirma nunca ter gastado mais de R$ 200 por uma camisa, valor considerado baixo para a maioria dos garimpadores. “Algumas podem ser bem caras. Além disso, o mercado inflacionou demais nos últimos anos. Já cheguei a pagar R$ 300 numa camisa do Napoli (da Itália) e ela nem está mais comigo. Mas sei de colecionadores que pagaram muito mais”, explica Rodrigo. Camisa por almoço A aquisição de camisas se dá de diversas formas: durante viagens, encomendadas,

trocadas. “Desde que você tenha condição de comprar, não é difícil”, explica Bianchi. “Hoje em dia é tudo muito fácil por causa da internet. Já comprei algumas desta maneira, mas prefiro comprar pessoalmente ou pedir para algum amigo que viajou trazer”. Algumas também podem ser conseguidas de forma curiosa. “Comprei uma camisa do Remo do Pará de um carroceiro. Era meu primeiro dia de trabalho e não tinha dinheiro para comprá-la. Negociei com ele um almoço, ele aceitou e ainda me trouxe ela lavada no dia seguinte. Fiquei com fome, mas valeu a

pena”, gargalha Colucci. Independentemente da forma que são conquistadas, todas têm apreço especial dos colecionadores. “Tenho muito ciúmes de todas minhas camisas. Deixo as pessoas mexerem, mas desde que estejam do meu lado. Só eu sei do sacrifício que faço para obtê-las”, afirma Rodrigo. Mas é claro que algumas, por motivos únicos, ganham posição de destaque. “É muito difícil enumerar uma ou duas. Como sou torcedor da Alemanha, a que a seleção usou na Copa do Mundo de 2010 está entre as minhas favoritas”, destaca Bianchi.

uando abriu a adega na garagem da residência em Santo André, em 1988, o cearense Antônio Barroso Loiola vendia apenas bebidas, preferencialmente cachaça e pequenas porções de jabá acebolado. Com o tempo, mudou-se para espaço maior e reformulou totalmente o cardápio e a clientela por consequência. Mas a carne seca mantém o status de carro-chefe. Servido na versão completa com cebola regada com azeite de dendê, calabresa frita ao ponto e queijo provolone assado, o jabá desmancha na boca de tão macio. A porção grande (R$ 31) chega a ter mais de um quilo de carne seca. Famílias costumam pedir acompanhamentos como baião de dois (arroz, feijão de corda, jabá desfiado e queijo) ou arroz carreteiro (arroz, jabá e calabresa). É muita comida. Outra especialidade da casa

Antonio e Márcio Loiola: principal ingrediente é a família é o croquete, oferecido em porções (R$ 30, a grande). Bem fritinho, fica seco e dispensa o uso de guardanapo. São quatro tipos. Para os arretados, é possível ainda pedir a versão picante. O salgado tem tanta

saÍda que são vendidas mais de 20 mil unidades por mês. Antônio, conhecido por todos como Jabá, revela que a fórmula para a consagração da Adega do Jabá resume-se a apenas um único ingrediente:


Q UALIDADE DE VIDA

Massagem

de ouro

Diego Barros

estrutura familiar. De acordo com o empresário, não teria conseguido sem o auxílio da esposa, Maria do Carmo, e do filho mais velho, Márcio, responsável pelo segundo endereço da casa, na Vila Guiomar, inaugurada há pouco menos de um ano. “Minha esposa ajudou muito. No começo era só eu e ela”, diz. Os quadros alusivos ao nordeste dão charme especial às adegas. Se no início Antônio contava apenas com dona Maria, atualmente emprega mais de 60 funcionários. Além dos que auxiliam nas duas casas, têm os que trabalham na fabricação do jabá. São seis mil quilos de carne seca por mês para abastecer pratos servidos nos dois endereços, sistema de entrega em domicílio e comercializados para outros restaurantes e estabelecimentos especializa-

Adega do Jabá: porção tem quase um quilo de carne seca dos em produtos nordestinos. “Esse é outro diferencial nosso. Como nós mesmos produzimos o jabá, conseguimos garantir a procedência e o sabor da carne. Com toda humildade, posso dizer que é difícil comer jabá tão saboroso quanto os produzidos aqui. E olha que

sou nordestino”, brinca o empresário. SERVIÇO Adega do Jabá I: Rua São Francisco de Assis, 121- Santo André Adega do Jabá II: Rua Catequese, 1240 - Santo André Telefone: 4451-3333 /4451-0699

Maria Eugênia trabalha há 18 anos com atletas e coleciona vitórias com o método de massagem que coloca o corpo no eixo Tamyres Scholler

Q

uem vê atletas em provas olímpicas logo imagina que tanta força e destreza sejam dons naturais ou provenientes de excelente treinamento. Mas por trás de um grande atleta existe time campeão de treinadores, médicos e fisioterapeutas que não ganham medalhas, mas dedicam a vida para garantir a saúde dos competidores em ação. A fisioterapeuta Maria Eugênia Ortiz, formada há 32 anos, sócia e fundadora da Clínica Fisiotrat de São Caetano, acompanhou de perto a rotina de treinos do medalhista Arthur Zanetti que trouxe o ouro para o Brasil das Olimpíadas de Londres. “Foram três meses de preparo físico quando trabalhei métodos de massagem para minimizar a dor que ele sentia nos ombros”, diz a especialista em Fisioterapia Esportiva e Terapias Manuais, que foi a Londres atender o ginasta.

Diego Barros

Maria Eugênia havia se afastado do trabalho dedicado por 18 anos a atletas, mas aceitou o convite para tratar de Zanetti, que agora vai iniciar sessões de massagem com o método Rolf de Integração Estrutural, desenvolvido nos anos 30 pela americana Ida Pauline Rolf. A disciplina consiste em realinhar gradualmente a estrutura do corpo, através da manipulação dos tecidos macios, movimentos dirigidos e educação corporal. “O objetivo é equilibrar o corpo e não curar doenças”, afirma a profissional. O método é usado como complemento de outros tratamentos. A massagem corrige assentamentos de curvas e todos os tipos de desvios posturais que podem ser causados por maus hábitos ou pelo estresse do dia a dia que propiciam tensão muscular. O Rolf é aplicável em qualquer idade, sendo a única

restrição para mulheres grávidas. Apesar dos benefícios, o tratamento não é barato, cada sessão custa R$ 250 e dura em média uma hora. A recomendação inicial é de que a pessoa faça 10 sessões e passe pelo período de descanso de um ano. Após esse tempo, a pessoa poderá fazer de três a cinco sessões dependendo da necessidade. Vale lembrar que mesmo após o tratamento é necessário que os maus hábitos sejam corrigidos para que não voltem a comprometer a estrutura corporal. “Costumo orientar os pacientes de como dormir, sentar, usar o computador e sempre indico a prática de exercícios físicos”, esclarece. SERVIÇO Clínica Fisiotrat Rua São Paulo, 1540 - Sta Paula SCSul - Fone: (11) 4229-6565 Email: contato@fisiotrat.com.br


Q UALIDADE DE VIDA

Inca estima que 20 mil brasileiros serão diagnosticados com câncer relacionado ao trabalho Shayane Servilha

S

em dores e nenhum tipo de sintoma, Modesto Rosa Santana descobriu o câncer de bexiga há sete anos através de exame de rotina. Ele acredita que o contato direto com produtos tóxicos, na época como metalúrgico, foi um dos fatores preponderantes para o desenvolvimento da doença. “O médico não confirmou se era ou não por causa do trabalho, mas a primeira coisa que ele perguntou foi minha profissão. A vida não foi mais a mesma. Se não fosse a equipe médica e o apoio da minha família não estaria vivo”, relata o aposentado. Estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca), divulgado com as Diretrizes para a Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho, estima que dos 520 mil novos casos de câncer para este ano, aproximadamente 20 mil brasileiros serão diagnosticados com algum tipo de câncer relacionado ao trabalho, o que representa entre 8% e 16% de todos os casos de tumores malignos. Os principais tipos de câncer associados ao trabalho são de pele, pulmão, bexiga, cabeça, pescoço, estômago, esôfago, fígado, pâncreas, mama, cérebro, cavidade nasal, hematológico e leucemias. O estudo ainda mostra que 45% dos casos de câncer relacionados ao trabalho não são notificados por falta pesquisas no país. Trabalhadores das áreas da beleza, farmácia, aviação e química são os mais expostos ao risco da doença. O estudo inclui 112 substâncias cancerígenas identificadas no ambiente de trabalho, como poeiras de cereal e de madeira, amianto, radiação solar e agrotóxicos.

O Inca não traz projeções de mortalidade, mas a OMS (Organização Mundial da Saúde) revela que haverá 27 milhões de novos casos de câncer para o ano de 2030 em todo o mundo, e 17 milhões de mortes pela doença. “O trabalho afeta a saúde do paciente, isso é inquestionável. Porém não devemos esquecer fatores como genética, hábitos alimentares e falta de atividade física, que devem ser acrescentados na hora da avaliação. Em alguns casos, a doença poderia ser evitada com adoção de hábitos

Câncer e trabalho BEXIGA Maquinista, mineiro, metalúrgico, motorista de caminhão, pintor, trabalhador de ferrovia e tecelão. BOCA, FARINGE E LARINGE Carpinteiro, encanador, instalador de carpete, mecânico de automóvel, mineiro, moldador e modelador de vidro, oleiro e pintor. PULMÃO Encanador, eletricista, mecânico de automóvel, mineiro, pintor, soldador, trabalho com isolamento, trabalho em navios, trabalho em limpeza e manutenção

FÍGADO Mecânico de veículos a motor e trabalho rural. PÂNCREAS Trabalho rural, trabalhadores de manutenção industrial. CÉREBRO Serviços elétricos e de telefonia, trabalho rural. ESTÔMAGO E ESÔFAGO Engenheiro eletricista e mecânico, extração de petróleo, motoristas, trabalhadores de lavanderias, trabalhadores da indústria eletrônica e trabalhadores de limpeza. Fonte: Inca (Instituto Nacional de Câncer)

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Rotina macabra

saudáveis”, diz o Felipe Melo Cruz, oncologista e pesquisador do Centro de Estudos e Pesquisas de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Medicina do ABC. O oncologista alerta que para desempenhar as profissões de risco é essencial que as empresas forneçam equipamentos de proteção para o trabalhador. “O empregado que trabalha nessas condições deve ter cuidados extras. Luvas, máscaras e aventais são itens básicos. Exames periódicos não podem ser esquecidos para maior controle possível descoberta”, orienta. Das missões do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, consta auxiliar a prevenção, o que muitos trabalhadores deixam de lado. “Prevenir é uma forma para que novas ocorrências não aconteçam. E também fiscalizamos os possíveis casos que tenham relação com o trabalho e notificamos para o Ministério do Trabalho. As empresas devem garantir a infraestrutura. O trabalhador vende mão-de-obra e não a saúde”, diz o diretor executivo Elenísio de Almeida Silva. O acompanhamento psicológico também é importante para enfrentar a doença, principalmente, em estágio mais avançado. “O paciente que não consegue controlar o sentimento de de-

Modesto Santana: câncer de bexiga há 7 anos sânimo ou frustração pode agravar o quadro da doença. Essa ajuda psicológica é uma maneira de controlar os aspectos negativos que o envolvam.”, fala Larissa Guatoli, psicóloga da Sociedade Brasileira de Psico-oncologia (SBPO). Além do paciente, a psicóloga também aconselha terapia para a família. “Os familiares, de certa forma, enfrentam uma pressão maior. Eles querem ser forte para não transparecer fraqueza e por isso precisam de acompanhamento para diminuir preocupações e temores”, defende Larissa.


I NCLUSÃO

Sorriso

Diego Barros

não tem preço

Entre os 18 odontólogos que já presidiram a entidade desde a inauguração na Rua Rio Branco, Centro de São Bernardo, João Costa foi o que por mais tempo dirigiu a APCD-SBC/D. Com o primeiro mandato de dois anos iniciado em 1992 foi reconduzido à presidência por mais quatro vezes consecutivas, até o ano 2000. Depois de intervalo de cinco anos, em 2006, o Dr. João Costa foi mais uma vez eleito e deve continuar até o 2013, agora com os mandatos prorrogados por três anos. “A associação faz parte da minha vida. Sinto-me aqui como se estivesse em casa”, afirma. Como nem tudo pode ser só trabalho e estudo, a entidade oferece também oportunidades de lazer como espaço para festas, churrascos, confraternizações, práticas esportivas e culturais. “As reformas que estamos fazendo nas instalações da entidade vão oferecer mais conforto e comodidade para sócios e clientes. Nosso anfiteatro, que acaba de ser reaberto, além de ser utilizado para a apresentação de peças teatrais, agora, com as novas poltronas dotadas de prancheta opcional, facilitarão seu uso para cursos e palestras”, anima-se o presidente.

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APCD de São Bernardo atende cerca de 500 pacientes por mês a baixo custo e até de graça

Roberto Barboza

A

qualidade dos dentistas brasileiros é internacionalmente reconhecida. Mas a diferença não está apenas no modelo de formação acadêmica, mas nas ações de inclusão que faculdades e entidades oferecem aos formandos. A Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas de São Bernardo e Diadema APCD – SBC/D se destaca entre as 90 regionais do estado de São Paulo. Atende cerca de 500 pacientes por mês e por ano, em torno de seis mil passam por avaliação. Os interessados devem fazer inscrição na entidade nos três primeiros meses do ano. O serviço comunitário fica a cargo de braço da APCD, a Associação de Jovens Dentistas, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que presta serviços comunitários gratuitamente ou a preços muito reduzidos. “O atendimento é acompanhado de perto pelos professores dos cursos de especialização”, assegura o presidente da APCD, João Costa. Entre as especialidades oferecidas estão

João Costa: seis mil pacientes por ano endodontia, implante, ortodontia, dentística, prótese, cirurgia, periodontia e geriatria. “Em países da Europa e nos Estados Unidos, a formação em Odontologia é especialização da Medicina e aqui é formação específica, que oferece aos profissionais mais de 12 especializações”, detalha o presidente. Dos procedimentos oferecidos, a entidade cobra apenas o material utilizado. O perfil dos pacientes é bem variado. “Somos procurados tanto por pessoas que não possuem condições financeiras para tratamento em clínicas particulares quanto por pacientes que procuram atendimento mais seguro e especializado. Por ser uma escola temos todo acompanhamento e discussão por equipe de especialistas dos casos mais complexos”, detalha Elma Farias, coordenadora da Escola de Aperfeiçoamento Profissional – EAP – APCD-SBC/D. A sede de São Bernardo é referência em odontologia na região. Dispõe de três clínicas, 56 consultórios, anfiteatro com 110 lugares,

centro cirúrgico, oferta de 12 cursos de especialização pela Escola de Aperfeiçoamento – EAP, ministrados por 150 professores altamente qualificados. Instalada em sede própria no bairro Assunção, ocupa área construída de 1,3 mil metros quadrados divididos em três pavimentos. Com carteira constituída de quase 800 associados em universo de 1.596 dentistas inscritos no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), a regional São Bernardo completou 52 anos no último dia 26 de junho, metade do tempo de existência da primeira APCD inaugurada no bairro de Santana, capital, há 101 anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como índice mínimo aceitável um dentista para cada mil habitantes; “O Brasil atende estas especificações. O que acontece é uma grande concentração de profissionais nas capitais e grandes cidades. Mas isso não ocorre só com a odontologia”, lamenta João Costa.

SERVIÇO APCD-SBC/D. Rua João Firmino, 720, Assunção - SBCampo Fones: (11) 4351-3143 (11) 4352-1900 email: secretaria@apcdonline.com.br administrative@apcdonline.com.br Site: www.apcdsbc.com.br Diego Barros

APCD: três clínicas e 56 consultórios


Diego Barros

Q UALIDADE DE VIDA

Márcio Krakauer: criação da ADIABC depois de conhecer Centro de Diabetes Steno, na Dinamarca

Silenciosa e mortal Dos cerca de 11 milhões de diabéticos no Brasil, 30% não sabem que têm doença Shayane Servilha

S

ede, perda de peso rápida, formigamento no corpo e sonolência. Esses foram os sintomas que obrigaram o metalúrgico Claudinei Aparecido Maceió a realizar exames de rotina, nos quais foi constatado diabetes. “A descoberta foi um choque. A médica disse que era um milagre eu estar vivo naquele momento. Os exames indica-

ram que minha taxa de glicemia ultrapassava 516 mg/dl, sendo que o normal seria 120 mg/dl”, lembra. Se antes a vida era regada a comes e bebes com altos níveis de gordura e álcool, depois da descoberta e do susto, Claudinei adotou hábitos mais saudáveis. O check-up geral, que realizava apenas quando não se sentia bem, hoje, é feito

a cada seis meses. Além disso, tem acompanhamento médico com endocrinologista especializada na doença, mede a glicemia três vezes por semana e anda de bicicleta regularmente. “Diabetes é perigosa. Mesmo sentindo bem corpo e mente, a doença está com você e por pequeno descuido pode matar e causar complicações sérias”, acredita.

Nos últimos anos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) tem feito pesquisas e alertas sobre o aumento da incidência da doença. Atualmente, cerca de 246 milhões de pessoas têm diabetes no mundo e a previsão é que esse número dobre até 2030. Dados da Anad (Associação Nacional de Diabetes) mostram que dos cerca de 11 milhões de diabéticos no Brasil, 30% não sabem que possuem a doença. O perigo é maior quando a diabetes não é detectada rapidamente. “A ausência ou demora de um tratamento específico pode ser o ponto de partida para situações mais graves como derrames, infartos, amputação de pernas ou pés, cegueira e insuficiência renal”, detalha a endocrinologista Silva Bidian. A doutora também alerta que algumas características contribuem para a manifestação da doença. “Há mais riscos em obesos, pessoas com histórico familiar, as que engordam rapidamente, principalmente no abdômen, mulheres que tiveram filhos acima de quatro quilos e que tiveram diabetes

Saiba mais Diabete tipo 1

Diabete tipo 2

É provocada por uma predisposição genética e costuma aparecer na puberdade. Ocorre por causa da destruição de células produtoras de insulina. Por isso é necessário receber injeções diárias de insulina. Os sintomas são vontade de urinar e fome frequentes, sede constante, perda de peso e fraqueza.

Fatores como obesidade e sedentarismo podem contribuir para o desencadeamento da doença, que é provocada pela resistência de células à ação da insulina. Os sintomas geralmente estão associados ao surgimento de infecções, demora nas cicatrizações, visão embaçada e formigamento nos pés.

quando segue orientações médicas. “O que nós assistimos, geralmente, é que o paciente acha que por estar controlado, está bem e começa a abandonar ou retirar parte da medicação. Nunca se deve fazer isso sem orientação médica”, afirma a endocrinologista.

lizados, pelas boas, que estão presentes em peixes, como o salmão. As gorduras monoinsaturadas, encontradas no azeite, na linhaça e no abacate, também são ótimas para o colesterol ruim”, fala a nutricionista Gabriela Almeida. Gabriela também alerta na hora de comprar os alimentos diets. A maioria contém pouco ou quase nenhum açúcar, mas há possibilidade de apresentarem elevado teor de gordura. “O melhor jeito de comprar o doce é comparar o produto convencional com o diet. Se a versão tiver mais gordura que a comum, então o produto não é mais vantajoso para o diabético”, conta. Até mesmo as frutas devem ser consumidas em pequenas porções. “Cria-se a falsa ilusão que elas podem ser digeridas sem restrição. Mas não podemos esquecer que elas têm frutose, que é o açúcar natural da fruta. Todas as frutas, até

Alimentação e exercícios Além do controle de remédios, é necessário que o diabético siga uma dieta saudável.

A maioria dos alimentos diet contém pouco ou quase nenhum açúcar, mas podem apresentar elevado teor de gordura na gravidez. Além dos perfis de risco, fatores como sedentarismo, estresse e maus hábitos alimentares colaboram para o desenvolvimento da diabetes tipo 2”, diz. Apesar dos riscos, o diabético leva uma rotina normal

Apesar da glicemia ser a principal preocupação, as gorduras também merecem controle dos diabéticos, pois estar fora do peso ideal pode agravar a doença. “O ideal é substituir a gordura ruim, contida geralmente em alimentos industria-


uma associação no ABC, que atualmente possui cerca de 1,2 mil associados. “A educação sobre diabetes aqui no Brasil estava muito ruim naquela época. No ABC, não havia nenhuma entidade organizada para orientar os portadores da doença. Antes, as pessoas fugiam do diagnóstico, hoje têm consciência que precisam de tratamento”, afirma o presidente. A prevenção é principal maneira de combater a doença. Semanalmente, a entidade realiza palestras e atividades gratuitas sobre nutrição, culinária, direitos dos diabéticos e insulina. Além disso, são realizadas reuniões mensais para pais que possuem filhos diabéticos. “As pessoas que não são portadoras da doença participam. Isso acaba sendo uma forma dos pacientes se cuidarem mais e ajudar aqueles que são recém-diagnosticados”, diz. SERVIÇO ADIABC Rua Almeida Garret, 51 - Vl. Guiomar - Santo André – SP Fone: 4992-5303 e-mail - atendimento@adiabc.org.br

O aumento da incidência da diabetes motivou o aparecimento de diversas associações, uma delas foi a ADIABC (Associação dos Diabéticos do ABC). Após uma viagem que fez a Copenhagen, na Dinamarca, para conhecer o Centro de Diabetes Steno, Márcio Krakauer decidiu criar

Divulgação

ADIABC

Cavalgar é preciso Centros de equoterapia auxiliam na reabilitação além de promover inclusão social dos praticantes

Tamyres Scholler

A

cada montaria, a sensação de superar limites. Os benefícios da equoterapia incluem melhorias posturais, respiratórias e desenvolvimento das habilidades funcionais. O cavalo é utilizado em abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação para o desenvolvimento biopsicossocial de deficientes. A atividade exige a participação do corpo inteiro e contribui para aprimorar a força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. Quando um ser humano está montado, o corpo é permanentemente solicitado a fazer ajustes posturais para responder aos desequilíbrios provocados pelos movimentos do animal. O cavalo troca o apoio das patas, desloca a cabeça ao olhar para os lados, flexiona a coluna, abaixa e alonga o pescoço. O ajuste tônico, movimento automático de adaptação, torna-se rítmico com o deslocamento do cavalo ao passo. O andar natural em que é conduzida a equoterapia

Diego Barros

mesmo as menos calóricas, devem ser consumidas moderadamente”, diz. Outro fator importante que ajuda a controlar e reduzir o nível glicêmico é a prática de atividade física. Os exercícios com acompanhamento de profissional ajudam no tratamento da doença. Mas alguns cuidados são necessários. “É importante ter alimentação adequada ao tipo de exercício. Se for de longa duração, é necessário comer durante a atividade. Cuidados com os pés, corte as unhas retas, não use sapatos apertados, trate arranhões ou ferimentos e calosidades com profissionais da saúde. O local da aplicação da insulina também deve ser levado em conta”, fala a professora de Educação Física Camila Mieza. Também é aconselhável que o diabético passe por avaliação antes de começar os exercícios. “Deve ser realizada avaliação por profissional de Educação Física e pelo endócrino. Normalmente, os exercícios mais indicados são os aeróbios, como caminhada e bicicleta.”

I NCLUSÃO


Tradição Há 16 anos no ramo, o Centro Apollo de Equoterapia e Educação Especial (Cadee) é uma organização não governamental (ONG), em São Bernardo, que atende cerca de 80 pacientes por mês de acordo com as normas da Associação Nacional de Equoterapia - Ande-Brasil. “Deixamos o praticante 30 minutos em cima do cavalo, tempo suficiente para o aproveitamento da terapia”, detalha Maria Eduarda Mourão, fisioterapeuta responsável pelo Cadee. Apesar de ter medo de cavalo, Arnaldo Fa-

Diego Barros

provoca movimentos tridimensionais no corpo de quem está montado: para frente e para trás, para um lado e para o outro, para cima e para baixo. Além dos aspectos físicos, a equoterapia proporciona vínculo de amor e confiança. “O objetivo também é de inclusão social, pois os pacientes desfrutam da convivência com o animal”, detalha Rosângela Gonçalves, fisioterapeuta e coordenadora técnica do Centro de Reabilitação e Equoterapia Cidade dos Meninos em Santo André. A equoterapia é indicada a partir dos dois anos e a única restrição é quanto à capacidade de levantar o praticante em caso de emergência. “Como regra, só colocamos no cavalo quem conseguimos tirar”, esclarece Rosângela. Os pacientes são encaminhados pelo médico e na instituição contam com o apoio de equipe de fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, equitadores e terapeutas ocupacionais. São aceitos todos os tipos de deficiências e também praticantes de equitação lúdica que não necessitam da terapia. “A proteção exagerada impede o desenvolvimento dos pacientes que não são estimulados a ultrapassar as dificuldades”, diz a psicóloga Narione Gomes Matias. Natália Costa Ananias levou a filha Gabrielle Ananias de Antonio de dois anos para iniciar o tratamento há menos de um mês após cirurgia no quadril. “Espero que ela desenvolva equilíbrio e firmeza para andar”, diz entusiasmada. O Centro de Equoterapia atende ao todo 145 pacientes por semana, entre bolsistas e pagantes. As sessões custam em média R$ 290 por mês.

Regina e a filha Gabrielle: terapia após cirurgia çanha leva o filho Pedro Augusto uma vez por semana. O menino teve infecção hospitalar que comprometeu as capacidades visual e cognitiva. “Ele já conhece as cores, sabe contar beijos e gosta de imitar as músicas que tocam nos canais infantis”, afirma o pai orgulhoso. O custo mensal é de R$ 300 e toda renda é revertida para manutenção dos animais, bem como pagamento dos profissionais envolvidos no projeto. Johnny Gusmão de Carvalho é exemplo de que força de vontade somada à terapia com cavalos é receita certa para reabilitação e inclusão social. Aos 19 anos e formado no ensino médio, anda sozinho de ônibus e faz equoterapia uma vez por semana. Quem vê a disposição e o progresso de Johnny não imagina as dificuldades que enfrenta desde o nascimento por conta de paralisia cerebral que comprometeu a coordenação motora. “Ele demorou mais do que o normal para falar e só andou depois dos cinco anos”, desabafa a mãe Sueli Gusmão Bulbarelli. SERVIÇO CIDADE DOS MENINOS Rua Batávia, 280 - Pq. Novo Oratório - Santo André Fone: (11) 4975 5077 CENTRO APOLLO DE EQUOTERAPIA Est. Martim Afonso de Sousa, 2511 - Riacho Gde - SBC Fone: (11) 4101-6731.



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