Revista Rotary Brasil - Outubro de 2020

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Editorial

Q

uero dirigir-me especialmente aos administradores de Rotary: diretores, governadores, presidentes de clube – mas também às rotarianas e rotarianos, rotaractianas e rotaractianos, interactianas e interactianos. Neste período de grande provação por que passa a sociedade mundial, particularmente a brasileira, de apreensão, profunda tristeza e mesmo de perplexidade diante da crise provocada pela pandemia, todos nós testemunhamos a garra dos companheiros que prosseguiram no servir, engajados com nossa instituição. Além disso, vislumbramos ainda um outro aspecto positivo em todo esse drama. Sim, pois ficou manifesto que a pandemia antecipou o futuro que já se esboçava no horizonte. De certa forma, todos nós encontrávamo-nos em uma certa zona de conforto, tocando a vida e assistindo às coisas acontecerem. Não deixamos de servir, nem de trabalhar. Continuamos, certamente, a desenvolver nossos projetos. Mas pouco parávamos para pensar e repensar. Então, de sobressalto, encaramos um desafio assustador. Com ele veio a necessidade de enfrentamento, de repensar, de acelerar certas posições e soluções. Vieram novas formas de convívio, novas posturas e novos caminhos, muito disso passando pela utilização das mais avançadas tecnologias felizmente à nossa disposição. Essa conjuntura levou-nos à reflexão sobre a vida, sobre o decidido cuidado com as pessoas, sobretudo aquelas excluídas e esquecidas pela sociedade; uma reflexão mais detida sobre a humanidade e o papel de cada um nessa conjuntura. O grande físico Albert Einstein nos deixou esta lição estimulante: “Não podemos querer que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a maior bênção que pode acontecer às pessoas e aos países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia assim como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem

os inventos, os descobrimentos e as grandes estratégias. (...) Sem crises não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. (...) É na crise que aflora o melhor de cada um (...)”. Recentemente, a imprensa divulgou uma série de irregularidades envolvendo centenas de ONGs, ou seja, organizações privadas sem fins lucrativos, complicadas com problemas financeiros neste período de pandemia. Tal quadro mostra a disseminação de organizações que pretendem desenvolver atividades específicas sem as condições e a infraestrutura necessárias para atuar com eficiência. Isso de certa forma diluiu o protagonismo das entidades de serviço sem fins lucrativos que efetivamente funcionam em prol dos serviços humanitários. O Rotary International é uma instituição centenária, com sólida infraestrutura, idoneidade, repercussão e prestígio mundial. Uma vibrante organização de voluntários, de pessoas prontas para servir, produzir ideias e reflexões sobre questões humanitárias, preocupadas com questões como suprimento de água, saneamento, meio ambiente, educação e cultura. Esse trabalho não se faz só com dinheiro, mas também com ideias, reflexões e motivações. E ética. Entendemos que aos rotarianos em geral cabe repensar a instituição, sem jamais se afastar de seus fundamentos básicos, e colocá-la efetivamente na vanguarda da sociedade, preocupada como sempre esteve com os destinos do mundo. Essa vanguarda, essa linha de frente, é uma posição na qual devemos levar a todos a verdadeira imagem desta organi-

Entendemos que aos rotarianos em geral cabe

repensar a instituição, sem jamais se afastar de seus fundamentos básicos, e colocá-la efetivamente na vanguarda da sociedade 36

Rotary Brasil OUTUBRO de 2020

Armando Santos

O Rotary na vanguarda


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