RP é TRI - 2017

Page 1

UMA REVISTA DO CURSO DE RP DA FSG

1

[O qUE FAz UM RP?] [ÁREAS DE ATUAÇÃO] [A IMPORTÂNCIA DO RP HOJE] [REFLEXÕES SOBRE A PROFISSÃO] RP é TRI | 2017 - n° 1


Editorial | Profa. Camila Cornutti 4 / Relações Públicas - áreas de atuação Aline Giequelin e Marieli Reis 6 / Os primeiros passos da profissão Naisa Panisson 7 / JBS: um case de insucesso Liika Lima 8 / Storytelling: a arte de contar histórias Evelise Pessoa 10 / Precisa reposicionar sua marca no mercado? Então, contrate um profissional de RP! Jociele Müller 12 / Trajetória da Rede SIM Aline Scatolin 14 / DiPaolo X RP: um case de sucesso Bruna Benito 17 / RP: o profissional hoje Marieli Reis

A revista RP é TRI que aqui se apresenta é fruto da disciplina Periódicos Institucionais Impressos e Digitais do curso de Relações Públicas do Centro Universitário da Serra Gaúcha - no ano de 2017. Como professora, fico feliz pelo resultado apresentado por dez estudantes de RP - em uma turma envolvida, comprometida e que trilha passos do caminho profissional realmente pensando no futuro das relações públicas associado à comunicação contemporânea. De que forma mostrar a outros estudantes, profissionais, professores, colegas de área, as possibilidades de atuação de um RP hoje? Este volume busca responder algumas indagações que nortearam a escolha de pautas, as reuniões para decidirmos os textos e as discussões em sala de aula. As discussões em sala de aula, agora materializadas em revista nos motivam de alegria, pois como docente uma de minhas lutas é que os bons trabalhos de alunos e alunas da FSG circulem cada vez mais, sejam compartilhados, lidos, vistos e debatidos. Desejamos que a RP é TRI ganhe vida ao longo de um curso tão querido quanto o de RP e que você se sinta motivado/a a conhecer mais sobre as riquezas e possibilidades que as relações públicas oferecem como campo de atuação. Boa leitura!

2 18 / Carreira: como ser um profissional diferenciado no mercado Vanessa Sousa 20 / Perfil: Adriana Miorelli Carniel Aline Giequelin e Marieli Reis 22 / Crise de imagem: o caso José Mayer Bruna Benito 24 / Mídias digitais: humor X imagem/marcas Vanessa Sousa 25 / Pesquisa de clima: RP nas organizações Letícia Rigotti 26 / Endomarketing - o caso da FOCCO Sistemas de Gestão Aline Scatolin 28 / RP: CONRERP e CONFERP Letícia Rigotti 29 / RP: os profissionais em agências Evelise Pessoa 30 / Palavras da Coordenação Profa. Me. Bruna Silveira RP é TRI | 2017 - n° 1

O D.A. DE RP DA FSG - Letícia Rigotti O Diretório Acadêmico de Relações Públicas do Centro Universitário da Serra Gaúcha – DARP – foi fundado em março de 2016 e é a entidade máxima de representação estudantil dos acadêmicos de RP dentro da instituição. Sendo o primeiro Diretório Acadêmico legalmente instituído dentro do Centro Integrado de Comunicação da FSG, hoje o D.A. está na sua segunda gestão e possui eleições anuais para escolha da nova diretoria. A gestão “RP é TRI”, que foi escolhida para estar à frente da entidade, já está em seu segundo mandato. Em função de processos burocráticos, a liberação da documentação do D.A. foi realizada somente no mês outubro de 2016. A primeira gestão investiu em divulgar cursos de extensão externos e buscou criar parcerias com as empresas promotoras desses eventos que disponibilizaram vouchers de desconto para os alunos de relações públicas da instituição. A atual diretoria é composta por 12 cargos, sendo dez deles efetivos e dois suplentes. Com sala localizada no segundo andar do Prédio C, o DARP atua principalmente no fomento à formação complementar dos alunos de comunicação da FSG, através da promoção de cursos e oficinas de interesse dos discentes. Para conhecer um pouco mais do trabalho do Diretório Acadêmico de RP, acesse fb.com/rpfsg


O time da revista RP é TRI revistarpetri@gmail.com

Aline Giequelin

Aline Scatolin

Bruna Benito

Evelise Pessoa

Jociele Müller

Letícia Rigotti

3

Liika Lima

Vanessa Sousa

Marieli Reis

Camila Cornutti Professora da disciplina Perióricos Institucionais Impressos e Digitais Coordenadora do Centro Integrado de Comunicação da FSG

Naisa Scolaro

Bruna Teixeira Coordenadora do curso de RP da FSG

RP é TRI | 2017 - n° 1


ão

eventos Ação plan ejada, é u m instrum estratégic ento o de comu n ic a ção dirigido q ue busca o b t e r resultado esperados s para as or g a n izações, particular es e/ou en tidades. P ser caract odem erizados c omo: even sociais, pr tos ofissionais , oficiais, técnico-cie ntíficos, a rtísticos, culturais, religiosos .

4

unicaç m o c e d a alist

an

tos nejamen la p a r o Elab as, , propost s o ic g é os de t estra s e serviç o t u d o r p s, relatório ação. comunic

ão

analista de informaç

es para a Desenvolve soluçõ s a o acesso a esta empresa e facilit informações.

RELAÇÕES planejamento e Preparação, organização terminado estruturação para um de processo: objetivo, que tem como ividade, pesquisa e análise, criat ganização. limites, flexibilidade e or

RP é TRI | 2017 - n° 1

pesquisa de opinião pública Levantamento de dados sobre o comportamento so cial perante a lgumas situações sobre a opinião das p essoas a respeito de te mas diversos.


Aline Giequelin & Marieli Reis

públicos de interesse Mapeia e promove práticas de comunicação e relacionamento contínuo para cada um dos públicos que deseja atingir.

gestor de crise Serve como p onte entre o cliente atend ido e os veícu los de comunicaçã o. Com isso, o assessorado (que pode ser uma pessoa fí sica, empresa ou instituição pú blica) conquis ta uma visibilida de positiva e de confiança jun to à sociedad e, ou seja, conquista um fortalecim ento da sua image m.

PÚBLICAS gestor de crise

gestor de relacionamento Auxilia as organizações a pro mover e revitalizar seus processos de interação e interlocução com os atores sociais, articulados co m suas políticas e objetivos estratég icos.

Prepara e aplica estratégias qu e possam preve nir ou modifica r o impacto de acontecimento s negativos na o rganização.

a

comunicação intern o com os Promove o diálog rna o clima colaboradores e to ais saudável. organizacional m

RP é TRI | 2017 - n° 1

5


RP: OS PRIMEIROS PASSOS DA PROFISSÃO

6

É importante destacar que o profissional de Relações Públicas tem relação direta com a opinião pública. Sendo este um fenômeno vinculado a uma sociedade democrática, onde tende a se estabelecer um diálogo e um consenso para o entendimento em comum, a consolidação de uma sociedade civil com suas várias discussões relevantes e a ascensão de temas referentes à política é que irá abrir espaço para este profissional. As primeiras técnicas reconhecidas da profissão surgem nos EUA através do jornalista Ivy Ledbetter Lee, que vinha se preocupando com as práticas discriminatórias da política de negócios. Absorto em adotar medidas para a humanização de sua corporação, o grande empresário Rockefeller atuou juntamente com Ivy, após sofrer grande pressão da população trabalhadora. No Brasil, seu aparecimento se deu por meio do engenheiro Eduardo Pinheiro Lobo que, por 19 anos, exerceu a função de Relações Públicas na concessionária da iluminação pública e do transporte coletivo na capital paulista, iniciando este trabalho durante o ano de 1914 – quando a direção da Light sentiu a carência de um setor especializado, que pudesse representar a empresa perante à imprensa e também diante da RP é TRI | 2017 - n° 1

população. O profissional de relações públicas contemporâneo deve ser um grande estrategista, conhecedor de mudanças e tem papel primordial na comunicação empresarial. O mesmo deve assimilar e dominar a linguagem de negócios, assumindo assim um papel fundamental para a uma boa aplicação de recursos estratégicos de entendimento e persuasão.

A função de relações públicas exige uma formação específica para que os resultados sejam alcançados com êxito. Este vai desempenhar papeis ligados ao planejamento, assessoria, soluções de problemas, criação de programas comunicacionais, produção de conteúdo, organização de eventos, além de assegurar a relação com diferentes públicos, realizar assessoria de imprensa, promover a boa reputação da empresa, ajudar a organização no desenvolvimento de negócios, entre outros. Segundo Salvador da Cunha (citado por SEBASTIÃO, 2012), um bom profissional de relações públicas tem que ter três características principais: “dominar os temas a advogar e estar sempre informado; conhecer a realidade empresarial dos clientes/empregadores e

Naisa Panisson utilizar as relações públicas como uma ferramenta de gestão que lhe permita fazer uma adequada gestão das expectativas dos stakeholders (parte interessada); ter uma rede de contatos com jornalistas e opinion leaders (líderes de opinião) ”. A atividade de relações públicas, completou 100 anos no Brasil no ano de 2015, entretanto clama por reconhecimento. O fato deste profissional vir a desempenhar várias funções dentro da organização, e estas muitas vezes serem praticadas por pessoas não formadas, acentua esta falta de reconhecimento. Outro fator é a forma gramatical da denominação do profissional RP. Conforme o artigo “Relações Públicas: atividade estratégica de relacionamento e comunicação das organizações com partes interessadas”, de Fábio França, em português não se deveríamos empregar nomes compostos de substantivos plurais. Assim como não dizemos “ele é o relações publicitárias” também não devíamos dizer “ele é o relações públicas da empresa”. Ainda, segundo o artigo, seria muito mais apropriado alterar esta designação para “profissionais de relacionamento”, “consultores de relacionamento”. Partindo desta perspectiva poderia ser explicado com mais facilidade a função deste profissional.


RP: JBS: UM CASE DE INSUCESSO Liika Lima

A comunicação é fundamental seja em qual âmbito ela se estabelece. O relações públicas tem um papel muito importante nas organizações, pois este é o profissional que vai estabelecer todo o processo comunicacional. Mas nem tudo são flores, dentro deste contexto podem haver dificuldades e nem sempre a gestão de crise soluciona os problemas da comunicação. A instantaneidade de troca de mensagens facilita aos usuários falar sobre as marcas a qualquer momento, dependendo de como a empresa se posiciona no mercado perante o seu público consumidor. No caso de uma crise, essas informações podem ser oportunidades ou ameaças e isso depende de como as pessoas vão interpretar certa situação. Essa rapidez apresenta um fator positivo a favor das empresas, com a realização da estratégia correta a sua mensagem pode ser compartilhada através de um número maior de interações na

internet. A JBS é uma das maiores indústrias de alimentos do mundo e foi surpreendida em maio de 2017 pela Polícia Federal, na Operação Carne Fraca. A investigação envolve um sistema de corrupção em empresas alimentícias. Este sistema liberava a comercialização de alimentos produzidos por frigoríficos sem a fiscalização da vigilância sanitária. Uma das empresas do grupo, ao se retratar com o público consumidor, veiculou um comercial no Youtube gerando polêmica onde dizia “JBS: Qualidade É Prioridade”, porém a data de validade de um dos produtos do vídeo era maio de 2013. Esse detalhe virou motivo de piada nas redes sociais. A retratação da empresa foi de forma rápida: após a repercussão o vídeo foi editado retirando a referida imagem. Neste caso, optar em ignorar a situação seria uma atitude arriscada no momento

atual, pois qualquer pessoa, pode ter a sua privacidade invadida nos ambientes virtuais. Sendo que isso pode atrapalhar o momento frágil que a empresa está atravessando. A transparência usada de forma estratégica, utilizando de argumentos claros que justifiquem o ocorrido, é a forma apropriada para recuperar a confiança do público. As organizações, ao se depararem com essa situação, recorrem ao relações públicas para auxiliar da melhor forma possível, controlando e buscando solucionar a crise sem prejudicar ainda mais a imagem da instituição. Mas o ideal seria a empresa já dispor de um responsável da área. Com o seu olhar estrategista o relações públicas identifica as possíveis ameaças e dessa forma evita uma futura crise de imagem. Esse profissional tem um papel muito importante, pois é ele quem ajuda na reconstrução da imagem da organização mantendo a boa relação com os seus públicos. RP é TRI | 2017 - n° 1

7


STORYTELLING: A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS

8

O storytelling é um método de comunicação que utiliza palavras e/ou recursos audiovisuais para transmitir histórias. Esse processo narrativo é muito utilizado por profissionais de relações públicas a fim de apresentar e contar a trajetória e o histórico empresarial, registrando seus princípios, valores e evolução. Há diversas maneiras de utilizar esse método, que tem o intuito de atrair o consumidor. Contar histórias é uma maneira poderosa de contribuir para o posicionamento da marca - uma vez que o ser humano, por natureza, estabelece vínculos afetivos através da história contada de maneira estratégica. A utilização do storytelling colabora também para aproximar o consumidor da instituição, pois oferece ao público a oportunidade de vivenciar a história da marca e com isso conquistar credibilidade, tornando-o fiel a mesma. Esse recurso é uma maneira que as empresas encontram para conquistar a atenção e criar laços com o seu público. O profissional ideal para planejar estrategicamente o RP é TRI | 2017 - n° 1

emprego desse método comunicacional deve ser especialista na construção de relacionamentos sólidos, comoventes e emocionantes entre a marca e o consumidor. Para entender storytelling é necessário ter conhecimento sobre a história, que sempre esteve presente em nossas vidas, afinal todos nós somos protagonistas e consumidores de alguma narrativa. Antigamente, os homens das cavernas representavam através de pinturas e símbolos tudo que havia em seu cotidiano. Com o passar do tempo, a evolução na forma de se expressar ficou evidente através de gestos e diferentes sonoridades - que vieram logo a facilitar suas fábulas contadas ao redor de fogueiras. Então chegou a época em que toda sabedoria transmitida era feita através de narrativas orais que resultavam em uma socialização. “Narrativa” é um termo conhecido como “caso, conto, lendas, histórias, experiências reais ou imaginárias”. Aristóteles foi o primeiro pensador/filósofo que

Evelise Pessoa

se tem conhecimento a estudar a narrativa. Segundo ele, as narrativas são classicamente estruturais, com início, meio e fim. Podemos notar que a narrativa sempre esteve na história da humanidade, como os exemplos de tragédias gregas, contos infantis, novelas, entre outros. O objetivo desta é que possamos entrar em sintonia com o narrador. Após o surgimento da imprensa no século XV, a escrita e a leitura tornaram-se básicas para registrarem momentos importantes e, com a evolução dos meios de comunicação que vieram no século XX, estes se tornaram parte da vida em sociedade, contando novas narrativas. Nos dias atuais em que a tecnologia tem um avanço cada vez mais rápido e surpreendente podemos dizer que esta sociedade tem como uma das principais características uma cultura midiática, onde temos potecial de acesso constante à web e a distintos ambientes digitais, podendo, sem sair de casa, estar presente em muitos lugares ao mesmo tempo.


As histórias são fortes elementos de engajamento entre os colaboradores e ajudam a fundamentar o coletivo empresarial, mostrando o caminho a seguir, ou seja, como enfrentar as situações desafiadoras, como compartilhar valores, visão, missão, metas ousadas a serem atingidas ao longo do ano. Elas contribuem, definitivamente, para a construção da memória organizacional. E são ferramentas poderosas que possibilitam a mitigação de conflitos ocultos (agendas ocultas) que, na maioria das empresas, minam a confiança e comprometem os resultados (MCSILL, 2013, p. 72).

O significado da palavra storytelling é o “ato de contar histórias”, sendo oriunda da soma de dois termos em inglês (story + telling). Este recurso utiliza da narrativa para persuadir, seduzir e controlar diferentes áreas da sociedade, sendo usada estrategicamente por muitas empresas em suas propagandas

de diferentes produtos. Mas não só empresas privadas se usam deste recurso, como por exemplo os sistemas governamentais de diversos países na política. Devido às grandes quantidades de informações repassadas com imensa velocidade nos dias atuais, se torna uma das melhores “armas” para dar uma identidade

única a um produto e/ou serviço, assim influenciando através de narrativas envolventes e fáceis de memorizar, resgatando e fidelizando consumidores. Atenta-se que, neste rumo, para manter a boa imagem da marca, é inevitável, que sempre se transmita a verdade junto ao seu público.

RP é TRI | 2017 - n° 1

9


Precisa reposicionar sua marca no mercado? Então, contrate os profissionais de RP!

Os RP’s são os profissionais da comunicação que têm a visão mais estratégica do mercado. São eles que poderão traçar os melhores métodos para posicionar e/ou reposicionar a marca no cenário de competição atual. Todo e qualquer posicionamento de marca é um processo que envolve muita estratégia e planejamento, pois compreende-se que este é o princípio primordial para fomentar a identidade empresarial ou, até mesmo, fazer com que esta não seja bem recebida pela sociedade. O planejamento ocorre da seguinte forma: inicialmente o profissional de relações públicas fará uma análise de cenário. Este diagnóstico contempla: verificação do negócio da empresa (razão da sua existência), os nichos de mercado, público de interesse, localidade em que está inserida, concorrência de segmento e as oportunidades deste. A partir desta observação é que começará a desenhar o processo de posicionamento e/ou reposicionamento de marca.

10

RP é TRI | 2017 - n° 1

Jociele Müller

No contexto de reposicionamento de marca, é fundamental que as táticas sejam pensadas de maneira mais cautelosa, pois envolvem histórias, sentimentos e principalmente pessoas. Nestas situações há necessidade de pensar e fazer diversas ações de relacionamento com os públicos envolvidos, com o propósito de ir inserindo aos poucos uma nova cultura e rompendo a ligação direta com a marca atual. Um case de sucesso de reposicionamento de marca ocorreu na Serra Gaúcha, no munícipio de Flores da Cunha, com a Ditrento - que hoje, é a Rede Sim. A relações públicas, Carla Perussato, gerenciou toda esta transição. Para ela, enquanto profissional de RP foi o maior desafio da sua vida profissional. Relata que “conduzir a troca de uma marca já consolidada é bastante complexo. Não foram apenas ajustes gráficos que fizemos e, sim, promovemos uma verdadeira transformação cultural. Acredito que o profissional de RP é o mais preparado para conduzir uma


mudança assim. Só o relações públicas possui a visão sistêmica da organização no que diz respeito à comunicação”. Segundo a profissional, esta mudança se deu de forma vagarosa, iniciou-se em 2010 e foi concluída em 2012. Neste contexto foi necessário planejar cada passo a ser dado. E cada ação deveria atender os objetivos que solidificassem a troca de marca, com mudanças de dentro para fora. A Ditrento existia no mercado há aproximadamente 25 anos, sendo assim, foi fundamental preservar sua história, a cultura, os ideais, os princípios e a seriedade de propósitos. O reposicionamento de marca se deu porque a Ditrento queria expandir a empresa para além das fronteiras da Serra Gaúcha visando se tornar reconhecida positivamente no mercado, porém, a marca tinha uma certa rejeição por parte dos consumidores em relação ao negócio combustível. Em virtude deste objetivo ocorreu a troca de marca. A nova identidade da empresa tinha que expressar o compromisso e a seriedade de propósitos com os indivíduos. Com esta finalidade a identidade visual foi criada com as cores azul e verde. Ademais, há um elemento humano apontando para o alto representando os mais importantes pilares da empresa. Desta forma nasceu a Rede de Postos SIM. A ação para troca de marca deveria ser forte, assertiva e emocional, segundo Perussato, então foi lançada a campanha: Acreditamos na força do SIM. Por isso, a Ditrento agora é SIM. A empresa deveria entrar no mercado de Porto Alegre em 2010, ainda como Ditrento, com o intuito de acelerar a expansão. Na convenção anual em que todos os

gestores se reúnem, duas semanas antes da mudança de marca, houve a apresentação antecipada deste novo projeto. A relações públicas relatou que, “cada gestor tinha uma missão: apresentar os propósitos da nova marca às suas equipes. Como suporte, receberam o Kit SIM com camiseta para todos os colaboradores, uma edição especial da revista interna, adesivos, uma cartilha com o novo padrão de atendimento SIM e um material para os filhos dos funcionários desenharem seus pais em um posto SIM”. Em um segundo momento, foi apresentada a nova marca aos colaboradores e clientes corporativos. Os colaboradores foram recebidos com um café da manhã chamado “Bom Dia SIM”. Esta ação foi realizada em todos os postos da empresa e a administração da empresa fez a entrega de um kit e comunicou a nova marca. Aos clientes, imprensa e autoridades foi promovido um evento um dia antes da mudança de marca. Após o lançamento da marca no mercado, foram realizados teaser, VT de troca de marca, clipe jingle, making of e viral inclusão social. Esta nova identidade da empresa tem um cunho de compaixão, assim a inclusão social é algo muito forte para a SIM. O reposicionamento de marca atingiu o objetivo inicial e, ainda, resgatou a própria confiança da empresa. Confiança, a principal proposta de valor que a marca propunha entregar aos seus consumidores e impactou profundamente no ambiente interno, diz Perussato. Atualmente a Rede de Postos SIM está inserida em 39 cidades do Estado do Rio Grande Sul. Acompanhe a trajetória desta empresa no infográfico a seguir.

11

RP é TRI | 2017 - n° 1


TREJETÓRIA DA REDE SIM

Infográfico: Aline Scatolin

Com a virada do século, a Rede Ditrento conquistou espaço em dois municípios da Serra Gaúcha. Inaugurou postos nas cidades de Garibaldi e Bento Gonçalves, além de contar com uma terceira unidade na cidade de Caxias do Sul.

12

Com o nome já consolidado na Serra Gaúcha, a Ditrento inaugurou, outras três unidades em Caxias do Sul e uma nova unidade em Flores da Cunha. E lançou o projeto Cidadão Capaz, estruturado para receber funcionários e clientes com deficiência dentro das normas de acessibilidade da ABNT.

2007

A Ditrento foi criada para revender e distribuir produtos para a indústria vinícola, em Flores da Cunha.

2008

1993 2002 O ano de 1993 marcou a história da Ditrento, pois em 04 de março, teve sua primeira unidade de Postos de Combustíveis.

1985

RP é TRI | 2017 - n° 1

Em 2007, a Rede de Postos Ditrento inaugurou um posto Temático em Garibaldi, e ainda, passou a contar com uma loja própria de conveniências.


2015 2012 2010

Um ano marcado por mudanças e evoluções. Foi em 2012 que a Ditrento mudou sua marca para SIM Rede de Postos. Transformação que serviu para comunicar e reforçar seus valores de comprometimento com o cliente, a busca por relações mais humanizadas, agilidade ao servir e qualidade.

Ano em que SIM Rede de Postos completou 30 anos de trabalho, a empresa passou a contar com mais cinco unidades em Passo Fundo, duas em Porto Alegre, incluindo o tradicional Ecoposto, e uma unidade nas cidades de Dois Lajeados, Eldorado do Sul e Marau. Recebeu o Prêmio TOP de Marketing ADVB/RS 2015 na área de serviços.

Após 25 anos no mercado, a Ditrento chegou à capital, com duas unidades. Neste ano, a rede também contabilizou outras seis inaugurações no estado. E ainda, abraçou o projeto Cidadão Capaz em Porto Alegre e realizou sua primeira Convenção de Gerentes da Ditrento, visando a qualificação dos serviços oferecidos pela rede.

RP é TRI | 2017 - n° 1

13


Bruna Benito DIVULGAÇÃO

di paolo X rp: um case de sucesso

14

Branding: O Conceito Branding é o processo de fazer a marca acontecer. Dar sentido e valor a ela. É um sentimento de valorização por um conjunto de pessoas em relação ao que isso representa para elas. O branding irá construir os seus valores e instituirá a sua representação diante dos vários públicos que atingir, fazendo deles a chamada comunidades da marca. Ele é composto pelos objetivos, valores, essência, posicionamento da organização e é ele quem criará um nome e uma identidade visual. Além disso, poderá construir ou reposicionála, buscando conhecer o mercado e seus concorrentes, o perfil dos seus públicos e detectar as oportunidades. Toda a marca possui um símbolo. Este símbolo tem por objetivo identificar sua proprieRP é TRI | 2017 - n° 1

dade, representar algo. Portanto o símbolo é uma representação, ou seja, aquilo que tem valor para uma pessoa ou para um determinado grupo. É relevante pensar na importância de conquistar, reter e cultivar os clientes. Prospectá-los e ter entusiasmo para mantê-los. Ter todo o cuidado de pensar no cliente além do que ele espera daquele momento – esse tipo de atitude é o que trará o diferencial para que ele seja um replicador da marca. O profissional de relações públicas possui o feeling de como despertar o encantamento. Ele irá perceber as reações e percepções do seu público para desenvolver estratégias de relacionamento, além de gerenciar programas de comunicação junto deles. Um caso a ser citado, que

conta com o auxílio das relações públicas neste processo, chamou atenção em uma entrevista dada pelo Sr. Paulo Geremia, sócio fundador da Casa DiPaolo, ao Jornal Zero Hora em 08 de março de 2014. Em entrevista, ele comentou como iniciou suas atividades e ressaltou a importância de cercar-se de profissionais competentes para dar visibilidade a sua marca - mantendo um padrão, independente do restaurante que o cliente frequentasse. Dentre os profissionais citados, está o de RP. Diante disso, foram aprofundadas algumas questões para que ele respondesse e contribuísse para a revista RP É TRI. Geremia explicou de que maneira o profissional de relações públicas contribuiu para a consolidação da marca e quais as estratégias foram utilizadas.


Casa DiPaolo: o começo

qualidade. Em nosso discurso, sempre dedicamos esses No começo do projeto reconhecimentos a toda equipe, Casa DiPaolo, procurei contar pois uma marca é construída com a assessoria de uma série de por todas as pessoas, sejam elas profissionais: arquiteto, relações atuantes em contato com o cliente públicas, agência de publicidade ou nos bastidores – a importância e propaganda, decorador, etc. To- é a mesma. dos eles ajudaram na concepção e na identidade da empresa, ou As estratégias seja, a marca, a decoração interna dos restaurantes, o tipo de cli- Outra estratégia ente ideal, o estilo de servir as re- que valorizamos é a correta feições. Assim, criamos um ponto divulgação de quem somos. Digo de partida em diversos aspectos “correta” porque aquilo que é que conduziriam nosso trabalho. comunicado precisa corresponder Depois, à medida em que o tem- à nossa identidade, a quem somos po foi passando e tivemos a opor- realmente. Por exemplo, todo o tunidade de testar e readequar nosso trabalho é orientado para esses elementos sempre que que o cliente saia de nossas casas necessário, optamos por continu- mais feliz do que quando entrou, ar com o trabalho permanente de porque a refeição é um momento relações públicas. Isso porque a de prazer, de satisfação, de comunicação é algo fundamental revitalização. Então nosso para nosso tipo de negócio. Por foco é tornar essa experiência um lado, somos um organismo memorável a tal ponto que esse vivo, estamos sempre com novi- cliente torne-se um replicador e dades, eventos, acontecimentos um promotor da nossa marca. que precisam ser comunicados. Nossa proposta é que ele fale bem Por outro, sempre existe um novo da DiPaolo para seus amigos, nas cliente a ser informado, alguém suas redes sociais, em qualquer que ainda não conhece nossa oportunidade, mas só vamos marca e serviço. conseguir isso se, de fato, ele tiver uma experiência memorável. O posicionamento da marca Assim, temos que divulgar fatos e acontecimentos que reforcem essa proposta, que caminhem A consolidação de uma nessa direção, que estejam marca, a meu ver, é um trabalho alinhados a isso. constante. É muito difícil precisar Essa estratégia se aplica um momento em que a marca tanto em peças publicitárias se tornou consolidada. O que como na divulgação editorial a gente percebe são linhas de espontânea. Em relação às trabalho que adotamos cujo norte estratégias de marketing, quem é essa consolidação. Por exemplo, nos atende é a Quanta Ideias, os prêmios e reconhecimentos de Caxias do Sul, dirigida pelo que a DiPaolo recebeu ao longo relações públicas Felipe Andreola. de seus 24 anos são objeto de Já as demandas de assessoria ampla divulgação, pois são de imprensa, marketing digital como atestados públicos de e vídeos, somos atendidos pela

AlfaBeta Comunicação, dirigida pelo jornalista Vicente Medeiros. Assim, ambas as empresas utilizam nos seus trabalhos os valores e princípios que são próprios da nossa identidade, seja na escolha de uma imagem, de uma frase, de um acontecimento.

Definição da marca Um dos elementos que nos define perante o público é a expressão “típica culinária italiana”, amplamente utilizada em nossas divulgações. Outro ponto forte que defendemos é “alegria à vontade”, ou seja, na Di Paolo não só a comida, mas também a alegria é à vontade. Então, com o passar do tempo, vamos construindo nosso vocabulário à medida em que definimos as palavras e 15 expressões que melhor definem nossa essência – e consequentemente são norteadoras das nossas comunicações. O trabalho desenvolvido em relação aos eventos que as casas sediam também é um elemento que merece destaque. Até alguns anos, não tínhamos formalizado um espaço e um esforço exclusivo para realização de eventos nas Casas DiPaolo. As coisas aconteciam espontaneamente. Com o tempo, fomos constatando que se tratava de um elemento muito forte, com uma demanda crescente, então começamos a trabalhar nesse sentido. Definimos quais unidades teriam espaço para eventos, os tipos de eventos que seriam atendidos (sociais, empresariais, formaturas, casamentos, aniversários, reuniões de empresas, etc.) e de que forma a nossa identidade e o nosso estilo seriam aplicados nesse serviço. RP é TRI | 2017 - n° 1


DIVULGAÇÃO

A DiPaolo nas redes

Nos últimos anos, também, assim como toda empresa, fomos impactados pelo fenômeno das redes sociais. E a grande mudança foi o poder que foi dado ao consumidor. Hoje o consumidor, quando satisfeito, tem o poder de ser um grande promotor da marca, mas quando insatisfeito, por outro lado, tem o poder de ser um detrator. Por isso, nossa estratégia de trabalho nas redes sociais é, essencialmente, aplicar na interação pela internet o mesmo respeito e consideração que temos com os clientes dentro dos restaurantes. Quando um cliente reclama de algo, na verdade, temos uma oportunidade de melhorar. 16 Temos que agradecer a esse cliente que se manifesta – porque ele poderia simplesmente não se manifestar e acharíamos que tudo estava indo bem. Assim, quando ele se manifesta, seja dentro do restaurante para um gerente ou garçom, seja pelo inbox do Facebook ou em uma menção no Instagram, temos a mesma postura de solucionar o problema, nos desculpar quando errarmos e seguirmos aquele norte de fazer o cliente feliz. É uma gestão complexa. Quando pensamos em texto e imagem, temos também um universo a ser explorado. Em um anúncio de revista, um banner, um spot de rádio, um post nas redes sociais, um folder, um texto de assessoria de imprensa etc., a nossa identidade precisa estar representada. A imagem do galeto, por exemplo, tem que ser original, tem que suscitar a vontade de comer; a mesa, quando representada, tem que estar farta, com variedades de alimentos; a notícia precisa ir além de apresentar o fato e também contextualizar nossos valores ou outras informações que reforcem nossa identidade. Essas são algumas bases que fundamentam o trabalho de relacionamento com o público. Por fim, Geremia conta sobre um projeto criado recentemente chamado Escola DiPaolo, que tem como objetivo padronizar em todas as casas a identidade da marca, incluindo a forma de servir que o garçom deve adotar, os procedimentos de cozinha, a questão de processamento dos alimentos, ou seja, difundindo o conhecimento em todas as áreas vivenciadas no dia a dia dos restaurantes. Além disso, buscam tratar de temas paralelos, que tenham influência em seu trabalho, como finanças pessoais e relacionamento interpessoal, fornecendo aos seus colaboradores o conhecimento necessário para que tenham uma melhor qualidade de vida – e estabelecendo um verdadeiro caso de sucesso de branding associado ao trabalho de relações públicas. RP é TRI | 2017 - n° 1


RP: O PROFISSIONAL HOJE O profissional de relações públicas deve se posicionar de forma contemporânea diante de suas atividades para alcançar o sucesso. Nesse contexto, a comunicação é o fator primordial que viabiliza o processo de mudança, sendo o ponto estratégico e fundamental da modernidade. Mas afinal de contas, o que é modernidade? Sabemos que, além de ser um período histórico, a modernidade é um conjunto de fenômenos sociais que começa no fim do século XV e consolida-se com a Revolução Industrial transitando para a pós-modernidade. Existem numerosas bibliografias a respeito da modernidade. Aqui nos referimos ao conceito simplesmente como a atualidade - o momento que estamos vivenciando hoje. Representa uma ânsia e uma inevitabilidade. A opção não estaria em ser ou não ser moderno, mas em o que é ser moderno (qual o retrato do futuro desejado pela sociedade?) e em como ser moderno (quais as intenções, prioridades, medidas e instrumentos a serem usados na construção desse futuro?). No centro de tudo isso podemos dizer que a sociedade de hoje é muito complexa. Vivemos numa década conturbada e marcada por grandes mudanças. A diversidade está inserida na sociedade e as pessoas nem sempre sabem como lidar com tanta informação. Nessa conjuntura destaca-se a comunicação - que é um processo técnico, culto e eficaz para esse processo global.

O profissional de relações públicas também é conhecido por sua rede de contatos e linguagem facilitada, o que promove uma aproximação entre os públicos. E, mesmo não sabendo ao certo suas funções, muitos empresários estão buscando esses profissionais de comunicação para estreitar o relacionamento entre investidores, consumidores, colaboradores, etc. No Brasil, existe vasta gama de termos utilizados para explicar o que é comunicação, bem como qual deve ser a correta designação do termo relações públicas. Muitos denominam como relacionistas, gestor de relacionamento, relator público. Talvez por causa da impropriedade do termo é que os empresários têm dificuldade para apreender o real significado de relações públicas, uma vez que em português não se usa nomes compostos de substantivos plurais – como já vimos na primeira parte de nossa revista. A nomenclatura, por vezes, tem uma interpretação errônea por não ser tão específica e não fazer distinção entre atividade e função. Normalmente usam-se as funções exercidas para explicar exatamente o que é a profissão. O avanço da tecnologia obriga a sociedade a um novo tipo de comportamento relacionado com a ética, cumprimento da legislação e códigos em vigor, bem como valores morais e culturais. E como o profissional tem uma visão universal da organização, foram listados alguns pontos

Marieli Reis específicos para que se tenha fundamento na criação de um projeto de comunicação sólida e eficaz, transmitindo assim, informações corretas e em tempo adequado. Dentre eles: o diagnóstico da organização, para avaliar as necessidades de comunicação de acordo com cada público; desenvolvimento de projetos estratégicos dentro da organização, bem como conhecer a cultura da empresa, a fim de que não se perca tempo no planejamento de ações que não condizem com a realidade da organização; conhecer o público 17 de interesse; desenvolver um programa de mídia adequado e atender à comunicação com as partes interessadas e programar as ações a serem executadas com rapidez, transparência e ética. Para exercer a profissão é necessário que o relações públicas tenha conhecimento e embasamento teórico para ser bem-sucedido no diagnóstico e na implantação e execução do planejamento de comunicação. Desta forma mantendo fiéis as diretrizes da empresa e envolvendo a todos para que sigam de acordo com as políticas de relacionamento. Nessas circunstâncias, o profissional de relações públicas deve ser um revolucionário, questionador, observador, crítico, dentro da ética e do respeito. “Pensar fora da caixinha” e se posicionar de forma estratégica dentro de suas atividades e não apenas aceitar a comunicação simplificada.

RP é TRI | 2017 - n° 1


CARREIRA: COMO SER UM PROFISSIONAL DIFERENCIADO NO MERCADO?

Vanessa Sousa

O caminho para o sucesso profissional não é fácil e muito menos curto, demanda muito esforço e dedicação. Afinal, como iniciar a galgar passos na carreira e ser um profissional diferenciado no mercado? A graduação não dá todas as ferramentas, embora seja a base para a construção da carreira, a profissionalização é um conjunto de academia e prática. Para unir esses dois elementos existe o estágio. Estagiar é a oportunidade que o acadêmico tem de aplicar a teoria, aprender sobre o dia a dia no trabalho, se desenvolver em equipe e vivenciar de forma efetiva a área que escolheu. Relações públicas é uma profissão muito abrangente,

18

talvez seja por isso que as pessoas não a entendam como gostaríamos. O estágio tem um papel muito importante para ajudar o estudante a escolher que área seguir dentro das relações públicas. É possível estagiar em diversas áreas, no setor público ou privado, desde comunicação organizacional, assessoria de imprensa, atendimento ao consumidor, marketing, eventos, etc.

Claro que é preciso analisar a vaga ofertada, pois muitas empresas aproveitam o fato de ser uma mão de obra mais barata e acabam colocando os acadêmicos em algumas “furadas”, em que atuam em funções que não têm nenhuma relação com a área de estudo. Se a oportunidade de estágio for adequada é a chance de aproveitar ao máximo para mostrar o que sabe, aprender e se desenvolver profissionalmente. Muitas empresas acabam efetivando os estagiários que se destacam, então, mais uma vantagem do estágio é que ele é uma porta de entrada na vida profissional.

RP é TRI | 2017 - n° 1


APERFEIÇOAMENTO Além de estagiar é preciso buscar aperfeiçoamento. Não dá para querer ser um profissional diferenciado estando acomodado. Profissionais de comunicação devem ser inquietos. Buscar aperfeiçoamento é básico. Existem diversos cursos que auxiliam no desenvolvimento profissional. É fundamental conhecer ferramentas gráficas como Illustrator, InDesign e Photoshop (e, provavelmente, elas estarão nos pré-requisitos das vagas do estágio). Saber sobre edição de vídeo também é um diferencial, as ferramentas Premiere e After Effects ajudam muito nessa área. Ter conhecimentos avançados em língua portuguesa, o que vai melhorar a

comunicação escrita e falada. É importante também, buscar aprender no mínimo um segundo idioma. Dentro da comunicação existem muitos termos em inglês, por exemplo, e um segundo idioma pode ser uma ótima oportunidade para buscar um intercâmbio dentro da área e ainda aperfeiçoar a linguagem. Os que possuem dificuldade de falar em público podem pesquisar cursos na área de dicção, oratória e teatro - para se desinibir e melhorar nesse aspecto. Treinamentos sobre gestão de pessoas, liderança, trabalho em equipe, desenvolvimento pessoal, coaching, são ótimos para aqueles que almejam um cargo de gestão.

19

NÃO SE APEGUE AO TÍTULO O título de “relações públicas” é lindo! Mas não se apegue ao nome. As vagas de RP são normalmente identificadas pela área de atuação: Analista de Comunicação, Assessor de Imprensa, Auxiliar de Endomarketing, Analista de Relacionamento, Supervisor de Marketing, Gerente de Comunicação Organizacional. Dificilmente a vaga levará o título da profissão, então para não se frustrar não se apegue.

COMO BUSCAR VAGA DE ESTÁGIO O Centro de Integração Empresa – Escola (CIEE-RS) é uma instituição sem fins lucrativos, fundada em 1969, que possui mais de 100 unidades de atendimento no estado. O cadastro para vagas, tanto de ensino médio quanto de graduação, pode ser feito através do site ou nas unidades físicas. Consulte as unidades de atendimento, vagas disponíveis ou faça seu cadastro pelo site: https://www.cieers.org.br/

RP é TRI | 2017 - n° 1


perfil: ADRIANA MIORELLI CARNIEL

Relações públicas há 21 anos, Adriana Miorelli Carniel se 20 formou na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Atualmente trabalha no SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e também no Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG) - onde atua como professora. Uma profissional que possui uma grande bagagem na área da comunicação. Atuou em diversas empresas na Cidade de Caxias do Sul, de diferentes segmentos. Possui experiência em comunicação estratégica organizacional, comunicação interna e na organização de eventos. Questionada sobre a importância de uma organização possuir um profissional capacitado na área de comunicação, Adriana entende que o alcance das relações públicas vem se consolidando com o passar dos anos e está alicerçada, principalmente, na importância que as organizações precisam dar aos seus relacionamentos, sejam com clientes, fornecedores, emRP é TRI | 2017 - n° 1

pregados, comunidade, governo, entre outros. Carniel faz um adendo: “Existe muito a ser feito neste mercado, principalmente no que diz respeito à valorização do profissional de relações públicas e na sua inserção estratégica dentro das organizações”. Outro questionamento foi sobre as técnicas e ferramentas que ela utiliza no seu dia a dia para a execução das suas atividades no local de trabalho. Adriana diz que trabalha com a diversidade de veículos de comunicação existentes atualmente e que fica difícil definir, especificamente, os canais mais utilizados na divulgação das informações. Sempre antes de definir uma estratégia de comunicação procura estabelecer para qual público vai se dirigir. Ela utiliza muitas facilidades que são impostas hoje pelo mundo digital, mas também usufrui de outros veículos de comunicação como: informativos impressos, newsletters, eventos técnicos e de relacionamento que também

Aline Giequelin & Marieli Reis

fazem parte do seu cotidiano.

Um pouco da trajetória de vida de Adriana na área de comunicação Bem, começo falando que meu sentimento pela comunicação nasceu cedo. Sempre me identifiquei com atividades que envolvessem relacionamento, interação e convívio. Quando prestei vestibular minha primeira opção era o jornalismo, mas como não passei na Universidade Federal acabei matriculada na UCS para Relações Públicas. Logo no primeiro semestre me identifiquei com o curso e passei a amar minha profissão. No início da faculdade busquei alguns estágios na área e entrei para meu primeiro emprego na RBS TV Caxias. Lá fiquei por longos 8 anos e tive a oportunidade de me desenvolver como profissional e trabalhar em diferentes áreas.


nativas de comunicação para um público tão próximo e tão distante ao mesmo tempo. Depois desta experiência parti para outro desafio que foi trabalhar a comunicação de um grande sindicato, onde atuo até hoje. O foco do trabalho que desenvolvo no SIMECS é estreitar as relações entre a entidade e seus públicos de interesse, buscando projetar a imagem e a marca do sindicato para todo país e tornálo referência no segmento. E a docência? Ah! A docência sempre esteve nos meus planos, mas nunca foi algo que busquei com veemência. Sempre foi algo que se mostrou espontâneo e sincero em mim. Já dei aula em outras instituições e em outros cursos, todos ligados à área de comunicação e RP.

ACERVO PESSOAL

Fiz duas especializações uma em Marketing e outra em Comunicação Organizacional, e parti para outros desafios. Trabalhei durante quase 6 anos na Unimed Nordeste - onde coordenei o setor de marketing da cooperativa. Foi uma experiência incrível, pois tive que aprender muito sobre os processos de comunicação e também sobre a relação da marca com o consumidor final. Este período me aproximou muito dos conceitos do marketing e da publicidade. A Marcopolo foi a empresa que me possibilitou entender comunicação interna e me oportunizou um aprendizado incrível sobre cultura organizacional e gestão estratégica de comunicação. Foram quase quatro anos desenvolvendo projetos, resolvendo conflitos e buscando alter-

O amor que tenho pela profissão (e que deixo transparecer sem pudor algum) tem sido meu aliado nesta troca de conhecimentos. Faço isso com o coração, sabe? A docência é meu alimento, é o que me faz buscar sempre novas informações e é o que me mantém atualizada e realizada na profissão.

RP é TRI | 2017 - n° 1

21


crise de imagem: o caso josÉ MAYER

No dia 31 de março de 2017, a figurinista da Rede Globo Susllen Meneguzzi Tonani denunciou o ator José Mayer por assédio, nos bastidores do Projac. Ela postou, em seu perfil do Twitter, o relato sobre as diversas vezes em que o ator a assediou, inclusive tocando suas partes íntimas. O ator tentou negar, mas sem sucesso, 22 pois o caso continuou tomando proporção dentro da Rede Globo e na Internet. As atrizes globais se uniram para divulgar e orientar as mulheres vítimas de assédio a não se calarem diante dessa situação - em uma campanha nomeada “Mexeu com uma, mexeu com todas”, postando em suas redes sociais frases e fotos reprovando a atitude do colega. O caso teve repercussão não só nacional como em veículos internacionais. Sem êxito, o ator resolveu admitir e se desculpar com a colega e mulheres de todo País. Com o avanço da Internet, a exposição de imagem fica cada vez mais vulnerável, podendo desfazer uma reputação construída ao longo dos anos, podendo esta ser arruinada no ato de um clique. A utilização de rede sociais online, que no princípio da comunicação mediada por computadores era uma ferramenta de comunicação particular e de acesso restrito, RP é TRI | 2017 - n° 1

hoje é utilizada como ferramenta de trabalho por boa parte das pessoas. No caso de empresas ou figuras públicas, é imprescindível a assessoria de um profissional que monitore o que está sendo falado e realize a gestão de páginas ou sites que estejam citando seus nomes e, assim, tenha como buscar a reversão de casos específicos, boatos e/ou inverdades. No exemplo relatado acima, José Mayer teve, em um primeiro momento, a intenção de simplificar o caso, tomando-o como uma atitude banal, que culturalmente faria parte da sua geração, mas que não teria intenção de ferir ou agredir alguém. O que ele não imaginava era a tamanha gravidade do problema que havia criado e o quanto seria repreendido, além de provocar impacto negativo junto ao grande público.

O relações públicas no gerenciamento de crise de Imagem O objetivo principal é zelar pela imagem e reputação da organização/profissional e sempre que possível prevenir uma situação de crise (multiplicidade de acontecimentos imprevisíveis). Porém, quando inevitável, é o profissional de relações públicas

Bruna Benito

quem irá assessorar e orientar os representantes da organização a definirem estratégias e ações capazes de conduzir positivamente a situação e posicionarem a organização perante seus públicos e a mídia. Manter a clareza e transparência nas informações transmitidas é muito importante para que não haja contradições. Neste contexto, vendo a possibilidade de sua carreira desmoronar ou ficar arranhada por um bom tempo, provavelmente o ator tenha se cercado de um profissional para buscar recuperar sua popularidade após enfrentar tanta rejeição. Em seguida, escreveu uma carta à Susllen e à sociedade em geral, tentando minimizar seu erro e assim se redimir. José Mayer ficará um tempo afastado da emissora até que o assunto caia no esquecimento dos telespectadores. Cercado de bons profissionais, a ideia agora deverá ser de empenhar-se em desenvolver atitudes que despertem boa visibilidade na mídia e assim ir ganhando aos poucos, seu espaço novamente nas telas da TV brasileira. Sobre este caso buscamos a opinião de um profissional da área, o professor do Centro Universitário da Serra Gaúcha, Marcos Mantovani, que teve o seguinte posicionamento:


Particularmente, acho que a retratação elaborada pelo ator não foi suficiente. Logo após o escândalo, José Mayer (ou sua assessoria) elaborou um texto explicativo de desculpas, que foi lido por um jornalista durante o Jornal Nacional. Interpretei o teor do texto como superficial e até mesmo ingênuo, levando em conta a desculpa de que o ator é uma espécie de “produto” de sua própria geração, uma geração supostamente preconceituosa e discriminatória em relação à posição da mulher nas frentes de trabalho. A impressão, segundo o texto, é que José Mayer se escondeu atrás de fatores culturais/geracionais, livrando-se da sua própria responsabilidade. Na minha interpretação, penso que o texto poderia ter sido melhor elaborado e, por que não, verbalizado pelo próprio ator – movimento que lhe daria, com certeza, um pouco mais de crédito e insuspeição. Como passo iniciático de uma estratégia de recuperação de imagem, se eu fosse membro da sua assessoria, teria proposto essa transparência e essa pessoalidade. Afinal, quem erra deve assumir em primeira pessoa, de rosto limpo, fazendo uso de sua própria voz.

23

RP é TRI | 2017 - n° 1


MÍDIAS digitais: HUMOR X IMAGEM/MARCAS

Vanessa Sousa

As mídias digitais começaram a surgir ainda na década de 70, porém ganharam força nos anos 90 com o avanço da Internet. Atualmente elas estão presentes nos quatro cantos do planeta, conectando pessoas e histórias. A forma de comunicar mudou com o avanço da rede. As notícias, sejam elas verdadeiras ou falsas, são disseminadas rapidamente. No Brasil, principalmente, existe uma tendência em transformar tudo em piada. O impeachment da presidente Dilma, a crise política como um todo, a eleição de Donald Trump, o caso José Mayer - citado na página anterior. O caso do ator, além de ser espalhado rapidamente na rede, gerou centenas de memes em redes sociais como Facebook e Instagram. Veremos a seguir dois casos em que as piadas tiveram um retorno positivo para empresas ou pessoas, mas não é sempre assim. Nas redes sociais pode-se tanto construir como destruir a imagem e reputação de alguém.

Ultragaz: Lições de Marketing e Endomarketing 24

A campanha “Oh o gás” da Ultragaz virou a Internet no primeiro semestre de 2017. Além de ter sido uma super jogada de marketing a campanha é uma lição de endomarketing. Os funcionários da empresa gravaram vídeos em suas unidades se apropriando de uma música funk que estava “estourada” na rede. Os vídeos mostravam grupos de pessoas dançando em suas unidades por todo Brasil e viralizaram rapidamente nos sites de rede social. Esse tipo de acontecimento gera engajamento e motivação nas equipes, além de ser o marketing praticado pelos RP é TRI | 2017 - n° 1

próprios colaboradores, ou seja, tem todas as características do endomarketing. O que acontece depois desse tipo de ação é um envolvimento maior das equipes com o trabalho, o produto e a marca. O sucesso foi tanto que outras pessoas se apropriaram da campanha, criaram vídeos e memes usando a expressão “Oh o gás” e a música acabou sendo reconhecida como trila da empresa, o que na verdade não era. Essa apropriação foi tão grande que os carros que vendem gás nas ruas já usam o funk para anunciar a sua chegada.

Ana Maria Braga, a rainha dos memes Como falar de memes e conteúdo viral na Internet sem falar de Ana Maria Braga? Foram tantos memes no primeiro semestre do ano que a apresentadora virou a cara da Visa na sua nova propaganda. Depois de um programa em que recebeu Supla, como seu convidado, ambos viraram memes pelo visual parecido, a operadora de cartões, Visa, aproveitou a oportunidade gerada com o caso e lançou uma propaganda de televisão cômica para mostrar a diversidade de pagamentos, apresentando ambos com efeito de espelho.


pesquisa de clima: RP NAs organizaçÕES O clima organizacional é um fator importantíssimo para garantir o sucesso de uma empresa. Devido a isso, realizar pesquisas que medem satisfação ou insatisfação dos funcionários são ações necessárias para obter retorno sobre o que há de bom e o que precisa ser aperfeiçoado. Como não existe um método único de gerenciar pessoas de uma maneira correta para todas as organizações, a pesquisa de clima mostra-se pertinente neste aspecto, pois pode indicar quais passos devem ser tomados a fim de melhorar o ambiente corporativo. Práticas gerenciais precisam de norteadores estratégicos para que mudem de forma saudável, gerando crescimento e evolução para a organização e para os funcionários. E através dos resultados de uma pesquisa de clima pode-se oferecer apoio para estas ações. A pesquisa de clima é fundamental para saber o que os colaboradores estão pensando e como estão se sentindo em relação à empresa. A partir disso, pode-se planejar estratégias pensando em melhorar os pontos fracos indicados. Após a análise de resultados da pesquisa de clima fica claro perceber as áreas onde é possível e/ou necessário oferecer oportunidades de crescimento e também facilita enxergar onde torna-se relevante criar estratégias para prevenir crises. Além disso, é possível identificar em quais áreas deve-se investir em treinamento. E planejar estrategi-

camente melhorias. Os modelos organizacionais vêm constantemente se modificando e se modernizando a fim de conseguirem se manter. Pois, se antes era necessário apenas motivar os colaboradores, hoje é preciso buscar também o seu comprometimento. Diante disso, capacitam-se líderes para que estimulem mudanças e avaliem o que é importante e prioritário para o bem-estar do seu setor. Isso faz com que as organizações percebam a importância de criar e manter ambientes positivos, nos quais os colaboradores e os setores possam encontrar condições favoráveis para trabalharem de forma eficaz. Vários profissionais são capazes de montar e estruturar pesquisas de clima, mas o ideal é contratar profissionais que trabalhem a comunicação como um todo e buscar empresas externas para aplicar a pesquisa para que os fatores internos não interfiram em nenhum processo da pesquisa. Existem diversas assessorias de comunicação que oferecem o serviço para organizações de diversos portes e segmentos. Um dos papéis do profissional de RP é mediar e resolver crises e conflitos, visando preservar a imagem da empresa, seja para o público interno ou para o público externo. Ao pensar e planejar a comunicação empresarial de maneira estratégica, o RP deve estar a par de todo o processo de realização da pesquisa de clima. E, após a análise dos da-

Letícia Rigotti dos, conseguirá implantar ações que visam melhorar déficits da empresa. Para que esta ferramenta funcione conforme o planejado e tenha sucesso, é preciso garantir sua credibilidade através de alguns cuidados básicos - como, garantir a confidencialidade dos dados coletados e divulgar os resultados e as ações que serão tomadas. Dessa forma o colaborador se sente mais à vontade para responder fidedignamente às perguntas. A partir dessas considerações, vale retomar 25 o assunto que diz respeito à terceirização dessa análise. A contratação de empresas especializadas na realização de pesquisa de clima organizacional traz diversas vantagens às organizações que investem nessa estratégia. Dentre elas pode-se citar as métricas de tabulação dos resultados, que oferecem maior precisão que a tabulação manual. Além de garantir ao funcionário que sua identidade está preservada e que então não sofrerá represálias caso queira criticar algo. Também é muito importante que os colaboradores compreendam que, ao responder a pesquisa de clima de maneira correta, estarão dando o primeiro passo no processo de melhoria do ambiente de trabalho, pois é a partir desta ferramenta que se podem criar planos de ação para aperfeiçoar os processos criticados na pesquisa. RP é TRI | 2017 - n° 1


endomarketing: o caso da focco sistemas de gestÃO

Uma empresa de TI, em uma cidade do interior do estado, teria tudo para ser só mais uma empresa. Contudo, a Focco Sistemas de Gestão entende 26 que valor das pessoas está diretamente ligado ao diferencial competitivo da organização. Poderia ser mais um estereótipo de profissionais de TI - frios, sérios e pouco comunicativos, porém é um Case de Endomarketing! Assim, a Focco foi eleita a 9° melhor empresa até 999 funcionários, para se trabalhar no Rio Grande do Sul em 2016. A premiação do Gret Place to work é um reconhecimento pelas ações internas da Focco, que buscam uma equipe engajada e motivada e, dessa forma, grandes resultados. A Focco atua há mais de 27 anos levando soluções em Tecnologia da Informação e Softwares para vários segmentos. Com produtos para gestão de lojas e para indústrias é referência em automação e gestão. Conta com mais de 200 funcionários espalhados entre a matriz, em Caxias do Sul, e unidades em cinco estados brasileiros (RS, SC, PR, SP, CE). RP é TRI | 2017 - n° 1

Mas o que é endomarketing? É um conjunto de ações e ferramentas de marketing voltadas para o público interno. São ações que a empresa se utiliza para vender sua imagem para os colaboradores e seus familiares. A implantação do endomarketing nas empresas se dá através de diversas formas, elas são estrategicamente escolhidas de acordo com o intuito da organização. Para vender sua marca, ideia e produtos para os colaboradores, o endomarketing utiliza-se de diversas ferramentas que, quando implantadas da maneira adequada, trazem grandes resultados para dentro das organizações e isso certamente chega ao alcance do público externo. O sucesso da empresa está estritamente ligado ao seu posicionamento em relação aos seus colaboradores. A Focco cultiva uma experiência com eles. O seu programa interno é chamado Ecossistema Focco e esse conceito, talvez inconsciente de Ecossistema, aproxima as pessoas de algo mais “natural”, pois são profissionais ligados no online o tempo todo.

Aline Scatolin


Projeto impresso do Ecossistema Focco 27

O projeto impresso do Ecossistema Focco mostras as ações promovidas para melhorar a interação entre as pessoas. O Plano de Endomarketing da Focco é bem organizado e definido. Todas as datas são comemoradas e curtidas entre os colaboradores. No aniversário da empresa, acontece um café da manhã para celebrar. A campanha Viajar é preciso, premia os colaboradores que alcançam as marcas de 10 e 20 anos como reconhecimento. Existem também as comemorações por prêmios que a FOCCO alcança como o próprio Get Place to Work, e outros como o Top Móbile, que servem para celebrar as conquistas da FOCCO. O incentivo tão grande para as comemorações é para que a significância seja sempre alta. Além destes, existem também as bonificações por metas atingidas.

Em comemorações como a do dia do trabalho, os gestores colocam a mão na massa e cozinham para suas equipes. Por trás de todo esse plano, está uma equipe de profissionais que pensam ações todo o tempo. Uma delas é Cláudia Muniz, relações públicas pela Universidade de Caxias do Sul, que atua no Endomarketing. O profissional de RP se destaca neste setor porque é o que mais estuda os públicos da organização. Conhecer seu público é fundamental para que a empresa alcance os objetivos propostos. Os três pilares da Focco estão bem definidos: pessoas + clientes + resultados. As ações com o público interno também são guiadas por três palavras, ou melhor, pelas forças que atuam sobre as pessoas: atração, engajamento e retenção. Assim, toda a estratégia

e comunicação da Focco consiste em Melhorar a Comunicação e a Percepção por meio de uma rede de comunicação. A importância em ter um profissional que traça estratégias, escolhe os melhores canais, compreende o público e pode mensurar resultados é o que vai efetivar o trabalho. O RP é o profissional que mais trata a gestão estratégica da Comunicação. A s ações da Focco são reconhecidas pelo prêmio, mas principalmente pela taxa de rotatividade dos colaboradores que é muito baixa. Alta rotatividade é sinônimo de que as coisas não estão indo bem. Pensar no colaborador como peça fundamental para o sucesso da organização é essencial. O relações públicas é o profissional que mais pode alcançar resultados nesta área. Ele entende a importância do colaborador para que a empresa alcance os seus objetivos. RP é TRI | 2017 - n° 1


rp: conrerp e conferp

O Conferp é o Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas. O CONRERP é parte do Sistema CONFERP, autarquia federal que disciplina a profissão de relações-públicas, criada pela Lei 5.377, de 11 de dezembro de 1967. Vinculada ao Ministério do 28 Trabalho e Emprego, a autarquia foi criada pelo Decreto-Lei 860, de 11 de setembro de 1969, e é regida pelos princípios aplicados à Administração Pública, notadamente de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Ao Sistema CONFERP compete, por delegação do Poder Executivo da União, garantir a fiscalização do exercício profissional de Relações Públicas, nos termos da lei. Atualmente, o Conferp é composto por cinco representações regionais, que congregam um ou mais estados. Quem e quando se pode fazer o registo? O registro deve ser feito por profissionais de RP que exercem a profissão. E pode ser solicitado a qualquer momento após a colação de grau. Para tanto é necessário apresentar o certificado de conclusão de curso. RP é TRI | 2017 - n° 1

Como fazer o registro? Para solicitar o registro, tanto provisório como definitivo o site de CONRERP/RS explica o passo a passo dos procedimentos que devem ser realizados: http:// www.conrerp4.org.br O que acontece se eu trabalhar como RP e não possuir o registro? O Conrerp pode, a qualquer tempo, solicitar que pessoas físicas ou jurídicas comprovem a regularidade de sua situação. Em outros casos, o Conrerp pode, mediante supostas irregularidades, fazer uma visita de fiscalização. O Conselho também recebe denúncias de apropriação indevida do título ou que exercem ilegalmente a profissão (pessoas que se apresentam como relações-públicas sem a formação exigida por lei). O Conrerp também é encarregado de cobrar as anuidades dos profissionais registrados e de garantir que em todas as empresas de comunicação que ofereçam serviços de Relações Públicas aos clientes tenham, ao menos, um Responsável Técnico registrado no Conselho.

Letícia Rigotti

Qual a importância de Relações Públicas ser uma profissão regulamentada? O Código Brasileiro de Ocupações (CBO) registra a existência de cerca de 1.700 profissões, sendo que apenas 84 são regulamentadas. Isso é um privilégio. A regulamentação garante os direitos dos profissionais, protege os contratantes do mau exercício da profissão e impõe respeito. Várias categorias profissionais pleiteiam a regulamentação há anos. No caso de Relações Públicas, a regulamentação existe desde 1967, sinal do prestígio e da relevância das funções exercidas. Quais são as punições previstas em lei para as irregularidades cometidas pelas empresas? As organizações são passíveis de multas calculadas percentualmente sobre o capital social, até o limite máximo de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), valor corrigido ano a ano. Valor da anuidade 2017 Provisória: R$ 206,00 Definitiva: R$ 412,00


RP: OS PROFISSIONAIS EM AGÊNCIAS

Evelise Pessoa

Os profissionais de comunicação, inclusive os 29 relações públicas, estão cada Criação de conteúdo vez mais envolvidos nas áreas Alinhamento de estratégias de marketing digital, auxiliando no progresso e desenvolvimento Atendimento ao cliente das mídias sociais e otimização de sites. O relações públicas é um Gestão de Branding profissional que todas as agências Planejamento de comunicação deveriam investir, pois sua visão de futuro Posicionamento da marca e suas competências estratégicas colaboram para o posicionamento Gerenciamento de Crises empresarial. Execução de metas e indicadores de desempenho Dinamismo, conhecimento em processos de comunicação, Gerenciamento de Crises pesquisa e relacionamento, são atributos imprescindíveis do perExecução de campanhas em canais de comunicação fil do RP e eles fazem com que Pesquisas de canais os profissionais se destaquem na área de marketing digital, tornanPesquisa de audiência do sua atuação em uma agência de comunicação cada vez mais Mediação de resultados importante. Devido a suas múltiplas funções, os profissionais de RP podem exercer variadas ativi- Lembramos ainda que o profissional de Relações Públicas também é dades dentro de uma agência de muito importante para o faturamento das agências, pois é ele quem contrata ou indica grande parte dos serviços oferecidos. comunicação, sendo elas: RP é TRI | 2017 - n° 1


PALAVRAS DA COORDENAçÃO: OS DESAFIOS DOS CURSOS E PROFISSIONAIS Profa. Me. Bruna Silveira DE RP

Coordenadora do curso de RP da FSG

Gerenciamos expectativas. Planejamos, executamos. administramos, inovamos, posicionamos. Acima de tudo construímos relacionamentos. Relações públicas é uma arte de 30 encontro. É paixão diária pelo novo, pela falta de rotina. É amor por pessoas. É elevar a sua potência máxima a harmonia social. É interferir e transformar diariamente a realidade. É compreender que organizações – sejam elas públicas ou privadas – são feitas de e para pessoas. De gente que ri, que chora, que oferece seu tempo pelo outro. Uns diriam que é, ainda, olhar o mercado e adaptar-se á ele. Eu digo que é compreender as estruturas e comportamentos humanos e trabalhar para e por eles. Ser efetivo e afetivo. É fazer a gestão da comunicação nas organizações, instituir políticas, criar fluxo de comunicação e contar histórias por meio de instrumentos e, com eles, abrir caminhos, provocar experiência e inovação. É ser cientista e questionar a realidade. Não se contentar com práticas e teorias. É contestar. É analisar a sociedade, pensar mudanças sociais e adaptar diariamente sobre nosso RP é TRI | 2017 - n° 1

papel. Ser relações públicas não é se apegar a definições do que compete ou não ao profissional. É saber que elas existem e não se definir. É ser mais que um conceito. É ser maior do que já existe de prática profissional. É desafiar a teoria imposta e criar novas passagens. É estar em constante movimento. Ser aluno de Relações Públicas é não se satisfazer como que é dito, é usar a efervescência da juventude para aprender com o passado, porém fazer o futuro. É deixar um legado de amor na academia e no mercado. É ser tocado pelo mestre em sala de aula e superá-lo nos anos seguintes. Já fui uma mulher de mercado. Hoje, estou professora e coordenadora do curso de Relações Públicas. Eu me orgulho do meu caminho, da minha história, mas percebo que me reinventar como docente, todos os dias, é urgente nos tempos modernos. Não é meu papel apenas transferir conhecimento, dar respostas. As minhas nem sempre serão as deles. Portanto, percebo como meu DEVER fazer perguntas.


Questionar e querer ser desafiada todos os dias tanto em sala de aula como no departamento. Já diria o Velho Guerreiro Chacrinha: “Eu não vim pra explicar. Vim para confundir”. Portanto, quero problematizar a realidade e apontar meios e entremeios que um profissional de RP pode atuar e amar. E vê-los criando outros tantos... As respostas que meus alunos encontrarão não se encerram em mim e em nenhum mestre de sala de aula. Tampouco neles. Respostas não terminam. Gerencio esse curso para que ele seja um problematizador, incentivador de novos conceitos, ao invés de um replicador de percepções e ideias. Há 103 anos as Relações Públicas pulsam no Brasil, mas nunca foi tão urgente repensar, questionar, discordar e escrever o novo. Durante sua formação, desejo que os alunos compreendam seu papel de inovadores, multiplicadores, criadores de harmonia social. Nosso curso visa formar pessoas que em breve assumam seu papel de relações públicas, de regente da orquestra humana, de um gestor da comunicação organizacional – que não se faz sem amor e sem pessoas. Ao desenvolver uma estratégia ou uma política de comuni- 31 cação, lançamos mão de instrumentos que farão parte de uma orquestra maior, direcionada ao nosso expectador máximo: o individuo. É na vida dele que interferimos diariamente. É em nossas vidas que um periódico como esse interfere. E modifica quem o recebe e quem o faz. Esse projeto que hoje se materializa, desenvolvido na disciplina de Periódicos Institucionais Impressos e Digitais, no curso de Relações Públicas do Centro Universitário da Serra Gaúcha, vem como a prova de que somos maiores do que pensamos. Traz e faz história. Mostra que meus alunos podem mais do que imaginam, que nossa profissão tem mais caminhos que concebemos e mais amor do que cabe em nossos corações. Regida pela professora Dra. Camila Cornutti, essa orquestra oferta um espetáculo que toca nossas almas e corações. Como profissional, professora e coordenadora me sinto orgulhosa de participar desse produto e, principalmente, dos alunos que com ele se envolveram.

RP é TRI | 2017 - n° 1


32

RP é TRI | 2017 - n° 1


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.